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ROBSON MAGNO LIBERAL VÉRAS
CONSUMO, DIGESTIBILIDADES TOTAL E PARCIAL, PRODUÇÃO
MICROBIANA E EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA PARA MANTENÇA DE BOVINOS
NELORE
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, para obtenção
do título de Doctor Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
2006
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ROBSON MAGNO LIBERAL VÉRAS
CONSUMO, DIGESTIBILIDADES TOTAL E PARCIAL, PRODUÇÃO
MICROBIANA E EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA PARA MANTENÇA DE BOVINOS
NELORE
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, para obtenção
do título de Doctor Scientiae.
Aprovada: 03 de abril de 2006
Profª Rilene Ferreira Diniz Valadares
Profª Maria Ignez Leão
(Conselheira)
Profª Luciana Navajas Rennó
Prof. Edenio Detmann
Prof. Sebastião de Campos Valadares Filho
(Orientador)
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ii
A uma força que rege toda a natureza, a energia plena da qual derivamos, o
todo, chamado por vários nomes para nós: DEUS.
À Jacinete Liberal Véras (mainha), pelo amor incondicional e eterno apoio.
A Renaldo Véras da Silva (painho), pelo caráter.
À minha esposa Pollianna de Paula Almeida Véras e meu filho
Guilherme de Almeida Véras, pela presença ímpar em todos os momentos.
Aos meus irmãos:
Maria Edjane Liberal Véras,
Marta Lopes do Nascimento,
Edna Maria Liberal Véras Silvino,
Renaldo Véras Júnior e
Carla Janaína Liberal Véras.
iii
AGRADECIMENTO
À Universidade Federal de Viçosa, por intermédio do Departamento de
Zootecnia, pela realização deste curso.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Professor Sebastião de Campos Valadares Filho, por ter aceitado ser
meu orientador, pela atenção e dedicação em seu trabalho de pesquisador.
À Professora Maria Ignez Leão, pelos ensinamentos, pelo companheirismo,
pela realização de fistulação dos animais, pela atenção, pelo carinho e pela
companhia nos bons momentos de sua vida.
À Professora Rilene Ferreira Diniz Valadares, pela felicidade e paz que
sempre transmite, pela convivência, pela introdução das sondas para coleta de
urina, bem como pelos materiais de coleta.
À Professora Luciana Navajas Rennó, pela simplicidade e atenção em
todas as horas que precisei de seu conhecimento, pela disposição em sempre
ajudar durante este curso. Agora mais recentemente, ao seu cônjuge o Kaká, um
grande companheiro de pinga com manga.
Ao Professor Edenio Detmann, pela amizade, pelo apoio nesta tese e no
concurso a nossa aposta fica para a próxima vez.
Ao Professor Mário Fonseca Paulino, pelo grande caráter e pela grande
contribuição durante o exame de qualificação.
iv
Aos demais professores que contribuíram para a melhoria dos conhecimentos,
em especial, Professores Augusto César de Queiroz e Odilon Gomes Pereira.
À nova família que aprendi a respeitar, admirar e tomar com minha, meus
sogros Sr. Aurelino e D. Leni e aos cunhados Clystia, Bianca, Renata e Franco.
Agradeço pela acolhida sincera e carinhosa.
Aos amigos de Recife, Marcelo de Andrade, Sherlânea e Véras, Mércia e
Rinaldo, pelo apoio durante minha chegada em Viçosa.
Aos funcionários, Marcelo, Zé Geraldo, Pum e, em especial, ao Joélcio
Leão e família, pela confiança e amizade e ajuda nas coletas.
Ao Monteiro e D. Clara, pelo apoio e pelas inesquecíveis broas com cerveja.
Às grande amigas e companheiras de estudo, Marcinha, Amélia e Patrícia,
lembrarei sempre de todos os bons momentos, das comilanças e das festinhas.
Ao cabeção louco de Goiânia, Analívia por toda convivência e amizade
durante os experimentos. Também sempre lembrarei das noites de coleta total de
fezes, movidas a churrasco e cerveja.
Ao Linderberg, tranqüilo companheiro de viagem.
Aos amigos Anderson, Adriano Foca, Rafael e Sandro Mendonça,
parceiros de outras horas, que farão parte das lembranças de viver em Viçosa por
quase 5 anos.
Ao amigo Gladston, apesar de distante é o mais presente de todos.
Aos colegas da pelada da Rua Nova, Claudinho Cardoso, Chumbo,
Paulinho Arruda, Cagadinha, Márvio Lobão, Daniel, Aurimar e família, Marcelo e
família, João Carlos, Ciro, Marcelo Villela e Deofram.
Aos amigos e colegas de disciplina que ajudaram durante o curso, Daniel &
Janaína, Douglas Pina, Pedro Veiga (“Viegas”), Helenice & Lincoln (pelas análises
no laboratório de reprodução).
Aos estagiários Marcos Marcondes, Majorie, Claudinha, Daniela, Terrão” e
Mozart, pela intermináveis coletas e análises.
À Flávia Valadares, grande amiga com quem aprendi olhar o mundo de
forma diferente.
v
Às famílias Azevedo, José Augusto, Karine, Arthuzinho (Tu) e Juliana, e
Pimentel, Jobson, Patrícia, Flavinha e Laurinha, pelo bons momentos e pelo apoio.
À Luciana Fontes, tutora competente na fase inicial do Guilherme na creche A
Ciranda, pelo amor, zelo e carinho incomensuráveis, e sua família, por receber e cuidar
do Guilherme nos árduos fins de semana despendidos na finalização desta tese.
Aos amigos Douglas, Kátia e Gabriel, pelo grande companheirismo em
bons momentos familiar, principalmente do nossos filhos.
Aos companheiros da República Zona da Mata Paulão, “Bitoca”, Bruno
Lambari, Fabio Becaline Balabam, Rafael Mosca, Rodrigo Negão, Josué e
Wellignton Cumaru.
Às pessoas do convívio fora da Zootecnia, os Bactérias, Airton (Maradona),
Luiz (Tuta), Fernando, Dudu, Rinaldo (jacaré), Missão, Ravel, Torresmo, pelas
boas festas e pelo compaheirismo, e às agregadas da turma, Jamile, Fernandinha,
Daniela, Mirlane e Ariadjene.
Ao amigo e colega de instituição Hugo Haas, o violeiro das madrugadas de
coleta.
Aos colegas da pós-graduação, Mônica Paixão, Chizotti e Fernanda,
Marinaldo, Fernando Leonel (“Rufião”), Marcos Bonfim, Alaor, Eduardo Kling e
Camila, “Magajanes” (Karla), Giorgia, Talita, Tucano, Roberta e Emerson, Fred,
Fernando Bernardino e Biatris.
Aos amigos da Rural de Recife, Marco Túlio, Janaína, Carla Mattos,
Karlinha, Sólon e Betinha, Lebre, Kaliandra, Ricardinho, Cibeli, Júlio, Airon,
Edneia, Daniela, Laura e Leandro.
Ao casal Fernanda e Renius Mello, por tudo e pelo carinho ao meu filho.
Aos amigos Kênia Marcelino e Gelson Difante, pelo zelo durante a gravidez
de Guilherme e pela sincera amizade.
À D. Maria do Carmo, nossa fiel e querida secretária, que cuidou de nós
com tanto carinho.
vi
BIOGRAFIA
ROBSON MAGNO LIBERAL VÉRAS, filho de Renaldo Véras da Silva e
Jacinete Liberal Véras, nasceu em Afogados da Ingazeira, estado do Pernambuco,
aos trinta dias do mês de agosto de 1974.
Graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal Rural do
Pernambuco em janeiro de 2001.
Concluiu o curso de Mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal
Rural do Pernambuco em agosto de 2002.
Em setembro de 2002, iniciou o Programa de Doutorado em Zootecnia na
Universidade Federal de Viçosa - MG, na área de Nutrição de Ruminantes.
Em março de 2006, foi contratado como professor da disciplina de
Nutrição Animal da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA,
Parauapebas - PA.
Em 03 de abril de 2006, submeteu-se à defesa de tese.
vii
CONTEÚDO
Página
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ix
ABSTRACT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
xii
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
Níveis de concentrado na dieta de bovinos Nelore de três
condições sexuais: consumo, digestibilidades total e parcial,
produção microbiana e parâmetros ruminais . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
RESUMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
ABSTRACT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
16
Material e Métodos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
17
Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
21
Conclusões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
34
Literatura Citada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
35
Balanço de compostos nitrogenados e estimativas das
exigências de proteína de mantença de bovinos Nelore de três
condições sexuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
40
viii
RESUMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
40
ABSTRACT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
42
Material e Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
44
Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
50
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
65
Literatura Citada. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
66
Balanço de compostos nitrogenados e estimativas das
exigências de proteína de mantença de bovinos Nelore de três
condições sexuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
71
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
71
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
72
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
73
Material e Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
74
Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
79
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
83
Literatura Citada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
84
3. RESUMO E CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
86
4. APÊNDICE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
88
ix
RESUMO
VÉRAS, Robson Magno Liberal, D.S., Universidade Federal de Viçosa, abril de
2006. Consumo, digestibilidades total e parcial, produção microbiana e
exigências de proteína para mantença de bovinos Nelore. Orientador:
Sebastião de Campos Valadares Filho. Conselheiros: Maria Ignez Leão e
Mário Fonseca Paulino.
Na realização desta pesquisa, foram conduzidos dois experimentos no
período de maio a novembro de 2004. Cada período experimental teve duração de
15 dias nove para adaptação às dietas e seis para as coletas. No primeiro, doze
bovinos Nelore de três condições sexuais (CS), sendo quatro fêmeas, quatro
machos castrados e quatro machos não-castrados, com idade aproximada de 15
meses e peso vivo médio de 235, 249 e 239 kg, respectivamente, foram
distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 3,
sendo dois níveis de concentrado (25 ou 50%) e três CS, objetivando-se estudar o
consumo, a digestibilidade total e parcial dos nutrientes, a produção microbiana e
os parâmetros ruminais. A produção de matéria seca fecal e os fluxos de matéria
seca (MS) no duodeno foram estimados com o óxido crômico. As coletas de
líquido ruminal, para determinar o pH e a concentração de amônia, foram
realizadas antes do fornecimento da dieta e 2, 4 e 6 horas após a alimentação e,
x
para isolar os microrganismos ruminais, 6 horas após o fornecimento da dieta.
Não houve interação significativa entre níveis de concentrado e CS para nenhum
dos consumos observados e também para as digestibilidades aparentes totais e
parciais dos nutrientes, com exceção do EE. Os consumos de MS, MO, EE, PB,
NDT, em kg/dia, e de MS em % do PV ou em g/kg
0,75
, não foram influenciados
pelos níveis de concentrado ou CS. O aumento do nível de concentrado reduziu a
digestibilidade da FDN. Os teores médios de N nas bactérias variaram de 6,91 a
7,39% da MS. O fluxo de nutrientes e a eficiência microbiana, expressa de diferentes
formas, com exceção de gNmic/kgMODR, não foram influenciados pelos níveis de
concentrados e CS. A concentração de NH
3
máxima de 14,55 mg/dL foi estimada
1,83 horas após a alimentação. Concluiu-se que o aumento dos níveis de
concentrado na dieta não resultou em respostas positivas para os consumos, as
digestibilidades parciais e totais da maioria dos nutrientes e a produção microbiana.
No segundo experimento, objetivou-se avaliar os consumos, as digestibilidades
totais e parciais da MS, MO, PB, EE, FDN e CNF, a produção microbiana, os
parâmetros ruminais, o balanço de nitrogênio, e as exigências de proteína para
mantença, em doze bovinos Nelore, fistulados no rúmen e duodeno, de três (CS),
sendo quatro fêmeas, quatro machos castrados e quatro machos não-castrados,
com idade aproximada de 16 meses e peso vivo médio de 254,8; 285,1 e
265,6 kg, respectivamente, distribuídos em três quadrados latinos 4 x 4, sendo
quatro animais, quatro níveis de proteína bruta (7, 10, 13 e 15%) e quatro
períodos. As amostras foram incubadas em um animal de cada condição sexual,
para se estimar a degradabilidade dos ingredientes. O pH e a concentração de
amônia foram determinados antes e após a alimentação e, para isolar os
microrganismos ruminais, coletas de digesta ruminal foram efetuadas 6 horas
após o fornecimento da dieta. As concentrações de uréia foram estimadas na
urina e no soro sangüíneo. A produção de MS fecal e os fluxos de MS no duodeno
foram estimados com a fibra em detergente acido indigestível. A coleta total de
urina de cada animal foi realizada do 13
o
ao 14
o
dia de cada período. O nitrogênio
metabólico fecal (NMF) foi estimado por regressão entre o N absorvido (Y) e a
ingestão de N (X), expressos em g/kg MS. Para nenhum dos consumos dos
xi
nutrientes, houve efeito significativo da interação quadrado latino (condição
sexual) e níveis de proteína nas dietas. Os consumos diários de todos os
nutrientes foram influenciados pelos níveis de PB das dietas, com exceção do EE
e CNF. As digestibilidades totais da MS, MO, PB, FDN e CNF foram influenciadas
pelos níveis de PB nas dietas, assim como houve aumento das concentrações de
uréia no soro (US), nitrogênio uréico no soro (NUS) e uréia na urina (UU). Ao
contrário do pH, houve interação entre níveis de PB na dieta, e tempos de coleta,
para o NH
3
. Os consumos, as digestibilidades dos nutrientes e a produção
microbiana, como também as digestões ruminais, com exceção da PB, não foram
influenciados pela condição sexual. Conclui-se que as digestibilidades totais da
maioria dos nutrientes foram incrementadas com o aumento do teor de PB nas
dietas. Houve efeito da condição sexual apenas sobre o nitrogênio ingerido,
observando-se maior consumo para os machos castrados em relação às fêmeas.
A ingestão de compostos nitrogenados, a excreção fecal e urinário e o balanço de
compostos nitrogenados aumentaram linearmente com os teores dietéticos de PB.
Foram registrados valores de 6,69 de gN/kgMS ingerida e 0,133 gN/kg
0,75
para o
NMF e nitrogênio endógeno urinário (NEU), respectivamente. A exigência líquida
de proteína foi estimada em 0,431 gN/kg
0,75
ou 2,69 g de proteína/ kg
0,75
.
As
exigências de proteína metabolizável para mantença, de 4,0 g/kg
0,75
, não variaram
para animais Nelore de diferentes condições sexuais.
xii
ABSTRACT
VÉRAS, Robson Magno Liberal, D.S., Universidade Federal de Viçosa, April 2006.
Intake, partial and tract total digestibility, microbial protein synthesis
and metabolizable protein requirements for maintenance of Nellore
bovines. Adviser: Sebastião de Campos Valadares Filho. Committee
members: Maria Ignez Leão and Mário Fonseca Paulino.
Two trials were conducted from May to November 2004. Each experimental
period lasted 15 days nine for diet adaptation and six for collections. In the first
experiment, twelve Nellore of three sexual categories (four heifers, four bulls and
four steers) averaging 15 months of age and body weight of 235, 249, and 239 kg,
respectively, were assigned to a completely randomized design with a 2 x3
factorial arrangement (two levels of concentrate 25 or 50% and three sexual
categories) to evaluate intake, partial and total tract digestibility of nutrients,
microbial protein synthesis and ruminal metabolism. The estimation of both fecal
excretion of DM and duodenal DM flow was done using chromium oxide. The
collection of ruminal fluid was done at and 2, 4, and 6 hours after-feeding to
determine pH and ammonia concentration. Ruminal samples for bacterial isolation
also was collected 6 hours post-feeding. With the exception of EE, no other
significant effect of concentrate levels and sexual categories was observed on
intake and partial or total tract digestibility of nutrients. The intakes of DM, OM, EE,
CP, TDN (kg/day) and DM (% BW or g/kg
075
) were neither affected by the
xiii
concentrate levels nor by sexual category. Increasing dietary concentrate levels
decreased NDF digestibility. Average bacterial N contents ranged from 6.91 to
7.39. No significant effect of concentrate levels and sexual category was observed
on duodenal flow of nutrients and microbial efficiency excepted when expressed as
MicN/kgOMDR. Maximum ruminal NH
3
concentration (14.55 mg/dL) was estimated
at 1.83 hours after-feeding. It was concluded that increasing dietary concentrate
levels did not affect intake, partial and total tract digestibility of most nutrients and
microbial protein synthesis. In the second experiment, twelve Nellore bovines
fistulated in the rumen and duodenum were allotted to three Latin squares (four
animals, four CP levels: 7, 10, 13, and 15% and four periods) to evaluate the
intake, partial and total tract digestibility of DM, OM, CP, EE, NDF, and NFC,
microbial protein synthesis, ruminal metabolism, nitrogen balance and
metabolizable protein requirements for maintenance. The samples were ruminally
incubated in each sexual category to estimate total tract digestibility of ingredients.
The collection of ruminal fluid was done at and after-feeding to determine pH and
ammonia concentration. Ruminal samples for bacterial isolation also was collected
at and 6 hours post-feeding. The urea concentrations were estimated in the urine
(UU) and blood serum (US). Estimation of fecal DM output and duodenal DM flow
was done using the internal marker indigestible acid detergent fiber. Total
collection of urine was conducted from day 13 to day 14 on each period. Metabolic
fecal nitrogen, urinary endogenous losses and total endogenous losses were all
estimated using a regression approach. Para nenhum dos consumos dos
nutrientes, houve efeito significativo da interação quadrado latino (condição
sexual) e níveis de proteína nas dietas. With the exception of EE and NFC, no
other significant effect of dietary CP levels on daily intake of all nutrients was
observed. Increasing dietary CP levels affected (P<0.05) total tract digestibility of
DM, OM, CP, NDF, and NFC digestions and also resulted in higher concentrations
of US, NUS, and UU. Differently from pH results, significant effect (P<0.05) of
dietary protein levels x collection times interaction on ruminal NH
3
was observed.
With the exception of CP, significant effects of sexual category neither on intake,
total tract digestibility of nutrients, microbial protein synthesis nor on ruminal
xiv
digestion were observed. It was concluded that increasing dietary CP levels
affected intake and total tract digestibility of most nutrients. Significant effect of
sexual category was observed only for N intake that was greater for steers than
heifers. Nitrogen intake, urinary and fecal N excretions and N balance all increased
linearly when the dietary CP varied from 7 to 15%. It was observed NMF of 6.69 of
N/kg ingested DM and NUE of 0.133 g N/kg
0.75
. The net protein requirement was
estimated as 0.431 gN/kg
0.75
or 2.69 g of protein/kg
0.75
. No effect of sexual
categories on metabolizable protein requirements for maintenance (approximately
4.0 g/kg
0.75
) was observed in this trial.
1
1. INTRODUÇÃO
A composição genética de aproximadamente 80% do rebanho bovino
brasileiro é composta parcialmente por raças zebuínas. A raça Nelore, que
constitui cerca de 100 milhões de cabeças, é a principal destinada à produção de
carne no país (Sainz et al., 2004).
O aspecto nutricional é um dos principais fatores que afeta o desempenho
animal. O desenvolvimento de programas de alimentação que buscam conhecer
com maior precisão as interações e o impacto produzidos pelo uso de diferentes
níveis de concentrado, bem como os ingredientes da dieta, sobre o consumo
voluntário e a utilização de nutrientes no trato gastrintestinal de bovinos Nelore de
diferentes condições sexuais, é fundamental para a maximização da eficiência de
aproveitamento dos alimentos e implementação de sistemas eficientes de
produção.
Trabalhos com bovinos Nelore comparando consumo, digestibilidades total
e parcial, produção microbiana, balanço de nitrogênio, exigência de proteína
metabolizável para mantença e parâmetros ruminais, bem como outras variáveis
nutricionais, entre animais de condição sexual diferente, são escassos. Na
literatura existem somente avaliações de machos castrados ou não-castrados, ou
fêmeas isoladamente, com menor número de observações.
Segundo Paulino et al. (2001), a produção animal é função do consumo e
do valor nutritivo dos alimentos, sendo a eficiência de utilização diretamente
2
associada ao consumo de matéria seca digestível, quando os teores dietéticos de
proteína, minerais, vitaminas e outros fatores nutricionais são adequados. De
acordo com Mertens (1994), a ingestão de matéria seca também é influenciada
por fatores psicogênicos, que envolvem a resposta comportamental do animal
frente a fatores inibidores ou estimuladores no alimento ou no manejo alimentar,
que não estão relacionados ao valor energético do alimento, nem ao efeito do
enchimento.
Além do consumo adequado do alimento, há necessidade do conhecimento
da composição química dos alimentos, bem como a sua digestibilidade, que
proporciona a obtenção do valor energético das dietas e a utilização dos nutrientes
pelos animais, o que é obtido por meio de estudos de digestão. Coelho da Silva &
Leão (1979) relataram que a digestibilidade é característica do alimento e indica a
porcentagem de cada nutriente do alimento utilizado pelo animal. Contudo, a
inclusão de um ingrediente em determinada ração pode modificar sua digestão,
em razão do efeito associativo entre alimentos (Coelho da Silva & Leão, 1979;
Slabbert et al., 1992; Moore & Sollemberger, 1997), e o local de digestão no trato
gastrintestinal (Merchen et al., 1997).
O método convencional de determinação da digestibilidade, com coleta total
de fezes, é laborioso e, em determinadas circunstâncias, inviável. De acordo com
Judkins et al. (1990), a técnica in vitro tem como principais limitações a
impossibilidade de se quantificarem o efeito associativo, o nível de consumo, as
diferentes taxas de passagens e a composição química variável das dietas, em
comparação aos estudos in vivo. Vários autores, recentemente, avaliaram os
indicadores internos e externos, em busca de estimativas mais confiáveis de
produção fecal, fluxo duodenal e digestibilidades total e parcial (Berchielli et al.,
2005; Dias, 2005; Oliveira Jr. et al., 2004).
Nas avaliações de níveis de concentrado na dieta de ruminantes,
observam-se resultados variados. Tem-se constatado desde aumento linear no
consumo de MS a efeito quadrático ou então ausência de efeito para a ingestão
de MS. Assim, a premissa de que a participação do concentrado pode contribuir
para elevar o consumo de matéria seca, melhorando o desempenho dos animais,
3
não é totalmente compreendida, pois dependerá do grupo genético e da dieta
ofertada, além de outros fatores (Silva, 2001). Nesse sentido, Ítavo et al. (2002),
em estudo com Nelore não-castrados, avaliando níveis de concentrado ou
proteína, obtiveram maiores consumos de nutrientes com dietas de 40 a 60% e 20
a 40% de concentrado, respectivamente, nas fases de recria e terminação.
Diferentemente, Ladeira et al. (1999a), em estudo com bovinos Nelore não-
castrados, utilizando níveis crescentes de concentrado na dieta, observaram
aumento dos consumos de MS, MO e NDT e redução do consumo de FDN com a
elevação dos níveis de concentrado na dieta.
A deficiência ou o excesso de proteína pode influir na regulação do
consumo. O incremento do conteúdo de proteína na dieta de ruminantes, sem o
devido balanceamento energético, pode resultar em maior absorção de compostos
nitrogenados (amônia) na fase pré-gástrica da digestão. Esse fato se deve à
degradação da proteína no rúmen e absorção de amônia em quantidades que
acarretam aumento na quantidade de uréia eliminada através da urina (Coelho da
Silva & Leão, 1979).
Nesse sentido, Cavalcante et al. (2005), ao fornecerem dietas com 10,5 a
15% de PB na MS, para novilhos mestiços Holandês x Zebu, observaram que não
houve efeito nos consumos de MS, MO, FDN e NDT e que as digestibilidades
aparentes totais de MS, MO e PB aumentaram linearmente. Nenhum efeito foi
verificado para as digestibilidades ruminal e intestinal, com exceção da
digestibilidade intestinal da PB, que aumentou 2,27 unidades para cada percentual
de aumento na PB na dieta. Esses resultados corroboram os de Alves (2001),
Rennó (2003) e Detmann et al. (2005), em que os consumos e as digestões totais
e parciais dos nutrientes não foram afetados pelos níveis dietéticos de proteína
bruta.
Pereira et al. (2005) comentaram sobre a importância dos teores ótimos de
proteína degradada no rúmen (PDR) e não-degradada no rúmen (PNDR) em
relação ao consumo de proteína total, antes de se alterarem os teores de PB na
dieta, pois, de acordo com NRC (2001), quantidades adequadas de PDR são
4
necessárias para a ótima eficiência de síntese microbiana, com mínima
quantidade de proteína dietética.
Roseler et al. (1993), estudando diferentes proporções de PDR e PNDR
para atender às exigências descritas no NRC (1989), na seguinte proporção: dieta
A, 80, 80%; dieta B, 100, 100%; dieta C, 120, 80%; D, 100, 120%; e dieta E, 120,
120% para PDR e PNDR, respectivamente, observaram para dieta B o valor de
14,8 mg/dL de nitrogênio uréico no plasma (NUP). Para a dieta A, com deficiência
de PDR e PNDR, ocorreu diminuição do NUP para 8,2 mg/dL, enquanto para as
dietas C e D, isonitrogenadas, o desbalanço entre PDR e PNDR elevou as
concentrões de NUP para 16,5 e 17,8 mg/dL, respectivamente.
Em alimentos onde há hidrólise da proteína por enzimas endógenas e
microbianas, pode ocorrer aumento da fração nitrogenada não-protéica (NNP), que
pode ser rapidamente utilizada. A falta de sincronização com a liberação de energia
acarreta inadequado aproveitamento do nitrogênio dos alimentos pelos animais,
colaborando para a suposição de que o desempenho animal pode ser limitado pelo
consumo de PNDR (Fontaneli et al., 2002). A proteólise é a hidrólise da proteína para
aminoácidos e a sua degradação a aminas (amônia), resultando no aumento da
quantidade de NNP, em detrimento da proteína verdadeira (Van Soest, 1994).
Para contornar esses problemas, têm sido utilizados diferentes indicadores
bioquímicos, destacando-se os teores de nitrogênio uréico no soro (NUS), que
dependem do metabolismo energético e protéico intra-ruminais e, em animais
hígidos, são bons indicadores do balanço entre esses componentes da dieta
(Eicher et al., 1999).
A determinação dos teores de NUP é adequada para monitorar a nutrição e
prevenir transtornos de origem metabólica. Estes parâmetros bioquímicos são
úteis para adequação de dietas, visando ganhos em produção (nos casos de
insuficiente fornecimento de proteínas) e nas situações envolvendo perdas
econômicas decorrentes da inclusão de nitrogênio acima das quantidades exigidas
(Peres, 2001).
Além do entendimento acerca do valor nutritivo dos alimentos, atualmente,
outro fator importante na nutrição de ruminantes é o conhecimento da produção
5
microbiana. Os ruminantes recebem de 40 a 80% de necessidades diárias de
aminoácidos do fluxo de proteína microbiana para o intestino, que pode ser
afetado por diferentes fatores (Sniffen & Robinson, 1993), destacando-se: pH, taxa
de passagem, nível de consumo, freqüência de alimentação, qualidade da
forragem, tamanho de partícula, relação volumoso:concentrado (Hoover & Stokes,
1991) e suprimento de proteína degradada no rúmen (Firkins et al., 1998).
Alta produção microbiana diminui a necessidade de suplementação com
proteína dietética não-degradada no rúmen, o que torna desejável sua
maximização. A proteína microbiana pode suprir entre 50 e 100% da proteína
metabolizável exigida para bovinos de corte (NRC, 1996).
A relação entre a exigência de compostos nitrogenados e energia deve ser
mais bem quantificada, pois influi no crescimento microbiano e,
conseqüentemente, no desempenho animal. De acordo com Sniffen & Robinson
(1993), o fluxo da matéria microbiana proveniente do rúmen é o resultado de
diversos processos, entre os quais o crescimento microbiano provavelmente é o
mais importante, pois sem este parâmetro não pode haver escape. No entanto,
escape também incorpora a reciclagem microbiana dentro do rúmen, cinética de
líquidos e partículas, taxa e extensão de digestão de alimentos concentrados,
associação microbiana com a ingesta, entre outros.
As atividades dos microrganismos ruminais permitem que os ruminantes
utilizem carboidratos como fonte energética e nitrogênio não-protéico como fonte
protéica (Zeoula et al., 2002). O metabolismo microbiano no rúmen é,
primariamente, regulado pela quantidade e taxa de hidrólise de carboidratos, que
depende de sua forma físico-química. Os carboidratos provêem ainda esqueletos
de carbono e energia, na forma de ATP, para a síntese microbiana.
Nesse sentido, Cardoso et al. (2000), avaliando os efeitos dos níveis de
concentrado na dieta de novilhos sobre a eficiência microbiana, expressa em
gNmic/kgMODR, gNmic/kgCHODR, gMSmic/kg CHODR e gPBmic/100 g NDT,
observaram que essas não foram influenciadas pelos níveis de concentrado, em
decorrência do baixo nível de consumo. Dias et al. (2000) não verificaram
diferença da eficiência microbiana, expressa nas mesmas formas e com
6
semelhantes níveis de concentrado na dieta de novilhos. Sniffen & Robinson
(1993) afirmaram que o crescimento microbiano máximo é atingido com 70% de
volumoso, em virtude de melhor pH, da taxa de renovação e das condições para a
colonização.
A produção microbiana, assim como os resultados obtidos, tem sido expressa
de forma variada: 125,0 g PBbact/kg NDT, Ribeiro et al. (2001);
36,90 g Nmic/kg MODR, Valadares (1997); 28,45 g Nmic/kg MOVDR, Koenig et al.
(2003); e 128,72 g PBbact/kg NDT (Magalhães et al., 2005). O NRC (1996), que
expressa e eficiência em função do NDT, adotou o valor médio de 13 g PBMic/100 g de
NDT.
As desordens metabólicas que, muitas vezes, ocorrem no rúmen são
ocasionadas pela falta de balanço e de controle no ambiente ruminal. O
desbalanço pode decorrer do uso de alimentos ou substâncias a que a flora
ruminal não está adaptada, ou do excesso de carboidratos não-fibrosos (amido e
sacarose) que produzem ácido láctico, diminuindo o pH do rúmen (Van Soest,
1994). De acordo com Hoover & Stokes (1991), a faixa de pH entre 5,5 e 7,1 seria
ideal para o máximo crescimento microbiano. Porém, Ladeira et al. (1999b),
avaliando a influência dos níveis de concentrado pH do fluido ruminal em novilhos
Nelore, recebendo 25,0 a 75% de concentrado, observaram decréscimo linear de
5,51 e 6,83. Este baixo pH acarretou diminuição da digestibilidade da FDN e
menor produção bacteriana no rúmen dos animais alimentados com altos níveis
de concentrado.
A disponibilidade de carboidratos promove o uso de amônia na síntese de
aminoácidos e no crescimento microbiano. Na literatura observa-se variação no
nível mínimo de amônia para que ocorra máxima produção microbiana. Segundo
Satter & Slyter (1974), para máxima fermentação ruminal, são necessários,
aproximadamente, 5 mg N-NH
3
/dL de fluido ruminal, no entanto, a capacidade da
bactéria para síntese de proteína e captura de amônia depende principalmente da
taxa de fermentação de carboidratos. Tem-se observado aumento nas
concentrações de amônia, com o acréscimo do teor de PB na dieta, mas, se
ocorrer aumento no NDT dietético, este efeito é minimizado.
7
Segundo Ribeiro et al. (2001), a avaliação das concentrações de amônia
permite o conhecimento do desbalanceamento na digestão da proteína, pois,
quando altas concentrações de amônia, pode ocorrer excesso de proteína
dietética degradada no rúmen e, ou, baixa concentração de carboidratos
degradados no rúmen.
A determinação do balanço de compostos nitrogenados (CN) permite
quantificar as perdas de proteína pelo organismo animal. Valadares (1997),
avaliando quatro níveis de proteína (7,0; 9,5; 12,0 e 14,5), obteve menor balanço
de CN para o teor de 7,0% de PB em relação aos demais, que não diferiram entre
si. Da mesma forma, Rennó (2003), trabalhando com níveis de uréia ou grupos
genéticos de bovinos, concluiu que o balanço de N não foi afetado pela inclusão
de uréia em níveis crescentes, porém, quando comparado a outros grupos
genéticos, o balanço de N para Zebu foi menor.
A determinação das exigências de proteína, seja para mantença,
crescimento, gestação ou lactação, é tão importante quanto os níveis de
concentrado, produção microbiana, balanço de nitrogênio e parâmetros ruminais
(Paulino et al., 2004; Valadares Filho et al., 2005).
A demanda de proteína para mantença de um bovino é semelhante às
perdas metabólicas fecais e urinárias, como também às de proteína por
descamação. A quantificação dessas perdas é relativamente difícil, principalmente
em relação às perdas metabólicas fecais, uma vez que é necessário separar as
perdas microbianas nas fezes das verdadeiras perdas metabólicas fecais, o que
exige um procedimento mais laborioso.
O NRC (1996) adotou, a partir do trabalho de Wilkerson et al. (1993), valor
diário de exigência de proteína metabolizável para mantença de
3,8 g/kg PV
0,75
, ao passo que Valadares (1997), em novilhos anelorados, valor de
4,13 g/kg
0,75
.
Diante do exposto, objetivou-se:
§ avaliar os efeitos dos níveis de concentrado (25 e 50%) na dieta de bovinos
Nelore de três condições sexuais (fêmeas, machos castrados e machos
8
não-castrados) sobre os consumos, as digestibilidades totais e parciais, a
produção microbiana e os parâmetros ruminais;
§ avaliar os efeitos dos níveis de proteína bruta (7, 10, 13 e 15%) na dieta de
bovinos Nelore de três condições sexuais (fêmeas, machos castrados e machos
não-castrados) sobre os consumos, as digestibilidades totais e parciais, a
produção microbiana, a degradabilidade e os parâmetros ruminais; e
§ estimar o balanço de nitrogênio e as exigências protéicas para mantença de
bovinos Nelore de três condições sexuais (machos castrados, machos não-
castrados e fêmeas).
Os trabalhos, a seguir, foram elaborados conforme normas da Revista
Brasileira de Zootecnia.
9
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14
Níveis de concentrado na dieta de bovinos Nelore de três condições sexuais:
consumo, digestibilidades total e parcial, produção microbiana e parâmetros
ruminais
RESUMO - Doze bovinos Nelore de três condições sexuais (CS) quatro
fêmeas, quatro machos castrados e quatro machos não-castrados com idade
aproximada de 15 meses e peso vivo médio de 235, 249 e 239 kg, respectivamente,
foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2
x 3, sendo dois níveis de concentrado (25 ou 50%) e três condições sexuais,
objetivando-se estudar o consumo, a digestibilidade total e parcial dos nutrientes, a
produção microbiana e os parâmetros ruminais. A produção de MS fecal e os fluxos
de MS no duodeno foram estimados com o óxido crômico. As coletas de líquido
ruminal, para determinar o pH e a concentração de amônia, foram realizadas
imediatamente antes do fornecimento da dieta e 2, 4 e 6 horas após a alimentação.
Para isolar os microrganismos ruminais, coletas de digesta ruminal foram realizadas 6
horas após o fornecimento da dieta. Não houve interação significativa de níveis de
concentrado e CS para nenhum dos consumos observados. Os consumos de MS,
MO, EE, PB, NDT, em kg/dia, e de MS em % do PV ou em g/kg
0,75
, não foram
influenciados (P>0,05) pelos níveis de concentrado ou condições sexuais. Não
houve interação (P>0,05) de níveis de concentrados × CS para as digestibilidades
aparentes totais e parciais dos nutrientes, com exceção do EE. O aumento do nível
de concentrado reduziu a digestibilidade da FDN. Os teores médios de N nas
bactérias variaram de 7,39 a 6,91%. O fluxo de nutrientes e a eficiência microbiana
expressa de diferentes formas, com exceção de gNmic/kgMODR, não foram
influenciados (P>0,05) pelos níveis de concentrados e CS. A concentração de NH
3
máxima de 14,55 mg/dL foi estimada 1,83 horas após a alimentação. Concluiu-se que
o aumento dos níveis de concentrado na dieta não resultou em respostas positivas
para os consumos, as digestibilidades parciais e totais da maioria dos nutrientes e a
produção microbiana.
Palavras-chave: fêmea, macho castrado, macho não-castrado, pH ruminal, NH
3
15
Increasing dietary concentrate levels for Nellore of three sexual categories:
intake, partial and total tract digestibility, microbial protein synthesis and
ruminal metabolism
ABSTRACT - Twelve Nellore of three sexual categories (four heifers, four bulls
and four steers) averaging 15 months of age and body weight of 235, 249, and 239
kg, respectively, were assigned to a completely randomized design with a 2 x3
factorial arrangement (two levels of concentrate 25 or 50% and three sexual
categories) to evaluate intake, partial and total digestibility of nutrients, microbial
protein synthesis and ruminal metabolism. The estimation of both fecal excretion of
DM and duodenal DM flow was done using chromium oxide. The collection of
ruminal fluid was done at 2, 4, and 6 hours after-feeding to determine pH and
ammonia concentration. Ruminal samples for bacterial isolation also was collected
at and 6 hours post-feeding. With the exception of EE, no other significant effect of
concentrate levels and sexual categories was observed on intake and partial or
total tract digestibility of nutrients. The intakes of DM, OM, EE, CP, TDN (kg/day)
and DM (% BW or g/kg
075
) were neither affected by the concentrate levels nor by
sexual category. Increasing dietary concentrate levels decreased NDF digestibility.
Average bacterial N contents ranged from 6.91 to 7.39. No significant effect of
concentrate levels and sexual category was observed on duodenal flow of nutrients
and microbial efficiency excepted when expressed as MicN/kgOMDR. Maximum
ruminal NH
3
concentration (14.55 mg/dL) was estimated at 1.83 hours after-
feeding. It was concluded that increasing dietary concentrate levels did not affect
intake, partial and total tract digestibility of most nutrients and microbial protein
synthesis.
Key Words: bulls, heifers, ruminal ammonia, ruminal pH, steers
16
Introdução
O rebanho bovino nacional é composto aproximadamente por 165 milhões
de cabeças, dos quais 33,5 são novilhas e 31,5, novilhos de 1 a 3 anos (Anualpec,
2005). Os animais em confinamento e semiconfinamento somam,
aproximadamente, 5 milhões de cabeças, com perspectivas de crescimento neste
contingente e, por conseguinte, na utilização de concentrados, para maximizar os
ganhos e reduzir o tempo de permanência dos animais nessas condições. Apesar
de a arroba produzida ser mais cara que aquela produzida a pasto, o importante
para o pecuarista é o custo médio por arroba produzida na fazenda e o seu
desfrute, e não somente o custo de uma fase, como é a engorda de bovinos em
confinamento (Lacôrte, 2002).
O controle da ingestão de alimento é o resultado de vários mecanismos
inter-relacionados, integrados na resposta final de alimentação. A ingestão de
matéria seca (IMS) é controlada por fatores fisiológicos, físicos e psicogênicos
(Van Soest, 1994; Valadares, 1997). Dias et al. (2000) afirmaram que a
dominância de um mecanismo de controle de consumo sobre o outro pode estar
associado à qualidade da dieta, em termos de conteúdo energético e
digestibilidade, mas sua correlação com o consumo poderá ser positiva ou
negativa. Sob dietas de alta digestibilidade, o consumo será menor quanto mais
digestível for o alimento, pois o animal terá atendido suas exigências energéticas
com menores níveis de consumo. Por outro lado, o consumo de dietas de baixa
qualidade será maior quanto menor for a digestibilidade do alimento (Van Soest,
1994).
A otimização da fermentação ruminal, juntamente com a maximização da
eficiência de síntese de proteína microbiana, tem sido objeto de estudo em vários
países. De acordo com o NRC (1996), 50 a 100% da proteína metabolizável
exigida pelo bovino de corte pode ser atendida pela proteína de origem
microbiana. Segundo Kozloski (2002), o suprimento de proteína para o duodeno
consiste da proteína microbiana sintetizada no rúmen, proteína dietética não-
degradada e proteína endógena. Porém, a produção e eficiência microbiana
17
também são afetadas pela quantidade de matéria orgânica fermentada no rúmen e
uma das formas de manipular esta quantidade seria pelo ajuste da relação
volumoso:concentrado das dietas (Cecava et al., 1991).
Ainda como recurso de avaliação dos parâmetros ruminais, cita-se a
determinação da concentração de amônia ruminal, que permite avaliar o
balanceamento de proteína da dieta, de modo que altas concentrações de amônia
estejam associadas ao excesso de proteína degradada no rúmen e, ou, à baixa
concentração de carboidratos fermentáveis (Ribeiro et al., 2001; Cavalcante,
2004). Muitos autores defendem a existência de concentrações mínimas de N-NH
3
para que não sejam limitadas a fermentação e degradação da fibra, porém não há
consenso sobre um valor comum. Satter & Slyter (1974) e Mehrez et al. (1977)
citados por Franco et al. (2004) recomendam de 2 a 5 mg de N-NH
3
/100 mL e de
19 a 23 mg de N-NH
3
/100 mL de líquido ruminal, respectivamente.
Os objetivos nesta pesquisa foram avaliar possíveis diferenças nos
consumos e nas digestibilidades total e parcial dos nutrientes, na produção
microbiana e nos parâmetros ruminais de fêmeas, machos castrados e não-
castrados da raça Nelore sob dois níveis de concentrado.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido nos Laboratórios de Animais e de Nutrição
Animal do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa-MG. A fase de campo foi realizada
entre maio e outubro de 2004. A cidade de Viçosa está localizada na Zona da
Mata do Estado de Minas Gerais, com 20º45’20” de latitude sul, 45º52’40” de
longitude oeste de Greenwich e altitude de 657 m. A temperatura média, a
precipitação pluviométrica e a umidade relativa do ar, observadas em 2004, foram
de 19,5ºC, 1.761 mm e 82,6%, respectivamente (UFV, 2006).
Foram utilizados 12 bovinos Nelore, sendo quatro de cada condição sexual
(CS): fêmeas, machos castrados e machos não-castrados, com idade aproximada
de 15 meses e pesos médios de 235, 249 e 239 kg, respectivamente. Todos os
18
animais foram fistulados no rúmen e no duodeno e alojados em baias individuais
cobertas (9 m
2
), com piso de concreto revestido de borracha, providas de
comedouros e de bebedouros individuais. Os animais foram distribuídos em
delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 3 dois níveis
de concentrado (25 ou 50%) e três CS com quatro repetições.
O experimento foi conduzido em dois períodos, cada um com duração de
15 dias nove para adaptação às dietas e seis para coletas. As dietas foram
constituídas de silagem de milho e concentrado nas proporções de 25 ou 50%,
com base na MS, e balanceadas de acordo com o NRC (1996), para conter
aproximadamente 12% de PB. Os concentrados foram formulados à base de
milho, uréia, farelo de algodão com 38% PB e mistura mineral.
Nos períodos 1 e 2, foram oferecidas a todos os animais dietas com 25 e
50% de concentrado na base da MS, respectivamente. A alimentação foi fornecida
duas vezes ao dia, sempre às 8 e 16 h, na forma de ração completa, à vontade,
permitindo-se sobras de, no máximo, 5 a 10%.
Nas Tabelas 1 e 2 podem ser visualizadas a proporção dos ingredientes na
mistura dos concentrados e a composição química das dietas, respectivamente.
Diariamente, foram registradas as quantidades dos alimentos fornecidos e
das sobras de cada animal, para estimativa do consumo, e, durante o período
experimental, foram realizadas amostragens das dietas e sobras. Para as sobras
diárias de cada animal, foi feita uma amostra composta, por período. Todas as
amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e congeladas para análises
posteriores.
19
Tabela 1 - Proporção dos ingredientes nos concentrados (% matéria natural)
Nível de concentrado
Item
25% 50%
Fubá de milho 58,90 83,20
Farelo de algodão 38% 33,90 13,20
Uréia/Sulfato de amônia 3,00 1,50
Cloreto de sódio 1,10 0,55
Mistura mineral
*
1,10 0,55
Calcário
2,00 1,00
*
Conteúdo por kg do produto: cálcio 240 g, fósforo 174 g, cobalto 100 mg, cobre 1.250 mg, ferro 1.795 mg,
flúor (max.) 1.740 mg, iodo 90 mg, manganês 2.000 mg, zinco 5.270 mg, selênio 15 mg, veículo q.s.p.
1000 g.
Tabela 2 - Composição química das dietas experimentais, com base na matéria
seca
Silagem de milho
Concentrado Dieta total
Item P1 P2 25% 50% 25% 50%
MS (%) 23,29 27,58 89,28 88,45 39,78 58,01
MO
1
92,04 92,37 92,76 95,58 92,22 93,98
PB
1
6,85 7,23 25,10 15,27 11,42 11,25
EE
1
2,94 2,94 2,76 3,49 2,89 3,20
FDN
1
48,79 51,35 19,48 13,57 41,46 32,46
FDA 28,40 29,38 12,25 7,52 24,36 18,45
CNF
1
33,46 30,85 49,92 65,5 37,51 48,18
LIG 4,26 4,56 3,91 2,18 4,17 3,37
P1 = período um; P2 = período dois.
1
% na MS.
20
Para avaliação do pH e da concentração N-NH
3
ruminal, realizaram-se, no
15
o
dia do período experimental, coletas de líquido ruminal imediatamente antes
do fornecimento da dieta e 2, 4 e 6 horas após o fornecimento da dieta (8, 10, 12 e
14 horas). As amostras foram coletadas na região de interface líquido/sólido do
ambiente ruminal e filtradas em uma camada tripla de gaze, determinando-se o
pH. Uma alíquota de 40 mL, adicionada de 1 mL de ácido clorídrico (1:1), foi
acondicionada em frasco de plástico, identificado e congelado a -15ºC para
posterior quantificação da concentração do N-NH
3
.
No 15
o
dia do período experimental, também realizou-se a coleta de líquido
ruminal, com o objetivo de isolar microrganismos ruminais, 6 horas após o
fornecimento da dieta, conforme técnica descrita por Cecava et al. (1990). As
amostras foram acondicionadas em frascos de polietileno e congeladas a -15ºC,
após adição de formaldeído (PA), na proporção de 10 mL/L, como agente
conservante.
A produção de matéria seca fecal e os fluxos de MS, nos compartimentos
do trato gastrintestinal, foram estimados com a utilização do óxido crômico como
indicador, administrado em dose única diária de 15 g, via fistula ruminal, do 3
o
ao
15
o
dia de cada período experimental, sempre às 12 h. As coletas de fezes e
digestas de duodeno foram feitas um vez ao dia, simultaneamente, em intervalos
de 26 horas, iniciando-se às 8 h do 10
o
dia e terminando às 18 h do 15
o
dia de
cada período experimental. As amostras foram armazenadas em sacos plásticos a
-15ºC e, posteriormente, submetidas à pré-secagem em estufa de ventilação
forçada a 65ºC, por 72 horas, e processadas em moinhos com peneira de 1 mm.
Das amostras diárias, foi retirada uma alíquota para formar as compostas por
animal, em cada período, que foram acondicionadas em recipientes plásticos para
posterior análise.
A quantificação da biomassa microbiana nas amostras do rúmen e duodeno
foi feita utilizando-se as bases purinas como indicadores (Ushida et al., 1985). A
eficiência de síntese microbiana foi expressa em gN microbiano por kg de matéria
orgânica aparente degradada no rúmen (MODR) e de matéria orgânica
verdadeiramente degradada no rúmen (MOVDR) e PB microbiana por kg de NDT.
21
As análises de MS, MO, PB, EE, FDN e lignina foram realizadas conforme
procedimento descrito por Silva & Queiroz (2002). As determinações de FDN
foram realizadas de acordo com o método proposto pot Van Soest & Robertson
(1985), utilizando-se o extrator ANKON
200
(Ankom Technology Corp., Fairport, NY,
USA). Face à presença de uréia nas dietas, os CNF dos concentrados foram
calculados segundo Hall (2000), em que %CNF = 100 [(%PB - %PB derivada da
uréia + % de uréia) + %EE + %FDN + %cinzas].
Os teores de N amoniacal no líquido ruminal foram avaliados pelo sistema
micro-Kjeldahl, sem digestão ácida da amostra, utilizando-se como base para
destilação o hidróxido de potássio (2N), após centrifugação da amostra a
1.000 x g, por 15 minutos.
As amostras de fezes e digesta duodenal foram submetidas à análise de
teor de cromo em espectrofotômetro de absorção atômica, conforme método
descrito por Willians et al. (1962).
Os teores de NDT foram determinados conforme a equação proposta pelo
NRC (2001): NDT = PBd + 2,25EEd + FDNd + CNFd, em que PBd é PB digestível;
EEd, o EE digestível; FDNd, a FDN digestível e CNFd, os CNF digestíveis.
O experimento foi analisado segundo delineamento inteiramente
casualizado, em esquema fatorial 3 x 2 (três condições sexuais e dois níveis de
concentrado). As avaliações das variáveis pH e concentração ruminal de amônia
foram feitas mediante subdivisão de parcelas, em função do tempo de avaliação
(split-plot no tempo). Os resultados foram avaliados por intermédio do programa
SAS (SAS, 1999), adotando-se 0,05 como nível crítico de probabilidade para o
erro tipo I. As médias foram comparadas pelo teste Tukey.
Resultados e Discussão
As médias referentes aos consumos diários de MS, MO, PB, EE, FDN, CNF
e NDT, em kg/dia, de MS e FDN, em porcentagem do peso vivo, e MS, em
g/kg
0,75
, são apresentadas na Tabela 3. Não houve interação (P>0,05) de níveis
de concentrado e CS para os consumos de todos os nutrientes. Também não
22
houve efeito (P>0,05) dos níveis de concentrado e CS para os consumos de MS,
MO, EE, PB e NDT, em kg/dia, e MS, em % do PV e g/kg
0,75
.
Estudando animais sob os mesmos níveis de concentrado e condições
sexuais, Barbosa (2005) também não observou diferença nos consumos de MS e
MO. Da mesma forma, Cardoso et al. (2000), ao estudarem cinco níveis de
concentrado adicionados ao feno de capim-coastcross, não observaram efeitos
nos consumos de MS e MO expressos da mesma forma.
Diferentemente, Ladeira et al. (1999) e Dias et al. (2000) observaram
aumento linear no consumo de MS, independentemente da forma como foi
expresso (kg/dia, %PV ou g/kg
0,75
), quando avaliaram níveis crescentes de
concentrado na dieta de bovinos castrados. Segundo esses autores, o incremento
no consumo de MS, em função do aumento dos níveis de concentrado nas rações,
pode ter ocorrido em razão da menor quantidade de FDN ingerida.
Ítavo et al. (2002), avaliando os consumos e as digestibilidades de
nutrientes em bovinos Nelore nas fases de cria e terminação, alimentados com
diferentes níveis de concentrado e proteína bruta, observaram comportamento
quadrático para os consumos de MS, MO e PB, obtendo, respectivamente, valores
máximos de 7,60; 7,23 e 1,30 kg/dia com 45,94; 46,94; e 40,91% de concentrado
superiores aos encontrados neste estudo.
O consumo de FDN reduziu com o aumento dos níveis de concentrado nas
dietas (P<0,05). A diminuição de 2,32 para 1,72 kg/dia no consumo de FDN,
possivelmente, foi reflexo da diminuição da quantidade deste componente na dieta
(Tabela 2). Quando expresso em % do PV, ocorreu o mesmo comportamento.
Segundo Van Soest (1994), existe relação entre composição da dieta e
consumo, em que o consumo depende do volume estrutural e, por conseguinte, do
conteúdo da parede celular. Nesta pesquisa, foi obtido consumo de FDN de 0,67 e
0,91% do peso vivo, valor bem abaixo de 1,2% do PV, que resulta no consumo
ótimo de MS para vacas de leite, segundo Mertens (1992). A estimativa do
consumo de MS a partir do teor de FDN dietético não é muito acurada, pois existe
influência do tamanho da partícula, da digestibilidade e da taxa de passagem da
fonte de FDN sobre o consumo (NRC, 2001).
23
Rennó (2003) observou consumos de MS e FDN, em % PV, de 1,82 e 0,82,
próximos aos verificados neste estudo, de 1,75 a 1,86 e 0,67 a 0,91%, atribuindo o
baixo consumo à baixa densidade energética das dietas.
Tabela 3 - Médias, probabilidade (P) e coeficientes de variação (CV) dos consumos diários
dos nutrientes, em função dos níveis de concentrado (NC em %) e das condições
sexuais (CS)
NC (%)
CS Valor P
Item
25 50
F MC MNC NC CS NC*CS
CV (%)
Consumo (kg/dia)
MS 4,42 4,63 4,32 5,01 4,24 0,7271 0,5169 0,9340 31,9
MO 4,14 4,36 4,06 4,70 3,97 0,6942 0,5167 0,9349 31,8
PB 0,50 0,52 0,48 0,57 0,48 0,8365 0,4784 0,9228 32,5
EE 0,16 0,14 0,14 0,16 0,15 0,3534 0,6231 0,8827 31,8
FDN 2,32 1,51 1,97 2,21 1,89 0,0491 0,6360 0,8778 34,2
CNF 1,75 2,25 1,88 2,24 1,87 0,0535 0,3883 0,9599 29,7
NDT 2,78 2,79 2,52 3,13 2,58 0,8331 0,3834 0,9944 34,5
Consumo (% do PV)
MS 1,79 1,78 1,75 1,86 1,75 0,9632 0,8296 0,8379 21,9
FDN 0,91 0,63 0,80 0,78 0,78 0,0046 0,9752 0,8627 23,6
Consumo (g/kg
0,75
)
MS 70,95 71,51
69,35 75,25 69,10 0,9376 0,7279 0,8692 24,2
NC = 25 e 50% de concentrado na MS.
Condição sexual = (F) Fêmea, (MC) Macho castrado e (MNC) Macho não-castrado.
Probabilidade (P) = (NC) nível de concentrado, (CS) condição sexual e (NC *CS) nível de concentrado × condição sexual.
Não houve diferença significativa (P>0,05) no consumo de CNF, porém o
aumento numérico do consumo de CNF, com a elevação do teor de concentrado
na dieta, pode ter sido conseqüência da redução do teor de FDN na dieta.
Os valores médios diários de consumo de MS, obtidos no presente trabalho
para as dietas com 25 e 50% de concentrado, foram de 1,79 e 1,78% do PV,
considerados baixos para animais bovinos em crescimento, o que pode ser
explicado, em parte, pelo tipo de fístula duodenal utilizado, que pode ter alterado o
comportamento dos animais. Segundo o NRC (1996) e Dias et al. (2000), existe
variação nos resultados com animais fistulados, face ao estresse a que são
submetidos.
24
Os coeficientes de digestibilidades aparente total e ruminal de MS, MO,
PB, EE, FDN e CNF, em função dos níveis de concentrado e da condição
sexual, o valor da probabilidade (Valor-P) e os coeficientes de variação
encontram-se na Tabela 4. Não houve interação (P>0,05) níveis de concentrado
× condição sexual para as digestibilidades aparentes totais e ruminais dos
nutrientes, com exceção do EE. Considerando-se o consumo desses nutrientes,
observou-se diminuição apenas no consumo de FDN. As digestibilidades médias
de MS e MO para o nível de 25% de concentrado foram de 57,87 e 62,65%,
respectivamente, valores superiores aos observados por Cardoso et al. (2000), de
54,90 e 57,22%. Todavia, os valores de digestibilidade de MS e MO obtidos para o
nível de 50%, de 59,68 e 64,35% foram inferiores aos 65,88 e 67,67% observados
pelos autores supracitados.
O nível de concentrado na dieta influenciou o coeficiente de digestibilidade
da FDN, que diminuiu (P<0,05) com o aumento do nível de concentrado, em razão
da diminuição do pH, a ser discutido posteriormente.
25
Tabela 4 - Médias, probabilidade (Valor-P) e coeficientes de variação (CV) das
digestibilidades aparente total e ruminal dos nutrientes, em função dos níveis de
concentrado (NC em %) e da condição sexual (CS)
NC (%) CS
Valor P
Item
25 50 F MC MNC
NC CS NC*CS
CV
(%)
Digestibilidade aparente total
MS 57,87 59,68 57,15 59,91 59,27 0,4195 0,5725
0,5320 9,2
MO 62,65 64,35 62,06 65,09 63,36 0,4668 0,5667
0,7039 8,8
PB 54,34 53,59 51,86 56,22 53,82 0,8011 0,4896
0,8161 13,3
EE 77,63 71,84 66,66 80,60 76,95 0,2397 0,0712
0,0037 15,6
FDN 47,69 31,70 43,79 43,66 43,97 0,0245 0,9968
0,3404 17,7
CNF 93,19 75,60 83,88 84,55 84,76 <0,0001 0,9546
0,8189 7,1
Digestibilidade ruminal
1
MS 49,43 56,09 56,38 45,92 55,98 0,1641 0,1552
0,2655 19,3
MO 61,06 64,75 65,81 56,60 66,30 0,1592 0,0123
0,0537 8,9
PB -26,91B -4,80A
-9,88a
-31,23b -6,46a 0,0114 0,0470
0,2087 118,6
EE -21,67B -3,77A
-18,26
-18,56 -1,34 0,0398 0,1625
0,0290 143,2
FDN 84,63 79,18 80,21 87,97 77,53 0,5761 0,7159
0,0748 21,6
CNF 78,97 99,95 88,90 93,62 85,87 0,0013 0,5237
0,3067 13,86
Médias, nas linhas e colunas, acompanhadas por letras maiúsculas comparam níveis de concentrado e minúsculas,
condição sexual. Letras diferentes diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
1
Digestibilidade calculada em % do total digerido, com exceção de PB e EE, que foram calculados em % da quantidade que
chegou a cada local.
NC = 25 e 50% de concentrado na MS.
Condição sexual = (F) Fêmea, (MC) Macho castrado e (MNC) Macho não-castrado.
Probabilidade (P) = (NC) nível de concentrado, (CS) condição sexual e (NC *CS) nível de concentrado × condição sexual.
A digestibilidade dos CNF foi influenciada (P<0,05) pelo acréscimo de
concentrado à dieta, ocorrendo diminuição de 93,19 para 75,60%, possivelmente
em razão do aumento do consumo deste nutriente, face à maior contribuição do
fubá de milho, rico em amido (Tabela 1), que passou de 58,90 para 83,20%, nas
dietas com 25 e 50%, respectivamente. De acordo com Branco et al. (1999), o
amido, quando utilizado em grande proporção, pode não ser completamente
fermentado no rúmen, aumentando o fluxo para o duodeno. Embora grande parte
deste amido seja digerido no intestino, com o aumento do consumo, a eficiência
de digestão do amido, principal constituinte do CNF, reduz. De acordo com Nocek
& Russel (1988), se existir deficiência ou ineficiência de utilização da proteína, a
digestibilidade desses carboidratos pode diminuir.
26
Não houve efeito dos níveis de concentrado e da condição sexual (P>0,05)
sobre a digestibilidade aparente total da PB, possivelmente, em razão de as dietas
terem sido isoprotéicas. Este resultado difere dos obtidos por Dias et al. (2000),
que notaram aumentos lineares da digestibilidade aparente total da PB, com o
aumento da quantidade de concentrado. O valor médio obtido nesta pesquisa
(53,96%) foi abaixo do observado por Cardoso et al. (2000) e Chizzotti et al.
(2005), de 58,29 e 63,08%, respectivamente, e superior ao relatado por Dias et al.
(2000), de 50,05%.
A digestibilidade aparente ruminal da MS não foi influenciada (P>0,05)
pelos níveis de concentrado ou pela condição sexual, apresentando média de
52,76%, valor inferior aos 57,48 e 54,45% relatados, respectivamente, por Dias et
al. (2000) e Cardoso et al. (2000). O valor médio de digestibilidade ruminal da FDN
(81,90%) encontra-se abaixo de alguns valores citados na literatura, pois, segundo
Rennó (2003), são esperados valores acima de 90%, em razão de a FDN ser
digerida, principalmente, no rúmen. Valadares et al. (1997), Cardoso et al. (2000)
e Ladeira et al. (1999a) relataram valores médios de 94,0; 95,9 e 96,4%,
respectivamente.
Ao se avaliar a digestibilidade ruminal da MO, nota-se que houve efeito da
condição sexual (P<0,05), observando-se menor valor para os machos castrados.
Segundo Zinn & Owens (1983), este fato pode decorrer do aumento numérico do
nível de consumo (Tabela 2) para os machos castrados, o que,
conseqüentemente, pode diminuir a matéria orgânica fermentada no rúmen, como
resultado da redução no tempo de retenção no rúmen, ocorrendo diminuição da
MO prontamente fermentada no rúmen por unidade de tempo.
A digestibilidade ruminal de PB foi influenciada tanto pelos níveis de
concentrado como pela condição sexual (P<0,05). De acordo com Mendes et al.
(2005), quando há sincronia entre energia e proteína disponível ao crescimento
microbiano no rúmen, espera-se que o valor da digestibilidade aparente ruminal de
PB esteja o mais próximo possível de zero. Nesta pesquisa, o valor médio de
digestibilidade ruminal da PB foi de -15,85%, obtendo-se valores negativos para
27
todos os efeitos, provavelmente em razão de as dietas terem sido deficientes em
proteína degradada no rúmen (PDR), que pode limitar o crescimento microbiano.
Mendes et al. (2005), avaliando o consumo e as digestibilidades total e
parcial em novilhos confinados submetidos a dietas com farelo de girassol e três
fontes de energia, observaram valor médio de 20,97% para a digestibilidade
ruminal da PB, concluindo que, ao contrário do verificado neste estudo, houve alta
degradação ruminal do farelo de girassol, principal fonte de proteína utilizada na
dieta.
No presente estudo, foi observado aumento da digestibilidade ruminal do
CNF com o aumento do nível de concentrado, sendo de 78,97 e 99,95%. Leão et
al. (2005), ao estudarem os consumos e as digestibilidades dos nutrientes em
novilhos submetidos a três níveis de ingestão, também encontram aumento da
digestão ruminal de CNF de 84,8 a 95,4%, com amostras coletadas no omaso, e
não verificaram diferença quando a coleta foi realizada no abomaso, observando-
se valor médio de 78,5%.
Foi observada interação (P<0,05) nível de concentrado × CS para a
digestibilidade total e ruminal do EE (Tabela 5). Avaliando-se a condição sexual
entre os níveis de concentrado, observa-se que as fêmeas apresentaram maior
digestibilidade total do EE nas dietas com 25% de concentrado, enquanto as
digestibilidades totais do EE não diferiram (P>0,05) entre os níveis de concentrado
para machos castrados e não-castrados.
Avaliando a condição sexual dentro de cada nível de concentrado, não se
observou efeito (P>0,05) para o nível de 25% de concentrado. Para o nível de
50% de concentrado, porém, a digestão total do EE foi menor (P<0,05) para as
fêmeas.
Considerando a digestão ruminal do EE, observa-se que, comparando os
níveis de concentrado, apenas a digestão dos machos castrados foi menor
(P<0,05) para o nível de 25% de concentrado. Avaliando a condição sexual dentro
de cada nível de concentrado, verifica-se que, para o nível de 25% de
concentrado, a digestão ruminal foi menor (P<0,05) para machos castrados. Em
28
relação ao nível de 50% de concentrado, nota-se maior digestão ruminal (P<0,05)
para machos não-castrados em relação às demais categorias.
Contrariamente, Chizzotti et al. (2005), substituindo parcialmente capim-
elefante por casca de algodão na dieta de novilhos, não observaram diferença
para a digestibilidade ruminal do EE, que foi, em média, -3,52% versus
-12,72% deste trabalho.
Tabela 5 - Efeito dos níveis de concentrado (NC) e da condição sexual (CS)
sobre os coeficientes de digestibilidades totais (DT) e ruminais (DR) do
EE
DT
DR
Nível de concentrado
Nível de concentrado
CS
25 50
25 50
F 82,36aA 50,97bB
-16,69 aAB -19,82 aB
MC 74,04aA 87,16aA
-44,76 bB 7,64 aAB
MNC 76,50aA 77,40aA
-3,57 aA 0,89 aA
CV (%) 136,04
325,33
Médias, nas linhas e colunas, seguidas de letras diferentes maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas
diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
NC = 25 e 50% de concentrado na MS.
Condição sexual = (F) Fêmea, (MC) Macho castrado e (MNC) Macho não-castrado.
Constam na Tabela 6 os valores médios de MS, MO, teor de N nos
compostos nitrogenados (N-total), N do ácido ribonucléico (N RNA) e relação N
RNA:N Total das bactérias isoladas do rúmen. Os teores médios de MS
variaram de 82,94 a 77,24%, abaixo dos relatados por Ladeira et al. (1999b), de
90,3%, e Valadares Filho (1995), de 89,2%, em revisão de dados da literatura
nacional, porém foram próximos ao observado por Dias (2005), de 80,44%. Os
valores de MO obtidos neste trabalho (82,46 a 79,97%) foram inferiores aos
observados por Valadares (1997) média de 89,13% e Valadares Filho (1995),
89,20%, mas superiores ao obtido por Dias (2005), de 72,87%. Os valores de N
total foram próximos (7,39 e 6,91) aos observados na mesma literatura citada
anteriormente. Os valores de N-RNA deste trabalho foram menores que os obtidos
29
por Dias (2005), de 2,40%, e próximos aos observados por Leão et al. (2004), cuja
média foi de 1,8%. A relação N-RNA:N-total foi semelhante à observada por Leão
et al. (2004), média de 24,3%.
Tabela 6 - Composição média das bactérias isoladas do rúmen
Níveis de concentrado (%)
Item 25 50
MS (%) 82,94 77,24
MO
1
82,46 79,97
N Total
1
7,39 6,91
N RNA
1
1,81 1,77
N RNA:N Total
1
24,4 25,61
1
Porcentagem na MS.
Na Tabela 7 são apresentados os fluxos de nutrientes e a eficiência
microbiana, em função dos NC e CS. Não houve efeito da interação (P>0,05) de NC
e CS para o fluxo dos nutrientes e as eficiências microbianas expressas de diferentes
formas. Houve efeito (P<0,05) da CS sobre a eficiência microbiana, expressa em g de
Nmic/kg MODR, obtendo-se a maior média com machos castrados.
O fluxo de MS microbiana foi, em média, de 1.160,37 g/dia, superior à
média de 635,27 g/dia observada por Dias et al. (2000), que não verificaram
diferença na MS microbiana, em função dos níveis dietéticos de concentrado.
Hoover & Stokes (1991), em revisão sobre a produção ótima de proteína
microbiana, em função do balanço de carboidratos e proteína, comentaram que a
taxa de turnover do conteúdo ruminal pode ser alterada por fatores como o nível
de consumo, a proporção de volumoso na dieta, o tamanho de partículas, a
temperatura ambiente e os sais minerais, entre outros, sendo difícil separar os
efeitos nutricionais dos fisiológicos. Ladeira et al. (1999a) e Cardoso et al. (2000)
obtiveram aumento da MS mic, pois maiores consumos das dietas foram
observados em função dos níveis de concentrado.
30
Tabela
7 - Média
s, probabilidade (P) e coeficientes de variação (CV) do fluxo de nutrientes e da eficiência
microbiana, em função dos níveis de concentrado (NC) e da condição sexual (CS)
NC (%)
CS
Valor P
Item
25 50
F MC MNC
NC CS NC*CS
CV
(%)
Fluxo de nutrientes
N mic
1
82,9 80,8
72,0 95,3 78,4
0,872 0,336 0,767 35,1
PB mic
1
518,3 505,2
450,0 595,4 489,9
0,872 0,334 0,767 35,1
MS mic
1
1143,6 1177,1
1021,9 1393,8 1065,3
0,868 0,283 0,754
38,2
MO mic
1
936,9 941,3
839,9 1100,6 876,8
0,979 0,396 0,764 38,7
Eficiência microbiana
MODR
2,3
1,66 1,73
1,63 1,46 1,99
0,827 0,420 0,872
40,9
MOVDR
2,4
2,60 2,67
2,47 2,56 2,87
0,857 0,701 0,941 33,9
PBmic/kgNDT
1
184,37 192,05
176,16 197,95 190,52
0,702 0,628 0,513 19,4
Nmic/kgMODR
1
44,19 47,38
43,34b 57,32a 36,69b
0,508 0,016 0,322 21,0
Nmic/kgMOVDR
1
33,56 30,24
28,80 36,96 29,95
0,368 0,171 0,464
25,0
g/dia.
kg/dia.
MODR = Matéria orgânica degradada no rúmen.
MOVDR = Matéria orgânica verdadeiramente degradada no rúmen.
NC = 25 e 50% de concen
trado na MS.
Condição sexual = (F) Fêmea, (MC) Macho castrado e (MNC) Macho não
-castrado.
Probabilidade (P) = (NC) nível de concentrado, (CS) condição sexual e (NC *CS)
níveis de concentrado x condição sexual.
31
A eficiência microbiana expressa em gNmic/kgMODR foi maior (P<0,05)
para machos castrados (Tabela 7). De acordo com Owens & Goetsch (1986),
aumento da produção de N microbiano, geralmente, com o aumento do consumo
de MS. Neste estudo, embora não tenha sido observada diferença significativa
para os consumos, os animais castrados, em geral, apresentaram as maiores
médias, cujos consumos de MS e MO foram 13 unidades percentuais maiores que
os demais (Tabela 3).
Como mencionado, o aumento dos níveis de concentrado na dieta não
acarretou aumento na quantidade de MODR e MOVDR e, conseqüentemente, não
influenciou a produção microbiana, expressa em gPBmic/kgNDT, gNmic/kgMODR
e gNmic/kgMOVDR. Ladeira et al. (1999 a, b) verificaram aumento nas
quantidades de MODR e CHODR, ao se elevarem os níveis de concentrado nas
rações, tendo observado para MODR valores médios de 1,97 a 3,11 kg/dia com
37,5 e 62,5% de concentrado, respectivamente, em comparação às médias de
1,66 a 1,73 kg/dia de MODR deste estudo. Da mesma forma, Cardoso et al.
(2000) e Dias et al. (2000) obtiveram aumentos lineares da MODR e CHODR, com
o aumento dos níveis de concentrado. Esses autores concluíram que o efeito
linear observado para o aumento quantitativo destes nutrientes pode estar
associado à adequada quantidade de proteína e energia disponível no rúmen,
para o crescimento microbiano.
O NRC (1996) aponta o consumo de PDR e o tipo de carboidrato (estrutural
ou não-estrutural), além da taxa de passagem, como os principais fatores que
afetam a síntese de proteína microbiana, enquanto Hoover & Stokes (1991), Meng
et al. (1999) e Dewhurst et al. (2000) comentaram sobre a importância da
sincronia de degradação da proteína e fonte de carboidrato.
Quando expressa na forma utilizada pelo NRC (1996), ou seja, em função
da concentração de NDT, a eficiência microbiana média encontrada neste trabalho
foi de 188,2 g PBmic/kgNDT ou 18,82 g PBmic/100 gNDT, valor muito acima do
adotado pelo NRC (2001), de 13 g PBmic/100 gNDT.
As estimativas do pH do fluido ruminal, em função dos tempos de coleta de
amostras, para os níveis de concentrado, encontram-se na Figura 1. O pH foi
32
influenciado (P<0,001) pelos níveis de concentrado (NC) e tempos de coleta (T).
Observa-se que, entre os níveis de concentrado e horários, os valores de pH
variaram de 6,6 a 6,8 e de 6,4 a 7,3, para os níveis de 25 e 50% de
concentrado, respectivamente, cujos dados se ajustaram ao efeito quadrático:
Y = 6,1517+0,25317*T-0,01517*(T^2)+0,02365*NC-0,01293*T*NC+0,00112*(T^2)*NC;
r
2
= 0,98.
Ocorreu diminuição do pH ruminal imediatamente antes da alimentação até
4 horas após alimentação, no tratamento com 50% de concentrado. De acordo
com Van Soest (1994), pode haver diminuição da atividade de bactérias
celulolíticas, em pH menor que 6,0. Cecava et al. (1991) e Dias et al. (2000)
também verificaram redução do pH ruminal com o aumento dos níveis de
concentrado.
Figura 1 - Estimativa do pH do líquido ruminal, em função dos tempos (T) de
coleta para os respectivos níveis de concentrado (NC) na dieta.
O modelo que melhor se ajustou à concentração de N-NH
3
, expressa em
mg N-NH
3
/100 mL de líquido ruminal, foi Y =5.74857+10.75369*T-
3.86917*(T^2)+0.33997*(T^3) (R
2
= 0,9618), em que “T” representa o tempo após
alimentação (Figura 2).
5,8
6
6,2
6,4
6,6
6,8
7
7,2
7,4
7,6
0 2 4 6
Tempo (horas)
pH
25%
50%
33
As concentrações de N-NH
3
foram influenciadas cubicamente pelos tempos
de coleta, sendo a concentração máxima estimada em 14,55 mg N-NH
3
/100 mL
obtida 1,83 horas após o fornecimento das dietas. Ladeira et al. (1999 a), Dias et
al. (2000) e Cardoso et al. (2000) otiveram efeito quadrático, talvez por terem
usado maiores quantidades de concentrados nas dietas experimentais. Dias et al.
(2000) observaram concentração de N-NH
3
de 18,47 mg N-NH
3
/100 mL, 2,0 horas
após o fornecimento das dietas, com o nível de 50% de concentrado, acima do
verificado neste estudo. O menor resultado observado é atribuído, possivelmente,
ao fato de as dietas serem isoprotéicas (Tabela 2) e apresentarem melhor
sincronia na degração da proteína com a fermentação dos carboidratos.
Figura 2 - Estimativa da concentração de amônia do liquido ruminal, em função
dos tempos de coletas (T).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 2 4 6
Tempo (horas)
N-NH3
34
Conclusões
O aumento dos níveis de concentrado na dieta não resultou em respostas
positivas para os consumos e a maioria das digestibilidades parcial e total dos
nutrientes e a produção microbiana.
As concentrações de amônia do líquido ruminal máximas de 14,55 mg/dL
foram estimadas às 1,83 horas após alimentação.
Para a maioria dos itens avaliados, não houve efeito da condição sexual.
35
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40
Níveis de proteína na dieta de bovinos Nelore de três condições sexuais:
consumo, digestibilidades total e parcial, produção microbiana e parâmetros
ruminais
RESUMO - Com o objetivo de avaliar os consumos, as digestibilidades total
e parcial da MS, MO, PB, EE, FDN e CNF, a produção microbiana, as
degradabilidades da silagem de milho, do fubá de milho e do farelo de algodão e
os parâmetros ruminais, doze bovinos Nelore, fistulados no rúmen e duodeno,
foram distribuídos em três quadrados latinos 4 x 4 (quatro animais, quatro níveis
de PB: 7, 10, 13 e 15% e quatro períodos). Cada quadrado latino foi composto por
uma condição sexual: fêmeas, machos castrados e machos não-castrados, com
peso vivo médio de 254,8; 285,1; e 265,6 kg, respectivamente. As amostras foram
incubadas em um animal de cada condição sexual, para se estimar a
degradabilidade dos ingredientes. Após, determinaram-se os teores de MS, PB e
FDN dos resíduos da incubação. O pH e a concentração de amônia foram
determinados imediatamente antes e após a alimentação e, para isolar os
microrganismos ruminais, coletas de digesta ruminal foram efetuadas 6 horas
após o fornecimento da dieta. As concentrações de uréia foram analisadas na
urina (UU) e no soro sangüíneo (US). Observam-se menores taxas de degradação
da MS e PB para a silagem de milho em comparação aos outros ingredientes.
Para nenhum dos consumos dos nutrientes, houve efeito significativo da interação
de condição sexual (quadrado latino) e níveis de PB nas dietas. Os consumos
diários de todos os nutrientes foram influenciados pelos níveis de PB das dietas,
com exceção do EE e CNF. As digestibilidades totais da MS, MO, PB, FDN e CNF
foram influenciadas (P<0,05) pelos níveis de PB nas dietas. Houve aumento nas
concentrações de US, NUS e UU com o incremento dos níveis de PB nas dietas.
Ao contrário do pH, houve interação (P<0,05) de níveis dietéticos de PB e tempos
de coleta para NH
3
ruminal. Conclui-se que a condição sexual não afetou os
consumos e as digestibilidades da maioria dos nutrientes, que aumentaram com o
incremento dos níveis de PB nas dietas.
Palavras-chave: fístula duodenal, fluxo de nutrientes, zebu
41
Increasing dietary protein levels for Nellore of three sexual categories:
intake, partial and total tract digestibility, microbial protein synthesis and
ruminal metabolism
ABSTRACT - Twelve Nellore bovines fistulated in the rumen and duodenum
were allotted to three Latin squares (four animals, four CP levels: 7, 10, 13, and
15% and four periods) to evaluate the intake, partial and total tract digestibility of
DM, OM, CP, EE, NDF, and NFC, microbial protein synthesis, degradability of corn
silage, corn starch, and cottonseed meal, and ruminal metabolism. Each Latin
square consisted of one sexual category: heifers, bulls and steers averaging 254.8,
285.1, and 265.6 kg, respectively. The samples were ruminally incubated in each
sexual category to estimate total tract digestibility. After, the contents of DM, CP
and NDF of incubation residues were determined. The collection of ruminal fluid
was done at and after-feeding to determine pH and ammonia concentration.
Ruminal samples for bacterial isolation also was collected at and 6 hours post-
feeding. The urea concentrations were estimated in the urine (UU) and blood
serum (US). Smaller degradation rates of DM and CP were observed for corn
silage than the other ingredients. No significant effect of sexual condition x dietary
protein levels interaction was observed for nutrient intake. With the exception of EE
and NFC, no other significant effect of dietary CP levels on daily intake of nutrients
was observed. Increasing dietary CP levels affected (P<0.05) total tract digestibility
of DM, OM, CP, NDF, and NFC digestions and also resulted in higher
concentrations of US, NUS, and UU. Differently from pH results, significant effect
(P<0,05) of dietary protein levels x collection times interaction on ruminal NH
3
was
observed. It was concluded that increasing dietary CP levels affected intake and
total tract digestibility of most nutrients.
Key Words: duodenum fistula, nutrients flow, zebu
42
Introdução
O rebanho bovino brasileiro é composto principalmente por animais
zebuínos, em que a raça Nelore responde pela maior participação. Valadares Filho
et al. (2005), em revisão sobre trabalhos envolvendo animais para determinar as
exigências nutricionais de bovinos de corte no Brasil em confinamento, notaram
que somente três utilizaram fêmeas.
Recentemente, Barbosa (2005), Paulino (2006) e Chizotti (2006, dados não
publicados) compararam aspectos nutricionais e produtivos entre fêmeas, machos
castrados e machos não-castrados; os dois primeiros autores utilizaram animais
Nelore e o último, mestiços Nelore x Red Angus.
De acordo com Mertens (1993), a digestão nos ruminantes é um processo
complexo que envolve interações dinâmicas entre dieta, população microbiana e
animal. Portanto, determinar os parâmetros cinéticos que envolvem a digestão é
importante não apenas para descrever a digestão, mas também para determinar
as características intrínsecas do alimento e avaliar fatores limitantes à sua
disponibilidade para o ruminante.
As respostas dos animais quanto à digestibilidade dos nutrientes em rações
com diferentes teores de proteína bruta são variadas. Os níveis crescentes de
proteína bruta nas dietas não influenciaram os consumos de MS e NDT, nem a
digestibilidade da MS e o desempenho produtivo dos animais (Cavalcante, 2004).
Porém, Valadares (1997) obteve aumento linear com o crescente nível de PB da
dieta, para os coeficientes de digestibilidade aparente de MS, MO, CHOT e FDN.
As fontes dietéticas de compostos nitrogenados N incluem ácidos nucléicos,
aminoácidos, proteína, peptídeos, aminas, amidas, nitrato, nitrito, uréia e amônia.
Fontes endógenas incluem as perdas celulares e a uréia reciclada ao rúmen
através do epitélio ruminal e da saliva. Com exceção de algumas proteínas e N
associado ao FDA, estas fontes são prontamente solúveis e susceptíveis à
degradação no rúmen (Huntington & Archibeque, 1999).
A proteína que chega ao duodeno dos ruminantes consiste de proteína
microbiana sintetizada no rúmen, proteína não-degradada e proteína endógena,
43
tendo a proteína microbiana maior contribuição. Em razão de o perfil dos aminoácidos
dos microrganismos ruminais ser aproximadamente constante, a modificação desta
composição na digesta do duodeno é difícil, pois é necessário que a contribuição da
proteína não-degradada da dieta seja maior que a da microbiana total, o que pode
aumentar o suprimento de AAs para o intestino, como também ocorrer modificação
no perfil de AAs (Volden, 1999). Logo, a análise química dos alimentos é a primeira
etapa em sua avaliação, mas é necessário que se conheça a quantidade de
nutrientes suficientes para cada animal, o que é possível com a determinação da
digestibilidade. A digestibilidade do alimento consiste em sua capacidade (expressa
pelo coeficiente de digestibilidade) de permitir ao animal o uso de nutrientes em maior
ou menor escala (Leão et al., 2005).
Objetivou-se avaliar os consumos, as digestibilidades totais e parciais, a
produção microbiana e os parâmetros ruminais, em bovinos Nelore de três condições
sexuais (fêmeas, machos castrados e machos não-castados) alimentados com dietas
contendo diferentes níveis de proteína bruta.
44
Material e Métodos
O local do experimento e as instalações foram descritos no primeiro artigo
desta tese.
Foram utilizados 12 animais zebuínos da raça Nelore, sendo quatro de cada
condição sexual: fêmeas, machos castrados e machos não-castrados, com peso
vivo médio de 254,8; 285,1 e 265,6 kg, respectivamente. Todos os animais foram
fistulados no rúmen e duodeno e alojados em baias individuais cobertas (9 m
2
),
com piso de concreto revestido de borracha, providas de comedouros e de
bebedouros individuais.
Os 12 bovinos Nelores foram distribuídos em três quadrados latinos 4 x 4,
sendo quatro animais, quatro níveis de proteína bruta (7, 10, 13 e 15%) e quatro
períodos. Cada quadrado latino foi composto por uma condição sexual. Os
períodos tiveram duração de 15 dias nove para adaptação às dietas e seis para
as coletas. As dietas foram constituídas de silagem de milho e concentrado nas
proporções de 75 e 25%, com base na matéria seca (MS), e balanceadas de
acordo com o NRC (1996), para conter os níveis de proteína bruta (PB) pré-
determinados. Os concentrados foram formulados à base de milho, uréia, farelo de
algodão com 38% de PB e mistura mineral. A proporção dos ingredientes na
mistura de concentrados e a composição química dos concentrados, da silagem
de milho e das dietas experimentais encontram-se nas Tabelas 1, 2 e 3,
respectivamente.
A alimentação foi fornecida duas vezes ao dia, sempre às 8 e 16 h, na
forma de ração completa, à vontade, permitindo-se sobras de, no máximo, 5 a
10% do fornecido, com água permanentemente à disposição dos animais. A
quantidade de ração oferecida e as sobras foram registradas diariamente e,
semanalmente, foram coletadas amostras dos concentrados e silagem por
tratamento e por animal. As amostras semanais foram agrupadas, de forma
proporcional, em cada período de seis dias, constituindo-se em amostras
compostas, que foram pré-secas em estufa ventilada a 60
o
C e processadas em
45
moinho com peneira de malha de 1 mm. Todas as amostras foram acondicionadas
em sacos plásticos e congeladas para análises posteriores.
As coletas de fezes e digestas de duodeno, aproximadamente 200 mL,
obtidas no reto e pela cânula duodenal, respectivamente, foram feitas uma vez ao
dia, simultaneamente, em intervalos de 26 horas, iniciando-se às 8 h do 10
o
dia e
terminando às 18 h do 15
o
dia de cada período experimental. As amostras foram
armazenadas em sacos plásticos a -15ºC e, posteriormente, submetidas à pré-
secagem em estufa de ventilação forçada a 60ºC, por 72 horas, e processadas em
moinho com peneira de 1 mm. Após a pré-secagem das amostras diárias, foi
efetuada uma amostra composta com base no peso seco para cada animal em
cada período, submetida ao acondicionamento em recipientes plásticos e
posteriormente analisada.
A coleta total de urina de cada animal foi realizada do 13
o
ao 14
o
dia de
cada período, utilizando-se sondas de Folley n
o
22, duas vias, com balão de
30 mL para as novilhas. Na extremidade livre do cateter, foi adaptada mangueira
de polietileno, pela qual a urina foi conduzida até um recipiente de plástico com
tampa, que continha 200 mL de H
2
SO
4
20%. A urina dos machos foi coletada por
intermédio de funis coletores acoplados aos animais dotados de mangueiras de
polietileno que conduziram a urina a um galão plástico com 200 mL de H
2
SO
4
20%. Ao término de período de 24 horas de coleta, a urina foi pesada,
homogeneizada e amostrada.
Para avaliação do pH e da concentração N-NH
3
ruminal, realizaram-se, no
15
o
dia do período experimental, coletas de líquido ruminal imediatamente antes e
2, 4 e 6 horas após o fornecimento da dieta (8, 10, 12 e 14 horas,
respectivamente). As amostras foram coletadas na região de interface
líquido/sólido do ambiente ruminal e filtradas em uma camada tripla de gaze,
determinando-se o pH. Uma alíquota de 40 mL foi adicionada de 1 mL de ácido
clorídrico (1:1), acondicionada em frasco plástico, identificado e congelado a
-15ºC, para posterior quantificação da concentrações de N-NH
3
.
46
Tabela 1 - Proporção dos ingredientes nas dietas, expressa na base da matéria
natural (%), em função dos níveis de proteína bruta
Níveis de PB (%)
Ingrediente
7 10 13 15
Fubá de milho 95,8 82,3 47,2 12,0
Farelo de algodão 0,0 10,5 45,6 80,8
Uréia 0,0 2,7 2,7 2,7
Sulfato de amônia 0,0 0,3 0,3 0,3
Mistura mineral
1
1,1 1,1 1,1 1,1
NaCl 1,1 1,1 1,1 1,1
Calcário 2,0 2,0 2,0 2,0
Total 100 100 100 100
1
Conteúdo por kg do produto: cálcio 240 g, fósforo 174 g, cobalto 100 mg, cobre 1.250 mg, ferro 1.795 mg,
flúor (max.) 1.740 mg, iodo 90 mg, manganês 2.000 mg, zinco 5.270 mg, selênio 15 mg, por kilo do
produto puro em elementos ativos.
Tabela 2 - Teores médios de nutrientes dos concentrados e da silagem de milho,
expressos com base na MS
Concentrados
Item
7 10 13 15
Silagem de
milho
MS (%) 88,1 88,6 89,1 89,5 23,09
MO
93,8 93,5 92,1 90,8 92,36
PB 7,2 18,4 28,4 38,5 6,90
PDR 4,6 14,7 21,1 27,38 5,0
PNDR 2,7 3,7 7,4 11,10 1,9
EE 3,7 3,3 2,5 1,6 2,28
FDN
10,5 13,5 24,6 35,7 52,05
FDA 3,95 6,58 15,80 25,04 32,16
FDAi 1,1 3,3 10,5 17,9 16,67
CNF 72,4 62,35 40,65 19,05 31,13
Lignina 1,1 1,9 4,9 7,89 5,37
47
Tabela 3 - Teores médios dos nutrientes obtidos para as dietas, expressos na
base da MS
Níveis de PB (%)
Item
7 10 13 15
MS (%) 43,7 37,6 38,4 38,4
MO
92,5 91,4 92,2 93,5
PB 6,7 10,0 12,9 14,2
PDR 4,9 7,4 9,0 10,6
PNDR 2,1 2,3 3,3 4,2
EE 2,9 2,7 2,1 2,0
FDN
37,1 43,5 46,6 50,0
FDA 21,2 27,9 29,8 30,5
CNF 41,4 36,2 31,7 28,0
FDAi 12,4 13,9 15,6 16,3
Lignina 4,0 5,1 5,7 5,2
NDT 61,92 63,47 62,79 62,37
EM
1
2,24 2,29 2,27 2,25
1
kcal/g MS.
Quatro horas após o fornecimento da ração, no 15
o
dia de cada período
experimental, foi coletado sangue de todos os animais, via punção da veia jugular,
utilizando-se tubo de ensaio contendo gel separador e acelerador de coagulação.
As amostras foram imediatamente centrifugadas a 5.000 rpm por 15 minutos, para
separação do soro, que, em seguida, foi armazenado a -15°C, para análise de
uréia. As concentrações de uréia foram estimadas na urina e no soro sangüíneo,
utilizando-se kits comerciais (Labtest). A concentração de N-uréia sérica foi obtida
com o produto de concentração da uréia no soro por 0,466, que corresponde ao
teor de N na uréia.
No último dia de cada período experimental, foram coletadas amostras de
digesta ruminal de cada animal seis horas após alimentação, para isolamento de
bactérias, conforme técnica descrita por Cecava et al. (1990). As amostras foram
acondicionadas em frascos de polietileno e congeladas a -15ºC, após adição de
formaldeído (PA), na proporção de 10 mL/L, como agente conservante. O
indicador microbiano utilizado para quantificação de microrganismos, nas digestas
48
ruminal e duodenal, foram as bases purinas, cuja avaliação seguiu a técnica
descrita por Ushida et al. (1985).
Amostras de 5 g da silagem pré-seca em estufa a 60ºC, do fubá de milho e
do farelo de algodão foram processadas em moinho de facas (peneira com malhas
de 2 mm de diâmetro) e acondicionadas em sacos de náilon de 10 x 20 cm e 50 µm
de porosidade, para estimação dos parâmetros da degradação ruminal da MS, PB
e FDN. Foram utilizados três animais fistulados, alimentados com a mesma dieta,
no último período experimental, adotando-se 10 tempos de incubação (0, 3, 6, 9,
12, 24, 48, 72, 96, 144 horas), com três sacos para cada tempo.
As amostras foram incubadas em um animal de cada condição sexual, por
intermédio da fístula ruminal. Decorrido o tempo de incubação, os sacos foram
lavados em água e levados à estufa a 60ºC, por 72 horas, sendo posteriormente
quantificados os teores de MS, PB e FDN dos resíduos da incubação, conforme
técnicas descritas por Silva & Queiroz (2002). Os parâmetros de degradação da
MS e PB foram estimados por intermédio do modelo assintótico de primeira
ordem, reparametrizado por rskov & MacDonald (1979), descrito pela função:
Y
t
= a + b*(1-e
(-kd*t)
), em que “Y
t
” é a fração degradada no tempo “t”; “a”, a fração
solúvel; “b”, a fração insolúvel mais potencialmente degradável; “kd”, a taxa de
degradação de “b”; e “t”, a variável independente tempo. A degradação efetiva da
MS e da PB foi calculada por meio da equação DE = a + (b * kd)/(kd + kp), em “kp”
é a taxa de passagem do alimento pelo rúmen (rskov & MacDonald, 1979). O
conteúdo de PNDR foi calculado como 100 DE.
A taxa de passagem foi calculada de acordo com o NRC (2001), por
intermédio das seguintes equações: kp silagem = 3,054 + 0,614 x consumo de
matéria seca (CMS) e kp concentrado = 2,904 + 1,375 x CMS - 0,020 x % do
concentrado na dieta, em que CMS é expresso em %PV.
Para a avaliação dos parâmetros da degradação da FDN, foi usado o
modelo exponencial decrescente proposto por Mertens & Loften (1980), descrito
por: Y = b*e
(-kd*(t))
+i, em que “Y” é o resíduo de incubação; “i”, a fração indigestível;
b”, fração insolúvel mais potencialmente degradável; e “kd”, a taxa de degradação
de b.
49
A eficiência de síntese microbiana foi expressa em g N microbiano por kg
de matéria orgânica aparente degradada no rúmen (MODR), g N microbiano por
kg de matéria orgânica verdadeiramente degradada no rúmen (MOVDR) e g PB
microbiana por kg de nutrientes digestíveis totais (NDT).
As análises de MS, MO, PB, EE, FDN e lignina foram realizadas conforme
procedimento descrito por Silva & Queiroz (2002). As determinações de FDN
foram realizadas de acordo com o método proposto pot Van Soest & Robertson
(1985), utilizando-se o extrator ANKON
200
(Ankom Technology Corp., Fairport, NY,
USA). Face à presença de uréia nas dietas, os CNF dos concentrados foram
calculados segundo Hall (2000), em que %CNF = 100 [(%PB - %PB derivada da
uréia + % de uréia) + %EE + %FDN + %cinzas].
Os teores de NDT foram determinados conforme a equação proposta pelo
NRC (2001): NDT = PBd + 2,25EEd + FDNd + CNFd, em que PBd é PB digestível;
EEd, EE digestível; FDNd, FDN digestível; e CNFd, CNF digestível.
A produção de MS fecal e os fluxos de MS no duodeno foram estimados por
intermédio da fibra em detergente ácido indigestível (FDAi). As amostras de
alimentos, sobras, digesta duodenal e fezes foram incubadas no rúmen em sacos
de ANKOM (filter bags 57), por 144 horas. Após a incubação ruminal, os sacos
foram lavados e submetidos à fervura em detergente ácido, secos em estufa com
ventilação de ar forçada a 60ºC, por 72 horas, e, depois, por meia hora a 105ºC,
em estufa de secagem definitiva.
Os teores de N amoniacal no líquido ruminal foram avaliados pelo sistema
micro-Kjeldahl, sem digestão ácida da amostra, utilizando-se como base para
destilação o hidróxido de potássio (2N), após centrifugação da amostra a
1.000 x g, por 15 minutos.
O experimento foi analisado segundo delineamento em quadrado latino
balanceado para efeitos residuais de tratamento. As avaliações das variáveis pH e
concentração ruminal de amônia foram feitas mediante subdivisão de parcelas em
função do tempo de avaliação (split-plot no tempo). Os resultados foram avaliados
por intermédio do programa Statiscal Analysis System (SAS, 1999), adotando-se
50
0,05 como nível crítico de probabilidade para o erro tipo I. Quando as médias
foram comparadas, foi adotado o teste Tukey.
Resultados e Discussão
Na Tabela 4, são apresentadas as estimativas para os parâmetros de
degradação in situ da MS, PB e FDN dos alimentos utilizados nas dietas
experimentais. Alguns resultados encontrados nesta pesquisa aproximam-se
daqueles relatados por Valadares Filho et al. (2002), que reportaram médias das
frações a, b e do Kd da MS de 28,06; 49,18 e 3,07% para a silagem de milho e
22,03; 51,32 e 6,78% para o farelo de algodão, respectivamente. Todavia, para as
frações do fubá de milho, os valores observados neste estudo foram maiores para
a fração a (50,43 vs 18,48), menores para fração b (48,51 vs 78,15) e para o kd
próximos (5,22 vs 5,08%) aos relatados por Valadares Filho et al. (2002).
Foram obtidas menores taxas de degradação para a silagem de milho em
relação à MS e FDN em comparação aos outros ingredientes (Tabela 4). A
degradação da MS da silagem de milho e do fubá de milho foi de 2,89 e 6,69%h,
respectivamente, menor que os valores observados por Pereira et al. (2005) para
silagem de milho, de 4,1%/h.
Para o farelo de algodão, o fubá e a silagem de milho, respectivamente,
foram observados para as frações b e kd, com relação à degradabilidade da FDN,
valores de 59,28 e 7,48; 100 e 4,96 e 63,95 e 3,65. Esses valores são diferentes
dos citados por Valadares Filho et al. (2002), na tabela brasileira de composição
de alimentos para bovinos, de 76,33 e 5,81; 39,61 e 4,01 e 67,75 e 2,4.
51
Tabela 4 - Estimativas dos parâmetros de degradabilidade in situ da MS, PB e
FDN dos alimentos utilizados nas dietas experimentais
Parâmetros
Alimento
a b kd
DE DPA
MS
Silagem de milho 29,66 45,93 0,0289 74,93 1,492
Fubá de milho 50,43 48,51 0,0669 98,58 1,757
Farelo de algodão 25,49 56,89 0,0522 81,84 1,093
PB
Silagem de milho 57,64 25,89 0,0562 72,46 1,798
Fubá de milho 41,57 54,87 0,0327 63,37 2,477
Farelo de algodão 27,45 69,12 0,0528 63,09 2,121
FDN
b i kd
Silagem de milho 63,95 36,05 0,0365 2,085
Fubá de milho 100 0 0,0496 3,364
Farelo de algodão 59,28 40,72 0,0748 6,592
(a) frações solúveis, (b) insolúveis potencialmente degradáveis, (kd) taxa de degradação da fração b,
(DE) degradabilidade efetiva; DPA desvio-padrão assintótico.
As médias, as equações de regressão e os respectivos coeficientes de
determinação para os consumos diários, em função dos níveis de PB das
dietas e condição sexual, podem ser visualizados na Tabela 5. Para nenhum
dos consumos dos nutrientes, houve efeito significativo da interação condição
sexual × níveis de PB, portanto, não foi necessário estudar os níveis de PB
dentro de cada CS.
Quando os consumos foram avaliados em relação à condição sexual, os
machos castrados (MC) apresentaram maiores consumos de MS, FDN, PDR e
MO (P<0,05), em kg/dia, que os machos não-castrados (MNC) e as fêmeas (F).
Porém, o peso vivo médio dos animais foi menor, em ordem crescente, para F,
MNC e MC, justificando, em parte, os consumos observados. Ao avaliar o
consumo de MS e FDN em % do PV, não se detectou diferença significativa
(P>0,05). Neste experimento, foram observados valores de consumo de FDN de
0,78; 0,85 e 0,79%PV para F, MC e MNC, respectivamente.
52
Tabela 5 - Médias, equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (r
2
) e de variação
(CV) dos consumos dos nutrientes, expressos em kg/dia, %PV e g/
kg0,75
, em função da
condição sexual (CS) e dos níveis de proteína bruta na dieta (PB em %)
CS
Nível de PB (% na MS)
Item
F MC MNC
7 10 13 15
ER
CV
(%)
Consumo (kg/dia)
MS 4,70b 5,53a 5,07b
4,61C 4,86BC 5,25AB 5,75A 1 9,2
MO 4,36b 5,11a 4,72b
4,31C 4,52BC 4,87AB 5,31A 2 9,2
EE 0,115c 0,136a 0,128b
0,127A 0,132A 0,124A 0,122A ns
1
7,6
PB 0,533b 0,613a 0,555b
0,319D 0,480C 0,665B 0,838A 3 11,4
PDR 0,384b 0,446a 0,409b
0,226D 0,360C 0,475B 0,609A 4 11,5
PNDR
0,150a 0,167a 0,146a
0,094C 0,121C 0,190B 0,229A 5 18,7
FDN 2,02b 2,41a 2,16b
1,84C 1,96C 2,31B 2,72A 6 11,9
CNF 1,85a 2,00a 1,98a
2,02A 2,00A 1,72A 1,92A ns
2
27,1
NDT 2,92a 3,17a 3,27a
2,72B 3,12A 3,37A 3,41A 7 13,9
Consumo (% do PV)
MS 1,82a 1,95a 1,86a
1,69B 1,78B 1,83AB 2,19A 8 17,2
FDN 0,78a 0,85a 0,79a
0,68B 0,71B 0,80AB 1,04A 9 20,1
Consumo (g/kg
0,75
)
MS 72,73a 79,91a 75,46a
68,58B 72,33B 74,62AB 88,10A 10 14,6
NDT estimado (%)
NDT 65,72a 60,27a 64,47a
59,95A 59,68A 66,22A 67,86A ns
3
13,7
Médias, na linha, seguidas de letras diferentes, são diferentes (P<0,05) pelo teste Tukey.
Letras maiúsculas comparam condição sexual e letras minúsculas , níveis de PB.
1
Y = 4,45486 + 0,05189*X (r
2
= 0,93).
2
Y = 4,21404+ 0,04079*X (r
2
= 0,92)
3
Y = -0,03354 + 0,05270*X
(r
2
= 0,98).
4
Y = -0,02136 + 0,03795*X (r
2
= 0,98).
5
Y = -0.00975 + 0.01456 *X (r
2
= 0,96).
6
Y = 2,79081 - 0,24623 + 0,01603*X
2
(R
2
=0,99).
7
Y = 2,18675 + 0,08368*X (r
2
=0,94).
8
Y = 1,46985 + 0,03310*X (r
2
= 0,78).
9
Y = 1.25845 -0.14070*X + 0.00836*X
2
(R
2
=0,97).
10
Y = 61,44860 + 1,18459*X (r
2
=(0,82).
ns
1,2,3
, Y = 0,126; 1,941 e 63,255, respectivamente, para EE, CNF e NDT.
O NRC (1996) citou diferenças nas exigências nutricionais para animais de
condições sexuais diferentes fêmeas e machos castrados requerem a mesma
quantidade de energia para mantença, enquanto machos inteiros demandam 15%
a mais. O consumo de MS para macho castrado foi superior às fêmeas em 10
unidades percentuais e aos machos não-castrados em 8 unidades percentuais.
53
Barbosa (2005) não observou diferença significativa entre animais Nelore das
mesmas condições sexuais, sob dois níveis de concentrado, sobre os consumos
de MS e MO. Os valores observados neste trabalho, de 4,96; 5,52 e 5,07 e 4,36;
5,11 e 4,17 kg/dia, para MS e MO, para fêmeas, machos castrados e machos não-
castrados, respectivamente, são menores que os obtidos por Barbosa (2005), de
5,96; 6,48 e 5,75 e 5,59; 6,13 e 5,64 kg/dia, respectivamente. Numericamente, os
consumos dos demais nutrientes foram maiores para os machos castrados.
Os consumos diários de todos os nutrientes foram influenciados (P<0,05)
pelos níveis de PB das dietas, com exceção do EE e CNF (P>0,05). Os consumos
de MS e MO apresentaram comportamento linear crescente (P<0,05), em função
dos níveis de proteína, resultado contrário às afirmações de Conrad et al. (1964).
Esses autores relataram que, em dietas com digestibilidade abaixo de 66%, o
consumo de MS é limitado pelo efeito de enchimento. No presente estudo, a
digestibilidade da MS variou de 53,67 a 61,04%, para os níveis de 7 a 15% de PB,
respectivamente. Valadares (1997), Rennó (2003) e Cavalcante (2004) não
observaram diferenças nos consumos de MS e MO com o aumento dos níveis de
PB nas dietas. Esses autores trabalharam com níveis de proteína iguais ou
superiores a 7% e obtiveram resultado preconizado por Van Soest (1994), o qual
afirma que concentrações de PB acima de 7% de PB na matéria seca não influem
no consumo.
Acréscimo do consumo de nutrientes, em decorrência do aumento dos
níveis de proteína, também foi verificado por Valadares et al. (1997), que
observaram relação linear entre o nível de proteína da dieta e o consumo de NDT,
sendo o maior consumo (3,77 kg/dia) obtido com o nível de 14,5% de PB. A
mesma relação ocorreu neste estudo, com resultados próximos, observando-se o
maior valor numérico para o consumo de NDT (3,52 kg/dia) no nível de 15% de
PB. A regressão expressa em kg/dia foi: CNDT = 2,48085 + 0,06258*PB,
r
2
= 63,22%, (P<0,05). Este incremento do consumo de NDT, com níveis
crescentes de PB, decorre possivelmente do aumento do consumo de MS, pois os
valores estimados de NDT das dietas não foram influenciados (P>0,05) pelos
níveis de PB (Tabela 5).
54
Pereira et al. (2005), avaliando níveis crescentes de PB no concentrado, em
dietas de vacas, com relação volumoso:concentrado de 70:30 e silagem de milho,
não observaram aumento do consumo de nutrientes, em função do aumento de
PB (11,3 a 14,4 %PB) nas dietas. Esses autores concluíram que a falta de
resposta do consumo, principalmente de MS, face ao aumento de PB da dieta,
pode estar relacionada à densidade energética e à fração de FDN da dieta.
Ocorreu aumento linear para os consumos de MO, PDR, PNDR, FDN e MS,
em função do aumento dos níveis de PB, possivelmente em decorrência do
aumento do consumo de MS, posto que as dietas apresentaram praticamente os
mesmos teores de MO (Tabela 3). Para os demais itens, o aumento do consumo
pode ser explicado pelo o aumento de PB na dieta. O consumo de EE não foi
influenciado pelos níveis de PB (P>0,05), observando-se o valor médio de
126,75 g/dia. Leão et al. (2004), em trabalho com novilhos submetidos a três
níveis de ingestão (1,5; 2,0 e 2,5% PV), observaram aumento linear nos consumos
de MO, PB e EE, em decorrência do aumento no consumo de MS. Este fato não
foi observado neste estudo para o consumo de EE, uma vez que também ocorreu
aumento no consumo de MS.
As médias e equações de regressão ajustadas para as digestibilidades
total e parcial da MS, MO, PB, EE, CNF e FDN, em função da condição sexual e
dos níveis de proteína bruta, são apresentadas na Tabela 6. Observa-se que não
houve interação (P>0,05) de condição sexual e níveis de PB nas dietas para
nenhuma das digestibilidades avaliadas.
55
Tabela 6 - Médias, equações de regressão (ER) e coeficientes de variação (CV) dos nutrientes
ajustados para a digestibilidades total e ruminal (kg/dia), em função da condição sexual
(CS) e dos níveis de proteína bruta na dieta (PB em %)
CS
Nível de PB (% na MS)
Item
F MC MNC
7 10 13 15
ER
CV
(%)
Digestibilidade total
MS 57,48A 57,31A 58,77A 53,67b 57,39ab 58,09ab 61,04a 1 7,1
MO 61,60A 61,81A 62,14A 58,81b 60,39aab 63,34aab 64,47a 2 8,4
PB 51,24A 52,71A 50,29A 29,45c 48,78b 62,78a 66,08a 3 12,6
EE 76,64A 78,39A 78,16A 76,26a 75,79a 79,58a 78,84a 4 6,7
CNF 88,47B 86,41B 92,46A 91,89 94,02 93,96 76,58 5 4,3
FDN 38,94A 36,08B 42,96A 31,31c 33,70c 40,65b 49,32a 6 9,0
Digestibilidade ruminal
a
MS 61,54A 57,31A 61,16A 56,45a 53,68a 67,09a 63,12a 7 29,8
MO 70,86A 61,81A 62,14A 68,31a 65,51a 75,82a 71,56a 8 21,9
PB -6,79A 52,71A 50,29A -73,37c -4,36b 26,85a 16,87a 9 171,6
EE -13,81A 78,39A 78,16A -23,54a -20,09a -1,62a -14,25a 10 163,3
CNF 73,21A 76,55A 78,16A 68,85 67,46 78,40 89,18 11 13,6
FDN 95,25A 118,62 97,07 111,48a 101,22a 106,91a 95,02a 12 15,7
Médias, nas linhas e colunas, seguidas por letras maiúsculas compara CS e minúsculas, o nível de PB. Letras diferentes diferem
(P<0,05) pelo teste Tukey.
a
Digestibilidade calculada em % do total digerido, com exceção de PB e EE, que foram calculados em % da quantidade que
chegou a cada local.
1
Y = 53.94246 + 0.57815*X (r
2
= 0,98).
2
Y = 59.70127 + 0.47088*X (r
2
= 0,95).
3
Y = -26.02612 + 11.08109*X -0.32172*X
2
(R
2
= 0,99).
4
Y = 33,273 + 12,8359*X 0,65148*X
2
.(R
2
= 0,88).
5
Y = 55.92250 -5.62873*X + 0.35394*X
2
(R
2
= 0,99).
6
Y = -393.62382 + 62.24673*X -2.31166*X
2
(R
2
= 0,99).
7
Y = 106,108 9,3446*X + 0,54632*X
2
(R
2
= 0,99).
O coeficiente de digestibilidade total da MS não diferiu entre as condições
sexuais (P>0,05), mas foi afetado (P<0,05) pelos níveis de PB nas dietas. Como
citado anteriormente, para digestibilidade inferior a 66%, os fatores físicos podem
determinar o consumo. Neste estudo, a maior digestibilidade total da MS foi de
61,04% com o nível de 15% de PB. Barbosa (2005), trabalhando com dois níveis
de concentrado na dieta de bovinos Nelore de condições sexuais semelhantes,
observou digestibilidade média da MS de 64,74%, quando utilizou 25% de
concentrado. Ítavo et al. (2002), em bovinos Nelores não-castrados alimentados
com níveis crescentes de concentrado e dois níveis de proteína, não observaram
56
diferença na digestibilidade da MS, que foi, em média, 79,08%, quando aumentou
o nível dietético de PB de 15 para 18%.
As digestibilidades totais de MO, PB e EE não foram influenciadas pela
condição sexual (P>0,05) e apresentaram média de 61,85; 51,41 e 77,73,
respectivamente, seguindo o observado para a digestão da MS. As
digestibilidades estimadas da MO, PB e EE foram, em média, de 66,8; 74,2 e
73,8% (Leão et al., 2004), quando o consumo foi de 2,0% do PV. Diferentemente,
neste trabalho, a digestibilidade total do CNF foi influenciada (P<0,05) pela
condição sexual, pois apresentou maior média para os machos não-castrados
(92,46%).
Avaliando as digestibilidades totais, em função dos níveis de PB na dieta,
observa-se que as digestões de MS, MO, PB FDN e CNF foram influenciadas
pelos níveis de PB nas dietas (P<0,05), diferentemente do observado para a
digestibilidade total de EE (P>0,05). A digestibilidade mínima da FDN estimada de
33,54 foi observada com 7,95% PB na dieta. Ítavo et al. (2002), por sua vez,
relataram que os teores de PB da dieta de 15 a 18% não influenciaram a
digestibilidade aparente dos nutrientes. Da mesma forma, Rennó (2003) obteve
resultados semelhantes quando também avaliou a digestibilidade em função dos
níveis de PB na dieta (12 e 15%). No presente trabalho, foram encontradas
digestões diárias variando de 53,67 a 61,04; 58,81 a 64,47; 29,45 a 66,08 e 31,31
49,32% para MS, MO, PB e FDN, para o nível menor e maior de PB,
respectivamente. Pereira et al. (2005), em estudo utilizando níveis crescentes de
PB (11,3; 12,3; 13,3 e 14,4) na dieta de vacas, também não observaram efeito dos
níveis de PB, tendo obtido média de digestibilidade de 68,96; 70,17; 71,95 e
56,49% para MS, MO, PB e FDN, respectivamente.
De acordo com a equação de regressão para a digestibilidade total da MS,
houve incremento de 0,57 unidades percentuais na digestibilidade da MS para
cada 1,0% de aumento do nível de PB. Segundo Leng (1990), a ampliação dos
níveis de PB acelera a degradação e a passagem da FDN, ampliando a
digestibilidade e o turnover de resíduos indigestíveis, que estimula o consumo de
MS (Tabela 5). Leão et al. (2004), por sua vez, relataram que o aumento do nível
57
de consumo, geralmente, resulta em diminuição na digestibilidade da MS e dos
demais nutrientes.
A digestibilidade de CNF estimada em 79,22 foi observada com 15% PB na
dieta e máxima em 96,49 com 9,86% de PB. Com relação à digestibilidade
ruminal, também observou-se efeito dos níveis de proteína na dieta (P<0,05),
estimando-se valor de 88,86% com o maior nível de PB estudado (15%). Rennó
(2003) não verificou diferença nas digestibilidades totais e ruminais de CNF, em
função do aumento dos níveis de proteína, obtendo-se valores médios de 86,68 e
80,47%, repectivamente.
Não houve efeito (P>0,05) da condição sexual e dos níveis de PB nas dietas
sobre as digestibilidades ruminais de MS, MO, EE e FDN, observando-se médias
de 60,48; 70,64; 102,93 e 73,70%, respectivamente. Da mesma forma, Detmann
et al. (2005), estudando níveis de proteína em suplementos para terminação de
bovinos em pastejo, não observaram efeito na degradação ruminal, tendo obtido
valores médios de 42,77; 47,27; 66,77 e 36,77% para MS, MO, FDN e CNF,
respectivamente. Chizzotti et al. (2005) também não observaram diferença
significativa nas digestões ruminais dos mesmos nutrientes, em estudo com
novilhos holandeses submetidos a dietas com níveis crescentes de casca de
algodão, tendo obtido valores médios de 61,01; 75,33; 32,73; 89,05; 89,05 e
76,96%, para MS, MO, PB, EE, FDN e CNF, respectivamente.
Ainda na Tabela 6, verifica-se que a digestibilidade ruminal da PB foi afetada
quadraticamente pelos teores de PB na dieta (P<0,05). A regressão obtida para a
digestão ruminal da PB, em % da quantidade que chega ao local, foi:
Y = -393.62382 + 62.24673*X -2.31166*X2 (r
2
= 0,99), (P<0,05). Os valores
negativos de -73,37 e -4,36% obtidos para a digestão ruminal da PB, com teor nas
dietas de 7 a 10%, indicam que essas dietas foram deficientes em proteína bruta.
Para as dietas contendo 13 e 15% de PB, a digestão ruminal foi positiva variando
de 26,85 a 16,87, o que pode decorrer do excesso de PB nas dietas. Derivando a
equação, obtém-se um valor de 10,14% de PB na dieta, que pode ser considerado
o nível ótimo de PB para o nível de energia da dieta, uma vez que com esse valor
a digestão ruminal da PB seria zero.
58
Constam na Tabela 7 as médias, as equações de regressão e o coeficiente
de variação para a concentração de uréia no soro (US) e do nitrogênio uréico no
soro (NUS) e a excreção de uréia na urina (UU), em função da condição sexual e
dos níveis de proteína da dieta. Não houve interação de condição sexual e níveis
de proteína da dieta (P>0,05).
Tabela 7 - Médias, equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (r
2
) e de
variação (CV) obtidos para concentração de uréia no soro (US), nitrogênio
uréico no soro (NUS) e excreção de uréia na urina (UU), em função da condição
sexual (CS) e dos níveis de proteína bruta na dieta (PB em %)
CS
Nível de PB (% na MS)
Item
F MC MNC
7 10 13 15
ER
CV
(%)
US
1
25,8A 23,9A 23,8A
11,0c 20,2b 29,8a 38,1a 1 28,9
NUS 12,02A 11,1A 11,09A
5,12c 9,43b 13,91a 17,78a 3 28,9
UU
2
9,60A 7,95A 9,21A
4,28c 7,62b 11,09a 13,48a 2 27,7
Médias, nas linhas e colunas, acompanhadas por letras maiúsculas compara CS, e minúsculas compara o Nível de PB,
letras diferentes, diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
1
mg/dL.
2
mg/kg de PV.
1
Y = -11.98304 + 3.26415*X (r
2
= 99);
2
Y = -3.53256 + 1.12537*X (r
2
= 99).
3
Y = -5.58409 + 1.52109*X (r
2
= 99).
Animais de condição sexual diferente não apresentaram diferenças para US,
NUS e a UU, porém, as fêmeas tenderam a apresentar maiores valores em relação
aos machos castrados e não-castrados. Assim, pode-se inferir que fêmeas, machos
castrados e machos não-castrados, quando submetidos a níveis crescentes de PB na
dieta, apresentam parâmetros sangüíneos e urinários semelhantes.
Houve aumento das concentrações de US e NUS, bem como de UU, com o
incremento da quantidade de PB da dieta (P<0,05). Aumento das excreções de
uréia urinária e concentrações no soro, em decorrência do acréscimo de %PB da
dieta, foi reportado por Valadares (1997), Oliveira Jr. et al. (2004) e Roseler et al.
(1993) e apenas da excreção fracional de uréia por Rennó et al. (2000).
Segundo Roseler et al. (1993), dietas com excesso de proteína elevam as
concentrações endógenas de uréia no sangue e a excreção na urina, acarretando
59
redução na disponibilidade de energia e aumento da síntese hepática de uréia, o
que pode prejudicar o desempenho animal (NRC, 1996).
Associando o aumento da excreção urinária diária de N, na forma de uréia, à
redução do índice de eficiência de captação nitrogenada aparente (g N ingerido/ mg/dL
de N-NH3) e à ausência de efeito sobre o fluxo abomasal de NT e N-NH
3
, Detmann et
al. (2005) concluíram por um quadro de elevação nas perdas nitrogenadas, em
decorrência de difusão ruminal com a elevação dos níveis de PB na dieta de bovinos.
A composição das bactérias isoladas do rúmen encontra-se na Tabela 8,
enquanto os fluxos de N, MS e MO microbiana no duodeno e a eficiência
microbiana expressa de diferentes formas, na Tabela 9. Apenas a MS e a relação
N RNA:N-total não estão na faixa dos valores citados na revisão realizada por
Valadares Filho (1995), que encontrou média de 81,1 a 95,7% para MS e relação N
RNA:N-total de 17,6, com variação de 11,6 a 23,5%. Neste estudo foi observada média
de 68,09% para MS e 26,9% para a relação N-RNA:N-total. Da mesma forma, Rennó
(2003) obteve valores próximos aos do presente estudo de 65,75 e 24%,
respectivamente. Os teores de N-total das bactérias variaram de 6,50 a 7,80%, com
média igual a 7,0%. Cardoso et al. (2000), Carvalho et al. (1997) e Dias et al. (2000)
encontraram valores superiores, 8,72, 8,04 e 8,53%, respectivamente, porém os
valores revisados por Clark et al. (1992) e Valadares Filho (1995) 7,7 e 7,1% N-total,
respectivamente foram próximos aos observados neste estudo.
Tabela 8 - Teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), compostos
nitrogenados totais (N-Total), ácido ribonucléico (RNA), N-RNA e relação
N-RNA:N-Total de bactérias do rúmen obtidas com os níveis de PB nas
dietas
Nível de PB (% na MS)
Item
7 10 13 15
MS (%) 70,60 70,36 64,69 66,74
MO
1
75,51 79,80 72,84 80,21
N-TOTAL
1
6,50 6,73 6,99 7,80
N-RNA
1
1,63 1,64 2,06 2,21
N-RNA:N-TOTAL
1
26,0 28,8 27,0 25,8
1
% na MS.
60
Para os fluxos de nutrientes e a eficiência microbiana, independentemente
da forma como foi expressa (Tabela 9), não houve interação (P>0,05) de condição
sexual e níveis de PB. Não houve efeito (P>0,05) da condição sexual sobre o fluxo
de nutrientes e a eficiência microbiana.
Os valores médios estimados para o fluxo de nutrientes presentes no
duodeno para N, MS e MO microbiana foram de 68,79; 1032,97 e 789,7 g/dia,
respectivamente. Trabalhando com níveis de proteína bruta de 10,5 a 15%,
Cavalcante (2004) encontrou valores médios de 89,90 e 1164,16 para N e MS
microbiana, respectivamente, valor superior para o N microbiano e próximo para a
MS microbiana, quando comparados aos resultados deste estudo.
Não houve efeito dos níveis de PB nas dietas (P>0,05) sobre o fluxo de
nitrogênio microbiano (Nmic), a eficiência microbiana expressa em
gNmic/kgMOVDR e o fluxo de PB microbiana, observando-se valores médios de
71,29; 26,98 e 429,27 g/dia, respectivamente.
As quantidades médias de matéria orgânica degradada no rúmen (MODR)
e matéria orgânica verdadeiramente degradada no rúmen (MOVDR) foram
influenciadas pelos níveis de proteína na dieta (P<0,05), apresentando aumento
linear crescente, estimando-se incremento de 0,16 e 0,11 unidades para cada
percentual de aumento da PB na dieta, respectivamente. Os valores médios
observados neste estudo foram, em média, 2,19 e 2,98 kg, para MODR e
MOVDR, respectivamente. Ribeiro et al. (2001) observaram para MODR valor
médio de 2,6 kg/dia, determinado com bovinos recebendo rações contendo feno
de capim-tifton 85 de diferentes idades de rebrota, próximo ao observado para
MODR deste trabalho.
61
Tabela
9 - Médias, equação de regressão (ER) e coeficiente de variação (CV)
para o fluxo de nutrientes
microbianos e eficiências, em função da condição sexual (CS) e dos níveis de proteína bruta na
dieta (PB em %)
CS
Nível de PB (% na MS)
Item
F MC MNC
7 10 13 15
ER
CV
(%)
Fluxo de nutrientes, g/dia
Nmic
66,98 73,17 66,23
69,75 71,75 59,15 74,55 1 30,9
PB mic
418,66 457,33 413,95
435,97 448,42 369,59 465,93 2 30,9
MS mic
981,70 1096,89
1020,34
1150,40 1124,54 889,21 967,74 3 32,5
MO mic
726,46 865,89 776,86
849,86 901,06 636,39 771,63 4 32,1
Digestão (kg/dia)
MODR*
1,99 2,18 2,43
1,99 1,78 2,50 2,52 5 34,5
MOVDR**
2,71 3,04 3,20
2,84 2,68 3,14 3,29 6 18,7
Eficiência microbiana (g)
Nmic/kg MODR
38,21 40,57 34,59
54,36 45,20 29,21 20,00 7 43,7
Nmic/kg MOVDR
25,36 26,90 22,89
31,93 29,34 22,56 23,74 8 37,4
PBmic/kg NDT
155,28 148,76 131,26
178,86 158,56 129,06 128,47 9 15,1
Nmic = nitrogênio microbiano; MS mic = matéria seca microbiana
.
MO = matéria orgânica
microbiana; PBmic = proteína bruta microbiana.
*MODR = Matéria orgânica degradada no rúmen
.
**M
OVDR = Matéria orgânica verdadeiramente degradada no rúmen.
Condição sexual = (F) Fêmea, (MC) Macho castrado e (MNC) Macho não
-castrado.
Y = 71,29535.
Y =
445,59.
Y = 1576,21054
- 47,71321*X (r
2
= 0,82).
Y = 1204,010089
- 36,46329*X (r
2
= 0,62)
Y = 0
,43193 + 0,15171*X (r
2
= 0,98).
Y = 1,63603 + 0,11525*X (
r
2
= 0,93).
Y = 72,07749
- 3,11921*X (r
2
= 0,97).
Y = 26,985.
Y = 247,91356
- 9,10078*X (r
2
= 0,95).
62
A eficiência microbiana expressa em gNmic/kgMODR apresentou
comportamento linear decrescente (P<0,05), com o aumento dos níveis de PB na
dieta, e diminuiu 3,11 unidades por aumento porcentual do nível de PB. Para
igualar-se à eficiência estabelecida pelo ARC (1984), de 32 gNmic/kgMODR,
segundo a equação obtida neste experimento, seriam necessários, no máximo,
12,84% de PB para esta dieta. Cameron et al. (1991) estudaram o efeito da
suplementação de uréia e amido ou ambos em dietas de vacas em lactação e
observaram aumento do fluxo de Nmic para o intestino e incremento da eficiência
de Nmic em relação à MODR e MOVDR, de 15,4 e 5,4 g/kg, respectivamente.
Neste estudo, houve redução da eficiência microbiana (P<0,05), possivelmente,
em função do aumento da energia degradada no rúmen, MODR e MOVDR, não
ocorrendo aumento da Pbmic.
Segundo Cameron et al. (1991), a energia é um dos principais nutrientes
limitantes para o crescimento microbiano, sendo necessária a liberação de energia
dos carboidratos fermentáveis na mesma taxa em que ocorre liberação de NH
3
do
N dietético, para melhor eficiência de utilização dos nutrientes pelos
microrganismos ruminais. Clark et al. (1992) citaram que elevação no consumo de
MS aumenta a taxa de passagem ruminal, incrementando a passagem de
microrganismos para o intestino delgado e reduzindo a exigência de mantença
das bactérias, o que não ocorreu neste estudo, apesar do aumento no consumo
de MS (Tabela 5).
A eficiência microbiana, expressa em gPB/kg NDT, descrita pelo NRC
(1996), de 130 g PB/kg NDT, também não se aplica para todas as dietas neste
trabalho, pois a dieta com 7% de PB apresentou eficiência média de
178,86 gPB/kg NDT. Contudo, as dietas com 13 e 15% de PB apresentaram
eficiência muito próxima do valor citado pelo NRC (2001).
As estimativas do pH do fluido ruminal, em função dos tempos de coleta de
amostras, para a condição sexual e os níveis crescentes de PB nas dietas,
encontram-se na Figura 1. Não houve interação de condição sexual e teores de
PB na dieta (P>0,05), observando-se valores médios de 6,7 e 6,6,
respectivamente. De acordo com Mould et al. (1983), citados por Detmann et al.
63
(2005), apenas abaixo da faixa de 6,0-6,1 pode ocorrer comprometimento da
degradação da fibra. O pH ruminal não foi influenciado pela condição sexual
(P>0,05), mas detectou-se efeito cúbico (P<0,05), em função do tempo, com
valores mínimo (6,4) estimados às 6 horas após o fornecimento da dieta
(Figura 1).
6,4
6,5
6,6
6,7
6,8
6,9
7
0 1 2 3 4 5 6
Tempo (horas)
pH
Figura 1 - Estimativa do pH ruminal, em função dos tempos (T) de coleta.
Da mesma forma, Cavalcante (2004) não observou diferença no pH
ruminal, em função dos níveis de PB, sendo estimado pH máximo de 6,54, às
4,17 horas após a alimentação.
As estimativas das concentrações de amônia do fluido ruminal, em
mg/100 mL, em função dos tempos de coletas, para os animais alimentados com
níveis crescentes de PB na dieta, encontram-se na Figura 2. Ao contrário do pH,
houve interação (P<0,05) de níveis de PB na dieta e tempos de coleta, cujos
dados se ajustaram à equação:
Y =-99.79248+12.52128*T-6.63348*(T^2)+0.77396*(T^3)+28.50901*PB-
2.529*(PB^2)+0.07371*(PB^3)+0.22979*(PB*(T^2))-0.03893*(PB*(T^3))
(R
2
= 0,96)
Y = 6.9
-
0.28764*T+0.08808*(T^2)
-
0.00859*(T^3)
2
64
0
5
10
15
20
25
0 2 4 6
Tempo (horas)
NH3 mg/100 mL
7% PB
10% PB
13% PB
15% PB
Figura 2 - Estimativa das concentrações de amônia do fluido ruminal, em função
dos tempos (T) de coleta, para cada nível de proteína da dieta.
As concentrações máximas estimadas de amônia no líquido ruminal dos
animais são mostradas na Tabela 10.
Tabela 10 - Tempo (horas) de ocorrência da maior concentração de amônia, em
função das dietas experimentais
Dieta (% de PB) Tempo (horas) NH
3
mg/100 mL
7 1,36 10,36
10 2,00 16,89
13 2,18 18,13
15 2,36 21,94
Cavalcante (2004), avaliando níveis crescentes de PB na dieta, observou
apenas a influência do tempo de coleta para concentração de amônia, estimando
valor máximo de 17,43 mg/100 mL de N-NH
3
, às 3,62 horas após alimentação. Os
valores crescentes das concentrações de N-NH
3
eram esperados, em razão do
incremento de PB nas dietas e do consumo de MS. A dieta com 7% de PB
65
apresentou, a partir das 3,47 às 5,54 horas após alimentação, valores inferiores a
3,3 e 8,0 mg/100 mL, que, de acordo com Hoover (1986), citado por Cardoso et al
(2000), são considerados ideais para máxima síntese microbiana e digestão da
MO no rúmen, respectivamente.
Stern & Hoover (1979), citados por Polan (1988), em revisão de 46 estudos,
afirmaram que, para o crescimento microbiano, são necessários 27 gN/kg de
MODR. Neste trabalho, foi observado para o nível de 15% de PB o valor de
20 gN/kg de MODR. Sob este raciocínio, Clark et al. (1992) afirmaram que,
quando a concentração de amônia no fluido ruminal é maior que 2 a 5 mg/dL, a
passagem de N microbiano para o intestino está mais correlacionada à MODR que
às concentrações de amônia no fluido ruminal.
Conclusões
De maneira geral, os consumos, as digestibilidades dos nutrientes e a
produção microbiana não foram influenciadas pela condição sexual.
As digestibilidades totais da maioria dos nutrientes foram elevadas com o
aumento do teor de PB nas dietas, enquanto as digestões ruminais, com exceção
da PB, permaneceram inalteradas.
Os teores de US, NUS e UU aumentaram linearmente com a adição de PB
à dieta.
Houve diminuição da eficiência microbiana expressa em g Nmic/kg MODR e
em g PBmic/kg NDT, com o aumento dos níveis de PB nas dietas.
O pH foi influenciado cubicamente em função do tempo de coleta, tendo o valor
máximo ocorrido no tempo 0, imediatamente antes do fornecimento da dieta, de 6,9.
A concentração ruminal de amônia foi afetada cubicamente pelo teor de
proteína na dieta e pelo tempo após alimentação, apresentando valores máximos
às 1,36; 2,00; 2,18 e 2,36 horas de 10,36; 16,89; 18,13 e 21,94 NH
3
mg/100 mL,
para os níveis de 7, 10, 13 e 15% de PB, respectivamente.
66
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71
Balanço de compostos nitrogenados e estimativas das exigências de
proteína de mantença de bovinos Nelore de três condições sexuais
RESUMO - Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito de níveis
crescentes de proteína bruta sobre o balanço de nitrogênio e as exigências de
proteína para mantença de Nelore. Foram utilizados doze bovinos Nelore,
fistulados no rúmen e duodeno, de três condições sexuais (CS) quatro fêmeas,
quatro machos castrados e quatro machos não-castrados com idade aproximada
de 16 meses e peso vivo médio de 254,8, 285,1 e 265,6 kg, respectivamente.
Utilizaram-se três quadrados latinos 4 x 4, sendo quatro animais, quatro níveis de
proteína bruta (7, 10, 13 e 15%) e quatro períodos. A produção de matéria seca
fecal e os fluxos de MS no duodeno foram estimados com a fibra em detergente
ácido indigestível. A coleta total de urina de cada animal foi realizada do 13
o
ao
14
o
dia de cada período. O nitrogênio metabólico fecal foi estimado por regressão
entre o N absorvido (Y) e a ingestão de N (X), expressos em g/kg MS. As perdas
endógenas urinárias foram estimadas por regressão entre a excreção urinária de
N (Y) e a ingestão de N (X), expressas g/kg
0,75
. As perdas endógenas totais foram
estimadas pela regressão entre o balanço de N (Y) e a ingestão de N (X),
expressas em g/kg
0,75
.
Houve efeito da condição sexual apenas sobre o nitrogênio
ingerido, observando-se maior consumo para os machos castrados em relação às
fêmeas. A ingestão de compostos nitrogenados, a excreção fecal de N, o N
urinário e o balanço de compostos nitrogenados aumentaram linearmente com os
teores dietéticos de PB. Foram registrados valores de 6,69 de N/kgMS ingerida
para NMF e de 0,133 gN/kg
0,75
para o NUE. A exigência líquida total de proteína
foi estimada em 0,431 gN/kg
0,75
ou 2,69 g de proteína/ kg
0,75
.
Concluiu-se que as
exigências de proteína metabolizável para mantença, de 4,0 g/kg
0,75
, não diferiram
para animais Nelore de diferentes condições sexuais.
Palavras-chave: exigências protéicas, fêmeas, machos castrado, macho não-castrado
72
Effects of increasing dietary crude protein levels on nitrogen balance and
metabolizable protein requirements for maintenance of Nellore bovines of
three sexual categories
ABSTRACT - The effects of increasing dietary crude protein levels on
nitrogen balance and metabolizable protein requirements for maintenance of three
sexual categories of Nellore (four heifers, four bulls and four steers) averaging 16
months of age and body weight of 254.8, 285.1, and 265.6 kg, respectively, were
evaluated in this trial. The experiment was analyzed as a three replicated 4 x 4
Latin square design. Diets contained the following crude protein levels: 7, 10, 13 or
15%. Estimation of fecal DM output and duodenal DM flow was done using the
internal marker indigestible acid detergent fiber. Total collection of urine was
conducted from day 13 to day 14 on each period. Metabolic fecal nitrogen, urinary
endogenous losses and total endogenous losses were all estimated using a
regression approach. No significant effect of sexual category was observed for any
of the studied variables, excepting for N intake that was greater for steers than
heifers. Nitrogen intake, urinary and fecal N excretions and N balance all increased
linearly when the dietary CP varied from 7 to 15%. It was observed NMF of 6.69 of
N/kg ingested DM and NUE of 0.133 g N/kg
0.75
. The net protein requirement was
estimated as 0.431 gN/kg
0.75
or 2.69 g of protein/kg
0.75
. No effect of sexual
categories on metabolizable protein requirements for maintenance (approximately
4.0 g/kg
0.75
) was observed in this trial.
Key Words: bulls, heifers, protein requirement, steers
73
Introdução
O balanço de compostos nitrogenados (N), sob condições controladas,
fornece uma estimativa do metabolismo protéico e constitui um método de
avaliação dos alimentos e do estado nutricional do animal (Coelho da Silva &
Leão, 1979).
A exigência líquida de nutrientes é representada pelas exigências de
mantença e produção, cujas informações adotadas no Brasil se referem às
publicadas pela Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos da América do
Norte (NAS), a partir de 1944, denominadas Tabelas de Exigências Nutricionais do
NRC (Ezequiel, 1987). A última revisão realizada para bovinos de corte foi descrita
pelo NRC (1996).
As pesquisas sobre exigências nutricionais de bovinos em crescimento, no
Brasil, iniciaram-se em 1980. Desde então, foram desenvolvidos diversos
experimentos, visando determinar o desempenho, a composição corporal, o ganho
de peso e as exigências nutricionais de bovinos em confinamento e em
crescimento/terminação sob pastagens (Lana, 2005).
De acordo com Van Soest (1994), a proteína metabolizável (PM) é definida
como a quantidade de proteína verdadeira ou aminoácidos absorvidos no intestino
delgado e, especificamente em ruminantes, é representada pela quantidade de
aminoácidos de origem microbiana ou dietética absorvidos no intestino delgado.
Em sistemas de produção de gado de corte, os custos com alimentação
animal podem representar de 70 a 90% dos custos operacionais totais,
dependendo da fase de criação e do nível de produção desejado (Valadares Filho
et al., 2005). Portanto, o efeito da nutrição sobre diferentes fatores implica na
elaboração de diferentes protocolos para os diversos tipos de manejo, bem como
no controle rigoroso dos lotes de manejo e dos grupos contemporâneos (Sainz et
al., 2003). Dessa forma, o conhecimento das exigências de proteína para
mantença de animais Nelore pode resultar em economia nos custos com
formulação de rações, pela utilização de valores ótimos para as exigências,
considerando o elevado custo das fontes protéicas.
74
No Brasil, foram desenvolvidos poucos trabalhos envolvendo a mensuração
das exigências de proteína para mantença. Ezequiel (1987) obteve exigência de
proteína metabolizável (PM) para mantença de 1,72 e 4,28 g/kg PV
0,75
/dia para
novilhos Nelore e Holandês, respectivamente, enquanto Valadares et al. (1997),
utilizando a soma das perdas de NMF e NUE e considerando a eficiência de uso
de proteína para mantença igual a 1, obtiveram exigência de proteína
metabolizável para mantença de 4,13 g/kg PV
0,75
/dia, em bovinos anelorados.
Ladeira (1998) obteve valor de 1,63 g/kg PV
0,75
/ dia, em novilhos Nelore.
Nota-se, portanto, que os valores encontrados são bastantes variáveis e
diferentes do sugerido pelo NRC (1996), de 3,8 gPM/kg
0,75
, principalmente em
relação aos animais zebuínos.
Objetivou-se com este trabalho avaliar o balanço de compostos
nitrogenados e estimar as exigências de proteína para mantença de bovinos
Nelore de diferentes condições sexuais (fêmeas, machos castrados e não-
castrados).
Material e Métodos
O local do experimento e as instalações foram descritos no Capítulo 1 desta
Tese.
Foram utilizados 12 animais zebuínos da raça Nelore, sendo quatro de cada
condição sexual: fêmeas, machos castrados e machos não-castrados, com peso
vivo médio de 254,8; 285,1; e 265,6 kg, respectivamente. Todos os animais foram
fistulados (cânulas para rúmen e tipo T para o duodeno) e alojados em baias
individuais (9 m
2
) cobertas, com piso de concreto revestido de borracha, providas
de comedouros e de bebedouros individuais.
Os 12 bovinos Nelores foram distribuídos em três quadrados latinos 4 x 4,
sendo quatro animais, quatro níveis de proteína bruta (7, 10, 13 e 15%) e quatro
períodos. Os períodos tiveram duração de 15 dias, sendo nove para adaptação às
dietas e seis para as coletas. Cada quadrado latino foi constituído por animais de
uma condição sexual. As dietas foram constituídas de silagem de milho e
75
concentrado nas proporções de 75 e 25%, com base na MS, e balanceadas para
conter 7, 10, 13 e 15% de proteína bruta (PB). Os concentrados foram formulados
à base de milho, uréia, farelo de algodão com 38% de PB e mistura mineral.
Nas Tabelas 1, 2 e 3 podem ser visualizados a proporção dos ingredientes
na mistura dos concentrados, os teores médios de nutrientes dos concentrados e
da silagem de milho e a composição química das dietas, respectivamente.
A alimentação foi fornecida duas vezes ao dia, sempre às 8 e 16 h, na
forma de ração completa, à vontade, permitindo-se sobras de, no máximo, 5 a
10% do fornecido, com água permanentemente à disposição dos animais. A
quantidade de ração oferecida foi registrada diariamente e, semanalmente, foram
coletadas amostras dos concentrados, por tratamento, da silagem e das sobras,
por animal. As amostras semanais foram agrupadas, proporcionalmente, em
intervalos de seis dias, constituindo-se em amostras compostas, as quais foram
pré-secas em estufa ventilada a 60
o
C e processadas em moinho com peneira de
malha de 1 mm. Todas as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e
congeladas para análises posteriores.
As coletas de fezes e digestas de duodeno, aproximadamente 200 mL,
obtidas no reto e pela cânula duodenal, respectivamente, foram feitas uma vez ao
dia, simultaneamente, em intervalos de 26 horas, iniciando-se às 8 h do 10
o
dia e
terminando às 18 h do 15
o
dia de cada período experimental. As amostras foram
armazenadas em sacos plásticos a -15ºC e, posteriormente, submetidas à pré-
secagem em estufa de ventilação forçada a 60ºC, por 72 horas, e processadas em
moinho com peneira de 1 mm. Após a pré-secagem das amostras diárias, foi
efetuada uma amostra composta com base no peso seco para cada animal em
cada período, as quais foram acondicionadas em recipientes plásticos e
posteriormente analisadas.
76
Tabela 1 - Proporção dos ingredientes nos concentrados, expressos na base da
matéria natural (%), em função dos níveis de proteína bruta nas dietas
Níveis de PB (%)
Ingrediente
7 10 13 15
Fubá de milho 95,2 82,3 47,2 12,0
Farelo de algodão 0,0 10,5 45,6 80,8
Uréia 0,0 2,7 2,7 2,7
Sulfato de amônia 0,0 0,3 0,3 0,3
Mistura mineral
1
1,1 1,1 1,1 1,1
NaCl 1,1 1,1 1,1 1,1
Calcário 2,0 2,0 2,0 2,0
Total 100 100 100 100
Conteúdo por kg do produto: cálcio 240 g, fósforo 174 g, cobalto 100 mg, cobre 1.250 mg, ferro
1.795 mg, flúor (max.) 1.740 mg, iodo 90 mg, manganês 2.000 mg, zinco 5.270 mg, selênio
15 mg, por kilo do produto puro em elementos ativos.
Tabela 2 - Teores médios de nutrientes dos concentrados e da silagem de milho,
expressos com base na MS
Concentrados
Item
7 10 13 15
Silagem de
milho
MS (%) 88,1 88,6 89,1 89,5 23,09
MO
1
93,8 93,5 92,1 90,8 92,36
PB
1
7,2 18,4 28,4 38,5 6,90
PDR
1
4,6 14,7 21,1 27,38 5,0
PNDR
1
2,7 3,7 7,4 11,10 1,9
EE
1
3,7 3,3 2,5 1,6 2,28
FDN
1
10,5 13,5 24,6 35,7 52,05
FDA
1
3,95 6,58 15,80 25,04 32,16
FDAi
1
1,1 3,3 10,5 17,9 16,67
CNF
1
72,4 62,35 40,65 19,05 31,13
Lignina
1
1,1 1,9 4,9 7,89 5,37
1
% da MS.
77
Tabela 3 - Teores médios dos nutrientes obtidos para as dietas, expressos com
base na MS
Níveis de PB (%)
Item
7 10 13 15
MS (%) 43,7 37,6 38,4 38,4
MO
92,5 91,4 92,2 93,5
PB 6,7 10,0 12,9 14,2
PDR 4,9 7,4 9,0 10,6
PNDR 2,1 2,3 3,3 4,2
EE 2,9 2,7 2,1 2,0
FDN
37,1 43,5 46,6 50,0
FDA 21,2 27,9 29,8 30,5
CNF
41,4 36,2 31,7 28,0
FDAi 12,4 13,9 15,6 16,3
Lignina 4,0 5,1 5,7 5,2
NDT 61,92 63,47 62,79 62,37
A produção de MS fecal e os fluxos de MS no duodeno foram estimados por
intermédio da fibra em detergente àcido indigestível (FDAi). As amostras de
alimentos, sobras, digesta duodenal e fezes foram incubadas no rúmen em sacos
de ANKOM (filter bag 57), por 144 horas. Após a incubação ruminal, os sacos
foram lavados e submetidos à fervura em detergente ácido, secos em estufa com
ventilação forçada a 60ºC, por 72 horas, e, depois, por meia hora a 105ºC, em
estufa de secagem definitiva.
A coleta total de urina de cada animal foi realizada do 13
o
ao 14
o
dia de
cada período, utilizando-se sondas de Folley n
o
22 e 26, duas vias, com balão de
30 mL para novilhas. Na extremidade livre do cateter, foi adaptada mangueira de
polietileno, pela qual a urina foi conduzida até um recipiente de plástico com
tampa que continha 200 mL de H
2
SO
4
a 20%. A urina dos machos foi coletada por
intermédio de funis coletores acoplados aos animais, dotados de mangueiras de
78
polietileno que conduziam a urina a um galão plástico com 200 mL de H
2
SO
4
a
20%. Ao término do período de 24 horas de coleta, a urina foi pesada,
homogeneizada, amostrada, armazenada em frascos plásticos a -15°C. Para
quantificar os compostos nitrogenados na urina, utilizou-se o método semimicro
Kjeldahl.
O nitrogênio metabólico fecal foi estimado por regressão entre o N
absorvido (Y) e a ingestão de N (X), expressos em g/kg MS. As perdas endógenas
urinárias foram estimadas por regressão entre a excreção urinária de N (Y) e a
ingestão de N (X), expressas g/kg
0,75
. As perdas endógenas totais foram
estimadas pela regressão entre o balanço de N (Y) e a ingestão de N (X),
expressas em g/kg
0,75
; todos representados pelo intercepto da equação de
regressão (Van Soest, 1994).
As análises de MS, MO, PB, EE, FDN e lignina foram realizadas conforme
procedimento descrito por Silva & Queiroz (2002). As determinações de FDN
foram realizadas de acordo com o método descrito por Van Soest & Robertson
(1985), utilizando-se o extrator ANKON
200
(Ankom Technology Corp., Fairport, NY,
USA). Face à presença de uréia nas dietas, os CNF dos concentrados foram
calculados segundo Hall (2000), em que %CNF = 100 [(%PB - %PB derivada da
uréia + % de uréia) + %EE + %FDN + %cinzas].
Os teores NDT foram determinados conforme a equação proposta por
NRC(2001): NDT = PBd + 2,25EEd + FDNd + CNFd, em que PBd é PB digestível;
EEd, EE digestível; FDNd, FDN digestível; e CNFd, CNF digestíveis.
O experimento foi analisado segundo delineamento em quadrado latino
balanceado para efeitos residuais de tratamento. Os resultados foram avaliados
por intermédio do programa SAS (SAS, 1999), adotando-se 0,05 como nível crítico
de probabilidade para o erro tipo I. Quando pertinente, as médias foram
comparadas pelo teste Tukey.
79
Resultados e Discussão
Não houve interação (P>0,05) de condição sexual e níveis de proteína para
o balanço de nitrogênio (Tabela 4). Houve efeito (P<0,05) da condição sexual
apenas sobre o nitrogênio ingerido, em que os machos castrados consumiram
mais que as fêmeas. Todavia, não houve diferença para o consumo de compostos
nitrogenados entre machos castrados e não-castrados (P>0,05). O maior consumo
de machos castrados pode ser atribuído aos maiores consumos de MS destes
animais.
Tabela 4 - Médias, equações de regressão (ER) e coeficientes de variação (CV)
para o balanço de nitrogênio (BN), em função da condição sexual (CS)
e dos níveis de proteína bruta na dieta (PB em %)
Item
Condição sexual Níveis de proteína (%) ER CV
(%)
F MC MNC
7 10 13 15
Quantidade de N (g/dia)
NI
85,44B 98,14A 88,7AB
51,23D
76,82C
106,41B
134,10A
1 11,2
NF 38,10A 41,47A 39,71A
35,97B
38,28B
38,75B 46,99A
2 13,3
NU 22,67 18,83 16,16
11,54B
13,76B
22,90AB
32,28A
3 68,1
g/kgMSI
BN 5,04 6,68 6,43
0,80C
4,75B
8,58A 10,08A 4 37,7
NI = nitrogênio ingerido; NF = nitrogênio nas fezes e NU = nitrogênio na urina.
BN em g/kg de matéria seca ingerida (g/kgMSI).
Médias, na linha, seguidas de letras diferentes, diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
1
Y = -13,32745 + 9,26219*X (r
2
= 0,9828).
2
Y = 25,01233 + 1,29344*X (r
2
= 0,6522).
3
Y = -2,84496 + 1,77124*X (r
2
= 0,8431).
4
Y =-8,18172 + 1,2783*X (r
2
= 0,9816).
A ingestão de compostos nitrogenados aumentou linearmente (P<0,05) com
o incremento de PB nas dietas, sendo que, no maior nível de PB da dieta (15%),
foi observado consumo médio de N de 134,10 g/dia. Semelhantemente, Rennó
(2003) e Cavalcante (2004) verificaram maiores consumos de PB nas dietas com
maior concentração protéica.
80
A excreção fecal de N, assim como o N urinário e o balanço de compostos
nitrogenados, aumentou linearmente com os teores dietéticos de PB (P<0,05).
Para o nível de 15% de PB, foi observada maior excreção de N. O aumento linear
de excreção urinária de N foi de 1,77 g/dia para cada unidade percentual de
aumento de PB na dieta. Valadares et al. (1997) obtiveram médias de 12,27;
18,71; 33,88 e 59,92 g/dia para os teores de 7; 9,5; 12 e 14,5%PB,
respectivamente, sendo que os dois primeiros não diferiram entre si. Cavalcante
(1994) não observou diferença na excreção de N nas fezes, com teores de PB nas
dietas de 10,5; 12,0; 13,5 e 15% e média de 41,77 g/dia.
O balanço de compostos nitrogenados, por sua vez, foi influenciado (P<0,05)
pelos teores de PB das dietas, observando-se incremento de 1,2783 g de N por
unidade de acréscimo do teor protéico da dieta, resultado semelhante ao observado
por Cavalcante (2004). Valadares et al. (1997) também obtiveram regressão linear
entre o balanço de N, expresso em g/dia ou g/
kg0,75
, e o teor de PB das dietas.
As análises apresentaram alta correlação entre a quantidade de N
absorvido no intestino delgado (Y), em g/kgMS, e o consumo de N (r
2
= 0,94),
Figura 1. A regressão entre a quantidade de N absorvido no intestino delgado (Y)
e o consumo de N (X) foi: Y = -6,69 + 0,932 (X), P<0,05. Com base nesta
equação, o intercepto fornece o nitrogênio metabólico fecal (NMF), que
corresponde a 6,69 g de N/kgMS ingerida, valor superior aos reportados por
Ezequiel (1987), de 4,33 g/kgMS, em novilhos Nelores; Valadares et al. (1997), de
5,98 g/kgMS, em novilhos anelorados; e Ladeira (1999) de 5,17 g/kgMS, em
novilhos Nelores não-castrados.
O coeficiente da equação de regressão (0,932) representa a digestibilidade
verdadeira da proteína da dieta. Van Soest (1994) encontrou valores de 0,90 a
0,92 para bovinos, em revisão sobre diferentes espécies de animais. O NRC
(1985) citou, para carneiros e bovinos, absorções verdadeiras de 0,75 e 0,78,
respectivamente, expressas como proporção da quantidade de N que chegou ao
duodeno.
81
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
9 14 19 24 29
Consumo de N
N absorvido
Figura 1 - Relação entre a quantidade de N absorvido no intestino delgado e o
consumo de N, expressos em g/kg MS.
A excreção total urinária (Y) e a ingestão de N (X), expressas em g/kg
0,75
,
correlacionaram-se conforme a equação apresentada na Figura 2 (P<0,05). O
intercepto corresponde ao nitrogênio urinário endógeno (NUE), que foi igual a
0,133 gN/kg
0,75
. Este valor foi inferior aos observados por Valadares (1997), de
0,22 gN/kg
0,75
, e Ladeira (1999), de 0,38 gN/kg
0,75
.
Y = 0,351x - 0,1332
R
2
= 0,5057
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0,4 1,4 2,4 3,4
Consumo de N
Nitrogênio urinário
Figura 2 - Relação entre a excreção de N urinário e o consumo de N, expressos
em gN/kg
0,75
.
82
A equação de regressão (Figura 3) obtida entre o N retido e o consumo de
N, expressos em gN/kg
0,75
, resultou em um intercepto de 0,431 gN/kg
0,75
ou
2,69 g de proteína/ kg
0,75
. Esse valor foi maior que o citado pelo AFRC (1993) de
2,3, porém bastante superior ao encontrado por Valadares et al. (1997), de
0,246 gN/kg
0,75
.
y = 0,7066x - 0,4313
R
2
= 0,81
-0,40
-0,20
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
0,5 1 1,5 2 2,5
Consumo de N
Nitrogênio retido
Figura 3 - Relação entre consumo de N e o N retido (g/kg
0,75
).
Na Figura 4, encontra-se a estimativa da eficiência de utilização do
nitrogênio retido em relação ao nitrogênio absorvido, de 0,667, muito próxima à
recomendada pelo NRC (1985) de 0,67. Utilizando-se este valor de eficiência e
considerando-se as exigências líquidas de proteína para mantença de
0,431 gN/kg
0,75
ou 2,69 g de proteína/kg
0,75
, obtém-se exigência de proteína
metabolizável de 4,03 g/kg
0,75
, bastante próxima ao valor recomendado pelo NRC
(1996), de 3,8 g/kg
0,75
.
83
y = 0,6671x
R
2
= 0,7419
-500
0
500
1000
1500
0 500 1000 1500 2000
Nitrogênio absorvido
Nitrogênio retido
Figura 4 - Relação entre o nitrogênio retido e o nitrogênio absorvido.
Conclusões
O balanço de nitrogênio elevou-se linearmente com o aumento dos níveis
de PB na dieta.
A exigência líquida de proteína para mantença foi estimada em
0,431 gN/kg
0,75
ou 2,69 g de proteína/kg
0,75
.
As exigências de proteína metabolizável para mantença de animais Nelore
de diferentes condições sexuais foram de 4,0 g/kg
0,75
.
84
Literatura Citada
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86
3. RESUMO E CONCLUSÕES
Foram conduzidos dois experimentos com o objetivo de avaliar o consumo,
as digestibilidades total e parcial, a produção microbiana, o balanço de nitrogênio,
as exigências de proteína metabolizável para mantença e os parâmetros ruminais
em bovinos Nelore de três condições sexuais alimentados com crescentes níveis
de concentrado ou proteína.
A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que:
O aumento dos níveis de concentrado na dieta não resultou em
respostas positivas para os consumos, as digestibilidades parcial e
total dos nutrientes e a produção microbiana.
As concentrações de amônia do líquido ruminal máximas de
14,55 mg/dL foram estimadas às 1,83 horas após alimentação.
De maneira geral, os consumos, as digestibilidades dos nutrientes e
a produção microbiana não foram influenciados pela condição
sexual.
87
As digestibilidades totais da maioria dos nutrientes foram elevadas
com o aumento do teor de PB nas dietas, enquanto as digestões
ruminais, com exceção da PB, permaneceram inalteradas.
Os teores de UP, NUP e UU aumentaram linearmente com a adição
de PB à dieta.
Houve diminuição da eficiência microbiana expressa em g Nmic/kg
MODR e em g PBmic/kg NDT, com o aumento dos níveis de PB nas
dietas.
O pH foi influenciado cubicamente em função do tempo de coleta, tendo
o valor máximo, de 6,9, ocorrido no tempo 0, imediatamente antes do
fornecimento da dieta.
A concentração ruminal de amônia foi afetada cubicamente pelo teor
de proteína na dieta e pelo tempo após alimentação, apresentando
valores máximos às 1,36; 2,00; 2,18 e 2,36 horas de 10,36; 16,89;
18,13 e 21,94 NH
3
mg/100 mL, para os níveis de 7, 10, 13 e 15% de
PB, respectivamente.
O balanço de nitrogênio elevou-se linearmente com o aumento dos
níveis de PB na dieta.
A exigência líquida de proteína para mantença foi estimada em
0,431 gN/kg
0,75
ou 2,69 g de proteína/kg
0,75
.
As exigências de proteína metabolizável para mantença de animais
Nelore de diferentes condições sexuais foram de 4,0 g/kg
0,75
.
4. APÊNDICE
89
APÊNDICE
Tabela 1A - Consumos de matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), extrato
etéreo (CEE), proteína bruta (CPB) e fibra em detergente neutro
(CFDN), expressos em kg/dia, experimento I
TRAT CS ANIM CMS CMO CEE CPB CFDN
25 F 1 6,24 5,83 0,22 0,70 3,57
25 F 2 3,10 2,91 0,12 0,35 1,65
25 F 3 3,65 3,41 0,13 0,43 1,86
25 F 4 4,05 3,80 0,14 0,46 2,14
25 MC 21 6,52 6,10 0,22 0,75 3,43
25 MC 23 3,06 2,88 0,11 0,31 1,72
25 MC 24 4,09 3,85 0,14 0,49 1,88
25 MC 25 6,36 5,94 0,22 0,74 3,26
25 MNC 41 3,61 3,38 0,12 0,42 1,88
25 MNC 42 3,02 2,83 0,10 0,34 1,51
25 MNC 43 3,45 3,23 0,16 0,38 1,87
25 MNC 44 5,84 5,46 0,21 0,66 3,07
50 F 1 6,47 6,12 0,19 0,69 2,40
50 F 2 3,50 3,31 0,10 0,39 1,39
50 F 3 3,59 3,39 0,10 0,41 1,24
50 F 4 3,96 3,73 0,11 0,44 1,54
50 MC 21 6,18 5,82 0,19 0,70 2,31
50 MC 23 3,46 3,25 0,10 0,37 1,34
50 MC 24 3,95 3,72 0,12 0,45 1,36
50 MC 25 6,43 6,04 0,19 0,74 2,36
50 MNC 41 4,42 4,16 0,14 0,50 1,63
50 MNC 42 3,50 3,29 0,12 0,39 1,31
50 MNC 43 3,61 3,39 0,11 0,40 1,39
50 MNC 44 6,43 6,05 0,20 0,72 2,42
90
Tabela 2A - Consumos de matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), extrato etéreo (CEE),
proteína bruta (CPB), e fibra em detergente neutro (CFDN), expressos em kg/dia,
experimento II
CS PER ANIM TRAT CMS CMO CEE CPB CPDR
CPNDR
CFDN
F 1 1 7 5,16 4,78 0,15 0,35 0,253
0,095 1,77
F 2 2 7 3,75 3,57 0,11 0,27 0,184
0,090 1,55
F 3 3 7 3,89 3,6 0,09 0,3 0,190
0,106 1,59
F 4 4 7 3,53 3,33 0,09 0,22 0,173
0,052 1,36
MC 1 21 7 6,16 5,7 0,18 0,41 0,302
0,111 2,36
MC 3 23 7 3,51 3,27 0,08 0,27 0,172
0,095 1,51
MC 4 24 7 4,15 3,92 0,1 0,26 0,203
0,058 1,71
MC 2 25 7 6,06 5,55 0,18 0,44 0,297
0,141 2,54
3 1 41 7 5,32 4,92 0,16 0,35 0,261
0,094 2,01
3 2 42 7 4,25 3,92 0,13 0,31 0,208
0,102 1,74
3 3 43 7 3,16 2,95 0,08 0,24 0,155
0,087 1,25
3 4 44 7 6,42 6,18 0,17 0,41 0,314
0,099 2,74
F 2 1 10 5,93 5,43 0,17 0,6 0,439
0,164 2,5
F 1 2 10 4,03 3,75 0,12 0,4 0,298
0,100 1,48
F 4 3 10 3,78 3,57 0,09 0,35 0,280
0,074 1,61
F 3 4 10 4,31 3,98 0,11 0,46 0,319
0,145 1,77
MC 2 21 10 6,06 5,55 0,17 0,61 0,448
0,166 2,54
MC 4 23 10 4,4 4,15 0,11 0,4 0,325
0,071 1,92
MC 3 24 10 4,13 3,82 0,1 0,44 0,306
0,135 1,72
MC 1 25 10 7,67 7,1 0,22 0,7 0,567
0,128 2,94
MNC 2 41 10 2,57 2,36 0,1 0,28 0,190
0,089 0,66
MNC 1 42 10 5,12 4,79 0,14 0,47 0,379
0,092 1,98
MNC 4 43 10 3,67 3,49 0,09 0,35 0,272
0,075 1,54
MNC 3 44 10 6,67 6,19 0,16 0,7 0,493
0,207 2,85
F 3 1 13 6,14 5,67 0,13 0,8 0,553
0,252 2,77
F 4 2 13 5,14 4,83 0,11 0,61 0,463
0,147 2,36
F 1 3 13 3,63 3,42 0,1 0,45 0,327
0,126 1,51
F 2 4 13 4,86 4,48 0,13 0,64 0,437
0,204 2,08
MC 3 21 13 6,34 5,85 0,13 0,84 0,571
0,270 2,86
MC 1 23 13 4,24 3,95 0,12 0,52 0,382
0,141 1,76
MC 2 24 13 4,66 4,26 0,12 0,59 0,419
0,172 2,09
MC 4 25 13 - - - - - - -
MNC 3 41 13 - - - - - - -
MNC 4 42 13 5,41 5,08 0,12 0,65 0,487
0,161 2,51
MNC 1 43 13 4,99 4,64 0,12 0,54 0,449
0,088 1,95
MNC 2 44 13 5,99 5,48 0,16 0,76 0,539
0,218 2,69
F 4 1 15 7,36 6,91 0,14 1,06 0,780
0,280 3,64
F 3 2 15 4,84 4,45 0,09 0,77 0,513
0,258 2,3
F 2 3 15 4,36 3,96 0,1 0,66 0,463
0,202 2,09
F 1 4 15 4,44 4,1 0,11 0,58 0,471
0,107 1,98
MC 4 21 15 7,11 6,65 0,14 1,03 0,753
0,273 3,5
MC 2 23 15 4,8 4,37 0,11 0,7 0,509
0,192 2,36
91
Continuação da Tabela 2A...
MC 1 24 15 5,99 5,51 0,14 0,79 0,635
0,156 2,61
MC 3 25 15 7,62 7,01 0,14 1,2 0,807
0,396 3,68
MNC 4 41 15 5,83 5,47 0,12 0,86 0,618
0,237 2,86
MNC 3 42 15 4,81 4,41 0,09 0,78 0,509
0,268 2,3
MNC 2 43 15 4,16 3,78 0,1 0,63 0,441
0,188 1,99
MNC 1 44 15 7,68 7,1 0,18 1 0,814
0,186 3,33
92
Tabela 3A - Consumos de carboidratos não-fibrosos (CCNF) e nutrientes digestíveis
totais (CNDT), expressos em kg/dia, consumos de matéria seca
(CMSPV) e fibra em detergente neutro (CFDNPV), expressos em % do
peso vivo, e consumo de matéria seca (CMSPM), expresso em g/kg
0,75
,
experimento I
TRAT CS ANIM CCNF CNDT CMSPV
CFDNPV
CMSPM
25 F 1 2,11 3,55 2,33 1,33 94,23
25 F 2 1,25 1,97 1,41 0,75 54,34
25 F 3 1,46 2,22 1,64 0,84 63,41
25 F 4 1,60 2,47 1,68 0,89 66,14
25 MC 21 2,48 3,74 2,30 1,21 94,32
25 MC 23 1,25 1,87 1,28 0,72 50,43
25 MC 24 1,96 2,62 1,69 0,78 66,64
25 MC 25 2,47 4,55 2,39 0,89 96,60
25 MNC 41 1,42 2,40 1,62 0,84 62,54
25 MNC 42 1,31 1,74 1,39 0,69 53,29
25 MNC 43 1,46 2,27 1,47 0,80 57,65
25 MNC 44 2,23 3,97 2,30 1,21 91,84
50 F 1 3,23 3,55 2,17 0,80 90,19
50 F 2 1,66 1,85 1,56 0,62 60,25
50 F 3 1,85 2,30 1,55 0,53 60,42
50 F 4 1,88 2,23 1,68 0,65 65,82
50 MC 21 2,98 3,53 1,98 0,74 83,29
50 MC 23 1,64 1,90 1,47 0,57 57,73
50 MC 24 2,03 2,29 1,58 0,55 62,97
50 MC 25 3,12 4,51 2,17 0,80 89,98
50 MNC 41 2,14 2,55 1,91 0,71 74,57
50 MNC 42 1,68 1,93 1,50 0,56 58,73
50 MNC 43 1,71 2,11 1,57 0,61 61,06
50 MNC 44 3,09 3,63 2,27 0,85 93,15
93
Tabela 4A - Consumos de carboidratos não-fibrosos (CCNF) e nutrientes digestíveis totais
(CNDT), expressos em kg/dia, consumos de matéria seca (CMSPV) e fibra em
detergente neutro (CFDNPV), expressos em % do peso vivo, consumo de
matéria seca (CMSPM), expresso em g/kg
0,75
, e consumo de nutrientes
digestíveis totais (CNDTPER), expresso em percentual, experimento II
CS PER ANIM TRAT CCNF CNDT CMSPV
CFDNPV
CMSPM
NDTPER
F 1 1 7 2,51 2,86 1,71 0,59 71,36 55,36
F 2 2 7 1,64 2,64 1,67 0,69 64,74 70,50
F 3 3 7 1,62 - 1,58 0,65 62,70 -
F 4 4 7 1,65 1,92 1,40 0,54 55,89 54,52
MC 1 21 7 2,75 3,38 1,92 0,73 81,26 54,87
MC 3 23 7 2,40 2,79 1,38 0,60 55,19 79,47
MC 4 24 7 1,40 1,84 1,60 0,66 64,09 44,30
MC 2 25 7 1,84 3,07 1,87 0,78 79,40 50,73
3 1 41 7 2,40 - 2,18 0,82 86,03 -
3 2 42 7 1,74 2,97 1,71 0,70 67,83 69,89
3 3 43 7 1,38 1,92 1,32 0,52 52,04 60,70
3 4 44 7 2,86 3,80 1,93 0,82 82,41 59,21
F 2 1 10 1,80 3,24 1,92 0,81 80,56 54,71
F 1 2 10 2,22 3,13 1,81 0,66 69,89 77,60
F 4 3 10 1,69 - 1,57 0,67 61,86 -
F 3 4 10 1,56 2,47 1,68 0,69 67,34 57,35
MC 2 21 10 3,32 4,82 1,83 0,77 78,20 79,59
MC 4 23 10 2,29 3,24 1,72 0,75 68,91 73,62
MC 3 24 10 1,61 2,44 1,59 0,66 63,96 59,13
MC 1 25 10 1,78 3,53 2,56 0,98 106,44 45,96
MNC
2 41 10 2,25 - 1,09 0,28 42,74 -
MNC
1 42 10 1,37 2,48 2,03 0,78 80,90 48,47
MNC
4 43 10 2,55 - 1,53 0,64 60,34 -
MNC
3 44 10 1,56 2,72 2,04 0,87 86,82 40,73
F 3 1 13 1,41 - 1,88 0,85 79,85 -
F 4 2 13 1,68 3,11 2,15 0,99 84,49 60,51
F 1 3 13 2,03 3,09 1,49 0,62 58,93 85,11
F 2 4 13 1,80 3,16 1,95 0,84 77,60 64,92
MC 3 21 13 1,60 3,30 1,84 0,83 79,31 52,04
MC 1 23 13 1,51 2,70 1,74 0,73 68,86 63,71
MC 2 24 13 2,09 3,50 1,81 0,81 72,57 75,06
MC 4 25 13 - - - - - -
MNC
3 41 13 2,09 - - - - -
MNC
4 42 13 1,95 3,35 2,27 1,05 89,14 61,93
MNC
1 43 13 - - 1,60 0,62 67,23 .
MNC
2 44 13 1,86 3,98 1,54 0,69 68,25 66,49
F 4 1 15 1,65 - 3,22 1,59 125,07 -
F 3 2 15 1,84 3,21 1,97 0,94 77,99 66,24
F 2 3 15 2,86 3,60 1,82 0,87 71,65 82,50
F 1 4 15 1,56 2,64 1,24 0,55 53,78 59,36
94
Continuação da Tabela 4A...
MC 4 21 15 1,78 3,54 2,88 1,42 114,22 49,81
MC 2 23 15 1,56 3,06 1,88 0,92 75,16 63,77
MC 1 24 15 1,80 3,10 1,75 0,76 75,21 51,74
MC 3 25 15 2,24 - 2,87 1,39 115,89 -
MNC
4 41 15 1,86 3,99 2,44 1,20 95,93 68,48
MNC
3 42 15 2,14 3,68 1,90 0,91 75,62 76,55
MNC
2 43 15 2,07 3,84 1,76 0,84 68,86 92,25
MNC
1 44 15 1,70 - 2,60 1,13 107,78 -
95
Tabela 5A - Coeficientes de digestibilidade aparente total da matéria seca (CDMS), da
matéria orgânica (CDMO), do extrato etéreo (CDEE), da proteína bruta
(CDPB), fibra em detergente neutro (CDFDN) e dos carboidratos não-fibrosos
(CDCNF), expressos em %, experimento I
TRAT CS GG ANIM CDMS CDMO CDEE CDPB CDFDN
CDCNF
25 F 1 1 50,62 55,83 85,99 47,12 45,98 88,67
25 F 1 2 56,00 61,83 87,95 54,22 46,19 96,37
25 F 1 3 55,30 59,76 89,23 58,92 45,42 88,68
25 F 1 4 58,01 65,35 66,26 47,90 49,40 92,73
25 MC 2 21 51,66 57,15 66,47 50,85 45,46 87,82
25 MC 2 23 54,91 59,69 78,76 51,73 44,30 97,53
25 MC 2 24 58,18 63,55 73,82 52,75 46,04 93,96
25 MC 2 25 69,44 73,17 77,10 66,86 44,92 97,16
25 MNC 3 41 63,01 66,74 74,22 62,35 51,60 98,33
25 MNC 3 42 52,19 56,76 80,31 42,44 35,91 97,45
25 MNC 3 43 60,70 63,79 78,20 58,50 54,58 91,03
25 MNC 3 44 64,41 68,18 73,27 58,40 62,45 88,67
50 F 1 1 57,03 61,40 47,00 44,72 32,50 78,98
50 F 1 2 55,66 60,07 29,95 51,13 36,25 75,54
50 F 1 3 66,73 70,80 45,90 55,85 51,07 80,79
50 F 1 4 57,86 61,42 81,03 54,99 43,49 69,33
50 MC 2 21 58,20 62,85 89,03 54,00 54,83 59,80
50 MC 2 23 56,67 61,16 75,52 47,78 29,77 79,34
50 MC 2 24 58,64 63,73 93,22 53,49 33,25 75,01
50 MC 2 25 71,56 79,40 90,86 72,26 50,67 85,84
50 MNC 3 41 59,09 62,86 81,23 52,56 32,40 79,43
50 MNC 3 42 57,23 62,24 61,65 50,06 37,83 73,67
50 MNC 3 43 59,59 64,65 89,09 53,14 36,94 77,74
50 MNC 3 44 57,95 61,67 77,62 53,09 40,02 71,78
96
Tabela 6A - Coeficientes de digestibilidade aparente total da matéria seca (CDMS),
matéria orgânica (CDMO), do extrato etéreo (CDEE), da proteína bruta
(CDPB), da fibra em detergente neutro (CDFDN) e dos carboidratos não-
fibrosos (CDCNF), expressos em %, experimento II
CS PER ANIM TRAT CDMS CDMO
CDEE CDPB CDFDN
CDCNF
F 1 1 7 54,17 56,73 77,89 12,15 20,26 87,43
F 2 2 7 65,67 71,16 74,89 40,11 45,50 100,27
F 3 3 7 44,14 50,00 74,96 32,01 - 91,90
F 4 4 7 51,97 55,48 69,67 19,43 18,68 89,91
MC 1 21 7 52,21 55,96 84,23 24,75 20,03 89,61
MC 3 23 7 51,58 56,39 68,77 34,93 25,81 90,97
MC 4 24 7 48,83 53,53 62,55 12,77 21,30 92,66
MC 2 25 7 48,58 61,71 85,44 43,22 35,59 88,66
3 1 41 7 48,31 51,02 85,69 31,43 - 87,47
3 2 42 7 68,45 72,07 87,69 54,31 47,26 98,86
3 3 43 7 55,91 62,46 74,52 25,74 31,50 96,18
3 4 44 7 54,27 59,15 68,78 22,51 33,09 88,82
F 2 1 10 60,17 65,83 81,41 56,30 39,51 89,13
F 1 2 10 60,68 63,45 86,07 52,05 34,58 97,90
F 4 3 10 45,83 51,19 58,02 37,00 - 96,98
F 3 4 10 58,78 62,96 81,80 61,24 30,98 92,35
MC 2 21 10 62,37 67,07 80,04 60,37 40,09 94,42
MC 4 23 10 56,75 60,21 65,27 44,01 33,18 98,78
MC 3 24 10 54,86 59,98 80,89 53,16 28,14 95,83
MC 1 25 10 60,86 65,93 83,82 54,10 36,12 93,67
MNC 2 41 10 54,51 60,32 87,56 50,39 - 92,03
MNC 1 42 10 59,89 63,77 81,46 40,47 36,77 95,55
MNC 4 43 10 - 43,98 53,85 26,03 - 98,20
MNC 3 44 10 54,07 59,97 69,33 50,28 28,59 83,48
F 3 1 13 55,43 59,24 77,72 62,41 - 91,53
F 4 2 13 55,30 58,55 74,46 58,44 37,29 100,52
F 1 3 13 62,25 66,79 82,37 65,76 43,94 96,03
F 2 4 13 64,81 69,18 79,57 65,05 45,39 86,79
MC 3 21 13 56,95 60,55 80,52 63,96 36,36 92,95
MC 1 23 13 60,69 64,25 84,60 64,46 37,77 97,60
MC 2 24 13 63,42 67,13 88,69 69,32 44,07 92,40
MC 4 25 13 - - - - - -
MNC 3 41 13 - - - - - 89,96
MNC 4 42 13 53,65 57,42 61,03 57,10 35,56 98,75
MNC 1 43 13 57,03 64,77 84,73 49,43 41,80 -
MNC 2 44 13 67,29 73,16 90,08 77,10 53,24 88,07
F 4 1 15 52,84 55,71 74,88 59,50 - 81,33
F 3 2 15 59,36 63,16 66,85 72,68 45,32 79,67
F 2 3 15 63,70 68,53 82,30 60,49 58,04 62,94
F 1 4 15 64,58 67,71 83,41 65,15 47,78 70,93
MC 4 21 15 57,05 59,09 67,38 63,45 43,51 64,68
97
Continuação da Tabela 6A...
MC 2 23 15 65,20 69,31 79,22 73,13 52,92 70,89
MC 1 24 15 62,60 65,23 86,75 63,51 45,24 63,56
MC 3 25 15 57,77 60,86 77,61 65,57 41,01 -
MNC 4 41 15 65,08 67,86 76,41 67,52 53,34 90,18
MNC 3 42 15 54,94 58,03 75,71 63,23 51,54 86,40
MNC 2 43 15 70,06 76,29 90,20 77,46 59,91 94,40
MNC 1 44 15 59,32 61,90 85,40 61,32 - 91,12
98
Tabela 7A - Coeficientes de digestibilidade ruminal da matéria seca (CDRMS), matéria
orgânica (CDRMO), do extrato etéreo (CDREE), da proteína bruta (CDRPB),
fibra em detergente neutro (CDRFDN) e dos carboidratos não-fibrosos
(CDRCNF), expressos em %, experimento I
TRAT GG ANIM
CDRMS
CDRMO
CDREE CDRPB
CDRFD
N
CDRCN
F
25 1 1 40,47 66,49 -26,82 -33,92 99,90 84,07
25 1 2 65,19 70,83 -0,97 -17,55 101,64 79,65
25 1 3 65,29 71,22 -20,65 0,30 92,94 89,76
25 1 4 60,71 65,23 -18,32 -22,78 95,40 80,97
25 2 21 47,68 54,05 -47,17 -28,43 81,71 78,38
25 2 23 36,72 55,30 -67,67 -92,69 113,86 78,78
25 2 24 29,74 45,62 -19,42 -36,06 61,29 76,80
25 2 25 . . . . . .
25 3 41 43,49 61,49 -22,17 2,22 48,29 59,39
25 3 42 58,10 67,15 5,67 -25,98 89,07 87,80
25 3 43 - - - - - -
25 3 44 55,36 60,61 5,80 -5,83 75,03 78,78
50 1 1 45,53 60,53 5,70 11,83 54,03 84,26
50 1 2 62,55 65,85 -54,05 -19,28 59,69 108,96
50 1 3 48,01 56,55 -28,70 12,96 69,02 73,80
50 1 4 63,28 69,79 -2,25 -10,63 69,04 109,74
50 2 21 51,46 57,10 6,50 -3,76 - 118,78
50 2 23 61,56 67,99 18,96 -18,93 90,32 95,84
50 2 24 48,36 59,56 -2,54 -7,48 - 105,94
50 2 25 - - - - - 116,49
50 3 41 41,47 59,65 1,82 -7,12 - 107,00
50 3 42 61,14 66,26 -12,54 -6,18 63,68 108,12
50 3 43 62,17 73,97 -0,50 -6,05 104,86 95,30
50 3 44 73,79 78,17 14,78 7,15 - 75,24
99
Tabela 8A - Coeficientes de digestibilidade ruminal da matéria seca (CDRMS), matéria orgânica
(CDRMO), do extrato etéreo (CDREE), da proteína bruta (CDRPB), fibra em
detergente neutro (CDRFDN) e dos carboidratos não-fibrosos (CDRCNF),
expressos em %, experimento II
CS PER ANIM TRAT CDRMS
CDRMO
CDREE
CDRPB CDRFDN
CDRCNF
F 1 1 7 77,13 85,47 -25,14 -47,24 - 87,49
F 2 2 7 45,87 66,63 8,53 -35,51 120,81 56,70
F 3 3 7 38,31 44,02 -86,13 -72,21 54,31 67,78
F 4 4 7 81,59 92,34 9,86 -89,74 - 64,17
MC 1 21 7 61,28 71,29 -42,82 -81,61 173,77 75,66
MC 3 23 7 46,77 58,48 -56,85 -108,00 136,88 -
MC 4 24 7 57,48 74,89 -28,51 - - 67,59
MC 2 25 7 - - - - - 64,54
3 1 41 7 63,40 75,56 9,88 -83,95 - 70,74
3 2 42 7 48,89 56,25 8,59 -37,05 79,06 60,51
3 3 43 7 34,37 51,31 -73,49 -91,34 104,06 61,39
3 4 44 7 53,38 66,08 -42,02 -87,91 - 62,94
F 2 1 10 70,15 74,79 34,37 35,37 101,27 77,51
F 1 2 10 56,29 65,12 -23,58 -18,85 88,39 67,39
F 4 3 10 70,45 76,10 -35,87 -20,58 - 64,20
F 3 4 10 30,36 42,45 - - 75,54 57,89
MC 2 21 10 60,84 72,70 36,74 2,27 111,91 .
MC 4 23 10 18,18 45,78 -66,20 - - 68,81
MC 3 24 10 52,27 62,93 -65,53 -29,34 126,14 69,47
MC 1 25 10 - - - - - 50,95
MNC 2 41 10 - - 69,39 50,73 - 67,19
MNC 1 42 10 58,85 65,35 -40,88 8,99 92,11 112,00
MNC 4 43 10 68,91 93,34 -49,94 -61,60 - 60,43
MNC 3 44 10 51,74 57,52 -58,66 -19,83 113,18 52,78
F 3 1 13 81,18 84,38 16,11 15,62 - 56,18
F 4 2 13 21,19 46,86 -60,14 - 104,71 68,04
F 1 3 13 45,81 56,19 -64,81 0,54 100,20 87,91
F 2 4 13 77,32 80,75 33,08 40,75 116,95 56,40
MC 3 21 13 57,74 65,78 -55,59 2,42 102,75 94,98
MC 1 23 13 86,55 97,79 24,87 55,14 120,81 86,61
MC 2 24 13 93,27 98,21 - 48,07 - 71,91
MC 4 25 13 - - - - - -
MNC 3 41 13 - - - - - 78,89
MNC 4 42 13 63,80 76,73 -10,70 - 104,51 73,19
MNC 1 43 13 78,69 79,62 -30,45 25,86 106,55 -
MNC 2 44 13 74,95 76,61 40,20 34,09 98,80 86,95
F 4 1 15 79,04 88,67 -1,31 25,98 - 89,91
F 3 2 15 64,97 73,22 -6,45 9,24 94,24 88,66
F 2 3 15 81,66 86,63 35,45 57,40 96,05 88,82
F 1 4 15 63,38 70,17 -41,17 4,17 - 92,35
MC 4 21 15 65,71 80,33 -6,69 1,84 103,77 93,67
100
Continuação da Tabela 8A...
MC 2 23 15 51,35 62,60 20,03 - 99,26 83,48
MC 1 24 15 47,82 59,66 -45,87 4,39 92,32 86,79
MC 3 25 15 - - - - - 88,07
MNC 4 41 15 58,46 68,22 8,84 18,74 64,46 87,34
MNC 3 42 15 50,65 58,33 - - 76,34 84,30
MNC 2 43 15 65,79 69,85 13,58 23,92 96,58 93,07
MNC 1 44 15 84,30 87,89 -24,07 42,14 132,15 93,79
101
Tabela 9A - Fluxos de matéria seca (MSMIC), matéria orgânica (MOMIC), nitrogênio
(NMIC) e proteína bruta (PBMIC) microbiana, expressos em g/dia,
experimento I
TRAT CS ANIM MSMIC MOMIC NMIC PBMIC
25 F 1 1594,77 1336,11 113,97 712,32
25 F 2 596,69 483,11 44,25 276,58
25 F 3 625,85 525,56 50,81 317,57
25 F 4 822,20 695,76 63,47 396,68
25 MC 21 1309,74 1018,56 95,45 596,57
25 MC 23 896,72 751,54 68,01 425,05
25 MC 24 2163,91 1710,28 144,26 901,62
25 MNC 42 1010,18 830,99 74,57 466,06
25 MNC 43 931,69 773,36 64,66 404,11
25 MNC 44 1250,84 1067,82 95,10 594,40
50 F 1 1874,09 1559,55 112,12 700,73
50 F 2 850,13 661,29 63,00 393,73
50 F 3 942,99 761,73 65,69 410,58
50 F 4 869,21 696,55 62,71 391,95
50 MC 21 1770,33 1403,04 122,14 763,39
50 MC 23 969,65 777,42 61,48 384,27
50 MC 24 1252,69 942,97 80,28 501,77
50 MNC 41 1227,92 994,71 85,75 535,92
50 MNC 42 841,58 690,21 52,03 325,18
50 MNC 44 1129,49 903,91 98,20 613,73
102
Tabela 10A - Fluxo de matéria seca (MSMIC), matéria orgânica (MOMIC), nitrogênio
(NMIC) e proteína bruta (PBMIC) microbiana, expressos em g/dia,
experimento II
QL ANIMAL
PER TRAT MSMIC MOMIC NMIC PBMIC
F 1 1 7 1231,99 882,32 81,87 511,72
F 2 2 7 1282,29 939,83 84,04 525,24
F 3 3 7 1093,17 825,45 62,41 390,04
F 4 4 7 824,41 651,29 59,01 368,83
MC 21 1 7 2090,37 1589,96 113,03 706,46
MC 23 3 7 1248,13 953,99 81,66 510,40
MC 24 4 7 805,19 618,34 57,54 359,62
MNC 42 2 7 1253,76 957,68 71,39 446,20
MNC 43 3 7 1154,09 813,87 74,80 467,48
MNC 44 4 7 - - - -
F 1 2 10 1274,31 944,45 82,96 518,47
F 2 1 10 948,01 707,49 63,14 394,60
F 3 4 10 1016,65 800,02 60,66 379,13
F 4 3 10 1416,51 1160,13 88,59 553,70
MC 21 2 10 1261,38 1014,74 74,44 465,22
MC 23 4 10 998,95 761,29 78,58 491,14
MC 24 3 10 1161,71 1013,58 74,02 462,63
MNC 41 2 10 - - - -
MNC 42 1 10 1118,75 897,83 72,53 453,30
MNC 43 4 10 - - - -
MNC 44 3 10 1402,85 1127,71 95,24 595,28
F 1 3 13 877,08 605,75 52,38 327,35
F 2 4 13 952,31 717,42 68,36 427,27
F 3 1 13 1016,48 597,95 69,77 436,07
F 4 2 13 664,70 476,86 52,86 330,38
MC 21 3 13 1852,81 1426,19 121,83 761,45
MC 23 1 13 502,31 370,93 38,64 241,50
MC 24 2 13 471,97 364,19 31,18 194,86
MNC 42 4 13 613,44 475,78 47,44 296,53
MNC 43 1 13 1216,80 901,94 66,69 416,79
MNC 44 2 13 720,39 531,25 56,85 355,30
F 1 4 15 349,87 325,60 32,37 202,30
F 2 3 15 706,77 519,52 54,31 339,45
F 3 2 15 1310,57 870,65 105,72 660,73
F 4 1 15 742,11 598,73 53,32 333,26
MC 21 4 15 978,40 800,38 72,24 451,53
MC 23 2 15 1143,94 933,92 85,96 537,23
MC 24 1 15 647,56 543,20 48,96 305,99
MNC 41 4 15 648,05 492,30 46,18 288,62
MNC 42 3 15 1481,17 1175,69 113,62 710,10
MNC 43 2 15 1175,94 1012,07 94,46 590,38
MNC 44 1 15 1106,02 883,74 91,47 571,68
103
Tabela 11A - Matéria orgânica degradada no rúmen (MODR) e matéria orgânica
verdadeiramente degradada no rúmen (MOVDR), expressas em kg/dia,
eficiência microbiana de utilização da MODR (NMODR) e MOVDR
(NMOVDR), expressa em g Nmic/kg de MODR ou MOVDR, e
nutrientes digestíveis totais, expressos em gramas de PBmic/kg de
NDT (PBNDT), experimento I
TRAT CS ANIM MODR MOVDR
NMODR NMOVDR PBNDT
25 F 1 2,162 3,499 52,704 32,576 200,372
25 F 2 1,274 1,757 34,747 25,191 140,728
25 F 3 1,452 1,978 34,993 25,693 142,797
25 F 4 1,620 2,316 39,172 27,404 160,320
25 MC 21 1,886 2,904 50,622 32,868 159,712
25 MC 23 0,951 1,702 71,540 39,954 227,330
25 MC 24 1,115 2,825 - 51,057 -
25 MNC 42 0,651 1,482 - 50,331 267,647
25 MNC 43 3,232 4,006 20,004 16,142 178,278
25 MNC 44 2,255 3,322 42,182 28,625 149,699
50 F 1 2,275 3,834 49,284 29,239 197,629
50 F 2 1,308 1,969 48,176 31,995 213,215
50 F 3 1,356 2,118 48,434 31,015 178,617
50 F 4 1,598 2,295 39,234 27,326 175,635
50 MC 21 2,089 3,492 58,469 34,977 .
50 MC 23 1,353 2,131 45,438 28,858 202,387
50 MC 24 1,413 2,356 56,810 34,074 .
50 MNC 41 1,560 2,555 54,957 33,561 210,186
50 MNC 42 1,358 2,049 38,303 25,398 168,129
50 MNC 44 2,918 3,821 33,658 25,696 169,193
104
Tabela 12A - Matéria orgânica degradada no rúmen (MODR) e matéria orgânica
verdadeiramente degradada no rúmen (MOVDR), expressas em kg/dia,
eficiência microbiana de utilização da MODR (NMODR) e MOVDR
(NMOVDR), expressa em g Nmic/kg de MODR ou MOVDR, e nutrientes
digestíveis totais, expressos em gramas de PBmic/kg de NDT (PBNDT),
experimento II
QL ANIM PER TRAT MODR MOVDR NMODR NMOVDR
PBNDT
F 1 1 7 2,318 3,200 35,320 25,583 174,212
F 2 2 7 1,695 2,635 - 31,895 -
F 3 3 7 0,792 1,618 78,763 38,575 200,680
F 4 4 7 1,707 2,358 34,570 25,023 185,191
MC 21 1 7 2,273 3,863 49,737 29,264 205,034
MC 23 3 7 1,077 2,031 75,805 40,203 -
MC 24 4 7 1,570 2,188 36,648 26,293 160,395
MNC 42 2 7 1,588 2,545 44,962 28,046 147,701
MNC 43 3 7 0,946 1,759 79,103 42,512 -
MNC 44 4 7 - - - - -
F 1 2 10 2,672 3,616 31,049 22,940 135,913
F 2 1 10 1,548 2,256 40,774 27,986 154,456
F 3 4 10 1,390 2,190 43,655 27,704 195,258
F 4 3 10 1,064 2,224 - 39,841 -
MC 21 2 10 2,706 3,721 - 20,007 117,164
MC 23 4 10 1,145 1,906 68,651 41,230 185,759
MC 24 3 10 1,442 2,456 51,330 30,143 189,312
MNC 41 2 10 - - - - -
MNC 42 1 10 1,998 2,896 36,299 25,045 139,067
MNC 43 4 10 - - - - -
MNC 44 3 10 2,133 3,261 44,646 29,207 151,570
F 1 3 13 2,832 3,438 18,492 15,234 91,969
F 2 4 13 1,325 2,042 51,604 33,476 142,721
F 3 1 13 1,283 1,881 54,362 37,085 179,199
F 4 2 13 2,503 2,980 21,121 17,741 100,246
MC 21 3 13 2,330 3,756 52,289 32,435 202,749
MC 23 1 13 2,485 2,856 15,552 13,531 88,736
MC 24 2 13 2,808 3,172 11,104 - -
MNC 42 4 13 2,236 2,712 21,218 17,495 96,584
MNC 43 1 13 2,390 3,292 27,900 20,256 130,282
MNC 44 2 13 3,073 3,604 18,501 15,774 -
F 1 4 15 5,199 5,525 - - -
F 2 3 15 2,341 2,860 23,201 18,988 115,215
F 3 2 15 1,227 2,097 - - 230,465
F 4 1 15 1,946 2,545 27,403 20,955 113,157
MC 21 4 15 4,142 4,943 17,440 14,616 109,360
MC 23 2 15 1,045 1,979 - 43,429 -
MC 24 1 15 3,125 3,669 15,665 13,345 80,311
MNC 41 4 15 3,646 4,138 12,666 11,159 -
105
Continuação da Tabela 12A...
MNC 42 3 15 1,182 2,357 - 48,195 -
MNC 43 2 15 0,279 1,292 - - -
MNC 44 1 15 3,864 4,747 23,675 19,268 122,351
106
Tabela 13A - Valores de pH e concentrações de N-NH
3
líquido ruminal nos tempos
de coletas, experimento I
TRAT TEMPO CS ANIM PH NNH
3
25 0 F 1 6,69 5,05
25 0 F 2 6,58 5,89
25 0 F 3 6,76 2,52
25 0 F 4 6,80 5,05
25 0 MC 21 6,94 2,10
25 0 MC 23 6,74 6,73
25 0 MC 24 6,88 4,21
25 0 MNC 41 6,87 5,89
25 0 MNC 42 6,81 2,94
25 0 MNC 43 6,60 7,57
25 0 MNC 44 6,53 6,31
25 2 F 1 6,38 17,67
25 2 F 2 6,50 12,62
25 2 F 3 6,62 14,72
25 2 F 4 6,80 18,93
25 2 MC 21 6,80 7,57
25 2 MC 23 6,90 10,94
25 2 MC 24 6,84 17,25
25 2 MNC 41 6,95 17,25
25 2 MNC 42 6,31 10,52
25 2 MNC 43 6,56 12,62
25 2 MNC 44 6,45 11,36
25 4 F 1 6,45 13,46
25 4 F 2 6,45 6,73
25 4 F 3 6,57 8,41
25 4 F 4 6,65 13,04
25 4 MC 21 6,74 10,94
25 4 MC 23 7,15 3,79
25 4 MC 24 6,79 9,25
25 4 MNC 41 7,12 10,10
25 4 MNC 42 6,53 7,15
25 4 MNC 43 6,46 7,57
25 4 MNC 44 6,50 10,94
25 6 F 1 6,57 8,75
25 6 F 2 6,57 9,19
25 6 F 3 6,86 2,94
25 6 F 4 6,90 5,05
25 6 MC 21 6,69 4,21
25 6 MC 23 6,81 7,57
25 6 MC 24 6,98 2,10
25 6 MNC 41 7,12 1,68
25 6 MNC 42 7,00 2,94
25 6 MNC 43 6,51 3,94
107
Continuação da Tabela 13A...
25 6 MNC 44 6,55 9,25
50 0 F 1 7,24 4,21
50 0 F 2 7,56 7,15
50 0 F 3 7,34 7,15
50 0 F 4 7,75 7,99
50 0 MC 21 7,30 6,73
50 0 MC 23 7,10 5,89
50 0 MC 24 7,53 5,47
50 0 MNC 41 7,52 5,89
50 0 MNC 42 6,99 9,25
50 0 MNC 43 - -
50 0 MNC 44 7,22 6,73
50 2 F 1 6,54 17,67
50 2 F 2 6,83 15,56
50 2 F 3 6,63 17,67
50 2 F 4 6,90 19,77
50 2 MC 21 6,87 9,25
50 2 MC 23 6,80 19,69
50 2 MC 24 6,40 13,88
50 2 MNC 41 6,64 15,98
50 2 MNC 42 6,32 6,31
50 2 MNC 43 - -
50 2 MNC 44 6,55 17,25
50 4 F 1 6,26 13,04
50 4 F 2 6,87 5,05
50 4 F 3 6,20 6,31
50 4 F 4 6,67 7,15
50 4 MC 21 6,77 2,19
50 4 MC 23 6,67 7,09
50 4 MC 24 6,47 8,41
50 4 MNC 41 6,51 7,15
50 4 MNC 42 6,10 10,52
50 4 MNC 43 . .
50 4 MNC 44 6,21 12,62
50 6 F 1 6,13 1,68
50 6 F 2 6,42 3,37
50 6 F 3 6,66 4,21
50 6 F 4 6,48 1,26
50 6 MC 21 6,53 5,05
50 6 MC 23 6,52 2,63
50 6 MC 24 7,09 4,63
50 6 MNC 41 6,27 1,31
50 6 MNC 42 6,06 7,15
50 6 MNC 43 - -
50 6 MNC 44 6,00 3,79
108
Tabela 14A - Valores de pH e concentrações de N-NH
3
líquido ruminal nos
tempos de coletas, experimento II
CS PER ANIM TRAT TEMPO PH NNH
3
F 1 1 1 0 6,87 5,01
F 1 2 2 0 6,76 3,37
F 1 3 3 0 6,63 8,83
F 1 4 4 0 6,98 7,15
F 1 1 1 2 6,74 10,65
F 1 2 2 2 6,91 15,56
F 1 3 3 2 6,73 16,40
F 1 4 4 2 6,74 19,35
F 1 1 1 4 6,71 0,88
F 1 2 2 4 6,54 10,10
F 1 3 3 4 6,68 12,20
F 1 4 4 4 6,68 11,36
F 1 1 1 6 6,88 4,38
F 1 2 2 6 6,63 5,69
F 1 3 3 6 6,59 7,57
F 1 4 4 6 6,60 7,99
F 2 1 2 0 7,28 2,94
F 2 2 1 0 7,02 1,75
F 2 3 4 0 6,98 3,37
F 2 4 3 0 7,14 2,94
F 2 1 2 2 6,80 13,88
F 2 2 1 2 6,80 7,99
F 2 3 4 2 6,60 21,03
F 2 4 3 2 6,90 15,98
F 2 1 2 4 6,75 13,88
F 2 2 1 4 6,75 8,83
F 2 3 4 4 6,56 16,40
F 2 4 3 4 6,72 13,04
F 2 1 2 6 7,02 2,63
F 2 2 1 6 7,02 1,31
F 2 3 4 6 6,66 9,25
F 2 4 3 6 6,69 5,89
F 3 1 3 0 6,98 5,89
F 3 2 4 0 6,58 7,57
F 3 3 1 0 6,85 3,94
F 3 4 2 0 6,97 5,05
F 3 1 3 2 6,63 30,19
F 3 2 4 2 6,44 28,44
F 3 3 1 2 6,15 7,99
F 3 4 2 2 6,64 29,02
F 3 1 3 4 6,53 20,19
F 3 2 4 4 6,36 18,09
F 3 3 1 4 6,22 4,21
109
Continuação da Tabela 14A...
F 3 4 2 4 6,53 17,67
F 3 1 3 6 6,00 14,72
F 3 2 4 6 5,70 15,56
F 3 3 1 6 5,75 1,26
F 3 4 2 6 5,70 8,83
F 4 1 4 0 6,79 8,83
F 4 2 3 0 6,70 5,47
F 4 3 2 0 6,65 5,47
F 4 4 1 0 6,75 2,10
F 4 1 4 2 6,56 19,35
F 4 2 3 2 6,46 22,31
F 4 3 2 2 6,45 21,03
F 4 4 1 2 6,46 7,15
F 4 1 4 4 6,50 24,50
F 4 2 3 4 6,29 16,40
F 4 3 2 4 6,40 8,83
F 4 4 1 4 6,38 5,47
F 4 1 4 6 6,30 9,67
F 4 2 3 6 6,20 5,47
F 4 3 2 6 6,30 7,57
F 4 4 1 6 6,33 2,10
MC 1 21 1 0 7,10 1,68
MC 1 23 3 0 7,13 9,25
MC 1 24 4 0 7,14 3,50
MC 1 21 1 2 6,37 4,38
MC 1 23 3 2 5,67 10,10
MC 1 24 4 2 6,62 20,75
MC 1 21 1 4 6,79 3,37
MC 1 23 3 4 7,10 4,21
MC 1 24 4 4 6,93 17,94
MC 1 21 1 6 6,96 2,19
MC 1 23 3 6 7,12 3,06
MC 1 24 4 6 7,07 8,83
MC 2 21 2 0 7,15 4,21
MC 2 23 4 0 7,14 5,89
MC 2 24 3 0 7,39 3,37
MC 2 21 2 2 6,96 15,14
MC 2 23 4 2 6,71 19,77
MC 2 24 3 2 7,19 16,40
MC 2 21 2 4 6,80 5,69
MC 2 23 4 4 6,67 13,46
MC 2 24 3 4 7,00 14,30
MC 2 21 2 6 6,71 4,63
MC 2 23 4 6 7,04 2,94
MC 2 24 3 6 7,16 7,15
110
Continuação da Tabela 14A...
MC 3 21 3 0 6,97 5,47
MC 3 23 1 0 6,95 2,52
MC 3 24 2 0 6,90 3,37
MC 3 21 3 2 6,65 22,31
MC 3 23 1 2 6,62 7,15
MC 3 24 2 2 6,64 17,50
MC 3 21 3 4 6,59 12,20
MC 3 23 1 4 6,63 5,25
MC 3 24 2 4 6,49 10,94
MC 3 21 3 6 5,58 8,83
MC 3 23 1 6 5,63 2,52
MC 3 24 2 6 5,72 8,83
MC 4 21 4 0 6,80 8,83
MC 4 23 2 0 6,69 4,81
MC 4 24 1 0 6,85 2,19
MC 4 21 4 2 6,53 24,94
MC 4 23 2 2 6,52 11,36
MC 4 24 1 2 6,39 5,89
MC 4 21 4 4 6,42 18,93
MC 4 23 2 4 6,41 6,73
MC 4 24 1 4 6,45 6,31
MC 4 21 4 6 6,51 11,36
MC 4 23 2 6 6,55 3,37
MC 4 24 1 6 6,53 2,63
MNC 1 41 1 0 7,09 7,99
MNC 1 42 2 0 6,94 6,31
MNC 1 43 3 0 7,25 3,37
MNC 1 44 4 0 6,90 4,63
MNC 1 41 1 2 6,53 8,31
MNC 1 42 2 2 6,71 13,46
MNC 1 43 3 2 7,15 10,94
MNC 1 44 4 2 6,87 20,19
MNC 1 41 1 4 6,89 3,50
MNC 1 42 2 4 6,90 7,57
MNC 1 43 3 4 7,43 7,99
MNC 1 44 4 4 6,89 11,36
MNC 1 41 1 6 6,97 6,05
MNC 1 42 2 6 6,82 10,10
MNC 1 43 3 6 7,20 11,78
MNC 1 44 4 6 7,02 7,15
MNC 2 41 2 0 6,45 20,56
MNC 2 42 1 0 7,21 1,68
MNC 2 43 4 0 7,08 5,89
MNC 2 44 3 0 6,90 5,47
MNC 2 41 2 2 6,60 16,40
111
Continuação da Tabela 14A...
MNC 2 42 1 2 6,80 4,38
MNC 2 43 4 2 6,69 25,38
MNC 2 44 3 2 6,78 19,35
MNC 2 41 2 4 6,70 24,06
MNC 2 42 1 4 6,70 2,63
MNC 2 43 4 4 6,50 20,56
MNC 2 44 3 4 6,70 13,04
MNC 2 41 2 6 6,89 18,09
MNC 2 42 1 6 7,01 5,60
MNC 2 43 4 6 6,68 3,79
MNC 2 44 3 6 6,83 7,99
MNC 3 41 3 0 - -
MNC 3 42 4 0 6,96 2,94
MNC 3 43 1 0 6,76 2,10
MNC 3 44 2 0 6,76 2,52
MNC 3 41 3 2 - -
MNC 3 42 4 2 6,60 26,25
MNC 3 43 1 2 6,32 7,99
MNC 3 44 2 2 6,55 17,67
MNC 3 41 3 4 - -
MNC 3 42 4 4 6,54 17,67
MNC 3 43 1 4 6,30 4,63
MNC 3 44 2 4 6,47 11,36
MNC 3 41 3 6 - -
MNC 3 42 4 6 5,71 10,94
MNC 3 43 1 6 5,66 2,52
MNC 3 44 2 6 5,66 9,25
MNC 4 41 4 0 6,71 6,31
MNC 4 42 3 0 6,65 4,63
MNC 4 43 2 0 6,71 4,38
MNC 4 44 1 0 6,19 4,63
MNC 4 41 4 2 6,56 35,00
MNC 4 42 3 2 6,30 21,45
MNC 4 43 2 2 6,40 19,35
MNC 4 44 1 2 6,42 3,37
MNC 4 41 4 4 6,53 30,19
MNC 4 42 3 4 6,15 15,56
MNC 4 43 2 4 6,29 11,81
MNC 4 44 1 4 6,33 2,10
MNC 4 41 4 6 6,56 11,78
MNC 4 42 3 6 6,28 4,63
MNC 4 43 2 6 6,37 1,26
MNC 4 44 1 6 6,49 2,10
112
Tabela 15A - Concentração de uréia no soro (US), nitrogênio uréico no soro (NUS),
expresso em mg/dL, e excreção de uréia na urina (UU), expressa em
mg/kg PV, experimento II
CS PER ANIM TRAT US NUS UU
F 1 1 7 17 7,922 5,648
F 2 2 7 9 4,194 4,038
F 3 3 7 16 7,456 6,565
F 4 4 7 16 7,456 6,678
MC 1 21 7 7 3,262 2,182
MC 3 23 7 11 5,126 4,525
MC 4 24 7 6 2,796 2,352
MC 2 25 7 4 1,864 1,335
MNC 1 41 7 8 3,728 3,272
MNC 2 42 7 6 2,796 2,38
MNC 3 43 7 20 9,32 8,393
MNC 4 44 7 12 5,592 4,065
F 2 1 10 34 15,844 11,028
F 1 2 10 15 6,99 6,696
F 4 3 10 17 7,922 6,927
F 3 4 10 13 6,058 5,227
MC 2 21 10 17 7,922 5,148
MC 4 23 10 23 10,718 9,331
MC 3 24 10 22 10,252 8,557
MC 1 25 10 21 9,786 6,485
MNC 2 41 10 31 14,446 13,186
MNC 1 42 10 19 8,854 7,627
MNC 4 43 10 20 9,32 8,448
MNC 3 44 10 11 5,126 3,523
F 3 1 13 35 16,31 10,703
F 4 2 13 15 6,99 6,55
F 1 3 13 29 13,514 11,827
F 2 4 13 37 17,242 14,47
MC 3 21 13 30 13,98 8,713
MC 1 23 13 28 13,048 11,05
MC 2 24 13 33 15,378 12,736
MC 4 25 13 - - -
MNC 3 41 13 19 8,854 -
MNC 4 42 13 28 13,048 11,041
MNC 1 43 13 23 10,718 9,646
MNC 2 44 13 43 20,038 13,178
F 4 1 15 55 25,63 14,112
F 3 2 15 34 15,844 14,196
F 2 3 15 43 20,038 17,842
F 1 4 15 28 13,048 11,129
MC 4 21 15 49 22,834 13,63
MC 2 23 15 39 18,174 15,3
113
Continuação da Tabela 15A...
MC 1 24 15 26 12,116 9,996
MC 3 25 15 43 20,038 .
MNC 4 41 15 39 18,174 16,308
MNC 3 42 15 25 11,65 9,427
MNC 2 43 15 39 18,174 16,284
MNC 1 44 15 38 17,708 11,432
114
Tabela 16A - Consumo de nitrogênio (NI), excreção de nitrogênio nas fezes (NF) e
excreção de nitrogênio na urina (NU), expressos em g/dia, e balanço de
nitrogênio (BN), expresso em g/kg de MS ingerida, experimento II
CS PER ANI TRAT NI NF NU BN
F 1 1 1 55,660 48,897 9,486 -0,528
F 2 2 1 43,806 26,235 11,604 1,592
F 3 3 1 47,484 32,286 10,000 1,338
F 4 4 1 35,962 28,974 19,600 -3,572
MC 1 21 1 65,970 49,644 5,859 1,699
MC 3 23 1 42,625 27,735 4,195 3,051
MC 4 24 1 41,864 36,519 12,283 -1,672
MC 2 25 1 70,097 39,800 37,706 -1,223
MNC 1 41 1 56,713 38,889 4,143 2,572
MNC 2 42 1 49,685 22,703 13,622 3,142
MNC 3 43 1 38,708 28,746 4,351 1,777
MNC 4 44 1 66,159 51,264 5,674 1,437
F 2 1 2 96,471 42,154 15,688 6,517
F 1 2 2 63,676 30,535 13,242 4,935
F 4 3 2 56,577 35,641 26,810 -1,553
F 3 4 2 74,189 28,753 14,469 7,192
MC 2 21 2 98,358 38,983 18,560 6,738
MC 4 23 2 63,337 35,460 10,346 3,988
MC 3 24 2 70,483 33,016 12,482 6,049
MC 1 25 2 111,265 51,072 10,287 6,510
MNC 2 41 2 44,634 22,145 6,871 6,086
MNC 1 42 2 75,248 44,796 11,605 3,682
MNC 4 43 2 55,511 41,062 14,017 0,118
MNC 3 44 2 112,082 55,731 10,804 6,833
F 3 1 3 128,711 48,387 20,260 9,782
F 4 2 3 97,567 40,544 43,175 2,692
F 1 3 3 72,463 24,808 17,258 8,363
F 2 4 3 102,696 35,887 14,143 10,836
MC 3 21 3 134,439 48,458 6,941 12,468
MC 1 23 3 83,590 29,706 24,928 6,830
MC 2 24 3 94,556 29,007 5,334 12,922
MNC 4 42 3 103,627 44,453 34,562 4,552
MNC 1 43 3 86,046 43,514 13,956 5,723
MNC 2 44 3 121,075 27,727 - -
F 4 1 4 169,700 78,633 74,759 2,215
F 3 2 4 123,259 33,679 22,789 13,812
F 2 3 4 106,287 41,994 22,118 9,665
F 1 4 4 92,484 32,228 27,361 7,409
MC 4 21 4 164,186 60,008 33,946 9,884
MC 2 23 4 112,154 30,139 6,385 15,765
MC 1 24 4 126,619 46,200 13,295 11,206
MC 3 25 4 192,573 66,312 79,969 6,078
115
Continuação da Tabela 16A...
MNC 4 41 4 136,934 44,472 46,123 7,943
MNC 3 42 4 124,325 45,714 23,550 11,457
MNC 2 43 4 100,588 22,668 10,204 16,293
MNC 1 44 4 159,994 61,888 26,843 9,284
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