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RODRIGO MARCHIORI
ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE 20 GENÓTIPOS DE SOJA PARA A
MACRO-REGIÃO SOJÍCOLA 3
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Uberlândia, como parte das exigências do Programa de Pós-
graduação em Agronomia – Mestrado, área de concentração
em Fitotecnia, para obtenção do título de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. Oswaldo Toshiyuki Hamawaki
UBERLÂNDIA
MINAS GERAIS – BRASIL
2008
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RODRIGO MARCHIORI
ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE 20 GENÓTIPOS DE SOJA PARA A
MACRO-REGIÃO SOJÍCOLA 3
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Uberlândia, como parte das exigências do Programa de Pós-
graduação em Agronomia – Mestrado, área de concentração
em Fitotecnia, para obtenção do título de “Mestre”.
APROVADA em 12 de março de 2008.
Profa. Dra. Regina Maria Quintão Lana UFU
Prof. Dr. Júlio César V. Penna UFU
Dr. João Luiz Borsoi Filho Monsanto do Brasil
Prof. Dr. Oswaldo Toshiyuki Hamawaki
ICIAG-UFU
(Orientador)
UBERLÂNDIA
MINAS GERAIS – BRASIL
2008
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Aos meus pais Moacir e Vera.
A minha esposa Gabriela.
A minha filha Luísa.
Aos meus irmãos Daniela e Moacir.
Ao meu sobrinho Guilherme.
Dedico
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Uberlândia, pela oportunidade e pelo
suporte para realização do curso.
A Monsanto do Brasil Ltda e a Monsoy Ltda, por terem
possibilitado o uso de sua infra-estrutura e recurso na realização de
todo o meu trabalho.
Ao Professor Oswaldo, pela orientação, ensinamentos e
amizade.
À minha esposa Gabriela, pelo amor, carinho, companheirismo,
paciência e pela disposição em me ajudar em todos os momentos.
Aos amigos da área de Melhoramento de Soja da Monsoy Ltda:
Hilker, Christiane, Regina, Poliana, Giovani, Leandro, Sabiá, Abatti,
Cavassim, Gustavo, Karina, Alessandro, Rudnei, Mario Oda,
Marcellinho, Everton e Wilson.
Um agradecimento especial ao melhorista Marcos Norio
Matsumoto, pelo apoio, incentivo, ensinamentos, cooperação e
grande dedicação na minha carreira profissional.
A João L. Borsoi Filho, pela amizade, apoio e colaboração
durante o desenvolvimento desta tese.
Em especial aos amigos do Purity Unit Soybean Ângelo e Luiz
(Masca Fumo), pela grande paciência, amizade e colaboração.
A Leonardo Gonçalves Oliveira, pela amizade, apoio e
colaboração em diversas etapas do desenvolvimento deste trabalho.
Aos amigos da área de Qualidade de Soja e Milho: Paini,
Casagrande, Flávio, Antônio Sérgio, Cassiano e Luciano.
E aos demais amigos da Monsanto e Monsoy que de alguma
forma ajudaram na realização deste trabalho.
Aos amigos do programa de pós-graduação em genética e
melhoramento, pelos momentos vividos e aprendizagem.
Ao Dr. Adésio Ferreira, pela importante co-orientação e
dedicação na análise dos dados deste trabalho.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a
realização deste trabalho.
MUITO OBRIGADO!
SUMÁRIO
Págin
a
RESUMO………………………………………………………………….…… i
ABSTRACT……………………….…………………………………………… ii
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 01
2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 03
2.1. Histórico........................................................................................................ 03
2.2. Posição taxonômica...................................................................................... 03
2.3. Importância econômica................................................................................. 03
2.4. Características da cultura.............................................................................. 04
2.5. Melhoramento da soja................................................................................... 05
2.6. Interação genótipo x ambiente...................................................................... 07
2.7. Adaptabilidade e estabilidade fenotípica...................................................... 08
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 10
3.1. Regiões e locais de implementação dos ensaios........................................... 10
3.2. Caracterização dos ambientes testados na Safra Agrícola 2005/2006.......... 13
3.3. Caracterização dos ambientes testados na Safra Agrícola 2006/2007…….. 17
3.4. Linhagens e cultivares avaliados.................................................................. 27
3.5. Adubação, semeadura e tratos culturais........................................................ 27
3.6. Delineamento Experimental......................................................................... 28
3.7. Teste de comparação entre médias............................................................... 28
3.8. Colheita e avaliação da produtividade.......................................................... 28
3.9. Análises estatísticas...................................................................................... 28
3.9.1. Método de Eberhart e Russel (1966) ........................................................ 29
3.9.2. Método proposto por Lin e Binns (1988) ................................................. 29
3.9.3. Método proposto por Annicchiarico (1992) ............................................. 30
3.9.4. Método do Centróide................................................................................. 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 33
4.1. ANAVA e teste de comparação entre médias.............................................. 33
4.2. Interação de genótipos com locais e anos………………………................. 38
4.3. Interação genótipos x locais x anos.............................................................. 42
4.4. Adaptabilidade e estabilidade....................................................................... 43
4.5. Metodologia de Annicchiarico (1992) ......................................................... 44
4.6. Metodologia de Eberhart & Russell (1966) ................................................. 47
4.7. Metodologia de Lin e Binns (1988) modificada por Carneiro (1998).......... 48
4.8. Metodologia do Centide............................................................................ 49
4.9. Análises por Regiões.................................................................................... 52
5. CONCLUSÕES............................................................................................... 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 56
i
RESUMO
MARCHIORI, RODRIGO. Adaptabilidade e estabilidade de 20 genótipos de soja para a
macro-região sojícola 3. 2008. 61f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Fitotecnia) –
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
1
Este trabalho visou avaliar a adaptabilidade e estabilidade de 20 genótipos de soja,
sendo 10 linhagens do programa de melhoramento de soja da Monsoy Ltda e 10
testemunhas comercialmente utilizadas. Os experimentos foram conduzidos nas safras
agrícolas 2005/2006 e 2006/2007, na macro-região sojícola 3 (micro-regiões 301, 302 e
303). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três repetições. Foram
realizadas análises individual e conjunta, considerando a produtividade dos genótipos
nos diferentes locais, sendo que as médias foram comparadas pelo teste de Scott e Knott
(1974). A adaptabilidade e estabilidade dos genótipos foram avaliadas pelos métodos de
Eberhart e Russel, Annicchiarico, Lin e Binns e Centróide. Os métodos de
Annicchiarico, Linn e Binns, modificado por Carneiro e Centróide, apresentaram
coerência entre si e permitiram identificar, entre os genótipos avaliados, os de maior
estabilidade e adaptabilidade. As linhagens 1, 2, 4 e 10 foram as de adaptabilidade e
estabilidade geral. As linhagens 1, 2 e a testemunha 20 foram classificadas como de
adaptabilidade e estabilidade a ambientes favoráveis. As linhagens 3 e 10 e as
testemunhas 11 e 14 a ambientes desfavoráveis. Para a análise por regiões, em separado,
as linhagens 2 e 4 foram estatisticamente superiores as demais, simultaneamente nas
regiões 301, 302 e 303, e a linhagem 10, simultaneamente nas regiões 301 e 302.
Palavras-chave: linhagens de soja, interação G x A, adaptabilidade e estabilidade.
__________________________
1Orientador: Oswaldo Toshiyuki Hamawaki – UFU.
ii
ABSTRACT
MARCHIORI, RODRIGO. Adaptability and stability of 20 soybean genotypes for the
macro-region 3. 2008. 61p. Dissertation (Master’s degree in Agriculture/Plant Technology) –
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
1
This study evaluated the adaptability and stability of 20 soybean genotypes, where 10 of
them were lines of the breeding program of Monsoy Ltd. and the other 10 were
commercially used controls. The experiments were done in the agricultural years
2005/2006 and 2006/2007, in the soybean macro-region 3 (micro-regions 301, 302 and
303). The experimental design was randomized blocks, with three repetitions.
Individual and joint analyses were done, considering genotype yield at the different
locations and the averages were compared by the Scott Knott test (1974). Genotype
adaptability and stability were evaluated by the methods of Eberhart and Russel,
Annicchiarico, Lin and Binns and Centroid. The methods of Annicchiarico, Linn and
Binns modified by Carneiro and Centroid presented coherence between them and
allowed the identification, among the genotypes evaluated, of those of greater stability
and adaptability. The lines 1, 2, 4 and 10 were the ones with general adaptability and
stability. Lines 1, 2, and the control 20 were classified as those with adaptability and
stability to favorable environments, while lines 3 and 10 and the controls 11 and 14 to
unfavorable environments. In the analysis by region, lines 2 and 4 were statistically
superior to all others in the regions 301, 302 and 303 and line 10, was simultaneously
superior in the regions 301 and 302.
Keywords: soybean lines, genotype x environment interaction, adaptability, stability.
__________________________
1
Supervisor: Oswaldo Toshiyuki Hamawaki – UFU.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, segundo Medina (1981), as primeiras referências à soja datam de
1882, na Bahia, e posteriormente, em 1901, em São Paulo. A verdadeira expansão da
cultura no Brasil teve início no final da década de 60, tornando-se, em curto período de
tempo, um dos principais produtos agrícolas, de maneira que, atualmente, representa o
carro-chefe da economia nacional (EMBRAPA-TRIGO, 2005).
Na última safra, o Brasil produziu 58 milhões de toneladas de soja, ou seja, 44%
do total de grãos produzidos no país, em uma área de 20,687 milhões de hectares e
continua sendo o segundo maior produtor e exportador de soja do mundo (CONAB,
2007).
O aumento de produtividade da soja nos últimos anos se deve principalmente ao
melhoramento genético, o qual também possibilitou a expansão da soja a novas
fronteiras agrícolas (Roessing & Guedes, 1993), pois esta cultura mostra grande
capacidade de se adaptar a uma ampla diversidade de ambientes, fotoperíodos e solos.
Até meados da década de 90, a maioria dos programas de melhoramento de soja
do Brasil eram mantidos pelo setor público (Universidades, Embrapa e Empresas de
Pesquisas Estaduais). Atualmente, o setor privado tem grande importância neste ramo, e
empresas como a Monsanto, Pioneer e outras têm contribuído para a manutenção e
desenvolvimento de novas cultivares.
De modo geral, os materiais genéticos em processo de melhoramento são
cultivados em uma ampla gama de condições ambientais (Destro et al. 2001). Nessa
situação, é comum que, diferentes genótipos sejam superiores nos diferentes ambientes,
caracterizando a chamada interação genótipos com ambiente. Altos rendimentos
somente são obtidos quando as condições ambientais são favoráveis em todos os
estágios de crescimento da soja (Gilioli et al. 1995).
O termo ambiente pode ser interpretado, no melhoramento, como uma série de
condições sob as quais as plantas crescem, podendo envolver locais, épocas, anos,
práticas culturais ou manejo, ou a combinação de todos esses fatores (Rocha, 2002). A
diversidade das condições ambientais a que a cultura é submetida contribui para a
ocorrência da interação cultivar versus ambiente, ou seja, para a alteração no
desempenho relativo dos cultivares, em virtude da diferença de ambiente (Borém,
1997). O conhecimento e a avaliação dos componentes dessa interação é de grande
importância para o melhoramento genético. Porém, esses não fornecem informações
1
pormenorizadas sobre o comportamento de cada cultivar frente às variações ambientais
(Cruz & Regazzi, 1994). Assim, as análises de adaptabilidade e de estabilidade tornam-
se necessárias e complementares.
Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram estudar o desempenho, a
adaptabilidade e a estabilidade de 20 de genótipos de soja do programa de
melhoramento da Monsanto do Brasil, Monsoy, para a macro-região sojícola 3, mais
especificamente nas micro-regiões 301, 302 e 303, durante as safras de 2005/2006 e
2006/2007.
2
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Histórico
A soja foi domesticada no século XI a.c. na região da Manchúria (Hymowitz,
1970), seu provável centro de origem secundário (Xu et al., 1989). Após sua
domesticação, foi disseminada posteriormente para a Europa, América do Norte e
América do Sul. A sua introdução no ocidente deu-se a partir do século XVIII, quando
em 1739 foi plantada, experimentalmente, na Europa. No continente americano, maior
produtor mundial de soja, o primeiro relato sobre seu comportamento data de 1804. A
soja foi introduzida no Brasil em 1882, na Bahia. No entanto, o cultivo comercial da
cultura teve maior relevância econômica no início da década de quarenta, no Rio
Grande do Sul, com o plantio de cultivares desenvolvidos no Sul dos Estados Unidos
(Vernetti, 1983; Almeida e Kiihl, 1998).
2.2. Posição taxonômica
A espécie Glycine max (L). Merrill possui 2n=40 cromossomos e pertence à
classe Dicotyledoneae, ordem Rosales, família Leguminosae, subfamília Papilionaceae,
tribo Phaseoleae, gênero Glycine (Moench) (Dong et al., 2004). A soja cultivada (G.
max) e a soja selvagem (G. soja) estão alocadas dentro do gênero Glycine. Essas
espécies são alotetraplóides (2n = 40), com comportamento meiótico de um diplóide
normal e são facilmente cruzadas, constituindo-se efetivamente em uma espécie simples
(Probst e Judd, 1973; Singh e Hymowitz, 1988), apresentando alto grau de auto-
polinização e assim são consideradas como linhagens endogâmicas. Outras 22 espécies
perenes são reconhecidas dentro do gênero Glycine, das quais Glycine tabacina e
Glycine tomentella são neopoliplóides (2n=78, 80) (Hymowitz, 2004). O genoma da
soja possui tamanho médio de 1,115 milhões de pares de base por genoma haplóide
(Shoemaker et al., 2003), tendo mais de 35% de heterocromatina na sua constituição,
com o braço curto de seis dos 20 cromossomos bivalentes completamente
heterocromáticos (Singh e Hymowitz, 1988).
2.3. Importância econômica
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, a principal
cultura de exportação do país, sendo cultivada em 17 estados. Na safra de 2006, foram
cultivados aproximadamente 22 milhões de hectares, com uma produção de 52,2
3
milhões de toneladas (IBGE, 2007). Nos Estados Unidos, maior produtor mundial do
grão, a produção na safra de 2006/07 foi de 86,77 milhões de toneladas (CONAB,
2007). A participação da soja nas exportações brasileiras em 2006 foi de 9,3 bilhões de
reais, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e a
Participação no PIB neste mesmo ano foi de 540,06 bilhões de reais (EMBRAPA,
2006).
Os dois maiores estados produtores brasileiros de soja são: Mato Grosso e
Paraná, com uma produção de 15,359 e 11,916 milhões de toneladas, respectivamente
(CONAB, 2008). A média de produtividade dos Estados Unidos na última safra foi de
45 sacas.ha
-1
, ou seja, 2700 kg.ha
-1
(USDA, 2008). No estado de Goiás, o cultivo da soja
começou em 1969 com uma produção inicial de 1.573 toneladas. A expansão da soja no
estado pode ser explicada por vários fatores, dentre eles: o esgotamento das fronteiras
agrícolas do Rio Grande do Sul e do Paraná; os incrementos dos incentivos concedidos
a outras culturas, a exemplo do milho e da cana-de-açúcar e, ainda, a grande capacidade
de expansão da lavoura goiana, com a existência de climas favoráveis (Vieira, 2002).
A agricultura no Estado de Goiás representa 27,60% do PIB goiano, sendo que a
produção de soja contribui com 10,8%. No ano de 1998, o estado produziu 6,7 milhões
de toneladas de grãos, sendo 3,4 milhões de soja. A soja destaca-se entre as principais
culturas do estado, tanto em área plantada e colhida, como em rendimento obtido
(produtividade). No ano de 2000, chegou a 2.729 kg.ha
-1
, melhor que a do ano anterior
que foi de 2.565 kg.ha
-1
, conforme dados do IBGE (2007).
2.4. Características da cultura
A soja é uma planta anual, herbácea, ereta, apresentando variabilidade para
características morfológicas, as quais podem ser fortemente influenciadas pelo ambiente
(Müller, 1981; Sediyama et al., 1996).
Os cultivares de soja possuem ciclo de vida que pode variar de 75 a 210 dias,
dependendo das condições locais como umidade, temperatura, latitude, altitude, dentre
outras (Sediyama et al., 2005). Os cultivares são classificados em grupos de maturação,
e são denominados, em geral, como precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio.
Entretanto, em relação ao número de dias para maturação, esses grupos divergem entre
as variadas regiões de adaptação. Desta maneira, uma mesma cultivar pode alcançar
diferentes ciclos, conforme as condições de manejo e, principalmente, das condições
edafoclimáticas de regiões distintas (Embrapa, 2006).
4
Quanto ao hábito de crescimento, as cultivares são classificadas como:
determinado (em que, logo após o início do florescimento, a planta praticamente
paralisa o crescimento, podendo crescer somente 10% de sua altura final);
semideterminado (quando, após o início do florescimento, a planta cresce ainda cerca de
30% de sua altura final); indeterminado (em que as plantas, após seu florescimento,
dobram de tamanho). De acordo com Sediyama et al. (2005), as cultivares de hábito
determinado e semideterminado predominam no Brasil devido à melhor resistência ao
acamamento. A resistência ao acamamento é outra característica importante para o
desenvolvimento de novos cultivares, levada em consideração principalmente durante o
processo de colheita. Várias outras características de interesse agronômico são
relevantes para o processo de melhoramento como a deiscência de vagens e qualidade
das sementes. Esta última deve atender alguns critérios como ausência ou presença de
rachaduras, uniformidade, ataque de fungos, enrugamento do tegumento, dentre outros
(Sediyama et al., 1981).
2.5. Melhoramento da soja
Os programas de melhoramento da soja, de maneira geral, objetivam a obtenção
de cultivares com finalidades diversas (Toledo et al., 1994), e que apresentem alta
produtividade e estabilidade de produção em ambientes variados. A estabilidade é
conferida pela introdução de resistência às doenças, aos nematóides e aos insetos e de
características especiais como tolerância aos solos ácidos, raiz profunda e alta qualidade
fisiológica da semente, tornando a planta tolerante a fatores adversos que comprometem
a produção (Almeida e Kiihl, 1998).
No melhoramento genético da soja, normalmente, estão envolvidas várias fases,
desde o desenvolvimento das populações, processos de seleção e avaliações das
linhagens (Almeida & Kiihl, 1998). Primeiramente, são desenvolvidas as populações
segregantes, através de hibridações artificiais, para atender aos objetivos gerais e
específicos dos programas de melhoramento. Essas populações são conduzidas por
várias gerações até que se obtenha homozigose. A partir de populações em gerações
mais avançadas, são selecionadas plantas para o estabelecimento de testes de progênies
e seleção de linhagens possuindo características agronômicas desejáveis.
Posteriormente, avalia-se produtividade e estabilidade de produção em um grande
número de linhagens. Necessariamente, na seleção de genótipos superiores, é
obrigatório empregar ensaios de avaliação, repetidos em vários ambientes (locais e
5
anos), para poder identificar a interação do genótipo com o ambiente e a possível
adaptação em função da produtividade e da estabilidade.
Os métodos de melhoramento mais utilizados no avanço de gerações das
populações segregantes são: genealógico (pedigree), população (bulk), genealógico
modificado (SSD - single seed descent) e retrocruzamento simples. O Método
Descendente de uma Única Semente, mais conhecido como SSD (Single Seed Descent)
prevê que uma semente F3 de cada indivíduo F2 da população seja colhida
aleatoriamente e agrupada para constituir a geração F3, sendo esta agrupada e plantada,
e uma semente F4 de cada indivíduo F3 é colhida na época da maturação, repetindo até
a geração F5, selecionando-se após, plantas individuais que são submetidas ao teste de
progênie (Borém, 2001). Este método permite o fornecimento de máxima variância
genética entre as linhagens na população final, além de poder ser conduzido fora da
região de adaptação.
Após a aplicação de um determinado método de melhoramento, as plantas serão
selecionadas para o estabelecimento dos testes de progênies, geralmente a partir da
geração-F5, pois já possuem alto grau de homozigose. Considera-se, no processo de
seleção, o aspecto das progênies quanto às características agronômicas tais como:
uniformidade do ciclo, hábito de crescimento, porte, atributos gerais para produtividade
e resistências à deiscência das vagens, ao acamamento e às doenças, além de outras
características de interesse (Sediyama et al., 2005).
Após a identificação e seleção das linhagens, estas serão avaliadas em diferentes
ambientes. No processo de avaliações regionais, as linhagens são classificadas em
grupos de maturação. Dessa maneira, o ciclo do genótipo deixa de ter efeito
significativo entre os tratamentos dentro de um mesmo experimento. As linhagens são
separadas em experimentos constituídos por dois ou mais grupos de maturação, com
uma seqüência cronológica composta de quatro etapas de avaliações: preliminar 1,
preliminar 2, intermediária e final. As avaliações preliminares geralmente envolvem um
número maior de linhagens. A avaliação intermediária é realizada em maior número de
ambientes que podem variar de cinco ou mais locais em cada estado ou região. Nos
ensaios preliminares e intermediários, as linhagens são avaliadas por um ano e no ensaio
final por, no mínimo, dois anos. Desta maneira, somente são recomendadas as linhagens
que, em função de suas boas qualidades, possam contribuir para o aumento da
produtividade e a estabilidade do cultivo (Sediyama et al., 2005).
6
O método do retrocruzamento é utilizado com o objetivo de incorporar
características importantes em cultivares elites ou no desenvolvimento de populações
envolvendo parentais não adaptados. O método de introduções é mais aplicado em
programas de melhoramento dependentes de germoplasma melhorado (linhagens e
cultivares), desenvolvido em outros programas. A escolha dos parentais envolvidos nas
hibridações depende dos objetivos estabelecidos no programa de melhoramento. De
modo geral, as cultivares possuem vários caracteres agronômicos que necessitam serem
melhorados. Fontes de genes para caracteres qualitativos e quantitativos estão
disponíveis em cultivares comerciais, linhagens e nos Bancos de Germoplasma. Quando
o objetivo do melhoramento é uma característica qualitativa, como resistência a uma
determinada doença, a escolha recai em cultivares e linhagens adaptadas e genótipos
com fonte de gene(s) para resistência. Para característica quantitativa, como a
produtividade, obtêm-se um sucesso maior com o cruzamento envolvendo genótipos
produtivos.
2.6. Interação genótipo x ambiente
As avaliações das linhagens de soja para recomendação comercial são
conduzidas em ambientes diferentes, com um maior número de genótipos. Deste modo,
pode haver interação entre genótipo e ambiente, ou seja, diferentes genótipos podem ser
superiores em diferentes ambientes. Assim, por representarem caracteres cuja variação é
contínua (caracteres quantitativos), suas expressões fenotípicas resultam, além dos
efeitos genotípicos (G), nos efeitos ambientais (E) e das interações genótipos x
ambientes (G x E) (Rocha, 1998).
A interação G x E pode ser simples, quando é proporcionada pela diferença de
variabilidade entre genótipos nos ambientes, e pode ser complexa, quando denota a falta
de correlação entre medidas de um mesmo genótipo em ambientes distintos e indica
haver inconsistência na superioridade de genótipos com variação ambiental (Robertson,
1959). Somente quando ocorre interação complexa haverá dificuldades no
melhoramento (Cruz e Regazzi, 1994; Cruz e Carneiro, 2006). A interação genótipo x
ambiente pode ser reduzida, utilizando-se cultivares específicos para cada ambiente, ou
utilizando-se cultivares com ampla adaptação e boa estabilidade e, além disso, pode-se
estratificar a região considerada em sub-regiões com características ambientais
semelhantes, dentro da qual a interação passa a ser não significativa (Allard &
Bradshaw, 1964, Ramalho et al., 1993). Neste contexto, Gauch e Zobel (1997)
7
discutiram que a subdivisão de áreas pode favorecer a exploração de adaptações
específicas. A resposta relativa dos genótipos de acordo com a variação dos ambientes
foi classificada como: previsível, no qual incluem todos os fatores permanentes do
ambiente, e imprevisível, que incluem as variações ambientais (Allard e Bradshaw,
1964).
O método mais utilizado para avaliação da interação G x E é a análise de
variância, através da análise conjunta de experimentos. A magnitude das interações G x
E é determinada pelo teste F. As interações G x E são detectadas como um padrão de
resposta diferencial e significante dos genótipos, entre ambientes. No sistema biológico,
isto ocorre quando as contribuições ou nível de expressão dos genes regulando o caráter
diferem entre ambientes. De acordo com Basford e Cooper (1998), essa contribuição
dos genes para a expressão de um caráter é considerada ser a base biológica das
interações G x E. As causas da interação G x E também têm sido atribuídas a fatores
fisiológicos e bioquímicos próprios de cada genótipo cultivado (Cruz e Regazzi, 1994).
Fatores abióticos podem influenciar de maneiras diferentes entre os locais e anos
de cultivo, contribuindo para as interações G x E (Câmara, 1998). O desenvolvimento
normal da planta de soja é influenciado diretamente por vários fatores como:
fotoperíodo, umidade do solo, temperatura, radiação solar, aeração e pelos minerais do
solo e, indiretamente, pela latitude, altitude, topografia, textura e estrutura do solo
(Lucchesi, 1987). Por exemplo, um dos efeitos típicos do fotoperíodo observado na
cultura da soja é a redução do período entre emergência das plântulas à floração, tendo
como conseqüência a redução do ciclo da cultura. Assim sendo, a medida que uma
cultivar é levada para latitudes menores ou quando a sua semeadura é retardada, suas
plantas apresentam menor altura e menor produção (Sediyama et al., 1972). Os fatores
bióticos também têm contribuído em maior ou menor escala para as interações G x E.
Dentre eles, as doenças e pragas destacam-se como os fatores bióticos que mais têm
influenciado no comportamento diferencial dos genótipos de soja entre ambientes
(Rocha, 1998).
2.7. Adaptabilidade e estabilidade fenotípica
Segundo Cruz e Carneiro (2006), uma das alternativas para amenizar a influência
da interação G x E é a recomendação do emprego de cultivares com ampla
adaptabilidade e boa estabilidade. As análises de adaptabilidade e estabilidade fornecem
as informações mais detalhadas sobre o comportamento de cada genótipo frente às
8
variações ambientais em condições específicas ou amplas (Cruz e Regazzi, 1994). A
adaptabilidade de uma variedade refere-se à sua capacidade de aproveitar
vantajosamente as variações ambientais. A estabilidade refere-se à sua capacidade de
apresentar um comportamento altamente previsível com as variações ambientais (Cruz e
Regazzi, 1994, Borém, 2001).
As metodologias mais usadas em soja para analisar a adaptabilidade e
estabilidade de genótipos são aquelas baseadas em regressão linear. Vários trabalhos
utilizaram o método proposto por Eberhart & Russel (1966) em soja (Duarte et al.,
1994; Ablett et al., 1994; Scott et al., 1994; Raut et al., 1997; Alliprandini et al., 1998;
Galvão et al., 1998; Mohanty et al., 1999; Sood et al., 1999; Lima et al., 2000; Mauro et
al., 2000, Prado et al., 2001), os quais identificaram genótipos com adaptação ampla
(estáveis) e com adaptação específica a ambientes favoráveis (produtividade média alta)
e desfavoráveis (produtividade média baixa). Outras metodologias têm sido utilizadas
para analisar a adaptabilidade e estabilidade em soja, como o método AMMI – Additive
Main Effects and Multiplicative Interaction Model (Pacheco et al., 2003; Silva e Duarte,
2006) e as metodologias não-paramétricas como Lin e Binns (1988) e Annicchiarico
(1992), também têm sido propostas na literatura para análises de genótipos de soja
(Carvalho et al., 2002, Silva e Duarte, 2006).
A forma comumente utilizada para comparar as metodologias é através da
correlação entre os parâmetros que medem a adaptabilidade e estabilidade fenotípica.
As correlações mais usadas são as de Spearman e Pearson. Essa abordagem tem como
principal objetivo verificar similaridades ou divergências das metodologias citadas
quanto ao ordenamento dos genótipos com os ambientes. Silva e Duarte (2006)
compararam nove métodos de avaliação de adaptabilidade e estabilidade fenotípica em
soja e concluíram que 40% das correlações estimadas apresentaram significância
estatística, sugerindo, desta maneira, um grau de associação entre os métodos estudados.
9
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Regiões e locais de implementação dos ensaios
Os ensaios foram implementados na Macro-região sojícola 3, mais
especificamente nas micro-regiões 301, 302 e 303, durante duas safras consecutivas
(2005/2006 e 2006/2007), visando analisar o comportamento de diferentes linhagens
nas diferentes micro-regiões (TABELA 1). A FIGURA 1 apresenta o Brasil subdividido
em 5 macro-regiões e 29 micro-regiões (ou regiões) sojícolas.
FIGURA 1. Mapa do Brasil subdividido nas macro e micro-regiões sojícolas (Fonte:
KASTER & FARIAS, 2002).
10
TABELA 1. Regiões e municípios avaliados durante as safras agrícolas.
Locais Regiões Municípios Estado Safras
L1 Região 301 Edéia GO 2005/2006
L2 Região 301 Santa Helena de Goiás GO 2005/2006
L3 Região 302 Morrinhos 1 GO 2005/2006
L4 Região 302 Morrinhos 2 GO 2005/2006
L5 Região 303 Vianópolis GO 2005/2006
L6 Região 302 Uberlândia MG 2005/2006
L7 Região 301 Edéia GO 2006/2007
L8 Região 301 Santa Helena de Goiás GO 2006/2007
L9 Região 301 Tupaciguara 2 MG 2006/2007
L10 Região 301 Barretos SP 2006/2007
L11 Região 301 Goiatuba GO 2006/2007
L12 Região 302 Tupaciguara 1 MG 2006/2007
L13 Região 302 Morrinhos 1 GO 2006/2007
L14 Região 302 Morrinhos 2 GO 2006/2007
L15 Região 303 Vianópolis GO 2006/2007
L16 Região 302 Uberlândia MG 2006/2007
Os ensaios foram conduzidos em oito municípios de três estados: Goiás, Minas
Gerais e São Paulo, detalhados nas FIGURAS 2, 3 e 4.
Santa Helena de Goiás
Edéia
Goiatuba
Tupaciguara 2
Barretos
Santa Helena de Goiás
Edéia
Goiatuba
Tupaciguara 2
Barretos
Santa Helena de GoiásSanta Helena de Goiás
EdéiaEdéia
GoiatubaGoiatuba
Tupaciguara 2Tupaciguara 2
BarretosBarretos
FIGURA 2. Região Sojícola 301, com os respectivos locais de testes.
11
12
Uberlândia
Morrinhos 1 e 2
Tupaciguara 1
Uberlândia
Morrinhos 1 e 2
Tupaciguara 1
UberlândiaUberlândia
Morrinhos 1 e 2Morrinhos 1 e 2
Tupaciguara 1Tupaciguara 1
FIGURA 3. Região Sojícola 302, com os respectivos locais de testes.
VianópolisVianópolisVianópolis
FIGURA 4. Região Sojícola 303, com o respectivo local de testes.
3.2. Caracterização dos ambientes testados na Safra Agrícola 2005/2006
Morrinhos 1 e 2/GO
Altitude: 850 metros;
Latitude: S 17
o
53’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: início de Novembro (Morrinhos 1) e final de novembro
(Morrinhos 2).
FIGURA 5. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Morrinhos, referentes ao período do ensaio de novembro de 2005 a maio de 2006
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
13
Santa Helena de Goiás/GO
Altitude: 560 metros;
Latitude: S 18
o
05';
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
FIGURA 6. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Santa Helena de Goiás, referentes ao período do ensaio de novembro de 2005 a
maio de 2006 (Fonte:
www.somarmeteorologia.com.br.).
Edéia/GO
Altitude: 521 metros;
Latitude: S 17
o
25’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
14
FIGURA 7. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Edéia, referentes ao período do ensaio de novembro de 2005 a maio de 2006
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
Vianópolis/GO
Altitude: 1000 metros;
Latitude: S 16
o
74’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
15
FIGURA 8. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Vianópolis, referentes ao período do ensaio de novembro de 2005 a maio de 2006
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
Uberlândia/MG
Altitude: 970 metros;
Latitude: S 18
o
54’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
16
FIGURA 9. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Uberlândia, referentes ao período do ensaio de novembro de 2005 a maio de 2006
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
3.3. Caracterização dos ambientes testados na Safra Agrícola 2006/2007
Barretos/SP
Altitude: 500 metros;
Latitude: S 20
o
28’ 34”;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-escuro;
Época de plantio: Novembro.
17
FIGURA 10. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Barretos referente ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
Santa Helena de Goiás/GO
Altitude: 560 metros;
Latitude: S 18
o
05';
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
18
FIGURA 11. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Santa Helena de Goiás, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a
maio de 2007 (Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
Morrinhos 1 e 2/GO
Altitude: 850 metros;
Latitude: S 17
o
53’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: início de Novembro (Morrinhos 1) e final de novembro
(Morrinhos 2).
19
FIGURA 12. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Morrinhos, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte:
www.somarmeteorologia.com.br.).
Vianópolis/GO
Altitude: 1000 metros;
Latitude: S 16
o
74’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
20
FIGURA 13. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Vianópolis, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte:
www.somarmeteorologia.com.br.).
Edéia/GO
Altitude: 521 metros;
Latitude: S 15
o
25’ 13”;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
21
FIGURA 14. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Edéia, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007 (Fonte:
www.somarmeteorologia.com.br.).
Goiatuba/GO
Altitude: 623 metros;
Latitude: S 18
o
00’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
22
FIGURA 15. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Goiatuba, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte:
www.somarmeteorologia.com.br.).
Uberlândia/MG
Altitude: 970 metros;
Latitude: S 18
o
54’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
23
FIGURA 16. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Uberlândia, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
Tupaciguara 1/MG
Altitude: 910 metros
Latitude: S 18
o
32’ 39”
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico
Época de plantio: Novembro.
24
FIGURA 17. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Tupaciguara 1, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
Tupaciguara 2/MG
Altitude: 560 metros;
Latitude: S 18
o
21’;
Tipo de Solo: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico;
Época de plantio: Novembro.
25
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
Tupaciguara2/MG
FIGURA 18. Dados de precipitação, temperatura máxima e mínima na cidade de
Tupaciguara 2, referentes ao período do ensaio de novembro de 2006 a maio de 2007
(Fonte: www.somarmeteorologia.com.br.).
26
3.4. Linhagens e cultivares avaliados
Para este ensaio, foram utilizadas dez linhagens (L1 a L10) desenvolvidas no
programa de melhoramento genético da Monsoy Ltda, mais especificamente da
estação de pesquisa de Morrinhos/GO, e dez testemunhas ou cultivares comerciais
(L11 a L20) (TABELA 2), de ciclo precoce e médio.
As linhagens testadas nos ensaios foram provenientes do método descendência
de uma única vagem (SPD), ou seja, a partir da geração F2 até a geração F6, adotou-
se o procedimento de retirada de uma vagem por planta e posteriormente a semeadura
de 3 a 5 fileiras de 5 metros cada, contendo de 12 a 15 sementes por metro linear.
TABELA 2. Linhagens e cultivares avaliados e seus respectivos grupos de
maturação.
Genótipos (L) Materiais Grupo de Maturação (GM)
1
Linhagem 1 82
2
Linhagem 2 81
3
Linhagem 3 75
4
Linhagem 4 81
5
Linhagem 5 75
6
Linhagem 6 75
7
Linhagem 7 76
8
Linhagem 8 79
9
Linhagem 9 80
10
Linhagem 10 80
11
M-SOY 8064 RR 80
12
M-SOY 8000 RR 80
13
M-SOY 8248 RR 82
14
M-SOY 8008 RR 80
15
M-SOY 8360 RR 83
16
M-SOY 7908 RR 79
17
M-SOY 8199 RR 81
18
M-SOY 8287 RR 82
19
M-SOY 8045 RR 80
20
VALIOSA RR 81
3.5. Adubação, semeadura e tratos culturais
Para o preparo da área, foi realizada uma dessecação 14 dias antes da
semeadura, utilizando Roundup WG
®
na dosagem de 1,5 kg.ha
-1
.
Previamente ao plantio, foram realizadas análises de solo completas, de todos
os locais, e a adubação foi feita de acordo com a análise e as recomendações para a
cultura, utilizando-se a formulação 2-28-20.
27
A semeadura foi realizada no sistema direto, com o auxílio de semeadora de
parcelas experimentais Semeato
®
SHP 249.
Durante a semeadura, foi realizado tratamento inseticida no sulco de plantio
com Cruizer
®
(300 g.ha
-1
) e também foi utilizado o inoculante Gelfix
®
(10 doses.ha
-
1
).
Realizaram-se aplicações do herbicida Roundup Ready
®
, na dosagem de 2,0
litros.ha
-1
, 15 a 20 dias após o plantio para o controle de plantas daninhas. Foram
efetuadas pulverizações com inseticidas e fungicidas indicados para a cultura, sempre
que necessário.
3.6. Delineamento experimental
O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com três repetições.
Cada parcela correspondeu a quatro linhas de soja com cinco metros de comprimento
e com espaçamento de 0,5 metro entre si, ou seja, a área útil de cada parcela foi de 5
m
2
.
3.7. Teste de comparação entre médias
Foram realizadas as comparações entre as médias de produtividade de cada
genótipo dentro de cada ambiente, utilizando-se o teste Scott & Knott (1974), a 5%
de probabilidade.
3.8. Colheita e avaliação da produtividade
As parcelas foram colhidas através de colheita mecanizada com o auxílio de
uma colhedora de parcelas experimentais da empresa Almaco
®
, modelo SPC-20.
Quando necessário, a secagem foi realizada até 13% de umidade em um secador a gás
na estação da Monsoy, em Morrinhos. Os grãos de cada parcela foram recolhidos em
um saco de pano e pesados, utilizando uma balança digital.
3.9. Análises estatísticas
Após a obtenção dos dados, foi realizada a análise de variância, utilizando-se o
teste de F para cada local de cultivo separadamente e posteriormente foi efetuada a
análise conjunta para os locais e os anos. Quando foram observadas diferenças
significativas para efeito de tratamento, foi também realizado, para cada ambiente, o
teste de agrupamento de médias (Scott Knott) a 5% de probabilidade.
28
Na análise de estabilidade e adaptabilidade, foram utilizadas as seguintes
metodologias: Eberhart e Russel, Lin e Binns, Annicchiarico e do Centróide.
Para determinação dos melhores genótipos, em cada uma das regiões foi
realizada uma análise de variância dos ambientes em comum nas safras agrícolas de
2005/2006 e 2006/2007, e posteriormente, quando em genótipos significativos, o teste
de agrupamento de médias de Scott Knott separadamente para as regiões sojícolas
301, 302 e 303.
3.9.1. Método de Eberhart e Russel (1966)
O método proposto por Eberhart e Russel (1966) baseia-se numa análise de
regressão linear simples em que o efeito do ambiente é a variável independente e a
produtividade média de cada genótipo em cada ambiente representa a variável
dependente. Os parâmetros coeficiente de regressão (β
i
) e a produtividade média (μ
i
)
estimam a adaptabilidade do genótipo. A variância dos desvios da regressão ( )
mede a estabilidade de cada genótipo.
2
di
σ
a
Y
Y
j
ij
j
=
ijijjiij
IY
ε
σ
β
μ
+++=
=
j
j
j
jij
i
I
IY
2
ˆ
β
, onde Y
ij
é a média do genótipo i (i=1,2,...,g) no ambiente j (j=1,2,...,n)
e
ng
Y
g
Y
I
j
ij
ij
ij
j
= é o índice ambiental;
2
//
ˆ
2
22
2
2
=
∑∑
n
IIYnYY
j
jj
j
ij
jj
ijij
di
σ
3.9.2. Método proposto por Lin e Binns (1988)
Lin e Binns (1988) definiram como medida de estabilidade o parâmetro Pi,
como sendo a medida de superioridade máxima de um genótipo. Esse parâmetro
representa o quadrado médio da distância entre a resposta de um determinado
29
genótipo em relação à resposta do genótipo que apresenta produtividade máxima,
entre todos os genótipos, num determinado ambiente. Quanto menor a distância entre
a resposta do genótipo e a produtividade máxima, ou seja, quanto menor Pi, mais
estável é o genótipo. Uma vantagem dessa metodologia é que ela tenta aliar
estabilidade com adaptabilidade.
n
MX
P
n
j
jij
i
2
)(
1
2
=
=
Em que: é igual a estimativa da estabilidade e
adaptabilidade do cultivar i; é a produtividade do i-ésimo cultivar no j-ésimo
local; é a resposta máxima observada entre todos os cultivares no local j, e n é o
número de locais. O genótipo estável é aquele que apresentar o menor .
Pi
ij
X
j
M
I
P
3.9.3. Método proposto por Annicchiarico (1992)
Neste método, a estabilidade é medida pela superioridade do genótipo em
relação à média de cada ambiente. O método baseia-se na estimação de um índice de
confiança (ou índice de recomendação) de um determinado genótipo mostrar
comportamento relativamente superior (Cruz e Carneiro, 2006). Nesta metodologia,
consideram-se simultaneamente o desempenho do genótipo e sua estabilidade, de
forma que os valores dos índices de recomendação são obtidos para aqueles de maior
percentual e menor desvio. No método proposto por Annicchiarico (1992), utiliza-se
o modelo:
iii
SZYI
)1(
α
=
em que é o índice de confiança (%);
i
I
i
Y
é a média geral da
cultivar i em porcentagem média ambiental; S
i
é o desvio padrão dos valores
percentuais da cultivar i, Z é o percentil (1-α) da função de distribuição normal
acumulada e α é o nível de significância pré-fixado.
3.9.4. Método do Centróide
Este método foi desenvolvido visando facilitar a interpretação dos dados e a
escolha do genótipo que mais se aproxima do ideal. Primeiramente, admite-se a
existência de quatro referenciais ou ideótipos e através de técnicas de agrupamento,
baseada em distâncias aos ideótipos, procura-se classificar os diferentes genótipos
30
estudados. Os ideótipos foram definidos com base nos dados experimentais,
conforme apresentado a seguir:
Ideótipo I: apresenta adaptabilidade geral máxima, tendo os máximos valores
observados em todos os ambientes.
Ideótipo II: tem máxima adaptabilidade específica a ambiente favorável,
apresentando máxima resposta em ambiente favorável e mínima a ambiente
desfavorável.
Ideótipo III: possui máxima adaptabilidade específica a ambiente
desfavorável, apresentando máxima resposta em ambiente desfavorável e mínima em
ambiente favorável.
Ideótipo IV: possui mínima adaptabilidade, apresentando mínimos valores
observados em todos os ambientes.
O seguinte índice foi utilizado para classificar os ambientes em favoráveis ou
desfavoráveis:
..
11
ΥΥ=Ι
agg
i
ijj
em que:
média do genótipo i no ambiente j;
=Υ
ij
total das observações;
=Υ
..
a = número de ambientes; e
g = número de genótipos.
A análise classificatória foi realizada calculando as distâncias euclidianas de
cada genótipo aos centróides estabelecidos, por meio de:
D
ik
=
=
Χ
a
j
ijkij
C
1
2
)(
,
em que D
ik
é a distância do genótipo i ao centróide k (k = 1,2,3 e 4). De posse dos
valores de D
ik,
realiza-se a seguinte classificação:
Adaptabilidade geral: quando D
i1
é o menor valor obtido.
Adaptabilidade específica a ambientes favoráveis: quando D
i2
é o menor valor.
Adaptabilidade específica a ambientes desfavoráveis: quando D
i3
é o menor
valor obtido.
Não adaptado: quando D
i4
é o menor valor obtido.
31
As análises estatísticas e biométricas de estabilidade e adaptabilidade foram
processadas com o auxílio do aplicativo computacional “Genes”, desenvolvido por
Cruz (1997).
32
33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. ANAVA e teste de comparação entre médias
Nas TABELAS 3 e 4 estão contidos os resultados obtidos nos ensaios de
avaliação de genótipos dos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007,
respectivamente, ou seja, a análise dos 20 genótipos de soja (10 linhagens e 10
testemunhas) nos 16 ambientes que compõem as duas safras (6 locais da primeira
safra e 10 da segunda). Verifica-se que a interação testemunhas x linhagens não foi
significativa nos ambientes 2, 5 e 6, na safra 2005/2006 (TABELA 3) e nos
ambientes 7, 9 e 11, na safra 2006/2007 (TABELA 4), indicando não haver interação
entre linhagens e testemunhas nestes ambientes. Verificou-se que, nas duas safras
(TABELAS 3 e 4), as linhagens foram estatisticamente significativas a 1% de
probabilidade, pelo teste F. Desta forma, como o interesse é verificar as diferenças
entre as linhagens e testemunhas, optou-se por realizar o teste de agrupamento de
média de Scott Knott para visualizar as diferenças entre os genótipos.
Os 20 genótipos para a safra agrícola 2005/2006 (TABELA 5) apresentaram
uma média geral de 3869,33 kg.ha
-1
. Na cidade de Edéia, a linhagem 2 apresentou
maior produtividade e mostrou-se estatisticamente superior às demais linhagens e às
testemunhas, pelo teste de agrupamento de médias de Scott Knott, a 5% de
probabilidade. Em Santa Helena de Goiás, a linhagem 4 destacou-se das demais e
apresentou-se estatisticamente superior aos demais genótipos. Em Morrinhos 1, a
linhagem 1 foi a mais produtiva, mas não diferiu estatisticamente das linhagens 2 e 4
e das testemunhas M-SOY 8199 RR, M-SOY 8287 RR e Valiosa RR. Em Morrinhos
2, a linhagem 1 também foi a mais produtiva, mas não diferiu estatisticamente da
linhagem 2 e da testemunha M-SOY 8199 RR. Já em Vianópolis, as maiores médias
foram obtidas pelas testemunhas M-SOY 8199 RR e M-SOY 7908 RR e pelas
linhagens 4, 2, 9 e 1. Em Uberlândia, a linhagem 2 apresentou maior produtividade e
mostrou-se estatisticamente superior aos demais genótipos. Nesta safra, Edéia foi o
local que apresentou a maior média dentre os seis ambiente. E em geral, a linhagem 2
apresentou a melhor média de produtividade, com 4452,68 kg.ha
-1
, destacando-se em
quase todos os locais, exceto em Santa Helena de Goiás................................................
TABELA 3
- Análise de variância para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20 genótipos de soja, em 6 ambientes, para a macro-região
sojícola 3, na safra agrícola de 2005/2006.
FV GL
Edéia S. H. de Goiás Morrinhos 1 Morrinhos 2 Vianópolis Uberlândia
Bloco 2 110326.98 21941.55 5996.37 24019.75 65121.71 53424.49
Tratamentos 19 586469.26** 606124.42** 743413.46** 357253.31** 373249.39** 347302.39**
Linhagens 9 1029885.00** 893774.19** 563144.11** 208016.60** 400687.42** 435023.27**
Testemunhas 9 193341.41** 376660.58** 890961.72** 435954.64** 384021.55** 293722.74**
Test x Lin 1 133878.16* 82451.09
ns
1037903.23** 992071.85** 29357.66
ns
40031.33
ns
Resíduo 38 31075.04 22985.41 59721.92 44193.78 28846.77 24504.23
Total 59
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
TABELA 4 - Análise de variância para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20 genótipos de soja, em 10 ambientes, para a macro-região
sojícola 3, na safra agrícola de 2006/2007.
34
FV GL Edéia S.H.G. Tupac. 2 Barretos Goiatuba Tupac. 1 Morr. 1 Morr. 2 Vianópolis Uberlândia
Bloco
2 41416.20 41604.96 1064.20 29289.97 5987.78 39730.29 29436.55 10264.11 12887.99 7728.74
Tratamentos
19 347629.08** 303682.11** 359846.97** 477247.18** 176758.85** 186973.94** 302958.19** 350983.52** 300280.71** 1024293.90**
Linhagens
9 469456.01** 245706.33** 231195.81** 793477.99** 133195.35** 133657.53** 388364.14** 273256.11** 415702.61** 1013899.71**
Testemunha
9 258110.17** 234029.32** 524994.21** 201382.40** 236155.74** 188829.07** 199105.41** 347104.45** 187255.99** 819094.37**
Test x Lin
1
56856.82
ns
1452339.30**
31382.21
ns
113952.98**
34258.26
ns
650125.32** 468979.69** 1085441.90** 278706.24** 2964637.27**
Resíduo
38 19542.76 20155.16 19763.10 14594.40 15765.94 15038.60 7703.17 15299.62 12956.48 17172.52
Total 59
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
TABELA 5 - Médias de produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de 20 genótipos de soja, em seis ambientes, na safra 2005/2006 sojícola 3.
GENÓTIPOS Edéia S. H. G. Morrinhos 1 Morrinhos 2 Vianópolis Uberlândia
Média
Geral
1 Linhagem 1
4573.53 b 4050.67 c 4982.267 A 4685.73 a 3776.13 a 3668.80 b
4289.52
2 Linhagem 2
4971.53 a 4352.00 b 4819.200 A 4466.00 a 3853.27 a 4254.07 a
4452.68
3 Linhagem 3
3652.73 d 3903.93 d 4041.667 B 3983.47 b 3706.20 b 3425.13 c
3785.52
4 Linhagem 4
4654.20 b 4893.33 a 4598.000 A 3862.87 c 3868.67 a 3797.80 b
4279.14
5 Linhagem 5
3338.67 e 3236.17 f 4240.733 B 3864.93 c 3130.60 d 3385.73 c
3532.81
6 Linhagem 6
3735.20 d 3565.80 e 4078.800 B 4084.80 b 2950.33 d 2997.47 d
3568.73
7 Linhagem 7
3301.80 e 3315.70 f 3888.333 B 4248.53 b 2986.07 d 3297.40 c
3506.31
8 Linhagem 8
4574.60 b 4424.67 b 4118.467 B 4052.47 b 3692.87 b 3221.47 d
4014.09
9 Linhagem 9
4250.33 c 3742.67 d 4083.333 B 3997.73 b 3798.73 a 3067.47 d
3823.38
10 Linhagem 10
4180.00 c 4510.67 b 3571.733 C 4155.93 b 3494.20 b 3712.87 b
3937.57
11
M-SOY 8064 RR
4438.20 b 3845.33 d 3537.067 C 3235.80 d 3732.33 b 3112.60 d
3650.22
12 M-SOY 8000 RR
3710.80 d 3290.67 f 2969.733 D 3545.33 d 3400.27 c 3473.67 c
3398.41
13 M-SOY 8248 RR
4625.07 b 4070.00 c 4112.000 B 3495.53 d 3026.63 d 2963.53 d
3715.46
14 M-SOY 8008 RR
4054.73 c 3632.20 e 3883.133 B 3916.53 c 3051.07 d 3821.67 b
3726.56
15 M-SOY 8360 RR
4162.53 c 3529.33 e 4190.067 B 3712.80 c 3133.67 d 3184.20 d
3652.10
16 M-SOY 7908 RR
4153.33 c 4458.67 b 3688.533 C 3882.80 c 3921.73 a 3189.40 d
3882.41
17 M-SOY 8199 RR
4418.80 b 4118.00 c 4697.667 A 4354.40 a 4053.33 a 3354.87 c
4166.18
18 M-SOY 8287 RR
4227.00 c 4088.00 c 4546.667 A 4139.27 b 3321.70 c 3721.33 b
4007.33
19 M-SOY 8045 RR
4064.87 c 3969.33 c 3613.200 C 4253.00 b 3607.00 b 3740.07 b
3874.58
20 VALIOSA RR
4322.00 c 4252.67 c 4554.000 A 4295.27 b 3566.93 b 3750.27 b
4123.52
Média Geral
4170.50 3962.49
4110.73
4011.66
3503.59
3456.99
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de agrupamento de médias de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
35
36
Na safra agrícola 2006/2007 (TABELA 6), a média geral de todos os genótipos
foi de 3786,05 kg.ha
-1
. Em Edéia, a linhagem 2 apresentou maior média de
produtividade, mas não diferiu estatisticamente da linhagem 4 e das testemunhas M-
SOY 8199 RR, M-SOY 8287 RR e Valiosa RR. Em Santa Helena de Goiás, a linhagem
8 apresentou maior produtividade, mas não diferiu estatisticamente das linhagens 10 e 4.
Para Tupaciguara 2, a linhagem 10 foi superior às demais linhagens, mas não diferiu
estatisticamente das testemunhas M-SOY 8064 RR, M-SOY 8045 RR e Valiosa RR.
Em Barretos, a linhagem 10 obteve maior produtividade e foi estatisticamente superior
às demais linhagens e testemunhas. Em Goiatuba, a linhagem 5 e a testemunha M-SOY
8064 RR foram estatisticamente superiores aos demais genótipos. Em Tupacigura 1, a
linhagem 10 foi estatisticamente superior aos demais genótipos. Em Morrinhos 1, as
linhagens 1 e 10 apresentaram maiores médias de produtividade, respectivamente, mas
não diferiram estatisticamente da testemunha M-SOY 8064 RR. Para Morrinhos 2, as
linhagens 3, 7 e 5 foram superiores às demais linhagens quanto à produtividade,
respectivamente, mas não foram estatisticamente diferentes da testemunha M-SOY
8045 RR. Em Vianópolis, as linhagens 2, 1 e 4 apresentaram maiores médias, mas não
apresentaram diferença estatística em relação à testemunha M-SOY 8287 RR. Em
Uberlândia, as linhagens 3 e 5 foram estatisticamente superiores aos demais genótipos.
Ressalta-se, portanto, nesta safra, a linhagem 10, que apresentou maior média de
produtividade (4105,06 kg.ha
-1
).
Quando os resultados das safras 2005/2006 e 2006/2007 são considerados,
observa-se que Edéia foi o ambiente que apresentou a maior média nas duas safras,
sendo o genótipo que mais se destacou a linhagem 2, com 4452,68 kg.ha
-1
.
TABELA 6 - Médias de produtividade de grãos de 20 genótipos de soja, em dez ambientes, na safra 2006/2007, na região sojícola 3.
Média Geral
1Linhagem 1
4422.77 b 3914.03 b 3466.57 c 4047.60 b 4249.87 b 3214.20 d 4880.80 a 4095.63 b 4452.73 a 3252.37 e
3999.66
2Linhagem 2
4760.17 a 3722.50 c 3245.27 e 3853.80 b 4053.43 c 3005.30 e 4391.20 b 3942.83 b 4453.87 a 3242.57 e
3867.09
3Linhagem 3
4054.80 c 4008.70 b 3507.17 c 3782.23 b 4319.13 b 3171.20 d 3983.57 d 4353.63 a 3750.70 c 4701.10 a
3963.22
4Linhagem 4
4591.30 a 4234.47 a 3663.33 c 3665.33 c 3852.13 c 3275.27 c 4457.60 b 4012.07 b 4279.07 a 3267.20 e
3929.78
5Linhagem 5
3639.53 e 3456.00 c 3489.13 c 3326.93 d 3208.77 e 3761.83 a 3990.77 d 4151.03 a 3876.63 c 4634.43 a
3753.51
6Linhagem 6
3647.00 e 3554.37 c 3402.67 d 3678.83 c 3892.03 c 3337.97 c 4422.83 b 4000.10 b 3535.27 d 4120.93 b
3759.20
7Linhagem 7
3841.33 d 3957.97 b 3456.40 c 3563.17 c 3199.00 e 3521.00 b 3754.97 e 4283.07 a 3338.80 d 4140.20 b
3705.59
8Linhagem 8
4444.37 b 4256.77 a 3616.50 c 3500.87 c 3402.93 d 3320.10 c 4110.10 c 3371.70 d 4002.30 b 3276.47 e
3730.21
9Linhagem 9
4372.60 b 3934.43 b 3530.03 c 3987.10 b 3186.07 e 3398.67 c 4450.00 b 3564.50 c 3828.17 c 3610.43 c
3786.20
10 Linhagem 10
4387.87 b 4278.70 a 4048.03 a 4251.27 a 4567.00 a 3500.07 b 4782.90 a 3997.07 b 3782.87 c 3454.83 d
4105.06
11 M-SOY 8064 RR
4154.53 c 3944.63 b 3239.10 e 4234.80 a 3945.17 c 3905.17 a 4706.83 a 3929.60 b 3870.37 c 3670.27 c
3960.05
12 M-SOY 8000 RR
3869.33 d 3879.23 b 3157.23 e 3106.80 d 3660.83 d 3510.90 b 3868.07 e 3879.70 b 3514.00 d 3769.17 c
3621.53
13 M-SOY 8248 RR
4187.00 c 2984.47 d 3395.27 d 3966.00 b 3598.20 d 3156.87 d 3871.00 e 3026.97 e 3523.83 d 2325.93 g
3403.55
14 M-SOY 8008 RR
4124.67 c 3542.27 c 3245.77 e 3550.50 c 3761.43 c 3244.57 c 4339.60 b 3686.23 c 3814.97 c 3255.17 e
3656.52
15 M-SOY 8360 RR
4164.73 c 3591.70 c 3475.00 c 3931.10 b 3165.23 e 3181.03 d 3965.73 d 3594.90 c 3581.37 d 3044.80 e
3569.56
16 M-SOY 7908 RR
3946.83 c 3659.00 c 3175.17 e 3990.13 b 4031.73 c 3403.67 c 4110.13 c 3591.90 c 3747.77 c 3795.13 c
3745.15
17 M-SOY 8199 RR
4613.63 a 3802.73 b 3788.13 b 3626.80 c 3875.83 c 3636.77 b 4076.53 c 3748.50 c 3735.07 c 3599.83 c
3850.38
18 M-SOY 8287 RR
4600.07 a 3374.77 c 2899.50 f 3224.77 d 3567.63 d 2956.50 e 4010.07 d 3393.20 d 4296.73 a 2575.67 f
3489.89
19 M-SOY 8045 RR
4379.03 b 3658.40 c 3605.57 c 4320.17 a 3522.80 d 3634.27 b 4177.17 c 4256.10 a 4107.40 b 3749.80 c
3941.07
20 VALIOSA RR
4737.57 a 3769.10 b 3362.50 d 4163.47 a 3929.90 c 3353.77 c 4331.40 b 3974.50 b 3745.80 c 3469.07 d
3883.71
Média Geral
4246.96 3776.21 3438.42 3788.58 3749.46 3374.46 4234.06 3842.66 3861.89 3547.77
GENÓTIPOS Edéia S. H. G. Tupaciguara 1 Tupaciguara 2 Vianópolis UberlândiaBarretos Goiatuba Morrinhos 1 Morrinhos 2
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de agrupamento de médias de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
37
4.2. Interação de genótipos com locais e anos
Os resultados das análises de variância conjunta de genótipos e locais, em cada safra
agrícola e para produção de grãos da região sojícola 3 (TABELA 7), demonstram que tanto as
linhagens, quanto as testemunhas diferiram estatisticamente, a 1% de probabilidade, pelo teste
F. Para a interação genótipos x locais, observou-se significância, a 1% (p<0,01) de
probabilidade, pelo teste F, ou seja, houve uma variação de resposta dos genótipos nos
diferentes locais de cultivo, indicando que os locais são diferenciados, mesmo dentro de cada
safra agrícola. Os resultados revelam a possível existência de cultivares adaptados a
ambientes particulares e/ou com adaptação mais ampla. O coeficiente de variação foi de 4,85
e 3,32, nas safras 2005/2006 e 2006/2007 respectivamente, indicando uma boa precisão, de
acordo com Carvalho et al.(2002), Prado et al. (2001) e Lopes et al. (2002).
Pelo fato desta interação ser significativa para genótipo x ambientes de cultivo,
verifica-se que a produtividade de grãos foi influenciada tanto pelo genótipo, quanto pelo
ambiente. Resultados semelhantes foram observados por Rocha e Vello (1999) quando
estudaram a interação genótipos x ambientes para rendimento de grãos de linhagens de soja
com diferentes ciclos de maturação. Estes autores observaram também o efeito de linhagens e
da interação entre eles. Resultados semelhantes foram obtidos por El-Husny et al. (2005), em
avaliação de genótipos de soja no estado de Pará, na safra 2004/2005.
A significância da interação GxA não explica toda a variação encontrada na produção
de grãos e também que ocorre um comportamento diferencial dos genótipos nos diferentes
ambientes testados. A presença desta interação indica a necessidade de se considerar um
maior número de ambientes na avaliação de genótipos dos ensaios regionais (Machado et al,
2003).
A avaliação das interações genótipos x anos também é de grande importância, pois,
fornece informações sobre a previsibilidade de comportamento dos genótipos frente aos
fatores ambientais no tempo (Rocha 2002). Desta forma, realizou-se a análise conjunta dos 20
genótipos, nos ambientes em comum das safras agrícolas em estudo, e observou-se, pela
análise de variância na TABELA 8, que houve efeito significativo da interação genótipo x ano
agrícola nas cidades de Edéia, Morrinhos 1, Morrinhos 2, Vianópolis, Santa Helena de Goiás
e Uberlândia. No geral, as linhagens apresentaram comportamento diferencial nos diferentes
locais, indicando a necessidade de se considerar o local específico para efeito de seleção e
recomendação.
38
A TABELA 8 mostra que, em Edéia, na análise conjunta verificou, pelo teste F, a
presença de interação não significativa de linhagens vs testemunhas x ano e também sendo o
único a não apresentar interação significativa para o ano. Pode-se observar que a cidade de
Edéia, nas duas safras agrícolas avaliadas, obteve superioridade na produção de grãos, em
relação à média geral e às testemunhas.
Para as cidades de Morrinhos 1, Morrinhos 2 e Vianópolis, pela análise conjunta nestes
locais, verifica-se, pelo teste F, a presença de interação significativa de ano com linhagens e
testemunhas, e foi não significativo para o contraste linhagens x testemunhas. Para todas estas
cidades, a média das linhagens foi superior a média geral das testemunhas. Deve-se aqui
ressaltar que estes ambientes apresentaram interação com anos a 1% de probabilidade.
Em Santa Helena de Goiás, pela análise conjunta neste local, verifica-se pelo teste F, a
presença de interação significativa de ano com linhagens, testemunhas e para o contraste
linhagens x testemunhas, sendo, para estas safras, a média das linhagens superior à média das
testemunhas e a média geral. Este ambiente apresentou interação significativa com anos a 1%
de probabilidade.
Em Uberlândia, pela análise conjunta neste local, verifica-se, pelo teste F a presença de
interação significativa de ano com linhagens, testemunhas e para o contraste linhagens x
testemunhas. Podemos observar que este ambiente apresentou interação com anos a 5% de
probabilidade, diferente do demais anteriormente que foram significativos a 1% de
probabilidade. Em Uberlândia, a média das testemunhas foi superior a média geral do ensaio e
esta superior a média das testemunhas.
De forma geral, evidenciou-se a significância de ano (safras) em todos os ambientes,
com exceção do município de Edéia, demonstrando a necessidade da avaliação do efeito de
safras para obtenção de informações sobre a previsibilidade de comportamento dos genótipos
frente aos fatores ambientais sobre este contexto (tempo). Também seria importante aumentar
o número de anos de testes.
39
40
TABELA 7 - Análise de variância conjunta para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20
genótipos de soja, nas safras agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007.
Safra 2005/2006 Safra 2006/2007
F. V. G.L. Q.M. F G.L. Q.M. F
Blocos/Amb 12 46805.14 20 21941.08
Blocos 2 18876.09 2 13207.92
Bl x Amb 10 52390.95 18 22911.43
Genótipos 19 1504364.92** 42.71 19 965947.56** 61.14
Linhagens 9 2060597.68** 58.50 9 542561.07** 34.34
Testemunhas 9 1016683.33** 28.87 9 1132523.41** 71.68
Test vs Lin 1 887404.38** 25.20 1 3277243.32** 207.43
Ambientes 5 5780452.76** 123.50 9 5137243.63** 234.14
Trat x Amb 95 301889.46** 8.57 171 318300.77** 20.15
Lin x Amb 45 293986.58** 8.35 81 395038.95** 25.00
Test x Amb 45 311595.86** 8.85 81 229281.97** 14.51
(Lin vs Test) x Amb 5 285657.79** 8.11 9 428826.30** 27.14
Resíduo 228 35221.19 380 15799.17
Total 359 599
Média geral 3869.33 3786.05
Média linhagens 3918.97 3859.95
Média testemunha 3819.68 3712.14
CV(%) 4.85 3.32
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
TABELA 8 - Análise de variância conjunta para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20 genótipos de soja, nos 6 ambientes em comum da
região sojícola 3, das safras agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007
Edéia S. H. G. Morrinhos 1 Morrinhos 2 Vianópolis Uberlândia
F. V. G.L. Q.M. G.L. Q.M. G.L. Q.M. G.L. Q.M. G.L. Q.M. G.L. Q.M.
Blocos/Amb 4 75871.59 4 31773.26 4 17716.46 4 17141.93 4 39004.85 4 30576.61
Blocos 2 14064.95 2 40928.55 2 30796.96 2 18107.22 2 63577.30 2 48907.81
Bl x Amb 2 137678.24 2 22617.96 2 4635.96 2 32353.27 2 14432.39 2 12245.42
Genótipos 19 825609.86** 19 604242.76** 19 618189.54** 19 473960.82** 19 511509.89** 19 597804.34**
Linhagens 9 1397473.30** 9 907174.81** 9 626127.78** 9 267633.29** 9 723533.49** 9 419371.94**
Testemunha 9 325190.44** 9 244733.25** 9 517703.45** 9 502232.43** 9 329155.47** 9 637455.94**
Test vs Lin 1 182613.61** 1 1113439.94** 1 1451120.13** 1 2076464.13** 1 244487.27** 1 1846831.60**
Ano 1 175383.95
ns
1 1040988.52** 1 456333.33** 1 856813.10** 1 3851330.87** 1 247221.17*
Trat x Ano 19 108488.47** 19 305563.78** 19 428182.11** 19 234276.01** 19 162020.21** 19 773791.94**
Lin x Ano 9 101867.70** 9 232305.72** 9 325380.47** 9 213639.41** 9 92856.53** 9 1029551.05**
Test x Ano 9 126261.15** 9 365956.65** 9 572363.68** 9 280826.66** 9 242122.07** 9 475361.16**
(Lin vs Test) x Ano 1 8121.37
ns
1 421350.45** 1 55762.79
ns
1 1049.62
ns
1 63576.64
ns
1 1157837.01**
Resíduo
76 25308.90 76 21570.29 48 53378.19 76 29746.70 76 20901.63 76 20838.38
Total 119 119 119 119 119 119
Média geral 4208.73 3869.35 4172.40 3927.16 3682.74 3502.38
Média linhagens 4169.72 3965.68 4282.36 4058.71 3727.87 3626.44
Média testemunha 4247.74 3773.03 4062.43 3795.62 3637.60 3378.32
CV(%) 3.78 3.80 5.54 4.39 3.93 4.12
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
41
4.3. Interação genótipos x locais x anos
As análises conjuntas da interação genótipo com locais (TABELA 7) e genótipos
com anos (safras) (TABELA 8), demonstraram a existência da interação de genótipos x
locais e genótipo x ano, respectivamente. Uma questão importante aos programas de
melhoramento é saber qual é a mais importante das interações e ainda: as linhagens e
testemunhas respondem diferentemente à esta questão?
Diante dos fatos, pela análise conjunta dos dois anos (safra) e seis locais (os
comuns nas duas safras), verificou-se, pelo teste F, que, para linhagens, todas as fontes
de variação foram significativas a 1% de probabilidade (TABELA 9). Através da
análise de Interação Temporal e Regional, observou-se que do total de 100% da
interação Genótipos X Ambientes, a interação mais importante foi a Interação Gen X
local, com 57,54% (TABELA 9). Em relação às testemunhas, a análise conjunta dos
dois anos (safra) e seis locais (os comuns nas duas safras) demonstrou que, pelo teste F
e com exceção de anos, todas as demais fontes de variação foram significativas a 1% de
probabilidade (TABELA 9). A análise de Interação Temporal e Regional demonstrou
que do total de 100% da interação Genótipos X Ambientes, a interação Gen X local foi
responsável por 39,18%, sendo mais importante que a interação Gen x ano, responsável
por 19,85%, e que a combinação das interações de segunda ordem Gen X Ano X Local
ficou com 40,97% (TABELA 9).
A grande magnitude das interações com ambientes sugere que os fatores
previsíveis de locais (tipo de solo, topografia, latitude, altitude) contribuíram mais que
os fatores imprevisíveis de anos (temperatura, umidade relativa, pluviosidade) para a
interação G x A. Resultados estes semelhantes aos encontrados por Kang (1998) e
diferentes dos encontrados por Allard & Bradshaw (1964), nos quais os fatores
imprevisíveis foram mais importantes que os previsíveis.
Quando a interação de genótipos com locais é mais forte do que com anos, o
zoneamento agronômico se mostra uma estratégia efetiva para manejar a interação G x
A. Um estudo sobre a adaptabilidade e estabilidade das linhagens representa uma
estratégia mais indicada no sentido de amenizar os efeitos da interação G x E (Rocha,
2002).
42
TABELA 9
- Análise de variância conjunta para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20
genótipos de soja, nos 12 ambientes da região sojícola 3, nas safras agrícolas de
2005/2006 e 2006/2007.
Linhagens Testemunhas
F. V. G.L. Q.M. F G.L. Q.M. F
B/A/L 24 39389.3 24 34843.25
Genótipos 9 1637442.50** 75.06 9 1227533.78** 44.85
Ano 1 1004414.56** 25.5 1 5443.67
ns
0.16
Local 5 3863839.39** 98.09 5 5673310.01** 162.82
Gen x Ano 9 666557.50** 30.55 9 673115.36** 24.59
Gen x Local 45 540774.42** 24.79 45 265787.44** 9.71
Ano x Local 5 675852.28** 17.16 5 789329.84** 22.65
Gen x Ano x Local 45 265808.68** 12.18 45 277955.20** 10.15
Resíduo 216 21815.82 216 27372.69
Média
CV(%) 3.72 4.34
Interação Temporal e Regional
FV R
2
R
2
Gen x Ambiente 100 100
Gen x Ano 14.18 19.85
Gen x Local 57.54 39.18
Gen x Ano x Local 28.28 40.97
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
4.4. Adaptabilidade e estabilidade
Diante das observações anteriores de detecção de interações significativas entre
genótipos e ambientes (locais e/ou anos), realizou-se inicialmente a análise de variância
conjunta para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) para os 20 genótipos de soja, nos 16
ambientes (constituídos de 6 e 10 locais das safras agrícolas 2005/2006 e 2006/2007,
respectivamente), na região sojícola 3 (TABELA 10).
Os resultados da análise de variância conjunta, para o caráter produção de grãos,
demonstraram o efeito significativo a 1% de probabilidade para todas as fontes de
variação, ou seja, genótipos (tratamentos), local e tratamentos x local. O coeficiente de
variação experimental foi de baixa magnitude (4,50%), evidenciando boa precisão
experimental.
O resultado de interação significativa de tratamentos x locais obtidos sugere o
comportamento diferenciado dos genótipos aos diferentes ambientes, ou seja, o
comportamento dos genótipos não foi constante ao longo dos ambientes, fato este que
43
deve ser priorizado, pois de acordo com Cruz e Carneiro (2003), o estudo da interação
genótipos x ambientes constituí numa das maiores preocupações nos programas de
melhoramento de qualquer espécie, seja na fase de seleção ou de recomendação de
cultivares. Face a estes resultados, ficou evidenciada a possibilidade de se selecionar
genótipos mais estáveis e produtivos, em que a significância da interação genótipos x
ambientes indica a conveniência de proceder à análise da adaptabilidade e estabilidade
fenotípica. É importante o conhecimento da adaptação e da estabilidade dos genótipos
frente aos locais de plantios (municípios) para identificação de genótipos de
comportamento previsível e que sejam responsivos às variações de ambientes em
questão, com maior critério científico.
Diante dos resultados, efetuou-se análise de adaptabilidade e estabilidade, pelos
métodos de Annicchiarico, Eberhart & Russell, Lin e Binns, modificado por Carneiro
(1998), e do Centróide.
TABELA 10
- Análise de variância conjunta para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20
genótipos de soja, nos 16 ambientes, na região sojícola 3, nas safras agrícolas de
2005/2006 e 2006/2007.
F. V. G.L. Q.M. F
Blocos/Amb 32 31265.10
Blocos 2 28663.32
Bl x Amb 30 31438.55
Tratamentos 19 1653444.38** 55.14
Amb 15 5113196.45** 163.54
Trat x Amb 223 442284.41** 14.75
Resíduo 468 29987.43
Total 959
Média
CV(%)
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
4.5. Metodologia de Annicchiarico (1992)
De acordo com Annicchiarico (1992), o genótipo que apresenta melhor
desempenho é aquele de maior indíce de recomendação (
i
ω
).
Na TABELA 11, os ambientes foram classificados quanto a favoráveis e
desfavoráveis, em relação ao índice ambiental.
44
45
i
Com base nos parâmetros estimados pelo método de Annicchiarico (1992)
(TABELA 12), verificou-se, na região sojícola 3, nas safras agrícolas de 2005/2006 e
2006/2007 que os genótipos de soja adaptados a ambientes desfavoráveis foram as
linhagens 1, 3, 4 e 10 e as testemunhas 11, 17, 19 e 20, por apresentarem, nestes
ambientes, os maiores valores de
ω
. Ressalta-se que as médias desses ambientes
foram, em geral, altas, em relação aos demais genótipos nestes ambientes.
Para o caso de ambientes favoráveis, os melhores genótipos foram as linhagens
1, 2, 4 e 10 e as testemunhas 17, 18 e 20.
Observando-se os valores de
i
ω
e alta produtividade, em todos ambientes (no
geral), os genótipos considerados de adaptabilidade geral foram as linhagens 1, 2, 4 e 10
e as testemunhas 17, 19 e 20. Mas, ressalva-se que, em análise geral, observando os
resultados em ambientes favoráveis e desfavoráveis e altos valores de médias, as
linhagens 1, 2, 4 e 10 são as mais recomendadas pelo método de Annicchiarico (1992).
TABELA 11 - Parâmetros de adaptabilidade e estabilidade de genótipos de soja nas
safras 2005/2006 e 2006/2007 da região sojícola 3, com base na metodologia de
Annicchiarico (1992).
Local
Produtividade Média
(kg.ha
-1
)
Índice Classe
1
4170.50 353.22 Favorável
2
3962.49 145.21 Favorável
3
4110.73 293.45 Favorável
4
4011.66 194.38 Favorável
5
3503.59 -313.69 Desfavorável
6
3456.99 -360.29 Desfavorável
7
4246.96 429.68 Favorável
8
3776.21 -41.06 Desfavorável
9
3788.58 -28.69 Desfavorável
10
3749.46 -67.82 Desfavorável
11
3374.46 -442.82 Desfavorável
12
3438.42 -378.86 Desfavorável
13
4234.06 416.79 Favorável
14
3842.66 25.39 Favorável
15
3861.89 44.61 Favorável
16
3547.77 -269.51 Desfavorável
TABELA 12 - Parâmetros de adaptabilidade e estabilidade de genótipos de soja nas safras 2005/2006 e 2006/2007 na região sojícola 3, com
base na metodologia de Annicchiarico (1992).
Análise Análise
Análise Geral
Ambientes Favoráveis Ambientes Desfavoráveis
Genótipos
Produtividade Média
(kg.ha
-1
) Wi
Produtividade Média
(kg.ha
-1
) Wi
Produtividade Média
(kg.ha
-1
) Wi
1
4108.36 105.13 4518.02 109.55 3698.70 101.26
2
4086.69 104.00 4519.60 109.78 3653.78 98.95
3
3896.59 99.47 3965.56 95.98 3827.61 103.50
4
4060.79 104.05 4418.55 106.85 3703.03 101.41
5
3670.74 93.06 3792.31 90.88 3549.18 95.32
6
3687.78 94.33 3883.73 93.80 3491.83 94.77
7
3630.86 92.45 3746.57 89.53 3515.15 95.39
8
3836.66 98.27 4137.33 99.91 3536.00 96.59
9
3800.14 97.77 4036.17 98.28 3564.12 97.33
10
4042.25 103.57 4171.13 100.51 3913.37 106.80
11
3843.86 98.21 3964.72 94.95 3723.01 101.62
12
3537.86 90.57 3580.95 86.14 3494.76 95.61
13
3520.52 88.79 3863.93 92.36 3177.11 85.32
14
3682.78 95.01 3931.51 96.05 3434.05 94.06
15
3600.51 92.68 3862.68 93.99 3338.34 91.39
16
3796.62 97.60 3947.50 95.52 3645.75 99.75
17
3968.81 102.22 4220.33 102.18 3717.29 102.14
18
3683.93 93.06 4162.63 100.44 3205.23 86.80
19
3916.14 100.97 4102.51 99.39 3729.76 102.53
20
3973.64 102.60 4276.65 104.08 3670.63 101.17
46
4.6. Metodologia de Eberhart & Russell (1966)
De acordo com a metodologia de Eberhart & Russell (1966), a cultivar ideal é a
que apresenta produtividade média superior a média geral, coeficiente de regressão
igual à unidade e tão pequeno quanto possível o desvio de regressão, ou seja, a cultivar
com resposta positiva à melhoria das condições ambientais (
1
β
= 1) e com
comportamento previsível ( = 0).
2
di
σ
Na classificação dos ambientes quanto a favoráveis e desfavoráveis foi
observado o mesmo resultado obtido pelo método de Annicchiarico (1992) (TABELA
11).
Verificando os resultados (TABELA 13), as linhagens 1, 2, 4 e 8 e as
testemunhas 13, 15, 18 e 20 apresentaram coeficientes de regressão maiores do que 1,
sendo significativos a 5% de probabilidade, pelo teste de t. As linhagens 1, 2, 4, 8 e
somente a testemunha 20 apresentaram médias superiores a média geral de
produtividade, indicando que estes genótipos são de adaptabilidade a ambientes
favoráveis. Segundo Mauro (1991), nestas condições (B1=1), o genótipo tem
desempenho diretamente proporcional à melhoria do ambiente, se relacionando com
uma média alta, indica elevada adaptabilidade a todos os ambientes, e se baixa, o
genótipo tem baixa adaptabilidade a vários ambientes.
Os genótipos 6, 9, 14 e 17 apresentaram o coeficiente de regressão não diferindo
estatisticamente de 1, pelo teste t a 5% de probabilidade (TABELA 13), mostrando que
são genótipos de adaptabilidade geral. Deve-se considerar que somente a testemunha 17
apresentou-se com o valor da média maior do que a média geral, ou seja, somente ela
deverá ser considerada genótipo de adaptabilidade geral.
Já as linhagens 3, 5, 7 e 10 e as testemunhas 11, 12, 16 e 19 apresentaram
coeficiente de regressão menor do que 1, sendo significativo a 5% de probabilidade,
pelo teste de t (TABELA 13), sendo classificados como genótipos de adaptabilidade a
ambientes desfavoráveis. Os genótipos 3 e 10 e as testemunhas 11 e 19 apresentaram
médias superiores a média geral (TABELA 13), isto indica que estes podem ser
recomendados para áreas de baixa tecnologia (Pelúzio & Sediama, 2000).
Estudando a estabilidade, os genótipos mais estáveis seriam aqueles em que
apresentariam os desvios da regressão (S
2
d) não significativos. Pela TABELA 13,
observou-se que nenhum apresentou alta estabilidade, verificando apenas a significância
de S
2
d. Mas pelo valor do coeficiente de determinação (R
2
), ou seja, se um genótipo
47
apresenta alto valor de R
2
, mesmo com S
2
d, apresentando-se significativo, considera-se
como de boa estabilidade. Assumindo um valor de R
2
como alto, pode-se observar que
os genótipos 1, 2, 4, 9, 14, 15, 18 e 20 como de boa estabilidade. Assim, somente as
linhagens 1, 2 e 4 e a testemunha 20, os quais têm boa adaptabilidade a ambientes
favoráveis, possuem estabilidade de produção.
TABELA 13 - Estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade, com base
na metodologia de Eberhart e Russel (1966), em 20 genótipos de soja, nas safras
agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007 na região sojícola 3.
Gen Média (B0) B1 t (B1=1) Probab (%) S
2
d R
2
(%)
1 4108.36 1.67 8.58 0.0 56146.28** 79.87
2 4086.69 1.67 8.60 0,0 102619.30** 69.69
3 3896.59 0.42 -7.49 0,0 129059.15** 10.48
4 4060.79 1.36 4.63 0.0013 81025.38** 65.53
5 3670.74 0.20 -10.30 0,0 185683.62** 1.87
6 3687.78 0.86 -1.81 6.7725 100646.00** 38.38
7 3630.86 0.39 -7.88 0,0 146558.47** 8.21
8 3836.66 1.25 3.17 0.1781 79758.96** 61.85
9 3800.14 1.10 1.34 17.8932 50288.22** 65.73
10 4042.25 0.85 -1.99 4.4285 115111.21** 34.70
11 3843.86 0.80 -2.57 1.0182 132812.24** 29.41
12 3537.86 0.23 -9.89 0,0 79482.54** 5.38
13 3520.52 1.52 6.76 0,0 158967.50** 56.01
14 3682.78 1.04 0.47 64.2519 30441.16** 72.01
15 3600.51 1.16 2.00 4.3584 36467.01** 73.40
16 3796.62 0.76 -3.12 0.2074 67493.36** 41.08
17 3968.81 1.02 0.30 76.2848 57539.24** 59.44
18 3683.93 1.72 9.23 0,0 126341.05** 66.73
19 3916.14 0.65 -4.47 0.0023 51859.27** 39.55
20 3973.64 1.35 4.45 0.0025 20672.42** 85.35
Média Geral 3817.28
Variância de B0 480.884
Variância de B1 0.006
Correlação entre B0 e B1 0.3488
4.7. Metodologia de Lin e Binns (1988), modificada por Carneiro (1998)
Na metodologia de Lin e Binns modificado por Carneiro (1998), o desempenho
genotípico é estimado pelo parâmetro (Pi), o qual se relaciona à distância do genótipo
avaliado ao melhor genótipo, de modo que quanto menor o seu valor, maior será a
adaptabilidade e estabilidade de comportamento do genótipo.
48
Na TABELA 14, estão apresentados os valores de médias de produtividade, Pi
geral, Pi favorável e Pi desfavorável dos genótipos de soja, na região sojícola 3 nas
safras de 2005/2006 e 2006/2007. Pode-se verificar que as linhagens 1, 2, 3, 4 e 10
foram as que apresentaram as maiores médias de produtividade e estabilidade a
ambiente geral, ou seja, menores valores de Pi geral. Já as linhagens 1, 2 e 4 e as
testemunhas 17 e 20 foram os melhores genótipos para ambiente favorável, ou seja,
apresentaram menor valor do Pi favorável. Quanto à ambiente desfavorável, as
melhores linhagens foram a 3 e a 10 e as testemunhas 11, 16 e 17, indicando serem
genótipos mais responsivos a estes tipo de ambiente.
TABELA 14 - Parâmetros de adaptabilidade e estabilidade de genótipos de soja nas
safras 2005/2006 e 2006/2007 na região sojícola 3, com base na metodologia de Lin e
Binns (1988).
Gen Média Pi geral Pi favorável Pi desfavorável
1 4108.36 1 59378276.69 2 11967040.29 3 26192280.34
10 4042.25 10 63656608.94 1 12369469.50 10 33616887.65
2 4086.69 2 64086454.11 4 16105207.91 17 45164406.59
3 3896.59 3 67748359.90 20 23526529.40 16 45723718.64
4 4060.79 4 68640906.51 17 24561198.89 11 45875317.67
17 3968.81 17 69725605.48 18 25422865.56 1 47008807.19
20 3973.64 20 73600960.84 8 25897178.60 19 47544029.06
16 3796.62 16 82282974.68 10 30039721.29 5 47648977.93
19 3916.14 19 82302721.99 19 34758692.93 20 50074431.44
11 3843.86 11 91725339.61 9 35175873.35 2 52119413.82
6 3687.78 6 96383070.05 16 36559256.04 4 52535698.60
8 3836.66 8 98207496.32 13 40492635.55 6 52719103.05
5 3670.74 5 99324700.78 14 41503842.21 12 58203433.50
9 3800.14 9 101556428.91 3 41556079.55 7 58560354.47
14 3682.78 14 111848694.65 6 43663967.00 9 66380555.56
7 3630.86 7 116301577.14 15 45574957.65 14 70344852.45
18 3683.93 18 128770030.60 11 45850021.94 8 72310317.72
12 3537.86 12 129857489.40 5 51675722.85 15 93803861.79
15 3600.51 15 139378819.45 7 57741222.67 18 103347165.04
13 3520.52 13 155381739.29 12 71654055.90 13 114889103.74
4.8. Metodologia do Centróide
A verificação das probabilidades, pela análise da TABELA 15, mostra que os
genótipos de soja da região sojícola 3 das safras de 2005/2006 e 2006/2007 com maior
probabilidade de pertencerem ao grupo dos que apresentam melhores padrões de
49
resposta em ambiente geral, classe I e com as maiores médias, foram as linhagens 1, 2, 4
e 10 e as testemunhas 17, 19 e 20, o que também foi observado no método de
Annicchiarico.
As linhagens 8 e 9 e a testemunha 18 pertencem ao grupo dos genótipos que
apresentam respostas favoráveis à melhoria do ambiente, ou seja, da classe II com
adaptabilidade específica a ambientes favoráveis e estabilidade de produção.
Para a classe III, ou seja, com adaptação e estabilidade de produção a ambientes
desfavoráveis, as linhagens 3 e 5 e a testemunha 11 e 16 foram os genótipos que
apresentaram melhores respostas.
Com pouca adaptação, classe IV foi observado nas linhagens 6 e 7 e nas
testemunhas 12, 13, 14 e 15.
Considera-se que genótipos determinados conjuntamente como de adaptabilidade
e estabilidade geral, ou a ambientes favoráveis ou a ambientes desfavoráveis, pelo maior
número de métodos, sejam mais confiáveis que apenas por um método isoladamente. De
acordo com Oliveira et al., (2003), a correlação entre as estimativas de adaptabilidade
ou estabilidade com o uso de diferentes métodos pode contribuir para melhor predição
do comportamento dos genótipos avaliados. Desta forma, considerou-se, neste estudo,
como genótipos de adaptabilidade e estabilidade geral, ambientes favoráveis e
ambientes desfavoráveis, os classificados por três métodos conjuntamente e que
apresentassem alta média geral, em cada situação.
Os genótipos com maior adaptabilidade e estabilidade em ambiente favorável
foram as linhagens 1, 2 e 4 e a testemunha 20, demonstrado pelos métodos de Eberhart e
Russel, Annicchiarico e Lin e Binns. Para ambiente desfavorável, os genótipos que
apresentaram boa adaptabilidade foram as linhagens 3 e testemunha 14, determinadas
por todos os quatro métodos, e a linhagem 10 e testemunha 11, em todos os métodos
com exceção do centróide.
Os métodos empregados, com exceção de Eberhart e Russel (1966), permitiram
identificar cultivares mais estáveis e responsivos como sendo também as mais
produtivas.
Considera-se que genótipos determinados como de adaptabilidade geral,
conjuntamente pelo maior número de métodos, sejam mais confiáveis que apenas por
um método isoladamente. De acordo com Oliveira et al. (2003), a correlação entre as
estimativas de adaptabilidade ou estabilidade com o uso de diferentes métodos pode
contribuir para melhor predição do comportamento dos genótipos avaliados. Desta
50
forma, considerou-se, neste estudo, como genótipos de adaptabilidade e estabilidade
geral os classificados por três métodos conjuntamente e que apresentassem alta média
geral. Assim, os genótipos caracterizados como de adaptabilidade e estabilidade geral
foram as linhagens 1, 2, 4 e 10, determinadas conjuntamente pelos métodos de
Annicchiarico, Centróide e de Lin e Binns, modificada por Carneiro.
TABELA 15 -
Parâmetros de adaptabilidade e estabilidade de genótipos de soja nas
safras 2005/2006 e 2006/2007 na região sojícola 3, com base na metodologia de
Centróide.
Gen. Média Classif. Prob (I)
1
Prob (II)
1
Prob (III)
1
Prob (VI)
1
1
4108.36 I 0.3446 0.2950 0.1847 0.1757
2
4086.69 I 0.3324 0.3063 0.1830 0.1783
3
3896.59 III 0.2799 0.2001 0.3098 0.2102
4
4060.79 I 0.3320 0.2879 0.1952 0.1849
5
3670.74 III 0.2273 0.2173 0.2874 0.2680
6
3687.78 IV 0.2282 0.2327 0.2660 0.2731
7
3630.86 IV 0.2147 0.2163 0.2827 0.2863
8
3836.66 II 0.2548 0.2839 0.2215 0.2398
9
3800.14 II 0.2459 0.2548 0.2453 0.2541
10
4042.25 I 0.3151 0.2204 0.2640 0.2005
11
3843.86 III 0.2497 0.2224 0.2829 0.2450
12
3537.86 IV 0.1792 0.1864 0.2985 0.3358
13
3520.52 IV 0.1822 0.2782 0.1971 0.3425
14
3682.78 IV 0.2114 0.2510 0.2380 0.2996
15
3600.51 IV 0.1953 0.2554 0.2223 0.3270
16
3796.62 III 0.2485 0.2290 0.2741 0.2485
17
3968.81 I 0.3089 0.2619 0.2246 0.2045
18
3683.93 II 0.2011 0.3536 0.1798 0.2655
19
3916.14 I 0.2770 0.2351 0.2621 0.2258
20
3973.64 I 0.3102 0.2750 0.2137 0.2011
Média Geral 3817.28
1–Probabilidade de pertencer à classe indicada; Classe I: adaptabilidade geral; Classe II: adaptabilidade
específica a ambientes favoráveis; Classe III: adaptabilidade específica a ambientes desfavoráveis; Classe
IV: pouco adaptado.
Os métodos de Annicchiarico, Linn e Binns, modificado por Carneiro, e
Centróide foram coerentes entre si e permitiram identificar, entre os genótipos
avaliados, os de maior estabilidade e adaptabilidade;
51
4.9. Análises por Regiões
Pelas análises de variância dos dados de produtividade (TABELA 16), o efeito
de genótipo foi significativo nas três regiões, ou seja, os genótipos se comportaram
diferentemente em cada uma das regiões estudadas.
Na região 301, quando se avaliou a média geral de produtividade de cada
genótipo, notou-se que as linhagens 4, 2, 8 e 10 foram estatisticamente superiores aos
demais genótipos, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade (p<0,005) (TABELA
17).
Na região 302, a linhagem 1 apresentou média de produtividade superior às
demais linhagens e testemunhas, mas esta não apresentou diferença estatística em
relação às linhagens 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10 e às testemunhas 17 e 20, pelo teste de Scott
Knott a 5% de probabilidade (p<0,005) (TABELA 17).
Para a região 303, verificou-se, pela média geral de produtividade de cada
genótipo, que as linhagens 2, 1 e 4, respectivamente, foram estatisticamente superiores
às demais linhagens e genótipos, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade
(p<0,005) (TABELA 17).
52
53
TABELA 16 - Análise de variância conjunta para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) de 20
genótipos de soja para as regiões 301, 302 e 303, na região sojícola 3 nas safras
agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007
REGIÃO 301
F. V. G.L. Q.M. F
Ano 1 180901.00
ns
1.58
Gen 19 1150185.79** 10.03
Resíduo 219 114703.61
CV(%) 8.39
REGIÃO 302
F. V. G.L. Q.M. F
Ano 1 20352.10
ns
0.09
Gen 19 951346.84** 4.18
Resíduo 339 227465.55
CV(%) 12.33
REGIÃO 303
F. V. G.L. Q.M. F
Ano 1 3851331.00
**
79.06
Gen 19 511509.89** 10.5
Resíduo 99 48716.43
CV(%) 5.99
** - Significativo a 1%; * - Significativo a 5%; ns - não significativo.
TABELA 17
- Média dos dados para rendimento de grãos (kg.ha
-1
) dos 20 genótipos de soja, para as regiões sojícolas 301, 302 e 303, nas
safras agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007.
Região 301
Região 302 Região 303
Genótipos Médias Comparações 5%
Genótipos Médias Comparações 5%
Genótipos Médias Comparações 5%
4 4593.33 a
1 4260.93 a
2 4153.57 a
2 4451.55 a
2 4185.98 a
1 4114.43 a
8 4425.10 a
3 4081.43 a
4 4073.87 a
10 4339.31 a
20 4062.42 a
17 3894.20 b
20 4270.33 b
5 4044.61 a
19 3857.20 b
1 4240.25 b
4 3999.26 a
8 3847.58 b
17 4238.29 b
17 3971.97 a
16 3834.75 b
11 4095.68 b
19 3964.89 a
9 3813.45 b
9 4075.01 b
6 3950.82 a
18 3809.22 b
18
4072.46 b
10 3945.89 a
11 3801.35 b
16 4054.46 b
7 3935.42 a
3 3728.45 b
19 4017.91 b
14 3817.06 b
20 3656.37 b
13 3966.63 c
9 3795.58 b
10 3638.53 b
3 3905.04 c
18 3731.03 b
5 3503.62 c
15 3862.08 c
16 3709.65 b
12 3457.13 c
14 3838.47 c
11 3698.69 b
14 3433.02 c
12 3687.51 d
8 3691.78 b
15 3357.52 c
6 3625.59 d
15 3615.42 b
13 3275.23 c
7 3604.20 d
12 3584.28 b
6 3242.80 c
5 3417.59 d
13 3299.16 c
7 3162.43 c
Média Geral 4039.04
Média Geral 3867.31
Média Geral 3682.74
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de agrupamento de médias de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
54
5. CONCLUSÕES
- As linhagens 1, 2, 4 e 10 são de adaptabilidade e estabilidade geral. As linhagens 1, 2,
4 e a testemunha 20 são classificadas como de adaptabilidade e estabilidade a ambientes
favoráveis e as linhagens 3 e 10 e as testemunhas 11 e 14 a ambientes desfavoráveis;
- As linhagens 2 e 4 são estatisticamente superiores as demais, simultaneamente nas
regiões 301, 302 e 303, e a linhagem 10, simultaneamente nas regiões 301 e 302;
- Nas safras agrícolas testadas e nas condições estudadas, os ambientes favoráveis pelos
métodos analisados foram: 1, 2, 3, 4, 7, 13, 14 e 15, e os desfavoráveis foram: 5, 6, 8, 9,
10, 11, 12 e o 16.
55
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