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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE AMBIENTES
AQUÁTICOS CONTINENTAIS
VANESSA TOMAZINI
Estrutura de epífitas vasculares e de forófitos em formação florestal ripária do
Parque Estadual do Rio Ivinhema, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
Maringá, PR
2007
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VANESSA TOMAZINI
Estrutura de epífitas vasculares e de forófitos em formação florestal ripária do
Parque Estadual do Rio Ivinhema, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais
do Departamento de Biologia, Centro de Ciências
Biológicas da Universidade Estadual de Maringá,
como requisito parcial para obtenção do título de
Doutor em Ciências Ambientais.
Área de concentração: Ciências Ambientais.
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Maria Conceição de Souza
Maringá
2007
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"Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)"
(Biblioteca Setorial - UEM. Nupélia, Maringá, PR, Brasil)
T655e
Tomazini, Vanessa, 1979-
Estrutura de epífitas vasculares e de forófitos em formação florestal ripária do Parque
Estadual do Rio Ivinhema, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil / Vanessa Tomazini. --
Maringá, 2007.
38 f. : il..(algumas color.)
Tese (doutorado em Ecologia de Ambientes Aqticos Continentais) - Universidade
Estadual de Maringá, Dep. de Biologia, 2007.
Orientador: Profª Drª Maria Conceição de Souza.
1. Vegetação ripária - Epífitas vasculares - Ecologia - Parque Estadual do rio
Ivinhema - Mato Grosso do Sul (Estado) - Brasil. 2. Epífitas vasculares - Vegetação
ripária - Ecologia - Parque Estadual do rio Ivinhema - Mato Grosso do Sul (Estado) -
Brasil. 3. Forófitos - Floresta Estacional Semidecidual - Parque Estadual do rio Ivinhema
- Mato Grosso do Sul (Estado) - Brasil. I. Universidade Estadual de Maringá.
Departamento de Biologia. Programa de Pós-Graduação em "Ecologia de Ambientes
Aquáticos Continentais".
CDD 22. ed. -582.1768098171
NBR/CIP - 12899 AACR/2
Maria Salete Ribelatto Arita CRB 9/858
João Fábio Hildebrandt CRB 9/1140
FOLHA DE APROVAÇÃO
VANESSA TOMAZINI
Estrutura de epífitas vasculares e de forófitos em formação florestal ripária do
Parque Estadual do Rio Ivinhema, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos
Continentais do Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas da Universidade
Estadual de Maringá, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Ciências
Ambientais pela Comissão Julgadora composta pelos membros:
COMISSÃO JULGADORA
Profª Drª Maria Conceição de Souza
Universidade Estadual de Maringá (Presidente)
Profª Drª Raquel Rejane Bonato Negrelle
Universidade Federal do Paraná
Profª Drª Mariza Barion Romagnolo
Universidade Paranaense (UNIPAR)
Prof Dr Ismar Sebastião Moscheta
Universidade Estadual de Maringá
Profª Drª Maria Auxiliadora Milanezi Gutierre
Universidade Estadual de Maringá
Aprovada em: 30 de agosto de 2007.
Local de defesa: Anfiteatro do Nupélia, Bloco G-90, campus da Universidade Estadual de
Maringá.
Dedico este trabalho aos meus pais, Elza Maria
e Florisval, pelo seu amor, incentivo e
companheirismo.
AGRADECIMENTOS
Nesta página, muito especial deste trabalho, gostaria de agradecer a algumas Instituições e
pessoas, dentre as muitas que me ajudaram a realizá-lo:
À Universidade Estadual de Maringá (UEM), ao Curso de Pós-graduação em Ecologia de
Ambientes Aquáticos Continentais (PEA), ao Núcleo de Pesquisa em Limnologia,
Ictiologia e Aqüicultura (Nupélia) e ao Projeto de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração
(PELD-site 6), pela colaboração e apoio em todas as etapas deste trabalho;
À CAPES pela bolsa de pesquisa concedida;
À Gerência Executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) em Juína (MT), pela colaboração em flexibilizar o meu horário de
trabalho para conclusão deste estudo;
À professora Dr
a
Maria Conceição de Souza pela sua orientação em todas as etapas de
minha formação científica (desde a graduação!!!) e pelas contribuições para a realização
deste estudo;
Aos integrantes do Laboratório Mata Ciliar. À bióloga Kazue Kawakita Kita e doutoranda
Simone Rodrigues Slusarski pela amizade, auxílio nos momentos de dúvidas e na
obtenção de referências bibliográficas. Aos ex-estagiários Alan Charles Fontana, Mariana
Alves Pagotto e Rafael Zampar (agora mestrandos!) e a mestre Giovanna Faneco Pereira,
pelo companheirismo, alegria e apoio, durante as idas e vindas a Lagoa Finado Raimundo,
inclusive, em meio aos pernilongos, micuins, botucas, queixadas e tombos;
Aos funcionários que prestam serviços na Base de Pesquisa Avançada do Nupélia, em
especial os barqueiros, Sebastião Rodrigues (Tião) e Alfredo Silva Soares, que em muito
auxiliaram na coleta do material botânico;
Aos especialistas Daniella Zappi (Lepismium lumbricoides e Rhipsalis), Maria
Auxiliadora Gutierre (Dryadella, Macradenia, Miltonia, Oncidium jonesianum e O.
pumilum), Fabio de Barros (Octomeria micrantha, Pleurothallis) e Elsie Franklin
Guimarães (Peperomia), pelas identificações e/ou confirmação das espécies;
Ao mestrando Alan Charles Fontana pela elaboração do mapa da área de estudo; além do
auxílio com o FITOPAC, juntamente com Rafael Zampar;
Aos colegas de curso Rodrigo Fernandes, Rodrigo Costa, Adriana Félix e Carina Moresco
pelas discussões e auxílio no tratamento estatístico;
À estagiária Érica Daine Mauri pelo auxílio com o registro dos forófitos no HUEM;
A funcionária do Herbário da Universidade Estadual de Maringá (HUEM), Angela pela
prestatividade e auxílio com as exsicatas;
Aos funcionários da Biblioteca Setorial do Nupélia pela prestatividade e auxílio nas
correções das referências bibliográficas consultadas;
Aos funcionários da Secretaria do PEA, em especial a Aldenir Cruz Oliveira, pela atenção
disponibilizada;
Aos membros da banca, Dr
a
Raquel Rejane Bonato Negrelle (UFPR), Dr
a
Mariza Barion
Romagnolo (UNIPAR), Dr Ismar Sebastião Moscheta (UEM) e Dr
a
Maria Auxiliadora
Milanezi Gutierri por aceitarem o convite para avaliação deste trabalho e pelas valiosas
sugestões;
As minhas amigas e companheiras de doutoramento Luciana Baza Mendonça (Beija-flor),
Simone Rodrigues Slusarski (Saimonela), Claudinéia A. Silva e Adriana Félix, pela
amizade e momentos de alegria durante e após as disciplinas;
À minha família, amigos e ao meu noivo pela compreensão, carinho e apoio em todas as
etapas deste trabalho.
Estrutura de epífitas vasculares e de forófitos em formação florestal ripária do
Parque Estadual do Rio Ivinhema, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
RESUMO
Com o objetivo de analisar a estrutura de epífitas vasculares e de forófitos em formação
florestal ripária da planície de inundação do alto rio Paraná, foram realizados estudos em
remanescente florestal, denominado Mata da Lagoa Finado Raimundo, localizado no Parque
Estadual do Rio Ivinhema, Município de Jateí, MS (22°47'21''S e 53°32'04''O). O
levantamento florístico das epífitas foi realizado em uma área de aproximadamente 888.500
m
2
, abrangendo todo o remanescente. O levantamento estrutural dos forófitos, com PAP 15
cm e das epífitas foram efetuados em uma área amostral de 8.100 m
2
,
subdividida em nove
blocos alinhados em três transecções, compreendendo, cada bloco, nove parcelas contíguas de
10 x 10 m. A representatividade dos forófitos foi analisada a partir de comparações com a
categoria não-forofítica a partir de dados oriundos de um levantamento fitossociológico para
indivíduos com PAP 15 cm, realizado na mesma área amostral. Foram analisados, também,
parâmetros relativos às distribuições vertical e horizontal das epífitas, e o Valor de
Importância Epifítico (VIi), que foi obtido a partir dos valores de freqüência de cada espécie
em relação ao número de indivíduos e estratos (2 m de amplitude cada) forofíticos. O
levantamento florístico das epífitas resultou em 29 espécies que foram reunidas em 20
gêneros e 5 famílias. As famílias de maior riqueza florística foram Orchidaceae e
Bromeliaceae, que reuniram, juntas, 60,0% dos gêneros e 65,5% das espécies. Os forófitos
compreenderam 45 espécies, que foram reunidas em 35 gêneros e 21 famílias. Leguminosae e
Myrtaceae foram as famílias de maior riqueza florística e, juntas, reuniram 31,4% dos gêneros
e 33,2% das espécies. Os indivíduos forofíticos reuniram, respectivamente, 41,73%, 17,2% e
42,2% da freqüência, densidade e dominância relativas, e 33,7% do VI da área amostrada.
Zygia caulifloria (Willd.) Killip ex Record apresentou a maior densidade de indivíduos
forofíticos (34,1%) e de espécies epifíticas (75,0%). O número de espécies epifíticas por
forófito variou de um a dez (média= 1,83 ± 1,38), com Índice de Diversidade de Shannon
igual a 2,24. A colonização nos forófitos foi predominante na região da copa e no intervalo de
2-6 m de altura, com respectivamente, 75,9% e 54,8% das ocorrências epifíticas.
Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel. obteve o maior VIi (88,9), à qual se
seguiram Peperomia pereskiaefolia H.B. & K. (22,2), Macradenia multiflora Cogn. (16,2),
Oncidium pumilum Lindl. (13,1) e Rhipsalis baccifera (Mill.) Stearn (13,1). As áreas
próximas à várzea (localização oposta a lagoa) apresentaram-se mais propícias ao epifitismo
do que aquelas as margens da lagoa, provavelmente devido ao menor efeito de borda. Apesar
de não significativa a diferença de diversidade epifítica entre o presente estudo com a de outro
remanescente na planície de inundação do alto rio Paraná, apresentaram baixa similaridade de
espécies, além da altura máxima com ocorrência de epífitas nos forófitos ser
consideravelmente maior na presente área, provavelmente devido as melhores condições de
preservação. Macradenia multiflora, Oncidium pumilum, Peperomia pereskiaefolia e
Rhipsalis baccifera foram as epífitas ressaltadas como possíveis indicadoras de remanescentes
mais preservados na planície de inundação do alto rio Paraná.
Palavras-chave: Epífitas vasculares. Forófitos. Vegetação ripária. Floresta Estacional
Semidecidual. Parque Estadual do Rio Ivinhema. Planície de inundação do alto rio Paraná.
Structure of the vascular epiphytes and phorophytes in a riparian forest
formation of the State Park of the Ivinhema River, Mato Grosso do Sul State,
Brazil
ABSTRACT
The purpose of this study was to carry a structural survey of the vascular epiphytes and
phorophytes in a riparian formation of the Upper Paraná River floodplain. The study area is a
remain forest, denominate Mata da Lagoa Finado Raimundo, localized in the Ivinhema River,
Jateí, MS, Brazil
(22°47’21’’S e 53°32’04’’W). Were realized floristic survey of epiphytes in
area of the approximately 888,500 m
2
, comprehensive all remanescent. The structural survey
of phorophyte and epiphytes were realized in total area of 8,100 m
2
, subdivided in nine blocs
distributed in tree transepts. Every bloc was arranged in nine continuous quadrates of 10 x 10
m, in that were realized phytosociological survey in the same moment this survey, with
objective of quantify all individuals of component arbutus-arbores and arbores with PAP 15
cm. To estructural survey were observed all the individuals registred in phytosociological
survey that were colonized for epiphytes and, the representativeness of phorophytes were
analyzed for comparison with category no-phorophytes. Were analyzed, too vertical and
horizontal distributions of epiphytes and, Valour Epiphytic’s Importance obtained for values
of frequency de every epiphytic specie in relation number of phorophytes individuals and
stratus (2 m amplitude). In the floristic survey were recorded 29 species, 20 genera and five
families of epiphytes. Orchidaceae and Bromeliaceae were the richest families, with 60.0% of
genera e 65.5% of species. The phorophytes abranged 45 species, 35 genera and 21 families.
Leguminosae and Myrtaceae were the richest families with 31.4% of genera and 33.2% of
species. The phorophytes individuals abranged, respectively, 41.73%, 17.2% and 42.2% of
relatives frequency, density and dominancy, and 33.7% do IV of study area. Zygia caulifloria
(Willd.) Killip ex Record presented largest density of phorophytes individuals (34.1%) and
epiphytic species (75.0%). The number of epiphytic species in one phorophyte varied from
one to 10 (average of 1.83 ± 1.38), with Shannon’s Index of Diversity equal 2.24. The canopy
and interval of 2-6m high were predominat, with respectively, 75.9% and 54.8% of epihytics
occurrences. Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel. (88.9), Peperomia
pereskiaefolia H.B. & K. (22.2), Macradenia multiflora Cogn. (16.2), Oncidium pumilum
Lindl. (13.1) and Rhipsalis baccifera (Mill.) Stearn (13.1) showed the most IVi. The areas
closed of flood’s margin (opposed lagoon’s margin) were more favorable epiphytes than the
areas in lagoon’s margin, probably because of minor edges effects. Despite of non
significative the difference of epiphytic diversity this study with other remain forest in the
Upper Paraná River floodplain, showed low floristic similarity of species, and largest high
(stratus) of occurrence of epiphytes in forophytes, probably because of best preservation’s
conditions. Macradenia multiflora, Oncidium pumilum, Peperomia pereskiaefolia and
Rhipsalis baccifera are possible indicative of remain more conserved to the Upper Paraná
River floodplain.
Key words: Vascular epiphytes. Phorophyte. Riparian vegetation. Seasonal Semideciduous
Forest. Upper Paraná River foodplain.
As citações bibliográficas desta tese
seguiram as normas da Revista
Brasileira de Botânica/2007,
disponível no site:
http://www.botanicasp.org.br/revista
/instrucoes_autores.pdf
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12
2 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................14
2.1 Área de estudo ......................................................................................................14
2.2 Procedimentos de campo e laboratório .................................................................15
2.3 Análise dos dados .................................................................................................17
3 RESULTADOS.....................................................................................................19
3.1 Levantamento florístico de epífitas vasculares......................................................19
3.2 Levantamento estrutural de forófitos.....................................................................21
3.3 Levantamento estrutural de epífitas vasculares.....................................................24
3.4 Correlação entre epífitas e forófitos ......................................................................30
3.5 Influência de corpos d’água na distribuição das epífitas e forófitos .....................31
4 CONCLUSÕES.....................................................................................................32
5 REFERÊNCIAS ....................................................................................................33
1. Introdução
Epífitas constituem as plantas que vivem sobre outras, denominadas forófitos, e
diferenciam-se das parasitas pela ausência de conexões com o sistema vascular do forófito
(Rawitsher 1976, Johansson 1974). Benzing (1990) as classificou em holoepífitas (epífitas
verdadeiras), que completam seu ciclo de vida sem conexão com o solo e em hemiepífitas,
que em alguma etapa de seu ciclo de vida mantêm esse tipo de conexão. Segundo o mesmo
autor, as primeiras podem ser classificadas em características, facultativas ou acidentais,
dependendo da presença ou não de adaptações para o habitat epifítico e da freqüência com
que ocorrem como epífita e/ou terrestre.
Dois padrões de distribuição são considerados para esse grupo de plantas (Steege &
Cornelissen 1989). O primeiro considera a distribuição horizontal e refere-se à colonização
existente entre os diferentes tipos florestais e as diferentes espécies de forófitos, enquanto que
o segundo considera a distribuição vertical, que se refere à colonização da base para o ápice
do forófito. A esses, Brown (1990) acrescenta, ainda, a distribuição horizontal no forófito, da
parte proximal à distal dos ramos.
Gentry & Dodson (1987) citam que essas distribuições são influenciadas pelo
continente, latitude, altitude, umidade e fertilidade do solo, sendo que as florestas tropicais
pluviais americanas em altitudes intermediárias e solos férteis tendem a abrigar uma elevada
riqueza em epífitas, onde chegam a representar 35% das espécies de plantas vasculares. A
abundância e riqueza epifítica são influenciadas, também, pelo estágio sussecional, sendo que
as florestas primárias apresentam valores mais elevados do que as secundárias (Budowski
1963, Almeida et al. 1998, Barthlott et al. 2001).
Constata-se um maior número de estudos sobre o componente epifítico no Brasil a partir
de 1980, principalmente das regiões sul e sudeste (Giongo & Waechter 2004), onde foram
realizados levantamentos florísticos por Waechter (1986), Cervi et al. (1988), Dislich &
Mantovani (1998), Dittrich et al. (1999), Piliackas et al. (2000), Tomazini (2003) e Gaiotto &
Acra (2005). Estudos que integram aspectos florísticos à distribuição, tanto horizontal quanto
vertical foram desenvolvidos por Aguiar et al. (1981), Pinto et al. (1995), Waechter (1998),
Kersten & Silva (2001, 2002), Borgo et al. (2002), Borgo & Silva (2003), Rogalski & Zanin
(2003), Giongo & Waechter (2004) e Tomazini (2007). Entretanto, ainda são insuficientes os
dados sobre Floresta Estacional Semidecidual, principalmente em formações associadas aos
cursos de água, podendo-se citar os estudos realizados por Pinto et al. (1995), Dislich &
12
Mantovani (1998), Borgo et al. (2002) e Tomazini (2003, 2007), onde pelo menos parte da
área de estudo se encontra sob influência fluvial.
A vegetação ripária do alto rio Paraná, no trecho denominado planície de inundação,
encontra-se inserida no Bioma Mata Atlântica e na tipologia Floresta Estacional Semidecidual
(Campos & Souza 1997, Joly et al. 1999) e abrange áreas da APA das Ilhas e Várzeas do Rio
Paraná (Decreto Federal de 30 de setembro de 1997) e do Parque Estadual do Rio Ivinhema
(Decreto n
o
. 9278 de 17 de dezembro de 1998), nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná
(IBAMA 2007, SEMA 2007). Este trecho tem sido objeto de levantamentos florísticos e
fitossociológicos nos últimos 20 anos (Souza et al. 1997, 2004a,b) e, desde 1999, está
inserido no Projeto Ecológico de Longa Duração – PELD/CNPq - sítio 6 (PELD 2007). Para o
componente epifítico, inventariado quanto ao aspecto florístico, durante os anos de 1999 a
2007, foram registradas 36 espécies, reunidas em 21 gêneros e cinco famílias (Tomazini 2003,
2007). Quanto ao aspecto estrutural, Tomazini (2007) relata, para o baixo ribeirão São Pedro
(sistema margem esquerda do rio Paraná, de acordo com Souza et al. (2004a)), Microgamma
vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel. e Tillandsia pohliana Mez como as espécies com
maiores valores de importância epifítico e Zygia cauliflora (Willd.) Killip ex Record como o
forófito mais abundante e de maior riqueza epifítica, além de uma correlação positiva entre
riqueza de epífitas e de forófitos com a maior proximidade ao leito do ribeirão.
As formações ripárias do rio Ivinhema têm sido consideradas (Souza et al. 1997) as de
maior riqueza florística para a Planície de Inundação do Alto rio Paraná (PIRP), como por
exemplo, para as famílias Myrtaceae (Romagnolo 2003) e Rubiaceae (Pereira 2007), bem
como para as epífitas (Tomazini 2003). Seu principal remanescente florestal, denominado
Mata da Lagoa Finado Raimundo, é uma das áreas mais estudadas (Assis 1991, M.C. Souza,
dados não publicados) e que apresenta melhores condições de preservação.
O presente estudo teve por objetivo analisar a florística e a estrutura dos componentes
epifítico e forofítico em remanescente florestal da Lagoa Finado Raimundo (sistema margem
direita do rio Paraná), buscando verificar a influência da distância do corpo d’água na
distribuição tanto das epífitas como dos forófitos. Além de, realizar comparações com outro
remanescente florestal localizado no sistema margem esquerda da PIRP, no baixo ribeirão São
Pedro (Tomazini 2007), a fim de verificar se existem diferenças de distribuição, diversidade e
composição de espécies dos componentes epifíticos e forofíticos considerando-se
remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual ribeirinha com influência fluvial sazonal,
mas sob diferentes condições de preservação.
13
2. Materiais e Métodos
2.1. Área de estudo
Compreendeu um remanescente florestal localizado a, aproximadamente, 22°47’21’’S e
53°32’04’’O, às margens da lagoa Finado Raimundo (figura 1), no rio Ivinhema, um
tributário da margem direita do alto rio Paraná, Município de Jateí, MS, Brasil. Esta área
pertence ao trecho denominado Planície de Inundação do Alto Rio Paraná (PIRP) e está
inserida no Parque Estadual do rio Ivinhema.
O remanescente florestal estudado é representativo de Floresta Estacional Semidecidual
ribeirinha com influência fluvial sazonal (Rodrigues 2001) e incluído no Bioma Mata
Atlântica (Joly et al. 1999). Tem uma área aproximada de 888.500 m
2
, delimitada por um
lado, com a lagoa, no lado oposto com várzea, onde predominava espécies de hábito arbustivo
e, nas laterais, por áreas muito perturbadas que se encontra em processo de regeneração
natural, desde a criação do Parque.
De acordo com os resultados do levantamento fitossociológico do componente
arbustivo-arbóreo e arbóreo realizado paralelamente ao presente estudo (M.C. Souza, dados
não publicados) e com PAP (Perímetro à Altura do Peito= perímetro do caule a 1,30 m do
nível do solo) a 15 cm, o remanescente apresentou 90 espécies reunidas em 69 gêneros e 32
famílias; Índice de Diversidade de Shannon de 3,67; altura média de 9,0 m (± 4,51) e
diâmetro médio de 12,93 cm (± 12,09). Leguminosae e Myrtaceae foram as famílias de maior
riqueza específica com 15 espécies, às quais se seguiram Lauraceae (cinco) e Meliaceae
(cinco). Zygia cauliflora (Willd.) Killip ex Record, Unonopsis lindmani R.Fries, categoria
artificial Morta, Ruprechtia laxiflora Meisn., Sloanea guianensis Benth., Gallesia integrifolia
(Spreng.) Harms e Ficus gomelleira Hort. Monac. ex Kunth & Bouche apresentaram os mais
elevados valores de importância fitossociológica (VI).
O clima da região é do tipo Cfa, conforme o sistema de Köppen. O regime
pluviométrico, de 1400-1600 mm/ano, apresenta o máximo de chuvas no verão e o mínimo no
inverno, quando incide um período seco, geralmente de pouca intensidade e com duração
média de um a dois meses. A temperatura média anual varia de 23 a 24°C, sendo a do mês
mais quente (janeiro) de 26 a 27°C e a do mais frio (junho) de 18 a 19°C, com possibilidade
de um a dois dias de geada por ano. A média anual da evapotranspiração potencial varia de
1500 a 1600 mm; a umidade relativa anual é de 65 a 70% e a direção predominante dos
ventos é a nordeste (IBGE 1990, IAPAR 2000).
14
Figura 1. Localização da área de estudo e representação esquemática da disposição dos blocos nas três
transecções (T1, T2 e T3) e linhas (L, C e V) demarcados para o levantamento fitossociológico.
Remanescente florestal ripário, lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema, Município de Jateí, MS, Brasil.
2.2. Procedimentos de campo e laboratório
Foram realizadas nove expedições à área de estudo, de março de 2004 a novembro de
2005, totalizando 20 dias em campo, sendo que para o levantamento florístico das epífitas
foram realizadas excursões que percorreram todo o remanescente. Baseando-se na
classificação de Benzing (1990) foram amostradas as holoepífitas e classificadas em
características, facultativas ou acidentais.
O levantamento estrutural do componente forofítico e epifítico foi realizado na mesma
área amostral delimitada para um levantamento fitossociológico dos componentes arbustivo-
arbóreo e arbóreo (M.C. Souza, dados não publicados), com PAP 15 cm. A área total
compreendeu 8.100 m
2
, subdivididos em 81 parcelas de 10 x 10 m, reunidas em nove blocos
descontínuos (figura 1), alinhados em três transecções plotadas no sentido lagoa-várzea e
distribuídos em três linhas, sendo uma na margem da lagoa (L), uma no centro do
remanescente (C) e outra na margem da várzea (V).
Para a análise estrutural dos forófitos, foram vistoriados e anotados os dados de todos os
indivíduos de porte arbustivo-arbóreo e arbóreo, amostrados no levantamento fitossociológico
e que portavam epífitas. As observações foram realizadas a olho nu ou com emprego de
binóculo de alta resolução óptica. Para cada forófito foram anotados os respectivos perímetros
15
(PAP), número de ramificações a altura do peito, altura estimada e espécies de epífitas
presentes.
Para a análise estrutural das epífitas, cada forófito foi dividido, visualmente, em estratos
que corresponderam a intervalos contínuos de 2 m de altura, da base para a parte mais alta
(Kersten & Silva 2001), e em zonas. Estas zonas, adaptadas de Johansson (1974) e que se
baseiam na estrutura e não na altura do forófito, foram em número de cinco, sendo que a Zona
I correspondeu à região da base do tronco até a primeira ramificação principal, para fustes de
até 2 m de altura e, para fustes mais longos, esta Zona correspondeu aos primeiros 2 m. A
Zona II, presente somente para fustes superiores a 2 m, compreendeu a área entre esta altura e
a base da primeira ramificação. As Zonas III, IV e V corresponderam a porções da copa,
sendo, a Zona III, demarcada da base da primeira ramificação até o primeiro terço; a Zona IV,
ao segundo terço e, a Zona V, ao último terço da copa (figura 2). Para cada epífita foram
anotados os estratos, as zonas e espécie forofítica.
Figura 2. Zonas de forófitos, adaptadas
de Johansson (1974). A Zona I tem altura
máxima de 2 m e a Zona II, presente
somente para fustes superiores a 2 m.
O material botânico das espécies listadas foi coletado, prensado e seco em estufas de
lâmpadas, seguindo-se métodos usuais (Fidalgo & Bononi 1989). Para cada coleta foram
feitas anotações sobre porte, coloração e odor dos órgãos reprodutivos, local, data e nome do
coletor (Fosberg & Sachet 1965). Após herborizadas, as exsicatas foram incorporadas ao
acervo da Coleção Especial Vegetação Ripária-Nupélia, do Herbário da Universidade
16
Estadual de Maringá (HUEM). Alguns espécimens de epífitas, coletados apenas em fase
vegetativa, foram cultivados em casa de vegetação e, quando em fase reprodutiva, procedeu-
se à herborização, como descrito acima.
Para a elaboração da lista de epífitas foi conferida a coleção do Herbário HUEM,
inclusive a Coleção Especial Vegetação Ripária-Nupélia, onde se encontram depositadas
coletas provenientes da área de estudo, realizadas desde o ano de 2000.
2.3. Análise dos dados
As identificações taxonômicas foram realizadas por consulta à literatura específica (por
exemplo, FLORA ILUSTRADA CATARINENSE 1965, Yuncker 1974, Pabst & Dungs
1975, 1977, Luer 1978, Smith & Downs 1977, Stolze 1981, Barthlott & Taylor 1995, Martius
1995, Labiak & Prado 1998); comparações com exsicatas do acervo dos Herbários HUEM,
FUEL, MBM e SP, e por consulta a especialistas. A organização taxonômica das famílias
baseou-se em Tryon & Tryon (1982), para pteridófitas e em Cronquist (1988), para
angiospermas, com exceção de Leguminosae que foi tratada de acordo com Barroso et al.
(1991). Para a verificação da escrita do nome das espécies e da abreviação do nome dos
autores foram consultadas as citações do Index Kewensis, preferencialmente, disponibilizado
no site do The Royal Botanic Gardens, Kew (The International Plant Names Index 2007) e as
do Missouri Botanical Garden, St. Louis (Plant Science 2007). As sinonímias foram
conferidas por consulta à literatura específica e aos sites citados acima.
Informações sobre distribuição geográfica das epífitas foram obtidas das seguintes
referências: Sehnem (1970), Yuncker (1974), Pabst & Dungs (1975, 1977), Luer (1978),
Smith & Downs (1977), Stolze (1981), Reitz (1983), Scheinvar (1985), Lombardi (1991),
Barthlott & Taylor (1995), Dislich & Mantovani (1998), Labiak & Prado (1998). A partir de
adaptações de Labiak & Prado (1998) foram considerados os seguintes padrões de
distribuição: 1) espécies pantropicais (PAN), com distribuição relativamente ampla, nas
regiões tropicais e subtropicais do Planeta e 2) espécies neotropicais, com ocorrência em
regiões tropicais e subtropicais do continente americano, subdivididas em espécies de ampla
distribuição, que podem se estender do sul da Argentina ao sul dos Estados Unidos (AMT);
espécies exclusivas da América do Sul (AMS), e espécies de distribuição limitada às regiões
sul e sudeste do Brasil (BRA).
Comparações com outros estudos de epífitas foram feitas a partir de análises dos Índices
de Similaridade de Jaccard (Matteucci & Colma 1982), para espécies, considerando-se os
17
estudos realizados em áreas de Floresta Estacional Semidecidual das regiões sul e sudeste do
Brasil (Pinto et al. 1995, Dislich & Mantovani 1998, Borgo et al. 2002, Tomazini 2007).
Visando a melhor padronização entre essas análises foram desconsiderados os táxons com
identificação não confirmada. Do presente estudo foram excluídas as Polypodiaceae, apenas
para a comparação com Pinto et al. (1995) e excluídas as hemiepífitas dos demais, exceto de
Tomazini (2007) que somente amostrou as holoepífitas.
Para análise estrutural dos forófitos foram obtidos duas categorias (forófito e não-
forófito), no qual foram calculados, empregando-se o Programa FITOPAC 1.4 (Shepherd
2005), os parâmetros densidade, freqüência e dominância absolutas e relativas, com os quais
foi calculado, também, o valor de importância fitossociológica (VI) para cada grupo.
A estrutura das epífitas foi avaliada a partir das freqüências absoluta (FA) e relativa
(FR) de cada espécie epifítica (i), nos indivíduos forofíticos (IF) e nos estratos (ES),
baseando-se em Waechter (1998) e Kersten e Silva (2002). Para os cálculos foram
empregadas as seguintes fórmulas: FAIF= (NIFi / NFA) x 100 e FRIF= (NIFi / NIF) x 100;
onde NIFi= número de indivíduos forofíticos colonizados pela espécie epifítica (i) e NFA=
número total de forófitos amostrados; FAES= (NEFi / NEA) x 100 e FRES= (NEFi / NEF)
x 100, onde NEFi= número de estratos colonizados pela espécie epifítica (i) e NEA= número
total de estratos amostrados. O valor de importância epifítico (VIi) foi calculado pela soma
dos valores de FRIF e FRES.
Os valores de diversidade e uniformidade (Magurran 1988), para epífitas, foram
calculados a partir dos índices de Shannon (H’= - (pi.ln pi)) e de Pielou (e= H’/ln S), onde,
conforme Waechter (1998), pi= NIFi/NFA e S= número de espécies epifíticas.
Possíveis correlações entre o número de espécies epifíticas com altura, PAP e número
de ramificações dos forófitos à altura do peito foram avaliadas pelo teste de correlação de
Spearman (Krebs 1998 in Kersten & Silva 2002), empregando-se o programa STATISTIC
6.0. Além da influência da distância dos corpos d’água na distribuição tanto das epífitas como
dos forófitos.
Comparações relativas aos dados estruturais do presente estudo foram, também,
realizadas com os resultados citados para o remanescente florestal do ribeirão São Pedro
(Tomazini 2007), localizado no sistema margem esquerda da PIRP, utilizando-se inclusive o
teste T (Magurran 1988) para verificar se os índices de Shannon (H’) foram
significativamente diferentes.
18
3. Resultados e discussão
3.1. Levantamento florístico de epífitas vasculares
No levantamento florístico foram listados, para o componente epifítico, cinco famílias e
20 gêneros que reuniram 29 espécies, sendo que três, da família Orchidaceae, não puderam
ser identificadas e foram consideradas como morfoespécies distintas (tabela 1). Com exceção
de Acanthostachys strobilacea, Campyloneurum angustifolium, Miltonia flavescens, Rhipsalis
cereuscula e Tillandsia usneoides, as demais foram registradas, também, no levantamento
estrutural.
Em remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual foram citadas de 3-7 famílias,
6-20 gêneros e 11-29 espécies de holoepífitas (tabela 2), o que demonstrou que os valores
obtidos foram condizentes com o tipo florestal analisado.
Quanto à riqueza florística, Orchidaceae se destacou com 13 espécies, seguida por
Bromeliaceae (seis), Cactaceae (quatro), Polypodiaceae (quatro) e Piperaceae (duas). Estas
famílias estão dentre as de maior riqueza específica para as regiões neotropicais (Giongo &
Waecther 2004) e abrangem, de acordo com Kress (1986), 72,38% da flora epifítica mundial,
estimada em 23.466 espécies.
No Brasil, essas são as famílias que apresentam, na maioria das vezes, a mais elevada
riqueza, sendo que Orchidaceae ocupou o primeiro lugar em diversos estudos (Waechter
1986, 1998, Dittrich et al. 1999, Borgo et al. 2002, Kersten & Silva 2001, 2002, Borgo &
Silva 2003, Rogalski & Zanin 2003, Giongo & Waechter 2004). Em outros, entretanto,
destacou-se Bromeliaceae (Aguiar et al. 1981, Pinto et al. 1995) e, em apenas um,
Polypodiaceae (Dislich & Mantovani 1998). Para o levantamento florístico geral na planície
de Inundação do alto rio Paraná (PIRP), destacaram-se Bromeliaceae e Orchidaceae
(Tomazini 2003) e, para o ribeirão São Pedro, Bromeliaceae, sendo que Orchidaceae ficou em
segundo lugar, juntamente com Cactaceae (Tomazini 2007).
Dentre os gêneros, Tillandsia prevaleceu, com cinco espécies; Octomeria, Oncidium,
Peperomia e Rhipsalis apresentaram duas e os outros 15, uma espécie cada. Sete dos gêneros
listados (Pleurothallis, Peperomia, Oncidium, Tillandsia, Polystchya, Polypodium e
Octomeria, por ordem de riqueza) estão dentre os 43 mais ricos para a flora epifítica mundial
(Kress 1986) e reuniram, no presente estudo, 51,72% das espécies. Tillandsia tem-se
destacado também para o Brasil, sendo que em Giongo & Waecther (2004), Pinto et al.
(1995) e Tomazini (2003, 2007) foi o mais rico.
19
Tabela 1. Epífitas vasculares em remanescente florestal ripário e respectivos códigos de citação (COD)
para as espécies amostradas no levantamento estrutural, padrão de distribuição geográfica (DG) e número
de registro de Herbário (HUEM). Lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema, Município de Jateí, MS, Brasil.
PAN= pantropical; AMT= América tropical e subtropical; AMS= América do Sul; BRA= sul e sudeste do
Brasil.
FAMÍLIA ESPÉCIE COD DG HUEM
BROMELIACEAE
Acanthostachys strobilacea Link, Klotzsch, & Otto
---
--- AMS
13.529
*
Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. f.
TIL LOL AMS 13.524
Tillandsia recurvata L.
TIL REC AMT 13.525
Tillandsia stricta Sol. ex Sims
TIL STR AMS 13.256
Tillandsia tricholepis Baker
TIL TRI AMS 13.527
Tillandsia usneoides L.
---
--- AMT 13.528
CACTACEAE
Epiphyllum phyllanthus (L.) Haw.
EPI PHY AMT 13.523
Lepismium cruciforme (Vell.) Miq.
LEP CRU AMS 13.522
Rhipsalis baccifera (Mill.) Stearn
RHI BAC PAN 13.519
Rhipsalis cereuscula Haw. ex Phil.
---
--- AMS 13.521
ORCHIDACEAE
Campylocentrum sp
CAM SP
---
13.538
Catasetum sp
CAT SP
---
13.539
Dryadella obrieniana (Rolfe) Luer
DRY OBR BRA 13.532
Macradenia multiflora Cogn.
MAC MUL AMS 13.531
Miltonia flavescens Lindl.
---
--- AMS 13.530
Octomeria micrantha Barb.Rodr.
OCT MIC AMS 13.540
Octomeria sp
OCT SP
---
13.541
Oncidium cf. fimbriatum Lindl.
ONC FIM AMS 13.535
Oncidium jonesianum Rchb. f.
ONC JON AMS 13.534
Oncidium pumilum Lindl.
ONC PUM AMS 13.533
Pleurothallis pubescens Lindl.
PLE PUB AMS 13.536
Polystachya estrellensis Rchb.f.
POL EST AMS 13.537
Zygostates alleniana Kraenzl.
ZYG ALL AMS 13.542
PIPERACEAE
Peperomia circinnata var. circinnata Link.
PEP CIR AMT 6.016
*
Peperomia pereskiaefolia H.B. & K.
PER PER AMS 13.543
POLYPODIACEAE
Campyloneurum angustifolium Fée
--- --- AMT 13.544
Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel.
MIC VAC AMT 5.820
Pleopeltis angusta Humb. & Bonpl. ex Willd.
PLE ANG AMT 13.256
*
Polypodium polypodioides (L.) Watt
POL POL AMT 13.545
*
Coletas oriundas de outros remanescentes na região da planície de inundação do alto rio Paraná, devido à raridade do material na área do
presente estudo.
Todas as espécies epifíticas foram classificadas como holoepífitas características,
estando de acordo com o esperado, pois estas têm dominado tanto na região deste estudo
como na Floresta Estacional Semidecidual e em outros tipos florestais do Brasil (Waechter
1986, Dislich & Mantovani 1998, Dittrich et al. 1999, Piliackas et al. 2000, Kersten & Silva
2001, 2002, Borgo et al. 2002, Rogalski & Zanin 2003, Tomazini 2003, 2007). Importante
salientar que Lepismium cruciforme foi observada, também, como rupestre nos paredões
rochosos da margem esquerda do rio Paraná (Tomazini 2003), área também localizada na
PIRP.
20
Em relação ao padrão de distribuição geográfica das espécies, 55,17% classificaram-se
como exclusivas da América do Sul; 27,58% como de ampla distribuição na América tropical
e subtropical; 3,44% restritas às regiões sul e sudeste do Brasil e 3,44% com distribuição
pantropical (tabela 1), resultado esse muito próximo ao encontrado por Tomazini (2007).
Dentre os táxons inventariados, todas as famílias e os gêneros foram observados em
outros locais da PIRP (Tomazini 2003, 2007, observações pessoais). No entanto,
Campyloneurum angustifolium e Oncidium cf. fimbriatum foram encontradas apenas no
remanescente deste estudo, sendo que para a primeira uma única coleta (HUEM) de 2002,
não tendo sido observada durante o presente levantamento.
O Índice de Similaridade de Jaccard (ISj), aplicado para comparações com outros
estudos, sob o mesmo domínio florestal, resultou em valores de 0,9 a 48,0% (tabela 2), sendo
que a maior similaridade foi obtida para o baixo curso do ribeirão São Pedro, no sistema
margem esquerda da PIRP (Tomazini 2007). Apesar da formação florestal desse ribeirão
encontrar-se em área bem mais perturbada, este maior valor de similaridade deve-se,
provavelmente, à maior proximidade com a área do presente estudo.
Tabela 2. Estudos de epífitas vasculares, ordenados pelo Índice de Similaridade de Jaccard (ISj) e
respectivos dados referentes aos métodos e resultados (coordenadas geográficas (CG); área
amostral, em hectare (Área); método de amostragem (MA), levantamento florístico (LFL),
levantamento florístico e estrutural (LFE); número de famílias (NF), de gêneros (NG) e espécies
(NE) epifíticos; H’= índice de diversidade de Shannon para espécies epifíticas; NFA= número total
de forófitos amostrados).
Autores/Local
CG Área
(ha)
MA
NF
NG
NE
H’
NFA
ISj
(%)
Presente estudo
Jateí, MS
22°47’21’’S
53°32’04’’O
88,85
LFE
5
20
29
2,24
199
---
Tomazini (2007)
São Pedro do Paraná, PR
22°44’56’’S
53°13’27’’O
12,0
LFE
5
16
23
2,28
150
48,0
Pinto et al. (1995)
Jaboticabal, SP
21
o
05’-21
o
20’S
48
o
10’-48
o
30’O
4,4
LFE
3
6
11
---
---
25,0
Borgo et al. (2002)
Fênix, PR
23
o
54’S
51
o
56’O
354,0
LFE
7
20
29
-
-
18,0
Dislich & Mantovani (1998)
São Paulo, SP
23
o
33’S
46
o
43’O
10,2
LFL
5
17
28
-
-
0,9
Excluindo-se as Polypodiaceae do presente estudo.
Excluindo-se hemiepífitas e parasitas dos estudos comparados, exceto Tomazini (2007).
3.2. Levantamento estrutural de forófitos
Para os forófitos foram encontrados 199 indivíduos, que foram distribuídos em 21
famílias, 35 gêneros e 45 espécies (tabela 3). Tais valores corresponderam a 65,62% das
famílias, 50,72% dos gêneros e 50,00% do total de espécies arbustivo-arbóreas e arbóreas
21
amostradas na área de estudo. Licania sp foi identificada até gênero, devido à falta de material
reprodutivo e, apenas Chloroleucon tenuiflorum não foi observado em outros locais da PIRP.
Tabela 3. Forófitos em remanescente florestal ripário com respectivos, código de citação da espécie
(COD) e número de registro de Herbário (HUEM). Lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema, Município de
Jateí, MS, Brasil.
FAMÍLIA/Espécie COD HUEM
FAMÍLIA/Espécie COD HUEM
ANNONACEAE
...Mimosoideae
Rollinia emarginata Schltdl.
ROL EMA 13.545
Inga vera Willd.
ING VER 13.564
Unonopsis lindmani R.Fries
UNO LIN 13.546
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan
PAR RIG 13.565
APOCYNACEAE
Zygia cauliflora (Willd.) Killip ex
ZYG CAU 13.566
Tabernaemontana catharinensis A. DC.
TAB CAT 13.547
Record
BURSERACEAE
MELIACEAE
Protium heptaphyllum March.
PRO HEP 13.548
Guarea guidonia (L.) Sleumer
GUA GUI 13.567
CHRYSOBALANACEAE
Guarea cf. macrophylla Vahl
GUA MAC
13.568
Licania apetala Fritsch
LIC APE 13.549
Trichilia catigua A.Juss.
TRI CAT 13.569
Licania sp
LIC SP 13.550
MORACEAE
CLUSIACEAE
Ficus gomelleira Hort. Monac. ex
FIC GOM 13.570
Garcinia brasiliensis Mart.
GAR BRA 13.551
Kunth & Bouche
Garcinia gardneriana (Planch. &
GAR GAR 13.552
MYRTACEAE
Triana) Zappi
Eugenia egensis DC.
EUG EGE 13.571
COMBRETACEAE
Eugenia florida DC.
EUG FLO 13.572
Terminalia cf. triflora Lillo
TER TRI 13.553
Eugenia moraviana O. Berg
EUG MOR 13.573
ELAEOCARPACEAE
Eugenia multipunctata Merr.
EUG MUL 13.574
Sloanea garckeana K. Schum.
SLO GAR 13.554
Eugenia repanda O. Berg
EUG REP 13.575
Sloanea guianensis Benth.
SLO GUI 13.555
Hexachlamys edulis (O. Berg) Kausel
HEX EDU 13.576
ERYTHROXYLACEAE
& D. Legrand
Erythroxylum anguifugum Mart.
ERY ANG 13.556
Myrcia laruotteana Cambess.
MYR LAR 13.577
EUPHORBIACEAE
PHYTOLACCACEAE
Sebastiania serrata Müll. Arg.
SEB SER 13.557
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms
GAL INT 13.578
FLACOURTIACEAE
PIPERACEAE
Casearia gossypiosperma Briq.
CAS GOS 13.558
Piper tuberculatum Jacq.
PIP TUB 13.585
LAURACEAE
POLYGONACEAE
Nectandra cissiflora Nees
NEC CIS 13.561
Ruprechtia laxiflora Meisn.
RUP LAX 13.579
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez
OCO DIO 13.562
RUBIACEAE
LEGUMINOSAE
Coussarea platyphylla Müll. Arg.
COU PLA 13.586
Caesalpinioideae
Randia hebecarpa Benth.
RAN HEB 13.580
Chamaecrista ensiformis (Vellozo)
CHA ENS -------
SAPOTACEAE
H.S.Irwin & Barneby
Chrysophyllum gonocarpum Engl.
CHR GON 13.583
Holocalyx balansae Micheli
HOL BAL -------
Pouteria glomerata Radlk.
POU GLO 13.581
Peltophorum dubium Taub.
PEL DUB -------
Pouteria torta Radlk.
POU TOR 13.582
Faboideae
SIMAROUBACEAE
Lonchocarpus muehlbergianus Hassler
LON MUE 13.563
Picramnia sellowii Planch.
PIC SEL 13.584
Mimosoideae
Chloroleucon tenuiflorum (Benth.)
Barneby & J.W.Grimes
CHL SP 13.348
Em geral, houve baixa riqueza florística para as famílias, com 80,95% delas
apresentando duas ou uma espécie, com exceção de Leguminosae que reuniu 17,77% das
espécies, Myrtaceae 15,55%, e Meliaceae e Sapotaceae 6,66%, cada uma. Quanto aos
gêneros, Eugenia reuniu cinco espécies, sendo os demais representados por duas (14,28% dos
gêneros) ou uma espécie (82,86%). O destaque para Leguminosae, Myrtaceae e Eugenia, bem
como a elevada representação de famílias e gêneros com uma espécie foi, também, verificado
22
para o componente forofítico do ribeirão São Pedro (Tomazini 2007) e o componente arbóreo
das formações ripárias da região deste estudo (Souza & Monteiro 2005).
Como são raros os estudos que apresentam lista de forófitos, o cálculo do Índice de
Similaridade de Jaccard foi aplicado somente para o ribeirão São Pedro (Tomazini 2007), cujo
valor obtido foi de 20,50%. Interessante enfatizar que, embora relativamente baixo, este valor
seria esperado, pois foi muito próximo ao encontrado na comparação entre as espécies
amostradas no levantamento fitossociológico do componente arbóreo (PAP 15 cm) destas
áreas, que foi de 19,50%.
A categoria forófito, embora com uma densidade relativamente baixa (DR= 17,26%),
reuniu cerca de um terço do VI registrado, sendo os parâmetros de freqüência (FR) e
dominância (DoR) os que mais contribuíram para compor este valor (tabela 4).
Zygia cauliflora, com 34,17% dos indivíduos forofíticos, foi a espécie predominante,
seguida de Eugenia florida (5,53%) e E. moraviana (5,02%). As demais 42 espécies
reuniram, juntas, 55,28% dos indivíduos (tabela 5). Poucas espécies com número elevado de
indivíduos e muitas com número reduzido é um padrão esperado em análises de comunidades
(Odum 1971). A dominância de Zygia cauliflora tem sido ressaltada em outros estudos para a
PIRP, como dentre os forófitos do ribeirão São Pedro (Tomazini 2007); no levantamento
fitossociológico do componente arbóreo da área do presente estudo (M.C. Souza, dados não
publicados) e do ribeirão São Pedro (E.C.Albuquerque, dados não publicados), e como uma
das seis espécies generalistas para a área da PIRP, em geral (Souza et al. 1997, 2004).
Tabela 4. Parâmetros estruturais das categorias forófito e não-forófito. Remanescente florestal ripário,
lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema, Município de Jateí, MS, Brasil. NI= número de indivíduos
amostrados; NP= número de parcelas em que ocorreram; FA= freqüência absoluta; FR= freqüência
relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoA= dominância absoluta; DoR=
dominância relativa; VI= Valor de Importância e VC= valor de cobertura.
Categoria
NI
NP
FA
FR
DA
DR
DoA
DoR
VI
VC
Não-forófito
954
81
100,00
58,27
1177,78
82,74
20,22
57,74
198,75
140,48
Forófito
199
58
71,60
41,73
245,68
17,26
14,80
42,26
101,25
59,52
Total 1153
81
171,60
100,00
1423,46
100,00
35,02
100,00
300,00
200,00
Os forófitos variaram de 3,0 a 28,0 m de altura (média= 10,88 m ± 5,12), sendo que a
altura mínima registrada para um indivíduo de Guarea macrophylla e, a máxima, para Ficus
gomelleira. Quanto ao perímetro, variou de 15,0 a 788,0 cm (média= 77,42 cm ± 91,21),
sendo o mínimo (determinado pelo método empregado) para Rollinia emarginata e o máximo
para Zygia cauliflora (tabela 5).
23
Verificou-se que 36,18% dos forófitos apresentaram-se ramificados até a altura do
peito. O número de ramificações, por forófito, variou de 2 a 25 (média= 4,11 ± 3,91), tendo
Zygia cauliflora, também, contribuído com o maior número de indivíduos ramificados (tabela
5).
Tabela 5. Espécies de forófitos (citados em código) e respectivos números de indivíduos totais
amostrados no levantamento fitossociológico (NI), indivíduos forofíticos amostrados (NIF),
espécies epifíticas (NSE), indivíduos ramificados (NIR), de ramificações à altura do peito, altura
estimada e perímetro. Remanescente florestal ripário na Lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema,
Município de Jateí, MS, Brasil. Max= máximo; min= mínimo e med = médio.
N
o
DE RAMOS ALTURA PERÍMETRO
ESPÉCIE
NI
NIF
NSE
NIR
max
min
Med
max
min
med
max
min
med
ZYG CAU
161
68
18
30
25
2
4,3
4,0
20,0
9,6
16,0
788,0
74,8
EUG FLO
36
11
8
3
4
2
2,6
4,4
14,0
9,8
36,0
98,0
58,7
EUG MOR
39
10
6
5
20
2
8,8
4,0
7,0
5,75
17,0
256,0
63,7
GAR BRA
47
7
2
1
2
2
2,0
8,0
16,0
10,9
17,5
71,5
36,3
RUP LAX
41
6
5
-
-
-
-
9,0
26,0
16,8
29,0
212,0
97,1
GAL INT
34
6
3
4
3
2
2,5
15,0
26,0
19,0
84,5
144,5
113,1
EUG EGE
20
6
2
1
2
2
2,0
5,0
10,0
7,0
16,0
34,0
21,8
PIP TUB
47
6
2
2
4
2
3,0
6,0
8,0
7,3
17,0
72,5
29,8
POU GLO
10
5
8
1
3
3
3,0
7,0
10,0
8,3
18,5
120,5
47,3
SEB SER
23
5
7
4
7
2
3,7
5,0
14,0
8,8
32,5
168,0
83,0
POU TOR
8
5
5
1
2
2
2,0
10,0
20,0
14,5
54,0
171,0
91,9
MORTA
46
5
4
-
-
-
-
4,0
13,0
6,3
17,0
123,0
56,1
UNO LIN
96
5
1
-
-
-
-
10,0
16,0
12,4
28,0
124,6
49,3
HEX EDU
13
4
4
1
2
2
2,0
12,0
22,0
18,5
59,5
109,0
79,1
SLO GUI
14
4
4
4
10
3
5,7
5,0
25,0
18,5
40,0
293,5
211,6
COU PLA
26
4
1
2
2
2
2,0
6,0
8,0
6,8
20,5
65,5
40,2
LIC APE
7
3
4
2
2
2
2,0
9,0
20,0
14,3
73,0
238,0
146,8
TAB CAT
14
3
3
1
2
2
2,0
10,0
18,0
12,6
58,0
92,0
72,0
OCO DIO
18
2
6
2
6
3
4,5
16,0
18,0
17,0
139,5
221,0
180,2
GUA MAC
9
2
4
1
2
2
2,0
3,5
3,0
3,25
29,5
71,0
50,2
PRO HEP
11
2
4
-
-
-
-
15,0
18,0
16,5
90,0
92,5
91,2
GUA GUI
6
2
3
-
-
-
-
13,0
18,0
15,5
45,0
102,0
73,5
PEL DUB
17
2
3
-
-
-
-
25,0
27,0
26,0
115,5
198,0
156,7
EUG REP
16
2
2
1
3
3
3,0
5,0
6,0
5,5
20,0
41,5
30,7
ING VER
32
2
2
1
6
6
6,0
14,0
16,0
15,0
97,0
179,5
138,2
ERY ANG
12
2
1
1
3
3
3,0
5,0
6,0
5,5
35,5
37,0
36,2
PIC SEL
3
2
1
1
4
4
4,0
8,0
16,0
12,0
17,0
42,0
29,5
FIC GOM
1
1
7
-
-
-
-
28,0
28,0
28,0
628,0
628,0
628,0
CHL SP
3
1
3
-
-
-
-
12,0
12,0
12,0
91,5
91,5
91,5
HOL BAL
3
1
2
-
-
-
-
15,0
15,0
15,0
109,0
109,0
109,0
SLO GAR
1
1
2
-
-
-
-
13,0
13,0
13,0
412,0
412,0
412,0
CAS GOS
10
1
1
-
-
-
-
14,0
14,0
14,0
25,5
25,5
25,5
CHA ENS
13
1
1
-
-
-
-
10,0
10,0
10,0
25,0
25,0
25,0
CHR GON
2
1
1
1
5
5
5,0
11,0
11,0
11,0
148,0
148,0
148,0
EUG MUL
4
1
1
-
-
-
-
7,0
7,0
7,0
21,5
21,5
21,5
GAR GAR
28
1
1
-
-
-
-
7,0
7,0
7,0
20,0
20,0
20,0
LIC SP
9
1
1
-
-
-
-
10,0
10,0
10,0
46,0
46,0
46,0
LON MUE
3
1
1
-
-
-
-
10,0
10,0
10,0
39,0
39,0
39,0
MYR LAR
6
1
1
-
-
-
-
21,0
21,0
21,0
10,0
10,0
10,0
NEC CIS
16
1
1
-
-
-
-
13,0
13,0
13,0
126,0
126,0
126,0
PAR RIG
4
1
1
-
-
-
-
25,0
25,0
25,0
185,0
185,0
185,0
RAN HEB
1
1
1
-
-
-
-
8,0
8,0
8,0
21,5
21,5
21,5
ROL EMA
63
1
1
-
-
-
-
6,0
6,0
6,0
15,0
15,0
15,0
TER TRI
12
1
1
-
-
-
-
10,0
10,0
10,0
45,0
45,0
45,0
TRI CAT
7
1
1
-
-
-
-
18,0
18,0
18,0
41,0
41,0
41,0
24
3.3. Levantamento estrutural de epífitas vasculares
A maioria das espécies epifíticas (79,1%) apresentou baixa freqüência, ocorrendo em
menos de 10% dos forófitos e, segundo Kersten & Silva (2005), podem ser consideradas
raras. Somente Macradenia multiflora, Microgramma vacciniifolia, Peperomia
pereskiaefolia, Rhipsalis baccifera e Oncidium pumilum não se enquadraram nessa categoria
(tabela 6).
Quanto à distribuição vertical foram registrados de 2 a 14 estratos por forófito,
resultando num total de 1.125 estratos disponíveis, dos quais 459 foram colonizados e onde se
registraram 644 ocorrências de epífitas nos intervalos de 0-26 m de altura. O estrato com
maior ocorrência de epífitas foi 2-4 m (32,76%), seguido pelos de 4-6 m (20,04%), 0-2 m
(14,60%) e 6-8 m (13,82%), com redução gradativa para os estratos superiores. Quanto à
riqueza em espécies, o estrato de 2-4 m mostrou-se mais rico (83,33%), seguido pelos estratos
0-2 m (75,00%), 4-6 m (62,50%) e 6-8 m (58,33%), com reduções gradativas para os
superiores (tabela 7).
A maior colonização nos estratos entre 0-6 m indica uma certa preferência dessas
epífitas por ambientes mais sombreados e próximos ao solo, onde a umidade do ar é maior.
Uma redução nas ocorrências do estrato de 0-2 m pode ter ocorrido devido à condição de
alagamento parcial dos forófitos, a que o remanescente está sujeito, periodicamente,
provocando o deslocamento de diásporos, além da possível coleta extrativista que é facilitada
até essa altura.
Microgramma vacciniifolia foi a espécie que ocorreu em maior número de estratos e
que também reuniu o maior número de ocorrências por estrato. Rhipsalis baccifera alcançou
altura mais elevada, sendo a única a alcançar os estratos entre 22-26 m (tabela 7). Segundo
Giongo & Waechter (2004), uma distribuição vertical ampla ao longo dos forófitos depende
de adaptações que possibilitem alta tolerância às variações de luminosidade e umidade, sendo
característico de poucas espécies epifíticas.
Em relação ao levantamento realizado no ribeirão São Pedro (Tomazini 2007),
verificou-se o mesmo intervalo de altura (0-6 m) como dominante e Microgramma
vacciniifolia como a espécie de mais ampla distribuição vertical e a dominante por estrato. A
altura máxima com ocorrência de epífitas, até o estrato de 12-14 m, entretanto, foi
consideravelmente inferior à do presente estudo que alcançou de 24-26 m.
25
Tabela 6. Epífitas vasculares e respectivos forófitos (citados em código) encontrados em levantamento estrutural,
ordenados pelo número total de espécies (Nsp) e de indivíduos forofíticos total (NIF). Lagoa Finado Raimundo, rio
Ivinhema, Município de Jateí, MS, Brasil. A localização dos blocos de amostragem está demonstrada na figura 1.
N.máximo= Número máximo, N.mínimo= mero mínimo, N.médio= Número médio e Desv. Padrão= Desvio
padrão, de espécies de epífitas por indivíduo forofítico.
NIF/BLOCOS
Lagoa
Central
Várzea
ESPÉCIE
MIC VAC
PEP PER
RHI BAC
TIL STR
ONC PUM
LEP CRU
EPI PHY
CAM SP
PLE ANG
MAC MUL
PLE PUB
POL EST
PEP CIR
TIL LOL
OCT SP
POL POL
TIL REC
ZYG ALL
DRY OBR
ONC JON
CAT SP
OCT MIC
ONC FIM
TIL TRI
Nsp
N. máximo
N. mínimo
N. médio
Desv. padrão
NIF
L 1
L 2
L 3
C
1
C
2
C
3
V
1
V
2
V
3
ZYG CAU
48
16
7
1
14
9
2
11
1
25
4
2
2
1
1
-
-
-
4
3
-
1
-
-
18
10
1
2,2
1,6
68
-
2
-
-
-
2
17
6
41
EUG FLO
6
4
-
-
2
-
-
2
-
1
2
2
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
8
5
1
1,8
1,4
11
-
-
-
-
-
-
1
-
10
POU GLO
4
-
3
1
3
-
-
-
2
-
-
-
-
2
-
-
-
1
-
-
-
-
-
1
8
7
1
3,4
2,5
5 -
-
-
-
-
-
3
2
-
SEB SER
2
1
1
1
1
1
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
7
3
1
1,6
0,9
5 -
2
-
-
2
1
-
-
-
FIC GOM
1
1
1
1
-
-
1
-
-
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
7
7
7
7,0
- 1 -
-
1
-
-
-
-
-
-
EUG MOR
9
-
1
-
2
1
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
6
3
1
1,5
0,7
10
-
-
-
-
-
-
-
7
3
OCO DIO
2
1
1
-
-
-
-
-
1
-
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
6
6
1
3,5
3,5
2 -
-
-
-
-
-
-
1
1
RUP LAX
6
-
2
1
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
5
4
1
1,8
1,3
6 -
1
1
-
-
-
-
3
1
POU TOR
5
1
1
1
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
5
5
1
1,8
1,8
5 -
-
1
-
4
-
-
-
-
MORTA
2
1
-
-
1
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
4
1
1
1,0
0,0
5 -
-
-
-
-
-
4
1
-
HEX EDU
1
-
-
-
2
-
-
-
2
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
4
2
1
1,5
0,6
4 -
-
-
-
-
-
-
4
-
SLO GUI
1
3
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
4
3
1
1,8
1,0
4 -
-
-
-
-
3
-
-
1
LIC APE
3
-
2
2
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
4
4
1
2,7
1,5
3 -
3
-
-
-
-
-
-
-
GUA MAC
2
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
4
4
1
2,5
2,1
2 -
1
-
1
-
-
-
-
-
PRO HEP
1
2
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
4
3
2
2,5
0,7
2 -
-
2
-
-
-
-
-
-
GAL INT
4
5
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
3
1
1,8
0,8
6 -
-
-
-
-
6
-
-
-
TAB CAT
2
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
2
1
1,3
0,6
3 -
-
-
-
-
-
-
3
-
GUA GUI
1
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
2
1
1,5
0,7
2 -
-
-
-
-
2
-
-
-
PEL DUB
2
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
3
1
2,0
1,4
2 -
-
-
-
1
1
-
-
-
CHL SP
-
1
-
-
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
3
3
3,0
- 1 -
-
-
-
-
-
1
-
-
GAR BRA
7
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
2
1
1,5
0,4
7 -
-
-
-
5
2
-
-
-
EUG EGE
6
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
2
1
1,2
0,4
6 -
4
-
-
-
-
-
2
-
PIP TUB
4
-
-
-
-
-
-
-
-
3
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
2
1
1,2
0,4
6 -
-
-
-
1
-
4
-
1
EUG REP
1
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
1
1
1,0
0,0
2 -
1
-
-
-
-
1
-
-
ING VER
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
1
1
1,0
0,0
2 -
-
-
-
-
-
1
-
1
HOL BAL
-
-
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
2
2
2,0
- 1 -
-
1
-
-
-
-
-
-
SLO GAR
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
2
2
2
2,0
- 1 -
1
-
-
-
-
-
-
-
UNO LIN
5
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
0,0
5
-
-
-
-
2
2
-
1
-
COU PLA
4
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
0,0
4 -
1
-
-
-
1
1
-
1
ERY ANG
-
-
-
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
0,0
2 -
2
-
-
-
-
-
-
-
PIC SEL
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
0,0
2 -
-
-
-
1
-
1
-
-
CAS GOS
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
-
-
-
1
-
CHA ENS
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1
-
-
-
-
1
-
-
-
-
CHR GON
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
1
-
-
-
-
-
-
EUG MUL
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
-
-
1
-
-
GAR GAR
-
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
-
-
-
-
1
LIC SP
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
1
-
-
-
-
-
-
-
LON MEU
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
1
-
-
-
-
MYR LAR
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
-
-
-
1
-
NEC CIS
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 1
-
-
-
-
-
-
-
-
PAR RIG
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
1
-
-
-
-
RAN HEB
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
-
1
-
-
-
ROL EMA
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1
-
-
-
-
-
-
-
-
1
TER TRI
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1
-
-
-
-
-
-
-
1
-
TRI CAT
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
1,0
- 1 -
-
-
-
1
-
-
-
-
Nsp 38
14
14
13
10
7
7
5
5
4
3
3
2
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
NIF
143
39
24
15
28
15
8
16
7
30
7
5
4
3
2
2
2
2
4
3
1
1
1
1
NIF/BLOCOS
L 1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
L 2
16
-
4
8
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
-
-
-
-
-
-
-
L 3
5
4
4
3
1
-
3
-
-
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
1
-
C 1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C 2
18
1
-
-
-
1
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
C 3
15
11
2
-
-
1
1
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
V 1
24
2
5
1
8
2
1
-
2
15
-
-
-
2
-
-
-
1
-
-
-
-
-
1
V 2
28
-
2
1
5
1
1
-
3
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
V 3
36
21
7
2
13
9
2
15
2
15
6
5
3
1
1
1
-
1
4
2
-
1
-
-
26
Dentre as cinco zonas amostradas nos forófitos, pode-se verificar que as zonas III e IV
apresentaram maior riqueza em espécies (87,50% e 58,33%, respectivamente) e em
ocorrência epifítica (46,22% e 21,44%), o que demonstra uma clara dominância para a copa
em relação ao tronco (tabela 8). A copa tende a apresentar maior área e grau de inclinação de
seus ramos, do que o tronco, gerando condições mais favoráveis ao epifitismo, sendo também
que na base da copa os ramos, mais grossos, proporcionam uma área de ocupação mais ampla
e estável do que os ramos mais finos das partes mais externas.
Com relação à análise estrutural do componente epifítico (tabela 9), as cinco espécies de
maior importância epifítica (VIi) foram Microgramma vacciniifolia (88,9), Peperomia
pereskiaefolia (22,2), Macradenia multiflora (16,2), Oncidium pumilum (13,1) e Rhipsalis
baccifera (13,1). Estas espécies reuniram, juntas, 76,75% do VIi total. Microgramma
vacciniifolia destacou-se consideravelmente, ocorrendo em 71,9% dos indivíduos forofíticos e
28,4% dos estratos, enquanto Peperomia pereskiaefolia foi amostrada em 19,6% dos forófitos
e 6,6% dos estratos. Estas duas espécies reuniram juntas cerca da metade do VIi total (55,5%),
constituindo, desta forma, as espécies dominantes para o componente epifítico da presente
área de estudo. As nove espécies de maior VIi apresentaram o maior número de suas
ocorrências no estrato vertical de 2-4 m (tabela 7).
Microgramma vacciniifolia foi, também, a mais importante (VIi = 70,8) para o ribeirão
São Pedro (Tomazini 2007). Oncidium pumilum e Rhipsalis baccifera ocorreram com valores
de importância muito reduzidos (4,3 e 0,6, respectivamente) enquanto que Peperomia
pereskiaefolia e Macradenia multiflora não foram listadas. Dentre as cinco espécies mais
importantes para essa área, Tillandsia pohliana Mez, a segunda colocada (39,5) e T. tenuifolia
L., a quinta (15,2), não foram amostradas no presente estudo.
Microgramma vacciniifolia, apresenta ampla distribuição na América Tropical (Sehnem
1970, Stolze 1981, Tryon & Tryon 1982, Labiak & Padro 1998), sendo freqüente em áreas da
planície litorânea do Brasil (Salino et al. 2005) e alcançando as primeiras colocações (VIi)
para as planícies litorâneas dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul (Kersten & Silva
2001), e em floresta de galeria do Rio Grande do Sul (Giongo & Waechter 2004). Capacidade
de reprodução vegetativa, devido aos rizomas longo-reptantes e ampla distribuição
geográfica, são características geralmente citadas como importantes a essa elevada freqüência
(Kersten & Silva 2001) e que também são compartilhadas com Peperomia pereskiaefolia, a
segunda colocada em VIi.
27
Os índices de diversidade (H’= 2,24) e uniformidade (e= 0,71), para o componente
epifítico, indicam menor diversidade e maior dominância de determinadas espécies na
presente área, quando comparada com outros estudos estruturais (tabela 10). Entretanto, essas
diferenças são foram significativas estatisticamente (p < 0,05), quando comparadas aos
valores obtidos para o ribeirão São Pedro (Tomazini 2007). A análise comparativa dos
parâmetros fitossociológicos do componente arbóreo, para tais estudos, demonstra que a área
do presente reúne valores superiores de diversidade e riqueza, embora a diversidade epifítica
tenha sido a menor ou semelhante. Deste modo, verifica-se que não necessariamente uma
relação direta entre a diversidade do componente arbóreo, que implicaria em maior oferta de
substratos diferentes a serem ocupados, com a do componente epifítico. Outros fatores
ambientais devem ser mais influentes, como o tipo de formação florestal, grau de conservação
e características climáticas e microclimáticas.
Tabela 7. Epífitas vasculares (citadas em código) e respectivos números de ocorrência por estrato
vertical do forófito. Remanescente florestal ripário, lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema, Município
de Jateí, MS, Brasil.
Estratos (m)
Espécies
0-2
2-4
4-6
6-8
8-10
10-12
12-14
14-16
16-18
18-20
20-22
22-24
24-26
TOTAL
MIC VAC
52
90
80
50
20
9
6
6
3
2
1
-
-
319
PEP PER
18
27
17
8
4
-
-
-
-
-
-
-
-
74
MAC MUL
17
21
9
4
-
-
-
-
-
-
-
-
-
51
RHI BAC
6
13
7
3
3
3
3
2
-
-
-
1
1
42
ONC PUM
9
14
7
4
-
1
-
-
-
-
-
-
-
35
TIL STR
3
7
3
4
4
1
-
-
-
-
-
-
-
22
LEP CRU
2
8
2
4
2
1
-
-
-
-
-
-
-
19
CAM SP
1
10
1
5
1
-
-
-
-
-
-
-
-
18
EPI PHY
1
4
2
-
2
-
-
-
-
-
-
-
-
9
PLE ANG
1
2
5
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
9
PLE PUB
1
2
1
2
1
-
-
-
-
-
-
-
-
7
POL EST
-
3
2
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
7
DRY OBR
2
2
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
6
ONC JON
-
3
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
5
PEP CIR
2
3
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
5
TIL LOL
1
1
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
ZYG ALL
1
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
OCT SP
-
1
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
-
2
POL POL
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
TIL REC
-
1
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
CAT SP
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
OCT MIC
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
ONC FIM
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
TIL TRI
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
TOTAL
94
211
142
89
37
15
9
8
4
2
1
1
1
644
NSP
18
20
15
14
8
5
2
2
2
1
1
1
1
28
Tabela 8. Distribuição de epífitas vasculares (citadas em código) para as zonas (Z) dos forófitos. Remanescente
florestal ripário, lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema, Município de Jateí, MS, Brasil.
ZONAS
MIC VAC
PEP PER
MAC MUL
RHI BAC
ONC PUM
TIL STR
LEP CRU
CAM SP
EPI PHY
PLE ANG
PLE PUB
POL EST
DRY OBR
ONC JON
PEP CIR
TIL LOL
ZYG ALL
OCT SP
POL POL
TIL REC
CAT SP
OCT MIC
ONC FIM
TIL TRI
Total
Nsp
I 22
12
7
5
3
-
1
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
52
8
II 37
15
9
3
6
2
3
-
4
1
1
2
1
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
85
13
III 122
29
22
16
19
6
8
10
3
5
4
1
4
2
4
1
1
2
2
-
1
-
1
-
263
21
IV 75
7
3
8
3
8
4
5
1
1
2
2
-
2
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
122
14
V 27
-
-
2
4
5
-
2
-
-
-
-
-
1
-
1
1
-
-
2
-
1
-
1
47
11
283
63
41
34
35
21
16
17
9
7
7
5
6
5
4
3
3
2
2
2
1
1
1
1
569
24
Tabela 9. Epífitas vasculares (citadas em código), ordenadas por valor
decrescente de VIi e respectivos valores dos parâmetros analisados.
Remanescente florestal ripário, lagoa Finado Raimundo, rio Ivinhema,
Município de Jateí, MS, Brasil. NIF= número de indivíduos forofíticos;
FAIF= freqüência absoluta e FRIF= freqüência relativa, nos indivíduos
forofíticos; NEF= número de estratos forofíticos; FAES= freqüência
absoluta e FRES= freqüência relativa, nos estratos forofíticos.
Espécies
NIF
FAIF
FRIF
NEF
FAES
FRES
VIi
MIC VAC 143
71,9
39,4
319
28,4
49,5
88,9
PEP PER 39
19,6
10,7
74
6,6
11,5
22,2
MAC MUL 30
15,1
8,3
51
4,5
7,9
16,2
ONC PUM 28
14,1
7,7
35
3,1
5,4
13,1
RHI BAC 24
12,1
6,6
42
3,7
6,5
13,1
TIL STR 15
7,5
4,1
22
2,0
3,4
7,5
CAM SP 16
8,0
4,4
18
1,6
2,8
7,2
LEP CRU 15
7,5
4,1
19
1,7
3,0
7,1
EPI PHY 8
4,0
2,2
9
0,8
1,4
3,6
PLE ANG 7
3,5
1,9
9
0,8
1,4
3,3
PLE PUB 7
3,5
1,9
7
0,6
1,1
3,0
POL EST 5
2,5
1,4
7
0,6
1,1
2,5
DRY OBR 4
2,0
1,1
6
0,5
0,9
2,0
PEP CIR 4
2,0
1,1
5
0,4
0,8
1,9
ONC JON 3
1,5
0,8
5
0,4
0,8
1,6
TIL LOL 3
1,5
0,8
3
0,3
0,5
1,3
ZYG ALL 2
1,0
0,6
3
0,3
0,5
1,0
OCT SP 2
1,0
0,6
2
0,2
0,3
0,9
POL POL 2
1,0
0,6
2
0,2
0,3
0,9
TIL REC 2
1,0
0,6
2
0,2
0,3
0,9
CAT SP 1
0,5
0,3
1
0,1
0,2
0,4
OCT MIC 1
0,5
0,3
1
0,1
0,2
0,4
ONC FIM 1
0,5
0,3
1
0,1
0,2
0,4
TIL TRI 1
0,5
0,3
1
0,1
0,2
0,4
SOMA 363
100,0
644
N
o
Bruto 199
1125
29
Tabela 10. Levantamentos estruturais de epífitas vasculares, ordenados pelo Índice de Diversidade de
Shannon para espécies (H’) de epífitas. e = índice de uniformidade de Pielou; NSE= número de espécies
epifíticas encontradas sobre um forófito: max= máximo e med= médio; MA= método de amostragem dos
forófitos: Q= quadrantes, P= parcelas, A= aleatório; CI= critério de inclusão; NIF= número de indivíduos
forofíticos amostrados; DA= densidade absoluta, AB= área basal, NSp= número de espécies.
Epífitas NSE Forófitos Componente arbóreo
Autores
H’ e max
med
MA
CI NIF
DA AB H’ e NSp
Kersten & Silva
(2001)
3,60 0,78
21 14,0
P PAP 30 cm
100
2.783,3 23,97 2,495 0,766
26
Giongo &
Waecther (2004)
3,43 0,87
- - Q DAP 10 cm
60 - - - - -
Waechter (1998) 2,99 - 16 - Q DAP 10 cm
60 - - 1,975 - 15
Kersten & Silva
(2002)
2,70 0,76
13 - A PAP 30 cm
110
3.491,0 - - - 27
Tomazini (2007) 2,28 0,73
7 1,71
A - 150
1.745,0 14,7 3,46 0,81 100
Presente estudo 2,24 0,71
10 1,83
P PAP 15 cm
199
1.425,0 35,31 3,67 0,81 90
3.4. Correlações entre epífitas e forófitos
Análises das relações entre epífitas e forófitos, demonstraram que Zygia cauliflora foi a
espécie que deteve a maior riqueza (75,00%) de espécies epifíticas, à qual se seguiram
Eugenia florida e Pouteria glomerata, com 33,33% cada.
O número de espécies epifíticas por forófito variou de um a dez (média= 1,83 ± 1,38),
destacando-se um indivíduo de Z. cauliflora com 10 espécies, um de Ficus gomelleira e outro
de P. glomerata, com sete espécies cada (tabela 6). A maioria dos indivíduos (59,30%),
entretanto, apresentou somente uma espécie (figura 3). Resultados semelhantes foram
encontrados para o ribeirão São Pedro (Tomazini 2007), tendo Z. cauliflora predominado para
os dois tipos de análises.
Evidenciou-se correlações significativas e positivas entre a riqueza de espécies epifíticas
com a altura estimada (r= 0,141482, p < 0,05), perímetro (r= 0,358047, p < 0,05) e número de
ramificações (r= 0,167015, p < 0,05) dos forófitos, apesar dos valores serem baixos. Como as
espécies forofiticas contribuem com diferentes números de indivíduos e apresentam,
geralmente, padrões próprios da relação de crescimento altura/diâmetro e número de
ramificações do fuste, uma análise de populações, para as espécies dominantes, poderia
mostrar-se interessante. Por exemplo, para Zygia cauliflora que foi a espécie dominante
(tabela 4), o perímetro (r= 0,366671, p < 0,05) e o número de ramificações (r= 0,300536, p <
0,05) apresentaram valores de correlação pouco superiores aos alcançados na análise geral
(acima descrito), porém, para altura a correlação não foi significativa (r= 0,059931, p > 0,05).
Já, para Eugenia florida, segundo lugar como dominante, nenhuma das correlações mostrou-
se significativa (altura-r=0,013262, perímetro-r= 0,401336, número de ramificações à altura
do peito-r= 0,471886; p > 0,05).
30
59,3
20,1
10,6
5,0
1,5
2,0
1,0
0,5
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
1 2 3 4 5 6 7 10
Epífitas
Fofitos (%)
Figura 3. Número de espécies epifíticas por número de indivíduos
forofíticos. Remanescente florestal ripário, lagoa Finado Raimundo, rio
Ivinhema, Município de Jateí, MS, Brasil.
3.5. Influência de corpos d’água na distribuição das epífitas e forófitos
As linhas de amostragem localizadas na margem da lagoa e várzea e na região central
indicam que a borda do remanescente, vizinha à várzea, mostra-se mais favorável à
colonização por epífitas e apresenta, também, maior densidade de forófitos, embora não
indiquem preferências para a riqueza de espécies forofíticas (tabela 6, figura 4). Fatores, como
a proximidade da várzea e o distanciamento da lagoa, certamente conferem características
mais propícias ao epifitismo, que por sua vez é favorecido pelo menor efeito de borda e,
provavelmente, maior umidade. Importante salientar que uma lagoa, com as dimensões da
Finado Raimundo, 3,5 x 0,5 km (Assis 1991), possui características de uma grande clareira e,
embora a vegetação de seu entorno seja natural, encontra-se sob um efeito de borda mais
intenso que o lado oposto e no limite com a várzea, sendo que esta apresenta uma cobertura
vegetal arbustiva e indivíduos arbóreos isolados.
53,3
40,0
37,8
65,3
21,1
13,6
87,5
29,2
50,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
VARZEA CENTRAL LAGOA
Linhas
%
NSF NIF NSE
Figura 4. Percentual de espécies (NSF) e indivíduos (NIF) forofíticos e espécies
epifíticas (NSE) por linha de amostragem fitossociológica. Remanescente
florestal ripário da lagoa Finado Raimundo, Município de Jateí, MS, Brasil.
31
4. Conclusões
Desta forma, tem-se que o presente estudo resultou nas seguintes características para a
área:
- possui cinco famílias, 20 gêneros e 29 espécies, classificadas como holoepífitas
características e, 21 famílias, 35 gêneros e 45 espécies de forófitos com PAP 15 cm;
- os táxons Orchidaceae, Bromeliaceae e Tillandsia foram os de maior riqueza específica para
as epífitas, e Leguminosae, Myrtaceae e Eugenia para os forófitos;
- quanto à distribuição vertical nos forófitos, o intervalo de 2-6 m de altura, determinado pela
análise de estratos, e a base da copa, determinado pela análise de zonas, apresentaram-se mais
ricos em epífitas;
- Microgramma vacciniifolia, Peperomia pereskiaefolia, Macradenia vacciniifolia, Oncidium
pumilum e Rhipsalis baccifera foram as espécies epifíticas mais importantes, de acordo com
VIi;
- Zygia cauliflora foi a espécie forofítica predominante, apresentando a mais elevada
densidade e o maior número de espécies epifíticas;
- as áreas próximas à várzea apresentaram-se mais propícias ao epifitismo do que aquelas as
margens da lagoa, provavelmente devido ao menor efeito de borda.
Comparando-se alguns dos resultados com os obtidos no ribeirão São Pedro
(remanescente sob maior perturbação antrópica), verificam-se:
- o Índice de diversidade de espécies (H’) do componente arbóreo e arbustivo-arbóreo pode
ter menos influência para o Índice de diversidade epifítica do que as características das
espécies dominantes que compõem os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual
ribeirinha com influência fluvial sazonal. Como exemplo, Zygia cauliflora, que deve
apresentar características favoráveis ao epifitismo, como casca com rugosidades, além de
constituir-se numa espécie perenifólia e abundante nas áreas sujeitas a inundação;
- apesar de não significativa a diferença de diversidade epifítica entre as áreas, as variações do
grau de perturbação antrópica influenciam na composição de espécies epifíticas, promovendo
uma baixa similaridade de espécies, além da altura máxima com ocorrência de epífitas nos
forófitos ser inferior no ribeirão São Pedro;
- Microgramma vacciniifolia não poderia ser empregada como indicadora de grau de
perturbação e ou regeneração para remanescentes na PIRP, pois apresentou o maior VIi em
ambas as áreas de estudo. Indicadoras de área mais preservada seriam Peperomia
32
pereskiaefolia, Macradenia multiflora, Oncidium pumilum e Rhipsalis baccifera, enquanto
que para áreas mais perturbadas seria Tillandsia pohliana;
- outras características podem também indicar melhores condições de preservação, tal como a
maior riqueza de Orchidaceae em relação às demais famílias epifíticas;
- apesar da maior disponibilidade de umidade as quais áreas próximas a corpos de água estão
sujeitas, esta característica pode promover influência menos positiva sobre o componente
epifítico conforme a área do corpo d’água, devido ao efeito de borda;
- a continuidade de estudos dessa natureza, na PIRP, poderá demonstrar de maneira mais
segura os indícios aqui encontrados, tais como o efeito negativo/benéfico dos corpos d’água
no componente epifítico, conforme sua área total e as espécies epifíticas que podem ser
utilizadas como indicadoras do grau de preservação ambiental.
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