Download PDF
ads:
,167,78720,/,7$5'((1*(1+$5,$
/(21$5'2'(0$&('20$57,16'266$1726
&2175,%8,d2'2862'$5),'1$&$'(,$'(6835,0(1726
$3 /,&$d21$ ',675,%8,d2'(3È5$48('$ 6 
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Transportes do Instituto Militar de Engenharia,
como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em
Ciências em Engenharia de Transportes.
Orientadores: Prof. Luiz Antônio Silveira Lopes - D. Sc;
Prof. Altair dos Santos Ferreira Filho - D. Sc.
Rio de Janeiro
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
c2006
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha.
Rio de Janeiro – RJ CEP: 22290-270
Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá
incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar
qualquer forma de arquivamento.
É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre
bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que
esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,
desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica
completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e dos
orientadores.
S237c Santos, Leonardo de Macedo Martins dos
Contribuição do uso da RFID
na Cadeia de
Suprimentos: Aplicação na Distribuição de Pára-quedas
/ Leonardo de Macedo Martins dos Santos –
Rio de
Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2006.
124p.: il., tab.
Dissertação (mestrado)
Instituto Militar de
Engenharia – Rio de Janeiro, 2006.
1. Pára-quedas. 2. Cadeia de Suprimentos. 3. RFID
.
4. Logística. I. Título. II. Instituto Militar de Engenharia.
CDD 690
ads:
3
,167,78720,/,7$5'((1*(1+$5,$
7HQ/(21$5'2'(0$&('20$57,16'266$1726
&2175,%8,d2'2862'$5),'1$&$'(,$'(6835,0(1726
$3 /,&$d21$ ',675,%8,d2'(3È5$48('$ 6
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de
Transportes do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes.
Orientadores: Prof. Luiz Antônio Silveira Lopes - D. Sc.
Prof. Altair dos Santos Ferreira Filho - D. Sc.
Aprovada em 21 de dezembro de 2006 pela seguinte Banca Examinadora:
Prof. Luiz Antônio Silveira Lopes – D. Sc. do IME - Presidente
Prof. Altair dos Santos Ferreira Filho – D. Sc. do IME
Prof. Marcius Fabius Henriques de Carvalho – D. Sc. do CenPRA
Prof. Braz Izaías Silva Junior Ph. D. da ST Microelectronics
Rio de Janeiro
2006
4
Dedico este trabalho aos meus pais, Henrique
Alberto Martins dos Santos e Marli Alves de
Macedo dos Santos, pela enorme dedicação a
minha criação e educação, e aos meus avós
Dinésio Luiz de Macedo e Olívia Alves de
Macedo, por sua constante participação,
sobretudo nos meus primeiros anos de vida.
5
$*5$'(&,0(1726
A meus pais Henrique Alberto Martins dos Santos e Marli Alves de Macedo dos
Santos, pela dedicação de toda uma vida, por seu esforço e renúncia em prol da
minha criação e educação. São modestos como os sábios, ao dizerem que
gostariam de ter-me dado mais. Deram-me mais que a capacidade de chegar aqui:
deram-me a vontade de ir além.
A meu avô Dinésio Luiz de Macedo (in memoriam) que, apesar de não possuir
muita instrução acadêmica, foi o maior mestre que conheci na arte de viver. À minha
avó Olívia Alves de Macedo, pela abnegação demonstrada até hoje ao cuidar de
filhos, netos e bisnetos. Estes dois são meus modelos do que ser como pessoa.
À minha esposa Natalia Hoffmann Ramos de Macedo, pela companhia em
todos os momentos, principalmente nos mais difíceis, e pela compreensão
demonstrada ao dividir seu tempo, entre a sua própria dissertação e o apoio à
conclusão da minha.
Ao Exército Brasileiro, por ter me dado a oportunidade de fazer este curso, e
pela importância dada a seu próprio aprimoramento. Ao Instituto Militar de
Engenharia pela infra-estrutura proporcionada, que contribui para caracterizá-lo
como Centro de Excelência. À Seção de Engenharia de Fortificação e Construção do
IME, pela existência do ambiente cordial no qual este trabalho foi desenvolvido.
A todos os professores da Pós-Graduação em Engenharia de Transportes,
pelos sólidos conhecimentos transmitidos, e ainda por sua disposição em dirimir as
diversas dúvidas que surgiram ao longo das aulas e do desenvolvimento deste
trabalho.
Ao Professor e Orientador D.Sc. Luiz Antônio Silveira Lopes, pelo rumo
apontado, pela orientação segura, pelas correções oportunas, pelos contatos
realizados, pelo acerto em suas decisões e pela confiança nas que me couberam.
Agradeço também pelos conhecimentos transmitidos nas cadeiras Estruturas de
Informação aplicadas ao Transportes”, “Laboratório de Transportes” e “Logística”, e
ainda pela amizade e pela dedicação ao trabalho, o que contribuiu para reavivar
minha crença em um Exército melhor.
6
Ao Professor e Orientador D.Sc. Altair dos Santos Ferreira Filho, pelo apoio e
confiança dirigidos a minha pessoa, desde antes de minha vinda para o Curso.
Agradeço também pelos conhecimentos transmitidos nas cadeiras Métodos de
Otimização 2 e “Logística”, e ainda por dedicar uma valiosa parcela de seu escasso
tempo às correções deste trabalho, que respondem por boa parte da qualidade,
tanto técnica como textual, nele verificada.
Ao Professor D.Sc. Marcius Fabius Henriques de Carvalho, por sua atuação na
organização do seminário que definiu as principais linhas de ação deste trabalho,
pelo tempo dedicado à apreciação do mesmo, e ainda pelas valiosas contribuições
apresentadas, que permitiram, principalmente, aumentos substanciais na clareza do
texto.
Ao Professor Ph.D. Braz Izaías Silva Junior, pelo fornecimento de novas
perspectivas em sua apresentação no seminário acima mencionado, pelas
sugestões de melhoria trazidas e por sua atenção ao rigor técnico, que ainda faltava
a alguns trechos da versão anterior do trabalho.
À Viviane Laporti, por sua inestimável ajuda no entendimento do problema, na
confecção da modelagem UML do sistema, no início da implementação, e pelas
diversas idéias que melhoraram o trabalho como um todo.
Aos militares do Batalhão DoMPSA, que foi cenário deste trabalho, por
prestarem informações fundamentais para a modelagem do sistema.
À Spencer Tecnologia LTDA., pelo empréstimo do equipamento leitor, sem o
qual alguns dos testes mais importantes não teriam sido realizados.
À Associação Brasileira de Movimentação e Logística, pelo reconhecimento
dado a este trabalho, na forma do VII Prêmio ABML de Logística (Edição 2006) -
Categoria Estudante.
Aos amigos do curso de mestrado do IME, das turmas que iniciaram o curso em
2004, 2005 e 2006 - em especial os da turma de 2005: Cap Siquara, Ten Giuseppe,
Giovanni, Olívio, Nei, Danilo, Erblai e Denise. Pela amizade, cumplicidade e ajuda
mútua que contaram para o sucesso de todo o grupo.
7
Dois marmoreiros trabalhavam nas obras de uma catedral.
Andando pelo canteiro, o arquiteto perguntou-lhes o que faziam.
O primeiro respondeu: - Corto mármore.
Já o segundo disse: - Estou construindo uma catedral.”
Fábula atribuída ao arquiteto Sir Christopher Wren,
responsável pela Catedral de St. Paul em Londres.
8
680È5,2
LISTA DE ILUSTRAÇÕES........................................................................................ 11
LISTA DE TABELAS................................................................................................. 13
LISTA DE SIGLAS.................................................................................................... 14
,1752'8d2    
1.1 Considerações Preliminares .......................................................................... 18
1.2 Engenharia de Transportes e RFID ............................................................... 19
1.3 Objetivo.......................................................................................................... 20
1.4 Justificativa..................................................................................................... 20
1.5 Composição da Dissertação .......................................................................... 21
&$'(,$6'(6835,0(1726     
2.1 Atividades da Cadeia de Suprimentos ........................................................... 25
2.1.1 Processamento de Pedidos ........................................................................... 25
2.1.2 Gerenciamento de Transportes...................................................................... 27
2.1.3 Gerenciamento de Estoques.......................................................................... 28
2.1.4 Nível de Serviço............................................................................................. 29
2.2 Pontos Sensíveis ........................................................................................... 30
2.2.1 Conhecimento de Embarque.......................................................................... 31
2.2.2 Reposição de Estoques ................................................................................. 32
2.2.3 Rastreamento de Produtos ............................................................................ 34
&$3785$$8720È7,&$'('$'263255),'   
3.1 A origem: Códigos de Barras ......................................................................... 37
3.2 Padronização de estruturas de dados............................................................ 39
3.3 A evolução: RFID........................................................................................... 43
3.3.1 Características técnicas ................................................................................. 45
3.3.2 Freqüências utilizadas ................................................................................... 48
3.4 Aplicação de RFID à Cadeia de Suprimentos................................................ 50
3.4.1 Aplicação ao Conhecimento de Embarque .................................................... 51
3.4.2 Aplicação à Reposição de Estoques.............................................................. 53
9
3.4.3 Aplicação ao Rastreamento de Produtos....................................................... 55
$3/,&$d212(;e5&,72',675,%8,d2'(3È5$48('$6 
4.1 Aplicações consideradas e seleção ............................................................... 57
4.1.1 Depósito de Suprimento ............................................................................ 58
4.1.2 Depósito Central de Munição......................................................................... 60
4.1.3 Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar 61
4.2 Descrição textual das atividades do B DoMPSA............................................ 62
4.2.1 Torre”............................................................................................................ 63
4.2.2 Dobragem ...................................................................................................... 65
4.2.3 Depósito......................................................................................................... 66
4.2.4 Baiuquinha”................................................................................................... 67
4.2.5 Salto............................................................................................................... 69
4.2.6 Recebimento.................................................................................................. 71
4.2.7 Manutenção ................................................................................................... 73
4.3 Síntese das atividades................................................................................... 74
4.4 Resumo dos principais problemas observados.............................................. 75
'(6(192/9,0(172'23527Ï7,32      
5.1 Modelagem a partir das informações coletadas............................................. 77
5.1.1 Dados relevantes: Diagrama de Classes....................................................... 77
5.1.2 Formas de utilização do sistema: Diagramas de Casos de Uso .................... 79
5.2 Implementação do protótipo........................................................................... 82
5.2.1 Banco de dados ............................................................................................. 82
5.2.2 Aplicação ....................................................................................................... 83
5.2.3 Interfaces ....................................................................................................... 84
5.3 Equipamentos necessários ............................................................................ 88
5.4 Processo de implantação............................................................................... 90
5.5 Simulação de funcionamento......................................................................... 90
5.6 Dificuldades encontradas............................................................................... 94
5.7 Benefícios do uso do sistema ........................................................................ 95
&21&/86®(6(5(&20(1'$d®(6       
%,%/,2*5$),$          
10
$3Ç1',&(&$626'(862(68$6'(6&5,d®(6   
8.1 Estação 1 (“Torre”)....................................................................................... 103
8.2 Estação 3 (Depósito).................................................................................... 106
8.3 Estação 4 (Baiuquinha)................................................................................ 111
8.4 Estação 6 (Recebimento)............................................................................. 118
8.5 Estação 7 (Manutenção).............................................................................. 120
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIG 1.1 Triângulo de planejamento logístico. Adaptado de BALLOU (2006)........ 19
FIG 2.1 Subdivisões do canal logístico. Fonte: NOVAES (2004).......................... 24
FIG 2.2 Processamento de pedidos. Fonte: BALLOU (2006)............................... 26
FIG 2.3 Rotina de reposição de estoque .............................................................. 33
FIG 3.1 Entrada manual de dados........................................................................ 36
FIG 3.2 Entrada de dados utilizando código de barras......................................... 37
FIG 3.3 Leitores usuais de código de barras ........................................................ 38
FIG 3.4 Família de estruturas do GTIN................................................................. 41
FIG 3.5 Mapeamento de estruturas para o GTIN-14 ............................................ 41
FIG 3.6 Estrutura básica de um EPC.................................................................... 42
FIG 3.7 Componentes básicos de um sistema RFID............................................ 44
FIG 3.8 Etiqueta 3-em-1: frente (esquerda) e interior (direita).............................. 45
FIG 3.9 Fluxos de informação possíveis: Código de Barras x RFID..................... 47
FIG 3.10 Computador de mão com leitor acoplado ................................................ 47
FIG 3.11 Portal RFID para geração de conhecimento de embarque...................... 52
FIG 3.12 Consolidação de quantidades em estoque .............................................. 53
FIG 3.13 Atualização de estoque por entrada/saída de produtos........................... 54
FIG 3.14 Localização e verificação de integridade em tempo real ......................... 56
FIG 4.1 Cadeia de Suprimentos dos pára-quedas................................................ 63
FIG 4.2 Local de verificação dos pára-quedas ..................................................... 64
FIG 4.3 Dobragem de pára-quedas ...................................................................... 65
FIG 4.4 Código de barras e número de invólucro do pára-quedas ....................... 66
FIG 4.5 Trecho de manifesto ................................................................................ 68
FIG 4.6 Salto de instrução .................................................................................... 70
FIG 4.7 Pára-quedas agrupados para conferência quantitativa............................ 72
FIG 4.8 Estrutura física de um pára-quedas......................................................... 73
FIG 4.9 Diagrama de Atividades........................................................................... 74
FIG 5.1 Diagrama de Classes............................................................................... 79
FIG 5.2 Casos de Uso para o Operador 3 ............................................................ 80
FIG 5.3 Arquitetura utilizada ................................................................................. 83
12
FIG 5.4 (1 de 5) Tela de login............................................................................... 85
FIG 5.5 (2 de 5) Tela inicial da “torre................................................................... 86
FIG 5.6 (3 de 5) Tela para registro de verificação de pára-quedas ...................... 86
FIG 5.7 (4 de 5) Preenchimento dos dados da verificação................................... 87
FIG 5.8 (5 de 5) Verificação de pára-quedas registrada....................................... 87
FIG 5.9 Configuração utilizando portais................................................................ 88
FIG 5.10 Configuração utilizando leitores manuais ................................................ 89
FIG 5.11 Ocorrência atual de fila no registro de salto............................................. 92
FIG 5.12 Tempo atual para registro de todos os saltos .......................................... 92
FIG 5.13 Eliminação de fila através do uso de portal RFID .................................... 93
FIG 5.14 Tempo para registro de todos os saltos com RFID.................................. 94
FIG 8.1 Casos de uso da "Torre"........................................................................ 103
FIG 8.2 Casos de uso do Depósito..................................................................... 106
FIG 8.3 Casos de uso da "Baiuquinha"............................................................... 111
FIG 8.4 Casos de uso do Recebimento.............................................................. 118
FIG 8.5 Casos de uso da Manutenção ............................................................... 120
13
LISTA DE TABELAS
TAB 3.1 Estruturas do GTIN.................................................................................. 40
TAB 3.2 Funcionamento de um sistema RFID....................................................... 44
TAB 3.3 Caracterização de etiquetas ativas e passivas ........................................ 46
TAB 3.4 Freqüências e características associadas. Fonte: HARMON (2005)....... 49
TAB 4.1 Classes de suprimento ............................................................................ 58
TAB 4.2 Equipes por aeronave.............................................................................. 71
TAB 5.1 Descrição de Caso de Uso ("Consultar pára-quedas") ............................ 81
14
LISTA DE SIGLAS
D Sup Depósito de Suprimento
ADC Automatic Data Capture
AIAG Automotive Industry Action Group
AIDC Automatic Identification Data Collection Advisory Group
API Application Program Interface
B DoMPSA Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar
BD Banco de Dados
Bda Pqdt Brigada Pára-quedista
CD Centro de Distribuição
CMOS Complementary Metal-Oxide Semiconductor
CSCMP Council of Supply Chain Management Professionals
D C Arm Depósito Central de Armamento
D C Mun Depósito Central de Munição
EAN European Article Number
EAS Electronic Article Surveillance
EB Exército Brasileiro
ECE Embedded Control Europe
EPC Electronic Product Code
ETSI European Telecommunications Standards Institute
GPS Global Positioning System
GTAG Global Tag
GTIN Global Trade Item Number
HTML Hypertext Markup Language
HTTP Hypertext Transfer Protocol
IEEE Institute of Electric and Electronic Engineers
IFF Identify: Friend or Foe
ISM Industrial, Scientific and Medical
ITF Interleaved Two of Five
JDBC Java Database Connectivity
MAI Meio Auxiliar de Instrução
MS Mestre de Salto
OM Organização Militar
R/W Read / Write
15
RF Radiofreqüência
RFID Radio Frequency Identification
RM Região Militar
ROM Read-Only Memory
RTI RFID Technical Institute
SGBD Sistema Gerenciador de Banco de Dados
SQL Structured Query Language
U. S. DoC United States Department of Commerce
U. S. DoD United Stated Department of Defense
UML Unified Modeling Language
UPCC Uniform Product Code Council
WORM Write Once, Read Many
16
5(6802
A eficiência de uma instituição é geralmente medida pela agilidade com que
desempenha suas atividades. Nesse sentido, tecnologias úteis têm despontado,
dentre elas a Captura Automática de Dados, que tem como mais recente
representante a RFID (5adio )requency , 'entification), baseada na transmissão de
dados sem fio entre uma etiqueta inteligente - contendo um chip no qual se encontra
sua identificação - e um conjunto leitor/antena.
Essa tecnologia permite uma melhora sensível em atividades logísticas situadas
em diversos pontos de uma Cadeia de Suprimentos, como nos Gerenciamentos de
Estoque e de Transporte, na medida em que fornece meios para automatização de
inventário ou geração de conhecimento de embarque, por exemplo. Apresenta,
ainda, a vantagem de produzir menos erros que a entrada manual de dados e outros
meios de captura automática.
Neste contexto, este trabalho tem por objetivo demonstrar o potencial da RFID
por meio da confecção de um protótipo de sistema para controle de um item
específico de alto valor agregado, pertencente à Cadeia de Suprimentos do Exército.
Entre as metas do protótipo está a busca de maior agilidade nos processos de
monitoramento de material, mantendo a compatibilidade com os meios de controle
existentes.
Para este fim, o trabalho compreende uma pesquisa sobre o Estado da Arte em
RFID e suas formas de emprego no âmbito da Logística. O item selecionado para o
teste de inserção da tecnologia é o ra-quedas. O protótipo desenvolvido realiza a
interface entre os leitores/antenas e um banco de dados referente ao estoque desse
item, entre outras funcionalidades. São observados também alguns pressupostos
relevantes: portabilidade, modularidade e uso de software livre.
17
$%675 $&7
Institution efficiency is usually measured in terms of the performance obtained in
its activities. Arising technologies have enabled it, e.g. Automatic Data Capture, most
recently represented by RFID (5adio )requency ,'entification). It is based on
wireless data transmission between a smart tag - containing a chip with its
identification number - and a reader/antenna set.
This technology allows considerable improvement in logistic activities at various
points of a Supply Chain, like Stock or Transport Management, providing inventory
automation or electronic bill of lading generation, for instance. It has the additional
advantage of producing fewer errors than manual data entry, and even than other
forms of ADC.
In this context, this work aims to demonstrate the potential of RFID by developing
a system prototype to control a specific item with high added-value, at Army’s Supply
Chain. Among the prototype’s goals is the pursuit of greatest possible performance in
the processes involving material tracking, however keeping compatibility with present
control methods.
In order to obtain these results, this work contains a summary about RFID
development and its uses for Logistic purposes. The selected item for the test is the
parachute. The prototype interfaces the reader/antenna set and the parachute
database, along with other functionalities. Some features are observed: portability,
modularity and use of free software.
18
 ,1752'8d2
1.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A gama de atividades realizadas atualmente por qualquer instituição demanda a
existência de uma Logística eficaz e eficiente, no sentido de prover suporte
adequado às ações. Este suporte é composto principalmente do fornecimento do
material ou serviço correto, no local e momento oportunos (BALLOU, 2006). Para
alcançar este objetivo, dá-se cada vez mais ênfase à agilidade e à flexibilidade dos
processos necessários a esse fornecimento.
Tecnologias têm despontado com o intuito de preencher essas necessidades,
dentre elas a Captura Automática de Dados (Automatic Data Capture, ou ADC). Um
exemplo bastante conhecido de ADC são os Códigos de Barras, presentes
principalmente em supermercados e lojas. Baseiam-se no uso de um aparelho que
reconhece, por leitura óptica, padrões formados por traços paralelos e espaços em
etiquetas existentes nas mercadorias. Um avanço no campo da ADC é a tecnologia
RFID (5DGLR ) UHTXHQF\ ,'HQWLI LFDWLRQ), que possui esta nomenclatura por se basear
em ondas de rádio para intercâmbio de dados. Ela permite realizar remotamente o
armazenamento e a recuperação de informações usando um dispositivo chamado de
etiqueta de rádio identificação (NOGUEIRA FILHO, 2005).
Esta tecnologia fornece um modo de entrada de dados dotado de rapidez e
precisão, superando inclusive os Códigos de Barras em ambos os aspectos.
Apresenta, ainda, a vantagem de não necessitar de contato ou proximidade para
realizar a tarefa de identificação, tornando-se um elemento facilitador de tarefas que
envolvam grandes volumes de dados, sem manuseio ou abertura de caixas.
O Exército e as Forças Armadas em geral se ressentem de um controle mais
eficiente de seu material. Este controle é a base para a realização de diversas
tarefas que apóiam e possibilitam o êxito em operações militares. Desta forma, a
confecção de um sistema baseado em RFID e sua respectiva implantação se
constituem em assuntos de bastante interesse para Organizações Militares que,
assim como muitas outras instituições, têm na Logística o determinante do seu
desempenho.
19
1.2 ENGENHARIA DE TRANSPORTES E RFID
A Engenharia de Transportes procura analisar o universo dos transportes e suas
atividades correlatas de maneira sistêmica, com tratamento multidisciplinar, visando
a intermodalidade e a melhoria dos processos.
Dentre estas atividades correlatas, encontram-se aquelas que tipicamente
compõem as Cadeias de Suprimentos, as quais são objeto de análise do Capítulo 2.
Outra nomenclatura utilizada para referir o conjunto destas atividades é Logística
Empresarial, ou apenas Logística. BALLOU (2006) propõe uma forma de visualizar a
sua inter-relação, através do chamado triângulo de planejamento logístico”
mostrado na FIG 1.1:
FIG 1.1 Triângulo de planejamento logístico. Adaptado de BALLOU (2006)
Pode-se verificar no centro do triângulo e em cada um dos lados o nome de um
grupo de atividades. O serviço ao cliente se apresenta como grupo central por
pertencer ao objetivo das ações; o transporte, por sua vez, situa-se em um dos lados
por conter atividades de apoio.
Por esta razão, encontra-se sob a égide da Engenharia de Transportes do
Instituto Militar de Engenharia o tema de pesquisa correspondente à Logística.
20
1.3 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é analisar o potencial da utilização da tecnologia RFID,
visando o seu emprego em substituição aos meios convencionais de controle de
material no Exército. Para se atingir o objetivo da pesquisa, inicialmente foi realizada
uma revisão bibliográfica sobre Cadeias de Suprimentos e sobre Captura Automática
de Dados por RFID.
Além disso, foi desenvolvido um protótipo de sistema de controle de material
baseado nas informações fornecidas em tempo real pela captura automática, para
possibilitar o monitoramento de um item ao longo de sua Cadeia de Suprimentos.
Para isso, foram selecionados pára-quedas sob responsabilidade do Batalhão de
Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar (B DoMPSA).
Entre as metas deste protótipo estão: implementar o rastreamento físico, o
histórico de manutenção e guardar a compatibilidade com as formas de captura
utilizadas atualmente. Esta última consideração encontra sua maior importância na
possibilidade de utilização das bases de dados existentes. Ela também torna o
sistema tolerante a falhas de ADC, possibilitando seu uso em outros ambientes.
1.4 JUSTIFICATIVA
O trabalho encontra sua justificativa imediata na necessidade que todas as
instituições têm quanto à eficiência. Sendo a RFID uma forma simples e rápida de
captura de dados, sua implementação adequada em um ambiente que originalmente
não disponha de meios automáticos para isso, é um passo significativo no rumo
desse objetivo.
No caso específico do Exército, deve-se lembrar que, em ocasiões de operação,
a eficiência desejada em tempo de paz pode se tornar, literalmente, uma questão de
vida ou morte. A necessidade de realizar movimentações de tropa e outros tipos de
operações pode ocorrer sem a existência de um agendamento prévio, de modo que
a Cadeia de Suprimentos que as apóia deve ser ágil e flexível. Missões de
salvamento ou de garantia da segurança nacional são exemplos de necessidades
não previstas que requerem rápido atendimento.
21
1.5 COMPOSIÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Para atingir o objetivo mencionado, são necessários alguns estudos, cujas
etapas se encontram distribuídas nos capítulos citados a seguir:
&DStWXOR ,QWURGXomR
Situa o leitor no estudo, expõe o objetivo do mesmo e menciona
as etapas para sua realização.
&DStWXOR &DGHLDVG HVXSULPHQWRV
Descreve os principais processos observados em Cadeias de
Suprimentos, através de uma pesquisa bibliográfica, citando
alguns pontos críticos para o desempenho das mesmas.
&DStWXOR &DSWXUDDXWRPiWLFDGHGDGRVS R U 5),'
Apresenta as principais tecnologias de ADC, como os Códigos
de Barras e RFID, compara algumas das características das
duas e lista algumas das formas de melhoria de processos por
meio da introdução da RFID.
&DStWXOR $SOLFDomRQR([pUFLW RGLVWULEXLomRGHSiUDTXHGDV
Cita algumas Organizações Militares nas quais a tecnologia
poderia ser aplicada, com foco no Batalhão de Dobragem,
Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar (B DoMPSA),
para o qual é realizada a Análise de Requisitos correspondente.
&DStWXOR 'HVHQYROYLPHQWR GR SURWyWLSR
Estrutura as informações coletadas no capítulo anterior
utilizando UML, descreve a implementação do protótipo de
sistema para captura automática de dados, cita o hardware e o
software necessários, simula o controle da distribuição com
RFID e lista os benefícios de sua aplicação.
&DStWXOR &RQFOXV}HVH5HFRPHQGDo}HV
Conclui sobre a possibilidade da extensão do protótipo a outras
Cadeias de Suprimentos, baseando-se na arquitetura utilizada, e
sugere alguns trabalhos futuros.
22
 &$'(,$6'(6835,0(1726
Atualmente, pode-se verificar que a sociedade tem acesso facilitado a diversos
itens de consumo. Estes itens possuem os mais distintos locais de origem, quando
considerados em sua forma final, e as origens das matérias-primas que os compõem
abrem ainda mais este “leque” de localidades.
Esta dispersão geográfica entre os locais de cultivo ou extração de matérias-
primas, processamento das mesmas e consumo do produto final é um fenômeno
que não ocorria no início da civilização. Ela só foi possibilitada em virtude da
evolução material da sociedade, que propiciou o surgimento de diversas tecnologias
que atendessem às necessidades dos crescentes grupos humanos.
Dentre estas tecnologias, pode-se citar o surgimento de novos e melhores meios
de transporte, que aumentaram o raio de alcance geográfico de um indivíduo, bem
como a quantidade de carga que este podia transportar. As movimentações
experimentadas pela humanidade, graças a este novo cenário, levaram
simultaneamente à urbanização e a uma maior ocupação da superfície do planeta.
Outro fenômeno importante foi o advento da especialização na produção, onde
um grupo de indivíduos ou uma região aproveita suas aptidões para fornecer um
determinado tipo de item. Desta forma, os gêneros que não fossem produzidos em
determinada localidade poderiam ser trazidos de distâncias cada vez maiores.
Novas técnicas e estruturas surgem também para possibilitar o armazenamento
dos gêneros alimentícios e outros itens necessários à manutenção da sociedade,
uma vez que a natureza perecível ou sensível desses itens poderia causar grandes
perdas de material ou mesmo prejuízos à saúde das pessoas.
Com estes avanços nos sistemas de transporte e armazenamento, a sociedade
torna-se muito menos limitada em termos de opções de consumo. As trocas e o
comércio com outros indivíduos e outras regiões derrubam o isolamento e
aumentam o padrão de vida dos agrupamentos humanos.
O crescimento das cidades e demais locais de ocupação humana, no entanto, faz
aumentar a importância da eficiência desses sistemas. Torna-se necessário, além de
minimizar perdas, possibilitar que o item chegue a seu local de consumo com o
23
menor custo possível. As instituições responsáveis por esta tarefa desejam obter
assim maior lucro.
Neste contexto, verifica-se a importância da Logística, que consiste da
coordenação de todas as atividades necessárias para assegurar a eficiência e
efetividade do fluxo, direto e reverso, e do armazenamento de bens, serviços e
informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, com o fim
de atender aos requisitos do consumidor (COUNCIL OF SUPPLY CHAIN
MANAGEMENT PROFESSIONALS, 2006).
Enquanto esta definição permite seu enquadramento no âmbito de uma
instituição, por exemplo, ou de uma parte sua, uma definição mais geral envolve a
coordenação destas atividades além dos limites da mesma. É o Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos, que envolve a colaboração com fornecedores,
intermediários, clientes e outros parceiros no canal logístico.
Segundo NOVAES (2004), a Cadeia de Suprimentos é composta das atividades
que se estendem desde o fornecedor de matéria-prima destinada à fabricação de
um determinado produto, até o consumidor final, passando pela manufatura, centros
de distribuição, atacadistas (quando há) e varejistas”. A Cadeia de Suprimentos
imediata de uma empresa é mostrada na FIG 2.1:
24
FIG 2.1 Subdivisões do canal logístico. Fonte: NOVAES (2004)
O canal logístico mencionado anteriormente tem duas subdivisões principais: o
canal físico de suprimento (ou abastecimento) e o canal físico de distribuição. O
primeiro corresponde às atividades situadas entre as fontes materiais de uma
empresa e seus pontos de processamento. O segundo se refere às atividades
situadas entre os pontos de processamento da empresa e seus clientes. A distinção
pode ser vista na FIG 2.1, entre “suprimento da manufatura” e “distribuição física”.
Este canal é geralmente percorrido da esquerda para a direita, no sentido
tradicional: dos fornecedores (abastecimento) para as fábricas ou operações, e daí
para os clientes - que podem ser empresas ou consumidores finais. No entanto, os
crescentes níveis de exigência destes clientes quanto à qualidade dos produtos ou
serviços podem fazer com que seja necessário o percurso pelo chamado canal
logístico reverso. Isto ocorre, por exemplo, quando uma mercadoria danificada é
recolhida para conserto ou troca após a venda.
25
É importante ressaltar ainda que, como consta da definição de Logística
apresentada, os fluxos de bens e serviços são acompanhados dos fluxos de
informações correspondentes. Estas informações percorrem toda a Cadeia de
Suprimentos em ambos os sentidos, demandando às vezes a estruturação de
setores na empresa exclusivamente para seu correto gerenciamento.
2.1 ATIVIDADES DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Para garantir os fluxos de produtos e serviços necessários ao atendimento dos
clientes, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos engloba 4 atividades
principais: Processamento de Pedidos, Gerenciamento de Transportes,
Gerenciamento de Estoque e Nível de Serviço (BALLOU, 2006). Vale lembrar que
essas atividades não são estanques, uma vez que apresentam inter-
relacionamentos com outras.
2.1.1 PROCESSAMENTO DE PEDIDOS
O processamento de pedidos trata desde a confecção do pedido pelo cliente a
seu atendimento completo, ou mesmo após isto, através de relatório(s) de situação
do pedido. Envolve, portanto, todo o ciclo do pedido. A composição desta atividade é
mostrada na FIG 2.2:
26
FIG 2.2 Processamento de pedidos. Fonte: BALLOU (2006)
A primeira etapa é a preparação do pedido, que envolve a coleta de informações
sobre os produtos e serviços pretendidos e a confecção de um documento formal
contendo os itens a serem adquiridos de fato. A transmissão do pedido consiste
apenas do envio do mesmo ao estabelecimento que o antenderá.
A etapa seguinte é o recebimento do pedido, na qual será verificada a exatidão
das informações recebidas, referentes a descrições, quantidades e preços. Também
é função da etapa de recebimento conferir a disponibilidade dos itens pedidos e o
correspondente faturamento.
A etapa principal é o atendimento do pedido, que se inicia com a separação dos
itens no estoque. Segundo BANZATO (2005), esta pode ser de carga unitizada
(paletes), de caixas fechadas (fracionamento do palete) ou de unidades dentro da
caixa (fracionamento da caixa). Após separados, deve-se retirar os itens do estoque,
prepará-los para o embarque, programar o mesmo e preparar a documentação
pertinente (conhecimento de embarque).
A última etapa é o relatório de situação do pedido, que tem o objetivo de manter o
cliente informado sobre o posicionamento do pedido. Para tal, ela envolve
acompanhar e localizar o pedido ao longo de seu ciclo, e comunicar ao cliente esta
localização - bem como a previsão de entrega. Um dos benefícios deste tipo de
prática vem a ser a melhora da percepção do cliente com relação ao nível de serviço
da empresa.
27
2.1.2 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTES
A literatura classifica o transporte, além da aquisição de materiais, como a
atividade responsável pela maior parte dos custos de operação de uma empresa.
Chega a representar entre um e dois terços dos custos logísticos totais (BALLOU,
2006), de modo que seu correto gerenciamento é vital.
Em linhas gerais, o gerenciamento de transportes envolve a seleção do modal de
transporte, a programação dos embarques, a roteirização dos veículos e a
consolidação dos fretes.
A seleção do modal corresponde à determinação do serviço de transporte a ser
utilizado, nos casos em que este é terceirizado. Nesta atividade, é importante
considerar as tarifas dos fretes, a confiabilidade do serviço, o tempo em trânsito e a
rastreabilidade, principalmente.
A programação dos embarques possui interface com o grupo anterior de
atividades (processamento de pedidos). Consiste da determinação de quais pedidos
serão embarcados e de seu posicionamento sico no(s) veículo(s) de transporte, em
função principalmente da ordem de entrega.
A roteirização de veículos é a atividade mais visível do gerenciamento de
transportes. Segundo SHAPIRO (2001), trata-se da definição dos caminhos físicos e
da seqüência de pontos de parada visitados pelos veículos. Por meio dela, são
definidas as rotas ótimas para entregas, visando minimização do tempo e da
distância percorridos e a conseqüente economia, principalmente, de combustível.
Geralmente, é feita em conjunto com a programação de embarque.
A consolidação dos fretes também se relaciona com a programação de
embarques, pois esta é uma das formas de se obter tal consolidação. Tem por
objetivo a redução do custo por unidade de peso, em serviço terceirizado, por meio
de embarques de volumes maiores. Também pode ser conseguida por meio da
criação de um estoque que permita inclusão até mesmo de carga completa
(consolidação de estoque), ou da retenção de pedidos até possibilitar uma remessa
única (consolidação temporal).
28
2.1.3 GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Define-se um estoque como uma acumulação de material, que pode ser desde
matéria-prima até produto acabado em algum ponto da Cadeia de Suprimentos. Esta
acumulação tem como finalidade principal aumentar a disponibilidade daquele
material em local próximo ao seu consumo.
Uma vantagem obtida pela utilização do estoque para conseguir esta
disponibilidade é a redução do custo com o transporte necessário para este mesmo
fim. Desta forma, realizam-se apenas poucas viagens com carga maior para
reposição do estoque em lugar de diversas viagens para atendimento da demanda
imediata.
que se ressaltar, no entanto, que a manutenção de maiores estoques implica
um custo considerável. A relação entre o transporte e o estoque caracteriza o
chamado trade-off logístico”: à medida que aumentam os investimentos em
estoque, podem-se diminuir os investimentos em transporte e vice-versa.
O Gerenciamento de Estoque compreende as atividades de previsão de
demanda, controle de estoques, programação de suprimentos e a armazenagem ou
estocagem propriamente dita.
A previsão de demanda consiste da determinação, através da análise de
tendências e de séries de tempo, entre outras, das estimativas de consumo futuro.
Nestas estimativas, baseiam-se o dimensionamento e outras decisões importantes
sobre o estoque.
O controle de estoques passa pela determinação, baseada na demanda
conhecida ou estimada, dos níveis de segurança e das quantidades para
reabastecimento. Com base nestas informações e no tempo necessário para
atendimento dos pedidos de reposição, possibilita-se a programação de
suprimentos.
A programação de suprimentos requer um conhecimento pleno do negócio da
empresa, uma vez que importa em solicitar aos fornecedores essencialmente o
necessário para atender a uma demanda praticamente no momento em que ela
ocorre. O objetivo maior da programação de suprimentos vem a ser a diminuição dos
níveis de estoque necessários.
29
A estocagem envolve duas funções principais: a guarda dos produtos e o
manuseio dos materiais. A primeira diz respeito simplesmente à acumulação dos
produtos ao longo do tempo, enquanto a segunda trata da carga e descarga, da
movimentação para e da estocagem, e do atendimento de pedidos (mediante
retirada do estoque).
2.1.4 NÍVEL DE SERVIÇO
Segundo BERMAN (2001), o serviço ao cliente se refere às atividades
identificáveis, porém algumas vezes intangíveis, realizadas por um varejista em
conjunto com os bens e serviços que vende”. Apesar de formulada no ambiente do
varejo e de parecer genérica, esta definição idéia da grande abrangência desta
parte da Cadeia de Suprimentos.
De fato, o serviço ao cliente envolve todas as etapas do ciclo de pedido. Ele é o
objetivo buscado através da coordenação entre as demais atividades
(Gerenciamento de Estoques, Gerenciamento de Transportes e Processamento de
Pedidos) e possui interfaces com todas elas.
Pode-se dizer que, com relação às atividades citadas anteriormente, o nível de
serviço está mais intimamente ligado ao processamento de pedidos, pois neste
último, dá-se o tratamento da maior parte das informações ligadas ao atendimento
das expectativas do cliente. Lembrando, portanto, que o processamento de pedidos
se estende até depois da entrega, verifica-se que o mesmo ocorre com o serviço ao
cliente, que é constituído por elementos de pré-transação, elementos de transação e
elementos de pós-transação.
A função dos elementos de pré-transação é propiciar um ambiente para um bom
serviço ao cliente. Dentre estes elementos, destacam-se a fixação de compromissos
relativos a prazos de entrega e a clareza dos procedimentos adotados pela
instituição quanto às formas de embarque e eventuais devoluções de produtos.
Os elementos de transação são aqueles que se ligam diretamente à entrega do
produto ao cliente. O estabelecimento do nível de estoque (muitas vezes
apresentado como sinônimo de nível de serviço”) e as decisões relativas a modos
de transporte e métodos de processamento do pedido fazem parte deste conjunto.
30
Após a entrega, pode ser necessário fornecer suporte adicional ao produto em
campo”. Para isto existem os chamados elementos de pós-transação, que incluem a
reposição de mercadorias danificadas, devolução de embalagens retornáveis
(garrafas, paletes, contêineres) e o rastreamento do produto - citado também no item
2.1.1 (Processamento de Pedidos).
A manutenção de um nível de serviço praticável pela instituição e aceitável pelo
cliente torna-se, portanto, a meta de todo o Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos, uma vez que também se verifica a existência de um trade-off”: a
empresa deseja investir o mínimo necessário para cumprir suas atividades, ao passo
que o cliente deseja 100% de disponibilidade de produtos e serviços e nenhum
atraso. Evidentemente, nenhum dos extremos é possível, de modo que a instituição
buscará investir apenas em pontos sensíveis, que apresentem maior retorno ou
maior risco ao negócio em caso de falha.
2.2 PONTOS SENSÍVEIS
Toda a gama de atividades citada anteriormente, com suas subdivisões e
interseções, gera uma considerável dificuldade com relação ao controle de todos os
procedimentos. À medida que o tamanho da instituição e o volume de material
movimentado aumentam, o esforço necessário para manter a organização das
operações se multiplica.
Foi mencionado anteriormente que os fluxos de produtos e serviços são
acompanhados dos fluxos de informações correspondentes. Na realidade, é por
meio destas que são controladas as movimentações físicas. As informações surgem,
portanto, em quantidade proporcional à de bens e serviços movimentados e
demandam um tratamento eficiente, sob pena de provocar desperdícios de tempo e
dinheiro.
As informações a serem tratadas se relacionam, em geral, com os dados físicos
do produto como marca, modelo, cor e dimensões. Além destes, é necessário
também controlar os locais de origem e destino, bem como prazos de validade e de
entrega das mercadorias, dentre outros.
31
Em alguns casos, só é necessário o registro de informações sobre os próximos
locais a serem percorridos pelo produto. Em outros, por segurança da empresa ou
por força de legislação, deve-se manter o histórico completo do item, a fim de
possibilitar a apuração de responsabilidades por eventuais irregularidades ao longo
de toda a Cadeia de Suprimentos.
Baseado no exposto acima, pode-se concluir que as tarefas do controle se
relacionam diretamente à manipulação dos dados referentes aos produtos e
serviços, desde a sua entrada, passando por sua transformação em informação
relevante e útil, até a utilização dessa informação nas decisões ligadas ao correto
atendimento das expectativas do cliente.
É feita, a seguir, uma seleção de trechos relativos a Cadeias de Suprimentos
típicas, a fim de mostrar algumas situações em que se verifica a necessidade de
lidar com grandes quantidades de dados e as dificuldades daí advindas.
2.2.1 CONHECIMENTO DE EMBARQUE
O transporte de mercadorias do fornecedor para a empresa (canal de suprimento)
ou da empresa para o cliente (canal de distribuição) deve ser acompanhado da
documentação correspondente a elas. É necessário que haja a discriminação das
mesmas para controle de quem enviou, de quem receberá e de quem está
realizando o transporte. Estas informações constam de um documento chamado
conhecimento de embarque.
Segundo definição do United States Department of Commerce (1998), o
conhecimento de embarque é um documento que estabelece os termos de um
contrato entre um embarcador e uma companhia de transporte, sob o qual o frete
deve ser movido entre pontos específicos (...) serve como documento de
propriedade, contrato de transporte, e recibo de mercadorias.”
Ocorre dessa definição, portanto, que a documentação de referência em caso de
disputa legal sobre a mercadoria transportada é o conhecimento de embarque. O
valor legal do documento reforça a necessidade da exatidão em sua confecção,
além do natural desejo das instituições idôneas de manter a transparência em suas
operações de transporte.
32
Para obter esta exatidão, no entanto, é necessário proceder um extensivo registro
de todas as mercadorias a serem embarcadas. O responsável pelo embarque deve
dispor de um método de conferência das mercadorias de modo a possibilitar a
confecção de um documento fiel à realidade.
O ideal seria a contagem e anotação de cada unidade, porém, em muitos casos,
isto é inviável por razões de tempo ou econômicas. Como exemplo, poderia ser
citado o embarque de uma carga de frutas: além do baixo valor agregado não
compensar o deslocamento de mão-de-obra suficiente para registrar cada unidade,
incorrer-se-ia em outros problemas, como a necessidade da abertura das
embalagens para contagem física, deixando a mercadoria vulnerável.
Em casos como este, opta-se pela conferência de unidades maiores, como caixas
ou paletes, com prejuízo da perfeição na contagem dos itens individuais. No entanto,
esta solução é aceitável e, embora tecnicamente seja uma estimativa, é amplamente
utilizada por proporcionar economia de tempo e esforço.
Ainda assim, uma fonte de problemas que é reduzida, porém não desaparece:
o erro humano. As contagens de unidades maiores implicam um menor número
destas, porém a possibilidade de uma anotação mal feita continua existindo e sendo
significativa.
2.2.2 REPOSIÇÃO DE ESTOQUES
A manutenção de níveis de serviço aos clientes está bastante ligada aos níveis de
estoque dos produtos oferecidos, razão pela qual diversas fontes utilizam ambas as
expressões como sinônimas. Isto porque uma das variáveis mais consideradas pelos
clientes no julgamento que fazem de uma empresa é a disponibilidade do produto ou
serviço no momento em que eles necessitam. Proporcionar esta disponibilidade,
como visto anteriormente, é a principal razão da existência de um estoque.
A determinação dos níveis de estoque ótimos depende de um trabalho bem feito
de previsão da demanda associada ao produto. Supondo-se que esta fase já esteja
ultrapassada e os prazos para entrega pelos fornecedores sejam conhecidos, pode-
se estabelecer uma rotina de reposição semelhante à reproduzida pelo gráfico da
FIG 2.3:
33
FIG 2.3 Rotina de reposição de estoque
Outros mecanismos de reposição mais completos e complexos podem ser
utilizados, porém para efeito de exemplo este método é suficiente. Podem ser vistos:
a quantidade de pedido (Q*), que corresponde ao número de itens a serem
adquiridos do fornecedor; o intervalo entre os pedidos, que corresponde à base de
cada triângulo e é função da demanda estimada do produto ao longo do tempo; o
prazo de reposição ou OHDGWLPH, que é o tempo que o fornecedor leva para realizar a
entrega do pedido (representado pelo espaço horizontal entre os dois pontos
destacados); e o ponto de reposição (P), que é a quantidade de itens em estoque
que indica que um pedido de reposição deve ser feito imediatamente.
A significância de um procedimento bem definido como esse é bem conhecida
dos gerentes de estoque. É este tipo de planejamento, juntamente com sua correta
execução, que evita a ocorrência de faltas de mercadorias e a conseqüente perda de
vendas. Do mesmo modo, o planejamento também evita a realização de compras
em excesso, o que também é prejudicial por imobilizar capital da empresa.
Aqui, as grandes quantidades (assim como as grandes variedades) de
mercadorias também trazem problemas para o controle dos processos. Estes
problemas ocorrem na tarefa de determinar exatamente o momento em que se
atinge o ponto de reposição.
34
Para esta determinação, o ideal seria a realização de um inventário. Segundo
CHIAVENATO (1991), “o inventário é um levantamento físico ou contagem dos
materiais existentes”. É feito com o objetivo de fornecer um retrato fiel das condições
do estoque em determinado momento. A partir da verificação de que a quantidade
de produto presente no estoque coincide com o ponto de reposição, o pedido
correspondente seria realizado.
A realização de inventário, no entanto, é um procedimento custoso e que, em
geral, implica paralisação de diversas atividades - principalmente as relacionadas à
venda. Quanto maior for o estoque considerado, mais tempo será dispendido nessa
tarefa. Ela pode, inclusive, requerer deslocamento de mão-de-obra de outros setores
da empresa (como ocorre em muitos casos) para sua conclusão.
Isto contrasta diretamente com as necessidades de agilidade impostas, ainda, por
produtos que apresentem giro alto. É impraticável a execução desta contagem
precisa diariamente ou no intervalo que possibilite a determinação do ponto de
pedido a tempo, principalmente se ambas as condições ocorrerem simultaneamente:
grande quantidade e giro alto.
Novamente, o que se faz é recorrer à tradicional solução da contagem ou
inventário por estimativa, com prejuízo da exatidão nos dados coletados e na
informação que será passada aos tomadores de decisão. Ocorre ainda a
possibilidade de erro humano, tanto no caso da confecção da estimativa quanto na
possibilidade de contagem física total.
2.2.3 RASTREAMENTO DE PRODUTOS
Os crescentes níveis de exigência dos clientes, empresas ou consumidores finais,
obrigam os fornecedores de produtos e serviços a prestarem informações
atualizadas e confiáveis sobre os mesmos, não apenas com relação a suas
especificações técnicas ou suas condições físicas quando no estabelecimento da
companhia, mas também ao longo de todo o seu trajeto até o destino final.
Desta forma, o rastreamento de produtos se torna atividade obrigatória para as
empresas que desejam passar aos clientes uma imagem de controle de seus
35
processos e de seriedade nas suas ações. Nenhum processamento de pedidos está
completo se não dispuser desse meio.
Assim como nos casos anteriores, o problema do rastreamento passa pela
conferência física do material. Novamente, o controle é feito, a menos dos erros de
estimativa e de contagem, de modo que informação inexata pode ser passada aos
responsáveis pela carga ou aos clientes.
Aqui, porém, um fator de complicação. Citadas as dificuldades para
conferência da carga enquanto no estoque, e caracterizada sua existência após o
embarque, ressalta-se apenas que agora estas o muito maiores, pois se trata de
uma carga em movimento. Além dos erros que podem ter ocorrido no embarque do
produto, outros podem ocorrer durante o transporte.
O fato de a carga estar sujeita a diversos fatores, como condição da estrada (em
caso de transporte rodoviário), condições climáticas e até mesmo a possibilidade de
roubos, pode gerar resultados indesejáveis. Para citar alguns exemplos, a perda da
carga ou a adulteração da mesma.
A falta de conhecimento sobre a localização e integridade das cargas e dos
produtos gera transtornos tanto para o cliente quanto para a empresa. Para o
primeiro, em virtude da demora em seu recebimento por força de uma carga
atrasada, desviada ou perdida. Para a última, em virtude dos custos de reenvio da
carga (em caso de perda) e do prejuízo à sua imagem.
Neste ponto da Cadeia, assim como nos dois outros citados anteriormente, nota-
se a necessidade de adoção de algum método ou tecnologia que permita o controle
com a exatidão e rapidez desejadas. No próximo capítulo, será mostrada uma
tecnologia com características apropriadas para estas aplicações.
36
 &$3785$$8720È7,&$'('$'263255),'
Nos processos da Cadeia de Suprimentos citados anteriormente, assim como em
diversos outros não abordados neste trabalho, verifica-se a recorrência de algumas
fontes de erros. A maior destas fontes vem a ser justamente o erro humano, tanto no
momento da entrada dos dados no sistema (leitura de dados) como em seu registro
para fins de utilização no negócio da empresa (anotação de dados). Estas duas
operações são chamadas, quando em conjunto, de Captura de Dados.
A Captura de Dados, sendo a porta de entrada” para a maioria das informações
tratadas pelo sistema da instituição, requer cuidado especial para garantia de sua
exatidão. Esta exatidão, sabe-se, aumenta com prejuízo da agilidade nas operações.
É desejável, portanto, adotar alguma forma de Captura Automática de Dados.
Por Captura Automática de Dados compreende-se qualquer sistema que se
utilize de modo de entrada de dados diferente da anotação ou digitação dos mesmos
por um operador. É um dos meios mais rápidos, seguros e confiáveis de alimentar
um sistema com informações (TEIXEIRA, 2005). É preferível em relação à entrada
manual, pois esta depende da interpretação, por parte do operador, de informações
que nem sempre estão legíveis (vide FIG 3.1).
FIG 3.1 Entrada manual de dados
O exemplo mais comum de Captura Automática de Dados é visto através do uso
de Códigos de Barras. Pode ser considerado como a origem da Captura Automática
de Dados. Devido a características descritas a seguir, esta forma de captura resolve
boa parte dos problemas inerentes à entrada manual.
37
3.1 A ORIGEM: CÓDIGOS DE BARRAS
Segundo a EAN BRASIL (2005), o código de barras é uma forma de representar a
numeração que viabiliza a captura automática dos dados por meio de leitura óptica
nas operações automatizadas. Esta representação da numeração vem impressa em
etiquetas que são afixadas às mercadorias a serem controladas.
A leitura de códigos de barras é realizada, em geral, por um operador munido de
um leitor. O operador não interpreta os dados coletados, mas ainda é necessário
que manuseie o leitor mencionado (vide FIG 3.2). Como a ativação do leitor deve ser
feita a cada código verificado, pode-se dizer que é, na realidade, um método semi-
automático” de captura de dados.
FIG 3.2 Entrada de dados utilizando código de barras
A operação de captura, envolvendo o reconhecimento do código (leitura) e seu
registro no sistema de controle, é realizada em uma fração de segundo. Este tempo
é muito menor que o exigido por processos de entrada manual, via anotação ou
digitação. A taxa de erros de substituição de caracteres também cai bastante: na
entrada por digitação, ela é de aproximadamente 1 a cada 300 caracteres, enquanto
na leitura óptica de códigos de barras é tipicamente de 1 a cada 10.000 ou mais
caracteres, dependendo do leitor utilizado (SHEPARD, 2004).
Os leitores ópticos de código de barras, ou VFDQQHUV, como são também
conhecidos, podem existir em diversos formatos e tamanhos, cada qual mais
adaptado a um determinado uso. Podem ser manuais, como o leitor da esquerda na
38
FIG 3.3, tendo como exemplo de aplicação o controle de estoques, ou fixos (mais
apropriados a caixas de supermercado), como o da direita:
FIG 3.3 Leitores usuais de código de barras
Vale lembrar, entretanto, que nem todo VFDQQHU consegue ler qualquer tipo de
código de barras (EAN BRASIL, 2005): os leitores devem estar habilitados para
leitura para poderem interpretar um determinado código. diversas codificações
possíveis, sendo que muitas delas são utilizadas para identificação de itens apenas
no âmbito de uma empresa.
Estas codificações podem se basear nas diferenças de espaçamento entre as
barras impressas, bem como em suas respectivas espessuras. O padrão 2 de 5
intercalado” (interleaved 2 of 5), por exemplo, é um código numérico de alta
densidade; é bastante compacto porque a informação está codificada tanto nas
barras como nos espaços (INTELLITECH, 2005). É restrito, no entanto, a
quantidades pares de dados numéricos: os de posição ímpar são codificados nas
barras e os de posição par nos espaços.
Além dos digos numéricos, há codificações que também contemplam a
representação de caracteres alfabéticos ou especiais, permitindo assim uma
quantidade muito maior de itens identificados para um mesmo tamanho de código. A
variedade de simbologias possíveis é tamanha que, em alguns casos, empresas
chegam a colar suas etiquetas de códigos de barras sobre outras afixadas em
pontos anteriores de sua cadeia de suprimentos. Isto ocorre, sobretudo, devido ao
fato de seus sistemas estarem preparados para tratar apenas simbologias
específicas ou proprietárias.
39
Esta questão motivou o surgimento de leitores capazes de reconhecer diversas
simbologias, com pré-programações feitas, de modo que não seja preciso nenhuma
configuração adicional. Desta forma, a diferença entre as simbologias não chega a
afetar o funcionamento do sistema de informação de uma empresa. No entanto,
um problema subjacente que é o da diversidade das estruturas de dados
representadas pela simbologia.
Nesse sentido, é importante a existência de iniciativas de padronização, de forma
que a mesma identificação possa ser utilizada ao longo de toda a cadeia de
suprimentos. Desta forma, possibilita-se a eliminação de retrabalhos com relação ao
registro de dados codificados, além de permitir uma maior consistência e
visibilidade em seu percurso ao longo de toda a cadeia.
3.2 PADRONIZAÇÃO DE ESTRUTURAS DE DADOS
A confecção de sistemas de informação que possam integrar os dados ao longo
de toda uma Cadeia de Suprimentos requer a existência de um padrão, sobre o qual
se baseiam os protocolos de comunicação. Este padrão pode abranger a simbologia
utilizada, o que se configura como ideal, porém mais importante que a simbologia é
a estrutura de dados que ela representa.
Os esforços de padronização já geraram codificações como o EAN (European
Article Number) e o do UPCC (Uniform Product Code Council), mais conhecido como
UPC ou UCC. Ambos apresentam estruturas de 13 dígitos, sendo que na realidade o
primeiro derivou do segundo - originalmente com 12 dígitos. Por esta razão, estas
codificações são chamadas de Sistema EAN.UCC, atualmente conhecido como
GS1.
O principal produto em termos de padronização pelo GS1 foi o GTIN (Global
Trade Item Number, ou Número Global de Item Comercial), que corresponde a uma
família de estruturas de dados globais que empregam 14 dígitos e podem ser
codificadas em diversos tipos de portadores de dados. Sendo apenas um termo, não
impacta padrões existentes nem adiciona requisitos a hardware de leitura (GTIN
Info, 2005). O UPC é uma forma existente do GTIN. A família de estruturas de dados
do GTIN e as aplicações de cada variante são mostradas na TAB 3.1:
40
TAB 3.1 Estruturas do GTIN
*7,1
(EAN/UCC-13)
Uso geral para todos os itens, que recebem preço e podem ser
comercializados pela cadeia de suprimentos. Itens unitários; embalagens multi-
packs, e algumas caixas - quando constam no catálogo de vendas de um
fornecedor, são referência para pedido de compra e ficam a disposição para
compra pelo consumidor final. A Numeração GTIN-13 é a identificação básica
de todo item.
*7,1
(EAN/UCC-8)
Aplicação em unidades de consumo muito pequenas. Numeração totalmente
controlada pelas Organizações GS1 (no Brasil: GS1 Brasil). Trata-se de uma
exceção de aplicação, pois o uso geral pede numerações de 13 dígitos.
*7,1
(EAN/UCC-14
ou ITF-14)
Aplicação freqüente em unidades logísticas, caixas; fardos; containers;
contendo grupo de itens homogêneos. Os 14 dígitos podem constar no
catálogo de vendas de um fornecedor, e podem ser referência para pedido de
compra. Todavia, não podem ser processados na frente de loja do varejo
(check-out), mas são aproveitados em toda a movimentação da carga, até o
recebimento e estoque do varejo. A numeração GTIN-14 identifica grupo de
itens contidos numa unidade logística, possibilita o cadastro da descrição dos
itens contidos (que são idênticos) e a quantidade deles embalado na caixa ou
fardo. alguns estabelecimentos comerciais americanos e canadenses, que
já aceitam numerações até 14 dígitos.
*7,1
(UPC-A)
Aplicação em itens exportados para os EUA e Canadá, até jan. de 2005.
alguns estabelecimentos comerciais americanos e canadenses, que já aceitam
numerações até 14 dígitos.
A FIG 3.4 mostra algumas codificações correspondentes às estruturas citadas na
tabela acima:
41
FIG 3.4 Família de estruturas do GTIN
O ideal, no entanto, seria a utilização de apenas uma destas estruturas como
referência. A escolha natural recai sobre a versão com 14 dígitos, devido a sua
maior capacidade de codificação. A tradução” das estruturas menores para ela é
feita apenas adicionando zeros à esquerda dos dígitos significativos (FIG 3.5):
FIG 3.5 Mapeamento de estruturas para o GTIN-14
42
Embora esteja associado com os códigos de barras em razão das circunstâncias
de sua criação, o GTIN, conforme mencionado anteriormente, é uma estrutura de
dados passível de implementação sob vários métodos diferentes. O advento de
novas tecnologias pode fazer uso dessa mesma estrutura, com a vantagem de
aproveitamento das bases de dados existentes.
Com a possibilidade dessas novas tecnologias em mente, desenvolveu-se o
conceito de Código Eletrônico de Produto (Electronic Product Code ou EPC). Na
realidade, o EPC é uma extensão do GTIN, com capacidade aumentada para
suportar o armazenamento de um número de série exclusivo a cada item. A
estrutura básica de um EPC é mostrada na FIG 3.6:
FIG 3.6 Estrutura básica de um EPC
O “cabeçalho” contém informações sobre o comprimento, tipo, estrutura e versão
do EPC. Os campos intitulados fabricante” correspondem ao digo da entidade
responsável pelas partições seguintes. A classe de objeto” identifica o tipo de objeto
representado, e o “número de série” identifica a instância (objeto único).
Como esta estrutura possui maior capacidade que o GTIN, novamente se utiliza o
recurso do preenchimento com zeros. Ressalta-se apenas que o mapeamento de
todos os campos não é direto, pois a ordem de alguns deles encontra-se trocada no
EPC. Este mapeamento não será analisado no momento.
Uma das tecnologias que explora toda a capacidade de armazenamento de
informações do EPC é a RFID, que foi uma das principais motivações para seu
desenvolvimento. É o caminho apontado pela evolução das formas de Captura
Automática de Dados. Esta tecnologia passa a ser analisada na próxima seção.
43
3.3 A EVOLUÇÃO: RFID
A tecnologia RFID se baseia em ondas de rádio para intercâmbio de dados,
permitindo realizar remotamente o armazenamento e a recuperação de informações,
de modo a dispensar a proximidade ou mesmo a presença de um operador. Como
não necessidade deste para realizar especificamente a tarefa de entrada de
dados, trata-se de um meio genuíno de captura automática.
uma grande variedade de fontes que ressaltam que a idéia da RFID não é
nova; segundo LANDT (2005), havia trabalhos explorando o tema na década de
1940, antes mesmo que toda a tecnologia para isso estivesse disponível. Isso
decorreu do crescimento do uso do radar, criado na década de 1920, que constituía
uma aplicação militar do uso de ondas de rádio.
O primeiro uso prático da RFID ocorreu na Segunda Guerra Mundial (MILLER,
2000). Os ingleses se valeram de um sistema no qual seus aviões eram equipados
com um WUDQVSRQGHU (etiqueta eletrônica), de modo a dar um sinal apropriado, que
avisava automaticamente se o avião era amigável ou não. Este sistema fora então
denominado ,)) (,GHQWLI\)ULHQGRU)RH), e é utilizado até hoje.
Tal como existe atualmente, a RFID é um sistema - e não um produto isolado -
que consiste de alguns componentes básicos. Segundo HARMON (2005), são eles:
etiqueta(s) RF, elemento(s) a ser(em) detectado(s); antena(s) para enviar e receber
sinais de rádio; leitor(es) para tratar a forma do sinal enviado ou recebido;
computador(es) e software apropriado para traduzir informações palpáveis em
comandos para o leitor e vice-versa. Na FIG 3.7, encontra-se um esquema contendo
os componentes básicos de um sistema RFID:
44
FIG 3.7 Componentes básicos de um sistema RFID
O funcionamento de um sistema RFID é bastante simples do ponto de vista do
seu utilizador, pois as operações realizadas pelo sistema quanto à leitura dos dados
são em sua maioria invisíveis e praticamente instantâneas. Sua seqüência de
funcionamento encontra-se descrita a seguir:
TAB 3.2 Funcionamento de um sistema RFID
1 A aplicação gerencia o leitor e emite comandos
2 É gerado um sinal portador pelo leitor (a pedido da aplicação)
3 O sinal é enviado pela(s) antena(s)
4 O sinal atinge a(s) etiqueta(s)
5 A etiqueta modifica o sinal portador (“devolve” o sinal modulado)
6 A(s) antena(s) recebe(m) o sinal modulado e envia(m) para o leitor
7 O leitor decodifica os dados
8 Os resultados são retornados para a aplicação
Após estas descrições em linhas gerais, é feita na próxima seção uma descrição
mais detalhada das características relevantes desta tecnologia. Por meio da análise
destas e das vantagens trazidas, torna-se possível compreender a relevância do
tema para a evolução dos sistemas logísticos.
45
3.3.1 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Na Seção 3.2, foi mencionada a questão da padronização das estruturas de
dados. Uma vez que o EPC foi definido como a estrutura a ser representada, serão
mencionadas as características físicas e operacionais dos principais materiais e
equipamentos utilizados para proporcionar esta representação. Destes, o elemento
mais importante e característico é a etiqueta inteligente.
Segundo o RFID JOURNAL (2005), uma RFID tag (etiqueta) é um microchip
ligado a uma antena e embalado de forma a possibilitar sua aplicação a um objeto.
Ela contém um número serial único, mas pode conter outras informações. As
etiquetas vêm em vários formatos, como rótulos inteligentes que podem ter um
código de barras impresso sobre eles, fornecendo uma forma alternativa de leitura
em caso de não-detecção pelo leitor RF. Uma etiqueta 3-em-1” (RFID, código de
barras e leitura direta) é mostrada na FIG 3.8:
FIG 3.8 Etiqueta 3-em-1: frente (esquerda) e interior (direita)
As etiquetas se dividem em dois grupos principais: ativas ou passivas. Um
resumo das principais distinções entre estes grupos pode ser observado na TAB 3.3:
46
TAB 3.3 Caracterização de etiquetas ativas e passivas
Ativa Passiva
A etiqueta transmite sinal de rádio A etiqueta reflete o sinal de rádio do leitor
Memória, rádio e circuitos utilizam bateria Alimentada pelo leitor
Maior distância de leitura (~ 90 metros) Menor distância de leitura (10 cm - 4,5 m)
Além dos atributos citados, as etiquetas diferem umas das outras pelo tipo de
memória, que pode ser Read-Only ou ROM (somente leitura), Read/Write ou R/W
(permite leitura e escrita remotas) ou WORM (Write Once, Read Many - pode ser
escrita apenas uma vez durante a fase de operação e, a partir daí, apenas lida).
Com relação à capacidade de memória, variedades, desde 16 bits até mais de
512 kBytes, embora se considere que alguns sistemas antigos de EAS (Electronic
Article Surveillance - Vigilância Eletrônica de Artigos) para prevenção de furtos de
mercadorias em lojas usem etiquetas de 1 bit” (LANDT, 2005). Estas são capazes
de informar apenas sua presença, não fornecendo uma identificação do item.
Características físicas como formato e tamanho são resultantes do modo de
construção das etiquetas. Quanto mais acessível a tecnologia utilizada, também o
será a etiqueta resultante. Por exemplo, a tecnologia CMOS (Complementary Metal-
Oxide-Semiconductor), que é amplamente usada na indústria por permitir criar
circuitos relativamente complexos em espaço reduzido (SEDRA, 1995), opera com
baixo consumo e pouco aquecimento, de modo que está presente nas etiquetas
mais populares.
A característica mais importante da etiqueta, do ponto de vista de sua utilização, é
a freqüência com que ela se comunica com o leitor. Neste quesito, diversas
possibilidades (na realidade, seriam infinitas, não fossem os padrões de regulação
do espectro eletromagnético). Podem ser encontradas desde 125 kHz a 2.45 GHz -
sendo 13.56 MHz a mais popular”, empregada em Smart Cards” (cartões de
identificação pessoal).
Vale ressaltar que, devido à presença de bateria e o uso típico de memória R/W
com maior capacidade, as etiquetas ativas são mais caras que as passivas. Seu uso
possibilita o fluxo da informação nos 2 sentidos (NOGUEIRA FILHO, 2005). O código
de barras, por exemplo, permite leitura, ao passo que a RFID também permite
alteração dos dados lidos como na figura a seguir. No entanto, para a maioria das
47
aplicações comerciais, deseja-se apenas ler os dados presentes na etiqueta, de
modo que é suficiente o emprego das passivas.
FIG 3.9 Fluxos de informação possíveis: Código de Barras x RFID
Quanto ao leitor, normalmente se encontram no mercado exemplares que
possuem antena acoplada. Para aplicações específicas, é possível obter o leitor
em separado e antenas adicionais que permitam atender aos requisitos de
posicionamento das diversas aplicações. Os leitores em geral lêem tanto as
etiquetas passivas como ativas.
Grandes esforços atualmente se concentram na produção de leitores segundo o
paradigma single-chip”, isto é, reunir num único chip o circuito de comunicação e
seu microcontrolador. A finalidade dessa miniaturização é produzir unidades
extremamente portáteis para integrar computadores de mão, como na FIG 3.10:
FIG 3.10 Computador de mão com leitor acoplado
48
Com relação ao desempenho do sistema, pesquisas têm sido feitas no sentido de
melhorar a comunicação entre o leitor e a etiqueta, pois podem ocorrer perdas de
sinal em situações específicas, como na presença de metais (HARMON, 2005). Isto
pode ser um empecilho para a aplicação da RFID a contêineres, caso em que
devem ser utilizadas etiquetas ativas. Estas aliam um maior alcance a uma menor
suscetibilidade a interferências causadas por determinados tipos de metal, como
ferro e aço.
Para SCHERER (2004), no entanto, tantos avanços devem ser vistos com
cautela, pois a tecnologia tem um grande potencial de se tornar invasiva. Isto porque
o alcance das ondas de rádio é muito grande, de modo que cabe ao Governo e
demais órgãos reguladores estabelecer padrões, não para as freqüências
utilizadas, como também para o raio de ação dos leitores e equipamentos de
rastreamento de produtos.
3.3.2 FREQÜÊNCIAS UTILIZADAS
Apesar da existência de uma grande faixa de freqüências possível de ser
utilizada, apenas algumas estão de fato disponíveis, devido à regulação do espectro
eletromagnético. Esta regulação é extremamente necessária para o próprio
funcionamento do sistema, pois minimiza a possibilidade de interferência da RFID
em outros sistemas de comunicação por rádio e vice-versa.
Associações pioneiras como a Automotive Industry Action Group (2006), que tem
a finalidade de promover a cooperação entre os diversos membros da cadeia de
suprimentos automobilística, reconhecem a necessidade de uniformizar a banda
utilizada. Por esta razão, a freqüência por eles utilizada para RFID, por exemplo, se
encontra na faixa próxima aos 900 MHz.
Na vizinhança desta freqüência, e até os 2.4 GHz, também foram definidas as
bandas ISM (Industrial, Scientific and Medical). Segundo o European
Telecommunications Standards Institute (2005), tratam-se de freqüências
originalmente reservadas internacionalmente para uso não-comercial dos campos
eletromagnéticos de RF (rádio-freqüência) em prol de propósitos industriais,
49
científicos e médicos. Os usos dessas bandas por países individuais, no entanto,
podem diferir devido a variações nas regulações nacionais de rádio.
Institutos e órgãos de padronização também selecionaram bandas para utilização
da RFID. O GTAG (Global Tag) foi uma iniciativa de padronização do GS1 (ex-
EAN.UCC), lançada em março de 2000, para rastreamento de bens e logística, a
qual foi projetada que utilizasse a faixa de 860 a 930 MHz. Contudo, segundo um
artigo do RFID Journal de 23/05/2003 (UCC READY TO COMMERCIALIZE EPC,
2005) o padrão EPC (desenvolvido pela EPCglobal) suplantou o GTAG na corrida
para se tornar o padrão mundial e passou a usar também outras freqüências.
que se mencionar ainda a participação do Institute of Electric and Electronics
Engineers (2006) na padronização do espectro utilizado, principalmente porque sua
especificação 802.11 para redes sem fio (em especial a versão 802.11b) utiliza
freqüências na faixa dos 2.4 GHz, mencionada nesta seção. Um breve resumo
das freqüências utilizadas para RFID, algumas das suas características principais e
das correspondentes aplicações se encontra na TAB 3.4:
TAB 3.4 Freqüências e características associadas. Fonte: HARMON (2005)
)UHTrQFLD
5HJXODomR $OFDQFH
7D[DGH
'DGRV
&RPHQWiULRV
125-150
kHz
Basicamente não regulado §FP Baixa
Identificação animal
e sistemas de coleta
de dados de
fabricação
13.56 MHz
Banda ISM, diferentes níveis de
potência e ciclo de operação
< 1m
Baixa a
moderada
Freqüência popular
para Smart Cards
433 MHz
Dispositivos de Curto Alcance
(Short Range Devices - SRD) não
específicos, sistemas de localização
1 – 100 m Moderada
Rastreamento de
pallets para o U.S.
DoD (Depto. de
Defesa Americano)
860-930
MHz
Banda ISM; uso vem aumentando,
diferentes níveis de potência e ciclo
de operação
2 – 5 m
Moderada
a alta
EAN.UCC GTAG
(GS1), AIAG B-11
(Pneus)
2450 MHz
Banda ISM, diferentes níveis de
potência e ciclo de operação
1 – 2 m Alta
IEEE 802.11b,
Bluetooth, AIAG B-
11
50
Na próxima seção, serão analisadas especificamente algumas das aplicações
práticas da RFID na Cadeia de Suprimentos, que se utilizam em geral a faixa de 860
a 930 MHz. No entanto, somente será feita menção a este assunto quando
necessário ao entendimento.
3.4 APLICAÇÃO DE RFID À CADEIA DE SUPRIMENTOS
Em virtude de possibilitar, por meio da comunicação sem fio, a realização da
identificação sem contato dos itens e a captura dos dados simultaneamente, tornam-
se numerosas as aplicações possíveis da RFID. Ao longo da Cadeia de Suprimentos
de qualquer instituição analisada, necessidade de lidar com a captura de dados
em vários pontos.
Este grande potencial da tecnologia RFID já foi percebido por diversas instituições
que têm conduzido pilotos desde as primeiras implementações da tecnologia.
Destaca-se o pioneirismo do Wal-Mart, que contribuiu bastante para o início da
popularização da tecnologia através de um artifício: criou a exigência de que todos
os produtos entregues por seus fornecedores fossem identificados com etiquetas RF
(SCHERER, 2004).
Ressalta-se apenas que o custo desta tecnologia ainda é alto. Por esta razão,
deve-se entender que a identificação dos produtos dos fornecedores do Wal-Mart,
em sua maioria, tem sido realizada em nível de pallet (SDOOHWOHYHO ou uma etiqueta
por pallet) e não em nível de item (LWHP-OHYHO).
Com relação à RFID, outro exemplo de HDUO\ DGRSWHU (adotante prematuro) é o
U.S. DoD - o Departamento de Defesa norte-americano (UNITED STATES
DEPARTMENT OF DEFENSE, 2005). É considerado um dos GULYHUV
(direcionadores) dessa tecnologia, da mesma forma que foi em relação aos códigos
de barras. Após testes-piloto de rastreamento de pallets, realizados em um terminal
de cargas da Marinha em Norfolk, o U.S. DoD também passou a fazer a exigência
da RFID para identificação dos suprimentos recebidos.
No Brasil, um exemplo de início da adoção da tecnologia RFID ocorreu no caso
estudado por NOGUEIRA FILHO (2005). É um piloto voltado à gestão de pallets,
envolvendo o Grupo Pão de Açúcar (Companhia Brasileira de Distribuição), a CHEP,
51
a Procter & Gamble e a Gillette. Após a obtenção de um índice de leitura de 97%
(considerado bastante aceitável para um piloto), iniciou-se um processo de
implementação gradual da tecnologia.
Em todos os casos citados acima, uma das lições aprendidas foi a verificação da
necessidade de permitir a convivência entre a RFID e a identificação via códigos de
barras. Isto não é um problema, desde que o código de barras também represente o
EPC e haja coerência na identificação individual, ou seja, o número (código) de
identificação seja o mesmo para todas os meios utilizados (RFID, código de barras
ou leitura direta).
Este tipo de redundância de informações es presente na etiqueta 3-em-1”,
mostrada na figura 3.8 (Seção 3.3.1). Pode ser admitido, em virtude de
necessidade, que o código de identificação não seja o mesmo em todas as
representações, porém é mandatório que, neste caso, o mapeamento de uma
representação em outra seja feito pelo sistema de forma imediata.
Baseado nas características da RFID e na observação dos casos citados,
constata-se que as aplicações mais promissoras da tecnologia se encontram na
eliminação de “gargalos” causados pelos processos de entrada de grandes
quantidades de dados. Estes “gargalos” coincidem com os pontos sensíveis
apresentados na Seção 2.2 e serão analisados individualmente a seguir.
3.4.1 APLICAÇÃO AO CONHECIMENTO DE EMBARQUE
A confecção do documento de conhecimento de embarque, como visto
anteriormente, deve ser precedida pela conferência dos itens a serem embarcados.
Ela normalmente é realizada na rampa de embarque das mercadorias ou nas
proximidades da mesma. Mesmo nos casos em que esta conferência não se realiza
em nível de item (a maioria), a quantidade de volumes a examinar costuma ser alta.
Uma das formas de imprimir mais eficiência a este procedimento é a utilização da
RFID na própria rampa de embarque, em substituição à verificação visual das
mercadorias ou paletes. O pré-requisito para o funcionamento do sistema é a
afixação de etiquetas inteligentes nas mercadorias ou paletes controlados
52
(denominados genericamente de unidades passantes), contendo seus códigos de
identificação.
Posiciona-se na rampa um portal, no qual se fixam as antenas para detecção das
unidades. As antenas se ligam a leitores que, por sua vez, transmitem os códigos
das unidades passantes para um computador. A operação de identificação pode
atualizar as informações do sistema em tempo real. Um esquema deste tipo de
montagem é mostrado na FIG 3.11:
FIG 3.11 Portal RFID para geração de conhecimento de embarque
A identificação realizada desta forma ocorre em uma fração de segundo. Caso as
etiquetas a serem detectadas sejam as do material no interior da caixa, e o uma
etiqueta afixada na mesma, é verificada a vantagem adicional de se dispensar a
abertura da caixa.
Uma vez que a confiabilidade das informações registradas é maior que na entrada
manual, o sistema pode estar organizado de maneira a imprimir o conhecimento de
embarque em ato contínuo à colocação das mercadorias no caminhão. Desse modo,
pode-se dizer que esta aplicação é bem caracterizada como uma geração
automática do conhecimento de embarque.
53
3.4.2 APLICAÇÃO À REPOSIÇÃO DE ESTOQUES
O problema da reposição de estoques, citado na Seção 2.2.2, tem na exatidão do
inventário seu foco principal. Como anteriormente não havia disponibilidade de
tecnologias ágeis para registro dos produtos que deixavam o estoque, a atualização
dos dados sobre o mesmo ocorria com muita defasagem em relação às saídas e
entradas. Assim, a realização periódica de inventário era a única forma de manter
controle sobre as quantidades existentes.
A RFID pode resolver este problema de duas maneiras: tanto na automatização
do inventário, como na atualização imediata dos dados do estoque após uma saída
ou entrada de produto. Em ambos os casos, pode-se imaginar uma montagem de
antenas em posições fixas como no exemplo da geração automática de
conhecimento de embarque.
Para a automatização do inventário, uma possibilidade é a instalação de uma ou
mais antenas no depósito de produtos. A quantidade varia em função da relação
entre o alcance de uma antena e a área do depósito. São comuns aplicações que
utilizam antenas de prateleira, que enviam dados para um leitor localizado em um
ponto da fileira do estoque. A consolidação das quantidades em estoque (inventário)
é feita num computador que reúne os dados provenientes dos leitores, como visto na
FIG 3.12:
FIG 3.12 Consolidação de quantidades em estoque
54
Esta montagem possibilita a realização de inventário com qualquer freqüência
desejada, uma vez que não importa em contagens demoradas e conseqüente
paralisação das demais atividades (principalmente de venda). Cria ainda a
possibilidade de apresentação de relatórios de estoque em tempo real.
Quanto à atualização dos dados do estoque, no caso da utilização das antenas de
prateleira citadas, ela pode ocorrer automaticamente - bastando para isso que se
realize o inventário a cada saída ou entrada de produto na prateleira. No entanto, se
o custo da colocação dessas antenas for proibitivo, outra possibilidade é realizar
apenas um inventário inicial e manter antenas somente nas portas de entrada e
saída de produtos, como a antena/leitor (em cinza, à esquerda) na FIG 3.13:
FIG 3.13 Atualização de estoque por entrada/saída de produtos
Esta configuração também permite obter as quantidades em estoque em tempo
real. Desta forma, a determinação do ponto de pedido é feita com bastante precisão.
Pode-se, inclusive, programar o sistema para emitir um alarme ao atingir essa
condição ou até emitir o pedido ao fornecedor automaticamente.
Nesta última situação, a integração com o fornecedor possibilita a chamada
reposição automática de estoque”, na qual se obtém o máximo da agilidade
potencial da RFID. Assim, a realização do ressuprimento pode independer da
intervenção humana e eliminar os erros dela decorrentes.
55
3.4.3 APLICAÇÃO AO RASTREAMENTO DE PRODUTOS
A última etapa do processamento de pedidos é o rastreamento dos produtos
constantes da carga a ser entregue. Embora tenha sido listada em último lugar, esta
etapa ocorre ao longo de todo o ciclo do pedido, pois uma de suas finalidades é
justamente determinar em que ponto da Cadeia o material se encontra.
O problema tratado guarda semelhança com o descrito na seção anterior, no
sentido de que o controle da integridade da carga transportada deveria passar pela
realização de um ou mais inventários” durante o trânsito das mercadorias. A
utilização das formas tradicionais de contagem e conferência seria, no mínimo,
demorada e sujeita a erros, quando viável.
A RFID pode resolver este problema, por exemplo, por meio da colocação de
etiquetas R/W nas unidades maiores (pallets e contêineres), criando um meio para
armazenamento das informações constantes das etiquetas passivas afixadas nos
itens ou caixas nelas contidos. Um leitor (com capacidade de escrita) no contêiner
ou caminhão em que as caixas ou itens se encontram atualiza a etiqueta R/W caso
seu conteúdo mude.
Dessa forma, é possível obter uma situação instantânea da carga transportada
com a freqüência desejada, de forma similar ao obtido para a situação descrita na
Seção 3.4.2. Esse instantâneo” é o inventário realizado em movimento, que pode
ser aliado, por exemplo, aos dados de localização obtidos por um GPS (Sistema de
Posicionamento Global) e transmitido à empresa ou ao cliente, como ilustrado na
FIG 3.14:
56
FIG 3.14 Localização e verificação de integridade em tempo real
Obtêm-se, assim, informações precisas e atuais sobre as condições da carga e
sua localização, fornecendo os meios para decisões relativas à carga transportada e
aumentando a confiabilidade do serviço da empresa. A disponibilização dessas
informações por meio da Internet, por exemplo, permite acesso às mesmas a partir
de qualquer local no mundo, e já é prática adotada por diversas organizações.
57
 $3/,&$d212(;e5&,72',675,%8,d2'(3È5$48('$6
4.1 APLICAÇÕES CONSIDERADAS E SELEÇÃO
Para efeito de teste da RFID e análise de seu potencial, faz-se mister a seleção
de um trecho de uma Cadeia de Suprimentos envolvendo pelo menos uma
Organização Militar (OM) do Exército. Diversas são as possibilidades, uma vez que
as missões do Exército - dentre elas a garantia da soberania, da lei, da ordem e dos
poderes constitucionais - requerem um apoio logístico eficaz e eficiente.
O C100-10 (2003) menciona a posição relevante da logística na solução de
problemas de apoio às forças militares: Em várias oportunidades, a logística, mais
do que outros sistemas operacionais, foi o fator determinante de vitórias e derrotas,
evidenciando que o resultado final das operações é claramente influenciado por ela
e pela capacidade de melhor executá-la”.
Evidencia-se, assim, uma necessidade do Exército (e das Forças Armadas em
geral) de eficiência em seus processos logísticos, principalmente em razão das
operações que desempenha. Desse modo, pode-se analisar praticamente qualquer
OM, uma vez que todas estão inseridas em Cadeias de Suprimentos, organizadas
para garantir seu funcionamento e o da Força como um todo.
Esta multiplicidade de possibilidades é reforçada pela definição de suprimento
encontrada no R-3 (1990). Segundo o artigo 56 do mesmo, dá-se a denominação
de suprimento a todos os recursos materiais necessários à vida de uma OM.
Entende-se também como suprimento o ato ou efeito de fornecer tais recursos.”
No entanto, o presente trabalho é voltado especificamente àquelas OM que têm a
missão de gerenciar o suprimento para outra(s) OM ou para alguma missão
específica. Segundo o artigo do R-3, estas OM têm a nomenclatura de Órgão
Provedor”, que é dada a todo “órgão incumbido da execução das atividades de
suprimento, manutenção e controle de materiais de interesse do Exército”.
Dessa forma, são apresentadas algumas dessas OM com função de suprimento,
consideradas com potencial para ambientar este trabalho. Após a realização de uma
análise, uma dentre elas foi selecionada em função das características verificadas.
Segue-se a isto a descrição das atividades realizadas na OM selecionada.
58
4.1.1 DEPÓSITO DE SUPRIMENTO
O 1
o
Depósito de Suprimento (1
o
D Sup) foi criado em 01 de julho de 1927, com a
denominação de Serviço de Subsistência da 1
a
Região Militar (1
a
RM)”. Sua missão
específica inicial era prover forragem para os animais das unidades da 1
a
RM, que
compreende as Organizações Militares (OM) do Exército Brasileiro (EB) situadas nos
Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Em 1965, recebeu a denominação histórica de Estabelecimento Pandiá
Calógeras” e finalmente, em 1992, recebeu a denominação atual. Em 04 de maio de
2000, foi determinada a extinção de outra OM de suprimento, o 14
o
D Sup, e
conseqüente junção de suas atividades e instalações ao 1
o
D Sup.
Atualmente, a operação do 1
o
D Sup envolve o suprimento para diversas outras
OM, muitas vezes fora do âmbito da 1
a
RM. O material distribuído pelo D Sup pode
pertencer a 7 das 10 classes de suprimento existentes no Exército Brasileiro (EB),
listadas na TAB 4.1:
TAB 4.1 Classes de suprimento
CLASSE I Material de subsistência
CLASSE II Material de intendência
CLASSE III Combustíveis, óleos e lubrificantes
CLASSE IV Material de construção
CLASSE V Armamento e munição
CLASSE VI Material de Engenharia
CLASSE VII
Material de Comunicações, Eletrônica e Informática
CLASSE VIII
Material de saúde
CLASSE IX Material de motomecanização e aviação
CLASSE X Demais tipos de materiais
Os materiais de Classe I o basicamente gêneros alimentícios. os da Classe
II são: fardamento, roupas de cama, material de copa e outros relativos à
manutenção das atividades diárias da OM, bem como itens de apoio à instrução.
Constituem a maior parte do volume de material movimentado pelo D Sup, e alguns
desses itens requerem cuidado especial, como os gêneros perecíveis.
59
As Classes III, IV e V não são controladas pelo D Sup, por razões específicas a
cada uma. Os combustíveis (Classe III), geralmente, são adquiridos diretamente da
empresa distribuidora e armazenados em tanques subterrâneos nas OM
consumidoras. O material de construção (Classe IV) não é armazenado, pois se
deteriora rapidamente sob umidade, sendo comprado apenas em ocasião de
realização de obras. Os itens de armamento e munição (Classe V) são estocados,
porém, têm a peculiaridade de utilizar dois depósitos distintos para isto: o D C Mun
(Depósito Central de Munição) e o D C Arm (Depósito Central de Armamento).
A Classe VI envolve o material de apoio à operação, que facilita ou possibilita as
missões da tropa. Inclui pontes móveis, grupos geradores e outros itens que se
caracterizem como produtos de atividade de engenharia, com exceção de material
com eletrônica incorporada, pertencente à Classe VII. A Classe VIII corresponde aos
medicamentos e material de Saúde. Sob a Classe IX, encontram-se as peças de
reposição e itens de manutenção de viaturas ou aeronaves. O material não
enquadrado em nenhuma das classes anteriores, como ferramentas bastante
específicas e outros itens de difícil classificação, pertence à Classe X.
Resumidamente, a missão do D Sup se divide em 3 atividades principais:
¾ Realizar o suprimento de material das Classes I e II para a 1
a
RM;
¾ Realizar o suprimento de material das Classes VI, VII, VIII, IX e X para todo o EB;
¾ Realizar o desembaraço alfandegário das importações e exportações para o EB.
Lidando com diversos tipos de material e com movimentações de grandes
quantidades de mercadorias, o D Sup se ressente de uma tecnologia que possibilite
ganhos de agilidade em seus processos de recebimento / expedição e mesmo na
determinação das atuais quantidades em estoque. No entanto, para efeito de teste
da tecnologia RFID, há alguns inconvenientes, listados a seguir.
Em primeiro lugar, a maioria das movimentações de material do D Sup se
concentra nas Classes I e II, como mencionado. Estes tipos de material se
caracterizam por seu baixo valor agregado, razão pela qual um teste de aplicação da
tecnologia em nível de item seria impraticável. Mesmo identificações em nível de
pallet seriam trabalhosas, pois deveriam ser precedidas da catalogação dos itens de
suprimento, o que foge ao escopo deste trabalho.
Outro inconveniente seria a impossibilidade de testar uma das maiores
potencialidades da RFID, que é sua vocação para o rastreamento de material. Para
60
que isto fosse viável, seria necessário que os fornecedores do D Sup enviassem
material identificado dessa maneira ou, ao menos, as OM clientes realizassem a
captura dos dados no elo seguinte da Cadeia por meio de RFID. No entanto,
nenhuma das duas configurações foi verificada quando da visita ao D Sup.
4.1.2 DEPÓSITO CENTRAL DE MUNIÇÃO
Uma característica do D C Mun que favorece a intenção de se utilizar a RFID é o
controle de munição com foco no rastreamento. É essencial a manutenção de
informações sobre a origem e destinação das munições sob sua responsabilidade,
devido não apenas ao alto valor agregado das mesmas, mas também ao valor
estratégico que estas possuem. A perda de uma carga de munição representa um
risco à segurança de toda a sociedade.
que se mencionar, no entanto, a ocorrência também no D C Mun de um dos
problemas citados no D Sup. A falta de integração com os fornecedores e os
consumidores, com relação à utilização de RFID por parte destes, inviabiliza os
testes por requerer um trabalho prévio de adaptação da Cadeia. Não seria possível
realizar tal adaptação no tempo disponível à execução deste trabalho.
Uma particularidade do D C Mun traz ainda outros empecilhos à utilização da
RFID: a própria munição. Seu revestimento é feito de metal, e sua composição
envolve material explosivo, em geral pólvora. Dessa forma, as etiquetas passivas,
selecionadas para teste por seu menor custo, sofreriam muita interferência devido ao
metal. Além disso, não é recomendável a utilização de equipamentos emissores de
radiação eletromagnética no interior dos paióis de munição, devido ao risco de
explosão por um eventual centelhamento.
61
4.1.3 BATALHÃO DE DOBRAGEM, MANUTENÇÃO DE PÁRA-QUEDAS E
SUPRIMENTO PELO AR
A criação do Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento
pelo Ar (B DoMPSA) remonta à Companhia de Especialistas, orgânica da Escola de
Pára-quedistas, que teve sua criação conferida pelo Decreto-Lei 8444, de 26 de
dezembro de 1945. A Companhia possuía como fração um Pelotão de
Conservadores-Artífices. Concomitantemente, foi instalado o Núcleo de Formação e
Treinamento de Pára-quedistas, como base para a organização da citada Escola.
Surgiu, assim, a primeira instituição a integrar o trato direto com pára-quedas,
sendo responsável pelo seu recebimento, inspeção, dobragem e conservação. Com
o desenvolvimento das atividades aeroterrestres, surgiu a Companhia de
Manutenção de Pára-quedas, em lugar da Companhia de Especialistas. Sua
finalidade inicial era ensinar a dobragem de pára-quedas no curso básico de pára-
quedista militar, para o próprio aluno dobrar seu pára-quedas.
Em 17 de dezembro de 1957, passou a se chamar Companhia de Suprimento e
Manutenção de Pára-quedas, por conta de sua atividade de lançamento pelo ar. Em
1969, passou a ser denominada Companhia de Dobragem e Manutenção de Pára-
quedas e Suprimentos pelo Ar (Cia DoMPSA), por materializar todas as atividades
desenvolvidas. O aumento de efetivo, material e instalações, necessário à
manutenção das atividades, elevou a Cia à condição de Batalhão. Assim, em janeiro
de 1986, passou a ter a nomenclatura atual.
Também no B DoMPSA, são diversas as atividades de suprimento. No entanto,
destaca-se o tratamento de seu item principal: o pára-quedas. As características
deste item e do próprio Batalhão fazem com que as vantagens de utilização da RFID
superem os empecilhos presentes no caso dos dois Depósitos citados
anteriormente.
Primeiramente, o pára-quedas é um material bastante específico e possui um alto
valor agregado, de modo que o controle por meio da RFID é plenamente justificável
do ponto de vista econômico, inclusive para identificação em nível de item. Além
disso, o pára-quedas é retornável (reutilizável), de modo que a etiqueta afixada no
mesmo não é perdida.
62
Outra característica que motiva a seleção do B DoMPSA para o estudo é o fato de
praticamente toda a Cadeia de Suprimentos relativa ao item pára-quedas se
encontrar em um mesmo local, como será visto adiante. Desse modo, está vencida a
barreira da integração com os elos anteriores e posteriores da Cadeia, pois neste
caso é viável propor sua adaptação por completo.
Vale ressaltar ainda que os pára-quedas, por serem itens sensíveis e passíveis de
sofrerem danos físicos durante sua utilização, recomendam a realização de seu
rastreamento e a confecção de históricos de utilização e manutenção. Esta
preocupação existe, sobretudo, em virtude do fato de que tais avarias podem causar
acidentes ou mortes.
Passa-se, então, à modelagem de um sistema baseado em RFID para o B
DoMPSA. Esta modelagem consiste primeiramente de uma Análise de Requisitos
contendo a descrição textual das atividades desempenhadas, de onde serão
destacados os dados e formas de uso mais importantes de um sistema para controle
dos pára-quedas.
4.2 DESCRIÇÃO TEXTUAL DAS ATIVIDADES DO B DOMPSA
O B DoMPSA, situado na Brigada Pára-Quedista (Bda Pqdt), na Vila Militar do Rio
de Janeiro, tem diversas atividades, dentre elas a distribuição, o recolhimento e a
manutenção de pára-quedas e a realização de suprimento pelo ar. Esta última
atividade pode envolver praticamente qualquer das classes de material listadas na
seção 4.1.1. No entanto, para efeito deste trabalho, somente serão consideradas as
primeiras, nas quais se adota a interpretação do pára-quedas como item controlado,
e não como material auxiliar (meio) na distribuição de outros suprimentos.
Assim sendo, passa-se à caracterização da Cadeia de Suprimentos do pára-
quedas, com a descrição de cada um de seus elos ou atividades componentes. Para
isto, é interessante analisar inicialmente a configuração física da mesma, tal como se
encontra na Bda Pqdt. Esta configuração é mostrada na FIG 4.1:
63
FIG 4.1 Cadeia de Suprimentos dos pára-quedas
A seta cheia mostra o canal físico de distribuição dos pára-quedas, desde sua
saída do depósito principal até sua utilização no salto. Após essa atividade, é
realizado um procedimento logístico reverso iniciado no recebimento, percorrendo
todo o canal físico de recolhimento (seta tracejada) até a nova disponibilização dos
pára-quedas no depósito.
Cada local citado tem uma ou mais atividades características, fundamentais à
correta execução do ciclo ilustrado acima. Cada um destes pontos da cadeia será
analisado individualmente, nas seções que se seguem.
4.2.1 TORRE”
A torre” consiste de um pavilhão destinado à verificação física dos pára-quedas
que entrarão no depósito. Estes pára-quedas podem ser provenientes de uma
aquisição ou de uma devolução após sua utilização em um salto. A FIG 4.2 mostra o
interior da “torre”:
64
FIG 4.2 Local de verificação dos pára-quedas
Para esta verificação, a torre” possui uma altura considerável, maior que a dos
outros pavilhões, que permite que o pára-quedas seja pendurado para inspeção
visual. Após ter sido pendurado, ele é aberto e analisado em busca de eventuais
avarias, resultantes de defeito de fabricação ou de algum incidente durante a
atividade de salto.
Vale ressaltar que o pára-quedas, quando utilizado em condições adversas, pode
ser devolvido apresentando bastante sujeira. Nestes casos, como o pára-quedas é
feito de tecido, é necessário que se realize uma lavagem prévia à tarefa de
inspeção. Esta lavagem também é feita no interior da “torre”.
Caso o pára-quedas esteja em boas condições de uso, ele é enviado para o
próximo ponto da cadeia, que é a dobragem. Caso contrário, ele sai de seu fluxo
normal e é enviado para a manutenção, de onde sai após o conserto, sendo
encaminhado em seguida à torre” para nova inspeção. O encaminhamento à
manutenção é acompanhado de uma anotação, em papel, contendo a descrição do
dano encontrado.
65
4.2.2 DOBRAGEM
A dobragem, que possui um pavilhão exclusivo para sua realização, é feita após o
recebimento do pára-quedas aprovado na inspeção da torre”. O procedimento de
dobragem pode ser visto na FIG 4.3:
FIG 4.3 Dobragem de pára-quedas
Este procedimento consiste basicamente da colocação do pára-quedas sobre
uma grande mesa, dimensionada para a dobragem, e a realização da mesma. Em
seguida o pára-quedas é acondicionado em seu invólucro (mochila específica para o
pára-quedas) e fica em condições de ser enviado ao depósito.
O pessoal da dobragem mantém um registro das quantidades de pára-quedas
dobrados, classificados por tipo, para prestar tais informações ao escalão superior.
Também é registrado o nome do responsável pela dobragem de cada pára-quedas.
Tais registros são feitos via anotação em papel.
66
4.2.3 DEPÓSITO
O depósito tem como atividade principal a guarda dos pára-quedas. Para isto,
conta com diversas prateleiras, identificadas segundo o tipo que contêm. Os pára-
quedas utilizados na Bda Pqdt são basicamente de 3 tipos. Dois se destinam a salto
individual: o MC-1 e o T10-B, sendo que o primeiro tem maior dirigibilidade que o
segundo. O terceiro tipo é destinado ao lançamento de carga, que ocorre nas
missões de suprimento pelo ar.
Também no depósito, é feita a catalogação dos pára-quedas, após sua aquisição
e inspeção inicial, que consiste de sua associação aos dois números de identificação
que possui: um código de barras e um número de invólucro (FIG 4.4). Este último
existe para possibilitar a leitura direta da identificação do pára-quedas em caso de
falha da leitura do código de barras. No entanto, os dois códigos não são iguais: é
necessária a consulta de uma tabela para realizar a associação de um ao outro.
FIG 4.4 Código de barras e número de invólucro do pára-quedas
67
O depósito mantém ainda o controle das quantidades de pára-quedas por tipo,
por condição física e por localização. Há também a monitoração de outras
características do pára-quedas, como sua vida útil. Um MC-1, por exemplo, pode ser
utilizado em 150 saltos comuns. Após esta quantidade de utilizações, o pára-quedas
passa a ser guardado separadamente dos outros em uso normal, e será utilizado
para operações envolvendo salto no mar. Cinco destes saltos encerram
completamente a vida útil do pára-quedas e, a partir daí, eles servem apenas como
meio auxiliar de instrução (MAI) para aprendizado em solo.
4.2.4 BAIUQUINHA”
A “baiuquinha” é possivelmente a mais complexa das estações analisadas.
Tecnicamente, ela é um posto avançado do depósito. Cabe aqui uma analogia com
um sistema de abastecimento de uma loja. Esta última, situa-se próxima ao ponto de
consumo de suas mercadorias e recebe reposições de estoque, sob pedido, de um
centro de distribuição (CD). Da mesma forma, a baiuquinha” se situa próxima à
pista de decolagem para as missões de salto e recebe reposições de pára-quedas,
sob pedido, do depósito.
As quantidades de pára-quedas solicitadas pela “baiuquinha” variam, portanto, em
função da quantidade de saltos a serem realizados no dia. A Companhia de
Comando da Bda Pqdt informa previamente o número de saltadores que participarão
dos lançamentos, de modo que os pára-quedas necessários sejam deslocados do
depósito para a “baiuquinha”, preferencialmente, no dia anterior.
Além da função de posto avançado para distribuição dos pára-quedas, cabe
também à “baiuquinha” a realização do registro de todos os saltos. Este registro é
feito por meio da associação do digo do pára-quedas ao código do saltador que o
recebe. A consolidação destas informações é feita em um documento chamado
Manifesto de Vôo e Lançamento” (chamado normalmente de manifesto” apenas).
Um trecho de manifesto pode ser visto na FIG 4.5 abaixo:
68
FIG 4.5 Trecho de manifesto
O manifesto guarda semelhança com um documento de conhecimento de
embarque, no sentido de que apresenta uma relação de todos os pára-quedas
embarcados para o salto. Como apresenta ainda a peculiaridade de conter a relação
de todos os saltadores associados aos respectivos pára-quedas, tem valor legal em
caso de acidente. Desse valor legal advém uma maior necessidade de exatidão em
sua confecção.
A confecção do manifesto, originalmente, era tarefa das OM da Bda Pqdt às quais
os saltadores pertenciam. Desse modo, no momento do recebimento do pára-
quedas para o salto, o manifesto já se encontrava praticamente pronto, pois continha
a relação dos saltadores previstos. Assim, faltava apenas o registro do código do
respectivo pára-quedas ao lado do nome de cada saltador, o que, apesar de feito via
anotação manual, era feito de forma relativamente rápida.
69
No entanto, devido a novas exigências com relação à flexibilidade desse
procedimento, no sentido de permitir que alterações fossem feitas no manifesto
minutos antes do embarque, passou-se a confeccionar o documento no momento da
distribuição dos pára-quedas. Foi esta modificação que motivou a adoção de um
sistema de identificação por códigos de barras.
O procedimento passou a ser realizado da seguinte forma: os saltadores entram
em fila por uma porta de entrada e, um a um, recebem o seu respectivo pára-
quedas. Fazem um “check-out” próximo à porta de saída, onde o operador do
sistema de controle os códigos de barras do militar e do equipamento e produz
uma lista que contém em cada registro: o nome do militar, o código do pára-quedas
recebido e a função desempenhada na atividade de salto (algumas das funções
possíveis são listadas na próxima seção).
O ganho em flexibilidade, no entanto, foi acompanhado de uma perda
considerável em agilidade, onerando o pessoal da “baiuquinha” e aumentando
bastante o tempo de preenchimento do manifesto. Um avião C-130 Hercules com 90
tripulantes, pelo novo procedimento, tem seu respectivo manifesto impresso em
aproximadamente 35 minutos. É muito tempo, principalmente em se considerando
que durante o período de instrução de novos saltadores, chegam a ser distribuídos
pára-quedas para a tripulação de 10 ou mais aviões desse porte, por dia.
4.2.5 SALTO
O salto, ilustrado na FIG 4.6, é a atividade fim do pára-quedas. Equivale, em sua
Cadeia de Suprimentos, a seu consumo”. Vale lembrar que este “consumo” é
exercido sobre um item retornável, de modo que devem ser mantidas informações
de rastreamento ao longo de todo o canal de distribuição, incluindo esta última
etapa. Isto possibilita a execução das etapas seguintes, no canal de recolhimento.
70
FIG 4.6 Salto de instrução
A execução do salto ocorre sob a coordenação do Mestre de Salto (MS), que é o
responsável pelo procedimento. A ele é entregue o manifesto e, após conferência
deste, o MS autoriza a decolagem. Sempre há um médico na aeronave, mesmo que
este não salte. Alguns dos demais tripulantes da aeronave assumem funções
específicas durante a missão.
Sobre o salto, ainda deve ser dito que pode ser realizado com a utilização de 3
tipos diferentes de aeronave para transporte: o C-130 (citado na seção anterior), o
C-115 e o C-95. Eles têm capacidades, em termos de tripulantes com equipamento
padrão, de 68, 32 e 13, respectivamente. As composições de tripulação mais usuais
para os 3 tipos de aeronave são mostradas na TAB 4.2:
71
TAB 4.2 Equipes por aeronave
&

&

&

(TXLSH3UHF
(TXLSH3UHF
(TXLSH3UHF
1
Prec 1
Prec 1
Prec
2
Prec 2
Prec 2
Prec
3
Aux Prec 3
Aux Prec 3
Aux Prec
4
DoMPSA 4
Aux Prec 4
Aux Prec
5
Aux DoMPSA 5
DoMPSA 5
DoMPSA
6
Médico 6
Aux DoMPSA
6
Aux DoMPSA
6DOWDGRUHV
7
Médico 7
Médico
7
... 8
Inter 8
A1
13
9
Aux Inter 9
A2
10
Aux MS 10
MS
6DOWDGRUHV
11
Saca Pino
11
... 12
Saca Pino
32
13
MS de Eq
14
MS de Eq
15
MS de Eq
6DOWDGRUHV
16
...
68
Como mencionado anteriormente, o embarque para o salto é feito na pista de
decolagem próxima à “baiuquinha”. A aterrissagem, na maioria dos casos, ocorre no
interior da Bda Pqdt por se tratar de saltos de instrução. Há outros casos, no
entanto, em que a missão exige que a aterrissagem ocorra em local distinto, no
âmbito do território nacional ou mesmo fora dele.
4.2.6 RECEBIMENTO
O recebimento dá início aos procedimentos de logística reversa atinentes ao pára-
quedas, sendo a primeira etapa do canal de recolhimento. Sua execução normal
consiste, primeiramente, do agrupamento de todos os pára-quedas utilizados (FIG
4.7), sob coordenação de um elemento DoMPSA presente.
72
FIG 4.7 Pára-quedas agrupados para conferência quantitativa
Em seguida, é feita a conferência dos pára-quedas. Esta conferência é feita junto
ao MS da aeronave, contra o manifesto de posse deste. Após sua realização, os
pára-quedas são encaminhados à “torre” para inspeção e posterior seguimento às
demais etapas da Cadeia, descritas anteriormente.
Quanto aos pára-quedas não utilizados no salto, estes são reunidos e enviados
de volta à baiuquinha (uma vez que continuam prontos para uso) ao invés de
prosseguir em seu caminho normal para a “torre”. Lá, eles aguardam sua distribuição
para um novo salto.
Estes procedimentos são, em geral, bem coordenados, sobretudo quando se o
no interior da Bda Pqdt. Quando o recebimento ocorre em outro local, torna-se maior
a necessidade de rigor na conferência - pois uma eventual viagem extra, para buscar
pára-quedas deixados para trás, pode ser muito custosa ou inviável.
Um detalhe, que dificulta a tomada de decisão em caso de erro no recebimento, é
o seguinte: a conferência é feita apenas por quantitativo, em nome da agilidade. O
ideal seria que fosse realizada uma verificação, mantendo a agilidade do processo,
de quais pára-quedas foram entregues - por meio do registro de seu código no ato
da entrega.
73
4.2.7 MANUTENÇÃO
A etapa de manutenção encontra-se fora do ciclo normal dos pára-quedas ao
longo da Cadeia. No entanto, é de vital importância na garantia da integridade sica
destes. A manutenção possui interface apenas com a torre”, pois recebe desta os
pára-quedas com defeito e os retorna a ela após os reparos cabíveis.
No pavilhão de manutenção, os pára-quedas, após serem recebidos no estado
em que se encontram, são deslocados de seu invólucro e abertos para exame. A
ênfase é dada na identificação dos problemas relatados pela inspeção da torre”,
constantes das anotações que acompanham o pára-quedas.
Estes problemas podem dizer respeito ao velame (tecido que compõe a superfície
do pára-quedas) ou aos cordões. No primeiro caso, a descrição vinda da torre deve
conter o setor do velame no qual o dano foi observado, e no segundo, em qual dos
cordões. Em ambos, deve ser descrita a natureza do dano: se rasgado, com falta de
pedaço ou outro. Os setores do pára-quedas, conforme representados na ficha de
manutenção utilizada atualmente, são mostrados a seguir:
FIG 4.8 Estrutura física de um pára-quedas
74
Após a realização da manutenção corretiva, que pode ser a costura ou a
substituição de alguma parte do pára-quedas, ele é restituído a seu invólucro e
considerado pronto. São registrados a manutenção realizada e o responsável por
ela. Daí, ele segue para a torre” e, caso sua condição seja normal, segue para a
dobragem. Caso alguma correção não tenha sido satisfatória ou nova avaria tenha
sido detectada, ele retorna à manutenção até que seja sanado o problema.
4.3 SÍNTESE DAS ATIVIDADES
As atividades realizadas pelo B DoMPSA seguem uma seqüência bem definida.
Esta seqüência é mostrada na FIG 4.9, que corresponde ao Diagrama de Atividades.
Este diagrama é a forma preconizada pela UML (Unified Modeling Language, 2006)
para representar fluxos de ações. As setas cheias correspondem ao canal de
distribuição, e as tracejadas correspondem ao canal de recolhimento.
FIG 4.9 Diagrama de Atividades
75
Esta marcação segue a mesma convenção utilizada na figura constante do início
da seção anterior; na realidade, a figura acima funciona como um detalhamento
daquela. As setas pontilhadas correspondem a etapas não constantes da seqüência
normal de atividades, como manutenção e aquisição, porém estas também são
relevantes para o estudo realizado.
4.4 RESUMO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS OBSERVADOS
Em primeiro lugar, é interessante citar um problema que ocorre ao longo de toda
a Cadeia: a maioria dos registros de movimentação dos pára-quedas é feita via
anotação em papel. Este tipo de entrada de dados é inadequado para tratamento de
grandes volumes de pára-quedas, como os que se observam no período de
instrução, principalmente em função de sua lentidão. Mesmo se estes dados forem
digitados depois, isto se configura como um retrabalho que poderia ser eliminado.
Outro problema proveniente da realização de registros em papel é a dificuldade
para manter coerência nas informações. Se elas não forem adicionadas à mesma
base de dados, esta coerência simplesmente não existe. Se forem adicionadas por
digitação posterior, pode haver discrepância em função do atraso na atualização das
informações.
Uma questão específica do recebimento é a substituição da verificação individual
dos pára-quedas recebidos pela verificação quantitativa. A falta de um meio de
captura eficiente no local faz com que a agilidade seja buscada por meio de um
atalho, diminuindo a confiabilidade da verificação. Isto cria empecilhos para ela
própria, pela dificuldade na determinação de quais seriam os eventuais pára-quedas
faltantes.
Há, ainda, um ponto a ser observado, que se relaciona à forma de identificação
dos pára-quedas. A utilização de códigos de barras impressos gera vulnerabilidade,
principalmente pelo fato de os pára-quedas poderem aterrissar em local com lama
ou água, o que danifica os digos impressos. Mesmo a impressão em plástico
utilizada atualmente, embora mais resistente, não está livre deste problema no
médio prazo, o que prejudica a captura do dados dos pára-quedas.
76
Problemas como esses dificultam, entre outras coisas, a manutenção do histórico
de movimentação e de reparos de cada pára-quedas, o que é muito importante para
a operação da Bda Pqdt. O Comando da Bda Pqdt necessita da centralização das
informações para tomada de decisões relativas a aquisições de pára-quedas em
virtude do término da vida útil, ou a atualização de direitos dos militares que
servem (em função do número de saltos por eles realizados).
No próximo capítulo, são apresentados outros diagramas UML contendo a
informação necessária para a implementação de um sistema para controle de pára-
quedas, com o intuito de solucionar diversas destas questões, seguida da confecção
de um protótipo desse sistema.
77
 '(6(192/9,0(172'23527Ï7,32
Para o desenvolvimento do sistema de controle de pára-quedas, foram levados
em conta alguns pressupostos. Um deles é a portabilidade, necessária em
ambientes onde heterogeneidade nos sistemas operacionais utilizados. Outro é a
modularidade, que permite a divisão das funções do sistema em blocos, facilitando
sua confecção e manutenção. Por último, foi prezada ainda a utilização de software
livre na confecção e operação do sistema, em função do menor custo envolvido.
Na próxima seção (modelagem) o listadas as informações relevantes que
integrarão o sistema, e é apresentada sua estruturação por meio da UML. Na seção
seguinte (implementação), é dada ênfase à estrutura física necessária e às
conseqüências práticas da solução desenvolvida.
5.1 MODELAGEM A PARTIR DAS INFORMAÇÕES COLETADAS
A modelagem do sistema para controle de pára-quedas é feita principalmente
sobre duas bases: os dados relevantes, percebidos ao longo da análise de
requisitos, e as formas possíveis de utilização do sistema, para o controle desejado.
Os primeiros constituem os atributos das classes mais importantes como, por
exemplo, o pára-quedas, e constam do Diagrama de Classes do sistema. As formas
de utilização definem as funcionalidades que devem ser implementadas, e são o
objeto dos Diagramas de Casos de Uso. Nas duas seções seguintes, são analisados
estes assuntos.
5.1.1 DADOS RELEVANTES: DIAGRAMA DE CLASSES
Inicialmente deve-se citar que, do observado sobre as operações executadas pelo
B DoMPSA no âmbito da Bda Pqdt, algumas informações o bastante relevantes
para a obtenção do controle desejado. Elas dizem respeito aos usuários do sistema,
aos pára-quedas, aos saltadores, aos saltos realizados, aos manifestos que os
78
documentam e aos aviões utilizados. Os dados dos usuários, embora não se
relacionem diretamente ao material controlado, são importantes na definição dos
direitos de acesso à informação.
Os pára-quedas, sendo o item principal do controle, têm a maior quantidade de
dados relevantes a serem considerados. Seus pares” no controle físico são os
saltadores, que também possuem códigos de identificação exclusivos e estão
presentes nas operações da “baiuquinha”, nas quais se requer mais agilidade.
Os outros dados relevantes dizem respeito ao salto e ao manifesto, que são
abstrações com a função de agrupar os dados dos saltadores e pára-quedas de
forma conveniente para identificação dos eventos associados. Os dados dos aviões
utilizados são mantidos principalmente em função de sua capacidade, que define o
número de saltadores que pode ser embarcado.
A UML prescreve que sejam relacionados, além dos dados relevantes (atributos),
as funções que acessam ou modificam esses dados. Tais funções, juntamente com
os relacionamentos entre os objetos citados nesta seção, encontram-se no
Diagrama de Classes mostrado na FIG 5.1:
79
FIG 5.1 Diagrama de Classes
5.1.2 FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO SISTEMA: DIAGRAMAS DE CASOS DE USO
A etapa seguinte da modelagem consiste da análise das utilizações possíveis
(casos de uso) do sistema. Estas utilizações são listadas segundo cada ator”
identificado (operador do sistema). Na FIG 5.2 a seguir, Operador 3” refere-se ao
80
operador da Estação 3 (Depósito). Esta numeração corresponde à mesma utilizada
na FIG 4.1 Cadeia de Suprimentos dos pára-quedas).
FIG 5.2 Casos de Uso para o Operador 3
A descrição de um caso de uso nada mais é que o relato completo, passo a
passo, dos procedimentos necessários para realização da operação (ou conjunto de
operações) a que ele se refere, além dos fluxos alternativos. Um exemplo relativo ao
caso de uso Cadastrar pára-quedas”, relativo ao Operador 3 (mostrado acima) pode
ser visto na TAB 5.1:
81
TAB 5.1 Descrição de Caso de Uso ("Consultar pára-quedas")
1RPH Consultar pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Consultar pára-quedas”;
2. O sistema exibe a tela com os critérios para consulta do pára-quedas;
3. O usuário seleciona um dos critérios (por tipo, por condição ou por localização);
4. O usuário escolhe o tipo, condição ou localização;
5. O sistema exibe a lista dos pára-quedas que atendem ao critério selecionado;
6. O usuário seleciona um dos pára-quedas da lista;
7. O sistema exibe os dados do pára-quedas;
)OX[R6HFXQGiULR
4.a) Nenhum pára-quedas atende ao critério escolhido;
I. É exibida a mensagem “Nenhum pára-quedas atende ao critério escolhido”;
3yV&RQGLo}HV O sistema retorna os dados do(s) pára-quedas.
Foi verificado que, das 7 estações descritas, 5 tinham necessidade imediata de
apoio de um sistema, de modo que 5 atores considerados para os casos de uso.
As Estações 2 e 5 (Dobragem e Salto, respectivamente) não foram modeladas por
não apresentar tal necessidade no momento da análise.
Esta separação dos casos de uso de acordo com as respectivas estações é uma
das formas de modularidade guardadas pelo sistema. Assim, futuras melhorias
podem ser modeladas e implementadas de acordo com as necessidades específicas
de cada operador sem interferir no restante do sistema. Outra vantagem desta
consideração é garantir o acesso a determinadas informações apenas pelo operador
responsável, aumentando a segurança dos dados.
Os Diagramas de Casos de Uso para todas as 5 estações modeladas encontram-
se no Apêndice, ao final do trabalho. Seguem-se a esses diagramas as descrições
de todos os casos de uso neles exibidos. Para esta etapa da modelagem, bem como
as anteriores, foi utilizado o software Poseidon for UML Community Edition
(GENTLEWARE, 2006).
82
5.2 IMPLEMENTAÇÃO DO PROTÓTIPO
Para a implementação do protótipo, verifica-se a necessidade da existência de
alguns elementos principais que constituirão o sistema. Estes elementos são: um
banco de dados central, a aplicação para manipulação dos dados do mesmo e as
interfaces para todos os operadores que utilizarão o sistema.
5.2.1 BANCO DE DADOS
O banco de dados selecionado para a implementação é o MySQL(2006), por
algumas razões específicas. A primeira delas é o fato de ser, na realidade, um
SGBD (Sistema Gerenciador de Banco de Dados) que permite a passagem de
consultas como texto e mantém a modularidade, no sentido de separar os dados da
aplicação.
A segunda razão é o fato de ser gratuito e livre, respeitando o pressuposto de
utilização de software livre. Isto tem implicação positiva direta no custo total de
implementação do protótipo.
Alia-se a estas características a popularidade do MySQL, que cria outras
vantagens como disponibilidade de documentação técnica e interfaces para diversas
linguagens procedurais. Diferentes plataformas, como Windows e Linux, têm versões
de MySQL, de modo que a portabilidade também está garantida.
No banco de dados MySQL utilizado, foram criadas tabelas correspondentes às
classes constantes do Diagrama de Classes, presente na FIG 5.1. Foi aproveitada a
tabela de saltadores, já existente na Bda Pqdt, após a conversão de seu formato
nativo (Paradox) para MySQL. O BD foi executado sobre o sistema operacional
Windows durante os testes preliminares.
83
5.2.2 APLICAÇÃO
A aplicação, uma vez que é baseada na ocorrência de eventos (capturas de
dados e consultas, principalmente), necessita que sua confecção seja realizada em
linguagem procedural. A linguagem escolhida foi Java (SUN MICROSYSTEMS,
2006) devido, principalmente, à portabilidade dos aplicativos nela desenvolvidos.
Dessa forma, a conexão com o BD (banco de dados) MySQL foi feita utilizando o
driver JDBC específico para ele. O ambiente de programação utilizado no
desenvolvimento foi o Eclipse (ECLIPSE.ORG, 2006), também gratuito, e existente
tanto em Windows como em Linux.
A implementação baseada em um BD centralizado, num ambiente com diversos
operadores fisicamente separados, implica que diversos acessos a este BD serão
realizados remotamente. Dessa forma, é interessante a utilização de um servidor de
aplicação para atender a esta demanda. Foi escolhido para esta finalidade o Apache
Tomcat (APACHE SOFTWARE FOUNDATION, 2006) por ser gratuito e por possuir
suporte nativo a Java.
O sistema, portanto, é um exemplo de Arquitetura de 3/4 Camadas Web” que,
por sua vez, é uma extensão do paradigma cliente-servidor. Segundo este
paradigma, um aplicativo cliente solicita a execução de uma tarefa ao servidor, que a
realiza e fornece uma resposta ao cliente. O detalhamento dessa arquitetura se
encontra na FIG 5.3 (abaixo):
FIG 5.3 Arquitetura utilizada
84
A nomenclatura “3/4 Camadas Web” se deve ao fato de a camada central,
denominada Camada de Aplicação, ser constituída de 2 sub-camadas”: uma
responsável pela execução do pedido do cliente (aplicação) e outra pela
disponibilização da resposta ao pedido no ambiente de rede (web).
O pedido parte de uma página HTML ou JSP (Java Server Pages), constituindo a
parte cliente” do sistema. Este pedido é feito por meio do protocolo HTTP e é
recebido por um VHUYOHW (executado pelo servidor de aplicação Apache Tomcat) que
se conecta ao BD para efetuar a consulta ou alteração solicitada. O BD responde ao
VHUYOHW, que termina de cumprir a tarefa da parte servidor” do sistema: agrupa os
resultados e os envia como texto para uma página HTML ou JSP contendo a
informação solicitada ou alterada.
5.2.3 INTERFACES
A interface para todos os operadores vem a ser por meio de páginas HTML ou
JSP, tal qual citado na seção anterior. Estas páginas são disponibilizadas segundo a
estação à qual o operador pertence, de modo que as funcionalidades possíveis em
cada uma diferem das outras e correspondem aos Casos de Uso citados na
modelagem.
Uma vantagem bastante expressiva da utilização de interface por meio de HTML
é a eliminação da necessidade de qualquer instalação, por parte do operador, para
ter acesso ao sistema. Basta que seja digitado num browser (navegador) o endereço
correspondente à estação que se deseja acessar, o login do operador e a respectiva
senha. A página é carregada rapidamente, junto com seu applet embutido.
Desta forma, obtém-se uma facilidade muito maior para adicionar novos usuários
ao sistema, pela ausência de instalação, ou estender o mesmo de modo a permitir
acesso não apenas pela rede local, mas também pela Internet. Isto é altamente
desejável, por exemplo, quando o salto e conseqüente recebimento se dão em local
distinto da Bda Pqdt.
Neste ponto, é muito importante mencionar outra das formas de modularidade
mantidas pelo sistema. Ela se relaciona à separação entre a entrada de dados e as
demais operações. Este tipo de consideração é importante, pois a implementação
85
passa a independer da maneira como o dado é capturado (no caso, o digo do
pára-quedas ou saltador) e supõe que ele já esteja disponível sob a forma de texto.
Esta consideração evitou, por exemplo, que o sistema ficasse restrito ao uso
específico de RFID, que nem sempre é possível, em virtude de falta de meios no
local de onde se acessará o sistema ou mesmo de falha na detecção da etiqueta. Na
realidade, como o dado fornecido pela captura via RF, código de barras ou digitação
é sempre disponibilizado da mesma forma (texto), não foi preciso criar um novo
módulo ou classe para a entrada.
Algumas das interfaces desenvolvidas, mais especificamente aquelas envolvidas
na realização da verificação de um pára-quedas, são exibidas a seguir na seqüência
definida da FIG 5.4 à FIG 5.8, a título de exemplo. Ressalta-se que todos os
componentes mostrados na arquitetura utilizada são possíveis de serem obtidos via
GRZQO RDG. Sendo gratuitos, o custo da implementação se resume ao dos
equipamentos necessários à operação.
FIG 5.4 (1 de 5) Tela de login
86
FIG 5.5 (2 de 5) Tela inicial da “torre”
FIG 5.6 (3 de 5) Tela para registro de verificação de pára-quedas
87
FIG 5.7 (4 de 5) Preenchimento dos dados da verificação
FIG 5.8 (5 de 5) Verificação de pára-quedas registrada
88
5.3 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS
Para o desenvolvimento do protótipo, foi necessário apenas o uso de um
computador, um leitor para testes de entrada de dados e algumas etiquetas a serem
reconhecidas. No computador, foram executados o BD, o servidor de aplicação e as
interfaces localmente.
Para a implementação sobre a estrutura atual da Bda Pqdt, são necessários
computadores nas Estações 1, 3, 6 e 7. A Bda Pqdt possui uma rede estruturada,
e a Estação 4 (“Baiuquinha”) possui um computador. Estes computadores visam
possibilitar as entradas de dados e os demais acessos ao BD central.
Vale ressaltar que os computadores citados devem ser acompanhados dos
respectivos leitores de RFID. Nas estações 1, 3, 4 e 7, o mais apropriado é o uso de
portais, devido ao alto volume de movimentações observadas e à localização
estática dos pontos de controle.
O equipamento da Estação 6 (Recebimento) pode ser apenas um leitor manual
para captura dos dados das etiquetas, e posterior submissão ao BD por meio de
uma GRFNLQJVWDWLRQna Estação 4, por exemplo. Isto pode ser mais apropriado para
recebimento em campo aberto. Perde-se, no entanto, a característica da atualização
em tempo real. Esta configuração pode ser vista a seguir na FIG 5.9:
FIG 5.9 Configuração utilizando portais
89
O computador proposto para a Estação 3 (Depósito) pode executar o BD e o
servidor de aplicação (Tomcat). No entanto, o ideal é a aquisição de um computador
distinto para esta finalidade como na figura, uma vez que não é recomendável a
utilização do servidor como terminal (pelo Operador 3). Esta ressalva se por
questões como o desempenho do sistema e a própria segurança dos dados.
Se o objetivo for a implantação com menor custo, as estações 1, 3, 4 e 7 também
podem utilizar leitores manuais, utilizando uma GRFNLQJ VWDWLRQ ligada a um
computador localizado em local distinto do servidor. Esta configuração alternativa é
mostrada na FIG 5.10:
FIG 5.10 Configuração utilizando leitores manuais
Totalizam-se as aquisições necessárias, como configuração mínima, em 2
computadores (sendo 1 servidor) e 5 leitores manuais, com as respectivas GRFN LQJ
VWDWLRQV. Como configuração ideal, as aquisições passam a ser de 5 computadores
(incluindo 1 servidor e troca do computador da Estação 4), 4 portais e 1 leitor
manual, com a respectiva GRFNLQJVWDWLRQ
Considerando o preço de um computador como US$ 1.000,00 e o de um leitor
como US$ 1.500,00, e supondo que um portal tenha o custo aproximado de 2
leitores, a configuração mínima representa um custo de US$ 9.500,00 e a
configuração ideal US$ 18.500,00 em valores atuais.
90
Em termos de etiquetas, o quantitativo de aproximadamente 2.500 pára-quedas
individuais em uso na Bda Pqdt recomenda a aquisição de 3000 etiquetas do tipo 3-
em-1, com redundância de código. Considerando um custo de US$ 0,50 por
etiqueta, soma-se então US$ 1.500,00 aos orçamentos anteriores. Esta sobra” de
etiquetas cria a possibilidade de controlar também os pára-quedas de carga, que são
menos de 100, e fornece uma margem de segurança em caso de códigos duplicados
ou não reconhecíveis.
5.4 PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO
O processo de implantação é extremamente simplificado em virtude da arquitetura
utilizada. Após a aquisição dos equipamentos necessários, procede-se à sua
distribuição nos locais apropriados, conforme citado na seção anterior. Em seguida,
conecta-se os mesmos à rede existente na Bda Pqdt, que será utilizada para
comunicação.
O passo seguinte é a operacionalização do BD e do servidor de aplicação, que
consiste de sua instalação no computador selecionado para esta tarefa. Por último,
deve ser feito o cadastro de todos os pára-quedas pelo Operador 3. Ressalta-se
apenas que esta etapa pertence à operação do sistema, sendo um dos Casos de
Uso previstos. O Operador 3 e os demais já podem acessar o sistema via EURZVHU.
5.5 SIMULAÇÃO DE FUNCIONAMENTO
Para verificar uma das principais premissas utilizada na realização do trabalho, o
ganho de agilidade devido à introdução da RFID, realizou-se uma simulação
computacional do funcionamento do módulo relativo à baiuquinha”. A seleção deste
módulo para a simulação se deve a dois motivos principais.
O primeiro destes motivos, citado ao longo deste capítulo, é a maior
necessidade de otimização do tempo em relação às outras Estações. O embarque
para o salto, que deve ser precedido pela atividade de geração do manifesto,
normalmente precisa ser realizado da forma mais rápida possível.
91
O segundo motivo é a falta de informações numéricas sobre os regimes de pico
das atividades realizadas nas outras Estações. Estes regimes se verificam
principalmente no período de instrução, que ocorre no início do ano, o que
impossibilitou a realização de medições nesse sentido.
Sobre a baiuquinha”, igualmente não foi possível realizar esse tipo de coleta de
dados. No entanto, os tempos de execução relativos ao regime de pico, para uma
mesma aeronave, são sempre iguais, razão pela qual estes foram relatados com
facilidade pelo pessoal da operação.
Para realização da simulação da operação atual, foi utilizada uma versão do
software de simulação Arena que acompanha o livro de PRADO (2004). Foi
considerado todo o trajeto descrito pelo saltador, da entrada na “baiuquinha” até a
saída desta. Este trajeto envolve caminhar até a pilha de pára-quedas, apanhar um
pára-quedas, caminhar até o operador para realizar o registro do salto, registrar o
salto e caminhar para fora da Estação.
Os tempos considerados na simulação, obtidos por observação no local e por
relato dos operadores, são em média: 2 segundos entre entradas consecutivas de
saltadores; 4 segundos no percurso até a pilha de pára-quedas; 2 segundos para
apanhar o pára-quedas; 3 segundos no percurso até o operador; 20 segundos para
realização do registro; e 3 segundos no percurso até a saída.
Na FIG 5.11 é mostrado o esquema da simulação correspondente à operação
atual, e o momento exibido ocorre 3 minutos e 16 segundos após a entrada do
primeiro saltador. Nele se verifica a quase inexistência de fila junto à pilha de pára-
quedas (identificada como Fila 1), ao passo que o procedimento de registro cria uma
fila considerável (identificada como Fila 2).
92
FIG 5.11 Ocorrência atual de fila no registro de salto
A FIG 5.12 mostra o tempo necessário para “esvaziar o sistema”, ou seja, atender
a todos os 90 saltadores: 29 minutos e 35 segundos.
FIG 5.12 Tempo atual para registro de todos os saltos
A simulação da operação baseada na introdução do portal RFID apresenta como
diferenças a inexistência do operador e a conseqüente eliminação da parada para
registro. Dentre os percursos internos à “baiuquinha”, somente são levemente
afetados os dois últimos, que se tornam apenas um, pois a caminhada até a saída é
o próprio procedimento de registro.
93
Os tempos para este caso são: 2 segundos entre entradas consecutivas de
saltadores; 4 segundos no percurso até a pilha de pára-quedas; 2 segundos para
apanhar o pára-quedas; 3 segundos no percurso até o portal; e 2 segundos para
realização do registro (efetuado na saída do pára-quedista).
Na FIG 5.13 se considera aproximadamente o mesmo momento da operação
anterior, 3 minutos e 17 segundos após a entrada do primeiro saltador. É imediato
perceber a drástica redução na fila de registro (Fila 2):
FIG 5.13 Eliminação de fila através do uso de portal RFID
Os dois resultados mais notáveis da comparação entre a simulação do caso atual
e a simulação do caso com a RFID, portanto, são: a eliminação da fila para registro
do salto e a queda no tempo da atividade de geração do manifesto. A fila para
registro tornou-se praticamente inexistente, e o tempo gasto para o registro de todos
os 90 saltadores de um avião C-130 Hercules caiu de aproximadamente 30 minutos
para 3 minutos e meio, como pode ser visto na FIG 5.14:
94
FIG 5.14 Tempo para registro de todos os saltos com RFID
5.6 DIFICULDADES ENCONTRADAS
A primeira dificuldade encontrada foi a restrição, imposta por diretrizes de
comando, com relação a utilização de software livre. Desta forma, foi necessário
buscar uma solução que pudesse ser desenvolvida e utilizada totalmente em
plataforma Linux. Como ainda há diversos locais do Exército, inclusive o B DoMPSA,
que se encontram em fase de transição e adaptação a estas diretrizes, procurou-se
desenvolver o protótipo de modo a torná-lo utilizável em Linux e Windows.
Outra dificuldade, ainda mais relevante que a primeira, diz respeito à obtenção do
hardware necessário. O custo da montagem do projeto piloto, estimado na Seção
5.3, mostrou-se impeditivo. Por esta razão, diversos testes foram feitos com leitores
de códigos de barras. A validação da utilização da RFID teve que ser feita, portanto,
por meio de simulação, conforme descrito na Seção 5.5.
Por último, vale mencionar a resistência natural que todos os ambientes
apresentam com relação à inovação. Diversos operadores no B DoMPSA vêem com
receio a introdução do protótipo por se tratar de uma nova técnica de controle que,
embora mais eficiente, é-considerada inadequada ou desnecessária até que seus
resultados práticos mostrem o contrário.
95
5.7 BENEFÍCIOS DO USO DO SISTEMA
Os primeiros testes apontam para melhoras substanciais no tempo de realização
de diversas das tarefas mencionadas. Como exemplo, pode-se citar o caso da
distribuição de pára-quedas para todos os saltadores de um avião do tipo C-130
Hercules (grande porte), mostrada na simulação de funcionamento. O tempo médio
dessa distribuição, para cerca de 90 saltadores, tem sido de aproximadamente 30
minutos. A introdução do sistema com RFID diminui este período para cerca de 3
minutos e meio, ou seja, uma redução de 88,3%.
Outro benefício derivado da implantação do sistema é o controle mais preciso no
recolhimento dos pára-quedas. Atualmente são conferidos os quantitativos, nesta
etapa; a utilização do novo sistema permite a determinação, além do número de
pára-quedas faltantes (caso haja), de quais são eles.
Também são introduzidas melhorias nos procedimentos de registro de danos e de
reparos realizados, executados respectivamente na torre” e na manutenção. Aqui o
maior benefício é a disponibilização imediata de informações vitais sobre os mesmos
para todos os usuários da Bda Pqdt com acesso ao sistema, por meio do BD
centralizado.
A automatização do inventário, realizado no depósito principal, permite maior
acurácia nas informações sobre localização e estado de conservação, significando
uma visibilidade muito maior sobre todo o estoque de pára-quedas sob sua
responsabilidade - facilitando assim um melhor planejamento e a conseqüente
obtenção de maior flexibilidade em sua alocação.
Vale lembrar, ainda, que a substituição da identificação atual dos pára-quedas
(feita por meio de impressão dos códigos em papel ou plástico) pela etiqueta
inteligente tem como vantagem adicional a maior durabilidade. O chip encapsulado
apresenta boa resistência a impacto e condições severas como umidade, de modo
que se verifica uma vocação desta tecnologia para apoio às atividades
aeroterrestres.
96
 &21&/86®(6(5(&20(1'$d®(6
A tecnologia RFID é recente no cenário logístico como um todo, razão pela qual
seu custo ainda é elevado em relação às formas atuais de entrada de dados. Uma
característica explorada neste trabalho, que tende a acelerar sua viabilização, é a
compatibilidade com as tecnologias de captura existentes. Aproveitam-se, assim, as
bases de dados confeccionadas - especialmente se estas adotam o padrão
EPC para digos de barras. O protótipo desenvolvido permitiu alcançar esta meta,
devido a sua modularidade, observada principalmente na separação entre a entrada
de dados e a operação das demais funções do sistema.
Baseado no exposto acima, e considerando que esta compatibilidade também se
mostra vital em situações de falha de ADC, recomenda-se que futuros projetos de
implantação da RFID em Cadeias de Suprimentos priorizem a utilização de etiquetas
do tipo 3-em-1 (ver FIG 3.8). O uso deste tipo de etiqueta, por apresentar
redundância de informações, evita paradas de funcionamento do sistema por uma
eventual não-detecção de códigos.
Conclui-se, portanto, que o presente trabalho atingiu seu objetivo ao apresentar
uma solução para economia de tempo e esforço nas tarefas de controle de material
operacional, baseada no potencial da RFID. Este resultado é reforçado pela
arquitetura utilizada, que permite acesso remoto sem instalação de aplicativos: isto
cria flexibilidade para os operadores existentes e para a adição de novos.
Assim, na medida em que a redução no preço da tecnologia permita seu uso mais
amplo para itens de consumo das Forças Armadas, outros sistemas de controle
poderão se basear no protótipo ora desenvolvido, para praticamente qualquer das
diversas cadeias de suprimentos. São necessárias apenas algumas adaptações às
novas aplicações, principalmente nos bancos de dados e interfaces utilizadas, que
dependem do levantamento de seus dados relevantes e casos de uso específicos.
Quanto às possibilidades para futuros trabalhos, sugere-se primeiramente a
utilização experimental do protótipo no dia-a-dia do B DoMPSA, permitindo a
validação das propostas deste trabalho nas condições ideais, especialmente no
período de instrução - em que há maior movimentação de pára-quedas.
97
A segunda possibilidade é a aprimoração da modelagem da Cadeia de
Suprimentos do B DoMPSA, de modo a avaliar os ganhos no tempo de execução e
na redução de erros nas atividades. Obter-se-iam a partir desse estudo a
identificação de capacidades ociosas e gargalos, que poderiam ser úteis para o
próprio dimensionamento da quantidade de pára-quedas existentes na Bda Pqdt.
Também são possíveis estudos visando à modelagem de Cadeias de outras
Organizações Militares e posterior EHQFKPDUNLQJ por meio da metodologia 6
Sigma”. Tais estudos podem subsidiar iniciativas de adoção da tecnologia RFID,
fornecendo demonstrações de ganhos em eficiência e outras justificativas técnicas
para sua implantação.
Ainda possibilidades envolvendo estudos relacionados à melhoria das
características físicas da RFID, de modo que seja possível utilizá-la para controle de
mercadorias às quais sua aplicação não é recomendada atualmente, como munição.
O alto valor estratégico desse item justifica esforços nesse sentido.
98
 %,%/,2*5$),$
APACHE SOFTWARE FOUNDATION. $SDFKH 7RPFDW  [online]. Disponível:
http://tomcat.apache.org/tomcat-6.0-doc/index.html [capturado em 15 ago.
2006].
Automotive Industry Action Group. $XW RPDWLF ,GHQWLILFDWLRQ  'DWD &ROOHFWLRQ
$GYLVRU\ *URXS  [online] Disponível:
http://www.aiag.org/committees/index.cfm?committeeid=AIDC. [capturado em
25 set. 2006].
BALLOU, Ronald H. *HUHQFLDPHQWR GD &DGHLD GH 6XSULPHQWRV  /RJt VWL FD
(PSUHVDULDO 5. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006.
BANZATO, Eduardo. 7HFQRORJLDGD,QIRUPDomRDSOLFDGDj/RJtVWLFD São Paulo:
IMAM, 2005.
BERMAN, Barry e EVANS, Joel R. 5HWDLO 0DQDJHPHQW $ 6WUDWHJLF $SSURD FK
8. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2001.
C100-10 - /RJtVWLFD0LO L WDU7HUUHVWUH Manual de Campanha, 2. ed. 2003.
CHIAVENATO, Idalberto. ,QLFLDo mR D $G PLQLVWUDomR GH 0DWHULDLV São Paulo:
Makron Books, 1991.
Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP). 6XSSO\ FKDL Q
PDQDJHPHQWORJLVWLFV PDQDJHPHQW GHILQLWLRQV [online]. Disponível:
http://www.cscmp.org/Website/AboutCSCMP/Definitions/Definitions.asp
[capturado em 25 set. 2006].
EAN Brasil. 6LVWHPD *6  &yGLJR GH %DUUDV [online]. Disponível:
http://www.eanbrasil.org.br [capturado em 14 nov 2005].
ECLIPSE.ORG. (FO LSVH  DQ RSHQ GHYHORSPHQW SODWIRUP [online] Disponível:
http://www.eclipse.org/ [capturado em 06 jul. 2006]
99
European Telecommunications Standards Institute (ETSI). ,60 %DQG [online]
Disponível: http://www.etsi.org [capturado em 13 nov. 2005].
GENTLEWARE. 3RVHLGRQ )RU 80/ &RPPXQLW\ (GLWLRQ [online]. Disponível:
http://www.gentleware.com/uml-software-community-edition.html [capturado em
12 jul. 2006]
GS1. 7KH 8QLYHUVDO 3URGXFW &RGH [online] Disponível:
http://www.gs1us.org/About/History/tabid/73/Default.aspx [capturado em 02 out.
2006].
GTIN Info. :KDWLV*7,1" [online] Disponível: http://www.gtin.info/. [capturado em 15
nov. 2005 ].
HARMON, Craig K. %DVLFV RI 5),' 7HFKQ RORJ \ Disponível:
http://www.pad.lsi.usp.br/rfid/RFID_Basics_qed.ppt. [capturado em 08 out.
2005].
Institute of Electric and Electronics Engineers (IEEE). ,((( 6WDQGDUGV [online]
Disponível: http://www.ieee.org/web/publications/standards/ [capturado em 16
ago. 2006].
INTELLITECH INTERNATIONAL. %DU &RGHV  [online]. Disponível:
http://www.intellitech-intl.com/portasp/U-barcodes101.asp [capturado em 15
nov. 2005].
LANDT, Jeremy. 7KH KLVWRU\ RI 5),' In: IEEE Potentials, vol. 24, issue 4,
2005. [online] Disponível: http://ieeexplore.ieee.org/xpls/abs_all.jsp?arnumber=
1549751 [capturado em 28 fev. 2006].
MILLER, Steven P. : KDWLV5),' Purdue University, 2000.
MYSQL. 0\64/  5HIHUHQFH 0DQXDO [online]. Disponível:
http://dev.mysql.com/doc/refman/5.0/en/index.html [capturado em 07 ago.
2006].
NOGUEIRA FILHO, Cícero Casemiro da Costa. 7HFQRORJLD 5),' DSOLFDGD j
ORJtVWLFD Dissertação (Mestrado em Engenharia Industrial) - Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2005.
100
NOVAES, Antônio Galvão. /RJtVWLFDH*HUHQFLDPHQWR GD&DGHLDGH'LVWULEXLomR
edição, Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
PRADO, Darci Santos do. 8VDQGR R $UHQD HP6LPXODomR Belo Horizonte (MG):
INDG TecS, 2004.
R-3. 5HJXODPHQWRGH$GPLQLVWUDomRGR([pUFLWR5$( Decreto Nº 98.820, de 12
de janeiro de 1990.
RFID Journal. *ORVVDU\ RI WHUPV [online]. Disponível:
http://www.rfidjournal.com/glossary/ [capturado em 11 nov. 2005].
SCHERER, Flavia Luciane; Didonet, Simone Regina; Lara, José Edson.
&RQVLGHUDo}HVVREUH D XWLOL]DomR GH HWLTXHWDV LQ WHOLJHQWHV QR YDUHMR In:
VII seminário em administração da universidade de São Paulo, São Paulo,
2004. Disponível: http://www.ead.fea.usp.br [capturado em 07 out. 2005].
SEDRA, Adel S. e Smith Kenneth C. 0LFURHOHWU{QLFD Volume 1, São Paulo: Makron
Books, 1995.
SHAPIRO, Jeremy F. 0RGHOLQJWKHVXSSO\FKDLQ Pacific Grove: Duxbury, 2001.
SHEPARD, Steven. 5),'5DGLR)UHTXHQF\,GHQWLILFDWLRQ  New York: McGraw-Hill
Professional, 2004.
SUN MICROSYSTEMS. -DYDVXQFRP  7KH 6RXUFH IRU -DYD 'HYHORSHUV
[online]. Disponível: http://java.sun.com/ [capturado em 02 abr. 2006].
TEIXEIRA, Cristiano. &DSWXUD DXWRPiWLFD GHGDGRV DSOLFDGD DRV SURFHVVRV GH
ORJtVWLFD H WUDQVSRUWH Capacitação profissional [online]. Disponível:
http://www.eschola.com [capturado em 02 set. 2005].
8&& UHDG\ WR FRPPHUFLDOL]H (3 & RFID Journal [online], 23 maio 2003.
Disponível: http://www.rfidjournal.com/article/articleview/432/1/1/ [capturado em
13 nov. 2005].
101
Unified Modeling Language. UML Resource Page. [online]. Disponível:
http://www.uml.org/ [capturado em 08 nov 2006].
United States Department of Commerce (U.S. DoC). $%DVL F*XLGHWR([SRUWLQJ
1998 Edition.
United States Department of Defense (U. S. DoD). )LQDO 5HSRUW RI WKH 3DVVLYH
5DGLR)UHTXHQF\ ,GHQWLILFDWLRQ 5),' 3URMHFW DW WKH )OHHW DQG ,QGXVWULDO
6XSSO\&HQWHU1RUIRON9LUJLQLD2FHDQ7HUPLQDO(Version 8.0, 20 October
2004). [online] Disponível: http://www.acq.osd.mil/log/rfid/FISC Norfolk OT
Report v8.pdf [capturado em 12 dez. 2005].
102
 $3Ç1',&(&$626'(862(68$6'(6&5,d®(6
103
8.1 ESTAÇÃO 1 (“TORRE”)
FIG 8.1 Casos de uso da "Torre"
1RPH Registrar entrada de pára-quedas
$WRU Operador 1
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da torre.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar entrada”;
2. O sistema exibe a tela para registro da entrada de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de entrada, o usuário seleciona Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal da torre;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
104
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a entrada do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para entrada de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a entrada do(s) pára-quedas na Estação 1.
1RPH Registrar saída de pára-quedas
$WRU Operador 1
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da torre.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar saída”;
2. O sistema exibe a tela para registro da saída de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de saída, o usuário seleciona “Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal da torre;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a saída do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para saída de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a saída do pára-quedas da Estação 1.
1RPH Registrar verificação de pára-quedas
$WRU Operador 1
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da torre.
)OX[RGH(YHQWRV
105
1. O usuário seleciona a opção “Registrar verificação”;
2. O sistema exibe a tela para registro da verificação de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. O usuário seleciona a condição do pára-quedas;
5. O usuário preenche a(s) observação(ões) sobre o pára-quedas;
6. Ao final do registro de verificação, o usuário seleciona “Encerrar”;
7. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
8. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
9. O sistema retorna à tela principal da torre;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
6.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a verificação do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para verificação de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a verificação do(s) pára-quedas.
106
8.2 ESTAÇÃO 3 (DEPÓSITO)
FIG 8.2 Casos de uso do Depósito
1RPH Registrar entrada de pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar entrada”;
2. O sistema exibe a tela para registro da entrada de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de entrada, o usuário seleciona Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
107
7. O sistema retorna à tela principal do depósito;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a entrada do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para entrada de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a entrada do(s) pára-quedas na Estação 3.
1RPH Registrar saída de pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar saída”;
2. O sistema exibe a tela para registro da saída de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de saída, o usuário seleciona “Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal do depósito;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a saída do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para saída de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a saída do pára-quedas da Estação 3.
108
1RPH Cadastrar pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Cadastrar pára-quedas”;
2. O sistema exibe a tela para cadastro do pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. O sistema exibe a tela para preenchimento dos demais dados do pára-quedas;
5. O usuário preenche os demais dados do pára-quedas;
6. O usuário seleciona “Salvar”;
7. O sistema exibe a mensagem “Pára-quedas cadastrado !”;
8. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
5.a) O usuário não preenche os demais dados do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Preencher todos os dados do pára-quedas”;
8.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema exibe a tela para cadastro de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema cadastra o(s) pára-quedas.
1RPH Consultar pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
8. O usuário seleciona “Consultar pára-quedas”;
9. O sistema exibe a tela com os critérios para consulta do pára-quedas;
10. O usuário seleciona um dos critérios (por tipo, por condição ou por localização);
11. O usuário escolhe o tipo, condição ou localização;
12. O sistema exibe a lista dos pára-quedas que atendem ao critério selecionado;
13. O usuário seleciona um dos pára-quedas da lista;
14. O sistema exibe os dados do pára-quedas;
)OX[R6HFXQGiULR
109
4.a) Nenhum pára-quedas atende ao critério escolhido;
I. É exibida a mensagem “Nenhum pára-quedas atende ao critério escolhido”;
3yV&RQGLo}HV O sistema retorna os dados do(s) pára-quedas.
1RPH Excluir pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Excluir pára-quedas”;
2. O sistema exibe a tela para exclusão de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. O sistema exibe a mensagem “Confirmar exclusão ?”;
5. O usuário seleciona “Sim”;
6. O sistema exclui o pára-quedas;
7. O sistema retorna a mensagem “Pára-quedas excluído !”;
8. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
5.a) O usuário seleciona “Não”;
I. O sistema retorna à tela em que estava anteriormente a este caso de uso;
8.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema apresenta a tela para exclusão de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema exclui o(s) pára-quedas.
1RPH Alterar dados de pára-quedas
$WRU Operador 3
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal do depósito.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Alterar dados de pára-quedas;
110
2. O usuário entra o código do pára-quedas;
3. O sistema mostra a tela para alteração dos dados do pára-quedas;
4. O usuário realiza a alteração;
5. O usuário seleciona “Salvar alteração;
6. O sistema salva a alteração;
7. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
2.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
2.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
7.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema apresenta a tela para alteração de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema altera os dados do(s) pára-quedas.
111
8.3 ESTAÇÃO 4 (BAIUQUINHA)
FIG 8.3 Casos de uso da "Baiuquinha"
1RPH Registrar entrada de pára-quedas
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da baiuquinha.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar entrada”;
2. O sistema exibe a tela para registro da entrada de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
112
4. Ao final do registro de entrada, o usuário seleciona Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal da baiuquinha;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a entrada do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para entrada de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a entrada do(s) pára-quedas na Estação 4.
1RPH Registrar saída de pára-quedas
$WRU Operador 1
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da baiuquinha.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar saída”;
2. O sistema exibe a tela para registro da saída de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de saída, o usuário seleciona “Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal da baiuquinha;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a entrada do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para entrada de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a saída do pára-quedas da Estação 4.
113
1RPH Cadastrar salto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela de “Gerar manifesto” ou “Alterar manifesto”.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O sistema exibe os campos para entrada dos códigos do pára-quedas e saltador;
2. O usuário entra o código do saltador;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. O sistema exibe as funções possíveis de serem exercidas pelo saltador;
5. O usuário seleciona uma das funções exibidas;
6. O usuário seleciona “Adicionar”;
7. O sistema adiciona os dados ao manifesto aberto;
8. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
2.a) O usuário não entra o código do saltador;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do saltador”;
2.b) O usuário entra um código de saltador inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de saltador inexistente”;
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
8.a) O usuário não seleciona Encerrar”;
I. O sistema aguarda, exibindo a tela para entrada de outro(s) salto(s);
3yV&RQGLo}HV O sistema cadastra o(s) salto(s).
1RPH Excluir salto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela de “Gerar manifesto” ou “Alterar manifesto”.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona um dentre os saltos cadastrados;
2. O sistema exibe a mensagem “Confirmar exclusão ?”;
114
3. O usuário seleciona “Sim”;
4. O sistema exclui o salto;
5. O sistema retorna a mensagem “Salto excluído !;
6. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
1.a) Não há registro de nenhum salto;
I. O sistema retorna a mensagem Não há nenhum salto cadastrado”;
6.a) O usuário não seleciona Encerrar”;
I. O sistema aguarda, exibindo a tela para exclusão de outro(s) salto(s);
3yV&RQGLo}HV O sistema exclui o(s) salto(s).
1RPH Gerar manifesto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da baiuquinha.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Gerar manifesto”;
2. O sistema exibe a tela para geração do manifesto;
3. O usuário seleciona “Tipo de aeronave”;
4. O usuário escolhe dentre os tipos existentes;
5. O sistema exibe a tela para preenchimento dos demais dados do manifesto;
6. O usuário preenche os demais dados do manifesto;
7. O usuário seleciona “Cadastrar salto(s)”;
8. O sistema entra no caso de uso “Cadastrar salto” (mostrado anteriormente);
9. O sistema exibe o(s) salto(s) cadastrado(s);
10. O usuário seleciona “Salvar manifesto”;
11. O sistema salva e exibe o manifesto;
)OX[R6HFXQGiULR
6.a) O usuário não preenche os demais dados do manifesto;
I. O sistema exibe a mensagem “Preencher todos os dados do manifesto”;
9.a) É necessário excluir um salto cadastrado
I. O usuário seleciona “Excluir salto”;
II. O sistema entra no caso de uso “Excluir salto” (mostrado anteriormente);
3yV&RQGLo}HV O sistema gera e salva o manifesto.
115
1RPH Imprimir manifesto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar em “Gerar manifesto”/“Alterar manifesto”/“Consultar manifesto”.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Imprimir manifesto”;
2. O sistema exibe o manifesto a ser impresso;
3. O sistema exibe a mensagem “Confirmar impressão ?”;
4. O usuário seleciona “Sim”;
5. O sistema imprime o manifesto exibido;
)OX[R6HFXQGiULR
4.a) O usuário seleciona “Não”;
I. O sistema retorna à tela em que estava anteriormente a este caso de uso;
3yV&RQGLo}HV O sistema imprime o manifesto.
1RPH Consultar manifesto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da baiuquinha.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Consultar manifesto”;
2. O sistema exibe a tela com os critérios para consulta do manifesto;
3. O usuário seleciona um dos critérios (por pára-quedas, por saltador ou por data);
4. O usuário entra o código do pára-quedas, do saltador ou a data;
5. O sistema exibe a lista dos manifestos que atendem ao critério selecionado;
6. O usuário seleciona um dos manifestos da lista;
7. O sistema exibe os dados do manifesto;
)OX[R6HFXQGiULR
4.a) O usuário não entra o código do saltador;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do saltador”;
4.b) O usuário entra um código de saltador inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de saltador inexistente”;
4.c) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
116
4.d) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.e) Não há manifestos com a data selecionada;
I. O sistema exibe a mensagem “Não há manifestos com a data selecionada”;
3yV&RQGLo}HV O sistema retorna os dados do manifesto.
1RPH Excluir manifesto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da baiuquinha.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Excluir manifesto”;
2. O sistema exibe a tela com os critérios para seleção do manifesto;
3. O usuário seleciona um dos critérios (por pára-quedas, por saltador ou por data);
4. O usuário entra o código do pára-quedas, do saltador ou a data;
5. O sistema exibe a lista dos manifestos que atendem ao critério selecionado;
6. O usuário seleciona um dos manifestos da lista;
7. O sistema exibe os dados do manifesto;
8. O sistema exibe a mensagem “Confirmar exclusão ?”;
9. O usuário seleciona “Sim”;
10. O sistema exclui o manifesto;
11. O sistema exibe a mensagemManifesto excluído !;
)OX[R6HFXQGiULR
4.a) O usuário não entra o código do saltador;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do saltador”;
4.b) O usuário entra um código de saltador inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de saltador inexistente”;
4.c) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
4.d) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.e) Não há manifestos com a data selecionada;
I. O sistema exibe a mensagem “Não há manifestos com a data selecionada”;
9.a) O usuário seleciona “Não”;
I. O sistema retorna à tela em que estava anteriormente a este caso de uso;
117
3yV&RQGLo}HV O sistema exclui o manifesto.
1RPH Alterar manifesto
$WRU Operador 4
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da baiuquinha.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Alterar manifesto”;
2. O sistema exibe a tela com os critérios para seleção do manifesto;
3. O usuário seleciona um dos critérios (por pára-quedas, por saltador ou por data);
4. O usuário entra o código do pára-quedas, do saltador ou a data;
5. O sistema exibe a lista dos manifestos que atendem ao critério selecionado;
6. O usuário seleciona um dos manifestos da lista;
7. O sistema exibe os dados do manifesto;
8. O usuário seleciona “Cadastrar salto(s)” ou “Excluir salto(s)”;
9. O sistema entra no caso de uso correspondente (mostrado anteriormente);
10. O sistema exibe o(s) salto(s) cadastrado(s);
11. O usuário seleciona “Salvar manifesto”;
12. O sistema salva e exibe o manifesto;
)OX[R6HFXQGiULR
4.a) O usuário não entra o código do saltador;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do saltador”;
4.b) O usuário entra um código de saltador inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de saltador inexistente”;
4.c) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
4.d) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.e) Não há manifestos com a data selecionada;
I. O sistema exibe a mensagem “Não há manifestos com a data selecionada”;
3yV&RQGLo}HV O sistema altera o manifesto.
118
8.4 ESTAÇÃO 6 (RECEBIMENTO)
FIG 8.4 Casos de uso do Recebimento
1RPH Registrar entrega de pára-quedas
$WRU Operador 6
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da entrega.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário entra o código do manifesto;
2. O usuário seleciona a opção “Registrar entrega”;
3. O sistema exibe a tela para registro da entrega de pára-quedas;
4. O usuário entra o código do pára-quedas;
5. Ao final do registro de entrega, o usuário seleciona Encerrar”;
6. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
7. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
8. O sistema retorna à tela principal da entrega;
)OX[R6HFXQGiULR
1.a) O usuário não entra o código do manifesto;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do manifesto”;
1.b) O usuário entra um código de manifesto inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de manifesto inexistente”;
4.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
119
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
4.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
5.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a entrega do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para entrega de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a entrega do(s) pára-quedas.
1RPH Consultar pára-quedas entregues
$WRU Operador 6
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da entrega.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário entra o código do manifesto;
2. O usuário seleciona a opção “Consultar entregas”;
3. O sistema exibe a tela com código(s) do(s) pára-quedas entregue(s) e não
entregue(s);
4. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
5. O sistema retorna à tela principal da entrega;
)OX[R6HFXQGiULR
1.a) O usuário não entra o código do manifesto;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do manifesto”;
1.b) O usuário entra um código de manifesto inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de manifesto inexistente”;
3yV&RQGLo}HV O sistema retorna o(s) pára-quedas entregue(s) e não entregue(s).
120
8.5 ESTAÇÃO 7 (MANUTENÇÃO)
FIG 8.5 Casos de uso da Manutenção
1RPH Registrar entrada de pára-quedas
$WRU Operador 7
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da manutenção.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar entrada”;
2. O sistema exibe a tela para registro da entrada de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de entrada, o usuário seleciona Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
121
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal da manutenção;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a entrada do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para entrada de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a entrada do(s) pára-quedas na Estação 7.
1RPH Registrar saída de pára-quedas
$WRU Operador 7
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da manutenção.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona a opção “Registrar saída”;
2. O sistema exibe a tela para registro da saída de pára-quedas;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. Ao final do registro de saída, o usuário seleciona “Encerrar”;
5. O sistema mostra o(s) pára-quedas registrado(s);
6. O usuário seleciona a opção “Retornar à tela principal”;
7. O sistema retorna à tela principal da manutenção;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
4.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema informa que a saída do pára-quedas foi registrada;
II. O sistema apresenta a tela para saída de outro(s) pára-quedas;
3yV&RQGLo}HV O sistema registra a saída do pára-quedas da Estação 7.
122
1RPH Cadastrar manutenção
$WRU Operador 7
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da manutenção.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Cadastrar manutenção”;
2. O sistema exibe a tela para cadastro da manutenção;
3. O usuário entra o código do pára-quedas;
4. O sistema exibe a tela para preenchimento dos dados da manutenção;
5. O usuário preenche os dados da manutenção;
6. O usuário seleciona “Salvar”;
7. O sistema exibe a mensagem “Manutenção cadastrada !”;
8. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
3.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
3.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
5.a) O usuário não preenche os dados da manutenção;
I. O sistema exibe a mensagem “Preencher os dados da manutenção”;
8.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema exibe a tela para cadastro de outra(s) manutenção(ões);
3yV&RQGLo}HV O sistema cadastra a(s) manutenção(ões).
1RPH Consultar pára-quedas
$WRU Operador 7
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da manutenção.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Consultar pára-quedas”;
2. O sistema exibe a tela com os critérios para consulta do pára-quedas;
3. O usuário seleciona um dos critérios (por tipo, por condição ou por localização);
4. O usuário escolhe o tipo, condição ou localização;
5. O sistema exibe a lista dos pára-quedas que atendem ao critério selecionado;
123
6. O usuário seleciona um dos pára-quedas da lista;
7. O sistema exibe os dados do pára-quedas;
)OX[R6HFXQGiULR
4.a) Nenhum pára-quedas atende ao critério escolhido;
I. É exibida a mensagem “Nenhum pára-quedas atende ao critério escolhido”;
3yV&RQGLo}HV O sistema retorna os dados do(s) pára-quedas.
1RPH Alterar descrição de manutenção
$WRU Operador 7
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da manutenção.
)OX[RGH(YHQWRV
1. O usuário seleciona “Alterar descrição de manutenção”;
2. O usuário entra o código do pára-quedas;
3. O sistema mostra a tela para alteração da descrição de manutenção;
4. O usuário realiza a alteração;
5. O usuário seleciona “Salvar alteração;
6. O sistema salva a alteração;
7. O usuário seleciona “Encerrar”;
)OX[R6HFXQGiULR
2.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
2.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
7.a) O usuário seleciona “Próximo”;
I. O sistema apresenta a tela para alteração de outra(s) manutenção(ões);
3yV&RQGLo}HV O sistema altera os dados da(s) manutenção(ões).
1RPH Consultar histórico de manutenção
$WRU Operador 7
3Up&RQGLo}HV Estar previamente cadastrado no sistema e ter se conectado;
Estar na tela principal da manutenção.
)OX[RGH(YHQWRV
124
1. O usuário seleciona “Consultar histórico de manutenção”;
2. O usuário entra o código do pára-quedas;
3. O sistema mostra a tela com a descrição de todas as manutenções do pára-quedas;
)OX[R6HFXQGiULR
2.a) O usuário não entra o código do pára-quedas;
I. O sistema exibe a mensagem “Favor entrar o código do pára-quedas”;
2.b) O usuário entra um código de pára-quedas inexistente;
I. O sistema exibe a mensagem “Código de pára-quedas inexistente”;
3yV&RQGLo}HV O sistema exibe o histórico de manutenção do pára-quedas.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo