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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DA PRÓSTATA DE CÃES:
COMPARAÇÃO ENTRE PUNÇÃO ASPIRATIVA COM
AGULHA FINA GUIADA POR ULTRA-SOM E BIÓPSIA POR
VIDEOLAPAROSCOPIA
Thaís Melo de Paula
Orientador: Prof. Dr. Gilson Hélio Toniollo
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, para a obtenção do tulo de Mestre,
em Cirurgia Veterinária.
JABOTICABAL - SÃO PAULO – BRASIL
Abril de 2008
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ii
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
THAÍS MELO DE PAULA nascida na cidade de Franca-SP, em 3 de
junho de 1980. Médica veterinária graduada pela Universidade de Franca,
UNIFRAN - Franca-SP, em 2002. Participou do Programa de Aprimoramento em
Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais na Universidade de Franca UNIFRAN,
Franca-SP, nos anos de 2003 e 2004. Ingressou no curso de pós-graduação em
Cirurgia Veterinária, nível Mestrado, em março de 2006, sob orientação do Prof.
Dr. Gilson Hélio Toniollo pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da
Universidade Estadual Paulista, UNESP / Jaboticabal-SP. Leciona a disciplina de
Semiologia Veterinária do curso de Medicina Veterinária na Universidade de
Franca UNIFRAN, Franca-SP, desde maio de 2006. É médica veterinária
contratada pelo Hospital Veterinário da Universidade de Franca UNIFRAN,
Franca-SP, desde junho de 2005.
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iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Gilson Hélio Toniollo pela orientação, tranqüilidade,
paciência e atenção durante a realização do projeto e, principalmente, pela
confiança e sabedoria que foram valiosas.
A Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho",
Jaboticabal, pelo programa de pós-graduação em cirurgia veterinária.
A Universidade de Franca que permitiu a realização deste trabalho
através do espaço físico, dos profissionais envolvidos, materiais e suporte
financeiro.
Ao Prof. Ms. Daniel Kan Honsho pela grande atenção, auxílio no
experimento e incentivo nos momentos mais difíceis transcorridos durante a
realização deste trabalho.
À Profª. Ms. Vanessa Páfaro pela contribuição e auxílio fundamentais
para a realização das punções e nas avaliações ultra-sonográficas, além da
amizade e incentivo.
A Profª. Ms. Cláudia Momo pelos conhecimentos em patologia,
indispensáveis para as avaliações propostas pelo trabalho, além da amizade.
À Profª. Drª. Celina Tie Nishimori Duque pela realização dos
procedimentos anestésicos e pela disponibilidade em sempre ajudar a
qualquer momento.
iv
À Profª. Drª. Antonella Cristina Bliska Jacintho pelo apoio, desde o
início da minha vida profissional e acadêmica, e pela confiança.
As biomédicas Juliana e Kelly pelas avaliações laboratoriais, pela
amizade e presença constante.
Ao cnico em patologia José Luis pela confecção com qualidade das
lâminas para avaliação e registro histopatológico.
v
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. vii
LISTA DE TABELAS.............................................................................................. viii
RESUMO............................................................................................................... ix
ABSTRACT............................................................................................................ x
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 1
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................. 3
2.1 Anatomia da próstata........................................................................... 3
2.2 Doenças prostáticas............................................................................. 4
2.2.1 Hiperplasia prostática benigna............................................... 4
2.2.2 Prostatites e abscessos prostáticos....................................... 6
2.2.3 Cistos prostáticos e paraprostáticos....................................... 7
2.2.4 Metaplasia escamosa............................................................. 7
2.2.5 Neoplasias prostáticas........................................................... 8
2.3 A ultra-sonografia e punção aspirativa................................................. 9
2.4 A videolaparoscopia como meio diagnóstico....................................... 10
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 13
3.1 Animais e local..................................................................................... 13
3.2 Ultra-sonografia e punção aspirativa................................................... 14
3.3 Protocolo anestésico............................................................................ 14
3.4 Biópsia por videolaparoscopia...............................................................15
3.5 Pós-operatório...................................................................................... 20
4 RESULTADOS....................................................................................................21
4.1 Animais ................................................................................................ 21
4.2 Ultra-sonografia e punção aspirativa................................................... 21
4.3 Protocolo anestésico............................................................................ 25
4.4 Biópsia por videolaparoscopia.............................................................. 26
4.5 Avaliação histopatológica..................................................................... 27
5 DISCUSSÃO....................................................................................................... 30
vi
5.1 Avaliação ultra-sonográfica e punção aspirativa.................................. 30
5.2 Protocolo anestésico............................................................................. 31
5.3 Biópsia por videolaparoscopia...............................................................32
5.4 Avaliação histopatológica...................................................................... 33
6 CONCLUSÕES................................................................................................... 34
7 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 36
vii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. Insuflador automático de dióxido de carbono.............................................. 15
Figura 2. Aparelho que emite fonte de luz de xenon acoplada à
microcâmera............................................................................................................... 17
Figura 3. Imagens fotográficas dos procedimentos cirúrgicos (videolaparoscopia)... 18
Figura 4. Pinça de apreensão denteada e serrilhada para laparoscopia................... 19
Figura 5. Tesoura Metzenbaum reta para laparoscopia............................................. 19
Figura 6. Pinça de biópsia com concha para laparoscopia....................................... 20
Figura 7. Imagem ultra-sonográfica transabdominal da próstata normal em cão...... 22
Figura 8. Imagem ultra-sonográfica transabdominal da próstata de cão com
alterações sugestivas de hiperplasia prostática......................................................... 23
Figura 9. Fotomicrografia de células prostáticas normais de cão (Panótico rápido,
200X).......................................................................................................................... 24
Figura 10. Fotomicrografia de células prostáticas de cão com alterações
sugestivas de hiperplasia prostática (Panótico rápido,
200X).......................................................................................................................... 25
Figura 11. Fotomicrografia de corte histológico de próstata normal de cão (HE,
200X).......................................................................................................................... 28
Figura 12. Fotomicrografia de corte histológico de próstata de cão com alterações
sugestivas de hiperplasia prostática (HE,
200X).......................................................................................................................... 28
viii
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1. Correlação dos achados dos exames ultra-sonográficos, punção
aspirativa com agulha fina e exames histopatológicos da próstata de
cães........................................................................................................................29
ix
AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DA PRÓSTATA DE CÃES: COMPARAÇÃO
ENTRE PUNÇÃO ASPIRATIVA COM AGULHA FINA GUIADA POR ULTRA-
SOM E BIÓPSIA POR VIDEOLAPAROSCOPIA
RESUMO - A próstata é o único órgão sexual acessório no cão e as afecções
prostáticas são comuns em cães adultos a idosos. A história clínica, anamnese,
sinais clínicos e exames complementares, como a radiografia, ultra-sonografia,
citologia e a histopatologia auxiliam no diagnóstico, embora o diagnóstico definitivo
se fundamenta no exame histopatológico da próstata. Neste estudo, 11 animais da
espécie canina, machos, adultos, não castrados e hígidos foram submetidos à
punção aspirativa com agulha fina guiada por ultra-som para avaliação citológica
e, após, um mínimo sete dias, utilizou-se da videolaparoscopia para obtenção de
fragmento prostático para avaliação histopatológica. Nos exames citológicos, dois
animais apresentaram alterações celulares compatíveis com hiperplasia prostática
benigna. Durante as videolaparoscopias, a colheita do fragmento prostático foi
realizada de maneira rápida, não sendo observada hemorragia significativa após o
procedimento. Os animais não apresentaram nenhuma complicação no período
pós-operatório. Verificou-se, aos exames histopatológicos, morfologia e estrutura
celulares e teciduais nos padrões normais do parênquima prostático, em nove
animais; os dois restantes apresentaram alterações celulares e teciduais
sugestivas de hiperplasia prostática benigna.
Palavras-chave: cão, próstata, biópsia, ultra-sonografia, videolaparoscopia
x
STRUTURAL EVALUATION OF THE PROSTATE OF DOGS:
COMPARISON BETWEEN ULTRASOUND GUIDED FINE NEEDLE
ASPIRATION PUNCTURE AND VIDEOLAPAROCOPIC BIOPSY
SUMMARY – The prostate is the only sexual accessory gland in the male dog. The
prostate diseases are common in adult and geriatric dogs. The clinical history,
anamnesis, clinical signs and complementary exams, as radiography,
ultrasonography, cytology and histopathology are helpful for the diagnosis, despite
the definitive diagnosis is based on prostate histopathologic exams. In this study,
11 healthy intact male dogs were submitted to ultrasound fine needle aspirative
puncture for cytologic exam and after, at least 7 days later, by videolaparoscopic
fragment collection for further histopathologic evaluation. On cytologic exams, two
animals presented changes which correlates with benign prostatic hyperplasia.
During the videolaparoscopic proceedings, the prostate fragment collections were
made in a quick way and no important hemorrhagic lost has been seen after the
collection. The animals presented no complication after the surgeries. The
histopathologic exams showed normal prostate parenchyma based on the cellular
and tissue morphology and structure in 9 dogs, and the others 2 presented cellular
and tissue changes suggesting benign prostatic hyperplasia.
Keywords: dog, prostate, ultrasonography, videolaparoscopy
1
1 INTRODUÇÃO
A próstata é o único órgão sexual acessório em cães machos e as afecções
prostáticas são relativamente comuns em cães adultos a idosos (PETER et al., 1995).
A glândula prostática situa-se na cavidade abdominal após o nascimento até que
ocorra a degeneração do úraco remanescente, por volta dos dois meses de idade. Após
este período, assume posição na cavidade pélvica, onde a próstata limita-se
dorsalmente pelo reto e ventralmente pela sínfise pubiana e parede abdominal. Sua
porção dorsal envolve a uretra próxima ao colo da bexiga (CHRISTENSEN, 1979;
PETER et al., 1995; VANNUCCHI et al., 1997; BASINGER et al., 1998).
A função da próstata é produzir fluido como meio de transporte e suporte para os
espermatozóides durante a ejaculação. Embora as secreções prostáticas sirvam de
veículo para os espermatozóides, não são essenciais para a fertilidade (VANNUCCHI et
al., 1997; BASINGER et al., 1998).
As principais afecções prostáticas incluem a hiperplasia prostática benigna
(HPB), prostatites, abscessos e cistos prostáticos e paraprostáticos, metaplasia
escamosa e neoplasias prostáticas (PETER et al., 1995; JOHNSTON et al., 2000;
WHITE, 2000).
A história clínica fornece informações relevantes que auxiliam o diagnóstico.
Animais que apresentam sinais clínicos relacionados com disúria, hematúria, polaciúria,
tenesmo, constipação, sangramento peniano e desconforto abdominal à palpação
devem ter, como diagnóstico diferencial, as afecções da próstata. Além disso, é
fundamental a palpação retal da glândula. Características como tamanho, consistência,
mobilidade, sensibilidade dolorosa e simetria devem ser cuidadosamente avaliadas.
Porém, freqüentemente, são necessários exames complementares para determinar o
tipo e a gravidade da lesão (JOHNSTON et al. 2000; WHITE, 2000; HEDLUND, 2002).
Os exames radiográfico, ultra-sonográfico, microbiológico do sêmen, citológico e
histopatológico da próstata contribuem na diferenciação das afecções da glândula, além
das dosagens de fosfatase ácida prostática (PAP) e antígeno prostático específico
(PSA) (HEDLUND 2002; AMORIM et al., 2004).
2
Embora o exame citológico auxilie significativamente no diagnóstico, o
diagnóstico definitivo para as afecções prostáticas baseia-se no exame histopatológico
de um fragmento da glândula colhido por laparotomia ou laparoscopia ou obtido por
meio do exame necroscópico do animal (PETER et al, 1995; WHITE, 2000).
Considerando-se estas afirmativas e a laparoscopia tratar-se de uma intervenção
cirúrgica minimamente invasiva, entende-se a necessidade da proposição da
laparoscopia como mais um método para obtenção de fragmentos prostáticos para
futura avaliação histopatológica.
Com este trabalho objetiva-se comparar condições técnicas para a realização da
punção aspirativa com agulha fina com auxílio da ultra-sonografia da próstata e da
colheita de fragmentos prostáticos por meio da videolaparoscopia em cães, quanto à
segurança, aplicabilidade, confiabilidade e fidedignidade.
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Anatomia da próstata
A próstata é uma glândula bilobulada que se situa sobre o colo da bexiga e o
início da uretra. Limita-se dorsalmente pelo reto e ventralmente pela sínfise pubiana.
Uma próstata madura normal é ovóide ou esférica ao corte transversal e possui um
sulco ventral e dorsal que corresponde ao septo mediano dividindo a glândula em dois
lobos iguais. O tamanho e o peso da próstata variam de acordo com a raça, idade e
peso corpóreo do animal (FELDMAN et al., 1996; BASINGER et al., 1998; SOUZA,
1998).
As próstatas canina e humana são similares em sua embriologia, anatomia,
tendência à hiperplasia prostática benigna com a idade, composição química e funções
fisiológicas (KRIEGER & REIN, 1982).
A glândula prostática é um órgão músculo-glandular e é circundada por uma
cápsula de tecido fibroso. Cada lobo é atravessado por um ducto axial, que emite
numerosos ramos tubulares; que por sua vez distribuem-se intensamente em cada
lobo. Os ductos prostáticos penetram na uretra ao longo de toda a sua circunferência. O
posicionamento da uretra na glândula prostática é dorsal (ELLENPORT, 1986).
O suprimento sangüíneo é realizado pela artéria prostática. Os vasos deferentes
penetram a cada lado da porção craniodorsal da próstata. A rede venosa é formada
pelas veias prostática e uretral que desembocam na veia ilíaca interna (STEFANOV,
2004).
O sistema linfático prostático é constituído pelos linfonodos ilíacos e os
linfonodos pré-sacrais (SUZIKI et al., 1992).
O nervo hipogástrico leva inervação simpática para a uretra, próstata e bexiga e
acompanha a artéria prostática promovendo a ejeção do fluido prostático. O nervo
pélvico é responsável pelo estímulo parassimpático que aumenta a secreção do fluido
(HARARI & DUPUIS, 1995; DI SANTIS et al. 2001; RODRIGUES, et al., 2002).
4
Histologicamente a próstata de cão é composta por ácinos glandulares túbulo-
alveolares, separados por estroma de tecido conectivo e músculo liso. O epitélio
glandular colunar muda para transicional nos ductos secretores que se abrem no
interior da uretra. No parênquima prostático as lulas são de dois tipos, epitelial e
estromal. As lulas epiteliais são colunares altas, com função secretória e basais,
precursoras de epitélio secretório. As células estromais compreendem os fibroblastos e
células musculares lisas envolvidas em colágeno, com vasos sangüíneos e nervos
(GADELHA, 2003).
2.2 Doenças prostáticas
2.2.1 Hiperplasia prostática benigna
A hiperplasia prostática benigna (HPB) consiste no aumento do tamanho da
próstata como conseqüência natural do envelhecimento do animal. Está intimamente
relacionada ao desequilíbrio hormonal entre andrógenos e estrógenos ocorrendo, desta
forma, em cães não castrados (KRAWIEC, 1994; PETER et al., 1995; VANNUCCHI et
al., 1997). A testosterona, produzida nos testículos, é o principal andrógeno circulante e
origem a outros dois hormônios, a diidrotestosterona e o 17β estradiol, sendo todos
abarcados no estabelecimento do processo (CARSON & RITTMASTER, 2003; MOURA
et al., 2006).
Esta afecção refere-se ao aumento do tamanho (hipertrofia) ou número de
células (hiperplasia), caracterizando-se pelo maior volume de elementos prostáticos
glandulares, pela diminuição da função secretória, incremento da vascularização e da
inflamação intersticial (GADELHA, 2003).
Durante o desenvolvimento normal do organismo, a diidrotestosterona é
responsável pela diferenciação fetal da próstata e pelo desenvolvimento da genitália
masculina externa. Na fase adulta, a diidrotestosterona e outros hormônios andrógenos
contribuem para a manutenção da homeostase entre os processos de proliferação e
morte celulares. A fisiopatogenia da hiperplasia prostática benigna (HPB) ainda não
5
está totalmente esclarecida, mas parece sofrer influência da interrupção desta
homeostase, resultando no predomínio da proliferação celular (CARSON &
RITTMASTER, 2003).
A HPB ocorre em duas fases, hiperplasia glandular e hiperplasia glandular
complexa. A primeira ocorre em cães com menos de cinco anos de idade e é
caracterizada pelo aumento simétrico da próstata e do número e tamanho (hipertrofia)
das células secretórias, sendo a proliferação primariamente epitelial, com pouco
envolvimento estromal. A hiperplasia glandular complexa é caracterizada pelo aumento
assimétrico da glândula, com áreas de atrofia (GADELHA, 2003).
Esta afecção pode ser uma alteração de envelhecimento normal e pode estar
presente sem que apareçam sintomas, mas um aumento acentuado pode causar
compressão e, conseqüentemente, obstrução do reto, cólon e até mesmo da uretra,
podendo ocorrer tenesmo, retenção urinária, hematúria e sangramento uretral. À
palpação retal percebe-se a próstata aumentada de volume simetricamente, com
consistência macia, superfície regular, móvel e indolor. A ultra-sonografia pode
confirmar o aumento de volume e mostrar áreas hipoecóicas se a hiperplasia cística
estiver presente (BRENDLER et al., 1983; PETER et al., 1995; VANNUCCHI et al.,
1997; BASINGER et al., 1998; SOUZA, 1998; JOHNSTON et al., 2000; WHITE, 2000;
HEDLUND, 2002).
O tratamento de escolha da HPB é a orquiectomia. A involução da glândula
ocorre gradativamente devido à diminuição dos níveis séricos de testosterona
(KRAWIEC, 1994; PETER et al., 1995; JOHNSTON et al., 2000; HEDLUND, 2002;
BRANDÃO et al., 2006). A diminuição do volume prostático se deve, principalmente, à
destruição de um grande número de células epiteliais secretórias. Entretanto, todos os
componentes celulares da glândula sofrem influência da ausência dos andrógenos,
variando desde morte celular a alterações na proliferação e diferenciação celulares
(SHIDAIFAT et al., 2007).
6
2.2.2 Prostatites e abscessos prostáticos
A prostatite bacteriana é uma afecção comum no cão devido à proximidade da
próstata com a flora bacteriana normal da uretra, embora uma infecção hematógena
seja possível. Pode acometer cães castrados ou intactos sexualmente. O
microrganismo mais comumente isolado é a Escherichia coli, mas bactérias como
Proteus sp, Staphilococcus sp, Streptococcus sp, Pseudomonas sp, Klebsiella sp,
Mycoplasma canis, Enterobacter sp e Pasteurella sp também podem ser isoladas
(RIFKIN, 1990; STANLEY, 1990; KRAWIEC, 1994; BASINGER et al., 1998; HEDLUND,
2002).
À palpação retal percebe-se a próstata aumentada de volume, dolorida e macia.
Em casos de infecção grave, o animal apresenta sintomatologia sistêmica como febre,
apatia, vômito, desconforto abdominal, entre outros sinais. O antibiótico escolhido para
o tratamento baseia-se na cultura e antibiograma do fluido prostático. Antibióticos como
sulfa/trimetropin, cloranfenicol, enrofloxacina, clindamicina e aminoglicosídeos
apresentam boa penetração na próstata (KRAWIEC, 1994; PETER et al., 1995;
VANNUCCHI et al., 1997; BASINGER et al., 1998; HEDLUND, 2002). A abscedação
prostática é uma forma severa de prostatite bacteriana. Se a infecção bacteriana não for
eliminada rapidamente, ocorre a formação de microabscessos. Com a coalescência de
vários microabscessos, são criados grandes abscessos, causando um aumento
significativo do volume prostático. À palpação retal percebem-se áreas flutuantes
correspondentes aos abscessos. O diagnóstico é confirmado pela aspiração do exudato
supurativo da próstata. O tratamento de escolha consiste na drenagem cirúrgica e
antibioticoterapia sistêmica (VANNUCCHI et al., 1997; BARSANTI, 1998; WHITE,
2000).
A prostatite enfisematosa foi descrita por ROHLEDER, et al. (2002), que
caracterizou a afecção como sendo uma inflamação da próstata com um acúmulo
patológico de gás no parênquima da glândula. O mecanismo de formação do gás é a
fermentação da glicose, resultando na formação de dióxido de carbono, ácido butírico e
ácido lático. Animais diabéticos geralmente apresentam glicosúria, mas a prostatite
7
enfisematosa pode também ocorrer em animais não diabéticos. Neste caso, a produção
de gás é decorrente da quebra da albumina urinária pela Escherichia coli.
2.2.3 Cistos prostáticos e paraprostáticos
Os cistos prostáticos consistem em cavidades não sépticas preenchidas com
fluido. A fisiopatologia é incerta, mas pode ocorrer a formação de cistos devido à
obstrução dos ductos secretórios da próstata com conseqüente acúmulo de fluido e
formações cavitárias no parênquima ou devido à hiperplasia cística do epitélio glandular
(VANNUCCHI et al., 1997; BASINGER et al., 1998).
Os cistos paraprostáticos raramente se comunicam com o parênquima e são
originários do útero masculino, uma estrutura embrionária derivada do sistema ductal de
Muller (WHITE, 2000; HEDLUND, 2002).
Os cães permanecem freqüentemente assintomáticos, até que os cistos fiquem
suficientemente grandes para causarem obstrução do reto, cólon e uretra. A aspiração
com agulha fina obtém-se transudato modificado contendo hemácias e, eventualmente,
células epiteliais e inflamatórias. O tratamento consiste na drenagem cirúrgica com
excisão, omentalização ou marsupialização. A castração diminui a atividade secretória
da glândula (PETER et al., 1995; VANNUCCHI et al., 1997 HEDLUND, 2002).
2.2.4 Metaplasia escamosa
A metaplasia escamosa é a transformação do epitélio glandular em epitélio
escamoso estratificado, secundária ao hiperestrogenismo endógeno ou exógeno. A
principal causa do hiperestrogenismo endógeno é o tumor das células de Sertoli. A
metaplasia escamosa predispõe os cães afetados à formação de abscessos e cistos
(PETER et al., 1995; DI SANTIS et al. 2001).
A próstata afetada geralmente apresenta-se aumentada de volume, como na
hiperplasia prostática benigna, mas os cães podem mostrar sinais clínicos de
8
hiperestrogenismo como alopecias simétricas, hiperpigmentação, prepúcio penduloso,
ginecomastia e trombocitopenia (KRAWIEC, 1994; PETER et al., 1995).
O tratamento consiste na remoção da fonte de estrógeno. Animais que
apresentam tumor das células de Sertoli ou criptorquidismo devem ser submetidos à
orquiectomia (PETER et al., 1995).
2.2.5 Neoplasias prostáticas
As neoplasias prostáticas ocorrem em machos intactos e castrados e, apesar da
baixa incidência em cães, o adenocarcinoma é a mais comum das neoplasias em
próstata (PETER et al., 1995; VANNUCCHI et al., 1997; BOSTWICK et al., 2000,
HEDLUND, 2002). Outras neoplasias também foram descritas como o carcinoma de
células de transição, carcinoma de lulas escamosas, leiomiossarcoma, linfoma
primário, fibrossarcoma e metástases (VANNUCCHI et al., 1997).
As alterações neoplásicas intra-epiteliais (PIN) parecem ocorrer em estágios
seqüenciais, aumentando o grau de malignidade de acordo com mudanças fenotípicas
da morfologia e crescimento celulares, pleomorfismo nuclear e do nucléolo (LAMB &
ZHANG, 2005). O PIN se correlaciona estreitamente e é considerado precursor do
adenocarcinoma prostático (WATERS & BOSTWICK, 1997).
Os sinais clínicos das neoplasias prostáticas podem incluir perda de peso,
claudicação de membros pélvicos, tenesmo, disquesia, retenção ou incontinência
urinária, disúria, hematúria e edema de membros pélvicos. A próstata pode apresentar
tamanho normal, mas geralmente apresenta-se aumentada de tamanho
assimetricamente. À palpação retal percebe-se a glândula prostática assimétrica, firme,
dolorosa e podendo demonstrar irregularidade nodular (KRAWIEC, 1994; PETER et al.,
1995 HEDLUND, 2002).
As neoplasias prostáticas são localmente invasivas e metastatizam nos
linfonodos regionais (ilíacos, pélvicos e sublombares), nos pulmões, nas vértebras
lombares, fêmur e pelve. O diagnóstico definitivo baseia-se no exame histopatológico
9
da próstata. Com a biópsia torna-se possível o diagnóstico e a diferenciação entre as
neoplasias (PETER et al., 1995; WATERS et al., 1997; CORNELL et al., 2000; WHITE,
2000).
O tratamento para as neoplasias prostáticas é limitado. É necessária a pesquisa
de metástases, o que auxilia no prognóstico mais preciso. Embora o tratamento clínico
seja uma alternativa para o tratamento cirúrgico em pacientes idosos, a quimioterapia e
a utilização de hormônios podem causar efeitos colaterais mais deletérios que os
causados pelo procedimento anestésico. Além disso, ainda não há descrita na literatura
a eficácia do tratamento clínico para as neoplasias prostáticas (WHITE, 2000).
O tratamento cirúrgico consiste na prostatectomia total, em animais que não
apresentam evidências de metástases, realizando a remoção de toda a porção da
próstata, embora exista alta taxa de morbidade e mortalidade pós-cirúrgica, além de
poder provocar incontinência urinária (VANNUCCHI et al., 1997; BASINGER et al.,
1998; HEDLUND, 2002).
2.2 A ultra-sonografia e punção aspirativa
A ultra-sonografia é um procedimento seguro, não invasivo, que pode ser
utilizada não somente para avaliar o tamanho e o contorno da próstata, mas também o
parênquima glandular e estruturas com fluido em seu interior. O exame ultra-
sonográfico permite a caracterização do tecido prostático, mas lesões específicas não
podem ser determinadas (PETER et al., 1995, KAMOLPATANA et al. 1999; SOUZA &
TONIOLLO, 1999).
Os transdutores de 5,0 e 7,5 MHz, do tipo setorial, são os mais indicados para
esses procedimentos, pois oferecem imagens com melhor qualidade (MATOON &
NYLAND, 1995).
Durante o exame ultra-sonográfico a próstata apresenta estrutura sólida,
homogênea e delimitada por uma linha correspondente à cápsula fibrosa que a envolve.
Sua ecotextura assemelha-se ao baço e possui forma bilobulada que é reconhecida
pelo plano transversal. A uretra prostática aparece como estrutura arredondada,
10
hipoecóica a anecóica na porção central dorsal da próstata (MATOON & NYLA, 1995;
RUEL et al., 1997).
A citologia aspirativa com agulha fina permite a obtenção de células prostáticas e
conseqüente avaliação da população celular quanto à morfologia, às características das
células e de seus elementos (POWE et al., 2004).
Durante o exame citológico de próstatas normais observam-se populações
celulares epiteliais cuboidais a colunares, uniformes, apresentando núcleo redondo ou
oval e basal, nucléolo pequeno e pouco evidente e o citoplasma basofílico com
pequenas granulações (THARLL et al., 1985).
2.3 Videolaparoscopia como meio diagnóstico
A laparoscopia é um exame pouco utilizado em medicina veterinária, se
comparado com a medicina humana, sendo sua eficiência na visualização e
direcionamento das biópsias hepática, renal e esplênica, documentada, em pequenos
animais, por diversos autores (JOHNSON & TWEDT., 1977; WILDT et al., 1977;
GRAUER et al., 1983; JONES, 1990; RICHTER, 2001; MONNET et al., 2003).
A idealização da laparoscopia como método diagnóstico é antiga, pois é de 1901
sua primeira descrição, quando Kelling apresentou em Hamburgo, no XXIII Congresso
de Ciências Naturais, as observações feitas dos órgãos abdominais do cão.
Provavelmente devido às dificuldades técnicas da execução, que se apresentaram
inicialmente, associadas ao fascínio da possibilidade de manipulação direta dos mais
diferentes órgãos, o método caiu no ostracismo (SCHOSSLER, 1998).
Com o gradativo aperfeiçoamento técnico, bem como a experimentação de
diferentes procedimentos, obtiveram-se conclusões que resultaram no estabelecimento
dos princípios da cirurgia atraumática que regem os procedimentos cirúrgicos atuais.
Tendo em mente o objetivo de causar menor trauma possível ao paciente, renasceu,
nos últimos anos, como que redescoberta, a técnica de laparoscopia que, com os
avanços tecnológicos da atualidade, surge como uma nova fronteira da área dica
aplicada e experimental (SHOSSLER, 1998; SIM et al., 2004).
11
A laparoscopia é um procedimento que permite a visualização da cavidade
abdominal por meio de uma óptica inserida por uma pequena incisão na parede
abdominal. Deste modo, é possível a observação de todo o conteúdo da cavidade
abdominal, bem como as alterações patológicas, quando presentes (JOHNSON &
TWEDT, 1977; JONES, 1990; MONNET et al., 2003).
As indicações da laparoscopia incluem procedimentos diagnósticos e
intervenções cirúrgicas terapêuticas. A laparoscopia diagnóstica é comumente utilizada
para a obtenção de fragmentos para exame histopatológico de tecidos como fígado,
pâncreas, baço, rins, bexiga, estômago, intestinos, ovários, útero e próstata, embora as
biópsias de fígado, pâncreas e baço sejam as mais realizadas (JONES, 1990;
RICHTER, 2001; MONNET et al., 2003). Além disso, a laparoscopia fornece
informações que vão além das fornecidas pela laparotomia convencional. Um exemplo:
a visualização de pequenas metástases e o grau de evolução e comprometimento de
algumas neoplasias (MONNET et al, 2003).
Os procedimentos cirúrgicos laparoscópicos mais realizados incluem a
ovariohisterectomia, ovariectomia, orquiectomia em animais que apresentam
criptorquidismo, gastropexia preventiva, cistotomia, herniorrafia diafragmática e perineal
e nefrectomia (JOHNSON & TWEDT, 1977; JONES, 1990; RICHTER, 2001; MONNET
et al., 2003).
A visualização do conteúdo abdominal é conseguida através da óptica que é
composta por um tubo metálico contendo lentes de vidro de alta resolução óptica, rígida
ou flexível. Seu diâmetro, comprimento e ângulo de visão variam (JONES, 1990). O
diâmetro pode variar de 2,7 a 10 mm, sendo os mais usualmente utilizados os de 5, 7 e
10 mm. Quanto maior o diâmetro, maior será a transmissão de luz e melhor será a
qualidade da imagem (JONES, 1990; RICHTER, 2001). O ângulo de visão pode variar
de 0 a 70°, sendo que o ângulo de transmite a imagem de estruturas localizadas
exatamente à frente da óptica, não ocorrendo nenhuma distorção da imagem
(RICHTER, 2001).
12
A óptica é conectada a uma fonte de luz utilizando-se um cabo de fibra óptica,
sendo as lâmpadas de halogênio e xenon as mais utilizadas (JONES, 1990; RICHTER,
2001).
Durante a intervenção laparoscópica as imagens podem ser visibilizadas
diretamente através da óptica ou por meio de uma microcâmera que transmite as
imagens a um monitor de vídeo num tamanho de 5 a 15 vezes maior do que a imagem
real, permitindo assim a observação das imagens com maior clareza e definição
(RICHTER, 2001).
Para melhor visibilização e manipulação do conteúdo abdominal, a cavidade
abdominal deve ser distendida criando, assim, um pneumoperitônio, que fornece um
espaço entre a parede abdominal e as vísceras (JONES, 1990). A distensão abdominal
é conseguida com a introdução de gases como ar ambiente, óxido nitroso ou dióxido de
carbono por uma agulha, denominada agulha de Verres, conectada a um insuflador
automático. Este equipamento permite o estabelecimento e a manutenção do
pneumoperitônio a uma pressão previamente estabelecida, que não deve exceder
15mmHg. Pressões maiores que 15mmHg podem causar comprometimento da função
respiratória ocasionando alterações nos parâmetros fisiológicos durante o procedimento
anestésico (JOHNSON & TWEDT, 1977; JONES, 1990; RICHTER, 2001; MONNET, et
al., 2003; MADEB et al., 2004).
O dióxido de carbono é o gás mais indicado devido à sua rápida absorção, o que
diminui os riscos de embolismo gasoso, mas pode causar irritação na parede
abdominal, quando o animal estiver submetido à anestesia local. O ar ambiente é o
mais lentamente absorvido, sendo o menos indicado devido ao alto risco de causar
embolismo gasoso (RICHTER, 2001; MONNET, et al., 2003).
A óptica e os instrumentos cirúrgicos para biópsia são introduzidos na cavidade
abdominal por meio dos trocartes. Cada um deles possui uma nula de metal ou
plástico que permite a passagem dos instrumentos e uma válvula que impede a saída
do gás da cavidade. O diâmetro varia de acordo com os instrumentos utilizados e a
óptica e é 0,5 a 1 mm maior que o diâmetro do instrumento que será introduzido
(RICHTER, 2001).
13
O trocarte possui uma extremidade pontiaguda utilizada para penetrar na
cavidade abdominal. Após a penetração, o trocarte é retirado, permanecendo apenas a
cânula que será utilizada para a introdução dos instrumentos cirúrgicos e a óptica
(RICHTER, 2001).
Vários instrumentos são disponíveis para a cirurgia laparoscópica, incluindo todo
o instrumental utilizado na laparotomia convencional (RICHTER, 2001).
A laparoscopia é um procedimento considerado minimamente invasivo, quando
comparado à laparotomia, pois possibilita a manipulação meticulosa de estruturas
abdominais em espaços restritos. Além disso, para a realização do procedimento, são
realizadas pequenas incisões (para a introdução dos trocartes) de aproximadamente 1
cm de comprimento, o que diminui o tempo de cicatrização da ferida cirúrgica e da dor
no período pós-operatório (JOHNSON & TWEDT, 1977; JONES, 1990; RICHTER,
2001; MONNET, et al., 2003; MADEB, et al., 2004).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local e animais
O estudo foi conduzido nas dependências do Hospital Veterinário da
Universidade de Franca - UNIFRAN.
Foram utilizados 14 cães, adultos, saudáveis, com ou sem raça definida,
selecionados aleatoriamente num abrigo de cães abandonados do município de Franca,
SP. Os cães não apresentavam sinais clínicos de doenças prostáticas ou distúrbios
reprodutivos, e apresentavam idade entre 2 a 9 anos e de peso corpóreo variando de
9,1 a 37 quilos.
Para a seleção dos cães, foram avaliadas as condições clínicas gerais com
ênfase no exame físico e nos índices hematimétricos (eritrograma, leucograma e
contagem de plaquetas).
Os animais foram mantidos em canis e receberam ração comercial adequada à
espécie e água ad libidum durante o experimento.
14
3.2 Ultra-sonografia e punção biópsia aspirativa
As regiões pré-púbica e púbica foram tricotomizadas e o animal foi posicionado
em decúbito dorsal para exame ultra-sonográfico
1
.
A próstata foi visibilizada, em tempo real, utilizando-se transdutor convexo de 5,0
e 7,5 MHz na região pré-púbica abdominal parapeniana. As dimensões craniocaudal e
ventrodorsal foram evidenciadas, além da localização, ecogenicidade, presença de
nódulos ou formações cavitárias e integridade da cápsula. Procedeu-se a punção, sob
visibilização ultra-sonográfica, com acesso transabdominal, por meio de mandril de
cateter calibre 20
2
após ser realizada anti-sepsia com álcool iodado e iodo povidine
tópico, respectivamente. A agulha foi introduzida manualmente e acoplada a seringa de
10 ml para ser aplicada sucção equivalente a 6-8 mL, por meio de um citoaspirador, no
lobo esquerdo da glândula. O material colhido foi colocado sobre lâminas de vidro,
estendido e encaminhado para exame citológico. Para coloração das lâminas utilizou-se
o panótico rápido
3
.
Os animais foram encaminhados aos procedimentos cirúrgicos após, no mínimo,
7 dias da realização da punção aspirativa.
3.3 Protocolo anestésico
Previamente ao procedimento cirúrgico, os animais foram submetidos a jejum
alimentar e hídrico por um período de 12 e duas horas, respectivamente. Foram
administradas, como medicações pré-anestésicas, atropina
4
(0,02 mg/Kg de peso
corpóreo) pela via intramuscular 15 minutos antes da administração da morfina
5
(0,3
mg/Kg de peso corpóreo) e xilazina
6
(0,3 mg/Kg de peso corpóreo), associadas na
mesma seringa e aplicadas pela via intramuscular. Ato contínuo, procedeu-se a indução
1
Aparelho Anser 485 - Pie Medical.
2
Cateter 20 – Nipro.
3
Laborclin – Produtos para laboratório Ltda.
4
Atropion 0,5 mg/ml – Ariston.
5
Dolo Moff 10 mg/ml – União química.
6
Sedazine – Fort dogde.
15
anestésica com propofol
7
(5 mg/Kg de peso corpóreo), pela via intravenosa. A
manutenção da anestesia foi realizada com halotano
8
, pelo uso de vaporizador
calibrado
9
com fluxo diluente de 50 mL/Kg/min de oxigênio a 100%, utilizando-se
circuito anestésico com reinalação parcial dos gases.
Foi instituída a ventilação de pressão positiva intermitente (VPPI), ciclada a
pressão (15 cmH
2
O) com freqüência respiratória de 10 a 15 movimentos por minuto.
Ao término do procedimento, os animais receberam cetoprofeno
10
(1 mg/kg) pela
via subcutânea e enrofloxacina (5 mg/kg) pela via intramuscular.
3.4 Biópsia por videolaparoscopia
A tricotomia da região abdominal ventral foi realizada, estendendo-se desde a
porção caudal do esterno até a região púbica. O animal foi posicionado em decúbito
dorsal com elevação de 30° mantendo os membros pélvicos elevados. Realizou-se anti-
sepsia com o uso de álcool iodado e solução de iodo povidine a 1%, respectivamente,
seguida da delimitação da área cirúrgica com panos de campo estéreis.
Na região da cicatriz umbilical, foi realizada incisão da pele com
aproximadamente 1cm de extensão e, no mesmo local, introduziu-se a agulha de
Verres que permitiu a instalação do pneumoperitônio artificial com dióxido de carbono,
com pressão de, no máximo, 15 mm/Hg, utilizando-se um insuflador automático
11
(Figura 1).
7
Propovan – Cristália.
8
Tanohalo – Cristália.
9
Modelo 4.2, HB Hospitalar Indústria e Comércio Ltda.
10
Ketofen 10% - Merial.
11
Modelo CO
2
– OP – Pneu, Wisap.
16
Figura 1-Imagem fotográfica do insuflador automático de
dióxido de carbono.
Após a formação do pneumoperitônio, introduziu-se o trocarte de 10 mm
permanecendo a bainha para colocação da óptica, com ângulo de visão de e 10mm
de diâmetro, com fonte de luz externa de xenon de 180W
12
transmitida por cabo de fibra
óptica. As imagens foram transmitidas por meio de um monitor de vídeo
13
(Figura 2).
Neste momento, foi possível a visibilização da cavidade peritoneal. A instalação do
pneumoperitônio foi realizada de maneira gradual com pressão intra-abdominal de 8 a
15mm/Hg.
12
Modelo XE 5600 – CD/g – Ilo.
13
Modelo PVN – 14N5U, Trinitron – Sony.
17
Figura 2- Imagem fotográfica do aparelho que emite fonte
de luz de xenon acoplada à microcâmera.
Nas regiões abdominais caudais laterais parapenianas esquerda e direita,
próximas ao pênis, foram realizadas incisões de pele de aproximadamente 0,5cm de
extensão e, nos mesmos locais, introduzidos os trocartes de 5mm de diâmetro para a
inserção dos instrumentos cirúrgicos utilizados (pinça de apreensão, tesoura
Metzenbaum reta e pinça de biópsia em forma de colher) (Figura 3).
A região do colo da bexiga foi, então, identificada e, em seguida, realizada a
dissecação cuidadosa do tecido adiposo peri-prostático utilizando-se a pinça de
apreensão e a tesoura Metzenbaum reta (Figuras 4 e 5). Após a visibilização da
glândula prostática, e sua adequada dissecação, um fragmento do parênquima
prostático foi colhido do lobo direito da glândula, utilizando-se a pinça de biópsia em
forma de colher (Figura 6).
18
Figura 3– Imagens fotográficas - A: Incisão de pele em região de
cicatriz umbilical; B: Introdução da agulha de Verres para
instalação do pneumoperitônio; C: Introdução do trocarte
de 10mm para colocação da óptica; D: Introdução da
óptica; E: Iluminação da cavidade abdominal pela fonte
de luz; F: Incisão de pele em região parapeniana
esquerda; G: Colocação do trocarte de 5mm para
instrumentais; H: Posição dos três portais.
A B
D C
E F
H
G
19
Figura 4 Imagem fotográfica da pinça de apreensão
denteada e serrilhada para laparoscopia.
Figura 5 Imagem fotográfica da tesoura Metzenbaum reta
para laparoscopia.
20
Figura 6 Imagem fotográfica da pinça de biópsia com concha
para laparoscopia.
O fragmento foi conservado em solução de formalina a 10% e foram
confeccionados cortes histológicos para futura avaliação histopatológica.
As três incisões foram aproximadas com a utilização de pontos Sultan com fio
inabsorvível náilon 2-0 agulhado
14
para a sutura da musculatura abdominal e foram
utilizados pontos interrompidos simples com o mesmo fio para a sutura da pele. Ato
contínuo, realizou-se orquiectomia pré-escrotal, pois os animais foram encaminhados
para adoção.
3.5 Pós-operatório
No período pós-operatório foram administrados o antiinflamatório o esteroidal
cetoprofeno
15
(1mg/Kg) pela via subcutânea a cada 24 horas durante três dias e o
14
Polysuture.
15
Ketofen 10% - Merial.
21
antibiótico enrofloxacina
16
(5mg/Kg) pela via intramuscular a cada 12 horas durante sete
dias.
Os animais utilizaram colar elisabetano e o curativo das feridas cirúrgicas foi
realizado com iodo povidine a 1% a cada 12 horas. Os pontos cirúrgicos foram retirados
sete dias após o procedimento cirúrgico.
4 RESULTADOS
4.1 Animais
Neste estudo, 18 animais foram selecionados e mantidos em canis nas
dependências do Hospital Veterinário da Universidade de Franca, sendo que 4 deles
apresentaram sinais clínicos e alterações laboratoriais sugestivos de hemoparasitose
incluindo presença de grande quantidade de carrapatos, apatia, hiporexia a anorexia,
mucosas orais pálidas e petéquias em região ventral de abdome em um dos animais.
Os cães foram submetidos ao tratamento adequado para tal enfermidade
ocorrendo melhora clínica significativa, o que não foi observada laboratorialmente.
Desta forma, os animais enfermos foram excluídos do estudo devido à impossibilidade
de serem submetidos aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos.
4.2 Ultra-sonografia e punção biópsia aspirativa
A ultra-sonografia, para a avaliação da próstata e auxílio na punção aspirativa, foi
realizada em 14 cães. Verificou-se, por meio do exame, que a forma prostática
observada foi somente a globosa e a superfície regular em todos os animais. A textura
revelou-se homogênea em todos os cães, com áreas hiperecóicas circundadas por
regiões hipoecóicas (Figura 7).
16
Baytrril 10% - Bayer.
d
a
d
d
22
Figura 7 – Imagem ultra-sonográfica da próstata normal
de cão (seta vermelha), via transabdominal,
obtida com transdutor setorial de 5 MHz.
Observar forma globosa, superfície regular e
ecotextura homogênea.
Foi difícil a visibilização da cápsula prostática em 12 animais, mas pôde-se
observá-la em dois cães como uma estrutura linear hiperecóica circundando a próstata.
(Figura 8).
Alterações ultra-sonográficas compatíveis com hiperplasia prostática benigna
foram observadas em três es. Características como aumento de volume prostático,
discreto aumento da ecogenicidade do parênquima e aumento significativo da
ecogenicidade da cápsula fibrosa que envolve a glândula foram notadas (Figura 8).
As minas, para avaliação citológica, foram confeccionadas no Laboratório de
Patologia Clínica da Universidade de Franca – UNIFRAN e coradas com Panótico
rápido
17
. Nos exames citológicos não foram encontradas alterações inflamatórias,
proliferativas ou neoplásicas. Foram observadas, em 12 animais, muitas hemácias,
leucócitos e células epiteliais prostáticas com formato cubóide, citoplasma
discretamente basofílico e granular, núcleo grande, redondo a oval e cromatina com
17
Laborclin – Produtos para laboratórios Ltda.
23
padrão reticular. As células encontradas se dispunham, de maneira geral, em blocos
(Figura 8).
Figura 8 – Imagem ultra-sonográfica da próstata de cão
com alterações sugestivas de hiperplasia
prostática benigna, via transabdominal, obtida
com transdutor setorial de 5 MHz. Observar
aumento da ecogenicidade do parênquima
prostático e linha hiperecogênica
correspondente à cápsula (seta vermelha).
24
Figura 9 – Fotomicrografia de células prostáticas normais
obtidas por punção aspirativa e coradas com
Panótico rápido. Observar forma cubóide das
células, núcleo redondo a oval (seta vermelha)
e citoplasma ligeiramente basofílico (seta azul).
Aumento de 200X.
Em dois animais (animais 5 e 7) foram observadas células com características
sugestivas de hiperplasia prostática benigna, incluindo aumento da relação
núcleo:citoplasma, citoplasma mais basofílico contendo algumas vacuolizações,
cromatina heterogênea e condensada e blocos celulares maiores (Figura 10).
25
Figura 10 Fotomicrografia de células prostáticas
sugestivas de hiperplasia obtidas por
punção aspirativa, coradas com Panótico
rápido. Observar aumento da relação
núcleo:citoplasma (seta vermelha) e
cromatina heterogênea (seta azul).
Aumento de 200X.
4.3 Protocolo anestésico
Após avaliação clínica e ultra-sonográfica, 14 animais foram encaminhados para
os procedimentos anestésicos e cirúrgicos. O protocolo, inicialmente realizado, consistiu
na administração de acepromazina
18
(0,02 mg/Kg) associada à morfina (0,3 mg/Kg), na
mesma seringa, pela via intramuscular como medicações pré-anestésicas. Procedeu-se
a indução com propofol (5 mg/Kg) pela via intravenosa e, para manutenção do plano
anestésico, utilizou-se o halotano. Durante o procedimento cirúrgico notou-se
hemorragia intensa devido perfuração do baço pela agulha de Verres e/ou trocarte para
introdução da óptica em três animais. Além da hemorragia, pôde-se perceber
esplenomegalia significativa o visibilizada anteriormente nos exames ultra-
sonográficos.
18
Acepran 0,2% - Univet.
26
Desta forma, três animais que receberam o protocolo anestésico descrito acima,
foram submetidos à laparotomia convencional para correção cirúrgica das perfurações
esplênicas sendo, assim, excluídos do estudo permanecendo 11 animais.
Observou-se a necessidade de alteração do protocolo anestésico devido à
impossibilidade de realização dos procedimentos cirúrgicos. A acepromazina foi
substituída pela atropina (0,02 mg/Kg de peso corpóreo), administrada 15 minutos antes
da associação de xilazina (0,3 mg/Kg de peso corpóreo), na mesma seringa, com
morfina (0,3 mg/Kg de peso corpóreo) pela via intramuscular como medicações pré-
anestésicas. Assim, 11 animais receberam essa associação, não apresentando
variações significativas nos parâmetros fisiológicos e nenhuma alteração do tamanho
do baço o que possibilitou a realização dos procedimentos cirúrgicos propostos.
4.4 Biópsia por videolaparoscopia
Realizou-se videolaparoscopia para obtenção de um fragmento prostático para
avaliação histopatológica em 11 animais. Os animais foram posicionados em decúbito
dorsal, numa inclinação de aproximadamente 30°, para elevação dos membros pélvicos
com o objetivo de facilitar o acesso à próstata.
Após dissecação do tecido adiposo peri-prostático, foi possível observar a
próstata, caudalmente à bexiga, com forma globosa, superfície regular, sem alterações
na coloração, ausência de nódulos e cistos e sem sinais evidentes da punção realizada
há sete dias. Estas características foram observadas em todos os animais.
A pinça de biópsia foi introduzida, no trocarte direito, para colheita de um único
fragmento da glândula em seu lobo direito. Os fragmentos obtidos tiveram tamanho
aproximado de 0,3cm por 0,5cm de extensão e foram conservados em solução de
formalina a 10%. Não foi observada hemorragia importante após a remoção do
fragmento prostático e os animais o apresentaram nenhuma complicação pós-
cirúrgica relacionada à recuperação anestésica, cicatrização das feridas cirúrgicas e
micção.
27
Os pontos cirúrgicos foram retirados após sete dias da videolaparoscopia e os
animais não apresentaram alterações clínicas.
4.5 Avaliação histopatológica
As lâminas para avaliação histopatológica foram confeccionadas pelo Laboratório
de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da Universidade de Franca UNIFRAN,
mediante protocolo usual de inclusão em parafina, e coradas com hematoxilina e
eosina. Sua observação foi realizada por meio de microscopia de luz. 11 lâminas foram
avaliadas, sendo que 10 delas apresentaram morfologia e estrutura condizentes com o
parênquima prostático normal incluindo características como única camada celular do
ácino e tamanho do mesmo dentro dos limites normais. Algumas vezes, pôde-se
perceber pequena quantidade de fluido prostático no interior dos ácinos. (Figura 11).
Em um dos animais (animal 8), observaram-se alterações compatíveis com
hiperplasia prostática benigna incluindo dilatação dos ácinos da glândula e aumento do
número de camadas de células epiteliais. As alterações celulares epiteliais prostáticas
notadas foram o aumento da relação núcleo:citoplasma, cromatina heterogênea e
condensada (Figura 12), ressaltando que no mesmo animal não foram percebidas
alterações celulares no exame citológico.
Os resultados dos exames ultra-sonográficos, citológicos e histopatológicos
estão descritos na Tabela1.
28
Figura 11 – Fotomicrografia de corte histológico prostático de
fragmento obtido por videolaparoscopia.
Observar tamanho do ácino (seta vermelha) e
camada celular única (seta azul) (HE, aumento
de 200X).
Figura 12 - Fotomicrografia de corte histológico prostático de
fragmento obtido por videolaparoscopia.
Observar tamanho aumentado do ácino (seta
vermelha) e aumento do número de camadas
celulares (seta azul) (HE, aumento de 200X).
29
Tabela 1. Correlação dos achados dos exames ultra-sonográficos, punção aspirativa e
exames histopatológicos das próstatas de cães.
Animal Exame ultra-sonográfico
Punção aspirativa
Exame histopatológico
1 Aspecto normal* Sem alterações*** Excluído
2 Aspecto normal Sem alterações Excluído
3 Aspecto normal Sem alterações Excluído
4 Aspecto normal Sem alterações Sem alterações*****
5 Aspecto normal HPB**** Sem alterações
6 Aspecto normal Sem alterações Sem alterações
7 HPB** HPB Sem alterações
8 HPB** Sem alterações HPB******
9 Aspecto normal Sem alterações Sem alterações
10 HPB** Sem alterações Sem alterações
11 Aspecto normal Sem alterações Sem alterações
12 Aspecto normal
Sem alterações Sem alterações
13 Aspecto normal Sem alterações Sem alterações
14 Aspecto normal Sem alterações Sem alterações
* Parênquima prostático homogêneo e ausência de formações nodulares e cavitárias; **
Aumento da ecogenicidade do parênquima prostático, aumento de volume da glândula e no
animal de número 10 visibilização da cápsula; *** Células cubóides, citoplasma ligeiramente
basofílico e núcleo redondo a oval; **** Aumento da relação núcleo-citoplasma, citoplasma
mais basofílico, cromatina heterogênea e condensada; ***** Ácinos glandulares dentro dos
limites e apenas uma camada de células ao redor dos ácinos; ****** Dilatação dos ácinos e
aumento do número de camadas celulares.
30
5 DISCUSSÃO
5.1 Avaliação ultra-sonográfica e punção aspirativa
Os exames ultra-sonográficos das próstatas foram fundamentais, pois
permitiram a avaliação de características como localização, tamanho, contorno,
simetria e parênquima prostático como descrito por Matoon & Nyland (1995) e Souza &
Toniollo (1999). A visibilização da cápsula prostática não foi possível em todos os
animais corroborando com Cartee & Rowles (1983), Feeney et al. (1987), Zohil &
Castellano (1994) e Ruel (1997), devido à presença de fezes nas alças intestinais e ao
tipo de eco refletido pela cápsula.
Todos os cães apresentaram próstata de forma globosa e superfície regular
como descrito por Cartee & Rowles (1983) e apenas dois deles apresentaram aumento
de volume prostático. Importante afirmar que o tamanho da glândula sofre influência da
idade e raça do animal. Animais idosos tendem a apresentar próstata de maior
tamanho devido às alterações hiperplásicas. Neste trabalho, os animais avaliados
tiveram idade variando entre 2 a 9 anos, sendo que os dois animais com
prostatomegalia apresentavam idade dia de 7 e 9 anos, considerados animais
idosos, corroborando com Krawiec (1994) e Peter et al. (1995) que descreveram o
aumento de volume prostático um achado comum em cães destas idades como
alteração decorrente da hiperplasia da glândula.
O parênquima prostático revelou textura homogênea com áreas hiperecóicas
circundadas por pequenas regiões de menor ecogenicidade estando de acordo com
Feeney et al. (1987) e Matoon & Nyland (1995).
Três cães apresentaram alterações ultra-sonográficas sugestivas de hiperplasia
prostática benigna incluindo aumento da ecogenicidade do parênquima e aumento de
volume da glândula, como descrito por Feeney et al. (1987) e Winter et al. (2006), e foi
possível a visibilização da cápsula prostática em dois cães como estrutura linear e
hiperecóica circundando a glândula, característica também observada por Cartee &
Rowles (1983).
31
A ultra-sonografia colaborou significativamente para a realização da punção
aspirativa da próstata por permitir, além da avaliação da glândula, a determinação do
local da punção, como verificado por Nyland et al. (2002) e Di Santis et al. (2004),
tornando a colheita do material mais eficaz e segura. Provavelmente, sem o auxílio do
exame ultra-sonográfico, não seria possível a realização da punção aspirativa da
mesma maneira citada acima.
A punção aspirativa com agulha fina foi possível de ser realizada em todos os
animais e permitiu a colheita de material para avaliação das características celulares e
de seus elementos como também verificado por Zohil & Castellano (1994).
As características celulares observadas, no exame citológico, estão de acordo
com as verificadas por Thrall et al. (1999) no que se refere ao formato das células, do
núcleo e coloração do citoplasma, como células cubóides com núcleo redondo a oval e
citoplasma ligeiramente basofílico.
Dois cães apresentaram alterações citológicas compatíveis com hiperplasia
prostática benigna como aumento da relação núcleo:citoplasma, citoplasma mais
basofílico e cromatina reticular e condensada e estão de acordo com as características
encontradas por Thrall et al. (1999) e Arrieta et al. (2006).
Um dos animais, que demonstrou alterações ultra-sonográficas sugestivas de
hiperplasia prostática benigna, não apresentou alterações celulares no exame
citológico condizentes com a mesma enfermidade. Tal observação corrobora com
Powe et al. (2004) que descreveram a possibilidade de colheita de material
insuficiente, pela punção aspirativa, para avaliação citológica.
5.2 Protocolo anestésico
O protocolo anestésico inicialmente instituído neste trabalho, incluiu a
acepromazina e a morfina como medicações pré-anestésicas. Após indução
anestésica com propofol e manutenção do plano anestésico com halotano, três animais
apresentaram sinais evidentes de hemorragia durante visibilização da cavidade
abdominal por meio da óptica, devido esplenomegalia por vasodilatação dos vasos do
32
baço, como descrito por Cortopassi & Fantoni (2002). Segundo os autores, a
acepromazina pode induzir vasodilatação dos vasos do baço, e conseqüente
esplenomegalia, impossibilitando a realização do procedimento cirúrgico proposto
devido ao aumento do risco de perfuração esplênica no momento da introdução da
agulha de Verres e trocartes.
A esplenomegalia aumenta o risco de perfuração do órgão, no momento da
introdução da agulha de Verres e/ou trocarte, causando hemorragia e impossibilitando
a realização dos procedimentos cirúrgicos por meio da videolaparoscopia como
descrito por Jones (1990) e Richter (2001).
Jones (1990) e Richter (2001) descreveram a perfuração de sceras
abdominais, no momento da introdução da agulha de Verres e/ou trocarte, uma das
complicações que podem ocorrer no momento da colocação dos instrumentais citados
para a instalação do pneumoperitônio.
5.3 Biópsia por videolaparoscopia
Foi possível a realização da videolaparoscopia, para obtenção de fragmento
prostático, em 11 animais após a modificação do protocolo anestésico mencionado
anteriormente. A visibilização dos órgãos abdominais, incluindo a próstata, foi realizada
através da introdução da óptica como descrita por Johnson & Twedt (1977), Jones
(1990) e Monnet et al. (2003) e a obtenção do fragmento prostático, para avaliação
histopatológica, foi feita de maneira segura, sendo o material suficiente para biópsia
como relatado por Jones (1990) e Richter (2001).
Assim como descrito por Monnet et al. (2003), foi observado enfisema
subcutâneo em um dos animais, como uma complicação no momento da instalação do
pneumoperitôneo causada pela introdução incorreta da agulha de Verres, que foi
solucionada pela suspensão da insuflação, massagem para esvaziamento e nova
introdução da agulha. Após a correção, foi possível dar continuidade ao procedimento
cirúrgico.
33
A pressão intra-abdominal variou de 8 a 12 mm/Hg permanecendo dentro dos
valores considerados seguros (menores que 15 mm/Hg) não causando danos à função
respiratória segundo Jones (1990), Richter (2001), Monnet et al. (2003) e Madeb et al.
(2004).
Para a instalação do pneumoperitôneo utilizou-se insuflador automático de
dióxido de carbono que, de acordo Richter (2001) e Monnet et al. (2003), é o gás
considerado mais seguro devido sua rápida absorção e diminuição do risco de embolia
gasosa. Não foi observada nenhuma complicação relacionada ao pneumoperitônio
corroborando com Berger et al. (2005) que relataram a embolia gasosa como uma
complicação rara.
A colheita do fragmento prostático, por meio da pinça de biópsia com concha, foi
realizada de maneira segura, visto que a videolaparoscopia permite a visibilização
direta do local da colheita, na próstata, além do acompanhamento e controle de
possível hemorragia após a obtenção do fragmento, como descrito por Johnson &
Twedt (1977). Cabe ressaltar que no presente experimento, essa observação foi
sempre verificada, no entanto, em nenhum dos animais a mesma foi motivo para
interrupção do procedimento cirúrgico.
A recuperação dos animais deste estudo, no período pós-operatório, ocorreu
satisfatoriamente não sendo observada nenhuma complicação relacionada à
cicatrização das feridas cirúrgicas, micção e estado geral dos es, corroborando com
Jones (1990), Richter (2001) e Monnet et al. (2003) quando descreveram que a
videolaparoscopia é um procedimento minimamente invasivo.
5.4 Avaliação histopatológica
Os exames histopatológicos forneceram informações sobre a estrutura e
morfologia do parênquima prostático tornando possível a caracterização morfológica
das células e a diferenciação dos processos proliferativos de natureza benigna ou
maligna como descrito por Amorim et al. (2004) e Di Santis et al. (2004).
34
Um dos animais apresentou alterações na estrutura do parênquima da glândula,
compatíveis com hiperplasia prostática benigna como aumento do tamanho dos ácinos
glandulares e aumento do número das camadas celulares ao redor de cada ácino.
Amorim et al. (2004) e Arrieta et al. (2006) descreveram estas características como
alterações condizentes com hiperplasia prostática benigna.
Os cães que apresentaram alterações nos exames citológicos sugestivas de
hiperplasia prostática benigna tiveram o exame histopatológico dentro da normalidade
para os padrões do parênquima da glândula. Estas informações são semelhantes
àquelas descritas por Peter et al. (1995) e White (2000) sobre o diagnóstico definitivo
das doenças prostáticas ser baseado na avaliação histopatológica e na possibilidade
de colheita de material insuficiente no momento da punção aspirativa como descreveu
Powe at al. (2004).
Os exames citológicos auxiliam de maneira significativa no diagnóstico das
patologias prostáticas, embora exista a possibilidade de colheita de material
insuficiente para avaliação, como verificado neste estudo e por Powe (2004). Além
disso, a avaliação citológica não fornece informações sobre a morfologia e estrutura do
tecido prostático que são conseguidas pelos exames histopatológicos.
6 CONCLUSÕES
Nas condições em que foi realizado este estudo e diante dos resultados obtidos,
pode-se concluir que:
- A videolaparoscopia é um método seguro, minimamente invasivo e viável para
visibilização da próstata e do local para obtenção do fragmento e para a
realização colheita.
- O material obtido na videolaparoscopia é suficiente para a avaliação
histopatológica.
- A recuperação pós-operatória ocorre de maneira satisfatória e os animais
apresentam estado geral bom.
35
- O exame citológico, a partir da punção aspirativa da próstata guiada por ultra-
som, permite a avaliação das características celulares e de seus elementos e
auxilia no diagnóstico e diferenciação das doenças prostáticas, embora o exame
histopatológico forneça o diagnóstico definitivo.
- O exame histopatológico de fragmento prostático, obtido por videolaparoscopia,
permitiu a avaliação da estrutura e da morfologia do parênquima da glândula,
sendo o método de diagnóstico definitivo das afecções da próstata.
36
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