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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Centro de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Farmácia
AVALIAÇÃO DO EFEITO DE CHALCONAS SOBRE A LINHAGEM CELULAR
B16-F10 DE MELANOMA
ANDRÉIA LILIAN FORMENTO NAVARINI
Florianópolis - SC, DEZEMBRO, 2007.
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ANDRÉIA LILIAN FORMENTO NAVARINI
AVALIAÇÃO DO EFEITO DE CHALCONAS SOBRE A LINHAGEM CELULAR
B16-F10 DE MELANOMA
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
graduação em Farmácia da Universidade
Federal de Santa Catarina, como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Farmácia. Área de concentração: Fármacos e
Medicamentos
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Tânia Beatriz
Creczynski Pasa
Florianópolis - SC, DEZEMBRO 2007.
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Andréia Lílian Formento Navarini
AVALIAÇÃO DO EFEITO DE CHALCONAS SOBRE A LINHAGEM CELULAR
B16-F10 DE MELANOMA
Esta Dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de
Mestre em Farmácia no Programa de Pós-Graduação em Farmácia da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis-SC, 17 de dezembro de 2007.
__________________________________
Prof. Dr. Marcos Antônio Segatto Silva
Coordenador do Programa
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Tânia B. Creczynski Pasa
Orientadora
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Cidônia Lourdes Vituri
(ACL - UFSC)
_______________________________
Prof.ª Drº Márcio Alvarez da Silva
(ACL - UFSC)
_______________________________
Prof.ª Dr.ª Maike Weber Biavati
(UNIVALI)
AGRADECIMENTOS
Quando nos propomos a realizar algo, levamos em consideração uma série
de elementos essenciais para a obtenção do êxito. Além da nossa disponibilidade,
dedicação e determinação em atingir as metas propostas, o principal fator
considerado é o universo familiar, de amigos e de colaboradores, com quem
contamos estar lado a lado, até o fim da missão, numa intensa relação fraternal e de
trabalho, sem a qual não sairíamos da fase embrionária, padeceríamos pelo
caminho.
Palavras são palavras e nada mais. Pudera eu retribuir individualmente às
pessoas que estiveram comigo durante essa caminhada, sem as quais eu não teria
alcançado o meu objetivo. A vocês é que dedico os mais sinceros agradecimentos:
A Deus pela serenidade e discernimento nas horas de dúvida, que cuidou de
mim, que iluminou o meu caminho;
Ao meu marido Neivo pelo amor, apoio, compreensão, paciência e
colaboração na realização deste trabalho;
À minha filha Izabella, em quem me inspiro, por ter compreendido e entendido
o porquê de às vezes não termos ficado mais tempo juntas;
Aos meus pais e irmãs pelo estímulo e compreensão, minha gratidão;
À prof.ª Tânia Beatriz Creczynski Pasa pela amizade sincera,
companheirismo, engajamento incondicional e pela impecável orientação que
resultou em relevante aprendizado, que me acompanhará e me guiará pelos tempos;
À Prof.ª Maria Cláudia por todos os ensinamentos, especialmente na fase de
aprendizado de cultura celular, e por disponibilizar a estrutura de seu laboratório.
Aos laboratórios de pesquisa do Hospital Universitário (HU) e aos bioquímicos
por disponibilizarem equipamentos utilizados na pesquisa, em especial à professora
Maria Luíza Bazzo pela atenção e disponibilidade;
Às bioquímicas do laboratório de hematologia, Samira, Marlene e Nicéia, pelo
apoio prestado;
Às colegas do laboratório de pesquisa do HU, Marley, Aline Costa, Aline
Bonetti, Flávia e Fernanda, pelo apoio e companheirismo;
Àos colegas do laboratório de bioenergética e bioquímica de macromoléculas,
Vânia Lima, Vânia Noldin, Márcio, Ana, Betina, Francisco, Juliana, Maurícia, Andrea,
Evelyn, Clarissa, Melina e Tiago, pelo companherismo e troca de experiências;
Ao Prof. Rosendo A. Yunes e suas alunas Louise e Alessandra pela síntese
das chalconas utilizadas neste trabalho, pela constante dedicação e disponibilidade;
À Claudriana pelo apoio incondicional em todas as etapas do meu mestrado,
mostrando-se companheira, amiga, estando sempre disponível em ajudar e ensinar;
À Syntia pela disposição em repassar seus conhecimentos, pela amizade e
apoio;
À Mirela por ter-me dado inúmeras orientações, principalmente no início dos
meus trabalhos;
Ao Programa de Pós Graduação em Farmácia da Universidade Federal de
Santa Catarina por ter proporcionado a realização desta minha formação
profissional, acadêmica e científica;
A CAPES e ao CNPq pelo suporte financeiro;
A todos os que de uma forma ou de outra contribuíram para que eu
alcançasse este objetivo, expresso os meus mais sinceros agradecimentos.
O homem, esse curioso, não se satisfaz com o conhecimento do meio em que
se agita.
Impelido por uma curiosidade instintiva, contempla, perscruta, ausculta,
esvurma e punciona o abismo hiante que o insula na mesquinhez de sua pequenina
morada perdida na imensidão do universo, procurando com ânimo sempre renovado
conhecer a verdade incognoscível e inatingível que se oculta além, esfumando-se no
éter qual miragem fugidia.
Tudo em vão! Embora aumente dia-a-dia a superfície da pequenina ilha do
seu conhecimento, o homem verifica atônito que ela nada representa no oceano
imensurável do desconhecido.
Nelson de Sampaio Mitke
RESUMO
Chalconas são compostos intermediários essenciais para a biossíntese dos
flavonóides em plantas. Têm demonstrado uma grande variedade de efeitos
farmacológicos, como: atividade antibacteriana, antiinflamatória, antiviral,
antitumoral, entre outros. Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi estudar a
atividade antitumoral das chalconas derivadas quimicamente do 3,4–
metilenodioxibenzaldeído e da 2,4,6-trimetoxiacetofenona e a das chalconas
hidroxiladas, em células murinas de melanoma B16-F10. Foi analisada a viabilidade
celular em células tumorais e em células não-tumorais (Vero), bem como o
mecanismo de morte celular. Observou-se que as chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído 3-(1,3-benzodioxol-5-il)-1-fenil-2-propen-1-ona (1), 3-(3-
metoxifenil-1-fenil)-2-propen-1-ona (2) e 3-(1,3-benzodioxol-5-IL)-1-(3'-metoxi-4-
hidroxiI-fenil)-2-propen-1-ona (7) reduziram a quantidade de células viáveis em 47%,
78% e 57%, respectivamente, e mostraram menor efeito tóxico para as células Vero
em 32%, 54% e 48%, respectivamente. Porém, induziram a morte celular por
necrose. Dentre as chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona, os
compostos 3-(3-nitro-fenil)-1-(2',4',6'-trimetoxi-fenil)-2-propen-1-ona (1), 3-(3,4-
dicloro-fenil)-1-(2',4',6'-trimetoxi-fenil)-2-propen-1-ona (2) e 3-(2-cloro-fenil)-1-(2',4',6'-
trimetoxi-fenil)-2-propen-1-ona (9) reduziram o número de células viáveis em 82%,
90% e 75%, respectivamente e induziram a fragmentação do DNA. Todavia, quando
testadas nas células Vero, diminuíram significativamente a viabilidade celular em
72%, 77% e 64%. Enquanto que as hidroxichalconas -3-(1-naftalenil)-1-(3’-hidroxi-
fenil)-2-propen-1-ona (1), -3-(1-naftalenil)-1-(2’-hidroxi-fenil)-2-propen-1-ona (3) e 2-
carboxi-3’-bromo-2’-hidroxi-4’,6’-dimetoxichalcona (13) reduziram a viabilidade
celular da B16-F10, em 98%, 75% e 50%, e da célula Vero, em 83%, 39% e 30%,
respectivamente, quando comparadas com o grupo controle. Apenas as
hidroxichalconas (1) e (3) induziram a fragmentação do DNA, quando testadas nas
IC
50,
57µM e 63µM, respectivamente, em 24h. A hidroxichalcona 1 mostrou o menor
valor de IC
50
em 24 e em 72 horas, nas concentrações de 57µM e 12µM,
respectivamente. A hidroxichalcona 3 apresentou o menor valor de IC
50
em 48h,
28µM. Através de ensaios com análogos metoxilados, no anel A, pode-se sugerir
que os grupos hidroxilas, presentes somente neste anel, sejam responsáveis pela
citotoxicidade dos compostos 1 e 3. Além disso, foi avaliado o potencial pró-
oxidante, a concentração citosólica de glutationa total (GSH), a concentração
mitocondrial de glutationa total, a concentração intracelular de ATP e a habilidade
das chalconas hidroxiladas 1, 3 e 13 em inibir a adesão celular. A depleção de GSH
citosólica mostrou-se proporcional à produção de espécies reativas de oxigênio
pelos compostos 1, 3 e 13. Entretanto, a depleção da GSH mitocondrial pode ser
conseqüência da disfunção mitocondrial, sugerindo que os compostos 1 e 3, que
induzem morte celular por apoptose, podem interferir no potencial de membrana
mitocondrial e na síntese do ATP. Considerando também a habilidade das
hidroxichalconas 1 e 3 para inibir a adesão celular, essas chalconas hidroxiladas,
potencialmente antimetastáticas, são promissoras para a continuidade de futuras
investigações.
ABSTRACT
Chalcones are essential intermediate compounds in the flavonoid
biosynthesis. They display a wide variety of pharmacological effects, including
antibacterial, anti-inflammatory, antiviral, antitumor, besides others. The objective of
this work was study the antitumoral activity of chalcones chemically derived from 3,4-
methylenedioxybenzaldheyde, from 2,4,6-trimethoxyacetophenone and of
hydroxychalcones in murine B16-F10 melanoma cells. It was analyzed the cellular
viability in tumoral and non tumoral cells (Vero) as well as the mechanism of cell
death. We observed that the chalcones derivative of 3,4-
methylenedioxybenzaldheyde: 3-(1,3-benzodioxol-5-il)-1-phenyl-2-propen-1-one (1);
3-(3-methoxyphenyl-1-phenyl-2-propen-1-one (2) and 3-(1,3-benzodioxol-5-iI)-1-(3'-
methoxy-4-hydroxyI-phenyl)-2-propen-1-one (7) reduced the number of viable cells in
48%, 78% and 57%, respectively and showed smaller toxicity to Vero cells 33%, 54%
and 48% respectively, when compared with the control. However, they induced cell
death by necrosis. Among the chalcones derivative of 2,4,6-trimethoxyacetophenone
the compounds 3-(3-nitro-phenyl)-1-(2',4',6'-trimethoxy-phenyl)-2-propen-1-one (1);
3-(3,4-dicloro-phenyl)-1-(2',4',6'-trimethoxy-phenyl)-2-propen-1-one (2) and 3-(2-
cloro-phenyl)-1-(2',4',6'-trymethoxy-phenil)-2-propen-1-one (9) decreased the number
of viable cells in 82%, 90% and 75%, respectively, when compared with the control
and induced DNA fragmentation. However, when tested in Vero cells they reduced
significatively the cell viability in 72 %, 77% e 64%. While the hydroxychalcones -3-
(1-naphtalenyl)-1-(3’-hydroxy-phenyl)-2-propen-1-one (1); -3-(1-naphtlenyl)-1-(2’-
hydroxy-phenyl)-2-propen-1-one were analyzed (3) and 2-carboxy-3’-bromo-2’-
hydroxy-4’,6’-dimethoxychalcone (13) reduced the cell viability B16-F10 line in 98%,
75% and 50% and of Vero cells in 82%, 39% and 30%, respectively, when compared
with the control. Only the hydroxychalcones (1) and (3) induced the DNA
fragmentation in IC
50
57µM and 63µM, respectively, in 24h. The compound 1 showed
smaller IC
50
value in 24h e 72h, 57µM and 12µM respectively. The hydroxychalcone
3 showed the smallest IC
50
value in 48h, 28µM. We suggest that the hydroxyl groups,
present only in the A-ring, increased the cytotoxicity of compounds 1 and 3, while the
presence of others substituents on the A-ring decreased the cytotoxic effect of
compound 13. Besides, it was evaluated the pro-oxidant potential, cytosolic
glutathione cellular concentration; mitochondrial glutathione concentration,
intracellular ATP concentration and the ability of hidroxichalcones 1, 3 e 13 inhibiting
the cell adhesion. Cytosolic GSH depletion was proportional to the production of
reactive oxygen species induced by compounds 1, 3 e 13. However, mitochondrial
GSH depletion can be a consequence of mitochondrial dysfunction, suggesting that
the compounds 1 e 3 that induced apoptosis in B16-F10 may be interfering on
mitochondrial membrane potential and consequently on ATP synthesis. Considering
these properties and the ability of hydroxychalcones 1 e 3 inhibiting cell adhesion,
these hydroxychalcones antimetastatic potentially, are prominence compound for
further investigation.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
8
LISTA DE TABELAS
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
11
1. INTRODUÇÃO
14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
2.1 Câncer de pele não-melanoma 20
2.2 Câncer de pele melanoma 21
2.3 Moléculas de adesão celular 25
2.4 Apoptose e necrose 27
2.5 Estresse oxidativo e glutationa 31
2.6 Metabolismo energético de células tumorais 35
2.7 Flavonóides e chalconas 37
3. OBJETIVOS
41
3.1 Objetivo geral 42
3.2 Objetivos específicos 42
4. MATERIAIS E MÉTODOS
44
4.1 Reagentes 45
4.2 Síntese das chalconas 45
4.3 Cultura de células 45
4.3.1 Tratamento das células 46
4.4 Ensaio de viabilidade celular (teste do MTT) 46
4.5 Análise de apoptose pelo método de fragmentação nuclear 47
4.6 Determinação da curva dependente de concentração 48
4.7 Determinação da citotoxicidade dos compostos na presença dos
antioxidantes SOD e TROLOX®
48
4.8 Avaliação da produção de espécies reativas de oxigênio através de
microscopia de fluorescência
49
4.9 Determinação da concentração de glutationa total citosólica 49
4.10 Determinação da concentração de glutationa total mitocondrial 50
4.11 Determianção da concentração de ATP, método luciferin-luciferase 50
4.12 Análise da inibição de adesão celular pelo método do cristal violeta 51
4.13 Análise estatística 51
4.14 Desenho experimental 52
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
54
5.1 Síntese das chalconas 55
5.1.1 Chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído 55
5.1.2 Chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona 55
5.1.3 Chalconas hidroxiladas 56
5.2 Citototoxicidade das chalconas em células tumorais, células não-
tumorais e análise do DNA
56
5.3 Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração 67
5.4 Citotoxicidade das hidroxichalconas na presença de antioxidantes 69
5.5 Produção de espécies reativas de oxigênio pelas hidroxichalconas 73
5.6 Concentração de glutationa total citosólica 75
5.7 Concentração de glutationa total mitocondrial 77
5.8 Concentração de ATP 79
5.9 Adesão celular 82
6. CONCLUSÕES
84
7. PERSPECTIVAS
87
8. REFERÊNCIAS
89
9. ANEXOS
104
9.1 Trabalhos apresentados em congressos 105
9.2 Artigo a ser submetido na revista “European Journal of Medicinal
Chemistry”
107
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
A - Carcinoma basocelular, B - Carcinoma epidermóide 20
Figura 2.
Melanoma maligno 21
Figura 3.
Mecanismos de morte celular: necrose e apoptose 27
Figura 4.
As duas principais vias apoptóticas 29
Figura 5.
Estrutura da glutationa 33
Figura 6.
Núcleo fundamental das chalconas 38
Figura 7.
Desenho experimental 53
Figura 8.
Reação da síntese das chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído
55
Figura 9.
Reação da síntese das chalconas derivadas da 2,4,6-
trimetoxiacetofenona
55
Figura 10.
Reação da síntese das hidroxichalconas 56
Figura 11.
Efeito citotóxico das chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído em células B16-F10
57
Figura 12.
Efeito citotóxico das chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído em células Vero (não-tumorais)
58
Figura 13.
Necrose induzida por chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído em células B16-F10
60
Figura 14.
Efeito citotóxico das chalcona derivadas da 2,4,6-
trimetoxiacetofenona em células B16-F10
60
Figura 15.
Fragmentação do DNA induzida por chalconas derivadas da
2,4,6-trimetoxiacetofenona em células B16-F10
61
Figura 16.
Efeito citotóxico das chalconas derivadas da 2,4,6
trimetoxiacetofenona em células Vero (não-tumorias)
62
Figura 17.
Efeito citotóxico das hidroxichalconas em células B16-F10
63
Figura 18.
Figura 19.
Figura 20.
Efeito citotóxico das hidroxichalconas em células Vero (não-
tumorais)
Fragmentação do DNA induzida por hidroxichalconas em células
B16-F10
Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em
células B16-F10, em 24h
64
65
67
Figura 21.
Figura 22.
Figura 23.
Figura 24.
Figura 25.
Figura 26.
Figura 27.
Figura 28.
Figura 29.
Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em
células B16-F10, em 48h
Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em
células B16-F10, em 72h
A – Atividade da SOD dependente de concentração em células
B16-F10 e B – Atividade das hidroxichalconas 1, 3 e 13
dependente de concentração, associadas à SOD em células
B16-F10
A - Atividade do TROLOX® dependente de concentração em
células B16-F10 e B - Atividade das hidroxichalconas 1, 3 e 13
dependente de concentração, associadas ao TROLOX® em
células B16-F10
Avaliação da produção de espécies reativas de oxigênio pelas
hidroxichalconas 1, 3 e 13, por microscopia de fluorescência
A – Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração
em células B16-F10 e B – Efeito das hidroxichalconas na
concentração de glutationa total em células B16-F10
A – Efeito das hidroxichalconas na concentração de glutationa
total em células B16-F10 e B – Efeito das hidroxichalconas na
concentração de glutationa total mitocondrial em células B16-F10
A – Efeito das hidroxichalconas na concentração de ATP em
células B16-F10 e B – Efeito das hidroxichalconas na
concentração de glutationa total mitocondrial em células B16-F10
Viabilidade e adesão celular dependentes de concentração das
hidroxichalconas nas células B16-F10
68
69
70
72
74
76
78
80
82
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Comparação da viabilidade das células B16-F10 e células Vero
tratadas com chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído
58
Tabela 2
Comparação da viabilidade das células B16-F10 e células Vero
tratadas com chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona
62
Tabela 3
Comparação da viabilidade das células B16-F10 e células VERO
tratadas com hidroxichalconas
65
Tabela 4
Valores de IC
50
das hidroxichalconas 1, 3 e 13, em 24, 48 e 72
horas de incubação, nas células de melanoma B16-F10
68
Tabela 5
Comparação das IC
50
(hidroxichalconas e hidroxichalconas
+ SOD) em células B16-F10
71
Tabela 6
Comparação das IC
50
(hidroxichalconas e hidroxichalconas
+ TROLOX®) em células B16-F10
73
Tabela 7
Comparação das concentrações de glutationa total citosólica
(GSH) e glutationa total mitocondrial (GSHm), em células B16-F10
79
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIF Fator indutor de apoptose
AMP Adenosina monofosfato
APAF-1 Fator ativador de proteases – 1
ATP
A431
Adenosina trifosfato
Linhagem de células de carcinoma epidermóide humana
A549
B16-F10
B16-F4A5
Linhagem de células epiteliais pulmonares humanas
Linhagem de células de melanoma murino
Linhagem de células de melanoma murino
Bcl-2
CAMs
CAT
DMEM
DMSO
DNA
DQ
DTIC
Proteína anti-apoptótica
Moléculas de adesão celular
Catalase
Meio de cultura Eagle modificado por Dulbecco
Dimetil sulfóxido
Ácido desoxirribonucléico
Dopaquinona
Dacarbazina
DTNB
DCF
DCFH-DA
Ácido 5,5’-ditio-bis-2-nitrobenzóico
Diclorofluoresceína
Acetato de diclorofluoresceína
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
EROs Espécies Reativas de oxigênio
ERNs Espécies Reativas de nitrogênio
FAAD Proteína adaptadora associada à proteína Fas
Faz Receptor de superfície celular
GPx Glutationa Peroxidase
GR Glutationa Redutase
GSH
GSHm
Glutationa reduzida
Glutationa mitocondrial
GSSG Glutationa forma oxidada
GST
HO
2
Glutationa S-transferase
Radical hidroperoxil
H
2
O
2
HCT-116
Peróxido de Hidrogênio
Linhagem de celular de câncer de cólon
HeLa
HEPES
HL-60
HT-29
HUVEC
Linhagem de células de adenocarcinoma cervical
Ácido N-[2-Hidroxietil]piperazina-N’-[2-etanosulfônico]
Linhagem de células de leucemia humana
Linhagem de células de adenocarcinoma de cólon
Linhagem de células endoteliais de cordão umbilical humano
IAP Proteínas inibidoras de apoptose
IC
50
ICAM-1
IFN-α
IL-2
IL-3n
Concentração que inibe 50% do crescimento celular
Molécula de adesão intercelular-1
Interferon-α
Interleucina-2
Interleucina-3
INCA Instituto Nacional do cancer
K562 Linhagem de células de leucemia humana
LO
2
Radical peroxil lipídico
MCF-7 Linnhagem de células de adenocarcinoma mamário humano
MDR Resistência a múltiplos fármacos
MRP Proteína de resistência a múltiplos fármacos
DNAmt
NADPH
O
2
OH
DNA mitocondrial
Nicotinamida adenina dinucleotídeo
Radical ânion superóxido
Radical hidroxil
MTT Brometo de dimetilazol difeniltetrazólio
OMS Organização Mundial da Saúde
PBS
Ppi
RO
2
SFB
Smac
SOD
TAE
TK
Salina tamponada com fosfatos
Pirofosfato
Radical peroxil
Soro fetal bovino
Ativador secundário de caspases derivado da mitocôndria
Superóxido dismutase
Solução de tris e ácido acético
Linhagem de células de carcinoma renal humano
TNB Ácido 5-tio-2-nitrobenzóico
TNF
U/mL
UV
Fator de necrose tumoral
Unidades internacionais por mililitro
Ultravioleta
VCAM-1 Molécula de adesão vascular-1
Vero Linhagem de células epiteliais de rim de macaco
1.
INTRODUÇÃO
15
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em
comum o crescimento desordenado de células, que invadem os tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se para outras regiões do corpo (INCA, 2007).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano o
câncer é diagnosticado em mais de onze milhões de pessoas e provoca a morte de
cerca de sete milhões em todo o mundo. As estimativas para 2008 apontam para
470.000 novos casos de câncer no Brasil (INCA, 2007). As causas que contribuem
para o desenvolvimento do câncer envolvem fatores externos ou ambientais:
tabagismo, produtos químicos, radiação e agentes infecciosos; envolvem também
fatores endógenos: mutações hereditárias, hormônios, condições imunológicas e
mutações decorrentes do metabolismo (GUIMARÃES, 2004).
O câncer de pele é uma das três malignidades humanas mais comuns
(GRAY-SCHOPFER et al., 2007). Está dividido em duas categorias: câncer de pele
melanoma e câncer de pele não-melanoma. Dos tipos não-melanoma, o carcinoma
basocelular e o carcinoma epidermóide são os cânceres de pele mais freqüentes,
com 75% e 20% dos casos, respectivamente (BAGHERI & SAFAI, 2001). Embora o
melanoma só represente 5% dos cânceres de pele, é considerado o mais grave,
devido à elevada possibilidade de produzir metástase. Para o ano de 2008, estão
previstos 5.920 novos casos de melanoma no Brasil, dentre os quais 510 novos
casos apenas no estado de Santa Catarina (INCA, 2007).
O melanoma tem origem nos melanócitos, que são células responsáveis pela
pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos (CARVALHO et al., 2004; GRAY-
SCHOPFER et al., 2007). Essa pigmentação ocorre através da síntese de melanina,
que é resultado de sucessivas reações oxidativas do aminoácido tirosina e, durante
este processo, há uma grande geração de peróxido de hidrogênio e de dopaquinona
(DQ). Essas substâncias são altamente reativas, geram peroxidação lipídica,
causam alteração no DNA e desencadeiam a carcinogênese (FRANK et al., 2001).
Portanto, a glutationa (GSH) está envolvida na síntese de melanina, pois se conjuga
com DQ, através da ação da enzima glutationa-S-transferase (GST), e reduz o
peróxido de hidrogênio por intermédio da ação da glutationa peroxidase. Desse
modo, a GSH protege o melanócito do efeito tóxico do peróxido de hidrogênio,
durante a síntese de melanina (PROTA, 1992). Elevados níveis de GSH são
16
importantes na manutenção da viabilidade dos melanócitos e das células de
melanoma. Não obstante, elevados níveis de GSH nas células de melanoma
metastático também estão envolvidos no mecanismo de resistência à ação de
agentes quimioterápicos, uma vez que a conjugação da GSH com esses compostos
diminui sua ação terapêutica (FRANK et al., 2001; BENLLOCH et al., 2005).
A cura do melanoma está diretamente relacionada com o diagnóstico e a
terapia no início do seu desenvolvimento. Os sinais que induzem a suspeita de uma
lesão maligna são associados à denominada regra ABCD: assimetria, bordas
irregulares, cor variável e diâmetro. Porém, o exame clínico baseado nesses sinais
fornece apenas 65% de precisão no diagnóstico (RIKER et al., 2005). A utilização da
microscopia de superfície, também conhecida como dermoscopia, aperfeiçoou o
diagnóstico do melanoma e aumentou a sensibilidade e a especificidade do
diagnóstico clínico para 90%, sem a necessidade de realização de biópsia para
confirmação. Contudo, o exame histopatológico do tumor primário é fundamental
para estimar a possibilidade de doença metastática (RHODES, 2006).
A progressão tumoral de muitos cânceres, incluindo melanoma maligno, com
conseqüente formação de metástase, pode ser causada pela desorganização da
atividade das moléculas de adesão (JOHNSON, 1999). Enquanto melanócitos
normais expressam poucas moléculas receptoras de adesão celular do gene da
superfamília imunoglobulina (CAMs), células de melanoma apresentam elevação
significativa na expressão destas moléculas, de forma que o conhecimento das
possíveis modificações na interação das células que estão associadas com o
desenvolvimento e a progressão do melanoma pode ajudar, futuramente, no
desenvolvimento de novas terapias para essa doença (HAASS et al., 2005).
Atualmente, o regime padrão de tratamento para o melanoma inclui a retirada
do tumor por cirurgia, seguida de quimioterapia, de imunoterapia e/ou de
radioterapia. Entretanto, nem todos respondem à terapia, e muitos pacientes têm
recaída ou progressão da doença (SOMASUNDAR et al., 2005). Apesar de ser uma
doença com grande capacidade para produzir metástase, o melanoma é
potencialmente curável, se detectado em estágio precoce. A ocorrência de
metástases normalmente leva à sobrevida média de apenas seis a nove meses,
tornando-o o terceiro tumor metastático mais comum, depois dos cânceres de
pulmão e de mama (EWEND et al., 1996; JOHNSON & YOUNG, 1996; TARHINI &
AGARWALA, 2004).
17
Na atualidade, ainda não há um agente terapêutico conhecido que
proporcione o prolongamento da vida dos pacientes com melanoma metastático. As
estratégias quimioterápicas têm sido baseadas no uso de dacarbazina, na forma de
monoterapia, que é o fármaco mais ativo para a doença, com resposta de 10% a
20% (TARHINI & AGARWALA, 2006). A temozolomida é o fármaco selecionado para
os pacientes com melanoma mestastático que precisam de tratamento sistêmico
(MIDDLENTON et al., 2000). A poliquimioterapia e a imunoterapia são alternativas
para o tratamento do melanoma. Não obstante, a combinação da dacarbazina com
outros quimioterápicos não demonstra vantagens significativas em relação ao
tratamento efetuado apenas com dacarbazina. Da mesma forma, a
imunoquimioterapia não proporciona aumento significativo da sobrevida de
pacientes com melanoma metastático, e tem como conseqüência a alta toxicidade
(SASSE et al., 2007; LUI et al., 2007).
A maioria dos fármacos utilizada no tratamento de células malignas tem a
indução de apoptose como mecanismo principal. O melanoma apresenta baixo nível
de apoptose espontânea in vivo, comparado com outros tipos de células tumorais, e
este fator está relacionado com a resistência à quimioterapia, à radioterapia e à
imunoterapia (SOENGAS & LOWE, 2003). A autodestruição celular é desencadeada
por mecanismos complexos, que consistem na ativação de inúmeras sinalizações,
os quais fazem parte de vários sistemas paralelos ou inter-relacionados, regulando,
desta forma, a apoptose. O desenvolvimento e a persistência do câncer são
favorecidos quando esses mecanismos são alterados pela desregulação gênica em
favor da sobrevivência e da proliferação celular (REED, 2000).
A mitocôndria também tem um papel importante nos estímulos pró e
antiapoptóticos, sendo responsável por 80% a 90% do ATP necessário para a
respiração e a sobrevivência celular (DIAS & BAILLY, 2005). A depleção intracelular
de ATP, pelo desacoplamento mitocondrial, provoca a fragmentação do DNA e
demonstra que a deficiência energética induz a célula à apoptose. Isso sugere que a
proliferação de células tumorais pode ser impedida por substâncias que
comprometam a integridade estrutural e funcional da mitocôndria e,
conseqüentemente, o metabolismo energético celular (GARLAND & HALESTRAP,
1997). Estudos realizados por Sabzevari e colaboradores (2004) sugerem que a
citotoxicidade das chalconas, para os hepatócitos e células tumorais, deve-se à
18
habilidade desses compostos em formar radicais pró-oxidantes e desacoplamento
mitocondrial.
Com o propósito de alcançar resultados mais eficazes, o meio científico
aumentou os estudos farmacológicos com compostos extraídos de plantas
medicinais e com seus análogos sintéticos. Dentre os mesmos, destacam-se os
flavonóides, os quais estão comumente presentes em várias plantas e são
conhecidos por apresentarem efeitos benéficos pela ampla atividade antioxidante,
pelo efeito inibitório da atividade de crescimento do tumor e pela atividade indutora
de apoptose, em várias linhagens de células tumorais. Em plantas, os flavonóides e
isoflavonóides são sintetizados a partir de hidroxichalconas que estruturalmente
possuem dois anéis aromáticos e uma insaturação na cadeia. As hidroxichalconas
são abundantemente distribuídas nas plantas e chamam atenção por sua efetividade
como agentes antitumorais (antimitóticos e inibidores do crescimento celular) em
culturas de células tumorais. Sabzevari e colaboradores (2004) avaliaram a
efetividade citotóxica das chalconas e concluíram que aquelas contêm fenol em
ambos os anéis, A e B, são mais tóxicas do que outras possuidoras de um anel
benzênico B e um polifenol. Como exemplo de maior citotoxicidade, citam a 2’,2-
dihidroxichalcona. Demonstraram também que a citotoxicidade da chalcona
2’,4’,6’,4-tetrahidroxidihidrochalcona (Floretina) diminuiu pelo aumento da
quantidade de hidroxilas no anel A. Iwashita e colaboradores (2000) demonstraram
que os flavonóides isoliquiritigenina e buteina inibiram a proliferação celular e
induziram apoptose em células do melanoma B16-F10. Nas células tratadas com
esses compostos, ocorreu a condensação do núcleo e a fragmentação do DNA
nuclear.
Chalconas, derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído e da 2,4,6,-
trimetoxiacetofenona, e hidroxichalconas, todas sintetizadas pelo grupo do prof.
Rosendo A. Yunes, serão avaliadas quanto ao seu efeito citotóxico (atividade
antitumoral) nas células da linhagem celular B16-F10.
2.
REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
20
2.1 Câncer de pele não-melanoma
O câncer de pele é uma das três malignidades humanas mais comuns, e a
sua incidência em âmbito global está aumentando em proporções alarmantes,
ocorrendo nas formas de câncer de pele não-melanoma ou melanoma (GRAY-
SCHOPFER et al., 2007).
Os cânceres de pele não-melanoma compreendem o carcinoma basocelular,
ou de células basais, e o carcinoma epidermóide, ou carcinoma de células
escamosas. Sua freqüência entre os cânceres de pele é de 70% e 25%,
respectivamente. Aparecem mais freqüentemente em partes do corpo expostas ao
sol, tais como: orelhas, face, pescoço e antebraço. Isso implica que a exposição
repetida à radiação ultravioleta é o maior fator causal da doença (INCA, 2007).
Figura 1: A - Carcinoma basocelular e B – Carcinoma epidermóide.
Fonte: WHO - World Health Organization. Disponível em: http//www.who.int/uv/
health/uv_health2/en/index1.html. Acesso em 18 de novembro de 2007.
O carcinoma basocelular se origina da epiderme e dos apêndices cutâneos
localizados acima da camada basal, como pelos (Figura 1 – A). Já o carcinoma
epidermóide tem origem no queratinócito da epiderme, também podendo surgir no
epitélio escamoso das mucosas (Figura 1 – B). O carcinoma basocelular é
diagnosticado através de uma lesão com evolução lenta, ao passo que o carcinoma
epidermóide surge por meio de uma ferida, que evolui rapidamente, e vem
acompanhada de secreção e de prurido. Neste, a maior gravidade está relacionada
A
B
21
à ocorrência de metástases, embora raramente sejam letais. Nesses casos, a
cirurgia é o tratamento mais indicado. O tratamento cirúrgico geralmente é curativo,
apesar de ser muito dolorido e, às vezes, até desfigurante. Porém, dependendo da
extensão, o carcinoma basocelular pode ser tratado também através de
medicamento tópico ou radioterapia (WHO, 2007).
A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco do câncer de pele.
Os países tropicais possuem também os maiores índices de câncer de pele, e as
pessoas que habitam os mesmos estão mais expostas a essa doença. Por isso, a
melhor maneira de evitar sua manifestação é a prevenção através de proteção
adequada à exposição solar (INCA, 2007).
2.2 Câncer de pele melanoma
A principal causa de morte de pessoas acometidas por doenças de pele es
intimamente relacionada ao melanoma, que é uma neoplasia maligna (Figura 2). Em
estágio avançado é letal, pois atualmente há poucos tratamentos eficazes que
resultam em melhora efetiva do paciente vítima dessa moléstia.
Figura 2: Melanoma maligno.
Fonte: WHO - World Health Organization. Disponível em: http//www.who.int/uv/
health/uv_health2/en/index1.html. Acesso em 18 de novembro de 2007.
22
A incidência do melanoma vem aumentando de 3% a 7% anualmente, no
mundo inteiro (LENS & DAWES, 2004; INCA, 2007; LUI et al., 2007). O mesmo
origina-se a partir dos melanócitos, que são células pigmentadas especializadas,
responsáveis pela pigmentação, encontradas predominantemente na pele, nos
cabelos e nos olhos, locais onde produzem melanina (CARVALHO et al., 2004;
SCHOPFER-GRAY et al., 2007).
Na pele encontramos melanócitos localizados na camada basal da epiderme
e nos folículos capilares, os quais são estimulados pelos queratinócitos epidermais a
produzirem melanina, em resposta à radiação ultravioleta (UV). Os queratinócitos
secretam fatores que regulam a sobrevivência, a diferenciação, a proliferação e a
motilidade dos melanócitos, que, como resposta, resulta no bronzeamento da pele.
Assim, os melanócitos têm papel fundamental na proteção da pele aos efeitos
prejudiciais da radiação UV e na prevenção do câncer de pele. Conseqüentemente,
pessoas sem melanócitos funcionais e com distúrbios pigmentares, como vitiligo e
albinismo, são hipersensíveis à radiação UV (GRAY-SCHOPFER et al., 2007).
A pigmentação da pele ocorre através da síntese de melanina, que resulta de
sucessivas reações oxidativas do aminoácido tirosina. Durante esse processo, há
uma grande geração de substâncias altamente reativas, podendo levar à
peroxidação lipídica e à alteração no DNA, as quais desencadeiam o processo de
carcinogênese (FRANK et al., 2001).
O fator de risco mais importante para o desenvolvimento do melanoma é o
número de nevos melanocíticos na pele, enquanto que o segundo fator de risco mais
importante é a presença de nevos melanocíticos atípicos. Alguns aspectos destas
lesões, como: bordas não-definidas, bordas irregulares, lesão com coloração
variada, diâmetro igual ou superior a 5 mm e a presença do componente macular
aumentam o risco de desenvolvimento do melanoma.
Os nevos melanocíticos desenvolvem-se principalmente durante a infância e
a adolescência, sendo que a quantidade desses nevos aumenta com o avanço da
idade. O desenvolvimento dos nevos melanocíticos, na infância, deve-se
principalmente à exposição solar, que causa queimadura da pele. Entretanto, não
são necessárias queimaduras para o desenvolvimento de nevos melanocíticos, pois
a simples incidência de sol moderado já é suficiente para causar tais lesões. O tipo
de pele, a reação após a exposição solar e a herança genética também são fatores
23
de risco associados ao desenvolvimento de nevos melanocíticos em crianças
(GARBE & EIGENTLER, 2007).
A ocorrência de mutações somáticas em genes melanocíticos regulatórios
tem como conseqüência a origem e a progressão do melanoma. O primeiro gene
encontrado alterado especificamente no melanoma foi o NRAS, responsável por
15% a 25% das mutações em células de melanoma. Já mutações no gene BRAF
são encontradas em 50% a 70% dos casos. Genes como KIT e CDK4 também se
encontram alterados no melanoma, porém em menor freqüência (DAHL &
GULDBERG, 2007).
O melanoma cutâneo é uma neoplasia potencialmente letal, mas que tem
grande possibilidade de cura, se diagnosticado precocemente. No estágio inicial, o
melanoma pode ser extirpado por incisão da lesão primária, e a cirurgia também
pode remover as metástases em linfonodos regionais. Porém, pacientes com
melanoma metastático, em locais distantes do tumor primário, têm um prognóstico
desfavorável, com sobrevida somente de seis a dez meses, em média (LEE et al.,
2000).
Um significativo progresso no diagnóstico precoce do melanoma cutâneo
ocorreu com o desenvolvimento da dermoscopia, ou seja, a microscopia de
superfície. É um método utilizado para auxiliar o exame de lesões de pele a olho nu,
que aumenta a sensibilidade e a especificidade do diagnóstico clínico do melanoma
cutâneo, de 60% para mais de 90%. Não necessita de biópsia para confirmação,
apesar de que o exame histopatológico do tumor primário é o procedimento inicial
mais utilizado para estimar a existência de doença metastática, mesmo não havendo
atualmente marcador molecular que possa prever com precisão o potencial
metastático para o melanoma. O auto-exame periódico da pele e a detecção da
doença na fase inicial otimizam o prognóstico e reduzem significativamente a
mortalidade por melanoma cutâneo (RHODES, 2006).
O regime padrão de tratamento para o melanoma inclui a retirada do tumor
por cirurgia, seguido de quimioterapia, de imunoterapia, de bioquimioterapia
(associação das duas) e de radioterapia. A cirurgia raramente tem potencial curativo,
e a radioterapia é apenas paliativa. Além disso, poucos pacientes respondem à
quimioterapia (10% a 20%), e muitos têm recaída ou progressão da doença
(EWEND et al.1996; SOMASUNDAR et al., 2005).
24
Atualmente não há agente terapêutico conhecido no mercado que
proporcione um prolongamento da vida dos pacientes com melanoma metastático.
As estratégias quimioterápicas baseiam-se no uso de dacarbazina (agente
alquilante), também conhecida como DTIC, na forma de monoterapia. A dacarbazina
é o único quimioterápico aprovado pelo USA-FDA, e é o mais ativo no tratamento do
melanoma metastático, com resposta entre 10% a 20%. No entanto, fármacos como
a carmustina, o paclitaxel, o temozolomida e a cisplatina também têm apresentado
atividade no melanoma metastático, quando utilizados sozinhos (TARHINI &
AGARWALA, 2006). A temozolomida é o fármaco selecionado para os pacientes
com melanoma mestastático que precisam de tratamento sistêmico, sendo que
possui a mesma eficácia da dacarbazina, e tem a capacidade de atravessar a
barreira hematoencefálica e facilitar o efeito no tratamento de metástases no SNC. É
um agente citotóxico análogo à dacarbazina, e seu metabólito ativo é o monometil
triazenoimidazole carboxamide (MTIC) (MIDDLENTON et al., 2000).
A poliquimioterapia, combinação de dois a quatro fármacos, pode resultar em
aumento da resposta, que varia entre 30% a 50%. Porém, vários estudos
randomizados não demonstraram vantagem significativa da mesma em relação à
monoterapia (CHAKRABARTY & GEISSE, 2004; LUI et al., 2007).
A imunoterapia também é uma alternativa para o tratamento do melanoma.
Recentemente, trabalhos mostraram que agentes sintéticos que modificam a
resposta imune, bem como os próprios agentes imunológicos testados em pacientes
com melanoma, apresentaram uma resposta de 15% a 20% melhor do que a
quimioterapia (RIKER et. al., 2006). O interferon-α (IFN-α) e a interleucina-2 (IL-2)
são imunomoduladores freqüentemente utilizados como adjuvantes na terapia do
melanoma em estágio avançado, mesmo com baixas taxas de resposta, alto custo e
elevada toxicidade (TARHINI et al., 2006).
O melanoma é uma doença extremamente agressiva, com grande potencial
metastático e alta resistência a agentes quimioterápicos. Possui baixo índice de
apoptose espontânea in vivo, comparado aos outros tipos de células tumorais. Essa
resistência à apoptose é, possivelmente, a razão da resistência do melanoma à
quimioterapia, à radioterapia e à imunoterapia, sendo o maior obstáculo para o
insucesso do tratamento desta neoplasia (SOENGAS & LOWE, 2003; GRAY-
SCHOPFER et al., 2007). Uma alternativa promissora no tratamento do melanoma
maligno pode ser a manipulação da via apoptótica como tentativa de impedir
25
desenvolvimento de metástases, através do desenvolvimento de novas terapias
antitumorais que tenham este mecanismo como alvo terapêutico.
2.3 Moléculas de adesão celular
O melanoma cutâneo é um dos tumores humanos mais analisados, em
termos de expressão de moléculas de adesão celular (HART et al., 1991; NESBIT &
HERLIN, 1994). Isso se justifica pelo fácil acesso às lesões melanocíticas e ao
estudo histopatológico, o qual define os estágios do melanoma e a progressão
tumoral (CLARK et al., 1984; CLARK et al., 1989; GUERRY et al., 1993).
A progressão tumoral de muitos cânceres, incluindo melanoma maligno, com
conseqüente formação de metástases, pode ser causada pela desorganização da
atividade das moléculas de adesão (JOHNSON, 1999). As moléculas de adesão
celular (CAMs) são moléculas de superfície que intermedeiam a adesão entre duas
células de um mesmo tipo e entre células de origens teciduais diferentes. Muitos
tipos de moléculas podem mediar a adesão celular, mas a maioria faz parte da
família das integrinas, das caderinas e da superfamília das imunoglobulinas
(CHOTIA & JONES, 1997).
As integrinas formam uma classe de moléculas de adesão estruturalmente
similares. São heterodímeros constituídos de subunidades α e β. As subunidades
individuais α podem formar receptores funcionais com várias subunidades β
diferentes entre si, e vice-versa, permitindo uma grande variedade de ligações
célula-célula e célula-matriz (HYNES, 1992; HAASS et al., 2005). Na maioria dos
melanomas, a subunidade α
v
forma, com a subunidade β3, um complexo (α
v
β3).
Este complexo tem um papel fundamental na progressão do melanoma, pois,
quando o mesmo está expresso, o tumor passa da fase de crescimento radial para a
fase de crescimento vertical, metastática. Isso indica as integrinas como as
prováveis moléculas promotoras de metástase de células de melanoma.
(JOHNSON, 1999; MCGARY et al., 2002).
As caderinas constituem uma família de moléculas de adesão dependentes
de cálcio. São classificadas em caderinas E (epitelial), P (placental) e N (neural).
Estão expressas nas células que formam tecidos sólidos (JOHNSON, 1999). Na
pele, as caderinas são responsáveis pela manutenção da homeostase, por
26
regularem as interações entre melanócitos e queratinócitos epidermais, e também
interações entre fibroblastos dermais e células endoteliais. O contato entre os
melanócitos e queratinócitos não é apenas estrutural, mas também funcional, pois
controla a proliferação, a diferenciação e a expressão de moléculas de superfície
celular, nos melanócitos. Na ausência do contato entre melanócitos e queratinócitos,
os melanócitos proliferam rapidamente e podem ocorrer falhas na divisão celular. Os
melanócitos expressam moléculas na superfície, como as MCAM/MUC18, que são
moléculas de adesão celular, as quais conferem potencial metastático e aumentam a
carcinogenicidade em células de melanoma. A perda da adesão, mediada pela E-
caderina entre células de melanoma e queratinócitos, deixa as células de melanoma
livres da regulação estrutural e funcional dos queratinócitos e resulta em aumento da
motilidade, aumento da proliferação e do potencial invasivo das células de
melanoma (MCGARY et al., 2002).
Enquanto melanócitos normais expressam poucas moléculas receptoras de
adesão celular do gene da superfamília imunoglobulina (CAMs), células de
melanoma apresentam um aumento na expressão de: MCAM, Mel-CAM, MUC18 e
CD146; molécula de adesão celular L1 (L1-CAM, CD171); molécula de adesão
celular ativadora de leucócito (ALCAM, CD166); molécula de adesão celular vascular
1 (VCAM-1, CD106); molécula de adesão celular intercelular 1 (ICAM-1, CD54);
molécula de adesão celular 1, relacionada com o antígeno embriogênico
(CEACAM1, CD66a), (HAASS et al., 2005).
A molécula de adesão intercelular 1 (ICAM-1) e a molécula de adesão
vascular 1 (VCAM-1) fazem parte da superfamília das imunoglobulinas. Estas têm
participação significativa no prognóstico do melanoma, considerando a maior
expressão da ICAM-1 em lesões malignas do que em lesões benignas. Isso se deve
ao aumento da espessura vertical dos tumores primários. A expressão de ICAM-1
em melanomas primários tem relevância clínica, pois pacientes em estágio 1, com
tumores e ICAM positivo, possuem prognóstico desfavorável e curto período de vida
(NATALI et al., 1997; JOHNSON, 1999). A VCAM-1 é uma molécula de adesão
celular vascular, que também está expressa no endotélio de peles normais em
mínimas quantidades e em maior quantidade em melanoma maligno. É uma
receptora para algumas integrinas, como a (α
4
β
1
), e facilita a adesão do melanoma
ao endotélio vascular (HOLZMANN et al., 1998).
27
As moléculas de adesão celular não agem isoladamente. Pelo contrário, a
função de adesão de uma molécula é modulada pela atividade de outra molécula de
adesão. Assim, a modulação dessas moléculas é uma alternativa relevante no
tratamento de tumores malignos, como o melanoma metastático.
2.4 Apoptose e necrose
A morte celular é um fator essencial no funcionamento normal dos
organismos multicelulares (BRÁS et al., 2005). Durante muitos anos, esse fato foi
menosprezado cientificamente em favor de outros processos biológicos, como a
ativação, a proliferação e a diferenciação celular. Keer et al. (1972) propuseram uma
classificação morfológica e bioquímica, que ajudou a esclarecer e a definir o papel
fisiológico para a morte celular.
Figura 3: Mecanismos de morte celular: necrose e apoptose.
Fonte: Adaptado do Catálogo BioAgency 2004-05, Cap. 9 - Apoptose e Inflamação. Disponível em:
http://www.bioagency.com.br/informacao/default.asp. Acesso em 15 de novembro de 2007.
APOPTOSE
Condensação nuclear
Fragmentação
Corpos apoptóticos
NECROSE
Célula Normal
Célula Normal
Intumescimento
Intumescimento
irrreversível
Desintegração
28
Dois diferentes tipos de morte celular, necrose e apoptose, foram
responsabilizados por remover as células injuriadas ou indesejadas (Figura 3). A
necrose acontece em situações de estresse violento, geralmente em situações
patológicas, fenômeno este impossível de ser controlado genética ou
farmacologicamente. É um processo de destruição dramático e desregulado,
resultado de uma catástrofe bioenergética, incompatível com a sobrevivência celular
(EDINGER & THOMPSON, 2004; OKADA & MAK, 2004).
Morfologicamente, a necrose é caracterizada pela presença de vacúolos no
citoplasma, pela perda da integridade das membranas plasmáticas e das organelas,
pelo aumento do volume celular e por indução de inflamação ao redor da célula, em
conseqüência da liberação do conteúdo celular e de moléculas inflamatórias. As
células que morrem por necrose freqüentemente exibem mudanças na morfologia
nuclear, mas não na organização da cromatina e na fragmentação do DNA
(EDINGER & THOMPSON, 2004; OKADA & MAK, 2004). Por outro lado, quando o
estresse é leve, o sinal gerado será analisado pelo conjunto de mitocôndrias que
irão decidir se a célula viverá ou se será eliminada por mecanismos apoptóticos
(AMARANTE-MENDES, 2003).
Apoptose ou morte celular programada é uma morte “fisiológica” que ocorre
durante toda a vida de um organismo. É essencial para a homeostase dos tecidos
em organismos multicelulares; no sistema imunológico; no desenvolvimento
embrionário, com a perda das membranas interdigitais; na formação das vilosidades
intestinais; na renovação de células hematopoiéticas e outros (AMARANTE-
MENDES, 2003; OKADA & MAK, 2004).
Alguns defeitos no mecanismo de morte celular podem levar à
carcinogênese, através da resistência à apoptose, e podem ainda induzir a morte
celular por mecanismos não apoptóticos. Isso explica o envolvimento da
desregulação da apoptose em inúmeras patologias neurodegenerativas, doenças
auto-imunes, desordens hematopoiéticas, infertilidade e câncer (KIECHLE &
ZHANG, 2002).
A morte celular programada é definida pela aparência morfológica da célula
apoptótica que apresenta fragmentação do DNA genômico em fragmentos
oligonucleossomais, condensação da cromatina e perda do volume celular, sem a
perda da integridade da membrana. São mantidas as estruturas das organelas,
ocorre formação de “pregas” na membrana plasmática e a conseqüente
29
fragmentação nuclear em corpos apoptóticos (ZIMMERMANN et al., 2001). Esses
corpos apoptóticos são reconhecidos e removidos rapidamente por células
fagocíticas, não causando inflamação nas imediações da célula morta. Se não
houver fagocitose dos corpos apoptóticos, os mesmos devem morrer por necrose
secundária (EDINGER & THOMPSON, 2004).
Figura 4: As duas principais vias apoptóticas: via mitocondrial ou intrínseca e via extrínseca.
Fonte: Adaptado de HENGARTNER, 2000.
Várias proteases participam dos processos de indução da morte celular, em
que as mais conhecidas são as caspases. As caspases são proteases aspartato
específicas, que contêm cisteínas, as quais estão presentes entre as membranas
mitocondriais e na matriz nuclear, na forma de zimogênios. São executoras da morte
por apoptose e compreendem duas classes diferentes, ou seja, as iniciadoras
FasL
Smac/DIABLO
Dano ao DN
A
p53
Bax
Bcl-2
AIF
IAPs
Pró-caspase-9
Apaf-1
Citocromo-c
Pró-caspase-3
Caspase-3
Substratos apoptóticos
Caspase-8
Bid ativa
Bid
FADD
Pró-caspase-8
Apoptossoma
30
(caspases-2, -8, -9 e -10) e as efetoras (caspases-3, -6 e -7) (KIECHLE & ZHANG,
2002; AMARANTE-MENDES, 2003; RIEDL & SHI, 2004).
Existem duas vias principais que levam à ativação das caspases: a via
extrínseca, ou via citoplasmática, e a via intrínseca, ou mitocondrial (Figura 4). A via
extrínseca é desencadeada por um dos membros da superfamília de receptores de
necrose tumoral (TNF). Tais receptores, quando estimulados, associam-se, através
de proteínas adaptadoras como a FADD, à caspase-8 e/ou à caspase-10, ativando-
as e acionando, desta forma, as caspases executoras ou gerando sinais para a via
intrínseca (KIECHLE & ZHANG, 2002; AMARANTE-MENDES, 2003; RIEDL & SHI,
2004). A via intrínseca ou mitocondrial é iniciada por sinais de estresse provenientes
do interior da célula, detectados pelas mitocôndrias, responsáveis por decidir se a
célula entrará em processo de morte ou não. Caso isso ocorra, as mitocôndrias
sofrem um desacoplamento mitocondrial e liberam, para o citosol, o citocromo c, as
proteínas SMAC/Diablo (segunda ativadora das caspases derivada da mitocôndria)
e o AIF (fator indutor de apoptose). O citocromo-c liberado se liga à APAF-1 (fator
ativador de proteases – 1). Esse complexo, na presença de ATP, ativa a caspase-9,
que ativará a caspase-3. Por outro lado, a SMAC inativa as IAPs (proteínas
inibidoras de apoptose), ativa a caspase-3 e culmina em apoptose (KIECHLE &
ZHANG, 2002; AMARANTE-MENDES, 2003; RIEDL & SHI, 2004).
Proteínas como a p-53, chamadas de “guardiãs do genoma”, são acionadas
com o objetivo de reparar os danos no DNA. Quando o dano excede os mecanismos
de reparo, essa proteína induz a célula à apoptose (BROWN & ATTARDI, 2005).
Algumas proteínas, membros da família Bcl-2, constituem um grupo que exerce
funções opostas. Algumas atuam como proteínas antiapoptóticas e protegem a
célula da morte (Bcl-2, Bcl-x
L
, Bcl-w, Mcl-1 etc), outras proteínas pró-apoptóticas
levam a célula à apoptose (Bax, Bak, Bad, Bid, etc). Essas proteínas participam dos
sinais de sobrevida ou morte celular, em função da supressão ou promoção de
alterações na permeabilidade da membrana mitocondrial, controlando, assim, a
liberação do citocromo c para o citosol, sinais esses gerados nos meios intra e
extracelulares (GHOBRIAL et al., 2005).
No melanoma, a via mitocondrial tem uma grande importância no controle da
apoptose (RAISOVA et al., 2001; HOSSINI et al., 2003). Nesse tipo de tumor, as
proteínas antiapoptóticas Bcl-2 parecem estar superexpressas e podem ser as
principais responsáveis pela resistência a muitos agentes quimioterápicos (JANSEN
31
et al., 2000). Adicionalmente, a diminuição dos níveis da proteína pró-apoptótica Bax
resulta em progressão do melanoma, em redução da susceptibilidade à resposta
imune e à quimioterapia (FECKER et al., 2006). Takaola et al. (1997) demostraram
um aumento na expressão da proteína Bcl-2 em células de melanoma, com severa
metástase pulmonar. Jun et al. (2007) relacionaram a apoptose, em células de
melanoma B16-F10, com a inibição da proteína Bcl-2, após o tratamento das
mesmas com capsaicina. Assim, a modulação da via mitocondrial e/ou das proteínas
relacionadas com os mecanismos pró-apoptóticos e anti-apoptóticos pode ser
considerada uma estratégia promissora no tratamento quimiopreventivo ou
quimioterapêutico do melanoma mestastático.
2.5 Estresse oxidativo e glutationa
Os mecanismos de morte celular também podem ser influenciados por um
desequilíbrio da homeostase no metabolismo oxidativo, denominado estresse
oxidativo (McCONKEY, 1998; ALLEN & TRESINI, 2000). Enquanto um elevado ou
moderado nível de estresse oxidativo é potencialmente citotóxico e bloqueia a
proliferação, por induzir células à apoptose e até à necrose, um baixo nível de
estresse pode estimular a divisão celular e o crescimento tumoral (DREHER &
JUNOD, 1996).
O estímulo carcinogênico pode estar relacionado ao desequilíbrio redox
intracelular, como conseqüência do acúmulo de espécies reativas que ocorrem
devido a injúrias endógenas e exógenas (VALKO et al., 2006). Não obstante, a
persistência do estresse oxidativo em células tumorais pode ativar protooncogenes e
fatores de transcrição; levar a uma instabilidade genômica e a uma resistência à
quimioterapia e à radioterapia; provocar invasão celular e metástase (NAVARRO et
al., 1999).
As espécies reativas de oxigênio (EROs) e as espécies reativas de nitrogênio
(ERNs) são moléculas quimicamente instáveis e altamente reativas; promovem
reações de redução e de oxidação, prejudicando funções fisiológicas (SIES, 1997).
Não obstante, essas moléculas são produzidas fisiologicamente durante o
metabolismo na respiração celular mitocondrial, geradas pela incidência de radiação
ultravioleta, de raios X e de raios gama; são produtos de reações catalisadas por
32
metais; estão presentes em forma de poluentes na atmosfera e são produzidas por
neutrófilos e macrófagos nos processos inflamatórios. Essas moléculas reativas
também são benéficas para o organismo, pois desempenham inúmeras funções
fisiológicas na defesa contra agentes infecciosos e atuam como antitumorais ao
induzir a célula à apoptose. Contudo, altas concentrações dessas espécies reativas
podem prejudicar as estruturas celulares, causar peroxidação lipídica, oxidação de
proteínas e oxidação do DNA (MATES et al., 1999; VALKO et al., 2006).
Os efeitos dessas espécies reativas no organismo são equilibrados por
mecanismos de defesa antioxidante, enzimáticas e não enzimáticas. Os mais
eficientes antioxidantes enzimáticos envolvem a superóxido dismutase (SOD), a
catalase (CAT), a glutationa peroxidase (GPx) e a glutationa transferase (GSTs).
Dentre os antioxidantes não-enzimáticos, encontram-se: melanina, glutationa,
estrogênios, ácido úrico, vitamina C, vitamina E, carotenóides, flavonóides naturais,
entre outros (SIES, 1997; McCALL & FREI, 1999; MATÉS, 2000; NORDBERG &
ARNÉR, 2001).
A melanina, responsável pela pigmentação cutânea, é resultante de
sucessivas reações oxidativas do aminoácido tirosina. Durante esse processo há
uma grande geração de peróxido de hidrogênio e dopaquinona (DQ). Essas
substâncias são altamente reativas, podendo levar à peroxidação lipídica e à
alteração do DNA, o que possibilita o desencadeamento do processo de
carcinogênese (FRANK et al., 2001).
A superóxido dismutase (SOD) é uma das mais efetivas enzimas
antioxidantes, a qual catalisa a dismutação de O
2
-
e forma espécies menos reativas,
como o H
2
O
2
(McCORD & FRIDOVICH, 1969). Estão descritas três isoformas de
SOD em humanos: a Zn-SOD e a Cu-SOD, que estão presentes no citosol, e ainda
a Mn-SOD, que está presente na mitocôndria. A presença de SOD é fundamental
devido à formação de O
2
-
pela cadeia respiratória (McCORD & FRIDOVICH, 1969;
NORDBERG & ARNÉR, 2001).
As catalases (CAT) são enzimas antioxidantes que estão localizadas na
maioria das células de organismos aeróbios, em uma organela chamada de
peroxissoma, em que o peróxido de hidrogênio é convertido em água e oxigênio
molecular. Assim sendo, a catalase protege a célula do peróxido de hidrogênio
gerado dentro da célula. As catalases também exercem uma função muito
33
importante ao prevenirem a formação do
OH, via reação de Fenton, catalisada por
Fe
++
/Cu
++
(NORDBERG & ARNÉR, 2001). A glutationa é o mais importante sistema
antioxidante e compreende diferentes sistemas enzimáticos, como as peroxidases
(GPx), as transferases (GST), as redutases (GR) e a glutationa (GSH). O tripeptídeo
glutationa (L-γ-glutamil-L-cistenil-glicina) é um importante antioxidante e o mais
abundante tiol não-protéico intracelular. Sua forma reduzida é a GSH e a forma
oxidada é a GSSG, glutationa dissulfito. A característica antioxidante da GSH é
determinada pelo grupamento –SH (sulfidrila), presente no resíduo cisteína.
(DELEVE & KAPLOWITZ, 1991).
Figura 5: Estrutura da glutationa
Fonte: LASH, 2006.
A GSH é a primeira e a mais importante defesa antioxidante não-enzimática
intracelular contra produtos tóxicos de oxigênio, especialmente na mitocôndria, local
onde, com alta intensidade, ocorre a síntese de intermediários reativos de oxigênio
(DELEVE & KAPLOWITZ, 1991). A maior parte da GSH é sintetizada no fígado, mas
sua síntese ocorre em todas as células do corpo, a partir dos aminoácidos L-
glutamina, cisteína e glicina. A reação para síntese do GSH depende de ATP, que é
catalisada pela γ-glutamil-cisteína-sintetase e pela GSH sintase. A GSH é importante
na síntese de proteínas estruturais e de DNA, na ativação transcricional de genes
específicos, na regulação do ciclo celular, bem como na regulação e manutenção do
estado redox da célula (WANG & BALLATORI, 1998; BALLATORI et al., 2005).
Em situações fisiológicas, a maioria da GSH é mantida em estado reduzido
pela glutationa redutase (GR). Porém, em situações de estresse oxidativo acontece
L-γ-glutamil
L-cisteinil
Glicina
34
a desregulação dos níveis de GSH e de GSSG (WANG & BALLATORI, 1998). A
quantidade de glutationa oxidada acumula-se dentro da célula, e a relação entre
GSH/GSSG pode ser usada como indicador de estresse oxidativo no organismo
(HWANG et al., 1992).
A GSH participa de reações de detoxificação, protege a célula contra danos
oxidativos e nitrosativos, bem como é importante na metabolização de compostos
tóxicos eletrofílicos e quimioterápicos (WANG & BALLATORI, 1998; BALLATORI et
al., 2005). Todos os organismos aeróbios estão propensos ao estresse oxidativo,
como conseqüência do metabolismo, ao passo que distúrbios no seu estado redox
estão envolvidos na origem e na progressão de inúmeras doenças. A perda de GSH
citoplasmática é um evento característico de morte celular por apoptose, interferindo
na capacidade redox da célula, tornando-a intolerante à presença de agentes
oxidantes (SLATER et al., 1995). Vários estudos relacionam a incidência de câncer
com várias desordens nas funções enzimáticas, as quais estão ligadas à GSH
(PASTORE et al., 2003).
No melanoma, altos níveis de GSH são importantes na manutenção da
viabilidade dos melanócitos e das células de melanoma. A GSH está envolvida na
síntese de melanina conjugada com a dopaquinona (DQ), através da ação da
enzima glutationa-S-transferase (GST), e reduz o peróxido de hidrogênio por
intermédio da ação da glutationa peroxidase. Desta forma, a GSH protege o
melanócito do efeito tóxico do peróxido de hidrogênio durante a síntese de melanina
(PROTA, 1992). Níveis elevados de GSH nas células de melanoma metastático
também estão envolvidos no mecanismo de resistência à ação de agentes
quimioterápicos, uma vez que a conjugação de GSH com estes compostos diminui
sua ação terapêutica (FRANK et al., 2001; BENLLOCH et al., 2005). Sendo assim, a
permanência de altos níveis de GSH dentro da célula parece ser fundamental para a
sobrevivência de células metastáticas intravascularmente e para a progressão
extravascular (BENLLOCH et al., 2005).
A glutationa pode interagir com o fármaco, em local específico, através do seu
grupamento tiol, e resultar em uma conjugação fármaco-glutationa. Tal conjugado,
menos ativo e mais hidrossolúvel, pode ser expulso da célula com a participação de
proteínas transportadoras, inclusive a proteína associada à resistência a múltiplos
fármacos (STAVROVSKAYA, 2000).
35
A resistência das células tumorais a múltiplos fármacos (MDR) é um dos
principais motivos do insucesso da quimioterapia em tumores malignos. Mediada por
diferentes mecanismos, essa resistência atua em diferentes etapas da ação
citotóxica. Dentre os mecanismos de resistência, podemos citar: ativadores das
proteínas transmembranas, responsáveis pelo efluxo de fármaco da célula (a
glicoproteína-P e as proteínas de resistência a múltiplos fármacos); ativadores de
enzimas do sistema de detoxificação da glutationa, que protegem a célula de vários
danos; mecanismos envolvidos na alteração das proteínas; genes que controlam a
apoptose (STAVROVSKAYA, 2000; GOTTESMAN et al., 2002).
A alta concentração de GSH intracelular é relacionada à resistência tumoral a
vários agentes quimioterápicos (ISHIKAWA et al., 1996; FOJO & BATES, 2003). A
resistência pode ocorrer devido ao efluxo desses agentes quimioterápicos presentes
nas células, através de MRP, com participação ativa da GSH (SALERNO &
GARNIER-SUILLEROT, 2001). Portanto, a depleção da GSH pode ser uma
estratégia potente na sensibilização das células cancerígenas e no controle da
resistência a diversos quimioterápicos (STRAVROVSKAYA, 2000; FOJO & BATES,
2003; KACHADOURIAN & DAY, 2006).
2.6 Metabolismo energético de células tumorais
A perda da GSH citoplasmática é um evento característico da morte celular
por apoptose. Porém, quando há também uma diminuição nos níveis da GSH
mitocondrial, a produção de energia (ATP) celular é afetada (SLATER et al., 1995).
Os níveis de ATP celular estão relacionados com o tipo de morte celular. Altos
níveis de ATP levam à morte celular por apoptose, mas intensa depleção energética
causa morte por necrose. Enquanto a morte por apoptose requer energia, a necrose
ocorre quando não há mais ATP dentro da célula (REGULA et al., 2003;
SKULACHEV, 2006).
As células animais nucleadas têm duas formas de produzir energia: através
da via mitocondrial e/ou através da glicólise. Em contraste com a maioria das células
normais, onde as mitocôndrias são responsáveis por produzirem a maioria do ATP
utilizado como combustível para o crescimento celular, no câncer a glicólise pode
contribuir com até metade da energia necessária (PEDERSEN, 2007).
36
Células tumorais têm seu metabolismo energético alterado, com aumento
significativo na capacidade glicolítica, mesmo na presença de oxigênio em altas
concentrações (PEDERSEN, 1978; GATENBY & GILLIES, 2004; PEDERSEN,
2007). Contudo, tal característica pode ser uma estratégia metabólica para garantir o
crescimento e a sobrevivência dessas células em ambientes com pouco oxigênio
(GATENBY & GILLIES, 2004). Em 1956, Warburg relatou que a alta taxa glicolítica,
em células tumorais, devia-se a uma deficiência na cadeia respiratória. Mais tarde,
em 1978, Pedersen verificou que a atividade das mitocôndrias retiradas de células
normais era tão eficiente quanto mitocôndrias retiradas de células tumorais,
concluindo que a deficiência na fosforilação oxidativa era resultado da menor
quantidade de mitocôndrias nas células tumorais.
As mitocôndrias são organelas que participam de muitos mecanismos
essenciais para a vida e a morte celular. São fundamentais para o metabolismo
energético, por produzir, através da fosforilação oxidativa, 80% a 90% da energia
necessária para a respiração e a sobrevivência celular. Regulam o fluxo de cálcio e
têm um importante papel na integração de estímulos pró e anti-apoptóticos
relacionados com o processo de morte celular (DIAS & BAILLY, 2005).
Algumas disfunções mitocondriais são citadas como marca característica da
morte por apoptose: perda do potencial de membrana mitocondrial, interrupção do
transporte de elétrons, geração de espécies reativas de oxigênio e liberação de
fatores pró-apoptóticos, como o citocromo c, o Smac/Diablo, a AIF e outros,
desencadeando a ativação de proteínas executoras de apoptose, as caspases
(ZIMMERMANN et al., 2001; BRÁS et al., 2004; DIAS & BAILLY, 2005).
Alguns tumores, como o melanoma, que são caracterizados pelo rápido
desenvolvimento e por propriedade metastática, apresentam uma modificação
energética em comparação com seu tecido de origem (PEDERSEN, 1978; ZU &
GUPPY, 2004). O metabolismo energético pode ser um alvo alternativo para o
tratamento de muitas neoplasias. Considerando o metabolismo predominantemente
oxidativo do melanoma, a utilização de fármacos que comprometam a integridade
estrutural e funcional da mitocôndria pode ser uma alternativa para combater a
proliferação das células neoplásicas, tornando-a uma relevante estratégia
terapêutica. (ZU & GUPPY, 2004; DIAS & BAILLY, 2005; MORENO-SÁNCHEZ et
al., 2007).
37
2.7 Flavonóides e chalconas
Os flavonóides fazem parte de uma família de compostos polifenólicos, que
existem nos vegetais, e representam uma das mais predominantes classes de
compostos (HOLLMAN & KATAN, 1997). Mais de 8.000 compostos com estrutura de
flavonóides estão identificados, formados a partir de um esqueleto básico e
combinações de vários grupos substituintes, como hidroxilas e metoxilas (HODEK et
al., 2002). Dentre os flavonóides, podemos citar: chalconas, flavonas, flavononas,
flavonóis, antrocianinas e isoflavonas (CANIVENC-LAVIER et al., 1996).
De uma forma geral, os flavonóides, além de sua função fisiológica nos
vegetais, apresentam atividade ansiolítica, antiinflamatória, antiviral, antiprotozoária
e antitumoral (MANTHEY et al., 2001; MARDER & PALADINI, 2002; FOURNET &
MUÑOZ, 2002; CÁRDENAS et al., 2006). Exercem várias propriedades bioquímicas
e farmacológicas, e um dos efeitos mais investigados é sua participação na
prevenção do câncer (CANIVENC-LAVIER et al., 1996; SHIH et al., 2000).
A atividade antitumoral dos flavonóides tem sido atribuída a uma grande
variedade de mecanismos, incluindo seqüestro de radicais livres, participação de
enzimas que detoxificam carcinógenos e inibição da ação de promotores de tumor
(CANIVENC-LAVIER et al., 1996; SHIH et al., 2000). As atividades antioxidantes,
bem como as propriedades citotóxicas dos flavonóides, são influenciadas pelo seu
grau de pureza, pela posição dos substituintes e pela quantidade de hidroxilas
(SCHROETER et al., 2002).
Recentes trabalhos mostram que flavonóides, como a quercetina, têm efeito
antiproliferativo e podem induzir a morte da célula por apoptose, em variados tipos
de câncer, como: leucemia (SHEN et al., 2003; CHEN et al., 2005; MERTENS-
TALCOTT & PERCIVAL, 2005), câncer de mama (HAKIMUDDIN et al., 2004),
câncer de ovário (CHAN et al., 2003), câncer de pulmão (NGUYEN et al., 2004),
entre outros. Os flavonóides podem induzir as células à morte, por diferentes
mecanismos apoptóticos (RAMOS, 2007). Nakagawa et al. (2004) mostraram a
atividade do EGCG, flavonóide presente no chá verde, na inibição de células de
leucemia linfoblástica aguda, Jurkat, com concomitante aumento intracelular da
atividade da caspase-2. Outra característica desse composto é a inibição de
proteínas anti-apoptóticas, como a Bcl-2 e a Bcl-x
L
(LEONE et al., 2003).
38
Em plantas, os flavonóides e os isoflavonóides são sintetizados a partir das
chalconas, que estão abundantemente distribuídas nesses vegetais.
Majoritariamente, as chalconas são encontradas nas pétalas das flores, sendo
responsáveis pela pigmentação das mesmas. Também estão presentes em folhas,
frutos, cascas, raízes de várias árvores e plantas (Ni et al., 2004).
Quimicamente, as chalconas formam um grupo de flavonóides de cadeia
aberta, em que dois anéis aromáticos são ligados por três carbonos, sendo uma
carbonila e dois carbonos α,β-insaturados (Figura 6). As chalconas são classificadas
de acordo com as substituições no anel A e B, por grupos OH e OCH
3
. A presença
de ligação α,β-insaturada e a ausência de um anel-C são duas características
específicas das chalconas que fazem esses compostos serem quimicamente
diferentes de outros flavonóides (KOZLOWSKI et al., 2007). Tais características
estruturais são responsáveis por diversas atividades biológicas, e a remoção de
alguns desses aspectos resulta em perda de atividade do composto (MENG et al.,
2004).
O
6'
5'
4'
3'
2'
1'
6
5
4
3
2
1
β
α
A
B
Figura 6: Núcleo fundamental das chalconas
As chalconas têm apresentado numerosas atividades biológicas, observadas
nesses últimos anos. Dentre elas estão atividades: anti-ulcerogênica (YAMAMOTO
et al., 1992), anti-hipertensiva (OGAWA et al., 2007), antimalárica (DOMINGUEZ et
al., 2001; LIU et al., 2001; LIU, et al., 2003; DOMINGUEZ et al., 2005),
antileishmaniose (ZHAI et al., 1999; CHEN et al., 2001; LIU et al., 2003; BOECK et
al., 2006), antifúngica (LÓPEZ et al., 2001; BOECK et al., 2005; KONIECZNY et al.,
2007; BATOVSKA et al., 2007), antioxidante (ZHAN & YANG, 2006; COTELLE et al.,
2005; CHIN et al., 2007; CHOI et al., 2007; KOZLOWSKI et al., 2007), antibacteriana
(ROJAS et al., 2002; SELVAKUMAR et al., 2006; KONIECZNY et al., 2007),
antimicobacteriana (KONIECZNY et al., 2007; SIVAKUMAR et al., 2007),
39
antiinflamatória (HERÊNCIA et al., 1999; ROJAS et al., 2002; MENG et al., 2004;
RANI et al., 2004; WON et al., 2005; LIU, et al., 2007) e antitumoral (KOBORI et
al.,1999; IWASHITA et al., 2000; XIA et al., 2000; NAM et al., 2003; SABZEVARI, et
al., 2004; RAO, et al., 2004; HSU, et al., 2004; YE, et al., 2004; NAKATAMI et al.,
2005; WON et al., 2005; FOREJTNÍKOVÁ et al., 2005; BHAT et al., 2005; HSU et al.,
2005; LIU & GO, 2006; HSU et al., 2006; MODZELEWSKA et al., 2006; CABRERA
et al., 2007).
Dentre as atividades farmacólogicas antitumorais das chalconas, pode-se
citar a inibição da angiogênese. A formação de novos capilares, angiogênese ou
neovascularização, é vital para a sobrevivência e o desenvolvimento de uma massa
tumoral. Robinson et al. (2005) sintetizaram chalconas substituídas, análogas à
curcumina, um composto natural que tem exibido propriedades antitumorais. Os
resultados mostraram que as chalconas têm igual ou maior habilidade para inibir o
crescimento de células endoteliais in vitro, que a curcumina. Nam et al. (2003)
produziram uma série de 2’,5’-dihidroxichalconas com potente atividade citotóxica,
em três linhagens celulares, incluindo melanoma murino B16, células tumorais de
câncer de cólon HCT-116 e carcinoma epidermóide humano A431. Observaram
também que vários compostos mostraram-se seletivamente citotóxicos para células
endoteliais de cordão umbilical humano (HUVEC) e, conseqüentemente, inibidores
da angiogênese.
Cabrera et al. (2007) sintetizaram uma grande quantidade de chalconas,
incluindo hidroxichalconas, que se mostraram mais tóxicas que flavononas e
flavonas, quando avaliadas quanto à sua capacidade antitumoral contra o carcinoma
renal humano TK-10, o adenocarcinoma mamário humano MCF-7 e
adenocarcinoma de cólon HT-29.
Estudos feitos por Kobori et al. (1999) descreveram que a 2’,4’,6,’4-
tetrahidroxidihidrochalcona (floretina) induziu apoptose em células de melanoma
murina B16-4A5 e em células de leucemia humana HL-60. Já Iwashita et al. (2000)
demostraram que a isoliquiritigenina (2’,4’,4-trihidroxichalcona) e a buteína (2’,4’,3,4-
tetrahidroxichalcona) inibiram significativamente a proliferação celular e induziram
células de melanoma B16- 4A5 à apoptose. Também Hsu et al. (2005) notaram que
a isoliquiritigenina induziu células tumorais de hepatócito humano Hep G2 à
apoptose e ao bloqueio do ciclo celular.
40
No desenvolvimento de agentes antitumorais contra o melanoma, uma das
mais importantes características que o composto pode ter é a capacidade de
promover a morte celular por apoptose, devido à fraca resposta dessas células aos
estímulos apoptóticos (KLUZA et al., 2002). Outro fator é o desenvolvimento de
resistência dos tumores sólidos a fármacos antineoplásicos. Essa resistência a
múltiplos fármacos é uma das principais causas de falhas da quimioterapia em
malignidades humanas.
O crescimento e a metástase das células tumorais malignas dependem, entre
outras propriedades, da sua habilidade para implantar, migrar, aderir, penetrar e
atravessar barreiras estruturais, alcançando os vasos sangüíneos e o tecido alvo de
metástase. A linhagem de melanoma murina B16, numerada B16-F1 à B16-F10,
apresenta um heterogêneo potencial metastático, sendo que a sub linhagem F10
apresenta-se como a mais metastática nos pulmões, quando comparada a sub
linhagem F1 (FIDLER, 1975; 1977; 1978).
O elevado potencial metastático da linhagem celular de melanoma B16-F10 e
a difícil resposta a agentes citotóxicos justifica a pesquisa de novos fármacos que
aumentem a eficácia e diminuam os efeitos adversos dos mesmos.
3.
OBJETIVOS
42
3.1 Objetivo geral:
Estudar a sensibilidade da linhagem celular de melanoma B16-F10 a chalconas,
derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído e derivadas da 2,4,6-
trimetoxiacetofenona, e a hidroxichalconas.
3.2 Objetivos específicos:
1. Avaliar o efeito citotóxico de 13 chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído, de 11 chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona,
e de 13 hidroxichalconas sobre a linhagem celular de melanoma B16-F10, através
do teste do MTT
2. Analisar o efeito das chalconas ativas em células não-tumorais Vero, através
do teste do MTT;
3. Identificar por qual via as chalconas causam morte celular: se por apoptose
ou por necrose, através da fragmentação nuclear;
4. Investigar se o potencial citotóxico das chalconas é resultante do efeito pró-
oxidante das mesmas, através da associação com agentes antioxidantes;
5. Investigar a possível produção de espécies reativas de oxigênio intracelular,
pelas chalconas, através da microscopia de fluorescência;
6. Relacionar as concentrações intracelulares de glutationa total citosólica com
os possíveis efeitos citotóxicos causados pela chalconas;
7. Relacionar as alterações das concentrações intracelulares da glutationa total
mitocondrial com a glutationa total citosólica, com espécies reativas de oxigênio e
concentrações de ATP;
43
8. Avaliar a influência das chalconas selecionadas, no teor energético das
células (concentração de ATP);
9. Verificar se as chalconas selecionadas têm potencial antimetastático, através
da possível inibição da adesão celular.
4.
MATERIAIS E
MÉTODOS
45
4.1 Reagentes
O meio de cultura Eagle, modificado por Dulbecco (DMEM), e o soro fetal
bovino (SFB) foram adquiridos da Cultilab (São Paulo, Brasil); A penicilina e a
estreptomicina foram compradas da Gibco® (Grand Island, NY, EUA); O ácido
clorídrico, o isopropanol, o dimetil sulfóxido (DMSO) e o tris (hidroximetil)
aminometano foram adquiridos da Merck® (Darmstat, Alemanha); O ácido
etilenodiaminotetraacético (EDTA) foi adquirido da Reagen (Rio de Janeiro, Brasil);
A proteinase K foi adquirida da Invitrogen® (Alemanha); O brometo de dimetiazol
difeniltetrazólio (MTT), a superoxido dismutase (SOD), a vitamina E hidrossolúvel
(TROLOX®), o ácido N-[2-Hidroxietil]piperazina-N’-[2-etanosulfônico] (HEPES), a
albumina, o meio de cultura Dulbecco modificado por Iscove (IMDM), a agarose, a
RNase, a glutationa redutase (GR), o fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo
(NADPH), o ácido 5,5’-ditio-bis-2-nitrobenzóico (DTNB) e outros reagentes utilizados
nos experimentos foram adquiridos da Sigma® (St. Louis, MO, EUA); O Kit luciferin-
luciferase foi adquirido da Bioorbit (Tuku, Finlândia).
4.2 Síntese das chalconas
A síntese das chalconas, derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído e da
2,4,6 trimetoxiacetofenona, e a síntese das hidroxichalconas foram realizadas no
Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pelo
grupo de pesquisa do Prof. Rosendo Augusto Yunes.
4.3 Cultura de células
Foram utilizadas linhagens celulares de melanoma, B16-F10, de origem
murina, e células não-tumorais, fibroblastos de rim de macaco (VERO). As células
B16-F10 foram obtidas da American Type Culture Cell (ATCC) e as células Vero, da
Associação Técnico-Científica Paul Ehrlich (APABCAM, Rio de Janeiro, Brasil). As
células foram mantidas em garrafas plásticas de cultura, contendo meio DMEM,
suplementado com 10% de soro fetal bovino, 100U/mL de penicilina, 100µg/mL de
estreptomicina, 10mM HEPES, pH 7.4, em estufa umidificada, a 37
o
C, com 5% de
46
CO
2
. Antes da realização de todos os experimentos, o número de células viáveis foi
avaliado pelo método de Azul de Trypan (FRESHNEY, 1987), e a contagem
realizada em câmara de Neubauer.
4.3.1 Tratamento das células
Os compostos foram dissolvidos em uma solução de DMSO 10mM e
armazenados em ambiente com temperatura de 4°C a 8°C. Essas soluções estoque
foram diluídas em meio de cultura para atingir as concentrações de 10µM a 200µM
nos experimentos. As células B16-F10 e as células Vero foram incubadas em placas
de 12, 24 ou 96 poços, dependendo do procedimento experimental, mantidas por um
período de 3horas em estufa úmida, a 37
o
C, com 5% de CO
2
, antes do tratamento
com os compostos, para que pudessem aderir à placa, exceto no experimento para
verificação da adesão celular. Após a adição dos compostos, as células
permaneceram no ambiente acima citado por um período de 6 a 72 horas, conforme
o experimento.
Foram utilizados controles de células sem tratamento e com tratamento de
DMSO, diluído em meio de cultura, na mesma proporção utilizada para dissolver os
compostos.
4.4 Ensaio de viabilidade celular (teste do MTT)
A viabilidade celular foi analisada pelo método do MTT (brometo de dimetiazol
difeniltetrazólio) (VAN DE LOOSDRECHT et al., 1991). O MTT é um sal de tetrazólio
de cor amarela, que é reduzido a formazan de cor azulada, pela atividade oxidativa
das células, funcionando, pois, como um indicador da função mitocondrial e, por
conseguinte, da viabilidade celular. As células B16-F10, 1 x 10
5
, e células Vero, 1 x
10
5
, foram incubadas por 24 horas, em triplicata, com os compostos, em placas de
96 poços; 2 x 10
4
células B16-F10 foram incubadas por 48 horas e 1 x 10
4
células
B16-F10, por 72 horas. Depois de decorrido o tempo de incubação, o meio de
cultura foi retirado e acrescentado um novo meio e, então, o MTT (0,25µg/µL) foi
adicionado, seguido de incubação por 3 horas, a 37°C. O meio de cultura foi
47
retirado, o precipitado formazan foi dissolvido com uma solução ácida de isopropanol
(isopropanol com HCL 0,04 N) e a absorbância foi medida a 540nm, com o uso de
um leitor de microplacas (Organon Teknika, Belgium). A densidade óptica, obtida do
grupo controle, células sem tratamento, foi considerada como 100% de células
viáveis.
4.5 Análise de apoptose pelo método de fragmentação nuclear
O isolamento de fragmentos apoptóticos do DNA foi realizado seguindo o
método de HAN (1997). As células, 5 x 10
5
,
foram incubadas com os compostos, em
placas de 24 poços, na concentração de 100µM, mantidas por 24 horas, a 37°C,
com 5% de CO
2,
em estufa umidificada. As células foram lavadas duas vezes com
PBS gelado. Posteriormente, foram lisadas com tampão de lise (10mM EDTA, 50mM
Tris-HCl pH 8.0; 0,25% NP-40, 0,5 mg/mL proteinase K) a 50
o
C, por 2 horas. O DNA
foi precipitado com 2,5 vol. de etanol-NaCl overnight, a 25°C. As amostras foram,
então, centrifugadas a 12.000g, por 30 minutos. O pellet foi lavado duas vezes com
etanol a 70%, gelado, secado à temperatura ambiente, dissolvido em tampão (10mM
Tris-HCl pH 8.0; 0,1mM EDTA), contendo 0,6 g/mL de RNase A e incubado a 37
o
C,
por 1 hora.
A concentração do DNA extraído de cada amostra foi determinada
espectrofotometricamente (SAMBROOK & RUSSELL, 2001). As amostras foram
diluídas a 1:100 em água destilada; a absorbância foi medida em 260nm; a
concentração de DNA foi calculada pela equação: Concentração DNA (mg/mL) =
(Abs/ε) x diluição. O coeficiente de extinção (ε) foi considerado igual a 20. As bases
nitrogenadas da dupla fita de DNA apresentam uma absorção máxima no
comprimento de onda de 260nm. Neste comprimento de onda, o coeficiente de
extinção igual a 20 indica que o DNA, em uma concentração de 1mg/mL, terá uma
absorbância (A
260nm
) igual a 20. A relação entre a concentração do DNA e a
absorbância (A
260nm
)
é linear até o valor de 2,0.
A fragmentação do DNA foi analisada por eletroforese, em gel de agarose a
1%, e corado com 1µL de brometo de etídio (1g/100mL). A corrida foi realizada a
200V, por 10 minutos, em tampão TAE (Tris - ácido acético – EDTA). Foram
aplicados 2µg de DNA de cada amostra. Os géis foram fotografados sob iluminação
48
ultravioleta de 320nm (Hoefer-MacroVue UV-20), utilizando-se um sistema de
fotodocumentação de géis (Doc-Print®).
4.6 Determinação da curva dependente de concentração
Para determinar a curva dependente de concentração, 1 x 10
5
células foram
incubadas, por 24 horas, com os compostos em concentrações crescentes (0, 25,
50, 100, 150 e 200µM); para a curva de 48 horas, foram incubadas 2 x 10
4
células
com os compostos em concentrações crescentes (0, 10, 20, 30 e 50µM); para a
curva de 72 horas, foram incubadas 1 x 10
4
células com os compostos em
concentrações crescentes (0; 2,5; 5; 10; 20µM). Todas as incubações foram feitas
em estufa umidificada, a 37
o
C, com 5% CO
2,
seguido do ensaio do MTT.
A IC
50
, concentração que inibe 50% do crescimento celular, foi calculada em
24, 48 e 72 horas, através das curvas dependentes de concentração, por regressão
linear.
4.7 Determinação da citotoxicidade das hidroxichalconas associadas aos
antioxidantes SOD e TROLOX®
Um elevado ou moderado nível de espécies reativas é potencialmente
citotóxico para a célula, bloqueando sua proliferação, por induzir a morte por
apoptose e até por necrose (DREHER & JUNOD, 1996).
Neste experimento, verificou-se a possível citotoxicidade dos compostos pela
produção de espécies reativas de oxigênio. Para tal, utilizaram-se agentes
antioxidantes como a superóxido dismutase (SOD) e um análogo hidrossolúvel da
vitamina E (Trolox®). As células, 1 x 10
5
, foram incubadas com os compostos
sintéticos em concentrações crescentes (0, 25, 50, 75, 100 µM) juntamente com
100U/mL da SOD. Além disso, foram incubadas 1 x 10
5
células com os compostos
sintéticos em concentrações crescentes (0, 25, 50, 75, 100 µM) juntamente com
100µM Trolox®. As células tratadas foram mantidas em estufa umidificada, a 37
o
C,
com 5% CO
2,
seguido do ensaio do MTT, após 24 horas.
49
4.8 Avaliação da produção de espécies reativas de oxigênio, através de
microscopia de fluorescência
Este método, proposto por Sauer et al. (2003) consiste em avaliar a presença
de espécies reativas de oxigênio no interior da célula, através da adição de acetato
de diclorofluoresceína (DCFH-DA) à célula. Esse composto é transformado, no
citoplasma, em diclorofluoresceína reduzida (DCFH) pelas esterases que, por sua
vez, na presença de espécies reativas de oxigênio, é oxidada em diclorofluoresceína
(DCF), emitindo fluorescência. As células, 8 x 10
5
, foram tratadas com os
compostos, na concentração de 25µM, em placas de 12 poços, e mantidas por 5
horas, a 37°C, com 5% de CO
2,
em estufa umidificada. Adicionou-se a DCFH-DA
10µM às células, e estas foram mantidas por 30 minutos, a 37ºC, com 5% CO
2,
em
estufa umidificada. As células foram centrifugadas e lavadas cinco vezes com PBS.
Em seguida foram analisadas por microscopia de fluorescência, sob luz azul.
4.9 Determinação da concentração de glutationa total citosólica
A glutationa total citosólica (GSH + GSS) foi quantificada empregando-se o
método da glutationa redutase, proposto por Tietze (1969). Nesse método, os
grupamentos sulfidrilas da GSH interagem com o DTNB, originando a GSTNB (forma
oxidada de GSH) que, na presença da glutationa redutase e de NADPH, é reduzida
novamente em GSH. Concomitantemente à formação de GSTNB e GSH, há a
liberação de ácido 5-tio-2-nitrobenzóico (TNB), um composto de coloração amarela.
Sendo assim, a intensidade de cor produzida pelo TNB é diretamente proporcional à
atividade da glutationa redutase sobre a GSTNB e GSH intracelular. As células, 3 x
10
5
, tratadas com compostos nas concentrações 25, 50, 75, 100µM e não tratadas
(controles) foram incubadas durante 24 horas. Em seguida, foram lavadas três vezes
com PBS, ressuspensas em 100µL de EDTA 1mM e ultra-sonicadas por 10
segundos. Uma quantidade de 20µL de cada homogenato foi transferida para placas
de 96 poços, seguida da adição de 180µL da solução de reação (DTNB 75µM,
NADPH 120µM, glutationa redutase 1U/mL e EDTA 10mM em tampão fosfato
100mM, pH 7.4). A absorbância foi medida após 15 minutos, a 412nm, com um leitor
50
de microplacas (Organon Teknika). Os valores foram expressos em percentuais em
relação ao controle.
4.10 Determinação da concentração de glutationa total mitocondrial
Para determinar a concentração da glutationa mitocondrial, mitocôndrias
foram isoladas por centrifugação em tampão Tris-sacarose (10mM/250mM),
(SCHENKMAN & CINTI, 1978). A glutationa mitocondrial (GSH + GSS) foi
quantificada empregando-se o método da glutationa redutase, proposto por Tietze
(1969). As células, 3 x 10
5
, tratadas com compostos nas concentrações 25, 50, 75,
100µM e não tratadas (controles) foram incubadas durante 24 horas, em placas de
24 poços. Em seguida, foram lavadas três vezes com PBS, ressuspensas em
1000µL de Tampão Tris/Sacarose 10mM/250mM, homogeneizadas, centrifugadas a
1500rpm, ressuspensas em 100µL de EDTA 1mM e ultra-sonicadas por 10
segundos. Um total de 20µL de cada homogenato foi transferido para placas de 96
poços, seguido da adição de 180µL da solução de reação (DTNB 75µM, NADPH
120µM, glutationa redutase 1U/mL e EDTA 10mM em tampão fosfato 100mM, pH
7,4). A absorbância foi medida após 15 minutos, a 412nm, com um leitor de
microplacas (Organon Teknika). Os valores foram expressos em percentuais, em
relação ao controle.
4.11 Determinação da concentração de ATP através do método luciferin –
luciferase
O método luciferin/luciferase é muito utilizado na determinação da
concentração de ATP em amostras biológicas. Foi inicialmente desenvolvido por
Strehler & Totter (1954) e adaptado por Fromme et al. (1987). O primeiro passo da
reação consiste na ativação da enzima luciferase pela ligação no ATP, na presença
de MgCl
2
. O ATP é hidrolisado a AMP, que permanece ligado à luciferin e ao
pirofosfato (PPi). Esse complexo reage subseqüentemente com O
2
, resultando na
emissão de um feixe de luz (hv), na liberação de AMP, CO
2
e oxiluciferin (DELUCA,
1976). A quantidade de luz emitida é naturalmente proporcional à quantidade inicial
51
de ATP existente no meio de reação, o qual foi medido da seguinte forma: em uma
cubeta de plástico, adicionou-se o tampão luciferin/luciferase; em seguida,
adicionou-se, ao tampão, a solução contendo luciferin/luciferase; misturou-se
cuidadosamente; a cubeta foi colocada no luminômetro para a medida do sinal de
fundo, o qual foi medido através de um registrador previamente calibrado; tendo o
sinal de fundo registrado, a amostra foi adicionada e então foi realizada uma
segunda leitura, na qual o sinal da amostra foi adicionado ao sinal de fundo e
registrado; a terceira adição foi a da solução padrão de ATP, com concentração
conhecida, que foi registrada e somada às leituras anteriores; a concentração de
ATP foi calculada com a utilização de um programa de computador não comercial
LUMI (FROMME et al., 1987).
4.12 Análise da inibição de adesão celular pelo método do cristal violeta
A inibição de moléculas de adesão celular pode desestabilizar alguns tumores
potencialmente metastáticos (JOHNSON, 1999). Para avaliar o potencial inibitório
dessas moléculas de adesão, foi utilizado o método colorimétrico proposto por
Amarante-Mendes, 1994. As células B16-F10, 2 x 10
5
, foram incubadas com 25, 50,
75, 100 μM dos compostos, e mantidas por 24 horas, a 37°C, com 5% de CO
2,
em
estufa umidificada. Após esse período, retirou-se o sobrenadante e adicionou-se
200
μL de glutaraldeído 0,2%. A placa com as células aderidas ficou uma noite sob
refrigeração e, após, as mesmas foram lavadas duas vezes com PBS. Adicionou-se
100μL de cristal violeta e manteve-se em estufa a 37°C, por 30 minutos. Em
seguida, lavou-se em água corrente e eluiu-se com 100
μL de metanol. A leitura foi
realizada em 620nm.
4.13 Análise estatística
Os resultados foram expressos como a média
± erro-padrão da média (EPM);
cada experimento foi repetido pelo menos três vezes, em triplicata; para a avaliação
estatística, foi utilizada a análise de variância de uma via (ANOVA), seguida do teste
52
t de Bonferroni; para comparação da viabilidade celular, entre as linhagens B16-F10
e Vero, foi utilizado o teste t Student; um valor de P < 0,05 foi considerado
estatisticamente significativo.
4.14 Desenho experimental
Neste trabalho, foram estudados os efeitos citotóxicos das chalconas
derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído, da 2,4,6 trimetoxiacetofenona e das
hidroxichalconas, por meio do ensaio de viabilidade celular (teste do MTT). Os
compostos que apresentaram citotoxicidade estatisticamente significativa foram
avaliados quanto à toxicidade em células não-tumorais (linhagem Vero) e quanto à
forma de morte celular, pela técnica de fragmentação nuclear. Os compostos que
não foram significativamente tóxicos para as células Vero e induziram a morte
celular por apoptose das células de melanoma, foram avaliados quanto à atividade
dependente de concentração e quanto à produção de espécies reativas de oxigênio,
através da inibição desses compostos associados a antioxidantes e através da
microscopia de fluorescência. Foram avaliados quanto à possibilidade da indução de
depleção de glutationa total citosólica e glutationa total mitocondrial, de possível
depleção de ATP intracelular e da possibilidade da inibição de moléculas de adesão
celular (Figura 7).
53
Figura 7: Desenho experimental
Chalconas
Efeito em células de melanoma B16-F10
Citotóxicas para
células B16-F10
Não Citotóxicas *
(
* foram desconside
r
adas
)
Avaliação da morte celular
(fragmentação do DNA)
Necrose
Apoptose
Análise
Efeito na adesão celular
Produção de EROs
(
SOD/TROLOX
®
e fluorescência
)
Concentração de GSH total citosólica
Atividade dependente de
concentração (IC
50
)
Concentração de GSH total mitocondrial
Tóxicas para células VERO
Concentração de ATP
5.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
55
5.1 Síntese das chalconas
5.1.1 Chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído
O
O
H
O
O
O
O
1
2
3
4
5
6
1'
2'
3'
4'
5'
6'
R
2 R: H
3 R: 4'-Br
4 R: 4'-NO
2
5 R: 2',5'-OCH
3
6 R: 2'-OH
7 R: 3'-OCH
3
-4'-OH*
8 R: 4'-OCH
3
9 R: 3',4'-OCH
3
10 R: 3'-NO
2
*
11 R: 3',4',5'-OCH
3
1
A
B
O
CH
3
R
a
Figura 08: Reação da síntese das chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído.
(*novos compostos).
5.1.2 Chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona
OH
H
3
CO OCH
3
CH
3
O OCH
3
H
3
CO OCH
3
CH
3
O OCH
3
H
3
CO OCH
3
O
R
xantoxilina
2,4,6-trimetoxiacetofenona
AB
OCH
3
H
3
CO OCH
3
O
OCH
3
H
3
CO OCH
3
O
1 R: 3-NO
2
2 R: 3,4-Cl
2
*
3 R: 3,4-OCH
2
O-
4 R: 4-OCH
3
5 R: 2,6-Cl
2
7 R: 4-O(CH
2
)
3
CH
3
*
9 R: 2-Cl *
10 R: 2-NO
2
*
11 R: 4-NO
2
12 R: 4-N(CH
3
)
2
13 R: 4-Cl
35 R: 3-Cl *
8
6
a
b
cd
Figura 09: Reação da síntese das chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona.
(*novos compostos).
56
5.1.3 Chalconas hidroxiladas
CH
3
O
H
O
R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
anel B
OR
1
R
2
R
3
R
4
R
5
anel B
a
anel B =
1 R
1
, R
3
,R
4
,R
5
=H; R
2
=OH
3 R
2
, R
3
,R
4
,R
5
=H; R
1
=OH
*6 R
1
=OH; R
2
,R
4
=H; R
3
,R
5
=OCH
3
anel B =
4 R
1
=OH; R
2
,R
3
,R
4
,R
5
=H
*5 R
1
,R
4
,R
5
=H; R
2
=OCH
3
; R
3
=OH
CH
3
O
H
O
OH
R
1
O
H
O
OOH
R
1
O
H
O
a
R
2
R
3
R
4
H
R
5
R
2
R
3
R
4
H
R
5
CH
3
CH
3
CH
3
CH
3
2 R
1
,R
2
,R
4,
R
5
=H; R
3
=NO
2
7 R
1
,R
2
,R
4,
R
5
=H; R
3
=Cl
*8 R
1
=Br; R
2
,R
5
=OCH
3
; R
3
,R
4
=H
*9 R
1
=Br; R
2
,R
3
,R
5
=H; R
4
=O(n)But
*10 R
1
=Br; R
2
,R
3
,R
5
=H; R
4
=NO
2
11 R
1
=Br; R
3
,R
4
,R
5
=H; R
2
=Cl
12 R
1
=Br; R
2
,R
3
,R
5
=H; R
4
=OCH
3
*13 R
1
=Br; R
3
,R
4
,R
5
=H; R
2
=COOH
Figura 10: Reação da síntese das hidroxichalconas.
(*novos compostos).
5.2 Citotoxicidade das chalconas em células tumorais, células não-tumorais e
análise do DNA
Apesar de recentes avanços no conhecimento dos processos biológicos
responsáveis pelo surgimento do câncer, ainda não se conhecem os mecanismos de
citotoxicidade contra várias linhagens celulares tumorais humanas. Considerando o
potencial citotóxico de muitos produtos naturais, a síntese de compostos baseados
no núcleo básico chalcona pode ser uma estratégia promissora no desenvolvimento
de fármacos antitumorais.
57
Em busca de novas chalconas com atividade citotóxica para células de
melanoma B16-F10, realizou-se uma triagem com as chalconas derivadas do 3,4-
metilenodioxibenzaldeído e da 2,4,6-trimetoxiacetofenona e com as chalconas
hidroxiladas (hidroxichalconas), na concentração de 100µM (Figuras 11, 14, 17). Em
cada experimento efetuou-se um controle apenas com o DMSO, nas mesmas
concentrações utilizadas para dissolver os compostos. Esses resultados não foram
significativamente diferentes do controle das células sem tratamento (dados não
mostrados). Dessa forma, está representado nos gráficos apenas o controle das
células (sem tratamento).
01234567891011
0
25
50
75
100
***
***
***
**
*
***
***
Chalconas (100μM)
Células vivas %
Figura 11: Efeito citotóxico das chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído em
células B16-F10. As células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as chalconas, por 24h, e a viabilidade
celular foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem
tratamento) foi considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ±
E.P.M. (n=3). Um valor de *P<0,05, **P<0,01 e ***P<0,001 foi considerado estatisticamente
significativo quando comparado com o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Dentre as chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído, as que
apresentaram efeito citotóxico relevante foram as de número 1, 2 e 7, diminuindo a
viabilidade celular em 52 ± 0,03%; 78 ± 2,4% e 57 ± 6,2%, respectivamente, pelo
58
teste do MTT. As chalconas 3, 5, 6 e 11 reduziram a viabilidade celular em 41 ±
2,1%; 40 ± 3,9%; 22 ± 6,4 e 26 ± 6,2, e os resultados, quando comparados ao
controle, também foram considerados estatisticamente significativos. As chalconas
4, 8, 9 e 10 não apresentaram efeito citotóxico significativo (Figura 11).
0127
0
25
50
75
100
**
***
***
Chalconas (100μM)
Células vivas %
Figura 12: Efeito citotóxico das chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído em
células VERO (não-tumorais). As células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as chalconas, por 24h, e a
viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células
sem tratamento) foi considerada como 100% de viabilidade celular. Os ensaios foram realizados em
triplicata e cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um valor de **P<0,01 e ***P<0,001 foi
considerado estatisticamente significativo quando comparado com o controle, usando ANOVA,
seguido de teste t de Bonferroni.
Tabela 1: Comparação da viabilidade das células B16-F10 e das células Vero
tradadas com chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído.
Chalconas
(3,4-metilenodioxibenzaldeído)
B16-F10
(% viabilidade celular)
Vero
(% viabilidade celular)
valor p
1
48 ± 0,03 67 ± 5,8 Ns
2
22 ± 2,4 46 ± 5,7 = 0,008
7
43 ± 6,2 52 ± 0,9 Ns
* O valor de P foi determinado usando o Student t test. Valores não significativos = ns.
59
Motivados pela atividade citotóxica das chalconas 1, 2 e 7 nas células B16-
F10, estes compostos foram selecionados para darmos continuidade à pesquisa.
Considerando que um fármaco antineoplásico deve ter como alvo principal a
célula tumoral, devendo proporcionar pouca ou nenhuma toxicidade às células
normais, testamos a ação das chalconas escolhidas em células não-tumorais Vero,
que consiste na linhagem celular estável de rim de macaco, recomendada para a
investigação de compostos químicos tóxicos
in vitro (LABRADOR et al., 2007). Os
compostos 1, 2 e 7 reduziram a viabilidade das células Vero em 33 ± 5,8%; 54 ±
5,7% e 48 ± 0,9%, respectivamente (Figura 12). Comparando a toxicidade desses
compostos, pode-se perceber que os mesmos foram menos tóxicos para as células
Vero do que para as células de melanoma B16-F10 (Tabela 1).
Além da menor toxicidade para as células não-tumorais, são desejáveis
fármacos antitumorais capazes de inibir a proliferação e induzir a morte celular por
apoptose (JUN
et al., 2007). O processo apoptótico envolve a participação ativa das
células afetadas na cascata de autodestruição, que culmina em desintegração
nuclear, degradação do DNA e formação de “corpos apoptóticos”, os quais são
rapidamente retirados do tecido por macrófagos (WYLLIE
et al., 1980; WYLLIE,
1985; ARENDS
et al., 1990). A apoptose acontece sem causar reação inflamatória,
ao contrário da necrose que ocorre geralmente em resposta à injúria severa às
células, sendo esta caracterizada morfologicamente por inchaço citoplasmático e
mitocondrial, pela ruptura da membrana plasmática e por liberação do conteúdo
extracelular. Conseqüentemente, ocorre a geração de uma resposta inflamatória,
que pode causar lesão e até morte de células vizinhas. Nessas condições, células,
em quantidade significativa, são prejudicadas ao mesmo tempo.
Devido ao desencadeamento do processo inflamatório, há alterações
irreversíveis no tecido e/ou órgão afetado (CURTIN
et al., 2002).
A fim de saber se esses compostos causavam apoptose ou necrose, foi
realizada uma eletroforese em gel de agarose, em que se verificou que as chalconas
1, 2 e 7, na concentração de 100µM, não fragmentaram o DNA das células B16-F10.
Isso indica que a morte celular foi induzida por necrose (Figura 13).
60
Figura 13: Necrose induzida por chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído em
células B16-F10. As células, 5 x 10
5
, foram incubadas com os compostos 1, 2 e 7, por 24h, na
concentração de 100µM, representados na figura com os respectivos números e por C - controle,
(células sem tratamento). Os extratos nucleares foram obtidos e o DNA foi analisado por eletroforese
em gel de agarose 1%, corado pelo brometo de etídio, como descrito nos materiais e métodos.
012345678910111213
0
25
50
75
100
***
***
***
**
***
Chalconas (100μM)
Células vivas %
Figura 14: Efeito citotóxico das chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona em células
B16-F10. As células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as chalconas, por 24h, e a viabilidade celular foi
avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um
valor de **P<0,01 e ***P<0,001 foi considerado estatisticamente significativo quando comparado com
o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
C 7 1 2
61
Com a intenção de se encontrar um composto com maior potencial
antitumoral do que os anteriormente testados, e ao mesmo tempo menos citotóxico
para as células normais, procurou-se investigar outras chalconas que atendessem a
esses requisitos. Foi investigado o grupo de chalconas derivadas da 2,4,6-
trimetoxiacetofenona. Dentre estas, algumas chalconas apresentaram pronunciado
efeito citotóxico. As chalconas de número 1, 2 e 9 diminuíram a viabilidade celular
em 82 ± 3,8%; 90 ± 2,5% e 75 ± 1,9%, respectivamente. A chalcona 6 e a 13
apresentaram uma menor citotoxicidade do que as chalconas anteriormente citadas:
27 ± 4,7% e 36 ± 5,7%, respectivamente. Portanto, também foram consideradas
significativamente citotóxicas, ao passo que as chalconas 3, 4, 5, 7, 8, 10, 11 e 12
não apresentam efeito citotóxico relevante (Figura 14).
Considerando a atividade citotóxica dos compostos 1, 2 e 9, estes foram
escolhidos para analisar o possível dano ao DNA que viessem causar, através de
eletroforese em gel de agarose. Verificou-se que tais compostos fragmentaram o
DNA das células B16-F10, através do aparecimento de bandas características, que
confirmaram a morte celular por apoptose (Figura 15).
C12
9
C12
9
Figura 15: Fragmentação do DNA induzida por chalconas derivadas da 2,4,6-
trimetoxiacetofenona em células B16-F10. As células, 5 x 10
5
,foram incubadas com os compostos
1, 2, e 9, por 24h, na concentração de 100µM, sendo representados na figura pelos respectivos
números e por C - controle (células sem tratamento). Os extratos nucleares foram obtidos e a
fragmentação do DNA foi analisada por eletroforese em gel de agarose 1,0%, corado pelo brometo de
etídio, como descrito nos materiais e métodos.
62
0129
0
25
50
75
100
***
***
***
Chalconas (100μM)
Células vivas %
Figura 16: Efeito citotóxico das chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona em células
VERO (não tumorais). As células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as chalconas, por 24h, e a
viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células
sem tratamento) foi considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ±
E.P.M. (n=3). Um valor de
***
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando
comparado com o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Tabela 2: Comparação da viabilidade das células B16-F10 e células VERO
tratadas com chalconas derivadas da 2,4,6 trimetoxiacetofenona.
Chalconas
(2,4,6 trimetoxiaceofenona)
B16-F10
(% viabilidade celular)
Vero
(% viabilidade celular)
valor p
1
18 ± 3,8 28 ± 4,6 Ns
2
10 ± 2,5 22 ± 3,1 Ns
9
25 ± 1,9 36 ± 4,1 Ns
* O valor de P foi determinado usando o Student t test. Valores não significativos = ns.
Com o objetivo de verificar a ação dos compostos estudados em células não
tumorais, testamos as chalconas derivadas 2,4,6-trimetoxiacetofenona em células
Vero. Na figura 16 é possível observar a toxicidade dos compostos 1, 2 e 9 sobre as
células Vero. A porcentagem de morte celular foi de 72 ± 4,6 %; 78 ± 3,1 e 64 ±
4,1%, respectivamente, se comparada ao controle (100% de células viáveis).
63
Comparando a viabildade celular das B16-F10 e das células Vero tratadas com as
chalconas 1, 2 e 9, é possível verificar que a diferença não é significativa (Tabela 2).
Como a maioria dos fármacos disponíveis atualmente para o tratamento do
câncer é tóxica para células normais, e considerando também a toxicidade
demonstrada pelas chalconas 1, 2 e 9 para células não-tumorais, conclui-se que
estes compostos apontam para a inviabilidade da continuidade das pesquisas com
os mesmos.
012345678910111213
0
25
50
75
100
***
***
***
**
***
***
***
**
*
Hidroxichalcona (100μM)
Células vivas %
Figura 17: Efeito citotóxico das hidroxichalconas em células B16-F10. As células, 1 x 10
5
, foram
incubadas com as hidroxichalconas, por 24h, e a viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT.
A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi considerada como 100% de
viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um valor de *P<0,05, **P<0,01 e
***P<0,001 foi considerado estatisticamente significativo quando comparado com o controle, usando
ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Na busca por compostos mais efetivos e menos citotóxicos para as células
não-tumorais, as hidroxichalconas foram testadas em células B16-F10 e em células
Vero. As hidroxichalconas que apresentaram maiores efeitos citotóxicos, nas células
B16-F10, foram as de número 1, 3 e 13, reduzindo a viabilidade celular em 98 ±
0,7%, 75 ± 1,5% e 50 ± 1,9%, respectivamente. As hidroxichalconas 5, 6, 7, 8, 11 e
12 reduziram a viabilidade celular em 16 ± 1,7%; 19 ± 2,6%; 25 ± 4,2%; 18 ± 1,5; 15
64
± 2% e 13 ± 0,13, respectivamente (Figura 17). As demais hidroxichalconas
apresentaram baixa ou nenhuma atividade citotóxica para essa linhagem celular.
Sabzevari
et al. (2004) observaram a importância da presença do grupo
hidroxila no anel-A e/ou no anel B das chalconas para a citotoxicidade destas e
descreveram que uma maior quantidade de hidroxilas no anel-A tende a diminuir o
efeito citotóxico destes compostos. As hidroxichalconas testadas nos experimentos
realizados apresentam uma hidroxila no anel-A, característica que indica ser
responsável pela maior citotoxicidade das hidroxichalconas 1, 3 e 13. Dimmock
et al.
(1999) também descreveram que a introdução de grupos hidroxilas na estrutura das
chalconas aumenta o efeito citotóxico. Porém, esta atividade pode ser regulada pela
configuração da molécula, como pode ser observado nos anéis A e B das
hidroxichalconas 4 e 5. O mesmo fato é observado com a chalcona 6, quando a
presença do grupo metóxi, na posição 5, pode mudar a conformação da molécula.
Isso também pode explicar a falta de significativa atividade das chalconas
hidroxiladas 2, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 (Figura17).
01313
0
25
50
75
100
***
***
***
Hidroxichalcona (100 μM)
lulas vivas %
Figura 18: Efeito citotóxico das hidroxichalconas em células VERO (não tumorais). As células,
1 x 10
5
, foram incubadas com as hidroxichalconas, por 24h, e a viabilidade celular foi avaliada pelo
método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi considerada
como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um valor de ***P <
0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado com o controle, usando
ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
65
Na figura 18, é possível observar a toxicidade das hidroxichalconas 1, 3, e 13
sobre as células Vero. A porcentagem de morte celular foi de 82 ± 2,5%; 39 ± 1,8% e
30 ± 1,0%, respectivamente, comparada com o grupo controle (100% de células
viáveis). A viabilidade das células Vero foi significativamente maior que a das células
de melanoma, mostrando que a morte das células tumorais, induzida pelas
hidroxichalconas, foi mais evidente (Tabela 3), e o valor de P foi extremamente
significativo.
Tabela 3: Comparação da viabilidade das células B16-F10 e das células VERO
tratadas com hidroxichalconas.
Hidroxichalconas B16-F10
(% viabilidade celular)
Vero
(% viabilidade celular)
valor p
1
2 ± 0,7 18 ± 2,5 < 0.0003
3
25 ± 1,5 61 ± 1,8 < 0.0001
13
50 ± 1,9 70 ± 1,0 < 0.0001
O valor de P foi determinado usando o Student t test.
C1 313C1 313C1 313
Figura 19: Fragmentação do DNA induzida por hidroxichalconas em células B16-F10. As
células, 5 x 10
5
, foram incubadas com os compostos 1, 3 e 13, por 24h, nas respectivas IC
50
de 57µM,
63µM e 123µM, sendo representados na figura pelos respectivos números e por C - controle (células
sem tratamento). Os extratos nucleares foram obtidos e a fragmentação do DNA foi analisada por
eletroforese em gel de agarose 1,0%, corado pelo brometo de etídio, como descrito nos materiais e
métodos.
66
Devido à atividade citotóxica das hidroxichalconas 1, 3 e 13, nas células B16-
F10, e a menor toxicidade nas células não tumorais, prosseguimos com a análise do
DNA, através da eletroforese em gel de agarose. Verificamos que as
hidroxichalconas 1 e 3 causaram fragmentação do DNA das células B16-F10, com o
surgimento de bandas características da morte celular por apoptose, enquanto que a
hidroxichalcona 13 não fragmentou o DNA, o que caracteriza a morte celular por
necrose (Figura 19). A principal característica da apoptose é a fragmentação do
DNA por DNases que atacam as regiões de ligação da dupla fita de DNA, ocorrendo
a clivagem internucleossomal e a conseqüente formação de fragmentos de 180-200
pares de base (WYLLIE, 1980).
Apoptose ou morte celular programada é um mecanismo que controla a
proliferação celular (GHOBRIAL
et al., 2005). Estudos citam as chalconas
hidroxiladas como indutoras de apoptose em várias linhagens celulares.
Kobori et al.
(1999) descreveram a morte celular por apoptose de células de melanoma murino
B16-4A5 e de leucemia humana HL-60, induzidas pela 2’,4’,6,’,4-
tetrahidroxidihidrochalcona (floretina). Iwashita
et al. (2000) demostraram que a
isoliquiritigenina (2’,4’,4-trihidroxichalcona) e a buteina (2’,4’,3,4-
tetrahidroxichalcona) inibiram, de forma evidente, a proliferação celular e induziram
células de melanoma B16-4A5 à apoptose. A indução da apoptose em células
tumorais metastáticas, como o melanoma, é considerada uma das promissoras
estratégias preventivas ou quimioterapêuticas (JUN
et al., 2007). Entretanto, a
maioria dos trabalhos é focada em alvos específicos, não mostrando se a toxicidade
ocorreu através de apoptose.
O desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de tumores
malignos, como o melanoma, pode ser baseado na capacidade inibitória da
proliferação celular desses compostos, bem como na capacidade de induzirem
células à apoptose, pois a habilidade da célula maligna em evitar esta forma de
morte celular é uma marca característica do câncer, e a resistência à apoptose
constitui um importante problema clínico (HANAHAN & WEINBERG, 2000).
67
5.3 Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração
Foi analisada a influência de diferentes concentrações das hidroxichalconas
para a citotoxicidade do melanoma B16-F10, nos tempos de 24, 48 e 72 horas de
incubação.
0 25 50 100 150 200
0
25
50
75
100
1
3
13
##
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
Figura 20: Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em células B16-F10,
em 24h. Células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as chalconas (0-200µM). A viabilidade celular foi
avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um
valor de
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado com o controle,
usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
As chalconas 1, 3 e 13 causaram morte celular de maneira dependente de
concentração. Os valores da IC
50
desses compostos, em 24 horas, foram 57µM,
63µM e 123µM, respectivamente (Figura 20). Em 48 horas foram utilizadas menores
concentrações das hidroxichalconas, pois o tempo de exposição a esses compostos
foi maior.
68
0 10 20 30 50
0
25
50
75
100
1
3
13
*
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalconas (μM)
Células vivas %
Figura 21: Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em células B16-F10,
em 48h. Células, 2 x 10
4
, foram incubadas com as chalconas (0-50µM). A viabilidade celular foi
avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um
valor de *P < 0,05 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado com
o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Tabela 4: Valores de IC
50
das hidroxichalconas 1, 3 e 13 em 24, 48 e 72 horas
de incubação, nas células de melanoma B16-F10.
Hidroxichalconas
IC
50
(μM)
24h
IC
50
(μM)
48h
IC
50
(μM)
72h
1
57 30 12
3
63 28 17
13
123 50 30
Os valores das IC
50
, das hidroxichalconas 1, 3 e 13, em 48 horas, foram
30µM, 28µM e 50µM, respectivamente, diminuindo aproximadamente para a metade
os valores das IC
50
obtidos em 24 horas (Figura 21). Em 72 horas de incubação, a
atividade das hidroxichalconas dependente de concentração foi analisada, e os
valores da IC
50
das hidroxichalconas 1, 3 e 13 foram 12µM, 17µM e 30µM,
respectivamente (Figura 22). Como observado na tabela 4, os valores das IC
50
em
24, 48 e 72 horas diminuíram de acordo com o tempo de incubação.
69
0 2,5 5 10 20 40
0
25
50
75
100
1
3
13
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
**
Hidroxichalconas (μM)
Células vivas %
Figura 22: Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em células B16-F10,
em 72h. Células, 1 x 10
4
, foram incubadas com as chalconas (0-40µM). A viabilidade celular foi
avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um
valor de **P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando comparado
com o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
5.4 Citotoxicidade das hidroxichalconas na presença de antioxidantes
Antes de associar a enzima SOD (superóxido dismutase) e o Trolox® (forma
hidrossolúvel análoga a vitamina E) aos compostos, no tratamento das células B16-
F10, estes antioxidantes foram testados em diversas concentrações, a fim de
mostrar qual concentração não seria citotóxica para a B16-F10: 100, 500 e 1000
U/mL, de SOD; 25, 50, 100, 150 e 200µM, de Trolox®. A SOD, na concentração de
100U/mL, e o Trolox®, na concentração de 100µM, mostraram não alterar a
viabilidade celular pelo teste do MTT (Figura 23 – A e 24 - A). Portanto, esses
antioxidantes, nessas concentrações, foram associados às hidroxichalconas 1, 3 e
13 para a verificação da suposta atividade pró-oxidante das mesmas (Figuras 23 –
B, C e D e 24 – B, C e D).
70
0 100 500 1000
0
25
50
75
100
SOD
#
#
SOD (U/mL)
Células vivas %
A
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1 + SOD
1
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
B
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
3 + SOD
3
#
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
C
0 75 100 125 150
0
25
50
75
100
13 + SOD
13
#
#
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
D
Figura 23: A – Atividade da SOD dependente de concentração em células B16-F10. Células, 1 x
10
5
, foram incubadas com a SOD (100, 500, 1000 u/mL) por 24h. B, C e D – Atividade das
hidroxichalconas 1, 3 e 13 dependente de concentração, associadas à SOD (100U/mL) em
células B16-F10. Células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as hidroxichalconas 1 e 3 (0-100µM); 13
(0-150µM) por 24h. A viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do
grupo controle (0, células sem tratamento) foi considerada como 100% de viabilidade celular. Cada
ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um valor de
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente
significativo, quando comparado com o controle, usando ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
As hidroxichalconas 1 e 3, quando associadas à SOD, foram menos
citotóxicas para as células B16-F10 do que quando utilizadas sozinhas, pois a morte
celular diminuiu significativamente. As concentrações dessas hidroxichalconas para
71
matar 50% das células de melanoma (IC
50
), em 24 horas, foram de 57µM e de
63µM. Após a associação com a SOD, a IC
50
aumentou para 68µM e 68,5µM,
respectivamente, enquanto que a morte celular induzida pela hidroxichalcona 13 não
foi afetada pela adição de SOD ao experimento, pois não alterou significativamente
a IC
50
desse composto (Tabela 5).
Tabela 5: Comparação das IC
50
(hidroxichalconas e hidroxichalconas + SOD)
em células B16-F10
Hidroxichalconas Hidroxichalconas
(IC
50
) µM
+ SOD
(IC
50
) µM
valor p
1
57 68 < 0.0001
3
53 68.5 =0.0014
13
123 125 ns
O valor de P foi determinado usando o Student t test. Valores não significativos = ns.
Tais resultados podem sugerir a formação de espécies reativas de oxigênio
(EROs), mais especificamente radicais superóxido (O
2
), como conseqüência do
tratamento das células B16-F10 com os compostos 1 e 3. Provavelmente, a
associação da SOD aos compostos foi o fator determinante na diminuição da
geração de EROs e, conseqüentemente, da citotoxicidade. Vários compostos
naturais podem induzir a morte celular por apoptose, em células tumorais, por
aumentar a produção de EROs mitocondriais, seguida pela formação de poros na
mitocôndria, tornando-a permeável, ocasionando a liberação de citocromo c (LEE
et
al., 2001). Li et al. (2003) relacionaram a produção mitocondrial de EROs à liberação
de citocromo c e à ativação da caspase-3, pela linhagem de leucemia promielocítica
humana HL-60, com a morte celular por apoptose, após o tratamento dessas células
com o composto rotenona.
72
0 25 50 100 150 200
0
25
50
75
100
TROLOX
A
Trolox (μM)
Células vivas %
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1 + Trolox
1
*
#
#
#
#
#
B
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
3 + Trolox
3
#
#
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
C
0 75 100 125 150
0
25
50
75
100
13 + Trolox
13
**
#
#
#
#
#
#
#
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
D
Figura 24: A – Atividade do TROLOX® dependente de concentração em células B16-F10.
Células, 1 x 10
5
, foram incubadas com TROLOX® (0-200µM) por 24h. B, C e D – Atividade das
hidroxichalconas 1, 3 e 13 depende de concentração, associadas ao TROLOX® (100µM) em
células B16-F10. Células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as hidroxichalconas 1 e 3 (0-100µM); 13
(0-150µM) por 24h. A viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do
grupo controle (0, células sem tratamento) foi considerada como 100% de viabilidade celular. Cada
ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um valor de *P < 0,05, **P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi
considerado estatisticamente significativo, quando comparado com o controle, usando ANOVA,
seguido de teste t de Bonferroni.
O análogo hidrossolúvel da vitamina E (Trolox®), quando associado à
hidroxichalcona 1 e à hidroxichalcona 13, também reduziu a citotoxicidade desses
compostos e aumentou significativamente a IC
50,
de 57µM para 68µM e de 123µM
para uma concentração maior que 150µM, respectivamente, enquanto que a
73
hidroxichalcona 3, associada ao Trolox®, não foi significativamente menos citotóxica
(Tabela 6).
Tabela 6: Comparação das IC
50
(hidroxichalconas e hidroxichalconas +
TROLOX®), em células B16-F10
Hidroxichalconas Hidroxichalconas
(IC
50
) µM
+ Trolox
(IC
50
) µM
valor p
1
57 83 < 0.0001
3
63 64.5 ns
13
123 >150 < 0.0001
* O valor de P foi determinado usando o Student t test. Valores não significativos = ns.
A vitamina E inibe a peroxidação lipídica através do seqüestro de radicais
peroxil lipídicos (LO
2
); adicionalmente reage com o radical hidroxil (
OH), com o
radical peroxil (RO
2
), com o radical superóxido (O
2
); provavelmente, reage com o
radical hidroperoxil (HO
2
) (HALLIWEL, 2000); tem um efeito protetor no organismo,
resultado da inibição dos radicais livres, e reduz também a citotoxicidade de alguns
agentes antitumorais (GREENBERG
et al., 1994; SYLVESTER, 2007). Através dos
resultados mostrados até aqui, podemos inferir que a associação da SOD ou do
Trolox®, com as hidroxichalconas, diminuiu a toxicidade para as células de
melanoma B16-F10, evidenciando a característica pró-oxidante destas moléculas.
5.5 Produção de espécies reativas de oxigênio pelas hidroxichalconas
Níveis elevados ou moderados de espécies reativas de oxigênio (EROs) são
potencialmente citotóxicos e bloqueiam a proliferação celular, por induzirem a morte
por apoptose e até por necrose (DREHER & JUNOD, 1996).
74
Figura 25: Avaliação da produção de espécies reativas de oxigênio pelas hidroxichalconas 1, 3
e 13, por microscopia de fluorescência. As células B16-F10, 8 X 10
5
, foram incubadas com as
hidroxichalconas (25µM), por 5h, posteriormente foram tratadas com (DCF-DA). C - A, células sem
tratamento (microscopia óptica); C - B, células sem tratamento (microscopia de fluorescência);
A - (1, 3 e 13) controle (células incubadas com DCF-DA); B - (1, 3 e 13) células tratadas com os
compostos e com DCF-DA).
C - A C - B
13 - A 13 - B
1 - A 1 - B
3-A 3 - B
75
A produção intracelular de EROs pelas hidroxichalconas 1, 3 e 13 também foi
avaliada pelo método da acetato diclorofluoresceína (DCFH-DA), que é
transformada, no citoplasma, em diclorofluoreceína reduzida (DCFH). Na presença
de espécies reativas de oxigênio, é oxidada à diclorofluoresceína (DCF), que emite
fluorescência. Neste experimento não quantitativo, as EROs foram observadas mais
intensamente nas células tratadas com as hidroxichalconas 1 e 3, apresentando-se
fluorescentes. Nas células tratadas com a hidroxichalcona 13, também foram
evidenciadas espécies reativas intracelularmente, comparadas ao controle (Figura
25). Esses resultados condizem com os experimentos anteriores, onde todas as
hidroxichalconas parecem ter algum potencial pró-oxidante.
5.6 Concentração de glutationa total citosólica
A glutationa (GSH) é o mais abundante antioxidante celular dos mamíferos.
Trata-se de um nucleófilo celular que tem como função reagir com eletrófilos
gerados em conseqüência do processo metabólico, que envolve compostos
endógenos e xenobióticos (LASH, 2006).
As células tumorais tendem a exibir altos níveis de GSH intracelular,
possivelmente como uma resposta adaptativa ao seu metabolismo acelerado e aos
seus elevados níveis de espécies reativas de oxigênio (BATIST
et al., 1996). Por sua
vez, as células de melanoma B16-F10 também possuem uma alta concentração de
glutationa intracelular, e este fator é relacionado à resistência dessas células à
quimioterapia e à radioterapia. Assim, a depleção de GSH tem sido descrita como
uma potencial estratégia para a sensibilização das células tumorais (BENLLOCH
et
al., 2005).
As chalconas têm chamado atenção de pesquisadores pelo seu potencial
citotóxico e pela capacidade em depletar GSH. Sabzevari
et al. (2004) investigaram
os mecanismos citotóxicos da floretina, da isoliquiritigenina e de outras
hidroxichalconas em hepatócitos isolados de ratos. Observaram que todas as
chalconas testadas foram citotóxicas, e a hidroxichalcona 2’,3’,4’-THC foi a mais
potente na depleção da GSH. Isso ocorre provavelmente pela formação de um
conjugado entre as já citadas hidroxichalconas e a GSH. Como conseqüência, a
depleção da GSH dos hepatócitos provocou um aumento significativo na
76
citotoxicidade dessas hidroxichalconas. Kachadouriam & Day (2006) compararam a
indução da depleção da glutationa pelas hidroxichalconas e flavonas em células
tumorais. As hidroxichalconas demonstraram-se mais efetivas em células epiteliais
pulmonares humanas A549 e em células de leucemia humana HL-60, pois
depletaram mais de 50% da GSH intracelular. Park
et al. (2007) comprovaram, em
seus experimentos, o envolvimento da depleção de GSH e a produção de EROs,
induzidos por antimycina A (AMA), sobre células de adenocarcinoma cervical HeLa.
Também constataram que a depleção de GSH e a produção de EROs provocam a
morte celular por apoptose.
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
A
Hidroxichalcona (μM)
Células vivas %
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
#
#
**
**
#
#
#
B
Hidroxichalcona (μM)
Glutationa total %
Figura 26: A – Atividade das hidroxichalconas dependente de concentração em células B16-
F10. Células, 1 x 10
5
, foram incubadas com as chalconas (0-100µM), por 24h. A viabilidade celular foi
avaliada pelo método do MTT. A densidade óptica do grupo controle (0, células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade celular. B - Efeito das hidroxichalconas na concentração
de glutationa total citosólica em células B16-10. Os compostos (0-100µM) foram adicionados às
células, 3 x 10
5
, e incubados por 24h. As células foram lisadas e os níveis de GSH foram
quantificados pelo método de Tietze (1969). O controle (0, células sem tratamento) foi considerado
como 100% da concentração de GSH total (GSH+GSSG). Cada ponto representa a média ± E.P.M.
(n=3). Um valor de **P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, usando
ANOVA, seguido de teste t de Bonferroni.
Em nosso trabalho pode-se sugerir que a morte das células B16-F10, por
apoptose induzida pelas hidroxichalconas 1 e 3, foi provocada pela produção de
EROs e pela conseqüente depleção da glutationa dessas células (Figuras 19, 23,
24, 25, 26). As hidroxichalconas 1 e 3 depletaram GSH a partir da concentração de
50µM e 25µM, respectivamente, sendo que, em 50µM e em maiores concentrações,
a morte das células B16-F10, induzida pela hidroxichalcona 1, foi muito mais
77
significativa do que a depleção de GSH. Igualmente, a morte celular induzida pela
hidroxichalcona 3, nas concentrações de 25µM e 50µM, foi significativamente maior
do que a depleção de glutationa (Figura 26). A hidroxichalcona 3 foi a que mais
depletou GSH, um total de 50%, quando as células de melanoma B16-F10 foram
tratadas com a concentração de 60.3µM, enquanto que a hidroxichalcona 1 depletou
50% da GSH, quando utilizada na concentração de 85,8µM, revelando a
necessidade de uma concentração maior da hidroxichalcona 1 para a depleção de
GSH. A hidroxichalcona 13 foi o composto que menos induziu a produção de
espécies reativas de oxigênio, e o composto que menos depletou glutationa
intracelular, das B16-F10. Considerando que a depleção da GSH citoplasmática é
uma característica de morte celular por apoptose e a hidroxichalcona 13 induziu as
células de melanoma à morte, por necrose, acredita-se em outros mecanismos
envolvidos na atividade citótoxica desse composto.
A única hidroxila presente no anel A das hidroxichalconas 1, 3 e 13 é, em
princípio, a responsável pela atividade desses compostos na depleção da GSH.
Sabzevari
et al. (2004) apontaram chalconas com apenas uma hidroxila no anel A
como sendo mais citotóxicas do que as chalconas que apresentam hidroxila apenas
no anel B. Esses radicais fenoxil das hidroxichalconas facilmente oxidam a GSH em
GSSG. Outra forma de depletar GSH, quando a mesma não é oxidada, é a
conjugação com chalconas, por adição à ligação
α,β-insaturadas da carbonila.
Porém, as concentrações das hidroxichalconas 1 e 3 para depletar a GSH foram
maiores que as concentrações necessárias para causar a morte celular das células
de melanoma. Isso pode indicar outros fatores envolvidos na morte celular, induzida
pelas hidroxichalconas, além da depleção da GSH.
5.7 Concentração de glutationa total mitocondrial
O maior antioxidante celular, a glutationa, está majoritariamente localizada no
citoplasma, mas uma pequena porção, 15%, encontra-se na mitocôndria (GRIFFITH
& MEISTER, 1985; MEISTER, 1995).
Recentemente, tem-se associado alterações na concentração de GSH
mitocondrial (GSHm) com a ativação das vias sinalizadoras e com a expressão de
genes que regulam a apoptose, o crescimento e a diferenciação celular (ZAMZAMI
78
et al., 1996; FILOMENI, 2002). A glutationa mitocondrial tem um papel fundamental
no controle da geração de espécies reativas de oxigênio e na modulação da morte
celular por várias vias (GARCIA-RUIZ & FERNANDEZ-CHECA, 2006). Alterações
nas concentrações de GSH e no estado redox da mitocôndria associam-se com o
estresse oxidativo induzido por vários agentes oxidantes (McKERNAN
et al. 1991;
BRODIE & REED, 1992).
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
#
#
**
**
#
#
#
A
Hidroxichalcona (μM)
Glutationa total %
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
**
#
#
#
#
#
#
#
**
B
Hidroxichalcona (μM)
Glutationa mitocondrial %
Figura 27: A - Efeito das hidroxichalconas na concentração de glutationa total citosólica em
células B16-F10. Os compostos (0-100µM) foram adicionados às células, 3 x 10
5
, e incubados por
24h. As células foram lisadas e os níveis de GSH foram quantificados pelo método de Tietze (1969).
O controle (0, células sem tratamento) foi considerado como 100% da concentração de GSH total
(GSH+GSSG). B - Efeito das hidroxichalconas na concentração de glutationa total mitocondrial
em células B16-F10. Os compostos (0-100µM) foram adicionados às células, 3 x 10
5
, e incubados
por 24h. As mitocôndrias das células foram isoladas e lisadas. Os níveis de GSH total mitocondrial
foram quantificados pelo método de Tietze (1969). Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3).
Um valor de **P<0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, usando ANOVA,
seguido de teste t de Bonferroni.
Nos experimentos realizados, as hidroxichalconas 1 e 3 foram as que mais
depletaram GSH mitocondrial (Figura 27). Se compararmos a habilidade desses
compostos na formação de EROs com a depleção de GSH mitocondrial, podemos
perceber que as hidroxichalconas 1 e 3, que têm o maior efeito pró-oxidante,
apresentado em experimentos anteriores, são as que mais proporcionam depleção
da GSHm. Não obstante, a hidroxichalcona 13 também tem um efeito pró-oxidante,
porém menor, e também depleta GSH mitocondrial.
79
Tabela 7: Comparação das concentrações de glutationa total citosólica (GSH) e
glutationa total mitocondrial (GSHm) ± E. P. M., em células B16-F10
[µM]
1
(%GSH)
1
(%GSHm)
3
(% GSH)
3
(%GSHm)
13
(% GSH)
13
(%GSHm)
25
99,5 ± 2,6 99,8 ± 1,9 84,5 ± 4,3 95,0 ± 4,6 94,0 ± 2,1 87,5 ± 5,2
50
97,6 ± 7,9 79,0 ± 5,2 76,6 ± 1,7 48,8 ± 1,3 94,1 ± 5,2 71,61 ±4,4
75
74,8 ± 3,9 26,3 ± 1,7 24,0 ± 3,1 35,6 ± 0,1 87,6 ± 4,3 68,1 ± 2,7
100
24,4 ± 2,5 22,2 ± 3,1 15,7 ± 0,5 18,1 ± 1,1 69,7 ± 4,8 60,8 ± 2,5
Slater
et al. (1995) postularam que a perda da GSH citoplasmática seria um
dos eventos característicos de morte celular por apoptose, através da influência na
capacidade redox tamponante da célula, tornando-a intolerante à presença de
agentes oxidantes. Além disso, citaram também que pode ocorrer diminuição dos
níveis de glutationa mitocondrial que afeta a produção de energia celular.
Geralmente, em nossos resultados, as hidroxichalconas depletaram mais a GSH
total mitocondrial que a GSH total celular (Tabela 7).
5.8 Concentração de ATP
A mitocôndria é responsável por 80% a 90% do ATP necessário para a
respiração e a sobrevivência celular e tem um importante papel nos estímulos pró e
anti-apoptóticos (DIAS & BAILLY, 2005). O objetivo deste experimento está baseado
no interesse por agentes antitumorais que tenham capacidade de promover a morte
celular por apoptose, através da depleção energética celular, tendo em vista a difícil
resposta a estímulos apoptóticos das células de melanoma (KLUZA & LANSIAUX,
2002).
80
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
*
**
#
#
#
#
#
#
#
#
#
A
Hidroxichalcona (μM)
ATP %
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
**
#
#
#
#
#
#
#
**
B
Hidroxichalcona (μM)
Glutationa mitocondrial %
Figura 28: A - Efeito das hidroxichalconas na concentração de ATP em células B16-10. Os
compostos (0-100µM) foram adicionados às células, 3 x 10
5
,e incubados por 24h. As células foram
lisadas e os níveis de ATP foram quantificados pelo método luciferin-luciferase, conforme descrito em
Materiais e Métodos. B - Efeito das hidroxichalconas na concentração de glutationa total
mitocondrial em células B16-10. Os compostos (0-100µM) foram adicionados às células, 3 x 10
5
, e
incubados por 24h. As mitocôndrias foram isoladas e lisadas, os níveis de GSH mitocondrial foram
quantificados pelo método de Tietze (1969). Cada ponto representa a média ± E.P.M. (n=3). Um valor
de *P < 0,05, **P < 0,01 e
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, usando ANOVA,
seguida de teste t de Bonferroni.
Nossos resultados demonstraram que as hidroxichalconas 1, 3 e 13
depletaram ATP das células B16-F10, de maneira dependente de concentração. Os
compostos 1 e 3 causaram depleção significativa de ATP a partir da concentração
de 25µM, ao passo que a hidroxichalcona 13 depletou ATP de forma significativa
apenas na concentração de 100µM (Figura 28). Sabzevari
et al. (2004) sugerem que
a citotoxicidade da floretina, da isoliquiritigenina e de outras dez chalconas
hidroxiladas, testadas em leucemia K562 e em células de melanoma, seja
consequência da disfunção mitocondrial induzida por estes compostos.
As hidroxichalconas 1 e 3, evidenciadas nesse experimento pela depleção do
ATP, também induziram a apoptose nas células B16-F10. A morte celular por
apoptose pode ser conseqüência da perda gradativa de energia celular causada
pelas hidroxichalconas. Skulachev (2006) mostrou as inter-relações entre processos
bioenergéticos e morte celular programada, onde o mau funcionamento da
mitocôndria normalmente resulta em diminuição gradual dos níveis intracelulares de
ATP, dando início à apoptose. Porém, em alguns casos, pode ocorrer um aumento
no potencial de membrana e na concentração de ATP no estágio inicial da morte
81
celular por apoptose, mas, no decorrer do processo, os níveis energéticos diminuem.
Em nossos resultados não foi observado um aumento inicial dos níveis de ATP,
como sugerido acima. Tal fato talvez fosse evidenciado se tivéssemos utilizado uma
concentração inicial menor que 25µM. Hu
et al. (2007) demonstraram que
IN6CPPBD induz apoptose em melanoma humano, através de disfunção
mitocondrial. Garland e Halestrap (1997) mostraram que a depleção de ATP
intracelular, por desequilíbrio mitocondrial, induziu a morte celular por apoptose e
provocou a fragmentação do DNA em células da linhagem pró-B, dependentes de
interleucina-3 (IL-3).
A hidroxichalcona 13 possivelmente induziu a morte celular por necrose e,
surpreendentemente, não apresentou diminuição significativa nos níveis de ATP
celular. Contraditoriamente, Edinger & Thompson (2004) definem a necrose como
resultado final de um amplo distúrbio energético a níveis incompatíveis com a
sobrevivência celular, como resultado de estímulos exógenos que ocorrem após
uma situação de estresse.
Quando se compara os níveis de ATP das células tratadas com as
hidroxichalconas 1 e 3, com a quantidade de glutationa mitocondrial, observa-se que
a depleção do ATP foi maior que a depleção da glutationa mitocondrial. Este fato
pode estar relacionado com o estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e
diminuição da síntese de ATP gerados por tais compostos. Cao
et al. (2006)
demonstraram que a curcumina induz estresse oxidativo ao DNA mitocondrial
(DNAmt), de maneira dependente de concentração. O mecanismo é baseado no
elevado nível de EROs e peroxidação lipídica, causados pela curcumina. A depleção
do DNAmt reduz a fosforilação oxidativa, diminui a síntese de ATP e induz a
disfunção mitocondrial. Kachadouriam & Day (2006) relacionaram baixas
concentrações de GSH em células epiteliais humanas de pulmão A549, tratadas
com 2’,5’ hidroxichalcona, com a disfunção na mitocondria destas células. Podemos
relacionar a depleção da GSH mitocondrial e a depleção do ATP com o potencial
pró-oxidante das hidroxichalconas. Slater
et al. (1995) relacionaram a perda da GSH
citoplasmática e da GSH mitocondrial com a presença de agentes oxidantes, sendo
que esta última tem como conseqüência a perda do ATP celular.
Nossos resultados mostraram que as características pró-oxidantes das
hidroxichalconas 1 e 3 podem ser responsáveis pela depleção da GSH
citoplasmática e mitocondrial. Dessa forma, a diminuição das citadas GSH
82
citoplasmática e GSH mitocondrial prejudicam a mitocôndria e, conseqüentemente,
depletam o ATP. Esses compostos também podem interferir no potencial de
membrana mitocondrial, diminuir a respiração celular e prejudicar a síntese de ATP.
5.9 Adesão celular
As duas principais características do câncer são a proliferação celular
descontrolada e a formação de metástase, sendo que esta é uma das maiores
causas que levam à mortalidade (DEMIERRE & NATHANSON, 2003).
Várias etapas estão envolvidas na metástase tumoral, como: adesão, invasão
e migração, sendo que o processo de adesão celular está envolvido na maioria, se
não em todos os passos intermediários da cascata metastática (ZHANG
et al. 2001).
A maioria das pesquisas tem como alvo o crescimento tumoral. Entretanto,
poucos trabalhos têm como objetivo a pesquisa de fármacos específicos para
prevenir a metástase.
1-A 1-B 3-A 3-B 13-A 13-B
0
25
50
75
100
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
Células vivas e adesão %
Figura 29: Viabilidade e adesão celular dependentes de concentração das hidroxichalconas
nas B16-F10, em 24h.
A viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT, representada por 1-A,
3-A
e 13-A. Células, 1 x 10
5
,
foram incubadas com as hidroxichalconas 1, 3 e 13 nas concentrações
de 25, 50, 75 e 100 µM. A densidade óptica do grupo controle (células sem tratamento) foi
considerada como 100% de viabilidade. As barras
1-B, 3-B e 13-B representam a decrescente
adesão celular das B16-F10, 1 x 10
5
, tratadas com as hidroxichalconas nas concentrações de 25, 50,
75 e 100 µM, avaliada pelo método colorimétrico utilizando cristal violeta. Cada ponto representa a
média ± E.P.M. (n=3). Um valor de
#
P < 0,001 foi considerado estatisticamente significativo, quando
comparado ao controle, usando ANOVA, seguido de teste
t de Bonferroni.
83
Assim sendo, foi avaliada, através de um método colorimétrico, a inibição da
adesão de células de melanoma B16-F10, tratadas com hidroxichalconas nas
concentrações de 25, 50, 75 e 100µM, por 24 horas. A inibição da adesão celular foi
comparada com a avaliação da viabilidade celular, em que as células foram tratadas
com 25, 50, 75 e 100µM, por 24 horas. Uma significativa inibição da adesão das
células de melanoma B16-F10, pelas hidroxichalconas 1, 3 e 13 (Figura 29), foi
observada. Comparando-se com a viabilidade celular, pôde-se observar uma maior
inibição da adesão pelos compostos 1 e 3. As hidroxichalconas 1 e 3, na
concentração de 25µM, foram citotóxicas para 1,4 ± 0,8 % e 20 ± 1,3% das células
B16-F10, enquanto que a inibição da adesão celular por esses compostos foi de 45
± 2,1 % e 50 ± 1,1%, respectivamente. A baixa citotoxicidade dessas
hidroxichalconas para as células, na concentração de 25µM, e a maior inibição da
adesão exclui a hipótese de que a inibição da adesão estaria sendo causada pela
morte celular. Mas o contrário pode ser sugerido, pois a inibição da adesão está
envolvida no processo de morte celular, porém não é o único fator que deve ser
considerado. Gava e colaboradores (2005) testaram o complexo de rutênio (NAMI-A)
em células de melanoma B16,
in vivo e in vitro, e observaram a diminuição da
expressão de moléculas de adesão celular CD44, CD54 e β
3
-integrina nas células
tratadas com esse composto. Eles sugerem que o controle da metástase deve-se à
inibição da invasão da célula tumoral.
Já a inibição da adesão celular provocada pela hidroxichalcona 13 foi menor,
comparando-se com a morte causada por este mesmo composto. Acredita-se que a
morte celular induzida pelo composto 13 esteja pouco relacionada com o mecanismo
de adesão celular. Nesse caso, a inibição da adesão pode ter ocorrido em
decorrência da morte célular. Zhang
et al. (2001) estudaram o comportamento da
quercetina, um flavonóide citotóxico para células de melanoma B16-BL6, e
verificaram que tal composto inibe a invasão e a mobilidade das células, mas não
afeta a adesão celular. Eles sugerem que a interferência em uma das etapas da
metástase tumoral pode mudar o comportamento das células metastáticas,
conduzindo-as à apoptose ou a uma parada no ciclo celular.
6.
CONCLUSÕES
85
Dentre os compostos naturais, semi-sintéticos e sintéticos, que despertam
interesse por suas propriedades biológicas, as chalconas, particularmente as
hidroxiladas, destacam-se pelo seu potencial antitumoral. Quanto aos mecanismos
possíveis de ação desses compostos, os resultados obtidos na pesquisa nos
guiaram para as seguintes conclusões:
¾ Das chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído testadas nas
células de B16-F10, as que apresentaram efeito citotóxico relevante foram as
chalconas 1, 3 e 7. Porém, essas chalconas, apesar de apresentarem pouco efeito
citotóxico para as células não-tumorais, induziram células de melanoma à morte, por
necrose;
¾ Das chalconas derivadas da 2,4,6 trimetoxiacetofenona, as que apresentaram
efeito citotóxico pronunciado para as células de melanoma foram as denominadas 1,
3 e 9. Por conseguinte, esses compostos provocaram a morte celular por apoptose,
mas não agiram seletivamente contra as células tumorais;
¾ Dentre as chalconas testadas, as hidroxiladas foram as selecionadas para
continuação da pesquisa, como conseqüência do maior efeito citotóxico das
hidroxichalconas 1, 3 e 13 para as células de melanoma, do menor efeito citotóxico
para as células não-tumorais e por indução da morte celular por apoptose;
¾ Atribui-se a citotoxicidade das hidroxichalconas 1, 3 e 13 às hidroxilas no
anel-A aromático, que têm fundamental importância para esses compostos. Já a
presença de outros substituintes na molécula do composto 13 parece ter diminuído o
efeito citotóxico desse composto;
¾ Os compostos 1, 3 e 13 demonstraram causar a morte celular de forma
dependente de concentração;
¾ As hidroxichalconas 1, 3 e 13 foram menos citotóxicas quando associadas
aos agentes antioxidantes, tornando notória a atividade pró-oxidante das mesmas
para as células de melanoma. Além disso, a produção de radicais livres
intracelulares também foi verificada após o tratamento das células com os mesmos
compostos;
¾ A depleção da concentração da GSH total citosólica, proporcionada pelos
compostos 1, 3 e 13, pode estar relacionada com a atividade pró-oxidante destes
compostos;
86
¾ As hidroxichalconas 1, 3 e 13 depletaram significativamente a GSH total
mitocondrial, que foi proporcional à produção de espécies reativas pelas células
tratadas com estes compostos. A depleção da GSH total mitocondrial
hipoteticamente está relacionada com a disfunção mitocondrial e com a morte
celular por apoptose, induzida pelos compostos 1 e 3.
¾ Os compostos 1, 3 e 13 depletaram ATP de maneira dependente de
concentração. Essa perda energética é o provável motivo da morte por apoptose das
células de melanoma tratadas com as hidroxichalconas 1 e 3, que certamente está
relacionada à produção de EROs, depleção de GSH total citosólica e GSH total
mitocondrial;
¾ Somando-se às evidências anteriores, a inibição da adesão celular pode
contribuir para a atividade das hidroxichalconas 1 e 3 nas células de melanoma,
fator este que está relacionado ao potencial antimetastático.
7.
PERSPECTIVAS
88
As hidroxichalconas 1 e 3 mostraram-se promissoras para a continuidade da
pesquisa. Nesse sentido, poder-se-á avaliar mecanismos de ação mais específicos
ainda não elucidados. A disfunção da mitocôndria, causada por esses compostos,
pode ser investigada através da avaliação do potencial de membrana mitocondrial,
enquanto que a conseqüente morte por apoptose, pela via intrínseca, pode ser
confirmada através da liberação do citocromo c, pois este é liberado quando a
mitocôndria sofre algum estímulo pró-apoptótico, injúria mitocondrial ou estímulo de
proteínas pró-apoptóticas;
Outra forma de avaliar a morte celular pela via intrínseca seria investigar
esses compostos quanto à capacidade de inibição das proteínas anti-apoptóticas,
como a Bcl-2, que está presente em altas concentrações no melanoma e o torna
resistente a diversos fármacos, e avaliar a capacidade de ativação de proteínas pró-
apoptóticas, como a Bax;
O conhecimento de quais moléculas de adesão (CAMs) estão sendo inibidas
pelas hidroxichalconas 1 e 3 também pode nos fornecer um resultado específico a
respeito do potencial metastático destes compostos;
Considerando a aplasia medular como um efeito tóxico dos quimioterápicos
em geral, é fundamental testar os compostos de interesse em células progenitoras
da medula óssea, a fim de conhecer o potencial citotóxico destes para estas células;
Como tais compostos mostraram potencial antitumoral significativo e são
menos tóxicos para as células não tumorais, a continuidade da pesquisa é
justificável, considerando a resistência das células tumorais aos fármacos já
disponíveis e os efeitos indesejáveis causados pelos mesmos.
8.
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9.
ANEXOS
105
9.1 Trabalhos apresentados em eventos
NAVARINI, Andréia L. F.; LOCATELLI, Claudriana; CHIARADIA, Louise D.;
MASCARELLO, Alessandra; NUNES, Ricardo José; YUNES, Rosendo A.;
CRECZYNSKI-PASA, Tânia. B. Citotoxic effect of synthetic hydroxychalcones on
melanoma cells. In: Reunión Latinoamericana de Química Medicinal 1ª, 2007,
Montevideo. Anais da 1ª Reunión Latinoamericana de Química Medicinal, 2007, v. 1,
p. 46.
LOCATELLI, Claudriana; NAVARINI, Andréia L. F.; CRECZYNSKI-PASA, Tânia. B.;
LEAL, Paulo C.; YUNES, Rosendo A.; Gallic acid esters derivatives induce apoptosis
in melanoma cells by gsh depletion and promote inhibition of cell adhesion. In:
Reunión Latinoamericana de Química Medicinal 1ª, 2007, Montevideo. Anais da 1ª
Reunión Latinoamericana de Química Medicinal, 2007, v. 1, p. 50.
CHIARADIA, Louise D.; NAVARINI, Andréia L. F.; SILVA, Maria Cláudia Santos da;
LEAL, Paulo C.; CRECZYNSKI-PASA, Tânia. B. NUNES, Ricardo José; YUNES,
Rosendo A. Ação de chalconas derivadas do 3,4-metilenodioxenzaldeído e da 2,4,6-
trimetoxiatetofenona em células de melanoma (B16-F10). Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química 30º, 2007, Águas de Lindóia. Anais eletrônicos...
Disponível em: http://www.sec.sbq.org.br/cdrom/30ra/index2.htm.
MASCARELLO, Alessandra; NAVARINI, Andréia L. F; CHIARADIA, Louise D.; LEAL,
Paulo C.; FRITZEN, Márcio; CRECZYNSKI-PASA, Tânia. B. NUNES, Ricardo José;
YUNES, Rosendo A. Obtenção de chalconas hidroxiladas e avaliação de sua
atividade em células de melanoma B16-F10. Reunião Anual da Sociedade Brasileira
de Química 30º, 2007, Águas de Lindóia. Anais eletrônicos... Disponível em:
http://www.sec.sbq.org.br/cdrom/30ra/index2.htm
NAVARINI, Andréia L. F.; FRITZEN, Márcio; CHIARADIA, Louise D.; YUNES,
Rosendo A; SILVA, Maria Cláudia Santos da; CRECZYNSKI-PASA, Tânia. B. Ação
de Chalconas sobre células de melanoma (B16-F10). In: Reunião Anual da SBPC
58ª, 2006, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2006. Disponível
em: http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra.
106
LOCATELLI, Claudriana; FRITZEN, Márcio; NAVARINI, Andréia L. F.;
CRECZYNSKI-PASA, Tânia. B. Novas perspectivas para o tratamento de melanoma.
In: Seminário de Desenvolvimento de Pesquisa da UnC, 2006, Caçador. Anais...
Caçador, 2006, 1 CD-ROM.
107
9.2 Artigo a ser submetido na revista "European Journal of Medicinal
Chemistry”
Hydroxychalcones induce apoptosis on B16-F10 melanoma
cells suggesting be through ATP depletion
Andréia Lilian Formento-Navarini
a#
, Louise Domeneghini Chiaradia
b#
, Alessandra
Mascarello
b#
, Márcio Fritzen
a
, Ricardo Jose Nunes
b
, Rosendo Augusto Yunes
b
, and
Tânia Beatriz Creczynski-Pasa
a
a
Departamento de Ciências Farmacêuticas,
b
Departamento de Química,
Universidade Federal de Santa Catarina,
Campus Trindade,
CEP: 88040-900, Florianópolis, SC, Brasil.
Keywords: hydroxychalcones, melanoma, antitumoral, apoptosis, ATP
Corresponding Author:
Tânia Beatriz Creczynski-Pasa
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Ciências Farmacêuticas
Campus Trindade
CEP: 88040-900, Florianópolis – SC, Brasil
Tel.: +55 48 3721-8057
Fax: +55 48
# These authors contributed equally to this study.
108
Abstract
Searching leads compounds of new drugs for cancer therapy, we studied the
toxicity of thirteen hydroxychalcones never tested against melanoma cells line (B16-
F10). The compounds were obtained by aldolic condensation between aldehydes
and hydroxylated acetophenones, in alkaline conditions. Three of these chalcones
showed cytotoxicity for the melanome cell line. Two of them induced mitochondrial
GSH and ATP depletion and induced cell death through apoptosis in melanoma cells
preferentially to a non-tumoral cell line (Vero). And one of the chalcones tested
induced cell death through necrosis but did not decrease significantly the intracellular
mitochondrial GSH and ATP levels in melanoma cells. The structure-activity analysis
reveals that the predominant factor for the activity is the molecule shape, and
secondarily the number of hydroxyl groups.
Introduction
Malignant melanoma is a highly lethal disease, and the incidence and mortality
associated to this kind of cancer is increasing worldwide. Currently, between 2 and 3
million non-melanoma skin cancers and 132,000 melanoma skin cancers occurs
globally each year.
1
Many factors predispose an individual to skin cancer including
personal and family history of the disease and geographic location.
2
The clinical
direction of melanoma is determined by dissemination of the tumor and the phase at
diagnosis is a important factor. Metastasis of malignant melanoma is related with a
poor prognosis and the median survival time with advanced disease. The metastasis
and growth of tumors depend on the cell capability to migrate, implant, adhere and
penetrate into the membrane, reaching the blood vessel and the tissue.
3,4
Selected
B16 murine cell lines (B16-F10 and B16-F1) showed a different metastatic potential:
the F10 line colonized in the lungs more efficiently than F1; the F10 cell line was the
most invasive and also the most virulent in subcutaneous implantation model.
3
Among the drugs exerting anticancer activity against malignant melanoma,
dacarbazine has been extensively used, however, with response rates of 11 to 25%
and with short survival time. Thus, the development of chemotherapy agents against
malignant melanoma is justified.
5
109
Chalcones are essential intermediate compounds in the flavonoid biosynthesis
in plants.
Naturally occurring chalcones are mainly in hydroxlated form and several
reports have documented their biological properties.
6,7
Many studies have
demonstrated antileucemic,
8-11
antitumoral,
9,12-24
antiinflammatory,
25-27
antibacterial,
28
anti-ulcerogenic,
29
antioxidant,
6,7,12,30,31
antimalarial,
32
antileishmaniosis
32,33
and
hypotensive
34
activities for hydroxychalcones, besides others pharmacological
effects. Concerning antitumoral activity, Kobori
et al. (1999) described that the
2’,4’,6,’,4-tetrahydroxidihydrochalcone (phloretin) induced cell death by apoptosis in
B16 mouse melanoma 4A5 and in HL-60 human leukemia cell lines;
9
Iwashita et al.
(2000) showed that the isoliquiritigenin (2’,4’,4-trihydroxychalcone) and butein
(2’,4’,3,4-tetrahydroxychalcone) inhibited cell proliferation and induced apoptosis in
B16 melanoma 4A5 cells;
16
also, Hsu et al. (2005) described that isoliquiritigenin
induced apoptosis and blocking cell cycle progression in Hep G2 (human hepatoma
cells).
24
For new antitumoral agents it is very important to show cell toxicity
through apoptosis. The death through apoptosis is characterized by nuclear
condensation what induces DNA fragmentation caused by endonucleolytic cleavage
of genomic DNA.
35
The apoptosis or programmed cell death is a mechanism to
control the cell proliferation, thus the resistance of malignant cell to apoptosis is
hallmark of cancer and constitutes an important clinical problem.
36,37
The mitochondria is responsible for the production of 80-90% of ATP needed
for cell respiration and survival and play an important role in the pro- and anti-
apoptotic stimuli.
38
Skulachevev (2006) showed the interrelations between
bioenergetics processes and programmed death phenomena, and concluded that
ATP is required for certain steps of apoptosis and necrosis. Usually the
malfunctioning of mitochondria results in strong decrease in the cellular ATP initial
level, however, in some cases, the apoptosis is accompanied by ATP increases at
early stage followed by a decrease at the final stage.
39
The energy production is also
affected when mitochondrial glutathione (GSH) is depleted, besides changes on
mitochondrial GSH levels have been related with apoptosis regulation, cell
differentiation and growth.
40,41
The objective of this research is based on the idea that in the development of
antitumoral agents, one of the most important characteristics whose the compound
must have is the capacity to promote the cell death through apoptosis, and the
melanoma cells have a relatively poor answer to the apoptotic stimulus.
42
Also is
110
based on the fact that solid tumor cells develop resistance to antineoplasic drugs,
and multidrug resistance is one of the major causes of chemotherapy failures by
human malignances.
43,44
The B16-F10 melanoma cell line has high metastatic
potential, and in general does not respond easily to cytotoxic agents, justifying the
research of new drugs with increased efficacy and less adverse effects. Thus, in this
work we studied and characterized, for the first time, as apoptosis the murine B16-
F10 melanoma cell death, induced by synthetic hydroxychalcones, suggesting being
through mitochondrial GSH and ATP depletion. A structure-activity analysis was
done to find out a relationship with the cytotoxic effects.
Results and discussion
Synthesis
Thirteen hydroxychalcones were prepared by aldolic condensation as
presented in Figure 1. Chalcones 1, 3 and 6 are derived from 1-naphtaldehyde;
chalcones 2 and 7 are derived from xanthoxyline (2-hydroxy-4,6-
dimethoxyacetofenone); chalcones 4 and 5 are derived from 2-naphtaldehyde; and
chalcones 8 to 13 are derived from monobromide xanthoxyline (2-hydroxy-3-bromo-
4,6-dimethoxychalcone). The obtained yields were between 36 and 66%. The
medium yields were due to the presence of hydroxyl groups in the acetophenones.
Even in the cases that the hydroxyl group are in the position 2 (making a hydrogen
bond between this hydrogen atom and the oxygen atom of the carbonyl group), is
possible that in the reaction, the hydrogen atom is abstracted by the basic catalyst,
resulting in secondary products.
111
Figure 1. Synthesis of chalcones. The reaction consists in an aldolic condensation
as described in the Material and Methods a) methanol, KOH 50%, r.t., 24h. *new
compounds.
The structures of the compounds 5, 6, 8, 9, 10 and 13, (new compounds),
were confirmed by chemical identification data:
1
H NMR,
13
C NMR, IR and elementar
analysis. To the chalcone 1, the corresponding peak to the hydroxyl group is not
shown because during the analysis it possibly changed with deutered hydrogen atom
of the used solvent, chloroform.
1
H NMR spectra revealed that all structures were
geometrically pure and configured
E (J
Hα-Hβ
= 15,2-16,4 Hz).
112
Biological Assays
Initially, a screening of the hydroxychalcones toxicity for melanoma B16-F10
cells was done. In the figure 2 is possible to observe that the compounds 1, 3 e 13
reduced the cells viability in 97.7 ± 0.7%, 75.2 ± 1.5% and 50 ± 1.9%, respectively,
when compared with the control (non treated cells). All others chalcones presented
an inexpressive effect at the concentration tested. We choose 100µM as the maximal
concentration since much higher than that concentration does not normally reach the
plasma blood
45,46
and we are looking for compounds with high activity (low IC
50
)
which eventually could be used in a future as a drug for chemotherapy with very low
or without side effects.
C12345678910111213
0
25
50
75
100
***
***
**
***
***
**
***
*
*
Hydroxychalcones (100μM)
Viable Cells %
Figure 2: Toxicity of hydroxychalcones for murine melanoma B16-F10 cell line.
The compounds, 100µM, were incubated with the cells (1x10
5
) for 24h. The cell
viability was monitored through MTT assay. Optical density of control groups (C) was
taken as 100% of cell viability. The cell viability was checked in the beginning of
experiment by Trypan Blue exclusion. Each point represents the mean ± S.E.M. of
three experiments in triplicates. *P < 0.05, **P < 0.01 and ***P < 0.001 compared to
control groups, using ANOVA followed by Bonferroni's
t test.
Recently, Cabrera
et al. (2007) have analyzed the relation between the
structure of some chalcones, flavonones and flavones with their activity against the
human kidney carcinoma cells TK-40, human mammary adenocarcinoma cells MCF-
7 and human colon adenocarcinoma cells HT-29. In general, no cytotoxic selectivity
between the different cellular lines was observed. However, in the same substituted
series the activity decreases in the order chalcones > flavonones > flavones. Some
113
others requirements for the activity are the presence of the hydroxyl group that have
hydrogen bond donor ability and the conjugated enone group considering that the
compounds lack their activity when are changed to an aldol structure.
22
The importance of the presence of an hydroxyl substituent was indicated
previously by Sabzevari
et al. (2004) working with the cytotoxic activity of twelve
hydroxylated chalcones against K562 leukemia or melanoma cells.
14
They observed
that an increase in the number of hydroxyl groups on an aromatic ring decreases the
pka value of the first hydroxyl group and that seems that chalcones with lower pKa
values are less toxic to hepatocytes because they have more hydroxyl groups on
their A-ring. However, it should be considered that the arrangement of the hydroxyl
groups on the A-ring or B-ring plays a crucial role in determining the mechanism of
cytotoxicity towards isolated rat hepatocytes. Thus, if hydroxyl group is in ortho
position the chalcone can be metabolized to a quinone intermediate which can react
with cell nucleophile and deplete GSH.
In this case the importance of the hydroxyl group in A-ring is also important to
the activity as can be observed in chalcones 1 and 3. However, this activity is
conditioned by the conformation of the molecule as can be observed with chalcones
4 and 5 where the B-ring is a 1-naphtyl or 2-naphtyl groups. This same fact is
observed with chalcone 6 where the presence of a methoxyl group in position 6 may
also change the conformation of the molecule. This fact may explain also the lack of
strong activity of chalcones 2, 7, 8, 9, 10, 11 and 12, xanthoxyline derivatives. The
presence of a methoxy group in position 6 should give a steric effect forcing the
carbonyl group out of the plane of the A-ring and then decreasing the hydrogen bond
between the 2-hydroxyl groups. This conformation change appears to be important to
maintain the activity of these compounds. Chalcone 13 with a carboxyl substituent in
B-ring exhibits a good activity that may be explained by the probable formation of a
non member ring between this group and the carbonyl group. Thus, the planarity and
the rigidity of the molecular structure seem to be important factors to the activity in
these cases.
We further investigated the cytotoxic effect of the more active compounds: 1, 3
and 13. The IC
50
values were determined from concentration-response curve, which
are 12 +
0.7 μM, 17 + 1.5 μM and 30 + 1.9 μM, to the chalcones 1, 3 and 13
respectively (Figure 3).
114
-2 -1 0 1 2 3 4
-25
0
25
50
75
100
125
1
3
13
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
**
#
#
#
log [Hydroxychalcones]
Viable cells (%)
Figure 3: Concentration-response of synthetic hydroxychalcones 1, 3 and 13
on murine melanoma B16-F10 cell line. Cells, 1 x 10
4
, were incubated with the
compounds (0 – 40 µM) in triplicate for 72h, after that they were washed and
processed for MTT assay. Optical density of control groups was taken as 100% of
cell viability. Each bar represents the mean ± S.E.M. of three experiments. **P < 0.01
and
#
P < 0.001 compared to control groups, using ANOVA followed by Bonferroni's t
test.
In order to verify if the compounds would show some selectivity they were
tested against a non-tumoral cell line (VERO). In the Figure 4 it is possible to observe
the toxicity of compounds 1, 3 and 13. The concentrations of the compounds tested
were those that correspond to the IC
50
for B16-F10 cells. The results are summarized
in Table 1. Comparing the cell death promoted in VERO cells is possible to observe
that the cytotoxicity was higher in B16-F10 cells with significant
p value.
115
C 1 (12
μ
M) 3 (17
μ
M) 13 (30
μ
M)
0
25
50
75
100
***
***
***
Hydroxychalcones
Viable cells %
Figure 4: Cytotoxic effect of synthetic hydroxychalcones 1, 3 and 13 on VERO
cells (non-tumoral cell line). Cells, 1 x 10
4
, were incubated for 72h, with the
compounds at concentration which corresponds to the IC
50
for cell toxicity for B16-
F10 (12, 17 and 30 µm respectively), after that they were washed and processed for
MTT assay. Optical density of control groups (C) was taken as 100% of cell viability.
Cell viability was checked in the beginning of the experiment by Trypan Blue
exclusion. Each point represents the mean ± S.E.M. of three experiments. *** P <
0,001 compared to control groups, using ANOVA followed by Bonferroni’s
t test.
Table 1: Comparison of the cellular viability in B16-F10 and VERO cells lines
after treatment with hydroxychalcones.
Hydroxychalcone B16-F10
(IC
50
+ EPM, μM)
Vero
(Viable cells + EPM, %
of control)
p value*
1
12 ± 0.7 63.6 ± 4.6 < 0.0001
3
17 ± 1.5 68.4± 0.45 < 0.0001
13
30 ± 1.9 76.4 ± 1.0 < 0.0001
*
P values were determined using Student t test.
In order to elucidate the mechanism of death of B16-F10 cells induced by
hydroxychalcones it was investigated if these compounds could induce DNA
fragmentation, a biochemical mark of apoptosis.
47
The cell death induced by the
chalcones 1 and 3 (bands B and C) seems to be through apoptosis, which is
expected for antitumoral drugs (Figure 5). The cell death induced by the
116
hydroxychalcone 13 (band D), seems to be through necrosis. The band without
treatment with hydroxychalcones (A) showed a uniform chromatin. The results were
obtained by DNA fragmentation revealed in agarose gel electrophoresis.
ABCDABCDABCD
Figure 5. Citotoxyc effect of synthetic hydroxychalcones on induced DNA
fragmentation in B16-F10 cells. B16-F10 cells (5 x 10
5
cells) were treated for 24
hours with hydroxychalcones at: 0 µM, Lane A - Control untreated; Lane B - 12 µM
hydroxychalcone 1; Lane C - 17 µM hydroxychalcone 3; Lane D - 30 µM
hydroxychalcone 13 (IC
50
concentrations for cell toxicity). After incubation, the
samples were processed for DNA extraction and analysed through agarose gel
electrophoresis as described in Materials and Methods.
The mitochondria is a central organelle involved in apoptosis, with the capacity
to activate directly the execution pathways.
48
Hu et al. (2007) demonstrated that
IN6CPBD induces apoptosis in human melanoma through a mitochondrial
dysfunction.
49
Sabzevari et al. (2004) suggests that the cytotoxic activity of the
phloretin, isoliquiritigenin, and of ten other hydroxylated chalcones, in K562 leukemia
or melanoma cells, are due their ability to mitochondrial uncoupling.
14
Cao et al.
(2007) also detected the induction of apoptosis through mitochondrial
hyperpolarization and mtDNA damage in human hepatoma G2 cells by curcumin.
48
Garland and Halestrap (1997) also showed that the depletion of intracelular ATP, by
ATPase mitochondrial uncoupling, induced cell death through apoptosis, exhibiting
DNA fragmentation in cell lines pro-B interleukin-3 (IL-3)-dependent.
40
117
In the Figure 6, it is possible to see that the hydroxychalcones 1 and 3
decreased the levels of ATP in the melanoma cells in a concentration-dependent
manner; the ATP depletion was higher than the death of these cells. The cell death
through apoptosis can be a consequence energy cell loss, caused by the
compounds.
50
It is supposed that the hydroxychalcone 13 induced cell death through
necrosis, since it was not observed DNA breakage induced by this compound (Fig.5).
However unexpectedly it did not alter significantly ATP intracellular level of
melanoma cells as expected for death induced by necrosis. The necrosis has
believed to occur as a consequence of cell injury and depletion of ATP; since
apoptosis require ATP and necrosis does not.
50,51
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
Hydroxychalcone (μM)
Viable cells %
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
*
**
#
#
#
#
#
#
#
#
#
Hydroxychalcone (μM)
ATP %
Figure 6. Effect of hydroxychalcones 1, 3 and 13 on ATP levels, compared to
cytotoxic effect, in B16-F10 cells. Cells, 1 x 10
5
, were incubated with the
compounds (0 – 100 µM) for 24h, after that they were washed and processed for
MTT assay, to analyze the cell viability. Cells 3 x 10
5
were incubated with the
compounds at the same concentrations for 24h, for ATP concentration
measurements. The cellular ATP content was measured with luciferin-luciferase kit,
as described in Materials and Methods. Each bar represents the mean ± S.E.M. of
three experiments in triplicate. *P < 0.05, **P < 0.01 and
#
P < 0.001 compared to
control groups, using ANOVA followed by Bonferroni's
t test.
We further analyzed a possible effect of hydroxychalcones on mitochondria
work measuring mitochondrial GSH levels in melanoma cells after treatment with the
compounds. Besides of antioxidants properties of flavonoids the chemopreventive
activity of some compounds may be due their prooxidants characteristics. They also
118
can potentiate the cytotoxicity of prooxidants agents in tumor cells and its effects
involve mitochondrial dysfunction.
52
Kachadouriam & Day (2006) showed that lower GSH levels in the
mitochondria of in human lung epithelial cells A549, treated with 2’,5’-
hydroxychalcone involved mitochondrial dysfunction.
52
The Figure 7 shown that only
compounds 1 and 3 reduced the level of mitochondrial GSH at 24 h, fact that may be
related to ATP depletion induced by these compounds. The GSH, present in
mitochondria, plays an important role in the control of reactive oxygen species
generation, in the integrity of mitochondrial membranes, release of proapoptotic
factors and in the modulation of cell death by several pathways.
53,54
Besides the GSH
in mitochondria protect the integrity of mitochondrial components, thus playing a
determinant role in the response of apoptosis. The hydroxychalcones 1 e 3 may be
considered promising compounds, based on the fact that mitochondrial GSH
depletion cause mitochondrial dysfunction, and the rapid growth of tumor cells is also
highly energy-dependent.
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
1
3
13
**
#
#
#
#
#
#
#
**
Hydroxychalcone (μM)
Mitochondrial glutathione %
Figure 7. Effect of hydroxychalcones 1, 3 and 13 on mitochondrial GSH levels.
Cells 3 x 10
5
were incubated with the compounds (0 - 100 µM) for 24h. Mitochondrial
glutathione (GSH + GSSG) was measured in cell lysates using the glutathione
reductase method, as described in Materials and Methods section. Each bar
represents the mean ± S.E.M. of three experiments in triplicate. *P < 0.05, **P < 0.01
and
#
P < 0.001 compared to control groups, using ANOVA followed by Bonferroni's t
test.
In summary, thirteen hydroxychalcones were synthesized, and 1, 3 and 13
exhibited effective cytotoxicity against melanoma B16-F10 cells. Compound 1 was
119
the most active, with IC
50
value of 12μM. Compounds 1 and 3 induced apoptosis
suggesting to be through mitochondrial GSH ant ATP depletion. Compound 13
induced cell death through necrosis and no ATP depletion. The main characteristic
between chalcones 1 and 3 is the presence of unit 1-naphtyl at B-ring. The higher
activity of compound 1 seems to be due to the free hydroxyl group at A-ring.
The compounds 1 and 3 are promising to continue the research. Further
studies are being developed by our group to elucidate the mechanism of action. The
structure-activity analysis reveals that the predominant factor for the activity is the
molecule shape, and secondarily the number of hydroxyl groups in the chalcone.
Experimental
Preparation of the compounds: The compounds were prepared by aldolic
condensation. All reagents used were obtained commercially (Merck, Sigma-Aldrich),
except the xanthoxyline (2-hydroxy-4,6-dimethoxyacetofenone) and the
monobromide xanthoxyline (2-hydroxy-3-bromo-4,6-dimethoxychalcone), that were
prepared as previously described.
55
All chalcones were prepared by magnetic
agitation of hydroxilated acetophenone (2 mmol), methanol (30 ml), KOH 50% w/v (5
ml) and the corresponding aldehyde (2 mmol), at room temperature for 24 hours.
Distilled water and chloridric acid 10% were added in the reaction for total
precipitation of the compounds. The compounds were then obtained by vacuum
filtration and later recrystallized in dichloromethane and hexane. The chalcones 1, 3,
4, 7 and 12 were previously cited, respectively, by Hollinshead (1996),
56
Subbanwad
and Vibhute (1993),
57
Liu et al. (2003),
58
Hsu et al. (1959)
59
and by Bora et al.
(2000).
60
The compounds 2 and 11 were described by Boeck and co-workers
(2006)
33
and the structures 5, 6, 8, 9, 10 and 13 are new chalcones.
Physico-chemical data of the compounds: The purified chalcones were obtained
in yields between 36% and 66%. The structures were identified using melting points
(m.p.), infrared spectroscopy (IR),
1
H and
13
C nuclear magnetic resonance
spectroscopy (NMR), and to the unpublished ones, also elementary analyses.
Melting points were determined with a Microquímica MGAPF-301 apparatus and are
uncorrected. IR spectra were recorded with a Abb Bomen FTLA 2000 spectrometer
120
on KBr disks. NMR (
1
H and
13
C NMR) were recorded on Varian Oxford AS-400 (400
MHz), using tetramethylsilane as an internal standard. Elementary analyses were
obtained with a CHNS EA 1110. Percentages of C and H were in agreement with the
product formula (within +
0.4% of theoretical values to C). The purity of the
synthesized chalcones was analyzed by thin-layer chromatography (TLC) using
Merck silica pre-coated aluminum plates 200
μm in thickness with several solvent
systems of different polarities. Compounds were visualized with ultraviolet light (
λ =
254 e 360 nm) and using sulfuric anisaldehyde solution followed by heat as
developing agent and purified by recrystallization from hexane and dichloromethane.
1
H NMR spectra revealed that all the structures were geometrically pure and
configured E (
J
Hα-Hβ
= 15,2 -16,4 Hz).
Physico-chemical data of synthesized compounds:
1 – (2
E)-1-(3’-hydroxyphenyl)-3-(1-naphtyl)-2-propen-1-one. Yellow solid, m.p.
174-175.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 7.10 (d, 1H, J = 8.0 Hz, H4’), 7.40 (dd, 1H, H5’), 7.51-
7.65 (m, 5H, H3, H4, H6, H7, H2’), 7.60 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hα), 7.90 (d, 2H, H5,
H8), 7.94 (d, 1H,
J = 8.4 Hz, H6’), 8.26 (d, 1H, J = 8.0 Hz, H2), 8.67 (d, 1H, J = 15.6
Hz, H
β).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 115.07 (C2’), 120.22 (C4’), 120.32 (C6’), 123.41 (Cα),
124.97 (C2), 125.56 (C3), 125.89 (C8), 126.52 (C6), 127.30 (C7), 129.07 (C4),
130.08 (C5), 130.93 (C5’), 132.01 (C9), 132.34 (C10), 134.16 (C1), 139.91 (C1’),
140.39 (C
β), 158.06 (C3’), 189.09 (C=O). IR ν
max
/cm
-1
3176, 1642, 1351, 1571, 1273,
1475, 1172, 962, 772, 707 (KBr). Anal. Calcd for C
19
H
14
O
2
: C 83.19, H 5.14. Found:
C 83.42, H 5.21. Yield: 51%.
2 – (2
E)-1-(2’-hydroxy-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(3-nitrophenyl)-2-propen-1-one.
Orange solid, m.p. 171-172 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.85 (s, 3H, OCH
3
), 3.94 (s, 3H,
OCH
3
), 5.98 (s, 1H, H5’), 6.12 (s, 1H, H3’), 7.74 (d, 1H, J = 15.6 Hz, Hα), 7.84-7.88
(m, 2H, H4, H5), 7.98 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hβ), 8.22 (d, 1H, J = 7.75 Hz, H6), 8.46 (s,
1H, H2), 14.09 (s, 1H, OH).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 55.56 (OCH
3
), 55.82 (OCH
3
), 91.37
(C5’), 93.84 (C3’), 106.20 (C1’), 122.08 (C2), 123.99 (C4), 129.78 (C
α), 130.51 (C5),
134.01 (C6), 137.43 (C1), 138.68 (C
β), 148.71 (C3), 162.45 (C2’), 166.45 (C6’),
168.46 (C4’), 191.78 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
1640, 4580 (KBr). Anal. Calcd for
C
17
H
15
NO
6
: C 62.00, H 4.59, N 4.59. Found: C 62.08, H 4.26. Yield: 51%.
3 – (2
E)-1-(2’-hydroxyphenyl)-3-(1-naphtyl)-2-propen-1-one. Yellow solid, m.p.
106-108ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 6.97 (dd, 1H, J = 7.4 Hz, H5’), 7.06 (d, 1H, J = 8.4 Hz,
H3’), 7.51-7.62 (m, 4H, H3, H6, H7, H4’), 7.76 (d, 1H,
J = 15.2 Hz, Hα), 7.90-7.99 (m,
4H, H6’, H4, H5, H8), 8.29 (d, 1H,
J = 8.4 Hz, H2), 8.79 (d, 1H, J = 15.2 Hz, Hβ),
12.88 (s, 1H, OH).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 118.93 (C3’), 119.17 (C5’), 122.99 (Cα),
123.67 (C2), 125.59 (C8), 125.68 (C1’), 126.67 (C3), 127.41 (C6), 129.07 (C4, C5),
121
130.00 (C9, C6’), 131.48 (C10), 136.74 (C1, C4’), 142.66 (Cβ), 163.93 (C2’), 194.12
(C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3451, 1635, 1351, 1576, 1203, 1015, 3047, 1435, 1162, 972, 760
(KBr). Anal. Calcd for C
19
H
14
O
2
: C 83.19, H 5.14. Found: C 83.88, H 5.18. Yield:
57%.
4 – (2
E)-1-(2’-hydroxyphenyl)-3-(2-naphtyl)-2-propen-1-one. Yellow solid, m.p.:
135-137 ºC (lit. p.f.: 146-148 ºC)
132
.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 6.96 (d, 1H, J = 8.0 Hz, H3’),
7.03-7.10 (m, 1H, H5’), 7.48- 7.54 (m, 3H, H3, H4, H4’), 7.75 (d, 1H,
J = 16.0 Hz,
H
α), 7.78- 7.89 (m, 5H, H5, H6, H7, H8, H6’), 7.93 (d, 1H, J = 16.0 Hz, Hβ), 8.04 (s,
1H, H1), 12.89 (s, 1H, OH).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 118.89 (C3’), 120.41 (C5’), 121.93
(C3), 123.89 (C
α), 125.65 (C1’), 126.80 (C6), 127.13 (C7), 127.33 (C1), 128.40 (C5),
129.08 (C8), 129.94 (C4), 131.39 (C6’), 132.31 (C10), 133.57 (C9), 134.78 (C2),
136.65 (C4’), 145.79 (C
β), 163.86 (C2’), 193.91 (C=O). IR ν
max
/cm
-1
3195 (OH), 1689
(C=O), 1568 (C=C), 3046, 1482, 1432, 1021, 985, 819, 752 (Ar) (KBr). Anal. Calcd
for C
19
H
14
O
2
: C 83.19, H 5.14. Found: C 82.04, H 5.18. Yield: 66%.
5 – (2
E)-1-(3’-methoxy-4’-hydroxyphenyl)-3-(2-naphtyl)-2-propen-1-one. Light
yellow solid, m.p.: 166-168 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 4.01 (s, 3H, OCH
3
), 6.10 (s, 1H,
OH), 7.02 (d, 1H,
J = 8.0 Hz, H5’), 7.29 (s, 1H, H2’), 7.52-7.54 (m, 1H, H6’), 7.66-
7.72 (m, 3H, H3, H6, H7), 7.83 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hα), 7.80-7.87 (m, 3H, H4, H5,
H8), 7.97 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hβ), 8.05 (s, 1H, H1).
13
C NMR (DMSO-d
6
) δ 56.37 (m-
OCH
3
), 110.74 (C2’), 114.05 (C5’), 121.99 (C3), 123.96 (Cα), 126.97 (C6’), 127.51
(C6), 128.03 (C7), 128.85 (C1), 128.91 (C8), 130.68 (C4, C5), 131.33 (C1’), 132.81
(C10), 133.63 (C9), 134.54 (C2), 144.30 (C
β), 147.15 (C4’), 150.64 (C3’), 188.74
(C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3265 (OH), 1643, 1202 (C=O), 1280, 1025 (C-O), 1563 (C=C),
2950, 2835, 1522, 1445, 970, 844, 816, 779 (Ar) (KBr). Anal. Calcd for C
20
H
16
O
3
: C
78.93, H 5.30. Found: C 78.86, H 5.76. Yield: 39%.
6 – (2
E)-1-(2’-hydroxy-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(1-naphtyl)-2-propen-1-one.
Yellow solid, m.p. 116-117 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.85 (s, 3H, OCH
3
), 3.92 (s, 3H,
OCH
3
), 5.98 (s, 1H, H3’), 6.14 (s, 1H, H5’), 7.50-7.61 (m, 3H, H3, H6, H7), 7.83-7.92
(m, 3H, H4, H5, H8), 7.97 (d, 1H,
J = 15.2 Hz, Hα), 8.31 (d, 1H, H2), 8.61 (d, 1H, J
=15.2 Hz, Hβ), 12.83 (OH).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 55.87 (OCH3), 56.15 (OCH3), 91.54
(C5’), 94.03 (C3’), 101.63 (C1’), 124.00 (C
α), 125.39 (C2), 125.71 (C8), 126.46 (C3),
127.03 (C6), 128.93 (C7), 130.46 (C4), 130.55 (C5), 132.02 (C9), 133.32 (C10),
133.99 (C1), 139.49 (C
β), 162.79 (C2’), 166.55 (C6’), 168.68 (C4’), 192.79 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3450, 1627, 1341, 1571, 1215, 1109, 1440, 1153, 975, 810, 768 (KBr).
Anal. Calcd for C
21
H
18
O
4
: C 75.43, H 5.43. Found: C 75.66, H 5.94. Yield: 58%.
7 – (2
E)-1-(2’-hydroxy-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(3-chlorophenyl)-2-propen-1-
one. Yellow solid, m.p.: 104-106 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.84 (s, 3H, OCH
3
), 3.93 (s,
3H, OCH
3
), 5.97 (s, 1H, H3’), 6.11 (s, 1H, H5’), 7.33-7.35 (m, 3H, H4, H5, H6), 7.57
(s, 1H, H2), 7.68 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hα), 7.87 (d, 1H, J = 15.6 Hz, Hβ), 13.95 (s,
1H, OH).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 55.89 (OCH
3
), 56.19 (OCH
3
), 91.58 (C5’), 94.02 (C3’),
106.50 (C1’), 126.88 (C
α), 128.09 (C6), 129.10 (C2), 130.07 (C4), 130.35 (C5),
135.06 (C3), 137.68 (C1), 140.70 (C
β), 162.73 (C2’), 166.68 (C6’), 168.68 (C4’),
192.51 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3451 (OH), 1624, 1215 (C=O), 1029 (C-O), 1576 (C=C),
122
2936, 1439, 977, 909, 822 (Ar) (KBr). Anal. Calcd for C
17
H
15
ClO
4
: C 64.06, H 4.74.
Found: C 64.61, H 5.39. Yield: 36%.
8- (2
E)-1-(2’-hydroxy-3’-bromo-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(2,6-dimethoxyphenyl)-
2-propen-1-one. Orange solid, m.p. 193-194
o
C.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.91 (s, 6H,
OCH
3
), 3.96 (s, 6H, OCH
3
), 6.04 (s, 1H, H5’), 6.57 (d, 2H, J = 8.4 Hz, H3, H5), 7.28
(t, 1H, H4), 8.29 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hα), 8.34 (d, 1H, J = 15.6 Hz, Hβ), 14.65 (s, 1H,
OH).
13
C NMR (acetone-d
6
) δ 55.72 (2 OCH
3
), 56.06 (OCH
3
), 56.32 (OCH
3
), 88.35
(C5’), 94.76 (C3’), 104.21 (C1’, C3, C5), 112.81 (C1), 129.11 (C
α), 132.35 (C4),
134.85 (C
β), 160.81 (C2, C6), 162.35 (C6’), 162.91 (C2’), 166.31 (C4’), 205.56
(C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3442, 2941, 1616, 1552, 1325, 1253, 1193, 916, 782 (KBr). Anal.
Calcd for C
19
H
19
BrO
6
: C 53.92, H 4.52. Found: C 53.67, H 4.44. Yield: 42%.
9 – (2
E)-1-(2’-hydroxy-3’-bromo-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(4-buthoxyphenyl)-2-
propen-1-one. Yellow solid, m.p. 172-173 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 0.98 (t, 3H, -CH
3
),
1.47-1.60 (m, 2H, -CH
2
CH
3
), 1.75-1.81 (m, 2H, -CH
2
CH
2
CH
3
), 3.98 (s, 3H, OCH
3
),
3.99 (s, 3H, OCH
3
), 4.01 (t, 2H, -OCH
2-
), 6.06 (s, 1H, H5’), 6.91 (d, 2H, J = 8.4 Hz,
H3, H5), 7.54 (d, 2H,
J = 8.4 Hz, H2, H6), 7.75 (d, 1H, J = 15.6 Hz, Hα), 7.83 (d, 1H,
J = 15.6 Hz, Hβ), 14.96 (OH).
13
C NMR (acetone-d
6
) δ 13.42 (CH
3
), 19.18 (-CH
2
CH
3
),
31.28 (-CH
2
CH
2
CH
3
), 56.25 (OCH
3
), 67.86 (-OCH
2
-), 88.37 (C5’), 94.61(C3’), 104.43
(C1’), 115.19 (C3, C5), 124.46 (C
α), 128.04 (C1), 130.71 (C2, C6), 143.72 (Cβ),
160.02 (C4), 168.46 (C2’), 168.82 (C6’), 176.12 (C4’), 198.07 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3450, 2945, 1615, 1554, 1221, 963 (KBr). Anal. Calcd for C
21
H
23
BrO
5
: C 57.94, H
5.33. Found: C 57.27, H 5.27. Yield: 47%.
10 – (2
E)-1-(2’-hydroxy-3’-bromo-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(4-nitrophenyl)-2-
propen-1-one. Yellow solid, m.p. 230-231 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.94 (s, 3H, OCH
3
),
3.97 (s, 3H, OCH
3
), 6.03 (s, 1H, H5’), 7.61 (d, 2H, J = 8.0 Hz, H2, H6), 7.74 (d, 1H, J
= 16.0 Hz, H
α), 7.93 (d, 1H, J = 160 Hz, Hβ), 8.24 (d, 2H, J = 8.0 Hz, H3, H5), 14.73
(s, 1H, OH).
13
C NMR (CDCl
3
) δ 55.74 (OCH
3
), 56.32 (OCH
3
), 86.69 (C5’), 91.63
(C3’), 106.55 (C1’), 109.77 (C3, C5), 123.78 (C
α), 126.66 (C2, C6), 128.82 (C1),
131.03 (C
β), 150.47 (C4), 161.92 (C6’), 162.62 (C2’), 162.68 (C4’), 203.27 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3450, 2943, 1600, 1509, 1345, 1093, 976, 852 (KBr). Anal. Calcd for
C
17
H
14
BrNO
6
: C 50.02, H 3.46, N 3.43. Found: C 49.57, H 3.02, N 4.53. Yield: 42%.
11 – (2
E)-1-(2’-hydroxy-3’-bromo-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(2-chlorophenyl)-2-
propen-1-one. Light yellow solid, m.p. 210-212 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.98 (s, 3H,
OCH
3
), 4.04 (s, 3H, OCH
3
), 6.21 (s, 1H, H5’), 7.29-7.32 (m, 2H, H4, H5), 7.43 (d, 1H,
H3), 7.67 (d, 1H, H6), 7.83 (d, 1H,
J = 15.2 Hz, Hα), 8.18 (d, 1H, J = 15.2 Hz, Hβ),
14.67 (s, 1H, OH).
13
C NMR (acetone-d
6
) δ 56.85 (OCH
3
), 57.08 (OCH
3
), 87.80 (C5’),
92.80 (C3’), 106.00 (C1’), 127.72 (C
α), 128.60 (C5), 130.22 (C6), 131.06 (C3),
131.62 (C4), 134.33 (C2), 136.21 (C1), 139.49 (C
β), 162.90 (C2’), 163.00 (C6’),
163.93 (C4’), 193.25 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3450, 2934, 1618, 1557, 1216, 1125, 965,
788 (KBr). Anal. Calcd for C
17
H
14
BrClO
4
: C 51.35, H 3.55. Found: C 51.45, H 3.58.
Yield: 62%.
123
12 – (2E)-1-(2’-hydroxy-3’-bromo-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(4-methoxyphenyl)-
2-propen-1-one. Yellow solid, m.p. 144-146 ºC.
1
H NMR (CDCl
3
) δ 3.86 (s, 3H,
OCH
3
), 3.97 (s, 3H, OCH
3
), 3.99 (s, 3H, OCH
3
), 6.07 (s, 1H, H5’), 6.93 (d, 2H, J = 8.8
Hz, H3, H5), 7.56 (d, 2H,
J = 8.8 Hz, H2, H6), 7.79 (d, 1H, J = 16.4 Hz, Hα), 7.89 (d,
1H,
J = 16.4 Hz, Hβ), 14.81 (OH).
13
C NMR (acetone-d
6
) δ 55.17 (OCH
3
), 56.25
(OCH
3
), 56.37 (OCH
3
), 88.34 (C5’), 94.76 (C3’), 106.66 (C1’), 114.70 (C3, C5),
124.61 (C
α), 128.10 (C1), 130.68 (C2, C6), 143.59 (Cβ), 162.17 (C4), 162.92 (C2’,
C6’), 163.28 (C4’), 205.72 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3443, 1615, 1557, 1220, 1177, 824
(KBr). Anal. Calcd for C
18
H
17
BrO
5
: C 54.98, H 4.36. Found: C 51.95, H 4.46. Yield:
40%.
13 - (2
E)-1-(2’-hydroxy-3’-bromo-4’,6’-dimethoxyphenyl)-3-(2-carboxyphenyl)-2-
propen-1-one. Yellow solid, m.p. 230 ºC.
1
H NMR (acetone-d
6
) δ 3.79 (s, 3H, OCH
3
),
3.85 (s, 3H, OCH
3
), 6.00 (s, 1H, H5’), 7.64 (t, 1H, J = 8.0 Hz, H4), 7.64 (d, 1H, J =
16.0 Hz, H
α), 7.79 (d, 1H, J = 8.0 Hz, H6), 7.87 (t, 1H, J = 8.0 Hz, H5), 7.87 (d, 1H, J
= 16.0 Hz, H
β), 7.92 (d, 1H, J = 8.0 Hz, H3), 14.23 (COOH), 14.57 (OH).
13
C NMR
(acetone-d
6
) δ 57.25 (OCH
3
), 57.74 (OCH
3
), 88.12 (C5’), 94.78 (C3’), 106.14 (C1’),
124.40 (C
α), 126.49 (C6), 130.09 (C4), 130.73 (C2), 132.61 (C3), 134.88 (C5),
135.66 (C1), 136.76 (C
β), 156.72 (C6’), 165.62 (C2’), 166.90 (C4’), 180.67 (COOH),
206.97 (C=O). IR
ν
max
/cm
-1
3441, 2942, 2640, 1627, 1559, 1216, 1125, 964, 781
(KBr). Anal. Calcd for C
18
H
15
BrO
6
: C 53.09, H 3.71. Found: C 49.08, H 3.71. Yield:
59%.
Biological Assays
Reagents: Tissue culture media and fetal bovine serum were purchased from
CULTILAB (São Paulo, Brazil), penicillin/streptomycin were purchased from GIBCO
(Grand Island, NY), isopropanol were purchased from Merck (Darmstat, Germany),
3-[4,5-Dimethylthiazol-2-yl]-2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT) and N-[2-
Hydroxyethyl]piperazine-N’-2-ethanesulfonic acid] (HEPES) were purchased from
Sigma (St. Louis, MO, USA). The luciferin-luciferase kit was purchased from Bio-
Orbit® (Turku, Finland).
Cell Culture: Murine B16-F10 melanoma cells line were obtained from American
Type Culture Cell (ATCC) and VERO cells Associação Técnico Científica Paul
Ehrlich (APABCAM, Rio de Janeiro, Brazil). The cells were cultured in DMEM
supplemented with 10% heat-inactivated fetal bovine serum, 100 U/ml penicillin, 100
µg/ml streptomycin and 10 mM HEPES. The cell cultures were maintained at 37
o
C in
a 5% CO
2
humidified atmosphere and pH 7.4. Once the cells reached 90%
124
confluency, a cell suspension was prepared by trypsinization cultures (B16-F10 and
Vero). In all experiments, viable cells were checked in the beginning of experiment by
Trypan Blue exclusion.
Cytotoxity: The cytotoxic effect of synthetic hydroxychalcones was evaluated using
a MTT assay. Briefly, 1 x 10
4
cells/well were incubated in triplicate with compounds
dissolved in DMSO (0,1% final concentration) and diluted with medium culture to
their final concentrations in 72h, respectively, in microplates 96-well. After the
incubation time at 37 ºC, the cells were washed with new medium culture and 10µl
MTT (5mg/ml) was added followed by 3h of incubation at 37 ºC. The precipitated
formazan was dissolved in 100µl acid isopropanol solution (isopropanol containing
HCl 0.04M) and the absorbance was measured at 540nm using microwell system
reader (Organon Teknika, Belgium). The cells, 1 x 10
4
cells were incubated with the
hydroxychalcones in concentration range of 0 - to 40µM for 72h, following with MTT
assay. The IC
50
s values (a concentration that produces 50% reduction in the viable
cell number) were calculated from the concentration-response curves. The cell
viability was checked in the beginning of experiment by Tripan Blue exclusion.
DNA fragmentation analysis by gel eletrophoresis: Briefly, 5 x 10
5
cells/well were
incubated with compounds dissolved in DMSO (0,1% final concentration) at
concentration IC
50
and diluted with medium culture to their final concentrations, in
24h. To isolate DNA fragments cells were harvested and washed twice with cold
phosphate buffer saline (PBS). Cell pellets were then incubated in a lyses buffer
containing 10 mM EDTA, 50 mM Tris–HCl, pH 8.0, 0.25% NP-40, 0.5 g/L proteinase
K at 50 °C for 2 h. DNA was then precipitated with 2.5 vol of ethanol-Nacl at -25 °C
overnight and dried in air. After washing with ice-cold 70% ethanol, the pellets were
then dissolved in TE buffer containing 10 mM Tris–HCl, pH 8.0, 1 mM EDTA and 0.6
mg/ml RNase A and incubated at 37 °C for 1 h. DNA solutions were then separated
in 1.5% agarose gels, stained with ethidium bromide and visualized by 2UV
Transilluminator (MacroVue UV-20 Hoefer) for ladder formation.
Bioluminescent assay for ATP: The amount of intracellular ATP was determined by
bioluminescent assay measuring the light output of the luciferin-luciferase reaction.
Approximately 3
5
cells were incubated in the presence of hydroxychalcones at
125
different concentrations then they were pelleted and extracted with 40 µL of 1.25%
trichloroacetic acid. The extracts were kept on ice for 30’ min. and neutralized with 20
µL of 1 M Tris-acetate, pH 7.5. After centrifugation, the supernatants were diluted
with the supplied dilution buffer (X4) and used for ATP quantification.
Mitochondrial glutathione measurement: Mitochondria enriched preparation was
obtained by centrifugation. Total glutathione (GSH + GSSG, reduced and disulphide
forms, respectively) was measured through the glutathione reductase method [25].
Approximately 3
5
cells were washed in PBS and homogenized in a buffer containing
Tris-sacarose 10mM/250mM, resuspended in 100 µL chilled Milli-Q water containing
1mM EDTA and sonicated for 10 s. Then, 20 µL of each homogenate were
transferred to a 96-well plate followed by addition of 180 µL of the reaction medium
containing DTNB 75 µM; NADPH 120 µM, glutathione reductase 1 U/mL and EDTA
10 mM in phosphate buffer 100 mM, pH 7.4. A standard curve was made with GSH
(0.001–1 µM). The absorbance was measured immediately and then every min
during 5 min at 412 nm using a Microwell Systems (Organon Teknika). Values were
expressed as percentage of control GSH values.
Statistical analysis: The statistical program GraphPad Prism® 4.0 Windows (Graph
Pad software, Inc., San Diego CA 2003)
61
was used to calculate the IC
50
and the
statistical significance. The results were presented as mean ± S.E.M. of triplicates
from three independent experiments. Statistical significance was assessed by
ANOVA followed by Bonferroni’s
t-test, for comparisons of cell viability between B16-
F10 and VERO lines the
t Student test was used. p values < 0.05 was taken as
statistically significant.
Acknowledgments
This research was supported by grants and fellowships from CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), CAPES (Coordenação de
Pessoal de Nível Superior) and FAPESC (Fundação de Amparo à Ciência e
Tecnologia de Santa Catarina). This work is part of the thesis of Andreia L. F.
Navarini and Alessandra Mascarello, who are MSc students in Pharmacy and
Chemistry, respectively. We would like to thank the Department of Chemistry and
126
also to Hospital Universitário for some facilities, both from Universidade Federal de
Santa Catarina.
References
1. WHO. World Health Organization. Disponível em: <www.who.int/cancer>. Acessed in 30
may 2007.
2. Xu, L. Y.; Koo, J.
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