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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRODUÇÃO DE
MOZZARELLA E PRODUÇÃO DE LEITE E TEORES DE
GORDURA E PROTEÍNA EM BUBALINOS
Rafael Viegas Campos
Zootecnista
Jaboticabal – SP
Fevereiro – 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRODUÇÃO DE
MOZZARELLA E PRODUÇÃO DE LEITE E TEORES DE
GORDURA E PROTEÍNA EM BUBALINOS
Rafael Viegas Campos
Orientador: Prof°. Dr. Humberto Tonhati
Jaboticabal – SP
Fevereiro - 2008
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP, Campus de
Jaboticabal, para obtenção do título de Mestre em
Genética e Melhoramento Animal.
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Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da
Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação UNESP, Campus de
Jaboticabal
Campos, Rafael Viegas
C198a Associação genética entre produção de “mozzarella” e produção de leite e
teores de gordura e proteína em bubalinos / Rafael Viegas Campos
Jaboticabal, 2008
x, 31 f.;28cm
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, 2008.
Orientador: Humberto Tonhati
Banca examinadora: Vera Lúcia Cardoso, Danísio Prado Munari
Bibliografia
1. Correlação genética e fenotípica. 2. Tendência genética. 3.
Búfalos. 4. Mozzarella I. Título. II. Jaboticabal Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 636.293:636.082
i
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
RAFAEL VIEGAS CAMPOS nascido em 10 de dezembro de 1983 na cidade de
Brasília, Distrito Federal, filho de Gildomário Silva Campos e Elaine Viegas Campos.
Iniciou em março de 2002 o curso de graduação em Zootecnia nas Faculdades
Integradas da Terra de Brasília, obtendo o título de zootecnista em dezembro de
2005. Em agosto de 2006, ingressou no Programa de Pós-graduação em Genética e
Melhoramento Animal na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da
Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal SP, como bolsista da
Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal e Nível Superior, CAPES, obtendo o grau
de mestre em 27 de fevereiro de 2008, sob orientação do Profº. Dr. Humberto
Tonhati.
ii
“Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me
decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também
já decepcionei alguém. Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia,
já fiz amigos eternos, já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado. Já fui
amado e não soube amar. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e
fiz juras eternas, mas quebrei a cara muitas vezes. Já chorei ouvindo música e
vendo fotos, já liguei só pra escutar uma voz, já me apaixonei por um sorriso,
já pensei que iria morrer de tanta saudade e... tive medo de perder alguém
especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi! E ainda vivo! Não passo pela
vida... e você também não deveria passar. Viva!!! Bom mesmo é ir a luta com
determinação, abraçar a vida e viver de paixão, perder com classe e vencer
com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para
ser insignificante.
Charles Chaplin
iii
Dedico este trabalho à minha mãe Elaine Viegas Machado, por seus
ensinamentos e sobre tudo, pelo seu exemplo, referência absoluta de honestidade,
sensatez, coragem e amor. Pelo seu apoio incondicional, principalmente nos
momentos mais difíceis e decisivos da minha vida. Obrigado mãe, por ter me
proporcionado liberdade de escolha e por ter tornado possível minha formação nesta
profissão, que é meu sonho e que me realiza. Obrigado por ser para mim sempre
uma orientação, mostrando-me com sua imensa sabedoria, os atalhos da vida.
Ao meu pai Gildomário Silva Campos, por todas as vezes que discordou de
minha opção profissional. Inconscientemente, você aumentou o meu anseio e me
deu forças para me dedicar ao máximo e poder chegar no dia de hoje e dizer que
valeu à pena. Isso fez com que eu valorizasse mais às coisas. Agradeço-te também
pai, por todas as vezes que me disse sim, e talvez, contra sua vontade, renunciou à
sua opinião e me apoiou de todas as formas para satisfazer à minha vontade
permitindo que meu sonho se tornasse realidade. Espero que se orgulhe de mim,
pois eu me orgulho muito de você.
À minha irmã Patrícia Viegas Campos, que mesmo distante, sempre
estivemos muito perto. Obrigado pelas orações, conselhos, preocupação, amor e
pelas vezes que, torcendo por mim, me fez acreditar que eu era capaz.
Às minhas “madrinhas” D. Leni ndido Cruz e à Profª. Dra. Laila Talarico
Dias que acreditaram em meu potencial e serviram de ponte para que hoje eu ocupe
a posição que estou.
Dedico
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus, por tudo que tens me proporcionado e tudo o que ainda há de
proporcionar.
À minha família, que é o meu bem mais precioso. Obrigado por estarem
comigo em todos os momentos de dificuldades e alegrias. À minha companheira
Liliane Cerdotes pelos incentivos, confiança, paciência e também pelo amor e
carinho nos momentos difíceis.
À UNESP de Jaboticabal pela realização deste curso e a todo o corpo
docente pelos ensinamentos, em especial, ao meu orientador Profº. Dr. Humberto
Tonhati pela oportunidade e convívio durante estes anos.
Aos criadores de búfalo e à equipe de controle leiteiro pela união de
esforços na coleta dos dados para composição do Programa de Controle Leiteiro.
À CAPES, financiadora deste trabalho.
À Pesquisadora Drª. Vera Lúcia Cardoso (APTA) e aos professores Dr.
Danísio Prado Munari e Dr. João Ademir de Oliveira (UNESP/FCAV) que
engrandeceram este trabalho contribuindo com suas preciosas sugestões durante o
Exame Geral de Qualificação e Defesa de dissertação.
Aos irmãos de República André (Katatas), Felipe (Ti-motel), Fernando
(Paraguaio), Guilherme (Pega), Leonardo (Mexicano), Márcio (Marcito) e Thiago
(Tigres) com os quais desfrutei agradáveis momentos e que deixarão grandes
lembranças e muita saudade, deixo aqui meus sinceros votos de sucesso a todos!
Aos amigos de departamento Raul (Raulito), Geovanny, Henry, Roberta
(Robertita), André (Murote), Priscila (Pri), Leonardo (Leozito), Naudim, Juana,
Luciana (Lú), Annaiza, Denise, e Mônica, pela agradável companhia e ajuda na
condução do mestrado e também ao colega Marcos Jun Iti (Lazanha) por sua
enorme contribuição na produção deste trabalho.
E a todas aquelas pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a
realização de mais esta conquista e que o foram citados nesta lista, o meu muito
obrigado.
À todo, deixo aqui minha sincera gratidão!
v
ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRODUÇÃO DE “MOZZARELLA” E PRODUÇÃO
DE LEITE E TEORES DE GORDURA E PROTEÍNA EM BUBALINOS
RESUMO A eficiência em produção de uma propriedade depende de fatores
técnicos, biológicos, financeiros e gerenciais. Avanços na genética, nos métodos
estatísticos e na melhoria da capacidade de processamento dos computadores podem
contribuir para o progresso genético do rebanho bubalino. Sendo assim, o objetivo deste
estudo foi verificar a associação genética entre a produção de “mozzarella” (PM) com a
produção e os constituintes do leite bubalino considerando como objetivo de seleção a
PM. Para isso, estimaram-se os parâmetros genéticos das produções de leite (PL) e
“mozzarella”, bem como das porcentagens de gordura (PG) e proteína (PP), utilizando-
se 4389 lactações ocorridas entre os anos 1985 e 2005. Estimou-se ainda o ganho e a
tendência genética das características ao longo dos anos bem como a eficiência da
seleção. Estimou-se os componentes de variância por meio de análises bi-característica
usando modelos animal, pela metodologia REML, ao qual foram obtidas as estimativas
de herdabilidade que variaram de 0,17 a 0,37 entre todas as características analisadas,
o que indica que existe variabilidade passível de seleção. As repetibilidades também
foram altas, de 0,42 a 0,63, indicando que poucos desempenhos podem ser
considerados para se praticar o descarte de animais através da seleção. A correlação
genética entre as PL acumuladas aos 270 (P270) e 305 (P305) dias com a PP foram
negativas e mediana (-0,04 e -0,29, respectivamente) e com a PG foram negativas e alta
(-0,56 e -0,68, respectivamente) acarretando na diminuição dos constituintes à medida
que se seleciona para as PL. Com base nas altas correlações genéticas entre as PL
com a PM (acima de 0,86) e nas respostas correlacionadas visando à PM, é mais
indicado praticar seleção direta para a PL devido ao seu maior peso na fórmula de
estimação da mesma, ainda que os teores dos constituintes sejam máximos. Além
disso, trata-se de uma características de fácil mensuração e baixo custo, permitindo que
maior mero de animais sejam controlados. Devido à diferença na constituição da
“mozzarella” italiana com a produzida no Brasil, recomenda-se que novos estudos sejam
realizados visando propor um fator de ajuste que se adéqüe às nossas condições. Para
as tendências genéticas, observou-se que ao longo dos anos não existiu um aumento
linear significativo nos valores obtidos para as PL, indicando que touros com maior valor
genético devem ser mais intensamente utilizados nos rebanhos.
Palavras-chave: búfalos, correlação genética, herdabilidade, mozzarella, tendência genética.
vi
GENETIC ASSOCIATION BETWEEN MOZZARELLA YIELD AND MILK YIELD AND
FAT AND PROTEIN TENORS OF THE BUFFALOES
SUMMARY The efficiency in production of a farm depends factors technical,
biological, financial and managerial. Progresses in the genetics, in the statistical methods
and in the improvement of the capacity of processing of the computers they can
contribute with the genetic progress of the herd buffalo. The objective of this study was to
verify the genetic association among the mozzarella yield (MY) with the yield and
components composition of the milk buffalo considering as selection objective the MY.
They were considered the genetic parameters of the yield of milk (YM) and mozzarella,
as well as of the fat percentages (FP) and protein (PP), being used 4389 lactations
happened among the years 1985 and 2005. Estimation also the genetic gain, the
efficiency and the tendency of the selection along the years. It was used for the analysis
of the environmental factors and definition of the models of the characteristics the
procedure GLM of the SAS. For the study of the genetic factors, they were considered
the variance components across analyses bi-characteristic using models animal, across
of the methodology REML of MTDFREML, to which was obtained the heritability
estimates that varied from 0,17 to 0,37 among the characteristics, what indicates that
variability susceptible to selection. The repeatability were also high, from 0,42 to 0,63,
indicating that few performance can be considered to be practiced the selection. With
base in the correlated answers to the MY, it is more suitable to practice direct selection
for the MY due to your largest weight in the formula of estimate of the mozzarella, even if
the representative’s component constituents are maximum. Besides, it is treated of a
characteristic of easy measure and low cost, allowing larger number of animals to be
controlled. Due to the difference in the constitution of the Italian mozzarella with
produced in Brazil, it is recommended that new studies are accomplished seeking to
propose an adjustment factor that if adapt to our conditions. The genetic tendencies for
the MY were insignificant along the years, indicating that bulls with larger genetic value
should be more intensely used in the herd.
Word-key: buffalos, genetic correlation, heritability, mozzarella, genetic tendency
vii
SUMÁRIO
Capítulo 1- Considerações gerais
1. Introdução..........................................................................................................
2. Revisão de literatura..........................................................................................
Objetivos.............................................................................................................
3. Referências bibliográficas.................................................................................
01
02
05
05
Capítulo 2 Associação genética entre o rendimento da produção de
mozzarella com a produção e os constituintes do leite bubalino
Resumo...................................................................................................................
Summary.................................................................................................................
10
11
1. Introdução..........................................................................................................
12
2. Materiais e Métodos..........................................................................................
Fórmula da produção de “mozzarella”.........................................................
13
13
3. Resultados e Discussões..................................................................................
4. Conclusões......................................................................................................
5. Referências Bibliográficas.................................................................................
16
27
28
viii
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Capítulo 1 - Considerações gerais
Tabela 1 Médias observadas para produção de leite e porcentagens de gordura
(PG (%)) Proteína (PP(%)) em rebanhos bubalinos distribuídos por estado, país
grupo genético e autor.................................................................................................
03
Capítulo 2 - Associação genética entre o rendimento da produção de mozzarella
com a produção e os constituintes do leite bubalino
Tabela 1 Estrutura do arquivo de dados e resultados referentes às
produções de leite aos 270 e 305 dias, produção de
“mozzarella” e as porcentagens de proteína e gordura em
rebanhos bubalinos leiteiros.....................................................
Tabela 2 Estimação da produção da “mozzarella” utilizando produções de
leite e constituintes e posterior comparação fixando os valores
da produção de leite e variando os
constituintes..................................................................................
Tabela 3 – Estimativa dos parâmetros genéticos e fenotípicos para as
produções acumuladas de leite aos 270 e 305 dias, produção
de “mozzarella” e porcentagens de proteína e gordura em
análises bi-característica em rebanhos bubalinos
leiteiros.........................................................................................
Tabela 4 - Respostas diretas (diagonal) e correlacionadas das
características estudadas, utilizando os parâmetros genéticos
estimados em bubalinos leiteiros no estado de São Paulo,
Brasil.............................................................................................
17
18
19
22
Figura 1 Tendência fenotípica (regressão linear) para produção de leite
acumulada aos 270 e 305 dias de lactação em rebanhos
bubalinos no Estado de São Paulo..............................................
Figura 2 Tendência fenotípica (regressão linear) para porcentagem de
proteína e gordura e produção de “mozzarella” em rebanhos
bubalinos no estado de São Paulo...............................................
Figura 3 Tendência genética (regressão linear) para produção de leite
acumulada aos 270 e 305 dias de lactação de 1988 à 2003 em
rebanhos bubalinos no estado de São
Paulo............................................................................................
Figura 4 Tendência genética (regressão linear) para porcentagens de
proteína e gordura e produção de “mozzarella” em rebanhos
bubalinos leiteiros no estado de São Paulo.................................
23
24
25
26
1
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
I. INTRODUÇÃO
O búfalo (Bubalus bubalis), original do continente Asiático, foi difundido por todo o
mundo e atualmente tem uma população estimada em aproximadamente 168 milhões
de animais. Destes, 161 milhões encontram-se na Ásia (95,83%), 3,7 milhões na África,
principalmente no Egito (2,24%); 3,3 milhões na América do Sul (1,69%) e o restante
está distribuído na Europa, que possui 500.000 animais (0,03%) e Austrália, com 40.000
animais (0,02%) (FAOSTAT, 2008).
Dos países que compõem o continente Americano, o Brasil é o que possui o
maior rebanho, indicando que os búfalos se adaptaram bem à diversidade climática do
país. Segundo o IBGE (2008), o rebanho bubalino brasileiro consta de 1.156.870
animais distribuídos entre as regiões Norte (706.072 - 61%), Sul (137.058 - 12%),
Nordeste (126.757 - 11%), Sudeste (115.494 - 10%) e Centro-Oeste (71.489 - 6%).
Estes animais apresentam mecanismos de defesa bem adaptados às várias condições
ambientais como o clima úmido amazônico e o semi-árido nordestino característicos de
zonas tropicais e as regiões alagadiças e frias do extremo sul do país característicos de
zonas temperadas. Isto possibilitou condições satisfatórias para o bom desenvolvimento
da espécie em nosso meio, a qual cresceu aproximadamente 14% nos últimos 10 anos.
A introdução dos búfalos no Brasil data de 1890 quando os primeiros animais
chegaram ao país; trinta anos mais tarde, novos animais foram importados e hoje as
raças mais difundidas no país são a Murrah e a Mediterrânea, vindas da Índia e Itália,
respectivamente. Estes animais têm demonstrado através de seus desempenhos
zootécnicos serem uma excelente opção econômica seja para a cadeia agro-industrial
da carne, seja para os derivados lácteos. O seu leite possui peculiar características
físico-químicas favoráveis à fabricação de diversos produtos de reconhecida qualidade
como o queijo azul, o requeijão, a ricota, a manteiga, iogurte, doce de leite, sorvete e,
principalmente, a “mozzarella” comercializada em suas diversas formas (trança,
cerejinha, bola recheada, palito, nó, barra, defumada), conferindo a estes produtos um
alto valor nutritivo. A produção de carne vem crescendo acentuadamente devido ao
aperfeiçoamento das condições de manejo e à maior demanda do mercado consumidor
por alimentos mais saudáveis. A carne bubalina possui menos calorias e colesterol e
mais proteínas, minerais e vitaminas quando comparados com a carne bovina. Isto faz
com que o búfalo passe a compor seu próprio ciclo, independente do mercado bovino.
2
II. REVISÃO DE LITERATURA
A exploração leiteira de búfalos ganhou força na cada de 80,
principalmente na região sudeste onde o mercado para produtos bubalinos é
considerado mais competitivo no país. Desde aquela época despertou-se o interesse
em se estudar melhor os produtos industrializados utilizando o leite de búfala
(FURTADO, 1980ab e SCHIFTAN & KOMATSU, 1979). O aumento do número de
laticínios que operam exclusivamente com o leite bubalino e sua alta demanda fez
com que a maioria da produção de leite fosse destinada à produção da “mozzarella”
que possui mercado assegurado e preços compensatórios regidos por um setor
relativamente organizado.
A “mozzarella” tem origem italiana e atualmente é apreciada por todo o
mundo. Segundo o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal (RISPOA, 1980), o queijo tipo “mozzarella” é obtido a partir do leite
pasteurizado, de massa filada e não prensada, entregue ao consumo até cinco dias
após a fabricação, devendo apresentar-se com formato variável; peso de 15g a 4kg;
crosta fina, consistência de massa semidura; textura compacta e fechada; cor
branco-creme e homogênea e odor e sabor suave e salgado, respectivamente.
O sucesso desta atividade tem permitido aos produtores utilizarem novas
tecnologias para a maximização da produção de leite proporcionando,
conseqüentemente, o aumento em suas rendas.
Com as alterações na legislação sanitária, regidas pela Instrução Normativa
51 (IN 51), editada em 2002 pelo MAPA e que trata dos regulamentos técnicos de
produção, identidade, qualidade, coleta e transporte do leite, acredita-se que para os
próximos anos haverá uma mudança nos critérios de seleção, pois de acordo com
MADALENA (2000) e a exemplo do que vem ocorrendo em muitos países, alguns
laticínios, em especial no estado do Paraná, m sinalizado a bonificação de leite
bovino com maiores teores de gordura e proteína e penalizando aquele com maiores
contagens de células somáticas (CCS) e unidades formadoras de colônias (UFC).
Atualmente, as transformações sócio-econômicas observadas nos ambientes
nacional e internacional levaram a cadeia produtiva do leite a buscar uma
reestruturação que permita alcançar nível de eficiência para garantir sua
competitividade e sustentabilidade. Utiliza-se para isto recursos computacionais que
3
nos oferecem todas as condições para que pesquisas em melhoramento genético
animal sejam ampliadas visando identificar e fornecer aos produtores informação de
animais com altos méritos genéticos através dos sumários de touros bubalinos.
Para alcançar estes índices e conseqüentemente maior lucratividade, a
combinação de algumas características de importância econômica podem ser
consideradas pelo produtor de acordo com as circunstâncias de mercado e de
produção.
Na estão descritos valores dios de desempenhos produtivos de rebanhos
bubalinos relatados por autores de diversos países e que variaram de 1.188,5 à
2.286,80 Kg para produção de leite e de 5,41 à 8,59% para porcentagem de gordura
e de 3,51 à 5,41% para porcentagem de proteína.
Tabela 1. Médias observadas para produção de leite e porcentagens de gordura (PG
(%)) e proteína (PP (%)) em rebanhos bubalinos distribuídos por estado,
país, grupo genético e autor
Amazônia / Brasil 1517,16 (236,49)
6,86
Mestiço
Marques & Souza (1999)
Ceará / Brasil
2130,8 (301,41)
Murrah
Sampaio Neto et al. (2001)
Minas Gerais / Brasil
5,67 4,43
Murrah/Mediterrâneo
Furtado, (1980)
Minas Gerais / Brasil 6,90 4,27
Bastianetto et al. (2005)
São Paulo / Brasil 1908,94(305) Tonhati et al. (2004)
São Paulo / Brasil
6,15 Murrah/Jafarabadi
Nader Filho et al. (1996)
São Paulo / Brasil
7,83 5,41
Nader Filho et al. (1996)
São Paulo / Brasil 1188,05
6,89 3,58 Mestiço
Seno et al. (2006)
São Paulo / Brasil
6,96 4,20 Mestiço
Duarte et al. (2001)
São Paulo / Brasil
8,16 4,50 Jafarabadi
Verruma & Salgado (1993)
São Paulo / Brasil
1228,06 (270)
5,41 3.51
Murrah
Andrighetto et al. (2005)
Brasil 6,59 4,13 Mediterrâneo
Macedo et al. (2001)
Brasil
1650(256)
Murrah
Ramos et al. (2006)
Brasil
1863,50 (305) Malhado et al. (2007)
Argentina 7,22 3,85 Murrah/Mediterrâneo Patiño (2004)
Itália
2286,8(270) 8,59 4,55 Rosati & Van Vleck (2002)
Romênia 8,00 4,38
Mestiço Savu (1992)
Rússia 4,09
Mestiço Turabov (1988)
Índia
6,10 3.90
Murrah Anilkumar et al. (2003)
Índia
1853
Murrah Kuralkar & Raheja (1997)
Índia
1456,84
Murrah Singh & Yadav (1987)
Índia
8,48
Zaman et al. (2007)
Índia
1392,21(300)
Murrah Shabade et al. (1993)
Índia
1646,09 (303,74)
Murrah Yadav et al. (2007)
Índia
7,65 3,81
Murrah Dubey et al. (1997)
Autores
Produção leite / Kg
(duração da lactação /
dias)
Constituíntes
Grupo GenéticoEstado / País
PG (%) PP (%)
4
Considerando as diversas partes do mundo, observa-se grande diferença no
desempenho destes animais em conseqüência de diferenças genéticas e ambientais
entre os rebanhos estudados. Autores brasileiros (DUARTE et al., 2001; VALENTE
et al., 2001; TONHATI et al., 2004) relataram que variáveis ambientais afetam a
disponibilidade e a qualidade dos alimentos, assim como, o manejo geral dos
animais, influenciando diretamente na produção e na qualidade do leite. Dentre
estes fatores, uns são considerados externos (região, rebanho, diferenças sazonais
de ano para ano, etc.) e outros são considerados internos ou de natureza fisiológica
(idade, gestação, lactação, etc.). A maioria destes fatores pode ser mensurada e
seus efeitos sobre a produção, preditos. Quanto mais fatores de meio ambiente que
afetam o desempenho dos animais forem considerados, melhor será a avaliação
genética dos mesmos, desde que os registros sejam ajustados para uma base
comum de comparação. Não sendo possível o ajustamento prévio, os efeitos de
ambiente devem ser considerados no modelo de avaliação.
Pesquisadores de outros países, principalmente Argentina (PATIÑO, 2004),
Colômbia (HURTADO-LUGO, 2005), Índia (KUMAR & NARAIN, 1978; UMRIKAR &
DESHPANDE, 1985; SINGH & YADAV 1987; SHABADE et al. 1993; TAYLOR &
BANERJEE, 1998; ARPANA DAS, 2007; DUBEY ET AL., 2007; YADAV et al. 2007;
ZAMAN, et al. 2007
)
e Itália (ROSATI & VAN VLECK, 2002; ZICARELLI et al., 2007)
também vêm estudando a influência destes fatores sobre as produções e os
constituintes do leite, sendo constatada grande variabilidade mesmo dentro de raça
e região. Sendo assim, a utilização de fatores inadequados para padronização das
produções pode acarretar em perda da acurácia das avaliações.
Os fatores genéticos, principalmente a seleção dos animais, causam na
população mudanças em suas freqüências gênicas, influenciando diretamente na
produção e na qualidade do leite. Entretanto, alguns produtores importam ou
importaram sêmen de outros países onde os diferentes objetivos de seleção bem
como o sistema de produção e o ambiente são diferentes dos encontrados para a
realidade brasileira, o que pode comprometer a eficiência econômica da atividade.
5
OBJETIVOS
O presente estudo tem por objetivo estudar a associação genética entre a
produção de mozzarella com a produção e os constituintes do leite bubalino sendo
o rendimento da qualhada para a produção da “mozzarella” o objetivo de seleção.
Para tanto, serão estimadas parâmetros genéticos como as herdabilidades,
repetibilidades e correlações genéticas para as produções de leite e “mozzarella”,
bem como as porcentagens de gordura e proteína. Pretende-se ainda estimar o
ganho genético, a eficiência e a tendência da seleção ao longo dos anos para as
características consideradas, visando acompanhar se os objetivos de seleção
definidos ao momento (produção de leite) estão sendo alcançados e compará-los
com resultados futuros utilizando novos objetivos de seleção propostos pelo
mercado (proteína e gordura).
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRIGHETTO, C.; JORGE, A. M.; GOMES, M. F. I. V.; HOCH, A.; PICCININ, A..
Efeito da monensina sódica sobre a produção e composição do leite, a produção de
“mozzarella” e o escore de condição corporal de búfalas Murrah. Revista Brasileira
de Zootecnia, Vol. 34, nº. 2, p.641 – 649, 2005.
ANILKUMAR, K.; SYAN MOHAN, K. M.; ALLY, K.; SATHIAN, C. T.. Composition and
mineral levels of the milk of Kuttanad Dwarf buffaloes of Kerala. Buffalo Bulletin,
Vol. 22, nº. 3, p. 67 – 70, 2003.
ARPANA DAS; DAS, D.; GOSWAMI, R. N.; BHUYAN, D.. Persistency of Milk yield
and its correlation with certain economic traits in swamp buffaloes of Assam. Buffalo
Bulletin, Vol. 26, nº. 2, p. 36 – 39, Junho, 2007.
BASTIANETTO, E.; ESCRIVÃO, S. C.; OLIVEIRA, D. A. A.. Influência das
características reprodutivas da búfala na produção, composição e qualidade do leite.
Revista Brasileira Reprodução Animal, Vol. 29, nº. 1, p. 49 – 52, 2005.
BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Regulamento da Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos de Origem Animal (RISPOA). Brasilia, 1980, p. 113.
DUARTE, J. M. C.; TONHATI, H.; CERÓN-MUÑOZ, M. F.; BERROCAL, M. M.;
CANAES, T. S.. Efeitos ambientais sobre a produção no dia do controle e
6
características físico-químicas do leite em um rebanho bubalino no estado de São
Paulo, Brasil. Revista Instituto de Laticínio “Cândido Tostes, Vol. 56 (5), nº. 322,
p. 16 – 19, 2001.
DUBEY, P. C.; SUMAN, C. L.; SANYAL, M. K.; PANDEY, H. S.; SAXENA, M. M.;
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10
CAPÍTULO 2 - ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE O RENDIMENTO DA
PRODUÇÃO DE “MOZZARELLA” COM A PRODUÇÃO E OS CONSTITUINTES
DO LEITE BUBALINO
RESUMO Considerando a importância do rendimento da matéria prima nas
indústrias de laticínios, pretendeu-se com a realização deste trabalho, verificar a
associação genética da produção da “mozzarella” com a produção e constituintes do
leite em bubalinos leiteiros. No estudo dos fatores genéticos e ambientais utilizou-se
4389 registros de lactações e constituintes do leite, colhidos desde 1985 até 2005,
provenientes de 12 rebanhos do Programa de Controle Leiteiro de Bubalinos
mantido pelo Departamento de Zootecnia da UNESP FCAV/Jaboticabal, SP.
Foram avaliadas as produções de leite com lactações completas até os 270 (P270) e
305 dias (P305), produção de mozzarella (PM) e as porcentagens de proteína (PP)
e gordura (PG), as três últimas características provenientes de lactações completas
até os 305 dias. Para o estudo dos efeitos ambientais sobre as características,
utilizou-se a metodologia dos quadrados mínimos, considerando os efeitos de grupo
de contemporâneos (rebanho, ano e estação de parto) e como covariáveis, idade da
búfala ao parto (anos) e duração da lactação (dias). Os componentes de covariância
foram estimados pela metodologia REML em análises bi-característica utilizando
modelos animais. As estimativas de herdabilidade obtidas em análises bi-
característica para P270, P305, PM, PP e PG foram 0,27; 0,22; 0,17; 0,37 e 0,28. As
correlações genéticas entre a PM e as características P270, P305, PP e PG foram:
0,86; 0,96; 0,40 e 0,56, respectivamente. Com base nos resultados encontrados, a
seleção direta para produção de leite tendem a aumentar o rendimento da
“mozzarella”.
Palavras - chave: búfalos, correlação genética, ganho genético, herdabilidade,
tendência genética
11
CHAPTER 2 - GENETIC ASSOCIATION BETWEEN MOZZARELLA YIELD WITH
THE YIELD AND COMPONENT COMPOSITION OF THE MILK BUFFALO
SUMMARY With the aim of study the genetic and environmental factors trends
approximately 4389 records, used data collected of 1985 to 2005, were analyzed of
lactation and constituents of the milk deriving from 12 herds that participate Buffaloes
Milk Control Program maintained to Department of Animal Science at UNESP
FCAV / Jaboticabal, SP. The valuations traits were total milk yield to 270 (MY270)
305 days (MY305), “mozzarella” yield to lactation (MY) and protein (PP) and fat (PG)
percentages. The study of environmental effects to traits, minimum squares was
used to analyze the environmental effects upon traits in this study. The fixed effects
considered were herd, year and season of calving. Like covariable, number of milking
and age of the buffalo to the calving (years) and lactation length (days). The
components of covariance were estimate to REML in analyses two-traits using
models animal. The results suggest that in estimate of parameters and genetic
evaluation of buffalos to traits in this study it is necessary to do adjust to
environmental effects. In the same presentation order, the herdabilidade estimates
with your respective mistake-standard in analyses two-variated they were 0,27; 0,22;
0,17; 0,37 and 0,28. The genetic correlations between PM and the variables P270,
P305, PP and PG were: 0,86; 0,96; 0,40 and 0,56, respectively. This way, the
selection for the milk yield, in long period, it should increase PM.
Key words: buffalo, genetic correlation, heritability, genetic gain, genetic trends
12
I. INTRODUÇÃO
Em função de sua excelente qualidade físico-química, o leite bubalino é
amplamente consumido e comercializado em vários países, sendo a principal fonte
de renda de muitos pecuaristas. No Brasil, em diversos estados brasileiros, entre
eles o estado de São Paulo, considerado com grande potencial comercial, o
conhecimento dos índices de produtividade e do valor nutricional do leite de búfala
faz da bubalinocultura leiteira e da exploração de seus derivados, em especial o
queijo mozzarella por laticínios especializados uma forte atividade econômica,
geradora de renda e emprego para a economia local.
Mesmo com produção de leite aos 305 dias relativamente inferior quando
comparada à produção de raças bovinas especializadas, os bubalinos se
sobressaem pelo fato de terem uma alta porcentagem de proteína e gordura no leite,
apresentando ótimos índices de conversão de matéria seca e elevados teores de
sólidos totais.
De acordo com o estudo realizado por SENO et al. (2006), levando-se em
conta a política de pagamento vigente, não é desejável a seleção para os teores de
proteína e gordura do leite para sistemas de produção cujo objetivo é a venda de
leite para laticínios especializados, sendo a seleção para estas características de
qualidade indicada apenas para aqueles sistemas que visam à produção de
mozzarella e que pagam por isso. Porém, o estabelecimento de parâmetros
máximos e mínimos para os componentes do leite, segundo a Instrução Normativa
51 implementada no ano de 2005 (IN 51), pode fazer com que a qualidade do leite
melhore, podendo acarretar em bonificação ou penalização por parte dos laticínios
aos produtores no momento da entrega de seu leite caso não esteja dentro da
regulamentação técnica de produção. É importante salientar que esta instrução
aborda todo e qualquer tipo de leite, considerando a espécie bovina como principal,
desconsiderando as particularidades quantitativas e qualitativas existente entre as
espécies diversas espécies, em especial a bubalina (LIBERA et at., 2004).
Para garantir a qualidade do leite, será necessário desenvolver programas de
melhoramento genético animal que atendam às exigências do mercado consumidor
13
e promovam o progresso genético do rebanho bubalino brasileiro, por isso, é
fundamental a seleção de reprodutores com elevado rito genético para as
características de qualidade do leite. Alguns trabalhos vêm sendo realizados no
Brasil com o intuito de se estimar os parâmetros genéticos para a produção e
constituintes do leite, contudo, considerando as referências pesquisadas, não foi
encontrado nenhum estudo abordando a estimação de parâmetros genéticos entre a
produção de leite e seus constituintes com a produção de mozzarella”.
Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo estudar os principais
fatores ambientais que afetam a produção de leite, seus principais constituintes
(proteína e gordura) e o rendimento industrial desta matéria-prima para elaboração
do queijo mozzarella, bem como estimar parâmetros genéticos para estas
características visando propor critérios de seleção para a espécie bubalina.
II. MATERIAL E MÉTODOS
Os dados analisados no presente trabalho são provenientes de 12 rebanhos
de animais da raça Murrah que participam do Programa de Controle Leiteiro de
Bubalinos mantido pelo Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual
Paulista - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária de Jaboticabal. Em sua
maioria são criados em pastos melhorados, nativos e em menor quantidade com
leguminosas. Na maioria das fêmeas em produção realizam-se duas ordenhas
mecânicas ao dia com bezerro ao pé.
As características avaliadas foram produções de leite acumuladas aos 270
(P270) e 305 dias de lactação (P305), além da estimativa de produção de
mozzarella por lactação (PM) e as porcentagens de proteína (PP) e gordura (PG)
do leite. Optou-se apenas por estes dois constituintes por suas representatividades
nos ingredientes essenciais para a industrialização da “mozzarella” (caseína e
gordura). Foram analisadas 4389 lactações ocorridas entre os anos de 1988 e 2005.
A PM foi estimada utilizando a P305 e as PG e PP, por meio da fórmula descrita por
ALTIERO et al. (1989):
14
PM (kg) = (P305)
*
{[3,5
*
(PP) + 1,23
*
(PG) – 0,88] ÷ 100}
Esta rmula é usualmente aplicada em avaliações genéticas de rebanhos
bubalinos na Itália que visam melhorar tanto a quantidade quanto a qualidade do
leite com o objetivo de aumentar a produção de “mozzarella” (ANASB, 2007).
Inicialmente, os dados passaram por análise de consistência em que animais
com medidas três desvios-padrão acima ou abaixo da média da característica
analisada, dentro de seu respectivo grupo de contemporâneos (GC), foram
eliminados. Também foram excluídos os GC que continham menos de cinco búfalas
para as características P270 e P305 e menos de três búfalas para as PM, PP e PG,
além de GC com filhas de um mesmo touro. Os GC foram definidos pelas variáveis:
rebanho (12), ano do parto (21) e estação do parto (dois períodos: seco e chuvoso).
Para estudar os fatores ambientais que afetam as características, foram feitas
análises de variância pela metodologia dos quadrados mínimos por meio do
procedimento GLM (General Linear Model) do programa Statistical Analyses System
(SAS, 2000). Foram empregados modelos considerando o GC, número de ordenhas
diárias (NO) e os efeito de idade da búfala ao parto em anos (IBP) e duração da
lactação em dias (DL).
Os componentes de variância foram estimados em análises bi-característica
usando modelos animal, pela metodologia REML (Restricted Maximum Likelihood
Máxima Verossimilhança Restrita), descrita por PATTERSON & THOMPSON (1971),
utilizando o programa computacional MTDFREML (Multiple Trait Derivative-Free
Restricted Maximum Likelihood), desenvolvido por BOLDMAN et al. (1995), que
emprega o método da Máxima Verossimilhança Restrita livre de derivadas. Como
critério de convergência utilizou-se a variância dos valores do simplex (-2log
e
de
verossimilhança) inferiores a 1x10
-4
. Após cada convergência, o programa foi re-
iniciado utilizando as estimativas obtidas anteriormente como valores iniciais. Esse
procedimento foi repetido até que alcançasse um critério de convergência de 1x10
-9
.
Foi utilizada matriz de parentesco completa contendo 11749 animais, sendo que
destes, 261 eram touros.
Os modelos para P270 e 305 incluíram o efeito aleatório direto e de ambiente
permanente, os efeitos fixos do GC e do NO; como covariável, IBP (efeitos linear e
15
quadrático) e DL (efeito linear). Para a PP incluiu-se o efeito aleatório direto e de
ambiente permanente, o efeito fixo do GC; como covariável, IBP (linear e
quadrática). Para PG e PM utilizou-se o mesmo modelo da PP, adicionando a
covariável DL (efeitos linear e quadrático) para ambas as características e o efeito
fixo de NO somente para a PM.
Posteriormente, assumindo os parâmetros genéticos e fenotípicos estimados
neste trabalho, foram preditas respostas direta (
x
R
^
) e correlacionada (
y
CR
^
) entre
algumas características, pelas seguintes fórmulas apresentadas por FALCONER &
MACKAY (1996), sendo:
x
R
ˆ
= i
(x) *
2
ˆ
h
(x) *
p
ˆ
σ
( x )
, em que:
x
R
ˆ
é a resposta direta para a característica x; i
é a intensidade de seleção da
característica x (a mesma para machos e fêmeas), sendo i = 1;
2
x
h
ˆ
é a herdabilidade
estimada da característica (x),
p
ˆ
σ
é o desvio-padrão fenotípico da característica (x).
y
CR
ˆ
= i
(y)
*
h
(y)
*
h
(x) *
a
r
ˆ
(x,y)
*
p
ˆ
σ
(y)
, em que:
y
CR
ˆ
é a resposta correlacionada para a característica y, fazendo-se seleção da
característica x; i
é a intensidade de seleção da característica y, sendo i = 1; h é a
raiz quadrada da herdabilidade,
a
r
ˆ
é a correlação genética aditiva entre as
respectivas características (x e y),
p
ˆ
σ
é o desvio padrão fenotípico da característica
(y).
Após a estimação dos parâmetros genéticos, calculou-se a correlação de
classificação (Spearman) entre os valores genéticos preditos dos animais para as
características estudadas considerando todos os animais da matriz de parentesco
com o objetivo de avaliar o quanto uma característica está correlacionada com a
outra e se ocorre alteração na classificação dos animais para as características
analisadas.
As estimativas das tendências genéticas foram obtidas pela regressão linear
das médias dos valores genéticos das búfalas em cada ano pelo seu ano de
nascimento, sendo os valores genéticos preditos pelo BLUP (Best Linear Unbiased
16
Predictor - Melhor Predição Linear Não Viciada) das análises uni-características.
Também foram analisadas as tendências fenotípicas (regressão linear) a partir das
médias dos valores ajustados pelas análises de variância utilizando o procedimento
GLM do programa Statistical Analyses System (SAS, 2000) levando-se em conta os
efeitos fixos de grupos de contemporâneos, número de ordenha diária e as
covariáveis idade da búfala ao parto e duração da lactação. As tendências genéticas
e fenotípicas das características estudadas foram testadas ao longo dos anos
através da metodologia de regressão linear do programa Statistical Analyses System
(SAS, 2000).
III. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em análise prévia, observou-se que com exceção da estação do parto (EP),
número de ordenha diária (NO) e da covariável duração da lactação (DL) para a PG
e do NO para a porcentagem de gordura, todos os efeitos incluídos no modelo
afetaram significativamente (P< 0,0001) a PM e as PP e PG. Considerando as
interações entre os efeitos, os coeficientes de determinação do modelo para estas
características foram 0,73, 0,25 e 0,29, respectivamente. No entanto, a maioria das
interações do NO com os outros efeitos não foram significativas, por isso, o NO foi
considerado apenas como um efeito no modelo de análise para as P270, P305 e
PM, além disso, a inclusão do NO no GC diminuía consideravelmente o número de
medidas analisadas.
O efeito principal de EP foi significativo para PG, apresentando média de
2,31% superior para fêmeas paridas no período seco em comparação àquelas
paridas no período chuvoso. Esta superioridade observada na época seca era
esperada uma vez que neste período a porcentagem de fibra nos alimentos aumenta
e a produção diminui. A EP também foi significativa para a PM, em que fêmeas
paridas na época seca produziram 2,28% menos “mozzarella” que as paridas na
época chuvosa por conseqüência da menor produção de leite neste período. Estes
resultados corroboram com os relatados por AMARAL et al. (2005).
17
Na Tabela 1 está descrita a estrutura do arquivo de dados e os valores
mínimos, máximos e as respectivas médias das características, bem como a
estrutura do arquivo de dados para os 12 rebanhos bubalinos leiteiros analisados
neste trabalho.
Tabela 1. Estrutura do arquivo de dados e resultados referentes às produções de
leite acumuladas aos 270 e 305 dias, produção de “mozzarella” e as
porcentagens de proteína e gordura em rebanhos bubalinos leiteiros
Características
Dados
analisados
Animais
de
Touros
de Grupos de
Contemporâneos
Média (Desvio
Padrão)
Mínimo Máximo
P270 (kg) 3823 1734 136 162 1667,6 (643,2) 501,0 4350,1
P305 (kg) 4389 1835 136 165 1758,1 (687,3) 501,0 4792,2
PM (kg) 1211 659 75 41 382,3 (130,8) 123,7 1162,46
PP (%) 1211 659 75 41 4,3 (0,3) 3,5 6,9
PG (%) 1211 659 75 41 6,8 (1,00) 3,5 10,3
Comparando as médias das características estimadas no presente trabalho
com outros trabalhos brasileiros, menor valor para P270 (1496,3 Kg) foi encontrado
em rebanhos da raça Murrah por VASCONCELLOS & TONHATI (1998) e por
ANDRIGHETTO, et al. (2005) que relataram valor inferior de 1228,1 Kg. Na Itália,
ROSATI & VAN VLECK estimaram valor superior para a mesma característica
quando comparado ao observado nos rebanhos brasileiros (2.286,8 Kg). Para a
P305 (1.758,1), maiores valores foram estimados por Sampaio Neto et al. (2001),
TONHATI et al. (2004) e MALHADO, et al. (2007) (2.130,8 Kg; 1.908,9Kg e 1863,5
Kg, respectivamente) no Brasil. Quando comparado com rebanhos indianos,
menores valores podem ser observados (1.392,2 Kg e 1.646,1 Kg) segundo
SHABADE et al. (1993) e Yadav et al. (2007), respectivamente. Isto mostra que o
valor dio para das características P270 e P305 estão de acordo com a literatura,
com exceção da P270 estimada na Itália, sendo esta bem mais elevada devido à
intensidade de seleção aplicada no referido país.
Para a PP e PG, estas (4,3% e 6,8%, respectivamente), também encontram-
se de acordo os com valores estimados em rebanhos brasileiros, variando de 3,51%
à 4,50% para PP e de 5,41% à 8,16% para PG (FURTADO, 1980; VERRUMA &
SALGADO, 1993; NADER FILHO et al., 1996; MARQUES & SOUZA, 1999;
DUARTE et al., 2001; MACEDO et al., 2001; ANDRIGHETTO et al., 2005;
18
BASTIANETTO et al., 2005 e SENO et al., 2006). Na Índia, ANILKUMAR et al.
(2003), também estudando a raça Murrah, relataram valores inferiores para PG
(6,10%) e PP (3,9%). Na Argentina, em estudo com rebanho puro (Murrah) e
mestiço, PATIÑO (2004) encontrou maior PG para o rebanho puro (7,61%) e menor
para o mestiço (6,78%) quando comparado com o estudo em questão. Da mesma
forma, para a PP, menor valor foi encontrado para os dois rebanhos estudos (3,66%
e 4,06%, respectivamente). Na Itália, ROSATI & VAN VLECK (2002) estimaram
8,59% para PG e 4,55% para a PP. Isso se devido à maior intensidade de
seleção aplicada na Itália e também pela qualidade dos alimentos que são ofertados
aos animais.
As diferenças dos valores obtidos entre os trabalhos nacionais e
internacionais para as características discutidas podem ser atribuídas às diferentes
dietas, manejo, duração da lactação e constituição genética dos rebanhos.
Considerando os valores médios de P150 (ANDRIGHETTO, et al., 2005),
P270 (ROSATI & VAN VLECK, 2002) e P305 (resultados deste trabalho) e seus
respectivos constituintes (PP e PG), estimou-se a PM.
Tabela 2. Estimação da produção da "mozzarella" utilizando diferentes produções de
leite e constituintes e posterior comparação fixando os valores da produção
de leite e variando os constituintes
Valores médios
Duração da lactação (dias)
PL (Kg) PG (%) PP (%) PM (Kg)
150 582,20
5,41 3,51 105,14
270
2286,8 8,59 4,55 585,67
305
1758,15 6,84 4,26 394,59
Valores mínimos de constituintes mantendo a produção de leite constante
Duração da lactação (dias)
PL (Kg) PG (%) PP (%) PM (Kg)
150 582,20
5,41 3,51 105,14
270
2286,8 5,41 3,51 412,98
305
1758,15 5,41 3,51 317,51
Valores máximos de constituintes mantendo a produção de leite constante
Duração da lactação (dias)
PL (Kg) PG (%) PP (%) PM (Kg)
150 582,20
8,59 4,55 149,11
270
2286,8 8,59 4,55 585,67
305
1758,15 8,59 4,55 450,27
De acordo com a Tabela 2, observa-se que quanto maior a produção de leite,
maior será a estimativa na produção esperada de “mozzarella”, mesmo variando as
porcentagens dos constituintes. Isto se explica pelo maior peso da produção de leite
19
acumulada na fórmula de estimação da “mozzarella”. Se considerar a produção de
leite sendo igual a um quilograma, os constituintes passarão a ter maior peso na
mesma, pois os teores de todas as características na fórmula aumentarão
conferindo maior estimação do rendimento da industrialização desta matéria prima.
Este fato justificaria a bonificação aplicada pelos laticínios para aqueles produtores
que produzissem leite de melhor qualidade.
Na Tabela 3 estão apresentados os parâmetros genéticos estimados em
análise bi-característica. As estimativas de herdabilidade foram obtidas por meio das
variâncias genéticas aditivas e fenotípicas médias das análises bi-características
para cada característica.
Tabela 3. Estimativas dos parâmetros genéticos e fenotípicos para as produções
acumuladas de leite aos 270 e 305 dias, produção de “mozzarella” e
porcentagens de proteína e gordura em análises bi-característica em
rebanhos bubalinos leiteiros
Parâmetros P270 P305 PM PP PG
2
ˆ
a
σ
34025,67 57615,42 1365,75 0,03 0,17
2
ˆ
t
σ
33593,03 67400,53 2014,72 0,02 0,20
2
ˆ
e
σ
56101,42 132547,02 4.602,73 0,03 0,24
2
ˆ
p
σ
123720,12 257562,97 7983,20 0,07 0,62
2
ˆ
h
0,27 0,22 0,17 0,37 0,28
2
^
c
0,27 0,26 0,25 0,26 0,33
2
^
e
0,45 0,51 0,58 0,36 0,39
^
t
0,55 0,48 0,42 0,63 0,61
a
r
ˆ
0,86 0,96 - 0,40 0,56
t
r
ˆ
0,98 0,94 - 0,00 0,02
p
r
ˆ
0,96 0,98 - 0,10 0,65
2
ˆ
a
σ
variância genética aditiva;
2
ˆ
t
σ
variância de ambiente permanente;
2
ˆ
e
σ
variância residual;
2
ˆ
p
σ
variância fenotípica;
2
ˆ
h
herdabilidade;
2
^
ambiente permanente;
2
^
e
proporção da variância
residual;
^
t
repetibilidade;
a
r
ˆ
,
t
r
ˆ
,
p
r
ˆ
correlação genética, de ambiente permanente e fenotípica
das P270, P305, PP e PG com a PM.
20
Considerando as herdabilidades apresentadas neste trabalho para P270
(0,27), P305 (0,22), PM (0,17), PP (0,37) e PG (0,28), pode-se afirmar que as
características em questão apresentam variabilidade genética suficiente para alterar
a freqüência gênica dos rebanhos no sentido de melhorar o desempenho das
características. MARQUES & SOUZA (1999); TONHATI et al. (2004); RAMOS, et al.
(2006) e MALHADO et al. (2007), estudando rebanhos bubalinos no Brasil
encontraram herdabilidade para produções de leite variando entre 0,14 a 0,30. Na
Índia, KURALKAR & RAHEJA (1997) encontrou herdabilidade para produção de leite
na primeira lactação de 0,22, corroborando com os dados apresentados no presente
estudo. Entretanto, menores valores foram estimados por ROSATI & VAN VLECK
(2002) para P270 em uma população de búfalos da raça Murrah na Itália (0,14) e por
THEVAMANOHARAN et al. (2000) no Paquistão, estudando P305 de búfalos da
raça Nili-Ravi (0,17).
Para os constituintes, MARQUES & SOUZA (1999) estimaram maior
herdabilidade para PG (0,40) e TONHATI et al. (2000) menor herdabilidade para PG
e PP (0,21 e 0,26, respectivamente) quando comparado com as estimadas neste
trabalho. Na Itália, ROSATI & VAN VLECK (2002) também estimaram herdabilidades
menores para PP (0,10) e PG (0,17). Esta maior herdabilidade para a produção e os
constituintes do leite, encontrada nos rebanhos nacionais e comparada com os
rebanhos italianos deve-se ao fato de não ter sido praticada seleção na mesma
intensidade que a Itália, que seleciona seus animais por muitas gerações.
Dentre as referências pesquisadas, não foi encontrado nenhum dado a
respeito de parâmetros genéticos e fenotípicos para PM no Brasil.
Neste trabalho, as repetibilidades obtidas para as características de P270
(0,55), P305 (0,48), PM (0,42), PP (0,63) e PG (61) foram altas e estão de acordo
com outros trabalhos nacionais que variaram de 0,46 a 0,50 para as características
estudadas (MARQUES & SOUZA, 1999; TONHATI, et al., 2004; RAMOS, et al.,
2006 e MALHADO, et al., 2007). Estes resultados indicam que é possível prever
produções futuras com um pequeno número de lactações. Em outros países, os
resultados encontrados foram menores que os relatados neste estudo. ROSATI &
VAN VLECK (2002), na Itália, estimaram repetibilidade variando de 0,22 a 0,46 para
a P270, PM, PP e PG. Em rebanhos indianos, a repetibilidade estimada por KUMAR
21
& NARAIN (1978) para PL aos 300 dias foi de 0,26. YADAV et al. (2003), ainda na
Índia, estimou repetibilidade inferior para P270 (0,47) e superior para P305 (0,55)
quando comparado com as estimativas para as mesmas características
apresentadas na Tabela 3.
As estimavas de correlações genéticas, fenotípicas e de ambiente
permanente entre PM e as P270 e P305 descritas na Tabela 3 foram positivas e de
alta magnitude (acima de 0,86). As correlações genéticas indicaram que estas
características são determinadas, em grande parte, pelos mesmos conjuntos de
genes de ação aditiva, o que parece ser biologicamente coerente, pois animais que
produzem mais leite certamente terão maior rendimento na produção de
mozzarella. Contudo, as correlações genéticas entre a PM e os constituintes do
leite PP e PG foram 0,40 e 0,56, respectivamente. As correlações fenotípicas e de
ambiente permanente foram próximas de zero, com exceção da correlação
fenotípica entre PM com a PG (0,65). ROSATI & VAN VLECK (2002), estimaram
correlações genéticas positivas e relativamente altas, variando de 0,62 a 0,95 entre
a PM com a P270, PP e PG. ZICARELLI et al. (2007ab), vêm aprimorando a
estimação da produção de queijo “mozzarella” na Itália propondo fatores de correção
entre o rendimento real de queijo em 28 horas e constituintes do leite de búfala.
As correlações genéticas, de ambiente permanente e residual entre a PP e a
PG foram de 0,27, 0,45 e 0,18, respectivamente. ROSATI & VAN VLECK (2002)
encontraram maior correlação genética e de ambiente permanente entre essas
características (0,31 e 0,82, respectivamente). Entre a P270 com as PP e PG e entre
a P305 com as PP e PG, as estimativas de correlação genética foram negativas e de
magnitudes moderadas a alta (-0,29 e -0,56 e -0,04 e -0,68, respectivamente);
ROSATI & VAN VLECK (2002), também estimaram correlações negativas, porém de
baixa magnitude (-0,08 e -0,12).
Conforme discutido anteriormente, ao se comparar as diferenças dos valores
obtidos entre os trabalhos nacionais e internacionais para as características
analisadas, observou-se efeito da variação ambiental (principalmente condições
climáticas e nutricionais) e residual neste trabalho para todas as características
estudadas, indicando que sistemas de manejo devem ser padronizados visando
tornar a avaliação genética das populações mais seguras e confiáveis.
22
Observando a Tabela 4, quando comparada com a seleção direta para PM
(15,18 kg/geração), melhores respostas foram obtidas pela seleção indireta das PLs,
pois selecionando-se para o P270 ou P305, as respostas correlacionadas para PM
serão respectivamente de 17,46 e 18,74 kg de PM por geração. Porém, a seleção
direta para esta característica, a médio-longo prazo, diminuirá os valores genéticos
dos constituintes do leite (PP e PG), pois, selecionando-se para as PLs, respostas
correlacionadas negativas e baixas para PP e PG serão obtidas. O contrário também
é verdadeiro. Além disso, seria de se esperar que a intensidade de seleção fosse
maior para qualquer uma das PLs, uma vez que, essas, por serem de fácil
mensuração e um custo mais baixo, permitem que um maior número de animais
sejam controlados. Contudo, as correlações de classificação (Spearman) dos
valores genéticos entre a PM com as PLs foram relativamente baixas, variando de
0,26 a 0,27. Resposta correlacionada próximas da nulidade, por geração, para PP e
PG, seria esperada fazendo-se seleção direta para PM.
Tabela 4. Respostas diretas (diagonal) e correlacionadas das características
estudadas, utilizando os parâmetros genéticos estimados em
bubalinos leiteiros no estado de São Paulo, Brasil
Característica selecionada
P270 (kg) P305 (kg) PM (kg) PP (%) PG (%)
P270 (kg) 94,97
* 64,49 -32,36 -54,29
P305 (kg)
*
111,65
99,88 -6,19 -91,45
PM (kg)
17,46 18,74
15,18
9,53 11,59
PP (%)
-0,02 -0,003 0,03
0,10
0,02
Resposta
correlacionada
PG (%)
-0,12 -0,14 0,10 0,07
0,22
P270 = Produção de leite total até 270 dias; P305 = Produção de leite total até 305 dias; PM = Produção de “mozzarella”;
PP = Porcentagem de proteína; PG = Porcentagem de gordura.
As correlações de classificação de Spearman entre os valores genéticos dos
animais foram significativas (Pr < 0,0001) e altas entre as produções de leite (0,97,
para P270 x P305). As correlações entre as PLs e as porcentagens de gordura e
proteína foram negativas e baixas, variando entre -0,27 a -0,34, mas entre a PM com
PP e PG as correlações de classificação foram positivas e de magnitudes
moderadas, sendo 0,38 e 0,31, respectivamente, e entre a PG e PP essa correlação
foi positiva e alta (0,69). Esses resultados indicam que a seleção para qualquer uma
23
das PLs estudadas não deve mudar a classificação dos valores genéticos dos
animais das outras PLs, enquanto que para a PM, PP e PG poderão ocorrer
mudanças na classificação dos animais avaliados, indicando que um índice de
seleção econômico, aliando estas características, se faz necessário.
As tendências fenotípica para as P270 e P305 foram positivas sendo que o
coeficiente de regressão linear foi de 10,8 e 11,8 Kg para P270 e P305,
respectivamente, indicando um aumento não significativo na quantidade de leite
produzida ao longo dos anos (Figura 1). RAMOS et al. (2006), também encontraram
tendências fenotípicas positivas (27,74 Kg/ ano), porém, significativas. Estes ganhos
observados devem-se principalmente à melhoria nas condições ambientais
oferecidas aos animais e ao aumento no número de laticínios na década de 90 que
operaram exclusivamente com leite bubalino, incentivando o surgimento de
pequenas bacias leiteiras dedicadas a industrializar o leite de búfalas, fazendo com
que os criadores passassem de uma para duas ordenhas diárias.
y
= 10,79x + 1584,4
y
P305
= 11,831x + 1665,1
= 0,4457
1520
1570
1620
1670
1720
1770
1820
1870
1920
1970
2020
2070
Média das P270 e P305
P270 P305 Linear (P270)
Figura 1. Tendência fenotípica (regressão linear) para produção de leite acumulada
aos 270 e 305 dias de lactação em rebanhos bubalinos no Estado de São
Paulo
Na Figura 2, observa-se que as mudanças nos desempenhos fenotípicos dos
animais para porcentagens de proteína e gordura e produção de “mozzarella”
permaneceram quase que inalterados, sendo estes não significativos ao longo dos
24
anos. Nenhum resultado a respeito das tendências fenotípicas para estas
características foi encontrado dentre as literaturas pesquisadas.
y
PP
= -0,0008x + 4,2834
= 0,002
y
PG
= 0,0052x + 6,7623
= 0,0109
4,90
5,05
5,20
5,35
5,50
5,65
5,80
5,95
6,10
6,25
6,40
6,55
6,70
6,85
7,00
7,15
Porcentagens médias de
proteína e gordura
Proteína Gordura
Figura 2. Tendência fenotípica (regressão linear) para porcentagem de proteína e
gordura e produção de “mozzarella” em rebanhos bubalinos no Estado de
São Paulo
A tendência genética para P270 e P305 foi analisada durante os anos 1988 à
2003 e está representada na Figura 3. Os dados foram analisados à partir desta
data devido à expanção do
Programa de Controle Leiteiro nos anos anteriores onde
existia constante inserção de novos rebanhos tornando os valores genéticos
inconsistentes, fato este considerado normal em programas deste tipo de programa. No
período que antecedeu o período em análise não observou-se evolução significativa nos
valore genéticos dos animais para as duas características. Esta ineficiência na evolução
genética do rebanho pode ser atribuída à erros critérios de seleção adotados pelos
criadores e pela baixa taxa de descarte de búfalas, ocasionando um menor ganho
genético. Este critério pode ter sido adotado pelos criadores para expandir seus
rebanhos e atender à grande demanda pelo leite, criado pela abertura de laticínios
especializados na região sudeste.
A partir de 1988, observa-se uma tendência de crescimento significativo (Pr <
0.0005) no ganho genético das duas características, sendo estimado um coeficiente de
regressão linear de 10,17 Kg para a P270 e 11,68 Kg para P305. Este aumento
observado na média dos valores genéticos das PLs pode ser explicado pelo nascimento
de animais superiores geneticamente, decorrentes da disseminação da técnica de
25
inseminação artificial nas fazendas a partir da década de 90, conclusão encontrada por
DUARTE et al. (2001) em estudo similar.
y
P305
= 11,676x - 96,052
= 0,7077
y
P270
= 10,751x - 81,975
= 0,7092
-10
20
50
80
110
140
170
Valores genéticos das
características P270 e P305
305
270
Figura 3. Tendência genética (regressão linear) para produção de leite acumulada
aos 270 e 305 dias de lactação de 1988 à 2003 em rebanhos bubalinos
no Estado de São Paulo
Na Itália, o teste de progênie é utilizado como importante ferramenta nos
programas e seleção (ROSATI & VAN VLECK, 2002). A produção de leite e
constituíntes, bem como a produção de “mozzarella” também são utilizadas nos
sumários de touros e búfalas organizado pela “Associazione Nazionale Allevatori
Specie Bufalina” com o objetivo de identificar os melhores animais. No Brasil se
faz avaliação genética dos touros bubalinos disponibilizando nos sumários os
desempenhos de suas progênies para que o produtor possa eleger e adquirir
através de Centros de Coleta de Sêmen a genética que melhor se adeque às suas
condições de produção. Esta cnica, associada à utilização de biotecnologias de
reprodução, programas de controle leiteiro e a utilização de índices de seleção, faz
com que bubalinocultura alcance maiores índices zootécnicos e melhore cada vez
mais o desempenho dos animais.
MALHADO et al. (2007) avaliando rebanho da raça Murrah, DURÃES et al.
(1996) analisando rebanho da raça Holandesa e VERNEQUE et al. (1996)
considerando rebanhos da raça Gir Leiteira estimaram ganhos genéticos para P305
de 0,85, 75,88 e 13,88 kg/ano, respectivamente, sendo que este último é
considerado baixo para uma raça leiteira especializada.
Na Figura 4, observa-se um pequeno aumento no valor genético dos animais
para as características PG e PM; contudo, para a PP observa-se uma diminuição do
26
valor genético desta característica. Nenhuma das características apresentaram
ganhos significativos ao longo dos anos.
-
0,19
-0,16
-0,13
-0,10
-0,07
-0,04
-0,01
Valores genéticos para
Gorura (%) e Proteína (%)
PG PP Mozza
Linear (PG)
Figura 4. Tendência genética (regressão linear) para porcentagens de proteína e
gordura e produção de “mozzarella” em rebanhos bubalinos no estado de
São Paulo.
Esses resultados podem ser explicados pela correlação genética negativa
entre as P270 e P305 com os constituintes PP e PG. Com isso, à medida que se
seleciona para PLs, a porcentagem dos constituintes tende a diminuir, todavia, sua
produção aumenta. A adoção da produção de leite como objetivo de seleção por
parte dos produtores se deve ao fato da não bonificação para PP e PG elevados.
Porém, esta moderada tendência para PM, provavelmente, deve-se à seleção para a
produção de leite.
No Brasil é notório o potencial desta espécie para tais características, e, em
se realizando um programa de melhoramento genético de forma consciente, os
valores genéticos relacionados a produção de “mozzarella” e os constituintes
proteína e gordura tenderão a aumentar, mas antes disso, objetivos de seleção
aliados a um índice econômico devem ser considerados para se evitar prejuízos
financeiros tanto para o produtor como para quem vai receber e industrializar a
matéria prima.
IV. CONCLUSÕES
Os resultados do presente trabalho indicaram que, para a estimação de
parâmetros e avaliação genética de búfalas para as características estudadas,
27
faz-se necessário que as mesmas sejam pré-ajustadas para os efeitos de meio,
ou que os mesmos sejam considerados no modelo de análise.
Com base na estimação das herdabilidades das características estudadas, pode-
se afirmar existe variação genética o que indica que a seleção pode alterar a
freqüência gênica dos rebanhos.
Na busca por animais com maiores méritos genéticos para quantidade e
qualidade de leite, os resultados sugerem que ao se definir o objetivo de seleção
em um rebanho, este venha acompanhado de um índice econômico aliando as
características estudadas visando minimizar o risco através da predição acurada
das circunstâncias naturais, sociais e de mercado no futuro.
Considerando a produção de “mozzarella” como objetivo de seleção, é mais
indicado praticar seleção direta para as produções de leite, pois estas possuem
maior peso na fórmula e aumentam a produção de “mozzarella” mesmo que as
porcentagens dos constituintes permaneçam constantes. Além disso, são
características de fácil mensuração e de baixo custo, permitindo que maior
número de animais sejam controlados.
As tendências genéticas para as produções de leite foram positivas e
significativas ao longo dos anos, indicando que os critérios adotados para a
seleção da produção de leite estão corretos.
Devido à diferença na constituição da “mozzarella” italiana com a produzida no
Brasil, recomenda-se que novos estudos sejam realizados visando propor um fator
de ajuste que se adéqüe às condições brasileiras.
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