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ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Swartzia
apetala VAR. GLABRA
Marcelo Francisco de Araújo
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
AGOSTO de 2007
ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Swartzia
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apetala VAR. GLABRA
Marcelo Francisco de Araújo
Tese apresentada ao Centro de
Ciências e Tecnologias da
Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como
parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em
Ciências Naturais.
Orientadora: Prof. Dra. Leda Mathias
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
AGOSTO de 2007
ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE Swartzia
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca do CCT / UENF
39/2007
-
apetala VAR. GLABRA
Araújo, Marcelo Francisco de
Estudo fitoquímico e avaliação biológica de Swartzia apetala var.
glabra / Marcelo Francisco de Araújo. Campos dos Goytacazes,
2007.
xvi, 168 f. : il.
Dissertão (Mestrado em Ciências Naturais) --Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência
e Tecnologia. Laboratório de Ciências Químicas. Campos dos
Goytacazes, 2007.
Orientadora: Leda Mathias.
Co-orientadores: Ivo José Curcino Vieira e Raimundo Braz-Filho
Área de concentração: Química de produtos naturais
Inclui bibliografia
1. Swartzia apetala 2. Artemia salina 3. DPPH 4. Atividade
antifúngica l. Universidade Estadual do Norte Fluminense
CDD 547.7
Marcelo Francisco de Araújo
Tese apresentada ao Centro de
Ciências e Tecnologias da
Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como
parte das exigências para
obtenção do título de Mestre de
Ciências Naturais.
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________________________________________
Prof. Mário Geraldo de Carvalho (D. Sc., Química Orgânica) - UFRRJ
_______________________________________________________________
Prof. Carlos Roberto Ribeiro Matos (D. Sc., Química Orgânica) – UENF
_______________________________________________________________
Prof. Olney Vieira da Motta (D. Sc., Biociências e Biotecnologia) – UENF
_______________________________________________________________
Prof.ª Leda Mathias (D. Sc., Química de Produtos Naturais) – UENF
(Orientadora)
“Os químicos são uma estranha classe de mortais, impelidos por um impulso quase que insano
a procurar seus prazeres em meio a fumaça e vapor, fuligem e chamas, venenos e pobreza, e,
no entanto, entre todos esses males, tenho a impressão de viver tão agradavelmente que
preferiria morrer a trocar de lugar com o rei da Pérsia”.
Johanm Joachim Becher, Physica Subterrânea (1667).
AGRADECIMENTOS
Quero deixar a sicera gratidão a todos que colaboraram de uma certa
forma na produção deste trabalho.
A Deus por iluminar minha vida e me dar forças para suportar os
obstáculos do dia-a-dia
Aos meus pais in memorian Francisco Elias de Araújo e Maria Silva de
Araújo, por sempre me implantarem o interesse no estudo
A minha irmã Márcia Araújo de Saavedra pelas palavras de incentivo e
compreensão nos momentos difíceis
A minha noiva Débora pela amizade, carinho, companheirismo e
paciência
A professora Raquel pela amizade, carinho e pelos ensinamentos
A professora Leda Mathias pela amizade, paciência e pelas instruções
valiosas que somaram no meu conhecimento e prazer pela pesquisa
Ao professor Ivo pela amizade e pelas colaborações valiosas durante o
trabalho
Ao professor Carlos pelas valiosas ajudas, idéias e amizade
Ao professor Raimundo Braz pela ajuda na elucidação dos espectros
Ao professor Olney Vieira da Motta pela colaboração e ensinamentos em
microbiologia
Aos amigos que compõe o grupo de pesquisa de produtos naturais e
que fazem a rotina do laboratório ser menos estressante, Aluan, Cecília, Elaine,
Graziela, Gustavo, Ildomar, Jucimar, Lanamar, Lara, Leonardo, Luis Fernando,
Márcia, Moema, Vinícius, Virginia e Wagner
A amiga Luisa companheira desde a graduação
Aos técnicos do LCQUI Marta e Roberto pelos espectros de IV e
RMNAos técnicos do LSA Lurdes e Gina pela ajuda nos ensaios antifúngicos
Ao professor Luciano Canellas do lab. de análises de solos CCTA pela
ajuda nas análises estatísticas e por liofilizar algumas amostras
SUMÁRIO
Pág.
Lista de Tabelas...............................................................................................IV
Lista de Esquemas...........................................................................................VI
Lista de Figuras................................................................................................VII
Lista de Abreviaturas e Símbolos.....................................................................XI
Resumo............................................................................................................XIII
Abstract.............................................................................................................XV
Introdução.........................................................................................................1
Referências Bibliográficas...........................................................................3
Capítulo I: Revisão da Literatura.......................................................................4
1.1. A Família Fabaceae..............................................................................4
1.2. Divisão Taxonômica..............................................................................4
1.3. O gênero Swartzia.................................................................................6
1.4. A espécie Swartzia apetala...................................................................11
1.5. Considerações sobre os metabólitos secundários encontrados gênero
Swartzia................................................................................................12
1.5.1. Saponinas..................................................................................12
1.5.2. Flavonóides................................................................................14
1.5.3. Isoflavonóides............................................................................16
1.6. Referências Bibliográficas.....................................................................17
Capítulo II: Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias................21
2.0. Constituintes químicos isolados das folhas e madeira de Swartzia
apetala..................................................................................................21
2.1. Materiais e Reagentes utilizados...........................................................24
2.2. Procedimento experimental...................................................................25
2.2.1. Levantamento bibliográfico.........................................................25
2.2.2. Material botânico: coleta e identificação.....................................25
2.2.3. Secagem e moagem do material vegetal...................................25
2.2.4. Preparação dos extratos brutos..................................................25
2.2.4.1. Folhas............................................................................25
2.2.4.2. Madeira..........................................................................26
2.2.5. Testes químicos..........................................................................27
2.2.5.1. Teste para saponinas ...................................................27
Pág.
VII
2.2.5.2. Teste para flavonóides..................................................28
2.2.6. Reveladores................................................................................28
2.2.7. Fracionamento dos extratos brutos e purificação das
Substâncias.................................................................................29
2.2.7.1. Fracionamento do extrato metanólico das folhas de
S. apetala........................................................................29
2.2.7.2. Fracionamento do extrato hexânico da madeira de
S. apetala........................................................................31
2.3. Referências bibliográficas.......................................................................33
Capítulo III: Resultados e Discussão.................................................................34
3.1. Determinação Estrutural dos Constituintes Químicos Isolados de Folhas
de Swartzia apetala................................................................................34
3.1.1. Determinação estrutural da substância SAFM-01..........34
3.1.2. Determinação estrutural da substância SAFM-02..........53
3.1.3. Determinação Estrutural da substância SAFM-03..........71
3.1.4. Determinação estrutural da substância SAFM-04...........78
3.2. Constituintes Químicos Identificados na Madeira de S. apetala............95
3.2.1. Determinação estrutural da substância SAMH-01...........96
3.2.2. Determinação estrutural da substância SAMH-02.........105
3.2.3. Determinação estrutural da substância SAMH-03.........115
3.2.4. Determinação estrutural da substância SAMH-04.........123
3.2.5. Determinação estrutural da substância SAMH-05.........129
3.3. Constantes Físicas e Dados Espectroscópicos das Substâncias
Isoladas......................................................................................................139
3.4. Referências bibliográficas....................................................................145
Capítulo IV: Ensaios Biológicos.......................................................................147
4.0. Introdução............................................................................................147
4.1. Avaliação do Potencial Antioxidante....................................................148
4.1.1. Materiais e reagentes utilizados....................................150
4.1.2. Procedimento experimental...........................................151
4.1.3. Resultados e discussão.................................................153
4.2. Bioensaio de letalidade contra as larvas de Artemia salina Leach .....155
4.2.1. Materiais e Reagentes utilizados.....................................156
Pág.
4.2.2. Procedimento Experimental.............................................156
VIII
4.2.3. Resultados e discussão...................................................157
4.3. Avaliação da atividade antifúngica.......................................................158
4.3.1. Fungos.............................................................................159
4.3.2. Materiais e Reagentes utilizados.....................................159
4.3.3. Procedimento Experimental.............................................160
4.3.4. Resultados e discussão...................................................161
4.4. Referências bibliográficas....................................................................165
Conclusões......................................................................................................168
IX
Lista de Tabelas
Pág.
Tabela 1 - Substâncias isoladas de espécies de Swartzia................................7
Tabela 2 - Classificação botânica da espécie Swatzia apetala Raddi
var. glabra........................................................................................11
Tabela 3 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H da saponina SAFM-01
em Py-d
5
...........................................................................................37
Tabela 3’- Dados espectrais da unidade glicosídica da saponina SAFM-01....38
Tabela 4 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H da saponina SAFM-02
em CD
3
OD.......................................................................................55
Tabela 4’ - Dados espectrais das unidades glicosídicas da saponina
SAFM-02........................................................................................56
Tabela 5 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do flanonóide SAFM-03
em CD
3
OD......................................................................................73
Tabela 6 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do flanonóide SAFM-04
em CD
3
OD.......................................................................................80
Tabela 6’ - Dados espectrais das unidades glicosídicas do flanonóide
SAFM-04.........................................................................................81
Tabela 7 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do estilbeno SAMH-01
em CDCl
3
.........................................................................................97
Tabela 8 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H da flavanona SAMH-02
em CDCl
3
........................................................................................108
Tabela 9 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do pterocarpano SAMH-03
em CDCl
3
........................................................................................117
Tabela 10 - Dados espectrais de RMN
13
C do triterpeno SAMH-04
em CDCl
3
........................................................................................124
Tabela 11 - Dados espectrais de RMN
13
C dos esteróides SAMH-05a/b/c
em CDCl
3
......................................................................................131
Tabela 12 - Valores de CE
50
e dados estatísticos dos extratos de S. apatala.
Rutina foi usado como padão.....................................................154
Tabela 13 - Resultados do bioensaio com larvas de Artemia salina...............157
Tabela 14 - Atividade antimicrobiana do fenol e derivados
(coeficiente fenólico)......................................................................158
Pág.
Tabela 15 - Fungos utilizados no ensaio.........................................................160
X
Tabela 16 - Inibição do crescimento fúngico dos extratos de S. apetala.........162
Tabela 17 - Inibição do crescimento fúngico das substâncias isoladas do
extrato metanólico das folhas de S. apetala....................................................163
Tabela 18 - Inibição do crescimento fúngico das substâncias isoladas do
extrato hexânico da madeira de S. apetala.....................................................164
XI
Lista de Esquemas
Pág.
Esquema 1 - Preparação dos extratos brutos das folhas de S. apetala..........26
Esquema 2 - Preparação dos extratos brutos da madeira de S. apetala.........27
Esquema 3 - Fracionamento do extrato em metanol........................................29
Esquema 4 – Purificação das saponinas das folhas de S. apetala...................30
Esquema 5 - Isolamento dos flavonóides das folhas de S. apetala..................31
Esquema 6 – Fracionamento cromatográfico do extrato hexânico....................32
Esquema 7 - Propostas de fragmentação da substância SAFM-03..................72
Esquema 8 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-01.................98
Esquema 9 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-02...............107
Esquema 10 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-03.............118
Esquema 11 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-04.............128
Esquema 12 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-05a...........137
Esquema 13 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-05b...........137
Esquema 14 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-05c.......... 138
Esquema 15 - Mecanismo de ação do DPPH frente a substâncias
fenólicas...................................................................................149
Esquema 16 - Relação estrutura versus atividade antioxidante
de flavonóides..........................................................................149
Esquema 17 - Procedimento experimental (análise quantitativa)....................152
XII
Lista de Figuras
Pág.
Figura 1 - Substâncias utilizadas como fitofármacos.........................................1
Figura 2 - Quinina e análogos sintéticos............................................................2
Figura 3 - Estrutura básica de isoflavonóides....................................................5
Figura 4 - Flavonóides de Swartzia....................................................................8
Figura 5 - Saponinas de Swartzia.......................................................................9
Figura 6 - Pterocarpanos de Swartzia...............................................................10
Figura 7 - Agliconas esteroidais........................................................................12
Figura 8 - Agliconas de caráter básico..............................................................13
Figura 9 - Biossíntese das saponinas triterpênicas...........................................13
Figura 10 - Biossíntese geral dos flavonóides...................................................15
Figura 11 - Classe de isoflavonóides.................................................................16
Figura 12 - Saponinas isoladas de Swartzia apetala.........................................21
Figura 13 - Flavonóides isolados de Swartzia apetala......................................22
Figura 14 - Estilbeno, triterpeno, esteróides e pterocarpano isolados
de S. apetala...................................................................................23
Figura 15 - Interações 1,3-sin-diaxial da substância SAFM-01.........................36
Figura 16 - Espectro de infravermelho da substância SAFM-01.......................39
Figura 17 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-01................................40
Figura 18 - Ampliação do espectro RMN
1
H da substância SAFM-01
(região de 0,66 a 2,4 ppm)...............................................................41
Figura 19 - Ampliação do espectro RMN
1
H da substância SAFM-01
(região de 3,1 a 4,8 ppm).................................................................42
Figura 20 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-01......................43
Figura 21 - Ampliação do espectro RMN
13
C-APT da substância
SAFM-01 (região de 15 a 35 ppm)..................................................44
Figura 22 - Ampliação do espectro RMN
13
C-APT da substância
SAFM-01(região de 36 a 57ppm)....................................................45
Figura 23 - Ampliação do espectro RMN
13
C-APT da substância
SAFM-01 (região de 62 a 82 ppm)..................................................46
Figura 24 - Espectro de HMQC da substância SAFM-
01..................................47
Pág.
XIII
Figura 25 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-01
(região de 0,7 a 1,8 ppm)...................................................................48
Figura 26 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-01
(região de 3,6 a 4,7 ppm)...................................................................49
Figura 27 - Espectro de HMBC da substância SAFM-01..................................50
Figura 28 - Ampliação do espectro de HMBC da substância SAFM-01
(região de 0,6 a 1,5 ppm)................................................................51
Figura 29 - Ampliação do espectro de HMBC da substância SAFM-01
(região de 0,7 a 1,7 ppm).................................................................52
Figura 30 - Espectro de infravermelho da substância SAFM-02.......................57
Figura 31 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02................................58
Figura 32 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 0,7 a 1,4 ppm).................................................................59
Figura 33 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 1,3 a 2,1 ppm).................................................................60
Figura 34 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 3,3 a 3,9 ppm).................................................................61
Figura 35 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 3,9 a 4,35 ppm)...............................................................62
Figura 36 - Espectro de COSY (
1
H x
1
H) da substância SAFM-02....................63
Figura 37 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-02.......................64
Figura 38 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-02
(região de 16 a 50 ppm)...................................................................65
Figura 39 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-02
(região de 57 a 84 ppm).....................................................................66
Figura 40 - Espectro de HMQC da substância SAFM-02..................................67
Figura 41 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-02
(região de 0,7 a 1,5 ppm)...................................................................68
Figura 42 - Espectro de HMBC da substância SAFM-02..................................69
Figura 43 - Ampliação do espectro de HMBC da substância SAFM-02
(região de 0,7 a 2,1 ppm)...................................................................70
Figura 44 - Espectro de infravermelho substância da SAFM-03.......................74
Figura 45 - Espectro de massas da substância SAFM-03................................75
Pág.
Figura 46 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-03................................76
XIV
Figura 47 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-03......................77
Figura 48 - Espectro de massas da substância SAFM-04................................82
Figura 49 - Espectro de infravermelho da substância SAFM-04.......................83
Figura 50 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-04................................84
Figura 51 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-04
(região de 3,2 a 3,81 ppm)................................................................85
Figura 52 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-04
(região de 3,86 a 4,13 ppm).............................................................86
Figura 53 - Espectro de COSY (
1
H x
1
H) da substância SAFM-04....................87
Figura 54 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-04......................88
Figura 55 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância
SAFM-04 (região de 64 a 78 ppm)...................................................89
Figura 56 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância
SAFM-04 (região de 91 a 107 ppm)................................................90
Figura 57 - Espectro de HMQC da substância SAFM-04..................................91
Figura 58 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-04
(região de 3,2 a 4,1 ppm)................................................................92
Figura 59 - Espectro de HMBC da substância SAFM-04.................................93
Figura 60 - Ampliações do espectro de HMBC da substância SAFM-04.........94
Figura 61 - Espectro de massas da substância SAMH-01...............................98
Figura 62 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-01...............................99
Figura 63 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAMH-01
(região de 6,9 a 7,6 ppm)..............................................................100
Figura 64 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-01....................101
Figura 65 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância
SAMH-01 (região de 101 a 130 ppm)............................................102
Figura 66 - Espectro de HMBC da substância SAMH-01................................103
Figura 67 - Ampliação do espectro de HMBC da substância SAMH-01
(região de 6,6 a 7,6 ppm)...............................................................104
Figura 68 - Espectro de massas da substância SAMH-02..............................109
Figura 69 - Espectro de infravermelho da substância SAMH-02.....................110
Figura 70 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-02.............................111
Pág.
Figura 71 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-02....................112
XV
Figura 72 - Espectro de HMQC da substância SAMH-02...............................113
Figura 73 - Espectro de HMBC da substância SAMH-02................................114
Figura 74 - Espectro de massas da substância SAMH-03..............................118
Figura 75 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-03..............................119
Figura 76 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-03....................120
Figura 77 - Espectro de HMQC da substância SAMH-03................................121
Figura 78 - Espectro de HMBC da substância SAMH-
03.................................122
Figura 79 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-04..............................125
Figura 80 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-04.....................126
Figura 81 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância
SAMH-04 (região de 0 a 60 ppm)...................................................127
Figura 82 - Espectro de massas da substância SAMH-04...............................128
Figura 83 - Espectro de RMN
1
H das substâncias SAMH-05a/b/c..................132
Figura 84 - Espectro de RMN
13
C-APT das substâncias SAMH-05a/b/c.........133
Figura 85 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT das substâncias
SAMH-05a/b/c (região de 12 a 58 ppm)........................................134
Figura 86 - Espectro de CG das substâncias SAMH-05a/b/c.........................135
Figura 87 - Espectro de massas da substância SAMH-05a............................135
Figura 88 - Espectro de massas da substância SAMH-05b............................136
Figura 89 - Espectro de massas da substância SAMH-05c............................136
Figura 90 - Análise qualitativa da atividade antioxidante.................................153
Figura 91 - Avaliação do potencial antioxidante (%AA x concentração).........154
XVI
Lista de Abreviaturas e Símbolos
AA% Porcentagem de Atividade Antioxidante
Abs Absorbância
APT Attached Proton Test
ATCC Americam Type Culture Collection
Ax Axial
CC Cromatografia em Coluna
CDCl
3
Clorofórmio deuterado
CCDA Cromatografia em Camada Delgada Analítica
CCDP Cromatografia em camada delgada preparativa
CE
50
Concentração Efetiva a 50%
CG/EM Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de
Massas
cm
-1
Centímetro recíproco (unidade de número de onda)
COSY Correlation SpectroscopY
DL
50
Dose Letal suficiente para 50% da população testada
δ Deslocamento químico (ppm)
d sinal duplo
dd duplodupleto
dl sinal duplo largo
EM Espectro de Massas
eq equatorial
eV elétron volt
Glc glicose
HMBC Heteronuclear Multiple Bond Correlation
HMQC Heteronuclear Multiple Quantun Coherence
IV Infravermelho
J Constante de acoplamento (medida em Hertz)
λ Comprimento de Onda
m sinal multiplo
MeOH-d
4
Metanol deuterado
nm namômetro
XVII
m/z Relação massa/carga
a. página
ppm Parte por milhão
RDA Rearranjo do tipo Diels-Alder
Rha Raminose
RMN
1
H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
RMN
13
C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono-13
s sinal simples
SAFD Swartzia apetala Folhas Diclorometano
SAFM Swartzia apetala Folhas Metanol
SAMH Swartzia apetala Madeira Hexano
sl sinal largo
t sinal triplo
UV Ultravioleta
Xyl Xilose
XVIII
RESUMO
ARAÚJO, Marcelo Francisco de; Universidade Estadual do Norte
Fluminense; agosto de 2007; Estudo Fitoquímico e Avaliação Biológica de
Swartzia apetala; Orientadora: Leda Mathias; Co-orientadores: Raimundo
Braz-Filho, Ivo José Curcino Vieira; Colaborador: Olney Vieira da Motta
O estudo fitoquímico dos extratos de um espécime de Swartzia apetala
Raddi var. glabra (Fabaceae) coletada na reserva do Vale do Rio Doce em
Linhares (ES) em julho de 2002, conduziu ao isolamento e a identificação de
constituintes de diferentes classes de metabólitos especiais. Das folhas
foram isoladas duas saponinas: 3-hidroxi-olean-12-en-28-acetato de-O-
β
-D-
glicopiranosila (SAFM-01), 3-O-
β
-D-xilopiranosil-(1’”→4”)-O-
α
-D-
ramnopiranosil-olean-12-em-28-acetato de -
β
-D-glicopiranosila (SAFM-02);
dois flavonóides: 3, 5, 7,4’-tetraidroxiflavonol (SAFM-03), 5,7,4’-triidróxi-3- O-
β
-D-glicopiranosil-(1”’ 6”)-O-
α
-L-raminopiranosil-(1”” 2”’)-O-
α
-L-
raminopiranosil-flavonol (SAFM-04). Da madeira foi isolado um flavonóide:
5,7-diidróxiflavanona (SAMH-02); um estilbeno: 3-metoxi-5-hidroxiestilbeno
(SAMH-01); um pterocarpano: 7-hidroxi-3’,4’-metilenodioxipterocarpano
(SAMH-03); um triterpeno: lupeol (SAMH-04); e uma mistura de esteróides:
sitosterol, estigmasterol e campesterol (SAMH-05a/b/c).
As substâncias SAFM-01, 02, 03, 04 e SAMH-01 e 02 estão sendo
citadas pela primeira vez no gênero Swartzia e pelo melhor do nosso
conhecimento as substâncias SAFM-02 e 04 são inéditas na literatura.
A determinação estrutural das substâncias foi realizada através de
técnicas de RMN
1
H e
13
C a uma e duas dimensões, infravermelho (IV),
cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas (CG-EM),
espectrometria de massa de baixa e alta resolução, bem como por
comparação com dados da literatura.
Paralelo à avaliação fitoquímica foram realizados testes biológicos de
citotoxicidade frente às larvas de Artemia salina e antioxidante utilizando o
método com DPPH, com os extratos brutos; atividade antifúngica foi
utilizando o método de difusão em agar frente a nove cepas padrão ATCC do
XIX
gênero Candida, dos extratos brutos e das substâncias isoladas. A atividade
antifúngica foi observada em todos os extratos testados e as substâncias
responsáveis pela atividade nos extratos foram as: SAFM-01, 02, 03 e 04 no
extrato hexânico foram SAMH-01, 02 e 03.
XX
ABSTRACT
ARAÚJO, Marcelo Francisco de; Universidade Estadual do Norte
Fluminense; agosto de 2007; Phytochemistry study and biological evaluation
of Swartzia apetala; Orientadora: Leda Mathias; Co-orientadores: Raimundo
Braz-Filho, Ivo José Curcino Vieira; Colaborador: Olney Vieira da Motta
The phytochemistry study of extracts of a specimen of Swartzia
apetala var. glabra (Fabaceae) collected in the reserve of the Vale do Rio Doce
in Linhares (ES) in July of 2002, lead to the isolation and the constituent
identification of different class of special metabolites. Of leaves two saponins had
been isolated: acid-3-O-β-hydroxi-28-β- O-D-glucopyranosyl ester SAFM-01, 3-β-
D-O-xylopyranosyl- (1'” →4”) [α-D-ramnopyranosyl] - 28-O-β-D-glucopyranosyl
ester SAFM-02; two flavonoids: 3, 5, 7,4' - tetrahydroxiflavonol SAFM-03, 5,7,4' -
trihydroxi-3- β-O-D-glucopyranosyl- (1”' 6”) - O-α-L-ramnopyranosyl- (1”” →2”')
- O-α-L-ramnopyranosyl-flavonol SAFM-04. Of the wood was isolated one
flavonoid: 5,7-dihydroxiflavanone SAMH-02; a stilbene: 3-methoxi-5-hydroxi
stilbene SAMH-01; a pterocarpan: 7-hydroxi-3', 4' - methyilenedioxipterocarpan
SAMH-03; a triterpen: lupeol SAMH-04 and one mixture of steroids: sitosterol,
stigmasterol and campesterol SAMH-05a/b/c.
The substances SAFM-01, 02, 03, 04 and SAMH-01 and 02 were
identified for the first time in the Swartzia genera and for optimum of our
knowledge substances SAFM-02 and 04 they are unknown in literature.
The structural determination of substances was carried through RMN of
1
H and
13
C
techniques to one and two dimensions, infrared (IV), gas chromatography connected to the mass
(CG-EM), spectrometry of mass of low and high resolution, as well as comparison with data of
literature. Followed of the phytochemistry evaluation biological tests had been carried through of
toxicity against the larvae of Artemia salina and antioxidant using the method with DPPH, with
crude extracts; antifungal activity using the method of diffusion in gel front nine yeast standard
ATCC of the Candida genera, crude extracts and isolated substances.
XXI
Introdução
___________________________________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
Desde a antecedência de Cristo povos primitivos utilizavam plantas
para cura de certas enfermidades. Como exemplo pode-se citar Hipócrates
considerado pai da medicina moderna e que viveu no século 5 a.C, que tomou
a natureza como guia na escolha de remédios. Tais plantas possuíam
substâncias (princípios ativos) capazes de provocar reações benéficas no
organismo, causando desta forma a recuperação do enfermo. Estas
propriedades intrigaram os estudiosos por vários anos que passaram a
investigar as plantas com a finalidade de identificar esses princípios ativos.
Este trabalho árduo envolve a colaboração de pesquisadores de várias
áreas como: botânica, fitoquímica e farmacologia que juntos enriquecem os
conhecimentos sobre a inesgotável fonte de medicina natural: a flora mundial.
O Brasil é o país que detém a maior parcela da biodiversidade, em torno
de 15 a 20% do total mundial conhecido, com destaque para as plantas
superiores mais precisamente as angiospermas, nas quais detém
aproximadamente 20% da biodiversidade (Lewinsohn & Prado, 2004). Entre os
elementos que compõe a biodiversidade, as plantas superiores são as
principais matérias-primas para a fabricação de fitoterápicos e outros
medicamentos.
Em uma planta pode conter uma ou várias substâncias ativas que atuam
em conjunto formado um complexo fitoterápico.
As plantas, além de seu uso na medicina popular com fins terapêuticos, também são
importantes para obtenção de fitofármacos, até hoje amplamente utilizados na clínica. Como
exemplo citamos o cardenolídeo digitoxigenina (cardiotônico) isolado de espécies de Digitalis e
o alcalóide morfina (analgésico), isolado de Papaver Sonmniferum, entre outros (Figura 1)
(Hostettmann et al., 2003).
Uma vez obtida a substância biologicamente ativa, pode-se lançar mão de estudos
relacionando estrutura química e atividade biológica para o planejamento racional de moléculas
novas.
22
Introdução
___________________________________________________________________________________________
HO
HO
O
N CH
3
H
O
O
OH
H
HO
Morfina
Digitoxigenina
Figura 1 - Substâncias utilizadas como fitofármacos
Dessa forma, essas substâncias ativas funcionam como modelo para síntese ou semi-
síntese de substâncias análogas mais potentes e seletivas que podem ser obtidas mais
facilmente e, em alguns casos, a custos menores. Um exemplo da aplicação deste trabalho é a
síntese, após II Guerra Mundial, dos antimaláricos cloroquina e mefloquina apartir do alcalóide
quinina isolado de espécies de Cinchona (Figura 2) (Viegas Jr, et al.2006).
N
N
H
H
HO
H
3
CO
H
N
N
N
H
CH
2
CH
3
CH
2
CH
3
Cl
N
N
HO
H
CF
3
CF
3
Quinina
Cloroquina
Mefloquina
Figura 2 – Quinina e análogos sintéticos
Outro aspecto importante dentro da química de produtos naturais é a espetacular
diversidade molecular de padrões estruturais que se encontram nas distintas classes de
substâncias, como alcalóides, cumarinas, flavonóides, terpenoídes, saponinas, entre outras
que representam fontes inesgotáveis de modelos originais que possibilitam sua utilização como
matérias-primas na síntese de substâncias bioativas.
No intuito de se identificar a diversidade molecular que possa ser utilizada como
fitofármacos ou modelos para síntese ou semi-síntese, foi realizado o estudo fitoquímico e
avaliação da atividade biológica de um espécime de Swartzia apetala Raddi var. glabra.
Referências Bibliográficas.
Hostettmann, K., Queiroz, F.E. Vieira, C.P. (2003). Princípio Ativo de Plantas
Superiores. São Carlos: Ed.UFSCar, vol. IV. 9 - 44p.
23
Introdução
___________________________________________________________________________________________
Lewinsohn, T.M., Prado, P.I. (2004). Biodiversidade Brasileira: Síntese do
Estado Atual do Conhecimento. 2. Ed. - São Paulo: Contexto. 1-10p.
Viegas Jr, C., Bolzani, V.S., Barreiro, E.J. (2006). Os Produtos Naturais e a
Química Medicinal Moderna. Química Nova. 29(2)
24
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
1.1. A Família Fabaceae
A família Fabaceae possui uma ampla distribuição geográfica, que é representada por
aproximadamente 650 gêneros e mais de 18000 espécies espalhadas em todo o mundo,
especialmente nas regiões tropicais e subtropicais (Barroso et al., 1991; Joly, 2002).
A espécie Swartzia apetala, pertence à família Fabaceae (ordem Fabales, tribo
Swartizieae). Esta familia é uma das maiores dentre as dicotiledôneas (Heywood, 1971;
Hutchinson, 1971), sendo considerada uma das mais importantes do ponto de vista econômico,
visto constituir-se numa inestimável fonte de alimentos, como por exemplo, feijão, ervilha,
lentilha, soja, amendoim, entre outros (Buckinghamn, 1994; Heywood, 1971; Rawitscher, 1979).
Espécies desta família apresentam a propriedade de aumentar a fertilidade do solo, por
meio do mecanismo de fixação de nitrogênio por quimiossíntese de moléculas orgânicas,
através de um processo de simbiose com bactérias do gênero Rhizobium (Joly, 2002).
Outras espécies são usadas como plantas forrageiras, ornamentais, como fonte de
taninos, resinas e madeira fina para fabricação de móveis em geral (Heywood, 1971; Robins et
al., 1964).
1.2. Divisão Taxonômica
A familia Fabaceae está subdividida em três subfamílias: Mimosoideae,
Caesalpinoideae e Papilionoideae. A subfamília Papilionoideae está representada por
aproximadamente, 482 gêneros e 12000 espécies de ampla distribuição mundial (Barroso et
al., 1991). A maioria de seus representantes arbóreos são encontrados nos trópicos e
hemisfério sul e os arbustivos e herbáceos em regiões temperadas do globo (Hutchinson, 1971;
Joly, 2002; Heywood, 1971; Cronquist, 1981).
Do ponto de vista fitoquímico, a subfamília Papilionoideae caracteriza-se por conter
cerca de 90% dos isoflavonóides de origem vegetal identificados (Ingham, 1983). Apesar da
distribuição restrita dos isoflavonóides dentro do reino vegetal, a variação estrutural encontrada
nessas substâncias é grande, e isto se deve tanto ao número e complexidade dos substituintes
existentes no sistema 3-fenilbenzopirano, como também aos diferentes níveis de oxidação no
esqueleto básico e a presença de anéis heterocíclicos extra (Dewick, 1988) (Figura 3).
4
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
O
O
Sistema 3-Fenilbenzopirano
Figura 3- Estrutura básica de isoflavonóides
1.3. O gênero Swartzia
O gênero Swartzia compreende aproximadamente 125-150 espécies das quais apenas
nove foram estudadas quimicamente (Tabela 1, p. 7). Sua distribuição abrange principalmente
a América do Sul e África (Schultes, 1979).
Espécies do gênero estão caracterizadas quimicamente pela produção de flavonóides
com atividade larvicida, antibacteriana e antifúngica (Bézanger-Beauquesne & Pinkas, 1967;
Osawa et al., 1992; Dubois & Sneden, 1995 e 1996; Sanchez et al., 1999; Rojas et al., 2006)
(Figura 4, p. 8), saponinas com atividade moluscocida, larvicida e ictiotóxica (Suter et al., 1986;
Minjas et al., 1986; Borel & Hostettmann, 1987; Borel et al., 1987; Lwambo & Moyo, 1991;
Sanchez et el., 1999; Abdel-Kader et al., 2000; Magalhães et al., 2003; Neuwinger, 2004)
(Figura 5, p. 9) e outros metabólitos especiais bioativos como, por exemplo: os pterocarpanos
(Harper et al., 1965 e 1969; Donnely & Fitzgerald, 1971; Formiga et al., 1975; Braz-Filho et al.,
1980) (Figura 6, p. 10).
5
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
Tabela 1 - Substâncias isoladas de espécies de Swatzia
Espécies Material Metabólito Subst. Referências
S. brachyrachis madeira
madeira
flavonóide
saponina
15-16
1””-2””
Sanchez et al., 1999
Sanchez et al., 1999
S. laevicarpa madeira
madeira
flavonóide
pterocarpano
14
11-21
Braz-Filho et al., 1980
Braz-Filho et al., 1980
S. langsdorffii raiz saponina 1-2 Magalhães et al., 2003
S. leiocalycina madeira pterocarpano 24-29 Donnelly & Fitzgerald, 1971
S. madagascariensis fruto
madeira
madeira
saponina
pterocarpano
pterocarpano
1”’-8”’
1-8
9-10
Borel & Hostettmann, 1987
Harper et al., 1965
Harper et al., 1969
S. polyphylla madeira
madeira
madeira
madeira
flavonóide
flavonóide
flavonóide
flavonóide
7-13
3-5
1-2
6 e 8
Osawa et al., 1992
Dubois & Sneden, 1995
Dubois & Sneden, 1996
Rojas et al., 2006
S. schomburgkii folha saponina 1”-8” Abdel-Kader et al., 2000
S. simplex folha saponina 1’-7’a Borel et al., 1986
S. ulei madeira pterocarpano 22-23 Formiga et al., 1975
6
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
13
O
OH
HO
OH
O
9. R
1
= OH, R
2
= H, R
3
= OCH
3
10. R
1
= OH, R
2
= OH, R
3
= OCH
3
11. R
1
= OCH
3
, R
2
= OH, R
3
= OH
12. R
1
= OH, R
2
= OH, R
3
= OH
R
2
O
R
1
R
3
OH O
15. R = OH
16. R = OCOCH
3
O
R
H
3
C
OCH
3
R
OMe
OOCH
3
14
7. R
1
= OH, R
2
= H
8. R
1
= OH, R
2
= OH
6
O
OCH
3
OH
HO
O
O
OCH
3
R
2
R
1
O
O
H
MeO
HO
OH
OMe
OMe
HO
OHO
OH
R
HO OH
O
OHO
OH
HO
O
1
. R = H
2
. R = OH
3
O
HO
OH O
O
OH
4
5
O
HO
OH
HO O
O
Figura 4 - Flavonóides isolados do gênero Swartzia
7
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
1"". R = H
2"". R = COCH
3
H
O
HH
O
RO
RO
OR
OR
1"'. CH
3
H H Rha
2"'. CHO H H Rha
3"'. CH
3
H Gli Rha
4"'. CHO H Gli Rha
5"'. CH
3
Gli Gli Rha
6"'. CH
3
H Gli H
7"'. CHO H Gli H
8"'. CH
3
H H H
R
1
R
2
R
3
R
4
O
R
1
COOR
2
O
OR
3
HOOC
HO
R
4
O
6".
8".
5".
4".
7".
3".
2".
1".
Gli
H
CH
3
CH
2
OH
CH
2
OH
Gli
Xyl
Xyl
R
3
R
1
CH
3
CH
3
CH
3
CH
3
CH
3
H
H
H
H
H
H
Gli
H
R
2
R
4
H
H
H
Gli
Gli
Gli
Gli
Gli
H
H
H
O
R
1
COOR
2
O
OR
3
HOOC
R
5
O
R
4
O
O
R
3
COOR
4
O
OR
1
HO
R
2
O
OH
1. R = Raminose
2. R = H
O
COO
O
Glicose
OH
HOOC
HO
RO
R
1
R
2
R
3
R
4
R
5
CH
3
H H Rha H
CHO Gli H H H
CH
3
Gli H H H
CH
3
H H H H
CH
3
Gli H Rha H
CH
3
H H Rha H
CH
3
Gli H H Gli
CH
3
H H H Gli
CH
3
Gli Xyl Rha H
CH
3
H Xyl Rha H
CH
3
H Xyl H H
COOH Gli H H H
COOH H H H H
1'.
2'.
3'.
3'a.
4'.
4'a.
5'.
5'a.
6'.
6'a.
6'b.
7'.
7'a.
Figura 5 – Saponinas isoladas do gênero Swartzia
8
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
H
H
O
O
R
5
R
4
R
1
R
2
R
3
R
6
H
H
O
O
R
1
R
2
R
4
R
3
O
O
O
HO
H
3
CO
O
OCH
3
O
O
H
O
O
O
HO
H
3
CO
O
H
O
O
O
O
HO
H
3
CO
O
OCH
3
29
28
27
26
25
24
O
O
O
O
HO
H
3
CO
O
O
O
O
HO
H
3
CO
OCH
3
O
16
22. R = H
23. R =Ac
10
9
17. R
1
= R
4
= OH, R
2
= R
5
= OMe, R
3
= R
6
= H
18. R
1
= R
4
= OH, R
2
= R
5
= R
6
= OMe, R
3
= H
19. R
1
= H, R
2
= R
3
= R
5
= R
6
= OMe, R
4
= OH
20. R
1
= R
4
= OH, R
2
= R
3
= R
5
= R
6
= OMe
21. R
1
= R
2
= R
3
= R
4
= R
5
= R
6
= H
O
O
O
O
OH
O
O
OMe
HO
MeO
O
O
O
O
MeO
OMe
11. R
1
= OH, R
2
= OMe, R
4
= R
5
= OCH
2
O, R
3
= R
6
= H
12. R
1
= R
4
= OH, R
2
= R
5
= OMe, R
3
= R
6
= H
13. R
1
= R
4
= OH, R
2
= R
5
= R
6
= OMe, R
3
= H
14. R
1
= H, R
2
= R
3
= R
5
= R
6
= OMe, R
4
= OH
15. R
1
= R
4
= OH, R
2
= R
3
= R
5
= R
6
= OMe
1. R
1
= OH, R
2
= R
3
= H, R
4
= OMe
2. R
1
= OMe, R
2
= R
3
= H, R
4
= OMe
3. R
1
= OH, R
2
= OMe, R
3
= H, R
4
= OMe
4. R
1
= R
2
= R
4
= OMe, R
3
= H
5. R
1
= OH, R
2
=H, R
3
= R
4
= OCH
2
O
6. R
1
= OMe, R
2
= H, R
3
= R
4
= OCH
2
O
7. R
1
= OH, R
2
= OMe, R
3
= R
4
= OCH
2
O
8. R
1
= R
2
= OMe, R
3
= R
4
= OCH
2
O
O
O
H
H
O
O
R
1
R
2
R
4
R
5
R
6
R
3
OMe
O
O
RO
O
O
Figura 6 – Pterocarpanos isolados do gênero Swartzia
1.4. A espécie Swartzia apetala Raddi var. glabra
A espécie Swartzia apetala Raddi var. glabra é conhecida popularmente como “arruda
rajada”, devido à coloração da sua madeira cujo valor comercial reside na sua resistência e
durabilidade. A madeira do caule de S. apetala apresenta-se dura, pesada, compacta, lisa,
9
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
muito resistente a deteriorização, fácil de plainar e adquirindo brilho intenso mediante
polimento. Devido a sua durabilidade pode ser usada na fabricação de tacos luxuosos, estacas,
vigas, construção civil e obras hidráulicas, visto constar que é impenetrável ao gusano marinho
(Rizzini & Mors, 1995).
Sua região original de ocorrência está no leste de Minas Gerais, em Sergipe e na
floresta da costa do Espírito Santo. A floração ocorre entre os meses de fevereiro e agosto e a
maturação dos frutos ocorre no mês de outubro (Mansano & Tozzi, 1999).
Tabela 2 – Classificação botânica da espécie Swatzia apetala Raddi var. glabra
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
CLASSE ANGIOSPERMAE
SUBCLASSE DICOTILEDONEAE
SUPERORDEM ROSANAE
ORDEM FABALES
FAMÍLIA FABACEAE
SUBFAMÍLIA PAPILONOIDEAE
TRIBO SWARTZIEAE
GÊNERO Swartzia
ESPÉCIE Swartzia apetala Raddi var. glabra
1.5. Considerações sobre os metabólitos secundários encontrados no gênero Swartzia
1.5.1. Saponinas
São glicosídeos de esteróides ou de terpenos policíclicos. Por possuírem em sua
estrutura uma parte lipofílica (triterpeno ou esteróide) e outra hidrofílica (açúcar), estes
metabólitos possuem um poder de redução da tensão superficial da água garantindo assim
ações detergentes e emulsificantes, que em solução aquosa formam espuma persistente. A
espuma formada é estável à ação de ácidos minerais diluídos (Schenkel, 1999).
Saponinas são metabólitos de elevada massa molecular (600 a 2000u), devido à
presença de agliconas com um número variado de gliconas. As mesmas também tem sido de
grande interesse farmacêutico, sejam como adjuvantes em formulações, componentes ativos
em drogas vegetais, ou até mesmo, como matéria-prima para a síntese de esteróides (Simões
et al., 2001).
Esses metabólitos podem ser classificados em dois grupos baseados na natureza do
esqueleto da aglicona. O primeiro grupo consiste de saponinas esteroidais, os quais são quase
exclusivos de monocotiledôneas em angiospermas. O segundo grupo consiste de saponinas
triterpenoidais, onde sua ocorrência é mais comum principalmente em dicotiledôneas de
angiospermas. Além destes dois grupos, outros autores classificam um terceiro grupo chamado
de aminas esteroidais, e que são também classificadas como alcalóides esteroidais (Sparg et
al., 2004).
10
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
As saponinas esteroidais são formadas por um esqueleto de 27 átomos de carbonos
dispostos num sistema tetracíclico e apresentam duas estruturas básicas comuns: o
espirostano e o furostano (Simões et al., 2001) (Figura 7, p. 12).
A
B
C
D
E
A
B
C
D
E
F
Furostano
Espirostano
O
HO
O
O
HO
OH
O
açúcar
Figura 7 - Agliconas esteroidais
As saponinas de caráter básico possuem nitrogênio no anel F e são conhecidas por
dois tipos de estruturas: o espirosolano (onde o nitrogêno é secundário) e o solanidano (onde o
nitrogênio é terciário) (Simões et al., 2001) (Figura 8).
A
B
C
D
E
F
A
B
C
D
E
F
A
B
C
D
E
F
N
HO
Solasodina
Tomatidina
Solanidima
O
HO
N
H
O
HO
N
H
Figura 8 - Agliconas de caráter básico.
No entanto as mais encontradas na natureza são as triterpênicas. Os triterpenos
pentacíclicos podem ser divididos em três classes: oleananos (β-amirina), ursanos (α-amirina)
e o lupanos (lupeol) (Simões et al., 2001). Sua via biossintética deriva do mevalonato (Figura
9).
11
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
O
HO
HO
HO
HO
H
H
H
HO
H
HO
H
H
H
HO
HO
H
+
H
O
O
O
O
O
R
O
H
R
= Glc-Rha
Óxido
de
esqualeno
Cátion
damarenila
Cátion
bacanerila
Cátion
lupenila
Cátion
oleanila
β
-Amirina
Cátion
taraxaterila
Taraxasterol
α
-Amirina
H
HO
Lupeol
Saponina
triterpenoidal
HO
2
C
OH
OH
Ác. melavônico
Figura 9 - Biossíntese das saponinas triterpênicas
Com o avanço tecnológico das técnicas cromatográficas e espectroscópicas esta
classe de metabólito passou a ser estudada com grande freqüência por vários grupos de
pesquisa tanto em fitoquímica no isolamento e elucidação estrutural como em microbiologia
avaliando diversas propriedades biológicas. O comportamento anfifílico das saponinas e a
capacidade de formar complexos com esteróides, proteínas e fosfolipídeos de membranas
determinam um número variado de propriedades biológicas para essas substâncias, as quais
se destacam: atividade hemolítica, ictiotóxica, moluscocida, antiinflamatória, antiviral,
microbiana e antiparasitária (Sparg et al., 2004).
1.5.2. Flavonóides
São substâncias que contém um ou mais substituintes aromáticos que são
normalmente definidos como fenólicos ou polifenólicos e são conhecidos por constituírem um
grupo de metabólitos especiais mais diversos e difundido no reino vegetal.
O interesse sobre estas substâncias resulta particularmente das visíveis e lindas cores
desses pigmentos localizados principalmente em plantas vasculares, estando distribuídos nas
partes aéreas dos vegetais, como flores, folhas e frutos. Os mesmos atuam na defesa química
das plantas contra fungos e bactérias. Esta classe é amplamente distribuída no reino vegetal.
Alguns representantes foram identificados em briófitas, também encontrados em pteridófitas,
12
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
mas a variedade estrutural é pequena. Todavia, estão presentes em abundância em
angiospermas, apresentando nesse grupo enorme diversidade estrutural (Simões, et al, 2001).
Em geral, as agliconas flavonoídicas aparecem sob forma de cristais amarelos quase
sempre solúveis em água. São responsáveis pelo aroma dos alimentos e possuem
propriedades como: antiinflamatórios, antivaricosos, diuréticos, antioxidante e antimicrobiano
(Castro et al., 2001).
Ocorrem com uma variedade de formas estruturais, todas contendo 15 átomos de
carbono em seu esqueleto básico e são arranjados em uma configuração (C
6
C
3
C
6
) (Agrawal &
Markham, 1989). Sua via biossintética deriva do acetato e chiquimato (Figura 10, p. 15).
A vasta distribuição nas plantas, sua relativa estabilidade química e a facilidade com
que são identificados, tem considerado os flavonóides como marcadores taxonômicos na
classificação das plantas (Agrawal & Markham, 1989).
13
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
HO
2
C NH
2
HO
2
C
HO
2
C
OH
CoASOC
OH
PAL C4H
4CL
COSCoA
COOH
CH
2
O
O
HO
OH
CHI
OHO
R
OCH
3
O
OHO
R
OH
O
OHO
R
OCH
3
O
HO
OHO
R
OCH
3
O
HO
OHO
R
OCH
3
O
IFS
Chalcona
Flavanona
IOMT
Isoflavona
I2'H
IFR
VR
DMID
2'-hidroxi-isoflavanona
Isoflavonóides
Rota Geral dos Fenilpropanóides
Fenilalanina
Ác. cinâmico
Ác. p-cumárico
4-Cumaril-CoA
Malonil-CoA
R
OH
O
HO
OH
R=H;OH
R
O
O
HO
OH
CHI
O
OH
OH
HO
O
OH
F3'H
O
CH
R
OH
HO
OH
O
Aurona
IFS
OHO
OH
OH
O
Flavona
CHS/CHR
STS
OH
OH
HO
Estilbenos
O
OH
OH
OH
HO
O
O
OH
OH
OH
HO
O
F3H
3-OH-Flavanonas (diidroflavonol)
FLS
DRF
O
OH OH
OH
HO
OH
Flavonol
Flavan-3,4-diol
LDOX
O
OH
OH
OH
HO
3-OH-Antocianidina
OMT
UFGT
RT
OGlc-O
O-Glc
O-Glc-O-Rha
OH
Antocianidina
O
OH
OH
OH
HO
Flavan-3-ol
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
OH
OH
HO
LCR
Taninos Condensados
(protocianidinas)
O
OOGlc
Rha-O
O-Glc-O-Rha
OH
RT
UFGT
Flavonol Glicosilado
Flavanonas
Flobafenos
O
OH
HO
OH
O
OH
HO
OH
O
OH
HO
OH
Flavan-4-ol
O
OHOH
HO
OH
PAL - Fenilalanina Amônia Liase
C4H - Cinnamato-4-Hidroxilase
4CL - 4-Coumaroil:CoA-ligase
CHS - Chalcona Sintase
CHR - Chalcona Redutase
STS - Estilbeno sintase
F3'H - Flavonoide 3' Hidroxilase
CHI - Chalcona Isomerase
IFS - Isoflavona Sintase
F3H - Flavanna 3-Hidroxiilase
IOMT - Isoflavona O-MetilTransferase
I2'H - Isoflavona 2'-Hidroxilase
FLS - Flavonol Sintase
IFR - Isoflavona Redutase
DFR - Dihidroflavonol 4-Redutase
RT - Ramnosil Tranferase
UFGT - Flavonoide Glicosil Transferase
VR - Vestitona Redutase
LDOX - Leucoantocianidina DiOXigenase
LCR - Leucoantocianidina Redutase
DMID - 7,2'-Dihidroxi, 4'-MetoxiIsoflavonol
Dehidratase
OMT - O-MetilTransferase
Figura 10 - Biossíntese geral dos flavonóides (Winkel-Shirley 2001)
1.5.3. Isoflavonóides
Possuem um sistema de três anéis similar aos flavanóides e são caracterizados por
uma cadeia C
6
-C
3
- C
6
(Agrawal & Markham, 1989).
Ao contrário dos flavonóides, sua distribuição taxonômica é restrita. Salvo raríssimas
exceções, são de ocorrência exclusiva de Fabaceae. Apesar dessa restrição a uma família
14
Capítulo I – Revisão da Literatura
____________________________________________________________________________
botânica, tal classe apresenta uma diversidade estrutural importante: isoflavonas,
isoflavanonas, isoflavanas, aril-3-cumarinas, pterocarpanos, cumestanos, cumaronocromonas e
rotenóides, os quais possuem um carbono complementar no sistema heterocíclico (Agrawal &
Markham, 1989) (Figura 11).
Em vegetais, uma grande parte dos isoflavonóides comporta-se como fitoalexinas
(substâncias produzidas pela planta em resposta a uma infecção por um agente patogênico)
(Simões, et al, 2001).
Pterocarpano
3- Aril-cumarina
Cumestano
Isoflavanona
Rotenóide
Isoflavona
O O
O
O
O
O
HO
O
O
O
O
O
O
O
O
O
Isoflavana
O
O
O
Cumaranocromona
Figura 11 - Classe de isoflavonóides
1.6. Referências Bibliográficas.
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19
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 21
__________________________________________________________________________________________
2.0. Constituintes químicos isolados das folhas e madeira de Swartzia apetala
Raddi var. glabra
O estudo fitoquímico das folhas e madeira de Swartzia apetala Raddi var. glabra
permitiu o isolamento e a caracterização de duas saponinas (Figura 12), três flavonóides
(Figura 13, p. 22), um estilbeno, um pterocarpano, um triterpeno e três esteróides (Figura 14,
p. 23).
H
H
H
O
O
O
O
OH
OH
HO
OH
O
HO
O
OH
O
HO
OH
HO
H
H
H
HO
O
O
O
OH
OH
HO
OH
SAFM-01
SAFM-02
Figura 12 - Saponinas isoladas de Swartzia apetala
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 22
__________________________________________________________________________________________
O
OOH
HO
O
OOH
HO
OH
O
O
OH
OH
HO
OH
OH
O
O
O
OH
OH
O
O
OOH
OH
HO
OH
SAFM-03
SAFM-04
SAMH-02
HO
Figura 13- Flavonóides isolados de Swartzia apetala
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 23
__________________________________________________________________________________________
OH
OMe
HO
H
H
H
HO
H
H
H
HO
H
H
H
SAMH-01
SAMH-05c
SAMH-05b
SAMH-05a
O
O
HO
O
O
SAMH-03
HO
SAMH-04
H
H
Figura 14 - Estilbeno, triterpeno, esteróides e pterocarpano isolados de S.
apetala
2.1. Materiais e Reagentes utilizados.
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 24
__________________________________________________________________________________________
No processo de extração, fracionamento e purificação foram utilizados
os seguintes materiais:
Na etapa de extração bem como no fracionamento e purificação foi
utilizado solventes Synth e Vetec;
A concentração dos extratos foi efetuada sob pressão reduzida em
evaporador rotativo, Büchi B-480 e Fisatom 802;
As soluções aquosas foram liofilizadas em liofilizador Thermo Savant;
Nas etapas de fracionamento e purificação, foram utilizadas, sílica gel
60G (0,063-0,200 mm) Merck, sílica gel 60 (0,040-0,063 mm) Merck,
sílica gel silanizada 60 (0,063-0,200 mm) Merck, Lichrospher RP-18 (12
µm) Merck, Sephadex LH-20 Pharmacia e Amberlite XAD-2 Merck;
Utilizou como agente dessecante: Na
2
SO
4
anidro Vetec;
Nas análises comparativas através de cromatografia em camada
delgada (CCD) utilizou-se cromatofolhas de sílica gel 60 F
254
e RP-18
F
254
Merck;
As cromatoplacas foram reveladas através de irradiação com luz na
região do ultravioleta em comprimento de onda λ = 254 e 366 nm e/ou
com revelador cromatogênico [vanilina, cloreto férrico, NP/PEG
(Difenilboriloxietilamina + PoliEtilenoGlicol)] reagentes Merck;
2.2. Procedimento experimental
2.2.1. Levantamento bibliográfico
O levantamento bibliográfico foi realizado através de pesquisas bibliográficas de
periódicos em bibliotecas e em sítios disponíveis na INTERNET.
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 25
__________________________________________________________________________________________
2.2.2. Material botânico: coleta e identificação
As folhas e a madeira de um espécime de S. apetala Raddi var. glabra
foram coletadas na Reserva Floresta da Cia. Vale do Rio Doce, Linhares ES
em junho de 2002, onde se encontra uma exsicata de nº. 395 no herbário
CVRD.
2.2.3. Secagem e moagem do material vegetal
O material vegetal após seco à temperatura ambiente foi moído em
moinho do tipo Willey.
2.2.4. Preparação dos extratos brutos
2.2.4.1. Folhas
As folhas de S. apetala Raddi var. glabra após secas e moídas foram
pesadas obtendo-se uma massa de 347 g. Em seguida foram submetidas à
extração por maceração exaustiva em ordem crescente de polaridade
utilizando os seguintes solventes e obtendo as respectivas massas de extratos:
(hexano 5,78 g, 1,67 % da massa do material seco, diclorometano 3,41 g,
0,100 % da massa do material seco, metanol 34,5 g, 9,94 % da massa do
material seco e metanol/água (80:20) 31,9 g, 9,19 % da massa do material
seco (Esquema 1, p. 26).
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 26
__________________________________________________________________________________________
Folhas
347 g
Hexano
Extrato em Hexano
SAFH
- 5,78 g
Resíduo
CH
2
Cl
2
Extrato em CH
2
Cl
2
SAFD
- 3,41 g
Resíduo
MeOH
Extrato em MeOH
SAFM
- 34,5 g
Resíduo
MeOH/H
2
O(80:20)
Extrato em MeOH/H
2
O
SAFHA
- 31,9 g
* Extratos inativos aos testes descritos nos ítens (2.2.5 – 1 e 2) p.28-29.
** Extratos ativos aos testes descritos nos ítens (2.2.5 – 1 e 2) p. 28-29.
Esquema 1 - Preparação dos extratos brutos das folhas de S. apetala
2.2.4.2. Madeira
A madeira (580 g) após seca e moída foi submetida à maceração
exaustiva com os seguintes solventes: hexano 2,26 g de extrato (0,39 % da
massa do material seco, diclorometano 3,08 g (0,53 % da massa do material
vegetal) e metanol 29,0 g (3,72 % da massa do material vegetal) (Esquema 2,
p. 27).
Assim, os extratos brutos obtidos foram submetidos aos ensaios biológicos orientando
desta forma o fracionamento cromatográfico na busca de possíveis princípios ativos.
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 27
__________________________________________________________________________________________
Madeira
580 g
Extrato em hexano
SAMH
(2,26 g)
Extrato em CH
2
Cl
2
SAMD
(3,08 g)
Extrato em MeOH
SAMM
(29,0 g)
Resíduo
Resíduo
Resíduo
* Extratos ativos aos testes descritos nos itens (2.2.5 – 1 e 2) p.28-29.
Esquema 2 - Preparação dos extratos brutos da madeira de S. apetala
2.2.5. Testes químicos
2.2.5.1. Teste para saponinas
Para detecção de saponinas foi realizado o teste da formação de
espuma persistente em solução de ácido diluído (Schenkel, 1999).
Solução Ácida:
Teste específico para saponinas.
Observação de espuma persistente após agitação constante da solução.
Composição:
Solução 1,00 mol/L de HCl em água.
Modo de usar:
Diluir 3,00 mg de extrato em 10,0 mL da solução ácida em um tubo de
ensaio e em seguida agitar fortemente durante 2 a 3 minutos, observando
assim a formação de espuma persistente (colarinho).
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 28
__________________________________________________________________________________________
2.2.5.2. Teste para flavonóides
Para detecção dos flavonóides foi utilizado o teste com solução etanólica
5% de FeCl
3
e solução metanólica de NP e solução etanólica de PEG [NP/PEG
(formação de coloração verde em CCDA e de fluorescência respectivamente)]
(Wagner & Blandt, 1995).
Solução metanólica de NP (Difenilboriloxietilamina) e etanólica de PEG
(PoliEtilenoGlicol):
Reveladores específicos para compostos fenólicos com cloração
alaranjada em exposição à luz ultravioleta λ = 356 nm.
Composição:
Solução 1% de NP em metanol.
Solução 5% de PEG em etanol.
Modo de usar:
Imergir a cromatoplaca na solução de NP e em seguida na solução de
PEG após imersão, observar a coloração produzida.
Solução etanólica de Cloreto férrico (FeCl
3
):
Revelador específico para compostos fenólicos.
Coloração específica para flavonóides: marrom escuro.
Composição:
5 % de FeCl
3
em Etanol
Modo de usar:
Borrifar a cromatoplaca com a solução observando a formação bastante
característica de manchas verdes escura.
2.2.6. Reveladores
Solução de Vanilina sulfúrica:
Revelador para terpenóides, derivados de fenilpropanóides, compostos
fenólicos, etc.
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 29
__________________________________________________________________________________________
Coloração característica: Para terpenóides e saponinas é violeta após
aquecimento.
Para flavonóis é amarelada após aquecimento.
Para derivados de fenilporpanóides e flavanonas é vermelho carmim.
Composição:
3% de vanilina em solução com 45 mL de água, 45 mL de etanol e 10
mL ácido sulfúrico.
Modo de usar:
Borrifar a cromatoplaca com a solução e em seguida levá-la ao
aquecimento.
2.2.7. Fracionamento dos extratos brutos e purificação das substâncias
2.2.7.1. Fracionamento do extrato metanólico das folhas de S. apetala
O extrato em metanol (34,5 g) foi solubilizado em água e submetido à partição
utilizando acetato de etila seguido de n-butanol resultando em três frações. As frações em
acetato de etila (10,2 g) e n-butanol (15,5 g) foram concentradas em evaporador rotativo e a
fração aquosa (8,40 g) foi liofilizada (Esquema 3).
Fração
butanólica
15,5 g
Fração
aquosa
8,40 g
Fração
AcOEt
10,2 g
Partição
Extrato em
MeOH
34,5 g
* Frações ativas aos testes descritos nos ítens (2.2.5 – 1 e 2).
Esquema 3 - Fracionamento do extrato em metanol.
A fração em AcOEt (10,2 g) foi submetida a processo de precipitação
com Éter Etílico. O precipitado (parte insolúvel) foi cuidadosamente separado
do sobrenadante (parte solúvel) gerando assim duas frações (FA e FB)
(Esquema 4, p.30).
A fração FB solúvel em éter etílico (5,20 g) foi submetida à filtração em
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 30
__________________________________________________________________________________________
gel Sephadex LH-20 com MeOH como eluente. A filtração gerou duas sub-
frações FB1 (3,10 g) e FB2 (1,35 g) (Esquema 4). Uma alíquota da sub-fração
FB1 (350 mg) (Esquema 4, p. 30) foi submetida a uma CCDP utilizando o
seguinte sistema de eluentes: [AcOEt/MeOH/H
2
O (60:10:8)] produzindo a
saponina (SAFM-01, 70,0 mg) (Figura 12 p.21). Utilizando o mesmo
procedimento aplicado para FB1, uma alíquota de (350 mg) da sub-fração FB2,
produziu a saponina (SAFM-02, 83,0 mg, Figura 12 p.21) (Esquema 4).
SAFM-02
83 mg
SAFM-01
70 mg
CCDP [AcOEt/MeOH/H
2
O (60:10:8)]
Filtração gel Sephadex LH-20
em MeOH
FB2
(1,35 g)
alíquota 350 mg
FB1
(3,10 g)
alíquota 350 mg
Fração Insolúvel em
Éter etílico -
FA
4,30 g
Fração Solúvel em
Éter etilíco -
FB
5,20 g
Precipitação
Éter Etílico
Fração
AcOEt
10,2 g
Esquema 4 – Isolamento das saponinas das folhas de S. apetala
A fração FA insolúvel em éter etílico (4,30 g) foi cromatografada em
sílica gel RP-18 com [metanol/água (3:2)] obtendo 25 frações (Esquema 5, p
31). Após comparação do perfil cromatográfico utilizando CCDA as mesmas
foram reunidas gerando assim as sub-frações: 1-6 (1,50 g), 7-19 (1,45 g) e 20-
25 (1,08 g).
A sub-fração 7-19 (1,45 g) (Esquema 5, p. 31) após filtração em sílica
gel silanizada eluída com AcOEt saturado em água e metanol em ordem
crescente de polaridade, possibilitou o isolamento do flavonol [SAFM-03, (5,00
mg)] (Figura 13, p. 22).
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 31
__________________________________________________________________________________________
A sub-fração 20-25 (1,08 g) (Esquema 5, p. 31) foi submetida à filtração
com gel Sephadex LH-20 em MeOH, obtendo desta forma o flavonol [SAFM-
04, (35,0 mg)] (Figura 13, p. 22).
Inpurezas
SAFM-04
35,0 mg
Filtração Gel Sephadex LH-20
em MeOH
SAFM-03
5,00 mg
CC sílica silanizada [AcOEt saturado, MeOH]
ordem crescente de polaridade
Sub-fração 20 - 25
1,08 g
Sub-fração 7-19
1,45 g
Sub-fração 1- 6
1,50 g
CC RP-18 em
[MeOH/H
2
O (3:2)]
Fração Insolúvel em
Éter Etílico -
FA
4,30 g
Fração Solúvel em
Éter Etilíco -
FB
5,20 g
Precipitação
Éter Etílico
Fração
AcOEt
10,2 g
Esquema 5 - Isolamento dos flavonóides das folhas de S. apetala
2.2.7.2. Fracionamento do extrato hexânico da madeira de S. apetala
O extrato hexânico (2,26 g) foi solubilizado em diclorometano e
submetido a processo de precipitação com AcOEt formando duas frações:
[F1sobrenadante (1,03 g)] e [F2 precipitado (1,09 g)] ( Esquema 6, p. 32).
A fração F1 (1,03 g) foi submetida a cromatografia em coluna com sílica
gel em ordem crescente de polaridade (hexano, CH
2
Cl
2
, MeOH), obtendo assim
47 frações. As mesmas foram analisadas por CCDA e de acordo com perfil
cromatográfico foram reunidas formando as seguintes sub-frações: F1A (115
mg), F1B (110 mg), F1C (355 mg) e F1D (230 mg) (Esquema 6, p. 32).
A sub-fração F1B (110 mg) (Esquema 6, p. 32) após ser submetida à CC
com sílica gel em ordem crescente de polaridade usando (hexano, CH
2
Cl
2
,
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 32
__________________________________________________________________________________________
AcOEt, MeOH), possibilitou o isolamento de um estilbeno [SAMH-01, (7,00
mg)] (Figura 14, p. 23) e uma flavanona [SAMH-2 (18,0 mg)] (Figura 13, p. 22).
A sub-fração F1C (355 mg) (Esquema 6) após ser submetida ao mesmo
processo cromatográfico anterior, produziu 19 frações que foram reunidas após
análise por CCDA: 1-9 (21,0 mg), 10-13 (45,3 mg) e 14-19 (33,5 mg). A fração
1-9 (21,0 mg) foi submetida a CCDP [hexano:CH
2
Cl
2
(3:2)] o qual possibilitou
no isolamento de um triterpeno [SAMH-04 (4,00 mg)] (Figura 14, p. 23). A
fração 14-19 (33,5 mg) foi submetida ao mesmo processo cromatográfico da
fração (1-9) com o sistema de eluentes: [hexano/AcOEt (4:1)], onde foi possível
chegar ao isolamento de um pterocarpano [SAMH-03 (13,0 mg)] (Figura 14, p.
23).
A sub-fração F1D (230 mg) (Esquema 7, página 34) após ser submetida
CC com sílica gel flash usando [éter de petróleo/AcOEt (8:2)], possibilitou o
isolamento de uma mistura de esteróides [SAMH-05a/b/c (35,0 mg)] (Figura
14, p. 23).
CCDP
[Hexano/CH
2
Cl
2
(3:2)]
SAMH-03
4,00 mg
CC sílica gel
[Hexano, CH
2
Cl
2
, MeOH]
Fração -
F2
1,09 g
Frão -
F1
1,03 g
Precipitação com
AcOEt
Extrato henico
2,26 g
ÁC. graxos
SAMH-04
13,0 mg
CCDP
[Hexano/AcOEt (4:1)]
SAMH-05a/b/c
35,0 mg
CC sílica gel flesh
[Éter de petróleo/AcOEt (8:2)]
Fração 14-19
33,5 mg
Fração 10-13
45,3 mg
Frão 1-9
21,0 mg
SAMH-02
18,0 mg
SAMH-01
7,00 mg
CC sílica gel
[Hexano, CH
2
Cl
2
, AcOEt, MeOH]
Sub-fração
F1D
230 mg
Sub-fração
F1C
355 mg
Sub-fração
F1B
110 mg
Sub-frão
F1A
115 mg
*Sub-frações ativas ao teste descrito no item (2.2.5.2) p.29.
Esquema 6 – Fracionamento cromatográfico do extrato hexânico
2.3. Referências bibliográficas.
Schenkel, E. P. (1999). Saponinas. In Simões, C. M. O., Farmacognosia: da
Planta ao Medicamento, Universidade UFRGS/UFSC, Porto
Capítulo II - Extração, Fracionamento e Isolamento das substâncias 33
__________________________________________________________________________________________
Alegre/Florianópolis, 604 p.
Wagner, H., Bladt, S. (1995). Plants Drugs Analysis; a Thin Layer
Chromatographic Atlas. 2
nd
Ed. Spring-Verlag Berlin Heidelberg New York. 384
p.
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3.0. Resultados e Discussão
3.1. Determinação Estrutural dos Constituintes Químicos Isolados das Folhas
de Swartzia apetala
O estudo fitoquímico do extrato metanólico das folhas de S. apetala
possibilitou o isolamento e a identificação de duas saponinas triterpênicas
(SAFM-01 e SAFM-02) (Figura 12, p. 21) e dois flavonóides (SAFM-03 e
SAFM-04) (Figura 13, p. 22).
3.1.1. Determinação estrutural da substância SAFM-01.
O tratamento cromatográfico (CCDP [AcOEt/MeOH/H
2
O (60:10:8)]) da fração
FB1 (Item 2.2.7.1, p. 29-30) forneceu uma substância que apresentou-se como um
sólido branco amorfo, solúvel em MeOH e com faixa de fusão 219-224 ºC.
O espectro de absorção na região do infravermelho (Figura 16, p. 39), da
substância SAFM-01, mostra forte absorção em 3416 cm
-1
correspondente a vibração da
deformação axial de O-H, uma banda de estiramento de grupo carbonila de éster 1736
cm
-1
e bandas intensas de vibrações assimétricas acopladas (C(=O)-O) e (O-C-C) em
1072 cm
-1
e 1043 cm
-1
respectivamente. A banda em 1608 cm
-1
corresponde ao
estiramento (C=C) de grupo olefínico e a banda em 2943 cm
-1
a deformação axial de
grupos metilênicos de hidrocarbonetos cíclicos (Silverstein & Webster, 2000).
As evidências espectrais encontradas para SAFM-01 sugerem tratar-se de uma
saponina triterpenoidal, pois dos 36 átomos de carbono assinalados no espectro de RMN
13
C-APT (Figuras 20-23, p. 43-46), 30 foram atribuídos a unidade aglicona e os 6
restantes para o resíduo de açúcar. Os espectros de RMN de
1
H e
13
C-APT da substância
apresentaram sinais do resíduo aglicona característico do ácido oleanóico (Tabelas 3 e
3’, p. 37-38).
O espectro de RMN
1
H (Figura 17-19, p. 40-42) mostra sinais característicos de
saponina triterpênica evidenciada pelos sinais relativos aos grupos metila entre δ
H
0,78-
1,24 (Figura 18, p. 41). O sinal largo em δ
H
5,41 pode ser atribuído ao hidrogênio H-12.
O resíduo de açúcar pode ser evidenciado pelo sinal do hidrogênio anomérico da
unidade glicopiranosila a δ
H
6,29 (d, J= 7,3 Hz) que devido ao alto valor da constante de
acoplamento foi assinalado como
β
-glicopiranosil e os sinais distintos dos hidrogênios
metilênicos a δ
H
4,75 (d, J= 7,3) e δ
H
4,71 correspondentes a H-6’a e H-6’b (Figura 19,
p. 42). Os sinais restantes do resíduo de açúcar estão sobrepostos no espectro na região
entre δ
H
3,50-4,46.
Através da análise dos espectros de RMN
13
C-APT (Attached Proton Test)
(Figuras 20-23, p. 43-46) foi possível observar a presença dos onze carbonos
metilênicos, dez carbonos metínicos, sete carbonos metílicos e oito átomos de carbonos
não hidrogenados, sugerindo uma estutura triterpênica para a unidade aglicona.
Os triterpenos pertencentes à série olean-12-eno estão caracterizados pela
34
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
posição dos deslocamentos químicos de CH-12, C-13 e CH-18, que na substância
SAFM-01 aparecem a δ
C
123,95; 144,01 e 41,62 respectivamente (Mahato & Kundu,
1994). A linha espectral em δ
C
89,25 é característica de carbono carbinólico e foi
atribuída ao carbono CH-3 do esqueleto triterpênica.
O mapa de correlação heteronuclear com detecção no canal de hidrogênio
HMQC (
1
J
CH
) (Figuras 24-26, p. 47-49) permitiu verificar os deslocamentos químicos
dos hidrogênios ligados aos respectivos carbonos, possibilitando desse modo associar
inequivocamente a absorção dos carbonos dos grupos metilas com os respectivos
hidrogênios, do hidrogênio olefínico e o carbono C-12, do hidrogênio H-3 e o carbono
carbinólico C-3. O sinal do hidrogênio anomérico H-1’a δ
H
(6,29) é observado através
do sinal
1
J
CH
com C-1’ δ
CH
(95,63) (Figura 24, p. 47).
A atribuição dos deslocamentos químicos dos grupos metilas também pode ser
confirmada considerando-se as interações 1,3-sin-diaxiais existentes na molécula
conforme observado na figura 15 (Mahato & Kundu 1994). As metilas em conformação
axial não estão situadas no dentro do cone de desblindagem provocado pelo efeito
anisotopico dos elétrons σ da ligação C-C.
24
8
14
4
10
HO
25
26
27
Figura 15 - Interações 1,3-sin-diaxiais da substância SAFM-01
O mapa de correlação heteronuclear a longa distância HMBC (
n
J
CH
, n=2 e n=3)
(Figuras 27-29, p. 50-52) permitiu definir inequivocamente a posição do resíduo de
açúcar em C-28 devido ao acoplamento a longa distância existente entre C-28 a δ
C
(176,34) da aglicona e H-1’ a δ
H
(6,29) da unidade
β
-glicopiranosil (Figura 27, p. 50).
Os demais acoplamentos revelados pelo espectro da substância SAFM-01 estão
resumidos nas tabelas 3 e 3’ , p. 37 e 38.
Os dados espectrais apresentados para substância SAFM-01 e a comparação
com dados da literatura (Wen-Cai Ye et al., 2000) possibilitou confirmar a estrutura do
3-hidroxi-olean-12-en-28-acetato de-O-
β
-D-glicopiranosila.
35
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
HO
H
H
H
O
O
O
HO
OH
OH
OH
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
22
Tabela 3 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H da saponina SAFM-01 em Py-d
5
.
Deslocamentos químicos em ppm.
C δ
C
δ
C
(Wen-Cai Ye et al., 2000)
δ
H
2
J
CH
#3
J
CH
4 39,31 39,4 - 3H-23; 3H-24 -
8 39,77 39,8 - 3H-26 3H-27
10 36,78 36,9 - - -
13 144,01 144,0 - - 3H-27
14 42,01 42,00 - 3H-27 3H-26
17 46,88 46,9 - - -
20 30,61 30,7 - 3H-29; 3H-30 -
28 176,36 176,4 - - H-1’
CH
3 89,25 88,9 3,28 (d, 8,4) - 3H-23; 3H-24
5 55,66 55,7 0,67 (m) - 3H-23; 3H-24
9 47,86 47,9 1,56 - 3H-25; 3H-26
12 123,95 122,9 5,41 (s) - -
18 41,62 41,6 3,17 (d, 13,2) - -
CH
2
1 38,55 38,8 - H-5
2 26,21 26,6 - -
6 18,36 18,4 - -
7 33,92 33,00 - 3H-26
11 23,30 23,7 - -
15 28,14 28,2 - -
16 23,64 23,3 - -
19 46,12 46,2 - 3H-29; 3H-30
36
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
21 31,94 33,9 - 3H-29; 3H-30
22 32,39 32,5 - -
CH
3
23 28,09 28,8 1,23 (s) - 3H-24
24 16,83 17,00 0,90 (s) - H-5; 3H-23
25 15,39 15,5 0,78 (s) - -
26 18,51 17,4 1,05 (s) - -
27 25,97 26,00 1,24 (s) - -
29 33,03 33,1 0,88 (s) - 3H-30
30 23,55 33,6 0,87 (s) - 3H-29
Tabela 3’ - Dados espectrais da unidade glicosídica da saponina SAFM-01.
C δ
C
δ
C literatura
δ
H
2
J
CH
#3
J
CH
1’ 95,63 95,7 6,29 (d, 7,3)
- H-5’
2’ 73,98 74,1 4,27 (t, 8,8)
H-3’ -
3’ 79,15
**
78,8 4,35-4,39
H-2’ -
4’ 71,02 71,0 3,61-3,69 (m)
H-3’ -
5’ 78,73
**
79,3
4,19 H-4’ -
6’ 62,12 62,1
4,75 (d, 7,3)
4,71(sl)
- -
** Valores intertrocáveis
37
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
30
40
50
60
70
80
90
100
110
592
669
1043
1072
1261
1385
1414
1608
1736
2943
3416
% T
1/
λ
cm
-1
-
O
H
-C
2
H
-C=O
-C(=O)-O
-C-OH
-C=C
Figura 16 - Espectro de infravermelho da substância SAFM-01
38
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abunda nce
-3 0.0 -10.0 10.0 30.0 50.0 70 .0 9 0.0 11 0.0 130. 0 150 .0 17 0.0 1 90.0 210.0 2 30.0
X : parts per Million : 1H
6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
6.3 030
6.2 847
5.4 064
4.7 461
4.7 095
4.6 023
4.3 706
4.2 928
4.2 708
4.2 516
4.2 506
4.0 198
3.9 979
3.8 779
3.6 846
3.6 444
3.6 068
3.2 945
3.2 734
3.1 846
3.1 516
2.0 599
2.0 544
1.9 610
1.9 290
1.7 000
1.6 872
1.5 626
1.2 888
1.2 448
1.2 274
1.0 553
0.9 161
0.9 005
0.8 675
0.6 651
Filename = SAFM03P_1d_spectrum-3
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAFM03P
Solvent = PYRIDINE-D5
Creation_time = 16-APR-2004 19:56:01
Revision_time = 12-APR-2007 19:33:36
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Comment = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
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Spectrometer = DELTA_NMR
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X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
3
H
-
2
4
3
H
-
2
5
3
H
-
2
6
H
-
1
2
H
-
1
HO
H
H
H
OGli
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
22
Figura 17- Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-01
39
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab unda nce
-10. 0 10.0 3 0.0 50.0 7 0.0 90.0 110 .0 130 .0 1 50.0 170 .0 1 90.0 210 .0 2 30.0 250 .0 27 0.0
X : parts per Million : 1H
2.4 2.3 2.2 2.1 2.0 1.9 1.8 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7
2.0 599
2.0 544
1.9 610
1.9 290
1.7 000
1.6 872
1.5 626
1.3 914
1.3 758
1.2 888
1.2 448
1.2 274
1.0 553
0.9 738
0.9 518
0.9 161
0.9 005
0.8 803
0.8 675
0.8 300
0.7 814
0.6 651
HO
H
H
H
OGli
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
22
H
-
5
3
H
-
3
0
3
H
-
2
9
3
H
-
2
7
3
H
-
2
3
Figura 18 - Ampliação do espectro RMN
1
H da substância SAFM-01 (região de 0,66 a
2,4 ppm)
40
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab un da nce
-2 0.0 -10.0 0 10.0 20 .0 3 0.0 40.0 50 .0 60.0 70. 0 8 0.0 90.0 10 0.0 110.0
X : parts per Million : 1H
4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4.1 4.0 3.9 3.8 3.7 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3.1
4.7 644
4.7 461
4.7 095
4.6 023
4.4 595
4.4 347
4.3 917
4.3 706
4.3 468
4.3 239
4.2 928
4.2 708
4.2 516
4.2 506
4.2 369
4.2 11 3
4.1 911
4.1 700
4.1 334
4.0 198
3.9 979
3.9 567
3.9 447
3.9 310
3.8 935
3.8 816
3.8 779
3.8 696
3.6 966
3.6 846
3.6 709
3.6 444
3.6 068
3.2 945
3.2 734
3.1 846
3.1 516
HO
H
H
H
O
O
O
HO
OH
OH
OH
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
22
H - 2
H
-
3
H -
4
H
-
5
H
-
6
a
H
-
6
b
H
-
3
H
-
1
8
Figura 19 - Ampliação do espectro RMN
1
H da substância SAFM-01 (região de 3,1 a 4,8
ppm)
41
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(T h ou san ds )
-1.0 0 1 .0 2.0
X : parts per Million : 13C
170.0 160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0
176.3 464
144.0 154
123.9 500
95.6 336
89.2 485
79.1 546
78.7 264
73.9 777
71.0 183
62.1 250
55.6 634
47.8 636
46.8 848
46.1 201
42.0 061
41.6 237
39.7 732
39.3 067
38.5 497
36.7 833
33.0 286
28.0 888
23.5 465
23.3 018
18.3 619
16.8 326
15.3 949
Filename = SAFM01P_apt_copy-2.jd
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAFM03P
Solvent = PYRIDINE-D5
Creation_time = 14-APR-2004 11:35:43
Revision_time = 19-APR-2007 08:45:41
Current_time = 19-APR-2007 08:47:53
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 21726
X_90_width = 10[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
HO
H
H
H
O
O
O
HO
OH
OH
OH
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
22
C
-
2
8
C
H
-
1
3
C
H
-
1
2
-
-
-
-
-
-
C
H
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
3
Figura 20 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-01
42
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Th ousan ds )
-1.0 -0.9 - 0.8 - 0.7 -0.6 -0.5 - 0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
X : parts per Million : 13C
35.0 34.0 33.0 32.0 31.0 30.0 29.0 28.0 27.0 26.0 25.0 24.0 23.0 22.0 21.0 20.0 19.0 18.0 17.0 16.0 15.0
33.9 233
33.0 286
32.3 863
31.9 428
30.6 122
28.1 423
28.0 888
26.2 153
25.9 706
23.6 459
23.5 465
23.3 018
18.5 072
18.3 619
16.8 326
15.3 949
HO
H
H
H
OGli
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
2930
22
C
H
3
-
2
5
C
H
3
-
2
4
C
H
3
-
2
6
C
H
3
-
2
9
C
H
3
-
2
7
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
3
-
3
0
C
H
3
-
2
3
C
H
2
-
6
C
H
2
-
1
1
C
H
2
-
1
6
C
H
2
-
2
C
H
2
-
1
5
C
H
2
-
2
1
C
H
2
-
2
2
C
H
2
-
7
C
-
2
0
Figura 21 - Ampliação do espectro RMN
13
C-APT da substância SAFM-01 (região de 15
a 35 ppm)
43
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(T h ou san ds )
- 1.0 - 0.9 - 0.8 - 0.7 - 0.6 - 0.5 - 0.4 - 0.3 - 0.2 - 0.1 0 0. 1 0. 2 0. 3 0 .4 0 .5 0 .6 0 .7 0 .8 0 .9
X : parts per Million : 13C
57.0 56.0 55.0 54.0 53.0 52.0 51.0 50.0 49.0 48.0 47.0 46.0 45.0 44.0 43.0 42.0 41.0 40.0 39.0 38.0 37.0
55.6 634
47.8 636
46.8 848
46.1 201
42.0 061
41.6 237
39.7 732
39.3 067
38.5 497
36.7 833
HO
H
H
H
OGli
O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
22
C
-
1
0
C
H
2
-
1
C
-
4
C
-
8
C
H
-
1
8
C
-
1
4
C
H
2
-
1
9
C
-
1
7
C
H
-
9
Figura 22 - Ampliação do espectro RMN
13
C-APT da substância SAFM-01 (região de 36
a 57 ppm)
44
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(T h ou sa n ds )
- 1 .0 - 0 .9 - 0 .8 - 0 .7 - 0 .6 - 0 .5 - 0 .4 - 0 .3 - 0 .2 - 0.1 0 0 . 1 0. 2 0. 3 0 .4 0 .5 0 .6 0 .7 0 .8 0 .9
X : parts per Million : 13C
82.0 81.0 80.0 79.0 78.0 77.0 76.0 75.0 74.0 73.0 72.0 71.0 70.0 69.0 68.0 67.0 66.0 65.0 64.0 63.0 62.0
79.1 546
78.7 264
73.9 777
71.0 183
62.1 250
O
HO
OH
OH
OH
1'
2'
3'
4'
5'
6'
C
H
-
6
C
H
-
4
C
H
-
2
C
H
-
5
C
H
-
3
Figura 23 - Ampliação do espectro RMN
13
C-APT da substância SAFM-01 (região de 62
a 82 ppm)
45
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : parts per Million : 13C
130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60. 0 50.0 40.0 30 .0 20.0 10.0
(Thousands)
0 10.0 20.0
abundance
0 200.0 400.06 00.0
Filename = SAFM01P_pfg_hmqc-2.jd
Author = Jan Schripsema
Experiment = hmqc_irr_pfg_s.e
Sample_id = SAFM03P
Solvent = PYRIDINE-D5
Creation_time = 18-APR-2004 14:01:01
Revision_time = 16-APR-2007 22:02:11
Current_time = 16-APR-2007 22:09:19
Content = gradient enhanced HMQ
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 256
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.2561024[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 3.90468812[Hz]
X_sweep = 3.99840064[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 157.51008065[Hz]
Y_sweep = 20.16129032[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 256
X_acq_time = 0.2561024[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 6.3488[ms]
Y_pulse = 9.5[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 10[pnt]
Grad_1_value = 10[pnt*ms]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 10[pnt]
Grad_2_value = 10[pnt*ms]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 5[pnt]
Grad_3_value = 5[pnt*ms]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 0.1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Refocus_comp = 2.57142857[ms]
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C-1’
H-1’
Figura 24 - Espectro de HMQC da substância SAFM-01
46
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8
Y : p arts per Milli on : 1 3C
35.0 34.0 33.0 32.0 31. 0 30 .0 29 .0 28 .0 2 7.0 2 6.0 25.0 24.0 23.0 22.0 21.0 20.0 19. 0 18 .0 17 .0 1 6.0 1 5.0 1 4.0 13.0 12.0 11.0
(Thousands)
0 1.0
a bund an ce
0 1 00.0 200.0
C-6
2H-6
C-26
3H-26
C-24
3H-24
C-25
3H-25
C-29
3H-29
C-30
3H-30
C-27
3H-27
C-23
3H-23
C-25
C-24
C-6
C-26
C-30
C-27
C-23
C-20
C-22
C-21
C-29
C-10
3
H
-
2
5
3
H
-
3
0
3
H
-
2
9
3
H
-
2
4
3
H
-
2
6
3
H
-
2
3
3
H
-
2
7
2
H
-
6
Figura 25 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-01
(região de 0,7 a 1,8 ppm)
47
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4.1 4.0 3.9 3.8 3.7 3.6
Y : p art s pe r M illio n : 1 3C
82.08 1 .0 8 0.0 79.0 7 8.0 77 .0 7 6.0 75.0 74.0 73. 0 7 2.0 71.0 70.0 6 9. 0 68 .0 67.0 66.0 65.0 64 .0 6 3.0 62.0 6 1.0 60 .0 5 9.0 5 8.0 57.056.0
abundance
-400.0 -100.0 200.0 500.0
ab u nd an ce
0 1 00.0
C-4
C-3
C-6
C-5
H
-
4
H
-
5
H - 3
2 H -6
C-6’
2H-6’
C-4
H-4
C-5
H-5
C-3’
H-3’
Figura 26 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-01
(região de 3,6 a 4,7 ppm)
48
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : parts p er Mil lion : 13C
170 .0 160.0 150 .0 140.0 13 0.0 120.0 110.0 100.0 90 .0 80.0 70 .0 60.0 50 .0 40.0 30 .0 20.0
(Thousands)
0 10.0
ab u nd an ce
0 3 00.0 6 00.0
Filename = SAFM01P_pfg_hmbc-2.jd
Author = Jan Schripsema
Experiment = hmbc_pfg_s.exp
Sample_id = SAFM03P
Solvent = PYRIDINE-D5
Creation_time = 17-APR-2004 17:21:30
Revision_time = 16-APR-2007 22:34:42
Current_time = 16-APR-2007 22:39:15
Content = gradient enhanced HMB
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 512
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.2561024[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 3.90468812[Hz]
X_sweep = 3.99840064[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 157.51008065[Hz]
Y_sweep = 20.16129032[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 256
X_acq_time = 0.2561024[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 6.3488[ms]
Y_pulse = 9.5[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 10[pnt]
Grad_1_value = 10[pnt*ms]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 10[pnt]
Grad_2_value = 10[pnt*ms]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 5[pnt]
Grad_3_value = 5[pnt*ms]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Long_range_j = 8[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C-13
3H-27
C-28
H-1’
C-1’
H-5’
C-3’
H-4’
C-4’
H-3’
6
'
5
'
4
'
3
'
2
'
1
'
3
0
2
9
2
8
2
7
2
6
2
2
2
1
2
0
1
9
1
8
1
7
1
6
1
5
1
4
1
3
1
2
8
O
OH
OH
OH
HO
H
O
O H
H
H
H
Figura 27 - Espectro de HMBC da substância SAFM-01
49
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6
Y : pa rts p er M i llion : 13C
50. 0 40.0 30.0 2 0.0
(Thousands)
-1.0 0
ab un da nc e
0 100 .0 2 00 .0
CH
2
-6
CH
3
-24
CH
3
-26
---------------CH
3
-30
CH
2
-11
CH
2
-16
CH
3
-27
CH
2
-2
CH
3
-23
CH
2
-15
C-20
CH
2
-22
CH
2
-21
CH
3
-29
CH
2
-7
C-10
CH
2
-1
C-4
C-8
CH-18
C-14
CH
2
-19
C-17
CH-9
CH-5
3
H
-
2
5
3
H
-
3
0
3
H
-
2
9
3
H
-
2
4
3
H
-
2
6
3
H
-
2
3
3
H
-
2
7
CH
3
-24
H-5
CH
3
-30
3H-29
CH
3
-24
3H-23
CH
3
-23
3H-24
CH
3
-29
3H-30
CH
2
-7
3H-26
CH
2
-1
2H-5
CH-5
3H-23
CH-5
3H-24
CH-9
3H-26
C-4
3H-23
C-8
3H-27
C-8
3H-26
C-4
3H-24
CH
2
-19
3H-29; 30
C-20
3H-29; 30
H
-
5
Figura 28 – Ampliação do espectro de HMBC da substância SAFM-01
(região de 0,6 a 1,5 ppm)
50
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7
Y : p art s pe r Millio n : 1 3C
9 0.0 80 .0 70.0 60.0 5 0.0
(Thousands)
-1.0 0
ab un da nce
0 100 .0 200 .0
CH-5
CH-3
3
H
-
2
3
3
H
-
2
4
3
H
-
3
0
3
H
-
2
9
3
H
-
2
5
3
H
-
2
7
3
H
-
2
6
3H-24
CH-5
3H-23
CH-5
3H-24
CH-3
3H-23
CH-3
Figura 29 – Ampliação do espectro de HMBC da substância SAFM-01
(região de 0,7 a 1,7 ppm)
3.1.2. Determinação estrutural da substância SAFM-02.
O tratamento cromatográfico (CCDP) da fração FB2 (Item 2.2.7.1, p. 29-30)
51
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
forneceu uma substância que apresentou-se como um sólido branco amorfo, solúvel em
MeOH e com faixa de fusão 209-216 ºC.
O espectro de absorção na região do infravermelho (Figura 30, p. 57), da
substância SAFM-02, mostra forte absorção em 2924 cm
-1
correspondente a vibração da
deformação axial de grupo alinfático (-C-H), uma banda intensa de estiramento de
grupo carbonila de éster em 1755 cm
-1
e bandas intensas de vibrações assimétricas
acopladas (C(=O)-O) e (O-C-C) em 1076 cm
-1
e 1039 cm
-1
respectivamente. A banda
em 2852 cm
-1
corresponde a deformação axial de grupos metilênicos e metínicos de
hidrocarbonetos cíclicos (Silverstein & Webster, 2000).
O espectro de RMN
1
H de SAFM-02 (Figuras 31-35, p. 58-62)
apresentou sete sinais simples relativos aos hidrogênios dos grupos metila na
região de δ
H
(0,78-1,14) revelando o esqueleto triterpênico para a substância e
um sinal duplo a δ
H
(1,23; d, J= 6,6) que foi atribuído aos hidrogênios do grupo
metila 3H-6’” do resíduo de ramnose acoplando com o hidrogênio H-5’” a δ
H
(4,07; (m)), que foi confirmado através da correlação existente entre esses
hidrogênios no mapa de correlação homonuclear COSY (Figura 36, p. 63).
Através do número de linhas espectrais revelado pelo espectro de RMN
13
C-APT (Figuras 37-39, p. 64-66) foi possível observar a presença de 47
sinais, sendo [7 carbonos não hidrogenados; 19 carbonos metinos CH dos
quais 9o carbinólicos a δ
CH
(90,89; 73,94; 78,29; 69,75; 71,17; 78,67; 72,32;
72,70; 74,16) ; 5 fazendo parte ao grupo éter]; 12 metilênicos CH
2
, sendo dois
oximetilênicos a δ
CH2
(62,45 e 68,56) e 8 metílicos CH
3
.
O sinal a δ
C
177,97 confirma a função detectada no espectro de
infravermelho através da banda forte a 1755 cm
-1
referente a estiramento de
grupo C=O de éster (Figura 30, p. 57). As interações 1,3-sin-diaxias
observadas nos grupos metilas C-24, C-25 e C-26 de SAFM-01 também
aparecem na substância SAFM-02 confirmando sua estereoquímica.
O mapa de correlação heteronuclear a uma ligação HMQC (
1
J
CH
) auxiliou
no assinalamento inequívoco dos carbonos metílicos com os respectivos
hidrogênios, do carbono olefínico C-12 com o respectivo hidrogênio as demais
correlações estão resumidas nas figuras 40-41, p. 67-68.
O mapa de correlação heteronuclear HMBC (Figura 42-43, p. 69-70) nos
auxiliou nas atribuições dos deslocamentos químicos dos átomos de carbono,
principalmente os não hidrogenados revelando o acoplamento entre o átomo
de carbono não hidrogenado C-28 e o hidrogênio anomérico H-1’, o carbono
CH-2” e o hidrogênio anomérico H-1”, o carbono metínico CH-3 e o hidrogênio
52
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
anomérico H-1”, o carbono metínico CH-3” e o hidrogênio H-2”, carbono
metínico CH-4” e os hidrogênios 2H-5” e H-1”’. Essas correlações confirmam as
ligações do resíduo de glicose ao carbono C-28 da aglicona e a ligação do
resíduo de ranmose ligado ao CH-4” de um resíduo de xilose e este ligado ao
CH-3 da aglicona.
A análise do conjunto de dados juntamente com a comparação com dados da literatura
(Wen-Cai Ye et al., 2000), possibilitou confirmar a estrutura da substância SAFM-02 como
sendo a 3-O-
β
-D-xilopiranosil-(1’”→4”)-O-
α
-D-ramnopiranosil-olean-12-em-28-acetato de -
β
-D-
glicopiranosila.
Pelo melhor do nosso conhecimento, a substância SAFM-02 está sendo
citada pela primeira vez na literatura.
H
H
H
O
O
O
O
HO
OH
OH
OH
O
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
2324
25 26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
HO
O
O
HO
OH
OH
53
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Tabela 4 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H da saponina SAFM-02 em
CD
3
OD. Deslocamentos químicos δ
C
(em ppm).
C
δ
C
δ
C
(Wen-Cai Ye et
al., 2000)
δ
H
2
J
CH
3
J
CH
4 40,18 39,4 - 3H-23; 3H-24
8 40,70 39,8 - 3H-26 3H-27
10 37,88 36,9 - H-9
13 144,75 144,0 - H-18 3H-27
14 42,91 42,00 - 3H-27 H-12; 3H-26
17 48,07 46,9 -
20 31,52 30,7 - 3H-29; 3H-30
28 177,97 176,4 - H-1’’’
CH
3 90,89 88,9 3,17(dd,11,3; 3,7) H-1’; 3H-23; 3H-24
5 56,94 55,7 0,77 (dl) 3H-23; 3H-24; 3H-25
9 48,79 47,9 1,57 (d, 7,0) H-12; 3H-25; 3H-26
12 123,86 122,9 5,24 (sl) H-18
18 42,62 41,6 2,83 (dd,7,0; 3,6) H-12
CH
2
1 39,82 38,8 3H-25
2 26,89 26,6 2,01; 1,69
6 19,35 18,4 1,70; 1,39
7 34,94 33,00 1,51; 1,49 3H-26
11 24,01 23,7 1,88
15 28,89 28,2 3H-27
16 24,58 23,3
19 47,17 46,2 1,72; 1,20 3H-29; 3H-30
21 33,14 33,9 3H-29; 3H-30
22 33,95 32,5
CH
3
23 28,57 28,8 1,03 (s) 3H-24
24 17,04 17,00 0,83 (s) 3H-23
25 16,04 15,5 0,92 (s)
26 17,89 17,4 0,78 (s)
27 26,29 26,00 1,14 (s)
29 33,47 33,1 0,90 (s)
30 23,98 33,6 0,93 (s) 3H-29
Tabela 4’ - Dados espectrais das unidades glicosídicas da saponina SAFM-02
C
δ
C
δ
C
(Wen-Cai Ye
et al., 2000)
δ
H
2
J
CH
3
J
CH
1’ 95,70
95,7
4,33 (d, 8,04) H-2’
2’ 73,94
73,9
3,33
3’ 78,29
78,3
3,38 H-2’
4’ 69,75
71,1
3,50 2H-5’ H-1”
5’ 76,16
78,7
3,79
6’ 62,45
62,4
3,82
1” 106,48
105,2
5,17 (s)
2” 71,17
75,2
3,93 (m) H-1”
3” 78,67
77,6
3,57
4” 83,60
71,2
3,69 3H-6”
5” 68,56
66,9
4,08 (m) 3H-6”
1’” 102,44 5,37 (d, 7,7)
54
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
2’” 72,32 3,30
3’” 72,70 3,71
4’” 74,16 3,36
5’” 69,16 3,64 (m)
6’” 17,76 1,23 (d, 6,6) H-1”
55
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3000 2000 1000
0
20
40
60
80
100
600
908
982
1039
1076
1225
1373
1464
1755
2852
2924
% T
1/
λ
cm
-1
-C(=O)-O
-C-OH
-C
2
-H
-C=O
-CH-
-C
3
H
Figura 30 - Espectro de infravermelho da substância SAFM-02
56
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
0 100.0 200.0
X : parts per Million : 1H
5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
5.3780
5.3588
5.2407
5.1729
4.6133
4.3413
4.3212
4.1032
4.0867
4.0775
3.9255
3.7945
3.7057
3.6956
3.5161
3.5024
3.3513
3.3339
3.1873
3.1782
2.8631
2.8540
2.8293
2.0462
2.0380
1.8914
1.8722
1.7018
1.6890
1.5810
1.5636
1.2787
1.2366
1.2201
1.1423
1.0342
0.9216
0.8272
0.7842
Filename = SAFM02_1d_spectrum-2.
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAFM06_
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 17-SEP-2004 19:14:49
Revision_time = 12-APR-2007 20:03:58
Current_time = 12-APR-2007 20:04:30
Comment = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 2.7312128[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 29.3[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
1
H
-
1
H
-
1
H
-
3
H
-
1
8
H
-
7
a
H
-
7
b
O
H
H
H
O
O
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
HO
O
O
OH
HO
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
2324
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 31 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
57
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 110.0 120.0 130.0 140.0 150.0 160.0 170.0 180.0 190.0 200.0 210.0 220.0
X : parts per Million : 1H
1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7
1.3135
1.2787
1.2366
1.2201
1.1423
1.0809
1.0342
0.9353
0.9216
0.9014
0.8272
0.7842
0.7530
3
H
-
2
6
3
H
-
2
4
3
H
-
2
9
3
H
-
2
5
3
H
-
3
0
3
H
-
2
3
3
H
-
2
7
H
-
5
H
-
6
O
H
H
H
O
O
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
HO
O
O
OH
HO
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
2324
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 32 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 0,7 a 1,4 ppm)
58
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0
X : parts per Million : 1H
2.1 2.0 1.9 1.8 1.7 1.6 1.5 1.4
2.0462
2.0380
1.8914
1.8722
1.7247
1.7138
1.7018
1.6890
1.6130
1.5810
1.5636
1.5388
1.5086
1.3923
1.3868
1.3602
H
-
6
a
H
-
6
b
H
-
9
H
-
2
a
H
-
1
9
b
2
H
-
1
1
H
-
2
b
2
6
9
11
19
O
H
H
H
H
H
H
OGli
O
Figura 33 – Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 1,3 a 2,1 ppm)
59
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 110.0 120.0 130.0
X : parts per Million : 1H
3.8 3.7 3.6 3.5 3.4
3.82 11
3.79 45
3.72 86
3.72 04
3.70 57
3.69 56
3.67 82
3.65 72
3.64 89
3.63 89
3.58 85
3.56 74
3.53 72
3.51 61
3.50 24
3.48 13
3.40 62
3.38 24
3.35 68
3.35 13
3.33 39
H
-
2
H
-
3
H
-
4
H
-
5
H
-
3
H
-
4
H
-
4
H
-
3
H
-
5
2
H
-
6
O
H
H
H
O
O
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
HO
O
O
OH
HO
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
2324
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1' "
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 34 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 3,3 a 3,9 ppm)
60
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
0 10.0 20.0 30.0
X : parts per Million : 1H
4.354.344.33 4.324.31 4.3 4.294.28 4.274.26 4.254.244.23 4.224.21 4.2 4.194.184.174.16 4.154.144.13 4.124.11 4.1 4.094.08 4.074.06 4.054.044.03 4.024.01 4.0 3.993.983.973.96 3.953.943.93 3.92 3.91
4.3 4 13
4.3 2 12
4.1 0 32
4.0 8 67
4.0 7 75
4.0 6 29
4.0 4 73
3.9 3 28
3.9 2 92
3.9 2 55
3.9 2 09
H
-
2
H
-
5
H
-
1
O
OH
HO
O
O
OH
HO
HO
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 35 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-02
(região de 3,9 a 4,35 ppm)
61
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H : RANGED
5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : pa rt s p er Mi llion : 1H : R AN GED
5.0 4.0 3 .0 2.0 1.0
abundance
0 100.0 200.0
ab un da nce
0 1 00.0 200 .0
Filename = SAFM02_cosy-2.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = cosy.exp
Sample_id = SAFM06
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 18-SEP-2004 12:55:57
Revision_time = 25-APR-2007 16:45:38
Current_time = 25-APR-2007 16:53:47
Content = absolute value COSY
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 512, 1024
Dim_title = 1H 1H
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1163776[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 512
X_prescans = 4
X_resolution = 8.59271887[Hz]
X_sweep = 4.39947206[kHz]
Y_domain = 1H
Y_freq = 399.78219838[MHz]
Y_offset = 5[ppm]
Y_points = 256
Y_prescans = 0
Y_resolution = 17.18543775[Hz]
Y_sweep = 4.39947206[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 150
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 0.1163776[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 58.1888[ms]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Pulse_1 = 14.7[us]
Pulse_2 = 14.7[us]
Pulse_angle_1 = 90[deg]
Pulse_angle_2 = 90[deg]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 1.5[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 31.4[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
H
-
1
2
H
-
1
H
-
1
H
-
5
H
-
2
H
-
3
H
-
2
H
-
3
H
-
1
8
H
-
2
β
H
-
2
α
2
H
-
1
1
H
-
1
9
β
H
-
1
9
α
H
-
6
H
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
H
-
1
2
H-1’”
H
-
1
H
-
5
H
-
2
H
-
3
H
-
2
H
-
3
H
-
1
8
H
-
2
α
2
H
-
1
1
H
-
1
9
α
H
-
2
β
H
-
6
H
-
1
9
β
Figura 36 - Espectro de COSY (
1
H x
1
H) da substância SAFM-02
62
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
-400.0 -300.0 -200.0 -100.0 0 100.0 200.0 300.0 400.0 500.0
X : parts per Million : 13C
180.0 170.0 160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0
177.9738
144.7480
123.8567
106.4677
102.4455
95.7009
90.8987
83.6265
78.6636
78.3042
74.1749
73.9302
72.3932
72.3014
62.4752
57.0076
48.0684
47.1355
42.6009
40.1692
37.9057
33.9982
33.5011
33.1341
30.7329
28.5689
24.6001
23.9654
19.5073
17.8785
17.7638
Filename = ESPC SAFM-02-2.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAFM06
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 4-FEB-2004 17:07:25
Revision_time = 23-APR-2007 23:16:44
Current_time = 23-APR-2007 23:18:24
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 7920
X_90_width = 10[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25.1[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
-
2
8
C
-
1
3
C
H
-
1
2
C
H
-
1
C
H
-
1
C
H
-
1
C
H
-
3
C
H
-
4
O
H
H
H
O
O
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
HO
O
O
OH
HO
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20 21
22
2324
25 26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 37 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-02
63
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
-400.0 -300.0 -200.0 -100.0 0 100.0 200.0 300.0 400.0 500.0 600.0 700.0 800.0 900.0
X : parts per Million : 13C
50.0 49.0 48.0 47.0 46.0 45.0 44.0 43.0 42.0 41.0 40.0 39.0 38.0 37.0 36.0 35.0 34.0 33.0 32.0 31.0 30.0 29.0 28.0 27.0 26.0 25.0 24.0 23.0 22.0 21.0 20.0 19.0 18.0 17.0 16.0
48.7872
48.0684
47.1737
42.9068
42.6162
40.7045
40.1845
39.8251
37.8828
33.4705
33.1417
31.5206
28.8977
28.5689
26.8866
26.2977
24.5772
23.9807
19.5073
19.3467
17.8862
17.7562
17.0374
16.0433
C
H
3
-
2
5
C
H
3
-
2
4
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
3
-
6
C
H
2
-
6
C
H
3
-
2
6
C
H
3
-
3
0
C
H
3
-
2
7
C
H
2
-
1
6
C
H
2
-
2
C
H
3
-
2
3
C
H
2
-
1
5
C
-
2
0
C
H
2
-
2
1
C
H
3
-
2
9
C
-
1
0
C
H
2
-
1
C
-
4
C
-
8
C
H
-
1
8
C
-
1
4
C
H
2
-
1
9
C
-
1
7
O
H
H
H
O
O
O
OH
OH
OH
HO
O
OH
HO
O
O
OH
HO
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
2324
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 38 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-02
(região de 16 a 50 ppm)
64
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
-5 00.0 -400.0 -30 0.0 -200. 0 -1 00.0 0 100. 0 2 00.0 300 .0 400.0
X : parts per Million : 13C
84.0 83.0 82.0 81.0 80.0 79.0 78.0 77.0 76.0 75.0 74.0 73.0 72.0 71.0 70.0 69.0 68.0 67.0 66.0 65.0 64.0 63.0 62.0 61.0 60.0 59.0 58.0 57.0
83.6 035
78.6 713
78.2 889
76.1 631
74.1 596
73.9 379
72.3 167
71.1 697
69.7 550
69.1 586
68.5 621
62.4 522
56.9 388
C
H
-
5
C
H
2
-
6
C
H
-
5
C
H
2
-
5
C
H
-
4
C
H
-
2
C
H
-
3
C
H
-
5
C
H
-
3
C
H
-
4
C
H
-
2
C
H
-
3
C
H
-
4
C
H
-
2
O
H
H
H
O
O
O
OH
OH
OH
H O
O
OH
H O
O
O
OH
OH
H O
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
2324
25
26
27
28
29
30
1'
2'
3'
4'
5'
6'
1"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
Figura 39 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-02
(região de 57 a 84 ppm)
65
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : part s p er M il lion : 13C
18 0.01 70.0 160.0 150 .0 1 40.0 130.0 120 .0 110 .0 100.0 90.0 80 .0 70.0 60.0 50 .0 40.0 30.0 20 .0
abundance
-100.0 200.0
ab u nd an ce
0 200 .0
Filename = SAFM02-HMQC_PFG-3.jdf
Author = Roberto Couto
Experiment = hmqc_irr_pfg_m.e
Sample_id = SAFM06
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 18-APR-2007 14:06:46
Revision_time = 23-APR-2007 10:44:37
Current_time = 23-APR-2007 11:06:07
Content = gradient enhanced HMQ
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 256
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1067008[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 8[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 9.37200096[Hz]
X_sweep = 9.59692898[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 120[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 197.28535354[Hz]
Y_sweep = 25.25252525[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 16
X_acq_time = 0.1067008[s]
X_pulse = 12.5[us]
Y_acq_time = 5.0688[ms]
Y_pulse = 15[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 0.1[s]
J_constant = 145[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Refocus_comp = 2.44827586[ms]
Relaxation_delay = 1[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C-12
H-12
C
-
1
2
H
-
1
2
Figura 40 - Espectro de HMQC da substância SAFM-02
66
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8
Y : part s p er M il lion : 13C
40.0 30.0 20 .0
abundance
-400.0 -200.0 0 200.0
ab u nd an ce
100 .0 2 00.0
C-25
3H-25
C-24
3H-24
C-26
3H-26
C-30
3H-30
C-29
3H-29
C-23
3H-23
C-27
3H-27
C-6’”
2H-6’
H -2 6
H -2 4
H - 2 9
H -2 5
H -3 0
H -2 3
H -2 7
H - 6
C-26
C-24
C-25
C-29
C-23
C-27
C-30
----------C-6’”
Figura 41 - Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-02
(região de 0,7 a 1,5 ppm)
67
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : parts per Million : 13C
180.0170.0 160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0
(Thousands)
0 1.0
(Thousands)
0 1.0
Filename = SAFM02_pfg_hmbc-2.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = hmbc_pfg_s.exp
Sample_id = SAFM06
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 19-SEP-2004 18:44:25
Revision_time = 12-APR-2007 20:46:55
Current_time = 12-APR-2007 20:52:36
Comment = gradient enhanced HMB
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 512
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.4268032[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 3.0[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 2.34300024[Hz]
X_sweep = 2.39923225[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 157.51008065[Hz]
Y_sweep = 20.16129032[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 256
X_acq_time = 0.4268032[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 6.3488[ms]
Y_pulse = 9.5[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 10[pnt]
Grad_1_value = 10[pnt*ms]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 10[pnt]
Grad_2_value = 10[pnt*ms]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 5[pnt]
Grad_3_value = 5[pnt*ms]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Long_range_j = 8[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 29.4[dC]
Unblank_time = 2[us]
C-28
H-1’
C-13
3H-27
CH-1”
H-3
CH-1
H-2
CH-3
H-1”
CH-3
3H-23
CH-3
3H-24
C-18
C-13
CH-1
CH-1
CH-3
H
-
1
3
H
-
2
7
H
-
3
-
-
-
-
-
-
H
-
2
H
-
1
3
H
-
2
3
3
H
-
2
4
CH-4
CH-4”
H-1’
H
-
1
O
O
O H
OH
OH
OH
HO
H
28 1'
2'
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
H
-
6
-------------CH-5’”
CH-5’”
H-6’”
2
31"
2"
3"
4"
5"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
O
O
HO O
H H
OH
O
H
OHHO
HO
Figura 42 - Espectro de HMBC da substância SAFM-02
68
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
2.1 2.0 1.9 1.8 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7
Y : part s p er Mil lion : 13C
50.0 40 .0 3 0.0 20.0
abundance
-300.0-100.0 100.0 300.0500.0
abu n da nce
0 100.0 200 .0
CH
3
-24
H-5
CH
3
-26
3H-27
CH
3
-24
3H-23
CH
3
-26
H-9
CH
3
-30
3H-29
CH
2
-15
3H-27
CH
3
-23
3H-24
C-4
3H-23
CH
3
-25
H-5
CH
3
-25
CH
3
-24
--------------CH
3
-26
-----------CH
3
-30
--------CH
3
-27
------------CH
3
-23
CH
2
-15
C-4
3H-24
CH
2
-2
H-1
β
CH
3
-29
3H-30
CH
2
-1
3H-25
CH
2
-19
3H-29
C-8
3H-26
CH-5
3H-24
CH-5
3H-25
CH-5
3H-23
CH
2
-2
C-8
3H-27
------------CH
3
-29
---------CH
2
-1
C-4------
C-8
CH
2
-19
CH-5
-
-
-
3
H
-
2
5
H
-
5
3
H
-
2
6
3
H
-
2
4
3
H
-
2
9
3
H
-
3
0
3
H
-
2
3
3
H
-
2
7
H
-
1
β
H
-
9
Figura 43 - Ampliação do espectro de HMBC da substância SAFM-02
(região de 0,7 a 2,1 ppm)
3.1.3. Determinação Estrutural da substância SAFM-03.
O tratamento cromatográfico (CC-sílica silanizada) da sub-fração 7-19 oriunda
da fração FA (Item 2.2.7.1, p. 30) forneceu uma substância que se apresentou como um
sólido amarelo amorfo, solúvel em MeOH e com coloração verde escura na presença de
solução alcoólica de cloreto férrico (Item 2.2.5.2, p. 28).
69
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
O espectro de absorção na região do infravermelho (Figura 44, p. 74), da
substância SAFM-03, mostra forte absorção em 3321 cm
-1
correspondente a vibração da
deformação axial de O-H, uma banda intensa de estiramento de grupo carbonila de
cetonas em 1614 cm
-1
e uma banda a 1506 cm
-1
atribuída a carbonos (C=C) do anel
aromático. As bandas em 1176 e 1009 cm
-1
correspondem a deformações axiais
assimétrica e simétrica do sistema (C-O-C) de grupo éter respectivamente. (Agrawal,
1989 e Silverstein & Webster, 2000).
O espectro de massas (Figura 45, p. 75) da substância SAFM-03
apresentou pico do íon molecular a m/z 286. Este valor aliado às informações
do espectro de RMN
1
H permitiu deduzir a fórmula molecular C
15
H
10
O
6
.
O espectro de RMN
1
H (Figura 46, p. 76) apresenta sinais típicos de
substituição para padrão de flavonol, evidenciado por dois sinais duplos e
duplos sinais duplos em δ
H
[6,17 (d, J= 1,9); 6,39 (d, J= 2,1)] que são
característicos de hidrogênios com acoplamento meta no anel A de
flavonóides.
Os sinais a δ
H
[8,08 (dd, J= 9,1; 2,2) e 6,89 (dd, J= 9,1; 2,2)] são
característicos de sistema AA’ BB’ do anel B do flavonol. A ausência de um
sinal simples na região de δ
H
(6,3) que seria atribuído ao H-3 sugere para a
substância SAFM-03 a estrutura de um flavonol (Markham & Mabry, 1975). A
análise desse resultado juntamente com os padrões de fragmentação do
espectro de massas m/z 152 e 108 [relativos a fragmentação retro Diels-Alder
do anel C ( Budzikiewicz et al., 1964)] e o sinal m/z 258 (relativo a perda da
carbonila do anel C), confirmam para SAFM-03 a estrutura de um flavonol
(Esquema 7, p. 72).
O espectro de RMN
13
C-APT (Figura 47, p. 77) revelou a presença de
quatro sinais de carbonos metínicos que estão de acordo com o padrão de
substituição do anel A deste flavonol. O sistema AA’ BB’ do anel B está
representado pelo deslocamento a δ
C
(129,30) para os CH-2’/6’ e em δ
C
(115,02) para os CH-3’/5’ que juntamente com os resultados obtidos no
espectro de hidrogênio e massas confirmaram a identificação deste produto
natural como sendo um flavonol onde o anel A encontra-se disubstituído δ
C
[(93,12 CH-8) e (97,96 CH-6)] e o anel B monosubstituído δ
C
[129,30 (CH-2’/6’)
e 115,02 (CH-3’/5’)]. Os sinais do anel heterocíclico C aparecem a δ
C
[147,19
(C-2); 134,96 (C-3) e 177,60 (C-4)]. Os carbonos C-5, C-7, C-9, C-10, C-1’ e C-
4’ aparecem a δ
C
(160,49; 164,36; 156,97; 100,96; 122,43 e 159,48)
70
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
respectivamente. O conjunto desses dados, aliados a comparação com dados
da literatura (Markham & Chari, 1976), confirmam que a substância SAFM-03
corresponde ao flavonol (3, 5, 7,4’-tetraidroxiflavonol), conhecido como
canferol.
A substância SAFM-03 está sendo citada pela primeira vez no gênero
Swartzia.
O
O
OH
OH
OH
HO
O
C
O
OH
HO
m/z 152
RDA
-C
8
H
6
O
2
OH
HO
-C
9
H
6
O
4
O
O
OH
OH
OH
HO
OH
C
O
-C
8
H
5
O
4
-CO
OH
m/z 286
m/z 286
m/z 121
m/z 93
m/z 108
-CO
O
OH
OH
OH
HO
m/z 258
Esquema 7 - Propostas de fragmentação da substância SAFM-03
O
OOH
OH
HO
OH
2'
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
3'
4'
5'
6'
Tabela 5 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do flavonóide SAFM-03 em
CD
3
OD.
C δ
C
δ
C literatura (DMSO)
δ
H
71
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
2 147,19 146,8 -
3 134,96 135,6 -
4 177,60 175,9 -
5 160,49 160,7 -
7 164,36 163,9 -
9 156,97 156,2 -
10 100,96 103,1 -
1’ 122,43 121,7 -
4’ 159,48 159,2 -
CH
6 97,96 98,2 6,17 (d, 1,9)
8 93,12 93,5 6,39 (d, 2,1)
2’/6’ 129,30 129,5 8,08 (d, 9,1; 2,2)
3’/5’ 115,02 115,4 6,89 (d, 9,1; 2,2)
72
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3000 2000 1000 0
60
80
723
819
1009
1176
1506
1614
3321
3852
% T
1/
λ
cm
-1
-
O
H
-C=C-
-C-O-C-
-C=O
Figura 44 - Espectro de infravermelho substância da SAFM-03
73
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Figura 45 - Espectro de massas da substância SAFM-03
74
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab un da nce
-1 0.0 0 10.0 20 .0 30.0 40 .0 50.0 60 .0 70.0 80 .0 90.0 10 0.0
X : parts per Million : 1H
8.0 7.0 6.0 5.0 4.0
8.0 924
8.0 695
6.9 089
6.8 861
6.3 910
6.3 857
6.1 754
6.1 707
4.8 804
4.8 348
3.6 137
3.3 094
3.3 054
3.3 013
3.2 973
3.2 926
Filename = SAFM05A_1d_spectrum-2
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAFM05A
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 5-OCT-2004 15:14:30
Revision_time = 25-APR-2007 18:40:02
Current_time = 25-APR-2007 18:40:36
Content = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 3.7240832[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.26852246[Hz]
X_sweep = 4.39947206[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 3.7240832[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 30.2[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
6
H
-
8
H
-
2
/
6
H
-
3
/
5
O
O
OH
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
OH
Figura 46 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-03
75
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abunda nc e
-100.0 -9 0.0 -80.0 -70.0 -60.0 -50.0 -40.0 -30 .0 -20.0 -10.0 0 10.0 20.0 3 0.0 40.0 5 0.0
X : parts per Million : 13C
180.0 170.0 160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0
177.6005
164.3638
160.4868
159.4774
156.9692
153.3981
147.1965
134.9615
129.3028
122.4283
115.0185
100.9635
97.9659
93.1255
Filename = SAFM05A_apt-2.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAFM05A
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 5-OCT-2004 15:52:28
Revision_time = 25-APR-2007 19:15:01
Current_time = 25-APR-2007 19:17:06
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 852
X_90_width = 10[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 15
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 30.1[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
-
2
C
-
3
C
-
4
C
-
5
C
H
-
6
C
-
7
C
H
-
8
C
-
9
C
-
1
0
C
-
1
C
H
-
2
/
6
C
H
-
3
/
5
C
-
4
O
O
OH
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
OH
Figura 47 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-03
3.1.4. Determinação estrutural da substância SAFM-04.
O tratamento cromatográfico (CC-Sephadex LH-20/MeOH) da sub-
fração 20-25 oriunda da fração FA (Item 2.2.7.1, p. 30) forneceu uma
substância que apresentou-se como um sólido amarelo amorfo, com faixa de
fusão de 157-169 ºC, solúvel em MeOH e com coloração verde escura na
presença de solução alcoólica de cloreto férrico (Item 2.5.5.2, p. 28).
O espectro de absorção na região do infravermelho (Figura 49, p. 83), da
substância SAFM-04, mostra forte absorção em 3392 cm
-1
correspondente a
76
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
vibração da deformação axial de O-H, uma banda em 2933 cm
-1
de deformação
axial de grupo metila, uma banda de estiramento de grupo carbonila de cetonas
em 1662 cm
-1
e bandas a 1608 e 1508 cm
-1
atribuída a anéis aromáticos. As
bandas em 1209 e1051 cm
-1
correspondem a deformação axial assimétrica do
sistema (C-O-C) de grupo éter. (Agrawal, 1989 e Silverstein & Webster, 2000).
O espectro de massas de alta resolução QTOF com análise em dulo
negativo [M-H] (Figura 48, p. 82) da substância SAFM-04 exibiu pico do íon
molecular a m/z 739,2065 apresentando para fórmula C
33
H
40
O
19
uma margem
de erro de apenas (2,84 ppm) em relação ao valor calculado de 740,2164
confirmando a formula para a substância.
A análise do espectro de RMN
1
H do flavonol SAFM-03 (Figura 46, p. 76;
Tabela 5 p. 73) foi utilizada para comparação e, a partir deste, percebemos a
existência de sinais adicionais na região de δ
H
(5,60-3,34) que sugerem a
presença de resíduos de açúcar. Os sinais a δ
H
5,59 (1H, d, J= 7,5), 5,21 (1H,
s) e 4,49 (1H, s) foram atribuídos a hidrogênios anoméricos dos resíduos de
açúcar. O valor elevado da constante de acoplamento do hidrogênio anomérico
da glicose (J > 6 Hz), permite sugerir um
β
-glicopiranosil. Os hidrogênios
anoméricos dos resíduos de raminose aparecem como sinais simples
sugerindo tratar-se de resíduos
α
-raminosil (Figura 50-52, p. 84-86).
Na região de hidrogênios de anéis aromáticos observamos dois pares de
sinais duplos a δ
H
[6,17 (d, 1,9) e 6,37 (d, 1,9)] atribuídos aos hidrogênios H-6 e
H-8 meta acoplados, característicos do anel A e δ
H
[8,05 (d, 9,1) e 6,89 (d, 8,8)]
que foram atribuídos ao sistema AA’BB’ dos hidrogênios H-2’/6’ e H-3’/5’ do
anel B. Esses dados mostram que o padrão de substituição dos anéis A, B e C
são idênticos àqueles verificados para substância anterior SAFM-03.
O espectro de RMN
13
C-APT (Figuras 54-56, p. 88-90) apresentou 31
sinais sendo que 13 deles compatíveis com aglicona de esqueleto flavonoídico.
Os deslocamentos químicos a δ
C
[179,40 (atribuído a carbonila de cetona C-4
em ligação de hidrogênio com a hidroxila HO-5); 158,68 e 134,46 atribuídos
aos carbonos C-2 e C-3 do anel heterocíclico C]. Para o anel A foram
observados os sinais a δ
C
[99,74 e 94,66 (atribuídos aos carbonos metínicos
CH-6 e CH-8) e 163,07; 165,55; 158,39 e 105,85 (atribuídos aos carbonos não
hidrogenados C-5, C-7, C-9 e C-10)]. Para o anel B foram observados os sinais
77
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
a δ
C
[132,17 e 116,15 (atribuídos ao sistema AA’BB’ dos carbonos metínicos
CH-2’/6’ e CH-3’/5’) e 123,05 e 161,27 (atribuídos aos carbonos não
hidrogenados C-1’ e C-4’)]. Os 18 sinais restantes foram atribuídos aos três
resíduos de açúcar. Os sinais observados a δ
C
(100,84; 102,56 e 101,80) foram
atribuídos aos carbonos anoméricos CH-1”, CH-1”’ e CH-1”” respectivamente.
Os sinais a δ
C
(17,47 e 17,93) foram atribuídos aos carbonos metílicos CH
3
-6”’/
6”” dos resíduos de raminose e o sinal a δ
C
(67,12) foi atribuído ao carbono
metilênico CH
2
-6” do resíduo de glicose.
O mapa correlação heteronuclear a uma ligação HMQC (
1
J
CH
) (Figuras
57-58, p. 91-92) permitiu confirmar a atribuição feita para o CH-6 δ
C
(99,74)
através da correlação com o hidrogênio H-6 δ
H
(6,17); do carbono CH-8 δ
C
(94,66) com o hidrogênio H-8 δ
H
(6,37); do carbono CH-3’/5’ δ
C
(116,15) com os
hidrogênios H-3’/5’ δ
H
(6,89), do carbono CH-1” δ
C
(100,84) com o hidrogênio H-
1” δ
H
(5,59), do carbono CH-1”’ δ
C
(102,56) com o hidrogênio H-1”’ δ
H
(5,21) e do
carbono CH-1”” δ
C
(101,80) com o hidrogênio H-1”” δ
H
(4,49).
O mapa de correlação heteronuclear a longa distância HMBC (
n
J
CH
, n=2
e n=3) permitiu, confirmar inequivocamente os pontos de ligação dos resíduos
de açúcar através das seguintes correlações: C-3 δ
C
(134,46) com o H-1” δ
H
5,59 (d, J= 7,5); o CH-1’” δ
C
(102,56) com o H-2 δ
H
(3,88) e o CH
2
-6” δ
C
(67,12)
com o H-1”” δ
H
(4,49). As demais correlações encontradas para a molécula
estão resumidas nas figuras 59-60, p. 93-94.
Com base na discussão acima, e dos dados descritos na literatura
(Markham & Chari, 1976) foi proposto para a substância SAFM-04 a estrutura
da 5,7,4’-triidroxi-3-O-
β
-D-glicopiranosil-(1”’ 6”)-
α
-O-L-raminopiranosil-(1””
2”’)-
α
-O-L-raminopiranosil-flavonol.
Pelo melhor do nosso conhecimento, a substância SAFM-04 está sendo
citada pela primeira vez na literatura.
78
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
O
O
OH
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
O
O
O
OH
OH
O
O
O
HO
OH
OH
OH
OH
HO
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
1""
2""
3""
4""
5""
6""
Tabela 6 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do flavonóide SAFM-04 em
CD
3
OD.
C
δ
C
δ
C
(Markham & Chari, 1976) δ
H
2 158,68 156,6 -
3 134,46 133,5 -
4 179,40 177,5 -
5 163,07 161,3 -
7 165,55 164,2 -
9 158,36 156,9 -
10 105,85 104,2 -
1’ 123,05 121,1 -
4’ 161,27 159,9 -
CH
6 99,74 98,8 6,17 (s)
8 94,66 93,8 6,37 (s)
2’/6’ 132,17 130,9 8,05 (d, 9,1)
3’/5’ 116,15 115,2 6,89 (d, 8,8)
Tabela 6’ - Dados espectrais das unidades glicosídicas do flanonóide
SAFM-04.
C
δ
C
δ
C
(Pizzolatti et al.,
2003)
δ
H
1’’ 100,84 101,4 5,59 (d, 7,5)
2’’ 77,54 81,5 3,88 (m)
3’’ 75,68 77,5 3,78 (m)
4’’ 69,83 71,9 3,72 (m)
5’’ 75,23 77,7 3,64 (t, 6,4)
6’’ 67,12 63,3 3,72; 3,44 (m)
1’’’ 102,56 101,8 5,21 (s)
2’’’ 72,27 72,6 3,92 (dd, 9,2; 7,8)
3’’’ 72,36 71,8 3,69
4’’’ 74,04 73,8 3,34 (t, 9,6)
5’’’ 70,70 71,5 3,99 (m)
79
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
6’’’ 17,93 17,1 0,97 (d, 5,8)
1’’’’ 101,80 4,51 (s)
2’’’’ 72,05 3,57 (m)
3’’’’ 72,31 3,52
4’’’’ 73,86 3,24
5’’’’ 69,68 3,51 (m)
6’’’’ 17,47 1,17 (d, 6,5)
80
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Figura 48 - Espectro de massas da substância SAFM-04
81
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
891
1051
1209
1360
1456
1508
1608
1662
2933
3392
%T
1/
λ
cm
-1
O
H
C
H
C
O
C-O-C
Figura 49 - Espectro de infravermelho da substância SAFM-04
82
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
-20.0 -10.0 0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0
X : parts per Million : 1H
8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
8.0648
8.0420
6.9008
6.8787
6.3716
6.1727
5.6072
5.5884
5.2116
4.5191
4.4969
4.4929
3.8044
3.7890
3.7776
3.7682
3.7185
3.6943
3.5747
3.5667
3.3403
3.3007
1.1742
1.1580
0.9814
0.9659
Filename = SAFM09-1d_spectrum-5.
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAFM09
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 5-FEB-2007 16:31:24
Revision_time = 10-APR-2007 20:53:26
Current_time = 10-APR-2007 20:54:09
Comment = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 3.7240832[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.26852246[Hz]
X_sweep = 4.39947206[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 3.7240832[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 14
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
2
/
6
H
-
3
/
5
H
-
8
H
-
6
H
-
1
H
-
1
H
-
1
H
-
6
H
-
6
O
O
OH
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
O
O
O
OH
OH
O
O
O
HO
OH
OH
OH
OH
HO
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
1""
2""
3""
4""
5""
6""
Figura 50 - Espectro de RMN
1
H da substância SAFM-04
83
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
10.0 20.0 30.0 40.0 50.0
X : parts per Million : 1H
3.8 3.7 3.6 3.5 3.4 3.3
3.8118
3.8044
3.7890
3.7776
3.7682
3.7332
3.7185
3.7084
3.6943
3.6802
3.6580
3.6419
3.6271
3.5935
3.5747
3.5667
3.5378
3.5217
3.5163
3.5082
3.4981
3.4928
3.4854
3.4578
3.4417
3.4323
3.4169
3.3974
3.3638
3.3403
3.3007
3.2631
3.2395
3.2322
H-3
H -4
H-5
H-6” a
H-6”b
H -3’”
H -4’”
H
-2””
H -3””
H-5””
H -4”
O
O
OH
OH
O
O
O
HO
OH
OH
OH
OH
HO
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
1""
2""
3""
4""
5""
6""
Figura 51 – Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-04
(região de 3,2 a 3,81 ppm)
84
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
0 10.0 20.0 30.0
X : parts per Million : 1H
4.13 4.12 4.11 4.1 4.09 4.08 4.07 4.06 4.05 4.04 4.03 4.02 4.01 4.0 3.99 3.98 3.97 3.96 3.95 3.94 3.93 3.92 3.91 3.9 3.89 3.88 3.87 3.86
4.07 91
4.06 37
4.05 56
4.03 95
4.00 26
3.99 79
3.94 61
3.92 60
3.92 26
3.90 32
3.88 17
H
-
2
H
-
2
H
-
5
O
O
OH
OH
O
O
O
HO
OH
OH
OH
OH
HO
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
1""
2""
3""
4""
5""
6""
Figura 52 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAFM-04
(região de 3,86 a 4,13 ppm)
85
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : parts per Million : 1H
8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
abundance
0 100.0
abundance
-20.0 0 20.0 40 .0
Filename = SAFM04-cosy-2.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = cosy.exp
Sample_id = SAFM09
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 7-FEB-2007 01:25:23
Revision_time = 26-APR-2007 10:51:17
Current_time = 26-APR-2007 10:55:44
Content = absolute value COSY
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 512, 1024
Dim_title = 1H 1H
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1280512[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 512
X_prescans = 4
X_resolution = 7.80937625[Hz]
X_sweep = 3.99840064[kHz]
Y_domain = 1H
Y_freq = 399.78219838[MHz]
Y_offset = 5[ppm]
Y_points = 256
Y_prescans = 0
Y_resolution = 15.6187525[Hz]
Y_sweep = 3.99840064[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 64
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 0.1280512[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 64.0256[ms]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Pulse_1 = 14.7[us]
Pulse_2 = 14.7[us]
Pulse_angle_1 = 90[deg]
Pulse_angle_2 = 90[deg]
Recvr_gain = 13
Relaxation_delay = 1.5[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
2
/
6
H
-
3
/
5
H
-
8
H
-
6
H
-
1
H
-
1
H
-
1
H-2’/6’
H-3’/5’
H-8
H-6
H-1”
H-1’”
H-1””
Figura 53 - Espectro de COSY (
1
H x
1
H) da substância SAFM-04
86
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousan ds )
-60.0 -50.0 -40. 0 -30. 0 -20 .0 -10 .0 0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0
X : parts per Million : 13C
180.0 170.0 160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0
179.4 020
165.5 535
163.0 683
161.2 560
158.6 790
158.3 884
134.4 613
132.1 749
123.0 521
116.147 0
105.8 543
102.5 584
101.8 014
100.8 379
99.7 444
94.6 592
73.8 597
72.3 609
72.3 150
72.2 691
72.0 474
69.8 298
69.6 768
17.9 303
17.4 715
Filename = SAFM09-apt-5.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAFM09
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 6-FEB-2007 06:19:18
Revision_time = 10-APR-2007 20:29:39
Current_time = 10-APR-2007 20:30:49
Comment = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 21381
X_90_width = 10.05[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5.025[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 28
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
H
3
-
6
C
H
3
-
6
C
-
4
C
-
1
0
C
H
-
3
/
5
C
H
-
2
/
6
C
-
9
-
-
-
-
-
-
-
C
-
2
C
-
4
C
-
5
C
-
7
C
-
3
C
-
1
O
O
OH
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
O
Figura 54 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-04
87
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Figura 55 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-04
(região de 64 a 78 ppm)
(Thousands)
-50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0 10.0 20.0
X : parts per Million : 13C
77.0 76.0 75.0 74.0 73.0 72.0 71.0 70.0 69.0 68.0 67.0 66.0 65.0
77.5378
75.6796
75.2285
74.0432
73.8597
72.3609
72.3150
72.2691
72.0474
70.7015
69.8298
69.6768
68.2698
67.1228
64.6758
C
H
2
-
6
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
5
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
4
C
H
-
5
C
H
-
2
C
H
-
2
C
H
-
3
C
H
-
3
C
H
-
4
C
H
-
4
C
H
-
5
C
H
-
3
C
H
-
2
O
O
OH
OH
O
O
O
HO
OH
OH
OH
OH
HO
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
1""
2""
3""
4""
5""
6""
88
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousands)
-30.0 -20.0 -10.0 0 10.0
X : parts per Million : 13C
107.0 106.0 105.0 104.0 103.0 102.0 101.0 100.0 99.0 98.0 97.0 96.0 95.0 94.0 93.0 92.0 91.0
105.8543
102.5584
101.8014
100.8379
99.7444
94.6592
C
-
1
0
C
H
-
1
C
H
-
1
C
H
-
1
C
H
-
6
C
H
-
8
O
O
OH
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
O
O
O
OH
OH
O
O
O
HO
OH
OH
OH
OH
HO
1"
2"
3"
4"
5"
6"
1'"
2'"
3'"
4'"
5'"
6'"
1""
2""
3""
4""
5""
6""
Figura 56 – Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAFM-04
(região de 91 a 107 ppm)
89
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0
Y : p arts pe r M illio n : 1 3C
130. 0 1 20.0 110.0 100.0 90 .0 80.0 7 0.0 60.0 50.0 40 .0 30.0 2 0.0
Filename = SAFM04-pfg_hmqc-3.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = hmqc_irr_pfg_m.e
Sample_id = SAFM09
Solvent = METHANOL-D3
Creation_time = 6-FEB-2007 10:56:08
Revision_time = 26-APR-2007 11:33:23
Current_time = 26-APR-2007 11:43:17
Content = gradient enhanced HMQ
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 256
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.2561024[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 3.90468812[Hz]
X_sweep = 3.99840064[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 197.28535354[Hz]
Y_sweep = 25.25252525[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 16
X_acq_time = 0.2561024[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 5.0688[ms]
Y_pulse = 10[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 0.1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Refocus_comp = 2.57142857[ms]
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
2
/
6
H
-
3
/
5
H
-
8
H
-
6
H
-
1
H
-
1
H
-
1
3
H
-
6
3
H
-
6
C-6
3H-6’”
C-6””
3H-6””
C-3’/5
H-3’/5
C-2’/6
H-2’/6
C-1””
H-1””
C-1’”
H-1’”
C-1
H-1
C-8
H-8
C-6
H-6
Figura 57 - Espectro de HMQC da substância SAFM-04
90
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
4.0 3.9 3.8 3.7 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2
Y : part s per Mil lion : 13C
80.0 79.0 78 .0 77.0 76 .0 75.0 7 4.0 73.0 72.0 71. 0 70.0 69 .0 68.0 6 7.0
H
-
5
H
-
2
H
-
2
H
-
3
H
-
4
H
-
6
a
H
-
3
H
-
5
H
-
2
H
-
5
H
-
3
H
-
6
b
H
-
4
H
-
4
C-6
H-6”a
C-5””
H-5””
C-4
H-4
C-5’”
H-5’”
C-2””
H-2””
C-2’”
H-2’”
C-3””
H-3””
C-3’”
H-3’”
C-4””
H-4””
C-4’”
H-4’”
C-5
H-5
C-3
H-3
C-2
H-2
C-6
H-6”b
Figura 58 – Ampliação do espectro de HMQC da substância SAFM-04
(região de 3,2 a 4,1 ppm)
91
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
5.4 5.3 5.2 5.1 5.0 4.9 4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4.1 4.0 3.9 3.8 3.7 3.6 3.5 3.4
Y : parts per Million : 13C
78.0 77.0 76.0 75.0 74.0 73.0 72.0 71.0 70.0 69.0 68.0 67.0 66.0
H
-
1
H
-
1
H
-
5
H
-
2
H
-
2
H
-
3
H
-
4
H
-
6
a
H
-
3
H
-
5
H
-
2
H
-
5
H
-
3
H
-
6
b
H-4’”
H
-
4
CH
2
-6”
CH-5
CH-4”
CH-5’”
CH-2
CH-2’
CH-3””
CH-3’
CH-4””
CH-4’
CH-5”
CH-3
CH-2
CH
2
-6”
H-1’”
CH-5””
H-1””
CH-4”
H-5”
CH-5’”
H-3’”
CH-5””
H-4”
CH-5’”
H-4’”
CH-5’”
H-1’”
CH-3””
H-2””
CH-3’”
H-5
CH-4””
H-3””
CH-4’
H-2’
CH-5”
H-4”
CH-2
H-1””
O
HO
OH
OH
O
O
OH
OH
O
HO
OH
O
H
H
OH
1"
1'"
1""
2"
6"
5'"
5"
5""
Figura 59 - Espectro de HMBC da substância SAFM-04
92
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
3.5 3.4 3.3 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8 2.7 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2.1 2.0 1.9 1.8 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0
Y : parts per Million : 13C
19.0 18.0 17.0 16.0 15.0
CH
3
-6’”
CH
3
-6””
3
H
-
6
3
H
-
6
H
-
4
H
-
4
CH
3
-6”
H-4
CH
3
-6’”
H-4’”
CH
3
-6
H-6”
CH
3
-6’”
H-6’”
C-3
H-1
C-3
H-1
6""
6'"
4'"
4""
1"
O
O
O
O
O
O
H
O
OH
OH
O
HO
OH
OH
H
HO
OH
OH
H
Figura 60 - Ampliações do espectro de HMBC da substância SAFM-04
3.2. Determinação Estrutural dos Constituintes Químicos Isolados da Madeira
de S. apetala
93
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
O estudo fitoquímico do extrato hexânico da madeira de S. apetala
possibilitou o isolamento de um estilbeno (SAMH-01), uma flavanona (SAMH-
02) e um pterocarpano (SAMH-03), um triterpeno (SAMH-04) e mistura de três
esteróides (SAMH-05a/b/c) (Figura 13-14, p. 22-23).
3.2.1. Determinação estrutural da substância SAMH-01.
94
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
A fração F1B (Item 2.2.7.2, p. 31) após fracionamento em (CC-sílica gel)
forneceu uma substância que apresentou-se como um sólido branco amorfo,
solúvel em CHCl
3
e com coloração verde escura na presença de solução
alcoólica de cloreto férrico e vermelho carmim quando revelado em CCDA com
solução de vanilina sulfúrica (Itens 2.5.5.2 e 2.5.6, p. 28).
O espectro de RMN
1
H (Figuras 62-63, p. 99-100) apresentou um sinal
simples a δ
H
(3,82) característico de hidrogênios de grupo metoxila e um sinal
largo a δ
H
(4,89) atribuído a hidrogênio de hidroxila. A presença de sinais na
região de δ
H
(7,50-6,33) o indicativos da presença de anéis aromáticos na
substância. Os sinais duplos a δ
H
[6,99 (d, J= 17,2) e 7,06 (d, J= 15,8)], que
devido ao valor das constantes de acoplamento caracterizam uma olefina trans
conjugada com o sistema aromático (Silverstein & Webster, 2000).
O padrão de substituição (1,3,5-trissubstituído) do anel aromático A foi
estabelecido com base na multiplicidade dos sinais dos hidrogênios a δ
H
[6,64
(sl) H-4; 6,33 (sl) H-2 e 6,60 (sl) H-6]. Os sinais a δ
H
[7,49 (d, J= 7,3); 7,25 e
7,35 (t, J= 9,52)] foram atribuídos ao anel aromático B.
O espectro de
13
C-APT (Figuras 64-65, p. 101-102) apresentou 13 sinais
sendo um atribuído a carbono metílico sp3, oito a carbonos metínico sp2 e
quatro a carbonos não hidrogenados sp2. A análise desses resultados
juntamente com a análise do espectro de massas de baixa resolução (Figura
61, p. 98) que exibiu pico do íon molecular a m/z 226 e fragmentos com m/z
211(relativo a perda de metila) e a m/z 194 (relativo a perda de CH
3
OH)
(Esquema 8, p. 98) sugerem para a substância SAMH-01 a fórmula molecular
C
15
H
14
O
2
, correspondente a estrutura de um trans-estilbeno.
O sinal a δ
C
(55,46) foi atribuído ao carbono do grupo metoxila e os
sinais a δ
C
(149,38 e 156,94) foram atribuídos aos carbonos C-5 (C-OH) e C-3
(C-OCH
3
) do anel aromático A. Os demais sinais estão listados na tabela 6, p.
97. O mapa de correlação heteronuclear a longa distância HMBC (
n
J
CH
)
(Figuras 66-67, p. 103-104) auxiliou nas atibuições feitas para a molécula,
através da correlação existente entre o carbono C-3 a δ
C
(156,94) e os
hidrogênios da metoxila a δ
H
(3,82); do carbono CH-7 a δ
C
(128,39) e o
hidrogênio H-6 a δ
H
(6,61); do carbono C-1 a δ
C
(139,66) e o hidrogênio H-8 a
δ
H
(6,99); dos carbonos CH-10/14 a δ
C
(126,69) e o hidrogênio H-12 a δ
H
(7,25).
As demais correlações encontradas para a molécula estão ilustradas nas
95
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
figuras 66-67, p. 103-104. O conjunto desses dados comparados com a
literatura (Ngo & Brown, 1998), confirmam que a substância SAMH-01 trata-se
do estilbeno (3-metoxi-5-hidroxiestilbeno) conhecido como pinosilvina-
monometil éter citado pela primeira vez no gênero.
OH
OMe
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
B
A
Tabela 7 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do estilbeno SAMH-01 em
CDCl
3
.
C δ
C
δ
C
(Ngo & Brown, 1997) δ
H
2
J
CH
3
J
CH
1 140,66 139,6 - - -
3 156,94 160,9 - OMe -
5 149,38 157,3 - - H-8
9 137,65 137,1 - - H-11/13
CH
2 105,05 104,7 6,33 (sl) - H-6
4 101,08 101,2 6,64 (sl) - H-6
6 106,00 106,3 6,60 (sl) - -
7 128,39 128,4 7,06 (d, 15,8) - H-6
8 129,49 129,2 6,99 (d, 17,2) - -
10/14 126,69 126,6 7,49 (d, 7,3) - H-12
11/13 128,78 128,6 7,35 (t, 7,9) H-11/14 -
12 127,88 127,7 7,25 H-11/13 -
MeO 55,46 55,3 3,82 (s) - -
96
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
OH
OMe
OH
O
-CH
3
OH
-CH
3
OH
m/z 226
m/z 211
m/z 194
Esquema 8 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-01
Figura 61 - Espectro de massas da substância SAMH-01
97
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab un da nce
0 1 00.0 200 .0 3 00.0
X : parts per Million : 1H
7.0 6.0 5.0 4.0
7.5 028
7.4 845
7.3 718
7.3 526
7.3 325
7.2 775
7.2 537
7.0 843
7.0 449
7.0 11 9
6.9 689
6.6 437
6.6 034
6.3 342
4.8 926
3.8 165
Filename = SAMH01-1d_spectrum-24
Author = Roberto Ottoni Portel
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAMH01
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 19-MAR-2007 12:26:39
Revision_time = 30-APR-2007 14:47:19
Current_time = 30-APR-2007 14:50:33
Content = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 2.7312128[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 2
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 21
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
2
H
-
4
H
-
6
H
-
7
H
-
8
H
-
1
0
/
1
4
H
-
1
1
/
1
3
H
-
1
2
O
C
H
3
O
H
OH
OMe
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Figura 62 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-01.
98
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab un da nce
0 10 .0 20.0 30 .0 40.0 50 .0 60.0 7 0.0 80.0 9 0.0 100 .0 11 0.0 120 .0 130.0 14 0.0 150.0 16 0.0 170.0 18 0.0 190. 0 2 00.0
X : parts per Million : 1H
7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0
7.5 028
7.4 845
7.3 718
7.3 526
7.3 325
7.2 775
7.2 537
7.0 843
7.0 449
7.0 11 9
6.9 689
H
-
7
H
-
8
H
-
1
0
/
1
4
H
-
1
1
/
1
3
H
-
1
2
OH
OMe
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Figura 63 - Ampliação do espectro de RMN
1
H da substância SAMH-01
(região de 6,9 a 7,6 ppm)
99
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousands)
-14.0 -13.0 -12.0 -11.0 -10.0 -9.0 -8.0 -7.0 -6.0 -5.0 -4.0 -3.0 -2.0 -1.0 0 1 .0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0
X : parts per Million : 13C
150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0
156.9387
149.3835
140.6584
139.6567
129.4940
128.7829
127.8805
126.6876
106.0028
105.0469
101.0859
55.4646
Sample_id = SAMH01
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 19-OCT-2006 16:29:37
Revision_time = 30-APR-2007 15:17:32
Current_time = 30-APR-2007 15:19:34
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 10790
X_90_width = 10.05[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5.025[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 28
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
-
3
C
-
1
C
-
5
C
-
9
C
H
-
2
C
H
-
4
C
H
-
6
O
C
H
3
C
H
-
1
1
/
1
3
C
H
-
1
0
/
1
4
C
H
-
8
OH
OMe
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Figura 64 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-01.
100
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(T h ou san ds )
-14.0 -13.0 -12 .0 - 11.0 -10.0 -9. 0 - 8.0 -7.0 -6. 0 - 5.0 -4.0 -3 .0 - 2.0 -1.0 0 1 .0 2.0 3.0 4 .0 5.0 6.0
X : parts per Million : 13C
130.0 129.0 128.0 127.0 126.0 125.0 124.0 123.0 122.0 121.0 120.0 119.0 118.0 117.0 116.0 115.0 114.0 113.0 112.0 111.0 110.0 109.0 108.0 107.0 106.0 105.0 104.0 103.0 102.0 101.0
129.4 940
128.7 829
128.3 929
127.8 805
126.6 876
106.0 028
105.0 469
101.0 859
C
H
-
4
C
H
-
2
C
H
-
6
C
H
-
1
1
/
1
3
C
H
-
1
2
C
H
-
7
C
H
-
1
0
/
1
4
C
H
-
8
OH
OMe
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Figura 65 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-01
(região de 101 a 130 ppm).
101
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
7.0 6.0 5.0 4.0
Y : part s p er Mill ion : 13C
17 0.0 1 60.0 150.0 140 .0 13 0.0 120.0 110.0 100 .0 90.0
Filename = SAMHO1-pfg_hmbc-4.jdf
Author = Roberto Ottoni Portel
Experiment = hmbc_pfg_m.exp
Sample_id = SAMHO1
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 19-MAR-2007 21:52:48
Revision_time = 30-APR-2007 16:01:11
Current_time = 30-APR-2007 16:10:50
Content = gradient enhanced HMB
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 512
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.2561024[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 5[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 3.90468812[Hz]
X_sweep = 3.99840064[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 125[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 197.28535354[Hz]
Y_sweep = 25.25252525[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 128
X_acq_time = 0.2561024[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 5.0688[ms]
Y_pulse = 10[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 1[ms]
Grad_selection =
Grad_shape =
Grad_type = 0
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Long_range_j = 8[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Relaxation_delay = 1[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C-3
OCH
3
C-3
O
C
H
3
CH-6
H-4
CH-2
H-6
C-1
H-8
C-9
H-11/1 3
H
-
6
H
-
4
H
-
8
H
-
1
2
CH-6
CH-2
C-1
C-9
CH-10/14
CH-10/14
H-12
CH-10/14
H-8
{
H-11 /13
OH
OCH
3
HH
H
H
H
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Figura 66 - Espectro de HMBC da substância SAMH-01.
102
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6
Y : parts per Mi llion : 13C
13 2.0 131.0 13 0.0 129.0 128.0 127.0 126.0
CH-10/14
CH-12
CH-7
CH-11/13
CH-8
H
-
7
H
-
8
H
-
1
2
H
-
1
1
/
1
3
H
-
1
0
/
1
4
CH-7
H-6
H
-
6
CH-8
H-7
CH-10/14
H-8
CH-10/14
H-12
CH-12
H-10/14
CH-7
H-10/14
CH-11/13
H-10/14
CH-8
H-11/13
CH-11/13
H-12
OH
OCH
3
HH
H
H
H
H
H
H
H
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Figura 67 - Ampliação do espectro de HMBC da substância SAMH-01
(região de 6,6 a 7,6 ppm).
3.2.2. Determinação estrutural da substância SAMH-02.
A segunda substância obtida do fracionamento em coluna (CC-sílica gel)
103
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
da fração F1B (Esquema 6, p. 32) apresentou-se como um sólido amarelo
escuro, amorfo, solúvel em CHCl
3
e com coloração verde escura em presença
de solução alcoólica de cloreto férrico (Item 2.2.5.2, p. 28).
O espectro de absorção na região do infravermelho (Figura 69, p. 110), da
substância SAMH-02 mostra banda de deformação axial em 2924 cm
-1
característico de
grupo metino de hidrocarbonetos alinfáticos e 1466 cm
-1
atribuída a estiramento (C=C)
de aromáticos, uma banda intensa de estiramento de grupo carbonila conjugada (=C-
C=O) em 1632 cm
-1
. As bandas de absorção em 1302 e 1169 cm
-1
que foram atribuídas a
deformação axial (C-O) de fenóis e (C-O-C) de éteres, respectivamente (Silverstein &
Webster, 2000).
O espectro de massas de baixa resolução da substância SAFM-02
(Figura 68, p. 109) exibiu pico do íon molecular a m/z 256 correspondente a
fórmula molecular C
15
H
12
O
4
.
O espectro de RMN
1
H (Figura 70, p. 111) apresentou um sinal duplo em
δ
H
[5,4 (J= 13,6)] atribuído ao hidrogênio oximetínico H-2 que acopla com os
hidrogênios metilênicos H-3
α
, δ
H
[2,8 (d,J= 17,2)] e H-3
β
, δ
H
[3,09 (t, J= 16,5)]
característicos de flavanonas (Mabry et al., 1970). A presença um sinal simples
a δ
H
[6,0 (H-6/8) e um sinal simples de intensidade maior a δ
H
[7,4 (H-
2’/3’/4’/5’/6’)] indicam um padrão dissubstituído para o anel A e a ausência de
substituintes no anel B. O sinal simples a δ
C
(12,04) foi atribuído ao hidrogênio
fenólico OH-5 em ligação hidrogênio com o carbono carbonílico C-4.
O espectro de RMN
13
C-APT (Figura 71, p. 112) apresentou doze sinais
sendo um sinal de carbono metilênico, cinco de carbonos metínicos e seis de
carbonos não hidrogenados. A presença dos sinais a δ
C
[79,3 (CH-2); 43,4
(CH
2
-3) e 195,9 (C-4)] atribuídos ao anel heterocíclico C confirmam a estrutura
de uma flavanona para a substância SAMH-02 (Mabry et al., 1970; Markham &
Chari, 1976). Os sinais a δ
C
(126,2 e 128,9) atribuídos aos carbonos (CH-2’/6’)
e (CH-3’/4’/5’) respectivamente confirmam a ausência de substituintes no anel
B. A presença dos sinais a δ
C
[96,8 (CH-6) e 95,5 (CH-8)] confirmam o padrão
de substituição do anel A. Os demais carbonos não hidrogenados C-5, C-7, C-
9, C-10 e C-1’aparecem a δ
C
(164,6; 164,5; 163,2; 103,3 e 138,4)
respectivamente.
O mapa de correlação heteronuclear a uma ligação HMQC (
1
J
CH
) (Figura
72, p. 113) permitiu confirmar as atribuições feitas com base nos espectros de
RMN
1
H e
13
C-APT, através das correlações existentes entre o carbono CH
2
-3 a
δ
C
(43,4) com os hidrogênios H-3α a δ
H
(2,8) e H-3β a δ
H
(3,09); o carbono CH-2
104
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
a δ
C
(79,3) com o hidrogênio H-2 a δ
H
(5,43); os carbonos C-6 a δ
C
(96,8) e C-8
a δ
C
(95,5) com os hidrogênios H-6/8 a δ
H
(6,0); os carbonos C-2’/6’ a δ
C
(126,2)
e C-3’/4’/5’ a δ
C
(128,9) com os hidrogênios H-2’/3’/4’/5’/ 6’ a δ
H
(7,4).
O mapa de correlação heteronuclar a longa distância HMBC (
n
J
CH
)
permitiu correlacionar de forma inequívoca os pontos de ligação da substância
através das correlações do carbono CH-2 a δ
C
(79,3) com os hidrogênios H-
2’/6’ a δ
H
(7,4); do carbono C-4 a δ
C
(195,9) com o hidrogênio H-3α a δ
H
(2,8); do
carbono C-10 a δ
C
(103,3) com os hidrogênios H-6/H-8 a δ
H
(6,0). As demais
correlações encontradas na substância estão na figura 73, p. 114.
Os sinais relativos ao hidrogênio oximetínico H-2 a δ
H
[5,4 (J= 13,6)] e a
δ
H
(5,3) e os sinais dos hidrogênios metilênicos H-3α, a δ
H
[2,8 (d, J= 17,2)] e
H-3
β
, a δ
H
[3,09 (t, J= 30,4)] juntamente com a análise dos dados de RMN
13
C-
APT e do espectro de massas que exibiu sinal do íon molecular a m/z 256 e
padrões de fragmentação a m/z 152 e 124 relativos a decomposição do tipo
retro Diel-Alder do anel C (Budzikiewicz et al., 1964) e o sinal m/z 179 relativo a
perda do anel B (Esquema 9, p. 107) permitiram confirmar a estrutura da
substância SAMH-2 como sendo a da flavanona (5,7-diidróxiflavanona)
conhecida como pinocembrina (Markham & Chari, 1976).
A substância está sendo citada pela primeira vez no gênero Swartzia.
105
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
O
OOH
HO
RDA
O
C
O
-C
8
H
8
O
OH
HO
-C
9
H
8
O
-C
6
H
5
O
OOH
HO
O
OOH
HO
O
O
OHOH
HO
H
-H
2
O
O
OH
HO
m/z 238
m/z 256
m/z 256
m/z 55
m/z 179
m/z 179
m/z 152
m/z 124
Esquema 9 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-02
O
OOH
HO
2'
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
3'
4'
5'
6'
A
B
C
106
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Tabela 8 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H da flavanona SAMH-02 em
CDCl
3
.
C δ
C
δ
C
(Markham & Mabry,
1975)
δ
H
2
J
CH
3
J
CH
4 195,8 195,8 - H-3a
5 164,6 163,6 -
7 164,5 166,6 - H-6 e H-8 OH
9 163,2 162,7 - H-8
10 103,3 101,9 - OH H-6 e H-8
1’ 138,4 138,0 -
CH
2 79,3 78,4 5,3 (sl)
5,43 (d, 17,2)
H-2’ e H-6’
6 96,8 96,1 6,00 (s) OH
8 95,5 95,1 6,00 (s)
2’/6’ 126,2 126,5 7,43
3’/4’/5’ 128,9 128,5 7,43
CH
2
3 43,4 42,2 3,09 (t, 16,5)
2,83 (d, 17,2)
107
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Figura 68 - Espectro de massas da substância SAMH-02.
108
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3000 2500 2000 1500 1000 500 0
0
10
20
30
40
50
559
698
825
1169
1302
1466
1632
2924
% T
1/
λ
cm
-1
=C-H
-C=C-
=C-C=O
-C-OH
-C-O-C-
Figura 69 - Espectro de infravermelho da substância SAMH-02.
109
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab undanc e
0 100.0 200 .0 3 00.0 400.0
X : parts per Million : 1H
12.0 11.0 10.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0
12.0 371
7.4 442
7.2 592
6.0 026
5.4 431
5.4 092
5.3 423
3.1 287
3.0 875
3.0 527
2.8 476
2.8 045
Filename = SAMH02-1d_spectrum-3.
Author = Marcelo
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAMH02
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 18-OCT-2006 10:32:14
Revision_time = 28-APR-2007 16:47:59
Current_time = 28-APR-2007 16:49:14
Content = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 2.7312128[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 20
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
O
O
HO
O
1'
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2'
3'
4'
5'
6'
H
O
H
β
H
α
H
β
Ar
O
2
3
4
9
10
O
H
-
5
H
-
2
-
6
H
-
6
/
8
H
-
2
H
-
3
α
H
-
3
β
Figura 70 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-02
110
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousands)
-60.0 -50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0
X : parts per Million : 13C
190.0 180.0 170.0 160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0
195.8689
164.5702
164.4632
163.2550
138.3720
128.9893
126.2288
103.3340
96.8495
95.5572
79.3305
43.4360
Filename = samh-02 espectro-2.jd
Author = Marcelo
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAMH02
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 19-OCT-2006 07:51:32
Revision_time = 29-APR-2007 11:29:08
Current_time = 29-APR-2007 11:29:56
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 33104
X_90_width = 10.05[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5.025[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 28
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
-
4
C
-
5
C
-
7
C
-
9
C
-
1
0
C
-
1
C
H
-
2
-
-
-
-
-
C
H
-
6
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
8
-
-
-
-
-
C
H
-
2
/
6
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
3
/
4
/
5
C
H
2
-
3
O
O
HO
OH
1'
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2'
3'
4'
5'
6'
Figura 71 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-02.
111
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
7.0 6.0 5.0 4.0 3.0
Y : part s p er Mil lion : 13C
13 0.0 120.0 110.0 1 00.0 90.0 80 .0 70.0 60.0 5 0.0 40.0
(Thousands)
0 100.0
ab u nd an ce
0 200 .0 4 00.0
Filename = flavanona-pfg_hmqc-2.
Author = Marcelo
Experiment = hmqc_irr_pfg_m.e
Sample_id = SAMH02
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 15-NOV-2006 01:29:56
Revision_time = 6-MAY-2007 10:30:49
Current_time = 6-MAY-2007 10:42:12
Content = gradient enhanced HMQ
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 256
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1828864[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 5.46787514[Hz]
X_sweep = 5.59910414[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 197.28535354[Hz]
Y_sweep = 25.25252525[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 64
X_acq_time = 0.1828864[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 5.0688[ms]
Y_pulse = 10[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 0.1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Refocus_comp = 2.57142857[ms]
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
CH
2
-3
CH-2
CH-8
CH-6
CH-3’/4’/5
CH-2’/6
H
-
3
α
H
-
3
β
H
-
6
/
8
H
-
2
-
6
H
-
2
C-3’/4’/5
H-3’/4’/5
C-2’/6
H-2’/6
C-6
H-6
C-8
H-8
C-2
H-2
C-3
H-3
α
C-3
H-3
β
Figura 72 - Espectro de HMQC da substância SAMH-02
112
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
12.0 11.0 10.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0
Y : part s p er Mi llion : 13C
20 0.0190.0 180. 0 170 .0 16 0.0 1 50.0 1 40.0 130.0 120. 0 110.0 10 0.0 90 .0 8 0.0 70.0 60.0 50.0 40 .0
Filename = flavanona-pfg_hmbc-2.
Author = Marcelo
Experiment = hmbc_pfg_m.exp
Sample_id = SAMH02
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 14-NOV-2006 20:29:36
Revision_time = 6-MAY-2007 10:50:20
Current_time = 6-MAY-2007 10:57:29
Content = gradient enhanced HMBC
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 512
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1828864[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 5.46787514[Hz]
X_sweep = 5.59910414[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 197.28535354[Hz]
Y_sweep = 25.25252525[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 64
X_acq_time = 0.1828864[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 5.0688[ms]
Y_pulse = 10[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 1[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Long_range_j = 8[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
H - 3
α
H -3
β
H - 2
H -6 / 8
H -2 ’-6
O H -5
CH
2
-3
CH-2
CH-8
CH-6
CH-2’/6
CH-3’/4’/5
C-1
C-9
C-7
C-5
C-4
C-4
H-3
α
C-7
H-6/8
C-5
OH-5
C-10
C-10
H-6/8
C-10
OH-5
C-6
OH-5
CH-2
H-2’/6
O
OOH
HO
H
H
H
H
1'
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2'
3'
4'
5'
6'
OO
H
C
6
H
5
H
H
4
3
Figura 73 - Espectro de HMBC da substância SAMH-02
3.2.3. Determinação estrutural da substância SAMH-03
O tratamento cromatográfico [CCDP-hexano:AcOEt (4:1)] da fração 14-
19 oriunda da sub-fração F1C (item 2.2.7.2, p. 31) resultou no isolamento de
um sólido amarelo escuro, amorfo, solúvel em CHCl
3
, com coloração verde
escura em presença de solução alcoólica de cloreto férrico e vermelho carmim
quando revelado com solução ácida de vanilina em CCDA (Item 2.2.6, p. 28).
O espectro de massas da substância SAMH-03 (Figura 74, p. 118)
113
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
apresentou pico do íon molecular a m/z 284 e sinais no espectro de RMN
1
H e
13
C característico para estrutura de pterocarpano (Braz-Filho et al., 1980).
O espectro de RMN
1
H (Figura 75, p. 119) apresentou sinais
característicos do anel heterocíclico C a δ
H
[3,63 (t, J= 11 Hz) e 4,22 (dd, J= 11
e 4,8 Hz)] relativos aos hidrogênios metilênicos 2H-2; δ
H
[3,46 (m)] relativo ao
hidrogênio de carbono metiníco H-3 e a δ
H
[5,47 (d, J= 6,9 Hz)] relativo ao
hidrogênio de carbono metino H-4. Sabe-se que pterocarpanos naturais
ocorrem em duas formas enantioméricas, 3S, 4S e 3R, 4R e comparando os
valores das constantes de acoplamento dos hidrogênios do grupo metileno
CH
2
-2 e os hidrogênios do grupos metinícos CH-3 e CH-4 conclui-se que a
substância possui uma junção-cis do anel C com o anel D (Máximo &
Lourenço, 1998). Os hidrogênios do grupo metilenodioxi (-OCH
2
O-) aparecem
a δ
H
(5,89 e 5,93). Os anéis aromáticos estão caracterizados pelos sinais a δ
H
[7,36 (H-5, d, J= 8,4); 6,55 (H-6, d, J= 8,04) 6,42 (s) H-8] atribuídos ao anel A e
[6,72 (s) H-2’ e 6,43 (s) H-5’] atribuídos ao anel B.
O espectro de RMN
13
C-APT (Figura 76, p. 120) apresentou 16 sinais,
sendo dois grupos metilênicos a δ
C
[66,44 (CH
2
-2) e 101,28 (O-CH
2
-O)] e dois
carbonos metínicos sp
3
a δ
C
[40,14 (CH-3) e 78,44 (CH-4)]. Os sinais restantes
foram atribuídos aos anéis aromáticos A e B através dos deslocamentos a δ
C
[132,10 (CH-5); 109,76 (CH-6); 157,04 (CH-7); 103,66 (CH-8); 156,62 (C-9);
112,62 (C-10); 117,90 (C-1’); 104,72 (CH-2’); 141,71 (C-3’); 148,09 (C-4’);
93,82 (CH-5’) e 154,31 (C-6’)].
O mapa de correlação heteronuclear a uma ligação HMQC (
1
J
CH
) (Figura
77, p. 121) permitiu confirmar as atribuições feitas anteriormente nos espectros
de RMN
1
H e
13
C-APT, através das correlações existentes entre o carbono CH-
4 a δ
C
(78,44) com o hidrogênio H-4 a δ
H
(5,47); o carbono CH-5’ a δ
C
(93,82)
com o hidrogênio H-5’ a δ
H
(5,92); o carbono C-2 a δ
C
(104,72) com o
hidrogênio H-2’ a δ
H
(6,72); o carbono C-6 a δ
C
(109,76) com o hidrogênio H-6 a
δ
H
(6,55); o carbono metilenodioxi (O-CH
2
-O) a δ
C
(101,28) com seus
respectivos hidrogênios a δ
H
(5,89 e 5,93).
O mapa de correlação heteronuclar a longa distância HMBC (
n
J
CH
)
permitiu correlacionar de forma inequívoca os pontos de ligação da substância
através das correlações do carbono C-7 a δ
C
(157,04) com os hidrogênios [H-5
114
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
a δ
H
(7,4); OH-7 a δ
H
(5,11)]; do carbono CH-3 a δ
C
(40,14) com os hidrogênios
[H-2α a δ
H
(3,63) e H-2β a δ
H
(4,22)]; do carbono C-4’ a δ
C
(148,09) com os
hidrogênios do grupo metilenodioxi a δ
H
(5,89 e 5,93). As demais correlações
encontradas na substância estão assinaladas na figura 78, p. 122.
O conjunto dos dados de RMN analisados da substância SAMH-03
juntamente com espectro de massas que exibiu sinal do íon molecular a m/z
284 e fragmentações em m/z 267 relativo a perda de radical hidroxila e m/z 162
relativo a decomposição do tipo retro Diel-Alder do anel C (Budzikiewicz et al.,
1964) (Esquema 10, p. 118) mostraram similaridade com aqueles descritos
para (7-hidroxi-3’,4’-metilenodioxipterocarpano) conhecida como maackiaina
descrita no gênero (Bedir et al., 1999; Braz-Filho et al., 1980).
O
O
HO
O
O
2
3
4
6
7
8
9
10
5
1'
2'
3'
4'
5'
6'
A
C
D
B
H
H
Tabela 9 - Dados espectrais de RMN
13
C e
1
H do pterocarpano SAMH-03 em
CDCl
3
.
C δ
C
C
Bedir et al., 1999 δ
H
2
J
CH
3
J
CH
115
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
7 157,04 159,7 - HO-7 H-5
9 156,62 157,2 - H-8
H-2β; H-4
1’ 117,90 118,0 - - H-5’
3’ 141,71 141,8 - H-2’ H-5’
4’ 148,09 148,2 - H-5’ H-2’; OCH
2
O
6’ 154,31 154,3 - - H-2’
10 112,62 112,6 - - H-6
CH
5 132,10 132,2 7,36 (d, 8,4) - H-4
6 109,76 109,8 6,55 (d, 8,04) - H-8
8 103,66 103,8 6,42 (s) - H-6
3 40,14 40,2 3,44-3,49 (m)
H-2α; H-2β
H-2’
2’ 104,72 104,8 6,72 (s) - -
5’ 93,82 93,9 5,92 (s) - -
4 78,44 78,6 5,47 (d, 6,9) - H-5
CH
2
2 66,44 66,6 3,63 (t, 11)
4,22 (dd, 11; 4,8)
- H-4
OCH
2
O 101,28 101,4 5,89 (s)
5,93 (s)
- -
116
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
O
O
O
O
HO
H
H
CH
2
O
O
O
-C
6
H
5
O
2
m/z 175
m/z 284
m/z 267
m/z 162
O
O
O
O
H
H
O
O
O
Esquema 10 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-03
Figura 74 - Espectro de massas da substância SAMH-03.
117
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
abundance
0 100.0 200.0 300.0 400.0
X : parts per Million : 1H
7.0 6.0 5.0 4.0
7.3700
7.3489
7.2574
6.7152
6.5549
6.5348
6.4294
6.4129
5.9184
5.8909
5.4742
5.4577
5.1097
4.2232
4.2085
4.1957
3.6645
3.6361
3.6086
3.4804
3.4667
3.4539
Filename = SAMH04-1d_spectrum-5.
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAMH04
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 13-FEB-2007 07:19:10
Revision_time = 28-APR-2007 13:23:48
Current_time = 28-APR-2007 13:24:59
Content = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 2.7312128[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 22
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
H
-
5
H
-
2
α
H
-
3
H
-
4
H
-
6
H
-
8
H
-
2
H
-
5
O
-
C
H
2
-
O
H
-
2
β
H
O
-
7
O
O
HO
O
O
2
3
4
6
7
8
9
10
5
1'
2'
3'
4'
5'
6'
H
H
Figura 75 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-03
118
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousands)
-30.0 -20.0 -10.0 0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
X : parts per Million : 13C
150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0
157.1298
156.7245
154.3081
148.1906
141.8055
132.2086
118.0007
112.7091
109.8492
104.8252
103.7470
101.3841
93.9207
78.5887
66.5220
40.1938
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAMH04
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 1-FEB-2007 06:47:08
Revision_time = 4-MAY-2007 11:30:58
Current_time = 4-MAY-2007 11:35:27
Comment = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 25747
X_90_width = 10.05[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5.025[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 28
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 22.9[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
H
-
5
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
6
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
H
-
8
C
H
-
3
C
H
-
2
C
H
-
5
C
H
-
4
C
H
2
-
2
O
-
C
H
2
-
O
C
-
1
0
C
-
6
C
-
4
C
-
3
C
-
1
C
-
9
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C
-
7
O
O
HO
O
O
2
3
4
6
7
8
9
10
5
1'
2'
3'
4'
5'
6'
H
H
Figura 76 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-03
119
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H
7.0 6.0 5.0 4.0
Y : parts p er Mil lion : 13C
130. 0 120 .0 110.0 10 0.0 90 .0 80 .0 7 0.0 6 0.0 50.0 40.0
(Thousands)
-20.0 0
a bu nd an ce
0 200.0 400.0600.0
Filename = pterocarpano-pfg_hmqc
Author = Jan Schripsema
Experiment = hmqc_irr_pfg_m.e
Sample_id = SAMH04
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 13-FEB-2007 10:37:46
Revision_time = 4-MAY-2007 14:06:53
Current_time = 4-MAY-2007 14:13:35
Content = gradient enhanced HMQ
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 256
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1828864[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 5.46787514[Hz]
X_sweep = 5.59910414[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 172.84292035[Hz]
Y_sweep = 22.12389381[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_acq_time = 0.1828864[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 5.7856[ms]
Y_pulse = 10[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 0.2[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 0.1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Refocus_comp = 2.57142857[ms]
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
C-3
C-4
C-5
C-2
C-8
-----C-2’
C-5’
O-CH
2
-O
C-6
H
-
5
H
-
6
H
-
8
H
-
3
H
-
2
H
-
5
H
-
4
H
-
2
α
H
-
2
β
O
-
C
H
2
-
O
C-5
H-5
C-6
H-6
C-2
H-2
C-5
H-5
O-CH
2
-O
C-4
H-4
Figura 77 - Espectro de HMQC da substância SAMH-03
120
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
X : parts per Million : 1H : RANGED
7.0 6.0 5.0 4.0
Y : parts per Million : 13C : RANGED
160.0 150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0
Filename = pterocarpano-pfg_hmbc
Author = Jan Schripsema
Experiment = hmbc_pfg_m.exp
Sample_id = SAMH04
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 13-FEB-2007 09:59:36
Revision_time = 7-MAY-2007 22:17:27
Current_time = 7-MAY-2007 22:23:48
Content = gradient enhanced HMB
Data_format = 2D REAL REAL
Dim_size = 1024, 512
Dim_title = 1H 13C
Dim_units = [ppm] [ppm]
Dimensions = X Y
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 0.1828864[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 1024
X_prescans = 4
X_resolution = 5.46787514[Hz]
X_sweep = 5.59910414[kHz]
Y_domain = 13C
Y_freq = 100.52530333[MHz]
Y_offset = 100[ppm]
Y_points = 128
Y_prescans = 0
Y_resolution = 172.84292035[Hz]
Y_sweep = 22.12389381[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 32
X_acq_time = 0.1828864[s]
X_pulse = 14.7[us]
Y_acq_time = 5.7856[ms]
Y_pulse = 10[us]
Grad_1 = 1[ms]
Grad_1_amp = 60[%]
Grad_2 = 1[ms]
Grad_2_amp = 60[%]
Grad_3 = 1[ms]
Grad_3_amp = 30[%]
Grad_recover = 1[ms]
Grad_selection = 13C = 2:2:1
Grad_shape = square
Grad_type = 0
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Long_range_j = 8[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 30
Relaxation_delay = 2[s]
T1 = 1[us]
Temp_get = 25[dC]
Unblank_time = 2[us]
CH-3
CH
2
-2
CH-4
CH-5’
---CH-8
------------CH-2’
CH-6
C-10
C-1’
CH-5
C-3’
C-4’
----C-6’
----------C-9
C-7
O-CH
2
-O
H
-
3
H
-
2
β
H
-
2
α
H
O
-
7
H
-
8
H
-
5
H
-
6
H
-
2
H
-
5
H
-
4
O
O
CH
2
O
O
HO
H
H
H
H
H
1'
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2'
3'
4'
5'
6'
C-9
H-2
β
C-7
HO-7
C-9
H-4
C-9
H-8
C-6
H-2
C-7
H-5
C-4
H-2
C-3
H-5
CH-5
H-4
C-1
H-5
CH-6
H-8
C-10
H-6
C-8
H-6
CH-4
H-5
CH
2
-2
H-4
CH-3
H-2
CH-3
H-2
β
CH-3
H-2
α
C-6
H-5
C-3
H-2
C-4
H-5
C-4
O-CH
2
-O
Figura 78 - Espectro de HMBC da substância SAMH-03
3.2.4. Determinação estrutural da substância SAMH-04.
121
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
O tratamento cromatográfico da fração 1-9 [CCDP hexano:CH
2
Cl
2
(3:2)]
originária da sub-fração F1C (item 2.5.7.2, p. 31) possibilitou o isolamento de
um sólido branco e amorfo, solúvel em CHCl
3
.
A elucidação estrutural da substância SAMH-04 foi feita com base na
análise dos espectros de RMN
1
H e
13
C-APT, CG-EM e comparação com dados
da literatura (Campos et al., 1991; Arisawa, et al., 1980)
O espectro de RMN
1
H (Figura 79, p. 125) mostra sinais característicos
de triterpenos com o aparecimento de sinais simples a δ
H
(0,75-1,67), sendo
que o sinal a δ
H
(1,67) foi atribuído aos hidrogênios da metila CH
3
-30 que
aparece em freqüência mais alta pelo fato de estar ligada a um carbono com
hibridização sp
2
. Na região de hidrogênios carbinólicos foi observado um duplo
sinal duplo a δ
H
[3,18 (dd, J=10,4 e 4,8 Hz)] relativo ao hidrogênio do carbono
metínico CH-3. A presença do metileno terminal foi confirmada através dos
sinais na região de hidrogênios olefínicos a δ
H
[4,68 (d, J=2,2 Hz) e 4,59] cujo
valor da constante de acoplamento confirma a ocorrência de um acoplamento
geminal (Silverstein & Webster, 2000). Podemos observar ainda o sinal múltiplo
a δ
H
(2,36 m) relativo ao hidrogênio H-19.
O espectro de RMN
13
C-APT (Figuras 80 e 81, p. 126 e 127) confirmou
as atribuições feitas no espectro RMN
1
H. Neste podemos notar a presença
dos carbonos sp2 de vinila em δ
C
[153,31(CH-20) e 109,40 (CH-29)], um
carbono oxigenado em δ
C
[79,08 (CH-3)]. As demais atribuições feitas para a
molécula estão resumidas na tabela 10, p. 124.
O espectro de massas (Figura 82, p. 128) que apresentou o pico do íon
molecular a m/z 426 e em m/z 218 relativo a fragmentação do anel C e em m/z
411 relativo a perda de grupo metila (-
.
CH
3
) (Budzikiewicz et al., 1967)
confirmam a estrutura do triterpeno lupeol para a substância SAMH-04, as
demais fragmentações estão ilustradas no esquema 11, p. 128.
Tabela 10 - Dados espectrais de RMN
13
C do triterpeno SAMH-04 em CDCl
3
.
SAMH-04 Lupeol*
C δ
C
δ
C
(Campos
et al., 1991 e Arisawa, et al., 1980)
122
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
1 38,80 38,6
2 26,02 27,3
3 79,08 78,9
4 38,96 38,8
5 55,39 55,2
6 18,40 18,2
7 34,37 34,2
8 41,09 40,7
9 50,52 50,3
10 39,34 37,1
11 21,01 20,9
12 25,22 25,0
13 37,20 38,0
14 43,08 42,7
15 27,51 27,4
16 35,67 35,5
17 42,40 42,9
18 48,07 48,2
19 47,49 47,9
20 150,31 150,8
21 29,45 29,8
22 40,08 39,9
23 28,07 27,9
24 15,44 15,3
25 16,19 16,1
26 16,19 15,9
27 14,20 14,5
28 18,09 17,9
29 109,40 109,3
30 19,65 19,2
123
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab un da nce
0 100.0 200.0
X : parts per Million : 1H
4.0 3.0 2.0 1.0
4.6 829
4.6 774
4.5 593
3.6 480
3.6 324
3.6 169
3.1 993
3.1 873
3.1 727
2.3 768
2.3 622
2.3 493
2.3 411
1.6 735
1.6 524
1.5 581
1.5 407
1.3 831
1.3 557
1.2 091
1.2 000
1.0 232
0.9 609
0.9 380
0.8 895
0.8 730
0.8 236
0.7 814
0.7 549
Filename = lupeol-1d_spectrum-4.
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAMH03
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 13-MAR-2007 06:25:05
Revision_time = 4-MAY-2007 13:27:38
Current_time = 4-MAY-2007 13:28:14
Content = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 2.7312128[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 21
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 27.5[dC]
Unblank_time = 2[us]
3 H -3 0
H -3
2 H - 2 9
H - 1 9
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25 26
27
28
29
30
Figura 79 - Espectro de RMN
1
H da substância SAMH-04
124
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(T h ou san ds )
-10.0 0 10. 0 20. 0
X : parts per Million : 13C
150.0 140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0
153.3 140
144.1 378
123.0 171
109.4 057
90.2 273
79.0 858
63.2 644
55.3 881
48.0 700
47.4 889
43.0 843
41.0 885
40.0 791
39.3 373
38.8 020
35.6 668
34.3 668
29.4 499
28.0 735
27.5 152
25.2 212
21.0 154
18.4 002
18.0 866
16.1 902
14.1 944
Filename = lupeol-apt-3.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAMH03
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 14-MAR-2007 06:30:10
Revision_time = 4-MAY-2007 14:02:40
Current_time = 4-MAY-2007 14:03:35
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 36584
X_90_width = 10.05[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5.025[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 29
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 25.1[dC]
Unblank_time = 2[us]
C
H
-
3
C
H
2
-
2
9
C
-
2
0
C
H
-
5
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25 26
27
28
29
30
Figura 80 - Espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-04
125
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousan ds )
-12.0 -10.0 -8 .0 -6.0 -4.0 -2.0 0 2.0 4 .0 6. 0 8.0 10.0 12.0 1 4.0
X : parts per Million : 13C
50.0 40.0 30.0 20.0 10.0
55.3 881
50.5 171
48.0 700
47.4 889
43.0 843
42.3 961
41.0 885
40.0 791
39.3 373
38.9 626
38.8 020
37.3 415
35.6 668
34.3 668
29.4 499
28.0 735
27.5 152
25.2 212
22.7 589
21.0 154
19.6 466
18.4 002
18.0 866
16.1 902
15.4 408
14.1 944
C
H
3
-
2
7
C
H
3
-
2
4
C
H
3
-
2
5
/
2
6
C
H
3
-
2
8
C
H
3
-
3
0
C
H
3
-
2
3
C
H
2
-
6
C
H
2
-
1
1
C
H
2
-
1
2
C
H
2
-
2
C
H
2
-
1
5
C
H
2
-
2
1
C
H
2
-
7
C
H
2
-
1
6
C
-
4
C
H
2
-
2
2
C
H
2
-
1
C
-
1
0
C
-
8
C
-
1
7
C
-
1
4
C
H
-
1
9
C
H
-
1
8
C
H
-
1
3
C
H
-
9
C
H
-
5
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25 26
27
28
29
30
Figura 81 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT da substância SAMH-04
(região de 0 a 60 ppm).
126
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
HO
-CH
3
H
H
H
HO
HO
HO
m/z 426
m/z 411
m/z 207
m/z 189
m/z 218
m/z 425
-H
-C
16
H
26
-C
16
H
27
OH
-C
14
H
23
OH
Esquema 11 - Padrões de fragmentação da substância SAMH-04
Figura 82 - Espectro de massas da substância SAMH-04
127
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
3.2.5. Determinação estrutural da substância SAMH-05
Os fitoesteróides ocorrem amplamente no reino vegetal. Normalmente
aparecem em mistura de difícil separação, pois apresentam propriedades
espectroscópicas semelhantes.
Misturas contendo estigmasterol são facilmente identificadas nos
espectros de RMN
1
H, pelos sinais referentes aos hidrogênios vinínilicos (H-22
e H-23) que aparecem como dois duplos dupletos entre δ 5,00 e 5,20.
Na determinação do número de fitoesteróides em uma mistura, bem
como sua identificação, a técnica de CG-EM é muito útil. Esta técnica foi
utilizada primeiramente para identificar a mistura de fitoesteróides presentes
em SAMH-05 isolada da sub-fração F1D (Esquema 6, p. 32) como um sólido
cristalino, solúvel em CHCl
3
.
A análise do cromatograma (Figura 86, p. 135) da substância SAMH-05
mostrou tratar-se de uma mistura de esteróides. O espectro de massas de
cada componente confirmou a presença do β-sitosterol, pico do íon molecular a
m/z 414, estigmasterol a m/z 412 e campesterol a m/z 400 (Figura 87-89, p.
135-136).
O espectro de RMN
1
H (400 MHz) da mistura (Figura 83, p. 132),
apresentou dois sinais largos a δ
C
(3,53), atribuído ao hidrogênio do carbono
carbinólico H-3 e a δ
C
(5,35) referente ao hidrogênio olefínico H-6. Foram ainda
observados um grande acúmulo de sinais na região de δ
C
(0,68 a 1,01) relativo
aos hidrogênios dos grupos metílicos esqueleto esteroidal. Os dois duplos
sinais duplos a δ
C
5,01 (dd, J= 8,08; 14,5 Hz, H-22) e 5,15 (dd, J= 8,4; 14,8 Hz,
H-23) foram atribuídos aos hidrogênios olefínicos da cadeia lateral da estrutura
do estigmasterol.
O espectro de RMN
13
C-APT da mistura (Figuras 84-85, p. 133-134),
possibilitou distinguir as substâncias SAMH-05a e b através dos sinais a δ
C
(121,70 e 140,72) (CH-6 e CH-5) presentes no β-sitosterol e no estigmasterol e
δ
C
(129,24 e 138,30) (CH-23 e CH-22), presente apenas no estigmasterol (Seo,
S., et al., 1988).
O outro esteróide detectado na mistura, o campesterol SAMH-05c,
apresentou grande semelhança com o β-sitosterol, com a exceção de um grupo
metilênico a menos em CH-24 na cadeia lateral, o que torna praticamente
128
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
indistinguível do β-sitosterol no espectro de RMN
1
H. A distinção entre as
substâncias foi feita principalmente pela análise de CG/EM, cujos fragmentos
estão ilustrados nos esquemas 12, 13 e 14, p. 137 e 138.
HO
HO
HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
SAMH-05a SAMH-05c
SAMH-05b
129
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Tabela 11 - Dados espectrais de RMN
13
C dos esteróides SAMH-05a/b/c em
CDCl
3
.
SAMH-05a Sitosterol SAMH-05b Stigmasterol SAMH-05c Campesterol
C δ
C
δ
C
δ
C
δ
C
δ
C
δ
C
1 37,34 37,3 37,34 37,3 37,34 37,3
2 31,74 31,9 31,74 31,9 31,74 31,9
3 71,90 71,8 71,90 71,8 71,90 71,8
4 42,37 42,2 42,37 42,2 42,37 42,2
5 140,83 140,7 140,83 140,7 140,83 140,7
6 121,81 121,7 121,81 121,7 121,81 121,7
7 34,02 33,9 34,02 33,9 34,02 33,9
8 31,97 31,9 31,97 31,9 31,97 31,9
9 50,23 50,1 50,23 50,1 50,23 50,1
10 36,60 36,1 36,60 36,1 36,60 36,1
11 21,16 21,1 21,16 21,1 21,16 21,1
12 39,77 39,8 39,77 39,8 39,77 39,8
13 42,37 42,3 42,37 42,3 42,37 42,3
14 56,95 56,8 56,95 56,8 56,95 56,8
15 24,46 24,3 24,46 24,3 24,46 24,3
16 29,01 28,9 29,01 28,9 29,01 28,9
17 56,03 56,0 56,03 56,0 56,03 56,0
18 12,35 12,3 12,35 12,3 12,35 12,3
19 19,48 19,4 19,48 19,4 19,48 19,4
20 40,60 39,8 40,60 39,8 36,23 37,3
21 19,07 18,8 19,91 20,5 19,07 14,1
22 31,74 32,0 138,41 138,3 31,74 32,0
23 26,14 26,0 129,36 129,3 28,34 31,6
24 45,91 45,8 51,33 51,2 45,91 45,8
25 29,22 29,0 31,97 31,9 31,97 31,9
26 19,91 19,8 21,31 21,2 21,31 21,2
27 19,48 19,8 19,48 19,8 21,18 20,2
28 23,15 23,0 23,15 25,4 18,87 18,2
29 11,95 11,8 12,14 11,9 - -
130
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
ab un da nce
-1 0.0 10 .0 30.0 50 .0 70.0 90.0 11 0.0 130 .0 1 50.0 170. 0 19 0.0 210.0 23 0.0 250.0
X : parts per Million : 1H
5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0
5.3 460
5.1 500
5.1 335
5.112 4
5.0 337
5.0 126
3.5 216
2.2 724
2.2 285
1.9 949
1.9 464
1.8 530
1.8 255
1.6 350
1.5 205
1.4 875
1.0 177
1.0 031
0.9 206
0.9 087
0.8 355
0.8 162
0.7 961
0.7 823
0.6 898
0.6 724
-0.008 0
Filename = SAMH05-1d_spectrum-3.
Author = Jan Schripsema
Experiment = single_pulse.exp
Sample_id = SAMH05
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 10-NOV-2006 14:53:40
Revision_time = 30-APR-2007 15:26:27
Current_time = 30-APR-2007 15:28:56
Content = Single Pulse Experime
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 16384
Dim_title = 1H
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 2.7312128[s]
X_domain = 1H
X_freq = 399.78219838[MHz]
X_offset = 7[ppm]
X_points = 16384
X_prescans = 0
X_resolution = 0.36613771[Hz]
X_sweep = 5.99880024[kHz]
Mod_return = 1
Scans = 8
X_90_width = 14.7[us]
X_acq_time = 2.7312128[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 7.35[us]
Initial_wait = 1[s]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 14
Relaxation_delay = 4[s]
Temp_get = 19[dC]
Unblank_time = 2[us]
HO
HO HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
Figura 83 - Espectro de RMN
1
H das substâncias SAMH-05a/b/c
131
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousands)
-120.0 -100.0 -80.0 -60.0 -40.0 -20.0 0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0
X : parts per Million : 13C
140.0 130.0 120.0 110.0 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0
140.8343
138.4103
129.3564
121.8089
77.0900
71.8901
56.9481
56.8410
56.0305
51.3276
50.2341
45.9136
42.3731
40.5991
39.8573
39.7655
37.3415
36.5997
31.9734
31.7440
29.0140
25.5041
24.4565
21.3060
21.1607
19.4860
19.0731
12.3515
12.1374
Filename = SAMH05-apt-2.jdf
Author = Jan Schripsema
Experiment = apt.exp
Sample_id = SAMH05
Solvent = CHLOROFORM-D
Creation_time = 13-NOV-2006 04:50:38
Revision_time = 30-APR-2007 15:36:58
Current_time = 30-APR-2007 15:38:00
Content = APT Experiment
Data_format = 1D COMPLEX
Dim_size = 32768
Dim_title = 13C
Dim_units = [ppm]
Dimensions = X
Site = Eclipse+ 400
Spectrometer = DELTA_NMR
Field_strength = 9.389766[T] (400[MHz]
X_acq_duration = 1.3008896[s]
X_domain = 13C
X_freq = 100.52530333[MHz]
X_offset = 100[ppm]
X_points = 32768
X_prescans = 4
X_resolution = 0.76870474[Hz]
X_sweep = 25.18891688[kHz]
Irr_domain = 1H
Irr_freq = 399.78219838[MHz]
Irr_offset = 5[ppm]
Mod_return = 1
Scans = 36480
X_90_width = 10.05[us]
X_acq_time = 1.3008896[s]
X_angle = 45[deg]
X_pulse = 5.025[us]
Initial_wait = 1[s]
J_constant = 140[Hz]
Phase_preset = 3[us]
Recvr_gain = 28
Relaxation_delay = 1[s]
Temp_get = 21.7[dC]
Unblank_time = 2[us]
HO
HO HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
C
-
5
CH-22
(SAMH -05b)
C
H
-
6
C
H
-
3
C
H
-
2
3
(
S
A
M
H
-
0
5
b
)
SAMH-05a
SAMH-05b SAMH-05c
Figura 84 - Espectro de RMN
13
C-APT das substâncias SAMH-05a/b/c
132
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
(Thousands)
-80.0 -70.0 -60.0 -50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0
X : parts per Million : 13C
58.057.0 56.0 55.0 54.0 53.0 52.0 51.0 50.0 49.0 48.0 47.046.0 45.0 44.043.0 42.0 41.0 40.0 39.0 38.0 37.0 36.0 35.0 34.0 33.032.031.0 30.0 29.0 28.0 27.0 26.0 25.0 24.0 23.0 22.0 21.0 20.0 19.0 18.0 17.0 16.0 15.0 14.0 13.0 12.0
56.9481
56.8410
56.1222
56.0305
51.3276
50.2341
45.9136
42.3731
40.5991
39.8573
39.7655
37.3415
36.5997
36.2327
34.0227
31.9734
31.7440
29.2205
29.0140
28.3411
26.1388
25.5041
24.4565
24.3953
23.1489
21.3060
21.1836
21.1607
19.9142
19.4860
19.0731
18.8666
12.3515
12.1374
11.9462
C
H
-
1
4
C
H
-
1
7
C
H
-
9
C
H
-
2
4
(
S
A
M
H
-
0
5
b
)
C
H
-
2
4
(
S
A
M
H
-
0
5
a
,
c
)
C
H
2
-
4
C
H
-
2
0
(
S
A
M
H
-
a
,
b
)
C
H
2
-
1
2
C
H
2
-
1
C
-
1
0
C
H
-
2
0
(
S
A
M
H
-
c
)
C
H
2
-
7
C
H
-
8
C
H
2
-
2
,
2
2
C
H
-
2
5
(
S
A
M
H
-
0
5
a
)
C
H
2
-
1
6
C
H
2
-
2
3
(
S
A
M
H
-
0
5
c
)
C
H
2
-
2
3
(
S
A
M
H
-
0
5
a
)
C
H
2
-
2
8
(
S
A
M
H
-
0
5
b
)
C
H
2
-
1
5
C
H
2
-
2
8
(
S
A
M
H
-
0
5
a
)
C
H
3
-
2
6
(
S
A
M
H
-
0
5
b
,
c
)
C
H
3
-
2
7
(
S
A
M
H
-
0
5
c
)
C
H
2
-
1
1
C
H
3
-
2
8
(
S
A
M
H
-
0
5
c
)
C
H
3
-
2
9
(
S
A
M
H
-
0
5
a
)
C
H
3
-
2
9
(
S
A
M
H
-
0
5
b
)
HO
HO HO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
SAMH-05a
SAMH-05c
SAMH-05b
C
H
3
-
1
8
Figura 85 - Ampliação do espectro de RMN
13
C-APT das substâncias SAMH-
05a/b/c (região de 12 a 58 ppm).
133
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
SAMH-05a
SAMH-05b
SAMH-05c
Figura 86 - Espectro de CG das substâncias SAMH-05a/b/c
Figura 87 - Espectro de massas da substância SAMH-05a
134
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Figura 88 - Espectro de massas da substância SAMH-05b
Figura 89 - Espectro de massas da substância SAMH-05c
135
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
m/z 135
m/z 79 m/z 105
m/z 381
m/z 399
m/z 138
m/z 255
m/z 414
m/z 273
HO
HO
HO
HO
H
H
-C
10
H
21
-CH
3
-H
2
O
-H
2
O
-C
10
H
15
-C
9
H
13
OH
-C
2
H
2
-C
20
H
36
Esquema 12 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-05a
HO
HO
H
H
HO
m/z 273
m/z 412
m/z 255
m/z 274
m/z 397
m/z 379
m/z 105m/z 79
m/z 135
-CH
3
-C
10
H
19
-H
2
O
-C
9
H
13
OH
-C
9
H
13
OH
-H
2
O
-C
20
H
34
-C
2
H
2
Esquema 13 - Propostas de fragmentação da substância SAMH-05b
136
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
m/z 135
m/z 79 m/z 105
m/z 385
m/z 138
m/z 255
m/z 400
m/z 273
HO
HO
HO
HO
H
H
-C
9
H
19
-CH
3
-H
2
O
-H
2
O
-C
10
H
15
-C
9
H
13
OH
-C
2
H
2
m/z 121
HO
-C
19
H
34
m/z 123
-OH
Esquema 14 - Padrões de fragmentação da substância SAMH-05c
3.3. Constantes Físicas e Dados Espectroscópicos das Substâncias Isoladas
Saponina (SAFM-01)
ácido-3-O-
β
-hidroxi-28-
β
-O-D-glicopiranosil éster
F.M. = C
36
H
58
O
8
P.M. = 618 u.m.a.
Pf = 219-224 ºC
137
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Aspecto = sólido branco
Solubillidade = metanol
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, Piridina-d
5
, Hz): δ (3,28, d 8,4, H-3); (0,67, m, H-5);
(1,56, H-9); (5,41, s, H-12); (3,17, d 13,2, H-18); (1,23, s, H-23); (0,90, s, H-24); (0,78, s, H-25);
(1,05, s, H-26); (1,24, s, H-27); (0,88, s, H-29); (0,87, s, H-30); (6,29,d 7,3, H-1’); (4,27, t 16,5,
H-2’); (4,35-4,39, m, H-3’); (3,61-3,69, m, H-4’); (4,19, H-5’); (4,57, d 7,3; 4,71, sl; 2H-6’).
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MHz, Piridina-d
5
, Hz): δ 38,55 (CH
2
-1); 26,21 (CH
2
-2);
89,25 (CH-3); 39,31 (C-4); 55,66 (CH-5); 18,36 (CH
2
-6); 33,92 (CH
2
-7); 39,77 (C-8); 47,86 (CH-
9); 36,78 (CH-10); 23,30 (CH
2
-11); 123,95 (CH-12); 144,01 (C-13); 42,01 (C-14); 28,14 (CH
2
-
15); 23,64 (CH
2
-16); 46,88 (C-17); 41,62 (CH-18); 46,12 (CH
2
-19); 30,61 (C-20); 31,94 (CH
2
-
21); 32,39 (CH
2
-22); 28,09 (CH
3
-23); 16,83 (CH
3
-24); 15,39 (CH
3
-25); 18,51 (CH
3
-26); 25,97
(CH
3
-27); 176,36 (C-28); 33,03 (CH
3
-29); 23,55 (CH
3
-30); 95,63 (CH-1’); 73,98 (CH-2’); 79,15
(CH-3’); 71,02 (CH-4’); 78,73 (CH-5’); 62,12 (CH
2
-6’).
Espectroscopia na região do infravermelho: IV
max
KBr (cm
-1
): 3616, 2943, 1736, 1608, 1414,
1385, 1072, 1043.
Saponina (SAFM-02)
3-
β
-D-O-xilopiranosil-(1’”→4”)[
α
-D-ramnopiranosil]-28-O-
β
-D-glicopiranosil éster
F.M. = C
47
H
76
O
16
P.M. = 897 u.m.a.
Pf = 209-216 ºC
Aspecto = sólido branco
Solubilidade = metanol
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ (3,17, dd 11,3; 3,7; H-3); (0,77, dl, H-
5); (1,57, d 7,0, H-9); (5,24, sl, H-12); (2,83, dd 7,0; 3,6; H-18); (2,01; 1,69; 2H-2); (1,70; 1,39;
2H-6); (1,51; 1,49; 2H-7); (1,88, 2H-11); (1,72; 1,20; 2H-19); (1,03, s, H-23); (0,83, s, H-24);
(0,92, s, H-25); (0,78, s, H-26); (1,14, s, H-27); (0,90, s, H-29); (0,93, s, H-30); (4,33, d 8,04, H-
1’); (3,33, H-2’); (3,38, H-3’), (3,50, H-4’), (3,79, H-5’); (3,82, 2H-6’); (5,17, s, H-1”); (3,93, m, H-
2”); (3,57, H-3”); (3,69, H-4”); (4,08, m, 2H-5”); (5,37, d 7,7, H-1’”); (3,30, H-2’”); (3,71, H-3’”);
(3,36, H-4’”); (3,64, m, H-5’”); (1,23, d 6,6, 3H-6’”).
138
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MH
Z
, MeOH-d
4
, H
Z
): δ 39,82 (CH
2
-1); 26,89 (CH
2
-2); 90,89
(CH-3); 40,18 (CH-4); 56,94 (CH-5); 19,35 (CH
2
-6); 34,94 (CH
2
-7); 40,70 (C-8); 48,79 (CH-9);
37,88 (C-10); 24,01 (CH
2
-11); 123,86 (CH-12); 144,75 (C-13); 42,91 (C-14); 28,89 (CH
2
-15);
24,58 (CH
2
-16); 48,07 (C-17); 42,62 (CH-18); 47,17 (CH
2
-19); 31,52 (C-20); 33,14 (CH
2
-21);
33,95 (CH
2
-22); 28,57 (CH
3
-23); 17,04 (CH
3
-24); 16,04 (CH
3
-25); 17,89 (CH
3
-26); 26,29 (CH
3
-
27); 33,47 (CH
3
-29); 23,98 (CH
3
-30); 95,70 (CH-1’); 73,94 (CH-2’); 78,29 (CH-3’); 69,75 (CH-4’);
76,16 (CH-5’); 62,45 (CH
2
-6’); 106,48 (CH-1”); 71,17 (CH-2”); 78,67 (CH-3”); 83,60 (CH-4”);
68,56 (CH
2
-5”); 102,44 (CH-1’”); 72,32 (CH-2’”); 72,70 (CH-3’”); 74,16 (CH-4’”); 69,16 (CH-5’”);
17,76 (CH
3
-6’”).
Espectroscopia na região do infravermelho: IV
max
KBr (cm
-1
): 2924, 2852, 1755, 1464, 1373,
1225, 1076, 1039.
Flavonóide (SAFM-03)
3,5,7,4’-tetraidroxiflavonol
F.M. = C
15
H
10
O
6
P.M. = 286 u.m.a.
Aspecto = sólido amarelo
Solubilidade = metanol
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ (6,17, d 1,9, H-6); (6,39, d 2,1, H-8);
(8,08, dd 9,1; 2,2; H-2’/6’); (6,89, dd 9,1; 2,2; H-3’/5’).
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MH
Z
, MeOH-d
4
, H
Z
): δ 147,19 (C-2); 134,96 (C-3); 177,60
(C-4); 160,49 (C-5); 97,96 (CH-6); 164,36 (C-7); 93,12 (CH-8); 156,97 (C-9); 100,96 (C-10);
122,43 (C-1’); 159,48 (C-4’); 129,30 (CH-2’/6’); 115,02 (CH-3’/5’).
Espectroscopia de massas: (70 eV) m/z (int. rel): 286 (M
+
, 100), 121 (45), 65 (32), 51 (27),
258 (18), 229 (16), 93 (15), 143 (14), 213 (11).
Espectroscopia na região do infravermelho: IV
max
KBr (cm
-1
): 3321, 1614, 1506, 1176, 1009,
819.
Flavonóide (SAFM-04)
5,7,4’-triidroxi-3-
β
-O-D-glicopiranosil-(1”’ 6”)-O-
α
-L-raminopiranosil-(1”” 2”’)-O-
α
-L-
raminopiranosil-flavonol
F.M. = C
33
H
40
O
19
P.M. = 740 u.m.a.
Pf = 157-169 ºC
Aspecto = sólido amarelo
139
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Solubilidade = metanol
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ (6,17, s, H-6); (6,37, s, H-8); (8,05, d
9,1, H-2’/6’); (6,89, d 8,8, H-3’/5’); (5,59, d 7,5, H-1”); (3,88, m, H-2”); (3,78, m, H-3”); (3,72, m,
H-4”); (3,64, t 12,4, H-5”); (6,72 m; 3,44 m; 2H-6”); (5,21, s, H-1’”); (3,92, dd 9,2; 7,8; H-2’”);
(3,69, H-3’”); (3,34, t 9,6, H-4’”); (3,99, m, H-5’”); (0,97, d 5,8, 3H-6’”); (4,51, d 8,9, H-1””); (3,57,
m, H-2””); (3,52, H-3””); (3,24, H-4””); (3,51, m, H-5””); (1,17, d 6,5, 3H-6””).
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ 158,68 (C-2); 134,46 (C-3); 179,40
(C-4); 163,07 (C-5); 99,74 (CH-6); 165,55 (C-7); 94,66 (CH-8); 158,36 (C-9); 105,85 (C-10);
123,05 (C-1’); 161,27 (C-4’); 132,17 (CH-2’/6’); 116,15 (C-3’/5’); 100,84 (CH-1”); 77,54 (CH-2”);
75,68 (CH-3”); 69,83 (CH-4”); 75,23 (CH-5”); 67,12 (CH
2
-6”); 102,56 (CH-1’”); 72,27 (CH-2’”);
72,36 (CH-3’”); 74,04 (CH-4’”); 70,70 (CH-5’”); 17,93 (CH
3
-6’”); 101,80 (CH-1””); 72,05 (CH-2””);
72,31 (CH-3””); 73,86 (CH-4””); 69,68 (CH-5””); 17,47 (CH
3
-6””).
Espectroscopia na região do infravermelho: IV
max
KBr (cm
-1
): 3416, 2943, 1608, 1385, 1072,
669.
Estilbeno (SAMH-01)
3-metoxi-5-hidroxiestilbeno
F.M. = C
15
H
14
O
2
P.M. = 226 u.m.a.
Aspecto = sólido branco
Solubilidade = clorofórmio
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ (6,33, sl, H-2); (6,64, sl, H-4); (6,60,
sl, H-6); 7,06, d 15,8, H-7); (6,99, d 17,2, H-8); (7,49, d 7,3, H-10/14); (7,35, t 7,9, H-11/13);
(7,25, H-12); (3,82, s, MeO).
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ 140,66 (C-1); 105,05 (CH-2); 156,94
(C-3); 101,08 (CH-4); 149,38 (C-5); 106,00 (CH-6); 128,39 (CH-7); 129,49 (CH-8); 137,65 (C-
9); 126,69 (CH-10/14); 128,78 (CH-11/13); 127,88 (CH-12); 55,46 (OMe).
Espectroscopia de massas: (70 eV) m/z (int. rel): 226; 221; 194; 165.
Flavanona (SAMH-02)
5,7-diidroxiflavanona
F.M. = C
15
H
12
O
4
P.M. = 256 u.m.a.
140
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
Aspecto = sólido amarelo
Solubilidade = clorofórmio
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ (5,43, sl 17,2, H-2); (6,00, s, H-6/8);
(7,43, s, H-2’-6’); (3,07, dd 15,0, H-3
β
); (2,83, dd 17,2, H-3
α
).
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ 79,3 (CH-2); 43,4 (CH
2
-3); 195,8 (C-
4); 164,6 (C-5); 96,8 (CH-6); 164,5 (C-7); 95,5 (CH-8); 163,2 (C-9); 103,3 (C-10); 138,4 (C-1’);
126,2 (CH-2’/6’); 128,9 (CH-3’/4’/5’).
Espectroscopia de massas: (70 eV) m/z (int. rel): 256; 238; 213; 179; 152; 124; 69.
Espectroscopia na região do infravermelho: IV
max
KBr (cm
-1
): 2924, 1632, 1466, 1302, 1169.
Pterocarpano (SAMH-03)
7-hidroxi-3’,4’-metilenodioxipterocarpano
F.M. = C
16
H
12
O
5
P.M. = 284 u.m.a.
Aspecto = sólido amarelo
Solubilidade = clorofórmio
Espectroscopia de RMN
1
H (400 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ (7,36, d 8,4, H-5); (6,55, d 6,6, H-6);
(6,42, d 6,2, H-8); (3,44-3,49, m, H-3); (6,72, s, H-2’); (5,92, s, H-5’); (5,47, d 6,9, H-4); (3,63, H-
2
α
); (4,22, dd 15,8; 4,8; H-2
β
); (5,89; 5,93; OCH
2
O).
Espectroscopia de RMN
13
C (100 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ 66,44 (CH
2
-2); 40,14 (CH-3); 78,44
(CH-4); 132,10 (CH-5); 109,76 (CH-6); 157,04 (C-7); 103,66 (CH-8); 156,62 (C-9); 112,62 (C-
10); 117,90 (C-1’); 104,72 (CH-2’); 141,71 (C-3’); 148,09 (C-4’); 93,82 (CH-5’); 154,31 (C-6’);
101,28 (OCH
2
O).
Espectroscopia de massas: (70 eV) m/z (int. rel): 284, 267, 162, 134, 175.
Triterpeno (SAMH-04)
Lupeol
F.M. = C
30
H
50
O
P.M. = 426 u.m.a.
Aspecto = sólido branco
Solubilidade = clorofórmio
Espectrometria de RMN
13
C (100 MHz, MeOH-d
4
, Hz): δ 38,80 (CH
2
-1); 26,02 (CH
2
-2); 79,08
(CH-3); 38,96 (C-4); 55,39 (CH-5); 18,40 (CH
2
-6); 34,37 (CH
2
-7); 41,09 (C-8); 50,52 (CH-9);
39,34 (C-10); 21,01 (CH
2
-11); 25,22 (CH
2
-12); 37,20 (CH-13); 43,08 (C-14); 27,51 (CH
2
-15);
35,67 (CH
2
-16); 42,40 (C-17); 48,07 (CH-18); 47,49 (CH-19); 150,31 (C-20); 29,45 (CH
2
-21);
141
Capítulo III – Resultados e Discussões
______________________________________________________________________________________________
40,08 (CH
2
-22); 28,07 (CH
3
-23); 15,44 (CH
3
-24); 16,19 (CH
3
-25); 16,19 (CH
3
-26); 14,20 (CH
3
-
27); 18,09 (CH
3
-28); 109,40 (CH
2
-29); 19,65 (CH
3
-30).
Espectrometria de massas: (70 eV) m/z (int. rel): 426, 411, 315, 218, 207, 189, 135, 107, 95,
81.
3.4. Referências bibliográficas.
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Capítulo III – Resultados e Discussões
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143
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
147
___________________________________________________________________
4.0. Introdução
A biodiversidade da vegetação dos países tropicais está sendo pouco
explorada. Os produtos naturais do terceiro mundo é um recurso valioso o qual
existe uma grande diversidade de plantas e uma medicina folclórica
inexplorada.
O aparecimento de resistência a antibióticos e outras drogas
antimicrobianas, foi e continuará sendo um dos grandes problemas da
medicina, pois é causado pelo que de mais natural e essencial para a
origem e evolução dos microrganismos: “mutação espontânea e recombinação
de genes (reprodução), que criam variabilidade genética sobre a qual atua a
seleção natural, dando vantagem aos mais aptos” (Souza, 1998).
Um dos objetivos de muitos fitoquímicos das nações do terceiro mundo é
simplesmente isolar, caracterizar e publicar um grande número de novas
substâncias de origem natural, sem se importar muito com as possíveis
atividades biológicas que estas substâncias possam apresentar.
O emprego de bioensaios sensíveis para estudar, fracionar e isolar
novos protótipos de drogas é um dos objetivos do químico de produtos naturais
da atualidade, o qual combina três técnicas essenciais para este trabalho que
são: técnicas de separação (cromatografia), métodos de elucidação estrutural e
bioensaios simples.
Visando este enfoque atual utilizou-se ensaios químico e biológicos
paralelos ao estudo fitoquímico de um espécime de Swartzia apetala Raddi var.
glabra em busca de substâncias bioativas.
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
148
___________________________________________________________________
4.1. Avaliação do Potencial Antioxidante
O uso de plantas com fins terapêuticos parece ser o antigo quanto à
própria espécie humana. Entretanto, o conhecimento de suas propriedades
antioxidantes é relativamente recente, especialmente nas últimas décadas
observou-se um grande interesse no estudo dos antioxidantes devido
principalmente, às descobertas sobre o efeito dos radicais livres no organismo.
A oxidação é parte fundamental da vida aeróbica e do metabolismo
humano e, desse modo, os radicais livres são produzidos naturalmente ou por
alguma disfunção biológica. Esses radicais livres possuem espécies que
apresentam elétrons desemparelhados principalmente nos átomos de oxigênio
e nitrogênio sendo classificados pelas siglas ERO (Espécies Reativas de
Oxigênio) e ERN (Espécies Reativas de Nitrogênio) (Barreiros et al., 2006).
Essas espécies encontram-se no organismo envolvidos com a produção
de energia, fagocitose, regulação do crescimento celular e síntese de
substâncias biológicas. Seu excesso apresenta efeitos prejudiciais, tais como:
peroxidação de lipídios de membranas, enzimas, carboidratos e DNA (Babior,
2000).
A ocorrência desses efeitos está relacionada a várias patologias tais
como: artrite, choque hemorrágico, doenças cardiovasculares, catarata,
disfunções cognitivas e câncer (Barreiros et al., 2006).
O excesso de radicais livres no organismo é combatido por antioxidantes
produzidos pelo corpo ou absorvido da dieta. Antioxidantes são substâncias
que dificultam ou retardam a oxidação de outras substâncias, dificultando
desse modo o início da propagação de reações em cadeia (Bergman, 2001).
Antioxidantes naturais constituem uma larga gama de substâncias incluindo
nitrogenadas, fenóis, carotenóides, terpenóides, saponinas entre outras. Existemrios relatos
sobre a correlação de substâncias antioxidantes com outros efeitos biológicos como: ação
antibacteriana, doenças cardiovasculares, antiviral, envelhecimento precoce (Yunes & Calixto,
2001).
A técnica para avaliação do potencial antioxidante, que utiliza o DPPH (1,1-difenil-
2-picril-hidrazil) como radical livre, baseia-se em um ensaio qualitativo e quantitativo do grau da
atividade antioxidante e na habilidade das substâncias de agirem como seqüestrantes de
radicais livres.
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
149
___________________________________________________________________
DPPH é um radical livre estável a temperatura ambiente com produção de uma solução
de coloração violeta em etanol (Mensor et al., 2001). Devido ao seu elétron ímpar, a solução
etanólica de DPPH exibe uma forte banda de absorção na faixa de 515-518 nm. Sua função no
ensaio é a captura dos radicais hidrogênio em substâncias estáveis avaliando-se desse modo o
comportamento das substâncias como radical livre (Esquema 15).
Esquema 15 - Mecanismo de ação do DPPH frente a substâncias fenólicas
Estudos recentes demonstram que a relação do potencial antioxidante com DPPH
depende da conformação estrutural, da posição e do número de grupos hidroxilas presentes na
molécula analisada (Mensor et al., 2001) (Esquema 16).
O
O
OH
HO
R O
O
OH
O
HO
OR
O
OH
R
OH
O
O
O
OH
OH
HO
OR
H
O
OH
O
HO
R O
O
OH
HO
R O
O
O
OH
HO
R O
O
OH
OH
O
OR
O
OH
OH
O
OR
O
H
H
R = H, R = OH
Esquema 16 - Relação estrutura versus atividade antioxidante de flavonóides
N N
Ph
Ph
O
2
N
NO
2
NO
2
ROH
N N
Ph
Ph
O
2
N
NO
2
NO
2
RO
H
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
150
___________________________________________________________________
4.1.1. Materiais e reagentes utilizados
Na análise qualitativa foram utilizados os seguintes reagentes e materiais:
DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil);
Metanol;
Balão volumétrico (5,0 mL);
Pipetas volumétricas (0,5 e 2,0 mL);
Cromatofolha de sílica gel;
Capilares;
Recipiente de plástico (30X10X5 cm);
Rutina.
Na análise quantitativa foram utilizados os seguintes reagentes e materiais:
DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil);
Etanol absoluto;
Balões volumétricos (10, 20 e 25 mL);
Pipetas volumétricas (0,5, 1,0, 2,5 mL);
Espectrofotômetro;
Tubos de ensaio;
Rutina.
4.1.2. Procedimento experimental
As análises foram realizadas no Laboratório de Química de Produtos
Naturais (fitoquímica) e Química Analítica LCQUI-UENF.
Na análise qualitativa e quantitativa foi empregado o método com o
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
151
___________________________________________________________________
DPPH como radical livre (Mensor et al., 2001; Argolo et al., 2004).
No método qualitativo foi feito uma solução estoque 5,00 mg/mL em
etanol com as amostras e com o controle positivo que foram diluídas nas
seguintes concentrações: 2,50; 1,25; 0,625; 0,312 e 0,156 mg/mL. Aplicou-se
2μL de cada concentração das amostras, do controle positivo e do negativo em
uma cromatofolha de sílica gel 60 e em seguida imergiu-se a cromatofolha em
uma solução etanólica 0,3 mM de DPPH durante 15 segundos. A observação
da atividade antioxidante foi confirmada com a mudança de coloração das
amostras aplicadas na placa de sílica e comparação com o controle positivo.
Como controle negativo foi utilizado metanol, solvente onde amostras foram
solubilizadas.
No método quantitativo uma solução estoque de concentração 1,00
mg/mL foi preparada com 10,0 mg de amostra em 10,0 mL de etanol, a qual foi
submetida a uma série de diluições de: 25,0; 50,0; 125 e 250 μg/mL. A análise
foi realizada reagindo-se 1,00 mL de uma solução etanólica 0,30 mM de DPPH
com 2,50 mL de cada concentração das amostras em triplicata. Após 30
minutos, fez-se a leitura em um espectrofotômetro de luz ultravioleta a 518 mn
(Esquema 17, p. 152).
Os valores das absorbâncias foram convertidos para porcentagem de Atividade
Antioxidante (AA%) usando a seguinte fórmula:
AA%= 100 – { [(Abs
amostra
– Abs
branco
) x 100]/ Abs
controle
}
O valor da concentração efetiva necessária para se obter 50% do efeito antioxidante
máximo estimado em 100% (EC
50
) foi calculado através de uma regressão linear para cada
extrato onde a abscissa representa as concentrações da amostra e a ordenada a porcentagem
de Atividade Antioxidante (AA%).
Como controle positivo foi utilizando o flavonóide rutina Merk
®
utilizando o mesmo
procedimento feito para as amostras. Esse controle foi utilizado para comparação dos valores
de (EC
50
) das amostras analisadas, onde valores menores ou próximos aos obtidos para o
controle indica que as amostras são ativas.
Como controle negativo foi utilizado 1 mL de solução de DPPH e 2,5 mL
de etanol. A leitura do branco foi feita com 2,5 mL de cada diluição das
amostras mais 1 mL de etanol.
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
152
___________________________________________________________________
Estoque 1 mg/mL
Diluições
250 125
50
25
µ
g/mL
2,5 mL
+
1 mL
2,5 mL
+
1 mL
Solução DPPH 0,3 mM
Após 30 min., fazer as leituras
no espectrofotômetro a 518 nm
Esquema 17 - Procedimento experimental (análise quantitativa)
4.1.3. Resultados e discussão
A análise qualitativa indicou a presença de atividade antioxidante nos
extratos metanólico (SAFM) e hidroalcoólico (SAFMA) das folhas e hexânico da
madeira quando comparados ao controle positivo (Rutina) que mostrou
atividade em quase todas as concentrações. Observando o controle negativo
(MeOH), conclui-se que o mesmo não interferiu na análise (Figura 90).
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
153
___________________________________________________________________
Figura 90 - Análise qualitativa da atividade antioxidante.
Com os resultados obtidos na análise qualitativa, realizou-se a análise
quantitativa onde os resultados da CE
50
de cada extrato estão ilustrados tabela
12 com os respectivos desvios padrão (s) e coeficiente de variação (C.V.). Os
extratos mais polares foram os que apresentaram maior capacidade de
seqüestrar radicais livres na metodologia testada, provavelmente pela presença
de substâncias fenólicas (Cotelle et al., 1996).
Os valores de CE
50
(tabela 12) foram comparados por análise de
variância pelo teste ANOVA, seguido do teste de TuKey-Kramer, sendo
estatísticamente significativo quando p<0,05.
Tabela 12 - Valores de CE
50
e dados estatíticos dos extratos de S. apatala.
Rutina foi usado como padrão.
Extratos CE
50
± s Coeficiente de Variação
SAFD 56,54 ±0,32 μg/mL 0,57 %
SAFM 15,54 ±0,07 μg/mL 0,45 %
SAFMA 5,36 ±0,03 μg/mL 0,56 %
SAMH 29,49 ±0,16 μg/mL 0,54 %
RUTINA 26,96 ±0,19 μg/mL 0,70 %
Os valores de CE
50
indicam a Concentração Efetiva suficiente para obter
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
154
___________________________________________________________________
50% do máximo da eficiência estimada em 100% para reduzir o radical livre
DPPH. Os valores baixos de (s) e (C.V.) mostram a alta precisão das análises
que confirmam a influência mínima de fatores não controlados, o que se chama
de variação do acaso.
O extrato hexânico da madeira apesar de ser um extrato apolar, mostrou
uma atividade antioxidante bastante acentuada CE
50
= 29,49 ±0,16 μg/mL,
quando comparado com o controle positivo rutina CE
50
= 26,96 ±0,19 μg/mL
confirmando mais uma vez a correlação da atividade com substâncias fenólicas
presentes no extrato (capítulo 2, p. 22-23).
Observando a figura 91, pode-se concluir que ocorre um aumento linear
da porcentagem de atividade antioxidante com o aumento da concentração.
Somente o extrato hidroalcoólico das folhas (SAFMA) permaneceu quase que
constante em todas as concentrações analisadas.
Potencial antioxidante
0
20
40
60
80
100
25 50 125 250
Concentração (μg/mL)
% AA
Rutina
SAFM
SAFMA
SAFD
SAMH
Figura 91 - Avaliação do potencial antioxidante (%AA x concentração).
4.2. Bioensaio de letalidade contra as larvas de Artemia salina Leach
O bioensaio que utiliza larvas de camarão de água salgada (A. salina) foi proposto por
McLaughlin e é caracterizado como um ensaio simples para determinar a DL
50
(µg/mL) para
substâncias puras e extratos. (McLaughlin et al., 1995).
Artemia salina é um microcrustáceo de água salgada que é utilizado como alimento
para peixes e seus ovos podem ser facilmente encontrados em lojas de piscicultura. A
praticidade e simplicidade que envolve o bioensaio favorecem sua utilização sistemática dentro
de um laboratório de pesquisa. A técnica tem a vantagem de apresentar baixo custo, rapidez e
não exigir técnicas assépticas (Meyer et al., 1982).
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
155
___________________________________________________________________
Então com o objetivo de se identificar substâncias bioativas presentes na espécie S.
apetala foi realizado neste trabalho à investigação da atividade citotóxica dos extratos brutos
das folhas e madeira frente às larvas de A. salina.
O teste baseia-se no princípio da toxicidade que as substâncias bioativas apresentam
em altas doses. Deste modo, a mortalidade in vivo de organismo de maior simplicidade na
escala zoológica pode indicar a bioatividade de novas substâncias. Na literatura vários
trabalhos que tentam relacionar a toxicidade sobre as larvas de Artemia salina com atividades,
tais como: antifúngica, viruscida, antimicrobiana, parasiticida e tripanossomocida (Siqueira et
al., 1998).
A literatura também mostra a correlação existente entre a toxicidade sobre o crustáceo
e a citotoxicidade para células cancerosas do tipo P-388 (Meyer et al., 1982).
Segundo McLaughlin, valores de DL
50
1000 µg/mL são considerados ativos para
extratos brutos e < 30 µg/mL, muito ativos para substâncias puras.
4.2.1. Materiais e Reagentes utilizados
Ovos de Artemia salina;
NaCl (24,0 mg), CaCl
2
.2H
2
O (1,50 mg), KBr (0,10 mg), KCl (0,70 mg), Na
2
SO
4
(4,00
mg), NaHCO
3
(0,20 mg) e MgCl.6H
2
O (11,0 mg) (Para 2,00 L de solução de água do
mar artificial);
K
2
Cr
2
O
7
(50,0 mg);
DMSO;
H
2
O;
Pipeta automática (100 μL);
Pipeta Pasteur;
Recipiente (10X5X3 cm);
Balão volumétrico (5,00 mL);
Tubos de ensaio
Luminária.
4.2.2. Procedimento Experimental
As análises foram realizadas no Laboratório de Química de Produtos
Naturais (fitoquímica) LCQUI-UENF.
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
156
___________________________________________________________________
Na análise foi utilizado 50 mg de cada extrato que foram diluídos em um
volume de 5 mL no seguinte sistema de solventes: [H
2
O:DMSO (3:2)],
formando soluções estoque de 10 mg/mL.
Foram adicionados em tubos de ensaio alíquotas de: 50, 100, 200, 300 e
500 μL que foram diluídas a um volume final de 5 mL com água do mar
artificial. As concentrações finais das alíquotas foram de: 100, 200, 400, 600 e
1000 μg/mL. O teste foi realizado em quaduplicata.
Em cada tubo foram adicionadas aproximadamente 15 larvas de A.
salina com as diluições descritas acima, após 24 horas em presença de luz foi
realizada a contagem dos indivíduos vivos e mortos. A quantificação dos
resultados foi realizada através do programa Finey Probit que forneceu a
(DL
50
), dose letal para 50% da população de microcrustáceos presente nos
tubos nas concentrações definidas.
Para o controle positivo foi utilizado uma solução de dicromato de
potássio (K
2
Cr
2
O
7
), nas mesmas concentrações das amostras.
Para o controle negativo foi utilizado o sistema de solventes H
2
O:DMSO
(3:2) a uma concentração de 100 μg/mL.
4.2.3. Resultados e discussão
Segundo McLaughlin, valores de DL
50
10
3
µg/mL são considerados ativos para
extratos brutos.
Os resultados obtidos no ensaio estão ilustrados na tabela 12, onde se pode observar
que os extratos diclorometânico das folhas (SAFD) e hexânico da madeira (SAMH)
apresentaram DL
50
>> 10
3
μg/mL sendo considerados desta forma inativos. Os extratos
hidroalcoólico das folhas (SAFMA) (DL
50
= 467,4 μg/mL) e o metanólico das folhas (DL
50
= 289,8
μg/mL) foram ativos frente as larvas, o que pode se associado a detecção uma grande
concentração de saponinas.
Tabela 13 - Resultados do bioensaio com larvas de Artemia salina.
Porcentagem de mortos após 24 H
Extratos 100
μg/mL
200
μg/mL
400
μg/mL
600
μg/mL
1000
μg/mL
DL
50
μg/mL
Intervalo de
confiança a 95%
SAMH 1,92 1,92 7,69 11,54 36,54 >1000 -
SAFD 1,92 3,47 5,77 7,69 9,61 >1000 -
SAFM 5,77 11,54 40,38 48,09 80,77 289,8 (217,2-432,5)
SAFMA 3,85 13,46 15,38 23,07 48,08 467,4 (349,1-757,6)
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
157
___________________________________________________________________
4.3. Avaliação da atividade antifúngica
Nas últimas duas cadas houve um considerável aumento nos casos de infecções
causadas por microrganismos, que pode ser associado a imunodeficiências causadas pelo HIV,
quimioterapias e transplantes.
A descoberta de novas substâncias com atividade antimicrobiana constitui uma
necessidade urgente devido ao aumento da incidência de enfermidades infecciosas novas e re-
emergentes e também, devido à alta capacidade dos microrganismos de desenvolverem
resistência aos antibióticos usados clinicamente (Mallavarapu, 2001).
Diversos microrganismos são patógenos aos seres vivos. Nos homens, esses
microrganismos causam várias doenças.
O gênero Swartzia é caracterizado pela produção de flavonóides, substâncias que
possuem grupos fenólicos (Bézanger-Beauquesne & Pinkas, 1967; Osawa et al., 1992; Dubois
& Sneden, 1995 e 1996; Sanchez et al., 1999; Rojas et al., 2006). Fenóis são grupos químicos
que se caracterizam como anti-sépticos pelo fato de lesionarem as células microbianas pela
alteração da permeabilidade seletiva da membrana citoplasmática, causando o extravasamento
das substâncias intracelulares vitais (Pelczar Jr. et al., 1997) (Tabela 14). Dependendo da
concentração utilizada, eles podem atuar como bactericidas ou bacteriostáticos.
Tabela 14 - Atividade antimicrobiana do fenol e derivados (coeficiente fenólico)
Microrganismos/substâncias Salmonela typhy S. aureus C. albicans
Fenol 1,0 1,0 1,0
o-Cresol 2,3 2,3 2,0
m-Cresol 2,3 2,3 2,0
p-Cresol 2,3 2,3 2,0
Etilfenol 6,3 6,3 7,8
2,4-Dimetilfenol 5,0 4,4 5,0
4.3.1. Fungos
São organismos eucariotos que possuem parede celular rígida e podem ser uni ou
multicelulares. Podem ser classificados em bolores ou leveduras.
Espécies de Candida são reconhecidas como as leveduras mais usualmente
envolvidas na etiologia de infecções micóticas. A candidíase caracteriza-se como uma infecção
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
158
___________________________________________________________________
fúngica mais comum, sendo C. albicans seu agente etiológico mais freqüente. Esta levedura
tem um papel relevante no desencadeamento de infecções bucais, porém espécies
consideradas patogênicas como C. krusei, C. tropicalis, C. glabrata, entre outras tem sido em
casos de candidose principalmente em indivíduos relacionados a imunodepressão (Anaissie,
1992).
4.3.2. Materiais e Reagentes utilizados
Placas de Petri
Cloreto de Sódio
Meio Saboraud dextrose (agar)
Suabe
Nitrato de Miconasol (Vodol
®
)
Tubos de ensaio
Fotômetro
Alça de Drigalsky
Tabela 15 - Fungos utilizados no ensaio
Espécies Descrição
Candida albicans ATCC 36802
Candida inconspícua
ATCC 16783
Candida glabrata
ATCC 2001
Candida tropicalis
ATCC 13803
Candida krusei
ATCC 34135
Candida guilliermondii
ATCC 6260
Candida parapsilosis
ATCC 22019
Candida lusitaniae
ATCC 34449
Candida spp.
ATCC 34147
4.3.3. Procedimento Experimental
As análises foram realizadas no Laboratório de Sanidade Animal LSA-
UENF.
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
159
___________________________________________________________________
Para a realização deste ensaio, foi empregada a técnica de difusão em
agar (Hadaceck & Greger, 2000).
Difusão em agar
Como meio de cultura foi utilizado Ágar Sabouraud dextrose (Acumedia,
EUA) que foi adicionado em placas de Petri de 14 cm de diâmetro até atingir
uma espessura de 5 mm de agar.
Com o auxílio de um suabe foi semeada sobre o meio uma alícota de
100μL do inoculo das leveduras (Tabela 15) previamente preparada com uma
suspensão de células em solução salina. A padronização da solução foi
realizada pela Escala de McFarland 0,5 (1,5x10
8
células/mL). Após a
semeadura do microrganismo, foram feitas perfurações (poços no meio de
cultura), que receberam um volume de 50 μL das amostras analisadas. Foi
utilizado uma concentração de 25 mg/mL para extratos e 3 mg/mL para
substâncias puras isoladas. Como controle positivo foi utilizado uma solução 20
μg/mL de Nitrato de Miconazol (Vodol
®
lote 606401, União Química, Brasil).
Após aplicação das amostras e do controle as placas foram incubadas
em estufa por um período de 24-36 h à 37 ºC.
Uma distância de aproximadamente 1,5 cm foi mantida para que não
ocorresse sobreposição dos halos.
A leitura dos resultados foi realizada medindo-se o diâmetro dos halos
de inibição, considerando ativas as amostras que apresentaram um halo de
inibição 1,00 cm de diâmetro (Lima et al., 2006). O ensaio foi realizado em
triplicata.
4.3.4. Resultados e discussão
Foram testados os extratos metanólico (SAFM), diclorometânico (SAFD)
e hidroalcoólico (SAFMA) das folhas e o extrato hexânico (SAMH) da madeira.
Todas as substâncias isoladas também foram testadas, os dados relativos
avaliação da atividade antifúngica dos extratos e substâncias isoladas através
da formação do halo de inibição do crescimento fúngico em diâmetro (cm)
estão compilados nas tabelas (16-18, p. 161-163).
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
160
___________________________________________________________________
Os resultados mostraram uma discreta atividade dos extratos
comparada aos valores obtidos para o controle positivo frente às leveduras.
Destacam-se entre os extratos o diclorometânico das folhas (SAFD) com
melhor reação frente a C. albicans (2,2) e C. parapsilosis (1,4) e o extrato
hexânico da madeira (SAMH) com melhores valores de halos de inibição frente
a C. guillermondii (1,85) e C. inconspícua (1,7). Os resultados obtidos para os
extratos metanólico (SAFM) e hidroalcoólico (SAFMA) estão descritos na tabela
16, p.162.
Tabela 16 - Inibição do crescimento fúngico dos extratos de S. apetala
Dentre as substâncias isoladas no extrato destacam-se os resultados
obtidos para os flavonóides SAFM-03 frente às leveduras C. albicans (2,00), C.
parapsilosis (1,50) e C. Krusei (1,20) e SAFM-04 frente a C. albicans (2,10), C.
spp. (1,10), C. parapsilosis (1,10), C. guillermondii (1,10). A saponina SAFM-01
apresentou uma discreta atividade frente a apenas três cepas C. tropicalis
(1,00), C. parapsilosis (1,00) e C. glabrata (1,20) e a saponina SAFM-02
apresentou atividade apenas em C. spp. (1,10) e C. glabrata (1,20). A atividade
dos flavonóides apesar de discreta a maioria das leveduras deve-se a presença
de grupos fenólicos que caracterizam esta classe de substâncias (Pelczar Jr. et
al., 1997). Os demais resultados estão ilustrados na tabela 17, p. 163.
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
161
___________________________________________________________________
Tabela 17 - Inibição do crescimento fúngico das substâncias isoladas do
extrato metanólico das folhas de S. apetala
Os resultados obtidos para as substâncias isoladas no extrato hexânico
da madeira mostrou que a atividade encontrada neste extrato deve-se a
presença de três substâncias fenólicas no extrato. O estilbeno SAMH-01 e o
flavonóide SAMH-02 mostraram atividade frente a todas as cepas analisadas
destacando os valores de (1,5 ± 0,45) C. albicans, (1,6 ± 0,66) C. parapsilosis e
(1,6 ± 0,85) C. guillermondii para SAMH-01 e (1,4 ± 0,51) C. albicans e (1,5 ±
0,60) C. parapsilosis para SAMH-02. Dentre os resultados para o pterocarpano
SAMH-03 destaca-se (1,3 ± 0,53) obtido frente à cepa de C. guillermondii. Os
demais resultados estão ilustrados na tebela 18, p. 164.
Tabela 18 - Inibição do crescimento fúngico das substâncias isoladas do
extrato hexânico da madeira de S. apetala
Capítulo IV – Ensaios Biológicos
162
___________________________________________________________________
4.4. Referências bibliográficas
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Conclusões
___________________________________________________________________________________________
Conclusões
O estudo fitoquímico do extrato metanólico das folhas (SAFM) e
haxânico da madeira (SAMH) de Swartzia apetala var. glabra resultou no
isolamento de duas saponinas: 3-hidroxi-olean-12-en-28-acetato de-O-
β
-D-
glicopiranosila SAFM-01, 3-O-
β
-D-xilopiranosil-(1’”→4”)-O-
α
-D-ramnopiranosil-
olean-12-em-28-acetato de -
β
-D-glicopiranosila (SAFM-02); três flavonóides: 3,
5, 7,4’-tetraidroxiflavonol (SAFM-03), 5,7,4’-triidróxi-3- O-
β
-D-glicopiranosil-(1”’
6”)-O-
α
-L-raminopiranosil-(1”” 2”’)-O-
α
-L-raminopiranosil-flavonol (SAFM-
04), 5,7-diidróxiflavanona (SAMH-02); um estilbeno: 3-metoxi-5-hidroxiestilbeno
(SAMH-01); um pterocarpano: 7-hidroxi-3’,4’-metilenodioxipterocarpano
(SAMH-03); um triterpeno: lupeol (SAMH-04); e uma mistura de esteróides:
sitosterol, stigmasterol e campesterol (SAMH-05a/b/c).
A revisão bibliográfica da espécie mostrou que até o momento não
estudo fitoquímico com a mesma. Embora existam referências na literatura com
o isolamento de saponinas, flavonóides e pterocarpanos em espécies do
gênero, encontramos referências que descrevem apenas o isolamento do
pterocarpano 7-hidroxi-3’,4’-metilenodioxipterocarpano (SAMH-03) sendo as
saponinas (SAFM-01 e 02), os flavonóides (SAFM-03 e 04 e SAMH-02) e o
estilbeno (SAMH-01) descritos pela primeira vez no gênero.
As substâncias 3-O-
β
-D-xilopiranosil-(1’”→4”)-O-
α
-D-ramnopiranosil-
olean-12-em-28-acetato de -
β
-D-glicopiranosila (SAFM-02) e 5,7,4’-triidróxi-3-
O-
β
-D-glicopiranosil-(1”’ 6”)-O-
α
-L-raminopiranosil-(1”” 2”’)-O-
α
-L-
raminopiranosil-flavonol (SAFM-04), pelo melhor do nosso conhecimento, são
inéditas na literatura.
A avaliação da citotoxicidade com larvas de Artemia salina indicou os
extratos polares (SAFM e SAFMA) como ativos de acordo com a metodologia
proposta por McLaughlin.
A avaliação do potencial antioxidante dos extratos usando o método com
o radical livre DPPH, confirmou a correlação existente entre a atividade e a
168
Conclusões
___________________________________________________________________________________________
presença de substâncias fenólicas no extrato. Os extratos que apresentaram
maior potencial foram os extratos metanólico (SAFM) e hidroalcoólico (SAFMA)
das folhas apresentando atividade superior ao do controle rutina e o hexânico
da madeira que apresentou atividade próxima ao do controle (SAMH).
A análise da atividade antifúngica dos extratos e substâncias isoladas
frente a cepas padrão de espécies Candida, apresentou os extratos
diclorometânico das folhas (SAFD) e hexânico da madeira (SAMH) como os
que demonstraram melhor desempenho frente a maioria das cepas. Entre as
substâncias isoladas as que apresentaram maior desempenho foram as
substâncias fenólicas isoladas da madeira (SAMH-01, 02 e 03) e os
flavonóides isolados das folhas (SAFM-03 e 04).
O presente trabalho contribuiu para o conhecimento da composição
química da espécie Swartzia apetala var. glabra e da avaliação da atividade
biológica dos extratos e substâncias isoladas incentivando desta forma ao
estudo dos demais extratos e avaliação de outros testes biológicos, que as
substâncias isoladas se apresentam estruturalmente semelhantes a outras
descritas na literatura com atividades biológicas já definidas.
169
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