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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM
ÂNGELA CRISTINA BUENO VIEIRA
ADESÃO DO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2
AO TRATAMENTO
GOIÂNIA - GO
2006
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ii
ANGELA CRISTINA BUENO VIEIRA
ADESÃO DO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 AO
TRATAMENTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação da Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Goiás, para a obtenção
do título de Mestre em Enfermagem.
Área de Concentração: Cuidado em
enfermagem
Linha de Pesquisa: Educação em Saúde
Orientadora: Profª Dra. Ana Luiza Lima Sousa
GOIÂNIA - GO
2006
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iii
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL
DESTE TRABLHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
V 657
VIEIRA, Ângela Cristina Bueno
Adesão do paciente portador de diabetes Mellitus tipo 2
ao tratamento – Goiânia, 2006
84 fls.
Dissertação – (mestre em enfermagem) – Universidade
Federal de Goiás , 2006.
1. Saúde 2.Diabetes Mellitus – tratamento l. Título
CDD 616.462
iv
FOLHA DE APROVAÇÃO
Ângela Cristina Bueno Vieira
Adesão do paciente portdor de diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação da Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Goiás, para a obtenção
do título de Mestre em Enfermagem.
Á
rea de Concentração: Cuidado em
enfermagem
Linha de Pesquisa: Educação em Saúde
Orientadora: Profª Dra. Ana Luiza Lima Sousa
Aprovada em 30 de junho de 2006
Banca Examinadora
Profª. Drª Ana Luiza Lima Sousa
Instituição: Universidade Federal de Goiás Assinatura:______________
Profª Ângela Maria Geraldo Pierin
Instituição: Universidade de São Paulo: Assinatura:________________
Profª Adélia Yaeko Kyosen NAkatami
Universidade Federal de Goiás: Assinatura: _______________________
v
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meu amigo e esposo Marcelo, que me apoiou desde o
primeiro momento desta etapa da minha vida. Através deste trabalho compreendi
melhor suas atitudes como portador de DMII e acredito poder a partir de agora,
ajudá-lo nas condutas de adesão ao tratamento.
Ao meu filho João Marcelo que chegou como um raio de luz, no meio desta
trajetória, com seu sorriso e graça dos primeiros meses de vida me dando forças
para atingir o objetivo tão esperado deste trabalho.
À minha mãe Rosita, pelo exemplo de vida, fé, amor, estímulo e
principalmente apoio em todos os momentos de minha vida.
E a todos meus familiares e amigos que conhecem e viveram comigo esta
parte da minha história.
vi
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar agradeço a DEUS que me proporcionou esta oportunidade
de estar nesta seara terrestre da vida, buscando um aperfeiçoamento pessoal e
profissional para contribuir com o caminhar de nossos irmãos/clientes.
Agradeço a toda minha família, em especial ao Marcelo, meu esposo; a
Rosita, minha mãe; meu irmão Joaquim; minha irmã Anna Paula e meu afilhado
Marco Túlio, que em todos os momentos onde necessitei de apoio, estavam prontos
a me ajudar: no cuidar de nossa jóia mais preciosa “João Marcelo/meu filho” ou na
parte técnica/operacional deste trabalho.
À professora Doutora Ana Luiza Lima Sousa pela parceria, amizade,
confiança, compreensão, solidariedade e orientação no desenvolvimento deste
trabalho.
Á toda a equipe de professores e funcionários do Programa de pós-graduação
da Faculdade de Enfermagem/UFG, principalmente à professora Doutora Denize
Bouttelet Munari, que nos apoiou em todas as etapas da realização deste mestrado.
A todas as colegas de turma que compartilharam comigo momentos de
alegrias e ansiedades. Dentre elas, agradeço em especial a minha amiga,
companheira de todas as horas, enfermeira May Socorro Martinez Afonso que foi
meu ponto de apoio em vários momentos desta etapa.
A todos que de alguma forma, participaram para tornar possível a realização
desta pesquisa.
vii
RESUMO
VIEIRA, A.C.B.; Adesão do paciente portador de Diabetes Mellitus tipo 2 ao
tratamento, 2006, 84 fls. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2006
As Doenças crônico-degenerativas são exemplos da necessidade da educação em
saúde, para melhorar a adesão ao tratamento. O objetivo dessa pesquisa foi verificar
a adesão do paciente portador de Diabetes Mellitus tipo 2 em tratamento
ambulatorial. A população de estudo foi constituída de pacientes maiores de 30 anos
com Diabetes Mellitus tipo 2 que iniciaram tratamento no ambulatório, entre 01 de
janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2002, com amostra aleatória de 20%(134
pacientes). As variáveis estudadas foram: sexo, idade, comparecimento ao serviço,
adesão ao tratamento, abandono ao serviço, renda mensal, tempo de tratamento,
ocupação, escolaridade, estado civil, residência, glicemia de jejum, número de
consultas, colesterol, triglicérides, hemoglobina glicada, glicemia capilar, glicemia
pós prandial e ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA. Os dados foram analisados com o
uso de proporções, freqüência absoluta e aplicação do teste qui-quadrado para
comparação entre os grupos.. A taxa de abandono ao serviço foi de 65%. Dos
pacientes que tiveram adesão ao serviço, 70% eram do sexo feminino, com faixa
etária entre 61 a 70 anos(36,4%), 39% das mulheres eram “do lar” e 72,7%
compareceram entre 8 e 12 consultas, A maior parte manteve a glicemia de jejum,na
última consulta ( 45,5% mulheres e 85,7% homens), sob controle; o Índice de Massa
Corpórea manteve acima de 25kg/m2 nas mulheres(54,5%). No grupo de
abandono ao serviço,, 54,8% dos homens que abandonaram o serviço exerciam
atividades no mercado de trabalho. A maioria compareceu no máximo a 4 consultas.
Homens apresentaram menor adesão ao serviço (p<0,05) Houve diferença
significativa entre os valores de glicemia de jejum do início para a úlltima consulta
nos pacientes que aderiram ao serviço. Conclui-se que o fato do paciente aderir ao
serviço não significa que o mesmo aderiu ao tratamento. O paciente necessita ser
motivado para melhor adesão ao tratamento. É necessário conhecer o grupo de
pacientes e trabalhar os modelos de crenças em saúde associados à educação em
saúde.
UNITERMOS: adesão ao serviço, DMII, adesão ao tratamento.
viii
ABSTRACT
VIEIRA, A. C. B. The patient's of Diabetes adherence Mellitus type 2 to the
treatment. Dissertation (Master's degree). University of Nursing of the Federal
University of Goiás, Goiânia, 2006
Chronic-degenerative diseases are examples of the need of the education in health,
to improve the adhesion to the treatment. The objective of that research was to verify
the patient's of Diabetes adherence Mellitus type 2 in ambulatory treatment . The
population of the study was constituted of patient larger of 30 years with DMII that
began treatment in the clinic, among January 01, 2000 on December 31, 2002, with a
random sample of 20% (134 patients). The studied variables were: sex, age,
adhesion to the service, adhesion to the treatment, abandonment to the service,
monthly income, time of treatment, occupation, scholarship, marital status, residence,
fast glicemy, number of consultation, cholesterol, triglycerides, hemoglobin glicada,
capillary glicemy, glicemy powders prandial and Mass Index of Corporal. The data
were analyzed with the use of proportions, absolute frequency and application of the
test qui-square for comparison among the adherent groups and no supporters to the
service. The tax of abandonment to the service was of 65%. Of the adherent patients
to the service, 70% were female, with age group among 61 to 70 years (36,4%), 39%
of the women they were "housewife" and 72,7% attended between 8 and 12
consultations, most maintained the fast glicemy, in the it finishes consultation ( 45,5%
women and 85,7% men), under control; Mass Index of Corporal maintained above
25kg/m2 in the women (54,5%). In relation to the group of he/she abandoned the
service, it happened one small difference among the feminine (51,7%) and masculine
(48,3%) sexes, with age group among 61 and 70 years, 54,8% of the men that
abandoned the service they possessed activity in the market. Most attended at the
most 4 consultations. Men presented smaller adhesion to the service (p < 0,05); the
tax of glicemy in the it finishes consultation, in the two groups, it was. 110 mg / dl,
without significant difference, happening the same in relation to the time of diagnosis
(5 to 10 years). There was significant difference among the values of glicemy of fast
of the beginning for it finishes her/it consultation in the patients that adhered to the
service. There was not significant difference among the values of fast glicemy in the
first and it finishes consultation of the group that abandoned the service. And in spite
of the adherence to the treatment, in certain situations they still exist measured no
ix
pharmacological that are difficult of be adopted by the patients. The patient needs to
be motivated for better adhesion to the treatment. It is necessary to know the
patients' group and to work the models of faiths in health associated to the education
in health.
UNITERMOS: adhesion to the service, DMII, adherence to the treatment.
x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 01
Estimativas mundiais e projeções de números de
indivíduos com Diabetes, em milhões para o período
1994,2000 e 2010...............................................................
15
Quadro 02
Diagnóstico de Diabetes segundo a OMS......................... 18
Quadro 03
Tratamento do Diabetes Mellitus segundo Sociedade
Brasileira de Diabetes .......................................................
21
Quadro 04
Metas da Sociedade Brasileira de Diabetes para serem
alcançados por pacientes diabéticos.................................
22
Figura 01
Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes II do
serviço de endocrinologia do HC/UFG, segundo a adesão
ao serviço. Goiânia-GO, 2005............................................
35
Figura 02
Distribuição do sexo entre os pacientes que aderiram ao
Serviço de Endocrinologia do HC/UFG no período de
2000 a 2005. Goiânia-GO, 2005........................................
38
Figura 03
Distribuição do local de residência dos pacientes
portadores de Diabetes Mellitus II M tipo 2 que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
2000 a 2005. Goiânia-GO, 2005.........................................
40
Figura 04
Distribuição do número de indivíduos segundo a taxa
glicêmica na primeira e última consulta. Goiânia - GO,
2005. ..................................................................................
46
Figura 05
Distribuição da porcentagem de indivíduos segundo a
taxa glicêmica capilar na última consulta. Goiânia – GO,
2005..................................................................................
47
Figura 06 Distribuição da porcentagem de indivíduos segundo os
resultados da hemoglobina glicada durante a última
consulta. Goiânia – GO, 2005.............................................
49
Figura 07 Distribuição da porcentagem de indivíduos que
abandonaram o serviço segundo o sexo. Goiânia – GO,
2005.....................................................................................
52
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II
que aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a faixa etária e sexo.
Goiânia – GO, 2005..................................................
38
Tabela 02 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o estado civil e sexo.
Goiânia-GO 2005.............................................................................
40
Tabela 03 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a escolaridade e sexo.
Goiânia - GO, 2005..........................................................................
41
Tabela 04 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a ocupação e sexo.
Goiânia - GO, 2005.........................................................................
.
42
Tabela 05 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a renda mensal e sexo.
Goiânia - GO, 2005.........................................................................
42
Tabela 06 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o tempo de diagnóstico e
sexo. Goiânia- GO, 2005..............................................................
43
Tabela 07 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo ano de inicio de
tratamento no HC e sexo. Goiânia - GO, 2005.............................
43
Tabela 08 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeirod de 2000 a julho de2005, de acordo com o número de
consultas durante o tratamento e o sexo. Goiânia - GO, 2005.......
44
Tabela 09 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor da primeira
glicemia no início do tratamento no HC e sexo. Goiânia - GO, 2005.
45
Tabela 10 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor da glicemia
capilar na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005...................
46
xii
Tabela 11
Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, de acordo com a glicemia de jejum
na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005...............................
47
Tabela 12 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor da glicemia pós
prandial na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005.................
48
Tabela 13 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, de acordo com a hemoglobina
glicada na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005..................
48
Tabela 14 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2
que aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor do colesterol
na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005..............................
50
Tabela 15 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor dos triglicérides
na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005...............................
50
Tabela 16 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de
janeiro de 2000 a julho de 2005, de acordo com o Índice de Massa
Corpórea na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005................
51
Tabela 17 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a faixa etária e sexo.
Goiânia - GO, 2005..........................................................................
53
Tabela 18
Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o estado civil e sexo.
Goiânia - GO, 2005............................................................................
53
Tabela 19 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a escolaridade e sexo.
Goiânia - GO, 2005.............................................................................
54
Tabela 20 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a ocupação e sexo.
Goiânia - GO, 2005............................................................................
54
xiii
Tabela 21 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo a renda mensal e
sexo. Goiânia - GO, 2005...................................................................
55
Tabela 22 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 aJulho de 2005, segundo o tempo de
diagnóstico e sexo. Goiânia - GO, 2005.............................................
56
Tabela 23 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo ano de inicio de
tratamento no HC e sexo. Goiânia - GO, 2005...................................
57
Tabela 24 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor da primeira
glicemia no início do tratamento no HC e sexo. Goiânia - GO, 2005..
57
Tabela 25 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a Julho de 2005, de acordo com o número de
consultas durante o tratamento e o sexo. Goiânia - GO, 2005..........
58
Tabela 26 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor da glicemia
capilar na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005....................
59
Tabela 27 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, de acordo com a glicemia de
jejum na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005....................
59
Tabela 28 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor da glicemia pós
prandial na última consulta e o sexo. Goiânia - GO 2005..................
61
Tabela 29 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, de acordo com a hemoglobina
glicada na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005...................
61
Tabela 30 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2
que abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no
período de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor do
colesterol na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005.............
62
Tabela 31 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a julho de 2005, segundo o valor do triglicérides
63
xiv
na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005................................
Tabela 32 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período
de Janeiro de 2000 a Julho de 2005, de acordo com o Índice de
Massa Corpórea na última consulta e o sexo. Goiânia - GO, 2005....
63
Tabela 33 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II nos
grupos que aderiram e não aderiram ao serviço de endocrinologia
do HC/UFG de acordo com o sexo, faixa etária e ocupação. Goiânia
- GO, 2005...........................................................................................
65
Tabela 34 Distribuição dos pacientes Diabetes Mellitus II nos grupos que
aderiram e não aderiram ao serviço de acordo com o número de
consultas durante o tratamento, tempo de diagnóstico e glicemia de
jejum da última consulta. Goiânia - GO, 2005.....................................
67
Tabela 35 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II nos
grupos que aderiram e não aderiram ao serviço de endocrinologia
do HC/UFG, de acordo com o Índice de Massa Corpórea. Goiânia -
GO, 2005.............................................................................................
69
Tabela 36 Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II nos
grupos que aderiram e não aderiram ao serviço de endocrinologia
do HC/UFG de acordo com local de residência. Goiânia – GO,
2005. ..................................................................................................
70
xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DM - Diabetes Mellitus
DM I - Diabetes Mellitus tipo 1
DM II - Diabetes Mellitus tipo 2
HC - Hospital das Clínicas
Índice de Massa
Corpórea-
Índice de Massa Corpórea
MCS - Modelo de Crença em Saúde
OMS - Organização Mundial da Saúde
SAME - Serviço de Arquivo Médico
SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes
xvi
LISTA DE SÍMBOLOS
Cm - Centímetro
Gr - Grama
kg - Quilograma
Kg/m2 - Quilograma por metro quadrado
Mg/dl - miligrama por decilitro
MmHg - milímetro de mercúrio
> - maior que
< - Menor que
% - percentual (por cento)
xvii
SUMÁRIO
Resumo .................................................................................................
Abstract .................................................................................................
Lista de ilustrações .................................................................................
Lista de tabelas ......................................................................................
Lista de abreviaturas e siglas .................................................................
Lista de símbolos ...................................................................................
1. INTRODUÇAO – Definindo o problema ............................................... 01
1.1 População doente e sua adesão ao tratamento ............................... 01
1.2 Pontuando a não adesão do paciente ao tratamento instituído ........ 07
1.3 Estimulando a adesão ...................................................................... 08
1.4. Objetivos .......................................................................................... 11
- Objetivo Geral ...................................................................................... 11
- Objetivos específicos ............................................................................ 11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................. 12
2.1. O Diabetes Mellitus .......................................................................... 12
2.2. A distribuição da doença no mundo ................................................. 13
2.3. Como a doença acontece ................................................................ 16
2.4. Diagnosticando o Diabetes Mellitos ................................................. 17
2.5 Tratando o Diabetes Mellitus ............................................................ 20
3. PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................ 28
3.1 Caracterização da população do estudo .......................................... 28
3.2 Caracterização do local de estudo.................................................... 28
3.3 Amostragem ..................................................................................... 29
xviii
3.4 Variáveis e categorias do estudo ...................................................... 29
3.5 Critérios de Inclusão e exclusão ....................................................... 31
3.6 Coleta de dados................................................................................ 31
Aspectos éticos e legais ............................................................................... 32
Análise dos dados ....................................................................................... 32
4. RESULTADOS E ANÁLISE ................................................................... 33
4.1 O abandono ao serviço ..................................................................... 33
4.2 Adesão ao serviço ............................................................................ 35
4.3 Adesão ao tratamento ...................................................................... 42
4.4 O perfil daqueles que abandonaram o serviço................................. 49
4.5 Realizando comparação entre os grupos ........................................ 61
5. CONCLUSÕES ...................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 71
ANEXOS ................................................................................................ 81
1
INTRODUÇÃO
1 – DEFININDO O PROBLEMA
As doenças crônico-degenerativas são responsáveis por interferências na
vida de seus portadores, tanto pelas mudanças provocadas pelas patologias, como
pelas necessidades de tratamento e mudanças que são impostas ao indivíduo.
Estas mudanças estão sempre associadas a alterações em hábitos e
comportamentos adquiridos ao longo da existência. Sabe-se que esta é a parte da
terapêutica mais complexa, pois envolve motivações diferentes e exige do
profissional de saúde, bem como do próprio paciente, o reconhecimento da
necessidade e a vontade (crença) de aplicar a mudança.
Pacientes portadores de doenças crônicas possuem uma necessidade de
acompanhamento no processo de adesão ao tratamento e do autocuidado, pois, a
manutenção da qualidade de vida do cliente dependerá dos medicamentos e,
principalmente, de mudanças em seus hábitos de vida e de comportamentos
adquiridos.
Pierin, Strelec e Junior (2004) definem a adesão como um processo
comportamental complexo, fortemente influenciado pelo meio ambiente, pelos
profissionais de saúde e pelos cuidados de assistência médica. Referem ainda que o
desafio da adesão ao tratamento é tarefa que exige o envolvimento e participação
do paciente, e profissional de saúde.
A adesão pode também ser denominada de aderência ou observância e está
relacionada com o comportamento do paciente em relação às orientações recebidas.
Este termo define três aspectos do comportamento em relação às consultas:
comparecimento às consultas, tomada correta de medicações e seguimento das
orientações em saúde sobre sua alimentação, atividade física, e outras alterações de
hábitos de vida que possam agravar seu quadro clínico (GIORGI, 1989).
Widman; Ladner e Lottemberg (2002) referem que o tratamento adequado
está centrado na adesão ao tratamento e este inclui não só medicamento, mas
mudança do estilo de vida. Esta mudança requer atuação de uma equipe
multidisciplinar, pois são também múltiplos os objetivos a serem alcançados.
2
A aderência é um modelo alternativo no qual é centrada a decisão no
paciente, sendo este a parte ativa, determinante e definitiva do tratamento. O termo
aderência é um meio para se alcançar um fim, uma abordagem para manutenção ou
melhora da saúde, buscando com isto diminuição dos sinais e sintomas de uma
doença (MILLER, e outros. 1997 apud JARDIM, 1998; PILLOTO e ABGNANI, 2004).
Adesão é expressa pela palavra compliance, na língua inglesa e pela palavra
aderência na língua portuguesa, significando unir, grudar, juntar (FUCHS, CASTRO
e FUCHS, 2004).
Compliance é o acompanhamento da medicação administrada de acordo com
a conduta prescrita. Observou-se que a adesão aumenta à medida que reduzem os
números de doses diárias. Pacientes com uma dose diária de medicação obtiveram
79% de adesão; já naqueles com três doses diárias a adesão permaneceu em 38%.
Ressalta-se ainda a preocupação para o surgimento das complicações nos
pacientes que não aderiram ao tratamento (PAES; BAKNER e SOE-AGNIE, 1997).
A cooperação do paciente no tratamento depende do acerto de prognóstico,
de orientações firmes do profissional de saúde e principalmente da atenção que
recebe. A confiança do paciente na equipe multiprofissional e no tratamento será
adquirida no decorrer das consultas (PAULO & ZANINI 1997)
Na relação médico-paciente a interação entre os seres humanos está na
atenção plena e integral, sendo uma história clínica cuidadosamente tomada e o
acompanhamento do paciente e familiares na primeira consulta, no aperto de mão e
troca de olhares proporcionam uma obtenção de resultados positivos na adesão
(DANTAS, 2003).
1.1 - População doente e sua adesão ao tratamento
A doença crônica em um indivíduo transforma totalmente seu comportamento
e hábito de vida, influenciando seus costumes alimentares, suas atividades físicas
além de modificar sua auto-imagem, seu relacionamento familiar, social e no local de
trabalho (NOBRE; PIERIN; MION 2001).
O diagnóstico de uma doença crônica degenerativa leva o paciente e a família
a momentos de reflexão, pois sabem, a partir das informações dos profissionais de
saúde, que deverão modificar seus hábitos de vida.
3
Em se tratando de DM II, compreendemos ser mais difícil esta modificação
principalmente em relação aos hábitos alimentares, visto que seu surgimento é
geralmente após 30 anos, período este onde o paciente já experimentou todos os
tipos de alimentos e pode possuir preferências por doces, massas, refrigerantes ,
gorduras entre outros alimentos, que devem ser usados restritamente ou evitados
nesta nova fase de vida.
A família possui um importante papel no processo de aceitação dos novos
hábitos. Às vezes a família necessita praticar atividade física juntamente com o
paciente para incentivá-lo neste hábito.
Através de uma interação entre profissional, paciente portador de DM II e
familiares com incentivos à prática da atividade física consegue-se uma adesão
maior do paciente. O paciente diabético que possui apoio adequado de familiares e
amigos adere melhor às condutas de autocuidado (PACE; NUNES; OCHOA-VIGO
2003; FECHIO e MALERBI 2004; DANTAS, 2003).
Atividades de interação entre os pacientes com DM I, buscando a reflexão
para a necessidade de adesão ao tratamento, refletiram em resultados positivos,
onde os pacientes, juntamente com os pais, reduziram as ansiedades, medos,
melhorando a qualidade de vida. (MAIA e ARAÚJO 2002)
A forma como a população percebe a doença pode ser determinante do seu
comportamento de cuidado com a saúde, definindo como deverá ser feita sua
assistência, e sua concepção em relação às medidas de minimização dos sintomas
(SOUSA, 1999).
Os fatores psicossociais também interferem na adesão ao tratamento no
contexto das doenças crônicas tais como a auto estima, automotivação, mudanças
no estilo de vida (PIERIN, STRELEC E JUNIOR, 2004).
A adesão aos novos hábitos de vida necessários para a melhoria da
qualidade de vida dos indivíduos com doenças crônico-degenerativas depende, na
maioria das vezes da percepção e motivação do paciente em relação ao seu novo
comportamento.
Santos e outros (2005) referem que a adesão do paciente ao seu tratamento
só será possível se ele participar efetivamente dele, através das informações e
treinamentos juntamente aos profissionais de saúde.
A saúde como um direito do indivíduo é resultante de vários fatores dentro da
sociedade tais como: ambiente, capacidade de mobilização, decisão individual,
4
familiares, e comunitária em relação a adoção de estilo de vida e utilização de
práticas que visem à diminuição dos riscos com o objetivo de preservar e proteger a
saúde (LESCURA e MAMEDE, 1990).
O comportamento humano possui um papel importante no entendimento e
planejamento compreensivo dos programas de saúde, para incentivar o
comportamento preventivo de qualquer doença. A motivação é uma conduta
necessária para a ação, como também vai determinar a forma de percepção do meio
ambiente. Por outro lado a mudança de comportamento pode existir mesmo na
ausência deste agente motivador, caso esteja presente a ação do trabalhador em
saúde (LESCURA e MAMEDE,1990).
O Modelo de Crenças em Saúde (MCS) desenvolvido na década de 50
sugere que o comportamento de saúde do paciente é determinado por sua
percepção da susceptibilidade à doença, sua severidade, e a necessidade de
escolher uma ação específica que lhe traga benefícios. O comportamento em saúde
é qualquer atividade empreendida por uma pessoa que acredita ser saudável, com o
objetivo de prevenir doenças ou detectá-las em estágios assintomáticos. Sendo
estes comportamentos realizados com a finalidade de manterem ou recuperarem a
saúde (ROSENSTOCK 1974a; GIORGI, 1989; MELO, 2005; MOURA, 2004,
BREVIDELLI, CIANCIARULLO, 2001).
Melo (2005) relata que o comportamento em saúde implica em escolhas, das
quais aspectos dificultadores ou impeditivos podem gerar uma modalidade da ação,
como a compreensão de que determinada ação seja inconveniente, e desconfortável
trazendo assim, custos de diversas ordens. Considera ainda que as pessoas tendem
a se comportar de modo a obter recompensa ou evitar punições.
O Modelo de Crenças em Saúde se baseia no fato que toda conduta é
motivada. A partir desta afirmativa, tenta-se entender e controlar o comportamento
humano de maneira que possa identificar suas motivações sobre uma realidade.
Esta motivação/ação varia de indivíduo para indivíduo. Além das crenças em saúde,
as características de personalidade e o status social são importantes fatores que tem
implicações nas tomadas de ação preventiva (LESCURA e MAMEDE, 1990;
OLIVEIRA, 2004; MELO, 2005).
Neste modelo existem duas variáveis: a motivação em saúde (saúde em si ou
a ameaça), e as que são as crenças de cada indivíduo e que uma pessoa somente
será motivada a tomar decisões preventivas, em ações de saúde, quando acreditar
5
realmente na sua suscetibilidade em contrair um dano, como também nas
conseqüências sérias que poderão advir de tal ocorrência, e que a ação tomada
reduzirá a ameaça (LESCURA e MAMEDE, 1990).
A busca do entendimento da percepção que o individuo traz sobre a doença e
as formas como isso pode motivar suas ações e comportamento são necessárias
para se ter sucesso no tratamento da doença (SOUSA, 1999).
Para Dantas (2003) a compreensão dos pacientes sobre a doença é
verificada através das expressões de suas emoções e pensamentos sobre as
orientações médicas. Relata que somente após o esclarecimento destas
informações é que o paciente conseguirá uma motivação para aderir ao tratamento.
Lescura e Mamede, (1990) referem ainda que algumas motivações surgem,
não através de condutas próprias, ou de familiares, mas sim de profissionais de
saúde que estimulam a mudança de comportamento para melhoria da qualidade de
vida, estimulando o auto cuidado.
São considerados alguns tipos de adesão, sendo necessário compreender
seus significados para melhor atuação junto ao paciente:
Adesão ao serviço: é quando o paciente freqüenta o serviço, nas datas marcadas,
é assíduo às consultas.
Adesão ao tratamento instituído: o paciente acata e executa todas as orientações
dadas pelos profissionais de saúde, incluindo medidas farmacológicas ou não.
Para Jardim (1998), o desafio da adesão ao tratamento é uma tarefa que
exige a participação e comprometimento de todos: dos pacientes, que devem ser os
maiores interessados em sua própria saúde e participar ativamente de seu
tratamento; dos profissionais de saúde que estão diretamente ligados aos pacientes
e são os responsáveis diretos pela instituição das medidas terapêuticas; dos
serviços de saúde que devem estar bem estruturados permitindo um atendimento
adequado.
A adesão ao tratamento relaciona-se a uma série de fatores, com influência
do meio ambiente, profissionais de saúde e de cuidados de assistência médica. Os
fatores determinantes para a adesão são: paciente, aspecto psicossocial, doença,
hábitos de vida e aspectos culturais, tratamento, instituição, relacionamento com a
equipe de saúde e condições concomitantes. Devem ser levados em conta os
aspectos biossociais: idade, sexo, estado civil, religião, hábito de vida, crenças em
6
saúde, ao se referir a adesão a tratamento (FUCHS; CASTRO, FUCHS 2004;
PIERIN; GUSMÂO, CARVALHO 2004).
A tomada de decisão segundo o modelo de crenças em saúde é composta de
quatro dimensões: (ROSENSTOCK 1974b),
Susceptibilidade percebida: refere à percepção subjetiva do risco pessoal de
contrair a doença;
Severidade percebida: a gravidade ou severidade da doença, pode ser
avaliada pelo grau de perturbação emocional criado ao pensar na doença ou
nas conseqüências;
Benefícios percebidos: é a crença em que uma ação específica poderá
reduzir a ameaça à vida apresentando uma conseqüência positiva;
Barreira percebida: apesar da ação para a redução da ameaça a vida, é
avaliado os aspectos negativos que poderiam impedir ou estimular esta ação,
tais como custos, aborrecimentos e esforços.
A adesão do paciente ao tratamento está intimamente ligada a sua satisfação.
E satisfação significa: agrado, alegria e prazer (SANTOS 2002).
As pesquisas sobre fatores determinantes das taxas de adesão são
importantes para a definição de estratégias que visem a sua melhoria.
Existem diversos modelos para o entendimento da conduta de saúde dos
pacientes (GIORGI 1989):
Modelo Estrutural: a adesão está relacionada às características do paciente,
da doença e do seu meio social e cultural. Este modelo identifica os grupos de
indivíduos com maior tendência ao abandono ou à não observância ao
tratamento medicamentoso, devido trabalhar as características do paciente,
doença e meio sócio cultural.
Modelo de Barreiras Situacionais: a adesão está relacionada a ausência de
sintomas, tempo dispensado para consulta, duração e regime terapêutico,
relação médico-paciente.
Modelos Educacionais: a teoria do estudo de adesão considera relevante o
conhecimento, pelo paciente, de sua doença e da terapêutica usada para a
determinação do seu comportamento de saúde.
Segundo Vasconcelos e outros (2000), e de acordo com o modelo
educacional, os profissionais de saúde devem estimular a participação mais ativa do
7
paciente no seu tratamento diário. Torna-se necessário o desenvolvimento de
atividades de ensino ou práticas educativas de saúde dirigidas ao paciente e família
que conscientize da importância da mudança de comportamentos e atitudes a fim de
conquistar auto-estima, vontade de aprender, controlar a doença, proporcionando
uma convivência mais feliz no seio familiar e no contexto social.
Para Pace e outros (2002), um fator que dificulta a adesão ao tratamento da
Diabetes Mellitus tipo 2 é a dificuldade de acesso às informações e menores
oportunidades de aprendizado para o auto cuidado.
A educação para os pacientes portadores de DM constituem um ponto
fundamental no tratamento. Por meio da educação para o autocuidado é possível
que o paciente consiga alcançar um melhor estado de saúde e bem estar. Já foram
observadas alterações glicêmicas e nos hábitos de vida após um programa de
educação para o autocuidado com pacientes diabéticas grávidas (GUERRA e outros,
2005)
1.2 - Pontuando a não adesão do paciente ao tratamento instituído
Na nossa vivência de profissionais de saúde preocupados com a motivação
do paciente para a adesão ao tratamento utilizamos com maior freqüência a
educação não formal ou extra escolar para aplicar as técnicas de educação em
saúde. Apesar destas atividades para estimular a adesão ao tratamento, muitos são
os pacientes que não aderem a esta nova forma de vida.
Os profissionais de saúde e as associações de portadores de diabetes
dispõem e utilizam de uma variedade de recursos técnicos como estratégia para
desenvolver a educação em saúde, ressaltando a necessidade de associar estes
recursos com o fato de estimular o indivíduo a estabelecer relações de reciprocidade
(REGO 2004).
De acordo com Pierin, Strelec e Jr. (2004) a não adesão é um impedimento
ao alcance dos objetivos terapêuticos e pode constituir-se de uma fonte de
frustração para os profissionais de saúde.
A não adesão do cliente ao tratamento tem constituído um grande desafio
para os profissionais de saúde, além de ter sido também responsável pelo
absenteísmo no trabalho, licenças para tratamento de saúde e aposentadoria por
invalidez (SANTOS, 2005; FECHIO; MALERBI, 2004).
8
Segundo Pinho e PENNA (2002) a não adesão está relacionada à maneira
que o profissional de saúde aborda as proibições para com o paciente. Relata que
algumas vezes o sujeito diabético passivamente aceita as orientações prescritas
pelos profissionais de saúde e impostas pela doença; mas não as obedece dando-se
o direito de viver com mais prazer, sem limitações.
Esta situação nos mostra que a abordagem entre profissional e
paciente está inadequada (muito prescritiva).
O profissional de saúde deveria assumir a função de educador em saúde e
acompanhar o conhecimento e comportamento do indivíduo em relação a doença
com a finalidade de reduzir a não adesão (SANTOS, 2005)
Outras formas de não adesão ao tratamento, para Jardim (1998) são aquelas
que, em última análise, fazem com que o paciente não cumpra as determinações
médicas. Incluem o não comparecimento regular às consultas agendadas; o uso
inadequado de medicamento; a falta de adoção de hábitos de vida saudável.
O abandono ao tratamento é considerado o extremo da não adesão a uma
terapêutica (JARDIM, 1998).
A “menor aderência” ao tratamento de pacientes portadores de doenças
crônico-degenerativas se dá devido ao fato das doenças, em seu início, serem na
maioria das vezes assintomáticas. Acredita que a não adesão está basicamente
relacionada ao fato do paciente não se sentir doente, não vendo a necessidade de
uso de medicação ou mudança de comportamento. (SALA e outros. 1993).
Os possíveis fatores que interferem na adesão ao tratamento estão
relacionados à falta de motivação, não entendimento do tratamento, problemas de
comunicação, falta de percepção acerca da seriedade da doença, falta de apoio
familiar e suporte social, dentre outros.
A estrutura organizacional de assistência à saúde, as políticas institucionais e
administrativas, as atividades de educação permanente e o número reduzido de
profissionais, são fatores que também podem estar relacionados à baixa adesão
(MELO, 2005).
9
1.3 - Estimulando a adesão
Como profissionais de saúde devemos compreender que a não adesão pode
estar relacionada à não freqüentar os serviços (consultas), considerando assim
abandono ao serviço ou, estar relacionada à não aderir às orientações levando o
paciente ao abandono do tratamento. Cabe aos profissionais de saúde
compreender, diferenciar e atuar nestas situações.
Durante nossa vivência e atuação na Clínica Médica do Hospital das
Clínicas/UFG por doze anos, observamos que a maioria dos pacientes sob
tratamento de doenças crônicas degenerativas nesta instituição, apesar de toda a
orientação sobre sua patologia, sempre retorna à unidade com complicações de sua
doença, causada principalmente pelo não cumprimento das orientações realizadas
pela equipe multidisciplinar.
Destes pacientes, o portador de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM II) na maioria
das vezes, retorna com taxas glicêmicas acima dos valores normais instituídos pela
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), devido ao não cumprimento das
orientações realizadas pelos profissionais da saúde sobre seus novos hábitos de
vida.
Os profissionais de saúde contam com uma eficiente ferramenta para auxiliar
os indivíduos nesta situação. A educação em saúde que compõe um conjunto de
atividades que tem por função mudar comportamentos, crenças e atitudes
prejudiciais à saúde (RAMOS; MELO; SOARES, 1989).
Rego (2004) descreve que a educação para a saúde se apresenta como
opção para intervenção, proporcionando ao enfermeiro oportunidade para
compartilhar com os pacientes conhecimentos que os levem a sentir uma
responsabilidade no auto cuidado.
Observamos que dentro da complexidade das patologias, uma das formas de
tratamento ou mesmo redução e prevenção das complicações são as condutas dos
próprios pacientes em relação ao autocuidado tais como: dietas, lazer, repouso,
utilização de medicamentos e alterações dos hábitos de vida.
As doenças crônico-degenerativas são exemplos claros da necessidade da
educação em saúde para a adesão ao tratamento e o autocuidado, pois, a
manutenção da qualidade de vida do cliente dependerá das medicações e,
10
principalmente, de mudanças em seu hábito de vida e de comportamentos
adquiridos.
A equipe multidisciplinar geralmente é formada por enfermeiros, médicos,
nutricionistas, psicólogos, assistente social, fisioterapeutas dentre outros
profissionais. Esta equipe possui um papel importante na adesão do paciente ao
tratamento, visto que cada profissional participante da equipe utiliza seus
conhecimentos específicos na ação educativa, abordando de formas diferentes o
mesmo assunto, mas utilizando uma linguagem única e acessível. Dessa forma tem
a possibilidade de envolver o paciente de uma forma mais completa, levando a
resultados mais rápidos e definitivos, facilitando assim a adesão (JARDIM,1998).
Nossa preocupação está voltada para a mudança de hábito de vida e a
adesão ao tratamento dos pacientes DM II.
Talvez a dificuldade de adesão ao tratamento esteja relacionada aos estágios
da doença, onde na primeira etapa ainda não ocorrem manifestações de sinais e
sintomas mais complexos. E pode também estar voltada para as dificuldades de
atuação dos programas de prevenção de diabetes devido a não adesão do paciente
ao tratamento, fechando assim um ciclo de difícil ruptura.
Para aderir ao tratamento é necessário que o portador da doença tenha
capacidade de modificar o seu estilo de vida passado, por adesão ao serviço de
saúde e, posteriormente, ao tratamento.
Diante da repercussão da doença sobre a qualidade de vida dos pacientes
questiona-se qual a adesão do paciente diabético ao serviço de saúde? Será que
todo paciente aderente ao serviço também apresenta adesão ao tratamento? A
adesão de pacientes portadores de DM II ao tratamento é um desafio para os
profissionais de saúde .
Esperamos que ao responder às inquietações aqui levantadas por nós,
estaremos proporcionando ao profissional de saúde, subsídios para uma reflexão
sobre sua atuação como educadores e estimulá-lo a buscar novas metodologias a
serem utilizadas na educação em saúde para uma melhor adesão do paciente ao
tratamento das doenças crônica degenerativa.
Acreditamos que ao refletir e modificar as ações de educação em saúde os
profissionais favorecerão aos pacientes e seus familiares uma melhor oportunidade
de compreensão sobre a doença, estimulando e motivando-os para o aumento da
adesão ao tratamento.
11
1.4 - Objetivos
Objetivo Geral
Avaliar a adesão dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM II)
ao tratamento no ambulatório do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Goiás.
Objetivos Específicos
Caracterizar os pacientes segundo critérios de adesão ao
serviço;
Identificar nos pacientes que aderiram ao serviço a adesão ao
tratamento;
Identificar a taxa de abandono ao tratamento DM II ;
Descrever os grupos (aderentes e não aderentes) de acordo
com as variáveis sócio demográficas e variáveis específicas;
Comparar os grupos (aderentes e não aderente) conforme as
variáveis sócio demográficas.
12
2 - FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
2.1 - O Diabetes Mellitus
Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da
falta de insulina e/ou incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus
efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos
carboidratos, lipídios e proteínas (Sociedade Brasileira de Diabetes,2003).
É uma doença com critérios diagnósticos bem definidos, porém de manejo
complexo, devido a abordagem terapêutica medicamentosa associada a mudança
de hábitos de vida dos pacientes (ASSUNÇÃO; SANTOS E COSTA 2002).
A classificação atual do Diabetes, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Diabetes SBD (2003) baseia-se na etiologia da doença, eliminando assim os termos
“diabetes Mellitus insulino dependente-IDDM” e “não insulino dependente-NIDDM”
que era definição relacionando com a dependência da insulina.
A classificação do Diabetes Mellitus é indicada da seguinte forma:
Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM I): Destruição das células beta
pancreáticas, geralmente ocasionando deficiência absoluta de insulina,
de natureza auto-imune ou idiopática.
Diabetes Mellitus Tipo 2: (DM II) Varia de uma predominância de
resistência insulínica com relativa deficiência de insulina a um defeito
predominantemente secretório, com ou sem resistência insulínica.
Diabetes Gestacional: Ocorre durante a gestação devido as alterações
hormonais, levando a uma diminuição da tolerância à glicose.
O DM II possui uma maior freqüência entre a população devido
principalmente a seus fatores de risco, a forte predisposição genética e familiar e a
associação com o estilo de vida e os fatores ambientais. O estresse e a obesidade
são considerados fatores importantes nos índices desta doença e o aumento da
produção hepática de glicose é um terceiro fator agravante (OLIVEIRA, 2004).
A maioria dos pacientes é obesa, causando uma resistência a insulina ou
aumentando as gorduras na região abdominal. Este aumento de gordura intra-
abdominal ou visceral é causa conhecida de insulina resistência, agregando com o
passar dos tempos fatores de riscos para doença cardiovascular (OLIVEIRA, 2004).
13
A hiperglicemia geralmente se desenvolve de forma gradua l, não sendo
suficiente no início da doença para promover o aparecimento dos sintomas. Assim,
o paciente permanece assintomático por vários anos até o desenvolvimento das
complicações.
Miyar (2003) cita o estudo United Kingdom Prospective Diabetes Study
(UKPDS), que analisou a interferência do controle rigoroso da hiperglicemia e da
hipertensão arterial na redução das complicações do DM e a mortalidade Observou-
se neste estudo que, após o aparecimento do DM, há uma piora progressiva e
inexorável do controle glicêmico, independente do emprego de agentes anti-
hiperglicêmico; necessitando uma adesão do paciente ao tratamento referente,
principalmente, a mudança no estilo de vida durante todo o acompanhamento do
paciente. Verificou-se que com um bom controle metabólico e uma redução dos
níveis de pressão arterial pode reduzir os riscos de complicações microvilares.
O DCCT e o UKPDS demonstraram que um intenso controle de glicemia dos
pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 reduz significativamente o risco de retinopatia,
nmefropatia e neuropatia . (CLARK JR, 2001)
2.2 - A distribuição da doença no mundo
O Diabetes Mellitus (DM) é um problema de saúde pública prevalente,
oneroso do ponto de vista social e econômico, com potencial reconhecido para
prevenção No Brasil está previsto aumento na prevalência de 170% no período de
1995 a 2025. Mesmo em países desenvolvidos, com os avanços científicos e o
acesso fácil ao cuidado de saúde, a prevalência do DM também está aumentando
(MATHIAS; JORGE, 2004; GEORG e outros. 2005; ARAUJO e outros. 1999).
O DM representa um importante indicador socioeconômico e consitui a quarta
causa de morte na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
(BRASIL, 2002). O DM nos Estados Unidos da América é a primeira causa de
amaurose (perda da visão) em pessoas com mais de 24 anos além de ser
responsável por cerca de 30 % dos pacientes que se encontram em diálise
peritonial, hemodiálise e em programas de transplantes. (SMELTZER; BARE 2002).
14
“Diabetes Mellitus é um importante problema de saúde
pública uma vez que é freqüente, está associado a
complicações que comprometem a produtividade,
qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos, além de
envolver altos custos no seu tratamento e das suas
complicações” (SBD, 2003).
No México o DM tem ocupando o terceiro lugar como principal causa de
mortalidade, e no grupo entre 55 e 64 anos é considerado a principal causa de morte
(MIYAR, 2003). O DM tem seu inicio silencioso, quase sempre assintomático,
proporcionando o aparecimento de complicações a longo prazo.
“Os diabéticos representam cerca de 26% dos pacientes
que ingressam em programas de diálise, são as principais
causas de amputação de membros inferiores e cegueira
adquirida, além de representarem cerca de 30% dos
pacientes que internam em unidade coronariana e ser a
sexta causa mais freqüente de internação
hospitalar“(SBD,2003).
O DM é problema de saúde pública em todos os países independente de seu
grau de desenvolvimento (FRANCO, 2004). Esta prevalência, especialmente o DM II
está aumentando de forma exponencial, adquirindo características epidêmicas em
vários países.
Esta prevalência é de difícil identificação em grandes populações, em razão
da metodologia de investigação que teria que ser adotada. Já o DM tipo I pode ser
melhor identificado pela manifestação dos sintomas logo no início da doença.
15
Quadro 01 - Estimativas mundiais e projeções de número de Indivíduos com
Diabetes, em milhões, para o período 1994, 2000 e 2010.
Tipo// ano 1994 2000 2010
D.M. tipo 1
11 18 23
D.M.tipo 2 99 157 216
Total 110 175 239
Fonte: MacCart, Zimmet,1994
Para o ano de 2025 as projeções indicam que o número de indivíduos com
diabetes chegará próximo de 300 milhões, em 75% dos países em desenvolvimento.
Com aumento em todas as faixas etárias, principalmente entre 45 e 65 anos que
triplicará. Nos países desenvolvidos, o aumento será dos indivíduos com faixa etária
avançada devido ao aumento da expectativa de vida e crescimento populacional. É
estimado um aumento em 165% no número de diabéticos nos Estados Unidos,
passando de 4,0% de prevalência para 7,2%. (BOYLE, 2001, FRANCO, 2004).
Um maior número de internações, em razão de suas complicações,
acarretando mais cuidados médicos e maior ônus social é o grande desafio que esta
doença apresenta principalmente em paises em desenvolvimento (FRANCO, 2004).
O estudo multicêntrico sobre a Prevalência do Diabetes no Brasil, realizado
entre os anos de 1987 e 1989 em nove capitais, com uma população de 30 a 69
anos foi um marco no estudo e dimensionamento do DM no país. Este estudo
identificou que o DM é um problema de saúde publica em nosso país, demonstrando
uma prevalência de 7,6% nesta população e um alto grau de desconhecimento da
doença, onde 46,5% dos diagnosticados desconheciam o fato de ser portador de
diabetes (MALERBI,1992).
Este estudo ainda refere uma semelhança da presença da doença entre a
população branca (7,8%) com a população não branca (7,3%), além de identificar a
prevalência de 0,1% em grupos abaixo de 30 anos e 11,6% nos grupos acima de 70
anos. Resultados estes também discutidos por outros autores: C SBD, 2003; BOYLE
e outros. 2001; FRANCO, 2004, BRASIL, 2002.
Franco (2004) ressalta que os valores de prevalência encontrados são
comparáveis a países desenvolvidos. Identificou que 10,3% dos pacientes possuíam
obesidade, 12,5% apresentavam história familiar de DM, 7,5% eram da cor branca,
16
e 7,4% possuíam valores semelhantes para a presença de DM em mulheres e
homens.
Torquato e outros (2003), num estudo de prevalência de diabetes na cidade
de Ribeirão Preto, identificaram que homens e mulheres possuíram freqüências
semelhantes de diabetes (12% homens e 12,1% mulheres), observando também
que indivíduos obesos e com história familiar de diabetes apresentam maior
prevalência de diabetes.
O DM e a Hipertensão Arterial são consideradas os principais fatores de risco
populacional para as doenças cardiovascular, principalmente o infarto agudo do
miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência renal, motivo pelo qual
representam agravos de saúde pública (BRASIL, 2002).
No Brasil a prevalência da H.A. é estimada em cerca de 20% da população
adulta e forte relação com casos de AVE e 60% dos casos de doenças isquêmicas
do coração. Para o DM um fator importante no diagnóstico e a busca de
antecedentes familiares com IAM e AVE (BRASIL 2002).
Franco (2004), refere que o DM está associado a uma maior taxa de
hospitalização, maior incidência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares,
além de cegueira, insuficiência renal e amputação não traumática de membros
inferiores.
O DM é considerado a sexta causa de hospitalização, principalmente devido a
suas complicações graves (hipertensão arterial, acidente vascular cerebral,
infecções). A maioria dos óbitos são pelas complicações ou pela idade avançada,
não mencionando o DM na declaração de óbito, dificultando assim uma identificação
real dessa prevalência (FRANCO, 2004; MATHIAS & JORGE, 2004).
2.3 – Como a doença acontece
O DM é considerado um grupo de desordens metabólicas que apresenta uma
característica em comum, a hiperglicemia. A hiperglicemia no diabético é causada
pelo defeito na secreção de insulina, na sua ação ou nas duas situações, podendo
levar a danos secundários em vários órgãos, especialmente nos rins, olhos, nervos e
vasos sanguíneos (MAITRA e ABBAS, 2005).
17
A insulina possui como principal função metabólica o aumento do transporte
de glicose para determinadas células no corpo. Após uma refeição rica em
carboidratos, a glicose é absorvida para o sangue causando rápida secreção de
insulina, que causa rápida captação, armazenamento e utilização da glicose por
quase todos os tecidos do corpo, principalmente pelos músculos, tecido adiposo e
fígado. É histórico associar a insulina com o açúcar no sangue, devido ao efeito
deste hormônio sobre o mecanismo dos carboidratos. (GUYTON e HALL, 2002).
O controle da concentração da glicose é importante, pois este nutriente é o
único que normalmente pode ser utilizado pelo cérebro, pela retina, pelo epitélio
germinativo das gônadas para suprir, como energia necessária, para funcionar. É
também importante o controle da glicose no sangue para evitar lesões em vários
tecidos, sobretudo nos vasos sanguíneos levando a problemas como diabetes
Mellitus, cardiopatias, insuficiência renal, ou mesmo acidente vascular cerebral
(GUYTON E HALL 2002).
Os principais tipos de DM, possuem mecanismos patogênicos diferentes, mas
a hiperglicemia e as complicações a longo prazo nos rins, olhos, nervos e vasos
sanguíneos e as principais causas de morbidade e mortalidade são as mesmas.
No DM tipo 1 ocorre uma falta acentuada de insulina causada pela destruição
imunológica das células β, esta destruição é desencadeada por vários mecanismos
imunológicos que atuam em conjunto. Os fatores que predispõem a auto-imunidade
(suscetibilidade genética e fatores ambientais) também são relevantes no
surgimento desta patologia (MAITRA E ABBAS 2005)
2.4 - Diagnosticando o Diabetes Mellitus
O DM é uma doença com critérios diagnósticos bem definidos e realizado
através de exames laboratoriais, história familiar, presença de sinais e sintomas,
obesidade e doenças associadas.
O Consenso da SDB (2003) recomenda rastreamento em grupos seletivos
para diagnóstico precoce com as seguintes características:
18
Sinais e sintomas: poliúria, nictúria, polidipsia, polifagia, emagrecimento
rápido, fraqueza, diminuição da acuidade visual, sinais e sintomas de
complicações.
Indivíduos com 45 anos de idade ou mais
Indivíduos com história de diabetes gestacional prévia, obesidade, história
familiar, sedentarismo, doenças coronarianas, hipertensão arterial:
Quadro 02 - Diagnóstico de Diabetes segundo a OMS
Categoria Jejum * 2 horas após 75g
glicose
Casual **
Glicemia de Jejum >110 e <126 <140 (se realizada)
Tolerância a
Glicose diminuída
<126 140 e <200
Diabetes Mellitus 126 >200 200 com
sintomas
clássicos***
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2003.
* O jejum é definido como a falta de ingestão calórica de no mínimo 8 horas.
** Glicemia plasmática casual é definida como aquela realizada a qualquer
hora do dia, sem observar o intervalo da última refeição.
*** Os sintomas clássicos de DM incluem poliúria, polidipsia e perda
inexplicável de peso.
O diagnóstico sempre deve ser confirmado utilizando um dos critérios
acima, a menos que a hiperglicemia e outros sintomas sejam óbvios. Pela sua
praticidade, a medida da glicose plasmática em jejum é o procedimento básico
empregado para fazer o diagnóstico de DM, sendo necessário realizar a confirmação
do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com
descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM (SBD,2003).
Manifestações Clínicas:
As manifestações clínicas variam entre os pacientes, alguns podem
permanecer assintomáticos durante meses e anos, sendo diagnosticados em
19
exames de rotina ou quando surgem as complicações: neuropatias periféricas,
oftalmopatia, gangrena, impotência sexual ou evento cardio/cerebrovascular.
As principais manifestações clínicas ocorrem relacionadas a algumas
alterações orgânicas (OLIVEIRA, 2004):
a) Relacionadas ao déficit de insulina:
Poliúria: aumento da diurese com perda de glicose, água livre e eletrólito
devido a hiperglicemia. È uma das manifestações mais precoce do diabetes.
Polidipsia: causada pelo estímulo ao centro da sede provocado pela
desidratação hipertônica, que é conseqüência da poliúria.
Polifagia: causada provavelmente por distúrbio regulador do centro
hipotalâmico de fome e saciedade, que são sensíveis à ação da insulina.
Emagrecimento: a perda de peso a despeito da polifagia reflete o grave
estado catabólico.
Fraqueza: é uma queixa muito comum dos pacientes que apresentam a
incapacidade de realizar suas tarefas habituais devido ao cansaço fácil.
Parestesia: ocorre uma sensação de dormência, formigamento e prurido nas
extremidades.
Distúrbios visuais: turvação visual e diminuição da acuidade visual
Distúrbios do aparelho genitourinário; prurido vulvar e sintomas de vaginite
são as queixas das mulheres diabéticas.
b) Associadas à resistência insulínica:
Obesidade central: a gordura corporal é centrada na parte superior do corpo.
Acantose Nigricans: lesão aveludada com hiperceratose e hiperpigmentação
da epiderme encontradas geralmente na região cervical, dobras axilares e
inguinais.
Disfunção ovariana: oligomenorréia e amenorréia.
c) Decorrentes das complicações agudas do diabetes Mellitus:
Cetoacidose diabética: paciente apresenta poliúria, polidipsia, perda de peso,
vômito, dor abdominal, desidratação, alteração do nível de consciência (do
torpor ao coma), dentre outros sintomas.
20
Estado não cetótico-hiperosmolar: início insidioso, poliúria, perda de peso,
polidipsia. Alguns pacientes podem apresentar crise convulsiva, febre e
sintomas gastrointestinais.
d) Decorrentes das complicações crônicas do diabetes Mellitus são:
Manifestações oculares: redução da acuidade visual devido a cataratas,
glaucoma ou retinopatia com descolamento de retina.
Neuropatias diabéticas: ocorre com maior freqüência a polineuropatia
simétrica distal, atingindo os membros superiores e inferiores. Também pode
ocorrer disfunção erétil, sudorese intensa nos pés e perda da percepção
dolorosa.
Nefropatia diabética: infecção urinária, cólica renal, hematúria, entre outros.
Macroangiopatia diabética atinge a circulação coronariana levando a infarto,
angina e a circulação cerebral levando ao acidente vascular cerebral.
Doença periodontal diabética: uma das complicações mais freqüentes,
gengivas dilatadas e vermelhas com sangramento fácil.
e) Manifestações muco- cutâneas do diabetes Mellitus:
Candidíase: são infecções que atingem a mucosa oral e mucosa vaginal
Dermatofitose: lesões eritematosas, ulceradas, pruriginosas cobertas com
crostas macerada, freqüentes no pé do diabético.
Hemocromatose: pigmentação da pele acastanhada com presença de pele
mais lisa e brilhante.
Vitiligo: presença de máculas ao redor da boca, narinas, axilas, cotovelo que
podem aumentar progressivamente.
Bulose diabética; formação de bolhas indolores, não hemorrágicas nos pés.
2.5 – Tratando o Diabetes Mellitus
A abordagem preventiva na população deve promover intervenções
abrangendo as múltiplas anormalidades metabólicas relacionadas ao DM
(hipertensão arterial, obesidade, dislipidemia, hiperglicemia dentre outros).
21
Lembramos ainda que, nesta abordagem, deve-se também dar ênfase na
alimentação e à prática de atividade física, como pontos importantes na prevenção e
tratamento do DM (OLIVEIRA, 2004).
O tratamento do DM II envolve várias etapas, sendo necessário a atuação do
profissional de saúde, família e paciente para que ocorra uma adesão ao tratamento
em todas as etapas: redução dos níveis glicêmicos, implantação das medidas
medicamentosas ou não. No tratamento do DM é necessário associar um tratamento
concomitante de fatores de riscos. Para redução de mortalidade o paciente deve ser
estimulado continuamente a adotar hábitos saudáveis de vida (BRASIL, 2004).
A família e os amigos influenciam positivamente no tratamento do DM,
através do estímulo a atividade física, dieta adequada, levando os portadores de DM
a aderir melhor às condutas de auto cuidado (PACE; NUNES;OCHOA-VIGO, 2003).
O controle glicêmico do paciente diabético depende de inúmeros fatores,
alguns relacionados ao paciente, outros ao serviço de saúde e ainda outros
relacionados à realidade social em que o cuidado se desenvolve (ARAÚJO, 1999).
Quadro 03 - Tratamento do Diabetes Mellitus segundo Sociedade Brasileira de
Diabetes.
Tratamento do Diabetes Mellitus
Medidas não medicamentosas
Plano Alimentar
Plano de atividade física
Plano de educação
Monitorização e critérios de bom controle
Medidas Medicamentosas
Medicamentos orais
Combinação terapêutica
Insulina
Fonte: Oliveira, 2004
Uma das atividades mais importantes no tratamento do diabetes é a formação
de clubes de auto ajuda, onde a equipe multidisciplinar tem um papel importante na
detecção, captação e orientação dos pacientes diabéticos (MIYAR 2003).
22
A primeira etapa a ser vencida no tratamento é manter um nível glicêmico
dentro da normalidade, sem alterar drasticamente os padrões usuais de atividade
dos pacientes (OLIVEIRA, 2004).
A Sociedade Brasileira de Diabetes definiu que o paciente portador de DM
deve ser continuamente estimulado a adotar hábitos de vida saudáveis: manutenção
de peso adequado, educação alimentar, prática regular de exercício, suspensão do
fumo e baixo consumo de bebida alcoólica. A mudança no estilo de vida é difícil de
ser obtida, mas pode ocorrer se houver uma estimulação constante ao longo do
acompanhamento, não apenas na primeira consulta, mas sim em todo seu
tratamento.
Quadro 04- Metas da Sociedade Brasileira de Diabetes para serem alcançadas por
pacientes diabéticos.
Bioquímica Valor de normalidade
Glicose plasmática (mg/dl)
Jejum
2 horas pós proandial
110
140
Glico –Hemoglobina (%) Limite superior do método
Colesterol (mg/dl)
Total
HDL
LDL
<200
>45
<100
Triglicérides (mg/dl) <150
Índice de Massa Corpórea (Kg/m2) 20 – 25
Pressão arterial mm/Hg
Sistólica
Diastólica
<135
<80
Fonte: Oliveira, 2004
As metas do tratamento do DM devem ser apresentadas de maneira realista,
individualizada e baseadas em evidências científicas. O controle glicêmico está
diretamente relacionado ao risco de desenvolver complicações crônicas do diabetes.
ZAJDENVERG (2004),
Indivíduos submetidos a diferentes terapias: dieta, medicações orais e
insulina e posteriormente avaliados quanto aos índices glicêmicos e os riscos de
23
complicações, demonstraram redução das complicações microvasculares em 25%, e
as complicações do infarto agudo do miocárdio em 18%
Para Rego (2004), as ações educativas de enfermagem direcionadas aos
pacientes, à sua família ou comunidade, representam uma relevante contribuição
para os portadores de DM II nos cuidados específicos para manter uma segurança
física, emocional e social.
A monitorização do controle de glicose no organismo (sangue, urina) é de
fundamental importância no tratamento do DM, principalmente associadas a ações
educativas. Quando o paciente realiza esta monitorização da glicose, geralmente se
propõe a realizar as condutas para a redução desses valores.
Para atingir o bom controle glicêmico é necessário que os pacientes realizem
avaliações periódicas. O auto monitoramento do controle glicêmico é uma parte
fundamental do tratamento. A medida da glicose no sangue capilar é o teste de
referência. No entanto, algumas vezes, razões de ordem psicológica, econômica ou
social dificultam ou impedem a realização desta técnica. Também pode ser através
da medida de glicosúria, especialmente no período pós prandial, podendo
representar um método alternativo do monitoramento domiciliar (SBD 2003; BRASIL,
2002).
A monitorizarão pode ser realizada com diferentes métodos: (ZAJDENVERG
2004):
Método de auto monitorização
:
a)Glicemia Capilar: feito a partir de uma gota de sangue da polpa digital. É
indicado para todo o pacientes em tratamento com insulina e nas gestações
complicadas. A freqüência do exame varia de uma a quatro vezes ao dia de acordo
com a utilização de insulina. Este exame para o paciente com DM tipo 2 pode ser um
grande auxílio quando ocorre a descompensação e/ou ajuste de esquema
terapêutico e análise da glicemia pós-prandial.
b)Glicosúria: Colhe-se uma amostra de urina e faz-se análise com agentes
redutores. Este método tem sido pouco utilizado devido a maior utilização da
glicemia capilar.
c)Cetonúria: Colhe-se uma amostra da urina para verificação de corpos cetônicos
urinário para identificar o risco de cetoacidoses diabética.
24
Métodos Laboratoriais de Avaliação do controle do DM a médio e longo prazo.
a) Glicemia de Jejum: É realizada após um jejum de, pelo menos, 8 horas. Deve
ser feito periodicamente para observar pontualmente a glicemia. Os valores de
normalidade devem estar abaixo de 110mg/dl.
b) Hemoglobina Glicada (HBA 1c): A dosagem de hemoglobina glicada no sangue
reflete o controle glicêmico do indivíduo diabético durante o período de 6 a 8
semanas anteriores a realização do exame. Quando a glicemia está elevada, as
moléculas de glicose se fixam à hemoglobina nos eritrócitos por aproximadamente
120 dias. Este valor deve manter abaixo de 7%, significando que as orientações do
tratamento foram cumpridas e os riscos de complicações estão diminuídos no DM
Deve ser realizada a cada três meses, fornecendo um parâmetro de análise do
controle glicêmico do paciente além de permitir verificar as respostas às mudanças
de tratamento (REGO, 2004; ZAJDENVERG, 2004; CAMARGO; CROSS, 2004,
GOLDSTEIN, 1999).
Segundo Camargo e Cross (2004), a Associação Americana de Diabetes
(ADA) recomenda que medidas terapêuticas adicionais devam ser implantadas
quando os valores excedem 8,0%.
c) Frutosamina: mede as proteínas séricas principalmente a albumina glicada que
sofrem o processo de glicação.
Estes exames devem ser realizados com objetivo de controlar os valores
glicêmicos, atentando também para a existência de outros fatores de riscos para as
possíveis complicações com a realização de controles de níveis de pressão arterial,
lipídios plasmáticos e controle da obesidade.
Medidas não medicamentosas:
a) Plano Alimentar:
Segundo a SBD (2003), não é possível um controle metabólico sem uma
alimentação adequada, sendo o objetivo geral desta orientação nutricional o auxílio
ao indivíduo, na mudança de hábitos alimentares, favorecendo assim um melhor
controle metabólico.
25
A terapia nutricional do paciente com DM II visa:
Prevenção de problemas clínicos e metabólicos freqüentes: obesidade,
hiperinsulinemia, dislipidemia e hipertensão, além das complicações
cardiovasculares.
Ser nutricionalmente adequada, recomendando a mesma dieta saudável e
equilibrada que todo indivíduo deve seguir.
Ser individualizada atendendo às necessidades de acordo com a idade, sexo,
estado fisiológico, atividade física, hábitos sócio-culturais, situação econômica,
etc.
A alimentação deve ser rica em fibras, vitaminas e minerais.
Manter constante, a cada dia, a quantidade de carboidratos ingerida, bem como
sua distribuição nas diferentes refeições.
A dieta constitui um dos principais meios para o êxito do tratamento do
diabético, sendo necessário em alguns momentos que a família mude os hábitos
alimentares para o paciente diabético se adequar ao tratamento. Cerca de 50% das
famílias de pacientes diabéticos modificam seus hábitos alimentares (PACE; NUNES
E OCHOA-VIGO 2003).
Em um estudo realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, 76% dos pacientes
portadores de DMII receberam orientações sobre a importância da dieta, mas
somente 56,4% seguiram as recomendações. (ASSUNÇÃO; SANTOS; COSTA,
2002)
Para Nadeu e outros (2001), os profissionais de saúde possuem importância
no acompanhamento da adesão do paciente ä dieta com ingestão consciente de
açúcar e carboidrato, melhorando assim a qualidade de vida do paciente.
b) Plano de atividade física:
A atividade física é um benefício para a saúde do indivíduo, mas estes
benefícios somente serão alcançados com freqüência e regularidade (FECHIO;
MALERBI, 2004).
26
Existem vários planos de atividade física no tratamento de diabetes. E todos
eles demonstram que há impacto da atividade física no controle glicêmico, lipídios
sanguíneos e níveis tensionais. Muitas vezes a taxa de glicemia é reduzida com o
início da atividade física e muitos hipertensos, diabéticos tendem a controlar melhor
seus níveis tensionais quando submetidos às atividades físicas ( ARAÚJO,2004).
O início de um programa de exercício físico deve ser gradativo e baseado em
metas individuais viáveis. A prescrição de um plano de exercícios bem feita, em
conjunção com a dieta e medicações hipoglicemiantes, melhora os níveis de
glicemia reduzindo a morbimortalidade da doença. Ajudam também a manter o peso
corporal, reduzindo assim a necessidade de hipoglicemiantes orais e
consequentemente, reduzindo o risco de complicações (ARAUJO,2004; FECHIO;
MALERBI, 2004).
c) Plano de educação:
A educação é a chave mestra para melhorar a qualidade de vida do indivíduo
com doenças crônicas como o DM. É um processo criativo, que exige uma equipe de
profissionais trabalhando juntos, de forma coordenada contribuindo com serviços
especializados no tratamento do DM. Educar um indivíduo com diabetes consiste
em uma atividade dinâmica e ativa, que capacita o paciente a melhorar habilidades
para o auto cuidado e o autocontrole, modificando seu estilo de vida e criando sua
independência (SILVA, 2004).
O estudo de Rego (2004) relata uma diferença entre “educação em saúde” e
“educação para a saúde”. O primeiro termo está relacionado ao modelo tradicional
de transmissão de conhecimento, já o segundo termo se identifica com ações
problematizadoras dos profissionais de saúde, incentivando o educando a participar
do processo educativo.
A educação para a saúde, utilizando a concepção problematizadora com
diálogo entre educador e educando, de forma humana, rompe as características da
educação bancária, e deixa que o educando e o educador planejem as atividades de
acordo com as necessidades, sua realidade histórica e social (REGO,2004).
Quando se monta um programa de educação em diabetes, deve se conhecer
as características da população diabética que será atendida, conhecendo o nível de
instrução e educação, os costumes étnicos e os hábitos sociais e de alimentação
dos pacientes.
27
Os objetivos deste programa são vários, como assegurar que o paciente
adquira capacidade de reconhecer e interpretar os sinais e sintomas do DM,
acompanhar os fatores que interferem no comportamento do cliente frente à sua
doença, tornar mais fácil a sua adaptação, prevenir as complicações e facilitar o
relacionamento família, paciente e equipe de saúde (SILVA,2004).
O programa de educação em diabetes é realizado adaptando as
necessidades, capacidades e interesses dos pacientes, família ou grupo, sendo
trabalhado três níveis de educação:
Educação Individual: realizada no momento do diagnóstico para transmitir
informações para paciente e família, nos atendimentos das consultas e
utilizada para fornecer informações atualizadas sobre a doença.
Educação em grupo: utilizado para promover a interação entre diabéticos,
família e membros da equipe, sendo utilizada a educação continuada no
grupo para orientações e treinamento de técnicas.
Educação em massa: utiliza os meios de comunicação para mobilizar a
opinião pública e sensibilizá-la para os problemas de saúde. As palestras,
congressos, campanhas para detecção de glicemia também são utilizadas.
Medidas medicamentosas
As medidas medicamentosas são compostas de medicamentos orais em
combinações terapêuticas e insulina. O principal objetivo do tratamento
farmacológico do DM II é controlar a glicemia nos pacientes que não conseguiram
através das medidas não farmacológicas. É freqüente a necessidade de associação
de hipoglicemiantes orais com insulina para conseguir o objetivo da redução da
glicemia (MILECH E PEIXOTO, 2004).
Os principais medicamentos antidiabéticos orais são as Sulfoniluréias:
Metformina, Acarbose e as Tiazolidinedionas (SBD, 2003).
Alguns pacientes com DM II necessitam de terapia insulínica logo após o
diagnóstico e muitos, ao longo do tratamento. Nos pacientes, nos quais a insulina
não foi indicada e não se atingiu os níveis de controle desejáveis, através do plano
alimentar e atividade física, deve-se iniciar com medicamentos orais. A escolha dos
medicamentos é baseada principalmente nos níveis de glicose plasmática e glico-
hemoglobina do paciente.
28
As mudanças de hábitos de vida e culturais requerem determinação por parte
dos pacientes e da equipe. E na maioria dos casos, os pacientes se tornam
dependentes emocionalmente de familiares, amigos e dos profissionais de saúde
que os cercam (NOBRE; PERIN; MION, 2001).
Para Horwitz e Horwizt (2003) a adesão ao tratamento não é só atribuído a
açao da droga mas também ao efeitos terapêuticos não específicos e a mudança de
hábitos de vida.
Acreditamos que as medidas não farmacológicas e ou farmacológicas
somente terão resultados caso o paciente faça a adesão ao tratamento através de
mudanças no seu hábito de vida.
29
3 - PERCURSO METODOLÓGICO
3.1 – Caracterização da população de estudo
O local de estudo foi o Hospital das Clínincas da UFG, que possui um serviço
de endocrinologia.
A população do estudo foi constituída de pacientes adultos com idade igual ou
acima de 30 anos, com diagnóstico de DM II, que iniciaram tratamento no
ambulatório de endocrinologia do Hospital das Clinicas (H.C.) no período de 01 de
janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2002.
Este período de estudo foi definido devido à necessidade de
acompanhamento dos pacientes em consultas posteriores para verificar a adesão ao
serviço, obedecendo ao critério de intervalos entre as consultas de no máximo seis
meses.
Foi realizado um levantamento do número de pacientes que iniciaram
tratamento na Instituição neste período através da relação de pacientes com DM II
no registro informatizado pertencente ao Departamento de Endocrinologia (493
pacientes) e também nas fichas de controle das consultas feitas pela equipe de
enfermagem (162 pacientes) totalizando uma população de 655 pacientes.
A seleção dos pacientes foi realizada seguindo a ordem alfabética da lista até
atingir o total dos 20% da amostra.
3.2. Caracterização do local de estudo
O atendimento no Ambulatório de Endocrinologia HC/UFG, é realizado por
uma equipe multidisciplinar: médicos, enfermeiros, assistente social, nutricionista e
técnico em enfermagem. O atendimento aos pacientes é agendado de acordo com a
tipologia (DM I e DM II).
Os pacientes atendidos neste ambulatório são diagnosticados nesta
Instituição ou provenientes de outras Instituições de Saúde, através da referência e
contra referência.
30
3.3 – Amostragem
A amostragem foi aleatória constituída de 20% do total de 655 pacientes. A
amostra foi constituída por 134 pacientes com diagnóstico de DM II (30 anos) que
ingressaram no tratamento ambulatorial a partir de 01 de janeiro de 2000 até 31 de
dezembro de 2002.
Este período escolhido para a coleta de dados foi determinado devido existir
no serviço de endocrinologia a partir de 2000 um banco de dados informatizados
com nomes dos pacientes DMII e foi definido o ano de 2002 para termino do período
devido à necessidade de acompanhamento destes pacientes nas consultas até
2005.
A amostragem dos 20% foi definida por atender a necessidade de
identificação dos abandonos, que segundo a literatura está entre 20 e 30% do total.
Para a amostragem eram solicitados ao SAME/HC lotes de 10 prontuários
para análise. De cada 10 prontuários solicitado alguns não eram encontrados e por
esta razão foram solicitados mais prontuários do que o necessário para compor a
amostra, numa tentativa de evitar um número reduzido de participantes. Ao todo
foram solicitados 222 prontuários, sempre em lotes de 10. Dessa forma foi possível
repor prontuário que, por algum motivo, não tinham sido localizados.
Durante a coleta de dados optou-se por não retornar a solicitação dos
mesmos não encontrados, mas sim continuar a solicitação de novos até atingir o
total da amostra.
Em resposta às solicitações ao SAME, obtivemos as seguintes informações:
04 prontuários não encontrados devido constar óbito (arquivo morto)
05 prontuários não foram encontrados por não ter ocorrido movimentação
com os mesmo. Nestes casos havia somente a primeira folha de atendimento.
79 prontuários não encontrados devido a: número errado, pacientes
internados ou em atendimento ambulatorial no dia da coleta de dados.
134 prontuários encontrados e pesquisados – 60,4% do total solicitado.
31
3.4 - Variáveis e categorias do estudo
Idade: Foram considerados pacientes com idade maior ou igual a
30 anos, sendo registrada de acordo com a data de nascimento,
calculada para o período de coleta e distribuição em faixa etária
com intervalos de 10 anos .
Adesão ao serviço: Foi considerada adesão ao serviço a situação
em que o paciente, no período do último ano, freqüentou no
mínimo duas consultas e realizou a última consulta há no máximo
6 meses da data da coleta de dados.
Adesão ao tratamento instituído: foi considerado aderente ao
tratamento quando o paciente:
o Apresentou resultados de exames (glicose, colesterol,
triglicérides, hemoglobina glicada) na data do último
retorno dentro dos limites considerados para
normalidade.
o Apresentou índice de massa corpórea entre 20 a 25kg/m2
(ÍDICE DE MASSA CORPÓREA= normal).
Abandono ao serviço: Foi considerado abandono ao serviço o
paciente que esteve há mais de 6 meses na data da coleta de
dados sem procurar o ambulatório de endocrinologia ou a
internação do HC/UFG dentro do período de estudo :2000 a julho
de 2005.
Sexo: Foi qualificado como masculino e feminino.
Renda Mensal: A renda foi considerada o somatório de todas as
rendas dos membros da família, tomando como padrão o valor do
salário mínimo (< salário mínimo, de 1 a 2 salário mínimo, de 3 a 4
salário mínimo, 5 ou mais salários mínimo.) Informação esta
contida na ficha de caracterização social do paciente.
Tempo de tratamento no HC: Foi registrado em meses, contando
a partir da data de ingresso no programa do HC até a data da
última consulta que compareceu.
32
Ocupação: Foram considerados quatro grupos: mercado formal
(carteira assinada), mercado informal (sem carteira assinada),
aposentado e do lar.
Escolaridade: Foram registradas em três grupos: sem
escolaridade, primeiro grau (completo ou não), segundo grau
(completo ou não).
Estado Civil: Foram consideradas quatro situações: solteiro,
viúvo, separado e casado (morar junto).
Residência: A categoria residência foi caracterizada por região
(setores de Goiânia e região metropolitana)
Glicemia de jejum: Foi considerada a primeira dosagem realizada
e a última dosagem registrada no prontuário.
Hemoglobina Glicada: Foi considerado normal índices abaixo de
7% nos resultados de exames na última consulta e utilizado como
indicador de adesão ao tratamento no período entre consutas.
Glicemia pós prandial: Foi avaliado o resultado do exame da
última consulta.
Índice de Massa Corpórea: Foi verificado dividindo o peso pelo
quadrado da altura na última consulta. Considerado normal, os
valores entre 20 e 25 Km/m2.
Colesterol: Foi considerado normal valores na última consulta
abaixo de 200mg/dl.
Triglicérides: Foi considerado normal valores na última consulta
abaixo de 150mmHg.
Número de consultas: (freqüência): número de consultas que o
paciente compareceu a partir do ingresso até a última consulta.O
agendamento das consultas eram realizadas de 3 em 3 meses.
33
3.5. Critérios de inclusão e exclusão
Inclusão: foram incluídos no estudo amostra dos pacientes que possuíam
diagnóstico de DM II com idade >= 30 anos, que ingressaram no tratamento
ambulatorial do HC, a partir de 01 de janeiro de 2000 até 31 de dezembro de 2002.
Exclusão: Foram excluídos do estudo os pacientes que ingressaram no
programa fora do período de estudo determinado e com idade menor que 30 anos.
3.6 - Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada entre os meses de julho e setembro de 2005.
A coleta foi realizada utilizando os dados contidos nos prontuários dos
pacientes que estão armazenados no SAME do Hospital das Clínicas.
Durante o processo da coleta encontramos algumas situações, que
impediram o acesso a todos os prontuários: número de prontuário errado, prontuário
sem movimentação (um atendimento somente), pacientes que foram a óbito e
prontuários inativos.
Desenho do estudo:
1ª ETAPA: Busca, no registro eletrônico do serviço de
endocrinologia e na ficha de registro de atendimento no
ambulatório, dos pacientes portadores de DM II que ingressaram
no programa de janeiro de 2000 até dezembro de 2002.
2
a
ETAPA: Identificação da situação de adesão ao serviço ou de
abandono dos pacientes ao tratamento, segundo definição
adotada no estudo. Nesta etapa foram definidos os dois grupos
que deveriam ser descritos e comparados entre si: Grupo
Aderente ao Serviço e Grupo Abandono.
3ª ETAPA: Descrição dessa população segundo as variáveis do
estudo, através de formulário próprio para alimentação de banco
de dados para análise (EPI_INFO).
4
a
ETAPA: Identificação, dentro do grupo aderente ao serviço
(que não abandonou) da adesão ao tratamento instituído,
segundo as variáveis definidas.
34
5ª ETAPA: Descrição e comparação dos grupos – abandono e
aderentes ao serviço, verificando a adesão ao tratamento.
3.7. Aspectos éticos e legais
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa médica humana e
animal do Hospital das Clínicas da UFG sob o registro número 066/2005 no dia 15
de julho de 2005.
3.8. Análise dos dados
A análise de dados foi realizada a partir do banco de dados criado,
apresentando os resultados em números absolutos, percentuais,, índices (ÍDICE DE
MASSA CORPÓREA) média e desvio padrão.
Para a comparação inter e intra grupos utilizou-se do teste X2 (qui quadrado)
35
4. RESULTADOS E ANÁLISE
4.1 – O abandono ao serviço
Foram pesquisados 134 prontuários e identificado que 87 (65.0%) dos
pacientes não aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG. Portanto, pode-se
considerar a taxa de abandono, no período estudado de 65.0%, de acordo com os
critérios adotados para adesão ao serviço.
Esta pode ser considerada uma taxa elevada diante do que se conhece em
serviços de assistência a indivíduos portadores de doenças crônicas. Deve-se
pensar que, se em cada cem indivíduos que iniciam o tratamento neste serviço,
(65) sessenta e cinco deixam de comparecer as consultas em um período inferior a
dois anos, é um problema de alta significância.
Ao relacionar pacientes diabéticos tipo 2 que iniciaram tratamento no HC por
grupos de adesão ao serviço (grupo 01) e não adesão ao serviço – abandono
(grupo 02) observamos os dados de adesão e não adesão encontrados vêm a
confirmar estudos de alguns autores tais como Araújo, 1999; Assunção; Santos;
Costa, 2002; Torquato, 2003; Santos e outros, 2005; Rego, 2004.
Esta taxa de abandono identificada pode estar relacionada a várias causas:
O indivíduo pode ter buscado assistência em outro serviço de
endocrinologia no município. Isso deve ser lembrado visto que o Ministério
Figura 1: Distribução dos pacientes portadores de Diabetes II do serviço de
endocrinologia do HC/UFG, segundo a adesão ao serviço. Goiânia, 2005
35%
65%
Adesão Abandono
36
da Saúde implantou o HIPERDIA facilitando o acesso ao atendimento
ambulatorial em outras Instituições de saúde. O Ministério da Saúde refere
que a hipertensão arterial e o diabetes Mellitus representam dois dos
principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares que
contribuem para a principal causa de morbimortalidade na população
brasileira. Acredita que a melhor forma de evitar as taxas de mortalidade
é prevenir danos à saúde do cidadão, por isto apresentou o Plano de
Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus
denominado de HIPERDIA (BRASIL, 2002). O HIPERDIA foi instalado no
ano de 2001 e têm o propósito de vincular os portadores desses agravos
às unidades de saúde, garantindo-lhes acompanhamento e tratamento
sistemático, mediante ações de capacitação dos profissionais e de
reorganização dos serviços. As Unidades Básicas de Saúde do município
através do Programa da Saúde da Família realiza o acompanhamento dos
pacientes portadores de diabetes e hipertensão de acordo com as
orientações do HIPERDIA.
Outra causa que pode ser apontada para a alta taxa de abandono pode
ser a estrutura organizacional dos serviços de assistência (MELO 2005).
Questiona-se também se a taxa de abandono ao tratamento poderia estar
relacionada ao fato da doença ser assintomática em seu início. Isso
responderia por que um grande número de indivíduos, uma vez
diagnosticados, deixam de ir às consultas tão logo sente-se melhor com
relação a doença (SALA e outros , 1993).
Outro fator impeditivo para os indivíduos poderia ser a dificuldade de
acesso ao serviço, seja por distância da moradia, reduzida condição sócio
econômica e ainda o horário de atendimento do ambulatório – HC.
A taxa de abandono ainda pode estar relacionada a ausência de
informações adequadas para que o indivíduo entenda sua situação, bem
como a terapêutica instituída. Santos e outros (2005) identificaram uma
taxa de 50% de abandono ao uso da medicação após seis meses de
tratamento, referindo estes dados ao problema de adesão no momento em
que ocorre a primeira consulta. Já foi relatado que existe uma associação
entre a taxa de abandono ao serviço e a utilização de insulina, pois a
mesma é uma forma de redução da glicemia e os pacientes quando a
37
usam acreditam que esta medida é suficiente para controle do DM tipo 2,
não procurando mais o serviço de saúde Paes (1997).
No entanto, mesmo com tantas questões sobre as prováveis causas que
levaram os indivíduos a abandonarem o serviço, deve-se ressaltar que os 35.0%
complementares são aderentes apenas ao serviço. O fato de freqüentarem com
assiduidade o serviço de saúde (ambulatório-HC) não é suficiente para que se possa
afirmar que sejam aderentes ao tratamento. É preciso conhecer mais sobre este
grupo que permanece freqüentando para se identificar sua adesão ou não a
terapêutica instituída.
4.2 – A adesão ao serviço
Para entender, em parte, o que pode estar ocorrendo entre aqueles que
abandonaram o serviço, optou-se por conhecer o perfil daqueles que permaneceram
assíduos às consultas. Esta foi uma tentativa de identificar prováveis causas que
mantiveram estes indivíduos com adesão ao serviço.
Algumas variáveis, definidas previamente, não foram localizadas nos registros
de prontuários (estado civil, escolaridade, renda mensal, ocupação, tempo de
diagnóstico, glicemia pós prandial, hemoglobina glicosilada e triglicérides). Esta
situação se deve ao fato de alguns prontuários não possuírem a ficha de
caracterização social e alguns pacientes não terem feito os exames solicitados. Para
maior compreensão e desenvolvimento das análises, foram definidas essas
informações como N.I. (não identificado) e foram mantidas no banco de dados.
38
Tabela 1 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a julho de 2005,
segundo a faixa etária e sexo. Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Faixa Etária N % N % N %
30 – 40
anos
01 3,0 00 0,0 01 17,0
41 – 50
anos
05 15,2 06 42,9 11 23,4
51 – 60
anos
08 24,2 03 21,4 11 23,4
61 – 70-
anos
12 36,4 04 28,6 16 34,0
> 70 anos 07 21,2 01 7,1 08 17,0
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 4,9999 p = 0,2873
Média / Desvio Padrão 61,2 ± 10,9 55,5 ± 10,3
Entre os indivíduos avaliados, encontramos 47 (35.0%) que aderiram ao
serviço de endocrinologia, sendo o mesmo caracterizado, em sua maioria (70,2%)
pelo sexo feminino (Tabela 01 – Figura 2).
Figura 2. Distribuição do sexo entre os pacientes que aderiram ao serviço de
endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a 2005. Goiânia - GO, 2005
30%
70%
masculino feminino
Esta é uma realidade que tem sido identificada em diversos estudos
populacionais (Assunção Santos; Costa, 2002; Araújo et al, 1999, Rego, 2004 e
Santos et al 2005). Questiona-se o motivo pelo qual as mulheres sejam mais
assíduas às consultas do que os homens. Acredita-se que existam fatores culturais,
e até mesmo históricos, que têm levado ao maior interesse por parte das mulheres
na procura por assistência. Além disso, destaca-se também que o horário de
39
funcionamento do ambulatório – diurno, e o longo período de espera para o
atendimento possa interferir sobre esta clientela. Geralmente os homens estão
inseridos no mercado formal e sua ausência no trabalho pode significar prejuízos
salariais. Enquanto que, no caso das mulheres é mais comum serem encontradas
em mercado informal, e no lar, tendo maior flexibilidade de horário. (Tabela 04).
No estudo de Franco (2004) foi identificado que em alguns países o número
de mulheres com diabetes é maior do que o número de homens : EUA(homem:5,9%,
mulher 7,7%); Rússia( homem1,8% mulher: 3,6%), Colômbia( homem 7,3%, mulher
8,7%), justificando a hipótese das mulheres apresentarem uma procurar maior ao
serviço de saúde (pré natal, periódico).
A faixa etária predominante foi de 61 a 70 anos – 34,0%. Esta prevalência
confirma os estudos já realizados sobre a distribuição da DMII, onde já encontrados
resultados de 47.6% entre 60 a 79 anos, 65.0% entre 50 e 70 anos e 54.0% acima
de 60 anos (Rego, 2004; Araújo e outros , 1999; Santos e outros , 2005, Sala e
outros 1993).
No estudo de Boyle e outros (2001) a projeção de DM para o ano de 2050
vem a confirmar a prevalência atual com uma projeção para aumento da faixa etária
para maior ou igual a 75 anos.
Houve predominancia de mulheres na faixa etária entre 61 – 70 anos /36,4%),
enquanto os homens predominaram na faixa etária mais jovem (41-50 anos /
42,9%). (Tabela 01).
Pode ser que esta predominância de mulheres em faixas etárias mais
adiantadas esteja associada justamente à condição de acesso ao serviço e a
ocupação das mulheres nestas idades. Ao lado do fato de que, entre os homens, a
predominância encontra-se em faixas etárias mais jovens e que justificariam sua
ausência as consultas pela inserção no mercado formal.
Ao descrever o local de residência destes pacientes observou-se que 81.0%
residiam em Goiânia, embora não foram identificados quanto ao endereço e
distância do ambulatório – HC. Isso pode ter favorecido o comparecimento às
consultas (Figura 3).
40
Figura 3. Distribuição do local de residência dos pacientes portadores de Diabetes II
que aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a 2005.
81%
19%
Goiânia fora de Goiânia
Tabela 2 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus 2 que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a julho de 2005,
segundo o estado civil e sexo. Goiânia - GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Estado Civil N % N % N %
Casado 12 36,4 06 42,9 18 38,3
Separado 01 3,0 00 0,0 01 2,1
Solteiro 01 3,0 01 7,1 02 4,3
Viúvo 07 21,2 01 7,1 08 17,0
N.I. 12 36,4 06 42,9 18 38,3
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 2,1745 p = 0,7037
A análise da variável “estado civil” foi prejudicada pela ausência de
informação, pois 38.3% não tinham registro nenhum. O mesmo percentual foi
encontrado para aqueles com estado civil identificado como casados (38,3%).
Foram identificados mulheres viúvas (21,2%) e homens vivúvos (7,1%) (Tabela 2).
Estes dados são coerentes com o que foi descrito até aqui. As mulheres são
mais velhas, e também apresentam a maior proporção em estado de viuvez. Já os
homens, mais jovens, apresentam-se mais solteiros (7,1%) e casados (42.9%).
(Tabela 2).
41
Tabela 3 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a julho de
2005, segundo a escolaridade e sexo. Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Escolaridade N % N % N %
Sem escolaridade 10 30,3 01 7,1 11 23,4
Primeiro grau
(completo/incompleto)
10 30,3 02 14,3 12 25,5
Segundo grau
(completo/incompleto)
00 0,0 03 21,4 03 6,4
N.I. 13 39,4 08 57,1 21 44,7
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 11,0051 p = 0,0117 (p< 0,05)
Apesar de um número expressivo de situações de escolaridade sem registro
(44,7%), aqueles com primeiro e segundo grau (31,9%) superaram o número de
pessoas sem escolaridade (23,4%). Proporcionalmente havia mais mulheres sem
escolaridade (30,3%) do que homens (7,1%) (Tabela 3).
A escolaridade, dentre aqueles identificados, mostrou-se baixa. Estes dados
corroboram o que foi encontrado por Rego, 2004 e Assunção, Santos, Costa, 2002.
De acordo com Rego (2004) o grau de escolaridade do paciente diabético não
possui muita influência na adesão ao tratamento, sendo o que é valorizado nesta
adesão é o conhecimento do senso comum sobre o DM e a integração com a equipe
multidisciplinar para a realização de mudança de comportamento.
Isso parece ser confirmado neste estudo, pois a predominância de mulheres
sem escolaridade pode representar justamente o fato de que não há interferência
dessa variável na adesão ao serviço; visto que são elas as mais assíduas.
Por outro lado deve-se ressaltar que a caracterização desse grupo já mostrou
que as mulheres são mais idosas e a maioria viúvas. A baixa escolaridade entre elas
poderia estar associada à idade. (Tabela 01).
A ausência de dados nesta variável pode estar relacionada ao fato que estas
informações são colhidas pelo serviço social e anotadas em um folha impressa
separada da evolução do paciente. E podemos identificar que o profissional de
saúde (médico) que realiza o atendimento não caracteriza esta informação como
importante no processo de adesão ao serviço e ao tratamento.
42
Tabela 4 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a julho de
2005, segundo a ocupação e sexo. Goiânia-GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Ocupação N % N % N %
Aposentada 01 3,0 02 14,3 03 6,4
Do lar 13 39,4 01 7,1 14 29,8
Mercado Formal 03 9,1 05 35,7 08 17,0
Mercado Informal 06 18,2 00 0,0 06 12,8
N.I. 10 30,3 06 42,9 16 34,0
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
=12,4773 p= 0,0141 (p<0,05)
Com uma população predominantemente feminina a ocupação mais
identificada foi “do lar”- 29,8%. Chama a atenção também que, entre os homens,
predominou aqueles inseridos no mercado formal (35,7%). (Tabelas 3 e 4).
Ressalta-se aqui novamente que os homens são mais jovens neste grupo e
possuem mais escolaridade. Estas são características importantes ao se analisar o
perfil do grupo aderente ao serviço, pois poderia justificar a baixa presença de
homens, como já discutido.
Tabela 5 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a julho de
2005, segundo a renda mensal e sexo. Goiânia-GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Renda Mensal N % N % N %
< salário mínimo 02 6,1 00 0,0 02 4,3
De 01 a 02 salários 16 48,5 01 7,1 17 36,2
De 03 a 04 salários 03 9,1 03 21,4 06 12,8
5 ou mais 01 3,0 02 14,3 03 6,4
N.I. 11 33,3 08 57,1 19 40,4
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 9,9948 p= 0,0405 (p<0,05)
Em relação a renda mensal, apesar de mais uma vez a falta de informação ter
predominado (40,4%), a maior parte apresentava renda mensal de 1 a 2 salários
mínimos (36,2%). As maiores rendas foram identificadas entre os homens (35,7%
com mais de 3 salários mínimos) (Tabela 5).
43
Esta categorização sócio-econômica através das variáveis renda e
escolaridade demonstra que as mulheres desse grupo são mais carentes de
recursos, têm menos escolaridade e também menor renda.
Tabela 6 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes MellitusII que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a julho de
2005, segundo o tempo de diagnóstico e sexo. Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Tempo de
Diagnóstico
N % N % N %
< 5 anos 02 6,1 02 14,3 04 8,5
De 05 a 10 anos 13 39,4 06 42,9 19 40,4
De 11 a 15 anos 11 33,3 03 21,4 14 29,8
> 15 anos 07 21,2 02 14,3 09 19,1
N.I. 00 0,0 01 7,1 01 2,1
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
Qui-quadrado: 3,8817 Probabilidade: 0,4223
Em relação ao tempo de diagnóstico a maior parte (39,4%) das mulheres e
dos homens (42,9%) tinham diagnóstico de D.M. entre 5 e 10 anos(tabela 06).
Associando estes dados à tabela 01 identificamos que a maioria das mulheres
pesquisadas identificou diabetes na faixa etária de 61 a 70 anos e os homens na
faixa etária de 41 a 50 anos de idade. Confirmando os fatores de risco para doenças
cardiovasculares que é determinado para homem acima de 50 anos e mulheres
acima de 55 anos.
Tabela 7 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a julho de
2005, segundo ano de inicio de tratamento no HC e sexo. Goiânia, GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Ano de inicio de
tratamento no HC
N % N % N %
2000 26 81,3 09 64,3 35 76,1
2001 05 12,5 04 28,6 09 17,4
2002 02 6,3 01 7,1 03 6,5
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 1,8267 p = 0,4012
44
Este grupo aderente ao serviço iniciou seu tratamento no ambulatório do HC-
UFG, em sua maioria, no ano de 2000 (76,1%), com uma distribuição proporcional
entre homens e mulheres. (Tabela 7).
Ter identificado o maior número de indivíduos em tratamento há mais de cinco
anos no HC, reflete uma característica do perfil de portadores de doenças crônicas
em relação a adesão. Geralmente aqueles que conseguem ultrapassar a barreira
dos primeiros seis meses de tratamento permanecem assíduos ao serviço. O que se
identifica com maior freqüência é que o abandono ao tratamento ocorre, na maioria
das vezes, no primeiro semestre de tratamento (SOUSA, 1998).
Tabela 8 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que aderiram
ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a julho de
2005, de acordo com o número de consultas durante o tratamento e o sexo. Goiânia,
GO - 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Número de
consultas durante o
tratamento
N % N % N %
De 2 a 4 consultas 1 3,0 1 7,1 2 4,3
De 5 a 8 consultas 3 9,1 2 14,3 5 10,6
De 8 a 12 consultas 24 72,7 09 64,3 33 70,2
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 0, 7448 p = 0,8626
A maioria dos indivíduos desse grupo aderente ao serviço freqüentou mais do
que 8 consultas no período analisado - 70,2%. Ressalta-se que, apesar de não
significante, as mulheres mostraram-se mais assíduas do que os homens – 81,8%
acima de 5 consultas. Esta assiduidade equivale em média a uma consulta por ano.
(Tabela 8).
Aqui se percebe novamente a influência do sexo – feminino sobre a
distribuição das variáveis. A ocupação das mulheres, o fato de serem mais velhas,
viúvas podem estar facilitando o acesso das mesmas ao ambulatório.
45
4.3 – Adesão ao tratamento
A adesão ao tratamento entre aqueles que permaneceram assíduos no
ambulatório foi verificada através de índices bioquímicos que são indicadores do
controle glicêmico.
Tabela 9 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a
julho de 2005, segundo o valor da primeira glicemia no início do tratamento no HC e
sexo. Goiânia, GO - 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Primeira glicemia do
início do tratamento
no HC
N % N % N %
<110mg/dl 01 3,0 00 0,0 01 2,1
110 a 200mg/dl 17 51,5 10 71,4 27 57,4
201 a 300mg/dl 09 27,3 03 21,4 12 25,5
> 300mg/dl 06 18,2 01 7,1 07 14,9
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 2,0385 p = 0,5644
Média e Desvio Padrão: 214,6 ± 78,3 189,3 ± 61,2
Ao iniciarem o tratamento no ambulatório do HC apenas 2,1% apresentavam
o valor da taxa glicêmica abaixo de 110mg/dl, sendo todas mulheres. E 40,4%
estavam com a taxa acima de 201mg/dl. (Tabela 9).
Portanto, pode-se afirmar que a meta preconizada pela Sociedade Brasileira
de Diabetes para a normalidade (< 110mg/dl) não tinha sido alcançada entre esses
indivíduos quando procuraram o serviço do HC-UFG. E deve-se ressaltar que quase
a metade apresentava índices de glicemia muito elevados em relação ao padrão
normal (OLIVEIRA, 2004).
46
Tabela 10 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a 2005,
segundo o valor da glicemia capilar na última consulta e o sexo. Goiânia, GO - 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Glicemia capilar na
última consulta
N % N % N %
<110 mg/dl 07 21,2 04 28,6 11 23,4
110 a 200 mg/dl 11 33,3 04 28,6 15 31,9
201 a 300 mg/dl 09 27,3 04 28,6 13 27,7
> 300 mg/dl 06 18,2 00 --- 6 12,8
N.I. 00 ---- 02 14,3 02 4,3
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 7,5630 p = 0,1090
Média e Desvio Padrão: 203,7 ± 89,6 166,8 ± 66,9
Na última consulta em que estiveram presentes, 23,4% estavam com as taxas
de glicemia (capilar) sob controle. (Tabela 10).
Figura 4 – Distribuição do número de indivíduos segundo a taxa glicêmica de
jejum na primeira e última consulta. Goiânia – GO, 2005.
0
10
20
30
40
50
60
primeira última
< 110 110 - 200 201 - 300 > 300
Ao analisar as taxas de glicemia de jejum nos dois momentos (primeira e
última consulta) observou-se que o controle glicêmico melhorou no segundo
momento –17,0. Os demais, que estavam fora de controle ao iniciarem o tratamento,
também reduziram as taxas, embora não tenham alcançado a meta do controle.
(Figura 3).
Chama a atenção o fato de que a redução dos valores glicêmicos parece ter
se dado às custas de melhor controle entre os homens. Na primeira consulta não
havia ninguém do sexo masculino com taxas inferiores a 110mg/dl. Já, na última
47
consulta, foram identificados 7,1% dos homens com valores de glicemia sob controle
(Tabela 10 e Figura 3).
Tabela 11 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a
julho de 2005, de acordo com a glicemia de jejum na última consulta e o sexo.
Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Glicemia de jejum
na última consulta
N % N % N %
<110 mg/dl 07 21,2 1 7,1 08 17,0
110 a 200 mg/dl 15 45,5 12 85,7 27 57,4
201 a 300 mg/dl 08 24,2 1 7,1 09 19,1
> 300 mg/dl 03 9,1 0,0 0,0 03 6,6
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 6,6903 p = 0,0825
Média e Desvio Padrão: 183,1 ± 76,2 157,5 ± 31,2
Ao utilizar a glicemia de jejum para avaliação do controle do DMII os dados
mostraram-se diferentes em relação à glicemia capilar (Tabela 11).
Figura 5 – Distribuição da porcentagem de indivíduos segundo a taxa
glicêmica capilar em jejum na última consulta. Goiânia – GO, 2005.
0
10
20
30
40
50
60
glic. Capilar glic. Jejum
< 110 110 - 200 201 - 300 > 300
Através da glicemia em jejum o número de indivíduos fora do controle (>110
mg/dl) é maior (76,5%). Este exame serve para a monitorização do controle da DMII
e seus valores são pontuais, refletindo a situação naquele momento (Figura 5).
48
Tabela 12 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a
julho de 2005, segundo o valor da glicemia pós prandial na última consulta e o sexo.
Goiânia,-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Gilcemia pós-prandial
na última consulta
N % N % N %
<140 mg/dl 03 9,1 00 --- 03 6,4
140 a 200 mg/dl 11 33,3 06 42,9 17 36,2
201 a 300 mg/dl 12 36,4 02 14,3 14 29,8
> 300 mg/dl 06 18,2 05 35,7 11 23,4
N.I. 01 3,0 01 7,1 02 4,3
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א 2 = 4,8095 p = 0,3074
Média e desvio Padrão: 221,7 ± 81,5 244,7 ± 93
Em relação à glicemia pós prandial no último comparecimento, 29,8%
estavam na faixa de 201 a 300 mg/dl. As taxas de glicemia pós prandial estão
diretamente relacionadas às taxas de glicemia capilar. Quando consideradas as
taxas, segundo este outro método, foi identificado 27,7% na mesma faixa. (Tabela
10 e 12). (ZAIDENVERG, 2004).
Tabela 13 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a 2005, de
acordo com a hemoglobina glicada na última consulta e o sexo. Goiânia, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Hemoglobina
glicada na última
consulta
N % N % N %
7.0% 10 30,3 06 42.8 16 34,0
> 7.0% 21 63,6 07 50,0 28 59,5
N.I. 02 6,1 01 7,1 03 6,4
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
=1,5541 p = 0,81700
Média e desvio Padrão 8,4 ± 1,7 8,1 ± 1,7
A dosagem da hemoglobina glicada é usada também na monitorização da
glicemia, pois reflete o controle glicêmico de forma não pontual, mas referente ao
período dos 120 dias que antecederam a realização do exame. Quando a glicemia
49
está elevada, as moléculas de glicose se fixam à hemoglobina nos eritrócitos por
aproximadamente quatro meses. Dessa forma este exame assume o lugar de um
excelente indicador sobre o comportamento do indivíduo frente ao tratamento
instituído. O padrão de corte para avaliação do controle glicêmico considera
normalidade os valores abaixo de 7,0%. Quando os valores excedem 8.0% é sinal
de alerta e o tratamento deve ser revisto (REGO, 2004; ZAJDENVERG, 2004;
CAMARGO; CROSS, 2004, GOLDSTEIN, 1999).
Figura 6 – Distribuição da porcentagem de pacientes que aderiram ao serviço
segundo os resultados da hemoglobina glicada durante a última consulta. Goiânia –
GO, 2005.
34%
60%
6%
<= 7,0% > 7,0% NI
A maioria dos pacientes 60,0% manteve a hemoglobina glicada acima dos
índices de normalidade (> 7,0 %). (Figura 6).
Este resultado indica que a adesão ao tratamento não está ocorrendo com
este grupo que é assíduo às consultas. Somente 34,0% apresentavam controle
glicêmico através desse método. E este controle foi maior entre os homens - 42,8%.
(Tabela 13).
Apesar desse baixo índice de adesão ao tratamento, revelado pela
hemoglobina glicada, ele ainda é maior do que os índices encontrados com o uso de
outros métodos como a glicemia capilar e glicemia de jejum (Tabela 10, 11 e 12).
50
Tabela 14 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a
julho de 2005, segundo o valor do colesterol na última consulta e o sexo. Goiânia-
GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Colesterol na última
consulta
N % N % N %
< 200 12 36,4 04 28,6 16 34,0
De 201 a 300 08 24,2 05 35,7 13 27,7
> 300 03 9,1 01 7,1 03 8,5
N.I. 10 30,3 04 28,6 14 29,8
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 0,6967 p = 0,8740
Média e Desvio Padrão 211 ± 72,3 220,2 ± 67,6
O controle do colesterol, como parte da terapêutica com o indivíduo portador
de DMII, também deve ser monitorado. Neste grupo assíduo ao serviço, 34,0%
apresentaram valores de colesterol total abaixo de 200mg/dl, no último
comparecimento, sendo considerados sob controle. E este controle foi maior entre
as mulheres – 36,4%. (Tabela 14).
Verificamos que 29,8% não possui valores de colesterol, acredita-se que um
dos fatores responsáveis poderia ser o início de um abandono ao tratamento, sendo
necessário o profissional de saúde estar atento para atuar nesta situação.
Tabela 15 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000 a
julho de 2005, segundo o valor dos triglicérides na última consulta e o sexo.
Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Triglicérides na
última consulta
N % N % N %
< 150 14 42,4 06 42,9 20 42,6
De 150 a 300 05 15,2 03 21,4 08 17,0
> 300 04 12,1 01 7,1 05 10,6
N.I. 10 30,3 04 28,6 14 29,8
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
א
2
= 0,4669 p = 0,9261
Média e desvio Padrão 194,5 ± 104,7 182,5 ± 89,8
51
Com relação aos triglicérides 42,6% estavam sob controle (<150mg/dl). E,
neste caso, não houve diferença entre homens e mulheres. (Tabela 15)
Tabela 16 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de 2000 a 2005, de
acordo com Índice de Massa Corpórea na última consulta e o sexo. Goiânia - GO,
2005.
Sexo Feminino Masculino Total
ÍDICE DE MASSA
CORPÓREA
N % N % N %
<20kg/m
2
00 ----- 01 7,2 01 2,1
De 20 a 25Kg/m
2
14 42,4 06 42,9 20 42,5
> 25Kg/m
2
18 54,5 04 28,5 22 46,8
N.I. 01 3,1 03 21,4 04 8,5
Total 33 70,2 14 29,8 47 100,0
O índice de massa corporal é utilizado para analisar a relação peso/altura e
mostra-se um bom indicador de obesidade. Neste estudo 42,5% do total
apresentavam índices considerados dentro do padrão estabelecido. E 46,8% já
haviam alcançado índices considerados fora do normal estabelecido pela SBD. O
Índice de Massa Corpórea> 25Kg/m
2
entre as mulheres (54,5%) foi maior do que
entre os homens (28,5%) (Tabela 16).
O estudo de Araújo e outros (1999) também identificou um Índice de Massa
Corpórea> 25Kg/m
2
em 66,3% dos pacientes diabéticos acompanhados em um
posto de atenção primária a saúde.
Para Fechio e Malerbi (2004), os exercícios regulares e uma dieta alimentar
adequada ajudam a diminuir e/ou manter o peso corporal e reduzir a necessidade de
antidiabético oral. Em seu estudo observou que os pacientes diabéticos tendem a
aderir menos à prática da atividade física do que os pacientes não diabéticos.
Aderir a um plano alimentar envolve mudanças apropriadas que, se iniciam na
própria família, e o êxito dessa adesão necessita da interação da mesma com o
paciente (REGO, 2004).
Acreditamos que o profissional de saúde através da educação em saúde
possui a tarefa de estimular a mudança de comportamento para que o Índice de
Massa Corpórea possa manter dentro dos padrões esperados evitando os valores
52
elevados de Índice de Massa Corpórea que, segundo Cercato e col. (2004) se
correlacionam de forma significativa ao alto risco de complicações cardiovasculares.
No modelo de crenças em saúde, a motivação é um fator determinante na
adesão ao tratamento, pois influencia na mudança de comportamento do indivíduo e
acredita-se que esta motivação é determinada pela percepção do ambiente, sendo
fundamental para a adesão ao serviço e ao tratamento (LESCURA; MAMEDE,
1990; MELO, 2005 ; MOURA, 2004).
4.4 – O perfil daqueles que abandonaram o serviço
Figura 7 – Distribuição da porcentagem de indivíduos que abandonaram o serviço
segundo o sexo. Goiânia – GO, 2005.
48%
52%
Ana não consegui colocar as legenda
.....
Entre aqueles que abandonaram o serviço a distribuição segundo o sexo foi
semelhante. (Figura 7).
Em relação ao local de residência dos pacientes que abandonaram o serviço
85% residiam em Goiânia. Portanto, pode-se admitir que o acesso ao ambulatório
não seja motivo para a desistência.
Assunção; Santos; Costa, (2002), relatam que é sabido que a proximidade
geográfica com a unidade de saúde facilita o acesso ao atendimento, sendo possível
acompanhar este paciente por meio de visita domiciliar. Confirmando assim que a
variável local de residência não é influenciadora no abandono
53
Tabela 17 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000
a julho de 2005, segundo a faixa etária e sexo. Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Faixa Etária N % N % N %
30 –| 40 02 4,4 04 9,5 06 6,9
41 –|50 08 17,8 07 16,7 15 17,2
51 –| 60 10 22.2 11 26,2 21 24,2
61 –|70 17 37,8 13 31,0 30 34,5
> 70 08 17,8 07 16,7 15 17,2
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
=1,2790 p = 0,8649
Média e Desvio Padrão 60,1 ±_11,2 58,3 ± 12,2
A maioria dos indivíduos desse grupo – abandono estava na faixa etária
acima de 61 anos – 51,7%. As mulheres, proporcionalmente, eram mais velhas
(55,6%) do que os homens (47,7%). (Tabela 17).
Tabela 18 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000
a julho de 2005, segundo o estado civil e sexo. Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Estado Civil N % N % N %
Casado 14 31,1 18 42,9 32 36,8
Separado 02 4,4 00 0,0 02 2,3
Solteiro 01 2,2 06 14,3 07 8,0
Viúvo 07 15,6 05 11,9 12 13,8
N.I. 21 46,7 13 31,0 34 39,1
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
2
א = 8,1934 p = 0,0847
Em relação ao estado civil deste grupo 36,8% foram identificados como
casados. Ressalta-se que 39,1% não tinham registro do estado civil. Havia mais
homens casados (42,9%) e solteiros (14,3%) do que mulheres. Entre as mulheres
predominou o estado de viuvez (15,6%). (Tabela 18).
O fato das mulheres serem proporcionalmente mais velhas pode justificar o
maior número de viúvas neste grupo.
54
Tabela 19 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo a escolaridade e sexo. Goiânia,-GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Escolaridade N % N % N %
Sem escolaridade 06 13,3 04 9,5 10 11,5
Primeiro grau
(completo/incompleto)
14 31,1 16 38,1 30 34,5
Segundo grau
(completo/incompleto)
0 0,0 06 14,3 6 6,9
N.I. 25 55,6 16 38,1 10 47,1
Total 45 51,7 42 48,3 87 100
2
א = 8,4155 p = 0,0382 (p<0,05)
Em relação à escolaridade 41.4% possuem estudo entre primeiro ou segundo
grau. E 11,5% não tinham nenhuma escolaridade. As mulheres apresentaram menor
escolaridade que os homens. (Tabela 19).
Assunção; Santos; Costa, (2002), realizam uma reflexão e consideram que a
baixa escolaridade e a baixa renda também podem justificar a dificuldade em seguir
o tratamento de forma adequada, mas cita que através da interação e
acompanhamento pelos profissionais de saúde pode-se avaliar o grau de
entendimento e compreensão, trabalhando para a adesão ao tratamento.
Tabela 20 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de 2000
a julho de 2005, segundo a ocupação e sexo. Goiânia-GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Ocupação N % N % N %
Aposentada 00 0,0 2 4,8 02 2,3
Do lar 19 42,2 02 4,8 21 24,1
Mercado Formal 00 0,0 06 14,3 06 6,9
Mercado Informal 0 0,0 17 40,5 17 19,5
N.I. 26 57,8 15 35,7 41 47,1
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
2
א = 41,6592 p = 0,0000 (p<0,05)
55
Neste grupo não havia nenhuma mulher aposentada ou mesmo no mercado
formal e informal. No entanto, 42,2% eram consideradas “do lar”. A maior parte dos
homens estava no mercado formal e informal (14,3% - 40,5%). (Tabela 20).
Estes dados podem corroborar a justificativa para o abandono ao serviço
devido geralmente os serviços de saúde oferecem assistência diurna, onde as
pessoas aguardam atendimento por longos períodos e tudo isso, pode implicar nas
relações patronais firmadas ou mesmo em prejuízos financeiros.
Sendo justificado este abandono devido às tarefas e obrigações familiares, do
serviço e de não possuir tempo e liberação para o comparecimento ao serviço de
saúde. Neste momento é necessário fazer uma reflexão sobre a atuação do serviço
de atenção básica à saúde, sendo necessário que este serviço se adeque às
necessidades do usuário e não o usuário ao serviço.
Tabela 21 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo a renda mensal e sexo. Goiânia- Go 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Renda mensal N % N % N %
< salário mínimo 05 11,1 05 11,9 10 11,5
De 01 a 02 salários 07 15,6 11 26,2 18 20,7
De 03 a 04 salários 03 6,7 03 7,1 06 6,9
5 ou mais 04 8,9 05 11,9 09 10,3
N.I. 26 57,8 18 42,9 44 50,6
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 2,3539 p = 0,6710
A maior parte dos pacientes (20,7%) deste grupo apresentava de 01 a 02
salários mínimos. E 11,5% recebiam menos do que um salário mínimo.
Proporcionalmente os homens têm renda superior a das mulheres, com 19,0% dos
homens tendo renda superior a 3 salários e as mulheres com 15,6%. (Tabela 21).
O grau de instrução e a renda familiar mais elevada neste grupo de abandono
pode refletir a busca de atendimento em unidade de saúde particular para facilitar o
acompanhamento, sendo o acesso mais fácil com horário de atendimento mais
flexíveis, a acolhida e a estrutura também são fatores atraentes, visto que no
Hospital das clínicas o atendimento é mais demorado, requer permanecer em filas
de marcação de consulta e sala de espera desconfortáveis.
56
Araújo e outros (1999) referenciam estudos que indicam a existência de uma
associação inversa entre nível socioeconômico e controle glicêmico; mas cita a
existência de equipes de saúde motivadas e com metas definidas para otimizar as
condições mais precária de cuidados, levando os pacientes à adesão.
Tabela 22 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo o tempo de diagnóstico e sexo. Goiânia - Go, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Tempo de
Diagnóstico
N % N % N %
< 5 anos 01 2,2 03 7,1 04 4,6
De 05 a 10 anos 18 40,0 21 50,0 39 44,8
De 11 a 15 anos 12 26,7 07 16,7 19 21,8
> 15 anos 11 24,4 07 16,7 18 20,7
N.I. 03 6,7 04 9,5 07 8,0
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 3,4790 p = 0,4811 (p<0,05)
A maior parte dos indivíduos que abandonaram havia recebido diagnóstico
dentro de um período de 5 a 10 anos – 44,8%. E 42,5% há mais de 11 anos, quando
abandonaram o serviço. Neste grupo as mulheres tinham diagnóstico por mais
tempo, 51,1% - por mais de 11 anos. (Tabela 22)
É interessante observar que, mesmo com diagnóstico da doença há mais de 5
anos, muitos ainda abandonam o serviço. Torna-se necessário avaliar com maior
detalhamento quais os motivos que levam tais pessoas a desistirem. Até porque se
pode identificar que não são todos não aderentes ao tratamento, pois podem estar
sob controle em outras unidades de saúde ou mesmo podem ter se mudado da
região.
57
Tabela 23 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo ano de inicio de tratamento no HC e sexo. Goiânia-
Go , 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Ano de inicio de
tratamento no HC
N % N % N %
2000 36 80,0 29 69,0 65 74,7
2001 06 13,3 06 14,3 12 13,8
2002 03 6,7 07 16,7 10 11,5
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
=2,2531 p = 0,3242 (p<0,05)
Dos pacientes que abandonaram o serviço de endocrinologia do HC 74,7%
iniciaram o tratamento no ano de 2000 e somente 25,3% nos anos de 2001 e 2002.
(Tabela 23).
Neste mesmo período estava sendo criado o Hiperdia, ofertando assistência
aos diabéticos na rede pública Municipal. Este programa facilitou o acesso aos
indivíduos. Este pode ter sido um fator que interferiu na menor procura pelos
serviços do HC-UFG nos anos 2001 e 2002.
Outro fator que deve ser lembrado é que, nestes anos, o HC passava por
reestruturação do serviço de registro e atendimento. Esta fase pode ter interferido no
registro dos atendimentos gerando sub-registro e diminuição das informações.
Tabela 24 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo o valor da primeira glicemia no início do tratamento
no HC e sexo. Goiânia - GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Primeira glicemia do
início do tratamento
no HC
N % N % N %
<110 mg/dl 05 11,1 05 11,9 10 11,5
110 a 200 mg/dl 22 48,9 13 31,0 35 40,2
201 a 300 mg/dl 08 17,8 12 28,6 20 23,0
> 300 mg/dl 10 22,2 12 28,6 22 25,3
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 3,1965 p = 0,3623 (p< 0,05)
Média e Desvio Padrão 208,6 ± 88,1 230,8 ± 91,3
58
Neste grupo que abandonou o serviço do HC 40,2% apresentavam taxas de
glicemia em jejum (diagnóstico) entre 110 a 200mg/dl. As mulheres predominaram
entre estes (48,9%). E somente 11,5% apresentavam taxas consideradas sob
controle - < 110mg/dl, com distribuição semelhante entre homens e mulheres.
(Tabela 24).
Tabela 25 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, de acordo com o número de consultas durante o tratamento e
o sexo. Goiânia - GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Número de
consultas durante o
tratamento
N % N % N %
<2 consulta 12 26,7 09 21,4 21 24,1
De 2 a 4 consultas 17 37,8 24 57,1 41 47,2
De 5 a 7 consultas 05 11,1 07 16,7 12 13,8
De 8 a 12 consultas 11 24,4 02 4,8 13 14,9
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
=8,0940 p = 0,0441 (p< 0,05)
A maior parte, 47,2% deste grupo freqüentou as consultas durante o período
que se mantiveram assíduos pelo menos duas vezes. Mais da metade (57,1%) dos
homens freqüentou entre 2 a 4 consultas. (Tabela 25)
Estes dados nos leva refletir sobre nossa atuação como profissional de
saúde em educação em saúde. Concordamos com Lescura; Mamede (1990),
quando relatam que a motivação para adesão ao tratamento é estimulada tanto pela
família, pelo próprio paciente e também pelos profissionais de saúde, que possuem
um papel importante no inicio do tratamento.
59
Tabela 26 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo o valor da glicemia capilar na última consulta e o
sexo. Goiânia - Go, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Glicemia capilar na
última consulta
N % N % N %
<110 mg/dl 04 8,9 04 9,5 08 9,2
110 a 200 mg/dl 13 28,9 15 35,7 28 32,2
201 a 300 mg/dl 06 13,3 09 21,4 15 17,2
> 300 mg/dl 08 17,8 07 16,7 15 17,2
N.I. 14 31,1 07 16,7 21 24,1
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 3,0430 p = 0,5507
Média e Desvio Padrão 216,1 ± 92,6 211,7 ± 85,8
Relembrando que o método da glicemia capilar é utilizado para o
monitoramente do DMII, foram analisados os valores encontrados entre os
indivíduos que abandonaram o serviço, no momento de sua última consulta.
Observou-se que 32,2% apresentaram estas taxas entre 110 a 200mg/dl. E somente
9,2% poderiam ser considerados com a DMII sob controle. Os homens,
proporcionalmente, estavam com maior controle da glicemia. (Tabela 26)
Tabela 27 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, de acordo com a glicemia em jejum na última consulta e o
sexo. Goiânia - Go, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Glicemia de jejum
na última consulta
N % N % N %
<110 mg/dl 06 13,3 06 14,3 12 13,8
110 a 200 mg/dl 16 35,6 16 38,1 32 36,8
201 a 300 mg/dl 08 17,8 06 14,3 14 16,1
> 300 mg/dl 06 13,3 06 14,3 12 13,8
N.I. 09 20,0 08 19,0 17 19,5
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 0,2414 p = 0,9933
Média e Desvio Padrão 198,7 ± 85,2 195,6 ± 86,7
60
Quando foi utilizado o método da glicemia em jejum no último
comparecimento 36,8% estavam com taxa entre 110 a 200mg/dl. E 13,8% estavam
com a glicemia sob controle (<110mg/dl). É interessante observar que a distribuição
entre os sexos foi muito semelhante. Observa-se que a maior parte das mulheres
(35,6%) e dos homens (38,1%) com DM tipo 2 que não aderiram ao serviço
mantiveram sua glicemia na faixa de 110 a 200 mg/dl, na primeira e última consulta,
não ocorrendo assim uma redução de valores.(Tabela 27).
Esta falta de adesão ao tratamento pode ser relacionada a vários fatores
dentre eles o fato dos sintomas surgirem tardiamente e não no momento da glicemia
elevada, a falta de atividade física e os efeitos da dieta e medicamentos na alteração
de vida do indivíduo (NOBRE, 2001; REGO, 2004).
Estes dados supracitados nos levam a buscar desafios em nossas condutas
com profissionais da saúde de uma equipe multidisciplinar para reduzir o número de
abandono ao tratamento, reduzindo assim o número de complicações
cardiovasculares, mortalidade e situações de invalidez (MATHIAS; JORGE, 2004;
SBD, 2003; BRASIL, 2002).
Para Santos e outros (2005) o fato das doenças crônicas degenerativas não
causarem desconforto em seu início, o paciente não se compromete com as
condutas necessárias ao seu controle, sendo percebido a necessidade de mudança
de comportamento quando os sintomas interferem na sua qualidade de vida. Os
autores reforçam ainda a necessidade de uma ação interdisciplinar para atingir a
totalidade da doença e suas complicações em relação ao paciente.
Os valores que estavam acima de 300 mg/dl no início do tratamento (25,3%),
tiveram uma redução na última consulta com 13,8% dos pacientes mantendo as
taxas acima de 300 mg/dl. Entende-se que estes valores mostram que a adesão ao
tratamento pode ser considerada parcial
61
Tabela 28 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo o valor da glicemia pós prandial na última consulta e
o sexo. Goiânia - Go, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Gilcemia pós-
prandial na última
consulta
N % N % N %
<140 mg/dl 05 11,1 02 4,8 07 8,0
140 a 200 mg/dl 06 13,3 07 16,7 13 14,9
201 a 300 mg/dl 05 11,1 08 19,0 13 14,9
> 300 mg/dl 11 24,4 04 9,5 15 17,2
N.I. 18 40,0 21 50,0 39 44,8
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 5,4554 p = 0,2437
Média e Desvio Padrão 241 ± 104,2 222,8 ± 82,4
Em relação à glicemia pós prandial, 29,8% dos pacientes que abandonaram o
serviço mantiveram na faixa de 140 a 300 mg/dl e confirmando Zaidenverg (2004),
que refere que as taxas de glicemia pós prandial estão diretamente relacionadas a
taxas de glicemia capilar, que neste estudo também se mantiveram elevadas.
(Tabela 28).
Analisando as mulheres percebemos que a maioria (24,4%) apresentou
glicemia acima de 300 mg/dl, mas também foi, entre elas, que predominou aqueles
com níveis sob controle (11,1%). (Tabela 28).
Tabela 29 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, de acordo com a hemoglobina glicada na última consulta e o
sexo. Goiânia- GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
07% 01 2,2 05 11,9 06 6,9
> 7% 18 40,0 16 38,1 34 39,1
N.I. 26 57,8 21 50,0 47 54,0
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א = 3,6398 p = 0,3031
Média e Desvio Padrão 10 ±1,6 9,2 ± 3,1
62
A hemoglobina glicada nos pacientes deste grupo manteve acima de 7% e
segundo Andriolo e outros (2003) esta porcentagem está associada a um risco maior
de complicações crônica. Devemos ressaltar que 54,0% das taxas não foram
identificadas, sendo valores elevados que podem interferir na análise real dos
dados. Esta taxa de 54,0% de não identificado pode estar relacionado ao custo
deste exame no Serviço Único de Saúde, ou mesmo ao fato da não motivação em
continuar o tratamento.
Os valores glicêmicos da hemoglobina glicada, glicemias de jejum, capilar e
pós prandial devem ser avaliadas em conjunto, fornecendo ao profissional de saúde
e paciente as informações necessárias para avaliar continuamente a terapia para o
DM (GOLDSTEIN, 1999).
Tabela 30 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo o valor do colesterol na última consulta e o sexo.
Goiânia - GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Colesterol na última
consulta
N % N % N %
< 200 06 13,3 06 14,3 12 13,8
De 200 a 300 12 26,7 05 11,9 17 19,5
> 300 00 0,0 01 2,4 01 1,1
N.I. 27 60,0 30 71,4 57 65,5
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 3,941 p = 0,2679
Média e Desvio Padrão 217 ± 48,7 208,5 ± 67
Neste grupo houve um número muito alto de falta de registro 65,5%. Esta
ausência de dados poderia indicar que os pacientes já estavam começando a
abandonar o tratamento. No entanto, mesmo assim identifica-se que 13,8% dos
pacientes estavam com a taxa de colesterol em níveis considerados sob controle.
Proporcionalmente as mulheres apresentaram taxas maiores (26,7%). (Tabela 30).
63
Tabela 31 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, segundo o valor dos triglicérides na última consulta e o sexo.
Goiânia-GO 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
Triglicérides na
última consulta
N % N % N %
< 150 07 15,9 06 14,6 13 15,3
De 150 a 300 11 25,0 04 9,8 15 17,6
> 300 01 2,3 01 2,4 02 2,4
N.I. 25 56,8 30 73,2 55 64,7
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
א
2
= 3,6969 p = 0,2961
Média e Desvio Padrão 197,4 ± 69,2 186,4± 86,1
No grupo dos pacientes que abandonaram o serviço os valores de colesterol
de triglicérides, na sua maioria, não estão informados. Somente 15,3%
apresentaram taxas de triglicérides sob controle. (Tabela 31)
Semelhante dado sobre os valores de colesterol, indicando também ao incicio
do abandono.
Tabela 32 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II que
abandonaram o serviço de endocrinologia do HC/UFG no período de janeiro de
2000 a julho de 2005, de acordo com o Índice de Massa Corpórea na última consulta
e o sexo. Goiânia - GO, 2005.
Sexo Feminino Masculino Total
ÍDICE DE MASSA
CORPÓREA
N % N % N %
<20 kg/m2 03 6,6 03 7,2 06 6,9
De 20 a 25 Kg/m2 13 28,9 12 28,6 25 28,7
> 25 Kg/m2 18 40,1 18 42,8 36 41,4
N.I. 11 24,4 09 21,4 20 23,0
Total 45 51,7 42 48,3 87 100,0
Foi identificado que 41,4% dos pacientes que abandonaram o serviço
possuem Índice de Massa Corpórea fora do padrão de normalidade, A distribuição
do Índice de Massa Corpórea entre os sexos foi semelhante. (Tabela 32).
64
Cercato e outros, (2004) cita que o Índice de Massa Corpórea fora dos
padrões estabelecidos proporciona um aumento do risco de desenvolver as
complicações cardiovasculares no paciente.
Compreendendo a afirmação acima citada reforçamos a necessidade de
mudança de hábitos de vida. Tais mudanças só poderão ocorrer baseadas no
Modelo de Crença em Saúde e nas dimensões da severidade percebida e dos
benefícios (MOURA ,2004).
4.5 Realizando comparação entre os grupos
Após a caracterização de cada grupo individualment
e, foi realizado uma
comparação entre as principais variáveis do estudo.
65
Tabela 33 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II nos grupos
que aderiram e não aderiram o serviço de endocrinologia do HC/UFG de acordo com
o sexo, faixa etária e ocupação. Goiânia - GO, 2005.
Variáveis
Adesão ao
serviço
(Grupo 01)
(n: 47)
Não adesão ao
serviço
(Grupo 02)
(n: 87)
Qui –
Quadrado
(χ
2
)
P
(α =
0,05)
Sexo
Homem 14 (29,8%) 42 (48,3%)
4,28 < 0,05
Mulher 33 (70,2%) 45 (51,7%)
Faixa etária
> 70 anos 08 (17,0%) 15 (17,2%)
1,94 > 0,05
30 a 40 anos 01 (2,1%) 06 (6,9% )
41 a 50 anos 11 (23,4%) 15 (17,2%)
51 a 60 anos 11 (23,4%) 21 ( 24,1%)
61 a 70 anos 16 (34,0%) 30 (34,5%)
Ocupação
Aposentado 03 (6,4%) 02 (2,3%)
6,79 > 0,05
Do Lar 14 (29,8%) 21 (24,1%)
Mercado Formal 08 (17,0%) 06 (6,9%)
Mercado Informal 06 (12,8%) 17 (19,5%)
N.I. 16 (34,0)% 41 (47,0%)
α = Nível de significância
Ao realizar uma análise da distribuição quanto ao sexo nos dois grupos, foi observado que os homens possuem
menor adesão ao serviço (p< 0,05)
No presente estudo a prevalência do sexo feminino foi maior, tanto no grupo
de adesão ao serviço (70,2%) como no grupo não adesão ao serviço (51,7%),
confirmando os estudos de Assunção; Santos; Costa, 2002; Araújo e outros, 1999,
Rego, 2004 e Santos e outros (2005).
Franco (2004) referiu que a maior prevalência de DM tipo 2 no sexo
feminino pode ser em razão de uma maior freqüência nas consultas médicas (pré -
66
natal, exames periódicos). Os programas de assistência, historicamente, são
direcionados para as mulheres ou o binômio mãe-filho.
O estudo de Torquato (2003) diferencia dos estudos acima citados, devido ter
identificado uma freqüência semelhante entre homens (12,0%) e mulheres (12.1%),
resultados, corroborando com o estudo de Malerbi (1992) que também identificou
uma semelhança entre a prevalência de diabetes por sexo feminino (7,5%) e
masculino (7,6%). Tais diferenças nesta distribuição devem ser motivos de estudos
específicos.
Boyle (2001) realizou uma projeção de pessoas com diabetes para 2025 e
identificou uma maior prevalência de DMII nos indivíduos acima de 70 anos. Nosso
estudo mostra uma prevalência na faixa etária de 61 a 70 anos nos dois grupos,
considerando que a estimativa média de vida está aumentando, e os grupos da
terceira idade estão mais ativos e vivendo mais, apesar da patologia presente,
acredita-se que a faixa etária dos pacientes com DMII no ambulatório do HC/UFG
também aumentará.
A prevalência da ocupação “do lar” foi predominante nos dois grupos (29,8%
e 24,1%). Isso pode ter ocorrido em razão da maior presença do sexo feminino,
influenciando também no tempo disponível para buscar o atendimento de saúde.
Para Torquato (2004), a vida sedentária da mulher também pode ser um fator
favorável o surgimento da DM tipo 2.
67
Tabela 34 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II nos grupos
que aderiram e não aderiram ao serviço de acordo com o número de consultas
durante o tratamento, tempo de diagnóstico e glicemia de jejum na última consulta.
Goiânia - GO, 2005.
Variáveis
Adesão ao
serviço
(Grupo 01)
(n: 47)
Não adesão ao
serviço
(Grupo 02)
(n: 87)
Qui –
Quadrado (χ
2
)
P
(α =
0,05)
Número de
consulta
< duas consultas 00 21 (24,1%)
69,15 < 0,01
De 2 a 4 consultas 02 (4,3%) 41 (47,1%)
De 5 a 7 consultas 05 (10,6%) 12 (85,1%)
De 8 a 12 consultas 33 (70,2%) 13 (14,9%)
> 12 consultas 07 (14,9%) 00
Tempo de
diagnóstico
<5 anos 04 (8,5%) 04 (4,6%)
1,59 > 0,05
De 5 a 10 anos 19 (40,4%) 39 (44,8%)
De 11 a 15 anos 14 (29,8%) 19 (21,8%)
>15 anos 09 (19,1%) 18 (20,7%)
Glicemia de jejum
na última consulta
<110 mg/dl 08 (17,0%) 12 (13,8%)
3,30 > 0,05
De 110 a 200 mg/dl
27 ( 57,4%) 32 (36,8%)
De 201 a 300 mg/dl 09 (19,1%) 14 (16,1%)
>300mg/dl 03 (6,4%) 12 (13,8%)
α = Nível de significância
Analisando os dados ressalta-se que quanto menor a freqüência às consultas
maior o abandono ao serviço, dados estes já esperados no grupo do abandono.
Observou-se que não houve diferença entre os dois grupos quanto ao tempo de
diagnóstico (de 5 a 10 anos). Nos dois grupos observou-se uma taxa de glicemia na
última consulta > ou igual a 110 mg/dl, mesmo sem diferença significante.
68
Foi observado que 40,4% dos pacientes do grupo que aderiram o serviço
possuem diagnóstico de DMII de 5 a 10 anos, e que, apesar de freqüentar
consultas médicas de 8 a 12 vezes (70,2%) durante o tratamento no HC,
continuam mantendo a taxa de glicemia entre 110 e 200 mg/dl (57,4%). Valores
glicêmicos estes semelhantes ao do grupo que não aderiu que possui 36,8% de
pacientes nesta faixa de glicemia, demonstrando baixa adesão ao tratamento e
insucesso terapêutico.
Santos e outros (2005) relacionaram o tempo de diagnóstico com o início do
tratamento e identificou que alguns pacientes optaram por buscar o tratamento após
algum tempo, somente quando iniciaram os sintomas.
O estudo de Araújo (1999) identificou em seu estudo que 35,8% dos
pacientes possuíam diagnóstico de 6 a 10 anos e 54,5% foram na última consulta a
menos de 2 meses, apresentando hemoglobina glicada com índice normal em 38,3%
dos pacientes.
Estes dados reforçam a necessidade da uma intervenção dos profissionais de
saúde, buscando estratégias aplicáveis que levem os pacientes a interagirem com a
equipe e compreender em que também são responsáveis pelo sucesso terapêutico.
Acredita-se que a renda mensal e a escolaridade tenham uma influência
direta no acesso ao serviço, visto que são variáveis marcantes na vida de um
indivíduo em relação à motivação e decisão na sua mudança de atitude e conduta
em relação à busca do serviço e tratamento.
Vasconcelos e outros (2000) afirmam que:
Conseguir a adesão do paciente a tratamento que
exigem mudanças de comportamento nem sempre é
uma tarefa fácil para os profissionais da área de
saúde.”
O Modelo de Crenças em Saúde nos leva a compreender o porquê da não
adesão e isto nos dá subsídios para montar estratégia de intervenção e, aborda a
transformação de atitude após a percepção do paciente sobre sua influência na
tomada de decisão. Utilizam também a ações do profissional de saúde na educação
em saúde direcionada ao paciente e sua família para a interação do aprendizado
das condutas (REGO, 2004; MELO, 2005; MOURA,2004).
69
Verificou-se que a maioria dos pacientes (71,2%) que abandonaram o serviço
compareceram em até quatro consulta no HC/UFG, dados que nos levam a
corroborar com Pilotto (2004, p ) quando definiu que “...a adesão ao tratamento é
centrada na decisão do paciente que é a parte ativa e definitiva do tratamento...”
podendo nós, profissionais de saúde, orientar para a importância do
comparecimento à consulta e principalmente adesão ao tratamento de forma
suficiente para conseguir a conscientização da importância desta adesão.
Tabela 35 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus II nos
grupos que aderiram e não aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG, de
acordo com o Índice de Massa Corpórea (Índice de Massa Corpórea). Goiânia,
2005.
ÍDICE DE MASSA
CORPÓREA
Adesão ao serviço
(Grupo 01)
(n: 47)
Não adesão ao
serviço
(Grupo 02)
(n: 87)
Qui –
Quadrad
o (χ
2
)
P
(α = 0,05)
< 20 kg/m2
1 (2,1%) 4 (4.6%)
6,18 > 0,05
Entre 20,1 e 25,0
kg/m2
20 (42,6%) 27 (31,0%)
> 25,1 kg/m2
22 (46,8%)
36 ( 41,4%)
N.I. 04 ( 8,5%) 20 (23,0%)
Total 47 (100,0%) 87 (100,0%) ----- -----
α = Nível de significância
Entre os dois grupos o número de pessoas com Índice de Massa Corpórea
maior ou igual a 25 kg/m2 foi elevado, indicando uma possível associação entre
DMII e obesidade. Situação esta que pode estar relacionada à não adesão à dieta e
a atividade física instituídas no tratamento.
70
Tabela 36 - Distribuição dos pacientes portadores de Diabetes Mellitis II nos grupos
que aderiram e não aderiram ao serviço de endocrinologia do HC/UFG de acordo
com local de residência. Goiânia – GO, 2005.
Local de residência
Adesão ao
serviço
(Grupo 01)
(n: 47)
Não adesão ao
serviço
(Grupo 02)
(n: 87)
Qui –
Quadrado
(χ
2
)
P
(α = 0,05)
Goiânia 38 (80%) 74(85%)
0,38 > 005
Fora de Goiânia 09 (19,1%) 13 (15,0%)
Total
47 (100,0
%) 87(100,0%) ----- -----
α = Nível de significância
O grupo aderente ao serviço residia em sua maioria no município de Goiânia,
semelhante ao grupo do abandono ao serviço. Não foi feita a identificação da
distância entre a residência e o HC/UFG. Portanto, não há como afirmar a
interferência do acesso ao serviço e a adesão neste estudo.
71
5. CONCLUSÃO
Através deste estudo identificamos que o abandono ao serviço de
endocrinologia do Hospital das Clínicas-UFG foi alto, implicando a uma elevada
quantidade de pacientes DMII sem assistência e dados laboratoriais de controle fora
da normalidade.
Dos 134 pacientes pesquisados a maioria 65% não aderiu ao serviço de
endocrinologia do HC/UFG, e dos 35% que aderiram ao serviço, identificamos que a
adesão ao tratamento também foi baixa.
Mesmo comparecendo com freqüência regular ao serviço de endocrinologia,
muitos não apresentavam o controle glicêmico esperado. Altas taxas de glicemia,
colesterol e grande prevalência de obesidade indicam que a terapia instituída não
está alcançando o sucesso desejado. A adesão ao serviço não garantiu a adesão ao
tratamento. Levando a refletir se a ocupação, renda mensal, ou mesmo o sexo teria
importância nesta situação ou se a forma de intervenção do profissional está de
forma correta.
Do total de 35,0% que aderiu ao serviço, se considerarmos como indicador a
Hemoglobina Glicada, tivemos 34,0% de adesão ao tratamento. Com o método da
glicemia capilar foram 23,4%, e com a glicemia de jejum foram 17,0%. Identificou-se
aqui um padrão inferior ao esperado, pois menos da metade dos pacientes
permanecem sob tratamento.
Questionam-se os mais variados motivos para que isso esteja ocorrendo.
Existem fatores que interferem e que estão relacionados à organização do serviço e
a oferta da assistência. Tais como: horário de atendimento, possibilidade de
aprazamento, atendimento ofertado pelos profissionais, dentre outros.
Mas há também fatores relacionados ao próprio paciente e a forma como se
percebe doente. Caso ele não esteja suficientemente motivado pode não aderir por
absoluta “descrença” no fato de que necessita realmente daquele tratamento.
E, no caso da DMII, que pode retardar o surgimento de sinais e sintomas,
quando não controlada, muitos indivíduos passam a acreditar que estão curados e
por isso mesmo deixam de comparecer ao ambulatório.
Então o primeiro passo para melhorar o sucesso terapêutico é conseguir que
os pacientes melhorem sua adesão ao serviço. É preciso garantir a sua presença
próxima à equipe de saúde para que possa ser motivado e orientado. Se a adesão
72
ao serviço é baixa o serviço deve ser avaliado para identificar onde existem falhas
que possam ser corrigidas e refletir nesta maior aproximação.
Entendemos que o horário do atendimento deve ser variado para atender
diferentes categorias na população. Assim, poderíamos sugerir três horários de
atendimento – matutino vespertino e noturno. Dessa forma poderia até mesmo ser
reduzida à alta demanda em um só horário e o acúmulo que ocorre nos corredores
do ambulatório.
Outro caminho a percorrer ao encontro do sucesso terapêutico é a
aproximação da assistência profissional ao paciente. Isto poderia ser feito com
algumas estratégias: visitas domiciliares, assistência nos locais de trabalho,
telefonemas lembrando da consulta, dentre outros.
Ainda com relação ao serviço pode-se propor que haja maior motivação da
equipe que assiste o paciente DMII. De preferência que seja multiprofissional,
composta por enfermeiros, médicos, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e
outros.
A equipe deve compreender que seu papel na assistência ao paciente é
motivador e orientador e não de supervisor. Esta equipe deveria ser constantemente
estimulada com possibilidades de cursos, congressos, reuniões... de forma tal que
atuassem como um corpo orgânico e articulado. Por certo esta organização refletiria
na maior adesão do paciente ao serviço.
A motivação para a adesão ao tratamento também é resultado de uma
abordagem humana com qualidade e determinação de uma equipe multiprofissional
Depois de resolvidas as questões relacionadas ao serviço, há que se pensar
bastante sobre a necessidade de melhorar a adesão ao tratamento. Só a presença
do paciente constantemente nas consultas não é garantia que ele esteja aderindo às
orientações, usando a medicação ou mesmo entendendo como deve participar.
É parte da terapia aplicada, nas situações de DMII, as medidas não
farmacológicas que envolvem mudanças de hábitos e comportamentos. Estas
medidas interferem com todo o modo de vida do indivíduo. E deve-se considerar que
a grande maioria dos diagnósticos de DMII ocorre em faixas etárias adultas, quando
o indivíduo já adquiriu vários hábitos e vícios.
Por estas razões a adesão ao tratamento transforma-se em um desafio a ser
vencido.
73
Para que todas as orientações sobre o tratamento seja seguida é necessário
uma motivação por parte do paciente em perceber a necessidade de mudança de
hábito e aderir à todas as medidas .
Como alcançar esta motivação e como melhorar a adesão ao tratamento é
uma barreira que ainda não está suficientemente esclarecida. Porém, algumas
medidas estratégicas já têm sido usadas demonstrando sucesso.
A principal ferramenta disponível para o profissional de saúde em tais
situações é a Educação em Saúde. Said (2001), refere que a educação em saúde
utilizando atividades em grupos, através da problematização leva o paciente a auto
expressão, a participação em grupos, a solução de problemas e o alcance de
autonomia.
Na medida em que o paciente compreende, através da educação em saúde,
o benefício de uma ação para a redução das complicações, ele participará desta
ação. Os programas de educação são importantes para melhorar o conhecimento do
paciente sobre a doença.
Acredita-se que a (não) adesão está relacionada a maneira do profissional
abordar o paciente e suas proibições, as dificuldades de acesso às informações e as
dificuldades de aprendizado para o auto cuidado.
Foi verificado a necessidade de ampliar nossos conhecimentos sobre a
influência dos profissionais de saúde na adesão ao tratamento das doenças crônicas
degenerativas, onde estão os pontos a serem melhorados para que a educação em
saúde tenha um resultado positivo.
Promover ações educativas para os diabéticos é premissa fundamental para o
tratamento da doença, prevenido as complicações e melhorando a qualidade de
vida. É necessário que os profissionais de saúde implementem programa educativo
junto às instituições de ensino, grupos sociais com o objetivo de promover a saúde e
prevenir as doenças crônicas degenerativas.
O caráter assintomático do DM é um desafio para os profissionais de saúde
que irão cuidar destes pacientes. Estratégias educacionais devam atender os
aspectos emocionais e sociais, valorizando as crenças deste indivíduo, orientando-
os juntamente com a família para ações de manutenção à saúde.
Uma sugestão de ação é a formação de grupo colocando o paciente como co-
responsável pelo seu cuidado através de uma educação continua.
74
O trabalho em grupo é uma estratégia possível e adequada para desenvolver
propostas educativas, proporcionado uma participação ativa do sujeito na
construção de novos conhecimentos.
Deixamos aqui um desafio: Como trabalhar com a educação em saúde entre
os indivíduos portadores de DMII de forma a garantir impacto e melhorar a adesão
ao tratamento e, consequentemente, o sucesso terapêutico?
75
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105p.
81
ANEXOS
82
83
FORMULÁRIO COLETA DE DADOS DIABETES
Prontuário:____________________ Formulário :________________
1. Nome:__________________________________________________
2. Endereço: Rua, Setor, Cidade, Estado):_____________________
_______________________________________________________
3. Data de Nascimento:____________________
4. Faixa Etária: ( ) 30 a 40 ( ) 41 a 50 ( ) 51 a 60
( ) 61 a 70 ( ) >70
5. Sexo: ( ) F ( ) M
6. Estado Civil: ( ) Casado (Morar Junto)
( ) Solteiro
( ) Separado
( ) Viúvo
7. Escolaridade: ( ) sem escolaridade ( ) primeiro grau ( completo ou incompleto)
( ) segundo grau
8. Ocupação: ( ) mercado formal (carteira assinada)
( ) mercado informal
( ) do lar
( ) aposentada
9. Renda mensal (familiar) :
( ) < salário mínimo ( ) de 1 a 2 salário mínimo
( ) de 3 a 4 salário mínimo ( ) 5 ou mais salário mínimo
10. Tempo de tratamento:
- data/ tempo de diagnóstico:
- data de início de tratamento no HC:
11. Glicemia de jejum em consulta no HC:
- primeira dosagem data:
- última dosagem data:
12. Adesão ao serviço:
A) Número de consulta realizadas durante todo o tratamento no HC:
- 2000: 2001:
- 2002: 2003:
- 2004: 2005:
B)Data da última consulta:
84
13. Adesão ao tratamento
a) Resultados de exames na última consulta:
Exame Valor
Glicemia capilar
Glicemia de jejum
Glicemia pós prandial
Hemoglobina Glicada
Colesterol
Triglicérides
Peso
Altura
Data da coleta _________________ Assinatura
_____________________
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