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VÂNIA MARIA BELETATE BAUERMEISTER
SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO PARA PREVENÇÃO DE DIABETES
MELLITUS TIPO 2
: Revisão Sistemática de Ensaio Clínico
Randomizado
Tese apresentada à Universidade Federal
de São Paulo – Escola Paulista de Medicina,
para obtenção do Título de Mestre em
Ciências
SÃO PAULO
2006
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VÂNIA MARIA BELETATE BAUERMEISTER
SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO PARA PREVENÇÃO DE DIABETES
MELLITUS TIPO 2
: Revisão Sistemática De Ensaio Clínico
Randomizado
Tese apresentada à Universidade Federal
de São Paulo – Escola Paulista de
Medicina, para obtenção do Título de
Mestre em Ciências
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah
SÃO PAULO
2006
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Maria Beletate Bauermeister, Vânia
Suplementação de zinco para prevenção de diabetes mellitus tipo 2:
revisão sistemática de ensaio clínico randomizado. / Vânia Maria Beletate
Bauermeister.--São Paulo, 2006.
xii, 83f.
Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de
Medicina. Programa de Pós-graduação em Medicina Interna e Terapêutica.
Título em inglês: Zinc supplementation for the prevention of type 2 diabetes
mellitus: systematic review of randomized clinical trial.
1. Zinco. 2. Diabetes mellitus tipo 2. 3. Revisão acadêmica (Tipo de
Publicação).
iv
DADOS DO ALUNO
Nome: Vânia Maria Beletate Bauermeister
Nome para publicação: Vânia Beletate Bauermeister
Endereço residencial ou Comercial: Rua Aquilino Pacheco 1516, apto 43
Cidade : Piracicaba- SP
CEP : 13 419-150
Telefones: (19) 3434 8360 / (19) 9743 2375
FORMAÇÃO
Graduação
Instituição: UNIMEP – Piracicaba- São Paulo
Curso: Nutrição
Período: 1993-1997
Pós-Graduação
Universidade São Camilo – São Paulo
Curso: Nutrição Clínica
Período: 1999-2000
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Nutricionista Clínica
Instituição: UNIMED QUALITAS Piracicaba – SP
Período: 1999 – Atual
Nutricionista Clínica
Instituição: Consultório Piracicaba – SP
Período: 2000 - Atual
v
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE MEDICINA DE URGÊNCIA E
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
MEDICINA INTERNA E TERAPÊUTICA
Chefe do Departamento: Profª. Drª. Emilia Inoue Sato
Coordenador do Programa de Pós-graduação: Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah
vi
VÂNIA MARIA BELETATE BAUERMEISTER
SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO PARA PREVENÇÃO DE DIABETES MELLITUS
TIPO 2: Revisão Sistemática de Ensaio Clínico Randomizado
BANCA EXAMINADORA
TITULARES:
Prof. Dr._______________________________________________
Prof. Dr._______________________________________________
Prof. Dr._______________________________________________
SUPLENTE:
Prof. Dr._______________________________________________
Aprovada em: _____/_____/_______
vii
Dedicatória
Dedico ao meu pai Atílio, que me ensinou a ser forte e a lutar
pelos meus sonhos e pelo seu imprescindível apoio, incentivo e
amor sem os quais eu não poderia jamais ter chegado até aqui;
Á minha mãe Maria, por sua presença e compreensão em todos
os momentos de minha existência;
Ao meu querido filho Gabriel, luz da minha vida e a razão de todo
meu crescimento;
Ao meu esposo, Everton, pelo seu companheirismo e apoio na
realização deste trabalho e em todos esses anos de convivência.
viii
Agradecimentos
A Deus, pelo amparo e luz, permitindo que eu pudesse ultrapassar todos os
obstáculos;
Ao Prof. Dr Álvaro Nagib Atallah, pelo brilhantismo ao conduzir o programa de
mestrado;
À Regina Paolucci El Dib, alma do meu trabalho, pelo empenho e grande estímulo nas
horas difíceis;
À minha tia Edna Talarico, pelo apoio constante ao meu crescimento intelectual;
Ao meu professor de inglês Leandro Costa Murbach, pela grande força, dedicação e
disposição em ensinar;
Aos funcionários Anderson, Davi e Mauro, pelo belo trabalho e organização.
ix
SUMÁRIO
Dedicatória ....................................................................................................................vii
Agradecimentos............................................................................................................viii
Lista de Figuras ..............................................................................................................xi
Lista de Abreviaturas e Símbolos ..................................................................................xii
Lista de Abreviaturas e Símbolos ..................................................................................xii
RESUMO......................................................................................................................xiii
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................1
2 OBJETIVO ...................................................................................................................4
2.1 Pergunta ................................................................................................................5
2.2 Hipótese.................................................................................................................5
3 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................6
3.1 Diabetes Mellitus tipo 1..........................................................................................8
3.2 Diabetes Mellitus tipo 2..........................................................................................8
3.3 Resistência à insulina ............................................................................................9
3.4 Zinco ....................................................................................................................10
4 MÉTODO....................................................................................................................12
4.1 Tipo de Estudo.....................................................................................................13
4.2 Local ....................................................................................................................13
4.3 Amostra................................................................................................................13
4.3.1 Tamanho da amostra ....................................................................................13
4.4 Critérios de inclusão............................................................................................13
4.4.1 Tipo de estudos incluídos..............................................................................13
4.4.2 Tipo de participantes .....................................................................................14
4.4.3 Tipos de Intervenções ...................................................................................14
4.4.4 Desfechos clínicos estudados .......................................................................14
4.5 Localização dos estudos......................................................................................14
4.5.1 Estratégia de busca para identificação dos estudos......................................15
4.5.1 Estratégia de busca para identificação dos estudos......................................16
4.6 Seleção dos estudos............................................................................................18
4.7 Análise de qualidade............................................................................................18
4.8 Extração dos dados .............................................................................................20
4.8.1 Dados dos Estudos Incluídos ........................................................................20
x
5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...........................................................................................22
5.1 Heterogeneidade .................................................................................................23
5.2 Análise de subgrupo ............................................................................................23
5.3 Análise de Sensibilidade......................................................................................24
5.4 Metanálises..........................................................................................................24
6 DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS INCLUÍDOS ..............................................................25
6.1 Estudo Incluído ....................................................................................................26
7 QUALIDADE METODOLÓGICA DOS.......................................................................27
7.1 Randomização e descrição das perdas ...............................................................28
8 RESULTADOS...........................................................................................................29
9 DISCUSSÃO ..............................................................................................................35
9.1 Discussão do Método...........................................................................................38
10 CONCLUSÕES ........................................................................................................40
10.1 Implicações para a prática clínica ......................................................................41
10.2 Implicações para a pesquisa científica...............................................................41
11 ANEXOS ..................................................................................................................42
Abstract .........................................................................................................................64
Bibliografia Consultada..................................................................................................67
xi
Lista de Figuras
Figura 01 – Fluxograma da estratégia da revisão sistemática......................................15
Figura 02 - Representação de metanálise com apenas um estudo, comparando
suplementação de zinco versus placebo sendo esperado como desfecho os parâmetros
antropométricos. Apresentação dos resultados em diferença de média ponderada e
intervalo de confiança de 95%( modelo de efeito fixo). .................................................30
Figura 03 - Representação de metanálise com apenas um estudo, comparando
suplementação de zinco versus placebo sendo esperado como desfecho o
metabolismo lipídico. Apresentação dos resultados em diferença de média ponderada e
intervalo de confiança de 95%( modelo de efeito fixo). .................................................31
Figura 04 - Representação de metanálise com apenas um estudo, comparando
suplementação de zinco versus placebo sendo esperado como desfecho a comparação
de energia e dos nutrientes presentes na alimentação. Apresentação dos resultados
em diferença de média ponderada e intervalo de confiança de 95% (modelo de efeito
fixo)................................................................................................................................32
xii
Lista de Abreviaturas e Símbolos
cm centímetros
dL decilítros
EMBASE Excerpta Medica Database
gHb gramas de hemoglobina
Kg Kilogramas
kg/m2 Peso em kilogramas (Kg) pela altura em metros elevada ao
quadrado (quadrado de sua altura)
L litros
LILACS Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde
MEDLINE Medlars Online
Medlars Medical Literature Retrieval System
Mg Miligramas
ml mililitros
RPED Regina Paolucci El Dib
ug microgramas
umol/zn micromol de zinco
VMBB Vânia Maria Beletate Bauermeister
Zn zinco
Zn/24h zinco em 24 horas
RESUMO
Resumo
xiv
Contexto: Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia resultando de defeitos da secreção da insulina, ação da insulina ou os
dois. A hiperglicemia crônica do diabetes está associada a danos a longo prazo,
disfunções e, falha de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e
vasos sanguíneos. O diabetes tipo 2 é a forma mais prevalente da doença, geralmente
assintomática e não diagnosticada durante vários anos. O risco de desenvolver
diabetes tipo 2 aumenta com a idade, obesidade, e falta de atividade física.
Relacionada com isso, a resistência a insulina é um aspecto fundamental da etiologia
do diabetes tipo 2. Dessa forma, a maioria dos pacientes que desenvolvem diabetes
tipo 2 são resistentes a insulina e, a hiperglicemia ocorre quando esses pacientes não
podem mais suportar o grau de hiperinsulinemia compensatória para prevenir a
descompensação da homeostase da glicose. A resistência à insulina tem sido
associada freqüentemente a aterosclerose , hipertrigliceridemia, intolerância a glicose,
hiperlipidemia, hiperuricemia, hipertensão e doença ovariana policística. O zinco parece
estimular a ação da insulina e o receptor da insulina. Objetivo: Verificar o efeito da
suplementação de zinco na prevenção primária do diabetes mellitus tipo 2. Tipo de
estudo: Revisão sistemática de ensaio clínico randomizado. Local: Disciplina de
Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências da Universidade Federal de
São Paulo/ Escola Paulista de Medicina. Estratégia de busca: Foram pesquisadas as
seguintes bases de dados: the Cochrane Metabolic Endocrine Group Specialised
Register, the Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL, The Cochrane
Library, 2005), MEDLINE (1966 até Junho de 2005), EMBASE (1980 até Junho de
2005) e LILACS (1982 até Junho de 2005). Critérios para a seleção dos estudos: os
estudos incluídos foram ensaios clínicos randomizados ou quase-randomizados, onde
os participantes eram adultos vivendo na comunidade, acima de 18 anos de idade com
resistência a insulina com algum tipo de suplementação de zinco (comparado com
placebo ou nenhuma intervenção). Análise e coleta de dados: Dois revisores
selecionaram os estudos relevantes, avaliaram a qualidade metodológica e extraíram
os dados. Não houve como combinar os estudos em uma metanálise. Resultados
principais: Apenas um estudo preencheu os critérios de inclusão desta revisão
(Marreiro 2002). Não houve diferença estatisticamente significante favorecendo a
suplementação de zinco comparado ao placebo em relação aos desfechos estudados
no estudo. Conclusões: Não há evidências suficientes para sugerir o uso da
suplementação de zinco na prevenção primária de diabetes mellitus tipo 2. Futuros
Resumo
xv
ensaios clínicos deverão padronizar os desfechos mensurados como a incidência de
diabetes mellitus tipo 2, diminuição da resistência a insulina, qualidade de vida,
mortalidade e custos. Perdas e desistências deveriam, também, serem reportadas.
Palavras-chave: Suplementação de zinco. Diabetes Mellitus tipo 2. Revisão
Sistemática.
1 INTRODUÇÃO
Introdução
2
Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia resultante de defeitos na secreção da insulina, ação da insulina ou ambos
(ADA 1999). Para mais detalhes sobre diabetes mellitus, veja 'Additional information'
no grupo especializado da Cochrabe ‘the Metabolic and Endocrine Disorders Group’
disponível na Cochrane Library ('About the Cochrane Collaboration', 'Collaborative
Review Groups-CRGs').
O risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta com a idade, obesidade, e
falta de atividade física. Relacionado á isso, a resistência à insulina é um aspecto
fundamental da etiologia do diabetes tipo 2 (Barbara 2000).
A Resistência à insulina ocorre quando a secreção normal deste hormônio,
não consegue produzir os efeitos fisiológicos que dele se espera, ou seja, baixar os
níveis da glicemia sanguínea.
Esta “ineficiência” da insulina leva à hiperglicemia, hipertrigliceridemia e
elevações das frações do colesterol. Todos estes fatores conduzem ao aparecimento
de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares (Sociedade brasileira de
Diabetes 2006). Dessa forma, a maioria dos pacientes que desenvolvem diabetes tipo
2 são resistentes à insulina.
A relação entre diabetes, zinco e insulina é muito complexa com causas e
efeitos não muito claros (Chausmer 1998).
Diante disso, vários estudos vêm investigando o papel do zinco na
secreção da insulina e no metabolismo. O zinco parece estimular a ação da insulina e o
receptor da insulina (Marchesini 1998; Rossetti 1990)
O zinco aumenta a efetividade da insulina in vitro, sugerindo que a
deficiência do zinco possa agravar a resistência à insulina (May 1982).
Apesar de vários estudos demonstrarem a participação do zinco na
atividade da insulina, a ação deste mineral na prevenção do diabetes mellitus tipo 2
ainda é pobremente documentada.
Introdução
3
Após a realização de uma criteriosa estratégia de busca, em bases de
dados eletrônicas, para a identificação de possível revisão sistemática relacionada à
questão de interesse, verificou-se que até o momento não foi realizada nenhuma
revisão sistemática com a metodologia da Cochrane com o intuito de verificar o efeito
da suplementação de zinco na prevenção de diabetes mellitus tipo 2.
2 OBJETIVO
Objetivo
5
Avaliar o efeito da suplementação de zinco na prevenção de diabetes
mellitus tipo 2.
2.1 Pergunta
A suplementação de zinco previne e pode retardar a manifestação do
diabetes mellitus tipo 2?
2.2 Hipótese
A suplementação de zinco previne e pode retardar a manifestação do
diabetes mellitus tipo 2.
3 REVISÃO DA LITERATURA
Revisão da Literatura
7
Diabetes Mellitus é reconhecido como um grupo de desordens
heterogenias com elementos comuns de hiperglicemia e intolerância a glicose, devido a
deficiência de insulina, diminuição da efetividade na secreção da insulina, ação da
insulina ou ambos (Amos 1997).
A hiperglicemia crônica do diabetes está associada com danos a longo
prazo, disfunções e, falha de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração
e vasos sanguíneos (ADA 1999).
A prevalência do diabetes no mundo inteiro está estimada em cerca de
171.000.000 de pessoas (WHO 2000) atingindo 299 milhões até o ano de 2025 (WHO
1997) e custa mais de $98 bilhões de dólares em relação aos custos de saúde (Tracey
2003).
Segundo um estudo multicêntrico realizado no Brasil (Belém, Brasília,
Fortaleza, João Pessoa, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo)
sobre a prevalência de diabetes mellitus entre os anos de 1986 e 1988, foi observado
que a menor cifra de prevalência encontra-se na cidade de Brasília (5,22%) e as
maiores em São Paulo (9,66%) e Porto Alegre (8,89%). Além disso, em relação à
prevalência do diabetes mellitus de acordo com o sexo, foi observado uma prevalência
média de 7,65% nas mulheres e 7,47% nos homens. Em relação à prevalência desta
doença de acordo com a idade, foi demonstrado que há um aumento da mesma à
medida que se avança nas faixas etárias, com uma elevação mais aguda na 6º década
(faixa 50-58 anos) (Sociedade Brasileira de Diabetes).
O diabetes pode ser classificado de várias formas dentre elas, as duas
maiores são: diabetes mellitus insulino-dependente (DMID, tipo 1 diabetes) e diabetes
mellitus não-insulino-dependente (DMNID, tipo 2 diabetes) (ADA 1999).
Revisão da Literatura
8
3.1 Diabetes Mellitus tipo 1
O Diabetes tipo 1 conhecido como Diabetes Mellitus insulino-dependente,
ocorre em crianças, adolescentes e jovens adultos.
O diabetes Tipo 1 aparece como resultado de uma destruição das células
beta produtoras de insulina como uma resposta auto-imune (Chausmer 1998).
A destruição da auto-imunidade das células beta tem predisposição
múltipla genética e está também relacionado a fatores de meio ambiente que ainda são
pobremente definidos (ADA 1999).
3.2 Diabetes Mellitus tipo 2
O diabetes tipo 2 é a forma mais prevalente da doença, geralmente
assintomática e não diagnosticada durante vários anos (ADA 1998).
Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior que o
tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Sua
incidência é maior após os 40 anos (Sociedade Brasileira de Diabetes 2006).
Os principais sintomas do diabetes mellitus tipo 2 são: infecções
freqüentes; alteração visual; dificuldade na cicatrização de feridas; formigamento nos
pés, furunculose, polidipsia (muita sede); poliúria (micções freqüentes), perda de peso,
as vezes com polifagia ( compulsões em comer) (ADA 1999).
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode
responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de
medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina (Sociedade
Brasileira de Diabetes 2006).
Revisão da Literatura
9
Atualmente, existem várias substâncias que auxiliam o tratamento do
diabetes Tipo 2, diferenciadas pela maneira como agem no organismo. Caracterizam-
se principalmente em três grupos de medicamentos: 1) os que auxiliam a secreção de
insulina; 2) aqueles que diminuem a velocidade de digestão dos carboidratos e 3) os
que diminuem a resistência insulínica (Sociedade Brasileira de Diabetes 2006).
3.3 Resistência à insulina
Segundo Reaven 1988, o termo resistência à insulina está relacionado às
ações da insulina sobre a homeostase da glicose e é definido como a resposta
biológica subnormal a uma determinada concentração de insulina.
A resistência à insulina é um aspecto fundamental da etiologia do diabetes
tipo 2 (Barbara 2000). Dessa forma, a maioria dos pacientes que desenvolvem
diabetes tipo 2 são resistentes à insulina e, a hiperglicemia ocorre quando esses
pacientes não podem mais suportar o grau de hiperinsulinemia compensatória para
prevenir a descompensação bruta da homeostase da glicose (Tracey 2003). A
resistência a insulina vem sendo associada à aterosclerose prevalente (Howard 1996),
hipertrigliceridemia (Moro 2003), intolerância a glicose, hiperlipidemia, hiperuricemia,
hipertensão (Bonora 1998) e doença ovariana policística (Barbara 2000).
Vários métodos alternativos para avaliar a sensibilidade à insulina tem sido
propostos durante as ultimas duas décadas (Bonora 2000).
A resistência a insulina pode ser medida utilizando-se a técnica Clamp
glicose (DeFronzo 1979) em que esse método é considerado o padrão ouro para
avaliar a sensibilidade da insulina (Karelis 2004), entretanto, esse método é laborioso,
caro e inadequado para escalas grandes ou estudos epidemiológicos (Bonora 2000).
Matthews 1985 apresentaram o HOMA (The Homeostasis Model
Assessment) que estuda a função beta (% B) e a resistência à insulina (%R) como
porcentagens de uma população de referência normal. O teste conhecido como HOMA
foi descrito em 1985 por David Matthews e é de execução simples e exige apenas a
Revisão da Literatura
10
determinação da glicemia e da insulinemia de jejum. A estimativa da resistência à
insulina é calculada através da seguinte fórmula:
HOMA – IR = glicemia (mmol/L) x insulina (uU/mL)/ 22,5 (Acosta 2002).
Este método permite avaliar indivíduos em diferentes condições de
gravidade de resistência à insulina. Além disso, é mais barato e de maior facilidade de
realização e utilização em larga escala (Geloneze 2001).
3.4 Zinco
Vários estudos vêm investigando o papel do zinco na secreção da insulina
e no metabolismo. (Marchesini 1998; Rossetti 1990).
O zinco é um mineral que exerce diversas funções no metabolismo
energético e atua como componente de várias enzimas essenciais para o metabolismo
dos carboidratos, lipídeos e proteínas sendo importante para a manutenção do apetite,
do paladar, da capacidade de cicatrização, visão noturna, crescimento e
desenvolvimento (Prasad 1983).
Sua absorção ocorre predominantemente no jejuno (Cousins 1990). O
zinco combina-se no plasma e, após liberar-se dos alimentos, forma-se complexos
ligantes endógenos e exógenos com a histidina, ácido cítrico e ácido picolínico. A
absorção acha-se relacionada com a concentração intestinal intraluminal. Passa para
a corrente sanguínea portal por processo ativo. Combina-se no plasma e no sangue
com albuminas e ácidos no teor de 55%, e com 40% com macroglobulinas, não se
destinando a uso metabólico. Armazena-se no fígado, tecido muscular, unhas,
pâncreas e ossos. A excreção é feita pela via urinária, cabelo, escamações da pele e
sêmen (Franco 1992).
A recomendação diária de zinco para as mulheres é de 12mg e para
homens 15mg (Marchesini 1998; Marreiro 2004). O excesso da ingestão de zinco ao
ponto de toxicidade (100 a 300mg/dia) é raro. Entretanto, uma suplementação
Revisão da Literatura
11
continua de zinco irá interferir com a absorção de cobre. O sulfato de zinco em
quantidades de 2 g/dia ou mais pode causar irritação gastrointestinal e vômito (Mahan
1998). O zinco está diretamente envolvido na funcionabilidade da insulina, um
importante hormônio anabólico produzido pelo pâncreas (Tallman 1999).
Quando os íons de zinco estão disponíveis e presentes, há menos
necessidade de insulina, porque o zinco ajuda a aumentar a atividade da insulina. As
moléculas de insulina estão estocadas junto com íons de zinco nas células beta. As
células beta também sempre secretam uma considerável quantidade de zinco
simultaneamente com a insulina. Se há zinco livre disponível no sangue, as células
beta também contêm mais zinco e menos insulina secretada. Se o zinco no sangue
diminui, as células betas também recebem menos zinco e mais insulina é secretada.
Zinco e insulina estão em uma situação equilibrada (Sprietsma 1994).
A depleção de zinco em ratos diminui a atividade da insulina e há melhora
da atividade deste hormônio após suplementação com este mineral (Faure 1991).
Em adipócitos de ratos, o zinco tem um potente efeito estimulatório da
lipogênese, similar a ação da insulina. A importância do zinco, na interação
zinco/adipócito deve-se ao efeito sobre o aumento da capacidade de ligação da
insulina aos seus receptores (Coulston 1980).
4 MÉTODO
Método
13
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal
de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina (Anexo 01) e o projeto vem sendo publicado
na Cochrane Library issue 3 do ano de 2006. O método desta pesquisa seguiu as
recomendações para a realização de revisões sistemáticas propostas pela
Colaboração Cochrane (Clarke 2000). A formatação desta tese segue as normas
descritas pela bibliotecária Braga 2005.
4.1 Tipo de Estudo
Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados e quase-
randomizado.
4.2 Local
O estudo foi desenvolvido no Centro Cochrane do Brasil (Cochrane) na
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM e na Disciplina de Medicina de
Urgência e Medicina Baseada em Evidências da UNIFESP/EPM.
4.3 Amostra
4.3.1 Tamanho da amostra
Amostra de conveniência, sendo incluídos todos os estudos encontrados
que preencheram os critérios de inclusão descritos abaixo.
4.4 Critérios de inclusão
4.4.1 Tipo de estudos incluídos
Ensaios clínicos randomizados nos quais a suplementação de zinco foi
utilizada na prevenção de diabetes mellitus tipo 2.
Método
14
4.4.2 Tipo de participantes
Adultos vivendo na comunidade, acima de 18 anos de idade com
resistência à insulina. Pacientes diabéticos foram excluídos de acordo com os
parâmetros validados.
4.4.3 Tipos de Intervenções
Intervenção de Interesse: suplementação de zinco (diferentes doses de zinco);
Grupo Controle: placebo ou nenhuma intervenção.
4.4.4 Desfechos clínicos estudados
Desfechos Primários:
Incidência de diabetes mellitus tipo 2.
Desfechos Secundários:
Diminuição da resistência à insulina (medida através do índice HOMA);
Qualidade de vida;
Mortalidade;
Custos;
Efeitos adversos (cefaléia, diarréia, gastrite, etc);
Nível de colesterol, nível de colesterol LDL, nível de colesterol HDL e ou
triglicérides, concentração de leptina;
Obesidade (massa corporal, dobras cutâneas, circunferência da cintura,
razão cintura-quadril);
Adequação do peso;
Outros.
4.5 Localização dos estudos
Dois revisores (Vânia Maria Beletate Bauermeister e Regina Paolucci El
Dib) avaliaram independentemente os títulos e os resumos de todos os relatos de
ensaios clínicos identificados na busca eletrônica. Quando possível, os estudos que
parecessem preencher os critérios de inclusão foram obtidos. A partir desta ação, foi
criada uma coleção de estudos para serem avaliados pelos revisores (Figura 01).
Método
15
Figura 01 – Fluxograma da estratégia da revisão sistemática (adaptado de Ross SD,
Allen E, Harrison KJ, Kvasz M, Connelly J, Sheinhait IA. Systematic review of the
literature regarding the diagnosis of sleep apnea. Evidence report number 1 (Contract
290-97-0016 to Metaworks, Inc.) Rockville MD: Agency for Health Care Policy and
Research. February 1999).
Método
16
4.5.1 Estratégia de busca para identificação dos estudos
Não houve restrição de idiomas. Os estudos foram obtidos através das
seguintes fontes: Medline (1966-2005), Registro de Ensaios Controlados da
Colaboração Cochrane – CENTRAL (2005, edição 1), Embase (1980-2005) e Lilacs
(1982-2005). Foi utilizada uma estratégia de busca geral, adaptável às características
de cada base de dados, para se identificar estudos envolvendo suplementação de
zinco. As referências de estudos relevantes foram verificadas para citações adicionais
de interesse:
(zinc or (serum Zinc Level)) and ((randomised controlled trial*) or (controlled trial))
As estratégias para identificação do tipo de estudo para as seguintes bases
de dados foram:
LILACS via Bireme
(Pt randomized controlled trial) OR (Pt controlled clinical trial) OR (Mh randomized
controlled trials) OR (Mh random allocation) OR (Mh double blind method) OR (Mh
single blind method) AND NOT (Ct animal) AND NOT (Ct human and Ct animal) OR (Pt
clinical trial) OR (Ex E05.318.760.535$) OR (Tw clin$) AND (Tw trial$) OR (Tw ensa$)
OR (Tw estud$) OR (Tw experim$) OR (Tw investiga$) OR (Tw singl$) OR (Tw
simple$) OR (Tw doubl$) OR (Tw doble$) OR (Tw duplo$) OR (Tw trebl$) OR (Tw trip$)
AND (Tw blind$) OR (Tw cego$) OR (Tw ciego$) OR (Tw mask$) OR (Tw mascar$) OR
(Mh placebos) OR (Tw placebo$) OR (Tw random$) OR (Tw randon$) OR (Tw casual$)
OR (Tw acaso$) OR (Tw azar) OR (Tw aleator$) OR (Mh research design) AND NOT
(Ct animal) AND NOT (Ct human and Ct animal) OR (Ct comparative study) OR (Ex
E05.337$) OR (Mh follow-up studies) OR (Mh prospective studies) OR (Tw control$)
OR (Tw prospectiv$) OR (Tw volunt$) OR (Tw volunteer$) AND NOT ((Ct animal) AND
NOT (Ct human and Ct animal))
Método
17
MEDLINE via Pubmed
randomized controlled trial [Publication Type] OR controlled clinical trial [Publication
Type] OR randomized controlled trials [MeSH Terms] OR random allocation [MeSH
Terms] OR double blind method [MeSH Terms] OR single blind method [MeSH Terms]
OR clinical trial [Publication Type] OR clinical trials [MeSH Terms] OR (clinical* [Text
Word] AND trial* [Text Word]) OR single* [Text Word] OR double* [Text Word] OR
treble* [Text Word] OR triple* [Text Word] OR placebos [MeSH Terms] OR placebo*
[Text Word] OR random* [Text Word] OR research design [MeSH Terms] OR
comparative study [MeSH Terms] OR evaluation studies [MeSH Terms] OR follow-up
studies [MeSH Terms] OR prospective studies [MeSH Terms] OR control* [Text Word]
OR prospectiv* [Text Word] OR volunteer* [Text Word]
EMBASE via Ovid
#Search History 1. Randomized controlled trial/ 2. Controlled study/ 3. Randomization/
4. Double blind procedure/ 5. Single blind procedure/ 6. Clinical trial/ 7. (clinical adj5
trial$).ti,ab,hw. 8. ((doubl$ or singl$ or tripl$ or trebl$) adj5 (blind$ or mask$)).ti,ab,hw.
9. Placebo/ 10. Placebo$.ti,ab,hw. 11. Random$.ti,ab,hw. 12. Methodology.sh. 13. latin
square.ti,ab,hw. 14. crossover.ti,ab,hw. 15. cross-over.ti,ab,hw. 16. Crossover
Procedure/ 17. Drug comparison/ 18. Comparative study/ 19. (comparative adj5
trial$).ti,ab,hw. 20. (control$ or prospectiv$ or volunteer$).ti,ab,hw. 21. exp "Evaluation
and Follow Up"/ 22. Prospective study/ 23. or/1-22 24. animal/ not (human/ and animal/)
25. 23 not 24
Busca manual de referências de ensaios clínicos em revistas relevantes,
entre outros.
Contato com autores: os autores foram contatados, quando necessário, via
e-mail, para adicionais informações.
Contato com especialistas da área.
Método
18
4.6 Seleção dos estudos
Títulos e resumos de trabalhos identificados através da estratégia descrita
anteriormente foram analisados por dois revisores independentemente (VMBB e
RPED) para identificar e selecionar os estudos que responderam aos critérios de
inclusão dessa revisão. A concordância foi alcançada pelo consenso após a avaliação
do texto completo do trabalho e, após contato com os autores para informações
adicionais quando necessárias.
Os revisores avaliaram os títulos e resumos obtidos com a estratégia de
busca, classificando-os em:
selecionados para análise, dos quais solicitou-se uma cópia do artigo na
íntegra para avaliá-lo;
não selecionados: estudos fora do tema da revisão.
4.7 Análise de qualidade
Os seguintes aspectos metodológicos foram analisados e assumidos como
critérios de qualificação dos estudos primários de interesse, quanto ao risco de
ocorrência de viés (Alderson 2004) (Anexo 02).
Viés de seleção:
Houve ocultação da alocação, e a mesma foi adequada?
A. Ocultação da alocação adequada;
B. Ocultação da alocação com método desconhecido - não descrita e detalhes
impossíveis de serem adquiridos mediante contato com os autores dos
estudos primários;
Método
19
C. Ocultação da alocação inadequada;
D. Não realizada.
Como foi a geração da alocação?
A. Geração da alocação adequada;
B. Geração da alocação com método desconhecido - não descrita e detalhes
impossíveis de serem adquiridos mediante contato com os autores dos estudos
primários;
C. Geração da alocação inadequada (i.e. alternada, seqüencial, por data de
nascimento, etc);
D. Não realizada.
Viés de Detecção:
Os desfechos foram avaliados cegamente?
CRITÉRIO ATENDIDO. Adequado: avaliador desconhece o tratamento
designado na qual está coletando os dados;
INCERTO. Não descrito: o cegamento do avaliador não foi reportado e, não
pôde ser verificada por contato com os autores;
CRITÉRIO NÃO ATENDIDO. Não adequado: avaliadores cientes do grupo para
o qual o participante foi alocado.
Viés de Perdas:
Método
20
As perdas são descritas?
CRITÉRIO ATENDIDO: Adequado: menor que 20% e igualmente para ambos
os grupos de comparação
INCERTO: Não descrito: não descrito no artigo ou pelos autores
CRITÉRIO NÃO ATENDIDO: Não adequado: maior que 20% e/ou diferentes
para ambos os grupos de comparação.
4.8 Extração dos dados
Dois revisores extraíram os dados dos artigos (VMBB e RPED) que
responderam aos critérios de inclusão descritos anteriormente. Um formulário
padronizado foi utilizado para extrair as seguintes informações: características do
estudo (desenho, método de randomização, geração e ocultação de alocação);
participantes; intervenções; desfechos clínicos (tipos de desfechos mensurados –
dicotômico ou contínuo, efeitos adversos, etc). O formulário foi baseado no Cochrane
Handbook (Anexo 02).
4.8.1 Dados dos Estudos Incluídos
Os dados dos estudos incluídos foram apresentados em tabelas com as
seguintes características:
Métodos (desenho de estudos, multicêntrico ou não, período do estudo,
tamanho de amostra, geração da alocação, ocultação da alocação, avaliadores
“cegos” para os tratamentos e para os desfechos avaliados, perdas e análise por
intenção de tratar);
Participantes (Número de participantes, idade, sexo, critério de inclusão e
Método
21
exclusão, local do estudo e seguimento dos participantes);
Intervenções (intervenção e grupo controle, dose, administração e duração da
intervenção);
Desfechos avaliados (desfecho primário (incidência de diabetes mellitus tipo 2)
e desfechos secundários (diminuição da resistência à insulina (medida através
do índice de HOMA); qualidade de vida; mortalidade; custos; efeitos adversos;
etc), e tipos de desfechos mensurados: dicotômicos ou contínuos);
Observações: potencial de conflito de interesse dos autores envolvidos nos
estudos, etc.
5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Análise Estatística
23
Para dados dicotômicos será calculado, quando possível, o risco relativo
(proporção de eventos no grupo de tratamento em relação à proporção de eventos no
grupo controle) com intervalo de confiança a 95%. Tais estimativas serão calculadas a
partir da abordagem de análise por intenção de tratar (ITT). Os efeitos estimados serão
combinados, quando possível, usando o modelo de efeito randômico (DerSimonian
1986), que considera os resultados desviantes (outliers), em função de
heterogeneidades de natureza clínica e metodológica, mesmo quando desconhecidos.
Para dados contínuos, os mesmos foram expressos como médias e
desvios-padrão, foi calculada a proporção de média ponderada (DMP) com intervalo de
confiança a 95%.
5.1 Heterogeneidade
As causas potenciais da heterogeneidade entre os estudos foram
exploradas e analisadas quando possível. A análise de sensibilidade será realizada,
caso haja necessidade, para investigar a influência da qualidade dos ensaios, incluindo
randomização, nos resultados gerais.
As inconsistências entre estudos somados em uma metanálise foram
quantificadas utilizando-se o teste de heterogeneidade I2 = [(Q - df)/Q] x 100%, sendo
Q o qui-quadrado e, df o grau de liberdade. Assumirá presença de heterogeneidade
quando I
2
> 50% (Higgins 2003, Alderson 2004).
5.2 Análise de subgrupo
A análise de subgrupo foi planejada e realizada considerando os diferentes
tipos de parâmetros antropométricos e de bioimpedância, perfil lipídico, nutrientes
presentes na alimentação, concentração de zinco no plasma e no eritrócito, volume
urinário e excreção urinária de zinco, valores medianos da concentração de insulina,
leptina e glicose de jejum. Além disso, consideramos os diferentes pontos de cortes
durante a vigência da definição da resistência à insulina e do diabetes mellitus tipo 2.
Análise Estatística
24
5.3 Análise de Sensibilidade
A análise de sensibilidade foi planejada para verificar possíveis diferenças
nos resultados de dois métodos de análise: análise por intenção de tratar e análise de
dados disponíveis.
5.4 Metanálises
Quando os dados de mais de um estudo forem homogêneos e adequados
em relação à metodologia empregada e, seus respectivos desfechos clínicos
semelhantes, os dados serão combinados em uma metanálise, utilizando-se o software
Review Manager 4.2, desenvolvido pela Cochrane Collaboration. Como houve apenas
um ensaio clínico que respondeu aos critérios de inclusão dessa revisão, não foi
possível realizar a metanálise.
6 DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS INCLUÍDOS
Descrição dos Estudos incluídos
26
Foram identificados através da estratégia de busca nas bases de dados
eletrônicas PubMed via Medline, Embase, CENTRAL (base de dados da Cochrane
Library) e LILACS aproximadamente 301 títulos. Seguindo a verificação dos artigos na
íntegra apenas dois deles foram considerados para inclusão nesta revisão. Um dos
estudos foi excluído (Marchesini 1998) pelo motivo de ser uma série de casos (veja
‘tabela do estudo excluído’). E apenas um estudo preencheu todos os critérios de
inclusão desta revisão (Marreiro 2002) (veja ‘tabela dos estudo incluído’).
6.1 Estudo Incluído
Desenho do estudo
Ensaio clínico quase-randomizado.
Participantes e duração do ensaio clínico
56 mulheres obesas com tolerância normal à glicose (idade: 25-45 anos, índice
de massa corpórea (IMC) = 36,2 ± 2,3 kg/m
2
). Seguimento: quatro semanas.
Tipos de intervenções
Tratamento com zinco 30 mg uma vez ao dia administrado oralmente durante 4
semanas (n=28) ou placebo uma vez ao dia administrado oralmente por 4
semanas (n=28).
Tipos de desfechos avaliados
Diminuição da resistência à insulina, parâmetros antropométricos, parâmetros
de dieta, concentração de leptina, concentração de insulina, concentração de
zinco nos eritrócitos, concentração de zinco na urina, metabolismo lipídico e
glicose de jejum.
7 QUALIDADE METODOLÓGICA DOS
ESTUDOS INCLUÍDOS
Qualidade Metodológica dos Estudos incluídos
28
7.1 Randomização e descrição das perdas
Marreiro 2002 et al não descreveram o método de ocultação de alocação.
Entretanto, houve menção da geração de alocação como seqüencial, caracterizando
este estudo como ensaio clínico quase-randomizado. O estudo foi, dessa maneira,
classificado como B (duvidoso) para a ocultação da alocação e inadequado (C) para
geração de alocação. Em relação ao mascaramento dos desfechos a serem avaliados
e da alocação do tratamento o estudo foi classificado como ‘CRITÉRIO ATENDIDO’
(preencheu os critérios de qualidade metodológica), porque a autora cita na tese que o
estudo foi ‘duplo-cego’. O viés de atrito (perdas) não foi reportado, dessa forma, o
estudo foi classificado para este item como duvidoso (incerto).
8 RESULTADOS
Resultados
Comparação 01: Suplementação de zinco versus placebo
Figura 02- Representação de metanálise com apenas um estudo (Marreiro 20002) que comparou suplementação de zinco versus
placebo, sendo esperado como desfecho os parâmetros antropométricos (índice de massa corpórea, circunferência da cintura,
razão cintura quadril, dobra cutânea subescapular, dobra cutânea supraíliaca e dobra cutânea bicipital) após o tratamento. Não
houve diferença estatisticamente significante em nenhuma das subcategorias apresentadas, bem como, no total destas
subcategorias (WMD –0.03 [IC95% -0.21,0.15]).
Resultados
Figura 03- Representação de metanálise com apenas um estudo (Marreiro 2002) que comparou suplementação de zinco versus
placebo, sendo esperado como desfecho o metabolismo lipídico (triglicérides, colesterol total, colesterol de lipoproteína muito baixa
densidade, colesterol de lipoproteína de baixa densidade e colesterol de lipoproteína de alta densidade). Não houve diferença
estatisticamente significante em nenhuma das subcategorias apresentadas, bem como, no total destas subcategorias (WMD 1.26
[IC95% -2.82,5.34]).
Resultados
Figura 04- Representação de metanálise com apenas um estudo (Marreiro 2002) que comparou suplementação de zinco versus
placebo, sendo esperado como desfecho a comparação de energia e dos nutrientes presentes na alimentação (proteína,
carboidrato, lipídeo e zinco) das pacientes obesas. Não houve diferença estatisticamente significante em nenhuma das
subcategorias apresentadas, bem como, no total destas subcategorias (WMD -0.19 [IC95% -1.49, 1.11]).
Resultados
Análise de sensibilidade
a) Modificando os critérios de inclusão (tipos de participantes, intervenções,
variáveis estudadas e pontos de corte metodológicos): esta análise não foi
realizada devido ao único estudo incluído;
b) Excluindo ensaios clínicos não publicados: esta análise não foi realizada,
pois não foram encontrados ensaios clínicos publicados;
c) Incluindo ou excluindo ensaios clínicos onde há alguma ambigüidade nos
critérios de inclusão utilizados: esta análise não foi realizada devido ao único
estudo incluído;
d) Excluindo ensaios clínicos de baixa qualidade metodológica: esta análise não
foi realizada devido ao único estudo incluído;
e) Reanalisando os dados, colocando uma margem razoável de valores para
dados perdidos: esta análise não foi realizada porque não havia dados
perdidos;
Análise de heterogeneidade
Esta análise não foi realizada devido ao único estudo incluído.
Avaliação gráfica de heterogeneidade pelo teste do gráfico do funil (funnel
plot)
Esta análise não foi realizada devido ao único estudo incluído nesta revisão.
Metanálises
Não houve possibilidade de combinar os resultados, pois apenas um estudo
preencheu os critérios de inclusão desta revisão sistemática. Dessa maneira,
apenas realizamos representações de metanálises com apenas um estudo.
Resultados
Atualização e aprimoramento da revisão sistemática
As atualizações desta revisão sistemática serão realizadas anualmente. A
versão atualizada pode ser encontrada na Cochrane Library
1
. Mesmo se não
houver nenhum ensaio clínico aleatório importante encontrado nessa
atualização anual ou nenhuma correção maior for indicada, a data da última
busca de ensaios clínicos randomizados será colocada na seção de estratégia
de busca desta revisão.
1
The Cochrane Library [database on disk, internet, and CD-ROM]. The Cochrane Collaboration. Oxford: Update
Software; 2006. Issue 3 e posteriores.
9 DISCUSSÃO
Discussão
36
Na prevenção primária de diabetes mellitus tipo 2, as evidências existentes
não são suficientes para provar a efetividade e segurança da suplementação de zinco
quando comparado ao placebo ou nenhuma intervenção, não sendo possível
comprovar nossa hipótese. Isto se deve à quantidade e qualidade metodológica do
único ensaio clínico encontrado na literatura, influenciando na validade interna e
externa do estudo (aplicabilidade na prática clínica).
O único ensaio clínico quase-randomizado identificado pela busca manual
(Marreiro 2002) não avaliou um desfecho clínico, que é mais importante para
determinar a efetividade da suplementação de zinco na prevenção de diabetes mellitus
tipo 2, que seria a incidência de diabetes mellitus tipo 2.
De acordo com os nossos resultados encontrados, não houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos de comparações (suplementação de zinco
versus placebo) em relação a nenhum dos desfechos clínicos avaliados pela Marreiro
2002.
Em relação aos parâmetros antropométricos avaliados após o tratamento
com suplementação de zinco e placebo (índice de massa corpórea, circunferência da
cintura, razão cintura quadril, dobra cutânea subescapular, dobra cutânea suprailíaca e
dobra cutânea bicipital), não houve diferença estatisticamente significante em nenhuma
das subcategorias apresentadas, bem como, no total destas subcategorias (Figura 02).
Isso ocorreu em todas as representações de metanálises realizadas nesta versão da
revisão relacionados aos seguintes desfechos clínicos: metabolismo lipídico,
comparação de energia e dos nutrientes presentes na alimentação (proteína,
carboidrato, lipídeo e zinco) das pacientes obesas (Figura 03 e 04).
Essas afirmações são reforçadas pela qualidade metodológica deste
estudo devido à adequada formulação da questão clínica, busca exaustiva através das
bases de dados eletrônicas, busca manual, seleção, identificação e extração de dados
dos estudos checados independentemente por dois revisores, avaliação e interpretação
crítica dos artigos em potencial. Embora consideramos como critério de inclusão
estudos quase-randomizados, isto nos proporcionou trabalharmos e verificarmos pelo
menos um estudo encontrado durante a busca manual (o único estudo incluído nesta
Discussão
37
revisão). Dessa maneira, estávamos sujeitos a ocorrência de vieses e, isto seria tratado
nas análises estatísticas se houvessem outros estudos de boa qualidade metodológica
(ensaios clínicos randomizados) incluídos.
Além disso, consideramos como pontos fracos desta revisão a fraqueza da
literatura em relação às evidências encontradas que são insuficientes para embasar
nossa prática clínica até o momento.
A autora cita em seu trabalho, uma diferença estatisticamente significante
entre os dados pré e pós-tratamento em relação à insulina apenas no grupo de zinco.
Entretanto, para os demais desfechos avaliados pelo estudo incluído (concentração de
zinco no plasma e no eritrócito, volume urinário e excreção urinária de zinco, insulina,
leptina e glicose de jejum) não foi possível realizar representações de metanálises
devido aos dados reportados não serem completos, ou seja, a autora reportou apenas
a média e a variação mínima e máxima, deixando de descrever o desvio padrão dos
desfechos descritos anteriormente. Dessa maneira, podemos dizer que o estudo
incluído, além de ter uma validade interna inadequada, possui ausência de dados para
serem avaliados.
Tentamos entrar em contato com a autora do estudo para adicionais
informações no primeiro semestre de 2005, entretanto, não obtivemos retorno.
Em relação a outros agentes hipoglicêmicos utilizados no tratamento do
diabetes mellitus não dependente de insulina que não à modificações na dieta,
encontra-se a metformina que melhora o controle glicêmico aumentando a
sensibilidade à insulina e diminuindo a absorção intestinal de glicose. Em mulheres
com síndrome do ovário policístico, o uso da metformina está associado com uma
redução de diabetes gestacional de 31% para 3% (Glueck 2002). Além disso,
comprovaram que a metformina é uma medicação candidata a agir como intervenção a
longo prazo para a prevenção do diabetes (Fontbonne 1996).
Portanto, nesse momento, há ausência de evidências suficientes para
recomendar ou refutar o uso de suplementação de zinco em mulheres obesas para a
prevenção primária de diabetes mellitus tipo 2.
Discussão
38
9.1 Discussão do Método
Pergunta da pesquisa
Para a realização desta revisão sistemática foram cogitados alguns
questionamentos, no sentido de tentar, ao mesmo tempo, uma pergunta não tão
ampla e nem tão restrita, devido ao envolvimento de diferentes variáveis e fatores.
Foi realizada uma pesquisa preliminar para encontrar ensaios clínicos
randomizados que avaliassem a suplementação de zinco na prevenção primária
de diabetes mellitus tipo 2 comparado ao placebo ou nenhuma intervenção,
entretanto foi encontrado apenas um estudo sobre o assunto. Dessa maneira, nos
questionamos e contatamos o grupo responsável da Colaboração Cochrane por
esta revisão e, solicitamos que a revisão pudesse abranger, também, a parte de
tratamento com suplementação de zinco em pacientes com diabetes mellitus tipo
2. Infelizmente, o grupo da Colaboração Cochrane não permitiu a ampliação da
questão clínica para revisarmos as questões de tratamento com suplementação
de zinco.
Tipo de estudo
Para responder perguntas sobre tratamento e prevenção de qualquer
situação clínica, o melhor desenho de estudo primário é o ensaio clínico
randomizado. O melhor desenho de estudo secundário é uma revisão
sistemática que tem por objetivo reunir estudos primários, avaliá-los criticamente
e, quando possível, somar os resultados de ensaios clínicos semelhantes em
uma metanálise (análise quantitativa). Isto porque os ensaios clínicos
randomizados, quando de boa qualidade metodológica (validade interna do
estudo), apresentam um maior índice de confiança e menor ocorrência de viés
(erro sistemática durante a elaboração, condução e planejamento de um estudo)
em comparação com outros desenhos de estudos retrospectivos e prospectivos.
A revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, quando de qualidade
metodológica adequada, é o tipo de estudo de melhor aproveitamento e,
Discussão
39
considerado o nível I de evidências para a tomada de decisão aos cuidados de
saúde em se tratando de intervenções e prevenção. Foi a partir desta premissa
que foi concebida esta revisão sistemática.
Tipo de Intervenção
Consideramos avaliar a suplementação de zinco na prevenção primária de
diabetes mellitus tipo 2, pois ao longo destas últimas décadas, um grande
número de trabalhos focou na possível associação benéfica entre o zinco e a
diminuição à resistência a insulina (Niewoehner 1986; Marreiro 2004;
DiSilvestro 2000; Quilliot 2000; Anderson 2001;Yoshikawa 2002;etc).
Seleção dos estudos
A seleção dos estudos realizada por dois revisores tinha como critério
essencial capturar apenas os ensaios clínicos randomizados ou quase-
randomizados, através da leitura do título do artigo, do resumo e da sua sessão
de métodos, de maneira independente. Em virtude disso, a probabilidade de
ocorrer erros de seleção foi mínima.
Coleta de dados
Os dados do único estudo incluído foram coletados e, apenas os dados
concernentes ao protocolo desta tese foram analisados, quando possível.
10 CONCLUSÕES
Conclusões
41
10.1 Implicações para a prática clínica
A melhor evidência disponível no momento sobre o uso de suplementação
de zinco na prevenção primária de diabetes mellitus tipo 2 é baseada em apenas
um ensaio clínico quase-randomizado com mulheres obesas. Não houve diferença
estatisticamente significante em nenhum dos desfechos avaliados pelo ensaio
clínico. Dessa maneira, há ausência de evidências suficientes para recomendar
ou refutar o uso de suplementação de zinco na prevenção primária de diabetes
mellitus tipo 2.
10.2 Implicações para a pesquisa científica
Novos estudos devem ser incentivados com tamanho de amostra suficiente
para detectar possíveis diferenças entre os grupos estudados, avaliando os
mesmos desfechos de interesse, para que possam ser inseridos em uma
metanálise, aumentando o poder estatístico e evidenciando o efeito da
suplementação de zinco na prevenção primária de diabetes mellitus tipo 2. Além
disso, manter a qualidade dos ensaios clínicos randomizados é de extrema
importância para a validade interna e externa do estudo. Algumas sugestões de
desfechos a serem analisados são: incidência de diabetes mellitus tipo 2,
diminuição da resistência à insulina, qualidade de vida, mortalidade, custos e
efeitos adversos. Há necessidade, também, de realizar revisão sistemática sobre
o efeito do zinco no tratamento do diabetes mellitus tipo 2.
11 ANEXOS
Anexos
43
Anexo 1 - Quadro dos Estudos Excluídos
Estudo Razão da Exclusão
Marchesini 1998
Série de casos.
Os autores estudaram dez pacientes (nove homens e uma mulher)
com cirrose, entre 39 e 67 anos (média de 53 anos de idade) com
disfunção hepatocelular. A média de indíce de massa corpórea foi de
25.6 kg/m2. Todos os pacientes tinham níveis de potásio normais e,
consumiam uma dieta contendo 30 á 35 kcal/kg peso corpóreo e 250
g de carboidratos r 1 g/kg de proteína durante os 3 dias precedidos
do teste de tolerância a glicose. A média de zinco contida na dieta foi
de 15.5 mg/d. Após a avaliação inicial, todos os pacientes receberam
suplementação de sulfato de zinco (200mg três vezes por dia)
durante 60 dias. Em dois casos, o período de suplementação foi
limitado para 35 e 42 dias, devido a problemas não relacionados com
a suplementação de zinco. Durante este período, não houve
mudanças na dieta e nem tratamento medicamentoso foi permitido. O
nível de zinco foi baixo a normal ou reduzido em cirrose antes do
tratamento. Após a suplementação de zinco, os pacientes
melhoraram numa média de cerca de 70% e era acima do limite baixo
mensurado nos sujeitos saudáveis no laboratório em todos os casos,
incluindo os dois pacientes que receberam suplementação de zinco
por um curto período. A concentração de glicose foi menor que 8
mmol/L em todos os pacientes na avaliação inicial e não foi diferente
após o tratamento com suplementação de zinco.
Anexos
44
Anexo 2 - Quadro dos Estudos Incluídos
Marreiro 2004
Método
Desenho de estudo: ensaio clínico quase randomizado duplo-cego. ‘Single-centre’.
Cenário do estudo: Hospital das Clínicas da FMUSP, São Paulo, Brasil. Período: não
reportado. Tamanho de amostra: não reportado. Geração da alocação: inadequada
(seqüencial/alternada). Ocultação da alocação: não reportado. Mascaramento dos
desfechos: incerto (apenas citado pela autora como ‘duplo-cego’ e não descrito). Perdas
e desistências: não reportado (incerto). Análise por intenção-de-tratar: não reportada.
Seguimento: quatro semanas.
Participantes
56 mulheres obesas tolerantes a glicose (idade: 25-45 anos, índice de massa corpórea
(IMC) = 36,2 ± 2,3 kg/m
2
). Critério de inclusão: 25-45 anos de idade; IMC>40 kg/m
2
;
ausência de reposição hormonal e uso de contraceptivos orais. Critério de exclusão:
pacientes com 110 mg/dl de glicose; indivíduos que estivessem tomando qualquer droga
ou suplementação vitamínico-mineral; fumantes, diabetes mellitus tipo 2, síndrome
policística ovariana, hipertensos e falha crônica renal.
Intervenção
Os pacientes foram randomizados para receber 30 mg por dia oralmente de zinco durante
4 semanas (n=28) ou placebo diária e oralmente por 4 semanas (n=28).
Desfechos clínicos de interesse
Parâmetros antropométricos; parâmetros de dieta; concentração de leptina, insulina e
zinco no plasma e eritrócitos; concentração de zinco na urina; metabolismo lipídico e
glicose de jejum.
Qualidade Metodológica do estudo
B.
Anexos
45
Anexo 3 – Relatório de aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal de São
Paulo
Anexos
46
Anexo 04 – Formulário de extração de dados e qualidade metodológica
EXTRACTION SHEET
ID – author, year of publication:
ACTION
What will be asked to the author:
METHODS
1. Design:
2. Multicentre or Single-centre:
3. Period:
4. Sample size:
5. Generation of allocation:
6. Allocation concealment:
7. Blinded assessment of treatment allocation:
8. Withdrawals:
9. Intention-to-treat analysis:
10. Follow-up:
PARTICIPANTS
1. N:
2. Sex:
3. Age (mean):
4. Setting:
5. Inclusion criteria:
6. Exclusion criteria:
INTERVENTION
1. Experimental group:
1.1 Dose:
1.2 Administration:
Anexos
47
1.3 Times for day:
1.4 Duration:
2. Control group:
2.1 Dose:
2.2. Administration:
2.3 Times for day:
2.4 Duration:
OUTCOMES
1.Primary outcome:
2. Secondary outcome:
3. Continuous or Dichotomous:
NOTES
1. Potencial de conflito de interesse:
2. Comments:
Anexos
48
Anexo 5 – Formulário para avaliar a qualidade metodológica dos estudos incluídos.
QUALITY OF STUDY
Types of Study (randomised or quasi-randomised clinical trial)
1. Selection bias – Was allocation concealment adequate?
A. MET: adequate concealment of allocation ;
B. UNCLEAR: not described, not reported;
C. NOT MET: inadequate;
D. Not used.
2. Detection bias – Was there a blinded assessment of outcomes?
MET: assessor unaware of the assigned treatment when collecting outcome measures;
UNCLEAR, not reported: blinding of assessor not reported and cannot be verified by
contacting investigators;
NOT MET: assessor aware of the assigned treatment when collecting outcome
measures.
3. Attrition bias – Were any withdrawals described?
MET: lesser than 20% and equally for both comparison groups;
UNCLEAR: not reported in paper or by authors;
NOT MET: grater than 20% or/and not equally for both comparison groups.
Anexos
49
Anexo 6 – Protocolo Publicado na Cochrane Library
Anexos
50
Anexos
51
Anexos
52
Anexos
53
Anexos
54
Anexos
55
Anexos
56
Anexos
57
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas
59
Referências Adicionais
Acosta AM, Escalona M, Maiz A, Pollak F, Leighton F. Determinación Del ídice de
resistencia insulínica mediante HOMA en una población de la Región Metropolitana de
Chile. Rev Med Chile 2002; 130:1227-1231.
ADA - American Diabetes Association. Screening for Type 2 Diabetes. Diabetes Care
1998;22(supp1):S20-S23.
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Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Diabetes Care 1999;22(1):S5-S19.
Alderson P, Green S, Higgins JPT, editors. Cochrane Reviewers' Handbook 4.2.2. In:
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Referência do Estudo Excluído
Marchesini G, Bugianesi E, Ronchi M, Flamia R, Thomaseth K, Pacini G. Zinc
supplementation improves glucose disposal in patients with cirrhosis. Metabolism
Baltimore 1998;47:792-798.
Abstract
Abstract
65
Background: Diabetes Mellitus is a group of metabolic diseases characterized by
hyperglycemia resulting from defects in insulin secretion. insulin action, or both.The
chronic hyperglycemia of diabetes is associated with long-term damage, dysfunction,
and failure of several organs, especially the eyes, kidneys, nerves, heart, and blood
vessels.Type 2 diabetes the most prevalent form of the disease is often asymptomatic
and undiagnosed for many years. The risk of developing type 2 diabetes increases with
age, obesity, and lack of physical activity. Related to this, insulin resistance is a
fundamental aspect of the etiology of type 2 diabetes. This way, the majority of patients
who develop type 2 diabetes are insulin resistance, and the hyperglycemia occurs when
these patients can no longer support the degree of compensatory hyperinsulinemia
required to prevent gross decompensation of glucose homeostasis.The insulin
resistance has been shown to be associated with prevalent atherosclerosis,
hypertrigliceridemia, glucose intolerance, dyslipidemia, hyperuricemia, hypertension and
polycystic ovarian disease.The zinc seems to stimulate insulin action and insulin
receptor tyrosine Kinase activity. Objectives: To assess the effect of the zinc
supplementation in the primary prevention of type 2 diabetes mellitus. Search strategy:
We searched the Cochrane Metabolic Endocrine Group Specialised Register, the
Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL, The Cochrane Library,
2005), MEDLINE (1966 to June 2005), EMBASE (1980 to June 2005), NIOSHTIC,
CISDOC, CINAHL, LILACS (1982 to June 2005) and Scientific Electronic Library
Online. The date of the last search was June 2005. Selection criteria: Studies were
included if they had a randomised and quasi-randomized design, if they were adults
living in the community, 18 years or older with insulin resistance and if there was some
kind of zinc supplementation (compared to placebo or no interventions). Data
collection & analysis: Two reviewers selected relevant trials, assessed methodological
quality and extracted data. There were no cases where the pooling of data was
appropriate. Main results: Only one study met the inclusion criteria of this review
(Marreiro 2002). There were no statistically significant difference favouring participants
receiving zinc supplementation compared to placebo concerning any outcome
measured by the study. Reviewers' conclusions: There is limited evidence to suggest
the use of zinc supplementation in the primary prevention of type 2 diabetes mellitus.
Future trials should have standardised outcomes measures such as incidence of type 2
diabetes mellitus, decrease of the insulin resistance, quality of life, mortality and costs.
Drop-outs and loss to follow up should be reported.
Abstract
66
Key-words: Zinc supplementation. Type 2 diabetes Mellitus. Systematic Review.
Bibliografia Consultada
Bibliografia Consultada
68
Braga MER, Rother ET. Como elaborar sua tese: estrutura e referências. São Paulo;
2005.
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