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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS
ANÁLISE COMPARATIVA DE INCERTEZAS EM
MÉTODOS PARA ESTIMAÇÃO DE FREQÜÊNCIAS DE
VAZÕES MÁXIMAS DIÁRIAS COM INCORPORAÇÃO
DE VARIAÇÃO CLIMÁTICA EM BACIAS DO MEDIO
RIO URUGUAI
Nicolás Failache Gallo
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia.
Orientador: Adolfo O. N. Villanueva
Co-orientador: Robin T. Clarke
Banca Examinadora
Prof. Dr. Cíntia Bertacchi Uvo - Lund University, LU, Suécia
Prof. Dr. Joel Avruch Goldenfum - IPH/UFRGS
Prof. Dr. André Silveira - IPH/UFRGS
Porto Alegre, 5 de outubro de 2007
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“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz:
violentas as margens que o comprimem...”
Bertolt Brecht
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Apresentação
Este trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Recursos
Hídricos e Saneamento Ambiental do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a orientação dos Professores Adolfo O.
N. Villanueva e Robin T. Clarke.
Desejo agradecer a todos aqueles que contribuíram para a realização deste
trabalho;
Ao Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul pela possibilidade de realizar o mestrado.
Ao projeto de Gestão Integrada de Enchentes na bacia do rio Quaraí pela bolsa
de trabalho. Ao Professor Adolfo e o pessoal da DNH Uruguai e IPH Brasil.
Aos meus orientadores pela dedicação, paciência, observações e apoio
dedicados.
Aos colegas e amigos que fiz no IPH e na sala de hidrologia, Daniel, Ruti,
Adolfo, Márcio, Marllus, Ivanilto, Martin, Benedito, Walter, Beatriz, Bruno, Ruberto,
Christofer, Diogo, Mônica.
A todos os professores do programa de pós-graduação, ás bibliotecárias, ao
pessoal da secretaria do curso de pós-graduação. Aos amigos Álvaro Diaz e Gabriel
Cazes pelas ajudas.
À Daniel e Ruti pelo apoio e amizade.
À minha família.
À Nati pela vida juntos.
Resumo
O presente trabalho apresenta metodologias para aprimorar a estimativa de freqüências
de vazões diárias máximas extremas na bacia de rio Quaraí e de 13 bacias do médio rio
Uruguai, no Brasil e Uruguai. Inicialmente foram ajustados, para os dados de cada
bacia, e utilizando máxima verossimilhança, os parâmetros da distribuição GEV e seu
caso particular Gumbel. Utilizando a função de Deviança foi testada em cada caso, com
um nível de significância de 95%, a conveniência de utilizar o modelo GEV (3
parâmetros) em lugar do modelo Gumbel (2 parâmetros). Também foram analisados os
valores e as incertezas de vazões de 25, 50 e 100 anos de período de retorno calculados
com as duas distribuições. O resultado obtido foi que é satisfatório utilizar o modelo de
Gumbel. Posteriormente, foi proposto um novo modelo a partir da distribuição de
Gumbel. Este modelo supõe uma dependência linear do parâmetro de posição µ com as
temperaturas de superfície do oceano SST (µ(t)=a+b.SST(t)). Novamente os parâmetros
a, b e σ foram estimados mediante máxima verossimilhança. Foram utilizados os dados
de reconstrução das SST dos oceanos disponíveis desde o ano 1854 para todo o planeta
em células de 2 graus. Para cada célula de temperaturas de superfície do oceano
Pacífico foi testada, para cada bacia, utilizando a função de Deviança, a significância de
supor b0. A região compreendida entre os 14ºN, 12ºS, 79ºO e 149ºO, é a que apresenta
maior significância de que o modelo proposto (supondo b0) consiga um melhor ajuste
dos dados. O seja a probabilidade calculada de ocorrer as vazões observadas é maior se
são consideradas as SST, além disso, pode se dizer que o teste efetuado indica que é
maior o ganho de incorporar as SST do que agregar um novo parâmetro ao modelo. Em
12 bacias o modelo ajustado prevê que com o aumento da SST os períodos de retorno
de vazões extremas diminuem, resultado coerente com o obtido por diversos autores
para as precipitações e vazões médias e extremas em escala de tempo mensal ou anual.
No trabalho foram analisadas três técnicas para determinar os intervalos de confiança
dos parâmetros e as vazões ajustadas: a técnica que utiliza a curvatura do logaritmo da
função de máxima verossimilhança e duas técnicas de bootstrap. As técnicas de
bootstrap foram implementadas para determinar intervalos de confiança nos parâmetros
ou diretamente nas vazões. As duas técnicas resultaram similares, mas no modelo
proposto com as SST os intervalos de confiança somente puderam ser obtidos a partir
da técnica de bootstrap diretamente nas vazões.
Abstract
This work presents methods for improving estimates of the frequency of occurrence of
extreme values of annual daily flows in the basin of the R. Quaraí and 13 other basins in
the middle of the R. Uruguai catchment. For each basin, the three parameters of the
Generalized Extreme Value (GEV) distribution were estimated by maximum likehood,
together with the two parameters of the Gumbel distribution, a special case of the GEV
distribution. Using the Deviança function, the hypothesis that the Gumbel distribution
(2 parameters) gave an adequate fit to the distribution was tested against the alternative
GEV (3 parameters), using a 5% significance level. Values of annual maxima with
return periods 25, 50 and 100 years, and their errors, were then analyzed for the two
distributions. Results showed that the Gumbel distribution fitted adequately. A new
model was then tested using the Gumbel distribution, in which the position parameter
was a linear function of sea surface temperature SST (µ(t)=a+b.SST(t)). The parameters
a, b and the dispersion parameter σ were again estimated by maximum likelihood. The
reconstructed series of global SST extending back to 1854 was used with a grid size of
2 degrees. For each cell in the Atlantic Ocean, a Deviança function was calculated and
the hypothesis b=0 was tested for each basin. The ocean region showing strongest
evidence against the hypothesis b=0 lay between 14ºN, 12ºS, 79ºW and 149ºW,
showing that the fit of the Gumbel distribution to the observed annual maxima is better
when they are related to SST, so that is then preferable to use the Gumbel with SSTs
than to use the extra parameter of the GEV distribution. In 12 basins the fitted model
showed that as SST increases, the return period of extreme flows decreases. This agrees
with results obtained by other authors for rainfall and mean and extreme flows at the
monthly and annual time scales. Three methods were compared for evaluating
confidence intervals for model parameters and fitted flows: these were a method using
curvature of the log-likehood function, and two bootstrap methods. The bootstrap
methods were used to determine the confidence intervals of parameters or of flows
directly. The two methods gave similar results, but in the model which includes SST,
confidence intervals could only be calculated by the bootstrap method directly for
flows.
Sumario
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................- 1 -
1.1 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................- 1 -
1.2 DESCRIÇÃO GERAL DO TRABALHO................................................................................- 3 -
2 OBJETIVOS.................................................................................................................................- 5 -
2.1 OBJETIVO GERAL .........................................................................................................- 5 -
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................................- 5 -
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................................- 6 -
3.1 DISTRIBUIÇÕES DE FREQÜÊNCIAS E PERÍODOS DE RETORNO. ........................................- 6 -
3.1.1 Distribuição de freqüências .............................................................................. - 6 -
3.1.2 Período de retorno ............................................................................................ - 6 -
3.2 DISTRIBUIÇÕES DE VALORES EXTREMOS E METODOLOGIAS PARA ESTIMAÇÃO DOS
PARÂMETROS
. ...............................................................................................................- 7 -
3.2.1 Distribuição de valores extremos...................................................................... - 7 -
3.2.2 Estimação dos parâmetros por meio do método dos momentos........................ - 8 -
3.2.3 Estimação dos parâmetros por meio de máxima verossimilhança.................. - 11 -
3.3 INTERVALOS DE CONFIANÇA.......................................................................................- 12 -
3.3.1 Intervalo de confiança utilizando a curvatura da superfície do logaritmo da
função de máxima verossimilhança................................................................. - 13 -
3.3.2 Intervalos de confiança utilizando técnicas de bootstrap ............................... - 14 -
3.4 TESTE DE HIPÓTESES PARA ESCOLHER A DISTRIBUIÇÃO ..............................................- 15 -
3.5 RELAÇÕES ENTRE CHUVAS E VAZÕES DA REGIÃO COM AS SST...................................- 15 -
3.6 RECONSTRUÇÃO DOS DADOS HISTÓRICOS DAS TEMPERATURAS DE SUPERFÍCIE DO
OCEANO
. .....................................................................................................................- 19 -
4 METODOLOGIA E DADOS DISPONÍVEIS.........................................................................- 21 -
4.1 CONSISTÊNCIA DOS DADOS .........................................................................................- 21 -
4.2 AJUSTE DAS DISTRIBUIÇÕES GEV E GUMBEL AOS DADOS DE VAZÃO MÁXIMA ANUAL DAS
BACIAS E TEST DE HIPÓTESES PARA ESCOLHA DA DISTRIBUIÇÃO
.................................- 26 -
4.3 INTERVALOS DE CONFIANÇA.......................................................................................- 27 -
4.4 APRIMORAMENTO DO AJUSTE DA DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS UTILIZANDO
INFORMAÇÃO CLIMÁTICA
............................................................................................- 27 -
4.5 ANALISE DE SENSIBILIDADE DA SÉRIE AUXILIAR ESCOLHIDA......................................- 29 -
5 RESULTADOS..........................................................................................................................- 30 -
5.1 NÚMERO DE GERAÇÕES DE BOOTSTRAP......................................................................- 30 -
5.2 ESTAÇÃO 84, BACIA DO QUARAÍ.................................................................................- 31 -
5.2.1 Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões........................................................................................................ - 31 -
5.2.2 Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões na estação 84, bacia do Quaraí, utilizando séries auxiliares de
temperatura de superfície do oceano. ............................................................. - 34 -
5.3 RESULTADOS NAS RESTANTES BACIAS DA REGIÃO .....................................................- 41 -
5.3.1 Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões........................................................................................................ - 41 -
5.3.2 Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões, utilizando séries auxiliares de temperatura de superfície do oceano....
......................................................................................................................... - 47 -
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................................ - 51 -
6.1 CONCLUSÕES..............................................................................................................- 51 -
6.2 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................- 53 -
7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................- 54 -
ANEXO 1, AJUSTES DAS DISTRIBUIÇÕES GUMBEL E GEV, COM INTERVALOS DE
CONFIANÇA DE 95% AOS DADOS DE VAZÃO MÁXIMA ANUAL DAS BACIAS
ESTUDADAS.
ANEXO 2, VALORES DA FUNÇÃO DE DEVIANÇA DAS CÉLULAS DE SST PARA
CADA BACIA.
ANEXO 3, ANALISE DA SENSIBILIDADE NA ESCOLHA DA CÉLULA ÓTIMA.
Lista de tabelas
TABELA 4.1.1. DADOS UTILIZADOS NO ESTUDO. .....................................................................................- 22 -
TABELA 4.1.2. CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE QUALIDADE AOS POSTOS QUANTO À VAZÃO MÁXIMA, TUCCI
(1993)............................................................................................................................................- 23 -
TABELA 4.1.3. NOTA DE CADA POSTO. ....................................................................................................- 23 -
TABELA 4.1.4. CARACTERÍSTICAS DAS SÉRIES DE VAZÕES MÁXIMAS ANUAIS .........................................- 24 -
TABELA 5.2.1.PARÂMETROS ESTIMADOS, INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95% E FUNÇÃO DE MÁXIMA
VEROSSIMILHANÇA
, PARA AS DISTRIBUIÇÕES DE GUMBEL E GEV NA BACIA DO QUARAÍ..............- 32 -
TABELA 5.2.2. VAZÕES PARA 2, 25, 50, 75 E 100 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO E INTERVALOS DE
CONFIANÇA DE
95% ESTIMADOS COM AS DISTRIBUIÇÕES DE GUMBEL E GEV NA BACIA DO QUARAÍ....
......................................................................................................................................................-
32 -
TABELA 5.2.3. PARÂMETROS ESTIMADOS E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95% PARA O MODELO
PROPOSTO
......................................................................................................................................- 37 -
TABELA 5.2.4. VAZÕES PARA 2, 25, 50, 75 E 100 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO E INTERVALOS DE
CONFIANÇA DE
95% (OBTIDOS DIRETAMENTE) NA BACIA DO QUARAÍ ESTIMADOS COM A
DISTRIBUIÇÃO DE
GUMBEL PROPOSTA PARA 26, 28 E 30 GRAUS DE TEMPERATURA MÉDIA DE
SUPERFÍCIE DO OCEANO NA CÉLULA ESCOLHIDA
............................................................................- 38 -
TABELA 5.2.5. PERÍODOS DE RETORNO INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95% (OBTIDOS DIRETAMENTE) PARA
AS VAZÕES DE
2, 25, 50, 75 E 100 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO OBTIDAS COM A DISTRIBUIÇÃO DE
GUMBEL NA BACIA DO QUARAÍ PARA 26, 28 E 30 GRAUS DE TEMPERATURA MÉDIA DA SUPERFÍCIE DO
OCEANO NA CÉLULA ESCOLHIDA
....................................................................................................- 39 -
TABELA 5.3.1. PARÂMETROS ESTIMADOS, E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95% DA DISTRIBUIÇÃO DE
GUMBEL PARA AS BACIAS ESTUDADAS. .........................................................................................- 41 -
TABELA 5.3.2. PARÂMETROS ESTIMADOS, E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95% DA DISTRIBUIÇÃO GEV
PARA AS BACIAS ESTUDADAS
.........................................................................................................- 42 -
TABELA 5.3.3. VALORES DE LOGARITMO DA FUNÇÃO DE MÁXIMA VEROSSIMILHANÇA DOS AJUSTES COM AS
DISTRIBUIÇÕES
GUMBEL E GEV E FUNÇÕES DE DEVIANÇA CALCULADOS A PARTIR DE ELES. .......- 42 -
TABELA 5.3.4. VAZÕES DE 25 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95 %
ESTIMADOS PELAS DISTRIBUIÇÕES
GUMBEL E GEV PARA AS BACIAS ESTUDADAS. .......................- 44 -
TABELA 5.3.5. VAZÕES DE 50 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95 %
ESTIMADOS PELAS DISTRIBUIÇÕES
GUMBEL E GEV PARA AS BACIAS ESTUDADAS. .......................- 45 -
TABELA 5.3.6. VAZÕES DE 100 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95 %
ESTIMADOS PELAS DISTRIBUIÇÕES
GUMBEL E GEV PARA AS BACIAS ESTUDADAS. .......................- 46 -
TABELA 5.3.7. PARÂMETROS ESTIMADOS PARA O MODELO PROPOSTO A PARTIR DA DISTRIBUIÇÃO DE
GUMBEL E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95% NA CÉLULA ÓTIMA. ............................................- 48 -
TABELA 5.3.8. VALORES DAS FUNÇÕES DE MÁXIMA VEROSSIMILHANÇA PARA AS DISTRIBUIÇÕES GUMBEL
COM E SEM SÉRIE AUXILIAR
, FUNÇÃO DE DEVIANÇA E LOCALIZAÇÃO DA CÉLULA ÓTIMA. ............- 49 -
TABELA 5.3.9. PERÍODOS DE RETORNO DE VAZÕES DE 100 ANOS SEGUNDO A DISTRIBUIÇÃO DE GUMBEL
CALCULADOS MEDIANTE A NOVA DISTRIBUIÇÃO PARA DIFERENTES TEMPERATURAS DO OCEANO DA
CÉLULA ESCOLHIDA
.......................................................................................................................- 50 -
Lista de figuras
FIGURA 1.1.1. VAZÕES MÁXIMAS ANUAIS E MARCAS HISTÓRICAS NA BACIA DO RIO IGUAÇU NA CIDADE DE
UNIÃO DA VITÓRIA. (EXTRAÍDO DE TUCCI & VILLANUEVA, 2001). ................................................- 2 -
FIGURA 1.1.2. VAZÕES MÁXIMAS DIÁRIAS NA BACIA DO QUARAÍ.............................................................- 3 -
FIGURA 4.1.1. LOCALIZAÇÃO DAS BACIAS UTILIZADAS NO ESTUDO. .......................................................- 22 -
FIGURA 4.1.2. HISTOGRAMAS DOS MESES DE OCORRÊNCIA DA VAZÃO MÁXIMA ANUAL. ........................- 25 -
FIGURA 4.1.3. VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DAS PRECIPITAÇÕES MENSAIS NO PLUVIÔMETRO DE
ARTIGAS, PERÍODO 1950-2002. .....................................................................................................- 26 -
FIGURA 5.1.1. INTERVALOS DE CONFIANÇA DE PARÂMETRO AO AUMENTAR O NÚMERO DE GERAÇÕES DE
BOOTSTRAP
....................................................................................................................................- 30 -
FIGURA 5.1.2. INTERVALOS DE CONFIANÇA DAS VAZÕES AO AUMENTAR O NÚMERO DE GERAÇÕES DE
BOOTSTRAP
....................................................................................................................................- 31 -
FIGURA 5.2.1. AJUSTE DA DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS GEV E INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95%.......
......................................................................................................................................................-
33 -
FIGURA 5.2.2. VALORES DA FUNÇÃO DE DEVIANÇA DO MODELO ALTERNATIVO DA DISTRIBUIÇÃO DE
GUMBEL EM RELAÇÃO AO MODELO ORIGINAL, PARA CADA CÉLULA DE TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE
DO OCEANO
, DA BACIA DO QUARAÍ. ..............................................................................................- 35 -
FIGURA 5.2.3. VAZÕES MÁXIMAS ANUAIS NA BACIA DO QUARAÍ E SÉRIE DE TEMPERATURAS DE SUPERFÍCIE
DO OCEANO ESCOLHIDA COM O MODELO DA
GUMBEL PROPOSTO. .................................................- 36 -
FIGURA 5.2.4. VALORES DA FUNÇÃO DE DEVIANÇA DO MODELO ALTERNATIVO DA DISTRIBUIÇÃO GEV EM
RELAÇÃO AO MODELO ORIGINAL
, PARA CADA CÉLULA DE TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO OCEANO,
DA BACIA DO
QUARAÍ....................................................................................................................- 37 -
FIGURA 5.2.5. AJUSTE DA DISTRIBUIÇÃO PROPOSTA, AVALIADA PARA 28ºC, UTILIZANDO A SÉRIES
AUXILIARES DA CÉLULA ESCOLHIDA E A SÉRIE AUXILIAR FEITA DA MÉDIA DAS
24 CÉLULAS MAIS
PRÓXIMAS
......................................................................................................................................- 40 -
FIGURA 5.2.6. DISTRIBUIÇÃO AJUSTADA E INTERVALOS DE CONFIANÇA PARA 28ºC NA CÉLULA ESCOLHIDA,
E DISTRIBUIÇÕES AJUSTADAS INDIVIDUALMENTE NAS
24 CÉLULAS MAIS PRÓXIMA (SEM INCLUIR OS
INTERVALOS DE CONFIANÇA
).........................................................................................................- 40 -
FIGURA 5.3.1. VAZÃO DE 100 E 50 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO ESPECIFICA PELA ÁREA DA BACIA APARA
AS BACIAS ESTUDADAS
. .................................................................................................................- 43 -
FIGURA 5.3.2. VAZÃO DE 100 ANOS DE PERÍODO DE RETORNO ESPECIFICA PELA ÁREA DA BACIA E
INTERVALO DE CONFIANÇA ESTIMADO PELO MÉTODO CURVATURA DA SUPERFÍCIE DO LOGARITMO DA
FUNÇÃO DE MÁXIMA VEROSSIMILHANÇA PARA AS DISTRIBUIÇÕES
GUMBEL E GEV NAS BACIAS
ESTUDADAS
. ..................................................................................................................................- 43 -
Lista de símbolos
Z, z variável aleatória
espaço amostral
g(z) função de densidade de probabilidade
Pr probabilidade
Tr período de retorno
G(z) função de distribuição de probabilidades
z- e z+ limites inferiores e superiores de .
µ parâmetro de locação da distribuição generalizada de valores extremos
σ parâmetro de escala da distribuição generalizada de valores extremos
ξ parâmetro de forma da distribuição generalizada de valores extremos
E(Z) valor esperado de uma variável aleatória Z
1
µ
momento de primeiro ordem
r
µ momento de ordem r
VAR(Z) variância de uma variável aleatória Z
z momento da amostra de primeiro ordem
r
m momento da amostra da ordem r
s estimador do desvio padrão
σ
estimativa do parâmetro σ
µ
estimativa do parâmetro µ
ξ
estimativa do parâmetro ξ
θ parâmetros da distribuição
θ estimativa dos parâmetros da distribuição
s,r,p
M momentos ponderados pela probabilidade
4321
e,, λλλλ
momentos L
L(θ) função de máxima verossimilhança
(θ) logaritmo da função de máxima verossimilhança
n numero de dados da amostra
V(t) série temporal auxiliar
t tempo
I
E
matriz de informação
d numero de parâmetros da distribuição
MVN distribuição normal multivariada
N distribuição normal
α nível de significância
δ
α/2
quantil (1-α/2) da distribuição normal padrão
I
O
matriz de informação observada
qmax série de vazões máximas
qmax* série gerada de vazões máximas
B numero de gerações de bootstrap
D função de Deviança
2
k
χ função chi quadrado com k graus de liberdade
M
1,
M
0
modelos estatísticos
c
α
(1-α) quantil da distribuição
ºS, ºO graus latitude leste e oeste
Lista de Siglas
GEV Distribuição de Extremos Generalizada
SST temperatura de superfície do oceano
SOI Índice da Oscilação Sul
ENSO El Niño Southern Oscilation
COADS Comprehensive Ocean-Atmosphere Data Set
ANA Agência Nacional de Águas
DNH Dirección Nacional de Hidrografía
- 1 -
1 Introdução
1.1 Justificativa
Para o projeto de obras civis, proteção de populações contra enchentes e
planejamento urbano, é necessário conhecer o período de retorno das vazões extremas
máximas. Particularmente para a planificação urbana, os períodos de retorno de vazões
extremas e suas áreas atingidas devem ser levados em conta para evitar grandes
prejuízos sociais e econômicos. Por exemplo, no caso da cidade de Artigas que possui
uns 44600 habitantes, segundo dados do Sistema Nacional de Emergências do Uruguai,
as enchentes do rio Quaraí têm provocado que quase 13000 pessoas tiveram que ser
evacuadas entre os anos 1997 e 2005. Somente na enchente do junho de 2001 (Figura
1.1.1) 5000 pessoas resultaram prejudicadas (11% da população).
Quando no local existe uma série de vazões registradas, o procedimento clássico
para estimar estes períodos de retorno consiste em:
o Construir a série de vazões extremas anuais (máximos ou mínimos).
o Ajustar uma distribuição de freqüências teórica a esta série.
o A partir da distribuição ajustada, estimar os períodos de retorno de vazões
extremas, ou estimar as vazões com determinado período de retorno.
Se o local não tem uma série registrada, geralmente são utilizados estudos
regionais de vazão ou modelos de transformação precipitação-vazão (curvas IDF).
Geralmente as distribuições de freqüências são feitas com 30 a 60 anos de dados
e até menos, e extrapoladas a períodos de retorno de 100 anos ou mais. Estes períodos
de dados nem sempre garantem a representatividade da série, já que não
necessariamente toda a variabilidade das vazões da bacia ocorre nestes anos.
- 2 -
Um exemplo que ilustra esse fato são as vazões ocorridas no Rio Iguaçu que
afetaram as cidades de União da Vitória e Porto União nos anos 1983 e 1992. Como
pode-se observar na Figura 1.1.1, no período 1930-1983 as vazões máximas ocorridas
não são representativas da variabilidade das vazões ocorridas na bacia no período 1890-
2000. Assim, o período de retorno da enchente de 1983 estimado a partir dos dados
contínuos no período 1930-1983 é de aproximadamente 1000 anos, mas incorporando
marcas históricas de enchentes de anos anteriores (1891, 1905 e 1911), este período de
retorno cai a 170 anos (Tucci & Villanueva, 2001). No entanto, na maioria dos estudos
não se dispõe de marcas históricas e no caso de dispor destas, muitas vezes a sua
qualidade é duvidosa. Neste sentido a presente dissertação visa melhorar estimações
mediante o uso de outro tipo de informações.
Figura 1.1.1. Vazões máximas anuais e marcas históricas na bacia do Rio Iguaçu na cidade de União da
Vitória. (Extraído de Tucci & Villanueva, 2001).
O exemplo que motiva a presente dissertação é ilustrado na Figura 1.1.2, onde
são apresentadas as vazões máximas diárias na bacia do Rio Quaraí. Nesta série e
possível observar que se a distribuição de freqüências fosse ajustada no período
1967 / 1990 as vazões ocorridas nos anos 1991 e 2001 teriam um período de retorno
muito maior ao que teriam se fosse ajustada a distribuição com a série total.
- 3 -
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1965 1970 1975 1980 1985 1 990 199 5 2000 20 05
Anos
Vazão maxima anual (m
3
/s)
Figura 1.1.2. Vazões máximas diárias na bacia do Quaraí.
1.2 Descrição geral do trabalho
O trabalho consistiu em:
o Revisão bibliográfica sobre distribuições de valores extremos e metodologias para
a estimação dos parâmetros e intervalos de confiança.
o Revisão bibliográfica sobre relações entre chuvas e vazões com índices climáticos
e as temperaturas de superfície do oceano na região da Bacia do Prata.
o Coleta e consistência dos dados de vazão existentes nas bacias do médio rio
Uruguai.
o Ajuste da Distribuição de Extremos Generalizada GEV e seu caso particular de
Gumbel utilizando o método de máxima verossimilhança aos dados de vazões
máximas anuais das bacias com dados consistidos. Eleição da distribuição
utilizando um teste estatístico.
o Determinação dos intervalos de confiança dos parâmetros e das vazões extremas
das séries ajustadas utilizando distintas técnicas.
- 4 -
o Proposta de um novo modelo de distribuição utilizando séries auxiliares de
temperatura de superfície do oceano, ajuste mediante método de máxima
verossimilhança e determinação de intervalos de confiança.
o Em todos os casos, avaliação dos resultados obtidos.
- 5 -
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Aprimorar a estimativa de freqüências de vazões extremas em bacias do médio
rio Uruguai.
2.2 Objetivos Específicos
Qual é a melhor distribuição de freqüências para ajustar as vazões máximas
diárias em bacias do médio rio Uruguai?
Quais são as metodologias que podem ser utilizadas para determinar os
intervalos de confiança dos parâmetros da distribuição ajustada e das vazões extremas
calculadas? Alguma é superior as outras?
Existem relações entre a variabilidade climática da atmosfera e o oceano
Pacífico com a ocorrência de eventos extremos de vazão em bacias do médio rio
Uruguai? É possível quantificá-la?
- 6 -
3 Revisão bibliográfica
3.1 Distribuições de freqüências e períodos de retorno.
3.1.1
Distribuição de freqüências
Dada uma variável aleatória Z, um modelo estatístico (distribuição de
probabilidade) é construído para estimar as incertezas da ocorrência de valores de
interesse z da variável. É determinada assim a probabilidade de ocorrência de que Z
tome o valor z. O conjunto de todos os possíveis valores que pode tomar a variável
aleatória Z é chamado , espaço amostral. As variáveis aleatórias podem tomar valores
discretos ou contínuos. No caso discreto a distribuição de probabilidade é determinada
pela função de densidade de probabilidade:
)zZPr()z(g
=
=
para cada valor de z em ,
espaço amostral discreto. No caso contínuo não é possível identificar valores pontuais,
portanto a distribuição de probabilidade é determinada pela função de distribuição de
probabilidades:
)zZPr()z(G = para cada z em , espaço amostral contínuo. Este é o
caso das vazões máximas. A função G(z) satisfaz as propriedades de ser monótona
crescente, e de tomar os valores G(z-)=0 e G(z+)=1, onde z- e z+ são os limites
inferiores e superiores de .
Se a função G(z) e diferenciável, a função de densidade de probabilidade é
definida como:
dz
dG
)z(g =
portanto G(z) fica:
µµ==
z
d)(g)zZPr()z(G
3.1.2 Período de retorno
Para fixar as idéias a variável aleatória Z considerada será a vazão máxima
anual. Não existe uma definição universalmente aceitada do período de retorno
(Smith 2001); uma delas diz que a vazão de n anos de período de retorno é aquela que é
- 7 -
excedida em um ano qualquer com probabilidade 1/n. Outra definição menos exata diz
que é a vazão excedida em média uma vez cada n anos (esta definição tem problemas se
existe alguma tendência nos dados) (Smith 2001). O período de retorno é calculado
como:
)zZPr(1
1
)zZPr(
1
Tr
=
=
3.2 Distribuições de valores extremos e metodologias para estimação dos
parâmetros.
3.2.1 Distribuição de valores extremos
A distribuição estatística de uma série valores máximos foi determinada por
Fisher e Tippet (1928, apud Smith 2001), e demonstrada teoricamente por Gnedenko
(1943, apud Smith 2001) no “teorema dos três tipos”. Neste teorema se estabelece que a
distribuição de uma amostra aleatória de valores extremos somente pode, no limite,
tender a três tipos de distribuições. Jenkinson (1955, apud Coles 2001) demonstrou que
os três tipos de distribuições podem ser escritos numa equação só, que e chamada de
Distribuição de Extremos Generalizada GEV distribuição Generalized Extreme Value
(GEV).
A seguir é apresentado o Teorema dos três tipos e a distribuição GEV.
Sejam Z
1
,......... Z
n
uma seqüência de variáveis aleatórias independentes e
identicamente distribuídas. Define-se a variável M
n
como M
n
=max{ Z
1
,......... Z
n
}.
Se existem seqüências de constantes {a
n
> 0} e {b
n
} tais que:
(){}
nse)z(Gza/bMPr
nnn
onde G(z) e uma função de distribuição não degenerativa, então G(z) é um
membro da família GEV:
- 8 -
σ
µ
ξ+==
ξ /1
z
1exp)z(G)zZPr(
equação 3.1
definida em {z : 1 + ξ(z-µ)/σ > 0} , com - < µ < , σ > 0 e - < ξ < .
O modelo tem três parâmetros, µ parâmetro de locação, σ parâmetro de escala e
ξ parâmetro de forma. Se ξ > 0 a GEV é chamada de tipo II (Fréchet), se ξ < 0 tipo III
(Weibull) e se ξ = 0 tipo I (Gumbel). Esta ultima é interpretada como a distribuição
GEV quando ξ0 e sua forma funcional fica:
σ
µ
==
z
expexp)z(G)zZPr(
equação 3.2
definida em - < z <
3.2.2
Estimação dos parâmetros por meio do método dos momentos
O valor esperado de uma variável aleatória Z é definido como:
+∞
+∞
== dz)z(gz)z(dGz)Z(E
A forma das distribuições de probabilidade, tradicionalmente, tem sido descrita
pelos momentos da distribuição. Os momentos são achados como:
)Z(E
1
=
, e
r
1r
)Z(E µ=µ
, para r=2,3,...
O momento de primeira ordem
1
é a média, a medida da posição do centro da
distribuição. A dispersão da distribuição em relação ao centro é medida pela variância
que é o momento de segundo ordem (r=2):
- 9 -
2
12
)Z(E)Z(VAR µ=µ=
A raiz quadrada da variância é o de desvio padrão, que mede a variabilidade nas
mesmas unidades que Z.
Analogamente podem ser achados os momentos amostrais a partir dos dados
observados da distribuição da seguinte forma:
n
z
z
n
1i
i
=
=
e
1n
zz
m
n
1i
r
i
r
=
=
O método dos momentos considera que estimativas razoáveis de uma
distribuição de freqüências são aquelas para os quais os momentos da função de
densidade de probabilidade na origem são iguais aos momentos das amostras. Não
existem soluções analíticas deste método para os tipos II e III da distribuição GEV. No
caso da distribuição GEV tipo I (Gumbel) os parâmetros obtidos pelo Método dos
Momentos ficam (Smith, 2001):
π
=σ
s6
equação 3.3
s45.0z5772.0z =σ=µ
equação 3.4
onde
2/1
n
1i
2
i
1n
zz
s
=
=
é o estimador do desvio padrão.
Outra alternativa para a estimação dos parâmetros utilizando momentos são os
“momentos ponderados pela probabilidade” ou momentos L, introduzidos por Hosking
& Wallis (1997), são definidos a partir dos momentos ponderados pela probabilidade
- 10 -
definidos por Greenwood et al. (1979). Estes são calculados como o seguinte valor
esperado:
()( )
(
)
sr
p
s,r,p
)Z(G1)Z(GZEM =
Onde G é a distribuição de freqüência acumulada, Z a variável aleatória.
Considerando os casos particulares
r,0,1r
M
=
α
e
0,r,1r
M
=
β
, estes podem ser
escritos como:
() ()
==α
+∞
1
0
rr
r
duu1)u(z)z(dG)z(G1z
()
+∞
==β
1
0
r
r
r
duu)u(z)z(dG)z(Gz
Estes momentos em comparação com os tradicionais não incluem potencias do
quantil z(u), o que simplifica seu calculo. Finalmente os momentos L são definidos a
partir destes como:
012332104
0122103
01102
001
123020203012
6666
22
ββ+ββ=αα+αα=λ
β+ββ=α+αα=λ
ββ=αα=λ
β=α=λ
O momento λ
1
pode ser assimilado como a média L, λ
2
como o desvio L, τ=λ
1
/
λ
2
como o coeficiente de variação L, τ
3
=λ
3
/ λ
2
como a assimetria L e τ
4
=λ
4
/ λ
2
como a
curtose L.
Os momentos L têm a vantagem sobre os convencionais de serem capazes de
caracterizar uma faixa mais ampla de distribuições, e quando são estimados a partir de
uma amostra, de serem mais robustos na presença de outliers. Ademais em comparação
com os momentos convencionais, os momentos L são menos propensos a criar
tendência na estimação.
- 11 -
Os momentos L tem sido utilizados com resultados satisfatórios para estimação
dos parâmetros da GEV para séries de chuvas máximas em Pires (1994), Guimarães &
Naghettini (1998) e Da Silva & Clarke (2004) e para vazões máximas em Fill (1994).
3.2.3
Estimação dos parâmetros por meio de máxima verossimilhança.
O método estima os parâmetros de forma a outorgar probabilidade máxima aos
valores observados. Para isso, se z
1
, z
2
, ...z
n
são valores observados distribuídos
independentemente segundo a distribuição G(z; θ) (ou realizações independentes de
uma variável aleatória distribuída segundo G(z; θ) ), onde θ são os parâmetros da
distribuição, é definida a função de máxima verossimilhança L(θ) como:
=
=
n
i
i
zgL
1
);()(
θθ
equação 3.5
onde g(z; θ) e a densidade da distribuição G(z; θ).
Assim, são estimados os parâmetros
θ como aqueles que maximizam a função
de máxima verossimilhança L(θ) (parâmetros que outorgam probabilidade de ocorrência
máxima aos valores observados). Como a função logaritmo é monótona crescente, o
máximo da função L(θ) e da função (θ)=log(L(θ)) ocorrem na mesma posição,
portanto geralmente são estimados os parâmetros
θ maximizando (θ).
);(log)(log)(
1
θθθ
=
==
n
i
i
zgLl equação 3.6
No caso particular da distribuição GEV o logaritmo da função de
verossimilhança fica:
- 12 -
ξ
=
=
σ
µ
ξ+
σ
µ
ξ+ξ+σ=ξσµ
/1
n
1i
i
n
1i
i
z
1
z
1log)/11()log(n),,(
l
equação 3.7
No caso particular da distribuição Gumbel o logaritmo da função de
verossimilhança fica:
==
σ
µ
σ
µ
σ=σµ
n
1i
i
n
1i
i
z
exp
z
)log(n),(
l
equação 3.8
O método de máxima verossimilhança tem sido utilizados com resultados
satisfatórios para estimação dos parâmetros da GEV para séries para ajuste de ventos
máximos em Bautista et al. (2004), precipitações máximas em Beijo et al. (2005), e
vazões em Rocha da Silva (2006).
3.3 Intervalos de confiança.
No modelo estatístico proposto existem diversas fontes de incertezas: as
intrínsecas dos erros nos dados devidos à estimação das vazões a partir de curvas chave
e ao passo de tempo das medidas que podemo conter a vazão máxima instantânea, as
de forma, devidas ao próprio modelo, as de ajuste dos parâmetros e as da não
representatividade de amostra. Na presente dissertação serão analisadas unicamente as
duas últimas.
Em qualquer analise estatística as estimações feitas a partir da amostra
disponível devem ser as melhores possíveis. Mas a partir de outras amostras
representativas do fenômeno estudado (por exemplo, a ampliação da amostra no tempo)
as estimações mudariam. Este fato faz que seja necessário complementar as estimações
do modelo com uma avaliação das incertezas devidas à variabilidade da amostra. As
duas formas para a avaliação das incertezas utilizadas na presente dissertação são
apresentadas a seguir.
- 13 -
3.3.1
Intervalo de confiança utilizando a curvatura da superfície do logaritmo da
função de máxima verossimilhança
Se z
1
, z
2
,….z
n
são n ocorrências independentes de uma distribuição com una
família paramétrica G, (.) e
0
θ
representam o logaritmo da função de máxima
verossimilhança e a estimação por máxima verossimilhança de θ
0
. É razoável, para
valores grandes de n, supor a normalidade do estimador de máxima verossimilhança
(Coles, 2001).
))(I,(MVN
1
0E0d
0
θθθ
equação 3.9
Onde
)(e)(I
j,iE
θ=θ , matriz dxd com
θ
θθ
=θ )(E)(e
ji
2
j,i
l .
O vetor θ
0
é o vetor de médias e )(I
0E
θ
a matriz de variância e covariância da
distribuição normal multivariada. A matriz de informação I
E
(θ) mede o valor esperado
da curvatura da superfície do logaritmo da função de máxima verossimilhança. Este
resultado pode ser utilizado para obter intervalos de confiança aproximados para cada
componente de θ
0
=( θ
1
, …. θ
d
). Chamando de φ
i,j
o termo i,j do inverso de I
E
(θ) segundo
propriedades da distribuição normal multivariada para valores grandes de n,
),(N
i,ii
i
ϕθθ
. Então, se φ
i,i
é conhecido, um intervalo de confiança (1-α) aproximado
para θ
i
é:
i,i2/
i
ϕδ±θ
α
equação 3.10
Onde δ
α/2
é o quantil (1-α/2) da distribuição normal padrão. Como geralmente o
valor de θ
0
não é conhecido aproxima-se a matriz de informação esperada I
E
pela matriz
de informação observada I
O
definida como )()(I
ji
2
O
θ
θθ
=θ l é avaliada em
0
θ=θ , então a equação 3.10 transforma-se em:
- 14 -
i,i2/
i
α
ϕδ±θ equação 3.11
Onde
i,i
ϕ é o termo i,i do inverso da matriz I
O
.
3.3.2
Intervalos de confiança utilizando técnicas de bootstrap
Outra forma de estimar intervalos de confiança tem sido desenvolvida a partir
dos métodos de sorteio com reposição “bootstrap”, Efron & Tibshirani, (1998). Estes
métodos já tem sido usados satisfatoriamente por diversos autores na estimação de
incertezas em ajustes da distribuição GEV (Ramesh & Davison, (2002), Vargas (2005)
e Rocha da Silva (2006)).
A idéia básica do bootstrap consiste em gerar novas amostras da população e
estudar as incertezas das estimações a partir da variabilidade das estimações feitas a
partir de cada geração de amostra.
As novas amostras são geradas a partir do sorteio com reposição na amostra
disponível. Este fato resulta de particular importância no caso de estudo, já que as
amostras são escassas. A metodologia utilizada é descrita a continuação
1.- a partir da série de vazões máximas qmax, são geradas séries qmax*
mediante sorteios com reposição na série qmax
2.- para cada série qmax* gerada são estimados os parâmetros do modelo
estatístico proposto em cada caso
3.- repetindo o procedimento B vezes são determinados B valores de cada
parâmetro, a partir de estes B valores são determinados os intervalos de confiança com
os percentis 5 e 95.
As técnicas de bootstrap podem ser utilizadas também para obter os intervalos
de confiança diretamente nas vazões, conforme descrito a continuação.
- 15 -
1.- a partir da série de vazões máximas qmax, são geradas séries qmax*
mediante sorteios com reposição na série qmax
2.- para cada série qmax* gerada são estimados, mediante um modelo estatístico,
as vazões para os períodos de retorno de interesse q
2
*, q
5
*, q
10
*, q
20
*, q
50
* e q
100
*
3.- repetindo o procedimento B vezes, são determinados B valores de cada
vazão, e a partir de estes B valores são determinados os intervalos de confiança de cada
vazão com os percentis 5 e 95.
3.4 Teste de hipóteses para escolher a distribuição
Supondo o modelo M
1
, com um vetor de parâmetros θ, é definido o modelo M
0
como um submodelo de M
1
obtido condicionando k das componentes de θ a um valor
fixo (por exemplo, 0). Assim, θ pode ser particionado como θ=( θ
(1)
, θ
(2)
) onde a
primeira componente de dimensão k são zeros no modelo M
0
. Se
1
(M
1
) e
0
(M
0
) são
os logaritmos da função de máxima verossimilhança maximizados, é definida a função
de Deviança (Coles, 2001) como:
()
)M()M(2D
0011
ll = equação 3.12
Utilizando a função de Deviança é possível demonstrar (Coles, 2001) que um
teste para validar o modelo M
0
em relação ao modelo M
1
com um nível de significância
α é rechaçar o modelo M
0
ao favor do modelo M
1
se D=2{
1
(M
1
) -
0
(M
0
)}>c
α
, onde c
α
é o (1-α) quantil da distribuição
2
k
χ . No caso de comparar os modelos GEV e Gumbel é
fixado um valor só.
3.5 Relações entre chuvas e vazões da região com as SST.
Originalmente, o termo “El Niño” tem sido utilizado para se referir ao
aquecimento periódico anômalo do oceano Pacífico que ocorre nas costas de Peru e
Equador no mês de dezembro. O termo é utilizado na atualidade para se referir ao
fenômeno de aquecimento periódico do oceano Pacífico ao longo do equador que tem
conseqüências na variabilidade climática do planeta. A componente atmosférica
- 16 -
relacionada com “El Niño” é chamada de Oscilação Sul, portanto os científicos chamam
ao fenômeno no que a atmosfera e o oceano colaboram juntos ENSO (“El Niño”
Southern Oscilation). Assim “El Niño” corresponde a uma fase quente do ENSO e seu
oposto “La Nina” a uma fase fria. Não existe uma definição universal para indicar a
ocorrência de um evento “El Niño” ou “La Niña” Trenberth (1997) propõe que é uma
ocorrência de “El Niño” (“La Niña”) se a media móvel de 5 meses das anomalias de
temperatura de superfície do oceano na região Niño 3.4 (5ºN-5ºS, 120º-170ºO) excede
0.4ºC (-0.4ºC) durante 6 ou mais meses. Com esta definição desde o ano 1950 até 1997
“El Niño” ocorreu um 31% do tempo e “La Niña” um 23%. O estado da Oscilação Sul é
medido com índices (SOI), sendo o mais utilizado a diferença de pressões entre Darwin
e Thaiti.
A seguir é apresentada uma descrição física do fenômeno de “El Niño”, extraída
de Ahrens (2002). Periodicamente a configuração da pressão atmosférica da superfície
tem variações, as pressões do ar aumentam sob a região do Pacífico oeste e diminuem
sobre o Pacífico leste. Esta variabilidade nas pressões debilita o sentido leste dos ventos,
e quando a anomalia é forte os ventos chegam a serem substituídos por ventos do oeste.
Água de uma grande porção do Pacífico tropical é aquecida e se move surgindo nas
costas de América de Sul. No final do período quente, o que pode durar entre um e dois
anos, a pressão atmosférica sob o Pacifico leste muda a tendência e começa a subir,
enquanto no Pacífico oeste desce, retornando à configuração inicial. Esta oscilação nas
pressões de superfície do ar entre os extremos do oceano Pacífico é chamada de
Oscilação Sul. Como as variações de pressões e o aquecimento do oceano são
aproximadamente simultâneos o fenômeno tem sido chamado “El Niño - Southern
Oscillation” ou ENSO. A pesar de a maioria dos ENSO seguirem a mesma evolução,
cada um tem suas próprias características no que refere a sua magnitude e
conseqüências.
Numa fase do ENSO, a grande área do oceano aquecida acima do normal pode
ter efeitos na circulação geral da atmosfera. As águas tropicais aquecidas depositam
calor e umidade adicional na atmosfera, tornando-se mais chuvosa. O calor adicional do
oceano e a liberação de calor latente no ar durante a condensação tem influência nos
ventos do oeste, provocando aumentos e diminuições de chuvas em diversas zonas do
- 17 -
planeta. Esta teleconexão tem sido estudada por diversos autores em termos estatísticos,
e a partir deles, elaboradas hipóteses dos mecanismos físicos destas teleconexões.
Ropelewsky & Halpert (1987), utilizando séries de precipitação mensal e uma
lista de 25 eventos “El Niño” desde 1877 até 1982 determinaram relações entre o ENSO
e anomalias nas precipitações em 17 regiões do planeta. Para a região norte do Brasil,
existe uma das relações mais consistentes entre ENSO e precipitações do planeta das
determinadas no trabalho. Em episódios do ENSO, é clara a deficiência de precipitações
nos meses de julho ate março, com nenhuma anomalia positiva de precipitações
ocorrendo. Esta teleconexão esta associada a um incremento da subsidência sobre o
norte de América do Sul com um deslocamento da circulação de Walker do Atlântico
durante episódios do ENSO. Na região Sul, particularmente para Rio Grande do Sul e
Uruguai acharam uma teleconexão forte nos meses de novembro até fevereiro seguinte
ao evento com anomalias positivas nas precipitações. Esta teleconexão deve estar
associada ao incremento dos ventos sub tropicais de 200mb do oeste que têm uma
tendência de ocorrer durante os eventos do ENSO. O que também está relacionado com
uma re-orientação da zona de convergência e suas precipitações associadas.
Pisciotano et al. (1994), utilizando precipitações mensais no Uruguai, eventos do
ENSO e Índices de Oscilação Sul determinaram as seguintes relações para a região
norte do Uruguai. Em anos com eventos ENSO existe uma tendência de têr anomalias
positivas nas precipitações, especialmente nos meses novembro até janeiro. Em anos
com valores altos do SOI existe uma tendência de têr anomalias negativas nas
precipitações nos meses de outubro até dezembro. Encontraram também que existem
anomalias positivas de precipitação nos meses de março ate julho do ano anterior a um
evento do ENSO e negativas antes de um SOI alto. Segundo Pisciotano et al. (1994)
existem relações claras que provam a existência de teleconexões entre o oceano Pacifico
e América do Sul, e os mecanismos físicos envolvidos. Mas pouco é conhecido sobre os
mecanismos físicos que produzem as anomalias e o momento da sua ocorrência. Para
entender estas relações devem ser consideradas as circulações atmosféricas anômalas
associadas com cada fase da Oscilação Sul na escala global e regional; zonas de
convergência e ventos de oeste (correntes Jet). Sugere que a variabilidade inter anual no
Oceano Pacífico tropical contribui de forma importante na variabilidade das
precipitações no Uruguai. Mas sugere também que para entender as anomalias de
- 18 -
precipitação na América do Sul deverão ser estudadas as relações entre a circulação
global da atmosfera, as atividades de frentes e os fenômenos de convecção locais.
Portanto deve ser considerada a variabilidade na atmosfera e a circulação no Atlântico
Sul. O último porque a circulação anti ciclônica do Atlântico Sul é influenciada pelo
vapor de água do Atlântico Sul e a umidade da porção tropical da América de Sul.
Diaz et al. (1997) utilizando precipitações mensais e células de SST medias
mensais dos oceanos Atlântico e Pacífico de 7.5º de longitude e 4.5º de latitude
determinaram relações que agregam aos trabalhos anteriores a influência do oceano
Atlântico na variabilidade das precipitações em Rio Grande do Sul e Uruguai. Alem
disso foram caracterizadas as precipitações da região como “distribuídas
equitativamente no ano” e com importante variabilidade espacial e temporal. A maior
variabilidade aparece como um dipolo oeste - este. Os resultados confirmam que as
anomalias nas precipitações estão relacionadas com ENSO durante os meses novembro
até fevereiro com uma extensão mais débil outubro – dezembro. Nestes períodos as
anomalias poderiam estar relacionadas com anomalias nas SST das zonas de
convergência dos oceanos Pacífico e Atlântico. Em todos os períodos estudados a
variabilidade das precipitações no Rio Grande do Sul e Uruguai estão associadas com
anomalias das SST nos oceanos Atlântico e Pacífico. Isto sugere três possíveis cenários:
1) As anomalias nas precipitações e no oceano Atlântico sub tropical do sudeste são
manifestações de perturbações complexas da circulação geral da atmosfera e os oceanos
associadas a ENSO, possivelmente independentes entre si. 2) Os eventos do Pacífico
podem produzir uma resposta tardia no Atlântico e este produz as anomalias nas
precipitações. 3) Podem existir anomalias no Atlântico independentes do ENSO que
podem contribuir às anomalias de precipitação. Ao menos um dos dois últimos cenários
é aplicável nos meses de abril até julho onde a sinal do Atlântico é mais forte.
Grimm et al.(2000) analisando precipitações mensais de Argentina, Brasil,
Chile, Uruguai e Paraguai conclui que toda esta região possui anomalias associadas aos
fenômenos de “El Niño” e “La Niña”, mas o sul do Brasil é a região que apresenta um
sinal mais claro das anomalias com eventos do ENSO, em concordância com as
determinadas por Pisciotano et al. (1994) e Diaz et al. (1997). O incremento
(diminuição) e realocação das correntes Jet durante fases de “El Niño” (“La Niña”) e
suas incidências na zona de convergência mediante condições mais (menos) favoráveis
- 19 -
para a propagação de ondas de Rossby são as formas físicas de teleconexão relatadas
por Grimm et al.(2000) e Grimm & Natori (2006).
Finalmente no que se refere as vazões, Mechoso & Iribarren (1992) analisaram
as relações entre as vazões médias mensais dos rios Uruguai e Negro (Uruguai) nos
períodos junho – dezembro e o SOI achando que para valores altos de índice as vazões
são menores que a média. Além disso, no período de novembro - fevereiro em anos El
Nino, a tendência das vazões são de ser acima da média. Os autores concluem também
que estes índices não são os únicos preditores da ocorrência de vazões acima da média.
Camilloni & Barros (2003), analisaram as relações entre as vazões médias mensais dos
rios Paraná, Iguaçu e Paraguai, precipitações da região e temperaturas de superfície do
oceano. Existe uma relação clara entre as fases do ENSO e as maiores anomalias
positivas do rio alto Paraná e Paraná em Corrientes (inclui o Paraguai e Iguaçu), duas
terceiras partes de elas ocorreram durante ano Niño e nenhuma anomalia positiva
ocorreu durante um ano Niña. Isto contrasta com que a correlação entre os valores
estacionais do SOI e as vazões e débil, indicando que as maiores anomalias positivas
estão mais relacionadas ao Niño do que o resto das anomalias. Por outro lado as maiores
anomalias relacionadas com o Niño ocorreram na primavera e outono posterior ao ano,
acompanhando a variação estacional do sinal da precipitação do Niño da região
subtropical leste de América do Sul. Durante o século XX, as maiores vazões do Paraná
em Corrientes ocorreram em outono. Em todos esses eventos as anomalias de SST na
região Niño 3 persistiram até maio, e se a anomalia continuou persistiram as anomalias
positivas. A restante terceira parte das maiores anomalias positivas do alto Paraná foram
em outono o verão de anos neutros (sem El Niño ou La Niña) mas com uma anomalia
importante de temperaturas de superfície de oceano nas proximidades da costa de
América do Sul.
3.6 Reconstrução dos dados históricos das temperaturas de superfície do
oceano.
Smith & Reynolds (2003) fizeram a reconstrução das temperaturas médias
mensais da superfície do oceano em células de 2 graus no período 1854-1997 a partir do
COADS (Comprehensive Ocean-Atmosphere Data Set). Um controle de qualidade dos
- 20 -
dados foi desenvolvido por Smith & Reynolds utilizando o período de base 1961-1991
para construir as séries desde o ano 1854. As incertezas nos dados reconstruídos
diminuíram ao longo da maioria do período, sendo as menores a partir do ano 1950 ate
o presente (devido à existência de maior numero de dados). Os dados estão disponíveis
em formato Matlab no endereço: http://www.cdc.noaa.gov/cdc/data.noaa.ersst.html.
- 21 -
4 Metodologia e dados disponíveis.
No presente capítulo são apresentados os dados das vazões máximas anuais
utilizadas, e suas principais características. Estes dados foram consistidos utilizando
somente aqueles com dados de todo o ano completo e analisando cada hidrograma para
conhecer se o valor máximo é coerente. Em seguida, a partir dos dados consistidos, é
descrita a metodologia utilizada. Resumidamente consistiu em:
o Ajustar, para as séries de vazão média diária máxima anual de cada uma
das bacias utilizadas, os parâmetros da distribuição de freqüências GEV e
o caso particular Gumbel mediante o método de máxima
verossimilhança. Aplicar um teste estatístico para escolher a distribuição
adequada.
o Obter os intervalos de confiança dos parâmetros da distribuição ajustada
e das vazões com os métodos: “curvatura da superfície do logaritmo da
função de máxima verossimilhança” e “bootstrap”, comparando-os e
analisando as incertezas de cada uma das distribuições.
o Pesquisa de relações entre temperaturas de superfície de mar e vazões
máximas anuais que permitam um melhor ajuste das distribuições de
freqüências. Análise das relações entre períodos de retorno de vazões e
temperaturas de superfície do oceano. Análise da sensibilidade da
escolha das séries de temperaturas do oceano utilizado as células mais
próximas. Em todos os casos determinação dos intervalos de confiança
mediante as metodologias propostas.
4.1 Consistência dos dados
Foram utilizados os dados da vazão diária dos postos da bacia média do rio
Uruguai, sendo que os dados brasileiros pertencem à ANA, e os dados uruguaios à
- 22 -
DNH. Dos dados disponíveis na região foram escolhidos somente aqueles com anos
completos. Para os anos completos foram extraídos os valores de vazão máxima anual,
observando os hidrogramas para garantir que não sejam outliers. Na Tabela 4.1.1 são
apresentados os dados utilizados e suas principais características. Na Figura 4.1.1 é
apresentada a localização das bacias utilizadas.
Tabela 4.1.1. Dados utilizados no estudo.
Nome Rio
Código da
bacia
Fonte
dos
dados
Área
(km
2
)
inicio fim
Anos com
dados
completos
Ernesto Alves Jaquarizinho 76460000 ANA 933 1959 2002 39
Jaguari Jaguari 76440000 ANA 2296 1942 2001 52
Rosário do Sul Santa Maria 76310000 ANA 12077 1968 2002 33
Passo das Turmas Icamaqua 75600000 ANA 388 1976 2002 24
P. nova do Potiribu Potiribu 75185000 ANA 629 1964 1995 29
Passo faxinal Ijui 75155000 ANA 2003 1942 2002 56
Linha união Comandai 74900000 ANA 1248 1970 2002 31
Linha cascata Santo Crisanto 74750000 ANA 337 1964 2001 34
Tucunduva Santa Rosa 74700000 ANA 1139 1942 2002 58
Cascata Burica Burica 74600000 ANA 2265 1942 1996 55
Três passos Turvo 74470000 ANA 1538 1965 2002 37
Ponte do rio turvo Turvo 74460000 ANA 505 1977 2002 26
Usina de bombeo
Cuareim
(Quaraí)
84 DNH 4640 1967 2002 36
Paso Manuel Díaz Tacuarembó 51.1 DNH 2310 1972 2003 29
(DNH, Uruguai), (ANA, Brasil)
Figura 4.1.1. Localização das bacias utilizadas no estudo.
- 23 -
Nos postos de medição de vazão não é comum contar com curvas chave que
atinjam aos valores extremos, porém geralmente os dados de vazão máxima diária são
estimados a partir de extrapolações. Para estudos de regionalização de vazões máximas,
Tucci (1993) tem desenvolvido critérios para atribuição de qualidade aos postos. Na
Tabela 4.1.2 são descritos os critérios, e na Tabela 4.1.3 e apresentada a qualidade dos
dados de vazão máxima de cada posto segundo o critério.
Tabela 4.1.2. Critérios de atribuição de qualidade aos postos quanto à vazão máxima, Tucci (1993)
Nota Características H Q
A Postos fluviométricos de características excelentes cujas descargas
máximas medidas estão dentro de 10 a 15% do valor máximo de cheia
observada, com uma boa seção transversal para extrapolação, sem
transbordamento estável.
1.15 1.15
B Postos bons com extrapolação da curva de descarga menor que 50% do
valor máximo medido de vazão. Seções transversais boas, sem
extravasamento e estável.
1.25 1.50
C Postos aceitáveis com extrapolação adequada da curva de descarga e com
eventuais transbordamentos.
1.75 2.50
D Postos geralmente inaceitáveis pela grande extrapolação da curva de
descarga e transbordamento excessivo na seção.
2.00 3.00
E Postos com extrapolação inadequada da curva de descarga. Não são no
estudo.
H = relação entre a maior cota observada e a maior cota com vazão medida
Q = o mesmo do anterior para vazões
Tabela 4.1.3. Nota de cada posto.
Nome Rio
Código da
bacia
Fonte
dos
dados
Área
(km
2
)
H Q Nota
Ernesto Alves Jaquarizinho 76460000 ANA 933 2.78 4.65 E
Jaguari Jaguari 76440000 ANA 2296 1.26 2.20 C
Rosário do Sul Santa Maria 76310000 ANA 12077 1.39 3.16 E
Passo das Turmas Icamaqua 75600000 ANA 388 1.48 5.35 E
P. nova do Potiribu Potiribu 75185000 ANA 629 1.25 1.51 B
Passo faxinal Ijui 75155000 ANA 2003 3.83 7.40 E
Linha união Comandai 74900000 ANA 1248 1.40 1.61 C
Linha cascata Santo Crisanto 74750000 ANA 337 1.42 2.91 D
Tucunduva Santa Rosa 74700000 ANA 1139 1.31 2.06 C
Cascata Burica Burica 74600000 ANA 2265 1.89 3.25 E
Três passos Turvo 74470000 ANA 1538 1.98 2.40 D
Ponte do rio turvo Turvo 74460000 ANA 505 1.55 1.98 C
Usina de bombeo
Cuareim
(Quaraí)
84 DNH 4640 1.00 1.00 A
Paso Manuel Díaz Tacuarembó 51.1 DNH 2310 * * *
- 24 -
Pode-se observar na Tabela 4.1.3 que se tem 5 postos com nota E e 2 postos
como nota D. Estes postos geram duvidas enquanto à qualidade do dado de vazão
máxima diária, mais devido à escassez de postos com dados completos serão igualmente
utilizados no estudo.
A partir das séries históricas de vazão diária foram construídas, para cada bacia,
as séries de vazões máximas anuais. As principais características destas séries históricas
são apresentadas na Tabela 4.1.4.
Tabela 4.1.4. Características das séries de vazões máximas anuais
Codigo
da bacia
Máximo Mínimo Média Desvio padrão
Coef.
de
variação
(m
3
/s) (m
3
/s/km
2
) (m
3
/s) (m
3
/s/km
2
) (m
3
/s) (m
3
/s/km
2
) (m
3
/s) (m
3
/s/km
2
)
76460000 1747 1.87 134 0.14 550 0.59 277 0.30 0.50
76440000 2879 1.25 325 0.14 943 0.41 431 0.19 0.46
76310000 6100 0.51 218 0.02 2055 0.17 1353 0.11 0.66
75600000 840 2.16 146 0.38 435 1.12 206 0.53 0.47
75185000 237 0.38 37 0.06 121 0.19 53 0.08 0.43
75155000 1577 0.79 130 0.06 414 0.21 233 0.12 0.56
74900000 629 0.50 200 0.16 395 0.32 93 0.07 0.24
74750000 300 0.89 46 0.14 135 0.40 56 0.17 0.42
74700000 585 0.51 55 0.05 273 0.24 129 0.11 0.47
74600000 1241 0.55 236 0.10 615 0.27 239 0.11 0.39
74470000 857 0.56 123 0.08 382 0.25 185 0.12 0.48
74460000 119 0.24 26 0.05 59 0.12 22 0.04 0.37
84 4813 1.04 270 0.06 1744 0.38 1092 0.24 0.63
51.1 1412 0.61 55 0.02 558 0.24 328 0.14 0.59
Observando os valores por unidade de área, as bacias com características
diferentes das restantes são Ernesto Alves (código 76460000) e Passo das Turmas
(código 7560000). No primeiro caso somente o valor da vazão máxima é diferente do
resto, no segundo caso todos os valores resultam diferentes. Alem disso, segundo os
critérios de qualidade de Tucci (1993) na Tabela 4.1.3 os postos tem nota E. Devido à
escassez de dados, estes postos serão considerados no estudo.
- 25 -
Analisando a data de ocorrência dos valores máximos anuais em cada uma das
bacias e possível concluírem que não existe um padrão definido de ocorrência dos
eventos máximos anuais. O histograma do mês de ocorrência do Maximo anual para
cada estação é apresentado na Figura 4.1.2. Nesta figura somente pode-se observar uma
leve tendência dos máximos anuais ocorrer nos meses de inverno, e que nenhum dos
meses do ano possui mais do 30% dos valores máximos anuais. Os resultados anteriores
permitem considerar para as restantes análises o ano hidrológico coincidente com o ano
Gregoriano, centralizando o período de vazões máximas.
Bacia 76460000, Ernesto Alves
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 76440000, Jaguari
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 76310000, Ros ário do Sul
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 75600000, Passo das Turmas
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 75185000, P. nova do Potiribu
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 75155000, Passo Faxinal
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 74900000, Linha uno
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 74750000, Linha cascata
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 74700000, Tucunduva
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 74600000, Cascata Burica
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 74470000, Três pas sos
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 74460000, Pont e do rio turvo
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 84, Usina de bombeo
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Bacia 51.1, Paso Man uel Díaz
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
123456789101112
Meses
Figura 4.1.2. Histogramas dos meses de ocorrência da vazão máxima anual.
O fato de não ter uma temporada fixa de enchentes tem relação com as
características do clima da região. Como exemplo disto, na Figura 4.1.3 pode-se
- 26 -
observar o regime de chuvas do pluviômetro Artigas no período 1950-2002, da bacia do
Quarai, onde desvio padrão da precipitação mensal é de uma ordem similar à média.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
123456789101112
Mês
Precipitação (mm/mês
)
Média mensal
Desvio Padrão
Figura 4.1.3. Valores médios e desvio padrão das precipitações mensais no pluviômetro de Artigas,
período 1950-2002.
4.2 Ajuste das distribuições GEV e Gumbel aos dados de vazão máxima
anual das bacias e test de hipóteses para escolha da distribuição
Para as séries de vazões máximas anuais de cada bacia foram estimados,
maximizando as funções de máxima verossimilhança, os parâmetros das distribuições
GEV e Gumbel (Equações 3.7 e 3.8). A maximização da função de máxima
verossimilhança somente pode ser feita de forma numérica, para isso foram escritas
rotinas especificas em Matlab. Estas rotinas utilizam, para maximizar, algoritmos de
procura direta. Estes mostraram serem adequados, já que a função de máxima
verossimilhança não apresenta máximos locais. O valor inicial para a procura foram os
valores de µ e σ obtidos pelo método dos momentos para a distribuição de Gumbel, e no
caso da distribuição GEV o valor inicial para ξ foi 0.1.
A partir dos valores dos logaritmos das funções de máxima verossimilhança de
cada ajuste, foram calculados os valores da função de Deviança (equação 3.12) e feito
um teste estatístico para escolher a distribuição apropriada aos dados.
- 27 -
O teste, utilizando a função de Deviança, analisa a significância de supor ξ 0
(isto é, foi testada a hipótese ξ =0). Na escolha deve se considerar que utilizar uma
distribuição de três parâmetros em lugar de dois, diminui a robustez do modelo e
aumenta as incertezas nas extrapolações, já que agrega graus de liberdade. Isto é muito
importante já que geralmente as distribuições de freqüências são utilizadas para estimar
vazões de altos períodos de retorno, que resultam de uma extrapolação.
As incertezas nas extrapolações geradas por cada modelo podem ser avaliadas
observando as duas distribuições ajustadas no que refere à largura dos intervalos de
confiança, especialmente nas extrapolações (por exemplo para 100 anos).
4.3 Intervalos de confiança
Os intervalos de confiança de 95% de cada ajuste de distribuição de freqüências
foram determinados utilizando a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança (equação 3.11) e utilizando as técnicas de bootstrap (equação
3.13). Para ambos os métodos foram implementados rotinas em Matlab.
No caso das técnicas de bootstrap os intervalos de confiança das vazões foram
determinados a partir dos intervalos de confiança dos parâmetros e diretamente nas
vazões. Também, foi analisado qual é o numero de gerações bootstrap necessárias para
que o intervalo de confiança seja constante (seja independente do número de gerações
bootstrap).
Os intervalos de confiança obtidos com os dois métodos propostos foram
comparados, e analisada a conveniência de qual método utilizar.
4.4 Aprimoramento do ajuste da distribuição de freqüências utilizando
informação climática
A partir da distribuição GEV podem ser formulados outros modelos que utilizam
informações complementares na estimativa de freqüências. Supondo a série temporal
- 28 -
V(t), em igual período que a série de interesse, um modelo proposto pode-se supor
µ(t)=a+b.V(t) na distribuição GEV. Assim o modelo, para cada t, pode ser formulado
para o caso da distribuição GEV como:
σ
+
ξ+==
ξ /1
)Vba(z
1exp)V/z(G)V/zZPr(
E para o caso da distribuição de Gumbel:
σ
+
==
)Vba(z
expexp)V/z(G)V/zZPr(
Utilizando as séries mensais de temperatura de superfície do oceano em células
de 2 graus reconstruídas por Smith & Reynolds (apresentadas na revisão bibliográfica)
foram feitas séries de temperatura média e máxima anual. Utilizando estas séries
auxiliares, e o modelo apresentado, foram maximizados os logaritmos das funções de
máxima verossimilhança para cada uma das células. Isto supõe considerar uma relação
entre o parâmetro de locação e as séries auxiliares da seguinte forma: µ
i
=a+b.sst
i
, onde
µ
i
é o valor do parâmetro de locação para cada valor da temperatura de superfície do
oceano sst
i
correspondente ao ano i.
Para cada célula foi determinado o valor da função de Deviança em relação ao
valor do logaritmo da função de máxima verossimilhança das distribuições GEV e
Gumbel antes ajustadas:
2
1GumbelGumbel_SST
2
1GEVGEV_SST
)(2De)(2D χ=χ= llll
onde:
GEV_SST
l é o logaritmo da função de máxima verossimilhança do modelo proposto para
a distribuição GEV, utilizando a série auxiliar das SST escolhidas.
- 29 -
Gumbel_SST
l
é o logaritmo da função de máxima verossimilhança do modelo proposto
para a distribuição de Gumbel, utilizando a série auxiliar das SST escolhidas.
O valor da função de Deviança para cada célula é uma medida da significância
de supor b0 (isto é, foi testada a hipótese b=0), sendo que valores maiores que 3.86
apresentam significância inferior a 5%. Os resultados dos valores da função de
Deviança, para cada célula apresentam-se em figuras.
A partir dos valores da função de Deviança obtidos, foi escolhido o maior valor
dentro da região compreendida entre 160ºL, 80ºO, 10ºN e 10ºS. Esta região inclui as
identificadas pelos diversos autores citados no Capitulo 3.5 como aquela que tem
influencia sobre as precipitações e vazões na bacia média de rio Uruguai.
Para cada bacia foi analisada a distribuição ajustada e os intervalos de confiança
do modelo. Especificamente foi analisada a relação entre um aumento das temperaturas
e os períodos de retorno. Para determinar os intervalos de confiança foram utilizados os
mesmos métodos que no modelo anterior.
4.5 Analise de sensibilidade da série auxiliar escolhida
A escolha da célula com maior valor de função de Deviança tem graus de
incerteza já que células próximas têm alta correlação e uma extensão da série no tempo
poderia fazer que seja outra a célula escolhida, ou com os dados utilizados no presente
trabalho seja melhor a função de Deviança de alguma combinação linear de células
próximas. Portanto, para fazer uma análise da sensibilidade de célula escolhida
(enquanto à determinação dos períodos de retorno), utilizadas as 24 células próximas
foram utilizados dois procedimentos; otimizar o modelo para cada uma de elas e
otimizar o modelo para a média delas. A partir de cada modelo otimizado foram
determinados e graficados os períodos de retorno.
- 30 -
5 Resultados
Inicialmente, no item 5.1, será apresentada uma análise do número de gerações
de bootstrap necessário para determinar os intervalos de confiança de parâmetros e
vazões. No item 5.2 serão apresentados e exemplificados de forma detalhada os
resultados obtidos a partir da metodologia proposta na bacia do Quaraí, código 84 da
DNH, única bacia com Nota A nos critérios de qualidade adotados. Mais adiante no
item 5.3 são apresentados de forma resumida os resultados da metodologia nas outras
bacias de região.
5.1 Número de gerações de bootstrap.
Para a escolha do número de gerações de bootstrap necessárias para determinar
intervalos de confiança em parâmetros e vazões são analisadas as variações de eles ao
aumentar as gerações. Na Figura 5.1.1 e Figura 5.1.2 e são apresentados os gráficos que
justificam a escolha do número de gerações necessárias para uma correta estimação.
Pode-se observar que nas 2000 gerações os valores dos intervalos de confiança dos
parâmetros e as vazões permanecem constantes. Em todas as bacias foram observados
estes resultados, mas não serão apresentados os gráficos.
Intervalos de confiança de 95% dos parâmetros da distribuição de Gumbel
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 500 1000 1500 2000
Numero de gerações de bootstrap
Parâmetros
(m3/s)
Parâmetro de locação Parâmetro de escala
Intervalos de confiança de 95% dos parâmetros da distribuição proposta
0
200
400
600
800
1000
0 500 1000 1500 2000
Numero de gerações de boo tst rap
Parâmetros b e (m3/s)
-23000
-21000
-19000
-17000
-15000
-13000
-11000
Pametro a (m3/SC)
Pametro b Parâmetro s Parâmetro a
Figura 5.1.1. Intervalos de confiança de parâmetro ao aumentar o número de gerações de bootstrap.
- 31 -
Intervalos de confiança de 95% das vaes de 100 anos de período de
retorno achadas com o modelo de Gumbel
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
0 500 1000 1500 2000
Numero de gerações de bootstrap
Vazão de 100 anos de Período de Retorno
(m3/s)
Intervalos de confiaa de 95% das vazões de 100 anos de período de
retorno achadas com o modelo proposta
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
0 500 1000 1500 2000
Numero de geraçõ es de bootst rap
Vazão de 100 anos de Período de Retorn
o
(com 28ºC de SST)
(m3/s)
Figura 5.1.2. Intervalos de confiança das vazões ao aumentar o número de gerações de bootstrap.
5.2 Estação 84, bacia do Quaraí
5.2.1 Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões.
Foram ajustadas, aos dados de vazão máxima anual da bacia do Quaraí, as
distribuições GEV e Gumbel mediante a metodologia de máxima verossimilhança. Os
valores dos parâmetros, os intervalos de confiança de 95% obtidos com as duas
metodologias propostas e as funções de máxima verossimilhança são apresentados na
Tabela 5.2.1.
Para comparar o ajuste dos dados obtido com os modelos é utilizada a função de
Deviança, 28.2))55.296(41.295(2)ll(2D
GumbelGEV
=
== . Lembrando que
para 3.84 a distribuição
2
1
χ
toma o valor de 0.05 (5% de significância), o valor de 2.28
sugere que a distribuição Gumbel é a adequada aos dados. A comparação visual das
distribuições e apresentada na Figura 5.2.1.
Na Tabela 5.2.2, e Figura 5.2.1 pode se observar que os intervalos de confiança
dos parâmetros e as vazões obtidas utilizando as duas metodologias propostas são da
mesma ordem. Para os intervalos de confiança gerados pela técnica de bootstrap o
numero de gerações de vazões qmax* utilizado foi de 2000 já que provas realizadas
mostraram que para esse numero o intervalo de confiança gerado permanece constante.
Na Figura 5.1.1 e Figura 5.1.2 pode ser observado este resultado.
- 32 -
Tabela 5.2.1.Parâmetros estimados, intervalos de confiança de 95% e função de máxima
verossimilhança, para as distribuições de Gumbel e GEV na bacia do Quaraí.
Parâmetros estimados e intervalos de confiança
Logaritmo da
função de
máxima
verossimilhança
µ
σ
ξ
Distribuição
(m
3
/s) (m
3
/s)
parâmetros 1278 740 * -296.55
(1) [1065,1490] [572,909] *
Gumbel
(2) [1113,1452] [577,882] *
parâmetros 1203 671 0.201 -295.41
(1) [994,1411] [504,838] [-0.03,0.432]
GEV
(2) [1051,1368] [478,795] [0.053,0.459]
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap”.
Tabela 5.2.2. Vazões para 2, 25, 50, 75 e 100 anos de período de retorno e intervalos de confiança de
95% estimados com as distribuições de Gumbel e GEV na bacia do Quaraí.
Distribuição Gumbel
(1) (2) (3)
Período de
retorno
Vazão
Intervalos de
confiança
Largura
Intervalos de
confiança
Largura
Intervalos de
confiança
Largura
(anos) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
2 1549 [1275,1823] 548 [1324,1775] 451 [1353,1757] 404
25 3645 [2895,4397] 1502 [2959,4273] 1314 [3012,4218] 1206
50 4165 [3297,5037] 1740 [3364,4894] 1530 [3413,4826] 1413
75 4468 [3531,5409] 1878 [3600,5254] 1654 [3645,5186] 1541
100 4682 [3696,5672] 1976 [3767,5509] 1742 [3811,5440] 1629
Distribuição GEV
(1) (2) (3)
Período de
retorno
Vazão
Intervalos de
confiança
Largura
Intervalos de
confiança
Largura
Intervalos de
confiança
Largura
(anos) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
2 1458 [1178,1744] 566 [1228,1685] 457 [1254,1662] 408
25 4214 [2531,7195] 4664 [2717,7155] 4438 [3435,5462] 2027
50 5178 [2850,9938] 7088 [3123,10020] 6897 [4048,7486] 3438
75 5805 [3032,11960] 8928 [3366,12164] 8798 [4448,9034] 4586
100 6280 [3160,13623] 10463 [3541,13943] 10402 [4704,10219] 5515
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nos
parâmetros. (3) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nas vazões.
- 33 -
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 90% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nos
parâmetros. (3) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nas vazões.
Figura 5.2.1. Ajuste da distribuição de freqüências GEV e intervalos de confiança de 95%
A escolha da distribuição de Gumbel ou GEV para o ajuste dos dados utilizando
o teste estatístico da função de Deviança é uma medida da significância de agregar um
parâmetro ao modelo. Além disso, como pode ser observado na Tabela 5.2.2, o fato de
agregar um parâmetro ao modelo implica maiores incertezas na extrapolação (no valor
central e os intervalos de confiança). As anteriores considerações levam a adotar o
modelo de Gumbel, já que a pesar de visualmente o ajuste da GEV ser melhor, o teste
sugere que para significância de 5% a incorporação de outro parâmetro não é
significativa, e as incertezas para altos períodos de retorno são muito maiores. Um outro
fator que afeta a qualidade visual do ajuste é a ocorrência de dois valores extremos
muito similares no final da série.
- 34 -
Outra forma de obter os intervalos de confiança das vazões com a metodologia
de bootstrap pode ser de forma direta. Uma comparação dos valores obtidos a partir dos
parâmetros e da forma direta é apresentada na Tabela 5.2.2 e Figura 5.2.1. No caso da
distribuição de Gumbel, embora o modelo não seja linear, os valores obtidos são muito
similares. No caso da distribuição GEV o intervalo de confiança obtido de forma direta
é mais estreito, que pode se dever às maiores incertezas geradas pelo terceiro parâmetro
e à não linearidade.
5.2.2
Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões na estação 84, bacia do Quaraí, utilizando séries auxiliares de temperatura de
superfície do oceano.
Utilizando as séries formadas pela média anual dos valores mensais da
temperatura da superfície dos oceanos Atlântico e Pacifico em células de 2 graus (Smith
& Reynolds, 2002), foi ajustado para cada uma das células o modelo proposto em 4.4.
Os parâmetros do modelo são obtidos da maximização do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. No caso do modelo proposto a partir de Gumbel fica:
==
σ
µ
σ
µ
σ=σµ
n
1i
ii
n
1i
ii
z
exp
z
)log(m),(l
com µ
i
=a+b.sst
i
No caso do modelo proposto a partir da GEV fica:
=
ξ
=
σ
µ
ξ+
σ
µ
ξ+ξ+σ=σµ
n
1i
/1
ii
n
1i
ii
z
1
z
1log)/11()log(m),(l
com µ
i
=a+b.sst
i
, onde sst
i
é a média anual no ano i
O resultado da maximização do logaritmo da função de verossimilhança para
cada célula, no caso do modelo proposto a partir de Gumbel proposto é apresentado na
Figura 5.2.2.
- 35 -
Figura 5.2.2. Valores da função de Deviança do modelo alternativo da distribuição de Gumbel em
relação ao modelo original, para cada célula de temperatura de superfície do oceano, da bacia do
Quaraí.
A série auxiliar escolhida são as temperaturas da superfície do oceano da célula
com maior valor do logaritmo da função de máxima verossimilhança. Esta célula é a
correspondente aos 2º N e 107ºO e tem um valor de
-287.25
=
l . Na Figura 5.2.3 são
apresentadas as duas séries.
Para testar a significância do modelo proposto em relação à Gumbel, ou seja, a
significância de supor b0 é utilizada a função de Deviança:
60.18))55.296(25.287(2)(2D
GumbelGumbel_SST
=
=
= ll .
Este é um valor significativo comparado com
2
1
χ , o que sugere que o modelo
proposto consegue um melhor ajuste dos dados.
- 36 -
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Vazão (m
3
/s)
25.5
26.0
26.5
27.0
27.5
28.0
28.5
29.0
29.5
30.0
SST ºC
Vazão máxima anual na bacia do Quaraí
lula de SSTN e 107ºO
Figura 5.2.3. Vazões máximas anuais na bacia do Quaraí e série de temperaturas de superfície do
oceano escolhida com o modelo da Gumbel proposto.
Similar ao caso anterior na Figura 5.2.4 é apresentada maximização do logaritmo
da função de verossimilhança para cada célula, no caso do modelo do modelo proposto
a partir da GEV.
Novamente, é escolhida a série auxiliar com maior valor do logaritmo da função
de máxima verossimilhança. Esta célula é a correspondente aos 2º N e 107º W e tem um
valor de
-285.89=l . E importante observar que a região com significância é similar ao
caso de Gumbel. Na Figura 5.2.3 já foram apresentadas as duas séries.
Para testar a significância do modelo proposto em relação à GEV, ou seja, a
significância de supor b0 é utilizada a função de Deviança:
52.9))41.295(89.285(2)(2D
GEVGEV_SST
=
== ll .
Este é um valor significativo comparado com
2
1
χ , o que novamente sugere que o
modelo proposto consegue um melhor ajuste dos dados.
- 37 -
Figura 5.2.4. Valores da função de Deviança do modelo alternativo da distribuição GEV em relação ao
modelo original, para cada célula de temperatura de superfície do oceano, da bacia do Quaraí.
.
O ganho com o modelo GEV é menor do que o ganho com o modelo Gumbel.
Este resultado é razoável já que os testes estão medindo o ganho de agregar um
parâmetro ao modelo, e o ganho de agregar parâmetros é sempre marginal. Levando em
conta os valores dos logaritmos das funções de máxima verossimilhança obtidos, e
considerando que o aumento do número de parâmetros provoca maiores incertezas na
extrapolação é adotado para o analise o modelo de Gumbel. Na Tabela 5.2.3 são
apresentados os parâmetros estimados e os intervalos de confiança de 95%.
Tabela 5.2.3. Parâmetros estimados e intervalos de confiança de 95% para o modelo proposto.
Intervalos de confiança
Parâmetro Valor ajustado
(1) (2)
a (m3/s) -15515 [-21615,-9415] [-20418,-12574]
b (m3/s/ºC) 614 [392,836] [507,795]
σ (m3/s)
568 [416,720] [423,678]
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap”.
O método de bootstrap produz um intervalo de confiança mais estreito. Com os
dois intervalos de confiança, aplicando o modelo nesses parâmetros, não se produzem
- 38 -
resultados razoáveis, portanto neste caso somente foi possível determinar intervalos de
confiança das vazões utilizando as técnicas de bootstrap diretamente. Os intervalos de
confiança supondo os valores de SST de 26º, 28º e 30º são apresentados na Tabela
5.2.4. Estes intervalos de confiança foram feitos com 2000 gerações de séries qmax* de
caudal máximo anual. Neste caso para cada série qmax* gerada foi gerada uma série
sst* com as temperaturas correspondentes originalmente a cada valor de vazão.
Tabela 5.2.4. Vazões para 2, 25, 50, 75 e 100 anos de período de retorno e intervalos de confiança de
95% (obtidos diretamente) na bacia do Quaraí estimados com a distribuição de Gumbel proposta para
26, 28 e 30 graus de temperatura média de superfície do oceano na célula escolhida.
Temperatura média de
superfície do oceano de 26º
Temperatura média de
superfície do oceano de 28º
Temperatura média de
superfície do oceano de 30º
Período de
retorno
vazão
intervalo de
confiança de
95%
vazão
intervalo de
confiança de
95%
vazão
intervalo de
confiança de
95%
(anos) (m
3
/s) (m
3
/s) (m
3
/s) (m
3
/s) (m
3
/s) (m
3
/s)
2 657 [410,838] 1885 [1705,2087] 3113 [2764,3610]
25 2266 [1702,2668] 3494 [2957,3978] 4722 [4076,5376]
50 2665 [2008,3132] 3893 [3262,4452] 5121 [4396,5818]
75 2898 [2188,3408] 4126 [3434,4723] 5354 [4579,6095]
100 3062 [2310,3607] 4290 [3559,4923] 5518 [4704,6291]
Na Tabela 5.2.4 pode-se observar que fixando um valor de período de retorno a
vazão aumenta com o aumento da SST. Este resultado é coerente com as relações entre
as SST da região em que esta compreendida a série escolhida, e as chuvas e vazões
medias determinadas pelos autores citados na revisão bibliográfica. Uma outra forma
interessante de observar o resultado anterior é determinar os períodos de retorno com a
distribuição de Gumbel proposta se acontecerem valores de SST de 26º, 28º e 30º de
algumas vazões significativas. Foram escolhidas as vazões de 2, 25, 50, 75 e 100 anos
de período de retorno determinadas com a distribuição de Gumbel original. Na Tabela
5.2.5 são apresentados os resultados.
A vazão de 4682 m
3
/s, correspondente a 100 anos de período de retorno segundo
a distribuição de Gumbel, sobe para 1719 anos se a SST fosse 26º e cai para 23 anos se
a SST fosse 30º. Por último é interessante observar que o intervalo de confiança se
reduz em termos relativos: para o caso de 26º o intervalo de confiança [293,56091]
representa 17 e 3263% de 1719 anos, e para o caso de 30º [7,135] representa 30 e 587%
de 23 anos. Embora sejam grandes as incertezas, nas variações dos períodos de retorno
com as SST são menores para vazões grandes.
- 39 -
Tabela 5.2.5. Períodos de retorno intervalos de confiança de 95% (obtidos diretamente) para as vazões
de 2, 25, 50, 75 e 100 anos de período de retorno obtidas com a distribuição de Gumbel na bacia do
Quaraí para 26, 28 e 30 graus de temperatura média da superfície do oceano na célula escolhida.
Períodos de retorno com um intervalo de confiança de 95%
Vazão
Gumbel
Distribuição de
Gumbel proposta
com SST=26º
Distribuição de
Gumbel proposta
com SST=28º
Distribuição de
Gumbel proposta
com SST=30º
(m
3
/s) (anos) (anos) (anos) (anos) (anos) (anos) (anos) (anos)
1549 2 [2,3] 7 [4,22] 1 [1,2] 1 [1,1]
3645 25 [10,129] 278 [69,4200] 32 [12,173] 4 [2,13]
4165 50 [17,337] 692 [145,15138] 80 [24,638] 10 [3,41]
4468 75 [23,591] 1180 [219,32452] 136 [36,1351] 16 [5,81]
4682 100 [29,879] 1719 [293,56091] 198 [48,2304] 23 [7,135]
O método anterior não leva em conta a correlação existente entre células
próximas. Portanto a seguir serão feitos algumas análises no que refere à sensibilidade
na escolha da célula da série auxiliar. Uma forma pode ser tomando uma nova série
auxiliar composta pela média das séries das 24 células mais próximas da célula
escolhida. O valor médio das temperaturas da série escolhida é de 27.54 ºC, portanto a
sensibilidade foi testada comparando as duas distribuições (ajustadas com a série
escolhida e a média das 24 células mais próximas) avaliadas para 28ºC. O resultado é
apresentado na Figura 5.2.5. Pode-se observar que, neste caso, tanto as distribuições
como seus intervalos de confiança resultam ser similares. Outra forma de analisar a
sensibilidade é como o ajuste individual de cada uma das 24 células mais próximas. Na
Figura 5.2.6 pode-se observar a distribuição ajustada na célula escolhida e seus
intervalos de confiança, e as distribuições ajustadas individualmente com cada uma das
24 células mais próximas, sempre avaliadas para 28ºC. Neste caso as células mais
afastadas em latitude se afastam da distribuição com a célula escolhida. As células
apartadas em longitude ficam dentro do intervalo de confiança. Pode-se concluir que um
analise utilizando médias de células é mais robusto do que análises com células
isoladas.
- 40 -
0
1000
2000
3000
4000
5000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel proposta com SST=28º Gumbel proposta com SSTmédio=28º
Intervalo de confiaa 95% Intervalo de co nfiança 95%
Figura 5.2.5. Ajuste da distribuição proposta, avaliada para 28ºC, utilizando a séries auxiliares da
célula escolhida e a série auxiliar feita da média das 24 células mais próximas.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Modelo com célula ótima para 28ºC Intervalos de confiança de 95%
Modelos otimizados com cada celula, para 28ºC
Figura 5.2.6. Distribuição ajustada e intervalos de confiança para 28ºC na célula escolhida, e
distribuições ajustadas individualmente nas 24 células mais próxima (sem incluir os intervalos de
confiança).
Concluindo o capítulo, foi analisada a conveniência de utilizar a distribuição de
Gumbel em lugar da GEV na bacia do Quaraí, utilizando um teste estatístico e critérios
de incertezas na extrapolação da distribuição para determinar vazões extremas. Foi
escolhida a distribuição de Gumbel. Além foi analisada a relação das vazões extremas
com SST do oceano Pacífico, achando se que existem células de temperaturas medias
mensais que no modelo de Gumbel proposto conseguem um melhor ajuste do modelo
com uma confiança superior ao 95%. A distribuição de freqüências com a série auxiliar
- 41 -
de SST, fixando uma vazão extrema, prognostica uma diminuição do período de retorno
com um aumento da SST. Foi analisada a robustez de utilizar uma célula isolada em
relação à média de células próximas, achando se resultados similares.
5.3 Resultados nas restantes bacias da região
5.3.1 Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões.
Na Tabela 5.3.1 e Tabela 5.3.2 são apresentados os parâmetros das distribuições
Gumbel e GEV, estimados mediante máxima verossimilhança, para as séries de vazões
máximas anuais nas bacias estudadas. Também são apresentados os intervalos de
confiança dos parâmetros determinados pelos dois métodos propostos.
Tabela 5.3.1. Parâmetros estimados, e intervalos de confiança de 95% da distribuição de Gumbel para
as bacias estudadas.
Código da
Bacia
µ
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
σ
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
(1) (2) (1) (2)
Quaraí
1278 [1065,1490] [1113,1452] 740 [572,909] [577,882]
76460000 438 [375,500] [389,498] 189 [143,235] [144,239]
76440000 760 [670,850] [688,835] 316 [249,382] [262,374]
76310000 1487 [1159,1815] [1237,1804] 918 [664,1172] [679,1161]
75600000 340 [273,407] [290,401] 159 [107,211] [118,192]
75185000 96 [80,113] [83,112] 44 [31,56] [35,51]
75155000 324 [285,363] [293,357] 144 [113,174] [113,177]
74900000 348 [314,382] [322,381] 91 [68,114] [74,104]
74750000 109 [93,125] [95,124] 46 [34,58] [37,54]
74700000 211 [180,242] [186,238] 113 [91,136] [99,127]
74600000 505 [451,558] [463,552] 191 [151,231] [160,220]
74470000 301 [255,347] [265,342] 137 [102,172] [106,165]
74460000 49 [42,56] [44,56] 17 [12,22] [13,21]
51.1 403 [308,499] [330,495] 245 [171,319] [175,305]
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap”.
Para escolher qual é a distribuição adequada para cada bacia é utilizada a função
de Deviança e algumas observações práticas sobre os ajustes, as vazões extremas
calculadas e incertezas relacionadas. A partir do valor do logaritmo da função de
máxima verossimilhança foram calculadas as funções de Deviança apresentadas na
Tabela 5.3.3.
- 42 -
Tabela 5.3.2. Parâmetros estimados, e intervalos de confiança de 95% da distribuição GEV para as
bacias estudadas.
Código
da Bacia
µ
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
σ
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
ξ
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
(1) (2) (1) (2) (1) (2)
Quaraí 1203 [994,1411] [1051,1368] 671 [504,838] [478,795] 0.201 [-0.03,0.432] [0.053,0.459]
76460000 431 [367,494] [385,491] 185 [138,231] [135,224] 0.067 [-0.12,0.254] [-0.317,0.305]
76440000 755 [661,848] [684,848] 312 [244,381] [263,365] 0.031 [-0.122,0.184] [-0.294,0.169]
76310000 1418 [1085,1751] [1158,1718] 862 [605,1118] [634,1049] 0.144 [-0.128,0.416] [-0.105,0.41]
75600000 333 [257,410] [258,462] 153 [92,215] [81,235] 0.083 [-0.421,0.587] [-0.571,0.988]
75185000 100 [80,119] [81,121] 46 [31,61] [32,57] -0.131 [-0.492,0.23] [-0.443,0.227]
75155000 312 [273,352] [284,348] 134 [104,164] [110,158] 0.148 [-0.037,0.333] [-0.065,0.294]
74900000 361 [326,397] [335,394] 93 [68,117] [72,108] -0.259 [-0.435,-0.084] [-0.652,-0.133]
74750000 111 [93,129] [96,130] 47 [34,60] [37,56] -0.072 [-0.325,0.181] [-0.485,0.127]
74700000 223 [188,257] [193,256] 119 [94,144] [102,135] -0.189 [-0.386,0.009] [-0.343,-0.068]
74600000 508 [450,565] [457,563] 193 [151,235] [158,225] -0.029 [-0.234,0.175] [-0.19,0.122]
74470000 297 [248,346] [260,341] 134 [97,170] [104,163] 0.058 [-0.195,0.311] [-0.103,0.232]
74460000 50 [42,57] [43,56] 17 [12,23] [13,21] -0.023 [-0.234,0.189] [-0.322,0.252]
51.1 390 [290,490] [311,510] 235 [158,311] [129,320] 0.104 [-0.229,0.437] [-0.224,0.74]
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap”.
Tabela 5.3.3. Valores de logaritmo da função de máxima verossimilhança dos ajustes com as
distribuições Gumbel e GEV e funções de Deviança calculados a partir de eles.
Código da Bacia
Logaritmo da função de máxima verossimilhança
D
Função de
Deviança
Gumbel GEV
Quaraí -296.55 -295.41
2.28
76460000 -266.63 -266.35
0.56
76440000 -381.42 -381.35
0.14
76310000 -278.52 -277.88
1.28
75600000 -160.00 -159.95
0.10
75185000 -155.08 -154.86
0.44
75155000 -369.20 -367.43
3.54
74900000 -186.64 -184.28
4.72
74750000 -183.48 -183.34
0.28
74700000 -364.08 -362.70
2.76
74600000 -375.60 -375.57
0.06
74470000 -240.97 -240.87
0.20
74460000 -114.86 -114.85
0.02
51.1 -199.01 -198.82
0.38
Pode se observar que somente na bacia 74900000 o valor da função de Deviança
e maior a 3.84. O que indicaria que, com um nível de confiança superior ao 95%, a
distribuição mais adequada aos dados é a distribuição GEV. Na Tabela 5.3.4, Tabela
5.3.5 e Tabela 5.3.6 são apresentadas as vazões e os intervalos de confiança calculados
com todos os métodos propostos para 25, 50 e 100 anos de período de retorno. Nelas
- 43 -
pode-se observar que as vazões calculadas pelas duas distribuições têm pequenas
diferenças, e que os intervalos de confiança da GEV são mais amplos.
No resto dos casos a amplitude do intervalo de confiança da distribuição GEV é
sempre maior. Na Figura 5.3.1 pode se observar graficamente uma comparação das
vazões, por unidade de área de bacia, para 50 e 100 anos de período de retorno geradas
por ambas distribuições. O aumento das incertezas, também por unidade de área de
bacia, geradas para 100 anos de período de retorno é apresentado na Figura 5.3.2, onde
pode-se observar o aumento das incertezas do modelo de três parâmetros.
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
Quar
76460000
76440000
76310000
75600000
75185000
75155000
74900000
74750000
74700000
74600000
74470000
74460000
51.1
Bacia
Vazão especifica de 100 anos de período de retorn
o
(m
3
/s/km
2
)
Distribuição de Gumbel
Distribuição GEV
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
Quaraí
76460000
76440000
76310000
75600000
75185000
75155000
74900000
74750000
74700000
74600000
74470000
74460000
51.1
Bacia
Vazão especifica de 50 anos de período de retorn
o
(m
3
/s/km
2
)
Distribuição de Gumbel
Distribuição GEV
Figura 5.3.1. Vazão de 100 e 50 anos de período de retorno especifica pela área da bacia apara as
bacias estudadas.
0
1
2
3
4
5
6
7
Quar
76460000
76440000
76310000
75600000
75185000
75155000
74900000
74750000
74700000
74600000
74470000
74460000
51.1
Bacia
Vazão especifica de 100 anos de período de retorn
o
(m
3
/s/km
2
)
Gu mb e l
0
1
2
3
4
5
6
7
Quar
76460000
76440000
76310000
75600000
75185000
75155000
74900000
74750000
74700000
74600000
74470000
74460000
51.1
Bacia
Vazão especifica de 100 anos de peodo de retorn
o
(m
3
/s/km
2
)
GEV
Figura 5.3.2. Vazão de 100 anos de período de retorno especifica pela área da bacia e intervalo de
confiança estimado pelo método curvatura da superfície do logaritmo da função de máxima
verossimilhança para as distribuições Gumbel e GEV nas bacias estudadas.
- 44 -
Tabela 5.3.4. Vazões de 25 anos de período de retorno e intervalos de confiança de 95 % estimados pelas
distribuições Gumbel e GEV para as bacias estudadas.
Distribuição Gumbel, Período de retorno de 25 anos.
Código da Bacia Valor central
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
(1) (2) (3)
(m
3
/s)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Quaraí 3645 [2895,4397] 1502 [2959,4273] 1314 [3012,4218] 1206
76460000 1043 [832,1252] 420 [850,1262] 412 [883,1229] 346
76440000 1771 [1466,2072] 606 [1526,2031] 505 [1563,1990] 427
76310000 4423 [3283,5564] 2281 [3409,5517] 2108 [3488,5421] 1933
75600000 849 [615,1082] 467 [667,1015] 348 [681,1000] 319
75185000 237 [179,292] 113 [195,275] 80 [201,270] 69
75155000 785 [646,920] 274 [654,923] 269 [664,903] 239
74900000 639 [532,747] 215 [559,714] 155 [586,687] 101
74750000 256 [202,311] 109 [213,297] 84 [221,289] 68
74700000 572 [471,677] 206 [503,644] 141 [515,628] 113
74600000 1116 [934,1297] 363 [975,1256] 281 [998,1240] 242
74470000 739 [581,897] 316 [604,870] 266 [618,862] 244
74460000 103 [80,126] 46 [86,123] 37 [88,118] 30
51.1 1187 [855,1519] 664 [890,1471] 581 [919,1435] 516
Distribuição GEV, Período de retorno de 25 anos.
Código da Bacia Valor central
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
(1) (2) (3)
(m
3
/s)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Quaraí 4214 [2531,7195] 4664 [2717,7155] 4438 [3435,5462] 2027
76460000 1091 [734,1634] 900 [656,1705] 1049 [825,1387] 562
76440000 1804 [1307,2507] 1200 [1229,2396] 1167 [1434,2142] 708
76310000 4920 [2673,9231] 6558 [2880,8655] 5775 [3498,6804] 3306
75600000 893 [419,2438] 2019 [377,5831] 5454 [733,2041] 1308
75185000 220 [130,407] 277 [136,389] 253 [187,261] 74
75155000 860 [587,1288] 701 [602,1187] 585 [670,1073] 403
74900000 563 [443,725] 282 [432,675] 243 [489,604] 115
74750000 245 [161,389] 228 [156,351] 195 [195,287] 92
74700000 509 [361,724] 363 [391,644] 253 [451,546] 95
74600000 1098 [790,1572] 782 [836,1443] 607 [973,1221] 248
74470000 768 [479,1277] 798 [543,1114] 571 [622,926] 304
74460000 102 [69,158] 89 [69,159] 90 [81,125] 44
51.1 1282 [648,2658] 2010 [687,3510] 2823 [1048,1863] 815
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nos
parâmetros. (3) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nas vazões.
- 45 -
Tabela 5.3.5. Vazões de 50 anos de período de retorno e intervalos de confiança de 95 % estimados pelas
distribuições Gumbel e GEV para as bacias estudadas.
Distribuição Gumbel, Período de retorno de 50 anos.
Código da Bacia Valor central
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
(1) (2) (3)
(m
3
/s)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Quaraí 4165 [3297,5037] 1740 [3364,4894] 1530 [3413,4826] 1413
76460000 1175 [933,1417] 484 [951,1431] 480 [986,1397] 411
76440000 1993 [1642,2341] 699 [1710,2294] 584 [1755,2247] 492
76310000 5069 [3750,6388] 2638 [3886,6334] 2448 [3983,6235] 2252
75600000 960 [691,1230] 539 [750,1150] 400 [766,1129] 363
75185000 268 [201,332] 131 [220,311] 91 [227,306] 79
75155000 886 [726,1042] 316 [734,1048] 314 [743,1026] 283
74900000 703 [579,827] 248 [611,787] 176 [640,759] 119
74750000 288 [226,351] 125 [239,335] 96 [246,327] 81
74700000 652 [535,773] 238 [572,734] 162 [586,716] 130
74600000 1250 [1040,1459] 419 [1087,1410] 323 [1111,1392] 281
74470000 836 [653,1018] 365 [679,986] 307 [694,978] 284
74460000 115 [89,142] 53 [95,138] 43 [98,132] 34
51.1 1359 [975,1744] 769 [1013,1685] 672 [1044,1643] 599
Distribuição GEV, Período de retorno de 50 anos.
Código da Bacia Valor central
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
(1) (2) (3)
(m
3
/s)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Quaraí 5178 [2850,9938] 7088 [3123,10020] 6897 [4048,7486] 3438
76460000 1256 [797,2035] 1238 [687,2171] 1484 [885,1709] 824
76440000 2049 [1419,3023] 1604 [1295,2865] 1570 [1524,2550] 1026
76310000 5931 [2943,12687] 9744 [3188,11829] 8641 [3948,9171] 5223
75600000 1038 [433,3662] 3229 [385,11459] 11074 [784,3944] 3160
75185000 241 [134,504] 370 [140,479] 339 [197,314] 117
75155000 1020 [651,1665] 1014 [663,1503] 840 [743,1358] 615
74900000 589 [454,786] 332 [437,723] 286 [499,636] 137
74750000 271 [168,469] 301 [161,413] 252 [202,331] 129
74700000 551 [378,829] 451 [412,719] 307 [479,601] 122
74600000 1220 [836,1880] 1044 [892,1687] 795 [1058,1401] 343
74470000 884 [513,1639] 1126 [594,1376] 782 [695,1120] 425
74460000 113 [73,190] 117 [72,195] 123 [84,150] 66
51.1 1521 [698,3694] 2996 [747,5425] 4678 [1165,2808] 1643
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nos
parâmetros. (3) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nas vazões.
.
- 46 -
Tabela 5.3.6. Vazões de 100 anos de período de retorno e intervalos de confiança de 95 % estimados
pelas distribuições Gumbel e GEV para as bacias estudadas.
Distribuição Gumbel, Período de retorno de 100 anos.
Código da Bacia Valor central
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
(1) (2) (3)
(m
3
/s)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Quaraí 4682 [3696,5672] 1976 [3767,5509] 1742 [3811,5440] 1629
76460000 1307 [1033,1581] 548 [1051,1597] 546 [1085,1563] 478
76440000 2214 [1815,2607] 792 [1893,2555] 662 [1940,2506] 566
76310000 5710 [4213,7206] 2993 [4361,7145] 2784 [4460,7049] 2589
75600000 1071 [765,1378] 613 [833,1284] 451 [849,1262] 413
75185000 298 [223,371] 148 [244,347] 103 [252,341] 89
75155000 986 [805,1163] 358 [813,1171] 358 [824,1148] 324
74900000 767 [627,906] 279 [662,859] 197 [693,832] 139
74750000 321 [249,392] 143 [265,372] 107 [272,364] 92
74700000 731 [599,868] 269 [641,822] 181 [654,805] 151
74600000 1384 [1146,1621] 475 [1199,1564] 365 [1222,1543] 321
74470000 931 [724,1138] 414 [753,1101] 348 [770,1093] 323
74460000 127 [97,157] 60 [104,153] 49 [107,147] 40
51.1 1530 [1095,1966] 871 [1135,1898] 763 [1167,1854] 687
Distribuição GEV, Período de retorno de 100 anos.
Código da Bacia Valor central
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
Intervalos
de
confiança
Largura
(1) (2) (3)
(m
3
/s)
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
Quaraí [3160,13623] 10463 [3541,13943] 10402 [4704,10219] 5515 [3160,13623]
76460000 [855,2510] 1655 [712,2744] 2032 [929,2095] 1166 [855,2510]
76440000 [1520,3605] 2085 [1347,3388] 2041 [1601,2996] 1395 [1520,3605]
76310000 [3188,17279] 14091 [3471,16029] 12558 [4309,12139] 7830 [3188,17279]
75600000 [444,5495] 5051 [390,22619] 22229 [820,7436] 6616 [444,5495]
75185000 [136,618] 482 [144,583] 439 [205,382] 177 [136,618]
75155000 [713,2138] 1425 [721,1889] 1168 [813,1698] 885 [713,2138]
74900000 [461,843] 382 [440,766] 326 [506,669] 163 [461,843]
74750000 [174,560] 386 [164,480] 316 [206,380] 174 [174,560]
74700000 [390,933] 543 [429,789] 360 [503,657] 154 [390,933]
74600000 [875,2226] 1351 [942,1951] 1009 [1135,1608] 473 [875,2226]
74470000 [543,2085] 1542 [641,1681] 1040 [758,1349] 591 [543,2085]
74460000 [76,226] 150 [74,238] 164 [88,179] 91 [76,226]
51.1 [739,5091] 4352 [802,8358] 7556 [1298,4228] 2930 [739,5091]
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nos
parâmetros. (3) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nas vazões.
- 47 -
De forma geral pode-se dizer que para os ajustes com a distribuição de Gumbel,
pode se observar que para 10 das 14 bacias os intervalos de confiança nas vazões, que
produzem os intervalos de confiança nos parâmetros feitos pelos dois métodos, são
muito similares, e, em geral todos são da mesma ordem. No caso da distribuição GEV
são 10 as bacias em que os intervalos de confiança pelos dois métodos são da mesma
ordem, mais casos como a bacia 75600000 em que os intervalos resultam muito
distintos.
Os intervalos de confiança estimados pela metodologia de bootsrap diretamente
nas vazões podem ser observados nas Tabela 5.3.4, Tabela 5.3.5 e Tabela 5.3.6. Pode–
se observar que no caso da distribuição Gumbel os intervalos de confiança estimados
pelos duas metodologias de bootstrap propostas são similares, mais no caso da
distribuição GEV eles são sempre mas estreitos. Isto pode-se dever à não linearidade ou
ao fato de ter um parâmetro a mais.
Finalmente, a comparação visual dos ajustes das duas distribuições, e os
intervalos de confiança obtidos como as metodologias propostas podem-se observar no
Anexo 1.
5.3.2
Ajuste da distribuição de freqüências e intervalos de confiança dos parâmetros e
das vazões, utilizando séries auxiliares de temperatura de superfície do oceano.
Na Tabela 5.3.7 são apresentados os parâmetros estimados, e seus intervalos de
confiança de 95%, para o modelo proposto a partir da distribuição de Gumbel na célula
da região de interesse que apresentou o maior valor de máxima verossimilhança. Na
Tabela 5.3.8 são apresentados os valores das funções de máxima verossimilhança do
modelo proposto e de Gumbel, da função de Deviança e a localização da célula ótima.
- 48 -
Tabela 5.3.7. Parâmetros estimados para o modelo proposto a partir da distribuição de Gumbel e
intervalos de confiança de 95% na célula ótima.
Código da
Bacia
a
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
b
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
σ
(m
3
/s)
Intervalo de confiança
(m
3
/s)
(1) (2) (1) (2) (1) (2)
Quaraí
-15515 [-21615,-9415] [-20418,-12574] 614 [392,836] [507,795] 568 [416,720] [423,678]
76460000
-3405 [-4925,-1886] [-4322,-2384] 140 [85,194] [103,173] 151 [112,189] [115,193]
76440000 -10407 [-15663,-5150] [-13422,-6762] 417 [221,613] [281,528] 264 [205,322] [200,325]
76310000 -39080 [-56848,-21312] [-53954,-26010] 1438 [810,2066] [976,1969] 716 [516,915] [517,895]
75600000
13994 [5925,22064] [6819,21731] -494 [-786,-202] [-773,-236] 135 [95,176] [92,151]
75185000 -1378 [-1936,-820] [-1720,-980] 54 [34,75] [40,67] 33 [24,43] [26,38]
75155000 -1352 [-2337,-366] [-2237,-612] 63 [26,99] [35,95] 132 [104,160] [100,163]
74900000 11062 [4886,17239] [3630,16078] -374 [-589,-158] [-548,-114] 75 [54,96] [58,85]
74750000 -721 [-1272,-171] [-1440,-218] 30 [10,50] [12,56] 42 [31,52] [31,48]
74700000 -4891 [-7420,-2363] [-6891,-2937] 201 [101,300] [125,280] 102 [82,122] [84,115]
74600000 -18868 [-28951,-8784] [-27878,-9907] 676 [324,1028] [363,991] 174 [139,209] [145,196]
74470000 -4186 [-6278,-2094] [-5761,-2088] 167 [89,245] [89,226] 113 [85,142] [84,134]
74460000 -422 [-714,-131] [-678,-178] 17 [6,27] [8,26] 14 [10,19] [10,17]
51.1 -16321 [-21963,-10679] [-23159,-11281] 574 [381,767] [402,807] 181 [128,235] [120,220]
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo da função de
máxima verossimilhança. (2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap”.
Da mesma forma que todos os casos anteriores o intervalo de confiança dos
parâmetros, obtido mediante as técnicas de bootstrap é mais estreito que o obtido
mediante a técnica da curvatura da superfície do logaritmo da função de máxima
verossimilhança. Somente duas bacias apresentam um valor estimado do parâmetro b
negativo, o que significa que nessas bacias o parâmetro de posição diminui com o
aumento da temperatura de superfície do oceano, ou seja, que fixando um período de
retorno, as vazões diminuem com o aumento da temperatura do oceano.
Segundo a função de Deviança, em todas as bacias é significante supor b0, ou
seja, que o novo modelo e mais adequado aos dados. No Anexo 2 são apresentados,
para cada bacia, figuras com os valores da função de Deviança em relação ao Gumbel
de cada célula da região do oceano interesse (região que segundo os autores apresenta
relações entre as precipitações e vazões ). Nelas pode-se observar que apesar de todas as
bacias apresentar significância de supor b0, nem sempre as regiões são similares. Para
todas as bacias foi escolhida a mesma escala gráfica de cores para a função de
Deviança.
- 49 -
Tabela 5.3.8. Valores das funções de máxima verossimilhança para as distribuições Gumbel com e sem
série auxiliar, função de Deviança e localização da célula ótima.
Código da Bacia
Gumbel
Modelo proposto
Deviança longitude latitude
76460000 -266.63 -259.19 14.88 95ºO 2ºN
76440000 -381.42 -374.72 13.4 99ºO 8ºS
76310000 -278.52 -270.68 15.68 137ºO 6ºN
75600000 -160.00 -156.66 6.68 149ºO 14ºN
75185000 -155.08 -147.36 15.44 105ºO 4ºS
75155000 -369.20 -364.54 9.32 119ºO 0ºS
74900000 -186.64 -181.97 9.34 79ºO 8ºN
74750000 -183.48 -179.8 7.36 123ºO 2ºN
74700000 -364.08 -358.15 11.86 99ºO 12ºS
74600000 -375.60 -368.75 13.7 83ºO 10ºN
74470000 -240.97 -233.76 14.42 83ºO 2ºN
74460000 -114.86 -110.49 8.74 149ºO 4ºN
84 -296.55 -287.25 18.6 107ºO 2ºN
51.1 -199.01 -189.93 18.16 89ºO 6ºN
A relação entre as temperaturas de oceano da célula escolhida, e os períodos de
retorno das vazões é explorada na Tabela 5.3.9. Nela apresentam-se as vazões para 100
anos de período de retorno calculadas segundo a distribuição de Gumbel antes ajustada,
e com a distribuição proposta em distintas temperaturas de superfície do oceano da
célula escolhida. Pode se observar que na maioria das bacias a vazão de 100 anos de
período de retorno aumenta com o aumento da temperatura do oceano. Somente em
aquelas dois que o valor de b resulta ser negativo a relação é a contraria.
Na
Tabela 5.3.9 são apresentados também os intervalos de confiança das vazões
calculadas com a metodologia de bootstrap diretamente nas vazões. Da mesma forma
como ocorrido na bacia do Quaraí, não foi possível calcular o intervalo de confiança das
vazões a partir do intervalo de confiança dos parâmetros já que o resultado é absurdo.
A sensibilidade na escolha da célula ótima para cada bacia pode ser observada
no Anexo 3, onde são apresentadas para cada bacia as distribuições ajustadas com a
célula ótima e a distribuição ajustada como uma série auxiliar composta pela média das
24 células mais próximas. Nela pode-se observar que para varias bacias o resultado é
diferente. Isto é devido a que a metodologia proposta para isto não é o suficientemente
robusta.
- 50 -
Tabela 5.3.9. Períodos de retorno de vazões de 100 anos segundo a distribuição de Gumbel calculados
mediante a nova distribuição para diferentes temperaturas do oceano da célula escolhida.
Distribuição proposta com diferentes temperaturas médias de
superfície do oceano
Código
da
Bacia
Distribuição de
Gumbel
26º 28º 30º
Vazão
(m
3
/s)
Intervalo de
confiança de
95%
(m
3
/s)
Vazão
(m
3
/s)
Intervalo de
confiança de
95%
(m
3
/s)
Vazão
(m
3
/s)
Intervalo de
confiança de
95%
(m
3
/s)
Vazão
(m
3
/s)
Intervalo de
confiança de
95%
(m
3
/s)
Quaraí
4682
[3811,5440]
3062 [2310,3607] 4290 [3559,4923] 5518 [4704,6291]
76460000 1307
[1085,1563]
930 [719,1145] 1210 [1001,1425] 1490 [1267,1734]
76440000 2214
[1940,2506]
1649 [1286,2041] 2483 [2160,2783] 3317 [2844,3704]
76310000 5710
[4460,7049]
1602 [186,2882] 4478 [3467,5437] 7354 [5884,8910]
75600000 1071
[849,1262]
1771 [1264,2169] 783 [555,878] * *
75185000 298
[252,341]
178 [141,223] 286 [252,325] 394 [346,450]
75155000 986
[824,1148]
893 [726,1036] 1019 [839,1186] 1145 [933,1351]
74900000 767 [693,832]
1683 [1016,2142] 935 [767,1053] 187 [*,563]
74750000 321 [272,364]
252 [178,298] 312 [267,348] 372 [310,433]
74700000 731 [654,805]
804 [713,866] 1206 [1009,1394] 1608 [1258,1954]
74600000 1384 [1222,1543]
* * 860 [603,1076] 2212 [1743,2660]
74470000 931 [770,1093]
676 [528,809] 1010 [841,1142] 1344 [1048,1553]
74460000 127 [107,147] 84 [44,102] 118 [88,127] 152 [118,167]
51.1 1530 [1167,1854]
* * 584 [109,858] 1732 [1405,2010]
Concluindo o capitulo se pode dizer que foi aplicada a mesma metodologia que
em 5.2 para as restantes bacias da região. Com os mesmos critérios para a eleição da
distribuição, Gumbel foi achada satisfatória para 13 das 14 bacias estudadas. Os
intervalos de confiança das vazões podem ser determinados com qualquer dos métodos
pospostos. Para todas as bacias foi achada uma célula do oceano Pacífico onde o teste
aplicado conclui que com uma significância superior ao 95% a distribuição proposta
consegue um melhor ajuste dos dados. Em 12 das 14 bacias, a distribuição de
freqüências com a série auxiliar de SST, fixando uma vazão extrema, prognostica uma
diminuição do período de retorno com um aumento da SST. Este resultado é coerente
com as relações descritas na revisão bibliográfica onde um aumento das temperaturas do
oceano Pacífico esta associada a aumentos das precipitações na região estudada. Em 4
bacias estudadas uma serie formada por a média das 25 células próximas à escolhida
apresentam resultados distintos.
- 51 -
6 Conclusões e recomendações.
Na presente dissertação foram analisados os ajustes, por meio de máxima
verossimilhança, de distribuições de freqüências GEV e Gumbel em 14 bacias do médio
rio Uruguai. Foram escolhidas as distribuições mais convenientes utilizando testes
estatísticos e critérios de aumento de incertezas na extrapolação ao agregar graus de
liberdade ao modelo. Diversas metodologias para estimar intervalos de confiança dos
parâmetros e das vazões forma analisadas. Estes intervalos de confiança representam as
incertezas do modelo e as estimações dos parâmetros enquanto a representatividade da
série (amostra). Finalmente a partir de um modelo estatístico baseado na distribuição de
Gumbel, com uma dependência linear do parâmetro de posição como series auxiliares
de temperatura média anual do oceano Pacífico, foram analisadas e quantificadas
relações entre períodos de retorno de vazões extremas e variabilidade climática das
temperaturas de superfície do oceano. Além disto, foram desenvolvidas metodologias
para estimar intervalos de confiança do novo modelo proposto. Conclusões e
recomendações para futuros trabalhos são apresentadas a seguir.
6.1 Conclusões
As séries de vazão máxima anual da maioria das bacias da região podem ser
ajustadas utilizando a distribuição de Gumbel. Isso tem a vantagem de que o fato de ter
um parâmetro a menos da GEV o que diminui as incertezas na extrapolação. A
estimação de vazões de alto período de retorno e seus intervalos de confiança, utilizando
a distribuição Gumbel, fica dentro do intervalo de confiança da mesma estimação
utilizando a distribuição GEV.
Podem-se utilizar quaisquer dos métodos propostos para calcular o intervalo de
confiança de vazões extremas utilizando a distribuição de Gumbel, já que resultados
utilizando os três métodos propostos foram da mesma ordem. O método de bootstrap
utilizado tem a vantagem de não supor distribuição das gerações enquanto que o método
da curvatura da superfície do logaritmo da função de máxima verossimilhança supõe a
- 52 -
sua normalidade. Alem disso o método de bootstrap aplicado diretamente nas vazões foi
o único capaz de calcular os intervalos do confiança do modelo proposto com séries
auxiliares de temperatura de oceano.
Existe uma região do oceano cujas séries de temperaturas de superfície
conseguem valores com significância superior ao 95% de supor que o modelo proposto
é um melhor ajuste aos dados de vazão máxima anual. Além disso, esta região apresenta
resultados coerentes com outros autores (Ropelewsky & Halpert (1987), Pisciottano et
al (1994), Mechoso & Iribarren (1992), Diaz et. al. (1998), Camilloni & Barros (2003),
Grimm et al. (2000)) de que existe uma relação positiva entre o aumento das vazões e
precipitações na região da Bacia do Prata com o aumento das temperaturas de superfície
do oceano na região. A relação é quantificada quanto aos períodos de retorno, mas o
método utilizado não tem a robustez necessária para assegurar a confiabilidade desse
valor.
Levando em conta as seguintes questões:
1.
A formação de uma enchente em bacias do tamanho das estudadas é um
processo complexo que geralmente necessita de: 1) precipitações prolongadas e
uniformemente distribuídas na área da bacia, e 2) condições antecedentes de
umidade do solo favoráveis.
2.
O ciclo anual de precipitações na região não apresenta épocas chuvosas, sendo
para qualquer mês do ano o valor do desvio padrão próximo ao valor da média
(Figura 4.1.3 e Diaz (1997)).
3.
As condições de umidade do solo favoráveis à formação de enchentes são mais
prováveis de ocorrer no inverno, já que o ciclo anual de evapotranspirações e
estável e apresenta um mínimo nos meses de inverno.
4.
Os meses onde é mais clara a teleconexão do ENSO (e as anomalias positivas de
precipitação) com as precipitações na região são na primavera – verão
(Ropelewsky & Halpert (1987), Pisciotano (1994), Diaz et al. (1997), Grimm et
al.(2000) e Grimm & Natori (2006)), e segundo Pisciotano (1994) e Diaz et al.
(1997)), mas podem existir outros mecanismos físicos de formação de
precipitações que geram anomalias não diretamente relacionados ao ENSO.
- 53 -
Pode-se concluir que os resultados da presente dissertação são apenas uma
quantificação (com baixo grau de precisão) do aumento da probabilidade de ocorrer
enchentes quando um episódio do ENSO ocorrer.
O modelo proposto utilizando as séries auxiliares de temperatura de oceano
agrega um parâmetro, mas o intervalo de confiança não aumenta nas proporções do que
aumenta ao agregar um parâmetro para passar de Gumbel a GEV.
6.2 Recomendações
Seria necessário complementar o estudo de relações entre vazões extremas na
Bacia do médio rio Uruguai e temperatura de superfície de oceano com uma análise
mais robusta, por exemplo, utilizando Componentes Principais. A partir de uma análise
mais robusta poderia ser mais confiável a quantificação da relação.
Levando em conta os resultados da influencia do oceano Atlântico com as
anomalias de precipitações na região de estudo (Pisciotano (1994), Diaz et al. (1997),
Grimm et al.(2000) e Grimm & Natori (2006)) o estudo deveria ser estendido
considerando as SST dois dos oceanos, juntas e por separado.
O estudo poderia ser ampliado considerando valores mensais ou considerando
séries com mais de um valor anual de vazão máxima. Poderiam ser explorados distintos
“lags” entre temperaturas de superfície de oceano e ocorrência das vazões extremas.
Um estudo similar aumentando a robustez do método poderia ser utilizado para
análises de aumento de vazões extremas frente a mudanças climáticas, por exemplo, a
partir de resultados de modelos em futuros cenários como os apresentados por Grimm &
Natori (2006).
- 54 -
7 Referencias bibliográficas.
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Anexo 1 - 1 -
Anexo 1, Ajustes das distribuições Gumbel e GEV, com
intervalos de confiança de 95% aos dados de vazão máxima
anual das bacias estudadas.
Para todos os casos
(1) Intervalos de confiança de 95% obtidos com a curvatura da superfície do logaritmo
da função de máxima verossimilhança.
(2) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nos
parâmetros.
(3) Intervalos de confiança de 95% obtidos com as técnicas de “bootstrap” nas vazões.
Bacia 84
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 90% (1) Dados Amos trais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 2 -
Bacia 76460000
0
500
1000
1500
2000
2500
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Bacia 76440000
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 3 -
Bacia 76310000
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Bacia 75600000
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 4 -
Bacia 75185000
0
100
200
300
400
500
600
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
100
200
300
400
500
600
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Bacia 75155000
0
500
1000
1500
2000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
500
1000
1500
2000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 5 -
Bacia 74900000
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuão Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amos trais
Intervalo de confiança 95% (2)
Bacia 74750000
0
100
200
300
400
500
600
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
100
200
300
400
500
600
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 6 -
Bacia 74700000
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Bacia 74600000
0
500
1000
1500
2000
2500
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 7 -
Bacia 74470000
0
500
1000
1500
2000
2500
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Bacia 74460000
0
50
100
150
200
250
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
50
100
150
200
250
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 1 - 8 -
Bacia 51.1
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
1 10 100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição Gumbel Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Distribuição GEV Intervalo de confiança 95% (3)
Intervalo de confiança 95% (1) Dados Amostrais
Intervalo de confiança 95% (2)
Anexo 2 - 1 -
Anexo 2, Valores da função de Deviança das células de SST para
cada bacia.
Bacia 84
Bacia 76460000
Anexo 2 - 2 -
Bacia 76440000
Bacia 76310000
Anexo 2 - 3 -
Bacia 75600000
Bacia 75185000
Anexo 2 - 4 -
Bacia 75155000
Bacia 74900000
Anexo 2 - 5 -
Bacia 74750000
Bacia 74700000
Anexo 2 - 6 -
Bacia 74600000
Bacia 74470000
Anexo 2 - 7 -
Bacia 74460000
Bacia 51.1
Anexo 3 - 1 -
Anexo 3, Analise da sensibilidade na escolha da célula ótima.
Bacia Quaraí
100
1100
2100
3100
4100
5100
6100
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=28º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio =28º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 76460000
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=28º Gumbel propo sta co m SSTpromedio=28º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 76440000
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=27º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=27º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Anexo 3 - 2 -
Bacia 76310000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=29º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=29º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 75600000
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=28º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=28º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 75185000
0
50
100
150
200
250
300
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propos ta com SST=27º Gumbel proposta com SSTpromedio=27º
Intervalo de confiaa 95% Intervalo de co nfiaa 95%
Anexo 3 - 3 -
Bacia 75155000
0
200
400
600
800
1000
1200
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=27º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=27º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 74900000
0
200
400
600
800
1000
1200
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=27º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=27º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 74750000
0
50
100
150
200
250
300
350
400
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=26º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=26º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Anexo 3 - 4 -
Bacia 74700000
100
200
300
400
500
600
700
800
900
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=26º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=26º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 74600000
100
300
500
700
900
1100
1300
1500
1700
1900
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=29º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=29º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 74470000
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=28º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=28º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Anexo 3 - 5 -
Bacia 74460000
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=28º Gumbel propo s ta co m SSTpromedio=28º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
Bacia 51.1
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
110100
Periodo de Retorno (anos)
Vazão (m
3
/s)
Gumbel propo s ta com SST=29º Gumbel propo sta com SSTpromedio =29º
Intervalo de co nfiaa 95% Intervalo de confiança 95%
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