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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GEOGRAFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO GEOGRAFIA E GESTÃO DO TERRITÓRIO
A DINÂMICA HIDROLÓGICA NA BACIA DO ALTO CURSO DO RIO
UBERABINHA – MINAS GERAIS
ÂNGELA MARIA SOARES
UBERLÂNDIA/MG
2008.
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ÂNGELA MARIA SOARES
A DINÂMICA HIDROLÓGICA NA BACIA DO ALTO CURSO DO RIO UBERABINHA –
MINAS GERAIS
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Geografia da Universidade
Federal de Uberlândia, como requisito parcial à
obtenção do título de doutor em Geografia.
Área de Concentração: Geografia e Gestão do
Território.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Nishiyama.
Uberlândia/MG
INSTITUTO DE GEOGRAFIA
2008.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Ângela Maria Soares
A Dinâmica Hidrológica na Bacia do Alto Curso do Rio Uberabinha
_____________________________________________
Prof. Dr. Luiz Nishiyama
_____________________________________________
Prof. Dr. Adriano Rodrigues dos Santos
_____________________________________________
Profª. Drª. Claudete Aparecida Dallevedove Baccaro
_____________________________________________
Profª. Drª. Suely Regina Del Grossi
_____________________________________________
Profª. Drª. Vânia Silvia Rosolen
Data: ______/ ______ de 2008.
Resultado: _________________
Às eternas mestras, Drª Claudete Aparecida
Dallevedove Baccaro e Drª Suely Regina Del
Grossi, figuras valorosas.
Às queridas Laura Maria de Jesus e Dianne
Ferreira Soares, espíritos de luz.
AGRADECIMENTOS
A Deus e a Nossa Senhora da Abadia, pela coragem para a conclusão desta tarefa.
A minha família pelo amor e dedicação, especialmente ao meu esposo e companheiro
Gelcimar Soares dos Reis pelo apoio, incentivo, determinação e ajuda nos levantamentos e
tabulação de dados desta pesquisa.
Ao meu filho Ricardo Soares de Brito, pelo apoio e ajuda na elaboração dos gráficos e
ilustrações deste trabalho.
A Professora Drª Claudete Aparecida Dallevedove Baccaro, pelo apoio, amizade e confiança.
A Professora Drª Suely Regina Del Grossi, pela confiança, amizade e incentivo.
Ao Professor Doutor Luiz Nishiyama pela prontidão e coragem ao aceitar-me como
orientanda e, acima de tudo, por apoiar-me disponibilizando materiais, equipamentos e
técnicos para os levantamentos de campo.
Ao Laboratório de Geomorfologia e Erosão dos Solos do Instituto - LAGES de Geografia da
Universidade Federal de Uberlândia pela cooperação e disponibilização de material.
Aos técnicos do LAGES, Malaquias José de Souza e Rosângela Santos Caldas Amorim pelo
apoio e amizade sincera.
À equipe do Museu de Minerais e Rochas da Universidade Federal de Uberlândia, pelo apoio
operacional, em especial ao Fabiano Alves Borges.
Ao Valdemiro Paulino de Lima pelo grande apoio nos trabalhos e levantamentos de campo,
principalmente nos ensaios de permeabilidade de solo e nas medidas de vazão.
A Maria Beatriz dos Reis, amiga prestativa e eficiente, pela colaboração para que esse
trabalho se realizasse.
Ao amigo Péricles Macêdo de Brito pela coragem, dedicação e desprendimento em auxiliar-
me no início da pesquisa e na instalação das áreas experimentais.
Ao amigo Luiz Antônio de Oliveira pelas sugestões e ajuda com os equipamentos e com os
mapas.
Ao Prof. Dr. Eloi Campos da UnB por disponibilizar o micromolinete para as medidas de
vazão.
Ao Guilherme David Dantas, pela colaboração no final deste trabalho, na formatação dos
mapas e ilustrações.
Ao Sr. Olegário e D. Santa pela amizade e alegria com que sempre nos recebeu na Estância
Buritis.
Ao Sr. Antônius Matheus Van Ass e ao Sr. Ernesto Go Koike da S.A Agroindustrial Eldorado
pela disponibilização de dados hidrológicos e por nos receber bem em suas propriedades para
os levantamentos desta pesquisa.
RESUMO
O presente estudo buscou o entendimento da dinâmica da paisagem, na bacia do alto
curso do Rio Uberabinha, dando prioridade aos recursos hídricos. O objetivo principal da
pesquisa foi compreender a dinâmica hídrica superficial e subsuperficial e sua relação com
uso e ocupação do solo. É possível que as dinâmicas hídricas superficiais e subsuperficiais se
modificaram pelo intenso uso e ocupação do solo, o que trouxe conseqüências negativas para
a recarga da sua zona saturada freática. Esta situação interfere na quantidade da água
destinada ao consumo humano, em especial aos moradores da cidade de Uberlândia (MG).
Para a compreensão da dinâmica hidrológica da bacia do alto curso do rio Uberabinha deu-se
ênfase a uma abordagem sistêmica, cujos elementos desse sistema são integrados em relações
condicionadas por diversos componentes tais como: o clima, a geologia, os solos, os aspectos
geomorfológicos e as ações antrópicas. Esta pesquisa enfatiza o uso da bacia hidrográfica
como unidade apropriada para os estudos hidrológicos, pelo seu caráter de sistema aberto,
integrador de diversos elementos naturais e sociais. Nesta pesquisa optou-se pelos métodos
propostos por Ab’Sáber (1969) e Libault (1971) adaptados aos objetivos propostos. Libaut
(1971) propõe quatro níveis para a pesquisa geográfica e é um método elaborado para o
tratamento quantificado das informações. Já Ab’Sáber (1969) aborda três níveis de
tratamento para a pesquisa, valorizando a observação sistemática e a descrição. Foram
pesquisados e quantificados os processos que interferem na dinâmica hídrica da área. Os
dados levantados proporcionaram a elaboração do balanço hídrico da bacia e mostraram que
o uso e ocupação da área têm levado à redução da permeabilidade dos solos, assim como
reduzido a recarga dos aqüíferos locais. O levantamento das áreas úmidas que foram
incorporadas à produção também evidenciou que a pressão antrópica tem interferido na
dinâmica hidrológica local. A partir dos resultados obtidos foi destacada a necessidade de
rever a utilização dos recursos hídricos na bacia do Alto Uberabinha, com o intuito de
resguardar água de qualidade para o abastecimento público de Uberlândia e promover a
otimização da recarga dos aqüíferos locais e regionais.
Palavras-chave: Balanço hídrico, hidrologia, processos hidrológicos.
ABSTRACT
This present research fetched the understanding of the landscape´s dynamic, on the
basin upper course of Uberabinha river, emphasizing the water resources. The main aim of
this research was to understand the superficial and subsuperficial water dynamic and its
relation with the use and soil´s occupation. It´s possible that the superficial and
subsuperficial water dynamics have changed because of the intense use and occupation of the
soil, resulting in bad consequences for the recharge on its saturated zone. This situation
interferes on the water quantity which is bound for human consumption, especially to
residents of Uberlândia (MG). To understand the “water dynamic”, the “water cycle” was
considered as a system, which elements are integrated in conditionated relations such as: the
climate dynamic, the geological structure, the soil structure, the geomorfological features and
the human actions. This survey emphasizes using the “water basis” as an appropiate unity for
“water studies”, because of its open system character, that integrates several natural and
social elements. On this survey, the methods from Ab´Saber (1969) and Libault (1971) were
selected by their geographic character and have been adapted to the proposed aims. Libaut
(1971) proposes four levels for a geographic survey and it´s a method developed for the
treatment of quantified information. On the other hand, Ab´Saber believes in three levels of
treatment for the research, highlighting the systematic observation and description. This
survey has investigated and quantified the processes that influence on the “water dynamic” of
the area. The collected results provided the development of the basin water balance and
showed that the use and occupation of the area have caused reduction of soil permeability,
and reduced the reloading of the local aquifers. The studies about the wet areas that were
incorporated to the production, also showed that the human activities have changed the water
local dynamics. Basing on the results, the necessity to review the use of water resources in
the basin of the Upper Uberabinha was emphasized, in order to protect good water, used for
the Uberlândia´s public supply and to promote the recharge´s optimization of the local and
regional aquifers.
Keywords: Water balance, hydrology, hydrological processes
LISTA DE FIGURAS
01. Mapa de localização da área de estudo .......................................................................... 25
02. Ciclo hidrológico ........................................................................................................... 44
03. Pluviômetro ................................................................................................................... 47
04. Componentes da interceptação ...................................................................................... 48
05. Componentes do solo e arranjo espacial das partículas que controlam o tempo de viagem
da água no solo .................................................................................................................... 52
06. Distribuição da água no solo ......................................................................................... 54
07. Aqüíferos ....................................................................................................................... 57
08. Superfície livre levantada .............................................................................................. 57
09. Bacia hidrográfica.......................................................................................................... 60
10. Classificação da ordem das bacias hidrográficas .......................................................... 63
11. Fluxograma do balanço hidrológico .............................................................................. 70
12. Fluxograma da metodologia da pesquisa ...................................................................... 73
13. Imagem de Satélite Aster – 2006 ................................................................................... 75
14. Programa ENVI 4.2 – Tratamento da imagem Aster para a classificação do uso do solo na
área de estudo ...................................................................................................................... 76
15. Programa Arcview 9.0 – Sobreposição e cálculo das áreas úmidas da área de estudo . 79
16. Mapa de localização das estações experimentais .......................................................... 81
17. Lagoa nas proximidades do Horto Florestal Eli - Área experimental I ......................... 82
18. Horto Florestal Eli – Área Experimental I .................................................................... 82
19. Área onde foram perfurados os poços de monitoramento – Seção nas margens da Lagoa –
Horto Florestal Eli – Cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor. Área Experimental I .................. 83
20. Poço amostral situado na Fazenda Van Ass. Área Experimental II .............................. 83
21. Margem do Córrego do Caroço, uma das nascentes do rio Uberabinha - Poços de
Monitoramento – Área Experimental III ............................................................................. 84
22. Silvicultura de pinus. Margem do Córrego do Caroço – Área Experimental III .......... 85
23. Médio Beija-Flor – Estância Buritis. Local de monitoramento do n. a. – Área
Experimental IV .................................................................................................................. 86
24. Cisterna localizada na Estância Buritis – Área Experimental IV .................................. 86
25. Cisterna localizada em antiga estação ferroviária, próximo à Estância Buritis. – Área
Experimental IV .................................................................................................................. 87
26.
Poço de monitoramento próximo à Estância Buritis – Área Experimental IV ......................... 87
27. Local de medições do n. a. Divisor do Uberabinha e Ribeirão Beija-Flor – Fazenda SA
Agroindustrial Eldorado – Área Experimental V ............................................................................ 88
28. Local de monitoramento do n. a. Cabeceiras do Córrego Fortaleza – Área Experimental VI .. 89
29. Esquema do molinete fluviométrico ......................................................................................... 91
30. Seção controle, onde foram feitas as medidas de vazão ................................................ 93
31. Seção controle do rio Uberabinha. Ponto exutório considerado nesta pesquisa. Período
seco, quando o rio apresenta vazões reduzidas.................................................................... 95
32. Local onde foram feitas as medidas de vazão. Leito do rio Uberabinha. Período chuvoso,
quando o rio apresenta vazões maiores ............................................................................... 95
33. Perfil da seção controle no rio Uberabinha ................................................................... 96
34. Medida da velocidade média do fluxo de água ............................................................. 97
35. Medida da vazão por área de influência ........................................................................ 98
36. Esquema do Permeâmetro Guelph ................................................................................ 101
37. Permeâmetro Guelph ..................................................................................................... 102
38. Dados da precipitação da Fazenda Van Ass: 2006, 2007 e 2008 .................................. 110
39. Dados da precipitação da SA Agroindustrial Eldorado: 2006, 2007 e 2008 ................. 111
40. Medidas de vazão no Rio Uberabinha – Uberlândia – MG ........................................... 113
41. Seção do Uberabinha onde são feitas as medidas de vazão, mostrando a ocupação do leito
maior sazonal ....................................................................................................................... 113
42. Profundidade do N.A nas nascentes do Córrego Fortaleza – Área Experimental VI .... 114
43. Profundidade do N.A na Fazenda Van Ass – Área Experimental II ............................. 115
44. Profundidade do N.A na Fazenda da S.A. Agroindustrial Eldorado -
Área Experimental V ........................................................................................................... 116
45. Profundidade do N.A no Córrego do Caroço – P.1 - Área Experimental III ............... 117
46. Profundidade do N.A no Córrego do Caroço – P.2 - Área Experimental III ................ 118
47. Profundidade do N.A no Córrego do Caroço – P.3 - Área Experimental III ................ 119
48. Profundidade do N.A nas cabeceiras do Beija-Flor – P.1 – Área Experimental I ......... 120
49. Profundidade do N.A nas cabeceiras do Beija-Flor – P.2 – Área Experimental I ......... 121
50. Profundidade do N.A nas cabeceiras do Beija-Flor – P.3 – Área Experimental I ......... 122
51. Profundidade do N.A nas cabeceiras do Beija-Flor – P.4 – Área Experimental I ......... 123
52. Profundidade do N.A na Estância Buritís – P. 1 – Área Experimental IV .................... 124
53. Profundidade do N.A na Estância Buritís – P. 2 – Área Experimental IV .................... 125
54. Profundidade do N.A na Estância Buritís – P. 3 – Área Experimental IV .................... 126
55. Coeficientes de alta permeabilidade do solo a 20 cm .................................................... 129
56. Coeficientes de média permeabilidade do solo a 20 cm ................................................ 130
57. Coeficientes de alta permeabilidade do solo a 40 cm .................................................... 130
58. Coeficientes de média permeabilidade do solo a 40 cm ................................................ 131
59. Coeficientes de alta permeabilidade do solo a 60 cm .................................................... 131
60. Coeficientes de média permeabilidade do solo a 60 cm ................................................ 132
61. Coeficientes de permeabilidade levantados na Bacia do Alto Uberabinha ................... 132
62. Pontos de ensaio de permeabilidade de solo na bacia do Alto Uberabinha .................. 133
63. Topo da paleoturfa, sob o Cambissolo. Voçoroca do Ribeirão Beija-Flor.................... 136
64. Voçoroca do Ribeirão Beija-Flor. Vista de Montante ................................................... 136
65. Locais onde foram realizados os ensaios com traçadores ............................................. 139
66. Condutividade elétrica identificada nos piezômetros na cabeceiras do
Ribeirão Beija-Flor .............................................................................................................. 141
67.
Condutividade elétrica identificada nos piezômetros no Córrego do Caroço .......................... 142
68. Condutividade elétrica nos piezômetros na Fazenda da SA Agroindustrial Eldorado .............. 143
69.
Modelo hidrológico .................................................................................................................. 145
70. Gráfico das precipitações médias na Bacia do Alto curso do rio Uberabinha .......................... 147
71.
Temperatura média mensal na Fazenda Roncador da SA Agroindustrial Eldorado ................. 148
72.
Relação entre precipitação, temperatura e evapotranspiração na Bacia do Alto Uberabinha de
setembro de 2006 a março de 2008 ................................................................................................. 149
73. Precipitação x Deflúvio na bacia do Alto Curso do rio Uberabinha ......................................... 151
74. Balanço Hidrológico da Bacia do Alto curso do Rio Uberabinha ............................................. 152
75. Mapa de uso e ocupação do solo na Bacia do Alto Curso do rio Uberabinha em 2006 156
76. Plantios de cana-de-açúcar no interflúvio do Rio Claro e Rio Uberabinha ................... 159
77. Plantios de cana-de-açúcar no interflúvio do Rio Claro e Rio Uberabinha ................... 159
78. Plantio de soja no interflúvio do Rio Uberabinha e Ribeirão Beija-Flor ...................... 160
79. Terra sendo preparada para receber a cana-de-açúcar nas proximidades da nascente do
Córrego Jacaré, nascente do Rio Uberabinha ...................................................................... 160
80. Áreas úmidas ocupadas pelas culturas na Bacia do Alto curso do rio Uberabinha ....... 161
81. Áreas licenciadas para exploração mineral na Bacia do Alto curso do rio Uberabinha 172
82. Presença da fauna migratória procurando refúgio em área úmida incorporada à área
produtiva – Bacia do Alto curso do rio Uberabinha – Uberaba – MG ............................... 173
83. Chegada dos tuiuiús de papo preto (Jabiru mycteria) em busca de refúgio em área úmida
incorporada à área produtiva – Bacia do Alto Curso do rio Uberabinha – Uberaba – MG 173
84 e 85. Avião pulverizando as plantações em áreas úmidas incorporadas à agricultura, onde
há acúmulo de água. Bacia do Alto Curso do Rio Uberabinha ........................................... 174
LISTA DE TABELAS
1. Dados para o parâmetro α ................................................................................................ 101
2. Medidas de vazão – Rio Uberabinha – Uberlândia – MG. ............................................. 112
3. Resultados dos ensaios de solo em campo com Permeâmetro Guelph ........................... 127
4. Resultados das análises granulométricas ......................................................................... 134
5. Valores da média das precipitações ................................................................................. 146
6. Temperaturas Médias Mensais ........................................................................................ 147
7. Valores de ETP ................................................................................................................ 149
8. Valores de vazão e deflúvio ............................................................................................ 150
9. Valores para o cálculo do balanço hídrico na Bacia do Alto Curso do rio Uberabinha .. 151
10. Áreas úmidas incorporadas ao sistema produtivo no período de 1964 – 2006 na Bacia do
Alto Curso do rio Uberabinha – Uberaba/Uberlândia – MG............................................... 162
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19
1. REVISÃO CONCEITUAL ............................................................................................. 41
1.1. O ciclo hidrológico ................................................................................................... 41
1.1.1. A precipitação ................................................................................................ 45
1.1.2. A evaporação e evapotranspiração ................................................................ 49
1.1.3. O escoamento superficial .............................................................................. 51
1.1.4. Os aqüíferos subterrâneos .............................................................................. 55
1.2. A bacia hidrográfica ................................................................................................ 59
1.2.1. Fisiografia da bacia hidrográfica .................................................................. 61
2. METODOLOGIA E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..................................................... 68
2.1. Abordagem teórica .................................................................................................. 68
2.2. Metodologia operacional ......................................................................................... 74
3. A DINÂMICA HÍDRICA NA BACIA DO ALTO CURSO DO RIO UBERABINHA 108
3.1. Aquisição e tratamento dos dados ........................................................................... 108
3.1.1. Precipitações .................................................................................................. 109
3.1.2. Medições de vazão ........................................................................................ 111
3.1.3. Levantamento do nível freático ..................................................................... 114
3.1.4. Ensaios de infiltração com Permeâmetro Guelph ......................................... 127
3.1.5. Caracterização dos solos na Bacia do Alto curso do rio Uberabinha ............ 134
3.1.6. Avaliação do movimento da água com uso de traçadores químicos ............. 137
3.2. O balanço hidrológico na Bacia do Alto curso do rio Uberabinha ......................... 145
3.2.1. Precipitação ................................................................................................... 145
3.2.2. Evapotranspiração potencial .......................................................................... 147
3.2.2. Deflúvio mensal ............................................................................................. 150
4. A EVOLUÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO, NA BACIA DO ALTO CURSO DO
RIO UBERABINHA, E SEUS REFLEXOS NOS SISTEMAS ÚMIDOS ....................... 153
5. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS ..................................................... 163
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 178
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 181
ANEXO ............................................................................................................................... 193
19
INTRODUÇÃO
O século XXI está iniciando com desafios antes inimagináveis. O principal deles está
relacionado à implantação efetiva de uma sociedade sustentável, para tentar reverter a
pressão antrópica sobre os recursos naturais e possibilitar a perpetuação da vida humana, na
Terra.
O conceito de sustentabilidade surgiu no início da década de 1980 e, em 1987, foi
destacado no Relatório Brundtland Nosso futuro comum. Nesse relatório, a comunidade
sustentável está definida como sendo aquela capaz de satisfazer às próprias necessidades,
sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. De para cá, o termo sustentabilidade
passou a ser amplamente utilizado, nas discussões ambientais. Capra (2005:20) ressalta que:
Essas definições de sustentabilidade são importantes exortações morais.
Elas nos lembram de nossa responsabilidade de passar a nossos filhos e
netos um mundo com tantas oportunidades quanto aquele que herdamos.
Entretanto, não nos dizem nada a respeito de como construir, na prática,
uma sociedade sustentável.
O que precisamos é de uma definição operacional de sustentabilidade
ecológica. A chave para chegar a esta definição operacional está em
reconhecer que não precisamos inventar as comunidades humanas
sustentáveis a partir do zero, mas podemos moldá-las de acordo com os
ecossistemas naturais, que são comunidades sustentáveis de plantas,
animais e microorganismos. Como a principal característica da biosfera é
sua capacidade intrínseca de manter a vida, uma comunidade humana
sustentável deve ser planejada de modo que os estilos de vida, negócios,
atividades econômicas, estruturas físicas e tecnologias não interfiram nessa
capacidade da natureza de manter a vida.
Para a construção de uma sociedade sustentável, é necessário, em primeiro lugar,
compreender a dinâmica das paisagens, estabelecendo parâmetros e padrões de fragilidade
ambiental, identificando o limiar de equilíbrio dinâmico dessas paisagens e, a partir disso,
20
criar mecanismos para buscar a sustentabilidade. Essa é uma tarefa difícil porque envolve as
complexas relações entre a natureza e a sociedade, em nível global. Este é o grande desafio:
estabelecer um novo paradigma para a sobrevivência das futuras gerações.
Apesar de ser a substância mais abundante e comum sobre a Terra, a água possui
propriedades que, combinadas, fazem-na bastante singular. A sua propriedade mais
importante está relacionada a sua capacidade de dissolver quase todas as outras substâncias,
sendo considerada o solvente universal.
Na natureza, a água é responsável pela maioria dos processos físicos, químicos e
biológicos, mas a sua distribuição pelo globo terrestre não se de forma homogênea. A
distribuição da água na Terra é comandada pela combinação de diversos fatores, o que é
chamado de ciclo hidrológico sistema pelo qual a natureza faz a água circular entre o
oceano, a atmosfera e a superfície terrestre. Existe um pequeno percentual de água doce
disponível, que deve ser utilizado de forma racional e sustentável, que é um dos elementos
físicos mais importantes na composição da paisagem terrestre, interligando fenômenos da
atmosfera e litosfera e interferindo na vida, a partir da interação com os demais elementos do
ambiente de drenagem.
Nos estudos hidrológicos, a bacia de drenagem tem sido utilizada como unidade básica
de estudo e gestão. Ela pode ser conceituada como sendo um sistema aberto, no qual ocorre
entrada e saída de matéria e energia, através da drenagem de água, de sedimentos e de
material dissolvido, para uma saída comum. As bacias hidrográficas oferecem praticidade e
simplicidade para a aplicação de balanço hidrológico e aplicação de modelos de estudo de
recursos hídricos.
De acordo com Duarte (1998), a bacia hidrográfica é tida como a unidade de
planejamento dos recursos hídricos. O estudo sobre recursos hídricos, em bacia hidrográfica,
21
deve enfocar, de forma integrada, os recursos hídricos de superfície e subterrâneos,
objetivando uma avaliação global da potencialidade e disponibilidade da água.
A gestão de bacias hidrográficas deve compreender os estudos da hidrogeologia
(aspectos relacionados ao dimensionamento dos reservatórios subterrâneos, espessuras
explotadas e características hidrodinâmicas) e da hidrologia (vazões, pluviosidade,
escoamento superficial, entre outras) (Venframe, 1998).
Na maioria das vezes, a exaustão dos recursos hídricos, numa dada bacia hidrográfica,
é conseqüência de práticas agrícolas inadequadas, que provocam a degradação dos solos e da
vegetação. A compactação do solo e a derrubada da vegetação nativa contribuem para o
aumento do escoamento pluvial e, conseqüentemente, reduzem o volume de água infiltrado.
A redução da infiltração de água no solo tem como conseqüência a diminuição do
volume de água que recarrega, anualmente os aqüíferos. De modo contrário, a plena
capacidade de recarga dos mananciais subterrâneos somente será atingida com adoção de
práticas de manejo sustentável de solo e de vegetação. A maximização do volume de água de
recarga, em aqüíferos, viabiliza a exploração da água subterrânea, bem como mantém o fluxo
de base das drenagens superficiais.
Buscando entender melhor a dinâmica da paisagem, dando ênfase aos recursos
hídricos, foi projetada esta pesquisa, cujo objetivo principal é buscar parâmetros para
compreender a dinâmica hídrica superficial e subsuperficial e sua relação com uso e
ocupação da bacia do alto curso do Rio Uberabinha. Para se chegar ao objetivo principal,
serão necessários alguns levantamentos, que foram destacados como objetivos específicos, a
saber: a) caracterizar fisicamente a área do alto curso do Rio Uberabinha; b) identificar e
caracterizar o uso do solo, na área da bacia do Alto Uberabinha; c) identificar os processos
geológicos, geomórficos, hidrogeológicos e hidrológicos, em curso na área de estudo; e d)
relacionar os processos identificados com o nível de recarga da zona saturada freática.
22
A escolha do tema relacionado a recursos hídricos deve- se ao fato de que a água é um
dos elementos que determinam a distribuição e a manutenção da vida, na Terra. Todos os
seres vivos dependem dela. Isso pode ser constatado quando se analisam a evolução e a
distribuição das civilizações, desde os tempos mais remotos. A disponibilidade de água
potável é um dos fatores que têm determinado o progresso e a melhoria da qualidade de vida
das aglomerações humanas.
A escolha da Bacia do Alto Uberabinha para esta pesquisa baseou-se na sua
importância como manancial utilizado para o abastecimento da população de Uberlândia, o
que ocorre por intermédio de duas ETAs (Estações de Tratamento de Água): a de Sucupira,
localizada no alto curso; e a de Bom Jardim, localizada no médio curso. Este é um corpo
d’água que requer atenção especial, dada a sua importância para o abastecimento urbano.
Nas últimas décadas, essa bacia hidrográfica passou por intensas transformações,
relacionadas ao uso e à ocupação do solo. Até a década de 1970 ainda predominava a
vegetação natural de Cerrado na bacia do alto e médio curso do rio Uberabinha, em suas
diversas fitofisionomias, entrecortada por pecuária extensiva. Nesse período, as porções do
alto curso, caracterizadas por relevo de chapada, e as superfícies levemente dissecadas do
médio curso apresentavam uma boa qualidade ambiental. A prática da pecuária extensiva não
causava grandes impactos ambientais.
A partir de 1970, com a chegada da silvicultura e, posteriormente, da monocultura, a
Bacia do Alto Uberabinha passou a incorporar técnicas da agricultura moderna”. O uso de
intensa mecanização, a correção da acidez, a adubação química, o uso intenso de agrotóxicos
e outras práticas resultaram no rompimento do equilíbrio dinâmico e alguns processos
geomorfológicos e hidrogeológicos foram desencadeados e/ou acentuados.
Schneider (1996) destacou a degradação ambiental dessa área, causada pelo uso e
ocupação pós-1970. Segundo a autora, análises efetuadas em amostras de água do Rio
23
Uberabinha, em 1986 e 1987, acusaram a presença de resíduos de agrotóxicos em diferentes
pontos do rio. Além da contaminação da água e da degradação dos sistemas úmidos, a bacia
do Alto Uberabinha vem sendo palco de uma série de outros processos causados pela ação
antrópica intensa e mal planejada.
A hipótese desta pesquisa é a de que a elevada capacidade de armazenamento de água
em razão da grande espessura dos solos e das feições do relevo, especialmente na porção de
chapada condiciona as características do escoamento de base que, por sua vez, determina a
regularidade da vazão do rio Uberabinha. É possível que as dinâmicas hídricas superficiais e
subsuperficiais estejam sendo modificadas pelo intenso uso e ocupação do solo, no alto curso
do rio Uberabinha, a montante da Estação de Tratamento de Água de Sucupira, o que pode
trazer conseqüências negativas para a recarga da sua zona saturada freática. Desse modo, essa
situação interferiria na quantidade e qualidade da água destinada ao consumo humano, em
especial aos moradores da cidade de Uberlândia (MG).
Para comprovar essa hipótese, foram caracterizados e quantificados os processos que
interferem na dinâmica hídrica da área. A partir dos resultados obtidos, serão elaboradas
alternativas e propostas para a utilização dos recursos hídricos, na bacia do Alto Uberabinha,
com o intuito de resguardar água de qualidade e em quantidade para o abastecimento público
de Uberlândia e, acima de tudo, promover a otimização da recarga dos aqüíferos locais e
regionais.
Para isso, serão destacados os estudos integrados dos recursos hídricos da área,
levando em consideração a importância de se tomar a bacia hidrográfica como uma unidade
de investigação, pelo seu caráter de sistema integrador dos diferentes elementos naturais e
sociais. O estudo da bacia hidrográfica proporciona conhecimento sistemático e mais
aprofundado sobre os condicionantes e os mecanismos nela atuantes.
24
Espera-se que com essa pesquisa, possa-se estabelecer parâmetros para buscar a
sustentabilidade ambiental dos recursos hídricos e o equilíbrio ambiental da paisagem na
bacia do Alto Uberabinha.
O presente texto foi organizado em cinco capítulos. O primeiro destina-se à
caracterização da área de estudo e revisão bibliográfica, resgatando os conceitos básicos
utilizados na tese. No segundo capítulo, é realizada a descrição da metodologia, destacando a
abordagem teórica e a metodologia operacional. No terceiro capítulo, são apresentados dados
sobre a dinâmica hídrica, na bacia do Alto Uberabinha. No quarto capítulo, apresenta-se uma
análise da evolução do uso e ocupação do solo, na Bacia do Alto Uberabinha. No quinto
capítulo, são realizadas análises e discussões dos dados coletados. E, no sexto capítulo,
apresentam-se as considerações finais.
Localização e caracterização geral da área: a Bacia do alto curso do Rio
Uberabinha
A bacia do alto curso do Rio Uberabinha está localizada na mesoregião do Triângulo
Mineiro, a montante da cidade de Uberlândia. Essa bacia abrange os municípios de Uberaba,
na sua porção Norte, e a porção Sudeste do município de Uberlândia, ocupando níveis
altimétricos entre 858 m e 978 m. (Fig. 1). O Rio Uberabinha é afluente da margem esquerda
do Rio Araguari e, este por sua vez, compõe a bacia do Rio Paranaíba, um dos formadores da
bacia do Rio Paraná.
25
Figura 1. Localização da área de estudos e da bacia do Rio Uberabinha
A bacia do Alto Uberabinha está inserida no “Domínio dos chapadões recobertos por
cerrados e penetrados por florestas galerias” (AB’SABER, 1977) ou nos “Planaltos e
Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná”, denominação introduzida pelo RADAMBRASIL
(1983).
A estruturação das paisagens na bacia do Alto Uberabinha é relativamente recente, se
forem levadas em consideração a escala geológica do tempo e as diversas alterações
paleoclimáticas ocorridas na área.
Soares (2002) realizou um levantamento dos possíveis acontecimentos que se
sucederam durante a evolução da paisagem, na porção NE da Bacia do Paraná, do qual
depreende que a área em estudo é resultado de um longo processo evolutivo, e que o
26
conhecimento da história geológica e climática é a base para o entendimento da estruturação
das paisagens. De certa forma, é a Geologia e as condições climáticas que controlam a
evolução das formas de relevo, a pedogênese, a distribuição da rede de drenagem, os
diferentes processos erosivos, a formação dos aqüíferos subterrâneos, a distribuição da
vegetação e outros elementos físicos que interferem na organização e ocupação das
paisagens.
Hasui (1969) e Barbosa (1970), estudando a região do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, enumeraram uma sucessão de acontecimentos que teriam ocorrido no Oeste
mineiro: sedimentação das camadas Araxá; metamorfismo e deformação das camadas Araxá;
sedimentação das camadas Ibiá-Canastra; deformação e metamorfismo do Grupo Canastra;
primeira fase de sedimentação das camadas Bambuí; deformação do rebordo ocidental da
bacia; segunda fase de sedimentação das camadas Bambuí; importante fase tectônica, que
provocou empurrões e rasgamentos, afetando os grupos Bambuí, Canastra e Araxá, durante o
Paleozóico; contínua erosão até o Cretáceo, início da evolução do deserto Botucatu; início do
vulcanismo Paraná, com extravasamento de lavas básicas, através de vulcanismo do tipo
fissural, e intrusões, em forma de domo.
Segundo os autores mencionados, quando se iniciou o vulcanismo Paraná estava
formada a terça parte do Deserto Botucatu. A partir desse momento derrames e depósitos de
areias eólicas sucederam-se, alternadamente. Findada a fase vulcânica da Bacia do Paraná
sobrevem uma nova fase de sedimentação, iniciando-se com os tufos vulcânicos (Formação
Uberaba) e o início da sedimentação do Grupo Bauru. Após a sedimentação da Formação
Uberaba, um grande lago de água doce formou-se no Triângulo Mineiro e inicia-se a
sedimentação da Formação Marília - Membros Ponte Alta e Serra da Galga.
Findada a sedimentação do Grupo Bauru, a região passa por lenta deformação
(flexura lenta – Arco de Goiânia), o clima se altera e são formadas extensas pediplanações no
27
Terciário Superfície Sul Americana de King (KING, 1956). Inicia-se um novo ciclo com a
segunda deformação da superfície, época de calma tectônica; dissecação, laterização e nova
pediplanação, resultando na Superfície Velhas (KING, 1956); mais duas pediplanações e
laterizações originando as Superfícies Araxá e São Francisco (KING, 1956); dissecação
linear vertical, resultando no relevo atual (BARBOSA, 1970).
Segundo Feltran Filho (1997), existem algumas hipóteses sobre a origem das
chapadas, quando são analisadas as principais ocorrências geológicas, climáticas e
geomorfológicas em sua evolução histórica. Segundo este autor, no Jurássico, a Bacia do
Paraná sofreu grandes transformações proporcionadas por intenso derrame basáltico. Após o
vulcanismo (basáltico), a Plataforma Sul Americana, no Brasil, passa por arqueamentos. O
Soerguimento do Alto Paranaíba (SAP) e o Arco Bom Jardim de Goiás proporcionaram a
formação de um embaciamento onde se depositaram, no Cretáceo, os sedimentos do Grupo
Bauru. O Soerguimento do Alto Paranaíba e o conseqüente basculamento da região do
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba teriam orientado a organização da rede de drenagem
rumo ao vale do rio Paranaíba.
Feltran Filho (1997) destaca a existência de sedimentos mais jovens recobrindo a
maior parte do Triângulo Mineiro que, mapeados como Terciário e/ou Quaternário, trata-se
de uma cobertura detrítico-laterítica ainda pouco estudada. Para Barbosa (1970) e Nishiyama
(1989) estes sedimentos devem ser considerados como pertencendo ao Grupo Bauru.
Ab’Sáber (1977) e Novaes Pinto (1990) destacam que no Terciário, a região do
Triângulo Mineiro passou de um clima árido, predominante no Cretáceo, para um clima mais
úmido, no Cenozóico Inferior. A presença de maior umidade proporcionou erosão vertical,
com aprofundamento dos vales, e a erosão horizontal promoveu um desnivelamento
topográfico. Segundo esses autores, as oscilações climáticas no Cenozóico, associadas às
oscilações epirogenéticas, deram origem a novos sistemas naturais, com a evolução das
28
vertentes e dos vales. Nesse período, uma reorganização da rede de drenagem e a
instalação dos principais rios da região em falhamentos preexistentes.
Seguindo a linha de pensamento dos referidos autores, a região passou por outra
mudança climática no Plioceno. uma reativação tectônica e o clima passa a ser mais seco
e mais frio. O lençol freático passa por rebaixamento lento e os canais fluviais aprofundam
seus leitos e redefinem o nível de base local e a rede de drenagem organizada. Já no
Pleistoceno, em clima semi-árido e chuvas torrenciais, as rochas mais resistentes deram
origem aos relevos residuais dos topos planos (chapadas) mais elevados, e aos residuais mais
rebaixados topograficamente. No Pleistoceno Superior, o clima úmido e quente retrabalhou
as vertentes e promoveu a deposição de grande quantidade de sedimentos nos cursos d’água,
originando os terraços fluviais.
Para Novaes Pinto (1990), as condições do clima atual, com maior umidade, teriam se
iniciado no Holoceno. A alternância climática entre estações seca e chuvosa acelerou o
intemperismo químico, a verticalização do relevo e a erosão superficial. A maior quantidade
de água no ambiente favoreceu, por meio da denudação, o rebaixamento topográfico e a
intensa lixiviação, com a formação de camadas lateríticas.
De certa forma, é a geologia que controla a evolução das formas, os tipos de solo, a
distribuição da rede de drenagem, os diferentes tipos de processos erosivos, a formação de
aqüíferos subterrâneos e outros elementos que interferem na organização e na ocupação das
paisagens. Apesar do importante papel dos processos geológicos, na estruturação das
paisagens, outros processos também são importantes nesse processo, tais como: a dinâmica
climática, a morfogênese, a pedogênese e a ação antrópica.
A chapada Uberlândia/Uberaba, onde se encontra a área estudada, a Bacia do Alto
Uberabinha, pode ser considerada uma área residual de um processo erosivo generalizado
ocorrido no Terciário, denominado superfície “Sul-Americana”. Como foi mencionado
29
anteriormente, a evolução geológica, por si só, não explica a origem e a estruturação das
paisagens, através do tempo. Enquanto os eventos geológicos ocorriam, havia certas
condições climáticas que também interferiam na evolução do modelado.
A geologia, na Bacia do Alto Uberabinha, está representada pela cobertura detrítico-
laterítica, recobrindo os arenitos da Formação Marília do Grupo Bauru. Subjacente aos
Arenitos Marília estão presentes os basaltos da Formação Serra Geral (Grupo São Bento). A
cobertura detrítico-laterítica que recobre as superfícies de topos planos é considerada, por
muitos autores, como sendo formada de sedimentos mais jovens (Cenozóico), terciários ou
quaternários, cuja identificação é controvertida. Radambrasil (1983) e Nishiyama (1989)
mapearam essa cobertura como sedimentos do Terciário e/ou Quaternário. Feltran Filho
(1997) considera que essa cobertura seja do Cretáceo. Para esse autor, os sedimentos
encontrados recobrindo o material considerado da Formação Marília são alterações in situ do
próprio Marília.
Essa cobertura mais jovem quase sempre apresenta uma forma inconsolidada, de
constituição bastante variável, desde níveis rudáceos até solos argilosos. Por isso, essas
coberturas são de difícil caracterização quanto a sua origem e evolução.
Segundo Nishiyama (1989), nos topos dos chapadões, a Formação Marília apresenta-
se, predominantemente, nas cores róseas e esbranquiçadas, com fácies argilosa ou siltosa,
intercaladas por conglomerados ferruginosos e lentes de calcário.
Os basaltos da Formação Serra Geral afloram a partir do médio curso do rio
Uberabinha, sendo o último derrame identificado no nick point da cachoeira de Sucupira, fora
da área de estudo. Desse trecho, no sentido a jusante, o Rio Uberabinha estabelece o seu leito
sobre os basaltos, até desaguar no remanso do lago da hidrelétrica de Itumbiara, no Rio
Araguari.
30
Assim como a geologia, o clima é outro fator importante na estruturação das
paisagens. O clima da área estudada é tropical, com dois períodos bem definidos: um seco no
inverno e outro chuvoso no verão; característica mais marcante que define o clima da região
como tipicamente tropical. Feltran Filho (1997) analisou o clima do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba com base nos dados de temperatura e de precipitação de 15 anos, em diferentes
localidades e altitudes. Com base nos seus relatos, as massas de ar que exercem maior
influência na região são a Tropical e a Polar Atlântica.
Segundo o autor, a Tropical Atlântica domina a região no verão, de setembro a março,
quando ocorre a concentração das precipitações, graças ao aquecimento continental, que
causa instabilidade do tempo na região e que, ao mesmo tempo, inibe o avanço da massa
polar. No inverno, de abril a agosto, o tempo fica estável, com céu limpo e intensa radiação
solar. A umidade do ar, nessa estação, é baixa, os dias são quentes, as noites mais frias; além
disso, ocorre o avanço e a penetração da massa Polar, provocando chuviscos ocasionais.
Outro aspecto importante está relacionado à intensidade das chuvas. Chuvas
excepcionais foram registradas em meses em que, normalmente, o volume de precipitação é
menor. Essas chuvas mais intensas, se ocorrem no início do período chuvoso, causam graves
danos ao meio ambiente, pois é nessa época que os solos estão sendo preparados para o
plantio. Com os solos expostos, as chuvas torrenciais desencadeiam e aceleram processos
erosivos, com destaque para a intensificação de erosão laminar. Esses fatos evidenciam que
as chuvas podem ser consideradas um agente importante nos processos morfogenéticos e na
estruturação da paisagem.
Os eventos climáticos atuantes, o material de origem, o tempo geológico, o relevo e os
organismos são os fatores principais que determinam a pedogênese e a evolução dos solos.
Estes vão condicionar o desenvolvimento das espécies da flora e da fauna.
31
Na área de estudo, encontram-se, predominantemente, os Latossolos Vermelho-
Amarelos, que são originados das rochas sedimentares da Formação Marília. Entre estes solos
são encontrados espessos pacotes de solos hidromórficos, Gley Húmico Álico e Distrófico
(FELTRAN FILHO, 1997), que margeiam os cursos d’ água e ocorrem nos topos planos em
lagoas e em campos de murundus.
A vegetação natural da bacia do Alto Uberabinha foi bastante alterada. No que ainda
restou da vegetação natural, são encontrados remanescentes de matas, de Cerrado Stricto-
sensu e das diferentes fisionomias do Cerrado. As matas ocorrem associadas aos cursos
d’água, próximas às suas margens e no entorno das cabeceiras dos cursos d’água,
freqüentemente relacionadas a solos com maior disponibilidade hídrica e com maior
fertilidade natural.
O Cerrado, no seu sentido restrito, com árvores tortuosas de porte médio a baixo, com
cascas grossas, foi quase totalmente substituído pela agricultura. Restam algumas áreas
remanescentes nas reservas legais das propriedades e em uma reserva estadual “Horto
Florestal de Eli”, nos divisores das bacias do Uberabinha, do Beija-Flor e do Rio Claro.
As fitofisionomias Campo Cerrado e Campo Sujo, formações florestais compostas por
gramíneas densas e arbustos esparsos, também estão representadas na área de estudo. Elas
ocorrem como cobertura dos campos de murundus os sistemas úmidos associados à
superfícies planas das chapadas com ou sem lagoas temporárias e às margens dos cursos
d’água. Outra fitofisionomia do Cerrado, presente na área de estudo, é o Campo Limpo, que
recobre os campos de várzea, os campos higrófilos e os campos de murundus. Os Campos
Limpos são encontrados também, sazonalmente, nas lagoas temporárias ou em processo de
ressecamento por drenos artificiais.
32
Atualmente a cobertura vegetal predominante na bacia do Alto Uberabinha é
originária da ocupação antrópica, representada pela silvicultura de pinus e eucalipto, pelas
culturas anuais (soja, milho, cana-de-acúcar) e pelas pastagens plantadas.
Na área estudada podem ser identificados, pelo menos, dois arranjos paisagísticos
definidos com base na compartimentação topográfica, na composição e uso da estrutura
superficial da paisagem e na sua dinâmica: a “superfície de chapada”, superfícies quase
planas com pequeno desnível topográfico, entrecortada por canais fluviais, e áreas onduladas
com planícies aluvionares.
Segundo Schneider (1996), a chapada ocupa quase a totalidade da área de estudo.
Morfologicamente, ela se caracteriza pela homogeneidade fisionômica dada pela topografia
muito plana, típica dos chapadões, onde os largos interflúvios ocorrem entre canais de
drenagem rasos, cujas vertentes apresentam declividade menores que 2%, com amplas áreas
hidromórficas, bastante espaçadas entre si.
As chapadas, conforme a designação dada por Schneider, 1996, são caracterizadas por
superfícies tabulares originadas do desenvolvimento de feições erosivas sobre camadas
horizontais de rochas sedimentares do Grupo Bauru, superpostas aos derrames basálticos.
A estruturação geológica da área das chapadas favoreceu a permanência das formas
tabulares, pouco trabalhadas pela erosão. Esse fato é claramente percebido nas bordas
escarpadas, ravinadas e festonadas que a delimitam. Fácies conglomeráticas e carbonatadas da
Formação Marília e níveis limoníticos retardam a ação erosiva da borda escarpada pelas águas
pluviais.
Os limites das áreas de topos planos (chapadas) são de difícil delimitação ao Sul, onde
o divisor das águas das bacias do Rio Uberabinha, do Ribeirão Beija-Flor, do Ribeirão da
Rocinha e do Rio Claro é caracterizado como uma área extremamente plana.
33
Nos locais em que ocorreram as capturas de drenagem atribuídas ao Rio Tijuco e seus
afluentes, na borda Sudoeste da chapada, percebe-se os efeitos da erosão, que avança na
direção das superfícies tabulares. Graças ao gradiente hidráulico, extremamente diferenciado,
a energia recebida pelo Rio Tijuco, após a captura de um curso d’água da superfície de
chapada, é muito superior à energia do topo da chapada, onde os cursos d’água ainda estão
entalhando e definindo o seu talvegue, a exemplo do Ribeirão Beija-Flor e do próprio Rio
Uberabinha.
Por meio da interpretação das imagens de satélite da área, percebe-se que a erosão da
borda da chapada é o principal processo responsável pela redução das superfícies das
chapadas. A ação da erosão sobre as superfícies tabulares pode ser evidenciada pelas diversas
capturas de drenagem que já ocorreram, ou estão em pleno desenvolvimento.
A erosão remontante, nas bordas dos chapadões, com grande poder erosivo e de
transporte de sedimentos, desgasta com maior rapidez os profundos horizontes de solos,
capturando também o nível freático local. A nova configuração da drenagem que se
estabelece com a captura de um curso d’água, cria um desnível topográfico acentuado entre
as duas drenagens nas bordas escarpadas, o que favorece a escavação profunda das camadas
sedimentares da Formação Marília. A partir desse processo, a erosão remontante avança
sobre os pacotes sedimentares e, assim, reduz a distribuição areal das chapadas. A ação da
erosão remontante, nas bordas das chapadas, e as capturas de drenagem evidenciam que essas
superfícies já foram bem maiores do que se apresentam hoje.
Segundo King (1956) apud Feltran Filho,
Os topos das chapadas representam os testemunhos mais preservados de um
processo erosivo generalizado, ocorrido no Terciário, denominado de
superfície ‘Sul Americana’.
(1997, p.24)
34
O processo de captura superficial e subterrânea pode resultar na diminuição da vazão
dos cursos d’água da superfície da chapada. Por outro lado, irá aumentar o volume de água
nos cursos capturantes.
A superfície da chapada do Uberabinha possui relevo tabular a suavemente ondulado,
com interflúvios amplos os quais originam vertentes longas e suavemente convexizadas. Os
vales são rasos e ocupados por extensos campos úmidos, onde ocorrem os solos
hidromórficos e orgânicos. Campos de murundus ocorrem em áreas depressionárias, ou
margeando os canais fluviais. Ocorrem lagoas, conectadas ou não à rede de drenagem local,
que é esparsa e apresenta uma densidade pequena de canais. Geralmente, as nascentes
ostentam uma forma semi-circular e ocorrem em áreas levemente deprimidas que, pela
composição argilosa de seu substrato, possibilitam a concentração de água sob a forma de
pequenas lagoas ou campos úmidos.
De um modo geral, na Bacia do Alto Uberabinha, os canais de drenagem subsidiários
apresentam o padrão predominantemente retilíneo; porém, o Rio Uberabinha ostenta, na área
de estudo, o padrão meandrante. A rede fluvial apresenta formas geométricas retangulares,
com ângulo reto na confluência do rio principal com a maioria de seus afluentes.
Em alguns trechos, a drenagem principal assenta-se sobre camadas limoníticas e
linhas de seixos, originando, nesses trechos, maiores velocidades de corrente. Em grande
parte do ano, os cursos d’água que fazem parte da bacia do alto curso do Rio Uberabinha
apresentam reduzida turbidez, em razão da baixa concentração de sedimentos.
As áreas úmidas são feições comuns na área de estudo. Preferencialmente, essas áreas
localizam-se nas porções topograficamente mais elevadas, onde predomina o relevo suave, e
nas vertentes fluviais, circundando os cursos d’água. As áreas úmidas são caracterizadas por
extensas superfícies nas quais se verifica a saturação hídrica permanente, em razão da
exsudação da água da zona saturada. As áreas úmidas assumem feições diferenciadas na área
35
de estudo: campos de murundus de topo, associados ou não a lagoas temporárias; campos de
murundus de encosta e campos de várzea.
Durante o verão, em razão do elevado índice pluviométrico que incide entre
novembro e março, verifica-se elevação do nível do nível freático e conseqüente formação
das lagoas intermitentes, associadas a campos de murundus. Porém, no período de secas, que
se estende de abril a setembro, com o rebaixamento gradual do nível freático, as lagoas
desaparecem do cenário local. Suas formas são predominantemente circulares; porém, podem
mostrar contornos ovalados quando não estão conectadas à rede de drenagem e em forma de
pingente quando estão conectadas à rede de drenagem. Tais lagoas intermitentes
desenvolvem bordas suaves e fundos chatos e apresentam acúmulo de matéria orgânica
vegetal, em seus interiores.
Schneider (1996) e Feltran Filho (1997) realizaram estudos detalhados das lagoas
temporárias, associadas a campos de murundus. Para os referidos autores, o estudo da
estrutura, origem e evolução é um importante fator para o conhecimento da evolução dos
topos das chapadas, uma vez que partem do pressuposto de que a esculturação do modelado
se deu a partir da sua formação. Feltran Filho (1997) destaca que as lagoas foram objetos
de estudos de diversos pesquisadores. Mas, até hoje, a gênese de suas formações ainda não
está totalmente esclarecida.
Nishiyama (1989) e Schneider (1996) associaram a origem dessas lagoas a uma
gênese geoquímica. As depressões seriam originadas da dissolução de rochas carbonáticas
em profundidade, o que provocou o abatimento das camadas superiores. Para
RADAMBRASIL (1983) apud Feltran Filho (1997), as depressões de topo são resquícios de
uma drenagem endorréica, formada em clima mais seco, com pouca quantidade de água,
localizada em superfície de difícil escoamento.
36
Schneider e Silva (1991) fazem uma relação entre o enchimento das lagoas e o nível
do lençol freático. De maio de 1988 a dezembro de 1990, os autores mensuraram os níveis do
lençol freático próximo a uma lagoa localizada nas cabeceiras do Córrego Fortaleza, afluente
da margem direita do rio Uberabinha. Os dados obtidos mostraram uma íntima relação entre
os períodos secos e chuvosos. Concluíram os pesquisadores que o nível de água nas lagoas
depende, diretamente, da oscilação do lençol freático.
Para Feltran Filho (1997), é prematuro afirmar que apenas a oscilação do nível
freático é responsável pela presença ou não de água nas lagoas. Segundo esse autor, devem
ser considerados outros aspectos como o escoamento superficial e as diversas etapas de
evolução dessas feições.
Outra feição predominante nas áreas de Campos Hidromórficos são os campos de
murundus, também regionalmente chamados de covoais, podendo ser encontrados nas
depressões dos topos, nas cabeceiras de drenagem e nas margens dos cursos d’água. Eles são
caracterizados por elevações arredondadas que vão de alguns centímetros a mais de um metro
de altura, regularmente distribuídos no terreno, dando ao relevo uma característica de
pequenos montículos, circundados por áreas planas e mais baixas. Segundo Schneider (1996),
os “covoais” destacam-se na paisagem plana, graças aos seus aspectos “encalombados” ou
rugosos. Nas áreas de murundus, a vegetação predominante é composta por gramíneas e
ciperáceas, sendo que, nos montículos, dependendo da altura do murundu, a possibilidade
de desenvolvimento de arbustos e árvores de pequeno porte.
Schneider faz uma descrição dos campos de murundus que ocorrem nas depressões
fechadas nos topos das camadas tabulares.
(...) ocorrem em depressões rasas, que nesta área variam de centenas a
milhares de metros de diâmetro, de fundo plano, fechadas, arredondadas ou
alongadas, sujeitas à inundação sazonal decorrente da elevação. Fazem
lembrar dolinas rasas de aspecto enrugado pelos montículos que, em geral,
circundam a área central mais deprimida e plana. Elas normalmente
37
tornam-se alagadas no final da estação chuvosa, quando apenas os
murundus afloram na superfície como ilhotas. Não raro ocorrem mini
depressões dentro dessas maiores onde formam-se lagoas arredondadas
temporárias, com diâmetro que variam de dezenas a centenas de metros.
Segundo nossas verificações de campo, essas pequenas lagoas ocorrem
sobre bancadas de concreções ou couraças ferruginosas em subsuperfície.
(1996, p.44)
Os campos de murundus também são feições comuns nas extensas planícies de
inundação do rio Uberabinha. De maneira semelhante àqueles situados nos topos planos,
estes também passam por encharcamentos sazonais relacionados às oscilações do nível do
lençol freático. No período seco do ano, os campos de murundus ficam completamente
expostos, porém, no período chuvoso, sofrem alagamento que os deixam parcialmente
submersos.
Penteado-Orellana (1970), em seu estudo Microrrelevos associados a térmitas no
Cerrado”, destaca que a origem das microformas, denominadas murundus, está relacionada
com as oscilações climáticas do Quaternário. Segundo a autora, numa primeira fase, sob
clima seco acentuado ou semi-árido, ocorreu a pediplanação de antigos assoalhos aluviais e a
formação de depósitos correlativos. Na segunda fase, com o retorno da umidade, sob clima
tropical, ocorreu o início da incisão vertical dos canais e preenchimento do antigo vale por
sedimentos finos argilo-arenosos; sendo a primeira fase de instalação dos cupins sobre as
encostas. Em uma terceira fase, com o retorno do clima árido ou semi-árido, voltou a
predominar o intemperismo mecânico, degradando os depósitos feitos na fase úmida anterior
e formando rampas de colúvio nas bordas das planícies aluviais. Esse ambiente seria propício
para a instalação dos termiteiros. Com o retorno da umidade (época atual) a pedogênese volta
a predominar, assim como a verticalização dos vales. Nesse período, a erosão passa a recortar
antigas rampas em torno de árvores do cerrado, cujas raízes e/ou cupinzeiros funcionavam
como ‘cimento orgânico’, proporcionando maior resistência à erosão, originando os
montículos. Segundo a autora:
38
De acordo com essa análise evolutiva os montículos ‘murundus’ nada mais
são do que antigas rampas coluviais e paleossolos, seccionados por
reentalhamento erosivo comandado pelo aprofundamento do canal principal,
a partir da instalação da atual fase úmida mais ou menos de 2.500 anos atrás.
(1970: 66-67)
A origem desses campos pode estar associada à origem das lagoas temporárias.
Ambos estão localizados em áreas levemente deprimidas, com formas circulares ou
alongadas. A presença dos solos hidromórficos e orgânicos, em ambas as feições, indicam a
presença da água na maior parte do ano, evidenciando a sua influência nas transformações
físico-quimícas dos constituintes dos solos e das rochas do local.
Os sedimentos da Formação Marília, presentes na área, apresentam níveis com
cimentação carbonática e camadas de calcário. Diante desse fato, as depressões podem ser
originárias de abatimentos das camadas superficiais, devido à dissolução do carbonato de
cálcio das litologias sedimentares subjacentes. Na área de ocorrência das depressões, assim
como na maior parte da área estudada, os solos são bem estruturados, possuem boa
porosidade e permeabilidade, de maneira que a água percola com facilidade, até atingir as
litologias sedimentares subjacentes e, assim, possibilita os processos geoquímicos de
dissolução dos carbonatos, em profundidade.
A origem dos montículos, nos campos de murundus, foi bastante discutida em
Schneider (1996). A autora procurou, com base em trabalhos prévios, realizados por Araújo
Neto (1981) e Oliveira Neto (1988), fazer uma correlação entre esses trabalhos e os campos
de murundus da bacia do Rio Uberabinha. Sintetizando as observações da referida autora, a
origem dos montículos está relacionada a três possíveis origens: os murundus seriam
originários de pequenas elevações residuais em vertentes que, posteriormente, teriam sido
colonizadas por insetos (térmitas); a origem dos montículos estaria relacionada à ação de
cupins (térmitas) que acumularam, sobre a superfície, o material retirado para a construção
dos termiteiros; o murundu é o resultado de um processo cumulativo, oriundo do trabalho das
39
primeiras formigas e cupins, proporcionando certa base estrutural para a instalação e
construção de novos termiteiros que, ao final desse processo, dão a forma ao montículo.
Os campos de murundus estão associados a áreas com predominância de argila, em
cores que variam de cinza claro a branca resultante da hidromorfia. Por serem áreas com
drenagem deficiente, pela baixa permeabilidade das camadas de solo ou rochas subjacentes,
são consideradas áreas que acumulam água na superfície.
São encontradas, também, outras feições de campos úmidos, nas áreas mais elevadas
do modelado. Existem amplas superfícies úmidas, as quais podem estar localizadas próximas
às nascentes ou margeando os cursos d’água. Essas áreas são compostas, basicamente, do
mesmo material argiloso e gleizado, encontrado nos outros sistemas úmidos.
Borges (2001), em estudo da gênese dos latossolos das chapadas do Oeste Mineiro,
destacou que as principais características morfológicas estão relacionadas com a acentuada
espessura vertical do perfil; homogeneidade de cor e textura entre os horizontes; textura
muito argilosa; estrutura granular pequena no horizonte A1 e em blocos subangulares grandes
e muito grandes, para os demais horizontes; e porosidade expressiva, apresentando pedotubos
no horizonte A1.
Ainda segundo Borges (2001), as pesquisas de Frascoli (2000), EMBRAPA (1982),
Neufeldt (1989) e Corrêa (1989), nas áreas de topo das chapadas do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, em altitudes acima de 900 m, mostraram uma certa correlação quanto às
características morfológicas, físicas e química dos solos. Ambos classificaram os solos dos
topos das chapadas do Oeste Mineiro como Latossolos Vermelho-Amarelos (EMBRAPA,
1999), em altitudes acima de 900 m, e como Latossolos Vermelho distróficos (EMBRAPA,
1999), em altitudes abaixo de 900 m, sendo que a única característica morfológica que difere
esses tipos de solos diz respeito à cor; as demais características são similares. Estes solos têm
40
como minerais predominantes na fração argila a caulinita, a gibsita e, em proporções
menores, a hematita e a goethita (Borges, 2001).
Os solos das chapadas do Oeste Mineiro são muito argilosos, apresentando cerca de
60% de argila nos horizontes superficiais e em torno de 80% de argila nos horizontes mais
profundos (Feltran Filho, 1997). São solos ácidos e pobres em nutrientes, com pH oscilando
entre 4,0 e 5,8 e crescente em profundidade. Segundo o autor acima, estão presentes os solos
Gley Húmico Álico e Distrófico (Glei pouco Húmico Álico, EMBRAPA, 1999), nas margens
dos cursos d’água e nos campos úmidos de topo.
Borges (2001) propôs uma seqüência de eventos que teriam proporcionado a formação
dos solos das chapadas do Oeste Mineiro. Segundo a autora, ao final do Cretáceo, graças ao
soerguimento generalizado da área, cessa a sedimentação da Bacia Sedimentar do Paraná,
sendo que esse processo foi mais intenso na porção marginal da bacia, incluindo áreas pré-
cambrianas adjacentes. Esse soerguimento, possivelmente, teria ocorrido no início do
Terciário (Paleoceno). Em um clima seco, o conjunto formado pelas rochas cristalinas dos
Grupos Araxá e Canastra; sedimentar das Formações Marília e Uberaba (Grupo Bauru); e
eólicas da Formação Botucatu e ígneas da Formação Serra Geral (Grupo São Bento), após o
soerguimento epirogenético, passou a fornecer sedimentos para porções mais internas da
bacia, que atualmente constituem a cobertura cenozóica da chapada Uberaba-Araguari. Com
o retorno do clima úmido, a área passa a receber sedimentos de natureza flúvio-lacustres
completando a sedimentação terciária. A autora destaca que os atuais solos das chapadas do
Oeste Mineiro resultam da pedogênese desses sedimentos.
41
1. REVISÃO CONCEITUAL
Para o desenvolvimento desta pesquisa foi necessário fazer um resgate de conceitos
básicos relacionados aos estudos hidrológicos. Coelho Netto (1995) destaca que os estudos
hidrológicos são de natureza interdisciplinar e que vêm despertando o interesse de diversos
especialistas em áreas do conhecimento, graças à necessidade de buscar as bases para a
previsão, não apenas de processos hidrológicos, mas também de outros fenômenos
associados, como, por exemplo, a ciclagem de nutrientes, estabilidade das encostas,
quantidade e qualidade da água, entre outros.
Em razão de, nesta pesquisa, terem sido destacados os movimentos da água na bacia
hidrográfica do Alto Uberabinha, a revisão conceitual tratará dos componentes do ciclo
hidrológico e das principais características de uma bacia hidrográfica, destacando o papel da
bacia hidrográfica como unidade sistêmica de planejamento e gestão.
1.1. O Ciclo Hidrológico
O ciclo hidrológico representa o comportamento natural da água em relação a sua
ocorrência, circulação e distribuição na Terra, assim como as relações e transformações que
42
condicionam a evolução da vida no planeta. A água é o componente fundamental para a
dinâmica da natureza, participando, dinamizando e impulsionando todos os ciclos ecológicos.
O conceito de ciclo hidrológico, que surge apenas no século XVII, é universal, e sua
origem é de difícil elucidação. Sabe-se que o homem sempre foi dependente da água e que
ela sempre foi força propulsora de toda a humanidade.
Antes disso, no século XVII, pensava-se que as águas que brotavam nas nascentes não
poderiam ter sua origem relacionada às precipitações, pois a quantidade de água precipitada
não seria suficiente para abastecer as nascentes e as formações superficiais eram consideradas
impermeáveis, não permitindo a infiltração das águas pluviais. Posteriormente, surgiram
outras teorias que defendiam a existência de cavernas subterrâneas que abasteciam as fontes;
e outras, que defendiam a idéia de que as fontes eram abastecidas pelos oceanos, através de
canais subterrâneos. O italiano Leonardo Da Vinci (1452-1519) e o francês Bernard Palissy
(1509-89) criaram a Teoria da Infiltração e as bases para o conceito de ciclo hidrológico.
Posteriormente, Pierre Perrault (1608-80) consegue medir a transformação da precipitação
em vazão, estimando a vazão do Rio Sena como sendo de 1/6 da precipitação da bacia.
(www.wikipédia.org).
A partir de então, o conceito de ciclo hidrológico foi sendo estudado, até ser
universalmente conhecido e aceito. Atualmente, o ciclo hidrológico representa todos os
caminhos percorridos pela água no planeta, e nessa representação são descritos todos os
processos, inclusive a possibilidade de quantificação da água envolvida.
A Hidrologia é a ciência que estuda a água na Terra, desde sua composição química e
suas propriedades físicas até suas relações com a distribuição da vida. Dessa forma, a
Hidrologia é uma ciência que mantém uma interface com as demais ciências naturais, como a
Climatologia, a Geomorfologia, a Geologia, as Engenharias, a Geografia, o Planejamento, o
Paisagismo, a Pedologia, a Agronomia, a Biologia, entre outras. Essa gama de áreas afins
43
evidencia a importância do conhecimento dos processos hidrológicos na previsão e solução
de problemas ambientais diversos.
A água ocorre na natureza nos estados líquido, sólido e gasoso. A água líquida é
importante nos estudos hidrológicos e participa da maior parte dos processos que compõem o
ciclo hidrológico. A água, nesse estado está presente na atmosfera, formando as
precipitações; na superfície é encontrada nos oceanos e corpos d’água e, em subsuperfície,
está na solução do solo e nos aqüíferos subterrâneos. No estado sólido, a água compõe as
geleiras da Terra e as precipitações de neve e granizo. No estado gasoso, a água é encontrada
na atmosfera e, próxima à superfície, na forma de neblina. (Fig 2).
Segundo Coelho Neto (1995), os oceanos constituem importantes reservatórios de
água, armazenando 97% das águas da Terra; as geleiras são formadas por aproximadamente
2,1% de água, sendo que as águas subterrâneas totalizam 0,7%. Dos 0,2% de água restantes,
0,016% vão compor os lagos doces e salinos, 0,005% correspondem à umidade do solo; na
atmosfera encontra-se 0,001%; na biosfera, cerca de 0,002% e os rios representam 0,00009%
da água da Terra. O total de evaporação da água da Terra e o total precipitado são
equivalentes, mostrando que não há perdas no balanço hídrico global.
O ciclo hidrológico traduz os movimentos e as mudanças de estado da água, cujos
fenômenos básicos são a evaporação e a precipitação. Segundo Braga et al (2005), a umidade
atmosférica é reposta em média quarenta vezes por ano, implicando um tempo de residência
dessa umidade de aproximadamente nove dias. A velocidade de troca no ciclo hidrológico é
muito grande. Nos oceanos, a evaporação excede a precipitação e, nos continentes, ocorre o
oposto, evidenciando que grande parte da água da chuva, nos continentes, tem sua origem na
evaporação dos oceanos. Essa circulação que ocorre com o vapor de água é de fundamental
importância para o clima de diversas regiões, pois dela depende a distribuição da precipitação,
nas diversas partes do mundo.
44
Figura 2. Ciclo hidrológico. Ev = evaporação; ET = evapotranspiração; CD = condensação;
P = precipitação; I = infiltração; ESs = escoamento subsuperficial; ESp = escoamento
superficial; NF = nível freático. Adaptado de COELHO NETO, 1995.
Chorley (1978) destaca que Horton (1933) foi o primeiro estudioso a definir na
totalidade, o modelo clássico da hidrologia de encostas, nos termos de sua teoria de
escoamento superficial. A visão central de sua análise era a de que a superfície do solo atua
com uma peneira, capaz de separar precipitação em dois componentes:
The surface of a permeable soil acts like a diverting dam and head-gate in a
stream… with varying rain-intensity all of the rain is absorbed for4
intensities not exceeding the infiltration capacity, while for excess rainfall
there is a constant rate of absorption as long as the infiltration capacity is
unchanged. As in the case of the dam and head-gate, there is usually some
pondage which remains to be disposed of after the supply to the stream is cut
off, so in the case of infiltration, surface-detention remains after rain ends.
Infiltration divides rainfall into two parts, which thereafter pursue different
courses through the hydrological cycle. One part goes via overland flow and
stream-channels to the sea as surface runoff. The other goes initially into the
soil ante thence through the groundwater flow again to the stream or else
inteturned to the air by evaporative processes. The soil therefore acts as a
separating surface and the author believes that various hydrologic problems
ar simplified by starting at this surface and pursuing the subsequante course
of each part of the rainfall as so divided, separately (CHORLEY, 1978, p.1).
45
1.1.1. A precipitação
A precipitação, a partir do momento que atinge o solo, é o elemento básico em estudos
hidrológicos. Ela pode se dar em forma de chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada.
Mas são as precipitações em forma de chuvas que mais contribuem para o regime hidrológico
de uma região.
As precipitações têm sua origem na umidade atmosférica, segundo processo de
circulação dessa umidade. O ar úmido da parte inferior da atmosfera é aquecido por
condução, torna-se mais leve e sobe. Essa ascensão faz com que o ar se resfrie em cerca de
1ºC a cada 100 m, até atingir o nível de condensação. Dependendo das condições, e com a
existência de núcleos higroscópicos, o vapor d’água condensa, formando minúsculas gotas
em torno desses núcleos. Essas gotas permanecem em suspensão até crescerem o bastante
para vencer a resistência do ar e se precipitarem. (VILLELA, 1975).
O conhecimento da distribuição e das variações das precipitações, no tempo e no
espaço, é um fator importante para os estudos hidrológicos. Esses dados são utilizados para
se determinar o balanço hídrico de uma bacia hidrográfica. A precipitação média sobre uma
bacia pode ser calculada, utilizando-se os seguintes métodos: o método aritmético, o método
de Thiessen e o método de isoietas (VILLELA, 1975). O método aritmético é o mais simples
e pode ser utilizado em áreas de relevo suave, cujas medidas variam pouco, sendo a
aparelhagem distribuída, uniformemente, pela bacia. Esse método determina a média
aritmética entre as diversas quantidades medidas na área de estudo.
O método de Thiessen é utilizado quando uma distribuição igualitária dos
equipamentos de medida de chuva. São atribuídos pesos para os totais de chuva recolhidos
em cada aparelho, com base na área de influência de cada um. São elaborados mapas da bacia
46
onde as áreas de influência são demarcadas e os pontos adjacentes são unidos por linhas retas
e, depois, são traçadas mediatrizes dessas retas, originando os polígonos, cujos lados são os
limites das áreas de influência de cada ponto de medida de chuva. A precipitação média é
calculada pela média ponderada entre a precipitação de cada ponto e o peso a ela atribuído
(VILLELA, 1975). A fórmula pode ser expressa da seguinte forma:
sendo,
Ћ – precipitação média
Ai – Área total da bacia
P
i
– precipitação de cada ponto
A
i
– Área de influência de P
i
Segundo Villela (1975), o método das isoietas é o mais preciso para calcular a
precipitação média de uma bacia hidrográfica. Nesse método, são necessários mais pontos de
medidas de chuvas, para determinar as curvas de igual precipitação. Para calcular a
precipitação média sobre a área estudada, deve-se ponderar a precipitação média entre as
isoietas (curvas de igual precipitação). Assim, é calculada a média entre duas isoietas
sucessivas, multiplicando pela área entre as isoietas e dividindo pela área total, ou seja:
sendo,
h
i
: valor da isoieta de ordem i
h
i+1
: valor da isoieta de ordem
i+1
A
i
: área entre duas isoietas
A: área total
47
A precipitação que cai sobre a superfície terrestre toma caminhos diversos. A maior
parte fica, temporariamente, retida no solo onde caiu, e retorna à atmosfera por evaporação e
transpiração das plantas. Uma parte da precipitação escoa pela superfície do terreno ou
através do solo para os rios, e o restante infiltra-se até chegar aos lençóis subterrâneos.
Segundo Coelho Neto (1995), a precipitação é um importante fator-controle do ciclo
hidrológico e, conseqüentemente, da regulagem das condições ecológicas e geográficas de
uma determinada região. As quantidades relativas de precipitações (volume), seus regimes
sazonais (distribuição) e as intensidades das chuvas individuais (volume/duração) são
algumas das características que afetam o planejamento ambiental, em bacias hidrográficas.
As precipitações podem ser medidas por meio de pluviômetros (Fig. 3) ou
pluviógrafos. Os pluviômetros são instrumentos cilíndricos, coletores de chuvas que se
precipitam sobre a área do anel superior do cilindro, durante intervalos regulares de tempo. A
quantidade de água acumulada no interior do cilindro é lida com a ajuda de provetas
graduadas.
Figura 3. Pluviômetro
Fonte: Adaptado de COELHO NETO, 1995.
48
É utilizada a seguinte fórmula, para calcular a precipitação:
Sendo que:
P: altura de precipitação (mm)
R: raio de pluviômetro
r: raio da proveta
h: altura da coluna d’água na proveta.
Os pluviógrafos são instrumentos gráficos automatizados que registram,
continuamente, as alturas de chuvas, sua distribuição no tempo e intensidade (altura/tempo)
(COELHO NETO, 1995).
Parte da precipitação pode ser interceptada pela vegetação e retornar para a atmosfera
por evapotranspiração, durante e após as chuvas. Outra parte pode atravessar as copas das
árvores e arbustos e atingir o solo e, ainda, uma parte pode escoar pelos troncos (Fig. 4).
Figura 4. Componentes da interceptação: P = precipitação; ET = evapotranspiração; Ac =
armazenamento nas copas; At = atravessamento das copas; e Ft = fluxo nos troncos. Adaptada de
COELHO NETO (1995).
49
1.1.2 A evaporação e evapotranspiração
A evaporação e evapotranspiração são fatores importantes para o balanço hídrico de
uma área. São processos que transferem água da superfície para a atmosfera. A evaporação é
o processo pelo qual a água passa do estado líquido para o estado de vapor, em condições
naturais.
Chorley destaca que:
Classical hydrology treated both evaporation and evapotranspiration in
terms of empirical pan and botanical observation directyed towards the
abtaining of average amounts of ratios of water loss from standing water or
soil moisture so that subtractions from total precipitation could be made in
order to arrive at estimates of precipitation effective in producing runoff.
(1978:07).
O fenômeno da evaporação é explicado pela teoria cinética da matéria (VILLELA,
1975). A energia cinética (atração) entre as partículas varia dos sólidos para os líquidos, pela
amplitude de mobilidade das partículas. Dessa forma, nos sólidos, a energia cinética é bem
menor do que nos líquidos, e menor ainda do que nos gases. Quando ocorre a mudança do
estado líquido para o estado gasoso, um aumento da energia cinética das partículas. Para
isso, são necessárias algumas condições básicas, como existência de uma fonte de energia
(radiação solar, calor sensível da atmosfera) e existência de uma diferença entre a pressão de
saturação do vapor à temperatura da superfície e a pressão do vapor do ar.
Os processos de evaporação e evapotranspiração são influenciados por diversos
eventos meteorológicos. A temperatura da superfície, que é alterada pela quantidade de
radiação solar, aumenta a energia cinética das moléculas. Quanto maior o calor na superfície,
mais moléculas de água saem dela.
50
A umidade e a temperatura do ar também influenciam na evaporação e
evapotranspiração, pois condicionam a pressão de vapor do ar e fazem a ligação entre o ar da
superfície e o ar da atmosfera. Esses teores de umidade do ar vizinho à superfície podem ser
modificados pelo vento.
Para calcular a evaporação e a evapotranspiração de uma área, existem diversos
aparelhos e fórmulas, mas nenhum apresenta a precisão desejada. Existem dois métodos: os
métodos de estimativa e os métodos de medidas. Os métodos de estimativa são: o método
aerodinâmico, baseado na difusão do vapor; o método do balanço energético, baseado no
princípio da conservação da energia; os métodos combinados, que unem o método do balanço
energético com o método aerodinâmico; o método de Thornthwaite, que correlaciona dados
de evapotranspiração potencial, medida em evapotranspirômetros e em bacias hidrológicas,
com dados de temperatura média mensal e comprimento do dia; entre outros (VILLELA,
1975). Nos métodos de medidas são utilizados diversos instrumentos, como o evaporímetro
ordinário, os atmômetros e o evapotranspirômetro.
Como foi dito, quando a precipitação chega ao solo, pode ocorrer infiltração, que é
o movimento da água dentro dos horizontes do solo. São as características físicas dos solos
que definem o volume de chuva que vai infiltrar-se ou que vai escoar pela superfície. A água,
no solo, fica disponível para as plantas; parte dela pode voltar para a atmosfera, por
evapotranspiração, e parte pode infiltrar-se e recarregar os lençóis subterrâneos.
51
1.1.3 O Escoamento Superficial
O escoamento superficial é uma das fases mais importantes do ciclo hidrológico, pois
é a fase na qual o transporte e a ocorrência da água na superfície terrestre. O escoamento
superficial é a parte da água precipitada que se desloca, livremente, pela superfície, até o
canal fluvial. Os corpos d’água podem ser alimentados pelo excesso de precipitação que
escoa pela superfície e pela água subterrânea.
Atributos pedológicos, como constituição, estrutura e porosidade, são relevantes para a
infiltração da água da chuva. O arranjo estrutural das partículas que constituem os solos e os
tamanhos dessas partículas vai determinar os níveis de porosidade e a capacidade que o solo
tem de absorver a umidade (Fig. 05).
No processo de infiltração da água no solo, duas forças são atuantes: a força
gravitacional e a atração capilar. A força gravitacional favorece a infiltração vertical da água,
já a força capilar favorece a retenção da água nos poros e varia de acordo com o tamanho dos
poros. Os microporos apresentam maior resistência de força capilar.
52
Figura 5. Componentes do solo e arranjo espacial das partículas que controlam o tempo de viagem da
água no solo: a) estrutura granular; b) estrutura em bloco; c) estrutura prismática; d) estrutura em
placa. Fonte: COELHO NETO (1995
).
A capacidade de infiltração, segundo Coelho Neto, é regulada por diversas variáveis-
controle, tais como:
a) características físicas das chuvas a intensidade da chuva, junto com as
demais variáveis do solo, define o que entra e o que excede a capacidade de
infiltração; as chuvas mais intensas causam maiores impactos no solo
exposto, e os picos de chuva de longa duração preenchem o potencial de
estocagem e eventualmente conduzem os solos à saturação;
b) condições de cobertura dos solos a cobertura vegetal tende a aumentar
a capacidade de infiltração (...);
c) condições especiais dos solos se por um lado, a compactação pelo
impacto das chuvas e a selagem por partículas finas deslocadas pelo salpico
das gotas de chuvas promovem uma diminuição da água infiltrada, por
outro, o aumento da carga hidráulica na superfície ou das rachaduras de
ressecamento do solo ou do declive da superfície aumentam a infiltração;
d) condições de textura, profundidade e umidade antecedente do solo – estas
variáveis importam na definição da quantidade de água que poderá ser
estocada antes do o solo atingir a saturação: solos profundos e bem
drenados, com textura grosseira e grandes quantidades de matéria orgânica
apresentarão alta capacidade de infiltração; os solos rasos e mais
argilosos mostrarão baixas taxas e volumes de infiltração (...);
e) atividade biogênica no topo dos solos a formação de bioporos pela
atividade da fauna escavadora e do enraizamento dos vegetais aumenta a
capacidade de infiltração (...) (1995, p.120).
Dessa forma, a permanência da água no solo está relacionada com a força capilar.
Como os poros são vazios interconectados, e geralmente possuem tamanhos diferentes,
53
podem suportar certa pressão negativa ou sucção. À medida que essa pressão aumenta, a água
é sugada dos poros e substituída pelo ar, até que a água remanescente se restrinja aos
microporos, onde a força capilar é maior. Esse processo é responsável pela alteração do teor
de umidade do solo e o limite a que chega é chamado de capacidade de campo.
Se a água continuar a sair do solo, devido à extração da água pelas plantas, atingindo
valores menores do que a capacidade de campo, ocorrerá o murchamento da vegetação, que
não consegue mais retirar água dos microporos.
Ao contrário, quando a água é estocada no solo, ocorre aumento do teor de umidade. O
volume máximo de água que o solo pode estocar é dado pela porosidade. O grau de saturação
do solo é dado pela relação:
S = p
(água)
/ p
(vazios)
(%) sendo que,
S = grau de saturação
p = poros
À medida que o solo, gradativamente, torna-se saturado, a força capilar também é
proporcionalmente reduzida, até ficar neutra, com a saturação total do solo.
A Fig. 6 mostra a distribuição da água no solo, a partir do momento em que a água
chega à superfície terrestre e infiltra-se, atravessa áreas das formações superficiais, até chegar
aos lençóis subterrâneos.
54
Figura 6. Distribuição da água no solo. Adaptado de CAICEDO, 2004. Autor: Soares, 2007.
Em um primeiro momento, a água passa por uma zona do solo não saturada, ou zona
de aeração. Essa zona pode ser subdividida em zona de evapotranspiração, também chamada
de faixa da água do solo zona da água capilar ou faixa intermediária e franja capilar. Na zona
de evapotranspiração, parte da água infiltrada pode evaporar para a atmosfera, parte pode ser
utilizada no metabolismo das plantas e parte pode continuar descendo, no perfil do solo, até
chegar à zona da água capilar ou zona intermediária.
55
Na faixa da água do solo, a água é retida pela atração molecular e pela ação da
capilaridade, em embate com a força da gravidade. A atração molecular retém uma fina
película de água sobre a superfície das partículas do solo. A força capilar retém água nos
poros menores e quando a quantidade de água excede a capacidade de retenção, pela
capilaridade, é que a água passa a infiltrar-se.
Na faixa intermediária, ocorre o mesmo embate, entre a força capilar e a força
gravitacional. A água é retida, por capilaridade, até o limite, quando os poros vão se
saturando e as forças gravitacionais superam as forças capilares, ocorrendo percolação da
água, rumo à zona saturada.
A última parte da zona de aeração é uma faixa estreita e bastante dinâmica,
denominada franja capilar. Na franja capilar, a água está em constante movimento,
ascendente ou descendente, dependendo das condições meteorológicas locais e da quantidade
de água que se infiltra. A água que passa pela franja capilar vai recarregar a zona saturada ou
zona da água subterrânea. Esse limite entre a zona de aeração e a zona saturada é chamado de
nível freático, ou superfície livre da zona saturada, ou lençol de superfície livre, ou aqüífero
livre. Abaixo desse nível, a água é mantida nos poros do solo ou das rochas, formando os
aqüíferos subterrâneos.
1.1.4 Os aqüíferos subterrâneos
Os aqüíferos subterrâneos são unidades geológicas capazes de armazenar e distribuir
grandes quantidades de água sob gradiente hidráulico natural. A pressão hidráulica, em
56
determinado ponto do lençol freático, é igual a sua profundidade, podendo ser expressa em
metros, pela coluna de água ou pressão hidrostática.
Os aqüíferos possuem boa permeabilidade, dada por materiais com porosidade
interconectada. Existem unidades geológicas que são capazes de armazenar grandes
quantidades de água, mas não permitem boa movimentação dessa água. Essas unidades
geológicas são chamadas de aquitardes.
Os aqüíferos podem ser livres ou confinados (Figs. 7 e 8). Nos aqüíferos livres ou
freáticos, a água subterrânea está em contato direto com a atmosfera, por meio dos poros
interconectados. Se o aqüífero é limitado na sua porção superior por uma camada
impermeável ou por um aquitarde, ele é chamado de aqüífero confinado e, se a pressão de
confinamento for alta, o aqüífero pode ser artesiano, ou seja, descarregar água naturalmente
quando for seccionado por poços tubulares ou fraturamentos.
Quando um poço é perfurado, até encontrar um aqüífero confinado, a água se eleva no
poço até o nível do topo do aqüífero. Essa altura da lâmina de água representa a pressão
artesiana do aqüífero ou nível piezométrico. Quando a pressão hidrostática em um aqüífero
artesiano é capaz de elevar a água do poço acima da superfície do solo, o poço é chamado de
poço artesiano jorrante.
A velocidade do movimento da água subterrânea, ou permeabilidade, pode ser
calculada utilizando a Lei de Darcy, que expressa a velocidade macroscópica do fluxo d’água
no meio poroso, assumindo que o solo é uniforme e todas as variáveis representam funções
contínuas, no espaço e no tempo. Henry Darcy, engenheiro francês, demonstrou, em 1856,
que o escoamento da água através de uma coluna de areia saturada é proporcional à diferença
de pressão hidráulica nos extremos da coluna e inversamente proporcional ao comprimento da
coluna (VILLELA, 1997).
57
Figura 7. Aqüíferos. Adaptado de TUCCI, 2004. Autor: Soares, 2007.
Figura 8. Superfície livre levantada. Adaptado de TUCCI, 2004. Autor: Soares, 2007
58
Até hoje a Lei de Darcy é utilizada como princípio básico do fluxo da água
subterrânea. É expressa pela fórmula:
V = P h
1
– h
2
D
V: é a velocidade do escoamento
h
1
– h
2:
a diferença das pressões hidráulicas
d: a distância entre os pontos onde as pressões h1 e h2 foram medidas
P: é o coeficiente de permeabilidade
O coeficiente de permeabilidade depende do tamanho e arranjo das partículas, do
tamanho e tipo das superfícies fraturadas e fendilhadas. O coeficiente de permeabilidade é a
quantidade de água que atravessa a unidade de área da secção transversal do material poroso
na unidade de tempo, sob um gradiente hidráulico igual a 1, em uma temperatura dada
(EDWARD E. JOHNSON, 1969).
A diferença das pressões, dividida pela distância (d), é o gradiente hidráulico (I):
V = PI
A vazão do fluxo, segundo a Lei de Darcy, é dada pela fórmula:
Q = SV = PIS
Q: vazão do fluxo (m³/dia)
S: área da seção transversal atravessada pela água
P: Coeficiente de permeabilidade.
59
A água da chuva que se infiltra no solo pode circular nas encostas, assumindo rotas
diversas: fluxo superficial hortoniano, fluxo subterrâneo de base, fluxo subsuperficial da
chuva e fluxo superficial de saturação (COELHO NETO, 1995). Os fluxos da chuva são
gerados após as precipitações e, ao chegarem aos corpos d’água, aumentam sua vazão. Já os
fluxos de base mantêm-se durante os períodos secos, e são alimentados pelas águas
subterrâneas residuárias, que foram estocadas nas formações superficiais. Os fluxos de base
são responsáveis pelo abastecimento dos corpos d’água, nos períodos secos.
1.2. A Bacia Hidrográfica
As bacias hidrográficas são áreas definidas topograficamente, drenadas por um
sistema conectado de canais fluviais, até uma saída comum. Considerada como um sistema
hidrológico, a bacia hidrográfica tem sido amplamente utilizada para os estudos dos processos
que compõem o ciclo hidrológico.
As bacias hidrográficas contíguas, de qualquer hierarquia, estão interligadas pelos
divisores topográficos, formando uma rede que drena água, material sólido e dissolvido para
uma saída comum ou ponto terminal, que pode ser outro rio de hierarquia igual ou superior,
lago ou oceano. A bacia de drenagem é considerada um sistema aberto onde ocorre entrada,
que é o volume de água precipitado, e saída, que é o volume de água escoado pelo exutório.
Entre a entrada e a saída existem perdas intermediárias, que são os volumes evaporados,
transpirados e infiltrados profundamente. A energia é fornecida pela atuação do clima e da
tectônica locais, eliminando fluxos energéticos pela saída da água, sedimentos e solúveis
(Fig. 9).
60
O papel hidrológico da bacia hidrográfica é o de transformar uma entrada de volume,
concentrada no tempo - a precipitação - em uma saída de água de forma mais distribuída no
tempo - o escoamento (SILVEIRA, 2004).
Figura 9. Bacia Hidrográfica. Fonte: COELHO NETO (1995). Autor: Soares, 2007.
A bacia hidrográfica tem sido utilizada como unidade de planejamento e gestão,
compatibilizando os diversos usos e interesses pela água e garantindo a sua qualidade e
quantidade. Ela é uma unidade natural, cujo elemento integrador está representado pelos
canais de drenagem. A bacia é um referencial geográfico para a adoção de práticas de
planejamento ou de manejo e aproveitamento dos recursos naturais.
61
1.2.1 Fisiografia da Bacia Hidrográfica
Os dados fisiográficos de uma bacia hidrográfica são aqueles que podem ser medidos
diretamente ou expressos por índices. Geralmente eles são extraídos de materiais
cartográficos como mapas, fotografias aéreas, imagens de satélite e outros.
A bacia hidrográfica é contornada pelos divisores de águas, chamados divisores
topográficos. Além desse divisor, existe também o divisor de águas freático. O primeiro é
condicionado pela topografia e o segundo é determinado pela estrutura geológica, que vai
estabelecer os limites dos aqüíferos subterrâneos e o escoamento de base da bacia. Quando
esses divisores não são coincidentes, podem ocorrer fugas ou acréscimos de água
subterrânea, entre bacias contíguas.
De forma simplista, a bacia de drenagem é constituída por uma superfície fechada por
todos os lados, com apenas uma saída. O balanço hídrico em uma bacia hidrográfica pode ser
expresso pela expressão:
P – R – (E
s
+ E
g
) – (T
s
+ T
g
) – (G
2
– G
1
) = (S
s
_ S
g
) sendo que
P: precipitação E: evaporação T: transpiração R: escoamento superficial
G: escoamento subterrâneo I: infiltração S: armazenamento
g: abaixo da superfície do solo s – acima da superfície do solo.
As características físicas das bacias hidrográficas são elementos importantes para a
análise do comportamento hidrológico. A quantidade de água que pode chegar aos canais
62
fluviais depende da área da bacia, do total e regime das precipitações, das perdas por
evaporação, evapotranspiração e infiltração.
As bacias de drenagem podem ser classificadas de acordo com o escoamento global
em: exorreicas, quando drenam para o mar; endorreicas, quando drenam para o interior
(lagos, sumidouros); arreicas, sem estruturação em rede de drenagem; e criptorreicas, quando
as bacias de drenagem são subterrâneas.
A organização espacial dos cursos d’água é chamada de padrões de drenagem e
reflete a morfogênese e a litologia do local. Os principais padrões de drenagem são: o
dendrítico, também chamado arborescente, porque se assemelha à estrutura de uma árvore; o
em treliça, que possui um grande controle estrutural, e as confluências se dão em ângulos
retos; a drenagem retangular, com aspecto ortogonal, pela influência de falhas e diáclases; a
drenagem paralela, relacionada com forte controle estrutural; a drenagem radial, relacionada
com domos ou depressões topográficas; a drenagem anelar, com padrão que se assemelha a
anéis; e a drenagem irregular, por meio da qual ocorrem bloqueios ou erosões
(CHRISTOFOLETTI, 1974).
Diversos autores dedicaram-se ao estudo das bacias hidrográficas. O precursor desses
estudos foi o engenheiro hidráulico Robert E. Horton que, em 1945, publicou “Erosional
development of strems and their drainage basins; hydrophysical approach to quantitative
morphology”. Trata-se de um estudo importante, por intermédio do qual foram estabelecidas
as leis que regem a evolução das bacias hidrográficas, por meio da quantificação. Os
trabalhos de Arthur N. Strahler (1952, 1957) também foram significativos para a evolução
dos conhecimentos sobre a análise de bacias hidrográficas (CHRISTOFOLETTI, 1974).
Robert E. Horton foi o primeiro a propor uma metodologia para a classificação das
bacias hidrográficas. Crhistofoletti (1974) destaca que:
Para Horton, os canais de primeira ordem são aqueles que não possuem
tributários; os canais de segunda ordem somente recebem tributários de
63
primeira ordem; os de terceira ordem podem receber um ou mais tributários
de segunda ordem, mas também podem receber afluentes de primeira
ordem; os de quarta ordem recebem tributários de terceira ordem e,
também, os de ordem inferior. E assim sucessivamente. Todavia, na
ordenação proposta por Horton, o rio principal é consignado pelo mesmo
número de ordem desde a sua nascente. Para se determinar qual (...) o canal
principal (...) podem ser usadas (...) regras: a) partindo da jusante da
confluência, estender a linha do curso de água para montante, para além da
bifurcação, seguindo a mesma direção. O canal confluente que apresentar
maior ângulo é o de ordem menor; b) se ambos os cursos possuem o mesmo
ângulo, o rio de menor extensão é geralmente designado como de ordem
mais baixa. (...) Outros pesquisadores (...) adotaram um sistema diferente,
que foi introduzido por Arthur N. Strahler, em 1952. Para Strahler, os
menores canais, sem tributários, são considerados como de primeira ordem,
estendendo-se desde a nascente até a confluência, os canais de segunda
ordem surgem da confluência de dois canais de primeira ordem, e
recebem afluentes de primeira ordem; os canais de terceira ordem surgem
da confluência de canais de segunda ordem, podendo receber afluentes de
segunda e de primeira ordens. (...) E assim sucessivamente. A ordenação
proposta por Strahler elimina o conceito de que o rio principal deve ter o
mesmo número de ordem em toda a sua extensão(...) (1974, p.85 e 86).
Apesar de existirem outras metodologias para a classificação e ordenação das bacias
hidrográficas, os sistemas aqui destacados são os mais utilizados, até hoje (Fig. 10).
Figura 10. Classificação da ordem das bacias, segundo Horton (A) e Strahler (B). Adaptada de
Crhistofoletti (1974).
Para se fazer uma análise linear da bacia hidrográfica, são utilizados diversos índices
e relações. Crhistofoletti (1974) destaca as seguintes:
64
1. Relação de bifurcação. Ela foi definida por Horton (1945) como sendo a
relação entre o número total de segmentos de uma certa ordem e o número
total dos de ordem imediatamente superior.(...)
2. Relação entre o comprimento médio dos canais de cada ordem (...).
Horton (1945) definiu a lei básica da composição da drenagem: ‘Em uma
bacia determinada, os comprimentos médios dos canais de cada ordem
ordenam-se segundo uma séria geométrica direta, cujo primeiro termo é o
comprimento médio dos canais de primeira ordem, e a razão é a relação
entre os comprimentos médios’. (...)
3. Relação entre o índice do comprimento médio dos canais e o índice de
bifurcação. (...) Horton estabeleceu essa relação que é ‘um importante fator
na relação entre a composição da drenagem e o desenvolvimento
fisiográfico das bacias hidrográficas’. (...) Se a relação entre o comprimento
médio e índice de bifurcação forem iguais, o tamanho médio dos canais
crescerá ou diminuirá na mesma proporção. (...)
4. Extensão do percurso superficial. Representa a distância média
percorrida pelas enxurradas entre o interflúvio e o canal permanente (...).
5. Relação do equivalente vetorial. (...) representa o comprimento de cada
segmento fluvial de determinada ordem, em linha reta, que se estende do
nascimento ao término do referido canal (...).
6. Gradiente de canais. (...) é a relação entre a diferença máxima de altitude
entre o ponto de origem e o término com o comprimento do respectivo
segmento fluvial.
(1974: 87-89).
A análise areal da bacia hidrográfica é feita por meio de medidas lineares e
planimétricas. Diversos índices devem ser calculados: forma da bacia, densidade
hidrográfica, densidade de drenagem, relação entre as áreas das bacias e coeficiente de
manutenção. A curva hipsométrica e os coeficientes de massividade e orográfico são
utilizados para se fazer a análise hipsométrica da bacia de drenagem (CHRISTOFOLETTI,
1974).
A forma da bacia pode ser caracterizada pelo índice de circularidade (MILLER, 1953,
apud CHRISTOFOLETTI, 1974), que é a relação entre a área da bacia e a área do circulo de
mesmo perímetro.
I
c
= A
sendo que,
A
c
I
c
: é o índice de circularidade
A: área da bacia
A
c
: área do círculo.
65
Nesta relação, o valor máximo obtido é a unidade e, quanto mais próximo de 1 for o
resultado, mais circular é a forma da bacia hidrográfica analisada.
Outro método para a caracterização da forma da bacia foi proposto por LEE e SALLE
(1970) apud CHRISTOFOLETTI (1974). Segundo eles, após estabelecer a forma da bacia,
traça-se uma figura geométrica que possa cobrir, da melhor maneira possível, a bacia
hidrográfica. A seguir, relaciona-se a área englobada simultaneamente pelas duas, a bacia
hidrográfica e a figura geométrica, com a área total da bacia, obtendo-se o índice de forma.
Quanto menor for o índice, mais próximo da forma da figura é a bacia hidrográfica.
Sendo que:
I
f
: índice de forma
K: área da bacia
L: área da figura geométrica
A densidade hidrográfica é dada pela seguinte relação:
Sendo que:
D
h
: densidade hidrográfica
N: número total de usos d’água da bacia
A: área da bacia
66
A densidade da drenagem é a relação entre o comprimento total dos canais fluviais e a
área da bacia de drenagem e pode ser calculada com a seguinte fórmula:
Sendo que:
D
d
: Densidade de drenagem
L: Comprimento total dos canais
A: Área da bacia.
A declividade de uma bacia hidrográfica controla a velocidade do escoamento
superficial. A magnitude dos picos de enchente, a menor ou maior taxa de infiltração e a
susceptibilidade à erosão estão associadas à velocidade do escoamento superficial sobre a
bacia hidrográfica. Dessa forma, o mapa de declividade da bacia é importante, nos estudos
hidrológicos.
A declividade média das vertentes de uma bacia hidrográfica pode ser calculada pela
seguinte relação:
Sendo que:
A: Área total da bacia
I: diferença de altitude entre curvas de nível
Wi: largura entre duas curvas de nível
Ai: área entre as curvas de nível
N: número de intervalos de curva de nível.
67
Além desses conceitos aqui destacados, serão adotados outros conceitos, métodos e
técnicas de pesquisa de outros pesquisadores, para o desenvolvimento desta pesquisa.
68
2. METODOLOGIA E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
2.1. Abordagem teórica
A pesquisa e o método científico são utilizados na construção do caminho a ser
percorrido para a verificação de hipóteses, buscando permanentemente a verdade, com base
no conhecimento científico.
Esse caminho ou método científico deve ser estruturado em etapas que vão guiar o
estudo sistemático, compreensão e busca das respostas. Segundo Baccaro (1990), nesse
processo a busca das causas cria uma situação na qual um fenômeno é capaz de manifestar-se
da seguinte forma: as operações mentais da “indução”, a partir dos fatos observados na
realidade empírica a uma proposição geral; e/ou da “dedução”, partindo dos princípios gerais
para as conseqüências lógicas do particular, tanto numa pesquisa descritiva como numa
experimental.
Para a compreensão da dinâmica hidrológica, o sistema drico pode ser considerado
como um sistema ou ciclo, cujos elementos são integrados em relações condicionadas por
diversos componentes, como: a dinâmica climática, a estrutura geológica, a estrutura
pedológica, os aspectos geomorfológicos e as ações antrópicas.
A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) surgiu nos Estados Unidos da América, no início
da década de 1930. Baccaro (1990) faz uma análise da TGS, destacando os trabalhos
69
precursores de Flay (1929) e Von Bertalandey (1933), aplicados à termodinâmica e à
biologia. Posteriormente, Strahler (1950) descreve o sistema de drenagem como um sistema
aberto, em estado de ajustamento constante; Colling (1957) escreveu a “Teoria dos rios
equilibrados”; e Hack (1960) escreveu a Teoria do Equilíbrio Dinâmico, com base na idéia de
sistemas abertos em constante ajuste.
Ainda segundo a autora, a TGS evoluiu com os trabalhos de Chorley e Kennedy
(1971), Chorley e Hagget (1975), Tricart (1977), Bertrand (1968, 1972, 1978), Sotchava
(1977), Christofoletti (1971, 1978, 1979, 1981), Oliveira (1978), Cruz (1982), entre outros.
Estes autores também adotaram a TGS para pesquisar os processos naturais em bacias
hidrográficas, escoamento pluvial e movimentos de massa.
Riou (1990) em sua obra L’eau et les sols dans les géosystèmes tropicaux”, destaca a
importância da TGS no estudo dos processos hidrológicos, pedológicos e geomorfológicos.
Essa pesquisa enfatiza o uso da bacia hidrográfica como unidade apropriada para os
estudos hidrológicos. Pelo seu caráter de sistema aberto, integrador de diversos elementos
naturais e sociais, a bacia hidrográfica proporciona uma análise integrada do ambiente físico
e das interferências do homem nesse ambiente.
Dessa forma, o estudo da Bacia do Alto Uberabinha pode ser realizado com base numa
abordagem sistêmica, por intermédio da qual serão mensuradas as entradas e as saídas de
água da bacia, em um determinado período de tempo, destacando os processos dinâmicos
atuantes.
70
SISTEMA HIDROLÓGICO DO ALTO UBERABINHA
Escoamento pelos galhos e troncos
Infiltração
Percolação
Transferência Profunda
PRECIPITAÇÃO
RETENÇÃO POR INTERCEPTAÇÃO
RETENÇÃO NA SUPERFÍCIE
RETENÇÃO DA UMIDADE NO
SOLO
RETENÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
RETENÇÃO NO CANAL
INPUT OUTPUT
BALANÇO HIDROLÓGICO
DINÂMICA HÍDRICA SUPERFICIAL E SUBSUPERFICIAL DO ALTO
UBERABINHA
EVAPOTRANSPIRAÇÃO ESCOAMENTO NO CANAL
FLUVIAL
Escoamento superficial
Escoamento subsuperficial
Fluxo de base
Fonte: Christofoletti (2002) Adaptado
Figura11 – Fluxograma do balanço hidrológico
71
Neste trabalho, além do enfoque sistêmico proposto, cuja ênfase está na organização e
na operação do sistema como um todo ou como componentes interligados, buscou-se
compreender os processos hidrológicos por meio de uma análise integrada dos elementos do
sistema hidrológico enfocado.
Ross (1999) destaca que a metodologia deve representar a “espinha dorsal” da
pesquisa e deve apoiar-se no tripé definido pelo domínio do conhecimento teórico, da
metodologia a ser aplicada e das técnicas operacionais da pesquisa. Nesse sentido, o autor
destaca a proposta metodológica de Libault (1971) “Os quatro níveis da pesquisa
geográfica”-, elaborada para o tratamento quantificado das informações.
Os quatro níveis de Libault (1971) são: nível compilatório, nível correlativo, nível
semântico e nível normativo. O primeiro nível, o compilatório, refere-se ao levantamento de
dados e seleção das informações significativas para a pesquisa. O segundo nível, denominado
correlativo, indica uma fase onde deve ser feita a correlação dos dados, para posterior
interpretação. O terceiro nível, o nível semântico, é interpretativo e conclusivo. É nessa etapa
que se passa a conhecer a dinâmica, possibilitando a busca de parâmetros para sua aplicação.
E, por fim, no quarto nível, o nível normativo, os resultados da pesquisa podem-se
transformar em modelo.
Ross
(1999:35)
destaca que:
A proposta metodológica de Libault, por ser de caráter geral, tem um
espectro de aplicação bastante amplo e pode ser utilizada como ‘espinha
dorsal’, tanto para os estudos de cunho geográfico de natureza sócio-
econômica como para as disciplinas mais vinculadas às ciências naturais.
Tanto um caso como o outro, porém, melhor se aplicam quando as
informações forem trabalhadas com valores numéricos, podendo assim sofrer
tratamento estatístico.
Outro método científico, bastante utilizado nas pesquisas geográficas, é a proposta de
Ab’Sáber (1969) “Um conceito de Geomorfologia a serviço das pesquisas sobre o
Quaternário”-, onde o autor sintetizou uma proposição metodológica que não se aplica
72
apenas às pesquisas sobre o relevo, mas também àquelas relacionadas à paisagem como um
todo.
Segundo Ab’Sáber (1969), a pesquisa geomorfológica deve abordar três níveis de
tratamento: a) a compartimentação topográfica, caracterização e descrição das formas de
relevo; b) extração de informações sistemáticas da estrutura superficial da paisagem; e c)
compreensão da fisiologia da paisagem.
Para Ross (1999:36),
A proposição desses três níveis da pesquisa geomorfológica reflete
nitidamente o caráter empírico dos trabalhos de Ab’Sáber, e valoriza
extremamente o lado da observação sistemática, através da descrição do
relevo e praticamente da paisagem como um todo.
Nesta pesquisa, pelo seu caráter geográfico, optou-se pelos métodos propostos por
Ab’Sáber (1969) e Libault (1971), adaptados aos objetivos propostos.
73
AB´SÁBER - 1969
DE
DADOS
1° NÍVEL
COMPILATÓRIO
1° NÍVEL
COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA
LEVANTAMENTO
ESTRUTURA METODOLÓGICA DA PESQUISA
2º NÍVEL
CORRELATIVO
SOLO
USO DA
RESULTADOS ANALÍTICOS DOS
CLIMA
ETAPA
2º NÍVEL
ESTRUTURA SUPERFICIAL
DA PAISAGEM
BIBLIOGRÁFICO
LEVANTAMENTO
CARTOGRÁFICO
FOTOINTERPRETAÇÃO
LAVANTAMENTO
RELEVO
LITOLOGIA
3° NÍVEL
SEMÂNTICO
NÍVEL
FISIOLOGIA DA PAISAGEM
TERRA LEVANTAMENTOS DE CAMPO
4º NÍVEL
BALANÇO
HIDROLÓGICO
ETAPA
ETAPA
NORMATIVO
LIBOULT - 1971
Figura 12 – Fluxograma da metodologia da pesquisa.
74
2.2. Metodologia Operacional
Os procedimentos e as técnicas empregadas nesta pesquisa foram escolhidos
com base na escala espaço-temporal e nos objetivos a serem alcançados. Dessa forma,
as técnicas escolhidas foram aquelas que permitiriam fazer uma avaliação no tempo
disponível para a coleta de dados, isto é, de abril de 2006 a março/2008, e realizar a
análise desses dados até Abril de 2008.
Para o estabelecimento da metodologia operacional, foram realizados
levantamentos dos equipamentos e materiais disponíveis para a pesquisa e, com base
nesse levantamento e no tempo disponível, foi elaborada uma escala de trabalho,
dividida em três etapas.
Na primeira etapa foi feito um levantamento bibliográfico e o levantamento do
material cartográfico da área de estudo. O levantamento bibliográfico foi em nível
regional, enfatizando os trabalhos relacionados com a dinâmica ambiental da área. A
maior parte da bibliografia regional consultada é de autoria de pesquisadores do
Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Paralelamente, foi
realizada a interpretação de fotografias aéreas (escala 1: 60.000) que cobrem a área de
estudo, obtidas na United States Air Force (USAF,) referentes ao ano de 1964.
A base cartográfica desta pesquisa foi elaborada a partir da digitalização das
cartas topográficas do IBGE; folhas SE-23-Y-C-I Nova Ponte e SE-22-Z-D-III
Miraporanga, escala de 1:100.000; sendo posteriormente retificada para escala de
1:25.000, a partir de imagem dos satélites Áster e CBERS2 (fig 13).
75
Figura 13 - Imagem de Satélite Aster – 2006, destacando a Área de Estudo.
76
Os levantamentos referentes às áreas úmidas e ao uso e ocupação dos solos
foram feitos com base nas cenas dos satélites Aster e CBERS 2: Aster
AST_L1B_00309022002, resolução espacial de 15 metros, banda 1 (0,52 0,60 µm),
banda 2 (0,63 0,69 µm) e banda 3 (0,76 0,86 µm), composição colorida 3R4G2B.
As bandas correspondem às faixas espectrais do verde, vermelho e infra-vermelho
próximos; CBERS 2, instrumento CCD1XS, linha 156 órbita 122 de agosto de 2006,
banda 2 (0,52 0,54 µm), banda 3 (0,63 0,69 µm) e banda 4 (0,77 0,89 µm,
correspondendo às regiões do verde, vermelho e infravermelho próximo, composição
colorida 3R4G2B, com resolução espacial de 20 m (Fig. 14).
Figura 14. Programa ENVI 4.2 Tratamento da imagem Aster para a classificação do
uso do solo da área de estudo.
77
No ambiente do software Envi 4.0, foram elaboradas as atividades de
ortorretificação e mosaico das fotografias aéreas, correção geométrica e processamento
digital das imagens de satélite. Para identificação das áreas úmidas e das distintas
modalidades de usos do solo, foram utilizadas as técnicas de pré-processamento e
processamento digital de imagens. Na fase de pré-processamento, foi feita a correção
geométrica das imagens com base em pontos de controle obtidos em campo, com a
utilização de receptor Sistema de Posicionamento Global (GPS) Garmin Etrex com
acurácia planimétrica de 10 m e pontos pré-selecionados na carta topográfica do IBGE,
escala 1:100.000. Na fase de processamento, foi aplicado realce de contraste, função de
realce interativo, em que as variações dos intervalos dos tons de cinza das bandas da
imagem original, histograma de entrada, foram ampliadas de 0 a 255 para o histograma
de saída.
Para mapeamentos de uso e ocupação do solo, utilizou-se de imagens obtidas no
final do período de estiagem. É nesse período que os solos destinados a culturas de
verão encontram-se em fase de preparo, o que facilita sua distinção em relação às
demais áreas cobertas com vegetação nativa, culturas perenes, capineiras, canaviais,
pastagens, dentre outras.
Na classificação de imagens, via regiões de interesse (ROIS), as áreas que
representam cada classe são selecionadas como amostras e, a partir delas, é possível
obter uma descrição das classes. Trata-se, portanto, de classes de regiões e não de
classes de pixels isolados (RIBEIRO, BAHR E CENTERO, 2002). Classificações a
partir de regiões contribuem na diferenciação das classes de vegetação; porém, não são
suficientes para elaborar o mapa de uso e ocupação do solo (MEDEIROS e PETTA,
2005).
78
A evolução espaço-temporal das áreas úmidas foi elaborada a partir de
comparação de levantamentos realizados em fotografias aéreas USAF, obtidas no ano
de 1964, e imagens de satélite AST_L1B_003, de setembro de 2006, bandas 1, 2
(visível) e 3 (infra-vermelho próximo). O levantamento das áreas úmidas, referente ao
ano de 1964, foi feito analisando-se pares estereoscópicos das fotografias aéreas USAF,
escala 1 : 60.000.
No processamento da imagem, utilizou-se a técnica de MNF Minimum Noise
Fraction. A técnica minimiza a componente de ruído introduzida na cena e aumenta o
poder de discriminação dos alvos, gerando uma imagem derivada e, a partir dela, foram
criadas regiões de interesse (ROIS) representativas das distintas modalidades de uso e
ocupação do solo e áreas úmidas. A classificação dos distintos usos, representados na
cena, foi realizada com o uso da técnica threshold to roi, na qual cada classe foi criada
a partir de limites de valores de reflexão, valores esses pré-definidos, do conjunto de
pixels que compõe as ROIS. Após a classificação, foram levantadas as mensurações da
área ocupada por cada região. Concluído o processo de classificação, todas as classes
criadas foram exportadas para o formato vetorial shapefile, para posterior tratamento no
software Arcview 9.0.
No ambiente do software Arcview 9.0, foram criados layers (camadas) para
cada classe de uso do solo que foi exportada da classificação no Envi 4.0 (Fig. 15). No
software, as áreas individualizadas e marcadas nos pares estereoscópicos também
foram vetorizadas em um mosaico contendo a seqüência de fotos ortorretificadas. Com
a utilização da ferramenta de update poyigon theme, foi feito o processo de subtração
do vetor correspondente à cobertura de área úmida no ano de 1964, pelo vetor
correspondente a cobertura de área úmida no ano de 2006. Como resultado, foi gerado
um mapa de uso do solo, demonstrando a retração espacial da área úmida entre o
79
período de 1964 e 2006. Como produtos finais do processamento do Sistema de
Informação Geográfica, foram gerados mapas de localização da área de estudos, uso e
ocupação do solo e retração de área úmida, no período 1964 e 2006.
Figura 15. Programa Arcview 9.0 Sobreposição e cálculo das áreas úmidas da área de
estudo.
Durante esse primeiro levantamento dos aspectos físicos da área de estudo e a
elaboração dos mapas, foram realizadas constantes visitas ao campo para diagnóstico
preliminar da área de estudo e escolha das áreas experimentais, onde foram instalados
os diversos equipamentos.
Foram selecionadas as áreas mais representativas e com possibilidades de
instalação dos equipamentos e monitoramento dos dados. Foram necessárias diversas
visitas e entrevistas com os proprietários das possíveis áreas experimentais, para
conseguir as autorizações e o acesso às áreas experimentais. Nesse mesmo período, foi
80
solicitada a autorização do Instituto Estadual de Florestas (IEF), para a instalação das
áreas experimentais em Áreas de Preservação Permanente da referida área de estudo.
As áreas experimentais foram escolhidas com base nas características físicas da
paisagem (solo, relevo e geologia), no uso e ocupação do solo (agrícola, pecuária,
cerrado e campos úmidos) e na disponibilidade de recursos humanos para auxiliar no
monitoramento e apontamento dos dados (Fig. 16). Nessas áreas experimentais, foram
monitorados os níveis de água do lençol freático e as precipitações, assim como
realizados ensaios de solo e a utilização de traçadores.
Para o monitoramento do nível d’água foram feitas perfurações, com o auxílio
de um trado com cerca de 100 mm de diâmetro, com hastes intercambiáveis de 1 m
cada, num total de seis hastes, e foram também utilizados poços existentes. Para o
monitoramento das precipitações, foram utilizados os dados de pluviômetros
instalados em algumas propriedades (Sr. Antônius Matheus W. e Van Ass, S.A
Agroindustrial Eldorado)
A área experimental I está localizada no Horto Florestal Eli, próximo das
cabeceiras do ribeirão Beija-Flor. Nesse local, foi feita uma seção linear de quatro furos
com trinta metros de distância um do outro, do interflúvio até uma área de covoais
(Figs. 17, 18 e 19). Essa área está bem próxima da Magnesita, e os dados de
precipitação estão sendo coletados com uso de pluviômetro ali instalado.
A área experimental II está localizada no interflúvio das bacias do Rio
Uberabinha e Rio Claro. O monitoramento do nível piezométrico foi feito em um poço
que era utilizado na pecuária, para abastecer os bebedouros. Nesse mesmo local está
instalado um pluviômetro, na sede da Fazenda Van Ass, onde estão sendo coletados os
dados de precipitação. Essa área, atualmente, é utilizada para monoculturas e cana-de-
açúcar (soja e milho) (Fig. 20).
81
Figura 16. Localização dos pontos amostrais
82
Figura 17. Lagoa com vegetação nas proximidades do Horto Florestal Eli Cabeceiras
do Ribeirão Beija-Flor – Área Experimental I. Autor: SOARES, 2006.
Figura 18. Horto Florestal Eli – Área Experimental I. Autor: SOARES, 2006.
83
Figura 19. Área onde foram perfurados os poços de monitoramento Seção nas
margens da Lagoa Horto Florestal Eli Cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor. Área
Experimental I - Autor: SOARES, 2006.
Figura 20. Poço amostral situado na Fazenda Van Ass. Área Experimental II. Autor:
SOARES, 2006.
Poço monitorado
Poço de
monitoramento
84
A área experimental III está localizada nas margens do córrego do
Caroço, uma das nascentes do Rio Uberabinha, em área de silvicultura de pinus (Figs 21
e 22). Nesse local, foram feitos três furos lineares com 30 metros de eqüidistância,
abrangendo a faixa que se estende desde a margem do florestamento homogêneo até as
margens do canal fluvial.
Figura 21. Local de amostragem próximo ao Córrego do Caroço, uma das nascentes do
rio Uberabinha. Área Experimental III. Autor: SOARES, 2006.
Poço de
monitoramento
85
Figura 22. Silvicultura de pinus. Margem do Córrego do Caroço. Área Experimental III
- Autor: SOARES, 2006.
A área experimental IV está localizada na Estância Buriti, no médio curso do
Ribeirão Beija-Flor. Nessa propriedade, os usos do solo estão relacionados à pecuária
de leite, sendo as pastagens plantadas a vegetação predominante (Fig 23). Nesse local,
foram utilizados três poços existentes (cisternas) (figs 24, 25 e 26).
86
Figura 23. Médio Beija-Flor – Estância Buritis. Local de monitoramento do Nível da
Água. Área Experimental IV - Autor: SOARES, 2006.
Figura 24 – Cisterna localizada na Estância Buritis, onde foram realizadas leituras do
n.a. Área Experimental IV – Ponto 1 - Autor: SOARES, 2006
87
Figura 25. Cisterna localizada em antiga estação ferroviária, próximo à Estância Buritis.
Área Experimental IV – Ponto 3. Autor: SOARES, 2006.
Figura 26. Local de monitoramento do n.a. próximo à Estância Buritis. Área
Experimental IV – Ponto 3. Autor: SOARES, 2006.
Cisterna de
monitoramento do NA
88
A área experimental V está localizada na propriedade da SA Agroindustrial
Eldorado, no interflúvio do Rio Uberabinha e Ribeirão Beija-Flor. Essa área caracteriza-
se como sendo de topo, com vegetação natural de cerrado (Fig. 27). Nesse local, foi
construído um poço com uso de trado manual, com o objetivo de monitorar o nível de
água. Dados de precipitação estão sendo obtidos de uma estação meteorológica já
existente, a cerca de 9 km do poço.
A Área Experimental VI está localizada nas cabeceiras do córrego Fortaleza (fig
28). Foi instalado um piezômetro em área de covoal, para monitoramento da oscilação
do nível d’água freática. Informações acerca da precipitação pluviométrica, adotadas
para esse ponto são as mesmas que as coletadas na estação meteorológica da Área
Experimental V, a 12 km da área VI. O uso desses dados justifica-se pela sua
proximidade em relação ao ponto de monitoramento e pela falta de recursos humanos
para o monitoramento de chuvas, na nascente do córrego Fortaleza.
Figura 27. Local de medições do N.A. Divisor do Uberabinha e Ribeirão Beija-Flor
Fazenda da S/A Agroindustrial Eldorado. Área com vegetação natural – o Campo
Cerrado. Área. Experimental V. Autor: SOARES, 2006.
Poço de
monitoramento
89
Figura 28. Local de monitoramento do N.A. – Cabeceiras do Córrego Fortaleza –
Estação Experimental VI. SOARES, 2007.
Também foram monitoradas as vazões de saída do sistema hidrográfico
considerado nesta pesquisa (Área experimental VII). Existem diversos métodos para
medir a descarga líquida dos cursos d’água. O cálculo da vazão, ao longo do tempo, é
feito com base na relação entre a altura do nível da água e a vazão. O conhecimento
dessa relação (curva-chave) permite substituir a medição contínua das descargas por
uma medição contínua das cotas (níveis da água). Chevallier (2004) destaca que, para
estabelecer a curva-chave, existem vários métodos, que podem ser classificados em
duas categorias: os métodos teóricos, que usam as equações gerais da hidráulica, e os
métodos experimentais, que estabelecem a curva-chave, a partir de vários pares
cota/descarga, medidos experimentalmente, com uma distribuição regular.
Geralmente, o nível da água é determinado com a instalação de uma régua
vertical na seção, para observar a variação do nível. Essas réguas, graduadas em
90
centímetros, são feitas de placas de metal inoxidável ou de madeira. A escolha do local
ideal para a instalação da régua e levantamento dos dados deve ser feita levando-se em
consideração as características locais do canal fluvial. O ideal é escolher um trecho reto,
com uma seção transversal, onde a velocidade do fluxo é estável a qualquer cota, tanto
na estiagem como na cheia.
As determinações de vazão foram feitas com base na velocidade da corrente,
utilizando um hidrômetro fluviométrico ou molinete fluviométrico (fig 29). Molinete é
um aparelho empregado para determinar a velocidade local da água, mediante a medida
do número de revoluções da hélice, que gira quando é colocada no sentido do fluxo da
água. O princípio utilizado para calcular o número de revoluções da hélice é o da
rotação em torno do eixo, que abre e fecha um circuito elétrico. Contando o número de
voltas da hélice durante um intervalo de tempo fixo, obtém-se a velocidade de rotação,
que está relacionada com a velocidade do fluxo, por meio da fórmula:
V = a N + b sendo que,
V: velocidade do fluxo
N: velocidade de rotação
a e b: constantes características da hélice
As constantes a e b são fornecidas pelo fabricante do aparelho. O valor a,
denominado passo da lice, é a distância percorrida pelo fluxo, em uma volta. Para
contar os impulsos gerados pelo molinete, utiliza-se um conta-giros.
91
Figura 29. Esquema do molinete fluviométrico Fonte: SEBA Hydrometrie GmbH.
www.seba.de
Segundo Chevallier (2004), o princípio da determinação da descarga líquida
numa seção de um rio, é, por definição, o volume da água que atravessa essa seção,
durante a unidade de tempo. Ou seja, a descarga dQ, que atravessa a área dS, a uma
velocidade V:
dQ = V dS
Para obter a descarga que vai atravessar a seção total, é necessário fazer a dupla
integração da fórmula elementar sobre a área total da seção. O conhecimento da
velocidade do fluxo, em todos os pontos de uma seção, permite calcular a vazão. O
método mais utilizado para calcular a vazão é o método da integração por vertical,
realizado graficamente.
Esse método propõe a construção de gráfico de velocidade para cada vertical, em
função da profundidade. Para isso, deve-se interpolar a curva das velocidades e medir,
com um planímetro, a área assim delimitada, q, que é a vazão média por unidade de
92
largura, no lugar da vertical. O segundo passo é construir a curva dessas vazões por
unidade de largura ao longo da largura do rio, delimitando a área Q, que representa a
descarga líquida do rio (CHEVALLIER, 2004).
Shimizu (2000) realizou medidas de vazão no Rio Uberabinha, em 1999 e 2000.
As medidas foram feitas em dois pontos: um na ponte da BR-050, a montante do
perímetro urbano de Uberlândia, e outro na ponte João Resende, a jusante da cidade.
Esses dois pontos de amostragem estão localizados no médio e baixo curso do rio
Uberabinha. Segundo o autor, o método da integração do diagrama de velocidades
descrito em BARTH (1997) é um dos diversos métodos utilizados na medição direta de
vazão, sendo usado quase que exclusivamente na hidrometria de rios naturais(2000,
p.34). A distância recomendada entre as verticais é de 0,30 m, para rios com largura
menor ou igual a 3 m; de 0,5 m, para rios com largura entre 3 e 6 m; de 1,0 m, para rios
com largura entre 6 e 15 m e de 2,0 m, para rios com largura entre 15 e 50 metros.
Definidas as linhas verticais na seção controle, devem ser medidas as velocidades a 20%
e a 80% de profundidade de cada vertical.
A partir de então, determina-se a velocidade média de cada vertical, utilizando-
se a seguinte relação:
V
m
= (V
0,2
+ V
0,8
)/2
A velocidade média da vertical, multiplicada por uma área de influência igual ao
produto da profundidade na vertical pela soma das semi-distâncias às verticais
adjacentes, fornece a vazão parcial Q
i
de cada vertical. O somatório das vazões parciais
resultou na vazão total na seção transversal em estudo. Ou seja:
Q
i
= V
i
. b
i
. h
i
, sendo
93
V
i
: velocidade média da vertical
b
i
:largura da vertical
h
i
: altura da vertical
Com base na metodologia proposta por Shimizu (2000), foi instalada a estação
fluviométrica. O primeiro passo foi avaliar o perfil longitudinal do rio Uberabinha, com
o objetivo de escolher uma seção de controle mais adequada para a determinação de
vazão, isto é, selecionar um trecho mais estável, retilíneo e de fácil acesso para a
instalação de uma régua limnimétrica. Após levantamento detalhado, foi escolhida a
seção de controle para a coleta de dados (Fig. 30).
Figura 30. Seção controle, onde foram feitas as medidas de vazão. Autor: SOARES,
2007.
Essa seção trata-se de um segmento do canal, onde as condições apresentam-se
favoráveis para os procedimentos necessários no levantamento de dados. É um trecho
94
retilíneo, de fácil acesso e que apresenta um fluxo constante. Na seção escolhida o Rio
Uberabinha tem 12,5 de largura, no período de estiagem. No período úmido, o Rio
Uberabinha vai aumentando o seu fluxo, até transbordar, passando a ocupar as rzeas
ou leito maior, dificultando as medidas de vazão. Geralmente, isso ocorre
imediatamente após uma precipitação mais intensa.
O segundo passo foi dividir a secção escolhida do rio em segmentos de 1 m para
o levantamento do perfil de velocidades em cada seção, a 20% e 80% da profundidade.
As coletas de dados para o cálculo da vazão foram feitas a jusante da
confluência do ribeirão Beija-Flor com o rio Uberabinha, seção escolhida como sendo a
saída do sistema hidrográfico considerado nesta pesquisa. Para a escolha da seção-
controle, para as determinações de vazões, foram considerados alguns aspectos como:
estabilidade do trecho e facilidade de acesso (Figs. 31 e 32).
A coleta de dados fluviométricos de vazão foi realizada com um hidrômetro
(molinete fluviométrico) tipo C2 “10.150” Marca A.OTT Kempten, cuja função é
medir a velocidade da corrente fluvial do canal. Inicialmente, fez-se uma avaliação da
velocidade média da água, para escolher a hélice mais adequada ao levantamento
proposto, pois uma velocidade de rotação excessiva ou insuficiente pode induzir a erros
no conta-giros devido ao mau funcionamento da hélice.
Antes de iniciar as determinações de velocidade, foi definido o perfil da seção
transversal do Rio Uberabinha no ponto escolhido (Fig. 33). Foram feitas duas
repetições de determinação de profundidade (batimetria), espaçadas de 0,5 m entre os
pontos, para a escolha do local onde seria instalada a régua limnimétrica e para
caracterizar o perfil da seção.
95
Figura 31. Seção controle no rio Uberabinha. Ponto exutório considerado nesta
pesquisa. Período seco, quando o rio apresenta vazões reduzidas. Autor: SOARES,
2007.
Figura 32. Local onde foram feitas as medidas de vazões Estação Experimental VII.
Leito do rio Uberabinha. Período chuvoso, quando o rio apresenta vazões maiores.
Autor: SOARES, 2007.
96
Figura 33. Perfil da seção controle no Rio Uberabinha. Autor: SOARES, 2006.
Foram testados dois tipos de hélices com vistas a definir o mais adequado para
as características do canal fluvial no local escolhido (morfológica e de velocidade): a de
1 e a de nº3. A hélice 3 mostrou-se mais adequada para as medidas de vazão. Essa
escolha baseou-se nos valores de n (quantidade de voltas que a hélice por segundo).
Dessa forma, a escolha da hélice está relacionada ao seu tamanho e à velocidade do
fluxo.
Foram testados dois procedimentos para a determinação de vazão. O primeiro
deles utiliza a velocidade média do fluxo, calculada por meio de revoluções da hélice
em diversas profundidades, conforme a Fig. 34. Nesse procedimento, o molinete é
fixado em uma haste e os operadores utilizam um bote amarrado a um cabo instalado na
seção transversal. O molinete é posicionado no nível da água, na margem do canal, e o
conta-giros é disparado. Um dos operadores conduz o bote a uma velocidade
relativamente constante, enquanto o outro desce e sobe o molinete pela seção, indo e
voltando. Dessa forma, é calculada a média das velocidades do fluxo da água.
97
Figura 34. Medida da velocidade média do fluxo de água Autor: SOARES, 2006.
Para o segundo procedimento, adotou-se a metodologia proposta em Shimizu
(2000), ou seja, a seção do rio é dividida em posições para o levantamento do perfil de
velocidades (Fig. 35). A seção foi dividida em verticais de 1 m e a velocidade do fluxo
foi, a partir da superfície, medida a 0,2 e a 0,8 m de profundidade de cada sessão. A área
de cada seção vertical foi calculada utilizando-se o software AutoCad 14. A fórmula
utilizada para calcular a vazão é:
i
Q = Q
i
tal que
i 12
i
= 1
Q
i
= V
i
. A
i
sendo:
Q
i
: vazão de cada vertical
V
i
:velocidade média de cada vertical
A
i
: Área de cada vertical
98
Figura 35 - Medida da vazão por área de influência. Autor: SOARES, 2007.
Com a definição das áreas experimentais, passou-se para a terceira etapa da
pesquisa. Nessa etapa foram realizados diversos levantamentos de campo para
caracterizar os solos da área, levantamentar dados pluviométricos, de vazão e do nível
freático, utilizar traçadores químicos, para a determinação da velocidade e da direção do
fluxo subterrâneo. Por último, fazer a análise e o cruzamento dos dados obtidos.
Para a caracterização dos solos da área estudada, quanto à sua condutividade
hidráulica, foram utilizadas as técnicas de ensaios de campo, com o uso de Permeâmetro
Guelph. Esse equipamento permite determinar a condutividade hidráulica de solos
diretamente no campo. Ensaios de infiltração, com esse procedimento, foram realizados
em vários locais da área de estudo, com vistas a caracterizar os solos quanto à sua
capacidade de permitir a passagem da água. Os locais para a realização dos ensaios de
infiltração foram definidos pela compartimentação topográfica (divisores de água e
baixas encostas) e por meio do uso e da ocupação do solo (vegetação natural, culturas
anuais, pastagens, silvicultura).
99
Soto (1999) destaca que há uma diversidade de opções de ensaios de campo para
determinação da condutividade hidráulica dos solos. Os ensaios de infiltração são os
mais comumente utilizados na determinação da condutividade hidráulica saturada e não
saturada dos solos. E os equipamentos utilizados para esses ensaios podem ser os
permeâmetros ou os infiltrômetros.
Os ensaios realizados com uso de permeâmetros são calculados considerando a
Lei de Darcy e podem ser de dois tipos: a carga constante ou a carga variável. O ensaio
realizado com o Permeâmetro Guelph é feito sob carga constante, em furos realizados
com uso de um trado, onde pequenas cargas piezométricas são mantidas constantes,
graças a um tubo de Mariotte. O Permeâmetro Guelph foi desenvolvido por Reinolds e
Elrick (1985) apud Soto (1999), na Universidade de Guelph, Canadá.
Esse equipamento é de fácil uso para determinar a condutividade hidráulica
saturada, o potencial matricial de fluxo e a sorção do solo no campo. No método do
Permeâmetro Guelph, o processo utilizado é o de infiltração e é determinado
simultaneamente por meio de medições in situ: k
fs
(condutividade hidráulica saturada),
Ф
Gm
(potencial matricial de fluxo) e k (ψ) (função da condutividade hidráulica não
saturada). O uso do permeâmetro é uma forma rápida de determinar a condutividade
hidráulica saturada do solo (k).
Esse equipamento é composto de tubo de ar, indicador do N.A. (altura H) a ser
mantido no furo de sondagem, tubo com escala graduada, reservatório interno com
escala graduada, reservatório externo, tubo de suporte, válvula do reservatório e
ponteira do permeâmetro (Figs.36 e 37).
Soto (1999) ressalta que, nos ensaios com utilização do Permeâmetro Guelph, a
altura H da lâmina de água é mantida constante, no furo. A determinação do parâmetro
100
K
fs
(Condutividade hidráulica saturada de campo) é obtida no campo por intermédio da
seguinte expressão:
Kfs = CQ____________
(2π H2 + πa2C + 2π H / α)
Sendo que,
Q: volume de água infiltrada dentro do solo;
H: profundidade da água no anel quando ensaiado a regime constante;
C: coeficiente de Hazen (constante).
O Permeâmetro Guelph permite efetuar medições de permeabilidade na
superfície por meio do fornecimento de água, mantendo-se uma carga hidráulica
constante e conhecida. Costa et al (2007:632) destacam que:
Os valores de infiltração são interpretados de acordo com o método
teórico desenvolvido por Reynolds e Elrick (1983) baseado na
equação de Richards (1931) para o fluxo permanente num furo
cilíndrico. O fluxo permanente é aproximado por uma equação onde a
vazão (Q) é determinada da seguinte forma: Q = R x A, onde Q é a
vazão do regime permanente, R é a razão da vazão constante obtida
durante os ensaios e A é a área do reservatório do permeâmetro
utilizado (36,19 cm²).
O coeficiente de Hazen (C) é o parâmetro fator de forma, que depende da
relação H/a e do tipo do solo, que segundo Soto (1999) depende da macroporosidade e
textura do solo. Nos ensaios realizados nesta pesquisa, H, que é a altura hidráulica
utilizada, era de 10 cm e o diâmetro do orifício aberto pelo trado no solo era de 3,1 cm.
Dentre as classes de solo fornecidas, optou-se pela classe das argilas não estratificadas,
cujo valor de C é de 1,1.
Para o cálculo da permeabilidade é necessário fazer uma estimativa de α
avaliando o solo. Elrick et al (1989) apud Soto (1999) sugerem dados para o parâmetro
α:
101
Tabela 1. Dados para o parâmetro α
α (cm
-
1
) TIPO DE SOLO
0,01 Argilas compactadas (aterros, liners, sedimentos lacustres e marinhos)
0,04 Solos de textura fina, principalmente sem macroporos e fissuras
0,12 Argilas até areias finas com alta a moderada quantidade de macroporos e
fissuras
0,36 Areia grossa inclui solos com macroporosidade e fissuras evidentes
Fonte: Soto (1999, p. 49).
Nesta pesquisa, utilizou-se o valor 0,12 para o parâmetro α, pois foi o que mais
se enquadrou nas características dos solos da área estudada.
Figura 36. Esquema do Permeâmetro Guelph. Fonte: SOTO (1999). Autor: SOARES,
2008.
102
Figura 37. Permeâmetro Guelph. Ensaio de solo na bacia do Alto Uberabinha.
Ainda com o intuito de caracterizar os solos da área estudada, foram realizadas
análises granulométricas de amostras colhidas nas perfurações dos pontos de
monitoramento dos níveis de água. As análises granulométricas foram feitas no
Laboratório de Geomorfologia e Erosão de Solos do Instituto de Geografia da
Universidade Federal de Uberlândia, utilizando o método da pipeta (EMBRAPA, 1979).
Este método consiste em obter resultados do tamanho das partículas do solo através das
mudanças de concentração de materiais em suspensão numa proveta mediante
pipetagens na mesma profundidade e em tempos determinados (FONSECA, 2002).
Para a análise textural, as amostras de solo foram secadas ao ar TFSA (Terra fina
seca ao ar). Foram pesadas 20 gramas da TFSA para iniciar o processo de análise. O
solo foi colocado em um béquer com 100 ml de água destilada e 15 ml de NaOH a 4%
103
(1N). Posteriormente, agitou-se por 15 horas, no agitador mecânico a 180 orbitais por
minuto. Após a dispersão, o material foi lavado na peneira de malha 0,053mm,
passando silte e argila para a proveta de 1000 ml e ficando retida a fração areia.
O material da proveta foi agitado manualmente por um minuto, deixando em
repouso por quatro horas, fez-se uma pipetagem a 5cm de profundidade coletando a
argila. Agitou novamente por um minuto, deixou em repouso por três minutos, fez-se
nova pipetagem a 10cm de profundidade, coletando argila e silte.
Esse material coletado foi para a estufa a 110 de temperatura e, quando seco,
foi feita a pesagem e calculados os percentuais. As areias foram peneiradas numa malha
de 0,210 mm para separar as areias finas e grossas
Macedo e Corrêa (2006) realizaram análises físicas e químicas de amostras de
um perfil de solo localizado em área úmida de topo, junto a uma voçoroca nas margens
do ribeirão Beija-Flor. As seguintes análises físicas foram realizadas: granulometria,
densidade aparente e real e porosidade. As análises químicas foram: pH em água e pH
em KCl N, cátions trocáveis, acidez extraível, valor da CTC (capacidade de troca
catiônica), saturação por Al
+++
, porcentagens de matéria orgânica, fósforo, carbono e
nitrogênio, ataque sulfúrico, relações moleculares e capacidade de campo.
Para determinação da velocidade e direção do fluxo subterrâneo foram feitos
ensaios com traçadores em três áreas experimentais: uma localizada nas áreas tabulares
de topo, outra na média vertente e, por último, na baixa vertente. Utilizou-se o NaCl
Cloreto de Sódio como traçador e o Condutivímetro Digital Portátil, marca GEHAKA,
modelo CG 220 versão 1.05, para determinar o traço do sal, através da condutividade
(uS). A escolha do NaCl como traçador se deu devido a facilidade de solubilidade em
água e baixo custo do sal.
104
Com o levantamento dos dados hidrológicos e com as características das
formações superficiais, foi possível caracterizar e quantificar os processos hidrológicos.
Esta é considerada a terceira etapa da pesquisa, onde são feitas as análises
interpretativas da fisiologia da paisagem. Nesse momento, por meio de cruzamento dos
mapas dos sistemas úmidos (usos do solo em 1964 e em 2006), foi estabelecida uma
análise comparativa entre a evolução da ocupação desses sistemas, pelo homem, e os
processos de recarga do aqüífero local. Ainda na terceira etapa foi feito o balanço
hidrológico da Bacia do Alto Uberabinha.
Os procedimentos metodológicos adotados para o levantamento de dados
hidrológicos e caracterização das formações superficiais possibilitaram realizar o
balanço hidrológico da bacia hidrográfica estudada e planejar a otimização da recarga
do aqüífero local.
O balanço hidrológico da bacia hidrográfica requer a quantificação de
componentes do sistema, que são responsáveis pela transferência de água através da
bacia, visando à utilização racional dos recursos hídricos e a uma melhor compreensão
da dinâmica hídrica da bacia.
Para o cálculo do balanço hídrico na Bacia do Alto Uberabinha foram utilizados
os dados mensais de precipitação, evapotranspiração potencial (ETP) e deflúvio (vazão
Q em mm), caracterizados como entradas (inputs) e saídas (outputs) de água dos
compartimentos hidrológicos. A fórmula proposta por TUCCI (2004) se mostrou a
mais adequada para esta pesquisa, pois é a que melhor se adapta a intervalos de tempo
maiores que uma semana:
Vt = Vo - ( P – Q – ETP) t
onde
105
P – Precipitação no período
Q – Vazão no período
ETP – Evapotranspiração potencial no período
Vt e Vo = São o armazenamento total de umidade na bacia ao final e início do intervalo
de tempo t
Como o levantamento dos dados hidrológicos na Bacia do Alto Uberabinha
iniciou-se em setembro/2006 havendo, nessa data, um saldo armazenado desconhecido
e partindo-se do pressuposto de que é essa estocagem hídrica desconhecida, a qual foi
acumulada em um período anterior ao início da coleta de dados, que sustenta as
descargas fluviais e evapotranspirantes no período de estiagem, estabeleceu-se que o
menor valor de vazão (2,59 m³/s) e evapotranspiração (16,19 mm), do período
analisado, serão aqui considerados como reserva ou fluxo basal, compondo o saldo
anteriormente armazenado. Dessa forma, o armazenamento inicial do intervalo de
tempo analisado será Vo = 66,85 mm. Para chegar à mesma unidade de medida dos
dados que serão utilizados para o cálculo do balanço hidrológico, a vazão mensal (m³/s)
foi transformada em deflúvio mensal (mm).
O saldo poderá assumir valores negativos ou positivos. Quando o saldo for
positivo, houve armazenamento de água no sistema e, quando o saldo for negativo,
significa que houve um déficit no sistema hidrológico.
Para calcular a precipitação média numa área é necessário observar a área
estudada e as áreas vizinhas. O método da precipitação média bons resultados em
áreas aplainadas, quando a localização e exposição dos pluviômetros são semelhantes e
as distâncias entre eles não são muito grandes (TUCCI, 2004). Dessa forma, a
precipitação média é considerada como sendo uma lâmina de água de altura uniforme
106
sobre toda a área considerada, associada a um período de tempo dado. No método da
média aritmética, os pluviômetros possuem o mesmo peso. A precipitação média é
calculada como a média aritmética dos valores medidos. A fórmula utilizada pelo
método da média aritmética é:
P
m
= 1/n P
i
P – precipitação média na área em mm.
Pi – Precipitação média no inésimo pluviômetro
N – número total de pluviômetros.
A evapotranspiração é considerada como sendo a perda de água por evaporação
do solo e transpiração das plantas. De acordo com os objetivos da pesquisa, podem ser
consideradas a Evapotranspiração Potencial (ETP) ou a Evapotranspirração Real (ETR).
A Evapotranspiração potencial (ETP) é a quantidade de água
transferida, na unidade de tempo de uma superfície extensa
completamente coberta de vegetação de porte baixo e bem suprida de
água (PENMAN, 1956 apud TUCCI). A Evapotranspiração real
(ETR) é a quantidade de água transferida para a atmosfera por
evaporação e transpiração, nas condições reais (existentes) de fatores
atmosféricos e unidade de solo. A evapotranspiração real é igual ou
menor que a evapotranspiração potencial (ETR < ETP)
(GANGOPACHYAY et al, 1968 apud TUCCI) (2004: 270).
A Evapotranspiração Real é difícil de ser calculada, pois se trata de um processo
complexo e dinâmico que envolve organismos vivos, como as plantas e o solo, requer
longo tempo de observação e muitos dados. a Evapotranspiração Potencial pode ser
calculada por meio de modelos baseados em leis físicas e relações empíricas, de forma
rápida e com precisão aceitável.
107
Nesta pesquisa, para calcular os valores da ETP será utilizada a equação
proposta por Thornthwaite, que correlaciona o número de dias do mês, os dados
mensais de temperatura média, latitude, radiação solar e um fator de ajuste conforme a
estação do ano.
ETP = Fc 16 ( 10 * T/I )
a
onde,
ETP – Evapotranspiração potencial para meses de 30 dias e comprimento de 12 horas
T – Temperatura média mensal (ºC)
Fc – Fator de correção um função da latitude e mês do ano
12
I = ( Ti / 5)
1.514
i=1
a = 67,5 * 10
-8
I
3
– 7,71*10
-6
I
2
+ 0,01791 I + 0,492
Deflúvio é a parcela das águas de chuva que corre sobre a superfície, em direção
aos rios. Para calcular o deflúvio mensal, é necessário transformar a vazão em m
3
/s
(Tabela 1) para mm. Essa transformação é necessária para se chegar à mesma unidade
de medida para a precipitação (mm) e deflúvio (mm), com o jeito de calcular o balanço
hidrológico. A equação para o cálculo do deflúvio é:
Deflúvio (mm) = média da vazão mensal em m
3
/h *24h* 1000 * nº dias do mês
Área
108
3. A DINÂMICA HIDROLÓGICA NA BACIA DO ALTO UBERABINHA
3.1 Aquisição e Tratamento dos Dados
Para analisar a dinâmica hídrica na área de estudo, foram feitas medições e avaliações
dos principais componentes que interferem no seu balanço hídrico. Segundo Chevallier
(2004), esses componentes podem ser divididos em três categorias: dados climáticos
(precipitação, evapotranspiração); dados de escoamento (descargas líquidas e sólidas); e
componentes característicos do meio receptor (geologia, topografia, solos, vegetação, etc).
Segundo o autor, os parâmetros hidrológicos são variáveis no tempo e no espaço. O clima, os
escoamentos e o meio receptor têm uma evolução dinâmica que pode ser representada por
leis estatísticas. Já a amplitude ou escala espacial dessa evolução depende do parâmetro
escolhido e do fenômeno estudado. Isso evidencia a necessidade de observar, várias vezes, os
parâmetros, a freqüência e a duração do monitoramento do fenômeno estudado.
Existem parâmetros que requerem uma medição pontual e outros que requerem uma
representação espacial. Geralmente, os parâmetros climáticos e das características do meio
receptor são pontuais e os parâmetros relacionados aos escoamentos incluem processos da
bacia de drenagem analisada.
109
3.1.1 Precipitações
Conforme foi mencionado anteriormente, nas proximidades dos pontos amostrados foram
coletados dados de precipitações, em dois pontos da bacia do Alto Uberabinha: na fazenda
Van Ass (Fig. 38) e na fazenda Roncador, da SA Agroindustrial Eldorado (Fig. 39). Nesses
pontos, os dados pluviométricos vinham sendo coletados (desde 2005 na Fazenda
Roncador e mais de 10 anos na Fazenda Van Ass) pelos responsáveis pelos
empreendimentos, algum tempo. O controle dos dados climáticos, neste caso os dados de
precipitação é fundamental para o planejamento das atividades produtivas dos
empreendimentos. Nos gráficos a seguir, Figs. 38 e 39 estão destacados os totais
pluviométricos dos anos de 2006, 2007 e 2008.
Nesta pesquisa foram utilizados os dados de temperatura da estação climática da
fazenda Roncador, da SA Agroindustrial Eldorado, por se tratar de um local bastante
representativo e por estar no centro da área estudada.
110
Figura 38. Dados de precipitação: 2006, 2007 e 2008 na Fazenda Van Ass.
111
Figura 39. Dados de precipitação da SA Agroindustrial Eldorado, em 2006, 2007 e 2008.
3.1.2. Medidas de vazão
As primeiras medidas de vazão foram realizadas para escolher a hélice mais adequada,
calibrar o equipamento e testar os procedimentos metodológicos, por isso os resultados não
serão utilizados nesta pesquisa. Na Tabela 1 estão os resultados das medidas de vazão
realizadas com os dois procedimentos citados anteriormente. As medidas de vazão, por área
112
de influência, apresentam maior rigor científico e serão os valores utilizados nesta pesquisa
para os cálculos do balanço hidrológico (fig 40). Nos meses de Janeiro/2007, Janeiro/2008 e
Fevereiro/2008, não foi possível efetuar as determinações de vazão na seção escolhida.
Nesses períodos o rio Uberabinha passou a ocupar o seu leito maior, caracterizado por
extensas várzeas (Fig.41). Dessa forma, estes valores foram estimados com base no
comportamento do fluxo e nos valores de precipitação, no mesmo período do ano anterior.
Tabela 2. Medidas de Vazão – Rio Uberabinha – Uberlândia – MG
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA
VAZÃO POR ÁREA DE
INFLUÊNCIA
em m³/s
VAZÃO PELA MÉDIA DO FLUXO
em m³/s
29/09/06 5,65 16,45
10/10/06 11,81 12,40
09/11/06 12,67 13,91
20/12/06 28,37 29,05
15/01/07 31,41* -
01/02/07 34,44 31,73
01/03/07 18,60 17,39
16/04/07 8,22 9,65
14/05/07 7,49 8,22
16/06/07 2,59 7,25
15/07/07 4,59 6,07
23/08/07 3,57 5,40
24/10/07 3,75 4,90
29/11/07 7,01 8,30
16/12/07 22,08 22,02
00/01/08 35,00* -
00/02/08 35,00* -
01/03/08 17,89 18,61
* valores estimados
113
No geral, os resultados das medidas de vazão, realizados pela média do fluxo do canal
fluvial, apresentam valores maiores do que àqueles, calculados pelo método que considera as
diversas áreas de influência do perfil do canal fluvial.
Figura 40 – Medidas de vazão no Rio Uberabinha – Uberlândia – MG.
Figura 41. Seção do Rio Uberabinha onde são feitas as medidas de vazão, mostrando a
ocupação do leito maior sazonal. Autor, SOARES, 2007.
114
3.1.3
Levantamento do nível freático
O levantamento do nível freático (N.A.) teve início em junho de 2006. As determinações
do N.A. foram feitas mensalmente. Nas Figuras 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53 e
54 estão representados os N.As mensais, nos diversos pontos amostrais da área estudada.
Figura 42. Profundidade do N.A, na nascente do Córrego Fortaleza. Estação Experimental VI.
115
Figura 43. Profundidade do N.A, na Fazenda Van Ass. Estação Experimental II.
116
Figura 44. Profundidade do N.A., na Fazenda da SA Agroindustrial Eldorado. Estação
Experimental V.
117
Figura 45. Profundidade do N.A, no Córrego do Caroço – Ponto 1. Estação Experimental III.
118
Figura 46. Profundidade do N.A, no Córrego do Caroço – Ponto 2. Estação Experimental III.
119
Figura 47. Profundidade do N.A., no Córrego do Caroço Ponto 3 – Estação Experimental III.
120
Figura 48. Profundidade do N.A., em sessão na Lagoa do Beija-Flor, topo divisor do Beija-
Flor, Rio Claro e Rio Uberabinha – Ponto 1. Estação Experimental I.
121
Figura 49. Profundidade do N.A., em sessão na Lagoa do Beija-Flor, topo divisor do Beija-
Flor, Rio Claro e Rio Uberabinha – Ponto 2. Estação Experimental I.
122
Figura 50. Profundidade do N.A., em sessão na Lagoa do Beija-Flor, topo divisor do Beija-
Flor, Rio Claro e Rio Uberabinha – Ponto 3. Estação Experimental I.
123
Figura 51. Profundidade do N.A., em sessão na Lagoa do Beija-Flor, topo divisor do Beija-
Flor, Rio Claro e Rio Uberabinha – Ponto 4. Estação Experimental I.
124
Figura 52. Profundidade do N.A., na Estância Buritis Margem do Ribeirão Beija-Flor,
próximo à borda Oeste da Bacia do Alto Uberabinha. Ponto 1. Estação Experimental IV.
125
Figura 53. Profundidade do N.A., na Estância Buritis Margem do Ribeirão Beija-Flor,
próximo à borda Oeste da Bacia do Alto Uberabinha. Ponto 2. Estação Experimental IV.
126
Figura 54. Profundidade do N.A., na Estância Buritis Margem do Ribeirão Beija-Flor,
próximo à borda Oeste da Bacia do Alto Uberabinha. Ponto 3. Estação Experimental IV.
127
3.1.4. Ensaios de infiltração com Permeâmetro Guelph
Foram feitos 19 ensaios de solo, distribuídos pela área de estudo. Os ensaios foram
feitos a 20 cm, a 40 cm e a 60 cm de profundidade, em diferentes tipos de usos do solo. Não
foram feitos ensaios de solo nas áreas com mata ciliar, por representarem pequena extensão
areal, sendo pouco representativas para a pesquisa.
Tabela 3. Resultados dos ensaios de solo em campo com o Permeâmetro Guelph
ENSAIOS DE PERMEABILIDADE
Ponto
Uso do Solo
Kfs a 20 cm de
profundidade
Kfs a 40 cm de
profundidade
Kfs a 60 cm de
profundidade
1 Culturas 6.4*10
-
3
cm/s 4.2*10
-
2
cm/s 3.9*10
-
2
cm/s
2 Culturas 1.3*10
-
2
cm/s 2.5*10
-
2
cm/s 2.6*10
-
2
cm/s
3 Pastagem 5.3*10
-
3
cm/s 4.4*10
-
2
cm/s 6.6*10
-
2
cm/s
4 Culturas 1.3*10
-
2
cm/s 1.0*10
-
1
cm/s 6.6*10
-
2
cm/s
5 Culturas 2.2*10
-
2
cm/s 5.2*10
-
2
cm/s 4.7*10
-
2
cm/s
6 Culturas 1.5*10
-
2
cm/s 4.3*10
-
2
cm/s 5.7*10
-
2
cm/s
7 Culturas 2.3*10
-
2
cm/s 4.8*10
-
2
cm/s 3.5*10
-
2
cm/s
8 Eucalipto 1.7*10
-
2
cm/s 4.2*10
-
2
cm/s 2.6*10
-
2
cm/s
9 Eucalipto 1.5 *10
-
1
cm/s 3.3*10
-
2
cm/s 4.7*10
-
2
cm/s
10 Culturas 1.2*10
-
2
cm/s 2.0*10
-
2
cm/s 6.2*10
-
2
cm/s
11 Eucalipto 5.0*10
-
2
cm/s 5.6*10
-
2
cm/s 7.3*10
-
2
cm/s
12 Pínus 1.0*10
-
2
cm/s 4.0*10
-
2
cm/s 1.6*10
-
2
cm/s
13 Campo úmido 3.0*10
-
³ cm/s 1.1*10
-
³ cm/s 3.1*10
-
³ cm/s
14 Campo úmido 6.3*10
-
³ cm/s 7.4*10
-
4
cm/s 1.9*10
-
4
cm/s
128
15 Campo úmido 1.6*10
-
³ cm/s 1.2*10
-
² cm/s 1.7*10
-
4
cm/s
16 Campo úmido 2.4*10
-
4
cm/s 2.8*10
-
4
cm/s 2.2*10
-
5
cm/s
17 Campo úmido 4.5*10
-
4
cm/s 2.7*10
-
5
cm/s 1.7*10
-
5
cm/s
18 Campo úmido 1.3*10
-
4
cm/s 7.4*10
-
4
cm/s 5.3*10
-
3
cm/s
19 Cerrado 7.6*10
-
3
cm/s 1.1*10
-
2
cm/s 4.2*10
-
3
cm/s
O coeficiente de permeabilidade (k) está diretamente relacionado com fatores como:
propriedades físicas do solo - principalmente textura, estrutura e porosidade - grau de
saturação do solo, temperatura, dentre outros. Dessa forma, os valores do coeficiente de
permeabilidade (k) variam bastante em áreas relativamente homogêneas quanto à declividade
e classes dos solos.
Diversos autores apresentam valores típicos do coeficiente de permeabilidade, em
função dos materiais (solos arenosos e argilosos). Consideram-se solos permeáveis, ou que
apresentam drenagem livre, aqueles que têm permeabilidade superior a 10
-7
cm/s. Os demais
são considerados solos impermeáveis ou com drenagem impedida. Para solos permeáveis,
arenosos e argilosos, a permeabilidade considerada alta está entre 10
-3
e 10
-5
cm/s e baixa
entre 10
-5
a 10
-7
cm/s (www.ufsm.br).
Gomes (1996) fez uma estimativa dos coeficientes de permeabilidade para solos
permeáveis, classificados como latossolos e argissolos, cuja textura dominante era argilosa ou
argilo-arenosa. O método adotado considerou a influência de algumas propriedades físicas do
solo nos potenciais de infiltração e escoamento superficial da água, tais como textura,
estrutura, estabilidade dos agregados e profundidade do perfil, na estimativa da condutividade
hidráulica, classificada como alta (3,4*10
-3
cm/s a 6,9*10
-3
cm/s); média (6,9*10
-4
cm/s a
3,4*10
-3
cm/s); e baixa (6,9*10
-5
cm/s a 6,9*10
-4
cm/s).
129
Costa et al (2007) destacaram Categorias de Coeficiente de Permeabilidade para a
Bacia do Alto Uberabinha, com base em Vargas (1984). Segundo os autores, as áreas que
apresentam Alto Coeficiente de Permeabilidade são aquelas ocupadas pela mata ciliar, com
valores da ordem de 6,3*10
-2
cm/s; o Médio Coeficiente de Permeabilidade apresenta valores
entre 4,2*10
-2
cm/s e 4,5*10
-2
cm/s, em áreas ocupadas por cerrado e reflorestamento; e as
áreas com pastagem e cultura anual apresentaram valores entre 1,0*10
-2
cm/s e 1,34*10
-2
cm/s, considerados como Baixo Coeficiente de Permeabilidade.
Com base nesses valores típicos de permeabilidade do solo foram estimados valores
para os coeficientes de permeabilidade da área em estudo. As categorias de solo que
apresentaram coeficiente de permeabilidade maior que 10
-3
cm/s serão enquadradas como de
alta permeabilidade; aquelas que apresentaram coeficiente de permeabilidade na casa de 10
-4
cm/s serão consideradas como de média permeabilidade; e aquelas que apresentaram
coeficientes de permeabilidade menores que 10
-4
cm/s serão consideradas como de baixa
permeabilidade (Figs 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61 e 62).
Figura 55 – Coeficientes considerados de alta permeabilidade de 0 a 20 cm.
130
Figura 56 – Coeficientes de média permeabilidade de 0 a 20 cm.
Figura 57 – Coeficientes de alta permeabilidade de 0 a 40 cm.
131
Figura 58 – Coeficientes de média permeabilidade do solo de 0 a 40 cm
Figura 59 – Coeficientes de alta permeabilidade do solo de 0 a 60 cm
132
Figura 60 – Coeficientes de média permeabilidade do solo de 0 a 60 cm
Figura 61 – Coeficientes de permeabilidade de solo realizados na bacia do Alto Uberabinha.
133
Figura 62. Pontos de ensaio de permeabilidade de solo na bacia do Alto Uberabinha
134
3.1.5. Caracterização dos Solos na Bacia do Alto Uberabinha
Conforme destacado anteriormente, na caracterização da Bacia do Alto Uberabinha, os
solos da área foram classificados como Latossolos Vermelho-Amarelos (EMBRAPA, 1999)
e, em menor proporção, os Latossolos Vermelhos (EMBRAPA, 1999) e Gley pouco Húmicos
(EMBRAPA, 1999).
Foram realizadas análises granulométricas para uma caracterização textural das
amostras de solos coletadas nas áreas experimentais no momento da perfuração para
instalação dos piezômetros na área estudada. Nestas análises não foram feitos os
procedimentos para o tratamento de oxidação da matéria orgânica (Tabela 5).
Tabela 4. Resultados das análises granulométricas realizadas com amostras coletadas nas
Estações Experimentais.
Amostra Argila% Silte% Areia fina% Areia Grossa%
FE – 00 - 10 cm 76,60 0,70 5,30 17,40
FE – 10 - 20 cm 78,40 0,40 04,70 16,50
FE – 20 – 60 cm 78,70 02,30 05,00 14,00
FE – 100 cm 78,80 04,40 05,30 11,50
FE – 100 – 150 cm 84,20 1,90 03,60 10,30
FE – 150 – 200 cm 80,20 02,00 03,80 14,00
CF – 0 -10 cm 68,90 04,50 04,80 21,80
CF – 10 – 20 cm 64,50 12,10 05,40 18,00
CF – 20 – 60 cm 79,70 05,70 04,00 10,60
CF – 60 – 100 cm 77,40 04,80 05,50 12,30
CF – 100 – 150 cm 81,50 05,20 03,80 09,50
CF – 150 – 180 cm 81,90 04,30 04,20 09,60
CC1 – 0 – 10 cm 63,40 19,90 05,70 11,00
CC1- 10 – 20 cm 56,40 24,90 06,40 12,30
CC1 – 20- 40 cm 50,20 03,40 15,20 31,20
CC1 – 40 – 60 cm 48,90 11,30 20,00 19,80
CC1 – 60 – 100 cm 41,50 14,50 20,00 24,00
CC1- 100 – 150 cm 18,30 33,50 25,70 22,50
135
CC2 – 0 – 10 cm 60,50 27,10 05,10 07,30
CC2 – 10 – 20 cm 60,30 30,40 05,40 03,90
CC2 – 20 – 40 cm 72,20 21,70 04,10 02,30
CC2 – 40 -60 cm 81,20 14,40 03,50 0,90
CC2 – 60 – 100 cm 63,40 08,70 10,60 17,30
CC2- 100 -150 cm 42,10 15,90 22,90 19,10
CC3 – 0 – 10 cm 80,80 09,00 02,40 07,80
CC3 – 10 – 20 cm 81,30 11,00 02,10 05,60
CC3 – 20 – 40 cm 82,70 10,90 01,70 04,70
CC3 – 40 – 60 cm 84,40 08,30 02,00 05,30
CC3 – 60 – 100 cm 85,00 06,10 02,50 06,40
CC3 – 100-150 cm 84,50 06,70 03,40 05,40
CC3 – 150-200 cm 80,50 05,50 04,50 09,50
CC3- 200 – 300 cm 62,40 10,50 09,10 18,00
BF2-100 cm 82,20 05,20 04,60 08,00
BF2- 150 cm 84,40 03,50 04,00 08,10
BF2 – 200 cm 83,20 05,30 03,50 08,00
BF3 – 0-10 cm 69,90 08,80 05,00 16,30
BF3 – 10 – 20 cm 56,20 23,00 05,30 15,50
BF3 – 20 – 60 cm 73,90 09,90 04,40 11,80
BF3 – 60-100 cm 80,60 04,10 03,70 11,60
BF3 -100-190 cm 80,00 05,30 04,60 10,10
BF4 – 0- 20 cm 63,50 12,20 04,30 20,00
BF4 – 20 – 60 cm 71,70 10,00 05,00 13,30
BF4 – 60-100 cm 74,80 07,10 04,00 14,10
BF4 -100-200 cm 69,00 04,20 06,30 20,50
BF4 -200-250 cm 83,60 05,10 03,60 07,70
F E = Fazenda Eldorado CC = Córrego do Caroço CF = Córrego Fortaleza BF = Beija-flor
Fonte: LAGES – IG – UFU, 2006.
Realizou-se a caracterização do Perfil Pedológico de área úmida, na margem esquerda
do Ribeirão Beija-Flor. Macedo e Corrêa (2006) fizeram a descrição morfológica do perfil
pedológico, com o objetivo de caracterizar o tipo de solo que se encontra sobre a paleoturfa,
que ficou visível com a evolução de voçoroca (Figs. 63 e 64).
136
Figura 63. Topo da Paleoturfa, sob o Cambissolo.Voçoroca do Ribeirão Beija-Flor (Uberaba
– MG). Autor: MACEDO, 2006.
Figura 64. Voçoroca do Ribeirão Beija-Flor. Vista de montante. Autor: MACEDO, 2006.
137
A caracterização pedológica é importante na elucidação dos processos e eventos
paleoclimáticos, responsáveis pela gênese das superfícies tabulares da região da bacia do Alto
Uberabinha.
O primeiro passo para a caracterização pedológica foi preparar o perfil. O segundo
passo foi fazer as divisões das camadas e horizontes, observando a cor e textura num primeiro
instante. O solo foi classificado como Cambissolo (Bi B incipiente), devido a sua espessura
(30 cm) ser menor que 50 cm e, quando muito argilosa, indicar baixo grau de intemperismo; e
os requícios da rocha mãe ou saprolito forem maior que 5% do volume.
Os resultados indicaram um baixo valor da Capacidade de Troca Catiônica (CTC),
sendo eletropositivo nos primeiros 150 cm e de característica ácrica. Os horizontes foram
assim descritos, em ordem descendente, iniciando pelo A, que é o mais superficial, seguido
pelo AB, Bi, Cf1, Cf2 e camadas 1C, 2C, 3C e 4CH, que estão sobre paleoturfa. Essa
paleoturfa repousa sobre material coluvial, que atualmente é tomado pelo lençol freático.
3.1.6. Avaliação do movimento da água com uso de traçadores
químicos
Como a área estudada se caracteriza como área de recarga regional e esse processo
ainda é pouco conhecido na região, optou-se pela utilização de traçadores, para se conhecer a
velocidade e direção do fluxo subterrâneo. Uso de traçadores químicos são largamente
utilizados para determinar a direção e a velocidade do fluxo de água subterrânea. O traçador
pode ser natural ou pode ser introduzido intencionalmente. O princípio do método consiste na
injeção da substância e amostragem em locais estratégicos que podem ser sumidouros,
138
surgências, poços profundos, rasos ou de monitoramento e nascentes. A apresentação dos
resultados é na forma de uma curva de concentração versus tempo. No estudo de traçadores é
importante conceituar os seguintes tempos: t
o
= tempo de injeção; t
1
= primeira detecção do
traçador; t
2
= tempo na concentração máxima, que geralmente coincide com a denominada
velocidade “máxima”; t
3
= tempo de meia vida, definido como o tempo em que metade do
traçador foi detectada no ponto de amostragem; e t
4
= última detecção do traçador
(LOUZADA, 1999). As principais condições de aplicação a serem consideradas são: local de
injeção; local de coleta; conectividade entre pontos de injeção e coleta; forma de percolação;
periodicidade da amostragem; e quantidade do traçador.
Existem vários tipos de íons que podem ser utilizados como traçadores, porém, devido
aos custos, facilidade de detecção e baixa absorção, os cloretos (Cl
-
) e brometos (Br
-
) são mais
populares. Nesta pesquisa realizou-se ensaio qualitativo e aplicou-se o sal cloreto de sódio,
(NaCl), substância inteiramente ionizada quando dissolvida em água. A ionização aumenta a
condutividade elétrica da água com traçador, propriedade esta utilizada para detectar o tempo
de chegada do traçador no ponto de coleta. Por outro lado, as concentrações de sal inseridas
como traçador devem ser bastante elevadas, para proporcionar a detecção da pluma salina em
longas distâncias.
Os ensaios com traçadores foram realizados em três pontos experimentais: no Horto
Florestal Eli, Estação Experimental I, nas margens do Córrego do Caroço, Estação
Experimental III e na Fazenda da SA Agroindustrial Eldorado, Estação Experimental V,
locais estratégicos para investigação do fluxo em meio poroso (Fig.65). A perfuração dos
piezômetros foi realizada em quatro polegadas (100 mm), até a produndidade de 6 m. Nos três
pontos experimentais foi injetada uma solução de 3 kg de sal em 20 l de água e o
monitoramento da condutividade elétrica foi realizado de 30 em 30 minutos.
139
Figura 65 – Localização dos pontos ensaiados com traçadores.
Na Estação Experimental I foi ensaiado o piezômetro do Ponto 1, localizado em área
plana, média encosta, com leve declividade para lagoa com murundus e vegetação natural de
cerrado. Neste local o gradiente é baixo, por estar próximo ao divisor de águas das bacias do
Ribeirão Beija-Flor, Rio Claro e Rio Uberabinha, a 995 m de altitude. Os solos do local são os
Latossolos Vermelho-Amarelos (EMBRAPA, 1999). Foram perfurados 5 piezômetros a 3
140
metros de distância do piezômetro ensaiado, com 1,7 metro de distância entre eles Os cinco
furos foram feitos no sentido da declividade do local.
A primeira injeção foi feita no piezômetro do Ponto I, cuja condutividade elétrica
natural da água era de 0,079 µS/cm. Os piezômetros 1, 2, 3, 4 e 5 apresentaram
condutividade elétrica natural da ordem de 0,075 µS/cm, 0,067 µS/cm, 0,091 µS/cm, 0,057
µS/cm e 0,054 µS/cm. Após 04 horas de monitoramento o piezômetro 1 apresentou aumento
da condutividade elétrica em 70,66 % (0,128 µS/cm) e os valores passaram a oscilar nesde
intervalo (0,075 a 0,1 µS/cm) estabilizando-se após 23 horas de monitoramento, com
aumento da condutividade elétrica em torno de 166 % (0,2 a 0,6 µS/cm). O piezômetro 2
apresentou pequena alteração no valor da condutividade elétrica, após 4 horas de
monitoramento, 67,16 % (0,112 µS/cm), estabilizando em seguida e voltando a apresentar
pequena alteração no valor da condutividade, após 10 horas de monitoramento; após 23 horas
de monitoramento, o aumento da condutividade elétrica foi mais expressivo, 467 % (0,380 e
0,124 µS/cm). Os piezômetros 3, 4 e 5 apresentaram alteração no valor da condutividade
elétrica, após 23 horas de monitoramento, em 64 %, 163 % e 177 % (0,15 µS/cm) (Fig.66).
Nesse local a direção do fluxo subterrâneo pode ser classificada como radial, sendo
que, na direção dos piezômetros 1 e 2, os resultados foram mais expressivos. A velocidade do
fluxo subterrâneo, nesse ponto, foi de 13,04 cm/h.
141
Figura 66 – Condutividade elétrica dos piezômetros nas cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor.
O segundo ensaio com traçador foi realizado nas margens do Córrego do Caroço, na
baixa encosta, a 950 m de altitude. Os solos do local são do tipo hidromórfico, apresentando
material turfoso em subsuperfície, a cerca de 1 m de profundidade. Nesse ponto foram
perfurados três piezômetros, no sentido do declive do vale fluvial, a 3 m de distância do
piezômetro que recebeu o traçador, com 1,5 m de profundidade e com 2 m de distância entre
eles.
Antes da introdução do traçador, foi medida a condutividade elétrica da água nos
quatro piezômetros (0,136 µS/cm no piezômetro que recebeu o sal, 0,125 e 0,114 µS/cm nos
piezômetros que foram monitorados). Como os valores de condutividade elétrica iniciais se
apresentaram bastante elevados, se comparados com os outros locais, foram medidas as
condutividades elétricas da água a jusante, no Córrego do Caroço (0,076 µS/cm), e a
montante do ponto ensaiado, em uma cisterna (0,6 µS/cm).
142
O piezômetro 1 apresentou alterações na condutividade elétrica após 40 horas, em
60% (0,2 µS/cm). Os piezômetros 2 e 3 não apresentaram alterações na condutividade durante
o monitoramento de 60 horas (Fig. 67).
No segundo ponto ensaiado, Estação Experimental III, a direção do fluxo subterrâneo,
evidenciada pelo traçador, indicou uma direção paralela ao curso d’água. Nos dois outros
piezômetros, situados no sentido da declividade da vertente, não houve mudança na
condutividade elétrica da água. Nesse local, a velocidade do fluxo subterrâneo no piezômetro
1 foi de 7,5 cm/h.
Figura 67 – Condutividade elétrica identificada nos piezômetros no Córrego do Caroço.
O terceiro ponto ensaiado está localizado na Fazenda da SA Agroindustrial Eldorado,
Estação Experimental V, no interflúvio do Rio Uberabinha e Ribeirão Beija-Flor, a uma
altitude de 958 m. Os solos do local são os Latossolos Vermelho-Amarelos (EMBRAPA,
1999), sob vegetação natural de cerrado. Por se tratar de uma área extremamente plana, foram
perfurados 8 piezômetros de 4 metros de profundidade, a 3 m do piezômetro que recebeu o
traçador.
143
A condutividade inicial nos piezômetros desse ponto ensaiado ficou entre 0,04 µS/cm
e 0,06 µS/cm O monitoramento foi de 85 horas, sendo que ocorreram alterações na
condutividade elétrica da água apenas no piezômetro 8 em 650 % (0,3 µS/cm), após 40 horas
de monitoramento, e no piezômetro 1, alterações de 150 % (0,1 µS/cm), após 78 horas de
monitoramento. Nesse local a direção do fluxo subterrâneo é no sentido SW, em direção à
calha do Rio Uberabinha. A velocidade do fluxo é de 7,5 cm/h (Fig. 68).
Figura 68 Condutividade elétrica nos piezômetros na Fazenda da SA Agroindustrial
Eldorado.
Após os ensaios com traçador, os piezômetros utilizados continuaram a ser
monitorados semanalmente. Nos três piezômetros que receberam o traçador, ainda traços
do sal introduzido. Na Estação Experimental V não houve mudanças significativas nos
valores de condutividade elétrica da água, nos 8 piezômetros monitorados. Os íons Cl
-
e Na
+
ainda continuam a passar pelos piezômetros 1 e 8 nas mesmas concentrações, mas no
piezômetro que recebeu o sal verificou-se uma redução da condutividade acentuada (18,48
µS/cm em 26/02/08, no início do monitoramento, e 0,45 µS/cm, em 28/04/08, no término do
144
monitoramento). Na Estação Experimental I a concentração de sal ainda permanece nos
piezômetros 1 e 2, porém no piezômetro que recebeu o sal a concentração sofreu uma redução
acentuada (cerca 18 µS/cm, em 14/01/08, no início do monitoramento, para 0,308 em
28/04/08, no término do monitoramento). No córrego do Caroço, Estação Experimental III, o
traçador continua a passar por todos os piezômetros, com uma intensidade maior. No
piezômetro que recebeu o traçador, a concentração variou em 18 µS/cm, em 20/02/08, a 0,281
µS/cm, em 28/04/08.
Foram medidas as condutividades elétricas da água em todas as estações
experimentais e nos cursos d’água a jusante delas. Na Estação Experimental I, cabeceiras do
Córrego Beija-Flor, a condutividade elétrica da água da lagoa foi de 0,136 µS/cm, enquanto
que a condutividade elétrica da água medida no córrego, a jusante da lagoa, foi de 0,04
µS/cm, representando um aumento de 340 %. Na Estação Experimental II, na Fazenda Van
Ass, a condutividade elétrica da água na superfície, em um dreno existente ao lado da estrada
de acesso à sede da fazenda, foi de 0,051 µS/cm, e no poço de monitoramento do N.A., a
condutividade elétrica da água foi de 1,154 µS/cm, portanto 2.262 % superior. Na Estação
Experimental V, a condutividade elétrica da água no poço de monitoramento do N.A foi de
0,06 µS/cm e no Rio Uberabinha, a jusante do ponto experimental, o valor foi de 0,05 µS/cm.
Na Estação Experimental VI, nas cabeceiras do Córrego Fortaleza, a condutividade elétrica da
água foi de 0,05 µS/cm, o mesmo valor foi encontrado no mesmo córrego, a jusante do ponto
amostrado.
145
3.2. O balanço hidrológico da bacia do alto curso do Rio Uberabinha
No modelo hidrológico abaixo (Fig. 69) estão destacadas as entradas (inputs) e saídas
(output) do sistema hidrológico (GONÇALVES, 2003).
Figura 69 – Modelo hidrológico
3.2.1. Precipitação
Na Tabela 6 estão apresentados os dados utilizados para o cálculo da precipitação
média da área estudada. Os dados pluviométricos disponibilizados pela Magnesita S.A. se
referem a apenas uma parcela do período analisado. O fornecimento de dados pluviométricos
foi interrompido, quando a empresa foi vendida e aqueles não foram mais disponibilizados,
pela nova direção da empresa.
Evapotranspiração (ETP)
Saldo de armazenamento
Saldo do mês corrente
Deflúvio (D)
Precipitação (P)
Infiltração
146
Tabela 5 – Valores da média das precipitações
Média das precipitações
Meses Eldorado
Van Ass
Magnesita
Média
JAN/06 194
171
132
165,67
FEV/06 336
356
208
300,00
MAR/06
499
272
354
375,00
ABR/06 78
203
121
134,00
MAI/06 19
16
13
16,00
JUN/06 0
0
4
1,33
JUL/06 0
0
-
0,00
AGO/06
37
25
27
29,67
SET/06 67
95
75
79,00
OUT/06 237
189
218
214,67
NOV/06
249
255
227
243,67
DEZ/06 389
509
394
430,67
JAN/07 572
452
378
467,33
FEV/07 216
165
163
181,33
MAR/07
127
90
108,50
ABR/07 50
47
48,50
MAI/07 58
20
39,00
JUN/07 0
0
0,00
JUL/07 36
25
30,50
AGO/07
0
0
0,00
SET/07 24
30
27,00
OUT/07 83
89
86,00
NOV/07
174
227
200,50
DEZ/07 293
329
311,00
JAN/08 241
290
265,50
FEV/08 423
317
370,00
MAR/08
349
278
313,50
147
Figura 70 – Gráfico das precipitações médias, na Bacia do Alto Uberabinha.
3.2.2. Evapotranspiração potencial
Os dados de temperatura utilizados foram levantados na Fazenda Roncador da SA Industrial
Eldorado (Tabela 07).
Tabela 6 – Temperaturas Médias Mensais
Temperaturas médias mensais –
Fazenda Roncador
Meses Temperatura média
SET/06 21,31
OUT/06 24,77
NOV/06 21,57
DEZ/06 23,65
JAN/07 23,38
FEV/07 23,66
MAR/07 23,65
ABR/07 22,49
MAI/07 20,33
148
JUN/07 18,83
JUL/07 18,98
AGO/07 20,08
SET/07 23,28
OUT/07 27,39
NOV/07 23,31
DEZ/07 23,55
JAN/08 23,02
FEV/08 21,5
MAR/08 22,7
Figura 71 – Temperatura média mensal na Fazenda Roncador da SA Agroindustrial Eldorado
149
Tabela 7. Valores de ETP
Valores da Evapotranspiração Potencial
Meses Temperatura média F I ETP
SET/06 21,31 1 8,979140275
47,1897
OUT/06 24,77 1,08
11,27621603
166,8048
NOV/06 21,57 1,09
9,145522723
56,5951
DEZ/06 23,65 1,15
10,51331718
123,3456
JAN/07 23,38 1,14
10,33213321
111,6948
FEV/07 23,66 1 10,52004821
107,6150
MAR/07 23,65 1,05
10,51331718
112,6199
ABR/07 22,49 0,97
9,742523207
69,9958
MAI/07 20,33 0,96
8,36140779
31,2602
JUN/07 18,83 0,91
7,445310219
16,1972
JUL/07 18,98 0,95
7,53528829
18,0002
AGO/07 20,08 0,99
8,20622968
29,2421
SET/07 23,28 1 10,26529984
94,7236
OUT/07 27,39 1,08
13,13027283
368,4020
NOV/07 23,31 1,09
10,28533439
104,3019
DEZ/07 23,55 1,15
10,44608736
119,2948
JAN/08 23,02 1,14
10,09222367
98,8381
FEV/08 21,5 1 9,100625472
50,6089
MAR/08 22,7 1,05
9,880582784
81,52658
I = 185,7708803
a = 7,880574195
Figura 72 - Relação entre precipitação, temperatura e evapotranspiração na Bacia do Alto Uberabinha,
de setembro de 2006 a março de 2008.
150
3.2.3. Deflúvio Mensal
Para o cálculo do deflúvio, as medidas de vazão (m
3
/s) foram transformadas em m
3
/h e
a área da Bacia do Alto Uberabinha foi calculada em 552.790.900 m².
Tabela 8 – Valores de vazão e deflúvio
VALORES DO DEFLÚVIO NA BACIA
DO ALTO UBERABINHA
DATA
VAZÃO
em
m³/s
VAZÃO EM
m³/h
DEFLÚVIO
(mm)
SET/2006 5,65
20338,56
26,49
OUT/2006
11,81
42526,80
57,24
NOV/2006
12,67
45619,92
59,42
DEZ/2006 28,38
102151,80
137,49
JAN/2007*
31,41
113076,00
152,19
FEV/2007 34,45
124002,00
150,74
MAR/2007
18,60
66974,76
90,14
ABR/2007 8,22
29578,32
38,53
MAI/2007 7,49
26973,36
36,30
JUN/2007 2,59
9333,00
12,16
JUL/2007 4,60
16543,44
22,27
AGO/2007
3,57
12863,88
17,31
-* 3,66
13192,38
17,18
OUT/2007
3,76
13520,88
18,20
NOV/2007
7,01
25240,32
32,88
DEZ/2007 22,08
79483,32
106,98
JAN/08* 35,00
126000,00
169,58
FEV/08* 35,00
126000,00
158,64
MAR/2008
17,89 64392,12
86,67
*Valores estimados pelas médias das vazões
151
Figura 73 – Precipitação x Deflúvio na bacia do Alto Uberabinha.
Tabela 9 – Valores para o cálculo do balanço hídrico na Bacia do Alto Uberabinha
Mês
P(mm)
Q(mm)
ETP(mm)
Vt
SET/06
79,00
26,49
47,1898
72,17
OUT/06
214,67
57,24
166,8048
-
9,37
NOV/06
243,67
59,4
2
56,5951
127,65
DEZ/06
430,67
137,49
123,3456
169,84
JAN/07
467,33
152,19
111,6948
203,45
FEV/07
181,33
150,74
107,6150
-
77,02
MAR/07
108,50
90,14
112,6199
-
94,26
ABR/07
48,50
38,53
69,9959
-
60,02
MAI/07
39,00
36,30
31,2603
-
28,56
JUN/07
0,00
12,16
16,1973
-
28,35
JUL/07
30,50
22,27
18,0003
-
9,77
AGO/07
0,00
17,31
29,2421
-
46,56
SET/07
27,00
17,18
94,7236
-
84,91
152
OUT/07
86,00
18,20
368,4020
-
300,60
NOV/07
200,50
32,88
104,3019
63,32
DEZ/07
311,00
106,98
119,2948
8
4,73
JAN/08
265,50
169,58
98,8381
-
2,92
FEV/08
370,00
158,64
50,6090
160,75
MAR/08
313,50
86,67
81
,5266
145,31
TOTAL
3416,67
1390,39
1808,26
284,87
Figura 74 – Balanço Hidrológico da Bacia do Alto Uberabinha
O balanço hidrológico da bacia do alto curso de rio Uberabinha, para o período
analisado nesta pesquisa, de Setembro de 2006 a Março de 2008, apresentou um superávit de
284,87 mm. O maior valor deficitário ocorreu no mês de Outubro de 2007. Nesse mês a ETP
também apresentou um valor elevado, devido ao aumento de quase 4º C na temperatura média
mensal. No geral, o sistema hidrológico da área estudada apresentou déficits no período seco
e superávit na estação úmida.
153
4. A EVOLUÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA
BACIA DO ALTO UBERABINHA E SEUS REFLEXOS NOS
SISTEMAS ÚMIDOS
Com o intuito de resgatar e atualizar os estudos realizados por Schneider (1996)
foi realizado levantamento do uso e ocupação do solo, em 2006 (fig 75), para verificar a
evolução do uso e ocupação do solo na Bacia do Alto Uberabinha e os seus reflexos nos
sistemas úmidos.
Até os anos 1970, a bacia do Alto Uberabinha, assim como os cerrados do Brasil
Central, encontravam-se em equilíbrio. Havia uma perfeita compensação entre o que era
produzido e o que era gasto pelos diferentes agentes que compunham as paisagens. A
evolução das paisagens acontecia de forma natural.
Nessa época, em algumas áreas úmidas de topo, havia exploração de argilas
refratárias. No restante da área da bacia do Alto Uberabinha, o Cerrado apresentava-se
em suas diferentes fitofisionomias, desde Cerrados até Campos Limpos, cobrindo todas
as áreas planas de topo. Essas terras eram desvalorizadas, do ponto de vista econômico,
com solos ácidos e pobres, utilizável apenas para a criação extensiva de gado. As
técnicas de manejo, nessas áreas, resumiam-se apenas a queimadas periódicas, para a
renovação das pastagens naturais. Esse quadro permaneceu na região da metade do
século XVIII, com a chegada dos primeiros bandeirantes, até o final do século XX
(1970), com a chegada da agricultura “moderna” (SOARES, 2002).
154
O mapeamento das áreas úmidas, que existiam em 1964, foi elaborado com o
objetivo de mostrar que os sistemas úmidos da área em estudo foram reduzidos. O início
da ocupação antrópica, na Bacia do Alto Uberabinha, se no final dos anos 1960 e
início dos anos 1970. Soares (2002) destaca que, após o Golpe Militar de 1964, as
atenções governamentais voltaram-se para a internacionalização da economia brasileira,
com intensa modernização de manejo da terra. Para os militares, a agricultura voltada
para o mercado interno e as práticas de manejo “arcaicas” eram a causa principal do
atraso do país, uma vez que apresentava baixa produtividade. Com a intervenção direta
do Estado, a economia brasileira, por meio de empréstimos e de instalação de
multinacionais, foi aberta ao capital internacional. Paralelamente a isso são
implementadas políticas para incentivar a iniciativa privada, via liberação de recursos,
para a ocupação das áreas de Cerrado do Brasil Central. O discurso oficial era que a
implantação dessa política tinha como principal objetivo melhorar a qualidade de vida
no campo, com melhor distribuição da renda e, ao mesmo tempo, promover a
modernização do meio rural.
Em nome do desenvolvimento e da modernização agrícola, o Governo Militar
promove o deslocamento da fronteira agrícola para as áreas ocupadas com o Cerrado,
favorecendo a plantação de florestas homogêneas subsidiadas com financiamentos e
incentivos fiscais.
Schneider (1996) destaca quais foram as ações governamentais implementadas
para incentivar a efetiva inserção das florestas em áreas de Cerrado. A primeira delas foi
a reformulação do Código Florestal, legalizando a derrubada de florestas nativas para a
inserção das florestas homogêneas. Em seguida, foram criadas políticas de incentivo aos
cultivos de Pinus e Eucalipto. Em 1967, foi criado o IBDF (Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal) para orientar, coordenar e executar medidas de proteção,
155
conservação e uso racional de recursos naturais renováveis. De 1965 a 1974, foram
criadas diversas leis e Decretos-Lei que tratavam dos incentivos fiscais para os projetos
de reflorestamentos.
Ainda, segundo a autora, foram criadas empresas com o objetivo de explorar a
silvicultura em áreas de cerrados. Os incentivos fiscais interessaram a banqueiros,
políticos, industriários e outros empresários, que passaram a utilizá-los e iniciaram o
plantio de eucalipto e pinus, nos cerrados do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A
política de incentivos fiscais para os projetos de reflorestamentos foi usada, por esses
empresários, como uma forma de acumular capital pois, naquele momento, não se tinha
idéia do que se faria com tais florestas.
As ações governamentais que incentivaram os reflorestamentos não fizeram
referências aos locais onde essas florestas poderiam ser instaladas. Não houve
preocupação com a preservação e conservação dos recursos naturais do Cerrado, nem
com antigos proprietários dessas áreas. As grandes empresas aproveitaram os incentivos
e o baixo valor imobiliário das terras e adquiriram extensas áreas para a implantação das
florestas homogêneas. Estas são plantadas nas vertentes planas das chapadas, chegando
até às margens dos campos úmidos, que não foram devidamente protegidos pela
legislação e fiscalização governamentais (Soares, 2002).
Nas últimas décadas do século XX e primeira década do século XXI, os cerrados
brasileiros foram intensamente ocupados pela agricultura. Essas décadas marcaram
profundamente, a estruturação das paisagens, na área desta pesquisa. As facilidades de
financiamento e a infra-estrutura oferecida atraem produtores rurais de diversas partes
do país, em sua maioria vindos do Sul, para os Cerrados do Triângulo Mineiro. Além
desses pontos positivos, as chapadas, por suas características e a sua localização
156
geográfica passam a ser consideradas uma fronteira agrícola, com excelentes
perspectivas de produtividade e lucros.
Figura 75 – Mapa de uso e ocupação do solo na Bacia do Alto Uberabinha em 2006.
157
A partir da década de 1980, a Bacia do Alto Uberabinha começa a ser ocupada
pelas monoculturas, principalmente a soja. Em pleno processo de modernização da
agricultura brasileira, os solos pobres e ácidos do cerrado passam a ser corrigidos.
Técnicas modernas de cultivo começam ser utilizadas. Entre elas, a mecanização, a
correção da acidez, a adubação química, o emprego de sementes selecionadas e o uso de
herbicidas e inseticidas, que passam a compor as novas técnicas de manejo, nos
chapadões do Alto Uberabinha.
O relevo tabular e a boa estruturação dos latossolos favoreceram a intensa
mecanização. As máquinas e os acessórios agrícolas utilizados modernizaram-se,
apresentando alta tecnologia.
Os produtos utilizados na correção dos solos (calcário e fosfato) começam a ser
explorados em locais mais próximos (Araxá, Uberaba, Tapira, Patos de Minas)
reduzindo os custos de produção. A rede de distribuição (rodovias) e de armazenagem
implementada por programas governamentais, facilitam o escoamento da produção
(SOARES, 2002).
Todos esses aspectos promovem a expansão da fronteira agrícola, com a
crescente busca de terras para a prática da agricultura moderna. Com a chegada dos
produtores do sul do país, foram instaladas as relações capitalistas de produção nas
áreas de Cerrado. A partir de então, os objetivos passaram a ser a produção em alta
escala, para exportação, e lucros crescentes e imediatos. As bases da agricultura
capitalista, no Cerrado, foram definidas por um sistema de arrendamento de terras, cujo
aluguel passou a ser pago em dinheiro, correspondendo a uma porcentagem da
produção. Schneider descreve bem como os agricultores do sul do país foram atraídos
para o Cerrado do Triângulo Mineiro.
Os agricultores sulistas chegaram à chapada do Uberabinha através
de informações recebidas de amigos, por contato direto com
158
proprietários locais durante um processo próprio de busca de novas
terras, ou motivados por representantes dos programas municipais de
arrendamento. Representantes das Secretarias Municipais de
Agricultura tanto de Uberlândia como de Uberaba foram a algumas
regiões do país, especialmente a área atingida pela represa de Itaipu
e a região de Campo Mourão, buscando incentivar principalmente
pequenos produtores gaúchos e paranaenses, com experiência no
cultivo de soja, que possuíssem condições econômicas suficientes
para ter seu próprio maquinário e que pudessem rapidamente entrar
no processo produtivo. Encontram-se também na área alguns
arrendatários de origem paulista. Estes geralmente são proprietários
de terra no norte do estado de São Paulo e, dada a facilidade da
pequena distância, usam terras arrendadas para a produção de
grãos, beneficiando-se das facilidades de financiamento agrícola.
Eles chegaram a área em questão, através de corretoras de terras que
operam especialmente na região de Orlândia – S.P.
(1996:81).
Na bacia do Alto Uberabinha, a década de 1990 representou um período de
intensas mudanças no uso do solo. Nessa época, as florestas homogêneas estavam
completando 20 anos e tinham chegado ao ponto ideal para o corte e a
comercialização das madeiras. Nesses vinte anos, as terras do cerrado foram
supervalorizadas pelo plantio de grãos para exportação. Diante desse quadro, os
reflorestamentos passaram a ser substituídos pelas monoculturas, já que essas
proporcionavam maiores lucros que um novo plantio de florestas de eucalipto e pinus.
Atualmente, a bacia do Alto Uberabinha apresenta grandes produtividades. As
culturas tomaram conta da maior parte dessa área, com destaque para a chegada da
cana-de-açúcar (Figs 76, 77, 78 e 79). Restam apenas poucas áreas com reflorestamento
e pastagens, e algumas com vegetação natural.
Durante as últimas três décadas, a Bacia do Alto Uberabinha passou por
transformações que provocaram impactos ambientais, principalmente sobre os sistemas
úmidos de topo. Áreas úmidas foram drenadas e incorporadas à produção, como pode
ser observado nos levantamentos de 1964 e 2006 (Fig. 80).
159
Figura 76 – Plantios de cana-de-açúcar no interflúvio do Rio Claro e Rio Uberabinha –
Uberaba – MG. Autor: SOARES, 2007.
Figura 77 – Plantios de cana-de-açúcar no interflúvio do Rio Claro e Rio Uberabinha –
Uberaba – MG. Ao fundo a Usina Uberaba. Autor, SOARES, 2007.
160
Figura 78 – Plantio de soja no interflúvio do Rio Uberabinha e Ribeirão Beija-Flor.
Autor: SOARES, 2007.
Figura 79 – Terra sendo preparada para receber a cana-de-açúcar, nas proximidades da
nascente do Córrego Jacaré, nascente do Rio Uberabinha – Autor:
SOARES, 2007.
161
Figura 80 – Áreas úmidas ocupadas pelas culturas na Bacia do Alto Uberabinha
162
A área da bacia do Alto Uberabinha é da ordem 55.279,09 ha. Em 1964, as áreas
hidromórficas da bacia totalizavam 16.905,30 ha, 30,58 % da área total. Em 2006, os
campos hidromórficos da área somavam 13.078,58 ha, cerca de 23,60 % da área total
(Tab. 10). Nesse período (1964 2006), 3.826, 72 ha de áreas hidromórficas, 6,98 % da
área total da bacia do Alto Uberabinha, foram incorporadas à área produtiva.
Tabela 10 Áreas úmidas incorporadas ao sistema produtivo no período de 1964
2006 na Bacia do Alto Uberabinha – Uberaba/Uberlândia – MG.
Ano do levantamento Área úmida em ha Percentual em relação à área
total da bacia
1964 16.905,30 30,58 %
2006 13.078,58 23,60%
Fonte: Adaptado de Schneider, 1996.
Esse processo de incorporação dos sistemas úmidos à área produtiva foi
amplamente discutido em Schneider (1996) e Soares (2002). Esses levantamentos das
áreas úmidas ocupadas nas bacias do Rio Uberabinha e Rio Claro foram feitos através
de cruzamentos de mapas e levantamentos em imagens de satélite e fotografias aéreas.
Nessa pesquisa buscou-se resgatar e atualizar esses levantamentos utilizando o Sistema
de Informação Geográfica e técnicas mais modernas de geoprocessamento.
163
5 – ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Com base nos dados levantados, é possível avaliar a relevância do tema para o avanço
do conhecimento sobre a dinâmica hídrica da área em estudo, assim como analisar a
efetividade da abordagem metodológica escolhida.
A área estudada é bastante homogênea, do ponto de vista geográfico. Baccaro (1991 e
1994) destaca que essa área está inserida na unidade geomorfológica denominada “Áreas
Elevadas de Cimeira com topos planos e largos” no Triângulo Mineiro.
Soares (2002) caracterizou essa superfície de cimeira como relevo tabular a
suavemente ondulado, com interflúvios amplos e vertentes longas, suavemente convexizadas,
vales rasos e ocupados por extensos campos úmidos, onde ocorrem solos hidromórficos e
orgânicos.
As chapadas, por serem muito planas, armazenam enorme quantidade de água pluvial,
sendo fornecedoras hídricas dos córregos que nascem em suas bordas ou no contato do pacote
de solo com a canga laterítica, que se formou, em tempos pretéritos, como conseqüência de
oscilações do lençol freático causadas pela variação climática da Era Cenozóica. Estas
superfícies elevadas e planas, “Superfícies Sul Americana de King”, ocupam amplas áreas no
Triângulo Mineiro e Brasil Central e são áreas de recarga dos aqüíferos locais e regionais
(MACEDO E CORRÊA, 2006).
164
As altitudes apresentam variação de 120 m, sendo que a maior parte da área situa-se
entre a cota 900 a 950 m. Nas altitudes menores que 900 m encontram-se os vales fluviais
circundados por extensas várzeas. Acima de 950 m de altitude, estão os sistemas úmidos de
topo e a maioria das nascentes.
Para conhecer a dinâmica hídrica da área de estudo e fazer o balanço hidrológico,
foram realizados levantamentos de informações sistemáticas dos principais componentes do
ciclo hidrológico e de outros processos que também interferem nesta dinâmica.
Os dados de precipitação levantados evidenciam a particularidade da sazonalidade
climática da região. O início do período analisado, setembro de 2006, coincidiu com o início
da estação úmida de 2006/07. Os dados da Fazenda Van Ass e da Magnesita SA apresentam
certa similaridade, com exceção de dezembro de 2006 e janeiro de 2007, quando os dados da
Fazenda Van Ass apresentaram maiores volumes de precipitação (figs. 25 e 26). os dados
da Fazenda Roncador, da SA Agroindustrial Eldorado (fig. 27), apresentaram uma variação
maior, em relação aos outros pontos, com destaque para os meses de dezembro de 2006 e
janeiro de 2007, onde ocorreu certa inversão dos volumes precipitados.
No período seco analisado, os dados de pluviosidade da Fazenda Roncador e da
Fazenda Van Ass são bastante semelhantes, e no período úmido 2007/2008, os totais
pluviométricos da Fazenda Roncador, em alguns meses (fev/08 e mar/08), excederam os
totais pluviométricos da Fazenda Van Ass, que apresentou maior homogeneidade nos
valores.
O período úmido de 2007/08 teve o seu início retardado em um mês, com
precipitações iniciais menores. Essa alteração no regime das chuvas fez com que o pico das
precipitações se deslocasse de dezembro/06 e janeiro/07 para fevereiro e março de 2008. As
precipitações médias refletem essas oscilações (fig. 69).
165
Os valores de vazão obtidos no rio Uberabinha (Tabela 1, fig. 40) também
acompanharam o regime das precipitações. Nos meses de janeiro de 2007 e janeiro e
fevereiro de 2008 não foi possível obter os dados para o cálculo da vazão, pois na seção do
leito fluvial, onde eram realizadas as medidas, ocorreu o transbordamento do rio para o seu
leito maior sazonal. Os valores desses meses foram estimados com base nos mesmos meses
do ano anterior. O pico das vazões coincide com o pico das precipitações, com um período de
concentração de um a dois meses (fig. 73).
Os níveis freáticos também refletem a sazonalidade climática e as mudanças no ritmo
das precipitações da área estudada. Na Fazenda Van Ass, Estação Experimental II (fig. 43), a
subida do nível freático teve seu pico em dezembro de 2006, janeiro de 2007 e março de
2008, e o nível freático mais baixo em setembro de 2006 e outubro de 2007, sendo que, no
ano de 2007, o recuo do nível freático foi de 1 m a mais do que no ano de 2006.
Esse recuo do nível freático, na Estação Experimental II, no inverno de 2007, não está
relacionado com os valores precipitados, pois no verão anterior, 2006/2007, a quantidade de
precipitação foi bem maior do que a do verão de 2005/2006.
Os níveis freáticos da Estação Experimental I (fig. 48), Fazenda da SA Agroindustrial
Eldorado Estação Experimental V (fig. 44) e Estação Experimental VI (fig. 42)
apresentaram o maior recuo em fevereiro de 2007 e março de 2008, respondendo ao regime
das precipitações anteriormente destacadas.
Nas nascentes do Ribeirão Beija-Flor o recuo do nível freático não apresentou grandes
alterações nos períodos secos de 2006 e 2007. Já nas cabeceiras do Córrego Fortaleza e na
Fazenda da SA Agroindustrial Eldorado, o nível freático recuou cerca de 1,2 m a mais no
inverno de 2007, se comparado ao inverno de 2006.
Na Estação Experimental III, nas margens do Córrego do Caroço, os três piezômetros
monitorados apresentaram pequenas variações nos níveis freáticos. No ponto 1 (fig. 45), o
166
nível freático variou cerca de 0,7 m. O ponto 1 está localizado na parte topograficamente mais
baixa da área úmida que margeia o canal fluvial, o que justifica a pequena variação no nível
freático. Os pontos 2 e 3 (figs. 46 e 47), também localizados na faixa úmida que margeia o
canal fluvial, acompanharam a variação apresentada no ponto 1.
Na Estação Experimental IV, Estância Buritis, os níveis freáticos também
acompanharam o regime das precipitações, porém sofreram o efeito da borda da superfície
tabular. Nas bordas dos chapadões, ocorrem capturas de drenagem e, mesmo não havendo
capturas dos cursos d’água, parte da água subterrânea flui no sentido das nascentes,
localizadas nas bordas escarpadas e no seu sopé. O ponto 2 (fig. 53) reflete bem a diferença
nos veis freáticos dos invernos de 2006 e 2007, como constatado em outros piezômetros.
Já os pontos 1 e 3 (figs. 52 e 54) apresentaram menores variações, se comparados aos
invernos de 2006 e 2007.
As análises dos níveis freáticos proporcionaram a delimitação da profundidade do
nível da água (n.a.), na área em estudo. Nas áreas úmidas de topo analisadas - cabeceiras do
Córrego Fortaleza, covoal, e cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor, pontos 3 e 4, no covoal - os
níveis freáticos chegam a 4 m de profundidade. Nas áreas úmidas das margens dos cursos
d’água, o nível freático oscila de 0 m a 2,5 m, no limite do solo hidromórfico, com os
latossolos mais drenados.
Nos interflúvios analisados, entre 900 m e 950 m de altitude - Estação Experimental I,
pontos 1 e 2 (fig. 48 e 49), cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor, fazenda da SA Agroindustrial
Eldorado, Estação Experimental V - o n.a. oscila até 5 m. Já nos interflúvios acima de 950 m
de altitude, o n.a oscila até 4 m, como identificado na Estação Experimental II, (fig. 43) na
Fazenda Van Ass.
Com o intuito de conhecer a dinâmica subsuperficial da área estudada foram
realizados ensaios de solo com o Permeâmetro Guelph, em campo, para determinar os
167
coeficientes de permeabilidade nas produnfidades 20 cm, a 40 cm e a 60 cm. Os resultados
mostraram que a maior parte da bacia do alto curso do Rio Uberabinha apresenta altos valores
de permeabilidade (figs. 55, 57 e 59) exceto alguns pontos ensaiados localizados nas áreas
hidromórficas (figs. 56, 58 e 60), que apresentaram taxas de permeabilidade consideradas
médias. Alguns ensaios realizados a 40 cm e a 60 cm de profundidade em áreas hidromórficas
(ensaios 16 e 17) apresentaram valores de permeabilidade considerados baixos.
Relacionando os ensaios de permeabilidade do solo com o seu uso e ocupação, pode-
se perceber que os maiores coeficientes de permeabilidade levantados, na camada superficial
(0 a 20 cm), ocorreram em áreas com plantações de eucalipto (pontos 9 e 11 fig. 61). Nos
outros pontos ensaiados, a permeabilidade, nessa camada superficial, apresentou valores mais
baixos, indicando que a compactação, pelo manejo das culturas, tem provocado a redução da
permeabilidade desses solos.
Nas profundidades de 40 e 60 cm, os ensaios mostraram um coeficiente de
permeabilidade bem maior. Os menores valores de permeabilidade, para estas profundidades,
foram encontrados nos ensaios realizados em áreas úmidas (pontos 13, 14, 15, 16, 17 e 18
fig. 61).
Resultados dos coeficientes de permeabilidade obtidos nos ensaios de infiltração da
água no solo demonstraram que, na bacia do alto curso do Rio Uberabinha, os solos são bem
estruturados e apresentam alta porosidade e permeabilidade, principalmente, nos horizontes
subsuperficiais. Resultados das análises granulométricas, realizadas nos solos da área
estudada, evidenciaram altos teores de argila, tanto maiores quanto mais se aprofundam nos
perfís. A textura predominante é a argilosa.
As análises granulométricas também mostraram que existe uma redução do teor de
argila nos solos hidromórficos da margem do Córrego do Caroço, Estação Experimental III,
nas profundidades acima de 1 m. A mesma situação ocorreu nas cabeceiras do Ribeirão Beija-
168
Flor, nos solos hidromóficos de covoal. Em Fonseca (2002), análises granulométricas
realizadas com material muito argiloso, também foram encontradas porcentagens da fração
argila abaixo dos valores esperados nos locais onde os solos se apresentam bastante argilosos
e pegajosos. Segundo o autor, nas análises granulométricas, maior porcentagem da fração
argila é camuflada graças à floculação de partículas microscópicas de dimensões coloidais,
formam grumos por aglutinação e, que se precipitam com uma velocidade maior do que as
argilas não floculadas.
O fenômeno da floculação ocorre em solos com uma grande capacidade de troca
catiônica CTC que, por intermédio de interações eletrostáticas, se juntam, dando origem a
partículas maiores que, muitas vezes, são classificadas como silte ou até mesmo areia fina.
Esse fenômeno ocorreu quando foram realizadas as análises granulométricas dos solos
hidromórficos da área estudada.
Os solos hidromórficos, bastante argilosos, associados à paleoturfa, possuem alta
Capacidade de Troca Catiônica - CTC. Tal característica pôde ser constatada por meio dos
ensaios com traçador realizados em pontos da bacia hidrográfica estudada.
Ensaios com traçador químico, realizados em três pontos da área de estudo,
evidenciaram aspectos importantes relacionados com a recarga do aqüífero regional e também
com o papel das camadas argilosas e turfosas, localizadas nos sistemas úmidos de topo e nas
várzeas que margeiam a maioria dos cursos d’água. O ensaio evidenciou como ocorre a
circulação da água, na zona saturada ou freática. O ponto ensaiado junto às cabeceiras do
Ribeirão Beija-Flor (fig. 66), cujas características geomorfológicas, representam as áreas de
médias e suaves encostas, associadas a superfícies localizadas em cotas superiores a de 950 m
de altitude, mostrou que a circulação do nível freático se dá, em um primeiro momento, em
direção às áreas deprimidas de topo, lagoas e covoais; em um segundo momento, de forma
radial e, por último, no sentido vertical.
169
O outro ponto ensaiado, localizado na fazenda da SA Agroindustrial Eldorado, é
representativo de áreas de interflúvios situados entre 900 e 950 m de altitude. Nesse ponto, o
fluxo subterrâneo evoluiu no sentido vertical e, secundariamente, no sentido do vale do Rio
Uberabinha. A circulação da água, no piezômetro, é bastante lenta, cerca de 7,5 cm/h (fig.
68), diferentemente do piezômetro instalado em solos localizados em cotas superiores a 950
m, nas cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor, onde a velocidade do fluxo foi maior, 13,04 cm/h
(fig. 66).
No piezômetro localizado na margem do Córrego do Caroço, o ensaio com traçador
apresentou um resultado bem diverso dos outros pontos ensaiados (fig. 67). Essa diferença de
resultados está relacionada com as características físicas dos solos de cada local.
No ensaio realizado no piezômetro junto às cabeceiras do Ribeirão Beija-Flor e na SA
Agroindustrial Eldorado, os solos estão representados pelos Latossolos Vermelho-Amarelos,
enquanto que, na margem do Córrego do Caroço, estão presentes os solos hidromórficos, com
predominância de camadas de argila sobrejacentes à paleoturfa. Nesse local, o traçador
apareceu, primeiramente, após 40 horas, no piezômetro 1, no sentido paralelo ao fluxo do
canal fluvial. Nos outros dois piezômetros, mesmo estando no sentido da declividade da
vertente (piezômetro 2), o traçador não foi detectado em 60 horas de monitoramento. Este fato
levou à ampliação dos locais para os levantamentos de condutividade elétrica da água.
No próprio local ensaiado, a montante do limite da área hidromórfica com os
latossolos, foi mensurada a condutividade elétrica da água e os resultados apresentaram alto
valor de condutividade, 0,6 µS/cm. Mediu-se, também, a condutividade elétrica da água no
Córrego do Caroço, a jusante do ponto ensaiado, e o valor de condutividade foi bastante
reduzido, 0,076 µS/cm.
O mesmo procedimento foi reproduzido em outros pontos, onde as camadas argilosas
e turfosas estão presentes; na Estação Experimental I, no covoal das cabeceiras do Córrego
170
Beija-Flor, a condutividade elétrica da água da lagoa foi de 0,136 µS/cm, enquanto que a
condutividade elétrica da água medida no córrego, a jusante da lagoa, foi de 0,04 µS/cm; na
Estação Experimental II, na Fazenda Van Ass, a condutividade elétrica da água, acima da
camada de argila e paleoturfa, na nascente do Córrego Jacaré, foi de 0,051 µS/cm, e no poço
de monitoramento foi de 1,154 µS/cm; na Estação Experimental V, onde não ocorrem as
camadas argilosas e a paleoturfa, a condutividade elétrica da água no poço de monitoramento
do n.a. foi de 0,06 µS/cm e no Rio Uberabinha, a jusante do ponto experimental, o valor foi
de 0,05 µS/cm; na Estação Experimental VI, nas cabeceiras do Córrego Fortaleza, a
condutividade elétrica da água foi de 0,05 µS/cm, o mesmo valor encontrado no mesmo
córrego, a jusante do ponto amostrado.
Determinações da condutividade elétrica da água, por meio de ensaios com traçador
NaCl, comprovaram que as camadas argilosas e, principalmente, a paleoturfa, retêm os íons
da solução do solo. Nos locais onde existem estas camadas e o uso do solo está relacionado
com as culturas anuais, como na Fazenda Van Ass, na Fazenda próxima ao Córrego do
Caroço e no interflúvio do Ribeirão Beija-Flor com o Rio Uberabinha e o Rio Claro, as
camadas de argila e paleoturfa retêm os íons que são incorporados à solução do solo, oriundos
de produtos agrícolas utilizados no processo produtivo (fertilizantes e defensivos).
Nos locais onde não se verifica a ocorrência das camadas de argilas e paleoturfa, os
íons não são retidos e, portanto não se concentram, fazendo com que a condutividade elétrica
da água seja baixa e de mesmo valor encontrado na superfície, no piezômetro, e no canal
fluvial, localizado a jusante.
Isso foi constatado nas Estações Experimentais V e VI onde, mesmo em áreas com
culturas anuais, os índices de condutividade elétrica da água foram pequenos e iguais a
jusante e a montante dos piezômetros monitorados.
171
Outro aspecto importante está relacionado com a mobilidade da pluma de sal nos
pontos ensaiados. Após 720 horas (um mês) da introdução do traçador NaCl nos piezômetros
foram feitas leituras das condutividades elétricas e constatada a presença do traço em todos os
pontos. No piezômetro da margem do Córrego do Caroço, o traço havia sofrido redução
acentuada no piezômetro 1, e aumentado consideravelmente, nos piezômetros 2 e 3. Esse
resultado mostrou o importante papel das argilas e do material turfoso na retenção dos íons e
filtragem da água.
Nesta pesquisa foi feita uma avaliação da evolução do uso e ocupação do solo na bacia
do alto curso do Rio Uberabinha, tendo como base os anos de 1964, quando essa área ainda
era pouco ocupada, e o ano de 2006.
Informações, a cerca do uso e ocupação do solo, obtidas durante o desenvolvimento da
presente pesquisa de tese mostrou que a área estudada atualmente encontra-se intensamente
ocupada pelas atividades agropecuárias, com destaque para a agricultura e, em menor escala,
as pastagens e a silvicultura. As atividades agrícolas praticadas na área estão relacionadas
com as culturas anuais, principalmente da soja, do milho, do arroz, da cana-de-açúcar (em
expansão) e, em menor escala, outras culturas, como o tomate.
No processo de ocupação dessa área, conforme os levantamentos dos últimos 42 anos
(fig. 80), 6,98 % das áreas úmidas foram incorporadas às áreas produtivas, sem levar em
consideração as Áreas de Preservação Permanente APPs, que não foram mapeadas nesta
pesquisa.
Outra atividade econômica desenvolvida na área de estudo é a mineração. As áreas de
extração de argila refratária não sofreram grandes ampliações nestes últimos 40 anos, mas as
áreas licenciadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM são
consideráveis, como pode ser observado na figura 81.
172
Figura 81 – Áreas licenciadas para exploração mineral na Bacia do Alto Uberabinha.
Como destacado anteriormente, as camadas argilosas dos topos e a paleoturfa
desempenham um papel importante, tanto na recarga dos lençóis subterrâneos quanto na
filtragem da água. Além disso, a preservação dessas áreas é importante para a conservação da
biodiversidade, pois são considerados refúgios ecológicos de espécies da fauna terrestre e
alada (figs. 82 e 83). Por isso, as intervenções antrópicas nos sistemas úmidos da bacia do alto
curso do Rio Uberabinha devem ser evitadas.
173
Figura 82 Presença da fauna migratória procurando refúgio, em área úmida incorporada à
área produtiva – Bacia do Alto Uberabinha – Uberaba – MG. Autor: SOARES, 2007.
Figura 83 Chegada dos tuiuiús de papo preto (Jabiru mycteria) em busca de refúgio, em
área úmida incorporada à área produtiva – Bacia do Alto Uberabinha – Uberaba – MG. Autor:
SOARES, 2007.
174
Outro aspecto importante, que deve ser mencionado, é o uso intensivo de defensivos e
adubos químicos na área de estudo. São extensas as áreas que, na estação úmida, acumulam
água na superfície enquanto que, paralelamente, é na estação úmida que as culturas requerem
maiores quantidades desses produtos, para a prevenção e combate das pragas, normalmente
aplicadas com o uso de aviões para as pulverizações. Dessa forma, a água acumulada nas
depressões superficiais e nas áreas úmidas, incorporadas à produção, recebe diretamente estes
produtos químicos utilizados nas pulverizações (figs. 84 e 85).
Figuras 84 e 85 Avião agrícola em trabalho de pulverização de plantações em áreas úmidas
incorporadas à agricultura, onde acúmulo de água. Bacia do Alto Uberabinha. Autor:
SOARES, 2007.
175
O uso e ocupação da bacia também interferiram na permeabilidade dos solos da área.
Os resultados dos ensaios de permeabilidade do solo, apresentados anteriormente (fig. 61), e
os resultados obtidos por COSTA; DUARTE, e NISHIYAMA (2007) e COSTA e
NISHIYAMA (2008), mostraram que a ocupação da Bacia do Alto Uberabinha interferiu nos
índices de permeabilidade dos solos.
Os ensaios realizados nesta pesquisa mostraram que os coeficientes de permeabilidade
foram reduzidos, nos ensaios da camada superficial do solo de 0 a 20 cm, com exceção do
ponto 9 e 11, onde o uso do solo está relacionado com o plantio do eucalipto, em
profundidades maiores, a 40 e 60 cm, os coeficientes de permeabilidade são maiores que na
camada superficial.
O balanço hidrológico realizado mostrou que a área estudada é bastante representativa,
do ponto de vista da recarga de aqüíferos regionais. No balanço hídrico, para o período de
avaliação desta pesquisa - 19 meses, de setembro de 2006 a março de 2008 - foi constatado
um superávit de 284,87 mm.
Ao realizar a integração o cruzamento dos dados de precipitação e vazão (Fig. 73) no
sistema hidrológico aqui considerado - a Bacia do Alto Uberabinha - percebe-se que houve
uma resposta da vazão quase que imediata à precipitação. Nos meses de Janeiro de 2007 e
Janeiro e Fevereiro de 2008, os picos de precipitação não estão refletidos nos valores de
vazão. Esse fato pode ser justificado, pois, exatamente nesses três meses não foi possível
levantar os dados para o cálculo das vazões. Os dados foram estimados para baixo, pois foram
considerados os maiores valores de vazão do período. Nesses meses, o rio Uberabinha
transbordou e, possivelmente, os valores de vazão seriam bem maiores do que os estimados.
Na relação precipitação/deflúvio, da figura 73, pode-se fazer uma análise com relação
aos valores das vazões, no início da estação úmida. As primeiras chuvas possuem menores
volumes e, quando se precipitam, encontram os solos mais secos, devido à estação seca que
176
está terminando, favorecendo a infiltração da maior parte dessas precipitações. Além desse
fato, deve-se considerar também a extensão da área de contribuição do sistema hidrológico,
que influencia no tempo de concentração dos volumes precipitados. Tanto no início da
estação chuvosa de 2006 quanto no início da estação chuvosa de 2007, os valores das vazões
só começaram a subir em razão da chegada da água das primeiras chuvas ao ponto de saída do
sistema hidrológico, após dois meses do início da estação úmida.
Na estação seca de 2007, a vazão acompanhou a precipitação, com exceção dos meses
de Junho/07 e Agosto/07, quando não houve precipitação, mas a vazão ficou na média do
período.
No balanço hidrológico (Fig. 74), ficou evidente que a dinâmica hídrica da Bacia do
Alto Uberabinha é comandada pela sazonalidade climática, com destaque para o papel das
formações superficiais, na recarga hídrica.
Após uma análise dos dados levantados sobre o sistema hidrológico considerado nesta
pesquisa, foi possível compreender algumas relações hidrológicas em diferentes pontos da
bacia e destacar indícios de impactos ambientais relacionados com o uso e ocupação da área.
A Bacia do Alto Uberabinha vem sofrendo intensa pressão antrópica, nos últimos 40
anos, devido ao uso e ocupação dos solos da área. Esse processo de ocupação, como vem
sendo feito, sem levar em consideração as características físicas e a dinâmica da área, cujos
interesses estão voltados para a reprodução rápida do capital, gerou impactos ambientais
difíceis de serem minimizados.
A compactação da camada superficial do solo, a incorporação de áreas úmidas às áreas
produtivas e, secundariamente, as intervenções feitas nas áreas de preservação permanente
para a exploração de mineral, impactaram sobremaneira a dinâmica hidrológica da bacia,
principalmente na recarga da zona saturada freática.
177
São as reservas hídricas dessas áreas que garantem a perenidade dos cursos d’água que
estão a jusante. No caso da bacia do alto curso do rio Uberabinha, pode-se considerá-la como
sendo uma área de recarga do aqüífero regional e, principalmente, da bacia do médio e alto
cursos do Rio Uberabinha.
181
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193
ANEXO
194
DADOS PLUVIOMÉTRICOS DA BACIA DO RIO UBERABINHA
FAZENDA BELA VISTA - MAGNESITA S.A - UBERABA-MG
ANO/MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
2006 132 208 354 121 13 4 27 75 218 227 394
1773
2007 378 177 85 86 18
744
TOTAL
510 385 439 207 31 4 0 27 75 218 227 394 2517
MEDIA 42,50 32,08 36,58 17,25 2,58 0,33 0,00 2,25 6,25 18,17 18,92 32,83
209,75
FAZENDA VAN ASS - UBERABA-MG
ANO/MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
1991 691 214 570 464 8 60 45 117 454
2623
1992 533 299 203 208 68 22 112 162 419 280
2306
1993 191 629 214 343 70 20 25 98 90 188 288
2156
1994 325 177 408 32 92 109 108 277
1528
1995 252 314 150 8 155 40 1 52 172 302 166
1612
1996 208 212 173 72 26 8 12 47 121 104 335 294
1612
1997 386 222 351 26 32 100 40 154 337 299
1947
1998 368 157 115 82 55 2 56 8 284 209 298
1634
1999 357 175 229 49 128 16 171 323
1448
2000 713 289 605 69 10 10 8 196
1900
2001
0
2002
0
2003 488 154 385 53 42 10 44 185 352 184
1897
2004 229 338 198 128 62 30 149 194 582
1910
2005 394 188 227 11 156 15
991
2006 171 356 272 203 16 25 95 189 255 509
2091
2007 452 147 90 47 20 25 30 89 227 329
1456
2008 290 317 278 202,5
1087,5
TOTAL
6048 4188 4468 1997,5 802 193 80 193 984 1748 3214 4283 28198,5
MEDIA 504,00 349,00 372,33 166,46 66,83 16,08 6,67 16,08 82,00 145,67 267,83 356,92
2.349,88
195
FAZENDA RONCADOR - S.A. AGROINDUSTRIAL ELDORADO - UBERABA-MG
ANO/MÊS JAN FEN MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
2006 67 237 249 389
942
2007 572 216 127 50 58 36 24 83 174 293
1633
2008 241 349
590
TOTAL
813 565 127 50 58 0 36 0 91 320 423 682 3165
MEDIA 67,75 47,08 10,58 4,17 4,83 0,00 3,00 0,00 7,58 26,67 35,25 56,83
263,75
196
Local
CÓRREGO DA FAZENDA FAZENDA
CÓRREGO DO CÓRREGO DO CÓRREGO DO NASCENTE DO NASCENTE DO
FORTALEZA ELDORADO VANASS CAROÇO CAROÇO CAROÇO BEIJA-FLÔR BEIJA-FLÔR
Data
1 1 1 1 2 3 1 2
ago/06
2,31 2,56 3,00 0,73 1,41 2,60 4.65 4,15
set/06 3,00 3,25 3,20 0,84 1,46 2,68 5,00 4,47
out/06 3,06 3,58 2,70 0,50 0,75 1,90 5,30 4,75
nov/06
2,75 3,37 1,85 0,74 1,23 2,36 4,55 3,92
dez/06
1,59 3,03 0,00 0,27 0,53 1,42 3,11 2,46
jan/07 0,30 1,10 -0,10 0,32 0,60 1,38 1,70 1,34
fev/07 0,30 0,52 0,90 0,49 0,59 1,43 1,40 0,85
mar/07
1,50 1,16 1,60 0,45 0,77 1,58 2,00 1,33
abr/07
1,75 1,36 1,80 0,49 0,81 1,65 2,25 1,52
mai/07
2,00 1,55 2,00 0,53 0,85 1,72 2,50 1,70
jun/07 2,60 2,05 3,00 0,58 0,90 1,85 2,85 2,15
jul/07 3,10 2,66 3,55 0,64 1,04 1,96 3,45 2,77
ago/07
3,61 3,20 3,80 0,65 1,12 2,10 3,90 3,22
set/07 3,90 3,93 3,95 0,81 1,23 2,21 4,60 4,06
out/07 4,22 4,42 4,20 0,68 1,19 2,18 5,15 4,54
nov/07
3,60 4,61 2,95 0,64 1,10 2,10 5,15 4,46
dez/07
3,28 4,32 0,30 0,37 0,51 1,32 4,80 4,04
jan/08 2,75 4,15 0,95 0,50 0,67 1,70 4,89 4,22
fev/08 1,59 2,15 0,30 0,46 0,52 1,42 2,95 2,30
mar/08
-0,01 1,08 -0,21 0,00 0,16 1,22 2,62 1,75
abr/08
-0,10 0,36 0,40 0,31 0,46 1,20 1,35 0,79
197
Local
NASCENTE DO NASCENTE DO ESTÂNCIA ESTÂNCIA ESTÂNCIA
BEIJA-FLÔR BEIJA-FLÔR BURITIS BURITIS BURITIS
Data
3 4 1 2 3
ago/06 3,62 3,25 6,32 2,27 14,60
set/06 3,92 3,59 6,30 2,19 14,89
out/06 4,13 3,78 6,70 1,88 15,30
nov/06 3,30 2,80 6,38 2,08 15,54
dez/06 1,80 1,32 5,63 1,22 13,84
jan/07 0,70 0,50 4,70 0,94 14,50
fev/07 0,36 0,05 4,37 0,91 12,03
mar/07 0,80 0,42 5,47 1,50 12,40
abr/07 0,99 0,46 5,63 1,68 12,63
mai/07 1,18 0,49 5,79 1,85 12,85
jun/07 1,62 1,25 6,20 1,95 13,45
jul/07 2,21 1,90 6,15 2,20 14,50
ago/07 2,80 2,55 6,35 2,40 14,65
set/07 3,74 3,27 6,71 2,80 15,12
out/07 4,15 3,82 6,80 3,05 15,53
nov/07 3,91 3,50 6,65 2,28 15,75
dez/07 2,82 2,70 6,25 1,25 16,00
jan/08 3,61 2,71 6,17 1,85 15,95
fev/08 1,70 1,31 5,20 1,30 15,90
mar/08 1,03 1,21 5,58 0,65 15,15
abr/08 0,26 -0,08 3,10 0,60 14,80
198
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 20/12/2006
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 4,55 DIFERENÇA 1,90
BARRANCO:
4,40
PROFUNDIDADE: 0,57
0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 4,1
PULSOS: 567
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,66 30 36 20% 0,90 29,97 82
80% 2,64 30,03
35 80% 3,60 30,03 95
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,86 29,94
47 20% 0,90 30,09 71
80% 3,44 30,18
45 80% 3,60 30,12 87
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,90 30,03
76 20% 0,87 30,03 61
80% 3,60 30,07
75 80% 3,48 30,13 75
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,92 29,94
84 20% 0,85 30,06 41
80% 3,68 30,03
83 80% 3,40 29,97 60
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m
2,25
20% 0,91 30,15
67 20% 0,83 29,97 34
80% 3,64 30,06
96 80% 3,32 30,07 46
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m
0,90
20% 0,89 30,47
101 20% 0,56 30,78 27
80% 3,56 30,13
118 80% 2,24 30,06 8
199
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 01/02/2007
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 4,34 DIFERENÇA 1,69
BARRANCO:
4,60
PROFUNDIDADE: 0,6
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 4,17
PULSOS: 674
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,62 30,25
37 20% 0,86 29,97 109
80% 2,47 30,09
43 80% 3,43 30,28 119
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,82 29,97
63 20% 0,86 30,97 93
80% 3,27 20,03
86 80% 3,43 29,97 127
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,86 30,13
76 20% 0,83 30,06 55
80% 3,43 30,24
111 80% 3,31 30,03 100
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,88 30,63
71 20% 0,81 30 38
80% 3,51 30,07
126 80% 3,23 30,1 77
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m
2,25
20% 0,87 30,06
109 20% 0,79 30,09 31
80% 3,47 30,03
123 80% 3,15 29,97 60
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m
0,90
20% 0,85 30,19
101 20% 0,52 30,06 24
80% 3,39 30,09
140 80% 2,07 29,97 27
200
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 01/03/2007
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 3,94 DIFERENÇA 1,29
BARRANCO:
3,2
PROFUNDIDADE: 0,6
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 0,180555556
PULSOS: 413
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,54 30,07
21 20% 0,78 29,82 57
80% 2,15 30,16
14 80% 3,11 30,03 77
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,74 30,15
37 20% 0,78 29,94 52
80% 2,95 30,15
50 80% 3,11 29,91 57
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,78 30,19
52 20% 0,75 30,15 46
80% 3,11 29,87
65 80% 2,99 29,94 51
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,80 30,06
51 20% 0,73 30,12 35
80% 3,19 30,09
89 80% 2,91 30,16 42
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,79 30 66 20% 0,71 30,13 28
80% 3,15 30,13
81 80% 2,83 30 28
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90
20% 0,77 30,09
72 20% 0,44 30,13 12
80% 3,07 30,12
81 80% 1,75 30,16 6
201
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 16/04/2007
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 3,04 DIFERENÇA 0,39
BARRANCO:
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 0,184027778
PULSOS: 311
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,36 30 12 20% 0,60 30,1 40
80% 1,43 30,03
7 80% 2,39 30,03 40
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,56 30,16
30 20% 0,60 29,94 38
80% 2,23 30,06
22 80% 2,39 29,91 28
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,60 30,1 49 20% 0,57 30,25 24
80% 2,39 30,09
32 80% 2,27 29,97 28
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,62 30,03
43 20% 0,55 30,25 10
80% 2,47 30 49 80% 2,19 30,16 20
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,61 39,91
50 20% 0,53 30,12 8
80% 2,43 30 52 80% 2,11 30,13 3
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90
20% 0,59 30 38 20% 0,26 30 5
80% 2,35 30 51 80% 1,03 30,03 1
202
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 14/05/2007
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 2,75 DIFERENÇA 0,10
BARRANCO:
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 4,06
PULSOS: 276
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,30 29,81
14 20% 0,54 30,07 41
80% 1,20 30,06
10 80% 2,16 30,07 26
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,50 30,25
30 20% 0,54 30 36
80% 2,00 30,15
18 80% 2,16 30,06 37
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,54 30,07
37 20% 0,51 30 21
80% 2,16 29,88
29 80% 2,04 30 30
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,56 30,06
48 20% 0,49 30,13 17
80% 2,24 30,07
55 80% 1,96 30 29
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,55 30,06
47 20% 0,47 30,22 7
80% 2,20 30,03
42 80% 1,88 30,08 8
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90
20% 0,53 30,04
43 20% 0,20 30,03 3
80% 2,12 30 48 80% 0,80 30 9
203
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 14/6
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 2,78 DIFERENÇA 0,13
BARRANCO:
0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 4 27,83
PULSOS: 2,61
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m
1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,31 30,08
14 20% 0,55 30,06 35
80% 1,22 30,15
80% 2,18 30,3 37
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,51 30,16
19 20% 0,55 30 32
80% 2,02 30,04
20 80% 2,18 30,45 31
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,55 29,91
41 20% 0,52 30,04 13
80% 2,18 29,85
29 80% 2,06 29,73 24
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,57 30,15
39 20% 0,50 30,02 6
80% 2,26 30,12
31 80% 1,98 30,28 14
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m
2,25
20% 0,56 30,1 48 20% 0,48 29,97 3
80% 2,22 30,06
43 80% 1,90 30,29 2
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m
0,90
20% 0,54 30,09
43 20% 0,21 30,09 3
80% 2,14 30,21
42 80% 0,82 30,03 2
204
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 31/07
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 2,70 0,05
BARRANCO:
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 4.30.69
PULSOS: 227
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,29 30,07 1 20% 0,53 30,07 27
80% 1,16 30,25 1 80% 2,12 30,05 25
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,49 29,94 21 20% 0,53 30,06 14
80% 1,96 30,01 23 80% 2,12 30,15 7
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,53 29,97 29 20% 0,50 29,93 4
80% 2,12 30,18 36 80% 2,00 30,01 4
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,55 30,06 36 20% 0,48 30,1 2
80% 2,20 30,19 33 80% 1,92 29,88 1
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,54 30,24 37 20% 0,46 30,05 5
80% 2,16 30,05 35 80% 1,84 30 2
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90
20% 0,52 30 36 20% 0,19 30 1
80% 2,08 29,98 28 80% 0,76 30 1
205
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 31/8
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 2,58 DIFERENÇA -0,07
BARRANCO:
0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 3,41
PULSOS: 174
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,27 29,88
1 20% 0,51 30,16 16
80% 1,06 30,25
1 80% 2,02 30 21
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,47 29,87
3 20% 0,51 30,06 25
80% 1,86 29,87
4 80% 2,02 30,03 16
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,51 30 32 20% 0,48 30,16 8
80% 2,02 30 14 80% 1,90 30,03 1
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,53 30 34 20% 0,46 29,97 1
80% 2,10 30,13
23 80% 1,82 30,09 2
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,52 30,03
38 20% 0,44 30,07 1
80% 2,06 30,09
21 80% 1,74 30,13 1
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90
20% 0,50 30,06
33 20% 0,17 30,06 1
80% 1,98 29,91
24 80% 0,66 30,05 1
206
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 24/10/2007
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 2,40 DIFERENÇA -0,25
BARRANCO:
0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 336
PULSOS: 168
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,23 31,28
4 20% 0,47 29,94 26
80% 0,92 30,59
0 80% 1,88 30,13 22
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,43 29,25
13 20% 0,47 29,97 10
80% 1,72 30,1 14 80% 1,88 30,98 13
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,47 30,12
28 20% 0,44 29,97 14
80% 1,88 30,25
23 80% 1,76 30 8
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,49 30,83
35 20% 0,42 30,35 11
80% 1,96 30,25
24 80% 1,68 30,04 1
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,48 31,13
39 20% 0,40 29,77 3
80% 30,19 30,19
26 80% 1,60 30,28 3
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90 30 0
20% 0,46 31,82
35 20% 0,13 30 0
80% 1,84 29,93
29 80% 0,52
207
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 29/11/2007
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 2,84 DIFERENÇA 0,19
BARRANCO:
PROFUNDIDADE: 0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 5,08
PULSOS: 336
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA PROFUND. PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,32 29,59
17 20% 0,56 30,1 39
80% 1,27 29,5 11 80% 2,23 30,52 35
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,52 29,86
23 20% 0,56 0,56 31
80% 2,07 29,75
17 80% 2,23 2,23 21
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,56 30,16
46 20% 0,53 29,98 20
80% 2,23 29,92
31 80% 2,11 30,07 15
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,58 29,99
41 20% 0,51 30,19 7
80% 2,31 29,96
45 80% 2,03 30,19 22
4,5 - 5 m 2,65
10,5 - 11 m 2,25
20% 0,57 30,11
52 20% 0,49 30,36 1
80% 2,27 30,16
51 80% 1,95 30,15 10
5,5 - 6 m 2,55
11,5 - 12 m 0,90
20% 0,55 30,1 38 20% 0,22 30,29 1
80% 2,19 29,98
41 80% 0,87 30,15 1
208
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 09/11/2006
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 4,00 DIFERENÇA
1,35
BARRANCO:
2,00
PROFUNDIDADE: 0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 4,07
PULSOS: 490
DISTÂNCIA
PROFUND.
PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA
PROFUND.
PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,55 29,74
35 20% 0,79 30,11 78
80% 2,20 29,98
24 80% 3,16 30,07 78
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,75 29,92
52 20% 0,79 29,81 63
80% 3,00 29,84
28 80% 3,16 29,92 77
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,79 30,07
47 20% 0,76 30,12 47
80% 3,16 30 67 80% 3,04 30,16 76
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,81 30,23
62 20% 0,74 30,29 31
80% 3,24 30,67
91 80% 2,96 30,08 65
4,5 - 5 m 2,65
10,5
-
11
m 2,25
20% 0,80 30,01
62 20% 0,72 30,12 29
80% 3,20 30,34
108 80% 2,88 30,13 49
5,5 - 6 m 2,55
11,5
-
12
m 0,90
20% 0,78 30,42
74 20% 0,45 29,98 21
80% 3,12 30,21
98 80% 1,80 30,07 23
209
MEDIDAS DE VAZÃO
DATA: 25/03/2008
MEDIDA PADRÃO:
2,65
PROFUNDIDADE: 3,60 DIFERENÇA
0,95
BARRANCO:
2,00
PROFUNDIDADE: 0
MEDIDA GLOBAL
TEMPO: 3,1
PULSOS: 3,58
DISTÂNCIA
PROFUND.
PADRÃO TEMPO
PULSOS
DISTÂNCIA
PROFUND.
PADRÃO TEMPO PULSOS
50 cm - 1 m 1,40
6,5 - 7 m 2,60
20% 0,47 30,09
21 20% 0,71 30,14 66
80% 1,88 30,09
16 80% 2,84 30,32 96
1,5 - 2 m 2,40
7,5 - 8 m 2,60
20% 0,67 30,16
21 20% 0,71 30,22 30,22
80% 2,68 29,87
17 80% 2,84 30,13 73
2,5 - 3 m 2,60
8,5 - 9 m 2,45
20% 0,71 30,21
47 20% 0,68 30,23 43
80% 2,84 30,16
55 80% 2,72 30,33 72
3,5 - 4 m 2,70
9,5 - 10 m 2,35
20% 0,73 30,14
72 20% 0,66 29,98 34
80% 2,92 30,12
72 80% 2,64 30,26 59
4,5 - 5 m 2,65
10,5
-
11
m 2,25
20% 0,72 30,47
77 20% 0,64 30,11 32
80% 2,88 30,29
88 80% 2,56 30,08 49
5,5 - 6 m 2,55
11,5
-
12
m 0,90
20% 0,70 30,14
74 20% 0,37 30,11 18
80% 2,80 29,88
95 80% 1,48 30,03 19
210
ÁREAS DAS VERTICAIS DO CANAL FLUVIAL PARA CÁLCULO DAS VAZÕES NO RIO UBERABINHA (m²)
ALTURA (m) ÁREA TOTAL (m2)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2,65 27,185 1,1063
2,2152
2,2892
2,4145
2,5658
2,5734
2,5691
2,6344
2,6331
2,5445
2,2558
1,341
2,75 28,3751 1,2039
2,323 2,3832
2,5227
2,6624
2,6847
2,6717
2,7376
2,7337
2,6462
2,3561
1,4448
3,55 37,9327 2,0065
3,123 3,1864
3,3228
3,4726
3,4824
3,4693
3,5331
3,5337
3,4444
3,1559
2,17
3,2 33,7267 1,6487
2,7731
2,8308
2,9665
3,1134
3,1343
3,1191
3,1879
3,1843
3,0945
2,8065
1,8949
4,55 50,0971 3,0042
4,123 4,1892
4,3229
4,4625
4,4862
4,4731
4,5244
4,5334
4,4444
4,1559
3,2666
4,34 47,3958 2,7898
3,913 3,9792
4,113 4,2525
4,2761
4,2631
4,3258
4,3228
4,2345
3,9457
3,0147
3,94 42,627 2,3919
3,5131
3,5792
3,713 3,8525
3,8762
3,8631
3,9258
3,9233
3,8344
3,5458
2,6164
4 43,3621 2,487 3,5748
3,6411
3,7746
3,9138
3,9366
3,9236
3,9867
3,9818
3,8923
3,5943
2,6555
4 43,3621 2,487 3,5748
3,6411
3,7746
3,9138
3,9366
3,9236
3,9867
3,9818
3,8923
3,5943
2,6555
3,6 38,5581 2,0837
3,1746
3,241 3,3753
3,5139
3,5367
3,5235
3,5869
3,5807
3,4921
3,1943
2,2554
3,04 31,8579 1,5338
2,6149
2,681 2,8139
2,9537
2,9767
2,9633
3,0289
3,0217
2,9325
2,6362
1,731
2,75 28,37 1,2039
2,323 2,3832
2,5227
2,6624
2,6847
2,6717
2,7376
2,7337
2,6462
2,3561
1,4448
2,78 28,723 1,2656
2,3547
2,4211
2,5538
2,6938
2,7164
2,7035
2,7658
2,7665
2,6715
2,3737
1,4366
2,7 27,7646 1,181 2,2744
2,3411
2,4757
2,6135
2,6364
2,6237
2,6881
2,6848
2,5926
2,2947
1,3586
2,58 26,3243 1,0612
2,1544
2,2212
2,355 2,4934
2,5166
2,5036
2,5668
2,5608
2,4715
2,1744
1,2454
2,49 25,2776 0,9759
2,0644
2,1311
2,2649
2,4036
2,4266
2,4137
2,4777
2,4729
2,3815
2,0849
1,1804
2,4 24,1825 0,894 1,9744
2,0414
2,1753
2,3133
2,3365
2,3237
2,3867
2,3808
2,2915
1,9914
1,0735
2,84 29,4354 1,3198
2,4144
2,4814
2,6153
2,7537
2,7766
2,7638
2,8265
2,8229
2,7315
2,4314
1,4981
4 43,3621 2,487 3,5748
3,6411
3,7746
3,9138
3,9366
3,9236
3,9867
3,9818
3,8923
3,5943
2,6555
211
RESULTADO DE MEDIÇÃO DE CONDUTIVIDADE
DATA:
14/01/2008
BEIJA-FLOR
Horário de Introdução do Traçador: 11:55
POÇO 1 POÇO 2 POÇO 3 POÇO 4 POÇO 5
HORÁRIO
CONDUTIVIDADE HORÁRIO
CONDUTIVIDADE HORÁRIO
CONDUTIVIDADE HORÁRIO
CONDUTIVIDADE HORÁRIO
CONDUTIVIDADE
11:55
0,075
11:55
0,067
11:55
0,091
11:55
0,057
11:55
0,054
12:30
0,07
12:32
0,128
12:34
0,09
12:36
0,058
12:38
0,052
13:00
0,067
13:02
0,095
13:04
0,087
13:06
0,054
13:08
0,05
13:30
0,065
13:32
0,097
13:34
0,087
13:36
0,046
13:38
0,046
14:00
0,066
14:02
0,09
14:04
0,087
14:06
0,055
14:08
0,05
14:30
0,062
14:32
0,087
14:34
0,089
14:36
0,054
14:38
0,054
15:00
0,83
15:02
0,112
15:04
0,092
15:06
0,068
15:08
0,062
15:30
0,87
15:32
0,086
15:34
0,092
15:36
0,054
15:38
0,05
16:00
0,128
16:02
0,112
16:04
0,1
16:06
0,058
16:08
0,054
16:30
16:32
16:34
16:36
16:38
17:00
0,05
17:02
0,091
17:04
0,85
17:06
0,054
17:08
0,054
17:30
0,058
17:32
0,079
17:34
0,079
17:36
0,054
17:38
0,05
18:00
0,062
18:02
0,104
18:04
0,104
18:06
0,063
18:08
0,055
18:30
0,112
18:32
0,088
18:34
0,096
18:36
0,062
18:38
0,083
19:00
0,138
19:02
0,087
19:04
0,132
19:06
0,062
19:08
0,058
19:30
0,099
19:32
0,029
19:34
0,091
19:36
0,054
19:38
0,05
20:00
0,141
20:02
0,087
20:04
0,087
20:06
0,054
20:08
0,054
20:30
0,087
20:32
0,079
20:34
0,094
20:36
0,033
20:38
0,046
21:00
0,112
21:02
0,091
21:04
0,087
21:06
0,054
21:08
0,097
21:30
21:32
21:34
21:36
21:38
22:00
0,108
22:02
0,129
22:04
0,091
22:06
0,373
22:08
0,05
22:30
0,099
22:32
0,1
22:34
0,088
22:36
0,054
22:38
0,05
23:00
0,101
23:02
0,1
23:04
0,09
23:06
0,054
23:08
0,05
23:30
0,108
23:32
0,114
23:34
0,091
23:36
0,054
23:38
0,05
212
RESULTADO DE MEDIÇÃO DE CONDUTIVIDADE
DATA: 20/02/2008 CORRÉGO CAROÇO Horário de Introdução do Traçador: 10:00
POÇO 1 POÇO 2 POÇO 3
HORÁRIO CONDUTIVIDADE HORÁRIO CONDUTIVIDADE HORÁRIO CONDUTIVIDADE
10:00
0,12
10:00
0,125
10:00
0,14
10:40
0,14
10:42
0,104
10:44
0,191
11:15
0,12
11:17
0,12
11:19
0,2
11:30
0,124
11:32
0,105
11:34
0,196
11:45
0,12
11:47
0,104
11:49
0,192
12:00
0,12
12:02
0,104
12:04
0,196
12:30
0,132
12:32
0,116
12:34
0,208
13:00
0,14
13:02
0,105
13:04
0,204
13:30
0,14
13:32
0,152
13:34
0,212
14:00
0,142
14:02
0,12
14:04
0,204
14:30
0,128
14:32
0,118
14:34
0,216
15:00
0,148
15:02
0,116
15:04
0,204
15:30
0,208
15:32
0,135
15:34
0,204
16:00
0,136
16:02
0,116
16:04
0,195
16:30
0,128
16:32
0,108
16:34
0,202
17:00
0,132
17:02
0,108
17:04
0,2
17:30
0,131
17:32
0,128
17:34
0,196
18:00
0,127
18:02
0,106
18:04
0,201
18:30
0,155
18:32
0,114
18:34
0,2
19:00
0,12
19:02
0,108
19:04
0,204
19:30
0,124
19:32
0,11
19:34
0,192
20:00
0,124
20:02
0,1
20:04
0,18
20:30
0,152
20:32
0,108
20:34
0,196
21:00
0,132
21:02
0,104
21:04
0,196
213
21:30
0,12
21:32
0,108
21:34
0,192
22:00
0,124
22:02
0,104
22:04
0,196
22:30
0,124
22:32
0,104
22:34
0,192
23:00
0,124
23:02
0,096
23:04
0,196
23:30
0,12
23:32
0,1
23:34
0,192
214
RESULTADO DE MEDIÇÃO DE CONDUTIVIDADE
DATA:
26/2
ELDORADO
Introd Sal: 18:00 de 26/2
POÇO 1 POÇO 2 POÇO 3 POÇO 4 POÇO 5 POÇO 6 POÇO 7 POÇO 8
Horário
Condut
horário condut
horário condut
horário condut
Horário Condut Horário condut Horário condut Horário condut
18:00 0,066 18:02 18:04 0,060 18:06 18:08 0,064 18:10 18:12 0,051 18:14
27/2
09:30 0,055 09:32 09:34 0,048 09:36 09:38 0,048 09:40 09:42 0,052 09:44
10:00 0,056 10:02 10:04 0,049 10:06 10:08 0,048 10:10 10:12 0,052 10:14
10:30 0,052 10:32 10:34 0,048 10:36 10:38 0,048 10:40 10:42 0,052 10:44
11:00 0,052 11:02 11:04 0,047 11:06 11:08 0,048 11:10 11:12 0,052 11:14
11:30 0,056 11:32 11:34 0,051 11:36 11:38 0,049 11:40 11:42 0,052 11:44
12:00 0,056 12:02 12:04 0,050 12:06 12:08 0,052 12:10 12:12 0,053 12:14
12:30 0,056 12:32 12:34 0,049 12:36 12:38 0,049 12:40 12:42 0,052 12:44
13:00 0,056 13:02 13:04 0,056 13:06 13:08 0,050 13:10 13:12 0,052 13:14
13:30 0,064 13:32 13:34 0,052 13:36 13:38 0,052 13:40 13:42 0,056 13:44
14:00 0,056 14:02 14:04 0,052 14:06 14:08 0,051 14:10 14:12 0,054 14:14
14:30 0,068 14:32 14:34 0,052 14:36 14:38 0,051 14:40 14:42 0,053 14:44
15:00 0,058 15:02 15:04 0,052 15:06 15:08 0,051 15:10 15:12 0,052 15:14
15:30 0,056 15:32 15:34 0,052 15:36 15:38 0,051 15:40 15:42 0,052 15:44
16:00 0,060 16:02 16:04 0,052 16:06 16:08 0,052 16:10 16:12 0,052 16:14
16:30 0,060 16:32 16:34 0,050 16:36 16:38 0,052 16:40 16:42 0,052 16:44
17:00 0,064 17:02 17:04 0,098 17:06 17:08 0,060 17:10 17:12 0,057 17:14
17:30 0,078 17:32 17:34 0,056 17:36 17:38 0,064 17:40 17:42 0,056 17:44
18:00 0,058 18:02 18:04 0,052 18:06 18:08 0,056 18:10 18:12 0,052 18:14
18:30 0,080 18:32 18:34 0,060 18:36 18:38 0,056 18:40 18:42 0,060 18:44
19:00 0,064 19:02 19:04 0,047 19:06 19:08 0,052 19:10 19:12 0,052 19:14
19:30 0,071 19:32 19:34 0,056 19:36 19:38 0,056 19:40 19:42 0,052 19:44
20:00 0,060 20:02 20:04 0,060 20:06 20:08 0,052 20:10 20:12 0,052 20:14
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17:00 0,064 17:02 17:04 0,039 17:06 17:08 0,044 17:10 17:12 0,044 17:14
17:30 0,072 17:32 17:34 0,037 17:36 17:38 0,044 17:40 17:42 0,044 17:44
18:00 0,072 18:02 18:04 0,040 18:06 18:08 0,044 18:10 18:12 0,045 18:14
18:30 0,072 18:32 18:34 0,037 18:36 18:38 0,042 18:40 18:42 0,042 18:44
19:00 0,068 19:02 19:04 0,037 19:06 19:08 0,048 19:10 19:12 0,043 19:14
19:30 0,116 19:32 19:34 0,046 19:36 19:38 0,044 19:40 19:42 0,080 19:44
20:00 0,109 20:02 20:04 0,043 20:06 20:08 0,044 20:10 20:12 0,071 20:14
20:30 0,108 20:32 20:34 0,050 20:36 20:38 0,044 20:40 20:42 0,058 20:44
21:00 0,112 21:02 21:04 0,040 21:06 21:08 0,042 21:10 21:12 0,068 21:14
21:30 0,100 21:32 21:34 0,040 21:36 21:38 0,044 21:40 21:42 0,064 21:44
22:00 0,100 22:02 22:04 0,040 22:06 22:08 0,044 22:10 22:12 0,060 22:14
22:30 0,100 22:32 22:34 0,044 22:36 22:38 0,044 22:40 22:42 0,064 22:44
23:00 0,092 23:02 23:04 0,040 23:06 23:08 0,044 23:10 23:12 0,065 23:14
23:30 0,096 23:32 23:34 0,040 23:36 23:38 0,044 23:40 23:42 0,064 23:44
01/03
00:00 0,096 00:02 00:04 0,042 00:06 00:08 0,044 00:10 00:12 0,064 00:14
00:30 0,096 00:32 00:34 0,041 00:36 00:38 0,044 00:40 00:42 0,064 00:44
01:00 0,101 01:02 01:04 0,044 01:06 01:08 0,045 01:10 01:12 0,064 01:14
01:30 0,096 01:32 01:34 0,042 01:36 01:38 0,047 01:40 01:42 0,064 01:44
02:00 0,088 02:02 02:04 0,040 02:06 02:08 0,044 02:10 02:12 0,061 02:14
02:30 0,092 02:32 02:34 0,039 02:36 02:38 0,043 02:40 02:42 0,063 02:44
219
03:00 0,076 03:02 03:04 0,040 03:06 03:08 0,044 03:10 03:12 0,053 03:14
03:30 0,088 03:32 03:34 0,040 03:36 03:38 0,041 03:40 03:42 0,058 03:44
04:00 0,085 04:02 04:04 0,037 04:06 04:08 0,044 04:10 04:12 0,057 04:14
04:30 0,084 04:32 04:34 0,036 04:36 04:38 0,045 04:40 04:42 0,058 04:44
05:00 0,085 05:02 05:04 0,038 05:06 05:08 0,044 05:10 05:12 0,060 05:14
05:30 0,092 05:32 05:34 0,040 05:36 05:38 0,044 05:40 05:42 0,060 05:44
06:00 0,100 06:02 06:04 0,047 06:06 06:08 0,052 06:10 06:12 0,064 06:14
06:30 0,112 06:32 06:34 0,046 06:36 06:38 0,048 06:40 06:42 0,065 06:44
07:00 07:02 07:04 07:06 07:08 07:10 07:12 07:14
07:30 07:32 07:34 07:36 07:38 07:40 07:42 07:44
08:00 08:02 08:04 08:06 08:08 08:10 08:12 08:14
08:30 08:32 08:34 08:36 08:38 08:40 08:42 08:44
09:00 09:02 09:04 09:06 09:08 09:10 09:12 09:14
09:30 09:32 09:34 09:36 09:38 09:40 09:42 09:44
10:00 10:02 10:04 10:06 10:08 10:10 10:12 10:14
10:30 10:32 10:34 10:36 10:38 10:40 10:42 10:44
220
TESTE DE CAMPO - PERMEÂMETRO DE GUELPH – ENSAIOS DE PERMEABILIDADE DO SOLO
Data:28/04/2008 ENSAIO Nº:
1 e 2
Área tubo externo - cm
2
36,19 Temperatura°C:25 visc20 (x 10-6g.s/cm2) 10,29
Área tubo interno cm
2
3,17 Profun.furo 600 cm
visct 9,13
Vol tubo externo cm
3
299,2 R. furo (a) - cm 3,1
Vol tubo interno cm
3
24,11 C 1,3
Vol ambos reserv cm
3
39,36 H 10 alfa 0,12
Leitura do ensaio (H) de:
Ponto 01 - 0187411 E - 7870077 N - FUSO - 23S
Tem (min) Int.tem (min) h-cm h - cm Q - cm3/s Kt K20
PONTO 1-20 cm
0 0 5,4
3 3 7 0,01 0,3 3,5E-04 3,2E-03
6 3 8,4 0,01 0,3 3,1E-04 2,8E-03
9 3 9,9 0,01 0,3 3,3E-04 3,0E-03
3,0E-03
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 3.0 * 10
-3
cm/s
PONTO 1-40 cm
0 0 37,5
3 3 39,4 0,01 0,4 4,2E-04 3,8E-03
6 3 41 0,00 0,2 1,8E-04 1,6E-03
9 3 42,7 0,00 0,1 1,2E-04 1,1E-03
1,1E-03
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.1 * 10
-3
cm/s
PONTO 1-60 cm
0 0 48,2
3 3 51,9 0,02 0,7 8,1E-04 7,4E-03
6 3 55 0,01 0,3 3,4E-04 3,1E-03
9 3 57,9 0,01 0,2 2,1E-04 1,9E-03
12 3 61,9 0,01 0,2 2,2E-04 2,0E-03
15 3 64,3 0,00 0,1 1,1E-04 9,6E-04
3,1E-03
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 3.1 * 10
-3
cm/s
221
Ponto 02 - 0200260 E - 7853947 N
PONTO 2 - 20 cm
0 0 15,3
3 3 16 0,00 0,1 1,5E-04 1,4E-03
6 3 16,1 0,00 0,0 1,1E-05 1,0E-04
9 3 16,2 0,00 0,0 7,3E-06 6,7E-05
12 3 16,3 0,00 0,0 5,5E-06 5,0E-05
0,08 3,0 3,3E-03 3,0E-02
6,3E-03
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 6.3 * 10
-3
cm/s
PONTO 2 - 40 cm
0 0 21,8
3 3 22,5 0,00 0,1 1,5E-04 1,4E-03
6 3 23,2 0,00 0,1 7,7E-05 7,0E-04
9 3 24,2 0,00 0,1 7,3E-05 6,7E-04
12 3 24,6 0,00 0,0 2,2E-05 2,0E-04
7,4E-04
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 7.4 * 10
-4
cm/s
PONTO 2 - 60 cm
0 0 30,4
3 3 30,6 0,00 0,0 4,4E-05 4,0E-04
6 3 30,7 0,00 0,0 1,1E-05 1,0E-04
9 3 30,8 0,00 0,0 7,3E-06 6,7E-05
1,9E-04
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.9 * 10
-4
cm/s
222
TESTE DE CAMPO - PERMEÂMETRO GUELPH
Data:28/04/2008 ENSAIO Nº:
3 e 4
Área tubo externo - cm
2
36,19 Temperatura°C:25 visc20 (x 10-6g.s/cm2) 10,29
Área tubo interno cm
2
3,17 Profun.furo 600 cm
visct 9,13
Vol tubo externo cm
3
299,2 R. furo (a) - cm 3,1
Vol tubo interno cm
3
24,11 C 1,3
Vol ambos reserv cm
3
39,36 H 10 alfa 0,12
Leitura do ensaio (H) de:
Ponto 03 - 0193613 E - 7858046 N
Tem (min) Int.tem (min) h-cm h - cm Q - cm3/s Kt K20
PONTO 3 - 20 cm
0 0 8,7
3 3 9,6 0,01 0,2 2,0E-04 1,8E-03
6 3 10,3 0,00 0,1 1,5E-04 1,4E-03
9 3 11 0,00 0,1 1,5E-04 1,4E-03
12 3 11,8 0,00 0,2 1,8E-04 1,6E-03
1,6E-03
Solo argila rafratária - esbranquecida
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.6 * 10
-3
cm/s
PONTO 3 - 40 cm
0 0 21
2 2 30,1 0,08 2,7 3,0E-03 2,7E-02
4 2 36,8 0,03 1,0 1,1E-03 1,0E-02
6 2 42,8 0,02 0,6 6,6E-04 6,0E-03
8 2 48,2 0,01 0,4 4,4E-04 4,1E-03
1,2E-02
Solo argila rafratária - esbranquecida
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.2 * 10
-2
cm/s
PONTO 3
-
60
cm
0 0 5,6
2 2 5,8 0,00 0,1 6,6E-05 6,0E-04
4 2 5,9 0,00 0,0 1,6E-05 1,5E-04
6 2 6 0,00 0,0 1,1E-05 1,0E-04
8 2 6,001 0,00 0,0 8,2E-08 7,5E-07
10 2 6,01 0,00 0,0 5,9E-07 5,4E-06
223
1,7E-04
Solo argila rafratária - esbranquecida
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.7 * 10
-4
cm/s
Ponto 04 - 0188923 E - 7848721 N
PONTO 4 - 20 cm
0 0 12
3 3 12,1 0,00 0,0 2,2E-05 2,0E-04
6 3 12,4 0,00 0,0 3,3E-05 3,0E-04
9 3 12,8 0,00 0,0 2,9E-05 2,7E-04
12 3 13,2 0,00 0,0 2,2E-05 2,0E-04
2,4E-04
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.4 * 10
-4
cm/s
PONTO 4 - 40 cm
0 0 18,7
3 3 18,8 0,00 0,0 2,2E-05 2,0E-04
6 3 19,3 0,00 0,1 5,5E-05 5,0E-04
9 3 19,8 0,00 0,0 3,7E-05 3,3E-04
12 3 20 0,00 0,0 1,1E-05 1,0E-04
2,8E-04
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.8 * 10
-4
cm/s
PONTO 4 - 60 cm
0 0 26,9
3 3 26,9 0,00 0,0 0,0E+00 0,0E+00
6 3 26,9 0,00 0,0 0,0E+00 0,0E+00
9 3 27 0,00 0,0 7,3E-06 6,7E-05
2,2E-05
Solo argiloso - cor cinza e úmido
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.2 * 10
-5
cm/s
224
TESTE DE CAMPO – PERMEÂMETRO GUELPH
Data:28/04/2008 ENSAIO Nº:
5
Área tubo externo - cm
2
36,19 Temperatura°C:25 visc20 (x 10-6g.s/cm2) 10,29
Área tubo interno cm
2
3,17 Profun.furo 600 cm
visct 9,13
Vol tubo externo cm
3
299,2 R. furo (a) - cm 3,1
Vol tubo interno cm
3
24,11 C 1,3
Vol ambos reserv cm
3
39,36 H 10 alfa 0,12
Leitura do ensaio (H) de:
Ponto 05 - 0813910 E - 7857119 N
Tem (min) Int.tem (min) h-cm h - cm Q - cm3/s Kt K20
PONTO 5 - 20 cm
0 0 32,5
2 2 32,6 0,00 0,0 3,3E-05 3,0E-04
4 2 32,7 0,00 0,0 3,3E-05 3,0E-04
6 2 33 0,00 0,1 9,9E-05 9,0E-04
8 2 33,1 0,00 0,0 3,3E-05 3,0E-04
4,5E-04
Solo argiloso, cor cinza úmida
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.5 * 10
-4
cm/s
PONTO 5 - 40 cm
0 0 38,1
2 2 38,11 0,00 0,0 3,3E-06 3,0E-05
4 2 38,12 0,00 0,0 1,6E-06 1,5E-05
6 2 38,13 0,00 0,0 1,1E-06 1,0E-05
8 2 38,2 0,00 0,0 5,8E-06 5,3E-05
2,7E-05
Solo argiloso, cor cinza úmida
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.7 * 10
-5
cm/s
PONTO 5 - 60 cm
0 0 43,1
2 2 43,11 0,00 0,0 3,3E-06 3,0E-05
4 2 43,12 0,00 0,0 1,6E-06 1,5E-05
6 2 43,13 0,00 0,0 1,1E-06 1,0E-05
8 2 43,14 0,00 0,0 8,2E-07 7,5E-06
1,6E-05
Solo argiloso, cor cinza úmida
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.71.6 * 10
-5
cm/s
225
ENSAIOS DE PERMEABILIDADE DE SOLO
Ponto 01 - Altitude 953 m - UTM 0808654 N - 7872632 E - Zona = 22
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, cinza - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 6.4*10
-3
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, cinza - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.2*10
-2
cm/s
F-3 - 60
cm Solo argilo-arenoso, cinza - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 3.9*10-
2
cm/s
Ponto 02 - Altitude 947 m - UTM 0811662 N - 7877616 E - Zona = 22
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.3*10
-2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.5*10
-2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.6*10
-2
cm/s
Ponto 03 - Altitude 951 m - UTM 0180247 N - 7868545 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, cinza - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 5.3*10
-3
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, cinza - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.4*10
-2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, cinza - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 6.6*10-
2
cm/s
28/08/2007 - Ponto 04 - Altitude 947 m - UTM 0187975 N - 7873277 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.3*10
-2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.0*10
-1
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 6.6*10
-2
cm/s
Ponto 05 - Altitude 951 m - UTM 0185469 N - 7873096 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.2*10
-2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - cultura
Coeficiente de permeabilidade (k) = 5.2*10
-2
cm/s
226
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, vermelho - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.7*10-
2
cm/s
Ponto 06 - Altitude 968 m - UTM 0188362 N - 7863499 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, amarelado - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.5*10-
2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, amarelado - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.3*10-
2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, amarelado - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 5.7*10
-2
cm/s
Ponto 07 - Altitude 969 m - UTM 0187320 N - 7857831 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, amarelado - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) =
2.3 *10
-
2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, amarelado - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.8*10
-2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, amarelado - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 3.5*10-
2
cm/s
Ponto 08 - Altitude 963 m - UTM 0813667 N - 7863416 E - Zona = 22
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, amarelo-cinza - Eucalípto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.7*10-
2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, amarelo-cinza - Eucalípto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.2*10-
2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, amarelo-cinza - Eucalípto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.6*10
-2
cm/s
Ponto 09 - Altitude 964 m - UTM 0811568 N - 7866251 E - Zona = 22
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, amarelo - área de Eucalípto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.5*10
-1
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, amarelo - área de Eucalípto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 3.3*10
-2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, amarelo - área de Eucalípto
Coeficiente de permeabilidade (k) =
4.7*10
-
2
cm/s
Ponto 10 - Altitude 974 m - UTM 0191271 N - 7860111 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, amarelo-escuro - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.2*10-
2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, amarelo-escuro - culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 2.0*10-
2
cm/s
227
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, amarelo-escuro - Culturas
Coeficiente de permeabilidade (k) = 6.2*10
-2
cm/s
Ponto 11 - Altitude 978 m - UTM 0192958 N - 7855480 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm Solo argilo-arenoso, amarelo - área de Eucalipto
Coeficiente de permeabilidade (k) =
5.0 *10
-
2
cm/s
F-2 - 40
cm Solo argilo-arenoso, amarelo - área de Eucalipto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 5.6*10
-2
cm/s
F-2 - 60
cm Solo argilo-arenoso, amarelo - área de Eucalipto
Coeficiente de permeabilidade (k) = 7.3*10-
2
cm/s
Ponto 12 - Altitude 968 m - UTM 0194050 N - 7859903 E - Zona = 23
F-1 - 20
cm
Solo argilo-arenoso, amarelado - área pinus Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.0*10-
2
cm/s
F-2 - 40
cm
Solo argilo-arenoso, amarelado - área pinus Coeficiente de permeabilidade (k) = 4.0*10-
2
cm/s
F-2 - 60
cm
Solo argilo-arenoso, amarelado - área pinus Coeficiente de permeabilidade (k) = 1.6*10
-2
cm/s
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