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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Ciências da Saúde
Instituto de Ciências Biomédicas
ANDRÉA DE ALMEIDA SANTOS
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E MORFOLÓGICA
DA INSTRUMENTAÇÃO ENDODÔNTICA
DE DENTES HUMANOS, IN VITRO,
COM O AUXÍLIO DO ENDO PTC
Rio de Janeiro
2008
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Ciências da Saúde
Instituto de Ciências Biomédicas
ANDRÉA DE ALMEIDA SANTOS
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E MORFOLÓGICA
DA INSTRUMENTAÇÃO ENDODÔNTICA
DE DENTES HUMANOS, IN VITRO,
COM O AUXÍLIO DO ENDO PTC
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Ciências Morfológicas, Instituto de Ciências Biomédicas,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências
Morfológicas.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Paulo Correia de Araújo
Rio de Janeiro
2008
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Santos, Andréa de Almeida
Avaliação bioquímica e morfológica da instrumentação endodôntica de dentes
humanos, in vitro, com o auxílio do Endo PTC / Andréa de Almeida Santos. - Rio
de Janeiro, UFRJ, ICB, 2008.
144f.; il.
Orientador: Professor Roberto Paulo Correia de Araújo
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Instituto de Ciências Biomédicas, 2008.
1. Análise bioquímica. 2. MEV. 3. Camada residual. 4. Endo PTC.
I. Santos,
Andréa de Almeida. II. Araújo, Roberto Paulo Correia de. III. Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Instituto de Ciências Biomédicas. IV. Título.
TERMO DE APROVAÇÃO
ANDRÉA DE ALMEIDA SANTOS
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E MORFOLÓGICA
DA INSTRUMENTAÇÃO ENDODÔNTICA
DE DENTES HUMANOS, IN VITRO,
COM O AUXÍLIO DO ENDO PTC
Dissertação submetida ao programa de Pós-graduação do Instituto de Ciências
Biomédicas, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências
Morfológicas pela seguinte banca examinadora:
Prof. Dr. Roberto Paulo Correia de Arjo - Orientador____________________________
Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Prof. Dr. Radovan Borojevic - Examinador____________________________________
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Prof. Dra. Christina Maeda Takiya – Examinadora _____________________________
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Prof. Dr. Paulo Sérgio Flores Campos - Examinador ____________________________
Faculdade de Odontologia, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Prof. Dr. Leonardo Rodrigues de Andrade - Suplente____________________________
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Prof. Dr. Marcos André Vannier dos Santos - Suplente __________________________
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz / Fundação Oswado Cruz (CPQGM / FIOCRUZ)
Salvador, 25 de fevereiro de 2008
Minha gratidão...
ao meu Amado Deus, pelo Seu constante cuidado,
pela esperança da salvação e da breve volta de Jesus,
pelo consolo do Espírito Santo nos momentos de aflição.
Dedico este trabalho...
a Anselmo e Galdina,
meus pais, meus amigos e conselheiros,
o meu porto seguro após cada jornada,
a quem devo o mais importante da minha formação: o meu caráter.
a Moisés,
presente de Deus,
pela paciência, compreensão, dedicação, pelo carinho e amor.
a Fabiano,
meu irmão, parte da minha vida,
que desde cedo aprendeu a dividir tudo comigo: amor, atenção, posições...
a Jully e Baruque,
alegrias sempre presentes em minha vida.
Agradeço de modo especial...
ao Prof. Dr. Roberto Paulo Correia de Araújo, meu orientador durante a
execução de todo o projeto — são poucos os verdadeiros mestres que ensinam os
primeiros passos e continuam por perto durante toda a jornada — pelos
exemplos de honestidade, respeito e valor humano.
à Profa. Maria de Fátima Malvar Gesteira, professora, amiga e irmã em Cristo,
meu espelho de profissional, por seu amor e sua dedicação, pela confiança em
mim depositada ao longo de todos esses anos.
ao Prof. Dr. Silvio José Albergaria da Silva, meu examinador sênior, por
suscitar em mim o desejo de fazer ciência e por conduzir meus primeiros passos
na vida acadêmica.
ao Prof. Dr. José Antônio P. Figueiredo, que, mesmo à distância, dispensou
tempo para ler esta dissertação e opinar, cuja contribuição tornou este trabalho
ainda mais confiável.
ao Prof. Dr. Marcos Farina, que realizou grande parte da leitura das
eletromicrografias e auxiliou nas interpretações das imagens, pela
disponibilidade e atenção dispensadas.
ao Prof. Dr. Leonardo Rodrigues de Andrade, suplente e revisor deste trabalho,
pelo apoio durante a leitura das eletromicrografias.
ao programa de Pós-Graduação do Instituto de Ciências Biomédicas do Centro
de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro e à Prof. Dra.
Fabiana Paim Rosa, pela instalação do Curso de Pós-Graduação em Ciências
Morfológicas daquela Universidade em parceria com a Universidade Federal da
Bahia.
aos colegas de mestrado, pela oportunidade de conviver, compartilhar e aprender.
aos monitores da disciplina Bioquímica Oral do Instituto de Ciências da Saúde
da Universidade Federal da Bahia, pelo convívio agradável durante a execução
deste trabalho.
à Prof. Vera Rollemberg que carinhosamente realizou a revisão deste
trabalho, tornando-o mais agradável à leitura.
aos professores e funcionários da disciplina Endodontia da Universidade
Federal da Bahia, com uma saudade guardada no peito acompanhada do desejo
de logo voltar à minha segunda casa.
a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a minha vitória.
Agradeço ainda...
à minha família, especialmente a minha tia Isaura, pelo amor de mãe.
ao Dr. Izaías e à Sra. Nalva Andrade, pelas orações incessantes e por cuidarem
de mim como de uma de suas filhas.
aos amigos e irmãos em Cristo da Igreja Adventista do Sétimo Dia da Pituba,
que em silêncio oraram pelo meu sucesso e pela minha família.
aos meninos e meninas do Boqueirão, dos quais nunca esquecerei.
aos amigos de trabalho, Tânia, Marcos, Neide, Jucélia e Margarete, pela
amizade e confiança em mim depositadas como profissional.
aos meus pacientes e ex-alunos, razões pelas quais continuo a caminhada do
saber.
E não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
(Rm. 12:2)
Este trabalho foi realizado sob a orientação do Prof. Dr. Roberto Paulo Correia de Araújo
(ICS/UFBA) no período de março de 2005 a dezembro de 2007. No decorrer do trabalho,
contou-se com o intercâmbio interinstitucional entre a Universidade Federal da Bahia
e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Participaram da sua execução os seguintes
laboratórios:
Laboratório de Endodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal da
Bahia (UFBA)
Laboratório de Bioquímica Oral, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade
Federal da Bahia (UFBA)
Laboratório de Biomineralização do Departamento de Histologia e Embriologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Laboratório de Ultraestrutura Celular Hertha Meyer, Instituto de Biofísica Carlos
Chagas Filho (UFRJ)
Na apresentação final deste trabalho foram adotadas as seguintes normas:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Informação e
documentação. Citações em documentos. Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2002. (ABNT NBR-10520).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Informação e
documentação. Referências. Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
(ABNT NBR-6023).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Informação e
documentação. Trabalhos acadêmicos. Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
(ABNT NBR-14724).
INSTITUTO BRASILEIRO GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Normas de
apresentação tabular. 3.ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1979.
RESUMO
A realização dos procedimentos endodônticos resulta na liberação de raspas de dentina das
paredes dos canais radiculares em decorrência da ação mecânica dos instrumentos
específicos utilizados em associação com as substâncias químicas empregadas. A agregação
desses fragmentos aos resíduos de tecido pulpar vivo ou necrótico, ainda presentes, e
somados aos pequenos volumes de produtos químicos remanescentes utilizados para a
sanificação dos canais radiculares resulta numa massa que impregna não só a superfície das
paredes dentinárias — a smear layer —, como também os túbulos dentinários — a smear
plug. Objetivo: Avaliar, in vitro, através de análises bioquímicas e morfológicas, o grau de
sanificação da superfície das paredes dos canais radiculares após a realização do tratamento
químico-mecânico, tendo como referencial o emprego ou não do creme Endo PTC.
Metodologia: Dentes anteriores de seres humanos, unirradiculares, com raízes retas e ápices
completamente formados foram submetidos, in vitro, ao tratamento endodôntico. Em cada
etapa do tratamento químico-mecânico procedeu-se à coleta da substância química utilizada,
e em cada uma delas processou-se a avaliação bioquímica através de quantificação
colorimétrica das taxas de cálcio e fósforo liberados da estrutura dentinária, enquanto a
análise morfológica baseou-se em eletromicrografias dos corpos-de-prova, obtidas em
magnitudes variadas, através da microscopia eletrônica de varredura da superfície das
paredes dos canais tratados. Para a realização dos ensaios laboratoriais foram constituídos
dois grupos controles e seis grupos experimentais Um grupo controle e três grupos
experimentais foram tratados pelo NaClO, EDTA e Tergensol, na ausência do creme Endo
PTC; o segundo grupo controle e seus respectivos grupos experimentais foram tratados pelas
mesmas substâncias na presença do creme Endo PTC. Resultados: As taxas de cálcio e
fósforo mensuradas analiticamente indicaram que o tipo, a associação e a seqüência das
substâncias químicas empregadas implicam numa maior ou menor proporção de liberação
desses íons em cada etapa do tratamento endodôntico em função dos efeitos químicos
produzidos pelos reagentes utilizados e das condições em que se encontram as paredes dos
canais radiculares em tratamento. A análise das eletromicrografias revelou imagens que se
mantiveram em coerência com os achados bioquímicos. O terço apical das raízes dos
espécimes em geral, uma vez comparado aos terços médio e cervical, foi o que ainda revelou
uma maior permanência da smear layer. Conclusão: A utilização do creme Endo PTC
durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares, favorece uma instrumentação
mais uniforme, contudo não promove a remoção da smear layer. A eliminação desta camada,
ainda que parcial, é assegurada pela ação quelante do EDTA.
Palavras-chave: Análise bioquímica. Microscópio eletrônico de varredura. Camada residual.
Endo PTC.
ABSTRACT
The performance of endodontic procedures results in liberation of dentinal chips from the root
canal walls in consequence of the mechanical action of specific tools used in association with
chemical substances employed. The aggregation of these fragments to live or necrotic pulpy
tissue residues, still present, and added to the small volumes of remaining chemical products
utilized in the sanification of root canals, result in a mass which impregnates not only dentinal
walls surface – the smear layer, but also dentinal tubules - the smear plug. Objective: Assess,
in vitro, through biochemical and microscopic analyses, the degree of sanification of root
canal wall surfaces after a chemical-mechanical treatment, having as referential the
employment or not of Endo PTC cream. Methodology: Anterior human teeth, monoradicular,
with straight roots and completely formed apexes were submitted in vitro to endodontic
treatment. In each step of the chemical-mechanical treatment, a collection of the chemical
substance utilized was performed, and a biochemical assessment was carried out to each
collection, through quantitative colorimetric determinations of both calcium and phosphorus
rates released from dentinal structure. The morphological analysis was based in
electromicrographics of the proof corpora, obtained in different magnitudes, through scanning
electronic microscopy of the wall surface of the treated canals. To perform lab tests, one
control group and three experimental groups were treated with NaClO, EDTA, and Tergensol,
in the absence of Endo PTC cream, while the second control group and its respective
experimental groups were treated with the same substances in presence of Endo PTC cream.
Results: Calcium and phosphorus analytically measured rates indicated that the type,
association and sequence of chemical substances employed imply a greater or lesser
proportion of these ions liberation in each step of endodontic treatment. The
electromicrographic analysis showed images which kept coherence to biochemical findings
because of both the chemical effects produced by the reactants used and the conditions of the
root canal walls in a root canal being treated. Once compared to cervical and medium thirds,
the apical third of the roots of the specimens in general was the one which showed a longer
permanence of the smear layer. Conclusion: The use of Endo PTC cream during
chemical/mechanical preparation at infected root canals ensures a more uniform
instrumentation, but it does not promote smear layer removal. The elimination of this layer,
even partial, is secured by EDTA chelating action.
Key words: Biochemical analysis. Scanning electronic microscopy. Smear layer. Endo PTC.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Equipamentos utilizados nos experimentos 65
Quadro 2 - Acessórios e instrumentos utilizados nos experimentos 65
Quadro 3 - Substâncias químicas utilizadas nos experimentos 66
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC 75
Tabela 2 - Comparação entre os grupos em função dos valores de cálcio determinados 76
Tabela 3 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC 79
Tabela 4 - Comparação entre os grupos em função dos valores de fósforo determinados 80
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem utilização de Endo PTC 76
Figura 2 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares com utilização de Endo PTC 77
Figura 3 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC 77
Figura 4 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem utilização de Endo PTC 80
Figura 5 - Médias e EPMs das taxas de fóforo liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares com utilização de Endo PTC 81
Figura 6 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas etapas do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC 81
Figura 7 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na primeira etapa do preparo
químico-mecânico dos canais radiculares sem e com a utilização de Endo PTC 83
Figura 8 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na segunda etapa (EDTA) do
preparo químico-mecânico dos canais radiculares sem e com a utilização de Endo PTC 83
Figura 9 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na terceira etapa (NaClO) do
preparo químico-mecânico dos canais radiculares sem e com a utilização de Endo PTC 84
Figura 10 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na quarta etapa (Tergensol) do
preparo químico-mecânico dos canais radiculares sem e com a utilização de Endo PTC 85
Figura 11a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GC
I
86
Figura 11b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GC
I
86
Figura 12a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GC
II
87
Figura 12b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GC
II
87
Figura 13a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GC
I
87
Figura 13b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GC
I
87
Figura 14a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GC
II
88
Figura 14b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GC
II
88
Figura 15a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GC
I
88
Figura 15b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GC
I
88
Figura 16a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GC
II
89
Figura 16b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GC
II
89
Figura 17a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
I
89
Figura 17b - Eletromicrografia o terço apical de espécime do GExp
I
89
Figura 18a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
IV
90
Figura 18b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
IV
90
Figura 19a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
I
90
Figura 19 b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
I
90
Figura 20a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
IV
91
Figura 20 b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
IV
91
Figura 21a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
I
91
Figura 21b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
I
91
Figura 22a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
IV
92
Figura 22b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
IV
92
Figura 23a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
II
92
Figura 23b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
II
92
Figura 24a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
V
93
Figura 24b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
V
93
Figura 25a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
II
93
Figura 25b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
II
93
Figura 26a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
V
94
Figura 26b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
V
94
Figura 27a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
II
94
Figura 27b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
II
94
Figura 28a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
V
95
Figura 28b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
V
95
Figura 29a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
III
95
Figura 29b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
III
95
Figura 30a - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
VI
96
Figura 30b - Eletromicrografia do terço apical de espécime do GExp
VI
96
Figura 31a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
III
96
Figura 31b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
III
96
Figura 32a - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
VI
97
Figura 32b - Eletromicrografia do terço médio de espécime do GExp
VI
97
Figura 33a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
III
97
Figura 33b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
III
97
Figura 34a - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
VI
98
Figura 34b - Eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
VI
98
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AH26 - cimento endodôntico obturador
AH Plus - cimento endodôntico obturador
Carbowax - polietilenoglicol
CDTA - agente quelante
Cetavlon - tensoativo quaternário de amônio
Crown-down - técnica de instrumentação endodôntica coroa-ápice ou cérvico-apical
CRT - comprimento real de trabalho
Decal - agente quelante
EDTA - ácido etilenodiaminotetracético
EDTA Ultra Duradent - agente quelante
EDTAC - EDTA associado a Cetavlon
EDTA-T - EDTA associado a Tergentol
EGTA - agente quelante
Endo PTC - associação de peróxido de uréia a 10%, Tween 80 e Carbowax
Endocursor - equipamento para instrumentação mecânica
Endofill - cimento endodôntico obturador
Endolift - equipamento para instrumentação mecânica
Endo-Prep - preparado à base de EDTA
Glide
TM
File Prep - agente lubrificante e quelante à base de EDTA e Peróxido de carbamida
em base aquosa (gel)
Gly-oxide - peróxido de uréia em glicerina anidra
H
2
O
2
- peróxido de hidrogênio
HE - hematoxilina-eosina
Hemisol - detergente
Largal Ultra - agente irrigante com EDTA a 15%
Líquido de Dakin - hipoclorito de sódio a 0,5%
MEV - microscopia eletrônica de varredura
MIC - concentração inibitória mínima
NaClO - hipoclorito de sódio
Pulp Canal Sealer - cimento endodôntico obturador
RC-Prep - peróxido de uréia (10%), EDTA (15%), Carbowax (75%)
REDTA - agente quelante
Sealapex - cimento endodôntico obturador
Smear layer - camada residual presente na superfície dentinária
Smear plug - camada residual presente nos túbulos dentinários
Solução de Milton - hipoclorito de sódio a 1%
Stwep-back - técnica de instrumentação endodôntica que utiliza força balanceada,
anticurvatura e telescópica
Sultan - cimento endodôntico obturador
Tergensol - detergente
Tubulicid Plus - agente irrigante com EDTA a 3%
Tween 80 - tensoativo neutro
YG Broth - caldo de extrato de glicose
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 22
2 REVISÃO DE LITERATURA 25
2.1 TRATATAMENTO ENDODÔNTICO E INSTRUMENTAÇÃO 26
2.2 SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 28
2.2.1 Hipoclorito de sódio 29
2.2.2 EDTA 34
2.2.3 Endo PTC 44
2.2.4 Detergentes 51
2.3 CAMADA RESIDUAL 52
3 OBJETIVOS 60
4 MATERIAIS E MÉTODOS 62
4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 63
4.1.1 Hipóteses 63
4.1.2 Fatores em estudo 63
4.1.3 Variável de resposta 63
4.1.4 Constituição da amostra 63
4.2 EQUIPAMENTOS, ACESSÓRIOS E SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 64
4.3 PREPARO DOS CORPOS-DE-PROVA 66
4.4 PROTOCOLO EXPERIMENTAL 66
4.4.1 Acesso ao canal radicular e odontometria 67
4.4.2 Preparo químico-mecânico do canal radicular 67
4.5 ANÁLISE BIOQUÍMICA 68
4.5.1 Grupos de estudo 68
4.5.2 Determinações colorimétricas 69
4.6 ANÁLISE MORFOLÓGICA 70
4.6.1 Grupos de estudo 70
4.6.2 Leitura em MEV 71
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS 72
5 RESULTADOS 73
5.1 DETERMINAÇÃO BIOQUÍMICA QUANTITATIVA DAS TAXAS
DE CÁLCIO E FÓSFORO LIBERADOS DA ESTRUTURA DENTINÁRIA 74
5.1.1 Determinação bioquímica das taxas de cálcio liberado da estrutura dentinária 74
5.1.2 Determinação bioquímica das taxas de fósforo liberado da estrutura dentinária 78
5.1.3 Taxas delcio e fósforo liberados nas quatro etapas seqüenciais do
tratamento endodôntico 82
5.1.3.1 Taxas de cálcio e fósforo liberados na primeira etapa do tratamento endodôntico 82
5.1.3.2 Taxas de cálcio e fósforo liberados na segunda etapa do tratamento endodôntico 83
5.1.3.3 Taxas de cálcio e fósforo liberados na terceira etapa do tratamento endodôntico 84
5.1.3.4 Taxas de cálcio e fósforo liberados na quarta etapa do tratamento endodôntico 84
5.2 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS PAREDES DO CANAL RADICULAR 85
6 DISCUSSÃO 99
7 CONCLUSÃO 115
REFERÊNCIAS 117
APÊNDICES 126
APÊNDICE A - Tabela empregada para analisar as imagens obtidas pelo
MEV através de escores 127
ANDICE B - Diploma do XXVIII Congresso Nacional da Associação
Espanhola de Endodontia 128
ANEXOS 131
ANEXO A - Médias e EPMs do pacote estatístico SIGMASTAT 132
ANEXO B - Declaração da UNIME 144
1 INTRODUÇÃO
23
As técnicas empregadas no tratamento dos canais radiculares diferem de acordo com
as exigências clínicas, o avanço científico e os valores consolidados na literatura acadêmica.
A complexidade anatômica e as possíveis configurações do espaço endodôntico, que será
instrumentado e posteriormente obturado, devem ser do conhecimento e domínio do
endodontista.
O sucesso da terapia endodôntica depende da excelência do diagnóstico e da
interpretação de seus resultados para um correto planejamento e execução, de instituir o
adequado limite apical do preparo, da sanificação e modelagem do sistema de canais, da
escolha das substâncias químicas e da medicação intracanal, do selamento apical e coronário,
do respeito às normas de biossegurança e da habilidade técnica individual do profissional.
O preparo do canal radicular destaca-se entre as etapas operatórias, em conseqüência
da interação de fatores físicos e químicos. Sendo o sistema de canais composto de região
central e de áreas secundárias de acesso limitado ou até mesmo inacessíveis, torna-se difícil a
aplicação rigorosa dos métodos de debridamento. Essas regiões podem ser beneficiadas pela
ação de substâncias químicas irrigadoras, durante a instrumentação, e pelo contato prolongado
da medicação intracanal.
Os procedimentos de instrumentação empregados na limpeza do canal radicular
propiciam a formação de uma camada de magma que se deposita em toda a extensão das
paredes radiculares em que agiram os instrumentos endodônticos. O magma é composto de
duas camadas, uma mais fina na superfície, fracamente aderida, e outra mais firme e espessa,
fortemente aderida à parede dentinária, chegando a penetrar nos túbulos. A composição do
magma engloba raspas de dentina e restos orgânicos de tecido pulpar vivo ou necrótico, sobre
os quais a substância química auxiliar atuará para remover o tecido orgânico e o inorgânico ao
mesmo tempo.
A influência do magma na permeabilidade dentinária é um aspecto largamente
estudado e de interesse do endodontista. As bactérias residuais que podem ser encontradas
dentro dos túbulos dentinários após o preparo químico-mecânico podem comprometer a sua
desinfecção, impedindo um bom selamento dos túbulos com o cimento obturador, o que
facilitaria a reinfecção.
As substâncias químicas auxiliares da instrumentação devem controlar a
contaminação superficial em dentes com polpa vital e cavidade aberta, solubilizar matéria
orgânica e combater os microrganismos do interior do sistema de canais, remover detritos,
lubrificar as paredes dentinárias, a fim de facilitar a ação dos instrumentos endodônticos e
remover a camada residual.
24
O uso do EDTA e do hipoclorito de sódio, após o preparo químico-mecânico do
canal radicular, tem sido considerado eficaz na remoção da camada residual que se deposita
na superfície dentinária instrumentada, obstruindo a entrada dos túbulos dentinários e canais
acessórios, dificultando a ação da medicação intracanal e do contato do material obturador
com a dentina.
Considerando-se que as soluções de EDTA em concentrações a 10% e 17% são mais
eficazes na limpeza e remoção da camada residual, que o terço cervical e médio apresentam
superfícies mais limpas em relação ao terço apical, independentemente das concentrações das
soluções de EDTA e dos tempos de aplicação, propõe-se este estudo a avaliar se a utilização
do Endo PTC associado ao hipoclorito de sódio durante o preparo químico-mecânico dos
canais radiculares interfere ou não na remoção da camada residual, uma vez que, para
diversos autores, o emprego de substâncias químicas auxiliares de consistência cremosa no
preparo dos canais contribui para aumentar a condensação de debris, principalmente na região
apical, prejudicando a limpeza e o sucesso da terapia endodôntica.
Assim sendo, é de fundamental importância definir o grau de intensidade de remoção
da camada residual em cada etapa do preparo químico-mecânico endodôntico, em condições
experimentais, mediante a análise de eletromicrografias obtidas através da técnica de
microscopia eletrônica de varredura e da determinação bioquímica dos íons de cálcio e
fósforo liberados das paredes dentinárias do canal radicular.
2 REVISÃO DE LITERATURA
26
2.1 TRATAMENTO ENDODÔNTICO E INSTRUMENTAÇÃO
As expressões preparo mecânico, preparo químico-mecânico, instrumentação,
limpeza e forma, biomecânica são utilizados indistintamente em Odontologia, apesar de, na II
Convenção Internacional de Endodontia, realizada na Universidade de Pensilvania, Filadélfia,
U.S.A., em 1953, ter-se estabelecido como correta a expressão biomecânica dos canais
radiculares, expressão que se justifica para nomear um ato operatório realizado com princípios
e exigências biológicas que consiste em três etapas: instrumentação ou alargamento do canal
radicular, desinfecção e obturação. Para alguns, não existe uma etapa mais importante do que
outra; todas estão correlacionadas, e qualquer descuido em uma delas poderá provocar o
insucesso do tratamento endodôntico (PÉCORA, 2004).
Outros, porém, destacam o papel relevante da preparação químico-mecânica na
terapia endodôntica, uma vez que alarga o canal radicular, ajuda na redução do número de
microrganismos que podem estar presentes e remove debris. Com o aumento do diâmetro
interno do canal, aumenta-se o espaço disponível para um maior volume de medicação, o que
também contribui para a etapa da obturação, graças ao aumento do espaço disponível para a
condensação (STEWART, 1955). A importância desse preparo químico-mecânico é tamm
destacada por Patterson (1963), pois, através de procedimentos mecânicos, obtém-se livre
acesso à região periapical através do canal radicular.
A permeabilidade dentinária desperta o interesse dos endodontistas, uma vez que os
túbulos dentinários, que contêm no seu interior os prolongamentos citoplasmáticos dos
odontoblastos e o líquido intersticial, permitem a passagem de substâncias e fluidos. A
própria característica histológica da dentina determina o índice de permeabilidade dentinária
maior nas proximidades da polpa e dos cornos pulpares, onde as diferenças se devem às
irregularidades na luz dos túbulos pela deposição mineral ou de colágeno (MJOR, 1972).
As seguintes finalidades do preparo biomecânico são citadas por Leonardo e Leal
(1991). Para as pulpectomias: combater a possível infecção superficial da polpa; remover a
polpa coronária e radicular, restos pulpares e sangue infiltrados nos canalículos dentinários;
prevenir o escurecimento dental; retificar, o mais possível, as curvaturas do canal radicular;
preparar o batente apical (degrau apical); alargar e alisar as paredes do canal dentinário,
dando-lhe conformação cônica e preparando-o para receber a obturação; remover raspas de
dentina e a smear layer produzida durante a instrumentação do canal radicular; e preservar a
vitalidade do coto pulpar, ramificações laterais, secundárias e acessórias. Durante a
penetração desinfectante é necessário: neutralizar o conteúdo tóxico da cavidade pulpar;
27
remover por meio mecânico e químico os microrganismos e seus produtos, reduzindo-se a
microbiota do canal radicular; remover restos necróticos, dentina infectada e amolecida;
alargar e alisar as paredes dentinárias do canal radicular, dando-lhe forma cônica; retificar o
mais possível as curvaturas do canal radicular; remover raspas de dentina e smear layer; e
permitir maior contato dos materiais obturadores com as paredes dentinárias do canal
radicular.
Há quase 30 anos, Schilder introduziu o conceito (e a expressão) “limpeza e
modelagem”. A limpeza e modelagem e a obturação tridimensional são inseparáveis. A
prática na limpeza e modelagem distingue prognóstico e expectativa, poder e mediocridade,
intenção e omissão, escolha e viabilidade. A limpeza e modelagem têm duas características
especiais. A primeira é que a terapia endodôntica é o único procedimento odontológico que
confia sobremaneira no “tato”; a segunda característica é a responsabilidade, vez que, na
Endodontia, o profissional é a principal variável clínica (COHEN; BURNS, 1997).
Um estudo de Washington apresentado por Ingle (1994) leva a crer que cerca de 60%
dos insucessos dos tratamentos endodônticos se relacionam com canais mal-obturados, em
conseqüência de valorizar-se mais a obturação do que os demais passos da terapia
endodôntica. Entretanto o canal radicular não receberá uma boa obturação sem uma correta
modelagem, que também depende do acesso endodôntico adequado (ESTRELA;
FIGUEIREDO, 1999). Assim, a limpeza e a modelagem do canal são essenciais para o
sucesso do tratamento endodôntico (STEWART, 1998).
Para Fairbanks (1995), não se pode separar procedimentos químicos e mecânicos,
pois os dois se interligam e se completam para a obtenção do resultado final, na busca do
trinômio almejado: limpeza, desinfecção e forma do canal radicular. A instrumentação deve
ser feita simultânea ou alternadamente com a irrigação.
O tratamento endodôntico consiste, fundamentalmente, no preparo químico-
mecânico com o objetivo de se obter a modelagem e sanificação dos canais radiculares para
sua posterior obturação. A biomecânica é realizada com o auxílio de instrumentos e de
soluções irrigantes. Enquanto o instrumento atua excisando a dentina e modelando a forma do
canal radicular, as soluções irrigantes agem sobre os componentes orgânicos presentes no
interior do sistema de canais radiculares, bem como sobre os componentes orgânicos e
inorgânicos de smear layer e smear plug formados. As soluções irrigantes agem, tamm,
pela ação hidrodinâmica, pois sua simples circulação (irrigação e aspiração) elimina debris
dos canais radiculares. A ação simultânea dos instrumentos e a química e hidrodinâmica das
28
soluções irrigantes promovem, assim, o preparo, a limpeza e a sanificação dos canais
radiculares (CRUZ FILHO, 1998).
Durante a execução do preparo biomecânico utilizam-se os seguintes meios: o
mecânico, pela ação dos instrumentos no canal radicular através das técnicas de
instrumentação; o físico, que consiste no ato de irrigar e aspirar uma solução através do
movimento hídrico; e, por fim, o químico, que corresponde à ação das propriedades químicas
das soluções irrigantes (PÉCORA, 2004).
2.2 SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Segundo Paiva (1974), é altamente necessário o emprego de substâncias químicas
auxiliares durante a instrumentação. A dentina que vai sendo excisada pelos instrumentos
deve ser adsorvida pela substância química auxiliar, a fim de impedir a formação de depósitos
na porção apical do canal, o que poderia provocar a obstrução dessa área, tornando impossível
sua completa desinfecção. Além disso, a substância química deve facilitar o alargamento do
canal, remover restos orgânicos e combater os germes contaminadores. Cumpre ressaltar que
tudo isso deve ser concretizado em perfeita harmonia com o princípio fundamental da cirurgia
endodôntica, que visa à manutenção da integridade dos tecidos vivos do coto pulpar e do
periodonto apical. Dessa forma, ser bem tolerada pelos tecidos da região periapical constitui
requisito fundamental de uma boa substância auxiliar do preparo químico-mecânico, de modo
a não perturbar a reparação biológica.
Uma das razões para o emprego das substâncias químicas como auxiliares da
biomecânica dos canais radiculares é a constante e inerente variação da anatomia interna dos
canais, que pode prejudicar enormemente a sua instrumentação, em razão da dificuldade na
penetração dos instrumentos endodônticos em todas as suas paredes e canais. Uma outra é a
necessidade de remoção da smaer layer resultante da própria ação dos instrumentos
endodônticos, quando se realiza a biomecânica dos canais radiculares (FAIRBANKS, 1995).
Sendo incontestável a necessidade de empregar-se uma solução irrigante no preparo
dos canais radiculares, os pesquisadores têm buscado uma solução ideal como auxiliar da
instrumentação, que deveria ter as seguintes propriedades: a) ser biocompatível com os
tecidos do coto pulpar e periapicais; b) produzir baixa tensão superficial; c) atuar em matéria
orgânica em decomposição e em matéria inorgânica desprendida e/ou compactada durante a
29
instrumentação (smear layer e smear plug); d) não manchar as estruturas dentinárias; e)
reduzir ou eliminar os microrganismos presentes no interior do sistema de canais radiculares e
canalículos dentinários; f) não interferir quimicamente nos materiais obturadores dos canais
radiculares; g) ser de baixo custo operacional. Sabe-se que nenhuma das soluções irrigantes
usadas no passado e em uso no presente preenche todas essas propriedades, impondo-se
muitas vezes a utilização de materiais ou associações de soluções irrigantes para obtenção dos
efeitos desejáveis (CRUZ FILHO, 1998).
As soluções auxiliares da instrumentação de canais radiculares mais comumente
empregadas em Endodontia são: os compostos halogenados (soluções de hipoclorito de sódio
nas diversas concentrações de cloro ativo), os tensoativos (aniônicos, catiônicos ou neutros),
os quelantes (à base de EDTA), os ácidos (ex.: ácido cítrico), os peróxidos (ex.: peróxido de
hidrogênio e uréia), as associações e/ou misturas e outras soluções (ex.: soro fisiológico, água
com hidróxido de cálcio) (PÉCORA, 2004).
Investigando-se clinicamente o efeito de vários irrigantes endodônticos no
aparecimento da dor entre as consultas a partir do tratamento de 253 pacientes, verificou-se
que 65,6% deles não acusaram dor entre as consultas (grupo 1); 27,7% apresentaram dor leve
(grupo 2) e 6,7% apresentaram dor, sendo necessário tratamento paliativo (grupo 3). No grupo
1, a solução utilizada durante o preparo do canal foi a solução salina; no grupo 2, o NaClO a
5,25%; no grupo 3, uma combinação de H
2
O
2
a 3% e NaClO a 5,25%. A análise estatística
demonstrou não haver relação entre a dor presente entre as consultas e o tipo de irrigante
utilizado (HARRISON et al., 1978).
2.2.1 Hipoclorito de sódio
O hipoclorito de sódio (NaClO) é, de longe, a solução mais comumente utilizada na
terapia endodôntica, podendo atender aos objetivos de debridamento total, lubrificação,
eliminação de microrganismos e dissolução de tecidos orgânicos. Recomenda-se
habitualmente uma solução a 2,5%, embora concentrações maiores do que e iguais a 1,25%
também sejam empregadas. A rapidez e a magnitude da dissolução tecidual estão relacionadas
com a concentração dessa solução inorgânica (COHEN; BURNS, 1997).
O NaClO não é encontrado sob a forma de pó, mas somente como solução aquosa.
Ocorrendo neste estado, encontra-se em equilíbrio químico-dinâmico, podendo se apresentar
como um sal não-dissociado, dando origem a outras substâncias, ou totalmente dissociado.
30
Graças ao seu equilíbrio químico-dinâmico, a solução aquosa de hipoclorito de sódio pode ser
representada pela seguinte reação química:
NaClO + H
2
O <==> NaOH + HClO <==> Na
+
+ OH
-
+ H
+
+ ClO
-
==> O
2
+ Cl
2
As reações químicas entre os componentes do tecido pulpar e a solução de
hipoclorito de sódio caracterizam o processo de dissolução tecidual (PÉCORA, 2004).
Os hipocloritos são compostos halogenados que foram empregados pela primeira vez
em 1792, sob a forma de água de Javele, uma mistura de hipoclorito de sódio e potássio. Em
1820, o químico francês Labaraque obteve o hipoclorito de sódio a 2,5% de cloro ativo,
solução que passou a ser utilizada como desinfetante de feridas. Posteriormente, durante a
Primeira Guerra Mundial (1915), o bioquímico britânico Dakin, ao perceber que a
cicatrização dos ferimentos era lenta, propôs uma nova solução de hipoclorito a 0,5% de cloro
ativo neutralizado com ácido bórico a 0,4%, que ficou conhecida como líquido de Dakin. Esse
composto halogenado ainda pode ser encontrado como soda clorada (5% de cloro ativo), a
0,5% com bicarbonato de sódio (solução de Dausfrene) e a 1% (solução de Milton)
(PÉCORA, 2004). Barrett (1917) difundiu o uso da solução de Dakin para a irrigação de
canais radiculares, ressaltando sua eficiência como anti-séptico e desinfectante.
Avaliando-se clinicamente o efeito antibacteriano do NaClO a 0,5% e 5% como
irrigantes de canais radiculares contaminados, constatou-se que as bactérias sobreviventes à
instrumentação e à irrigação se multiplicaram rapidamente, entre as sessões, em canais vazios.
O NaClO reage com restos orgânicos, facilitando a limpeza, porém essa reação inativa o
NaClO e reduz a sua capacidade antibacteriana, criando a necessidade de aplicações
freqüentes. Os resultados não apontaram diferença entre as concentrações de NaClO testadas,
entretanto a associação do EDTA a 15% ao NaClO a 5% mostrou-se mais eficiente do que o
NaClO isoladamente (BYSTRÖM; SUNDQVIST, 1985).
Um estudo in vitro avaliou e comparou a eficácia de três soluções irrigantes e três
técnicas de instrumentação. Sessenta dentes humanos foram instrumentados com o uso de
limas K-File #15-50, distribuídos em três grupos de 20 dentes cada de acordo com a técnica
de instrumentação adotada (manual, com Endolift e com Endocursor) e redistribuídos em três
subgrupos de acordo com a solução irrigante utilizada como teste: Largal Ultra, Tubulicid
Plus e ácido cítrico a 50%. O tempo de instrumentação para cada lima foi de 1 minuto, e cada
troca foi seguida de irrigação com 1 mL de NaClO a 1% durante 30 segundos. Os canais
foram secos e irrigados durante 30 segundos pelas três soluções, seguindo-se a lavagem final
com 5 mL de água destilada. A formação de smear layer variou em função da técnica de
instrumentação, o que pode ser atribuído ao fato de a técnica a motor produzir mais dentina
31
excisada do que a manual. A remoção da smear layer por Largal Ultra e Tubulicid Plus foi
independente do método de instrumentação utilizado. Por outro lado, o uso de ácido cítrico a
50% removeu parcialmente a smear layer, produzindo algumas fendas (LIOLIOS et al.,
1997).
Com o intuito de testar a habilidade com que diferentes irrigantes penetram nos
túbulos dentinários e exercem suas ações antibacterianas, 24 incisivos centrais superiores
recém-extraídos de humanos tiveram acesso convencional, polpa extirpada, foram imersos em
NaClO a 5% por 10 minutos, secos com ponta de papel estéril e esterilizados com gás de
óxido de etileno. Como controle, dois dentes foram transferidos para a solução de extrato de
glicose (YG broth) e incubados por 24 horas em 37ºC como teste para esterilidade. Foi usado
Streptococcus faecalis como organismo teste no extrato de glicose, onde as polpas extirpadas
foram inoculadas. Os demais foram distribuídos em dois grupos: no grupo A, utilizou-se
NaClO a 5% durante a instrumentação, os dentes foram a seguir lavados com 3 mL de EDTA
a 10% e, após 3 minutos, procedeu-se à lavagem final com 3 mL de soro fisiológico; no grupo
B, irrigou-se com 1 mL de EDTA a 10% durante a instrumentação, seguindo-se, após 15
segundos, uma lavagem com 1 mL de solução de Triton X-100 (agente tensoativo), outra com
1 mL de NaClO a 5% e irrigação final com 3 mL de soro fisiológico. Em ambos os grupos, os
canais foram secos e colocados em formalina a 10% por uma semana. Os espécimes foram
descalcificados pelo ácido fórmico a 5%, desidratados e embebidos em parafina para análise
histológica. Após 20 dias de incubação, o exame histológico dos dois espécimes de controle
mostrou que S. faecalis produziu densa e intensa infecção tubular, mais copiosamente nos
terços coronário e médio; a qualidade e intensidade da penetração das bactérias foram
menores no terço apical. O exame histológico do grupo A mostrou uma área residual de
infecção estendida para o lúmen do canal até uma profundidade de 300 µm. No grupo B, o
exame histológico constatou uma área de dentina livre de infecção tubular que se estendia a
uma profundidade de 130 µm e, em alguns exames, nos terços médio e cervical nenhuma
infecção tubular foi encontrada (BERUTTI; MARINI; ANGERETTI, 1997).
Por meio da microscopia óptica e a da análise morfométrica, mediu-se a capacidade
de limpeza promovida pela solução de Dakin, pela solução de EDTA a 15%, pela mistura das
soluções de Dakin e EDTA nas proporções de 1:1 e pelo uso alternado da solução de Dakin
com a solução de EDTA, na instrumentação de canais radiculares. Vinte incisivos centrais
superiores humanos extraídos foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos de cinco
dentes. Foi realizado o acesso, procedeu-se à odontometria 1 mm aquém do comprimento do
dente e à instrumentação com a lima que determinou o diâmetro anatômico do comprimento
32
de trabalho e mais duas na numeração subseqüente, seguida de escalonamento até #80.
Preconizou-se o tempo de instrumentação de 1 minuto para cada lima e irrigação com 10,8
mL para cada solução ou combinação de soluções. Os dentes foram submetidos ao
processamento histológico e à coloração com hematoxilina-eosina (HE) para posterior cálculo
da porcentagem de detritos dos terços apical e médio do canal através do teste estatístico
paramétrico, análise de variância e teste de Tukey. Concluiu-se que nenhuma das soluções
irrigantes testadas removeu completamente os detritos no interior dos canais; os terços médio
e apical apresentaram-se estatisticamente semelhantes quanto à porcentagem de detritos
encontrados, qualquer que fosse a solução irrigante empregada. A solução de Dakin e o
EDTA, quando utilizados de modo isolado, formaram um par estatisticamente semelhante
quanto à quantidade de detritos encontrados. A solução de Dakin, quer utilizada de modo
alternado, quer misturada com a solução de EDTA, apresentou resultados estatisticamente
semelhantes e promoveu canais radiculares mais limpos (BRAGUETTO et al., 1997).
Através da microscopia eletrônica de varredura, Stewart (1998) estudou a efetividade
da limpeza da estrutura da dentina tubular por três modalidades de irrigação. Os canais de
dentes molares foram alargados até o ápice com a lima #40 distribuídos em três grupos: o
primeiro foi preparado com peróxido de hidrogênio e solução de NaClO a 2,5%; no segundo
grupo, o canal foi alargado usando-se peróxido de carbamida a 10% (RC-Prep) e depois
irrigado com NaClO a 2,5%; no terceiro grupo, utilizou-se RC-Prep modificado com 15% de
peróxido de carbamida e irrigação com NaClO a 2,5%. O RC-Prep com 15% de peróxido de
carbamida promoveu limpeza superior à do RC-Prep com 10% de peróxido de carbamida, e
este último teve uma ação superior à do peróxido de hidrogênio.
A determinação da concentração de cloro residual livre nas soluções de hipcolorito
de sódio a 0,5% é de fundamental importância para a obtenção de resultados na clínica e na
pesquisa, principalmente quando reage com o creme de Endo PTC. Siqueira (2000) avaliou
uma solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, preparada a partir de outra solução concentrada.
Atingida a concentração dentro dos limites exigidos, ajustou-se o pH de 160 amostras em 7, 8,
9, 10 e 11 com ácido bórico. As amostras foram levadas a duas diferentes temperaturas:
refrigerada (5ºC ± 1ºC) e ambiente (25ºC ± 5ºC). Após 0, 8, 16, 35, 49, 63, 94 e 122 dias,
avaliou-se, por meio da titulação, a concentração de cloro residual livre nas soluções
estudadas. A análise dos resultados permitiu inferir que: (1) o pH, a temperatura e o tempo de
armazenagem exercem influência sobre a estabilidade química da solução de hipoclorito de
sódio a 0,5%; (2) o pH exerce maior influência do que a temperatura, que, por sua vez, exerce
maior influência do que o tempo sobre a estabilidade química da solução estudada; (3) o pH e
33
a temperatura exercem influência direta sobre os prazos de validade das soluções de
hipoclorito de sódio a 0,5%; (4) quando a temperatura é igual a 5ºC, a solução se mantém
dentro dos limites de especificação adotados para pH acima de 8,6 (até um intervalo de quatro
meses); (5) quando a temperatura é igual a 25ºC, a solução se mantém dentro dos limites de
especificação adotados para pH maiores do que 9,4 (até um intervalo de quatro meses); (6) as
soluções de hipoclorito de sódio a 0,5% em pH 9 armazenadas sob refrigeração deveriam ser
utilizadas com maior freqüência, graças à sua estabilidade química em comparação com as
demais soluções estudadas.
Através do teste de exposição direta, procurou-se determinar a concentração
inibitória mínima (CIM) e o efeito antimicrobiano sobre S. aureus, E. faecalis, P. aeruginosa,
B. subtilis, C. albicans e uma cultura mista, de quatro soluções irrigantes: hipoclorito de sódio
a 1%, clorexidina a 2%, solução de hidróxido de cálcio a 1% preparada com 1g de Ca(OH)
2
e
100 mL de água destilada esterilizada, solução de hidróxido de cálcio + detergente (HCT20).
O crescimento microbiano foi analisado por dois métodos: turvação do meio de cultura e
confirmação pela coloração de Gram e subcultura em caldo nutriente específico. No teste de
diluição, o hipoclorito de sódio a 1% apresentou MIC igual a 0,1% para S. aureus, E. faecalis,
P. aeruginosa e C. albicans e igual a 1% para B. subtilis e para a cultura mista; a clorexidina a
2% mostrou MIC igual a 0,000002% para S. aureus, 0,02% para E. faecalis, B. subtilis, C.
albicans e a cultura mista e 0,002% para P. aeruginosa; para a solução de hidróxido de cálcio
a 1% a MIC foi superior a 1% para todos os microrganismos testados, com exceção de P.
aeruginosa, cuja MIC foi igual a 1%; a solução de hidróxido de cálcio + detergente
apresentou MIC igual a 4,5 mL para S. aureus, P. aeruginosa, B. subtilis, C. albicans e a
cultura mista e superior a 4,5 mL para E. faecalis. No teste de exposição direta, o hipoclorito
de sódio a 1% teve melhor efeito antimicrobiano para todos os microrganismos em todos os
períodos experimentais; a clorexidina a 2% foi efetiva sobre S. aureus, E. faecalis e C.
albicans em todos os períodos, mas ineficaz sobre P. aeruginosa, B. subtilis e sobre a cultura
mista. As outras soluções mostraram os piores resultados (ESTRELA et al., 2003).
A efetividade do Glyde
TM
File Prep associado ao hipoclorito de sódio na remoção da
smear layer produzida durante a instrumentação do canal radicular foi avaliada através de
MEV. Trinta e nove dentes humanos unirradiculares e com curvatura menor do que 30º
foram
instrumentados a 1 mm do forame apical pela técnica step-back com limas Flex-File #20-60.
No grupo A (controle positivo), procedeu-se à irrigação com 0,5 mL de NaClO a 1% a cada
troca de lima e à irrigação final com 10 mL de NaClO. No grupo B (controle negativo),
irrigou-se com 0,5 mL de NaClO a 1% a cada troca de lima, seguindo-se a irrigação final com
34
10 mL de EDTA a 17%. No grupo C (experimental), à irrigação com 0,5 mL de NaClO a 1%
associado ao gel Glyde
TM
File Prep revestido em cada troca de lima, seguiu-se a irrigação
final com 10 mL de NaClO. Comparativamente, a irrigação convencional apenas com NaClO
foi ineficaz para realizar o debridamento completo do sistema de canais radiculares. O
Glyde
TM
File Prep usado em conjunto com o NaClO foi significativamente mais eficiente na
remoção da smear layer quando comparado com o grupo A. Não houve diferença
significativa na limpeza dos terços dos canais radiculares quando o grupo B foi comparado
com o grupo C (LIM et al., 2003).
2.2.2 EDTA
Nikiforuk e Sreebny (1953) descreveram as propriedades químicas do EDTA e
citaram experimentos que se destinavam a determinar o método mais indicado para uso desse
agente nos processos de descalcificação dos tecidos duros. Os sais de sódio do EDTA são
agentes quelantes orgânicos não coloidais que se assemelham a polifosfatos inorgânicos em
sua habilidade em formar quelatos não-iônicos solúveis com um grande número de íons
metálicos.
A quelação como fenômeno físico-químico ocorre quando certo íon metálico é
seqüestrado dos complexos de que faz parte, não constituindo com a substância quelante uma
união química mas uma combinação onde o núcleo quelado é um grupo de átomos ligados em
forma de anel com uma ou mais ligações coordenadas. Os átomos que geralmente cedem
elétrons são os de oxigênio, nitrogênio ou enxofre, e o átomo que recebe é um metal. Esse
processo só chega ao final quando se esgota a ação quelante (PAIVA; ANTONIAZZI, 1988).
Tendo em vista que os agentes usualmente empregados para o debridamento dos
canais radiculares, como a soda clorada, a cloramina e o peróxido de hidrogênio possuem
pequeno ou nenhum efeito solvente sobre a dentina, Östby (1957) testou clinica e
histopatologicamente o composto quelante EDTA, concluindo que seria um agente
coadjuvante na terapia do canal radicular graças ao seu efeito solvente, podendo ser aplicado
durante o debridamento, em canais estreitos ou obstruídos, para amolecer a dentina, além de
facilitar a remoção de componentes orgânicos formados durante a instrumentação. O autor
salientou, ainda, que os componentes não apresentaram nenhuma reação adversa quando
usados rotineiramente, nem mostraram efeito deletério sobre o tecido pulpar e periapical.
35
A fim de superar o pequeno diâmetro do canal resultante da dentina secundária, de
curvaturas e irregularidades, Patterson (1963) apontou a necessidade do uso de solventes
químicos que reduzam a resistência das estruturas dentárias à abrasão. Avaliando o efeito do
EDTA sobre a dureza da dentina, dois agentes quelantes foram investigados, o EDTA e o
EDTAC. O EDTA foi dissolvido em água destilada estéril, preparando-se soluções nas
concentrações de 10%, 3%, 1%, 0,3%, 0,1% e 0,03% em pH de 5,0 que foram clareadas,
deixadas sem cor e odor; e o EDTAC na concentração de 15% em pH de 7,3, tornando-se
claro, incolor e inodor. A metade dos dentes tratados pelo EDTAC mostrou que a dureza da
dentina foi bastante reduzida pela exposição de 24 horas e que aconteceu a ação
descalcificadora, até que toda a substância disponível tivesse formado um complexo com o sal
de cálcio da dentina. Os espécimes expostos a uma solução de EDTA a 10% por 24 horas
apresentaram sulcos longitudinais de descalcificação bastante aparentes.
Os efeitos de diferentes preparos à base de EDTA na dentina dos canais radiculares
foram analisados a partir de canais de dentes unirradiculares manipulados para eliminar
detritos, remover a pré-dentina e padronizar diâmetros. O forame apical foi selado com
parafina, e os canais radiculares foram preenchidos com os seguintes preparados à base de
EDTA: Endo-Prep, EDTA Ultra Duradent, EDTAC e EDTA. Os produtos permaneceram no
interior dos canais por 5, 15, 30 minutos e 24 horas, tendo sido utilizados, para os três tempos
mais curtos, outros três grupos experimentais, nos quais os materiais foram trocados duas
vezes a cada 5 minutos. No grupo controle, apenas a água destilada foi usada por períodos de
tempos iguais. As amostras foram incluídas em metacrilato com cortes de 8 µm de espessura
para serem analisadas ao microscópio óptico, e os halos de descalcificação medidos com o
auxílio de uma ocular com régua micrometrada. Os resultados evidenciaram que tanto o
Endo-Prep quanto o EDTA Ultra Duradent mostraram-se deficientes na ação quelante em
comparação com os outros dois produtos (HOLLAND et al., 1973).
Em estudo com o objetivo de examinar o efeito desmineralizador de três agentes
quelantes (Decal, Largal Ultra e RC-Prep) nos diferentes níveis do canal radicular para
comparar a efetividade dessas substâncias, observou-se que a dentina presente do terço
cervical e médio foi amolecida a uma profundidade limitada, e a dentina do terço apical
permaneceu intacta (FRASER, 1974).
A eficácia de várias soluções irrigantes através da microscopia eletrônica de
varredura foi testada em 40 dentes humanos unirradiculares recém-extraídos colocados em
água deionizada e distribuídos em quatro grupos em que foram utilizados: NaClO durante a
instrumentação, seguido de um jato de 20 mL de REDTA (grupo 1); REDTA durante a
36
instrumentação e um jato de 20 mL de NaClO (grupo 2); NaClO durante a instrumentação, a
que se seguiu um jato de 10 mL de NaClO e 10 mL de REDTA (grupo 3); REDTA durante a
instrumentação seguindo-se um jato de 10 mL de REDTA e 10 mL de NaClO (grupo 4). O
estudo permitiu concluir que: a smear layer pode ser removida pela combinação de irrigantes;
na camada residual devem estar presentes componentes orgânicos; a lavagem final com
NaClO demonstra mais efetividade para a remoção da smear layer; o NaClO usado durante a
instrumentação limpa de forma mais eficiente do que o REDTAC (GOLDMAN et al., 1982).
Comprovando-se a eficácia da instrumentação do canal radicular com 1 mL de
solução de NaClO a 5,25% entre cada instrumento e com irrigação final com 20 mL de várias
soluções ou combinações de soluções, foram pesquisadas as seguintes substâncias: soro
fisiológico, NaClO a 5,25%, EDTA a 17% e 8,5% em pH 7,7 e ácido cítrico. A microscopia
eletrônica de varredura mostrou que a abundante irrigação final com 10 ml de EDTA a 17%
com pH 7,7 seguida de 10 mL de NaClO a 5,25% foi a mais eficiente para a remoção da
camada residual. Os resultados mostraram a necessidade de combinação da atividade química
dos irrigantes com um grande volume de irrigação após a instrumentação (YAMADA et al.,
1983).
Utilizando-se 80 dentes selecionados com o auxílio de uma lupa estereoscópica,
testou-se a influência do uso de soluções descalcificadoras na obturação do sistema de canais
radiculares, tendo como critério a escolha de raízes que evidenciassem a presença de canais
laterais ou deltas apicais. Os dentes foram distribuídos em quatro grupos, assim se
procedendo: instrumentação com NaClO a 1% e irrigação final com soro fisiológico (grupo
1); irrigação com EDTA a 20% durante toda a fase do preparo biomecânico e irrigação final
com soro fisiológico (grupo 2); irrigação com NaClO a 1% durante toda a fase do preparo
biomecânico, preenchimento dos canais com EDTA por 3 minutos e irrigação final com soro
fisiológico (grupo 3); irrigação com NaClO a 1% durante toda a fase do preparo biomecânico,
preenchimento dos canais com ácido cítrico a 3% durante 3 minutos e irrigação final com soro
fisiológico (grupo 4). Concluído o preparo, os canais foram obturados pela técnica da
condensação lateral, utilizando-se cones de guta-percha e cimento de óxido de zinco e
eugenol, e radiografados em dois sentidos: vestibulolingual e mesiodistal. A análise das
radiografias mostrou que: 35% das raízes do grupo 1 exibiam canais laterais ou deltas apicais
preenchidos por cimento obturador; e 60% das raízes do grupo 2 possuíam canais laterais ou
deltas apicais, tendo alcançado 90%, quando o EDTA foi empregado por apenas 3 minutos, e
70%, quando da utilização do ácido cítrico pelo mesmo tempo (HOLLAND et al., 1988).
37
Para observar através da microscopia eletrônica de varredura a efetividade do EDTA
a 17% e de misturas à base de etilenodiamino a 5% na remoção da camada residual em canais
instrumentados, Aktener e Bilkay (1993) elaboraram um estudo com 35 dentes anteriores
superiores recém-extraídos, que, após acesso e odontometria, tiveram seus forames selados
com cera e, em seguida, foram dilatados até a lima k #50 e distribuídos em sete grupos, que
foram irrigados com: 10 mL de soro fisiológico (grupo 1); 10 mL, sendo quatro partes de
EDTA e uma de etilenodiamino (grupo 2); 20 mL, sendo quatro partes de EDTA e uma de
etilenodiamino (grupo 3); 10 mL, sendo quatro partes de EDTA e duas de etilenodiamino
(grupo 4); 20 mL, sendo quatro partes de EDTA e duas de etilenodiamino (grupo 5); 10 mL,
sendo quatro partes de EDTA e três de etilenodiamino (grupo 6); 20 mL, sendo quatro partes
de EDTA e três de etilenodiamino (grupo 7). A duração da irrigação nos grupos 1, 2, 4 e 6 foi
de 1 minuto e nos demais, de 2 minutos. Cada canal recebeu irrigação final de 10 mL de soro
fisiológico. No final da experiência observou-se que, no grupo 1, estava presente grande
quantidade de smear layer em todos os níveis; nos grupos 2 e 4, no terço apical de todas as
amostras havia túbulos dentinários abertos e fechados; nos grupos 3 e 5, a smear layer foi
removida quase completamente; nos grupos 6 e 7, a smear layer foi removida de todas as
amostras e as aberturas dos túbulos dentinários estavam patentes.
Um estudo in vitro pesquisou a retenção bacteriana nas paredes do canal radicular
utilizando Streptococcus anginosus. Vinte e seis caninos humanos recém-extraídos foram
instrumentados até a lima #80, seguindo-se a técnica do recuo, usando-se como solução
irrigadora o NaClO a 2,5%. Os dentes foram distribuídos em grupos experimentais e
controles: grupo 1 (sem remoção da smear layer) com irrigação final com 20 mL de solução
salina estéril; grupo 2 (com remoção da smear layer) com irrigação final com 10 ml de EDTA
a 17% seguida de NaClO a 2,5%; todos os espécimes dos grupos experimentais foram
esterilizados pela exposição ao óxido de etileno. O grupo controle negativo foi preparado,
exposto ao óxido de etileno e colocado de forma asséptica dentro de um tubo de ensaio estéril.
O grupo controle positivo foi preparado como os experimentais e processado para a leitura em
MEV. Dois dentes adicionais foram manipulados usando-se um fluxo final de 20 mL de
solução salina estéril, que retém smear layer, um dos espécimes foi submetido à sanificação
por 5 minutos e ambos foram examinados em MEV. Os resultados demonstraram que o grupo
experimental 1 (com smear layer) continha bem menos bactérias do que o grupo 2 (sem
smear layer); o grupo controle negativo mostrou-se sem crescimento bacteriano. Através da
MEV constatou-se: no grupo 1, a presença de smear layer e que o S. anginosus não colonizou
bem a smear layer; no grupo 2, a remoção da smear layer e diferentes cadeias de colonização
38
com massas de bactérias inseridas nos túbulos dentinários, ficando demonstrado que a
sanificação dos dentes removeu efetivamente a smear layer. Os autores asseguram que a
camada residual produzida durante a terapia do canal radicular pode prevenir, inicialmente, a
penetração de bactérias nos túbulos dentinários (DRAKE et al., 1994).
O potencial irritativo de soluções à base de EDTA e REDTA foi analisado em tecido
conjuntivo de 24 ratos albinos machos através da técnica de exsudação de corantes vitais,
complementada por análise histopatológica dos tecidos inoculados. Para o grupo controle, foi
injetado 0,1 mL de soro fisiológico e, para os grupos experimentais, as soluções quelantes na
mesma proporção. Após três horas, os animais foram sacrificados, e processou-se o recorte
das peles. O material experimental de 20 animais foi analisado em espectrofotômetro digital,
seguindo-se a análise estatística através do método de Tuckey; as demais amostras foram
submetidas à análise pela técnica histológica. As soluções de EDTA e de EDTAC, nas
concentrações utilizadas, provocaram intenso edema, hemorragia e alteração na arquitetura
tecidual, com um grande potencial irritativo, diferentemente do que ocorreu com o grupo
controle. O estudo recomendou o uso clínico cauteloso dessas soluções quelantes
(SILVEIRA; TAVARES; SOARES, 1994).
Fairbanks (1995) propôs-se a avaliar a microdureza da dentina do terço cervical
radicular através do mecanismo de ação de soluções quelantes (EDTA, EDTAC e EDTA-T),
utilizando cinco incisivos centrais superiores cujas coroas foram seccionadas na junção
esmalte/cimento. As raízes foram incluídas em blocos de acrílico de rápida polimerização e
seccionadas em cortes transversais com 1 mm de espessura. Cada corte foi dividido em quatro
partes, e cada uma delas foi colocada sobre um disco de acrílico, de modo a formar um corpo-
de-prova. Sobre cada superfície de dentina, aplicou-se a solução a ser testada e, após 5
minutos, mediu-se a microdureza Vickers da superfície. O autor concluiu que as soluções
quelantes testadas reduziram a microdureza da dentina e que as soluções de EDTA e EDTA-T
agiram de modo semelhante, enquanto a solução de EDTAC promoveu a maior redução da
microdureza da dentina no tempo pesquisado.
O efeito da eliminação da smear layer por meio da solução de EDTA a 15% foi
estudado por a partir de dentes unirradiculares diagnosticados como portadores de necrose
pulpar ou periodontite supurativa apical crônica. Cada dente foi tratado em dois períodos, e o
exame bacteriológico foi realizado em três etapas por meio de cultura em ágar semi-sólido
Brucella Broth, incluindo vitamina K1 a 0,1% e hemisol a 1%. Após o acesso, foi obtida a
odontometria, e o canal foi alargado com limas K #25. A primeira amostra foi resultado das
raspas de dentina e do material debridado aderido ao instrumento. Os dentes foram
39
instrumentados com irrigação alternada de NaClO a 5% e H
2
O
2
a 3%. Em 129 dos 189 dentes
procedeu-se à irrigação final com EDTA a 15% e em 60, com solução salina através do
aparelho ultra-sônico por 1 minuto para a remoção da smear layer. Os canais foram lavados
com água destilada, secos e não receberam medicação intracanal. Uma ponta absorvente foi
inserida no interior do canal por 1 minuto para a obtenção da segunda amostra. A terceira
amostra foi obtida uma semana após a segunda visita. As três culturas foram incubadas a 37ºC
por 48 horas sob condições anaeróbicas. Todas as primeiras amostragens foram positivas para
a cultura; na segunda amostragem, nenhuma diferença estatística significativa foi encontrada;
na terceira amostragem, o grupo em que se utilizou a solução salina mostrou porcentagem
significativamente menor de culturas negativas em comparação com o grupo em que se
aplicou o EDTA. Os resultados das culturas não refletem a condição do canal, uma vez que os
métodos de amostragem não podem revelar microrganismos misturados com a smear layer. O
estudo ainda demonstrou que a eliminação da smear layer foi o procedimento mais proveitoso
na formação de um ambiente estéril (YOSHIDA et al., 1995).
Através do microscópio eletrônico de varredura, pesquisou-se a influência da
agitação mecânica do EDTA no interior do canal radicular na remoção da smear layer,
utilizando-se 30 dentes anteriores unirradiculares recém-extraídos. Após o acesso, a
odontometria foi determinada 1 mm aquém do instrumento visível no forame apical com uma
lima K #10. Todos os canais foram alargados até a lima K #45 com hipoclorito de sódio a 1%,
preenchidos com EDTA a 17% por 5 minutos e as amostras foram distribuídas em três
grupos. No grupo 1, o EDTA permaneceu no interior do canal. No grupo 2, o EDTA foi
agitado durante 2 minutos com uma lima K #10 e permaneceu por 3 minutos. No grupo 3, o
EDTA foi agitado durante os primeiros 2 minutos, usando-se uma lima Lentulo #1 acionada a
micromotor. As amostras foram então irrigadas com 5 mL de hipoclorito de sódio a 1%. Os
resultados foram os que seguem: no grupo 1, a smear layer superficial foi totalmente
removida em todo o terço cervical, mas no terço médio de quatro amostras e no terço apical
de cinco amostras a smear layer foi quase completamente removida, algumas aberturas dos
túbulos dentinários eram patentes e outras mostravam-se fechadas, e uma densa smear layer
estava presente em uma das amostras. No grupo 2, a smear layer superficial foi totalmente
removida do terço cervical, entretanto, no terço médio de três amostras e no terço apical de
quatro amostras, a smear layer foi quase completamente removida e algumas aberturas dos
túbulos dentinários eram patentes e outras mostravam-se fechadas. No grupo 3, a smear layer
superficial foi removida dos terços cervical e médio, e apenas uma amostra apresentou no
terço apical a smear layer quase completamente removida (LOPES et al., 1996).
40
Diep (1997) analisou, através da microscopia eletrônica de varredura, a ação de
limpeza dos canais radiculares em função do modo de aplicação do EDTA. Sessenta pré-
molares inferiores humanos recém-extraídos foram instrumentados com a técnica telescópica,
tendo, como instrumento de memória, três acima do diâmetro anatômico e telescopiagem com
três instrumentos acima do instrumento de memória. Os dentes foram distribuídos em dez
grupos experimentais e assim instrumentados: grupo 1, com água destilada e lavagem final
com EDTA por 1 minuto (parede proximal); grupo 2, com água destilada e lavagem final com
EDTA por 1 minuto (parede lingual); grupo 3, com água destilada e EDTA alternados para
cada instrumento (parede proximal); grupo 4, com água destilada e EDTA alternados para
cada instrumento (parede lingual); grupo 5, com hipoclorito de sódio a 1% e EDTA alternados
para cada instrumento e água destilada ao final (parede proximal); grupo 6, com hipoclorito
de sódio a 1% e EDTA alternados para cada instrumento e água destilada ao final (parede
lingual); grupo 7, com EDTAC durante toda a instrumentação e água destilada ao final
(parede proximal); grupo 8, com EDTAC durante toda a instrumentação e água destilada ao
final (parede lingual); grupo 9, com água destilada durante toda a instrumentação (parede
proximal); grupo 10, com água destilada durante toda a instrumentação (parede lingual). Os
resultados obtidos permitiram ordenar o modo de aplicação do EDTA do mais eficiente para o
menos eficiente: EDTAC, durante a instrumentação; EDTA, 1 minuto após a instrumentação;
EDTA alternado com o hipoclorito de sódio a 1%; água destilada. Quanto ao grau de limpeza,
o terço cervical mostrou-se mais limpo do que o médio, e este em relação ao apical, mas não
houve diferença estatística significativa entre os dois primeiros (p > 0,05); já entre eles e o
terço apical a diferença foi significativa (p < 0,05). No que se refere às paredes, a proximal
apresentou-se mais limpa, embora essa diferença não tenha sido significativa (p > 0,05).
Através da espectrofotometria de absorção atômica foram analisados a ação do
EDTA sobre a dentina do canal radicular, a velocidade e a intensidade com que o EDTA
reage com íons de cálcio e o grau de saturação de acordo com o tempo de sua permanência no
canal (1, 3, 5, 10, 15, 20, 30 minutos e 12 horas). Foram utilizados 256 dentes humanos
permanentes e unirradiculares distribuídos em oito grupos experimentais, que, após o acesso,
foram instrumentados até a lima K #60, usando-se como solução irrigante a água destilada, e,
em seguida, tiveram seus canais preenchidos com EDTA em posição vertical. Decorrido o
tempo experimental, extraiu-se a solução contida no interior com auxílio de seringas de
insulina novas para cada grupo experimental, com o intuito de determinar a quantidade de
cálcio existente. Os resultados demonstraram que: a descalcificação produzida pelo EDTA na
dentina aumentou à medida que transcorreu o tempo de sua permanência no canal, e o
41
rendimento do EDTA foi diminuindo à proporção que o tempo aumentou; a maior velocidade
de reação, o maior rendimento e o maior poder de descalcificação ocorreram no primeiro
minuto de aplicação, e o maior grau de saturação de cálcio na solução do EDTA, ao final de
12 horas; a velocidade de reação do EDTA com o cálcio da dentina diminuiu à medida que o
tempo passou e, ao final do experimento (12 horas), o EDTA ainda apresentava algum poder
de quelação (CALERÓ; BONETTI; BRAMANTE, 1997).
Para Weine (1998), os agentes de quelação são uma alternativa excelente, vez que
agem apenas nos tecidos calcificados e têm pouco efeito sobre os tecidos periapicais. Sua
ação é substituir os íons de sódio, que se combinam com a dentina para fornecer sais solúveis
para os íons de cálcio que estão ligados em combinações menos solúveis. Em conseqüência,
as paredes do canal ficam mais moles e o alargamento é facilitado.
Cruz Filho (1998) estudou a ação das soluções de EDTAC a 15%, CDTA a 1% e
EGTA a 1% sobre a microdureza da dentina radicular no terço cervical de dentes humanos.
Cinco incisivos centrais superiores recém-extraídos foram seccionados transversalmente na
junção esmalte/cimento e as coroas foram desprezadas. As raízes foram incluídas em blocos
de resina acrílica de rápida polimerização, colocadas em uma máquina de corte e seccionadas
transversalmente de 1 mm em 1 mm, e o segundo corte do terço cervical da raiz de cada dente
foi selecionado para o experimento. Cada corte foi dividido em quatro partes, colocadas sobre
um disco de acrílico que serviu de suporte para a medida de microdureza. Foram aplicados 50
µL da solução teste durante 5 minutos sobre cada superfície de dentina e sua microdureza foi
medida em um aparelho de dureza Vickers com 50 g de carga e 15 segundos de aplicação.
Concluiu-se que todas as soluções quelantes estudadas tiveram efeito redutor sobre a
microdureza da dentina radicular e atuaram de modo estatisticamente semelhante no tempo de
5 minutos, embora as soluções de CDTA e EGTA fossem menos concentradas do que a de
EDTAC.
O efeito citotóxico de soluções de EDTA em pH neutro (15%, 1% e 0,1%) e alcalino
(17%, 1% e 0,1%) foi avaliado in vitro e comparado com o de soluções de hipoclorito de
sódio a 2,25%, 1% e 0,1% em linhagem de células L 929 (células fibroblásticas da epiderme
de ratos), por técnica quantitativa em 1, 3, 6, 12 e 24 horas. O EDTA nas concentrações de
17% e 15% e o NaClO a 2,25% demonstraram uma diminuição na densidade de células,
confirmando-se um efeito citotóxico severo. Nas concentrações de 0,1%, as soluções
mostraram um efeito citotóxico moderado. As diferenças foram estatisticamente significativas
entre as soluções de EDTA em pH alcalino e neutro em todos os tempos. Diferenças
significativas (p = 0,5) foram também registradas entre as concentrações de 0,1% e 1% de
42
EDTA e entre o NaClO e o EDTA nas concentrações de 0,1% e 1% durante a primeira hora.
Com a aplicação das concentrações iguais a e maiores do que 1% de NaClO, as células
mostraram-se aparentemente mortas, e com a de 0,1% de NaClO, muitas das células estavam
mortas ou morreram na fase inicial. Após as 24 horas do experimento, todas as células
estavam mortas (KOULAOUZIDOU et al., 1999).
Com o propósito de testar a interação de dois agentes quelantes usados no tratamento
endodôntico em três localizações diferentes da dentina radicular previamente uniformizada
(cervical, média e apical), os espécimes selecionados foram preparados, neles se aplicando
EDTA a 15% em pH neutro e RC-Prep, seguindo-se enxágüe com água. As superfícies de
dentina foram estudadas por microscópio óptico por luz refletida com feixes de infra
vermelho com transformador de Fourier (micro MIR FTIR), enquanto os extratos da lavagem
foram analisados por espectrometria de massas para determinar a concentração de cálcio e
fósforo. Observou-se que o EDTA em pH neutro remove a smear layer e promove a abertura
dos túbulos, o mesmo não acontecendo com o RC-Prep. Através da FTIR foi observada uma
maior descalcificação da superfície da dentina após o tratamento com EDTA em pH neutro,
embora o efeito tenha sido reduzido nas regiões apicais, e a espectrometria de massas
confirmou que o maior potencial de dissolução de cálcio e fosfato da dentina foi decorrente da
ação do EDTA nas regiões cervical e média (VERDELIS et al., 1999).
Avaliando-se a capacidade de penetração de diferentes cimentos endodônticos (Endo
Fill, Sealapex, AH Plus e Pulp Canal Sealer) nos túbulos dentinários em dentes modelados e
obturados, utilizando-se ou não o EDTA a 17% para remoção da lama dentinária, os
resultados demonstram que o uso do EDTA permitiu uma maior remoção, aumentando a
capacidade de escoamento dos cimentos endodônticos (DE DEUS et al., 2002).
Com o objetivo de verificar a obturação de canais acessórios depois de irrigação final
com três substâncias diferentes (água destilada, 20 mL de hipoclorito de sódio a 6% por 15
minutos, 8 mL de EDTA a 15% por 3 minutos) e sem irrigação, os dentes dos quatro grupos
analisados foram diafanizados e observados por microscopia óptica. O uso isolado do
hipoclorito de sódio ou em combinação com o EDTA na irrigação final permitiu um aumento
da penetração do material obturador no interior dos canais acessórios (VILLEGAS et al.,
2002).
A partir de uma avaliação do efeito do hipoclorito de sódio a 3% e do EDTA a 17%
usados, de forma isolada ou em combinação, sobre superfícies dentárias pressionadas, aferiu-
se que o hipoclorito de sódio a 5% provocou um significativo aumento nos valores dos picos
de força para cada um dos períodos em comparação com o período inicial. O aumento de
43
pressão pode potencializar a fratura dentária em dentes já comprometidos pela perda de
estrutura (RAJASINGHAM et al., 2002).
Malvar (2003) observou que o êxito da desinfecção do espaço endodôntico depende
dos instrumentos endodônticos, das substâncias químicas auxiliares selecionadas e da
habilidade técnica no preparo químico-mecânico. Através da MEV avaliou, in vitro, o efeito
do EDTA nas concentrações de 3%, 5%, 10% e 17% para remoção da camada residual e
desobstrução dos túbulos dentinários. Oitenta dentes unirradiculares foram divididos
randomicamente e distribuídos em dez grupos, dois para controle e oito experimentais. A
instrumentação dos canais foi executada pela associação de 10 mL de solução de Milton com
Endo PTC e posterior lavagem dos canais com as soluções de EDTA nas concentrações
citadas para cada grupo e ainda nos tempos de 1 e 3 minutos, seguindo-se lavagem final com
solução de Milton e Tergensol. As soluções de EDTA a 10% e 17% foram mais eficazes na
remoção da camada residual do que soluções concentradas a 3% e 5%. A eficácia do EDTA
não se alterou com o aumento do tempo de aplicação das soluções em 1 e 3 minutos. A
análise das eletromicrografias com magnitude de 2.000x revelou que o grau de limpeza do
terço apical foi inferior ao dos terços cervical e médio.
Sousa e Silva (2005) compararam o efeito desmineralizante do EDTA (pH 7,4), do
EGTA (pH 7,4), do CDTA (pH 7,4), do ácido cítrico (pH 1,0 e 7,4) e da solução salina
(controle) sobre a dentina radicular, todos na concentração de 1%. Após a instrumentação dos
canais radiculares pela técnica step-back, as raízes de 48 dentes unirradiculares recém-
extraídos foram aleatoriamente distribuídas em seis grupos experimentais (n = 8) de acordo
com a solução teste utilizada na irrigação final. Em cada grupo, 30 µL da solução teste foram
pipetados no interior de cada canal radicular e mantidos estáveis por 5 minutos. Decorrido
esse tempo, 15 µL da solução foram removidos do canal e depositados em frasco contendo 5
mL de água deionizada. A concentração de Ca
2+
(µg/mL) extraída dos espécimes foi
determinada pela espectrofotometria de absorção de massa (ICP-AES), e os dados foram
submetidos à análise estatística pelos testes de Kruskal-Wallis e de mediana de Mood.
Observou-se que: o ácido cítrico em pH 1,0 foi a solução mais efetiva na remoção de Ca
2+
em
comparação com as demais soluções (p < 0,05); nenhuma diferença estatística foi constatada
entre a ação do EDTA e a do EGTA, pois ambos os quelantes removeram significativamente
mais Ca
2+
do que o CDTA e o ácido cítrico em pH 7,4 (p < 0,05); não houve diferença
significativa entre o ácido cítrico em pH 7,4 e a solução salina (p > 0,05). Tais resultados
indicam que o ácido cítrico em solução de pH 1,0 apresenta-se como uma boa opção para
remover a smear layer e facilitar o preparo biomecânico do sistema de canal radicular.
44
Pineda (2006) determinou a resistência da estrutura dentária de 30 incisivos centrais
superiores humanos portadores de retentores intra-radiculares confeccionados em liga de
níquel-cromo, cujos canais haviam sido tratados endodonticamente utilizando-se o agente
quelante EDTA a 17%. No grupo 1, as unidades foram preparadas com 10 mL de hipoclorito
de sódio a 1% associado ao Endo PTC, seguido de lavagem com EDTA a 17% em pH 7,0 por
1 minuto e irrigação final com 10 mL de hipoclorito de sódio a 1% e 10 mL de Tergensol. O
segundo grupo seguiu o mesmo princípio, mas o EDTA permaneceu na cavidade por 3
minutos. No grupo 3, após preparo, as unidades receberam lavagem final apenas com a
solução detergente. O autor concluiu que os dentes submetidos a tratamento endodôntico com
utilização de um agente quelante como irrigante final apresentaram, em média, menor
resistência quando submetidos a tratamento protético com retentor intra-radicular metálico.
Os canais que tiveram o detergente como irrigante final necessitaram de uma maior força para
consignar a fratura. Os tempos de 1 e 3 minutos de aplicação do EDTA não apresentaram
diferenças estatísticas significativas.
A proposta de Medici e Fröner (2006) foi testar, por meio da microscopia eletrônica
de varredura, a efetividade dos irrigantes endodônticos na remoção da smear layer das
paredes dos canais radiculares instrumentados. Os irrigantes endodônticos (solução de
hipoclorito de sódio a 1%, solução de hipoclorito de sódio a 1% misturado ao EDTAC a 17%,
gel de clorexidina a 2% e gel de Ricinus communis) foram aplicados em 24 pré-molares com
canal único extraídos por motivo ortodôntico. Eletromicrografias dos terços médio e apical
foram avaliadas com o auxílio do software Fotoscore - versão 2.0, concluindo-se que a
mistura da solução de hipoclorito de sódio e EDTAC removeu eficientemente a smear layer
das paredes dentinárias, enquanto os demais irrigantes endodônticos não foram tão eficientes
na limpeza dos canais.
2.2.3 Endo PTC
As substâncias auxiliares da instrumentação, em ação conjunta com os instrumentos
endodônticos, manuais ou rotatórios, visam a alcançar o sucesso da terapia endodôntica
através da limpeza, desinfecção e modelagem do sistema de canais radiculares. A associação
de substâncias químicas reflete o empenho em alcançar clinicamente uma melhor tolerância
tecidual e uma boa sanificação do sistema de canais. Neste item, aborda-se o surgimento do
45
Endo PTC, aspectos importantes referentes à sua ação, como tamm a sua associação com
outras substâncias químicas.
Em 1961, indicou-se como auxiliar da instrumentação de canais radiculares o uso do
peróxido de uréia a 10% veiculado numa base de glicerina anidra, o Gly-Oxide, que lubrifica
o canal, impedindo o entrave do instrumento endodôntico nas paredes e possui uma maior
ação bactericida (STEWART; COBE; RAPPAPORT, 1961).
Alguns anos mais tarde, seguindo o mesmo raciocínio e diante da necessidade de
aumentar a permeabilidade dentinária, testou-se a utilização de uma associação de fármacos
composta pelo peróxido de uréia (10%), EDTA (15%) e Carbowax (75%). Esta associação de
consistência cremosa, o RC-Prep, em contato com a soda clorada produziu efervescência
progressiva que aumentou quando os dois compostos foram agitados com um instrumento
devido à liberação de oxigênio nascente. Além disso, comprovou-se uma alta porcentagem de
culturas livres após a sua utilização (STEWART; KAPSIMAL; RAPPAPORT, 1969).
A partir de 1969, Paiva e Antoniazzi iniciaram o emprego experimental de uma
combinação de peróxido de uréia e detergente veiculados numa base. Em seguida,
promoveram sucessivas modificações, principalmente no intuito de ser obtida a consistência
desejável (creme), chegando-se, assim, à fórmula do Endo PTC, um composto de 10% de
peróxido de uréia, 15% de detergente (Tween 80) e uma base de polietilenoglicol (Carbowax).
Este fármaco, usado alternadamente com o hipoclorito de sódio, a substância química mais
empregada, nas suas variadas concentrações, para a sanificação do canal radicular,
demonstrou ser bem tolerado pelos tecidos apicais e periapicais (PAIVA; ANTONIAZZI,
1988).
As vantagens encontradas no Endo PTC, esclarecem esses autores, decorrem dos
seus componentes:
1) O peróxido de uréia, um desinfectante efetivo que, em contato com a solução de
Milton ou o líquido de Dakin, promove liberação de grande quantidade de oxigênio nascente,
num processo de efervescência; por ação mecânica, esse processo elimina, do canal radicular
para o meio exterior, restos de dentina excisada pelos instrumentos, substâncias orgânicas,
bactérias e outros produtos tóxicos; ocorre ainda a liberação do cloro ativo, eficaz no combate
dos germes mais comuns do canal radicular.
2) O Tween 80, com fórmula molecular C
6
4H
12
4O
26
, um detergente que diminui a
tensão superficial, permitindo que o fármaco se espalhe de maneira mais rápida e uniforme,
através das suas propriedades de umectação, adsorção e emulsão.
46
3) O Carbowax, que atua como lubrificante, diminuindo os riscos de entrave do
instrumento, age como um detergente solúvel em água e torna a reação entre o peróxido de
uréia e o hipoclorito de sódio mais lenta, portanto, mais duradoura e eficaz.
Mediante procedimentos histológicos nos setores da morfologia e histometria de
fibroblastos e fibras colágenas, Paiva (1974) averiguou as reações de reparação que se seguem
a feridas cirúrgicas produzidas na pele de ratos, com e sem a interferência de medicamentos.
Para tanto, utilizou 36 ratos machos da linhagem Wistar, com pesos variáveis entre 180 g e
220 g, mantidos nas mesmas condições ambientais e alimentando-se com água ad libitum. Os
animais foram distribuídos por sorteio em três grupos de doze (grupos A, B e C), e cada um
deles em subgrupos de três animais, que foram sacrificados segundo os tempos de reparação,
com 1, 7, 14 e 28 dias. Nos animais do grupo A, aplicou-se 0,5 mL do creme Endo PTC na
incisão experimental e, paulatinamente, o mesmo foi neutralizado com líquido de Dakin
(cerca de 5 mL), operação que durou aproximadamente 10 minutos. A seguir, a ferida foi
irrigada com a associação Tergentol-Furacin (cerca de 2 mL). O excesso das drogas foi
sempre removido mediante secção. Nos animais do grupo B, além dos procedimentos
descritos, após o uso da associação Furacin-Tergentol foi aplicado 0,l mL da associação
corticosteróide-antibiótico. No grupo C, nenhuma droga foi utilizada. Após a análise dos
resultados, confirmou-se um retardo no processo cicatricial nas feridas experimentais do
grupo A, em comparação com a ferida tomada como controle, traduzido por um menor
número de fibroblastos e fibras colágenas nas feridas experimentais. No grupo B, as feridas
experimentais e controle comportaram-se de forma semelhante nos diferentes tempos de
experimentação, podendo-se inferir que a associação corticosteróide-antibiótico atenuou a
intensidade da reação inflamatória provocada pela manipulação das drogas experimentais,
permitindo o normal desenvolvimento do mecanismo reparador. As feridas dos grupos A e B
tomadas como controle tiveram um desenvolvimento normal em perfeita concordância com os
tempos de reparação estudados, quando comparadas com as feridas do grupo C.
Uma avaliação da tolerância tecidual do creme Endo PTC em reação com o
hipoclorito de sódio a 0,5% em confronto com a da associação de soda clorada e água
oxigenada demonstrou que o creme Endo PTC mostrou-se compatível com o tecido
conjuntivo do olho de coelho, provocando discreta reação inflamatória (BOMBANA et al.,
1974).
Ratificando esses resultados, seguiu-se um experimento em tecido conjuntivo de
ratos para avaliar o poder irritante do creme reagindo com líquido de Dakin, com irrigação
final de Tergentol-Furacin. A associação mostrou-se como um irritante brando que, no final
47
dos tempos experimentais, promoveu cicatriz condizente com o quadro geral de reparação
(LAURETTI et al., 1975).
Uma pesquisa sobre as possíveis variações encontradas na permeabilidade dentinária
radicular, em função da penetração de fármacos endodônticos em maior ou menor quantidade,
partiu do exame das variações da porcentagem de penetração do azul de metileno na dentina
radicular em dentes humanos, usando-se como substância auxiliar da instrumentação o creme
de Endo PTC associado ao hipoclorito de sódio a 1% e lavagem final com solução de
Tergentol-Furacin, seguindo-se ou não o emprego final de EDTAC. Ficou constatado que não
houve diferença estatística significativa à permeabilidade dentinária radicular frente ao uso ou
não do EDTAC no final do preparo (MOURA et al., 1988).
Testando-se se o emprego do Endo PTC como auxiliar no preparo biomecânico
contribui ou não para a condensação de detritos na região apical do canal radicular, vinte
canais radiculares foram instrumentados até a lima #50, em dentes de cães, e as peças, após o
sacrifício dos animais, foram coletadas para estudo e para análise histológica. Destes 20
canais, 10 receberam Endo PTC, seguindo-se abundante irrigação-aspiração com líquido de
Dakin, considerando-se a presença de contínua efervescência e controlando-se a necessidade
de levar novas porções do produto ao canal; ao final, procedeu-se à secagem com cones de
papel absorvente. Nos restantes 10 dentes, procedeu-se de forma semelhante, não se
utilizando, porém, Endo PTC. Os resultados evidenciaram uma maior freqüência de detritos
no terço apical no grupo experimental em que o Endo PTC foi aplicado, em confronto com o
grupo no qual esta substância não foi empregada. Os terços cervical e médio evidenciaram
ausência de detritos para ambos os grupos em quase todos os espécimes. A longo prazo,
comprovou-se o êxito desse tratamento endodôntico, o que torna apenas hipotética a sua
possibilidade de fracasso. Os pesquisadores que se ocuparam desse teste aconselharam,
porém, que se evite a utilização de substâncias cremosas no interior do canal, pois, embora
hidrossolúveis, não são de fácil remoção (HOLLAND et al., 1990).
A limpeza da parede do canal radicular junto ao terço apical foi avaliada por Aun
(1990) pela contagem de canalículos dentinários visíveis através da microscopia eletrônica de
varredura. Após o preparo químico-mecânico valendo-se de limas Flex-O-File, Tri-File e K-
Flex, utilizou, como substância química auxiliar, o creme Endo PTC neutralizado pelo
hipoclorito de sódio a 1%, e irrigação final com Tergentol-Furacin. A amostragem,
constituída de 36 dentes humanos unirradiculares, foi distribuída em três grupos, por sua vez
redistribuídos em dois subgrupos para um primeiro e segundo uso dos instrumentos.
Diferenças estatísticas significativas foram observadas no que tange à capacidade de propiciar
48
túbulos dentináros livres da camada residual de magma, após o preparo do canal, em função
de tipo, procedência e número de usos do instrumento. As limas tipo k-Flex proporcionaram
maior número de canalículos dentinários livres da camada residual, e o segundo uso do
instrumento favoreceu maior número de canalículos dentinários expostos, ou seja, menor
quantidade de camada residual, com variação significativa entre eles. Os instrumentos de
maior capacidade de corte, como as limas Flex-O-File, propiciam maior quantidade de
camada residual; já as limas K-Flex, embora cortando mais, apresentam uma maior
capacidade de escape, o que permite superfícies dentinárias mais limpas e livres de camada
residual.
Gavini (1992) observou, através do microscópio eletrônico de varredura, a
capacidade de o soro fisiológico, o EDTA a 17%, o ácido cítrico a 25% e o hipoclorito de
sódio a 1% diminuírem a formação da camada residual ou facilitarem a sua remoção, quando
empregados de maneira associada e em diferentes volumes, logo após o preparo do canal
radicular, utilizando limas K-Flex, com o auxílio do creme Endo PTC neutralizado pelo
hipoclorito de sódio a 1% e posterior irrigação com Tergentol-Furacin. A associação de 6 mL
de EDTA a 17% e 6mL de hipoclorito de sódio a 1% propiciou superfície dentinária mais
livre de microssujeiras, e o aumento do volume das soluções irrigantes, dotadas de
propriedades químicas específicas, auxiliou significativamente na obtenção do maior número
de canalículos dentinários visíveis.
Dando prosseguimento à investigação, esse mesmo pesquisador apurou
estatisticamente o efeito de limpeza de várias soluções irrigadoras e de dois sistemas de
irrigação (pressurizado e ultra-sônico) sobre a parede do canal após o preparo químico-
mecânico, também a partir de análise em microscópio eletrônico de varredura. Quarenta
dentes recém-extraídos foram instrumentados com limas tipo K-Flex, usando-se o creme
Endo PTC neutralizado com NaClO a 1%, e irrigados com: soro fisiológico, EDTA a 17%,
ácido cítrico a 25%, NaClO a 1%, NaClO a 2% e Tergentol-Furacin, associados com irrigação
pressurizada e ultra-som. Foi possível concluir que: os dois sistemas de irrigação possuem a
mesma capacidade e eficiência na remoção da camada residual que permanece sobre a parede
do canal no terço apical da raiz; o EDTA a 17% e o ácido cítrico a 25% foram as soluções
mais eficientes na produção de uma superfície dentinária livre de restos superficiais. Os
resultados obtidos lhe permitiram afirmar que a natureza química do agente irrigante
influencia de forma decisiva na limpeza do canal. Os dois sistemas de irrigação, ao facilitarem
fluxo abundante de solução irrigadora, foram efetivos na remoção da camada residual
(GAVINI, 1994).
49
Para testar, com o auxílio da microscopia eletrônica de varredura, a ação de algumas
soluções irrigadoras na limpeza das paredes do terço apical do canal radicular, foram
selecionados 30 dentes humanos unirradiculares extraídos e distribuídos em seis grupos. No
grupo 1, os dentes não foram instrumentados, procedendo-se apenas ao tratamento da
superfície do canal com agente quelante (EDTA) por 5 minutos. Nos outros cinco grupos, o
preparo foi realizado empregando-se técnica seriada com limas Flex-O-File e diferentes
substâncias químicas: 30 mL de solução fisiológica (grupo 2); 30 mL de NaClO a 1% (grupo
3); NaClO a 1% associado a Endo PTC seguido de irrigação e aspiração final com 3,6 mL de
Tergentol-Furacin (grupo 4); 30 mL de NaClO a 1% seguido de EDTA por 5 minutos e 5 mL
de NaClO a 1% (grupo 5); NaClO a 1% associado a Endo PTC seguido de irrigação e
aspiração com 3,6 mL de Tergentol-Furacin, solução de EDTA por 5 minutos e irrigação final
com 5 mL de NaClO a 1% (grupo 6). Avaliando-se a técnica de Paiva e Antoniazzi e o
emprego da solução de Milton, atribuíram-se os resultados através de imagens quanto à
capacidade de limpeza obtida, e os grupos foram assim dispostos em ordem decrescente:
grupo 6, grupo 5, grupo 4, grupo 3, grupo 2. Todos os espécimes do grupo 6 mostraram uma
superfície dentinária limpa com ausência de magma dentinário e quantidade desprezível de
debris; raramente o magma dentinário pôde ser detectado no interior dos canalículos
dentinários. Para o grupo 5, os resultados revelaram que todas as áreas do terço apical
evidenciavam ausência da camada de magma dentinário com grande número de túbulos
dentinários abertos e pouquíssimo debris; em poucos espécimes havia smear plug obstruindo
total ou parcialmente os túbulos. No grupo 4, os espécimes mostraram uma camada de magma
dentinário menos intensa, com muitos túbulos dentinários presentes porém com lúmen
reduzido, resultado que se atribuiu à efervescência ocorrida quando da reação entre o
peróxido de uréia e o hipoclorito de sódio, capaz de manter em suspensão a dentina excisada,
e à baixa tensão superficial dos detergentes (BATISTA et al., 1997).
Testando-se, in vitro, as possíveis variações na penetração dentinária radicular do
azul de metileno em dentes preparados com Endo PTC associado à solução de Milton e
lavagem final com Tergentol-Furacin, seguido ou não pelo EDTAC, concluiu-se que não
houve variação estatisticamente significativa na porcentagem de penetração dentinária desse
corante nos dois grupos examinados (MOURA et al., 1998).
Com a utilização de 40 raízes distais de molares inferiores preparadas pela técnica do
escalonamento regressivo, tendo como instrumento de memória a lima k #50 e escalonamento
até #80, examinou-se a infiltração marginal na interface dente-obturação do canal submetido
ao preparo biomecânico com Endo PTC e hipoclorito de sódio a 1%, seguido de irrigação
50
final com algumas substâncias químicas. A cada troca de instrumentos, os canais foram
preenchidos com Endo PTC e, após a dilatação, irrigados abundantemente com NaClO a 1%.
No grupo 1, nenhuma toalete final; no grupo 2, aplicou-se EDTA a 17% durante 3 minutos e
toalete final com clorexidina a 2%; no grupo 3, EDTA a 17% ultra-sonificado por 1 minuto;
no grupo 4, EDTA a 17% por 3 minutos. Ao final, todas as unidades foram irrigadas com 5
mL de soro fisiológico. Após a impermeabilização, as raízes foram obturadas pela técnica do
cone único com cimento de óxido de zinco e eugenol. O conjunto foi imerso em azul de
metileno a 2%, por sete dias, em temperatura ambiente, e a magnitude da infiltração apical foi
medida pela técnica do perfilômetro, não tendo sido observadas diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos (p > 0,05) (KUGA et al., 1999).
Mediante a pesagem, em balança analítica de precisão Metter H18, foram estudados
dentes humanos antes e após o preparo químico-mecânico com o emprego de dois métodos
químicos coadjuvantes da instrumentação de canais radiculares, a saber: Endo PTC alternado
com hipoclorito de sódio a 1%, seguindo-se irrigação e aspiração com solução detergente e
anti-séptico (grupo A); hipoclorito de sódio a 1% usado isoladamente e, ao final, irrigação-
aspiração com a mesma solução (grupo B). Segundo os resultados, ocorreram diferenças, para
os dois grupos estudados, nas três grandezas analisadas (desgaste, tempo gasto e peso): o
grupo A apresentou maior diferença de peso quando comparado com o grupo B (maior
dentina excisada), e este último exigiu menor tempo de instrumentação em relação ao grupo
A; quanto à diferença de peso por unidade de tempo, o grupo A exibiu valores mais elevados
do que o grupo B, tais diferenças tendo sido consideradas estatisticamente significativas (p <
0,05) (SIMI JUNIOR; PESCE; MEDEIROS, 1999).
Santos (2000) identificou a eventual presença de resíduos do creme Endo PTC,
representado pelo Carbowax, após o preparo químico-mecânico, seguindo técnica proposta
por Paiva e Antoniazzi, variando o diâmetro das cânulas irrigadoras (35:3 e 25:5) e o volume
das soluções irrigadoras (Dakin e EDTA-T). A análise dos resultados permitiu inferir que: em
todas as situações estudadas, o diâmetro 25:5 permitiu melhores condições para a remoção do
Carbowax, o mesmo ocorrendo quando se utilizou maior volume do agente irrigante (20 mL);
nos canais retos, a remoção foi melhor do que nos canais curvos. O autor concluiu que: é
necessário o emprego de maiores volumes das soluções irrigadoras, quando se deseja obter
efetividade na remoção de remanescentes das substâncias auxiliares de consistência cremosa;
precisam ser buscadas novas técnicas que sejam totalmente eficientes para a remoção do
remanescente do creme Endo PTC.
51
Em outro estudo, pesquisou-se a alteração da permeabilidade dentinária promovida
pelo Endo PTC, tendo como variação o veículo de sua composição, a partir de 20 dentes
unirradiculares distribuídos em dois grupos experimentais. O preparo químico-cirúrgico foi
realizado obedecendo-se aos princípios da técnica endodôntica, utilizando-se gel de Endo
PTC (grupo 1) e creme de Endo PTC (grupo 2). Após o preparo, todos os espécimes foram
submetidos ao protocolo para análise de infiltração do corante azul de metileno a 0,5%, foram
incluídos em blocos de resina e seccionados no sentido perpendicular ao longo eixo em
amostras de 2 mm. Após a digitalização das amostras, os resultados foram obtidos pela
análise em programa de leitura de imagens. Os percentuais de 14,43% (grupo 1) e 15,81%
(grupo 2) não demonstraram diferenças estatisticamente significativas, podendo-se concluir
que a variação do veículo do Endo PTC (gel ou creme) não promoveu alteração na
propriedade avaliada (CARVALHO; HABITANTE; MARQUES, 2005).
2.2.4 Detergentes
Os detergentes, substâncias desinfectantes com capacidade de limpar superfícies,
possuem baixa tensão superficial e são tensoativos. De acordo com a carga elétrica do grupo
lipófilo (hidrófobo), classificam-se em: aniônicos, catiônicos e neutros. Os aniônicos são os
mais utilizados em Endodontia, isoladamente ou em associação com outras substâncias
(LAGE; FONSECA, 1980).
Segundo Pécora (2004), os tensoativos, quando dissolvidos em água, sofrem uma
dissociação iônica de suas moléculas que executam movimentos brownianos. As moléculas se
distribuem por toda a superfície da água, saturando-a. A tensão superficial dos detergentes é
baixa, pelo fato de haver equilíbrio de forças de repulsão e de atração pela água emitida pelas
partes hidrofóbicas e hidrofilicas das moléculas, respectivamente. Assim, dada a sua baixa
tensão superficial, os detergentes podem molhar rapidamente toda a superfície a ser limpa.
Após essa umectação, ocorre o fenômeno de adsorção através da união da parte hidrofóbica
(lipófila) à gordura e da parte hidrofílica à água, que se prolonga até que haja o envolvimento
de toda a partícula gordurosa. Através do mecanismo de repulsão, a partícula oleosa, após a
adsorção, não pode se depositar novamente sobre a superfície em que estava, mantendo-se em
suspensão. É importante salientar que a eficácia de um detergente está relacionada com alguns
fatores, dentre os quais a agitação mecânica, a temperatura e a sua concentração.
52
O Tergensol é um produto à base de um tensoativo aniônico, o lauril dietilenoglicol
éter sulfato de sódio. Tem propriedades umectantes e alto poder de penetração, promovendo a
limpeza de cavidades e canais radiculares, tornando o preparo biomecânico mais fácil e
efetivo. Por sua propriedade de adsorção, remove as partículas gordurosas e engloba a
contaminação lipoprotéica, enquanto sua propriedade emulsificante mantém em suspensão os
detritos retirados, para que não voltem a se depositar nas superfícies limpas. Sua capacidade
de formar espuma favorece o estabelecimento da interface líquido/gás, resultando na
flutuação das partículas retiradas das superfícies em tratamento.
2.3 CAMADA RESIDUAL
Durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares, observa-se a liberação
de raspas de dentina provenientes da ação dos instrumentos nas paredes dos canais. Ao se
misturarem aos resíduos orgânicos de tecido pulpar vivo ou necrótico presentes, e em
associação com as substâncias químicas utilizadas para sanificação, essas raspas acabam por
formar uma massa que impregna a superfície e os túbulos dentinários. Conhecida como
camada residual, barro dentinário, lama dentinária ou smear layer, essa massa vem sendo foco
de pesquisas que têm gerado uma controvérsia quanto à necessidade ou não de sua remoção.
McComb e Smith (1975) foram os primeiros a observar a camada residual nas
paredes dos canais radiculares instrumentados, em estudo em que utilizaram diferentes
técnicas de instrumentação e soluções irrigadoras, concluindo que alguns irrigantes usados na
prática endodôntica não são efetivos na remoção de resíduos. Esses pesquisadores destacaram
que essa camada tem aparência semelhante à produzida por instrumentos manuais em
restaurações coronárias descritas, em 1970, por Boyde e Knight.
Um estudo morfológico da camada residual, que observou uma capa de barro
dentinário na superfície da parede do canal de 1μm a 2 μm de espessura e um material
compactado dentro dos túbulos dentinários de até 40 μm, considerou ser desejável a sua
remoção, por se tratar de resíduos de material que cobrem as paredes dentinárias dos canais
preparados, ocluem os túbulos dentinários e impedem que medicamentos e materiais
obturadores tenham contato direto com as paredes do canal (MADER; BAUMGARTNER;
PETERS, 1984).
53
Segundo Brannström (1984), a smear layer produzida quando do alargamento do
canal radicular pela remoção dos plugs através das soluções desmineralizadoras deve
ocasionar efeitos positivos e negativos, a depender da situação de infecção do canal, da
morfologia da dentina e da execução do tratamento. Apesar de vários autores concordarem
que a presença dessa camada previne invasão bacteriana nos túbulos dentinários, Brannström
supõe que ela apresenta vunerabilidade, na medida em que a smear layer pode abrigar
bactérias, uma vez que é permeável aos produtos bacterianos que podem se difundir e
atravessar os túbulos até a polpa subjacente, onde podem gerar uma reação inflamatória.
Pashley (1984) observou que toda vez que a dentina é cortada, tanto por instrumentos
manuais como rotatórios, a matriz mineralizada “estilhaça”, em vez de ficar cizalhada,
produzindo consideráveis quantidades de farpas de corte. Essas farpas, compostas de
partículas muito pequenas da matriz de colágeno mineralizada, são distribuídas sobre a
superfície da dentina para formar a smear layer, variando muito a depender de ter sido a
dentina cortada seca ou molhada, da quantidade e composição da solução irrigadora utilizada,
do tamanho, da forma da cavidade e do tipo de instrumento utilizado. Desse modo, a smear
layer ocuparia uma posição estratégica na Odontologia restauradora, uma vez que é uma
camada muito fina (1-5 μm) e que é solúvel em ácido.
Segundo Paiva e Antoniazzi (1988), a ação mecânica dos instrumentos endodônticos
sobre as paredes dentinárias libera raspas de dentina e resíduos orgânicos, os quais,
misturados às substâncias químicas, formam uma massa natural pastosa que tende a
impregnar a superfície dentinária, sedimentando-se na porção apical do canal.
A deposição da camada residual reduz a permeabilidade dentinária de 25% a 30%,
dificultando a ação da medicação intracanal. Quando a smear layer é criada, podem ser
acumulados detritos no interior de cada tubo, formando a smear plug, que é mais espessa,
com 1-2 µm, e reduz ainda mais a permeabilidade quando comparada com a smear layer
superficial (PASHLEY, 1990).
Algumas das substâncias irrigadoras produzem mudanças estruturais nas paredes do
canal, tornando as superfícies polidas e/ou promovendo a dissolução da matriz orgânica de
dentina. A camada residual fina e superficial, que resulta do fenômeno físico-químico que se
produz durante a instrumentação endodôntica, acumula-se sobre a dentina intertubular e com
maior ou menor profundidade nos orifícios dos túbulos dentinários (MADER;
BAUMGARTNER; PETERS, 1984; GUTIÉRREZ; JOFRÉ; VILLENA, 1990; SEN;
WESSELINK; TÜRKÜN, 1995; SIQUEIRA JR., 1997; SAHLI, 2001).
54
Um argumento utilizado a favor da manutenção da camada residual é a possibilidade
de que ela possa bloquear a penetração de bactérias residuais na intimidade dos túbulos
dentinários (DRAKE et al., 1994). Entretanto parece existir uma maior tendência a favor de
sua eliminação mediante a aplicação de soluções quelantes, visando-se ao aumento da
permeabilidade dentinária e facilitando-se, dessa forma, a ação das medicações aplicadas
(MADER; BAUMGARTNER; PETERS, 1984; GALVAN et al., 1994; GARBEROGLIO;
BECCE, 1994; SAHLI, 2001).
Através da MEV, Sen, Wesselink e Türkün (1995) descreveram a aparência da smear
layer como amorfa, irregular e granular, constituída basicamente de substâncias orgânicas e
minerais. Ela não é uma barreira completa para as bactérias, apenas retarda seu aparecimento,
não abolindo a ação dos desinfectantes, a smear layer deve, assim, influenciar na qualidade da
obturação. Uma vez removida e havendo falha do cimento obturador, pode ocorrer o risco de
reinfecção dos túbulos dentinários. Desse modo, para decidir-se sobre a sua remoção há a
necessidade de considerar-se uma correlação entre resultados clínicos e sua presença ou
ausência.
Investigando-se as atitudes que prevaleciam dentro da comunidade endodôntica a
respeito da remoção da smear layer e questionando-se não só a filosofia e a técnica ensinadas
a estudantes de Endodontia dos Estados Unidos como também a prática utilizada pelos
membros da Associação Americana de Endodontistas, constatou-se não haver um consenso
estabelecido sobre a remoção ou não da camada residual antes da obturação dos canais
radiculares (MOSS; ALLEMANG; JOHNSON, 2001).
Tem-se sugerido o emprego de agentes quelantes para melhorar o debridamento
químico-mecânico no tratamento do canal radicular pela remoção da camada residual, como
desmineralizadores e amolecedores de dentina. Os mais comumente usados na irrigação são
baseados em diferentes concentrações de EDTA. O hipoclorito de sódio e o EDTA, usados
conjuntamente, têm-se revelado como o recurso mais eficaz para a remoção da camada
residual (DOGAN; ÇALT, 2001; ÇALT; SERPER, 2002).
Para avaliar, in vitro, a influência que a camada residual poderia exercer na
penetração nos túbulos dentinários de dois materiais obturadores plásticos (pHEMA e
silicone), foram utilizados 50 dentes unirradiculares, instrumentados até a lima K #45 e
escalonados usando-se 1 mL de NaClO a 2,5% entre os instrumentos. Os dentes do grupo 1
receberam irrigação final com 20 ml de NaClO, e os dentes do grupo 2, irrigação com 10 ml
de EDTA a 17%, pH 7,5 e NaClO a 5,25%. Cinco dentes de cada grupo foram usados como
controle, sem obturação, e os demais foram obturados e condensados com óxido de zinco e
55
eugenol. Nos dentes do grupo 1 havia camada residual nas áreas não instrumentadas. Os
dentes do grupo 2 apresentaram grandes áreas sem camada residual, principalmente nos terços
médio e coronário; já no terço apical, foram visualizadas áreas de camada residual alternadas
com áreas de túbulos evidentes; a presença da camada residual impediu a entrada dos
cimentos obturadores plásticos utilizados (WHITE; GOLDMAN; LIN, 1984).
Através da microscopia eletrônica de varredura, avaliou-se o nível de significância
da lama dentinária em dentes humanos instrumentados, usando-se como solução irrigante
NaClO e NaClO combinado com Gly-Oxide, não se observando, entre os dois grupos,
diferença estatística significativa na formação de smear layer (ROME; DORAN; WALKER,
1985).
Dando continuidade aos estudos apresentados no ano de 1984, White, Goldman e Lin
(1987) avaliaram a influência da smear layer sobre os túbulos dentinários testando três
materiais obturadores (pHEMA, silicone e guta-percha), seguidos de condensação lateral com
cimento à base de óxido de zinco e eugenol (ROTH) ou resina epóxida (AH 26). O preparo
apical mínimo foi obtido com uma lima k-Type #45, e foi utilizado 1 mL de NaClO a 5,25%
entre os instrumentos. O grupo 1 recebeu irrigação final com 20 mL de NaClO a 5,25%, e o
grupo 2 com 10 mL de EDTA a 17%, pH 7,5 e irrigação final com NaClO a 5,25%. A leitura
em MEV dos terços coronário, médio e apical revelou os seguintes resultados: no grupo 1,
dentes cobertos de camada residual, mostrando pouca evidência de penetração de material
obturador nos túbulos dentinários; no grupo 2, túbulos dentinários abertos e evidentes com
substancial aumento de penetração de todos os cimentos. Os dentes tomados como controle,
não preenchidos com material obturador, assim se apresentaram: os do grupo 1, em geral
livres de tecido mole e detritos em suas superfícies, com visível obstrução dos orifícios de
entrada dos túbulos dentinários por smear layer; os do grupo 2, com total remoção da smear
layer e de tecido mole e detritos, túbulos dentinários abertos e evidentes.
Utilizando-se canais de dentes anteriores recém-extraídos e canais artificiais
confeccionados em coroas de molares após a remoção do esmalte, observou-se o efeito da
orientação dos túbulos dentinários sobre a camada residual. Todos os canais foram
instrumentados com limas K e distribuídos em grupos segundo a solução irrigante utilizada
(10 mL soro fisiológico, 10 mL EDTA a 15% e 10 mL EDTA a 15% adicionandos a 10 mL
NaClO a 5,25%). O exame no MEV revelou que a camada residual dos canais naturais e
artificiais teve aparência semelhante e respondeu de forma similar às soluções irrigantes,
notando-se, porém, que a aplicação de EDTA + NaClO removeu de forma mais efetiva a
smear layer (GENGIZ; AKTENER; PISKIN, 1990).
56
A adesão de três cimentos obturadores, AH26 (resina epóxida), Sultan (óxido de
zinco e eugenol) e Sealapex (hidróxido de cálcio), foi testada, tendo como parâmetro a
presença ou ausência da camada residual evidenciada pela MEV. Na metade dos espécimes de
cada grupo, a smear layer foi mantida, enquanto na outra metade houve a remoção pela
lavagem com EDTA a 17% por 3 minutos, seguindo-se NaClO a 5,25%. Os resultados
demonstraram diferenças significativas entre os três cimentos, sendo o AH26 o mais resistente
e o Sealapex o mais débil. Uma diferença estatística significativa em relação à ausência ou
presença da camada residual foi constatada com a aplicação do AH26, evidenciando-se uma
adesão mais intensa do cimento quando a camada residual foi removida. A MEV revelou que,
com a remoção da camada residual, houve exposição dos túbulos dentinários, criando-se uma
superfície mais irregular em comparação com as amostras em que a camada residual
permaneceu. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativamente os
cimentos de óxido de zinco e eugenol e o hidróxido de cálcio, quando a camada residual foi
removida ou deixada intacta (GETTLEMAN; MESSER; ELDEEB, 1991).
Utilizando-se a técnica manual e a automatizada como auxiliar (Canal Finder
System), avaliou-se, através da MEV, a remoção da smear layer a partir de trinta e cinco
incisivos laterais superiores humanos com canal único e curvatura moderada. Os dentes
permaneceram imersos por 72 horas em solução salina e, após o acesso e a determinação do
comprimento de trabalho a 1 mm do ápice, receberam uma camada de vaselina, foram
cobertos com esmalte de unha, incluídos em um bloco de resina e randomicamente
distribuídos em sete grupos de acordo com a técnica de preparo e os irrigantes utilizados:
EDTA por 5 minutos, sem instrumentação; solução salina e técnica manual; solução salina e
técnica automatizada como auxiliar; NaClO a 1% e técnica manual; NaClO a 1% e técnica
automatizada como auxiliar; NaClO a 1% seguido de EDTA por 5 minutos e irrigação final
com NaClO a 1% e técnica manual; NaClO a 1% seguido de EDTA por 5 minutos e irrigação
final com NaClO a 1% e técnica automatizada como auxiliar. Independentemente da técnica
utilizada, constatou-se a presença da smear layer, que foi mais densa nos grupos em que a
técnica automatizada foi utilizada. Os grupos em que foi utilizado o EDTA mostraram
completa ausência de smear layer (SYDNEY et al., 1996).
Comparando o efeito do EGTA e do EDTA na remoção da camada residual através
da MEV, Çalt e Serper (2000) observaram os resultados obtidos em dois grupos de dentes.
Após a instrumentação, os do primeiro grupo foram irrigados com 10 mL de EDTA a 17%
por 2 minutos e NaClO a 5%, os do segundo grupo, com 10 mL de EGTA a 17% por 2
minutos e, em seguida, com 10 mL de NaClO a 5%, enquanto o grupo controle recebeu
57
apenas irrigação de 10ml de NaClO a 5%. A smear layer foi removida completamente pelo
EDTA, causando, porém, erosão tubular. O EGTA foi um pouco menos efetivo na remoção
da smear layer no último terço, mas não induziu erosão, sendo, assim, uma alternativa como
quelante para a remoção da camada residual.
Utilizando-se quatro diferentes técnicas de obturação, avaliou-se, in vitro, o
selamento apical do sistema de canais radiculares. Os dentes foram instrumentados pela
técnica crown-down e usou-se como solução irrigadora o NaClO a 5,25%. Dois grupos foram
estabelecidos, o primeiro sem irrigação final de EDTA a 17%, e o segundo com irrigação final
de EDTA a 17% para remoção da smear layer. Doze dentes foram obturados pela técnica de
condensação lateral, usando-se os cones acessórios como cone principal; doze dentes pela
técnica de condensação lateral, usando-se um cone padronizado como cone principal; doze
dentes, pela técnica de condensação vertical com guta-percha aquecida; e os últimos doze,
com guta-percha termoplastificada injetada pelo Sistema Obtura II. A infiltração apical foi
avaliada pela penetração linear da tinta azul de metileno através de um estereomicroscópio.
Considerados em conjunto, não foram notadas diferenças estatísticas entre os dentes que
apresentavam ou não camada residual; entretanto, avaliando-se separadamente, algumas
diferenças foram registradas (FRÓES; HORTA; SILVEIRA, 2000).
O efeito dos irrigantes NaClO, EDTA e água com potencial oxidativo (APO) na
remoção da camada de smear layer foi avaliado utilizando-se a MEV, e a sua citotoxicidade
foi examinada pela análise colorimétrica. A combinação de NaClO e OPW obteve resultado
semelhante ao do uso apenas de OPW, falhando na remoção da smear layer no terço apical,
enquanto o EDTA e o NaClO combinados realizaram completa remoção. A OPW, quando
usada durante a instrumentação e depois dela, removeu a smear layer do terço médio mais
eficientemente do que a aplicação de NaClO seguido de OPW. De todas as concentrações
testadas, o EDTA foi a que exerceu maior efeito citotóxico; a OPW foi a menos citotóxica,
porém menos eficiente para remover a smear layer. O tratamento com EDTA seguido de
NaClO removeu eficientemente a smear layer, mas sua citotoxicidade deve ser considerada
durante a terapia endodôntica (SERPER et al., 2001).
Para investigar o efeito da remoção da smear layer sobre a microinfiltração apical,
usando-se como medida a técnica da filtração fluida, seis dentes foram randomicamente
selecionados como controle e trinta distribuídos em dois grupos. Os dentes do primeiro grupo
foram irrigados apenas com NaClO, os do segundo com EDTA a 15% seguido de NaClO, e
todos foram obturados com guta-percha termoplastificada (Obtura II), usando-se o ionômero
de vidro como cimento. Os resultados demonstraram que, com a remoção da camada residual,
58
houve o aumento da quantidade de microinfiltração longitudinalmente, entretanto este não
deve ter sido o fator mais importante, devendo-se levar em consideração outros fatores como
a espessura do selador, sua solubilidade e distribuição (TIMPAWAT; VONGSAVAN;
MESSER, 2001).
Com a observação de espécimes através da MEV, analisou-se a influência da
agitação mecânica na camada residual, utilizando-se o NaClO associado ou não ao EDTA a
17%. Os melhores resultados na remoção da camada residual foram constatados nos dentes
em que o EDTA foi usado, não tendo sido observadas diferenças entre os grupos com e sem
agitação (OTOBONI FILHO et al., 2002).
Em uma outra pesquisa, o exame da erosão dentinária causada pela irrigação final
com EDTA e NaClO permitiu estabelecer diferenças estatisticamente significativas entre os
grupos em que se empregou apenas o EDTA e os grupos em que a ele se seguiu a utilização
de NaClO. Uma maior quantidade de resíduos foi retirada no segundo caso, indicando que o
NaClO a 6% acelera a erosão após o tratamento da superfície dentinária com EDTA a 15%
(NIU et al., 2002).
Analisando o efeito da presença ou não da camada residual sobre a adesão de
Prevotella nigrescens à dentina do canal radicular através da MEV, Yang e Bae (2002)
concluíram que a smear layer produzida durante o preparo do canal promove adesão e
colonização de Prevotella nigrescens na matriz de dentina, devendo também aumentar a
probabilidade de reinfecção do canal.
Wimonchit, Timpawat e Vongsavan (2002) utilizaram diferentes técnicas para testar
a infiltração por corantes em 150 dentes anteriores humanos instrumentados e distribuídos em
dois grupos experimentais de 60 dentes e mais dois grupos de 15 dentes, que foram tomados
como controle positivo e negativo. Um grupo experimental foi enxaguado com 5,25% de
NaClO (smear layer intacta), e o outro foi irrigado com EDTA a 17% seguido de NaClO a
5,25% (smear layer removida). As raízes foram obturadas com guta-percha pela técnica da
condensação lateral, usando-se AH Plus como cimento obturador. Cada grupo experimental
foi distribuído em três subgrupos, a fim de serem avaliados por três métodos de infiltração
coronária por corantes (penetração passiva do corante, penetração com aplicação de vácuo e
pelo método de filtração de fluido). Ao final, a presença ou ausência da smear layer não teve
significância estatística em qualquer das técnicas de infiltração.
Através da MEV, mediu-se a capacidade de limpeza, pela remoção de smear layer e
debris, das paredes de canais radiculares preparados e irrigados com solução de hipoclorito de
sódio a 2,5% (grupo 1); hipoclorito de sódio a 2,5% seguido de irrigação com EDTA a 17%
59
por 2 minutos (grupo 2); gluconato de clorexidina a 2,0% (grupo 3); gluconato de clorexidina
a 2,0% seguido de irrigação com EDTA a 17% por 2 minutos (grupo 4); soro fisiológico
(grupo 5) e soro fisiológico e EDTA a 17% por 2 minutos. O uso do EDTA diminuiu
significativamente (p < 0,05) a smear layer em todos os terços, tornando-se aconselhável a
sua utilização para promover uma melhor limpeza das paredes dos canais radiculares
(MENEZES et al., 2003).
Para avaliar a remoção de smear layer e quantificar a liberação de íons de cálcio
resultante da irrigação com soluções quelantes, 16 caninos extraídos foram instrumentados
com a técnica step-back e distribuídos em três grupos de acordo com a solução irrigadora
utilizada: 1 mL de EDTAC a 17% entre cada lima; CDTA a 17%; e EGTA a 17%. Um único
dente, irrigado apenas com água destilada e água deionizada, foi tomado como controle
negativo. As soluções foram coletadas após o uso. Os dentes foram secionados
longitudinalmente, as raízes foram examinadas por MEV para verificação de smear layer nos
seus terços e avaliadas por três examinadores calibrados “cegos” por meio de escores (de 1 a
4). Para quantificar a liberação de íons de cálcio, as soluções coletadas foram avaliadas por
espectrofotometria de absorção atômica. O teste de Friedman evidenciou diferença
estatisticamente significativa (p < 0,01) entre as soluções quelantes: os canais irrigados com
EDTAC a 17% e com CDTA a 17% apresentaram menor quantidade de smear layer do que
aqueles irrigados com EGTA. As soluções de EDTAC a 17% (70,5 ± 14,2 µg/mL Ca) e de
CDTA a 17% (60,6 ± 20,67 µg/mL Ca) apresentaram maiores quantidades de íons de cálcio
(p < 0,01) quando comparadas com a de EGTA a 17% (22,8 ± 7,54 µg/mL Ca) (MARQUES
et al., 2006).
Como visto, as soluções quelantes aplicadas no interior dos canais radiculares
durante o preparo químico-mecânico contribuem sobremaneira para a remoção da camada
residual. Esta constatação tem motivado sucessivas investigações científicas que, além de
buscar novas alternativas, levam em consideração a importância das associações
medicamentosas locais empregadas, dentre as quais se destaca o Endo PTC.
3 OBJETIVOS
61
O presente estudo tem como objetivos:
a) determinar, in vitro, o grau de remoção da camada residual das superfícies
dentinárias dos canais radiculares de incisivos e caninos de humanos, nas quatro
etapas seqüenciais do preparo químico-mecânico endodôntico, mediante a
avaliação bioquímica quantitativa dos íons de cálcio e fósforo liberados da
estrutura dentinária, através da análise colorimétrica;
b) determinar, in vitro, o grau de remoção da camada residual das superfícies
dentinárias dos canais radiculares de incisivos e caninos de humanos, nas quatro
etapas seqüenciais do preparo químico-mecânico endodôntico, mediante a
análise de eletromicrografias obtidas através da microscopia eletrônica de
varredura.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
63
4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
4.1.1 Hipóteses
Fase 1: A concentração dos íons de cálcio e fósforo presentes nas substâncias
químicas coletadas após cada uma das quatro etapas do preparo biomecânico do canal
radicular de uma amostra de 20 dentes humanos que constituem os seis grupos experimentais
e os dois grupos controles em estudo, determinada através de técnica colorimétrica, reflete o
grau de eficácia do Endo PTC.
Fase 2: O grau de limpeza do terço apical do canal radicular de dentes humanos,
após o preparo químico-mecânico de uma amostra de 80 espécimes que constituem os seis
grupos experimentais e os dois grupos controles, determinado através de eletromicrografias,
obtidas pela microscopia eletrônica de varredura, reflete o grau de eficácia do Endo PTC, com
base na intensidade de permanência da camada residual.
4.1.2 Fatores em estudo
A concentração dos íons cálcio e fósforo e a intensidade de permanência da camada
residual x o grau de eficácia do Endo PTC.
4.1.3 Variável de resposta
O grau de comprometimento da limpeza dos túbulos dentinários do conduto radicular
de dentes humanos em decorrência do uso do Endo PTC, creme auxiliar da instrumentação
endodôntica, com base na análise de eletromicrografias.
A intensidade de sanificação da estrutura das paredes do conduto radicular de dentes
humanos em decorrência das substâncias químicas empregadas durante a instrumentação
endodôntica a partir das taxas de cálcio e fósforo liberadas.
4.1.4 Constituição da amostra
64
Para a realização do presente estudo de natureza experimental e laboratorial foram
selecionados 100 dentes incisivos e caninos superiores recém-extraídos de humanos, com
idade, origem e gênero desconhecidos, cedidos pelo Banco de Dentes da União Metropolitana
de Educação e Cultura Ltda. (UNIME). Utilizou-se como critério de seleção a presença de
raiz reta, canal radicular único e com livre acesso ao forame, completa formação radicular,
ausência de cárie na raiz e ausência de linha de fratura. Os dentes em estudo foram
armazenados em recipientes contendo solução de Timol a 0,1% (solubilizado em álcool a
40%) para desinfecção.
Após serem retirados da solução de Timol a 0,1%, os dentes foram lavados em água
corrente, seguindo-se sucessivas lavagens com água destilada e rinsagem com água
deionizada. Foram mantidos em água deionizada, trocada a cada 24 horas para assegurar a
reidratação, e conservados em estufa bacteriológica a 37ºC até o início dos procedimentos
endodônticos.
Para o cumprimento do estudo que teve como objetivo avaliar bioquimicamente o
teor de cálcio e fósforo liberados após o preparo químico-mecânico dos espécimes utilizou-se
uma amostra de 20 unidades dentais, enquanto para avaliar morfologicamente a ocorrência da
camada residual após o tratamento endodôntico foi utilizada uma amostra de 80 dentes.
4.2 EQUIPAMENTOS, ACESSÓRIOS E SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Nos quadros a seguir figuram os equipamentos (Quadro 1), os acessórios e
instrumentos (Quadro 2) e as substâncias químicas utilizadas nos experimentos (Quadro 3).
65
EQUIPAMENTO MODELO FABRICANTE
Microscópio eletrônico de varredura
Metalizador Bal-Tec
Micromotor
Contra-ângulo
Peça reta
Fotocolorímetro
Balança analítica
Estufa bacteriológica
JSM-5310
SCD 050
KaVo
KaVo
KaVo
500M
AG 200
002 CB
JEOL
Sputter Coater
KaVo do Brasil S.A.
KaVo do Brasil S.A
KaVo do Brasil S.A.
Analyser
Gehaka
Fanem Ltda.
Quadro 1- Equipamentos utilizados nos experimentos
ACESSÓRIO / INSTRUMENTO FABRICANTE
Brocas de Batt número 12 / 28 mm
Brocas esféricas diamantadas números 2 e 3
Cinzel cirúrgico
Disco flexível diamantado 7020 dupla face
Limas K-File números 10 e 45-80
Limas K-Flex-O-File números 15-40
Limitadores de silicone
Mandril para ângulo (adaptador para peça de mão)
Martelo cirúrgico
Régua metálica milimetrada
Minitorno com base giratória 50mm
Instrumentais diversos para procedimento endodôntico
Maillefer-Dentsply, Suíça
K. G. Sorensen, Brasil
Metalúrgica Fava, São Paulo, Brasil
K. G. Sorensen, Brasil
Maillefer-Dentsply, Suíça
Maillefer-Dentsply, Suíça
Maillefer-Dentsply, Suíça
Odont’ Winer, Paraná, Brasil
Fava, São Paulo, Brasil
Maillefer-Dentsply, Suíça
Excellent, Índia
- - -
Quadro 2 - Acessórios e instrumentos utilizados nos experimentos
66
SUBSTÂNCIA QUÍMICA FABRICANTE
Solução de EDTA a 17%, tamponada em pH 7,4
Endo PTC (segundo Paiva e Antoniazzi)
Solução de Milton (estabilizada com cloreto de sódio)
Tergensol
Timol a 0,1% (solubilizado em álcool a 40%)
Bioclin (cálcio)
Bioclin (fósforo)
A Fórmula, BA
Polidental Indústria e Comércio Ltda., SP
A Fórmula, BA
Inodon, RS
A Fórmula, BA
Quibasa - Química Básica Ltda., MG
Quibasa - Química Básica Ltda., MG
Quadro 3 - Substâncias químicas utilizadas nos experimentos
4.3 PREPARO DOS CORPOS-DE-PROVA
Todas as etapas de preparação dos corpos-de-prova e de manipulação dos canais
radiculares foram realizadas por um único operador especialista em endodontia, devidamente
calibrado.
A fim de preconizar o tamanho dos corpos-de-prova, os dentes, após serem retirados
da água deionizada e secos com jato de ar, foram apreendidos em uma pequena morsa. A
partir do ápice em direção à coroa, foram medidos 19 mm com o auxílio de uma régua
endodôntica milimetrada, seguindo-se marcação com grafite na linha do corte para a secção
horizontal de cada unidade, obtendo-se espécimes com comprimento padrão. Posteriormente,
os espécimes foram fixados no sentido horizontal para a realização de fissuras superficiais nas
faces vestibular e palatina de aproximadamente 1 mm de profundidade seguindo o sentido
ápice-coroa. Para ambos os eventos utilizou-se disco flexível diamantado acoplado em
mandril para peça reta e disco abrasivo de aço.
4.4 PROTOCOLO EXPERIMENTAL
67
4.4.1 Acesso ao canal radicular e odontometria
Antes da manipulação, cada espécime foi fixado verticalmente na morsa. O acesso ao
canal radicular dos dentes que constituíram a amostragem foi realizado com o auxílio de
brocas esféricas diamantadas número 2 e 3 para alta rotação, precedido pelo uso de brocas de
Batt número 12 para a dilatação da entrada do canal e remoção do cotovelo dentinário. Após a
conclusão do acesso endodôntico, a odontometria foi determinada através de uma lima K-
Flex-O-File #15, até a visualização da ponta deste instrumento no forame apical, subtraindo
de 1 mm, seguindo-se instalação do isolamento absoluto para cada unidade.
A instrumentação foi realizada com limas tipo K-Flex-O-File e K-File através da
limagem circunferencial, e o primeiro instrumento foi escolhido de acordo com o ajuste às
paredes do canal no comprimento de trabalho. O escalonamento anatômico dos terços
coronário e médio foi obtido com mais quatro instrumentos por técnica já proposta (LOPES e
SIQUEIRA, 2004). A manutenção do forame desobstruído foi assegurada com o uso de uma
lima tipo K-File #10 trabalhando na extensão de 19 mm a cada troca de instrumento.
4.4.2 Preparo químico-mecânico do canal radicular
Para esta etapa, realizou-se, a princípio, o preparo químico-mecânico de 100
unidades que foram distribuídas aleatoriamente em seis grupos experimentais e dois controles.
Cada substância química utilizada — NaClO, EDTA e Tergensol — foi mensurada
em 5 mL. A aplicação e aspiração de cada uma no interior dos canais foram realizadas com
seringas e agulhas descartáveis estéreis. As substâncias empregadas foram armazenadas em
coletores também estéreis, previamente rotulados individualmente, para cada grupo e cada
unidade em estudo. Nos tratamentos em que se fez necessária a aplicação do Endo PTC,
procedeu-se à pesagem de 0,1 g deste creme em balança analítica, com variação de ± 0,005,
desprezada a quarta casa decimal. O Endo PTC previamente pesado foi mantido envelopado
em pacotes individuais com papel-alumínio até sua aplicação nos canais radiculares. Para os
grupos em que seu uso foi obrigatório, o Endo PTC foi levado ao interior dos canais com a
ajuda de uma lima K-File #15, introduzida em toda a extensão. Uma vez aplicado o EDTA a
17% nos canais dentais, procedeu-se à agitação mecânica com a ajuda de uma lima K-File
#10, durante um minuto, seguindo-se repouso por igual espaço de tempo e coleta do líquido
utilizado em recipiente específico para cada espécime.
68
4.5 ANÁLISE BIOQUÍMICA
4.5.1 Grupos de estudo
Para a avaliação do teor de desmineralização da dentina dos canais radiculares
tratados foram realizadas determinações quantitativas do cálcio e do fósforo contidos nas
alíquotas obtidas após a coleta e o armazenamento de cada substância química aplicada
durante o preparo químico-mecânico dos canais. Com base nesse pressuposto foram
constituídos os grupos controles e experimentais que a seguir se discriminam.
Grupos controles:
grupos controles I (GC
I
Ca e GC
I
P) - corpos-de-prova submetidos ao preparo
químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%;
grupos controles II (GC
II
Ca e GC
II
P) - corpos-de-prova submetidos ao preparo
químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1% associado ao
Endo PTC.
Grupos experimentais:
grupos experimentais I (GExp
I
Ca e GExp
I
P) - corpos-de-prova submetidos ao
preparo químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%,
seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1
minuto em repouso);
grupos experimentais II (GExp
II
Ca e GExp
II
P) - corpos-de-prova submetidos ao
preparo químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%,
seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1
minuto em repouso) e irrigação final com hipoclorito de sódio a 1%;
grupos experimentais III (GExp
III
Ca e GExp
III
P) - corpos-de-prova submetidos ao
preparo químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%,
seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1
minuto em repouso), irrigação com hipoclorito de sódio a 1% e lavagem final com
Tergensol;
69
grupos experimentais IV (GExp
IV
Ca e GExp
IV
P) - corpos-de-prova submetidos ao
preparo químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%
associado ao Endo PTC, seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1
minuto em agitação e 1 minuto em repouso);
grupos experimentais V (GExp
V
Ca e GExp
V
P) - corpos-de-prova submetidos ao
preparo químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%
associado ao Endo PTC, seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1
minuto em agitação e 1 minuto em repouso) e irrigação final com hipoclorito de
sódio a 1%;
grupos experimentais VI (GExp
VI
Ca e GExp
VI
P) - corpos-de-prova submetidos ao
preparo químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%
associado ao Endo PTC, seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1
minuto em agitação e 1 minuto em repouso), irrigação com hipoclorito de sódio a
1% e lavagem final com Tergensol.
4.5.2 Determinações colorimétricas
Para os supracitados grupos foram obtidas 80 amostras correspondentes às
substâncias químicas auxiliares da instrumentação coletadas por aspiração durante o preparo
químico-mecânico do canal radicular de cada espécime, seguindo-se armazenamento em
coletores estéreis rotulados e conservados sob refrigeração até o processamento das dosagens
colorimétricas de cálcio e fósforo realizadas em triplicata. A colorimetria é um procedimento
analítico através do qual se determina a concentração de espécies químicas mediante a
absorção de energia radiante (luz). O princípio básico das mensurações colorimétricas
consiste na comparação, sob condições definidas, da cor produzida pela substância em
quantidade desconhecida com a mesma cor produzida por uma quantidade conhecida do
material a ser determinado.
A determinação do cálcio foi feita por colorimetria, medindo-se a intensidade da cor
produzida pelo composto formado entre a orto-cresolftaleína complexona e o cálcio, em pH
alcalino, enquanto o princípio que fundamentou a determinação das concentrações de fósforo
inorgânico consistiu na reação deste íon com o molibdato de amônio, o que deu origem ao
fosfomoblidato de amônio, que posteriormente foi reduzido a azul de molibdênio, cuja
70
intensidade de cor desenvolvida foi considerada proporcional à concentração de fósforo
presente em cada amostra.
Para a realização dos testes colorimétricos foram utilizados kits da marca Bioclin
produzidos pela Quibasa - Química Básica Ltda.
4.6 ANÁLISE MORFOLÓGICA
4.6.1 Grupos de estudo
Para a realização do estudo da morfologia dos canais radiculares após os
procedimentos endodônticos foram constituídos os grupos controles e experimentais que
seguem, cada um com 10 espécimes.
Grupos controles:
grupo controle I (GC
I
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%;
grupo controle II (GC
II
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1% associado ao Endo PTC.
Grupos experimentais:
grupo experimental I (GExp
I
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%, seguindo-se aplicação da
solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1 minuto em repouso);
grupo experimental II (GExp
II
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%, seguindo-se aplicação da
solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1 minuto em repouso) e
irrigação final com hipoclorito de sódio a 1%;
grupo experimental (GExp
III
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1%, seguindo-se aplicação da
solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1 minuto em repouso), irrigação
com hipoclorito de sódio a 1% e lavagem final com Tergensol;
71
grupo experimental (GExp
IV
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1% associado ao Endo PTC,
seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1
minuto em repouso);
grupo experimental V (GExp
V
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo químico-
mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1% associado ao Endo PTC,
seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1 minuto em agitação e 1
minuto em repouso) e irrigação final com hipoclorito de sódio a 1%;
grupo experimental VI (GExp
VI
) - corpos-de-prova submetidos ao preparo
químico-mecânico com irrigação pelo hipoclorito de sódio a 1% associado ao
Endo PTC, seguindo-se aplicação da solução de EDTA a 17% (1 minuto em
agitação e 1 minuto em repouso), irrigação com hipoclorito de sódio a 1% e
lavagem final com Tergensol.
4.6.2 Leitura em MEV
Uma vez concluídos os procedimentos endodônticos de preparo químico-mecânico
dos canais radiculares, com auxílio de um cinzel e de um martelo cirúrgico, os espécimes
foram clivados em duas hemissecções, com base nas fissuras realizadas nas faces vestibular e
palatina. Em cada amostra, foram registradas com grafite as distâncias de 6 mm e 12 mm, a
partir do ápice, limitando-se, assim, os terços cervical, médio e apical. Os espécimes
envolvidos em papel laminado foram mantidos em dessecador, seguindo-se metalização e
leitura microscópica.
Através do equipamento de metalização de amostras de modelo SCD 050,
pertencente ao Laboratório de Biomineralização do Departamento de Histologia e
Embriologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram revestidas as faces
vestibulares e palatinas dos condutos radiculares dos corpos-de-prova com uma fina camada
de ouro, com aproximadamente 30 nm de espessura, de forma a tornar a superfície condutora
e passível de emissão de elétrons secundários. A análise morfológica dos terços cervical,
médio e apical dos canais dos corpos-de-prova que constituíram a amostra foi realizada
através do microscópio eletrônico de varredura (MEV) modelo JSM-5310, do Laboratório de
Ultraestrutura Celular Herta Meyer do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da
72
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para tanto, foram utilizadas as magnitudes de
aumento correspondentes a 350x, 500x, 750x, 1.000x, 1500x, 2.000x e 3.500x a 5.000x, com
o intuito de permitir a avaliação da superfície dos canais dentinários, visando a detectar
possíveis alterações morfológicas e presença de smear layer e smear plug sobre essa
estrutura, em decorrência da ação de diferentes substâncias químicas utilizadas no tratamento
endodôntico.
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
Para o tratamento dos dados obtidos, foi utilizado o pacote estatístico SIGMASTAT.
Os resultados das experimentações são apresentados através das respectivas médias e erros
padrões das médias (EPM). As médias dos diversos grupos foram comparadas através da
análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas, seguindo-se a aplicação do teste
paramétrico de Bonferroni, Dunn’s e Student-Knewman-Keuls, tendo-se optado pelo primeiro
por ter sido considerado o mais rigoroso, levando-se em consideração a comparação entre as
taxas de cálcio ou fósforo (Fator A) e a utilização do Endo PTC (Fator B). Considerou-se
como diferença estatisticamente significativa o valor de p < 0,05.
5 RESULTADOS
74
Visando a facilitar a análise dos resultados, os dados obtidos foram agrupados em
Tabelas e Figuras. Esses elementos demonstrativos que caracterizam as duas fases do presente
estudo correspondem aos resultados das avaliações bioquímicas das taxas de cálcio e fósforo,
assim como da análise morfológica através de eletromicrografias obtidas em microscópio
eletrônico de varredura (MEV).
5.1 DETERMINAÇÃO BIOQUÍMICA QUANTITATIVA DAS TAXAS
DE CÁLCIO E FÓSFORO LIBERADOS DA ESTRUTURA DENTINÁRIA
De acordo com o protocolo experimental, na primeira fase deste estudo, mediante a
determinação bioquímica quantitativa, através da análise colorimétrica, das taxas de cálcio e
fósforo liberados das paredes do canal radicular, avaliou-se a eficácia das substâncias
empregadas nos procedimentos endodônticos, tendo-se a utilização do Endo PTC como
elemento de diferenciação entre os grupos I e II.
As taxas médias e EPMs das dosagens de cálcio e fósforo determinadas nas
substâncias químicas utilizadas durante o tratamento endodôntico, uma vez coletadas após
cada etapa do preparo, tanto nos grupos controles — GC
I
(NaClO) e GC
II
(NaClO + Endo
PTC) — quanto nos grupos experimentais — GExp
I
(EDTA), GExp
II
(NaClO), GExp
III
(Tergensol), GExp
IV
(EDTA), GExp
V
(NaClO), GExp
VI
(Tergensol) —, estão expressas em
mg/dL.
5.1.1 Determinação bioquímica das taxas de cálcio
liberado da estrutura dentinária
A Tabela 1 apresenta uma síntese da ação do EDTA (GExp
I
Ca), do NaClO
(GExp
II
Ca), e do Tergensol (GExp
III
Ca) sobre as paredes dos canais radiculares, de acordo o
teor de cálcio liberado, tendo-se em evidência os seguintes focos: 1. A realização da
instrumentação endodôntica sem a utilização do Endo PTC, de acordo com o que foi
estabelecido para o GC
I
Ca (NaClO); 2. A ação do EDTA (GExp
IV
Ca), do NaClO (GExp
V
Ca)
e do Tergensol (GExp
VI
Ca) a partir da aplicação do Endo PTC veiculado através do NaClO,
75
no processo de instrumentação endodôntica, conforme o que foi previsto para o GC
II
Ca
(NaClO + Endo PTC).
Tabela 1 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado nas etapas
do preparo químico-mecânico dos canais radiculares
sem e com utilização de Endo PTC
GRUPOS
CONTROLES
GRUPOS
EXPERIMENTAIS
TAXAS (mg/dL)
GC
I
Ca
GC
II
Ca
GExp
I
Ca
GExp
II
Ca
GExp
III
Ca
GExp
IV
Ca
GExp
V
Ca
GExp
VI
Ca
6,563 ± 0,197
3,178 ± 0,048
1,894 ± 0,258
2,288 ± 0,100
5,984 ± 0,190
1,478 ± 0,056
1,793 ± 0,126
0,606 ± 0,051
GC
I
Ca = Grupo controle I cálcio (NaClO); GExp
I
Ca = Grupo experimental I cálcio (EDTA);
GExp
II
Ca = Grupo experimental II cálcio (NaClO); GExp
III
Ca = Grupo experimental III cálcio
(Tergensol); GC
II
Ca = Grupo controle II cálcio (NaClO + Endo PTC); GExp
IV
Ca = Grupo
experimental IV cálcio (EDTA); GExp
V
Ca = Grupo experimental V cálcio (NaClO);
GExp
VI
Ca = Grupo experimental VI cálcio (Tergensol).
A Tabela 2 exprime as diversas comparações entre os grupos e subgrupos da
dosagem de cálcio, utilizando-se as notações s
e ns para assinalar as diferenças significativas e
não significativas, respectivamente.
76
Tabela 2 - Comparação entre os grupos em função
dos valores de cálcio determinados
GRUPOS
GRUPOS
GC
I
Ca x GExp
I
Ca
GC
I
Ca x GExp
II
Ca
GC
I
Ca x GExp
III
Ca
GExp
I
Ca x GExp
II
Ca
GExp
I
Ca x GExp
III
Ca
GExp
II
Ca x GExp
III
Ca
GC
II
Ca x GExp
IV
Ca
GC
II
Ca x GExp
V
Ca
s
s
s
s
s
ns
s
s
GC
II
Ca x GExp
VI
Ca
GExp
IV
Ca x GExp
V
Ca
GExp
IV
Ca x GExp
VI
Ca
GExp
V
Ca x GExp
VI
Ca
GC
I
Ca x GC
II
Ca
GExp
I
Ca x GExp
IV
Ca
GExp
II
Ca x GExp
V
Ca
GEx
III
Ca x GExp
VI
Ca
s
ns
s
s
ns
s
ns
s
GC
I
Ca = Grupo controle I cálcio (NaClO); GExp
I
Ca = Grupo experimental I cálcio (EDTA); GExp
II
Ca =
Grupo experimental II cálcio (NaClO); GExp
III
Ca = Grupo experimental III cálcio (Tergensol); GC
II
Ca =
Grupo controle II cálcio (NaClO + Endo PTC); GExp
IV
Ca = Grupo experimental IV cálcio (EDTA); GExp
V
Ca = Grupo experimental V cálcio (NaClO); GExp
VI
Ca = Grupo experimental VI cálcio (Tergensol); s =
significativo; ns = não significativo.
A diferença entre as taxas de cálcio correspondentes ao GC
I
Ca (6,563 ± 0,197), uma
vez comparada com as taxas atribuídas ao GExp
II
Ca (1,894 ± 0,258) e ao GExp
III
Ca (2,288 ±
0,100), revelou diferenças estatísticas significativas. Estas diferenças representam decréscimos
da ordem de 71,14% e 65,14%, respectivamente. Embora, a comparação entre o valor atribuído
ao GExp
I
Ca (3,178 ± 0,048) e o atribuído ao GC
I
Ca demonstrar um decréscimo da ordem de
51,58%, a diferença estatística foi considerada significativa. Estes valores estão ilustrados na
Figura 1.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
CGI Ca GExpI Ca GExpII Ca GExpIII Ca
mg/dL
Figura 1 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado
nas etapas do preparo químico-mecânico dos
canais radiculares sem utilização de Endo PTC
77
De acordo, ainda, com os dados das Tabelas 1 e 2, a taxa do cálcio liberado pelo GC
II
Ca
(5,984 ± 0,190), grupo caracterizado pela introdução do medicamento Endo PTC, indica ter
havido diferença estatisticamente significativa, quando comparada às taxas correspondentes aos
GExp
IV
Ca, GExp
V
Ca e GExp
VI
Ca, o que equivale aos seguintes decréscimos percentuais:
75,30%, 70,03% e 89,87%, respectivamente. Estes valores estão apresentados na Figura 2.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
GCII Ca GExpIV Ca GExpV Ca GExpVI Ca
mg/dL
Figura 2 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado
nas etapas do preparo químico-mecânico dos
canais radiculares com utilização de Endo PTC
As taxas de cálcio atribuídas aos grupos controles 1 e 2 e aos diversos grupos
experimentais estão demonstradas na Figura 3.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
GCI Ca GCII Ca GExpI Ca GExpIV Ca GExpII Ca GExpV Ca GExpIII Ca GExpVI Ca
mg/dL
Figura 3 - Médias e EPMs das taxas de cálcio liberado nas
etapas do preparo químico-mecânico dos canais
radiculares sem e com utilização de Endo PTC
78
A avaliação dos dados contidos nas Tabelas 1 e 2 e na Figura 3 atesta não ter havido
diferença estatisticamente significativa entre as taxas de cálcio atribuídas a GC
I
Ca (6,563 ±
0,197) x GC
II
Ca (5,984 ± 0,190).
Comparando-se os seis grupos experimentais, partindo-se do princípio de que a
mesma substância química foi utilizada a cada dois grupos, tendo como elemento de
diferenciação apenas a aplicação preliminar do Endo PTC nos grupos IV, V e VI, pode-se
constatar, nas Tabelas 1 e 2 e na Figura 3, que não houve diferença estatística significativa,
apenas, entre os grupos experimentais II e V, o que é ratificado pelo decréscimo do percentual
mínimo de 5,33%.
Comparadas entre si as taxas de cálcio atribuídas à ação de diferentes substâncias
químicas utilizadas em cada grupo experimental, pode-se observar, a partir dos resultados
expressos nas Tabelas 1 e 2 e ilustrados na Figura 3, os seguintes percentuais: GExp
I
Ca (3,178
± 0,048) x GExp
II
Ca (1,894 ± 0,258), um decréscimo da ordem de 40,40%, face à taxa inferior
atribuída ao GExp
II
Ca, resultado compatível com a análise estatística que revelou diferença
significativa; GExp
I
Ca (3,178 ± 0,048) x GEx
III
Ca (2,288 ± 0,100), decréscimo da ordem de
28% em função ao GExp
III
Ca, revelando, também, diferença estatística significativa; entre os
grupos GExp
II
Ca (1,894 ± 0,258) x GExp
III
Ca (2,288 ± 0,100), embora tenha havido um
decréscimo da ordem de 17,22% em função do GExp
II
Ca, esta diferença não foi considerada
estatisticamente significativa. A comparação entre GExp
IV
Ca (1,478 ± 0,056) e GExp
V
Ca
(1,793 ± 0,126), embora tenha sido detectado decréscimo percentual da ordem de 17,56% da
taxa do cálcio liberado, esta diferença não foi considerada estatisticamente significativa. A
diferença percentual de 66,20% entre as médias atribuídas ao GExp
V
Ca (1,793 ± 0,126) e ao
GExp
VI
Ca (0,606 ± 0,051) confirma uma diferença considerada estatisticamente significativa.
A comparação entre GExp
IV
Ca (1,478 ± 0,056) e GExp
VI
Ca (0,606 ± 0,051) revelou
decréscimo percentual da ordem de 59% da taxa do cálcio liberado sendo considerada
estatisticamente significativa.
5.1.2 Determinação bioquímica das taxas de fósforo
liberado da estrutura dentinária
A Tabela 3 demonstra uma síntese da ação do EDTA (GExp
I
P), do NaClO (GExp
II
P) e
do Tergensol (GExp
III
P) sobre as paredes dos canais radiculares, conforme o teor de fósforo
liberado, tendo-se como referencial a realização da instrumentação endodôntica sem a
79
utilização do Endo PTC, de acordo com o que foi estabelecido para o GC
I
P (NaClO). Expressa
ainda a ação do EDTA (GExp
IV
P), do NaClO (GExp
V
P), e do Tergensol (GExp
VI
P) a partir da
aplicação do Endo PTC veiculado através do NaClO utilizado na instrumentação endodôntica,
conforme o que foi estabelecido para o GC
II
P (NaClO + Endo PTC).
Tabela 3 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas etapas
do preparo químico-mecânico dos canais radiculares
sem e com utilização de Endo PTC
GRUPOS
CONTROLES
GRUPOS
EXPERIMENTAIS
TAXAS (mG/dL)
GC
I
P
GC
II
P
GExp
I
P
GExp
II
P
GExp
III
P
GExp
IV
P
GExp
V
P
GExp
VI
P
0,429 ± 0,060
0,119 ± 0,010
0,127 ± 0,011
0,233 ± 0,018
4,073 ± 0,633
1,372 ± 0,185
0,105 ± 0,012
0,502 ± 0,035
GC
I
P = Grupo controle I fósforo (NaClO); GExp
I
P = Grupo experimental I fósforo (EDTA);
GExp
II
P = Grupo experimental II fósforo (NaClO); GExp
III
P = Grupo experimental III fósforo
(Tergensol); GC
II
P = Grupo controle II fósforo (NaClO + Endo PTC); GExp
IV
P = Grupo
experimental IV fósforo (EDTA); GExp
V
P = Grupo experimental V fósforo (NaClO);
GExp
VI
P = Grupo experimental VI fósforo (Tergensol).
A Tabela 4 revela as diversas comparações entre os grupos e subgrupos da dosagem
de fósforo, utilizando-se as notações s
e ns para indicar as diferenças significativas e não
significativas, respectivamente.
80
Tabela 4 - Comparação entre os grupos em função
dos valores de fósforo determinados
GRUPOS
GRUPOS
GC
I
P x GExp
I
P
GC
I
P x GExp
II
P
GC
I
P x GExp
III
P
GExp
I
P x GExp
II
P
GExp
I
P x GExp
III
P
GExp
II
P x GExp
III
P
GC
II
P x GExp
IV
P
GC
II
P x GExp
V
P
ns
ns
ns
ns
ns
ns
s
s
GC
II
P x GExp
VI
P
GExp
IV
P x GExp
V
P
GExp
IV
P x GExp
VI
P
GExp
V
P x GExp
VI
P
GC
I
P x GC
II
P
GExp
I
P x GExp
IV
P
GExp
II
P x GExp
V
P
GEx
III
P x GExp
VI
P
s
ns
ns
s
s
s
ns
ns
GC
I
P = Grupo controle I fósforo (NaClO); GExp
I
P = Grupo experimental I fósforo (EDTA); GExp
II
P = Grupo
experimental II fósforo (NaClO); GExp
III
P = Grupo experimental III fósforo (Tergensol); GC
II
P = Grupo
controle II fósforo (NaClO + Endo PTC); GExp
IV
P = Grupo experimental IV fósforo (EDTA); GExp
V
P =
Grupo experimental V fósforo (NaClO); GExp
VI
P = Grupo experimental VI fósforo (Tergensol); s =
significativo; ns = não significativo.
A diferença entre a taxa do fósforo correspondente ao GC
I
P (0,429 ± 0,060), uma vez
comparada com as taxas atribuídas ao GExp
I
P (0,119 ± 0,010), ao GExp
II
P (0,127 ± 0,011) e ao
GExp
III
P (0,233 ± 0,018), não indicou diferenças estatísticas significativas, apesar dos
decréscimos da ordem de 72,26%, 70,40% e 45,69%, respectivamente. Esses valores e o grau
de significância estão descritos nas Tabelas 3 e 4 e ilustrados na Figura 4.
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
GCI P GExpI P GExpII P GExpIII P
mg/dL
Figura 4 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas
etapas do preparo químico-mecânico dos canais
radiculares sem utilização de Endo PTC
81
De acordo, ainda, com os dados das Tabelas 3 e 4, a taxa do fósforo liberado pelo
GC
II
P (4,073 ± 0,633), grupo caracterizado pela introdução do medicamento Endo PTC,
demonstra ter havido diferença estatisticamente significativa, quando comparada com as taxas
correspondentes aos GExp
IV
P, GExp
V
P e GExp
VI
P, o que equivale, respectivamente, aos
seguintes decréscimos: 66,31%, 97,42% e 87,65%. A Figura 5 apresenta esses valores.
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
GCII P GExpIV P GExpV P GExpVI P
mg/dL
Figura 5 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas
etapas do preparo químico-mecânico dos canais
radiculares com utilização de Endo PTC
A Figura 6 ilustra a comparação entre as taxas de fósforo atribuídas ao GC
I
P, ao GC
II
P
e aos diversos grupos experimentais.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
G C I P G C II P G Ex pI P G Ex pIV P G Ex p II P G Ex pV P G Ex p III P G Ex p V I P
mg/dL
Figura 6 - Médias e EPMs das taxas de fósforo liberado nas
etapas do preparo químico-mecânico dos canais
radiculares sem e com utilização de Endo PTC
82
A avaliação dos dados contidos nas Tabelas 3 e 4 e na Figura 6 demonstra ter havido
diferença estatisticamente significativa entre as taxas de fósforo atribuídas aos GC
II
P (4,073 ±
0,633) e GC
I
P (0,429 ± 0,060) da ordem de 89,46%.
Comparando-se GExp
IV
P e GExp
I
P, GExp
II
P e GExp
V
P, GExp
VI
P e GExp
III
P,
partindo-se do princípio de que a mesma substância química foi utilizada a cada dois grupos,
tendo como elemento de diferenciação apenas a aplicação preliminar do Endo PTC nos grupos
IV, V e VI, pode-se constatar, nas Tabelas 3 e 4 e na Figura 3, que houve diferença estatística
significativa apenas entre os grupos experimentais IV e I, ratificado pelo decréscimo do
percentual mínimo de 91,03%.
Comparadas entre si as taxas de fósforo atribuídas à ação de diferentes substâncias
químicas utilizadas em cada grupo experimental, pode-se atestar, a partir dos resultados
expressos nas Tabelas 3 e 4 e ilustrados na Figura 6, os seguintes percentuais: GExp
I
P (0,119 ±
0,010) x GExp
II
P (0,127 ± 0,011), com decréscimo da ordem de 6,30%, em função do GExp
II
P;
GExp
I
P (0,119 ± 0,010) x GExp
III
P (0,233 ± 0,018), com decréscimo da ordem de 48,93% em
função do GExp
III
P; GExp
II
P (0,127 ± 0,011) x GExp
III
P (0,233 ± 0,018), com decréscimo da
ordem de 45,49%, em função do GExp
III
P, diferenças que não foram consideradas
estatisticamente significativas. As diferenças entre o GExp
IV
P (1,372 ± 0,185) e o GExp
V
P
(0,105 ± 0,012) e entre o GEx
IV
P (1,372 ± 0,185) e o GExp
VI
P (0,502 ± 0,035) não foram
consideradas estatisticamente significativas, embora tenham sido detectados decréscimos
percentuais da ordem de 92,35% e 63,34% da taxa do fósforo liberado. A diferença percentual
de 79,13% entre as médias atribuídas ao GExp
V
P (0,105 ± 0,012) e ao GExp
VI
P (0,502 ± 0,035)
confirma uma diferença considerada como estatisticamente significativa.
5.1.3 Taxas de cálcio e fósforo liberados nas quatro etapas seqüenciais
do tratamento endodôntico
5.1.3.1 Taxas de cálcio e fósforo liberados na primeira etapa do tratamento endodôntico
A Figura 7 expressa as taxas do cálcio e fósforo liberadas na primeira etapa do
tratamento endodôntico sem e com a utilização de Endo PTC.
83
0
1
2
3
4
5
6
7
8
GCI C a GCI P GC II Ca GCII P
mg/dL
Figura 7 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na
primeira etapa do preparo químico-mecânico dos canais
radiculares sem e com utilização de Endo PTC
A avaliação dos dados contidos na Figura 7 indica uma variação estatisticamente
significativa entre o GC
I
Ca (6,563 ± 0,197) e o GC
I
P (0,429 ± 0,060) de ± 93,46%.
Comparando-se ainda o GC
II
Ca (5,984 ± 0,190) e o GC
II
P (4,073 ± 0,633), não se observa
diferença estatística significativa (31,94%).
5.1.3.2 Taxas de cálcio e fósforo liberados na segunda etapa do tratamento endodôntico
A Figura 8 apresenta as taxas do cálcio e fósforo liberadas na segunda etapa do
preparo, sem e com e sem a utilização de Endo PTC.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
GExpI Ca GExpI P GExpIV Ca GExpIV P
mg/dL
Figura 8 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na
segunda etapa (EDTA) do preparo químico-mecânico dos
canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC
84
De acordo com os dados contidos na Figura 8, é possível constatar uma variação
estatística significativa entre o GExp
I
Ca (3,178 ± 0,048) e o GExp
I
P (0,119 ± 0,010) de ±
96,26%. Comparando-se ainda o GExp
IV
Ca (1,478 ± 0,056) e o GExp
IV
P (1,372 ± 0,185), não
se revela diferença estatística significativa (7,17%).
5.1.3.3 Taxas de cálcio e fósforo liberados na terceira etapa do tratamento endodôntico
As taxas de cálcio e fósforo liberadas na terceira etapa do tratamento endodôntico sem
e com a utilização de Endo PTC podem ser observadas na Figura 9.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
GExpII Ca GExpII P GExpV Ca GExpV P
mg/dL
Figura 9 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados na
terceira etapa (NaClO) do preparo químico-mecânico dos
canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC
As taxas de cálcio e fósforo liberados na terceira etapa do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares refletem dados com variações significativas que podem ser expressas em
percentuais. Entre o GExp
II
Ca (1,894 ± 0,258) e o GExp
II
P (0,127 ± 0,011) e entre o GExp
V
Ca
(1,793 ± 0,126) e o GExp
V
P (0,105 ± 0,012), observam-se diferenças estatísticas significativas
da ordem de 93,29% e 94,14%, respectivamente.
5.1.3.4 Taxas de cálcio e fósforo liberados na quarta etapa do tratamento endodôntico
A Figura 10 demonstra as taxas de cálcio e fósforo liberados na quarta etapa do
preparo químico-mecânico dos canais radiculares sem e com a utilização de Endo PTC.
85
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
GExpIII C a GExpIII P GExpVI C a GExpVI P
mg/dL
Figura 10 - Médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados
na quarta etapa (Tergensol) do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares sem e com utilização de Endo PTC
As taxas de cálcio e fósforo liberados na quarta etapa do preparo químico-mecânico
dos canais radiculares demonstram porcentagens diferentes para os grupos experimentais. Entre
o GExp
III
Ca (2,288 ± 0,100) e o GExp
III
P (0,233 ± 0,018) ocorreu diferença estatística
significativa com variação de ± 89,82% e, comparando-se o GExp
VI
Ca (0,606 ± 0,051) com o
GExp
VI
P (0,502 ± 0,035), não houve variação estatística significativa, observando-se variação
percentual da ordem de 17%.
5.2 ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS PAREDES DO CANAL RADICULAR
De acordo com o protocolo experimental, na segunda fase deste estudo, mediante a
análise de eletromicrografias obtidas através da microscopia eletrônica de varredura (MEV),
avaliou-se o efeito das substâncias empregadas nos procedimentos endodônticos sobre a
morfologia do terços cervical, médio e apical das paredes do canal radicular, tendo-se a
utilização do Endo PTC como elemento de diferenciação entre os grupos I e II.
Três examinadores que desconheciam a que grupo de estudo pertenciam as
eletromicrografias analisaram as imagens obtidas através do microscópio eletrônico de
varredura. Nas poucas vezes em que houve discordância na leitura de uma mesma
eletromicrografia, o escore atribuído à imagem ficou a cargo do examinador sênior,
pesquisador com larga experiência na leitura e análise de superfícies desta natureza.
86
Em se tratando de imagens reproduzidas através da microscopia eletrônica de
varredura, vários episódios reproduzem uma mesma varredura da superfície em análise, sendo
consideradas como pontuais.
As Figuras 11 a 34 reproduzem as eletromicrografias dos terços apical, médio e
cervical de espécimes que constituem os grupos controles (GC
I
e GC
II
) e os grupos
experimentais (GExp
I
, GExp
II
, GExp
III
, GExp
IV
, GExp
V
, GExp
VI
).
A análise das eletromicrografias do terço apical de espécime do GC
I
, tratado química e
mecanicamente pelo NaClO a 1%, revelou a presença de camada residual com aparência
irregular recobrindo grande parte da superfície dentinária (Figura 11a), além da presença dessa
camada entremeada por vários túbulos dentinários que não apresentavam contorno nítido,
enquanto outros estavam praticamente imperceptíveis (Figura 11b).
a
b
Figuras 11a e 11b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GC
I
Avaliando-se as eletromicrografias do terço apical de superfícies dentinárias de
espécime do grupo tratado química e mecanicamente pela associação do Endo PTC ao NaClO a
1% (GC
II
) registrou-se a presença de acentuada camada tipicamente residual, amorfa, sem
túbulos dentinários visíveis (Figuras 12a e 12b).
87
a
b
Figuras 12a e 12b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GC
II
Os resultados provenientes das eletromicrografias do terço médio de espécime do GC
I
apontaram significativas variações ao longo da superfície dentinária. Em determinadas áreas,
apresentaram-se ondulações e túbulos aparentemente mais numerosos em superfície íntegra,
sugerindo ausência da ação da instrumentação mecânica (Figura 13a); em outras áreas, a
superfície mostrou-se lisa, ora com túbulos dentinários visíveis sem contorno uniforme, ora
com túbulos com entradas obliteradas em virtude da camada residual ainda presente (Figura
13b). Comprovou-se uma maior limpeza da superfície dentinária deste terço quando comparada
com as eletromicrografias do terço apical de espécime do mesmo grupo.
ab
Figuras 13a e 13b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GC
I
A partir das eletromicrografias do terço médio de espécime do GC
II
, constatou-se
abundante camada residual na superfície dentinária, comprometendo qualquer possibilidade de
visualização dos túbulos dentinários (Figuras 14a e 14b).
88
a
b
Figuras 14a e 14b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GC
II
As imagens do terço cervical de espécime do GC
I
atestaram faixas contendo camada
residual densa. Em algumas regiões, os túbulos dentinários mostraram-se sem contorno nítido,
livres ou não de resíduos no seu interior (Figura 15a), enquanto em outras ocorreu camada
residual em áreas de superfície dentinária e túbulos de contorno imperfeito com presença de
smear plugs (Figura 15b). Ambas as imagens refletiram uma limpeza ainda moderada, porém
superior às dos terços médio e apical citados anteriormente.
a b
a b
Figuras 15a e 15b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GC
I
Analisando-se os resultados obtidos por meio das eletromicrografias correspondentes
ao terço cervical de espécime do GC
II
, foi possível perceber acentuada camada residual na
superfície dentinária (Figura 16a) e túbulos dentinários sem contorno nítido entremeados por
grande quantidade de smear layer (Figura 16b), o que sugere uma limpeza deficiente para o
respectivo terço em estudo.
89
b
a
Figuras 16a e 16b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GC
II
As eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
I
, tratado química e
mecanicamente pelo NaClO a 1% e pelo EDTA a 17%, revelaram a presença de camada
residual na superfície dentinária com marcas expressas da instrumentação endodôntica (Figuras
17a e 17b), além de, na superfície, a presença significativa de túbulos dentinários (Figura 17a).
a b
Figuras 17a e 17b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
I
As Figuras 18a e 18b reproduzem as eletromicrografias correspondentes ao terço
apical de superfícies dentinárias de espécime do grupo tratado química e mecanicamente pela
associação Endo PTC + NaClO a 1% + EDTA a 17% (GExp
IV
). A análise da primeira delas
evidenciou acentuada presença de camada residual em superfície dentinária; na segunda,
observaram-se áreas com camada residual contendo poucos túbulos dentinários sem contorno
nítido e presença de smear plugs.
90
a b
Figuras 18a e 18b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
IV
Através da análise das eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
I
foram
visualizadas áreas com camada residual contendo ranhuras causadas pela ação dos instrumentos
endodônticos e regiões onde túbulos dentinários apresentaram, em sua maioria, contornos
nítidos e livres de smear plugs (Figuras 19a e 19b).
a
b
Figuras 19a e 19b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
I
As imagens das eletromicrografias reproduzidas pelas Figuras 20a e 20b
correspondem ao terço médio de espécime do GExp
IV
e têm como peculiaridade uma maior
quantidade de túbulos dentinários, aparentemente sem contorno nítido, entremeados pela
presença, ainda visível, da camada residual; determinados túbulos aparentavam obstrução
sugestiva de formação de smear plugs.
91
ab
Figuras 20a e 20b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
IV
A avaliação das imagens obtidas através do MEV correspondentes ao terço cervical de
espécime do GExp
I
apontou a presença de pouca camada residual e acentuadas marcas
indicativas da ação dos instrumentos endodônticos em áreas específicas da superfície dentinária
manipulada endodonticamente; em oposição a este achado, comprovou-se uma numerosa área
contendo túbulos dentinários visíveis, de contornos nítidos e livres de resíduos no seu interior
(smear plugs) (Figura 21a). Por outro lado, identificou-se ausência de camada residual,
prevalecendo a presença de túbulos dentinários desprovidos de resíduos em sua maioria (Figura
21b). Tais resultados conferem um bom grau de limpeza à superfície dentinária do terço
cervical.
ab
Figuras 21a e 21b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GExp
I
As imagens reproduzidas nas Figuras 22a e 22b atestaram uma limpeza satisfatória do
terço cervical de espécime do GExp
IV
. Na primeira, uma maior quantidade de túbulos
dentinários livres ou não de smear plugs na superfície dentinária; na segunda, grande número
92
de túbulos dentinários sem contorno totalmente uniforme contendo camada residual no seu
interior (smear plugs).
ab
Figura 22a e 22b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GExp
IV
As eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
II
, tratado química e
mecanicamente pelo NaClO a 1% + EDTA a 17% + NaClO a 1% revelaram a presença de
túbulos dentinários entremeados por numerosas estruturas de aspecto cordal, presença de
camada residual na superfície dentinária e smear plugs em alguns túbulos dentinários dispersos
e de contornos irregulares (Figuras 23a e 23b).
a
b
Figuras 23a e 23b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
II
As imagens obtidas através do MEV correspondentes ao terço apical de superfícies
dentinárias de espécime do grupo tratado química e mecanicamente pela associação do Endo
PTC ao NaClO a 1% seguida de aplicação de EDTA a 17% e NaClO a 1% (GExp
V
)
expressaram a formação de camada residual que recobria a superfície dentinária, ocultando a
93
entrada de alguns túbulos com uma aparência que sugere a deposição de fina camada
semelhante a um manto (Figuras 24a e 24b).
ab
Figuras 24a e 24b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
V
Túbulos dentinários sem contornos nítidos e entremeados por uma estrutura de aspecto
cordal foram comprovados nas eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
II
, aqui
representado pelas Figuras 25a e 25b; observou-se, ainda, um padrão irregular na disposição
dos túbulos dentinários com alguma presença de smear plugs.
a
b
Figuras 25a e 25b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
II
Nas eletromicrografias referentes ao terço médio de espécime do GExp
V,
, constatou-se
a presença de camada residual irregular e amorfa recobrindo parte da superfície dentinária. A
visualização da superfície dos túbulos sugere alguma perda da arquitetura original (Figuras 26a
e 26b).
94
ab
Figuras 26a e 26b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
V
As imagens obtidas em MEV atribuídas ao terço cervical de espécime do GExp
II
indicaram numerosa e expressiva quantidade de túbulos dentinários com contornos definidos e
regulares, com presença, todavia, de smear plugs (Figuras 27a e 27b).
a b
Figuras 27a e 27b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GExp
II
As imagens correspondentes ao terço cervical de espécime do GExp
v
expressaram
pequenas áreas na superfície dentinária com camada residual associada às marcas da ação dos
instrumentos endodônticos utilizados. A análise minuciosa da superfície dentinária evidenciou
extensa área contendo túbulos livres; parte da entrada desses elementos que ainda aparece
recoberta pela camada residual (smear plugs) pode, entretanto, ser considerada reduzida, uma
vez avaliada toda a extensão (Figuras 28a e 28b).
95
a b
Figuras 28a e 28b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GExp
V
No terço apical de espécime do grupo cujos corpos-de-prova foram submetidos ao
preparo químico-mecânico com NaClO a 1% seguido de EDTA a 17%, NaClO a 1% e
detergente (GExp
III
), aqui ilustrado pelas Figuras 29a e 29b, registraram-se áreas alternadas
entre os limites estabelecidos pela presença de camada residual marcadamente impressa pela
ação dos instrumentos endodônticos e áreas com túbulos dentinários livres ou não de resíduos
(smear plugs).
a b
Figura 29a e 29b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
III
As eletromicrografias correspondentes ao terço apical de superfícies dentinárias de
espécime do grupo tratado química e mecanicamente pela associação do Endo PTC ao NaClO a
1% + EDTA a 17% + NaClO a 1% e detergente (GExp
VI
) indicaram áreas de camada residual
recobrindo tanto a superfície dentinária quanto a entrada dos túbulos dentinários (smear plugs)
96
e uma estrutura de aspecto cordal entremeando parte da superfície dentinária e alterando a
disposição dos túbulos presentes (Figuras 30a e 30b).
ab
Figuras 30a e 30b - Eletromicrografias do terço apical de espécime do GExp
VI
Observadas as imagens do terço médio de espécime do GExp
III
, identificou-se uma
superfície dentinária contendo camada residual e numerosa quantidade de túbulos livres de
resíduos, alguns ainda contendo smear plugs (Figura 31a), como também uma fina camada
residual cobrindo parte da superfície dentinária e dos túbulos e smear plugs (Figura 31b).
ab
Figuras 31a e 31b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
III
A análise do terço médio de espécime do GExp
VI
tem como referencial as
eletromicrografias que as Figuras 32a e 32b reproduzem. Foi observada a presença de áreas de
camada residual contendo relevante número de túbulos dentinários livres de smear plugs
(Figura 32a). A Figura 32b, cuja ampliação da imagem corresponde a uma magnitude da ordem
97
de 3.500x, permite que se reafirme a presença dessa camada entre os túbulos dentinários livres
de resíduos.
ab
Figuras 32a e 32b - Eletromicrografias do terço médio de espécime do GExp
VI
A eletromicrografia do terço cervical de espécime do GExp
III
, reproduzida na Figura
33a, refletiu extensa área contendo túbulos dentinários com e sem smear plugs, assim como a
perda da arquitetura dos túbulos dentinários. A que a Figura 33b reproduz caracteriza-se pelo
fato de a camada residual, ainda que tendo ocorrido no interior desses mesmos túbulos (smear
plugs), ao recobrir a superfície dentinária apresentou uma intensidade de volume
aparentemente pouco significativa.
a b
Figuras 33a e 33b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GExp
III
Através da análise das eletromicrografias correspondentes ao terço cervical de
espécime do GExp
VI
, foram constatadas, em toda a superfície, reduzidas áreas de permanência
98
de camada residual, muito embora se percebessem extensas áreas contendo smear plugs nos
túbulos dentinários (Figuras 34a e 34b).
ab
Figuras 34a e 34b - Eletromicrografias do terço cervical de espécime do GExp
VI
6 DISCUSSÃO
100
Propondo-se a avaliar, in vitro, através de análises bioquímica e microscópica, o grau
de sanificação das superfícies dentinárias internas dos canais radiculares de incisivos e
caninos de humanos após a realização do tratamento químico-mecânico endodôntico, tendo
como fator de variação o uso ou não do Endo PTC como creme auxiliar da instrumentação, o
presente estudo pretende contribuir com novos achados a serem confrontados com os
disponíveis na literatura. Procurou-se elucidar importantes questionamentos levantados a
respeito do preparo químico-mecânico em que se utiliza como substância auxiliar o Endo
PTC, tendo em vista que a busca incessante de novas descobertas faz parte do processo
evolutivo na construção do pensamento científico, e novos achados podem ser adicionados ou
podem redirecionar o entendimento de conceitos vigentes.
Os resultados analisados laboratorialmente oferecem à clínica uma indicação do uso
das substâncias químicas experimentadas, em particular do Endo PTC, e viabilizam novas
perspectivas de pesquisas com base na associação de metodologias.
As etapas que compõem a terapia endodôntica são procedimentos seqüenciais de
natureza cirúrgica e química que agem de forma interdependente, interligadas,
desempenhando importante papel para o sucesso da limpeza do canal radicular e suas
eventuais ramificações. Nenhuma etapa isolada garante as condições ideais exigidas para o
reparo e a regeneração tecidual. A opção por procedimentos que seguem rigorosamente os
princípios biológicos, químicos e mecânicos visam a assegurar o rigoroso controle das
condições consideradas ótimas, preservando, dessa forma, a execução criteriosa de todas as
etapas seqüenciais do tratamento, tendo como referencial o permanente aprimoramento da
terapia como um todo.
O objetivo da modelagem do canal radicular é alcançar-se um canal cirúrgico
apropriado, ao mesmo tempo que se obtém a desinfecção e a limpeza através da remoção
tanto da matéria orgânica viva ou em decomposição como de todo e qualquer material contido
no interior dos canais, eliminando-se a contaminação microbiana e permitindo condições
favoráveis para o saneamento, pressuposto que está em concordância com registros na
literatura (STEWART, 1955; MOURA, 1988; AUN, 1990; LEONARDO; LEAL, 1991;
CRUZ FILHO, 1998; SIMI JUNIOR; PESCE; MEDEIROS, 1999; PÉCORA, 2004; HARDT,
2005).
As mais diversas situações com as quais os endodontistas se deparam na rotina do
atendimento odontológico e na execução das pesquisas científicas nessa área do conhecimento
indicam não haver uma resposta universal para os diferentes casos que se apresentam,
bastando lembrar o elevado número de substâncias químicas disponíveis no mercado, as
101
variadas técnicas empregadas e a produção de pesquisas científicas em tempo on-line. Em
busca de uma interação harmônica, cabe ao profissional a atenção cada vez mais acentuada ao
definir indicações que resultam das investigações científicas, tendo em consideração o
interesse comercial dos fabricantes de equipamentos automatizados e de produtos
farmacêuticos, como variável interveniente, e o seu conhecimento prático adquirido ao longo
da experiência clínica vivenciada.
A manobra operacional do preparo químico-mecânico dos canais radiculares libera
raspas de dentina que se misturam aos resíduos orgânicos e inorgânicos agregados às
substâncias auxiliares do preparo, formando uma massa pastosa que se impregna na superfície
dentinária, a smear layer — como ilustram as Figuras 11 a 16 —, tal como mencionado por
Mccomb e Smith (1975), Paiva e Antoniazzi (1988) e Fairbanks (1995), assim como nos
túbulos dentinários, a smear plug — como se pode ver nas Figuras 33 e 34 —, de acordo com
o relato de diversos autores, dentre os quais Mader, Baumgartner e Peters (1994), Gutiérrez,
Jofré, Villena, 1990; Sen, Wesselink e Türkün (1995) e Sahli (2001).
Ao padronizar a modalidade e o volume do sistema de irrigação-aspiracão como
também a técnica de instrumentação utilizada e seus instrumentos endodônticos, variando-se
apenas a seqüência e o tipo de substância química empregada, o presente estudo experimental
teve em conta o caráter multifatorial que envolve os procedimentos de sanificação da
superfície dos canais radiculares. Nessa perspectiva, foram considerados os fatores que podem
contribuir para uma maior limpeza do terço apical, ou seja: a modalidade e o volume do
sistema de irrigação-aspiração empregado, a técnica de instrumentação, assim como a forma
geométrica e a capacidade de corte dos instrumentos endodônticos, a eficácia das substâncias
empregadas isoladamente ou em associação e seu conseqüente efeito antibacteriano, em
particular daquelas de natureza irrigante.
A aplicação do binômio irrigação-aspiração como complemento indispensável do
preparo químico-mecânico dos canais radiculares é imprescindível para a eliminação de
raspas dentinárias, pela efetiva relação íntima que há entre a penetração, o diâmetro e a
pressão gerada pela cânula irrigadora. Nas etapas do protocolo experimental em que ocorreu
maior volume de irrigação, constatou-se maior limpeza da área manipulada, tal como se pode
observar nas Figuras 27 e 28, 33 e 34. O atendimento a este princípio preservou o controle dos
procedimentos de limpeza dos canais radiculares, como recomendam Yamada (1983) e Santos
(2000), ou seja, maiores volumes de solução irrigante proporcionam um melhor grau de
remoção de resíduos, uma vez que a formação de smear layer varia em função da técnica de
102
instrumentação, sendo a “técnica a motor” responsável por uma maior produção de dentina
excisada do que a “técnica manual” (LIOLIOS et al., 1997).
Tendo em vista que fatores ligados aos instrumentos endodônticos, tais como o tipo e
o número de uso das limas, bem como sua capacidade de corte podem interferir na quantidade
de camada residual formada durante o preparo químico-mecânico do canal radicular, atribuiu-
se ao instrumento endodôntico a importância de propiciar uma superfície dentinária com
maior número de túbulos expostos em todas as etapas do tratamento, em harmonia com as
observações de Aun (1990).
O protocolo experimental desenhado contemplou a possibilidade de se obterem
resultados provenientes do uso associado de substâncias químicas, entre as quais o Endo PTC
e o hipoclorito de sódio, em concordância com os relatos da literatura que salientam uma
maior eficácia advinda de associações medicamentosas para a obtenção dos efeitos desejáveis
na modelagem e sanificação dos canais radiculares, ressaltando a necessidade de uma solução
irrigante auxiliar ideal durante a instrumentação (BYSTRÖM; SUNDQVIST, 1985; CRUZ
FILHO, 1998; PÉCORA, 2004; HARDT, 2005).
A interpretação dos resultados obtidos teve como referenciais as diferentes etapas do
tratamento endodôntico, mediante a análise morfológica e a mensuração das taxas de cálcio e
fósforo liberados da superfície dentinária como resultado do efeito das substâncias
empregadas, quais sejam: NaClO a 1%, EDTA a 17%, Tergensol além do creme Endo PTC
que foi utilizado em alguns grupos de estudo.
Para a execução do protocolo experimental buscou-se reproduzir, in vitro, a
seqüência de procedimentos resultantes do efeito químico de cada substância aplicada de
acordo com os procedimentos técnico-científicos preconizados e empregados rotineiramente
para o tratamento endodôntico de dentes em geral; e, em particular, para os unirradiculares, os
adotados no Setor de Endodontia da Faculdade de Odontologia da UFBA.
Visando a não interferir na análise comparativa entre os grupos controles e
experimentais, importantes variáveis foram devidamente controladas. A seleção dos
espécimes seguiu rigorosamente a condição anatômica já descrita (cf. MATERIAIS E
MÉTODOS), desprezando-se dentes cujo diâmetro e curvatura foram considerados fatores de
retenção da substância auxiliar cremosa. O desempenho do preparo químico-mecânico
proposto por Paiva e Antoniazzi (1988) foi ressaltado ao se padronizar o comprimento em 19
mm e a dilatação do canal através da técnica de limagem circunferencial, seguindo-se o
escalonamento anatômico dos terços cervical e médio com mais quatro instrumentos (LOPES;
SIQUEIRA, 2004), o que permite uma melhor ação da agulha irrigadora no terço apical
103
(GAVINI, 1992; SANTOS, 2000). Durante o preparo, o isolamento absoluto e a vedação do
terço apical com cera n° 07 garantiram que as substâncias químicas fossem aspiradas apenas
no interior do canal radicular, sem que houvesse contato com a porção externa da raiz, com
perdas do líquido proveniente das substâncias químicas utilizadas.
Este controle da seleção da amostra e das condições de instrumentação assegurou a
confiabilidade dos resultados refletidos nas taxas médias de cálcio e fósforo mensuradas em
triplicata com o valor de n = 10 por grupo de estudo, na perspectiva de os achados
laboratoriais reproduzirem a provável realidade clínica. Há que se destacar que estes
resultados analíticos são compatíveis com as imagens das eletromicrografias das superfícies
dentinárias estudadas, em sua maioria. Desse modo, os dados obtidos com base na
determinação bioquímica quantitativa das taxas de cálcio e fósforo liberados da estrutura
dentinária e na avaliação do grau de limpeza das superfícies do canal radicular de dentes
humanos através da análise morfológica corroboram significativos achados, do ponto de vista
técnico.
Com fundamento nas médias e EPMs das taxas de cálcio e fósforo liberados nas
quatro etapas do preparo químico-mecânico dos canais radiculares com e sem a utilização do
Endo PTC, expressas nas Tabelas 1 a 4, é possível constatar-se a diversidade de resultados
entre os grupos controles e experimentais, tanto para as taxas de cálcio quanto para as de
fósforo, o que indica uma ação específica para cada substância química empregada e
comportamentos distintos entre os valores iônicos obtidos. Estes achados bioquímicos foram
de certa forma, confirmados pelas imagens reproduzidas através da microscopia eletrônica de
varredura.
A avaliação comparativa entre os resultados provenientes das taxas de cálcio liberado
da superfície dentinária para o GC
I
Ca
(6,563 ± 0,197) e o GC
II
Ca (5,984 ± 0,190) de um
modo geral, indica não haver diferença estatística significativa do ponto de vista bioquímico,
ao se associar o Endo PTC ao hipoclorito de sódio a 1% durante a instrumentação
endodôntica. Entretanto, não se obteve resultado semelhante quando comparadas as taxas de
fósforo para o GC
I
P (0,429 ± 0,060) e o GC
II
P (4,073 ± 0,633). Enquanto as taxas do cálcio
liberado, consideradas altas, não revelaram diferença estatística significativa, demonstrando a
provável severidade de ação do hipoclorito de sódio em ambos os grupos, ao se compararem
às taxas de fósforo obtidas na ausência do Endo PTC, constatou-se que a média obtida é
extremamente baixa, sugerindo uma provável preservação deste íon presente na constituição
desta estrutura biológica.
104
Ao se compararem as imagens obtidas em MEV atribuídas aos terços apical, médio e
cervical individualmente constatam-se graus de limpeza similares nos três terços dos
espécimes correspondentes tanto ao GC
I
quanto ao GC
II
, portanto, independente da presença
do creme Endo PTC durante a instrumentação químico-mecânica endodôntica. O terço
cervical apresentou menor quantidade de detritos, confirmando-se achados anteriores
(HOLLAND et al., 1990). É senso comum entre os pesquisadores o fato de o terço apical
apresentar sempre o menor grau de limpeza, se comparado aos terços cervical e médio, face
ao difícil acesso para o trabalho direto dos instrumentos endodônticos e à dificuldade de as
substâncias químicas alcançarem por completo os objetivos da sanificação. A conseqüência
imediata é a permanência total ou parcial da camada residual, o que pode vir a comprometer
ou não o êxito da terapia endodôntica, questionamento este discutível, bastando que se remeta
às inferências de Fraser (1974), Diep (1997), Çalt e Serper (2000) e Santos (2000).
Ao avaliar a ação da solução de EDTA e do líquido de Dakin utilizados
isoladamente, associados ou alternados na limpeza do canal radicular, alguns pesquisadores
concluíram que nem todas as paredes dos canais sofrem a ação mecânica dos instrumentos
endodônticos, permanecendo áreas completamente intocadas, independentemente do irrigante
utilizado (BRAGUETTO et al., 1997; MALVAR, 2003). De fato, na Figura 13a observam-se
áreas com ausência de preparo químico-mecânico, apesar da aplicação do hipoclorito de
sódio. Em consonância com a literatura científica, a microscopia eletrônica de varredura
mostrou áreas tocadas e não tocadas do canal radicular, e nas áreas tocadas, smear layer. As
zonas livres de smear layer são claramente ranhuras ou depressões nas paredes de dentina.
Para identificar a camada residual, a literatura indica o aspecto irregular e amorfo
após o tratamento pelo hipoclorito de sódio isoladamente ou associado ao Endo PTC
(GAVINI, 1994; MADER; BAUMGARTNER; PETERS, 1984; SANTOS, 2000; SERPER et
al., 2001; MALVAR, 2003). Os resultados experimentais da primeira etapa do tratamento não
permitiram apontar possíveis diferenças na superfície dentinária através do estudo das
eletromicrografias do GC
I
— corpos-de-prova instrumentados apenas pelo hipoclorito de
sódio — e do GC
II
— corpos-de-prova instrumentados com associação do Endo PTC à
solução deste sal —, tendo-se observado tanto nos espécimes do GC
I
quanto nos espécimes do
GC
II
volumes de camada residual semelhantes, resultado que converge para relatos da
literatura. Tal achado pode ser considerado significativo pela concordância com os resultados
de diversas pesquisas que apontam como semelhantes os depósitos de smear layer
independentemente de uso ou não do referido creme.
105
Tem sido consensual em Endodontia afirmar-se que o hipoclorito de sódio associado
ou não a outras substâncias químicas é a solução mais indicada no preparo químico-mecânico
dos canais radiculares (ALBERGARIA, 1988/1989; COHEN; BURNS, 1997; SIMI JUNIOR;
PESCE; MEDEIROS, 1999). Através da microscopia eletrônica de varredura realizada para o
presente trabalho, ao se considerar a capacidade de limpeza do hipoclorito de sódio sobre a
superfície dentinária dos canais radiculares tratados, pode-se afirmar ser um excelente
solvente da polpa, da pré-dentina e do magma dentinário, achado bioquímico que é
incontestável. Lembrem-se alguns trabalhos de análise, através da MEV, do terço apical das
paredes do canal radicular tratado com soluções irrigadoras, segundo os quais os resultados da
limpeza obtidos com o emprego da técnica de Paiva e Antoniazzi se deviam à efervescência
promovida quando da reação entre o peróxido de uréia e o hipoclorito de sódio, capaz de
manter a dentina excisada em suspensão, respaldado na capacidade de limpeza resultante da
baixa tensão superficial do detergente (GOLDMAN et al., 1982; BATISTA et al., 1997).
De acordo com trabalhos disponíveis na literatura (BRANNSTRÖM, 1984;
MADER; BAUMGARTNER; PETERS, 1984; WHITE; GOLDMAN; LIN, 1984;
PASHLEY, 1984, 1990; AUN, 1990; GALVAN, 1994; GARBEROGLIO; BECCE, 1994;
GAVINI, 1994; YOSHIDA et al., 1995; SAHLI, 2001), é desejável a remoção da camada
residual, tendo em vista que ela cobre o preparo das paredes do canal, obliterando os túbulos
dentinários, impedindo o contato direto da medicação intracanal e a adesão de novos
materiais, como os obturadores. Drake (1994) coloca, porém, em dúvida sua remoção,
considerando-a uma barreira de prevenção à penetração bacteriana no interior dos túbulos
dentinários. Por outro lado, Brannström 1984 e Yang; Bae (2002) destacam que a camada
residual pode conter, na sua intimidade, microrganismos capazes de se multiplicar e colonizar
nos túbulos dentinários. Não há, portanto, consenso na comunidade clínica e acadêmica
acerca da remoção ou permanência da camada residual antes da obturação dos canais
radiculares, como frisam Moss, Allemang e Johnson (2001).
Todavia a constatação no presente trabalho, do ponto de vista morfológico, da
permanência de parte da camada residual, mesmo após a aplicação do hipoclorito de sódio,
independentemente do uso do Endo PTC, com a possibilidade de permanência de dentina
excisada e microrganismos resistentes, parece apontar para a necessidade de experimentações
com outras substâncias químicas que permitam a remoção da camada residual de forma mais
significativa, desde que sejam preservados os princípios biológicos com vistas ao absoluto
controle da citotoxidade.
106
Têm sido indicados inconvenientes para a utilização de substâncias cremosas, tal
como a incidência de maior condensação de detritos no terço apical, muito embora algumas
substâncias de consistência cremosa tenham sido propostas como auxiliares do preparo
biomecânico por servirem como lubrificantes que facilitam a instrumentação, promovendo
uma maior limpeza dos canais radiculares e tornando os túbulos dentinários mais permeáveis
(STEWART, KAPPSIMAL; RAPPAPORT, 1969; PAIVA; ANTONIAZZI, 1988; SIMI
JUNIOR; PESCE; MEDEIROS, 1999; MALVAR, 2003). As eletromicrografias
correspondentes aos corpos-de-prova submetidos ao creme Endo PTC (Figuras 12a, 12b, 14a,
14b, 16a e 16b) confirmam os achados morfológicos que salientam a presença de detritos, tal
como se constatou, também, no grupo instrumentado apenas com o NaClO. Entretanto, só a
partir de investigações mais rigorosas se poderá responsabilizar o Endo PTC por possíveis
seqüelas pós-tratamento, uma vez que, do ponto de vista clínico, o relativo controle da
heterogeneidade anatômica dos canais radiculares pelo operador e a limitação dos
procedimentos endodônticos podem ser considerados como fatores limitantes da remoção
integral da smear layer em dentes tratados ou não com o auxílio deste creme. Em defesa desta
argumentação, cabe questionar por que determinadas unidades dentais com canais
anatomicamente heterogêneos, manipulados com substâncias e instrumentos que têm
limitação de uso pelo operador e tratadas ou não com Endo PTC não revelam, ao longo dos
anos de acompanhamento radiográfico, reações inflamatórias periapicais, ou até mesmo
apresentam regressão de lesões que justificam o êxito da intervenção anterior (HOLLAND et
al., 1990; SANTOS, 2000).
Para a escultura do canal, os instrumentos devem ter capacidade de corte eficaz
decorrente da aplicação de movimentos apropriados, obedecendo aos limites lateral e apical,
conferindo um mínimo de atrito para uma instrumentação segura e diminuindo o risco de
entrave e fratura, com forte motivação para o emprego de substâncias químicas auxiliares,
como o gel de Endo PTC. Conforme os ensaios de Carvalho, Habitante e Marques (2005), que
compararam o efeito do gel e do creme contendo essa substância, o gel apresentou um maior
aumento da permeabilidade dentinária comprovado pela infiltração do corante indicador.
Durante a realização do protocolo experimental, a facilidade encontrada ao se instrumentarem
corpos-de-prova com a utilização do creme de Endo PTC foi um fator incontestável a ser
considerado na terapia endodôntica aplicada. Segundo Simi Junior, Pesce e Medeiros (1999),
a maior limpeza promovida pelo creme Endo PTC com relação à quantidade de dentina
excisada suplanta o maior tempo exigido ao empregá-lo, por requerer constantes
preenchimentos da câmara pulpar seguidos do gotejamento do hipoclorito de sódio.
107
Ao se empregar no estudo em tela o creme Endo PTC, levou-se em consideração a
atividade específica de cada componente da sua formulação: o Carbowax como veículo com
ação de detergente hidrossolúvel lubrificante, que torna viável e mais lenta a associação entre
o peróxido de uréia e o hipoclorito de sódio; o Tween 80, por ser um detergente que atua
diminuindo a tensão superficial, facilitando a penetração das substâncias nos túbulos
dentinários, agindo como umectante e emulsionante, adsorvendo a gordura e mantendo-a em
suspensão, o que favorece a sua retirada; o peróxido de uréia que, por reagir com o hipoclorito
de sódio, promove a liberação gasosa do oxigênio — ação antisséptica —, e do cloro ativo,
altamente eficaz no combate aos microrganismos (PAIVA; ANTONIAZZI, 1998;
CARVALHO; HABITANTE; MARQUES, 2005; HARDT, 2005). De fato, ao se avaliar a
influência do Endo PTC no preparo biomecânico, constatou-se a permanência da smear layer.
Já se tem chamado a atenção para que, apesar de o Tween 80 favorecer uma maior adsorção
de material lipídico, costumam persistir resíduos em quantidade significativa, inclusive após a
ultrassonificação (KUGA et al., 1999). Vale ressaltar que Hardt (2005), ao avaliar a ação do
creme e do gel Endo PTC, associados ou não ao detergente Tween 80, instigando a
problemática da possível formação de resíduos do próprio creme ou de substâncias formadas
pela sua reação com outros componentes na superfície dentinária, considerou a possibilidade
de o Tween 80 formar sabões duros com o fosfato de cálcio da dentina, precipitando-se e, por
conseqüência, interferindo na liberação de gases. Esta pesquisadora concluiu que o Tween 80
interfere tanto na liberação de gases quanto na baixa tensão superficial, tendo sido obtidos os
melhores resultados com o uso do creme Endo PTC associado a essa substância. Portanto, não
é consensual entre os autores, a possibilidade de um maior volume de camada residual
persistir em função da associação entre o Endo PTC e o hipoclorito de sódio. Sem polemizar
essa dualidade de opiniões, o que efetivamente se constatou foi a manutenção de parcela da
camada residual, ao serem comparadas as imagens das eletromicrografias correspondentes ao
GC
I
e ao GC
II
(Figuras 11 a 16), não sendo prudente atribuir ao Tween 80 maior
responsabilidade pela deposição, desde quando o protocolo experimental desenhado para o
presente trabalho não contemplou a avaliação individual dos componentes do creme Endo
PTC.
O terço apical, provavelmente por ser mais estreito, apresentou maior deposição de
smear layer, como resultado da possibilidade de um refluxo limitado, o que foi confirmado
através da análise comparativa entre as eletromicrografias (Figuras 12a, 12b, 14a, 14b, 16a,
16b e 11a, 11b, 13a, 13b, 15a, 15b). Santos (2000), ao estudar, in vitro, a eficácia da remoção
do creme Endo PTC utilizando o espectrômetro de massas na detecção de resíduos de
108
Carbowax, concluiu que o segmento cérvico-médio apresentou melhores condições de
remoção deste componente, atribuídas a uma atuação mais favorável da solução irrigante na
porção mais ampla do canal radicular, apesar de reconhecer as limitações das metodologias
usualmente empregadas para avaliar a presença de resíduos.
A complexidade estrutural da dentina humana vem sendo avaliada, com freqüência,
em termos de quantificação química do ponto de vista de profundidade do efeito dos
medicamentos e irrigantes utilizados, com equipamentos que promovem o mapeamento e
definem os componentes químicos com mais precisão, com base na espectroscopia em
superfície e em profundidade. Na presente investigação, a técnica colorimétrica empregada
para determinação das taxas de cálcio e fósforo liberados das paredes dentinárias do canal
radicular dos corpos-de-prova após o tratamento químico-mecânico se constituiu numa opção
metodológica que revelou ser confiável e de baixo custo para responder às hipóteses
formuladas. A precisão e confiabilidade são atestadas tanto pelas médias e respectivos erros
padrões considerados baixos, utilizando-se o valor de n = 10 para cada grupo de estudo (p <
0,05).
Do ponto de vista bioquímico, comparando-se os resultados atribuídos ao GExp
I
Ca e
ao GExp
I
P com ao obtidos, respectivamente, para o GExp
IV
Ca e o GExp
IV
P, estes últimos
correspondentes à segunda etapa do preparo químico-mecânico endodôntico, em que foi
acrescentada a substância química EDTA a 17%, constataram-se diferenças estatísticas
significativas. É importante destacar que os valores obtidos para as taxas de cálcio liberado
dos canais radiculares são resultantes do residual iônico não quelado pelo EDTA, em função
seja do tempo de aplicação e permanência no interior do canal radicular, seja do grau de
saturação alcançado ou da concentração da solução em teste.
Já se constatou que o rendimento do EDTA diminui à medida que o tempo aumenta,
isto é, há uma redução da velocidade de quelação e uma limitação da captação dos íons de
cálcio, atenuando-se o rendimento da reação em função do tempo (CALERÓ et al., 1997).
Alguns cuidados, durante a conduta clínica, devem ser tomados após a aplicação do EDTA no
canal radicular: deve-se aguardar um minuto para que a sua ação se inicie e, como ela pode
continuar pelo menos por 12 horas, é recomendável, ao final de sua utilização, removê-lo
através de irrigações com soro fisiológico. Ressalte-se a coerência em se ter padronizado na
presente pesquisa o tempo de ação do EDTA no conduto radicular: um minuto em repouso e
um minuto em agitação. Além disso, quanto à remoção do EDTA, duas condições foram
estabelecidas para se avaliar a superfície dentinária do canal radicular: remoção do EDTA
apenas através do sistema de irrigação-aspiração depois de completado o tempo de aplicação
109
proposto (GExp
I
e GExp
IV
); lavagem final com duas substâncias químicas distintas, a saber: o
hipoclorito de sódio (GExp
II
e GExp
V
) e o Tergensol (GExp
III
e GExp
VI
).
Quando analisadas as eletromicrografias provenientes da ação da substância
quelante, uma nova situação foi visualizada: a capacidade da solução quelante em remover a
smear layer (análise morfológica) correlacionada com a capacidade de remover os íons de
cálcio e fósforo (análise bioquímica), o que sugere uma relação entre a smear layer removida
e a quantidade de íons presentes na solução irrigante após a aplicação. O resultado
comparativo entre as médias do GExp
I
Ca (3,178 ± 0,048) e as do GExp
IV
Ca (1,478 ± 0,056)
indicou diferença estatística significativa, conforme explicitado na Tabela 2. Pode-se admitir
que houve maior intensidade de quelação nos espécimes do GExp
IV
Ca, provenientes da
associação do creme Endo PTC ao hipoclorito de sódio durante o preparo químico-mecânico,
o que se justifica pela menor quantidade de cálcio livre disponível para dosagem. Observou-
se, contudo, uma maior concentração de fósforo liberado para o GExp
IV
P (1,372 ± 0,185)
quando comparado ao GExp
I
P (0,119 ± 0,010), conforme a Tabela 3.
Através dos resultados obtidos das dosagens dos íons de cálcio e fósforo para o
GExp
I
e o GExp
IV
, pode-se admitir ainda, ter havido permanência de resíduos do creme Endo
PTC após o preparo químico-mecânico e que a sua associação com o hipoclorito de sódio na
primeira fase — GC
II
— provavelmente ocasionou uma série de eventos químicos
seqüenciais, interferindo na ação das substâncias químicas aplicadas posteriormente, fato este
justificado pelas diferenças estatísticas significativas decorrentes das médias das taxas obtidas
para ambos os íons. Esta possibilidade pressupõe o surgimento de uma interface onde
ocorrem reações químicas que continuam a se desenvolver em função da permanência de
resíduos das substâncias empregadas no preparo químico-mecânico.
A análise comparativa entre as concentrações de cálcio e fósforo nos grupos
experimentais I e IV induz a se admitir que a solução de EDTA apresentou menor atividade
de quelação do cálcio nos espécimes que constituíram o GExp
I
Ca — sem Endo PTC —,
resultando daí a determinação de maior quantidade de cálcio livre. É importante a realização
de sucessivos protocolos experimentais com a utilização de diferentes recursos tecnológicos
que avaliem com rigor as concentrações desta substância, o seu tempo de aplicação e as
condições das paredes dentinárias após este procedimento, uma vez que se pode afirmar que o
único componente que removeu smear layer nos grupos em estudo foi o EDTA. Ainda em
relação ao GExp
I
Ca, parece ter se mantido a estrutura dentinária mais superficial, o que pode
justificar a menor concentração de fósforo liberado.
110
Em contrapartida, o GExp
IV
Ca — com Endo PTC — revelou maior atividade de
quelação, resultado que se admite, dada à menor quantidade de cálcio livre dosado. De fato,
há indicativo de remoção de parcela deste mineral das paredes dentinárias em virtude da
descalcificação ocorrida, o que parece se justificar tanto pela menor concentração de cálcio
livre, quanto pela relevante quantidade do fósforo dissociado. Logo, é razoável admitir-se,
apenas, que o Endo PTC pode favorecer a atividade quelante do EDTA se seguindo do efeito
causado pelo hipoclorito de sódio aplicado e da própria ação mecânica de instrumentação.
Tendo em consideração os procedimentos endodônticos na sua totalidade, constatou-
se que a limpeza dos terços apical, médio e cervical dos canais radiculares dos corpos-de-
prova tratados ou não com o auxílio do creme Endo PTC foi similar, conforme se constata nas
eletromicrografias correspondentes ao GExp
I
(Figuras 17, 19 e 21) e ao GExp
IV.
(Figuras 18,
20 e 22).
Os resultados obtidos neste estudo experimental que teve como foco a determinação
bioquímica quantitativa das taxas de cálcio e fósforo liberados da estrutura dentinária —
explicitadas nas Tabelas 1 a 4 e ilustradas nos Gráficos 1 a 10 —, após a aplicação de cada
substância química indicada, trazem uma contribuição à literatura científica, na medida em
que se podem estabelecer correlações entre as supracitadas taxas e as imagens microscópicas
que revelaram as condições morfológicas das paredes dos canais dos espécimes estudados em
cada etapa do tratamento endodôntico.
A literatura apresenta um estudo avaliativo da remoção da smear layer por meio da
microscopia eletrônica de varredura que se limitou a quantificar a liberação de íons de cálcio
resultante da irrigação com soluções quelantes por meio da espectrometria de absorção
atômica (MARQUES et al., 2006), estratégia que permitiu demonstrar a viabilidade da
associação entre resultados provenientes de metodologias distintas, mas que se
complementam. O presente estudo, além de confirmar a importância da associação de
metodologias experimentais, avaliou a morfologia e as prováveis conseqüências sobre as
paredes dos canais radiculares a partir da ação produzida não só pelo agente quelante —
EDTA — quanto pelo hipoclorito de sódio, pelo Tergensol e pelo Endo PTC. Reconhece-se,
pois, o valor da associação de técnicas de pesquisa científica para uma escolha cada vez mais
criteriosa das substâncias químicas a serem utilizadas e, por conseguinte, uma melhor
compreensão do tratamento endodôntico em função de cada caso clínico que se apresente.
No estudo em tela, é visível a presença de áreas na superfície dentinária com
aspectos de erosão, cuja arquitetura original tem sua integridade comprometida, conforme
111
pode ser identificado nas imagens do terço médio dos corpos-de-prova referentes ao GExp
V
(Figuras 26a e 26b).
No primeiro procedimento endodôntico realizado, o hipoclorito de sódio demonstrou
significativo poder corrosivo, o que pode ser admitido em função da alta liberação das taxas
de cálcio. Ao se considerar o relevante poder seqüestrador de cálcio conferido ao EDTA,
pode-se especular a origem das erosões nas paredes dentinárias dos canais radiculares à
associação entre as duas substâncias químicas empregadas. Já se frisou que o EDTA, por ser
um quelante eficaz, tem a capacidade de exercer efeito desmineralizador em função do
seqüestro dos íons de cálcio da dentina, importante componente mineral desta estrutura
(SERPER et al., 2001), e que apesar da sua capacidade benéfica na remoção da smear layer
pode implicar em adversidades, dado o possível efeito erosivo, particularmente quando
associado ao hipoclorito de sódio (ÇALT; SERPER, 2002; NIU et al., 2002). Entretanto, com
base na análise de eletromicrografias, Malvar (2003) relata a ausência de áreas dentinárias
com erosão em canais radiculares tratados pelo hipoclorito de sódio a 1% associado ao Endo
PTC, irrigados com EDTA em variadas concentrações e tempos de aplicação, seguindo-se
lavagem final com hipoclorito de sódio a 1% e Tergensol. Para Silveira, Tavares e Soares
(1994), o uso do EDTA a 15%, impõe a reflexão de que, se cuidados não forem observados
durante a sua utilização, podem ocorrer fenômenos adversos, o que induz ao uso clínico
cauteloso.
Acrescente-se que já se apontou como irreal a transferência dos resultados
experimentais in vitro para uma situação in vivo, destacando-se, ao mesmo tempo, que a
interpretação comparativa da toxicidade in vitro apresentaria um potencial citotóxico geral in
vivo (KOULAOUZIDOU et al., 1999).
É por entender que este é mais um aspecto endodôntico que deve ser investigado
cientificamente com maior afinco que a presente pesquisa traz à reflexão as possíveis
conseqüências que podem advir da associação de fármacos. No caso particular, deve-se estar
atento quando da utilização do EDTA, dada a possibilidade de esta substância induzir graus
de desmineralização indesejáveis das superfícies dentinárias em função da inadequação da
concentração e do tempo de exposição a que são submetidas estas estruturas biológicas.
Avaliando-se os resultados provenientes das taxas de cálcio e fósforo liberados da
estrutura dentinária dos espécimes irrigados com o hipoclorito de sódio — terceira etapa —,
constatou-se não existir diferença estatística significativa entre os grupos experimentais
submetidos ou não ao creme Endo PTC. As Tabelas 1 e 3 expressam os valores para os
grupos acima citados, aqui comparados: GExp
II
Ca (1,894 ± 0,258) x GExp
V
Ca
(1,793 ±
112
0,126) e GExp
II
P (0,127 ± 0,011) x GExp
V
P (0,105 ± 0,012). Com base nesses resultados, é
possível concluir que o hipoclorito de sódio atuou de forma semelhante nos dois grupos, no
tocante às taxas de cálcio, resultados que estão em coerência com aqueles atribuídos à ação do
hipoclorito de sódio na primeira etapa do tratamento experimental. Cabe ressaltar, porém, que
na primeira etapa, em que os espécimes foram tratados pelo hipoclorito de sódio
independentemente da presença do Endo PTC, houve uma maior liberação de cálcio, pois à
instrumentação mecânica somou-se a ação química do irrigante, enquanto na terceira etapa
houve apenas irrigação.
Em relação às taxas de fósforo liberado, comparando-se os resultados obtidos na
primeira etapa do preparo químico-mecânico com os da terceira etapa, a aplicação do
hipoclorito de sódio não revelou dados similares, apesar de as médias do GExp
II
P e do
GExp
V
P terem ficado próximas. Na primeira etapa, a aplicação do Endo PTC associado ao
hipoclorito de sódio resultou numa elevada liberação de fósforo, sugerindo que esta
associação favorece a remoção deste íon da superfície das paredes dentinárias do canal
radicular. Com base nesse pressuposto, pode-se justificar a ação eficaz do EDTA numa maior
remoção de cálcio, já que a estrutura superficial encontrava-se relativamente fragilizada com a
retirada de parcela relevante de fósforo.
Este achado sugere que uma mesma substância química pode ocasionar maior ou
menor liberação de íons, graças ao fator mecânico ou à associação com outras substâncias
químicas, não se devendo desconsiderar a preservação da resistência mineral da dentina,
tendo em vista o relevante percentual orgânico que este tecido possui. Fairbanks (1995), em
estudo que avaliou a microdureza da dentina, concluiu que, ao se associar o EDTA ao
Tergensol, ocorre a quelação do íon de sódio, o que implica numa redução do número de
moléculas de EDTA disponíveis para quelar o cálcio, favorecendo, dessa forma, a preservação
da resistência dentinária.
O GExp
III
e o GExp
VI
, com irrigação pelo Tergensol, finalizam a série de
procedimentos em que a instrumentação químico-mecânica realizou-se na presença ou não do
creme Endo PTC. É importante que se observe o comportamento desse detergente ao serem
comparadas as taxas de cálcio atribuídas ao GExp
III
Ca (2,288 ± 0,100) e ao GExp
VI
Ca (0,606
± 0,051), uma vez que a importância dessa substância reside nas suas propriedades
tensoativas, o que favorece uma maior limpeza nos túbulos dentinários, canais laterais e
acessórios, conforme recomendam Lage e Fonseca (1980), Pécora (2004), Carvalho (2005) e
Hardt (2005). As taxas de cálcio mais elevadas atribuídas ao GExp
VI
após a ação do
Tergensol sugerem ter havido alguma alteração na permeabilidade dentinária, provavelmente
113
em decorrência da atividade inicial do Endo PTC ou, ainda, da presença residual deste creme
nas paredes do canal radicular. Em relação às taxas de fósforo descritas na Tabela 3, não
houve diferença estatística significativa comparados o GExp
III
P (0,233 ± 0,018) e o GExp
VI
P
(0,502 ± 0,035). Do ponto de vista morfológico, as eletromicrografias reproduzidas nas
Figuras 29 a 34 sugerem ter havido um grau de limpeza similar para ambos os grupos
mencionados, com destaque para a melhor limpeza ocorrida no terço cervical.
Ao se considerar que a relação molar cálcio/fósforo nos tecidos mineralizados se
situa numa média equivalente a 1,67 e que a remoção desses íons durante os procedimentos
endodônticos revela uma relação média correspondente a 15,33 para o tratamento realizado na
ausência do Endo PTC e de 1,63 para o tratamento que se processou com o auxílio do Endo
PTC, pode-se admitir, do ponto de vista bioquímico, que a remoção iônica das paredes do
canal radicular dos espécimes deve ter se processado mais uniformemente no grupo tratado
com Endo PTC, uma vez que a relação de constituição molecular se manteve próxima da
relação molecular do conteúdo removido. Esta correlação pode ser admitida, portanto, com
base na proximidade entre a relação atribuída a este grupo e a relação média dos tecidos
mineralizados. Entretanto, este entendimento preliminar depende de rigorosa investigação
fundamentada em diferentes tecnologias de mensuração molecular, associadas a sucessivos
estudos da morfologia das paredes dos canais radiculares tratados.
Com o tratamento concluído, pode-se admitir que a camada residual permaneceu em
concentrações similares nas paredes dentinárias dos corpos-de-prova tratados, quer na
presença ou ausência do creme Endo PTC, conforme se depreende do conjunto de imagens
microscópicas. Há que se enfatizar mais uma vez, que a microscopia eletrônica de varredura
mostra áreas tocadas e não tocadas do canal radicular, e nas áreas tocadas, smear layer.
Portanto, a capacidade de limpeza não pode ser atribuída ao Endo PTC. Inúmeros trabalhos
utilizando cremes demonstram que estes não removem smear layer, dentre os quais se
destacam os estudos realizados por Ribeiro (2004). É marcante a ação química quelante do
EDTA no tocante ao seqüestro do íon cálcio. Pode-se afirmar que o componente que removeu
smear leyer nos grupos estudados foi o EDTA, muito embora se possa considerar, de acordo
com diversos estudos, que o creme Endo PTC é um produto farmacológico que favorece os
procedimentos mecânicos de instrumentação e de limpeza dos canais radiculares em função
dos componentes que agrega na sua constituição — peróxido de uréia, Tween 80 e Carbowax.
As questões levantadas no presente estudo experimental sinalizam novas
perspectivas que, certamente, motivam a continuidade desta linha de pesquisa cuja prioridade
114
é otimizar a qualidade do tratamento endodôntico a partir de procedimentos mecânicos cada
vez menos agressivos e de substâncias químicas cada vez menos citotóxicas.
7 CONCLUSÃO
116
Com fundamento nos resultados obtidos a partir da mensuração bioquímica
colorimétrica do grau de remoção dos íons de cálcio e fósforo liberados das paredes
dentinárias nas quatro etapas do preparo químico-mecânico do canal radicular e da análise
morfológica, através de microscopia eletrônica de varredura, pode-se concluir que:
a) o emprego do hipoclorito de sódio, do creme Endo PTC e do Tergensol se
configuram em substâncias químicas que auxiliam o tratamento endodôntico,
mas não promovem a remoção da smear layer;
b) o EDTA é a substância que promove a remoção da smear layer depositada nas
paredes dentinárias dos canais radiculares tratados.
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APÊNDICES
127
APÊNDICE A - Tabela empregada para analisar as imagens obtidas pelo
Microscópio Eletrônico de Varredura através de escores
FIGURA
LEITOR 1
LEITOR 2
LEITOR 3
FIGURA
LEITOR 1
LEITOR 2
LEITOR 3
11a
4 4 3
23a
2 2 2
11b
3 2 3
23b
2 2 2
12a
4 4 4
24a
2 2 2
12b
4 4 4
24b
2 2 2
13a
0 2 2
25a
2 2 2
13b
3 2 2
25b
2 2 2
14a
4 4 3
26a
3 2 2
14b
4 4 3
26b
3 2 2
15a
3 2 2
27a
1 0 1
15b
3 2 1
27b
0 1 1
16a
4 4 3
28a
1 2 2
16b
4 3 3
28b
0 2 2
17ª
4 2 2
29a
3 2 2
17b
3 2 2
29b
2 2 2
18ª
4 4 3
30a
1 2 2
18b
3 3 3
30b
1 2 2
19ª
2 2 1
31a
2 2 2
19b
2 2 2
31b
1
2 2
20ª
3 2 2
32a
2 2 2
20b
3 2 2
32b
0 0 2
21ª
2 2 1
33a
2 2 1
21b
0 0 0
33b
1 1 1
22ª
2 2 1
34a
2 1 2
22b
1 1 1
34b
1 1 2
Para a interpretação das imagens, foram aplicados os escores da escala estabelecida
por Rome, Doran e Walker (1985): 0 – Ausência de camada residual e presença de túbulos
dentinários livres de resíduos; 1 – Presença de camada residual em túbulos dentinários ou
smear plugs; 2 – Presença de camada residual e de túbulos livres de resíduos em áreas de
superfície dentinária; 3 – Presença de camada residual e de túbulos sem contorno nítido em
áreas de superfície dentinária; 4 – Acentuada camada residual na superfície dentinária.
128
APÊNDICE B - Diploma do XXVIII Congresso Nacional da
Associação Espanhola de Endodontia
129
130
ANEXOS
132
ANEXO A - Médias e EPMs do pacote estatístico SIGMASTAT.
Thursday, September 20, 2007, 18:13:18
Descriptive Statistics:
Column Size Missing Mean
GC II Ca 30 0 5.984
G Exp IV Ca 30 0 1.478
G Exp V Ca 30 0 1.793
G Exp VI Ca 30 0 0.606
GC I Ca 30 0 6.563
G exp I Ca 30 0 3.178
G Exp II Ca 30 0 1.894
G Exp III Ca 30 0 2.288
Column Std Dev Std. Error Range
GC II Ca 1.042 0.1903 4.20
G Exp IV Ca 0.307 0.0561 1.33
G Exp V Ca 0.691 0.1261 3.38
G Exp VI Ca 0.280 0.0511 1.09
GC I Ca 1.078 0.1968 3.90
G exp I Ca 0.261 0.0476 1.50
G Exp II Ca 1.412 0.2579 5.38
G Exp III Ca 0.550 0.1003 2.24
Column Max Min Median
GC II Ca 8.67 4.476 5.769
G Exp IV Ca 2.17 0.833 1.458
G Exp V Ca 3.94 0.563 1.620
G Exp VI Ca 1.24 0.146 0.657
GC I Ca 8.44 4.539 6.667
G exp I Ca 4.02 2.523 3.178
G Exp II Ca 5.68 0.303 1.212
G Exp III Ca 3.74 1.497 2.245
Column 25% 75% Sum
GC II Ca 5.175 6.783 179.5
G Exp IV Ca 1.333 1.667 44.3
G Exp V Ca 1.338 2.183 53.8
G Exp VI Ca 0.365 0.803 18.2
GC I Ca 6.028 7.234 196.9
G exp I Ca 3.084 3.271 95.3
G Exp II Ca 0.909 2.576 56.8
G Exp III Ca 1.905 2.585 68.6
Column Sum of Squares Confidence
Skewness
GC II Ca 1105.6 0.3892 0.772
G Exp IV Ca 68.3 0.1147 0.178
G Exp V Ca 110.3 0.2579 1.186
G Exp VI Ca 13.3 0.1045 0.128
GC I Ca 1325.7 0.4025 -0.240
G exp I Ca 304.9 0.0974 0.530
G Exp II Ca 165.5 0.5274 1.443
G Exp III Ca 165.8 0.2052 1.113
Column Kurtosis K-S Distance P Value
GC II Ca 0.128 0.137 0.157516
G Exp IV Ca 0.867 0.169 0.028140
133
G Exp V Ca 2.287 0.142 0.121693
G Exp VI Ca -0.633 0.139 0.145296
GC I Ca -0.698 0.109 0.451626
G exp I Ca 3.492 0.137 0.157933
G Exp II Ca 1.387 0.226 0.000422
G Exp III Ca 1.113 0.165 0.037203
Thursday, September 20, 2007, 18:00:58
Descriptive Statistics:
Column Size Missing Mean
GC II P 30 0 4.073
G Exp IV P 30 0 1.372
G Exp V P 30 0 0.105
G Exp VI P 30 0 0.502
GC I P 30 0 0.429
G exp I P 30 0 0.119
G Exp II P 30 0 0.127
G Exp III P 30 0 0.233
Column Std Dev Std. Error Range
GC II P 3.4677 0.63310 10.798
G Exp IV P 1.0118 0.18474 3.766
G Exp V P 0.0654 0.01194 0.341
G Exp VI P 0.1893 0.03456 0.672
GC I P 0.3294 0.06013 1.122
G exp I P 0.0542 0.00989 0.220
G Exp II P 0.0602 0.01099 0.199
G Exp III P 0.0986 0.01799 0.324
Column Max Min Median
GC II P 11.008 0.2101 3.824
G Exp IV P 3.961 0.1948 1.006
G Exp V P 0.361 0.0201 0.100
G Exp VI P 0.821 0.1493 0.498
GC I P 1.148 0.0255 0.306
G exp I P 0.264 0.0440 0.110
G Exp II P 0.245 0.0467 0.111
G Exp III P 0.456 0.1319 0.210
Column 25% 75% Sum
GC II P 0.6303 7.437 122.18
G Exp IV P 0.5195 2.143 41.17
G Exp V P 0.0602 0.120 3.15
G Exp VI P 0.3483 0.647 15.07
GC I P 0.1786 0.587 12.88
G exp I P 0.0879 0.132 3.56
G Exp II P 0.0818 0.164 3.81
G Exp III P 0.1559 0.252 6.98
Column Sum of Squares Confidence
Skewness
GC II P 846.353 1.2948 0.3053
G Exp IV P 86.187 0.3778 0.8873
G Exp V P 0.455 0.0244 2.3015
G Exp VI P 8.614 0.0707 -0.0578
GC I P 8.678 0.1230 1.0425
G exp I P 0.508 0.0202 1.0297
G Exp II P 0.588 0.0225 0.5055
134
G Exp III P 1.905 0.0368 1.1233
Column Kurtosis K-S Distance P Value
GC II P -1.42781 0.2177 0.000869
G Exp IV P 0.06207 0.1797 0.014584
G Exp V P 7.47083 0.1952 0.004985
G Exp VI P -1.07280 0.0963 0.620487
GC I P -0.00543 0.1869 0.009016
G exp I P 0.84791 0.2038 0.002623
G Exp II P -0.91265 0.2111 0.001490
G Exp III P 0.19543 0.1895 0.007504
Thursday, September 20, 2007, 18:13:57
One Way Analysis of Variance
Normality Test: Failed (P = <0.0001)
Equal Variance Test: Failed (P = <0.0001)
Group N Missing
GC II Ca 30 0
G Exp IV Ca 30 0
G Exp V Ca 30 0
G Exp VI Ca 30 0
GC I Ca 30 0
G exp I Ca 30 0
G Exp II Ca 30 0
G Exp III Ca 30 0
Group Mean Std Dev SEM
GC II Ca 5.984 1.042 0.1903
G Exp IV Ca 1.478 0.307 0.0561
G Exp V Ca 1.793 0.691 0.1261
G Exp VI Ca 0.606 0.280 0.0511
GC I Ca 6.563 1.078 0.1968
G exp I Ca 3.178 0.261 0.0476
G Exp II Ca 1.894 1.412 0.2579
G Exp III Ca 2.288 0.550 0.1003
Power of performed test with alpha = 0.0500: 1.0000
Source of Variance DF SS MS
Between Treatments 7 985.7 140.811
Residual 232 152.6 0.658
Total 239 1138.3
Source of Variance F P
Between Treatments 214.1 <0.0001
Residual
Total
The differences in the mean values among the treatment groups are
greater than would be expected by chance; there is a statistically
significant difference (P = 1.87E-097).
All Pairwise Multiple Comparison Procedures (Bonferroni's method) :
Comparison Diff of Means t P<0.05
GC II Ca vs G Exp III Ca
135
3.696 17.648 Yes
GC II Ca vs G Exp II Ca
4.090 19.529 Yes
GC II Ca vs G exp I Ca 2.806 13.400 Yes
GC II Ca vs GC I Ca -0.579 -2.765 No
GC II Ca vs G Exp VI Ca
5.378 25.680 Yes
GC II Ca vs G Exp V Ca 4.190 20.009 Yes
GC II Ca vs G Exp IV Ca
4.506 21.517 Yes
G Exp IV Ca vs G Exp III Ca
-0.810 -3.869 Yes
G Exp IV Ca vs G Exp II Ca
-0.416 -1.987 No
G Exp IV Ca vs G exp I Ca
-1.700 -8.117 Yes
G Exp IV Ca vs GC I Ca -5.085 -24.281 Yes
G Exp IV Ca vs G Exp VI Ca
0.872 4.164 Yes
G Exp IV Ca vs G Exp V Ca
-0.316 -1.507 No
G Exp V Ca vs G Exp III Ca
-0.495 -2.362 No
G Exp V Ca vs G Exp II Ca
-0.101 -0.480 No
G Exp V Ca vs G exp I Ca
-1.384 -6.610 Yes
G Exp V Ca vs GC I Ca -4.769 -22.774 Yes
G Exp V Ca vs G Exp VI Ca
1.188 5.671 Yes
G Exp VI Ca vs G Exp III Ca
-1.682 -8.033 Yes
G Exp VI Ca vs G Exp II Ca
-1.288 -6.151 Yes
G Exp VI Ca vs G exp I Ca
-2.572 -12.281 Yes
G Exp VI Ca vs GC I Ca -5.957 -28.445 Yes
GC I Ca vs G Exp III Ca
4.275 20.412 Yes
GC I Ca vs G Exp II Ca 4.669 22.294 Yes
GC I Ca vs G exp I Ca 3.385 16.165 Yes
G exp I Ca vs G Exp III Ca
0.890 4.248 Yes
G exp I Ca vs G Exp II Ca
1.284 6.130 Yes
G Exp II Ca vs G Exp III Ca
-0.394 -1.882 No
Thursday, September 20, 2007, 18:06:38
One Way Analysis of Variance
Normality Test: Failed (P = <0.0001)
Equal Variance Test: Failed (P = <0.0001)
Group N Missing
GC II P 30 0
G Exp IV P 30 0
G Exp V P 30 0
G Exp VI P 30 0
136
GC I P 30 0
G exp I P 30 0
G Exp II P 30 0
G Exp III P 30 0
Group Mean Std Dev SEM
GC II P 4.073 3.4677 0.63310
G Exp IV P 1.372 1.0118 0.18474
G Exp V P 0.105 0.0654 0.01194
G Exp VI P 0.502 0.1893 0.03456
GC I P 0.429 0.3294 0.06013
G exp I P 0.119 0.0542 0.00989
G Exp II P 0.127 0.0602 0.01099
G Exp III P 0.233 0.0986 0.01799
Power of performed test with alpha = 0.0500: 1.0000
Source of Variance DF SS MS
Between Treatments 7 388.4 55.49
Residual 232 383.2 1.65
Total 239 771.6
Source of Variance F P
Between Treatments 33.6 <0.0001
Residual
Total
The differences in the mean values among the treatment groups are
greater than would be expected by chance; there is a statistically
significant difference (P = 4.54E-032).
All Pairwise Multiple Comparison Procedures (Bonferroni's method) :
Comparison Diff of Means t P<0.05
GC II P vs G Exp III P 3.84022 11.5729 Yes
GC II P vs G Exp II P 3.94588 11.8913 Yes
GC II P vs G exp I P 3.95415 11.9162 Yes
GC II P vs GC I P 3.64341 10.9798 Yes
GC II P vs G Exp VI P 3.57034 10.7596 Yes
GC II P vs G Exp V P 3.96774 11.9572 Yes
GC II P vs G Exp IV P 2.70053 8.1383 Yes
G Exp IV P vs G Exp III P
1.13968 3.4345 Yes
G Exp IV P vs G Exp II P
1.24535 3.7530 Yes
G Exp IV P vs G exp I P
1.25361 3.7779 Yes
G Exp IV P vs GC I P 0.94287 2.8414 No
G Exp IV P vs G Exp VI P
0.86981 2.6212 No
G Exp IV P vs G Exp V P
1.26721 3.8188 Yes
G Exp V P vs G Exp III P
-0.12753 -0.3843 No
G Exp V P vs G Exp II P
-0.02186 -0.0659 No
G Exp V P vs G exp I P -0.01359 -0.0410 No
G Exp V P vs GC I P -0.32433 -0.9774 No
G Exp V P vs G Exp VI P
-0.39740 -1.1976 No
G Exp VI P vs G Exp III P
0.26987 0.8133 No
G Exp VI P vs G Exp II P
137
0.37554 1.1317 No
G Exp VI P vs G exp I P
0.38381 1.1566 No
G Exp VI P vs GC I P 0.07307 0.2202 No
GC I P vs G Exp III P 0.19681 0.5931 No
GC I P vs G Exp II P 0.30247 0.9115 No
GC I P vs G exp I P 0.31074 0.9364 No
G exp I P vs G Exp III P
-0.11393 -0.3433 No
G exp I P vs G Exp II P
-0.00827 -0.0249 No
G Exp II P vs G Exp III P
-0.10567 -0.3184 No
Saturday, September 22, 2007, 08:31:21
Descriptive Statistics:
Column Size Missing Mean
GC II P 30 0 4.073
G Exp IV P 30 0 1.372
G Exp V P 30 0 0.105
G Exp VI P 30 0 0.502
GC I P 30 0 0.429
G exp I P 30 0 0.119
G Exp II P 30 0 0.127
G Exp III P 30 0 0.233
GC II Ca 30 0 5.984
G Exp IV Ca 30 0 1.478
G Exp V Ca 30 0 1.793
G Exp VI Ca 30 0 0.606
GC I Ca 30 0 6.563
G Exp I Ca 30 0 3.178
G Exp II Ca 30 0 1.894
G Exp III Ca 30 0 2.288
Column Std Dev Std. Error Range
GC II P 3.4677 0.63310 10.798
G Exp IV P 1.0118 0.18474 3.766
G Exp V P 0.0654 0.01194 0.341
G Exp VI P 0.1893 0.03456 0.672
GC I P 0.3294 0.06013 1.122
G exp I P 0.0542 0.00989 0.220
G Exp II P 0.0602 0.01099 0.199
G Exp III P 0.0986 0.01799 0.324
GC II Ca 1.0422 0.19028 4.196
G Exp IV Ca 0.3071 0.05607 1.333
G Exp V Ca 0.6907 0.12610 3.380
G Exp VI Ca 0.2799 0.05109 1.095
GC I Ca 1.0778 0.19678 3.901
G Exp I Ca 0.2609 0.04763 1.495
G Exp II Ca 1.4124 0.25787 5.379
G Exp III Ca 0.5496 0.10034 2.245
Column Max Min Median
GC II P 11.008 0.2101 3.824
G Exp IV P 3.961 0.1948 1.006
G Exp V P 0.361 0.0201 0.100
G Exp VI P 0.821 0.1493 0.498
GC I P 1.148 0.0255 0.306
138
G exp I P 0.264 0.0440 0.110
G Exp II P 0.245 0.0467 0.111
G Exp III P 0.456 0.1319 0.210
GC II Ca 8.671 4.4755 5.769
G Exp IV Ca 2.167 0.8333 1.458
G Exp V Ca 3.944 0.5634 1.620
G Exp VI Ca 1.241 0.1460 0.657
GC I Ca 8.440 4.5390 6.667
G Exp I Ca 4.019 2.5234 3.178
G Exp II Ca 5.682 0.3030 1.212
G Exp III Ca 3.741 1.4966 2.245
Column 25% 75% Sum
GC II P 0.6303 7.437 122.18
G Exp IV P 0.5195 2.143 41.17
G Exp V P 0.0602 0.120 3.15
G Exp VI P 0.3483 0.647 15.07
GC I P 0.1786 0.587 12.88
G exp I P 0.0879 0.132 3.56
G Exp II P 0.0818 0.164 3.81
G Exp III P 0.1559 0.252 6.98
GC II Ca 5.1748 6.783 179.51
G Exp IV Ca 1.3333 1.667 44.33
G Exp V Ca 1.3380 2.183 53.80
G Exp VI Ca 0.3650 0.803 18.18
GC I Ca 6.0284 7.234 196.88
G Exp I Ca 3.0841 3.271 95.33
G Exp II Ca 0.9091 2.576 56.82
G Exp III Ca 1.9048 2.585 68.64
Column Sum of Squares Confidence
Skewness
GC II P 846.353 1.2948 0.3053
G Exp IV P 86.187 0.3778 0.8873
G Exp V P 0.455 0.0244 2.3015
G Exp VI P 8.614 0.0707 -0.0578
GC I P 8.678 0.1230 1.0425
G exp I P 0.508 0.0202 1.0297
G Exp II P 0.588 0.0225 0.5055
G Exp III P 1.905 0.0368 1.1233
GC II Ca 1105.634 0.3892 0.7716
G Exp IV Ca 68.250 0.1147 0.1784
G Exp V Ca 110.325 0.2579 1.1857
G Exp VI Ca 13.283 0.1045 0.1275
GC I Ca 1325.738 0.4025 -0.2396
G Exp I Ca 304.883 0.0974 0.5299
G Exp II Ca 165.461 0.5274 1.4433
G Exp III Ca 165.806 0.2052 1.1128
Column Kurtosis K-S Distance P Value
GC II P -1.42781 0.2177 0.000869
G Exp IV P 0.06207 0.1797 0.014584
G Exp V P 7.47083 0.1952 0.004985
G Exp VI P -1.07280 0.0963 0.620487
GC I P -0.00543 0.1869 0.009016
G exp I P 0.84791 0.2038 0.002623
G Exp II P -0.91265 0.2111 0.001490
G Exp III P 0.19543 0.1895 0.007504
GC II Ca 0.12762 0.1369 0.157516
G Exp IV Ca 0.86681 0.1693 0.028140
G Exp V Ca 2.28669 0.1423 0.121693
G Exp VI Ca -0.63280 0.1386 0.145296
GC I Ca -0.69776 0.1090 0.451626
139
G Exp I Ca 3.49225 0.1369 0.157933
G Exp II Ca 1.38667 0.2262 0.000422
G Exp III Ca 1.11342 0.1646 0.037203
Saturday, September 22, 2007, 08:33:04
One Way Repeated Measures Analysis of Variance
Normality Test: Failed (P = <0.0001)
Equal Variance Test: Failed (P = <0.0001)
Group N Missing
GC II P 30 0
G Exp IV P 30 0
G Exp V P 30 0
G Exp VI P 30 0
GC I P 30 0
G exp I P 30 0
G Exp II P 30 0
G Exp III P 30 0
GC II Ca 30 0
G Exp IV Ca 30 0
G Exp V Ca 30 0
G Exp VI Ca 30 0
GC I Ca 30 0
G Exp I Ca 30 0
G Exp II Ca 30 0
G Exp III Ca 30 0
Group Mean Std Dev SEM
GC II P 4.073 3.4677 0.63310
G Exp IV P 1.372 1.0118 0.18474
G Exp V P 0.105 0.0654 0.01194
G Exp VI P 0.502 0.1893 0.03456
GC I P 0.429 0.3294 0.06013
G exp I P 0.119 0.0542 0.00989
G Exp II P 0.127 0.0602 0.01099
G Exp III P 0.233 0.0986 0.01799
GC II Ca 5.984 1.0422 0.19028
G Exp IV Ca 1.478 0.3071 0.05607
G Exp V Ca 1.793 0.6907 0.12610
G Exp VI Ca 0.606 0.2799 0.05109
GC I Ca 6.563 1.0778 0.19678
G Exp I Ca 3.178 0.2609 0.04763
G Exp II Ca 1.894 1.4124 0.25787
G Exp III Ca 2.288 0.5496 0.10034
Power of performed test with alpha = 0.0500: 1.0000
Source of Variance DF SS MS
Between Subjects 29 29.5 1.02
Between Treatments 15 1904.7 126.98
Residual 435 506.3 1.16
Total 479 2440.5
Source of Variance F P
Between Subjects
Between Treatments 109.1 7.59E-137
Residual
140
Total
The differences in the mean values among the treatment groups are
greater than would be expected by chance; there is a statistically
significant difference (P = 7.59E-137). To isolate the group or
groups that differ from the others use a multiple comparison
procedure.
All Pairwise Multiple Comparison Procedures (Bonferroni's method) :
Comparison Diff of Means t P<0.05
GC II P vs G Exp III Ca
1.78485 6.4078 Yes
GC II P vs G Exp II Ca 2.17889 7.8224 Yes
GC II P vs G Exp I Ca 0.89526 3.2141 No
GC II P vs GC I Ca -2.48982 -8.9387 Yes
GC II P vs G Exp VI Ca 3.46699 12.4469 Yes
GC II P vs G Exp V Ca 2.27940 8.1833 Yes
GC II P vs G Exp IV Ca 2.59505 9.3165 Yes
GC II P vs GC II Ca -1.91085 -6.8602 Yes
GC II P vs G Exp III P 3.84022 13.7868 Yes
GC II P vs G Exp II P 3.94588 14.1661 Yes
GC II P vs G exp I P 3.95415 14.1958 Yes
GC II P vs GC I P 3.64341 13.0802 Yes
GC II P vs G Exp VI P 3.57034 12.8179 Yes
GC II P vs G Exp V P 3.96774 14.2446 Yes
GC II P vs G Exp IV P 2.70053 9.6952 Yes
G Exp IV P vs G Exp III Ca
-0.91569 -3.2874 No
G Exp IV P vs G Exp II Ca
-0.52165 -1.8728 No
G Exp IV P vs G Exp I Ca
-1.80528 -6.4811 Yes
G Exp IV P vs GC I Ca -5.19035 -18.6339 Yes
G Exp IV P vs G Exp VI Ca
0.76645 2.7517 No
G Exp IV P vs G Exp V Ca
-0.42113 -1.5119 No
G Exp IV P vs G Exp IV Ca
-0.10548 -0.3787 No
G Exp IV P vs GC II Ca -4.61139 -16.5554 Yes
G Exp IV P vs G Exp III P
1.13968 4.0916 Yes
G Exp IV P vs G Exp II P
1.24535 4.4709 Yes
G Exp IV P vs G exp I P
1.25361 4.5006 Yes
G Exp IV P vs GC I P 0.94287 3.3850 No
G Exp IV P vs G Exp VI P
0.86981 3.1227 No
G Exp IV P vs G Exp V P
1.26721 4.5494 Yes
G Exp V P vs G Exp III Ca
-2.18289 -7.8368 Yes
G Exp V P vs G Exp II Ca
-1.78885 -6.4222 Yes
G Exp V P vs G Exp I Ca
-3.07248 -11.0305 Yes
G Exp V P vs GC I Ca -6.45756 -23.1833 Yes
G Exp V P vs G Exp VI Ca
-0.50075 -1.7978 No
G Exp V P vs G Exp V Ca
-1.68834 -6.0613 Yes
141
G Exp V P vs G Exp IV Ca
-1.37269 -4.9281 Yes
G Exp V P vs GC II Ca -5.87860 -21.1048 Yes
G Exp V P vs G Exp III P
-0.12753 -0.4578 No
G Exp V P vs G Exp II P
-0.02186 -0.0785 No
G Exp V P vs G exp I P -0.01359 -0.0488 No
G Exp V P vs GC I P -0.32433 -1.1644 No
G Exp V P vs G Exp VI P
-0.39740 -1.4267 No
G Exp VI P vs G Exp III Ca
-1.78549 -6.4101 Yes
G Exp VI P vs G Exp II Ca
-1.39145 -4.9955 Yes
G Exp VI P vs G Exp I Ca
-2.67508 -9.6038 Yes
G Exp VI P vs GC I Ca -6.06016 -21.7566 Yes
G Exp VI P vs G Exp VI Ca
-0.10335 -0.3710 No
G Exp VI P vs G Exp V Ca
-1.29094 -4.6346 Yes
G Exp VI P vs G Exp IV Ca
-0.97529 -3.5014 No
G Exp VI P vs GC II Ca -5.48120 -19.6781 Yes
G Exp VI P vs G Exp III P
0.26987 0.9689 No
G Exp VI P vs G Exp II P
0.37554 1.3482 No
G Exp VI P vs G exp I P
0.38381 1.3779 No
G Exp VI P vs GC I P 0.07307 0.2623 No
GC I P vs G Exp III Ca -1.85856 -6.6724 Yes
GC I P vs G Exp II Ca -1.46452 -5.2578 Yes
GC I P vs G Exp I Ca -2.74815 -9.8661 Yes
GC I P vs GC I Ca -6.13323 -22.0189 Yes
GC I P vs G Exp VI Ca -0.17642 -0.6334 No
GC I P vs G Exp V Ca -1.36401 -4.8969 Yes
GC I P vs G Exp IV Ca -1.04836 -3.7637 Yes
GC I P vs GC II Ca -5.55426 -19.9404 Yes
GC I P vs G Exp III P 0.19681 0.7066 No
GC I P vs G Exp II P 0.30247 1.0859 No
GC I P vs G exp I P 0.31074 1.1156 No
G exp I P vs G Exp III Ca
-2.16930 -7.7880 Yes
G exp I P vs G Exp II Ca
-1.77526 -6.3734 Yes
G exp I P vs G Exp I Ca
-3.05889 -10.9817 Yes
G exp I P vs GC I Ca -6.44397 -23.1345 Yes
G exp I P vs G Exp VI Ca
-0.48716 -1.7489 No
G exp I P vs G Exp V Ca
-1.67475 -6.0125 Yes
G exp I P vs G Exp IV Ca
-1.35910 -4.8793 Yes
G exp I P vs GC II Ca -5.86500 -21.0560 Yes
G exp I P vs G Exp III P
-0.11393 -0.4090 No
G exp I P vs G Exp II P
-0.00827 -0.0297 No
G Exp II P vs G Exp III Ca
-2.16103 -7.7583 Yes
142
G Exp II P vs G Exp II Ca
-1.76699 -6.3437 Yes
G Exp II P vs G Exp I Ca
-3.05062 -10.9521 Yes
G Exp II P vs GC I Ca -6.43570 -23.1048 Yes
G Exp II P vs G Exp VI Ca
-0.47889 -1.7193 No
G Exp II P vs G Exp V Ca
-1.66648 -5.9828 Yes
G Exp II P vs G Exp IV Ca
-1.35083 -4.8496 Yes
G Exp II P vs GC II Ca -5.85674 -21.0263 Yes
G Exp II P vs G Exp III P
-0.10567 -0.3794 No
G Exp III P vs G Exp III Ca
-2.05537 -7.3790 Yes
G Exp III P vs G Exp II Ca
-1.66133 -5.9643 Yes
G Exp III P vs G Exp I Ca
-2.94496 -10.5727 Yes
G Exp III P vs GC I Ca -6.33003 -22.7255 Yes
G Exp III P vs G Exp VI Ca
-0.37323 -1.3399 No
G Exp III P vs G Exp V Ca
-1.56081 -5.6035 Yes
G Exp III P vs G Exp IV Ca
-1.24516 -4.4703 Yes
G Exp III P vs GC II Ca
-5.75107 -20.6469 Yes
GC II Ca vs G Exp III Ca
3.69570 13.2680 Yes
GC II Ca vs G Exp II Ca
4.08974 14.6826 Yes
GC II Ca vs G Exp I Ca 2.80611 10.0742 Yes
GC II Ca vs GC I Ca -0.57896 -2.0785 No
GC II Ca vs G Exp VI Ca
5.37784 19.3070 Yes
GC II Ca vs G Exp V Ca 4.19026 15.0435 Yes
GC II Ca vs G Exp IV Ca
4.50591 16.1767 Yes
G Exp IV Ca vs G Exp III Ca
-0.81020 -2.9087 No
G Exp IV Ca vs G Exp II Ca
-0.41616 -1.4941 No
G Exp IV Ca vs G Exp I Ca
-1.69979 -6.1024 Yes
G Exp IV Ca vs GC I Ca -5.08487 -18.2552 Yes
G Exp IV Ca vs G Exp VI Ca
0.87194 3.1304 No
G Exp IV Ca vs G Exp V Ca
-0.31565 -1.1332 No
G Exp V Ca vs G Exp III Ca
-0.49455 -1.7755 No
G Exp V Ca vs G Exp II Ca
-0.10051 -0.3608 No
G Exp V Ca vs G Exp I Ca
-1.38414 -4.9692 Yes
G Exp V Ca vs GC I Ca -4.76922 -17.1220 Yes
G Exp V Ca vs G Exp VI Ca
1.18759 4.2636 Yes
G Exp VI Ca vs G Exp III Ca
-1.68214 -6.0391 Yes
G Exp VI Ca vs G Exp II Ca
143
-1.28810 -4.6244 Yes
G Exp VI Ca vs G Exp I Ca
-2.57173 -9.2328 Yes
G Exp VI Ca vs GC I Ca -5.95681 -21.3856 Yes
GC I Ca vs G Exp III Ca
4.27467 15.3465 Yes
GC I Ca vs G Exp II Ca 4.66871 16.7612 Yes
GC I Ca vs G Exp I Ca 3.38508 12.1528 Yes
G Exp I Ca vs G Exp III Ca
0.88959 3.1937 No
G Exp I Ca vs G Exp II Ca
1.28363 4.6084 Yes
G Exp II Ca vs G Exp III Ca
-0.39404 -1.4147 No
144
ANEXO B - Declaração da UNIME
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