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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA TOXICOLÓGICA
ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS 5-TRIFLUORMETIL-
4,5-DIIDRO-1H-PIRAZOL-1-CARBOXIAMIDA EM MODELOS
ANIMAIS DE NOCICEPÇÃO AGUDA E CRÔNICA
TESE DE DOUTORADO
Patricia Dutra Sauzem
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS 5-TRIFLUORMETIL-4,5-
DIIDRO-1H-PIRAZOL-1-CARBOXIAMIDA EM MODELOS ANIMAIS DE
NOCICEPÇÃO AGUDA E CRÔNICA
por
Patricia Dutra Sauzem
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas:
Bioquímica Toxicológica da Universidade Federal de Santa Maria, como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Doutor em Bioquímica Toxicológica
Orientadora: Maribel Antonello Rubin
Co-orientador: Juliano Ferreira
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Naturais e Exatas
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica Toxicológica
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Tese de Doutorado
ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS 5-TRIFLUORMETIL-
4,5-DIIDRO-1H-PIRAZOL-1-CARBOXIAMIDA EM MODELOS ANIMAIS
DE NOCICEPÇÃO AGUDA E CRÔNICA
elaborada por
Patricia Dutra Sauzem
como requisito parcial para a obtenção do grau de
Doutor em Bioquímica Toxicológica
COMISSÃO EXAMINADORA:
_________________________________________
Profa. Dra. Maribel Antonello Rubin
(Presidente/Orientadora)
_________________________________________
Prof. Dr. Alex Fabiani Claro Flores (UFSM)
_________________________________________
Prof. Dr. Jamil Assreuy (UFSC)
_________________________________________
Profa. Dra. Maria Ester Pereira (UFSM)
___________________________________________
Profa. Dra. Maria Rosa Chitolina Schetinger (UFSM)
Santa Maria, 6 de agosto de 2008.
iii
Dedico essa tese aos meus pais, José Antonio e Maria Neida,
que sempre souberam guiar meus passos nos caminhos da vida e
que proporcionaram-me plenas condições para atingir meus objetivos.
Agradecimentos
iv
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, professora Maribel Antonello Rubin, por ter me aceito
em seu laboratório e por ter acreditado que tudo daria certo, até quando eu mesma
não acreditava.
Ao professor Juliano Ferreira pela co-orientação que, sem dúvida, foi
imprescindível para a conclusão desta tese. Agradeço, especialmente, por ter
suportado com bom humor as minhas crises de pessimismo.
Aos colegas e amigos do LABNEURO, inclusive àqueles que concluíram
suas dissertações e teses e seguiram seus caminhos. Alguns deixaram marcas que
nunca serão apagadas, seja pelo profissionalismo, seja pela grande amizade que se
estabeleceu entre nós.
À minha fiel companheira de experimentos, Gabriela da Silva Sant’Anna, por
ter sido muito mais que uma simples colega de bancada, por ser aquela amiga de
todas as horas, por compartilhar comigo as alegrias e as tristezas e por estar sempre
disposta a colaborar.
Aos alunos de iniciação científica do LABNEURO que muitas vezes auxiliaram
na execução deste trabalho e com os quais, certamente, aprendi muitas coisas.
Aos pesquisadores do NUQUIMHE que sintetizaram os compostos estudados
nesta tese, especialmente ao doutorando Pablo Machado que esteve sempre
disposto a colaborar na execução de todo o trabalho.
Aos meus pais, José Antônio e Maria Neida, por terem apoiado minhas
decisões em todos os momentos da minha vida e pelos ensinamentos morais e
éticos que me proporcionaram desde a infância.
Aos meus irmãos, Ismael e Rafael, pela amizade, pelo carinho, pelos
momentos de descontração e por estarem sempre presentes em todos os
momentos.
À minha irmã, Danusa, e ao meu cunhado, Adriano, que mesmo estando
distantes fisicamente, estiveram sempre muito próximos.
Aos meus amados sobrinhos, João Vítor e Artur, duas criaturinhas iluminadas
que enchem meu coração de esperança de que haverá um dia em que todas as
pessoas tenham a humildade e o coração puro de uma criança.
Agradecimentos
v
Ao Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Toxicológica, à UFSM e ao
CNPq/FAPERGS/PRONEX pela disponibilização dos recursos para realização deste
trabalho.
E, finalmente, mas não menos importante, aos camundongos e ratos, cujas
vidas sacrificamos em prol do desenvolvimento da ciência.
vi
"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."
(William Shakespeare)
Resumo
vii
RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica Toxicológica
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DE DERIVADOS 5-TRIFLUORMETIL-4,5-
DIIDRO-1H-PIRAZOL-1-CARBOXIAMIDA EM MODELOS ANIMAIS DE
NOCICEPÇÃO AGUDA E CRÔNICA
Autora: Patricia Dutra Sauzem
Orientadora: Maribel Antonello Rubin
Co-orientador: Juliano Ferreira
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 6 de agosto 2008
.
Identificar a causa da dor e aliviá-la é, com certeza, parte importante do tratamento de
qualquer patologia. Infelizmente, nem todas as modalidades de dor possuem um tratamento
adequado atualmente. Muitos pacientes não respondem aos fármacos disponíveis ou, então
apresentam efeitos adversos graves que impedem a continuidade do tratamento. Desta
forma, existe a necessidade de pesquisar novas drogas que sejam mais eficazes e que
produzam menos efeitos indesejados. Os derivados pirazolínicos são conhecidos pela sua
excelente eficácia como analgésicos. Por esse motivo, o NUQUIMHE e o LABNEURO têm
unido esforços na intenção de sintetizar e avaliar os efeitos biológicos de vários compostos
pirazolínicos. No presente trabalho, foi avaliado o efeito antinociceptivo e antiedematogênico
de uma série de derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol carboxiamida (2a-j) em
modelos de nocicepção aguda e crônica em camundongos e ratos. Também foi feita uma
avaliação preliminar da toxicidade dos compostos mais ativos, após administração crônica,
além da avaliação de alguns parâmetros bioquímicos relacionados à inflamação. Oito dos 10
compostos testados apresentaram efeito antinociceptivo no teste da formalina em
camundongos. Os dois compostos de maior eficácia (2c e 2j) foram também avaliados nos
testes da placa quente, da carragenina e da artrite induzida por adjuvante completo de
Freund (CFA). Tais compostos não causaram efeito na nocicepção térmica, mas foram
eficazes na diminuição do edema induzido por carragenina em camundongos. No modelo de
artrite em ratos, os compostos 2c e 2j causaram antinocicepção, mas não diminuição do
edema. Esse efeito foi observado após administração aguda e crônica, e teve longa
duração. Os níveis séricos de haptoglobina e a atividade tecidual da mieloperoxidase não se
apresentaram alterados nos ratos tratados cronicamente com 2c e 2j, indicando que esses
compostos, provavelmente, não possuem ão antiinflamatória. Os parâmetros de
toxicidade renal e hepática (uréia, creatinina, aspartato aminotransferase e alanina
aminotrasferase) não se apresentaram alterados, bem como não foram encontrados sinais
de lesão da mucosa gástrica, nem evidências de desenvolvimento de tolerância ao efeito
antinociceptivo nos ratos tratados cronicamente com 2c e 2j. Nenhum dos compostos
testados causou alteração na atividade locomotora de camundongos e ratos. Os resultados
encontrados neste trabalho sugerem que essa nova classe de derivados pirazolínicos
parece promissora no que diz respeito ao desenvolvimento de novas drogas analgésicas.
Abstract
viii
ABSTRACT
PhD thesis
Graduating Course in Biological Sciences: Toxicological Biochemistry
Federal University of Santa Maria, RS, Brazil
ANTINOCICEPTIVE ACTIVITY OF 5-TRIFLUOROMETHYIL-4,5-DIHIDRO-1H-
PYRAZOLE-1-CARBOXIAMIDE DERIVATIVES IN ANIMAL MODELS OF ACUTE
AND CHRONIC NOCICEPTION
Author: Patricia Dutra Sauzem
Advisor: Prof. Dr. Maribel Antonello Rubin
Co-advisor: Prof. Dr. Juliano Ferreira
Place and date: Santa Maria, August 6
th
, 2008.
To identify the origin of pain and relieve of it is, certainly, important part of the
treatment of any pathology. Unfortunately, nor all pain modalities possess an
adequate treatment at a moment. Many patients do not obtain pain relief in response
to drugs available or, they present serious adverse effects that hinder the continuity
of treatment. So, a search for new drugs that are more efficient and that produce little
undesired effect is necessary. Pyrazole derivatives are known for their excellent
effectiveness as analgesics. In this context, the NUQUIMHE and LABNEURO have
joined efforts for synthesize and evaluate the biological effects of several pyrazole
compounds. In the present study, was evaluated the antinociceptive and
antiedematogenic effect of one series of 5-trifluoromethyl-4,5-dihidro-1H-pyrazole-1-
carboxiamide (2a-j) derivatives on acute and chronic nociception models in mice and
rats. A preliminary evaluation of the toxicity for more active compounds, after their
chronic administration, was carried out too. Some biochemistry parameters
relationships to inflammation were also evaluated. Eight of ten compounds analyzed
present antinociceptive effect on formalin test in mice. The two most efficient
derivatives (2c and 2j) were also evaluated on hot plate, carrageenan and arthritis
induced by Complete Freund Adjuvant (CFA). These compounds caused no effect
against thermal nociception, but were effective for decrease the edema carrageenan-
induced in mice. In the arthritis model in rats, 2c and 2j compounds caused
antinociception, but do not antiedematogenic action. This antinociceptive effect
occurred after acute and chronic administration and has long duration. Parameters
indicators of liver and kidney lesion (urea, creatinine, aspartate aminotransferase and
alanine aminotransferase) were not altered and were neither detected signals of
gastric mucosa lesion nor evidences of tolerance development to antinociceptive
effect in rats chronically treated with 2c or 2j. The serum level of haptoglobin and the
tissue myeloperoxidase activity of the animals that received treatment indicate that
these compounds did not present anti-inflammatory effect. None compounds
evaluated caused alteration on locomotors activity of mice and rats. The results
obtained in the present work suggest that this new class of pyrazole derivatives
seems promising for development of new analgesic drugs.
Sumário
ix
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS...........................................................................................
iv
RESUMO..............................................................................................................
vii
ABSTRACT..........................................................................................................
viii
LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................
xiii
LISTA DE FIGURAS............................................................................................
xiv
LISTA DE TABELAS...........................................................................................
xvi
I – INTRODUÇÃO................................................................................................
1
II. OBJETIVOS..................................................................................................... 4
II.1 – OBJETIVO GERAL.....................................................................................
5
II.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................
5
III – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................
6
III.1 – DOR E NOCICEPÇÃO ..............................................................................
7
III.2 – DETECÇÃO, TRANSMISSÃO E MODULAÇÃO DA DOR.........................
8
III.3 – MEDIADORES QUÍMICOS DA DOR E DA INFLAMAÇÃO.......................
10
III.4 – TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOR...........................................
10
III.5 – DERIVADOS PIRAZOLÍNICOS.................................................................
12
III.5.1 A busca de novos derivados pirazolínicos para o tratamento da dor e
da inflamação.......................................................................................................
15
IV – MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................
22
IV.1 – ANIMAIS....................................................................................................
23
IV.2 – DROGAS E REAGENTES.........................................................................
23
IV.3 – TESTES COMPORTAMENTAIS...............................................................
24
IV.3.1 – Teste da formalina..................................................................................
24
IV.3.2 – Teste da placa quente............................................................................
25
IV.3.3 – Teste do edema de pata e alodínia induzidos por carragenina..............
26
IV.3.4 – Avaliação da atividade locomotora.........................................................
27
IV.3.4.1 – Teste da locomoção forçada em cilindro giratório (rotarod)................
27
IV.3.4.2 – Teste da locomoção espontânea.........................................................
28
IV.3.5 – Alodínia mecânica e edema induzidos por CFA.....................................
28
IV.3.5.1 Avaliação do efeito da administração aguda dos derivados
pirazolínicos 2c e 2j: decurso temporal, relação dose-efeito sobre a
nocicepção e avaliação da atividade locomotora de ratos...................................
29
Sumário
x
IV.3.5.2 Avaliação do efeito da administração crônica dos derivados
pirazolínicos 2c e 2j sobre a alodínia e o edema de pata induzidos por CFA.....
30
IV.3.6 Avaliação do peso corporal durante a administração crônica e do
peso dos órgãos no final do tratamento com os derivados pirazolínicos 2c, 2j
ou dipirona............................................................................................................
31
IV.3.7 Avaliação da atividade ulcerogênica após administração crônica dos
derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona............................................................
31
IV.4 – TESTES BIOQUÍMICOS........................................................................…
32
IV.4.1 Avaliação de parâmetros indicativos de função renal e hepática após
administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona.................
32
IV.4.2 Avaliação de parâmetros hematológicos após administração crônica
dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona.....................................................
32
IV.4.3 Determinação dos níveis séricos de haptoglobina após administração
crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona........................................
33
IV.4.4 Determinação da atividade tecidual da mieloperoxidase (MPO), N-
acetil-β-D-glucosaminidase (NAG) e eosinoperoxidase (EPO) na pata de ratos
após administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona........
33
IV.4.5 – Determinação do nível tecidual de TNF-α na pata de ratos após
administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona.................
34
IV.5 – ANÁLISE ESTATÍSTICA ...........................................................................
35
V – RESULTADOS .............................................................................................
36
V.1 – TESTES COMPORTAMENTAIS................................................................
37
V.1.1 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos (2a-j) no teste da
formalina...............................................................................................................
37
V.1.2 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos 2c e 2j no teste da placa
quente..................................................................................................................
41
V.1.3 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos 2c e 2j no teste do edema
de pata e da alodínia induzidos por carragenina.................................................
42
V.1.4 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos 2c e 2j sobre a atividade
locomotora de camundongos...............................................................................
43
V.1.4.1 – Teste da locomoção forçada em cilindro giratório (rotarod).................
43
V.1.4.2 – Teste da locomoção espontânea..........................................................
44
Sumário
xi
V.1.5 Avaliação do efeito agudo dos derivados pirazolínicos 2c e 2j na
alodínia mecânica e no edema de pata induzidos por CFA e na atividade
locomotora espontânea em ratos.........................................................................
44
V.1.6 Avaliação do efeito da administração crônica dos derivados
pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona na alodínia mecânica e no edema induzidos
por CFA em ratos.................................................................................................
50
V.1.7 Avaliação da variação do peso corporal ao longo do tratamento
crônico com os derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona...................................
55
V.1.8 Avaliação da percentagem de peso de alguns órgãos em relação ao
peso corporal dos ratos ao final do tratamento crônico com os derivados
pirazolínicos 2c, 2j e dipirona...............................................................................
56
V.1.9 – Avaliação da atividade ulcerogênica dos pirazolínicos 2c, 2j e da
dipirona após administração crônica....................................................................
57
V.2 – TESTES BIOQUÍMICOS......................................................……………….
58
V.2.1 Efeito da administração crônica de 2c, 2j ou dipirona sobre alguns
parâmetros indicativos de toxicidade renal e hepática........................................ 58
V.2.2 Efeito da administração crônica de 2c, 2j ou dipirona sobre alguns
parâmetros hematológicos ..................................................................................
59
V.2.3 Determinação dos níveis plasmáticos de haptoglobina após a
administração crônica de 2c, 2j e dipirona em ratos........................................... 60
V.2.4 – Determinação da atividade tecidual das enzimas MPO, NAG e EPO na
pata de ratos após a administração crônica de 2c, 2j ou dipirona.......................
61
V.2.5 Determinação dos níveis teciduais de TNF-α na pata de ratos após a
administração crônica de 2c, 2j ou dipirona........................................................ 62
VI – DISCUSSÃO.................................................................................................
64
VII – CONCLUSÕES............................................................................................
78
VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................
81
IX – ANEXOS....................................................................................................... 94
Lista de abreviaturas
xii
LISTA DE ABREVIATURAS
AINEs antiinflamatórios não esteroidais
B50
2-[5-triclorometil-5-hidróxi-3-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazol-1-il]-4-(4-bromofenil)-
5-metiltiazol
CFA – Adjuvante completo de Freund
EPO – eosinoperoxidase
FPCA
– 3-fenil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-1-pirazolcarboxiamida
FR140423 – 3-(difluormetil)-1-(4-metoxifenil)-5-[4-(metilsulfinil)fenil] pirazol
FR143166 – 1-(4-fluorfenil)-3-metil-5-[4-(metillsulfinil)fenil]pirazol
FR188582
– 3-cloro-5-[4-(metilsulfonil)fenil]-1-fenil-1H-pirazol
LABNEURO – Laboratório de Neurotoxicidade e Psicofarmacologia
MPCA
– 3-metil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-1-pirazolcarboxiamida
MPF4
– 4-metil-5-trifluormetil-5-hidróxi-4,5-diidro-1H-pirazol metil éster
MPO – mieloperoxidase
NAG – N-acetil-β-D-glucosaminidase
NUQUIMHE – Núcleo de Química de Heterociclos
PZ 2
– 3-etoximetil-5-etoxicarbonil-1H-1-metilpirazol
PZ 3
– 3-etoximetil-5-etoxicarbonil-1H-1-fenilpirazol
TNF-α – fator de necrose tumoral alfa
2c
– 3-etil-5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida
2j
– 4-metil-5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida
Lista de figuras
xiii
LISTA DE FIGURAS
III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
FIGURA 1 – Estrutura química do anel pirazol......................................................
12
FIGURA 2 – Estrutura química da dipirona...........................................................
14
FIGURA 3
Representação esquemática da estratégia de substituição
bioisostérica do anel benzênico da salicilamida para obtenção de novos 5-
trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazóis..........................................................................
21
IV. MATERIAL E MÉTODOS
FIGURA 1
Fórmula estrutural dos derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-
pirazol-1-carboxiamida utilizados no presente estudo...........................................
24
V. RESULTADOS
FIGURA 1 – Efeito dos novos derivados pirazolínicos 2a-d na nocicepção
induzida por formalina, nas fases neurogênica e inflamatória do teste, em
camundongos ........................................................................................................
38
FIGURA 2 Efeito dos novos derivados pirazolínicos 2e, 2g, 2i e 2j na
nocicepção induzida por formalina, nas fases neurogênica e inflamatória do
teste, em camundongos.........................................................................................
39
FIGURA 3 Comparação entre as eficácias antinociceptivas de 2c, 2j (1000
µmol/kg), salicilamida (1500 µmol/kg) e dipirona (1000 µmol/kg) no teste da
formalina em camundongos...................................................................................
41
FIGURA 4 Efeito dos derivados pirazolínicos 2c e 2j (1000 µmol/kg), dipirona
(1500 µmol/kg) (DIP) ou veículo na latência para resposta ao estímulo térmico
no teste da placa quente em camundongos..........................................................
41
Lista de figuras
xiv
FIGURA 5 – Efeito dos derivados pirazolínicos 2c e 2j (1000 µmol/kg) ou
veículo no edema de pata induzido por carragenina 30 min e 4 h após indução
do edema em camundongons................................................................................
42
FIGURA 6 Efeito dos derivados pirazolínicose 2c e 2j (1000 µmol/kg) ou
veículo na alodínia mecânica induzida por carragenina em camundongons.........
43
FIGURA 7 Efeito da administração aguda dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e
dipirona na dose de 1000 µmol/kg ou veículo na alodínia induzida por injeção
intraplantar de CFA ao longo de 24 h....................................................................
46
FIGURA 8 Efeito da administração aguda dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e
dipirona na dose de 1000 µmol/kg, sobre o edema induzido por injeção
intraplantar de CFA. ..............................................................................................
48
FIGURA 9 Curva dose-efeito dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona na
alodínia induzida por injeção intraplantar de CFA.................................................
49
FIGURA 10 Efeito da administração crônica dos pirazolínicos 2c (100
µmol/kg), 2j (100 µmol/kg) e dipirona (100 µmol/kg) na alodínia induzida por
injeção intraplantar de CFA na pata ipsilateral......................................................
52
FIGURA 11 Efeito da administração crônica dos pirazolínicos 2c (100
µmol/kg), 2j (100 µmol/kg) e dipirona (100 µmol/kg) na alodínia induzida por
injeção intraplantar de CFA na pata contralateral..................................................
53
FIGURA 12 Efeito da administração crônica dos pirazolínicos 2c (100
µmol/kg), 2j (100 µmol/kg) e dipirona (100 µmol/kg) no edema de pata
produzido por injeção intraplantar
de CFA na pata ipsilateral. .............................
54
FIGURA 13 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j
e dipirona (100 µmol/kg/15 dias) nos níveis plasmáticos de haptoglobina de
ratos com inflamação crônica induzida por injeção intraplantar de CFA...............
61
FIGURA 14 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j
e dipirona (100 µmol/kg/15 dias) nos níveis teciduais de TNF- α de ratos com
inflamação crônica induzida por injeção intraplantar de CFA................................
63
Lista de tabelas
xv
LISTA DE TABELAS
III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TABELA 1
Derivados pirazolínicos sintetizados no NUQUIMHE e testados
no LABNEURO.....................................................................................................
19
V. RESULTADOS
TABELA 1 – Eficácia antinociceptiva dos 4,5-diidro-1H-pirazóis 2a-j
(1000
µmol/kg) nas fases neurogênica e inflamatória do teste da formalina (20 µ
l,
1,5%, ipl) em camundongos ................................................................................
40
TABELA 2 Efeito dos 4,5-diidro-1H-pirazóis 2c e 2j
em camundongos
submetidos ao teste da locomoção forçada em cilindro giratório.........................
43
TABELA 3 Efeito dos 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazóis 2c, 2j
, salicilamida
e dipirona na atividade locomotora espontânea de camundongos.......................
44
TABELA 4 Efeito dos 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazóis 2c, 2j
, e dipirona
na atividade locomotora espontânea de ratos......................................................
50
TABELA 5
Variação percentual do volume da pata contralateral à pata
injetada com CFA ou salina..................................................................................
55
TABELA 6 – Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c,
2j
e dipirona (100 µ
mol/kg) em ratos com inflamação crônica induzida por CFA,
sobre a percentagem de variação do peso corporal em relação
ao peso inicial
(antes da injeção de CFA)....................................................................................
56
TABELA 7 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c,
2j
e dipirona, sobre a percentagem de peso de algun
s órgãos em relação ao
peso corporal........................................................................................................
57
TABELA 8 Efeito da administração crônica dos novos pirazolínicos 2c e 2j
e
da dipirona e da administração agu
da de indometacina na mucosa gástrica de
ratos......................................................................................................................
58
Lista de tabelas
xvi
TABELA 9 – Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c,
2j
e dipirona (100 µ
mol/kg) sobre marcadores de toxicidade hepática (AST e
ALT) e renal (uréia e creatinina) em ratos com inflamação crônica induzida por
injeção intraplantar de CFA..................................................................................
59
TABELA 10 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c
,
2j e dipirona (100 µ
mol/kg) sobre alguns parâmetros hematológicos de ratos
no modelo da inflamação crônica induzida por injeção intraplantar de CFA........
60
Tabela 11 Efeito da adminstração crônica dos novos pirazóis 2c e 2j
e da
dipirona (100 µmol/kg) na atividade da MPO, NAG e EPO do tecido da pata de
ratos com inflamação crônica induzida por CFA..................................................
62
I. INTRODUÇÃO
Introdução
2
A dor é um sintoma clínico de extrema relevância para alertar os indivíduos da
ocorrência de alguma anormalidade ou doença. Por esse motivo ela é a causa
principal da procura dos consultórios médicos. Não se pode negar o papel vital da
dor, mas também não se pode negligenciar o sofrimento causado pela mesma.
Quando não adequadamente tratada, a dor pode produzir efeitos desastrosos na
vida dos pacientes e também das pessoas que convivem com eles. Uma das
principais causas de afastamento do trabalho, de depressão e de isolamento social
é, justamente, a dor não tratada adequadamente. Assim, identificar a causa e aliviar
esse sintoma é, com certeza, parte importante do tratamento de qualquer patologia.
Neste sentido, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas para que se possa
entender melhor a gênese desse processo e, dessa forma, poder intervir
adequadamente. Uma vez que se conhece a causa de uma síndrome dolorosa,
podem-se utilizar tanto abordagens farmacológicas quanto não farmacológicas para
tratá-la. O uso de fármacos é, certamente, uma das condutas mais empregadas no
controle da dor. Infelizmente, nem todas as modalidades de dor possuem um
tratamento adequado atualmente. Muitos pacientes não respondem aos fármacos
disponíveis ou, então, apresentam juntamente com o alívio da dor, efeitos adversos
que impedem a continuidade do tratamento.
Levando em consideração a alta incidência da dor e também a falta de
analgésicos eficazes e seguros, torna-se relevante pesquisar novas moléculas com
potencial terapêutico. Neste sentido, muitos pesquisadores têm procurado
desenvolver novas drogas, cuja estrutura química seja de fácil obtenção, tanto em
nível de rendimento da síntese propriamente dita, quanto em relação aos
subprodutos gerados e à toxidade dos reagentes intermediários. Além disso, tem-se
procurado desenvolver moléculas com boa eficácia e menor incidência de efeitos
adversos em relação as já existentes.
Pirazóis e seus derivados, como a dipirona, são conhecidos pela sua
excelente eficácia como analgésicos. Por esse motivo, na última década, o
NUQUIMHE (Núcleo de Química de Heterociclos) e o LABNEURO (Laboratório de
Neurotoxicidade e Psicofarmacologia) da UFSM têm unido esforços com o intuito de
sintetizar e avaliar os efeitos biológicos de vários compostos pirazolínicos. Em
estudos anteriores, foi demonstrado o potencial antinociceptivo e antipirético de
Introdução
3
vários derivados dessa classe química, comprovando que, realmente, podem ser
interessantes para o desenvolvimento de novos fármacos.
Portanto, este trabalho teve por objetivo estender o conhecimento a respeito
dos efeitos dos derivados pirazolínicos sobre a nocicepção em animais de
laboratório e, assim, tentar identificar moléculas promissoras para o tratamento da
dor.
Parte dos dados que compõem esta tese foram publicados no periódico
European Journal of Medical Chemistry (Anexo 1) e os demais resultados
encontram-se sob a forma de manuscrito científico que será submetido para
publicação (Anexo 2).
II. OBJETIVOS
Objetivos
5
II.1 – OBJETIVO GERAL
Avaliar o possível efeito antinociceptivo, antiedematogênico e a toxicidade de
derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-1-pirazol-1-carboxamida, utilizando modelos
de nocicepção e inflamação aguda e crônica em camundongos e ratos.
II.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1 Avaliar a atividade antinociceptiva dos derivados pirazolínicos em modelos de
nocicepção aguda induzida por estímulo nocivo químico e térmico.
2 Investigar o efeito dos derivados pirazolínicos sobre o edema de pata induzido
por agente químico.
3 Avaliar o efeito antinociceptivo e antiedematogênico dos derivados pirazolínicos
em um modelo de inflamação crônica.
4 Verificar se a administração crônica dos compostos altera os níveis séricos de
haptoglobina (marcador de inflamação), bem como analisar a atividade tecidual de
algumas enzimas marcadoras de infiltração celular e os níveis teciduais de TNF-α no
local da lesão, após a administração crônica dos compostos.
5 Avaliar alguns parâmetros bioquímicos de função enal e hepática em animais
submetidos à administração crônica dos derivados pirazolínicos.
6 – Verificar alterações no ganho de peso e relação entre o peso de alguns órgãos e
o peso corporal, como indicadores de toxicidade, após administração crônica dos
novos derivados pirazolínicos.
7 Avaliar a atividade ulcerogênica dos derivados pirazolínicos após administração
crônica.
8 Verificar se os derivados pirazolínicos alteram as atividades locomotora e
exploratória dos animais, nos testes do campo aberto e cilindro giratório.
III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Revisão Bibliográfica
7
III.1 – DOR E NOCICEPÇÃO
A dor é uma experiência consciente, uma interpretação dos sinais
nociceptivos que é influenciada pelas memórias individuais, aspectos emocionais,
patológicos, genéticos e fatores cognitivos. A dor, portanto, é uma experiência
altamente subjetiva, como ilustrado pela definição dada pela Associação
Internacional para o Estudo da Dor (IASP), onde ela é descrita como “uma
experiência sensorial e emocional desagradável associada à lesão tecidual real ou
potencial” (TJOLSEN & HOLE, 1997; TRACEY & MANTYH, 2007). Tendo em vista
que um dos componentes da dor é o estímulo nocivo, podemos considerá-la de
extrema importância, que alerta os indivíduos para a ocorrência de alterações na
integridade e na funcionalidade do organismo, permitindo que sejam adotados
mecanismos de defesa (MILLAN, 1999; TRAUB, 1997). Entretanto, nem sempre a
intensidade da dor está diretamente relacionada com a presença de lesão tecidual.
Isso é particularmente verdadeiro em estados de dor crônica, onde a dor deixa de ter
uma importância adaptativa e passa a ser apenas uma fonte de sofrimento e
estresse (MILLAN, 1999; TRACEY & MANTYH, 2007).
Em relação ao tempo de duração, a dor pode ser classificada como aguda ou
crônica. A dor aguda é aquela que tem a função de alerta, caracterizando-se por ser
de curta duração (alguns segundos até poucos dias), sendo muitas vezes, mas não
necessariamente, decorrente de uma lesão tecidual e desaparecendo com a
resolução do processo que a originou (BERNARD et al., 1996; LOESER &
MELZACK, 1999). Além disso, a dor aguda tem etiologia evidente e seu diagnóstico
é facilmente definido, tornando o controle desse tipo de dor bastante eficiente
usando-se o arsenal terapêutico disponível atualmente (PORTENOY & LESAGE,
1999).
A dor crônica, por sua vez, estende-se por meses ou anos, persistindo, muitas
vezes, mesmo na ausência de qualquer lesão tecidual (ASHBURN & STAATS,
1999). Esse tipo de dor parece resultar de processos patológicos que agridem as
estruturas somáticas ou viscerais e de disfunções do sistema nervoso central ou do
sistema nervoso periférico. Muitas vezes a etiologia da dor crônica é multifatorial, o
que torna seu diagnóstico e tratamento mais complexos, envolvendo múltiplas
Revisão Bibliográfica
8
abordagens e nem sempre alcançando pleno êxito na sua erradicação (ASHBURN,
1999; LOESER & MELZACK, 1999).
O termo nocicepção foi introduzido por SHERRINGTON em 1906, para
diferenciar a percepção de estímulos nocivos da sensação de dor, propriamente dita.
Neste sentido, a dor representa uma experiência complexa e, muitas vezes,
subjetiva, incluindo componentes afetivos, culturais e psicológicos, enquanto
nocicepção é a sensação determinada pela estimulação das fibras aferentes
primárias que transmitem o impulso nociceptivo até o sistema nervoso central
(DUBNER & BENNET, 1983;
MEYER et al., 1994).
Em se tratando da utilização de modelos experimentais de dor em animais, é
mais adequado usar-se o termo nocicepção, uma vez que os animais não são
capazes de verbalizar os componentes subjetivos da dor. Sendo assim, tem sido
proposto que os termos dor e analgesia são mais apropriadamente utilizados para o
ser humano, enquanto nocicepção e antinocicepção são mais adequados para
animais (JONES, 1992).
III.2 – DETECÇÃO, TRANSMISSÃO E MODULAÇÃO DA DOR
O termo nociceptor é uma abreviatura de “nocirreceptor”, e denota uma
estrutura especializada na percepção de estímulos nocivos ou potencialmente
nocivos (CATERINA & JULIUS, 1999). Esse termo foi introduzido por Sherrington,
que definiu nociceptores como terminações livres de neurônios aferentes primários,
que podem ser ativados por estímulos mecânicos nocivos, rmicos ou químicos
(SHERRINGTON, 1906, MEYER et al., 1994; JULIUS & BASBAUM, 2001). A
percepção da dor inicia-se na periferia pela estimulação dos nociceptores, cujos
corpos celulares encontram-se nos gânglios das raízes dorsais e nos gânglios
trigeminias e projetam seus axônios até o corno dorsal da medula. Os nociceptores
podem ser amplamente divididos em duas classes: uma com corpos celulares de
pequeno diâmetro e axônios o mielinizados (fibras C) e outra composta por
células com corpo celular de diâmetro médio e axônios mielinizados (fibras Aδ). As
fibras C nociceptoras conduzem o estímulo lentamente, enquanto que as fibras
nociceptoras Aδ, o fazem mais rapidamente (SMITH, 1984; JULIUS & BASBAUM,
2001). É importante ressaltar que o estímulo, seja ele térmico, químico ou mecânico,
Revisão Bibliográfica
9
deve exceder um certo limiar para que seja interpretado pelo sistema sensorial como
nociceptivo (JULIUS & BASBAUM, 2001). De fato, estudos eletrofisiológicos
mostram que neurônios sensoriais primários podem ser estimulados por calor
nocivo, pressão intensa e agentes químicos irritantes, mas não por estímulos
inócuos como aquecimento e pressão leves (BURGESS & PERL, 1967).
Os mecanismos pelos quais os estímulos térmicos, químicos e mecânicos
desencadeiam o aparecimento do potencial de ação na fibra aferente primária
(primeiro passo na percepção da dor) ainda não estão completamente elucidados.
Contudo, existem evidências de que estímulos algogênicos induzem correntes de
cátions através de estruturas protéicas especializadas, culminando na
despolarização do aferente primário e na liberação de neurotransmissores no corno
dorsal da medula (BONICA, 1990; BEVAN & GEPPETTI, 1994; KIRCHSTEIN et al.,
1997; BESSON, 1999). Substâncias endógenas, como ácido araquidônico,
neuropeptídeos, cininas, aminoácidos excitatórios, entre outros, são produzidas e/ou
liberadas pelo tecido lesionado e estimulam receptores presentes na membrana
destes neurônios. Além disso, os mediadores inflamatórios liberados facilitam a
neurotransmissão e sensibilizam o nociceptor (BJÖRKMAN, 1995). Mais
especificamente, prostaglandinas e leucotrienos sensibilizam os terminais aferentes
primários, tornando os nociceptores periféricos mais sensíveis à bradicinina (TAIWO
& LEVINE, 1989; COHEN & PERL, 1990).
A informação nociceptiva que chega ao corno dorsal da medula espinhal,
através das fibras aferentes primárias, é transmitida via fibras ascendentes
(neurônios de projeção) aos centros supra-espinhais, onde ocorre a interpretação e
localização da dor (MILLAN, 2002). Entretanto, a avaliação dos primeiros
neurologistas, que consideravam a medula como um simples sistema de
transmissão da informação nociceptiva, está longe de ser verdadeira. Hoje se sabe
que muitos sistemas integrativos estão presentes na medula espinhal, envolvendo a
percepção e modulação de estímulos nocivos e não nocivos (SMITH, 1984; MILLAN,
2002).
Muitos trabalhos destacam o papel do sistema descendente de controle
endógeno da dor (MILLAN, 2002; VANEGAS & SCHAIBLE, 2004). As vias
descendentes podem modular a nocicepção interagindo com alguns elementos
Revisão Bibliográfica
10
neuronais no corno dorsal da medula: terminações das fibras aferentes primárias,
neurônios de projeção, interneurônios inibitórios e excitatórios e terminações de
outras vias descendentes (Willis, 1991; FIELDS, 1999, MILLAN, 1999; YAKSH,
1999). O sistema descendente pode exercer tanto ações facilitatórias quanto
inibitórias sobre a percepção de estímulos dolorosos e, desta forma, aumentar ou
diminuir a sensação de dor. Assim, vias descendentes inibitórias podem atenuar a
liberação de substâncias algogênicas das fibras aferentes primárias ou, ainda, direta
ou indiretamente suprimir a estimulação dos neurônios de projeção (via
interneurônios inibitórios) (MILLAN, 2002). Dentre as vias descendentes, destacam-
se as vias noradrenérgica, serotoninérgica, dopaminérgica, opioidérgica e
colinérgica. É importante ressaltar que o sistema descendente de controle da dor é
bastante complexo, sendo que um mesmo neurotransmissor pode exercer tanto
ações inibitórias quanto facilitatórias, dependendo do local onde é liberado (MILLAN,
2002).
III.3 – MEDIADORES QUÍMICOS DA DOR E DA INFLAMAÇÃO
Substâncias como íons K
+
, trifosfato de adenosina, glutamato, substância P e
radicais livres participam do mecanismo da nocicepção (DRAY & PERKINS, 1993;
DRAY, 1995, 1997a, 1997b). Além disso, os fragmentos celulares resultantes de
lesão tecidual são capazes de desencadear uma reação inflamatória local, atraindo
neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e linfócitos. Essas lulas liberam mediadores
inflamatórios como: cininas (bradicinina e calidina); citocinas (interleucinas e fator de
necrose tumoral); aminas (serotonina, histamina) e prostanóides (prostaglandinas,
prostaciclinas e leucotrienos). Assim, a injúria celular e a reação inflamatória
decorrente de tal injúria, expõem o aferente primário a um grande número de
substâncias capazes de estimular e sensibilizar o nociceptor (TAIWO & LEVINE,
1991; GUIEU et al., 1996; MILLAN, 1997, 1999; CALIXTO et al., 2000, 2001).
III.4 – TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOR
Várias estratégias podem ser adotadas para o controle da dor, porém a
abordagem farmacológica é, sem dúvida, a mais utilizada. Entre os rmacos
Revisão Bibliográfica
11
analgésicos mais utilizados, os opióides e os antiinflamatórios não esteroidais
(AINEs) são os mais amplamente empregados (CAMU & VANLERSBERGUE, 2002).
Embora os opióides sejam analgésicos muito eficazes, sua utilização é
limitada pelo fato dessas drogas produzirem muitos efeitos indesejados, como
constipação, náuseas, vômitos, broncoconstrição, hipotensão, bradicardia e
depressão respiratória (MCQUEEN, 1983; HOSKIN & HANKS, 1991; CAMU &
VANLERSBERGUE, 2002). Além disso, a tolerância aos opióides instala-se
rapidamente e a dependência física é verificada após poucos dias de tratamento, o
que dificulta seu uso por longos períodos (MARTIN & SLOAN, 1977; NESTLER,
1993). Sendo assim, os AINEs têm algumas vantagens sobre os analgésicos
opióides, como não induzir tolerância e dependência com o uso crônico (NUKI,
1983). No entanto, os AINEs também podem produzir efeitos indesejáveis como
hemorragias, úlcera gástrica, falência renal e hepática, reações cutâneas, crises
asmáticas e problemas cardiovasculares (JICK et al., 1992; CARSON et al., 1993;
GARCÍA RODRÍGUEZ & JICK, 1996; BORNE, 1995; WALKER, 1997; VANE &
BOTTING, 1998; HINZ & BRUNE, 2002; FLOWER, 2003; MITCHELL & WARNER,
2006).
Os AINEs estão entre os mais largamente utilizados de todos os agentes
terapêuticos e incluem uma grande variedade de drogas, de diferentes classes
químicas (ácidos salicílicos, como o AAS; ácidos propiônicos, como o ibuprofeno;
ácidos acéticos, como a indometacina; fenamatos, como o ácido mefenâmico; ácidos
enólicos, como o piroxicam; derivados pirazolínicos, como a dipirona e o celecoxibe;
entre outras). O principal mecanismo da ação antiinflamatória, analgésica e
antipirética dos AINEs é a inibição da enzima ciclooxigenase (COX), que culmina na
diminuição da síntese de prostaglandinas (VANE, 1971; VANE & BOTTING, 1987;
VANE, 1994; CHANDRASEKHRARAN el al., 2002). Dentre os AINEs, daremos
maior ênfase aos estudos realizados com os derivados pirazolínicos, em especial a
dipirona, que os compostos pesquisados nesse trabalho pertencem a essa classe
e que a dipirona foi utilizada em alguns experimentos como controle positivo.
Revisão Bibliográfica
12
III.5 – DERIVADOS PIRAZOLÍNICOS
Os derivados pirazolínicos são drogas de origem sintética que possuem em
sua estrutura um anel pirazol, que é um heterociclo de cinco membros, contendo
átomos de nitrogênio nas posições 1 e 2 do anel (Figura 1). Esses compostos aliam
atividade antiinflamatória, analgésica e antipirética (BORNE, 1995; GÜRSOY et al.,
2000) e, por isso, são eficazes no controle da dor e da febre.
N
N
H
1
2
3
4
5
FIGURA 1 – Estrutura química do anel pirazol
A descoberta dos derivados pirazolínicos como agentes antipiréticos data de
1884, quando o químico alemão Ludwig Knorr tentava sintetizar derivados
quinolínicos com atividade antipirética e, acidentalmente, obteve a antipirina. Esse
composto possui atividade analgésica, antipirética e anti-reumática, porém é muito
tóxico. Mais tarde foi sintetizado um derivado 3-metilamino da antipirina, a
aminopirina, um análogo mais potente que foi amplamente utilizado como analgésico
e antipirético nos Estados Unidos e Europa, até que fossem relatados casos de
agranulocitose fatal associados ao uso dessa droga (BORNE, 1995). Devido a esse
grave efeito colateral, houve pouco interesse pela pesquisa de novos compostos
pirazolínicos até meados de 1940, quando uma série de pirazolidinodionas mais
seguras foi sintetizada (INSEL, 1996). O representante mais importante dessa série
é a fenilbutazona, um antiinflamatório muito potente, embora seu uso em alguns
países seja restrito ao tratamento da espondilite anquilosante, devido aos seus
efeitos colaterais (INSEL, 1996). A fenilbutazona foi introduzida na terapia da artrite
em 1952, representando um marco no tratamento dessa doença. Entretanto, ela
Revisão Bibliográfica
13
pode causar náuseas, vômito e desconforto epigástrico em uma parcela importante
dos pacientes. Alguns casos de agranulocitose associados ao uso de fenilbutazona
também já foram descritos (INSEL, 1996).
Em 1921, o laboratório Hoechst obteve a dipirona (Figura 2), um outro
derivado pirazolínico, pela substituição de uma das metilas do grupo amino da 5-
pirazolona por metilenosulfoxilato de sódio. Estudos em animais e humanos
revelaram que a dipirona é um antipirético potente, tem boa atividade analgésica e
fraca atividade antiinflamatória (BRUNE & ALPERMANN, 1983; BRODGEN, 1986;
LAIRD & CERVERO, 1996; HINZ et al., 2007). Essa droga foi introduzida no
comércio com o nome de Novalgina
®
, sendo também denominada genericamente de
metamizol. A dipirona ganhou popularidade nos países em desenvolvimento e em
alguns países da Europa, especialmente devido ao seu baixo custo e alta eficácia
(ARELLANO & SACRISTAN, 1990). Porém, o uso clínico da dipirona foi proibido na
década de 70 nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, quando seu uso
foi relacionado a casos de agranulocitose (INSEL, 1996). Entretanto, estudos
mostram que a incidência de agranulocitose em usuários de dipirona é muito baixa,
havendo uma ampla variação em relação às diferentes populações estudadas e às
doses utilizadas (The international agranulocytosis and aplastic anemia study, 1986;
LAPORTE & CARNÉ, 1987). Além disso, outros analgésicos bastante aceitos no
meio médico e acadêmico, como o paracetamol e o ácido acetilsalicílico (AAS),
também causam efeitos indesejados graves, como necrose hepática (RUMACK et
al., 1982; DICKENSON, 1997) e Síndrome de Reye (BENEDETTI & BUTLER, 1990),
em uma proporção muito maior do que a dipirona está associada à agranulocitose.
A dipirona é o analgésico e antipirético mais utilizado no Brasil. Por isso, a fim
de esclarecer aspectos relacionados à sua segurança, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) promoveu em 2001, o “Painel Internacional de
Avaliação da Segurança da Dipirona”. Nessa oportunidade, pesquisadores de vários
países discutiram, com base em evidências científicas, os riscos do uso da dipirona.
As conclusões a que os participantes do painel chegaram foram as seguintes: a
eficácia da dipirona como analgésico e antitérmico é inquestionável; os riscos
atribuídos à sua utilização em nossa população são baixos e os dados científicos
disponíveis apontando a ocorrência destes riscos não são suficientes para indicar
uma alteração do status regulatório (venda sem presecrição); os riscos do uso de
Revisão Bibliográfica
14
dipirona são similares, ou menores, do que o de outros analgésicos/antitérmicos
disponíveis no mercado; a mudança de regulamentação atual da prescrição de
dipirona incorreria em aspectos negativos para a população, aumentando os riscos
de utilização de outros fármacos indicados para a mesma finalidade terapêutica
(ANVISA, 2001).
FIGURA 2 – Estrutura química da dipirona
Muitos estudos foram realizados na tentativa de elucidar completamente o
local e o mecanismo de ação da dipirona. Nesse sentido estão descritas ações
centrais, apontando um papel da dipirona na ativação de vias descendentes
inibitórias (YAKSH & HAMMOND, 1982; TAIWO & LEVINE, 1988; BJÖRKMAN,
1995; TORTORICI et al., 1996; HERNANDEZ & VANEGAS, 2001; CARLSSON et
al., 1986; CARLSSON & JURNA, 1987; TORTORICI & VANEGAS, 1994). Além
disso, AKMAN et al. (1996) e TORTORICI et al. (1996) demonstraram que a
antinocicepção produzida por dipirona envolve mecanismos opióides. MARQUEZ &
FERREIRA (1987) demonstraram que infusões repetidas de dipirona em humanos
aliviavam a dor crônica. O efeito analgésico e antiinflamatório da dipirona na dor
crônica também foi pesquisado por TATSUO et al. (1994). Eles compararam a
atividade da dipirona, da dexametasona (corticóide) e da indometacina (AINE), e
verificaram que a dipirona tem atividade analgésica significativa e fraca atividade
antiinflamatória, enquanto que a indometacina e a dexametasona mostram equilíbrio
de atividades analgésica e antiinflamatória. Através desses resultados, os autores
concluíram que, uma vez que a dipirona não mostra atividade antiinflamatória, o
mecanismo de ação analgésico não envolve a inibição da enzima ciclooxigenase. No
entanto, esses resultados são conflitantes com os achados de CAMPOS et al.
Revisão Bibliográfica
15
(1998), que, injetando lipopolissacarídeo (LPS) em camundongos, demonstraram
que essa endotoxina provoca a liberação de um fator que produz contorções
abdominais. Esse fator é liberado pelos macrófagos e seu efeito é mediado pela
ação das prostaglandinas a partir do aumento de atividade da COX–2,
principalmente. A dipirona impede a liberação do fator indutor das contorções,
evitando o seu aparecimento. A seguir, CAMPOS et al., (1999) demonstraram que a
dipirona, em concentrações terapêuticas, inibe seletivamente a COX–2. Além disso,
a dipirona inibe o edema produzido pela aplicação de capsaicina na pele (inflamação
neurogênica) (SCHMELTZ et al., 2000) e inibe a nocicepção produzida por injeção
de prostaglandinas (LORENZETTI & FERREIRA, 1996). Existem, também,
evidências de que a dipirona pode inibir diretamente a atividade dos neurônios
aferentes (NEUGEBAUER et al., 1994). Estes dados são corroborados pelos
achados de BEIRITH e colaboradores (1998), que demonstraram que a dipirona
diminui a ligação de aminoácidos excitatórios a seus receptores, que são
responsáveis pela estimulação dos neurônios aferentes espinhais. Outro mecanismo
sugerido para a antinocicepção provocada pela dipirona é a via L-arginina-óxido
nítrico-GMP, já que inibidores dessa via previnem o efeito antinociceptivo da dipirona
(DUARTE et al., 1992). Apesar desses estudos citados, e de inúmeros outros, o
mecanismo de ação da dipirona ainda não está totalmente elucidado.
III.5.1 A busca de novos derivados pirazolínicos para o tratamento da dor e
da inflamação
Desde o surgimento da dipirona, muitos outros compostos, contendo o anel
pirazol, têm sido estudados. Em 1969, OSHIMA e colaboradores estudaram a
atividade farmacológica do 1-(4-metóxi-6-metil-2-pirimidinil)-3-metil-5-metoxipirazol e
uma série de 43 análogos desse composto. Após a triagem desses compostos em
relação ao efeito analgésico, os autores verificaram que seis eram promissores e
investigaram o potencial antipirético e antiinflamatório, bem como a toxicidade
desses derivados pirazolínicos. Eles encontraram que os derivados 1-
pirimidinilpirazol são igual ou mais potentes que a aminopirina, enquanto que os
derivados 2-pirimidinilpirazol exibem atividade analgésica extremamente menor que
a aminopirina. Quanto à atividade antipirética e antiinflamatória, tais compostos são
menos potentes do que a aminopirina no combate à febre e equipotentes com a
Revisão Bibliográfica
16
aminopirina no teste de edema de pata induzido por carragenina e formalina. Além
disso, esses derivados pirazolínicos o se mostraram mais tóxicos do que a
aminopirina, quando comparados os valores de DL
50
de ambos. Eles concluíram,
ainda, que compostos contendo um grupamento metóxi na posição 5 do anel pirazol
apresentam ação analgésica, antipirética e antiinflamatória mais pronunciada do que
compostos análogos com outros substituintes nesta posição (OSHIMA et al., 1969).
MATHEUS e colaboradores (1991) demonstraram a ação antinociceptiva de
uma rie de pirazol 4-acil-arilhidrazonas, quando administradas por via oral e
avaliadas no teste de contorções abdominais induzidas por acetilcolina em
camundongos. Os compostos dessa série que possuem um substituinte p-N(CH
3
)
2
ou m-OH e p-OCH
3
no anel aromático acil-arilhidrazona são dez vezes mais
potentes do que a dipirona, usada como droga de referência.
Vários estudos têm demonstrado a atividade antinociceptiva e antiinflamatória
do composto 3-(difluormetil)-1-(4-metoxifenil)-5-[4-(metilsulfinil)fenil] pirazol
(FR140423). O FR140423 foi sintetizado em 1997 por um grupo de pesquisadores
japoneses durante a triagem de novos compostos com potencial antiinflamatório
(TSUJI et al., 1997). Esse composto apresenta ação antinociceptica e
antiinflamatória, inibindo seletivamente a COX–2 (OCHI et al., 1999a; OCHI &
GOTO, 2001). Além disso, o FR140423 tem efeito antinociceptivo em um modelo de
dor induzida por estímulo térmico e esse efeito é antagonizado por naloxona, um
antagonista do receptor opióide (OCHI et al., 1999b). Os autores consideram que o
FR140423 é uma droga que tem ação por dois mecanismos distintos, ou seja,
inibição da COX–2 em tecidos inflamados e interação com o sistema opióide (OCHI
et al., 1999c). A administração por via oral ou intratecal, mas não
intracerebroventricular, do FR140423 também induz antinocicepção em um modelo
de dor provocada por estímulo mecânico, sendo essa ação mediada por receptores
opióides do subtipo δ, mas não pelos receptores µ e κ. O fato de a administração i.t.,
mas não i.c.v., de FR140423 causar antinocicepção indica que o sítio de ação desse
composto é espinhal e não supra-espinhal (OCHI et al., 1999b). Em estudos de
ligação, realizados com membranas preparadas a partir da medula espinhal de
camundongos, o FR140423 inibiu muito pouco a ligação de [
3
H] DPDPE ao receptor
opióide do subtipo δ, indicando que o FR140423 não se liga com grande
especificidade a esse receptor. Sendo assim, é provável que o efeito antinociceptivo
Revisão Bibliográfica
17
do FR140423 não resulte de sua interação direta com os receptores δ-opióides, mas
de mecanismos indiretos (OCHI et al., 1999b). A ação desse composto envolve,
além do sistema opióide, os sistemas inibitórios noradrenérgico e serotoninérgico
descendentes, uma vez que o efeito antinociceptivo do FR140423, injetado
intratecalmente, é antagonizado pela fentolamina (antagonista adrenérgico) e pela
metisergida (antagonista serotoninérgico) (OCHI & GOTO, 2000a, 2000b). Além de
sua comprovada ação antinociceptiva, esse composto possui ação antiinflamatória
duas vezes maior do que a indometacina no modelo de artrite induzida por colágeno
tipo II em ratos. Ao contrário da indometacina, o FR140423 não causa lesão gástrica
em ratos, mostrando-se, portanto, mais seguro do que a droga de referência (OCHI
& GOTO, 2001).
Outro composto testado pelo mesmo grupo de pesquisadores foi o FR188582
(3-cloro-5-[4-(metilsulfonil)fenil]-1-fenil-1H-pirazol), o qual mostrou-se um inibidor
altamente seletivo da COX-2, foi mais potente do que a indometacina contra o
edema de pata induzido por CFA e não causou lesão gástrica em ratos tratados com
a droga durante 10 dias (OCHI et al., 2001). Além disso, OCHI e colaboradores
(2002) também estudaram o efeito do 1-(4-fluorfenil)-3-metil-5-[4-
(metillsulfinil)fenil]pirazol (FR143166) no teste da pressão da cauda em
camundongos. O FR143166 produziu um efeito antinociceptivo mediado pela
ativação do sistema inibitório serotoninérgico descendente, da mesma forma que o
FR140423 (OCHI et al., 2002).
Tendo em vista o bom perfil analgésico, antipirético e antiinflamatório de
vários derivados pirazolínicos, muitos pesquisadores têm investido na síntese e
avaliação da atividade biológica de novos compostos dessa classe, que aliem boa
ação farmacológica e baixo índice de efeitos indesejáveis. É nesse sentido que
pesquisadores do LABNEURO vêm desenvolvendo um trabalho conjunto com
pesquisadores do NUQUIMHE da UFSM, buscando sintetizar compostos com
atividade antinociceptiva, antipirética e antiinflamatória.
Na tabela 1 estão representadas as estruturas químicas de alguns compostos
sintetizados no NUQUIMHE e testados no LABNEURO. A administração
subcutânea de 3-metil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-1-pirazolcarboxiamida
(MPCA) induz antinocicepção nas fases neurogênica e inflamatória do teste da
formalina, mas não tem efeito antinociceptivo no teste de imersão da cauda. O
Revisão Bibliográfica
18
MPCA parece não apresentar ação antiinflamatória, que não diminui o edema
induzido por carragenina (SOUZA et al., 2001). Ainda em relação ao MPCA, GODOY
et al. (2004) mostraram que esse composto e seu análogo 3-fenil-5-hidróxi-5-
triclorometil-4,5-diidro-1H-1-pirazolcarboxiamida (FPCA) apresentam efeito
antinociceptivo no teste das contorções abdominais. Nesse trabalho, os autores
também demonstram que a ação antinociceptiva do MPCA e do FPCA foi prevenida
pela administração intratecal de metisergida e ioimbina, ao contrário do que ocorre
para a dipirona. Esses resultados sugerem que receptores serotoninérgicos e α
2
-
adrenérgicos espinhais estão envolvidos na antinocicepção induzida por MPCA e
FPCA, mas não naquela induzida por dipirona.
Além disso, o MPCA e o FPCA revertem a febre induzida por
lipopolissacarídeo em camundongos e por Saccharomyces cerevisiae em ratos
jovens (SOUZA et al., 2002; TOMAZETTI, 2005).
O 3-etoximetil-5-etoxicarbonil-1H-1-metilpirazol (PZ 2) e seu análogo 3-
etoximetil-5-etoxicarbonil-1H-1-fenilpirazol (PZ 3), ao contrário do MPCA e do FPCA,
apresentam ação antinociceptiva num teste que emprega estímulo nocivo rmico, o
teste de imersão da cauda em água à 55ºC. O efeito antinociceptivo do PZ 3, mas
não do PZ 2, envolve a participação de mecanismos opióides (TABARELLI et al.,
2004).
Outro derivado pirazolínico recentemente estudado no LABNEURO é o 2-[5-
triclorometil-5-hidróxi-3-fenil-4,5-dihidro-1H-pirazol-1-il]-4-(4-bromofenil)-5-metiltiazol
(B50), um derivado pirazolil-tiazol. O B50 apresenta ação antinociceptiva no teste
das contorções abdominais induzidas por ácido acético, mas, da mesma forma que o
MPCA, não apresenta efeito no teste de imersão da cauda. O efeito antinociceptivo
do B50 foi prevenido pela administração de naloxona, um antagonista não seletivo
dos receptores opióides, mas não por nor-binaltorfimina, antagonista do receptor κ-
opióide. Estes resultados sugerem que os receptores do subtipo κ-opióide não estão
envolvidos no mecanismo de ação do B50, embora exista uma participação do
sistema opióide (PROKOPP et al., 2004). A administração do B50, por via intratecal
também causa antinocicepção em camundongos submetidos ao teste de contorções
abdominais e este efeito é mediado pelo sistema opióide (De SOUZA et al., 2008).
Em 2006, uma série de trihalometil pirazolinas metil ester substituídas foi
sintetizada por MARTINS e colaboradores. Esses compostos foram avaliados no
Revisão Bibliográfica
19
teste da formalina e placa quente, onde foi demonstrada uma ação antinociceptiva
desses derivados pirazolínicos (MILANO et al., 2008). Os autores verificaram, ainda,
que compostos trifluormetil substituídos na posição 5 do anel pirazol apresentaram
maior eficácia antinociceptiva e ação mais prolongada do que aqueles triclorometil
substituídos. Os resultados desse trabalho também mostram que a mudança de um
grupamento metil da posição 3 para a posição 4 do anel pirazol, parece melhorar a
ação antinociceptiva desses compostos (MILANO et al., 2008). Além disso, MILANO
e colaboradores (2008) verificaram que a ação do MPF4 (4-metil-5-trifluormetil-5-
hidróxi-4,5-diidro-1H-pirazol metil éster), composto mais eficaz da série testada, é
mediada pelo sistema opióide.
Em 2007, MACHADO e colaboradores obtiveram derivados pirazolínicos pela
hibridização de 4,5-dihydro-1H-pyrazol com ácido salicílico. Os autores
demonstraram que esses compostos apresentam ação antinociceptiva no teste das
contorções abdominais, com uma eficácia similar àquela do ácido acetilsalicílico.
TABELA 1 – Derivados pirazolínicos sintetizados no NUQUIMHE e testados no LABNEURO
Estrutura Nomenclatura Abreviatura
N
N
M
e
Cl
3
C
HO
O NH
2
3-metil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-
pirazol-1-carboxiamida
MPCA
N
N
Cl
3
C
HO
O NH
2
3-fenil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-
pirazol-1-carboxiamida
FPCA
N
N
M
e
O
E
t
EtO
2
C
3-etoximetil-5-etoxicarbonil-1H-1-metilpirazol
PZ 2
Revisão Bibliográfica
20
N
N
O
E
t
EtO
2
C
3-etoximetil-5-etoxicarbonil-1H-1-fenilpirazol
PZ 3
N
N
Cl
3
C
HO
S
N
Me
B
r
2-[5-triclorometil-5-hidróxi-3-fenil-4,5-diidro-
1H-pirazol-1-il]-4-(4-bromofenil)-5-metiltiazol
B50
N
N
M
e
EtO
2
C
HO
O
H
O
5-etilcarboxilato-5-hidróxi-3-metil-1-(2-
hidroxibenzoil)-4,5-diidro-1H-pirazol
6a
N
N
F
3
C
HO
O
H
O
M
e
5-hidróxi-3-metil-5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-
1-(2-hidroxibenzoil)pirazol
7a
N
N
F
3
C
HO
O
M
e
O
M
e
3-metil-5-trifluormetil-5-hidróxi-4,5-diidro-1H-
pirazol metil éster
MPF3
N
N
F
3
C
HO
O
M
e
O
M
e
4-metil-5-trifluormetil-5-hidróxi-4,5-diidro-1H-
pirazol metil éster
MPF4
Revisão Bibliográfica
21
N
N
M
e
Cl
3
C
HO
O
M
e
O
3-metil-5- triclorometil -5-hidróxi-4,5-diidro-
1H-pirazol metil éster
MPCl3
N
N
Cl
3
C
HO
O
M
e
O
M
e
4-metil-5- triclorometil-5-hidróxi-4,5-diidro-
1H-pirazol metil éster
MPCl4
Levando-se em consideração os estudos anteriormente citados e muitos
outros que constam na literatura sobre o assunto, pode-se sugerir que os derivados
pirazolínicos são uma classe promissora de compostos, principalmente no que diz
respeito à sua atividade antinociceptiva. Nesse sentido, o NUQUIMHE sintetizou
novos derivados pirazolínicos baseando-se na substituição bioisostérica do anel
benzênico da salicilamida pelo anel 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol, 3 ou 4
substituído (Figura 3). Sendo assim, o presente trabalho, foi realizado com o intuito
de avaliar os efeitos antinociceptivos e antiinflamatórios dessa série de 10 novos
derivados pirazolínicos recentemente sintetizada.
O NH
2
HO
Salicylamide
Bioisosteric Replacement
N
N
F
3
C
HO
O NH
2
R
1
R
2
FIGURA 3 Representação esquemática da estratégia de substituição bioisostérica do anel
benzênico da salicilamida para obtenção de novos 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazóis.
salicilamida
Substituição
bioisostérica
derivados
pirazolínicos
IV. MATERIAL E MÉTODOS
Material e Métodos
23
IV.1 – ANIMAIS
Foram utilizados camundongos albinos machos adultos (30-40 g) e ratos
Wistar machos adultos (180-220 g), fornecidos pelo Biotério Central da UFSM. Os
animais foram mantidos em ciclo claro-escuro de 12 horas, em temperatura de 22 ±
1
o
C e com livre acesso à água e ração.
Os experimentos foram conduzidos de acordo com orientações para os
cuidados com animais de laboratório e considerações éticas para investigação de
dor experimental em animais conscientes (ZIMMERMANN, 1983). O número de
animais empregado e os estímulos utilizados foram os mínimos necessários para
demonstrar efeitos consistentes dos procedimentos empregados e dos tratamentos
com drogas. O projeto foi encaminhado ao comitê de ética em Pesquisa e Bem Estar
Animal da UFSM e aprovado, estando registrado sob o número 23081.018371/2006-
94.
IV.2 – DROGAS E REAGENTES
Os derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida (2a-j) foram
sintetizados no NUQUIMHE do Departamento de Química da UFSM (Figura1).
Todos os demais reagentes empregados foram adquiridos comercialmente.
Foram preparadas soluções ou suspensões dos pirazóis utilizando-se Tween
80 (5%) e água destilada (95%) ou Tween 80 (5%), polietilenoglicol 400 (20%) e
água destilada (75%), dependendo do protocolo experimental. Os pirazóis, veículo e
drogas usadas como controle positivo foram administrados por via subcutânea. As
drogas e reagentes foram sempre preparadas no dia do ensaio, a menos que se
conhecesse a estabilidade das mesmas após o preparo. Para minimizar a geração
de resíduos, procurou-se preparar apenas a quantidade de drogas e reagentes
necessária para a execução do experimento.
Material e Métodos
24
2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 2h 2i 2j
R
1
H Me
Et Pr
i - Pr
Bu
t-Bu
Ph 4-Br-Ph H
R
2
H
H H H H H H H H Me
FIGURA 1 Fórmula estrutural dos derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida
utilizados no presente estudo.
IV.3 – TESTES COMPORTAMENTAIS
IV.3.1 – Teste da formalina
O teste da fomalina foi utilizado a fim de verificar o efeito dos novos
compostos pirazolínicos em um modelo de dor aguda induzida por agente químico. A
injeção de formalina causa uma resposta tipicamente bifásica, que consiste em
morder e/ou lamber a pata. Durante os primeiros 5 minutos após a administração de
formalina observa-se intensa resposta nociceptiva, sendo esta primeira fase
conhecida como fase neurogênica. Logo após essa fase, ocorre uma interfase (5-15
min) onde pouca ou nenhuma resposta nociceptiva é observada. A partir de 15
minutos após a injeção de formalina ocorre uma segunda fase de intensa resposta
de lamber/morder a pata injetada que é chamada de fase inflamatória. Essa
segunda fase prolonga-se até cerca de 30 minutos depois da injeção intraplantar de
formalina (HUNSKAAR & HOLE, 1987).
Para avaliar o efeito dos derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-
carboxiamida sobre a nocicepção induzida por formalina, camundongos foram
Material e Métodos
25
tratados com várias doses de cada composto (25-1000 µmol/kg) ou veículo (5 % de
Tween 80 em água). Vinte minutos após esse tratamento, os animais receberam
injeção de 20 µl de formalina 1,5% (v/v) na pata. Imediatamente após a injeção de
formalina, os animais foram transferidos para uma caixa de vidro (20 x 20x 20 cm)
como o assoalho dividido em 9 áreas iguais e o comportamento nociceptivo (tempo
que os animais permaneceram lambendo ou mordendo a pata injetada) foi
observado durante 30 minutos (HUNSKAAR & HOLE (1987).
Os resultados obtidos nesse experimento foram utilizados para selecionar os
compostos que apresentaram maior efeito antinociceptivo, os quais foram utilizados
nos demais protocolos experimentais. Para isso foi considerada a eficácia da maior
dose testada nas duas fases do teste da formalina.
A eficácia dos compostos selecionados foi comparada com a eficácia da
dipirona e da salicilamida nas fases neurogênica e inflamatória do teste. As doses de
dipirona e salicilamida foram determinadas com base em experimentos piloto. A
dipirona foi administrada na dose de 1000 µmol/kg (mesma dose dos derivados
pirazolínicos em teste) e a salicilamida foi injetada na dose de 1500 µmol/kg.
IV.3.2 – Teste da placa quente
O teste da placa quente, um modelo de nocicepção aguda, foi realizado
conforme descrito por WOOLFE & MACDONALD (1944) modificado por ANKIER
(1974). O teste da placa quente consiste em expor os animais a um estímulo térmico
nocivo. Nesse experimento, a placa quente (Ugo Basile, modelo DS 37) foi mantida
na temperatura de 50 ± 1°C. O teste consistia em colocar o camundongo sobre essa
superfície metálica uniformemente aquecida e observar a latência (em segundos)
para ele lamber as patas traseiras ou saltar. Para evitar lesão tecidual, foi
estabelecido um teto de 90 s. Quando o animal não apresentava nenhum dos
comportamentos acima citados, ele era removido do aparelho pelo experimentador.
No dia anterior ao experimento, os animais foram habituados ao procedimento, a fim
de evitar a ocorrência de analgesia induzida pela novidade (SIEGFRIED, 1987), a
qual poderia mascarar os resultados. Essa habituação consistiu em expor os animais
às mesmas condições a que estariam sujeitos no dia do teste, ou seja, manipulação
pelo experimentador, injeção (salina) e exposição à placa quente. No dia do teste,
Material e Métodos
26
os animais receberam injeção subcutânea de veículo (salina com 5% de Tween 80)
ou dos derivados pirazolínicos selecionados anteriormente (2c e 2j; 1000 µmol/kg)
30 minutos antes da exposição ao estímulo térmico. A dipirona foi usada como
controle positivo, numa dose eficaz (1500 µmol/kg, s.c.) conforme determinado em
experimentos piloto.
IV.3.3 – Teste do edema de pata e alodínia induzidos por carragenina
Os compostos pirazolínicos 2c e 2j foram avaliados no edema de pata e na
alodínia induzidos por carragenina, um modelo experimental amplamente usado
para avaliação de inflamação aguda (WINTER, 1962, HENRIQUES et al., 1987). A
inflamação induzida por carragenina é bifásica, sendo que a primeira fase é a que
ocorre até 1h após a injeção da carragenina e a segunda fase (tardia) é a que se
segue após à primeira hora. Essas duas fases diferem quanto aos mediadores
envolvidos na formação do edema causado pela carragenina (DI ROSA et al. 1971;
SALVEMINI et al., 1996).
A carragenina foi dissolvida em solução salina numa concentração de 15
mg/ml e essa solução foi fervida por 1-2 s e resfriada em temperatura ambiente.
Camundongos receberam 20 µl dessa solução na pata traseira direita,
subcutaneamente, na superfície plantar. A formação de edema foi quantificada por
mudanças no volume da pata injetada. O volume da pata foi medido antes da
administração de carragenina, 30 minutos e 4 horas após a injeção. A avaliação do
volume da pata foi realizada pela imersão da pata injetada em uma recipiente
contendo solução aquosa de 2,5% de extran (v/v), colocado sobre uma balança
eletrônica com precisão de 0,01 g (DAHER et al., 2005). A pata foi cuidadosamente
imersa no líquido, evitando contato com as paredes do recipiente, produzindo um
deslocamento do líquido, acompanhado por um aumento do peso registrado na
balança. Visto que a densidade do líquido contido no recipiente era de 1 mg/ml, o
valor registrado pela balança foi assumido como sendo igual ao volume da pata.
Para avaliar o efeito antiedematogênico e antialodínico dos pirazolínicos,
camundongos foram administrados subcutaneamente com uma dose de 1000
µmol/kg de 2c ou 2j ou com veículo, 30 minutos antes da injeção intraplantar de
carragenina.
Material e Métodos
27
O edema de pata foi calculado de acordo com a equação abaixo:
% edema = [(V
inicial
– V
final
)]/V
inicial
] x 100
Onde: V
inicial
é o volume da pata antes da injeção de carragenina e V
final
é o
volume da pata 30 min ou 4 h após a injeção de carragenina.
O limiar de 50% de resposta foi determinado pelo método de up-and-down de
DIXON (1980). Para isso, a pata injetada foi estimulada com um de uma série de
sete filamentos de von Frey com incrementos logaritmos crescentes (0,016; 0,06;
0,15; 0,45; 1,3; 3,7 e 10,5 g). Foram apresentados 6 estímulos, com um intervalo
entre os estímulos de pelo menos 30 s. Foi considerada como resposta positiva, a
retirada da pata do contato com o filamento ou comportamento de sacudir ou lamber
a pata no momento ou imediatamente após a estimulação. Ambulação foi
considerada uma resposta ambígua, logo, quando ocorreu no momento da aplicação
do estímulo, este foi repetido (CHAPLAN et al., 1994). O conjunto de 6 respostas
obtido foi utilizado para o cálculo do limiar 50% de resposta (DIXON, 1980), como
mostrado a seguir:
Limiar 50% (g) = 10
[Xf+kδ]
onde X
f
= valor do último filamento de von Frey usado (em log); k = valor tabelado
para o padrão de respostas positivas/negativas obtidas (DIXON, 1980); δ = diferença
média (em log) entre os estímulos (0,4695).
IV.3.4 – Avaliação da atividade locomotora
IV.3.4.1 – Teste da locomoção forçada em cilindro giratório (rotarod)
Este teste foi usado para avaliar a coordenação motora dos camundongos, a
fim de verificar se as drogas testadas produziam ataxia. O aparelho do rotarod
consiste de um cilindro de 3,7 cm de diâmetro que gira em uma velocidade
constante de 8 rpm. Vinte e quatro horas antes do teste, todos os animais foram
treinados no rotarod até que conseguissem equilibrar-se no cilindro, sem cair,
durante 1 minuto. No dia seguinte, 30 min após receberem os derivados
pirazolínicos (1000 µmol/kg) ou veículo, os animais foram avaliados no cilindro
giratório. Dois parâmetros foram observados: a latência para a primeira queda e o
Material e Métodos
28
número de quedas durante 4 min (TSUDA et al., 1996). Neste teste foram utilizados
os mesmos animais avaliados no teste da placa quente.
IV.3.4.2 – Teste da locomoção espontânea
Da mesma forma que o teste do cilindro giratório, a avaliação da locomoção
espontânea dos camundongos foi realizada para descartar a possibilidade dos
compostos causarem algum prejuízo locomotor. A atividade locomotora espontânea
foi avaliada nos mesmos animais usados no teste da formalina, de forma que foram
quantificados concomitantemente o comportamento nociceptivo e o número de
cruzamentos realizados pelos animais. O teste foi realizado 20 min após a
administração dos pirazolínicos (1000 µmol/kg), dipirona (1000 µmol/kg), salicilamida
(1500 µmol/kg) ou veículo e os animais foram observados durante 30 min (TSUDA et
al., 1996).
IV.3.5 – Alodínia mecânica e edema induzidos por CFA
O efeito dos derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida
previamente selecionados no teste da formalina foi avaliado no modelo de
inflamação crônica induzida por adjuvante completo de Freund (CFA) em ratos. O
efeito dos compostos foi avaliado após administração aguda e após administração
de repetidas doses. Para induzir inflamação, os animais foram levemente
anestesiados por inalação de halotano (2-3 min) e receberam 150 µl de CFA (1
mg/ml of Mycobacterium tuberculosis inativado por calor) subcutanemente na região
plantar da pata traseira direita (WILSON et al., 2005). O desenvolvimento de alodínia
foi avaliado pelo teste com os filamentos de von Frey. Para isso, os ratos foram
colocados sobre uma plataforma elevada, cujo assoalho era formado por uma tela
metálica, permitindo o acesso à região plantar dos animais. Os animais foram
ambientados nesse aparelho por aproximadamente 15-30 min, até que a exploração
do local e comportamentos de limpeza tivessem cessado. A pata injetada e a pata
contraleral foram estimuladas com um de uma rie de sete filamentos de von Frey
com incrementos logaritmos crescentes (0,8; 1,5; 3,5; 6,0; 7,5; 10,0 e 15,0 g). O
filamento foi pressionado perpendicularmente à região plantar da pata com força
Material e Métodos
29
suficiente para produzir um leve dobramento, permanecendo em contato por 6-8 s,
caso o animal não retirasse a pata antes. Foram apresentados 6 estímulos, com um
intervalo entre os estímulos de pelo menos 30 s ou até que houvesse uma resolução
aparente do comportamento gerado pelo estímulo anterior. Foi considerada como
resposta positiva, a retirada da pata do contato com o filamento e o comportamento
de sacudir e lamber a pata no momento ou imediatamente após a estimulação.
Ambulação foi considerada uma resposta ambígua, logo, quando ocorreu no
momento da aplicação do estímulo, este foi repetido (CHAPLAN et al., 1994). O
limiar de 50% de resposta foi determinado pelo método de up-and-down de DIXON
(1980). Resumidamente, o primeiro estímulo foi realizado com o filamento de 10 g e,
dependendo da resposta do animal, um estímulo de maior ou menor intensidade foi
aplicado, de forma que no final do teste se obtivesse um conjunto de 6 respostas.
Esse conjunto de respostas foi utilizado para o cálculo do limiar 50% de resposta
(DIXON, 1980), como mostrado a seguir:
Limiar 50% (g) = 10
[Xf+kδ]
onde X
f
= valor do último filamento de von Frey usado (em log); k = valor tabelado
para o padrão de respostas positivas/negativas obtidas (DIXON, 1980); δ = diferença
média (em log) entre os estímulos (0,2122).
Considerou-se que houve desenvolvimento de alodínia quando os animais
apresentaram queda significativa em seu limiar de resposta em relação ao
apresentado antes da injeção de CFA. Ou seja, um estímulo que antes era
percebido como inócuo passou a ser percebido como nocivo, fenômeno este que
corresponde à alodínia.
O edema de pata foi avaliado da mesma maneira que foi descrita para o teste
da carragenina.
IV.3.5.1 Avaliação do efeito da administração aguda dos derivados
pirazolínicos 2c e 2j: decurso temporal, relação dose-efeito sobre a nocicepção
e avaliação da atividade locomotora de ratos
O limiar basal de resposta ao estímulo mecânico e o volume da pata foram
avaliados imediatamente antes da injeção de CFA ou salina (controle) na pata
traseira direita. Dois a três dias após a injeção intraplantar, o limiar 50% de resposta
Material e Métodos
30
e o volume da pata foram novamente avaliados, a fim de se verificar o aparecimento
de alodínia mecânica e edema, respectivamente. Aqueles animais que
desenvolveram alodínia e edema em resposta a injeção de CFA foram divididos em
grupos que receberam veículo ou derivados pirazolínicos ou dipirona (controle
positivo). Os animais tratados com salina foram tratados com veículo e usados como
controle do procedimento de injeção apenas.
Inicialmente, os animais receberam as drogas na dose de 1000 µmol/kg e a
alodínia e o edema foram avaliados 30 min, 1 h, 2 h, 4 h, 6 h, 12 h e 24 h após o
tratamento, para se obter um perfil temporal de ação das mesmas. A seguir,
construiu-se uma curva dose-efeito, com as doses de 1, 10, 100 e 1000 µmol/kg dos
derivados pirazolínicos e da dipirona. Nesse caso, a alodínia foi avaliada 1 h após o
tratamento. Esses mesmos animais, após avaliação com os filamentos de von Frey,
foram transferidos para um campo aberto (arena circular com assoalho dividido em
12 áreas iguais) e foi avaliado o número de cruzamentos, como indicativo da
atividade locomotora, durante 5 min.
IV.3.5.2 Avaliação do efeito da administração crônica dos derivados
pirazolínicos 2c e 2j sobre a alodínia e o edema de pata induzidos por CFA
Os procedimentos para indução de inflamação, avaliação da alodínia e do
edema de pata induzidos por CFA foram os mesmos adotados para a avaliação do
efeito da administração aguda dos compostos, anteriormente mencionados.
Entretanto, além das medidas na pata direita (ipsilateral), também foram realizadas
as mesmas medidas na pata esquerda (contralateral). Isso foi realizado no intuito de
verificar uma possível propagação da inflamação para a pata contralateral, bem
como avaliar o efeito dos compostos nesse fenômeno. Com base nos resultados dos
experimentos com administração aguda mencionados acima, foi escolhida a dose de
100 µmol/kg para o tratamento crônico. Com o objetivo de avaliar o efeito agudo de
cada dose do composto e comparar com o efeito cumulativo das doses repetidas,
foram feitas medidas antes e depois da administração dos compostos nos dias 1, 2,
3, 6, 9, 12 e 15 do protocolo experimental. O dia 1 corresponde ao dia do início dos
tratamentos (48-72 h após CFA). As medidas da alodínia e do edema foram feitas
imediatamente antes da injeção subcutânea e 1 h após esse tratamento. As drogas
Material e Métodos
31
foram administradas uma vez por dia, durante 15 dias, sempre no mesmo horário.
Vale lembrar que, como não é conhecida a farmacocinética desses compostos, a
realização das medidas 1 h após a injeção nos permitiriam identificar o
desenvolvimento de tolerância aos efeitos dos compostos. Isto por que, caso não se
fizessem essas medidas, mas apenas aquelas medidas antes da administração dos
compostos, seria difícil dizer se uma ausência de efeito seria devido a um intervalo
entre doses inadequado (24 h) ou ao desenvolvimento de tolerância. Dipirona, na
mesma dose dos derivados pirazolínicos, foi utilizada como controle positivo.
IV.3.6 Avaliação do peso corporal durante a administração crônica e do peso
dos órgãos no final do tratamento com os derivados pirazolínicos 2c, 2j ou
dipirona
Variações no peso corporal em animais que estão recebendo algum tipo de
tratamento podem ser adotadas como um sinal de toxicidade de drogas. Por esse
motivo, os animais que receberam tratamento crônico (experimento anterior) com os
derivados pirazolínicos, dipirona ou veículo foram pesados diariamente antes do
tratamento e foi calculada a percentagem de ganho/perda de peso em relação ao
peso basal (antes de receber CFA ou salina intraplantar). Além disso, os rins, o
fígado, o baço e o estômago foram removidos no final dos experimentos e foi
calculada a percentagem do peso desses órgãos em relação ao peso corporal dos
animais.
IV.3.7 Avaliação da atividade ulcerogênica após administração crônica dos
derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
A atividade ulcerogênica foi avaliada após administração crônica dos pirazóis
2c, 2j ou dipirona (100 µmol/kg, uma dose diária, durante 15 dias; controles
receberam veículo). A avaliação da mucosa gástrica foi feita 24 h após a última
injeção. Seis horas antes do sacrifício, uma dose aguda de indometacina (30 mg/kg)
foi administrada a um grupo separado de ratos, que foi usado como controle positivo.
A ração, mas não a água, foi retirada 18 h antes da eutanásia. Os animais foram
eutanasiados por overdose de thiopental e o estômago foi removido, aberto e
cuidadosamente lavado com solução salina. A seguir, o estômago foi observado ao
microscópio e foram determinados o índice de lesão (IL) e o número de úlceras
Material e Métodos
32
(NU). O índice de lesão foi calculado pela observação dos seguintes parâmetros:
descoloração da mucosa, presença de petéquias e perda de muco. Para o cálculo
do IL, foi atribuído um valor numérico (pontos) para as alterações encontradas,
sendo 1 ponto para alteração leve, 2 pontos para alteração moderada ou 3 pontos
para alteração intensa. Essa pontuação dada para cada parâmetro foi somada para
obtenção do IL. Além disso, para úlceras maiores que 1 mm, foi atribuído 1,5 ponto
por mm de lesão. O número de úlceras foi obtido pela contagem direta do número de
lesões de até 1 mm (DJAHANGUIRI, 1969; GHEDINI et al., 2002).
IV.4 – TESTES BIOQUÍMICOS
Vinte e quatro horas após a última administração das drogas (protocolo de
administração crônica), os ratos foram eutanasiados por overdose de pentobarbital.
Amostras de sangue coletadas da aorta abdominal e de tecido da pata dos animais
foram coletadas para posterior análise.
IV.4.1 Avaliação de parâmetros indicativos de função renal e hepática após
administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
Amostras de sangue foram coletadas em tubos contendo gel separador de
soro e foram utilizadas para dosagem da atividade da aspartato aminotransferase
(AST) e da alanina aminotransferase (ALT) como indicadores de lesão hepática, e
para dosagem de uréia e creatinina, como indicadores de toxicidade renal. Após a
coleta, as amostras foram centrifugadas e encaminhadas para um laboratório de
análises clínicas. Os níveis de AST, ALT, uréia e creatinina foram quantificados por
método enzimático usando os reagentes Ortho-Clinical Diagnostics Johnson &
Johnson, em sistema automatizado (Vitros 950, dry chemistry; Johnson & Johnson,
Rochester, NY, USA).
IV.4.2 Avaliação de parâmetros hematológicos após a administração crônica
dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
Alguns parâmetros hematológicos foram avaliados a fim de identificar
possíveis alterações causadas pelo tratamento prolongado dos animais com os
pirazolínicos em teste ou com dipirona. Amostras de sangue foram coletas em tubos
contendo EDTA (anticoagulante) e foram encaminhadas para um laboratório de
Material e Métodos
33
análises clínicas para determinação automatizada de: eritrócitos, leucócitos,
linfócitos, monócitos, plaquetas, concentração de hemoglobina e hematócrito.
IV.4.3 Determinação dos veis séricos de haptoglobina após administração
crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
A haptoglobina é uma proteína de fase aguda, cujos níveis aumentam durante
a inflamação e a determinação de sua quantidade no soro pode indicar a evolução
da doença (GIFFEN et al., 2003). Amostras de sangue foram coletadas em tubos
contendo gel separador de soro e foram encaminhadas a um laboratório de análises
clínicas, onde a haptoglobina foi quantificada por nefelometria, usando o kit Dade
Behring (BN II System. Analyzer Dade Behring, Germany).
IV.4.4 – Determinação da atividade tecidual da mieloperoxidase (MPO), N-acetil-
β-D-glucosaminidase (NAG) e eosinoperoxidase (EPO) na pata de ratos, após
administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
Durante o decurso da inflamação produzida por CFA na pata dos animais,
ocorre a infiltração de células relacionadas ao sistema imunológico no local da
injeção, numa tentativa do organismo de eliminar o agente inflamatório. Essas
células, tais como neutrófilos, eosinófilos e macrófagos, produzem enzimas (MPO,
EPO e NAG) que são capazes de destruir agentes invasores. Logo, a determinação
da atividade dessas enzimas, pode fornecer uma idéia da presença ou não dessas
células no local da lesão.
Amostras de pele da pata dos animais que receberam injeção intraplantar de
CFA ou salina e que foram tratados cronicamente com veículo, dipirona ou com os
novos derivados pirazolínicos foram coletadas para análise da atividade da MPO,
NAG e EPO. As amostras de pele foram homogeneizadas com 20 volumes de
acetato de sódio 80 mM (pH 5,4) contendo 0,5 % de brometo de
hexadeciltrimetilamônio. A seguir esse homogeneizado foi centrifugado (11.200 g, 4
°C, 20 min) e coletou-se o sobrenadante para a determinação da atividade das
enzimas.
Para o ensaio da MPO, 10 µl do sobrenadante e 220 µl de acetato de sódio
80 mM (pH 5,4) contendo 15% de H
2
O
2
0,3 mM foram adicionados em triplicada
numa placa de 96 poços. A reação foi iniciada pela adição de 20 µl de
Material e Métodos
34
tetrametilbenzidina 18,4 mM e a mistura foi incubada por 3 min a 37°C. A reação foi
terminada pela imersão em banho de gelo e adição de 30 µl ácido acético ao meio
reacional. A absorbância foi verificada em 630 nm (SUZUKI et al., 1983).
O ensaio da NAG foi realizado de acordo com (LLORET et al., 1995), onde 25
µl de amostra, 150 µl de tampão citrato de sódio 50 mM (pH 4,5) e 25 ul de 4-
nitrofenil-N-acetil-β-D-glucosaminida foram transferidos para uma placa de 96 poços,
em triplicata. Foi feita uma incubação a 37 °C, durante 60 min e a reação foi parada
pela adição de 100 µl de tampão glicina 200 mM (pH 10,4). A absorbância em 405
nm foi quantificada.
A determinação da atividade da EPO foi ensaiada conforme KANG e
colaboradores (2008). Para isso, foi preparado numa placa de 96 poços, uma
mistura reacional contendo 100 µl do sobrenadante, 100 µl de H
2
O
2
6,6 mM e 100 µl
de o-fenilenodiamina 0,1 mM. Essa mistura foi incubada durante 30 min a 37 °C e a
reação foi terminada pela adição de 75 µl de H
2
SO
4
30%. A absorbância foi
quantificada em 490 nm.
A concentração de proteínas nas amostras (sobrenadante) foi determinada
pelo todo de BRADFORD (1976), usando albumina sérica bovina como padrão.
Para as três enzimas, o resultado foi expresso como a razão entre a absorbância e a
quantidade de proteínas da amostra.
IV.4.5 Determinação do nível tecidual de TNF-α na pata de ratos após
administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
Os ratos injetados com CFA intraplantar e que receberam tratamento crônico
com 2c, 2j, dipirona ou veículo foram eutanasiados 24 h após a última injeção das
drogas e a pele da pata injetada com CFA foi removida e congelada para posterior
dosagem de TNF-α. Um grupo de animais que recebeu injeção intraplantar de salina
e foi tratado durante 15 dias com veículo, foi usado como controle. O tecido da pata
foi homogeneizado em tampão fosfato 80 mM (pH 7.4) contendo: 0,5% de Tween
20, 0,1 mM de PMSF, 2 mM de EDTA, 0,01 µg/ml de inibidor de tripsina obtido de
soja, 0,1% de bacitracina e 0,1% de albumina sérica bovina. O homogeizado foi
centrifugado a 16.000 x g, por 10 min, a 4°C e o sobrenadante foi estocado a -20 °C
até o momento da análise (SOUZA et al., 2000; CAMPOS et al., 2002). A
Material e Métodos
35
quantificação do TNF-α tecidual foi feita usando um kit ELISA, e os procedimentos
foram aqueles descritos pelo fabricante (DuoSet ELISA Development System, rat
TNF-α/TNFSF1A, R&D Systems).
IV.5 – ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram analisados por análise de variância (ANOVA) de uma ou
duas vias, seguido do teste de Student-Newman-Keuls (SNK) ou Teste F, conforme
o caso. Os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando p <
0,05.
V. RESULTADOS
Resultados
37
V.1 – TESTES COMPORTAMENTAIS
V.1.1 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos (2a-j) no teste da formalina
Todos os 10 novos derivados pirazolínicos (2a-j) foram avaliados no teste da
nocicepção induzida por formalina em camundongos. Nas Figuras 1 e 2 é mostrado
o efeito desses novos compostos nas fases neurogênica e inflamatória do teste. Os
compostos 2a, 2c-e, 2g, 2i e 2j foram capazes de diminuir o comportamento
nociceptivo dos animais, tanto na fase neurogênica quanto na fase inflamatória
(Figuras 1 e 2) . o derivado pirazolínico 2b, foi ineficaz na fase neurogênica,
inibindo o comportamento nociceptivo apenas na fase inflamatória (Figura 1). Por
outro lado, o composto 2f mostrou-se efetivo na primeira fase, mas não na segunda
fase do teste (Tabela 2). Além disso, o composto 2h não causou qualquer efeito
sobre a resposta nocifensiva causada por formalina, sendo inativo em ambas as
fases, neurogênica e inflamatória (Tabela 2).
Utilizando os resultados obtidos com a maior dose testada de cada derivado
pirazolínico e seus respectivos controles, foi calculada a eficácia antinociceptiva
desses compostos nas fases neurogênica e inflamatória do teste da formalina
(Tabela 1). Esses dados de eficácia serviram para indicar quais os compostos mais
promissores para dar continuidade à investigação do perfil desses derivados
pirazolínicos. Os derivados pirazolínicos 2c e 2j, na dose de 1000 µmol/kg,
mostraram maior eficácia nas duas fases do teste. Como mostrado na tabela 1,
ambos os compostos causaram inibição de quase 100% da resposta nociceptiva na
fase inflamatória. Além disso, a inibição da fase neurogênica foi também bastante
pronunciada, sendo cerca de 88% e 75% para os compostos 2c e 2j,
respectivamente. Por apresentarem maior eficácia antinociceptiva, 2c e 2j foram
escolhidos para todos os demais testes que foram realizados.
A eficácia antinociceptiva dos compostos 2c e 2j foi comparada com a
eficácia da dipirona e da salicilamida, como mostrado na Figura 3. Os derivados
pirazolínicos 2c e 2j, assim como a dipirona, foram efetivos na nocicepção
neurogênica produzida por formalina, enquanto que a salicilamida não apresentou
esse efeito. Porém, a dipirona teve uma eficácia estatisticamente menor que os
compostos 2c e 2j. Na fase inflamatória, 2c, 2j, dipirona e salicilamida foram
bastante eficazes na diminuição do comportamento nociceptivo, porém os novos
derivados pirazolínicos apresentaram efeito mais pronunciado.
Resultados
38
FIGURA 1 Efeito dos novos derivados pirazolínicos 2a-d na nocicepção induzida por formalina, nas
fases neurogênica e inflamatória do teste, em camundongos. Dados expressos como média ± erro
padrão; * p < 0,05 comparado com o veículo.
Resultados
39
FIGURA 2 Efeito dos novos derivados pirazolínicos 2e, 2g, 2i e 2j na nocicepção induzida por
formalina, nas fases neurogênica e inflamatória do teste, em camundongos. Dados expressos como
média ± erro padrão; * p < 0,05 comparado com o veículo.
Resultados
40
TABELA 1 Eficácia antinociceptiva dos 4,5-diidro-1H-pirazóis 2a-j (1000 µmol/kg) nas fases
neurogênica e inflamatória do teste da formalina (20 µl, 1,5%, ipl) em camundongos.
Composto
Fase
neurogênica
Fase
inflamatória
N
Analgesia (%) Analgesia (%) Veículo Tratado
2a
32,8 ± 6,2
*
70,8 ± 9,6
*
17 15
2b 23,3 ± 11,9 55,5 ± 10,5
*
9 8
2c 87,9 ± 3,6
*
98,2 ± 1,3
*
14 9
2d 48,2 ± 4,7
*
70,1 ± 8,4
*
16 12
2e
51,9 ± 9,5
*
67,0 ± 8,8
*
10 9
2f 46,0 ± 7,2
*
-22,3 ± 15,1 6 8
2g 59,1 ± 7,6
*
72,9 ± 11,9
*
12 11
2h 10,0 ± 11,8 8,2 ± 17,1 8 8
2i
33,3 ± 5,9
*
47,3 ± 9,8
*
17 18
2j 74,6 ± 3,6
*
97,2 ± 1,6
*
10 10
Valores estão expressos como média ± erro padrão; N=número de animais por grupo.
* indica diferença estatisticamente significativa em relação ao veículo quando os dados brutos foram
comparados (p < 0,05).
Resultados
41
FIGURA 3 Comparação entre as eficácias antinociceptivas de 2c, 2j (1000 µmol/kg), salicilamida
(1500 µmol/kg) (SALIC) e dipirona (1000 µmol/kg) (DIP) no teste da formalina em camundongos.
Dados expressos como média ± erro padrão; n=6-9 por grupo; * p < 0,05 comparado com salicilamida
e dipirona.
V.1.2 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos (2c e 2j) no teste da placa
quente
O efeito dos compostos 2c e 2j na dose de 1000 µmol/kg foi avaliado no teste
da placa quente. Na figura 4 pode-se verificar que a administração subcutânea de
2c e 2j não foi capaz de produzir elevação da latência de reposta ao estímulo
térmico. Por outro lado, a dipirona na dose de 1500 µmol/kg, incluída no teste como
um padrão interno, aumentou a latência de reposta, validando o modelo.
FIGURA 4 Efeito dos derivados pirazolínicos 2c e 2j (1000 µmol/kg), dipirona (1500 µmol/kg) (DIP)
ou veículo na latência para resposta ao estímulo térmico no teste da placa quente em camundongos.
Dados expressos como média ± erro padrão; n=14-15 por grupo; * p < 0,05 comparado com o
veículo.
Resultados
42
V.1.3 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos 2c e 2j no teste do edema
de pata e da alodínia induzidos por carragenina
As Figuras 5 e 6 mostram os resultados obtidos quando os compostos 2c e
2j foram avaliados no teste do edema de pata induzido por carragenina. O volume
da pata dos animais foi avaliado 30 min e 4h após a injeção de carragenina,
enquanto que o limiar de resposta mecânica foi avaliado 30 min, 1h, 2h e 4h depois
da injeção de carragenina. Foi possível observar um aumento significativo do volume
da pata dos camundongos, observando-se um edema de cerca de 30% nos
primeiros 30 min e de mais de 65% 4h após a injeção. Além disso, os animais
apresentaram queda de aproximadamente três vezes no limiar de resposta ao
estímulo tátil. Nos animais que receberam o tratamento com 2c ou 2j (1000 µmol/kg)
30 min antes da injeção de carragenina, observou-se um aumento menor do volume
da pata no tempo de 4 h e um aumento no limiar de resposta nos tempos de 1h e
2h, quando comparados aos animais que receberam veículo.
FIGURA 5 Efeito dos derivados pirazolínicos 2c e 2j (1000 µmol/kg) ou veículo no edema de pata
induzido por carragenina 30 min e 4 h após indução do edema em camundongons. Dados expressos
como média ± erro padrão; n=14-16 por grupo; * p < 0,05 comparado com o veículo.
Resultados
43
FIGURA 6 Efeito dos derivados pirazolínicos 2c e 2j (1000 µmol/kg) ou veículo na alodínia
mecânica induzida por carragenina em camundongos. Dados expressos como média ± erro padrão;
n=14-16 por grupo; * p < 0,05 comparado com o veículo.
V.1.4 Avaliação do efeito dos novos pirazolínicos 2c e 2j sobre a atividade
locomotora de camundongos
V.1.4.1 – Teste da locomoção forçada em cilindro giratório (rotarod)
O desempenho de camundongos tratados com 1000 µmol/kg de 2c, 2j ou seu
veículo foi verificado no teste de locomoção forçada em cilindro giratório. O
tratamento não alterou nem a latência para a primeira queda nem o número de
quedas do aparelho (Tabela 2).
Resultados
44
TABELA 2 Efeito dos 4,5-diidro-1H-pirazóis 2c e 2j em camundongos submetidos ao teste da
locomoção forçada em cilindro giratório.
Tratamento Latência para 1ª queda (s) Número de quedas
Veículo 76,9 ± 17,0 5,4 ± 1,3
2c 1000 µmol/kg
112,5 ± 21,3 3,7 ± 2,1
2j 1000 µmol/kg
62,6 ± 17,6 5,1 ± 1,0
Dados expressos como media ± erro padrão; n= 14-15 animais por grupo.
V.1.4.2 – Teste da locomoção espontânea
O efeito da administração subcutânea de 2c, 2j, dipirona, salicilamida sobre a
atividade locomotora espontânea foi avaliado durante 30 minutos. Os resultados,
mostrados na Tabela 3, revelaram que somente a salicilamida causou um aumento
no número de ambulações dos camundongos durante o período de observação.
TABELA 3 – Efeito dos 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazóis 2c, 2j, salicilamida e dipirona na atividade
locomotora espontânea de camundongos.
Tratamento Número de cruzamentos N
Veículo 146,1 ± 24,7 10
2c 1000 µmol/kg
165,6 ± 30,5 8
Veículo 115,5 ± 10,0 14
2j 1000 µmol/kg
167,3 ± 31,2 9
Veículo 45,6 ± 7,2 9
Salicilamida 1500 µmol/kg
102,1 ± 26,4
*
7
Veículo 114,3 ± 22,8 6
Dipirona 1000 µmol/kg 87,7 ± 29,2 7
Dados expressos como media ± erro padrão; N = número de animais em cada grupo; * p < 0,05
comparado com o respectivo veículo.
Resultados
45
VI.1.5 – Avaliação do efeito agudo dos derivados pirazolínicos 2c e 2j na
alodínia mecânica e no edema de pata induzidos por CFA e na atividade
locomotora espontânea em ratos
Na Figura 7 pode-se observar que a administração intraplantar de CFA (150
µl, 1 mg/ml) produziu um decréscimo significativo no limiar de reposta dos animais
ao estímulo mecânico. Antes da injeção de CFA os animais apresentavam um limiar
50% de resposta em torno de 14 g (basal) e esse limiar caiu para cerca de 4,0 g 48-
72 h após o CFA, caracterizando o desenvolvimento de alodínia. A Figura 7 mostra
o decurso temporal do efeito da administração subcutânea de 2c, 2j, dipirona ou
veículo em ratos que desenvolveram alodínia mecânica. O pirazolínico 2c causou
um aumento do limiar de resposta, de 30 min até 12 h após sua administração,
quando comparado com os animais tratados com veículo. Uma hora depois da
injeção 2c produziu seu efeito máximo, causando um aumento de 70,8 ± 8,1 % no
limiar de resposta mecânica. O composto 2j apresentou o mesmo decurso temporal
que o composto 2c. Porém, o efeito máximo do composto 2j foi mais tardio, isto é,
apresentado um efeito máximo 4 h após a administração (85,6 ± 12,2 %). A dipirona,
incluída como controle positivo, também causou efeito anti-alodínico de 30 min até
12 h após a injeção. Entretanto, o efeito máximo do tratamento com dipirona
ocorreu após 6 h (72,7 ± 9,5 %). Vinte e quatro horas após o tratamento dos ratos
com 2c, 2j ou dipirona, o limiar de resposta ao estímulo mecânico retornou aos
valores basais em todos os grupos, não diferindo dos animais tratados com veículo.
Os animais que receberam salina intraplantar e que foram tratados
subcutaneamente com veículo não apresentaram alterações significativas no limiar
ao longo do período de observação.
Resultados
46
FIGURA 7 Efeito da administração aguda dos derivados pirazolínicos 2c (figura A), 2j (figura B) e
dipirona (figura C) na dose de 1000 µmol/kg ou veículo na alodínia induzida por injeção intraplantar
de CFA ao longo de 24 h. Um grupo injetado com salina na pata e tratado com veículo foi utilizado
com controle. Dados expressos como média ± erro padrão; n = 9-14 por grupo; * p < 0,05 comparado
com o grupo CFA/veículo.
Resultados
47
Nesse mesmo grupo de animais foi avaliado o volume da pata traseira direita,
a fim de verificar o desenvolvimento de edema pela injeção intraplantar de CFA. De
fato, os animais que receberam CFA, mas não aqueles que receberam salina
intraplantar, apresentaram edema da pata ipsilateral. O tratamento subcutâneo com
2c, 2j ou dipirona não foi capaz de reverter o edema induzido por CFA (Figura 8).
Em outro grupo de animais foi investigada a relação dose-efeito dos
compostos 2c, 2j e dipirona (1-1000 µmol/kg) sobre a alodínia induzida por CFA
(Figura 9). Os compostos 2c e 2j, assim como a dipirona, foram eficazes contra a
alodínia a partir de 10 µmol/kg, como pode ser verificado pelo aumento no limiar de
resposta dos animais tratados com as drogas, em relação aos animais controle que
receberam veículo. Os derivados pirazolínicos 2c, 2j e a dipirona apresentaram
potência similar, com DE
50
de 11,3 (1,94-65,9), 9,93 (0,86-114,2) e 10,78 (2,62-44,4)
µmol/kg, respectivamente. Entretanto, o composto 2c apresentou maior eficácia que
os demais, revertendo completamente a alodínia, na maior dose testada.
Os animais tratados com a dose de 1000 µmol/kg de 2c, 2j e dipirona e os
tratados com veículo, foram avaliados no campo aberto, imediatamente após a
avaliação da alodínia induzida por CFA. Nesse teste, foi quantificado o número de
cruzamentos realizados pelos animais. A análise estatística o demonstrou
qualquer efeito dos tratamentos sobre a locomoção espontânea (Tabela 4).
Resultados
48
FIGURA 8 Efeito da administração aguda dos derivados pirazolínicos 2c (figura A), 2j (figura B) e
dipirona (figura C) na dose de 1000 µmol/kg, sobre o edema induzido por injeção intraplantar de CFA.
Dados expressos como média ± erro padrão; n=7-11por grupo.
Resultados
49
FIGURA 9 – Curva dose-efeito dos derivados pirazolínicos 2c (figura A), 2j (figura B) e dipirona (figura
C) na alodínia induzida por injeção intraplantar de CFA. Dados expressos como média ± erro padrão;
n =7-11por grupo; * p < 0,05 comparado com o veículo.
Resultados
50
TABELA 4 Efeito dos 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazóis 2c, 2j, e dipirona na atividade locomotora
espontânea de ratos.
Tratamento Número de cruzamentos N
CFA/Veículo 31,1 ± 3,8 16
CFA/2c 1000 µmol/kg
30,1 ± 8,6 10
CFA/2j 1000 µmol/kg
33,6 ± 6,0 11
CFA/Dipirona 1000 µmol/kg 30,0 ± 5,2 8
Dados expressos como média ± erro padrão; N = número de animais por grupo
V.1.6 Avaliação do efeito da administração crônica dos derivados
pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona na alodínia mecânica e no edema de pata
induzidos por CFA em ratos
A administração intraplantar de CFA produziu uma significativa e duradoura
diminuição do limiar de resposta ao estímulo mecânico no teste com filamentos de
von Frey. Na Figura 10 está mostrado o efeito cumulativo de doses diárias de 2c, 2j
e dipirona sobre a alodínia til, durante 15 dias de observação. Os valores do dia 1
correspondem ao limiar imediatamente antes do início do tratamento e os valores
dos dias 2, 3, 6, 9, 12 e 15 são os limiares 24 h após a injeção subcutânea das
drogas. É possível observar que no 3° dia de tratamento todas as drogas produziram
um efeito anti-alodínico estável. A partir de então, a alodínia foi avaliada a cada 3
dias apenas. Os compostos 2c e 2j causaram diminuição da alodínia desde o dia 3
até o final das observações experimentais (dia 15). Entretanto, a dipirona, na mesma
dose apresentou efeito a partir do dia 2, permanecendo eficaz até o dia 15. É
interessante ressaltar que nenhum dos tratamentos foi capaz de elevar o limiar de
resposta aos níveis basais, ou seja, aqueles apresentados antes da administração
de CFA intraplantar. Os gráficos do lado direito da Figura 10 (D-F) representam os
limiares de resposta dos animais tratados com 2c, 2j ou dipirona 1 h após a injeção
subcutânea das drogas. Pode-se observar que todos os tratamentos produziram
efeito anti-alodínico em todos os tempos observados. É interessante verificar que até
o dia 3 o efeito parece ser mais pronunciado, sendo menor nos dias seguintes. Além
disso, praticamente não se observou um incremento no efeito antinociceptivo
Resultados
51
quando se compara o efeito cumulativo dos tratamentos (figuras à direita, A-C) como
o efeito adicional de cada dose diária, 1 h após receber tal dose (figuras à
esquerda).
A Figura 11 mostra os valores de limiar de resposta da pata contralateral dos
animais que receberam injeção intraplantar de CFA na pata direita e dos animais
controle que receberam salina intraplantar, bem como dos animais que receberam
tratamento com 2c, 2j, dipirona ou veículo após CFA. Como pode ser visto, os
limiares da pata esquerda não foram afetados pela injeção de CFA na pata direita.
Apenas no 15° dia de observação (17-18 dias após CFA), apareceu uma tendência
de diminuição do limiar na pata esquerda dos animais que receberam CFA
intraplantar e tratamento subcutâneo com veículo. Essa tendência não foi observada
nos animais que receberam tratamento com 2c, 2j ou dipirona. Entretanto, esses
resultados não apresentaram significância estatística.
O edema de pata decorrente da administração de CFA também foi avaliado
nesses mesmos animais em que se avaliou a presença de alodínia. Foi observado
que a injeção de CFA na pata traseira direita dos ratos produziu aumento
significativo do volume da pata em comparação com os animais que receberam
salina intraplantar (Figura 12). Esse aumento de volume representa o edema
produzido pela inflamação causada pelo CFA e foi verificado apenas na pata
injetada com CFA (Figura 12 versus Tabela 5). O efeito do tratamento com 2c, 2j ou
dipirona foi avaliado imediatamente antes da dose diária e 1 h depois da injeção. Em
nenhuma das duas situações, esse tratamento causou qualquer alteração no edema
da pata dos ratos (Figura 12).
Resultados
52
FIGURA 10 Efeito da administração crônica dos pirazolínicos 2c (100 µmol/kg), 2j (100 µmol/kg) e
dipirona (100 µmol/kg) na alodínia induzida por injeção intraplantar de CFA na pata ipsilateral. Os
gráficos da esquerda (A, B e C) representam os limiares antes da administração das drogas e os da
direita (D, E e F) 1 h após o tratamento. Dados expressos como média ± erro padrão; n = 7-9 por
grupo; * p < 0,05 comparado com o grupo CFA/veículo.
Resultados
53
FIGURA 11 Efeito da administração crônica dos pirazolínicos 2c (100 µmol/kg), 2j (100 µmol/kg) e
dipirona (100 µmol/kg) na alodínia induzida por injeção intraplantar de CFA na pata contralateral. Os
gráficos da esquerda (A, B e C) representam os limiares antes da administração das drogas e os da
direita (D, E e F) 1 h após o tratamento. Dados expressos como média ± erro padrão; n = 7-9 por
grupo; * p < 0,05 comparado com o grupo CFA/veículo.
Resultados
54
FIGURA 12 Efeito da administração crônica dos pirazolínicos 2c (100 µmol/kg), 2j (100 µmol/kg) e
dipirona (100 µmol/kg) no edema de pata produzido por injeção intraplantar de CFA na pata
ispilateral. Os gráficos da esquerda (A, B e C) representam os limiares antes da administração das
drogas e os da direita (D, E e F) 1 h após o tratamento. Dados expressos como média ± erro padrão;
n = 5-6 por grupo.
Resultados
55
TABELA 5 – Variação percentual do volume da pata contralateral à pata injetada com CFA ou salina.
Tratamento
Salina/Veículo CFA/Veículo CFA/2c CFA/2j CFA/Dipirona
Dia 1
-1,36 ± 2,02 -2,82 ± 1,51 -1,33 ± 2,62 -2,89 ± 1,40 -1,44 ± 1,36
Dia 2
-2,65 ± 0,86 -2,01 ± 1,56 -4,59 ± 1,22 -1,62 ± 0,77 -0,52 ± 2,10
Dia 3
-1,11 ± 2,49 -2,12 ± 1,58 -1,17 ± 1,47 -2,66 ± 0,95 1,25 ± 1,89
Dia 6
-1,19 ± 1,72 3,43 ± 1,00 0,32 ± 2,36 0,78 ± 2,27 2,32 ± 1,92
Dia 9
4,03 ± 2,79 3,71 ± 0,87 2,40 ± 1,49 4,56 ± 2,40 5,66 ± 2,30
Dia 12
3,80 ± 1,63 4,28 ± 0,78 9,09 ± 6,38 5,04 ± 1,38 7,24 ± 1,47
Dia 15
6,40 ± 1,85 4,68 ± 1,67 3,78 ± 1,98 11,80 ± 7,77 6,76 ± 1,85
Dados expressos como média ± erro padrão; percentagens calculadas em relação ao volume basal
antes da injeção de CFA ou salina; n = 5-6 animais por grupo.
V.1.7 Avaliação da variação do peso corporal ao longo do tratamento crônico
com os derivados pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
O peso corporal dos animais foi avaliado antes da injeção de CFA ou salina
intraplantar e foi monitorado ao longo do tratamento subcutâneo com 2c, 2j, dipirona
ou veículo. Na Tabela 6 nota-se que nos primeiros 2 dias de tratamento, os animais
que receberam CFA na pata, apresentaram uma menor percentagem de ganho de
peso em relação aos animais que receberam injeção de salina na pata. Entretanto,
os animais tratados com 2c, 2j ou dipirona não apresentaram diferenças entre si
nem em relação aos tratados com veículo. A partir do 3° dia de avaliação
experimental, não foram verificadas diferenças no ganho de peso nem em relação à
injeção intraplantar de salina ou CFA, nem em relação ao tratamento subcutâneo
crônico com os novos pirazolínicos, dipirona ou veículo.
Resultados
56
TABELA 6 – Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona (100
µmol/kg) em ratos com inflamação crônica induzida por CFA, sobre a percentagem de variação do
peso corporal em relação ao peso inicial (antes da injeção de CFA).
Dados expressos como média ± erro padrão; n=5-6 por grupo; * p < 0,05 em relação ao grupo
salina/veículo.
V.1.8 Avaliação da percentagem de peso de alguns órgãos em relação ao
peso corporal dos ratos ao final do tratamento crônico com os derivados
pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona
Vinte e quatro horas após a última dose dos tratamentos subcutâneos, os
animais foram eutanasiados e os órgãos descritos na Tabela 7 foram removidos e
pesados. Na Tabela 7 está mostrada a percentagem de peso dos órgãos em relação
Salina/
veículo
CFA/
veículo
CFA/
2c
CFA/
2j
CFA/
dipirona
Dia 1
4,00 ± 0,88
-2,94 ± 0,85* -1,84 ± 1,21* -2,92 ± 0,93* -0,43 ± 0,94*
Dia 2
7,64 ± 1,78
0,50 ± 1,12* 1,34 ± 1,15* 1,57 ± 1,08* 2,61 ± 1,24*
Dia 3
7,00 ± 1,50 2,78 ± 1,21 1,27 ± 1,24 0,71 ± 1,73 4,09 ± 2,07
Dia 4
9,23 ± 1,54 3,86 ± 1,67 3,62 ± 1,56 3,58 ± 1,50 5,33 ± 0,88
Dia 5
11,12 ± 0,81 4,65 ± 2,91 5,94 ± 1,53 5,40 ± 1,68 6,65 ± 0,90
Dia 6
12,99 ± 1,44 6,14 ± 3,32 7,71 ± 1,80 5,90 ± 3,21 8,30 ± 1,01
Dia 7
13,79 ± 1,95 6,84 ± 3,90 8,74 ± 1,59 9,15 ± 1,82 9,62 ± 0,92
Dia 8
17,27 ± 2,12 9,48 ± 4,33 11,68 ± 1,73 12,07 ± 1,23 11,76 ± 1,13
Dia 9
17,01 ± 2,11 10,21 ± 4,11 14,16 ± 1,79 12,62 ± 1,83 12,64 ± 1,46
Dia 10
20,92 ± 2,93 13,53 ± 4,18 16,08 ± 1,82 15,88 ± 2,02 15,49 ± 2,19
Dia 11
22,86 ± 2,50 14,50 ± 3,75 18,83 ± 2,60 17,04 ± 1,69 16,54 ± 1,59
Dia 12
22,96 ± 3,12 15,25 ± 3,95 16,46 ± 2,38 17,81 ± 2,34 17,18 ± 2,25
Dia 13
25,19 ± 2,79 16,36 ± 3,76 17,28 ± 2,70 18,54 ± 2,83 18,49 ± 2,00
Dia 14
26,43 ± 2,98 18,01 ± 3,27 17,58 ± 3,03 19,02 ± 3,34 19,90 ± 1,98
Dia 15
28,72 ± 3,13 19,57 ± 3,38 17,94 ± 3,36 21,80 ± 3,58 20,21 ± 2,97
Resultados
57
ao peso corporal dos animais. Os tratamentos não causaram nenhuma alteração no
peso fígado, baço, rim e estômago nem no aspecto geral externo dos mesmos.
TABELA 7 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona, sobre a
percentagem de peso de alguns órgãos em relação ao peso corporal.
Dados expressos como média ± erro padrão; n=5-6 por grupo.
V.1.9 Avaliação da atividade ulcerogênica dos pirazolínicos 2c, 2j e da
dipirona após administração crônica
Foram avaliados o índice de lesão (IL) e o número de úlceras (NU) nos ratos
que receberam tratamento crônico com 2c, 2j e dipirona (100 µmol/kg/15 dias) ou
veículo. Como mostrado na Tabela 8, nem os novos pirazóis nem a dipirona
produziram lesão gástrica significativa. Entretanto, aqueles animais que foram
tratados com uma dose de indometacina (30 mg/kg, controle positivo), apresentaram
IL e NU significativamente aumentados (Tabela 8).
Salina/
Veículo
CFA/
veículo
CFA/
2c
CFA/
2j
CFA/
dipirona
Fígado
3,81 ± 0,11 3,94 ± 0,10 3,95 ± 0,11 4,03 ± 0,26 4,06 ± 0,23
Baço
0,31 ± 0,02 0,40 ± 0,04 0,39 ± 0,03 0,49 ± 0,06 0,46 ± 0,10
Rim
0,37 ± 0,01 0,38 ± 0,01 0,39 ± 0,03 0,39 ±0,01 0,38 ± 0,02
Estômago
0,63 ± 0,03 0,65 ± 0,03 0,68 ± 0,02 0,67 ± 0,02 0,66 ± 0,03
Resultados
58
TABELA 8 Efeito da administração crônica dos novos pirazolínicos 2c e 2j e da dipirona e da
administração aguda de indometacina na mucosa gástrica de ratos
.
IL
a
NU
b
N
Salina/veículo 0,75 ± 0,25 0
4
CFA/veículo
0,71 ± 0,18
0
7
CFA/2c
1,00 ± 0,26
0,67 ± 0,67
6
CFA /2j
1,00 ± 0,36
0
6
CFA/ dipirona
1,40 ± 0,25
0,40 ± 0,40
5
Salina
0,67 ± 0,33
0
4
Indometacina
6,25 ± 0,83* 32,00 ± 7,82*
3
a
índice de lesão;
b
número de úlceras; N = número de animais por grupo; * p < 0.05 comparado com
o grupo salina.
V.2 – TESTES BIOQUÍMICOS
V.2.1 Efeito da administração crônica de 2c, 2j ou dipirona sobre alguns
parâmetros indicativos de toxicidade renal e hepática
A Tabela 9 mostra o efeito da administração de 2c, 2j e dipirona, na dose de
100 µmol/kg, uma vez ao dia, durante 15 dias sobre os níveis séricos de marcadores
de lesão hepática e renal (AST e ALT, uréia e creatinina). Os resultados obtidos
indicam que os ratos que receberam os derivados pirazolínicos 2c e 2j ou dipirona
não apresentaram alterações nos níveis desses marcadores.
Resultados
59
TABELA 9 – Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona (100
µmol/kg) sobre marcadores de toxicidade hepática (AST e ALT) e renal (uréia e creatinina) em ratos
com inflamação crônica induzida por injeção intraplantar de CFA.
a
aspartato aminotransferase;
b
alanina aminotransferade; dados expressos como média ± erro
padrão; n = 5-6 por grupo.
V.2.2 Efeito da administração crônica de 2c, 2j ou dipirona sobre alguns
parâmetros hematológicos
A fim de identificar alguma discrasia sanguínea produzida pela administração
crônica de 2c, 2j ou dipirona, foram avaliados alguns parâmetros hematológicos ao
final de 15 dias de tratamento subcutâneo com uma dose de 100 µmol/kg. Na
Tabela 10 estão mostrados os resultados obtidos, onde se pode verificar que tanto
os novos derivados pirazolínicos 2c e 2j quanto a dipirona, causaram um aumento
estatísticamente significativo no número de leucócitos, quando comparado com os
animais que receberam veículo. O número de eritrócitos, a concentração de
hemoglobina, o hematócrito, o número de plaquetas, a percentagem de linfócitos e
monócitos permaneceram inalterados após o tratamento crônico com 2c, 2j ou
dipirona.
Salina/
veículo
CFA/
veículo
CFA/
2j
CFA/
2c
CFA/
Dipirona
AST
(U/l)
a
154,0 ± 9,9 153,0 ± 9,4 175,2 ± 11,4 180,7 ± 16,3 154,7 ± 7,9
ALT
(U/l)
b
57,2 ± 2,7 52,5 ± 4,3 57,5 ± 3,7 53,3 ± 3,7 53,2 ± 3,1
Uréia
(mg/dl)
35,7 ± 3,1 36,7 ± 2,5 39,4 ± 1,7 38,3 ± 1,9 39,8 ± 1,7
Creatinina
(mg/dl)
0,36 ± 0,02 0,35 ± 0,02 0,40 ± 0,04 0,40 ± 0,04 0,38 ± 0,03
Resultados
60
TABELA 10 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona (100
µmol/kg) sobre alguns parâmetros hematológicos de ratos no modelo da inflamação crônica induzida
por injeção intraplantar de CFA.
Dados expressos como média ± erro padrão; n = 5-6 por grupo; * p < 0.05 comparado com o grupo
salina/veículo
V.2.3 Determinação dos níveis séricos de haptoglobina após a administração
crônica de 2c, 2j ou dipirona em ratos
Ao final de 15 dias de tratamento com os compostos 2c, 2j, dipirona ou
veículo foi dosada a quantidade da proteína de fase aguda haptoglobina dos animais
que receberam injeção de CFA na pata. Um grupo de animais injetados com salina
intraplantar e que foi tratado com veículo durante os 15 dias foi introduzido como
controle. A injeção intraplantar de CFA produziu um aumento significativo nos níveis
de haptoglobina, quando comparado aos animais que receberam salina na pata
(Figura 13). Porém, nem o tratamento com 2c ou 2j nem o tratamento com dipirona
foi capaz de reduzir ou impedir esse aumento de haptolobina no soro.
Salina/
veículo
CFA/
veículo
CFA/
2c
CFA/
2j
CFA/
dipirona
Leucócitos
(x 10
3
/mm
3
)
8,18 ± 1,28 10,73 ± 0,89
16,20 ± 1,41* 15,32 ± 3,10* 14,28 ± 2,09*
Eritrócitos
(x 10
6
/mm
3
)
7,71 ± 0,21 7,40 ± 0,15 7,73 ± 0,43 7,36 ± 0,11 7,13 ± 0,35
Hemoglobina
(g/dl)
14,08 ± 0,12 13,13 ± 0,27 14,08 ± 0,76 13,60 ± 0,24 13,00 ± 0,44
Hematócrito
(%)
41,78 ± 0,70 39,32 ± 0,36 41,23 ± 2,09 40,35 ± 0,76 38,85 ± 1,6
Plaquetas
(x 10
3
/mm
3
)
863,00 ±
126,24
993,83 ±
121,14
1.050,67 ±
152,55
962,00 ±
118,84
1.051,33 ±
151,12
Linfócitos
(%)
86,90 ± 3,88 74,40 ± 7,93 67,50 ± 8,36 72,53 ± 7,98 69,48 ± 7,82
Monócitos (%)
2,22 ± 0,47 1,88 ± 0,27 2,30 ± 0,33 2,38 ± 0,32 2,03 ± 0,69
Resultados
61
FIGURA 13 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona (100
µmol/kg/15 dias) nos níveis plasmáticos de haptoglobina de ratos com inflamação crônica induzida
por injeção intraplantar de CFA. Dados expressos como média ± erro padrão; n = 5-6 animais por
grupo; * p < 0,05 comparado com o grupo salina/veículo.
V.2.4 Determinação da atividade tecidual das enzimas MPO, NAG e EPO na
pata de ratos após a administração crônica de 2c, 2j ou dipirona
Na Tabela 11 pode-se verificar que a administração de CFA intraplantar
produziu um aumento da atividade da MPO no local da injeção, quando comparado
com os animais que receberam salina intraplantar. Esse aumento foi encontrado 17-
18 dias após a injeção de CFA. Os animais que receberam 2c, 2j ou dipirona
durante 15 dias (iniciando 2-3 dias após a injeção de CFA na pata) apresentaram
níveis similares de atividade da MPO em relação àqueles animais que receberam
CFA/veículo.
Ao contrário do que se observou para a MPO, a administração de CFA na
pata dos ratos não causou aumento da atividade da NAG e da EPO (Tabela 11).
Resultados
62
Tabela 11 Efeito da adminstração crônica dos novos pirazóis 2c e 2j e da dipirona (100 µmol/kg) na
atividade da MPO, NAG e EPO do tecido da pata de ratos com inflamação crônica induzida por
adjuvante completo de Freund.
MPO
a
(absorbância/
mg proteína)
NAG
b
(absorbância/
mg proteína)
EPO
c
(absorbância/
mg proteína)
Salina/veículo 0,02 ± 0,03 0,14 ± 0,13 0,14 ± 0,07
CFA/ veículo 0,40 ± 0,21* 0,14 ± 0,08 0,42 ± 0,14
CFA/2c 0,61 ± 0,24* 0,16 ± 0,12 0,45 ± 0,10
CFA /2j 0,43 ± 0,13* 0,15 ± 0,08 0,51 ± 0,19
CFA/dipirona 0,23 ± 0,05* 0,11 ± 0,04 0,32 ± 0,12
a
mieloperoxidase;
b
N-acetil-β-D-glucosaminidase;
c
peroxidase de eosinófilos; dados mostrados
como média ± SEM. * p < 0,05 comparado ao grupo salina/veículo.
V.2.5 Determinação dos níveis teciduais de TNF-α na pata de ratos após a
administração crônica de 2c, 2j ou dipirona
A injeção de CFA na pata dos ratos induziu um aumento no nível tecidual de
TNF-α, que foi significativamente maior que os níveis presentes no tecido da pata
dos animais que receberam salina intraplantar. Esse aumento do TNF- α não foi
revertido pelo tratamento crônico dos animais com 2c, 2j ou dipirona (Figura 14).
Resultados
63
FIGURA 14 Efeito da administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e dipirona (100
µmol/kg/15 dias) nosveis teciduais de TNF- α de ratos com inflamação crônica induzida por injeção
intraplantar de CFA. Dados expressos como média ± erro padrão; n = 3-5 animais por grupo; * p <
0,05 comparado com o grupo salina/veículo.
VI. DISCUSSÃO
Discussão
65
No presente trabalho, os efeitos de uma nova série de derivados 5-
trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida (2a-j) foram demonstrados em
modelos de nocicepção e inflamação aguda e crônica, em camundongos e ratos.
Inicialmente, os efeitos dos 10 compostos que fazem parte desta série foram
avaliados nas fases neurogênica e inflamatória do teste da formalina em
camundongos. Foi, então, verificado que apenas o derivado pirazolínico 2h, o qual
possui um grupamento fenil como substituinte na posição 3 do anel pirazol, foi
ineficaz nesse teste. Os demais compostos apresentaram efeito em uma ou em
ambas as fases do teste. O composto 2a possui apenas átomos de hidrogênio nas
posições 3 e 4 do anel pirazol e causou efeito antinociceptivo tanto na fase
neurogênica quanto na fase inflamatória. Entretanto, quando um grupamento metil
foi adicionado na posição 3 do anel pirazol (composto 2b), o efeito na fase
neurogênica não foi mais encontrado. Por outro lado, quando esse grupamento
metila foi transferido da posição 3 para a posição 4 do anel pirazol (composto 2j), o
efeito antinociceptivo em ambas as fases do teste foi melhorado significativamente.
O composto 2c (etil substituído na posição 3 do anel pirazol) também foi bastante
eficaz em ambas as fases do teste. o derivados propil e isopropil substituídos na
posição 3 do anel pirazol (2d e 2e, respectivamente), além de apresentarem ação
nas fases neurogênica e inflamatória, também produziram curvas dose-resposta com
um perfil diferente dos demais compostos. Ou seja, no caso do composto 2d, doses
de 75 e 750 µmol/kg foram efetivas no combate à nocicepção na fase inflamatória,
mas a dose intermediária de 250 µmol/kg não produziu qualquer efeito. O composto
2e apresentou um perfil ainda mais surpreendente, visto que a menor dose (25
µmol/kg) foi a mais eficaz, tanto na fase neurogênica quanto na fase inflamatória.
Até o momento, o que se conhece a respeito dessas moléculas não permite uma
explicação clara desse perfil dose-resposta atípico. É possível que estudos
posteriores que venham a elucidar características farmacocinéticas e o(s)
mecanismo(s) de ação desses compostos, possam esclarecer esse ponto.
Outra observação interessante foi à diferença de efeito do composto 2b e seu
análogo MPCA (3-metil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-1-carboxiamidapirazol),
cujas ações já foram descritas na literatura (SOUZA et al., 2001). Diferente do
composto 2b, o MPCA é ativo contra a dor neurogênica, em doses semelhantes e no
mesmo teste utilizado no presente trabalho. Entretanto, o composto 2b foi mais
Discussão
66
eficaz na redução da nocicepção na fase inflamatória do que o MPCA. Assim, a
troca de um grupamento triclorometil da posição 5 do anel pirazol por um
grupamento trifluormetil parece melhorar o efeito antinociceptivo na fase inflamatória,
enquanto abole o efeito na fase neurogênica. O composto 2h é estruturalmente
similar ao FPCA (3-fenil-5-hidróxi-5-triclorometil-4,5-diidro-1H-1-
carboxiamidapirazol), sendo que ambos diferem apenas em relação ao substituinte
da posição 5 do anel pirazol. Trabalhos anteriores relatam a ação antinociceptiva e
antipirética do FPCA (SOUZA et al., 2002; GODOY et al, 2004). Já o pirazolínico 2h
aqui estudado, o produziu efeito antinociceptivo, sugerindo que a substituição de
triclorometil por trifluormetil de alguma maneira torna essa molécula inativa. que
se considerar, ainda, que FPCA e 2h foram avaliados em diferentes modelos de
nocicepção, o que torna a comparação de seus efeitos menos precisa do que se
tivessem sido avaliados em condições idênticas. Uma possível explicação para essa
diferença de efeitos dos compostos possuindo cloro ou flúor em sua estrutura pode
estar relacionada ao tamanho e eletronegatividade desses átomos. Enquanto o cloro
possui um raio de 1,81 Å (WATSON & MOKLER, 1987), o flúor tem um raio de 1,47
Å (KEVIN & KITTERINGHAN, 2001). Além disso, o cloro é menos eletronegativo do
que o flúor. Essas características podem causar efeitos estéricos e conferir às
moléculas contendo cloro ou flúor diferentes propriedades de ligação a seu sítio de
ligação. Entretanto, como até o momento não se conhece o mecanismo de ação
dessas drogas, essas conclusões são meramente especulativas. Alguns possíveis
mecanismos de ação, tais como as vias opioidérgicas, serotoninérgicas,
noradrenérgicas e glutamatérgicas, foram investigados. Os resultados apontam
para o não envolvimento de receptores opióides, α2-adrenérgicos e do “pool”
endógeno de serotonina. Indícios sugerem uma participação da via glutamatérgica,
mas esse estudo está em andamento, não sendo conclusivo até o momento (dados
não publicados).
Após ter sido feita essa avaliação preliminar de todos os compostos da série
de derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida no teste da
formalina, foi calculada a eficácia dos mesmos, na maior dose administrada, a fim de
selecionar o melhor composto. Analisando os dados de eficácia nas duas fases do
teste da formalina, verificou-se que os derivados pirazolínicos 2c e 2j apresentaram
efeito extremamente similar, principalmente na fase inflamatória, onde ambos
Discussão
67
praticamente aboliram a resposta nociceptiva. Em resumo, para essa série de
compostos, parece que a presença de metil na posição 4 ou etil na posição 3 do
anel pirazol parecem conferir melhor eficácia antinociceptiva. Por esse motivo, 2c e
2j foram escolhidos para os demais estudos realizados.
Os efeitos dos compostos 2c e 2j foram comparados aos efeitos da dipirona e
da salicilamida no teste da formalina. A comparação com dipirona foi feita devido a
essa droga também pertencer à classe dos derivados pirazolínicos e também devido
ao seu amplo emprego na clínica médica como analgésico e antitérmico. Já a
comparação com salicilamida teve por objetivo esclarecer as propriedades
conferidas às novas moléculas pela substituição bioisostérica do benzeno da
salicilamida pelo 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol nos novos compostos. De fato,
essa substituição melhorou a atividade dos novos derivados pirazolínicos, uma vez
que os compostos 2c e 2j produziram maiores percentagens de antinocicepção,
sendo estatisticamente maiores que aquela induzida pela salicilamida. Outro dado
interessante foi que a dose de 2c e 2j para produzir significativa antinocicepção
menor que a de salicilamida, a qual foi ativa apenas a partir da dose de 1500
µmol/kg. Em experimentos piloto, ela foi testada na mesma dose de 2c e 2j (1000
µmol/kg), porém não apresentou nenhum efeito. É possível, sem dúvida, que doses
maiores que 1500 µmol/kg possuam eficácia similar ou até melhor que 2c e 2j.
Entretanto, isso não foi testado em virtude da baixa solubilidade da salicilamida que
não permitiu administrar doses maiores. De qualquer forma, pode-se supor que os
compostos 2c e 2j apresentam maior potência que a salicilamida. Em relação à
dipirona, parece que as substituições, presentes no anel pirazol, nos compostos 2c e
2j também tornaram esses compostos significativamente mais eficazes que a
dipirona. Isso foi verificado tanto na fase neurogênica quanto na fase inflamatória do
teste da formalina.
Uma característica interessante dessa rie de derivados pirazolínicos é que,
de forma similar à dipirona, mas diferente da maioria dos AINEs, alguns compostos
apresentaram efeito na fase neurogênica do teste da formalina. Isso pode sugerir
que o mecanismo pelo qual eles exercem sua ação pode ser, pelo menos em parte,
diferente daquele dos AINEs clássicos. Esse efeito na nocicepção neurogênica é
interessante, uma vez que se sabe que a dor de origem neurogênica não é aliviada
com boa eficácia pelos analgésicos convencionais, o que pode dificultar o
Discussão
68
tratamento de pacientes que sofrem desse tipo de dor (DAVIS et al., 1994; NIV &
DEVOR, 2006).
Os compostos 2c e 2j foram avaliados em sua capacidade de inibir a
nocicepção induzida por estímulo térmico, no teste da placa quente. Nesse modelo,
tais compostos mostraram-se inativos, enquanto a dipirona, incluída como controle
positivo, produziu antinocicepção. Existem controvérsias na literatura a respeito da
utilidade de testes térmicos para avaliação de analgésicos fracos, como os AINEs.
Alguns autores consideram que os AINEs, assim como a dipirona, não são eficazes
em teste nocivos térmicos (AKMAN et al., 1996; TAYLOR et al., 1998). Por outro
lado, outros autores têm mostrado que a dipirona causa antinocicepção em modelos
de estimulação térmica (CARLSSON et al., 1986; CARLSSON & JURNA, 1987;
TORTORICI & VANEGAS, 1994; HERNÁNDEZ-DELGADILLO et al., 2003). Essas
discrepâncias na literatura podem ser decorrentes das diferenças na intensidade do
estímulo empregada em cada trabalho. Quando a intensidade do estímulo está ao
redor de 50°C, o efeito de analgésicos fracos pode ser detectado (NISHIYAMA &
HANAOKA, 1974; ANKIER, 1974; HUNSKAAR et al., 1986). No presente estudo, as
divergências de efeito entre dipirona e os novos compostos testado pode ter ocorrido
devido às diferentes doses empregadas para 2c e 2j (1000 µmol/kg) e para dipirona
(1500 µmol/kg). Entretanto, doses maiores de 2c e 2j não foram possíveis em
função de sua solubilidade no veículo empregado. Além disso, os derivados
pirazolínicos tricloro substituídos FPCA e MPCA, os quais têm estrutura química
bastante similar a de 2c e 2j, e que foram avaliados em doses semelhantes as aqui
empregadas, também não apresentam atividade antinociceptiva no modelo da placa
quente (SOUZA et al., 2001). Portanto, é possível que compostos 5-trialometil-4,5-
diidro-1H-pirazol-1-carboxiamida sejam, realmente, inativos contra a nocicepção
térmica.
Os novos derivados pirazolínicos 2c e 2j foram, também, testados no modelo
do edema de pata e da alodínia induzidos por carragenina, um modelo experimental
amplamente utilizado para avaliar efeito de drogas na inflamação aguda em animais
(WINTER et al.,1962). A inflamação porduzida por carragenina é caracteristicamente
bifásica (WINTER et al.,1962). Alguns trabalhos sugerem que a primeira fase (até 1
h após a injeção de carragenina) envolve a liberação de histamina, serotonina e
bradicinina (Di ROSA &WILLOUGHBY, 1971, SALVEMINI et al., 1996). a
Discussão
69
segunda fase ou fase tardia, que ocorre após 1 h da administração de carragenina,
parece ser relacionada a outros mediadores inflamatórios, como as prostaglandinas
(DI ROSA & WILLOUGHBY, 1971, SALVEMINI et al., 1996). Baseado nesses
pressupostos, uma inibição na segunda fase poderia estar relacionada à inibição da
ciclooxigenase (SALVEMINI et al., 1996). Nossos resultados demonstraram que os
compostos 2c e 2j foram ativos contra o edema de pata induzido por carragenina
apenas na fase mais tardia do teste, implicando numa possível ação antiinflamatória
para esses compostos. Além disso, não houve diferença de efeito entre os dois
compostos, sugerindo que a presença de metil na posição 4 ou etil na posição 3 do
anel pirazol não alteram a eficácia antiedematogênica dessas drogas. É interessante
ressaltar que o MPCA, composto análago ao 2c e ao 2j, foi ineficaz contra o edema
de pata produzido por carragenina em ratos (SOUZA et al., 2001). Isso pode indicar
que a substituição de cloro por flúor pode ter conferido aos compostos 2c e 2j
propriedades antiinflamatórias que não estavam presentes no MPCA. Outra hipótese
plausível para essa diferença de efeitos é que a presença de CF3 (grupamento
trifluormetil) torna os compostos metabolicamente mais estáveis em comparação
com aqueles que apresentam o isóstero CCl3 (PARK et al., 2001) e isso poderia
influenciar no efeito das drogas. Além disso, o efeito tardio de 2c e 2j (4,5 h após
sua administração) pode também estar relacionado a essa establidade metabólica
conferida pela presença de CF3 nas moléculas. De fato, a ligação flúor-carbono é
bem mais forte que a ligação cloro-carbono (PARK et al., 2001; LAUVERGNAT et
al., 1996), o que torna a primeira bem menos suscetível à oxidação que a primeira
(LAUVERGNAT et al., 1996). Essa maior resistência à oxidação pode contribuir para
uma maior estabilidade das moléculas e, assim, fazer com que sua
biodisponibilidade seja maior em relação aos compostos triclorometilados.
Entretanto, o estudo de SOUZA e colaboradores (2001) foi realizado em ratos,
diferente do presente estudo onde a inflamação induzida por carragenina foi
analisada em camundongos. Então, a diferença entre as espécies empregadas nos
dois trabalhos também pode estar relacionada aos resultados divergentes obtidos.
Além dos efeitos dos compostos 2c e 2j sobre a nocicepção e o edema de
pata em camundongos, também foram avaliados os efeitos sobre a atividade
locomotora espontânea e forçada. Nesses testes, os compostos não causaram
nenhum prejuízo da locomoção dos animais, sugerindo que os efeitos sobre a
Discussão
70
nocicepção não podem ser relacionados com algum prejuízo da capacidade de
resposta dos animais ao estímulo nocivo. A salicilamida, cujo efeito antinociceptivo
foi comparado com o efeito de 2c e 2j, causou um aumento na ambulação dos
camundongos, demonstrando que ela pode exercer outros efeitos além de
antinocicepção. Sabe-se que drogas psicoestimulantes, como as anfetaminas,
podem causar hiperexcitabilidade e aumentar a ambulação dos animais no campo
aberto (KELLEY, 2001; WELLMAN et al.; 2005). Entretanto, não há relatos na
literatura a esse respeito em relação à salicilamida.
Numa segunda etapa do trabalho, foram avaliados os efeitos dos derivados
pirazolínicos 2c e 2j em um modelo de artrite induzida por adjuvante completo de
Freund (CFA). As ações dos compostos sobre a alodínia e o edema induzidos por
CFA foram avaliadas após administração aguda e crônica dos mesmos. Além disso,
naqueles animais que receberam tratamento crônico, foram avaliados alguns
parâmetros indicadores de toxicidade. A avaliação da toxicidade é um aspecto
importante desse trabalho, no sentido de ampliar os dados da literatura em relação
ao perfil farmacológico dos derivados pirazolínicos. Em pesquisas anteriores
realizados no LABNEURO com outros derivados pirazolínicos, a avaliação da
toxicidade ainda não havia sido estudada.
Como previamente relatado (CHAPLAN et al., 1994; WILSON et al., 2006), a
injeção de CFA intraplantar em ratos produziu uma intensa e duradoura alodínia
mecânica, como verificado pela diminuição dos limares de resposta aos filamentos
de von Frey, a partir de 2-3 dias após a injeção. Também foi detectado edema
significativo da pata injetada com CFA, chegando a mais de 100% em relação ao
volume basal da pata antes da injeção. Tanto a alodínia quanto o edema
permaneceram evidentes até o último dia de observação experimenal (17-18 dias
após CFA), caracterizando o desenvolvimento de um processo inflamatório crônico.
Além disso, os sinais inflamatórios ficaram restritos ao local da injeção, sem
propagarem-se para a pata contralateral.
Inicialmente, os compostos 2c e 2j foram administrados de forma aguda e foi
avaliada a sua ação sobre a alodínia e o edema de pata induzido por CFA. Nesse
protocolo experimental, a dipirona foi administrada a um grupo de ratos, sendo
usada como controle positivo. Após o tratamento agudo com 2c, 2j e dipirona, o
efeito anti-alodínico instalou-se rapidamente, alterando significativamente os limiares
Discussão
71
de resposta dos animais 30 min após sua administração. Além disso, tanto os novos
derivados pirazolínicos quanto a dipirona causaram um efeito antinociceptivo de
longa duração (até 12 h após a injeção). Os compostos 2c, 2j e dipirona diferiram,
entretanto, no tempo necessário para atingir seu efeito antinociceptivo máximo,
enquanto 2c produziu inibição máxima da alódinia 1h após a injeção, 2j somente
atingiu seu efeito máximo 4 h após o tratamento. A dipirona causou um efeito
inibitório máximo ainda mais tardio (6 h), o que está de acordo com o fato de que ela
gera metabólitos ativos (HINZ et al., 2007). A longa duração de ação dos compostos
2c e 2j pode estar relacionada com a presença do grupamento CF3, que pode tornar
os compostos metabolicamente mais estáveis (PARK et al., 2001; KARTHIKEYAN et
al., 2007). De fato, substituições com flúor tornam a molécula bem mais resistente ao
ataque direto pelo citocromo P450 (PARK et al., 2001). Entretanto, não se pode
descartar a possibilidade de que, assim como a dipirona, esses compostos possam
também gerar metabólitos ativos, os quais poderiam ser responsáveis pela
manutenção dessa ação prolongada. Porém, estudos farmacocinéticos são
necessários para que futuramente esse ponto seja esclarecido. É importante
destacar que drogas que produzem efeitos de longa duração são interessantes na
aplicação clínica, uma vez que proporcionam maior conforto ao paciente, que o
número de doses diárias a serem tomadas pode ser reduzido. Por esse motivo, os
compostos 2c e 2j parecem ser bons protótipos para o desenvolvimento de novas
drogas analgésicas.
Comparando o efeito anti-alodínico dos compostos 2c e 2j com o efeito da
dipirona, foi verificada uma diferença em termos de magnitude do efeito dessas
drogas. Na maior dose testada (1000 µmol/kg), o composto 2c foi capaz de reverter
completamente a alodínia induzida pelo CFA, enquanto que a dipirona, na mesma
dose, apenas proporcionou reversão parcial. Esse resultado sugere que o
pirazolínico 2c parece ser mais eficaz que a dipirona no combate à dor de origem
inflamatória.
Por outro lado, o edema induzido por CFA não foi revertido nem pela
administração aguda nem pela administração crônica de 2c, 2j ou dipirona. Relatos
prévios demonstram que a dipirona previne o edema induzido por alguns agentes,
como endotoxinas (FRACASSO et al., 1996), carragenina (BRUNE et al., 1983) e
CFA (WEITHMANN et al., 1985; TATSUO et al., 1994). Entretanto, os trabalhos
Discussão
72
demonstrando a ação antiedematogênica da dipirona no modelo de inflamação
induzida por CFA diferem do presente estudo, pois foram usados diferentes
protocolos de indução e avaliação da inflamação. No caso do estudo realizado por
TATSUO e colaboradores (1994), foi usado um modelo onde o CFA foi injetado na
base da cauda dos animais e o edema foi avaliado na pata 14 dias após a indução
da inflamação. Nesse modelo, ocorre uma reação sistêmica provocada pela injeção
de CFA na cauda, provocando, entre outras coisas, inflamação na pata do animal.
No presente trabalho, o CFA foi injetado na pata traseira direita dos ratos e a
inflamação ficou restrita ao local da injeção, visto que alodínia e edema não foram
detectados na pata contralateral. Tais diferenças no local da injeção do CFA podem
produzir diferentes graus de inflamação e, assim, as drogas podem agir de maneira
diferente ou mesmo serem ineficazes dependendo do modelo empregado. Outro
fator que pode explicar as divergências com relação aos dados da literatura
reportando ação antiedematogênica para a dipirona, diz respeito à cepa de
Mycobacterium utilizada na preparação do adjuvante e à linhagem dos ratos
empregados. No trabalho de WEITHMANN e colaboradores (1985), por exemplo, foi
usado CFA proveniente de Mycobacterium butyricum e os experimentos foram
realizados em ratos Lewis, diferente do presente estudo, onde foi usado CFA de
Mycobacterium tuberculosys e ratos Wistar. Nesse sentido, relatados prévios na
literatura confirmam que existe ampla variação na incidência e severidade da artrite
induzida pelo CFA, dependendo da cepa de Mycobacterium e da linhagem de ratos
usados (SWINGLE et al., 1969; VAN EDEN et al., 2001; BANIK et al., 2002; WONG
et al., 2006). Levando em consideração essas diferenças em relação aos
procedimentos adotados em trabalhos anteriores e neste, é possível que a falta de
efeito antiedematogênico da dipirona esteja relacionada ao protocolo experimental
usado.
Os compostos 2c e 2j parecem o exercer ação antiinflamatória, no modelo
de inflamação crônica induzida por CFA em ratos, como demonstrado pela sua
ineficácia em diminuir o edema de pata. Esse resultado é, de certa maneira,
conflitante com aquele encontrado quando a inflamação foi induzida por carragenina
em camundongos, onde esses compostos apresentaram ação antiedematogênica
significativa. A eficácia contra o edema induzido por carragenina parecia, realmente,
fornecer indícios de que 2c e 2j exercessem alguma atividade antiinflamatória,
Discussão
73
que eles apresentaram efeito justamente na fase tardia do teste, que é considerada
ser decorrente da produção de prostaglandinas (SALVEMINI et al., 1996). Em
relação a essa discrepância nos efeitos observados nos dois modelos de inflamação,
que se considerar as diferenças entre os dois modelos e também o protocolo
experimental empregado em cada caso. A inflamação causada pela carragenina é
considerada uma inflamação aguda, enquanto a inflamação induzida por CFA é
crônica, ou seja, com o passar dos dias os animais não apresentam resolução do
quadro inflamatório (WINTER et al.,1962; VAN EDEN et al., 2001). Além disso, no
caso do teste da carragenina, os camundongos foram tratados com 2c e 2j antes da
indução da inflamação. no caso do teste do CFA, os compostos foram
administrados depois de instalada a inflamação, um protocolo que permitiria ver
efeitos terapêuticos dos compostos e não efeitos preventivos, como no caso do
protocolo de administração adotado no teste da carragenina. A utilização de
protocolos de administração de drogas após a instalação de uma lesão ou doença é,
em geral, mais estreitamente relacionada com a realidade na clínica médica. São
poucos os casos em que se administram drogas antiinflamatórias antes que o
processo inflamatório tenha se instalado e produzido sinais e sintomas. Deve-se
considerar, ainda, que nesses dois modelos de inflamação aqui empregados, foram
usadas diferentes espécies de roedores, o que também pode contribuir para essa
diferença de efeito.
Após administração crônica, os derivados pirazolínicos 2c e 2j, assim como a
dipirona, reduziram a alodínia induzida pela injeção intraplantar de CFA. Além disso,
os compostos parecem não produzir tolerância, visto que eles continuaram a
apresentar efeito após administração de várias doses, sendo que até o 15° dia ainda
se observava a eficácia dos mesmos contra a alodínia. No caso deste protocolo de
administração crônica, foi dada uma injeção das drogas a cada 24 h. É interessante
notar que 24 h após receber a segunda dose (dia 3 do protocolo experimental), os
animais apresentavam um aumento significativo em seu limiar de resposta ao
estímulo mecânico, sugerindo um alívio da dor inflamatória. Apesar disso, não foi
obtida uma reversão total da alodínia causada pelo CFA ao longo de 15 dias de
tratamento com 2c, 2j ou dipirona. É possível que doses maiores ou um maior
número de doses diárias possa produzir um bloqueio completo da alodínia, porém
isso precisa ser testado futuramente.
Discussão
74
Nos animais injetados intraplantarmente com CFA e que foram tratados
cronicamente com 2c, 2j ou dipirona foi avaliada a concentração de haptoglobina no
soro. Essa é uma proteína de fase aguda, cujos níveis aumentam durante a
inflamação induzida por CFA em ratos, servindo como um marcador da evolução ou
regressão da doença (GIFFEN et al., 2003). De fato, a injeção intraplantar de CFA
causou um aumento na concentração de haptoglobina, quando esse parâmetro foi
avaliado 17 a 18 dias após a indução da inflamação da pata. Entretanto, o
tratamento dos ratos com 2c, 2j ou dipirona, durante 15 dias, não foi capaz de
diminuir os níveis de haptoglobina, sugerindo que tais drogas não alteram o curso da
doença. Esse resultado está de acordo com aqueles obtidos na avaliação do edema
de pata, onde 2c, 2j e dipirona foram ineficazes em reduzir esse sinal de inflamação.
Tomados juntos, esses achados apontam para uma falta de efeito dos novos
pirazolínicos, assim como da dipirona, sobre a inflamação crônica, nas condições em
que foram testados.
Os sinais e sintomas da inflamação incluem, além de dor e edema, a
migração de células do sistema imunológico para o local inflamado (MARCHAND et
al., 2005). Os tipos de células que contribuem para a dor inflamatória dependem do
tipo de inflamação, mas, em geral, vários tipos celulares podem ser recrutados e
contribuir, ainda que em diferentes graus, para uma sensibilidade dolorosa
aumentada (MARCHAND et al., 2005). Sendo assim, a atividade das enzimas MPO,
NAG e EPO, em amostras de tecido da pata de ratos que receberam injeção
intraplantar de CFA, foram analisadas como indicadores do recrutamento de
neutrófilos, macrófagos e eosinófilos para o local da lesão, respectivamente
(SUZUKI et al., 1983; LLORET et al., 1995; KANG et al., 2008). Foi encontrado neste
estudo que a atividade da MPO, mas não da NAG ou da EPO, estava aumentada
quando avaliada 17-18 dias após a injeção do CFA, sugerindo acúmulo apenas de
neutrófilos no local da inflamação. Além disso, foi verificado que o tratamento com
2c, 2j ou dipirona não foi capaz de reduzir a atividade da MPO e, por dedução, a
infiltração de neutrófilos no sítio inflamado. No entanto, é importante ressaltar que,
até o presente momento, o decurso temporal do recrutamento de células
imunológicas após indução de inflamação por injeção intraplantar de CFA não está
completamente descrito na literatura. Em 2006, LEVY e colaboradores mostraram
que 28 dias após a indução de monoartrite na articulação do joelho de ratos pela
Discussão
75
injeção de CFA, o número de leucócitos totais aumentou drasticamente no líquido
sinovial local, enquanto que o número de macrófagos foi apenas modestamente
aumentado. Se a infiltração de células imunológicas na pata injetada com CFA
ocorre de maneira semelhante àquela encontrada no modelo de monoartrite
empregado por Levy e colaboradores, os resultados obtidos no presente estudo
corroboram, pelo menos em parte, com os resultados obtidos pelo estudo
anteriormente citado. Entretanto, aqui a remoção do tecido da pata para análise
indireta da infiltração celular foi feita 17-18 após a indução de inflamação com CFA,
sendo que no trabalho anteriormente citado, essa avaliação foi feita 28 dias após a
injeção do CFA. Talvez o protocolo empregado no presente trabalho não tenha sido
adequado para a detecção de um aumento de macrófagos e eosinófilos, em função
do tempo após CFA em que foram coletadas as amostras.
Existem relatos de que macrófagos e neutrófilos contribuem para a
manifestação de dor em modelos experimentais. Eles podem liberar mediadores
inflamatórios, incluindo o TNF-α, uma citocina pró-inflamatória (MARCHAND et al.,
2005). No presente trabalho, nós verificamos que os níveis teciduais de TNF-α
aumentaram na pata inflamada dos ratos, 17-18 dias após a injeção de CFA. Porém,
o tratamento crônico dos animais com 2c, 2j ou dipirona não causou redução desse
parâmetro. Esse dado aliado à falta de efeito dos compostos 2c e 2j na infiltração de
neutrófilos, reforça a idéia de que esses compostos são desprovidos de ação
antiinflamatória.
A dosagem de AST, ALT, uréia e creatinina foi realizada com o objetivo de
identificar possíveis lesões hepáticas e renais decorrentes da administração crônica
dos compostos 2c e 2j e da dipirona. Nenhum dos tratamentos produziu qualquer
alteração nesses indicadores de toxicidade, sugerindo que 2c, 2j e dipirona não são
tóxicos em ratos, ao menos na dose e duração do tratamento em que foram
avaliados.
Além dos parâmetros de toxicidade renal e hepática, também foram avaliados
outros indicadores de efeitos adversos, como mudanças no ganho de peso corporal
e alterações em parâmetros hematológicos. Estudos têm reportado que a injeção
intraplantar de CFA causa uma redução do ganho de peso corporal dos animais ao
longo do tempo, além de produzir sinais de poliartrite (WALTZ et al., 1971; FRANCH
et al., 1994; YU et al., 2006). No presente trabalho, o peso corporal foi avaliado
Discussão
76
diariamente ao longo dos dias de tratamento crônico. Nos dias 1 e 2 do protocolo
experimental (2 a 4 dias após a injeção de CFA) foi detectada uma diminuição no
ganho de peso dos animais que receberam CFA em relação aos que receberam
salina intraplantar. Entretanto, isso não foi afetado pelo tratamento com 2c, 2j ou
dipirona, indicando que essa diminuição no peso não tem relação com a
administração dessas drogas, mas somente com a injeção do CFA. Além disso,
sinais de poliartrite, observados por outros autores, não foram detectados no
presente estudo. É possível que essa discrepância em relação aos resultados
obtidos por outros pesquisadores esteja relacionada ao desenho experimental,
assim como à linhagem de ratos e à cepa de Mycobacterium usada na preparação
do adjuvante.
A avaliação de alguns parâmetros hematológicos nos animais que receberam
tratamento crônico com 2c, 2j ou dipirona foi feita para verificar se esse tratamento
causava alguma alteração na hematopoiese. Dentre os parâmetros avaliados,
somente foi encontrado um aumento no número de leucócitos totais dos animais que
receberam CFA intraplantar e tratamento crônico com 2c, 2j ou dipirona. Nos
animais que receberam salina intraplantar em vez de CFA e que foram submetidos
ao mesmo protocolo de tratamento com as drogas, esse aumento no número de
leucócitos não foi encontrado. Então, essa leucocitose parece ocorrer apenas na
presença de inflamação induzida por CFA, descartando a possibilidade de um efeito
per se dos derivados pirazolínicos 2c, 2j e da dipirona sobre a produção de
leucócitos. Nesse contexto, alguns trabalhos têm mostrado diminuição no
hematócrito e nos níveis de hemoglobina, produzindo anemia, e pronunciado
aumento no número de leucócitos e linfócitos em ratos injetados com CFA
(MIKOLAJEW et al., 1969; WALZ et al., 1971). Entretanto, mais uma vez, diferenças
entre os protocolos experimentais impedem uma comparação adequada como os
resultados obtidos no presente estudo.
Os efeitos adversos associados com os AINEs clássicos incluem desconforto
gastrointestinal e surgimento de lesões e úlceras da mucosa, sendo que uma
percentagem relevante dos pacientes que experimentam tais efeitos apresentam
risco de morte (VANE et al., 1998). No presente estudo, foi demonstrado que a
administração crônica dos pirazolínicos 2c, 2j ou dipirona não causou lesões da
mucosa do estômago de ratos, sugerindo uma boa tolerabilidade gástrica para essas
Discussão
77
drogas. Além disso, uma análise macroscópica do fígado, rins e baço não mostrou
lesões aparentes e também não houve mudança na percentagem de peso desses
órgãos em relação ao peso corporal dos animais.
Ainda em relação à toxicidade dos novos derivados pirazolínicos avaliados
neste trabalho, vale ressaltar que eles não causaram morte de nenhum animal nem
produziram sinais comportamentais de toxicidade (por exemplo, convulsões, apatia,
dificuldades locomotoras) que justificassem a eutanásia dos mesmos e a interrupção
dos experimentos.
Em resumo, os resultados obtidos nos estudos realizados com camundongos
e ratos, usando modelos de nocicepção e inflamação aguda e crônica, bem como a
análise preliminar da toxicidade dos derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-pirazol-1-
carboxiamida, especialmente dos compostos 2c e 2j, permite concluir que estes são
bons protótipos para estudos posteriores visando o desenvolvimento de novas
drogas analgésicas.
VII. CONCLUSÕES
Conclusões
79
Tendo em vista os resultados obtidos no presente trabalho foi possível
concluir que:
1 Todos os derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-1-pirazol-1-carboxamida, exceto
o derivado 3-fenil substituído (2h), causaram antinocicepção no teste da formalina
(estímulo nocivo químico). Os compostos 3-etil e 4-metil substituídos (2c e 2j,
respectivamente) foram mais eficazes contra a nocicepção neurogênica e
inflamatória produzida pela formalina. Os derivados 2c e 2j foram ineficazes contra a
nocicepção térmica aguda (teste da placa quente).
2 O edema de pata induzido por carragenina foi prevenido pela administração dos
novos derivados pirazolínicos 3-etil-5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-1-pirazol-1-
carboxamida (2c) e 4-metil-5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-1-pirazol-1-carboxamida (2j).
Além disso, esses compostos foram capazes de inibir a alodínia induzida pela
carragenina.
3 Os derivados pirazolínicos 2c e 2j causaram efeito anti-alodínico no modelo de
inflamação crônica induzida por CFA, tanto quando administrados agudamente
quanto cronicamente. Porém, não produziram efeito antiedematogênico após
tratamento agudo ou crônico.
4 A administração crônica dos derivados pirazolínicos 2c e 2j não foi capaz de
diminuir os níveis plasmáticos de haptoglobina (marcador de inflamação), e nem a
atividade da mieloperoxidase e a concentração de TNF-α tecidual, aumentados pela
injeção intraplantar de CFA. Esses dados indicam falta de efeito antiinflamatório
desses compostos.
5 A administração crônica de 2c e 2j não alterou os parâmetros bioquímicos
indicadores de toxicidade renal e hepática, sugerindo que tais compostos o
causam lesão dos rins e do fígado.
Conclusões
80
6 Não houve alteração no ganho de peso corporal nem do tamanho de alguns
órgãos internos de ratos que foram cronicamente tratados com 2c e 2j, indicando,
mais uma vez, que esses compostos parecem não apresentar toxicidade.
7 Não foram encontrados sinais de lesão da mucosa gástrica após tratamento
crônico com 2c e 2j, indicando boa tolerabilidade gástrica para esses derivados
pirazolínicos.
8 Os derivados 5-trifluormetil-4,5-diidro-1H-1-pirazol-1-carboxamida, não alteraram
a atividade locomotora de camundongos e ratos, sugerindo ausência de efeitos
inespecíficos que pudessem mascarar os resultados obtidos sobre os parâmetros
relacionados à nocicepção.
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IX . ANEXOS
Anexo 1
96
ANEXO 1 – ARTIGO PUBLICADO NO PERIÓDICO
EUROPEAN JOURNAL OF MEDICINAL CHEMISTRY
Anexo 1
97
Anexo 1
98
Anexo 1
99
Anexo 1
100
Anexo 1
101
Anexo 1
102
Anexo 1
103
Anexo 1
104
Anexo 1
105
Anexo 1
106
Anexo 1
107
108
ANEXO 2– MANUSCRITO
Anexo 2
109
Effect of 5-trifluoromethyl-4,5-dihydro-1H- pyrazoles on chronic inflammatory
pain model in rats
Patricia D. Sauzem
a
, Gabriela da S. Sant’Anna
a
, Pablo Machado
b
, Marta M. M. F.
Duarte
d
, Juliano Ferreira
a
, Carlos F. Mello
c
, Paulo Beck
b
, Helio G. Bonacorso
b
, Nilo
Zanatta
b
, Marcos A. P. Martins
b
and Maribel A. Rubin
a
*
a
Laboratório de Neurotoxicidade e Psicofarmacologia and
b
Núcleo de Química de
Heterociclos (NUQUIMHE), Departamento de Química, Centro de Ciências Naturais
e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, 97.105-900, Santa Maria, RS,
Brazil.
c
Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal de Santa Maria, 97.105-900, Santa Maria, RS, Brazil.
d
Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Luterana do Brasil, 97.020-001,
Santa Maria, RS, Brazil.
*Corresponding author. Tel.: +55 55 3220-8053; Fax: +55 55 3220-8978
E-mail address:
maribel.rubin@gmail.com (Maribel A. Rubin)
Anexo 2
110
Abstract
Arthritis is a joint inflammatory disease, and the primary feature which patients
present in the clinic is chronic pain. Nonsteroidal antiinflammatory drugs (NSAIDs)
are commonly used for treatment of arthritis. However, long-term use of the NSAIDs
has been associated with considerable morbidity, limiting their use. So, remains a
need to develop new drugs for effective and safe relief of chronic inflammatory pain.
In this context, the present study was designed to evaluate the antinociceptive and
antiedematogenic effect of the 5-trifluoromethyl-4,5-dihydro-1H-pyrazole derivatives
EPFCA3 and MPFCA4 after acute and chronic administration in rats submitted to
model of adjuvant-induced arthritis. Moreover, we also analyzed some biochemistry
parameters indicators of toxicity after prolonged administration of these compounds.
We find that acute and chronic administration of EPFCA3 and MPFCA4 produces
antinociceptive, but not antiedematogenic effect, on arthritis animal model induced by
CFA. In the animals that received chronic treatment with EPFCA3 and MPFCA4,
were detected no toxicity signals. Dipyrone was used as positive control and their
effect was similar to effect of the new pyrazoles. The activity of tissue
myeloperoxidase, the tissue TNF-α level and the serum haptoglobin level were
increased by CFA intraplantar injection. However, chronic administration of
EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone was no able to alter these parameters relationship to
inflammation. Our results suggest that EPFCA3 and MPFCA4 seems to be good
candidates for development of new drugs for pain treatment.
Key words: antinociception, pyrazole carboxiamide derivatives, tactile allodynia, paw
edema, toxicity
Anexo 2
111
1. Introduction
Chronic pain affects hundreds of millions of people worldwide and alters their
physical and emotional functioning, decreases their quality of life and impairs their
ability to work (Goldenberg et al., 1987; Ashburn et al., 1999). Osteoarthritis and
rheumatoid arthritis comprise two common forms of joint inflammatory disease, and
the primary feature which patients present in the clinic is chronic pain (Wilson et al.,
2006).
Nonsteroidal antiinflammatory drugs (NSAIDs) are commonly used for
treatment of arthritis. However, long-term use of the NSAIDs has been associated
with considerable morbidity in terms to dyspepsia, gastrointestinal haemorrhage,
renal dysfunction, aggravation of hypertension, and precipitation of heart falilure
(Narsinghani et al., 2006). Since the currently available therapies used in chronic
inflammatory disorders fail to adequately alleviate pain in many patients, and side
effects of the treatments often limit their use, there remains a need to develop new
drugs for effective and safe relief of chronic inflammatory pain (Wilson et al., 2006).
Pyrazole compounds and their derivatives are widely known for their excellent
effectiveness as analgesics and antipyretics (Williams et al., 1999). Moreover, some
data have shown that the ulcerogenic activity of dipyrone, a pyrazole derivative, in
rats and humans is substantially lower than the risk associated with other NSAIDs,
such as acetylsalicylic acid and diclofenac, commonly used for pain relief (Andrade et
al., 1998; Sánchez et al., 2002). These findings suggest better tolerability of dipyrone
in relationship to other NSAIDs.
In this context, we have synthesized new pyrazole derivatives and reported
their antinociceptive and antipyretic effects in animal models of inflammation, fever
and pain (Souza et al., 2001; Souza at al. 2002; Godoy et al., 2004; Tomazetti et al.,
2005; Tabarelli et al., 2004; Prokopp et al., 2006; Sauzem et al., 2007; Milano et al.,
2008). The compounds 3-ethyl-5-hydroxy-5-trifluoromethyl-4,5-dihydro-1H-1-
carboxyamidepyrazole (EPFCA3) and 4-methyl-5-hydroxy-4-methyl-5-trifluoromethyl-
4,5-dihydro-1H-1-carboxyamidepyrazole (MPFCA4) belong to a series of ten
pyrazole derivatives recently synthesized and screened for antinociceptive and
antiedematogenic activity in mice. These compounds cause antinociception in
neurogenic and inflammatory pain induced by formalin, and antiedematogenic action
on carragenin model after acute administration (Sauzem et al., 2007). However, until
Anexo 2
112
present moment, the action in chronic models of pain and the toxicity of these
compounds have not been evaluated.
The present study was designed to determine whether the 5-trifluoromethyl-
4,5-dihydro-1H-pyrazoles derivatives EPFCA3 and MPFCA4 (Figure 1) exhibits
antinociceptive and anti-inflammatory properties after acute and chronic
administration in rats submitted to model of adjuvant-induced arthritis. Moreover, we
also analyzed some biochemistry parameters indicative of toxicity after prolonged
administration of these compounds. We also compared the action of pyrazole
compounds with that of dipyrone.
2. Materials and Methods
2.1. Animals
All experiments were performed using adult male Wistar rats weighing 180-
220 g. Animals were housed in groups of 6 per cage, at a controlled temperature (22
± 1°C), on a 12 h light/12 h dark cycle and with standard lab chow and water ad
libitum. The animals were acclimated to the experimental room for at least 2 h before
the experiments. All experiments were performed in accordance with the ethical
guidelines established for investigations of experimental pain in conscious animals
(Zimmermann, 1983) and were approved by the Committee on the Use and Care of
Laboratory Animals of our University (register number 23081.018371/2006-94).
2.2. Induction of inflammation
To induce inflammation, rats were briefly anesthetized (2–3 min) with
halothane and 150 µl of the complete Freund’s adjuvant (CFA, 1 mg/ml of heat killed
Mycobacterium tuberculosis, from SIGMA) were injected subcutaneously into the
right hind paw (Wilson et al., 2006).
2.3. Measurement of tactile allodynia
Rats were placed in cages with a wire mesh bottom which allowed full access
to the paws. Behavioral habituation was allowed for approximately 15-30 min, until
cage exploration and major grooming activities ceased. The area tested was the mid-
plantar right hind paw. The paw was touched with 1 of a series of 7 von Frey hairs
with logarithmically incremental (0.8, 1.5, 3.5, 6.0, 7.5, 10.0 and 15.0 g). The von
Anexo 2
113
Frey hairs were presented perpendicular to the plantar surface with sufficient force to
cause slight buckling against the paw, and held for approximately 6-8 s. Stimuli were
presented at intervals of several seconds, allowing for apparent resolution of any
behavioral responses to previous stimuli. Ambulation was considered an ambiguous
response, and in such cases the stimulus was repeated (Chaplan et al., 1994). The
50% withdrawal threshold was determined using up-and-down method by Dixon
(1980). In this paradigm, testing was initiated with the 10.0 g hair. Stimuli were
always presented in a consecutive fashion, whether ascending or descending. In the
absence of a paw withdrawal response to the initially selected hair, a stronger
stimulus was presented. In the event of paw withdrawal, the next weaker stimulus
was chosen. A total of 6 responses were registered and the 50% response threshold
was calculated using the equation:
50% g threshold = 10
[X
f
+kδ]
where X
f
= value of the final von Frey hair used (in log units); k = tabular value for
the pattern of positive/negative responses (Dixon, 1980); and δ = mean difference (in
log units) between stimuli (0.2122).
2.4. Measurement of paw edema
Edema formation was quantified by changes in paw volume measured before
and after CFA injection (at time indicated in each experimental protocol). The paw
volume evaluation was made by immersing the injected paw into a cuvette filled with
a solution of 2.5% extran in water (v/v). The cuvette was fixed on the plate of an
electronic scale (precision of 0.01 g), and the careful immersion of the paw into
cuvette’s solution avoiding to touch the cuvette, was accompanied by an increase in
the weight displayed. The weight in grams is related to the increase of the liquid
column in the cuvette, but not to the mass of the paw. Since the cuvette’s solution
density was 1 mg/ml, the value displayed by the balance was promptly assumed as
the paw volume (Daher et al., 2005). The paw edema was calculated as to the
following equation:
% edema = [(V initial - V final)/V initial] x 100
were V initial is the volume of the paw before FCA or saline injection and V final is the
volume of the paw after FCA or saline injection.
Anexo 2
114
2.5. Open fied test
The effect of the drugs on spontaneous locomotor activity behavior was
assessed by the open field test, as previously reported by Guerra et al. (2006). This
test was carried out to identify motor disabilities, that could harm the paw withdrawal
response of the animals when, stimulated by von Frey filaments. The apparatus was
a box measuring 56x40x30 cm with the floor divided into 12 equal areas. The open
field session lasted 5 min and during this time the number of crossing responses was
recorded. The animal’s behaviour was evaluated one hour after drugs treatment.
2.6. Measurement of body weight
In the protocol of the chronic administration of the drugs, body weight was
followed during all time of treatment. The percentage of change in corporal weight
was calculated from basal weight (before CFA or saline paw injection) and was
considered as possible indicative of toxicity or side effects of the drugs (Yu et al.,
2006).
2.7. Gastric lesion assessment
Ulcerogenic activity was evaluated after chronic administration of EPFCA3,
MPFCA4 or dipyrone (100 µmol/kg, one dose daily for 15 days; controls received
vehicle). Six hours before sacrifice, an acute dose of indomethacin (30 mg/kg) was
administered to separated group of rats that was used as positive control from ulcer
presence. Food but not water was removed 18 h before euthanasia. The evaluation
was made 24 h after the last dose of the drugs. The animals were euthanized with
overdose of pentobarbital and the stomach was extracted, opened along the small
curvature to assess the lesion index (LI) and the number of ulcers (NU). The LI of
each animal was calculated by adding the following values obtained in the
observation of mucosa, considering the lesion degree produced: light (1 point),
moderate (2 points) or intense (3 points), evaluating the discoloration of mucosa, the
petechial presence and mucus loss. NU was determined by direct count of small
lesions (until 1 mm). When larger, the lesions were quantified considering 1.5 points
for mm. The observations were made using a microscope (Djahanguiri, 1969;
Ghedini et al., 2002).
Anexo 2
115
2.7. Biochemical analysis
2.7.1 Sample collection
Twenty four hours after the cessation of the chronic treatment, the animals
were killed by i.p. injection of sodium pentobarbital. Blood samples were collected
from the abdominal aorta into serum separator tubes (for asparte aminotransferase,
alanine aminotransferase, urea, creatinine and haptoglobin analysis) or into tubes
with EDTA (for hemogram analysis). The skin of the hind paws were removed and
immediately frozen for posterior analysis of the myeloperoxidase (MPO), N-acetyl-β-
D-glucosaminidase activity (NAG) and eosinophil peroxidase (EPO). A gross
examination was made of the abdominal organs, which were removed and weighed.
2.7.2. Hematological analysis
The number of erythrocytes, leukocytes, lymphocytes, monocytes, platelets
and the concentration of hemoglobin and the hematocritus were measured in order to
identify any possible blood dyscrasias. Quantitative determinations were measured in
whole blood collected in EDTA tubes by use of standard methods with the fully
automated PENTRA 120
(ABX Diagnostics, Montpellier, France).
2.7.3. Hepatic and renal function analysis
Alanine aminotransferase (ALT) and aspartate aminotransferase (AST) levels
were measured as indicators of hepatic injury, while urea and creatinine levels were
used as indicators of renal lesion. The AST and ALT levels were measured using
standard enzymatic methods with the use of Ortho-Clinical Diagnostics Johnson &
Johnson reagents with a fully automated analyzer (Vitros 950, dry chemistry;
Johnson & Johnson, Rochester, NY, USA).
2.7.4. Haptoglobin analysis
Haptoglobin, an acute phase protein, which the level increases during
inflammation (Giffen et al., 2003), was measured by nephelometric immunoassay
using Dade Behring kits (BN II System Analyzer Dade Behring, Germany).
2.7.5. Myeloperoxidase (MPO), N-acetyl-β-D-glucosaminidase (NAG) and eosinophil
peroxidase (EPO) assay
Anexo 2
116
The MPO activity was assayed in accordance with Suzuki et al. (1983), with
some modifications. Briefly, the skin paw samples were defrosted and homogenized
with 20 volumes of 80 mM sodium acetate buffer (pH 5.4) plus 0.5%
hexadecyltrimethylammonium bromide (HTAB), centrifuged (11,200 g, 4°C, 20 min)
and the supernatants were collected. For assay, 10 µl of supernatant and 220 µl of
80 mM sodium acetate buffer (pH 5.4) containing 15% of 0.3 mM H
2
O
2
were added in
triplicate to a 96-well plate. The reaction was initiated by the addition of 20 µl of 18.4
mM tetramethylbenzidine. The mixture was incubated for 3 min at 37°C and then
immersed into ice bath. The reaction was stopped by the addition of 30 µl of acetic
acid and the absorbance was monitored at a wavelength 630 nm.
For NAG and EPO assay, samples had been prepared as previously
described for MPO samples. In the NAG assay, the reaction mixture was made with
10 µl of supernatant, 100 µl of 50 sodium citrate buffer (pH 4.5) and 25 µl of 4-
Nitrophenyl N-acetyl-β-D-glucosaminide. The reaction mixture was incubated for 1 h
at 37°C and was stopped with 100 µl of 200 mM glycine buffer pH 10.4. The enzyme
activity was evaluated colorimetrically as absorbance at 405 nm. In the measurement
of EPO activity, 100 µl of substrate solution consisted of the 0.1 mM of o-
phenylenediamine in 0.05 M Tris-HCl buffer (pH 8.0) containing 0.1% Triton X-100
and 1 mM H
2
O
2
was add to 100 µl of supernatant (Lloret et al., 1995, Kang et al.,
2008). The reaction mixture was incubated for 30 min at 37°C, and then the reaction
was stopped by the addition of 50 µl of 4 M H
2
SO
4
. The enzyme activity was
evaluated colorimetrically as absorbance at 490 nm.
2.7.6. Measurement of TNF-α levels in the rat paw
TNF-α production in the rat paw was assessed using a ELISA kit, as described
by manufacturer (DuoSet ELISA Development System, rat TNF-α/TNFSF1A, R&D
Systems). Briefly, rats that received EPFCA3, MPFCA4, dipyrone or vehicle for 15
days after CFA intraplantar injection were sacrificed 24 h after last administration of
the drugs. The subcutaneous tissue of the paws were removed and placed in a PBS
80 mM (pH 7.4) solution containing: Tween 20 0.5%, PMSF 0.1 mM, EDTA 2 mM,
antitripsin 0.01 µg/ml, bacitracin 0.1% and BSA 0.1%. Tissues were homogenized,
centrifuged at 16000 x g, for 10 min and the supernatant obtained was stored at – 20
°C until further analysis (Souza et al., 2000; Campos et al, 2002).
Anexo 2
117
2.8. Experimental design
2.8.1. Time-course study after acute administration of the new pyrazole compounds
and dipyrone
The basal threshold for mechanical stimulus and paw volume was evaluated
immediately before CFA or saline administration into right hind paw. On day 2-3 post-
CFA or saline, the 50% response threshold and the paw volume were again analyzed
to verify tactile allodynia development and paw edema, respectively. Afterwards, the
CFA-injected animals that presented allodynia received subcutaneously: vehicle
(distilled water, polyethylene glycol 400 and polysorbate 80; 75:20:5), EPFCA3 (1000
µmol/kg), MPFCA4 (1000 µmol/kg) or dipyrone (1000 µmol/kg; internal standard).
Separated groups of the animals received saline into the paw and also were treated
with vehicle and evaluated together with the others groups. The response threshold
and the paw edema were measured from 30 min to 24 h after treatment.
2.8.2. Dose-response study after acute administration of the new pyrazole
compounds and dipyrone
The procedures for allodynia induction were identical to described above. The
animals CFA-injected that developed allodynia were treated with vehicle, EPFCA3 (1-
1000 µmol/kg), MPFCA4 (1-1000 µmol/kg) or dipyrone (1-1000 µmol/kg) and the
response threshold was evaluated 1 h after.
In order to identify any impairment in locomotor activity, the animals treated at
the dose of 1000 µmol/kg or vehicle were displayed to open field test, immediately
after allodynia measurement. In this test, were registered the number of crossings
responses of the rats for 5 minutes.
2.8.3. Effect of chronic administration of the new pyrazole compounds and dipyrone
on behavioral and biochemical parameters
Before CFA or saline intraplantar injection, the baseline threshold for
mechanical stimulus, the volume and the temperature of both paws were assessed.
On 2-3 day after CFA or saline, these parameters were again evaluated and initiated
the animal’s treatment with vehicle, EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone. All drugs were
administered subcutaneously at dose of 100 µmol/kg and dipyrone was included as
Anexo 2
118
internal standard. The animals received one injection daily for 15 days. On the days
1, 2, 3, 6, 9, 12 and 15, the 50% response threshold for von Frey hairs and the
volume of both paws were evaluated before and 1 h after treatments with EPFCA3,
MPFCA4, dipyrone or vehicle (day 1 corresponds to the first day of the treatment, 2-3
days after CFA or saline intraplantar injection). Moreover, the body weight of the
animals was measured throughout all the experiment. The measures carried through
before of the daily injection of the drugs, were made in order to verify the cumulative
effect of the treatment. On the other hand, the measures made 1 h after treatments
were used for identify to development of tolerance.
2.8.4. Statistical analyses
The results were expressed as mean ± SEM. DE
50
values were reported as
geometric means accompanied by their respective 95% confidence limits. Data were
analysed by one way analysis of variance (ANOVA) and post hoc tests (Student-
Newman-Keuls test-SNK) were carried out when appropriate. The level of
significance was set at p < 0.05.
3. Results
3.1. Time-course study after acute administration of EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone
on mechanical allodynia and paw edema
Prior to induction of inflammation by CFA, the mean of threshold was about
15.0 g. By post induction day 2-3, the threshold falls about 4 times, characterizing the
allodynia development (Figure 2). For comparison, the mean value for saline
intraplantar injected rats remains around 15.0 g (Figure 1). The subcutaneous
treatment of the animals with EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone produced increase in
the threshold response to von Frey hair’s in the CFA intraplantar injected animals
(Figure 2A-C). The response onsets 30 min after injection of drugs and has a long
duration (12 h) for all treatments. The MPFCA4 compound, 4 h after administration,
reversed allodynia in 85.6 ± 12.2 % (Figure 2A). The EPFCA3 compound presented
similar effectiveness to the MPFCA4 (70.8 ± 8.1 %, Figure 2B), but its effect occurred
earlier that the MPFCA4 effect. The effectiveness of the internal standard dipyrone
did not differ from the effectiveness of the EPFCA3 and MPFCA4, however its
Anexo 2
119
maximum effect was delayed, occurring 6 hours after the injection (72.7 ± 9.5 %, Fig.
2C).
In this same group of the animals was evaluated the paw volume in order to
verify the edema development after CFA or saline intraplantar injection. In fact, CFA,
but not saline, caused an increase of the paw volume (about 100 %), characterizing
edema development. However, the treatments of the animals with EPFCA3,
MPFCA4 or dipyrone, 48-72 h after CFA injection, had no effect on paw edema
induced by CFA (Figure 3). The animals that received saline intraplantar injection
and were treated with vehicle presented no alterations in the threshold response or
paw edema (Figures 2 and 3).
The animals were evaluated in the open field test 1 h after receive
subcutaneous treatments. The number of crossings was not modified by EPFCA3,
MPFCA4 or dipyrone treatment compared with the animals that had received vehicle
(Table 1).
3.2. Dose-response study after acute administration of EPFCA3, MPFCA4 or
dipyrone
In the Figure 4 is shown the effect of EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone (1-1000
µmol/kg) on CFA-induced allodynia. Doses from 10 µmol/kg of EPFCA3, MPFCA4
and dipyrone caused anti-allodynic effect in the animals as demonstrate by increase
in the threshold response to von Frey hair’s after drugs treatment. All drugs had
presented similar antinociceptive potency, with ED
50
of 9.9 (0.9-114.2), 11.3 (1.9-
65.9) and 10.8 (2.6-44.0) µmol/kg for EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone, respectively.
However, EPFCA3 was more efficacious than MPFCA4, reverting completely the
allodynia at dose of 1000 µmol/kg (Figure 4B).
3.3. Effect of chronic administration of the EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone on tactile
allodynia, edema and biochemical parameters
3.4.1. Tactile allodynia
Complete Freund’s adjuvant injection produced a profound and long-lasting
decrease in the response threshold to von Frey hairs in the ipsilateral paw. In the
Figure 5A-C is shown the cumulative effect of chronic treatment with EPFCA3,
MPFCA4 and dipyrone on tactile allodynia CFA-induced. The value of the day 1
Anexo 2
120
corresponds to threshold immediately before treatments onset, and the values of the
days 2, 3, 6, 9, 12 and 15 represents the thresholds 24 h after drugs administration. It
is possible to note, in the Figure 5A-C, that from the third day of treatment, all drugs
already had stable anti-allodynic effect. EPFCA3 and MPFCA4 (100 µmol/kg) caused
antinociceptive action from day 3 until the last day of observation, while dipyrone
(100 µmol/kg) produced effect from day 2 of the treatment.
In the Figure 5D-F is shown the threshold responses of the animals 1 h after
treatment at days 1, 2, 3, 6, 9, 12 and 15. These observations were performed in
order to identify possible tolerance development. The results obtained demonstrate
no decrease in effectiveness of the drugs during observation period.
The animals injected with saline intraplantar and treated with EPFCA3,
MPFCA4 and dipyrone did not presented threshold alterations when compared to the
vehicle treated rats (data not show).
Furthermore, we did not detected allodynia in the contralateral paw during 15
days of evaluation of the response threshold to mechanical stimulus of the rats that
received CFA or saline intralpantar injection (data not show).
3.4.2. Paw edema
The injection of CFA into the right hind paw of the rats produced an increase
of the ipsilateral paw volume when compared to the animals that received saline
intraplantar injection (Figura 6). The treatment of the rats with EPFCA3, MPFCA4 or
dipyrone was not able to decrease CFA-induced edema (Figura 6). The contralateral
paw of the animals did not present increase in volume (data not show).
3.4.5. Weight of body and some internal organs
The body weight was evaluated before CFA administration and from the
beginning the treatment with EPFCA3, MPFCA4, dipyrone or vehicle (Table 2). It was
observed that the animals presented reduction in the weight profit only in the 1 and 2
days of the experimental protocol (3-4 days after CFA). This effect was not observed
in the rats that received saline intraplantar injection.
Twenty four hours after the last injection of drugs, the animals were sacrificed
and liver, spleen, right kidney and stomach were removed and weighed. The
percentage of weight of the organs in relationship to body weight was calculated and
Anexo 2
121
is shown in Table 3. The treatment with EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone did not
caused alteration in the organs weight when compared with vehicle treated animals.
The intraplantar CFA injection also did not modify this parameter (Table 3).
3.4.6. Gastric lesion assessment
Chronic administration of EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone (100 µmol/kg daily
for 15 days) did not induce significant gastric lesion as shown in Table 4. On the
other hand, indomethacin (30 mg/kg/single dose), used as internal standard,
produced severe damages to stomach mucosa as demonstrate by elevated lesion
index (Table 4).
3.4.7. Haemogram
The haemogram only demonstrated alteration in the leukocyte levels for the
rats injected with intraplantar CFA and treated chronicaly with EPFCA3, MPFCA4 or
dipyrone (100 µmol/kg daily for 15 days) , but not vehicle. The number of
erythrocytes and platelets, the hemoglobin concentration and the hematocrit in the
blood samples of the animal that received CFA intraplantar had not been modified
(Table 5).
3.4.8. AST, ALT, urea and creatinine levels
AST, ALT, urea and creatinine levels were assayed in blood samples of the
animals injected with CFA intraplantar and chronically treated with EPFCA3,
MPFCA4, dipyrone or vehicle, 24 h after the last injection. The serum levels of the
hepatic injury indicators (AST and ALT) and renal injury indicators (urea and
creatinine) were not modified by chronic treatment with the new pyrazoles or
dypirone when compared with vehicle treated animals (Table 6).
3.4.9. Haptoglobin levels
Seric haptoglobin level was measured in blood samples of rats that received
chronic treatment with EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone after CFA intraplantar
injection. These treatments did not reverse the increase haptoglobin level produced
by CFA (Figure 7)
Anexo 2
122
3.4.10. MPO, NAG and EPO activity
The MPO activity increased in the rat paw tissue after CFA intraplantar
administration when compared to animals that receive intraplantar saline (Table 7).
However, chronic administration of the novel pirazole derivatives EPFCA3 and
MPFCA4 or dipyrone did not modify the increase on MPO activity CFA-induced. On
the other hand, NAG and EPO activities were not modified by CFA injection (Table
7).
3.4.11. Tissue level of TNF-α in the rat paw
The CFA injection into rats paw produced an increase of TNF-α level when
compared to animal that received intraplantar injection of saline. This increase was
not reverted nor attenuated for daily administration, during 15 days, of EPFCA3 and
MPFCA4 or dipyrone (Figure 8).
4. Discussion
In the present study, we evaluated the antinociceptive and antiedematogenic
effect of the acute and chronic administration of two novel pyrazole derivatives,
EPFCA3 and MPFCA4, against mechanical allodynia and paw edema induced by
intraplantar injection of CFA. Additionally, some toxicity indicative parameters of the
drugs were also evaluated. Moreover, we include dipyrone as an internal standard, in
order to compare its effect with the effect of the new pyrazole derivatives.
As previously related (Chaplan et al., 1994, Wilson et al., 2006), CFA
intraplantar injection produced intense and long lasting mechanical allodynia and
edema of the injected paw (Figures 2, 3, 4, 5 and 6). The contralateral paw was not
affected, suggesting that inflammation was restricted to CFA injection site.
The acute systemic treatment with EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone produced
antinociceptive effect in the animals that presented tactile allodynia. This effect
onsets rapidly (30 min after treatment) and had a long duration (until 12 h after
treatment) for both drugs (Figure 2). EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone had differed in
relation to time necessary to reach its maximum antinociceptive effect. While
EPFCA3 reached its maximum effect 1 h after injection, MPFCA4 only reached
its maximum effect 4 h after treatment. The long duration of the antinociceptive
Anexo 2
123
effect is in agreement with the idea that the carbon-fluorine bond is stable, probably
resulting in metabolically stable compounds (Parck et al., 2001; Karthikeyan et al.,
2007). In fact, fluorine substitution makes the molecule much more resistant to direct
chemical attack by cytochrome P450 (Parck et al., 2001). However, future studies
must be carried out to elucidate the pharmacokinetics of these new pyrazolines. The
long duration of action of EPFCA3 and MPFCA4 compounds is an interesting
characteristic, because it allows give the drug in long intervals, an advantage
for clinical use.
It is important to point out that the pirazole EPFCA3 was capable to revert
completely the mechanical allodynia at dose of 1000 µmol/kg (Figure 4A),
while MPFCA4 and dipirona reduced only partially CFA-induced tactile
hypersensitivity (Figure 4B and 4C, respectively), suggesting that EPFCA3
presents better effectiveness than MPFCA4 and dipyrone.
The paw edema induced by CFA was not reverted by acute nor chronic
treatment with EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone (Figures 3 and 6). Previous
relates demonstrate that dipyrone prevent edema development induced by
some agents as endotoxin (Fracasso et al., 1996), carrageenan (Brune et al.,
1983) and CFA (Weithmann et al., 1985; Tatsuo et al., 1994). However,
studies published demonstrating antiedematogenic effect of dipyrone in CFA
model differs from ours because they use different protocols of induction and
evaluation of the inflammation. Tatsuo et al. (1994) induced inflammation
using a subcutaneous injection of CFA in the dorsal root of the rat tail and
measured the paw edema at day 14 after induction. In this model occurs a
systemic reaction induced by CFA, which injected in the tail, produces
inflammation into the paw of the animal. In the present work, CFA was injected
into right hind paw and the inflammation was restricted to injection site
(ipsilateral paw), since no allodynia and edema in contralateral paw were
detected. Such differences in the site of CFA injection can produces different
degrees of inflammation and, thus, the drugs action can be different.
Weithmann et al. (1985) had used CFA from Mycobacterium butyricum and
the experiment was made in Lewis rats, differing from our work, here we used
Anexo 2
124
Mycobacterium tuberculosys and Wistar rats. In fact, as previously reported,
there are wide variations in the incidence and severity of the arthritis CFA-
induced depending on the rat and Mycobacterium strains used (Wong et al.,
2006; van Eden et al., 1994; Swingle et al., 1969; Banik et al., 2002).
Therefore, the lack of antiedematogenic action of dipyrone here described can be
related to experimental procedures adopted.
As related, EPFCA3 and MPFCA4 compounds had not produced
antiinflammatory effect, as demonstrated for its inefficacy in diminishing the paw
edema CFA-induced (Figures 3 and 6). This result is conflicting with previous
findings, which pointed a possible antiinflammatory action for EPFCA3 and
MPFCA4 pyrazole derivatives (Sauzem et al., 2007). In fact, we have
demonstrated antiedematogenic effect in mice after acute administration of EPFCA3
and MPFCA4 compounds, in carrageenan-induced paw edema test (Sauzem et al.,
2007). On the other hand, we now verify that nor acute administration (1000 µmol/kg)
nor chronic administration (100 µmol/kg/15 days) of EPFCA3 or MPFCA4 was
effective to abolish or reduce the paw inflammation. However, such discrepancies
can be related to different inflammation model and animal specie used in the
previous and actual work. Other possible explanation is the different
experimental design. That is, in the previous work, the compounds were
administered before carrageenan intraplantar injection, producing a preventive
effect against inflammation development. However, in the present study, the
compounds were administered after inflammation development, a more similar
protocol to the adopted in medical treatments, and have been unable for revert
the inflammatory process already installed.
After chronic administration, the pyrazole derivatives EPFCA3 and
MPFCA4, as well as dipyrone, presents effect against allodynia CFA-induced
(Figure 5). Moreover, EPFCA3 and MPFCA4 seems produces no tolerance, since
they had continued producing antinociceptive effect, after administration of
repeated doses (one daily dose for 15 days). In this experiment was observed
that after receive two doses of the drugs, the animals presented a significant
increase into threshold response to tactile stimulus (Figure 5A, 5B and 5C),
Anexo 2
125
suggesting some relief of inflammatory pain. However, a total reversion of the
allodynia was not reached. It is possible that higher doses and/or greater
number of daily doses can produce a better effect, but this needs to be proven
future.
We also evaluated some indicative parameters of evolution of the
arthritis induced by CFA and the effect of the treatment with EPFCA3, MPFCA4
and dipyrone on these parameters. Therefore, the haptoglobin levels, an acute
phase protein, whose level increases during inflammation, and that is a good
marker to follow the evolution of the disease (Giffen et al., 2003) were
measured. In fact, the CFA intraplantar injection caused a significant increase in
haptoglobin level, when blood samples were analyzed 17-18 days after induction of
paw inflammation. Therefore, the treatment of the animals with EPFCA3, MPFCA4 or
dipyrone, during 15 days, produced no decrease in haptoglobin levels, suggesting
that these compounds did not alter the course of the inflammation. This result is in
accordance with that finding in paw edema, where the novel pyrazole
derivatives and dipyrone were ineffective.
The signs and symptoms of inflammation include, beyond pain and
edema, the cell migration (Marchand et al., 2005). The types of immune cell
that contribute to inflammatory pain depend on the inflammatory condition, but,
in general, various cell types will be recruited and will contribute to abnormal
pain sensitivity, albeit to different degrees (Marchand et al., 2005). In this line,
the activities of MPO, NAG and EPO, in samples of paw tissue, were analyzed
as indicators of recruitment of neutrophils, macrophages and eosinophils for
injection site, respectively (Suzuki et al., 1983; Lloret et al., 1995; Kang et al.,
2008). Only MPO activity was increased 17-18 days after CFA injection,
suggesting accumulation of neutrophils into inflammated paw (Table 7). The
treatment during 15 days with EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone did not reduce
the MPO activity, possibly because did not alter the recruitment of immune
cells for lesion site. However, is important to point out that, at moment, the
time course of immune cell recruitment are no described in the literature, for
paw inflammation induced by CFA. Levy et al. (2006) had shown that 28 days
Anexo 2
126
after induction of monoarthritis in knee joint by CFA injection, the number of
total leukocytes increased drastically, while the number of macrophages was
only modestly increased into inflammation site. If the immune cell infiltration in
CFA injected paw occur similarly to demonstrate for monoarthritis in knee joint,
is possible that our experimental design did not detect increase in macrophage
number or activity. Activated macrophages have been reported to contribute to
experimental pain states. They can release many inflammatory mediators,
include TNF-α, a pro-inflammatory cytokine (Marchand et al., 2005). In this
study, we verify that TNF-α level was increased in paw inflamed tissues from
rats that received CFA intraplantar injection (Figure 8). Moreover, the chronic
treatment of the animal with EPFCA3, MPFCA4 or dipyrone was ineffective for
reduce the TNF-α level. This data and the lack of effect of EPFCA3 and MPFCA4
pyrazoles on neutrophil infiltration, strengthens the idea that these drugs did
not posses antiinflammatory action.
The concentration of AST, ALT, urea and creatinine was analyzed in
order to identify possible hepatic and renal lesions after chronic treatment with
EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone compounds. None of the treatments produced
any alteration in these parameters, suggesting that EPFCA3, MPFCA4 and
dipyrone are not toxic in rats, in the conditions where they had been tested.
Previous studies had shown that CFA intraplantar injection produces
decrease in weight profit of the animals throughout the time and poliarthritis
signals (Waltz et al., 1971; Franch et al., 1994; Yu at al., 2006). In the present
work, the body weight was measured daily throughout treatment and was no
detected significant increase or reduction on weight profit, nor signals of
poliarthritis development. It is possible that these discrepancies in relationship
to published data for other researchers are related to different experimental
designs, rats strain and adjuvant used.
The evaluation of some hematological parameters of the animals that
received chronic treatment was made to verify any possible alteration on
hematopoiesis. Amongst the evaluated parameters, we only find an increase
Anexo 2
127
in number of leukocytes of the animals that received CFA intraplantar and
chronic treatment with EPFCA3, MPFCA4 and dipyrone, when compared to
animals that received saline intraplantar (Table 5). In the animals that received
intraplantar saline injection and were injected subcutaneously with EPFCA3,
MPFCA4 and dipyrone, this increase in leukocytes number was not observed
(data not shown). So, leukocytosis seems only occur in the CFA-induced
inflammation presence, discarding the possibility of the drugs caused per se
effect on hematopoiesis. In this context, some works shows decrease in hematocrit
values and hemoglobin levels, producing aenemia, and pronounced increase in
leukocytes and lymphocytes number in rats injected with CFA (Mikolajew et al., 1969;
Walz et al., 1971). However, one more time, differences between experimental
protocols hinder an adjusted comparison with our results.
The side effects associated with the classical NSAIDs include gastrointestinal
bleeding, ulceration, perforation of the gastrointestinal mucosa, and relevant
percentage those experiencing such effects present death risk (Vane et al., 1998).
In this work, we demonstrate that chronic administration of EPFCA3 and MPFCA4, at
effective antinociceptive dose, did not causes lesion of stomach mucosa of rats
(Table 4), suggesting that possess good gastric tolerability.
In conclusion, the antinociceptive action of EPFCA3 and MPFCA4 against
inflammatory pain induced by CFA without cause adverse effects in rats, indicate that
these compounds might be interesting for development of new drugs for pain
management.
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130
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Anexo 2
131
Zimmermann, M., 1983. Ethical guidelines for investigations of experimental pain in
conscious animals. Pain 16, 109-110.
Figure legends
Figure 1 –Chemical structure of EPFCA3 and MPFCA4 pyrazole derivatives.
Figure 2 Effect of acute administration (1000 µmol/kg; s.c.) of the novel pyrazole
derivatives EPFCA3 (A), MPFCA4 (B) and dipyrone (C) on mechanical allodynia
CFA-induced in rats. BL represents the threshold of mechanical response of the
animals before CFA or saline intraplantar injection. The time 0 corresponds to
threshold immediately before subcutaneous treatment with the pyrazole compounds
(48-72 h after CFA or saline intraplantar). Data are reported as mean ± SEM; n= 9-
14. *p < 0.05 compared to CFA/vehicle (SNK test).
Figure 3 Effect of acute administration (1000 µmol/kg; s.c.) of the novel pyrazole
derivatives EPFCA3 (A) and MPFCA4 (B) or dipyrone (C) on paw edema CFA-
induced in rats. BL corresponds to paw volume of the animals before CFA or saline
intraplantar injection. The time 0 corresponds to paw volume immediately before
subcutaneous treatment with the pyrazole compounds (48-72 h after CFA or saline
intraplantar). Data are reported as mean ± SEM; n= 7-11.
Figure 4 Dose-response effect of acute administration of the pyrazole derivatives
EPFCA3 (A) and MPFCA4 (B) or dipyrone (C) on mechanical allodynia CFA-induced
in rats. Data are reported as mean ± SEM; n= 7-11. *p < 0.05 compared to
CFA/vehicle group (SNK test).
Anexo 2
132
Figure 5 Effect of chronic administration (100 µmol/kg; s.c.; daily for 15 days) of
the pyrazole derivatives EPFCA3 (A and D) and MPFCA4 (B and E) or dipyrone (C
and F) on ipsilateral mechanical allodynia CFA-induced in rats. The figures A, B and
C show the thresholds before daily injection of the drugs and the figures D, E and F
show the responses 1 h after administration. BL represents the threshold of
mechanical response of the animals before CFA or saline intraplantar injection. Data
are reported as mean ± SEM; n= 7-9. *p < 0.05 compared to CFA/vehicle group
(SNK test).
Figure 6 Effect of chronic administration (100 µmol/kg; s.c.; daily for 15 days) of
the pyrazole derivatives EPFCA3 (A and D) and MPFCA4 (B and E) or dipyrone (C
and F) on ipsilateral paw edema CFA-induced in rats. The figures A, B and C show
the paw volume before daily injection of the drugs and the figures D, E and F show
the paw volume 1 h after administration. BL represents the threshold of mechanical
response of the animals before CFA or saline intraplantar injection. Data are reported
as mean ± SEM; n= 5-6.
Figure 7 Effect of chronic administration (100 µmol/kg; s.c.; daily for 15 days) of
the pyrazole derivatives EPFCA3 and MPFCA4 or dipyrone on TNF-α level in rat paw
tissue. Data are reported as mean ± SEM; n= 3-5. *p < 0.05 compared to
saline/vehicle group (SNK test).
Figure 8 Effect of chronic administration (100 µmol/kg; s.c.; daily for 15 days) of
the pyrazole derivatives EPFCA3 and MPFCA4 or dipyrone on serum haptoglobin
Anexo 2
133
level of rats. Data are reported as mean ± SEM; n= 3-5. *p < 0.05 compared to
saline/vehicle group (SNK test).
Figure 1
EPFCA3
MPFCA4
N
N
O
H
2
N
F
3
C
HO
N
N
O
H
2
N
F
3
C
HO
Anexo 2
134
Figure 2
Anexo 2
135
Figure 3
Anexo 2
136
Figure 4
Anexo 2
137
Figure 5
Anexo 2
138
Figure 6
Anexo 2
139
Figure 7
Anexo 2
140
Figure 8
Anexo 2
141
Table 1Effect of the 5-trifluoromethyl-4,5-dihydro-1H-pyrazoles EPFCA3, MPFCA4
and dipyrone on spontaneous locomotor activity of rats.
Treatment Crossings
Vehicle 31.1 ± 3.8
EPFCA3 1000 µmol/kg 30.1 ± 8.8
MPFCA4 1000 µmol/kg 33.6 ± 6.0
Dipyrone 1000 µmol/kg 30.0 ± 5.1
Data are reported as mean ± SEM for n=8-16 animals per group.
Anexo 2
142
Table 2 Effect of chronic administration of the new pyrazole derivatives EPFCA3,
MPFCA4 and dipyrone (100 µmol/kg) on the variation of the corporal weight in rats
with chronic inflammation CFA-induced.
Data are reported as mean ± SEM (% in relationship to initial weight, before CFA or
saline injection) for n=5-6 animals per group; * p < 0.05 compared with saline/vehicle
group.
Saline/
vehicle
CFA/
vehicle
CFA/
EPFCA3
CFA/
MPFCA4
CFA/
Dipyrone
Day 1
4.0 ± 0.9 -2.9 ± 0.9* -1.8 ± 1.2* -2.9 ± 0.9* -0.4 ± 0.9*
Day
2
7.6 ± 1.8 0.5 ± 1.1* 1.3 ± 1.2* 1.6 ± 1.1* 2.6 ± 1.2*
Day
3
7.0 ± 1.5 2.8 ± 1.2 1.3 ± 1.2 0.7 ± 1.7 4.1 ± 2.1
Day
4
9.2 ± 1.5 3.9 ± 1.7 3.6 ± 1.6 3.6 ± 1.5 5.3 ± 0.9
Day
5
11.1 ± 0.8 4.6 ± 2.9 5.9 ± 1.5 5.4 ± 1.7 6.7 ± 0.9
Day
6
13.0 ± 1.4 6.1 ± 3.3 7.7 ± 1.8 5.9 ± 3.2 8.3 ± 1.0
Dia 7
13.8 ± 2.0 6.8 ± 3.9 8.7 ± 1.6 9.2 ± 1.8 9.6 ± 0.9
Day
8
17.3 ± 2.1 9.5 ± 4.3 11.7 ± 1.7 12.1 ± 1.2 11.7 ± 1.1
Day
9
17.0 ± 2.1 10.2 ± 4.1 14.2 ± 1.8 12.6 ± 1.8 12.6 ± 1.5
Day
10
20.9 ± 2.9 13.6 ± 4.2 16.1 ± 1.8 15.9 ± 2.0 15.5 ± 2.2
Day
11
22.9 ± 2.5 14.5 ± 3.8 18.8 ± 2.6 17.0 ± 1.7 16.5 ± 1.6
Day
12
23.0 ± 3.1 15.2 ± 4.0 16.5 ± 2.4 17.8 ± 2.3 17.18 ± 2.2
Day
13
25.2 ± 2.8 16.4 ± 3.8 17.3 ± 2.7 18.5 ± 2.8 18.5 ± 2.0
Day
14
26.4 ± 3.0 18.0 ± 3.3 17.6 ± 3.0 19.0 ± 3.3 19.9 ± 2.0
Day15
28.7 ± 3.1 19.6 ± 3.4 17.9 ± 3.4 21.8 ± 3.6 20.2 ± 3.0
Anexo 2
143
Table 3 Effect of chronic administration of the new pyrazole derivatives EPFCA3,
MPFCA4 or dipyrone on percentage of organs weight in relationship the body weight
of the rats.
Data are reported as mean ± SEM.
Table 4 Effect of chronic administration of the new pyrazole derivatives EPFCA3,
MPFCA4 or dipyrone on gastric mucosa of rats.
LI
a
NU
b
N
Saline/ vehicle 0.75 ± 0.25 0
4
CFA/vehicle
0.71 ± 0.18
0
7
CFA/EPFCA3
1.00 ± 0.26
0.67 ± 0.67
6
CFA /MPFCA4
1.00 ± 0.36
0
6
CFA/ dipyrone
1.40 ± 0.25
0.40 ± 0.40
5
Saline
c
0.67 ± 0.33
0
4
Indomethacin
d
6.25 ± 0.83*
32.00 ± 7.82*
3
a
lesion index;
b
number of ulcers;
c, d
single dose
N is the number of animals for group; * p < 0.05 compared with saline group.
Saline/
vehicle
CFA/
vehicle
CFA/
EPFCA3
CFA/
MPFCA4
CFA/
dipyrone
Liver
3.8 ± 0.1 3.9 ± 0.1 4.0 ± 0.1 4.0 ± 0.3 4.1 ± 0.2
Spleen
0.3 ± 0.1 0.4 ± 0.1 0.4 ± 0.1 0.5 ± 0.1 0.5 ± 0.1
Kidney
0.4 ± 0.1 0.4 ± 0.1 0.4 ± 0.1 0.4 ±0.1 0.4 ± 0.1
Stomach
0.6 ± 0.1 0.6 ± 0.1 0.7 ± 0.1 0.7 ± 0.1 0.7 ± 0.1
Anexo 2
144
Table 5 Effect of chronic administration of the new pyrazoles derivatives EPFCA3
and MPFCA4 or dipyrone (100 µmol/kg) on hematological parameters of rats
submitted to chronic inflammation induced by CFA intraplantar injection.
Saline/
vehicle
CFA/
vehicle
CFA/
EPFCA3
CFA /
MPFCA4
CFA/
dipyrone
Leukocytes
(x 10
3
/mm
3
)
8.2 ± 1.3 10.7 ± 0.9 16.2 ± 1.4* 15.3 ± 3.1* 14.3 ± 2.1*
Erythrocytes
(x 10
6
/mm
3
)
7.7 ± 0.2 7.4 ± 0.2 7.7 ± 0.4 7.4 ± 0.1 7.1 ± 0.4
Hemoglobin
(g/dl)
14.1 ± 0.1 13.1 ± 0.3 14.1 ± 0.8 13.6 ± 0.2 13.0 ± 0.4
Hematocrit
(%)
41.8 ± 0.7 39.3 ± 0.4 41.2 ± 2.1 40.4 ± 0.8 38.8 ± 1.6
Platelet
(x 10
3
/mm
3
)
863.0 ±
126.2
993.8 ±
121.1
1,050.7 ±
152.6
962.0 ±
118.8
1,051.3 ±
151.12
Lymphocytes
(%)
86.9 ± 3.9 74.4 ± 7.9 67.5 ± 8.4 72.5 ± 8.0 69.5 ± 7.8
Monocytes
(%)
2.2 ± 0.5 1.9 ± 0.3 2.3 ± 0.3 2.4 ± 0.3 2.0 ± 0.7
Data are reported as mean ± SEM for n=5-6 animals per group. * p < 0.05 compared
with saline/vehicle group.
Anexo 2
145
Table 6 Effect of chronic administration of the new pyrazoles derivatives EPFCA3
and MPFCA4 or dipyrone (100 µmol/kg) on indicator parameters of injury hepatic and
renal in rats submitted to chronic inflammation induced by CFA intraplantar injection.
Data are reported as mean ± SEM for n=5-6 animals per group
Saline/
Vehicle
CFA/
Vehicle
CFA/
MPFCA4
CFA/
EPFCA3
CFA/
dipyrone
AST
(U/l)
154.0 ± 9.9 153.0 ± 9.4 175.2 11.4 180.7 ± 16.3 154.7 ± 7.9
ALT
(U/l)
57.2 ± 2.7 52.5 ± 4.1 57.5 ± 3.7 53.3 ± 3.7 53.2± 3.1
Urea
(mg/dl)
35.7 ± 3.1 36.7 ± 2.5 39.4± 1.7 38.3 ± 1.9 39.83 ± 1.7
Creatinine
(mg/dl)
0.36 ± 0.02 0.35 ± 0.02 0.40 ± 0.04 0.40 ± 0.04 0.38 ± 0.03
Anexo 2
146
Table 7 Effect of chronic administration of the new pyrazoles derivatives EPFCA3
and MPFCA4 or dipyrone (100 µmol/kg) in the TNF-α tissue level of paw rat from
animals submitted to chronic inflammation induced by CFA intraplantar injection.
MPO
a
(absorbance/ mg protein)
NAG
b
(absorbance/ mg protein)
EPO
c
(absorbance/ mg protein)
Saline/vehicle 0.02 ± 0.03 0.14 ± 0.13 0.14 ± 0.10
CFA/vehicle 0.40 ± 0.21* 0.14 ± 0.08 0.42 ± 0.24
CFA/EPFCA3 0.61 ± 0.24* 0.16 ± 0.12 0.45 ± 0.17
CFA/MPFCA4 0.43 ± 0.13* 0.15 ± 0.08 0.51 ± 0.34
CFA/dipyrone 0.23 ± 0.05* 0.11 ± 0.04 0.32 ± 0.20
a
myeloperoxidase;
b
N-acetyl-β-D-glucosaminidase;
c
eosinophil peroxidase
Data are reported as mean ± SEM. * p < 0.05 compared with saline/vehicle group.
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