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Geovan Henrique Corrêa
Estudo de seis gêneros Neotropicais de Chilocorini
e revisão de Harpasus Mulsant, 1850
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
Dissertação apresentada à Coordenação do
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Área de concentração em
Entomologia, da Universidade Federal do
Paraná, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Ciências Biológicas.
Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Massutti de Almeida
Co-orientadora: Profa. Dra. Julianne Milléo
Curitiba, Para
2008
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iii
Dedico
àqueles que
sempre acreditaram
em mim.
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iv
AGRADECIMENTOS
Aqui deixo meu eterno agradecimento a todos àqueles que de alguma maneira
contribuíram para o melhor desenvolvimento deste trabalho.
À Universidade Federal do Paraná, ao Programa de Pós-Graduação em Entomologia
e ao CAPES, pela concessão da bolsa que fez possível a realização deste trabalho.
Sou muito grato à minha orientadora Dra. Lúcia Massutti de Almeida, que com
grande carinho e amizade, acreditou em meu potencial na taxonomia e depositou toda
confiança, sempre me apoiando em minhas opiniões, me criticando quando estava errado e
me ensinando o que é certo em uma vida de pesquisa. Agradeço todos os dias por ter sido
apresentado e convivido ao lado de uma pessoa que tem uma luz imensa em seu coração.
Muito obrigado.
À minha amiga e co-orientadora Dra. Julianne Milléo, que me fez dar os primeiros
passos na vida acadêmica, mostrando quais os caminhos de uma carreira de sucesso,
contribuindo sempre com todo seu saber e alegria me apoiando sempre.
À une grande amie,Dra. Carla de Lima Bicho, que nestes dois anos de convivência
diária, pude reconhecer como pessoa sincera, alegre e que tem uma alma linda. Uma
verdadeira amiga que contribuiu em grande parte para o meu conhecimento dentro da
entomologia, do francês, e que sempre agradeço pelas gostosas conversas.
À Dra. Cibele Stramare Ribeiro-Costa, por sua animação e sabedoria, me auxiliando
com dicas valiosíssimas e me incentivando sempre.
Às minhas companheiras de almoço, de cantorias no gramado, de risadas e de
confidências divididas: Amanda Ciprandi Pires, Camila Borges da Cruz Martins, Jana
Magaly Tesserolli de Souza e Mariane Nickele, juntos formamos um grupo irmão.
À Lisiane de Castro Poncio, por ser uma pessoa e amiga incrível, sempre com seu
sorriso contagiante, obrigado sempre pelas conversas, “sorvetes” e confidências trocadas.
À minha amiga de apartamento e irmã por consideração, Anna Luiza Pereira
Andrade, com quem aprendi, ri, chorei e pude dividir grandes momentos, de minha vida.
Obrigado pelo apoio, amizade e compreensão... e pelas aulas particulares de botânica.
Á uma pessoa que me apóia, e me fez ser a pessoa que sou sempre seguindo meus
sonhos independentes das dificuldades encontradas, meu pai Josmil Marcio Corrêa.
v
Ao meu irmão Cleverson Marcel Corrêa, que me agüentou nos momentos de estresse,
não há briga que nos separe.
À minha amiga Mirian Nunes Morales, que com sua paciência me ensinou grande
parte do que sei sobre “como fazer pranchas”, no programa Adobe Photoshop.
Aos meus companheiros do Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Coleoptera:
Adelita Maria Linzmeier, Daniel Pessoa de Moura, Edílson Caron, Kleber Makoto Mise,
Paschoal Coelho Grossi, Fernando Willyan Trevisan Leivas o meu sincero obrigado.
Ao “Projeto Táxon line Rede Paranaense de Coleções Biológicas”, através do qual
pude realizar as fotografias, principalmente à Lisiane Dilli Wendt, pela convivência, gostosas
risadas e amizade construída e concretizada.
Aos pesquisadores e instituições nacionais e estrangeiras, citados ao longo da
dissertação que contribuíram para que este trabalho fosse desenvolvido da melhor forma
possível. Especialmente ao Sr. Guillermo González, pelo convite para descrever a espécie
nova para o Peru.
Meu grande apreço à Monsieur Étienne Mulsant, que na sua grande obra “Species
des Coléoptères trimères sécuripalpes” nos brindou com seu conhecimento e paixão por estes
lindos insetos.
E aos nomes que não foram citados, não se sintam esquecidos, pois amigos eu sempre
os guardo em meu coração... eternamente.
vi
SUMÁRIO
Resumo...................................................................................................................................... 1
Abstract..................................................................................................................................... 2
PREFÁCIO............................................................................................................................... 3
CAPÍTULO I: Estudo de seis gêneros Neotropicais de Chilocorini
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
Lista de figuras..................................................................................................................... viii
Lista de tabela........................................................................................................................... x
Resumo...................................................................................................................................... 6
Abstract..................................................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 8
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Procedência e exame do material............................................................................. 8
2.2 Metodologia............................................................................................................. 9
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Chilocorini Costa, 1849.......................................................................................... 11
3.2 Chave para seis gêneros Neotropicais de Chilocorini............................................ 12
3.3 Redescrição dos gêneros Neotropicais de Chilocorini
.......................................... 13
3.3.1 Chilocorus Leach, 1815................................................................................ 13
3.3.2 Cladis Mulsant, 1850.................................................................................... 17
3.3.3 Curinus Mulsant, 1850
................................................................................. 20
3.3.4 Egius Mulsant, 1850..................................................................................... 24
3.3.5 Harpasus Mulsant, 1850............................................................................... 27
3.3.6 Zagreus Mulsant, 1850
................................................................................. 30
3.4 Discussão................................................................................................................ 34
4. CONCLUSÕES............................................................................................................ 39
5. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 40
6. ILUSTRAÇÕES........................................................................................................... 46
vii
CAPÍTULO II: Revisão do gênero Harpasus Mulsant, 1850
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorini)
Lista de figuras........................................................................................................................ xi
Lista de tabela........................................................................................................................ xii
Resumo.................................................................................................................................... 70
Abstract................................................................................................................................... 71
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 72
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1
Procedência e exame do material
...................................................................................... 73
2.2 Metodologia........................................................................................................... 73
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Histórico................................................................................................................. 75
3.2 Redescrição de Harpasus Mulsant, 1850............................................................... 76
3.3 Discussão taxonômica............................................................................................ 79
3.4 Chave para as espécies de Harpasus Mulsant, 1850.............................................. 79
3.5 Diagnose das espécies de Harpasus Mulsant, 1850............................................... 81
3.5.1 Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006............................................... 81
3.5.2 Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850)......................................................... 83
3.5.3 Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850)........................................................ 85
3.5.4 Harpasus zonatus (Mulsant, 1850)............................................................... 87
3.5.5 Harpasus sp. nov. A .................................................................................... 90
3.5.6 Harpasus sp. nov. B .................................................................................... 92
3.5.7 Harpasus sp.nov. C ………………………………………......................... 94
3.6 Aspectos biológicos
................................................................................................ 95
4. CONCLUSÕES............................................................................................................ 97
5. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 98
6. ILUSTRAÇÕES......................................................................................................... 100
viii
Lista de figuras
CAPÍTULO I: Estudo de seis gêneros Neotropicais de Chilocorini
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
Figs. 1 - 12. Cabeça: (1-6) vista dorsal, (7-12) vista ventral (rg, região gular). Chilocorus
nigrita (1, 7); Cladis nitidula (2, 8); Curinus coeruleus (3, 9); Egius platycephalus (4, 10);
Harpasus pallidilabris (5, 11); Zagreus bimaculosus (6, 12).................................................. 46
Figs. 13 - 18. Antenas: Chilocorus nigrita (13); Cladis nitidula (14); Curinus coeruleus (15);
Egius platycephalus (16); Harpasus pallidilabris (17); Zagreus bimaculosus (18)................ 47
Figs. 19 - 30. Labro (pb, projeções basais; ac, anteclípeo): (19-24); Mandíbulas (di, dente
incisor; ml, mola; pt, prosteca): (25-30); Chilocorus nigrita (19, 25); Cladis nitidula (20, 26);
Curinus coeruleus (21, 27); Egius platycephalus (22, 28); Harpasus pallidilabris (23, 29);
Zagreus bimaculosus (24, 30).................................................................................................. 48
Figs. 31-42. Maxilas (cd, cardo; lc, lacínia; g, gálea; pmx, palpo maxilar): (31-36); Lábio (m,
mento; plb, palpo labial; lg, lígula): (37-42). Chilocorus nigrita (31, 37); Cladis nitidula (32,
38); Curinus coeruleus (33, 39); Egius platycephalus (34, 40); Harpasus pallidilabris (35,
41); Zagreus bimaculosus (36, 42).......................................................................................... 49
Figs. 43 - 60. Pronoto vista dorsal: (43-48); Pronoto vista ventral (h, hipomero; pp, processo
prosternal): (49-54); Proendosternito (bi, braço interno; be, braço externo): (55-60);
Chilocorus nigrita (43, 49, 55); Cladis nitidula (44, 50, 56); Curinus coeruleus (45, 51, 57);
Egius platycephalus (46, 52, 58); Harpasus pallidilabris (47, 53, 59); Zagreus bimaculosus
(48, 54, 60)............................................................................................................................... 50
Figs. 61 - 72. Escutelo: (61-66); Metendosternito (t, tendão; bl, braço lateral; lm, lâmina): (67-
72); Chilocorus nigrita (61, 67); Cladis nitidula (62, 68); Curinus coeruleus (63, 69); Egius
platycephalus (64, 70); Harpasus pallidilabris (65, 71); Zagreus bimaculosus (66, 72)........ 51
Figs. 73 - 78. Epipleura (ep) (fv, fóvea): (73-78); Chilocorus nigrita (73); Cladis nitidula
(74); Curinus coeruleus (75); Egius platycephalus (76); Harpasus pallidilabris (77); Zagreus
bimaculosus (78)...................................................................................................................... 52
Figs. 79 - 84. Asa posterior (C, costa; Sc, subcosta, R, radial; RP, radial posterior; Cu, cubital;
M, mediana; MP, mediana posterior; A, anais; Ea, Eb, empusais; P, plical): Chilocorus nigrita
(79); Cladis nitidula (80); Curinus coeruleus (81); Egius platycephalus (82); Harpasus
pallidilabris (83); Zagreus bimaculosus (84).......................................................................... 53
Figs. 85 - 90. Meso e metasterno (ms, mesepisterno; msp, mesoepímero; mt, metepisterno
mtp, metepímero; lmt, linha metasternal): Chilocorus nigrita (85); Cladis nitidula (86);
Curinus coeruleus (87); Egius platycephalus (88); Harpasus pallidilabris (89); Zagreus
bimaculosus (90)...................................................................................................................... 54
Figs. 91 - 96. Perna anterior: Chilocorus nigrita (91); Cladis nitidula (92); Curinus coeruleus
(93); Egius platycephalus (94); Harpasus pallidilabris (95); Zagreus bimaculosus (96)....... 55
ix
Figs. 97 - 102.
Perna média: Chilocorus nigrita (97); Cladis nitidula (98); Curinus coeruleus
(99); Egius platycephalus (100); Harpasus pallidilabris (101); Zagreus bimaculosus
(102)......................................................................................................................................... 56
Figs. 103 - 108. Perna posterior: Chilocorus nigrita (103); Cladis nitidula (104); Curinus
coeruleus (105); Egius platycephalus (106); Harpasus pallidilabris (107); Zagreus
bimaculosus (108).................................................................................................................... 57
Figs. 109 - 120. Tarsos, (109-114); garra tarsal, (115-120): Chilocorus nigrita (109, 115);
Cladis nitidula (110, 116); Curinus coeruleus (111, 117); Egius platycephalus (112, 118);
Harpasus pallidilabris (113, 119); Zagreus bimaculosus (114, 120).
..................................... 58
Figs. 121 - 126. Abdome macho: Chilocorus nigrita (121); Cladis nitidula (122); Curinus
coeruleus (123); Egius platycephalus (124); Harpasus pallidilabris (125); Zagreus
bimaculosus (126).................................................................................................................... 59
Figs. 127 - 132. Abdome fêmea: Chilocorus nigrita (127); Cladis nitidula (128); Curinus
coeruleus (129); Egius platycephalus (130); Harpasus pallidilabris (131); Zagreus
bimaculosus (132).................................................................................................................... 60
Figs. 133 - 139.
Tégmen vista lateral (tv, trave; lm, lobo médio; p, parâmeros): Chilocorus
nigrita (133); Cladis nitidula (134); Curinus coeruleus (135); Egius platycephalus (136);
Harpasus pallidilabris (137); Zagreus bimaculosus (138), ápice do lobo médio (139).......... 61
Figs. 140 - 145. Tégmen vista frontal: Chilocorus nigrita (140); Cladis nitidula (141);
Curinus coeruleus (142); Egius platycephalus (143); Harpasus pallidilabris (144); Zagreus
bimaculosus (145).................................................................................................................... 62
Figs. 146 - 151. Sifão. Chilocorus nigrita (146); Cladis nitidula (147); Curinus coeruleus
(148); Egius platycephalus (149); Harpasus pallidilabris (150); Zagreus bimaculosus
(151)......................................................................................................................................... 63
Figs. 152 - 157. Ápice do sifão. Chilocorus nigrita (152); Cladis nitidula (153); Curinus
coeruleus (154); Egius platycephalus (155); Harpasus pallidilabris (156); Zagreus
bimaculosus (157).................................................................................................................... 64
Figs. 158 - 163. Espermateca. Chilocorus nigrita (158); Cladis nitidula (159); Curinus
coeruleus (160); Egius platycephalus (161); Harpasus pallidilabris (162); Zagreus
bimaculosus (163).................................................................................................................... 65
Figs. 164 - 169. Genitália feminina (cx, coxitos; bc, bursa copulatrix; inf, infundíbulo).
Chilocorus nigrita (164); Cladis nitidula (165); Curinus coeruleus (166); Egius platycephalus
(167); Harpasus pallidilabris (168); Zagreus bimaculosus (169)........................................... 66
Figs. 170 - 173. Infundíbulo. Cladis nitidula (170); Curinus coeruleus (171); Harpasus
pallidilabris (172); Zagreus bimaculosus (173)...................................................................... 67
Figs. 174 - 197. Vistas dorsal, ventral, lateral e frontal. Chilocorus nigrita (174-177); Cladis
nitidula (178-181); Curinus coeruleus (182-185); Egius platycephalus (186-189); Harpasus
pallidilabris (190-193); Zagreus bimaculosus (194-197).
....................................................... 68
x
TABELA
Tabela I: Gêneros, espécies de Chilocorini e total de exemplares estudados........................... 9
xi
Lista de figuras
CAPÍTULO II: Revisão do gênero Harpasus Mulsant, 1850
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorini)
Figs. 1 - 10. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): (1) vista dorsal; (2) vista lateral; (3)
vista frontal; cabeça (4) vista dorsal; (5) vista ventral; (6) labro; (7) mandíbulas esquerda e
direita, vista ventral; (8) maxila; (9) lábio; (10) antena......................................................... 100
Figs. 11 - 18. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): Pronoto (11) vista dorsal; (12) vista
lateral; (13) proendosternito; (14) escutelo; (15) élitro com fóvea; (16) meso e metaesternito;
(17) metendosternito; (18) asa posterior (C. costa; Sc. subcosta; R. radial; Cu. Cubital; M.
mediana; A. anais; Ea. empusal a; Eb. empusal b)................................................................ 101
Figs. 19 - 23. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): Pernas (19) anterior; (20) média; (21)
posterior; (22) tarso, vista ventral; (23) garra tarsal............................................................... 102
Figs. 24 - 33. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850). Abdome (24) macho, (25) fêmea;
genitália masculina: Tégmen (26) lateral, (27) frontal, (28) ápice do sifão, (29) sifão; genitália
feminina: (30) espermateca, (31) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (32) detalhe
infundíbulo, (33) ápice do coxito........................................................................................... 103
Figs. 34 - 42. Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006. Abdome (34) macho, (35) fêmea;
genitália masculina: Tégmen (36) lateral, (37) frontal, (38) ápice do sifão, (39) sifão; genitália
feminina: (40) espermateca, (41) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (42) detalhe
infundíbulo............................................................................................................................. 104
Figs. 43 - 45. Harpasus evermanni (Mulsant, 1850). (43) abdome fêmea; genitália feminina:
(44) espermateca, (45) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo............................................. 105
Figs. 46 - 54. Harpasus zonatus (Mulsant, 1850). Abdome (46) macho, (47) fêmea; genitália
masculina: Tégmen (48) lateral, (49) frontal, (50) ápice do sifão, (51) sifão; genitália
feminina: (52) espermateca, (53) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (54) detalhe
infundíbulo............................................................................................................................. 106
Figs. 55 - 63. Harpasus sp. nov. A. Abdome (55) macho, (56) fêmea; genitália masculina:
Tégmen (57) lateral, (58) frontal, (59) ápice do sifão, (60) sifão; genitália feminina: (61)
espermateca, (62) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (63) detalhe
infundíbulo............................................................................................................................. 107
Figs. 64 - 67. Harpasus sp. nov. B. (64) abdome fêmea; genitália feminina: (65) espermateca,
(66) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (67) detalhe infundíbulo................................. 108
Figs. 68 - 74. Harpasus sp. nov. C. Abdome (68) macho, (69) fêmea; genitália masculina:
Tégmen (70) lateral, (71) frontal, (72) sifão; genitália feminina: (73) coxitos, bursa copulatrix
e infundíbulo, (74) detalhe infundíbulo................................................................................. 109
Figs. 75 - 79. Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006: (75) vista dorsal; (76) vista
ventral; (77) vista frontal; (78) vista lateral; (79) etiquetas holótipo..................................... 110
xii
Figs. 80 - 84. Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850): (80) vista dorsal; (81) vista ventral; (82)
vista frontal; (83) vista lateral; (84) etiquetas lectótipo......................................................... 111
Figs. 85 - 88. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): (85) vista dorsal; (86) vista ventral;
(87) vista frontal; (88) vista lateral........................................................................................ 112
Figs. 89 - 92. Harpasus zonatus (Mulsant, 1850): (89) vista dorsal; (90) vista ventral; (91)
vista frontal; (92) vista lateral................................................................................................ 113
Figs. 93 - 96.
Harpasus
sp. nov. A
: (93) vista dorsal; (94) vista ventral; (95) vista frontal;
(96) vista lateral..................................................................................................................... 114
Figs. 97 - 100. Harpasus sp. nov. B: (97) vista dorsal; (98) vista ventral; (99) vista frontal;
(100) vista lateral................................................................................................................... 115
Figs. 101 - 104. Harpasus sp. nov. C: (101) vista dorsal; (102) vista ventral; (103) vista
frontal; (104) vista lateral....................................................................................................... 116
Figs. 105 - 106. Distribuição geográfica das espécies de Harpasus Mulsant, 1850. (105)
Brasil; (106) Colômbia e Peru.
.............................................................................................. 117
TABELA
Tabela I: Espécies de Harpasus, número de exemplares e total de espécimes estudados..... 73
1
Estudo de seis gêneros Neotropicais de Chilocorini e revisão de Harpasus
Mulsant, 1850 (Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
RESUMO
Chilocorinae Mulsant, 1846 abrigou inicialmente os gêneros Chilocorus Leach, 1815 e
Exochomus Redtenbacher, 1843, é composta por três tribos Telsimiini Casey, 1899,
Platynaspidini Mulsant, 1846 e Chilocorini Costa, 1849. Foram estudados seis gêneros
Neotropicais de Chilocorini Costa, 1849: Chilocorus Leach, 1815, Cladis Mulsant, 1850,
Curinus Mulsant, 1850, Egius Mulsant, 1850, Zagreus Mulsant, 1850 e Harpasus Mulsant,
1850 e ainda revisado o último. A tribo foi diagnosticada por apresentar olhos emarginados
pelo clípeo; antenas com oito a dez artículos, inserção oculta; abdome com seis esternitos nos
machos e cinco ou seis nas fêmeas. Os gêneros mais semelhantes entre si, são Cladis,
Curinus, Harpasus e Zagreus por apresentarem esporões tibiais, os mesmos padrões de linha
pós-coxal e na genitália feminina pela forma dos coxitos. Cladis e Curinus são mais próximos
entre si por apresentarem o mesmo número de artículos nas antenas e padrão similar de
infundíbulo. Chilocorus e Egius apresentam caracteres semelhantes como, o número de
artículos antenais, tíbias com um dente na margem externa, forma da linha pós-coxal,
ausência de infundíbulo e espermateca com apêndice alongado. Para a revisão de Harpasus
Mulsant, 1850 foram examinados o holótipo e parátipos de Harpasus aureus Almeida &
Carvalho, 2006 e o homótipo de H. zonatus (Mulsant, 1850). O lectótipo de H. eversmanni
(Mulsant, 1850) foi designado. Três espécies novas foram descritas Harpasus sp. nov. A
(localidade tipo: Teresópolis, RJ, Brasil), Harpasus sp. nov. B (Puerto Carreño, Vichada,
Colômbia) e Harpasus sp. nov. C (Chanchamayo, Junín, Peru). O gênero Harpasus
apresenta: coloração castanha clara a escura ou azul-esverdeada, com ou sem máculas negras;
antenas com nove artículos; palpo maxilar com artículo terminal de lados paralelos; processo
prosternal largo com as regiões laterais fortemente escavadas; linha pós-coxal incompleta;
segundo e terceiro par de tíbias com dois esporões; genitália do macho com o ápice dos
parâmeros fortemente curvados. As espécies do gênero diferem entre si principalmente pelos
diferentes padrões de coloração e da genitália masculina e feminina. Os dados da literatura e
etiquetas indicam que as espécies alimentam-se de Hemiptera, Coccidae, Aphididae e
Psyllidae, as quais utilizam plantas hospedeiras das seguintes famílias Lytraceae, Malvaceae,
Myrtaceae, Poaceae, Rutaceae e Solanaceae.
Palavras-chave: Morfologia, Neotropical, revisão, taxonomia.
2
Study of six Neotropical genera of Chilocorini and revision of Harpasus
Mulsant, 1850 (Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
ABSTRACT
Chilocorinae Mulsant, 1846 accomodated inicially the genera Chilocorus Leach, 1815 and
Exochomus Redtenbacher, 1843, and is composed by three tribes Telsimiini Casey, 1899,
Platynaspidini Mulsant, 1846 e Chilocorini Costa, 1849. Six Neotropical genera of
Chilocorini Costa, 1849 were studied: Chilocorus Leach, 1815, Cladis Mulsant, 1850,
Curinus Mulsant, 1850, Egius Mulsant, 1850, Zagreus Mulsant, 1850 and Harpasus
Mulsant,1850 the last one was revised. The tribe was diagnosticated by the eyes emarginated
by the clypeus; antennae with eight to ten segments, insertion concealed; tarsal claws
appendiculate; abdomen with six sternites in male and five or six in female. The most similar
genera are Cladis, Curinus, Harpasus and Zagreus, by having the tibial spurs, the same
postcoxal line pattern and the form of coxites on female genitalia. Cladis and Curinus are the
most similar due to the presence of the same numbers of antenommeres and pattern of
infundibulum. Chilocorus and Egius present similar characters as the number of segments,
tibiae with tooth on the external margin, form of postcoxal line, infundibulum absent and the
elongated appendix on spermateca. For the revision of Harpasus Mulsant, 1850 were
examinated the holotype and paratypes of Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006 and
homotype of H. zonatus (Mulsant, 1850). The lectotype of H. eversmanni (Mulsant, 1850)
was designated. Three new species were described, Harpasus sp. nov. A (type locality:
Teresopolis, RJ, Brazil), Harpasus sp. nov. B (Puerto Carreño, Vichada, Colombia) and
Harpasus sp. nov. C (Chanchamayo, Junín, Peru). The genus Harpasus presents the
following characters: light to dark brown or bluish-green, with or without black maculae;
antennae with nine segments; maxillary palpi with the last article with parallel sides;
prosternal process broad, with lateral margins strongly grooved; postcoxal line incomplete;
tibial spurs present on second and third legs; male genitalia with apex of parameres strongly
curved. The species of the genus differs between themselves by the different patterns of color
and male and female genitalia. The literature and labels indicates that the species feed on
Hemiptera, Coccidae, Aphididae and Psyllidae, which one utilize the following host-plants,
Lytraceae, Malvaceae, Myrtaceae, Poaceae, Rutaceae and Solanaceae.
Key-words: Morphology, Neotropical, revision, taxonomy.
3
PREFÁCIO
Os coccinelídeos foram inicialmente descritos por Linnaeus em 1758, que incluiu 36
espécies no gênero Coccinella, porém a família foi estabelecida por Latreille em 1807.
Desde então, numerosas espécies foram descritas e estima-se que, atualmente, existam cerca
de 6.000 espécies em 360 gêneros com distribuição mundial (Vandenberg 2001). Costa (1999,
2000) cita que para a região Neotropical, cerca de 110 gêneros com 1.310 espécies, destas,
325 alocadas em 49 gêneros para o Brasil.
Seus representantes são facilmente reconhecidos por possuírem o corpo geralmente de
forma arredondada a levemente alongada, compactos, com a superfície dorsal moderadamente
a fortemente convexa, superfície ventral plana ou levemente côncava, medindo entre 0,8 a 18
mm de comprimento. As antenas são curtas, com 6 a 11 artículos, levemente clavadas; com
segmento terminal do palpo maxilar securiforme, de lados paralelos ou cônicos. Os esporões
tibiais podem estar presentes ou o; e os tarsos podem ser criptotêtrameros ou raramente
trímeros. Os élitros podem ser glabros ou pubescentes e o abdome com cinco ou seis
esternitos visíveis, apresenta no primeiro esternito a linha pós-coxal bem desenvolvida,
(Wickmam 1894, Sasaji 1971, White 1983, Booth et al. 1990, Kovář 1973 e 1996, Iablokoff-
Khnzorian 1982, Gordon 1985, Lawrence & Britton 1990 e 1994, Majerus 1994, Kuznetsov
1997, Vandenberg 2001).
Possuem diversificado hábito alimentar e, por este motivo, são considerados de grande
importância no controle biológico. A maioria dos adultos e larvas de Coccinellidae
alimentam-se, principalmente, de afídeos, cochonilhas e psilídios (Hemiptera) e
ocasionalmente de larvas de Chrysomelidae (Coleoptera) e de outros Coccinellidae. Alguns
são micófagos, consumindo fungos prejudiciais a várias plantas cultivadas, e há ainda os
representantes da subfamília Epilachninae que apresentam bito fitófago, sendo
considerados pragas de algumas culturas (Hagen 1962, Majerus et al. 1990, Booth et al.
1990).
Coccinellidae pertence à superfamília Cucujoidea, seção Clavicornia (Crowson 1960,
Sasaji 1968 e 1971, Kovář 1973, Vandenberg 2001). Segundo Crowson (1960) a família é
intimamente relacionada à Cerylonidae, Endomychidae, Corylophidae, Discolomatidae
(=Discolomidae), Merophysiidae e Corticariidae (=Lathridiidae), porém Sasaji (1971)
comenta que este relacionamento é muito complexo, e que é difícil reconhecer a origem
evolutiva desta família. Pakaluk et al. (1994) e Tomaszewska (2000) comprovou através de
análise cladística que Endomychidae está intimamente relacionada à Coccinellidae.
A família é composta por seis subfamílias: Coccidulinae, Coccinellinae, Scymninae,
Chilocorinae, Sticholotidinae e Epilachninae (Booth et al. 1990, Lawrence & Britton 1990 e
4
1994, Pakaluk et al. 1994, Kuznetsov 1997). No entanto, alguns autores acrescentaram mais
três ou quatro subfamílias, porém o um consenso sobre essa classificação (Vandenberg
2001).
A subfamília Chilocorinae foi criada por Mulsant em 1846, familia Chilocoriens”,
para abrigar inicialmente, os gêneros Chilocorus Leach, 1815 e Exochomus Redtenbacher,
1843, que se diferenciavam dos demais representantes da família por apresentar uma forte
expansão lateral do clípeo, a qual oculta a inserção das antenas. Esta subfamília é composta
por três tribos Telsimiini Casey, 1899, Platynaspidini Mulsant, 1846 e Chilocorini Costa,
1849.
Tendo em vista que Chilocorini tem sido pouco estudada, principalmente em relação à
fauna Neotropical, este trabalho foi dividido em dois capítulos, onde o primeiro trata do
estudo comparado detalhado de seis gêneros Neotropicais e o segundo da revisão do gênero
Harpasus Mulsant, 1850.
CAPÍTULO
I
Estudo de seis gêneros
Neotropicais de Chilocorini
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
6
Estudo de seis gêneros Neotropicais de Chilocorini
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
RESUMO
Foram estudadas estruturas do exoesqueleto e genitália de seis gêneros Neotropicais de
Chilocorini Costa, 1849: Chilocorus Leach, 1815, Cladis Mulsant, 1850, Curinus Mulsant,
1850, Egius Mulsant, 1850, Harpasus Mulsant, 1850 e Zagreus Mulsant, 1850. Este estudo
possibilitou o conhecimento de novos caracteres taxonômicos. A tribo foi diagnosticada por
apresentar corpo glabro; olhos fortemente emarginados pela expansão do clípeo; antenas com
oito a dez artículos, inserção oculta; élitros com margem lateral pouco explanada; epipleura
alargada, com ou sem fóvea; pernas robustas, tíbias com ou sem dentes e esporões; garras
tarsais apendiculadas; abdome com seis esternitos nos machos e cinco ou seis nas fêmeas;
linha pós-coxal incompleta; genitália masculina, com lobo médio simétrico ou levemente
assimétrico; genitália feminina com espermateca robusta, ducto espermático longo; com ou
sem infundíbulo. Os seis gêneros neotropicais foram detalhadamente redescritos e uma chave
de identificação foi elaborada com base nas espécies estudadas. Os gêneros mais semelhantes
entre si, são Cladis, Curinus, Harpasus e Zagreus por apresentarem esporões tibiais, os
mesmos padrões de linha pós-coxal e na genitália feminina pela forma dos coxitos. Cladis e
Curinus são mais próximos entre si por apresentarem o mesmo número de artículos nas
antenas e padrão similar de infundíbulo na genitália feminina. Chilocorus e Egius apresentam
caracteres semelhantes como, o número de artículos antenais, tíbias com um dente na margem
externa, forma da linha pós-coxal, ausência de infundíbulo e espermateca com apêndice
alongado.
7
Study of six Neotropical genera of Chilocorini
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
ABSTRACT
There were studied structures of exoskeleton and genitalia of six Neotropical genera of
Chilocorini Costa, 1849: Chilocorus Leach, 1815, Cladis Mulsant, 1850, Curinus Mulsant,
1850, Egius Mulsant, 1850, Harpasus Mulsant, 1850 and Zagreus Mulsant, 1850. This study
has enabled the knowledge of new taxonomic characters. The tribe was diagnosticated by the
body glabrous; eyes strongly emarginated by the clypeus expansion; antennae with eight to
ten segments, insertion concealed; elytra with lateral margin lightly reflexed; epipleura broad,
with or without fovea; legs stout, tibiae with or without teeth and spurs; tarsal claws
appendiculate; abdomen with six sternites in male and five or six in female; postcoxal line
incomplete; male genitalia, with median lobe symmetrical or lightly asymmetrical; female
genitalia with a stout spermateca, long sperm duct; infundibulum present or absent. The six
Neotropical genera were redescribed and an identification key was presented, based on
studied species. The most similar genera are Cladis, Curinus, Harpasus and Zagreus, by
having the tibial spurs, the same postcoxal line pattern and the form of coxites on female
genitalia. Cladis and Curinus are the most similar due to the presence of the same numbers of
antenommeres and pattern of infundibulum. Chilocorus and Egius present similar characters
as the number of segments, tibiae with tooth on the external margin, form of postcoxal line,
infundibulum absent and the elongated appendix on spermateca.
8
3. INTRODUÇÃO
A tribo Chilocorini foi proposta por Costa (1849), e inclui a maioria dos representantes
da subfamília com, aproximadamente 250 espécies (Kovář 1995, Ślipiński & Giorgi 2006),
alocadas em 21 gêneros distribuídos em todo mundo, destes, somente seis são restritos a
região Neotropical.
A maioria dos Chilocorini alimenta-se de coccídeos, mas alguns se alimentam de
afídeos (Hemíptera). Este é um grupo economicamente importante, sendo que muitas espécies
são utilizadas no controle biológico (Drea & Gordon 1990).
Chapin (1965a) estudou alguns gêneros da tribo, onde propôs diagnoses, chave de
identificação e descrições, com ilustrações. Alguns outros trabalhos foram realizados para a
fauna do Japão e Arquipélago Ryukyus e Bonins (Sasaji 1971), América do Norte (Phuoc &
Stehr 1974, Gordon 1985), xico (Gordon 1974), Canae Alaska (Belicek 1976), Espanha
(Plaza-Infante 1986), Região Paleártica (Kovář 1995, Kuznetsov 1997), Índia (Poorani 2002)
e Austrália (Ślipiński & Giorgi 2006, Ślipiński 2007).
Devido à escassez de dados a respeito da fauna de Chilocorini para a região
Neotropical, o presente estudo tem como principal objetivo redescrever detalhadamente a
morfologia externa e genitália de alguns dos gêneros desta tribo.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Procedência e exame do material
Para o desenvolvimento deste estudo, foram obtidos por empréstimo, exemplares com
procedência de instituições nacionais e internacionais, listadas a seguir, com a respectiva sigla
e o nome do curador e/ou intermediário do empréstimo entre parênteses. A sigla dos museus
segue a proposta por Evenhuis & Samuelson (2006).
DZUP - Coleção de Entomologia Pe. Jesus Santiago Moure, Departamento de
Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil (Lúcia
Massutti de Almeida).
IMLA - Fundación e Instituto Miguel Lillo, Universidad Nacional de Tucumán,
Tucumán, Argentina (Maria Virginia Colomo).
MLPA - Museo de La Plata, Universidad Nacional de La Plata, La Plata, Argentina
(Analía Lanteri).
9
MNCI
- Museu de Historia Natural Capão da Imbuia, Curitiba, Paraná, Brasil (Márcia
Arzua).
MNRJ - Museu Nacional do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil (Miguel Angel Monné).
MZSP - Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil (Sônia
Casari).
UEPG - Coleção Entomológica da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta
Grossa, Paraná, Brasil (Julianne Milléo).
USNM Smithsonian Institution National Museum of Natural History, Washington,
DC, Estados Unidos (Natalia Vandenberg e David G. Furth).
ZMHB - Museum für Naturkunde der Humboldt - Universität, Berlin, Alemanha
(Manfred Uhlig e Bernd Jaeger).
Dos 21 gêneros da tribo, foram selecionados para estudo aqueles com distribuição
restrita a região Neotropical. Foram examinados 236 exemplares, pertencentes às espécies-
tipo dos gêneros, com exceção de Chilocorus, pois não foi possível a obtenção do material
(Tabela I).
Tabela I: Gêneros, espécies de Chilocorini e total de exemplares estudados.
Gêneros Espécies estudadas
Total de
exemplares
Chilocorus Leach, 1815
Chilocorus nigrita
(Fabricius, 1798)
32
Cladis Mulsant, 1850
Cladis nitidula
(Fabricius, 1792)
26
Curinus Mulsant, 1850
Curinus coeruleus
(Mulsant, 1850)
112
Egius Mulsant, 1850
Egius platycephalus Mulsant, 1850
8
Harpasus Mulsant, 1850
Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850)
17
Zagreus Mulsant, 1850
Zagreus bimaculosus (Mulsant, 1850)
41
Total
236
2.2 Metodologia
Para a realização do estudo morfológico detalhado dos gêneros, foram dissecados no
mínimo dois exemplares de cada espécie, de ambos os sexos, de acordo com a disponibilidade
do material. Inicialmente, os exemplares previamente selecionados e identificados, foram
fervidos em água destilada com algumas gotas de detergente líquido neutro, por
10
aproximadamente quatro minutos, para amolecimento do exoesqueleto e musculatura. Após
este procedimento, o espécime foi levado ao estereomicroscópio e dissecado com auxílio de
pinças de ponta fina e micro-estiletes. Para a remoção de restos de tecidos os exemplares
foram aquecidos em solução de hidróxido de potássio (KOH) a 10%, por aproximadamente
10 segundos.
As peças foram estudadas em placa-de-petri, com água destilada e para algumas
estruturas como peças bucais, antenas, pernas, asas posteriores, abdome e genitália, foi
utilizada montagem em lâmina, com uma ou duas gotas de glicerina e cobertas com lamínula.
O armazenamento dos espécimes dissecados foi feito em recipientes de vidro, com
capacidade para 15 mL, contendo glicerina e com as informações do exemplar. Quando
somente o abdome foi retirado, este era colado em um triângulo de papel e a genitália
armazenada em microtubo com tampa de polietileno, em glicerina para evitar o ressecamento,
ambos fixados no mesmo alfinete, logo abaixo do espécime.
Foram realizados 179 desenhos das seguintes estruturas: cápsula cefálica vista dorsal e
ventral, antena, mandíbulas, maxila, lábio, protórax vista dorsal e ventral, proendosternito,
élitro, metendosternito, pernas anterior, média e posterior, abdome, genitália masculina e
feminina. Em algumas estruturas relevantes, foram realizados desenhos em maior aumento
para a demonstração de detalhes.
O reconhecimento das estruturas e as ilustrações foram realizadas com auxílio de um
estereomicroscópio ZEISS Stemi SV6 e para estruturas muito pequenas, microscópio Standard
20, ambos com mara-clara acoplada. Para a confecção dos desenhos foi estabelecido um
padrão de aumento para cada estrutura. A dimensão dos desenhos foi registrada através da
escala que os acompanham.
As fotos das espécies foram obtidas através da câmera Leica DFC 500, acoplada à
Lupa Leica MZ16, o alinhamento das imagens, realizado pelo Software Auto-Montage Pro
(Syncroscopy) do “Projeto Taxon line Rede Paranaense de Coleções Biológicas”, do
Departamento de Zoologia. A arte final dos desenhos e fotos foi realizada no programa
ADOBE PHOTOSHOP CS versão 8.0.
Na lista de material examinado, foi citado o país, estado, localidade, data de coleta,
coletor, sexo (representado pelos símbolos macho (♂) e fêmea (♀)) e a sigla da coleção à qual
o exemplar pertence.
A terminologia foi baseada, nos trabalhos de Almeida & Milléo (2000). Para a
interpretação da venação alar utilizou-se o trabalho de Marinoni & Almeida (1983) e
Kukalová-Peck & Lawrence (1993), do metendosternito os trabalhos de Crowson (1938 e
1944), de genitália, Plaza-Infante (1979-1980) e Bicho & Almeida (1998).
11
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Chilocorini Costa, 1849
(Figs. 1 - 197)
Chilocorini: Costa, 1849: 9, 58; Weise,1885: 4; Casey, 1899: 104; Weise, 1904, 358;
Dimmock, 1906: 321; Leng, 1908: 33; Blatchley, 1910: 517; Jakobson, 1916: 990;
Leng, 1920: 217; Mader, 1926: 23; Korschefsky, 1932: 235; Blackwelder, 1945: 451;
Wingo, 1952: 24; Mader, 1955: 772, 773; Chapin, 1965a: 234; Miyatake, 1970: 303;
Sasaji, 1971: 42, 220; Chapin, 1974: 48; Phouc & Stehr, 1974: 12, 37; Belicek, 1976:
293; Hoang, 1983: 235; Iablokoff-Khnzorian, 1983: 132; Gordon, 1985: 602; Plaza-
Infante, 1986: 250, 252; Chazeu, Fürsch & Sasaji, 1989: 7; Fürsch, 1990: 5; Rees,
Anderson, Buok & Gordon, 1994: 396; Pakaluk, Ślipiński & Lawrence, 1994: 234, 249;
Fürsch, 1996: 5; Kuznetsov, 1997: 122; Vandenberg, 2001: 14; Poorani, 2002: 310;
Duverger, 2003: 59, 66; Ślipiński & Giorgi, 2006: 266; Ślipiński, 2007: 30, 71.
Chilocoriens: Mulsant, 1846: 166; Mulsant, 1850: 2, 451; Bouillon, 1858: 22.
Chilocoraires: Mulsant, 1850: 451.
Exochomaires: Mulsant, 1850: 451, 465.
Chilocorides: Thomson, 1866: 379; Crotch, 1873: 363, 376; Crotch, 1874: 182; Gorham,
1892: 174.
Chilocoridae: Berg, 1874: 290.
Chilocorites: Chapuis, 1876: 242.
Chilocorinae: Della Beffa, 1912: 167.
Chilocorina: Dobrzhansky, 1926: 1576.
Gênero-tipo: Chilocorus Leach, 1815
Diagnose
Corpo arredondado a ovalado, glabro, moderadamente a fortemente convexo, com
pontuação. Cabeça transversa, subquadrangular a sub-retangular, não visível em vista dorsal;
clípeo com emarginação na região mediana; expansão lateral do clípeo muito curta a longa,
com laterais levemente a fortemente arqueadas. Olhos finamente facetados, fortemente
emarginados pela expansão lateral do clípeo, parcialmente cobertos pela margem anterior do
pronoto. Antenas com inserção oculta pela expansão lateral do clípeo, com oito, nove ou dez
artículos, clava fusiforme. Labro transverso, trapezoidal a semicircular, parcialmente exposto
12
em vista frontal. Mandíbulas robustas, fortemente esclerotizadas, levemente a fortemente
assimétricas, com um dente incisor apical simples, bem evidente, margem interna levemente
denteada; prosteca com cerdas curtas e grossas. Maxilas com cardo transverso, sub-
arredondado a subtrapezoidal, com ou sem expansão lateral. Lábio com mento subtrapezoidal
a trapezoidal, laterais anteriores fortemente projetadas ou não.
Tórax com pronoto levemente convexo, transverso, com base larga sub-arredondada
ou arredondada, com emarginação na região anterior. Processo prosternal largo ou estreito,
com ápice subtriangular ou arredondado. Escutelo triangular ou subtriangular e plano.
Mesotórax estreito entre as cavidades mesocoxais, com uma placa saliente em forma de T.
Metendosternito subtrapezoidal. Metasterno sub-retangular mais largo que longo, com sulco
longitudinal mediano; cavidades metacoxais largas, transversas, pouco mais afastadas que as
mesocoxais. Élitro com calo umeral, margem lateral pouco explanada ou não; epipleura
moderadamente a fortemente alargada, estreitando-se em direção ao ápice do élitro, com
cerdas curtas, foveolada ou não para a recepção dos ápices femurais das pernas posteriores.
Pernas robustas ou delgadas, com ou sem dentes na região mediana da margem
externa, com ou sem esporões tibiais; tarsos criptotetrâmeros, garras tarsais apendiculadas.
Abdome com linha pós-coxal imcompleta, com seis esternitos nos machos e cinco ou
seis nas fêmeas.
Genitália masculina: lobo médio simétrico ou levemente assimétrico; sifão curvado;
cápsula sifonal desenvolvida e bolsa prepucial pouco ou bem desenvolvida.
Genitália feminina
: espermateca larga ou afilada, ducto espermático longo e frágil;
corno curto ou alongado; coxitos subtriangulares alongados a triangulares e curtos; bursa
copulatrix alongada ou não; com ou sem infundíbulo.
3. 2 Chave para seis gêneros Neotropicais de Chilocorini
1 - Antenas com dez artículos (Figs. 14, 15); epipleura levemente foveolada (Figs. 74, 75);
primeiro esternito abdominal com linha pós-coxal incompleta e curvada, terminando na
margem posterior, com ápice curvado em direção à margem anterior (Figs. 122, 123, 128,
129); com esporões tibiais (Figs. 98, 99, 104, 105)................................................................... 2
1’- Antenas com menos de dez artículos; epipleura foveolada ou o; linha pós-coxal
amplamente incompleta, curvada ou formando um semicírculo; com ou sem esporões
tibiais.......................................................................................................................................... 3
13
2
- Corpo ovalado em vista dorsal, tegumento liso brilhante (Fig. 178, 180); processo
prosternal longo, estreito e com ápice sub-arredondado (Fig. 50); garra tarsal com dente apical
afilado (Fig. 116)...................................................................................... Cladis Mulsant, 1850
2’- Corpo fortemente arredondado em vista dorsal, tegumento fosco (Fig. 182, 184); processo
prosternal curto, largo e triangular (Fig. 51), garra tarsal com dente apical arredondado (Fig.
117)........................................................................................................ Curinus Mulsant, 1850
3 - Antenas com oito artículos (Figs. 13, 16, 18)....................................................................... 4
3’- Antenas com nove artículos (Fig. 17)........................................... Harpasus Mulsant, 1850
4 - Tíbias com dente na margem externa do terço basal, sem esporões apicais (Figs. 91, 94,
97, 100, 103, 106); linha pós-coxal amplamente incompleta seguindo a margem posterior do
primeiro esternito abdominal terminando próxima a margem lateral (Figs. 121, 124, 127,
130)............................................................................................................................................ 5
4’- Tíbias sem dentes na margem externa, com esporões apicais (Figs. 96, 102, 108); linha
pós-coxal fortemente curvada em direção a base do primeiro esternito abdominal, formando
um semicírculo (Figs. 126, 132).............................................................Zagreus Mulsant, 1850
5 - Mento sem projeções (Fig. 37); processo prosternal largo, curto e triangular (Fig. 49);
epipleura moderadamente larga e fortemente foveolada (Fig. 73); linha pós-coxal metasternal
sinuosa (Fig. 85); garra tarsal com dente basal quadrangular (Fig.
115)....................................................................................................... Chilocorus Leach, 1815
5’- Mento com projões (Fig. 40); processo prosternal longo, estreito e arredondado (Fig.
52); epipleura larga e não foveolada (Fig. 76); linha pós-coxal metasternal curvada (Fig.88);
garra tarsal com dente basal curto e anguloso (Fig. 118)...........................Egius Mulsant, 1850
3.3 Redescrição dos gêneros Neotropicais de Chilocorini
3.3.1 Chilocorus Leach, 1815
(
Figs. 1, 7, 13, 19, 25, 31, 37, 43, 49, 55, 61, 67, 73, 79, 85, 91, 97, 103, 109, 115, 121, 127,
133, 140, 146, 152, 158, 164, 174 -177)
Leach, 1815, in Brewster: 116; Redtenbacher, 1843: 6, 8, 11; Germar, 1844: 118; Mulsant,
1846: 168; Costa, 1849: 58; Mulsant, 1850: 452; Crotch, 1874: 183; Chapuis, 1876:
14
244; Gemminger & Harold, 1876: 3775; Gorham, 1892: 175; Korschefsky, 1932: 237;
Binaghi, 1941: 19, 20, 22; Blackwelder, 1945: 451; Wingo, 1952: 25; Djadechko, 1954:
56; Mader, 1955: 773, 774; Kamiya, 1959: 99; Chapin, 1965a: 235, 263; Sasaji, 1971:
220; Phouc & Stehr, 1974: 39; Gordon, 1985: 641; Plaza-Infante, 1986: 252; Fürsch,
1990: 5; Rees, Anderson, Bouk & Gordon, 1994: 398; Kuznetsov, 1992: 352;
Kuznetsov, 1997: 122, 124; Vandenberg, 2001: 5, 14; Poorani, 2002: 311; Duverger,
2003: 66; Ślipiński & Giorgi, 2006: 269; Ślipiński, 2007: 73.
Espécie-tipo: Coccinella cacti Linnaeus, 1767, por monotipia.
Redescrição
Macho. Corpo arredondado em vista dorsal, fortemente convexo, com pontuação fina
e esparsa, região dorsal e ventral brilhante (Fig. 174 - 177).
Cabeça subquadrangular; expansão lateral do clípeo, muito curta, com leve
emarginação na região mediana, margens laterais levemente arqueadas e arredondadas, região
fronto-clipeal com cerdas finas e longas. Fronte uma vez e meia mais larga que o maior
comprimento do olho. Olhos com margem interna fortemente côncava próxima do ápice, com
cerdas finas na margem latero-ventral. Região gular curta, larga, com as laterais oblíquas e
região mediana levemente côncava (Figs. 1, 7).
Antenas com oito artículos; primeiro alongado e subcilíndrico, levemente inclinado,
mais longo que largo; segundo mais largo na base, arredondado no terço apical; terceiro
triangular e alongado; quarto, quinto e sexto semelhantes no comprimento e forma, cada um
mais largo no ápice que na base; timo mais largo que longo; oitavo tão longo quanto o
sétimo, levemente estreitado, com ápice arredondado (Fig. 13).
Labro subtrapezoidal com cerdas curtas e finas distribuídas de maneira uniforme;
bordas basais e apicais angulosas, fortemente arredondadas posteriormente; anteclípeo reto na
margem basal e bisinuoso na margem apical; projeções basais curtas, grossas, levemente
inclinadas e com ápice arredondado (Fig. 19).
Mandíbulas subtriangulares alongadas, levemente assimétricas, margem externa
levemente côncava no terço basal, com cinco cerdas finas e curtas; terço apical convexo,
delgado, dente incisor com ápice agudo, mola afilada na mandíbula direta e subtriangular
arredondada na esquerda; região logo abaixo da mola com leve projeção membranosa com
cerdas longas (Fig. 25).
Maxila com cardo sub-arredondado, levemente expandido lateralmente; gálea e lacínia
com ápices arredondados cobertos com cerdas longas e grossas; último artículo do palpo
15
maxilar mais longo que largo de lados paralelos, ápice levemente oblíquo, com cerdas curtas
(Fig. 31).
Lábio com mento trapezoidal, laterais anteriores pouco projetadas, arredondadas,
margem apical levemente côncava, com uma fileira de cerdas longas; lígula sub-retangular
com cerdas curtas nas laterais; palpo labial com primeiro artículo curto e largo na base;
segundo alongado, alargado no ápice; terceiro afilado no ápice, este truncado (Fig. 37).
Tórax com pronoto levemente convexo, base fortemente projetada e arredondada na
região mediana, borda anterior com leve emarginação sinuosa, laterais largas e ligeiramente
arredondadas; ângulo obtuso na borda lateral interna e apical (Fig. 43). Hipômeros levemente
côncavos com forte escavação oblíqua; prosterno em forma de T, longo, processo prosternal
plano, largo e com ápice triangular (Fig. 49). Proendosternito com o braço interno e externo
com mesmo comprimento, o interno largo, com ápice agudo e o externo afilado (Fig. 55).
Escutelo com comprimento menor que a largura da base, laterais anteriores
arredondadas, ápice ligeiramente afilado (Fig. 61).
Metendosternito com região mediana em forma de U, com um par de tendões muito
curtos, arredondados e pouco projetados na margem anterior, furca com braços laterais
longos, espessos e curvados externamente, um par de lâminas curtas, inclinadas internamente
(Fig. 67).
Élitro com calo umeral projetado, margem pouco explanada; epipleura
moderadamente larga, com cerdas curtas, com fóvea profunda e larga para a recepção dos
ápices femurais das pernas posteriores (Figs. 73, 174, 177).
Asas membranosas com lobo anal subquadrado, veia Costa (C) moderadamente longa
estendendo-se cerca de pouco mais que 1/3 o comprimento da asa; Subcosta (Sc) subparalela
a margem anterior da asa, pouco mais longa que a C, Radial (R) larga na região apical da asa,
pouco mais longa que a Sc; Cubital (Cu) muito longa dirigindo-se a margem inferior da asa,
bifurcada na base e formando com a Mediana (M) uma célula levemente aberta; Anais (A)
formando umalula fechada na base; Empusal b (Eb) não evidente; Empusal a (Ea), curvada
em direção a região anterior da asa e afilada no ápice; Plical evidente (P) (Fig. 79).
Mesotórax com uma fóvea subtriangular profunda na margem anterior; mesepisterno
subtriangular-alongado, não atingindo as cavidades coxais; mesoepímero curto, subtriangular,
com margem lateral arredondada, ápice alcançando as cavidades mesocoxais. Metasterno com
linha metasternal sinuosa; metepisterno alongado com uma linha oblíqua na região mediana,
com uma projeção lateral basal e apical afiladas; metepímero pequeno, com base curvada e
ápice afilado (Fig. 85).
Pernas com coxas anteriores alongadas e transversas, base afilada, ápice arredondado;
coxa média globosa; posteriores oval-alongadas e transversas, trocânteres anteriores sub-
16
retangulares, médios e posteriores subtriangulares alongados. Fêmures robustos com cerdas
curtas distribuídas de maneira uniforme, com escavação profunda para a recepção das tíbias.
Tíbias alongadas, robustas, maior largura na região mediana, com um dente na margem
externa do terço basal, ápices margeados de cerdas curtas na margem interna e grossas no
ápice; com escavação profunda no terço apical da margem externa para a recepção dos
tarsômeros, ausência de esporões tibiais (Figs. 91, 97, 103). Primeiro tarsômero alongado,
afilado na base, margem anterior arredondada, com densa pilosidade; segundo subtriangular
com pilosidade longa apical; garras tarsais levemente alongadas, curvadas, com dente basal
quadrado, estreito e o apical com ápice arredondado (Figs. 109, 115).
Abdome com seis esternitos visíveis, o primeiro com linha pós-coxal amplamente
incompleta, seguindo a margem posterior do primeiro esternito e terminando na margem
lateral; segundo, terceiro e quarto esternitos, levemente estreitados na região mediana;
margem posterior do quinto esternito arredondada; sexto esternito curto, com margem
posterior com projeção mediana afilada; cerdas curtas distribuídas nos quatro primeiros
esternitos, nos dois últimos, cerdas pouco mais longas que as anteriores, ambas de coloração
amarelo-claro (Figs. 121, 175).
Genitália
: fortemente esclerotizada. Lobo médio assimétrico; parâmeros maiores que o
lobo dio, ápice alargado e arredondado; pubesncia lisa na região apical e posterior, ou
ondulada nas margens laterais; trave alargando-se em direção ao ápice, este, torcido e curvado
posteriormente mais longos que os parâmeros (Figs. 133, 140). Sifão esclerotizado,
fortemente curvado, diâmetro uniforme em toda sua extensão; cápsula sifonal desenvolvida,
ápice do sifão curvado internamente, com bolsa prepucial projetada lateralmente (Figs. 146,
152).
Fêmea. Abdome com cinco esternitos visíveis, a base do quinto esternito fortemente
arqueada, margem posterior arredondada (Fig. 127).
Genitália: espermateca larga, com pregas conspícuas, sem diferenciação de nódulo e
ramo, corno curto com apêndice apical alongado e ápice arredondado; coxitos subtriangulares,
ápice arredondado; estilos pequenos, com cerdas longas e finas; bursa copulatrix alongada;
infundíbulo ausente (Figs. 158, 164).
Material examinado
Chilocorus nigrita (Fabricius, 1798)
BRASIL. Amapá. Macapá
. 3/II/2004, A. A. B. Barbosa leg., 1 espécime ♀(DZUP).
Pernambuco. Mamanguape
. 05/VIII/2006, C. B. C. Martins leg., 1 espécime ♀(DZUP); Feira
Nova, XI/1981, G. P. Arruda leg., 3 espécimes (1♀, 2 indet). Alagoas. Maceió. 25/I/1991, I,
17
M. M. Lima leg. 1 espécime (DZUP); 09/IX/1991, I. M. M. Lima leg. 3 espécimes
(DZUP); 12/II/1991, I. M. M. Lima leg., 1 espécime (DZUP); 10/VI/1993, I. M. M. Lima
leg., 1 espécime (DZUP); 22/X/1993, I. M. M. Lima leg., 2 espécimes (1♀, 1 indet.)
(DZUP); 12/VI/1994, I. M. M. Lima leg., 1 espécime (DZUP); 11/III/1995, I. M. M. Lima
leg., 2 espécimes (1♂, 1 indet.) (DZUP); 31/III/1996, I. M. M. Lima leg., 3 espécime (1♀, 2
indet) (DZUP); 3/IX/1997, I. M. M. Lima leg., 1 espécime (DZUP). Bahia. Cruz das
Almas. 22/IX/1998, P. S. Ivani, 2 espécimes (1♀, 1 indet.) (DZUP). Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro. V/1982, 1 espécime (DZUP). São Paulo. Jaboticabal. ?/I/1992, A. S. Pinto leg., 1
espécimes (DZUP). 8/IX/1993, A. S. Pinto leg., 3 espécimes (1♂, 2♀) (DZUP). Piracicaba
.
10/IV/2004, G. P. de Arruda Filho leg., 5 espécimes (1♀, 4 indet.) (DZUP).
3.3.2 Cladis Mulsant, 1850
(Figs. 2, 8, 14, 20, 26, 32, 38, 44, 50, 56, 62, 68, 74, 80, 86, 92, 98, 104, 110, 116, 122, 128,
134, 141, 147, 153, 159, 165, 170, 178-181)
Exochomus (Clanis): Mulsant,1850: 479.
Exochomus (Cladis): Mulsant,1850: 1033 (novo nome para Clanis Mulsant, nec Hübner
1819); Gemminger & Harold, 1876: 3777.
Cladis: Crotch, 1874: 192; Gorham, 1894: 179; Korschefsky, 1932: 264; Blackwelder, 1945:
451; Chazeau, Fürsch & Sasaji, 1989: 7; Fürsch, 1990: 5; Fürsch, 1996: 5; Chapin,
1965a: 235, 250; Gordon, 1987: 24; Duverger, 2003: 66.
Espécie-tipo: Coccinella nitidula Fabricius, 1792 [= Exochomus (Clanis) uva Mulsant, 1850]
por subseqüente designação de Crotch, 1874.
Redescrição
Macho. Corpo ovalado em vista dorsal, moderadamente convexo com pontuação fina
e esparsa, região dorsal e ventral brilhante (Figs. 178 - 181).
Cabeça sub-retangular; expansão lateral do clípeo longa, com forte emarginação na
região mediana, margens laterais fortemente arqueadas e afiladas, cerdas finas e longas na
fronte e clípeo. Fronte duas vezes mais larga que o maior comprimento do olho. Olhos
arredondados, largos com margem latero-interna em ponta com bordos arredondados. Região
gular curta, levemente alargada, com região mediana reta (Figs. 2, 8).
Antenas com dez artículos; primeiro alongado e subcilíndrico, levemente inclinado,
mais longo que largo; segundo largura semelhante ao primeiro; terceiro de largura semelhante
ao anterior, de lados quase paralelos; quarto tão largo quanto o terceiro, de lados paralelos; do
18
quinto ao oitavo semelhantes na forma, cada um levemente mais alargado no ápice que o
anterior; nono de largura semelhante, com ápice oblíquo; décimo muito curto, mais estreito
que o nono e encaixado neste (Fig. 14).
Labro subtrapezoidal com cerdas curtas e finas distribuídas de maneira uniforme,
cerdas longas e grossas nas laterais; borda basal reta e laterais levemente arredondadas e
divergentes; anteclípeo semi-reto na margem basal e apical; projeções basais longas, afiladas,
fortemente inclinadas internamente e com ápice afilado (Fig. 20).
Mandíbulas subtriangulares, assimétricas, margem externa levemente côncava no terço
basal com numerosas cerdas curtas; terço apical convexo, largo, dente incisor espesso, mola
afilada na mandíbula esquerda e arredondada na direita, com projeção alargada e com muitas
cerdas abaixo da mola (Fig. 26).
Maxila com cardo subtrapezoidal, fortemente expandido lateralmente; gálea com ápice
afilado e lacínia com ápice arredondado, cobertos com cerdas longas e grossas; último
artículo de lados levemente divergentes, com ápice fortemente oblíquo e truncado, coberto
com cerdas curtas (Fig. 32).
Lábio com mento subtrapezoidal, laterais anteriores projetadas, arredondadas, margem
apical fortemente côncava, com poucas cerdas curtas; lígula sub-retangular com cerdas curtas
nas laterais; palpo labial com primeiro artículo longo e largo na base; segundo alongado, com
mesmo diâmetro por toda sua extensão; terceiro afilando-se em direção ao ápice, este
arredondado (Fig. 38).
Tórax com pronoto de base sub-arredondada e projetada na região mediana, borda
anterior com forte emarginação, laterais estreitas e arredondadas; ângulo reto entre a borda
lateral e a apical interna (Fig. 44). Hipômeros levemente ncavos, largos; prosterno em
forma de Y, longo, processo prosternal plano, estreito e longo com ápice arredondado (Fig.
50). Proendosternito com o braço interno largo, curto e arredondado; externo longo e
inclinado externamente (Fig. 56).
Escutelo com comprimento semelhante à largura da base; laterais anteriores
arredondadas, ápice afilado (Fig. 62).
Metendosternito com região mediana em forma de V, com um par de tendões longos,
afilados e projetados na margem anterior, furca com braços laterais longos, afilados e
curvados externamente, um par de lâminas curtas, afiladas inclinadas externamente (Fig. 68).
Élitro com calo umeral projetado, margem pouco explanada; epipleura
moderadamente larga, com ampla fóvea pouco profunda para a recepção dos ápices femurais
das pernas posteriores (Figs. 74, 178, 181).
Asas membranosas com lobo anal estreito com ápice arredondado; veia Costa (C)
moderadamente longa, estendendo-se cerca de 1/3 o comprimento da asa; Subcosta (Sc)
19
subparalela à margem anterior da asa, pouco mais longa que a C, larga no ápice; Radial (R)
afilada na região apical da asa, mesmo comprimento que a Sc; Cubital (Cu) muito longa
dirigindo-se à margem inferior da asa, base paralela a R e formando com a Mediana (M) uma
célula moderadamente aberta; Anais (A) formando uma célula aberta na base; Empusal b (Eb)
duas vezes mais longa que a Empusal a (Ea), esta curvada em direção à região anterior da asa
e bifurcada no ápice; Plical pouco evidente (P) (Fig. 80).
Mesotórax com uma fóvea subtriangular profunda na margem anterior; mesepisterno
subtriangular-alongado, não atingindo as cavidades coxais; mesoepímero alongado,
subtriangular, com margem lateral arredondada, ápice alcançando as cavidades mesocoxais.
Metasterno com linha metasternal levemente oblíqua; metepisterno alongado, com leve
projeção no terço apical da margem externa; metepímero curto, com margem posterior
levemente oblíqua (Fig. 86).
Pernas com coxas anteriores alongadas e transversas, base afilada, ápice arredondado;
coxa média globosa; posteriores oval-alongadas e transversas; trocânteres anteriores sub-
retangulares, médios subtriangulares alongados e posteriores subtriangulares. Fêmures
delgados com cerdas curtas distribuídas de maneira uniforme, com escavação para a recepção
das tíbias. Tíbias alongadas, delgadas, maior largura no terço apical, ápices margeados de
cerdas curtas na margem interna e grossas no ápice; com escavação profunda no terço apical
da margem externa para a recepção do primeiro tarsômero, bias médias e posteriores com
esporões apicais (Figs. 92, 98, 104). Primeiro tarsômero alongado, fortemente afilado na base,
margem anterior amplamente arredondada, com densa pilosidade; segundo subtriangular com
pilosidade longa apical; garras tarsais levemente alongadas, fortemente curvadas, com dente
basal largo e quadrado, margem externa arredondada, dente apical com ápice afilado (Figs.
110, 116).
Abdome com seis esternitos visíveis, o primeiro com linha pós-coxal incompleta,
terminando no terço apical com ápice curvado para a região anterior; segundo, terceiro e
quarto esternitos, levemente estreitados na região mediana; margem posterior do quinto e
sexto esternitos com forte emarginação; sexto esternito curto; cerdas curtas distribuídas nos
quatro primeiros esternitos, nos dois últimos, cerdas longas (Figs. 122, 179).
Genitália
: fortemente esclerotizada. Lobo médio subtriangular, com ápice levemente
assimétrico; parâmeros fortemente comprimido no terço basal, ápice alargado e arredondado;
com densa e longa pubescência lisa. Parâmeros em vista lateral com ápices curvados para trás.
Trave levemente afilada na base, alargada no ápice, este torcido (Figs. 134, 141). Sifão
curvado, espesso em toda sua extensão; cápsula sifonal desenvolvida; ápice do sifão curvado
internamente, com bolsa prepucial pouco projetada (Figs. 147, 153).
20
Fêmea.
Abdome com cinco esternitos visíveis, a base do quinto levemente arqueada,
margem posterior afilando-se em direção ao ápice, este arredondado (Fig. 128).
Genitália:
Espermateca larga, com pregas conspícuas, com nódulo e ramo, corno
levemente alongado com ápice arredondado; ducto espermático longo; coxitos subtriangular-
alongados com ápice arredondado; estilos pequenos, com cerdas longas; bursa copulatrix
alongada; infundíbulo em forma de Y invertido (Figs. 159, 165, 170).
Material examinado
Cladis nitidula
(Fabricius, 1792)
PUERTO RICO. Mayaguez
, 28/VI/1939, K. A. Barlett leg., 21 espécimes (2♂, 3♀, 16
indet.). FRANÇA. Martinique. Basse-Pointe
. 11/VI/1952, Martorell. leg., 3 espécimes ♂
(DZUP). Fort-au-France
. 19/III/1955. M. Alvarenga leg. Coleção M. Alvarenga, 2 espécimes
(DZUP).
3.3.3 Curinus Mulsant, 1850
(Figs. 3, 9, 15, 21, 27, 33, 39, 45, 51, 57, 63, 69, 75, 81, 87, 93, 99, 105, 111, 117, 123, 129,
135, 142, 148, 154, 160, 166, 171, 182-185)
Orcus (Curinus) Mulsant, 1850: 472.
Curinus: Crotch, 1874: 190; Gemminger & Harold, 1876: 3777; Gorham, 1892: 176;
Korschefsky, 1932: 252; Blackwelder, 1945: 451; Chapin, 1965a: 235, 244; Gordon,
1987: 24; Chazeu, Fürsch & Sasaji, 1989: 7; Fürsch, 1990: 5; Poorani, 2002: 312;
Duverger, 2003: 66; Almeida & Carvalho, 2006: 31, 32, 33.
Espécie-tipo: Orcus (Curinus) coeruleus Mulsant, 1850, por designação subseqüente de
Crotch, 1874.
Redescrição
Macho. Corpo arredondado em vista dorsal, fortemente convexo, com brilho fosco e
região ventral brilhante, pontuação fina e densa.
Cabeça subquadrangular, com as laterais posteriores fortemente arredondadas; clípeo
com expansão lateral muito longa, região mediana com leve emarginação, margens laterais
levemente arqueadas e afiladas; cerdas finas e longas distribuídas na fronte e clípeo. Fronte
com largura cerca de duas vezes e meia o maior comprimento do olho. Olhos oblíquos com
21
margem latero-interna em ponta afilada. Região gular curta estreita e com a margem anterior
fortemente côncava (Figs. 3, 9).
Antenas com 10 artículos, primeiro fortemente curvado, duas vezes mais longo que
largo; segundo arredondado no terço apical, tão longo e largo quanto o primeiro;
subtriangular, ápice levemente inclinado; quarto levemente alargando no ápice; do quinto ao
décimo com uma clava fusiforme compacta; quinto quadrangular; sexto, sétimo e oitavo
quase semelhantes no comprimento, cada um com ápice mais largo que a base; nono quase
duas vezes mais longo que o anterior, ápice oblíquo; décimo curto e cônico, ápice
arredondado, na base mais larga que longa, encaixado no artículo anterior (Fig. 15).
Labro sub-arredondado com cerdas curtas e finas distribuídas de maneira uniforme;
borda basal e laterais arredondadas; anteclípeo curvado na margem basal e apical; projeções
basais moderadamente longas, levemente afiladas e retas, com ápice agudo (Fig. 21).
Mandíbulas subtriangulares arredondadas, levemente assimétricas, margem externa
levemente côncava no terço basal, terço apical fortemente curvado; dente incisor muito
afilado no ápice; molas afiladas e projetadas com região abaixo da mola com cerdas curtas
(Fig. 27).
Maxila com cardo subtrapezoidal, expandido lateralmente; gálea e lacínia com ápices
levemente afilados e arredondados, cobertos com longas e fortes cerdas; último artículo do
palpo maxilar de lados levemente divergentes em direção ao ápice, este oblíquo e truncado,
coberto com cerdas curtas (Fig. 33).
Lábio com mento trapezoidal alongado, laterais anteriores projetadas lateralmente,
arredondadas, margem basal levemente convexa; lígula sub-retangular, laterais arredondadas
com cerdas curtas, duas cerdas longas na região ventral mediana; palpo labial com primeiro
artículo curto, largo e levemente inclinado; segundo alongado, alargando-se gradativamente
em direção ao ápice; último artículo cilíndrico com a margem apical levemente curvada
internamente, ápice arredondado (Fig. 39).
Tórax com pronoto de base sub-arredondada, borda anterior fortemente emarginada,
laterais largas, oblíquas e ligeiramente arredondadas, ângulo levemente obtuso entre a
margem apical e a lateral (Fig. 45). Hipômeros amplos, levemente côncavos; prosterno em
forma de T, longo; processo prosternal plano, moderadamente largo, com ápice triangular
(Fig. 51). Proendosternito com braços internos largos e subquadrados, braço externo afilado,
mesmo comprimento que o interno, este inclinado ventralmente (Fig. 57).
Escutelo com comprimento semelhante a largura da base, laterais anteriores
arredondadas, ápice arredondado e largo (Fig. 63).
Metendosternito subtrapezoidal, com região mediana em forma de V amplamente
aberta, com um par de tendões curtos, afilados e projetados na margem anterior, furca com
22
braços laterais longos, moderadamente espessos, levemente curvados externamente, ápice
arredondado, um par de lâminas curtas, delgadas e inclinadas externamente (Fig. 69).
Élitro com calo umeral projetado, margem lateral pouco explanada (Figs. 182, 184,
185); epipleura moderadamente larga, com pequena fóvea pouco profunda para a recepção
dos ápices femurais das pernas posteriores (Fig. 75).
Asas membranosas com lobo anal estreito com ápice arredondado, veia Costa (C)
pouco mais curta que 1/3 o comprimento da asa; Subcosta (Sc) afilada, subparalela à margem
anterior da asa, pouco mais longa que a C; Radial (R) larga na região basal e afilada na região
apical da asa, pouco maior que a Sc; Cubital (Cu) muito longa dirigindo-se à margem inferior
da asa, base larga, muito próxima à R, formando com a Mediana (M) uma célula
moderadamente aberta; anais (A) formando umalula fechada na base; Empusal b (Eb) duas
vezes mais longa que a Empusal a (Ea), esta larga e fortemente curvada em direção à região
inferior da asa; Plical pouco evidente (Fig. 81).
Mesotórax com pequena fóvea profunda e sub-arredondada na margem anterior;
mesepisterno alongado, não atingindo as cavidades coxais; mesoepímero subquadrangular,
com margem lateral arredondada, alcançando as cavidades coxais, região apical, larga e
curvada. Metasterno com linha metasternal com região interna curvada, seguindo em uma
linha ligeiramente reta, terminando na margem lateral; metepisterno com ápice mais afilado
que a base, margem lateral curvada externamente, com projeção afilada, metepímero pequeno
e subtriangular, com margem posterior obliqua (Figs. 87).
Pernas com coxas anteriores alongadas transversas, base levemente alargada, ápice
arredondado; coxa média globosa; posteriores oval-alongadas e transversas; trocânteres
anterior e médio sub-retangulares e posterior subtriangular. Fêmur robusto, 2,2 vezes mais
longo que a largura xima; cerdas curtas distribuídas de maneira uniforme; com escavação
profunda para a recepção da tíbia. Tíbias alongadas, espessas, maior largura na região apical;
na tíbia anterior escavação na margem anterior para a recepção apenas do primeiro tarsômero,
e nas bias média e posterior encaixe de todos os tarsômeros; região apical com cerdas curtas
e grossas; ápice das tíbias média e posterior com esporões tibiais (Figs. 93, 99, 105). Primeiro
tarsômero afilado e alongado, com densa pilosidade e margem anterior arredondada; segundo
tarsômero subtriangular afilado, com pilosidade na margem anterior; garra tarsal curta, ápice
arredondado, curvado, com um dente basal quadrado (Figs. 111, 117).
Abdome com seis esternitos visíveis, o primeiro com linha pós-coxal incompleta,
terminando no terço apical do primeiro esternito, com ápice curvado em direção à margem
anterior; segundo, terceiro e quarto esternitos, semelhantes no comprimento, levemente
arqueados na região mediana e alargados nas laterais; o quinto mais longo que o anterior, com
margem apical levemente emarginada; sexto esternito curto, margem apical fortemente
23
emarginada, cerdas curtas do primeiro ao quarto e longas na região posterior do quinto e sexto
(Fig. 123).
Genitália
: fortemente esclerotizada. Lobo médio subtriangular, afilando-se
gradativamente em direção ao ápice, este arredondado e assimétrico, parâmeros fortemente
comprimidos no terço basal, com pubescência curta; em vista lateral o ápice é levemente
curvado posteriormente; trave moderadamente larga na base, ápice curvado e torcido, trave
mais longa que os parâmeros (Figs. 135, 142). Sifão curvado, delgado em toda sua extensão;
cápsula sifonal desenvolvida; ápice do sifão levemente alargado e inclinado internamente,
com espículas; bolsa prepucial pouco projetada (Figs. 148, 154).
Fêmea: Abdome com cinco esternitos visíveis, sendo o último subtriangular, mais
longo que o anterior longo, margem posterior arredondada (Fig. 129).
Genitália:
espermateca larga, sem nódulo e ramo bem definidos, com pregas
conspícuas, corno moderadamente alongado, curvado e ápice arredondado; ducto espermático
muito longo; coxitos subtriangulares, ápice arredondado; estilos pequenos com cerdas longas
e finas; bursa copulatrix alongada; infundíbulo em forma Y invertido (Figs. 160, 166, 171).
Material examinado
Curinus coeruleus (Mulsant, 1850)
MEXICO. Vera Cruz. Jalapa
. VIII/1960, G. Halppter leg. 1 espécime (DZUP);
COSTA RICA. Cartago. Turrialba
. Sem data, sem coletor, 1 espécime (DZUP).
GUATEMALA. La Aurora
. Sem data, sem coletor, 6 espécimes (4♂, 2♀) (DZUP).
TRINIDAD. Port of Spain
. 28/VIII/1937, K. A. Bartlett leg., 6 espécimes (DZUP).
COLÔMBIA. Valle. Cali
. 1/IX/1975, L. Stange leg., 1 espécime (IMLA). BRASIL. Minas
Gerais. Pouso Alegre
. IX/1962, F. S. Pereira leg. 1 espécime ♀ (DZUP); Sete Lagoas.
18/XII/98, Oleson leg., 1 espécime (ZMHB). Rio de Janeiro. Rio de Janeiro
. II/1924, D.
Mendes leg. 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP). Corcovado, V/1963, Alvarenga & Seabra leg., 1
espécime (DZUP); XII/1966, Alvarenga & Seabra leg., 2 espécimes (1♂, 1 indet.) (DZUP).
Botafogo, X/1949, M. Alvarenga leg. 1 espécime (DZUP); I/1952, L. C. Alvarenga leg., 1
espécime (DZUP); 10/V/1952, M. Alvarenga leg., 1 espécime (DZUP); XII/1952, L. C.
Alvarenga leg., 1 espécime (DZUP). SÃO PAULO. Sem localidade, sem data, 3 espécimes
(MZSP). Atibaia
. 10/XII/1971, F. Halik leg., 1 espécime (DZUP); 26/XI/1971, F. Halik leg.,
3 espécimes (DZUP); 17/XII/1971, F. Halik leg., 6 espécimes (1♂, 1♀, 4 indet.) (DZUP).
Botucatu
. 11/VII/1996, W. B. Crocomo leg.,. 4 espécimes (2♂, 2♀) (DZUP). o Carlos.
27/VI/2004, F. M. Costa leg., 1 espécime ♂. São Paulo. XII/1916, Saude leg. 1 espécime
(DZUP). Paraná. Arapongas
. XI/1951, A, Maller leg. 4 espécimes (2♂, 1♀, 1 indet.)
(DZUP). Curitiba
. 23/VIII/2002, V. B. Silva leg., 1 espécime (DZUP); 18/I/2006, G. H.
Corrêa leg., 11 espécimes (5♂, 6♀) (DZUP); 20/XII/2006, R. Corrêa leg., 1 espécimes
(DZUP); 8/I/2207, F. Fernandes leg. 1 espécime (DZUP); Jardim das Américas,
16/VII/2007, C. Kosmann leg., 1 espécime (DZUP). Foz do Iguaçu
. 12/XII/1966, Exp.
Depto. Zoo. UFPR, 1 espécime (DZUP). Guairá
. VIII/1982, A. M. Cordeiro leg., 1
espécime (MHNCI). Jussara. 12-15/X/1974, Exp. Depto. Zoo. UFPR, 1 espécime
(DZUP). Ponta Grossa. 14/VII/2004, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 1 espécime
(UEPG); 17/XI/2004, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 2 espécimes (UEPG);
24
19/XI/2004, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 4 espécimes (UEPG); 3/XII/2004, K.
Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 2 espécimes (UEPG); 15/XII/2004, K. Campos, V.A.
Feld & J, M, T. Souza, 4 espécimes (UEPG); 12/I/2005, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T.
Souza, 1 espécime (UEPG); 26/I/2005, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 2 espécime
(UEPG); 10/II/2005, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 1 espécime (UEPG);
7/IV/2005, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 1 espécime (UEPG); 20/V/2005, K.
Campos, V.A. Feld & J, M, T. Souza, 1 espécime (UEPG); 23/III/2006, K. Campos, V.A.
Feld & J, M, T. Souza, 2 espécimes (UEPG); 30/VI/2006, K. Campos, V.A. Feld & J, M, T.
Souza, 1 espécime (UEPG); 22/II/2007, G. H. Corrêa leg., 3 espécimes (DZUP). Santa
Catarina. Nova Teutonia
. VII/1945, Fritz Plaumann leg., 1 espécime (DZUP); XI/1945,
Fritz Plaumann leg., 1 espécime (DZUP); XI/1950, Fritz Plaumann leg., 2 espécimes (1♂,
1♀) (DZUP); III/1955, Fritz Plaumann leg., 1 espécime ♀(DZUP); XI/1980, Fritz Plaumann
leg., 1 espécime (DZUP). PARAGUAI. Guairá. Villarrica
. X/1929, Köller leg., 1 espécime
(ZMHB), X/1932, Köller leg., 1 espécime (ZMHB). ARGENTINA. Misiones. Sem
localidade, VI/1936, Hayward leg., 2 espécimes (MLPA). Cero Corá
. IX/1935, sem coletor, 3
espécimes (MLPA). Oro verde
. 17/XI/1951, A. Willink leg. 1 espécime (IMLA). Loreto.
sem data, Dr. A. A. Ogloblin, 4 espécimes (MLPA); 3/IV/1934, Dr. A. A. Ogloblin, 1
espécime (MZSP). San Javier
. 4/VII/37, sem coletor, 1 espécime (MLPA). Concepción. Santa
Maria. 20/VIII/1947, A. Martinez leg. 1 espécime (IMLA).
3.3.4 Egius Mulsant, 1850
(Figs. 4, 10, 16, 22, 28, 34, 40, 46, 52, 58, 64, 70, 76, 82, 88, 94, 100, 106, 112, 118, 124,
130, 136, 143, 149, 155, 161, 167, 186-189)
Egius: Mulsant, 1850: 452, 464; Chapuis, 1876: 244, 245; Gemminger & Harold, 1876: 3777;
Korschefsky, 1932: 252; Blackwelder, 1945: 451; Chapin, 1965a: 235, 265; Chazeu,
Fürsch & Sasaji, 1989: 7; Fürsch, 1990: 5; Fürsch, 1996: 5; Duverger, 2003: 66.
Espécie-tipo: Egius platycephalus Mulsant, 1850 por monotipia.
Redescrição
Macho. Corpo arredondado em vista dorsal, fortemente convexo com pontuação fina e
densa, região dorsal com reflexo fosco e ventral brilhante (Figs186 - 189).
Cabeça sub-retangular; expansão lateral do clípeo longa, com forte emarginação
arredondada na região mediana, margens laterais levemente arqueadas e afilada, cerdas finas e
longas distribuídas na fronte e clípeo. Fronte 1,8 vezes mais larga que o maior comprimento
do olho. Olhos largos, com margem latero-interna muito projetada e afilada. Região gular
longa, larga, com as laterais afiladas voltadas anteriormente, região mediana fortemente
côncava (Figs. 4, 10).
25
Antenas com oito artículos; primeiro subcilíndrico, levemente inclinado; segundo
pouco mais curto que o primeiro com largura semelhante, arredondado no terço médio;
terceiro triangular com ápice oblíquo; do quarto ao oitavo com clava fusiforme; quarto, quinto
e sexto semelhantes na forma, cada um pouco mais longo que o anterior no ápice; sétimo, o
mais largo e transverso; oitavo mais longo que o sétimo, levemente estreitado e com ápice
arredondado (Fig. 16).
Labro semi-circular com cerdas curtas e finas distribuídas de maneira uniforme;
bordas basal e laterais curvadas; anteclípeo arqueado na margem apical e interrompido na
região mediana da margem basal; projeções basais curtas, grossas, levemente inclinadas, com
ápice arredondado (Fig. 22).
Mandíbulas subtriangulares, com cerdas curtas, quase simétricas, margem externa
côncava no terço basal e em ângulo no terço apical, com dente delgado e ápice afilado, mola
mais afilada na mandíbula direta e subtriangular levemente arredondada na esquerda, com
projeção acentuada com cerdas abaixo da mola (Fig. 28).
Maxila com cardo subtrapezoidal, expandido lateralmente; gálea e lacínia com ápices
arredondados cobertos com cerdas longas e grossas; último artículo do palpo maxilar
subcilíndrico duas vezes mais longo que largo, lados convergentes em direção ao ápice, este
truncado, coberto com cerdas curtas (Fig. 34).
Lábio com mento subtrapezoidal muito curto, laterais anteriores fortemente projetadas
e arredondadas, margem apical fortemente côncava, com cerdas longas; lígula sub-retangular
com cerdas curtas nas laterais; palpo labial com primeiro artículo curto e largo na base;
segundo alongado, levemente curvado, maior largura no terço apical; terceiro pouco mais
curto que o anterior, com ápice afilado e truncado (Fig. 40).
Tórax com pronoto de base arredondada na região mediana, borda anterior com leve
emarginação, laterais afiladas e arredondadas; ângulo obtuso entre a borda apical e a interna
(Fig. 46). Hipômeros levemente côncavos; prosterno em forma de T, curto, processo
prosternal plano, estreito e ápice subtriangular (Fig. 52). Proendosternito com o braço interno
e externo com mesmo comprimento, braço interno afilado, levemente alargado e arredondado
no ápice (Fig. 58).
Escutelo com comprimento semelhante à largura da base, laterais anteriores
arredondadas, com forte curvatura nas margens laterais, ápice ligeiramente arredondado (Fig.
64).
Metendosternito subtrapezoidal, com região mediana em forma de U, um par de
tendões curtos, arredondados e projetados na margem anterior, furca com braços laterais
longos, delgados e curvados externamente, um par de lâminas curtas, voltadas externamente
(Fig. 70).
26
Élitro com calo umeral pouco projetado, levemente esclerotizado, margem o
explanada (Figs. 186, 189); epipleura larga, com cerdas curtas, não foveolada (Fig. 76).
Asas membranosas com lobo anal largo com ápice arredondado, veia Costa (C) pouco
mais curta que 1/3 o comprimento da asa; Subcosta (Sc) larga no ápice, subparalela a margem
anterior da asa, pouco mais longa que a C; Radial (R) moderadamente larga na região basal e
afilada na região apical da asa, pouco maior que a Sc; Cubital (Cu) longa dirigindo-se a
margem inferior da asa, base levemente bifurcada, forma com a Mediana (M) uma lula
moderadamente aberta na região subapical interna; Anais (A) formando uma célula semi-
aberta na base; Empusal b (Eb) e a (Ea), com comprimento semelhante, ambas com ápice
afilado; Plical (P) evidente (Fig. 82).
Mesotórax com uma fóvea arredondada profunda na margem anterior; mesepisterno
alongado, não atingindo as cavidades coxais; mesoepímero curto, subtriangular, com margem
lateral arredondada, ápice alcançando as cavidades mesocoxais. Metasterno com linha
metasternal arqueada; metepisterno alongado com leve projeção lateral no terço basal;
metepímero curto subquadrangular, com margem posterior arredondada (Fig. 88).
Pernas com coxas anteriores alongadas e transversas, base fortemente afilada, ápice
arredondado; coxa média globosa; posteriores oval-alongadas, trocânteres anteriores sub-
retangulares, médios e posteriores subtriangulares alongados. Fêmures delgados, 2,3 vezes
mais longos que largos; cerdas curtas distribuídas de maneira uniforme, levemente escavada
no anterior e fortemente escavadas nos fêmures dios e posteriores, para a recepção das
tíbias. Tíbias alongadas, delgadas, maior largura na região mediana, com um dente na margem
externa do terço basal, ápices margeados de cerdas curtas na margem interna e grossas no
ápice; com escavação profunda no terço apical da margem externa para a recepção de todos os
tarsômeros, ausência de esporões tibiais (Figs. 94, 100, 106). Primeiro tarsômero alongado,
afilado na base, margem anterior larga e arredondada, com densa pilosidade; segundo
subtriangular com pilosidade longa apical; garras tarsais curtas, levemente curvadas, com
dente basal anguloso e o apical com ápice arredondado (Figs. 112, 118).
Abdome com seis esternitos visíveis, primeiro com linha pós-coxal amplamente
incompleta, seguindo a margem posterior do primeiro esternito e terminando próximo à
margem lateral; terceiro e quarto esternitos, levemente arqueados na região mediana,
levemente alargados nas laterais; margem posterior do quinto e sexto esternitos com leve
emarginação; cerdas curtas distribuídas nos quatro primeiros esternitos, nos dois últimos,
cerdas pouco mais longas que as anteriores, ambas de coloração amarelo-claro (Figs. 124,
187).
Genitália
: levemente esclerotizada. Lobo médio levemente assimétrico, próximo ao
ápice, moderadamente largo, triangular, ápice curvado lateralmente e posteriormente;
27
parâmeros com largura semelhante em toda sua extensão, com ápice arredondado, em vista
lateral afilado; com densa e longa pubescência lisa. Trave afilada na base, ápice, este torcido e
curvado (Figs. 136, 143). Sifão, levemente curvado, diâmetro uniforme em toda sua extensão
(Fig. 149); psula sifonal desenvolvida, ápice do sifão fortemente curvado internamente,
torcido e com bolsa prepucial longa (Fig. 155).
Fêmea. Abdome com seis esternitos visíveis, margem posterior do último esternito
abdominal arredondada (Fig. 130).
Genitália: espermateca larga, com pregas conspícuas, sem diferenciação de nódulo e
ramo, corno muito curto com apêndice apical levemente alongado; ducto espermático longo
(Fig. 161); coxitos triangulares, curtos, ápice arredondado; estilos muito pequenos, com
cerdas longas e finas; bursa copulatrix curta; infundíbulo ausente (Fig.167).
Material examinado
Egius platycephalus Mulsant, 1850
Sem local. sem data, sem coletor, 6 espécimes (4♂, 1♀, 1 indet) (DZUP). CUBA.
Havana. Santiago de Las Vegas
. 1/IV/1938, J. F. leg., 2 espécimes (MNRJ).
3.3.5 Harpasus Mulsant, 1850
(Figs. 5, 11, 17, 23, 29, 35, 41, 47, 53, 59, 65, 71, 77, 83, 89, 95, 101, 107, 113, 119, 125,
131, 137, 144, 150, 156, 162, 168, 172, 190-193)
Orcus (Harpasus) Mulsant, 1850: 473.
Curinus (Harpasus): Crotch, 1874: 190; Gemminger & Harold, 1876: 3777; Korschefsky,
1932: 252.
Curinus: Blackwelder, 1945: 451.
Harpasus: Chapin, 1965a: 235 239; Gordon, 1987: 24; Chazeau, Fürsch & Sasaji, 1989: 7;
Fürsch, 1990: 5, 11; Fürsch, 1996: 5; Duverger, 2003: 66; Almeida & Carvalho, 2006:
32.
Espécie-tipo: Orcus (Harpasus) pallidilabris Mulsant, 1850, por designação subseqüente de
Crotch, 1874.
28
Redescrição
Macho. Corpo arredondado ou ovalado em vista dorsal, convexo. Superfície ventral
brilhante. Pontuação dorsal fina com pontos eqüidistantes, na lateral dos élitros pontuação
grossa (Figs. 190 – 193).
Cabeça subquadrangular; expansão lateral do clípeo curta, com leve emarginação reta
na região mediana, margens laterais fortemente arqueadas e afiladas, região fronto-clipeal
com cerdas finas e longas. Fronte duas vezes mais larga que o maior comprimento do olho.
Olhos pequenos, oblongos e oblíquos. Região gular levemente alongada, estreitando-se em
direção ao ápice, com região mediana côncava (Figs. 5, 11).
Antenas com nove antenômeros, primeiro trapezoidal inclinado, estreito na base;
segundo mais largo na base, base duas vezes mais larga que o ápice; o terceiro estreito na base
e largo no ápice; quarto, quinto e sexto transversais, de forma semelhante, mais largos no
ápice; sétimo e oitavo transversais; o oitavo duas vezes mais longo que o sétimo, nono curto e
triangular, encaixado no ápice do antenômero anterior, com grande quantidade de cerdas
distribuídas de maneira uniforme na margem apical (Fig. 17).
Labro sub-arredondado, com longas cerdas, anteclípeo levemente arqueado, estreito
na região central e alargado nas laterais; projeções basais curtas e estreitas, inclinadas
próximo ao ápice (Fig. 23).
Mandíbulas subtriangulares, quase simétricas, margem externa levemente côncava, no
terço basal, suavemente convexo no terço apical, com um incisor apical simples, bem
evidente, borda interna levemente denteada; mola sub-triangular na mandíbula esquerda e
afilada na direita; com região abaixo da mola com muitas cerdas (Fig. 29).
Maxila com cardo subtrapezoidal, expandido lateralmente; gálea com ápice
arredondado com inúmeras cerdas apicais e com duas cerdas medianas grossas; lacínia com
ápice afilado, com inúmeras cerdas apicais; último artículo do palpo maxilar, de lados
subparalelos, ápice fortemente oblíquo e truncado, coberto com cerdas curtas (Fig. 35).
Lábio com mento trapezoidal, laterais anteriores projetadas e arredondadas, margem
apical fortemente côncava; lígula sub-retangular, margem anterior arredondada, densamente
coberta com pequenos espinhos; palpo labial com primeiro artículo curto; segundo alongado,
com diâmetro semelhante em toda sua extensão; último artículo do palpo labial arredondado
com pequenas cerdas na margem apical (Fig. 41).
Tórax com pronoto de base projetada e sub-arredondada próxima à região mediana,
borda anterior com leve emarginação, translúcida, laterais oblíquas e arredondadas; ângulo
levemente obtuso entre base e a borda lateral interna (Fig. 47). Hipômeros levemente
côncavos com forte escavação oblíqua, para recepção do fêmur anterior; prosterno em forma
de T, curto, processo prosternal largo, margens laterais fortemente escavadas seguindo a
29
margem interna das coxas anteriores com ápice sub-triangular (Fig. 53). Proendosternito com
o braço interno longo, largo e com ápice arredondado e o externo curto e afilado (Fig. 59).
Escutelo com comprimento menor que a largura da base, esta levemente sinuosa na
margem anterior, com cantos levemente afilados voltados anteriormente, ápice longo e
afilado, margens laterais levemente rebaixadas, para encaixe dos élitros (Fig. 66).
Metendosternito com região mediana em forma de V, com um par de tendões curtos e
pouco projetados na margem anterior, furca com braço superior afilado, duas vezes mais
longo que a lâmina, esta levemente curvada externamente (Fig. 71).
Élitro com calo umeral pouco projetado, margem lateral levemente explanada (Figs.
190, 192, 193); epipleura moderadamente larga, com ampla fóvea pouco profunda para a
recepção dos ápices femurais das pernas posteriores (Fig. 77).
Asas membranosas com lobo anal subquadrado, veia Costa (C) curta, pouco evidente;
Subcosta (Sc) subparalela a margem anterior da asa, estendendo-se cerca de ¼ do
comprimento da asa, Radial (R) larga na região mediana da asa; Radial posterior mais longa,
com interrupção na sua região mediana; Cubital (Cu) longa dirigindo-se a margem inferior da
asa e formando com a Mediana (M) uma lula aberta na base; Anais (A) formando uma
célula fechada na base; Empusal b (Eb) duas vezes mais longa que a Empusal a (Ea); Plical
(P) não evidente (Fig. 83).
Mesotórax, com fóvea pequena, subtriangular e profunda, na margem anterior;
mesepisterno alongado, não atingindo as cavidades coxais; mesoepímero subquadrangular,
com margem lateral arredondada alcançando as cavidades coxais. Metasterno sub-retangular
cerca de duas vezes mais largo que longo, com sulco longitudinal mediano, linha metasternal
levemente arqueada; cavidades metacoxais largas, pouco mais afastadas que as mesocoxais;
metepisterno alongado com margem anterior arredondada, com leve projão obtusa,
metepímero, pequeno, transverso, com margem posterior fortemente sinuosa (Fig. 89).
Pernas com coxas anteriores e posteriores transversas e alongadas, coxa dia
globosa, fêmures robustos, duas vezes mais longos que largos; cerdas curtas distribuídas de
maneira uniforme, com escavação profunda para a recepção das tíbias. bias alongadas com
ápices margeados de cerdas curtas e grossas; a anterior com escavação profunda na margem
externa para a recepção de todos os tarsômeros; média e a posterior com dois esporões apicais
e com escavação profunda para a recepção do primeiro tarsômero (Figs. 95, 101, 107).
Primeiro tarsômero alongado com margem anterior arredondada e densa pilosidade; segundo
subtriangular com pilosidade apical; garras tarsais curtas, fortemente curvadas, com dente
basal quadrangular, largo e o apical afilado (Figs. 113, 119).
Abdome com seis esternitos visíveis, com cerdas curtas; primeiro esternito com linha
pós-coxal levemente arqueada e incompleta, terminando em direção ao terço posterior do
30
primeiro esternito, segundo, terceiro e quarto esternitos levemente estreitados na região
mediana, quinto esternito, o mais largo, quinto e sexto esternitos emarginados, cerdas curtas
por todo o abdome (Fig. 125).
Genitália
: fortemente esclerotizadas. Lobo dio lanceolado, simétrico, maior largura
no terço basal; parâmeros fortemente comprimidos na metade basal, maior largura no terço
apical, longa e densa pubescência lisa; em vista lateral com o ápice fortemente curvado
posteriormente; trave larga, curvada, com ápice levemente torcido (Figs. 137, 144). Sifão
curvado, diâmetro uniforme em toda sua extensão; cápsula sifonal bem desenvolvida; ápice
curvado, com espículas, bolsa prepucial larga e curvada (Figs. 150, 156).
Fêmea. Abdome com cinco esternitos visíveis, a base do quinto esternito abdominal,
com a margem posterior arredondada (Fig. 131).
Genitália:
Espermateca robusta, corno bem desenvolvido, pouco curvado, ápice
afilado e com pregas conspícuas; com ramo e nódulo curto; ducto longo; coxitos
subtriangulares, alongados e afilados, ápice arredondado; estilos pequenos em forma de botão,
com cerdas longas e finas; bursa copulatrix alongada, infundíbulo evidente (Figs. 162, 168,
172).
Material examinado
Harpasus pallidilabris Mulsant, 1850
BRASIL. Alagoas. Maceió
. 12/II/1991, I. M. de M. Lima leg., 1 espécime (DZUP);
18/IV/1991, I. M. de M. Lima leg., 1 espécime ♀ (DZUP); 10/VI/1993, I. M. de M. Lima leg.,
1 espécime (DZUP); 12/VI/1994, I. M. de M. Lima leg., 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP);
11/III/1995, I. M. de M. Lima leg., 1 espécime ♂ (DZUP); 03/XI/1997, I. M. de M. Lima leg.,
3 espécimes (2♂, 1♀) (DZUP). Bahia. Sem localidade, sem data, GeoCompere Coll., 4
espécimes (2♂, 2♀) (USNM); Sem localidade, data e coletor, 1 espécime (USNM). Cruz
das Almas. 01/IX/1998, P. S. Ivani leg., 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP). Espírito Santo. Sem
localidade, sem data, sem coletor, 1 espécime (ZMHB).
3.3.6 Zagreus Mulsant, 1850
(Figs. 6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, 84, 90, 96, 102, 108, 114, 120, 126,
132, 138, 139, 145, 151, 157, 163, 169, 173, 194-197)
Exochomus (Zagreus): Mulsant, 1850: 488; Gemminger & Harold, 1876: 3777; Korschefsky,
1932: 253.
31
Zagreus: Chapin, 1965a: 235, 240; Chapin, 1965b: 148, 149; Gordon, 1987: 24; Chazeau,
Fürsch & Sasaji, 1989: 7; Fürsch, 1990: 5; Fürsch, 1996: 5; Duverger, 2003: 67.
Espécie-tipo: Exochomus (Zagreus) bimaculosus Mulsant, 1850, por designação subseqüente
de Chapin, 1965a.
Redescrição
Macho. Corpo ovalado em vista dorsal, fortemente convexo, região dorsal fosca e
ventral brilhante; pontuação fina e densa (Figs. 194 - 197).
Cabeça sub-retangular; expansão lateral do clípeo moderadamente longa, com leve
emarginação na região mediana, margens laterais fortemente arqueadas e afiladas; região
fronto-clipeal com cerdas finas e longas amarelo-claras. Fronte 1,3 vezes mais larga que o
maior comprimento do olho. Olhos ovalados e longitudinais. Região gular curta,
moderadamente larga, com as laterais afiladas e região mediana levemente côncava (Figs. 6,
12).
Antenas com oito artículos; primeiro longo, levemente inclinado; segundo com base
de mesma largura que o anterior, arredondado no ápice; terceiro e quarto quase semelhantes,
triangulares, mais largos no ápice que na base; quinto ao oitavo formando uma clava
indistinta; sexto mais curto que o sétimo, este trapezoidal; oitavo subtriangular com ápice
arredondado, quase tão longo quanto largo (Fig. 18).
Labro sub-arredondado, com cerdas curtas e finas na região mediana e longas e
levemente espessas nas bordas laterais; borda basal levemente arqueada; bordas laterais
divergentes e fortemente curvadas; anteclípeo com margem basal e apical levemente
curvadas, laterais levemente alargadas e arredondadas; projeções basais alongadas, espessas,
ápice levemente inclinado e obtuso (Fig. 24).
Mandíbulas subtriangulares, levemente alongadas, fortemente esclerotizadas,
ligeiramente assimétricas, margem externa levemente côncava no terço basal, terço apical
suavemente convexo e alongado; dente incisor com ápice afilado; mola subtriangular, afilada
na mandíbula direta e subtriangular com ápice levemente arredondado na esquerda, com
região projetada e larga com cerdas abaixo da mola (Fig. 30).
Maxila com cardo subtrapezoidal, expandido lateralmente; gálea e lacínia com ápices
arredondados cobertos com cerdas longas e grossas; último artículo do palpo maxilar de lados
subparalelos, ápice oblíquo e truncado, coberto com cerdas curtas (Fig. 36).
Lábio com mento trapezoidal, laterais anteriores levemente arredondadas, pouco
projetadas, margem apical levemente côncava; lígula sub-retangular com cerdas curtas nas
laterais; palpo labial com primeiro artículo curto, largo e inclinado; segundo alongado,
32
alargando-se gradativamente em direção ao ápice; último artículo com largura pouco menor
que o anterior, ápice arredondado (Fig. 42).
Tórax com pronoto de base fortemente arredondada e projetada, borda apical
fortemente emarginada, laterais largas e arredondadas; ângulo reto entre a borda lateral
interna e a apical (Fig. 48). Hipômeros levemente côncavos; prosterno em forma de T, longo,
na região anterior as coxas; processo prosternal plano, estreito e curto (Fig. 54).
Proendosternito com braços interno e externo de mesmo comprimento, com ápices afilados,
braço interno duas vezes mais largo que o externo (Fig. 60).
Escutelo com comprimento semelhante à largura da base, laterais anteriores e ápice
levemente afilados (Fig. 66).
Metendosternito com região mediana em forma de V amplamente aberta, com um par
de tendões curtos, sub-arredondados e pouco projetados, furca com braços laterais longos e
delgados, fortemente voltados para cima, um par de lâminas curtas e delgadas, inclinadas
internamente, região mediana da base com linha oblíqua (Fig. 72).
Élitro com calo umeral pouco projetado, margem lateral explanada (Figs. 194, 196,
197); epipleura moderadamente larga, com cerdas curtas, não foveolada (Fig. 78).
Asas membranosas com lobo anal muito estreito e afilado, veia Costa (C) longa
estendendo-se cerca de pouco mais que 2/3 o comprimento da asa; Subcosta (Sc) subparalela
a margem anterior da asa, pouco mais curta que a C, Radial (R) afilada na região apical da
asa, cerca de duas vezes mais longa que a Sc; Cubital (Cu) muito longa dirigindo-se a margem
inferior da asa, na base é unida com a R, forma com a Mediana (M) uma célula ligeiramente
aberta na região proximal; Anais (A) formando uma célula aberta na região lateral interna;
Empusal b (Eb) e Empusal a (Ea) e Plical (P) não evidentes (Fig. 84).
Mesotórax com uma fosseta triangular profunda, na margem anterior; mesepisterno
largo e alongado, o atingindo as cavidades coxais; mesoepímero subtriangular alongado,
com margem lateral arredondada, alcançando as cavidades coxais. Metasterno com linha pós-
coxal metasternal oblíqua; metepisterno alongado, com margem interna levemente côncava,
metepímero pouco evidente (Fig. 90).
Pernas com coxas anteriores transversas e alongadas, base arredondada; coxas médias
globosas; posteriores transversas, oval-alongadas; trocânteres anteriores e médios
retangulares, posteriores subtriangulares, com margem posterior alongada e arredondada.
Fêmures robustos, 2,3 vezes mais longo que a largura máxima; cerdas curtas distribuídas de
maneira uniforme; com escavação profunda para a recepção das tíbias. Tíbias alongadas,
espessas, levemente anguladas externamente, maiores largura no terço apical, com escavação
na margem anterior para a recepção dos tarsômeros na tíbia anterior e do primeiro tarsômero
nas tíbias média e posterior, estas com esporão tibial; margem da escavação bordeada com
33
cerdas curtas e grossas (Figs. 96, 102, 108). Primeiro tarsômero alongado, fortemente afilado,
margem anterior arredondada, com densa pilosidade; segundo tarsômero subtriangular
alongado, com pilosidade na borda anterior (Fig. 114); garra tarsal longa, afilada, fortemente
curvada, com um dente basal subquadrado curto (Fig. 120).
Abdome com seis esternitos visíveis, o primeiro com linha pós-coxal formando um
semicírculo incompleto, terminando próxima a base; segundo, terceiro e quarto esternitos, de
comprimento semelhante, levemente arqueados e laterais pouco alargadas; quinto esternito
com margem posterior fortemente emarginada; sexto esternito curto, margem posterior
levemente emarginada; cerdas longas nos dois últimos esternitos (Figs. 126, 195).
Genitália
: fortemente esclerotizada. Lobo médio subtriangular alongado, simétrico,
com projeção apical, em vista lateral o lobo médio é curvado posteriormente; parâmeros
delgados, com ápice arredondado, com longa pubesncia lisa. Trave fortemente torcida e
curvada (Figs. 138, 139, 145). Sifão curvado; cápsula sifonal desenvolvida; ápice torcido e
com espículas, bolsa prepucial levemente alargada (Figs. 151, 157).
Fêmea. Abdome com cinco esternitos visíveis, o quinto subtriangular, com base
ligeiramente arqueada e margem posterior arredondada (Fig. 132).
Genitália:
espermateca delgada, com pregas conspícuas, nódulo distinto do corpo,
corno muito longo, com ápice arredondado e fortemente curvado; ducto espermático longo;
coxitos subtriangulares; estilos pequenos, com cerdas longas e finas; bursa copulatrix
alongada; infundíbulo evidente com base arredondada (Figs. 163, 169, 173).
Material examinado
Zagreus bimaculosus (Mulsant, 1850)
BRASIL. Pará. Belém
. IX/1964, E. Dente leg., 1 espécime (DZUP). Rio Grande do
Norte. Natal
. III/1954, P. Melo leg., 2 espécimes (1♂, 1 ) (DZUP). 8/X/1954, P. Melo leg.,
1 espécime (DZUP). Alagoas. Maceió
. IX/1998, I. M. M. Lima leg., 1 espécime ♀
(DZUP). Bahia. Cruz das Almas
. 25/VI/1998, Edimilson S. S. leg., 2 espécimes (DZUP).
Mato Grosso. Ribeirão Cascalheira
. 22/VIII/1997, H. Cabette leg., 1 espécime (DZUP).
Goiás. Jataí
. Faz. Aceiro, X/1962, Exp. Dep. Zool., 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP). Minas
Gerais. Mar de Espanha
. 1-2/III/1962, J. Bechyné leg., 1 espécime (DZUP). Ponte Nova.
25/II/1962, J. Bechyné leg., 1 espécime ♂ (DZUP).Espírito Santo. Nova Almeida
. 20/2-
3/III/1967, C. & C. T. Elias leg., 1 espécime (DZUP). Rio de Janeiro. Seropédica
.
20/VIII/2003, E. L. Aguiar-Menezes leg., 1 espécime (DZUP); 10/X/2003, E. L. Aguiar-
Menezes leg., 1 espécime (DZUP). São Paulo. Sem localidade, sem data, sem coletor, 1
espécime (MZSP). Araçatuba
. 7/IX/1988, M. T. Hiodo, 1 espécime (UNESP). Barueri.
12/II/1961, K. Lenko leg., 1 espécime (DZUP). Botucatu
. 11/VII/1996, W. B. Crocomo
leg. 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP). Jaboticabal
. XI/1989, D. A. Silveira leg., 1 espécime
(UNESP). Nova Campina
. 6/XII/2001, N. C. Oliveira leg., 1 espécime (DZUP). Ribeirão
Preto. sem data, sem coletor, 1 espécime (DZUP). Rio Claro. XII/1940, Claretiano leg., 1
34
espécime ♀ (MNCI). São José do Rio Preto
. XI/1989, R. Nasironi leg., 1 espécime ♀
(UNESP). São Roque
. IV/1937, F. C. Camargo leg., 1 espécime (DZUP). Paraná. Curitiba.
10/X/1984, E. Costa leg., 1 espécime (DZUP); I/1989, R. Marinoni leg., 1 espécime
(DZUP); Parque Iguaçu, 6/XI/1993, I. M. M. Lima leg. 1 espécime (DZUP); 26/III/1997,
V. Hoffmann & J. Milléo leg. 1 espécime (DZUP); 15/III/2007, C. B. C. Martins leg., 1
espécime (DZUP); Jardim das Américas, 13/IX/2007, A. A. dos Santos leg, 1 espécime
(DZUP). Palmeira
. 13/XII/1984, A. Lara leg., 2 espécimes (DZUP); 13/XII/1984, J. T.
Motta leg., 2 espécimes (DZUP). Ponta Grossa
. 22/II/2007, G. H. Corrêa leg., 1 espécime
(DZUP); Vila Velha, 21/III/2007, P. C. Grossi leg., 1 espécime (DZUP). Porto
Amazonas. 3/II/1982, S. Malkowski leg, 1 espécime (DZUP). Santa Catarina. São Bento
do Sul. 12/X/1981, I. Rank leg., 1 espécime (DZUP); 18/XI/1980, I. Rank leg., 1 espécime
(DZUP).
3.4 Discussão
Formato do corpo
Os gêneros Cladis e Zagreus (Figs. 178, 194) possuem o corpo ovalado, enquanto que
em Chilocorus, Curinus e Egius (Figs. 174, 182, 186) o corpo é fortemente arredondado. Em
Harpasus (Fig. 190) o corpo das espécies varia de ovalado a arredondado. A convexidade é
acentuada em Zagreus, Curinus, Chilocorus e moderada em Cladis, Harpasus e Egius.
A pontuação distribui-se por toda a região dorsal, modificando o brilho, que pode ser
fosco, quando a pontuação é fina e densa como em Curinus, Egius, Harpasus e Zagreus, ou
brilhante quando a pontuação é fina e esparsa como em Chilocorus e Cladis. A região ventral
em todos os gêneros é brilhante.
Cabeça
O formato da cabeça pode variar de sub-retangular como em Chilocorus, Cladis, Egius
e Zagreus (Figs. 1, 2, 4, 6) a subquadrangular como em Harpasus e Curinus (Figs. 3, 5).
Os representantes da subfamília Chilocorinae, são facilmente reconhecidos, por
possuírem os olhos fortemente emarginados pela expansão lateral do clípeo, o qual varia no
comprimento, podendo ser curta em Chilocorus e Harpasus, e longa nos demais gêneros.
A largura da fronte é maior em Curinus e Egius. Chilocorus é o único gênero que
possui a margem interna dos olhos fortemente côncava, sendo que nos demais, esta é oblíqua
ou arredondada.
A região gular é longa somente em Egius e Harpasus, sendo que a margem anterior
varia principalmente quanto à curvatura.
35
Antenas
Em Chilocorus, Egius e Zagreus as antenas apresentam oito artículos (Figs. 13, 16,
18); em Cladis e Curinus 10 artículos (Figs. 14, 15), e Harpasus nove artículos (Fig. 17). O
primeiro artículo pode ser alongado ou curto, fortemente a levemente inclinado. Apresentam
uma clava indistinta fusiforme, variando na largura, entre os gêneros. O último artículo
encontra-se encaixado no artículo anterior e varia desde curto e triangular em Harpasus a
longo e arredondado em Chilocorus e Egius.
Labro
Em Chilocorus e Cladis o labro tem formato subtrapezoidal, sendo mais truncado em
Chilocorus (Figs. 19, 20), em Curinus, Harpasus e Zagreus o labro é sub-arredondado (Figs.
21, 23, 24), enquanto que em Egius este se apresenta semi-circular (Fig. 22). As projeções
basais são longas com ápices afilados ou obtusos em Cladis, Curinus e Zagreus, enquanto que
nos demais gêneros, estas são curtas com ápices arredondados.
Mandíbulas
Chilocorus é o único gênero, que apresenta as mandíbulas subtriangulares alongadas,
enquanto os demais possuem as mandíbulas subtriangulares levemente ou fortemente
arredondadas. Podem variar de quase simétricas em Chilocorus, Curinus (Figs. 25, 26), quase
simétricas em Egius e Harpasus (Figs. 28, 29), e assimétricas Cladis e Zagreus (Figs. 27, 30).
Maxilas
Em Chilocorus o cardo da maxila tem a forma sub-arredondado (Fig. 31), com leve
expansão lateral, enquanto que nos demais gêneros, é subtrapezoidal e expandido
lateralmente.
Os artículos apicais dos palpos maxilares podem ser de lados paralelos em Chilocorus,
levemente divergentes em Cladis e Curinus (Figs. 32, 33), subparalelos em Harpasus e
Zagreus (Figs. 35, 36), e em Egius de lados convergentes em direção ao ápice (Fig. 34).
Lábio
A forma do mento pode variar de trapezoidal em Chilocorus, Harpasus e Zagreus
(Figs. 37, 41, 42), trapezoidal-alongada em Curinus (Fig. 39) e subtrapezoidal em Cladis e
Egius (Figs. 38, 40), sendo que as laterais anteriores podem ser fortemente projetadas como
em Egius, projetadas em Cladis, Curinus e pouco projetadas em Chilocorus e Zagreus.
36
Pronoto
A emarginação na região anterior pode ser leve como em Chilocorus, Egius e
Harpasus (Figs. 43, 46, 47), ou forte nos demais. O ângulo formado entre a lateral interna do
pronoto e o ápice pode variar desde levemente obtuso até reto. As laterais podem ser largas e
sub-arredondadas ou estreitas, afiladas e arredondadas.
Os hipômeros podem ser foveolados como em Chilocorus e Harpasus (Figs. 49, 53).
O processo prosternal pode ser largo e curto, como em Chilocorus e Curinus (Fig. 51), largo e
longo, com as laterais fortemente escavadas em Harpasus, estreitos e alongados em Cladis e
Egius (Figs. 50, 52) e curtos em Zagreus (Fig. 54).
Quanto ao proendosternito, Egius é o único gênero que apresenta somente o braço
interno (Fig. 58), sendo que os demais gêneros possuem os braços interno e externo, além
disso, a forma, comprimento e largura apresentam grande variação entre os gêneros.
Escutelo
Os escutelos o subtriangulares, com comprimento semelhante a largura da base, ou
ligeiramente mais alongados, posteriormente. As laterais anteriores são arredondadas em
Chilocorus, Cladis, Curinus (Figs. 61, 62, 63), levemente afiladas em Harpasus e Zagreus
(Figs. 65, 66), ou com forte curvatura próxima a base em Egius (Fig. 64). O ápice é afilado
somente em Cladis, nos demais é ligeiramente ou fortemente arredondado.
Metendosternito
Chilocorus e Egiuso os únicos gêneros que apresentam a região anterior mediana do
metendosternito, em forma de U (Figs. 67, 70), nos demais gêneros a forma é de V
amplamente aberto. Todos possuem um par de tendões que podem ser longos e afilados em
Cladis (Fig. 68), ou curtos e arredondados ou afilados nos demais. Os braços laterais são em
geral afilados com lâminas voltadas externamente, exceto em Chilocorus, que possui os
braços laterais espessos e as lâminas curvadas internamente.
Élitros
Os élitros são fortemente esclerotizados com epipleura moderadamente larga, exceto
em Egius, que são levemente esclerotizados e com a epipleura larga (Fig. 76). Esta pode ser
fortemente foveolada como em Chilocorus (Fig. 73), levemente foveolada como em Cladis,
Curinus e Harpasus (Figs. 74, 75, 77) ou não foveolada nos demais.
O calo umeral é pouco projetado em Harpasus e Zagreus. A margem pode ser
explanada, como em Zagreus ou pouco explanada, no caso dos demais.
37
Asas posteriores
Nas asas posteriores os lobos anais podem variar, de subquadrados em Chilocorus e
Harpasus (Figs. 79, 83), estreito com ápice arredondado em Cladis e Curinus (Figs. 80, 81),
largo e ápice arredondado em Egius (Fig. 82) e muito estreito e afilado em Zagreus (Fig. 84).
As veias Anais formam célula fechada, na base das asas, somente em Chilocorus,
Curinus e Harpasus, nos demais podem ser pouco ou muito abertas. A abertura se do lado
da anal interna, podendo ser na região proximal, mediana ou distal.
A Plical está ausente em Harpasus e Zagreus, nos demais pode ser evidente ou pouco
evidente. As Empusais estão ausentes em Zagreus e em Chilocorus somente a Empusal a (Ea)
está presente.
Parte distal da Radial posterior, ausente apenas em Egius (Fig. 81), e bifurcada na
região proximal em Curinus. Mediana posterior com bifurcação proximal em Cladis, Curinus
e Harpasus.
Mesotórax
No mesotórax os gêneros apresentam uma fóvea profunda, na margem anterior que
pode ser triangular como em Chilocorus, Cladis e Zagreus (Figs. 85, 86, 90), subtriangular
em Harpasus (Fig. 89), sub-arredondada em Curinus (Figs. 86), e circular em Egius (Fig. 88).
A linha metasternal é sinuosa em Chilocorus, nos demais gêneros pode ser oblíqua, arqueada
ou ligeiramente reta.
Pernas
A forma das coxas varia muito pouco entre os gêneros sendo que as anteriores são
alongadas, as médias globosas e as posteriores oval-alongadas. Os fêmures podem ser
delgados como em Cladis e Egius (Figs. 92, 94, 98, 100, 104, 106) ou robustos como nos
demais.
As tíbias de Chilocorus e Egius apresentam um dente, na margem externa do terço
basal, estando ausentes os esporões apicais.
Os tarsos são criptotetrâmeros, e os tarsômeros, podem ser afilados e alongados com
ápice arredondado como em Chilocorus, Curinus e Zagreus, ou com a margem anterior
amplamente arredondada como em Cladis, Egius e Harpasus.
As garras tarsais apresentam um dente basal, porém em Egius este, é curto e inclinado
(Fig. 118), sendo que nos demais gêneros o dente basal é quadrangular, variando no
comprimento e largura. Em relação ao dente apical este pode ser levemente a fortemente
curvado.
38
Abdome
O abdome dos machos apresenta seis esternitos abdominais. Em Chilocorus o quinto
esternito é arredondado na margem posterior, e o último com uma projão mediana afilada
(Fig. 121), enquanto que nos demais gêneros estes dois últimos esternitos são levemente ou
fortemente emarginados.
Nas fêmeas o abdome apresenta cinco esternitos, exceto em Egius que apresenta seis
(Fig. 130). Chilocorus possui o último esternito abdominal amplamente arredondado e curto
(Fig. 127), enquanto que em Cladis, Curinus, Harpasus e Zagreus é subtriangular (Figs. 128,
129, 131, 132).
A linha pós-coxal nos primeiros esternitos abdominais é incompleta, sendo que em
Chilocorus e Egius é amplamente incompleta, seguindo a margem posterior do primeiro
esternito, terminando próxima a margem lateral. Em Cladis, Curinus e Harpasus é levemente
curvada, terminando na lateral posterior, enquanto em Zagreus, a linha forma um semicírculo,
quase completo, distante da margem posterior.
Genitália masculina
A genitália masculina é fortemente esclerotizada, exceto em Egius. O lobo médio pode
ser assimétrico em Chilocorus, Curinus e Egius (Figs. 140, 142, 143) ou simétrico nos
demais. Os parâmeros são mais curtos em Chilocorus, Egius e Zagreus (Figs. 133, 136, 138).
Em vista lateral o lobo médio possui uma projeção apical, em Egius é afilada e em Zagreus
alargada (Fig. 139).
Os parâmeros podem ser comprimidos no terço basal e alargados no ápice em
Chilocorus, Cladis, Curinus e Harpasus (Figs. 140, 141, 142, 144). Quanto à pubescência em
Chilocorus é ondulada na região anterior e apical dos parâmeros, enquanto que na região
posterior e nos demais gêneros a pubescência é lisa. O ápice dos parâmeros em vista lateral
pode ser levemente curvado em Curinus (Fig. 135), curvado em Cladis (Fig. 134), ou
fortemente curvado em Harpasus (Fig. 137). Nos demais gêneros podem ser arredondados ou
afilados. As traves são espessas ou fortemente afiladas.
Quanto ao sifão podem ser levemente a fortemente curvados, a bolsa prepucial e a
cápsula sifonal podem ser bem desenvolvidas como em Chilocorus (Fig. 146), ou levemente
alargadas e com o braço interno bem desenvolvido e inclinado internamente, nos demais.
Genitália feminina
A espermateca pode ser larga ou afilada, com pregas, em Chilocorus e Egius o corno é
curto e com um apêndice alongado, de ápice arredondado ou afilado (Figs. 158, 161).
39
Os coxitos são subtriangulares e alongados em Cladis, Curinus, Harpasus e Zagreus
(Figs. 165, 166, 168, 169) e subtriangulares pequenos em Chilocorus e Egius (Figs. 164, 167),
estes dois gêneros não possuem infundíbulo.
4. CONCLUSÕES
A comparação dos seis gêneros Neotropicais de Chilocorini possibilitou um maior
conhecimento de estruturas que auxiliam na sua identificação, sendo que alguns caracteres
estudados foram observados pela primeira vez, como asas, cabeça, metendosternito, entre
outros, estes se mostraram significativos para diagnosticar a tribo. Com base nesse estudo, a
tribo passa a ser caracterizada por apresentar, corpo glabro; olhos fortemente emarginados
pela expansão do clípeo; antenas com oito a dez artículos e com inserção oculta; élitros com a
margem lateral pouco explanada; epipleura alargada, com ou sem fóveas; pernas robustas com
tíbias munidas ou não de dentes e esporões; garras tarsais apendiculadas; abdome nos machos
sempre com seis esternitos e nas fêmeas com cinco ou seis; linha pós-coxal incompleta;
genitália masculina, com lobo médio simétrico ou pouco assimétrico; genitália feminina com
espermateca robusta, ducto espermático longo.
Os gêneros aparentemente mais semelhantes entre si, são Cladis, Curinus, Harpasus e
Zagreus por apresentarem esporões tibiais, os mesmos padrões de linha pós-coxal e pela
forma dos coxitos, na genitália feminina, presença de infundíbulo e também labros de forma
semelhante com presença de cerdas.
Cladis e Curinus parecem ser os mais próximos uma vez que apresentam o mesmo
número de artículos nas antenas e pelo padrão do infundíbulo e coxitos.
Chilocorus e Egius apresentam caracteres semelhantes como, por exemplo, número de
artículos antenais, tíbias com um dente na margem externa, forma da linha pós-coxal similar,
ausência de infundíbulo e pelo apêndice alongado na espermateca.
40
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Obs. Referências e citações elaboradas seguindo orientações da Revista Brasileira de
Entomologia.
46
Figs. 1 - 12. Cabeça: (1-6) vista dorsal, (7-12) vista ventral (rg, região gular). Chilocorus
nigrita (1, 7); Cladis nitidula (2, 8); Curinus coeruleus (3, 9); Egius platycephalus (4, 10);
Harpasus pallidilabris (5, 11); Zagreus bimaculosus (6, 12).
47
Figs. 13 - 18. Antenas: Chilocorus nigrita (13); Cladis nitidula (14); Curinus coeruleus (15);
Egius platycephalus (16); Harpasus pallidilabris (17); Zagreus bimaculosus (18).
48
Figs. 19 - 30. Labro (pb, projeções basais; ac, anteclípeo): (19-24); Mandíbulas (di, dente
incisor; ml, mola; pt, prosteca): (25-30); Chilocorus nigrita (19, 25); Cladis nitidula (20, 26);
Curinus coeruleus (21, 27); Egius platycephalus (22, 28); Harpasus pallidilabris (23, 29);
Zagreus bimaculosus (24, 30).
49
Figs. 31-42. Maxilas (cd, cardo; lc, lacínia; g, gálea; pmx, palpo maxilar): (31-36); Lábio (m,
mento; plb, palpo labial; lg, lígula): (37-42). Chilocorus nigrita (31, 37); Cladis nitidula (32,
38); Curinus coeruleus (33, 39); Egius platycephalus (34, 40); Harpasus pallidilabris (35,
41); Zagreus bimaculosus (36, 42).
50
Figs. 43 - 60. Pronoto vista dorsal: (43-48); Pronoto vista ventral (h, hipomero; pp, processo
prosternal): (49-54); Proendosternito (bi, braço interno; be, braço externo): (55-60);
Chilocorus nigrita (43, 49, 55); Cladis nitidula (44, 50, 56); Curinus coeruleus (45, 51, 57);
Egius platycephalus (46, 52, 58); Harpasus pallidilabris (47, 53, 59); Zagreus bimaculosus
(48, 54, 60).
51
Figs. 61 - 72. Escutelo: (61-66); Metendosternito (t, tendão; bl, braço lateral; lm, lâmina): (67-
72); Chilocorus nigrita (61, 67); Cladis nitidula (62, 68); Curinus coeruleus (63, 69); Egius
platycephalus (64, 70); Harpasus pallidilabris (65, 71); Zagreus bimaculosus (66, 72).
52
Figs. 73 - 78. Epipleura (ep) (fv, fóvea): (73-78); Chilocorus nigrita (73); Cladis nitidula
(74); Curinus coeruleus (75); Egius platycephalus (76); Harpasus pallidilabris (77); Zagreus
bimaculosus (78).
53
Figs. 79 - 84. Asa posterior (C, costa; Sc, subcosta, R, radial; RP, radial posterior; Cu, cubital;
M, mediana; MP, mediana posterior; A, anais; Ea, Eb, empusais; P, plical): Chilocorus nigrita
(79); Cladis nitidula (80); Curinus coeruleus (81); Egius platycephalus (82); Harpasus
pallidilabris (83); Zagreus bimaculosus (84).
54
Figs. 85 - 90. Meso e metasterno (ms, mesepisterno; msp, mesoepímero; mt, metepisterno
mtp, metepímero; lmt, linha metasternal): Chilocorus nigrita (85); Cladis nitidula (86);
Curinus coeruleus (87); Egius platycephalus (88); Harpasus pallidilabris (89); Zagreus
bimaculosus (90).
55
Figs. 91 - 96.
Perna anterior: Chilocorus nigrita (91); Cladis nitidula (92); Curinus coeruleus
(93); Egius platycephalus (94); Harpasus pallidilabris (95); Zagreus bimaculosus (96).
56
Figs. 97 - 102. Perna média: Chilocorus nigrita (97); Cladis nitidula (98); Curinus coeruleus
(99); Egius platycephalus (100); Harpasus pallidilabris (101); Zagreus bimaculosus (102).
57
Figs. 103 - 108. Perna posterior: Chilocorus nigrita (103); Cladis nitidula (104); Curinus
coeruleus (105); Egius platycephalus (106); Harpasus pallidilabris (107); Zagreus
bimaculosus (108).
58
Figs. 109 - 120. Tarsos, (109-114); garra tarsal, (115-120): Chilocorus nigrita (109, 115);
Cladis nitidula (110, 116); Curinus coeruleus (111, 117); Egius platycephalus (112, 118);
Harpasus pallidilabris (113, 119); Zagreus bimaculosus (114, 120).
59
Figs. 121 - 126. Abdome macho: Chilocorus nigrita (121); Cladis nitidula (122); Curinus
coeruleus (123); Egius platycephalus (124); Harpasus pallidilabris (125); Zagreus
bimaculosus (126).
60
Figs. 127 - 132. Abdome fêmea: Chilocorus nigrita (127); Cladis nitidula (128); Curinus
coeruleus (129); Egius platycephalus (130); Harpasus pallidilabris (131); Zagreus
bimaculosus (132).
61
Figs. 133 - 139. Tégmen vista lateral (tv, trave; lm, lobo médio; p, parâmeros): Chilocorus
nigrita (133); Cladis nitidula (134); Curinus coeruleus (135); Egius platycephalus (136);
Harpasus pallidilabris (137); Zagreus bimaculosus (138), ápice do lobo médio (139).
62
Figs. 140 - 145. Tégmen vista frontal: Chilocorus nigrita (140); Cladis nitidula (141);
Curinus coeruleus (142); Egius platycephalus (143); Harpasus pallidilabris (144); Zagreus
bimaculosus (145).
63
Figs. 146 - 151. Sifão. Chilocorus nigrita (146); Cladis nitidula (147); Curinus coeruleus
(148); Egius platycephalus (149); Harpasus pallidilabris (150); Zagreus bimaculosus (151).
64
Figs. 152 - 157. Ápice do sifão. Chilocorus nigrita (152); Cladis nitidula (153); Curinus
coeruleus (154); Egius platycephalus (155); Harpasus pallidilabris (156); Zagreus
bimaculosus (157).
65
Figs. 158 - 163. Espermateca. Chilocorus nigrita (158); Cladis nitidula (159); Curinus
coeruleus (160); Egius platycephalus (161); Harpasus pallidilabris (162); Zagreus
bimaculosus (163).
66
Figs. 164 - 169. Genitália feminina (cx, coxitos; bc, bursa copulatrix; inf, infundíbulo).
Chilocorus nigrita (164); Cladis nitidula (165); Curinus coeruleus (166); Egius platycephalus
(167); Harpasus pallidilabris (168); Zagreus bimaculosus (169).
67
Figs. 170 - 173. Infundíbulo. Cladis nitidula (170); Curinus coeruleus (171); Harpasus
pallidilabris (172); Zagreus bimaculosus (173).
68
Figs. 174 - 197. Vistas dorsal, ventral, lateral e frontal. Chilocorus nigrita (174-177); Cladis
nitidula (178-181); Curinus coeruleus (182-185); Egius platycephalus (186-189); Harpasus
pallidilabris (190-193); Zagreus bimaculosus (194-197).
CAPÍTULO
II
Revisão do gênero
Harpasus Mulsant, 1850
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorini)
70
Revisão do gênero Harpasus Mulsant, 1850
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorini)
RESUMO
As espécies do gênero Harpasus Mulsant, 1850 foram revisadas através do estudo
morfológico do exoesqueleto e genitália. Foi possível examinar o holótipo e parátipos de
Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006 e o homótipo de H. zonatus (Mulsant, 1850). O
lectótipo de H. eversmanni (Mulsant, 1850) foi designado. Três espécies novas foram
descritas Harpasus sp. nov. A (localidade tipo: Teresópolis, RJ, Brasil), Harpasus sp. nov. B
(Puerto Carreño, Vichada, Colômbia) e
Harpasus
sp. nov. C
(Chanchamayo, Junín, Peru).
São apresentadas diagnoses detalhadas para o gênero e suas sete espécies, chave de
identificação, além de mapas de distribuição e aspectos biológicos. O gênero Harpasus
apresenta os seguintes caracteres: corpo arredondado a ovalado; glabro; coloração castanha
clara a escura ou azul-esverdeada, com ou sem máculas negras, comprimento variando de
2,52 a 3,92 mm; antenas com nove artículos; palpo maxilar com artículo terminal de lados
paralelos; processo prosternal largo com as regiões laterais fortemente escavadas; linha pós-
coxal incompleta; segundo e terceiro par de tíbias com dois esporões; genitália do macho com
o ápice dos parâmeros fortemente curvados; genitália da fêmea com coxitos e bursa copulatrix
alongados, infundíbulo presente. As espécies do gênero diferem entre si principalmente pelos
diferentes padrões de coloração e da genitália masculina e feminina. Os dados da literatura e
etiquetas indicam que as espécies alimentam-se de Hemiptera, Coccidae, Aphididae e
Psyllidae, as quais utilizam plantas hospedeiras das seguintes famílias Lytraceae, Malvaceae,
Myrtaceae, Poaceae, Rutaceae e Solanaceae.
71
Revision of the genus Harpasus Mulsant, 1850
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae)
ABSTRACT
Species of the genus Harpasus Mulsant, 1850 were revised through a morphological study of
exoskeleton and genitalia. It was possible to examine the holotype and paratypes of Harpasus
aureus Almeida & Carvalho, 2006 and homotype of H. zonatus (Mulsant, 1850). The
lectotype of H. eversmanni (Mulsant, 1850) was designated. Three new species were
described, Harpasus sp. nov. A (type locality: Teresopolis, RJ, Brazil), Harpasus nov. B
(Puerto Carreño, Vichada, Colombia) and Harpasus sp. nov. C (Chanchamayo, Junín, Peru).
Herein are presented detailed diagnosis for the genus and seven species, identification key,
beside of distribution maps and biological aspects. The genus Harpasus presents the
following characters: body rounded to oval, convex; glabrous; light to dark brown or bluish-
green, with or without black maculae, body length: 2,52 to 3,92 mm; antennae with nine
segments; maxillary palpi with the last article with parallel sides; prosternal process broad,
with lateral margins strongly grooved; postcoxal line incomplete; tibial spurs present on
second and third legs; male genitalia with apex of parameres strongly curved; female genitalia
with coxites and bursa copulatrix long; infundibulum present. The species of the genus differs
between themselves by the different patterns of color and male and female genitalia. The
literature and labels indicates that the species feed on Hemiptera, Coccidae, Aphididae and
Psyllidae, which one utilize the following host-plants, Lytraceae, Malvaceae, Myrtaceae,
Poaceae, Rutaceae and Solanaceae.
72
1. INTRODUÇÃO
O gênero Harpasus Mulsant pertence a tribo Chilocorini, e foi indicado pela primeira
vez por Mulsant em 1850, como subgênero de Orcus, incluindo três novas espécies: Orcus
(Harpasus) pallidilabris, O. (Harpasus) eversmanni e O. (Harpasus) zonatus. Em 1874,
Crotch sinonimizou Harpasus com Curinus, e designou O. (Harpasus) pallidilabris como
espécie-tipo.
Chapin (1965) estudou alguns neros de Chilocorini e revalidou o gênero Harpasus.
Gordon (1987) no “Catalogue of the Crotch collection of Coccinellidae”, concordou com
Chapin (1965) e manteve as três espécies no gênero. Fürsch (1996) reconheceu Harpasus
como um gênero válido na subfamília Chilocorinae, tribo Chilocorini.
O gênero contém quatro espécies, incluindo a última espécie descrita recentemente,
Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006.
De acordo com Chapin (1965) Harpasus pode ser reconhecido pelos seguintes
caracteres corpo arredondado, convexo, superfície dorsal glabra; antena curta, com nove
artículos; processo prosternal largo, com as margens laterais fortemente escavadas; pernas
delgadas, esporões tibiais presentes nas pernas medias e posteriores, garras tarsais
apendiculadas, com dente basal largo e quadrado; margem elitral pouco explanada, epipleura
foveolada para a recepção dos ápices femurais das pernas posteriores. Abdome com seis
esternitos visíveis nos machos e cinco nas fêmeas; linha pós-coxal incompleta; genitália
masculina com ápice dos parâmeros fortemente curvados para trás e genitália feminina com
coxitos longos e delgados, com infundíbulo.
Poucos trabalhos abordam os aspectos bioecológicos deste gênero, o qual é constituído
por espécies predadoras com potencial para o controle biológico. Dentre as espécies do
gênero se conhece apenas os hábitos alimentares de duas delas. Harpasus zonatus foi coletada
sobre duas famílias de plantas, Rutaceae e Poaceae, alimentando-se de Coccidae (Hemiptera)
(Wille 1926). Harpasus aureus alimenta-se de Tinocallis kahawaluokalani (Kirkaldy, 1907)
(Hemiptera, Aphididae), afídeos que infestam Largerstroemia indica L. (Lythraceae). Esses
afídeos causam sérios danos nas árvores, pois excretam o “honeydew” que propiciam o
crescimento de fungos, que tornam as folhas e tronco escuros (Almeida & Carvalho 2006).
Tendo em vista que depois da década de 1960 o gênero não foi estudado, o objetivo
deste trabalho éo de revisar as espécies de Harpasus, buscando acrescentar novos caracteres
diagnósticos, elaborar chave de identificação, mapas de distribuição e incluir informações
adicionais sobre aspectos biológicos, com intuito de gerar um maior conhecimento sobre este
grupo, que apresenta grande potencial como agente de controle biológico.
73
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Procedência e exame do material
O material utilizado para o estudo foi obtido de algumas instituições citadas no capítulo I,
e as incluídas abaixo:
MCNZ - Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil (Maria Helena Galileo)
MNHN - Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris, França (Nicole Berti).
UNALM - Museo de Entomología Klaus Raven Büller, Unidad Nacional Agraria La
Molina, Lima, Peru (Clorinda Vergara)
Foram examinados 180 exemplares, incluindo as espécies consideradas novas (Tabela I).
Tabela I: Espécies de Harpasus, número de exemplares e total de espécimes
estudados.
Espécies N.o de espécimes
Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006 43
Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850) 3
Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850) 17
Harpasus zonatus (Mulsant, 1850) 103
Harpasus sp. nov. A
8
Harpasus sp. nov. B
2
Harpasus sp. nov. C
4
Total
180
Das espécies listadas no item anterior, foi possível examinar o material-tipo de três
delas: Harpasus aureus Holótipo (1♂), Parátipos (4♂, 8♀); Harpasus eversmanni Lectótipo
(1♀); Harpasus sp. nov. C Holótipo (1♂), Parátipos (3♀).
2.2 Metodologia
Para a dissecção dos espécimes foi utilizada a mesma metodologia do capítulo I.
Foram realizados 116 desenhos das seguintes estruturas: cápsula cefálica vista dorsal e
ventral, antena, mandíbulas, maxila, lábio, protórax vista dorsal e ventral, proendosternito,
74
élitro, metendosternito, pernas anterior, média e posterior, abdome, genitália masculina e
feminina. Em algumas estruturas relevantes, foram feitos desenhos em maior aumento para a
demonstração de detalhes.
As espécies foram fotografadas com câmera Leica DFC 500, acoplada ao
estereomicroscópio Leica MZ16, o alinhamento das imagens, realizado pelo Software Auto-
Montage Pro (Syncroscopy) pertencente ao “Projeto Taxon line Rede Paranaense de Coleções
Biológicas”, exceto a do Lectótipo de Harpasus eversmanni, obtida com câmera digital Sony,
Cyber-Shot DSC S57, acoplada a estereomicroscópio Zeiss Stemi 2000-c, do Laboratório de
Sistemática e Bioecologia de Coleoptera, do Departamento de Zoologia. A arte final dos
desenhos e fotos foi realizada no programa ADOBE PHOTOSHOP CS versão 8.0.
Cada exemplar foi sexado e mensurado utilizando-se uma ocular milimetrada, acoplada
a um estereomicroscópio WILD-M5. Os resultados obtidos foram anotados em planilhas, para
posterior cáculo dadia dos espécimes.
O padrão seguido para as mensurações foi o proposto por Slipinski & Giorgi (2006), e
adaptado de acordo com os exemplares: comprimento Total (CT), tendo sua origem na
margem apical do pronoto ao ápice do élitro; comprimento pronotal (CP), região mediana da
margem anterior até o ínicio do escutelo; comprimento do élitro (CE), ao longo da sutura
incluindo o escutelo; largura pronotal (LP), região mais larga; largura elitral (LE), largura de
ambos os élitros na região mais larga.
Para distribuição geográfica das espécies de Harpasus, foi elaborado um banco de
dados no programa MICROSOFT OFFICE EXCEL versão 2003
®
e para isso, cada espécime
recebeu uma codificação facilitando assim o processo de inclusão das informações no banco
de dados. Foram registrados os seguintes dados: gênero, espécie, país, estado, localidade,
coordenadas geográficas, quantidade de exemplares por alfinete, codificação do exemplar,
coletor, data de coleta, observação, sexo, planta hospedeira e possível presa.
As coordenadas geográficas foram retiradas dos sites, GLOBAL GAZETTEER,
version 2.1 e FUZZY GAZETTEER, v 2.1. Os mapas de distribuição geográfica foram
elaborados no programa ArcView Gis 3.2a (Esri 1999).
Na lista de material examinado, foi citado o país, estado, localidade, data de coleta,
coletor, sexo representado pelos símbolos macho (♂) e fêmea (♀) e a sigla da coleção à qual o
exemplar pertence.
Para algumas espécies do gênero Harpasus, foi possível obter informações sobre os
aspectos biológicos a partir dos dados das etiquetas de coleta e da bibliografia.
A terminologia adotada foi baseada nos mesmos trabalhos utilizados no capítulo I.
75
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram redescritas quatro espécies, Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006, H.
eversmanni (Mulsant, 1850), H. pallidilabris (Mulsant, 1850), H. zonatus (Mulsant, 1850) e
descritas três novas, as quais serão a seguir apresentadas.
Harpasus Mulsant, 1850
Orcus (Harpasus) Mulsant, 1850: 473.
Curinus (Harpasus): Crotch, 1874: 190 (sistemática); Gemminger & Harold, 1876: 3777
(catálogo); Korschefsky, 1932: 252 (catálogo).
Curinus: Blackwelder, 1945: 451 (checklist).
Harpasus: Chapin, 1965: 235 239 (sistemática); Gordon, 1987: 24 (catálogo); Chazeau,
Fürsch & Sasaji, 1989: 7 (checklist); Fürsch, 1990: 5, 11 (checklist); Fürsch, 1996: 5,
11 (checklist); Duverger, 2003: 66 (sistemática); Almeida & Carvalho, 2006: 32
(descrição).
Espécie-tipo: Orcus (Harpasus) pallidilabris Mulsant, 1850, por designação subseqüente de
Crotch, 1874.
3.1 Histórico
O gênero Harpasus foi mencionado pela primeira vez por Mulsant (1850), como
subgênero de Orcus ao final da descrição de Orcus coeruleus, para evidenciar a existência de
uma fóvea na lateral interna do pronoto “repli prothoracique creusé d’une fossette très-
marquée (G. Harpasus)”, e sugere que este caráter poderia separar algumas espécies dentro do
gênero Orcus.
Em 1874, Crotch elevou Curinus a gênero, realizou uma breve redescrição, colocando
neste cinco espécies, C. coeruleus, C. pallidilabris, C. peleus, C. eversmanni e C. zonatus e
fez um breve comentário de que a existência da fóvea no protórax não era um caráter válido
para gênero. Colocou então Harpasus como subgênero de Curinus e designou Orcus
(Harpasus) pallidilabris Mulsant 1850, como espécie tipo.
Gemminger & Harold (1876) concordaram com Crotch e mantiveram as cinco
espécies neste gênero.
Em 1924, Brèthes descreveu Curinus ruizi, aumentando para seis as espécies do
gênero.
76
Em 1926, Wille publicou um trabalho completo sobre a espécie Curinus (Orcus)
zonatus, descrevendo aspectos morfológicos de larvas e adultos, aspectos biológicos,
possíveis presas e plantas, as quais esta espécie estava associada.
Em 1932, Korschefsky sinonimizou Harpasus com Curinus e designou Curinus
coeruleus Mulsant, como espécie tipo do gênero.
Blackwelder (1945) em seu checklist manteve as seis espécies neste gênero e
evidenciou que Curinus têm distribuição restrita à região Neotropical.
Chapin (1965) estudou alguns neros da tribo e revalidou o gênero Harpasus,
propondo novas combinações. Transferiu Curinus peleus para Exochomus e C. pallidilabris,
C. eversmani e C. zonatus para Harpasus, deixando Curinus apenas com a espécie tipo.
Quanto a C. ruizi comenta que a mesma deve ter sido confundida por um erro no desenho do
número de antenômeros e que esta espécie deveria pertencer a Harpasus.
Gordon em seu catálogo de 1987, manteve Harpasus eversmanni, H. pallidilabris e H.
zonatus no gênero.
Chazeau et al. (1989) e Fürsch (1990, 1996) em seu checklist, colocaram Harpasus
como gênero válido dentre os Chilocorini e corroboraram H. pallidilabris como espécie-tipo.
Em 2006, Almeida & Carvalho apresentaram uma breve diagnose para o gênero e
descreveram mais uma espécie, Harpasus aureus, coletada em Curitiba, Paraná.
3.2 Redescrição de Harpasus
Macho. Corpo arredondado ou ovalado em vista dorsal (Fig. 1), moderadamente
convexo (Fig. 2), superfície dorsal glabra. Tegumento com coloração variando desde castanho
claro a avermelhado, até azul-esverdeado, com ou sem máculas ou faixas; superfície ventral
brilhante. Pontuação dorsal fina com pontos eqüidistantes e na lateral dos élitros com
pontuação grossa.
Cabeça subquadrangular de coloração castanho-dourado brilhante a avermelhado ou
azul-esverdeado; região fronto-clipeal com numerosas cerdas finas longas; expansão lateral
do clípeo curta, com leve emarginação na região mediana e margens laterais fortemente
arqueadas. Fronte duas vezes mais larga que o maior comprimento do olho, este oblongo e
oblíquo (Figs. 4, 5). Antenas curtas com nove antenômeros (Fig. 10). Labro transverso,
subarredondado, com longas cerdas (Fig. 6), parcialmente exposto em vista frontal.
Mandíbulas robustas, subtriangulares, quase simétricas, margem externa levemente côncava,
no terço basal, suavemente convexo no terço apical, borda interna levemente denteada; mola
subtriangular na mandíbula esquerda e afilada na direita (Fig. 7). Maxila com gálea com
77
inúmeras cerdas apicais e com duas cerdas grossas medianas; lacínia com inúmeras cerdas
apicais; último segmento do palpo maxilar mais longo que os segmentos anteriores, com lados
subparalelos, ápice fortemente oblíquo e truncado, coberto com cerdas curtas (Fig. 8). Lábio
com mento trapezoidal; lígula sub-retangular, margem anterior arredondada, densamente
coberta com pequenos espinhos; último artículo do palpo labial arredondado com pequenas
cerdas na margem apical (Fig. 9).
Tórax com pronoto transverso, levemente convexo, base larga e subarredondada
próxima à região mediana, borda anterior com leve emarginação, translúcida, laterais oblíquas
e arredondadas (Fig. 11). Hipômeros levemente côncavos com forte escavação oblíqua, para
recepção do fêmur anterior; processo prosternal largo, margens laterais fortemente escavadas
seguindo a margem interna das coxas anteriores (Fig. 12). Proendosternito com o braço
interno longo, largo e com ápice arredondado e o externo curto e afilado (Fig. 13).
Escutelo subtriangular, achatado, com o ápice longo e afilado, margens laterais
levemente rebaixadas, para encaixe dos élitros (Fig. 14). Mesotórax com uma fóvea pequena,
subtriangular e profunda na margem anterior; mesepisterno alongado, não atingindo as
cavidades coxais; mesoepímero subquadrangular, com margem lateral arredondada
alcançando as cavidades coxais. Metasterno sub-retangular, com sulco longitudinal mediano,
linha pós-coxal metasternal levemente arqueada; cavidades metacoxais largas, pouco mais
afastadas que as mesocoxais; metepisterno alongado com margem anterior arredondada, com
leve projeção obtusa, metepímero, pequeno, transverso, com margem posterior fortemente
sinuosa (Fig. 16). Metendosternito subtrapezoidal com um par de tendões curtos e pouco
projetados na margem anterior, furca com braço lateral duas vezes mais longo que a lâmina
(Fig. 17).
Élitro com calo umeral pouco projetado, margem lateral levemente explanada, com ou
sem ornamentação (Figs. 75, 80, 85, 89, 93, 97 e 101); epipleura moderadamente larga,
estreitando-se em direção ao ápice do élitro, com curtas cerdas, levemente foveolada para a
recepção dos ápices femurais das pernas posteriores (Fig. 15).
Asas membranosas com lobo anal arredondado, veia Costa (C) curta, pouco evidente;
Subcosta (Sc) subparalela a margem anterior da asa, estendendo-se cerca de ¼ do
comprimento da asa, Radial (R) larga na região mediana da asa; Radial Posterior (RP) com
interrupção na parte central; Cubital (Cu) longa dirigindo-se a margem inferior da asa e
formando com a Mediana (M) uma célula aberta; Anais (A) formando uma célula fechada na
base; Empusal b (Eb) duas vezes mais longa que a Empusal a (Ea); Plical não evidente (Fig.
18).
Pernas com coxas anteriores e posteriores transversas e alongadas, coxa dia
globosa, fêmures robustos, duas vezes mais longos que largos; cerdas curtas distribuídas de
78
maneira uniforme, com escavação profunda para a recepção das tíbias. bias alongadas com
ápices margeados de cerdas curtas e grossas; a anterior com escavação profunda na margem
externa para a recepção de todos os tarsômeros (Fig. 19), média e posterior com escavação
profunda para a recepção do primeiro tarsômero e com dois esporões apicais (Figs. 20 e 21).
Primeiro tarsômero alongado com margem anterior arredondada, com densa pilosidade;
segundo subtriangular com pilosidade apical (Fig. 22); garras tarsais curtas, fortemente
curvadas, com dente basal quadrangular, largo e o apical afilado (Fig. 23).
Abdome do macho com seis esternitos visíveis, com cerdas curtas; primeiro esternito
com linha pós-coxal levemente arqueada e incompleta, terminando em direção ao terço
posterior do primeiro esternito, segundo, terceiro e quarto esternitos levemente estreitados na
região mediana, quinto esternito, o mais largo, quinto e sexto esternitos emarginados (Figs.
24, 34, 46, 55 e 68). Abdome da fêmea com cinco esternitos visíveis, base do quinto esternito
abdominal, com a margem posterior arredondada (Figs. 25, 35, 43, 47, 56, 64 e 69).
Genitália masculina
: Lobo médio lanceolado, simétrico, maior largura no terço basal,
afilando-se gradativamente em direção ao ápice, este agudo, com curtos espinhos por toda a
superfície; parâmeros com ápice alargado, fortemente comprimido na metade basal, maior
largura no terço apical, longa e densa pubescência lisa nas margens laterais, posteriores e
apicais; em vista lateral com o ápice fortemente curvado posteriormente; trave larga, curvada,
com ápice levemente torcido. Sifão fortemente esclerotizado, moderadamente curvado,
diâmetro uniforme em toda sua extensão; cápsula sifonal bem desenvolvida, braço interno
alongado e inclinado internamente; ápice curvado interna ou externamente, com seis a dez
espículas, bolsa prepucial alargada, torcida e curvada externamente (Figs. 26 - 29).
Genitália feminina:
Coxitos subtriangulares, alongados e afilados, com cerdas laterais,
ápice arredondado; estilos pequenos em forma de botão, com três cerdas longas e finas
espermateca em forma de C, robusta, corno bem desenvolvido, pouco curvado, ápice afilado e
com pregas conspícuas; ramo evidente ou pouco evidente; nódulo curto; ducto longo; bursa
copulatrix e infundíbulos evidentes (Figs. 30 - 33).
Dimensões (mm).
Macho: Comprimento total: 2,83 - 3,67; Largura elitral: 2,17 - 3,50.
Fêmea: Comprimento total: 2,52 - 3,92; Largura elitral: 2,42 - 3,50.
Distribuição Geográfica do gênero Harpasus
As espécies do gênero Harpasus são restritas à região Neotropical, sendo encontradas
nas seguintes localidades:
Colômbia
(Departamento del Vichada);
Peru
(Departamento de
79
Junín) (Fig. 106) e
Brasil
(Estado de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo) (Fig. 105).
3.3 Discussão taxonômica
As principais características diagnósticas que diferenciam Harpasus dos demais
gêneros da tribo são: antenas compactas e com nove artículos; maxilas com último artículo do
palpo curto e com lados paralelos; processo prosternal com forte escavação nas margens
laterais; proendosternito com braços internos arredondados; escutelo com ápice longo e
afilado; genitália masculina com parâmeros fortemente curvados para trás.
Harpasus assemelha-se muito à Cladis, Curinus e Zagreus, por apresentar a linha pós-
coxal abdominal incompleta e curvada, tíbias sem dentes na margem externa e presença de
esporões apicais nas tíbias médias e posteriores.
Quanto ao padrão da genitália masculina se aproxima de Cladis e Curinus, por
apresentar os parâmeros fortemente comprimidos no terço basal, com ápices curvados para
trás; sifão com bolsa prepucial pouco projetada no ápice e braço interno da psula sifonal
fortemente desenvolvido e curvado internamente. Em relação ao padrão de genitália da fêmea
assemelha-se com Cladis, Curinus e Zagreus pela presença de infundíbulo na base da bursa
copulatrix, por apresentar coxitos subtriangulares alongados e espermateca sem apêndices
apicais no corno.
Difere de Chilocorus e Egius pela forma da linha pós-coxal, forma e largura dos
parâmeros e padrão e comprimento do lobo médio; em relação à genitália feminina pela
presença de infundíbulo e coxitos alongados.
3.4 Chave para as espécies de Harpasus Mulsant, 1850
1 - Tegumento castanho-dourado, castanho-avermelhado a negro, élitros com máculas ou
faixas longitudinais ................................................................................................................... 2
1’- Tegumento castanho-dourado brilhante, castanho-alaranjado ou azul-esverdeado, faixas e
máculas ausentes ....................................................................................................................... 5
2 - Tegumento castanho dourado-claro a castanho-avermelhado, presença de uma ou duas
faixas longitudinais em cada élitro ............................................................................................ 3
80
2
- Tegumento negro ou castanho avermelhado com uma mácula arredondada na região
mediana, ou duas máculas subtriangulares em cada élitro ........................................................ 4
3 - Tegumento de coloração castanho dourado-claro; mancha na região mediana do pronoto
castanha; uma faixa castanho-escura em cada élitro paralela a linha sutural; oito espículas no
ápice do sifão (Fig. 59); coxitos 4,3 vezes mais longo que largo; infundíbulo com base
obliqua (Fig. 62); Comprimento: 3,00 - 3,92 mm. BRASIL: (BA, RJ, SP, SC)
.................................................................................................................... Harpasus sp. nov. A
3’- Tegumento castanho-amarelado ou castanho-avermelhado, mancha castanho-avermelhada
na região mediana do pronoto, este com laterais castanho-amarelada; duas faixas castanho-
escuras longitudinais em cada élitro. Ápice do sifão com dez espículas (Fig. 50). Coxitos 4,5
vezes mais longo que largo; infundíbulo com ápice 2,1 vezes mais largo que a base, esta
oblíqua (Fig. 53 e 54). Comprimento: 2,52 - 3,83 mm. BRASIL (MG, RJ, SP, SC, RS)
............................................................................................ Harpasus zonatus (Mulsant, 1850)
4 - Tegumento castanho-avermelhado, pronoto e élitros com uma mácula azul metálica,
arredondada na região mediana de tamanho variado; coxitos 5,6 vezes mais longo que largo;
infundíbulo alongado com ápice e base de mesmo diâmetro (Fig. 45). Comprimento: 2,92 -
3,17 mm. BRASIL (SP, MG, GO) .............................. Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850)
4’- Tegumento negro; pronoto com margens laterais castanho-claras. Élitro com margem
externa castanho-clara, presença de duas máculas subtriangulares castanho-claras em cada
élitro. Coxitos 3,8 vezes mais longo que largo; infundíbulo longo, base dilatada, ápice pouco
mais alargado que a base (Figs. 73, 74). Comprimento: 3,00 mm. PERU (Dep. Junín)
.................................................................................................................... Harpasus sp. nov. C
5 - Tegumento azul-esverdeado, bordas laterais do pronoto castanho-avermelhadas, com uma
fina faixa castanho-avermelhada na borda externa do élitro; sifão com seis espículas (Figs.
28); coxitos cerca de 4,6 vezes mais que largo; infundíbulo longo base arredondada (Figs. 31
e 32). Comprimento: 3,00 - 3,42 mm. BRASIL (BA, AL, ES)
..................................................................................... Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850)
5’ - Tegumento de coloração diferente do item anterior, pronoto, sifão, coxitos e infundíbulo
diferindo do anterior................................................................................................................... 6
6 - Tegumento castanho-alaranjado, esternos torácicos e abdominais castanho-alaranjados
escuros; coxitos cerca de 3,1 vezes mais longo que largo; infundíbulo com oito projeções
81
espiniformes na base (Figs. 66 e 67). Comprimento: 2,75 - 2,92 mm. COLÔMBIA (Vichada)
................................................................................................................... Harpasus sp. nov . B
6’- Tegumento castanho dourado-brilhante, margem lateral do élitro amarelada, esternos
torácicos e abdominais castanho-escuros; coxitos cerca de 4,9 vezes mais longo que largo,
infundíbulo de base alargada subarredondada, leve depressão na região mediana (Figs. 41 e
42). Comprimento: 3,00 - 3,83 mm. BRASIL (SP, PR)
........................................................................... Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006
3.5 Diagnose das espécies de Harpasus
3.5.1 Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006
(Figs. 34 - 42, 75 - 79, 105)
Harpasus aureus: Almeida & Carvalho, 2006: 33 (descrição); Milléo et al. 2007: 73 - 74
(levantamento).
Diagnose
Macho. Corpo arredondado a ovalado, castanho-dourado brilhante, ausência de faixas
e máculas (Fig. 75), comprimento total médio: 3,43 mm. Cabeça castanho-dourada (Fig. 77);
antenas, labro, lábio e maxilas, castanho-claros; ápice do palpo maxilar castanho-escuro.
Pronoto e élitros com uma fina linha castanho-escura na borda da margem lateral (Fig. 78),
comprimento médio do pronoto: 0,90 mm (variando de 0,75 a 1,00 mm), largura média: 1,81
mm (variando de 1,67 a 1,92 mm). Escutelo castanho-claro. Élitros com comprimento dio:
2,84 mm (variando de 2,50 a 3,25 mm), largura média: 3,06 mm, calo umeral projetado,
margem lateral amarelada e estreitamente explanada. Epipleura amarelo-dourado brilhante,
com cerdas curtas. Pro, meso e maetaesternito e região mediana dos três primeiros esternitos
abdominais castanho-escuros, laterais dos três primeiros esternitos e demais segmentos
abdominais e pernas castanho-claros. Cerdas de coloração amarelo-claro, distribuídas por
todo o abdome (Figs. 34 e 76).
Genitália:
Lobo médio largo na base, estreitando-se gradativamente em direção ao
ápice, cerca de 4,2 vezes mais longo que a largura máxima; parâmeros cerca de 1,2 vezes
mais longos que o lobo dio. Trave cerca de 1,3 vezes mais longa que os parâmeros. Sifão
com ápice levemente alargado, curvado internamente, com bolsa prepucial levemente
82
alargada, curvada posteriormente, com sete espículas, três longas e grossas, duas longas e
finas, duas últimas com comprimento cerca de um terço das duas espículas anteriores, uma
projeção espiniforme afilada, próximo ao ápice (Figs. 36 - 39).
Fêmea. Cabeça e pernas, castanho-avermelhadas escuras; comprimento total médio:
3,46 mm; comprimento dio do pronoto: 0,86 mm (variando de 0,75 a 1,00 mm); largura
média do pronoto: 1,77 (variando de 1,58 a 2,00 mm); comprimento médio do élitro: 2,85 mm
(variando de 2,50 a 3,25 mm); largura média do élitro: 3,01 mm.
Genitália: Espermateca robusta, corno bem desenvolvido, ápice oblíquo, fortemente
curvado, ramo pouco evidente; nódulo estreito. Coxitos com comprimento cerca de 4,9 vezes
mais longa que a largura máxima. Bursa copulatrix alongada, base afilada e subarredondada,
ápice alargado; infundíbulo ápice largo cerca de 2,2 vezes mais larga que a base, com uma
leve constrição, base alongada e levemente alargada subarredondada com leve depressão na
região mediana (Fig. 40 - 42).
Dimensões (em mm)
Macho: Comprimento total: 3,17 – 3,58; Largura elitral: 2,92 – 3,33.
Fêmea:
Comprimento total: 3,00 – 3,83; Largura elitral: 2,58 – 3,33.
Distribuição Geográfica
Brasil: São Paulo, Para(Fig. 105).
Material-tipo
O Holótipo ♂, com as seguintes etiquetas: branca: [Curitiba, PR, CCA/UFPR,
30.IV.2001, RCZ Carvalho]; branca: [Predador de Tinocallis kahawaluokalani (Hem.,
Aphididae), praga de Lagerstroemia indica L. (Lythraceae)]; vermelha: [HOLÓTIPO,
Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006] (Fig. 79); e 10 Parátipos (2 e 8 ), com
etiqueta amarela: [PARÁTIPO, Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006], e as demais
com os dados citados no material examinado encontram-se na Coleção de Entomologia Pe. J.
S. Moure - Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil
(DZUP). Os outros dois Parátipos estão depositados no Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil (MZSP).
Material examinado
BRASIL. São Paulo. Barueri. 24/IX/1960, K. Lenko col., 1 espécime (Parátipo,
MZSP). Paraná. Colombo. Embrapa BR 476, Km20, 25/VIII/1986, Lev. Ent. Profaupar, 3
83
espécimes (2♂, 1♀) (DZUP); Embrapa Sede, 14/X/?, Y. R. Muller, 1 espécime (DZUP);
21/X/?, Y. R. Muller, 1 espécime (DZUP); 26/X/?, Y. R. Muller, 2 espécimes , (DZUP);
11/XI/?, Y. R. Muller, 1 espécime (DZUP). Curitiba
. 17/II/2001, R. C. Z. Carvalho, 3
espécimes ♀ (Parátipos, DZUP); 16//III/2001, R. C. Z. Carvalho, 4 espécimes ♀, (Parátipos,
DZUP); 30/IV/2001, R. C. Z. Carvalho, 4 espécimes, (1♂), Holótipo, (2♂ e 1♀) (Parátipos,
DZUP); 1 espécime , (Parátipo, MZSP). Ponta Grossa
. Col. Agrícola, UEPG, 14/VII/2004,
K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 2 espécimes (UEPG); 22/VII/2004, K. A.
Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 1 espécime ♀ (UEPG); 19/XI/2004, K. A. Campos &
J. M. T. Souza col., 1 espécime (UEPG); 19/XI/2004, K. Campos & J. M. T. Souza col., 1
espécime (UEPG); 03/XII/2004, K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 1 espécime
(UEPG); 15/XII/2004, K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 2 espécimes
(UEPG); 29/XII/2004, K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 1 espécimes ♀ (UEPG);
10/II/2005, K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 1 espécime ♀ (UEPG); 23/II/2005,
K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza col., 1 espécime (UEPG); 23/II/2005, K. A.
Campos & J. M. T. Souza leg., 1 espécime (UEPG); 09/III/2005, K. A. Campos & J. M. T.
Souza leg., 1 espécime (UEPG); 09/III/2005, K. A. Campos, V. Field & J. M. T. Souza
col., 2 espécimes ♀ (UEPG); 19/IV/2005, Equipe do lab. M-34 - UEPG, 1 espécime ♂
(UEPG); 23/V/2005, Equipe do lab. M-34 - UEPG, 1 espécime (UEPG); 01/VII/2005,
Equipe do lab. M-34 - UEPG, 1 espécime (UEPG); 21/XI/2005, 2 espécimes (1♀, 1 sexo
indet.), (UEPG); 10/I/2006, 1 espécime ♀, (UEPG); 14/VI/2006, 1 espécime ,(UEPG). Vila
Velha, XII/1943, 2 espécimes, (DZUP).
Discussão taxonômica
Harpasus aureus assemelha-se a Harpasus sp. nov. B, por apresentar o tegumento
com coloração única sem máculas ou faixas longitudinais nos élitros. Harpasus. aureus
apresenta o tegumento castanho-dourado brilhante enquanto que Harpasus sp. nov. B
apresenta coloração castanho-alaranjada, além disso é cerca de 1,2 vezes maior. Quanto ao
padrão de genitália da fêmea H. aureus apresenta a base do infundíbulo levemente alargada e
o ápice subarredondado, com leve depressão na região mediana, sendo que em Harpasus sp.
nov. B, a base apresenta projeções espiniformes.
Difere das demais espécies do gênero pelo padrão de coloração e da genitália.
3.5.2 Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850)
(Figs. 43 - 45, 80 - 84, 105)
Orcus (Harpasus) eversmanni Mulsant, 1850: 474 (descrição).
Curinus (Harpasus) eversmanni: Crotch, 1874: 190 (sistemática); Gemminger & Harold,
1876: 3777 (catálogo); Korschefsky, 1932: 252 (catálogo).
Curinus eversmanni: Blackwelder, 1945: 451 (checklist).
84
Harpasus eversmanni: Gordon, 1987: 24 (catálogo); Almeida & Carvalho, 2006: 32-34
(sistemática).
Diagnose
Macho. Não estudado.
Fêmea. Corpo arredondado, em vista dorsal (Fig. 80), comprimento médio: 3,06 mm.
Cabeça, antenas e peças bucais castanho-avermelhadas escuras (Figs. 82, 83). Pronoto com
laterais castanho-avermelhadas, região mediana com mácula azul metálica escura,
acinzentada, estreitando-se fracamente em direção à margem anterior, comprimento médio do
pronoto: 0,79 mm (variando de 0,75 a 0,83 mm), largura média: 1,59 mm (variando de 1,50 a
1,67 mm), (Fig. 82). Escutelo azul metálico. Élitros com comprimento médio: 2,50 mm
(variando de 2,42 a 2,58 mm), largura dia: 2,75 mm; com calo umeral projetado; margem
do élitro levemente explanada, avermelhado ou castanho-avermelhado, com uma mácula
arredondada azul metálica acinzentada sobre a região mediana de tamanho variado; a região
avermelhada forma uma borda externa, cobrindo grande parte do disco elitral; podendo ou
não alcançar o calo umeral; margem elitral com uma fina linha castanho-avermelhada em toda
sua extensão (Fig. 80). Epipleura castanho-avermelhada clara. Pernas de coloração castanho-
avermelhada. Meso, metatórax e região mediana dos três primeiros esternitos abdominais
castanho-avermelhados ou castanho-azulados (Fig. 81).
Genitália.
Espermateca robusta, corno bem desenvolvido, afilado, fortemente curvado,
com ramo pouco evidente; coxitos muito longos e afilados, cerca de 5,6 vezes mais longo que
largo; infundíbulo estriado e alongado com ápice e base de mesmo diâmetro, esta oblíqua
(Figs. 44 e 45).
Dimensões
(em mm)
Fêmea: Comprimento total: 2,92 – 3,17; Largura: 2,50 – 2,92.
Distribuição Geográfica
Brasil: São Paulo. Minas Gerais (?), Goiás (?). A etiqueta do Lectótipo indica [Minas
Geraes à Goyaz] (Fig. 105).
Material-tipo
O material recebido do Museum National d’Histoire Naturelle, Paris, França,
apresenta uma etiqueta de Lectótipo, a qual foi colocada por Gordon em 1971, conforme
85
descrito a seguir. Trata-se de um único exemplar ♀, com as seguintes etiquetas: verde claro
[Museum Paris, Brésil, Minas Geraes à Goyaz, DE CASTELNAU 19-47]; uma etiqueta
redonda, verde clara [19 47]; uma etiqueta amarela [132]; uma branca manuscrita [Orcus
eversmanni Muls. auct. det.], uma etiqueta branca com borda vermelha [LECTOTYPE, Orcus
eversmanni Mulsant Gordon 1971] (Fig. 84).
Tendo em vista que o referido autor não publicou essa designação, este exemplar está
sendo aqui designado como lectótipo.
Material examinado
BRASIL. [Minas Gerais a Goiás], sem data, sem coletor, 1 espécime ♀, Lectótipo
(MNHN). São Paulo. Monte Alegre
. 14-27/X/1942, 2 espécimes ♀. L. Trav F. & Almeida
(MZSP).
Discussão taxonômica
Harpasus eversmanni assemelha-se a Harpasus sp. nov. A, pelo padrão dos coxitos e
do infundíbulo, porém difere das demais espécies pela coloração, pois apresenta uma única
mácula azul metálica na região mediana do élitro, pela forma dos coxitos que são mais
alongados e afilados e pelo infundíbulo estriado e oblíquo na base.
3.5.3 Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850)
(Figs. 1 - 33, 85 - 88, 105)
Orcus (Harpasus) pallidilabris Mulsant, 1850: 473.
Curinus (Harpasus) pallidilabris: Crotch, 1874: 190 (sistemática); Gemminger & Harold,
1876: 3777 (catálogo); Korschefsky, 1932: 252 (catálogo).
Curinus pallidilabris: Blackwelder, 1945: 451 (checklist).
Harpasus pallidilabris: Chapin, 1965: 239,240 (sistemática); Gordon, 1987: 24 (catálogo);
Chazeau, Fürsch & Sasaji, 1989: 14 (checklist); Fürsch, 1990: 11 (checklist); Fürsch,
1996: 11 (checklist); Duverger, 2003:66 (sistemática); Almeida & Carvalho, 2006: 32,
34 (sistemática).
Diagnose
Macho. Corpo oval, coloração verde-azulada ou azul-esverdeada escura, comprimento
médio 3,24 mm. Cabeça com região fronto-clípeal, castanho avermelhado e vértice de
86
coloração verde-azulada; antenas, labro, lábio e maxilas, castanho-avermelhados; ápice do
palpo maxilar castanho-escuro (Fig. 86). Bordas laterais do pronoto castanho-avermelhado.
Comprimento dio do pronoto 0,85 mm (variando de 0,75 a 0,92 mm); largura 1,68 mm
(variando de 1,58 a 1,75 mm). Escutelo verde-azulado. Calo umeral pouco projetado; margem
externa do élitro estreitamente explanada, com estreita faixa castanho-avermelhada;
comprimento médio do élitro 2,60 mm (variando de 2,42 a 2,92 mm); largura média 2,83 mm.
Epipleura castanho-avermelhada clara a escura, com cerdas curtas. Pernas robustas, castanho-
amareladas a castanho-avermelhadas. Pro, meso, metaesternito castanho-avermelhados
escuros.
Genitália.
Lobo dio largo afilando-se gradativamente em direção ao ápice, este
obtuso, comprimento cerca de 4,8 vezes mais longo que a largura máxima; parâmeros cerca
de 1,2 vezes mais longos que o lobo médio; comprimento da trave cerca de 1,3 vezes maior
que os parâmeros. Sifão com ápice alargado, ápice com bolsa prepucial levemente alargadas,
com seis espículas, duas longas e grossas e quatro curtas e finas, sendo as quatro últimas,
cerca de um terço o comprimento das anteriores (Figs. 26 - 29).
Fêmea. Cabeça verde-azulada escura; comprimento total médio 3,24 mm;
comprimento médio do pronoto 0,86 mm (variando de 0,83 a 0,92 mm), largura dia 1,70
mm (variando de 1,58 a 1,75mm); comprimento médio do élitro 2,71 mm (variando de 2,50 a
2,83mm), largura média 2,82 mm; mures e tíbias castanhas avermelhado-escuras a negras;
tarsos castanho-amarelados. Meso e metasterno negros.
Genitália.
Espermateca robusta, corno bem desenvolvido e fortemente curvado, ramo
pouco evidente; ducto longo. Coxitos cerca de 4,6 vezes mais longos que a largura máxima.
Bursa copulatrix com base fortemente alargada e arredondada e ápice afilado; infundíbulo
longo, base arredondada, levemente alargada e ápice com dois ganchos convergentes, ápice
cerca de 4,2 vezes mais larga que a base (Figs. 30 – 33).
Dimensões (em mm)
Macho: Comprimento total: 3,00 – 3,42; Largura elitral: 2,67 – 3,08.
Fêmea:
Comprimento total: 3,08 – 3,42; Largura elitral: 2,75 – 2,83.
Distribuição Geográfica
Brasil: Bahia, Alagoas, Espírito Santo (Fig. 105).
87
Material-tipo
Mulsant (1850), na descrição da espécie, indica que o material estudado pertence à
Coleção Chevrolat. Gordon (1987) indicou que o material encontra-se no “Department of
Zoology, University of Cambridge”, Cambridge, Inglaterra (DZUC), porém o mesmo o
pode ser estudado.
Material examinado
BRASIL. Alagoas. Maceió
. 12/II/1991, I. M. de M. Lima leg., 1 espécime (DZUP);
18/IV/1991, I. M. de M. Lima leg., 1 espécime ♀ (DZUP); 10/VI/1993, I. M. de M. Lima leg.,
1 espécime (DZUP); 12/VI/1994, I. M. de M. Lima leg., 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP);
11/III/1995, I. M. de M. Lima leg., 1 espécime ♂ (DZUP); 03/XI/1997, I. M. de M. Lima leg.,
3 espécimes (2♂, 1♀) (DZUP). Bahia. Sem localidade, sem data, GeoCompere Coll., 4
espécimes (2♂, 2♀) (USNM); Sem localidade, data e coletor, 1 espécime (USNM). Cruz
das Almas. 01/IX/1998, Ivani, P. S. leg., 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP). Espírito Santo. Sem
localidade, sem data, sem coletor, 1 espécime (ZMHB).
Discussão taxonômica
Harpasus pallidilabris assemelha-se a H. zonatus pelo padrão dos coxitos, porém
difere desta, pois a forma do infundíbulo é mais afilada e longa que em H. zonatus.
Difere das demais espécies por apresentar uma coloração azul-esverdeada. Quanto à
genitália do macho a principal diferença está no sifão que apresenta seis espículas e pela
forma do infundíbulo da mea.
3.5.4 Harpasus zonatus (Mulsant, 1850)
(Figs. 46 - 54, 89 - 92, 105)
Orcus (Harpasus) zonatus Mulsant, 1850: 475, 476.
Curinus (Harpasus) zonatus: Crotch, 1874: 190 (sistemática); Gemminger & Harold, 1876:
3777 (catálogo); Korschefsky, 1932: 252 (catálogo).
Curinus (Orcus) zonatus: Wille, 1926: 357-375 (morfologia e aspectos biológicos).
Curinus zonatus: Blackwelder, 1945: 451 (checklist).
Harpasus zonatus: Chapin, 1965: 239, 240 (sistemática); Gordon, 1987: 24 (catálogo);
Almeida & Carvalho, 2006: 32-34 (sistemática).
88
Diagnose
Macho. Corpo arredondado a oval, em vista dorsal, castanho-amarelado ou castanho-
avermelhado, comprimento total médio: 3,25 mm e largura média: 2,89 mm. Cabeça
castanho-amarelada a castanho-avermelhada; antenas, lábio e maxilas, castanho-avermelhado.
Pronoto com comprimento médio 0,86 mm (variando de 0,60 a 1,00 mm) e largura dia
1,76 mm (variando de 1,58 a 1,92 mm), margens laterais castanho-amarelado; mancha
castanho-avermelhada, na região mediana da base, fracamente estendendo-se próximo da
margem anterior; margem lateral interna do pronoto castanho-amarelado. Escutelo castanho-
escuro ou castanho com margens laterais castanho-escuro. Élitros com comprimento médio
2,62 mm (variando de 2,17 a 3,00 mm), calo umeral projetado, castanho-escuro; cada élitro
com duas faixas castanho-escuras, a primeira acompanhando a sutura elitral, levemente
alargada na região mediana; a segunda, longitudinalmente arqueada, com início na metade na
base do élitro e prolongando-se paralelamente à margem externa de forma mais afilada e
conspícua ou evanescente próximo da sutura elitral; margem externa com uma fina linha
castanho-escura, levemente explanada. Epipleura castanha a castanho-amarelada. Pernas de
coloração castanho-clara a castanho-avermelhada. Meso, metatórax e região mediana dos três
primeiros esternitos abdominais castanho-avermelhados, cerdas curtas amarelo-claras
distribuídas por todo o abdome.
Genitália.
Lobo dio largo afilando-se gradativamente para o ápice, cerca de 3,8
vezes mais longo que a largura máxima; ápice do lobo médio obtuso; trave com comprimento
cerca de 1,4 vezes mais longo que os parâmeros; parâmeros cerca de 1,1 vez mais longo que o
lobo médio. Sifão com ápice alargado, levemente curvado, este com bolsa prepucial alargada,
com dez espículas, duas longas e grossas, três curtas e as cinco últimas, cerca de dois terços
do comprimento das anteriores (Figs. 48 - 51).
Fêmea. Comprimento total médio: 3,50 mm; comprimento médio do pronoto 0,87 mm
(variando de 0,72 a 1,08 mm); largura média 1,74 mm (variando de 1,50 a 2,08 mm);
comprimento médio do élitro 2,73 mm (variando de 2,25 a 3,25 mm) e largura dia: 2,90
mm.
Genitália.
Espermateca em forma de C, robusta, corno bem desenvolvido e fortemente
curvado; coxitos subtriangulares, com comprimento cerca de 4,5 vezes mais longo que a
largura máxima. Bursa copulatrix com base larga e arredondada, ápice afilado; infundíbulo
com ápice 2,1 vezes mais largo que a base, esta oblíqua (Figs. 52 - 54).
Dimensões (em mm)
Macho: Comprimento total: 2,83 - 3,67; Largura: 2,17 - 3,50.
89
Fêmea:
Comprimento total: 2,52 - 3,83; Largura: 2,42 - 3,50.
Distribuição Geográfica
Brasil: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
(Fig. 105).
Material-tipo
Mulsant (1850) indicou que o material estudado pertence às Coleções Dejean, Buquet
e Trobert. Gordon (1984) indicou, com dúvida, que o material-tipo deve estar depositado no
Muséum D´Histoire Naturelle de Lyon (MNHL), ou no Natural History Museum, Londres,
Inglaterra (BMHN). O material foi solicitado ao Muséum D´Histoire Naturelle de Lyon
(MNHL), Lyon, França, porém não foi encontrado.
Material examinado
Sem localidade, sem data, sem coletor, 1 espécime (DZUP). BRASIL. Sem
localidade, sem data, sem coletor, 1 espécime ♂ (ZMHB). Minas Gerais. Viçosa
. 11/XI/1985,
T. Henry leg., 1 espécime (USNM); 2006, A. A. Semeão leg, 10 espécimes (5♂, 5♀)
(DZUP). Rio de janeiro. Campo Grande
. 31/VII/1957, P. A. Berry Coll., 5 espécimes (2♂,
3♀) (USNM). Rio de Janeiro
. 1939, Coll. F. C. Camargo, 1 espécime (DZUP); 28/V/1939,
Coll. F. C. Camargo, 1 espécime (USNM); 14/IV/1949, P. A. Berry leg. 2 espécimes (1♂,
1♀ - Homótipo) (USNM); 28/V/1939, Coll. F. C. Camargo, 2 espécimes (1♂, 1♀) (MLPA).
1905.100, Fry Coll. 1 espécime (MNRJ). Botafogo, X/1949, M. Alvarenga leg., Coleção
M. Alvarenga, 1 espécime ♀ (DZUP); 1/I/1952, L. C. Alvarenga, espécime (DZUP);
IV/1952, L. C. Alvarenga leg., 1 espécime (DZUP); 22/IX/1956, L. C. Alvarenga leg., 2
espécimes (1♂, 1♀) (MNRJ). Corcovado, 1/VIII/1915, P. G. Russel, 1 espécime (USNM);
XII/1957, Seabra e Alvarenga leg., 1 espécime (DZUP); VIII/1960, Seabra e Alvarenga
leg., 1 espécime ♀ (DZUP); IX/1961, Seabra e Alvarenga leg., 1 espécime (DZUP);
X/1961, Seabra e Alvarenga leg., 3 espécimes (2♂, 1♀) (DZUP); 1/XII/1966, Moure &
Seabra leg., 2 espécimes(DZUP); X/1961, M. Alvarenga leg., ex- coleção M. Alvarenga, 2
espécimes (DZUP); XI/1961, M. Alvarenga leg., ex- coleção M. Alvarenga, 2 espécimes
(1♂, 1♀) (DZUP); 15/IX/1961, J. S. Moure, Alvarenga e Seabra leg., 3 espécimes (1♂, 2♀)
(DZUP); 18/IX/1961, J. S. Moure, Alvarenga e Seabra leg., 5 espécimes (3♂, 2♀) (DZUP);
X/1957, Alvarenga e Seabra leg., 2 espécimes (DZUP); IX/1958, Alvarenga e Seabra leg.,
3 espécimes (1♂, 2♀) (MNRJ); XI/1961, Alvarenga e Seabra leg., 1 espécime (MNRJ);
VI/1963, Alvarenga e Seabra leg., 4 espécimes (1♂, 3♀) (DZUP); VII/1963, Alvarenga e
Seabra leg., 3 espécimes (2♂, 1♀) (DZUP); IX/1966, Alvarenga e Seabra leg., 1 espécime
(DZUP); X/1966, Alvarenga e Seabra leg., 1 espécime ♂ (DZUP); I/1967, Alvarenga e
Seabra leg., Coleção M. Alvarenga, 2 espécimes (DZUP); VI/1967, Alvarenga e Seabra
leg., Coleção M. Alvarenga, 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP); VIII/1967, Alvarenga e Seabra
leg., Coleção M. Alvarenga, 1 espécime ♂ (DZUP); IX/1967, Alvarenga e Seabra leg.,
Coleção M. Alvarenga, 2 espécimes (1♂, 1♀) (DZUP); X/1967, Alvarenga e Seabra leg.,
Coleção M. Alvarenga, 4 espécimes (3♂, 1♀) (DZUP); XI/1967, Alvarenga e Seabra leg.,
Coleção M. Alvarenga, 1 espécime ♀ (DZUP); IX/1968, Alvarenga e Seabra leg., Coleção M.
Alvarenga, 1 espécime (DZUP); IX/1969, Alvarenga e Seabra leg., Coleção M. Alvarenga,
90
1 espécime (DZUP). Floresta da Tijuca, VIII/1957, M. Alvarenga, 1 espécime (DZUP);
I/1961, C. A. Campos Seabra. Coleção M. Alvarenga, 1 espécime (DZUP); 15/I/1961, F.
M. Oliveira leg., 1 espécime (DZUP). Guanabara, IV/1952, M. Alvarenga. Ex-coleção M.
Alvarenga, 1 espécime (DZUP). Jardim Botânico, 1940, F. C. Camargo, 1 espécime
(DZUP). III/1937, sem coletor, lâminas: (107/FCC-244, 1 espécime ♀), (113/FCC-250, 1
espécime ) (MNRJ). Realengo, 9/X/1949, L. C. Alvarenga, 1 espécime (MNRJ). Represa
Rio Grande, XI/1960, F. M. Oliveira, Coleção M. Alvarenga, 1 espécime (DZUP);
XII/1960, F. M. Oliveira, Coleção M. Alvarenga, 1 espécime (DZUP). Quinta da Boa
Vista, (lâmina: 223 - FCC-378) 1 espécime (MNRJ); 31/VIII/1937, (227/FCC-381), 1
espécime ♂, (228 - FCC-382, sexo indet) (MNRJ). Teresópolis
. XII/1955, B. Pohl, 1
espécime (MNRJ). São Paulo. Sem localidade, sem data, sem coletor, 8 espécimes (3♂,
5♀) (MLPA). Caraguatatuba
. (Res. Flor- 40 m), 02/IV/1962, Martins, Reichardt & Silva leg.,
1 espécime (DZUP). o Roque
. Sem data, sem coletor, (170/FCC-320) 1 espécime
(MNRJ); 18/VI/1937, sem coletor, (190/FCC-346), 1 espécime (MNRJ); VIII/1938, Seabra
leg., (749/FCC-1042) 1 espécime (MNRJ). Santa Catarina. São Bento do Sul.
Rio
Vermelho, XII/1952, Dirings leg., 2 espécimes (DZUP). Rio Grande do Sul. Deodoro
.
13/II/1935, 1 espécime (MCNZ).
Discussão taxonômica
Harpasus zonatus assemelha-se a Harpasus sp. nov. A, tanto no tamanho, quanto no
padrão de coloração, porém difere desta por apresentar duas faixas longitudinais castanho-
escuras em cada élitro, enquanto que a Harpasus sp. nov. A apresenta somente uma faixa
longitudinal castanho-escura, próxima a sutura elitral.
Com relação à genitália masculina, esta difere das demais pelo comprimento do lobo
médio e pela presença de 10 espículas no ápice do sifão. Quanto à genitália feminina, esta
difere pela forma e tamanho do infundíbulo.
3.5.5 Harpasus sp. nov. A
(Figs. 55 - 63, 93 - 96, 105)
Diagnose
Macho. Corpo arredondado, tegumento de coloração castanho dourado-claro,
comprimento médio 3,50 mm. Cabeça e peças bucais de mesma coloração, ápice do palpo
maxilar castanho-escuro; antenas castanho-claras. Pronoto com comprimento médio 0,97 mm
(variando de 0,92 a 1,00 mm) e largura média 1,83 mm (variando de 1,75 a 1,92 mm), com
mancha castanha, na região mediana da base, fracamente estendendo-se próximo à margem
anterior; prosterno com margem anterior e posterior castanho-escuro. Escutelo castanho-
91
escuro. Élitros com comprimento médio 2,92 mm (variando de 2,67 a 3,17 mm), com calo
umeral projetado, levemente escurecido ou castanho-escuro; cada élitro com uma faixa
acompanhando a linha sutural, de coloração castanho-escura, levemente ou fortemente
alargada na região mediana; laterais do élitro com pontuação grossa castanho-escuras;
margem externa com uma fina linha castanho-escura, levemente explanada. Epipleura glabra,
castanho-dourada, com bordas levemente alaranjadas. Pernas, fortes castanho-douradas clara.
Meso, metatórax e região mediana dos três primeiros esternitos abdominais castanho-escuros,
laterais do segundo, terceiro, quarto e os dois últimos esternitos castanho-dourados; cerdas
curtas amarelo-claras distribuídas por todo o abdome.
Genitália.
Lobo médio largo e levemente assimétrico no terço basal, afilando-se
gradativamente para o ápice, este levemente arredondado, comprimento cerca de 3,3 vezes
mais longo que a largura xima; parâmeros cerca de 1,1 vezes mais longos que o lobo
médio; comprimento da trave cerca de 1,4 vezes maior que os parâmeros. Sifão com ápice
levemente alargado, ápice com bolsa prepucial com ápice voltado posteriormente, com oito
espículas, uma delgada e longa, duas curtas e delgadas, duas curtas e grossas, uma grossa com
cerca de duas vezes o comprimento da anterior, uma inclinada com ápice agudo, a última
grossa e distintamente separada das demais o longas e grossas e quatro curtas e finas, sendo as
quatro últimas, cerca de um terço o comprimento das anteriores (Figs. 57 - 60).
Fêmea. Cabeça castanho-dourada levemente escura à fortemente escura; comprimento
total médio 3,37 mm; comprimento médio do pronoto 0,85 mm (variando de 0,75 a 1,00 mm),
largura média 1,75 mm (variando de 1,58 a 1,92 mm); comprimento médio do élitro 2,85 mm
(variando de 2,42 a 3,17mm), largura média do élitro 2,85 mm; fêmur e tíbia castanho-
avermelhados claros a escuros; tarsos castanho-amarelados. Meso e metasterno castanho-
escuros.
Genitália.
Espermateca robusta, corno largo e com ápice arredondado, curvado, ramo
pouco evidente; coxitos cerca de 4,3 vezes mais longos que a largura máxima; bursa
copulatrix com base arredondada e ápice afilado; infundíbulo com base obliqua, levemente
alargada, cerca de 1,5 vezes mais longo que a largura do ápice, este com dois ganchos
espessos convergentes, ápice cerca de 2,4 vezes mais larga que a base (Figs. 61 - 63).
Dimensões (em mm)
Macho: Comprimento total: 3,42 – 3,67; Largura elitral: 3,08 – 3,25.
Fêmea:
Comprimento total: 3,00 – 3,92; Largura elitral: 2,58 – 3,17.
92
Distribuição Geográfica
Brasil: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina (Fig. 105).
Material-tipo
Holótipo e Parátipos depositados na Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure,
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, (DZUP). O holótipo
possui as seguintes etiquetas: [Rio de Janeiro, Teresópolis, XII/1955, B. Pohl leg.], 1
espécime ♂. Os Parátipos conforme indicados no material examinado.
Material examinado
BRASIL. Rio de Janeiro. Teresópolis, XII/1955, B. Pohl leg. 1 espécime ♂, holótipo,
(DZUP). Bahia.
Japú, Ilhéus, Fazenda Sta. Thereza, XI/1958, Dirings Col. 1 espécime ♀. Rio
de Janeiro. Teresópolis, XII/1955, B. Pohl leg., 5 espécimes (3 ♂, 2 ). São Paulo. Ilha dos
Búzios, 16/X 4/XI/1963, Exp. Dep. Zool., 1 espécime ♀. Santa Catarina.
São Bento do Sul,
(R. Natal), 8/VIII/1981, I. Rank leg, 1 espécime, (DZUP), todos parátipos.
Discussão taxonômica
Harpasus sp. nov. A assemelha-se a Harpasus zonatus, pela coloração castanha e
presença de faixa longitudinal nos élitros, diferenciando-se desta por apresentar somente uma
faixa paralela à sutura elitral. Difere também pela forma do infundíbulo no macho, o qual tem
o ápice torcido e pelos coxitos nas meas serem levemente mais afilados que os de H.
zonatus. Aproxima-se a H. eversmanni pelo padrão dos coxitos e do infundíbulo, deferindo
desta pelas faixas longitudinais.
A estrutura da genitália masculina é a principal diferença entre as espécies,
principalmente em relação ao lobo médio e no ápice do sifão, o qual apresenta oito espículas.
O infundíbulo difere na forma da base e tamanho.
3.5.6 Harpasus sp. nov. B
(Figs. 64 - 67, 97 - 100, 106)
Diagnose
Macho. Não estudado.
Fêmea. Corpo moderadamente convexo, arredondado, integumento de coloração
castanho-alaranjado, ausência de máculas nos élitros e pronoto; comprimento total médio 2,84
93
mm. Cabeça castanha alaranjada escura, antenas e peças bucais de mesma coloração.
Comprimento do pronoto 0,75 mm, largura do pronoto 1,50 mm. Escutelo castanho-
alaranjado escuro. Élitros com calo umeral pouco projetado, margem lateral levemente
explanada, com estreita faixa castanho-avermelhado na borda. Comprimento dio do élitro
2,29 mm (variando de 2,25 a 2,33 mm); largura 2,58 mm. Pro, meso e metasterno castanhos
alaranjados escuros. Pernas robustas, castanhas alaranjadas claras, tarsos com pubescência
amarelo-clara. Epipleura, pernas e esternitos abdominais castanhos alaranjados claros.
Abdome com cinco esternitos visíveis, o quinto maior que os anteriores, margem posterior
arredondada.
Genitália.
Espermateca em forma de C, robusta, corno bem desenvolvido e fortemente
curvado, ápice com pregas, conspícuas, com ramo pouco evidente; coxitos subtriangulares,
com comprimento cerca de 3,1 vezes mais longo que a largura máxima, com cerdas nas
laterais, com tamanho variado, ápice arredondado; estilos pequenos, forma de botão, com três
cerdas longas e finas; bursa copulatrix alongada, com mesma largura por toda sua extensão,
base subarredondada; infundíbulo com base larga, curvada, com oito projeções espiniformes
curtas e largas, ápice levemente menor que a base (Figs. 65 - 67).
Dimensões (em mm)
Fêmea: Comprimento total: 2,75 - 2,92; Largura: 2,58.
Distribuição Geográfica
Colômbia:
Vichada (Fig. 106).
Material tipo
O Holótipo e o Parátipo possuem as seguintes etiquetas: [COLOMBIA. Vichada.
Puerto Carreño
(6°11'16'' N, 62°28'23'' W), 23/VI/1966, bambu]. Os dois espécimes estão
depositados na Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure, Departamento de Zoologia,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba (holótipo) e no Museu Nacional do Rio de Janeiro,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (parátipo).
Material examinado
COLOMBIA. Vichada. Puerto Carreño
(6°11'16'' N, 62°28'23'' W), 23/VI/1966,
bambu, 2 espécimes ♀, (DZUP e MNRJ).
94
Discussão taxonômica
Harpasus sp. nov. B assemelha-se a H. aureus pela ausência de faixas e culas nos
élitros e a Harpasus sp. nov. C pela forma dos coxitos. Porém difere de H. aureus pelos
coxitos largos e de Harpasus sp. nov. C, pelo infundíbulo levemente curvado e com espículas
na base.
Difere das demais espécies principalmente pela estrutura dos coxitos e infundíbulo
com espículas.
3.5.7 Harpasus sp. nov. C
(Figs. 68 - 74, 101 - 104, 106)
Diagnose
Macho. Corpo arredondado, convexo. Cabeça castanho-escura, antena e peças bucais
castanho-claras a escuras. Pronoto preto, com as margens antero-laterais castanhas claras.
Escutelo preto. Élitros com calo umeral projetado preto, margem lateral levemente explanada,
castanhas claras. Cada élitro com duas máculas castanhas claraso: a primeira, subtriangular
próxima à sutura elitral e à base do élitro, com emarginação acima da calosidade humeral; a
segunda, pouco menor que a primeira, subtriangular, próximo à sutura e à margem externa do
élitro. Epipleura e esternos abdominais castanhos claros. A área central do pró, meso e
metatórax castanhas escuras. Pernas robustas, castanhas escuras.
Genitália.
Lobo médio simétrico lanceolado, largo no terço basal, estreitando-se no
ápice, mais curtos que os parâmeros; trave larga, pouco mais longa que o lobo médio e mais
curta que os parâmeros. Sifão longo, diâmetro uniforme por toda extensão, fortemente
esclerotizado, curvado, com bolsa prepucial torcida (Figs. 70 - 72)
Fêmea. Comprimento do élitro 2,33 mm; largura do pronoto 1,58 mm; comprimento
do pronoto 0,83 mm.
Genitália.
Coxitos longos, subtriangulares, comprimento com cerca de 3,8 vezes mais
longa que a largura máxima, delgado, ápice arredondado. Infundíbulo longo, com base
dilatada e ápice pouco mais alargado que a base; bursa copulatrix larga (Figs. 73 e 74).
Espermateca não observada.
Dimensões
(em mm)
Macho: Comprimento total: 3,00; Largura elitral: 2,70.
95
Fêmea:
Comprimento total: 3,00; Largura elitral: 2,50.
Distribuição Geográfica
Peru: Departamento de Junín (Fig. 106)
Material-tipo
O Holótipo e dois parátipos com as seguintes etiquetas: [Chanchamayo,
07/I/1986, Arellano Coll.], [UA 2005-86] estão depositados no Museo de Entomología Klaus
Raven Büller, Universidad Nacional Agraria La Molina, Lima, Perú (UNALM). Um Parátipo
♀, com os mesmos dados está depositado na Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure,
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil (DZUP).
Material examinado
PERU. Departamento de Júnin. Chanchamayo. 07/I/1986, Arellano Coll., 1 espécime
(DZUP); 3 espécimes (1♂, holótipo e 2♀) (UNALM).
Discussão taxonômica
Harpasus sp. nov. C é semelhante a Harpasus sp. nov. B e a H. pallidilabris pelos
coxitos largos e pela forma e tamanho do infundíbulo, porém difere destas pois apresenta os
coxitos mais largos que Harpasus sp. nov. B e possui infundíbulo com diâmetro semelhante
em toda sua extensão, com o ápice levemente alargado e inclinado, sendo que em H.
pallidilabris a base é afilada e alongada.
Quanto ao padrão de genitália masculina difere pelo ápice do sifão torcido
externamente e os parâmeros são mais afilados que nas demais espécies.
Em relação a coloração a Harpasus sp. nov. C, difere das demais espécies por
apresentar um padrão de máculas castanhas nos élitros e pelo tegumento negro.
3.6 Aspectos biológicos
Com os dados contidos na literatura e etiquetas de coleta, foi possível fazer um
levantamento das informações a respeito de possíveis plantas hospedeiras e presas, para
algumas espécies do gênero.
Harpasus aureus: Almeida & Carvalho (2006) ao descrevê-la relatam que foi
coletada sobre extremosa Lagerstroemia indica, (Lytraceae), planta ornamental exótica
96
oriunda da China, muito utilizada no paisagismo urbano, principalmente em cidades do sul do
Brasil. É predador de Tinocallis kahawaluokalani (Kirkaldy, 1907) (Hemiptera, Aphididae)
espécie detectada recentemente no Brasil (Peronti & Sousa-Silva 2002). Este afídeo causa
sérios danos às plantas cultivadas, pois excreta grande quantidade de “honeydew”, uma
substância açucarada, que propicia o crescimento de fungos fazendo o tronco e as folhagens
das plantas adquirirem uma coloração negra, causando queda prematura das folhas (La Rossa
et al. 1997).
Entre 2004 e 2006, foram coletados no pomar do Colégio Estadual Agrícola Augusto
Ribas (UEPG) no município de Ponta Grossa, Paraná, 22 indivíduos de H. aureus, todos
associados às árvores cítricas como: Mexeriqueira, Laranjeira e Poncãzeira, porém não havia
dados sobre possíveis presas. Provavelmente esta espécie alimentava-se de afídeos ou
cochonilhas, espécies comuns nesse tipo de planta.
Em coletas realizadas sobre hortaliças Milléo et al. (2007), notificaram a presença de
um espécime em cultura de pimentão, Capsicum annuum L. (Solanaceae), porém sem relato
da presa.
Harpasus pallidilabris: esta espécie foi coletada no Estado de Alagoas sobre Hibiscus
sp. (Malvaceae) infestada com cochonilhas e em Lagerstroemia speciosa, (Lythraceae),
infestada com afídeos. Na Bahia foram coletados sobre algodão (Malvaceae) e Citrus sp.
(Rutaceae), porém estas não apresentavam nenhuma menção a possíveis presas.
Harpasus zonatus: Wille (1926), em seu minucioso trabalho publicado em alemão,
descreveu a morfologia dos imaturos e adultos, apresentando uma tabela de medidas dos
diferentes estágios larvais e sua duração em duas estações o ano, além de uma tabela com
possíveis plantas hospedeiras e presas associadas. Em Citrus sp. foram identificados pelo
autor 10 espécies de cochonilhas, pertencentes à 3 subfamílias; Dactylopiinae: Pseudococcus
citri (Risso) Fern; Lecaniinae: Lecanium hesperidum (L.) Burm, L. hemisphaericum Targ. e
L. perlatum Ckll.; Diaspinae: Chionaspis citri Comst., Chrysomphalus cus Ashm., C.
aurantii Ckll., Aspidiotus hederae (Vall.) Sign., Lepidosaphes pinniformis (Bché.) Kirk., L.
gloceri (Pack.). Em bambu, as possíveis presas estavam associadas a duas subfamílias;
Asterolecaniinae: Asteroleocanium bambusae Boisd. e Diaspinae: Odonaspis secreta (Ckll.)
Fern.
Semeão (2006) relata que na cultura de goiaba, Psidium guajava L. (Myrtaceae), em
Viçosa, Minas Gerais, foram encontradas algumas espécies de Coccinellidae: H. zonatus,
Harmonia axyridis (Pallas, 1773), Scymnus (Pullus) sp., Hyperaspis (Hyperaspis) festiva
Mulsant, 1850, Pentilia sp. e Pseudoazya nana Marshall, 1912 todas formando um grupo
muito importante na predação de Triozoida limbata (Enderlein, 1918) (Hemiptera,
Sternorrhyncha, Psyllidae), espécie considerada grande praga dessa cultura.
97
Harpasus
sp. nov. B
, foi coletada sobre Bambu (Poaceae) sem nenhum registro de
presa.
As espécies H. eversmanni, Harpasus sp. nov. A e Harpasus sp. nov. C, não
apresentam quaisquer dados de planta hospedeira ou de possíveis presas.
4. CONCLUSÕES
Foram redescritas quatro espécies: Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006,
Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850), Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850) e Harpasus
zonatus (Mulsant, 1850) e descritas três novas, Harpasus sp. nov. A, Harpasus sp. nov. B e
Harpasus sp. nov. C.
O gênero Harpasus Mulsant, 1850, foi redescrito com os seguintes caracteres
diagnósticos: corpo arredondado a ovalado, convexo; glabro; coloração castanha clara a
escura ou azul-esverdeada, com ou sem máculas negras; comprimento variando de 2,52 a 3,92
mm; antenas com nove artículos; palpo maxilar com último artículo de lados paralelos;
processo prosternal largo com as laterais fortemente escavadas, seguindo a margem das
cavidades coxais; linha pós-coxal incompleta no primeiro esternito abdominal; segundo e
terceiro par de tíbias com dois esporões; genitália do macho com o ápice dos parâmeros
fortemente curvado para trás; genitália da fêmea com coxitos subtriangulares alongados, bursa
copulatrix alongada, infundíbulo pequeno com lados paralelos e curtos ou alongados.
Com este trabalho o gênero Harpasus passa a conter sete espécies, com distribuição
restrita à região Neotropical, cinco delas com registro para o Brasil: H. aureus, H.
eversmanni, H. pallidilabris, H. zonatus e Harpasus sp. nov. A, uma da Colômbia, Harpasus
sp. nov. B e outra no Peru, Harpasus sp. nov. C. A principal diferença entre elas esno
padrão de coloração do tegumento, na ornamentação do pronoto e élitros e na estrutura da
genitália masculina e feminina.
Também foi possível levantar as presas: Hemiptera (Coccidae, Aphididae e Psyllidae),
além das possíveis plantas hospedeiras, das famílias Lytraceae, Malvaceae, Myrtaceae,
Poaceae, Rutaceae e Solanaceae.
98
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, L.M. & R. C. Z. de Carvalho. 2006. A new brazilian species of Harpasus Mulsant
(Coleoptera, Coccinellidae, Chilocorinae), a predator of Tinocallis kahawaluokalani
(Kirkaldy) (Hemiptera, Aphididae). Zootaxa 1195: 31-37.
Blackwelder, R. E. 1945. Checklist of the Coleopterous Insects of Mexico, Central America,
the West Indies, and South America. Bulletin United States National Museum 185(3):
343-550.
Brèthes, J. 1924. Description de deux nouveaux Coléopteres du Chili. Revista Chilena de
Historia Natural 27: 39 - 42.
Chapin, E. A. 1965. The genera of Chilocorini (Coleoptera, Coccinellidae). Bulletin of the
Museum of Comparative Zoology 133 (4): 227-271.
Chazeau, J; H. Fürsch; H. Sasaji. 1989. Taxonomy of Coccinellids. Coccinella (1): 6-8.
Crotch, G. R. 1874. A revision of the Coleopterous Family Coccinellidae. London: E. W.
Janson, 311 p.
Duverger, C. 2003. Phylogénie des Coccinellidae. Bulletin de la Société Linnéenne de
Bordeaux 31 (2): 57-76.
ESRI, 1999. ArcView®GIS 3.2a. Environmental Systems Research Institute, Inc. New York.
Fürsch, H. 1990. Taxonomy of Coccinellids. Coccinella 2 (1): 4-6.
Fürsch, H. 1996. Taxonomy of Coccinellids. Coccinella 6. última atualização: 9/10/2007.
Disponível em: <http://www.phil.uni-passau.de/didaktik_natw/fuersch/fuersch.html
>
Acesso em 11 de novembro de 2007.
Gemminger, M & E. Harold. 1876. Catalogus Coleopterorum hucusque descriptorum
synonymicus et systematicus 12: 3740-3818.
Global Gazetteer Version 2.1. Disponível em <http://www.fallingrain.com/world/>
. Acesso em
27 de outubro de 2007.
Gordon, R. D. 1987. A catalogue of the Crotch collection of Coccinellidae (Coleoptera).
Occasional Papers on Systematic Entomology 3:1-46.
Kohlschütter, C.
FuzzyG - Fuzzy Gazetteer, v2.1
. 2002-2005. Disponível em <http://tomcat-
dmaweb1.jrc.it/fuzzyg/query/>. Acesso em 27 de outubro de 2007.
Korschefsky, R. 1932. Coccinellidae I. In Coleopterorum Catalogus. Part 120. Berlin, W.
Junk, p. 225-659.
La Rossa, F. R.; A. L. Vasicek; A. Noriega. 1997. Presencia de Sarucallis kahawaluokalani
sobre “crepón” (Lagerstroemia indica) en la Argentina (Homoptera: Aphidoidea).
Revista de la Sociedad Entomológica Argentina 56
(1-4): 97-100.
99
Milléo, J.; J. M. T. Souza; J. P. Castro; G. H. Corrêa. 2007. Coccínelídeos (Insecta,
Coleoptera) presentes em hortaliças (Ponta Grossa PR). Publicatio UEPG Ciências
Exatas e da Terra, Ciência Agrárias e Engenharia 13 (2): 71-80.
Mulsant, E. 1850. Species des Coléoptères trimères sécuripalpes. Annales des Sciences
Physique et Naturelles d’Agriculture et d’Industrie 2: 1-1104.
Peronti, A. L. B. G.; C. R. Sousa-Silva. 2002. Aphids (Hemiptera: Aphidoidea) of ornamental
plants from São Carlos, São Paulo state, Brazil. Revista de Biologia Tropical 50 (1):
137-144.
Semeão, A. A. 2006. Controle natural de Triozoida limbata em goiabeira. Programa de
Pós-graduação em Entomologia, Universidade Federal de Viçosa, MG. (Dissertação de
mestrado), 48 p.
Wille, J. 1926. Curinus (Orcus) zonatus Muls. (Coccinellidae), ein Feind der Schildläuse an
Orangenbaumen. Beiträge zu seiner morphologie, biologie und bekämpfungs-
technischen Bedeutung. Zeitschrift für Angewandte Entomologie 12: 357–375.
Obs. Referências e citações elaboradas seguindo orientações da Revista Brasileira de
Entomologia.
100
Figs. 1 - 10. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): (1) vista dorsal; (2) vista lateral; (3)
vista frontal; cabeça (4) vista dorsal; (5) vista ventral; (6) labro; (7) mandíbulas esquerda e
direita, vista ventral; (8) maxila; (9) lábio; (10) antena.
101
Figs. 11 - 18. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): Pronoto (11) vista dorsal; (12) vista
lateral; (13) proendosternito; (14) escutelo; (15) élitro com fóvea; (16) meso e metaesternito;
(17) metendosternito; (18) asa posterior (C. costa; Sc. subcosta; R. radial; Cu. Cubital; M.
mediana; A. anais; Ea. empusal a; Eb. empusal b).
102
Figs. 19 - 23. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): Pernas (19) anterior; (20) média; (21)
posterior; (22) tarso, vista ventral; (23) garra tarsal.
103
Figs. 24 - 33. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850). Abdome (24) macho, (25) fêmea;
genitália masculina: Tégmen (26) lateral, (27) frontal, (28) ápice do sifão, (29) sifão; genitália
feminina: (30) espermateca, (31) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (32) detalhe
infundíbulo, (33) ápice do coxito.
104
Figs. 34 - 42. Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006. Abdome (34) macho, (35) fêmea;
genitália masculina: Tégmen (36) lateral, (37) frontal, (38) ápice do sifão, (39) sifão; genitália
feminina: (40) espermateca, (41) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (42) detalhe
infundíbulo.
105
Figs. 43 - 45. Harpasus evermanni (Mulsant, 1850). (43) abdome da fêmea; genitália
feminina: (44) espermateca, (45) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo.
106
Figs. 46 - 54. Harpasus zonatus (Mulsant, 1850). Abdome (46) macho, (47) fêmea; genitália
masculina: Tégmen (48) lateral, (49) frontal, (50) ápice do sifão, (51) sifão; genitália
feminina: (52) espermateca, (53) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (54) detalhe
infundíbulo.
107
Figs. 55 - 63. Harpasus sp. nov. A. Abdome (55) macho, (56) fêmea; genitália masculina:
Tégmen (57) lateral, (58) frontal, (59) ápice do sifão, (60) sifão; genitália feminina: (61)
espermateca, (62) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (63) detalhe infundíbulo.
108
Figs. 64 - 67. Harpasus sp. nov. B. (64) abdome fêmea; genitália feminina: (65) espermateca,
(66) coxitos, bursa copulatrix e infundíbulo, (67) detalhe infundíbulo.
109
Figs. 68 - 74. Harpasus sp. nov. C. Abdome (68) macho, (69) fêmea; genitália masculina:
Tégmen (70) lateral, (71) frontal, (72) sifão; genitália feminina: (73) coxitos, bursa copulatrix
e infundíbulo, (74) detalhe infundíbulo.
110
Figs. 75 - 79. Harpasus aureus Almeida & Carvalho, 2006: (75) vista dorsal; (76) vista
ventral; (77) vista frontal; (78) vista lateral; (79) etiquetas holótipo.
111
Figs. 80 - 84. Harpasus eversmanni (Mulsant, 1850): (80) vista dorsal; (81) vista ventral; (82)
vista frontal; (83) vista lateral; (84) etiquetas lectótipo.
112
Figs. 85 - 88. Harpasus pallidilabris (Mulsant, 1850): (85) vista dorsal; (86) vista ventral;
(87) vista frontal; (88) vista lateral.
113
Figs. 89 - 92.
Harpasus zonatus (Mulsant, 1850): (89) vista dorsal; (90) vista ventral; (91)
vista frontal; (92) vista lateral.
114
Figs. 93 - 96.
Harpasus
sp. nov. A
: (93) vista dorsal; (94) vista ventral; (95) vista frontal;
(96) vista lateral.
115
Figs. 97 - 100. Harpasus sp. nov. B: (97) vista dorsal; (98) vista ventral; (99) vista frontal;
(100) vista lateral.
116
Figs. 101 - 104. Harpasus sp. nov. C: (101) vista dorsal; (102) vista ventral; (103) vista
frontal; (104) vista lateral.
117
Figs. 105 - 106. Distribuição geográfica das espécies de Harpasus Mulsant, 1850.
(105) Brasil; (106) Colômbia e Peru.
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