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Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Engenharia Elétrica e Informática
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Decodificação Iterativa em Sistemas com
Codificação Wavelet
Luiz Gonzaga de Queiroz Silveira Júnior
Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina
Grande como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor
em Engenharia Elétrica.
Área de Conhecimento: Processamento da Informação
Orientadores:
Dr. Francisco Marcos de Assis, UFCG.
Dr. Ernesto Leite Pinto, IME.
Campina Grande, Paraíba, Brasil
c
Luiz Gonzaga de Queiroz Silveira Júnior, Abril de 2008
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Livros Grátis
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Decodificação Iterativa em Sistemas com
Codificação Wavelet
Luiz Gonzaga de Queiroz Silveira Júnior
Tese de Doutorado julgada como adequada à obtenção do grau de Doutor
em Engenharia Elétrica, Área de Concentração Processamento da
Informação, e aprovada em sua forma final pelo Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Campina Grande.
Banca Examinadora:
Francisco Marcos de Assis, Doutor
Orientador
Ernesto Leite Pinto, Doutor
Orientador
Raimundo Sampaio Neto, Ph.D.
Componente da Banca
Juraci Ferreira Galdino, D.Sc.
Componente da Banca
Bruno Barbosa Albert, D. Sc.
Componente da Banca
Edmar Candeia Gurjão, D. Sc.
Componente da Banca
CAMPINA GRAN DE, PARAÍBA, BRA SIL
ABRIL DE 2008
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iii
Ficha Catalográfica
S587d Silveira Júnior, Luiz Gonzaga de Queiroz
2008 Decodificação Iterativa em Sistemas com Co dificação Wavelet /
Luiz Gonzaga de Queiroz Silveira Júnior. - Campina Grande, 2008.
106f. : il.
Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) - Universidade Federal
de Campina Grande, Centro de Engenharia Elétrica e Informática.
Orientadores: Prof. Dr. Francisco Marcos de Assis, Prof. Dr.
Ernesto Leite Pinto
Inclui bibliografia
1. Decodificação Iterativa 2. Codificação Wavelet 3. Desvaneci-
mento Plano. I. Título
CDV: 621.391(043)
Este trabalho é dedicado a minha mãe, Maria de Jesus
Ramos, responsável pelos primeiros, maiores e melhores
ensinamentos.
AGRADECIMENTOS
À Deus, por tudo e, especialmente, por esta vitória.
À minha mãe, po r todo o carinho, incentivo, paciência, ensinament os, zelo e amor, funda-
mentais na minha vida.
Ao meu irmão Felipe, pela ajuda e incentivo e também pelas numerosas discussões que
levaram ao maior amadurecimento das idéias contidas neste texto.
À minha irmã Cecília, pelo apoio e carinho.
À Izabella, pelo amor e carinho, sempre presentes nos momentos difíceis e por toda a
compreensão, capaz de desculpar a minha ausência em muitos momentos.
Aos meus orientadores, Dr. Francisco Marcos e Dr. Ernesto Leite, por todo o incentivo,
paciência, sugestõ es, ajuda e compromisso, os quais foram indispensáveis nesta caminhada.
Aos professores e funcionários do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade
Federal de Campina Grande, pelos preciosos ensinamentos e amizade.
Aos amigos Darlan, Fa biano, Fabrício, Ricardo Crispim, Rohit, Santana, Saulo, Madhavan
e Murali, pela lealdade e amizade.
Aos amigos do IQUANTA, pela amizade e colabora ção .
Aos amigos do EMBEDDED, IECOM e LEIAM, pela amizade e momentos de descontração.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior, pelo apoio financeiro.
v
“Never discard information prematurely that may be useful in
making a decision until after all decisions related to that
information have been completed.”
—ANDREW J. VITERBI, CO-FOUNDER OF QUALCOMM
(Wireless Digital Communication: a View Based on Three Lessons Learned.
In IEEE Communications Magazine, Sept. 1991.)
RESUMO
Nesta tese são propostas e investigadas novas alternativas para o emprego da codificação wavelet
em canais com desvanecimento plano. Cont ribuições impo r t antes são a lcançadas. A primeira é
o desenvolvimento de um demodulador com saída suave para aplicação na decodificação wavelet,
contornando uma limitação presente em trabalhos a nteriores dedicados ao mesmo tema. Além
disso, propõe-se aqui um esquema de decodificação iterativa par a concatenações seriais em que
um codificador wavelet é empregado como codificador interno. Em particular, o trabalho se
concentra no desenvolvimento de uma estratégia adequada para tr oca de informações suaves
entre o par de decodificadores SISO, f ormado pelo decodificador wavelet e um decodificador
externo, do tipo usualmente empregado em decodificação turbo. Para tanto são propostas duas
alternativas, com diferentes g r aus de complexidade computacional. São apresentados diver-
sos resultados de avaliações de desempenho via simulação computacional, utilizando-se como
codificador externo um codificador convolucional, com decodificação pelo algoritmo BCJR.
Os resultados de desemp enho obtidos mostram a eficácia das técnicas de recepção propostas,
indicando-as como a lternativas promissoras na exploração do potencial da codificação wavelet
em canais com desvanecimento plano.
Palavras-chave: Decodificação Iterativa, Codificação Wavelet, Desvanecimento plano
vii
ABSTRACT
In this thesis, new applications of wavelet coding technique in wireless communications systems
are proposed and discussed. Important contributions are obtained, such as the conception o f
iterative decoding scheme for serial concatenations with wavelet coding. Besides, some investi-
gations are performed in order to realize a soft-input soft-output wavelet decoder. The major
part of this work is devoted to formulate a strategy to exchange soft information iteratively,
which consider a novel soft demapping approach. Several performance evaluations were carried
out, where a concatenation with a convolutional encoder over a flat fading channel is inves-
tigated. The numerical results so obta ined indicate that the proposed method is an effective
tool for performance improvement of wavelet-coded systems. Therefore, this new approach for
iterative decoding may lead to new alternatives for exploiting the potential of wavelet coding
for digital communications over wireless channels.
Keywords: Iterative decoding, Wavelet coding, Flat fading.
viii
SUMÁRIO
Lista de Figuras xii
Lista de Tabelas xv
Lista de Símbolos xvi
Glossário xvii
Capítulo 1– Introdu ção 1
1.1 Enfoque do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Principais Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.1 Produção Científica Gerada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Organização do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Capítulo 2– Codificaçã o Wavelet 7
2.1 Matrizes Wavelets . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1.1 Matrizes Wavelets Utilizadas na Codificação . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Codificação com Matrizes Wavelet Planas de Coeficientes Inteiros . . . . . . . . 10
2.3 Matriz de Codificação Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4 Distribuição de Probabilidades dos Símbolos Wavelets . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.5 Busca de Constelações de Sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.6 Decodificação Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
ix
SUMÁRIO x
Capítulo 3– El e mentos de Recepção Iterativa 27
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2 Modelo do Sistema de Comunicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.3 Demodulador com Regra de Decisão Suave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Decodificador Wavelet com Entrada e Saída Suaves . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.1 Decodificador Wavelet com Entrada Suave . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.1.1 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4.2 Decodificador Wavelet com Saída Suave . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4.2.1 Expressão para a Probabilidade de Erro de Bit . . . . . . . . . 37
3.4.2.2 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.4.3 Saída do Decodificador Wavelet na Fo r ma da Razão de Log-verossimilhança 41
3.4.3.1 Estimação Recursiva dos Parâmetros Média e Variância . . . . 43
3.5 Regra de Demodulação Suave Modificada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.6 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Capítulo 4– Decodificação Turbo com Demo dulação Iterativa 50
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.2 Concatenação Serial com Codificador Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.3 Receptor Iterativo para Concatenação Serial com Codificação Wavelet . . . . . . 55
4.3.1 Atualização da Distribuição de Probabilidades dos Símbolos Wavelets . . 56
4.3.2 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.4 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Capítulo 5– Novas Abordagens ao Receptor Iterativo 60
5.1 Recepção Iterativa em Sistemas com Matrizes Wavelets de Ordens Elevadas . . . 60
5.1.1 Atualização da DPSW via Método Recursivo Baseado em Convoluções . 62
5.1.1.1 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.1.2 Atualização da DPSW via Deslizamento da Janela de Coleta . . . . . . . 69
SUMÁRIO xi
5.1.2.1 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.2 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Capítulo 6– Conclusão 74
6.1 Perspectivas para Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Apêndice A– Distribuição dos Dados de Saída do Dec odificador Wavelet SISO 7 7
A.1 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
A.2 Funções de Densidade de Probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
A.3 Testes de Aderência à Distribuição Normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
A.4 Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
A.5 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Referências Bibliográficas 84
LISTA DE FIGURAS
2.1 Diagrama do codificador wavelet com emprego dos coeficientes de uma matriz
wavelet de dimensão m ×mg. Neste esquema, o Bloco MCW
j
é definido a partir
da j-ésima linha da matriz wavelet. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1
2.2 Diagrama do codificador wavelet para uma MW 2 ×8. . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 Constelações PSK utilizadas nos sistemas com codificação wavelet que utilizam
MWs de dimensões 2 × 8, 4 × 16 e 2 × 128, respectivamente. . . . . . . . . . . . 24
3.1 Modelo do sistema de comunicações com codificação wavelet. . . . . . . . . . . . 29
3.2 Funcionamento do algoritmo de decodificação wavelet para o caso de uso de uma
MW de dimensão 2 × 8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3 Desempenho da regra de decisão suave na demodulação de sinais PSK sobre
canal AWGN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4 Desempenho da regra de decisão suave na demodulação de sinais PSK sobre
canal sujeito ao desvanecimento Rayleigh. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.5 Curvas obtidas pela análise desenvolvida e segundo o todo de Monte Carlo,
relativas ao desempenho de um sistema com codificação wavelet baseada na MW
2 × 8, sujeito ao canal com desvanecimento Rayleigh plano. . . . . . . . . . . . . 40
3.6 Curvas obtidas pela análise desenvolvida e segundo o todo de Monte Carlo,
relativas ao desempenho de um sistema com codificação wavelet baseada na MW
2 × 128, sujeito a o canal com desvanecimento Rayleigh plano. . . . . . . . . . . 41
3.7 Desempenho da regra de decisão suave modificada na demodulação de sinais
PSK sobre canal sujeito ao ruído AWGN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.8 Desempenho da regra de decisão suave modificada na demodulação de sinais
PSK sobre canal sujeito ao desva necimento Rayleigh. . . . . . . . . . . . . . . . 48
xii
LISTA DE FIGURAS xiii
4.1 Esquema de um codificador convolucional com taxa R = 1/2 e restrição de com-
primento igual a 3. Para o exemplo, temos os respectivos po linô mios geradores
g
(0)
= 1 + x + x
2
e g
(1)
= 1 + x
2
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2 Modelo de sistema de comunicações com concatenação serial de digos convolu-
cional e wavelet. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.3 Comparação de desempenhos em termos da TEB para dois sistemas de comu-
nicações com concatenação serial de digos convo lucional e Wavelet, utilizando
MWs de diferentes dimensões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4 Modelo do sistema de comunicações com recepção iterativa. . . . . . . . . . . . 55
4.5 Curvas de TEB em função do número de iterações, para o sistema de comuni-
cações baseado na codificação por MW 2 ×8, utilizando blocos com 4096 bits de
informação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.1 Curvas de TEB em função do número de iterações para diferentes tamanhos de
blocos de bits do sistema com MW 2×8, admitindo dulo da média condicional
igual a 8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.2 Curvas de TEB em função do número de iterações para os sistemas com MW 2×8
via estimação do dulo das médias e também com redução da complexidade. 66
5.3 Curvas de TEB em função do número de iterações, obtidas dos receptores itera-
tivo s utilizados nos sistemas com MW 4 × 16 e blocos de 4096 bits. . . . . . . . 67
5.4 Curvas de TEB em função do mero de iterações para os sistemas com MW 4×
16 via estimação da média condicional e também com redução da complexidade. 68
5.5 Mapeamento das LLRs de saída do decodificador BCJR em valores médios. . . . 70
5.6 Curvas de TEB em função do número de iterações, com atualização da DPSW
via valores médios, blocos de 4096 bits de informação, sobre o canal com desva-
necimento não seletivo em freqüência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
A.1 Curvas de f.d.p. a posteriori do s dados de saída do decodificador wavelet SISO
para o sistema com o codificador baseado na MW de dimensão 2 × 8, para a
faixa da RSR de 0-15dB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
A.2 Curvas de f.d.p. a posteriori do s dados de saída do decodificador wavelet SISO
para o sistema com o codificador baseado na MW de dimensão 2 × 128, para a
faixa da RSR de 0-15dB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
LISTA DE FIGURAS xiv
A.3 Testes de Aderência à Distribuição No rmal dos Dados de Saída do Decodificador
Wavelet SISO, empregado em dois sistemas de comunicações com codificação
baseada nas MWs 2 × 8 e 2 × 128, com dois valores de RSR, 10 e 15dB. . . . . 81
LISTA DE TABELAS
2.1 Símbolos gerados por uma MW 2 × 8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2 Distribuição de Probabilidade dos símbolos wavelets para cada modo de regime,
considerando-se o codificador associado a MW de dimensão 2 ×8 e uma fonte de
informação que gera bits com distribuição eqüiprovável. . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3 Distribuição de Probabilidade dos símbolos wavelets para cada modo de regime,
considerando-se o codificador associado a MW de dimensão 2 ×8 e uma fonte de
informação que gera bits com distribuição P (x
k
= +1) = 0, 75 e P (x
k
= 1) =
0, 25. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4 Quantização para MCW 2 × 128. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.5 Quantização para MCW 4 × 16. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
xv
LISTA DE SÍMBOLOS xvi
A = (a
s
k
) - Matriz de coeficientes wavelets
a
0
- Vetor de escala
a
s
, s 0 - Vetores wavelets
a
s
k
- Coeficientes de uma matriz wavelet
C
MW
- Matriz de codificação wavelet
m - Posto de uma matriz de coeficientes wavelets
g - Gênero de uma matriz de coeficientes wavelets
E[·] - Valor médio de uma variável aleatória
G
y
n
(z) - Função geradora de momentos para a saída do codificador wavelet
I(X; Y ) - Informação mútua entre as v.a.’s X e Y
I
d
- Profundidade do entrelaçamento
K - Comprimento de restrição do codificador wavelet
L · I
d
- Comprimento da seqüência entrelaçada
n - Valor complexo do ruído AWGN
[nT
s
, (n + 1)T
s
) - Intervalo de sinalização
E
b
- Energia de bit
n(t) - Ruído AWGN
P
e
- Probabilidade de erro de bit
Q(·) - Função de erro
r(t) - Sinal recebido
s(t) - Sinal transmitido
G(r) - Saída suave (real) do estimador de MEQM
L(z
k
) - Razão de verossimilhança logarítmica de saída do decodificador wavelet SISO
x - Vetor de bits de informação
x
n
- Bits de informação
y
n
- Palavra-código wavelet
y
n
- Símbolos wavelets
y
j
n
- Sub-símbolos wavelets
z
i
- Saída do decodificador/correlator wavelet no tempo i
α(t) - Ganho do canal com desvanecimento
δ
x,y
- função delta de Kronecker
µ - Média condicional da distribuição dos dados de saída do decodificador wavelet
σ
2
- Média condicional da distribuição dos dados de saída do decodificador wavelet
GLOSSÁRIO xvii
AP K - Amplitude-Phase Keying (Modulação em Amplitude e Fase)
P SK - Phase Shift Keying (Modulação em Fase)
AW GN - Additive White Gaussian Noise (Ruído Aditivo Gaussiano Branco)
T EB - Taxa de Erro por Bit
DSP - Digital Signal Processor (Processador Digital de Sinais)
EQM - Erro Quadrático Médio
MEQM - Mínimo Erro Quadrático Médio
i.i.d. - Independentes e Identicamente Distribuídas
MAP - Maximum a Posteriori Probability (Máxima Probabil i dade a posteriori)
MW - Matriz Wavelet
RSR - Relação Sinal-Ruído
SISO - Soft Input Soft Output (Entrada e Saída Suaves)
v.a. - Variável Aleatória
DP SW - Distribuição de Probabilidades dos Símbolos Wavelets
BCJR - Algoritmo de decodificação iterativa propo sto por Bahl, Cocke, Jelinek e Raviv
LLR - Log-likelihood Ratio (Razão de Verossimilhanç a Logarítmica)
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Em sistemas de comunicações sem fio, o efeito do multipercurso, chamado de desvanecimento,
pode comprometer de forma severa o desempenho destes sistemas ( SKLAR, 1997a, 1997b). Com
o objetivo de minimizar seus efeitos, várias técnicas vêm sendo propostas. Alguns exemplos
incluem esquemas com diversidade (ALAMOUTI, 1998; ASSIS; SOUSA, 1999; SILVEIRA, 2002),
e estratégias de decodificação iterativa (BERROU; GLAVIEUX; THITIMAJSHIMA, 1993; HAGE-
NAUER; OFFER; PAPKE, 1996; VALENTI, 1999).
A codificação Turbo, originalmente pro posta em 1993, destacou-se por apresentar desem-
penho distante apenas 0,7 dB do limite de Shannon, em canal AWGN (AWGN, sigla inglesa
para Additive White Gaussian Noise). A sua principal característica reside na estrutura de de-
codificação, em que os dispositivos de decisão trocam informações suaves várias vezes, visando
melhorar o nível adequado de confiança da decisão final que produzirá a seqüência de bits
recebidos (BERROU; GLAVIEUX; THITIMAJSHIMA, 1993).
Apesar da codificação Turbo ter cha mado a atenção de diversos pesquisadores em universi-
dade e empresas, e de ter se tornado padrão par a os sistemas de comunicações veis de terceira
geração (UMTS e CDMA 2000) (MARTINS, 2004), o “princípio Turbo” é bem mais geral, po-
dendo ser aplicado de forma bastante satisfatória a muitos problemas de deteção/decodificação,
tais como a concatenação serial de codificadores, equalização, modulação codificada, dentr e ou-
tros.
Por outro lado, a percepção da vasta aplicabilidade do princípio Turbo, levou a realiza-
ção de p esquisas que buscavam mostrar que o algoritmo utilizado na codificação Turbo é um
caso particular de uma classe mais ampla de algoritmos, lançando, assim, alguma luz sobre o
porque de seu bom desempenho. Frey e Kschischang foram os primeiros a perceber que este
1
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 2
algoritmo poderia ser uma instância da classe de algoritmos de propagação de crenças. Mais
tarde, McEliece mostrou que este algoritmo poderia ter um procedimento dual aplicável em
grafos, como aqueles utilizados em redes bayesianas (FREY; KSCHISCHANG, 1996; MCELIECE,
1997). Uma rede bayesiana pode ser definida como uma graf o acíclico direcionado, onde os nós
representam variáveis aleatórias e os a rcos representam a dependência probabilística entre as
variáveis associadas (JUNIOR, 2004a, 2004b).
A transmissão em canais com desvanecimento variante no tempo continua a ser uma área de
grande int eresse para o surgimento de novos sistemas de comunicações, e este interesse tende
a aumentar com o advento de novos serviços de comunicações para sistemas de transmissão sem
fio com mobilidade dos terminais. A presente tese investiga novas alternativas para a obtenção
de melhorias de desempenho em canais com desvanecimento plano, explorando a técnica de
codificação wavelet e a recepção iterativa (turbo).
A codificação wavelet foi proposta por Tzannes (TZANNES; TZANNES., 1992) como uma nova
alternativa para superar os efeitos do desvanecimento. Esta técnica explora as propriedades
de o rt ogonalidade das linhas da matriz wavelet (MW). O codificador wavelet multiplica, de
forma sucessiva, os bits da font e pelas linhas de uma MW, espalhando a informação de cada
bit sobre diversos intervalos de sinalização. Os símbolos produzidos em sua saída, denominados
de símbolos wavelets, são não- eqüiprováveis e assumem diversos níveis (RESNIKOFF; WELLS-JR.,
1998).
Devido à ortogonalidade entre as linhas da MW, a informação d e cada bit pode ser recolhida
no receptor de maneira simples, através de um banco de correlatores casados às linhas da
matriz usada na codificação. O mecanismo de espalhamento da informação no tempo, antes da
transmissão, e o recolhimento dela no receptor, contribui para melhorar a robustez do sistema
de comunicação à combinação de efeitos do desvanecimento plano var ia nte no tempo e de ruído
impulsivo (SILVEIRA, 2006).
O emprego da codificação wavelet em sistemas de transmissão sem fio requer o mapeamento
da saída do codificador em símbolos de um esquema de modulação. Como os símbolos wavelet
não são eqüiprováveis, é necessário um projeto criterioso da constelação a ser usada, a fim
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 3
de otimizar o desempenho do receptor (demodulador e decodificador wavelet). Assim, em
(SILVEIRA, 2006) foram derivadas f erramentas matemáticas capazes de projetar analiticamente
o esquema de modulação utilizado neste caso.
1.1 ENFOQ UE DO TRABALHO
Em trabalhos anteriores, verificou-se um bom desempenho da codificação wavelet, asso ciada
à demodulação por decisão abrupta, em canais sujeitos ao desvanecimento Rayleigh (Q. SIL-
VEIRA, 2001; SILVEIRA, 2002; Q. SILVEIRA; ASSIS, 2002; SILVEIRA, 2006).
Na tentativa de evitar a perda de informação oriunda do emprego da regra de decisão
abrupta e, assim, melhorar o desempenho destes sistemas, investigou-se nesta tese uma regra
de decisão suave para o demodulador, sendo esta baseada na minimização do erro quadrático
médio entre o símbolo wavelet transmitido e o estimado (JUNIOR, 2006). Os resultados obtidos
foram animadores e serviram de estímulo para a investigação de uma técnica de decodificação
iterativa.
A partir de uma concepção básica para esta nova estratégia de recepção, serão investigadas
abordagens mais a dequadas aos esquemas com concatenações seriais baseadas em matrizes
wavelets de ordens elevadas, visando obter melhores resultados de desempenho, proporcionado
por maiores ganhos de diversidade.
1.2 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES
Ao longo do trabalho de tese apresentado, f oram obtidas as seguintes contribuições:
Concepção de uma regra de demodulação com saída suave, capaz de ser empregada em
receptores iterativos e não-iterativos, proporcionando bons resultados de desemp enho para
ambos os contextos,
Concepção e avaliação de um decodificador wavelet SISO (SISO, sigla inglesa para Soft
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 4
Input Soft Output), adequado ao fornecimento de informação suave, sendo útil ao esquema
de deco dificação iterativa,
Avaliação de alternativas capazes de permitir a at ua lização das probabilidades dos sím-
bolos wavelets, mediant e o aproveitamento da informação suave disponível, sendo carac-
terizada como a instância do princípio Turbo e,
Análise de novas abordag ens para o projeto do receptor iterativo, adequadas às concate-
nações seriais baseadas na codificação com MWs de ordens elevadas, as quais permitiram
obter melhores ganhos de diversidade.
1.2.1 Produção Científica Gerada
Este trabalho de tese permitiu obter resultados que foram apresentados em conferências
internacionais e congressos nacionais, os quais demonstram o pot encial da codificação wavelet
em sistemas de comunicações veis.
A pro dução científica gerada está referenciada abaixo, com o indicativo do evento e da mídia
utilizada:
1. In Proceedings of IEEE Interna tion al Telecommunication s Symposium, (JUNIOR, 20 06).
2. In Proceedin gs of IEEE I nternational Microwave an d Optoelectronics Conference, (JU-
NIOR, 2007c).
3. Anais do XXV Simpósio Brasileiro de Telecomunicações, (JUNIOR, 2007b).
4. Anais do VIII Congresso Brasileiro de Redes Neurais, (JUNIOR, 2007a).
Além destes, encontra-se em processo de avaliação dois artigos submetidos para publicação
nos periódicos IEEE Transactions on Wireless Communications, do Institute of Electrical and
Electronics Engineers, e Learning and Nonlinear Models, da Sociedade Brasileira de Redes
Neurais, com Qualis A.
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 5
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Esta tese está organizada em seis capítulos e um apêndice.
No Capítulo 2, as matrizes wavelets são definidas e suas principais propriedades são apre-
sentadas. São ainda apresentados algoritmos de codificação e decodificação com matrizes de
coeficientes wavelets.
O Capítulo 3 constitui o po nto de partida no estabelecimento da nova abordagem de re-
cep ção , sendo dedicado ao desenvolvimento de uma regra de decisão suave a ser utilizada pelo
demodulador no mapeamento inverso dos sinais PSK sobre símbolos wavelets. Além disso, nesse
capítulo é concebido e avaliado um decodificador wavelet com entrada e saída suaves, capaz
de fornecer informação útil, necessária ao regime de operação iterativa. Os resultados obtidos,
a partir das avaliações de desempenho realizadas, mostram as vantagens proporcionadas por
esta mudança de abordagem, as quais permitiram superar algumas limitações presentes em
trabalhos anteriores dedicados ao mesmo tema.
O Capítulo 4 é dedicado à concepção e avaliação do método proposto para a decodificação
iterativa em sistemas com codificação wavelet. Em particular, considera-se o problema da
atualização das probabilidades dos símbolos wavelets mediante a troca de informações suaves
na forma da razão de log-verossimilhança. São também apresentados resultados de desempenho
de um sistema com codificação wavelet e decodificação iterativa, em canal com desvanecimento
plano.
O Capítulo 5 visa o desenvolvimento de sistemas com maiores ganhos de diversidade. Como
isto é feito aumentando-se as dimensõ es da MW utilizada na codificação, então isto implica
num aumento da complexidade computacional do r eceptor. Desta forma, neste capítulo são
propostas e ava liada s novas abordagens para a sua concepção.
No Capítulo 6, são apresentadas as conclusões deste trabalho, sendo destacadas as principais
contribuições obtidas. Também são apresentadas algumas propostas para a continuação da
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 6
pesquisa.
O Apêndice A é dedicado a avaliação do modelo de distribuição a posteriori dos dados de
saída do decodificador wavelet SISO, apresentado na Seção 3.11 do Capítulo 3.
CAPÍTULO 2
CODIFICAÇÃO WAVELET
Em sistemas de comunicações móveis, as técnicas de diversidade exercem um papel imp ortante
na transmissão em canais com desvanecimento e consistem, basicamente, na transmissão de
réplicas de um sinal sobre canais independentes, que são afetadas de maneira diferente, per-
mitindo um combinação adequada de maneira a o bter um aumento na confiança da recepção
(PROAKIS, 19 89).
Nesta tese, a diversidade temporal será explorada através da técnica de codificação com
wavelets. Esta abordagem foi escolhida devido aos bons resultados obtidos nas avaliações de-
sempenho realizadas em t ermos da taxa de erro de bit (TEB), os quais fo r am conseguidos
mantendo-se a sua complexidade de decodificação relativamente baixa (Q. SILVEIRA, 2001; SIL-
VEIRA, 2002; Q. SILVEIRA; ASSIS, 2002; Q. SILVEIRA; ASSIS; PINTO, 2003, 2004; SILVEIRA, 2006).
A codificação com wavelets foi proposta por Tzannes em (TZANNES; TZANNES., 1992), como
uma nova abordagem para superar os efeitos indesejáveis do multipercurso, explorando as pro-
priedades de ortogonalidade entre as linhas de uma matriz de coeficientes wavelets. Os símbolos
resultantes dessa codificação, aqui denominados de símbolos wavelets, possuem diversos níveis,
são correlacionados e apresentam pro ba bilidades distintas.
O mecanismo empregado na codificação com wavelets permite espalhar a informação de
cada bit sobre diversos símbolos. Ao mesmo tempo, produz símbolos que carregam consigo a
informação de vários bits. Assim, a codificação wavelet estabelece um esquema de espalhamento
da informação no tempo, gerando símbolos que serão tr ansmitidos em intervalos de tempo
distintos.
O restante deste capítulo é organizado da seguinte forma: na Seção 2.1 são definidas as
matrizes wavelets, apresentando-se as propriedades que permitem seu emprego na codificação de
7
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 8
canal. A Seção 2.2 apresenta o algoritmo de codificação e a estrutura do codificador wavelet. Na
Seção 2.3 é apresenta da uma descrição alternativa para o processo de codificação. A Seção 2.4
apresenta um método analítico para a obtenção da distribuição de probabilidades dos símbolos
wavelets. Na Seção 2.5 é ressaltada a necessidade de se buscar um esquema adequado de
modulação dos símbolos wavelets gerados pelo codificador. A Seção 2.6 apresenta o algoritmo
de decodificação wavelet. Finalmente, na Seção 2.7, são apresentadas as conclusões obtidas
neste capítulo.
2.1 MATRIZES WAVELET S
Uma matriz A = (a
s
k
) com m 2 linhas (vetores) e mg colunas denotada por
A =
a
0
0
, . . . , a
0
mg1
a
1
0
, . . . , a
1
mg1
.
.
.
.
.
.
a
m1
0
, . . . , a
m1
mg1
, (2.1)
é denominada de matriz wavelet plana
1
(MW) de posto m e gênero g se forem satisfeitas as
seguintes condições (TZANNES; TZANNES., 199 2; RESNIKOFF; WELLS-JR., 1998):
mg1
k=0
a
s
k
= m
gδ
s,0
, (2.2)
mg1
k=0
a
s
[k+mr
]
a
s
[k+mr]
= mgδ
s
,s
δ
r
,r
, (2.3)
em que [k+mr] é usado para denotar a operação k+mr d ulo mg e δ
x,y
é o delta de Kronecker,
definido p or
δ
x,y
=
1 se x = y,
0 caso contrário.
(2.4)
A Equação (2.2) assegura que a soma dos elementos da primeira linha da matriz é igual ao
produto do posto pela raiz quadrada do gênero da MW, enquanto que a soma dos elementos
das demais linhas é ig ua l a zero. Por outro lado, a Equação (2.3 ) estabelece que os vetores
1
Um matriz é dita plana quando todos os seus coeficientes têm o mesmo valor absoluto.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 9
representados pelas linhas de uma MW de posto m têm normal euclidiana igual a mg e são
mutuamente ort ogonais, mesmo quando deslocadas entre si por um múltiplo de m. Além disso,
ela indica que cada linha da MW é ortogonal a uma cópia de si, mesmo quando estiver deslocada
por um múltiplo m. São essas propriedades de ortogonalidade que p ermitem que a informação
espalhada de cada bit possa ser recolhida no decodificador através de uma correlação adequada
com os coeficientes da matriz wavelet utilizada na codificação.
Apesar das condições apresentadas acima serem satisfeitas com MWs planas de coeficientes
reais, a codificação wavelet considerada aqui utiliza somente MWs planas de coeficientes nor-
malizados em ±1, sendo estas apresentadas na próxima seção.
2.1.1 Matrizes Wavelets Utilizadas na Codificação
Inicialmente, cabe notar que a matriz de Haar é a MW com elementos normalizados em ±1
e dimensão 2 × 2, ou seja,
1 1
1 1
(2.5)
A seguir, são apresentados dois outro s exemplos de matrizes wavelets planas que foram
empregadas na codificação dos sistemas de comunicações avaliados neste trabalho.
Matriz wavelet de posto 2 e gênero 4.
1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1
. (2.6)
Matriz wavelet de posto 4 e gênero 4.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
. (2.7)
A próxima seção apresenta o algoritmo de codificação wavelet.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 10
2.2 CODIFICAÇÃO COM MATRIZES WAVEL E T PLANAS DE COEFICIENTES IN-
TEIROS
A Figura 2.1 ilustra o processo de codificação wavelet empregado neste trabalho. Nessa
Figura, a fonte discreta gera bits de informação, x
n
{+1, 1}, estatísticamente indepen-
dentes e eqüiprováveis. A seqüência de bits gerada pela fonte é inicialmente decimada em m,
m Z, seqüências paralelas, definidas por X
pm+j
:= {x
pm+j
}, 0 j < m, com p N =
{0, 1, 2, 3, 4, . . .}.
A jésima seqüência paralela X
pm+j
é então codificada por um ba nco de registradores de
deslo camento, denotado nessa figura pelo bloco MCW
j
. No intervalo de tempo n = pm + q,
em que q {0, 1, . . . , m 1}, o jésimo bloco do codificador wavelet, MCW
j
, gera o símbolo
y
j
pm+q
, chamado neste trabalho sub-símbolo wavelet.
A estrutura de cada um dos m ba ncos de registradores que formam o codificador wavelet
representado na Figura 2.1(a), está detalhada na Figura 2.1(b). Cada banco, é constituído por
m registradores de deslocamento, denotados REG
q
, cada um deles com g células de memória.
No processo de codificação com wavelets, os bits armazenados em cada um destes registradores
são ponderados por coeficientes da jésima linha da matriz wavelet. Assim, os mg coeficientes
da jésima linha da MW são distribuídos em m grupos de g coeficientes eqüi-espaçados, de t al
forma que o q- ésimo grupo é formado pelos coeficientes que ponderam as células do registrador
REG
q
do jésimo banco, MCW
j
.
A cada intervalo de tempo n = pm + q, os m sub-símbolos wavelets y
j
pm+q
, 0 j m 1,
gerados simultaneamente pelo qésimo registrador de cada um dos m bancos MCW
j
, são
disponibilizados na saída do codificador wavelet. A part ir da Figura 2.1(b), pode-se observar
que o sub-símbolo wavelet y
j
pm+q
, gerado no tempo n = pm + q, pelo qésimo registrador do
banco MCW
j
, é dado por
y
j
pm+q
=
g1
l=0
a
j
lm+q
x
(pl)m+j
. (2.8)
Como existem mg elementos de memória em cada banco de registradores de deslocamento,
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 11
x
n
S/P
Conv.
Fonte
m−1
MCW
MCW
j
0
MCW
x
pm
x
pm+j
x
(p+1)m−1
j
pm+q
y
0
pm+q
y
m−1
pm+q
y
D
−j
m
0
D
m
m
−(m−1)
D
(a) Estrutura g e ral.
a
j
m
a
j
2m
a
j
(g−1)m0
a
j
j
a
gm−1
j
a
3m−1
j
a
2m−1
j
a
m−1
j
a
m+q
a
j
(g−1)m+q
a
j
q
a
j
2m+q
x
pm+j
D
−1
D
−1
D
−1
D
−1
D
−1
D
−1
D
D
D
−1
−1
−1
pm
j
pm+q
j
(p+1)m−1
j
pm+q
j
y
y
y
y
(b) Vista detalhada do Bloco MCW
j
.
Figura 2.1. Diagrama do codificador wavelet com emprego dos coeficientes de uma matriz wavelet
de dimensão m × mg. N este esquema, o Bloco MCW
j
é definido a partir da j-ésima linha da matriz
wavelet.
cada bit de entrada pode afetar no máximo mg sub-símbolos wavelets. O comprimento de
restrição K de um codificador wavelet é definido como o número máximo de símbolos em uma
seqüência de saída que podem ser afetados por qualquer bit de entrada, ou seja,
K := mg (2.9)
No algoritmo de codificação wavelet apresentado em (TZANNES; TZANNES., 1992), os m
sub-símbolos wavelets com o mesmo índice de tempo n = pm + q são ainda adicionados, e o
símbolo resultante, chamado símbolo wave l et, é dado por
y
pm+q
=
m1
j=0
g1
l=0
a
j
lm+q
x
(pl)m+j
. (2.10)
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 12
Como exemplo do processo de codificação wavelet, considere a Figura 2.2, na qual é apresen-
tado um diagrama esquemático do codificador wavelet associado à MW 2×8, definida de forma
literal em (2.11). A Tabela 2.1 apresenta os sub-símbolos wavelets y
j
n
gerados nos oito primeiros
intervalos desta codificação, bem como os seus respectivos símbolos wavelets y
n
. Como é pos-
sível observar a partir desta tabela, existe um período transitório na formação de símbolo s
wavelets, que se encerra em n = mg m 1, neste caso, n = 5.
A =
a
0
0
a
0
1
a
0
2
a
0
3
a
0
4
a
0
5
a
0
6
a
0
7
a
1
0
a
1
1
a
1
2
a
1
3
a
1
4
a
1
5
a
1
6
a
1
7
(2.11)
D
−1
D
−1
D
−1
D
−1
D
−1
a
1
1
a
3
1
a
5
1
a
1
4
a
1
2
a
1
0
D
−1
D
−1
D
−1
D
−1
−1
D
D
−1
D
−1
a
0
1
a
0
3
a
0
5
a
0
4
a
0
2
0
a
0
a
0
6
2p+1
0
y
1
2p
y
2
2
x
2p
x
n
2p
y
2p+1
y
2p
y
D
−1
a
1
a
1
6
a
0
7
7
S / P
Conv
D
0
0
1
2p+1
y
n
Y
x
2p+1
Figura 2.2. Diagrama do codificador wavelet para uma MW 2 × 8.
Tabela 2.1. Símbolos gerados por uma MW 2 × 8.
n y
0
n
y
1
n
y
n
= y
0
n
+ y
1
n
0 a
0
0
x
0
a
1
0
x
1
a
0
0
x
0
+ a
1
0
x
1
1 a
0
1
x
0
a
1
1
x
1
a
0
1
x
0
+ a
1
1
x
1
2 a
0
2
x
0
+ a
0
0
x
2
a
1
2
x
1
+ a
1
0
x
3
a
0
2
x
0
+ a
0
0
x
2
+ a
1
2
x
1
+ a
1
0
x
3
3 a
0
3
x
0
+ a
0
1
x
2
a
1
3
x
1
+ a
1
1
x
3
a
0
3
x
0
+ a
0
1
x
2
+ a
1
3
x
1
+ a
1
1
x
3
4 a
0
4
x
0
+ a
0
2
x
2
+ a
0
0
x
4
a
1
4
x
1
+ a
1
2
x
3
+ a
1
0
x
5
a
0
4
x
0
+ a
0
2
x
2
+ a
0
0
x
4
+ a
1
4
x
1
+ a
1
2
x
3
+ a
1
0
x
5
5 a
0
5
x
0
+ a
0
3
x
2
+ a
0
1
x
4
a
1
5
x
1
+ a
1
3
x
3
+ a
1
1
x
5
a
0
5
x
0
+ a
0
3
x
2
+ a
0
1
x
4
+ a
1
5
x
1
+ a
1
3
x
3
+ a
1
1
x
5
6 a
0
6
x
0
+ a
0
4
x
2
+ a
0
2
x
4
+ a
0
0
x
6
a
1
6
x
1
+ a
1
4
x
3
+ a
1
2
x
5
+ a
1
0
x
7
a
0
6
x
0
+ a
0
4
x
2
+ a
0
2
x
4
+ a
0
0
x
6
+ a
1
6
x
1
+ a
1
4
x
3
+ a
1
2
x
5
+ a
1
0
x
7
7 a
0
7
x
0
+ a
0
5
x
2
+ a
0
3
x
4
+ a
0
1
x
6
a
1
7
x
1
+ a
1
5
x
3
+ a
1
3
x
5
+ a
1
1
x
7
a
0
7
x
0
+ a
0
5
x
2
+ a
0
3
x
4
+ a
0
1
x
6
+ a
1
7
x
1
+ a
1
5
x
3
+ a
1
3
x
5
+ a
1
1
x
7
Na próxima seção, a codificação wavelet é apresentada segundo um produto matricial.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 13
2.3 MATRIZ DE CODIFICAÇÃO WAVEL E T
Para o caso particular mostrado na Fig ura 2.2, o conversor S/P recebe em sua entrada a
seqüência de bits da fonte, X
n
, formando em sua saída duas seqüências paralelas, uma com
bits da fonte com índice par, denotada nesta figura por X
2p
= {x
0
, x
2
, x
4
, ...}, enquanto que a
outra é formada pelos bits da fonte com índice ímpar, sendo denotada neste caso por X
2p+1
=
{x
1
, x
3
, x
5
, ...}.
Sejam X
2p
(D) e X
2p+1
(D) duas seqüências intervaladas de bits, formadas pela aplicação do
operador de atraso D sobre as saída do conversor S/P, isto é, X
2p
(D)
.
= {x
0
+ x
2
D + x
4
D
2
+
x
6
D
3
+ ...} =
i=0
x
2i
D
i
e X
2p+1
(D)
.
= {x
1
+ x
3
D + x
5
D
2
+ x
7
D
3
+ ...} =
i=0
x
2i+1
D
i
. Cabe
observar que operador de atraso D é utilizado no sentido de expressar o posicionamento de
cada bit com relação a respectiva etapa do processamento da codificação.
Por outro lado, deve ser observado que na fo r mação de um único símbolo wavelet, y
n
, são
utilizados mg bits da fonte, sendo mg/2 tomados de cada uma das duas seqüências formadas na
saída do conversor S/P. Então, denote por X
E
(D) e X
O
(D) duas seqüências finitas, intervaladas
por D, sendo for madas pelos bits a serem codificados por cada um dos bancos de registradores
de deslocamento na formação dos respectivos sub-símbolos wavelet. Como exemplo, considere
X
E
(D) = { x
0
+ x
2
D + x
4
D
2
+ x
6
D
3
} e X
O
(D) = {x
1
+ x
3
D + x
5
D
2
+ x
7
D
3
}.
Na busca por um procedimento de codificação baseado em um produto matricial, relacionado
ao processo de codificação mostrado na Seção 2.2, considere uma matriz de codificação wavelet,
denotada por C
MW
(D), cujas linhas são obtidas das linhas da MW, mas tendo seus coeficientes
intervalados pelo mesmo operador de atraso D.
Logo, se o codificador for baseado em uma MW com m = 2, a C
MW
(D) relacionada é,
C
MW
(D) =
c
1
(D)
c
2
(D)
.
=
a
0
0
+ a
0
1
D + a
0
2
D
2
+ ...+ a
0
2g1
D
2g1
a
1
0
+ a
1
1
D + a
1
2
D
2
+ ...+ a
1
2g1
D
2g1
, (2.12)
de dimensão 2 × 1. Substituindo o s va lo r es dos coeficientes desta, por aqueles presentes em
(2.6), obtém-se a matriz de codificação a ssociada ao codificador ilustrado na Figura 2.2.
C
MW
(D) =
1 + D + D
2
D
3
+ D
4
+ D
5
D
6
+ D
7
1 + D + D
2
D
3
D
4
D
5
+ D
6
D
7
. (2.13)
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 14
Em particular, cabe observar que o processo de obtenção das 6 primeiras saídas do codifi-
cador p ode ser resumido através do produto matricial abaixo,
[X
E
(D
2
) X
O
(D
2
)]·C
MW
(D) = [X
E
(D
2
) X
O
(D
2
)]·
c
1
(D)
c
2
(D)
= X
E
(D
2
)·c
1
(D)+X
O
(D
2
)·c
2
(D) =
= (x
0
+ x
1
) + D(x
0
+ x
1
) + D
2
(x
0
+ x
1
+ x
2
+ x
3
) + D
3
(x
0
x
1
+ x
2
+ x
3
)+
+D
4
(x
0
x
1
+ x
2
+ x
3
+ x
4
+ x
5
) + D
5
(x
0
x
1
x
2
x
3
+ x
4
+ x
5
).
Entã o, podemos sintetizar o processo de codificação wavelet mostrado na Figura 2.2, através
do produto matricial
[X
2p
(D
2
) X
2p+1
(D
2
)] ·
c
1
(D)
c
2
(D)
= X
2p
(D
2
) · c
1
(D) + X
2p+1
(D
2
) · c
2
(D). (2.14)
O emprego da Equação (2.14) permite obter, ainda, os sub-símbolos wavelets. Por outro
lado, a partir de uma ordenação das potências em D, seria possível avaliar os símbolos wavelets
gerados em cada intervalo de codificação, conforme mostrado acima.
Cabe observar que o uso do codificador wavelet associado a uma MW de dimensão 2 × 8
caracterizou dois regimes de codificação, sendo um específico para ser utilizado na codificação
em intervalos pares, enquanto que o segundo está associado ao regime nos intervalos ímpares
de codificação. Cada modo de regime, contudo, espalha a informação de mg = 8 bits sobre um
mesmo símbolo wavelet.
De uma maneira geral, pode-se generalizar o procedimento de codificação wavelet descrito
nesta seção. Para isto, é necessário decimar a seqüência de bits de entrada em m seqüências
paralelas, com cada seqüência sendo p osteriormente intervala da por D com o intuito de permitir
a construção da matriz de bits de dimensão 1 × m. Por sua vez, cada linha da matriz wavelet
escolhida também será intervalada por D, formando a matriz de codificação de dimensão m×1.
Este procedimento chama a atenção ao fato de que o emprego de uma MW de dimensão
m × mg, leva a obtenção de m modos de codificação associados aos m sucessivos tempos de
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 15
codificação, os quais ponderam de forma diferente o mesmo conjunto de bits. Para o exemplo
anterior, em n = 4, ou n = 5, a manipulação do mesmo conjunto de bits {x
0
, ..., x
5
}.
Assim, embora o codificador wavelet manipule diferentes quantidades de bits, até a entrada
em regime (quando então a mesma quantidade de mg bits passa a ser utilizada na formação
dos símbolos wavelets), este ainda manipula de maneira diferente (com diferentes coeficientes),
o mesmo conjunto de bits em tempos de codificação sucessivos.
Sendo o modo determinado no nésimo tempo de codificação, nT
s
, onde T
s
é a duração do
símbolo, por um conjunto específico de coeficientes da MW, {a
k,n
}, então o nésimo símbolo
wavelet produzido, y
n
, pode ser expresso de uma maneira mais simples,
y
n
=
mg1
k=0
a
k,n
x
k,n
, (2.15)
sendo {x
k,n
} a nésima seqüência de mg bits de entrada que são codificados por y
n
e a
k,n
, com
a
k,n
{−1, +1}, o respectivo coeficiente da matriz wavelet utilizado para ponderar o késimo
bit desta seqüência, x
k,n
.
O conjunto de bits é alterado a cada m intervalos de codificação, o que traz m novos
bits ao banco de registradores, levando à saída de outra mesma quantidade destes. Logo,
as informações disseminadas de cada conjunto de mg bits serão transmitidas m vezes, em m
intervalos de transmissão, nã o necessariamente consecutivos, devido a possibilidade de uso do
entrelaçador
2
.
A próxima seção é dedicada à obtenção da distribuição de probabilidades dos símbolos
wavelets gerados pelo emprego de uma MW com dimensão m ×mg, com m modos distinto s de
codificação.
2.4 DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADES DOS SÍMBOLOS WAVELETS
Analisando-se o processo de formação dos símbolos wavelets gerados pelo codificador com
emprego da MW de dimensão 2 × 8, observa-se que o codificador, em cada regime, procederá
2
Observe que como m símbolos wavelets são produzidos a cada m intervalos de codificação, a “ta xa” do
codificador, ou razão de codificação é unitária.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 16
a um mapeamento de 2
8
= 256 grupos distintos de mg = 8 bits de informação, sobre símbolos
wavelets pertencentes ao conjunto {−8, 6, 4, 2, 0, +2, +4, +6, +8}.
De uma maneira g eral, o emprego de uma MW inteira e plana, de posto m e gênero g, leva
o codificador a gerar símbolos wavelets y
n
, pertencentes ao conjunto
y
n
{−mg, mg + 2, . . . , 2, 0, 2, . . . , mg 2, mg}, (2.16)
com cardinalidade igual a mg + 1.
Assim, um procedimento exaustivo poderia ser admitido para se obter a distribuição de
probabilidades dos símbolos wavelets. Neste sentido, como a fonte gera bits estatísticamente
independentes, a probabilidade de um símbolo wavelet formado por um conjunto particular de
bits, é igual ao produto dos valores de probabilidade associados a cada um dos bits. Logo,
para se obter a probabilidade da v.a. associada à saída do codificador wavelet assumir um dos
possíveis valores em (2.16), é necessário considerar todos os agrupamentos de bits que, uma vez
codificados, formam o mesmo símbolo wavelet.
Um método formal para se obter a distribuição de probabilidades dos símbolos wavelets con-
siste em aplicar a função geradora de momentos sobre a v.a. y
n
, pela qual obtém-se (VINIOTIS,
1998; PAPOULIS; S.U.PILLAI, 2002):
G
y
n
(z) = E
z
mg1
k=0
a
k
x
k
= E
mg1
0
z
a
k
x
k
, (2.17)
como as v.a.’s {x
k
} são estatísticamente independentes e não necessariamente eqüiprováveis,
temos:
G
y
n
(z) = E
mg1
0
z
a
k
x
k
=
mg1
0
E [z
a
k
x
k
] .
Assim,
G
y
n
(z) =
mg1
0
P (x
k
= 1)z
a
k
+ P (x
k
= 1)z
a
k
. (2.18)
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 17
Cabe notar que a Equação (2.18) pode ser utilizada no levantamento da distribuição de
probabilidades dos símbo lo s wavelets, considerando-se os diferentes modos de regime.
Para ilustrar, considere o cálculo da distribuição de probabilidades dos símbolos wavelets que
podem ser gerados no intervalo n = 6, por um codificador com MW de dimensão 2×8. Para in-
tervalos de tempo pares, a Tabela 2.1 indica que são utilizados o mesmo conjunto de coeficientes
{a
k
}, que caracterizam o primeiro modo de codificação, isto é, a
k
{a
0
0
, a
1
0
, a
0
2
, a
1
2
, a
0
4
, a
1
4
, a
0
6
, a
1
6
}.
Por inspeção da matriz mostrada em (2.6), obtém-se que a
k
{−1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1}. Desta
forma, têm-se que,
G
y
n
(z) =
P (x
0
= 1)z + P (x
0
= +1)z
1
·
P (x
1
= 1)z
1
+ P (x
1
= +1)z
·
·
P (x
2
= 1)z
1
+ P (x
2
= +1)z
·
P (x
3
= 1)z + P (x
3
= +1)z
1
·
·
P (x
4
= 1)z
1
+ P (x
4
= +1)z
·
P (x
5
= 1)z
1
+ P (x
5
= +1)z
·
·
P (x
6
= 1)z
1
+ P (x
6
= +1)z
·
P (x
7
= 1)z
1
+ P (x
7
= +1)z
·
Uma expansão destes produtos levaria à obtenção da distribuição dos símbolos wavelets.
Para isto, seria suficiente organizar os termos desta expressão em potências em z, cujas bases e
expoentes indicariam, respectivamente, as probabilidades dos mbolos e o s símbolos wavelets
obtidos para estas pro ba bilidades.
De maneira semelhante, a distribuição de probabilidades dos símbolos wavelets para o se-
gundo modo de codificação pode ser obtida pela aplicação da função geradora de momentos
sobre a expressão (2.15), mas ag ora considerando-se os coeficientes wavelets utilizados neste
caso. As Tabelas 2 .2 e 2.3 ilustram as distribuições de proba bilidades dos símbolos wavelets
para cada um dos regimes de codificação obtidos com uma MW 2 × 8, considerando-se fontes
de info r mação diferent es. Cabe observar que os dois modos de codificação somente geram o
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 18
mesmo símbolo, com a mesma probabilidade, apenas quando os bits da fonte têm distribuição
eqüiprovável.
Tabela 2.2. Distribuição de Probabilidade dos símbolos wavelets para cada modo de regime,
considerando-se o codificador associado a MW de dimensão 2 × 8 e uma fonte de informação que
gera bits com distribuição eqüiprovável.
y
n
P (y
n
) no modo #1 P (y
n
) no modo #2
0 0,27343750 0,27343750
+2 0,21875000 0,21875000
-2 0,21875000 0,21875000
+4 0,10937500 0,10937500
-4 0,10937500 0,10937500
+6 0,03125000 0,03125000
-6 0,03125000 0,03125000
8 0,00390625 0,00390625
-8 0,00390625 0,00390625
Tabela 2.3. Distribuição de Probabilidade dos símbolos wavelets para cada modo de regime,
considerando-se o codificador associado a MW de dimensão 2 × 8 e uma fonte de informação que
gera bits com distribuição P (x
k
= +1) = 0, 75 e P (x
k
= 1) = 0, 25.
y
n
P (y
n
) no modo #1 P (y
n
) no modo #2
0 0,21835327 0,324798584
+2 0,31970214 0,232543945
-2 0,08679199 0,232543945
+4 0,25213623 0,087341308
-4 0,02020263 0,087341308
+6 0,08898925 0,016479492
-6 0,00256347 0,016479492
8 0,01112365 0,001235963
-8 0,00013737 0,001235963
Assim, desde que seja conhecida a distribuição de probabilidades dos bits da fonte, é po ssível
obter a distribuição das probabilidades dos símbolos wavelets, bastando-se para isto realizar a
expansão do produto especificado pela Equação (2 .18), com posterior ordenamento das potên-
cias de z.
É impo rt ante chamar a atenção ao fato de que quando MWs de maiores dimensões forem
utilizadas, pode ser particularmente difícil obter a distribuição dos símbolos wavelets através do
procedimento proposto, que implicará em um maior número de termos a serem considerados.
Contudo, mesmo diante de tal dificuldade, um novo procedimento pode ainda ser sugerido
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 19
para o cálculo da distribuição dos símbolos wavelets via manipulação matemática da solução
proposta.
Neste sentido, duas constatações podem levar a uma abo rda gem computacionalmente mais
eficiente, a saber: (a) o produto é uma operação comutativa sobre o conjunto dos números
complexos, e (b) da Teoria de Sistemas Lineares, o produto de dois polinômios em z pode
ser implementado atr avés do operador convolução, desde que esta operação receba como argu-
mentos os dois vetores formados pelos coeficientes de cada polinômio ordenado em termos de
potências de z.
Assim, levando-se em conta tais observações, é possível obter o resultado do produto especi-
ficado pela Equação (2.18), através de um procedimento recursivo baseado em convoluções. O
funcionamento do algoritmo empregado neste caso é: a primeira convolução recebe os vetores
relativos aos dois primeiros termos do produto. Uma vez obtido o resultado deste, procede-se
a uma nova convolução, que desta vez considera este resultado e o vetor relativo ao próximo
termo. A regra geral é então começar uma nova convolução cada vez que precisar processar
um novo termo do produto. Desta forma, cada nova convolução receberá o resultado da úl-
tima convolução e o próximo vetor, relativo ao termo seguinte. Finalment e, esta operação será
repetida um número de vezes tal que todos os termos do produto sejam considerados. Neste
ponto, o procedimento é encerrado com o retorno do vetor que possui as probabilidades dos
símbolos wavelets.
Mesmo que o emprego de uma MW de dimensão m × mg admita a existência de m modos
de regime para a codificação, é possível encontrar uma expressão para a distribuição de pro-
babilidades dos símbolos wavelets, que admita as particularidades de cada regime. Para isto,
vamos voltar a expressão dada pela Equação (2.18), reescrita abaixo:
G
y
n
(z) =
mg1
k=0
P (x
k
= 1)z
a
k
+ P (x
k
= 1)z
a
k
. (2.19)
Assim, denotando por α a probabilidade P (x
k
= 1), por (1α) a probabilidade P (x
k
= 1)
e por I
1
o número de termos do produto em que o coeficiente da MW utilizado é igual a -1,
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 20
obtém-se
G
y
n
(z) =
mg1
k=0
αz
a
k
+ (1 α)z
a
k
=
=
I
1
1
0
αz
a
k
+ (1 α)z
a
k
·
mg
I
1
αz
a
k
+ (1 α)z
a
k
=
=
αz
1
+ (1 α)z
I
1
·
αz + (1 α)z
1
mgI
1
=
=
I
1
i=0
I
1
i
(αz
1
)
i
[(1 α)z]
I
1
i
·
mgI
1
j=0
mg I
1
j
(1 α)z
1
j
(αz)
mgI
1
j
.
Reorganizando os termos, têm-se:
G
y
n
(z) =
I
1
i=0
mgI
1
j=0
I
1
i
mg I
1
j
α
mgI
1
j+i
·(1 α)
I
1
i+j
· z
mg2(i+j)
. (2.20)
Portanto, a distribuição de probabilidades dos símbolos wavelets pode ser expressa por:
Pr(y
n
= mg 2i + 2j) =
I
1
i
mg I
1
j
α
mgI
1
j+i
·(1 α)
I
1
i+j
, (2.21)
0 i I
1
,
0 j mg I
1
.
que pode ser aplicada em qualquer modo de codificação, bastando para isto avaliar o valor de
I
1
, característico deste modo.
Para o caso especial em que as v.a’s {x
k
} são estatísticamente independentes e têm dis-
tribuição eqüiprovável, a análise em termos da aplicação da função geradora de momentos
torna-se direta. Assim,
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 21
G
y
n
(z) = E
z
mg1
k=0
b
k
x
k
=
mg1
k=0
E
z
b
k
x
k
= 0.5
mg
z + z
1
mg
=
mg1
k=0
mg
k
z
2kmg
0.5
mg
. (2.22)
Logo, quando os bits da fonte têm distribuição eqüiprovável, a expressão para a distribuição
de probabilidades dos símbolos wavelets é,
Pr(y
n
= 2k mg) =
mg
k
0, 5
mg
, 0 k mg. (2.23)
Para concluir esta seção, é importante lembrar que através do emprego de derivadas sobre a
função geradora de momentos, é possível obter a média e variância da distribuição dos símbolos
wavelets. No caso de uma fonte que gera bits i.i.d., a distribuição dos símbolos gerados pelo
codificador possui média nula e va r iâ ncia igua l a mg.
A próxima seção examina o problema da escolha de um esquema sub-ótimo para o mapea-
mento dos símbo lo s em sinais de constelações adequadas à tra nsmissão.
2.5 BUSCA DE CONSTELAÇÕES DE SINAIS
O projeto de constelações de sinais robustas aos efeitos do desvanecimento, considera parti-
cularidades que muitas vezes estão relacionadas às próprias características do sistema de trans-
missão empregado (KERPEZ, 1993; SILVA; SOUSA, 1995 ; AQUINO; ASSIS, 1997; ASSIS; SOUSA,
1999; SILVA; ASSIS, 1999).
Esta constatação também ocorre em sistemas de comunicações baseados na codificação
wavelet, cujo emprego de uma MW com dimensão m ×mg poderá t ambém trazer algumas difi-
culdades na escolha de um bom esquema de transmissão dos mg + 1 símbolos não-eqüiprováveis
gerados pelo codificador.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 22
O interesse na busca por um bom esquema de transmissão cresce também à medida que
são utilizadas matrizes wavelets de maiores dimensões. Isto ocorre porque o emprego de MWs
de grandes dimensões pode resultar na degradação de desempenho do sistema, devido a uma
aglomeração dos mg + 1 pontos na constelação, necessários para mapear cada símbolo wavelet
gerado
3
. Portanto, o desempenho dos sistemas baseados na codificação com MWs é bastante
influenciado pela escolha da constelação de sinais utilizada no esquema de mo dulação adotado
para transmissão.
Cabe lembrar que quando o ambiente de transmissão for caracterizado pelo desvanecimento
plano, o emprego de MW de maio r es dimensões, a exemplo da matriz 2 × 128, leva a um
aumento do ga nho de diversidade, que implica em um maior espalhamento da info r mação ,
conforme foi cuidadosamente analisado em (SILVEIRA, 2006).
Entretanto, como a codificação wavelet gera símbolos com probabilidades muito desiguais,
o erro introduzido na supressão de determinados símbolos pode ser bastante pequeno. Assim,
ao invés de buscar por um mapeamento símbolo a símbolo, pode-se propor esquemas em que
grupos de símbolos estão a ssociados a um símbol o representativo, sendo mapeado sobre um
único sinal da constelação adotada para transmissão. Tal abordag em f oi inicialmente proposta
em (RESNIKOFF; WELLS-JR., 1998).
Seguindo esta idéia, em (SILVEIRA, 2006 ) , foi apresentado um esquema que considera o
agrupament o de símbolos gerados pela codificação com MW de dimensão 2 × 128, o qual está
indicado na Tabela 2.4. Seguindo um procedimento semelhante a este, neste trabalho é utilizado
o mapeamento mostrado na Tabela 2.5, para uso na codificação b aseada na MW de dimensão
4 × 16.
Apesar das modulações QAM e APK serem de grande interesse no contexto de sistemas
de comunicações sem fio, os sistemas avaliados neste trabalho empregam apenas constelações
PSK. Estas também constituem uma boa alternativa no contexto da transmissão em canais
com desvanecimento plano.
3
A dependência observada neste caso, entre o aumento da cardina lidade do alfa beto de símbolos wavelets e
a aglomeração dos sinais na constelação, pressupõe o uso de MW planas de coeficientes reais e de constelações
de sinais bidimensionais.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 23
Tabela 2.4. Quantização para MCW 2 × 128.
Agrupamento Símbolo
de Símbolos Representativo
{0} 0
{2,4,6} 4
{-2,-4,-6} -4
{8,10,12} 10
{-8,-10,-12} -10
{14,16,18} 16
{-14,-16,-18} -16
{20,22,24} 22
{-20,-22,-24} -22
{26,28,30,. . . ,128} 28
{-26,-28,-30,. . . ,-128} -28
Tabela 2.5. Quantização para MCW 4 × 16.
Agrupamento Símbolo
de Símbolos Representativo
{0} 0
{2,4} 4
{-2,-4} -4
{6,8} 8
{-6,-8} -8
{10,12} 12
{-10,-12} -12
{14,16} 16
{-14,-16} -16
De certa forma, o projeto de constelações de sinais pode ser visto como um problema típico
de otimização, em que se busca minimizar a pro ba bilidade de erro de bit de um sistema,
avaliando-se a constelação utilizada na modulação. Neste trabalho, essas constelações foram
projetadas por meio de um algoritmo genético guiado por algumas f erra mentas analíticas apre-
sentadas em (SILVEIRA, 2006; JUNIOR, 2007a; SILVEIRA, 2 007), com a r estrição de possuírem
energia média unitária.
A Figura 2.3 exib e as constelações PSK obtidas. Nestas constelações, sinais são mapeados
diretamente sobre os valores associados aos símbolos wavelets.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 24
0
4
2
−2
8
−8
0
42
0
102
0
87
0
66
−6
−4
6
(a) Constela ç ão PSK utilizada no
mapeamento de símbolos wavelets
gerados a partir de uma MW de
dimensão 2 × 8.
0
69
0
39
0
105
0
88
0
8
4
−4
1216
−8
−16
−12
(b) Constelação PSK utilizada
no mapeamento de s ímbolos
wavelets gerados a partir de
uma MW de dimensão 4 × 16.
4
0
27
0
60
0
125
0
110
−4
0
10
1622
28
−10
−16
−22
−28
(c) Constelaç ão PSK utilizada
no mapeamento de símbolos
wavelets gerados a partir de
uma MW de dimensão 2 × 128.
Figura 2.3. Constelações PSK utilizadas nos s istemas com codificação wavelet que utilizam MWs de
dimensõ es 2 × 8, 4 × 16 e 2 × 128, respectivamente.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 25
2.6 DECODIFICAÇÃO WAVELET
Na recepção, a seqüência de bits de informação {x
n
} pode ser recuperada a partir da seqüên-
cia r ecebida através da utilização de um banco de m correlatores, cada um com comprimento
igual a mg, casados com as m linhas da MW. Assim, na ausência de erros, a saída do correlator
z
j
, j {0, 1, ..., m 1}, casado à linha a
j
no tempo i = m(g + p) 1 é dado por
z
j
i
=
mg1
k=0
a
j
(mg1)k
y
ik
=
mg1
k=0
m1
j
=0
g1
l=0
a
j
k
a
j
klm
x
j
+lm+i(mg1)
(2.24)
Através da Equação (2.3), pode ser verificado que todos os termos do lado direito da Equação
(2.24) se anulam, exceto aquele o nde j
= j. Logo,
z
j
i
= x
j+i(mg1)
mg1
k=0
a
j
k
a
j
k
= mgx
j+i(mg1)
, (2.25)
sendo que z
j
i
pode ser utilizado para decidir sobre o bit x
j+i(mg1)
através da comparação
com um limiar ajustado a zero, ou seja, o bit será 1 se z
i
= mg, ou, +1 se z
i
= +mg. A
simplicidade do processo de decodificação por correlação é uma das principais vantagens da
técnica de codificação baseada em wavelets.
2.7 CONCLUSÕES
Neste capítulo foram a presentadas as características da codificação wavelet. As principais
propriedades desta são resumidas a seguir:
1. Os vetores representados pelas linhas de uma matriz wavelet são estritamente orto gonais.
2. O mecanismo empregado para a codificação leva a obtenção de 1 símbo lo wavelet po r bit
de informação, ou seja, a razão de codificação é unitária.
CAPÍTULO 2: CODIFICAÇÃO WAVELET 26
3. A decodificação dos símbolos wavelets é conseguida através do uso de um banco de cor-
relatores.
No próximo capítulo, serão apresentados o s resultados analíticos e de simulação para o
desempenho de sistemas de comunicações baseados na codificação wavelet, sobre canais de
comunicação com ruído aditivo Gaussiano branco (AWGN), e desvanecimento, obtidos através
do emprego de uma técnica de demodulação por decisão suave.
CAPÍTULO 3
ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA
A busca pelo desenvolvimento do receptor iterativo começa neste capítulo, no qual é proposta
e avaliada uma nova regra de decisão suave a ser empregada na demodulação de sinais PSK
1
.
3.1 INTRODUÇÃO
Em trabalhos anteriores (Q. SILVEIRA, 2001; SILVEIRA, 2002; Q. SILVEIRA; ASSIS, 2002;
SILVEIRA, 2006), os sistemas de comunicações com codificação wavelet e demodulação por
regra MAP (sigla inglesa para Maximum a Posteriori Probability), obtiveram bo ns resultados
de desempenho sobre canais com desvanecimento Rayleigh plano.
Apesar disto e da baixa complexidade computacional presente em tais esquemas de decisão,
é bem conhecido o fato de que a demodulação por decisão abrupta leva à perda de desempenho,
pois uma parcela de informações suaves obtidas na saída do canal não chega a ser utilizada
pelo decodificador, devido à baixa sensibilidade inerente da regra utilizada na decisão abrupta
(LEE, 1976; RAHNEMA; ANTIA, 1997; DUMER; SHABUNOV, 2006) .
Portanto, a derivação de uma regra de decisão suave pode levar a ganhos de desempenho
sobre as abordagens avaliadas em trabalhos anteriores. Apesar dessa expectativa, o desen-
vo lvimento de um método de decisão suave para codificação com MWs ainda não tinha sido
considerado.
Isto pode ter ocorrido porque a derivação de um procedimento ót imo, no sentido da mini-
mização da probabilidade de erro de bit, não é uma tarefa fácil. Um método também ótimo,
mas cuja análise pode ter menor complexidade, consiste na minimização do erro quadrático
1
PSK, sigla inglesa para Phase Shift Keying.
27
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 28
médio entre o símbolo wavelet transmitido e o estimado. Tal abordagem será empregada neste
trabalho, na tentativa de prover melhores resultados de desemp enho por parte dos sistemas
com codificação wavelet sobre o canal com desvanecimento plano.
Neste sentido, cabe ressaltar que a adoção de tal estratégia de demodulação implicará em
uma análise t ambém não vista em trabalhos anteriores (TZANNES; TZANNES., 1992; Q. SILVEIRA,
2001; SILVEIRA, 2002; Q. SILVEIRA; ASSIS, 200 2; SILVEIRA, 2 006). Assim, enquanto que naqueles
sistemas o decodificador wavelet recebia em sua entrada as estimativas discretas de símbolos
wavelets, a adoção de uma nova regra de decisão pelo demodulador implicará em analisar os
impactos de entradas suaves no mecanismo de decodificação wavelet mostrado na Seção 2.6,
que será feito também neste capítulo. Como resultado destas avaliações, é apresentado uma
das contribuições mais significativas deste trabalho: a concepção de um decodificador wavelet
SISO, cujo emprego será fundamental na proposta do esquema de decodificação iterativa.
O restante deste capítulo está organizado como segue. A seção 3.2 apresenta o modelo do
sistema de comunicações considerado. Na Seção 3.3, é derivada uma regra de decisão suave a
ser utilizada pelo demodulador. A Seção 3.4 é dedicada a apresentar os detalhes que levaram à
concepção do decodificador wavelet SISO. Finalment e, na Seção 3.6 são discutidas a s principais
conclusões obtidas a partir das análises desenvolvidas neste capítulo.
3.2 MODELO DO SISTEMA DE COMUNICAÇÕES
O modelo do sistema de comunicações inicialmente considerado nesta t ese está ilustrado
na Figura 3.1, onde bits de informação estatísticamente independentes e eqüiprováveis, {x
n
},
são codificados em símbolos wavelets não -eqüiprováveis e correlacionados, {y
n
}, utilizando para
isto uma matriz wavelet de dimensão m × mg.
A seqüência de símbolos wavelet é embaralhada no bloco entrelaçador. Este dispositivo
consiste de uma matriz com I
d
colunas, que denota a profundidade de entrelaçamento
2
e L
2
Em particular, um bloco entrelaçador com profundidade igual a mg é suficiente para assegurar um bom
ganho de desempenho, s emelhante àqueles obtidos utilizando um entrelaçador ideal, conforme mostrado em
(Q. SILVEIRA; ASSIS; PINTO, 2003).
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 29
~
~
~
Receptor
Fonte
Entrelacador Modulador
Des−
entrelacador
Demodulador
Canal
Antena
Decodificador
Wavelet
Wavelet
Codificador
r(t)
s(t)
x
n
x
n
y
n
y
n
y
n
y
n
Figura 3.1. Modelo do sis tema de comunicações com codificação wavelet.
linhas, em que L · I
d
denota o comprimento da seqüência de símbolos wavelets embaralhada.
Assim, o embaralhamento é obtido escrevendo estes ao longos das linhas de uma matriz e lendo
os símbolos segundo as colunas.
Após o entrelaçamento, os símbolos
y
n
são mapeados por sinais PSK os quais possuem
energia média ig ual a 1, e transmitidos por uma única antena sobre um canal sujeito ao desva-
necimento Rayleigh plano. É assumido um canal plano e essencialmente constante durante um
intervalo de sinalização, apesar de ser variante no tempo.
O sinal em banda básica equivalent e, r(t), recebido durante o nésimo intervalo de sinaliza-
ção, pode ser escrito como r(t) = α
n
s(t) + w(t), nT
s
t (n + 1)T
s
, sendo α
n
a amostra do
desvanecimento plano, s(t) é o sinal complexo tra nsmitido, w(t) é o valor complexo associado
ao ruído aditivo Gaussiano branco, e T
s
é o intervalo de sinalização.
A entrada no dispositivo de decisão é a saída do filtro casado, sendo relacionada pela v.a.
complexa r
n
,
r
n
= α
n
s
n
+ w
n
, (3.1)
sendo que α
n
representa os valores amostrais do desvanecimento plano, s
n
S C é o sinal
complexo transmitido a partir de uma constelação de sinais PSK, S, e w
n
o ruído branco
complexo gaussiano. As partes real e imaginária do ruído complexo w
n
são variáveis aleatórias
Gaussianas estatísticamente independentes e identicamente distribuídas (i.i.d.) com média igual
a zero e variância N
0
/2. Assumindo perfeito entrelaçamento, as amostras de desvanecimento α
n
são modeladas como variáveis complexas aleatórias G aussianas independentes cujas partes real
e imaginária possuem variância igual a 0,5. Também a dmite-se que o canal seja perfeitament e
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 30
estimado no receptor.
3.3 DEMODULADOR COM REGRA DE DECISÃO SUAVE
Um procedimento ótimo de demodulação pode ser obtido em termos da minimização do
erro quadrático médio entre a estimativa do símbolo wavelet transmitido e o recebido (B AL-
AKRISHNAN; VISWANATHAN; JOHNSON-JR, 2000).
Assim, o mecanismo envolvido na derivação de t al procedimento considera a busca pelo
estimador G
G : C R
r → y, (3.2)
de forma que minimize a perda de informação envolvida no processo de demodulação.
Admita que R e Y sejam, respectivamente, a v.a. complexa correspondendo a saída do
filtro casado, r
n
, e a v.a. real contínua correspondendo a entrada do decodificador wavelet apó s
o desentrelaçamento , ˜y
n
. Eno, o erro quadrático médio a ser minimizado é definido por
J = E |Y G(R)|
2
, (3.3)
sendo E (
·
) o operador valor esperado e G(·) o estimador pelo qual estamos buscando.
É bem conhecido que a solução ótima para um estimador baseado no mínimo erro quadrático
médio de uma v.a. Y em termos das medidas dos valores de outra v.a. R é dado por [pp.313 ]
(VINIOTIS, 1998):
˜y
o
= G(r) = E (Y | R = r) . (3.4)
Uma análise sobre a Equação (3.4) fornece:
˜y
o
=
mg
i=0
y
i
P (Y
i
= y
i
|r), (3.5)
sendo m e g, respectivamente, o posto e o gênero da matriz wavelet.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 31
Aplicando a regra de Bayes em (3.5), obtém-se
P (Y
i
= y
i
|r) =
P (Y
i
= y
i
)f
R
(r|Y
i
= y
i
)
f
R
(r)
, (3.6)
sendo P (Y
i
= y
i
) a probabilidade a priori do símbolo wavelet, f
R
(r|Y
i
= y
i
) e f
R
(r) são,
respectivamente, a densidade de probabilidade a posteriori e a densidade de probabilidade a
priori de R.
Cabe notar que se r = s
i
, i = 1, . . . , |S|, foi o sinal transmitido da constelação de sinais
adotada, então G(s
i
) mapeia exatamente y
i
, o símbolo wavelet tal que “produz” s
i
como a
correspondente saída do modulador. Portanto, pode-se escrever
f
R
(r|Y = y
i
) = f
R
(r|s
i
) i = 1, . . . | S | . (3.7)
Substituindo (3.7) na Equação (3.6), e este resultado na Equação 3.5, obtém-se
˜y
o
n
=
mg
i=0
y
i
P (y
i
)f
R
(r|s
i
)
f
R
(r)
. (3.8)
Finalmente observe que a densidade de probabilidade a priori no denominador pode ser expressa
como
f
R
(r) =
mg
j=0
P (y
j
)f
R
(r|s
j
) .
Substituindo isto em (3.8), obtém-se:
G(r) = ˜y
o
n
=
mg
i=0
y
i
P (y
i
)f
R
(r|s
i
)
mg
j=0
P (y
j
)f
R
(r|s
j
)
. (3.9)
Observe que G(·) tem a forma de uma interpolação onde os símbolos wavelets são conve-
nientemente ponderados pelas suas respectivas probabilidades (JUNIOR, 2006).
Finalmente, cabe fazer duas observações: (a) na aná lise feita acima, admitiu-se que os
símbolos wavelets não são quantizados. Contudo, em t al situação, pode-se modificar a expressão
dada pela Equação (3.8) de maneira a considerar a quantidade exata de símbolos wavelets
escolhidos para transmissão, e (b) em canais com desvanecimento, as densidades envolvidas são
da forma f
R
(r|s
i
, α
i
). Neste caso, estas são avaliadas com base em r α
i
s
i
2
.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 32
3.4 DECODIFICADOR WAVELET COM ENTRADA E SAÍDA SUAVES
Uma vez apresentado o método proposto para a demodulação com saída suave, é importante
analisar os impactos das entradas suaves sobre o decodificador wavelet proposto em (TZANNES;
TZANNES., 1992), apresentado na Seção 2.6. Como resultado desta análise, esta seção apresenta
uma proposta para o decodificador wavelet do tipo SISO, sendo este uma das contribuições deste
trabalho.
Com o receptor sendo formado por estes novos dispositivos, esta seção também apresenta
algumas avaliações de desempenho com dois sistemas baseados na codificação wavelet. Cabe
lembrar que tanto o emprego da regra de demodulação suave, quanto o uso do decodifica-
dor wavelet SISO, levaram à desempenhos não observados em trabalhos anteriores (TZANNES;
TZANNES., 1992; Q. SILVEIRA, 2001; SILVEIRA, 2002; Q. SILVEIRA; ASSIS, 2002; SILVEIRA, 20 06),
conforme será mostrado adiant e.
3.4.1 Decodificad or Wavelet com Entrada Sua ve
Apesar deste trabalho utilizar MWs planas de coeficientes inteiros, e de não se conhecer
na literatura abordagens em que esta técnica de codificação utilize matrizes com coeficient es
complexos, é importante observar que o algoritmo para a decodificação de símbolos wavelets,
proposto em (TZANNES; TZANNES., 1992), também pode ser empregado nesta outra abordagem
à codificação.
O principal fundamento para esta argumentação é a ortogonalidade entre os vetores linha
da matriz wavelet: estas são mutuamente ortogonais para deslocamentos de comprimento mr,
sendo 0 r g 1. Além disso, cada linha é ortogonal a uma cópia de si mesma deslocada
circularmente de mr, sendo 0 < r g 1.
Sendo a ortogonalidade uma propriedade existente entre os vetores linha de uma MW, o
fornecimento de entradas suaves, ou discretas, não altera esta condição. Conseqüentemente,
ainda é possível utilizar um banco de correlatores casados às linhas da MW de forma a recuperar
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 33
os bits de informação, conforme mostrado na Figura 3.2. Por outro la do , o fornecimento de
estimativas suaves colocadas na entrada do decodificador wavelet não implicará em aument os
da complexidade de decodificação
3
.
z
0
i
z
1
i
a
0
0
a
0
1
a
0
2
a
0
3
a
0
4
a
0
5
a
0
6
a
0
7
a
1
0
a
1
1
a
1
2
a
1
3
a
1
4
a
1
5
a
1
6
a
1
7
{..., ˜y
o
1
, ˜y
o
0
}
Tempo de decodificação
Símbolos wavelets fornecidos pelo demodulador com saída suave
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
0
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
1
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
2
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
3
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
4
˜y
o
5
˜y
o
5
˜y
o
5
˜y
o
5
˜y
o
5
˜y
o
5
˜y
o
5
˜y
o
6
˜y
o
6
˜y
o
6
˜y
o
6
˜y
o
6
˜y
o
6
˜y
o
7
˜y
o
7
˜y
o
7
˜y
o
7
˜y
o
7
˜y
o
8
˜y
o
8
˜y
o
8
˜y
o
8
˜y
o
9
˜y
o
9
˜y
o
9
˜y
o
10
˜y
o
10
˜y
o
11
Figura 3.2. Funcionamento do algoritmo de decodificação wavelet para o caso de uso de uma MW de
dimensão 2 × 8.
É possível, então , conceber um decodificador wavelet de entrada suave e saída discreta,
observando-se que a s estimativas discretas para os bits de informação podem ser obtidas da
mesma maneira que anteriormente, isto é, mediante uma comparação entre a saída do correlato r
com o mesmo limiar de decisão (JUNIOR, 2007b, 2007a).
3.4.1.1 Aplicação
Esta seção apresenta os resultados de avaliações de desempe nho de dois sistemas de co-
municações baseados na codificação wavelet, com demodulação suave, os quais empregam as
MWs 2 × 8 e 2 × 128, sobre diferentes ambientes de transmissão. As constelações de sinais
3
Neste caso, é a dmitido que a complexidade está sendo avaliada através do número de o per ações, que é
conservada em ambas as abordagens.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 34
utilizadas no mapeamento dos símbolos wavelets estão ilustradas nas Figuras 2.3(a) e 2.3(c),
respectivamente.
Na obtenção das estimativas da taxa de erro de bit (TEB), uma quantidade mínima de 100
erros é considerada para cada valor de relação sinal-ruído (RSR) avaliado. É também admitido
que o receptor tem conhecimento perfeito do estado do canal.
A Figura 3 .3 ilustra os resultados de desempenho obtidos por estes sistemas sobre o canal
AWGN. Para facilitar uma avaliação entre as diferentes abordagens de demodulação, esta figura
também apresenta os resultados obtidos com o demodulador com decisão abrupta usando o
critério MAP. A partir desta, observa-se que o emprego da regra de decisão suave leva a um
ganho de desempenho na comparação com o obtido pela regra de decisão convencional.
Também foram realizadas simulações computacionais sobre um canal sujeito ao desvane-
cimento Rayleigh. A Figura 3.4 ilustra os resultados obtidos. Esta figura também apresenta
os resultados de desempenho obtidos com o uso do critério MAP, neste mesmo ambiente de
transmissão.
A par t ir da Figura 3.4(a) pode ser observado uma ganho na ordem de 3 dB em E
b
/N
0
, para
valores de TEB abaixo de 10
3
, quando comparado ao uso da regra MAP. O desempenho da
demodulação por decisão suave de sinais PSK mapeados a partir de símbolos wavelets gerados
por uma MW de dimensão 2 × 128 levou a um ganho na ordem de 3 dB em E
b
/N
0
, para
valores de TEB abaixo 10
7
. Como esperado, o aumento das dimensões da matriz wavelet
leva à melhores desempenhos em canais com desvanecimento, devido ao ganho de diversidade
temporal obtido com o maior espalhamento da informação.
Portanto, os resultados mostram que o emprego da regra de decisão suave proposta, permite
obter ganhos de desempenho quando comparados com os obtidos via emprego da regra MAP,
tanto para canais AWGN, quanto para canais com desvanecimento Rayleigh (JUNIOR, 2006).
Cabe notar que a obtenção de estimativas para o nésimo bit transmitido, ˜x
n
, envolve
um processo de comparação da saída do jésimo correlator z
j
n
com o limiar ajustado a zero,
conforme descrito na Seção 2.6. Contudo, na próxima seção este procedimento de “quantização”
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 35
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0
2 4 6 8 10
TEB
Eb/No (dB)
MAP
Decisão Suave
(a) MW 2 × 8.
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0
2 4 6 8 10
TEB
Eb/No (dB)
MAP
Decisão Suave
(b) MW 2 × 128.
Figura 3.3. Desempenho da regra de decisão suave na demodulação de sinais PSK sobre canal AWGN.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 36
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 5 10 15 20 25 30
TEB
Eb/No (dB)
MAP
Decisão Suave
(a) MW 2 × 8.
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 5 10 15 20 25 30
TEB
Eb/No (dB)
MAP
Decisão Suave
(b) MW 2 × 128.
Figura 3.4. Desempenho da regra de decisão suave na demodulação de sinais PSK sobre canal sujeito
ao desvanecimento Rayleigh.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 37
será abandonado com o intuito de obter saídas suaves do decodificador wavelet.
3.4.2 Decodificad or Wavelet com Saída Suave
A nésim a saída do demodulador, mostrada na Figura 3.1, pode ser escrita como a esti-
mativa ˜y
n
, dada por
˜y
n
= y
n
+ e
n
, (3.10)
sendo e
n
uma v.a. contínua que modela toda a distorção introduzida pelo canal, sendo percebida
pelo sistema durante a etapa de demodulação.
Por outro lado , o mecanismo de decodificação mostrado na Figura 3.2 expõe o fato de que
é necessário considerar um vetor com mg diferentes estimativas, para que um único bit seja
decodificado pelo correlator z
j
i
, o qual é casado à linha a
j
, no tempo i = pm + mg 1, com
p N.
Diante disso, é possível escrever a saída deste correlator como apresentado em (SILVEIRA,
2006), ou seja
z
j
i
=
mg1
k=0
a
j
(mg1)k
˜y
ik
. (3.11)
Logo, se as respectivas saídas do banco de m correlatores não forem mais submetidas a
quantização, serão obtidas saídas suaves deste decodificador wavelet, ag ora do t ipo SISO.
3.4.2.1 Expressão para a Probabilidade de Erro de Bit
A avaliação de uma expressão para a probabilidade de erro de bit (PEB), para o modelo do
sistema mostrado na Figura 3.1, será f eita nesta seção.
Na recepção deste sistema, a estimativa para o bit transmitido considera ˜x
j+i(mg1)
= 1
se z
j
i
< 0, ou ˜x
j+i(mg1)
= 1 se z
j
i
> 0. Desta forma, é possível avaliar a probabilidade de erro
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 38
de bit do sistema com codificação wavelet por
P
e
= P
z
j
e
= Pr(z
j
i
> 0 | x
j+i(mg1)
= 1) · Pr(x
j+i(mg1)
= 1)
+ Pr(z
j
i
< 0 | x
j+i(mg1)
= +1) · Pr(x
j+i(mg1)
= +1),
(3.12)
em que P
z
j
e
representa a probabilidade de erro de bit associada ao correlator z
j
. A primeira
igualdade segue do fato de que todos os m correlatores z
j
decodificam a info rmação com a
mesma probabilidade de erro. Sem perda de generalidade, a análise da probabilidade de erro
de bit do sistema com codificação wavelet será desenvolvida tomando-se como referência o
correlator wavelet z
0
. Além disso, com o objetivo de simplificar a notação, define-se z
i
:= z
0
i
a
partir deste ponto.
Levando em conta que os bits de informação são eqüiprováveis, que o entrelaçamento é
assumido ser ideal e considerando também que a distribuição do ruído do canal é simétrica,
pode ser verificado que
Pr(z
i
> 0 |x
i(mg1)
= 1) = Pr(z
i
< 0 |x
i(mg1)
= +1)
Portanto,
P
e
= Pr(z
i
> 0 | x
i(mg1)
= 1). (3.13)
A partir do conhecimento da f.d.p. a posteriori da v.a. Z, relacionada a saída do banco de
correlatores, pode-se escrever
P
e
=
0
f
Z
(z | x = 1) dz, (3.14)
isto é, o erro é originado pela escolha da hipótese que decide pelo bit +1, dado que foi trans-
mitido o bit -1.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 39
Admitindo que as f.d.p. a posteriori da v.a. Z seguem distribuições Gaussianas, de médias
simétricas, e mesma variância, temos
4
:
f
Z
(z | x = 1) N(µ, σ
2
).
Portanto, é imediato obter a expressão da PEB em termos da função Q (PROAKIS, 1989)
P
e
= Q
µ
σ
, (3.15)
podendo também ser expressa através da função erro complementar (HAYKIN, 1992), erfc(·),
P
e
=
1
2
erfc
µ
2σ
2
. (3.16)
Assim, a partir da estimação da média e va r iância condicionais dos dados de saída do
decodificador wavelet SISO, é possível estimar o desempenho do sistema com codificação wavelet
e demodulação por decisão suave, através da expressão semi-analítica mostrada na Equação
(3.16).
A próxima seção é dedicada a apresentar uma comparação dos resultados de desempenho
obtidos através do emprego da Equação (3.16) e do método de Monte Carlo.
3.4.2.2 Aplicação
Esta seção apresenta os resultados de desempenho obtidos a partir de simulações com-
putacionais de dois sistemas de comunicações com codificação wavelet e recepção baseada na
emprego do demodulador de saída suave e decodificador wavelet SISO, considerando-se duas
abordagens: (a) Método de Monte Carlo, no qual as saídas suaves do decodificador wavelet
SISO são discretizadas, utilizando-se o procedimento de comparação com o limiar apresentado
na seção 2 .6 ; e (b) as saídas suaves do decodificador wavelet SISO são utilizadas para estimar
as médias e variâncias condicionais, de forma a avaliar a PEB, via emprego das Equação (3.16).
4
A escolha pelo modelo de distribuição normal facilita a análise. No Apêndice A, o apresentados alguns
resultados obtidos a partir da aplicaç ão de uma ferramenta de ajuste de distribuição.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 40
O primeiro sistema analisado utiliza um codificador wavelet que emprega uma MW com di-
mensão 2×8. Um segundo sistema com codificação wavelet empregando uma MW de dimensão
2 × 128 foi também avaliado.
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Abordagem semi-analítica
Método de Monte Carlo
TEB
Eb/No (dB)
Figura 3.5. Curvas obtidas pela análise desenvolvida e segundo o método de Monte Carlo, relativas
ao desempenho de um sistema com codificação wavelet baseada na MW 2 × 8, suj eito ao canal com
desvanecimento Rayleigh plano.
Para a faixa de RSR avaliada, os valores de média e variância condicionais foram estimados,
utilizando-se os dados obtidos via simulação de cada sistema. As Figura 3.5 e 3.6 apresentam
os resultados de desempenho obtidos. Conforme pode ser observado a partir da Figura 3.5,
existe uma boa concordância entre as curvas até uma RSR próxima a 5 dB. Isto indica que, a
partir deste valor de RSR, a distribuição dos dados de saída do decodificador wavelet deve se
afastar da Normal.
Por outro lado, como pode ser observado a partir da Figura 3.6 , existe uma boa concordância
entre as curvas obtidas com emprego da MW de dimensão 2 × 128, na faixa de RSR avaliada.
Isto deve acontecer porque para esta faixa de RSR a distribuição dos dados é bem ajustada por
uma Normal. Este resultado era esperado e segue diretamente da aplicação do Teorema do
Limite Central (PAPOULIS; S.U.PILLAI, 2002).
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 41
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Abordagem semi-analítica
Método de Monte Carlo
TEB
Eb/No (dB)
Figura 3.6. Curvas obtidas pela análise desenvolvida e segundo o método de Monte Carlo, relativas
ao desempenho de um sistema com codificação wavelet baseada na MW 2 ×128, sujeito ao canal com
desvanecimento Rayleigh plano.
3.4.3 Saída do Decodificador Wavelet na Forma da Razão de Log-verossimilhança
O problema básico presente na recepção de qualquer sistema de comunicações é inferir, a
partir da observação, qual foi a mensagem enviada sobre este (PROAKIS, 1989; HAYKIN, 1992;
BENEDETTO; BIGLIERI, 1999).
Neste sentido, a inferência estatística fornece um tratamento a dequado em termos de pro-
babilidade condicional, avaliando-se medidas de dependências condicionais observadas entre as
variáveis presentes no domínio do problema.
Apesar da inferência estatística ser utilizada em uma classe ampla de problemas, desde
esquemas de recepção à aplicações no auxílio ao diagnóstico médico, utilizando a abo r dagem
baseada na propagação de probabilidades em redes bayesianas (MCELIECE, 1997; JUNIOR, 2003,
2004a, 2004b), as suas bases foram estabelecidas ainda no século XVIII, por Sir Thomas Bayes,
ao fornecer um procedimento direto de obtenção de estimativas de probabilidade condicional,
mediante o conhecimento da informação a priori disponível, da evidência e da verossi milhança:
o Teorema de Bayes (COVER; THOMAS, 1991).
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 42
Este Teorema combina informações probabilísticas diferentes. Assim, apesar da verossimi-
lhança indicar, na for ma quantitativa, uma medida de probabilidade, esta é empregada num
contexto mais qualitativo, indicando o g rau de certeza, ou confiança, que se tem de uma hipótese
estar correta (VINIOTIS, 1998; MARTINS, 200 4).
Seguindo estes princípios, pode-se também derivar uma métrica que avalie o grau de con-
fiança sobre cada saída suave gerada pelo decodificador wavelet. Com efeito, esta seção é
dedicada a avaliar tal métrica, que será o btida ao se empregar um logaritmo sobre a razão de
densidades de probabilidades a po s terio ri.
Assumindo que a f.d.p. a posteriori da v.a. que representa a saída do banco de correlatores
segue uma distribuição normal, pode-se escrever
f
Z
(z | x = ±1) N(±µ, σ
2
).
Entã o,
f(z
k
|x
k
= 1) =
1
2πσ
2
exp
1
2σ
2
(z
k
+ µ)
2
, (3.17)
e,
f(z
k
|x
k
= +1) =
1
2πσ
2
exp
1
2σ
2
(z
k
µ)
2
. (3.18)
Diante disso, dividindo-se (3.17) por (3.18) e tomando-se o logaritmo neperiano desta razão,
chegamos a razão de log-verossimilhança, L(z
k
), que relaciona a medida de confiança na decisão
sobre a saída corrente do decodificador wavelet SISO, z
k
,
L(z
k
) =
2 · µ
σ
2
· z
k
. (3.19)
Observe que decisões abruptas ainda podem ser feitas através do emprego da Equação (3.19),
por meio da observação do sinal de L(z
k
). Assim, se L(z
k
) > 0, então z
k
= 1, caso cont r ário,
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 43
z
k
= +1. o valor numérico de |L(z
k
)| representa o nível de certeza propriamente dito sobre
esta decisão (JUNIOR, 2007c).
Cabe ainda lembra r que, no contexto dos r eceptores que ado t am o princípio Turbo, as saídas
suaves obtidas na f orma de uma razão de log-verossimilhança são denominadas de informações
suaves (VUCETIC; YUAN, 2000; JUNIOR, 2007c).
A próxima seção estabelece um método recursivo para o cálculo das estimativas destes
parâmetros.
3.4.3.1 Estimação Recursiva dos Parâmetros Média e Variância
Uma possível dificuldade na avaliação da métrica L(z
k
) é a incerteza que pesa sobre o
conhecimento dos parâ metros média, µ, e variância, σ
2
, condicionais da distribuição.
Cabe lembrar que uma dificuldade semelhante foi experimentada na seção 3.4.2.2, quando
os resultados de desempenho do sistema com codificação wavelet estava m sendo investigados
por meio da Equação (3.16), que é a expressão para a PEB obtida para este tipo de sistema de
comunicações.
Desta forma, o próximo passo será a obtenção de um método bastante simples (média
vel), porém capaz de prover estimativas sobre os parâmetros condicionais (±µ, σ
2
), r elativos
à distribuição dos dados de saída do decodificador wavelet SISO.
A obtenção destes parâmetros considera que o modelo de distribuição a posteriori dos dados
de saída do decodificador wavelet SISO é normal. Desta forma, pode-se expressar cada f.d.p.
segundo as Equações (3.17) e (3.18). Isto também é útil no sent ido de que, sendo as densidades
a posteriori simétricas com relação à média, o método de estimação considera valores absolutos
para as amostras obtidas.
Neste sentido, esta seção é dedicada a desenvolver um procedimento que permita obter
estimativas destes parâmetros com boa precisão. A abordagem escolhida aqui utilizará um
procedimento recursivo, no qual passa a se avaliar os blocos de saída do decodificador wavelet
SISO.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 44
Assim, considere que b
i
= {z
0
, z
1
, ..., z
N
} denota o iésimo bloco com N saídas suaves o bti-
das do decodificador. Então, a saída formada após a recepção de p+1 blocos, oriundos do deco-
dificador wavelet SISO, forma o vetor {b
1
, b
2
, b
3
, ..., b
p
, b
p+1
}, denotado por Z(1, 2, ..., p, p+ 1).
Logo, para evitar uma possível confusão, a jésima amostra do mésimo bloco, no vetor Z
formado por p + 1 blocos de comprimento N, será referenciada com a notação z[j + m N].
O primeiro parâmetro a ser estimado é a média da distribuição, µ. Na estimativa desta
média, serão calculadas médias a mostrais que considerem os dados de um único bloco, ou que
reflita a média amostral dos dados presentes em mais de um único bloco. Assim, quando for
empregada a notação µ
z
(i), significa que este é o parâ metro média calculado sobre as amo stras
obtidas do iésimo bloco, b
i
, ao contrário de µ
z
(i, j), que é a média amostral dos da do s
presentes nos blocos b
i
e b
j
.
Assim, a média para o primeiro bloco obtido na saída do decodificador wavelet SISO, µ
z
(1),
é calculada segundo a Equação abaixo,
µ
z
(1) =
1
N
N
i=1
z[i]. (3.20)
Observe que pela Lei dos Grandes Números (COVER; THOMAS, 1991), haverá convergência
probabilística entre a média amostral de um único bloco e o valor da média da distribuição, se
N .
Logo, para se obter uma estimativa para esta média com maior precisão, deve-se considerar
um número maior de blocos. Então, considerando-se a recepção de um segundo bloco, podemos
melhorar a nossa estimativa para a média, que, neste caso, é possível avaliar um conjunto
maior de dados, isto é
µ
z
(1, 2) =
1
N
N
i=1
z[i] =
1
2N
2N
i=1
z[i] =
1
2
1
N
N
i=1
z[i]
µ
z
(1)
+
1
N
N
j=1
z[j + N]

µ
z
(2)
=
1
2
µ
z
(1) +
1
2
µ
z
(2),
sendo, assim, proporcional a média amostral de cada um dos dois blocos até então recebidos.
A obtenção de um novo bloco, permite melhorar a precisão da nossa estimativa para a média
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 45
amostral,
µ
z
(1, 2, 3) =
1
N
′′
N
′′
i=1
z[i] =
1
3N
3N
i=1
z[i] =
1
3
2 ·
1
2N
2N
i=1
z[i]

µ
z
(1,2)
+
1
N
N
j=1
z[j + 2N]

µ
z
(3)
µ
z
(1, 2, 3) =
2
3
µ
z
(1, 2) +
1
3
µ
z
(3).
Logo, pelo Princípio da Indução Finita, a média amostral sobre o conjunto de dados
Z(1, 2, ..., p, p + 1), pode ser obtida recursivamente, através da Equação abaixo:
µ
z
(1, 2, 3, ..., p, p + 1) =
p
p + 1
µ
z
(1, 2, ..., p) +
1
p + 1
µ
z
(p + 1), (3.21)
com µ
z
(1) dado pela Equação (3.20).
Cabe notar que pela Lei dos Grandes Números, é possível fazer µ
z
(1, 2, 3, ..., p, p + 1) con-
vergir probabilísticamente para a média µ da distribuição, a medida que aumenta o número de
blocos e o tamanho de cada bloco.
A derivação do procedimento recursivo para o cálculo da variância poderá ser simplificada
se, para a estimativa da média, é considerado o valor obtido recursivamente a partir da Equação
(3.21). Logo, para a estimativa da variância, é preciso avaliar E(x
2
).
Assim, denote por δ
z
(1) a média dos quadrados dos valores amostrais presentes no primeiro
bloco,
δ
z
(1) =
1
N
N
i=1
(z[i])
2
. (3.22)
Por outro lado, considerando-se os dois primeiros blocos, obtém-se
δ
z
(1, 2) =
1
N
N
i=1
(z[i])
2
=
1
2N
2N
i=1
(z[i])
2
=
1
2
1
N
N
i=1
(z[i])
2

δ
z
(1)
+
1
N
N
j=1
(z[j + N])
2

δ
z
(2)
=
1
2
δ
z
(1)+
1
2
δ
z
(2).
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 46
Logo, pelo Princípio de Indução Finita, é possível mostrar que
δ
z
(1, 2, 3, ..., p, p + 1) =
p
p + 1
δ
z
(1, 2, ..., p) +
1
p + 1
δ
z
(p + 1), (3.2 3)
com δ
z
(1) dado pela Equação (3.2 2).
Portanto, é imediato obter a variância para o primeiro blo co
σ
2
z
(1) = δ
z
(1) [µ
z
(1)]
2
, (3.24)
como para qualquer conjunto de dados fo r mado. Assim,
σ
2
z
(1, 2) = δ
z
(1, 2) [µ
z
(1, 2)]
2
,
e
σ
2
z
(1, 2, 3) = δ
z
(1, 2, 3) [µ
z
(1, 2, 3)]
2
Deste modo, a estimativa para a variância da população, considerando-se uma última atua-
lização no conjunto de dados Z(1, 2, ..., p, p + 1), é obtida pela aplicação de procedimentos
recursivos,
σ
2
z
(1, 2, ..., p, p + 1) = δ
z
(1, 2, ..., p, p + 1) [µ
z
(1, 2, ..., p, p + 1)]
2
, (3.25)
conforme estab elecidos nas Equações (3.2 3) e (3.21).
Finalmente, vale ressaltar que o emprego dos procedimentos recursivos derivados nesta seção,
com o intuito de permitir a obtenção de estimativas para o s parâmetros (µ, σ
2
), serão utilizados
no projeto do receptor iterativo, cujos detalhes serão considerados no próximo capítulo.
3.5 REGRA DE DEMODULAÇÃO SUAVE MODIFICADA
Os bons resultados obtidos com o estimador derivado na Seção 3.3, servem de estímulo para
investigação de aproximações à regra desenvolvida.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 47
Uma aproximação inicial pode ser obtida observando-se o estimador G(·), expresso pela
Equação (3.9). Este realiza uma interpolação, onde os símbo lo s wavelets são convenientemente
ponderados. Contudo, esta ponderação pode ser simplificada quando for feita com apenas
alguns dos sinais de maior verossimilhança.
Como exemplo de uma das possíveis simplificações, considere a ponderação com os dois
sinais de maiores verossimilhanças. Pode-se observar que apesar desta ponderação ser feita
com uma quantidade de sinais bastante reduzida, os resultados de desempenho obtidos com
esta aproximação superaram àqueles o btidos com a regra MAP, conforme apresentado nas
Figuras 3.7 e 3.8, para uma MW de dimensão 2 × 128.
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 2 4 6 8 10
TEB
Eb/No (dB)
MW 2x128 (MAP)
Estimador Original
Estimador Modificado
Figura 3.7. Desempenho da regra de decisão suave modificada na demodulação de sinais PSK sobre
canal sujeito ao ruído AWGN.
Promovendo- se uma comparação com os resultados de desempenho obtidos com o estimador
modificado, percebe-se que a respectiva curva da TEB, para o canal AWGN, está bastante pró-
xima daquela obtida com o estimador original. Por outro lado, no canal com desvanecimento,
existe um distanciamento maio r entre estas curvas, indicando que a aproximação proporciona
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 48
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 5 10 15 20 25 30
TEB
Eb/No (dB)
MW 2x128 (MAP)
Estimador Original
Estimador Modificado
Figura 3.8. Desempenho da regra de decisão suave modificada na demodulação de sinais PSK sobre
canal sujeito ao desvanecimento Ray leigh.
melhores resultados para o canal AWGN. Isto é avaliado da seguinte maneira: a técnica de
codificação wavelet é adequada a canais com desvanecimento, ou seja, seus resultados de de-
sempenho em canais AWGN não motivam o seu emprego para este cenário. Logo, em canais
com AWGN o uso da abordagem original, ou do método aproximado, para a demodulação,
não melhora o desempenho desta técnica para este ambiente de tra nsmissão. Por outro lado,
em canal com desvanecimento , a aproximação feita gera uma degradação no desempenho desta
técnica, na comparação com o emprego da regra de decisão original.
CAPÍTULO 3: ELEMENTOS DE RECEPÇÃO ITERATIVA 49
3.6 CONCLUSÕES
Este capítulo foi dedicado a concepção e avaliação de uma nova abordagem para o receptor
presente em sistemas de comunicações móveis baseados na codificação wavelet.
Neste sentido, foi proposta uma regra para a demodulação suave de sinais empregados no
mapeamento de símbolos wavelets, cuja obtenção foi baseada na busca por um estimador de
mínimo erro quadrático médio, avaliado entre o símbolo wavelet transmitido e o recebido na
entrada do demodulador. Posteriormente, foi proposto um decodificador wavelet do tipo SISO.
Com o intuito de avaliar os ganhos de desempenho obtidos com a adoção destas novas abor-
dagens, foram realizadas simulações computacionais de doi s sistemas com codificação wavelet.
Também foram feitas avaliações semi-analíticas, as quais r esultaram numa expressão para a
probabilidade de erro de bit em um sistema com codificação wavelet e demodulação suave.
A partir dos resultados obtidos, é possível concluir que a análise desenvolvida neste capítulo
possui boa precisão, contribuindo com o desenvolvimento de novos dispositivos que serão uti-
lizados na concepção de uma estratégia de decodificação iterativa, adequada à concatenações
seriais baseadas na codificação wavelet.
CAPÍTULO 4
DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO
ITERATIVA
Este capítulo propõe uma estrutura de recepção iterativa adequada a sistemas de comunicações
baseados na codificação wavelet.
4.1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a busca pelo desenvolvimento de abordagens mais eficientes de recepção
levou à intensas pesquisas, motivadas pelos bons resultados alcançados pela Codificação Turbo
(BERROU; GLAVIEUX; THITIMAJSHIMA, 1993).
Os resultados obtidos com os primeiros esquemas deste tipo, fo r am rapidamente vistos
como manifestações particulares de um princípio mais amplo ( Princípio Turbo), segundo o
qual ganhos significativos de desempenho, em sistemas com codificação de canal, podem ser
obtidos processando iterativamente as amostras do sinal r ecebido, através de dois processadores
com capacidade para trocar informações probabilísticas (em geral, na forma de razões de ve-
rossimilhança logarítmicas) sobre as respectivas ent radas (HAGENAUER; OFFER; PAPKE, 1996;
VUCETIC; YUAN, 2000; MARTINS, 2004; REGALIA, 2005).
Esta constatação deu or ig em à busca de diferentes formas de se explorar o princípio turbo,
tanto em novas concatenações de digos corretores de erro, quanto em novas possibilidades de
iteratividade envolvendo outro processador na recepção como, por exemplo, um equalizador,
ou, um dispositivo de sincronização (TüCHLER; KOETTER; SINGER, 2004; NOELS, 2005; NETO,
2006).
Assim, este capítulo é dedicado a concepção, estudo e avalia ção de um mecanismo de de-
50
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 51
codificação iterativa para concatenações seriais baseadas na codificação wavelet, visando a sua
aplicação em canais sujeitos a o desvanecimento Rayleigh plano.
A motivação pelo emprego da codificação wavelet advém dos bons resultados obtidos nas
avaliações de desempenho, em termos da TEB, sobre o canal com desvanecimento plano, além
da possibilidade que esta oferece de permitir a obtenção de melhores g anhos de diversidade
mantendo a complexidade de decodificação relativamente baixa.
O restante deste capítulo está orga nizado como segue. A Seção 4.2 apresenta um exemplo
ilustrativo de concatenação serial com codificação wavelet. Na Seção 4.3, é proposto e avaliado
um método de decodificação iterativa par a este tipo de concatenação serial. A Seção 4.4 é
dedicada a apresentar as conclusões obtidas com o método proposto para a recepção iterativa.
4.2 CONCATENAÇÃO SERIAL COM CODIFICADOR WAVELET
A concatenação serial de digos oferece a possibilidade de se utilizar estruturas com dife-
rentes capacidades de proteção da informação (FORNEY, 1966; BARG; ZéMOR, 2003). Em canais
caracterizados pelo desvanecimento Rayleigh plano, a codificação wavelet apresenta va ntagens
na comparação de desempenho com outras abordag ens, conforme f oi avalia do em (SILVEIRA,
2002, 200 6), o que indica ser esta uma alternativa interessante para o codificador interno neste
cenário. Devido ao uso bastant e disseminado na concatenação de digos (BERROU; GLAVIEUX;
THITIMAJSHIMA, 1993; VITERBI; VITERBI; SINDHUSHAYANA, 1997; NETO, 2006), será usado
como codificador externo o codificador convolucional, mostrado na Figura 4.1, na composição
do digo concatenado, Z, o qual tem taxa R(Z) = 1/2.
+
++
x
t
b
(0)
t
b
(1)
t
v
Figura 4.1. Esquema de um codificador convolucional com taxa R = 1/2 e restrição de comprimento
igual a 3. Para o exemplo, temos os respectivos polinômios geradores g
(0)
= 1 + x + x
2
e g
(1)
= 1 + x
2
.
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 52
O modelo de sistema com concatenação serial de digos pro posto está ilustrado na Figura
4.2. Neste sistema, a saída da fonte gera uma seqüência de bits independentes e identicamente
distribuídos (i.i.d.), assumindo valores no conjunto { −1, +1}. Essa seqüência de bits é par-
ticionada em blocos de k bits, {x
k
}, os quais são codificados pelo codificador convolucional
C(2, 1, 3). Logo, para cada bloco de k bits, {x
k
}, o codificador convolucional gera um bloco de
n bits, {b
n
}, incluídos os bits conhecidos de cabeçalho e de cauda.
Fonte
Codificador
Convoluc.
Entrelaçador
Codificador
Wavelet
Mo dulador Antena
Canal
Demodulador
Decodificador
Wavelet SISO
Desentrelaçador
Decodificador
BCJR
Recepção
{x
k
} {b
n
} {c
n
} {y
n
} {s
n
}
{r
n
}{˜y
n
}{L(z
n
)}{L(z
n
)}{˜x
k
}
Figura 4.2. Modelo de sistema de comunicações com concatenação serial de códigos convolucional e
wavelet.
Em seguida, os n bits codificados de cada bloco {b
n
} são embaralhados por um entrelaçador
Pseudo-Aleatório
1
, de tal forma a quebrar a correlação introduzida pelo uso do codificador
convo lucional. Os bits entrelaçados são posteriormente codificados por um codificador wavelet,
o qual produz para cada bloco {c
n
} em sua entrada, um bloco de n símbolos wavelets, {y
n
},
não-eqüiprováveis, correlacionados e assumindo diversos níveis de amplitude.
Os símbolos wavelets são mapeados em sinais PSK, de energia média unitária, e tr ansmi-
tidos, por uma única antena, em um canal sem memória caracterizado pelo desvanecimento
Rayleigh plano. Admite-se que o canal é essencialmente constante durante um intervalo de
sinalização, apesar de ser variante no tempo.
A saída do canal, em tempo discreto, é modelada pela variável aleatória complexa r
n
=
α
n
s
n
+ w
n
, sendo α
n
a amostra de desvanecimento, s
n
o símbolo PSK transmitido, e w
n
o ruído
complexo Gaussiano branco, de média nula, com partes real e imaginária de mesma variância,
N
0
/2.
1
Outros esquemas de entrelaçamento deverão ser igualmente avaliados na continuação deste trabalho.
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 53
De uma maneira g eral, k bits na entrada do codificador convolucional são codificados em n
símbolos wavelets, sendo enviados ao longo de n intervalos de sinalização. Assim, a eficiência
espectral de k/n bits/s/Hz é facilmente assegurada. No exemplo que se segue, a eficiência
espectral do sistema proposto é igual a 0,5 bit/s/Hz.
Na recepção, será utilizado o demodulador, baseado no estimador de MEQM, e o decodifi-
cador wavelet SISO, ambos avaliados no Capítulo 3. Por outro lado, no decodificador externo
será usado o algoritmo de decodificação BCJR, que este a presenta a vantagem de minimizar
a probabilidade de erro de bit (BAHL, 1974).
Admite-se que no início da transmissão o codificador convolucional tem todos os seus regis-
tradores de deslocamento com o mesmo valor: zero. Também é admitido que neste momento
o codificador wavelet está no seu estado inicial S
0
. Por outro lado, o decodificador BCJR é
forçado a terminar o seu processamento no estado inicial. O mesmo princípio é utilizado para
o decodificador wavelet SISO.
A Figura 4.3 apresenta os resultados de desempenho de dois sistemas com o mesmo es-
quema de concatenação de digos, sobre o mesmo ambiente de transmissão, variando apenas
a MW empregada no codificador interno. As constelações de sinais utilizadas neste caso, estão
mostradas nas Figuras 2.3(a) e 2.3(b).
É possível observar um ganho próximo a 2 dB em favor do sistema que emprega a MW
4 ×16, sobre aquele em que a MW 2 ×8 é utilizada, par a valores de TEB abaixo de 10
5
. Cabe
observar que isto é devido ao maior ganho de diversidade proporcionado pelo uso da MW de
dimensão 4 × 16.
A próxima seção apresenta uma nova abordagem de recepção, ca r acterizada pela decodifi-
cação iterativa.
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 54
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
MW 2 × 8
MW 4 × 16
Figura 4.3. Comparação de desempenhos em termos da TEB para dois sistemas de comunicações com
concatenação serial de digos convolucional e Wavelet, utilizando MWs de diferentes dimensões.
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 55
4.3 RECEPTOR ITERATIVO PARA CONCATENAÇÃO SERIAL COM CODIFICA-
ÇÃO WAVELET
O modelo do sistema com decodificação iterativa está ilustrado na Figura 4.4. Exceto pela
presença de dois blocos colocados no circuito de realimentação, Entrelaça dor e Atualizador de
Distribuições de Proba bilidades dos Símbolos Wavelets (DPSW), o novo modelo é, em princípio,
aquele avaliado na seção anterior.
Fonte
Codificador
Convoluc.
Entrelaçador
Codificador
Wavelet
Mo dulador Antena
Canal
Demodulador
Decodificador
Wavelet SISO
Desentrelaçador
Decodificador
BCJR
Recepção
Entrelaçador
Atualizador
de DPSW
{x
k
} {b
n
} {c
n
} {y
n
} {s
n
}
{r
n
}{˜y
n
}{L(z
n
)}{L(z
n
)}{˜x
k
}
{L(b
n
|z)}
{L(c
n
|z)} {p
n
}
Figura 4.4. Modelo do sistema de comunicações com recepção iterativa.
De forma resumida, pode-se explicar a idéia por traz desta estrutura. Para isto, basta
relembrar que a regra de demodulação suave tem a forma de interpolação, onde os símbolos
wavelets são convenientemente po nderados pelas suas respectivas probabilidades a priori, con-
forme pode ser observado pela Equação (3.9). Na forma como esta regra vinha sendo utilizada,
a distribuição dos símbolos wavelets era fixa, sendo obtida pela Equação (2.2 3), que admite que
os bits colocados na entrada do codificador têm distribuição eqüiprovável.
Portanto, se estas probabilidades a prio ri forem atualizadas pelo dispositivo Atualizador
de DPSW, então o demodulador, de posse de um bloco com estas novas distribuições, {p
n
},
poderá melhorar a precisão das estimativas de mínimo erro quadrático médio (MEQM).
Por sua vez, de po sse de um novo bloco destas estimativas, o decodificador wavelet SISO
poderá melhorar as suas saídas, enviando para o segundo estágio de decodificação, um bloco
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 56
com medidas de confiança, {L(z
n
)}, melhores.
Com um novo bloco na sua ent r ada, {L(z
n
)}, o decodificador BCJR será estimulado a gerar
melhores medidas de confiança, {L(b
n
|z)}, a serem enviadas ao Atualizador de DPSW.
A decodificação turbo com demodulação iterativa compreende a repetição deste processa-
mento nas iterações subseqüentes, até que seja o btida a precisão necessária, ou a que não haja
melhora significativa do desempenho do sistema (sendo este critério utilizado no trabalho), ou
até que seja utilizado um critério de pa rada, previamente estabelecido. Com o término das
iterações, o decodificador BCJR fornecerá as melhores decisões sobre os bit de informação
transmitidos em cada blo co. Cabe lembrar que no início da transmissão de um novo bloco, é
admitido que os bits codificados têm distribuição eqüiprovável.
4.3.1 Atual ização da Distribu ição de Probabilid ades dos Símbolos Wavelets
Os decodificadores wavelet SISO e BCJR promovem trocas de informações suaves, mas
ao contrário de outras possíveis abordagens com decodificação iterativa, eles não fazem isto
diretamente, mas através do Atualizador de Probabilida des e do Demodulador, ambos ilustrados
na Figura 4.4.
Com relação a isto, cabe enumerar algumas particularidades que foram consideradas em
avaliações freqüentes ao longo do desenvolvimento do receptor iterativo, a saber:
1. A escolha de estruturas de codificação que formam símbolos de a lfabetos distintos, implica
na necessidade de compatibilizar informações suaves distintas, de forma a permitir a troca
de informações entre os dispositivos, levando a g anhos de desempenho sobre as iterações.
2. Neste sentido, devido ao espalhamento tempo r al dos bits codificados, propor cionado pela
codificação por matriz wavelet, cabe ao esquema de a t ualização promover o recolhimento
das informações suaves de cada um dos bits, de forma a obter novos níveis de confiança
sobre as estimativas dos símbolos wavelets.
3. Por outro lado, tal composição de informações suaves relativas ao bits codificados deve
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 57
ser feita de acordo com o modo pelo qual as informações de cada bit foram espalhadas,
que é dependente do modo de codificação utilizado.
Desta maneira, a função do bloco Atualizador de DPSW é compatibilizar as informações
suaves relativas aos bits codificados, fornecidas pelo decodificador BCJR, de fo r ma a obter uma
atualização da DPSW.
O decodificador BCJR disponibiliza a informação suave para o bit codificado b
n
, que é o
logaritmo da função de verossimilhança
L(b
n
|r) = ln
P r(b
n
= 0|z)
P r(b
n
= 1|z)
. (4.1)
De po sse de um bloco com os valores de informação suave é imediato obter as probabilidades
dos bits codificados, Assim,
P r(b
n
= a|r) =
e
a·L(b
n
|z)
1 + e
L(b
n
|z)
, (4.2)
sendo a {0, 1} .
Através da atualização da distribuição de probabilidades dos bits codificados, obtida ao
final de cada iteração, é possível realizar uma atualização da distribuição de probabilidades dos
símbolos wavelets, conforme o procedimento detalhado abaixo.
Avaliando- se o processo de geração de símbolos wavelets por uma MW de dimensão 2 × 8,
conforme ilustrado pela Tabela 2 .1 , observa-se que é possível expressar os símbolos wavelets
como uma soma de bits de informação ponderados por coeficientes wavelets determinísticos.
Assim sendo, para se obter a probabilidade a priori do símbolo wavelet Y = y
i
deve-se inicial-
mente encontrar a probabilidade de ocorrência de cada bloco de bits que pode ser codificado
no símbolo Y = y
i
, e em seguida somar as probabilidades de todos esses blocos.
O esquema de atualização da DPSW acima estabelecido, é baseado em um procedimento
exaustivo, sendo utilizado apenas para a concepção do receptor iterativo proposto para a con-
catenação serial com codificação por MW 2 × 8. Como é de interesse a obtenção de maiores
ganhos de diversidade proporcionados pelo emprego de matrizes wavelets de maiores dimensões,
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 58
será proposto e avaliado um método genérico capaz de permitir a atualização da DPSW, sendo
este apresentado no próximo capítulo.
Com o objetivo de avaliar o método proposto de decodificação iterativa, foram realizadas
simulações computacionais do sistema exibido na Figura 4.4. A próxima seção apresenta os
resultados de desempenho o btidos.
4.3.2 Aplicação
O modelo de sistema avaliado utiliza uma MW com dimensão 2 × 8, com o demodulador
empregando a r egra de decisão suave derivada na Seção 3.3. Para cada valor de relação sinal-
ruído (RSR) simulado, foi avaliada uma quantidade mínima de 10
3
erros para se estimar a
respectiva taxa de erro de bit (TEB), sendo admitido que o receptor ainda tem conhecimento
perfeito do estado do canal.
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 0
Iterac. 1
Iterac. 2
Iterac. 3
Iterac. 4
Iterac. 5
Figura 4.5. Curvas de TEB em função do número de iterações, para o sistema de comunicações
baseado na codificação por MW 2 × 8, utilizando blocos com 4096 bits de informação.
CAPÍTULO 4: DECODIFICAÇÃO TURBO COM DEMODULAÇÃO ITERATIVA 59
A Figura 4 .5 ilustra as curvas obtidas para as TEB em função do número de iterações. É
possível observar um ganho de 2,8 dB para valores da TEB abaixo de 10
5
, a partir da
primeira iteração. Observa -se ta mbém uma rápida convergência, após a segunda iteração, o
que é particularmente útil em sistemas de comunicações com mobilidade dos terminais, j á que
menos retardo é introduzido na recepção.
4.4 CONCLUSÕES
Neste capítulo, foi proposto um esquema para a decodificação iterativa para sistemas de
comunicações baseados na concatenação serial com codificação wavelet, sendo avaliado o seu
desempenho sobre um canal sujeito ao desvanecimento Rayleigh plano.
Para isto, foi concebida uma estrutura adequada à t r oca de informações suaves entr e três
dispositivos: o demodulador de MEQM e o par de decodificadores wavelet SISO e BCJR. Desta
forma, o esquema proposto para a decodificação turbo emprega a regra de demodulação suave
na forma iterativa.
Para avaliar as vantagens de desempenho proporcionadas pelo uso do receptor iterativo,
foram realizadas simulações computacionais, as quais demonstram que a estratégia de decodifi-
cação iterativa é bastant e eficaz, servindo como uma nova alternativa para explorar o potencial
da codificação wavelet em sistemas de comunicações com desvanecimento não seletivo em fre-
qüência.
CAPÍTULO 5
NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO
Uma das va ntagens proporcionadas pelo emprego da codificação wavelet é a possibilidade que
esta oferece de aumentar o ga nho de diversidade temporal, melhorando o desempenho do sistema
de comunicações frente aos efeitos destrutivos do canal com desvanecimento plano.
A obtenção de melhores ganhos de diversidade é proporcionada pelo emprego de uma ma-
triz wavelet de maiores dimensões. Este capítulo é dedicado ao estudo e avaliação de novas
abordagens para a concepção do receptor iterativo, adequado a concatenações seriais baseadas
no emprego de matrizes wavelets de maiores dimensões. Em particular, são apresentadas al-
ternativas de projeto capazes de proporcionar bons resultados nas avaliaçõ es de desempenho,
sobre o mesmo ambiente de comunicações considerado.
O restante deste capítulo está organizado como segue. A Seção 5.1 sugere algumas al-
terações no esquema proposto para a decodificação iterativa, de forma a generalizar o seu
emprego em sistemas com maior diversidade temporal. Esta seção ainda apresenta os resulta-
dos das avaliaçõ es de desempenho realizadas em dois sistemas baseados na codificação wavelet,
empregando-se MWs com diferentes dimensões. As conclusões obtidas com estes resultados são
mostradas na Seção 5.2.
5.1 RECEPÇÃO ITERATIVA EM SISTEMAS C OM MATRIZES WAVELETS DE OR-
DENS ELEVADAS
A complexidade computacional da demodulação suave proposta nesta tese depende do
número de símbolos da constelação. Contudo, devido a possibilidade de emprego de um es-
quema de agrupamento de símbo lo s wavelets, o número de sinais pode não aumentar muito,
60
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 61
mesmo que haja aumento significativo das dimensões. Cabe observar, por exemplo, que as
constelações utilizadas nos mapeamentos dos símbolos gerados pelos empregos das MWs 2 ×8 e
4 ×16 são formadas por 9 sinais, enquanto que a utilizada no mapeamento dos símbolos f orma-
dos pelo emprego da MW de dimensão 2 ×128 tem 11 sinais. Em (SILVEIRA, 2006), mostra-se
que a complexidade computacional da decodificação wavelet é mantida relativamente baixa, à
medida que se aumentam as dimensões da MW empregada na codificação.
No dispo sitivo Atualizador de Probabilidades, a abordagem sugerida para a atualização
das distribuições de probabilidades a priori dos símbolos wavelets emprega um procedimento
exaustivo. Este procedimento é baseado na enumeração dos conjuntos com mg bits que são
codificados no mesmo símbolo wavelet. Logo, o aumento das dimensões da MW provoca um
aumento exponencial do número de possibilidades que precisam ser examinadas para o agru-
pamento destes bits segundo o símbolo obtido.
Para ilustrar, observe que no uso do codificador wavelet associado a uma MW de dimensão
2 × 8, há, após o final do período transitório, dois regimes de codificação, sendo um para
intervalos pares, e o outro para os intervalos ímpares de codificação. Cada símbolo codificado
carrega a informação de 8 bits, o que torna necessário ava liar 2
8
= 256 possibilidades para
cada regime. Por outro lado, cabe observar que uma possível adoção deste método exaustivo,
no caso da MW 4 × 16, levaria a uma análise de 2
16
= 65.536 possibilidades par a cada um
dos 4 modos de regime de codificação, as quais ainda precisam ser classificadas de acordo com
símbolo wavelet formado.
É f ácil perceber que a obtenção da distribuição atualizada das probabilidades a priori dos
símbolos wavelets, mediante a abordag em baseada no método exaustivo, em situações com
emprego de MWs de ordens elevadas, pode se tornar proibitiva. Como conseqüência, esta
abordagem poderia inviabilizar novas ava liações com o receptor iterativo (JUNIOR, 2007c).
A próxima seção apresenta uma alternativa para a atualização das DPSWs. Através desta
abordagem, serão apresentadas novas avaliações de desempenho para sistemas baseados na
codificação wavelet e recepção iterativa. As avaliações de complexidade são deixadas na forma
de propostas para trabalhos futuros.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 62
5.1.1 Atual ização da DPSW via Método Recursivo Baseado em Convoluções
A análise da distribuição de pro ba bilidades dos símbolos wavelets, feita na Seção 2.4, foi
baseada na obtenção da função geradora de momentos da v.a. y
n
. Para a implementação do
cálculo desta distribuição, foi sugerido um procedimento recursivo baseado em convoluções.
A aplicabilidade deste procedimento está condicionada a independência estatística dos bits de
entrada no codificador, ao fornecimento dos coeficientes wavelets característicos de cada regime
de operação do codificador, além do conhecimento prévio da distribuição de probabilidades dos
bits de informação.
Para o modelo do sistema exibido na Figura 4.4, os bits {c
n
} são obtidos na saída do
entrelaçador, portanto, supondo um entr elaçamento ideal, pode-se admitir que as v.a.’s {c
n
}
são estatísticamente independentes. Sendo os coeficientes wavelets conhecidos em cada regime
de codificação e as probabilidades para os bits codificados at ualizadas ao final de cada iteração,
via fornecimento de um novo bloco {L(c
n
|z)}, é p ossível utilizar o método recursivo baseado
em convoluções para se obter a atualização da DPSWs (JUNIOR, 2007c).
Para o exemplo da codificação wavelet baseada no emprego da MW 4 × 16, é possível
obter as distribuições atua lizadas através da aplicação da função geradora de momentos, cuja
expansão considera um produto com 16 termos, sendo cada termo relacionado à proba bilidade
relativa ao bit codificado. Como o produto de dois destes termos pode ser realizado através de
uma convolução, o custo computacional para obter todos os produtos é equivalente ao custo
computacional de 15 convoluções. Considerando-se os 4 regimes de codificação, temos 4 × 15
convo luções. Logo , estas 15 convoluções substituem a avaliação de 2
16
possibilidades do método
exaustivo.
Evidentement e, o número de convoluções é proporcional ao número de termos avaliados pela
aplicação da função geradora de momentos e ao mero de regimes de codificação, ou seja, às
dimensões da MW empregada na codificação.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 63
5.1.1.1 Aplicação
Esta seção apresenta os resultados de desempenho dos sistemas baseados na codificação por
MWs de dimensão 2 × 8 e 4 × 16, com r ecepção iterativa, sendo cada MW utilizada em dois
cenários: (i) com estimação do dulo das médias condicionais da s saídas dos correlatores
1
e,
(ii) com redução da complexidade proporcionada pela admissão de que este dulo é igual a
mg. Cabe lembrar que os resultados mostrados neste caso foram primeiramente apresentados
em (JUNIOR, 2007b, 2007c).
Em todos os casos avaliados, foram utilizadas as mesmas condições de simulação empregadas
no Capítulo 4. O digo convolucional utilizado é C(2, 1, 3), a demodulação emprega o estimador
de MEQM e é admitido que o receptor tem conhecimento perfeito do estado do canal. Nestas
avaliações, emprega-se o novo método de atualização das probabilidades dos símbolos wavelets.
Na Figura 5.1, estão ilustrados os resultados de desempenho obtidos com o sistema baseado
na codificação por MW 2 × 8, onde no cálculo da saída do decodificador wavelet SISO foi
admitido o valor de 8 para o dulo da média condicional. A Figura 5.1(a) mostra a variação
de TEB a cada iteração, para o s cinco valor es de tamanho de bloco de bits de informação
testados (64, 128, 256, 512 e 4096), com RSR = E
b
/N
0
= 4dB.
Percebe-se a partir destes resultados que os ganhos a cada iteração são maiores para taman-
hos de bloco maiores, tendendo para um valor limite à medida que o tamanho do bloco trans-
mitido é incrementado.
A Figura 5.1(b) exibe a curva de desempenho do sistema com redução da complexidade,
para um tamanho de bloco igual a 4096 bits, com 6 iterações. Através desta, é possível observar
um ganho de desempenho em E
b
/N
0
de 2,5 dB, para valores de TEB abaixo de 10
5
, já a partir
da primeira iteração. Além disso, é possível verificar uma rápida convergência com o número
de iterações (JUNIOR, 2007b).
A Figura 5.2 mostra também os resultados de desempenho obtidos quando é realizada a
estimação do dulo das médias, para a segunda e terceira iteração. Cabe observar que a
1
Deste ponto em diante, este procedimento s e denominado de “Estimação do Módulo das Médias”, par a
fins de concisão.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 64
perda de desempenho proporcionada pela solução de menor complexidade é inferior a 1 dB.
Também foram realizadas simulações computacionais com recepção iterativa e codificação
por MW de dimensão 4 × 16. Os resultados obtidos encontram-se apresentados na Figura 5.3.
A Figura 5 .3 ( a) apresenta os resultados obtidos com estimação dos dulos das médias. Por
outro la do, a Figura 5.3(b) apresenta os resultados de desempenho obtidos por este sistema
considerando-se as médias condicionais iguais a ±mg.
A Figura 5 .4 apresenta as curvas de TEB obtidas por iteração, em ambos os casos. Nova-
mente, percebe-se um maior distanciamento ent r e estas na terceira iteração. Contudo, neste
caso, existe uma perda de 0,5 dB no desempenho do sistema em que a estimação das médias
condicionais não é realizada.
Estes resultados indicam, portanto, que a redução de complexidade proporcionada pela
ausência da estimação dos dulos das médias não leva à perdas significativas no desempenho
dos sistemas avalia do s.
Na próxima seção, é proposta uma outra alternativa para a atu alização das distribuições de
probabilidades dos símbo lo s wavelets.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 65
1e-03
1e-02
1e-01
0 1 2 3 4 5
Iterac.
TEB
64 bi ts
128 bits
256 bits
512 bits
4096 bits
(a) Curva de TEB em função do número de iterações para
diferentes tamanhos de blocos de bits transmitidos com RSR
de 4dB.
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 0
Iterac. 1
Iterac. 2
Iterac. 3
Iterac. 4
Iterac. 5
(b) Curva de TEB em função do número de iterações com
blocos de 4096 bits.
Figura 5.1. Curvas de TEB em função do número de iterações para diferentes tamanhos de blocos de
bits do sistema com MW 2 × 8, admitindo dulo da média condicional igual a 8.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 66
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 1, |µ
z
| = 8
Iterac. 1, µ
z
estim.
(a) MW 2 × 8, 4096 bits, Iterac. 1.
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 2, |µ
z
| = 8
Iterac. 2, µ
z
estim.
(b) MW 2 × 8, 4096 bits, Iterac. 2.
Figura 5.2. Curvas de TEB em função do número de iterações para os sistemas com MW 2 × 8 via
estimação do dulo das médias e também com redução da complexidade.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 67
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 0
Iterac. 1
Iterac. 2
Iterac. 3
Iterac. 4
Iterac. 5
(a) Curvas de TEB em função do número de iterações, obtida
do receptor iterativo com estimação do dulo das médias.
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 0
Iterac. 1
Iterac. 2
Iterac. 3
Iterac. 4
Iterac. 5
(b) Cur va de TEB em função do número de iterações, obtida
do re c e ptor iterativo sem estimação do dulo das médias.
Figura 5.3. Curvas de TEB em função do número de iterações, obtidas dos receptores iterativos
utilizados nos sistemas com MW 4 × 16 e blocos de 4096 bits.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 68
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 1, |µ
z
| = 16
Iterac. 1, µ
z
estim.
(a) MW 4 × 16, 4096 bits, Iterac. 1.
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 2, |µ
z
| = 16
Iterac. 2, µ
z
estim.
(b) MW 4 × 16, 4096 bits, Iterac. 2.
Figura 5.4. Curvas de TEB em função do número de iterações para os sistemas com MW 4 × 16 via
estimação da média condicional e também com redução da complexidade.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 69
5.1.2 Atual ização da DPSW via Deslizamento da Janela de Coleta
Como cada símbolo wavelet traz consigo a informação de mg bits codificados, a atualização
da distribuição de probabilidades necessária para a demodulação da iésima observação, r
i
,
utiliza um sub-bloco com mg medidas de informações suave, do bloco {L(c
n
|z)}.
Logo, para um bloco de N observações, r, são necessárias a cada iteração, N atualizações
das distribuições a prio ri . Para isto, é necessário f ormar N sub-blocos, com mg medidas de
informação suave do bloco {L(c
n
|z)}, de forma a coletar as informações necessárias em cada
atualização. Cada sub-bloco é denotado nesta seção por janela de coleta.
Uma alternativa para a redução do esforço empreendido na realização desta tarefa, surge da
observação da Equação (2.21), em que a distribuição de probabilidades dos símbolos wavelets
é obtida para um va lo r qualquer (e constante) de α.
Assim, admita que na iteração η, o processo de atualização das distribuições a priori, con-
sidere apenas três valores de medidas de confiança (D
(r)
,0,D
(r)
), relativas a todo o bloco
{L(c
n
|z)}. Nesta situação, seja λ o número de distribuições de probabilidades dos símbolos
wavelets, distintas, obtidas pelo bloco Atualizador de DPSW. Seja τ, o número de DPSW,
também distintas, obtidas por este dispositivo ao considerar todo o bloco {L(c
n
|z)}. É razoável
sup or que λ < τ. Desta forma, o processamento do bloco Atualizador de DPSW teria um
esforço computacional reduzido, na comparação com o que vem sendo proposto.
Para que seja possível obter esta redução de complexidade, é necessário prover um mapea-
mento M, ilustrado pela Figura 5.5, tal que
M : R R
l → q, (5.1)
sendo l e q as var iáveis aleatórias corr espondendo a saída do decodificador BCJR e do dispositivo
mapeador de LLRs, respectivamente, numa determinada iteração.
Para o emprego desta função de mapeamento é necessário escolher os valores de L (limiar)
e D. É possível mostrar que o valor L = D/2 leva à minimização do erro quadrático médio
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 70
D
D
L L l
q
Figura 5.5. Mapeamento das LLRs de saída do decodificador BCJR em valores médios.
entre l e q, EMQ(l , q). A escolha de D será feita por iteração, a cada novo bloco. Um critério
para a escolha de seu valor será proposto a partir de avaliações numéricas, via simulação
computacional.
Por outro lado, poderíamos obter para uma determinada janela de coleta e iteração, uma
expressão semelhante a Equação (2.20), de forma a ser empregada na atualização de uma
particular distribuição de probabilidades dos símbolos wavelets. Nos desenvolvimentos a seguir,
realizados com emprego da função geradora de momentos, convencionou-se q
1
como o número
de termos (saídas do mapeador de LLRs) iguais a D, q
2
o número de valores iguais a D e q
3
como sendo o número de zeros presentes no de bloco de LLRs mapeadas.
Assim,
G
y
n
(z) =
q
1
i=0
αz
a
i
+ (1 α)z
a
i
·
q
2
j=q
1
+1
(1 α)z
a
j
+ αz
a
j
·
mg
k=q
1
+q
2
+1
0.5z
a
k
+ 0.5z
a
k
, (5.2)
denotando por w
1
e w
2
o número de termos em que os coeficientes a
i
e a
j
(da MW) são positivos,
e por T , o último termo do lado direito da igualdade, obtém-se:
αz
1
+ (1 α)z
w
1
·
αz + (1 α)z
1
q
1
w
1
·
(1 α)z
1
+ αz
w
2
·
(1 α)z + αz
1
q
2
q
1
w
2
·T ,
sendo equivalente a
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 71
G
y
n
(z) =
αz
1
+ (1 α)z
w
1
+q
2
q
1
w
2
·
αz + (1 α)z
1
q
1
+w
2
w
1
· T .
Denotando por R = w
1
+ q
2
q
1
w
2
e S = q
1
+ w
2
w
1
, chega-se a
G
y
n
(z) =
R
i=0
R
i
(αz
1
)
i
[(1 α)z]
Ri
·
S
j=0
S
j
(1 α)z
1
j
(αz)
Sj
· T ,
sendo T expresso de maneira equivalente a
T =
mg
k=q
1
+q
2
+1
mg q
1
q
2
k
z
2kq
3
0.5
q
3
.
Entã o,
G
y
n
(z) =
R
i=0
S
j=0
q
3
k=0
R
i
S
j
mg
k
0.5
q
3
α
S+ij
(1α)
R+ji
z
R2(i+jk)q
3
. (5.3)
Desta maneira, pode-se obter a expressão para a distribuição dos símbolos wavelets. Por
outro lado, também é possível derivar um procedimento de cálculo que envolva incrementos e
decrementos de q
1
,q
2
e q
3
, para o novo bloco formado pelo deslizamen to da janela de coleta.
A cada deslizamento, entram m bits na janela (daí o nome de “ coleta”), tomando lugar de
m que saem desta, num procedimento semelhante à codificação wavelet. A idéia de um proce-
dimento mais eficiente às atualizações das DPSWs consideraria então o incremento/decremento
dos contadores q
1
,q
2
e q
3
, sobre apenas m observações, justamente aquelas relativas a os va-
lores de LLR que passam a fazer parte da janela, para a nova atualização. A coleta seria,
entã o, no sentido de adotar uma contagem de forma incremental entre o antes” e o “depois”
do deslizamento.
Em trabalhos futuros, devido a maior simplicidade do seu procedimento recursivo, esta
última abordagem será empregada em novas avaliações com o receptor iterativo, especialmente
no caso de MWs de grandes dimensões, a exemplo da MW 2 × 128.
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 72
5.1.2.1 Aplicação
Esta seção apresenta os resultados de desempenho do sistema com recepção iterativa em
que foi empregado o esquema de mapeamento LLRs, proposto na seção anterior, na atualização
das distribuições de probabilidades a priori dos símbolos wavelets, para qual emprega-se ainda
o procedimento recursivo baseado em convoluções.
A partir de uma análise dos resultados de desempenho obtidos em avaliações numéricas
previamente realizadas, foi escolhida a média aritmética dos valores em dulo das LLRs de
cada blo co, como valor de D . O limiar L foi mantido igual a D/2.
1e-08
1e-07
1e-06
1e-05
1e-04
1e-03
1e-02
1e-01
1e+00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
TEB
Eb/No (dB)
Iterac. 0
Iterac. 1
Iterac. 2
Iterac. 3
Iterac. 4
Iterac. 5
Figura 5.6. Curvas de TEB em função do mero de iterações, com atualização da DPSW via
valores médios, blocos de 4096 bits de informação, s obre o canal com desvanecimento não seletivo
em freqüência.
A Figura 5.6 apresenta as curvas de TEB em função do número de iterações para o sistema
com codificação p or MW 2 × 8. Os resultados de desempenho obtidos apresentam um ganho
sup erior a 3 dB a partir da primeira iteração, para um valor da RSR igual a 10
5
. Logo, o
esquema de mapeamento proposto nesta seção foi bastante adequado.
Na comparação de desempenho entre os resultados mostrados nesta seção e os apresentados
no capítulo anterior, é possível observar que o esquema de mapeamento levou à melhores resul-
CAPÍTULO 5: NOVAS ABORDAGENS AO RECEPTOR ITERATIVO 73
tados em termos da TEB. Como prop osta de trabalhos futuros, novas avaliações do receptor
iterativo serão feitas com o intuito de descobrir as causas disso.
5.2 CONCLUSÕES
Este capítulo avaliou novas abordagens para a concepção do receptor iterativo, proposto
anteriormente, visando o emprego em concatenações seriais baseadas na codificação com MWs
de ordens elevadas.
Foram propo stas novas alternativas para a atualização das probabilidades dos símbolos
wavelets, as quais viabilizaram novas avaliações de desempenho, que resultaram em maiores
ganhos de diversidade.
A partir das avaliações realizadas, é possível afirmar que as abordagens desenvolvidas neste
capítulo, constituem alternativas promissoras para explorar o potencial da codificação wavelet
sobre canais com desvanecimento Rayleigh plano.
CAPÍTULO 6
CONCLUSÃO
Esta tese de doutorado abordou a concepção, o estudo e a análise de um receptor iterativo para
ser empregado em sistemas com concatenação serial baseada na codificação wavelet, visando a
sua aplicação em canais com desvanecimento plano.
Inicialmente, a t écnica de codificação de canal com matrizes wavelets foi apresenta da ,
ressaltando-se as principais características, como a geração de símbolos não-eqüiprováveis, cor-
relacionados e com diferentes níveis de a mplitude. Posteriormente, isto serviu de motivação para
a escolha de constelações adequadas ao map eamento dos símbolos gerados pelo codificador.
O desenvolvimento de uma abordagem de recepção iterativa teve, como ponto de partida,
a concepção de uma regra de demodulação por decisão suave. Esta regra de demodulação é
ótima no sentido da minimização do erro quadrático médio entre o símbolo wavelet transmitido
e o recebido na entrada no decodificador wavelet. Como o algoritmo de decodificação wavelet
considerado em trabalhos anteriores recebia estimativas discretas dos símbolos wavelets, foi
necessário avaliar o impacto destas estimativas suaves no método de decodificação. Como
resultado, foi proposto um decodificador wavelet de entrada suave e saída discreta. Com o
intuito de avaliar os ganhos de desempenho proporcionados por esta mudança de ab ordagem,
foram simulados dois novos sistemas de comunicações baseados nesta técnica de codificação,
sobre canais com desvanecimento Rayleigh plano. O s resultados de desempenho obtidos foram
bastante satisfatórios.
A derivação de uma estratégia de decodificação iterativa para sistemas de comunicações
com codificação wavelet também pressupõe a disponibilidade de um decodificador wavelet com
entrada e saída suaves, capaz de permitir a troca de informações na forma da razão de log-
verossimilhança. Admitindo-se que os dados obtidos na saída deste decodificador são bem
74
CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO 75
ajustados por uma distribuição normal, foi derivado um procedimento que permite obter infor-
mações suaves sobres as saídas deste, através de um relacionamento com os parâmetros média
e var iâ ncia condicionais da distribuição. De forma a contornar as possíveis dificuldades na
obtenção desses parâmetros, foram ava lia do s método s para a sua estimação recursiva.
A concatenação serial de digos convolucional e wavelet proporcionou um esquema de
transmissão mais robusto aos efeitos do canal com desvanecimento Rayleigh plano. Por outro
lado, o emprego de matrizes wavelets de maiores dimensões proporcionou melhores ganhos de
diversidade, o que é particularmente útil neste tip o de cenário.
O estabelecimento de uma estratégia adequada para a troca de info rmações suaves entre
estes, empregou o demodulador suave na avaliação do método proposto para decodificação iter-
ativa. Por outro lado , diante do emprego de estruturas de codificação com diferentes alfabetos
e propriedades, e do esquema proposto para a troca de informações suaves, foi necessário con-
ceb er um método para a atualização iterativa das distribuições de probabilidades dos símbolos
wavelets, o qual demonstrou t er boa precisão. Os resultados de desempenho então obtidos,
foram bastante satisfatórios, destacando-se ainda a rápida convergência como uma vantagem,
que propo r ciona menos retardo na recepção .
Com o intuito de explorar o potencial da codificação wavelet em esquemas de comunicações
veis com decodificação iterativa, foi proposto o emprego de matrizes wavelets de maiores
dimensões, levando à avaliar novas abordagens para a concepção do receptor iterativo. Assim,
foram propostas e avaliadas alternativas que proporcionaram bons resultados de desempenho
em termos da TEB.
Como contribuição deste trabalho, pode-se destacar as avaliações semi-analíticas apresen-
tadas aqui para o desempenho dos sistemas baseados na transmissão de símbolos wavelets em
que emprego da regra de demodulação suave proposta. Por outro lado, uma contribuição
muito import ant e, foi o desenvolvimento de um decodificador wavelet SISO, o qual se mostrou
capaz de fornecer informações suaves necessárias ao regime de decodificação iterativa.
Em atendimento ao objetivo inicial, a concepção de receptor iterativo adequado à concate-
CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO 76
nações seriais baseadas na codificação wavelet, foi preciso buscar por novas alternativas de
cálculo para a atualização da distribuição de probabilidades dos símbolos wavelet. Cabe notar
que as abordagens propostas possuem a característica recursiva, facilitando a sua aplicação em
novas avaliações com o receptor iterativo.
6.1 PERSPECTIVAS PARA TRABALHOS FUTUROS
Diante do trabalho apresentado e com base nos objetivos já alcançados, podem ser apontadas
as seguintes propostas para trabalhos futuros:
1. Analisar o desempenho do receptor iterativo com relação à erros de estimação do canal.
2. Investigar outros esquemas de entr elaçamento, presentes na literatura.
3. Analisar o desempenho do receptor iterativo em outros ambientes de comunicação, tais
como, canais com distribuições de desvanecimento diferentes da Rayleigh, entre outros.
4. Avaliar esquemas de codificação clássicos, cujos digos sejam de altas taxas, permitindo
a obtenção de sistemas com melhor eficiência espectral.
5. Promover comparações de desempenho da estratégia de recepção iterativa propo sta com
outras abordagens presentes na literatura.
6. Obter uma expressão fechada para a probabilidade de erro de bit do sistema com codifi-
cação wavelet e demodulação suave.
7. Promover avaliações em termos da complexidade computacional para as diferentes es-
tratégias de recepção propostas neste trabalho.
APÊNDICE A
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO
DECODIFICADOR WAVELET SISO
Este Apêndice é dedicado a ava liação do modelo de distribuição a posteriori dos dados de saída
do decodificador wavelet SISO, cujo mecanismo de funcionamento foi concebido na seção 3.11
do Capítulo 3.
A motivação no empreendimento desta tarefa surgiu primeiro da necessidade de melhor
caracterizar tal dispositivo . Entretanto, os resultados apresentados neste apêndice também
permitem lançar alguma luz sobre outros resultado obtidos.
O restante deste capítulo está organizado como segue: na Seção A.1 são apresentadas a
metodologia utilizada na realização dos testes estatísticos, bem como a ferramenta escolhida
para a realização destes. A Seção A.2 é dedicada a expor os resultados o btidos na forma de
funções de densidade de probabilidades. Na Seção A.3 são apresentados os resultados dos testes
de aderência realizados, segundo o modelo de distribuição apontado na Seção A.2. A seção A.4
é dedicada à discussão, tecendo algumas observações úteis ao longo do texto. Finalmente, na
Seção A.5, são apresentadas algumas conclusões.
A.1 METODOLOGIA
Considere novamente a Figura 3.1, que ilustra o modelo de sistemas de comunicações uti-
lizado na obtenção das amostras de saída do banco de correlatores, expressas pela Equação
(3.11), sobre o canal com desva necimento Rayleigh plano.
Com este cenário, foram admitidos dois sistemas com codificação wavelet, um empregando
a MW de dimensão 2 ×8, e o outro a MW 2×128, na formação dos conjuntos de dados a serem
77
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO DECODIFICADOR WAVELET SISO 78
analisados com o objetivo de obter o modelo de distribuição dos dados de saída do decodificador
wavelet SISO.
Para cada sistema avaliado foi formado um conjunto de dados por valor da RSR analisada,
formando-se bases com tamanhos que variam entre 50.000 e 160.000 amostras ao longo da faixa
de RSR admitida, isto é, entre 0-1 5dB. Cabe lembrar que todas estas amostras são relativas
a transmissão do mesmo bit de informação, -1. Logo, a obtenção do modelo de distribuição
realizou uma análise sobre um conjunto total de 2, 15 × 10
6
amostras, permitindo obter uma
boa precisão estatística na realização dos testes realizados.
A metodologia empregada considerou primeiro o problema de se avaliar qual do modelos de
distribuição existentes na literatura é o que permite obter a melhor precisão no levantamento
da distribuição a posteriori das amostras avaliadas. Neste caso, for am considerados testes com
modelos clássicos de distribuição como, por exemplo, Poison, t-student, qui-quadrado, normal,
dentre o utras (JUNIOR, 2003). Uma vez selecionado o modelo de distribuição com a melhor
precisão, foram realizados testes de aderência à distribuição escolhida, no intuito de avaliar o
grau de precisão obtido na escolha desta.
Por sua vez, na realização dos testes foi utilizada a ferramenta Dis tribution Fitting Tool
(dfittool), presente no Statistics Toolbo x do MATLAB
. A escolha desta, em detrimento de
outras, foi motivada pelo relativo grau de familiaridade do autor desta tese com outros Toolboxes
deste mesmo ambiente, os quais forneceram oportunamente resultados com boa precisão.
Assim, para se realizar testes de distribuição ou aderência, é suficiente carregar o conjunto
de dados a serem examinados, escolher o tipo de visualização (f.d.p, aderência), e avaliar os
resultados obtidos sobre cada modelo de distribuição testado.
Nas próximas seções, serão mostrados os resultados obtidos dos testes realizados.
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO DECODIFICADOR WAVELET SISO 79
A.2 FUNÇÕES D E DENSIDADE DE PROBABILIDADE
As Fig ura A.1 e A.2 apresentam alguns dos resultados obtidos na avaliação do modelo de
distribuição a posteriori dos dado s de saída do decodificador wavelet SISO, condicionando-se
a transmissão do bit -1. Como referência, estas também a presentam a curva correspondente à
distribuição Normal, para mesma faixa de RSR avaliada. Devido a baixa adesão da distribuição
destes dados com relação aos o utros modelos de distribuições, acima citados, os resultados
obtidos foram omitidos neste texto.
−20 −15 −10 −5 0 5 10
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0.09
0.1
Dados
Densidade
2x8 (SNR = 0)
Distrib. Gaussiana
(a) RSR = 0 dB.
−20 −15 −10 −5 0 5 10
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
Dados
Densidade
2x8 (SNR = 5 dB)
Distrib. Gaussiana
(b) RSR = 5 dB.
−20 −15 −10 −5 0 5 10
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
Dados
Densidade
2x8 (SNR= 10 dB)
Distrib. Gaussiana
(c) RSR = 10 dB.
−20 −15 −10 −5 0 5 10
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
Dados
Densidade
2x8 (SNR = 15 dB)
Distrib. Gaussiana
(d) RSR = 15 dB.
Figura A.1. Curvas de f.d.p. a posteriori dos dados de saída do decodificador wavelet SISO para o
sistema com o codificador baseado na MW de dimensão 2 × 8, para a faixa da RSR de 0-15dB.
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO DECODIFICADOR WAVELET SISO 80
−300 −200 −100 0 100 200
0
1
2
3
4
5
6
x 10
−3
Dados
Densidade
MCW 2x128 (SNR=0dB)
Distrib. Gaussiana
(a) RSR = 0 dB.
−300 −200 −100 0 100
0
1
2
3
4
5
6
x 10
−3
Dados
Densidade
2x128 (SNR = 5 dB)
Distrib. Gaussiana
(b) RSR = 5 dB.
−300 −250 −200 −150 −100 −50 0 50 100
0
1
2
3
4
5
6
7
8
x 10
−3
Dados
Densidade
2x128 (SNR=10 dB)
Distrib. Gaussiana
(c) RSR = 10 dB.
−300 −250 −200 −150 −100 −50 0 50
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
Dados
Densidade
MCW2x128 (SNR=15dB)
Distrib. Gaussiana
(d) RSR = 15 dB.
Figura A.2. Curvas de f.d.p. a posteriori dos dados de saída do decodificador wavelet SISO para o
sistema com o codificador baseado na MW de dimensão 2 × 128, para a faixa da RSR de 0-15dB.
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO DECODIFICADOR WAVELET SISO 81
A.3 TESTES DE ADERÊNCIA À DISTRIBUIÇÃO NORMAL
Para avaliar o grau de aderência dos dados ao modelo de distribuição normal, foram rea-
lizados testes de aderência, os quais consideram o s mesmos conjuntos de dados anteriormente
avaliados. A Figura A.3 apresenta alguns dos resultados destes testes.
−20 −15 −10 −5 0 5 10
0.001
0.003
0.01
0.02
0.05
0.10
0.25
0.50
0.75
0.90
0.95
0.98
0.99
0.997
0.999
Dados
Probabilidade
Curva de Aderência à Distribuição Normal MCW 2x8 SNR = 10 dB
(a) RSR = 10 dB.
−20 −15 −10 −5 0 5 10
0.001
0.003
0.01
0.02
0.05
0.10
0.25
0.50
0.75
0.90
0.95
0.98
0.99
0.997
0.999
Dados
Probabilidade
Curva de Aderência à Distribuição Normal MCW 2x8 SNR = 15 dB
(b) RSR = 15 dB.
−300 −250 −200 −150 −100 −50 0 50 100
0.001
0.003
0.01
0.02
0.05
0.10
0.25
0.50
0.75
0.90
0.95
0.98
0.99
0.997
0.999
Dados
Probabilidade
Curva de Aderência à Distribuição Normal MCW 2x128 SNR = 10 dB
(c) RSR = 10 dB.
−300 −250 −200 −150 −100 −50 0 50
0.001
0.003
0.01
0.02
0.05
0.10
0.25
0.50
0.75
0.90
0.95
0.98
0.99
0.997
0.999
Dados
Probabilidade
Curva de Aderência à Distribuição Normal MCW 2x128 SNR = 15 dB
(d) RSR = 15 dB.
Figura A.3. Testes de Aderência à Distribuição Normal dos Dados de Saída do Decodificador Wavelet
SISO, empregado em dois sistemas de comunicações com codificação baseada nas MWs 2 ×8 e 2 ×128,
com dois valores de RSR, 10 e 15dB.
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO DECODIFICADOR WAVELET SISO 82
A.4 DISCUSSÃO
Esta seção apresenta uma discussão sobre os resultados obtidos.
1. No sistema com codificação por MW de dimensão 2 × 8, o modelo de distribuição a
posteriori dos dados de saída do decodificador wavelet SISO apresenta um distanciamento
com relação ao modelo normal, a medida que a relação sinal-ruído aumenta.
2. Os testes de aderência realizados com relação ao modelo normal sobre os conjuntos de
amostras obtidos na saída do banco de correlatores, mostram que o distanciament o
pode ser percebido para a RSR igual a 5 dB.
3. Uma inspeção visual na resp ectiva curva da f.d.p. a posteriori para este cenário e respec-
tivo valor de RSR (5 dB), mostra que o distanciamento dos dados com relação ao modelo
normal é ainda pequeno. Neste sentido, o modelo de distribuição a posteriori dos dados
pode ser considerado gaussiano, mantendo-se ainda uma boa precisão.
4. Esta precisão é severament e reduzida para valores de RSR acima de 10 dB, conforme
pode ser observado a partir das Figuras A.3(a ) e A.3(b).
5. No sistema com codificação por MW de dimensão 2×128, o modelo de distribuição a pos-
teriori dos dados de saída do decodificador wavelet SISO apresenta uma boa concordância
com relação ao modelo normal, para toda a faixa de RSR avaliada.
6. Em ambos os cenários avaliados, o valo r observado para a média da distribuição a pos te-
riori se aproxima de mg a medida que a RSR aumenta.
Cabe no tar que o distanciamento observado com relação ao modelo gaussiano, no caso de
uso da MW de dimensão 2×8, não sendo percebido no cenário com a MW 2×128, não é de todo
estranho. Basta lembrar que no caso limite (ausência de ruído), seriam obtidas distribuições
discretas. Logo, é possível que este distanciamento também ocorra no segundo cenário, mas
considerando-se valo r es de RSR fora da faixa avaliada. Por outro lado, foi possível observar este
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DE SAÍDA DO DECODIFICADOR WAVELET SISO 83
no primeiro cenário devido ao menor espalhamento da informação proporcionado pelo emprego
da MW 2 × 8.
Assim, apesar do efeito comentado acima, pode ser assumido que o modelo de distribuição
para os dados de saída do decodificador wavelet SISO se a proxima de uma normal, a medida
que matrizes wavelets de maiores dimensões são empregadas na codificação.
Contudo, a depender do contexto de aplicação do decodificador wavelet SISO (se para
cenários com uso da MW de dimensão 2 × 8 e valores da RSR acima de 11 dB), bem como
no interesse envolvido e da precisão necessária, pode ser investido algum esforço no sentido de
obter um modelo de distribuição com maior precisão, partindo-se para t estes estatísticos com
f.d.p. multimodais.
A.5 CONCLUSÕES
Este apêndice foi dedicado a investigação do modelo de distribuição a posteriori dos dados de
saída do decodificador wavelet SISO, considerando-se dois cenários de uso pa ra o decodificador,
sobre o mesmo ambiente de t r ansmissão, caracterizado pelo desvanecimento Rayleigh plano:
(a) em sistema com codificação por MW de dimensão 2 × 8, e (b) quando a MW 2 × 128 é
utilizada na codificação.
Assim, foram realizados testes estatísticos sobre conjuntos de dados com diferentes taman-
hos, o btidos de ambos os sistemas utilizados. Especificamente, o s testes consideraram bases
distintas, com um número de amostras variando entre 50.000 a 160.000, obtidas segundo um
determinado valor de RSR avaliado, presente na faixa de 015 dB.
Diante dos resultados dos testes, é possível afirmar que os dados obtidos são bem ajustados
por uma normal, a medida que matrizes wavelets de maiores dimensões são empregadas na
codificação.
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