Na realidade, o interesse pela linguagem e pelos textos, data de muitos anos e se
divide em duas práticas, a interpretativa e a retórica. A prática interpretativa teve início com
os antigos oráculos gregos sendo, mais tarde, utilizada nos textos religiosos, jurídicos e
literários, enfim, uma prática voltada às ciências humanas e sociais, isto é, História,
Sociologia, Antropologia, Lingüística e Psicologia.
A prática retórica, por sua vez, teve origem nas colônias gregas da Sicília, no ano
484 a.C.; era conceituada como um conjunto de técnicas para criação de texto políticos, de
tribunal e de homenagem e tratava de textos proferidos ao vivo (PINTO, 2002, p.67).
Percebe-se, então, que desde tempos muitos remotos, a comunicação já engatinhava como
forma de interação social; a escrita, por exemplo, encontra suporte na utilização de tabuletas
de madeira, marfim, bambu, pétalas de flor, papiro, papel e, enfim, a imprensa (PENA, 2005,
p. 27), objeto de investigação desta tese.
Como se vê, o conceito de comunicação vem, há muito, sendo estudado e, desta
forma contribui, substancialmente, para o entendimento do homem em seus aspectos diversos.
Dentre esses aspectos, ressaltam-se os fatores biopsicossociais, isto é, o homem enquanto um
ser que se comunica para expressar seus anseios, dificuldades, sentimentos, enfim, as diversas
possibilidades de garantir sua existência no mundo.
Por outro lado, este entendimento da comunicação também se estende ao homem-
trabalho, ou seja, aquele que se utiliza da ciência Comunicação para realizar projetos
profissionais, dentre os quais, o auxílio no processo de captação, redação e divulgação de
ocorrências de fatos, de maneira rápida e eficaz, isto é, a mídia.
A priori, embora o papel da mídia não seja acelerar a comunicação entre emissor e
receptor, acaba por fazê-lo e, neste sentido é que se torna importante entender como acontece
o processo comunicacional, não apenas enquanto processo de transmissão da informação, ou
como a rapidez com que este processo acontece, mas também, através das inúmeras
transformações técnicas por ele sofridas e que o mantêm em constante progresso.
Para lembrar Squirra, o progresso das técnicas de comunicação, em especial, nos
último 40 anos, representa uma conquista e um desafio para a Humanidade (SQUIRRA,
1995). Não obstante, há que levar em conta não apenas as mudanças de ordem técnica, mas a
situação atual da profissão jornalista que, no passado, embora dependesse dos grandes
proprietários e da autoridade do capital, ainda conseguia exercer poder através do uso da
sensibilidade da opinião pública. Hoje, esse mesmo profissional se vê pressionado por uma
qualidade diferente do poder, isto é, ele se desloca em relação direta com as pessoas, através
da tecnologia (MARCONDES, 2002, pp.57-58).