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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOPATOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL
“MUTAÇÕES NO GENE LRRK2 COMO CAUSA DA DOENÇA DE
PARKINSON EM PACIENTES BRASILEIROS”
Karla Cristina Vasconcelos Moura
Rio de Janeiro
2008
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOPATOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL
“MUTAÇÕES NO GENE LRRK2 COMO CAUSA DA DOENÇA DE
PARKINSON EM PACIENTES BRASILEIROS”
Karla Cristina Vasconcelos Moura
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Fisiopatologia Clínica e Experimental, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), visando à obtenção do título de
Mestre em Ciências.
Rio de Janeiro
2008
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOPATOLOGIA CLÍNICA E EXPERIMENTAL
“MUTAÇÕES NO GENE LRRK2 COMO CAUSA DA DOENÇA DE
PARKINSON EM PACIENTES BRASILEIROS”
Karla Cristina Vasconcelos Moura
Orientadoras: Profª.Drª. Márcia Mattos Gonçalves Pimentel
Profª.Drª. Cíntia Barros Santos-Rebouças
Aprovada em 02 de julho de 2008 pela banca examinadora:
____________________________________________________________
Profª.Drª. Jacyara Maria Brito Macedo
____________________________________________________________
Prof. Dr. João Santos Pereira
____________________________________________________________
Profª. Drª. Teresa de Souza Fernandez
Rio de Janeiro
2008
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/ BIBLIOTECA CB/A
M929 Moura, Karla Cristina Vasconcelos. .
Mutações no gene LRRK2 como causa da doença de Parkinson em
pacientes brasileiros / Karla Cristina Vasconcelos Moura.- 2008.
xiv,114f. : il.
Orientador : Márcia Mattos Gonçalves Pimentel.
Co-orientador : Cíntia Barros Santos-Rebouças.
Dissertação (mestrado) Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Faculdade de Ciências Médicas.
Bibliografia : f. 85-109.
1. Parkinson, Doença de - Aspectos genéticos - Teses. 2.
Parkinson, Doença de - Etiologia - Teses. 3. Mutação (Biologia) -
Teses. I. Pimentel, Márcia Mattos Gonçalves. II. Santos-Rebouças,
Cíntia Barros. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Faculdade de Ciências Médicas. IV. Título.
.
CDU 616.858-008.6:575.1
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar força e saúde para encarar todos os desafios do dia a
dia.
Aos meus pais, por serem meus amores incondicionais e verdadeiros, e por
sempre me incentivarem em todas as decisões da minha vida.
A Digo, meu irmão, que soube compreender meus momentos de angústia e
de “monopólio” de nosso micro (rs). Além de ajudar com as figuras desta
dissertação.
À Profª Drª Márcia Mattos Gonçalves Pimentel, por ter me dado a
oportunidade de ingressar no mestrado e voltar a fazer parte da equipe do
SERVGEN, além de acreditar no meu potencial como pesquisadora.
À Profª Drª Cíntia Barros Santos-Rebouças, pela co-orientação e pelo
agradável convívio desde a época da graduação.
Aos médicos Dr. João Santos Pereira, Drª. Ana Lúcia Zuma de Rosso, Drª.
Denise Hack Nicaretta e Drª. Izabel Cristina Constantino Bastos, pela
grandiosa colaboração e pelo convívio durante estes dois anos.
À Cláudia, por ser uma grande amiga e estar sempre presente com uma
palavra de consolo nos momentos mais importantes da minha vida. Sem
contar os momentos maravilhosos de descontração que sempre esteve do
meu lado. É uma pessoa fundamental em todos os aspectos.
Ao saudoso “Marinho”, por ser um grande amigo e estar sempre disposto a
ajudar e a colaborar com qualquer coisa. Mesmo distante nunca poderia
deixar de agradecer pelos belos momentos de convívio durante todos estes
anos no laboratório, além dos agradáveis temas polêmicos!
À Jussara, por ser uma pessoa prestativa e sempre disposta a ajudar.
Ao Richard e ao Fábio, pelas novas amizades conquistadas, pelos debates na
copa e pelo agradável convívio diário. Valeu Richard pela ajuda no sumário!
À Adriana, Cris, Natália e Juliana, por serem ótimas colegas de trabalho e
pessoas maravilhosas de se conviver.
Às meninas da “IC” Karen, Paloma, Marcela e Andressa, por proporcionarem
um convívio agradável no laboratório.
Às mais novas alunas do SERVGEN, Mariana e Beatriz, sejam muito bem-
vindas à nossa equipe!
Aos pacientes do SERVGEN, sem os quais este trabalho não teria sido
realizado, e aos seus familiares, por entenderem a importância das
investigações genéticas.
À Plataforma Genômica – Seqüenciamento de DNA/PDTIS – FioCruz, pela
utilização do Sistema de Seqüenciamento Automático.
À FAPERJ, pelo apoio financeiro.
Aos professores e funcionários do Programa de Pós Graduação em
Fisiopatologia Clínica e Experimental da UERJ, sem os quais, a minha
formação não seria possível.
vii
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1: Formas monogênicas conhecidas da Doença de Parkinson.
6
Tabela 2: Freqüência de mutações no gene LRRK2 em diferentes
populações.
23
Tabela 3: Estudos que realizaram o cálculo de penetrância da
mutação p.G2019S.
35
Tabela 4: Condições utilizadas na PCR para a amplificação dos
fragmentos correspondentes aos exons 31 e 41 do gene LRRK2.
43
Tabela 5: Resultados das análises moleculares do gene LRRK2 em
154 pacientes, de ambos os sexos, com DP idiopática.
54
Tabela 6: Características clínicas dos pacientes com a mutação
p.G2019S em heterozigose.
64
Tabela 7: Análise da mutação p.G2019S no gene LRRK2 em sete
familiares de dois pacientes com esta alteração.
67
Tabela 8a: Alelos de marcadores do cromossomo 12q12 em
indivíduos com a mutação p.G2019S no gene LRRK2.
70
Tabela 8b: Alelos de marcadores do cromossomo 12q12 em
familiares, sem a mutação p.G2019S no gene LRRK2, de pacientes
com DP.
71
viii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Página
Figura 1: As principais regiões do cérebro afetadas na DP
(sombreado amarelo). Seção lateral de um cérebro humano com a
porção anterior para a esquerda.
17
Figura 2: Esquema do cromossomo 12, mostrando a região onde se
encontra o gene LRRK2 (12q12), e da estrutura do gene LRRK2 e de
sua proteína, a dardarina.
18
Figura 3: Representação esquemática da estrutura dos domínios da
proteína LRRK2.
21
Figura 4: A mutação p.G2019S no gene LRRK2 surgiu de um efeito
fundador ancestral comum que parece ter se originado no Norte da
África e se difundido para outros continentes (setas brancas) através
da migração humana.
32
Figura 5: Esquema representativo da digestão dos produtos da PCR
com a enzima SfcI.
50
Figura 6: Eletroferogramas gerados pelo seqüenciamento do produto
da PCR.
61
Figura 7: Gel da digestão dos produtos da PCR (exon 41 do gene
LRRK2) com a enzima SfcI.
62
Figura 8: Heredograma da família do probando PAR1306.
66
Figura 9: Heredograma da família da paciente PAR1398.
68
Figura 10: Heredograma da família do paciente PAR1455
69
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A – adenina
AD – autossômica dominante
AR – autossômica recessiva
ATP13A2 – gene da ATPase tipo 13A2
C - citosina
°C - grau Celsius
cM centi Morgan
CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
COR – domínio C-terminal a Roc
dATP - 2’ desoxiadenosina 5’ trifosfato
dCTP - 2’ desoxicitidina 5’ trifosfato
DG - doença de Gaucher
dGTP - 2’ desoxiguanosina 5’ trifosfato
DNA - ácido desoxirribonucléico
dNTPs – desoxirribonucleotídeos
DP - Doença de Parkinson
dTTP - 2’ desoxitimidina 5’ trifosfato
EDTA - ácido etileno-diamino tetracético
G – guanina
GBA – gene da glucocerebrosidase
HTRA2 – gene da HTRA serina peptidase 2
kb - quilobase
kDa – quilodalton
KRS - síndrome Kufor-Rakeb
LRR - região rica em repetições leucina
LRRK2 – gene da quinase rica em repetições leucina 2
M – molar
MAPKs – MAP quinase quinase quinase
mL - mililitro
mM – milimolar
x
MPTP - metil-4-fenil1-1,2,3,6-tetrahidropiridina
OMIM - Online Mendelian Inheritance in Men
p - braço curto de um cromossomo
pb - par de bases
PCR - reação em cadeia da polimerase
PDTIS - Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde
PINK1 – gene da quinase induzida por proteína 1
pmol – picomol
PRKN – gene parkin
q - braço longo de um cromossomo
RFLP – Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos de DNA
RNA - ácido ribonucléico
RNAm - ácido ribonucléico mensageiro
rpm - rotações por minuto
SNCA – gene da α-sinucleína
SNP – Polimorfismo de base única
T - timina
TBE - tampão tris-ácido bórico-EDTA
TEMED - N’-N-N’-N’ tetrametiletilenodiamina
Tris - trihidroximetil aminometano
U – unidade
UCHL1 – gene da ubiquitina carboxil-terminal esterase L1
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
V - volt
μg - micrograma
μL - microlitro
μM - micromolar
ng - nanograma
xi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ..................................................................................VII
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.........................................................................VIII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................IX
RESUMO..................................................................................................XIII
ABSTRACT ..............................................................................................XIV
1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................1
1.1 – A DOENÇA DE PARKINSON ...........................................................2
1.2 – CAUSAS AMBIENTAIS DA DP ........................................................3
1.3 – CAUSAS GENÉTICAS DA DP ..........................................................4
1.3.1 – PRKN ...............................................................................................7
1.3.2 – PINK1 ..............................................................................................8
1.3.3 – DJ1..................................................................................................9
1.3.4 – ATP13A2 .......................................................................................11
1.3.5 – HTRA2...........................................................................................11
1.3.6 – SNCA .............................................................................................12
1.3.7 – UCHL1...........................................................................................14
1.3.8 – GBA ...............................................................................................15
1.4 – O GENE LRRK2 E SEU PRODUTO: A DARDARINA........................16
1.4.1 – Variantes patogênicas no gene LRRK2 ........................................20
1.4.2 – O efeito das mutações na proteína dardarina .............................30
1.5 – EFEITO FUNDADOR....................................................................31
1.6 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ASSOCIADAS
À MUTAÇÃO P.G2019S.......................................................................33
1.7 – PENETRÂNCIA DA MUTAÇÃO P.G2019S......................................34
1.8 – OBJETIVOS ................................................................................37
2 – METODOLOGIA .............................................................................38
xii
2.1 PACIENTES...................................................................................39
2.2 ANÁLISE MOLECULAR..................................................................40
2.2.1 – Extração do DNA genômico ......................................................40
2.2.2 – Estimativa da concentração do DNA.........................................41
2.2.3 – Rastreamento de mutações no exon 31 do gene LRRK2 ............42
2.2.3.1 – Reação em cadeia da polimerase (PCR)................................................42
2.2.3.2 – Avaliação da qualidade dos fragmentos amplificados e do
rendimento da reação.....................................................................................44
2.2.3.3 – Purificação dos produtos da PCR ............................................................44
2.2.3.4 – Seqüenciamento automático......................................................................45
2.2.4 – Rastreamento de mutações no exon 41 do gene LRRK2 ............46
2.2.4.1 – Reação em cadeia da polimerase para o seqüenciamento .........46
2.2.4.2 – PCR-RFLP .............................................................................................................47
2.2.4.3 – Análise dos fragmentos da digestão em gel de poliacrilamida.48
2.2.5 – Cálculo da penetrância da mutação p.G2019S .........................51
2.2.6 – Análise de haplótipo.................................................................51
3 – RESULTADOS ................................................................................52
4 – DISCUSSÃO...................................................................................73
5 – CONCLUSÃO..................................................................................83
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................85
7 - ANEXOS.......................................................................................110
xiii
RESUMO
A doença de Parkinson (DP), caracterizada pela degeneração
progressiva de neurônios dopaminérgicos, é a desordem neurodegenerativa
motora mais comum e possui uma prevalência maior que 1% em indivíduos
com mais de 65 anos de idade. Apesar das causas desta disfunção
permanecerem obscuras, conhecimentos recentes sobre a base genética da
DP evidenciam, claramente, que os fatores genéticos desempenham um
papel importante na etiologia desta desordem. Mutações no gene Leucine-rich
repeat kinase 2 (LRRK2) são reconhecidas como uma das causas mais
comuns da DP entre pacientes de diferentes origens geográficas. Neste
estudo, nós avaliamos a presença de mutações nos exons 31 e 41 do gene
LRRK2, através do seqüenciamento automático, em uma amostra de 154
pacientes brasileiros não aparentados com DP familiar ou esporádica,
incluindo casos de manifestação precoce ou tardia da doença. A mutação
LRRK2 p.G2019S foi identificada em heterozigose em três probandos (~2%),
e em três outros parentes de um paciente. Nenhum portador desta mutação
foi encontrado entre 250 cromossomos controles analisados. Clinicamente,
todos os pacientes portadores da mutação apresentavam um fenótipo DP
típico e uma boa resposta ao levodopa. A análise de segregação da mutação
p.G2019S realizada em alguns membros de uma genealogia, revelou uma
penetrância de 60%. Além disso, através da análise genotípica de cinco SNPs
localizados no gene LRRK2, identificamos um haplótipo mínimo (T-A-G-A-A)
compartilhado pelos indivíduos portadores da mutação p.G2019S, o que
sugere fortemente que o alelo mutante p.G2019S tem uma mesma origem.
Nossos achados sugerem que a mutação LRRK2 p.G2019S contribui de
forma substancial na susceptibilidade à DP na população brasileira e
adiciona novas informações à pesquisa desta doença. Consideramos ainda,
que a penetrância incompleta desta mutação é um fator relevante a ser
considerado no aconselhamento genético.
xiv
ABSTRACT
Parkinson’s disease (PD) is characterized by the progressive
degeneration of dopaminergic neurons and is the most common motor
neurodegenerative disorder, with a prevalence higher than 1% in individuals
with more than 65 years old. Although the causes of this dysfunction have
not been clear, recent findings about the PD genetic mechanism show clearly
that genetics factors have an important role in the etiology of this disorder.
Mutations in the Leucine-rich repeat kinase 2 (LRRK2) gene are known as a
common cause of PD among patients from different geographic origins. In
this study, we evaluated the prevalence of LRRK2 mutations in exons 31 and
41 by direct sequencing in a cohort of 154 consecutive, unrelated Brazilian
patients with familial or sporadic PD, including early and late onset patients.
The LRRK2 p.G2019S mutation was present in heterozygous state in three
index cases (~2%), and in three additional relatives. No carriers of this
mutation were found among 250 control chromosomes. All mutation-positive
patients presented a typical PD phenotype and a good response to levodopa.
The p.G2019S segregation analysis, accomplished in some members of a
genealogy, showed a penetrance of 60%. Through the genotypic analysis of
five SNPs located in the LRRK2 gene, we also identified one minimal
haplotype (TAGAA) shared by individuals with mutation p.G2019S, what
strongly suggests that the mutant allele p.G2019S has the same origin. Our
findings indicate that the LRRK2 p.G2019S mutation has a substantial
contribution to PD susceptibility among Brazilian population and add new
clues to current research of this disease. Still, we consider that the
incomplete penetrance of this mutation is a relevant factor to be considered
in the genetic counseling.
1 – INTRODUÇÃO
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
2
1.1 – A Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson (DP; OMIM 168600) é a desordem
neurodegenerativa motora mais comum, caracterizada pela degeneração
progressiva de neurônios dopaminérgicos dentro da substância negra nos
gânglios basais (de Rijk et al., 1997). A cada ano, 16-19 por 100.000
pessoas são diagnosticadas com doença de Parkinson (DP), sendo sua
prevalência associada à idade. Basicamente, a DP é um distúrbio de início
tardio, com idade média de manifestação aos 54 anos, embora possa se
manifestar antes dos 50 anos de idade (Van Den Eeden et al., 2003).
Aproximadamente 1% da população é afetada aos 65 anos, aumentando
para 4-5% aos 85 anos de idade (Fahn, 2003). Não existe cura para a DP e
as opções de tratamento permanecem amplamente sintomáticas, sendo
que os pacientes costumam apresentar resposta positiva à terapia com
levodopa (Fahn, 2003). A degeneração progressiva do sistema
nigroestriatal implica numa disfunção grave (Samii et al., 2004), o que
representa um fator que influencia na qualidade de vida do paciente e
resulta em custos consideráveis, diretos e indiretos, para a comunidade
(Lindgren et al., 2005).
Clinicamente, pacientes com DP exibem como sintomas principais:
(i) tremor em repouso; (ii) bradicinesia; (iii) rigidez muscular e
instabilidade postural. Outras características não motoras também
observadas nos pacientes incluem disfunção autonômica, ansiedade,
depressão, distúrbios do sono e disfunção cognitiva (Samii et al., 2004).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
3
Muitas outras condições neurológicas podem apresentar sintomas
e sinais de parkinsonismo, embora existam, atualmente, critérios
diagnósticos clínicos confiáveis para diferenciar a DP (Litvan et al., 2003).
Entretanto, o diagnóstico definitivo, capaz de distinguir a DP de outras
formas de parkinsonismo, requer análises histopatológicas de tecido
cerebral, no qual se visualiza a perda neuronal e a despigmentação da
substância negra, além da presença de inclusões protéicas intracelulares
(corpúsculos de Lewy) no cérebro [Hughes et al., 2002).
A etiologia da DP é pouco conhecida, sendo considerada, na
maioria dos casos, idiopática. No entanto, existem evidências que sugerem
que tanto fatores ambientais como hereditários desempenham uma
função no desenvolvimento da DP. Seguindo a hipótese multifatorial da
doença, é possível que a interface entre os fatores genéticos, ambientais e
o estilo de vida (incluindo fatores de risco e fatores protetores) culminem
numa probabilidade única do indivíduo desenvolver a doença (Rocca,
2005; Gosal et al., 2006; Klein & Schossmacher, 2006).
1.2 – Causas ambientais da DP
Com a descoberta do parkinsonismo induzido pelo metil-4-fenil1-
1,2,3,6-tetrahidropiridina (MPTP) em usuários de drogas intravenosas em
1983, especulou-se que outros fatores ambientais poderiam causar a DP
(Langston et al., 1983). O parkinsonismo possui uma variedade de
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
4
etiologias, incluindo distúrbios vasculares (Horner et al., 1997;
Demirkiran et al., 2001), exposições a substâncias tóxicas (Langston et al.,
1983; Aquilonius & Hartvig, 1986; Tanner & Langston, 1990; Semchuk et
al., 1992), doenças infecciosas (Poskanzer & Schwab, 1961), tumores do
lóbulo frontal (Imai & Hirayama, 1975; Kaijima et al., 1978; Majchrzak et
al., 1979) e defeitos ou variações nas vias metabólicas (Barbeau et al.,
1985; Steventon et al., 1989; Tanner, 1991; Armstrong et al., 1992;
Johnson, 2001).
Estudos epidemiológicos demonstraram que a vida rural, o uso de
pesticidas, o consumo de água de poço e certas ocupações, como a
mineração e a soldagem, estão associadas a um risco aumentado de DP
(Priyadarshi et al., 2001; Firestone et al., 2005; Jankovic, 2005). Mais
recentemente, Hancock e colaboradores (2008) reportaram uma
associação positiva entre a exposição a pesticidas e a DP, porém o
consumo de água de poço e a vida/trabalho no campo não se mostraram
associados à doença. Em contrapartida, tem sido noticiado efeitos
protetores do tabaco, do álcool e da cafeína, não estando claro, entretanto,
como estes agentes influenciam o risco da doença (Allam et al., 2004).
1.3 – Causas genéticas da DP
Ao contrário do que se imaginava, estudos sinalizam que os fatores
genéticos desempenham um importante papel na etiologia da DP,
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
5
evidenciados pela agregação familiar, por estudos de associação genética e
pela identificação de famílias com uma clara herança mendeliana da
doença (Duvoisin, 1998). Estudos genéticos da DP começaram em 1997,
com a descoberta de mutações missense patogênicas no gene SNCA, que
segregavam de forma autossômica dominante em algumas famílias com
DP (Polymeropoulos et al., 1997). Nos últimos 11 anos, pelo menos treze
loci cromossômicos ligados à DP foram identificados e neles mapeiam nove
genes associados a formas monogênicas da doença, incluindo os genes
SNCA (Polymeropoulos et al., 1997), UCHL1 (Leroy et al., 1998), PRKN
(Matsumine et al., 1997; Kitada et al., 1998), DJ-1 (Bonifati et al., 2003),
PINK1 (Valente et al., 2004a), LRRK2 (Paisán-Ruíz et al., 2004; Zimprich et
al., 2004), GBA (Aharon-Peretz et al., 2005), HTRA2 (Strauss et al., 2005) e
ATP13A2 (Di Fonzo et al., 2007) (Tabela 1).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
6
Tabela 1 - Formas monogênicas conhecidas da Doença de Parkinson.
Locus gênico
(posição
cromossômica)
Gene*
Modo de
herança**
Idade de
manifestação da
DP
OMIM
®
***
PARK1 (=PARK4)
(4q21)
SNCA AD
38-65 anos
24-48 anos
168601
PARK2
(6q25.2-q27)
PRKN AR ~30 anos 600116
PARK3
(2p13)
- - - 602404
PARK5
(4p14)
UCHL1 AD 55-58 anos 191342
PARK6
(1p36)
PINK1 AR 20-40 anos 605909
PARK7
(1p36)
DJ1 AR 20-40 anos 606324
PARK8
(12q12)
LRRK2 AD 50-70 anos 607060
PARK9
(1p36)
ATP13A2
AR - 606693
PARK10
(1p)
- - - 606852
PARK11
(2q21.2)
- - - 607688
PARK12
(Xq21-q25)
- - - 300557
PARK13
(2p12)
HTRA2 - - 606441
1q21 GBA AD - 606463
* SNCA, α-synuclein; PRKN, parkin; UCHL1, ubiquitin carboxyl-terminal esterase L1;
PINK1, PTEN-induced putative kinase 1; DJ1, oncogene DJ1; LRRK2, leucin-rich repeat
kinase 2; ATP13A2, ATPase type 13A2; HTRA2, HTRA serine peptidase 2; GBA,
Glucocerebrosidase. Fonte: Adaptado de Belin & Westerlund (2008).
** AD – Autossômica dominante/ AR – Autossômica recessiva.
*** OMIM
®
, Online Mendelian Inheritance in Man
®
.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
7
Dos genes identificados, quatro deles estão associados a formas
recessivas de parkinsonismo: PRKN, PINK1, DJ1 e ATP13A2. Mutações
nestes genes como causa da DP são relativamente raras e resultam na
ausência de função da proteína, o que leva à manifestação prematura da
doença, com progressão lenta e boa resposta ao tratamento com levodopa
(Abou-Sleiman et al., 2004; Mata et al., 2004). As formas recessivas de
parkinsonismo tendem a resultar em uma perda mais seletiva de
neurônios dopaminérgicos do que aquelas associadas com a DP
esporádica de início tardio (Farrer, 2006). Outros quatro genes clonados,
SNCA, UCHL1, GBA e LRRK2, estão associados a formas dominantes da
doença. O gene HTRA2 ainda não foi associado a um tipo determinado de
herança.
1.3.1 – PRKN
Mutações no gene parkin (PRKN, OMIM 602544), que se localiza
em 6q, foram originalmente identificadas em famílias japonesas com
parkinsonismo juvenil, segregando de forma autossômica recessiva
(Kitada et al., 1998) e representam a causa mais comum de DP de início
precoce. O grande número e o amplo espectro de mutações em parkin
inclui alterações em todos os seus 12 exons (Hedrich et al., 2001).
Mutações pontuais neste gene são as lesões genéticas mais freqüentes,
embora rearranjos de exons, deleções e duplicações também sejam
comuns (Mata et al., 2004).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
8
Dados epidemiológicos em relação à freqüência populacional de
mutações no gene parkin são limitados, mas é sabido que a probabilidade
de mutações em PRKN está inversamente associada à idade e parece ser
maior que 50% em indivíduos com parkinsonismo abaixo dos 25 anos
(Lücking et al., 2000; Lohmann et al., 2003).
Este gene codifica uma proteína de 465 aminoácidos com um
domínio N-terminal similar à ubiquitina e dois domínios RING-finger.
Supõe-se que a proteína PARKIN funcione como uma ligase E3 que está
envolvida na degradação proteossômica de proteínas alvo (Shimura et al.,
2000). Ela é expressa em processos pré-sinápticos e pós-sinápticos e no
corpo celular de muitos neurônios (Schlossmacher et al., 2002).
O fato da proteína PARKIN ser um componente do sistema
ubiquitina-proteossomo reforça a hipótese de que a disfunção
proteossômica e a agregação resultante de proteínas sejam eventos
centrais na DP (Betarbet et al., 2005).
1.3.2 – PINK1
O gene PTEN-induced putative kinase 1 (PINK1, OMIM 608309) está
localizado em 1p36 e contém 8 exons que compreendem,
aproximadamente, 1,8 kb (Valente et al., 2004a). Duas mutações no gene
PINK1 foram, inicialmente, detectadas em três famílias consangüíneas
com DP de início prematuro (Valente et al., 2004a). A freqüência de
mutações neste gene varia de 1-9% (Bonifati et al., 2005; Healy et al.,
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
9
2004; Klein et al., 2005; Li et al., 2005; Rogaeva et al., 2004; Valente et
al., 2004b), de acordo com o grupo étnico estudado.
Este gene codifica uma proteína de 581 aminoácidos com uma
massa molecular de 62,8 kDa, que apresenta 95% de similaridade entre a
forma humana e a do camundongo (Unoki & Nakamura, 2001; Nakajima
et al., 2003). Em camundongos adultos, a proteína pink1 é amplamente
expressa nos tecidos, com uma expressão mais alta no cérebro (Nakajima
et al., 2003).
A maioria das mutações descritas em PINK1 está localizada perto
ou dentro do domínio funcional serina/treonina quinase da proteína
(Klein et al., 2005) e acredita-se que elas resultem em perda de função. A
proteína PINK1 selvagem funciona como uma quinase com uma possível
atividade na mitocôndria; desse modo, reforça-se a idéia entre a disfunção
mitocondrial e o estresse oxidativo na patogênese da DP (Beilina et al.,
2005; Cookson, 2005; Silvestri et al., 2005).
1.3.3 – DJ1
Bonifati e colaboradores (2003) identificaram em duas famílias
consangüíneas da Holanda e da Itália, ambas com DP autossômica
recessiva de início prematuro, duas alterações no gene DJ1 (OMIM
602533), uma deleção e uma mutação de ponto, que segregavam com a
doença. Mutações missense e deleções foram rastreadas através de outros
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
10
estudos. Entretanto, são raras, causando <1% do parkinsonismo de início
prematuro (Hering et al., 2004; Lockhart et al., 2004).
O gene DJ1 contém oito exons que compreendem 24 kb e está
localizado distalmente 25 cM do gene PINK1 (Bonifati et al., 2003). Ele é
amplamente expresso em diversos tecidos, como fígado, músculo
esquelético e rins, e, no cérebro, ocorre um alto nível de expressão nas
regiões que são mais afetadas pela DP (Bonifati et al., 2003). Este gene foi,
inicialmente, descrito em associação com oncogênese (Nagakubo et al.,
1997) e infertilidade em ratos machos (Cookson, 2003).
O produto do gene DJ1 é uma proteína membro da família
ThiJ/PfpI de moléculas chaperones, que são induzidas durante o estresse
oxidativo, apresenta-se na forma de um dímero e está localizado nas
mitocôndrias (Tao & Tong, 2003; Zhang et al., 2005). Além disso, foi
descoberto, em camundongos, que a proteína dj1 está envolvida na
sinalização in vivo do receptor D2 de dopamina (Goldberg et al., 2005).
É possível especular que as proteínas PARKIN, PINK1 e DJ1
estejam criticamente envolvidas na percepção de uma disfunção
mitocondrial e no estresse oxidativo e, com isso, ativem um programa
integrado de resposta celular (Bonifati et al., 2003; Goldberg et al., 2003;
Canet-Aviles et al., 2004; Palacino et al., 2004; Greene et al., 2005; Kim et
al., 2005; Silvestri et al., 2005). A principal finalidade desta resposta
conjunta pode ser a manutenção da integridade das mitocôndrias,
facilitando com isso a sobrevivência de neurônios em risco durante o
envelhecimento humano.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
11
1.3.4 – ATP13A2
O nono locus (PARK9) ligado à DP está localizado em 1p36
(Hampshire et al., 2001), onde mapeia o gene ATP13A2. Este possui 29
exons e codifica uma ATPase tipo-P de 1.180 aminoácidos, de expressão
predominantemente neuronal, e que está localizada nos lisossomos
(Ramirez et al., 2006). Em 2006, mutações neste gene foram detectadas
em pacientes de duas famílias com a síndrome Kufor-Rakeb (KRS) (Najim
al-Din et al., 1994; Ramirez et al., 2006). Os pacientes afetados exibem
uma forma autossômica recessiva de parkinsonismo responsivo a
levodopa, com degeneração piramidal e disfunção cognitiva, mas também
possuem características não visualizadas na DP (Williams et al., 2005).
Recentemente, um estudo realizado em 46 pacientes com parkinsonismo
de manifestação precoce identificou três mutações missense (c.G1510C,
c.G1597A e c.C35T) no gene ATP13A2 (Di Fonzo et al., 2007). Todas as
mutações identificadas neste estudo resultam em substituição de resíduos
de aminoácidos altamente conservados na proteína ATP13A2 e se
mostraram ausentes em 249 indivíduos controles saudáveis.
1.3.5 – HTRA2
O gene que codifica a proteína HTRA serina peptidase 2, HTRA2,
possui 8 exons que compreendem 3,8 kb e mapeia no locus PARK13,
localizado em 2p13. A proteína HTRA2 é expressa na região
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
12
intermembrana das mitocôndrias, sendo liberada no citosol durante a
apoptose (Strauss et al., 2005). Em um estudo caso-controle envolvendo
indivíduos de origem germânica com DP esporádica, estes autores
identificaram duas variantes gênicas, p.A141S e p.G399S, sendo estes os
primeiros achados de associação entre alterações no gene HTRA2 e uma
desordem neurodegenerativa em humanos. Verificou-se que estas
variantes causavam prejuízo na atividade proteolítica da enzima,
induzindo à disfunção mitocondrial in vitro. Desta forma, estes resultados
forneceram indícios da existência de uma relação funcional entre o
estresse proteolítico e a função mitocondrial.
1.3.6 - SNCA
Estudos genéticos da DP tiveram início a partir da descoberta de
mutações missense patogênicas no gene alpha-synuclein (SNCA, OMIM
163890) que codifica a proteína α-sinucleína (Polymeropoulos et al.,
1997). O gene SNCA foi mapeado em 4q21 e contém 6 exons que
compreendem, aproximadamente, 117 kb (Touchman et al., 2001).
A α-sinucleína, o principal componente dos corpúsculos de Lewy
(Spillantini et al., 1997), é uma proteína citoplasmática neuronal, que
possui 140 aminoácidos, sendo expressa em todo o cérebro, com funções
potenciais no aprendizado, na plasticidade sináptica, na dinâmica de
vesículas e na síntese de dopamina (Lotharius & Brundin, 2002; Sidhu et
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
13
al., 2004). A proteína selvagem é um potente inibidor da fosfolipase D2,
que participa em diversas funções na transdução de sinais e na dinâmica
do citoesqueleto. É também um inibidor competitivo da tirosina
hidroxilase, um passo limitante na biossíntese de tirosina à levodopa
(Farrer, 2006).
A mutação c.209G>A no gene SNCA foi identificada através de
extensos estudos de ligação em várias famílias com parkinsonismo
autossômico dominante (Polymeropoulos et al., 1997; Bostantjopoulou et
al., 2001) e duas outras mutações missense (c.88G>C e c.188G>A) foram
subseqüentemente encontradas (Kruger et al., 1998; Zarranz et al., 2004).
Além destas três mutações de ponto, algumas famílias com DP
foram, recentemente, identificadas carreando triplicações do alelo ou
duplicações que incluíam o gene SNCA (Chartier-Harlin et al., 2004). A
gravidade do fenótipo parece depender da dosagem do gene e pacientes
com duplicações possuem maior semelhança clínica com pacientes com
DP idiopática em relação aos pacientes com triplicações. Entretanto,
ambos os eventos, mutações missense e multiplicações, são extremamente
raros (Berg et al., 2005a). Tais rearranjos levam a um aumento
proporcional do RNAm da α-sinucleína e de sua proteína no tecido
cerebral (Farrer et al., 2004). O mecanismo pelo qual a elevação dos níveis
de α-sinucleína leva à morte neuronal e à formação dos corpúsculos de
Lewy ainda é desconhecido.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
14
1.3.7 – UCHL1
O gene ubiquitin carboxyl-terminal esterase L1 (UCHL1, OMIM
191342) está localizado em 4p14 e foi primeiramente associado com a DP
através da identificação de uma mutação de ponto autossômica
dominante c.279C>G em dois pacientes aparentados (Leroy et al., 1998). A
mutação c.279C>G parece diminuir a atividade enzimática da proteína,
sugerindo que a perda de função seja o mecanismo que leva à doença.
Este gene contém 9 exons que compreendem 10 kb (Day et al.,
1990), produz um transcrito de 1,3 kb, expresso apenas no cérebro,
particularmente, na substância negra (Leroy et al., 1998), e codifica uma
proteína de 212 aminoácidos chamada PGP 9,5 (Day & Thompson, 1987).
A proteína PGP 9,5 é uma enzima neuronal abundante de função
ainda desconhecida, embora tenham sido reconhecidas atividades
hidrolase e ubiquitil ligase desta proteína, o que caracteriza uma
participação na degradação de proteínas através do proteossomo, um
processo crítico para a morte neuronal (Liu et al., 2002).
Embora todos estes achados sejam consistentes com a hipótese de
que a patogênese da DP envolve o prejuízo dos sistemas da ubiquitina,
mais estudos são necessários para elucidar como mutações que afetam o
gene UCHL1 conseguem causar a morte dos neurônios dopaminérgicos.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
15
1.3.8 – GBA
Mutações no gene GBA, que possui 11 exons e está localizado em
1q21, têm surgido como um fator de risco que predispõe à DP (Aharon-
Peretz et al., 2005). Este gene codifica a enzima lisossomal
glicocerebrosidase, que normalmente hidrolisa o glicocerebrosídeo em
glicose e ceramida. A deficiência desta enzima resulta na doença de
Gaucher (DG), uma desordem de armazenamento de glicolipídeo, herdada
recessivamente (Grabowski, 1993), que leva ao acúmulo do
glicocerebrosídeo nos macrófagos e ao envolvimento de múltiplos órgãos
(Grabowski, 1993).
Relatos de alguns pacientes com DG que apresentavam
parkinsonismo constituíram as primeiras evidências de uma relação
positiva entre a DG e a DP (Neudorfer et al., 1996; Tayebi et al., 2001).
Posteriormente, estudos familiares revelaram uma incidência acima da
esperada de parkinsonismo entre parentes de pacientes com a DG (Tayebi
et al., 2003; Goker-Alpan et al., 2004) e estudos genéticos, que
identificaram alterações no gene GBA em uma freqüência elevada entre
probandos com parkinsonismo, sugeriram que mutações neste gene, em
heterozigose, poderiam ser um fator de risco para a DP (Aharon-Peretz et
al., 2004; Sidransky, 2005).
Inicialmente, o estudo conduzido por Lwin e colaboradores (2004)
revelou uma freqüência bastante elevada de mutações no gene GBA em
amostras de tecido cerebral de pacientes com DP confirmada postmortem.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
16
Estudos subseqüentes avaliaram a presença de alterações no gene GBA
em pacientes com DP de diferentes populações e revelaram freqüências
acima das esperadas (Aharon-Peretz et al., 2004; Clark et al., 2005; Sato
et al., 2005; Eblan et al., 2006; Toft et al., 2006; Spitz et al., 2007; Ziegler
et al., 2007).
Esses dados preliminares apontam para uma associação positiva
entre mutações no gene GBA e a DP e enfatizam a importância de um
número maior de estudos sobre este gene em outras populações
(Sidransky, 2006).
A grande recente descoberta relativa à identificação de genes
associados à DP refere-se ao gene LRRK2, o que representa um marco na
investigação desta doença. Como este gene parece ter um papel bastante
significativo na etiologia dessa enfermidade, surgem novas perspectivas
para o estudo, o diagnóstico, a terapêutica e o aconselhamento genético
da doença (Paisán-Ruíz et al., 2004; Zimprich et al., 2004). Devido à sua
importância para este trabalho, este gene será discutido mais
detalhadamente no item 1.4.
1.4 – O gene LRRK2 e seu produto: a dardarina
O gene Leucine-Rich Repeat Kinase 2 (LRRK2, OMIM 609007) foi
recentemente adicionado à lista de genes que estão implicados na etiologia
da DP. Ele está localizado na região cromossômica 12q12 (Paisán-Ruíz et
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
17
al., 2004; Zimprich et al., 2004; Funayama et al., 2005), sendo expresso
em humanos em diversos tecidos/órgãos, como coração, fígado, cérebro
adulto, pulmão, placenta, músculo esquelético, pâncreas e rins (Paisán-
Ruíz et al., 2004). No cérebro, a expressão do LRRK2 se concentra na
substância negra, no núcleo caudatum e no putamen (Zimprich et al.,
2004) (Figura 1).
Figura 1 – As principais regiões do cérebro afetadas na DP (sombreado amarelo).
Seção lateral de um cérebro humano com a porção anterior para a esquerda.
Fonte: Farrer, 2006.
O gene LRRK2 contém 51 exons (Figura 2), que compreendem
uma região genômica de 144 kb de extensão, e codifica uma proteína de
2.527 aminoácidos com massa molecular de 286 kDa (Paisán-Ruíz et al.,
2004), chamada dardarina (termo derivado da palavra dardara de origem
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
18
Basca que significa tremor), que possui vários domínios conservados e
uma função ainda desconhecida (Zimprich et al., 2004). A proteína LRRK2
existe, predominantemente, in vivo, em uma conformação dimérica e a
interação entre os monômeros é, provavelmente, forte (Greggio et al.,
2008).
A dardarina (Figura 2) pertence ao grupo de proteínas ROCO
dentro da superfamília Ras/GTPase e contém cinco domínios conservados:
um domínio ROC (Ras em proteínas complexas), um domínio COR (C-
terminal a ROC), uma região rica em repetições leucina (LRR), um domínio
WD40 e um domínio catalítico de tirosina quinase (MAPKKK) (Bosgraaf &
Van Haastert, 2003).
Figura 2 – Esquema do cromossomo 12, mostrando a região onde se encontra o
gene LRRK2 (12q12), e da estrutura do gene LRRK2 e de sua proteína, a
dardarina. LRR – domínio rico em repetições leucina; ROC – domínio ROC; COR –
domínio COR; MAPKKK – domínio de tirosina quinase; WD40 – domínio WD40.
12q12
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
19
Todas as regiões da proteína dardarina podem estar envolvidas em
múltiplas funções, incluindo ligação ao substrato, fosforilação protéica e
interações proteína-proteína (Mata et al., 2005b). A proteína LRRK2 possui
duas propriedades enzimáticas, apresentando atividades de GTPase e de
quinase (Guo et al., 2007). Além disso, a autofosforilação da dardarina é
estimulada através da ligação de GTP, sugerindo que essa proteína é uma
quinase ativada, intramolecularmente, por sua atividade GTPase (Guo et
al., 2007).
Domínios ROC/GTPase de diferentes proteínas estão envolvidos na
reorganização do citoesqueleto de actina em resposta a estímulos
externos. Eles também possuem funções na transformação de células pela
Ras, assim como atuam na citocinese, na formação de adesão focal e na
estimulação de quinases ativadas por estresse (Ridley, 2001).
Proteínas que contêm regiões ricas em repetições leucina (LRRs)
estão associadas a diversas funções que envolvem interação proteína-
proteína, como interações com receptores de hormônios, inibição de
enzimas, adesão celular, tráfego celular, processamento de RNA e ligação
a substratos para ubiquitinação (Kobe & Kajava, 2001).
Domínios WD40 têm sido implicados na transdução de sinais, no
processamento de pré-RNAm e no arranjo do citoesqueleto (Smith et al.,
1999), enquanto o domínio COR possui uma função ainda desconhecida.
Enzimas com domínios MAPKKK pertencem a uma extensa família
de proteínas que compartilham um centro catalítico conservado comum a
proteínas serina/treonina quinases e tirosina quinases. Elas exercem sua
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
20
função catalisando a transferência de γ-fosfato do ATP para resíduos de
tirosina em substratos proteicos (Hubbard & Till, 2000). Diversos
estímulos externos provocam uma cascata de reações celulares onde uma
quinase ativa outra quinase através de fosforilações sucessivas.
Substratos de MAPKs ativadas incluem fatores de transcrição e proteínas
mitocondriais, além de proteínas citosólicas (Johnson et al., 2005; Meylan
& Tschopp, 2005).
1.4.1 – Variantes patogênicas no gene LRRK2
Amplos estudos mostram que mutações pontuais (Figura 3) no
gene LRRK2 segregam de forma dominante e constituem uma causa
importante da DP (Paisán-Ruíz et al., 2004; Zimprich et al., 2004; Di
Fonzo et al., 2005; Hernandez et al., 2005; Kachergus et al., 2005; Mata et
al., 2005b; Zabetian et al., 2005; Kay et al., 2006; Nichols et al., 2007;
Gaig et al., 2008). Entre estas mutações, algumas já tiveram o seu caráter
patogênico confirmado: c.4321C>T (p.R1441C), c.4321C>G (p.R1441G),
c.5096A>G (p.Y1699C), c.6055G>A (p.G2019S) e c.6059T>C (p.I2020T)
(Haugarvoll et al., 2008).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
21
Figura 3 – Representação esquemática da estrutura dos domínios da proteína
LRRK2. As posições de todas as substituições de aminoácidos possivelmente
patogênicas reportadas até o momento estão destacadas em rosa, enquanto as
substituições de aminoácidos que segregam com a DP estão destacadas em
verde, e os números dos exons correspondentes estão em preto. Abreviações:
COR, C terminal a Ras; Ex, exon; LRR, leucine-rich repeat domain; MAPKKK,
domínio de tirosina quinase; ROC, Ras em proteínas complexas (GTPase); WD40,
domínio WD40.
A maioria das mutações no gene LRRK2 associadas à DP,
identificadas até o momento, está localizada dentro dos cinco domínios da
proteína dardarina (Mata et al., 2005b) (Figura 3), sendo que os exons 31
e 41 codificam parte dos domínios ROC e MAPKKK, respectivamente, onde
estão presentes as principais variantes patogênicas encontradas.
O completo rastreamento da região codificante do gene LRRK2
revelou mutações em aproximadamente 10% dos casos de DP com história
familiar compatível com uma herança autossômica dominante (Berg et al.,
2005b; Khan et al., 2005; Mata et al., 2005b; Di Fonzo et al., 2006a). Esse
dado, por si só, indica que o gene LRRK2 é a causa genética conhecida
mais comum da doença.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
22
No entanto, a freqüência de mutações no gene LRRK2 varia muito
de acordo com a origem geográfica da população estudada, como mostram
vários estudos conduzidos em diferentes populações mundiais (Tabela 2).
Tabela 2 – Freqüência de mutações no gene LRRK2 em diferentes populações.
Mutações Frequência % (n)ª Familiar (%) Isolado (%) População (referências)
p.G2019S
41 (17) 100 0 Árabes do Norte da África (Lesage et al., 2005a)
39 (59) 17 83 Árabes do Norte da África (Lesage et al., 2006)
18,3 (120) 31 69 Judeus Ashkenazi (Ozelius et al., 2006)
7,6 (105) 15 85 Espanhóis (Infante et al., 2006)
6,6 (61) 100 0 Italianos, brasileiros e portugueses (Di Fonzo et al., 2005, 2006a)
6,52 (138) 22,5 77,5 Portugueses (Ferreira et al., 2007)
6 (128) 20 80 Portugueses (Bras et al., 2005)
5 (767) IND IND Norte-americanos (Nichols et al., 2005)
4,3 (302) 31,1 68,9 Espanhóis (Gaig et al., 2006)
3,5 (83) 47 53 Brasileiros (Munhoz et al., 2008)
3 (166) 82,5 17,5 Chilenos (Perez-Pastene et al., 2007)
3 (66) 59 41 Portugueses (Bras et al., 2008)
2,8 (248) 100 0 Americanos, europeus e asiáticos (Kachergus et al., 2005)
2,8 (174) 100 0 Europeus (Lesage et al., 2005a)
2,2 (225) 22,2 77,8 Espanhóis (Mata et al., 2006)
2,2 (274) 31 69 Russos (Pchelina et al., 2008)
2,1 (629) 28 72 Italianos (Goldwurm et al., 2005)
2 (435) 15 85 Noruegueses (Aasly et al., 2005)
2 (405) IND IND Americanos (Ross et al., 2006)
1,6 (482) 0 100 Ingleses (Gilks et al., 2005)
1,6 (121) 42 48 Canadenses (Paisán-Ruíz et al., 2005)
1,3 (1425) IND IND Americanos (Kay et al., 2006)
1,2 (326) 46 54 Norte-americanos (Deng et al., 2005)
1 (719) IND IND Europeus (Hernandez et al., 2005)
0,8 (371) 19,9 80,1 Americanos (Zabetian et al., 2005)
0,74 (806) IND IND Noruegueses, irlandeses e poloneses (Kachergus et al., 2005)
0,5 (786) 30 70 Norte-americanos (Farrer et al., 2005)
0,25 (390) 13,5 86,5 Alemães (Berg et al., 2005b)
0,12 (800) 10 90 Indianos (Punia et al., 2006)
0 (675) 8,6 91 Chineses (Tan et al., 2005)
0 (624) 0 100 Chineses (Lu et al., 2005)
0 (174) 12 88 Poloneses (Bialecka et al., 2005)
Tabela 2 – Continuação
Mutações Frequencia % (n)ª Familiar (%) Isolado (%) População (referências)
p.R1441C
3,4 (61) 100 0 Italianos, brasileiros e portugueses (Di Fonzo et al., 2005, 2006a)
0,5 (346) 12 88 Alemães (Zimprich et al., 2004)
0,4 (274) 31 69 Russos (Pchelina et al., 2008)
0,26 (371) 19,9 80,1 Americanos (Zabetian et al., 2005)
0,16 (629) 28 72 Italianos (Goldwurm et al., 2005)
0 (105) 15 85 Espanhóis (Infante et al., 2006)
0 (128) 20 80 Portugueses (Bras et al., 2005)
0 (800) 10 90 Indianos (Punia et al., 2006)
p.R1441G
8 (137) 22 78 Espanhóis (Paisán-Ruíz et al., 2004)
2,7 (225) 22 78 Espanhóis (Mata et al., 2005a)
0 (629) 28 72 Italianos (Goldwurm et al., 2005)
0 (105) 15 85 Espanhóis (Infante et al., 2006)
0 (128) 20 80 Portugueses (Bras et al., 2005)
0 (800) 10 90 Indianos (Punia et al., 2006)
p.R1441H
0,26 (371) 19,9 80,1 Americanos (Zabetian et al., 2005)
0 (128) 20 80 Portugueses (Bras et al., 2005)
0 (800) 10 90 Indianos (Punia et al., 2006)
p.G2385R
10 (608) IND IND Chineses de Taiwan (Di Fonzo et al., 2006b)
p.Y1699C
0,26 (346) 12 88 Alemães (Zimprich et al., 2004)
0 (629) 28 72 Italianos (Goldwurm et al., 2005)
p.I2020T
0,52 (189) IND IND Japoneses (Funayama et al., 2005)
0,26 (346) 12 88 Alemães (Zimprich et al., 2004)
0,25 (390) 13,5 86,5 Alemães (Berg et al., 2005b)
0 (624) 0 100 Chineses (Lu et al., 2005)
0 (800) 10 90 Indianos (Punia et al., 2006)
Tabela 2 – Continuação
Mutações Frequencia % (n)ª Familiar (%) Isolado (%) População (referências)
p.I1122V
0,26 (346) 12 88 Alemães (Zimprich et al., 2004)
p.R793M
0,76 (390) 13,5 86,5 Alemães (Berg et al., 2005)
p.S1228T
0,25 (390) 13,5 86,5 Alemães (Berg et al., 2005)
p.R1067Q
0,16 (630) 25 75 Chineses (Skipper et al., 2005)
p.I1371V
0,82 (121) 42 48 Canadenses (Paisán-Ruíz et al., 2005)
p.M1869T
0,12 (786) 30 70 Norte-americanos (Farrer et al., 2005)
ª (n), número de indivíduos analisados; IND, indisponível
Adaptado de Punia et al., 2006.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
26
O mais importante hot spot mutacional identificado no gene LRRK2
está localizado no exon 41, e possui três mutações descritas na literatura:
c.6035T>C (p.I2012T), c.6055G>A (p.G2019S) e c.6059T>C (p.I2020T),
sendo que apenas as duas últimas possuem um caráter patogênico
confirmado (Paisán-Ruíz et al., 2004; Zimprich et al., 2004; Berg et al.,
2005b; Funayama et al., 2005; Li et al., 2005; Kay et al., 2006; Perez-
Pastene et al., 2007).
A mutação c.6055G>A (p.G2019S) é a variante patogênica mais
freqüente identificada no gene LRRK2 (DiFonzo et al., 2005, 2006a; Gilks
et al., 2005; Mata et al., 2005b; Nichols et al., 2005). Esta mutação leva à
substituição do aminoácido glicina pela serina na proteína dardarina,
sendo responsável por uma proporção surpreendentemente alta de casos
familiares e isolados da DP. Estudos familiares e populacionais (Tabela 2)
indicam que esta mutação encontra-se difundida em diversas populações
mundiais, constituindo a causa mais comum de DP (Aasly et al., 2005;
Bras et al., 2005; Gaig et al., 2006; Goldwurm et al., 2006; Infante et al.,
2006; Kay et al., 2006; Lesage et al., 2005a; 2006; Mata et al., 2006;
Ozelius et al., 2006; Punia et al., 2006; Zabetian et al., 2006b; Ferreira et
al., 2007; Xiromerisiou et al., 2007).
Uma prevalência extremamente alta da mutação p.G2019S foi
encontrada entre pacientes árabes do Norte da África (37% de casos
familiares e 41% de casos esporádicos) (Lesage et al., 2006) e entre
pacientes judeus Ashkenazi (~29% de casos familiares e ~13% de casos
esporádicos) (Ozelius et al., 2006).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
27
A alteração p.G2019S está presente em uma baixa freqüência em
pacientes com DP do Norte da Europa (Aasly et al., 2005; Bialecka et al.,
2005; Carmine et al., 2006; Pchelina et al., 2006; Williams-Gray et al.,
2006) em comparação com pacientes do Sul da Europa, como Itália (~5%
de casos familiares e ~1% de casos esporádicos) (Goldwurm et al., 2005;
2006), e Espanha e Portugal (cerca de ~6-18% de casos familiares e ~3-6%
de casos esporádicos) (Bras et al., 2005; Gaig et al., 2006; Infante et al.,
2006; Mata et al., 2006). Entre os países europeus, estes dois últimos são
os que apresentam a maior prevalência da mutação p.G2019S entre
indivíduos com DP (Bras et al., 2005; Gaig et al., 2006; Infante et al.,
2006; Mata et al., 2006; Ferreira et al., 2007). A região de Cantabria, na
Espanha, registra a maior freqüência desta mutação (Infante et al., 2006).
Em Coimbra, Bras e colaboradores (2005) encontraram uma
freqüência da mutação p.G2019S de ~9% nos casos familiares e ~5% nos
casos esporádicos, enquanto um outro estudo, mais recente, realizado em
Lisboa (Ferreira et al., 2007), verificou uma prevalência de ~16% nos
casos familiares e 3,7% nos casos esporádicos.
Na América do Norte, a freqüência da mutação p.G2019S varia de
0,5-5% (Deng et al., 2005; Farrer et al., 2005; Nichols et al., 2005; Kay et
al., 2006; Johnson et al., 2007). Em um estudo norte-americano (Nichols
et al., 2005) foi encontrado um paciente com DP que possuía duas cópias
do alelo mutado, sendo que sua apresentação clínica, idade de
manifestação e progressão da doença não diferiam dos outros indivíduos
heterozigotos mutados.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
28
Cabe ressaltar que estudos do gene LRRK2 conduzidos em grandes
amostras de pacientes com DP de origem asiática (Lu et al., 2005; Tan et
al., 2005; Zabetian et al., 2006b) evidenciam que mutações neste gene são
raras (<0,4%) nas populações deste continente. A mutação p.G2019S não
foi identificada em três amplos estudos em pacientes chineses (Lu et al.,
2005; Tan et al., 2005; Fung et al., 2006) e, é raramente encontrada em
indianos (Punia et al., 2006) e em pacientes japoneses (Tomiyama et al.,
2006; Zabetian et al., 2006b).
O primeiro estudo relativo ao gene LRRK2 conduzido em pacientes
com DP da América Latina foi realizado em Santiago, no Chile (Perez-
Pastene et al., 2007), onde a maioria da população é composta por uma
mistura espanhola/européia-ameríndia (Acuña et al., 2002). Neste
trabalho, os autores encontraram a mutação p.G2019S em 5 dos 166
pacientes analisados (3%) e em nenhum indivíduo controle, uma
freqüência comparável àquela observada na Espanha e em Portugal (~2-
7%) (Bras et al., 2005; Gaig et al., 2006; Infante et al., 2006; Mata et al.,
2006; Ferreira et al., 2007).
Muito recentemente, foi publicado um estudo realizado em
Curitiba/Paraná relacionado ao gene LRRK2 em pacientes com DP de
manifestação precoce e/ou história familiar positiva (Munhoz et al., 2008).
Estes autores identificaram a mutação p.G2019S em 3 dos 83 pacientes
com DP analisados (3,5%), dos quais um deles tinha um irmão gêmeo
monozigótico com esta mesma alteração.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
29
No gene LRRK2 foram identificadas três mutações diferentes que
afetam um mesmo resíduo da proteína (c.4321C>T, p.R1441C;
c.4321C>G, p.R1441G; c.4322G>A, p.R1441H) (Zimprich et al., 2004;
Mata et al., 2005b; Zabetian et al., 2005; Di Fonzo et al., 2006a),
constituindo esta posição um hot spot mutacional.
A mutação c.4321C>G (p.R1441G) tem sido associada à DP com
uma incidência aparentemente alta apenas em populações de origem
basca (Paisán-Ruíz et al., 2004) e em regiões vizinhas do norte da
Espanha, como as Astúrias (Mata et al., 2005a). Já a mutação c.4321C>T
(p.R1441C) foi encontrada numa freqüência de 3,4% entre 60 pacientes
com história familiar da DP de herança autossômica dominante (Di Fonzo
et al., 2006a). A outra mutação neste códon, c.4322G>A (p.R1441H), é
bem menos freqüente, e ainda não teve seu caráter patogênico
confirmado.
Uma variante no gene LRRK2, c.7153G>A (p.G2385R), foi
recentemente descoberta como sendo um fator de risco comum para a DP
entre asiáticos (Di Fonzo et al., 2006b; Fung et al., 2006; Farrer et al.,
2007; Funayama et al., 2007; Tan, 2007; Tan et al., 2007). Em 2006, Di
Fonzo e colaboradores encontraram essa variante em, aproximadamente,
10% da população chinesa de Taiwan com DP e em 5% dos indivíduos
controles, não sendo a mesma observada entre ocidentais (Berg et al.,
2005b; Khan et al., 2005; Di Fonzo et al., 2006b). Desta forma, foi
proposto que a mutação c.7153G>A (p.G2385R) seja um fator comum de
risco para a DP específico da população asiática (Di Fonzo et al., 2006b).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
30
Diversas outras mutações já foram identificadas na proteína
dardarina (p.Y1699C, p.I1122V, p.R793M, p.S1228T, p.R1067Q, p.I1371V
e p.M1869T), mas suas incidências são relativamente raras (Tabela 2).
1.4.2 – O efeito das mutações na proteína dardarina
As mutações p.G2019S, p.I2020T e p.I2012T no gene LRRK2
ocorrem no domínio MAPKKK (Figura 3), dentro do segmento de ativação
da função quinase da proteína, sendo este altamente conservado nas
proteínas ortólogas à dardarina e em todas as quinases de eucariotos
(Hernandez et al., 2005; Nichols et al., 2005). Uma conseqüência dessas
substituições é o aumento da atividade quinase da proteína e a introdução
de novos sítios potenciais de auto-fosforilação (Gloeckner et al., 2006),
conferindo um ganho de função à proteína mutante, compatível com o
padrão de herança dominante observado nas famílias com mutações em
LRRK2 (Kachergus et al., 2005).
Além dessas, as mutações patogênicas p.R1441C e p.R1441G,
localizadas no domínio GTPase (ROC) (Figura 3), também aumentam a
atividade quinase da proteína dardarina (Greggio et al., 2008). Outras
mutações no gene LRRK2, fora dos domínios quinase e GTPase, podem
afetar a conformação da proteína ou a sua interação com cofatores que
regulam a especificidade e a atividade quinase da dardarina (West et al.,
2005).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
31
O fato dessas mutações afetarem diretamente a atividade quinase
e a especificidade da proteína ao substrato sinaliza que inibidores de
quinases específicos possam ser efetivos no tratamento ou na prevenção
da DP associada a mutações no gene LRRK2. Estudos experimentais
focados na atividade quinase da dardarina encontram-se em andamento
(Mathiasen et al., 2004; Wang et al., 2004; West et al., 2005; Gloeckner et
al., 2006; Cookson et al., 2007; Luzón-Toro et al., 2007; Greggio et al.,
2008) e podem levar ao desenvolvimento de novas drogas com grande
potencial terapêutico, direcionadas para grupos específicos de pacientes
(Albrecht, 2005; Goldwurm et al., 2005; Mata et al., 2005b; Toft et al.,
2005; Cookson et al., 2007; Luzón-Toro et al., 2007; Greggio et al., 2008).
1.5 – Efeito Fundador
A análise de marcadores genéticos ligados ao gene LRRK2 mostrou
que a maioria dos pacientes árabes do Norte da África, judeus Ashkenazi e
os de origem européia ou americana com DP, portadores da mutação
p.G2019S, compartilha um haplótipo ancestral fundador comum
(Goldwurm et al., 2005; Kachergus et al., 2005; Lesage et al., 2005b;
Ozelius et al., 2006). Este parece ter se originado no Norte da África ou no
Oriente Médio há aproximadamente 2.000 anos e se difundido através da
migração humana para outros países e continentes (Zabetian et al.,
2006a) (Figura 4).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
32
Um segundo haplótipo foi detectado em alguns pacientes
portadores da mutação p.G2019S de origem européia [Zabetian et al.,
2006a], enquanto um terceiro haplótipo foi encontrado em pacientes
japoneses [Zabetian et al., 2006b]. A ocorrência da mutação p.G2019S
ligada a, pelo menos, três diferentes haplótipos sugere um efeito fundador
extremamente antigo e um hot spot mutacional (Bonifati, 2007).
Figura 4 – A mutação p.G2019S no gene LRRK2 surgiu de um efeito fundador
ancestral comum que parece ter se originado no Norte da África e se difundido
para outros continentes (setas brancas) através da migração humana. Os valores
em porcentagem representam as freqüências da mutação p.G2019S em
diferentes continentes e em países como o Chile e o Brasil.
Fonte do mapa: http://www.eb1-recovelas.rcts.pt/mundo.gif.
Brasil
?
39%
0,5-5%
<0,4%
0,2-7,6%
Chile
3%
3,5 %
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
33
1.6 – Características clínicas associadas à mutação
p.G2019S
As características motoras de pacientes com DP portadores da
mutação p.G2019S são indistinguíveis da forma clássica da doença
(Paisán-Ruíz et al., 2004; Zimprich et al., 2004; Gilks et al., 2005; Gaig et
al., 2006), porém a neuropatologia pode se apresentar de forma bastante
heterogênea (Zimprich et al., 2004). A perda neuronal dopaminérgica e
gliose da substância negra são características comuns da DP observadas
em pacientes que carreiam esta variante gênica (Zimprich et al., 2004).
Além disso, corpúsculos de Lewy foram encontrados na maioria dos casos,
mas em alguns pacientes havia ausência de inclusões, ou apenas
inclusões tau-positivas ou ubiquitina-positivas (Wszolek et al., 1997;
2004; Khan et al., 2005; Giasson et al., 2006; Rajput et al., 2006; Ross et
al., 2006; Gaig et al., 2007; Giordana et al., 2007).
A idade de manifestação dos sintomas nos pacientes com a
mutação p.G2019S é altamente variável (35 a 80 anos), mesmo em
indivíduos de uma mesma família, sendo a idade média aos 55 anos
(Nichols et al., 2005; Clark et al., 2006; Goldwurm et al., 2006; Kay et al.,
2006). Todos os pacientes portadores desta mutação apresentam uma boa
resposta ao tratamento com levodopa, sendo observadas freqüentes
discinesias induzidas pelo tratamento prolongado com a droga (Goldwurm
et al., 2005; Kachergus et al., 2005).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
34
O fato do fenótipo clínico associado à mutação p.G2019S ser
indistinguível daqueles com a DP idiopática (Aasly et al., 2005) sugere que
uma estratégia terapêutica direcionada para os portadores da mutação
p.G2019S possa ter implicações também no tratamento dos pacientes sem
a mutação.
1.7 – Penetrância da mutação p.G2019S
Um ponto relevante a ser abordado refere-se à penetrância da
mutação p.G2019S, considerando ser este um importante fator avaliado
no aconselhamento genético. Estudos mostram que ela é incompleta e
está relacionada à idade (Kachergus et al., 2005; Lesage et al., 2005a;
Clark et al., 2006; Di Fonzo et al., 2006a; Ozelius et al., 2006; Goldwurm
et al., 2007) (Tabela 3).
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
35
Tabela 3 – Estudos que realizaram o cálculo de penetrância da mutação
p.G2019S.
Referência N População
Penetrância
p.G2019S
Kachergus et al., 2005 34
Européia e
Norte-Americana
17% aos 50 anos/
85% aos 70 anos
Lesage et al., 2005a 21
Européia, Norte
da África e
Americana
33% aos 55 anos/
100% >76 anos
Clark et al., 2006
28
Judeus e
Norte-
Americanos
24% aos 80 anos
Di Fonzo et al., 2006a 15
Itália, Brasil e
Portugal
15% aos 40 anos/
78% aos 65 anos
Ozelius et al., 2006 22
Judeus
Ashkenazi
~32%
(1 chance em 3)
Goldwurm et al., 2007 36 Itália
32% aos 80 anos
(1 chance em 3)
Os primeiros estudos (Kachergus et al., 2005; Di Fonzo et al.,
2006a) estimaram a penetrância da mutação p.G2019S pelo método
tradicional, dividindo-se o número de indivíduos com DP portadores da
mutação pelo número total de portadores (afetados + não-afetados), e
obtiveram valores que variaram de 17% aos 50 anos a 85% aos 70 anos
(Kachergus et al., 2005) e de 15% aos 40 anos a 78% aos 65 anos (Di
Fonzo et al., 2006a).
Outras estimativas da penetrância desta mutação, utilizando os
métodos de Kaplan-Meier, Kin-cohort, odds ratio, forneceram valores de
24% entre pacientes com DP norte-americanos (Clark et al., 2006) e ~32%
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
36
entre pacientes judeus Ashkenazi (Ozelius et al., 2006) e pacientes
italianos (Goldwurm et al., 2007). Essa baixa penetrância encontrada
explicaria a alta prevalência da mutação p.G2019S entre pacientes com
DP esporádica. Essas observações indicam, ainda, que embora esta
alteração no gene LRRK2 represente um importante fator de risco para a
DP, outros fatores, genéticos e/ou ambientais, são necessários para a
manifestação da doença (Kay et al., 2005; Gaig et al., 2006).
Dessa forma, são necessários outros estudos, conduzidos em
famílias de diferentes populações onde a mutação p.G2019S segrega com
o fenótipo da DP, para que se possa refinar o cálculo da penetrância desta
alteração no gene LRRK2.
____________________________________________________________INTRODUÇÃO
37
1.8 – Objetivos
Este estudo teve como objetivos principais:
9 Determinar a freqüência de mutações no gene LRRK2, através do
rastreamento de alterações nos exons 31 e 41, em pacientes com
doença de Parkinson;
9 Estabelecer correlações genótipo-fenótipo entre os pacientes Parkinson
com mutações em LRRK2 (incluindo idade de manifestação e
progressão da doença);
9 Realizar a análise de segregação das mutações encontradas nas
famílias de forma a calcular a penetrância das alterações encontradas.
9 Realizar a análise de haplótipo nos indivíduos portadores de mutações
no gene LRRK2, de modo a verificar a origem ancestral das alterações
encontradas.
2 – METODOLOGIA
__________________________________________________________METODOLOGIA
39
2.1 – Pacientes
Neste estudo foram incluídos 154 pacientes não aparentados, de
ambos os sexos (54 mulheres e 100 homens; faixa etária: 33 a 86 anos),
portadores da DP idiopática, com ou sem história familiar da doença,
sendo 7 de nacionalidade portuguesa e 147 brasileiros, todos residentes
no Estado do Rio de Janeiro. Eles foram avaliados por médicos
neurologistas especialistas em distúrbios do movimento ligados a
importantes hospitais públicos do Rio de Janeiro: Hospital Universitário
Pedro Ernesto/UERJ, Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho/UFRJ, Instituto de Neurologia Deolindo Couto/UFRJ e Santa Casa
de Misericórdia do Rio de Janeiro. Os médicos neurologistas procederam à
análise clínica, seguindo os critérios clínicos/patológicos aceitos para a
DP (Hughes et al., 2001), e levantaram a história familiar do probando.
Foram incluídos na pesquisa apenas os casos de DP idiopática, sendo os
casos de parkinsonismo secundário excluídos.
Os pacientes selecionados foram esclarecidos com relação aos
objetivos da pesquisa e convidados a participar do estudo. A coleta de
material biológico para a análise molecular teve início somente após a
autorização do paciente, mediante assinatura do termo de consentimento
livre e esclarecido (Anexo 1). As condutas adotadas neste projeto
seguiram as normas éticas do CONEP/Ministério da Saúde (Resolução
196/96) que regem as pesquisas envolvendo seres humanos. Este projeto
__________________________________________________________METODOLOGIA
40
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (REG. 04.1.2006) (Anexo 2).
Além dos pacientes com DP, foram recrutados 125 indivíduos
voluntários saudáveis (100 mulheres e 25 homens; faixa etária: 51 a 84
anos), sem sinais ou sintomas da DP ou de qualquer outra desordem
neurodegenerativa e sem história familiar de parkinsonismo, para fazerem
parte da nossa amostra controle.
2.2 – Análise Molecular
A triagem de mutações no gene LRRK2 foi realizada no Serviço de
Genética Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),
situado no Campus do Maracanã/Rio de Janeiro/RJ.
2.2.1 – Extração do DNA genômico
Para a extração do DNA foram coletados 5 mL de sangue periférico
de cada indivíduo, utilizando-se tubos vacutainer contendo anti-
coagulante EDTA. A coleta de sangue foi realizada por um técnico em
análises clínicas, seguindo normas de plena assepsia.
O DNA genômico foi extraído utilizando-se o Kit comercial GFX
Genomic Blood DNA Purification Kit (GE Healthcare), seguindo o protocolo
__________________________________________________________METODOLOGIA
41
descrito pelo fabricante. Após a extração, o DNA foi armazenado a 4ºC em
tubos de 1,5 mL.
2.2.2 – Estimativa da concentração do DNA
Para avaliar a qualidade do DNA e estimar a concentração das
amostras, estas foram submetidas à eletroforese em gel de agarose 0,8%
(INVITROGEN) diluída em tampão TBE 1X [Tris 89 mM (INVITROGEN),
ácido bórico 89 mM (MERCK), EDTA 2 mM (USB)]. Ao gel de agarose foi
adicionado 0,6 μL de brometo de etídeo a 10 μg/μL (SIGMA). No preparo
das amostras, 1 μL da alíquota de DNA foi acrescentado a 1 μL de corante
de corrida [azul de bromofenol 0,25% (SIGMA), xileno cianol 0,25%
(MERCK), glicerol 30% (MERCK)] e a 8 μL de água MilliQ.
A eletroforese foi realizada a 60 V, por 1 hora em cuba horizontal
[Horizon 58 (INVITROGEN)], utilizando-se como tampão de corrida TBE
1X. Após a corrida, o gel foi visualizado em um transiluminador de luz
ultravioleta [modelo TM 20 (UVP)]. A quantidade de DNA foi estimada
através da comparação da intensidade da banda de cada amostra com o
padrão de DNA de Bacteriófago λ (INVITROGEN) de 100 ηg/μL.
__________________________________________________________METODOLOGIA
42
2.2.3 – Rastreamento de mutações no exon 31 do gene LRRK2
2.2.3.1 – Reação em cadeia da polimerase (PCR)
Para a amplificação do fragmento gênico correspondente ao exon
31 (405 pb), que codifica parte do domínio ROC/GTPase do gene LRRK2,
foram utilizados os oligonucleotídeos 31F (5’ TCT GAA GTC TGC TAG TTT
CTC 3’) e 31R (5’ TCT GAC ATT TCT AGG CAG TTG 3’) descritos por Di
Fonzo e colaboradores (2005). As condições finais das reações incluíram
100 ηg de DNA genômico, tampão de reação 1X [KCl 5 mM, Tris HCl 7,5
mM - pH 9,0, (NH
4
)
2
SO
4
2 mM (BIOTOOLS)], MgCl
2
4 mM (BIOTOOLS),
dATP 200 μM, dTTP 200 μM, dCTP 200 μM, dGTP 200 μM (GE
HEALTHCARE), 0,8 μM de oligonucleotídeo 31F, 0,8 μM de
oligonucleotídeo 31R e 1 U de Taq DNA polimerase para um volume final
de reação de 25 μL (Tabela 4).
__________________________________________________________METODOLOGIA
43
Tabela 4 - Condições utilizadas na PCR para a amplificação dos fragmentos
correspondentes aos exons 31 e 41 do gene LRRK2.
Regiões do gene LRRK2
Reagentes
Exon 31 Exon 41
tampão de reação
(BIOTOOLS)
1X 1X
dNTPs
(GE HEALTHCARE)
200μM 200μM
MgCl
2
(BIOTOOLS)
4,0 mM 1,5 mM
Oligonucleotídeo F
0,8 μM 0,8 μM
Oligonucleotídeo R
0,8 μM 0,8 μM
Taq DNA polimerase
(BIOTOOLS)
1,0 U 1,0 U
DNA
100 ηg 100 ηg
Volume final
25 μL 25 μL
As condições de ciclagem utilizadas incluíram: desnaturação
inicial a 95°C por 10 minutos; 35 ciclos de desnaturação a 95°C por 1
minuto, pareamento a 61°C por 1 minuto, extensão a 72°C por 2 minutos;
e extensão final a 72°C por 10 minutos. As reações foram conduzidas em
um termociclador PTC-100 (MJ RESEARCH). Após a amplificação, os
produtos da PCR foram armazenados a -20°C.
__________________________________________________________METODOLOGIA
44
2.2.3.2 – Avaliação da qualidade dos fragmentos amplificados e do
rendimento da reação
Para a avaliação da qualidade dos fragmentos amplificados e do
rendimento da reação, as amostras foram submetidas à eletroforese em
gel de agarose 0,8% (INVITROGEN), conforme descrito no item 2.2.2. No
preparo das amostras, 4 μL da alíquota da reação de PCR foram
adicionados a 2 μL de corante de corrida. A eletroforese foi realizada a 80
V, por 1 hora em cuba horizontal (Horizon 58 - INVITROGEN), utilizando
como tampão de corrida TBE 1X. O gel foi visualizado em um
transiluminador de luz ultravioleta (modelo TM 20 - UVP).
Para confirmação do tamanho do amplicon foi utilizado o padrão
de peso molecular 1 kb DNA ladder (INVITROGEN).
2.2.3.3 – Purificação dos produtos da PCR
Após a amplificação, 20 μL do produto da PCR foram purificados
utilizando-se o Kit de purificação [AccuPrep® PCR Purification Kit
(BIONEER)], seguindo o protocolo descrito pelo fabricante.
__________________________________________________________METODOLOGIA
45
2.2.3.4 – Seqüenciamento automático
As reações de seqüenciamento foram preparadas em um volume
final de 20 μL, utilizando-se o Kit Big Dye Terminator V3.1 (APPLIED
BIOSYSTEMS), contendo: 1 μL de oligonucleotídeo a 3,2 pmol (senso ou
anti-senso), 1,5 μL do tampão diluente (APPLIED BIOSYSTEMS), 60 ηg do
DNA purificado e 1 μL do Kit Big Dye Terminator. As reações foram
conduzidas no termociclador PTC-100 (MJ RESEARCH) e a ciclagem
compreendeu 35 ciclos de desnaturação a 96°C por 15 segundos,
anelamento a 50°C por 10 segundos e extensão a 60°C por 4 minutos.
Para a precipitação das reações de seqüenciamento, foram
adicionados ao produto da reação 64 μL de etanol absoluto gelado
(ISOFAR) e 16 μL de água MilliQ. O material foi homogeneizado em um
agitador para tubos (PHOENIX) e deixado à temperatura ambiente por 15
minutos para a precipitação. Após este tempo, os tubos foram
centrifugados a 14.000 rpm por 20 minutos (microcentrífuga CIENTEC). O
sobrenadante foi descartado e ao precipitado foram adicionados 250 μL de
etanol 70% (ISOFAR). O material foi novamente homogeneizado e levado à
centrifugação por 20 minutos a 14.000 rpm. O sobrenadante foi retirado e
as amostras precipitadas foram protegidas da luz e deixadas à
temperatura ambiente por 12 horas para a secagem. As amostras secas
foram conservadas à -20°C.
O material precipitado foi ressuspenso em 10 μL de solução de
formamida [Hi Di Formamida (APPLIED BIOSYSTEMS)] e transferido para
__________________________________________________________METODOLOGIA
46
a placa de seqüenciamento contendo 96 poços (APPLIED BIOSYSTEMS).
Em seguida, a placa contendo as amostras foi levada ao termociclador
PTC-100 (MJ RESEARCH) por 5 minutos a 95°C para a desnaturação e,
imediatamente, incubada em gelo para permitir a manutenção da
desnaturação das amostras. A placa foi levada ao seqüenciador
automático ABI Prism 3100 (APPLIED BIOSYSTEMS) para o
processamento das amostras. Esta etapa foi realizada na Plataforma
Genômica (PDTIS - Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz).
A análise das seqüências foi realizada através dos programas
Chromas Lite versão 2.0 (TECHNELYSIUM) e BioEdit Sequence Alignment
Editor versão 6.0.6 (Isis Pharmaceuticals, Inc). As seqüências obtidas
foram alinhadas com o fragmento correspondente à seqüência selvagem
do gene LRRK2. Os indivíduos que apresentaram variação nas seqüências
tiveram uma nova alíquota do DNA analisada para a confirmação da
variante encontrada.
2.2.4 – Rastreamento de mutações no exon 41 do gene LRRK2
2.2.4.1 – Reação em cadeia da polimerase para o seqüenciamento
Para a amplificação do fragmento gênico correspondente ao exon
41 (337 pb), que codifica parte do domínio MAPKKK do gene LRRK2, foram
utilizados os oligonucleotídeos DKFZp434 40F (5’ TTT TGA TGC TTG ACA
__________________________________________________________METODOLOGIA
47
TAG TGG AC 3’) e DKFZp434 40R (5’ CAC ATC TGA GGT CAG TGG TTA
TC 3’) descritos por Paisán-Ruíz e colaboradores (2004). As condições
finais das reações incluíram 100 ηg de DNA genômico, tampão de reação
1X [KCl 5 mM, Tris HCl 7,5 mM - pH 9,0, (NH
4
)
2
SO
4
2 mM (BIOTOOLS)],
MgCl
2
1,5 mM (BIOTOOLS), dATP 200 μM, dTTP 200 μM, dCTP 200 μM,
dGTP 200 μM (GE HEALTHCARE), 0,8 μM de oligonucleotídeo DKFZp 40F,
0,8 μM de oligonucleotídeo DKFZp 40R e 1 U de Taq DNA polimerase para
um volume final de reação de 25 μL (Tabela 4).
As condições de ciclagem utilizadas incluíram: desnaturação
inicial a 95°C por 6 minutos; 30 ciclos de desnaturação a 95°C por 1
minuto, anelamento a 63°C por 1 minuto e extensão a 72°C por 2
minutos; e extensão final a 72°C por 7 minutos. As reações foram
conduzidas em um termociclador PTC-100 (MJ RESEARCH). Após a
amplificação, os produtos da PCR foram armazenados a -20°C.
Para a avaliação da qualidade dos fragmentos amplificados e do
rendimento da reação utilizou-se o mesmo procedimento adotado no item
2.2.3.2. O produto de amplificação foi purificado e seqüenciado de acordo
com os procedimentos descritos nos itens 2.2.3.3 e 2.2.3.4.
2.2.4.2 – PCR-RFLP
Para avaliar a presença da mutação c.6055G>A (p.G2019S) no
exon 41 do gene LRRK2 nos indivíduos controles e também para confirmar
__________________________________________________________METODOLOGIA
48
os resultados positivos obtidos através do seqüenciamento automático foi
realizada a técnica de PCR-RFLP. A reação em cadeia da polimerase foi a
mesma descrita no item 2.2.4.1 seguida da digestão dos produtos da PCR
com a enzima de restrição SfcI (NEW ENGLAND). As amostras da digestão
foram preparadas com 15,5 µL de água MilliQ, 10 µL do produto de PCR, 3
µL de tampão da enzima (1X NEBuffer 4) (NEW ENGLAND) e 5 U da
enzima SfcI e foram mantidas por 18 horas em banho de aquecimento
(Modelo 100 - FANEM) a 37ºC.
2.2.4.3 - Análise dos fragmentos da digestão em gel de poliacrilamida
Os produtos digeridos da PCR foram submetidos à eletroforese em
gel de poliacrilamida 5% não-desnaturante. O gel foi composto por 1,25
mL de solução de acrilamida (PHARMACIA BIOTECH):bis acrilamida
(PHARMACIA BIOTECH) 20% (19:1), 0,25 mL de tampão TBE 10X, 35 μL
de persulfato de amônio 10% (USB), 5 μL de TEMED (INVITROGEN) e 3,46
mL de água MilliQ. Oito microlitros do produto da digestão foram
adicionados a 2,0 μL de corante de corrida e a preparação foi aplicada no
gel. A eletroforese foi realizada em uma cuba vertical Mini-Protean (BIO
RAD) a uma voltagem de 110 V por aproximadamente 1 hora.
Ao término da corrida eletroforética, o gel foi imerso sob agitação
moderada em uma solução fixadora [ácido acético 0,5% (ISOFAR), etanol
10% (ISOFAR)] por 2 minutos, corado em uma solução de nitrato de prata
__________________________________________________________METODOLOGIA
49
[ácido acético 0,5% (ISOFAR), etanol 10% (ISOFAR), AgNO
3
0,2%
(MERCK)]
por 10 minutos e lavado em água destilada por 20 segundos. Após a
lavagem, o gel foi revelado em uma solução contendo 3% de hidróxido de
sódio (ISOFAR) e 0,1% de formaldeído (MERCK) por 10 minutos e fixado
em uma solução fixadora [ácido acético 0,5% (ISOFAR), etanol 10%
(ISOFAR)] por 2 minutos.
Foi utilizado o padrão de peso molecular 1 kb DNA ladder
(INVITROGEN), uma amostra de DNA não-digerida e uma amostra de um
paciente, sabidamente positivo para a mutação c.6055G>A (p.G2019S),
para fins comparativos (Figura 5).
O fragmento da PCR de 337 pb é clivado na presença do alelo G
(selvagem) em dois fragmentos de 228 e 109 pb. Na presença do alelo A
(mutado) ele é clivado em três fragmentos de 207, 109 e 21 pb (que é
perdido no gel) (Figura 5).
__________________________________________________________METODOLOGIA
50
Figura 5 – Esquema representativo da digestão dos produtos da PCR com a
enzima SfcI (NEW ENGLAND). Linha 1: Padrão de peso molecular 1 kb DNA
ladder; linha 2: Fragmento referente ao produto de PCR não digerido; linha 3:
Fragmentos referentes à digestão de uma amostra de um paciente sem a
mutação c.6055G>A (p.G2019S); linha 4: Fragmentos da digestão de uma
amostra de um paciente com a mutação c.6055G>A (p.G2019S) no gene LRRK2.
O fragmento de 21 pb não está representado.
__________________________________________________________METODOLOGIA
51
2.2.5 – Cálculo da penetrância da mutação p.G2019S
Para avaliar a penetrância da mutação p.G2019S em relação ao
fenótipo da DP, realizamos a triagem desta mutação em alguns membros
da família PAR1306. A penetrância foi calculada dividindo-se o número de
indivíduos com a mutação p.G2019S que manifestaram a doença pelo
número total de indivíduos com a mutação (afetados e não-afetados).
2.2.6 – Análise de haplótipo
Para determinar se os indivíduos carreadores da mutação
p.G2019S no gene LRRK2 compartilhavam um haplótipo comum, eles
foram genotipados para polimorfismos de nucleotídeo único (SNP - Single
Nucleotide Polymorphism) em cinco loci, através de PCR e seqüenciamento
automático (vide item 2.2.3.4). Os quatro SNPs exônicos analisados foram:
rs7966550 (exon 22), rs1427263 (exon 34), rs11176013 (exon 34) e
rs11564148 (exon 34), além do SNP intrônico rs28903073 (IVS13 +
104G/A).
3 – RESULTADOS
_________________________________________________________RESULTADOS
53
A análise molecular do gene LRRK2 foi realizada em 154
pacientes com DP idiopática (idade média 62,6 ± 11,1) (Tabela 5). A
idade de manifestação média da DP entre os pacientes avaliados foi de
54,0 ± 11,7 anos, variando de 14 a 83 anos. Dentre estes pacientes, 23
(15%) relataram história familiar da DP em parentes de 1º ou 2º graus
(idade média: 62,9 ± 10,0 anos/ idade de manifestação média da
doença: 54,5 ± 10,2); os outros 131 pacientes (85%) eram casos isolados
(idade média: 62,6 ± 11,3 / idade de manifestação média da doença:
54,0 ± 12,0). Cinqüenta e três pacientes manifestaram a DP antes dos
50 anos de idade, enquanto que 101 pacientes manifestaram a doença
após os 50 anos.
Tabela 5 – Resultados das análises moleculares do gene LRRK2 em 154 pacientes, de ambos os sexos, com DP
idiopática.
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
1 PAR1142 64 55 M I Normal Normal
2 PAR1143 68 63 F I Normal Normal
3 PAR1144 69 65 M F Normal Normal
4 PAR1145 74 69 M I Normal Normal
5 PAR1146 79 73 M I Normal Normal
6 PAR1147 47 35 M I Normal Normal
7 PAR1148 48 42 M F Normal Normal
8 PAR1149 65 64 F I Normal Normal
9 PAR1152 74 70 M I Normal Normal
10 PAR1153 54 51 M I Normal Normal
11 PAR1154 70 66 M I Normal Normal
12 PAR1155 55 51 M I Normal Normal
13 PAR1156 56 52 M I Normal Normal
14 PAR1157 76 65 M I Normal Normal
15 PAR1158 64 60 M F Normal Normal
16 PAR1159 71 53 M I Normal Normal
17 PAR1160 68 58 M F Normal Normal
18 PAR1161 59 49 M I Normal Normal
19 PAR1162 64 47 M I Normal Normal
20 PAR1163 83 65 F I Normal Normal
21 PAR1164 64 57 M I Normal Normal
22 PAR1168 66 62 M I Normal Normal
Continua
Tabela 5 - Continuação
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
23 PAR1169 74 71 M I Normal Normal
24 PAR1170 57 43 F I Normal Normal
25 PAR1171 65 55 M I Normal Normal
26 PAR1172 74 61 F I Normal Normal
27 PAR1173 62 44 F I Normal Normal
28 PAR1174 55 54 F F Normal Normal
29 PAR1175 75 71 M I Normal Normal
30 PAR1176 57 49 F I Normal Normal
31 PAR1177 77 55 M I Normal Normal
32 PAR1182 39 26 F I Normal Normal
33 PAR1183 58 44 F I Normal Normal
34 PAR1184 69 66 M I Normal Normal
35 PAR1185 62 50 M I Normal Normal
36 PAR1186 57 45 F I Normal Normal
37 PAR1190 55 54 F I Normal Normal
38 PAR1191 72 60 M I Normal Normal
39 PAR1192 69 50 M I Normal Normal
40 PAR1193 72 68 F I Normal Normal
41 PAR1194 72 67 F I Normal Normal
42 PAR1195 79 60 F I Normal Normal
43 PAR1196 47 40 F I Normal Normal
44 PAR1203 74 73 M F Normal Normal
Continua
Tabela 5 - Continuação
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
45 PAR1208 63 52 F I Normal Normal
46 PAR1209 55 51 F F Normal Normal
47 PAR1210 62 57 M I Normal Normal
48 PAR1211 57 58 F I Normal Normal
49 PAR1218 55 45 F I Normal Normal
50 PAR1219 74 64 M I Normal Normal
51 PAR1220 85 73 M I Normal Normal
52 PAR1221 55 46 M I Normal Normal
53 PAR1223 78 74 M I Normal Normal
54 PAR1224 65 55 M I Normal Normal
55 PAR1229 56 43 M I Normal Normal
56 PAR1230 71 65 M I Normal Normal
57 PAR1231 66 56 M I Normal Normal
58 PAR1232 54 43 M I Normal Normal
59 PAR1247 48 46 F I Normal Normal
60 PAR1248 70 58 F I Normal Normal
61 PAR1263 67 66 M I Normal Normal
62 PAR1270 73 60 F F Normal Normal
63 PAR1280 67 59 M I Normal Normal
64 PAR1287 56 40 M I Normal Normal
65 PAR1288 66 59 F I Normal Normal
66 PAR1292 66 54 M F Normal Normal
Continua
Tabela 5 - Continuação
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
67 PAR1293 53 48 F I Normal Normal
68 PAR1294 61 45 F I Normal Normal
69 PAR1295 77 68 M I Normal Normal
70 PAR1296 58 42 F I Normal Normal
71 PAR1297 57 43 M I Normal Normal
72 PAR1304 65 63 F I Normal Normal
73 PAR1305 38 36 F I Normal Normal
74 PAR1306 65 55 M F c.6055G>A Normal
75 PAR1307 54 44 M I Normal Normal
76 PAR1308 56 50 F I Normal Normal
77 PAR1314 72 69 F I Normal Normal
78 PAR1315 63 58 M F Normal Normal
79 PAR1319 64 48 M F Normal Normal
80 PAR1320 54 51 F I Normal Normal
81 PAR1321 50 40 F F Normal Normal
82 PAR1322 54 48 M I Normal Normal
83 PAR1323 54 47 F I Normal Normal
84 PAR1324 64 63 M I Normal Normal
85 PAR1325 67 64 M I Normal Normal
86 PAR1329 71 64 F I Normal Normal
87 PAR1330 33 31 M I Normal Normal
88 PAR1335 61 50 M I Normal Normal
Continua
Tabela 5 - Continuação
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
89 PAR1344 56 52 M I Normal Normal
90 PAR1345 33 14 M I Normal Normal
91 PAR1355 64 48 M I Normal Normal
92 PAR1358 76 60 M I Normal Normal
93 PAR1359 59 53 M I Normal Normal
94 PAR1366 71 58 F I Normal Normal
95 PAR1375 64 57 M I Normal Normal
96 PAR1376 78 69 M I Normal Normal
97 PAR1377 48 38 F I Normal Normal
98 PAR1386 49 46 M I Normal Normal
99 PAR1394 43 38 F I Normal Normal
100 PAR1397 53 50 F I Normal Normal
101 PAR1398 67 53 F I c.6055G>A Normal
102 PAR1399 42 39 M I Normal Normal
103 PAR1401 43 37 F F Normal Normal
104 PAR1402 71 47 M I Normal Normal
105 PAR1404 62 48 M I Normal Normal
106 PAR1405 38 35 F I Normal Normal
107 PAR1406 77 69 M I Normal Normal
108 PAR1407 58 43 M I Normal Normal
109 PAR1408 66 60 M F Normal Normal
110 PAR1409 47 33 M I Normal Normal
Continua
Tabela 5 - Continuação
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
111 PAR1410 82 72 F I Normal Normal
112 PAR1420 72 57 M I Normal Normal
113 PAR1426 68 67 M I Normal Normal
114 PAR1427 63 57 M I Normal Normal
115 PAR1428 71 70 M F Normal Normal
116 PAR1435 79 78 M I Normal Normal
117 PAR1436 41 35 M I Normal Normal
118 PAR1437 71 62 M I Normal Normal
119 PAR1438 42 37 M I Normal Normal
120 PAR1440 69 59 M I Normal Normal
121 PAR1441 62 50 M I Normal Normal
122 PAR1442 43 38 M F Normal Normal
123 PAR1443 61 44 F I Normal Normal
124 PAR1444 69 53 F I Normal Normal
125 PAR1445 70 66 M F Normal Normal
126 PAR1447 57 52 M I Normal Normal
127 PAR1448 58 52 M I Normal Normal
128 PAR1449 74 70 F I Normal Normal
129 PAR1450 34 26 F I Normal Normal
130 PAR1451 68 55 F I Normal Normal
131 PAR1452 64 47 M I Normal Normal
132 PAR1453 48 36 M I Normal Normal
Continua
Tabela 5 - Continuação
Registro do
paciente
Idade
(anos)
Idade de
manifestação da
DP
Sexo
F/I *
EXON 41 EXON 31
133 PAR1454 61 57 M I Normal Normal
134 PAR1455 57 47 M F c.6055G>A Normal
135 PAR1456 70 43 F F Normal Normal
136 PAR1457 80 50 M F Normal Normal
137 PAR1458 59 45 F I Normal Normal
138 PAR1459 46 42 M I Normal Normal
139 PAR1460 60 42 M I Normal Normal
140 PAR1461 71 59 M I Normal Normal
141 PAR1462 59 53 M I Normal Normal
142 PAR1463 53 46 F I Normal Normal
143 PAR1464 74 67 M I Normal Normal
144 PAR1493 74 69 M I Normal Normal
145 PAR1494 64 63 M I Normal Normal
146 PAR1495 61 52 F I Normal Normal
147 PAR1499 77 68 M I Normal Normal
148 PAR1503 76 72 M I Normal Normal
149 PAR1504 70 60 F I Normal Normal
150 PAR1510 73 71 M I Normal Normal
151 PAR1511 71 65 F F Normal Normal
152 PAR1512 54 50 M I Normal Normal
153 PAR1602 61 59 M F Normal Normal
154 PAR1613 86 83 M I Normal Normal
* F/I: F – casos familiares da DP; I – casos isolados da DP.
_________________________________________________________RESULTADOS
61
Dentre os 154 indivíduos analisados foram identificados três
pacientes (PAR1306, PAR1398 e PAR1455) (1,95%) portadores da
mutação c.6055G>A (p.G2019S) em heterozigose (Figura 6 e 7), sendo
dois casos familiares e um isolado (Tabela 5). Não foram detectados
indivíduos homozigotos para a mutação p.G2019S e nenhuma alteração
foi encontrada no exon 31 do gene LRRK2.
Figura 6: Eletroferogramas gerados pelo seqüenciamento do produto da
PCR. A) Seqüência selvagem do gene LRRK2. B) Variante c.6055G>A
encontrada no paciente PAR1306. Esta mesma alteração foi encontrada
nos pacientes PAR1398 e PAR1455.
A
B
_________________________________________________________RESULTADOS
62
Figura 7 – Gel da digestão dos produtos da PCR (exon 41 do gene
LRRK2) com a enzima SfcI. Linha 1: Padrão de peso molecular 1 kb DNA
ladder; linhas 2, 3, 5 e 6: Pacientes sem a mutação c.6055G>A
(p.G2019S); linha 4: Paciente com a mutação p.G2019S no gene LRRK2.
Para fins comparativos, a mutação p.G2019S foi triada e se
mostrou ausente em 250 cromossomos controles de voluntários
brasileiros sadios da mesma região geográfica (100 mulheres e 25
homens; faixa etária: 51 a 84 anos; média 64,0 ± 7,9 anos) sem sinais
de DP ou de qualquer outra doença neurodegenerativa e sem história
familiar de parkinsonismo entre parentes de primeiro e segundo grau.
_________________________________________________________RESULTADOS
63
As características clínicas dos pacientes com a mutação
p.G2019S estão resumidas na Tabela 6. Os três probandos são
brasileiros e exibem sinais típicos da DP clássica, com idades de
manifestação variando de 47 a 55 anos. Em todos os pacientes a
manifestação dos sintomas ocorreu de forma assimétrica e, em dois
deles (PAR1398 e PAR1455), a bradicinesia foi o primeiro sintoma
manifestado, enquanto rigidez foi o primeiro sintoma observado no
paciente PAR1306. Disfunção autonômica e distúrbios psiquiátricos ou
cognitivos não foram observados e todos apresentavam uma boa
resposta terapêutica ao tratamento com levodopa. Os sintomas clínicos
apresentados por eles foram indistinguíveis dos observados no grupo de
pacientes sem mutações no gene LRRK2, como citado em outros
estudos (Gilks et al., 2005; Kachergus et al., 2005; Goldwurm et al.,
2006; Kay et al., 2006; Ferreira et al., 2007).
_________________________________________________________RESULTADOS
64
Tabela 6 – Características clínicas dos pacientes com a mutação p.G2019S em
heterozigose.
PAR1306 PAR1398 PAR1455
História familiar da DP + - +
Consangüinidade - - -
Sexo * M F M
Nacionalidade Brasileira Brasileira Brasileira
Ancestralidade Mista Mista Mista
Idade (anos) 65 67 57
Idade de manifestação (anos) 55 53 47
Bradicinesia + 1
o
sintoma 1
o
sintoma
Tremor de repouso + + +
Rigidez 1
o
sintoma + +
Instabilidade postural + + +
Assimetria de manifestação + + +
Distonia - - -
Anormalidades
comportamentais
- - -
Resposta ao levodopa + + +
Declínio cognitivo - - -
* Sexo: M- masculino; F- feminino
_________________________________________________________RESULTADOS
65
O paciente PAR1306 possui 65 anos e manifestou a doença aos
55 anos de idade, sendo a rigidez muscular o primeiro sintoma da
doença. Este indivíduo tem uma história familiar positiva da DP (Figura
8), com uma irmã e uma prima materna, já falecidas, acometidas pela
doença.
Figura 8: Heredograma da família do probando PAR1306 (indicado pela seta).
IM – idade de manifestação da DP; + - indivíduos positivos para a mutação p.G2019S; - - indivíduos negativos para a
mutação p.G2019S.
____________________________________________________________RESULTADOS
67
Os pais do probando PAR1306 (indivíduos I.1 e I.2) (Figura 8)
morreram com 62 e 89 anos, respectivamente, sem nenhum sinal ou
sintoma da doença. A irmã do paciente (II.7) exibiu sintomas consistentes
com a DP durante 19 anos antes de sua morte aos 69 anos, e a prima
materna do probando (II.20) também faleceu aos 73 anos com sintomas
típicos da DP. Além do probando, foi realizada a análise molecular em 6 de
seus irmãos (II.2, II.8, II.9, II.10, II.11, II.14) e a mutação p.G2019S
também foi encontrada em heterozigose em três deles: II.9, II.10 e II.11
(Figura 8 e Tabela 7). Na avaliação clínica dos irmãos do probando, o
indivíduo II.9 (70 anos) mostrou sinais de parkinsonismo (tremor de
repouso e bradicinesia, ambos com manifestação assimétrica) e os outros
dois irmãos (II.10, 68 anos; II.11, 67 anos) permanecem assintomáticos.
Tabela 7 – Análise da mutação p.G2019S no gene LRRK2 em sete familiares de
dois pacientes com esta alteração.
Registro do Familiar Idade (anos) Sexo EXON 41
1306A (II.9) 70 M c.6055G>A
1306B (II.10) 68 M c.6055G>A
1306C (II.11) 67 M c.6055G>A
1306D (II.2) 79 M Normal
1306E (II.8) 72 M Normal
1306F (II.14) 60 M Normal
1398A* 26 M Normal
* não está representado no heredograma da figura 9.
____________________________________________________________RESULTADOS
68
A paciente PAR1398, um caso isolado da doença, é uma mulher de
67 anos que manifestou a DP há 14 anos, sendo seu primeiro sintoma a
bradicinesia. Seu pai faleceu aos 70 anos e sua mãe está com 85 anos de
idade, ambos sem sinais de parkinsonismo. Seus cinco irmãos são
indivíduos saudáveis (Figura 9). Um de seus filhos (1398A, de 26 anos)
(Tabela 7) manifestou o desejo de participar da triagem da mutação
p.G2019S, não tendo sido identificada a alteração em seu DNA. Não foi
possível coletar o sangue de outros membros desta família.
Figura 9 – Heredograma da família da paciente PAR1398 (seta). IM – idade de
manifestação da DP; + - indivíduo positivo para a mutação p.G2019S; m - meses.
O paciente PAR1455 é do sexo masculino, tem 57 anos e
manifestou bradicinesia aos 47 anos de idade, um caso típico de início
prematuro da DP. Ele possui história familiar, pois relata que sua mãe, já
falecida, também apresentava DP (Figura 10), entretanto, não foi possível
obter maiores informações sobre a evolução da doença na mãe do
____________________________________________________________RESULTADOS
69
probando. Até o momento, não foi possível a realização das análises
moleculares em outros membros desta genealogia.
A análise de segregação da mutação p.G2019S realizada em
alguns membros da família PAR1306, incluindo a irmã falecida do
probando que tinha DP, revelou uma penetrância de 60% (3/5). Neste
cálculo, consideramos essa irmã falecida como uma provável portadora da
mutação p.G2019S.
Figura 10 - Heredograma da família do paciente PAR1455 (seta). IM – idade de
manifestação da DP; + - indivíduo positivo para a mutação p.G2019S.
A análise de SNPs (Tabela 8a) do gene LRRK2 em indivíduos com a
mutação p.G2019S mostrou que todos são carreadores heterozigotos da
variante IVS13 + 104G/A (SNP rs28903073), que está em desequilíbrio de
ligação com a p.G2019S (Goldwurm et al., 2005). Para o marcador
rs7966550, a maioria dos carreadores da mutação p.G2019S são
homozigotos (T/T), com exceção da paciente PAR1398 que é heterozigota
____________________________________________________________RESULTADOS
70
(T/C). Em relação aos SNPs rs1427263 e rs11176013 todos os indivíduos
da família 1306 analisados apresentam os mesmos alelos em homozigose:
A/A e G/G, respectivamente. Já os pacientes PAR1398 e PAR1455 são
heterozigotos para esses loci (A/C e G/A, respectivamente). A genotipagem
do marcador rs11564148 revelou que os indivíduos da família 1306 com a
mutação p.G2019S compartilham os mesmos alelos A/A neste locus mas
os outros dois pacientes são heterozigotos A/T. Esses resultados apontam
para a existência de um haplótipo mínimo comum (T-A-G-A-A) entre os
pacientes com a mutação p.G2019S delineado através da análise de cinco
marcadores mostrados na Tabela 8a, incluindo 4 SNPs exônicos e um
intrônico (rs28903073). Estes achados sugerem fortemente que o alelo
mutante p.G2019S nestes pacientes possui uma mesma origem.
Tabela 8a – Alelos de marcadores do cromossomo 12q12 em indivíduos com a
mutação p.G2019S no gene LRRK2.
Famílias
Marcador 1306
1306A
*
1306B
*
1306C
*
1398 1455
rs7966550 T T T T T/C T
rs1427263 A A A A A/C A/C
rs11176013 G G G G G/A G/A
rs11564148 A A A A A/T A/T
rs28903073 A/G A/G A/G A/G A/G A/G
*
correspondem aos indivíduos II.9 (1306A), II.10 (1306B) e II.11 (1306C).
____________________________________________________________RESULTADOS
71
Para fins comparativos, foram genotipados também três indivíduos
controles, sem a mutação p.G2019S, sendo dois irmãos do probando
PAR1306 (1306D e 1306E) e o filho da paciente PAR1398 (1398A) (Tabela
8b).
Tabela 8b – Alelos de marcadores do cromossomo 12q12 em familiares, sem a
mutação p.G2019S no gene LRRK2, de pacientes com DP.
Famílias
Marcador 1306D 1306E 1398A
rs7966550 T T T/C
rs1427263 A A A/C
rs11176013 G G G/A
rs11564148 A/T A/T A/T
rs28903073 G G G
Em relação aos SNPs avaliados o único marcador que foi
esclarecedor em relação à origem ancestral foi o SNP intrônico
rs28903073,
pois os três familiares sem a mutação p.G2019S analisados
possuem os dois alelos selvagens (G). Os indivíduos 1306D e 1306E
seguem o mesmo padrão alélico de seu irmão (PAR1306) para os
marcadores rs7966550, rs1427263 e rs11176013, mas diferem quanto ao
SNP rs11564148 por serem heterozigotos A/T. O indivíduo 1398A possui
____________________________________________________________RESULTADOS
72
os mesmos alelos que sua mãe (PAR1398) em todos os loci exônicos
analisados.
4 – DISCUSSÃO
______________________________________________________________DISCUSSÃO
74
Este foi o primeiro estudo brasileiro sobre rastreamento de
mutações nos exons 31 e 41 do gene LRRK2 em uma população com DP
oriunda do Estado do Rio de Janeiro. Foram encontrados, em nossa série,
três pacientes heterozigotos para a mutação c.6055G>A (p.G2019S) no
exon 41 do gene LRRK2 (probandos PAR1306, PAR1398 e PAR1455),
sendo dois casos familiares e um caso isolado, o que representa
aproximadamente 2% da amostra analisada (Tabela 5). Nossos achados
são consistentes com àqueles relatados em grandes séries de pacientes da
Itália (1,7%) (Goldwurm et al., 2006) e dos Estados Unidos (1,3%) (Kay et
al., 2006), sendo também similares aos encontrados na população chilena
(3%) (Perez-Pastene et al., 2007).
Devemos levar em consideração que estudos epidemiológicos sobre
freqüência da mutação p.G2019S entre indivíduos com DP no Brasil são
escassos. Por isso, não temos como inferir se a freqüência encontrada
neste estudo é representativa da população brasileira ou, até mesmo, da
região sudeste. Considerando que o único estudo epidemiológico brasileiro
que se tem conhecimento é o de Munhoz e colaboradores (2008), podemos
deduzir que a freqüência da mutação p.G2019S encontrada em nossa
população do Rio de Janeiro (~2%) é semelhante à prevalência desta
alteração encontrada na população do Paraná (3,5%).
Dentro de um país com proporções continentais, como o Brasil, a
composição populacional varia amplamente entre as regiões. De fato a
população brasileira é considerada uma das mais heterogêneas do mundo,
sendo resultado de cinco séculos de cruzamentos interétnicos entre povos
______________________________________________________________DISCUSSÃO
75
de três continentes: europeus, africanos e ameríndios (Parra et al., 2003).
Na chegada da frota lusitana ao Brasil, em 1500, os portugueses
encontraram aproximadamente 2,5 milhões de índios habitando as terras
brasileiras (Ribeiro, 1995). A miscigenação entre portugueses e indígenas
começou imediatamente após a chegada dos primeiros colonizadores. Mais
tarde, essa mistura serviu como estratégia para o aumento populacional e
para a ocupação do território nacional (Mörner, 1967). Escravos africanos
chegaram ao Brasil, em meados do século XVI, para trabalhar nas
lavouras de cana-de-açúcar, no cultivo do café e na exploração de ouro e
diamantes. Estima-se que, entre 1551 e 1850 (quando foi abolido o
comércio escravo), 3,5 milhões de africanos foram trazidos para o
território brasileiro (Klein, 2002). Neste mesmo período, com a imigração
européia, aproximadamente 500.000 portugueses chegaram ao país
(Ribeiro, 1995). Posteriormente, com a abertura dos portos brasileiros, o
Brasil recebeu mais 4 milhões de imigrantes de todas as partes do mundo.
Os portugueses mantiveram-se como a origem mais importante da
mistura do nosso povo, seguido por italianos, espanhóis e alemães
(Pimenta et al., 2006). Assim, é de extrema importância verificar a
freqüência de mutações no gene LRRK2 em diferentes regiões brasileiras,
já que ocorre uma predominância de ameríndios na região amazônica
(norte), uma preponderância de linhagens africanas no nordeste do país,
um equilíbrio no sudeste e uma dominância européia no sul (Parra et al.,
2003). Deste modo, estudos adicionais de todo o gene LRRK2 em uma
______________________________________________________________DISCUSSÃO
76
série maior de pacientes, incluindo indivíduos de outros estados do Brasil,
são necessários para verificarmos a dispersão geográfica da p.G2019S.
Chama atenção, entretanto, que apesar da forte ancestralidade
portuguesa da população brasileira, a prevalência da mutação p.G2019S
seja três vezes menor do que aquela encontrada entre pacientes
portugueses com DP (~6%) (Bras et al., 2005; Ferreira et al., 2007). Em
alguns estudos, conduzidos em populações da Espanha e em Judeus
Ashkenazi, foi encontrada uma freqüência ainda maior da mutação
p.G2019S, variando de 4,3% a 18,3% (Gaig et al., 2006; Infante et al.,
2006; Ozelius et al., 2006).
Tem sido verificada uma alta freqüência da mutação p.G2019S em
casos com história familiar da DP (6,4-29,7%) em comparação com casos
isolados da doença (3,4-13,3%) (Gaig et al., 2006; Infante et al., 2006;
Ozelius et al., 2006). Em nosso estudo, encontramos esta mutação em
uma freqüência aproximadamente onze vezes maior entre os casos
familiares (8,70% - 2/23) comparada à incidência entre os casos isolados
da DP (0,76% - 1/131).
Em nossa casuística, não encontramos mutações no exon 31 do
gene LRRK2, de forma semelhante ao encontrado pela maioria dos estudos
populacionais (Farrer et al., 2005; Cossu et al., 2007; Perez-Pastene et al.,
2007; Bras et al., 2008). Diferentemente, Paisán-Ruíz e colaboradores
(2004) identificaram a variante p.R1441G em 8% dos pacientes com DP de
início tardio na população basca do norte da Espanha. Na região vizinha,
em Astúrias, foi encontrada uma freqüência mais baixa para esta
______________________________________________________________DISCUSSÃO
77
alteração (2,7%) em casos esporádicos da doença (Mata et al., 2005a). A
outra mutação também comum neste resíduo da proteína (p.R1441C) foi
encontrada em uma prevalência de 3,4% em um estudo que avaliou 60
famílias com DP predominantemente italianas (Di Fonzo et al., 2006a).
A ausência de mutações no exon 31, especialmente da variante
patogênica p.R1441G, na nossa população e em muitas outras indica que
essa mutação está geograficamente restrita às regiões do norte da
Espanha (Gaig et al., 2006; Mata et al., 2005a; Paisan-Ruiz et al., 2004),
possivelmente devido a um evento mutacional mais recente ocorrido na
população basca, que é um grupo étnico relativamente homogêneo e
historicamente isolado (Gaig et al., 2006). Além disso, a inexistência de
outras mutações no exon 41 do gene LRRK2 em nossa amostra sugere
também que demais alterações não são tão prevalentes neste exon quanto
a p.G2019S, corroborando dados de outros estudos (Zimprich et al., 2004;
Goldwurm et al., 2005).
Entretanto, nós não podemos excluir totalmente a possibilidade de
que estes pacientes sejam portadores de outras mutações, uma vez que a
análise molecular não foi realizada em toda a extensão do gene LRRK2.
Recentemente, Nichols e colaboradores (2007) investigaram regiões ainda
não exploradas deste gene em uma amostra de 430 pacientes com DP sem
a mutação p.G2019S e identificaram novas variantes gênicas,
potencialmente patogênicas, incluindo duas na região N-terminal, na qual
nenhuma mutação tinha sido até então identificada.
______________________________________________________________DISCUSSÃO
78
Com relação aos três pacientes portadores da mutação p.G2019S
encontrados em nossa amostra, verificamos que todos apresentam um
fenótipo indistinguível daqueles pacientes com DP sem mutações no gene
LRRK2 (Tabela 6), o que está de acordo com relatos da literatura (Khan et
al., 2005; Munhoz et al., 2008). De maneira semelhante, Munhoz e
colaboradores (2008) identificaram três pacientes com DP portadores da
mutação p.G2019S, cujos sintomas clínicos, assim como os de nossos
pacientes, manifestaram-se de forma assimétrica, além de todos
responderem bem ao tratamento com levodopa.
A análise de segregação da mutação p.G2019S na família
PAR1306 revelou outro importante achado em nosso estudo: a
identificação da mutação p.G2019S em heterozigose em três irmãos
saudáveis do probando PAR1306, com 70, 68 e 67 anos de idade. Na
análise clínica dos irmãos, um deles (o de 70 anos) demonstrou sinais
iniciais de parkinsonismo, sendo os outros dois irmãos assintomáticos.
Estes achados sugerem uma penetrância da mutação p.G2019S de 60%
(3/5), resultado este que se assemelha aos descritos na literatura, como
os de Kachergus e colaboradores (2005) e o de Lesage e colaboradores
(2005), que encontraram valores mais altos de penetrância.
Como incluímos em nosso cálculo da penetrância a irmã afetada
do probando e a consideramos como sendo portadora da mutação
p.G2019S, encontramos um valor de 60%. Se a excluíssemos do cálculo,
encontraríamos uma penetrância de 50% (2/4), mais próxima de
estimativas recentes (Clark et al., 2006; Ozelius et al., 2006; Goldwurm et
______________________________________________________________DISCUSSÃO
79
al., 2007). Seria necessário avaliar outros membros desta genealogia e das
outras famílias nas quais a mutação p.G2019S foi encontrada para se ter
um cálculo mais fidedigno da penetrância desta variante em nossa
casuística.
Os dois indivíduos da família PAR1306, portadores da mutação
p.G2019S, que não manifestam sinais clínicos de parkinsonismo,
permanecem sob risco de desenvolver a DP, considerando que nenhum
deles atingiu a idade máxima de manifestação da doença. A presença da
p.G2019S em indivíduos de risco assintomáticos deve ser interpretada
com cuidado, pois além da penetrância incompleta das mutações em
LRRK2 ocorre uma variabilidade nas idades de manifestação (Kachergus et
al., 2005).
Desta forma, ainda não é possível fornecer um risco preciso de
desenvolvimento da doença para portadores assintomáticos de mutações
neste gene (Foroud, 2005). Alguns estudos identificaram portadores da
mutação p.G2019S com idade superior a 75 anos sem nenhum sinal de
parkinsonismo (Gaig et al., 2006; Cossu et al., 2007; Goldwurm et al.,
2007). Em 2006, Gaig e colaboradores reportaram o caso da mãe de um
paciente com DP, portadora da mutação p.G2019S, que tinha 91 anos e
permanecia sem nenhum sinal ou sintoma de parkinsonismo. Kachergus
e colaboradores (2005) encontraram dois indivíduos portadores desta
variante, pertencentes a uma mesma família, os quais manifestaram
sintomas iniciais da doença aos 39 e 78 anos de idade. Penetrância
reduzida associada à idade e variabilidade fenotípica são características de
______________________________________________________________DISCUSSÃO
80
vários genes de susceptibilidade à DP (Di Fonzo et al., 2005; Kachergus et
al., 2005; Bonifati, 2007), inclusive o LRRK2.
Uma penetrância incompleta dependente da idade já havia sido
sugerida para a mutação p.G2019S em estudos anteriores (Kachergus et
al., 2005; Clark et al., 2006; Di Fonzo et al., 2006a; Ozelius et al., 2006;
Goldwurm et al., 2007). Em estudos iniciais, nos quais foram calculadas a
penetrância da mutação p.G2019S, foram encontrados valores altos de
penetrância: 17% aos 50 anos e 85% aos 70 anos (Kachergus et al., 2005),
e 33% aos 55 anos e 100% aos 75 anos (Lesage et al., 2005a). Entretanto,
os pacientes estudados eram selecionados de séries familiares
autossômicas dominantes e os probandos eram incluídos na análise.
Estimativas recentes sobre a penetrância da mutação p.G2019S ao longo
da vida, utilizando-se novos métodos de cálculo, forneceram valores que
variam entre 24 e 33% (Clark et al., 2006; Ozelius et al., 2006; Goldwurm
et al., 2007). Vários fatores podem ter contribuído para uma baixa
estimativa da penetrância: os probandos foram escolhidos sem o
conhecimento da história familiar de DP; famílias de “alto risco” não foram
selecionadas para o estudo; não foram observados portadores homozigotos
nos probandos e seus parentes foram estimados ser portadores
heterozigotos devido à baixa freqüência populacional da mutação
p.G2019S (Clark et al., 2006).
Através da análise genotípica de cinco SNPs localizados no gene
LRRK2 (Tabela 7) identificamos um haplótipo mínimo (T-A-G-A-A)
compartilhado pelos indivíduos portadores da mutação p.G2019S. Nossos
______________________________________________________________DISCUSSÃO
81
resultados corroboram os dados da literatura (Kachergus et al., 2005;
Lesage et al., 2005b) que encontraram o mesmo haplótipo e sugerem
fortemente que o alelo mutante p.G2019S tem uma mesma origem.
A mutação p.G2019S foi primeiramente associada ao mesmo
haplótipo em diferentes populações, indicando a existência de um efeito
fundador comum (Kachergus et al., 2005; Lesage et al., 2005b; Goldwurm
et al., 2006). Dados de cinco estudos com 90 portadores da mutação
p.G2019S não-aparentados, de origem européia ou do norte da África,
revelou que todos compartilhavam o mesmo haplótipo mínimo (T-254-A-
G-A-154), consistente com um efeito fundador comum (Goldwurm et al.,
2005; Kachergus et al., 2005; Lesage et al., 2005b; 2006; Ozelius et al.,
2006). Mais recentemente, no entanto, foi verificada a existência de outros
dois haplótipos, um em pacientes de origem japonesa (294-C-G-T-252-T-
C-A-T-G-154-T-140) (Zabetian et al., 2006b) e outro em pacientes
europeus (188-181-249-291-C-G-216-T-254-C-A-G-A-T-A-G-G-154-G-C-138-248-
323-211) (Zabetian et al., 2006a). Estes achados evidenciam que os
processos genéticos e demográficos que moldaram a distribuição da
mutação p.G2019S ao redor do mundo são muito mais complexos do que
os anteriormente descritos.
Desde a descrição do primeiro gene envolvido na etiologia da DP
(Polymeropoulos et al., 1997) novas descobertas sobre a fisiopatologia
desta desordem têm sido feitas, resultando em um maior conhecimento
sobre os mecanismos moleculares associados à doença. A compreensão
das funções biológicas da proteína LRRK2 e de sua função nas células
______________________________________________________________DISCUSSÃO
82
neuronais são importantes para o desenvolvimento de novas estratégias
terapêuticas para a DP que possam resultar em uma melhor qualidade de
vida para os pacientes (Klein, 2006).
5 – CONCLUSÃO
_____________________________________________________________CONCLUSÃO
84
¾ Na população estudada, a única mutação encontrada foi a p.G2019S
nos exons 31 e 41 do gene LRRK2, com uma prevalência de ~2%. A
freqüência da mutação p.G2019S foi onze vezes maior entre os casos
familiares (8,70%) comparada à incidência entre os casos isolados da
DP (0,76%);
¾ Os pacientes com DP portadores da mutação p.G2019S no gene
LRRK2 exibem o mesmo fenótipo que os pacientes que não possuem
mutações em LRRK2;
¾ A penetrância da mutação p.G2019S foi incompleta e estimada em
60%.
¾ Identificamos um haplótipo mínimo (T-A-G-A-A) compartilhado pelos
indivíduos portadores da mutação p.G2019S, o que sugere fortemente
que o alelo mutante p.G2019S tem uma mesma origem;
¾ Nossos resultados acrescentam novos conhecimentos sobre a
prevalência da mutação p.G2019S em relação à DP na América Latina
e, em particular, na população brasileira.
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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A
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Neuroscience Letters 433 (2008) 17–21
A study of LRRK2 mutations and Parkinson’s disease in Brazil
M
´
arcia Mattos Gonc¸alves Pimentel
a,
, Karla Cristina Vasconcelos Moura
a
,
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audia Bueno Abdalla
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ao Santos Pereira
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, Ana L
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,
Denise Hack Nicaretta
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ario Campos Junior
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, Richard Morais de Almeida
a
,
Jussara Mendonc¸a dos Santos
a
, Izabel Cristina Constantino Bastos
e
,
Maria Filomena Xavier Mendes
e
, Henryk Maultasch
c
, Flavio Henrique de Rezende Costa
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Ant
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onio Luiz dos Santos Werneck
c
,C
´
ıntia Barros Santos-Rebouc¸as
a
a
Servi¸co de Gen´etica Humana, Departamento de Biologia Celular e Gen´etica, Instituto de Biologia Roberto Alcˆantara Gomes, Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rua S˜ao Francisco Xavier, 524, PHLC – sala 500, Maracan˜a 20550-013, Rio de Janeiro, RJ, Brazil
b
Faculdade de Ciˆencias M´edicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
c
Hospital Universit´ario Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
d
Santa Casa de Miseric´ordia do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
e
Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Received 22 October 2007; received in revised form 12 December 2007; accepted 14 December 2007
Abstract
Mutations in the Leucine-rich repeat kinase 2 (LRRK2) gene are known as a common cause of Parkinson’s disease (PD) among patients from
different geographic origins. In this study, we evaluated the prevalence of LRRK2 mutations in exons 31 and 41 in a cohort of 154 consecutive,
unrelated Brazilian patients with familial or sporadic PD, including early and late onset patients. The LRRK2 p.G2019S mutation was present
in heterozygous state in three index cases (2%), and in three additional relatives. No carriers of this mutation were found among 250 control
chromosomes. Clinically, all mutation-positive patients presented a typical PD phenotype and a good response to levodopa. Mutation segregation
analysis in a large sibling showed incomplete penetrance of the p.G2019S. Our findings suggest that the LRRK2 p.G2019S mutation has a substantial
contribution to PD susceptibility among Brazilian population and add new clues to current research of this disease.
© 2007 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.
Keywords: Parkinson’s disease; Leucine-rich repeat kinase 2; LRRK2; p.G2019S mutation; Dardarin
Parkinson’s disease (PD) is a complex neurodegenerative move-
ment disorder characterized by bradykinesia, resting tremor,
rigidity and postural instability [25]. Its pathological features
include selective loss of dopaminergic neurons in the substantia
nigra pars compacta and the presence of intracellular inclusions
(Lewy bodies) in the surviving neurons [28].
Although the causes of PD remain mostly unknown, cur-
rent evidences shown that mitochondrial dysfunction, oxidative
stress and protein mishandling have a central role in PD
pathogenesis, and also reinforce that important genetic factors
are associated to pathological processes underlying the dis-
ease [1]. The study of monogenic forms of PD has given an
Corresponding author. Tel.: +55 21 25877567; fax: +55 21 25877377.
E-mail address: [email protected] (M.M.G. Pimentel).
important contribution to the understanding of the molecular
pathways associated to neurodegeneration, and has also pro-
vided novel therapeutic targets [2,9,26]. PD-related mutations
were identified in α-synuclein (SNCA) [36], parkin [22], DJ-
1 [3], PTEN-induced kinase 1 (PINK1) [38] and Leucine-rich
repeat kinase 2 (LRRK2) [32,41] genes. Dominant single muta-
tions in the LRRK2 gene are associated with parkinsonism that
is clinically indistinguishable from typical, idiopathic late-onset
PD [6,7,12,32,37,41].
LRRK2 mutations as cause of PD are frequent and spread
through different populations. However, the prevalence of
LRRK2 missense mutations identified in familial and sporadic
cases varies greatly between distinct populations, and some of
them (p.R1441C, p.R1441G, p.I2012T, p.G2019S, p.I2020T),
encoded by exons 31 and 41, account for a number of PD cases
[7,27,32,41]. Among these pathogenic amino-acid substitutions,
0304-3940/$ – see front matter © 2007 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.
doi:10.1016/j.neulet.2007.12.033
18 M.M.G. Pimentel et al. / Neuroscience Letters 433 (2008) 17–21
the p.G2019S, resulting from c.6055G>A transition, is particu-
larly a common cause of the disease in patient cohorts of different
ethnic origins [37]. The LRRK2 p.G2019S mutation is an impor-
tant genetic determinant of PD among Arab patients from North
Africa [23,24], Ashkenazi Jews [31], Europeans [6,12,15] and
North Americans [21,29]. Current evidence indicates Iberian
populations from Portugal [4,10] and Spain [19] among those
with the highest prevalence of the p.G2019S mutation worldwide
(overall prevalence 2.2–7.6%), after the North African Arabs
(39%) [23,24] and Ashkenazi Jews (18.3%) [31]. An exten-
sive study using genetic markers confirmed the founder event
of p.G2019S mutation and showed that the genetic and demo-
graphic processes that have shaped the current distribution of
p.G2019S across the world are more complex than previously
recognized [39].
The LRRK2 gene encodes a complex protein with multiple
domains, also known as dardarin [32,41], whose biological func-
tion is unknown, but there is evidence that it is cytoplasmic,
associated with mitochondria, and capable of autophospho-
rylation [13]. It is not clear how mutations in dardarin lead
to neurodegeneration, however, evidence demonstrates toxic
effects of mutant protein when expressed within target cells,
leading to formation of intraneuronal protein aggregations and
cell death [17].
It is clearly established that LRRK2 mutations cause PD in
many geographical areas and ethnic groups, and that their preva-
lence in familial and sporadic cases varies greatly across nations.
In this sense, data about the frequency of LRRK2 mutations in
Latin America countries are scarce [34], and in Brazil the preva-
lence of these mutations remained undefined until now. Brazilian
population, as a whole, is formed by extensive admixture, result-
ing from interethnic crosses between Europeans, Amerindians
and Africans, and, among European ancestry, Portugal remained
by far the most important source, followed by Italy, Spain, and
Germany [33,35]. In this study, we looked for mutations in exons
41 and 31 of LRRK2 gene among Brazilian PD patients.
We screened 154 consecutive, unrelated patients with PD
(100 males and 54 females), ranging from 33 to 86 years (mean
62.6 ± 11.1 years). Sixty-six percent of them had typical late
onset PD (50 years) and the remaining expressed the dis-
ease before 50 years (early onset); the mean age at onset was
54.0 ± 11.7 years (range 14–83). Excepted for seven Portuguese
index cases (4.5%), all patients were Brazilian. All probands
live in the urban area of Rio de Janeiro, located in Southeast-
ern Brazil, and were recruited from the movement disorders
clinics of four major institutions of Rio de Janeiro State (Pedro
Ernesto University Hospital, Clementino Fraga Filho University
Hospital, Deolindo Couto Neurology Institute and Santa Casa
de Miseric
´
ordia). The patients were examined by neurologists
specialized in movement disorders, through the use of a stan-
dard protocol, and fulfilled criteria established for the clinical
diagnosis of PD [18]. Cases of secondary and atypical parkin-
sonism were excluded from the study. Family history and ethnic
background data were collected. Amongst patients, 23 (15%)
self-reported a family history of PD (mean age: 62.9 ± 10.0
years/mean age onset: 54.5 ± 10.2, range 37–73 years) and 131
(85%) were sporadic cases (mean age: 62.6 ± 11.3 years/mean
age onset: 54.0 ± 12.0, range 14–83 years). The proband’s
families were mostly of mixed ancestry (n = 136), Portuguese
(n = 12), Italian (n = 3), Spanish (n = 1), Polish (n = 1) and Swiss
descent (n = 1). The research protocol was approved by the insti-
tutional ethics committees, and written informed consent was
obtained from all subjects.
Genomic DNA was isolated from peripheral blood using stan-
dard procedures, and exons 31 and 41 of the LRRK2 gene were
amplified by PCR according to Di Fonzo et al. [6]. Purified
amplicons were sequenced in both directions using Big Dye Ter-
minator Kit (Applied Biosystems) and resolved on an ABI 3730
Genetic Analyzer automatic sequencer (Applied Biosystems),
following the manufacturer’s instructions.
Among the studied PD probands (male to female ratio
1.9:1.0), we identified three heterozygous carriers (PD1306,
PD1398 and PD1455) of the p.G2019S mutation (1.95%),
including 2 familial and 1 sporadic case. Homozygous-
p.G2019S individuals were not detected. For comparative
purposes, this mutation was screened and not found between
250 control chromosomes from healthy Brazilian volunteers
from the same population (25 males and 100 females), aged
from 51 to 84 years (mean 64.0 ± 7.9 years), without PD signs
or any other neurodegenerative disorder, and no family history
of parkinsonism among first- and second-degree relatives. No
mutations along LRRK2 exon 31 were seen.
The clinical features of the three p.G2019S-positive index
cases are summarized in the table (Table 1). All are Brazilian
and exhibited typical signs of PD classical form, with onset
ages ranging from 47 to 55 years. The symptoms at onset
were asymmetrical in all cases, and, in two of them, bradyki-
nesia was the first symptom at onset, whereas rigidity was
seen in the third. Autonomic dysfunction and cognitive or psy-
chiatric disturbances were not observed, and all presented a
good therapeutic response to levodopa. Their clinical symptoms
were indistinguishable from the remaining LRRK2 mutations-
Table 1
Clinical features summary of the three Brazilian PD index cases with heterozy-
gous LRRK2 p.G2019S mutation
Features Patient
PD1306 PD1398 PD1455
Family history for PD + +
Consanguinity −−−
Sex M F M
Ethnic origin Brazilian Brazilian Brazilian
Ancestry Mixed Mixed Mixed
Age at examination (years) 65 67 57
Age at onset (years) 55 53 47
Bradykinesia + First symptom First symptom
Resting tremor + + +
Rigidity First symptom + +
Postural instability + + +
Asymmetry at onset + + +
Dystonia −−−
Behavioral abnormalities −−−
Levodopa response + + +
Cognitive decline −−−
Sex is specified as male (M) or female (F).
M.M.G. Pimentel et al. / Neuroscience Letters 433 (2008) 17–21 19
Fig. 1. Pedigree of family PD1306 with p.G2019S mutation. Full black symbols: individuals affected by Parkinson’s disease. Half solid square: individual with
signs of parkinsonism. Numbers bellow symbols denote age at examination or age of death (years); OA, onset age (years); (+) carriers of p.G1019S mutation; ()
individuals without p.G2019S mutation.
negative group, as observed in other studies [10,12,15,20,21].
The patient PD1398 is a sporadic case. Her father died at age
of 71 years and her mother has 83 years, both without signs
of parkinsonism. All five proband’s siblings are healthy indi-
viduals. Two patients (PD1455 and PD1306) have a positive
family history for PD. The individual PD1455 expressed the
early-onset form of the disease and his died mother also had
PD, but detailed information is unavailable. Concerning family
PD1306 (see Fig. 1), relatives reports revealed that proband’s
parents (I.1 and I.2) died at ages of 62 and 89 years without any
symptoms of the disease and that one proband’s sister (subject
II.7) exhibited symptoms consistent with PD during 19 years
before her death at 69 years. Segregation analysis of p.G2019S
was performed in six available proband’s siblings (II.2, II.8, II.9,
II.10, II.11, II.14) and the mutation was found in a heterozygous
state in three of them (II.9, II.10 and II.11). On clinical evalu-
ation, the subject II.9 (70 years) showed signs of parkinsonism
(resting tremor and bradykinesia, both with asymetrical onset)
and subjects II.10 and II.11 (68 and 67 years) remain asymp-
tomatic, even having 13 and 12 years beyond the proband’s age
at onset. Based on these findings, it is likely that the sister of
patient PD1306 (subject II.7) also carried the p.G2019S muta-
tion, although phenocopies have previously been detected in
families with LRRK2 mutations [7,29,41].
Two mutation carriers of family PD1306 (subjects II.10 and
II.11, aged 68 and 67 years) have not manifested clinical signs of
parkinsonism, but they are still at risk of developing PD, consid-
ering that none of them had reached the maximum age of onset.
The presence of p.G2019S in asymptomatic at-risk persons
should be interpreted with caution and the PD risk assessment
for mutation carriers is currently difficult, because of incomplete
penetrance of LRRK2 mutations and variability of onset ages,
both within and between families [11]. Several studies report
p.G2019S carriers over 73 years of age with no sign of parkinson-
ism [16,20,23]. Kachergus et al. [20] found two LRRK2 G2019S
carriers in a same family who presented PD initial symptoms at
39 and 78 years. Reduced age-associated penetrance and pheno-
type variability are characteristics of several PD susceptibility
genes, including LRRK2 mutations [2,6,20,23], which suggest
the existence of a complex interaction between genetic and/or
environmental factors in the disease manifestation. Recent esti-
mates of the lifetime penetrance of the p.G2019S mutation
yielded values between 24 and 33% [5,16,31]. In the present
study, molecular investigation of some at-risk members from
family PD1306 suggests a penetrance of 60% (3/5), but this esti-
mative should be refined based on the analysis of other members
in the pedigrees.
Our findings represent significant data about LRRK2 muta-
tions screening conducted in a representative series of Brazilian
PD patients and increase the knowledge of LRRK2 p.G2019S
mutation prevalence in Latin American population [34].Wehave
shown that this mutation is present in an overall frequency of
2%, being more prevalent amongst PD familial than sporadic
cases (8.7% vs. 0.76%). This prevalence is three times lower than
that found among Portuguese PD patients (6%) [4,10]. There-
fore, despite Brazilian population has a hallmark Portuguese
ancestry, our findings are more consistent with those reported
in large patient series from Italy (1.7% overall; 4.2% familial;
1% sporadic) [15] and United States (1.3% overall; 3% familial;
0.7% sporadic) [21]. Our results are also similar to those found
in Chilean population (3%) [34].
Brazil is a populous nation of Latin America and one of the
most heterogeneous populations in the world, as supported by
studies using ancestry-informative markers [35]. It is expected
that the number of Brazilian individuals with PD will double
over the next 25 years [8]. Using a screening strategy focused
on two hot spots for LRRK2 mutations, we have identified the
p.G2019S mutation in a significant proportion of unrelated PD
patients from Southeastern Brazil. The absence of other muta-
tions in exons 31 and 41 of the LRRK2 gene indicates that these
mutations are not so prevalent than p.G2019S in our sample,
which corroborates data from other studies [14,41]. However,
we could not completely exclude the possibility that the patients
carry other mutations, because molecular analysis was not car-
ried out in whole LRRK2 gene. Recently, Nichols et al. [30]
performed a comprehensive study in a cohort of 430 PD families
without the p.G2019S mutation and identified novel, potentially
pathogenic variants in LRRK2, including two in the N-terminal
region of gene, where no pathogenic substitutions have been
reported.
It must be emphasized that, in countries of continental size,
such as Brazil, the population genetic background differ among
distinct regions [33,40], being the most pronounced levels of
admixture observed in the Southeastern region [33]. By this way,
additional studies of the entire gene on larger patient series from
other regions of our country are needed to verify the geographical
dispersion of p.G2019S and other tendencies. In conclusion, our
data point that LRRK2 p.G2019S has a substantial contribution
to PD susceptibility among Brazilian population, and add news
clues to PD current research.
20 M.M.G. Pimentel et al. / Neuroscience Letters 433 (2008) 17–21
Acknowledgments
We thank the patients, their families and healthy volunteers.
We also thank Dr. Vincenzo Bonifati for helpful communica-
tion concerning the PCR procedures and D
´
ebora Torres Valenc¸a
for technical assistance. We are also grateful to the “Plataforma
Gen
ˆ
omica - Sequenciamento de DNA/PDTIS-FIOCRUZ” for
the aid with the automatic sequencing system. This study
was supported by grants from PPSUS-MS/CNPq/FAPERJ (E-
26/171.560/2006), CAPES and CEPUERJ.
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