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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
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UC
THE UNIVERSITY OF CHICAGO
DEPARTMENT OF MEDICINE
HEMATO-ONCOLOGY SECTION
ESTUDO DE POLIMORFISMOS (GERMLINE) NO GENE EGFR (RECEPTOR
DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL) E POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES
COM A RESPOSTA CITOTÓXICA EM FIBROBLASTOS TRATADOS COM
INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE
RAQUEL CARVALHO MONTENEGRO
Fortaleza – Ceará
2006
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Livros Grátis
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Milhares de livros grátis para download.
RAQUEL CARVALHO MONTENEGRO
ESTUDO DE POLIMORFISMOS (GERMLINE) NO GENE EGFR (RECEPTOR
DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL) E POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES
COM A RESPOSTA CITOTÓXICA EM FIBROBLASTOS TRATADOS COM
INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE
Tese submetida à Coordenação do Programa de Pós Graduação em
Farmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade
Federal do Ceará, como requesito para obtenção do titulo de Doutor em
Farmacologia.
Data da aprovação: 11/05/2006
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Manoel Odorico de Moraes (Orientador)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Prof
a
. Dra. Emygdia Rosa do Rêgo Barros Pires Leal- Mesquita
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Prof
a
. Dra. Letícia Veras Costa Lotufo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Prof. Dr. Demetrius Antônio Machado de Araújo
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Prof. Dr. Ronaldo Albuquerque Ribeiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
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M784e Montenegro, Raquel Carvalho
Estudo de polimorfismos (Germline) no gene EGFR
(Receptor do Fator de Crescimento Epidermal) e possíveis
associações com a resposta citotóxica em fibroblastos tratados
com inibidores de tirosina quinase/ Raquel Carvalho Montenegro.
2006.
105 f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Odorico de Moraes Filho
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade
de Medicina, Fortaleza, 2006.
1. Farmacogenética . 2. Inibidores de Proteínas Quinases . 3. Genes erbB-1
.
4. Polimorfismo Genético. I. Moraes Filho, Manoel Odorico (orient.). II. Título.
CDD 615.58
RAQUEL CARVALHO MONTENEGRO
ESTUDO DE POLIMORFISMOS (GERMLINE) NO GENE EGFR (RECEPTOR
DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL) E POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES
COM A RESPOSTA CITOTÓXICA EM FIBROBLASTOS TRATADOS COM
INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE
Tese submetida à Coordenação do
Programa de Pós Graduação em
Farmacologia do Departamento de Fisiologia
e Farmacologia da Universidade Federal do
Ceará, como requesito para obtenção do
titulo de Doutor em Farmacologia
Orientador: Manoel Odorico de Moraes Filho
Fortaleza-CE
2006
Dedico esta Tese a Deus por me ajudar
a enfrentar e a superar todos os
obstáculos para realização deste
trabalho.
Mesmo nas noites totalmente sem
estrelas podem anunciar a aurora de
uma grande realização.”
Martin Luther King
AGRADECIMENTOS
Minha Família, pelo apoio na minha ída para Chicago e por toda a
compreensão e carinho em todos os momentos da minha vida.
À CAPES, por ter financiado a minha bolsa de doutorado em Chicago.
Ao Dr. Manoel Odorico de Moraes, por me aceitar durante todos esse
anos no seu laboratório e por incentivar a busca por novos caminhos na
atividade científica.
Ao Dr. Mark Ratain, pela oportumidade de estar em seu grupo na
Universidade de Chicago por 1 ano e por todo o apoio científico e introdutório no
campo da farmacogenética.
À Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes, coordenadora do Programa
de Pós-Graduação em Farmacologia, pelo apoio e incentivo na minha ida para
Chicago na busca de um novo ramo da Farmacologia.
Ao Dr. Wanqing Liu, meu supervisor no laboratório em Chicago, por me
sempre me ajudar, incentivar e ensinar todo o conteúdo necessário para o
desenvolvimento desta Tese. Alem da sua fiel amizade e companheirismo nas
horas mais difíceis.
À Jackeline Ramirez, Jackie, por ter me recebido muito bem no
laboratório em Chicago, sempre fornecer os materiai necessários para o
desenvolvimento desta tese e por sua amizade nas horas difíceis.
Ao Dr. Federico Innocenti, pelo carinho, apoio, incentivo e opiniões no
trabalho desenvolvido.
À Dra. Letícia Veras Costa Lotufo, pela amizade, pelos conselhos
sábios e por sempre me incentivar na busca de novos conhecimentos.
À Dra. Cláudia Pessoa, pela amizade e por acreditar sempre no meu
potencial.
Aos Professores do Programa de Pós-Graduação, por terem
colaborado com a minha formação.
Aos amigos do Laboratório de Farmacologia Clínica da Universidade de
Chicago pelo apoio no laboratório, pela amizade e simpatia que tornaram mais
fáceis os dias de trabalho em Chicago.
Aos amigos do Laboratório da Dra. Eileen Dolan pelo apoio, amizade e
solidariedade nos infindáveis dias na sala de cultura (“The Cave”).
Aos meus amigos da International House em Chicago pela oportunidade
de conhecer diferentes culturas e de participar de diferentes eventos.
Aos meus colegas do Laboratório de Oncologia Experimental por
acreditar em mim e sempre ajudar e apóiar nas etapas difíceis que devem ser
cumpridas por nós estudantes de pós-graduação.
Agradeço as minhas amigas que tiveram paciência comigo e que nunca
deixaram de estar presentes na minha vida, nem mesmo afastada por 1 ano.
Por fim, agradeço a Deus por tudo que Ele me proporcionou até agora e
que sem a Sua presença nada disso teria sido possível.
SUMÁRIO
Lista de Gráficos ix
Lista de Tabelas X
Lista de Figuras xi
Lista de Abreviaturas xii
Resumo xv
Abstract xvii
1. INTRODUÇÃO 1
1.1 FARMACOGENÉTICA 2
1.2 FARMACOGENÉTICA DE DROGAS ANTICÂNCER 6
1.3 RECEPTORES TIROSINA QUINASE 10
1.4 FAMíLIA DO RECEPTOR DO FATOR DE
CRESCIMENTO EPIDERMAL 11
1.5 INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE 18
1.5.1 AG1478 19
1.5.2 Gefitinib (Iressa
®
) e Erlotinib (Tarceva
®
)
19
1.6 MUTAÇÃO E POLIMORFISMOS FUNCIONAIS DO EGFR1 21
2. OBJETIVOS 28
3. MATERIAIS E MÉTODOS 30
3.1 Materiais 31
3.2 Métodos 32
3.2.1 CULTURA DE CÉLULAS 32
3.2.2 EXPANSÃO DAS CÉLULAS 32
3.3.3 CONTAGEM E PLAQUEMENTO DAS CÉLULAS 32
3.4.4 INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE 33
3.5.5 ATIVIDADE CITOTÓXICA PELO MÉTODO DO ALAMAR BLUE
33
3.6.6 EXTRAÇÃO DE DNA 33
3.7.7 EXTRAÇÃO DE RNA 34
3.8.8 RFLP – Restriction Fragment Lenth Polymorphism 34
3.9.9 ELETROFORESE CAPILAR 35
3.9.9.1 DETECÇÃO DE MICROSSATÉLITES 35
3.9.9.2 SNaPshot 36
3.9.9.3 Long Range PCR 37
3.10 PCR EM TEMPO REAL 37
3.11 ANÁLISE ESTATÍSTICA 38
4. RESULTADOS 39
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA 40
4.2 AVALIAÇÃO FENOTÍPICA DOS FIBROBLASTOS 41
4.2.1 ATIVIDADE CITOTÓXICA DA DROGA AG1478 41
4.2.2 ATIVIDADE CITOTÓXICA DO GEFITINIB
49
4.2.3 ATIVIDADE CITOTÓXICA DO ERLOTINIB 56
4.3 AVALIAÇÃO DO GENÓTIPO DOS FIBROBLASTOS
PARA O GENE DO EGFR 56
4.3.1 POLIMORFISMO R497K 57
4.3.2 POLIMORFISMO -216 G/T 58
4.3.4 POLIMORFISMO 787 C/T 59
4.3.5 ANÁLISE DE MICROSSATÉLITE NO INTRON 1 60
4.4 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA 61
4.5 IDENTIFICAÇÃO DOS HAPLÓTIPOS 61
4.6 ESTUDO FUNCIONAL: ASSOCIAÇÕES ENTRE
FENÓTIPO E GENÓTIPO 64
5. DISCUSSÃO 65
6. CONCLUSÃO 73
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1
Distribuição da raça dos voluntários doadores das amostras de
fibroblastos utilizados para a avaliação dos polimorfismos no
gene do EGFR.
40
Gráfico 2
Distribuição da raça dos voluntários doadores das amostras de
fibroblastos utilizados para a avaliação dos polimorfismos no
gene do EGFR
41
Gráfico 3
Curva Dose-Resposta de fibroblastos tratados por 72 horas
com inibidor de tirosina quinase do EGFR AG1478 nas
concentrações de 5, 10, 15 e 20µM.
42
Gráfico 4
Curva Dose-Resposta de fibroblastos com CI50 maior que
20µM tratados com inibidor de tirosina quinase do EGFR
AG1478 nas doses de 20, 40, 60 e 80µM por 72 horas.
43
Gráfico 5
Comparação das curvas dose-resposta dos grupos resistente
(CI50 > 80µM) e sensível (CI50 < 20µM) ao AG1478.
48
Gráfico 6
Curva Dose-Resposta de fibroblastos tratados por 72 horas
com inibidor de tirosina quinase do EGFR gefitinib
nas
concentrações de 10, 20, 40 e 60µM.
49
Gráfico 7
Curva Dose-Resposta de fibroblastos sensíveis ao tratamento
com gefitinib por 72 horas.
50
Gráfico 8
Comparação das curvas dose-resposta dos grupos resistente
(CI50 > 30µM) e sensível (CI50 < 20µM) ao gefitinib.
55
Gráfico 9
Determinação do numero de repetições CA no intron 1 em
cada alelo (G e T) da região promotora do gene do EGFR.
63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de
5µM e 20µM no grupo de fibroblasto sensíveis (CI50 <
10µM).
44
Tabela 2
Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de
5µM e 20µM no grupo de fibroblastos com CI50 entre
10µM e 70µM.
45
Tabela 2
(continuação)
Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de
5µM e 20µM no grupo de fibroblastos com CI50 entre
10µM e 70µM.
46
Tabela 3
Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de
5µM e 20µM no grupo de fibroblastos resistentes (CI50 >
80µ )
47
Tabela 4
Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de
20µM e 40µM no grupo de fibroblastos sensíveis (CI50 <
20µM).
51
Tabela 5
Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de
10µM e 40µM no grupo de fibroblastos sensíveis com
CI50 maior que 20µM e menor que 30µM.
52
Tabela 5
(continuação)
Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de
10µM e 40µM no grupo de fibroblastos sensíveis com
CI50 maior que 20µM e menor que 30µM.
53
Tabela 6
Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de
10µM e 40µM no grupo de fibroblastos (CI50 > 30µM).
54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Inter-relação entre os genes e como estes podem afetar
a resposta aos fármacos
2
Figura 2 Mecanismo de ativação do receptor EGFR. 12
Figura 3
Localização cromossômica do gene do EGFR, seus
éxons e respectivos domínios.
14
Figura 4 Transdução do sinal via EGFR. 17
Figura 5 Estrutura química do inibidor de tirosina quinase AG1478. 19
Figura 6
Estrutura química dos inibidores de tirosina quinase
gefitinib (a) e erlotinib (b).
19
Figura 7
Localização dos polimorfismos na região promotora,
intron 1 e éxon 13 no gene EGFR.
25
Figura 8
Genotipagem do SNP R497K no éxon 13 do gene EGFR
1.
57
Figura 9
Genotipagem do SNP -216G/T na região promotora do
gene EGFR1.
58
Figura 10 Genotipagem do SNP 787C/T no gene do EGFR. 59
Figura 11 Análise de Microssatélites CA no Intron 1 do gene EGFR. 60
Figura 12
Análise do número de repetições CA no Intron 1 e os
alelos G e T na região promotora do gene EGFR.
62
LISTA DE ABREVIATURAS
A Adenina
ATP Adenosina Trifosfato
AUC Área Sobre a Curva
C Citosina
CYP Citocromo P450
°C Graus Celcius
ddNTP Dideoxi-ribonucleotídeo
dNTPs Desoxi-ribonucleotídeo
DPD Dihidropirimidina Dehidrogenase
EGFR Receptor do Fator de Crescimento Epidermal
FDA Food and Drug Administration
G6PD Glicose-6-fosfato-dehidrogenase
GSTM Glutationa S-transferase
G
Guanina
INCA Instituto do Câncer do Ceará
K Lisina
mL Mililitros
MMP Metaloproteinases
NAT N-acetiltransferase
ng Nanogramas
nm Nanômetro
NSCLC Câncer de pulmão de células não-pequenas
pb Pares de base
PCR Polimerase Chain Reaction
PharmGkB The Pharmacogenetic and Pharmacogenomic
Knowledge Base
PI3K Quinase fosfatidilinositol-3
R Arginina
RFLP Restriction Fragment Lenth Polymorphism
SNP Single Nucleotide Polymorphism
T Timina
TPMT Tiopurina S-metiltransferase
UGT UDP-glucoronosil transferase
VEGF Fator de Crescimento do Endotélio Vascular
5-FU 5-Fluoracil
µM Micromolar
µL Microlitro
% Porcentagem
Minutos
‘’ Segundos
RESUMO
RESUMO
Estudo de polimorfismos (germline) no gene EGFR e possíveis
associações com a resposta citotóxica em fibroblastos tratados com
inibidores de tirosina quinase. Raquel Carvalho Montenegro. Orientador:
Manoel Odorico de Morais Filho. Co-Orientador: Mark J Ratain. Tese de
Doutorado Sanduíche em Chicago. Programa de Pós-Graduação em
Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC; e
Departamento de Medicina, UC. 2006.
Apenas um pequeno número de pacientes beneficiam-se da terapia com
inibidores de EGFR. Em razão disso, torna-se importante o entendimento dos
mecanismos envolvidos na resposta a estas drogas a fim de encontrar
marcadores preditores de eficácia terapêutica, auxiliando, então, na seleção de
pacientes que podem se beneficiar com essas drogas. Apesar de mutações
somáticas e amplificações gênicas terem sido correlacionadas à eficácia
terapêutica dos inibidores de EGFR, foi demonstrado que células neoplásicas
e/ou pacientes que possuem expressão de EGFR normal também são sensíveis
à estas drogas. Assim, o objetivo deste trabalho foi entender os mecanismos
envolvidos na predisposição à sensibilidade aos inibidores de tirosina quinases
em células normais por meio de análise de polimorfismos (germline) no gene
EGFR. Para isso, foi escolhido um modelo in vitro, utilizando-se 70 amostras de
fibroblastos normais. Os estudos citotóxicos foram realizados com dois
inibidores de EGFR Gefitinib (Ge) e AG1478 (AG). As células foram incubadas
por 72 horas com diferentes concentrações (10, 20, 40 e 60 µM para Ge e 5, 10,
15 e 20 µM para AG) sendo dissolvidas em DMSO. Para a análise genotípica,
foram avaliados quatro polimorfismos: -216G/T, R497K, 787C/T e intron 1 (CA)
n
.
A expressão de EGFR foi analisada por PCR em tempo real. Já para as outras
duas drogas, observou-se que estas se comportaram de forma diferente. Os
fibroblastos tiveram uma maior variabilidade na resposta para Ge (coeficiente de
variabilidade entre as quatro doses de 61%) quando comparado a resposta para
AG (26%). A inibição do crescimento não foi correlacionada com o nível de
expressão de EGFR. Observou-se, ainda, correlação significante entre o
polimorfismo R497K e a sobrevida das células tratadas com AG na dose de 5µM
(p<0.01) e 10µM (p<0.05) com uma maior inibição do crescimento celular nos
alelos K. Nenhuma correlação foi observada entre os polimorfismos e a
citotoxicidade de Ge. Essas observações sugerem que os efeitos citotóxicos de
G e AG possuem mecanismos diferentes, e que outros genes tais como
trasportadores podem contribuir para a resposta a essas drogas. O polimorfismo
R497K pode ser útil como marcador de predição de resposta a AG e/ou agentes
semelhantes. Mais estudos envolvendo vias de sinalização devem ser realizados
para esclarecer a relação entre resposta e rash cutâneo em pacientes tratados
com inibidores de tirosina quinase.
Palavras-Chave: 1. Farmacogenética. 2. Inibidores de Proteínas Quinases. 3.
Genes erbB-1. 4. Polimorfismo Genético
ABSTRACT
ABSTRACT
Response to EGFR inhibitors in fibroblast cell lines and its association with
germline polymorphisms. Raquel Carvalho Montenegro. Orientador:
Manoel Odorico de Morais Filho. Co-Orientador: Mark J Ratain. Tese de
Doutorado Sandwich. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia.
Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC; e Departamento de
Medicina, UC. 2006
Only a small number of cancer patients benefit from therapy with EGFR
inhibitors. It is therefore important to understand the mechanism of action of
these drugs and to find predictive markers for drug response to guide the
selection of patients who can benefits from these drugs. Although somatic
mutations and gene amplification have been correlated with the efficacy of
EGFR-targeting therapy, cancer cells and/or patients with normal EGFR
expression are also sensitive to these drugs. We then aim to further understand
the mechanism underlying the predisposition to sensitivity to EGFR inhibitors in
germline cells. We chose 70 human normal fibroblasts cell lines as an in vitro
model. Cytotoxicity studies were performed on these cells using two EGFR
inhibitors, tarceva (T), gefitinib (G) and AG1478 (AG). Cells were incubated with
serial concentrations of the drugs (10, 20, 40 and 60 µM for T and G and 5, 10,
15 and 20 µM for AG) dissolved in DMSO. Growth inhibition was measured by
Alamar Blue. Four polymorphisms, -216G/T, R497K, 787C/T and intron 1 (CA)
n
,
were genotyped in these cells. EGFR expression was measured with real-time
PCR. There was considerable variability in drug response in a dose-dependent
manner among these cells. No working concentration were found to be toxic for
T. The other two drugs behaved quite differently. The fibroblasts had a much
more variable response to G (mean of coefficient of variance of survival rates
under all 4 concentrations, 61%) when compared to the response to AG (26%).
Drug response was not correlated with EGFR expression. A significant
correlation was observed between the R497K polymorphism and the survival rate
of cells treated with AG at 5 µM (p<0.01) and 10 µM (p<0.05) with higher growth
inhibition in K allele-carriers. No correlation was observed between any of the
four EGFR polymorphisms and G cytotoxicity. These observations suggest that
the cytotoxic effects of G and AG are due to different mechanisms, and that other
genes such as transporters may also contribute to drug response. The R497K
polymorphism may be useful as a predictive marker for response to AG and/or
similar agents. Also, pathway studies should be done to clarifyed the relationship
between response and cutaneous rash in patients treated with tirosine kinase
inhibitors.
Keywords: 1. Pharmacogenetics. 2. Tirosine kinase inhibitors. 3. erbB-1 gene. 4.
Genetic polymorphism
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
1.1 FARMACOGENÉTICA
O estudo das bases genéticas envolvidas na variabilidade individual
encontrada nas respostas terapêuticas a fármacos é conhecido como
farmacogenética (Shi et al., 2001). No nosso organismo os genes e mais
recentemente RNAi (RNA de interferência) determinam as proteínas, pequenas
modificações nestes genes podem alterar a função destas proteínas. Ao entrar
no organismo, os fármacos distribui-se por todo o corpo interagindo com estas
proteínas. Com isso, pequenas modificações podem afetar ou até mesmo abolir
a resposta do indivíduo às drogas (Figura 1).
Figura 1: Inter-relação entre os genes e como estes podem afetar a resposta
aos fármacos. Diferentes variações em genes envolvidos nos processos
FÁRMACO
Absorção
Distribuição
Metabolismo
Excreção
GENE (S)
Concentração
FÁRMACO
Alvos
Moleculares
GENE (S)
REAÇÕES
ADVERSAS
EFEITOS
BENÉFICOS
farmacocinéticos podem alterar a concentração do fármaco no organismo, que
ao interagir com alvos moleculares tais como receptores, transportadores, entre
outros, podem levar a um efeito tóxico (reação adversa) ou a um efeito benéfico.
Estes dois caminhos podem ser determinados por variações nos genes
responsáveis por estes alvos moleculares.
As primeiras observações da variação individual em respostas às drogas
foram relatadas por Pitágoras (510 a.C.), onde a ingestão de favas provocava
intoxicação em alguns indivíduos e em outros, não. Passaram-se séculos para
que houvesse novas observações que levassem ao que hoje chamamos de
farmacogenética.
Entre 1902 e 1909, Archibald Garrod ressaltou a concepção de
individualidade química no homem (Garrod, 1902). Em um trecho publicado no
livro “Inborn errors of metabolism” (1908), Garrod sumariza a sua visão da
farmacogenética: “... even against chemical poisons taken by mouth, or by other
channels, there are some means of defence. Every active drug is a poison, when
taken in large enough doses; and in some subjects a dose which is innocuous to
the majority of people has toxic effects, whereas others show exceptional
tolerance of the same drug...” (... até mesmo um veneno tomado pela boca ou
por qualquer outra via leva o organismo a desenvolver algum tipo de defesa.
Toda droga ativa é um veneno quando tomada em altas doses; e em alguns
indivíduos a dose que é inócua para a maioria das pessoas pode apresentar
efeitos tóxicos, enquanto que em outros indivíduos a mesma droga e dose pode
ser tolerada...) (Meyer, 2004).
Apesar das observações de Garrod, o primeiro estudo de relevância na
farmacogenética não foi relativo à variabilidade individual em resposta a drogas
e sim a habilidade de distinguir o sabor, no caso, inabilidade de sentir o gosto da
feniltiocarbamida. Até os dias atuais, não se sabe a causa desta variabilidade,
mas este estudo serviu de protótipo para inúmeros ensaios no campo da
farmacogenética (Meyer, 2004).
Em meados de 1950, o desenvolvimento de novas técnicas permitiu uma
maior segurança na mensuração da atividade de enzimas metabólicas,
metabólitos intermediários e resposta a drogas. Estudos com a isoniazida
demonstraram que havia diferença interindividual na excreção desta droga e que
esta diferença estava relacionada a habilidade de cada indivíduo converter
isoniazida a acetilisoniazida (Meyer, 2004). Foi apenas em 1960 que Evans
identificou dois grupos denominando-os de acetiladores rápidos e acetiladores
lentos (Evans, 1960). As bases genéticas deste polimorfismo só foram
elucidadas 40 anos depois que Blum, Grant e Meyer (1991) purificaram a
enzima N-acetiltransferase 1/2 (NAT1/2) e clonaram seus respectivos genes
levando a descoberta de duas variáveis mutantes, hoje conhecida como NAT2*5
e NAT2*6 associados a alelos acetiladores lentos (Blum et al., 1991). Estudos
com gêmeos demonstraram ser uma herança autossômico-recessiva e que
indivíduos com fenótipo de acetiladores lentos eram mais suceptíveis a efeitos
tóxicos tais como neuropatia periférica (Meyer, 2004).
Foi na segunda Guerra mundial que Alf Alving e seus colaboradores
observaram que aproximadamente 10% dos soldados negros apresentavam
crises hemolíticas agudas com a administração de primaquina ou qualquer outra
droga anti-malárica quando comparado ao pequeno número de casos
observados em soldados caucasianos (Clayman et al., 1952). Depois foi
observado que a causa destas crises estava relacionada com a deficiência da
enzima glicose-6-fosfato-dehidrogenase (G6PD) alterando o metabolismo dos
eritrócitos (Alving et al., 1956). Atualmente, sabe-se que o locus desta enzima
G6PD no cromossomo X é um dos mais polimórficos na espécie humana e que
os alelos responsáveis pela atividade reduzida desta enzima estão altamente
correlacionados com a prevalência de malaria (Meyer, 2004).
Em 1957, Kalow & Staron caracterizaram a deficiência sérica da enzima
colinesterase em indivíduos com apnéia relacionada a administração da
succinilcolina. Estes autores, estudando grupos familiares, demonstraram que o
efeito prolongado da paralisia muscular devido a succinilcolina estava associado
a alteração cinética de uma pseudocolinesterase, a butirilcolinesterase e que
esta deficiência era autossômica-recessiva.
A propagação dos estudos relacionando variabilidade interindividual em
relação às drogas levou Vogel em 1959 a sugerir o nome Farmacogenética
(Meyer, 2004). Em 1962, Kalow publicou a primeira monografia chamada:
Pharmacogenetics - Heredity and the response to drugs” (Farmacogenética –
Hereditariedade e resposta às drogas) com exemplos de fatores genéticos que
influenciavam a resposta a drogas. Nos anos subseqüentes houve uma
explosão de pesquisas e encontros para se discutir os estudos em
farmacogenética em diferentes áreas.
Os estudos com gêmeos (Alexanderson et al., 1969) foram importantes
para comprovar as evidências de que, os fatores genéticos são responsáveis por
essa variação interindividual no metabolismo da maioria das drogas. Foi com
estes estudos que se estabeleceu que o mecanismo dos antidepressivos
tricíclicos estivesse sob controle gênico.
Nos anos 70, dois grupos marcaram os estudos na farmacogenética.
Robert L Smith, em Londres, realizou um experimento com seus colegas onde
todos tomaram 32mg de debrisoquina (antihipertensivo). Após algumas horas,
Smith apresentou hipotensão ortostática severa enquanto que seus colegas não
apresentaram sintomas (Meyer, 2004). A análise da urina dos voluntários
revelou que a alta sensibilidade a este medicamento era devida a inabilidade de
formar o metabólito 4-hidroxidebrisoquina. Um estudo com 94 voluntários e 3
famílias levou a descrição do polimorfismo na enzima responsável pela oxidação
da droga, sendo descrito dois fenótipos: metabolizadores rápidos e
metabolizadores lentos, sendo então caracterizada como uma herança
autossômica-recessiva (Mahgoub et al., 1977).
No mesmo período, na Alemanha, Michel Eichelbaum e Hans Dengler
observaram que em seus estudos de farmacocinética da espartaína
(antiarrítmico) dois voluntários apresentaram efeitos indesejáveis, como
náuseas, visão turva entre outros. Estes efeitos foram correlacionados a altos
níveis de espartaína no plasma dos voluntários. Mais uma vez, estudos de
população e com famílias demonstraram que o metabolismo desta droga gerava
diferentes fenótipos, sendo, portanto um polimorfismo genético (Meyer, 2004).
O mecanismo molecular foi descoberto alguns anos depois, sendo
inicialmente identificado que a enzima responsável pelos diferentes fenótipos era
da família do citocromo P450 (Meier et al., 1983). Subseqüentemente, esta
enzima, atualmente conhecida como CYP2D6, foi purificada (Gut et al., 1984) e
clonada (Gonzalez et al., 1988). Com esta descoberta e com o surgimento da
técnica de reação em cadeia da polimerase - PCR (Polimerase Chain Reaction)
em 1985, foi possível desenvolver o primeiro teste de PCR alelo específico para
identificar os genótipos mais comuns associados aos metabolizadores lentos
(Heim & Meyer, 1990). Johansson e colaboradores, em 1993, demonstraram
que os indivíduos com fenótipo associado a metabolizadores ultra-rápidos
apresentaram amplificação do gene correspondente a enzima CYP2D6. Esta foi
a primeira observação de amplificação gênica com ganho de função em
indivíduos sadios.
Nas décadas seguintes à descoberta da CYP2D6, vários estudos foram
realizados a fim de encontrar polimorfismos em outros membros da família do
citocromo P450. Um deles foi o polimorfismo da mefenitoína (anticonvulsivante)
associada a uma deficiência da enzima CYP2C19 levando a um aumento no
efeito do omeprazol (anti-ulcerativos) (Morais et al., 1994), ou ainda, o
polimorfismo associado a fenitoína/warfarina, tobultamida, entre outras drogas,
causado por uma mutação na enzima CYP2C9 (Scordo et al., 2000).
Atualmente, o estudo da farmacogenética pode ser observado em todas
as áreas da medicina; drogas antiinflamatórias não-esteroidais, anti-retrovirais,
anti-hipertensivas, anti-neoplásicas, entre outras.
1.2 FARMACOGENÉTICA DE DROGAS ANTICÂNCER
O câncer é a segunda causa de morte por doença no Brasil e no mundo.
Um dos tratamentos utilizados no combate ao câncer é a quimioterapia que
pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos. A toxicidade é
variável para os diversos tecidos e depende da droga utilizada. Os efeitos
terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de exposição e
da concentração plasmática da droga. Com o surgimento da farmacogenética,
observamos que essa concentracão plasmática pode mudar de acordo com a
variabilidade genética de cada indivíduo levando à efeitos mais severos ou até
mesmo ausência de efeito terapêutico.
Uma das primeiras observações de um polimorfismo associado a drogas
anticâncer foi em 1995 onde Krynetzki e colaboradores identificaram uma
mutação pontual (G
238
> C) no gene da enzima tiopurina S-metiltransferase
(TPMT), gene com herança autossômico-recessiva, responsável pelo
metabolismo das drogas 6-mercaptopurina e azatioprina. Essa mutação leva a
um decréscimo na atividade catalítica da enzima resultando em severos efeitos
colaterais em pacientes portadores desta alteração. Para caracterizar que esta
mutação estava presente no DNA genômico de pacientes que apresentavam
toxicidade hematopoiética severa e que esta era inerente a pacientes com
deficiência na enzima TPMT, os autores genotiparam o pai, a mãe e o irmão
para essa mutação e constataram que a mãe possuía um alelo mutado e um
normal, o pai, alelos sem a mutação em questão, e a filha com um alelo mutado
e o outro normal para a mutação. Isso leva a conclusão de que existe um outro
fator, provavelmente, ligado ao alelo paterno que colabora para a toxicidade
observada neste pacientes.
A partir destas descobertas, outros trabalhos estão sendo desenvolvidos
na tentativa de se formar um grupo de genes alvos que possam levar a uma
melhora no prognóstico e até mesmo no tratamento de pacientes com Leucemia
Linfoblástica Aguda (LLA). Tais alvos estariam envolvidos com a
farmacodinâmica de drogas antileucêmicas tais como a enzima glutationa S-
transferase (GSTM 1) e a enzima timidilato sintase (Rocha et al., 2005).
A deficiência da enzima Dihidropirimidina Dehidrogenase (DPD) é um
outro alvo do estudo farmacogenético, visto que esta enzima participa da via
metabólica do 5-Fluorouracil (5-FU), quimioterápico bastante utilizado na prática
clínica. Acreditava-se que a toxicidade causada pelo 5-FU estava associada a
uma deficiência na DPD (Diasio et al., 1988). Esta descoberta até então
promissora levou à inúmeros estudos, mas com resultados pouco satisfatórios.
Pó volta de 2000, dois grupos demonstraram que 33% e 66% dos seus
pacientes com efeitos adversos severos após administração de 5-FU não
apresentavam deficiência completa na DPD (Milano et al., 1999; van Kuilenburg
et al., 2000) mostrando um possível envolvimento de outros fatores que
justifiquem a discrepância entre os achados. Estudos com a variante DPD*2A
(mutação G > A em um sítio de splicing), uma das mais freqüentes em pacientes
com toxicidade aguda ao 5-FU, mostraram associação com a toxicidade severa
(van Kuilenburg et al., 2001; Raida et al., 2001). Já outro estudo (Collie-Duguid
et al., 2000) não conseguiu confirmar esta associação.
Atualmente, sabe-se que o gene da DPD apresenta uma série de
mutações funcionais o que dificulta o seu uso em testes de screening de
pacientes com toxicidade ao 5-FU, pois a análise de apenas uma mutação neste
gene não seria conclusiva para pacientes com alto risco de toxicidade
(Nagasubramanian et al., 2004).
Um outro exemplo no estudo da farmacogenética de drogas anti-
neoplásicas é o polimorfismo da enzima UDP-glucoronosil transferase (UGT),
envolvida na excreção do irinotecan (Camptosar
®
). Derivado da campotencina, o
irinotecan é uma pró-droga que no fígado é metabolizada por carboxilases em
SN-38, seu metabólito ativo. O SN-38 é glucoronizado pela enzima UGT (SN-
38G), principalmente UGT1A1(Iyer et al., 1998), sendo em seguida excretado
pela bile e urina. No intestino, o SN-38G pode sofrer a ação da enzima
bacteriana β-glucoronidase e voltar a sua forma ativa SN-38. Um dos efeitos
colaterais do irinotecan é a diarréia severa que está diretamente associada ao
seu metabólito ativo, SN-38. Assim, é sabido que quando existem baixos índices
de glucoronização do SN-38, maior é o risco de toxicidade (Gupta et al., 1994).
O polimorfismo do gene da enzima UGT1A1 foi inicialmente observado
em paciente com Sindrome de Gilbert. A região promotora do gene UGT1A1 ao
invés de conter 6 repetições TA continham 7 repetições (Bosman et al., 1995),
sendo posteriormente denominada de variante UGT1A1*28 do gene UGT1A1
(Mackenzie et al., 1997). Em 2002, Iyer e colaboradores observaram a
correlação entre o número de repetições TA, a farmacocinética e a toxicidade do
irinotecan. Pacientes com genótipo homozigoto ou heterozigoto para o alelo
(TA)
7
apresentaram uma aumento na AUC
SN-38
e um efeito adverso maior, como
por exemplo diarréia severa.
Atualmente, esta associação já está bastante caracterizada e aceita no
meio científico (Marcuello et al., 2004; Ando et al., 2005) e em agosto de 2005, a
agência americana de regulamentação de medicamentos e alimentos, FDA
(Food and Drugs Administration), aprovou um kit para detectar o polimorfismo do
gene UGT1A1, tecnologia desenvolvida pelo grupo do Dr. Mark Ratain na
Universidade de Chicago, que será disponibilizada comercialmente para todo o
mundo pela clínica Mayo (Rochester-EUA) (Aase, 2005).
Um outro marcador importante na farmacogenética de drogas anti-
neoplásicas é o HER-2 ou erbB2. A amplificação gênica do HER-2 é encontrada
em aproximadamente 30% dos cânceres de mama e ovário, resultando na
superexpressão do seu produto gênico e consequentemente em um prognóstico
ruim (Pegram et al., 1997).
Em 1992, Carter e colaboradores revolucionaram a terapêutica do câncer
com a modelagem de um anticorpo monoclonal humanizado, conhecido
atualmente como Herceptin
®
ou Trastuzumab. Esta droga se liga a proteínas
HER-2 presentes na superfície celular e que são responsáveis por uma cascata
de sinalização que controlam a proliferação celular. Com isso, o FDA aprovou
um teste farmacogenético indireto (1998) e um direto (2001) para detecção
desta alteração molecular, sendo recomendado para pacientes com grau +2 ou
+3 na escala de imunorreatividade do HER-2 (Eppenberger-Castori et al., 2001).
Atualmente, o trastuzumab é utilizado em milhões de pacientes vítimas do
câncer de mama, positivos para HER-2.
A descoberta do cromossomo Filadélfia em pacientes com Leucemia
Mielóide Crônica (LCM) em 1960 foi um marco na citogenética do câncer
(Nowell & Hungeford, 1960). Em 1973, Rowley demonstrou que o cromossomo
Filadélfia resulta de uma translocação recíproca de material genético entre o
cromossomo 9 e o cromossomo 22, definido citogeneticamente como t(9:22)
(q34;q11). Esta translocação resulta em uma proteína quimérica conhecida
como bcr/abl, com atividade tirosina quinase. Por causa dessa alta atividade
específica e nova localização na célula agora no citoplasma, bcr/abl tem acesso
a diferentes substratos que a proteína c-abl não tinha, e as fosforila de uma
maneira desordenada (Senechal & Sawyer, 1996). Em 2001, o FDA aprova o
Glivec
®
(Mesilato de Imatinib), uma droga inibidora da atividade tirosina quinase
da proteína quimérica bcr/abl (FDA, 2001). Atualmente, é possivel determinar se
através da detecção desta proteína aberrante, quais os pacientes que tem o
cromossomo Filadélfia e que podem ser beneficiados com o uso do Mesilato de
Imatinib.
Atualmente, um dos alvos da farmacogenética de drogas anti-neoplásicas
é o receptor de fator de crescimento epidermal tipo 1 (EGFR). Isso porque foi
observado que o gene EGFR apresenta-se amplificado ou superexpresso em
inúmeros tipos de câncer, sendo detectado em até 50% dos tumores de pulmão
de células não-pequenas (NSCLC) (Amann et al., 2005).
Em maio de 2003, o FDA aprovou o gefitinib (Iressa
®
) (Cohen et al.,
2004) e em 2004, o erlotinib (Tarceva
®
), drogas inibidoras da tirosina quinase do
EGFR1, utilizada para pacientes com NSCLC avançado ou metastático (FDA,
2004).
Atualmente, sabe-se que a resposta terapêutica associada a estes
inibidores está relacionada a mutações encontradas no domínio tirosina quinase
do receptor (Lynch et al., 2004). A partir desta descoberta, muitos estudos estão
sendo realizados com o intúito da caracterização da importância deste receptor
e o seu envolvimento na resposta terapêutica.
1.3 RECEPTORES TIROSINA QUINASE
A família de receptores acoplados à tirosina quinase é uma das mais
importantes no controle e regulação da sinalização celular tanto nas células
sadias quanto nas células tumorais. Proteínas tipo tirosina quinase existem em
duas formas: acopladas a receptores ou citosólicas. Algumas, ainda, podem ser
nucleares como a Abl. Todas possuem um domínio para o substrato, o ATP e a
catálise. Este último domínio é responsável pela transferência de um grupo
fosforil terminal do ATP para um grupo amino da tirosina do substrato aceptor,
desencadeando uma cascata de fosforilação de resíduos de tirosina de
inúmeras moléculas alvo, controlando, assim, processos celulares fundamentais
como o ciclo celular, migração, metabolismo, proliferação e diferenciação
(Schlessinger, 2000).
As tirosinas quinases acopladas a receptores representam mais da
metade de todas as tirosinas quinases já descritas (Blume-Jensen & Hunter,
2001). Estes receptores possuem um domínio extracelular onde reside o sitio de
ligação, uma alfa-hélice hidrofóbica na porção transmembrânica e um domínio
citosólico que possui o resíduo protéico com atividade tirosina quinase. Quando
o efetor se liga ao receptor ocorre à dimerização do receptor, com conseqüente
transdução do sinal via fosforilação de um radical de tirosina em uma proteína
intracelular, desencadeando, assim, uma seqüência de eventos que leva a uma
resposta celular (Tibes et al., 2005). Atualmente, um dos grupos de receptores
mais estudados com atividade tirosina quinase é a família dos receptores de
fator de crescimento epidermal ou EGFR.
1.4 FAMÍLIA DO RECEPTOR DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMAL
A família do receptor do fator de crescimento epidermal (EGFR) localiza-
se na superfície celular, possuindo um domínio extracelular, um
transmembrânico e um intracelular. Esta família consiste de quatro
representantes: (a) EGFR ou ErbB1 ou HER1; (b) ErbB2 ou HER2/neu; (c)
ErbB3 ou HER3; e, (d) ErbB4 ou HER4. Estes receptores são homólogos no
domínio tirosina quinase, mas diferem no domínio extracelular e na porção
carboxi-terminal (Schlessinger, 2000). Quando o ligante acopla a um dos
membros desta família, ocorre dimerização do receptor. Esta pode ocorrer entre
receptores iguais (homodímeros) como, por exemplo, ErbB1/ErbB1 ou entre
receptores diferentes mas da mesma família (heterodímero) como por exemplo
ErbB1/ErbB2, com conseqüente internalização do receptor (Figura 2) (Tsao &
Herbst, 2003). Após a dimerização e a internalização do receptor, ocorre a
autofosforilação dos resíduos citoplasmáticos de tirosina quinase, o que permite
a fosforilação de outras proteínas que levam, assim, a transdução do sinal e
conseqüentes eventos celulares (Herbst, 2004).
T
K
T
K
-P
-P
-P
-P
-P
-P P-
P-
T
K
T
K
T
K
T
K
T
K
T
K
T
K
-P -P P-
P-
T
K
ErbB1
ErbB2
-P
Substrato
Substrato-P
Substrato
-P
Substrato-P
SINALIZAÇÃO
CELULAR
MEIO EXTRACELULAR
MEIO INTRACELULAR
NÚCLEO
T
K
Figura 2: Mecanismo de ativação do receptor EGFR. Quando o ligante acopla
ao receptor, ocorre dimerização deste receptor. Esta pode ser entre receptores
iguais (homodímeros) ou diferentes (heterodímeros), levando a transdução do
sinal via fosforilação de substratos intracelulares. (John Mendelsohn and Jose
Baselga .J Clin Oncol. 2003. 21:2787-2799).
A degradação destes receptores é um passo muito importante na
regulação deste receptor. Depois de ligado, este sofre internalização, com
término da sinalização em alguns segundos, sendo então degradado por
endocitose e posteriormente, reciclado na superfície celular para que possa
repetir todo o processo de sinalização (Yarden, 2001).
Quando a atividade tirosina quinase apresenta-se alterada podem ocorrer
transformações oncogênicas nas células ou tecido. Atualmente, sabe-se que
existem quatro mecanismos mais prováveis: (a) transdução retroviral de um
proto-oncogene correspondente a tirosina quinase e concomitante mudanças
estruturais (Miller & Raab-Traub, 1999); (b) rearranjo genético, tais como
translocações, o que resulta em fusão de proteínas, onde a nova proteína
gerada possui a porção tirosina quinase da proteína A e a porção externa da
proteína B, como por exemplo, a proteína aberrante Bcr-Abl conhecido como
cromossomo Filadélfia, encontrado em leucemias (Kloetzer et al., 1985); (c)
mutações com ganho de função ou pequenas deleções no resíduo tirosina
quinase, como por exemplo no KIT em tumores estromais do sistema digestivo
(Majunder et al., 1988); e (d) amplificação gênica, resultando em uma
superexpressão de tirosina quinase (Blume-Jensen & Hunter, 2001). Todas
estas alterações tornam os representantes desta família alvos importantes na
terapêutica do câncer.
Atualmente, um dos membros mais importantes desta família na pesquisa
do câncer é o EGFR (Epidermal Growth Factor Receptor) ou ErbB1 ou ainda
HER1. A molécula do EGFR foi descoberta em 1975 por Cohen e
colaboradores, sendo identificada como uma glicoproteína de 170kDa
T
K
constituída de uma única cadeia protéica com 1186 aminoácidos, cujo gene esta
localizado no braço curto do cromossomo 7 (Davies et al., 1980). O gene do
EGFR possui 28 éxons, sendo mostrado na figura abaixo cada éxon e suas
respectivas áreas codificadoras (Figura 3).
Este receptor apresenta um segmento transmembrânico hidrofóbico
(éxons 1 a 16) de 23 aminoácidos ligados ao domínio intracelular que apresenta
uma atividade tirosina quinase (éxon 18 a 24) e um domínio regulatório do
receptor (Schlessinger, 1988).
Domínio
Extracelular
Domínio
Tirosina Quinase
Domínio
Regulatório
Cromossomo 7
7p11.2
O uso de modelos animais levou a descoberta de diferentes ligantes para
o EGFR. Em 1995, estudos com animais “nock out” para o gene do EGFR
mostraram que esta ausência era letal ao embrião ou estava envolvida na falha
do desenvolvimento de diversos órgãos, como por exemplo, pele, pulmão e trato
gastrointestinal (Gscwind et al., 2004). Atualmente, já foram descritos vários
ligantes endógenos sendo o EGF e TGF-α os principais (Yarden & Sliwkowski,
2001).
Em células normais existem cerca de 40.000 a 100.000 receptores/célula.
Já em células tumorais, principalmente de tumores sólidos como mama, pulmão,
cabeça e pescoço, cólon, entre outros, podem apresentar 2 x 10
6
moléculas de
HER por célula (Herbst, 2004), sendo observada uma superexpressão do
EGFR1 em cerca de 80-100% de tumores de cabeça e pescoço, 14-91% nos
tumores de mama, 50-90% dos tumores renais, 40-80% dos tumores
pulmonares entre outros (Grandis & Sok, 2004), o que o torna o EGFR1 um
excelente alvo na terapêutica do câncer.
A imortalização celular ou proliferação celular observada no câncer,
dentre outras doenças, está relacionada a um descontrole no ciclo celular. A via
de transdução do sinal do EGFR/HER1 leva a ativação da ciclina D1 que está
envolvida no controle do ciclo celular. Normalmente, quando as células normais
atingem certa densidade, elas param de crescer e entram em quiescência (G0).
Contudo, o estímulo de fatores de crescimento tais como o EGF pode fazer com
Figura 3: Localização cromossômica do gene do EGFR, seus éxons e respectivos
domínios. O gene do EGFR se localiza no cromossomo 7, na região 7p11.2. Os
éxons estão em azul e os íntrons em cinza. O íntron 1, que tem aproximadamente
123Kb, foi truncado neste esquema. FONTE: www.egfr-info.com
que estas células saiam do seu estado quiescente e entrem novamente na fase
G1 do ciclo celular. Na fase G1 existe um ponto de checagem que as células
tem que passar para progredir no ciclo celular. A ciclina D1 faz com que estas
células passem da fase G1 para fase de síntese (S) do ciclo celular, resultando
em uma rápida divisão celular (Harari & Yarden, 2000).
O crescimento tumoral parece estar associado a um aumento do tecido
vascular, necessário para o crescimento e nutrição celular (Hanahan & Folkman,
1996). Desta forma, a via de transdução do sinal do EGFR/HER1 envolvida na
promoção da angiogênese segue dois mecanismos principais: primeiro, ocorre
estimulação da produção de fatores angiogênicos, via ativação do EGFR/HER1,
tais como VEGF (Fator de Crescimento do Endotélio Vascular), o que leva a
produção de novos tecidos vasculares; e segundo, há um aumento na produção
de enzimas especializadas denominadas metaloproteinases (MMP) que facilita a
remodelagem da matriz tecidual (O-charoenrat et al., 1999).
A ativação do EGFR1/HER1 também pode apresentar um efeito anti-
apoptótico que promove reparo e aumento da sobrevida celular após exposição
à agentes tóxicos, tais como quimioterapia e radioterapia. Em células normais, o
dano ao DNA induzido por agentes tóxicos induz a expressão da proteína Bax
que entra na mitocôndria e inicia o processo de apoptose. O mecanismo
proposto para o envolvimento do EGFR1/HER1 na sobrevida celular baseia-se
na ativação do receptor com conseqüente indução da expressão da Bcl-2, uma
proteína anti-apoptótica que bloqueia a atividade da proteína Bax, levando à
célula a sobreviver e consequentemente, proliferar, podendo promover o
desenvolvimento e o crescimento tumoral (Jost et al., 1999).
A complexidade da cascata de transdução do sinal via ativação do
EGFR1 não se resume a um só evento celular específico. Contudo, algumas
vias já foram identificadas, sendo as principais (Figura 4): via ras/raf/MAPK, via
quinase fosfatidilinositol-3 (PI3K) e via STAT (Tibes et al., 2005; Knight et al.,
2004).
Quando o EGFR1 é fosforilado, este recruta a proteína adaptadora Shc e
Grb2, que agem via Sos que por fim ativa a proteína Ras. Subseqüentemente,
ocorre uma cascata de ativação via Raf e MAP quinase/Erk or MEK, levando a
fosforilação das MAP quinase ERK1/2, que por fim, induz a expressão de fatores
de crescimento (Figura 4). A ativação das vias MAP quinases esta associada
com a divisão celular e sua atividade aberrante podem estar correlacionadas ao
descontrole da proliferação celular observada no câncer (Pal & Pegram, 2005).
O envolvimento do EGFR1 na promoção do ciclo celular parece estar
relacionado com a via PI3K. Acredita-se que proteína adaptadora Gab1 ativa
PI3K o que, por fim, leva a ativação do fator de transcrição NF-κβ (Figura 4).
Esta via parece estar envolvida na progressão do ciclo celular em alguns tipos
de câncer (Pal & Pegram, 2005).
Uma outra via iniciada pela ativação do EGFR1 é mediada por uma
tirosina quinase citoplasmática, c-Src. A proteína c-Src ativa a transcrição de
fatores de transcrição da família STAT (Figura 4), o que parece ser importante
na proliferação e sobrevida celular observada no câncer. A ativação da via da
proteína STAT3 parece estar envolvida na resistência de células tumorais a
agentes citotóxicos (Pal & Pegram, 2005).
T
K
T
K
-P
-P
P-
P-
TGF-
EGF
Shc
Grb2
Grb2
Sos
Sos
RAS
RAF
MEK 1/2
GAB
PIP3K
PKB
PKC
NF-κB
Ral
c-Src
STAT3
Figura 4: Transdução do sinal via EGFR. Quando o ligante EGF ou TGF-α se
liga ao receptor, há uma dimerização do receptor com o conseqüente
desencadeamento da transdução do sinal que pode ser via ras, PIP3 e STAT
levando aos diferentes tipos de atividade biológica.
É sabido que o EGFR1 apresenta-se desregulado no câncer e que esta
desregulação pode se apresentar de diferentes formas. Dentre elas podemos
citar: defeitos na internalização dos receptores, amplificação gênica levando a
uma superexpressão do receptor e de ligantes, sendo esta última importante nos
casos de tumores de mama e próstata dependentes de hormônio.
1.5 INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE
É sabido que o EGFR1 apresenta-se superexpresso em inúmeros tipos
de tumores, tornando-o um alvo atrativo na terapêutica do câncer. Diferentes
estratégias vêm sendo propostas tais como ligantes e/ou anticorpos conjugados
a toxinas e anticorpos que tem alta afinidade por ligantes do EGFR, anticorpos
monoclonais e pequenas moléculas inibidoras dos resíduos tirosina quinase do
receptor do EGFR1. Atualmente, os dois últimos mecanismos vêm sendo
bastante explorados na clínica médica.
Anticorpos monoclonais ligam-se na porção externa do receptor, fazendo
com que não haja interação entre ligante e o receptor, bloqueando, assim a
sinalização intracelular. Um dos mais novos representantes desta classe é o
Erk 1/2
PROLIFERAÇÃO
CELULAR
IMORTALIZAÇÃO
CELULAR
PROGRESSÃO
DO
CICLO CELULAR
cetuximab (Mendelsen, 1997; Giaccone, 2005; Jimeno & Hidalgo, 2005),
aprovado para o tratamento de câncer colorretal metastático.
Já as pequenas moléculas inibidoras de tirosina quinase bloqueiam o
receptor na porção intracelular, no resíduo tirosina quinase, podendo se
reversíveis ou irreversíveis. Inúmeras moléculas vêm sendo testadas e usadas
em ensaios experimentais como o AG1478, PD153035 entre outras. Até o
presente momento, as únicas moléculas disponíveis comercialmente são
Gefitinib e o Erlotinib.
1.5.1 AG1478
A molécula do inibidor de tirosina quinase AG1478 faz parte da família
das quinazolinas, denominada 4-(3-cloroanilino)-6,7-dimetoxiquinazolina (Figura
5). Estudos anteriores demonstraram que esta droga é capaz de parar o ciclo
celular e inibir a proliferação celular em diferentes tipos de câncer (Zhu et al.,
2001; Shushan et al., 2004).
Figura 5 - Estrutura química do inibidor de tirosina quinase AG1478.
1.5.2 Gefitinib (Iressa
®
) e Erlotinib (Tarceva
®
)
Gefitinib e o Erlotinib são inibidores de tirosina quinase do receptor de
crescimento epidermal tipo 1, também conhecido com HER1, erbB1 ou EGFR. O
gefitinib e o erlotinib são medicamentos orais e fazem parte da família das
quinazolinamina com nome N-(3-cloro-4-fluorofenil)-7-metoxi-6-[3-4-morfolin
propoxi] e N-(3-ethynylfenil)-6,7bis(2-metoxietoxi)-4-quinazolinamina,
respectivamente (Figura 6). O gefitinib apresenta-se em comprimidos de 250mg
(AstraZeneca) e o erlotinib em comprimidos de 25 mg, 100 mg e 150 mg (OSI-
Pharmaceutical/Genetech).
Figura 6: Estrutura química dos inibidores de tirosina quinase gefitinib (a) e
erlotinib (b).
O mecanismo de ação destes medicamentos ainda não foi
completamente elucidados. O genfitinib inibe a porção intracelular do receptor do
fator de crescimento epidermal (EGFR), bloqueando a fosforilação de proteínas
no citoplasma. Este compete com o ATP no seu sitio de ligação (Cohen et al.,
2004).
Os estudos de fase I englobaram pacientes com diferentes tipos de
tumores sólidos que apresentavam superexpressão do EGFR1. Dentre todos os
tipos de tumores avaliados, os pacientes com câncer de pulmão de células não
pequenas foram os que apresentaram melhor resultado, onde alguns deste
pacientes apresentaram estabilização da doença (Baselga et al. 2002; Ranson
et al., 2002) e redução de 50 a 90% da massa tumoral. Com isso, o FDA
aprovou, em maio de 2003, o uso de gefitinib em pacientes com câncer de
pulmão de células não pequenas que falharam a dois ou mais tratamentos
prévios, apesar de estudos clínicos realizados pela companhia AstraZeneca
(a)
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(b)
mostrarem que apenas 10% dos pacientes foram bastante beneficiados com
esta droga (Cohen
et al., 2004).
A observação de um subgrupo de paciente responsivo ao gefitinib, levou
a comunidade científica a tentar entender as causas desta seleção. Em 2004,
Lynch e colaboradores demonstraram que deleções e mutações pontuais no
éxon 19 e 21 do gene EGFR poderiam estar relacionadas à resposta
terapêutica, visto serem estas regiões codificadoras do resíduo tirosina quinase.
Biópsias de 9 pacientes que responderam a terapia com gefitinib, revelaram que
em 8 delas, as mutações estavam presentes. É importante ressaltar que o tecido
normal destes pacientes não apresentou estas mutações, levando a conclusão
de que estas são adquiridas no surgimento do câncer ou após exposição radio-
ou quimioterápica. Além disso, os pacientes que não responderam a terapia com
gefitinib, também não possuíam mutações ou deleções nos éxons 19 e 21
(Lynch
et al., 2004). Na mesma época, em 2004, Paez e colaboradores também
encontraram uma correlação entre mutações pontuais e deleções e a resposta
ao gefitinib. Um outro fator importante na resposta terapêutica é a amplificação
do gene EGFR1 (Cappuzzo
et al., 2005; Moroni et al., 2005; Takano et al.,
2005). A mesma correlação entre mutação e resposta para inibidores de tirosina
quinase não pode ser afirmada para outros tipos de tumores, mesmo que estes
tenham respondido a esta terapia (Su et al., 2005; Nagahara et al., 2005).
A vantagem do uso da terapia guiada em relação a terapia convencional
esta na atenuação dos efeitos colaterais. O
rash cutâneo e a diarréia são os
efeitos adversos mais severos observados em pacientes que usam qualquer
inibidor de tirosina quinase do EGFR1.
Estudos preliminares demonstraram que existe uma forte associação
entre a ocorrência de
rash cutâneo e a resposta terapêutica com conseqüente
prolongamento da sobrevida destes pacientes. Esta correlação foi observada em
pacientes com diferentes tipos de câncer que estavam sob terapia anti-tirosina
quinase do EGFR1 (Pérez-Soler
et al., 2003; Pérez-Soler & Saltz, 2005;
Mohamed et al., 2005; Dudek
et al., 2006).
Complilando todos os estudos anteriores podemos observar que como os
inibidores de tirosina quinase são específicos para o EGFR1 e como há uma
evidente correlação entre
rash cutâneo e resposta terapêutica, existe alguma
alteração presente na célula normal que também está na célula tumoral, que não
aquelas mencionadas anteriormente (deleções e mutações pontuais), visto que
estas não estão presentes em células normais. Com isso, se faz importante o
estudo de polimorfismos que possam vir a ajudar na seleção de pacientes que
irão se beneficiar da terapêutica com inibidores de tirosina quinase.
1.6 MUTAÇÃO E POLIMORFISMOS FUNCIONAIS DO EGFR1
O projeto genoma permitiu o seqüênciamento de todo DNA genômico
humano, o que culminou no surgimento de novas áreas da ciência. Não basta
apenas saber a seqüência, um código, mas o que ele significa, quais as suas
implicações moleculares e celulares e como podemos utilizá-lo no entendimento
de processos fisiológicos e patológicos no organismo. A descoberta de
mutações, polimorfismos, microssatélites, entre outros só tem importância clínica
se forem associados a estudos funcionais.
O gene do EGFR apresenta inúmeras alterações, mas se estas possuem
significado clínico ainda não se sabe por completo. Esse é um processo de
busca incessante: ter ou não um significado esperado. Um fenômeno bastante
importante no estudo do EGFR1 são as mutações e os polimorfismos
encontrados no gene responsável por este receptor. As definições de mutação
se confundem com as de polimorfismo. Uma mutação pode ser definida como
uma alteração permanente no material genético. Existem diferentes tipos de
mutação, dentre elas: mutação pontual (troca, perda ou inserção de 1 pb),
mutação
missense (substituição errada de um aminoácido) e mutação nonsense
(produz um códon de terminação levando a formação de um produto gênico
completamente errado) (Passarge, 2001).
Uma das mutações mais comuns no câncer é a forma mutante EGFRvIII.
Esta variante forma uma proteína truncada, onde a porção externa do receptor é
ausente, logo ocorre ativação constitutiva do domínio tirosina quinase
desencadeando uma cascata de eventos independente do ligante (Pedersen
et
al
., 2001). Esta mutação é comum em tumores do sistema nervoso central,
principalmente glioblastomas e não é encontrada em células normais (Wilstrand
et al., 1995). Como esta forma mutante não necessita de ligante ou dimerização
para que o receptor seja ativado, também não existe uma baixa regulação por
endocitose o que significa que está sempre ativo (Huang
et al., 1997).
Atualmente, o estudo de polimorfismos funcionais vem ganhando uma
enorme atenção por parte da comunidade científica. O polimorfismo é a
existência de um ou mais alelos “normais” em um lócus gênico onde a
freqüência do alelo mais raro deve ser maior que 1% na população. Um
polimorfismo pode existir em diferentes níveis, tais como variante na seqüência
de DNA, na seqüência de aminoácidos, na estrutura cromossômica ou até
mesmo a níveis fenotípicos, quando há a observação de dois ou mais fenótipos
(Passarge, 2001).
Diferentes polimorfismos foram identificados no EGFR1. Um dos
primeiros polimorfismos funcionais observados no EGFR apresenta-se como
uma mudança de apenas 1 nucleotídeo (SNP) de guanina (G) para adenina (A),
levando a substituição do aminoácido arginina pela lisina no códon 497 (HER-1
R497K), no domínio extracelular do EGFR1 (Zhang
et al., 2005) (Figura 7).
Acredita-se que o domínio extracelular do EGFR de alguma forma modula a
eficiência no recrutamento de substratos intracelulares e/ou permite a ativação
de uma via de sinalização alternativa que não leva a indução nuclear eficiente de
proto-oncogenes e subseqüente estimulação do crescimento (Moriai
et al.,
1994).
Um estudo
in vitro comparou a forma selvagem do receptor, HER-1 497R,
com a variante HER-1 497K e demonstrou que, em células normais, não há
diferença em relação a interação receptor-ligante, contudo a variante HER-1
497K parece reduzir a resposta mitogênica em relação a forma selvagem, via
diminuição da expressão do RNAm das proteínas
myc, fos e jun, conhecidas
como estimuladoras da proliferação celular (Moriai
et al., 1994).
Em 2005, Zhang e colaboradores observaram que paciente com câncer
retal com genótipo homozigoto GG (arginina-arginina) e heterozigotos GA
(arginina-lisina) apresentaram uma maior probabilidade de recorrência da
doença local pélvica em 5 anos. Já nos pacientes homozigotos AA (lisina-lisina)
não foi observada nenhum tipo de recorrência.
O nível de expressão do EGFR1 é primariamente regulado pela
abundancia no RNAm. A transcrição do gene EGFR1 é iniciada em múltiplos
sítios do promotor rico em GC fora das regiões conhecidas como iniciadoras
TATA e CAAT box, que são ausentes neste receptor (Ishii
et al., 1985). Chi e
colaboradores (1992) demonstraram que o primeiro intron do EGFR (Figura 7)
apresentava uma região altamente polimórfica constituída de repetições
dinucleotídicas (citosina e adenina) e que esta estava envolvida na transcrição
gênica . Posteriormente, estudos
in vitro e in vivo demonstraram que o número
de vezes que estas repetições ou microssatélites ocorriam era importante na
regulação e nos níveis de transcrição deste gene; quanto mais repetições
menores o nível de transcrição gênica. Esta redução na transcrição poderia
chegar a 80% nos casos de alelos com 21 repetições em comparação com o
alelo com 16 repetições (Gebhardt
et al., 1999). Estudos clínicos preliminares
demonstraram uma associação entre polimorfismo e resposta clínica ao
tratamento com 5-fluorouracil/oxaliplatina em pacientes com câncer de colon
metastático; pacientes com genótipo16/16 apresentavam menor resposta e
menor sobrevida global do que os pacientes com genótipo 16/18 e 16/20
(Zhang, 2002).
Em relação a etinicidade, Liu e colaboradores (2003) demonstraram que
japoneses apresentam alelos com maior número de repetições quando
comparados a caucasianos e negros americanos. Em 2004, Brandt e
colaboradores não conseguiram demonstrar a associação entre o tamanho do
alelo e o risco de câncer de mama, mas demonstraram que mulheres com
histórico familiar de câncer de mama e com os dois alelos maiores que 19
repetições apresentavam um alto risco para este câncer. Em 2005, Zhang e
colaboradores demonstraram uma tendência a recorrência local de câncer retal
em pacientes com alelos menores que 20 repetições. Outros estudos estão
sendo desenvolvidos para confirmação da influência deste polimorfismo no
estudo do câncer, não só em relação a susceptibilidade ao câncer mas também
à resposta terapêutica.
Como dito anteriormente, existem inúmeras modificações no gene do
EGFR1, o importante é saber o que elas significam. Uma alteração na região
promotora pode ser de grande importância visto que esta pode alterar a
transcrição deste gene. Recentemente, um outro polimorfismo funtional foi
descrito na região promotora do gene EGFR1 (Liu
et al., 2005). Em 2005, Liu e
colaboradores demonstraram que uma substituição de guanina (G) por timina (T)
na posição -216 do promotor (Figura 7) alterava a atividade do promotor
in vitro
e in vivo, sendo observada tanto em células tumorais como em células normais.
A presença do alelo T foi associada a um aumento em 40% na expressão de
EGFR1 em relação ao alelo G. Os autores demonstraram que existe variação
interindividual nesta posição e que nela se encontra o sítio de ligação de um
fator de transcrição, a proteína Sp1 (Liu
et al., 2005).
TIFF
(LZW)
decompressor
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Éxon 1
Éxon 13 R497K
-216G/T
Éxon 2
Éxon 28
Intron 1
Figura 7: Localização dos polimorfismos na região promotora, intron 1 e éxon 13
no gene EGFR. O polimorfismo R497K refere-se a uma substituição do
aminoácido arginina pela lisina no códon 497 do éxon 13, o polimorfismo -
216G/T refere-se a uma substituição de guanina por timina na região promotora
do gene EGFR e o microssatélite no íntron 1 refere-se a repetição CA (citosina-
adenina).
Atualmente, estão sendo desenvolvidos estudos associando fenótipo com
estes polimorfismos para uma melhor compreensão de seus mecanismos. No
estudo de Zhang e colaboradores (2005) citado anteriormente, os autores
demonstraram que pacientes com a variante lisina-lisina no éxon 13 tinham
baixo risco de recorrência local de câncer, independente do numero de
repetições CA. Já pacientes com pelo menos um alelo arginina e com algum
alelo com 20 repetições apresentaram menor risco de recorrência local de
câncer retal do que aqueles com pelo menos um alelo arginina, mas com os dois
alelos com menos de 20 repetições CA. Ainda em 2005, Liu e colaboradores
demonstraram que o polimorfismo -216G/T e o microssatélite no intron1 (CA)n
não estão em
linkage desequilibrium (LD), indicando que a ocorrência de um
não depende da ocorrência do outro. Apesar de não ter sido observado LD,
existe uma correlação significante entre microssatélites longos e redução da
expressão de EGFR1 em portadores da variante -216G e esta variação também
está correlacionada com a etnicidade do indivíduo, sendo esta observação mais
proeminente em caucasianos (43%) quando comparados a asiáticos (0%). Os
autores sugerem que estudo com sistemas celulares oriundos de diferentes
Promotor
É
xon 1
(CA)n
... tgtcttaCACACACACACACACACACACACACACACACAccggattgctg...
indivíduos possa levar a uma maior compreensão da importância deste
polimorfismo na resposta terapêutica via EGFR1.
Como dito anteriormente, a toxicidade cutânea é um dos eventos
adversos mais comuns dos inibidores de tirosina quinase. Existem evidências da
relação entre resposta anti-tumoral e
rash cutâneo onde estas não estão
relacionadas com a dose administrada (Cohen
et al., 2002), levando à hipótese
de que há um componente genético associado a resposta anti-tumoral e
inibidores de tirosina quinase. Considerando-se o aumento da expressão de
EGFR no tecido epidermal e o proposto efeito dos microssatélites no Intron1
(CA)n na expressão do EGFR, é razoável acreditar que exista uma correlação
entre o número de repetições (CA)n e sensibilidade à inibidores do EGFR1 tanto
no tecido epidermal como no tecido tumoral. Em 2004, Amador e colaboradores
demonstraram que indivíduos com alelos com repetições intrônica curtas
apresentaram maior incidência de toxicidade cutânea à inibidores de EGFR1. O
número de repetições encontrado foi igual no tecido tumoral e no tecido normal
do mesmo paciente, levando aos autores a concluírem que nesta região não
ocorrem mutações somáticas no curso de desenvolvimento tumoral. Este
achado é bastante importante, pois este polimorfismo pode vir a funcionar como
um marcador de resposta biológica.
Visto que apenas 10% dos pacientes respondem a terapia com inibidores
de tirosina quinase (Cohen
et al., 2004) faz-se necessário a descoberta de um
marcador biológico que possa selecionar estes pacientes. Como são drogas
com alvo específico para a tirosina quinase do EGFR e como há uma nítida
correlação entre resposta terapêutica e
rash cutâneo, alterações no EGFR
encontradas nas células normais podem ser utilizadas para a seleção de
pacientes que poderiam se beneficiar com essa terapia.
OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a presença de polimorfismos no gene do EGFR em fibroblastos de
indivíduos sadios e correlacionar estes polimorfismos a resposta citotóxica
in
vitro
para dois inibidores de tirosina quinase, AG1478, Erlotinib
e Gefitinib.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Avaliar a atividade citotóxica do AG1478, Erlotinib e do Gefitinib
em fibroblastos
humanos;
- Avaliar a presença do polimorfismo R497K no gene do EGRF em fibroblastos
humanos;
- Avaliar a presença do polimorfismo -216G/T no gene do EGFR em fibroblastos
humanos;
- Avaliar o numero de repetições CA no intron 1 do gene EGFR
- Avaliar o nível de expressão do EGFR em fibroblastos;
- Estudar a correlação entre indivíduos heterozigotos para o polimorfismo -
216G/T e para o número de repetições CA;
- Avaliar a existência ou não de correlação entre fenótipo e genótipo.
MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
MEM (Minimum Essential Media) – GIBCO
RPMI – GIBCO
SBF – GIBCO
L-GLUTAMINA – GIBCO
FRASCOS DE CULTURA E PLACAS- COSTAR
DMSO – SIGMA
AG1478 - Calbiochem
Iressa
®
- Biaffin GmbH & Co KG.: PKI-GFTB
Tarceva
®
- Biaffin GmbH & Co KG.: PKI-ELTB
AlamarBlue
TM
– Biosource
DNeasy – Qiagen
RNA latter
®
- Qiagen
RNeasy – Qiagen
Agarose PA Ultra Pura – Gibco
Tampão TBE 10X- Ambion (Applied Biosystems)
Água Livre de DNAse e RNAse – Ambion (Applied Biosystems)
BstN I – BioLabs
BseR I – BioLabs
Acrilamida - Sigma
Bis-Acrilamida – Sigma
Brometo de Etídeo - Sigma
Marcador de Peso Molecular 100pB - Invitrogen
Hotstar Taq Polimerase – Qiagen
Taq PCR Core Kit - Qiagen
ABI PRISM® SNaPshot® Multiplex Kit – Applied Biosystem
SAP (Shrimp Alkaline Phosphatase)
- Promega
Exo I (Exonuclease I) - USB
Primers: IDT (Integrated DNA Technologies, Inc)
kit High Capacity cDNA Archive – Applied Biosystems
Kit iQ
TM
SYBR
®
Green Supermix - BioRad
3.2 Métodos
3.2.1 CULTURA DE CÉLULAS
Foram selecionados 70 biópsias de pele de vfoluntários sadios adquiridos
no banco de células Coriell e cultivados em meio MEM (Minimum Essential
Media), suplementado com 5% de L-glutamina e 15% de soro fetal bovino (SFB)
ativado. Para controle de atividade dos inibidores de tirosina quinase, foiram
utilizadas células tumorais de pulmão, H-1993 e H-2170, cultivadas em meio
RPMI 1640 com 10% de SFB inativado. Ambas as células foram mantidas em
estufa de CO
2
a 37°C. O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética da
Universidade de Chicago, Chicago, IL – EUA.
3.2.2 EXPANSÃO DAS CÉLULAS
As células foram cultivadas e quando confluentes foram tratadas com
1mL de tripsina por 5 minutos a 37
°C. Em seguida, foi adicionado 8mL de meio
nos frascos de cultura, sendo em seguida transferido 3mL desta mistura (células
mais meio) para 3 frascos de cultura: um para plaqueamento e congelamento,
outro para extração de DNA e mais um para extração de RNA. As células foram
então mantidas em estufa de CO
2
a 37°C.
3.2.3 CONTAGEM E PLAQUEAMENTO DAS CÉLULAS
As células foram cultivadas e quando confluentes foram tratadas com
tripsina por 5 minutos a 37
°C. Em seguida, foi adicionado meio de cultura
correspondente a cada tipo celular e retirada uma amostra para contagem
celular pelo método da exclusão por azul de tripan. As células foram contadas
em câmara de Newbauer e plaqueadas em placa de 96 poços na concentração
de 5000 células/poço.
3.2.4 INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE
Para o estudo foram utilizados três inibidores de tirosina quinase: AG1478
(Calbiochem; Cat.: 658552), Gefitinib (Biaffin GmbH & Co KG.: PKI-GFTB) e
Erlotinib (Biaffin GmbH & Co KG.: PKI-ELTB). Todos foram dissolvidos em
DMSO, sendo a concentração final do solvente na placa mantida menor que
0.03%. As concentrações utilizadas para AG1478 foram: 5, 10, 15 e 20µM e 20,
40, 60 e 80µM; para Gefitinib: 10, 20, 40, 60µM e 10, 20, 30 e 40µM; e para
Erlotinib: 5, 10, 20, 30, 60µM.
3.2.5 ATIVIDADE CITOTÓXICA PELO MÉTODO DO ALAMAR BLUE
As células foram plaqueadas em placas de 96 poços na concentreção de
5000 células/poço e incubadas por 24 horas, em estufa de CO
2
a 37°C, para
permitir a sua aderência à placa. No dia seguinte, as drogas foram diluídas e
adicionadas à placa, sendo incubadas por 72 horas em estufa CO
2
a 37°C. Vite
quatro horas antes do término da incubação, foi adicionado 20µL de
AlamarBlue
TM
, sendo lida em espectrofotômetro de placa no comprimento de
onda de 570 e 600nm. Os resultados foram analisados de acordo com o
fabricante, sendo calculado a concentração que inibe 50% do crescimento
celular (CI50).
O princípio do método se baseia na redução deste corante pelas células
em proliferação. O AlamarBlue
TM
interage com metabólitos produzidos pela
respiração celular. Essa interação resulta na substituição de oxigênio por
hidrogênio. Essa substituição é contínua em células em crescimento e
acompanhada da abilidade de mudança de coloração do meio, que passa de
azul para róseo.
3.2.6 EXTRAÇÃO DE DNA
As células foram cultivadas e quando confluentes foram tratadas com
tripsina por 5 minutos a 37
°C. Em seguida, as células foram coletadas,
centrifugadas a 10000 rpm por 1 minuto, retirado o sobrenadante, sendo
armazenadas em freezer -70
°C. A extração de DNA foi realizada de acordo com
o protocolo do Kit DNeasy de extração de DNA total de células animais da
Qiagen®. O método de extração é baseado na ruptura da membrana celular
através de tampão de lise, precipitação de proteínas seguida de centrifugação e
precipitação do DNA através de lavagens com álcool e centrifugações. Ao
término das lavagens, o DNA precipitado foi hidratado e congelado. Quando
todas as amostras foram extraídas, foi realizada a leitura de DNA por
espectrofotômetro em 280 e 260nm e corrida em gel de agarose 2% para
dosagem e comprovação de qualidade do material. O DNA foi então diluído na
concentração de 20ng/µL.
3.2.7 EXTRAÇÃO DE RNA
As células foram cultivadas e quando confluentes foram tratadas com
tripsina por 5 minutos a 37
°C. Em seguida, estas foram centrifugadas (1200 rpm
por 5 minutos), descartado o sobrenadante e ressuspendidas em tampão RNA
latter
®
e armazenadas em freezer -70°C. A extração de RNA foi realizada de
acordo com o protocolo do Kit RNeasy de extração de RNA total de células
animais da Qiagen
®
. O método de extração é baseado na ruptura da membrana
celular por força mecânica seguida de captura do RNA em uma mini coluna
acoplada a um tubo de microcentrífuga seguido de limpeza e eluição do RNA
por meio de tampões. Quando todas as amostras foram extraídas, foi realizada a
leitura de RNA por espectrofotômetro em 280 e 260nm para dosagem e
comprovação de qualidade do material. As leituras foram realizadas no mesmo
dia com todas as amostras para um maior controle em caso que variação do
aparelho. O RNA foi diluído para 120ng/µL.
3.2.8 RFLP – Restriction Fragment Length Polymorphism
Essa técnica baseia-se na amplificação do segmento de interesse por
reação em cadeia da polimerase (PCR), seguido de corte da fita dupla de DNA
através do uso de enzimas de restrição. Ao ser submetido a clivagem com uma
enzima de restrição, o DNA de indivíduos geneticamente distintos é cortado ou
não nos sítios de restrição, gerando fragmentos de diferentes tamanhos. Essa
técnica foi utilizada para genotipagem dos polimorfismos 497G/A (ou R497K) e -
216G/T. As enzimas utilizadas foram
BstN I e BseR I, respectivamente. Os
primers utilizados foram: 5’-CTTGTCCACTTCCCTGC-3’; 5’-
GTCTGCCATGCCTTGTGCTC-3’; 5’-TCTGCTCCTCCCGATCCCTCCT-3’; e 5’-
CAGGTGGCCTGTCGTCCGGTCT-3’. As condições da reação de PCR para
R497K foram: 1 ciclo de 95°C (12’); 35 ciclo de 95°C (10’’), 56°C (10’’), 72°C
(20’’); e a extensão final a 72°C (7’). Produto de PCR de 102pb. Digestão com
BstN I por 3 horas a 60°C. Para -216 as condições foram as seguintes: 1 ciclo de
98°C (12’); 98°C (10’’); 8 ciclo tochdown 68 - 60°C (15’’); 72°C (20’’); 30 ciclo de
98°C (10’’), 59°C (15’’), 72°C (20’’); e a extensão final a 72°C (7’). Produto de
PCR de 224pb. Digestão com
BseR I por 3 horas a 37°C. A visualização dos
fragmentos foi realizado através de eletroforese em gel de poliacrilamida 10% e
revelado com brometo de etídeo.
3.2.9 ELETROFORESE CAPILAR – SEQUÊNCIAMENTO
3.2.9.1 DETECÇÃO DE MICROSSATÉLITES
Microssatélite pode ser definido como DNA repetitivo presente no genoma
dos eucariontes. As seqüências de DNA que se repetem variam de 2 a 6 pb.
Cada repetição encarrilhada se constitui em um loco de microssatélite cujos
alelos se diferenciam por variações no tamanho total do microssatélite. São co-
dominantes, multialélicos e de distribuição ampla no genoma; por isso são
usados como marcadores em estudos de genética de populações e
mapeamento (CIB – Conselho de Informação sobre Biotecnologia, 2006). A
detecção de mcrossatélites no intron 1 do gene EGFR foi realizada por análise
de microssatélite fluorescente a partir de PCR. Os primers utilizados foram: 5’-
Fam-GTTTGAAGAATTTGAGCCAACC-3’ (primer marcado); e 5’-
TTCTTCTGCCACACTTGGCAC-3’. As condições da reação de PCR foram:
95°C (10’); 35 ciclos de 95°C (10’’), 55°C (10’’) e 72°C (20’’); e uma extensão
final a 72°C (7’). Em seguida, os produtos de PCR foram levados ao Applied
Biosystems ABI377 genetic analyzer para determinação dos alelos. A análise
dos cromatogramas foi realizada no programa Gene Mapper v3.7.
3.2.9.2 SNaPshot
Essa técnica tem como objetivo identificar um polimorfismo de um único
nucleotídeo (SNP). O SNP é um tipo de marcador molecular capaz de
diferenciar indivíduos por meio de variações em apenas um nucleotídeo de
seqüências de DNA que codificam (ou não) genes. Essa variação alélica pode
ser detectada por seqüenciamento direto na região de interesse ou pela técnica
denominada SNaPshot. Esse método utiliza probes que se ligam imediatamente
uma base antes do SNP de interesse. Com o auxílio de desoxirribonucleotídeos
(dNTP) marcados, podemos identificar qual a base que será inserida na região
de interesse. Os dNTPs utilizados nesta reação são dideoxi-nucleotídeos
(ddNTP) que ao serem inseridos no DNA páram a reação. Por eletroforese
capilar, ou sequenciamento, pode-se determinar qual base foi inserida. O
cromatograma obtido possue cores diferentes, onde cada cor pertence a um
nucleotídeo específico: adenina (A) – verde; citosina (C) – preto; guanina (G) –
azul; e timina (T) – vermelho.
Essa ténica foi utilizada para genotipagem do polimorfismo 787C/T.
Inicialmente foi realizado PCR da região de interesse, onde os primers utilizados
foram: 5’-AAGCCTACGTGATGGCCAGC-3’; e reverso 5’-
GCGATCTGCACACACCAGTTGA-3’. Em seguida, a reação de PCR é
purificada com o auxílio de duas enzimas SAP (Shrimp Alkaline Phosphatase) e
EXO I (exonuclease). A primeira remove os dNTPs não utilizados e a segunda
remove o excesso de primers. Estas são incubadas a 37°C por 1 hora seguido
de 15 minutos a 95°C. Depois de limpa, a reação de PCR é submetida a reação
snapshot, onde os probes irão se ligar imediatamente antes do SNP de interesse
e o nucleotídeo incorporado será o ddNTP. As seqüências dos probes utilizados
foram: 5’-ATCTGCCTCACCTCCACCGTGCA-3’ e 5’-
AGCCGAAGGGCATGAGCTGCGTGATGAG-3. As condições utilizadas foram:
30 ciclos de 96°C (10’’), 54°C (5’’) e 60°C (30’’). Em seguida, a reação de
snapshot é purificada com a enzima SAP e então as amostras são
encaminhadas para o seqüenciador ABI-3100/3700. Os cromatogramas foram
gerados no softwear GeneScan e analisados de acordo com a coloração do pico
no caso de indivíduos homozigotos ou dois picos para heterozigotos.
3.2.9.3 Long Range PCR
Esta metodologia baseia-se na amplificação de amplicon longo e pode ser
utilizada, dentre outras utilidades, para determinacão de haplótipos. A técnica foi
utilizada para estudar haplótipos G ou T na região -216 e o número de
repetições CA no intron 1 do gene do EGFR. Para isso, foram realizados duas
reações de PCR por amostra; uma para o alelo T outra para o alelo G. Em cada
uma destas reações foi adicionado primers para região de repetição CA,
obtendo-se ao final um amplicon com as duas regiões. Os primers utilizados
foram: EGFR-G 5'-CGCGGCCGCAGCAGCCTCCG-3' e EGFR-T 5'-
CGCGGCCGCAGCAGCCTCCT-3'. As condições utilizadas foram: 98°C (15’);
35 ciclos de 98°C (30’’), 70°C (2’); e extensão final de 70°C por 7 minutos. Em
seguida, os produtos de PCR foram levados ao Applied Biosystems ABI377
genetic analyzer para determinação dos alelos. A análise dos cromatogramas foi
realizada no programa Gene Mapper v3.7.
3.3 PCR EM TEMPO REAL
A técnica de PCR em tempo real permite o acompanhamento de todo o
processo de amplificação do molde de RNA (cDNA) onde esta amplificação é
monitorada continuamente durante os ciclos que compõem uma reação habitual
de PCR. A síntese de cDNA foi realizada com o kit
High Capacity cDNA Archive
e as condições usadas foram as sugeridas pelo fabricante. A detecção direta do
produto de PCR é monitorada pela mensuração do aumento de fluorescencia
causada pela ligação de um corante que se liga a fita dupla de DNA. Quando
essa ligação ocorre há um aumento da fluorescencia deste composto sendo
então detectado no momento em que os ciclos estão acontecendo. Essa reação
foi realizada de acordo com o Kit iQ
TM
SYBR
®
Green Supermix. Como controle foi
utlizado o gene da subunidade ribossomal 18S. Os primers utilizados foram:
18S-RNA-5’-CGATGCCTTAGCTGAGATAT-3’; 18S-RNA-5’-
GGTCCAAGAATTTCACCTCT-3’; EGFR-5’-CCTACGTGATGGCCAGCGTG-3’;
e EGFR-5’-GCTGGCCATGTAGGCTT-3’. Para a reação e detecção dos
produtos de PCR foi utilizado o aparelho Mx3000P.
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi realizada com o programa GraphPad Prism
versão 3.02 pelo Dr. Wei Zang, bioestatístico responsável do grupo de
Farmacogenética da Universidade de Chicago. Foram utilizados os testes de
Mann-Whitney U-Test ou não paramétrico Kruskal-Wallis test e Sperman, sendo
considerado significativo p<0,05.
RESULTADOS
4. RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA
O estudo foi realizado fibroblastos adquiridos no banco de células Coriell
(EUA). Dos indivíduos estudados, 33,8% eram do sexo feminino e 66,2% do
sexo masculino (gráfico 1), com idade variando entre 1 ano e 96 anos (gráfico
1). De acordo com a raça (Nebert & Menon, 2001), 69% eram caucasoídes,
15,5% negroídes, 1,4% mongolóides e 14,1% outras raças ou ausência de
informação (gráfico 2).
Distribui¨‹o da Idade dos indiv’duos de acordo com o sexo
F M
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Sexo
Gráfico 1: Distribuição dos voluntários doadores das amostras de fibroblastos
utilizados para a avaliação dos polimorfismos no gene do EGFR de acordo com
a sexo e a idade. F- Feminino; M – Masculino.
Porcentagem das Raças Presentes no Estudo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Caucasóide Negróide Mongolóide Outros
Raças
Gráfico 2: Distribuição da raça dos voluntários doadores das amostras de
fibroblastos utilizados para a avaliação dos polimorfismos no gene do EGFR.
4.2 AVALIAÇÃO FENOTÍPICA DOS FIBROBLASTOS
4.2.1 ATIVIDADE CITOXICA DA DROGA AG1478
A atividade citotóxica foi avaliada pelo método colorimétrico do
AlamarBlue. As células cultivadas e plaqueadas na concentração de 5000
células/poço foram incubadas com o AG1478 nas concentrações de 5, 10, 15 e
20µM por 72 horas sendo lidas em seguida no espectrofotômetro 570 e 600 nm
(gráfico 3). As células resistentes, foram tratadas com as doses de 20, 40 , 60 e
80µM até que se obtivesse a CI50 (concentração que inibe 50% do crescimento
celular) (gráfico 4). Os dados foram então analisados por um programa de
cálculo de CI50 (tabela 1, 2 e 3) que é utilizado e foi aprovado pelo grupo de
Farmacogenética (PharmGkB) americano, disponibilizado pelo Hospital Saint
Judes Children Hospital no Tenesse. A atividade da droga foi confirmada nas
células tumorais H-1993 e H-2170 com CI50 de 2,369 e 1,406µM,
respectivamente.
Curva Dose-Resposta de Fibroblastos Tratados com AG1478
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 5 10 15 20
Doses (mM)
GM03348D GM00023A
GM03652F F2
GM05294A GM00500B
GM05400 GM00726B
GM05758A GM01650B
GM03349C GM00038C
GM01864D GM00043B
GM01680A GM05658
GM01653A GM0037H
GM00323A GM01652B
GM05399 GM09503
GM03377C GM05381
GM02185B GM09918
GM01582A GM02673
GM04260B GM08400
GM08402 F1
GM00321A GM04390A
GM05659D GM00409B
GM01706A GM01681A
GM01651B GM00498B
GM05879C GM03440C
GM2674B GM08399A
GM2036A GM00288B
GM05565A GM08398
GM00731B GM02037C
GM03234 GM01717A
GM00495A GM05757B
GM03529A GM02938D
GM00967D GM00499B
GM00024B GM00316C
GM00408D GM00497D
GM01891A GM02623D
GM02937A GM03523A
GM03524A GM03525A
GM03651E GM03658A
GM08401
Gráfico 3: Curva Dose-Resposta de fibroblastos tratados por 72 horas com
inibidor de tirosina quinase do EGFR AG1478 nas concentrações de 5, 10, 15 e
20µM.
Curva Dose-Resposta de Fibroblastos Tratados com AG1478
0
20
40
60
80
100
120
0 20406080
Dose
GM00495A
GM01891A
GM03523A
GM03658A
GM00316C
GM03524A
GM00499B
GM08399A
GM03440C
GM00408D
GM05757B
GM02937A
GM03525A
GM08401
GM01717A
GM00497D
GM00498B
GM01582A
GM02938D
GM00967D
GM02673
GM03651E
GM03234
GM00731B
GM08398
GM02037C
GM03529A
GM00288B
GM00024B
GM02623D
Gráfico 4: Curva Dose-Resposta de fibroblastos com CI50 maior que 20µM
tratados com inibidor de tirosina quinase do EGFR AG1478 nas doses de 20, 40,
60 e 80µM por 72 horas. A linha tracejada em preto, indica o limite entre as
células com resistentes a AG1478 na dose de 80µM .
De acordo com o gráfico 4, observamos que mesmo na dose máxima
testada (80µM) existem células que não atingiram 50% de inibição de
crescimento.
Tabela 1: Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de 5µM e
20µM no grupo de fibroblasto sensíveis (CI50 < 10µM).
Fibroblastos
AG1478
5µM (%)
AG1478
20µM (%)
CI50 (µM)
GM03348D 58,46 17,14 5,54
GM00023A 62,13 25,42 6,98
GM03652F 100,95 15,30 7,16
F2 77,32 31,44 7,50
GM05294A 96,37 30,10 8,36
GM00500B 74,93 17,71 8,47
GM05400 94,21 30,21 8,60
GM00726B 88,42 27,85 8,60
GM05758A 83,30 17,11 8,74
GM01650B 94,80 32,58 8,84
GM03349C 96,68 37,00 8,98
GM00038C 100,46 44,39 9,87
Tabela 2: Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de 5µM e
20µM no grupo de fibroblastos com CI50 entre 10µM e 70µM.
Fibroblastos
AG1478
5µM (%)
AG1478
20µM (%)
CI50 (µM)
GM01864D 91,61 33,82 10,1
GM00043B 96,32 23,21 10,1
GM01680A 94,93 40,26 10,2
GM05658 112,69 30,85 10,7
GM01653A 100,02 36,28 11,1
GM0037H 92,51 38,66 11,1
GM00323A 96,31 35,00 11,3
GM01652B 100,27 38,72 11,4
GM05399 100,16 29,83 11,4
GM09503 97,82 34,03 11,4
GM03377C 100,97 28,01 11,5
GM05381 98,86 37,09 11,5
GM02185B 84,25 36,03 11,7
GM09918 100,23 37,58 11,9
GM01582A 101,74 44,46 12,8
GM02673 90,55 47,17 13,5
GM04260B 94,80 38,27 13,6
GM08400 99,25 44,68 13,6
GM08402 99,26 39,74 13,7
F1 99,17 43,24 13,8
GM00321A 96,52 38,14 13,8
Tabela 2 (continuação): Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses
de 5µM e 20µM no grupo de fibroblastos com CI50 entre 10µM e 70µM .
Fibroblastos AG1478
5µM (%)
AG1478
20µM (%)
CI50 (µM)
GM04390A 101,62 40,45 13,9
GM05659D 98,37 41,65 14,1
GM00409B 99,41 41,70 14,7
GM01706A 114,10 46,99 15,2
GM01681A 98,99 47,32 15,8
GM01651B 101,16 46,62 15,9
GM00498B 93,43 44,34 16,0
GM05879C 127,88 46,79 16,4
GM03440C 154,26 49,58 16,4
GM2674B 100,81 40,65 16,5
GM08399A 98,94 52,54 18,5
GM2036A 107,70 47,25 19,0
GM00288B 110,85 49,00 19,1
GM05565A 99,80 45,83 19,5
GM08398 99,68 50,073 19,6
GM00731B 98,57 49,96 19,8
GM02037C 100,10 54,43 20,3
GM03234 96,46 51,68 20,4
GM01717A 96,47 41,03 21,5
GM00495A 99,76 52,77 22,0
GM05757B 99,18 56,72 22,4
GM03529A 101,09 79,94 25,8
GM02938D 98,77 59,22 26,2
GM00967D 99,68 73,81 42,5
GM00499B 94,51 53,95 70,4
Tabela 3: Porcentagem de efeito inibitório do AG1478 nas doses de 5µM e
20µM no grupo de fibroblastos resistentes (CI50 > 80µM).
Fibroblastos
AG1478
5µM (%)
AG1478
20µM (%)
CI50 (µM)
GM00024B 100,38 58,50 >80
GM00316C 99,38 59,19 >80
GM00408D 100,43 65,46 >80
GM00497D 110,91 57,25 >80
GM01891A 95,99 55,06 >80
GM02623D 106,34 65,39 >80
GM02937A 117,04 73,77 >80
GM03523A 96,93 55,07 >80
GM03524A 99,60 54,56 >80
GM03525A 118,95 65,35 >80
GM03651E 83,53 49,11 >80
GM03658A 98,53 73,94 >80
GM08401 102,01 48,57 >80
De acordo com as CI50, existe variabilidade entre as células analisadas:
17,14% foram sensíveis ao AG1478 (tabela 1), apresentando CI50 menores que
10µM, 65,72% apresentaram CI50 variando entre 10 e 70µM (tabela 2) e
17,14% foram resistentes ao tratamento com AG1478, não sendo possível
calcular a CI50 destas células, mesmo na concentração de 80µM (tabela 3).
Entretanto, podemos observar que há diferenças individuais na porcentagem de
efeito na dose de 20µM no grupo resistente, onde alguns indivíduos possuem
mais de 73% de sobrevida nesta dose enquanto outros possuem apenas 48%
de sobrevida (tabela 3). A média do coeficiente de variabilidade dos índices de
sobrevida das células nas concentrações testadas foi de 26%.
Curva Dose-Resposta de Fibroblastos Sens’veis versus
Fibroblastos Resistntes ao Tratamento com AG1478
0
20
40
60
80
100
120
140
0 5 10 15 20
Doses (mM)
GM03348D
GM00023A
GM03652F
F2
GM05294A
GM00500B
GM05400
GM00726B
GM05758A
GM01650B
GM03349C
GM00038C
GM00024B
GM00316C
GM00408D
GM00497D
GM01891A
GM02623D
GM02937A
GM03523A
GM03524A
GM03525A
GM03651E
GM03658A
GM08401
Gráfico 5: Comparação das curvas dose-resposta dos grupos resistente (CI50 >
80µM) e sensível (CI50 < 20µM) ao AG1478. A linha tracejada em preto, indica o
limite entre as células com CI50 abaixo de 10µM e acima de 80µM .
Quando são comparados os grupos de fibroblastos sensíveis à AG1478
(CI50 < 10µM) e os resistentes a AG1478 (CI50 > 80µM) observamos mais
claramente que há diferença inter-individual entre eles (gráfico 5).
4.2.2 ATIVIDADE CITOTÓXICA DO GEFITINIB
A avaliação da atividade citotóxica do Gefitinib foi realizado pelo método
colorimétrico do AlamarBlue e obedecendo as mesma condições da droga
AG1478, descrita anteriormente. As células foram cultivadas e plaqueadas na
concentração de 5000 células/poço, sendo incubadas com o Gefitinib nas
concentrações de 10, 20, 40 e 60µM por 72 horas e lidas em seguida no
espectrofotômetro (gráfico 6). A atividade da droga foi confirmada nas células
tumorais H-1993 e H-2170 sendo a CI50 de >5 e 0,73µM, respectivamente.
Curva Dose-Resposta de Fibroblastos Tratados com Iressa
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
010204060
Dose
GM00023A GM03523A
GM01717A GM05381
GM02673 GM01891A
GM08398 GM05399
GM09503 GM03652F
GM00323A GM03348D
GM03651E GM04260B
GM02937A GM03234
GM0037H GM05400
GM02938D GM00731B
F1 GM2036A
GM05658 GM00321A
GM00409B GM03524A
GM08402 GM00499B
GM01653A GM00038C
GM00967D GM05565A
GM05659D GM09918
GM03529A GM01652B
GM03349C GM03525A
GM00024B GM02037C
GM02623D GM04390A
GM01651B GM01706A
GM05758A GM05294A
GM01681A GM05879C
GM08401 GM00043B
GM00288B GM01680A
GM01650B
Gráfico 6: Curva Dose-Resposta de fibroblastos tratados por 72 horas com
inibidor de tirosina quinase do EGFR gefitinib
nas concentrações de 10, 20, 40 e
60µM.
As células que não foram possíveis determinar a CI50, foram submetidas
a um novo tratamento com as doses de 10, 20, 30 e 40µM (gráfico 7). Os dados
foram então analisados por um programa de cálculo de CI50 utilizado e
aprovado pelo grupo de Farmacogenética (PharmGkB) americano,
disponibilizado pelo Hospital Saint Judes Children Hospital no Tenesse.
Curva Dose-Resposta de Fibroblastos Tratados com Iressa
0
20
40
60
80
100
120
140
010203040
Doses (mM)
GM08400
F2
GM00498B
GM01864D
GM03377C
GM05757B
GM2674B
GM02185B
GM00500B
GM08399A
GM00408D
GM01582A
GM03440C
GM00316C
GM00497D
GM00726B
GM00495A
GM03658A
Gráfico 7: Curva Dose-Resposta de fibroblastos sensíveis ao tratamento com
gefitinib por 72 horas. As células foram re-incubadas com gefitinib nas
concentrações de 10, 20, 30 e 40µM.
De acordo com as CI50, observamos que 12,68% foram sensíveis ao
Gefitinib (tabela 4), apresentando CI50 menores que 20µM, 61,97%
apresentaram CI50 maior que 20µM e menor que 30µM (tabela 5) e 25,35%
maior que 30µM (tabela 6). A variação entre os grupos não parece evidente para
o modelo com o gefitinib como agente inibidor de tirosina quinase. A média do
coeficiente de variabilidade dos índices de sobrevida das células nas
concentrações testadas foi de 69%.
Tabela 4: Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de 20µM e
40µM no grupo de fibroblastos sensíveis (CI50 < 20µM).
Fibroblastos
Gefitinib
20µM (%)
Gefitinib
40µM (%)
CI50 (µM )
GM00023A 22,49 4,87 12,29
GM03523A 36,20 0,69 14,77
GM01717A 30,16 11,00 14,88
GM05381 37,98 14,75 17,09
GM02673 40,30 12,19 17,6
GM01891A 43,14 7,60 18,35
GM08398 45,93 10,43 18,93
GM05399 48,65 0,54 19,65
GM08400 46,91 3,10 19,71
Tabela 5:
Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de 10µM e
40µM no grupo de fibroblastos sensíveis com CI50 maior que 20µM e menor
que 30µM.
Fibroblastos
Gefitinib
20µM (%)
Gefitinib
40µM (%)
CI50 (µM )
GM09503 50,73 6,11 20,04
GM03652F 26,17 5,83 20,1
F2 55,62 3,27 20,3
GM00323A 53,09 8,05 20,31
GM03348D 65,07 5,719 20,72
GM03651E 53,04 8,48 20,94
GM04260B 55,16 8,51 20,99
GM00498B 60,31 4,11 21,31
GM02937A 65,17 7,62 21,34
GM03234 73,53 10,65 22,1
GM0037H 69,86 13,14 22,13
GM05400 65,95 7,98 22,22
GM02938D 73,72 9,37 22,3
GM01864D 70,55 3,59 22,46
GM00731B 62,77 4,56 22,91
F1 62,47 11,86 22,95
GM2036A 68,75 14,87 23,1
GM03377C 84,68 2,43 23,39
GM05658 79,85 5,08 23,5
GM00321A 65,70 2,39 23,57
GM00409B 69,23 10,29 23,61
GM05757B 66,60 9,93 23,66
GM2674B 88,65 3,97 23,68
GM02185B 73,98 6,32 24,34
GM03524A 76,37 7,75 24,35
Tabela 5 (continuação): Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses
de 10µM e 40µM no grupo de fibroblastos sensíveis com CI50 maior que 20µM
e menor que 30µM.
Fibroblastos
Gefitinib
20µM (%)
Gefitinib
40µM (%)
CI50 (µM )
GM08402 77,37 8,14 24,4
GM00500B 92,02 0,85 24,43
GM00499B 86,24 9,51 24,45
GM01653A 75,69 11,01 24,67
GM08399A 88,92 7,84 24,97
GM00408D 94,10 11,58 25,51
GM00038C 87,56 11,98 25,63
GM00967D 65,15 18,81 25,68
GM05565A 84,56 12,89 25,79
GM05659D 73,52 10,69 25,85
GM09918 96,08 8,78 25,98
GM01582A 96,86 2,86 26,24
GM03440C 83,08 11,25 26,81
GM00316C 94,22 20,84 27,73
GM03529A 94,84 9,019 28,79
GM00497D 87,05 29,27 28,84
GM01652B 89,93 12,91 28,86
GM03349C 96,01 18,20 29,31
GM03525A 83,85 25,18 29,98
Tabela 6: Porcentagem de efeito inibitório do gefitinib nas doses de 10µM e
40µM no grupo de fibroblastos (CI50 > 30µM).
Fibroblastos Gefitinib Gefitinib CI50 (µM )
20µM (%) 40µM (%)
GM00024B 88,78 17,32 30,27
GM00726B 111,27 16,85 30,46
GM00495A 99,35 3,17 31,33
GM02037C 91,17 22,21 31,64
GM02623D 90,14 19,89 31,66
GM04390A 92,63 19,77 31,82
GM01651B 93,84 39,43 32,16
GM03658A 99,21 35,55 32,75
GM01706A 87,65 37,33 33,11
GM05758A 88,00 31,01 33,79
GM05294A 93,06 38,80 34,29
GM01681A 89,45 36,17 34,91
GM05879C 89,678 47,46 38,39
GM08401 148,23 46,08 38,75
GM00043B 90,81 48,92 39,41
GM00288B 101,31 56,34 42,31
GM01680A 97,12 58,82 43,63
GM01650B 129,02 75,38 51,54
Curva Dose-Resposta de Fibroblastos Sensíveis versus
Fibroblastos Resistentes ao Tratamento com Iressa
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
010204060
Doses (mM)
GM00023A
GM03523A
GM01717A
GM05381
GM02673
GM01891A
GM08398
GM05399
GM02037C
GM02623D
GM04390A
GM01651B
GM01706A
GM05758A
GM05294A
GM01681A
GM05879C
GM08401
GM00043B
GM00288B
GM01680A
GM01650B
Gráfico 8: Comparação das curvas dose-resposta dos grupos resistente (CI50 >
30µM) e sensível (CI50 < 20µM) ao gefitinib. A linha tracejada em preto, indica
que na dose de 20µM podemos observar que há uma diferença na resposta
celular.
De acordo com o gráfico 8, podemos observar que existe variabilidade
entre as células, mas essa parece ser tênue quando comparamos com os
valores das CI50 (tabelas 4, 5 e 6) . Entretanto, quando observamos o gráfico 8
e a porcentagem do efeito celular na dose de 20µM (tabelas 4, 5 e 6) em todos
os indivíduos analisados, observamos que há uma diferença entre eles, onde
uns apresentam sobrevida de apenas 23% enquanto outras apresentam
sobrevida de 100% na dose de 20µM .
4.2.3 ATIVIDADE CITOTÓXICA DO ERLOTINIB
De acordo com as doses testadas, não foi possível utilizar o Erlotinib para
os ensaios de citotoxicidade, pois a concentração máxima tolerada pelo meio
não foi suficiente para inibir 50% do crescimento celular. A atividade da droga foi
confirmada nas células tumorais, H-1993 e H-2170, com CI50 correspondentes a
>5 e 1,3µM, respectivamente.
4.3 AVALIAÇÃO DO GENÓTIPO DOS FIBROBLASTOS PARA O GENE DO
EGFR
O gene do EGFR possui 28 éxons. O polimorfismo na região promotora
do gene (-216 G/T) e no éxon 13 (R497K) foi realizada através da técnica de
RFLP (Restriction Fragment Lenth Polymorphism). Para genotipagem do
polimorfismo 787C/T no éxon 20 foi utilizado snapshot (ou single base
extension). Para detecção de microssatélite no Intron 1 foi utilizado GENESCAN
e para análise o softwear GENE MAPPER v3.7. Para confirmação dos produtos
de PCR foi utilizado gel de agarose a 2% e para a genotipagem gel de
poliacrilamida a 10%. Duas células tumorais de pulmão (H-1993 e H-2170)
foram utilizadas como controle dos genótipos.
4.3.1 POLIMORFISMO R497K
As células foram cultivadas em meio completo MEM (15% SFB e 2µM de
L-glutamina) até atingir a confluência, para posteriormente ser extraído o DNA.
As amostras foram digeridas pela enzima Bst1 que tem especificidade para alelo
G e analisadas em gel de poliacrilamida 10 % (Figura 8). Das células analisadas,
56,34% apresentaram genótipo GG, 33,80% genótipo GA e 9,86% genótipo AA.
Em relação a freqüência, o alelo G esta presente em 73,24% dos fibroblastos e
o alelo A em 26,76%.
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Figura 8:
Genotipagem do SNP R497K no éxon 13 do gene EGFR 1. Os
produtos de PCR foram submetidos a tratamento com a enzima de restrição
BstN I, sendo observado dois padrões homozigotos (GG e AA) e um padrão
heterozigoto (GA).
1651B 316C 5294A 3658A 1653A 43B 5399 8399A 500B 2673 F2 3440C 2037C 3349C
4.3.2 POLIMORFISMO -216 G/T
As células foram cultivadas em meio completo MEM (15% SFB e 2µM de
L-glutamina) até atingir a confluência, para que posteriormente ser extraído o
DNA. As amostras foram digeridas pela enzima Bse RI que tem especificidade
para alelo T e analisadas em gel de poliacrilamida 10% (Figura 9). Das células
analisadas, 8,45% apresentaram genótipo TT, 47,89% genótipo GT e 43,66%
genótipo GG. Em relação à freqüência, o alelo G esta presente em 67,60% dos
fibroblastos e o alelo T em 32,40%.
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Figura 9: Genotipagem do SNP -216G/T na região promotora do gene EGFR 1.
Os produtos de PCR foram submetidos a tratamento com a enzima de restrição
BseR I, sendo observado dois padrões homozigotos (GG e TT) e um padrão
heterozigoto (GT).
2036A 3529A 23A 1582A 8401 1864D 5381 5659D 1651B 316C 5294A 3658A 1653A
4.3.3 POLIMORFISMO 787 C/T
O DNA das células cultivadas foi submetido a reação de PCR para o
polimorfismo 787C/T no gene do EGFR. Depois de confirmada a amplificação da
seqüência de interesse e a reação de
“snapshot”, as amostras foram submetidas
ao GENESCAN e analisadas no gene mapper v3.7, onde vermelho indica o alelo
T e preto o alelo C (Figura 10). Das células analisadas, 35,60% apresentaram
genótipo TT, 49,15% genótipo CT e 15,25% genótipo CC. Em relação à
freqüência, o alelo C esta presente em 39,83% da amostra e o alelo T em
60,17%.
GM288B
GM2673
GM731B
Figura 10: Genotipagem do SNP 787C/T no gene do EGFR. O pico vermelho
representa o alelo C e o pico preto representa o alelo T. Um pico indica os
indivíduos homozigotos e dois picos indica indivíduos heterozigotos.
4.3.4 ANÁLISE DE MICROSSATÉLITE NO INTRON 1
Para análise de microssatélite foi utilizado reação de PCR com primer
marcado com fluorescência. Depois de confirmada a amplificação da seqüência
de interesse, as amostras foram submetidas ao GENESCAN e analisadas no
gene mapper v3.7 (Figura 11). Como controle foi usado uma amostra de
fibroblasto (GM 4260B) com genótipo conhecido (heterozigoto) previamente. Os
resultados mostram que existem diversas combinações de alelos CA entre os
indivíduos: 14/17 (1), 15/16 (1), 15/21 (1), 16/16 (10), 16/17 (6), 16/18 (11),
16/19 (2), 16/20 (11), 16/21 (6), 17/17 (1), 17/20 (3), 17/21 (3), 18/18 (2), 18/20
(5), 19/20 (2), 19/21 (1), 20/20 (3) e 20/21 (2). Entretanto, podemos observar que
mais da metade dos indivíduos (67%) possuem pelo menos 1 alelo com 16
repetições.
Figura 11:
Análise de Microssatélites CA no Intron 1 do gene EGFR. Para
determinação do numero de repetições CA, deve-se usar um controle
previamente seqüenciado e então comparar os maiores picos com os maiores
picos dos fibroblastos usados no trabalho. Gráficos com pico único refere-se a
homozigoto para o numero de repetições. Na figura acima, o controle possui um
alelo com 16 repetições e o outro alelo com 20 repetições.
4.4 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA
A avaliação da expressão de EGFR nas células foi realizada com a
técnica de PCR em tempo real (RT-PCR). Para isso, o RNA das células foi
isolado, sendo realizado RT-PCR para obtenção de cDNA e em seguida PCR
em tempo real. Como controle interno foi utilizado a subunidade ribossomal18S.
De acordo com os resultados, a variabilidade entre as amostras foi de 60% para
o EGFR e de 40% para a subunidade 18S. Como a análise deve ser realizada
GM 9503
Controle
GM 23A
com a razão entre estes dois genes, não foi observada variabilidade na
expressão do EGFR nas amostras.
4.5 IDENTIFICAÇÃO DOS HAPLÓTIPOS
Para identificação de haplótipos com o polimorfismo -216 encontrado na
região promotora e o número de repetições CA no intron 1, foram selecionada as
amostras duplo heterozigoto ou heterozigoto composto para os dois
polimorfismos ao mesmo tempo. Para cada indivíduo, foi realizada uma reação
de PCR alelo específico G ou T do polimorfismo -216G/T e o intron 1 (Figura
12). Em seguida, as amostras foram levadas ao sequenciador GENESCAN v3.7
para determinação do numero de repetições CA em cada alelo independente
(adendo 5).
Figura 12: Análise do número de repetições CA no Intron 1 e os alelos G e T na
região promotora do gene EGFR. Cada alelo foi discriminado por PCR e em
seguida submetiso a análise de microssatélite. Como controle foi utilizado uma
amostra conhecida com 16 e 20 repetições CA. Para genotipagem, cada alelo foi
analisado observando-se o último pico detectado pelo seqüenciador, sendo
então comparado com o controle.
De acordo com os dados gerados, observamos que dentro do grupo
heterozigoto há uma correlação (p < 0,02) entre um menor número de repetições
GM 4260B
Alelo T
Alelo G
CA e o alelo T (gráfico 9). Entretanto, se forem considerado todos os alelos,
homozigotos e heterozigotos, tanto para -216G/T como intron1, não observamos
essa correlação, provavelmente pela maior freqüência de alelo (67%)
encontrado na população estudada.
Distribui¨‹o dos Alelos T e G em rela¨‹o ao Nmero
de Repeti¨›es CA no Intron I
0
2
4
6
8
10
12
14
16 17 18 19 20 21
Repeti¨›es CA
T
G
Gráfico 9: Determinação do numero de repetições CA no intron 1 em cada alelo
(G e T) da região promotora do gene do EGFR. Observa-se que no alelo T há
menos repetições CA no íntron 1.
4.6 ESTUDO FUNCIONAL: ASSOCIAÇÕES ENTRE FENÓTIPO E GENÓTIPO
As indicações de variabilidade fenotípica nos dois modelos experimentais
(AG1478 e Gefitinib) e as diferentes influências dos polimorfismos na biologia
celular desencadearam o interesse de determinar se há ou não influência
desses polimorfismos tanto na resposta citotóxica quanto na expressão de
EGFR.
De acordo com as análise, há correlação entre a dose de 5µM e 10µM de
AG1478 e o polimorfismo R497K (p<0,01 e p<0,05, respectivamente), com uma
maior inibição do crescimento celular em alelos com a variação K (lisina) em
comparação com a variação R (arginina). Para os demais polimorfismos não foi
observada nenhuma correlação entre atividade citotóxica do AG1478 e -216G/T,
787C/T e intron 1. Entretanto, há uma tendência dos indivíduos sensíveis a
AG1478 apresentarem o genótipo CC para o polimorfismo 787C/T. Esse achado
se torna importante visto o desconhecimento da função deste polimorfismo.
Em relação a expressão de RNAm, observou-se que há um aumento de
27% na expressão de EGFR nos indivíduos homozigotos -216T em relação aos
homozigotos -216G. Não foi observado correlação entre a expressão de RNAm
e a atividade citotóxica de AG1478 e gefitinib, bem como com os polimorfismos
787C/T, intron 1 e R497K.
5. DISCUSSÃO
5. DISCUSSÃO
Entende-se por câncer, um conjunto de doenças que se caracteriza por um
crescimento desordenado das células levando a formação de tumores. As
células tumorais costumam ser agressivas e de difícil controle podendo
espalhar-se para outras partes do corpo (metástase) através da corrente
sanguínea, dando origem a novos tumores. Um dos tratamentos mais
conhecidos no combate ao câncer é a quimioterapia. Diferente da cirurgia e da
radioterapia, a quimioterapia é uma forma de tratamento sistêmico, ou seja, que
atua em todo o corpo, no entanto, quando há formação de metástases muitas
vezes, a quimioterapia passa a ser a melhor forma de tratamento.
Os quimioterápicos, no entanto, não atuam exclusivamente sobre as
células tumorais, as estruturas normais que se renovam constantemente, como
a medula óssea, os pêlos e a mucosa do tubo digestivo, são também atingidas
pela ação dos quimioterápicos. Há uma margem muito tênue entre os efeitos
terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos, onde a ocorrência desses efeitos
depende, do tempo de exposição, da concentração plasmática da droga
(Instituto Nacional do Câncer-INCA, 2006) e mais recentemente do padrão
genético de cada paciente. O ajuste da dose pela área de superfície corpórea
não corrige essas diferenças interindividuais (Innocenti & Ratain, 2002).
A observação de que um paciente apresentou uma resposta exagerada
ou desenvolveu uma reação inesperada à droga, tem sido ponto inicial para
muitos estudos farmacogenéticos. Tal variação se dá desde uma falha na
resposta a um medicamento, ocorrência de reações adversas e interações
droga-droga, quando várias delas são administradas concomitantemente. As
conseqüências clínicas variam desde um desconforto do paciente até uma
fatalidade ocasional. Com isso, a potência intrínseca dos agentes anti-
neoplásicos e a sua administração na dose máxima tolerada pelo paciente torna
o tratamento quimioterápico um grande risco para pacientes que estão fora dos
padrões populacionais de “normalidade” (Innocenti & Ratain, 2002). Esses
“padrões de normalidade” podem estar relacionados com a idade, a etnicidade,
o uso de medicamentos ou suplementos alimentares concomitantes ao
tratamento, costumes, estilo de vida.
Embora se tenha reconhecido durante anos que a toxicidade a agentes
quimioterápicos fosse um problema clínico substancial, apenas na última década
foram desenvolvidos medicamentos denominados alvo-específico, como o
gefitinib, erlotinib, cetuximab que são inibidores de tirosina quinase do EGFR.
Estes medicamentos se ligam a moléculas específicas inibindo o crescimento
tumoral, tendo como principal atrativo à baixa toxicidade nas células normais, e
com isso aumentando a tolerabilidade ao tratamento (de Bono
et al., 2003;
Jimeno & Hidalgo, 2005). Entretanto, nem sempre há uma ausência total de
toxicidade nas células normais. Este fato se torna bastante interessante na
busca de marcadores biológicos de predição terapêutica ou toxicológica. Sendo
um medicamento de alvo conhecido, teoricamente torna-se “mais fácil” a
identificação deste marcador.
O estudo com inibidores de tirosina quinase do EGFR teve como suporte
as observações clínicas de correlação entre resposta terapêutica e
rash cutâneo
(Pérez-Soler, 2003; Pérez-Soler & Saltz, 2005). Este trabalho, no entanto, é o
primeiro que avaliam as possíveis correlações entre polimorfismo no gene EGFR
de células normais (germline polymorphism) e a resposta terapêutica.
Um dos fatores importantes no estudo da farmacogenética é o sexo e a
raça. Dos indivíduos incluídos no estudo, 33,8% eram do sexo feminino e 66,2%
do sexo masculino, com idade variando entre 1 e 96 anos. Já em relação a raça,
69% eram caucasoídes, 15,5% negroídes e 1,4% mongolóides. Não houve
correlação entre sexo, raça e resposta anti-proliferativa. A análise fenotípica foi
realizada com dois inibidores da tirosina quinase do EGFR, o gefitinib e o
AG1478, onde se pode observar que há diferença de comportamento ou
mecanismo entre estas duas drogas, apesar de ambas agirem no mesmo alvo.
Essa variação de mecanismo também foi observada por Amann e colaboradores
(2005) em células tumorais (NSCLC)
in vitro tratadas com diferentes inibidores
de EGFR.
Estudos prévios com inibidores de tirosina quinase, demonstraram que
apenas 10% dos pacientes com câncer se beneficiam desta terapia (Cohen
et
al
., 2004). Os resultados fenotípicos mostram que 17,14% dos indivíduos foram
sensíveis ao AG1478 e 12,68% foram sensíveis ao gefitinib. As células tratadas
com AG1478 apresentam evidências de inter-variabilidade entre os doadores em
relação à resposta a esse agente, onde 17,14% foram sensíveis ao AG1478
(CI50 < 10µM), 65,72% tiveram uma sensibilidade intermediária (CI50 variando
entre 10 e 70µM) e 17,14% foram resistentes (CI > 80µM). Analisando cada
indivíduo em relação ao percentual de crescimento das células na dose de 20µM
observou-se que houve diferença expressiva entre a inibição destas células: no
grupo sensível há indivíduos com 82% de inibição e outros com 66%; no
intermediário, os com CI50 entre 10µM e 20µM possuem uma variação de 77%
de inibição em alguns indivíduos e 50% em outros, já os com CI50 maior que
20µM e menor que 80µM, essa variação chega a ser de 48% em alguns
indivíduos e 26% em outros; e, no grupo resistente à inibição varia de 51% a
26% . Os dados mostraram que mesmo aumentando a dose de AG1478 o
percentual de inibição, em algumas células, não muda, essa observação é mais
evidente nos indivíduos considerados resistentes ao tratamento com AG1478,
onde não houve variação da percentagem de inibição mesmo com o aumento da
dose de 20µM para 80µM, por isso, provavelmente, não foi possível calcular a
CI50 destes indivíduos.
No modelo com gefitinib a faixa de variabilidade não foi tão ampla como
no modelo com AG1478, 12,68% foram sensíveis ao gefitinib (CI50 < 20µM),
61,97% teve uma sensibilidade intermediária (CI50 maior que 20 e menor que
30µM) e 25,35% (CI50 > 30µM). A relação do percentual de crescimento das
células na dose de 40µM em cada indivíduo mostrou uma diferença expressiva
entre eles. No grupo sensível há indivíduos com 99,5% de inibição e outros com
85%; no intermediário, os com CI50 entre 20µM e 30µM possuem uma variação
de 99,1% a 71%; e, no grupo com CI50 > 30µM encontrou-se indivíduos com
97% de inibição enquanto outros apresentam apenas 25%.
De acordo com Herbst (2004), nas células normais existem cerca de
40.000 a 100.000 receptores/célula. De acordo com estudos farmacogenéticos
existentes na literatura, existem variações inter-individuais que tornam cada
indivíduo único, podendo assim, cada célula apresentar quantidades de
receptores diferentes. Quando ocorre saturação destes receptores nas células
pelos inibidores de tirosina quinase, o aumento da dose não influência mais na
resposta terapêutica. Este processo de saturação total pode levar ao processo
de apoptose e assim diminuir a massa tumoral de pacientes com câncer. Em
células onde não houve saturação total dos receptores, elas podem desenvolver
um mecanismo de resistência, sobreviver e voltar a se dividir (Pao
et al., 2005)
ou necessitar de um maior tempo de exposição para desencadear a resposta
inibitória esperada. Estudos em células tumorais
in vitro demonstraram que
algumas células melhoraram sua resposta terapêutica aos inibidores de tirosina
quinase quando já haviam sido expostas a algum tipo de terapia, seja radio ou
quimioterapia (Knight
et al., 2004). O mecanismo de resistência estabelecido por
essas células pode ser um outro mecanismo pela qual se observa variação na
resposta das células tratadas com AG1478 e gefitinib, já que não existi nenhuma
informação sobre os tratamento e drogas utilizadas previamente pelos doadores
das células estudadas.
Em 2004, Lynch e colaboradores e Paez e colaboradores demonstraram
o envolvimento de deleções e mutações pontuais no éxon 19 e 21 do gene
EGFR, regiões codificadoras do resíduo tirosina quinase, com a resposta ao
gefitinib e que o tecido normal destes pacientes não apresentam estas
mutações. Pacientes que não responderam a terapia com gefitinib, também não
possuíam mutações ou deleções nos éxons 19 e 21. Estudos preliminares
também demonstraram que existe uma forte associação dose-dependente entre
a ocorrência de
rash cutâneo e a resposta terapêutica (Pérez-Soler et al., 2003;
Pérez-Soler & Saltz, 2005), entretanto, essa associação é menos consistente
com o uso do gefitinib (Pérez-Soler & Saltz, 2005), o que pode explicar a
pequena intervariabilidade observada na CI50 no modelo com este
medicamento.
Estudos com células tumorais demonstraram a existência de diferentes
polimorfismos que podem interferir na funcionabilidade do EGFR, ou alterando a
trandução do sinal (Moriai
et al., 1994), ou aumentando a sua transcrição (Liu et
al
., 2003; Liu et al., 2005). Como há uma correlação entre resposta e
manifestações cutâneas, deve-se tentar encontrar o que existe em comum entre
a célula tumoral e a célula normal. De acordo com os polimorfismos estudados,
R497K, -216G/T, 787C/T e repetição CA no intron 1, não houve associação
entre estes e as CI50 das drogas testadas. No entanto, quando analisado o
percentual de efeito em cada dose individualmente, observou-se que há
correlação entre resposta ao tratamento com AG1478 nas doses de 5µM
(p<0,01) e 10µM (p<0,05) e os indivíduos portadores do alelo K observado no
polimorfismo R497K. Esse polimorfismo é caracterizado por uma mudança de
apenas um nucleotídeo no éxon13, região codificadora do domínio extracelular
do EGFR, levando a uma substituição de arginina (EGFR-497R) para lisina
(EGFR-497K) no códon 497 (Moriai
et al., 1993). Células que expressam a
variante EGFR-497K demonstraram ativar uma via menos mitogênica que as
que carregam a variante EGFR-497R (Moriai
et al., 1994). Logo, proliferando
menos, torna-se mais fácil o bloqueio do EGFR nestas células, saturando os
seus receptores mais rápido e com isso melhorando a reposta nos indivíduos
que possuem este polimorfismo. Além disso, é possível que, de alguma forma, o
domínio extracelular do EGFR que possui a substituição arginina-lisina module a
eficiência no recrutamento de substratos intracelulares para o receptor ativado
e/ou permita a ativação de vias de sinalização alternativas que não levam a
indução eficiente de proto-oncogenes nucleares e subseqüente estímulo do
crescimento celular.
A hipótese de que a porção extracelular do receptor EGFR pode
representar uma importante região reguladora é suportada pela observação de
que 7 resíduos
upstream do códon 497 e 5 resíduos downstream são
conservados nos receptores de ratos, camundongos e humanos (Moriai
et al.,
1994). Nossos resultados corroboram com estes achados. O fato de haver
significância nas duas doses menores (5 e 10µM) e não nas duas maiores dose
(15 e 20µM) indica que, provavelmente, estes indivíduos doadores destas
células necessitam de uma menor dose para desencadear a resposta
terapêutica desejada. Nos indivíduos resistentes (>80mM) outros mecanismos
podem estar envolvidos como mutações no gene
ras que demonstrou estar
presente em células tumorais resistentes ao tratamento com inibidores de EGFR
(Eberhard
et al., 2005; Pao et al., 2005).
A variabilidade individual na resposta a inibidores de tirosina quinase tem
levado a busca incessante de um marcador biológico que possa selecionar os
pacientes que se beneficiaram com esta terapia. Em 2005, Liu e colaboradores
demonstraram a presença do polimorfismo -216G/T na região promotora do
gene EGFR. O polimorfismo -216G/T se localiza no sitio de reconhecimento do
fator de transcrição Sp1, sendo este fator importante na atividade promotora do
gene EGFR. Não houve correlação entre este polimorfismo e a CI50, entretanto,
de acordo com a genotipagem dos fibroblastos, foi observado um aumento de
27% na expressão de EGFR nos indivíduos homozigotos T em comparação com
os heterozigotos G. Esse resultado mostra uma correlação positiva com os
achados de Liu e colaboradores (2005) que demonstraram que a afinidade para
proteínas nucleares foi maior no alelo T do que no alelo G e que o nível de
expressão de EGFR foi 40% maior nos alelos T.
Os estudos funcionais de alterações encontradas no gene do EGFR
podem levar a uma maior elucidação do seu envolvimento na resposta
terapêutica e no desenvolvimento do
rash cutâneo nos pacientes tratados com
inibidores de tirosina quinase. O estudo funcional do polimorfismo 787C/T no
domínio tirosina quinase do EGFR parece não exercer influência nos níveis de
expressão do EGFR e na atividade citotóxica dos dois agentes testados.
Entretanto, foi observado uma tendência no genótipo CC para os indivíduos
sensíveis ao AG1478. Provavelmente, um estudo multicêntrico, com um maior
número de indivíduos e com etnicidades diferentes, torne essa correlação mais
evidente.
Em 1992, Chi e colaboradores demonstraram que repetições
dinucleotídicas (citosina e adenina) no intron 1 do EGFR possui uma relação
intrínseca com a transcrição gênica. De acordo com diferentes autores
(Gebhardt
et al., 1999; Amador et al., 2004), há uma relação inversa entre o
número de repetições CA e a transcrição gênica. De acordo com os resultados
observados no presente estudo, não houve correlação entre o numero de
repetição CA no intron 1 e a CI50 das células tratadas com AG1478 e gefitinib
e
os níveis de RNAm nos fibroblastos. Os estudos encontrados na literatura até o
presente momento referem-se ao tratamento de células tumorais. Os
mecanismos envolvendo as alterações genéticas são diferentes na célula normal
e na células tumoral, o que pode influenciar na resposta terapêutica (Amador
et
al
., 2004). Outros estudos e variações no protocolo devem ser realizados para
elucidação do provável envolvimento deste polimorfismo na resposta aos
inibidores de tirosina quinase e o
rash cutâneo apresentado pelos pacientes,
visto que há evidência que este polimorfismo é detectado nas células normais e
se mantém nas células tumorais do mesmo indivíduo (Amador
et al., 2004).
A influência de polimorfismos na resposta biológica pode ser individual ou
em grupo. A ocorrência de um polimorfismo pode ou não vir acompanhada de
um outro polimorfismo, desencadeando o efeito biológico. Em 2005, Liu e
colaboradores demonstraram que o polimorfismo -216G/T e o microssatélite no
intron1 (CA)n não estão em
linkage desequilibrium (LD), indicando que a
ocorrência de um não depende da ocorrência do outro. No estudo proposto
também não foi observado LD entre o polimorfismo -216G/T e o intron1.
Entretanto, quando analisado apenas os indivíduos heterozigotos foi observado
que indivíduos portadores do alelo T apresentam também uma seqüência mais
curta de repetições CA. O aumento do número de casos poderia levar a um
aumento na correlação entre esse dois polimorfismos.
Apesar, da vasta literatura sobre o EGFR e seus inibidores, muita dúvidas
ainda precisam ser elucidadas. Observações clínicas indicam que há uma
estreita ligação entre resposta terapêutica e polimorfismo e resposta terapêutica
e
rash cutâneo. Resta descobrir a interseção entre eles e assim apresentar um
preditor de resposta terapêutica para os pacientes que se beneficiariam com o
so de inibidores de tirosina quinase do EGFR.
6. CONCLUSÃO
6. CONCLUSÃO
Os resultados observados sugerem que há diferença entre os
mecanismos de ação dos inibidores de tirosina quinase do EGFR1 e que há
diferença de resposta nos diferentes indivíduos tratados com AG1478, sendo
este o melhor modelo para se estudar a citotoxicidade
in vitro destes agentes.
Apenas o polimorfismo R497K está associado a resposta terapêutica nas células
tratadas com AG1478. Este polimorfismo deve ser investigado em um maior
número de indivíduos podendo ser utilizado no futuro como um marcador de
resposta terapêutica. Outros alvos como oncogenes, transportadores e
mediadores podem estar contribuindo para a ausência ou presença de resposta
nos indivíduos tratados com esses inibidores.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AASE, L. Mayo Clinic Brings First Broad Pharmacogenomics Test to Cancer
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