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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS EM
DIFERENTES MEIOS FILTRANTES
Eduardo Hiromitsu Tanabe
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE
DIFERENTES MEIOS FILTRANTES
Eduardo Hiromitsu Tanabe
Orientadora: Prof.Dra. Mônica Lopes Aguiar
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Química da
Universidade Federal de São Carlos como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de Mestre
em Engenharia Química, área de concentração em
Pesquisa e Desenvolvimento de Processos Químicos.
São Carlos – SP
2008
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
T161ec
Tanabe, Eduardo Hiromitsu.
Estudo do comportamento da deposição das partículas
em diferentes meios filtrantes / Eduardo Hiromitsu Tanabe. -
- São Carlos : UFSCar, 2008.
152 f.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2008.
1. Filtração de gases. 2. Filtros de tecido. 3. Planejamento
experimental. I. Título.
CDD: 660.284245 (20
a
)
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE
EDUARDO HIROMITSU TANABE APRESENTADA AO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUíMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SÃO CARLOS, EM 17 DE MARÇO DE 2008.
BANCA EXAMINADORA:
ftô~ÚÃ jp~ ;1~tv1 .
Prata.Dra.MônicaLapasAguiar
Orientadora, PPG-EQ/UFSCar
\
P~fJDr. J~:-c5'-
PG-EQ/UFSCar
i
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por nunca me abandonar nos momentos
difíceis de minha vida e sempre estar direcionando os meus caminhos.
Aos meus pais, Takashi Tanabe e Tochie Tanabe, por acreditarem em mim e sempre
estarem presentes em todos os momentos da minha vida. Quero dedicar também aos irmãos e
primos que sempre me ajudaram e incentivaram nas minhas decisões.
À Professora Mônica Lopes Aguiar pela dedicação, sugestões, apoio, compreensão e por
acreditar e confiar em meu trabalho. Gostaria de agradecer também pela grande amizade
construída durante todo esse tempo de mestrado.
Ao Professor José Renato Coury e a Doutora Ana Beatriz Neves Brito pela contribuição e
sugestões no Exame de Qualificação.
Aos amigos do laboratório de controle ambiental, aos técnicos Juliana, Tiago e Oscar, e a
todas as pessoas que me ajudaram direta e indiretamente neste trabalho.
Aos amigos Edison Ricco Júnior, Lucas Meili, Robson Costa (Capixaba), César Augusto
da Rosa, André Felkl, André Leopoldo, Marcos Vinícius, Roger, Alexandre Bôscaro (Carioca)
pela amizade construída durante todo este tempo de mestrado.
Às amigas Letícia Marciniuk, Ivana Cruz, Elyzabeth Fontoura, Ballu, Bruna Nascimento,
Renata de Aquino, Ediane Scherer, Aruana Barros, Camila Silva, Natália Feitosa, Patrícia
Nagliate, Vádila Guerra, Débora Felisoni, Ana Oehler, Laura Siqueira, Nickeli Rossi pela grande
amizade que conquistei durante este tempo de convivência em São Carlos.
Às amigas que estão mais distantes Maureen Evelize, Patrícia Kuroiwa e Alessandra
Kuroiwa. À Elis de Souza que sempre me incentivou neste trabalho e pela amizade construída.
Aos velhos amigos Rodrigo Béttega e Alexandre Gallas pela grande amizade construída
nos tempos de graduação. Ao grande amigo Marcos Felicetti pela ajuda e força durante todo o
trabalho.
Ao CNPq pelo apoio financeiro.
Ao departamento de Engenharia Química pela estrutura e equipamentos utilizados no
trabalho.
ii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.........................................................................................................
i
SUMÁRIO............................................................................................................................
ii
LISTA DE SÍMBOLOS.....................................................................................................
v
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................
vi
LISTA DE TABELAS........................................................................................................
ix
RESUMO.............................................................................................................................
xiii
ABSTRACT.........................................................................................................................
xv
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................
1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................
4
2.1.Classificação dos tecidos de filtração......................................................................
4
2.1.1. Tecidos Trançados..........................................................................................
7
2.1.2. Tecidos não trançados ou feltros...................................................................
8
2.2. Métodos de tratamentos de tecidos ou finalização................................................
11
2.3. Mecanismo de captura de material particulado...................................................
14
2.4. Formação das tortas de filtração............................................................................
17
2.5. Ciclos de filtração....................................................................................................
21
2.6. Remoção das tortas de filtração.............................................................................
24
2.7. Técnica de limpeza dos filtros................................................................................
26
2.8. Parâmetros importantes no processo de filtração................................................
28
2.8.1. Queda de pressão...........................................................................................
28
2.8.2. Velocidade de filtração..................................................................................
30
2.8.3. Porosidade do meio filtrante.........................................................................
31
2.8.4. Porosidade da torta........................................................................................
32
2.8.5. Permeabilidade do meio filtrante.................................................................
33
2.9. Estudos Experimentais............................................................................................
35
3. Materiais e métodos........................................................................................................
40
3.1. Caracterização dos materiais pulverulentos.........................................................
40
3.2. Caracterização dos meios filtrantes.......................................................................
41
3.3. Equipamentos de filtração e coleta de dados........................................................
43
iii
3.3.1. Alimentação do pó.........................................................................................
44
3.3.2. Sistema de filtração........................................................................................
45
3.3.3. Sistema de aquisição de dados......................................................................
47
3.3.4. Calibração da placa de orifício.....................................................................
47
3.4. Procedimento experimental....................................................................................
48
3.4.1. Ensaios gerais.................................................................................................
48
3.4.2. Obtenção das fotografias no MEV...............................................................
49
3.4.3. Análise de Imagens........................................................................................
49
3.5. Cálculo da perda de carga residual teórico...........................................................
50
3.6. Planejamento de experimento fatorial...................................................................
51
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................
53
4.1. Ensaios de filtração..................................................................................................
53
4.2. Estudo da profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de acrílico.....................................................................................................
55
4.3. Estudo da profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de polipropileno...........................................................................................
58
4.4. Estudo da profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de poliéster tratado......................................................................................
61
4.5. Comparações da profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática
entre os diferentes meios filtrantes........................................................................
64
4.6. Determinação da perda de carga residual teórico................................................
68
4.7. Estudo da profundidade de deposição das partículas de polvilho doce no
tecido de poliéster tratado......................................................................................
72
4.8. Estudo da profundidade de deposição das partículas de polvilho doce no
tecido de poliéster não tratado...............................................................................
74
4.9. Comparação da profundidade de deposição das partículas de polvilho doce
nos tecidos de poliéster tratado e poliéster sem tratamento...............................
77
4.10. Comparação da profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática
e polvilho doce no tecido de poliéster tratado......................................................
79
4.11. Estudo do efeito das variáveis operacionais na profundidade de deposição
das partículas no tecido de poliéster tratado........................................................
82
iv
5. CONCLUSÕES...............................................................................................................
89
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS........................................................
91
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................
92
ANEXO A............................................................................................................................
99
ANEXO B............................................................................................................................
103
ANEXO C............................................................................................................................
145
ANEXO D............................................................................................................................
152
v
LISTA DE SÍMBOLOS
A Área superficial de torta [L
2
]
dc Diâmetro do coletor [L]
dp Diâmetro de partículas [L]
Kc Resistência da torta [t
-1
]
Km Resistência do meio filtrante [M L
-2
t
-2
]
K
1
Coeficiente de permeabilidade [M
2
]
L Espessura do meio filtrante [L]
M Massa de torta [M]
P Profundidade de deposição [M]
Q Vazão mássica de pó [M t
-1
]
S Arraste efetivo [M L
-2
t
-1
]
V Velocidade superficial defiltração [L t
-1
]
V
f
Velocidade filtração [L t
-1
]
Vs Velocidade do fluido [L t
-1
]
t Tempo de filtração [t]
t
f
Tempo de filtração [t
-1
]
W Massa de pó depositada por unidade de área [M L
-2
]
LETRAS GREGAS
H Diferença de altura [L]
P Perda de carga [M L
-1
t
-2
]
Pc Queda de pressão devido à formação da torta [M L
-1
t
-2
]
P
m
Queda de pressão no meio filtrante [M L
-1
t
-2
]
P
t
Queda de pressão total [M L
-1
t
-2
]
ε porosidade
µ viscosidade [M L
-1
t
-1
]
ρ Densidade [M L
-3
]
ρ
g
Densidade do gás [M L
-3
]
ρ
s
Densidade do sólido [M L
-3
]
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Tipos de torcidas utilizadas na confecção de fios............................................. 6
Figura 2.2 Tipos de confecção de fios sintéticos................................................................ 7
Figura 2.3 Tipos de tecidos trançados................................................................................ 8
Figura 2.4 Tipos de tecidos: a) trançado:trama plana; b) trançado:trama sarja 2/1;
c)feltro agulhado..............................................................................................
10
Figura 2.5 Mecanismo de captura por interceptação direta............................................... 14
Figura 2.6 Mecanismo de captura por difusão ou movimento Browniano........................ 15
Figura 2.7 Mecanismo de captura por impactação inercial............................................... 16
Figura 2.8 Mecanismo de captura por gravidade............................................................... 16
Figura 2.9 Mecanismo de coleta eletrostática: (a) Coulômbico e (b) Dipolo Imagem...... 17
Figura 2.10 Ilustração da Filtração de profundidade.......................................................... 17
Figura 2.11 Fotografias com a formação de dendritos no tecido....................................... 18
Figura 2.12 Formação da torta de filtração......................................................................... 19
Figura 2.13 Ilustração da Filtração de Superfície............................................................... 19
Figura 2.14 Determinação do ponto de colmatação do meio............................................. 20
Figura 2.15
Curvas de queda de pressão inicial durante a filtração.............................................. 21
Figura 2.16 Ciclos de filtração ideais................................................................................. 22
Figura 2.17 Ciclos de filtração reais................................................................................... 23
Figura 2.18 Ciclos de filtração reais, com comportamento de limpeza por blocos............ 24
Figura 2.19 (a) Superfície do meio filtrante com a torta de filtração e (b) Fenômeno
Patchy Cleaning e (c) Imagem do fenômeno patchy cleaning geradas no
microscópio ótico............................................................................................
25
Figura 2.20 Filtração do gás sujo com a posterior limpeza pela técnica de vibração........ 26
Figura 2.21 Filtração do gás sujo com a posterior limpeza pela técnica do fluxo de ar
reverso............................................................................................................
27
Figura 2.22 Limpeza pela técnica do pulso de ar: a) Filtração do gás e b) processo de
limpeza............................................................................................................
28
Figura 3.1 Foto em microscopia eletrônica: a) rocha fosfática e b) polvilho doce.......... 41
Figura 3.2 Fotos da superfície dos tecidos: a) Polipropileno, b) Acrílico, c) Poliéster
tratado e d) Poliéster não tratadocom aumento de 50 vezes...........................
43
Figura 3.3 Esquema geral do equipamento de filtração e limpeza.................................. 44
Figura 3.4 Esquema do alimentador de pó....................................................................... 45
Figura 3.5 Esquema da caixa de filtração......................................................................... 46
Figura 3.6 Posicionamento da caixa de filtração: a) processo de filtração e b) processo
Limpeza..........................................................................................................
46
Figura 3.7 Ilustração da seção transversal do tecido desde da superfície torta-ar até
aproximadamente 500µm de profundidade, com aumento de 2000 vezes,
geradas no MEV..............................................................................................
49
Figura 3.8 Microfotografia das partículas no meio filtrante a) original e b) binarizada
com um aumento de 2000 vezes.....................................................................
50
Figura 4.1 Evolução da perda de carga utilizando como material particulado à rocha
fosfática...........................................................................................................
54
Figura 4.2 Evolução da perda de carga utilizando como material particulado o polvilho 54
Figura 4.3 Seção transversal do filtro de acrílico e rocha fosfática em diferentes ciclos. 55
vii
Figura 4.4 Comportamento do diâmetro médio das partículas de rocha fosfática no
tecido de acrílico em relação à profundidade de deposição............................
56
Figura 4.5 Comportamento do número médio de partículas de rocha fosfática no tecido
de acrílico em relação à profundidade de deposição.......................................
57
Figura 4.6 Seção transversal do filtro de polipropileno e rocha fosfática em diferentes
ciclos................................................................................................................
58
Figura 4.7 Comportamento do diâmetro médio das partículas de rocha fosfática no
tecido de polipropileno em relação à profundidade de deposição...................
59
Figura 4.8 Comportamento do número médio de partículas de rocha fosfática no tecido
de polipropileno em relação à profundidade de deposição.............................
60
Figura 4.9 Seção transversal do filtro de poliéster tratado e rocha fosfática em
diferentes ciclos...............................................................................................
62
Figura 4.10 Comportamento do diâmetro médio das partículas de rocha fosfática no
tecido de poliéster tratado em relação à profundidade de deposição...............
62
Figura 4.11 Comportamento do número médio de partículas de rocha fosfática no tecido
de poliéster tratado em relação à profundidade de deposição das partículas..
63
Figura 4.12 Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática para
diferentes tipos de tecidos................................................................................
65
Figura 4.13 Perda de carga residual em cada ciclo de filtração para a rocha fosfática....... 67
Figura 4.14 Comparativos da perda de carga residual experimental e teórica.................... 69
Figura 4.15 Eficiência teórica e experimental para o tecido de acrílico............................. 70
Figura 4.16 Eficiência teórica e experimental para o tecido de polipropileno................... 70
Figura 4.17 Eficiência teórica e experimental para o tecido de poliéster tratado............... 71
Figura 4.18 Seção transversal do filtro de poliéster tratado e polvilho doce em
diferentes ciclos...............................................................................................
72
Figura 4.19 Comportamento do número médio de partículas de polvilho doce no tecido
de poliéster tratado em relação à profundidade de deposição.........................
73
Figura 4.20 Seção transversal do filtro de poliéster não tratado e polvilho doce em
diferentes ciclos...............................................................................................
75
Figura 4.21 Comportamento do número médio de partículas de polvilho doce no tecido
de poliéster não tratado em relação à profundidade de deposição...................
75
Figura 4.22 Profundidade média de deposição de partículas de polvilho doce nos
tecidos de poliéster tratado e sem tratamento..................................................
77
Figura 4.23 Perda de carga residual em cada ciclo de filtração para o polvilho doce........ 78
Figura 4.24 Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática e
polvilho doce no tecido de poliéster tratado....................................................
80
Figura 4.25 Perda de carga residual em cada ciclo de filtração para o tecido de poliéster
tratado..............................................................................................................
81
Figura 4.26 Comportamento da curva de filtração para tempo 400 s................................. 82
Figura 4.27 Comportamento da curva de filtração para tempo 800s.................................. 82
Figura 4.28 Comportamento da curva de filtração para tempo de 1200 s.......................... 82
Figura 4.29 Diagrama de Pareto......................................................................................... 84
Figura 4.30 Valores experimentais versus valores previstos pelo modelo para a
profundidade média de deposição...................................................................
87
Figura 4.31 (a) Superfície de resposta e (b) curva de contorno para a profundidade
média de deposição das partículas em função da velocidade de filtração e
do tempo de filtração.......................................................................................
87
viii
Figura A.1 Equipamento para o pré-endurecimento da amostra...................................... 100
Figura A.2 Vista do equipamento de embutimento.......................................................... 101
Figura C.1 Fluxograma das etapas otimização de um processo....................................... 150
Figura D.1 Distribuição granulométrica das partículas de concentrado fosfático, de
polvilho doce e de maisena.......................................................................................................
152
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Algumas aplicações dos tecidos utilizados para filtração................................ 12
Tabela 2.2 Propriedades gerais das fibras dos tecidos....................................................... 13
Tabela 3.1 Caracterização do Material pulverulento......................................................... 41
Tabela 3.2 Características dos meios filtrantes.................................................................. 42
Tabela 3.3 Valores utilizados no planejamento fatorial..................................................... 51
Tabela 3.4 Matriz com os valores utilizados no planejamento experimental.................... 52
Tabela 4.1 Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de acrílico.............................................................................................
57
Tabela 4.2 Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de polipropileno....................................................................................
61
Tabela 4.3 Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de poliéster tratado...............................................................................
64
Tabela 4.4 Resultados da perda de carga residual teórico e experimental........................ 68
Tabela 4.5 Profundidade média de deposição das partículas de polvilho doce no tecido
de poliéster tratado..........................................................................................
74
Tabela 4.6 Profundidade média de deposição das partículas do polvilho doce no tecido
de poliéster não tratado....................................................................................
76
Tabela 4.7 Matriz com os valores dos ensaios de filtração com os resultados da
profundidade de deposição das partículas.......................................................
83
Tabela 4.8 Estimativa dos efeitos das variáveis para a profundidade média de
deposição
84
Tabela 4.9 Coeficiente de regressão para a profundidade média de deposição das
Partículas.........................................................................................................
85
Tabela 4.10 Análise de variância para a profundidade média de deposição....................... 86
Tabela B1 Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo1:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido..................................
104
Tabela B2 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no acrílico para
cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 1..................................
105
Tabela B3 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
acrílico e rocha no Ciclo 1..............................................................................
105
Tabela B4 Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 2:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
106
Tabela B5 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no acrílico para
cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 2..................................
107
Tabela B6 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
acrílico e rocha no Ciclo 2...............................................................................
107
Tabela B7 Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 3:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
108
Tabela B8 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no acrílico para
cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 3..................................
109
Tabela B9 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
acrílico e rocha no Ciclo 3...............................................................................
109
Tabela B10 Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 5:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
110
x
Tabela B11 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no acrílico para
cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 5..................................
111
Tabela B12 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
acrílico e rocha no Ciclo 5...............................................................................
112
Tabela B13 Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 10:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
112
Tabela B14 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no acrílico para
cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 10................................
113
Tabela B15 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
acrílico e rocha no Ciclo 10.............................................................................
114
Tabela B16 Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo 1:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
115
Tabela B17 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no polipropileno
para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 1..........................
115
Tabela B18 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
polipropileno e rocha no Ciclo 1.....................................................................
116
Tabela B19 Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo 2:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
117
Tabela B20 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no polipropileno
para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 2..........................
118
Tabela B21 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
polipropileno e rocha no Ciclo 2.....................................................................
118
Tabela B22 Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo 3:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...................................
119
Tabela B23 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no polipropileno
para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 3..........................
120
Tabela B24 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
polipropileno e rocha no Ciclo 3....................................................................
120
Tabela B25 Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo 5:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido..................................
121
Tabela B26 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no polipropileno
para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 5.........................
122
Tabela B27 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
polipropileno e rocha no Ciclo 5.....................................................................
122
Tabela B28 Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo 10:
diâmetros de partículas com a profundidade do tecido..................................
123
Tabela B29 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no polipropileno
para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 10.......................
124
Tabela B30 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
polipropileno e rocha no Ciclo 10...................................................................
125
Tabela B31 Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo
1: diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...............................
125
Tabela B32 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no poliéster
tratado para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 1..............
126
Tabela B33 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
poliéster tratado e rocha no Ciclo 1.................................................................
127
Tabela B34 Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo
xi
2: diâmetros de partículas com a profundidade do tecido............................... 128
Tabela B35 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no poliéster
tratado para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 2..............
128
Tabela B36 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
poliéster tratado e rocha no Ciclo 2.................................................................
129
Tabela B37 Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo
3: diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...............................
130
Tabela B38 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no poliéster
tratado para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 3..............
130
Tabela B39 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
poliéster tratado e rocha no Ciclo 3.................................................................
131
Tabela B40 Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo
5: diâmetros de partículas com a profundidade do tecido...............................
132
Tabela B41 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no poliéster
tratado para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 5..............
133
Tabela B42 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
poliéster tratado e rocha no Ciclo 5................................................................
133
Tabela B43 Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo
10: diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.............................
134
Tabela B44 Desvio padrão do diâmetro de partículas de rocha fosfática no poliéster
tratado para cada camada de profundidade analisada para o Ciclo 10............
135
Tabela B45 Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza, para o
poliéster tratado e rocha no Ciclo 10...............................................................
135
Tabela B46 Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo 1..................................................................................................
136
Tabela B47 Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo 2..................................................................................................
137
Tabela B48 Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo 3..................................................................................................
138
Tabela B49 Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo 5..................................................................................................
138
Tabela B50 Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo 10.................................................................................................
139
Tabela B51 Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo
1...................................................................................................
140
Tabela B52 Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo
2..................................................................................................
141
Tabela B53 Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo
3..................................................................................................
142
xii
Tabela B54 Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo
5...................................................................................................
143
Tabela B55 Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de
partículas com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce
para o Ciclo
10.................................................................................................
144
xiii
RESUMO
Muitos estudos relacionados aos filtros de mangas estão focados na minimização energética
do processo. Almejando ciclos de filtração mais longos, menor freqüência de limpeza e maior
vida útil do filtro, tais estudos buscam tecidos que apresentem maior facilidade de remoção da
torta e menor perda de carga residual. Existem muitos estudos relacionados com a formação e
remoção das tortas de filtração, mas pouco se sabe sobre o comportamento das partículas
depositadas no interior do meio filtrante e qual a influência destas partículas no desempenho dos
filtros. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi investigar o comportamento da deposição das
partículas no interior de diferentes meios filtrantes e materiais particulados após o processo de
limpeza, realizando um estudo microscópico, para avaliar o impacto destas partículas na
regeneração do tecido. Os materiais particulados utilizados foram à rocha fosfática e o polvilho
doce, com os meios filtrantes de poliéster tratado, de poliéster não tratado, de polipropileno e de
acrílico.
Os ensaios de filtração foram realizados com uma velocidade de filtração de 0,10 m/s. O
processo de remoção da torta foi através do fluxo de ar reverso com uma velocidade de limpeza
de 0,12 m/s. A perda de carga máxima admitida nos ensaios de filtrações foi 980 Pa.
Verificou-se, utilizando a rocha fosfática e os tecidos de acrílico, de polipropileno e de
poliéster tratado, que a profundidade de deposição das partículas no tecido de polipropileno foi
menor em relação aos outros dois tecidos estudados. Contudo, a perda de carga residual deste
tecido foi maior, mostrando que o acúmulo do material particulado neste meio filtrante
proporcionou uma maior resistência ao fluxo, devido ao menor espaçamento encontrado entre as
fibras deste tecido, proporcionando um fechamento dos poros.
Para as partículas de polvilho nos tecidos de poliéster tratado e não tratado, observou-se
que a maior profundidade de deposição das partículas aconteceu no tecido de poliéster sem
tratamento, mostrando que a ausência de tratamento permite que o tecido obtenha uma maior
deposição de partículas no interior do meio filtrante, aumentado à resistência do fluxo e também
à perda de carga residual do sistema. Isto mostra que tanto as características do meio filtrante e
do material particulado exercem uma influência na profundidade de deposição das partículas e na
perda de carga residual do sistema. Logo, o melhor desempenho encontrado utilizando os
xiv
materiais particulados de rocha fosfática e de polvilho doce, nestas condições experimentais foi o
tecido de poliéster tratado.
Realizou-se também um estudo dos efeitos das variáveis operacionais na profundidade de
deposição das partículas, utilizando um planejamento experimental de três níveis, 3
k
avaliando o
efeito das variáveis, velocidade de filtração (V
f
) e tempo de filtração (t
f
). Notou-se através dos
resultados que estas duas variáveis apresentaram influência na variável resposta, mas a variável
que proporcionou um maior efeito significativo foi à velocidade de filtração. Logo quando se
deseja obter menores níveis da profundidade de deposição das partículas, sugere-se a utilização
de baixos valores de velocidades de filtração e baixos valores de tempos de filtração, porque o
aumento da deposição das partículas no interior do meio filtrante dificulta o processo de limpeza,
obstruindo a passagem do ar através do filtro, provocando assim um aumento na perda de carga
residual do processo.
xv
ABSTRACT
Many studies related to bag filters have focused on minimizing the amount of energy used
in the process. Seeking longer filtration cycles, lower frequency of cleaning cycles and a longer
filter life, such studies search for fabrics which present easy cake removal and the least loss of
residual pressure drop. There are many studies related to the formation and removal of filtration
cakes but little is known about the behavior of particles deposited on the inside of the filter and
what influence these particles have on the performance of filters. For this reason, the objective of
this study was to investigate particle deposition behavior and particulate materials on the interior
of different filter materials after the cleaning process and to evaluate the impact of these particles
on the regeneration of the fabric under microscopic examination. Particulate materials utilized
were phosphatic rock and manioc starch with filter mediums of treated polyester, untreated
polyester, polypropylene and acrylic.
The filter trials were carried out at a filtration velocity of 0.10 m/s. The cake removal
process was done by reverse airflow at a cleaning velocity of 0.12 m/s. The maximum pressure
drop permitted in the filtration trials was 980 Pa.
Utilizing phosphatic rock and acrylic, polypropylene and treated polyester, the depth of
particle deposition on the polypropylene fabric was less deep in relation to the other two fabrics
studied. The residual pressure drop of this fabric was greater, demonstrating that the
accumulation of particulate material in this filter medium provided a greater resistance to flow,
due to the smaller spacing encountered between the fibers of this fabric and consequent closing
of pores.
For the manioc starch particles on treated and untreated polyester, a greater depth of
particle deposition was observed on the untreated polyester, showing that the absence of
treatment allowed the fabric to obtain greater particle deposition on the interior of the filter
medium, which increased the resistance to flow and the system residual pressure drop. This
shows that the characteristics of the filter medium and the particulate material both exercise an
influence on the depth of particle deposition and on residual pressure drop in the system. Thus,
the best performance encountered utilizing particulate materials of phosphatic rock or manioc
starch under the experimental conditions, was with the treated polyester.
xvi
A study on the effects of the operational variables on particle deposition depth was also
conducted, utilizing a three level experimental plan, 3
k
, to evaluate the effect of the variables,
filtration velocity (V
f
) and filtration time (t
f
). Results showed that both these variables presented
an influence on the response variable, but the variable that produced the greatest significant effect
was the filtration velocity. The utilization of lower values of velocity and lower values of
filtration times is suggested to achieve lower levels of particle deposition depth, because the
increase in particle deposition on the interior of the filter obstructs the air flow through the filter,
thus slowing the cleaning process and provoking an increase in residual pressure drop.
Introdução
1
1. INTRODUÇÃO
Com a crescente preocupação com o aumento da poluição atmosférica, agravada
principalmente pelo crescimento industrial desordenado e pela criação de legislações mais
rigorosas, tornou-se necessário o desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos para a
limpeza dos gases.
Dentre os diversos processos de separação gás-sólido existentes, destaca-se a filtração, em
que partículas em suspensão na corrente gasosa passa através de um meio filtrante formando as
tortas de filtração. Na filtração gás-sólido, os filtros de tecido são atualmente bastante
empregados, porque são economicamente viáveis, de fácil operação e altamente eficientes na
remoção de partículas. Esses equipamentos, além de serem capazes de satisfazer as leis
ambientais, são importantes na recuperação do material particulado, sendo este, o principal
produto de algumas indústrias.
Apesar de serem equipamentos conhecidos e utilizados há muito tempo, os filtros manga
voltaram a ser amplamente empregados nas indústrias após o desenvolvimento de novas fibras
sintéticas, devido à ampliação na faixa de aplicação, principalmente sob condições críticas de
operação, como temperaturas elevadas e situação de abrasão e de corrosão.
Durante os ensaios de filtração, um variável de grande importância no desempenho dos
meios filtrantes é a perda de carga, que aumenta de acordo com a formação da torta de filtração.
Quando esta perda de carga atinge um valor máximo, determinado por questões operacionais e
econômicas, torna-se necessária à limpeza do filtro, de forma a manter a queda de pressão dentro
dos limites práticos de operação.
Na operação de limpeza dos tecidos, o destacamento da torta de filtração ocorre em
pedaços, denominada limpeza por blocos, no qual algumas partes da torta são completamente
removidas e outras permanecem intactas no tecido. Isto conduz a um aumento da queda de
pressão residual mesmo após a etapa de limpeza, resultando em ciclos mais curtos, ou seja, em uma
freqüência de limpeza maior durante os períodos de filtração.
Atualmente, existem muitas pesquisas direcionadas à formação e remoção das tortas de
filtração, mas pouco se sabe sobre o comportamento das partículas depositadas no interior
(colmatação) do meio filtrante após a limpeza. Entretanto, a excessiva deposição das partículas
no interior do meio filtrante pode causar um grande aumento na perda de carga residual,
Introdução
2
reduzindo o tempo de filtração e aumentando o número de regenerações com o decorrer dos
ciclos. Logo, o conhecimento da deposição das partículas no tecido poderia esclarecer melhor as
operações de filtração e de limpeza, visando minimizar o consumo energético e aumentar o
tempo de vida útil dos tecidos.
Pensando nisso, alguns autores estão pesquisando este comportamento como:
Martins (2001) estudou a estrutura e as propriedades inerentes ao meio filtrante na
operação de filtração de aerossóis, utilizando o tecido de poliéster tratado e partículas de rocha
fosfática. Os ensaios de filtração foram realizados para velocidades de 5 cm/s e 10 cm/s. O autor
verificou que a profundidade de deposição de pó não foi homogênea para diferentes regiões do
tecido, sendo que para a maior velocidade de filtração, a profundidade de deposição foi maior e
que a permeabilidade do meio poroso diminuiu com o aumento da massa de pó residual.
Rodrigues (2006) investigou a profundidade de deposição das partículas de rocha
fosfática em diferentes meios filtrantes.Os ensaios de filtração foram realizados a uma velocidade
de 10 cm/s. Em seu trabalho foi constatado que, apesar da heterogeneidade do meio filtrante,
houve um acúmulo de partículas nas camadas superficiais do tecido, que diminuía com a
profundidade de deposição. O autor verificou também que, para o polipropileno, tecido com
menor permeabilidade e porosidade, houve menor retenção de partículas após a limpeza. No
entanto, esse meio filtrante foi o que apresentou maior perda de carga residual e ciclos de
filtração mais curtos, fatos que foram associados às características do material e das partículas.
Mauschitz et al.(2007) investigaram a deposição de partículas de carbonato de cálcio em
feltros de poliéster suportados à uma profundidade de 2 mm por telas com aberturas de 250 µm
(FM14c) e 1200 µm (FM14d). Os ensaios de filtração foram realizados a uma velocidade de 0,05
m/s e o método de limpeza aplicado foi o pulso de ar reverso. Os autores observaram que ocorreu
um aumento na massa residual depositada dentro do meio filtrante e uma diminuição da
porosidade superficial em determinadas profundidades do tecido com aumento no número de
ciclos, sendo estas partículas depositadas inicialmente próximas à superfície externa do tecido.
Verificaram também que o tecido FM14c apresentou uma maior perda de carga residual em
relação ao tecido FM14d. As altas cargas de partículas alojadas dentro do meio filtrante FM14c,
próximas das telas, ocasionaram o bloqueio da passagem do ar, aumentando a perda de carga
residual do sistema. Isto mostrou que a grande quantidade de partículas depositadas no interior do
filtro tornou-se prejudicial nos ensaios de filtração.
Introdução
3
Dessa forma, a proposta deste trabalho foi investigar a deposição das partículas após a
operação de remoção da torta de filtração, estudando o comportamento destas partículas no
interior do meio filtrante, como a profundidade de deposição, a quantidade e o tamanho das
partículas, avaliando os impactos proporcionados por estas partículas nas características da
filtração, principalmente na perda de carga residual. Propôs-se também realizar um estudo para
avaliar o efeito das variáveis operacionais, como velocidade superficial de filtração e o tempo de
filtração, na profundidade de deposição das partículas utilizando um planejamento experimental.
Revisão Bibliográfica
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo serão abordados alguns conceitos importantes utilizados em filtros mangas,
principais variáveis de projeto, tipos de tecidos empregados, métodos de finalização do tecido,
mecanismos de remoção das tortas, e também alguns estudos dos principais trabalhos
encontrados na literatura.
O grande desenvolvimento industrial desperta cada vez mais o interesse na conservação do
meio ambiente e na recuperação de matérias primas. Particularmente, a limpeza de gases recebe
uma atenção especial de pesquisadores e fabricantes de filtros que buscam conhecer melhor o
fenômeno da filtração e, conseqüentemente, desenvolver meios filtrantes e mecanismos de
limpeza mais eficientes.
A escolha do equipamento de remoção de partículas depende de alguns fatores muito
importantes que devem ser levados em consideração, tais como: o tamanho das partículas, a sua
densidade e concentração, a vazão de gás, a sua temperatura e as características físicas e
químicas.
Dentre os diversos tipos de equipamentos utilizados nos processos de separação gás-sólido, os filtros
de mangas são os mais empregados, porque possuem alta eficiência para amplas faixas granulométricas,
são facilmente operados, apresentam simples manutenção e possuem a capacidade de operar com altas
cargas de pó e grandes volumes de gás (THEODORE E BUONICORE, 1998). Esses filtros podem ser
utilizados em diversas aplicações, tais como: proteção respiratória, recuperação de particulados,
em operações industriais, limpezas de ambientes, entre outros (HINDS, 1999).
O emprego dos filtros manga nas indústrias está se tornando cada vez maior, devido ao
desenvolvimento de novas fibras sintéticas, que ampliaram o campo de utilização dos filtros de
mangas em diversos processos, principalmente sob condições críticas de operação, com melhor
resistência ao calor, a materiais corrosivos, entre outras características.
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS DE FILTRAÇÃO
Os tipos de tecidos utilizados em filtração industrial atualmente englobam uma variedade
de materiais, incluindo tecidos trançados e tecidos não trançados, também denominados feltros,
Revisão Bibliográfica
5
que são confeccionados com diversas fibras. A classificação existente para as fibras comerciais é
apresentada pela ABRAFAS – Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Artificiais e
Sintéticas. Os materiais de fabricação incluem as cerdas naturais e as sintéticas. As primeiras
fibras a serem utilizadas foram as naturais, principalmente a lã e o algodão. Embora estas fibras
possuam algumas limitações de suas propriedades físicas, elas são ainda empregadas em muitas
aplicações de filtração (DONOVAN, 1985). As fibras sintéticas são atualmente as mais utilizadas
e incluem acetatos, acrílicos, poliamidas, poliésteres, poliolefinas, entre outros materiais. Isto se
deve ao baixo custo, a uma maior resistência química e física e a um menor diâmetro das fibras.
Para altas temperaturas empregam-se filtros de teflon e algumas fibras de carbono foram
desenvolvidas para esta aplicação. No entanto, o material sintético mais empregado é a fibra de
vidro (MARTINS, 2001).
A fibra de poliéster, por exemplo, tem uma baixa resistência ao calor úmido, o que leva a
uma redução na sua durabilidade. Barnett (2000) realizou um ensaio para testar a fibra de
poliéster a uma umidade relativa de 10% e operando a uma temperatura de 140ºC. A fibra de
poliéster resultou numa redução de 12% na durabilidade depois de sete dias de operação.
Em 1991, a temperatura máxima para um filtro disponível comercialmente era de cerca de
260ºC. E este fato mudou com o advento dos filtros cerâmicos e metálicos (DAVIS e
BUONICORE 1992).
Para uma melhor compreensão da estrutura de um tecido, cabe definir a seguir alguns
outros termos e classificações relativas à sua fabricação (RODRIGUES 2006):
Fibras
: são as componentes básicas do fio. O fio pode ser confeccionado com materiais
sintéticos ou naturais, e ser constituído por fibras curtas (segmentadas), que são denominadas
fibras cortadas ou “staple”, ou por filamentos, que é uma fibra contínua (CHEREMISINOFF e
YOUNG, 1977).
Fios
: a fiação transforma as fibras em fios por um processo em que as mesmas são
“torcidas” em fios, sendo esta torcida medida pelo número de voltas por polegada. Quanto mais
torcido o fio, mais forte este será, até certo ponto limitante (DONOVAN, 1985). De acordo com
Cheremisinoff e Young (1977), para fios formados por filamentos é considerado ótimo seis voltas
por polegada e para fibras cortadas de 10 a 20 voltas. Ultrapassados estes valores, o fio perde
elasticidade e torna-se quebradiço.
Revisão Bibliográfica
6
As propriedades de resistência lateral e longitudinal dos tecidos podem ser atribuídas, pelo
menos em parte, às combinações de torcidas à esquerda ou à direita, denominadas torcidas “S” e
“Z”, respectivamente, como ilustra a Figura 2.1.
Figura 2.1: Tipos de torcidas utilizadas na confecção de fios.
Fonte: BILLINGS e WILDER (1970)
Padronização
: Apesar da existência de vários parâmetros de caracterização dos tecidos, a
industria têxtil padronizou sistemas mais convenientes, como o Tex e o Denier. O número Tex é
definido pela massa em gramas de um quilômetro de fio. Multiplicando este valor por 9 obtém-se
o número em Denier (CHEREMISINOFF e YOUNG, 1977).
Os fios formados por fibras sintéticas, para fabricação de tecidos trançados, podem se
apresentar em três configurações: o monofilamento, formado pela extrusão de um filamento de
fibra contínua, após a solidificação; o fio multifilamentoso, formado quando várias fibras são
torcidas juntas, assim que se solidificam, apresenta maior flexibilidade quando comparado ao
monofilamento, maior espessura e pode ser trançado em estruturas mais justas; os fios estirados
(“spun”) são formados por fibras sintéticas cortadas em partes curtas (40-70 mm) e processadas
(ou cardadas) como as fibras cortadas naturais (DONOVAN, 1985). Os tecidos trançados desta
formas são mais volumosos, mais rígidos, e têm maior capacidade de coleta. As desvantagens
englobam a baixa resistência ao estiramento e dificuldades na limpeza da torta. Uma
representação destes tipos de fios pode ser vista na Figura 2.2.
Revisão Bibliográfica
7
Monofilamento contínuo
Fio multifilamentoso
Fio estirado
Figura 2.2: Tipos de confecção de fios sintéticos.
Fonte: DONOVAN, 1985
A seguir serão apresentadas as formas de confecção dos tecidos.
2.1.1 Tecidos Trançados
A maior parte dos tecidos utilizados na filtração de gases é confeccionada completamente
ou parcialmente por trançamento das fibras. O filtro de manga no qual o gás flui de dentro das
mangas para fora, usam tecidos trançados quase que exclusivamente (MYCOCK et al,1995).
Exemplos seriam filtro de mangas com sistema de limpeza por fluxo de ar reverso e vibração
mecânica. Os filtros de tecido trançado oferecem baixa resistência ao fluxo de gás e seu
acabamento macio confere boa característica de liberação da torta de filtração (TOGNETTI,
2007).
Conforme a ABNT/TB-392, um tecido trançado é uma estrutura produzida pelo
entrelaçamento de um conjunto de fios de trama formando um ângulo de (ou próximo de) 90º. O
conjunto de fios que correm longitudinalmente em um pano é chamado de urdume que forma a
estrutura básica do tecido trançado, que deverá suportar o tecimento. O fio que é entrelaçado com
o urdume é perpendicular a este, é designado trama, formando-se assim o tecido trançado.
Os tecidos podem ser trançados de várias formas. O trançado plano é a forma mais simples,
com cada fio da trama passando acima e abaixo do urdume. O tecido trançado sarja é um segundo
tipo de tecido, formado pelo entrelaçamento de mais de um e menos de quatro fios longitudinais
em seqüência do fio transversal. Ao fim de cada linha sucessiva, o padrão é mudado em um passo
para a direita ou à esquerda. Este tipo de trançado fornece um tecido mais resistente e mais
flexível que o trançado plano.
Revisão Bibliográfica
8
O terceiro tipo de trançado é o de cetim, no qual mais de quatro fios longitudinais são
entrelaçados por vez. Este tipo de trançado promove um acabamento acetinado ao tecido, mas
não confere boa resistência como os outros trançados. Tais tecidos podem aparecer em duas
variedades, sendo uma a face de fios longitudinais e a outra a de fios transversais, dependendo de
qual fio aparece na superfície. Na Figura 2.3 estão apresentados os tipos de entrelaçamento.
Figura 2.3: Tipos de tecidos trançados (BUONICORE&DAVIS, 1992).
2.1.2 Tecidos não trançados ou feltros
Um tecido não trançado é formado por uma estrutura plana, flexível e porosa, constituído
de um véu ou manta de fios em que as fibras podem ser orientadas numa direção ou depositadas
ao acaso e consolidado por vias mecânicas, químicas ou térmicas. Os tecidos não trançados ou
feltros são mais apropriados para filtros manga com sistema de limpeza por jato pulsante que
oferece alta energia para limpeza e alto fluxo operacional de gás. Filtros não trançados trabalham
bem com pós mais pesados como areia seca, pedra calcária, e grãos. Em geral os tecidos não
trançados possuem vida útil mais longa das mangas, mas oferecem maior resistência ao fluxo do
que os tecidos trançados (MYCOCK et.al, 1995).
Revisão Bibliográfica
9
A fabricação dos feltros se inicia pela formação de uma manta, constituída por uma ou mais
camadas de véus. Estes véus são obtidos por processos de cardagem, por fluxo de ar, por
deposição eletrostática, por suspensão em meio líquido ou por fiação direta de filamentos
contínuos. Em seguida, a manta é consolidada por processos químicos, utilizando resina, secagem
e polimerização; por meios mecânicos, usando agulhas que entrelaçam as fibras, costuras ou jatos
de água; ou físicos, utilizando calor e pressão. Pelo próprio processo de produção, os feltros
exibem muito mais poros por unidade de área que os tecidos trançados (HARDMAN, 2001).
Donovan (1985) afirmou que em tecidos não trançados a formação da torta ocorre mais
lentamente que em tecidos trançados. Isto porque o espaço disponível para passagem do fluxo em
um tecido trançado é mais concentrado que em um não trançado, e o bloqueio desta passagem
ocorre mais rapidamente por causa deste fluxo concentrado.
A fabricação dos feltros poliméricos pode ser classificada em três categorias básicas,
conforme o processo de manufatura da rede inicial (véu) que constitui o tecido:
1. Processo a seco: a rede é formada por um processo de cardagem, que separa, alinha e
libera as fibras como uma rede para a posterior etapa de ligação.
2. Processo a úmido: semelhante ao processo de fabricação do papel, onde as fibras são
dispersas em meio líquido, e alimentadas em uma esteira aquecida que seca as fibras.
3. Processo de ligação dos fios: é um processo que, que diferentes dos outros dois,
envolve desde a produção do polímero até a finalização do tecido em si. Os produtos
de entrada não são as fibras, mas sim o predecessor, o polímero fundido. Este é
extrudado e em seguida, as fibras assim formadas são orientadas durante a queda em
uma esteira. A seguir, a rede formada passa pela etapa de ligação, que pode ser
térmica, química, ou por pressão (DONOVAN, 1985).
A técnica da agulhagem é um método mecânico de ligação da rede formada, que consiste
em combinar duas ou mais camadas de fibras em um feltro produzido pelas técnicas apresentadas
nos itens 1 e 2, ou naturais, e atravessá-las com agulhas farpadas. Este processo visa distribuir as
fibras uniformemente pela matriz trançada (CLARK, 2001). Algumas modificações na estrutura
básica produzida no processo de perfuramento podem determinar a performance de filtração dos
tecidos agulhados. Quando a densidade de perfuração é aumentada durante o processo, um dos
resultados é um aumento na densidade do tecido, que promove um aumento na eficiência de
filtração (BAKER, 2001).
Revisão Bibliográfica
10
Theodore e Buonicore (1998) afirmam que os feltros limpos são mais eficientes que tecidos
trançados limpos, mas que estes últimos são capazes de alcançar eficiências comparáveis após uma
camada de partículas ter se acumulado em sua superfície. Na indústria, este processo de formação da
torta pode durar, dependendo da carga e da natureza das partículas, desde algumas horas até alguns dias.
Por esse motivo, no caso dos tecidos trançados, deve-se cuidar para que a limpeza não elimine
completamente a camada superficial da torta, o que diminuiria a eficiência da filtração. Como afirmam
os autores, este problema é mais difícil de ocorrer nos feltros pela grande quantidade de partículas
retidas no interior do tecido após a limpeza. Assim, os feltros necessitariam de técnicas de limpeza mais
rigorosas, empregando freqüentemente métodos de pulso de ar.
A Figura 2.4 mostra alguns exemplos de tecidos trançados e feltro.
a) b)
c)
Figura 2.4: Tipos de tecidos: a) trançado:trama plana; b) trançado:trama sarja 2/1; c) feltro
agulhado.
Revisão Bibliográfica
11
2.2 MÉTODOS DE TRATAMENTOS DE TECIDOS OU FINALIZAÇÃO
.
Existem várias formas de tratamento de tecidos, dentre eles os mecânicos, térmicos e
químicos para melhorar a performance dos meios filtrantes utilizados no processo de filtração
(DONOVAN, 1985).
Dentre os motivos que estimulam a realização de tratamentos finalizadores estão: (i)
assegurar a estabilidade adequada ao tecido (contra o encolhimento, por exemplo), (ii) modificar
as características superficiais, alterando inclusive a capacidade de liberação da torta, (iii) regular
a permeabilidade do tecido e conseqüentemente a capacidade de coleta (HARDMAN, 2001), e
(iv) minimizar a penetração das partículas e diminuição da colmatação do tecido ( MAUSCHITZ
et al., 2005). Entre os processos pode-se citar:
Calandragem
: Processo utilizado para tecidos não trançados, onde o tecido passa através de rolos
quentes que o comprimem uma ou mais vezes, agindo como o compactador fundindo a superfície
das fibras. Na calandragem a quente, a temperatura é uma variável do processo.
Escovação:
Nesta operação, uma vigorosa escovação da superfície resulta no levantamento dos
fios do tecido. Esta técnica é aplicada em tecidos trançados, onde a eficiência inicial de coleta é
baixa (ROTHWELL, 1989).
Chamuscagem:
Este processo utiliza uma chama para eliminar fibras preponderantes da
superfície, como se fosse um processo inverso à escovação. Este processo evita que as fibras da
superfície sejam incorporadas à torta e formem uma espécie de “armadilha”, dificultando a
limpeza.
Impregnação química:
Consiste na imersão do tecido em banho químico. Este processo é
utilizado para melhorar a performance do filtro, reduzindo o ataque químico, aumentando a
resistência aos ácidos, facilitando a liberação da torta e retardando a propagação da chama
(CLARK, 2001).
Alguns meios filtrantes podem receber tratamento antiestático, tratamento de orientação
das fibras, recobrimento com membranas, receber resinagem com PTFE, ou ainda, ser
plastificado em um ou ambos os lados, além de muitos outros tipos de tratamento disponíveis
(LORA, 2002).
Revisão Bibliográfica
12
Na Tabela 2.1 estão apresentados alguns tipos de aplicações dos tipos de tecidos utilizados
nos processos de filtração.
Tabela 2.1: Algumas aplicações dos tecidos utilizados para filtração (Renner Têxtil Ltda, 2001).
TIPO MARCA PRINCIPAIS APLICAÇÕES
PP (polipropileno)
Polipropileno
Meraklon
Indústria alimentícia (leite, açúcar, farinha), de
detergente (condições de temperatura abaixo de
100
o
C)
AC (Poliacrilonitrila
copolímero)
Acrílico
Secadores por atomização, Indústria calcárea,
gesso (condições úmidas até 120
o
C)
DT (Poliacrilonitrila
Homopolímero)
Dolanit
Ricern
Dralon T
Secadores por atomização, Indústria calcárea,
gesso (condições úmidas até 125
o
C)
RO (Olefina resistente à alta
temperatura)
Trol
Calcinação, filtração líquida, condições de
extrema umidade e temperatura.
PE (Poliéster ) Poliéster
Mineração, cimento, siderúrgicas, madeireiras,
cerâmicas, asbestos, britagem, plástico, pigmentos
(condições secas até 150
o
C)
NO (Poliamida aromática)
Nomex
Conex
Asfalto, siderúrgicas, indústrias de cimento e cal,
fundições, indústria de cerâmica.
RY (Polifenilsulfeto)
Ryton
Procon
Caldeiras a carvão (em leito fluidizado) e indústria
química (aplicações em campos com ataque
químico e hidrólise acentuados)
PI (Polimida aromática) P-84
Asfalto, siderúrgicas, indústrias de cimento e cal,
fundições, indústrias cerâmica.
TF ou PR ( Teflon ou
politetrafluoretileno)
Teflon
profilen
Negro de fumo, incineradores de lixo, caldeiras a
carvão (condições extremas de ataques químicos e
temperatura)
A seleção adequada dos tecidos a serem utilizados como meio filtrante, depende da
compatibilidade destes com o material particulado que secoletado e das características e
aplicações de cada processo de filtração, que abrangem a temperatura, a abrasão, à energia de
absorção, as propriedades da filtração, a resistência aos álcalis, aos ácidos, ao oxigênio e o custo
relativo do material (BARNETT, 2000).
Na Tabela 2.2 estão apresentadas as propriedades gerais de algumas fibras.
Revisão Bibliográfica
13
Tabela 2.2: Propriedades gerais das fibras dos tecidos (DONAVAN, 1985).
FIBRA Algodão Polipropileno Poliamida Acrílico Poliéster
Aramida
aromática
Vidro Metal
SIGLA DIN
60001
CO WO PP PA PAC PES PAI GL MT
MARCAS - -
Courlene
Hostalen
Meraklon
Pylen
Nailon
Nylon6.6
Perlon
Rilsan
Crylon
Drylon T
Orlon
Redon
Ricem
Dracon
Tergal
Terital
Terylene
Trevira
Nomex
Tejin
Conex
Fiberglass
Vetrolon
Vetrotex
Bekinox
Teor de
umidade
absorvida
pela fibra,
base seca(%)
65%U.R. e
21ºC
8 14,5 0,01 4,00 1,50 0,50 4,50 0,00 0,00
Temperatura
máxima de
trabalho
contínuo em
ºC
90 94 90 110 120
150
(Calor
Seco)
200 260 550
Resistência
ao calor
úmido
(hidlise)
Regular Fraca Excelente
Não
resiste
Boa
Não
resiste
Não
Resiste
Boa Boa
Resistência a
abrasão
Regular Regular Boa Excelente Boa Excelente Excelente Fraca Regular
Resistência
aos ácidos
minerais
Fraca Boa Excelente Fraca Boa
Não
resiste
Não resiste Boa Boa
Resistência
aos ácidos
orgânicos
Fraca Boa Excelente Fraca Boa Fraca Fraca Boa Boa
Resistência
aos álcalis
Boa Fraca Excelente Boa Fraca Fraca Boa Fraca Excelente
Resistência
aos agentes
oxidantes
Fraca Fraca Fraca Fraca Boa Boa Fraca Excelente Excelente
Resistência
aos solventes
orgânicos
Excelente Excelente Excelente Boa Excelente Boa Excelente Boa Excelente
Densidade
específica
1,50 1,31 0,90 1,14 1,16 1,38
1,37 a
1,38
2,54 7,9
Ácidos(em
alta
concentração)
que a fibra
não resiste
H2SO4 H2SO4
-
H2SO4
HNO3
HCOOH
HCI
H2SO4
HNO3
H2SO4 H2SO4
HF
Sem
Análise
Propagação
da Combustão
Sim Não Sim Sim Sim Sim Não o Não
Diferentemente do mecanismo de ação de uma peneira, em que apenas as partículas com
diâmetros superiores à abertura da malha ficam retidas (HINDS, 1999), os filtros de tecido
possuem elevada eficiência de coleta para uma ampla distribuição granulométrica. Apesar da
abertura dos poros dos tecidos comerciais utilizados como meio filtrante serem de
Revisão Bibliográfica
14
aproximadamente 100 µm, estes removem adequadamente partículas menores que 0,5 µm e
coletam uma quantidade substancial de partículas menores que 0,01 µm (THEODORE e
BUONICORE, 1988).
Segundo ROSS (1972), a captura de partículas de diâmetros inferiores às aberturas dos
poros dos tecidos se deve, a mecanismos como a impactação de partículas grandes com as fibras;
a difusão de partículas submicrômicas pelas fibras; a atração e repulsão eletrostática e a retenção
das partículas grossas pelo tecido e das finas pela torta formada, este último sendo o mecanismo
que se assemelha ao peneiramento. Os principais mecanismos serão ilustrados na seção 2.3.
2.3 MECANISMO DE CAPTURA DE MATERIAL PARTICULADO
A corrente de gás passando através de um filtro carrega as partículas em direção aos corpos
coletores, que no caso dos filtros de tecidos, são as fibras. Para que ocorra a filtração, é
necessário que haja contato físico entre partícula e coletor. Além disso, é necessário que a
partícula fique retida no coletor. Durante o escoamento do gás carregado de partículas, este é
forçado a passar através de um meio contendo os coletores (fibras), e essa coleta se dá através de
vários mecanismos (COURY, 1986), que serão apresentados a seguir:
Interceptação Direta:
Ocorre quando uma partícula segue o fluxo de gás entre as fibras do tecido.
Tais partículas possuem um raio significativamente maior que o espaçamento entre as fibras,
assim as partículas batem na fibra no qual são capturadas. Na interceptação direta, como mostra a
Figura 2.5, as partículas seguem o fluxo da linha original (KIM et al, 2000).
Interceptação direta LINHAS DE FLUXO
LINHA CENTRAL
CORTE SECCIONAL DA FIBRA
Figura 2.5: Mecanismo de captura por interceptação direta.
Revisão Bibliográfica
15
Difusão ou movimento Browniano: Este mecanismo funciona bem para partículas submicrômicas
(0,01µm) e baixas velocidades de filtração. Quanto menor o tamanho da partícula melhor este
mecanismo trabalha, devido à difusão ou ao movimento Browniano. Neste caso, as partículas são
tão pequenas e têm tão pouca massa que podem ser influenciadas pelo bombardeamento de
moléculas de gás ao redor da partícula que afeta o caminho até colidir na fibra (BILLINGS e
WILDER,1970). Na Figura 2.6 está ilustrado o mecanismo de difusão ou movimento Browniano.
LINHAS DE FLUXO
LINHA CENTRAL
CORTE SECCIONAL DA FIBRA
Caminho atual da partícula devido
ao movimento Browniano
Linha de fluxo
inicial da partícula
(não interceptaria)
Figura 2.6: Mecanismo de captura por difusão ou movimento Browniano.
Impactação inercial:
Neste caso, admite-se que as partículas possuem massa finita. A presença de
um corpo no caminho do escoamento produz uma curvatura nas linhas de corrente, seja ele uma
fibra ou uma esfera. As partículas são projetadas de suas linhas de corrente originais por ação
inercial e se chocam com o corpo coletor, podendo ou não se depositar em sua superfície. Neste
mecanismo é evidente a influência da velocidade e da massa das partículas (DULLIEN, 1989).
Na Figura 2.7 está ilustrado o mecanismo de impactação inercial.
Gravidade ou sedimentação:
Este mecanismo é o resultado do efeito da gravidade sobre a
partícula, que causa um desvio da trajetória normal. É o mecanismo dominante para baixas
velocidades de gás e grandes partículas. A eficiência depende da direção do fluxo, ou seja, a
eficiência é maior quando o fluxo ocorre de cima para baixo do que debaixo para cima
(AGUIAR,1991). Na Figura 2.8 está ilustrado o mecanismo de gravidade.
Revisão Bibliográfica
16
Impactação
Inercial
LINHAS DE FLUXO
LINHA CENTRAL
CORTE SECCIONAL DA FIBRA
TRAJETÓRIA
DA PARTÍCULA
Figura 2.7: Mecanismo de captura por impactação inercial.
LINHAS DE FLUXO
LINHA CENTRAL
CORTE SECCIONAL DA FIBRA
Atração gravitacional
Figura 2.8: Mecanismo de captura por gravidade.
Forças eletrostáticas:
Além dos mecanismos denominados mecanismos mecânicos, vários estudos
mostram que as forças eletrostáticas podem ser de grande importância na operação de filtração.
Tais forças podem proporcionar aumento na eficiência da filtração, e no caso de existência da
torta, causar a formação de tortas menos compactas, que oferecem menos resistência ao
escoamento do gás. A presença de forças elétricas num filtro pode ser devida a cargas
eletrostáticas nas partículas e/ou coletores ou pode ser induzida por um campo elétrico externo.
(COURY, 1986).
Os principais mecanismos em que se dá a coleta são a atração entre as partículas carregadas
e coletor carregado, com carga oposta (Coulômbico) e a atração entre partícula carregada e dipolo
induzido do coletor globalmente neutro (Dipolo-imagem) (AGUIAR, 1991). Na Figura 2.9 estão
Revisão Bibliográfica
17
ilustrados os mecanismos de coleta eletrostática onde existe uma partícula carregada e o coletor
carregado com carga oposta.
Linhas de
corrente do
gás
Linhas de
corrente do
gás
(a) (b)
Figura 2.9: Mecanismo de coleta eletrostática: (a) Coulômbico e (b) Dipolo Imagem.
2.4 FORMAÇÃO DAS TORTAS DE FILTRAÇÃO
Geralmente os processos de formação de tortas de filtração acontecem em três etapas
distintas conhecidas como: a filtração de profundidade, etapa de transição e a filtração superficial.
Na filtração de profundidade, em princípio, as partículas penetram intensamente no interior
do tecido, ficando retidas nos interstícios das fibras, como ilustra a Figura 2.10. A captura pode
ocorrer por ação dos mecanismos de captura como gravidade, inércia, interceptação direta e
difusionais (THEODORE e BUONICORE, 1998).
Figura 2.10: Ilustração da Filtração de profundidade (Renner Têxtil Ltda, 2001).
Revisão Bibliográfica
18
Com o transcorrer da filtração e conseqüente aumento das partículas coletadas, inicia-se a
etapa de transição, com a formação de dendritos, ilustrada na Figura 2.11. Estes dendritos são
estruturas formadas pela aglomeração de partículas no interior do meio filtrante, que passam agir
como novos elementos coletores (RODRIGUES, 2006).
(a)
(b)
Figura 2.11: Fotografias com a formação de dendritos no tecido obtido por (a) Song et.al, 2006 e (b)
Thomas et.al, 2001
Payatakes (1977) subdivide esta fase intermediária em duas, sendo que inicialmente ocorre
a deposição de partículas sobre partículas, e segue-se a fase em que estes dendritos crescem e
interagem com seus vizinhos, formando uma cobertura de espessura não uniforme ao redor da
fibra, o que o autor denomina de matriz porosa interna.
Como resultado da formação destas estruturas, tem-se o acréscimo na taxa de queda de
pressão e significativa diminuição da penetração das partículas através do filtro. Os dendritos
formados vêm a constituir, finalmente, uma camada superficial de material particulado,
denominado de torta de filtração ilustrada pela Figura 2.12.
Revisão Bibliográfica
19
Figura 2.12: Formação da torta de filtração (SONG et.al, 2006).
A partir da existência da torta na superfície do tecido, tem-se a terceira fase da filtração.
Esta fase é conhecida como filtração superficial, ilustrada na Figura 2.13, no qual o meio filtrante
passa a atuar como suporte para a torta, sendo esta capaz de remover as partículas mais finas da
corrente gasosa por peneiramento, ou por outros mecanismos de captura já descritos
anteriormente. Desta forma, é interessante que se estabeleça a filtração superficial o quanto antes,
para que o sistema alcance maior eficiência de remoção (RODRIGUES, 2006).
Figura 2.13: Ilustração da Filtração de Superfície (Renner Têxtil Ltda, 2001).
A previsão do momento exato de formação de torta é difícil de se obter fisicamente, mesmo
porque os tecidos não são materiais uniformes. Vários autores admitem um valor experimental
para demarcar o ponto em que a torta se forma, designado por ponto de colmatação.
Revisão Bibliográfica
20
Este ponto pode ser entendido também como sendo a capacidade de retenção do meio
(JAPUNTICH et al., 1994).
Segundo Walsh (1996), o ponto de colmatação é dado pelo lugar geométrico obtido pelo
gráfico de perda de carga em função da carga mássica, correspondente ao cruzamento da
assíntota da curva com o eixo das abscissas, como apresentado pela Figura 2.14. Assim se obtém
a massa de material particulado necessária para formar a torta.
Figura 2.14: Determinação do ponto de colmatação do meio, conforme Walsh (1996).
A colmatação é tanto mais rápida quanto menores as partículas envolvidas (WALSH e
STENHOUSE, 1997), e quanto mais densamente empacotados forem os filtros utilizados
(GRAEF et al., 1995; WALSH, 1996), uma vez que há um menor espaço disponível entre as
fibras para a deposição das partículas.
Kanaoka e Hiragi (1990) verificaram um crescimento mais acelerado dos dendritos que
antecedem a formação da torta nos casos em que prevalece a captura de partículas pelo
mecanismo de difusão, sendo este crescimento mais moderado na faixa de coleta da interceptação
direta e mais lento quando a coleta se dava no regime inercial. Estas informações foram
ratificadas no trabalho de Japuntich et al. (1997) que comentaram que, no caso dos filtros de
papel, este ponto é função do mecanismo de coleta que rege o processo e sugeriram que, para um
dado mecanismo, este ponto é proporcional ao diâmetro do poro.
Revisão Bibliográfica
21
Durante a filtração gasosa, a curva de filtração, representada pela perda de carga no filtro
em função do tempo, pode apresentar três comportamentos distintos: côncava para baixo,
côncava para cima e linear, como pode ser observado na Figura 2.15.
Segundo Dennis (1982), a curvatura com concavidade para baixo é a mais comum, sendo
que a deposição das partículas ocorre inicialmente no interior do meio filtrante. O
comportamento linear é também possível, representado uma deposição na superfície estritamente
uniforme em série com o tecido, ou seja, a não penetração de pó no tecido. A curva com
concavidade para cima ocorre quando a torta já foi formada e removida parcialmente conhecido
como fenômeno de Patchy Cleaning.
Linear
Concavidade
para baixo
Concavidade
para cima
Arraste
tempo
Figura 2.15: Curvas de queda de pressão inicial durante a filtração.
O aumento da espessura da torta resulta em um aumento da perda de carga no sistema,
tornando necessária à limpeza periódica do filtro para remover a mesma e manter a perda de
carga em níveis adequados de operação. O processo de filtração, portanto, ocorre através de
vários ciclos de filtração e limpeza, que serão descritos a seguir.
2.5 CICLOS DE FILTRAÇÃO
Nesse seção serão apresentados os comportamentos de ciclos de filtração ideais, reais e
reais com regeneração incompleta, segundo a Comissão Alemã de Preservação do Ar (Norma
VDI3926, 2003).
Revisão Bibliográfica
22
Conforme ilustrado na Figura 2.16, no comportamento de funcionamento descrito como
“ideal” a perda de carga segue como função linear com o tempo durante um ciclo de filtração.
O comportamento ideal de ciclos de filtração considera uma compactação imperturbada de
material particulado no filtro, com fluxos de volume e concentrações de pó constantes e limpezas
uniformes do meio filtrante, levando a ciclos uniformes, com o mesmo tempo de filtração que o
primeiro ciclo, quando o filtro está limpo e novo, fato que não é observado na prática. Neste caso,
o aumento da perda de carga residual se deve a incorporação irreversível de partículas no interior
do meio filtrante ou pela permanência de uma fina camada de pó, com espessura uniforme, após a
regeneração do meio filtrante (Norma VDI3926, 2003).
Figura 2.16: Ciclos de filtração ideais (Norma VDI3926, 2003).
O comportamento real dos ciclos de filtração pode ser visualizado na Figura 2.17. Nota-se
que o tempo de filtração reduz muito em comparação com a Figura 2.16 e as curvas de filtração
não possuem o comportamento linear nos primeiros ciclos. Isto se deve à compressão da torta de
pó formada resultando em um tempo de filtração bem menor comparado com o comportamento
ideal (VDI 3926, 2003).
Revisão Bibliográfica
23
Figura 2.17: Ciclos de filtração reais (Norma VDI3926, 2003).
As partículas aderem ao meio filtrante através da passagem do ar sujo pelo meio filtrante e
as partículas seguintes se sobrepõem umas sobre as outras, comprimindo dessa forma a torta.
Durante a compressão da torta, a porosidade é reduzida aumentando a resistência à passagem da
corrente de gás. Essa compressão da torta foi verificada no trabalho de Aguiar (1995) e de Ito
(2002).
De acordo com a Norma VDI3926, são necessários no mínimo 100 ciclos de filtração para
chegar ao comportamento estável, sendo em muitos casos, necessários mais de 1000 ciclos de
filtração, dependendo da carga de pó. A estabilidade da queda de pressão residual, também pode
ser determinada contando o número de ciclos de mesma duração e verificando o valor constante
da queda de pressão residual, durante os ciclos. É preciso um certo cuidado em afirmar a
estabilidade, porque podem ser percebidas alterações após grandes quantidades de ciclos. Quando
se têm essas alterações nos ciclos, elas podem ser notadas em um tempo de 5 segundos (Norma
VDI3926, 2003).
Após o primeiro ciclo de filtração, a torta de pó é removida incompletamente, ou seja,
permanecem partículas na superfície do meio filtrante, reduzindo a efetividade da filtração. A
remoção parcial da torta de pó é também conhecida como “Patchy Cleaning” (limpeza por
blocos). Em caso de vazão volumétrica constante, a velocidade do ciclo aumenta formando mais
rapidamente a mesma quantidade de torta de pó levando a diminuição do tempo de filtração. A
Revisão Bibliográfica
24
diminuição do tempo de filtração faz com que a curva de filtração fique convexa, como pode ser
verificado na Figura 2.18 (Norma VDI3926, 2003).
Figura 2.18: Ciclos de filtração reais, com comportamento de limpeza por blocos (peatchy cleaning)
(Norma VDI3926, 2003).
2.6 REMOÇÃO DA TORTA DE FILTRAÇÃO
A remoção da torta de filtração ocorre quando a força de desaglomeração exercida sobre a
camada de partículas é maior que a força de adesão que liga as partículas ao meio filtrante
(CALLE, 2001).
Após a limpeza do filtro ser realizada, seria de se esperar que o tecido voltasse a ter suas
propriedades iniciais, ou seja, que a torta fosse removida completamente e uniformemente em
todas as partes do tecido, pela imposição de uma força suficiente para romper as forças de coesão
entre as partículas e as forças de adesão entre torta e tecido, porém não é isso o que acontece na
prática. O que se observa na pratica é o fenômeno conhecido como “patchy cleaning” ou limpeza
de blocos, no qual parte da torta é removida completamente, exceto por uma fina camada de pó, e
outras partes da torta permanecem intactas. Na Figura 2.19 estão ilustradas a formação da torta de
filtração e o fenômeno de Patchy Cleaning.
Revisão Bibliográfica
25
(a) (b) (c)
Figura 2.19: (a) Superfície do meio filtrante com a torta de filtração e (b) Fenômeno Patchy Cleaning e (c)
Imagem do fenômeno patchy cleaning geradas no microscópio ótico
(ampliação 200 vezes) (TANABE et al., 2008).
Uma das explicações, sugerida por Koch (1996), para que esse fenômeno ocorra é que
geralmente, a torta formada e o meio filtrante não são uniformes, e possuem propriedades que
variam nas direções paralela e perpendicular ao filtro, então podem existir regiões mais fracas, ou
seja, irregularidades na força de adesão entre as partículas e o meio filtrante, gerando áreas
preferenciais de limpeza, onde as rachaduras se iniciam e se propagam.
A força de coesão também tem um papel importante na limpeza da torta. Quanto maior a
força de coesão, maior o tamanho dos fragmentos de torta destacados (CALLE, 2001).
Após a limpeza da torta, pode ser observada uma perda de carga residual. O valor da perda
de carga residual aumenta com o número de ciclos e tende a um valor limite. Este período é
denominado período de condicionamento e pode durar dezenas ou centenas de ciclos. Em alguns
casos extremos a saturação do tecido não é atingida, o equilíbrio não é estabelecido, e a queda de
pressão residual não se torna constante.
Mauschitz et al. (2004) diz que a perda de carga residual poderia ser dividida em duas
frações: a primeira constituída por partículas depositadas nas camadas internas próximas à
superfície do meio filtrante, responsáveis pela resistência ao fluxo do ar no interior do meio
filtrante; e a segunda composta pelas partículas depositadas na camada externa do filtro,
consistindo da torta remanescente.
Callé et al. (2002 a) afirmam que a perda de carga residual está relacionada ao fato de
algumas partículas coletadas pelo meio filtrante não conseguirem ser removidas. Segundo
Stocklmayer e Hollinger (1998), a queda de pressão residual está ligada à compressão da camada
de partículas coletadas pelo meio filtrante.
I
I
N
N
T
T
E
E
R
R
F
F
A
A
C
C
E
E
T
T
O
O
R
R
T
T
A
A
-
-
A
A
R
R
T
T
O
O
R
R
T
T
A
A
P
P
A
A
T
T
C
C
H
H
M
M
E
E
I
I
O
O
F
F
I
I
L
L
T
T
R
R
A
A
N
N
T
T
E
E
Revisão Bibliográfica
26
Durante algum tempo a perda de carga residual era tida como parâmetro de indicativo de
grau de limpeza do filtro. Porém, de acordo Duo et al (1997) o aumento na camada residual de pó
não explica o aumento na perda de carga residual.
2.7 TÉCNICAS DE LIMPEZA DOS FILTROS
Conforme mencionado anteriormente, quando a torta de filtração atinge uma dada
espessura, determinada pela queda de pressão máxima desejável, é necessário que esta seja
destacada do meio filtrante por métodos de limpeza.
Deve-se ser muito cauteloso no que diz a respeito a limpeza do filtro, porque uma limpeza
mal feita ocasiona um aumento na queda de pressão residual. E uma limpeza muito rigorosa pode
danificar o tecido, reduzindo seu tempo de vida útil (LORA, 2002).
O desprendimento da torta formada no meio filtrante pode ser feito por várias técnicas de
limpeza de filtros dentre as quais as mais usadas são:
Vibração mecânica:
É a técnica mais antiga de limpeza de filtros e é de custo relativamente
baixo. Geralmente, o tecido é vibrado por meio de um motor excêntrico que provoca a vibração
do tecido criando uma aceleração no mesmo, que é função da freqüência e da amplitude de
vibração que promove a limpeza. Esta técnica requer a interrupção do processo de filtração
durante a limpeza, que dura de 2 a 5 minutos. A Figura 2.20 mostra a filtração do gás sujo com a
posterior limpeza através da técnica de vibração.
Figura 2.20: Filtração do gás sujo com a posterior limpeza pela técnica de vibração (Renner Têxtil Ltda,
2001).
Revisão Bibliográfica
27
Fluxo de ar reverso: A limpeza por fluxo de ar reverso é realizada com o auxílio de um ventilador
que produz um fluxo de ar no sentido inverso ao da filtração, que fratura e depois desloca a torta.
Neste caso, a coleta da partícula é realizada no interior das mangas. Esta técnica também exige a
interrupção da filtração durante a limpeza. O tempo de limpeza varia de 2 a 5 minutos. A sua
vantagem em relação ao vibratório é uma maior duração no tempo de vida do tecido. A Figura
2.21 mostra a filtração do gás sujo com a posterior limpeza através da técnica do fluxo de ar
reverso.
Figura 2.21: Filtração do gás sujo com a posterior limpeza pela técnica do fluxo de ar reverso (Renner
Têxtil Ltda, 2001).
Pulso de ar reverso:
Este método de limpeza é semelhante ao método de fluxo de ar reverso. A
limpeza se processa por meio de pulso de ar comprimido que é direcionado para o venturi,
situado no topo das mangas. Dessa forma é induzido ar já filtrado para o interior da manga,
invertendo momentaneamente o sentido do fluxo de gases, fazendo com que o material
particulado acumulado no exterior das mangas seja removido. A limpeza ocorre em frações de
segundos dispensando a interrupção da filtração. A Figura 2.22 mostra a filtração do gás sujo
com a posterior limpeza através da técnica do pulso de ar reverso
Revisão Bibliográfica
28
(a) (b)
Figura 2.22: Limpeza pela técnica do pulso de ar: a) Filtração do gás e b) processo de limpeza (Renner
Têxtil Ltda, 2001).
2.8 VARIÁVEIS IMPORTANTES NO PROCESSO DE FILTRAÇÃO
Durante a filtração algumas variáveis devem ser melhor estudadas para o sucesso do
projeto e operação de filtros, que serão analisados a seguir.
2.8.1 Queda de Pressão
A queda de pressão ou perda de carga é uma importante variável de projeto, que descreve a
resistência que enfrenta o fluxo de gás ao passar pelo filtro. A queda de pressão total de um
sistema é determinada pela medida da diferença de pressão total em dois pontos do filtro,
usualmente medida na entrada e na saída (SEVILLE, 1997).
O aumento da perda de carga do sistema ocorre à proporção que as partículas são
depositadas durante os ciclos de filtração. Esta variável é muito importante, uma vez que
determina a freqüência de limpeza do filtro e, conseqüentemente, afeta o tempo de vida do tecido
(JEON e JUNG 2004). Além disso, a máxima perda de carga, antes da limpeza, pode ser
empregada para determinar a potência requerida no sistema. Os valores das perdas de carga
operacionais são geralmente na faixa de 750 a 2000 Pa (SEVILLE, 1997).
A perda de carga residual tende a aumentar após cada ciclo, pelo crescente acúmulo de
partículas no tecido (DULLIEN, 1989). Após vários ciclos este valor tende a se estabilizar,
Revisão Bibliográfica
29
porque o tecido fica saturado de pó. O tempo de saturação do tecido depende do tipo do material
do filtro, do tamanho das partículas e do tempo e tipo de remoção da torta (CALLÉ et al, 2002 b).
Existem diferentes equações para descrever a queda de pressão durante a filtração. Uma
delas é uma aproximação cumulativa, que divide a queda de pressão total no filtro em duas
partes: a queda de pressão do meio filtrante, Pm, e a queda de pressão devido a torta de filtração
formada, Pc. Logo, a pressão total é dada pela Equação (2.1).
cmT
PPP
+
=
(2.1)
A lei de Darcy pode ser usada para descrever a queda de pressão através do meio filtrante e
da torta de filtração, quando a filtração é conduzida a baixos valores de Reynolds. Desta maneira,
a Equação (2.2) é denominada de equação da filtração.
WVKVKP
cmT
...
+
=
(2.2)
Sendo K
m
a resistência específica do meio filtrante, K
c
a resistência específica da torta, V a
velocidade superficial do gás e W a massa de pó depositada por unidade de área.
Se ambos os membros da Equação (2.2) forem divididos por V, obtém-se a Equação (2.3).
WKKS
V
P
cm
T
..+==
(2.3)
A razão entre a queda de pressão e a velocidade específica do gás é denominada de arraste
(S). O arraste, ao invés da queda de pressão, é a medida da resistência aerodinâmica do filtro
preferida por modeladores, porque o seu uso preserva o conceito da propriedade da camada do
meio, independente da velocidade de escoamento (DONOVAN, 1985).
Revisão Bibliográfica
30
2.8.2 Velocidade de Filtração
A velocidade de filtração é um variável importante no processo de filtração de gases,
porque está diretamente relacionado com o tempo necessário para a filtração, o desgaste do tecido
e a profundidade que o material particulado consegue penetrar no tecido e, juntamente com o
método de limpeza, determina as dimensões do filtro.
Sendo assim, essa variável é altamente influente no custo inicial do equipamento, e também
no custo operacional. Recomendam-se, velocidades de 0,5 a 10 cm/s (LEITH e ALLEN, 1986).
Altos valores na velocidade de filtração levam a um tempo de filtração pequeno, porém
com alta penetração das partículas no tecido, o que dificultaria a remoção da torta, além de
aumentar a queda de pressão durante a filtração e após a remoção da torta (queda de pressão
residual); conseqüentemente, a vida útil do tecido seria menor. Por outro lado, altas velocidades
de filtração reduzem a área de filtração requerida, diminuindo o custo inicial, operacional e de
manutenção dos filtros.
No caso de baixos valores de velocidade de filtração, tem-se um maior consumo de energia,
já que o tempo de retenção das partículas seria maior (DONAVAN, 1985). Entretanto, a
interação entre a partícula e tecido é reduzida, facilitando a remoção da torta.
Silva Neto (1996), estudando a remoção da torta em tecidos de poliéster, realizou ensaios
de filtrações com velocidades de 7 cm/s, 11 cm/s e 15 cm/s e verificou que a porcentagem massa
desprendida da torta decresce e a queda de pressão aumenta com o aumento da velocidade de
filtração.
Lucas (2001), estudando também remoção de tortas em diferentes materiais particulados, e
com três velocidades de filtração de 6 cm/s, 9 cm/s e 11 cm/s, concluiu que a resistência
específica da torta aumentou com a velocidade de filtração para todos os materiais estudados e
que a porosidade da torta diminuiu com o aumento da velocidade de filtração para a rocha
fosfática.
Revisão Bibliográfica
31
2.8.3 Porosidade do meio filtrante
A porosidade do meio filtrante é um importante parâmetro estrutural do meio filtrante. Esse
parâmetro define a relação de espaços vazios, poros, presentes no meio. A porosidade total ε
t
,
que contribuem e que não contribuem para o escoamento (poros abertos e poros fechados) é
obtida pela Equação (2.4).
s
t
ρ
ρ
ε
=1
(2.4)
Sendo ρ
s
a densidade do sólido, ρ a densidade total do meio (ρ = massa de sólidos/ volume total
da amostra).
A porosidade do meio filtrante geralmente é dada pelo fabricante e também pode ser
estimada por equações existentes na literatura, que descrevem a resistência de um meio poroso ao
escoamento de um fluido. Entre elas pode-se destacar a Equação (2.5) de Ergun (1952),
largamente aplicada para leitos granulares com porosidade entre 0,1 e 0,75; e para partículas com
diâmetro entre 10
2
e 10
4
µm e número de Reynolds de partículas maiores que a unidade.
()
(
)
p
fg
p
f
d
V
d
V
L
P
2
323
2
.
.
1
.75,1
.
.
1
.150
ρ
ε
ε
µ
ε
ε
+
=
(2.5)
Sendo ρ
g
a densidade do gás, µ a viscosidade do gás, V
f
a velocidade superficial do fluido, d
p
o
diâmetro da partícula (diâmetro de Stokes), L a espessura do meio. (RODRIGUES, 2006).
Mauschistz et al. (2004), estudando a porosidade dos tecidos, verificaram que os filtros de
feltro de poliéster mais porosos (85%) apresentam maior retenção de partículas que o filtro de
menor porosidade (51%). Segundo os autores, as partículas se acomodaram mais na superfície do
filtro menos poroso, devido ao maior número de pontos fundidos encontrados por este tecido.
Além disso, estes pontos apresentaram menores forças de adesão, facilitando a remoção e
minimizando a massa retida após a limpeza.
Revisão Bibliográfica
32
2.8.4 Porosidade da torta
Coury (1983) desenvolveu um método, denominado de método indireto, no qual a equação
clássica de Ergun (Equação 2.5), foi adaptada para estimar os valores de porosidade das tortas e L
passou a ser a espessura da torta que pode ser obtida pelas Equações (2.6) e (2.7).
)1.(...
ε
ρ
=
=
p
ALtQM
(2.6)
Sendo M a massa de torta, Q a vazão mássica de pó, A é a área superficial de torta, ρ
p
a
densidade das partículas e t o tempo de filtração. Rearranjando a Equação (2.6) chega-se na
Equação (2.7):
)1.(.
.
ερ
=
p
A
tQ
L
(2.7)
Substituindo L na Equação (2.5), encontra-se a Equação (2.8) que é a Equação de Ergun
Modificada em relação ao tempo de filtração.
()
p
fg
pp
f
p
d
V
A
Q
d
QV
A
t
P
2
323
75,1
1
150
ρ
ρε
µ
ρε
ε
+
=
(2.8)
A primeira parcela do segundo membro da Equação (2.8) é relativa ao componente viscoso
e a segunda parcela é relativa ao componente inercial, sendo esta última desprezível no caso de
escoamentos puramente viscosos, como nos gases. Neste caso a Equação (2.8) pode ser reduzida
para a Equação (2.9):
(
)
23
1
150
p
f
p
d
QV
A
t
P
µ
ρε
ε
=
(2.9)
Revisão Bibliográfica
33
Outros métodos para determinar porosidade foram estudados por Aguiar (1995) e Cheng e
Tsai (1998). Aguiar (1995) determinou a porosidade a partir da obtenção de imagens
representativas da seção transversal de tortas de filtração de gases obtidas através de um
microscópio eletrônico de varredura (MEV) e, posteriormente, analisadas em programas de
análises de imagens, sendo este método denominado de método direto. Cheng e Tsai (1998)
determinaram a porosidade usando valores de espessura da torta medida em um equipamento a
laser e da massa de pó depositada no meio filtrante por unidade de área.
Negrini et al. (2001) estudaram a determinação da porosidade de tortas em função da
velocidade de filtração e concluíram que a porosidade média experimental diminuiu com o
aumento da velocidade superficial de filtração.
Ito (2002) estudou a porosidade das tortas para diferentes materiais particulados como a
rocha fosfática, o amido de milho e o polvilho doce. Entre os materiais orgânicos, os valores da ε
do polvilho doce foram menores do que os do amido de milho. Isso pode ter ocorrido devido às
características físicas e químicas do pó, mais precisamente o formato das partículas. O polvilho
doce possui partículas esféricas e é um material que sofreu maior compactação, aumentando o
empacotamento e com isso tendendo a menores valores de porosidades. Já o amido de milho
possui partículas com formatos irregulares e é menos coeso, pois apresentou um menor
compactação, durante a filtração.
Segundo Cheng e Tsai (1998), as partículas de formatos irregulares com pequena faixa de
distribuição granulométrica, são conduzidas ao filtro intercalando uma sobra à outra ao acaso e
de maneira irregular, aumentado à porosidade, enquanto as partículas esféricas, por terem o
mesmo formato, preenchem mais os espaços intersticiais permitindo uma menor porosidade.
2.8.5 Permeabilidade do meio filtrante
A permeabilidade é a propriedade de um meio poroso que indica a maior ou menor
facilidade à passagem do fluido através de seus poros ou vazios. Idealmente, o filtro deveria
remover o máximo de impurezas com a mínima resistência ao fluido de arraste. Isso pode ocorrer
aumentando o volume de vazios na estrutura (porosidade) ou o tamanho da passagem do fluido
(poro). Nas aplicações de filtração, baixas permeabilidades implicam em baixas taxas de
Revisão Bibliográfica
34
filtração, o que não é economicamente vantajoso pra o processo. No entanto, estrutura com baixa
permeabilidade pode ser requerida como prevenção à penetração de agentes indesejáveis que
deterioram o material (INNOCENTINI et al, 1999).
A permeabilidade de tecidos de filtração é bastante reduzida pelo depósito de pó residual.
Isto leva a uma pequena relação entre a permeabilidade do tecido limpo e a do tecido usado. O
objetivo ao confeccionar um filtro é mantê-lo altamente permeável, tanto limpo quanto
impregnado de pó, considerando mínima, ou nenhuma quantidade de pó (DAVIS e
BUONICORE, 1992).
Duas equações são tradicionalmente empregadas para avaliar o escoamento de fluidos em
meios porosos, sendo que ambas relacionam os valores de perda de carga com a velocidade
superficial. Estas duas equações estão apresentadas a seguir e são conhecidas como as equações
de Darcy (Equação 2.10) e de Forchheimer (Equação 2.11).
s
V
KL
P
.
1
µ
=
(2.10)
2
21
..
ss
V
K
V
KL
P
ρ
µ
+=
(2.11)
Sendo L a espessura do meio filtrante, µ a viscosidade do fluido e ρ a densidade. O termo
s
V
K
.
1
µ
representa os efeitos viscosos, enquanto
2
2
.
s
V
K
ρ
representa os efeitos cinéticos ou inerciais.
Para os casos de escoamentos puramente viscosos, a Equação (2.10) pode ser utilizada.
Nesta equação, a constante 1/K
1
é conhecida como sendo o coeficiente de permeabilidade do
meio poroso. Com o aumento da velocidade de escoamento, a equação de Darcy deixa de ser
satisfatória, já que os efeitos inerciais tornam-se importantes e devem ser considerados. Nestes
casos observa-se um comportamento parabólico da perda de carga em relação à velocidade
superficial, sugerindo-se o uso da equação de Forcheimmer para caracterizar o sistema.
Innocentini et al. (1999), estudando a equação de Forchheimmer, verificou que esta
equação é amplamente aplicada para uma larga faixa de velocidades e em muitos leitos porosos.
Revisão Bibliográfica
35
Além de simples, é a que descreve, de um modo mais geral, os principais fatores que influenciam
a permeabilidade do meio poroso. No entanto, os referidos autores testaram a importância da
parcela não linear ou inercial, verificando a mesma poderia ou não ser desconsiderado. Para tal,
foi utilizado um parâmetro de comparação, o número de Forchheimer, Fo, que relaciona as forças
viscosas e cinéticas que contribuem para a perda de carga, apresentado pela Equação (2.12).
2
1
.
.
K
KV
F
s
O
µ
ρ
=
(2.12)
Desta forma, para Fo << 1, a Equação (2.11) pode ser reduzida a Equação (2.10), enquanto
que para Fo=1, a desconsideração do termo quadrático da equação ocasiona desvios de até 50%
do valor real da permeabilidade.
2.8 ESTUDOS EXPERIMENTAIS
A seguir serão apresentados os principais trabalhos que abrangem o estudo da remoção e
deposição das partículas em meios filtrantes de tecido.
Nóbrega e Coury (1992), empregando o método de vibração mecânica, estimaram a força
de adesão por unidade de área para 4 frações de rocha fosfática com diâmetros médios de 15 ; 7 ;
4,8 ; 1,5
µm, em aproximadamente 4,2 ; 6,9 ; 14,6 e 32,6 N/m
2
. Estes autores fundamentaram-se
na teoria de Rumpf relacionando a força de adesão com a tensão de ruptura e encontraram
resultados semelhantes ao da força de adesão estimada. Avaliando também a influência da
espessura da torta na taxa de remoção, encontraram que em tortas com espessuras maiores que
0,07 g/cm
2
, a remoção foi mais rápida e eficiente.
Rembor e Kasper (1996) estudando deposição das partículas, a perda de carga e a eficiência
de filtração em partículas de sílica e pentacarbonil, concluíram que variando o diâmetro das
partículas, as partículas de menor tamanho penetram mais intensamente no meio filtrante. Da
mesma forma, outros autores concordaram que a penetração de partículas no interior do filtro é
menos intensa quando se trabalha com partículas de maior diâmetro, sob condições experimentais
semelhantes (THOMAS et al., 2001; DAVIS E KIM, 1999; LISOWSKI et. al., 2001;
JAPUNTICH et al., 1994; WALSH, 1996).
Revisão Bibliográfica
36
Walsh (1996), investigando o comportamento das partículas de ácido esteárico em filtros
de fibra de vidro, afirmou que quanto maior a retenção de partículas no interior destes filtros,
antes da transição de filtração interna para filtração da torta, melhor é o desempenho em termos
de custos, uma vez que o aumento da capacidade de captação de partículas significa menor
necessidade de troca de tecido e maior vida útil.
Morris e Allen (1996), usando a técnica do pulso mecânico, determinaram a força de
adesão para as partículas de sílica com diâmetro igual a 6,2
µm, onde o valor encontrado para a
força de adesão foi de 25,4 N/m
2
. Eles observaram também que a força de adesão aumentou com
o aumento da massa de pó depositada por unidade de área.
Lucas (2000) estudou a influência das variáveis operacionais na remoção das tortas para os
materiais particulados de talco, de rocha fosfática e de polvilho doce para o tecido de poliéster.
Os ensaios de filtração foram realizados nas velocidades de 6, 9 e 11 cm/s. O autor concluiu que
o grau de limpeza final das tortas variou significativamente para os matérias estudados, sendo
que para o talco e polvilho foi de aproximadamente 90%, enquanto que para a rocha fosfática foi
menor que 60%. Observou-se também que para as partículas de rocha fosfática, a porosidade, a
resistência específica e a tensão de remoção da torta foram maiores que aos encontrados para o
polvilho doce, mostrando uma menor coesividade da torta deste último material.
Thomas et al. (2001), utilizando partículas de soda fluorescente e filtros de fibra de vidro,
verificaram que ocorreu um decréscimo exponencial das partículas no interior do meio filtrante,
para velocidades variando de 1 a 50 cm/s, sendo que a camada superficial reteve entre 40 a 70 %
das partículas. Verificaram também que nos ensaios com maior tempo de filtração a penetração
das partículas foi maior em relação a períodos de menor tempo de filtração, sob a mesma
concentração de pó.
Callé et al. (2001) estudaram a performance de dois meios filtrantes para limpeza de ar
industrial, utilizando as partículas de alumina para uma velocidade de 2 cm/s. Os autores
concluíram que a força de coesão também tem um papel importante para a limpeza da torta.
Quanto maior a força de coesão, maior será o tamanho de fragmentos de torta destacados.
Mauschitz et al. (2003) estudaram os efeitos do tratamento térmico na superfície e o
comportamento da limpeza para feltros de poliéster. Os ensaios de filtração foram realizados para
uma velocidade de filtração de 0,05 m/s e partículas de carbonato de cálcio com diâmetro de
0,75
µm. O processo de remoção das tortas foi realizado através do pulso de ar reverso. Os
Revisão Bibliográfica
37
autores concluíram que a massa residual alojada dentro do meio filtrante e a perda de carga
residual diminuíram com o aumento do tempo de tratamento térmico e com o aumento da
temperatura e da pressão de finalização na superfície do tecido. A mudança na estrutura da
superfície tecido causou um efeito de barreira para as partículas, devido ao aumento no número
de pontos fundidos nas fibras, prevenindo a penetração destas partículas dentro do meio filtrante.
Rodrigues (2004) estudou a remoção de tortas de filtração em filtros de polipropileno e de
algodão com partículas de rocha fosfática para as velocidades de filtração de 4,5; 6; 7,5 e 9 cm/s.
O autor concluiu que o tecido de polipropileno apresentou os maiores valores médios de tensão
de remoção da torta e maior percentual de torta removida em relação ao tecido de algodão. Uma
possível explicação para esta observação está no fato de que, segundo Billmeyer (1975), o
algodão é uma fibra composta por 95% de celulose, com três grupos hidroxilas na estrutura
química, tem possibilidade de formar diversas pontes de hidrogênio, que aumentam as forças de
Van der Waals entre partícula e tecido. O que não aconteceu com o polipropileno que é um
polímero formado por átomos de carbono e hidrogênio, portanto sem a possibilidade de formação
de pontes de hidrogênio.
Mauschitz et al. (2005) investigaram a deposição das partículas dióxido de titânio em
diferentes feltros de poliimide para uma velocidade de filtração de 0,05 m/s. O processo de
remoção da torta foi realizado através do pulso de ar reverso. Comparando os tecido de poliimide
sem tratamento (FM1) e poliimide com tratamento superficial (FM3), os autores concluíram que
nos períodos iniciais dos ensaios de filtração a porosidade superficial do tecido FM1 foi maior
em relação ao tecido FM3, porém, após os 100 ciclos analisados, a porosidade superficial dos
dois tecidos se aproximaram. Eles observaram também que a perda de carga residual nos
períodos iniciais da filtração foi menor para o tecido FM1 em relação ao tecido FM3. Entretanto,
após os 70 ciclos de filtração e limpeza, os dois tecidos apresentavam aproximadamente a mesma
perda de carga residual e que a massa residual depositada no interior do tecido FM1 foi superior
ao tecido FM3. Além disso, após os 100 ciclos a deposição das partículas para o tecido FM3 foi
quase desprezível, em contraste do tecido FM1 que as partículas alojadas dentro ficaram
constantes somente após os 200 ciclos. Por causa desta maior massa de partículas de dióxido de
titânio alojadas dentro do tecido FM1, estas partículas capturadas nas diferentes camadas do
tecido provocaram uma redução dos poros, aumentando a perda de carga residual do sistema.
Revisão Bibliográfica
38
Tieni (2005) realizou um estudo do fenômeno de limpeza de blocos utilizando o material
particulado de rocha fosfática e meio filtrante de poliéster e comprovou que a regeneração do
tecido está relacionada com a velocidade de limpeza, sendo que a massa de torta removida
aumentou conforme aumentou a velocidade de limpeza. Verificou-se também que a maior
eficiência de limpeza foi encontrada quando se aumentou a espessura da torta. A melhor
velocidade de limpeza para a remoção da torta foi de 13 cm/s e o aumento do tamanho de
pedaços removidos foi observado com o aumento na perda de carga máxima.
Tognetti (2007) realizou um estudo da influência das variáveis operacionais na formação e
remoção de tortas para tecidos de polipropileno, de poliéster e de acrílico, utilizando a rocha
fosfática como material particulado. O autor concluiu que o aumento do tamanho dos pedaços
removidos foi observado com o aumento da massa coletada, comprovando que tortas mais
espessas são mais facilmente removidas. Verificou também que o número de blocos removidos
para o tecido de acrílico é significativamente menor que o número de pedaços removidos para o
polipropileno, apesar da pequena diferença entre a área total removida. Isto mostrou que o tecido
de acrílico apresentou maiores pedaços removidos de torta em relação ao polipropileno.
Paschoal (2007) realizou um estudo da influência das variáveis operacionais na formação e
remoção das tortas apenas para o tecido de polipropileno. O autor observou que para a menor
velocidade de limpeza de 5 cm/s ocorreu a menor fração mássica removida no tecido,
apresentando uma média de 60,94% nos 10 ciclos observados. Para as velocidades de limpeza de
10 cm/s e de 15 cm/s, obteve-se, respectivamente, as médias de 75,86% e 79,14% de fração de
limpeza.
O autor estudou também diferentes valores de perda de carga máxima, 20 cmH
2
O e 40 cmH
2
O
e verificou-se que para o maior valor da perda de carga máxima, obteve-se os menores valores da
resistência específica da torta e os maiores valores da porosidade da torta. Isso demonstrou que
variando apenas a espessura da torta, ou seja, variações na perda de carga máxima, provocaram
mudanças na estrutura da torta de filtração. Para os maiores valores de perda de carga máxima foram
encontrados os maiores valores de área removida, o que contribuiu para a ocorrência de menores
valores de perda de carga residual.
Saleem e Krammer (2007) realizaram um estudo do efeito da velocidade de filtração e da
concentração de pó na formação de tortas, utilizando partículas de calcário e filtros de manga de
poliimide e de polifenilsulfide. Os ensaios foram realizados com velocidades de 20,5 mm/s e 34,1
mm/s e concentrações de pó 4,53 g/m
3
e 7,32 g/m
3
. Os autores concluíram que a velocidade de
Revisão Bibliográfica
39
filtração teve um efeito mais pronunciado quando comparado com a concentração de pó na perda
de carga, bem como nas propriedades da torta, na densidade da torta e na resistência específica.
Eles observaram que a resistência específica e a densidade da torta aumentaram com o aumento da
velocidade de filtração mantendo-se a concentração do pó constante. Além disso, a densidade da
torta também foi afetada pela concentração do pó.
Rud et al. (2007) estudaram o processo de limpeza de diferentes superfícies de tecidos não
trançados, utilizando partículas de óxido de alumínio com diâmetro de 4,40
µm e velocidade de
filtração de 0,05 m/s. O processo de remoção da torta foi realizado através do pulso de ar reverso.
Os autores concluíram que meios filtrantes com menor porosidade superficial e menor volume de
poros equivalentes obtiveram menor massa de pó residual no tecido, alojando um menor número de
partículas no interior dos meios filtrantes, em 100 ciclos analisados.
Face ao exposto é pertinente o estudo da deposição de partículas em diferentes meios
filtrantes, visto que a grande presença de partículas se torna à operação de filtração prejudicial,
aumentando os valores da perda de carga residual do processo.
Materiais e Métodos
40
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo encontram-se descritos os principais componentes do aparato utilizado para
a execução do trabalho experimental. Esta descrição envolve o funcionamento do equipamento de
filtração, a coleta dos dados e a caracterização dos materiais particulados e dos meios filtrantes
utilizados nos experimentos. Serão mostrados todos os procedimentos adotados no processo de
filtração e limpeza, realização das microfotografias no microscópio eletrônico de varredura e no
microscópio óptico e as análises das imagens no programa Image-Pró Plus 3.0, para a
determinação do diâmetro médio, do número de partículas e da profundidade de deposição das
partículas.
Os ensaios de filtração foram realizados no Departamento de Engenharia Química na
Universidade Federal de São Carlos.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS PULVERULENTOS
Os materiais pulverulentos utilizados nos ensaios de filtração foram o concentrado fosfático
de Patos de Minas (MG), fornecido pela FÓSFERTIL S.A e também o polvilho doce, da marca
Yoki. As Figuras 3.1 (a) e (b) apresentam as fotografias dos materiais particulados obtidas
através da microscopia eletrônica de varredura (MEV).
A densidade das partículas foi determinada por picnometria a Hélio, através do
equipamento AccyPyc 1330 da Micromeritics, sendo o valor da massa específica obtido pela
média de três análises. O diâmetro médio volumétrico de partículas foi determinado pelo
equipamento Malvern Mastersizer Microplus, que foi realizada a média de cinco medidas. O
diâmetro aerodinâmico das amostras foi determinado através do equipamento designado
Aerodinamic Particle Sizer (APS) 3320, da TSI, pelo valor médio de duas análises. O diâmetro
de Stokes foi determinado no Departamento de Matérias - UFSCar, no equipamento CAPA 700-
Particle Sizer Distribution Analiser – HORIBA, pela média de três análises.
Os resultados da caracterização destes materiais particulados foram realizados por
Rodrigues (2006) e estão apresentados na Tabela 3.1. As distribuições granulométricas dos
materiais particulados foram obtidas e estão apresentadas no Anexo D.
Materiais e Métodos
41
(a)
(b)
Figura 3.1: Fotografia dos materiais particulados: a) rocha fosfática (aumento de 5000 vezes) e b) polvilho
doce (aumento de 3500 vezes), gerados no MEV.
Tabela 3.1: Caracterização do material particulado (RODRIGUES, 2006).
Material
Caracterização
Rocha fina Polvilho doce
Massa Específica (10
-3
Kg/m
3
) 2,79 1,48
Diâmetro Médio Volumétrico (µm) 4,55 14,0
Diâmetro de Stokes (µm) 3,71 8,67
Diâmetro Aerodinâmico (µm) 4,13 9,68
Esfericidade 0,73 0,94
3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MEIOS FILTRANTES
Os meios filtrantes utilizados neste trabalho foram fornecidos pela empresa Gino Cacciari.
Os resultados de caracterização destes meios filtrantes estão apresentados na Tabela 3.2.
Materiais e Métodos
42
Tabela 3.2: Características dos meios filtrantes.
Meio Filtrante
Polipropileno
(PP)
Acrílico
(AC)
Poliéster Tratado
(PT)
Poliéster não
tratado (PNT)
*Especificação 3008PP 7002AC 1016P 1016P
*Contextura Feltro agulhado Feltro agulhado Feltro agulhado Feltro agulhado
*Gramatura
(g/cm
2
)
600 550 550 550
*Tratamento
Superficial
Calandrado/
Chamuscado
Calandrado/
Chamuscado
Calandrado/
Chamuscado
nenhum
*Espessura
nominal
2,5-2,8 2,2 1,9 Não fornecido
*Diâmetro
nominal de fibras
(µm)
21,0 21,0 21,0 21,0
**Porosidade de
Ergun
0,78 0,83 0,82 0,87
**Porosidade
Superficial
0,72 0,77 0,81 0,88
**Densidade de
Empacotamento
0,28 0,23 0,19 0,12
**Permeabilidade
Meio Filtrante
(m
2
)
2,20.10
-8
5,50.10
-8
5,90.10
-8
9,40. 10
-8
Dados fornecidos: * pelo fabricante ** Obtidos por Rodrigues, 2006.
Estes tecidos disponibilizados pelo fabricante tiveram os tratamentos de calandragem e
chamuscagem em uma face. Os meios filtrantes estudados foram cortados em seções circulares
de 18 cm de diâmetro, resultando em uma área filtrante igual a 254 cm
2
.
A Figura 3.2 apresenta a superfície dos tecidos de polipropileno, de acrílico, de poliéster e
de poliéster não tratado geradas no MEV com uma ampliação de 50 vezes.
Materiais e Métodos
43
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 3.2: Fotos da superfície dos tecidos: a) Polipropileno, b) Acrílico, c) Poliéster tratado e d) Poliéster
não tratado, geradas no MEV com aumento de 50 vezes.
Analisando a Figura 3.2 nota-se que o tecido de polipropileno (a) apresenta uma estrutura
superficial mais fechada que os demais tecidos, devido ao número de pontos quentes (hot spots),
resultantes dos processos de calandragem e chamuscagem. Esta característica ocorre porque as
fibras da superfície são fundidas pelo calor do tratamento, resultando em pontos mais fechados na
superfície do tecido.
3.3 EQUIPAMENTO DE FILTRAÇÃO E COLETA DE DADOS
O sistema utilizado para a filtração e limpeza consistia em uma caixa de filtração, um
alimentador de pó, um soprador, um sistema de aquisição de dados e um suprimento de ar
comprimido. Este sistema encontra-se montado no Departamento de Engenharia Química da
Universidade Federal de São Carlos e está apresentado na Figura 3.3.
Materiais e Métodos
44
Sistema de aquisição de dados
Caixa de
alimentação e
desumidificação
Placa de
orifício
Suporte do
filtro
Ar
comprimido
Colunas de
desumidificação
Sistema de filtração
Caixa de
filtração
Figura 3.3: Esquema geral do equipamento de filtração e limpeza.
O controle da umidade do ar comprimido utilizado nos ensaios de filtração era feito pela
passagem deste, através de dois desumidificadores contendo sílica gel antes de entrar no sistema.
Este processo mantinha a umidade do ar entre 8 à 15%.
Para o controle da rotação do soprador foi instalado um transdutor que garantia uma
velocidade de filtração constante durante os experimentos tanto para filtração quanto para a
realização da remoção da torta.
3.3.1 Alimentação do pó
O alimentador de pó consistia de um prato giratório de aço inoxidável com um sulco
semicircular e sobre ele fixou-se um cone de alumínio onde o pó era alimentado. Para que o pó
pudesse deslocar com facilidade, sem ficar retido no cone, colocou-se um sistema de vibração na
parede externa do alimentador de pó, de tal forma que este ficasse vibrando à medida que o pó se
deslocasse. Devido ao movimento de rotação e a presença de niveladores, o pó era forçado a
preencher o sulco semicircular localizado sobre o prato. Na Figura 3.4 está apresentado o sistema
de alimentação do pó.
Materiais e Métodos
45
Figura 3.4: Esquema do alimentador de pó.
A velocidade de rotação do alimentador era ajustada através de um controlador e expresso
em porcentagem (%) da velocidade máxima. Antes de cada experimento era realizada uma
calibração de forma a garantir uma rotação de 0,68 rpm do prato, ou seja, que o prato
completasse uma volta a cada 1 minuto e 47 segundos.
Para a sucção do pó foi colocado um sugador do tipo venturi (uma trompa de vácuo), que
era alimentado com ar comprimido. A tomada de baixa pressão era conectada ao sulco do prato
por um tubo de alumínio, que injetava o pó permanentemente na corrente gasosa à medida que o
prato girava. Esse prato era conectado a um variador de velocidade que permitia utilizar
diferentes taxas de alimentação de pó. Todo esse conjunto foi isolado em uma caixa de acrílico
bem vedada, de modo que a umidade da corrente gasosa fosse controlada e mantida abaixo de
15%.
3.3.2 Sistema de filtração
O sistema de filtração, mostrado na Figura 3.5, constituía-se de uma caixa de filtração, que
era composta por dois cilindros de PVC que possuíam tampas cônicas uma superior, ligado ao
alimentador de pó através de uma mangueira de 2 polegadas, e outra inferior, conectada ao
soprador. Entre os dois cilindros era instalada uma moldura de aço inoxidável, para sustentação
do meio filtrante.
Materiais e Métodos
46
Figura 3.5: Esquema da caixa de filtração.
Acima e abaixo do filtro foi conectado um sensor de pressão para a determinação da perda
de carga do filtro. Assim, a placa de aquisição de dados armazenava os valores da perda de carga
e o tempo de filtração durante todo o processo.
Este módulo era móvel permitindo que a caixa de filtração fosse mantida na posição
vertical durante o processo de filtração e na posição horizontal para o modo de limpeza. As
Figuras 3.6 (a) e (b) ilustram melhor estes posicionamentos.
(a)
(b)
Figura 3.6: Posicionamento da caixa de filtração: a) processo de filtração e b) processo limpeza.
Materiais e Métodos
47
3.3.3 Sistema de aquisição de dados
O sistema de aquisição de dados era constituído por um microcomputador 486 DX2,
provido de uma placa de aquisição de dados para computadores compatíveis com o padrão IBM-
PC, que permitia a leitura de 16 sinais de sensores externos e controle de dois atuadores e 24
linhas de entrada-saída digitais (tipo liga-desliga). Todo o experimento era controlado através do
software Visual Basic 3.0, que realizava os registros das variáveis de interesse no processo.
As velocidades do ar durante a filtração e a limpeza eram mantidas constantes, em um valor
previamente estipulado através do programa com o auxílio de um controlador. Durante a
operação de filtração ocorre um aumento contínuo da perda de carga, que tende a diminuir a
vazão de ar, para evitar isto, o controlador operava de forma a aumentar a rotação e manter a
velocidade constante. Este controle era feito por uma placa de aquisição de dados e por uma placa
de orifício calibrada colocada na linha entre os dois medidores de pressão que eram ligados ao
micromanômetros digitais.
Para os registros das variáveis, a perda de carga era instrumentada por um sensor de
pressão e lida pela placa de aquisição de dados, sendo registrada juntamente com o tempo e a
velocidade.
3.3.4 Calibração da placa de orifício
Para calibrar a placa de orifício foi utilizado uma outra placa de orifício com equação
conhecida (placa padrão). Esta placa é um dispositivo extremamente simples, constituído de uma
placa plana, com um orifício central. Ela é inserida perpendicularmente à direção do escoamento
e o fluido passa através do orifício.
As medidas de queda de pressão foram obtidas utilizando-se dois manômetros digitais, um
foi conectado na placa padrão de 5 mm de diâmetro e o outro na placa de orifício a ser calibrada
de 8 mm de diâmetro. Com a equação fornecida pelo medidor padrão, pode-se ajustar uma curva
de vazão na placa de orifício uma para filtração e a outra para limpeza em função da queda
pressão através das Equações (3.1) e (3.2) (GONÇALVES, 1999).
Q = 555,88 (
h)
0,455
(Filtração)
(3.1)
Materiais e Métodos
48
Q = 445,12 (h)
0,398
(Limpeza)
(3.2)
sendo Q a vazão volumétrica em cm
3
/s e h diferença de altura em cm.
Observa-se que ocorreu uma pequena diferença entre as Equações (3.1) e (3.2). Como a
calibração foi realizada nos dois sentidos da placa de orifício (uma na filtração e outra para
limpeza), as imperfeições no orifício podem ter provocado esta pequena diferença nas curvas.
3.4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.4.1 Ensaios Gerais
Para a realização dos ensaios de filtração foi estabelecida uma velocidade de filtração de
0,10 m/s e foram coletados dados de perda de carga em função do tempo para dez ciclos de
filtrão e limpeza. A remoção da torta foi realizada através do fluxo de ar reverso com a velocidade
de limpeza de 0,12 m/s, durante um período de dois minutos, através da inversão do sentido do ar.
O aumento da perda de carga estabelecida em cada ciclo foi de 980 Pa. Este valor foi
estipulado no experimento por ser usualmente aplicado na indústria.
A pesagem do filtro limpo foi realizada por meio de uma balança Marte Modelo AM5500
de dois dígitos. Após cada filtração o conjunto torta-filtro era novamente pesado para obter a
massa de pó depositada. Considerando-se que a alimentação do sistema era constante, obtinha-se
o valor da carga mássica aplicada no filtro.
Na operação de limpeza, a posição da caixa de filtração era fixada na posição horizontal e a
tampa de PVC superior era removida. Através do software, alterava-se o programa para o modo
“limpeza” e estabelecia-se a velocidade de limpeza desejada. A massa de pó removida nesta
operação era coletada e pesada, assim como a massa do filtro após a limpeza. Este procedimento
foi repetido para cada ciclo.
Antes da realização da análise em microscopia eletrônica, o tecido obtido após a limpeza
foi tratado através do procedimento desenvolvido por AGUIAR (1995) constituído pelas etapas
de pré-endurecimento, embutimento, seccionamento, esmerilhamento e polimento. Estas etapas
estão apresentadas no Anexo A.
Materiais e Métodos
49
As partes analisadas foram retiradas preferencialmente das mesmas regiões do filtro, sendo
cada amostra cortada em quadrados de cerca de 1 cm
2
.
3.4.2 Obtenção das fotografias no Microscópio Eletrônico de Varredura
As imagens foram geradas em um microscópio eletrônico de varredura (MEV), modelo
WDX-3PC, obtidas no Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM) e no
microscópio óptico (MO), modelo OLYMPUS Bx60, obtidas no Laboratório de Controle
Ambiental do Departamento de Engenharia Química (DEQ).
Os estudos da profundidade de deposição das partículas no interior do meio filtrante foram
realizados em duas amostras do tecido, escolhendo-se aleatoriamente um total de 10 perfis
transversais do filtro para cada ciclo realizado. Estes perfis foram fotografados, tirando-se dez
fotografias seqüenciais do comprimento de cada coluna, desde a superfície torta-ar até
aproximadamente 1mm de profundidade. A ampliação para estas imagens foi de 2000 vezes para
o MEV e 200 vezes para o MO. Adotou-se esta profundidade limite, porque a partir desta
profundidade não se observava mais nenhuma partícula. A Figura 3.7 apresenta uma ilustração de
uma seção transversal do tecido com aproximadamente 500 µm de profundidade.
Figura 3.7: Ilustração da seção transversal do tecido desde da
superfície torta-ar até aproximadamente 500µm de profundidade,
com aumento de 2000 vezes, geradas no MEV.
3.4.3 Análise de Imagens
Posteriormente, as fotografias geradas no MEV e no MO foram processadas no analisador
de imagem Image-Pro Plus 3.0, no qual foi possível determinar o diâmetro médio, a profundidade
de deposição e o número médio de partículas em cada seção transversal analisada.
Materiais e Métodos
50
Para a realização destas medidas foi utilizado um recurso de binarização, no qual a imagem
passava por um processo de transformação em dois níveis de cor: o preto e o branco. Este
processo permitiu verificar a distribuição granulométrica das partículas no interior do meio
filtrante, em que as partículas de pó apareciam brancas e as resinas como regiões pretas. A Figura
3.8 apresenta as partículas no meio filtrante original e sua binarização realizada pelo software.
a)
b)
Figura 3.8: Microfotografia das partículas no meio filtrante a) original e b) binarizada com um aumento
de 2000 vezes, geradas no MEV.
Desta forma foi possível obter os dados da profundidade de deposição, o número de
partículas e o diâmetro médio das partículas depositadas no interior dos meios filtrantes.
3.5 CÁLCULO DA PERDA DE CARGA RESIDUAL TEÓRICO
Para estimar os valores da perda de carga residual no meio filtrante foi utilizada a Equação
clássica de Ergun (1952) dado pela Equação (2.5):
()
(
)
c
fg
c
f
d
V
d
V
L
P
2
323
2
.
.
1
.75,1
.
.
1
.150
ρ
ε
ε
µ
ε
ε
+
=
(2.5)
Sendo L a espessura do meio poroso,
µ viscosidade do gás, V
f
velocidade superficial do gás, ρ
g
densidade do gás
ε porosidade do meio filtrante, d
c
diâmetro do coletor. Os dos valores utilizados
nos cálculos estão apresentados a seguir:
Materiais e Métodos
51
L=0,0025 m ρ
g
=1,1876 kg/m
3
d
c
= 21µm
µ=1,835.10
-5
N.s/m
2
V
f
=0,1 m/s
Dessa forma as imagens geradas no MEV foram levadas para um analisador de imagens
Image-Pró Plus 3.0, em que se conseguiu determinar o volume de partículas depositadas em cada
região do tecido. Assim a partir destes resultados utilizou uma planilha do excel para efetuar os
cálculos da porosidade do meio filtrante e da perda de carga residual teórico em cada faixa de
profundidade analisada.
3.6 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTO FATORIAL
Muitos experimentos envolvem o estudo dos efeitos de duas ou mais variáveis durante um
processo. Geralmente, planejamentos fatoriais são muito eficientes para este tipo de
experimento.Um planejamento fatorial é realizado quando todas as combinações possíveis dos
fatores são investigadas num processo.
Os experimentos foram realizados segundo um planejamento estatístico fatorial de três
níveis. As variáveis investigadas no processo foram: a velocidade superficial de filtração (V
f
) e o
tempo de filtração (t
f
) com o intuito de avaliar os efeitos destas variáveis na profundidade de
deposição das partículas. A Tabela 3.3 apresenta os níveis utilizados neste planejamento fatorial.
Tabela 3.3: Valores utilizados no planejamento fatorial.
Variáveis
-1 0 +1
V
f
(m/s) 0,05 0,10 0,15
t
f
(s) 400 800 1200
Na Tabela 3.4 está apresentado um planejamento experimental 3
2
, com todas as possíveis
combinações entre as variáveis estudadas.
Materiais e Métodos
52
Tabela 3.4: Matriz com os valores utilizados no planejamento experimental.
Ensaios V
f
(m/s) t
f
(s)
1 0,05 400
2 0,05 800
3 0,05 1200
4 0,10 400
5 0,10 800
6 0,10 1200
7 0,15 400
8 0,15 800
9 0,15 1200
Após a realização do planejamento fatorial utilizou-se a matriz com os valores fornecidos
na Tabela 3.4 para iniciar os ensaios de filtração e encontrar os resultados de profundidade de
deposição das partículas de rocha fosfática no poliéster tratado.
Resultados e Discussões
53
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos para a profundidade de deposição
das partículas em diferentes meios filtrantes e diferentes tipos de materiais particulados e
também, os efeitos das variáveis operacionais na profundidade de deposição das partículas
através de um planejamento fatorial.
A primeira etapa deste estudo teve como objetivo estudar os comportamentos da
profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática e a quantificação das mesmas para
três diferentes tipos de tecidos: o acrílico, o poliéster tratado e o polipropileno. Logo em seguida
foi realizado o mesmo estudo para os meios filtrantes de poliéster tratado e poliéster não tratado
utilizando como material particulado o polvilho doce. E por fim comparou-se o resultado
variando-se o tipo de material particulado: a rocha fosfática e o polvilho doce, no tecido de
poliéster tratado.
Na segunda etapa deste trabalho foi realizado um planejamento experimental fatorial a três
níveis, 3
k
, utilizando apenas o tecido de poliéster tratado e o material particulado de rocha
fosfática, para avaliar os efeitos proporcionados pelas variáveis independentes, velocidade de
filtração (V
f
) e tempo de filtração (t), nos resultados da profundidade de deposição das partículas.
4.1 ENSAIOS DE FILTRAÇÃO
Com o intuito de avaliar melhor o comportamento das operações de filtração e regeneração
do filtro, construiu-se curvas de perda de carga (Pa) em função da massa acumulada por unidade
de área (kg/m
2
), para 10 ciclos de filtração e limpeza, realizados em diferentes tipos de tecidos e
de materiais particulados. Estes comportamentos podem ser visualizados para as partículas, de
rocha fosfática e de polvilho doce nas Figuras 4.1 e 4.2, respectivamente.
Resultados e Discussões
54
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
0
200
400
600
800
1000
Perda de carga (Pa)
Massa acumulada (Kg/m
2
)
Acrílico
Polipropileno
Poliéster tratado
024
0
200
400
600
800
1000
Perda de carga (Pa)
Massa acumulada (Kg/m
2
)
Poliéster tratado
Poliéster não tratado
Figura 4.1: Evolução da perda de carga utilizando
como material particulado à rocha fosfática.
Figura 4.2: Evolução da perda de carga utilizando
como material particulado o polvilho doce.
A análise da Figura 4.1 mostra que, no início dos primeiros ciclos, para todos os tecidos,
houve uma maior coleta de massa em relação aos demais ciclos, uma vez que no interior destes
tecidos havia uma maior quantidade de espaços entre as fibras para acomodação destas partículas.
Sendo assim, o comportamento da filtração interna é facilmente observado. No caso do
polipropileno, nota-se que esta primeira fase é menos pronunciada em relação ao acrílico e ao
poliéster tratado. Isto mostra que os menores valores da permeabilidade ao ar (2,2 10
-8
m
2
) e da
porosidade superficial (0,72) do tecido de polipropileno, resultaram em uma baixa penetração das
partículas no interior do meio filtrante, ocasionando os menores períodos de filtração sendo
necessário uma maior freqüência de limpeza.
De acordo com Tognetti (2007), os meios filtrantes de acrílico e de poliéster apresentaram
um período de filtração interna consideravelmente maior que o obtido para o meio filtrante de
polipropileno. Este comportamento foi atribuído às diferentes características dos meios filtrantes,
como porosidade e permeabilidade, observando-se que quanto maior a permeabilidade ao ar mais
significativa era a filtração interna.
Comportamentos similares foram observados por Osório (2006), que comparou dois meios
filtrantes de celulose, chegando à mesma conclusão em relação à permeabilidade dos meios
filtrantes e o período de filtração interna.
Este fato também foi observado nos trabalhos de Graef et al. (1995) e de Walsh (1996), que
concluíram que a colmatação do tecido ocorre mais rapidamente para filtros mais densamente
Resultados e Discussões
55
empacotados, já que há um menor volume disponível entre as fibras para a deposição das
partículas.
Analisando a Figura 4.2, pode-se observar que a ausência de tratamento na superfície do
tecido permitiu que um maior número de partículas fossem coletadas e acomodadas no interior do
meio filtrante, ou até mesmo atravessassem o tecido, proporcionando um aumento na perda de
carga residual, diminuindo a eficiência de coleta e a vida útil do material.
Com a utilização de diferentes materiais particulados, observa-se que as filtrações
realizadas com o polvilho doce coletaram maior massa em relação à rocha fosfática, resultando
em tortas significativamente mais espessas. Isto sugere que a acomodação das partículas quase
esféricas do polvilho doce favoreceu a passagem do ar, conferindo uma menor perda de carga
durante os ensaios de filtração.
4.2 ESTUDO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA NO
TECIDO DE ACRÍLICO
As imagens das partículas remanescentes na torta de filtração e no interior do meio
filtrante, após a operação de limpeza podem ser visualizadas na Figura 4.3. Estas imagens foram
obtidas em um microscópio eletrônico de varredura (MEV), mostrando a seção transversal do
tecido de acrílico com as partículas depositadas em seu interior.
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Ciclo 1 Ciclo 5 Ciclo 10
Figura 4.3: Seção transversal do filtro de acrílico e rocha fosfática em diferentes ciclos (aproximadamente
500 µm da superfície do tecido com o aumento de 2000 vezes).
Resultados e Discussões
56
A Figura 4.3 mostra que ocorreu uma grande quantidade de partículas remanescentes no
tecido de acrílico, sendo a maior concentração visualizada na interface torta-ar.
A fim de verificar melhor o comportamento da distribuição granulométrica das partículas
de rocha fosfática no tecido de acrílico, construíram-se curvas do diâmetro médio em função do
adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras. Para a realização das curvas
escolheram-se 10 perfis transversais do filtro e realizou-se a média do diâmetro das partículas,
para cada faixa de profundidade estudada, sendo estes resultados apresentados na Figura 4.4.
0 1020304050
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Acrílico e rocha
Diâmetro médio das partículas (µm)
Profundidade de deposição/diâmetro das fibras
Figura 4.4: Comportamento do diâmetro médio das partículas de rocha fosfática no tecido de acrílico em
relação ao adimensional da
profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Nota-se na Figura 4.4 que, o diâmetro médio das partículas encontradas no meio filtrante
foi maior na superfície torta-ar, havendo uma tendência de diminuir com o aumento do
adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras. Em relação ao número de ciclos
não se conseguiu observar tendência clara do diâmetro médio das partículas aumentar ou
diminuir com os ciclos.
Com o objetivo de analisar a quantificação das partículas depositadas no interior do meio
filtrante, construíram-se curvas do número médio de partículas em função do adimensional da
profundidade de deposição/diâmetro das fibras. A obtenção das curvas também ocorreu a partir
da escolha de 10 perfis transversais do filtro, realizando uma média do número de partículas
Resultados e Discussões
57
depositadas no tecido, para cada faixa de profundidade estudada, sendo estes resultados
apresentados na Figura 4.5.
0 1020304050
0
100
200
300
400
500
600
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Acrílico e rocha
Número médio de partículas
Profundidade de deposição/ diâmetro das fibras
Figura 4.5: Comportamento do número médio de partículas de rocha fosfática no tecido de acrílico em
relação ao adimensional da
profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Na Figura 4.5 observa-se que a maior concentração de partículas foi encontrada nas
camadas superficiais do tecido variando entre 42 a 65%, com uma diminuição exponencial do
número de partículas com o aumento do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro
das fibras, independentemente do número de ciclos. Verifica-se também que os resultados
obtidos para o número de partículas apresentaram um alinhamento dos pontos praticamente na
mesma curva.
A Tabela 4.1 apresenta os valores da profundidade média de deposição das partículas no
tecido de acrílico. Como para cada ciclo foram analisados 10 perfis transversais do filtro, obteve-
se uma média destes resultados.
Tabela 4.1: Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática no tecido de acrílico.
CICLO
PROFUNDIDADE MÉDIA
DE DEPOSIÇÃO (µm)
DESVIO PADRÃO
1 615,7 161,79
2 700,0 184,44
3 643,9 169,38
5 588,6 205,24
10 588,5 161,59
Resultados e Discussões
58
Através da Tabela 4.1, pode-se observar que, a profundidade média de deposição das
partículas no tecido de acrílico apresentou valores variando entre 588,5 µm a 700 µm. Estes altos
valores encontrados para profundidade de deposição mostram que as diferentes características
estruturais do tecido, como os maiores valores da permeabilidade (5,9 10
-8
m
2
)
e da porosidade
superficial (0,77), permitiram que ocorressem um grande acúmulo de partículas e uma das
maiores profundidade de deposição das partículas de rocha fosfática no meio filtrante de acrílico.
4.3 ESTUDO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA NO
TECIDO DE POLIPROPILENO
As imagens das partículas remanescentes na torta de filtração e no interior do meio
filtrante, após a operação de limpeza apresentadas na Figura 4.6. Estas imagens foram obtidas no
(MEV), mostrando a seção transversal do tecido de polipropileno com as partículas depositadas
em seu interior.
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Inter
f
ace
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Ciclo 1 Ciclo 5 Ciclo 10
Figura 4.6: Seção transversal do filtro de polipropileno e rocha fosfática em diferentes ciclos
(aproximadamente 500 µm da superfície do tecido com um aumento de 2000 vezes).
Observa-se na Figura 4.6 que há uma menor quantidade de partículas no interior do filtro
em relação ao tecido de acrílico como visto na Figura 4.3. Este comportamento indica que pelo
fato do tecido de polipropileno apresentar uma filtração mais superficial em relação ao acrílico, a
rápida formação da torta de filtração e grande acúmulo de partículas na superfície do tecido
Resultados e Discussões
59
facilitaram o processo de limpeza, evidenciando uma menor quantidade de partículas contidas no
interior deste tecido.
Para a verificação do comportamento da distribuição granulométrica das partículas de
rocha fosfática, contidas no tecido de polipropileno, construíram-se curvas do diâmetro médio em
função do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras e estes resultados
estão apresentados na Figura 4.7.
5 101520253035
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Polipropileno e rocha
Diâmetro médio das partículas (µm)
Profundidade de deposição/ diâmetro das fibras
Figura 4.7: Comportamento do diâmetro médio das partículas de rocha fosfática no tecido de
polipropileno em relação ao adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Analisando a Figura 4.7, pode-se observar que as partículas de maior diâmetro ficaram
contidas na superfície do tecido, enquanto as de menor diâmetro adentraram mais profundamente
no interior do tecido, comportamento muito semelhante ao encontrado no acrílico. Em relação ao
número de ciclos não se conseguiu observar tendência clara do diâmetro médio das partículas
aumentar ou diminuir com os ciclos.
Para avaliar a quantidade de partículas depositadas no interior do meio filtrante,
construíram-se curvas do número médio de partículas de rocha fosfática em função do
adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras e estes resultados estão
apresentados na Figura 4.8.
Resultados e Discussões
60
5 101520253035
0
100
200
300
400
500
600
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Polipropileno e rocha
Número médio das partículas
Profundidade de deposição/diâmetro das fibras
Figura 4.8: Comportamento do número médio de partículas de rocha fosfática no tecido de polipropileno
em relação ao adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Na Figura 4.8 verifica-se que o número de partículas encontradas no interior deste tecido
foi inferior em relação ao tecido de acrílico como visto na Figura 5. Isto mostra que, a menor
abertura superficial entre as fibras do tecido de polipropileno, ocasionou uma barreira para a
penetração das partículas no interior deste meio filtrante. Nota-se que a maior concentração das
partículas foi localizada na superfície do tecido variando entre 61 a 70%, diminuindo
exponencialmente com o aumento do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das
fibras, independente do número de ciclos. Verificou-se também que os resultados obtidos para o
número de partículas, apresentaram um alinhamento dos pontos praticamente na mesma curva,
como já visto para o tecido de acrílico. Em relação ao ciclo não conseguiu verificar-se nenhuma
tendência da quantidade das partículas aumentar ou diminuir com os ciclos.
A Tabela 4.2 apresenta os valores da profundidade média de deposição das partículas de
rocha fosfática no interior do tecido de polipropileno. Como para cada ciclo foram analisados 10
perfis transversais do filtro, obteve-se uma média aritmética destes resultados.
Resultados e Discussões
61
Tabela 4.2: Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática
no tecido de polipropileno.
CICLO
PROFUNDIDADE MÉDIA
DE DEPOSIÇÃO (µm)
DESVIO PADRÃO
1 377,8 82,79
2 352,6 74,26
3 365,2 75,22
5 359,1 153,87
10 409,2 174,29
A análise da Tabela 4.2 mostra que, a profundidade média de deposição das partículas
variou entre 352,6 µm a 409,2 µm. Esta baixa profundidade de deposição das partículas mostra
que as diferentes características estruturais do tecido, como a menor permeabilidade (2,2 10
-8
m
2
)
e a menor porosidade superficial (0,72), impediram que as partículas penetrassem mais
intensamente no interior do meio filtrante, ficando estas retidas na superfície do tecido.
4.4 ESTUDO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA NO
TECIDO DE POLIÉSTER TRATADO
Neste item serão apresentados os resultados da profundidade de deposição das partículas de
rocha fosfática e também a quantificação dos mesmos encontrados no tecido de poliéster tratado.
As imagens das partículas remanescentes da torta de filtração e no interior do meio filtrante
de poliéster tratado, após a operação de limpeza estão apresentadas na Figura 4.9. Estas
fotografias foram geradas no MEV, mostrando a seção transversal do tecido de poliéster tratado
com as partículas de rocha fosfática depositadas no interior desse meio filtrante.
Resultados e Discussões
62
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
500 µm
Parculas
Fibras
Interface
torta-ar
500 µm
Partículas
Fibras
Ciclo 1 Ciclo 5 Ciclo 10
Figura 4.9: Seção transversal do filtro de poliéster tratado e rocha fosfática em diferentes ciclos
(aproximadamente 500 µm da superfície do tecido com um aumento de 2000 vezes).
Analisando a Figura 4.9 observa-se que a quantidade de partículas remanescentes no tecido
foi superior ao tecido de polipropileno como visto na Figura 4.6. Isto indica que a maior abertura
entre as fibras do tecido proporcionou um maior período de filtração interna e uma maior
deposição das partículas em relação ao tecido de polipropileno.
A fim de verificar melhor o comportamento da distribuição granulométrica das partículas
de rocha fosfática no tecido de poliéster tratado, construíram-se curvas do diâmetro médio em
função do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras e os resultados estão
apresentados na Figura 4.10.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Poliéster tratado e rocha
Diâmetro médio das partículas (µm)
Profundidade de deposição/diâmetro das fibras
Figura 4.10: Comportamento do diâmetro médio das partículas de rocha fosfática no tecido de poliéster
tratado em relação ao adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Resultados e Discussões
63
Nota-se na Figura 4.10 que o diâmetro médio das partículas encontrados na superfície foi
maior aos encontrados no interior do meio filtrante, comportamentos muito próximos ao do
acrílico e do polipropileno vistos nas Figuras 4.4 e 4.7, respectivamente. Em relação ao número
de ciclos não conseguiu observar tendência clara do diâmetro médio das partículas aumentar ou
diminuir com os ciclos.
A fim de verificar a quantificação das partículas encontradas no interior do meio filtrante,
construíram-se curvas do número médio das partículas de rocha fosfática no tecido de poliéster
tratado em função do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras, para cada
faixa do tecido analisado, ilustradas na Figura 4.11.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0
100
200
300
400
500
600
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Poliéster tratado e rocha
Número médio de partículas
Profundidade de deposição/diâmetro das fibras
Figura 4.11: Comportamento do número médio de partículas de rocha fosfática no tecido de poliéster
tratado em relação ao adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Verificou-se na Figura 4.11 que, como para os demais tecidos, o maior número de
partículas concentrou-se na superfície do tecido, que variou entre 43 a 58%, tendendo a diminuir
exponencialmente com o aumento do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das
fibras. Observou-se também que este tecido obteve a menor quantidade de partículas contidas na
superfície entre os tecidos estudados e que os resultados obtidos para o número de partículas,
apresentaram um alinhamento dos pontos praticamente na mesma curva, como visto para os
outros dois tecidos. Em relação ao efeito do número de ciclos de filtração não se conseguiu
verificar tendência clara do aumento ou diminuição da quantidade de partículas com os ciclos.
Resultados e Discussões
64
Os resultados da profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática no
tecido de polipropileno estão apresentados na Tabela 4.3. Como para cada ciclo foram analisados
10 perfis transversais do filtro realizou-se uma média aritmética da profundidade de deposição
das partículas para cada ciclo analisado.
Tabela 4.3: Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática
no tecido de poliéster tratado.
CICLO
PROFUNDIDADE MÉDIA
DE DEPOSIÇÃO (µm)
DESVIO PADRÃO
1 565,2 92,64
2 517,2 161,94
3 523,3 56,17
5 510,1 113,70
10 544,9 62,61
Analisando a Tabela 4.3 nota-se que, a profundidade média de deposição das partículas no
tecido de poliéster tratado variou entre 510,1 µm a 565,2 µm. Estes altos valores encontrados para
profundidade de deposição mostraram que as características estruturais semelhantes ao do
acrílico, como os maiores valores da permeabilidade (5,9.10
-8
m
2
)
e da porosidade superficial
(0,76), permitiram um grande acúmulo de partículas e uma das maiores profundidade de
deposição das partículas de rocha fosfática neste meio filtrante.
4.5 COMPARAÇÕES DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA
ENTRE OS DIFERENTES MEIOS FILTRANTES
A Figura 4.12 apresenta os resultados da profundidade média de deposição das partículas
encontradas para os tecidos de polipropileno, de poliéster tratado e de acrílico com o material
particulado de rocha fosfática em função do número de ciclos.
Resultados e Discussões
65
0246810
350
400
450
500
550
600
650
700
Poliéster tratado
Polipropileno
Acrílico
Rocha fostica
Profundidade média de deposição (µm)
Número de ciclos
Figura 4.12: Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática
para diferentes tipos de tecidos.
Através da análise da Figura 4.12, pôde-se constatar que o tecido de acrílico apresentou
uma maior profundidade média de deposição das partículas em relação aos demais tecidos
estudados. Isto indica que a maior permeabilidade ao ar (5,50.10
-8
m
2
) e a maior porosidade
superficial (0,77) do tecido, resultaram em maiores períodos de filtração interna, o que provocou
a maior profundidade de deposição entre os tecidos. Já em relação ao polipropileno, este tecido
apresentou uma baixa penetração das partículas no interior do meio filtrante. Isto provavelmente
se deve ao fato da sua menor abertura entre as fibras e a menor permeabilidade ao ar (P=2,20.10
-8
m
2
), o que impede que as partículas penetrassem e alojassem mais intensamente no tecido,
caracterizando um tecido de filtração superficial.
No caso do poliéster tratado, este tecido apresentou uma profundidade média de deposição
das partículas intermediária entre os meios filtrantes estudados. Apesar das propriedades muito
semelhantes ao do acrílico como visto na Tabela 3.2, a profundidade de deposição das partículas
para este tecido foi menor. Isto mostra que a maior intensidade no tratamento superficial do
tecido (chamuscagem/calandragem) conferiu uma estrutura mais fechada que o acrílico
interferindo no processo de deposição das partículas no interior do tecido.
Quanto à distribuição granulométrica das partículas no interior do meio filtrante verificou-
se que, para os três tecidos estudados com a rocha fosfática, as partículas de maior diâmetro
concentraram-se na superfície do tecido, havendo uma tendência de diminuição com o aumento
do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras. Em relação ao número de
Resultados e Discussões
66
ciclos, não foi possível observar nenhuma tendência clara sobre o diâmetro médio das partículas
aumentar ou diminuir com o número de ciclos.
Desempenho muito semelhante foi encontrado por Rembor e Kasper (1996) que
concluíram, a partir de seus experimentos, que variando o diâmetro das partículas, as partículas
de menores diâmetros penetraram mais intensamente no interior do meio filtrante, em
concordância com os resultados apresentados neste trabalho. Outros autores observaram o mesmo
comportamento, em que a penetração de partículas no interior foi menos intensa quando se
trabalhou com partículas de maiores diâmetros, sob condições experimentais semelhantes
(THOMAS et al., 2001, DAVIS E KIM, 1999, LISOWSKI et. al., 2001, JAPUNTICH, et al,
1994, WALSH, 1996).
Entretanto, Martins (2001) concluiu que o diâmetro médio das partículas que se infiltraram
no tecido foi maior que as que foram encontradas na superfície do tecido, diferentes aos
encontrado neste trabalho. O autor justificou que as maiores partículas que infiltraram no tecido
foram de difícil remoção na operação de limpeza, o que levou a média dos diâmetros a aumentar
com aumento da profundidade.
Em relação ao número de partículas no interior do tecido, observou-se um comportamento
semelhante para os três tecidos estudados, em que a maior concentração das partículas foi
encontrada na superfície torta-ar, havendo uma tendência de diminuição exponencial com o
adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras, em concordância com o trabalho
realizado por Thomas et al. (2001).
Constatou-se também que o tecido de polipropileno obteve o maior número de partículas
remanescentes em sua superfície, variando entre 61 a 70% das partículas, seguido pelo acrílico
com 42 a 65% das partículas e pelo poliéster tratado com 43 a 58% das partículas. Estudos
realizados por Tognetti (2007) mostraram que o tecido de acrílico apresentou a maior área de
torta removida, com tamanhos de pedaços de tortas superiores aos do tecido de polipropileno.
Isto pode indicar que maiores forças de coesão e de adesão das partículas proporcionaram
maiores áreas de tortas removidas, como pôde ser observado nos trabalhos de Callé et.al. (2001) e
de Rodrigues (2004).
A fim de verificar qual a influência da profundidade de deposição das partículas de rocha
fosfática nos tecidos estudados na perda de carga residual, construiu-se uma curva da perda de
carga residual em função do número de ciclos, apresentada na Figura 4.13.
Resultados e Discussões
67
0246810
0
50
100
150
200
250
300
350
Acrílico
Polipropileno
Poliéster tratado
Perda de carga residual (Pa)
Número de ciclos
Figura 4.13: Perda de carga residual em cada ciclo de filtração para a rocha fosfática.
Nota-se que apenas a profundidade de deposição das partículas não seria suficiente para
determinar um bom filtro. Analisando a Figura 4.13, verificou-se que, apesar do tecido de
polipropileno apresentar a menor profundidade de deposição, como visto anteriormente, este
tecido produziu o maior valor da perda de carga residual entre os tecidos estudados. Isto indica
que além das tortas remanescentes no tecido, a perda de carga residual teve uma forte influência
com as partículas depositadas internamente no tecido e com as características estruturais do meio
filtrante.
Logo, as partículas capturadas entre as fibras mais fechadas do tecido de polipropileno
provocaram uma maior obstrução dos poros e uma maior resistência à passagem de ar,
contribuindo para o aumento da perda de carga residual em relação aos demais tecidos.
Comportamentos similares foram verificados por Mauschitz et al. (2005), sendo que nos períodos
iniciais da filtração, o tecido FM3, com tratamento superficial, apresentou uma maior perda de
carga residual em relação ao tecido FM1, nas condições originais. Porém, após os 100 ciclos de
filtração, o tecido FM1 foi o que apresentou a maior perda de carga residual. Isto explica que a
grande quantidade partículas alojadas dentro do tecido FM1 reduziu o volume de poros presentes
no meio filtrante, criando uma barreira à passagem do ar, resultando em maiores valores na perda
de carga residual do sistema.
Portanto, pode sugerir que as filtrações realizadas nestas condições experimentais
apresentaram melhores resultados utilizando o tecido de poliéster tratado. Apesar deste tecido
Resultados e Discussões
68
proporcionar um dos maiores valores de profundidade média de deposição das partículas, foi o
que apresentou a menor perda de carga residual entre os tecidos estudados. Isto mostra que, a
maior profundidade de deposição nos períodos iniciais da filtração, não implicou nos
entupimentos dos poros, mas numa distribuição mais homogênea das partículas no interior do
meio filtrante. Isto garantiu ao tecido uma maior permeabilidade ao ar e uma menor resistência
ao escoamento, o que resultou em menores perdas de cargas residuais, maiores períodos de
filtração, tortas menos resistentes e uma maior eficiência de coleta de partículas, tornando este
tecido vantajoso, econômico e com maior tempo de vida útil.
4.6 DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA RESIDUAL TEÓRICA
Com o objetivo de avaliar os efeitos das partículas no desempenho dos filtros,
determinaram-se através de um método semi-empírico, os valores da perda de carga residual
encontrados para os meios filtrantes de poliéster tratado, polipropileno e acrílico, utilizando as
partículas de rocha fosfática depositadas em cada um dos tecidos. Na realização destes cálculos
utilizou-se o procedimento descrito na seção 3.5, que exigiu a obtenção dos volumes de partículas
ocupados no meio filtrante obtidos através de um analisador de imagens no laboratório de
controle ambiental da UFSCar. Com estes resultados determinou-se a porosidade do meio
filtrante com a presença das partículas e, posteriormente, com a utilização da Equação de Ergun,
obtiveram-se os valores teóricos da perda de carga residual após os processos de regeneração do
tecido. Os resultados da perda de carga residual teórico e experimental estão apresentados na
Tabela 4.4
Tabela 4.4: Resultados da perda de carga residual teórico e experimental.
Perda de carga residual
Teórico (Pa)
Perda de carga residual
Experimental (Pa)
Acrílico Polipropileno Poliéster
Tratado
Acrílico Polipropileno Poliéster
Tratado
Ciclo 1 211 365 232 212 325 190
Ciclo 2 219 378 236 228 331 201
Ciclo 3 223 387 240 229 346 217
Ciclo 5 226 392 251 234 378 217
Ciclo 10 236 396 254 313 453 296
Resultados e Discussões
69
A partir dos resultados da Tabela 4.4, construiu-se a Figura 4.14, que compara as perdas de
cargas teórica e experimental, em relação ao número de ciclos.
0246810
200
250
300
350
400
450
acr-teórico
pp-teórico
pt-teórico
acr-exp
pp-exp
pt-exp
Perda de carga residual (Pa)
Número de ciclos
Figura 4.14: Comparativos da perda de carga residual experimental e teórica.
Analisando a Figura 4.14 observa-se que no decorrer dos ciclos de filtração ocorre um
aumento da perda de carga residual experimental e teórico sem a tendência de estabilização. Isto
evidência que as partículas depositadas no interior do tecido podem estar obstruindo os poros dos
tecidos e formando também tortas mais resistentes com aumento dos ciclos, contribuindo para o
aumento da perda de carga residual. Mauschitz et al. (2007), realizando 3000 ciclos de filtração,
confirmaram esta expectativa do aumento da perda de carga residual com o aumento no número
de ciclos, sendo que as partículas depositadas no interior do tecido prejudicaram o desempenho
do meio filtrante.
Para uma melhor visualização dos resultados das perdas de carga residuais experimentais e
teóricas, construiram-se as Figuras 4.15, 4.16 e 4.17, para os tecidos de acrílico, de polipropileno
e de poliéster tratado, respectivamente.
Resultados e Discussões
70
200 220 240 260 280 300 320
200
220
240
260
280
300
320
Perda de carga residual teórico (Pa)
Perda de carga residual experimental (Pa)
15%
-15%
Acrílico
Figura 4.15: Eficiência teórica e experimental para o tecido de acrílico.
320 340 360 380 400 420 440 460
320
340
360
380
400
420
440
460
Perda de carga residual teórica (Pa)
Perda de carga residual experimental (Pa)
15%
-15%
Polipropileno
Figura 4.16: Eficiência teórica e experimental para o tecido de polipropileno.
Resultados e Discussões
71
180 200 220 240 260 280 300
180
200
220
240
260
280
300
Perda de carga residual teórico (Pa)
Perda de carga residual experimental (Pa)
15%
-15%
Poliéster tratado
Figura 4.17: Eficiência teórica e experimental para o tecido de poliéster tratado.
Observa-se na Figura 4.15 que, para o tecido de acrílico, os valores da perda de carga
residual teórico subestimaram os valores experimentais e o último ponto obteve desvios maiores
que 15%. Já na Figura 4.16, para o tecido de polipropileno, os valores teóricos superestimaram os
valores experimentais, exceto para o último ponto, em que o valor foi subestimado, ficando todos
dentro dos desvios de 15%. E por fim, na Figura 4.17 os valores teóricos superestimaram os
valores experimentais, exceto o último ponto, sendo que alguns valores apresentaram desvios
maiores que 15%. Estes desvios podem estar provavelmente relacionados a erros experimentais
na coleta de dados, na obtenção do volume das partículas ocupados no tecido, nos valores
encontrados para porosidade do meio filtrante com a presença de partículas, da correlação
utilizada para o cálculo que foi desenvolvido para diferentes condições experimentais, entre
outros fatores.
Logo, um grande aumento das partículas depositadas no interior do meio filtrante com o
aumento do número de ciclos provocou um aumento na perda de carga residual. Sendo assim, um
tratamento adequado na superfície do tecido, evitaria uma deposição excessiva de partículas no
interior do tecido diminuindo a perda de carga residual, tornando a operação economicamente
vantajosa, com ciclos de filtração mais longos.
Nos próximos itens serão apresentados os estudos realizados com as partículas de polvilho
doce nos tecidos de poliéster tratado e poliéster sem tratamento.
Resultados e Discussões
72
4.7 ESTUDO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE POLVILHO DOCE NO
TECIDO DE POLIÉSTER TRATADO
Os experimentos com poliéster tratado também foram realizados utilizando o polvilho doce
como material particulado, possibilitando uma avaliação mais ampla do efeito da forma da
partícula sobre a filtração e a remoção da torta. As imagens das partículas remanescentes na torta
de filtração e no interior do meio filtrante, após a operação de limpeza do tecido estão
apresentadas na Figura 4.18. Estas fotografias foram geradas no microscópio óptico (MO),
mostrando a seção transversal do tecido de poliéster tratado com as partículas de polvilho doce
depositadas no interior desse meio filtrante.
Para o polvilho doce, nota-se que não foram encontradas as variações do diâmetro médio
das partículas com a profundidade de deposição e com o número de ciclos, devido ao fato deste
material apresentar praticamente partículas monodispersas em sua distribuição granulométrica.
Interface
torta-ar
1500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
1500
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
1500 µm
Partículas
Fibras
Ciclo 1 Ciclo 5 Ciclo 10
Figura 4.18: Seção transversal do filtro de poliéster tratado e polvilho doce em diferentes ciclos
(aproximadamente 1500 µm da superfície do tecido com um aumento de 200 vezes).
Pode-se notar na Figura 4.18 que as partículas ficaram retidas próximas à superfície do
tecido. Isto mostra que o tratamento superficial (chamuscagem/calandragem) impediu que uma
maior quantidade de partículas penetrassem intensamente no interior do filtro.
Resultados e Discussões
73
Com o objetivo de avaliar a quantidade de partículas de polvilho doce alojadas no tecido de
poliéster tratado, construíram-se curvas do número médio de partículas em função do número
adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras, para cada faixa do tecido
analisado, apresentadas na Figura 4.19.
0 20 40 60 80 100 120 140
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Poliéster tratado e polvilho
Número médio de partículas
Profundidade de deposição/diâmetro das fibras
Figura 4.19: Comportamento do número médio de partículas de polvilho doce no tecido de poliéster
tratado em relação ao adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Verifica-se na Figura 4.19 que o maior número de partículas foi encontrado na superfície
torta-ar, que variou entre 49 a 85 %, havendo uma diminuição exponencial de partículas com o
aumento do adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras. Observou-se
também que os resultados obtidos para o número de partículas, apresentaram um alinhamento dos
pontos em uma mesma curva, como já verificado com a rocha fosfática. Em relação ao número
de ciclos não se observou tendência da quantidade de partículas aumentar ou diminuir com os
ciclos.
Os resultados da profundidade média de deposição das partículas de polvilho doce no
tecido de poliéster tratado estão apresentados na Tabela 4.5. Como foram analisados 10 perfis
transversais do filtro, realizou-se uma média da profundidade de deposição das partículas para
cada ciclo analisado.
Resultados e Discussões
74
Tabela 4.5: Profundidade média de deposição das partículas de polvilho doce
no tecido de poliéster tratado.
CICLO
PROFUNDIDADE MÉDIA DE
DEPOSIÇÃO (µm)
DESVIO PADRÃO
1 1448,9 374,19
2 1983,4 436,45
3 1315,9 534,23
5 1411,1 303,83
10 1814,2 483,22
Observa-se na Tabela 4.5 que a profundidade média de deposição das partículas variou
entre 1315,9 µm a 1983,4 µm. Isto mostra que as diferentes características atribuídas no
tratamento superficial do tecido de poliéster tratado, como a menor permeabilidade ao ar
(5,90.10
-8
m
2
) e menor porosidade superficial (0,76), foram de grande importância na estrutura
das fibras, evitando que uma grande quantidade de partículas de polvilho doce penetrassem e
alojassem no interior deste tecido em comparação ao tecido de poliéster sem tratamento.
4.8 ESTUDO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE POLVILHO DOCE PARA O
TECIDO DE POLIÉSTER NÃO TRATADO
Com a intenção de comparar o efeito do tratamento superficial sobre o tecido, realizaram-se
ensaios de filtração para o tecido de poliéster não tratado utilizando o polvilho doce.
As imagens das partículas remanescentes na torta e no interior do meio filtrante, após a
operação de limpeza estão apresentadas na Figura 4.20. Estas fotografias foram geradas no MO,
mostrando a seção transversal deste tecido de poliéster não tratado com as partículas de polvilho
doce depositadas no interior em seu interior.
Resultados e Discussões
75
Figura 4.20: Seção transversal do filtro de poliéster não tratado e polvilho doce em diferentes ciclos
(aproximadamente 1500 µm da superfície do tecido com um aumento de 200 vezes).
Como pode ser visto na Figura 4.20, este tecido apresentou uma maior quantidade de
partículas retidas no interior do meio filtrante em relação ao poliéster tratado como visto na
Figura 4.18. Isto mostra que, o não tratamento da superfície ocasionou um maior período de
filtração interna, facilitando que as partículas penetrassem mais intensamente no interior do
tecido.
Com o objetivo de verificar o comportamento da quantidade de partículas retidas no meio
filtrante, construíram-se curvas do número médio de partículas em função do número
adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras, para cada faixa do tecido
analisado, apresentado na Figura 4.21.
0 20406080100120140160180200
0
100
200
300
400
500
Ciclo 1
Ciclo 2
Ciclo 3
Ciclo 5
Ciclo 10
Poliéster não tratado e
polvilho
Número médio de partículas
Profundidade de deposição/diâmetro das fibras
Figura 4.21: Comportamento do número médio de partículas de polvilho doce no tecido de poliéster não
tratado em relação ao adimensional da profundidade de deposição/diâmetro das fibras.
Interface
torta-ar
1500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
1500 µm
Partículas
Fibras
Interface
torta-ar
1500 µm
Partículas
Fibras
Ciclo 1 Ciclo 5 Ciclo 10
Resultados e Discussões
76
Analisando a Figura 4.21, pode-se observar que o número médio de partículas na superfície
do tecido variou entre 17 a 39 %, diminuindo com o adimensional da profundidade de
deposição/diâmetro das fibras. Nota-se que este tecido apresentou um maior acúmulo de
partículas no interior deste meio filtrante em relação ao tecido de poliéster tratado. Isto mostra
que a maior permeabilidade ao ar (9,40. 10
-8
m
2
) e o maior espaçamento entre as fibras,
proporcionaram um maior período de filtração interna e um maior acúmulo de partículas no
interior do meio filtrante. Verificou-se também que os resultados obtidos para o número de
partículas, não apresentaram um alinhamento dos pontos em uma mesma curva, e sim uma
dispersão destes pontos, em relação ao poliéster tratado, indicando que há uma maior quantidade
de partículas acumuladas no interior do tecido. Já em relação ao número de ciclos não se
observou nenhuma tendência da quantidade de partículas aumentar ou diminuir com os ciclos.
Os resultados da profundidade média de deposição das partículas de polvilho doce no
tecido de poliéster não tratado estão apresentados na Tabela 4.6. Como para cada ciclo foram
analisados 10 perfis transversais do filtro realizou-se uma média da profundidade de deposição
das partículas para cada ciclo analisado.
Tabela 4.6: Profundidade média de deposição das partículas do polvilho doce
no tecido de poliéster não tratado.
CICLO PROFUNDIDADE MÉDIA DE
DEPOSIÇÃO (µm)
DESVIO PADRÃO
1 2565,7 786,83
2 2394,4 382,98
3 2042,2 391,94
5 2496,3 635,48
10 3126,4 293,66
Na Tabela 4.6 verificou-se que, em alguns casos, do tecido de poliéster não tratado, a
penetração das partículas ocorreu até a última camada, com um número considerável de
partículas, o que pode indicar que houve um possível atravessamento destas partículas através do
Resultados e Discussões
77
filtro, evidenciando uma baixa eficiência de captura deste tecido. Isto mostra que o não
tratamento da superfície do tecido permitiu que as partículas de polvilho doce penetrassem mais
intensamente no interior do tecido, provocando um maior acúmulo de partículas e uma maior
profundidade média de deposição como foi observado através dos resultados obtidos.
Na próxima seção serão apresentadas as comparações da profundidade de deposição das
partículas nos tecidos de poliéster tratado e sem tratamento com o polvilho doce e também a
influência destes resultados na perda de carga residual do processo.
4.9 COMPARAÇÃO DA DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE POLVILHO DOCE
NOS TECIDOS DE POLIÉSTER TRATADO E POLIÉSTER SEM TRATAMENTO
Através destes experimentos desejou-se analisar a influência do tratamento do filtro na
profundidade de deposição das partículas no interior do meio filtrante. A Figura 4.22 apresenta as
comparações dos resultados obtidos da profundidade média das partículas em função do número
de ciclos para o poliéster tratado e poliéster não tratado.
0246810
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
3200
Profundidade média de deposição (µm)
Número de ciclos
poliéster tratado
poliéster sem tratamento
Figura 4.22: Profundidade média de deposição de partículas de polvilho doce
nos tecidos de poliéster tratado e sem tratamento.
Resultados e Discussões
78
Fazendo a análise da Figura 4.22 observa-se que no tecido sem tratamento a profundidade
de penetração foi maior em relação ao tecido tratado. Isto leva a conclusão que a ausência do
tratamento permite que as partículas penetrem mais intensamente no interior do meio filtrante,
ocasionando um maior período de filtração interna, menores eficiências de remoção destas
partículas e menores tempo de vida útil do meio filtrante. Verificou-se também que em alguns
casos do tecido de poliéster sem tratamento que a penetração das partículas de polvilho foi tão
elevada que se pode considerar que houve uma penetração total através do tecido.
Tratando-se do número de partículas, observou-se, para o tecido de poliéster tratado, que o
maior número de partículas ficou concentrado na superfície do tecido, que variando entre 49 a
85%, havendo uma tendência de diminuir com o aumento do adimensional da profundidade de
deposição/diâmetro das fibras, como visto na Figura 4.19. Já em relação ao tecido sem tratamento
a proporção de retenção de partículas na superfície foi bem menor em relação ao poliéster tratado
variando entre 17 a 39%, como visto na Figura 4.21. Observou-se também que o poliéster sem
tratamento apresentou um maior número de partículas no interior do meio filtrante em relação ao
poliéster tratado. Isto mostra que o tratamento da superfície impediu que as partículas penetrem
intensamente no meio filtrante, sendo elas capturadas principalmente na superfície do tecido.
Com o objetivo de verificar a influência da profundidade de deposição das partículas de
polvilho doce nos tecidos estudados na perda de carga residual, construiu-se uma curva da perda
de carga residual em função do número de ciclos que está apresentado pela Figura 4.23.
0246810
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Perda de Carga Residual (Pa)
Número de Ciclos
Poliéster Tratado
Poliéster Não Tratado
Figura 4.23: Perda de carga residual em cada ciclo de filtração para o polvilho doce.
Resultados e Discussões
79
A partir da análise da Figura 4.23, observa-se que o tecido de poliéster sem tratamento
atingiu valores superiores de perda de carga residual em relação ao tecido de poliéster tratado a
partir do terceiro ciclo. Isto mostra que, o grande acúmulo e a maior profundidade de deposição
das partículas adquiridas pelo tecido sem tratamento, causaram uma obstrução dos poros e uma
grande resistência à passagem do ar, aumentando a perda de carga residual do sistema. Sabe-se
que estas partículas depositadas no interior destas fibras são de difícil remoção. Estes valores
elevados da perda de carga residual prejudicam o tempo de vida útil do tecido, já que o mesmo
deve ser substituído para que a queda de pressão esteja dentro dos limites práticos de operação.
Comportamentos similares foram encontrados por Mauschitz et al. (2005), mostrando que o
não tratamento na superfície do tecido permitiu que uma grande quantidade de partículas fosse
depositada no interior do meio filtrante. Esta deposição proporcionou uma grande redução da
porosidade superficial nas diversas profundidades do tecido, aumentando a resistência à
passagem do ar e conseqüentemente ocorre um aumento da perda de carga residual.
Dessa forma, pode-se concluir que o tratamento superficial do tecido é de fundamental
importância, pois não permite que as partículas penetrem intensamente no tecido, realizando uma
rápida formação da torta de filtração e grande acúmulo de partículas na superfície do tecido
facilitando o processo de limpeza. Isto resultou ao tecido, menores valores de perda de carga
residual e menor acúmulo de partículas, sendo o poliéster tratado o mais indicado para a
realização dos ensaios com o polvilho.
4.10 COMPARAÇÃO ENTRE A DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE ROCHA
FOSFÁTICA E POLVILHO DOCE NO TECIDO DE POLÍESTER TRATADO
Com intuito de avaliar os efeitos do tipo de material particulado sobre a profundidade de
deposição foram realizados um estudo com as partículas de rocha fosfática e o polvilho doce no
tecido de poliéster tratado. Os resultados da profundidade de deposição estão apresentados na
Figura 4.24.
Resultados e Discussões
80
0246810
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
rocha fosfática
polvilho doce
Profundidade média de deposição (µm)
Número de ciclos
Figura 4.24: Profundidade média de deposição das partículas de rocha fosfática e polvilho doce
no tecido de poliéster tratado.
Verifica-se na Figura 4.24 que a profundidade de deposição das partículas de polvilho doce
foi superior aos encontrados para a rocha fosfática, no tecido de poliéster tratado. Isto se deve ao
fato das partículas de polvilho doce apresentarem um formato quase esférico, permitindo que
ocorresse uma melhor acomodação destas no conjunto torta-tecido, tornando-se os períodos de
filtração interna maiores, o que mostra a grande importância da característica do material
particulado.
Em relação à quantidade de partículas depositadas no tecido, observou um maior número
de partículas de rocha fosfática em relação às partículas de polvilho doce para cada camada
analisada no tecido, como visto nas Figuras 4.11 e 4.21 respectivamente. Estudo realizado por
Lucas (2000) mostrou que as tortas formadas pelo polvilho doce propiciaram uma remoção de
aproximadamente 90%, enquanto as tortas com a rocha fosfática, a remoção da torta atingiu
apenas 60%. O autor verificou que a maior espessura da torta formada pelo polvilho doce,
permitiu uma remoção mais rápida e eficiente do tecido.
Estes maiores destacamentos das tortas de filtração podem estar relacionados com as
diferenças na forças de adesão e coesão das partículas. Estudos realizados por Felicetti et al.
(2006) observaram que o material orgânico (polvilho doce) apresentou maiores valores de força
de adesão em relação ao material inorgânico (rocha fosfática), tanto para o substrato de aço
inoxidável quanto para o vidro. Ito (2002) observou que as partículas de polvilho doce
Resultados e Discussões
81
apresentaram menores porosidades de torta em relação às partículas de rocha fosfática, indicando
que as tortas formadas com o polvilho doce podem estar mais coesas. Estas maiores forças de
adesão e coesão permitiram que as partículas depositadas na superfície-tecido fossem destacadas
em maiores blocos, reduzindo o número de partículas de polvilho doce na superfície do tecido.
A fim de verificar qual a influência da profundidade de deposição das partículas de rocha
fosfática nos tecidos estudados na perda de carga residual, construiu-se uma curva da perda de
carga residual em função do número de ciclos, apresentada na Figura 4.25.
0246810
0
50
100
150
200
250
300
Rocha fosfática
Polvilho doce
Perda de carga residual (Pa)
Número de ciclos
Figura 4.25: Perda de carga residual em cada ciclo de filtração para o tecido de poliéster tratado.
Analisando a Figura 4.25, observa-se que apesar do polvilho apresentar uma maior
profundidade de deposição das partículas em relação à rocha fosfática, a perda de carga residual
foi somente um pouco superior ao encontrado para a rocha fosfática. Isto indica que a menor
quantidade de partículas no interior do meio filtrante, a distribuição granulométrica mais estreita
e formato quase esférico, levaram a uma melhor acomodação das partículas no tecido de tal
forma a não obstruir os espaços inter-partículas, proporcionando uma menor resistência à
passagem do ar e tortas menos resistentes.
Portanto pode-se concluir que não apenas as características dos meios filtrantes interferem
nos processos de formação e remoção de tortas, mas também os diferentes tipos de materiais
particulados empregados.
Resultados e Discussões
82
4.11 ESTUDO DO EFEITO DAS VARIÁVEIS OPERACIONAIS NA PROFUNDIDADE
DE DEPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS NO TECIDO DE POLIÉSTER TRATADO
Para analisar a influência das variáveis operacionais sobre a profundidade de deposição,
realizaram-se ensaios de filtração para diferentes velocidades de filtração e tempos de filtração, obtida
através do planejamento de experimentos, sem a operação de limpeza. Os comportamentos destes
ensaios de filtração para os tempos de 400 s, 800 s e 1200 s estão apresentados, respectivamente,
nas Figuras 4.26 a 4.28.
0 100 200 300 400
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
V=5 cm/s
V=10 cm/s
V=15 cm/s
Perda de carga (Pa)
Tempo (s)
0 200 400 600 800
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
V=5 cm/s
V=10 cm/s
V=15 cm/s
Perda de carga (Pa)
Tempo (s)
Figura 4.26: Comportamento da curva de filtração
para tempo 400 s.
Figura 4.27: Comportamento da curva de filtração
para tempo 800s.
0 200 400 600 800 1000 1200
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
V=5 cm/s
V=10 cm/s
V=15 cm/s
Perda de carga (Pa)
Tempo (s)
Figura 4.28: Comportamento da curva de filtração
para tempo de 1200 s.
Resultados e Discussões
83
A análise das curvas de filtração das Figuras 4.26; 4.27 e 4.28 mostram que o aumento da
velocidade de filtração superficial provoca um aumento da perda de carga do sistema. Nota-se
também que à medida que ocorre um aumento da velocidade de filtração, a curva de filtração
torna-se mais convexa nos períodos iniciais da filtração, indicando que pode estar ocorrendo um
maior período de filtração interna no tecido e um aumento na penetração das partículas no
interior do meio filtrante. Este acúmulo de material no tecido pode estar ocasionando um
aumento na resistência à passagem do ar, proporcionando um aumento da perda de carga residual
do sistema.
Os resultados da profundidade média de deposição das partículas, utilizando um
planejamento fatorial 3
k
, com a investigação das variáveis: velocidade de filtração e tempo de
filtração estão apresentadas na Tabela 4.7.
Tabela 4.7: Matriz com os valores dos ensaios de filtração com
os resultados da profundidade de deposição das partículas.
Ensaios V
f
(m/s) t (s)
Profundidade média
de deposição (µm)
Desvio Padrão
1 0,05 400 129 25,82
2 0,05 800 174 43,97
3 0,05 1200 219 32,16
4 0,10 400 262 36,46
5 0,10 800 320 33,57
6 0,10 1200 430 31,74
7 0,15 400 500 50,36
8 0,15 800 604 109,81
9 0,15 1200 786 111,18
As estimativas dos efeitos das variáveis operacionais investigadas na operação estão
apresentadas na Tabela 4.8, sendo estes valores considerados estatisticamente significativos ao
nível de significância de 5 %.
Resultados e Discussões
84
Tabela 4.8: Estimativa dos efeitos das variáveis para a profundidade média de deposição.
Efeito
Erro
padrão
t(3) p-valor
Lim.Conf.
-95%
Lim.Conf.
+95%
Média
380,44 4,940 77,000 0,000005 364,720 396,168
(1) V
f
(m/s) (L
*
)
456,00 12,102 37,678 0,000041 417,484 494,515
V
f
(m/s) (Q**)
-64,66 10,481 -6,169 0,008571 -98,022 -31,311
(2) t
f
(s) (L*)
181,33 12,102 14,983 0,000645 142,818 219,848
t
f
(s) (Q**)
-21,66 10,481 -2,067 0,130588 -55,022 11,688
(1L*) x (2L*)
98,00 14,822 6,611 0,007045 50,828 145,171
* termo linear ** termo quadrático
A partir da análise da Tabela 4.8 nota-se que as variáveis significativas encontradas para a
profundidade de deposição das partículas, foram os termos lineares para a V
f
e t
f
(p< 0,05), o
termo quadrático da V
f
(p<0,05) e a interação entre a V
f
(L) e o t
f
(L)(p<0,05).
As estimativas dos efeitos destas variáveis operacionais podem ser visualizadas também
através do diagrama de Pareto representada através da Figura 4.29.
-2,06723
-6,16988
6,611612
14,9832
37,67834
p=,05
Efeitos estimados (Valores absolutos)
t
f
(Q)
V
f
(Q)
V
f
L x
t
f
L
t
f
(L)
V
f
(L)
Figura 4.29: Diagrama de Pareto.
Resultados e Discussões
85
Através da análise da Figura 4.29, pode-se observar que, ambas as variáveis foram
significativos na profundidade de deposição, sendo que a velocidade de filtração apresentou um
maior efeito entre as variáveis estudadas.
Os valores dos coeficientes de regressão para a profundidade média de deposição das
partículas foram determinados em nível de significância de 5%, e estão apresentados na Tabela
4.9.
Tabela 4.9: Coeficiente de regressão para a profundidade média de deposição das partículas.
Coeficiente
de
regressão
Erro
padrão
t(3) p-valor
Lim.Conf.
-95%
Lim.Conf.
+95%
Média
322,8889 11,04797 29,22609 0,000088 287,7293 358,0485
(1) Vf (m/s) (L)
228,0000 6,05122 37,67834 0,000041 208,7423 247,2577
Vf (m/s) (Q)
64,6667 10,48102 6,16988 0,008571 31,3114 98,0220
(2) t
f
(s) (L)
90,6667 6,05122 14,98320 0,000645 71,4090 109,9244
t
f
(s) (Q)
21,6667 10,48102 2,06723 0,130588 -11,6886 55,0220
(1L) x (2L)
49,0000 7,41120 6,61161 0,007045 25,4142 72,5858
O exame dos resíduos é fundamental, para que se possa avaliar a qualidade do ajuste de
qualquer modelo. Em primeiro lugar, os resíduos devem ser pequenos. Se um determinado
modelo deixa resíduo considerável, ele é um modelo ruim. No modelo ideal, todas as previsões
coincidiriam exatamente com as respostas observadas, e não haveria resíduo nenhum. O método
mais usado para se avaliar numericamente à qualidade do ajuste de um modelo é a análise de
variância. Para estes resultados construiu-se uma tabela para a análise de variância (ANOVA)
que está apresentada na Tabela 4.10.
Para avaliar se a equação de regressão é estatisticamente significativa, é possível
demonstrar através do cálculo da distribuição F. O cálculo para o valor de F
Cal
é realizado através
da razão entre as médias quadráticas MQ
Regressão
(média dos quadrados da regressão) e MQ
resíduo
(média dos quadrados do resíduo), bastando compará-lo com o valor tabelado de F
Tab
(gl
R,
gl
r,
α),
Resultados e Discussões
86
sendo gl
R
: graus de liberdade da regressão, gl
r
: graus de liberdade dos resíduos e α: nível de
significância desejado.
Se verificar que F
Cal
> F
Tab
(gl
R,
gl
r,
α), tem-se então evidência estatística suficiente para nos
fazer acreditar na existência de uma relação entre as variáveis. Uma regra prática que se pode
empregar é considerar a regressão como útil para fins de previsão se o valor de F
Cal
, for pelo
menos, cerca de dez vezes o valor do ponto da distribuição F com o número apropriado de graus
de liberdade, no nível de confiança escolhido (NETO et.al., 2002).
Tabela 4.10: Análise de variância para a profundidade média de deposição.
Fonte de
variação
Soma de
quadrados
Graus de
liberdade
Quadrado
médio
F
Cal
Regressão
380133,2 5 194868,6
Resíduo
659,1 3 219,7
Total
380792,2 8
886,98
A Tabela 4.10 mostra, através do teste F, que o valor encontrado para F
Cal
= 886,98 foi
muito superior ao valor encontrado para o F
Tab
(5;3;0,05)= 9,01, sendo o modelo encontrado
altamente significativo e adequado para descrever os resultados através da superfície de resposta.
A partir destes resultados obtidos foi possível obter um modelo de 2ª ordem para as variáveis
analisadas e verificar a validade do modelo ajustado para a profundidade de deposição,
apresentada através da Equação 4.1, com o coeficiente de determinação de 99,82%. Esses
resultados indicam uma boa concordância entre os valores experimentais e previstos pelo
modelo, nas condições experimentais estudadas, sendo visualizada através da Figura 4.30.
fffff
tVVtVP ..49.67,64.67,90.22889,322
2
++++=
(4.1)
Resultados e Discussões
87
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Profundidade de deposição observada (
µ
m)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
Profundidade de deposição prevista ( µm)
Figura 4.30: Valores experimentais versus valores previstos pelo modelo
para a profundidade média de deposição.
Com objetivo de visualizar melhor o efeito das variáveis do processo na profundidade de
deposição, construiu-se a superfície de resposta e a curva de contorno, visualizada através da
Figura 4.31.
(a) (b)
Figura 4.31: (a) Superfície de resposta e (b) curva de contorno para a profundidade média de deposição
das partículas em função da velocidade de filtração e do tempo de filtração.
Nota-se na Figura 4.31, da superfície de resposta, que a profundidade de deposição das
partículas foi mais sensível às variações apresentadas na velocidade de filtração. À medida que
Resultados e Discussões
88
ocorreu um aumento na velocidade e no tempo de filtração ocorreu um aumento na profundidade
de deposição, sendo a velocidade de filtração o parâmetro que apresentou um maior efeito
significativo na variável resposta desejada. Observou-se que para baixas velocidades de filtração
o tempo de filtração não obteve nenhuma influência na profundidade de deposição, sendo
necessário maiores valores de velocidades para começar a observar a influência da variável
tempo.
Comportamentos similares foram observados por Martins (2001) em que a profundidade de
deposição no interior do tecido foi maior para as maiores velocidades de filtração, mostrando que
esta variável foi influente na profundidade de deposição. Já Thomas et al. (2001), realizando
estudos de deposição de partículas para diferentes tempos de filtração, de 10 min e 25 min,
observaram que a profundidade de deposição das partículas para o tempo de filtração de 10 min
foi um pouco inferior ao encontrado para o tempo de 25 min. Isto indica que a partir da existência
da torta, a penetração através do tecido tende-se a se tornar constante, o que levou o tempo de
filtração a ter pouca influência na profundidade de deposição.
Portanto, quando se deseja obter menores níveis da profundidade de deposição das
partículas, sugere-se a utilização de baixas velocidades de filtração e menores tempos de
filtração, sabendo-se que as partículas depositadas no interior destas fibras são de difícil remoção
e provocam uma redução nos poros presentes no meio, aumentando a perda de carga residual
como já visto anteriormente. Estes elevados valores de perda de carga residual prejudicam o
tempo de vida útil do tecido, já que o mesmo deve ser substituído para que a queda de pressão
operacional esteja dentro dos limites práticos de operação.
Conclusões
89
5. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos neste trabalho permitem apresentar as seguintes conclusões:
Quanto à distribuição granulométrica nos ensaios realizados para a rocha fosfática,
verificou-se que os maiores diâmetros das partículas ficaram retidos na superfície do
tecido, enquanto que as de menor tamanho penetraram mais intensamente no tecido.
Em relação aomero de parculas também para a rocha fosfática, observou-se que a
maior quantidade de partículas ficaram concentradas na superfície do tecido, diminuindo
com o aumento da profundidade de deposição.
O maior número de partículas na superfície utilizando as partículas de rocha fosfática foi
encontrada para o tecido de polipropileno, seguido do acrílico e do poliéster tratado.
A menor profundidade de deposição utilizando as partículas de rocha fosfática foram
obtidas para o tecido de polipropileno, porém esta menor profundidade de deposição não
significou em menor perda de carga residual.
As partículas alojadas no interior do polipropileno proporcionaram uma redução nos
volumes de poros existentes, aumentando a perda de carga residual nos períodos iniciais
da filtração.
O tecido que apresentou melhores resultados nos ensaios com a rocha fosfática foi o
tecido de poliéster tratado, pois apesar de apresentar a maior da profundidade de
deposição, foi o tecido obteve menores perdas de carga residual nos ciclos iniciais da
filtração.
Analisando a superfície do tecido utilizado em ensaios com as partículas de polvilho,
notou-se que o poliéster sem tratamento permitiu uma maior deposição das partículas no
interior do meio filtrante, mostrando a importância do tratamento da superfície do tecido.
Conclusões
90
As maiores profundidades de deposição das partículas do polvilho doce foram
encontradas no poliéster não tratado, e conseqüentemente os maiores valores de perda de
carga residual, porque as partículas depositadas no interior do tecido são de difícil
remoção, diminuem a porosidade nas camadas internas do tecido e obstruem a passagem
do ar.
Comparando a utilização de pós de rocha fosfática e polvilho doce, observou-se que
apesar do polvilho doce produzir uma maior profundidade de deposição, os valores de
perda de carga residual foram apenas um pouco superiores aos da rocha fosfática,
mostrando que as características das partículas, como o formato e a distribuição
granulométrica, influenciaram nos ensaios de filtração.
Em relação à quantidade de partículas depositadas no tecido para diferentes materiais
particulados, observou um maior número de partículas de rocha fosfática em relação às
partículas de polvilho doce para cada camada analisada no tecido.
No planejamento de experimentos, verificou-se que tanto a velocidade de filtração quanto
o tempo de filtração foram estatisticamente significativos nos efeitos da profundidade de
deposição.
Quando se deseja obter menores profundidades de deposição de partículas sugere-se a
utilização de baixos valores de velocidades de filtração e baixos valores de tempos de
filtração.
Sugestões para trabalhos futuros
91
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como prosseguimento dos estudos realizados neste trabalho ainda existem alguns aspectos
importantes a serem investigados, tais como:
Estimar propriedades, como a porosidade da torta remanescente no tecido, através
de microfotografias do tecido.
Trabalhar com diferentes diâmetros de partículas para investigar o efeito da
variável na profundidade de deposição.
Realizar estudos experimentais para determinação da força de adesão para os
tecidos estudados.
Realizar uma maior quantidade de ciclos de filtração e limpeza, analisando o
comportamento da profundidade de deposição, do número de partículas, da massa
residual depositada e da perda de carga residual para os tecidos estudados.
Referências Bibliográficas
92
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anexos
99
ANEXO A
Anexos
100
ANEXO A
PREPARAÇÃO DO TECIDO PARA ANÁLISE EM MICROSCÓPIO
ELETRÔNICO E ÓTICO
Após o término dos ensaios de filtração, as amostras passaram através de cinco processos
de tratamento, para possibilitar a obtenção das imagens através do Microscópio Eletrônico de
Varredura (MEV) e o Microscópio Ótico. Este procedimento desenvolvido por AGUIAR (1995),
consistem nos seguintes passos:
A.1 PRÉ-ENDURECIMENTO DA AMOSTRA
Para realização deste procedimento utilizou-se um equipamento mostrado na Figura A.1
que consistia em duas tampas de ferro galvanizado semelhante a caixa de filtração. A parte
interna dessas tampas foi revestida com uma borracha macia, a fim de permitir a vedação.
AR COMPRIMIDO
ROTÂMETRO
ADESIVO
TORTA DE
MEIO
FILTRANTE
ÁGUA
Figura A.1:Equipamento para o pré-endurecimento da amostra.
Para medir a vazão do ar comprimido que arrastava o vapor adesivo instantâneo
(LOCTITE-416) utilizou-se um rotâmetro e o valor da vazão foi mantido constante em 0,5 l/min.
Anexos
101
O método consistia em passar vapor de adesivo instantâneo(LOCTITE-416), arrastado pelo
fluxo de ar úmido, através do meio filtrante. A velocidade do gás de arraste foi mantida
aproximadamente 0,1 cm/s, para evitar um possível rearranjo das partículas impregnadas no
tecido durante o pré-endurecimento. O tecido ficou neste equipamento por aproximadamente 24
horas até que fosse garantida a impregnação do adesivo ao meio filtrante.
A.2 EMBUTIMENTO DO TECIDO
Após o pré-endurecimento, o tecido foi transportado para um vasilha de pirex redonda
contendo uma esponja de 0,5 mm de espessura de mesma área do tecido. A parte interna ficou
completamente encharcada com uma resina embutidora (PMS-10). Depois de se colocar o
recipiente, adicionou-se mais resina até que todo o tecido estivesse completamente encharcado.
Em seguida colocou-se o tecido numa estufa a 60ºC, por aproximadamente 24 horas, para “curar”
a resina. Este procedimento está mostrado na Figura A.2.
A resina utilizada PM-10 possui baixa viscosidade, 7
a 10 cp, é anaeróbica, de cor clara,
tempo de vida de 1 ano e não contém solvente. Esta resina foi fornecida pela LOCTITE do
Brasil.
Figura A.2: Vista do equipamento de embutimento.
RESINA
TORTA DE
MEIO FILTRANTE
ESPONJA
Anexos
102
A.3 SECCIONAMENTO
O tecido já endurecido foi seccionado em pedaços quadrados de 1 cm
2
de área,
aproximadamente, utilizando um serra de correia. A seguir estes pedaços foram embutidos em
moldes cilíndricos de PVC, utilizando outra resina, RESAPOL-208, deixando-a “curar” por 24
horas à temperatura ambiente. A impregnação com esta resina proporcionou resistência mecânica
à amostra, visando atenuar a desestruturação nas etapas de esmerilamento e polimento.
A.4 ESMERILAMENTO
Esta etapa visou retirar arranhões causados pelo seccionamento do tecido e desgastar a
amostra. As amostras foram lixadas, a úmido, cuidadosamente em lixas de carbeto de silício na
seqüência de 320,600,1200 e 2000 mesh, mantendo-se a operação em torno de 10 minutos em
cada lixa, dependendo da amostra. Entre cada lixa a amostra foi lavada com água e álcool.
A.5 POLIMENTO
Depois de esmeriladas as amostras foram polidas, utilizando-se uma politriz em baixa
rotação. O tecido utilizado na politriz é um veludo macio, que foi impregado com uma suspensão
de alumina de 1 µm. O tempo de duração desta operação variou de acordo com a amostra, mas
girou em torno de 30 minutos.
O polimento foi feito até que se retirasse todos os riscos deixados na amostra pela lixas da
etapa anterior, que podiam ser vistos em microscópio óptico.
Quando as amostras estavam livres de qualquer ranhura, elas foram submetidas a um
recobrimento metálico de ouro puro, utilizando um equipamento específico denominado “
Sputtering”, do Laboratório de Preparação de Amostras do CCDM (UFSCar).
Anexos
103
ANEXO B
Anexos
104
ANEXO B
Depois de realizadas as etapas de tratamento, as amostras foram levadas ao microscópio
para a geração das imagens. Para cada ciclo realizado foram escolhidos 10 perfis transversais do
filtro para avaliar o comportamento do diâmetro, do número de partículas e da profundidade de
deposição, determinada através de um analisador de imagem, Image-Pro Plus 3.0.
B1 TECIDO DE ACRÍLICO E PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA
Tabela B1: Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo1:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,463 1,456 1,710 1,076 1,421
107-214 1,025 1,028 1,931 0,945 1,041
214-321 0,756 1,145 0,794 1,065 1,027
321-428 1,332 1,237 0,731 0,868 0,704
428-535 0,955 1,022 0,765 0,811 0,942
535-642 0,653
642-749 0,636
749-856 0,521
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
535 µm 856 µm 488 µm 535 µm 512 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,333 1,394 1,382 0,766 1,303
107-214 1,447 1,072 0,953 0,822 1,307
214-321 0,998 1,010 0,853 0,983 1,179
321-428 1,261 0,913 - 0,950 1,142
428-535 1,001 0763 0,658 0,873 0,826
535-642 0,995 0,851 0,754 0,613
642-749 0,656
749-856 1,201
856-963 0,700
963-1070 0,684
Profundidade
medida (µm)
963 µm 607 µm 535 µm 513 µm 613 µm
Anexos
105
Tabela B2: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 1.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,108 0,737 1,321 1,161 1,185
107-214 0,817 0,921 1,546 1,022 0,342
214-321 0,486 0,824 0,457 0,932 0,755
321-428 1,198 0,551 0,557 0,574 0,302
428-535 0,658 0,505 0,424 0,348 0,383
535-642 0,402
642-749 0,425
749-856 0,340
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,328 1,361 1,304 0,489 1,215
107-214 1,516 0,793 0,514 0,506 1,012
214-321 0,542 0,709 0,510 0,689 1,157
321-428 1,186 0,606 - 0,361 0,933
428-535 0,862 0,528 0,350 0,736 0,577
535-642 0,739 0,601 0,212 0,161
642-749 0,383
749-856 0,840
856-963 0,386
963-1070 0,418
Tabela B3: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o acrílico e rocha no Ciclo 1.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 651 567 637 538 595
107-214 95 12 109 654 5
214-321 9 48 5 92 59
321-428 37 11 36 22 14
428-535 21 5 10 3 3
535-642 44
642-749 11
749-856 4
856-963
963-1070
Total de
partículas
813 702 797 1309 676
Anexos
106
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 559 409 483 143 297
107-214 387 377 20 39 299
214-321 18 165 3 178 313
321-428 63 59 - 4 125
428-535 14 13 8 11 32
535-642 40 16 4 4
642-749 18
749-856 19
856-963 20
963-1070 8
Total de
partículas
1146 1039 518 375 1070
Tabela B4: Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 2:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,527 1,086 1,459 1,105 1,036
107-214 1,891 1,148 1,414 0,958 1,164
214-321 1,774 1,183 0,999 1,099 1,000
321-428 1,099 1,176 1,431 1,239 1,081
428-535 1,068 0,938 1,179 1,737 1,049
535-642 1,571 1,020 1,106 1,869 1,213
642-749 1,329 1,212 1,102 0,889
749-856 1,319 1,357
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
856 µm 749 µm 737 µm 856 µm 630 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,443 1,300 1,016 1,326 1,324
107-214 1,278 1,150 0,910 1,229 1,181
214-321 1,225 1,121 0,994 1,059 1,004
321-428 1,086 1,336 0,900 0,996
428-535 0,854 0,841 0,823 0,936
535-642 0,902 1,063 0,829
642-749 0,876 1,007
749-856 0,796
856-963 0,920
Continuação da Tabela B3
Anexos
107
963-1070
Profundidade
medida (µm)
321 µm 633 µm 963 µm 525 µm 730 µm
Tabela B5: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 2.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,346 1,088 1,409 0,973 0,841
107-214 1,859 0,984 1,208 0,330 0,828
214-321 1,069 0,792 0,631 0,945 0,828
321-428 0,792 0,899 1,106 0,912 0,570
428-535 0,707 0,990 1,005 2,295 0,692
535-642 1,381 0,540 1,067 1,754 0,514
642-749 0,788 1,058 0,719 0,588
749-856 0,690 1,093
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,675 1,150 0,873 1,327 1,105
107-214 1,298 0,537 0,850 0,743 1,116
214-321 0,729 0,667 1,231 0,830 0,612
321-428 0,424 1,578 0,556 0,444
428-535 0,363 0,542 0,457 0,479
535-642 0,490 0,957 0,496
642-749 0,573 0,604
749-856 0,563
856-963 1,451
963-1070
TabelaB6: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o acrílico e rocha no Ciclo 2.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 450 196 571 476 103
107-214 303 50 20 43 33
214-321 18 42 39 47 33
321-428 33 10 16 99 31
428-535 31 21 25 13 32
535-642 33 7 9 28 26
642-749 24 28 16 18
Continuação da Tabela B4
Anexos
108
749-856 21 11
856-963
963-1070
Total de
partículas
913 354 696 735 258
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 357 738 46 601 494
107-214 347 23 64 31 171
214-321 35 18 15 65 12
321-428 20 23 32 11
428-535 11 28 7 12
535-642 23 18 14
642-749 19 12
749-856 11
856-963 19
963-1070
Total de
partículas
739 833 243 736 726
Tabela B7: Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 3:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 0,972 0,971 1,372 1,152 0,972
107-214 1,211 1,038 1,339 1,154 0,884
214-321 1,164 0,960 1,090 1,060 0,863
321-428 1,128 1,054 0,866 1,235 0,846
428-535 0,949 0,838 1,201 0,977 0,959
535-642 0,924 0,737 1,112 1,099
642-749 -
749-856 0,957
856-963 0,849
963-1070 0,794
Profundidade
medida (µm)
571 µm 642 µm 622 µm 1070 µm 522 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,010 1,084 0,977 0,938 1,239
107-214 0,946 1,0508 0,947 1,035 1,157
214-321 0,733 0,949 0,979 0,972 0,843
321-428 - 0,905 0,789 0,907 1,147
Continuação da Tabela B6
Anexos
109
428-535 0,975 0,893 1,317 1,035 1,119
535-642 - 0,993
642-749 1,059 0,883
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
749 µm 505 µm 535 µm 688 µm 535 µm
Tabela B8: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 3.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 0,779 0,710 1,353 1,078 0,838
107-214 1,185 0,744 1,256 1,104 0,555
214-321 0,791 0,711 0,841 0,581 0,586
321-428 0,663 0,701 0,609 0,676 0,479
428-535 0,645 0,691 1,087 0,816 0,569
535-642 0,669 0,355 0,777 0,017
642-749 -
749-856 0,490
856-963 0,419
963-1070 0,369
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,947 0,975 0,985 0,703 1,190
107-214 0,736 0,780 0,662 0,780 0,930
214-321 0,435 0,565 0,763 0,610 0,390
321-428 - 0,630 0,551 0,510 0,840
428-535 0,716 0,596 0,563 0,790 0,773
535-642 - 0,609
642-749 0,395 0,541
749-856
856-963
963-1070
Tabela B9: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o acrílico e rocha no Ciclo 3.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 105 593 628 181 474
107-214 31 661 462 206 47
Continuação da Tabela B7
Anexos
110
214-321 57 335 112 44 20
321-428 25 14 19 26 69
428-535 42 14 70 56 67
535-642 20 7 13 6
642-749 -
749-856 8
856-963 9
963-1070 8
Total de
partículas
280 1624 1304 544 677
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 457 493 26 196 559
107-214 251 179 238 56 24
214-321 18 190 48 42 17
321-428 - 40 38 8 124
428-535 7 24 10 15 19
535-642 - 10
642-749 6 14
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
739 926 360 341 743
Tabela B10: Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 5:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,901 0,935 1,127 1,164 1,983
107-214 1,761 0,985 1,191 1,109 1,865
214-321 1,148 1,016 1,066 1,122 1,768
321-428 0,947 0,788 0,943 1,905 0,920
428-535 0,825 0,825 0,900 1,635
535-642 0,858 0,810 0,930
642-749 0,829 0,614 1,341
749-856 0,696
856-963 0,620
963-1070
Profundidade
medida (µm)
749 µm 963 µm 419 µm 535 µm 716 µm
Continuação da Tabela B9
Anexos
111
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 2,365 1,350 2,025 1,905 1,039
107-214 2,373 1,004 1,986 2,006 1,036
214-321 2,292 0,598 1,651 1,975 0,795
321-428 - 0,706 1,678 0,786
428-535 - 1,427
535-642 1,492 0,617
642-749 1,988 0,949
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
642 µm 420 µm 321 µm 735 µm 386 µm
Tabela B11: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 5.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,502 0,787 1,019 1,164 1,652
107-214 1,015 0,825 1,168 1,179 1,454
214-321 0,852 0,833 0,803 1,092 1,025
321-428 0,537 0,613 0,542 4,751 0,626
428-535 0,585 0,649 0,548 1,321
535-642 0,614 0,574 0,588
642-749 0,572 0,336 0,707
749-856 0,509
856-963 0,417
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 2,665 1,198 2,197 1,899 1,005
107-214 2,957 0,699 3,105 1,785 0,856
214-321 3,205 0,395 2,621 1,542 0,681
321-428 - 0,394 1,426 0,458
428-535 1,502 1,003
535-642 1,164 0,213
642-749 0,497
749-856
856-963
963-1070
Continuação da Tabela B10
Anexos
112
Tabela B12: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o acrílico e rocha no Ciclo 5.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 408 376 823 597 519
107-214 148 701 415 240 568
214-321 50 287 401 224 103
321-428 13 38 25 24 32
428-535 28 64 31 24
535-642 18 33 26
642-749 15 18 20
749-856 8
856-963 7
963-1070
Total de
partículas
680 1532 1664 1116 1292
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 436 86 322 621 816
107-214 488 100 215 543 396
214-321 155 16 182 308 43
321-428 - 17 44 14
428-535 27 82
535-642 11 9
642-749 38
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1117 219 719 1645 1269
Tabela B13: Deposição de partículas de rocha fosfática no acrílico para o Ciclo 10:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,694 1,017 1,134 0,798 1,457
107-214 1,255 1,148 1,094 0,775 1,277
214-321 1,063 1,227 1,033 1,426 1,558
321-428 1,269 0,828 0,775 1,053 0,853
428-535 1,139 1,221 0,966 1,112
535-642 0,846 1,238 0,879 1,052
642-749 0,558 0,874
749-856 0,681
Anexos
113
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
642 µm 856 µm 727 µm 428 µm 621 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,954 1,291 0,819 1,670 1,324
107-214 0,852 1,152 0,750 1,660 1,109
214-321 0,800 1,138 0,735 1,554 1,058
321-428 0,535 1,120 1,203 1,037
428-535 - 0,921 0,893 0,968
535-642 0,733 1,015
642-749 0,837
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
642 µm 679 µm 295 µm 477 µm 518 µm
Tabela B14: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 10.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,520 0,792 0,970 0,663 1,321
107-214 1,155 1,183 1,017 0,474 1,129
214-321 1,018 0,845 0,771 2,446 1,365
321-428 0,935 0,544 0,540 0,775 0,425
428-535 0,881 0,741 0,641 0,749
535-642 0,579 1,111 0,690 0,814
642-749 0,289 0,540
749-856 0,076
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,850 1,076 0,563 1,594 1,2707
107-214 0,744 0,873 1,237 0,896
214-321 0,463 0,791 1,452 1,064
321-428 0,222 0,831 1,096 0,669
428-535 - 0,690 0,408 0,334
535-642 0,330 0,445
642-749 0,549
Continuação da Tabela B13
Anexos
114
749-856
856-963
963-1070
Tabela B15: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o acrílico e rocha no Ciclo 10.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 558 305 668 12 868
107-214 320 297 330 38 293
214-321 95 21 95 30 107
321-428 22 25 78 24 33
428-535 36 14 62 28
535-642 20 21 37 10
642-749 13 24
749-856 2
856-963
963-1070
Total de
partículas
1051 698 1294 104 1339
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 502 719 59 842 806
107-214 100 75 30 449 599
214-321 96 194 9 109 402
321-428 7 111 12 26
428-535 - 13 17 10
535-642 4 18
642-749 16
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
709 1146 98 1429 1843
Continuação da Tabela B14
Anexos
115
B2 TECIDO DE POLIPROPILENO E PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA
Tabela B16: Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo1:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,076 1,133 0,946 1,305 1,182
107-214 0,881 0,782 0,820 0,813 1,020
214-321 0,863 0,656 0,784 0,948 0,951
321-428 0,467 0,942
428-535 0,811
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
250 µm 535 µm 314 µm 321 µm 421 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,260 1,176 1,402 1,140 1,268
107-214 1,397 1,015 1,219 0,869 0,700
214-321 1,087 0,981 0,827 0,799 1,133
321-428 1,100 0,999 0,657 0,838
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
428 µm 313 µm 428 µm 351 µm 417 µm
Tabela B17: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 1.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 0,966 1,114 0,672 0,693 1,019
107-214 0,661 0,784 0,582 0,408 0,812
214-321 0,402 0,474 0,357 0,822 0,477
321-428 0,218 0,498
428-535 0,366
535-642
Anexos
116
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,964 0996 0,715 1,140 1,209
107-214 1,010 0,777 0,651 0,482 0,578
214-321 0,863 0,439 0,525 0,284 0,564
321-428 0,996 0,506 0,313 0,462
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B18: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o polipropileno e rocha no Ciclo 1.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 528 262 196 16 741
107-214 187 21 51 32 43
214-321 22 54 25 14 68
321-428 14 57
428-535 6
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
737 357 272 62 909
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 458 649 321 428 506
107-214 174 282 263 25 35
214-321 36 24 61 5 25
321-428 14 16 7 40
428-535
535-642
642-749
Continuação da Tabela B17
Anexos
117
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
682 955 661 465 606
Tabela B19: Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo2:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,598 1,360 1,390 1,406 1,610
107-214 1,097 1,654 0,904 1,744 1,417
214-321 0,822 0,873 1,412 0,856
321-428 0,873 0,849
428-535 0,848
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
301 µm 214 µm 466 µm 321 µm 396 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,460 1,462 0,939 1,312 1,163
107-214 1,011 0,718 0,992 0,925 1,096
214-321 1,200 0,767 1,062 0,870 1,416
321-428 0,878 0,906 0,762
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
321 µm 404µm 428 µm 371 µm 304 µm
Continuação da Tabela B18
Anexos
118
Tabela B20: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 2.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,565 1,669 1,257 2,009 1,576
107-214 0,903 2,497 0,413 2,758 1,325
214-321 0,505 0,513 2,055 0,470
321-428 0,652 0,437
428-535 0,401
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,682 1,358 0,715 1,217 1,123
107-214 0,730 0,337 0,651 0,639 0,970
214-321 0,851 0,374 0,525 0,450 0,656
321-428 0,374 0,506 0,293
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B21: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o polipropileno e rocha no Ciclo 2.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 475 305 411 340 688
107-214 480 48 42 406 305
214-321 71 41 319 37
321-428 32 31
428-535 32
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1026 353 558 1065 1061
Anexos
119
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 863 663 118 601 660
107-214 225 23 30 105 59
214-321 19 38 11 24 17
321-428 30 6 11
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1107 754 165 741 736
Tabela B22: Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo3:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,233 1,270 0,977 1,170 1,565
107-214 1,092 0,981 0,968 1,200 1,100
214-321 0,777 1,003 0,959 1,398 0,861
321-428 0,842 0,900 0,848
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
428 µm 428 µm 374 µm 321 µm 294 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,523 1,465 0,998 1,263 1,274
107-214 0,941 1,024 0,896 0,957 0,997
214-321 0,933 0,977 1,105 0,901 0,976
321-428 0,975 0,970
428-535 0,880
535-642
642-749
749-856
Continuação da Tabela B21
Anexos
120
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
321 µm 298 µm 428 µm 268 µm 492 µm
Tabela B23: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 3.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,132 0,599 0,787 1,421 1,468
107-214 0,816 0,699 0,685 0,699 1,079
214-321 0,582 0,751 0,963 0,599 0,651
321-428 0,489 0,880 0,545
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,974 1,438 1,269 1,189 1,235
107-214 1,256 0,643 1,100 0,566 0,704
214-321 0,578 0,520 0,821 0,445 0,521
321-428 0,563 0,480
428-535 0,660
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B24: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o polipropileno e rocha no Ciclo 3.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 918 258 748 129 631
107-214 439 112 338 136 119
214-321 75 59 52 45 47
321-428 60 21 35
428-535
535-642
642-749
Continuação da Tabela B22
Anexos
121
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1492 450 1173 310 797
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 465 545 122 855 942
107-214 143 48 39 79 223
214-321 31 18 25 44 68
321-428 14 75
428-535 103
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
639 611 200 978 1411
Tabela B25: Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo5:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,062 1,302 1,425 1,306 1,320
107-214 1,060 1,625 1,012 1,181 1,058
214-321 1,008 1,506 1,109 0,684 0,825
321-428 0,967 1,326 1,096 0,679 0,735
428-535 0,961 0,765 0,908
535-642 0,845
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
490 µm 430 µm 590 µm 350 µm 428 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,171 1,616 2,085 1,566 1,433
107-214 0,941 0,857 0,970
214-321 0,727 0,926 0,680
321-428 0,829 0,787
Continuação da Tabela B24
Anexos
122
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
107 µm 317 µm 107 µm 421 µm 351 µm
Tabela B26: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 5.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 0,956 1,448 1,407 1,571 1,249
107-214 0,796 2,180 0,776 2,394 0,834
214-321 0,759 2,714 0,695 0,485 0,480
321-428 0,641 1,689 0,814 0,600 0,424
428-535 0,547 0,419 0,583
535-642 0,738
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,076 1,549 2,192 1,524 1,303
107-214 0,627 0,723 0,659
214-321 0,466 0,689 0,380
321-428 0,565 0,574
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B27: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o polipropileno e rocha no Ciclo 5.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 353 128 506 394 845
107-214 163 65 91 82 250
214-321 73 374 92 18 20
Continuação da Tabela B25
Anexos
123
321-428 72 34 82 36 27
428-535 57 7 52
535-642 53
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
718 615 876 530 1142
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 206 598 748 528 950
107-214 57 72 230
214-321 38 23 54
321-428 52 16
428-535
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
206 693 748 675 1250
Tabela B28: Deposição de partículas de rocha fosfática no polipropileno para o Ciclo10:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,152 1,147 1,307 0,978 1,236
107-214 1,077 0,872 1,119 0,819
214-321 1,065 0,723 0,734 0,762
321-428 0,913 0,824 0,874
428-535 0,763 1,052
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
522 µm 428 µm 434 µm 107 µm 308 µm
Continuação da Tabela B27
Anexos
124
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,003 1,078 1,156 1,161 1,268
107-214 1,045 0,814 1,050 0,857 1,040
214-321 1,022 0,890 0,942 1,086 0,819
321-428 1,246 0,709 0,852
428-535 1,086 0,861
535-642 0,875
642-749 0,815
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
749 µm 416 µm 535 µm 323 µm 270 µm
Tabela B29: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 10.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,139 1,098 1,293 0,768 1,214
107-214 0,911 0,780 1,038 0,843 0,340
214-321 1,025 0,621 0,585 0,746 0,316
321-428 0,536 0,575 0,587 1,117
428-535 0,395 0,488 0,709
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,091 1,065 1,122 1,154 1,195
107-214 0,532 0,791 0,580 0,995
214-321 0,537 0,998 0,361 0,601
321-428 0,382 0,598
428-535 0,481
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Continuação da Tabela B28
Anexos
125
Tabela B30: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o polipropileno e rocha no Ciclo 10.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 742 382 638 42 719
107-214 513 119 109 19
214-321 183 10 29 23
321-428 62 417 34
428-535 41 7
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1541 928 817 42 761
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 604 641 986 525 476
107-214 380 88 467 126 98
214-321 383 41 280 31 35
321-428 18 22 18
428-535 18 20
535-642 5
642-749 1
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1409 792 1771 682 609
B3 TECIDO DE POLIÉSTER TRATADO E PARTÍCULAS DE ROCHA FOSFÁTICA
Tabela B31: Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo 1:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,260 1,403 1,417 1,090 1,198
107-214 0,831 1,017 0,790 1,119 0,885
214-321 0,797 - 0,958 0,921 0,758
321-428 0,999 0,965 1,164 - 0,901
428-535 1,984 0,945 0,842 0,816
Anexos
126
535-642 0,592 -
642-749 0,730
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
412 µm 642 µm 510 µm 749 µm 517 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,213 1,405 0,947 1,547 1,417
107-214 0,844 1,098 0,963 0,796 0,799
214-321 0,932 0,854 1,152 0,616 1,064
321-428 - 0,911 1,362 0,776 0,895
428-535 0,522 0,826 1,211 0,843 1,130
535-642 0,813 0,856
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
535 µm 642 µm 535 µm 535 µm 575 µm
Tabela B32: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 1.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,125 1,707 1,389 1,090 0,983
107-214 0,598 0,710 0,514 0,540 0,633
214-321 0,451 - 0,651 0,782 0,455
321-428 0,616 0,347 0,931 - 0,586
428-535 0,338 0,472 0,344 0,504
535-642 0,230 -
642-749 0,510
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,052 1,398 1,250 1,423 1,256
107-214 0,823 0,898 0,793 0,604 0,722
214-321 0,452 0,553 0,896 0,256 0,948
321-428 - 0,677 0,541 0,503 0,636
Continuação da Tabela B31
Anexos
127
428-535 0,715 0,452 0,689 0,426 0,760
535-642 0,554 0,576
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B33: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o poliéster tratado e rocha no Ciclo 1.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 632 547 424 127 339
107-214 168 32 82 12 263
214-321 67 - 131 27 89
321-428 14 5 44 - 54
428-535 2 25 10 24
535-642 11 -
642-749 9
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
881 597 706 185 769
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 326 357 452 263 362
107-214 124 48 76 116 92
214-321 56 119 84 44 130
321-428 - 45 41 60 90
428-535 5 17 12 21 38
535-642 37 24
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
511 623 665 504 736
Continuação da Tabela B32
Anexos
128
Tabela B34: Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo 2:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,136 1,289 1,007 1,097 1,140
107-214 0,920 - 1,039 0,905 0,952
214-321 0,980 0,957 1,009 0,685 0,621
321-428 0,972 - 0,780 0,628 0,705
428-535 0,828 0,958 0,791 0,683
535-642 0,983
642-749 1,097
749-856 0,793
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
811 µm 535 µm 483 µm 428 µm 519 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,451 1,153 1,230 1,013 1,148
107-214 1,330 1,087 1,163 1,012 0,935
214-321 0,985 1,036 0,972 0,670
321-428 0,730 0,725 0,733 0,957
428-535 0,978 0,813 0,718
535-642 0,877 0,943
642-749 0,972
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
214 µm 693 µm 428 µm 463 µm 598 µm
Tabela B35: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 2.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,005 1,124 0,856 1,032 1,040
107-214 0,690 - 0,883 0,598 0,598
214-321 0,723 0,968 0,803 0,462 0,468
321-428 0,804 - 0,673 0,366 0,446
428-535 0,573 0,245 0,675 0,266
535-642 0,738
642-749 0,979
749-856 0,606
Anexos
129
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,845 1,042 1,166 0,963 1,048
107-214 1,776 0,995 1,149 0,819 0,616
214-321 0,786 0,726 0,517 0,386
321-428 0,589 0,358 0,503 0,563
428-535 0,552 0,459 0,578
535-642 0,709 0,548
642-749 0,645
749-856
856-963
963-1070
Tabela B36: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o poliéster tratado e rocha no Ciclo 2.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1015 226 508 568 502
107-214 940 - 607 287 13
214-321 185 57 237 62 72
321-428 126 - 153 35 58
428-535 432 3 22 12
535-642 168
642-749 43
749-856 10
856-963
963-1070
Total de
partículas
2919 286 1527 952 657
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 382 572 348 512 335
107-214 310 33 515 184 686
214-321 75 78 40 59
321-428 150 25 111 53
428-535 24 17 54
535-642 23 14
642-749 12
749-856
856-963
Continuação da Tabela B35
Anexos
130
963-1070
Total de
partículas
692 889 966 864 1201
Tabela B37: Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo 3:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 0,970 1,353 1,051 1,195 1,002
107-214 0,741 1,215 0,937 1,029 0,904
214-321 0,823 1,152 0,723 0,977 0,750
321-428 0,792 0,748 0,837 0,934 0,836
428-535 0,959 0,832 1,053 0,817
535-642 0,811
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
428 µm 535 µm 480 µm 535 µm 642 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,598 0,924 1,358 1,032 1,087
107-214 0,963 0,916 1,103 0,836 0,837
214-321 0,785 0,838 0,932 0,673 0,690
321-428 0,865 0,735 0,992 1,066 1,008
428-535 0,983 0,883 1,027 0,933 0,708
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
535 µm 535 µm 535 µm 473 µm 535 µm
Tabela B38: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 3.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 0,792 1,287 1,036 1,254 0,883
107-214 0,489 0,990 0,780 1,003 0,701
214-321 0,543 0,978 0,426 0,714 0,522
321-428 0,482 0,447 0,545 0,644 0,536
Continuação da Tabela B36
Anexos
131
428-535 0,553 0,563 0,580 0,349
535-642 0,537
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,963 0,806 1,222 0,965 1,063
107-214 1,028 0,631 1,058 0,700 0,497
214-321 1,059 0,711 0,790 0,469 0,502
321-428 1,259 0,427 0,695 0,658 0,698
428-535 0,759 0,547 0,751 0,477 0,378
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B39: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o poliéster tratado e rocha no Ciclo 3.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 907 561 530 513 946
107-214 374 94 630 420 425
214-321 510 42 253 280 197
321-428 54 12 63 26 486
428-535 33 39 7 47
535-642 32
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1845 742 1515 1246 2133
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 358 521 269 529 382
107-214 287 613 112 242 159
214-321 105 205 85 292 228
321-428 54 104 23 57 15
428-535 21 70 21 47 29
Continuação da Tabela B38
Anexos
132
535-642
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
825 1513 510 1167 813
Tabela B40: Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo 5:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,188 1,206 1,1103 1,499 1,139
107-214 0,791 1,121 0,964 1,273 0,924
214-321 0,898 1,085 0,898 1,254 0,847
321-428 0,887 0,567 0,847 0,587 0,814
428-535 0,768 0,843 0,786
535-642 0,737
642-749 0,816
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
520 µm 428 µm 506 µm 428 µm 691 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,066 1,267 1,335 1,337 1,472
107-214 0,848 1,329 1,178 1,121 1,124
214-321 0,693 1,340 1,268 0,708 1,157
321-428 1,038 0,733 0,953 0,907
428-535 0,836 0,635 0,863
535-642 0,990 0,829
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
321 µm 535 µm 642 µm 602 µm 428 µm
Continuação da Tabela B39
Anexos
133
Tabela B41: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 5.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,126 0,947 1,066 1,646 1,065
107-214 0,487 0,984 0,769 1,239 0,651
214-321 0,527 0,856 0,485 1,425 0,601
321-428 0,588 0,182 0,525 0,211 0,449
428-535 0,433 0,430 0,303
535-642 0,353
642-749 0,616
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 0,588 1,136 1,522 1,319 1,428
107-214 0,407 1,247 1,100 0,757 1,110
214-321 0,381 1,167 1,414 0,358 0,664
321-428 0,416 0,324 0,492 0,504
428-535 0,633 0,259 0,678
535-642 0,517 0,453
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B42: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o poliéster tratado e rocha no Ciclo 5.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1083 71 845 603 669
107-214 158 157 104 473 208
214-321 60 40 5 335 68
321-428 47 9 26 13 40
428-535 37 30 31
535-642 42
642-749 27
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
1385 277 1010 1424 1085
Anexos
134
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 18 286 740 406 387
107-214 25 156 406 175 178
214-321 15 110 163 16 20
321-428 11 36 19 5
428-535 25 7 5
535-642 4 25
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
58 588 1356 646 590
Tabela B43: Deposição de partículas de rocha fosfática no poliéster tratado para o Ciclo 10:
Diâmetros de partículas com a profundidade do tecido.
Diâmetros de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,298 1,084 1,007 1,326 1,207
107-214 1,120 0,883 0,889 1,110 0,917
214-321 0,892 0,906 0,868 0,910 0,763
321-428 0,890 0,950 0,918 0,817 0,811
428-535 0,976 1,022 0,838 0,947 0,905
535-642 0,770
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
medida (µm)
535 µm 642 µm 502 µm 535 µm 497 µm
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,209 1,159 1,536 1,321 1,575
107-214 - 0,833 1,321 0,799 1,253
214-321 - 0,712 1,050 0,887 1,131
321-428 2,080 0,790 0,962 0,755 0,967
428-535 1,029 0,862 0,858 0,822 0,919
535-642 1,062 1,296
642-749
749-856
856-963
Continuação da Tabela B42
Anexos
135
963-1070
Profundidade
medida (µm)
535 µm 470 µm 642 µm 602 µm 489 µm
Tabela B44: Desvio padrão do diâmetro de partículas para cada
camada de profundidade analisada para o Ciclo 10.
Desvio padrão Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 1,283 1,462 0,878 1,806 1,191
107-214 1,108 0,726 0,686 1,505 0,614
214-321 0,794 0,544 0,561 0,596 0,703
321-428 0,664 0,919 0,511 0,509 0,563
428-535 0,629 0,525 0,524 0,667 0,716
535-642 0,316
642-749
749-856
856-963
963-1070
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 1,552 1,114 1,962 1,296 1,518
107-214 - 0,695 1,499 0,472 1,189
214-321 - 0,439 1,118 0,755 0,888
321-428 2,357 0,589 0,800 0,500 0,639
428-535 0,561 0,505 1,048 0,424 0,716
535-642 0,670 0,735
642-749
749-856
856-963
963-1070
Tabela B45: Número de partículas retidas no meio filtrante após a limpeza,
para o poliéster tratado e rocha no Ciclo 10.
Número de Partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-107 593 552 485 643 369
107-214 683 592 466 633 35
214-321 392 13 76 446 26
321-428 126 7 58 73 30
428-535 122 2 5 11 23
535-642 5
642-749
749-856
Continuação da Tabela B43
Anexos
136
856-963
963-1070
Total de
partículas
1916 1171 1090 1806 483
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-107 2 566 746 345 237
107-214 - 102 722 56 362
214-321 - 50 644 35 112
321-428 2 70 74 81 24
428-535 1 22 202 34 18
535-642 11 5
642-749
749-856
856-963
963-1070
Total de
partículas
4 810 2399 556 753
B4 TECIDO DE POLIÉSTER TRATADO E PARTÍCULAS DE POLVILHO DOCE
Tabela B46: Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de partículas com a
profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 1.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 357 620 240 669 334
312-624 30 212 21 46 34
624-936 - 14 7 11 21
936-1248 12 24 4 3
1248-1560 15 10
1560-1872 2 5
1872-2184 3
2184-2496
2496-2808
Total de
partículas
419 885 272 726 392
Profundidade
medida (µm)
2071 1872 1152 936 1179
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 417 380 225 452 162
Continuação da Tabela B45
Anexos
137
312-624 18 48 36 8 26
624-936 5 5 18 7 7
936-1248 3 7 12 8 15
1248-1560 4 6 5
1560-1872 2
1872-2184
2184-2496
2496-2808
Total de
partículas
443 440 297 481 215
Profundidade
medida (µm)
1248 1233 1872 1506 1420
Tabela B47: Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de partículas com a
profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 2.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 202 169 443 476 213
312-624 3 46 16 337 7
624-936 3 5 - 476 1
936-1248 2 - 2 177 1
1248-1560 2 1 1 272 2
1560-1872 2 1 2 115
1872-2184 1 - 17
2184-2496 1
2496-2808
Total de
partículas
215 222 465 1870 224
Profundidade
medida (µm)
2120 1552 2206 2184 1511
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 641 335 538 214 394
312-624 225 17 372 38 222
624-936 259 2 568 5 4
936-1248 231 - 462 5 2
1248-1560 74 4 488 15 -
1560-1872 43 458 2 1
1872-2184 17 352 7
2184-2496 8 133
2496-2808 146
Total de
partículas
1498 358 3517 279 630
Profundidade
medida (µm)
2496 1400 2695 1688 1982
Continuação da Tabela B46
Anexos
138
Tabela B48: Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de partículas com a
profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 3.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 314 368 274 198 296
312-624 86 56 432 266 81
624-936 6 12 53 54 5
936-1248 15 16 3
1248-1560 1 2
1560-1872
1872-2184
2184-2496
2496-2808
Total de
partículas
406 436 775 534 387
Profundidade
medida (µm)
816 936 1278 1248 1408
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 462 349 330 229 220
312-624 430 142 64 48 120
624-936 112 25 21 2 12
936-1248 144 2 4
1248-1560 15 3
1560-1872 10 3
1872-2184
-
2184-2496
-
2496-2808 5
Total de
partículas
1173 529 415 283 352
Profundidade
medida (µm)
1872 2555 936 1187 923
Tabela B49: Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de partículas com a
profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 5.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 289 345 385 421 423
312-624 145 115 250 85 169
624-936 85 63 45 69 15
936-1248 15 12 18 20 5
1248-1560 5 6 3
1560-1872 2
1872-2184 1
Anexos
139
2184-2496
2496-2808
Total de
partículas
539 535 707 595 615
Profundidade
medida (µm)
1350 1248 1880 1248 1420
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 121 294 371 288 334
312-624 32 75 96 77 110
624-936 14 29 58 15 34
936-1248 15 24 4 4
1248-1560 3 29 1
1560-1872 13 1
1872-2184
2184-2496
2496-2808
Total de
partículas
167 416 591 384 484
Profundidade
medida (µm)
936 1345 1872 1170 1642
Tabela B50: Deposição de partículas para o tecido de poliéster tratado: Número de partículas com a
profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 10.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 299 285 273 69 236
312-624 48 100 71 6 203
624-936 5 30 27 1 98
936-1248 3 9 24 34
1248-1560 2 2 1 3
1560-1872 1 2 -
1872-2184 2 2
2184-2496 1 2
2496-2808
Total de
partículas
357 430 400 76 578
Profundidade
medida (µm)
1353 2496 1854 936 2472
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 155 165 232 285 262
Continuação da Tabela B49
Anexos
140
312-624 37 199 77 81 160
624-936 154 202 20 280 9
936-1248 212 116 20 67 13
1248-1560 215 7 4 7 4
1560-1872 39 - 2 1
1872-2184 3
2184-2496
2496-2808
Total de
partículas
812 692 353 722 449
Profundidade
medida (µm)
1872 2163 1560 1790 1646
B5 TECIDO DE POLIÉSTER NÃO TRATADO E PARTÍCULAS DE POLVILHO
DOCE
Tabela B51: Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de partículas
com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 1.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 366 321 456 365 356
312-624 366 498 366 298 182
624-936 81 323 92 610 157
936-1248 128 283 407 533 134
1248-1560 143 185 405 386 138
1560-1872 29 205 436 391 233
1872-2184 15 20 330 18 205
2184-2496 1 281 166
2496-2808 1 57 61
2808-3120 176 46
3120-3432 15 18
3432-3744 13
Total de
partículas
1130 1835 3034 2601 1696
Profundidade
medida (µm)
2648 2184 3707 2184 3268
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 199 372 174 489 344
312-624 103 224 82 481 47
624-936 34 143 - 342 154
936-1248 30 192 8 302 161
1248-1560 103 6 185 90
Continuação da Tabela B50
Anexos
141
1560-1872 153 7 118 4
1872-2184
242
169
2184-2496
120
101
2496-2808 25 187
2808-3120 6 63
3120-3432 6 43
3432-3744
Total de
partículas
366 1586 277 2480 801
Profundidade
medida (µm)
1248 3188 1872 3330 2028
Tabela B52: Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de partículas
com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 2.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 351 476 463 641 498
312-624 100 337 202 225 436
624-936 281 476 300 259 121
936-1248 246 177 170 231 90
1248-1560 254 272 136 74 238
1560-1872 211 115 23 43 83
1872-2184 116 17 27 17 10
2184-2496 53 8 3
2496-2808 219
2808-3120
3120-3432
3432-3744
Total de
partículas
1831 1870 1321 1498 1479
Profundidade
medida (µm)
2781 2184 2147 2496 2196
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 423 399 538 290 387
312-624 229 457 372 220 320
624-936 265 289 568 97 236
936-1248 170 343 462 - 286
1248-1560 178 184 488 - 182
1560-1872 107 35 458 1 150
1872-2184 70 9 352 8
2184-2496 343 1 133 3
2496-2808 614 1 146
Continuação da Tabela B51
Anexos
142
2808-3120
3120-3432
3432-3744
2808-3120
Total de
partículas
2399 1718 3517 608 1572
Profundidade
medida (µm)
2808 2560 2808 1591 2373
Tabela B53: Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de partículas
com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 3.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 408 640 417 275 350
312-624 248 486 174 568 310
624-936 60 251 67 200 101
936-1248 41 130 1 102 62
1248-1560 25 18 4 48 19
1560-1872 8 6 13 3
1872-2184 3 4
2184-2496 1
2496-2808
2808-3120
3120-3432
3432-3744
Total de
partículas
794 1531 663 1210 845
Profundidade
medida (µm)
2496 1872 1560 2184 1838
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 583 372 573 340 466
312-624 276 380 298 360 422
624-936 260 202 354 86 83
936-1248 502 168 254 35 171
1248-1560 94 24 65 20 18
1560-1872 5 10 6 1
1872-2184 2
5
1 1
2184-2496
2
2496-2808 2
2808-3120
3120-3432
3432-3744
Continuação da Tabela B52
Anexos
143
Total de
partículas
1722 1165 1544 1642 1162
Profundidade
medida (µm)
2184 2808 1560 1980 1940
Tabela B54: Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de partículas
com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 5.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 376 361 482 377 399
312-624 267 243 178 175 346
624-936 308 212 309 229 395
936-1248 291 330 228 492 209
1248-1560 89 238 110 553 95
1560-1872 32 45 141 349 258
1872-2184 4 23 18 136 83
2184-2496 73 40
2496-2808 21 15
2808-3120
3120-3432
3432-3744
Total de
partículas
1367 1546 1466 2366 1785
Profundidade
medida (µm)
2149 2808 1953 2808 2114
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 240 450 333 460 490
312-624 323 145 323 419 556
624-936 414 371 441 401 408
936-1248 275 47 502 456 469
1248-1560 426 9 332 377 265
1560-1872 357 3 386 144 106
1872-2184 316 331 57 5
2184-2496 389 320 5
2496-2808 420 148
2808-3120 453 43
3120-3432 189
3432-3744 246
Total de
partículas
4048 1025 3059 2319 2299
Profundidade
medida (µm)
3744 1683 3120 2404 1980
Continuação da Tabela B53
Anexos
144
Tabela B55: Deposição de partículas para o tecido de poliéster não tratado: Número de partículas
com a profundidade de penetração utilizando o polvilho doce para o Ciclo 10.
Número de partículas Profundidade
(µm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0-312 547 178 445 458 335
312-624 396 106 280 675 277
624-936 353 301 344 319 290
936-1248 213 275 140 230 215
1248-1560 217 426 86 160 432
1560-1872 94 416 31 113 283
1872-2184 54 285 10 36 26
2184-2496 38 64 23 80 18
2496-2808 76 29 1 111 -
2808-3120 25 12 - 25 -
3120-3432 2 1 7
3432-3744
Total de
partículas
1988 2094 1361 2207 1883
Profundidade
medida (µm)
2999 3432 3307 3120 3388
Profundidade
(µm)
Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
0-312 362 398 261 472 467
312-624 259 376 231 303 345
624-936 421 323 522 363 327
936-1248 644 161 567 170 228
1248-1560 390 182 399 207 342
1560-1872 294 132 244 37 291
1872-2184 210 45 40 39 58
2184-2496 205 53 195 15 35
2496-2808 46 99 104 6 21
2808-3120 64 17
3120-3432 12 28
3432-3744
Total de
partículas
2831 1845 2608 1612 2058
Profundidade
medida (µm)
2808 3333 3432 2752 2693
Anexos
145
ANEXO C
Anexos
146
ANEXO C
PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS
A necessidade crescente da otimização de produtos e processos, minimizando custos e
tempos, maximizando rendimento, produtividade e qualidade de produtos, dentre outros
objetivos, tem levado profissionais de diferentes formações a buscarem técnicas sistemáticas de
planejamento de experimentos.
A metodologia do planejamento fatorial, associada à análise de superfícies de respostas, é
uma ferramenta fundamentada na teoria estatística, que fornece informações seguras sobre o
processo, minimizando o empirismo que envolve técnicas de tentativa e erro. No entanto, para
que o uso dessa metodologia atinja os objetivos desejados, é necessário haver uma integração
entre o processo, a estatística e o bom senso, tanto da equipe responsável pela montagem dos
experimentos, quanto da equipe pela análise estatística e estratégica dos resultados.
C.1 Porque utilizar o Planejamento Experimental
1. É fato bem conhecido que o desenvolvimento de um novo produto e/ou processo é, em
geral, dependente de um grande número de variáveis.
O planejamento consciente dos experimentos que devem ser realizados para determinar, e
mesmo quantificar, a influência das variáveis de respostas desejadas, é indispensável para que
resultados confiáveis sejam obtidos e para que análises estatísticas consistentes possam ser
realizadas. Nesse contexto, consideramos que desenvolver produtos e processos através de
procedimentos de tentativa e erro, conforme registros do início do século passado, foi de fato,
importantes naquele momento. No entanto, a forte competitividade, a difusão da tecnologia,
bem como a competência e a responsabilidade dos pesquisadores atuais inviabiliza tais
procedimentos.
2.
Naturalmente, tais idéias são aplicáveis à otimização de produtos que já estão no mercado
e à sua adequação à preferência do consumidor.
3.
Quantificar o efeito das variáveis do processo através das técnicas do planejamento
experimental, com o objetivo de obter informações sobre a robustez ou não das respostas
Anexos
147
desejadas, é de fundamental importância para a área de implementação de controle de
processos.
Assim, por exemplo, quando um processo a temperatura é um dos fatores a ser controlado, a
quantificação da faixa de temperatura na qual o processo se mantém estável, é essencial para a
definição da estratégia de controle: se a resposta for robusta, ou seja, se o processo se mantém
estável numa faixa razoável de temperatura, então a implantação de um controlador
convencional do tipo PID (Proporcional Integral Diferencial) é suficiente, mais econômica e
atinge o objetivo. Caso contrário, se qualquer alteração da temperatura desestabiliza o
processo, um controlador avançado adaptativo se faz necessário.
4.
O planejamento experimental vem sendo utilizado com o objetivo de aprimorar
metodologias analíticas e tem possibilitado, por exemplo, melhorar a performance de
análises de HPLC (High Performance Liquid Chromatography): maior resolução dos
picos de cromatografia, assim como a minimização de reagentes caros que envolvem
metodologias analíticas, sem prejuízo na qualidade dos resultados.
5.
Otimização do rendimento de processos, de formulações que conduzam à maior
aceitação global do produto, bem com do custo, da produtividade, da cor desejada, da
pureza na recuperação de uma enzima, maior extração de um produto e assim por diante.
C.2 Vantagens do Planejamento Experimental
Um planejamento de experimentos é uma ferramenta extremamente importante para
engenheiros e cientistas que estejam interessados em melhorar o desempenho de um processo
de fabricação. A aplicação das técnicas de um planejamento experimental em processo de
desenvolvimento pode resultar em:
1. Menor número de experiências ou repetições e melhorando a qualidade da informação
obtida através dos resultados. Isto significa uma sensível diminuição do trabalho e,
conseqüentemente, do tempo e do custo final. Naturalmente, caberá ao pesquisador
investir algum tempo no planejamento do processo e no estudo das variáveis envolvidas,
coletando informações na literatura, para que a definição da estratégia de realização de
ensaios possa agregar melhor qualidade aos resultados obtidos.
Anexos
148
2. Os fatores são analisados simultaneamente. Assim, podemos verificar e quantificar efeitos
sinérgicos e antagônicos entre os fatores de interesse. Dentre vários processos onde
ocorrem interações entre os fatores, citamos um exemplo clássico: o binômio
tempo/temperatura. Se analisarmos separadamente cada um deles, não atingiremos a
condição otimizada, pois não conseguiremos detectar a interação entre eles.
3.
É possível otimizar mais de uma resposta ao mesmo tempo. Esta é uma das grandes
vantagens do planejamento fatorial. Podemos maximizar variáveis como rendimento,
produtividade e pureza, e/ou minimizar as variáveis custo e contaminação, entre outras,
individual ou simultaneamente.
4.
Permite calcular e avaliar o erro experimental. Isto é fundamental para que possamos
especificar o nível de confiança estatística com o qual poderemos estimar a
reprodutibilidade do resultado desejado. Não é prudente confiar num resultado isolado. É
desejável saber se repetirmos o processo n vezes n ele terá o comportamento semelhante,
variando segundo um erro experimental esperado, de modo a assegura a estabilidade do
processo. Com isto, estaremos em posição mais confortável para verificar se a variação
drástica de uma resposta é fruto da alteração da condição de um parâmetro ou, se é
proveniente de um erro experimental provocado por alterações laboratoriais como, por
exemplo, variação da temperatura, erro na pesagem da formulação, mudança de matéria
primas, ou ainda, se é devida a erros grosseiros de transcrição de dados ou falácias na
análise estatística dos resultados.
5.
Depende mais da competência do profissional em sua área de atuação que se seus
conhecimentos em estatística.
C.3 Instruções para Experimentos Planejados
Para utilizar aplicações estatísticas ao planejar e analisar um experimento, é necessário que
todos os que estão envolvidos em um experimento tenham uma idéia clara no avanço em que vai
ser estudado, como os dados estão coletados, e por último, o entendimento qualitativo de como
esses dados estão sendo analisados. Os procedimentos recomendados seguem da seguinte forma:
1. Definir claramente quais são os objetivos a serem alcançados com os experimentos:
Anexos
149
¾ Realizar reuniões para analisar profundamente o processo em estudo, envolvendo
todas as pessoas que possam contribuir com o trabalho.
¾ Verificar as restrições do processo.
¾ Definir as variáveis independentes de estudo ou fatores e as dependentes
(respostas de interesse) a serem analisadas.
2.
Elaborar procedimento experimental levando em consideração todas as variáveis
independentes definidas no item 1. Se o número de variáveis independentes for igual a 2
ou 3, um fatorial completo deverá ser realizado. Se for maior ou igual a 4, dependerá da
complexidade do experimento, tempo e custo para execução. Na maioria das vezes é mais
interessante começar com um fatorial fracionado ou Plackett & Burman, analisar os
efeitos principais das variáveis sobre as respostas e realizar um outro planejamento,
seqüencialmente, reduzindo o número de variáveis e alterando as faixas de estudo em
função do impacto que elas tiveram sobre as respostas.
3.
Realizar os experimentos e obter as respostas. Não esqueça de analisar todas as respostas
de interesse. Você pode apenas ter 2 ou 3 variáveis independentes e várias respostas
analisadas.
4.
Calcular os efeitos das variáveis, os respectivos erros e analisar estatisticamente.
5.
Sempre que for utilizado um fatorial fracionado ou um delineamento de Plackett &
Burman com o objetivo de
screening o nível de significância fixa a priori será de 10% (p<
0,01).
6.
Elaborar os modelos preditivos das respostas em função das variáveis independentes
quando tiver sido realizado o delineamento composto central rotacional.
7.
Realizar a ANOVA para verificar a qualidade de ajuste do modelo – Análise de
Variância. Calcular as respostas através do modelo ajustado e os desvios entre a resposta
experimental e a estimada pelo modelo.
8.
Gerar as superfícies de resposta e curvas de contorno para análise e definir as faixas
ótimas operacionais de cada variável do processo.
9.
Validação experimental dos resultados realizando ensaios nas condições otimizadas antes
de colocar o processo em escala industrial.
Anexos
150
10. Elaboração do relatório: descrever claramente o trabalho realizado, utilizando gráficos e
tabelas. Minimizar o uso da terminologia estatística desnecessária e expressar as
informações do modo mais simples possível (RODRIGUES, 2005).
A Figura 2.15 representa esquematicamente as etapas necessárias para se atingir as
respostas desejadas.
Análise do
processo
Definição das
variáveis
independentes
do processo.
Definição
das
respostas
desejadas
E statística
Planejamento
Experimental
Bom Senso
Fatorial Fracionado
P lack ett & B urm a n
F atorial C om pleto
Verificação dos
efeitos das
variáveis
Modelagem
M a tem ática
Análise das
superfícies de
res
p
ostas
Faixas
ótimas de
operação
Validação
experimental
dos
resultados
ANOVA
Figura C1: Fluxograma das etapas otimização de um processo.
Anexos
151
ANEXO D
Anexos
152
ANEXO D
D.1 DISTRIBUIÇÕES GRANULOMÉTRICAS DOS MATERIAIS PARTICULADOS
A distribuição granulométrica dos materiais pulverulentos investigados neste trabalho foi
obtida pelo analisador Malvern Mastersize Microplus MAF 5001 no DEQ – UFSCar, e estão
apresentadas na Figura 1. Verifica-se nesta figura que o material pulverulento inorgânico, o
concentrado fosfático, possui uma faixa mais larga de distribuição granulométrica que os material
pulverulento orgânico, o polvilho doce. O diâmetro médio (d
p
) da partícula do concentrado fosfático
foi de 4,55
µm, do polvilho doce foi de 14 µm.
110100
0
20
40
60
80
100
Volume (%)
Diâmetro da partícula (µm)
polvilho doce
rocha fosfática
Figura D1 – Distribuição granulométrica das partículas de concentrado fosfático, de polvilho doce e
de maisena, obtida no Malvern Mastersize Microplus MAF 5001 no DEQ – UFSCar.
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