Download PDF
ads:
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Centro de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Farmácia
ATIVIDADE ANTILEUCÊMICA DE CHALCONAS SINTÉTICAS
Syntia Sorgato
Florianópolis - SC, Março 2007.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
SYNTIA SORGATO
ATIVIDADE ANTILEUCÊMICA DE CHALCONAS SINTÉTICAS
Dissertação apresentada ao programa de s-
graduação em Farmácia da Universidade
Federal de Santa Catarina, como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Farmácia. Área de concentração: Fármacos e
Medicamentos
Orientadora: Prof.ª DrTânia Beatriz
Creczynski Pasa
Florianópolis - SC, Março 2007.
ads:
2
Syntia Sorgato
ATIVIDADE ANTILEUCÊMICA DE CHALCONAS SINTÉTICAS
Esta Dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de
Mestre em Farmácia no Programa de Pós-Graduação em Farmácia da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis-SC, 26 de março de 2007.
__________________________________
Prof. Dr.º Marcos Antônio Segatto Silva
Coordenador do Programa
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Tânia B. Creczynski Pasa
Orientadora
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Cidônia Lourdes Vituri
(ACL - UFSC)
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Luiza Bazzo
(ACL - UFSC)
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Ionara Rodrigues Siqueira
(UFRGS)
3
AGRADECIMENTOS
Mais árduo que realizar este trabalho é encontrar palavras certas para
agradecer às pessoas especiais que fazem parte da minha vida, e sem as quais eu
jamais teria chegado até aqui. Através destas páginas simlicas, deixo registrado
meu profundo agradecimento:
A Deus, pela vida e por proporcionar-me diferentes caminhos, dando-me
sempre oportunidades de escolha e guiando-me através delas.
Aos meus pais, Anacleto e Terezinha, pela contribuição na formação do meu
caráter, pelo amor incondicional, apoio, incentivo e dedicação da vida toda.
Aos meus irmãos, Márcio e Vinícius, pela valiosa ajuda nos problemas
encontrados com programas, computadores e pelo apoio durante a realização de
todo este trabalho.
Ao meu namorado, Osmar, pelo amor, compreensão e incentivo durante toda
esta trajetória.
A Prof.ª Tânia Pasa, pela orientação, amizade e significativo aprendizado
científico durante estes dois anos.
A Prof.ª Maria Cláudia, por ter guiado meus primeiros passos na cultura
celular.
A Prof.ª Maria Luiza, pelas valiosas contribuições, em que curtas conversas
nos corredores do laboratório fizeram grandes diferenças na realização dos
experimentos.
A Prof.ª Cidônia, por propiciar o desenvolvimento dos testes de toxicidade em
lulas progenitoras no seu laboratório.
4
A todos os amigos e colegas do Laboratório de Bioenergética e Bioquímica de
Macromoléculas, que propiciaram o desenvolvimento deste trabalho, especialmente
“as meninas da cultura de células”.
Às amigas Patrícia Decker, Tatiana Becker e Tadiane Dacroce pela amizade
sincera e ombro amigo nos momentos diceis.
À amiga Angela Juliani Melo, pela amizade, compreensão e ajuda nos
momentos conturbados.
Ao Prof.° Rosendo A. Yunes e seus alunos Louise D. Chiaradia e Paulo C.
Leal, pela colaboração, síntese das chalconas utilizadas neste trabalho e discussões
sobre reações e estruturas químicas.
Ao Laboratório de Análises Clínicas (HU-UFSC), aos Laboratórios de
Pesquisa I, II e III (HU) e ao Hospital Universitário, pela disponibilidade da estrutura
para realização de parte deste trabalho.
Ao Programa de Pós Graduação em Farmácia da Universidade Federal de
Santa Catarina, por ter proporcionado a realização desta minha formação acadêmica
e científica.
E, finalmente, a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a
realização deste trabalho.
5
“No meio de qualquer dificuldade encontra-se a oportunidade.
“Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário”.
Albert Einstein
6
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
8
LISTA DE TABELAS
9
LISTA DE ABREVIATURAS, SIMBOLOS E SIGLAS
10
RESUMO
11
ABSTRACT
12
1.
INTRODUÇÃO
13
2.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
2.1
Leucemia linfóide aguda
19
2.1.1
Manifestões clínicas
21
2.1.2
Classificação FAB, imunofenotipagem, citogenética e
diagnóstico
22
2.1.3
Alterações genéticas
24
2.1.4
Tratamento
25
2.2
Morte celular: apoptose e necrose
27
2.3
Mitocôndria, potencial energético celular e GSH
32
2.4
Flavonóides
38
2.5
Chalconas
39
3.
OBJETIVOS
43
3.1
Objetivo Geral
44
3.2
Objetivos Específicos
44
4.
MATERIAIS ETODOS
45
4.1
Reagentes
46
4.2
Síntese das chalconas
46
4.2.1
Procedimento geral para a preparação das chalconas
derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído
47
4.3
Cultura de células
47
7
4.3.1
Tratamento das células
48
4.4
Ensaio de viabilidade celular (teste do MTT)
48
4.5
Análise de apoptose pelo método de fragmentação nuclear
49
4.6
Análise de apoptose e viabilidade celular pelo método de
fluorescência com laranja de acridina e brometo de etídio
50
4.7
Determinação das curvas de tempo-resposta e concentração-
resposta
51
4.8
Determinação da concentração de glutationa total
52
4.9
Determinação da concentração de ATP
52
4.10
Ensaio de células progenitoras grânulo-monocíticas (Ensaio GM-
CFC)
53
4.11
Análise estatística
55
4.12
Desenho experimental
56
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
58
5.1
Síntese
59
5.2
Determinação da atividade citotóxica através da viabilidade celular
61
5.3
Análise da apoptose por fragmentação do DNA
65
5.4
Análise da apoptose e viabilidade celular por fluorescência
66
5.5
Tempo resposta
69
5.6
Concentração resposta
70
5.7
Concentração de glutationa
73
5.8
Concentração de ATP
75
5.9
Citotoxicidade em células normais e células progenitoras grânulo-
monocíticas
77
6.
CONCLUSÕES
81
7.
PERSPECTIVAS
84
8.
REFERÊNCIAS
86
9.
Anexos
99
9.1
Trabalhos apresentados em congressos
100
9.2
Artigo submetido na revista “Bioorganic & Medicinal Chemistry
101
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
Mecanismos de morte celular: necrose e apoptose
29
Figura 2.
As duas principais vias apoptóticas
31
Figura 3.
Mitocôndria
33
Figura 4.
Estrutura da glutationa
36
Figura 5.
Núcleo fundamental das chalconas
39
Figura 6.
Desenho Experimental
57
Figura 7.
Etapas de deprotonação e ataque nucleofílico para formação do
produto de condensação
59
Figura 8.
Etapa de desidratação para obtenção da chalcona
60
Figura 9.
Síntese de chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído
61
Figura 10.
Efeito citotóxico das chalconas sobre células L1210
62
Figura 11.
Fragmentação do DNA induzida por chalconas em células
L1210
66
Figura 12.
Células normais e apoptóticas coradas com laranja de acridina
e brometo de etídio
67
Figura 13.
Viabilidade das chalconas sobre lulas L1210 por
fluorescência
69
Figura 14.
Tempo resposta da atividade das chalconas sobre células
L1210
70
Figura 15.
Concentração resposta da atividade das chalconas sobre
lulas L1210 em 24h
71
Figura 16.
Concentração resposta da atividade das chalconas sobre
lulas L1210 em 48h
72
Figura 17.
Comparação entre o efeito das chalconas sobre a concentração
de GSH total e a viabilidade em lulas L1210
74
Figura 18.
Efeito das chalconas sobre a concentração de ATP em células
L1210
76
Figura 19.
Efeito citotóxico das chalconas sobre células VERO (células
não tumorais)
78
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Constituintes das camadas de cultura em meio semi-sólido/placa
54
Tabela 2.
Comparação da viabilidade celular pelos métodos de microscopia
de fluorescência (MF) com laranja de acridina e brometo de etídio
e teste do MTT
72
Tabela 3.
Comparação da viabilidade celular entre as linhagens L1210 e
VERO
78
Tabela 4.
Ensaio de células progenitoras grânulo-monocíticas (Ensaio GM-
CFC)
79
10
LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS
AIF Fator de indução a apoptose
Apaf-1 Protease apoptótica ativadora de fator-1
ATP Adenosina trifosfato
B16-4A5 Linhagem de células de melanoma murino
BFM Protocolo Berlim-Frankfurt-Munique para tratamento de
leucemias
CFC-GM Células formadoras de colônia de granulócitos e
macrófagos
GM-CSF Fator estimulador de colônias de macrófagos e
granulócitos
COX Ciclooxigenase
DMEM Meio Eagle modificado por Dulbecco
DMSO Dimetil sulfóxido
DNA Ácido desoxirribonucléico
DNTB Ácido 5,5’-ditio-bis-2-nitrobenzóico
EDTA Ácido etilenodiaminotetraacético
EGIL Grupo Europeu para a Classificação Imunológica das
Leucemias
EROs Espécies Reativas de Oxigênio
GPx Glutationa Peroxidase
GR Glutationa Redutase
GSH Glutationa (forma reduzida)
GSSG Glutationa dissulfeto (forma oxidada)
GST Glutationa S-transferase
HEPES Ácido N-[2-Hidroxietil]piperazina-N’-[2-etanosulfônico]
HL-60 Linhagem de células de leucemia humana
HLA Antígeno de histocompatibilidade
IAP Proteínas inibidoras de apoptose
IC
50
Concentração que inibe 50% do crescimento celular
IMDM Meio Dulbecco modificado por Iscove
K562 Linhagem de células de leucemia humana
Kb Kilobase
L1210 Linhagem de células de leucemias linfoblástica murina
LLA Leucemia Linfóide Aguda
MRPs Proteínas associadas à resisncia a múltiplas drogas
MTT Brometo de dimetiazol difeniltetrazólio
NADPH Fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo
NK Células “Natural Killer”
OMS Organização Mundial da Sde
PCK Proteína C quinase
SFB Soro fetal bovino
SNC Sistema nervoso central
TNB Ácido 5-tio-2-nitrobenzóico
TNF Fator de necrose tumoral
TNF-R Receptor do fator de necrose tumoral
VERO Linhagem de células normais, de rim de macaco
11
RESUMO
As chalconas são compostos intermediários essenciais na biossíntese dos
flavonóides. o amplamente distribuídas no reino vegetal e encontradas em
pequenas e grandes plantas. Muitos trabalhos demonstraram efeitos biológicos para
as chalconas, incluindo efeito antiinflamatório, antioxidante, antimalárico e
antitumoral. Diferentes substituintes nos anéis das chalconas podem resultar em
compostos com diferentes atividades biológicas. O objetivo deste trabalho foi estudar
a atividade antitumoral de dez chalconas derivadas quimicamente do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído nas células leucêmicas linfobsticas L1210. Foram
analisadas a viabilidade celular, o mecanismo de morte celular, as concentrações
intracelulares de GSH e ATP e a toxicidade in vitro das chalconas em células
progenitoras da medula óssea. Foi observado que as chalconas 5, 7 e 11 reduziram
fortemente o mero de células viáveis em 90.5 ± 1.2%, 87.1 ± 1.1% e 86.3 ± 2.2%,
respectivamente, quando comparadas com o controle, e induziram a fragmentação
do DNA na concentração de 100 µM. Dentre as dez chalconas testadas somente a
5, a 7 e a 11 apresentaram efeito citotóxico acentuado. A chalcona 5 mostrou o
menor valor de IC
50
em 24h e em 48h, nas concentrações de 45 e 22 µM,
respectivamente. Os grupos metóxi que aumentam a densidade eletrônica do anel A,
presentes nos compostos 5, 7, e 11, parecem aumentar sua citotoxicidade. A
deplão de GSH mostrou-se proporcional à morte celular. As concentrações
intracelulares de ATP foram esgotadas de maneira concentração-dependente,
sugerindo que os compostos podem interferir no potencial de membrana
mitocondrial e na ntese do ATP. A chalcona 7 foi o composto menos xico para
lulas normais da medula óssea. Nossos resultados mostraram que as chalconas
5, 7 e 11 induziram à apoptose células L1210 e apresentam a chalcona 7 como a
mais promissora para dar continuidade às investigações.
12
ABSTRACT
Chalcones are essential intermediate compounds in the flavonoids biosynthesis.
They are widely distributed in nature and easily found in arboreal or smaller plants.
Many works have demonstrated biological effects from chalcones including anti-
inflammatory, antioxidant, antimalaric and antitumoral. Differents substitutions at
rings of chalcones molecules can result in compounds with different biological
actions. The objective of this work was study the antitumoral activity of ten chalcones
chemically derived from 3,4-metilenodioxibenzaldeide in murine lymphoblastic
leukemia cells L1210. The cellular viability, the mecanism of cell death, intracellular
concentration of ATP and glutathione and in vitro toxicity from chalcones to normal
cells from bone marrow were analyzed. We observed that the chalcones 5, 7 and 11
strongly reduced the number of viable cells in 90,5 ± 1,2%, 87,1 ± 1,1% and 86,3 ±
2,2%, respectively, when compared with the control and induced DNA fragmentation
at concentration 100 µM. Among ten chalcones tested, only the number 5, 7 and 11
showed accentuated citotoxic effect. Compound 5 showed the lower IC
50
value in 24
and 48 hours, 45 and 22 µM, respectively. The methoxy groups which increase the
electronic density of the A-ring, present in the compounds 5, 7, and 11, seem to
increase the citotoxicity. GSH depletion was proportional to cell death. ATP
concentration was depleted showing a concentration-dependent profile. These
results suggest that the compounds may be interfering in mitochondrial membrane
potential and ATP synthesis. Chalcone 7 was the compound which showed smaller
toxic effects to normal cells from bone marrow. Our results showed that the synthetic
chalcones 5, 7 and 11 induced apoptosis in L1210 cells and present the chalcone 7
as a prominence compound to follow with mechanisntic investigations.
13
1.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
14
Leucemia é uma doença decorrente da proliferação neoplásica de células
hematopoiéticas linides ou mielóides, resultante da mutação de uma única célula-
tronco, cuja prole forma um clone de células leumicas. As mutações podem
ocorrer em diferentes fases da diferenciação de precursores linfóides ou mielóides
ou, ainda, em uma célula-tronco pluripotente, com capacidade para diferenciar-se,
tanto em células mielóides quanto linfóides. Geralmente, ocorrem várias alterações
genéticas para transformação maligna, incluindo expressão inadequada de
oncogenes e perda de função de genes supressores de tumor. As leucemias agudas
caracterizam-se por um defeito na maturação, o que ocasiona um desequilíbrio entre
a proliferação e a maturação celular; uma vez que as células do clone leucêmico
continuam a proliferar-se, sem chegar aos esgios de maturação e morte,
ocorrendo uma expansão contínua do clone leucêmico e predomínio das células
imaturas (BAIN, 2003).
As bases do tratamento com compostos antileucêmicos estão suportadas na
inibição da proliferação celular (HERR & DEBATIN, 2001), na indução à apoptose ou
na diferenciação dos blastos leucêmicos, que invariavelmente evoluirão para
apoptose (LESZCZYNIECKA et al., 2001).
Os mecanismos que regulam a apoptose são complexos e consistem na ativação
de numerosas sinalizações que integram vários sistemas paralelos ou inter-relacionados,
culminando na autodestruão celular. Deficncias nos mecanismos de apoptose podem
contribuir para a carcinogênese, criando um ambiente permissivo à instabilidade genética
e acúmulo de mutações, contribuindo para persisncia e expano de células
neoplásicas (REED, 1999).
A mitocôndria é responsável por 80% a 90% do ATP necessário para respiração e
sobrevivência celular, regula o fluxo de cálcio e tem um papel importante nos esmulos
15
pró e anti-apoptóticos (DIAS & BAILLY, 2005). Alguns trabalhos demonstram que a
deficncia energética ou depleção de ATP (trifosfato de adenosina) induz as lulas a
apoptose. CARIATI et al. (2003) mostraram que o composto mofaroteno (um retinóide
ativo) induziu à apoptose lulas de linfoma de Burkitt’s através da despolarização da
membrana mitocondrial, ativação das caspases 3 e 9, e aumento da produção de
espécies reativas de oxigênio. Estes efeitos foram relacionados à pequena quantidade do
conteúdo intracelular de ATP. GARLAND & HALESTRAP (1997) mostraram que a
depleção intracelular de ATP, pelo desacoplamento da ATPase mitocondrial, induziu a
morte celular apoptótica exibindo fragmentação do DNA em células pré-B dependentes
de interleucina-3. Substâncias que comprometem a integridade estrutural e funcional da
mitondria, conseentemente o metabolismo enertico celular, podem ser novas
oportunidades para impedir a proliferação de células tumorais.
O entendimento da complexa interação entre os diferentes mecanismos de
defesa, em resposta ao estresse celular, pode identificar alvos moleculares de
sensibilidade ou resistência em células tumorais e contribuir para novas intervenções
na terapia do câncer. A demonstração de que a deplão de glutationa aumenta a
sensibilização de células tumorais aos efeitos citotóxicos de vários compostos
alquilantes e radiações já es bem descrita na literatura. Em contrapartida,
concnetrações elevadas de glutationa intracelular estão associados à resistência de
várias linhagens celulares tumorais a fármacos quimioterápicos, como leucemia
linfoblástica L1210 (KRAMER et al., 1987), plasmocitoma humano (MEDH et al.,
1991), carcinoma strico (BARRANCO et al., 1990) e carcinoma ovariano (LOUIE
et al., 1985).
Chalconas são precursores biossintéticos de flavonóides e isoflavonóides.
São largamente distribuídas na natureza, desde sementes até grandes plantas.
16
Quimicamente, apresentam dois ais aromáticos ligados por três carbonos, uma
carbonila e dois carbonos α-, β-insaturados. Apresentam diversas atividades
biológicas, são potentes agentes antiinflamatórios e têm sido identificadas como
compostos com interessantes propriedades citotóxicas e antitumorais. SAYDAM et
al. (2003) estudaram o efeito citotóxico e inibitório da proliferão da 4,4
dihidroxichalcona em células de leucemia humana. Estes pesquisadores mostraram
que a 4,4’ dihidroxichalcona apresenta uma alta citotoxicidade e atividade
antitumoral nas células HL-60. Porém, não conseguiram demonstrar o mecanismo
pelo qual a chalcona inicia o processo de morte das células. Entretanto, foi
demonstrada a degradação do DNA e, conseqüentemente, concluído que a morte
ocorre por apoptose.
NAKATANI et al. (2005) mostraram que dihidroxichalconas C-benziladas
isoladas da Uvaria acuminata, uvauretina, isouvaretina e diuvaretina, inibiram o
crescimento delulas de leucemia promielocítica humana HL-60. O mecanismo de
citotoxicidade foi avaliado pela observão da fragmentação do DNA, da ativão
da caspase-3 e da morfologia celular. Foi demonstrado que estas hidroxichalconas
induzem as células HL-60 a morte, por apoptose (ICHIMARU et al., 2004;
NAKATANI et al., 2005).
Um estudo realizado com hidroxichalconas por SABZEVARI et al. (2004)
mostrou que todas as hidroxichalconas estudadas depletaram GSH de hepatócitos
isolados de rato e oxidaram GSH à GSSG. Todas as chalconas estudadas tamm
causaram citotoxidade nos hepatócitos. O mecanismo de citotoxicidade foi por
desacoplamento mitocondrial, evidenciado pelo aumento de consumo de oxigênio e
colapso do potencial de membrana mitocondrial. Em algumas hidroxichalconas, o
mecanismo de citotoxicidade tamm foi associado à oxidação da GSH.
17
Nosso objetivo foi estudar o efeito citotóxico (atividade antitumoral) de
chalconas sintéticas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído sobre células
leucêmicas linfoblásticas L1210.
18
2.
REVISÃO
REVISÃOREVISÃO
REVISÃO
BIBLIOGR
BIBLIOGRBIBLIOGR
BIBLIOGRÁ
ÁÁ
ÁFICA
FICAFICA
FICA
19
2.1 Leucemia linide aguda
Leucemia linfóide aguda (LLA) é uma doea caracterizada pela proliferação
descontrolada de células progenitoras linfóides imaturas na medula óssea, que
resulta em acúmulo de lulas neoplásicas (PLASSCHAERT et al., 2004). A etiologia
das leucemias não é conhecida, embora fatores possam contribuir para o
desenvolvimento da doença, como as mutações genéticas (VIELE, 2003).
A LLA ocorre em adultos e crianças, mas a maior incidência verifica-se em
crianças abaixo dos cinco anos de idade, sendo responsável por cerca de 80% dos
casos de leucemia aguda na infância (LAKS et al., 2003) e 50% de todas as
malignidades hematopoiéticas (DOWNING & SHANNON, 2002). Segundo a revisão
realizada por PLASSCHAERT et al., (2004) a incidência em crianças de até cinco
anos é de 5,7 por 100.000 pessoas por ano, e em adultos é de 0,4 por 100.000
pessoas aos 40 anos, aumentando para 0,8 acima dos 75 anos de idade. Em
adultos a LLA é uma leucemia relativamente rara, contabilizando 2% a 3 % das
malignidades hematopoiéticas (DOWNING & SHANNON, 2002).
O prognóstico, em crianças, é o mais favorável de todos os cânceres, com
mais de 95% de remissão completa e taxas de sobrevida, sem a doença, de 63% a
83% (SCHRAPPE et al., 2000). PUI & EVANS (1988) citam que a taxa de cura na
infância, com quimioterapia intensiva, é de 70% a 80%. Adultos com LLA
apresentam prognóstico pior, com remissão completa de 75% a 89% e taxa de
sobrevida a longo prazo, sem a doea, de 28% a 39% (GOKBUGET & HOELZER,
2002). Os progressos no tratamento de pacientes com LLA levaram a melhora das
taxas de sobrevida, sendo as crianças as mais beneficiadas. A taxa de cura nos
20
adultos, com quimioterapia, é de apenas 25% a 40%, por causa do alto risco de
reincincia (POPAT et al., 2003).
Sugeriu-se que cânceres pediátricos resultam de defeitos genéticos
relacionados com o crescimento e desenvolvimento de diferentes órgãos e tecidos,
durante períodos de risco de estresse proliferativo (GREAVES, 1993). Esta sugestão
é baseada na observação de diferentes períodos de risco para tumores pediátricos,
dependendo da idade. O pico de incidência de LLA é entre dois
e cinco anos,
quando células progenitoras de linfócitos B estão proliferando extensivamente e
rearranjando seus genes para imunoglobulinas (GREAVES, 1986).
Diferenças nas características e no prognóstico da LLA em adultos,
comparando-se com crianças, podem resultar do fato de que, na infância, a LLA
acomete células progenitoras linfóides maduras, enquanto que na idade adulta
acomete células-tronco multipotentes “stem cell” (GREAVES, 1993; GREAVES,
1999). Estas células sofrem transformações na LLA e mantêm algumas das suas
características equivalentes às lulas normais. Os progenitores linfóides
acometidos têm uma capacidade limitada de renovão e são dependentes de
citocinas e de fatores de crescimento para sua proliferação e diferenciação, sendo
mais sensíveis à indução a apoptose, por quimioterapia ou retirada de citocinas. As
lulas-tronco multipotentes m uma grande capacidade de renovação e são mais
resistentes à quimioterapia do que os progenitores linfóides. Portanto, o
acometimento de células tronco multipotentes poderia originar um clone leucêmico
mais agressivo (GREAVES, 1993).
Crianças com alterações genéticas, como trissomia do cromossomo 21,
anemia de Fanconi e síndrome de Bloom, m maior risco de desenvolverem LLA.
Ambas anemia de Fanconi e síndrome de Bloom apresentam defeitos no reparo do
21
DNA. Pacientes com história precedente de hemopatias malignas, como
hemoglobinúria paroxística noturna, síndrome mielodispsica, doenças
mieloproliferativas e anemia aplástica apresentam risco aumentado de desenvolver
leucemia aguda. A exposão a substâncias químicas, como benzeno e radiação
ionizante, tamm aumentam o risco de desenvolver leucemia aguda (VIELE, 2003).
2.1.1 Manifestações clínicas
As manifestações clínicas das leucemias devem-se, diretamente ou
indiretamente, à proliferação de células leucêmicas e à sua infiltração nos tecidos
normais. A elevada proliferação celular tem conseqüências metabólicas, e as células
infiltrantes tamm causam distúrbios na função dos tecidos (BAIN, 2003). As
manifestações cnicas podem ser divididas em primárias e secundárias. As
manifestações primárias envolvem infiltração da medula óssea pelas células
leucêmicas, impedindo a proliferação de células normais. Como conseqüência estes
pacientes podem apresentar anemia, trombocitopenia e neutropenia. Como
resultado da neutropenia e da plaquetopenia pode-se observar infecções sucessivas
e hemorragias (BAIN, 2003; VIELE, 2003). Fadiga, palidez, sangramentos,
equimoses, febre e suscetibilidade a infecções são sintomas da leucemia aguda
(VIELE, 2003). As manifestações secundárias são indicativas de outros sistemas do
organismo envolvido. Além do sistema nervoso central, outros órgãos podem ser
suscetíveis à infiltração de blastos leucêmicos, como o fígado, o baço e os
linfonodos, causando hepatoesplenomegalia e linfoadenopatia. O sistema nervoso
central (SNC) é o local extramedular mais freqüentemente envolvido. Pacientes com
22
infiltração no SNC já no diagnóstico, tanto adultos como crianças, requerem
direcionamento adicional do tratamento para o SNC. Uma estratégia comum é a
aplicação de antineopsicos via intratecal e, em alguns casos, radioterapia
(PLASSCHAERT et al., 2004).
Crianças podem ser mais suscetíveis ao envolvimento do SNC devido a
diferenças na composição da barreira hemato-encefálica. Entretanto, lulas
leucêmicas de adultos e crianças podem diferir na sua habilidade em infiltrar-se no
SNC, mas até agora isto não foi estudado (PLASSCHAERT et al., 2004).
2.1.2 Classificação FAB, imunofenotipagem, citogenética e diagnóstico
A Classificação Franco-Americana-Britânica (FAB), proposta por um grupo de
colaboração de hematologistas Franceses, Americanos e Britânicos, desde 1976
divide a LLA em três subtipos, L1, L2 e L3, de acordo com a morfologia microscópica
(BENNETT et al., 1976). Os subtipos L1 e L2 podem envolver linfócitos B ou T. O
subtipo L1 é observado mais freqüentemente em crianças (76% a 89%) do que em
adultos (31% a 43%), (BENNETT et al., 1981; LILLEYMAN et al., 1992; KAMPS et
al., 2000), enquanto que o subtipo 2 é observado mais freqüentemente em adultos
(49% a 60% em adultos versus 14% a 22% em crianças), (BENNETT et al., 1981;
LILLEYMAN et al., 1992; KAMPS et al., 2000). O subtipo 3 está associado com LLA
de células-B maduras. É raro, sendo observado mais freqüentemente em adultos do
que em crianças.
O prognóstico nos diferentes subtipos da classificação FAB permanece
obscuro. Em crianças ou adultos, alguns estudos m mostrado um melhor
23
prognóstico para pacientes do tipo L1 e uma maior taxa de recaída para pacientes
L2 (MILLER et al., 1981; MANDELLI et al., 1996; KANERVA et al., 1999). Entretanto,
existem controvérsias com outros estudos que não confirmam o mesmo prognóstico
para subtipos L1 e L2 da classificação FAB (DAVEY et al., 1983; DURRANT &
RICHARDS, 1993).
Embora, historicamente, a classificação FAB para LLA tenha sido
amplamente utilizada, seu uso clínico é discutido atualmente. A reprodutibilidade
desta classificação é limitada devido à heterogeneidade dos blastos leucêmicos ao
microscópio ótico e a subjetividade na subclassificação. A eficácia atual da
imunofenotipagem e da citogenética, em combinação com prognósticos duvidosos
dos diferentes subtipos, tem limitado o uso da classificação FAB na conduta clínica
da LLA.
O diagnóstico e a classificação precisos são fundamentais na identificação
exata do tipo de leucemia e na determinão do melhor tratamento para cada
paciente. Com o desenvolvimento de anticorpos monoclonais, a caracterização de
progenitores linfóides normais e leucêmicos pode ser realizada por
imunofenotipagem. A diferenciação de progenitores das linhagens B e T e de células
maduras B e T se caracteriza pela expreso de antígenos específicos durante os
estágios de desenvolvimento. A citogenética identifica variões no cariótipo de
lulas leumicas. O número de cromossomos e as anormalidades cromossômicas
estruturais podem ser identificados e são eficientes indicadores do prognóstico para
escolha da terapêutica.
Com a finalidade de superar as limitações da classificação FAB, e
considerando as características morfológicas, imunofenotípicas e
genética/moleculares dos blastos, em 2001, a Organização Mundial de Saúde
24
(OMS), em conjunto com a Sociedade de Hematologia Americana e a Associação
Européia de Hematologia, publicou uma nova classificação para neoplasias do
sistema hematopoiético e linfóide. A LLA foi subdividida conforme a marcação
imunofenotípica em linhagem B (Pró-B, Comum, Pré-B e LLA-B) e linhagem T (Pré-T
e LLA-T), (JAFFE et al., 2001). Segundo o Grupo Europeu para a Classificação
Imunológica das Leucemias (EGIL), os blastos da linhagem B expressam antígenos
específicos para anticorpos monoclonais CD19, CD79a e CD22, e os blastos de
linhagem T para o anticorpo CD3. Deve-se observar que o antígeno de
histocompatibilidade de classe 2 (HLA-DR) é expresso, na grande maioria dos
casos, de LLA de linhagem B, independente do grau de maturão da célula, ao
passo que na LLA-T a expreso do HLA-DR es relacionada com um
imunofenótipo mais maduro (SZCZEPANSKI et al., 2003).
Para confirmar o diagnóstico de LLA, a aspiração da medula óssea e a
imunofenotipagem dos blastos do sangue periférico ou da medula óssea são
essenciais. Também é recomendável fazer a análise citogenética, para identificar
subgrupos de importância diagnóstica.
2.1.3 Alterações genéticas
As alterações genéticas que levam a uma transformação leucêmica
geralmente são provocadas por alterações importantes nos cromossomos. O
número de cromossomos no clone leucêmico pode ser subdividido em: alta
hiperdiploidia (com mais de 50 cromossomos), baixa hiperdiploidia (com 47 a 50
cromossomos), pseudodiploidia (46 cromossomos com anormalidades estruturais),
25
diploidia (46 cromossomos normais) e hipodiploidia (menos que 46 cromossomos).
Clinicamente, hiperploidia com mais de 50 cromossomos está fortemente associada
com um bom prognóstico (PLASSCHAERT et al., 2004).
A translocação Filadélfia t(9;22) ocorre em células leucêmicas de 3% a 5%
das crianças e 15% a 25% dos adultos (PUI & EVANS, 1998). Vários estudos têm
mostrado um aumento na incidência da translocação Filadélfia, com o aumento da
idade. A translocação está associada com um mau prognóstico (SECKER-WALKER
et al., 1991).
Pacientes com translocão t(4;11) têm o pior prognóstico de todas as
alterações cromossômicas conhecidas. Foi observada a incidência em crianças até o
primeiro ano de vida de 70% a 80% (RUBNITZ et al., 1994; PUI et al., 1995),
enquanto que em crianças de até 15 anos de idade a incidência é de 2% e, em
adultos, parece estar próxima de 8%.
A translocação t(12;21) é a alteração genética mais comum observada em
crianças com LLA. Mais de 26% das crianças e 3% a 4% dos adultos com LLA têm
esta alteração (PUI & EVANS, 1998). Considera-se a presea desta translocação
favovel para o prognóstico (RUBNITZ et al., 1997; SEEGER et al., 1998).
Em resumo, as translocações t(4;11) e t(9;22) estão associadas com um
prognóstico desfavorável, enquanto que hiperdiploidia e translocação t(12;21) são
indicadores de bom prognóstico.
2.1.4 Tratamento
Em geral, os protocolos de tratamento são comparáveis entre si. Iniciam com
terapia de indução, usando múltiplos quimioterápicos, seguido das fases de
26
consolidação e manutenção. Os quimioterápicos utilizados incluem vincristina,
dexametasona, daunorrubicina, doxorrubicina, metotrexato e mercaptopurina. A
profilaxia do sistema nervoso central é necessária para aumentar as taxas de
sobrevida e evitar infiltração no SNC (PLASSCHAERT et al., 2004).
Para crianças, o tratamento profilático consiste em metotrexato intratecal para
os casos de baixo risco, com adicional metotrexato intravenoso para os grupos de
alto risco (PUI, 1995). Em adultos, poucas terapias direcionadas à profilaxia do
SNC, e a prioridade é ter uma remissão completa e duradoura da medula óssea,
além da prevenção de infiltração no SNC. Os resultados mais favoráveis são obtidos
com altas doses de quimioterapia, combinada com terapia intratecal e irradiação do
SNC. A maioria dos regimes de tratamento em adultos para LLA já inclui altas doses
de quimioterapia para reduzir os riscos de recaída (BENNETT et al., 1981).
Um dos protocolos de maior notoriedade internacional é o desenvolvido pelo
grupo alemão Berlim-Frankfurt-Munique (BFM), (VIANA et al., 1994; SACKMANN-
MURIEL et al., 1999). Esse protocolo utiliza a estratificação dos pacientes conforme
grupos de risco para ocorrência de recidiva. Os pacientes com maior risco são
tratados com quimioterapia intensiva. O tratamento inclui quatro fases: indução de
remissão, consolidação, manutenção e profilaxia do SNC. O principal objetivo do
tratamento é induzir a remissão completa, ou seja, atingir menos de 5% de blastos
na medula óssea e restaurar a hematopoiese normal. Logo após, inicia-se a fase de
consolidação, cujo objetivo é reduzir a doea residual mínima (presença de células
leucêmicas na medula óssea indetectáveis à microscopia ótica, entretanto
detectáveis por citometria de fluxo) e ajustar a intensidade do tratamento, conforme
a estratificão do risco de recidiva. O protocolo BFM utiliza a chamada terapia de
reindução durante a fase de consolidação, que consiste na utilização dos mesmos
27
fármacos administrados durante a fase de indução. Após esta fase é realizada a
terapia de manutenção, cujo objetivo é a erradicação de células leucêmicas
residuais. Nesta fase, a quimioterapia é menos intensiva. A profilaxia do SNC é
iniciada durante a fase de indução, e inclui radioterapia e quimioterapia (LAKS et al.,
2003).
A maioria das crianças e alguns adultos com LLA podem ser curados com
quimioterapia intensiva. Para aqueles pacientes que sofrem recaída ou não
conseguem remissão completa, o transplante de células-tronco hematopoiéticas
oferece melhores possibilidades de controle da doença, a longo prazo. O risco da
relação transplante/mortalidade precisa ser balanceado com o potencial de cura
apenas pela quimioterapia convencional. O transplante de células-tronco, após a
terapia de indução, é recomendável em pacientes que m um alto risco de recaída
após a quimioterapia (POPAT et al., 2003).
Os fármacos quimioterápicos provêm benefício terapêutico, mas tamm
significante toxicidade. A sensibilidade e resistência das células tumorais aos
agentes quimioterápicos dependem da capacidade destes fármacos induzirem a
morte celular.
2.2 Morte celular: apoptose e necrose
A morte celular pode ocorrer por vias distintas, apoptose ou necrose.
Entretanto, os eventos bioquímicos que precedem o fenômeno e que direcionam o
mecanismo de morte celular permanecem obscuros. Segundo HIGUCHI (2004), o
mesmo insulto pode levar à apoptose ou à necrose, dependendo da sua intensidade,
28
da subpopulação de células envolvidas, das escies e do genótipo do organismo
envolvido.
A necrose aparece como resultado de uma disfunção celular aguda em
resposta a condões severas de estresse ou depois da exposição a agentes
tóxicos. É um processo relativamente passivo, associado com a rápida depleção de
ATP celular. Morfologicamente, a necrose é caracterizada pelo aumento do volume
celular e ruptura da membrana plasmática, em que todo o conteúdo intracelular
extravasa para o meio intercelular (GORES et al., 1990) (Figura 1). Esta saída do
conteúdo de células mortas para o espo extracelular pode causar dano ao tecido,
por afetar as lulas vizinhas ou por atrair células pró-inflamatórias à lesão
(HASLETT, 1992).
Apoptose ou morte celular programada é um processo fisiológico essencial
envolvido no desenvolvimento e homeostasia dos tecidos. É um fenômeno que
apresenta um papel fundamental na embriogênese, homeostasia celular, renovão
de tecidos e regressão de tumores. No sistema imune, tem sido descrito que a
apoptose é crucial na seleção de células T, deplão de células T e de linfócitos B
reativos, remão de células T efetoras periféricas após o término da resposta
imune, regulação da memória imunológica e regulação da citotoxicidade de células
alvo por células NK (“Natural Killer”) (GUPTA, 2003). Entretanto, a apoptose também
ocorre em várias situações patológicas (CHANDRA et al., 2000; ZIMMERMANN et
al., 2001). O desenvolvimento de tumores malignos resulta da proliferação
desregulada ou de uma inabilidade das células em seguir para morte apoptótica
(HERR & DEBATIN, 2001).
A apoptose foi primeiramente descrita por KERR et al., (1972), e foi definida
pela aparência morfológica das células, incluindo enrugamento da membrana
29
(“blebbing”), condensação da cromatina, fragmentação nuclear e diminuição do
tamanho celular (Figura 1). As características bioquímicas, associadas com a
apoptose, incluem clivagem do DNA internucleossomal, externalização da
fosfatidilserina (MARTIN et al., 1995) e clivagem proteolítica de substratos
intracelulares (MARTIN & GREEN, 1995). Como resultado das mudanças na
membrana plasmática, as células apoptóticas são rapidamente fagocitadas antes do
extravasamento do conteúdo intracelular e sem indução de uma resposta
inflamatória.
Figura 1: Mecanismos de morte celular: necrose e apoptose.
Fonte: Adaptado do Catálogo BioAgency 2004-05, Cap. 9 - Apoptose e Inflamão. Disponível em:
http://www.bioagency.com.br/informacao/default.asp. Acesso em 22 de dezembro de 2006.
A apoptose é firmemente regulada pela ativão de uma cascata de
aspartato-cisteína proteases (caspases). As caspases são zimogênios solúveis no
30
citoplasma, no espaço intermembrana mitocondrial e na matriz nuclear de todas as
lulas (NICHOLSON & THORNBERRY, 1997). Existem duas vias principais que
levam à ativão das caspases. A primeira destas depende da participação da
mitocôndria (receptor-independente) e a segunda envolve interação dos receptores
da superfície celular como Fas ou TNF-R (receptor do fator de necrose tumoral),
chamados de “receptores de morte”, com seus ligantes (CHANDRA et al., 2000;
ZIMMERMANN et al., 2001; GUPTA, 2003). Membros pró e anti-apoptóticos da
família Bcl-2 regulam a via mitocondrial. O estresse celular induz a translocação de
membros pró-apoptóticos da família Bcl-2 do citosol para a mitocôndria, induzindo a
saída do citocromo c, enquanto proteínas anti-apoptóticas da família Bcl-2 trabalham
para prevenir a saída do citocromo c da mitocôndria e preservar a sobrevivência
celular (ZIMMERMANN et al., 2001). Uma vez no citoplasma, o citocromo c catalisa
a oligomerização da protease apoptótica ativadora de fator-1 (Apaf-1), promovendo
a ativação da procaspase-9 (CHANDRA et al., 2000; ZIMMERMANN et al., 2001),
formando um complexo chamado “apoptossoma” (HERR & DEBATIN 2001), o qual
ativa a procaspase-3 (ZIMMERMANN et al., 2001). Apaf-1 conm sítios de ligação
para o citocromo c e ATP (CHANDRA et al., 2000). Alternativamente, a ligação nos
receptores de morte, como o TNF-R e o receptor Fas, causam a ativão da
procaspase-8. A caspase-8 ativada pode ativar diretamente a procaspase-3 ou clivar
a proteína pro-apoptótica Bid, a qual subseqüentemente induz a saída do citocromo
c (ZIMMERMANN et al., 2001), (Figura 2).
31
Figura 2: As duas principais vias apoptóticas. Na via mitocondrial o estresse celular induz a
translocação de membros da família Bcl-2 pró-apoptóticos do citosol para a mitocôndria, onde
induzem a saída do citocromo c. O citocromo c no citosol promove a ativação do Apaf-1 e da pró-
caspase 9, formando o apoptossoma, o qual ativa a pró-caspase 3, induzindo à apoptose. O
citocromo c e o Smac/DIABLO são liberados da mitocôndria após estímulos apopticos. Enquanto o
citocromo c ativa o Apaf-1, o Smac/DIABLO inibe a ligação das caspases as IAPs (Proteínas
Inibidoras da Apoptose). A segunda via é dependente do receptor. A ativação da pró-caspase 8 pela
ligação ao receptor de morte está ilustrada. O Fas-ligante (FasL) asocia-se a FAAD na rego
intracelular. Este complexo ativa a pró-caspase 8. A caspase-8 ativada pode ativar diretamente a
procaspase-3 ou clivar a proteína pró-apoptica Bid, a qual subseqüentemente induz a sda do
citocromo c.
Fonte: Adaptado de HENGARTNER, 2000
.
Os mecanismos fundamentais dos quimioterápicos, para induzirem a morte
celular, podem ser causando dano ao DNA, aos lipídios componentes da membrana
celular e a proteínas celulares, o que ocasiona um desequilíbrio na homeostasia
Bid ativa
Citocromo c
Substratos apoptóticos
Apoptossoma
32
celular, comumente designada de estresse celular. Estas mudanças iniciam a
ativão de uma complexa cascata de moléculas sinalizadoras induzidas na
tentativa de retornar ao equilíbrio celular. Como resposta aos danos no DNA
acionam-se a regulação do ciclo celular e os mecanismos de reparo (como a
proteína p53). O tipo e a dose de estresse dentro do contexto celular parecem ditar o
resultado da resposta celular, o qual é convertido a vias complexas para controle do
ciclo celular ou a morte celular. A apoptose parece ser induzida quando o dano
excede a capacidade a mecanismos de reparo (HERR & DEBATIN, 2001).
2.3 Mitocôndria, potencial energético celular e GSH
As mitocôndrias têm um papel central no metabolismo energético. Geram
80% a 90% do ATP necesrio para respiração e sobrevivência celular por
fosforilação oxidativa, regulam o fluxo de cálcio e têm um importante papel na
integração de esmulos pró e anti-apoptóticos (DIAS & BAILLY, 2005).
Nos últimos anos, aumentou o entendimento do papel da mitocôndria na
morte celular (KROEMER & REED, 2000; MARTINOU & GREEN, 2001; GREEN &
EVAN, 2002). Numerosos estímulos, incluindo agentes quimioterápicos, radiação
UV, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, e falta do fator de crescimento
parecem mediar a apoptose via mitocondrial, uma via independente de receptor
(GUPTA, 2003). A mitocôndria é uma organela com dois compartimentos bem
definidos: a matriz, circundada por uma membrana interna, e um espaço
intermembrana, circundado pela membrana externa (Figura 3). A membrana interna
contém várias moléculas, incluindo ATP sintetase e cadeia transportadora de
33
elétrons. Em condições fisiogicas estas moléculas possibilitam que a cadeia
respiratória crie um gradiente eletroquímico (potencial de membrana). A membrana
externa contém canais voltagem-dependente. O espaço intermembrana contém
citocromo c, algumas pro-caspases, adenilato quinase 2, Smac/Diablo (Segundo
ativador mitocondrial de caspases/Inibidor da ligação das caspases as IAPs) e
fatores de indução da apoptose (AIF). Tamm estão presentes na mitocôndria,
proteínas inibidoras de apoptose (IAPs). A permeabilizão da membrana externa,
conseqüentemente, resulta na saída destas moléculas para o citoplasma. A
permeabilização da membrana interna leva a mudanças no potencial de membrana
mitocondrial. A sda do citocromo c é um dos principais passos na via mitocondrial
da apoptose, es associada com a permeabilização da membrana externa, e
promove a formação do apoptossoma, o qual ativa as capases executoras da
apoptose (GUPTA, 2003).
Figura 3: Mitocôndria
Fonte: Figura adaptada. Disponível em: http://linux.ajusco.upn.mx/fotosintesis/mitocondria.html.
Acesso em 19 dezembro de 2006.
34
As mitondrias são induzidas a liberar o citocromo c em resposta a
quimioterápicos e outros estresses celulares, por abertura de canais na membrana
externa ou por causa do aumento de tamanho e rompimento da organela, que
ocorre pela transição de permeabilidade, após abertura de poros (REED, 1999;
KROEMER & REED, 2000). A família de proteínas Bcl-2 tem um papel central no
controle da via mitocondrial de apoptose. Em humanos, mais de 20 membros desta
família já foram identificados, incluindo proteínas supressoras da apoptose (Bcl-2,
Bcl-xl e outras) e proteínas promotoras da apoptose (Bax, Bak, Bad, Bid, Bim, Bcl-
Xs, entre outras), (HERR & DEBATIN, 2001).
Como a mitocôndria é o principal local a consumir oxigênio na célula, também
é o principal local para gerar escies reativas de oxigênio (EROs). Embora o
transporte de elétrons normal na mitocôndria envolva a redução de quatro elétrons
do oxigênio molecular para água, reações de redução parciais podem ocorrer,
desequilibrando situações fisiológicas, causando liberação de ânion superóxido e
peróxido de hidrogênio. Condições patológicas, como o estresse oxidativo, podem
levar a danos na função mitocondrial, aumentando a liberação de EROs. Um grande
número de enzimas mitocondriais, incluindo desidrogenases e ATPases
transportadoras, contém grupos sulfidril que devem ser mantidos na forma reduzida
para exercerem a função. Além disso, componentes sensíveis ao estado redox na
cadeia transportadora de elétrons, como íons de ferro no grupo prostático heme,
podem ser oxidados com a perda do balanço redox, produzindo disfunções
mitocondriais (LASH, 2006).
O desequilíbrio entre a produção de escies reativas de oxigênio e de
nitrogênio e o sistema de defesa antioxidante endógeno é o fator predominante para
causar uma série de mudanças fisiológicas que caracterizam o estresse oxidativo. A
35
produção destas moculas reativas é neutralizada pelas defesas antioxidantes,
estabelecendo uma homeostase no metabolismo oxidativo. Porém, em certas
condições patológicas, pode haver um desequilíbrio na homeostase, ocasionando
um excesso de produção de espécies reativas, causando ões deletérias aos
organismos (SIES, 1997).
Para minimizar os efeitos deletérios associados à constante formação de
EROs, oriundas da presença e da utilização do oxigênio nas células e nos tecidos,
os organismos aeróbicos foram dotados, ao longo do tempo evolutivo, de distintas
defesas antioxidantes enzimáticas e não enzimáticas. Dentre as defesas enzimáticas
destacam-se as enzimas catalase, superóxido dismutase, glutationa redutase (GR),
glutationa peroxidase (GPx) e o conjunto das glutationas S-transferases (GSTs). As
glutationas S-transferases, embora o atuem diretamente contra os radicais livres,
o importantes na defesa celular, pois estão associadas a biotransformação de
xenobióticos, como herbicidas, inseticidas e agentes carcinogênicos. Estas enzimas
catalisam a reação de conjugação da glutationa na forma reduzida (GSH) com estes
compostos, aumentando a solubilidade e facilitando a excreção.
Falhas ou danos mitocondriais podem levar rapidamente à inibição da
sobrevivência e da proliferação celular. Fármacos que comprometem a integridade
estrutural e funcional da mitocôndria podem prover novas oportunidades para
combater a proliferação de células neoplásicas. Locais específicos na mitondria
podem ser alvos moleculares, tais como: a cadeia respiratória, o DNA mitocondrial,
os canais de potássio, a família de proteínas Bcl-2 e os poros de transição da
permeabilidade (DIAS & BAILLY, 2005).
A glutationa (GSH) é um tripeptídeo, γ-glutamilcisteinilglicina, o principal tiol
não protéico, de baixo peso molecular, presente em todas as células aeróbicas. Sua
36
importância funcional como antioxidante es na presença do grupo tiol no resíduo
de cisteína (Figura 4).
Figura 4: Estrutura da glutationa
Fonte: Retirado de LASH, 2006.
Os aminoácidos L-glutamina, cisteína e glicina são precursores nantese da
GSH. A síntese ocorre por uma reação dependente de ATP no citoplasma, e é
catalisada pela γ-glutamil-cisteína-sintetase e pela GSH sintase. A maior parte, se
não toda atividade biossintética, reside no citoplasma, com pouca ou nenhuma
atividade em outras organelas (GRIFFITH & MEISTER, 1985; MCKERNAN et al.,
1991). As mitondrias são organelas importantes na manutenção do balanço redox.
O balao entre as concentrações de glutationa reduzida e oxidada depende do
estado redox da célula, como também da síntese de GSH.
O papel antioxidante da GSH contra compostos oxidantes e eletrofílicos
compreende a oxidação da GSH em glutationa dissulfeto (GSSG). As concentrações
de GSH são restauradas através da reação catalisada pela glutationa redutase (GR)
dependente de NADPH (Fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo), (SANTOS-
SILVA, et al., 2006). Alterações no status de GSH mitocondrial são associadas com
ativão de vias de sinalização e expressão de genes que regulam a apoptose
L-
γ
-glutamil
L-cisteinil
glicina
37
(RICHTER et al., 1996; ZAMZAMI et al., 1996; KLUCK et al., 1997; MARCHETTI et
al., 1997; YANG et al., 1997; DAVIS et al., 2001), o crescimento e a diferenciação
celular (HAMMOND et al., 2001; FILOMENI et al., 2002).
O conteúdo de GSH nas células tumorais é relevante nos mecanismos de
regulação mutagênica, na síntese do DNA, no crescimento e para a resistência a
múltiplas drogas (MDR). Nos tumores malignos, a resistência es associada, na
maioria dos casos, com altas concentrações de GSH no interior das células
tumorais. Desta maneira, tentativas de tratamento para o câncer baseado na
modulação de GSH deveriam controlar possíveis mudanças no crescimento,
associadas a GSH e sua síntese nestas células. Apesar do potencial benéfico da
estratégia de deplão seletiva de GSH na terapia do câncer, esta abordagem em
tratamentos ainda permanece indefinida (ESTRELA et al., 2006).
Vários mecanismos m sido descritos como mediadores da resistência a
fármacos quimioterápicos: a) aqueles que aumentam a taxa de efluxo do rmaco
pela célula, reduzindo a interação do fármaco com seu alvo, e os exemplos são a
glicoproteína-P e proteínas associadas à resistência a múltiplas drogas (MRPs); b)
diminuão da sensibilidade aos fármacos pelo aumento do alvo, superando a dose
do fármaco, ou pela mutação do alvo, tornado deste modo o fármaco inefetivo; c)
aumento dos mecanismos de reparo de DNA e d) processos de detoxificão que
protegem a célula contra o dano. Este último mecanismo pode ser mediado pelo
sistema de detoxificação glutationa/glutationa-S-transferase (GSH/GST). A
conjugação da GSH com o composto, espontaneamente, ou catalisada pela GST,
confere ao composto menos toxicidade contra os alvos celulares, tornando-o mais
hidrofílico e, desta maneira, facilmente excretável (O'BRIEN & TEW, 1996).
38
2.4 Flavonóides
Os flavonóides constituem um grupo de pigmentos vegetais de ampla
distribuão na natureza. São biossintetizados a partir da via dos fenilpropanóides e
estão presentes em relativa abundância entre os metalitos secundários. Mais de
4200 flavonóides são conhecidos, os quais são agrupados em diferentes classes de
acordo com suas características químicas e biossintéticas (ZUANAZZI, 2000). Sua
presença nos vegetais parece estar ligada com funções de defesa (proteção contra
raios ultravioleta, ações antifúngicas e antibacterianas) e de atração de polinizadores
(SANTOS, 2000).
Além disso, estes compostos possuem importância farmacogica, que resulta
de algumas propriedades importantes, atribuídas a representantes da classe, como
por exemplo: anticarcinogênicas, antialérgicas, antiulcerogênicas, antivirais, entre
outras (ZUANAZZI, 2000). Muitos estudos têm demonstrado que os flavonóides são
potentes inibidores de enzimas-chaves, que fazem a transdução de sinais celulares.
Eles inibem várias quinases, como a proteína C quinase (PCK), tirosina quinases ou
lipídio quinases (AGULLO et al., 1997). Afetam várias vias metabólicas, como
ativão de enzimas glicolíticas ou síntese de proteínas (LEE et al., 1994);
promovem interrupção do ciclo celular nas fases G
0
/G
1
ou G
2
/M, dependendo da sua
estrutura e do modelo celular (LEPLEY et al., 1996; KANG & LIANG, 1997; LEPLEY
& PELLING, 1997); interagem nos locais de ligação do estrogênio tipo II, regulando o
crescimento de células mamárias (SCAMBIA et al., 1993) e induzem a apoptose em
diferentes linhagens celulares (KUNTZ et al., 1999; WANG et al., 1999).
39
2.5 Chalconas
As chalconas são consideradas precursoras biossintéticas dos flavonóides.
Uma característica marcante neste grupo é a de apresentar pigmentação amarela,
que passa a vermelha em meio alcalino. Chalconas e auronas são identificadas em
geral nas mesmas plantas, tendo um papel importante em sistemas ecológicos em
função das cores que produzem nos vegetais. As cores estão implicadas na
polinização como atraentes de insetos e/ou pássaros (ZUANAZZI, 2000). Ocorrem
principalmente no pigmento de pétalas. Também são encontradas no cerne, na
casca da árvore, nas folhas, nas frutas e nas raízes, numa variedade de árvores e
plantas (NI et al., 2004).
Quimicamente, apresentam dois anéis aromáticos ligados por três carbonos,
uma carbonila e dois carbonos α-, β-insaturados (Figura 5). Uma classificação
primária das chalconas leva em conta o número de substituintes presentes no núcleo
B, que podem ser um, dois ou três. As chalconas de origem vegetal são sempre
substituídas e, entre as mais comuns, localizadas no núcleo aromático, estão
hidroxilas, metoxilas, O-glicosilas, C-glicosilas e C-alquilas (ZUANAZZI, 2000).
O
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
β
α
A
B
Figura 5: Núcleo fundamental das chalconas.
As chalconas são de grande interesse químico e farmacológico por
apresentarem diversas atividades biológicas, as quais variam conforme os diferentes
40
substituintes presentes nas moléculas. Vários trabalhos m demonstrado atividades
biológicas para chalconas isoladas de plantas ou sintetizadas. Dentre as atividades
relatadas estão: atividade antibacteriana (DIMMOCK et al., 1999; NIELSEN et al.,
2004) e bacteriostática (inclusive contra Mycobacterium tuberculosis (PAPPANO et
al., 1985)), atividade antiviral (ISHITSUKA et al., 1982; NINOMIYA et al., 1990;
DIMMOCK et al., 1999), atividade antifúngica (DIMMOCK et al., 1999;
OPLETALOVA & SEDIVY, 1999; LOPEZ et al., 2001; BOECK et al., 2005), atividade
antimalárica (LI et al., 1995; DIMMOCK et al., 1999; RAM et al., 2000; DOMINGUEZ
et al., 2001; LIU et al., 2001; DOMINGUEZ et al., 2005) e atividade antileishmânia
(NIELSEN et al., 1998; DIMMOCK et al., 1999; KAYSER & KIDERLEN, 2001;
BOECK et al., 2006). Ainda são descritos efeitos antioxidante (ANTO et al., 1995;
DIMMOCK et al., 1999; MUKHERJEE et al., 2001), antiinflamatório (BATT et al.,
1993; SOGAWA et al., 1993; HERENCIA et al., 1998; DESHPANDE et al., 1999;
DIMMOCK et al., 1999; HERENCIA et al., 1999; HERENCIA et al., 2002; ROJAS et
al., 2002; KO et al., 2003; MENG et al., 2004; RANI et al., 2004; WON et al., 2005) e
antitumoral (YAMAMOTO et al., 1991; SHIBATA, 1994; ANTO et al., 1995;
DIMMOCK et al., 1999; XIA et al., 2000; MUKHERJEE et al., 2001; NAM et al., 2003;
RAO et al., 2004; TAKAHASHI et al., 2004; WON et al., 2005).
Todas as chalconas com atividade antioxidante m, no mínimo, um grupo
fenol livre na molécula. A presença de cetonas insaturadas e grupos hidroxila
tamm é considerada essencial para a atividade antioxidante (DIMMOCK et al.,
1999). Xanthohumol (HARAGUCHI et al., 1998), a principal chalcona encontrada no
pulo e na cerveja, mostrou ser um antioxidante mais efetivo na inibição da
oxidação de lipoproteína de baixa densidade (LDL) do que o
α
-tocoferol (MIRANDA
et al., 2000). LEBEAU et al. (2000) demonstraram que uma chalcona sintética teve
41
melhor potência antioxidante que a vitamina E ou a quercetina, num sistema de
oxidação da LDL induzido por íons Cu(II).
Várias chalconasm mostrado inibir esmulos inflamatórios e atenuar a
inflamação. Conforme publicado por NI et al. (2004), o Instituto Statens Serum da
Dinamarca divulgou uma patente com chalconas que inibem potencialmente a
produção de TNF-
α
(citocina pró-inflamatória), em células mononucleares de sangue
periférico humano, estimuladas por exoantígeno marico ou por lipopolisacarídeos
bacterianos (LPS). Os Laboratórios Nippon Hypox publicaram uma patente com uma
rie de 3,4-dihidroxichalconas como agentes antiinflamatórios. Muitos compostos
desta série mostraram efeito inibitório sobre a ciclooxigenase (COX), (NI et al. 2004).
O dano induzido pela inflamação crônica é uma causa bem conhecida da
carcinogênese de colo de útero. A COX-2, enzima que converte ácido araquidônico
a prostanóides, é conhecida por ter um papel importante na inflamação. Foi relatado
que a chalcona isoliquiritigenina suprime o nível de COX-2, em macrófagos murinos
RAW264.7, e inibe a proliferação celular, via indução da apoptose, em lulas de
ncer de colo (TAKAHASHI et al., 2004).
Vários trabalhos mostram atividade antitumoral das chalconas em diversos
tipos de cânceres. Dentre eles, alguns descrevem atividade antileucêmica. DUCKI et
al., (1998) sintetizaram uma série de chalconas substituídas e estudaram a atividade
citotóxica contra a linhagem de células de leucemia humana K562 - a chalcona com
mais atividade foi a (E)-3-(3‘’-Hidroxi-4’’-metoxifenil)-2-metil-1-(3’,4’,5’-trimetoxifenil)-
prop-2-en-1-one com IC
50
de 0,21 nM. KOBORI et al. (1999) mostraram que a
chalcona floretina induziu, a apoptose, células HL-60 de leucemia humana e células
B16-4A5 de melanoma murino. Os autores sugerem que a floretina induziu células
B16 a apoptose, pela inibição do transportador de glicose, pela indução da
42
expressão da proteína Bax e ativão de caspases. Entretanto, a indução à de
lulas HL-60 a apoptose, pela floretina, utilizou vias diferentes. Os autores sugerem
que ocorreu através da inibição da atividade da proteína C quinase. Nas células HL-
60, a floretina reduziu os níveis de caspase-3, não alterando os níveis da Bcl-2 e não
aumentando os níveis da Bax.
Nesse sentido, em busca de novas moléculas anticarcinogênicas, que
ofereçam efetividade no tratamento, seletividade contra células tumorais e redução
da intensidade e dos efeitos adversos, realizou-se, neste trabalho, um estudo sobre
a atividade antileucêmica de uma série de dez chalconas derivadas do 3,4
metilenodioxibenzaldeído.
43
3.
OBJETIVOS
OBJETIVOSOBJETIVOS
OBJETIVOS
44
3.1 Objetivo Geral:
Estudar a sensibilidade da linhagem de lulas linfoblásticas leumicas
L1210 aos compostos derivados do 3,4-metilenodioxibenzaldeído.
3.2 Objetivos Específicos:
1. Avaliar o efeito citotóxico dos compostos derivados do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído (chalconas) sobre linhagem de lulas linfoblásticas
leucêmicas L1210;
2. Identificar a via pela qual as chalconas causam morte celular, se por apoptose
ou por necrose;
3. Relacionar as concentrações intracelulares de glutationa e a proteção celular
contra os efeitos citotóxicos causados pelas chalconas;
4. Avaliar a influência das chalconas no teor energético das células
(concentração de ATP);
5.
Analisar o efeito das chalconas sobre células não tumorais VERO;
6.
Investigar o efeito sobre o crescimento de células progenitoras grânulo-
monocíticas da medula óssea, em decorrência do tratamento com as
chalconas.
45
4.
MATERIAIS E
MATERIAIS EMATERIAIS E
MATERIAIS E
MÉTODOS
MÉTODOSMÉTODOS
MÉTODOS
46
4.1 Reagentes
O meio de cultura Eagle modificado por Dulbecco (DMEM) e o soro fetal
bovino (SFB) foram adquiridos da Cultilab (o Paulo, Brasil). A penicilina e a
estreptomicina foram compradas da Gibco® (Grand Island, NY). O ácido clorídrico, o
isopropanol, o dimetil sulfóxido (DMSO) e o tris(hidroximetil)aminometano foram
adquiridos da Merck® (Darmstat, Alemanha). O ácido etilenodiaminotetraacético
(EDTA) foi adquirido da Reagen (Rio de Janeiro, Brasil). A proteinase K foi adquirida
da Invitrogen® (Alemanha). O brometo de dimetiazol difeniltetrazólio (MTT), o ácido
N-[2-Hidroxietil]piperazina-N’-[2-etanosulfônico] (HEPES), a albumina, o meio de
cultura Dulbecco modificado por Iscove (IMDM), a agarose, a RNase, a glutationa
redutase (GR), o fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADPH), o ácido
5,5’-ditio-bis-2-nitrobenzóico (DTNB), e outros reagentes utilizados nos experimentos
foram adquiridos da Sigma® (St. Louis, MO, USA). O Kit luciferin-luciferase foi
adquirido da Bioorbit (Tuku, Finland).
4.2 Síntese das chalconas
A síntese das chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído foi
realizada no Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), pelo grupo de pesquisa do Prof. Rosendo Augusto Yunes.
47
4.2.1 Procedimento geral para a preparação das chalconas derivadas do 3,4
metilenodioxibenzaldeído
Em um balão de 100 mL e uma boca, colocou-se o 3,4-
metilenodioxibenzaldeído (1,50 g; 10 mM), a acetofenona (10 mM) e o metanol (30
mL). Dissolveram-se os reagentes sob agitação magnética e, em seguida, adicionou-
se o KOH 50% v/v (10 mL). Deixou-se a reação sob agitação magnética, à
temperatura ambiente, por 24h. Após este período, adicionou-se água destilada à
reação e acidificou-se a mesma, com ácido clorídrico 10%, o que provocou a
precipitação dos compostos. Filtrou-se em funil de Büchner, verificou-se a pureza
por cromatografia em camada delgada (CCD) e, quando necessário, as chalconas
foram recristalizadas em hexano e diclorometano. Para todos os compostos, foram
realizadas análises de RMN de
1
H e de
13
C, espectroscopia no IV e leitura do ponto
de fusão.
4.3 Cultura de células
Foram utilizadas linhagens de células leucêmicas linfoblásticas de origem
murina (L1210) e células não tumorais, fibroblastos de rim de macaco (VERO). As
lulas L1210 foram obtidas da American Type Culture Cell (ATCC) e as células
VERO da Associação Técnico-Científica Paul Ehrlich (APABCAM, Rio de Janeiro,
Brasil). As células foram mantidas em garrafas plásticas de cultura, contendo meio
DMEM, suplementado com 10% de soro fetal bovino, 100 U/mL de penicilina, 100
µg/mL de estreptomicina, 10 mM HEPES, pH 7.4, em estufa umidificada, a 37
o
C e
com 5% CO
2
. Antes da realização de todos os experimentos, o mero de células
48
viáveis foi avaliado pelo método de Azul de Trypan (FRESHNEY, 1987), e a
contagem realizada emmara de Newbauer.
4.3.1 Tratamento das células
As chalconas sintéticas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído foram
dissolvidas em uma solução de DMSO 10 mM e armazenadas, à temperatura de
C a 8°C. Estas soluções-estoque foram diluídas em meio de cultura para atingir as
concentrações de 10 a 200 µM utilizadas nos experimentos. As células foram
incubadas em placas de 24 ou 96 pos, tratadas com os compostos e mantidas em
estufa úmida, a 37
o
C, com 5% de CO
2,
por um período de 6h a 48h, conforme o
procedimento experimental. As células VERO, que crescem aderidas, foram
incubadas em placas de 96 poços e mantidas a 37
o
C em estufa com 5% de CO
2
,
por
um período de 3h, antes do tratamento com os compostos.
Foram utilizados controles de células sem tratamento e com tratamento de
DMSO diluído em meio de cultura, na mesma proporção utilizada para dissolver os
compostos.
4.4 Ensaio de viabilidade celular (teste do MTT)
A viabilidade celular foi analisada pelo método do MTT (brometo de dimetiazol
difeniltetrazólio), (VAN DE LOOSDRECHT et al., 1991). O MTT é um sal de
tetrazólio de cor amarela, que é reduzido a formazan de cor azulada pela atividade
49
oxidativa das células, funcionando, portanto, como um indicador da função
mitocondrial e, por conseguinte, da viabilidade celular. Brevemente, 3 x 10
5
células
L1210 e 7 x 10
4
lulas VERO foram incubadas em triplicata com os compostos, em
placas de 96 poços. Depois de decorrido o tempo de incubação, foi retirado e
acrescentado um novo meio de cultura e, então, o MTT (0,25µg/µL) foi adicionado,
seguido de incubação por 3h, a 37°C. O meio de cultura foi retirado, o precipitado
formazan foi dissolvido com uma solução ácida de isopropanol (isopropanol com
HCL 0,04 N) e a absorbância foi medida a 540 nm, com o uso de um leitor de
microplacas (Organon Teknika, Belgium). A densidade óptica obtida do grupo
controle, ou seja, das células sem tratamento, foi considerada como 100% de células
viáveis.
4.5 Análise de apoptose pelo método de fragmentação nuclear
O isolamento de fragmentos apoptóticos do DNA foi realizado seguindo o
método de HAN (1997). As células, 1 x 10
6
,
foram incubadas com as chalconas
sintéticas, em placas de 24 pos, na concentração de 100 µM e mantidas por 24
horas, a 37°C, com 5% de CO
2,
em estufa umidificada. As células foram lavadas
duas vezes com PBS gelado e após foram lisadas com tampão de lise (10 mM
EDTA, 50 mM Tris-HCl pH 8.0, 0.25% NP-40, 0.5 mg/mL proteinase K) a 50
o
C, por
2h. O DNA foi precipitado com 2,5 vol de etanol-NaCl overnight, a -25°C. As foi
centrifugado a 12.000g, por 30 minutos. O pellet foi lavado duas vezes com etanol
70%, gelado, secado à temperatura ambiente, dissolvido em tampão (10 mM Tris-
50
HCl pH 8.0, 0,1 mM EDTA), contendo 0,6 g/mL de RNase A e incubado a 37
o
C, por
1h.
A concentração do DNA extraído de cada amostra foi determinada
espectrofotometricamente (SAMBROOK, J. & RUSSELL, D. W., 2001). As amostras
foram diluídas a 1:100 em água destilada, a absorbância foi medida em 260 nm e a
concentração de DNA calculada pela equação: Concentração DNA (mg/mL) =
(Abs/ε) x diluição. O coeficiente de extinção (ε) foi considerado igual a 20. As bases
nitrogenadas da dupla fita de DNA apresentam uma absorção máxima no
comprimento de onda de 260 nm. Neste comprimento de onda, o coeficiente de
extião (ε
0,1%;1cm
) igual a 20 indica que o DNA, em uma concentração de 1 mg/mL,
terá uma absorbância (A
260nm
) igual a 20. A relação entre a concentração do DNA e
a absorbância (A
260nm
)
é linear até o valor de 2,0.
A fragmentação do DNA foi analisada por eletroforese em gel de agarose a
1%, corado com 1 µL de brometo de etídio (1g/100mL). A corrrida foi realizada a
200V, por 10 minutos, em tampão TAE (Tris - ácido acético EDTA). Foram
aplicados 2 µg de DNA de cada amostra. Os géis foram fotografados sob iluminação
ultravioleta de 320nm (Hoefer-MacroVue UV-20), utilizando-se um sistema de
fotodocumentão de géis (Doc-Print®).
4.6 Análise de apoptose e viabilidade celular pelo método de fluorescência
com laranja de acridina e brometo de etídio
Inicialmente, 3 x 10
5
células foram tratadas com as chalconas estudadas e
mantidas por 24h, a 37°C, com 5% de CO
2,
em estufa umidificada. Após o tempo de
incubação, as células foram concentradas por centrifugação, o meio de cultura com
51
as chalconas foi descartado, o pellet celular resuspenso com PBS contendo laranja
de acridina e brometo de etídio, nas concentrações de 10 e 5 µg/mL,
respectivamente, seguido de incubão por um minuto, à temperatura ambiente. As
lulas, então, foram observadas em microscópio de fluorescência entre lâmina e
lamínula no aumento de 40X para contagem. Para fotografar as lulas foi utilizado
o aumento de 100X. lulas não-apoptóticas e apoptóticas foram contadas em
quatro campos, até um total de 100 células. O resultado foi obtido em percentual.
4.7 Determinação das curvas de tempo-resposta e concentração-resposta
Para determinação da curva de tempo-resposta, 3 x 10
5
lulas foram
incubadas com as chalconas na concentração de 100 µM, em estufa umidificada a
37
o
C, com 5% de CO
2
, por 6h, 12h, 18h e 24h. Após cada período de incubação, foi
realizada a análise da viabilidade celular pelo método do MTT.
Para determinação da curva de concentração-resposta, 3 x 10
5
células foram
incubadas com as chalconas sintéticas em concentrações crescentes (0, 10, 25, 50,
75, 100, 150 e 200 µM), em estufa umidificada, a 37
o
C, com 5% de CO
2,
seguido
pelo método do MTT, após 24h. Am disso, após 48 horas, outra curva de
concentração resposta foi realizada com incubação de 1 x 10
5
células, com os
compostos em concentrações crescentes (0, 10, 20, 30 e 50 µM), em estufa
umidificada, a 37
o
C, com 5% CO
2,
seguido do ensaio do MTT.
A IC
50
, concentração que inibe 50% do crescimento celular, foi calculada em
24 e 48 horas, através da equação de Hill (curva Sigmoidal de concentrão-
resposta).
52
4.8 Determinação da concentração de glutationa total
A glutationa total (GSH + GSS) foi quantificada empregando-se o método da
glutationa redutase, proposto por TIETZE (1969). Nesse método, os grupamentos
sulfidrilas da GSH interagem com o DTNB, originando a GSTNB (forma oxidada de
GSH), que, na presença da glutationa redutase e de NADPH, é reduzida novamente
à GSH. Concomitantemente à formação de GSTNB e GSH, há liberação de ácido 5-
tio-2-nitrobenzóico (TNB), um composto de coloração amarela. Sendo assim, a
intensidade de cor produzida pelo TNB é diretamente proporcional à atividade da
glutationa redutase sobre a GSTNB e GSH intracelular. Brevemente, 1 x 10
6
lulas
foram tratadas com compostos na concentração de 100 µM e incubadas durante
24h. Em seguida, foram lavadas três vezes com PBS, resuspensas em 100 µL de
EDTA 1 mM e submetidas a ultra-som por 10 segundos. Vinte µL de cada
homogenato foram transferidos para placas de 96 poços, seguido da adição de 180
µL da solão de reação (DTNB 75 µM; NADPH 120 µM, glutationa redutase 1 U/mL
e EDTA 10 mM em tampão fosfato 100 mM, pH 7.4). A absorbância foi medida após
15 minutos a 412 nm, com um leitor de microplacas (Organon Teknika). Os valores
foram expressos em percentual em relação ao controle.
4.9 Determinação da concentração de ATP (Luciferin – luciferase)
O método luciferin/luciferase é muito utilizado na determinação da
concentração de ATP em amostras biogicas. Foi inicialmente desenvolvido por
STREHLER & TOTTER (1954), e adaptado por FROMME et al. (1987). O primeiro
53
passo da reação consiste na ativão da enzima luciferase pela ligação no ATP, na
presença de MgCl
2
. O ATP é hidrolisado a AMP que permanece ligado à luciferin e
ao pirofosfato (PPi). Este complexo reage subseqüentemente com O
2
, resultando na
emissão de um feixe de luz (hv), na liberação de AMP, CO
2
e oxiluciferin (DELUCA,
1976). A quantidade de luz emitida é naturalmente proporcional à quantidade inicial
de ATP existente no meio de reação, o qual foi medido da seguinte forma: Em uma
cubeta de plástico adicionou-se o tampão luciferin/luciferase. Em seguida adicionou-
se, ao tampão, a solução contendo luciferin/luciferase, misturou-se cuidadosamente.
A cubeta foi colocada no lumimetro para a medida do sinal de fundo, o qual foi
medido através de um registrador previamente calibrado. Tendo o sinal de fundo
registrado, a amostra foi adicionada e então foi realizada uma segunda leitura, na
qual o sinal da amostra foi adicionado ao sinal do fundo e registrado. A terceira
adição foi da solução padrão de ATP, com concentração conhecida, que foi
registrada e somada às leituras anteriores. A concentração de ATP foi calculada com
a utilização de um programa de computador LUMI (FROMME et al., 1987).
4.10 Ensaio de células progenitoras grânulo-monocíticas (Ensaio GM-CFC)
O ensaio GM-CFC foi realizado no Laboratório de Citologia Clínica do
Departamento de Análises Clínicas da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e coordenado pela Prof.ª Cinia de Lourdes Vituri. O procedimento foi
realizado de acordo com o método descrito por TESTA & MOLINEUS (1993),
modificado e validado pela European Centre for the Validation of Alternative Methods
(ECVAM), em 1995 (BALLS et al., 1995). A cultura em meio semi-sólido foi
54
constituída de duas camadas distintas: camada base e camada de células (Tabela
1).
Tabela 1. Constituintes das camadas de cultura em meio semi-sólido/placa.
Camada Base
(%)
Camada de Células
(%)
IMDM com 1 % albumina bovina 40% 20%
SFB 20% 30%
rmGM-CSF (100ng/mL) - 10%
Suspensão celular (10
6
/mL) - 10%
Ágar 1,25% 40% 30%
IMDM: Meio Dulbecco modificado por Iscove
SFB: Soro fetal bovino
rmGM-CSF: Fator estimulador de colônias de macrófagos e granulócitos (rm recombinate)
A camada base foi preparada contendo 40% de meio IMDM duas vezes
concentrado, 20% de soro fetal bovino e 40% de ágar, a 1,25%. Com auxílio de uma
pipeta tipo Pasteur, a mistura foi rapidamente homogeneizada e distribuída em
placas de Petri de 35 mm de diâmetro, em volume de 1 mL, conferindo uma
concentração final de 0,5% de ágar. As placas foram mantidas a 4°C, por 10
minutos, para consolidar o gel.
A camada de células foi preparada contendo IMDM, acrescido de 1% de
albumina bovina duas vezes concentrada, 30% de soro fetal bovino, 10% de rmGM-
CSF (fator estimulante de colônia de granulócito-macrófago), em concentração de
100 ng/mL, e 10% de uma solução contendo 10
6
células/mL de células
hematopoiéticas nucleadas, retiradas da medula óssea do fêmur de camundongos.
Acrescentou-se ágar a 1,25% na camada de células, para se chegar à concentração
final de 0,38%. Após a mistura ser rapidamente homogeneizada, aquotas de 10
5
lulas/placa foram semeadas em triplicata, nas placas de Petri, sobre a camada
base previamente consolidada. As placas foram mantidas aC, por 5 minutos, para
consolidar o gel e incubadas a 36,8°C em atmosfera contendo 5% de CO
2,
durante
sete dias. Após fixação em vapor de formol 10%, overnight, o número de conias foi
55
avaliado através de contagem em microscópio invertido. Para identificão das
lulas presentes nas colônias, o meio semi-sólido foi removido das placas de Petri
em banho de água gelada e transferido para lâminas de microscopia, as quais foram
secas à temperatura ambiente. Posteriormente foram fixadas, sob imersão, em
corante May-Grünwald por três minutos e lavadas em água corrente. As lâminas
foram, então, imersas em corante Giemsa diluído 1:20 em tampão de Sorensen pH
6,8, por 15 minutos. Depois de lavadas em água corrente, as lâminas foram secas à
temperatura ambiente e as colônias observadas sob microscopia óptica
convencional.
4.11 Análise estatística
Os resultados foram expressos como a média
±
erro-padrão da média (EPM).
Cada experimento foi repetido pelo menos três vezes. Para a análise estatística, foi
utilizada a análise de variância de uma via (ANOVA), seguida do teste t de
Bonferroni. Para comparação da viabilidade celular entre as linhagens L1210 e
VERO foi utilizado o teste t Student. Um valor de P < 0,05 foi considerado
estatisticamente significativo.
56
4.12 Desenho experimental
Foi estudado o efeito citotóxico de todos compostos, por meio do ensaio de
viabilidade celular (Teste do MTT). Os compostos que apresentaram citotoxicidade
estatisticamente significativa foram avaliados quanto à forma de morte celular, pela
técnica de fragmentação nuclear e pela técnica de fluorescência com laranja de
acridina e brometo de etídio. Para os compostos que induziram à morte celular por
apoptose, foi avaliada a possibilidade da indução de depleção de glutationa e de
ATP intracelulares. A toxicidade em células não tumorais (linhagem VERO) e a
inibição do crescimento de células progenitoras grânulo-monocíticas da medula
óssea também foram verificadas (Figura 6).
57
Figura 6: Desenho Experimental
Chalconas
Efeito sobre células leumicas L1210
Citotóxicas
o Citotóxicas *
(* foram desconsideradas)
Avaliação da morte celular
(morfologia celular e fragmentação do DNA)
Necrose*
(*nenhum dos compostos estudados
causou morte por necrose)
Apoptose
Avaliação
Efeito sobre o crescimento de
lulas progenitoras da
medula óssea
Concentrações intracelulares
de GSH
Concentração de ATP
Tempo e Concentração
resposta (IC
50
)
Efeito sobre células não
tumorais (VERO)
58
5.
RESULTADOS E
RESULTADOS ERESULTADOS E
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
59
5.1 Síntese
O mecanismo de ação na formação das chalconas foi o da condensão
aldólica, seguida de desidratação sica (Figuras 7 e 8). Primeiramente, ocorreu a
etapa de deprotonação, em que a base removeu um hidrogênio alfa ácido da
molécula de cetona, para formar o íon enolato, estabilizado por ressonância. Através
de ataque nucleofílico, o íon enolato atacou uma molécula de aldeído (na posição
alfa ao grupo carbonila eletrofílico), formando um íon alcóxido (intermedrio
tetraédrico). A protonação do íon alcóxido gerou o produto de condensação e
regenerou o catalisador básico (Figura 7).
Figura 7: Etapas de deprotonação e ataque nucleofílico para formação do produto de
condensação.
Fonte: CHIARADIA, 2006.
A formação da enona conjugada ocorreu por desidratação, que pode ser
catalisada por base ou por ácido. Neste caso, em condões básicas, um hidrogênio
60
ácido foi abstraído da posição alfa para resultar em um íon enolato, que eliminou o
grupo de saída –OH, formando a chalcona (Figura 8). Em condições ácidas, seria
formado o enol, o grupo –OH seria protonado e a água, eliminada.
Figura 8: Etapa de desidratação para obteão da chalcona.
Fonte: CHIARADIA, 2006.
Foram sintetizadas dez chalconas a partir da condensação allica entre o
3,4-metilenodioxibenzaldeído (1) e diferentes acetofenonas, utilizando hidróxido de
potássio como base e metanol como solvente, à temperatura ambiente por 24h,
como apresentado na figura 9. Oito compostos já foram descritos na literatura (2, 3,
4, 5, 6, 8, 9, 11), (ARIYAN & SUSCHITZKY, 1961; SCHWARTZ et al., 1977;
WATTANASIN & MURPHY, 1980; LI et al., 2002; PATHAK et al., 2003; POTTER &
BUTLER, 2003) e dois são inéditos (7, 10).
61
O
O
H
O O
O
O
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
6'
R
2 R: H
3 R: 4'-Br
4 R: 4'-NO
2
5 R: 2',5'-OCH
3
6 R: 2'-OH
7 R: 3'-OCH
3
-4'-OH*
8 R: 4'-OCH
3
9 R: 3',4'-OCH
3
10 R: 3'-NO
2
*
11 R: 3',4',5'-OCH
3
1
A
B
O
CH
3
R
a
Figura 9: ntese de chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído (1).
a) KOH 50% v/v, metanol, t.a., 24 h (*novos compostos).
5.2 Determinação da atividade citotóxica através da viabilidade celular
A síntese de chalconas para atividade citotóxica parece ser um campo pouco
explorado, ainda. Os mecanismos de toxicidade contra várias linhagens celulares
tumorais humanas ainda é obscuro. Neste sentido, a identificação de novos
análogos de chalconas pode ser importante para continuar o desenvolvimento desta
classe de compostos como agentes antitumorais.
Foi realizado um estudo com todas as chalconas sintetizadas (Figura 9), nas
concentrações 1, 10 e 100 µM, para investigar a sensibilidade das células L1210.
Verificou-se que as concentrações de 1 e 10 µM não apresentaram efeito sobre a
viabilidade celular (dados não mostrados). Portanto, a concentração de 100 µM foi
escolhida para realizar uma triagem das chalconas que viessem apresentar atividade
citotóxica.
62
Os resultados de viabilidade celular dos controles, ou seja, lulas
submetidas ao tratamento de DMSO nas mesmas concentrações utilizadas para
dissolver os compostos não mostraram diferença significativa comparando-se com
os resultados obtidos com as células sem tratamento (dados não mostrados). Por
conseguinte, em todos os gráficos estão representados somente como controles.
Os compostos que apresentaram efeito citotóxico pronunciado foram os de
número 5, 7 e 11, diminuindo a viabilidade celular em 90,5 ± 1,2%, 87,1 ± 1,1% e
86,3 ± 2,2%, respectivamente, pelo teste do MTT. A chalcona 2 reduziu a viabilidade
celular somente em 28,6 ± 2,7%, quando comparada ao controle. Entretanto, a
morte celular foi estatisticamente significativa. As chalconas 3, 4, 6, 8 e 9 não
mostraram efeito citotóxico significativo e a chalcona 10 não apresentou
citotoxicidade (Figura 10).
0 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0
25
50
75
100
*
***
***
***
Chalconas (100µ
µµ
µM)
Células vivas (%)
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 10: Efeito citotóxico das chalconas sobre células L1210. As células foram incubadas com
as chalconas, por 24h. A viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do
grupo controle (0, células sem tratamento) foi considerada como 100% de viabilidade celular. Cada
ponto representa a média ± E.P.M. Um valor de *P<0,05 e ***P<0,001 foi considerado
estatisticamente significativo quando comparado com o controle, usando ANOVA seguido de teste t
de Bonferroni. Estruturas químicas das chalconas: (2), (5), (7) e (11).
Os grupos Br e NO
2
diminuem a densidade eletrônica no anel A, diminuindo a
citotoxicidade. Estes grupos estão presentes nas chalconas 3, 4 e 10. NAM et al.
63
(2003) sintetizaram e testaram a toxicidade de uma série 2’,5-dihidroxichalconas
contra células tumorais elulas endoteliais venosas umbilicais humanas (HUVEC),
mostrando que as chalconas com substituintes, que retiram elétrons do anel B,
apresentam potente atividade citotóxica em várias linhagens tumorais, enquanto que
os compostos com grupos que doam elétrons para o anel foram menos potentes, de
uma forma geral. Já neste trabalho essendo mostrado que modificações que
provocam o aumento da densidade eletrônica no anel A, aparentemente, resultam
em maior citotoxicidade dos compostos. Observamos que os grupos metóxi que
aumentam a densidade eletrônica no anel A, e estão presentes nos compostos 5, 7
e 11, parecem aumentar sua citotoxicidade. Entretanto, a chalcona 9, que possui
dois grupos metóxi ligados ao anel A, não apresentou atividade citotóxica
significativa. As chalconas 5 e 9 possuem dois grupos metóxi ligados ao anel A. No
entanto, na chalcona 5 os grupos metóxi estão em posição para e na chalcona 9 em
posição orto entre si. A chalcona 7 possui um grupo metóxi e um grupo hidroxila
ligado ao anel A, em posição orto entre si, e a chalcona 11 possui três grupos metóxi
nas posições 3’, 4e 5’. O resultado obtido com a chalcona 7, vem de acordo com as
observões de DIMMOCK et al. (1998), em que a introdução de grupos hidroxila na
estrutura das chalconas aumenta o efeito citotóxico. LEBLANC et al. (2005)
compararam o efeito da substituição no anel A de estruturas relacionadas com
chalconas e mostraram que os compostos contendo três grupos metóxi, geralmente,
o mais ativos contra as linhagens celulares L1210 e B16, quando comparados
com os compostos com dois grupos metóxi. Comparando com nossos resultados,
com excão da chalcona 9, os compostos com dois ou três grupos metóxi, ligados
ao anel A (chalconas 5 e 11), apresentaram atividade citotóxica semelhante.
64
NAKATANI et al. (2005) mostraram que as toxicidades da uvaretina e da
diuvaretina (Dihidroxichalconas C-benziladas isoladas da raiz da planta Uvaria
acuminata) foram mais intensas do que a da isovauretina. Os autores sugerem que a
substituição 5 pelo grupo 2-hidroxibenzil aumentou a citotoxicidade. Nossos
resultados sugerem que a substituão na mesma posição, pelo grupo metóxi,
aumentou a citotoxicidade das chalconas. O grupo metóxi na posição 5’ do anel A,
presente na chalcona 5, e na posição 3’, nas chalconas 7 e 11, estão estericamente
na mesma posição.
A chalcona 11, chamada por SALE et al. (2006) DMU-135, foi testada por
estes pesquisadores, tendo sido adicionada na dieta de camundongos (0,2%).
Nestas condições, o composto não apresentou efeitos sistêmicos. Ao contrário,
reduziu a multiplicidade do adenoma gastrointestinal em 46 ± 18,3%, quando
comparado com os controles.
Vários mecanismos de ação foram propostos para a atividade antitumoral das
chalconas, como inibição da angiogênese (NAM et al., 2003), indução do
desacoplamento mitocontrial, colapso da membrana mitocondrial (SABZEVARI et al.,
2004) e interrupção do ciclo celular (DUCKI et al., 1998; LAWRENCE et al., 2000;
FU et al., 2004; WON et al., 2005). As chalconas também apresentaram atividade
antimitótica, ligando-se no sítio de ligação da colchicina à tubulina, provocando a
inibição da polimerização da tubulina e interrupção da mitose (EDWARDS et al.,
1990; DUCKI et al., 1998). A associação de chalconas metoxiladas com atividade
antimitótica tamm foi descrita na literatura, em parte pela observão de que
inibidores conhecidos da polimerização da tubulina, como a combretastatina A e a
colchicina, apresentam vários grupos metóxi na estrutura (EDWARDS et al., 1990;
DUCKI et al., 1998; LAWRENCE et al., 2000; LEBLANC et al., 2005).
65
Com base na atividade citotóxica, escolhemos as chalconas 5, 7 e 11 para
dar continuidade à pesquisa. A chalcona 2 também foi usada para comparação,
que possui a estrutura mais simples, sem nenhum substituinte ligado ao anel A.
5.3 Análise da apoptose por fragmentação do DNA
O desenvolvimento de novos compostos, para o tratamento de leucemias e
tumores malignos, é baseado na capacidade destes compostos de inibirem a
proliferação celular e induzirem à apoptose (HERR & DEBATIN, 2001). Na apoptose,
em contraste com a necrose, ocorre a ativão de uma cascata de eventos, os quais
resultam na destruição da célula, sem causar reação inflamatória (FRIEDLANDER,
2003). Algumas mudanças celulares que ocorrem durante a apoptose são a
condensação da cromatina, a fragmentação nuclear (KERR et al., 1972), a clivagem
do DNA internucleossomal e a externalização da fosfatidilserina (MARTIN & GREEN,
1995). A degradação do DNA durante a apoptose é regulada e inicia com a
formação de fragmentos maiores, de 300 a 50 Kilobases (Kb) (OBERHAMMER et
al., 1993; WALKER et al., 1999). Quando a endonuclease ataca as regiões de
ligação entre as duas fitas de DNA, ocorre a clivagem internucleossomal, que resulta
na formação de fragmentos de 180 a 200 pares de base e seus múltiplos. Na
eletroforese em gel de agarose, corada com brometo de etídio, estes fragmentos
apresentam um padrão de bandas característico quando visualizados em luz UV. Em
contraste, os eventos de clivagem do DNA na necrose são randômicos e mostram
degradação das histonas, produzindo uma mancha difusa na eletroforese de DNA.
Os fragmentos de DNA necrótico são maiores, e significantemente em menor
número do que os fragmentos do DNA apoptótico (ALLEN et al., 1997). Através da
eletroforese em gel de agarose verificamos que as chalconas 5, 7 e 11 causaram
66
fragmentação do DNA nas células leucêmicas L1210, com padrão de bandas
característico de apoptose (Figura 11). A chalcona 2 tamm causa morte por
apoptose. Entretanto, na foto, a banda C2 ficou pouco visível, provavelmente por
conter pouco DNA fragmentado, em virtude de causar apenas 28,6 ± 2,7% de morte.
Para análise da apoptose em gel de agarose, foi utilizada a concentração de 100
µM, por ser a concentração que causa maior morte celular e, conseqüentemente,
maior fragmentação do DNA.
C- C2 C5 C7 C11
Figura 11: Fragmentação do DNA induzida por chalconas em células L1210. As células foram
incubadas com os compostos na concentração de 100µM, por 24h (C - controle negativo, células sem
tratamento; C2, C5, C7 e C11 chalconas 2, 5, 7 e 11, respectivamente). Os extratos nucleares foram
obtidos e a fragmentação do DNA foi analisada por eletroforese em gel de agarose 1,0%, corado pelo
brometo de etídio, como descrito nos materiais e métodos.
5.4 Análise da apoptose e viabilidade celular por fluorescência
A apoptose também foi analisada pelo método de fluorescência com laranja
de acridina e brometo de etídio. O método consiste na ligação do laranja de acridina
ao DNA e RNA, que cora o núcleo, mesmo quando a membrana encontra-se intacta
ou danificada, emitindo uma coloração verde-fluorescente. O brometo de etídio liga-
se ao DNA, corando o núcleo somente se a membrana estiver danificada, emitindo
uma colorão vermelha-fluorescente que predomina sobre o laranja de acridina.
67
Células normais apresentam uma coloração verde-brilhante uniforme do núcleo e
coloração laranja do citoplasma (Figura 12 Painel A), (LEITE et al., 1999). As
lulas L1210 o linfoblastos murinos e apresentam pouca quantidade de
citoplasma. Nas células apoptóticas precoces, o núcleo é corado em verde.
Entretanto, a condensação da cromatina é visível pela forma de manchas verde-
brilhantes (Figura 12 setas brancas painéis B, C e D). lulas apoptóticas tardias
apresentam a cromatina condensada no cleo, com coloração laranja (Figura 12
setas vermelhas painíes B e D). Células necróticas apresentam o núcleo com uma
coloração laranja-brilhante uniforme (LEITE et al., 1999).
Figura 12: Células normais e apoptóticas coradas com laranja de acridina e brometo de etídio.
Células L1210 foram incubadas com os compostos (50 µM) por 24h. Foram observadas ao
microscópio de fluorescência (aumento 1000X): A - controle (células sem tratamento); B - chalcona 5;
C - chalcona 7; D - chalcona 11. Obs.: as setas brancas nos painéis B, C e D indicam as células
apopticas precoces; as setas vermelhas nos painéis B e D indicam as células apoptóticas tardias.
68
Na análise da apoptose por fluroresncia foi utilizada a concentração de 50
µM, pois a maior concentração (100 µM) causa morte celular muito acentuada,
dificultando a visualização das células.
Enquanto uma grande quantidade de dados indica que fármacos citotóxicos
induzem e ativam componentes da via de apoptose, em resposta ao estresse
celular, um grande mero de questões-chave ainda esaberto e não resolvido.
Por exemplo, o ponto de vista de que a apoptose representa o principal mecanismo
pelo qual as células tumorais morrem pode o ser uma verdade universal
(SCHMITT et al., 2000). Células com dano no DNA, suficiente para tornar incapaz a
proliferação, podem morrer por causa de uma falha mitótica, a qual o é detectada
na análise da apoptose. Elementos-chave na via de morte celular são ligados a
outros sistemas complexos de sinalização, como resposta ao dano ao DNA e
controle do ciclo celular (LAKIN & JACKSON, 1999; VOUSDEN, 2000).
As análises in vitro m demonstrado convincentemente que a desregulação
na expressão de moléculas mediadoras da apoptose pode conferir resistência a uma
diversidade de fármacos (KAUFMANN & EARNSHAW, 2000; ZHANG et al., 2000).
A viabilidade celular também foi avaliada pelo método de fluorescência com
laranja de acridina e brometo de etídio (Figura 13). Pelo método de fluorescência,
foram analisadas as concentrações de 10, 25, 50 e 100 µM.
69
0 10 25 50 100
0
25
50
75
100
Chalcona 2
Chalcona 5
Chalcona 7
Chalcona 11
Chalconas (µ
µµ
µM)
Células Vivas (%)
#
#
#
#
#
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 13: Viabilidade das chalconas sobre células L1210 por fluorescência. Células foram
incubadas com as chalconas (10, 25, 50 e 100 µM) por 24h. A viabilidade celular foi analisada por
microscopia de fluorescência. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. Um valor de
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado com o controle, usando
ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni. Estruturas químicas das chalconas: (2), (5), (7) e (11).
5.5 Tempo resposta
Foi estudado o efeito citotóxico das chalconas 5, 7 e 11 em relação ao tempo.
A toxicidade foi analisada nos tempos de 6, 12, 18 e 24 horas, comparando-se com
a chalcona 2, que não foi tão efetiva para causar morte nas células leucêmicas
quanto às outras chalconas selecionadas, e é a estrutura mais simples (Figura 14).
Em 18h de incubação, na concentração de 100 µM, as chalconas 5, 7 e 11
comaram a induzir significativamente a morte celular. Como esperado, a chalcona
2, em 18h, o causou efeito citotóxico significativo. Apenas o composto 7 diminuiu
a viabilidade celular de forma significativa em 12h e os compostos 5, 7 e 11
causaram alta citotoxicidade em 24h como mostrado nas figuras 10 e 14.
70
0 6 12 18 24
0
25
50
75
100
Chalcona 2
Chalcona 5
Chalcona 7
Chalcona 11
Tempo (h)
Células Vivas (%)
*
*
*
*
*
***
***
***
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 14: Tempo resposta da atividade das chalconas sobre células L1210. As células foram
incubadas com os compostos (100 µM) por 6, 12, 18 e 24 horas. A viabilidade celular foi avaliada pelo
método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, lulas sem tratamento) foi considerada
como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. Um valor de *P < 0,05 e
***P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado com o controle, usando
ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni. Estruturas químicas das chalconas: (2), (5), (7) e (11).
5.6 Concentração resposta
A influência do aumento da concentração dos compostos na toxicidade, nos
tempos de 24 e 48 horas de incubação, foi analisada e os resultados o mostrados
nas figuras 15 e 16. As chalconas 2, 5, 7 e 11 causaram morte celular de forma
concentração-dependente (Figura 15). Os valores de IC
50
dos compostos 2, 5, 7 e
11, em 24h, foram 164, 45, 63, e 64 µM, respectivamente. A chalcona 5 apresentou
o menor valor de IC
50
, em 24h, e a chalcona 2 o valor mais elevado.
71
0 25 50 75 100 125 150 175 200
0
20
40
60
80
100
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
**
*
Células Vivas (%)
Chalconas (
µ
µµ
µ
M)
C2 = IC
50
= 164
µ
M
C5 = IC
50
= 45
µ
M
C7 = IC
50
= 63
µ
M
C11 = IC
50
= 64
µ
M
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 15: Concentração resposta da atividade das chalconas sobre células L1210 em 24h.
Células, 3 x 10
6
, células foram incubadas com as chalconas (10 µM - 200 µM). A viabilidade celular
foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento)
foi considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. Um valor
de *P < 0,05, **P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando
comparado com o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Em 48h de incubação (Figura 16), concentrações menores foram utilizadas,
considerando que o tempo de exposição das células aos compostos foi maior. As
chalconas 5, 7 e 11 mostraram valores de IC
50
de 22, 38 e 37 µM, respectivamente.
Não foi possível determinar a IC
50
da chalcona 2, em 48h, pois esta chalcona
apresentou pouca citotoxicidade e a concentração máxima testada nesta condição
foi de 50 µM. Os compostos 5, 7 e 11 diminuíram aproximadamente à metade o
valor da IC
50
,
quando analisados em 48h.
72
0 10 20 30 40 50
0
25
50
75
100
#
#
#
**
Células Vivas (%)
Chalconas (
µ
µµ
µ
M)
C 2 = IC
50
> 50
µ
M
C 5 = IC
50
= 22
µ
M
C 7 = IC
50
= 38
µ
M
C11 = IC
50
= 37
µ
M
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 16: Concentração resposta da atividade das chalconas sobre células L1210 em 48h. As
lulas, 1 x 10
6
, foram incubadas com as chalconas (10, 20, 30 e 50 µM). A viabilidade celular foi
avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. Um valor de
**P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado com o
controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Abaixo, na tabela 2, encontra-se a comparação da viabilidade celular
realizada em concentração resposta pelos métodos do MTT e fluorescência.
Ocorreram variões entre os dois métodos. No entanto, estas variões não
alteraram o comportamento dos compostos. Em ambos os métodos, a morte celular
ocorreu de maneira concentração-dependente.
Tabela 2: Comparação da viabilidade celular pelos métodos de microscopia de
fluorescência (MF) com laranja de acridina e brometo de etídio e teste do MTT.
Chalcona 2 Chalcona 5 Chalcona 7 Chalcona 11 Concentração
(µM) MF
(%)
MTT
(%)
MF
(%)
MTT
(%)
MF
(%)
MTT
(%)
MF
(%)
MTT
(%)
0 100 100 100 100 100 100 100 100
10 97 98 96 87 97 90 97 101
25 90 96 78 83 93 93 85 92
50 90 93 17 36 91 70 75 66
100 86 71 7 9 3 12 6 13
* Células L1210 foram incubadas com as chalconas por 24h.
73
5.7 Concentração de glutationa
A glutationa (GSH) é um importante antioxidante e o mais abundante tiol o
protéico intracelular, presente na faixa de concentração milimolar, na maioria das
lulas aeróbicas (SIES, 1999; NORDBERG & ARNER, 2001). A GSH, associada à
glutationa S-transferase (GST), representa a maior via de detoxificação do
metabolismo de xenobióticos e produtos endógenos do estresse oxidativo, a qual
tem sido extensivamente estudada pelo seu papel em metabolizar agentes
antitumorais (O'BRIEN et al., 1999).
SABZEVARI et al. (2004) investigaram o mecanismo de citotoxicidade da
floretina, isoliquiritigenina e outras chalconas hidroxiladas sobre hepatócitos isolados
de rato. Todas as chalconas estudadas causaram citotoxidade nos hepatócitos. A
mais citototóxica foi a 2’-hidroxichalcona com LD
50
de 115 ± 13 µM (concentração
das chalconas para causar 50% de citotoxicidade após 2 horas de incubação, a
37°C) e a floretina foi a chalcona com maior LD
50
sendo igual a 400 ± 35 µM. Todas
as chalconas depletaram GSH dos hepatócitos, algumas por oxidação da GSH em
GSSG, outras provavelmente pela formação de um conjugado com a GSH.
Nossos resultados mostraram que a chalcona 2 não apresentou depleção da
concentração de GSH total (Figura 17 –A). As chalconas 5, 7 e 11 causaram
deplão da GSH total, entretanto, praticamente nas mesmas concentrações em que
ocorreu significativa morte celular (Figura 17). A chalcona 5 apresentou depleção de
GSH total de maneira concentração dependente igual à morte celular (Figura 17
B). A chalcona 7 apresentou maior depleção de GSH total que morte celular na
concentração de 100 µM, nas concentrações de 50 e 75 µM a morte induzida nas
lulas L1210 foi mais significativa do que a depleção de GSH (Figura 17 – C).
74
0 25 50 75 100
60
70
80
90
100
110
GSH total
Viabilidade
Chalcona 2 (µ
µµ
µM)
% em relação ao controle
A
0 25 50 75 100
10
35
60
85
110
GSH total
Viabilidade
Chalcona 5 (µ
µµ
µM)
% em relação ao controle
B
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
GSH total
Viabilidade
#
Chalcona 7 (µ
µµ
µM)
% em relação ao controle
C
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
GSH total
Viabilidade
#
#
Chalcona 11 (µ
µµ
µM)
% em relação ao controle
D
Figura 17: Comparação entre o efeito das chalconas sobre a concentração de GSH total e a
viabilidade em células L1210. Os compostos (25, 50, 75 e 100 µM) foram adicionados às células e
incubados, por 24h. As células foram lisadas e a concentração de GSH foi quantificada pelo método
de Tietze (1969). A viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT. O controle (0, células sem
tratamento) apresentou 598 nM de GSH total e foi considerado como 100% da concentração de GSH
total (GSH+GSSG) e 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. Um valor
de
#
P < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Com a chalcona 11, nas concentrações de 75 e 100µM, a deplão de
glutationa foi significativa e maior do que a indução à morte celular (Figura 17 D).
Estes resultados sugerem que as chalconas 5 e 7 não exercem seu efeito via
deplão de GSH, entretanto, mais estudos serão necessários para comprovar o
não envolvimento da glutationa no mecanismo de morte celular causado pelas
75
chalconas, que poderia ocorrer tanto por consumo da glutationa reduzida quanto por
conjugação da GSH com estes compostos.
5.8 Concentração de ATP
As mitocôndrias possuem um duplo papel, atuando tanto no metabolismo
energético quanto na morte celular (REGULA et al., 2003). Diversos compostos
podem afetar a bioenergética mitocondrial, o que significa um grande risco para a
sobrevivência celular. Estas substâncias podem provocar alterações na
permeabilidade da membrana mitocondrial interna e/ou na velocidade do transporte
de elétrons, através da cadeia respiratória. Os compostos conhecidos como
desacopladores promovem o aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial
interna a prótons. Desta forma, ocorre à transferência de elétrons, mas não
formação do potencial eletroquímico de prótons e, conseqüentemente, o ocorre
ntese de ATP. Entre os compostos que agem como desacopladores estão alguns
antiinflamatórios com grupos ionizáveis, incluindo os agentes não esteroidais:
diclofenaco, piroxicam, meloxicam, aspirina, indometacina e nimesulida (MAHMUD
et al., 1996). A ão desacopladora destes compostos foi observada em
mitocôndrias isoladas e em fígado de rato perfundido, em concentrações que
correspondem às doses utilizadas na terapêutica (PETRESCU & TARBA, 1997;
MORENO-SANCHEZ et al., 1999). Outros compostos, que tamm tiveram seus
efeitos desacopladores demonstrados, incluem alguns rmacos antitumorais,
antipsicóticos, antidepressivos, antimicóticos, antihelmínticos, além de herbicidas e
inseticidas (WALLACE & STARKOV, 2000).
76
0 10 25 50 100
0
25
50
75
100
Chalcona 2
Chalcona 5
Chalcona 7
Chalcona 11
Chalconas (µ
µµ
µM)
ATP (% em relação
ao controle)
**
**
#
#
#
#
#
#
#
#
*
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 18: Efeito das chalconas sobre a concentração de ATP em lulas L1210. Os compostos
(10, 25, 50 e 100 µM) foram adicionados às células e incubados, por 24h. As células foram lisadas e
a concentração de ATP foi quantificada pelo método luciferin-luciferase conforme descrito em
Materiais e Métodos. O controle (0, células sem tratamento), contendo 70 ± 1,2 µM de ATP foi
considerado como 100% da concentração de ATP. Cada ponto representa a média ± E.P.M. Um valor
de *P < 0,05, **P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, usando ANOVA,
seguida de teste t de Bonferroni. Estruturas químicas das chalconas: (2), (5), (7) e (11).
Nossos resultados demonstraram que as chalconas 2, 5, 7 e 11 depletaram
ATP de maneira concentração-dependente, ou seja, quanto maior a concentração
do composto, maior foi a depleção intracelular de ATP. Amesmo a chalcona 2,
que causou pouca morte celular nas lulas L1210, depletou o ATP de maneira
significativa. A chalcona 5 apresentou depleção significativa a partir da concentração
de 10 µM, a chalcona 7 depletou ATP de forma significativa nas concentrações de
50 e 100 µM e a chalcona 11 apresentou depleção significativa a partir da
concentração de 25 µM. (Figura 18)
As chalconas hidroxiladas estudadas por Sabzevari et al. (2004) causaram
um desacoplamento na fosforilação oxidativa mitocondrial, ou seja, um colapso no
potencial de membrana mitocondrial e aumentaram o consumo de oxigênio. Além
disso, substratos da via glicolítica ou do ciclo do ácido trico (como sorbitol, xilitol,
frutose e piruvato) preveniram a citotoxicidade e o colapso no potencial de
77
membrana mitocondrial. O mais alto pka das chalconas foi o mais efetivo para
causar colapso no potencial de membrana mitocondrial, o que sugere que a
atividade citotóxica destas chalconas está, provavelmente, relacionada à habilidade
de causar desacoplamento na mitocôndria.
Nossos resultados mostraram depleção de ATP, sugerindo que as chalconas
podem estar interferindo no potencial de membrana mitocondrial, diminuindo a
respiração celular e prejudicando a síntese de ATP.
5.9 Citotoxicidade em lulas normais e células progenitoras grânulo-
monocíticas
Estudamos os efeitos das chalconas numa linhagem de células não tumorais
(VERO). Na figura 19, é possível observar a toxicidade dos compostos 2, 5, 7 e 11
sobre estas células. A quantidade de morte celular foi 25,1 ± 4,0%, 35,5 ± 2,1%, 41,7
± 1,7% e 47,8 ± 2,5%, respectivamente, quando comparadas ao controle (100% de
lulas viáveis). Comparando as figuras 10 e 19 é possível observar que a
viabilidade naslulas o tumorais VERO foi maior do que nas células leucêmicas
L1210.
78
0 2 5 7 11
0
25
50
75
100
#
#
#
#
Chalconas (100 µ
µµ
µM)
Células vivas (%)
O
O
O
β
α
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
(2)
O
O
O
OCH
3
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(5)
O
O
O
H
3
CO
HO
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(7)
O
O
O
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
6'
5'
4'
3'
2'
1'
β
α
6
5
4
3
2
1
(11)
Figura 19: Efeito citotóxico das chalconas sobre células VERO (células não tumorais). As
lulas foram incubadas com as chalconas por 24h. A viabilidade celular foi avaliada pelo método do
MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi considerada como 100%
de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. de pelo menos três experimentos
idênticos. Um valor de
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado
com o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni. Estrutura química das chalconas:
(2), (5), (7) e (11).
Na tabela 3, foi comparada a viabilidade celular dos compostos 5, 7 e 11 entre
as duas linhagens celulares. O valor de P foi extremamente significante, mostrando
que a morte induzida pelas chalconas foi mais evidente nas células tumorais.
Tabela 3: Comparação da viabilidade celular entre as linhagens L1210 e VERO.
Chalconas
L1210
(Células viáveis
em relão ao controle)
VERO
(Células viáveis
em relão ao controle)
P
5 9,5 ± 1,2% 64,5 ± 2,1% < 0.0001
7 12,9 ± 1,1% 58,3 ± 1,7% < 0.0001
11 13,7 ± 2,2% 52,2 ± 2,5% = 0.0002
* As lulas foram incubadas com os compostos (100µM), por 24h. A viabilidade celular foi analisada
pelo método do MTT. O controle foi considerado 100% de células viáveis para as células L1210 e
VERO. O valor de P foi determinado pelo teste t Student.
A toxicidade dos fármacos antineoplásicos para as células progenitoras
normais da medula óssea é um dos obsculos encontrados na maioria das terapias
79
antitumorais. O ensaio de formação de colônias é empregado para investigar
reações adversas, causadas por xenobióticos na formação de células sangüíneas.
Células-tronco hematopoiéticas, tamm chamadas de unidades formadoras de
conias (CFU), originam progenitores comprometidos a diferenciarem-se em
diferentes linhagens de células sangüíneas maduras, dependendo dos fatores de
crescimento e citocinas presentes no microambiente. Neste sentido, para investigar
a toxicidade das chalconas 5, 7 e 11, foi realizado o ensaio com células formadoras
de colônias grânulo-monocíticas (Ensaio GM-CFC). Neste ensaio foram utilizadas
lulas de medula óssea murina, que foram tratadas com as chalconas nas
concentrações descritas na tabela 4. As concentrações utilizadas no tratamento
foram baseadas no valor de IC
50
, em 24 horas; foi utilizada uma concentração menor
que a IC
50
e outra sendo aproximadamente o valor da IC
50
(IC
50 em 24h
:
chalcona 5 =
45 µM, chalcona 7 = 63 µM e chalcona 11 = 64 µM).
Tabela 4: Ensaio de células progenitoras grânulo-monocíticas (Ensaio GM-CFC)
Composto Inibição do crescimento de colônias
Chalcona 5 - 20 µM 100%
Chalcona 5 - 50 µM 100%
Chalcona 7 - 30 µM 9,90% ± 0,6%
Chalcona 7 - 60 µM 28,5% ± 1,3%
Chalcona 11 - 30 µM 100%
Chalcona 11 - 60 µM 100%
As chalconas 5 e 11 inibiram totalmente o crescimento de colônias, nas duas
concentrações testadas, sendo altamente citotóxicas para células da medula óssea
progenitoras de granulócitos e macrófagos. Somente a chalcona 7 permitiu o
crescimento de colônias a partir das células progenitoras hematopoiéticas. Este
80
resultado mostra que a chalcona 7 é a menos citotóxica para células normais da
medula óssea, permitindo o crescimento de granucitos e macrófagos.
Após a quimioterapia, a medula óssea precisa se restabelecer, sendo que
antineoplásicos que sejam menos tóxicos para células normais da medula óssea
podem apresentar mais benefícios para o tratamento e recuperação do paciente
81
6.
CONCLUSÕES
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
CONCLUSÕES
82
As chalconas compõem ou fazem parte de uma classe de estruturas naturais
ou sintéticas de grande interesse, devido às suas várias propriedades biológicas.
Uma área de grande interesse, evidenciada na literatura, é seu potencial como
agente antitumoral.
A presente pesquisa, nas condões que foi desenvolvida, permite as
seguintes conclusões:
Dos dez compostos testados, as chalconas 5, 7 e 11 mostraram efeito
citotóxico pronunciado sobre as lulas L1210 e foram escolhidas para dar
continuidade à investigação;
Os substituintes no anel A destas chalconas m papel fundamental para a
toxicidade. O efeito dos substituintes na toxicidade é evidenciado pela comparação
com a chalcona 2, que não tem substituintes ligados ao anel A e apresentou menor
citotoxicidade;
A morte celular, induzida pelos compostos 5, 7 e 11, ocorreu por apoptose;
Em 18h de incubação, estas chalconas começaram a induzir,
significativamente, a morte celular;
Os compostos 2, 5, 7 e 11 demonstraram causar a morte celular de forma
concentração-dependente;
A chalcona 5 apresentou o menor valor de IC
50
, em 24 horas, e a chalcona 2,
o valor mais elevado;
A chalcona 7 parece não exercer seu efeito via
deplão de glutationa, entretanto, os resultados não são conclusivos e este efeito
terá que ser mais estudado;
Os compostos depletaram ATP de maneira concentração-dependente. A
deplão de ATP foi maior que a morte celular e ocorreu até nas menores
83
concentrações testadas, sugerindo que as chalconas podem estar interferindo no
potencial de membrana mitocondrial, diminuindo a respiração celular e,
conseqüentemente, prejudicando a síntese de ATP;
A toxicidade das chalconas estudadas foi significativamente melhor nas
lulas leucêmicas L1210, do que nas células o tumorais VERO;
A chalcona 7 não inibiu o crescimento de granulócitos e macrófagos a partir
das células progenitoras normais da medula óssea. Este resultado nos mostra que o
composto 7 é o menos tóxico para células da medula óssea, sendo um composto
promissor para a continuidade das investigações de novos fármacos antitumorais.
84
7.
PERSPECTIVAS
PERSPECTIVASPERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
85
A depleção de GSH e de ATP é um indicativo de que as chalconas provocam
um estresse oxidativo celular. Não conhecemos, nas células L1210, o mecanismo do
esmulo inicial, que resulta na morte celular por apoptose. Duas hipóteses podem
ser levantadas: uma seria por meio de dano direto ao DNA, proteínas ou lipídios de
membrana e a outra seria pela interferência no ciclo celular pela ligação à tubulina.
Realizamos ensaios em modelos de membrana lipídica (lipossomos e
microssomos de fígado de rato), com altas concentrações de chalconas, e estas não
causaram peroxidação lipídica nestas estruturas. Na lula, a peroxidação lipídica
poderia ocorrer através de metabólitos secundários das chalconas. Entretanto, pela
técnica colorimétrica disponível no laboratório, este processo não foi detectado,
provavelmente pela baixa sensibilidade da metodologia em detectar pequenas
concentrações dos marcadores da peroxidação lipídica, como esperado para células
em cultura.
A continuidade da pesquisa para elucidar o mecanismo que a chalcona 7
utiliza para desencadear a apoptose e o desenvolvimento de testes in vivo estão
sendo considerados, uma vez que este composto apresentou baixa toxicidade às
lulas não tumorais e às células progenitoras de medula óssea.
Os tratamentos antineoplásicos existentes são altamente tóxicos e
freqüentemente o específicos. Adicionalmente, a resistência das células tumorais
aos fármacos é uma grande barreira aos tratamentos. A pesquisa e o
desenvolvimento de novos compostos, que ultrapassem a barreira da resistência,
sejam mais específicos para células tumorais, menos tóxicos e apresentem menos
efeitos indesejáveis, pode contribuir para a efetividade dos tratamentos, para a
diminuão do número de recidivas e para o aumento do potencial de cura.
86
8.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
87
AGULLO, G., GAMET-PAYRASTRE L., et al. Relationship between flavonoid
structure and inhibition of phosphatidylinositol 3-kinase: a comparison with tyrosine
kinase and protein kinase C inhibition. Biochem Pharmacol, 53(11): 1649-57, 1997.
ALLEN, R. T., HUNTER, W. J. et al. Morphological and biochemical characterization
and analysis of apoptosis. J Pharmacol Toxicol Methods, 37(4): 215-28, 1997.
ANTO, R. J., SUKUMARAN, K., et al. Anticancer and antioxidant activity of synthetic
chalcones and related compounds. Cancer Lett, 97(1): 33-7,1995.
ARIYAN, Z. S. & SUSCHITZKY H. Heterocyclic compounds of the chalcone type.
Journal of the Chemical Society, (Abstracts): 2242-2244, 1961.
BAIN, B. J. Diagnóstico em leucemias. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2003,
Cap. 1, 01-56.
BALLS, M., BLAAUBEER, B. J. et al. Pratical aspects of the validation of toxicity tests
procedures. The report of Recomendatious of ECVAM workshop. Atla, 23: 129-147,
1995.
BARRANCO, S. C., TOWNSEND, C. M. Jr., et al. Changes in glutathione content
and resistance to anticancer agents in human stomach cancer cells induced by
treatments with melphalan in vitro. Cancer Res, 50(12): 3614-8, 1990.
BATT, D. G., GOODMAN, R. et al. 2'-substituted chalcone derivatives as inhibitors of
interleukin-1 biosynthesis. J Med Chem, 36(10): 1434-42, 1993.
BENNETT, J. M., CATOVSKY, D. et al. Proposals for the classification of the acute
leukaemias. French-American-British (FAB) co-operative group. Br J Haematol,
33(4): 451-8, 1976.
BENNETT, J. M., CATOVSKY, D. et al. The morphological classification of acute
lymphoblastic leukaemia: concordance among observers and clinical correlations. Br
J Haematol, 47(4): 553-61, 1981.
BOECK, P., BANDEIRA FALCAO, C. A. et al. Synthesis of chalcone analogues with
increased antileishmanial activity. Bioorg Med Chem, 14(5): 1538-45, 2006.
BOECK, P., LEAL, P. C. et al. Antifungal activity and studies on mode of action of
novel xanthoxyline-derived chalcones. Arch Pharm (Weinheim), 338(2-3): 87-95,
2005.
CARIATI, R., ZANCAI, P. et al. Inhibition of oxidative phosphorylation underlies the
antiproliferative and proapoptotic effects of mofarotene (Ro 40-8757) in Burkitt's
lymphoma cells. Oncogene, 22(6): 906-18, 2003.
Catálogo BioAgency 2004-05, Cap. 9 - Apoptose e Inflamão. Disponível em
http://www.bioagency.com.br/informacao/default.asp. Acesso em 22 de dezembro de
2006.
88
CHANDRA, J., SAMALI, A. et al. Triggering and modulation of apoptosis by oxidative
stress. Free Radic Biol Med, 29(3-4): 323-33, 2000.
CHIARADIA, L. D. Obtenção de chalconas sintéticas com potencial atividade
biológica. 2006. 199f. Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, 2006.
DAVEY, F. R., CASTELLA, A. et al. Prognostic significance of the revised French-
American-British classification for acute lymphocytic leukaemia. Clin Lab Haematol,
5(4): 343-51, 1983.
DAVIS, W., RONAI, Z. Jr. et al. Cellular thiols and reactive oxygen species in drug-
induced apoptosis. J Pharmacol Exp Ther, 296(1): 1-6, 2001.
DELUCA, M. Firefly luciferase. Adv Enzymol Relat Areas Mol Biol, 44: 37-68,
1976.
DESHPANDE, A. M., ARGADE, N. P. et al. Synthesis and screening of a
combinatorial library of naphthalene substituted chalcones: inhibitors of leukotriene
B4. Bioorg Med Chem, 7(6): 1237-40, 1999.
DIAS, N. & BAILLY, C. Drugs targeting mitochondrial functions to control tumor cell
growth. Biochem Pharmacol, 70(1): 1-12, 2005.
DIMMOCK, J. R., ELIAS, D. W. et al. Bioactivities of chalcones. Curr Med Chem,
6(12): 1125-49, 1999.
DIMMOCK, J. R., KANDEPU, N. M. et al. Cytotoxic activities of Mannich bases of
chalcones and related compounds. J Med Chem, 41(7): 1014-26, 1998.
DOMINGUEZ, J. N., CHARRIS, J. E. et al. Synthesis of quinolinyl chalcones and
evaluation of their antimalarial activity. Eur J Med Chem, 36(6): 555-60, 2001.
DOMINGUEZ, J. N., LEON, C. et al. Synthesis and antimalarial activity of
sulfonamide chalcone derivatives. Farmaco, 60(4): 307-11, 2005.
DOWNING, J. R. & SHANNON, K. M. Acute leukemia: a pediatric perspective.
Cancer Cell, 2(6): 437-45, 2002.
DUCKI, S., FORREST, R. et al. Potent antimitotic and cell growth inhibitory
properties of substituted chalcones. Bioorg Med Chem Lett, 8(9): 1051-6, 1998.
DURRANT, I. J. & RICHARDS, S. M. Results of Medical Research Council trial
UKALL IX in acute lymphoblastic leukaemia in adults: report from the Medical
Research Council Working Party on Adult Leukaemia. Br J Haematol, 85(1): 84-92,
1993.
ECVAM - European Centre for the Validation of Alternative Methods. The Colony
Forming Unit-Granulocyte/Macrophage (CFU-GM). Disponível em:
http://ecvam-
sis.jrc.it. Acesso em: 05 novembro de 2006.
89
EDWARDS, M. L., STEMERICK, D. M. et al. Chalcones: a new class of antimitotic
agents. J Med Chem, 33(7): 1948-54, 1990.
ESTRELA, J. M., ORTEGA, A. et al. Glutathione in cancer biology and therapy. Crit
Rev Clin Lab Sci, 43(2): 143-81, 2006.
FILOMENI, G., ROTILIO, G. et al. Cell signalling and the glutathione redox system.
Biochem Pharmacol, 64(5-6): 1057-64, 2002.
FRIEDLANDER, R. M. Apoptosis and caspases in neurodegenerative diseases. N
Engl J Med, 348(14): 1365-75, 2003.
FRESHNEY, R. Culture of Animal Cells: A Manual of Basic Technique. New
York, Alan R. Liss, Inc., 1987, p.117.
FROMME, P., BOEKEMA, E. J. et al. Isolation and characterization of a supramolar
complex of subunit-III of the ATP-synthase from chloroplasts. Z. Naturforsch,
42c(11-12): 1239-1245, 1987.
FU, Y., HSIEH, T. C. et al. Licochalcone-A, a novel flavonoid isolated from licorice
root (Glycyrrhiza glabra), causes G2 and late-G1 arrests in androgen-independent
PC-3 prostate cancer cells. Biochem Biophys Res Commun, 322(1): 263-70, 2004.
GARLAND, J. M. & HALESTRAP, A. Energy metabolism during apoptosis. Bcl-2
promotes survival in hematopoietic cells induced to apoptose by growth factor
withdrawal by stabilizing a form of metabolic arrest. J Biol Chem, 272(8): 4680-8,
1997.
GOKBUGET, N. & HOELZER, D. Recent approaches in acute lymphoblastic
leukemia in adults. Rev Clin Exp Hematol, 6(2): 114-41; discussion 200-2, 2002.
GORES, G. J., HERMAN, B. et al. Plasma membrane bleb formation and rupture: a
common feature of hepatocellular injury. Hepatology, 11(4): 690-8, 1990.
GREAVES, M. Molecular genetics, natural history and the demise of childhood
leukaemia. Eur J Cancer, 35(2): 173-85, 1999.
GREAVES, M. F. Differentiation-linked leukemogenesis in lymphocytes. Science,
234(4777): 697-704, 1986.
GREAVES, M. F. Stem cell origins of leukaemia and curability. Br J Cancer, 67(3):
413-23, 1993.
GREEN, D. R. & EVAN, G. I. A matter of life and death. Cancer Cell, 1(1): 19-30,
2002.
GRIFFITH, O. W. & MEISTER, A. Origin and turnover of mitochondrial glutathione.
Proc Natl Acad Sci U S A, 82(14): 4668-72, 1985.
90
GUPTA, S. Molecular signaling in death receptor and mitochondrial pathways of
apoptosis (Review). Int J Oncol, 22(1): 15-20, 2003.
HAMMOND, C. L., LEE, T. K., et al. Novel roles for glutathione in gene expression,
cell death, and membrane transport of organic solutes. J Hepatol, 34(6): 946-54,
2001.
HAN, R. Research and Development of Anticancer Drugs and Experimental
Tecniques. Beijing: Pekin Medical University Pekin Union Medical College joint
Publishing House, 395-399, 1997.
HARAGUCHI, H., ISHIKAWA, H. et al. Antioxidative and superoxide scavenging
activities of retrochalcones in Glycyrrhiza inflata. Bioorg Med Chem, 6(3): 339-47,
1998.
HASLETT, C. Resolution of acute inflammation and the role of apoptosis in the tissue
fate of granulocytes. Clin Sci (Lond), 83(6): 639-48, 1992.
HENGARTNER, M. O. The biochemistry of apoptosis. Nature, 407(6805): 770-6,
2000.
HERENCIA, F., FERRANDIZ, M. L. et al. Synthesis and anti-inflammatory activity of
chalcone derivatives. Bioorg Med Chem Lett, 8(10): 1169-74, 1998.
HERENCIA, F., FERRANDIZ, M. L. et al. Novel anti-inflammatory chalcone
derivatives inhibit the induction of nitric oxide synthase and cyclooxygenase-2 in
mouse peritoneal macrophages. FEBS Lett, 453(1-2): 129-34, 1999.
HERENCIA, F., LOPEZ-GARCIA, M. P. et al. Nitric oxide-scavenging properties of
some chalcone derivatives. Nitric Oxide, 6(2): 242-6, 2002.
HERR, I. & DEBATIN, K. M. Cellular stress response and apoptosis in cancer
therapy. Blood, 98(9): 2603-14, 2001.
HIGUCHI, Y. Glutathione depletion-induced chromosomal DNA fragmentation
associated with apoptosis and necrosis. J Cell Mol Med, 8(4): 455-64, 2004.
ICHIMARU, M., NAKATANI, N. et al. Cytotoxic C-benzylated dihydrochalcones from
Uvaria acuminata. Chem Pharm Bull (Tokyo), 52(1): 138-41, 2004.
ISHITSUKA, H., NINOMIYA, Y. T. et al. Direct and specific inactivation of rhinovirus
by chalcone Ro 09-0410. Antimicrob Agents Chemother, 22(4): 617-21, 1982.
JAFFE, E. F., HARRIS, N. L. et al. World Healthy Organization Classification of
Tumours: Patology and Genetics of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid
Tissues. Lyon: IARC Press, 2001.
KAMPS, W. A., VEERMAN, A. J. et al. Long-term follow-up of Dutch Childhood
Leukemia Study Group (DCLSG) protocols for children with acute lymphoblastic
leukemia, 1984-1991. Leukemia, 14(12): 2240-6, 2000.
91
KANERVA, J., SAARINEN-PIHKALA, U. M. et al. Reemphasis on lymphoblast L2
morphology as a poor prognostic factor in childhood acute lymphoblastic leukemia.
Med Pediatr Oncol, 33(4): 388-94, 1999.
KANG, T. B. & LIANG, N. C. Studies on the inhibitory effects of quercetin on the
growth of HL-60 leukemia cells. Biochem Pharmacol, 54(9): 1013-8, 1997.
KAUFMANN, S. H. & EARNSHAW, W. C. Induction of apoptosis by cancer
chemotherapy. Exp Cell Res, 256(1): 42-9, 2000.
KAYSER, O. & KIDERLEN, A. F. In vitro leishmanicidal activity of naturally occurring
chalcones. Phytother Res, 15(2): 148-52, 2001.
KERR, J. F., Wyllie, A. H. et al. Apoptosis: a basic biological phenomenon with wide-
ranging implications in tissue kinetics. Br J Cancer, 26(4): 239-57, 1972.
KLUCK, R. M., BOSSY-WETZEL, E. et al. The release of cytochrome c from
mitochondria: a primary site for Bcl-2 regulation of apoptosis. Science, 275(5303):
1132-6, 1997.
KO, H. H., TSAO, L. T. et al. Structure-activity relationship studies on chalcone
derivatives. The potent inhibition of chemical mediators release. Bioorg Med Chem,
11(1): 105-11, 2003.
KOBORI, M., IWASHITA, K. et al. Phloretin-induced apoptosis in B16 melanoma 4A5
cells and HL-60 human leukemia cells. Biosci Biotechnol Biochem, 63(4): 719-25,
1999.
KRAMER, R. A., GREENE, K. et al. Chemosensitization of L-phenylalanine mustard
by the thiol-modulating agent buthionine sulfoximine. Cancer Res, 47(6): 1593-7,
1987.
KROEMER, G. & REED, J. C. Mitochondrial control of cell death. Nat Med, 6(5): 513-
9, 2000.
KUNTZ, S., WENZEL, U. et al. Comparative analysis of the effects of flavonoids on
proliferation, cytotoxicity, and apoptosis in human colon cancer cell lines. Eur J Nutr,
38(3): 133-42, 1999.
LAKIN, N. D. & JACKSON, S. P. Regulation of p53 in response to DNA damage.
Oncogene, 18(53): 7644-55, 1999.
LAKS, D., LONGHI, F. et al. Survival evaluation of children with acute lymphoblastic
leukemia treated with Berlin-Frankfurt-Munich trial. J Pediatr (Rio J), 79(2): 149-58,
2003.
LASH, L. H. Mitochondrial glutathione transport: physiological, pathological and
toxicological implications. Chem Biol Interact, 163(1-2): 54-67, 2006.
92
LAWRENCE, N. J., MCGOWN, A. T. et al. The interaction of chalcones with tubulin.
Anticancer Drug Des, 15(2): 135-41, 2000.
LEBEAU, J., FURMAN, C. et al. Antioxidant properties of di-tert-butylhydroxylated
flavonoids. Free Radic Biol Med, 29(9): 900-12, 2000.
LEBLANC, R., DICKSON, J. et al. Synthesis and cytotoxicity of epoxide and pyrazole
analogs of the combretastatins. Bioorg Med Chem, 13(21): 6025-34, 2005.
LEE, Y. J., ERDOS, G. et al. Mechanism of quercetin-induced suppression and delay
of heat shock gene expression and thermotolerance development in HT-29 cells. Mol
Cell Biochem, 137(2): 141-54, 1994.
LEITE, M., QUINTA-COSTA, M. et al. Critical evaluation of techniques to detect and
measure cell death-study in a model of UV radiation of the leukaemic cell line HL-60.
Anal Cell Pathol, 19(3-4): 139-51, 1999.
LEPLEY, D. M., LI, B. et al. The chemopreventive flavonoid apigenin induces G2/M
arrest in keratinocytes. Carcinogenesis, 17(11): 2367-75, 1996.
LEPLEY, D. M. & PELLING, J. C. Induction of p21/WAF1 and G1 cell-cycle arrest by
the chemopreventive agent apigenin. Mol Carcinog, 19(2): 74-82, 1997.
LESZCZYNIECKA, M., ROBERTS, T. et al. Differentiation therapy of human cancer:
basic science and clinical applications. Pharmacol Ther, 90(2-3): 105-56, 2001.
LI, J. T., YANG, W. Z. et al. Improved synthesis of chalcones under ultrasound
irradiation. Ultrason Sonochem, 9(5): 237-9, 2002.
LI, R., KENYON, G. L. et al. In vitro antimalarial activity of chalcones and their
derivatives. J Med Chem, 38(26): 5031-7, 1995.
LILLEYMAN, J. S., HANN, I. M. et al. Cytomorphology of childhood lymphoblastic
leukaemia: a prospective study of 2000 patients. United Kingdom Medical Research
Council's Working Party on Childhood Leukaemia. Br J Haematol, 81(1): 52-7, 1992.
LIU, M., WILAIRAT, P. et al. Antimalarial alkoxylated and hydroxylated chalcones
[corrected]: structure-activity relationship analysis. J Med Chem, 44(25): 4443-52,
2001.
LOPEZ, S. N., CASTELLI, M. V. et al. In vitro antifungal evaluation and structure-
activity relationships of a new series of chalcone derivatives and synthetic analogues,
with inhibitory properties against polymers of the fungal cell wall. Bioorg Med Chem,
9(8): 1999-2013, 2001.
LOUIE, K. G., BEHRENS, B. C. et al. Radiation survival parameters of antineoplastic
drug-sensitive and -resistant human ovarian cancer cell lines and their modification
by buthionine sulfoximine. Cancer Res, 45(5): 2110-5, 1985.
93
MAHMUD, T., RAFI, S. S. et al. Nonsteroidal antiinflammatory drugs and uncoupling
of mitochondrial oxidative phosphorylation. Arthritis Rheum, 39(12): 1998-2003,
1996.
MANDELLI, F., ANNINO, L. et al. The GIMEMA ALL 0183 trial: analysis of 10-year
follow-up. GIMEMA Cooperative Group, Italy. Br J Haematol, 92(3): 665-72, 1996.
MARCHETTI, P., DECAUDIN, D. et al. Redox regulation of apoptosis: impact of thiol
oxidation status on mitochondrial function. Eur J Immunol, 27(1): 289-96, 1997.
MARTIN, S. J. & GREEN, D. R. Protease activation during apoptosis: death by a
thousand cuts? Cell, 82(3): 349-52, 1995.
MARTIN, S. J., REUTELINGSPERGER, C. P. et al. Early redistribution of plasma
membrane phosphatidylserine is a general feature of apoptosis regardless of the
initiating stimulus: inhibition by overexpression of Bcl-2 and Abl. J Exp Med, 182(5):
1545-56, 1995.
MARTINOU, J. C. & GREEN, D. R. Breaking the mitochondrial barrier. Nat Rev Mol
Cell Biol, 2(1): 63-7, 2001.
MCKERNAN, T. B., WOODS, E. B. et al. Uptake of glutathione by renal cortical
mitochondria. Arch Biochem Biophys, 288(2): 653-63, 1991.
MEDH, R. D., GUPTA, V. et al. Reversal of melphalan resistance in vivo and in vitro
by modulation of glutathione metabolism. Biochem Pharmacol, 42(2): 439-41, 1991.
MENG, C. Q., ZHENG, X. S. et al. Discovery of novel heteroaryl-substituted
chalcones as inhibitors of TNF-alpha-induced VCAM-1 expression. Bioorg Med
Chem Lett, 14(6): 1513-7, 2004.
MILLER, D. R., LEIKIN, S. et al. Prognostic importance of morphology (FAB
classification) in childhood acute lymphoblastic leukaemia (ALL). Br J Haematol,
48(2): 199-206, 1981.
MIRANDA, C. L., STEVENS, J. F. et al. Antioxidant and prooxidant actions of
prenylated and nonprenylated chalcones and flavanones in vitro. J Agric Food
Chem, 48(9): 3876-84, 2000.
MORENO-SANCHEZ, R., BRAVO, C. et al. Inhibition and uncoupling of oxidative
phosphorylation by nonsteroidal anti-inflammatory drugs: study in mitochondria,
submitochondrial particles, cells, and whole heart. Biochem Pharmacol, 57(7): 743-
52, 1999.
MUKHERJEE, S., KUMAR, V. et al. Synthetic and biological activity evaluation
studies on novel 1,3-diarylpropenones. Bioorg Med Chem, 9(2): 337-45, 2001.
NAKATANI, N., ICHIMARU, M. et al. Induction of apoptosis in human promyelocytic
leukemia cell line HL-60 by C-benzylated dihydrochalcones, uvaretin, isouvaretin and
diuvaretin. Biol Pharm Bull, 28(1): 83-6, 2005.
94
NAM, N. H., KIM, Y. et al. Cytotoxic 2',5'-dihydroxychalcones with unexpected
antiangiogenic activity. Eur J Med Chem, 38(2): 179-87, 2003.
NI, L., MENG, C. Q. et al. Recent advances in therapeutic chalcones. Expert Opin
Trher Patents, 14(12): 1669-1691, 2004.
NICHOLSON, D. W. & THORNBERRY, N. A. Caspases: killer proteases. Trends
Biochem Sci, 22(8): 299-306, 1997.
NIELSEN, S. F., BOESEN, T. et al. Antibacterial chalcones--bioisosteric replacement
of the 4'-hydroxy group. Bioorg Med Chem, 12(11): 3047-54, 2004.
NIELSEN, S. F., CHRISTENSEN, S. B. et al. Antileishmanial chalcones: statistical
design, synthesis, and three-dimensional quantitative structure-activity relationship
analysis. J Med Chem, 41(24): 4819-32, 1998.
NINOMIYA, Y., SHIMMA, N. et al. Comparative studies on the antirhinovirus activity
and the mode of action of the rhinovirus capsid binding agents, chalcone amides.
Antiviral Res, 13(2): 61-74, 1990.
NORDBERG, J. & ARNER, E. S. Reactive oxygen species, antioxidants, and the
mammalian thioredoxin system. Free Radic Biol Med, 31(11): 1287-312, 2001.
O'BRIEN, M. L. & TEW, K. D. Glutathione and related enzymes in multidrug
resistance. Eur J Cancer, 32A(6): 967-78, 1996.
O'BRIEN, M. L., VULEVIC, B. et al. Glutathione peptidomimetic drug modulator of
multidrug resistance-associated protein. J Pharmacol Exp Ther, 291(3): 1348-55,
1999.
OBERHAMMER, F., WILSON, J. W. et al. Apoptotic death in epithelial cells:
cleavage of DNA to 300 and/or 50 kb fragments prior to or in the absence of
internucleosomal fragmentation. Embo J, 12(9): 3679-84, 1993.
OPLETALOVA, V. & SEDIVY, D. Chalcones and their heterocyclic analogs as
potential antifungal chemotherapeutic agents. Ceska Slov Farm, 48(6): 252-5, 1999.
PAPPANO, N. B., PUIG DE CENTORBI, O. et al. Kinetics of the bacteriostatic
activity of natural and synthetic chalcones on a strain of Staphylococcus aureus. Rev
Argent Microbiol, 17(1): 27-32, 1985.
PATHAK, V. N., OZA, C. K. et al. Synthesis and Spectral Studies of Some New
bis(1,4-Diketonato)palladium (II) Complexes. Synthesis and Reactivity in Inorganic
and Metal-Organic Chemistry, 33(4): 607-624, 2003.
PETRESCU, I. & TARBA, C. Uncoupling effects of diclofenac and aspirin in the
perfused liver and isolated hepatic mitochondria of rat. Biochim Biophys Acta,
1318(3): 385-94, 1997.
95
PLASSCHAERT, S. L., KAMPS, W. A. et al. Prognosis in childhood and adult acute
lymphoblastic leukaemia: a question of maturation? Cancer Treat Rev, 30(1): 37-51,
2004.
POPAT, U., CARRUM, G. et al. Haemopoietic stem cell transplantation for acute
lymphoblastic leukaemia. Cancer Treat Rev, 29(1): 3-10, 2003.
POTTER, G. A. & BUTLER, P. C. 3,4-methylenedioxy-substituited chalcones as
therapeutic agents. UK WO 03/028713, 2003, 100 p.
PUI, C. H. Childhood leukemias. N Engl J Med, 332(24): 1618-30, 1995.
PUI, C. H. & EVANS, W. E. Acute lymphoblastic leukemia. N Engl J Med, 339(9):
605-15, 1998.
PUI, C. H., KANE, J. R. et al. Biology and treatment of infant leukemias. Leukemia,
9(5): 762-9, 1995.
RAM, V. J., SAXENA, A. S. et al. Oxygenated chalcones and bischalcones as
potential antimalarial agents. Bioorg Med Chem Lett, 10(19): 2159-61, 2000.
RANI, P., SRIVASTAVA, V. K. et al. Synthesis and antiinflammatory activity of
heterocyclic indole derivatives. Eur J Med Chem, 39(5): 449-52, 2004.
RAO, Y. K., FANG, S. H. et al. Differential effects of synthesized 2'-oxygenated
chalcone derivatives: modulation of human cell cycle phase distribution. Bioorg Med
Chem, 12(10): 2679-86, 2004.
REED, J. C. Mechanisms of apoptosis avoidance in cancer. Curr Opin Oncol, 11(1):
68-75, 1999.
REGULA, K. M., ENS, K. et al. Mitochondria-assisted cell suicide: a license to kill. J
Mol Cell Cardiol, 35(6): 559-67, 2003.
RICHTER, C., SCHWEIZER, M. et al. Control of apoptosis by the cellular ATP level.
FEBS Lett, 378(2): 107-10, 1996.
ROJAS, J., DOMINGUEZ, J. N. et al. Synthesis and inhibitory activity of
dimethylamino-chalcone derivatives on the induction of nitric oxide synthase. Eur J
Med Chem, 37(8): 699-705, 2002.
RUBNITZ, J. E., DOWNING, J. R. et al. TEL gene rearrangement in acute
lymphoblastic leukemia: a new genetic marker with prognostic significance. J Clin
Oncol, 15(3): 1150-7, 1997.
RUBNITZ, J. E., LINK, M. P. et al. Frequency and prognostic significance of HRX
rearrangements in infant acute lymphoblastic leukemia: a Pediatric Oncology Group
study. Blood, 84(2): 570-3, 1994.
96
SABZEVARI, O., GALATI, G. et al. Molecular cytotoxic mechanisms of anticancer
hydroxychalcones. Chem Biol Interact, 148(1-2): 57-67, 2004.
SACKMANN-MURIEL, F., FELICE, M. S. et al. Treatment results in childhood acute
lymphoblastic leukemia with a modified ALL-BFM'90 protocol: lack of improvement in
high-risk group. Leuk Res, 23(4): 331-40, 1999.
SALE, S., TUNSTALL, R. G. et al. Effects of the potential chemopreventive agent
DMU-135 on adenoma development in the ApcMin+ mouse. Invest New Drugs,
24(6): 459-64, 2006.
SAMBROOK, J & RUSSELL D. W. Molecular Cloning: a laboratory manual. 3 ed.
New York: Cold Spring Harbor, 2001, Appendix 8 - Quantitation of nucleic acids, p.
A8.19-21.
SANTOS-SILVA, M. C., FREITAS, M. S. et al. Involvement of NF-kappaB and
glutathione in cytotoxic effects of nitric oxide and taxol on human leukemia cells.
Leuk Res, 30(2): 145-52, 2006.
SANTOS, R. I. dos. Metabolismo básico e origem dos metabólitos secundários. In:
SIMÕES, C. M. O.; et al. (orgs). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3 ed.
Florianópolis: Editora Editora da UFSC, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000. Cap
16. p. 323-54.
SAYDAM, G., AYDIN, H. H. et al. Cytotoxic and inhibitory effects of 4,4'-dihydroxy
chalcone (RVC-588) on proliferation of human leukemic HL-60 cells. Leuk Res,
27(1): 57-64, 2003.
SCAMBIA, G., RANELLETTI, F. O. et al. Quercetin induces type-II estrogen-binding
sites in estrogen-receptor-negative (MDA-MB231) and estrogen-receptor-positive
(MCF-7) human breast-cancer cell lines. Int J Cancer, 54(3): 462-6, 1993.
SCHMITT, C. A., ROSENTHAL, C. T. et al. Genetic analysis of chemoresistance in
primary murine lymphomas. Nat Med, 6(9): 1029-35, 2000.
SCHRAPPE, M., CAMITTA, B. et al. Long-term results of large prospective trials in
childhood acute lymphoblastic leukemia. Leukemia, 14(12): 2193-4, 2000.
SCHWARTZ, M. A., ROSE, B. F. et al. Intramolecular Oxidative Coupling of
Diphenolic, Monophenolic, and Nonpphenolic Substrates. Journal of the American
Chemical Society, 99(8): 2571-2578, 1977.
SECKER-WALKER, L. M., CRAIG, J. M. et al. Philadelphia positive acute
lymphoblastic leukemia in adults: age distribution, BCR breakpoint and prognostic
significance. Leukemia, 5(3): 196-9, 1991.
SEEGER, K., ADAMS, H. P. et al. TEL-AML1 fusion transcript in relapsed childhood
acute lymphoblastic leukemia. The Berlin-Frankfurt-Munster Study Group. Blood,
91(5): 1716-22, 1998.
97
SHIBATA, S. Anti-tumorigenic chalcones. Stem Cells,12(1): 44-52, 1994.
SIES, H. Oxidative stress: oxidants and antioxidants. Experimental Physiology, 82:
291-5, 1997.
SIES, H. Glutathione and its role in cellular functions. Free Radic Biol Med, 27(9-
10): 916-21, 1999.
SOGAWA, S., NIHRO, Y. et al. 3,4-Dihydroxychalcones as potent 5-lipoxygenase
and cyclooxygenase inhibitors. J Med Chem, 36(24): 3904-9, 1993.
STREHLER, B. L. & TOTTER, J. R. Determination of ATP and related compounds:
firefly luminescence and other methods. Methods Biochem Anal, 1: 341-56, 1954.
SZCZEPANSKI, T., VAN DER VELDEN, V. H. et al. Classification systems for acute
and chronic leukaemias. Best Pract Res Clin Haematol, 16(4): 561-82, 2003.
TAKAHASHI, T., TAKASUKA, N. et al. Isoliquiritigenin, a flavonoid from licorice,
reduces prostaglandin E2 and nitric oxide, causes apoptosis, and suppresses
aberrant crypt foci development. Cancer Sci, 95(5): 448-53, 2004.
TESTA, M. G. & MOLINEUX, G. Haemopoiesis: a pratical approach. New York:
Oxford University Press inc. 1993, 293p.
TIETZE, F. Enzymic method for quantitative determination of nanogram amounts of
total and oxidized glutathione: applications to mammalian blood and other tissues.
Anal Biochem, 27(3): 502-22, 1969.
VAN DE LOOSDRECHT, A. A., NENNIE, E. et al. Cell mediated cytotoxicity against
U 937 cells by human monocytes and macrophages in a modified colorimetric MTT
assay. A methodological study. J Immunol Methods, 141(1): 15-22, 1991.
VIANA, M. B., MURAO, M. et al. Malnutrition as a prognostic factor in lymphoblastic
leukaemia: a multivariate analysis. Arch Dis Child, 71(4): 304-10, 1994.
VIELE, C. S. Diagnosis, Treatment, and Nursing Care of Acute Leukemia. Seminars
in Oncology Nursing, 19(2): 98-108, 2003.
VOUSDEN, K. H. p53: death star. Cell, 103(5): 691-4, 2000.
WALKER, P. R., LEBLANC, J. et al. Detection of DNA fragmentation and
endonucleases in apoptosis. Methods, 17(4): 329-38, 1999.
WALLACE, K. B. & STARKOV, A. A. Mitochondrial targets of drug toxicity. Annu Rev
Pharmacol Toxicol, 40: 353-88, 2000.
WANG, I. K., LIN-SHIAU, S. Y. et al. Induction of apoptosis by apigenin and related
flavonoids through cytochrome c release and activation of caspase-9 and caspase-3
in leukaemia HL-60 cells. Eur J Cancer, 35(10): 1517-25, 1999.
98
WATTANASIN, S. & MURPHY, W. S. An improved procedure for the preparation of
chalcones and related enones. Synthesis, 8: 647-650, 1980.
WON, S. J., LIU, C. T. et al. Synthetic chalcones as potential anti-inflammatory and
cancer chemopreventive agents. Eur J Med Chem, 40(1): 103-12, 2005.
XIA, Y., YANG, Z. Y. et al. Antitumor agents. Part 202: novel 2'-amino chalcones:
design, synthesis and biological evaluation. Bioorg Med Chem Lett, 10(8): 699-701,
2000.
YAMAMOTO, S., AIZU, E. et al. The potent anti-tumor-promoting agent
isoliquiritigenin. Carcinogenesis, 12(2): 317-23, 1991.
YANG, J., LIU, X. et al. Prevention of apoptosis by Bcl-2: release of cytochrome c
from mitochondria blocked. Science, 275(5303): 1129-32, 1997.
ZAMZAMI, N., SUSIN, S. A. et al. Mitochondrial control of nuclear apoptosis. J Exp
Med, 183(4): 1533-44, 1996.
ZHANG, L., YU, J. et al. Role of BAX in the apoptotic response to anticancer agents.
Science, 290(5493): 989-92, 2000.
ZIMMERMANN, K. C., BONZON, C. et al. The machinery of programmed cell death.
Pharmacol Ther, 92(1): 57-70, 2001.
ZUANAZZI, J. A. S. Flavonóides. In: SIMÕES, C. M. O.; et al. (orgs).
Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3 ed. Florianópolis: Editora Editora
da UFSC, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000. Cap 23. p. 489-516.
99
9.
ANEXOS
ANEXOSANEXOS
ANEXOS
100
9.1 Trabalhos apresentados em congressos
SORGATO, Syntia; BONETTI, Aline N; CHIARADIA, Louise D; YUNES, Rosendo A.;
NUNES, Ricardo José; SILVA, Maria Cudia Santos; CRECZYNSKI-PASA, T. B.
Citotoxic effect of synthetic chalcones on lymphoblastic leukemia cells L-1210. In: IV
São Paulo Research Conference Cancer Today from Molecular Biology to
Treatment, 2005, São Paulo. Applied Cancer Research, 2005. v. 1. p. 100-101.
SORGATO, Syntia; CHIARADIA, Louise Domeneguini; YUNES, Rosendo Augusto;
NUNES, Ricardo José; SILVA, Maria Cláudia Santos da ; CRECZYNSKI-PASA, T. B.
Differents mechanisms of apoptosis induced by synthetic chalcones on lymphoblastic
leukemia cells L1210. In: 58a. Reunião Anual da SBPC, 2006, Florianópolis. Anais
da 58a. Reunião Anual da SBPC, 2006. v. 1. p. 52-52.
101
9.2 Artigo submetido
Antitumoral activity of synthetic chalcones on L1210 leukemia cells
Louise Domeneghini Chiaradia
a
, Syntia Sorgato
b
, Paulo César Leal
a
, Maria Cudia Santos
Silva
c
, Ricardo José Nunes
a
, Tânia Beatriz Creczinsky Pasa
b
and Rosendo Augusto Yunes
a
Universidade Federal de Santa Catarina,
a
Departamento de Química e
b
Departamento de
Ciências Farmacêuticas, Campus Trindade, CEP: 88040-900, Florianópolis, SC, Brasil.
Keywords:
chalcones, leukemia, antitumoral
Corresponding Author:
Prof. Dr. Rosendo Augusto Yunes
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Físicas e Matemáticas
Departamento de Química
Campus Trindade
CEP: 88040-900, Florianópolis – SC, Brasil
Tel.: +55 48 3331-9759
Fax: +55 48 3331-6844
E-mail: ryunes@qmc.ufsc.br
1. Introduction
Chalcones are essential intermediate compounds in the flavonoids biosynthesis, and
they are easily found in arboreal or smaller plants. Many works have been demonstrated anti-
inflammatory,
1-12
antinociceptive,
13
antioxidant
1,14,15
and antitumoral
1,2,15-20
activities for
several chalcones, besides others pharmacological effects. Changes in chalcones molecules
can result in different biological activities; rings bounded-group alterations can affect the
pharmacological activities.
102
Nakatami
et al.
(2005) showed
C
-benzylated dihydrochalcones isolated from roots of
Uvaria acuminata
induced apoptosis in HL-60 cells.
21
Kobori
et al.
(1999) described that
dihydrochalcone phloretin induced apoptosis of B16 mouse melanoma 4A5 and HL-60 human
leukemia cell lines.
22
LeBlanc et al. (2005) synthesized twenty-six epoxide and corresponding
pyrazole derivatives structurally related chalcones and tested for in vitro citotoxicity against
two murine cancer cell lines, B16 melanoma and L1210 leukemia, due to their planar
conformations the pyrazoles were typically less active than the corresponding chalcones,
which adopt angular conformations.
23
The 3,4-methylenedioxybenzaldehyde (piperonal or 1,3-benzodyoxol-5-
carboxaldehyde) is an aldehyde derivative from safrole (Figure 1)
24,25,26
a recent example of
natural active substance used as raw-material of hits for leads of new drugs. The safrole is one
of the most abundant chemical components of Brazilian volatile oils, being 80% of the
Ocotea
sp.
oil composition;
25,26
other natural sources include the Amazonian plants
Piper
hispidenervium
e
P. callosum
, have in their composition 98% and 64% of safrole,
respectively,
27
and also the Panamanian specie
P. auritum
, whose oils are composed of 70%
safrole.
28
In Medicinal Chemistry, the presence of the 1,3-benzodyoxolic subunit uphold to
the compound as a double hydrogen acceptor, useful in the interaction with bioreceptors,
promoting the natural product as a sinton of new hits of drugs.
25
O
O
Figure 1: Safrole structure.
Chalcones derived from 3,4-methylenedioxybenzaldehyde, showed high
citotoxicity in cells MDA-468 (advanced breast cancer cell line) in comparison with low
toxicity in MCF-10A (normal breast cell line).
29
Thus, the objective of this work was to study the toxicity of ten synthetic
chalcones chemically derived from 3,4- (metilenodioxibenzaldeide) in murine lymphoblastic
leukemia cells L1210. The objective is based on the fact that tumor cells develop resistance to
antineoplastic drugs, and multidrug resistance is one the major causes of chemotherapy
failures by human malignances.
30,31
New drugs with increased efficacy and less adverse
effects are necessary.
103
2. Results and discussion
2.1. Synthesis
Ten synthetic chalcones derived from 3,4-methylenedioxybenzaldehyde (1) was
prepared as presented in Figure 2. This method provided the attainment of compounds
substituted in the ring A.
O
O
H
O O
O
O
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
6'
R
2 R: H
3 R: 4'-Br
4 R: 4'-NO
2
5 R: 2',5'-OCH
3
6 R: 2'-OH
7 R: 3'-OCH
3
-4'-OH*
8 R: 4'-OCH
3
9 R: 3',4'-OCH
3
10 R: 3'-NO
2
*
11 R: 3',4',5'-OCH
3
1
A
B
O
CH
3
R
a
Figure 2: Synthesis of chalcones derived from 3,4-methylenedioxybenzaldehyde (1). a) KOH
50% v/v, methanol, r.t., 24h (* new compound).
The compounds 3 and 9 presented experimental melting points different of those
related in the literature, however, all the spectroscopic data, including the elementary analysis,
confirmed the proposed structures for these two chalcones. The compounds 7 and 10 were not
published yet, and their structures showed in this work were confirmed by chemical
identification data.
1
H NMR spectra revealed that all the structures were geometrically pure
and configured E (
J
Hα-Hβ
= 15,2-16 Hz).
2.2. Biological Assays
The Figure 3 shows the toxicity of chalcones for L1210 cells. In this figure is possible
to observe that 100 µM of the compounds 5, 7 e 11 strongly reduced the cells viability in 90.5
± 1.2%, 87.1 ± 1.1% and 86.3 ± 2.2%, respectively, when compared with the control (non
treated cells).
104
The chalcone 2 reduced the viable cells only in 28.6 ± 2.7% when compared with the
control, however, this compound was used to compare with others synthetic chalcones since it
has a simple structure, and presents any group bound at A-ring. Chalcones 3, 4, 6, 8 and 9 did
not show effective citotoxicity as well, they reduced the viable cells similarly to chalcone 2,
while chalcone 10 was not citotoxicy et all (Figure 3).
0 2 3 4 5 6 7 8 9 1011
0
25
50
75
100
*
***
***
***
Chalcones (100 µ
µµ
µM)
Viable cells (%)
Figure 3: Toxicity of synthetic chalcones for murine L1210 lymphoblastic leukemia cells. The
compounds were incubated with the cells for 24h. The cell viability was monitored through MTT
assay. Optical density of control groups (0) was taken as 100% of cell viability. The cell viability was
checked in the beginning of experiment by Trypan Blue exclusion. Each point represents the mean ±
S.E.M. of three identical experiments. *P < 0.05 and ***P < 0.001 compared to control groups, using
ANOVA followed by Bonferroni's t test.
The groups NO
2
and Br that decrease the electronic density of ring-A did not improve
the toxicity for L1210 cells, these groups are present in chalcones 3, 4 and 10. The methoxy
groups that increase the electronic density of the A-ring, present in the compounds 5, 7, 9 and
11, seem to increase the citotoxicity. However, chalcone 9, which have two methoxy groups
didnt present effectiveness in induce cell death. Chalcones 5 and 9 contain two methoxy
groups at A-ring; nevertheless, in chalcone 5 the methoxy groups are in position
para
and
chalcone 9 in position
orto
between its selves. Chalcone 7 have one methoxy and one
hydroxyl groups in A-ring position
orto
between its selves and chalcone 11 contain three
methoxy groups in position 3, 4and 5’.
LeBlanc
et al.
(2005) compared the effect of a substitution in the A-ring of the
structures related chalcones and showed that the compounds containing three methoxy groups
were generally more active against B16 e L1210 cell lines than those containing only two
105
methoxy groups in the A-ring.
23
Comparing with our results, except chalcone 9, the
compounds with two or three methoxy groups in the A-ring (chalcones 5 and 11) showed
similar citotoxicity.
Nakatami
et al
. (2005) showed that the toxicity of uvareitin and diuvaretin was
stronger than that of isovauretin, the authors suggested that the 5-substitution of the 2-
hydroxybenzyl group increased the citotoxicity.
21
Our results suggest that the substitution in
the same position by methoxy group increased the citotoxicity. The methoxy group in position
5’ in the A-ring on chalcone 5, and in position 3’ in chalcones 7 and 11 are sterically in the
same position (Figure 4). This fact suggests that the substitution at position 5’ is important for
activity, independent which group is binding. These two associated effects, density electronic
increases and 5-substitution seems to be the important to assure the citotoxicity. Besides,
chalcones with
log P
between 2.6 and 2.85 showed higher cytotoxic effects, with the
exception of chalcone 9.
Compound 11, called by Sale, S. et al. (2006) DMU-135 (3,4-methylenedioxy-3-4-
5’-trimetoxy chalcone), was also tested by them, adding 0,2% in the diet mice. In this
condition no systemic side-effects were observed, on the contrary, the modified diet reduced
the mouse gastrointestinal adenoma multiplicity by 46 ± 18,3% compared to controls.
32
We investigated the cytotoxic effect of the compounds 5, 7 and 11 in the time-
response curve from 6 to 24 hours, comparing with compound 2 that was not effective killing
tumor cells (Figure 3). In 18 hours of incubation at concentration of 100 µM chalcones 2, 5, 7
and 11 began to induce significant cell death, however, as expected chalcone 2 did not (Figure
4).
106
0 6 12 18 24
0
25
50
75
100
Chalcone 2
Chalcone 5
Chalcone 7
Chalcone 11
*
*
***
*
*
***
***
Time (h)
Viable cells (%)
Figure 4: Time-response of the activity of chalcones on murine L1210 lymphoblastic leukemia
cells. Cells were incubated with the compounds (100 µM) for 6h, 12h, 18h and 24h and processed for
MTT assay. Optical density of control groups (0) was taken as 100% of cell viability. Cell viability
was checked in the beginning of experiment by Trypan Blue exclusion. Each point represents the
mean ± S.E.M. of three identical experiments. *P < 0.05 and ***P < 0.001 compared to control
groups, using ANOVA followed by Bonferroni's t test.
We also investigated the cytotoxic effect of the compounds 5, 7 and 11 in the
concentration-response curve in 24 and 48 hours. In 24 hours of incubation the concentration-
response was analyzed and the IC
50
value, which reduced the viable cell number by 50%, was
determined from the eight-point concentration-response curve. The compounds 2, 5, 7 and 11
showed a concentration-dependent cell death in 24 hours (Figure 5). The IC
50
value of the
compounds 2, 5, 7 and 11 were 164, 45, 63 e 64 µM, respectively. Compound 5 showed lower
IC
50
value in 24 hours, and compound 2 showed the higher IC
50
value. In 48 hours, the
concentration-response was analyzed and the IC
50
value was determined from the five-point
concentration-response curve, considering that the cell exposition time to the compounds was
higher, smaller concentrations were used. The chalcones 5, 7 and 11 showed the IC
50
value
22, 38 and 37 µM, respectively. The IC50 of chalcone 2 in 48 hours was not possible to
determined, because this compound presented very low citotoxicity and the maximum
concentration tested in this condition was 50 µM. Chalcones 5, 7 and 11 decreased
approximately the half of IC
50
value when tested in 48 hours (Figure 6).
107
0 10 25 50 75 100 150 200
0
25
50
75
100
Chalcone 2
Chalcone 5
Chalcone 7
Chalcone 11
*
Chalcones (µ
µµ
µM)
Viable cells (%)
**
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
Figure 5: Concentration-response in 24 hours of chalcones 2, 5, 7 and 11 on murine
lymphoblastic leukemia L1210 cell line. Cells, 3 x 10
6
, were incubated with the compounds (10 -
200 µM) in triplicate for 24h, after that the cells were washed and processed for MTT assay. Optical
density of control groups (0) was taken as 100% cell viability. Each bar represents the mean ± S.E.M.
of three identical experiments. *P < 0.05, **P < 0.01 and
#
P < 0.001 compared to control groups, using
ANOVA followed by Bonferroni's t test.
0 10 20 30 50
0
25
50
75
100
Chalcone 2
Chalcone 5
Chalcone 7
Chalcone 11
Chalcones (µ
µµ
µM)
Viable cells (%)
#
#
#
**
Figure 6: Concentration-response in 48 hours of synthetic chalcones 2, 5, 7 and 11 on murine
lymphoblastic leukemia L1210 cell line. Cells, 1.5x10
5
, were incubated with the compounds (10 – 50
µM) in triplicate for 48h, after that they were washed and processed for MTT assay. Optical density of
control groups (0) was taken as 100% cell viability. Each bar represents the mean ± S.E.M. of three
identical experiments. **P < 0.01 and
#
P < 0.001 compared to control groups, using ANOVA followed
by Bonferroni's t test.
In the Figure 7 it is possible to observe the toxicity of the compounds 2, 5, 7 and 11
for VERO cells (normal cell line). The amount of cell death was 25.1 ± 4.0%, 35.5 ± 2.1%,
41,7 ± 1,7% and 47,8 ± 2.5% respectively, when compared with the control (100% of viable
108
cells). Comparing the Figures 1 and 7 it is possible to observe that the cell viability for VERO
cells was higher than that for L1210 cells. In table 1 we compared the cell viability of the
chalcones 5, 7 and 11 across both cell lines. Data showed that the compounds were much
more toxic for the tumor cell line, with P value extremely significant.
Table 1: Comparison of the cellular viability across L1210 (leukemia cell) and VERO (normal
cell line) cells.
Chalcone L1210
(Viable cells, % of control)
VERO
(Viable cells, % of control)
P value
5
9.5 ± 1.2 64.5 ± 2.1 < 0.0001
7
12.9 ± 1.1 58.3 ± 1.7 < 0.0001
11
13.7 ± 2.2 52.2 ± 2.5 = 0.0002
*
Cells were incubated with compounds (100 µM) in triplicate for 24 h, after that the cells were
washed and processed for MTT assay. Control group was taken as 100% of cell viability for L1210
and VERO cell line. P value was determinate using Student t test.
In summary, we have synthesized ten chalcones derived from 3,4-
methylenedioxybenzaldehyde and showed compounds 5, 7 and 11 were cytotoxic for L1210
cells. Compound 5 showed the lower IC
50
value in 24 hours and 48 hours, 45 and 22 µM,
respectively. In addition the chalcones 7 and 10 didn’t publish until this moment.
0 2 5 7 11
0
25
50
75
100
***
***
***
***
Chalcones (100 µ
µµ
µM)
Viable cells (%)
Figure 7: Citotoxic effect of synthetic chalcones on VERO cells (normal cell line). Compounds
were added to cells, left for 24 h, washed and cells were processed for MTT assay. Optical density of
control groups (0) was taken as 100% cell viability. Cell viability was checked in the beginning of
experiment by Trypan Blue exclusion. Each point represents the mean ± S.E.M. of three identical
experiments. *** P < 0,001 compared to control groups, using ANOVA followed by Bonferroni's t
test.
109
3. Experimental
3.1. Synthesis
The compounds were synthesized as presented in Figure 2. All reagents used were
obtained commercially (Merck, Sigma-Aldrich). The substituted chalcones (2-11) were
prepared by magnetic agitation of 3,4-methylenedioxybenzaldehyde (1) (1.50 g; 10 mmol),
methanol (30 mL), KOH 50% v/v (5 mL) and the corresponding acetophenone (10 mmol), at
room temperature for 24 hours. Was added distilled water and chloride acid 10% in the
reaction to the total precipitation of the compounds that were obtained by vacuum filtration
and later recrystallized in dichloromethano and hexane. The chalcones 2, 3, 4, 6, 8 and 9 were
previously cited, respectively, for Li and col.,
33
Pathak and col.,
34
Ariyan and Suschitzky,
35
Casanova,
36
Schwartz and col.
37
and for Wattanasin e Murphy.
38
The compounds 5 and 11
were described for Potter and Butler,
29
and the structures 7 and 10 were not published yet.
3.2. Physico-chemical data of synthesized compounds
The purified chalcones were obtained in yields between 40% and 88%. The structures
were identified using melting points (m.p.), infrared spectroscopy (IR),
1
H and
13
C nuclear
magnetic resonance spectroscopy (NMR), and to the unpublished, also elementary analyses.
Melting points were determined with a Microquímica MGAPF-301 apparatus and are
uncorrected. IR spectra were recorded with a Abb Bomen FTLA 2000 spectometer on KBr
disks. NMR (
1
H and
13
C NMR) were recorded on Brucker Ac-200F (200 MHz) or Varian
Oxford AS-400 (400 MHz), using tetramethylsilane as an internal standard. Elementary
analyses were obtained on a CHNS EA 1110. Percentages of C and H were in agreement with
the product formula (within + 0.4% of theoretical values to C). The purity of the synthesized
chalcones was analyzed by thin-layer chromatography (TLC) using Merck silica pre-coated
aluminum plates 200
µ
m in thickness with several solvent systems of different polarities.
Compounds were visualized with ultraviolet light (
λ
= 254 e 360 nm) and using sulfuric
anisaldehyde solution followed by heat as developing agent and purified by recrystallization
from hexane and dichloromethane.
1
H NMR spectra revelated that all the structures were
geometrically pure and configured E (
J
Hα-Hβ
= 15,2-16 Hz). The
log
P
of the chalcones were
obtained by HyperChem
TM
program, Release 6.01 for Windows, Copyright
2000
Hypercube, Inc.
110
Compound 2: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-PHENIL-2-PROPEN-1-ONE.
C
16
H
12
O
3
, yellow light solid, m.p.: 115-117 ºC (lit. m.p.: 117 ºC)
24
; IV
ν
max
/cm
-1
1658, 1215
(C=O), 1589 (C=C), 1254, 1020 (C-O), 3070, 2940, 1603, 1501, 1488, 1448, 1105, 919, 776,
699 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
6.03 (s, 2H, -OCH
2
O-), 6.85 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H5),
7.13 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H6), 7.17 (s, 1H, H2), 7.37 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
α
), 7.48-7.58 (m,
3H, H3’, H4, H5’), 7.74 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
β
), 8.00 (d, 2H,
J
= 6.8 Hz, H2, H6’).
13
C
NMR (CDCl
3
)
δ
101.88 (-OCH
2
O-), 106.89 (C2), 108.91 (C5), 120.33 (C6), 125.49 (C
α
),
128.65-128,83 (C2’, C3’, C5’, C6’), 129.59 (C1), 132.88 (C4’), 138.63 (C1’), 144.92 (C
β
),
148.65-150.16 (C3, C4), 190.63 (C=O).
log
P
: 3.36. Yield = 66%.
Compound 3: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(4’-BROMO-PHENIL)-2-
PROPEN-1-ONE. C
16
H
11
BrO
3
, yellow light solid, m.p.: 137-139 ºC (lit. m.p.: 111-113
ºC)
144
; IV
ν
max
/cm
-1
1657, 1215 (C=O), 1593 (C=C), 1251, 1028 (C-O), 2881, 2750, 1517,
1494, 1447, 1396, 1098, 985, 938, 799 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
6.05 (s, 2H, -OCH
2
O-
), 6.85 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H5), 7.12 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H6), 7.16 (s, 1H, H2), 7.30 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
α
), 7.63 (d, 2H,
J
= 6.8 Hz, H3, H5), 7.74 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
β
), 7.87 (d,
2H,
J
= 6.8 Hz, H2’, H6’).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
101.94 (-OCH
2
O-), 106.88 (C2), 108.94 (C5),
119.65 (C6), 125.69 (C
α
), 127.95 (C1), 129.38 (C4’), 130.77 (C2’, C6’), 132.11 (C3’, C5’),
137.33 (C1’), 145.48 (C
β
), 148.69-150.35 (C3, C4), 189.40 (C=O). Anal. Calcd for C
17
H
14
O
5
:
C, 58.03; H, 3.35; found: C, 57.94; H, 3.66.
log
P
: 4.15. Yield = 76%.
Compound 4: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(4’-NITRO-PHENIL)-2-PROPEN-
1-ONE. C
16
H
11
NO
5
, yellow solid, (1,498 g); m.p.: 200-202 ºC (lit. m.p.: 206 ºC)
145
; IV
ν
max
/cm
-1
1656, 1212 (C=O), 1579 (C=C), 1250, 1035 (C-O), 1522, 1343, 847 (N=O), 3115,
2913, 1600, 1496, 1451, 1107, 1010, 928, 806 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
6.05 (s, 2H, -
OCH
2
O-), 6.87 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H5), 7.15 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H6), 7.18 (s, 1H, H2), 7.31
(d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
α
), 7.77 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
β
), 8.13 (d, 2H,
J
= 8.0 Hz, H2’, H6’),
8.35 (d, 2H,
J
= 8.0 Hz, H3’, H5’).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
102.06 (-OCH
2
O-), 106.91 (C2),
109.05 (C5), 119.47 (C6), 124.07 (C3’, C5’), 126.21 (C
α
), 129.02 (C1), 129.54 (C2’, C6’),
143.54 (C4’), 146.91 (C1’, C
β
), 148.82-150.52 (C3, C4), 189.06 (C=O).
log
P
: 3.31. Yield =
85%.
Compound 5: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(2’,5’-DIMETHOXY-PHENIL)-2-
PROPEN-1-ONE. C
18
H
16
O
5
, yellow light solid, m.p.: 96-98 ºC (lit. m.p.: 101 ºC)
62
; IV
ν
max
/cm
-1
1652 (C=O), 1581 (C=C), 1246, 1223, 1042, 1027 (C-O), 2992, 2834, 1602, 1491,
1445, 1412, 1100, 975, 834, 726 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
3.80 (s, 3H,
o
-OCH
3
), 3.85
(s, 3H,
m
-OCH
3
), 6.00 (s, 2H, -OCH
2
O-), 6.81 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H5), 6.93 (d, 1H,
J
= 8.00
Hz, H6), 7.01-7.03 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H3’), 7.05-7.07 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H4), 7.10 (s,
1H, H6’), 7.17 (s, 1H, H2), 7.24 (d, 1H,
J
= 16.0 Hz, H
α
), 7.56 (d, 1H,
J
= 16.0 Hz, H
β
).
13
C
NMR (CDCl
3
)
δ
56.08 (
o
-OCH
3
), 56.74 (
m
-OCH
3
), 101.79 (-OCH
2
O-), 106.91 (C2), 108.84
(C5), 113.61 (C6’), 114.64 (C3’), 119.20 (C6), 125.29-125.32 (C1’, C4’), 129.83 (C
α
),
130.08 (C1), 143.48 (C
β
), 148.55-149.92 (C3, C4), 152.70-153.84 (C2’, C5), 192.55 (C=O).
log
P
: 2.85. Yield = 74%.
Compound 6: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(2’-HIDROXY-PHENIL)-2-
PROPEN-1-ONE. C
16
H
12
O
4
, yellow solid, m.p.: 135-137 ºC (lit. m.p.: 140 ºC)
146
; IV
ν
max
/cm
-1
3440 (OH), 1640, 1203 (C=O), 1570 (C=C), 1242, 1038 (C-O), 3076, 2925, 1619,
1502, 1491, 1440, 1098, 977, 826, 760 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
6.04 (s, 2H, -OCH
2
O-
111
), 6.85-7.03 (m, 4H, H5, H6, H5’, H6’), 7.18 (s, 1H, H2), 7.49 (d, 2H,
J
= 15.2 Hz, H
α
, H4’),
7.85 (d, 1H,
J
= 15.2 Hz, H
β
), 7.91 (d, 1H, H3’), 12.87 (s, 1H, OH).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
101.99 (-OCH
2
O-), 106.98 (C2), 109.00 (C5), 118.24 (C3), 118.85 (C6), 119.03 (C1),
120.31 (C5), 125.99 (C6’), 129.32 (C1), 129.76 (C
α
), 136.47 (C4’), 145.58 (C
β
), 148.75-
150.54 (C3, C4), 163.79 (C2’), 193.79 (C=O).
log
P
: 3.08. Yield = 62%.
Compound 7: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(3’-METHOXY-4-HIDROXY-
PHENIL)-2-PROPEN-1-ONE. C
17
H
14
O
5
, yellow solid, m.p.: 134-136 ºC; IV
ν
max
/cm
-1
3216
(OH), 1643, 1215 (C=O), 1568 (C=C), 1254, 1032 (C-O), 3088, 2900, 1602, 1500, 1447,
1427, 1102, 975, 931, 801 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
3.97 (s, 3H, OCH
3
), 6.02 (s, 2H, -
OCH
2
O-), 6.26 (s, 1 H, OH), 6.84 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H5), 6.99 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H6),
7.12 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H6’), 7.17 (s, 1H, H2), 7.39 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
α
), 7.62 (s, 1H,
H2), 7.63 (d, 1H,
J
= 8.00 Hz, H5’), 7.73 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
β
).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
56.37 (OCH
3
), 101.85 (-OCH
2
O-), 106.84 (C2), 108.89 (C5), 110.67 (C2’), 114.03 (C5’),
119.82 (C6), 123.77 (C6’), 125.32 (C
α
), 129.74 (C1), 131.37 (C1’), 144.08 (C
β
), 147.09-
148.59 (C3, C4), 149.97 (C4’), 150.52 (C3’), 188.66 (C=O). Anal. Calcd for C
17
H
14
O
5
: C,
68.45; H, 4.73; found: C, 68.18; H, 5.23.
log
P
: 2.82. Yield = 47%.
Compound 8: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(4-METHOXY-PHENIL)-2-
PROPEN-1-ONE. C
17
H
14
O
4
, yellow light solid, m.p.: 131-132 ºC (lit. m.p.: 134-135 ºC)
147
;
IV
ν
max
/cm
-1
1652, 1219 (C=O), 1582 (C=C), 1243, 1219, 1036, 1021 (C-O), 2945, 2903,
1600, 1499, 1442, 1419, 1098, 993, 929, 812 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
3.87 (s, 3H,
OCH
3
), 6.01 (s, 2H, -OCH
2
O-), 6.84 (d, 1H, H5), 6.97 (d, 2H,
J
= 7.6 Hz, H3’, H5’), 7.01 (d,
1H, H6), 7.16 (s, 1H, H2), 7.40 (d, 1H,
J
= 16.0 Hz, H
α
), 7.70 (d, 1H,
J
= 16.0 Hz, H
β
), 8.02
(d, 2H,
J
= 7.6 Hz , H2’, H6’).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
55.73 (OCH
3
), 101.84 (-OCH
2
O-), 106.83
(C2), 108.87 (C5), 114.03 (C3’, C5’), 120.04 (C6), 125.30 (C
α
), 129.74 (C1’), 130.95 (C2’,
C6’), 131.44 (C1), 144.04 (C
β
), 148.59-149.96 (C3, C4), 163.54 (C4’), 188.78 (C=O).
log
P
:
3.11. Yield = 77%.
Compound 9: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(3’,4’-DIMETHOXY-PHENIL)-2-
PROPEN-1-ONE. C
18
H
16
O
5
, yellow light solid, m.p.: 126-128 ºC (lit. m.p.: 143-144 ºC)
148
;
IV
ν
max
/cm
-1
1656 (C=O), 1581 (C=C), 1261, 1248, 1040, 1025 (C-O), 3015, 2886, 1595,
1499, 1464, 1413, 1096, 992, 932, 791 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
3.96 (s, 3H, OCH
3
),
3.97 (s, 3H, OCH
3
), 6.02 (s, 2H, -OCH
2
O-), 6.84 (d, 1H,
J
= 8.4 Hz, H5), 6.92 (d, 1H,
J
= 8.4
Hz, H6), 7.12 (d, 1H,
J
= 7.6 Hz, H6’), 7.17 (s, 1H, H2), 7.39 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
α
), 7.61
(s, 1H, H2’), 7.66 (d, 1H,
J
= 7.6 Hz, H5’), 7.73 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
β
).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
56.28 (OCH
3
), 101.85 (-OCH
2
O-), 106.81 (C2), 108.88 (C5), 110.15 (C5’), 110.90 (C2’),
119.81 (C6), 123.11 (C6’), 125.34 (C
α
), 129.71 (C1), 131.64 (C1’), 144.08 (C
β
), 148.58-
149.97 (C3, C4), 149.39 (C3’), 153.35 (C4’), 188.69 (C=O). Anal. Calcd for C
18
H
16
O
5
: C,
69.22; H, 5.16; found: C, 69.29; H, 5.56.
log
P
: 2.85. Yield = 72%.
Compound 10: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(3-NITRO-PHENIL)-2-
PROPEN-1-ONE. C
16
H
11
NO
5
, brown solid, m.p.: 144-146 ºC; IV
ν
max
/cm
-1
1661, 1211
(C=O), 1588 (C=C), 1248, 1036 (C-O), 1527, 1347, 850 (N=O), 3040, 2900, 1609, 1503,
1489, 1446, 1102, 927, 808, 700 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
6.05 (s, 2H, -OCH
2
O-), 6.86
(d, 1H,
J
= 8.0 Hz, H5), 7.15 (d, 1H,
J
= 8.0 Hz, H6), 7.19 (s, 1H, H2), 7.36 (d, 1H,
J
= 15.2
Hz, H
α
), 7.70 (m, 1H, H5), 7.81 (d, 1H,
J
= 15.2 Hz, H
β
), 8.33 (d, 1H,
J
= 8.0 Hz, H6), 8.43
(d, 1H,
J
= 8.0 Hz, H4’), 8.81 (s, 1H, H2’).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
102.06 (-OCH
2
O-), 107.00
(C2), 109.02 (C5), 118.80 (C6), 123.40 (C
α
), 126.18 (C6'), 127.15 (C1), 129.02 (C4’), 130.09
112
(C5’), 134.26 (C2’), 139.93 (C1’), 146.85 (C
β
), 148.62 (C3’), 148.79-150.77 (C3, C4),
188.06 (C=O). Anal. Calcd for C
16
H
11
NO
5
: C, 64.65; H, 3.73; N, 4.71; found: C, 65.02; H,
4.35; N, 4.99.
log
P
: 3.31. Yield = 40%.
Compound 11: (2
E
)-3-(1,3-BENZODIOXOL-5-YL)-1-(3’,4’,5’-TRIMETHOXY-
PHENIL)-2-PROPEN-1-ONE. C
19
H
18
O
6
, yellow light solid, m.p.: 133-134ºC (lit. m.p.: 135
ºC)
62
; IV
ν
max
/cm
-1
1651, 1227 (C=O), 1572 (C=C), 1261, 1244, 1067, 1039 (C-O), 2900,
2960, 1501, 1447, 1410, 992, 933, 834, 804 (Ar) (KBr).
1
H NMR (CDCl
3
)
δ
3.91 (s, 3H,
OCH
3
), 3.92 (s, 3H, OCH
3
), 3.93 (s, 3H, OCH
3
), 6.00 (s, 2H, -OCH
2
O-), 6.82 (d, 1H,
J
= 8.0
Hz, H5), 7.10 (d, 1H,
J
= 8.0 Hz, H6), 7.15 (s, 1H, H2), 7.24 (s, 2H, H2’, H6’), 7.30 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
α
), 7.72 (d, 1H,
J
= 15.6 Hz, H
β
).
13
C NMR (CDCl
3
)
δ
56.58 (
m
-OCH
3
), 61.21
(
p
-OCH
3
), 101.91 (-OCH
2
O-), 106.11 (C2), 106.11-106.84 (C2’, C6’), 108.91 (C5), 119.86
(C6), 125.53 (C
α
), 129.54 (C1), 133.91 (C1’), 142.49 (C4), 144.83 (C
β
), 148.62-150.15 (C3,
C4), 153.33 (C3’, C5), 189.26 (C=O).
log
P
: 2.60. Yield = 88%.
3. Biological Assays
3.3.2. Reagents
Tissue culture media and fetal bovine serum were purchased from CULTILAB (São
Paulo, Brazil), penicillin/streptomycin were purchased from GIBCO (Grand Island, NY), isopropanol
were purchased from Merck (Darmstat, Germany), 3-[4,5-Dimethylthiazol-2-yl]-2,5-
diphenyltetrazolium bromide (MTT) and N-[2-Hydroxyethyl]piperazine-N’-2-ethanesulfonic acid]
(HEPES) were purchased from Sigma (St. Louis, MO, USA).
3.3.3. Cell lines, Cell Culture
Murine L1210 lymphoblastic leukemia cells were obtained from American Type
Culture Cell (ATCC) and VERO cells were obtained from Associação Técnico Científica
Paul Ehrlich (APABCAM, Rio de Janeiro, Brazil). The cells were cultured in DMEM
supplemented with 10% heat-inactivated fetal bovine serum, 100 U/mL penicillin, 100 µg/mL
streptomycin and 10 mM HEPES. The cell cultures were maintained at 37
o
C in a 5% CO
2
humidified atmosphere and pH 7.4. In all experiments, viable cells were checked in the
beginning of experiment by Trypan Blue exclusion.
3.3.4. Citotoxicity
The citotoxic effect of synthetic chalconas was evaluated using a MTT assay.
39
Briefly, 3 x
10
5
cells/well were incubated in triplicate with compounds dissolved in DMSO and diluted with
medium culture to their final concentrations (10 - 200 µM) in microplates 96-well. After the
incubation time at 37ºC, the cells were washed with new medium culture and 10 µl MTT (5mg/mL)
was added followed by 3 h incubation at 37ºC. The precipitated formazan was dissolved in 100 µl acid
113
isopropanol solution (isopropanol containing HCL 0.04 N) and the absorbance was measured at 540
nm using microwell system reader (Organon Teknika, Belgium).
For time-response curve, 3 x 10
5
cells were incubated with synthetic chalcones at
concentration 100 µM for 6, 12, 18 and 24 hours following with MTT assay.
For concentration-response curves, the cells, 3 x 10
5
,
were incubated with synthetic
chalcones at concentration range of 10 to 200 µM for 24h and 1.5 x 10
5
cells were incubated
for 48h at concentration 10 to 50 µM following with MTT assay. The IC
50
value (a
concentration produces 50% reduction in the viable cell number) was calculated from the
concentration-response curves.
3.3.5. Statistical analysis
The results are presented as mean ± S.E.M. of triplicates from three independent experiments.
Statistical significance was assessed by ANOVA followed by Bonferronis
t
-test, and P <
0.05 was taken as statistically significant.
4. References
1. Dimmock, J. R.; Elias, D. W.; Beazely, M. A.; Kandepu, N. M.
Curr Med Chem
. 1999,
6
,
1125-1149.
2. Won, S. J.; Liu, C. T.; Tsao; L. T.; Weng, J. R.; Ko, H. H.; Wang, J. P.; Lin, C. N.
Eur J
Med Chem
. 2005,
40
(1), 103-112.
3. Ko, H. H.; Tsao, L. Y.; Yu, K. L.; Liu, C. T.; Wang, J. P.; Lin, C. N.
Bioor Med Chem
.
2003,
11
, 105-111.
4. Herencia, F.; Ferrandiz, M. L.; Ubeda, A.; Dominguez, J. N.; Charris, J. E.; Lobo, G. M.;
Alcaraz, M. J.
Bioorg Med Chem Lett
. 1998,
8
(10), 1169-1174.
5. Meng, C. Q.; Zheng, X. S.; Ni, L.; Ye, Z.; Simpson, J. E.; Worsencroft, K. J.; Hotema, M.
R.; Weingarten, M. D.; Skudlarek, J. W.; Gilmore, J. M.; Hoong, L. K.; Hill, R. R.; Marino,
E. M.; Suen, K. L.; Kunsch, C.; Wasserman, M. A.; Sikorski, J. A.
Bioorg Med Chem Lett
.
2004,
14
(6), 1513-1517.
6. Deshpande, A. M.; Argade, N. P.; Natu, A. A.; Eckman, J.
Bioorg Med Chem
. 1999,
7
(6),
1237-1240.
7. Rani, P.; Srivastava, V. K.; Kumar, A.
Eur J Med Chem
. 2004,
39
(5), 449-452.
8. Sogawa, S.; Nihro, Y.; Ueda, H.; Izumi, A.; Miki, T.; Matsumoto, H.; Satoh, T.
J Med
Chem
. 1993,
36
(24), 3904-3909.
9. Batt, D. G.; Goodman, R.; Jones, D. G.; Kerr, J. S.; Mantegna, L. R.; McAllister, C.;
Newton, R. C.; Nurnberg, S.; Welch, P. K.; Covington, M. B.
J Med Chem
. 1993,
36
(10),
1434-1442.
10. Herencia, F.; Ferrandiz, M. L.; Ubeda, A.; Guillen, I.; Dominguez, J. N.; Charris, J. E.;
Lobo, G. M.; Alcaraz, M. J.
FEBS Lett
. 1999,
453
(1-2), 129-134.
114
11. Herencia, F.; Lopez-Garcia, M. P.; Ubeda, A.; Ferrandiz, M. L. Nitric Oxide. 2002,
6
(2),
242-246.
12. Rojas, J.; Dominguez, J. N.; Charris, J. E.; Lobo, G.; Paya, M.; Ferrandiz, M. L.
Eur J
Med Chem
. 2002,
37
(8), 699-705.
13. Correa, R.; Pereira, M. A.; Buffon, D.; dos Santos, L.; Cechinel Filho, V.; Santos, A. R.;
Nunes, R. J.
Arch Pharm
. 2001.
334
(10), 332-334.
14. Anto, R. J.; Sukumaran, K.; Kuttan, G.; Rao, M. N.; Subbaraju, V.; Kuttan, R.
Cancer
Lett
. 1995,
97
(1), 33-37.
15. Mukherjee, S.; Kumar, V.; Prasad, A. K.; Raj, H. G.; Bracke, M. E.; Olsen, C. E.; Jain, S.
C.; Parmar, V. S.
Bioorg Med Chem
. 2001,
9
(2), 337-345.
16. Nam, N. H.; Kim, Y.; You, Y. J.; Hong, D. H.; Kim, H. M.; Ahn, B. Z.
Eur J Med Chem
.
2003,
38
(2), 179-187.
17. Rao, Y. K.; Fang, S. H.; Tzeng, Y. M.
Bioorg Med Chem
. 2004,
12
(10), 2679-2686.
18. Xia, Y.; Yang, Z. Y.; Xia, P.; Bastow, K. F.; Nakanishi, Y.; Lee, K. H.
Bioorg Med Chem
Lett
. 2000,
10
(8), 699-701.
19. Shibata, S.
Stem Cells
. 1994,
12
(1), 44-52.
20. Yamamoto, S.; Aizu, E.; Jiang, H.; Nakadate, T.; Kiyoto, I.; Wang, J. C.; Kato, R.
Carcinogenesis
. 1991,
12
(2), 317-23.
21. Nakatani, N.; Ichimaru, M.; Moriyasu, M.; Kato A.
Biol Pharm Bull
. 2005,
28
(1), 83-86.
22. Kobori, M.; Iwashita, K.; Shinmoto, H.; Tsushida, T.
Biosci Biotechnol Biochem
. 1999,
63
(4), 719-725.
23. LeBlanc, R.; Dickson, J.; Brown, T.; Stewart, M.; Pati, H. N.. VanDerveer, D.; Arman,
H.; Harris, J.; Pennington, W.; Holt, H. L.; Lee, M.
Bioorg Med Chem
. 2005,
13
(21), 6025-
6034.
24. Lima, P. C.; Lima, L. M.; da Silva, K. C.; Leda, P. H.; de Miranda, A. L.; Fraga, C. A.;
Barreiro, E. J.
Eur J Med Chem
. 2000,
35
(2), 187-203.
25. Barreiro, E. J. In
Plantas Medicinais: sob a ótica da Química Medicinal Moderna
; Yunes,
R. A.; Calixto, J. B.; Ed.; Argos: Chapecó, 2001. pp. 238-260.
26. Barreiro, E. J.; Fraga, C. A. M.; Araújo Jr.; J. X. de. In: Farmacognosia: da planta ao
medicamento; Simões, C. M. O.; et al.; Ed; Editora da UFSC: Florianópolis, Editora da
UFRGS: Porto Alegre, 2001. pp 127-138.
27. Maia, J. G. S.; da Silva, M. L.; Luz, A. I. R.; Zoghbi, M. G. B.; Ramos, L. S.
Quim Nova
.
1987,
10
(3), 200-204.
28. Gupta, M. P.; Arias, T. D.; Williams, N. H.; Bos, R.; Tattje, D. H. E.
J Nat Prod
. 1985,
48
(2), 330.
29. Potter, G. A.; Butler, P. C. UK
WO 03/028713
. 2003. 100p.
30. Stavrovskaya, A. A.
Biochemistry
. 2000,
65
(1), 95-106.
31. Ozben T.
FEBS Lett
. 2006,
580
(12), 2903-2909.
32. Sale, S.; Tunstall, R. G.; Ruparelia, K. C.; Butler, P. C.; Potter, G. A.; Steward, W. P.;
Gescher, A. J.
Invest New Drugs
. 2006,
24
(6), 459-464.
33. Li, J. T.; Yang, W. Z.; Wang, S. X.; Li, S. H.; Li, T. S.
Ultrason Sonochem
. 2002,
9
(5),
237-239.
115
34. Pathak, V. N.; Oza, C. K.; Gupta, R.; Tiwari, R.; Chaudhary, S.
Synthesis and Reactivity
in Inorganic and Metal-Organic Chemistry
. 2003,
33
(4), 607-624.
35. Ariyan, Z. S.; Suschitzky, H.
J Chem Soc
. 1961, Abstracts, 2242-2244.
36. Casanova, J. France
73 43938
. 1973. 21 p.
37. Schwartz, M. A.; Rose, B. F.; Holton, R. A.; Scott, S. W.
J Am Chem Soc
. 1977,
99
(8),
2571-2578.
38. Wattanasin, S.; Murphy, W. S.
Synthesis
. 1980,
8
, 647-650.
39. van de Loosdrecht, A. A.; Nennie, E.; Ossenkoppele, G. J.; Beelen, R. H.; Langenhuijsen,
M. M.
J Immunol Methods
. 1991,
141
(1),15-22.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo