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ROSEMARY SANT’ANNA BONIFÁCIO
AS VOZES DOS GESTORES COMO “O FIO DE
ARIADNE” PARA TRANSFORMAÇÃO DAS
CAPACITAÇÕES EM INFORMÁTICA
2008
Mestrado em Educação
Campus Centro I
Avenida Presidente Vargas 642, 22º andar – Centro
20071-001 Rio de Janeiro – RJ
Telefones: (21) 2206-9740 / 2206-9858
M
E
S
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O
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ROSEMARY SANT’ANNA BONIFACIO
AS VOZES DOS GESTORES COMO "O FIO DE ARIADNE" PARA
TRANSFORMAÇÃO DAS CAPACITAÇÕES EM INFORMÁTICA
Dissertação de conclusão do Curso de Mestrado
em Educação, linha de pesquisa Tecnologias de
Informação e Comunicação nos Processos
Educacionais, da Universidade Estácio de Sá,
financiada por bolsa de estudo da CAPES como
requisito para aprovação do processo de ensino.
Rio de Janeiro
2008
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PROGRAMA DE PÓ-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
B715
Bonifácio, Rosemary Sant’Anna
As vozes dos gestores como “o fio de Ariadne” para transformação das
capacitações em informática. / Rosemary Sant’Anna Bonifácio.- Rio de Janeiro,
2008.
197 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estácio de Sá, 2008.
1.Professores, Formação. 2.Educação continuada. 3.Ensino,
Informática. 4.Capacitação profissional. 5.Informática na
educação. 6. Políticas públicas. I. Título.
A dissertação
AS VOZES DOS GESTORES COMO "O FIO DE ARIADNE" PARA
TRANSFORMAÇÃO DAS CAPACITAÇÕES EM INFORMÁTICA
elaborada por
ROSEMARY SANT’ANNA BONIFÁCIO
e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora foi aceita pelo Curso de Mestrado
em Educação como requisito parcial à obtenção de título de
MESTRE EM EDUCAÇÃO
Rio de Janeiro, 13 de março de 2008
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Profª Drª Lina Cardoso Nunes
Presidente
Universidade Estácio de
____________________________________________
Profª Drª Lúcia Regina Goulart Vilarinho
Universidade Estácio de
____________________________________________
Profª Drª Marly de Abreu Costa
Universidade Federal do Rio de Janeiro
À minha filha,
Vanessa Sant’Anna Bonifácio Tavares,
uma pessoa muito especial,
que pelo carinho e compreensão
me ofertou apoio, presença
e sapiência invejável.
Ao meu pai,
Geraldo Ladeira Bonifácio, por ter compreendido a
importância da pesquisa para mim, por ter me apoiado,
ainda que os estudos me mantivessem longe dele e,
simplesmente, por ser
o Meu Pai.
À Diretora de Divisão de Educação da 7ªCRE.
Nedi Rollo Costa,
que não foi apenas minha chefe,
mas também uma verdadeira mãe.
AGRADECIMENTOS
Na vida, não decidimos todas as nossas trajetórias. pessoas que nunca imaginamos
conhecer, são pessoas que acreditam em nosso potencial a ponto de nos dar as mãos e nos
fazer ousar, ainda que os sonhos sejam difíceis de serem alcaados. Durante minha pesquisa,
conheci várias pessoas assim, e foi graças a elas que tive forças para fazer a dissertação aqui
apresentada. Durante o curso de mestrado, expandi meu horizonte, construí conhecimento,
fortaleci laços de amizades, e vi mais claramente quantas pessoas maravilhosas existem na
minha vida e quantas ainda podem aparecer.
Por isso, quero agradecer primeiro a Deus, por ter me conduzido até aqui.
À CAPES, pelo apoio e ajuda financeira ao me conceder a bolsa de estudo.
À Profº. Dr. Lina Nunes, minha orientadora, crédula em meu potencial, que me apoiou
incondicionalmente nesta caminhada, sem pressão psicológica, como base intelectual e crença
na evolução aunoma do meu trabalho. Aprendi contigo não conteúdos, aprendi que a
humildade é força da alma e ferramenta dos sábios.
À Profª. Dra. Estrela pela amizade e pelos primeiros avanços na arte de compreender o
mundo globalizado, numa linguagem filosófica, circulando entre os meandros da educação,
cultura e sociedade.
À ProDra. Alda Mazzotti e ao Pro Dr. Alexandre, pelas críticas pontuais durante
aulas de seminário, que muito contribuíram para o bom desenvolvimento do meu projeto de
pesquisa.
À Profº Dra. Neise Deluise, um exemplo de mulher, de didatismo e conhecimento, que
me motivou a pesquisar com profundidade os problemas da formação docente e as políticas
públicas sobre a mesma temática.
Ao Profº. Dr. Marco Silva pelo estímulo e constante amizade.
Ao Profº. Dr. Tarso, por me fazer questionar as verdades oriundas de formações
equivocadas, pelas reflexões sobre fatos e crenças contidas nas metáforas científicas.
À ProDra.Mônica, que me desafiou pelo desconhecido mundo da pesquisa em suas
aulas sobre os critérios de validação do conhecimento científico.
Meu especial agradecimento aos amigos da 7ª Coordenadoria Regional de Educação
pela credibilidade, compreensão, apoio, amizade, pois sem vocês jamais teria completado o
mestrado.
Aos servidores da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro que
atenciosamente auxiliaram, com suas valorosas contribuições, para o desenvolvimento dos
trabalhos.
Aos funcionários da pós-graduação da Faculdade de Educação UNESA, pelo
tratamento carinhoso e cordato, em especial a Ana Paula Moura Nunes.
Por fim, agradeço a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para
realização desta dissertação e acreditam na utopia de que todos são capazes de dar sua
contribuição para construção de política de educação qualitativas.
Grata pela confiança depositada.
RESUMO
A progressiva revolução eletrônica alterou tempo, espaço, relações econômicas, comerciais e
políticas, reconfigurando costumes e crenças pré-existentes Medidas de inclusão social/digital
passaram a fazer parte dos planos governamentais. Como a formação inicial o capacita os
professores para esse trabalho, a Secretaria Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, passou a
oferecer Capacitações em Informática para o corpo docente da rede pública. O objetivo geral
do presente estudo foi analisar as possibilidades de melhoria dessas capacitações. A este
objetivo geral foram vinculados os seguintes objetivos específicos: (a) caracterizar o espaço
escolar das escolas investigadas; (b) verificar as concepções teóricas da Metodologia de
Projeto, segundo a percepção dos gestores;(c) analisar o uso e a contribuição da Metodologia
de Projetos em sala de aula e no ambiente dos laboratórios de informática, (d) analisar as
sugeses dos profissionais envolvidos com o programa de informática e (e) sugerir
indicadores para reorganizar os processos de capacitação em informática. O referencial
teórico foi elaborado a partir do levantamento da literatura sobre as seguintes temáticas: o
impacto da sociedade tecnológica na rede municipal do Rio de Janeiro, as políticas públicas
de formação dos professores, o programa de informatização e os pressupostos teóricos e
filosóficos de aprendizagem da Metodologia de Projetos e o compromisso de gestão
democrática na inclusão digital pela efetivação de um Projeto Político Pedagógico de
concepção inovadora. A escolha do campo de investigação escolas da 7Coordenadoria
Regional de Ensino do Rio de Janeiro que possuem laboratório–, foi intencional,
considerando a área de abrangência e o atendimento a alunos de diferentes classes sociais.
Participaram do estudo gestores, diretores, coordenadores, professores de sala de leitura e
capacitadores, destacados pela importância de sua atuação. A coleta de dados foi feita por
meio de formulários, entrevistas e grupos focais, analisados pelo cruzamento dos resultados.
As considerações finais enfocaram principalmente: a necessidade imediata de formação de
todos os profissionais da rede, mesmo antes de implantar os laboratórios de Informática; o
fomento voltado para a inserção do Projeto Político Pedagógico como principal instrumento
de leitura de mundo pelas diferentes mídias; a perspectiva de garantir formadores atuando no
contexto da Metodologia de Projetos; a importância de implementar um sistema de bolsas de
estudo em cursos de extensão; e a reconfiguração do programa de capacitação estruturado por
módulos de aprendizagem progressiva.
Palavras Chaves: Formação Continuada de Professores. Capacitação em Informática.
Metodologia de Projeto. Gestores da Educação. Políticas Públicas em Informática.
ABSTRACT
The electronic revolution has altered the ideas of time, space, economic, commercial and
political relations, redesigning habits and beliefs. The social/digital inclusion has become part
of governmental plans. As the initial formation does not prepare teachers for this work, the
Municipal Secretary of Education of Rio de Janeiro began to offer Courses on Informatics for
the teachers of public schools. The general purpose of this study was to analyze the
possibilities of improvement of these courses. The following specific objectives were added to
this general purpose: (a) define the educational environment of the studied schools; (b) check
the theoretical perspective of the Methodology of Projects (c) analyze the use and the
contributions of the Methodology of Project in the classrooms and in the informatics labs, (d)
present suggestions from the professionals involved with the informatics program and (e)
indicate ways to reorganize the process of training in informatics. The theoretical reference
was elaborated from the study of the literature of the following themes: the impact of the
technological society in the public schools of Rio de Janeiro, the informatics program, the
philosophical and theoretical aspects of the Methodology of Projects and the responsibility of
the government towards the digital inclusion to make effective an innovative Political-
Pedagogical Project. The field was chosen intentionally- schools of the 7
th
Regional
Coordination of Education of Rio de Janeiro which have labs-, considering its area of work
and the different social classes to which its students belong. Directors, coordinators, teachers
of reading classes and trainers, due to the importance of their performance, were part of this
study. The data was collected from forms, interviews and focal groups, and was analyzed by
the cross-crossing of results. The final consideration focus on the immediate need to train
every professional of the public field, even before the creations of informatics labs, on the
necessity of stimulus of the Political-Pedagogical Project, as the main instrument of
understanding the world through different medias, on the perspective of using the
Methodology of Projects, on the importance of implementing a system of scholarships in
post-graduation courses, and on the reconfiguration of the program of training, structured in
parts of progressive learning.
Key Words: Progressive formation of teachers. Informatics Training. Methodology of
Project. Public Policies in Informatics.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Equipe de gestores técnicos e administrativos......................................................77
Tabela 2- Formação em Informática -Equipe de Professores Sala de Leitura .............. 85, 114
Tabela 3 - Formação em Informática - Equipe de Professores Educação Infantil ................89
Tabela 4- Formação em Informática - Equipe de Professores Educação Infantil, 1ºCiclo de
Formação e 2ºCiclo de Formação.....................................................................................91
Tabela 5- Formação em Informática - Equipe de Professores que atuam em Diferentes Áreas
do Conhecimento ............................................................................................................. 93
Tabela 6- Atribuição do Diretor no processo de Inclusão Digital.........................................97
Tabela 7- Critério para participação de docentes na formação em serviço de informática.....99
Tabela 8- Conhecimento do Coordenador sobre a Capacitação de Informática .................. 102
Tabela 9- Aspectos a serem contemplados nas Capacitações de Informática de modo a
facilitar a ação pedagógica do Coordenador....................................................................105
Tabela 10- Materiais que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática para apoio aos
Coordenadores............................................................................................................... 108
Tabela 11- Expectativas dos Coordenadores para o aprimoramento das Capacitações de
Informática..................................................................................................................... 109
Tabela 12- Aspectos que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática para dar
suporte ao Coordenador..................................................................................................111
Tabela 13- Aspectos que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática como apoio ao
trabalho dos Professores de Sala de Leitura.................................................................... 115
Tabela 14- Elementos que devem ser contemplados nas capacitações como suporte ao
trabalho do Professor de Sala de Leitura......................................................................... 117
Tabela 15- Expectativas dos professores de Sala de Leitura para o aprimoramento das
capacitações................................................................................................................... 118
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Categorização de Grupos Focais........................................................................33
Quadro 2 – Evolução do Trabalho por Projeto de Aprendizagem.........................................53
Quadro 3 - Modelos de Aprendizagem................................................................................. 54
Quadro 4 – Projeto de Trabalho: Pressupostos......................................................................56
Quadro 5 – Estrutura Básica de Projetos...............................................................................58
Quadro 6 Temas e Subtemas de Interpretação de Dados.................................................. 119
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Tipos de Laboratório de Informática..................................................................69
Gráfico 2 _ Total de Alunos por Escola...............................................................................75
Gráfico 3 Tipos de Atendimento Escolar por Nível de Desenvolvimento da Aprendizagem
........................................................................................................................................76
Gráfico 4 Gestores Administrativo ...................................................................................77
Gráfico 5 Formação de Diretores em Informática ............................................................79
Gráfico 6 Formação de Coordenadores em Informática ...................................................79
Gráfico 7 Formação de Diretores em Informática sica.................................................80
Gráfico 8 Formação de Diretores em Informática Educativa............................................80
Gráfico 9 Formação de Coordenadores em Informática Básica........................................80
Gráfico10 Formação de Coordenadores em Informática Educativa..................................80
Gráfico 11 Formação dos Professores de Sala de Leitura em Informática ........................86
Gráfico 12 Formação dos Professores de Sala de Leitura em Informática Básica..............86
Gráfico 13 Formação dos Professores de Sala de Leitura em Informática Educativa......... 86
Gráfico 14 Participação em Jornadas e Mostras.................................................................89
Gráfico 15 Formação do Professor de Educação Infantil em Informática......................... 90
Gráfico 16 Formação de PII em Informática.....................................................................92
Gráfico 17 Formação de PI em Informática.....................................................................94
Gráfico 18Atribuição dos 50 diretores no processo de inclusão digital............................ 97
Gráfico 19Critério de liberação e participação em formação de informática.....................98
Gráfico 20Coordenador e seu conhecimento sobre as capacitações................................ 102
Gráfico 21– Aspectos a serem contemplados nas Capacitações de Informática de modo a
facilitar a ação pedagógica do Coordenador....................................................................104
Gráfico 22Materiais para apoio aos Coordenadores....................................................... 107
Gráfico 23Expectativas dos Coordenadores para o aprimoramento das Capacitações de
Informática..................................................................................................................... 109
Gráfico 24Elementos que devem ser contemplados nas Capacitações de Informática como
suporte ao trabalho do Coordenador............................................................................... 111
Gráfico 25Aspectos que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática como
apoio ao trabalho dos Professores de Sala de Leitura...................................................... 115
Gráfico 26Elementos que devem ser contemplados nas capacitações como suporte ao
trabalho do Professor de Sala de Leitura......................................................................... 116
Gráfico 27 Expectativas dos professores de Sala de Leitura para o aprimoramento das
capacitações................................................................................................................... 117
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1_ Projeto ................................................................................................................. 64
Figura 2 Localização da 7ª CRE........................................................................................69
Figura 3 _ Micro Computador.............................................................................................. 70
Figura 4 _ Cabo de Segurança.............................................................................................. 71
Figura 5 _ Estabilizadores....................................................................................................71
Figura 6 _ Impressora ..........................................................................................................72
Figura 7 _ Switch................................................................................................................. 72
Figura 8 Cabos de lógica– RJ 45 .......................................................................................72
Figura 9 Cabos de lógica - diferentes conexões .................................................................73
Figura 10 _ Disposição das Máquinas no Laboratório .......................................................... 73
Figura 11 – Percentual de PII com Capacitação em Informática ...........................................92
Figura 12 – Concepção Inovadora do Projeto Político Pedagógico .....................................112
LISTA DE SIGLAS
7ª CRE - 7ª Coordenadoria Regional de Educação ........................................................
27
ANFOPE - Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação...........
40
CEFAM - Centros de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério................................
39
CNTE - Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação...........................................................................................................................
44
CP – Coordenador Pedagógico.........................................................................................
33
DDM – Diretora da Divisão de Mídia.............................................................................. 127
DITEC - Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica..................................................
70
DR- Diretor.......................................................................................................................
32
EAD - Educação a Distância............................................................................................
43
FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação .....................................................................
44
FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério................................................................................................
45
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação............................................
165
Frame Relay Tecnologia de comunicação de dados..................................................... 27
GF - Grupo Focal..............................................................................................................
32
GP - Grupo Pedagógico....................................................................................................
29
GTIE - Grupo de Informática Educativa..........................................................................
21
IES - Instituições de Ensino Superior...............................................................................
44
PI - Professor I (Professores de Licenciatura Plena)........................................................
74
PII Professor II (Professor de Primeira fase do Ensino Fundamental)..........................
74
PC-Professor Capacitador
32
PCN - Parâmetro Curricular Nacional de Educação.........................................................
54
PDE - Plano Decenal de Educação ..................................................................................
39
PEJA – Programa de Educação para Jovens e Adultos....................................................
76
PET -lo de Educação pelo Trabalho............................................................................
26
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios..................................................
17
PNE - Plano Nacional de Educação ( Lei 10.172 de 09/01/2001)....................................
42
PÓLOMAT Programa de Informática no Desenvolvimento a Linguagem Matemática
27
PPP - Projeto Político-Pedagógico...................................................................................
64
PROAP - Programa de Urbanização de Assentamentos Populares do Rio de Janeiro
(visa a Aceleração Individual da Aprendizagem)............................................................
27
Proinfantil - Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na
Educação Infantil..............................................................................................................
43
ProInfo - Programa Nacional de Informática na Educação ............................................ 27
ProJovem - Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e
Ação Comunitária.............................................................................................................
27
Pró-Letramento - Programa de formação continuada de qualificação em língua
portuguesa e matemática...................................................................................................
43
Pró-Licenciatura - Programa de formação inicial para professores da segunda metade
do ensino fundamental e do ensino médio técnico...........................................................
43
ProUni - Programa Universidade para Todos..................................................................
45
PUC/SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo..............................................
38
iBest – Instituto Brasileiro de Estudos S/S LTDA..........................................................
17
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.....................................................
17
IES - Instituições de Ensino Superior...............................................................................
44
LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDBEN 9.394/96).............
40
MEC - Ministério de Educação e Cultura........................................................................
38
Multieducação - Núcleo Curricular Básico Multieducação............................................
18
SEE - Secretarias Estaduais de Educação.........................................................................
38
SEB - Secretaria de Educação Básica...............................................................................
43
SEED - Secretaria de Educação a Distância.....................................................................
70
SME/RJ - Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.....................................
21
Telemar - Empresas de Telecomunicações – OI Velox..................................................
27
TCMRJ - Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro.......................................
47
TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação............................................................ 14
Velox - Serviço de acesso a Internet em alta velocidade baseado na tecnologia ADSL
(Asymmetric Digital Subscriber Line).............................................................................
27
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: A EDUCAÇÃO NO LABIRINTO DAS TIC...........................................16
1.1 A PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................. 16
1.2 OS OBJETIVOS............................................................................................................22
1.3 A ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO................................................................................23
CAPÍTULO 2: OS DESAFIOS DO LABIRITNO DE CRETA.......................................26
2.1 A TIPOLOGIA ..............................................................................................................26
2.2 O CAMPO.....................................................................................................................27
2.3 OS SUJEITOS PARTICIPANTES.................................................................................29
2.4 OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..............................................................31
2.4.1 O período exploratório.............................................................................................. 31
2.4.2 A convenção para análise de dados...........................................................................34
CAPÍTULO 3: NO LABIRINTO: NA BUSCA PELA LUZ. ...........................................36
3.1 OS IMPACTOS DA SOCIEDADE TECNOLÓGICA....................................................36
3.1.1. As transformações frente as tecnologias..................................................................36
3.2 AS POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA............................................................... 38
3.3 O PROGRAMA DE INFORMATIZAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DO RIO DE JANEIRO....................................................................................................46
3.3.1 Os dispositivos legais.................................................................................................46
3.3.2 A capacitação de Informática Básica e Educativa ...................................................49
3.4. A METODOLOGIA DE PROJETO..............................................................................51
3.4.1 O Projeto de Trabalho: etapas e estrutura............................................................... 55
3.4.2 O Projeto de Trabalho como berço da filosofia da aprendizagem.......................... 58
3.4.3 A mudança: insegurança ou resistência ...................................................................61
3.4.4 O Projeto Político Pedagógico...................................................................................63
CAPÍTULO 4: “O ARQUITETO” – DEDÁLO E O “FIO DE ARIADNE”...................68
4.1 AS ANÁLISE DOS DADOS QUANTITATIVOS .........................................................68
4.2. A DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS NAS ESCOLAS E NOS CICLOS DE FORMA-
ÇÃO....................................................................................................................................75
4.3. OS GESTORES: CARACTERIZAÇÃO.......................................................................76
4.4 O PROFESSOR DE SALA DE LEITURA: FORMAÇÃO.............................................84
4.4.1 A pesquisa da 7ª CRE................................................................................................95
4.5 OS DIRETORES............................................................................................................96
4.6 OS COORDENADORES............................................................................................. 101
4.7 OS PROFESSORES DE SALA DE LEITURA............................................................ 113
CAPÍTULO 5: A BELA ARIADNE E A CONSTELAÇÃO CORONO BOREALIS....118
5.1 A ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS QUALITATIVOS ........................ 119
5.1.1 O Laboratório de Informática................................................................................ 119
5.1.1.1- A Infra-estrutura....................................................................................................120
5.1.1.2- O Quantitativo de Alunos...................................................................................... 122
5.1.1.3 A Presença de articulador de dias ....................................................................... 125
5.1.2 A Capacitação em Informática............................................................................... 126
5.1.2.1- A Concepção teórica............................................................................................. 127
5.1.2.2- A Escolha Metodológica ....................................................................................... 129
5.1.2.3- O Projeto Político Pedagógico............................................................................... 133
5.1.2.4 A Metodologia de Projeto....................................................................................... 134
5.1.3 Os Desafios e Perspectivas para Reformulação das Capacitações ........................ 137
5.1.3.1- Os Desafios........................................................................................................... 138
5.1.3.2-As Perspectivas...................................................................................................... 140
5.1.4 -As Sugestões........................................................................................................... 144
5.1.4.1- O Foco na Capacitação.......................................................................................... 144
CAPÍTULO 6: A SAÍDA DO LABIRINTO E "O FIO DE ARIADNE"....................... 148
6.1AS CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 148
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 163
SITES RECOMENDADOS............................................................................................. 174
APÊNDICE ...................................................................................................................... 175
ANEXO ............................................................................................................................ 181
CAPÍTULO 1
A EDUCAÇÃO NO LABIRINTO DAS TIC
1.1 A PROBLEMATIZAÇÃO
Pensar não é sair da caverna nem substituir a incerteza das sombras pelos
contornos tidos das próprias coisas, a claridade vacilante de uma chama
pela luz do verdadeiro Sol. É entrar no Labirinto, mais exatamente fazer ser e
aparecer um Labirinto ao passo que se poderia ter ficado 'estendido entre as
flores, voltado para o céu'. É perder-se em galerias que existem porque as
cavamos incansavelmente, girar no fundo de um beco cujo acesso se fechou
atrás de nossos passos - até que essa rotação, inexplicavelmente, abra na
parede fendas por onde se pode passar. (CASTORIADIS. As Encruzilhadas
do Labirinto, 2002, p 10)
Segundo a mitologia grega, todo ano, a cidade de Atenas deveria pagar um pesado
tributo a Creta: sete moças e sete rapazes deveriam ser oferecidos em holocausto ao
Minotauro
1
. Teseu, amado de Ariadne, decidiu livrar os atenienses desse fardo; para isso, ele
seguira por um labirinto e matara o animal. A fim de auxiliá-lo na tarefa, Ariadne deu-lhe um
fio, para que ele se guiasse. Devido ao auxílio de Ariadne, as matar a criatura, Teseu foi
capaz de encontrar a saída do labirinto.
A analogia com a mitologia grega pretende ilustrar a situação atual dos professores, que
assim como Teseu, encontram-se perdidos em um labirinto. Em decorrência do
desenvolvimento da telemática e da difusão de redes de informação globais, os professores
são pressionados a mudar seus métodos de ensino, de modo a tornar as aulas mais dinâmicas e
mais conectadas às tecnologias de informação e comunicação (TIC
2
). Entretanto, essa não é
uma alteração fácil de ser promovida; afinal, ela demanda uma nova postura do professor.
A fim de auxiliar os educadores a sair do labirinto em que se encontram, é preciso
entender como essa estrutura se formou. Segundo Castells (1999), um dos primeiros
pensadores a se preocupar com a dinâmica do mundo globalizado, as relações entre o
indivíduo e o coletivo se alteraram com o desenvolvimento de tecnologias da comunicação e a
intensificação das “redes”, de modo a eliminar a clara divisão das áreas do saber, e tornar o
conhecimento amplo e difuso.
1
Na Mitologia grega, o Minotauro era uma criatura metade homem, metade touro, aprisionada em um labirinto.
2
O termo Tecnologia da Informação e Comunicação designa o conjunto de recursos tecnológicos e
computacionais para geração e uso da informação e comunicação. Agrega-se a esse conceito a comunidade
virtual que é uma comunidade que estabelece relações num espo virtual através de meios de comunicação a
distância.
De acordo com essa linha de pensamento, a informação e comunicação pertencente ao
aparato da conexão em rede se transformaram no centro de poder e seus valores também
ganharam importância, passando-se a compreender que a empatia, o ouvir, o fazer perguntas
procurando entender o outro e o compartilhar experiências levam os indivíduos a uma nova
forma de aprendizagem, o saber conectado, que entendemos como um enorme depositório de
produção literária e audiovisual diversificado, disponível na rede de informação e
comunicação, para acesso a qualquer tempo e em qualquer espaço, desde que democratizado e
garantido, para apropriação reflexiva, criativa e construtiva do indivíduo.
No campo da educação, as mudanças no meio social geraram novos desafios para o
processo de aprendizagem. Segundo Carvalho (2004), uma das primeiras dificuldades advém
da massificação do ensino. Desde a Constituição do Império de 1824, garantiu-se a instrução
primária gratuita. Porém, essa não foi completa, pois excluiu os escravos e seus filhos.
Ademais, a orientação constitucional garantiu, apenas, o amplo acesso ao ensino, sem
estabelecer as condições necessárias para efetiva entrada de todos na escola. Assim, ao longo
dos séculos XIX e XX, o que se notou foi o fracasso dessa iniciativa, caracterizado pelo baixo
índice de alunos que chegaram a concluir o ensino.
Se, no Império, a universalização do ensino fracassou, melhores resultados não são
observados nos últimos anos. Gadotti (1990, p.36), por exemplo, reflete sobre esses problemas,
analisando como os indivíduos envolvidos no processo educacional sentiram-se com a
ampliação do ensino.
E quais os problemas que temos hoje? (...) os pais, [queixam-se] da baixa
qualidade dos métodos. Os professores se queixam dos baixos salários, da
falta de liberdade, do centralismo. A administração acusa os professores de
corporativismo. Alguns acham que a escola do passado era melhor, outros,
que a escola privada é boa e que a escola pública é pior.
Essa questão antiga de acesso à escola tornou-se mais grave com o emprego de sistemas
tecnológicos, pois o Estado passou a ter que dar aos alunos acesso às mídias, de modo a
inseri-los no sistema de redes, que rege o mundo globalizado.
Para melhor ilustrar os desafios que se fazem presentes no trabalho com as mídias,
recorremos a Pretto e Pinto (2006), que ponderam sobre o impacto da democratização do
ensino, articulada à inclusão digital, baseando-se em pesquisa do Datafolha, Folha Online,
feita em parceria com o iBest
3
, em 2001.
Se compararmos os dados analisados pelos pesquisadores com os levantados pelo
IBGE
4
em 2005, é possível observar que, na região Norte, o índice de pessoas com acesso à
internet, de 17% da população, passou para 12%, isso demonstra uma queda no acesso à
informação, enquanto em outros estados notam-se avanços desse sistema, como no caso do
Nordeste, que de 10% passou para 11,9%. Esses índices são inferiores aos verificados na
região Sudeste, onde, de 23%, passou-se para 26,3%, e no Sul, que registrou uma elevação de
24% para 25,6%. Enquanto, no Centro-Oeste se revelou um dos maiores avanços, passando de
17% para 23,4%.
Como destacam Pretto e Pinto (2006), os dados estatísticos confirmam inúmeras
diferenças, que no acesso de cada região do país, e segundo o IBGE, esse crescimento de
“internautas”, acontece entre as pessoas de maior nível de instrução, em geral, alunos
universitários. Uma representatividade inexpressiva de “internautas” provavelmente reflexo
da falta de acesso no Ensino Médio e Ensino Fundamental. A constatação sinaliza um
obstáculo que pode ser minimizado pela educação responsável, que entendemos como
processo de aprendizagem capaz de tornar os alunos autônomos em sua articulação com os
diferentes conhecimentos cio-culturais-econômicos, estabelecidos no presente pelo passado
com vistas a um futuro ainda imaginário, ampliado e facilitado pelas TIC.
Daí, a importância de se ter analisado as dificuldades dos professores diante das
barreiras do saber conectado. Esse ponto tem se transformado com as constantes inovações
tecnológicas. As informações mudam mais rápido, o que demanda maior adaptação do
profissional e mais capacidade de aprender. Freitas (2007, mimeo) analisa essa nova realidade
e entende a existência de certo desconforto dos profissionais em lidar com “o novo”, o que
acaba levando alguns professores a privilegiar a educação tradicional, dissociada do
dinamismo dos novos métodos de aprendizagem participativa.
3
Segundo o Datafolha, na pesquisa realizada em 2001. Foram ouvidas 11.201 pessoas, com mais de 14 anos, de
137 municípios do país. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/2001-ibrands-
pesquisa.shtml > Acesso em: 20 jun 2003.
4
Os dados encontrados na pesquisa feita pelo IBGE fazem parte do suplemento da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios - PNAD de 2005 sobre acesso à Internet e posse de telefone móvel celular para uso
pessoal. O levantamento, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aconteceu em
parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil Dispovel
em:<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=846> Acesso em:5 abr.
2007
O professor sempre se viu como detentor do saber, alguém que ocupa uma
posição hierárquica superior em relação ao aluno e que tem como centro de
seu trabalho o ensinar, não se vendo como aprendiz. Tudo isso se deve a uma
história de formação linear, transmissiva, reprodutiva nas quais (sic) os papéis
de professor e aluno estão bem definidos. O professor ensina, mantém o
controle, dem o saber, enquanto o aluno aprende, recebe o transmitido,
reproduz. (FREITAS, 2007, mimeo)
A preocupação com esse papel que professores costumam apresentar direcionou o
olhar de Barreto et al (2006) na análise do conhecimento em educação e tecnologia, produzido
a partir do estudo de 331 teses, dissertações e artigos. As pesquisadoras revelaram que em 11
teses e 77 dissertações o computador era usado como ferramenta, desvinculadas de incentivo
a pesquisa, construção, publicação e autoria. Pom, essa prática pedagógica não levou os
alunos a fazerem uma transposição dessa aprendizagem para um conhecimento auto-
impulsionado.
Barreto et al (2006) ainda argumentam que a crescente presença das TIC no conjunto
das práticas sociais, verificada entre os anos de 2000 a 2002, repercutiu na “virtualização” do
ensino, favorecendo a ruptura com a lógica cartesiana da aprendizagem pela substituição do
conhecimento em rede.
Após a apresentação de dados estatísticos, passamos a analisar a atuação dos
professores no meio técnico-científico-informacional em uma localidade geográfica menor, de
43.696.054 km² de extensão, a do Município do Rio de Janeiro.
Desde 1996, a rede escolar desta cidade segue o Núcleo Curricular Básico
Multieducação, com indicação à Metodologia de Projeto, que constitui uma estratégia
inovadora nos sistemas de ensino de vários países. Contudo, não é o nova, surgiu no início
do século XX, quando se falava em ensino global, do qual os franceses Ovídio Decroly (1871-
1932) e Celestin Freinet (1896-1966), os norte-americanos John Dewey (1852-1952) e
William Kilpatrick (1871-1965) e os soviéticos Pier Blonsky (1884-1941) e Nadja Krupskaia
(1869-1939), sinalizaram aspectos norteadores para o trabalho por projetos, anunciados tais
como: projetos de trabalho, metodologia de projetos, metodologia de aprendizagem por
projetos, pedagogia de projetos, entre outros. Ainda dissertaram sobre o tema os autores:
Hernández (1998), Machado (2004), Barbosa (2004), Moura (2006), Ventura (2002),
Fagundes, Maçada e Sato (1999), Oliveira (2006), entre outros. Cuja pretensão é de formular
propostas de trabalho que transformem as práticas em sala de aula, a fim de que os educandos
sejam protagonistas da sua aprendizagem. Esse todo é, pois, uma estratégia de ensino-
aprendizagem que visa vincular teoria e prática. Ele gera aprendizagem diversificada e em
tempo real, inserida em novo contexto pedagógico, no qual o aluno é agente na produção do
conhecimento.
Em defesa à Metodologia de Projeto, o cleo Curricular Básico Multieducação
apresenta uma síntese que mostra a importância da integração das diferentes linguagens nos
projetos educativos.
A Metodologia de Projeto almeja a construção de um projeto educativo que
viabilize a aproximação e a integração dos campos da educação e da mídia.
Assim, a inserção de práticas mídia-educativas na escola se impõe como
necessidade, o que pressupõe o olhar e a escuta, atentos sobre as pessoas
diretamente envolvidas nesse processo, professores e alunos. Com seus modos
de ver e ouvir, criar e recriar diferentes linguagens, eles negociam,
cotidianamente, os sentidos das diferentes mídias. (Fascículo: Mídia e
Educação, 2005, p.17)
Pretto (2002) complementa com indagações que problematizam aspectos relevantes das
tecnologias na vida e na escola.
Tanto pela presença quanto pela auncia, a tecnologia entra na teia do
cotidiano escolar e permeia as relações estabelecidas ali, gerando perguntas
em torno de si. Como acontece o espaço-tempo no cotidiano escolar? (...)
Qual a importância da tecnologia na vida e nos sonhos de ascensão pessoal e
profissional de alunos e professores? Como a experimentam? Como a
reinventam? Que relações estabelecem entre o que aprendem “fora e dentro”
da escola? (PRETTO, 2002. apud Fascículo: Mídia e Educação, 2005, p.17)
Deve-se ressaltar, também, que, no Rio de Janeiro, além de se empregar a Metodologia
de Projeto, há órgãos que se ocupam do aperfeiçoamento de professores da rede pública. Esse
é o caso da Secretaria Municipal de Educação (SME). Seu trabalho consiste no uso do
“computador conectado”. Assim, a SME realiza capacitações e oficinas de Informática Básica
e Educativa, a fim de habilitar seus profissionais a expandirem o uso das TIC em seu
ambiente de trabalho, tendo à sua disposição o auxílio necessário para utilização dessas
ferramentas com seus alunos.
Contudo, há desafios para o melhor desempenho dessas capacitações. Segundo Almeida
(2000, p.108), ao professor não são dadas todas as condições para utilizar os softwares, além
do que os alunos podem apresentar melhor desenvoltura no uso das ferramentas do que o
próprio professor. Almeida ainda ressalta que:
[...] desenvolver atividades com essa nova ferramenta junto aos alunos,
mesmo sem ter a oportunidade de analisar as dificuldades e as potencialidades
de seu uso na prática pedagógica e, muito menos, de realizar reflexões e
depurações dessa nova prática. Os alunos, por crescerem em uma sociedade
permeada de recursos tecnogicos, são hábeis manipuladores da tecnologia e
a dominam com maior rapidez e desenvoltura que seus professores.
(ALMEIDA, 2000, p.108)
As idéias do autor são confirmadas por Freitas (2007) que distingue duas gerações no
que se refere o uso das TIC. A primeira é a geração pré-digital, na qual se incluem os
professores. Esse grupo vivenciou um tempo em que as tecnologias digitais não estavam
presentes e, assim, sente-se como estrangeiro digital” ao lidar com as transformações
tecnológicas. A segunda, chamada de “nativos digitais”, é composta pelos alunos, que
nasceram em um ambiente cultural cibertico e que, portanto, trabalham de forma natural
com as TIC. Como resultado desse distanciamento, os professores “mostram-se receosos,
inseguros, diante das práticas internéticas, nas quais os seus alunos estão inseridos.
Pertencentes a outra geração, que têm muito medo da novidade.” (FREITAS, 2007, mimeo)
Diante dessas dificuldades, acreditamos poder contribuir na reorganização das
capacitações da SME e, sobretudo, para o trabalho da Comissão Gestora
5
. Isso porque, após
analisar os artigos citados e as dissertações de Andrade (2000), Lima (2005), Lopes (2004) e
Freitas (2007), vimos que existe a necessidade de se renovar as ações voltadas para o
aperfeiçoamento dos professores na articulação do seu trabalho com as TIC. E ainda, como
sinalizado na pesquisa de Correia (2007), é preciso reformular as capacitações oferecidas pelo
Município do Rio de Janeiro.
Enfim, no labirinto da educação, as mídias têm seus próprios minotauros, caracterizados
pelas dificuldades de se expandir a educação em um país de grandes proporções geográficas,
pela exclusão tecnológica a que o submetidos os educandos e pelo despreparo dos
professores. Todavia, essas tecnologias fazem parte da cultura contemporânea e dão ao jovem
outros padrões de referência, que podem alterar suas relações consigo mesmo e com as
circunstâncias sociais em geral, criando diversas necessidades, envolvimentos e modelos de
5
A Comissão Gestora de Informática Educativa tem por objetivo nortear as ações a serem desenvolvidas no
âmbito da Secretária Municipal de Educação, Coordenadorias de Ensino e Unidades Escolares, através das
orientações e cronogramas de implementação do programa de informatização da rede pública de ensino. Essa
comissão engloba representantes dos seguintes órgãos: E/DGED (Departamento Geral de Educação), E/DGAD
(Departamento Geral de Administração), E/DGIN (Departamento Geral de Infra-estrutura), E/DGRH
(Departamento Geral de Recursos Humanos), representantes das CRE (Coordenadorias Regionais de Educação)
e, Escola. (Informação obtida no site da SME/RJ )
conduta, conforme sintetiza Brennand (2002, p. 40): “A forma de difusão da tecnologia que
está reconfigurando as experiências de uso e conseqüentemente novas formas de aplicações,
tem ocasionado mudanças substantivas nas formas de aprendizagem dos sujeitos.”
Em retorno à história grega, observa-se que Teseu queria sair vivo do labirinto, Ariadne
almejava protegê-lo e, por isso, o ajudou. Na presente pesquisa optou-se, assim como os dois
amantes, traçar estratégias, analisar as dificuldades, reconhecer as falhas na busca do Fio de
Ariadne, a fim de contribuir com os professores da rede pública de ensino, cuja finalidade é
de que se fortaleçam e busquem saídas do labirinto que os cercam no trabalho com as TIC.
1.2 OS OBJETIVOS
O objetivo geral deste estudo foi analisar perspectivas e possibilidades para a melhoria
das capacitações oferecidas pela SME/RJ, voltadas para o trabalho de Informática Educativa
no âmbito da Metodologia de Projeto.
Como objetivos específicos foram definidos: (a) caracterizar a formação dos gestores e
o tipo de atendimento do espaço escolar das escolas investigadas; (b) verificar as concepções
teóricas da Metodologia de Projeto, segundo a percepção dos gestores; (c) verificar por meio
dos depoimentos do Grupo de Trabalho de Informática Educativa (GTIE)6, como o uso da
Metodologia de Projeto se em sala de aula; (d) identificar, na voz dos gestores da escola,
como a Metodologia de Projeto auxilia no ambiente dos Laboratórios de Informática; (e)
levantar perspectivas e possibilidades que os diferentes sujeitos dessa pesquisa indicam para
as capacitações de informática; (f) analisar as sugestões levantadas pelos profissionais
envolvidos com o programa de informática, relativas às capacitações; (g) sugerir indicadores
para reorganizar os processos de capacitação em informática, com vistas à formação
continuada.
1.3 A ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
O desafio emergente das tecnologias, no meio escolar, instigou caminhos para serem
desvendados pela trajetória desta pesquisa. Na busca desses caminhos se procurou
compreender a história em que se contextualiza o problema, emergindo dela o desejo de
6
O GTIE é composto por um elemento de cada Divisão da Coordenadoria Regional de Educação, um professor
de sala de leitura, um professor representante do Pólo de Educação pelo Trabalho, um diretor, um coordenador-
pedagógico e, quando necessário, são convidados professores capacitadores.
encontrar um “fio” capaz de dar a chance de sair vivo das armadilhas, pelos quais novatos
estudiosos podem ser apanhados. Assim, o trabalho foi dividido em seis capítulos, como se
segue:
No Capítulo 1 A Educação no Labirinto das TIC, se problematiza o objeto da
pesquisa, sua importância, seus mistérios, obstáculos, atividades produtivas e decisões
políticas que o envolvem. Esses passos do texto introdutório apontaram preocupação com as
Capacitações de Informática Educativa, procurando analogia na hisria de Ariadne. Assim,
foram traçados objetivos e o panorama da organização do estudo.
No Capítulo 2 O Desafio do Labirinto de Creta, toda uma trajetória foi detalhada, o
feito serviu para evitar empecilhos e reconhecer os obstáculos. A opção do terreno foi
intencional, delimitando o campo de pesquisa e os sujeitos participantes, avaliando quais
as probabilidades de interrupções que dificultariam o trabalho, sempre contando com a
orientação, do “fio condutor” desta pesquisa, para não ficar desorientado. No percurso, se fez
analogia com a fera e com a espada mágica que Ariadne ofertou a Teseu, sob o tema O
encontro com o Minotauro. A escolha se deu pelo fato do primeiro ser símbolo da fatalidade
que determina o curso da vida humana e o segundo, por seu histórico como arma, dar a quem
a possui notória vitória. O capítulo segue então, apontando procedimentos metodogicos pela
estratégia do percurso exploratório, com a aplicação do formulário previsto para o
desenvolvimento inicial do trabalho. A seguir foram realizadas entrevistas e encontros de
grupo focal.
No Capítulo 3 No Labirinto: na busca pela luz, intrépidos pelo desequilíbrio do
labirinto, assim como Teseu, escolhemos penetrá-lo e desafiar a própria sorte. Buscou-se
encontrar o Minotauro, um ser cuja mitologia o observa monstruosamente, porque ao
desvendar suas fraquezas assim como a do labirinto, é possível dissipar as trevas pela luz e o
renascimento pessoal. Nesse sentido, a superação para ir ao encontro da verdade, nesta
pesquisa, está refletida no referencial trico. Deste modo, se percorreu desde os atuais
aspectos globais que envolvem as tecnologias, como os processos filosóficos e teóricos da
aprendizagem, as referências dos projetos de ensino, de trabalho e político-pedagógico. Como
ainda, a resistência natural às mudaas, e o desafio de gestores se tornarem democráticos e
autônomos. Uma vez que o interesse é suprimir as dificuldades que também o “povo da
educaçãoestá passando. Uma referência tão marcante quanto à angustiante realidade por
qual passava o povo ateniense.
No Capítulo 4 O arquiteto – Dedálo: Vencido pelo “Fio de Ariadne”, um
campo árido do estudo a ser percorrido, deparou por todo tipo de artimanha, provavelmente
semelhante com as planejadas por Dedálo ao traçar a arquitetura de sua obra prima “O
Labirinto”. Todavia, pela confiança depositada no trabalho aqui presente, não poderia ter
desfecho diferente ao de Teseu, “a vitória”. Austeros e obedientes com o que fora planejado, o
campo foi minuciosamente detalhado, definida sua área; seu tipo de atendimento; formação
dos profissionais de educação, de cada escola, em informática; a compreensão que cada gestor
tem em relação o seu papel no trabalho com as TIC, além de suas expectativas para
reorganização das Capacitações e os pontos de vista mais relevantes para pesquisa. Indo de
encontro com as palavras de um sábio budista: "Humanidade sem inteligência é como ter um
campo, mas não ará-lo. Inteligência sem coragem é como ter uma vegetação florescente, mas
não limpá-la das ervas daninhas. Coragem sem humanidade é saber colher, mas não saber
semear." (CHAN, FUSHAN apud CLEARY, 2005)
No Capítulo 5A bela Ariadne e a constelação Corona Borealis, de posse do “Fio de
Ariadne”, das suas honras e desencantos, do despertar do seu novo amor e de sua coroa,
lançada ao céu, conservando sua forma em constelação, entre Hércules ajoelhado e o homem
que segura a serpente, se desenrolaram os temas e subtemas, norteadores do capítulo.
Emergiram objetos de análise nas vozes dos participantes em cinco eixos de sustentação para
análise: (a) Laboratório de Informática, (b) Capacitação em Informática, (c) Desafios e
Perspectivas para Reformulação das Capacitações e (d) Sugestões.
No Capítulo 6 A saída do labirinto e "O Fio de Ariadne", se compreendeu a função
e incorporação da Metodologia de Projeto orientada nas capacitações, possibilitando enumerar
as principais perspectivas e possibilidades referidas pelos sujeitos participantes, traçando
indicadores de reconfiguração das Capacitações de Informática. Entretanto, houve a
necessidade de observar e sinalizar as fragilidades que poderão inviabilizar a aplicabilidade
das pximas formações oferecidas pela rede pública, considerando entenderem este estudo
como “O Fio de Ariadne”. Afinal, não é possível permitir que alunos e professores de uma
rede de educação avaliada como a maior do Brasil, a do Município do Rio de Janeiro, acabem
mortos pelo Minotauro, nem perdidos no labirinto, nem ao menos abandonados a qualquer
sorte em uma ilha deserta. A referência é porque até Teseu para vencer o “monstro do
labirinto”, utilizou “O Fio de Ariadne”, como ainda, se aproveitou da “espada mágicapara
vencer o monstro, mas sem nada superar o amor da bela. Ariadne não teve a reciprocidade
no amor de Teseu. Caso Afrodite, deusa grega da beleza e do amor, não se compadecesse do
sofrimento dela, esta perderia seus dias de vida solitária na ilha de Naxos.
Desta forma, o trabalho finaliza seu objetivo, mas não produz terminalidade a outras
queses de convergência com o tema. Ele precisa ir além, se tornar constelação pelas
diferentes mãos que darão novo formato para educação. Espera-se que a partir dele outros
tracem conquistas, afinal, o temos a verdade, apenas suposições oriundas de dados
levantados e analisados, caso contrário, se agiria por, leviandade, inevitavelmente[tornando-
nos] cativo." na crença da presente defesa. (A Arte da Guerra)
CAPÍTULO 2
OS DESAFIOS DO LABIRITNO DE CRETA
Creta é a maior ilha da Grécia, está no sul do mar Egeu. Segundo a mitologia grega,
foi nesta ilha que se passou a história da filha do rei Minos, a bela Ariadne, que se apaixonou
a primeira vista pelo hei Teseu. Para salvar seu amado do labirinto, ela usou artifícios
advindos de suas conversas com um sábio, Dédalo. Nesse capítulo, se escolheu agir como
Ariadne e estudar tanto o cenário de trabalho quanto às evoluções por que ele precisa passar,
incluindo o enfrentamento com o Minotauro.
2.1 A TIPOLOGIA DO ESTUDO
No desenvolvimento deste estudo os procedimentos tanto da abordagem quantitativa,
quanto da abordagem qualitativa, foram escolhidos para avançar em elementos de análise que
percorrem as leis universais. Sabe-se que existem ressalvas quanto a este tipo de
procedimento, mas Gatti (2001, p.74) mostra que:
[...] os conceitos de quantidade e qualidade não são totalmente dissociados,
na medida em que de um lado a quantidade é uma interpretação, uma
tradução, um significado que é atribuído à grandeza com que um fenômeno
se manifesta (...), de outro, ela precisa ser interpretada qualitativamente,
pois sem relação a algum referencial não tem significado em si.
Na análise quantitativa, se deve estar atento com as “interpretações empobrecidas pelo
não-domínio dos fundamentos do método de análise empregada”, (GATTI 2001, p.75).
Cautelosos a sua consideração de que:
No emprego dos métodos quantitativos precisamos considerar dois
aspectos, como ponto de partida: primeiro, que os números, freqüências,
medidas, têm algumas propriedades que delimitam as operações que se
podem fazer com eles, e que deixam claro seu alcance; segundo, que as
boas análises dependem de boas perguntas que o pesquisador venha a fazer,
ou seja, da qualidade teórica e da perspectiva epistêmica na abordagem do
problema, as quais guiam as análises e as interpretações. (GATTI 2004,
p.13)
Procurando respaldo nos “parâmetros teóricos”, foram analisados os conteúdos,
calcados nos estudiosos da área, detalhando os dados pela “percepção crítica de vieses
situacionais no trato da história e de estórias”, se dedicando a não esbarrar com a precariedade
da “análise documental” (GATTI 2001, p.76)
Na investigação qualitativa “a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo
o investigador o instrumento principal” (BOGDAN E BIKLEN, 1994, p. 47). Assim, a
metodologia qualitativa serve como um verdadeiro “Fio de Ariadne”, percurso para orientar e
compreender a intencionalidade das falas, experiências, valores, percepções, desejos,
necessidades e atitudes dos diferentes sujeitos participantes, presentes no estudo.
2.2 O CAMPO DE PESQUISA
O campo de pesquisa foi selecionado intencionalmente, privilegiando as escolas, com
laboratório de informática, da CRE, localizada no bairro da Barra da Tijuca, Município do
Rio de Janeiro. A coordenadoria tem como marca bairros em expansão, onde residem alunos
de diferentes classes sociais. Ademais, essa é uma coordenaria de grande abrangência
geográfica e social, tendo em seu entorno tanto favelas, como a da Cidade de Deus, quanto
condomínios de luxo. Nessa coordenadoria, foi possível observar quanto às diferenças sociais
repercutiam diferenciações nos dados obtidos. Ainda, auxiliou a compreender como o meio
em que a escola está inserida a leva a adotar procedimentos que atendem a assuntos
específicos de sua clientela.
A fim de melhor caracterizar o campo de pesquisa, destaca-se que essa coordenadoria
tem hoje 57 (cinqüenta e sete) laboratórios de informática, que estão localizados em escolas
públicas. Dentre estes, se encontra um Pólo de Educação pelo Trabalho (PET), que de acordo
com o site da prefeitura “são Unidades Educacionais, supervisionadas pelo Programa de
Extensão Educacional, que atendem prioritariamente alunos matriculados na Rede,
oferecendo oficinas que tem o Trabalho como princípio educativo.”
Mesmo fazendo parte do Programa destinado à análise desta pesquisa, é importante
lembrar, que o PET recebe sua clientela com um foco diferenciado.
O objetivo geral dos Pólos de Educação pelo Trabalho é a formação de um
espaço de reflexão interdisciplinar tendo o Trabalho como um princípio
educativo, enfocando, entre outras questões, as relações de trabalho e suas
transformações diante do novo contexto mundial. Visam também contribuir,
através das oficinas, com aspectos considerados significativos na formação da
cidadania.(www.rio.rj.gov.br/sme)
Os PET devem atuar segundo os procedimentos pedagógicos da metodologia de
projeto. Assim, se verifica a necessidade de capacitar os professores, de modo a utilizar “os
recursos computacionais na prática pedagógica, aperfeiçoando as metodologias de ensino em
sala de aula, auxiliando no fortalecimento curricular da Rede e ampliando qualitativamente o
trabalho didático.” (idem)
Na coordenadoria, foi possível, ainda, mapear os diferente tipos de laboratório que
fazem parte do Programa de Informatização. São eles: os três laboratórios implementados
pelo PROINFO, dezesseis do PÓLOMAT; os dois do PROAP, os quatro laboratórios que
vieram da iniciativa privada, sendo um deles o da Telemar. Deu-se ênfase aos 18 laboratórios
recém criados pelo programa de inclusão digital do governo federal, o ProJovem. (ANEXO
A).
Como meio de decidir os participantes que fariam parte do grupo focal, em
decorrência da abrangência desse campo de pesquisa decidiu-se por um estudo exploratório
inicial. Pela medida foram elucidadas diferenças que tangenciaram a compreensão
metodológica do ensino no laboratório de informática. Isso porque diferenciação na
quantidade de aparelhos nas salas com laboratório de informática, na metragem quadrada de
cada unidade, nos softwares utilizados, no sistema operacional, no tipo de conexão e na
configuração das máquinas, como também no tipo de formação dos profissionais, tanto pela
formação inicial, quanto pela formação em Informática Básica e Educativa oferecidas pela
SME
Outra diferença que pode ser observada (ANEXO B), recaiu sobre o acesso à Internet.
Das escolas que possuem, acesso a rede, pela conexão por Velox ou com acesso por Frame
Relay.
Segundo as informações repassadas, pela 7ª CRE, existe uma orientação para que a
disposição dos micros seja feita em forma de “U”, ou seja, com os computadores encostados
às paredes, em grandes bancadas. No entanto, nem sempre é esta a disposição encontrada.
Entre os laboratórios criados pela iniciativa privada, o da Telemar, que segue a
disposição dos computadores ao longo da sala, com os equipamentos em posições opostas.
Esta forma é apresentada pela facilidade técnica da instalação do maquinário e da rede de
comunicação
7
.
Por meio de visitas intencionais, se identificou que a disposição dos laboratórios do
PROINFO, ProJovem, PÓLOMAT e do PET, o tem grande variação. Tomou-se
conhecimento, segundo uma avaliação de 2005 do GTIE, da CRE, que vários tipos de
problemas, como: desconhecimento do local onde fica a chave do laboratório, desejo de ter
7
Informação repassada pela professora que atende o Projeto Telemar.
um profissional responsável para desenvolver o trabalho indicado, falta de clareza quanto ao
horário e direcionamento das atividades, carência de incentivo a produções midiáticas,
trabalhos administrativos concomitantes com o atendimento pedagógico, inabilidade de
articular o espaço com quantitativo de alunos, entre outros, são queixas utilizadas para
justificar a falta de uso dos laboratórios. Com isto houve a opção de selecionar sujeitos que
desenvolvessem trabalhos com a realidade demarcada, reconhecidos como aqueles que
superam qualquer dificuldade e promovem inclusão digital no espo escolar.
2.3 OS SUJEITOS PARTICIPANTES
Os sujeitos relacionados foram diretores, coordenadores pedagógicos, membros do
grupo de trabalho de Informática Educativa da 7ª CRE (GTIE), gestores do órgão central da
administração pública, responvel pela articulação do trabalho (Comissão Gestora e Grupo
Pedagógico), professores capacitadores e regentes de sala de leitura.
Cada um desses gestores tem papel fundamental no desenvolvimento das atividades
voltadas para o processo de aprendizagem de forma geral. O diretor da escola, pelo
compartilhamento das responsabilidades, coordena a participação de todo processo
pedagógico, na discussão, reflexão, realização e avaliação das atividades de ação educacional,
Esse processo tem como fundamento a ação educativa na dimensão colaborativa.
Segundo o Boletim Oficial da Secretária de Estado de o Paulo, a direção da escola
“deve propor, agilizar e rediscutir as relações do interior com o exterior, instaurando o diálogo
permanente e articulando a ação educativa.”, mesmo objetivo esperado nos diretores da
SME/RJ.
O Coordenador Pedagógico é outro gestor que atua como co-responsável pela
construção de uma equipe escolar coesa, engajada e, sobretudo, convicta da viabilidade
operacional, consensualmente, assumida e formalizada na proposta de trabalho da
SME/CRE/Escola. Cabe a ele orientar e gerenciar os resultados do desempenho escolar obtido
pelos alunos frente às ações devidamente planejadas pelo docente, “estimulando-o a adotar
estratégias metodológicas diversificadas de ensino que mobilizem menos a memória e mais o
raciocínio, além de outras competências cognitivas” (Agência de Certificação Ocupacional da
Bahia _ Fundação Luís Eduardo Magalhães - p.2)
8
No mesmo documento outra ação é
pontuada pela agência, ligada à sua função na orientação sobre instrumentos e recursos
pedagógicos.
O Coordenador Pedagógico tem também papel relevante na orientação sobre
instrumentos e recursos de trabalho eficazes, a fim de facilitar o
desempenho dos professores em sala de aula e contribuir para a
aprendizagem dos alunos. Assim, ele: incentiva e orienta os docentes na
utilização intensiva e adequada dos materiais didáticos e de recursos
tecnológicos disponíveis, tais como TV Escola, Internet, etc.(idem.p 6)
Da mesma forma, os gestores, espalhados pelos diferentes setores de acompanhamento
e desenvolvimento da educação, precisam promover ações de formação para dirigentes
escolares, professores e coordenadores pedagógicos, de forma a garantir a formação
continuada. Entre eles, a escolha de entrevistar os membros do GTIE, Comissão Gestora e
GP, foi importantíssima para se descobrir a convergência entre as ações que implementadas, a
consonância do discurso com o campo e os indicativos da SME. Ademais, isso auxiliou, a
saber, o que pensam sobre os dados selecionados e que contribuições podem oferecer para que
atendam às sugestões oriundas das unidades escolares da área de abrangência da 7ª CRE.
Por sua vez, os professores capacitadores possuem curso de Pós-Graduação de
Informática Educativa, e/ou experiência em atividades pedagógicas desenvolvidas nas escolas
da rede pública e participação em eventos ligados a informática. Eles fazem parte de um
banco de professores concursados, que conhecem a realidade da Rede, participam de reunes
de planejamento das capacitações e dão aulas nas escolas.
os professores de sala de leitura, tiveram voz por dinamizarem o espaço do
laboratório de informática, através da convergência de mídias articulada pela metodologia de
projeto.
Assim, foi selecionada uma amostra de aproximadamente 180 profissionais, como está
explicitado no (ANEXO C), sendo convidados para sujeitos participantes 40 dentre eles. Seus
depoimentos foram de grande valia por serem os articuladores e gerenciadores da inclusão
8
Agência de Certificação Ocupacional da Bahia - Fundação Luís Eduardo Magalhães. Uma instituição que se coloca
a transformação do estado e da sociedade de 1999 a 2007. Maiores detalhes podem ser conseguido no endereço
http://www.certifica.org.br/arquivos/noticias/asc0110025120070330RelatorioFlemCompleto.pdf e a informação
sobre o papel do coordenador pedagógico está
Dispovel<http://www.sec.ba.gov.br/educar_para_vencer/Padroes_competencias_CP_23082004.pdf > Acesso
12 ago de 2007
social/digital no ambiente escolar. Assim, utilizando a técnica de grupo focal
9
buscou-se saber
como eles entendem a informática no cotidiano escolar, como garantem espaço para discussão
pedagógica, como encontram soluções para os problemas do dia-a-dia, que procedimentos
encaminham no que concerne a formação em serviço em relação à inclusão digital e que
medidas entendem ser necessárias para que seus docentes se evolvam com esse trabalho de
atualização constante em um mundo globalizado.
O ENCONTRO COM O MINOTAURO
Segundo a Mitologia, o Minotauro, ser monstruoso com corpo de homem e cabeça de
touro, era fruto da paixão da rainha de Creta, Pasífae, por um cavalo branco, que Poseidon
dera a Minos. Ele era uma criatura selvagem, que fora aprisionado em um labirinto por sua
aparência temerosa e pelo hábito carnívoro.
Apesar da selvageria da fera, Teseu consegue decapitá-lo com uma espada mágica. O
sentido dessa passagem está em servir de alento para aqueles que ouvem a lenda grega, pois a
espada é, na verdade, um símbolo de como o poder está nas mãos dos que fazem o bem.
Para pesquisa, a referência ao Minotauro e à espada gica servem como meio de
análise das mazelas da relação dos professores frente ao computador, mesmo com o suporte
das Capacitações em Informática. Assim, foram feitas comparação, pelas quais as
dificuldades que os professores enfrentam são comparadas à figura monstruosa do animal, e a
espada mágica servindo para fazer alusão à segurança que os educadores podem ter se
seguirem boas orientações, como as que pretendemos fazer nesse trabalho.
2.4 OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.4.1 O período exploratório
Ao iniciar a investigação, optou-se por uma fase exploratória, que para Alves-Mazzotti
(1998 p.160), seria “antecipada por uma fase de negociações para obter acesso ao campo”.
Assim, atendeu-se às exigências da rede pública de educação, disponibilizando o projeto para
9
O grupo focal é formado por participantes que têm características em comum, são incentivados pelo moderador a
conversarem entre si, trocando experiências e interagindo sobre suas idéias, sentimentos, valores, dificuldades, evitando
dispersão sobre os objetivos da discussão e monopolização de alguns participantes sobre outros.
O assunto é identificado num roteiro de discussão e são selecionadas técnicas de investigação para a coleta das informações.
análise e liberação de entrada no campo. Em poder do formulário (APÊNDICE 1, 2 e 3), se
deu início à visita de vinte escolas, mostrando-se desnecessário ir a todas como havia sido
inicialmente planejado, pois em quatro dessas estavam reunidos vários representantes de
outras unidades, que se propuseram a responder o documento e enviá-lo a coordenadoria,
embora não houvesse qualquer dificuldade ao acesso do pesquisador no campo.
Após o período exploratório foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com a
Comissão Gestora (APÊNDICE 4), mas em virtude da proximidade das festas de final de ano,
foi possível realizar duas delas, ao invés das cinco que estavam previstas. Uma foi com a
diretora da Divisão de Mídia Educação, principal articuladora do Programa de Informática e
sua assistente, também membro do Grupo Pedagógico de Informática da SME/RJ. Contudo, a
riqueza de detalhes que ambas tiveram o cuidado de enumerar, possibilitou conhecer aspectos
sobre infra-estrutura, apoio logístico e pedagógico e de recursos humanos.
A escolha da entrevista semi-estruturada teve fundamento na perspectiva de Alves
Mazzotti (1998 p.168), considerando que “de um modo geral, as entrevistas qualitativas são
muito pouco estruturadas, sem um fraseamento e uma ordem rigidamente estabelecidos para
as perguntas, assemelhando-se muito a uma conversa.”
O mesmo tipo de procedimento foi direcionado ao GTIE, dois de seus elementos,
atuantes em áreas distintas dentro da coordenadoria, cederam entrevista para que se pudesse
considerar as contradições e convergências em suas falas, ressaltando-se não ter havido
divergência entre a fala desses participantes.
A pesquisa buscou, por meio de quatro grupos focais, em paralelo às entrevistas
mencionadas anteriormente, identificar problemas sobre: infra-estrura, concepção gestorial e
pedagógica em relação ao trabalho com as TIC, captação metodogica pela participação em
Capacitações de Informática, como também, os maiores desafios enfrentados no processo de
inclusão digital. Com este fim, se analisou, na voz dos gestores (diretores, coordenadores,
membros dos órgãos central e intermediário), professores capacitadores e regentes de sala de
leitura, as perspectivas e as possibilidades para a melhoria da formação oferecida pela
SME/RJ.
A escolha do grupo focal foi feita por serem “(úteis) para que se (levantem) os
interesses junto a população, acerca de suas expectativas e necessidades em relação ao tema
estudado” (RIZZINI et al,1999, p.67). Esta opção foi necessária porque “o grupo focal
possibilita a obtenção de dados qualitativos sobre opiniões, atitudes e valores relacionados a
um tema específico” (idem p.67).
A configuração dos grupos seguiu o quadro abaixo.
Quadro 1 – Categorização de Grupos Focais
Categorização
do grupo
Quantitativo
de pessoas
Características
Professor
Capacitador
(PC)
5 Capacitadores que atuaram na formação juntos as
TIC em 2006 e 2007.
Diretor
(DR)
9 Um diretor por região delimitada pelo mapeamento
do procedimento quantitativo da pesquisa.
Coordenador
Pedagógico
(CP)
5 Um coordenador por região delimitada pelo
mapeamento da pesquisa.
Professor de
Sala de Leitura
(PSL)
9 Nove professores de sala de leitura pólo ou satélite,
indicados pela CRE, engajados no processo de
inclusão digital, de laboratório de diferentes
categorias como PROINFO, PÓLOMAT, PROAP,
ProJovem, Telemar.
As reuniões de grupo focal duraram cerca de 1 hora e meia. A escolha de tempo
confirmou as considerações de Rizzini (1999, p.67), segundo o qual “as primeiras sessões são
mais longas, e as seguintes conduzidas pelo facilitador de forma rápida”. Na pesquisa, notou-
se que o tempo de entrevista variava conforme os grupos e a forma como desenvolveram a
discussão.
Para que o registro não se perdesse pela necessidade natural de detalhamento
precedente natural para este tipo de estudo, os dados foram capturados por gravação de voz e
por anotações em um diário de campo.
A parte reflexiva adveio dos instrumentos de investigação qualitativa e quantitativa,
procurando dar tratamento aos dados de modo a revê-los até o alcance do instrumento chave
da análise.
Importa lembrar, que cada sujeito participante no estudo, mesmo os mais tímidos não
foram deixados à margem. Estimulados por meio de um roteiro, demarcou-se o foco da
reunião, introduzindo cada assunto através de perguntas de estimulação a participação. Este
processo teve por intenção tornar a coleta menos extenuante.
2.4.2 A convenção para análise de dados
As pesquisas qualitativas costumam gerar enorme volume de dados, mas o cruzamento
dos indicadores com os pressupostos da interpretação quantitativa, possibilitam, mais
facilmente, encontrar o foco do trabalho em descrição textual e fundamentação com os
pressupostos teóricos para fundamentação e compreensão das observações. Até por isto,
existe a necessidade de redobrar os esfoos na comparação e análise dos dados, como é
indicado por estudiosos da metodologia científica.
A análise temática de Bardin (2003) foi aplicada possibilitando evidenciar os
parâmetros de semelhança, convergência e sentido das argumentações. Segundo o autor,
mediando esses parâmetros encontra-se a inferência, entendida como operação que responde a
uma série de deduções, questionando: O que conduziu a um determinado enunciado? Quais as
prováveis conseqüências desse enunciado? Quem diz o que, a quem, como e com que efeito?
É um processo continuado de identificação de dimensões, categorias, tendências,
padrões, relações, reconhecendo o significado ressaltado na coleta de dados. Alves Mazzotti
(1998 p.170) afirma que: “este é um processo complexo, não-linear, que implica um trabalho
de redução, organização e interpretação dos dados que se inicia já na fase exploratória e
acompanha toda a investigação”.
No mesmo propósito, decidiu-se dividir o material em unidades organizando-os por
categoria. Daí a definição do formulário por escolas, demarcando o número de alunos
segundo o segmento de atendimento, a quantidade de profissionais de docência, a habilitação
que possuem no magistério e a formação em informática educativa, tanto geral como em
serviço. Já os dados de identificação dos diretores, coordenadores e professores de sala de
leitura, seguiram pelo parâmetro de tipologia de cargo e função que exercem, tempo de
serviço no magistério e na função, posicionamento referente à visão sobre o papel da
informática no ambiente escolar, responsabilidade compreendida quanto à importância da
inclusão digital, forma de atuação frente às TIC no exercício da função, critério de gestão que
exercem na articulação do laboratório e no aprimoramento dos profissionais da escola na área
de informática e nível de conhecimento em relação às Capacitações de Informática oferecidas
pela SME, além das questões relacionadas à Metodologia de Projeto
Desta forma observaram-se padrões de regularidade, oposições e contradições, em
contraposição com o depoimento dos grupos focais nos primeiros resultados, comparando-
os e interpretando-os. Ademais, à medida que se coletaram dados, identificou-se a correlação
dos temas referentes ao questionário e às entrevistas. No caso das entrevistas, foi aplicada a
técnica de análise de conteúdo, na modalidade de análise temática (BARDIN, 2003). A seguir,
foram construídas interpretações, para encontros futuros de grupo focal, “num processo de
“sintonia fina” que vai até a análise final” (ALVES MAZOTTI, op. cit. )
A opção pelo referencial teórico, serve de destaque, pois “através de teorizações
progressivas em um processo interativo com a coleta de dados” (idem, p 17), discorrerem
análises que subsidiam os elementos captados por formulários e entrevistas, e ainda os
encontros de grupo focal, sempre com o intento de deixar claro para o leitor as contribuões
que o estudo traz para mudança das Capacitações em Informática da SME/RJ .
CAPÍTULO 3
NO LABIRINTO: NA BUSCA PELA LUZ
O lendário labirinto de Creta, onde estava o Minotauro, fora criado com a intenção de
desorientar quem o percorresse. Por vezes, os professores também se encontram em situações
que parecem desorientados, no oficio do seu trabalho junto às TIC, mas se guiados
adequadamente, podem superar os desafios e, como dizem os agnósticos, encontrar o opus em
seu labirinto.
3.1 OS IMPACTOS DA SOCIEDADE TECNOLÓGICA
O cenário deste estudo auxiliou a definir o meio para encontrar a verdade - opus, não
apenas por informações atemporais; pelo contrário, o que se pretendeu foi definir e reafirmar
o caráter histórico tanto dos processos sociais, quanto dos modelos educacionais, seguindo
pelo panorama emergente.
Com esse intuito, foram enfatizadas abordagens teóricas voltadas para uma análise do
processo de formação do meio cnico-científico-informacional; suas repercussões sobre o
processo educacional; as variáveis políticas que limitam a reforma da educação e o histórico
do programa de informatização da rede municipal de educação do Rio de Janeiro, pautados
em modelos que ressaltam dificuldades do uso das TIC e concepções de projeto.
3.1.1. As transformações frente às tecnologias
No processo de mudança de compreensão de tempo, espo e técnica por que vem
passando nosso planeta, observou-se o surgimento da fabricação em série, a qual imprimiu um
ritmo mais adequado às necessidades de consumo da Primeira Revolução Industrial. A
produção artesanal foi sendo gradualmente substituída pela produção mecanizada, até que se
delineou a Segunda Revolução, marcada pela importância do aço e do acréscimo de
automatismo.
Na passagem do séc. XX para o séc. XXI, como delineada pelos estudos do sociólogo
Octavio Ianni (1994), revelam-se dois aspectos primordiais. Primeiro, uma nova organização
trabalhista, retratada nas relações de força de produção e de articulação da classe operária.
Segundo, a existência de outra estrutura social de escala nacional, regional e mundial.
A nova organização social, com lugares e pessoas se conectando por redes, e na qual a
informação predomina sobre os espaços, foi chamada de globalização. Nesse novo contexto, o
saber tornou-se de importância fundamental.
Hoje, conforme apontamos, o território é usado a partir de seus acréscimos
de ciência e técnica (...).Tanto sua constituição como seu uso exigem, todavia,
parcelas volumosas de informação que se distribuem segundo métricas
diversas. (SANTOS; SILVEIRA, 2001, p. 93)
Todavia, os avanços tecnológicos entraram em descompasso com as premissas sociais.
Pode parecer contraditório, porém, em um mundo cada vez mais global cresceram as
desigualdades sociais, econômicas, políticas, culturais, religiosas, raciais, entre outras,
configurando-se o que Santos e Silveira (2001) chamaram de espaços opacos e luminosos.
Ao estabelecer a crise, cresceu o número de desempregados, reduziu-se o tamanho das
empresas, acelerou-se o emprego temporário, vivenciaram-se greves e novas relões de
trabalho foram negociadas para atender à competitividade emergente. O exercício profissional
saiu da linha de produção de padrões manchesteriano, taylorista, fordista ou stakanovista
10
,
para manipulação simbólica.
Surgiram inovações comerciais, tecnológicas e organizacionais de desenvolvimento
desigual entre setores e regiões geográficas. Estabeleceu-se um movimento de
desterritorialização mercantil, pelo qual os produtos perderam sua nacionalidade, juntamente
com seus centros e indústrias de produção; o mercado de trabalho se reestruturou
radicalmente para atender a volatilidade do consumismo; aumentou-se a competitividade e,
por isso, estreitaram-se as margens de lucro, caracterizando um mercado com capital de giro
constante e minimização de estoque.
Nesse panorama, os movimentos sindicais se enfraqueceram, e se tornou excessivo o
número de desempregados que se submeteram aos contratos de trabalho flexíveis e
terceirizados. O que vimos então foi a passagem para “revolução” microeletrônica,
envolvendo novas formas de automação e robotização, de padrões de organização flexível, de
exigência profissional polivalente, de intensificação técnica em escala global.
10
O movimento stakanovista teve como seu promotor, o mineiro Alexei Stakanov, do poço Tsentraínaia
Irmino” (bacia do Donetz). Em 31 de agosto de 1935, essa indústria hulhífera, extraiu em uma jornada 102
toneladas de carvão, ou seja, 14 vezes mais que o normal. Assim marcou o começo de um movimento de massas
dos operários e dos kolkosianos pela elevação dos níveis de rendimento, por um novo desenvolvimento da
produtividade do trabalho.
Pode ser destacado, nesta linha de pensamento, a Internet, que está provocando
transformações profundas na economia, e nas estruturas de indústrias por “seus fluxos e
valores, e além do comportamento dos consumidores, nos mercados de trabalho e de
emprego“. (COSTA, OLIVEIRA, 2005, p.14)
No dizer de Ianni (1994), vivenciou-se um processo pelo qual todo tipo de cultura e
relação humana quebrou paradigmas, atravessou fronteiras, buscou novos horizontes;
mundializou-se a concepção de raça, idade, sexo, religião, língua, tradições, reivindicações,
entre outros, revelando-se novos padrões socioculturais.
Essas mudanças se refletiram no mercado de trabalho e, conseqüentemente, no campo
da educação. Quando “todo trabalho individual, concreto e privado passa a subsumir-se ao
trabalho social, geral e abstrato que se expressa nas trocas mundiais, no jogo das forças
produtivas em escala global”.(IANNI, 1994, p 7), exigem-se dos trabalhadores outros padrões
de cultura, o que demanda uma adaptação curricular e pedagógica.
Contudo, conforme salientam Santos e Adrioli (2005, p.1), é difícil definir em que
medida a educação é afetada por este contexto de transformações e oscilações políticas e
sociais. Assim, “identificar os desafios que esta realidade coloca para o trabalho educativo é
uma tarefa que continua em aberto” e meratenção de políticas públicas que estruturem
educação de qualidade no meio social.
3.2 AS POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
Segundo a Constituição Federal, um dos princípios básicos do Estado é o da legalidade,
ou seja, o ente blico somente pode fazer o que lhe for permitido por lei. Assim, optou-se
por descrever algumas medidas políticas que interferem nos desafios impostos à educação.
Para melhor alicerçar nosso estudo, nos baseamos nas idéias de Oliveira (2001); Tanuri
(2000); Scheibe (2003); Campos (2004); Del Pino (2001) e Shiroma e Evangelista (2003).
Entre os anos setenta e oitenta, o Brasil passava pelo regime militar. Nessa época,
constatou-se haver “perda de identidade” dos cursos normais, entendendo-se que esses cursos
sofreram esvaziamento”, “desmontagem”, “desestruturação”, e até “descaracterização
(MELLO ET AL. 1983; MELLO ET AL. 1985; GATTI, 1987; LELIS, 1989, SANTIAGO,
1994). O magistério era visto como um curso de insuficiente conteúdo científico, sem
capacidade para habilitar o profissional naquilo que lhe seria minimamente necessário: a
capacidade de ensinar a ler, escrever e calcular.
A fim de reverter esse quadro, o Ministério de Educação (MEC) e as Secretarias
Estaduais de Educação (SEE) propuseram medidas de “revitalizão do ensino normal”, por
meio de Centros de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAM). Inicialmente,
foram implantados 55 centros, em seis estados, e, em 1991, totalizaram o projeto, 199
unidades.
A estrutura desses centros enriqueceu o currículo, de modo a articular as disciplinas
dando maior qualidade ao magistério. Desde o início do curso, os alunos cooperavam com
universidades, especialmente nos campos do ensino pré-escolar e de grau. Havia, assim,
“pesquisa-ação” nas áreas de alfabetização e matemática; trabalho coletivo voltado ao
planejamento e à execução do currículo e estágio, funcionavam como atividade integradora.
Apesar desse avanço, para ingressar nesses centros, era necessário passar por exame
seletivo. Ademais, alguns centros não conseguiram ampliar suas funções para desenvolver o
aperfeiçoamento dos professores e a educação continuada, em geral. Acresça-se a isso o fato
de que as medidas de formação iniciadas pelo MEC, não tiveram continuidade.
Desse modo, os centros não conseguiram prosperar no longo prazo, e surgiu um novo
projeto, conhecido como “Revisão Curricular da Habilitação Magistério: cleo comum e
disciplinas da habilitação”. Ele surgiu de um convênio com a PUC/SP e foi desenvolvido sob
a coordenação dos professores José Carlos Libâneo e Selma Garrido Pimenta. Esse projeto
resultou na produção de 25 livros didáticos para as disciplinas do núcleo comum do ensino de
segundo grau e da habilitação ao magistério.
Também com esse projeto, as Secretarias Estaduais de Educação enfatizaram a
importância de “treinamentos em serviço” e procuraram corrigir as falhas da experiência
passada.
Em meados dos anos 80, finalmente se estabeleceu uma nova modelagem do Curso de
Pedagogia. Aperfeiçoando seu caráter de formar licenciados para trabalhar no curso normal,
como “especialistas” em educação - supervisor escolar, orientador educacional, administrador
escolar, inspetor escolar, entre outros, - foram revisados e passaram a formar o pedagogo com
habilitação na função de professor das séries iniciais, embora não estivessem devidamente
instrumentalizados para atender a demanda.
As críticas que surgiram, então, apontavam para a excessiva “concepção tecnicista” do
currículo, a questionável divisão do trabalho escolar e o parcelamento da Pedagogia em
habilitações. Em geral, discutia-se a função desse curso. A posição que se consolidou, afinal,
foi a da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE), para
a qual “a docência constitui a base da identidade profissional de todo profissional da
educação”; ou seja, o curso de Pedagogia deveria se encarregar da formação para docência
nos anos iniciais da escolaridade e da formação unitária do pedagogo (SILVA, C.S.B., 1999;
ANFOPE, 1999).
Acontece que todas as iniciativas registradas nas duas últimas décadas, não foram
consistentes o bastante para garantir a efetiva qualidade da formação docente, e grande parte
da inércia governamental acabou provocando a desvalorização social da profissão docente,
com conseqüências drásticas para a qualidade do ensino em todos os níveis. Diante dessas
dificuldades, iniciou-se nova reforma educacional nos anos 90, que refletia melhor o novo
contexto capitalista.
Para essa reforma, elaborou-se o Plano Decenal de Educação - PDE (previsto para
vigorar de 1993 a 2003). Esse plano baseou-se na Conferência Mundial sobre Educação para
Todos, realizada em Jomtien, Tailândia, em 1990. Os debates dessa Conferência se centraram
na necessidade de se planejar novas ações voltada para a educação.
Uma delas se deu pela lei que enfatizava a responsabilidade de os professores serem os
gestores da educação. Porém, para que essa necessidade pudesse se concretizar, foi imperativo
dar maior relevância à formação do educador. Outrossim, foi preciso mudar as formas de
trabalho dos gestores educacionais e das esferas administrativas intermediárias, pois as
“mudanças gestoriais” tinham caráter descentralizador
Esses gestores da educação, como também os das esferas administrativas intermediárias,
ainda não tinham como prever como seriam afetados pelas medidas de reestruturação da
educação brasileira. Depararam inicialmente com as descentralizações gestoriais
administrativas, combinadas “com o achatamento dos custos empregados, colocando em risco
a tão propalada qualidade” (OLIVEIRA, 2001.p.109).
Ao mesmo tempo o percurso do ensino passava a contemplar nova distribuão de
recursos, tendo que atender um número cada vez maior de indivíduos, a fim de erradicar o
analfabetismo.
Qualidade essa tão esperada que foi sendo esmagada por requisitos essenciais à
formação do educador. Cada vez mais distante de metodologias que garantiriam
desenvolvimento e a adaptabilidade para as mudanças crescentes no mundo. Um lugar onde a
globalização, a interdependência está “dominado por uma lógica perversa que incentiva a
competitividade ”. (idem, p.110). Fundamentada como:
[...] teoria econômica neoclássica, cuja melhor expressão, no caso, é a
teoria do capital humano, que reduz essa relação a uma questão de
custo-benefício. Investir na própria formação é ampliar as
possibilidades de se auferirem maiores ganhos futuros. (idem, p.113).
Se, conforme Oliveira destaca, a globalização faz com que os profissionais precisem
investir em sua formação, também é necessário garantir a esse profissional salário adequado,
que lhe permita custear diferentes fontes de conhecimento. Todavia, com base na realidade
fática, pode-se questionar se os salários e a carga horária dos professores permitem-lhes o
constante aperfeiçoamento. Note-se, também, que essa fragilidade deve ser mitigada, afinal
como assevera Oliveira (2001,.p. 114).
É sabido que os diplomas não têm sido suficientes para evitar o
desemprego entre as camadas mais escolarizadas. Porém, é inegável a
importância que a educação escolar continua a exercer no mercado de
trabalho
Aceitando-se, pois, que o acesso a formação em todos os níveis de conhecimento auxilia
a participação no mercado de trabalho, desenvolveu-se a Lei n. 9.394/96 (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional -LDBEN)11.
Um dos principais dispositivos dessa lei é o art. 63. Segundo a pesquisa elaborada por
Tanuri (2000, p.85), a norma prevê a criação de Institutos Superiores de Educação (ISE), que
seriam “cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal
superior, destinados à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries
do ensino fundamental”. Ocorre que essa orientação enfraqueceu o modelo único de formação
em vel superior, pois estimulou a manutenção de inúmeras e difusas iniciativas da rede de
ensino particular e dos estabelecimentos criados pelos óros públicos. Ademais, se entende
que os ISE, embora reconhecidos como um avanço para o processo de formação, o uma
11
BRASIL. Ministério da Educação, RESOLUÇÃO n. 1, de 15 de maio de 2006. Institui diretrizes curriculares
nacionais para o curso de pedagogia – licenciatura. Brasília, 2006:
proposta de nivelamento por baixo, pois não atendem aos padrões de qualificação docente
exigidos nas universidades.
Outro aspecto a se ressaltar advém do art. 62 da LDBEN, transcrito a seguir.
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Observa-se, pois, que os cursos normais de vel médio foram admitidos como
formação nima e por um período transitório, até o final da “Década da Educação”,
exatamente o ano de 2007.
Para complementar o quadro legislativo, editou-se o Decreto Presidencial nº 3.554/2001,
o qual regulamentou as previsões da LDBEN. Para analisar esse texto legal, apoiamo-nos nos
trabalhos de pesquisa de Scheibe (2003, p. 8), que entende que, pelo decreto:
Normatizou-se uma hierarquia no interior do ensino superior e certamente não
por acaso, estabeleceu-se como local preferencial para a formação dos
docentes ao nível mais baixo dessa hierarquia, uma solução que,
independentemente do setor ao qual se vincula (pública, particular,
comunitária), deverá ser a mais barata em todos os sentidos.
Ou seja, a legislação em vigor criou dois níveis de formação do professor, um
universitário, outro de nível médio. Porém, essa divisão pode ser prejudicial se pensar que a
formação em dois veis acabou favorecendo o vel mais baixo, no caso, o nível médio, não
trazendo melhoras como o aumento dos cursos de Pedagogia, nos anos finais da década de
1990.
Esses aspectos trazidos pela LDBEN e pela legislação correlata geraram o que Campos
(2004, p. 26-27) descreveu desta forma:
[...] estimulou secretarias estaduais de educação a formulação de convênio
com instituições, públicas e privadas, que por meio de programas especiais,
em formatos variados modular, parcelado, telepresencial à distância
dedicaram-se à formação para as séries iniciais do ensino fundamental. De
acordo com o Relatório Final da Comissão Assessora para a Educação
Superior à Distância (MEC/EAD, 2002), “estima-se que essa exigência legal
tenha motivado uma demanda pontual da ordem de 700 mil vagas”
Nas análises acima, pode-se acrescentar mais um questionamento: até que ponto as
reformas da lei envolveram as condições de trabalho do professor? Para Del Pino (2001, p
67), manteve-se o dever do trabalhador, no nosso caso professor, de “lutar por sua
recolocação no mercado informal ou na economia de sobrevivência”.
A reforma repassou a responsabilidade para a ação docente. É o professor, que pelas
competências, tão presentes nos documentos políticos, vai trabalhar em parceria com a
comunidade escolar, resolver problemas da escola e do local onde ela está inserida, achar
soluções criativas para o processo ensino-aprendizagem, promover ações conjuntas com a
comunidade que envolvam reflexão crítica sobre questões de necessidades prioritárias da
humanidade e sua interação com o ambiente, seus pares e tudo que os cerca como: violência,
prostituição, gravidez precoce, degradação geográfica, entre outros.
A lei parece indicar que o professor é um super-dinamizador da aprendizagem, que
elabora os projetos mais adequados ao espaço de trabalho, estimula a aprendizagem pelos
meios mais inovadores e adequados à formação geral e progressiva do educando, cria, gera,
realiza diversos tipos de ação pedagógica, sempre articulados de forma interdisciplinar e
transdisciplinar. Contudo, para Shiroma e Evangelista (2003, p. 89) essa centralidade traz
diversos aspectos negativos, pois se distancia da realidade prática.
O cinismo da reforma está em que, ao mesmo tempo em que visa retirar a
reflexão crítica da formação docente, anuncia como meta produzir o professor
capaz de refletir sobre sua prática, conduzindo grande parte de s a
considerar que de fato isso se realizaria. Quais os efeitos dessa declaração?
Pode-se sugerir que a reflexão, oferecida em abundância no plano discursivo,
dificilmente se iria tornar objeto de reivindicação.
As críticas de Shiroma e Evangelista (2003, p 89) à formação profissional são reforçadas
pelas observações de Torres. Para o autor, a lei permite que a formação acadêmica seja
substituída por “treinamento profissional”, abrindo espaço para “educadores leigos”.
De fato, o que está acontecendo é uma política de portas abertas a educadores
leigos (...) dentro do sistema escolar. E é por essa razão que a capacitação em
serviço vem adquirindo grande importância. O professor leigo ganha menos,
não faz exigências trabalhistas e é fácil de descartar. (TORRES, 1998, p. 177)
Outra lei importante para a avaliação da prática docente é o Plano Nacional de Educação,
instituído pela Lei 10.172, de 9/01/2001. Essa lei tem em seu quarto item o objetivo e a
prioridade pela “Valorização dos profissionais da educação”. e ainda acentua uma particular
atenção à “formação inicial e continuada, em especial a dos professores”. Essa valorização
envolveria condições adequadas de trabalho”, nas quais se incluem “tempo para estudo e
preparação das aulas, salário digno, com piso salarial e carreira de magistério12 .
Infelizmente, esta lei não tem aplicabilidade efetiva nem no setor privado, e muito menos no
público. Um fato que pode estar calcado na regulamentação dos organismos estrangeiros, por
exemplo, o Banco Mundial, ou por interesses políticos escusos, que acabam por fortalecer o
aumento da desigualdade social
No contexto da “Valorização dos profissionais da educaçãoo que se verificou, foram
“curso aligeirado e de baixa qualidade” (VEIGA 2002, p. 79), todos voltados para “o mero
treinamento” privilegiando “saberes supostamente prontos” (ASSMANN, 2005, p. 14)
Quanto aos vencimentos do profissional de ensino, foi aprovado o pagamento de salário-
base nacional de R$ 850,00, por 40 horas semanais, para os profissionais do magistério
público da Educação Básica, sendo que parte da verba virá do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Escola Básica (FUNDEB). Apesar da iniciativa, destacamos que esse
valor representa, mais, uma atualização dos trezes anos sem reajustes, durante os quais se
garantiram apenas R$ 300,00 do Pacto Nacional pela Valorização do Magistério e Qualidade
da Educação.
A fim de confirmar as conclusões acima, destacamos que o Congresso Nacional da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) apontou para o profissional
de ensino que atende ao Ensino Básico por 30 horas semanais um salário-base de R$
1.050,00. Ademais, o sindicato de professores de São Paulo declara que R$ 1.576,00 - com
as gratificações, - seria o valor mais adequado para a categoria profissional que ele representa.
Enfim, o que acontece é que onde, as prefeituras têm maior poder de arrecadação, paga-se,
apenas, o salário básico, inadequado à realidade social brasileira. Talvez por isso Pretto
(2007)
13
mostre tanta preocupação com as políticas públicas desenvolvidas em nosso país.
Sem um bom salário, sem condições dignas de trabalho, sem reconhecimento social sobre
a importância da educação de qualidade no Brasil, cujas formações estão sempre deixando seu
papel marginalizado para com o compromisso ético do trabalho, vários tipos de formação vêm
sendo colocados em prática.
12
Informações retiradas da Lei n° 10.172 de 9/10/2001 que na integra do ponto 4 coloca : Valorização dos
profissionais da educação. Particular atenção deverá ser dada à formação inicial e continuada, em especial dos
professores. Faz parte dessa valorização a garantia das condições adequadas de trabalho, entre elas o tempo para
estudo e preparação das aulas, salário digno, com piso salarial e carreira de magistério
13
Referência na palestra do professor, proferida na Jornada de Informática da SME, no ano de 2007 e na 3
Reunião Nacional de Pesquisa em Educação (ANPED)
Como já fora comentado, a partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos,
várias leis foram sendo publicadas, destaca-se a Lei nº 10.172, de 9/01/2001, porque ela
serviu como eixo norteador das políticas da Secretaria de Educação Básica (SEB). Para
efetivar mecanismos de Valorização do Magistério, foram desenvolvidos programas em Rede
Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica. Nesses programas,
incluem-se o Pró-Letramento, o Pró-Licenciatura e o Proinfantil.
O Pró-Letramento14, como divulgado pela SEB, é “um programa de formação
continuada de professores, para melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e
matemática nas séries iniciais do ensino fundamental.”, oferecido pelo MEC, em parceria com
universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada e com adesão dos
estados e municípios. Esse programa envolve o ensino a distância e, para isso, “utilizará
material impresso e vídeos e contará com atividades presenciais, que serão acompanhadas por
professores orientadores, também chamados tutores”.
O Pró-Licenciatura15 também é direcionado para formação inicial, em parceria com as
Secretarias de Educação Básica, de Educação a Distância e de Educação Superior do MEC.
, ainda, a participação das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas, comunirias e
confessionais. O programa é dirigido a professores em exercício nas séries finais do Ensino
Fundamental e no Ensino Médio dos sistemas públicos de ensino que não tenham a
habilitação legal, isto é, licenciatura, exigida para o exercício da função. As IES ofertam,
também em parceria, cursos de licenciatura na modalidade de educação a distância, com
duração igual ou superior à mínima exigida para os cursos presenciais, de forma que o
professor-cursista mantenha suas atividades docentes.
O art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e legislação complementar
dispõem sobre a necessidade de promover o ensino superior a distância. No entanto, somente
em 24 de fevereiro de 2006 foi publicada a Portaria nº 7, de 22 de fevereiro de 2006, que trata
de projetos de cursos de licenciatura a distância do Pró-Licenciatura. A legislação aprovou a
criação de 55 projetos e abriu 49 mil vagas para esses cursos.
14
Informação obtida no site do Ministério de Educação. Disponível
<http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=559> Acesso 28 jul 2007
15 Informação do site do Ministério de Educação. Disponível
<http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=559> Acesso 28 jul 2007
Por sua vez, o Proinfantil16 destina-se a professores de Educação Infantil em exercício
nas creches e pré-escolas da rede pública e privada sem fins lucrativos.
Além dos projetos, para aprimorar a qualificação dos profissionais de ensino,
estabeleceram-se dois fundos, o FUNDEB e o FUNDEF, que alteraram a estrutura de
financiamento do Ensino Fundamental.
Pela Constituição Federal de 1988, 25% das receitas dos estados e municípios deveriam
ser destinados à educação. As emendas constitucionais que criaram os fundos determinaram
que 60% seriam aplicados no Ensino Fundamental, o que representa 15% da arrecadação
global de estados e municípios.
Muito embora se tenha privilegiado o Ensino Fundamental, deve-se atentar para o fato
de que uma grande parcela de contribuão que era destinada ao Ensino Médio e Superior foi
desviada para o Ensino Fundamental. Uma perda que é nitidamente retratada pelo
sucateamento das entidades superiores de ensino público, que, como ocorreu no Rio de
Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal, perderam espaço para a rede privada, tendo o
próprio governo, pelo ProUni, concedido bolsas em faculdades particulares.
3.3 O PROGRAMA DE INFORMATIZAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DO RIO DE JANEIRO
3.3.1 Os dispositivos legais
Analisadas as condições trazidas pela esfera federal à formação dos professores,
passamos a apresentar o que o município do Rio de Janeiro tem feito para suprir a defasagem
de seus profissionais educadores. Assim, elegemos o Programa de Informatização dessa rede
municipal como um ponto a ser analisado em nosso estudo.
Conforme destaca Araújo (2006, p 1), em seu artigo, a educação exige um olhar
diferenciado, em que o componente tecnológico não pode ser ignorado. Pretendendo
promover o acesso digital, o município do Rio criou o Programa Municipal de Informatização
Escolar, destinado à implantação de laboratórios de informática nas unidades escolares da
rede pública de ensino do Município. O então Projeto de Lei n.º 54, de 2001, instituiu que
16 BRASIL, Ministério de Educação, PORTARIA N o 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2007. Regulamenta as
Disposições Gerais do Programa de Formação Continuada para Supervisores de Curso, Professores Formadores
e Tutores do PROINFANTIL. Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2007.
Dispovel<http://www.in.gov.br/materias/xml/do/secao1/2523167.xml> Acesso: 22 abr 2007
todas as unidades de educação da rede pública de ensino do Município, inclusive aquelas
voltadas para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, a Educação de Jovens e Adultos e
de alunos portadores de necessidades especiais, seriam agraciados pelo programa.
A fim de que as metas fossem implementadas, e seguindo a Lei 3336, de 19 de
dezembro de 2001, o Poder Executivo constituiu uma comissão de educadores da Secretaria
Municipal de Educação e de tecnólogos da área de informática do seu quadro efetivo, que se
responsabilizou pela elaboração do projeto pedagógico do Programa.
Nos termos do art. 4º, da Lei nº 3336/01, cabe a essa comissão:
I - traçar as diretrizes institucionais e administrativas;
II - capacitar os professores e profissionais das unidades escolares;
III- acompanhar e coordenar todas as etapas da implementação e do desenvolvimento do
Programa; e
IV - avaliar periodicamente as etapas que lhe são designadas visando aprimorar a
qualidade do desenvolvimento do Programa.
Note-se, ainda, que as diretrizes da comissão sempre tiveram que estar voltadas para a
grade curricular vigente, nos diferentes níveis educacionais, no âmbito da rede pública de
ensino do município.
A essas medidas, deve-se acrescer o fato de que, conforme prevê o cleo Curricular
sico Multieducação, desde 1996, o sucesso do programa dependeria da escola estar
empenhada para desenvolver habilidade e competência para vida, o dia-a-dia, o intercâmbio
com o mundo. Este mundo que passa por alterações político-social-econômicas estabelecendo
nova forma de se relacionar com o conhecimento, com os mecanismos culturais e com o
aumento do fluxo de informação e comunicação.
A nova realidade tecnológica e cultural cria, constantemente, novos desafios
e, com eles, a exigência de uma visão mais crítica e ampliada dos recursos
que estão à volta de todos nós, adultos e crianças, dando nova ordem ao
tempo e espaço em que vivemos. (MULTIEDUCAÇÃO, 1996, p.132)
Pensando nisso, o citado programa procurou garantir o acesso à informatização dos
setores administrativos, dos professores e dos alunos. O plano de ação pretendia, em quatro
anos, fazer que todas as escolas da rede estivessem informatizadas. Parte da proposta foi bem
sucedida se consideramos que os setores administrativos se encontram totalmente
informatizados. No entanto, sendo uma rede enorme, cuja estrutura comporta 1054 Unidades
Escolares, 203 Creches, 20 Pólos de Educação pelo Trabalho, 9 cleos de Artes, 12 Clubes
Escolares, 1 Centro de Referência em Educação Pública e 1 Centro de Referência em
Educação de Jovens e Adultos, se tornou inviável alcançar a meta previstas pelo programa, no
tempo pré-estabelecido.
Ademais, com a implantação dos primeiros laboratórios, novas demandas de trabalho
foram sendo traçadas, o que provou a necessidade de se repensar a forma de implantação de
um plano de tal magnitude. Afinal, mesmo garantindo anualmente capacitação aos
professores, as iniciativas pedagógicas se mostraram limitadas para o alcance dos objetivos
programado, como observado pelo Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro
(TCMRJ) em relatório de 28 de janeiro de 2004. O mesmo tribunal ainda revela que a
dificuldade efetiva de utilização está acontecendo por existirem problemas como os de:
[...] a. carência de responsável pelo funcionamento dos Laboratórios, b.
melhor divulgação do programa, c demonstrar de maneira clara como os
equipamentos disponíveis podem ser utilizados/aproveitados. Chama a
atenção o mero mínimo de escolas que utilizam os recursos já disponíveis.
Mesmo que os equipamentos o se encontrem em rede ou disponham de
internet, podem ser utilizados quanto aos programas e softwares já instalados.
(TCMRJ/SCE/CAD Coordenadoria de Auditoria e Desenvolvimento, 2004
p 49)
As questões versam sobre a fragilidade da infra-estrutura, que no caso, clama pela
presença de um profissional no laboratório, mas Kenski (2003, p.71) sublinha que ao colocar
a escola “conectada ao ambiente tecnológico das redes é preciso, antes de tudo, possuir infra-
estrutura adequada”, lembrando a necessidade de existir “computadores em número
suficiente” Porém,
[...] não basta dispor de uma infra-estrutura moderna de comunicação; é
preciso competência para transformar informação em conhecimento. É a
educação o elemento chave [...] para que pessoas e organizações estejam aptas
a lidar com o novo, a criar e, assim, a garantir seu espaço de liberdade e
autonomia. A dinâmica da Sociedade da Informação requer educação
continuada ao longo da vida, que permita ao indivíduo não apenas
acompanhar as mudanças tecnogicas, mas sobretudo inovar (TAKAHASHI,
2000, p. 6).
A missão não é fácil, tanto que a Comissão Gestora de Informática Educativa, busca
desenvolver o Programa de Informática Educativa do Rio de Janeiro, e não vem alcançando
os objetivos esperados. Por conseguinte, em 2004, foram criados Grupos de Trabalho de
Informática Educativa das Coordenadorias de Educação (GTIE)17 para que a Comissão tivesse
apoio pedagógico mais próximo as escolas.
Outra iniciativa veio das Coordenadorias de Ensino, órgãos descentralizados que até
2006, através da orientação da Comissão Gestora e do GTIE, ofereceram oficinas segundo a
demanda de suas escolas, em 2007 aperfeiçoaram esse atendimento, que passou para categoria
de dulos de aprendizagem. Essas oficinas eram voltadas para construção de projetos
associados “ao fazer” em softwares educativos adquiridos e instalados nos laboratórios pela
Secretaria Municipal de Educação e a produção de materiais e metodologias para o suporte e a
orientação das práticas pedagógicas.
Ocorre que, como Correia (2007) afirma, apesar de os professores se mostrarem
interessados em se aperfeiçoar, nem sempre conseguiram ampliar sua capacidade de ação,
visto que pareciam encontrar obstáculos internos para a apropriação do novo, o que nos faz
questionar sobre o modelo de formação que é oferecido pelos cursos de Capacitação em
Informática Básica e Educativa:
[...] foi observado tanto pelas avaliações feitas pelos participantes quanto pela
capacitadora, que os cursos de capacitação em Informática Educativa, em
princípio, são relevantes para qualificação profissional dos professores e para
aprimoramento da sua prática docente. No entanto, mesmo assim, os
professores ainda não se sentem suficientemente prontos para utilizar todas as
potencialidades das TIC em sua atividade docente. (CORREIA, 2007, p 61)
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo Programa, deve-se salientar que o
indicações imediatas para que as capacitações sejam excluídas do processo de formação
continuada dos profissionais de ensino. O próprio Tribunal de Contas do Rio de Janeiro
(TCMRJ 2004 p 17) ratifica esse entendimento, ao declarar que “o sucesso deste Programa
depende fundamentalmente da capacitação dos recursos humanos envolvidos em sua
operacionalização.”. Assim, no próximo item serão analisadas as capacitações de Informática
sica e Informática Educativa.
17
O grupo GTIE engloba representantes das seguintes divisões: Assessoria Técnica de Informática (ATI),
Divisão de Educação (DED), Divisão de Assessoramento Técnico Educacional (ASS), Assessoria de Integração,
(DAQ), Departamento Geral de Infra-estrutura de Educação (DIE), Divisão de Recursos Humanos (DRH),
diretores, coordenadores, professores de sala de leitura e capacitadores de diferentes escolas
3.3.2 A capacitação de Informática Básica e Educativa
Inspirada nos autores Moran, Masetto e Behrens (2002, p174)18, que enfatizam a
importância do papel da informática no moderno processo de aprendizagem, em Assmann e
Lopes (2005), defensores de um paradigma cooperativo dessa forma de aquisição do saber, e
em Valente (2003), observador dos aspectos que circulam crenças e valores sobre a
informática no âmbito escolar, a SME oferece cursos de 24 e 40 horas para que seus
professores conheçam as técnicas preliminares de utilização dos computadores e sua relação
no trabalho pedagógico.
Em geral, as aulas se iniciam tratando da história do computador, desvelando o
desenvolvimento dessa máquina desde 1943, nos Estados Unidos. Mostra-se, ainda, sua
funcionalidade como realizadora de tarefas automáticas e são enfatizados os conceitos e
técnicas preliminares de utilização dos microcomputadores como elementos de apoio ao
trabalho dos professores. Com isso, a formação procura oferecer conhecimento básico de
hardware e software, do sistema operacional Windows e de ferramentas para edição de texto,
confecção de planilhas eletrônicas e elaboração de apresentações.
Conforme destaca o relatório do TCMRJ, os cursos são realizados e oferecidos nas
próprias CRE.
Inicialmente, as verbas se destinavam à capacitação de 2.951 professores
regentes, mas nos anos seguintes a situação se alterou, e essa formação passou
a ser administrada através do SENAC e sem remunerão para o professor-
aluno. (TCMRJ 2004. p 18)
O TCMRJ verificou também, que foi solicitado, por cerca de 90% dos participantes, o
aumento da carga horária, considerada inadequada para a quantidade de informações
oferecidas no curso”, porém, além das 24 horas de Capacitação em Informática Básica e das
40 horas de Capacitação em Informática Educativa, ainda existem os dulos dos softwares
Kid PIX, Illuminatus, Visual Class, Mulec, Animação, Internet e Linux, mais as trocas de
experiência em mostras e jornadas, com presença de palestrantes com estudos reconhecidos
na área.
18
A abertura de novos horizontes mais aproximados da realidade contemporânea e das exigências da sociedade
do conhecimento depende de uma reflexão crítica do papel da informática na aprendizagem e dos benefícios que
a era digital pode trazer para o aluno como cidadão. (MORAN, MASETTO e BEHRENS, 2000, p.74)
A importância das Capacitações em Informática Educativa se apóiam nos dizeres de
Freire (2005, p. 27-28), segundo o qual “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho.
Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo”. Por esse meio, busca-se reconhecer
que estamos em um mundo interligado pelas mídias de comunicação e informação, no qual é
necessário desenvolver projetos cooperativos, utilizando temas emergentes no contexto
escolar. O que, para o PROINFO, base de referência das capacitações elaboradas pela SME,
significa dizer que:
A capacitação de professores para o uso das novas tecnologias de informação
e comunicação implica redimensionar o papel que o professor deverá
desempenhar na formação do cidadão do século XXI. É, de fato, um desafio à
pedagogia tradicional, porque significa introduzir mudanças no processo de
ensino aprendizagem, e ainda, nos modos de estruturação e funcionamento da
escola e de suas relações com a comunidade. (PROINFO apud TCMRJ 2004,
p.17)
De certo que no âmbito do Município do Rio de Janeiro, uma rede com um quantitativo
muito grande de escolas, não é muito fácil gerar uma mudança com vistas a atender todos os
excluídos digitais imediatamente, mas, pelo menos, onde existe laboratório de informática,
não se pode abrir mão de “tentar” viabilizar estratégias de trabalho que minimizem essa
realidade.
3.4. A METODOLOGIA DE PROJETO
Como fora dito, a Metodologia de Projeto vem inovando os sistemas de ensino de vários
países, surgiu no início do século XX, sinalizada sua importância por Ovídio Decroly (1871-
1932) e Celestin Freinet (1896-1966), defensores da importância dos "centros de interesse",
John Dewey (1852-1952), esclarecendo o “caminho do pensamento lógico”, William
Kilpatrick (1871-1965), responsável por aprofundar o projeto como método didático de
atividade intencionada onde os próprios alunos elaboram a aprendizagem num ambiente
natural, Pier Blonsky (1884-1941) e Nadja Krupskaia (1869-1939), ressaltando a importância
de práticas coletivas”, e por todas as influências citadas, a metodologia é introduzida no
Brasil pelo Movimento da Escola Nova, por Anísio Teixeira e Lourenço Filho.
Para fins de definição, o Método de Projeto pode ser analisado como uma estratégia de
ensino-aprendizagem que visa, por meio da investigação de um tema ou problema, vincular
teoria e prática. Segundo Amaral (2000), a partir da utilização do Método de Projeto, a
aprendizagem passa a ser vista como um processo complexo e global, em que o conhecimento
da realidade e a intervenção nela tornam-se elementos do mesmo processo e no qual,
Hernández (1998) sinaliza que o professor se volta para o ato de pesquisar, dividindo com os
alunos a responsabilidade pela construção do conhecimento. O procedimento de um trabalho
por projeto:
[...] diz respeito ao processo de dar forma a uma idéia que está no
horizonte, mas que admite modificações, está em diálogo permanente com
o contexto, com as circunstâncias e com os indivíduos que, de uma
maneira ou de outra, vão contribuir para esse processo. (...)É atraente pela
confluência de campos disciplinares que se produzem (...) e a idéia de
colaboração que implica. Além das possibilidades de estabelecer
conexões, gerar transformações, explorar caminhos alternativos, dialogar
com outros "projetos" que brindam práticas profissionais vinculadas a essa
noção. .(HERNÁNDEZ, 1998, p 22)
Assim, é preciso atribuir ao projeto perspectivas políticas, estéticas, afetivas e
tecnológicas, para que o saber tenha significado de valor humano. Isto é, intenção que
“publica o fruto do saber sócio-cultural imerso em informação” (idem)
A essas informações, Almeida e Fonseca Junior (2000, p 17) acrescentam o fato de
que, para se obter êxito, é necessário seguir as etapas abaixo:
(a) Identificação de um problema, (b) Levantamento de hipóteses e soluções,
(c) Mapeamento do aporte científico necessário, (d) Seleção de parceiros, (e)
Definição de um produto, (f) Documentação e registro, (g) Método de
acompanhamento e avaliação e (h) Publicação e divulgação.
Almeida e Fonseca JR (2000) argumentam que quando se propõe o trabalho por
projeto se espera o nascimento de um questionamento. Perguntas que devem ir além das
propostas disciplinares, que atinjam questões humanas, como por exemplo: Quem sou eu?
Precisa o homem se comunicar? Que parte tenho na construção de uma nova história de
mundo? Qual o sentido de ser humano numa sociedade de desiguais? Posso transformar
alguma coisa?
Os autores Fagundes, Sato e Maçada (1999, p 15) também seguem a mesma linha de
raciocínio, embora a reflexão que desenvolvem verse sobre o Projeto de Aprendizagem. A
defesa é porque a atividade de fazer projetos é simbólica, intencional e natural do ser
humano” (sic). Nesse tipo de ensino, as questões conduzem a reflexão/ação, indicam-se
níveis, formulam-se critérios, planejam-se vários encaminhamentos, encontram-se soluções
seguindo, resumidamente, o processo do quadro elaborado a seguir:
Quadro 2 – Evolução do Trabalho por Projeto de Aprendizagem
Questões desenvolvidas
para trabalhar com Projeto
de aprendizagem
Reflexão/Decisão Desenvolve autonomia
para:
Quais são as certezas?
Reconhecer, definir e avaliar as
certezas.
Avaliar o conhecimento
prévio sobre o assunto.
Quais são os problemas?
Buscam-se soluções ou
levantam-se hipóteses de
resolução
Decidir critérios pelo
julgamento.
Como encontrar solução para
retificar as certezas e
responder as dúvidas?
Verificar a necessidade de fazer
leituras, pesquisa, entrevistas,
visitas, etc.
Direcionar buscas
Delineada a concepção
teórica que envolve o projeto?
Como solucionar o problema
ou criar hipóteses de
resolução?
Define-se o processo para
comunicação da solução a ser
alcançada.
Selecionar informações
Selecionar conteúdo Definir
estratégias de trabalho
Como organizar a
comunicação encontrada para
resolução do problema?
Escolher o material de
apresentação do trabalho e
definir as atribuição e
responsabilidade de cada
membro.
Fazer escolhas
Desenvolver habilidade s
competências
Inserir-se em desafios
Como resolver as possíveis
dificuldades que podeo ser
encontradas ao longo do
trabalho?
Pelos encontros realizados pelo
grupo
Escolher caminhos para
enfrentar as dificuldades
Trabalhar em equipe pela
cooperação, organização
Quais os procedimentos para
testar as hipóteses de solução
do trabalho?
Definir quem vai direcionar o
tipo de testagem, que podem
acontecer por em laboratórios
específicos; consultar
autoridades no assunto, etc.
Inventar procedimentos para
testar a relevância das
informações colhidas em
relação aos problemas e às
questões formuladas
Como será divulgada a
solução do problema?
Por palestras, jornais
informativos, promoção de
evento, carta protesto para ser
entregue as autoridade,
construção de mídias
informativas ou qualquer
material definido pelo grupo,...
Organizar e comunicar o
conhecimento construído
emergente
(Adaptação: Coleção Informática para a Mudança na Educação, ProInfo-MEC, 1999)
Os autores Fagundes, Sato e Maçada (1999), Heide e Stilborner (2000), Almeida e
Fonseca Jr (2000), Hernández (1998), entre outros, afirmam que o trabalho desenvolvido
nesta linha metodológica promove encontro, criatividade, espontaneidade, encantamento, faz-
de-conta, utopia, perfeição, construção, trabalho criativo, justiça, liberdade, libertação. Pela
natureza do trabalho se ousa como que por uma magia capaz de ir além dos confins da
imaginação, atravessando o cotidiano e se instalando no aluno por conceituações de
afetividade e construção individual.
Deste modo, cabe aos alunos desenvolver uma postura ativa, reflexiva e analítica
perante o processo de ensino-aprendizagem, até porque, “ao se realizar alguma aprendizagem
significativa, a experiência é incluída em um sistema que abrange as experiências passadas do
aprendiz e retomada quando uma nova situação é semelhante àquela que provocou o
aprendizado” (MOREIRA, 2002, p17)
Também, Heide e Stilborne (2000, p.28) mantêm o mesmo parâmetro de análise
retratando no quadro abaixo o modelo antigo de posicionamento educacional e a atual
proposta de ensino-aprendizagem.
Quadro 3 - Modelos de Aprendizagem
Modelo Antigo Modelo Novo Implicações para os alunos
Centrado no
professor.
Centrado no aluno. Os alunos são investidos no poder
de aprendizes ativos.
Absorção passiva. Participação do aluno. A motivação do aluno é
aprimorada.
Trabalho individual. Equipe de aprendizagem. A equipe constrói habilidades que
são aprimoradas; o aprender é
aprimorado pelo
compartilhamento.
O professor como
especialista.
O professor como guia. A estrutura de aprendizagem é
mais adaptável às rápidas
mudanças no mundo.
Estático Dinâmico Os recursos de aprendizagem são
substituídos por um link on-line
ao mundo real. Os recursos
podem ser adaptados às
necessidades imediatas da
aprendizagem.
Aprendizagem pré-
determinada.
Aprender a aprender Desenvolvimento de habilidades
para a era da informação.
Variáveis entre os modelos antigos e novos de aprendizagem
(Fonte: HEIDE & STILBORNE, 2000, p.28).
Isso quer dizer que o aluno deve reconhecer que o professor não é mais o único a
decidir sobre os caminhos a serem seguidos; ele é, sim, um profissional capaz de mediar a
aprendizagem.
Os computadores podem servir de aliados a este tipo de proposta de ensino. Eles
podem diminuir ou acelerar a velocidade dos acontecimentos, podem elevar os níveis de
aprendizagem por outro percurso de tempo e espaço, além de possibilitar a construção de
diferentes imagens o que converge com os pontos definidos por Heide e Stilborne (2000)
sobres as implicação que esse “novo modelo” traz para o aluno.
Portanto, a Metodologia de Projeto instaura um ambiente de ensino baseado na
resolução de problemas. Considerando-se os instrumentos que surgiram influenciados pela
globalização, esse método ganha destaque no campo da Informática Educativa, pois com sua
prática é possível tornar os questionamentos, instrumento de aprendizagem, assim fortalecer a
ação que promove ensino de qualidade para todos. Por isso que ela é indicada pelo Parâmetro
Curricular Nacional de Educação (PCN) e o Núcleo Curricular Básico - Multieducação,
fundamentados em teorias que visam atender o individuo em sua formação mesmo se aplicada
nos ambientes de aprendizagem em geral, inclusive os virtuais.
3.4.1 O Projeto de Trabalho: etapas e estrutura
A fim de analisar a Metodologia de Projetos de Trabalho, é preciso lembrar que essa
metodologia é inspirada por sua configuração global, em que as relações entre conteúdos e
áreas do conhecimento ocorrem em função da necessidade de resolver uma série de
problemas. Assim, nela se privilegiam atitudes interdisciplinares, planejamento conjunto,
participação ativa e compartilhada entre professores e alunos, todos se tornam co-
responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho e cada um pode encontrar um lugar para sua
participação na aprendizagem.
Segundo Hernández (2000), os Projetos de Trabalho podem ser desenvolvidos por
diferentes etapas, abaixo elencadas:
1. determinação com o grupo de alunos a temática a ser estudada.
2. definição das etapas, o que envolve planejar e organizar ações, dividir grupos
por assunto definir procedimentos,...
3. socialização periódica dos resultados obtidos nas investigações, e identificação
dos conhecimentos construídos.
4. estabelecimento com o grupo os critérios de avaliação.
5. avaliação de cada etapa do trabalho, realizando os ajustes necessários.
6. finalização do projeto propondo uma produção final, como a elaboração de um
livro, apresentação de um vídeo, a construção de um blog temático, a
encenação de uma peça,...
Ademais, para Hernández essas idéias podem ser esquematicamente apresentadas da
forma abaixo:
Quadro 4 – Projeto de Trabalho: Pressupostos
PRESSUPOSTOS DA CONCEPÇÃO DE TRABALHO
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Professor utiliza conhecimentos prévios dos
alunos e acresce novas informações, para
tornar a aprendizagem mais significativa.
ATITUDE FAVORÁVEL PARA O
CONHECIMENTO
Professor estimula constantemente o interesse
dos alunos
PREVISÃO DE ESTRUTURA LÓGICA E
SEQÜENCIAL
Professor organiza o conteúdo de forma lógica
e seqüencial, o que facilita a compreensão.
Essa prática é apenas um ponto de partida e
pode ser mudada conforme a interação da
classe.
FUNCIONALIDADE
Considera-se o sentido, a funcionalidade do
que será aprendido.
MEMORIZAÇÃO COMPREENSIVA
Valorizar a memorização compreensiva, a fim
de constituir bases para novas aprendizagens.
AVALIAÇÃO DO PROCESSO
Avalia-se o processo de aprendizagem, a fim
de antecipar decisões, estabelecer relações,
inferir novos processos,...
(Adaptação: HERNÁNDEZ, F, 1992)
Pela constituição prevista na metodologia, se faz uma problematizarão, pressupõe o
“momento detonador” do projeto. As hipóteses levantadas nesse momentodetonam” a
intervenção pedagógica, a qual ganhará forma com base nas questões suscitadas durante a
participação dos alunos.
A etapa a seguir se constrói pelo próprio desenvolvimento do planejamento. Esse é um
momento em que se criam estratégias para realização das tarefas esquematizadas e se buscam
respostas para as questões e hipóteses levantadas na problematização. Desse modo, as ações
são organizadas seqüencialmente, considerado o objetivo final do projeto.
Justamente pelo formato do trabalho, o professor incorpora o papel de pesquisador e
conduz os alunos ao exercício da observação, percepção, análise crítica e criatividade. Assim,
deve-se investir na interação, na construção de conhecimento e no planejamento com base nos
alunos a que ele se destina. O mesmo acontece em relação à avaliação, que, além de
permanentemente, se estabelece na prática e a modifica.
Os alunos, no entanto, ficam envolvidos por aquilo que lhes interessa ou preocupa,
legitimando a função social da escola. Eles se tornam co-autores do conhecimento, o que
resulta em uma melhor decisão para a qualidade de vida em sociedade. Isso lhes permite se
reconhecer como sujeito cidadão, capaz de se inserir no pensamento coletivo para o
compartilhamento de espaços e serviços comuns.
O projeto, então, avança para a culminância. Esse é o meio real de verificar a
sistematização dos estudos e descobertas feitas durante o processo, pelo produto final.
Todo o procedimento direciona-se para avaliação. Nela, com base nos objetivos
propostos e em observância ao processo de cada aluno, todos os membros envolvidos refletem
sobre o produto final.
É importante ressaltar que não um método ou uma rmula pronta para
desenvolver projetos. Contudo, ela sempre se estabelece pela relação de troca e de
construções sociais interativas, nas quais todos são importantes parceiros e colaboradores
A seguir, novamente se orientando pelos ensinamentos de Hernándes enumeram-se
tópicos para se estruturar minimamente um projeto educativo (Quadro 5), que atenda a
qualquer nível de ensino:
Por fim, vale advertir, que a aprendizagem, pode ocorrer por qualquer meio, mas a partir
do Projeto de Trabalho se articula processos determinando como fim a autonomia do
indivíduo. Afinal, o aluno participa do planejamento, se envolve na busca de informações e de
materiais, leva a sério a avaliação e constrói novas perspectivas. Isto acontece pela forma
como organiza os saberes, tece redes de semelhanças, configura seu conhecimento como que
por hiperlinks do conhecimento.
19
19
Termo que cunhamos para caracterizar o conhecimento de forma interligada, onde tudo se conecta a
todas as coisas, por mais simples que sejam. Desta forma as tornam complexas, embora fáceis de
compreender pelas analogias e convergências que estabelecem.
Quadro 5 – Estrutura Básica de Projetos
Identificação Relato da concepção história do espaço, seus membros e todos os
aspectos norteadores da identidade em que se encontra a comunidade
escolar
Justificativa Respaldo cnico para aplicação do projeto, por escolha temática que
venha esclarecer sua importância para os alunos e que esteja
referendada na organização curricular.
Objetivos
Determina para as ações que se deseja alcançar durante o processo.
Conteúdos Especifica os conteúdos que deverão ser contemplados durante o
processo
Detonador
Questões problema, meio dar partida, atividade de lançamento do
projeto com vista a despertar o interesse dos alunos.
Culminância Produto final.
Principais
Atividades
Definição das estratégias a serem desenvolvidas.
Recursos Materiais selecionados para serem utilizados no decorrer do processo.
Tempo previsto
Definido segundo a habilidade do professor segundo a referência do
grupo e do tema. Os projetos não têm todos a mesma duração e podem
se constituir em curto prazo ou longo prazo.
Avaliação
Uma reflexão contínua entre alunos e professores exercitada durante
todo processo e pela culminância, segundo a participação de cada
membros
Bibliografia
Todos os tipos de referência textual, audiovisual, enfim, midiáticas,
que fizeram parte da estruturação do problema.
3.4.2 O Projeto de Trabalho e o beo da filosofia da aprendizagem
Entende-se que o Projeto de Trabalho está em sintonia com as políticas brasileiras de
integração digital e de promoção do conhecimento informacional, principalmente por ele visar
à autonomia dos alunos e por ter uma metodologia aplicável em sala de aula que é
desenvolvida na capacitação dos professores, integrando consistentemente as novas demandas
culturais de qualquer tempo. Essas idéias são confirmadas pela Multieducação, que assim
apresenta o projeto:
O desenvolvimento de práticas dia/educativas na escola não se traduz
pelo simples uso de diferentes mídias na sala de aula. É preciso refletir
sobre as bases teóricas que fundamentam a ação educativa a fim de
evitar o risco de que novas tecnologias sirvam apenas para reforçar velhas
metodologias. (Fascículo Mídia e Educação- Multieducação, 2005, p 26,
grifo no original).
Não que as velhas metodologias não tenham atendido seus propósitos, em suas épocas.
Elas colaboraram para que as pessoas se adaptassem ao mundo s Revolução Industrial,
caracterizado pelo “trabalho repetitivo, portas adentro, a um mundo de fumo, barulho,
máquinas, vida em ambientes superpovoados e de disciplina coletiva, a um mundo em que o
tempo, em vez de regulado pelo ciclo sol-lua, fosse regido pelo apito da fábrica e pelo
relógio” (TOFFLER, sd, p 390) e que difere das nossas atuais necessidades.
Em uma perspectiva histórica, podemos ver que as antigas propostas priorizavam a
“metodização” do conhecimento; elas seguiam a antiga ordem taxonômica e hierárquica, do
geral ao particular, numa linear unbroken progression”, em que as fronteiras de cada
conteúdo se encontravam definidas de forma estanque.
Hoje, as bases do currículo moderno estão expressas nos Parâmetros Curriculares
Nacionais publicados em 1997. Eles indicam a necessidade do uso crítico da linguagem,
centrado na comunicação e na elaboração de conhecimentos vinculados ao saber universal e
significativo:
[...] o currículo de uma escola sintonizada com as demandas de seu tempo
pressupõe o desenvolvimento de ações que favoreçam a reflexão sobre o
tipo de sociedade que temos/queremos. Este repensar possibilita o
desenvolvimento de práticas em que a gica do ter ceda lugar à lógica do
ser, pautada por valores como solidariedade, trabalho coletivo e ética, de
modo que todos s, que educamos e somos permanentemente educados,
possamos atribuir a cada dia, novos sentidos para o exercício da
humanidade. (Fascículo Mídia e Educação- Multieducação.2005, p 26, grifo
no original)
Não é, portanto, descartar tudo o que se sabe sobre educação. É aliar-se às bases de
fundamentação teórica, para um fazer mais dinâmico, como o proposto pelo construtivismo de
Piaget (1971), que tratou dos aspectos de assimilação, associação e acomodação, visando à
interação cultural presente no contexto sócio-escolar. Também se pode seguir a abordagem
construtivista-socio-interacionista de Vygotsky (1987), mais atento à construção histórico-
social do sujeito. Em ambos os casos, buscam-se elementos exteriores ao educando (como o
ambiente virtual), para explicar a formação do indivíduo.
As idéias dos pensadores são complementadas pela teoria de Wallon (1986). Segundo
ele, a gênese da inteligência é genética e organicamente social, pressupondo “a intervenção da
cultura para se atualizar" (DANTAS, 1990, p 36). Nesse sentido, a necessidade de se trabalhar
o saber humano, considerando-se outras possibilidades educativas, representa uma ação onde
se aprende o que quiser, a qualquer tempo, em qualquer lugar, pelo fato de que são mais as
possibilidades e menos os mestres que promovem o saber.
O estudo desses autores é de especial relevância para o presente trabalho. Além de seus
fundamentos convergirem com os ideais da metodologia de Projeto de Trabalho, também pelo
fato de a Multieducação tê-los usado como base para suas ações construtivista-interacionistas.
De Piaget (1976), ela se utilizou da Teoria do Conhecimento, a qual, em uma perspectiva
interdisciplinar, observa o processo de desenvolvimento cognitivo (Filogênese) e o
desenvolvimento da espécie humana (Ontogênese). Ela também se valeu da Teoria
Psicogenética, pela qual o mesmo autor mostrou as mudanças por que passa a criança, a qual
atravessa desde o período sensório- motor, até o pensamento formal, gico- dedutivo, com
observações que pontuam característica até na adolescência.
A Multieducação apoiou-se, também, em Lev Semyonovitch Vygotsky. o qual, embora
tenha estudos que o aproximam de Piaget (sobretudo na questão do desenvolvimento do
indivíduo), enfatiza a importância do processo sócio- histórico. Segundo os aspectos contidos
nocleo Curricular Multieducação da (Secretária Municipal de Educação 1996, p. 46):
[...] se para Piaget o desenvolvimento cognitivo é concebido
fundamentalmente, como a construção de um plano interno do indivíduo - a
equilibração das estruturas operatórias - de forma que as relações
interpessoais, suas características e repercussões dependam do nível
alcançado por esta construção, para Vygotsky, e os seguidores da Teoria
Histórico- Cultural, é grande o papel da interação social no
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores .
O currículo Multieducação ainda se baseia em outros pensadores, como Paulo Freire
(2005), Freinet (1975) e mais recentemente Wallon (1986). Questiona-se então, se este não
seria um fator capaz de fazer os membros da escola exercerem equivocadamente sua
responsabilidade funcional. Caso constatado como positivo, o questionamento, torna-se
prudente esclarecer que identidade escolar almejam por tantos teóricos, e então, agirem para
minimizar a fragilidade na competência profissional dos atuais formadores, no âmbito da
organicidade do ato de educar.
Com base neste estudo, as concepções sobre construção do conhecimento dos autores,
poderiam ser vivenciadas, com fundamentação filosófica e teórica propícia ao público que
cada escola atende, pela opção do Projeto de Trabalho, desde que indicado pelo Projeto
Político Pedagógico, de identidade escolar, com fins ao status de estabelecer a manutenção da
cultura, do conhecimento, e sua evolução, pela aprendizagem.
3.4.3 A mudança: insegurança ou resistência
Ao verificar entre as pesquisas analisadas certas resistências do professor frente às
mudanças necessárias para aplicação da Metodologia de Projeto, junto as TIC, no ambiente
escolar, se optou em centrar atenção aos estudos do psicólogo Joacir Martinelli
20
. Para ele, a
resistência à mudança é fato normal da vida cotidiana e é abordada por diferentes teorias:
Esta "resistência" à mudança é abordada em praticamente todas as teorias
que tentam explicar o desenvolvimento humano. A psicanálise fala da dor
em perceber-se "não tão perfeito como gostaríamos de ser" e chama isto de
"quebra narcisista". A teoria behaviorista aponta para a probabilidade de se
repetir comportamentos condicionados ao longo de nossas experiências.
(MARTINELLI, 2007)
21
Para ele, o que se observa é que a ansiedade gerada pela tensão frente ao novo. Essa
sensação pode se manifestar de duas formas aparentemente contraditórias: ou ela se torna
impulsionadora ou ela se revela paralisante, dependendo de como cada indivíduo encara esta
“crise” (idem)
Quando o individuo opta por enfrentar uma situação de mudança, ele traça uma linha de
raciocínio onde começa por acreditar que existe perigo, mas ao enfrentá-lo te novas
oportunidades. Assim a resisncia natural frente ao novo vai se diluindo, se mostra menos
ameaçadora. Porém, se tomar a decisão contrária, permanece em um conforto aparente, o
qual não lhe permite alcançar novos horizontes.
Ao associar o ponto de vista de Martinelli à educação, se destaca a resistência que o
antigo modelo de educação retrata no novo.
O problema é que nossa educação tradicional não valoriza a mudança ou o
novo como algo positivo. Basta pensar em como nossos valores estão
20
Joacir Martinelli Especialista em Psicologia Social, certificado pelo Integrated Coaching Institute (ICI) em
Los Angeles/EUA, pelo Coaching Clinic no Canadá. Professor em instituições como FGV/ISAE (MBA),
Unicenp (MBA), Centro de Desenvolvimento Empresarial (CDE), Centro Europeu, Universidade Estadual de
Londrina (UEL). Autor de diversos programas de treinamento e desenvolvimento do Sistema SEBRAE.
Facilitador em programas de desenvolvimento, tais como: Desenvolvimento de Comportamentos
Empreendedores: credenciado para atuar com a metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU), entre
outros.
21
Artigo “O Mundo Mudou” de Joacir Martinelli, Dispovel em : <http://www.evolui.com.br/artigos.html#>
Acesso em 1 fev 2008
baseados em dogmas. Estes, na grande maioria das vezes, tem nos
dividido em credos, feito-nos preconceituosos e racistas, tornado-nos
racionais em detrimento das emoções. Todos estes conceitos e valores
inquestionáveis que o homem adquire no processo de aprendizagem da
cultura humana, pode oferecer um certo conforto, gerado pela falsa
sensação de harmonia e equilíbrio frente à frágil condição humana. (idem)
Às observações do pesquisador, indica ser preciso acrescentar ao fato de que, ao se
defender da necessidade de utilização do computador no processo de ensino-aprendizagem,
não se está afirmando ser necessário adotar todas as mudanças, como se estas fossem a forma
de solucionar futuras lacunas. Grandes instituições mercadológicas estão mostrando, por
estudos desenvolvidos a cerca do desenvolvimento humano que:
Quem se preocupar somente em reagir às exigências de mudanças pode ter
sérios problemas. A cada nova onda de transformações surgem coleções de
regras sobre como se deve ou não se deve comportar. Então muitas pessoas
pensam que a solução é se adequar a coleções de regras para não se tornar
ultrapassado ou "antiquado" (PALUDETO
22
, 2007)
A fim de melhor elucidar o que fora exposto nesse capítulo, cita-se o texto a seguir:
[...] considere-se a enorme aceleração no desenvolvimento do conhecimento
e das tecnologias, o que traz a óbvia necessidade de mudanças para o ser
humano e para suas relações com o contexto. Na verdade, precisamos de
uma espécie diferente de gente ... para ser capaz de viver num mundo que
não pára de mudar, que nunca mais setranqüilo. Vou mais além, ao dizer
para os educadores: qual a utilidade de se ensinar fatos? Eles se tornam
obsoletos tão depressa! Qual a utilidade de se ensinar técnicas? Técnicas se
tornam obsoletas tão depressa! (...) O que alguns professores do MIT
(Massachusetts Institute of Technology), têm feito é desistir de ensinar
métodos testados no passado para criar um novo tipo de profissional, que
fica à vontade com a mudança, que aprecia a mudança e que é capaz de
encarar com confiança, coragem e firmeza uma situação que nunca tem
possibilidade de ser prevista (idem).
Apesar de sua atualidade, o texto é de 1963. Ele foi escrito por Abraham Maslow, com
o título "The Creative Attitude" e publicado na revista The Structurist (Canadá). Se desde os
anos sessenta se destacava a dificuldade de se aprender por regras, por que se deve pensar
em estratégias de treinamento, em capacitação, desenvolvimento de comportamentos e
atitudes mais eficazes? Porque não se está tratando de regras de ensino”. A mudança exige
uma nova postura pessoal, e as capacitações, o oportunidades para se refletir sobre a
própria condição. Por elas será possível entender o próprio comportamento pessoal, assumir
22
Artigo “Qualidade no Atendimento ao Cliente”de Leonardo PaludetoDisponível em :
<http://www.evolui.com.br/artigos.html#> Acesso em 1 fev 2008
responsabilidade redobrada, negociar, formular planos, criar estratégias, gerenciar toda uma
etapa de intencionalidade ao progresso.
3.4.4 O Projeto Potico Pedagógico
A mudança prevê planejamento, organização e definição de estratégias que vão dar
alicerce para alcança o objetivo intencionalizado. Representa uma exposição sumária, feita
antecipadamente, de algo que se intenta oferecer, seja um espetáculo musical, uma lista de
conteúdos de determinada disciplina, ou as putativas metas de um partido
político.”(MACHADO, 2002. p 3)
Como a figura abaixo deixa claro, o Projeto vem da emergente escolha do individuo,
interesse oriundo por valores socialmente aprendidos, por isso seu significado é de
“antecipação de uma ação, envolvendo uma referência ao futuro”(MACHADO 2002, p 5)
Figura 1_ Projeto
Machado (2002) chama atenção de que se o projeto fizer parte da escola, observado
tanto como projeto pedagógico, projeto de trabalho, projeto de ensino, sem deixar de lado os
projetos pessoais de alunos e professores, ele acaba “envolvendo o novo em algum sentido”,
sendo então, projetado, “individual ou coletivamente”. Vale então, chamar atenção para o
fato de que:
[...] o professor não pode impacientar-se tanto com o insucesso de seu
aluno, ou desejar ajudar com tanto entusiasmo que tente determinar as
metas a serem atingidas pelo outro, ou realizar as ações projetadas em seu
lugar. Assim como não se pode viver pelo outro, não se pode ter projetos
por ele. (MACHADO 2002, p. 7)
O mesmo acontece em relação à administração pública, de nada vai adiantar ela se
importunar com as falhas dos seus servidores em não atingir suas metas. Afinal, os seres
humanos são capacitados de vontade, iniciativa, que os movem a criar. Assim, cultivam
certeza, sonhos e até mesmo, ilues. Ainda se diferenciam das máquinas que jamais
alimentarão aspirações ou fantasias e nem ao menos farão escolhas pessoais.
Na escola com a elaboração de um Projeto Político Pedagógico (PPP), por estar incluso
em seu corpo um programa curricular organizado por cada unidade escolar, pressupõe-se uma
reflexão de convergência com o paradigma da instituição pública do Município do Rio de
Janeiro, pela orientação do Núcleo Curricular Básico –Multieducação.
Por seu compromisso sociopolítico com a formação do cidadão, emana em seu berço o
fortalecimento da instituição escolar, principalmente por sua natureza ir além do Projeto
Pedagógico da escola, com foco aos “interesses reais e coletivos da população majoritária.”
(VEIGA, 2001, p.2). Assim, naturalmente vai assumindo sua dimensão política. Então, seus
“arquitetos” planejam as metas oriundas de valores socialmente acordados, “um esboço,
desenho, guia da imaginação ou semente da ação” (MACHADO, 2004 p.5), por ele acredita-
se abrir janelas para o novo, ciente das possibilidades do insucesso em seu percurso, por isto
sua meta segue a fuga das incertezas e determinação, para alcançar seu desafio.
A indicação de uma proposta com esta finalidade partiu da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei 9394/96), em seu artigo 12, inciso I, recomendando que "os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, tem
a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica". O que explicita a idéia de
que a escola não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa.
Com tal propósito se deve analisar e compreender sua estrutura organizacional
indagando todos os segmentos de ensino sobre suas características, seus pólos de poder, seus
conflitos, suas necessidades, suas concepções, seus interesses, entre outros aspectos que
servem como auxílio ou como dificuldade na execução do trabalho dentro da escola.
Tomando como partida conhecer sua estrutura pedagógica e que tipo de gestão servirá
ao seu propósito. Como ainda: O que se intenciona transformar? Como se espera organizar os
diferentes papéis para esta finalidade? Quais os espaços disponibilizados para o trabalho?
Que tipo de materiais são necessários e quais realmente se pode contar? Qual o objetivo fim
de todo processo? Como se dará sua avaliação ao longo e ao final, de toda ação? Além, é
claro, quais as medidas que serão tomadas no caso de algum tipo de desvio no percurso do
trabalho?
Um grande desejo de construção de outro tipo de escola, que em seu bojo agregue todos
os aspectos solicitados pela Era da Comunicação e Informação, deverá ser concebido por um
trabalho participativo, cujo marco referencial passa por etapas a serem percorridas e tem
como objeto um estudo que mude conhecimentos e atitudes a partir da solução de problemas.
Por ele se faz a ruptura com o presente, se vislumbra o futuro, mas para que isso aconteça
tem que se arriscar.
Veiga (2001, p 11) defende a idéia de que o Projeto vem para desvelar os conflitos e as
contradições, com vistas a estabelecer a autonomia da escola. Assim, faz parte do coletivo,
define metas, supera problemas, explicitado por um compromisso com a formação do
cidadão.
Nessa perspectiva, o PPP passa a ser o ponto inicial de uma história, de um desejo a ser
construído, indo muito além dos agrupamentos de planos de ensino ou de atividades.
Por ser o documento que dispõe de definições para se alcançar metas, jamais deverá,
depois de construído, ser arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova
do cumprimento de tarefas burocráticas. Por isto seu processo precisa de constante avaliação,
refletidas por uma visão globalizada do que está acontecendo dentro da escola. Assim, como
Veiga (2001,p.12) menciona:
o rejeitam as contradições e os conflitos. A avaliação tem um
compromisso mais amplo do que a mera eficiência e eficácia das propostas
conservadoras. Portanto, acompanhar e avaliar o projeto político-
pedagico é avaliar os resultados da própria organização do trabalho
pedagico.
O PPP precisa ser vivenciado em todos os momentos, necessita ser permanentemente
objeto de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à
efetivação de sua intencionalidade. Lembrando seu papel de organização do trabalho
pedagógico, mostra sua responsabilidade de integrar as novas demandas da sociedade, o que
chama atenção em relação as TIC.
Ao contemplar a utilização das TIC no PPP, se define os pressupostos para sua
aplicabilidade, delimitando a teoria pedagógica viável, compromissada com os anseios da
educação e que por isso define a prática pedagógica a ser processada, conectando-se aos
interesses da maioria da população. Contudo, é indispensável o domínio das bases trico-
metodológicas e das concepções de ensino assumidas coletivamente. Mais do que isso,
afirma (FREITAS, 1991, p23 - grifos do autor) que:
As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de luta, de
correlações de força – às vezes favoráveis, às vezes desfavoráveis.
Terão que nascer no próprio “chão da escola”, com apoio dos
professores e pesquisadores. Não poderão ser inventadas por alguém
longe da escola e da luta da escola.
Nesta caminhada é importante ressaltar que o PPP busca a organização do trabalho
pedagógico da escola na sua globalidade, o que acaba por gerar demanda pedagógica ao seu
corpo de dirigentes. Afinal, pela atribuição dos cargos que ocupam devem “convencer os
professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma
espontâneo, mas propiciar situações que lhes permitam aprender a pensar e a realizar o fazer
pedagógico de forma coerente”. (VEIGA, 2002 mimeo).
Contudo, “não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo”.
(GADOTTI, 2000, p.2). Por isso a importância de se escolher uma direção que tenha
afinidade com o processo que se deseja para essa escola. Uma gestão que precisa ser antes de
mais nada, democrática, “escolhida a partir do reconhecimento da competência e da
liderança de alguém capaz de executar um projeto coletivo. A escola, nesse caso, escolhe
primeiro um projeto e depois essa pessoa que pode executá-lo” (GADOTTI, 2000 p.2)
CAPÍTULO 4
“O ARQUITETO” – DEDÁLO E O “FIO DE ARIADNE”
O fio de um novelo de lã, sutil artimanha encontrada por Ariadne, serviu para conduzir,
de volta ao ponto de partida, seu grande amor. Porém, o sucesso de Teseu teve como
conseqüência a decretação da prisão dedalo (arquiteto do labirinto) e seu filho. Malgrado a
condenação, o inventor conseguiu fugir da ilha de seu degredo, pois construiu dois pares de
asas.
No estudo, buscamos agir como arquitetos, cujo material de trabalho não era fio ou asa,
mas, sim, a metodologia qualitativa, em apropriação dos dados de valor quantitativo, todos
cuidadosamente observados segundo os ensinamentos de Gatti (2001) e Alves-Mazzotti
(1998), já mencionados.
4.1 A ANÁLISE DOS DADOS QUANTITATIVOS
Os Programas de Informática nos Laboratórios da 7ª CRE
Os laboratórios de informática da 7ª CRE foram mapeados como previsto na
metodologia escolhida para desenvolver o trabalho, cuja finalidade foi fazer o levantamento,
de todos os tipos existentes de laboratório. O procedimento empreendido identificou os
aspectos de origem de cada um deles, a verificação do espo, observando paralelamente o
nível de formação em informática dos profissionais de educação das escolas. Finalmente,
foram correlacionados os dados observando tendências suscitadas nas entrevistas e encontros
de grupos focais.
A coordenadoria escolhida tem uma vasta abrangência espacial. Em 2007, a
Coordenadoria atendia a 116 escolas, 22 creches e 6 unidades de extensão.
Figura 2 – Localização da CRE
A CRE possui 18 laboratórios identificados como “Programa”. Como fora
mencionado no item 3.3.1, os laboratórios do “Programa” foram construídos a partir do
Projeto de Lei n.º 54/ 2001, que “Institui o Programa Municipal de Informatização nas
unidades escolares da rede pública de ensino do Município do Rio de Janeiro”, com o objetivo
de atender todos os segmentos de ensino das escolas.
Gráfico
1
Tipos de Laboratórios de Informática
8; 17%
2; 4%
4; 9%
4; 9%
4; 9%
18; 39%
2; 4%
4; 9%
Programa Proap Proinfo Pólomat Sl Pólo Projovem PET Outros
Para agilizar as ações pertinentes ao “Programa” membros de diferentes setores da SME
foram designados para dar formatação a Comissão Executiva, como estabelecido no Art. 6º do
Projeto de Lei n.º 54/ 2001
A Comissão Executiva pode delegar competência a outras equipes
especialmente habilitadas para tal, visando atingir a implantação do Programa
na totalidade das unidades escolares da rede pública de ensino do Município
no prazo máximo de quatro anos.
Essa comissão decidiu agregar ao “Programa” alguns projetos de iniciação em
informática. Um deles foi o Pólo de Educação pelo Trabalho (PET)
Outro programa que envolve os laboratórios de informática é o Programa Nacional de
Informática na Educação (ProInfo), com três espaços destinados para sua ação na 7ªCRE.
A iniciativa partiu da Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997, pelo Ministério da
Educação, com a finalidade de promover o uso pedagógico da informática na Rede Pública de
Ensino Fundamental e Médio. Sua proposta, desenvolvida pela Secretaria de Educação a
Distância (SEED), por meio do Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica (DITEC), em
parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, segue a determinadas
particularidades, como o caso da cartilha do (ANEXO D), que a SME cumpriu, como pré-
requisitos para participar do ProInfo.
A cartilha leva as mesmas especificações previstas para os laboratórios construídos pelo
“Programa” do Município do Rio de Janeiro.
a) 10 microcomputadores (CPU, monitor, mouse, teclado e caixa de som);
Figura 3 _ Micro Computador
http://images.google.com.br/imgres
b) 10 cabos de segurança;
Figura 4 _ Cabo de Segurança
http://img.mercadolivre.com.br/jm/img?s=MLB&f=63551991_4460.jpg&v=P
c) 10 estabilizadores;
Figura 5 - Estabilizadores
http://www.papelite.com.br/anexos/produtos/1162932504558.jpg
d) 01 impressora;
Figura 6 - Impressora
http://www.pcfloripa.com.br/loja/images/hp_laserjet_p2015.jpg
e) 01 switch;
Figura 7 - Switch
http://cp.home.agilent.com/upload/cmc_upload/34945A_image700x540.jpg
f) 10 cabos de lógica de ligação dos micros à rede (padrão RJ45 com 1,5 metros);
Figura 8 – Cabos de lógica– RJ 45
http://www.guiadohardware.net/ebooks/redes/images/m9c5c894.gif
g) 01 cabo de lógica de ligação da impressora ao micro
Figura 9 – Cabos de lógica - diferentes conexões
O laboratório segue um padrão parecido com o representado abaixo, porém com
máquinas seguindo o formato em U. Observe na planta baixa cedida para o trabalho.
Figura 10 _ Disposição das Máquinas no Laboratório
Planta Baixa -Arquiteto Felippe Gutierrez
Algumas escolas não se adaptaram bem a essas exigências. Primeiro, pelo fato das
turmas da 2ª fase do Ensino Fundamental terem em média 45 alunos, com alguns professores
resistentes a dividir a turma em dois espaços distintos, já que cada laboratório comporta até 10
computadores. Outra, por se tornar inviável desenvolver determinadas atividades, com o
tempo de aula que o PI
23
tem para articular o conteúdo. Quanto ao PII
24
, este também se
mostrou pouco a vontade para usar o espaço, embora sua insegurança se deva pelo fato de o
professor desconhecer a dinâmica que envolve o funcionamento do computador.
Talvez, até por isto, em 6 de junho de 2004, o Prefeito lançou a Resolução nº 834/2004.
Ela dispõe sobre a capacitação dos professores em informática, que para o sucesso do
Programa de Informática Educativa nas Escolas, tornou-se imprescindível o domínio da
tecnologia da informação, no artigo definido a seguir.
Art São considerados professores a serem capacitados de acordo com o
quantitativo dos Pólos (...), os Professores I e Professores II (Regentes de Sala
de Aula, Regentes de Sala de Leitura, Coordenadores Pedagógicos, Diretores,
Diretores Adjuntos) detentores de matrícula e que estejam em efetivo
exercício nas Escolas do Sistema Público Municipal de Ensino com
laboratório de informática.
Outros programas como o PÓLOMAT; PROAP, representam 32% dos laboratórios
dessa CRE. Eles não seguem mais as características destinadas por sua implantação,
verificando-se assim, a diferenciação em números de máquinas. Com aquisição de novos
computadores oriundos de diferentes verbas e reformas de espaços, ora garantidos pelo
“Programa”, ora por auxilio da coordenadoria, ou mesmo por verba da própria escola.
Acredita-se que logo terão a mesma estrutura dos outros laboratórios do “Programa”.
Há, também, o ProJovem. Sua plataforma inicial contava apenas com o sistema
operacional Linux. Após várias negociações, os computadores foram formatados para um
sistema que possibilita Doal Boot, isso exige mudanças nas capacitações, pois a grande
parte dos professores não conhece a plataforma Linux e nem sabem o que significa a entrada
por diferentes sistemas operacionais.
23
PI Todos os professores que possuem licenciatura nas disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira,
Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes Plástica, Teatro e Educação Física, mas que prestaram concurso
para lecionar no segundo segmento do Ensino Fundamental.
24
PII Professores com diploma de Curso Normal ou formados em Curso Superior em Pedagogia, com
licenciatura para as classes de Educação Infantil e antiga Classe de Alfabetização, Ensino Especial e de 1ª fase
do Ensino Fundamental
Além desses problemas, é possível enumerar outras dificuldades, como: a) diferenciação
na quantidade de aparelhos nos laboratório de informática, b) metragem quadrada de cada
laboratório, c) distinção entre os softwares que existe em cada unidade escolar, d) sistema
operacional diferenciado, e) tipo de conexão, f) configuração das máquinas e g) número de
alunos por unidade escolar.
4.2. A DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS NAS ESCOLAS E NOS CICLOS DE FORMAÇÃO
O atendimento segue a um total de 373 até 2.218 alunos por escola, separados em etapas
de formação do desenvolvimento humano. Essa distribuição partiu do sistema adotado em
2007, pelo qual o Ensino Fundamental ficou dividido em três ciclos, cada um com 600 dias
letivos.
Gráfico 2
Nas escolas com laboratório de informática da 7ª CRE, verifica-se pelo gráfico abaixo
que os 42.219 alunos estão distribuídos no Ciclo de Formação entre 503 turmas; no
Ciclo de Formação em 664 e no Ciclo de Formação em 676. Além do trabalho com os
alunos de classe regular do Ensino Fundamental há, também, 242 turmas atendendo Educação
Infantil, 59 Educação Especial, e 73 PEJA.
Total de Alunos por Escola
886
700
893
700
1.010
1.167
743
940
1.155
932
1.200
620
1.052
475
788
813
1.089
852
1.145
816
800
1.110
1.009
500
753
1.458
363
651
1.403
550
565
2.218
1.735
906
373
1.060
503
901
829
922
701
718
500
603
475
455
802
790
590
Gráfico 3
Tipos de Atendimento Escolar por Nível de Desenvolvimento da Aprendizagem
Total de Escolas _ 50
Total de Turmas - 2.017
Total de Alunos - 42.219
86
156
160
172
171
200
204
260
229
218
229
59
73
0
50
100
150
200
250
300
Ed. Infantil 4 anos
Ed. Infantil 5anos
1º Ciclo de Formação Período Incial
1º Ciclo de Formação Período Intermediário
1º Ciclo de Formação Período Final
2º Ciclo de Formação Período Incial
2º Ciclo de Formação Período Intermediário
2º Ciclo de Formação Período Final
3º Ciclo de Formação Período Incial
3º Ciclo de Formação Período Intermediário
3º Ciclo de Formação Período Final
Ed Especial
PEJA
Nas 50 escolas analisadas a maior concentração de alunos está nos dois últimos ciclos de
formação, mas um número considerável deles é atendido pela Educação Infantil e pela
primeira fase do processo de alfabetização.
4.3. OS GESTORES: CARACTERIZAÇÃO
Políticas públicas detalhadas na sessão 3.2 vêm sendo definidas para cobrir as lacunas
deixadas pela formação inicial dos profissionais. Uma delas é o próprio programa de
informatização da SME/RJ, por meio do qual os diferentes gestores e professores estão
incluídos nos projetos de capacitações.
Os objetivos formulados conduziram à necessidade prioritária de conhecer os gestores.
Em observação ao gráfico 4, logo a seguir, percebe-se ¼ desses profissionais tendo
aperfeiçoado sua formação por meios próprios, ora pela dinâmica autodidata, ora por cursos
livres e muitos poucos, no meio acadêmico, por cursos de exteno.
Entende-se que para se administrar as escolas é necessário o constante aprimoramento,
também dos gestores, com relevância às suas áreas de atendimento. Afinal, a formação para
os diretores deve ampliar sua capacidade de gerenciar, para assim, fomentarem a autonomia
escolar, na melhoria da qualidade do ensino ofertado.
Gráfico 4
Tabela 1
Equipe de gestores técnicos e administrativos
Formação em
Informática
Educativa
Formação em Serviço
Equipe de gestores técnicos e
administrativos
Nº de
profissionais
Auto
didata
Curso
Livre
Pós Inf
Bási
ca
Inf
Ed
Jorna
da
Inter
Cre
Mostr
a
de
Inf
Ed.
Mostr
a c
XX1
Diretor
50 16 12 2 32 10
2 2
Diretor Adjunto
48 6 11 1 20 12
3 1 1
Coord.
43 10 7 1 31 15
2 4 1
Apoio a direção
21 6 6 4 1
Total
162 38 36 4 87 38
7 7 2
Conforme o gráfico indica, a rede pública enfrenta dificuldades, como a de conseguir
sucesso com apenas 38 dos seus profissionais administrativos com formação em Informática
Educativa, o que equivale a 19%, considerando que dentre esses, todos fizeram Informática
sica. Sobram 31% com provável formação por terem indicado a opção de auto-didata e
formação por curso livre, o que pode ser apenas uma competência de utilização do
Gestores Administrativos
Total - 162 profissionais
38
36
4
87
38
7
7
2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós
Inf Básica Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra de
Inf Ed.
Mostra Séc
XX1
Auto-
didata
Curso Livre
Pós
Inf Básica
Inf
Ed
Jornada InterCre
Mostra de Inf Ed.
Most
ra Séc XX1
computador. Vale ressaltar que a procura pelas Capacitações em Informática Educativa são
menos expressivas que as de Informática Básica, enquanto que as Jornadas e Mostras parecem
não causar interesse nos grupos.
Nos gráficos 5 e 6 que vêm a seguir, pode ser analisada, especificamente, a formação de
diretores e coordenadores.
Gfico 5
Formação de Diretores em Informática
Total - 50 profissionais
22
10
32
2
12
16
0
5
10
15
20
25
30
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós Inf Básica Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra de
Inf Ed.
Mostra Séc
XX1
Auto-didata
Curso Livre
Pós
Inf Básica
Inf Ed
Jornada InterCre
Mostra de Inf Ed.
Mostra Séc XX1
Gfico 6
Formação de Coordenadores em Informática
Total - 43 profissionais
10
7
1
15
2
4
1
0
5
10
15
20
25
30
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós Inf Básica Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra de
Inf Ed.
Mostra Séc
XX1
Auto-didata
Curso Livre
Pós
Inf Básica
Inf Ed
Jornada InterCre
Mostra de Inf Ed.
Mostra Séc XX1
Gráfico 7 Gráfico 8
Formação de Diretores em Informática Básica
Total - 50 profissionais
50; 61%
32; 39%
Inf sica
Formação de Diretores em Informática Educativa
Total - 50 profissionais
50; 83%
10; 17%
Informática Educativa
Gráfico 9 Gráfico10
43; 58%
31; 42%
Inf. Básica
Formação de Coordenadoresres em Informática Básica
Total - 43 profissionais
43; 74%
15; 26%
Informática Educativa
Formação de Coordenadoresres em Informática Educativa.
Total - 43 profissionais
Entre os 162 profissionais administrativos, 50 são diretores e 43 são coordenadores,
sendo que 39% dos diretores têm formação em Informática Básica. Entre aqueles que
participaram da Capacitação em Informática Educativa, há 10 diretores e 15 coordenadores.
Com isso, 83% dos diretores e 74% dos coordenadores, precisam conhecer de perto a
proposta das capacitações de modo a dar sustentação à filosofia de trabalho da rede de ensino
em que atuam. Em análise dos dados obtidos, destacamos o comentário de um diretor:
DR1-Não sei qual a metodologia com que se trabalha no Laboratório de
Informática. Penso que ela deve mostrar como se faz para alfabetizar os
alunos, qual a melhor forma de pesquisar, e principalmente, como se ensina
uma criança a ler usando o computador. Estas são metodologias ideais para
fortalecer o conhecimento e dar conta da aprendizagem.
A forma como o diretor pensa expõe o desconhecimento sobre como as tecnologias
digitais podem auxiliar na formação do conhecimento estabelecendo redes de relação, com
múltiplas possibilidades de interação. Afinal, como Lopes (2005) deixa claro, por esta
tecnologia é possível reconfigurar saberes, desconstruir concepções, verificar que o homem
individual implode fora da atuação como ser humano coletivo auto-organizado, num conjunto
que vai se estabelecendo pela própria interatividade da rede, instigando o tempo todo à
resolução de problemas pelo seu aspecto imprevisto, indeterminado. A interpretação oposta a
isso leva o computador a ser, apenas, uma “máquina de instrução programada”, (LOPES,
2005, p.35), um meio de levar o aluno a estudar sem a intervenção direta do professor, por
matérias apresentadas em pequenas partes, com atividade de verificação apenas por acerto e
erro. Nesse caso, o estudo é individual e segue o antigo modelo das escolas tradicionais.
Foge das mãos dos responsáveis pelo ensino o domínio de onde se quer chegar, através
do planejamento, no limite existente dentro dos muros da escola. A aprendizagem passa para
a consciência de movimento do mundo globalizado, constituindo um homem que não se faz
pela individualidade, mas pela coletividade. Ele não aprende mais pela memorização de
conceitos inconscientes, mas pelo uso de conceitos atravessados pelos sentidos e desejos da
aprendizagem prazerosa e criativa.
Há, igualmente, diretores delegando a outros gestores o encargo do uso do laboratório,
analisado como insuficiente para alcançar as metas de uma educação de qualidade:
DR2 - Não me preocupo com nada disso, meus profissionais têm que utilizar o
Laboratório de Informática, são eles que precisam saber qual a filosofia de
trabalho, como devem atuar pedagogicamente e para isso foram formados.
Não aceito desculpas!!! (...) Também mandei a professora de Sala de Leitura
formar monitores, mas eles não sabem ajudar os professores, gostam é de
ficar brincando no computador.
DR3 - Não tenho monitores, mas a coordenadora montou uma grade para
quem tem projeto deixar marcado o dia e a hora que precisa ir ao
laboratório. (...) Os professores ensinam os alunos a entrar na Internet e
fazem algumas brincadeiras. (...) o usam muito o laboratório, mas faço-a
cobrar o emprego da tecnologia. Creio que a metodologia aplicada veio da
formação universitária.
Mediante as falas, se questionou se os profissionais conhecem as responsabilidades
que lhes são atribuídas. Acredita-se ser preciso mostrar aos diretores, que distribuem seu
encargo com outros profissionais da escola como devem atuar para o desenvolvimento da
inclusão digital no espaço escolar, pois como apontado por Lopes (2005, p. 41):
[...] uma nova dimensão de atuação do professor, a interface significa a
configuração de um novo mestre que, no estabelecimento de suas
mediações entre o aluno e as informações, é alguém essencial, pois dá a
direção, indica os caminhos, facilita a construção e a aquisição dos
conhecimentos de uma forma simples e clara.
Nesse ponto, se acredita ser relevante destacar que os autores (TEIXEIRA, 2004,
BORGES, 2004; XAVIER; AMARAL SOBRINHO; MARRA, 1994) direcionam seus
estudos na perspectiva da gestão escolar, pela implantação do planejamento estratégico pelo
diretor. Eles percebem que existe uma tendência de transferência de atividades
administrativas e financeiras para as unidades de ensino, na tentativa de dotá-las de maior
autonomia. Assim, pode ser esse o motivo que leva diretores delegarem sua atribuição a
outros dirigentes. Ou, então, poderia ser este um dos agentes que inibe a utilização efetiva dos
laboratórios nas escolas.
Em análise do discurso do coordenador, se verificou divergência com as idéias que
tangem o desenvolvimento dessa linguagem midiática comentando, por exemplo, que:
CP3 - O professor precisa aprender a trabalhar o conteúdo de sua disciplina
nas Capacitações de Informática. Não adianta ficar ensinando softwares para
construção de livros, de história em quadrinho, animações, para aqueles que
alfabetizam, nem para os que lecionam Inglês, Português, etc. Deve-se,
mostrar como ensinar na Internet.(...)Estudar é coisa séria, o vestibular é uma
realidade, e enquanto priorizar as brincadeiras ao invés do estudo, a
educação vai cada vez mais constatar alunos desqualificados para o mercado
de trabalho. Embora o correto seja ter um profissional que trabalhe no
laboratório, como fazem as escolas particulares
Conforme o depoimento anterior, a primeira grande questão esbarra na visão de ter um
profissional especialista dentro da escola. Segundo Valente (2003, p.3), para “o professor
construir conhecimento sobre técnicas computacionais e entender por que e como integrar o
computador em sua prática pedagógica” é necessário a presença constante de um especialista
na escola. Ele afirma ainda, que a “formação deve acontecer no local de trabalho [utilizando]
a própria prática do professor como objeto de reflexão e de aprimoramento, servindo do
contexto para a construção de novos conhecimentos”
Note-se que, de acordo com o Programa de Informatização da Rede Pública, não se deve
garantir um profissional de informática nas unidades escolares. Caso fosse assegurado,
entendem que todo corpo docente seria prejudicado no desenvolvimento anunciado em
relação às TIC. Ademais, o principal desafio de algumas iniciativas políticas é adquirir
laptops, para os alunos utilizarem em sala de aula, e não em laboratórios isolados.
Em que pesem as reformulações do Programa de Informatização da Rede Pública,
destacamos que ter um profissional de informática em cada escola pode auxiliar em termos de
infra-estrutura, afinal, lembre-se que o “Programa” desenhou laboratórios que não comportam
o mesmo número de alunos de uma sala de aula normal, o que força haver uma demanda
diferenciada de trabalho. Nesse sentido, Kenski (2003, p.71) reforça o fato de que 10
computadores em uma escola são inexpressivos para o número de alunos em turma:
[...] para que a escola possa estar conectada ao ambiente tecnológico das
redes é preciso, antes de tudo, possuir infra-estrutura adequada:
computadores em número suficiente, de acordo com a demanda prevista para
sua utilização; modems e formas diversificadas e velozes de conexão (via
telefone, cabo, rádio...).
Ao mesmo tempo vale refletir com Takahashi ( 2000, p.45), que:
[...] o problema fundamental em relação à disponibilização dessa infra-
estrutura é essencialmente de custos: é uma empreitada cara, envolvendo
significativo dispêndio inicial para aquisição e, posteriormente, para
manutenção e atualização do parque instalado. Há em adição o custo do
serviço de comunicação e de acesso à Internet.
Outro ponto de entrave nas salas de aula advém do fato de a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDBEN) não especificar o mero exato de alunos por professor em nenhum tipo
de sala de aula. Se por um lado, essa omissão do governo federal abre mais espaço para que
municípios ajustem suas folhas de pagamento às suas possibilidades orçamentárias, por outro,
não se cria obrigação dos entes estatais de ampliar os quadros funcionais, na mesma medida
em que a população cresce.
Apesar dessa lacuna na LDBEN, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos
Deputados aprovou projeto de lei estabelecendo o limite máximo de 25 alunos por professor
durante os cinco primeiros anos do Ensino Fundamental, e de 35 nos quatro anos finais do
Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Este projeto está orientado para o cuidado de
garantir um limite ximo de alunos em sala de aula, levando a crer que é possível, também,
conceber um menor número de alunos desde que a demanda por verba e procura de vaga, em
cada município, se tornem compatíveis.
Desta forma, destaca-se que não basta restringir o número de alunos em sala, pois,
como Moran (2004, p. 246) declara:
O professor, em qualquer curso presencial, precisa hoje aprender a
gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e
inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula equipada e com
atividades diferentes, que se integra com a ida ao laboratório para
desenvolver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico. Estas
atividades se ampliam e complementam a distância, nos ambientes virtuais
de aprendizagem e se complementam com espaços e tempos de
experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes
profissionais e informais.(grifo do autor)
Voltando à análise direta das entrevistas, assinalamos que a Metodologia de Projeto é
uma realidade em pelo menos uma das escolas:
CP4 - No meu caso (...), só trabalhamos com projeto. Temos projeto de
dança, de xadrez, futebol (...). A escola se movimenta pelos projetos. Todos
estão acostumados com isso, mas temos um profissional com dupla regência
no laboratório. Isso ajuda em tudo, os alunos têm hora para fazer os
trabalhos, o professor planeja os projetos que a escola está desenvolvendo
com os alunos, não temos nenhum problema. (grifo nosso)
Mas por que essa escola fez essa opção, já que nenhuma outra se mostrou tão receptiva
a trabalhar com projetos? Seria a capacitação frágil na concepção do trabalho com projeto?
Espera-se responder essas questões ao longo da pesquisa, até porque observamos que o
coordenador compreende o processo metodológico do trabalho com as TIC de forma
diferenciada, o que pode desfavorecer a ação pedagógica eficiente.
4.4 O PROFESSOR DE SALA DE LEITURA: FORMAÇÃO
O avanço tecnológico e a organização da sociedade informacional vêm colocando em
questão conteúdos, métodos, propostas curriculares e o papel do professor no processo
educativo. Eles também m atribuição de gestor frente à turma, enquanto outros são
instituídos articuladores de mídia dentro do espaço escolar. Desta forma, se exige do
profissional uma participação qualitativa na construção do mundo tecnológico, considerando-
o como agente das reformas educativas, no âmbito do sistema produtivo e do
desenvolvimento nacional.
Nesta perspectiva, fica evidente a necessidade de investimento em formação
continuada dos professores e demais profissionais responsáveis pelo ensino, ressaltado pela
Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE, 1994, p.34)
que:
[...] a formação continuada trata da continuidade da formação
profissional, proporcionando novas reflexões sobre a ação profissional e
novos meios para desenvolver o trabalho pedagógico. Assim, considera-se
a formação continuada como um processo de construção permanente do
conhecimento e desenvolvimento profissional, a partir da formação inicial e
vista como uma proposta mais ampla, de hominização, na qual o Homem
Integral, produzindo-se a si mesmo, também se produz em interação com o
coletivo.(grifo nosso)
No bojo dessas evidências e analises suscitadas pelos autores Andrade (2000), Lima
(2005), Lopes (2004) e Freitas (2007), Moran, Masetto e Behrens (2002) Correia (2007)
Kenski (2003), Araújo (2006), entre outros, revelou-se que a formação tem sido: a) uma
reciclagem ligada à insuficiência da formação inicial (geral ou profissional) e à evolução dos
objetivos, estruturas, conteúdos e métodos em matéria de ensino; b) um aperfeiçoamento no
mesmo trabalho; c) uma preparação para a mudança de status empregatício: no setor do
ensino, como promoção, por mudança de grau de ensino ou por mudança de função (direção,
inspeção, formação de professor, etc).
Tais aspectos inseriram-se, também, na preocupação desta pesquisa em analisar o nível
de formação dos professores de Sala de Leitura, com vistas a identificar seus interesses pelo
processo de formação em informática.
Tabela 2
Formação em Informática Equipe de Professores Sala de Leitura
Formação em
Informática
Educativa
Formação em Serviço
Equipe
de
professores
Nº de
profissionais
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós Inf
Básica
Inf
Ed
Jornada
InterCre
Mostra de
Inf Ed.
Mostra
Séc XX1
Prof de
Sala de
Leitura 45
12
8
1
32
27
9
12
8
Gráfico 11
Formação dos Professores de Sala de Leitura em Informática
Total - 45 profissionais
12
8
1
32
27
9
12
8
0
5
10
15
20
25
30
Auto-didata Curso Livre Pós Inf Básica Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra de Inf
Ed.
Mostra Séc
XX1
Auto-didata
Curso Livre
Pós
Inf Básica
Inf Ed
Jornada
InterCre
Mostra de Inf
Ed.
Mostra Séc XX1
Gráfico 12 Gráfico 13
Professor de
SL; 43; 57%
Inf Básica; 32;
43%
Formação dos Professores de Sala de Leitura em Informática
Básica
Total - 43 profissionais
Professor de
SL; 43; 61%
Inf Ed; 27; 39%
Formação dos Professores de Sala de Leitura em Informática
Educativa
Total - 43 profissionais
Dos 43 profissionais desta categoria, 43% fizeram Informática Básica e 39%
Informática Educativa, mas do grupo, 27 professores que participaram da Capacitação de
Informática Básica foram também os que fizeram a Capacitação de Informática Educativa. É
importante observar que 61% dos responsáveis diretos pela articulação das mídias dentro da
escola se encontram a margem do trabalho com o computador.
Ressalta-se que a coordenadoria em foco, no próximo ano, receberá mais 20
laboratórios, ampliando o acesso à informática. Ao somarem-se os profissionais,
provavelmente inabilitados a trabalhar com as TIC, identificados por este estudo, e todos os
outros que estão por vir, por o lhes ter sido garantido capacitações anteriores à chegada de
mídias computacionais nas escolas sem laboratório, questiona-se: Como garantir inclusão
digital dentro das escolas? Esta também não teria que ser uma proposta de mudança nas
capacitações?
Investir na educação, não pode ser uma medida a ser tomada no momento em que
aparece a demanda de trabalho, tanto que ela é considerada pelos amplos setores sociais,
empresariais, políticos e econômicos, como uma das formas elementares para alcançar o
progresso social e cultural da humanidade. As vozes dos professores de Sala de Leitura
apontam problemas para com o descaso da educação relacionada a questões que ultrapassam a
formação continuada:
PSL8 PII - Faço tudo para os alunos terem garantidos seus direitos de
trabalhar envolvendo as mídias. Uso filmadora, máquina fotográfica,
computador, é um trabalho enriquecedor para todos nós, mas com duas
matrículas, uma na Sala de Leitura e outra atendendo a direção, não é
possível desempenhar bem ambas as funções
PSL3 PI - Tenho o mesmo problema, passei o ano todo substituindo
professor, não consegui fazer o trabalho de Sala de Leitura e não fiz nada no
Laboratório de Informática, nem o meu trabalho administrativo. Não acho
certo ter que substituir professor e deixar de desempenhar bem minha função,
parece que meu trabalho é menor, o tem valor para SME, e quem acaba
prejudicado são os alunos.
PSL10 PI - Ter que substituir os colegas doentes é um descaso com nosso
trabalho. Não existe outra estratégia dentro da escola senão pegar o
professor de Sala de Leitura e colocar na sala onde falta professor. É
realmente um descaso, sem dizer que se reclamarmos podemos perder a
possibilidade, de às vezes, fazer um trabalho que traz ganhos para os
alunos, mas quem se importa?
PSL4 PII - Eu trabalho em duas escolas, em uma consigo desenvolver todos
os projetos que elaboro, mas na outra a direção entende que o espaço do
Laboratório é um “elefante branco”. não consigo fazer nada, os colegas
são resistentes e os computadores nunca funcionam bem como na outra
escola.
PSL2 PI - Eu já pensei em desistir, pois além disso tudo ainda escuto que não
paro na escola. Tem gente que sente inveja do meu trabalho. Tenho que dar
mil satisfações a para participar das reuniões de CE, é muito difícil
trabalhar desse jeito.
O professor é a chave mestra, entendê-lo em seus pormenores é relevante, até porque,
conforme afirma Assmann (2005, p. 14), “o mero treinamento para o manejo de aparelhos,
por mais importante que seja não resolve o problema”. Nessa “sociedade da informação”, é
importante que o papel docente de transmissor de saberes supostamente prontos” (idem,
p.14) mude para o de “mentores e instigadores ativos de uma nova dinâmica de pesquisa-
aprendizagem”.
Para configurar essa possibilidade, as políticas públicas precisariam “assentar nos
princípios da igualdade de oportunidades, participação e integração de todos, o que só será
possível se todos tiverem acesso a uma quota parte mínima dos novos serviços e aplicações
oferecidas pela sociedade da informação”.(idem, p17). Mas tem que se garantir quantitativo
adequado de profissionais dentro das escolas.
Contudo, não basta garantir professor na escola para atuar com as TIC, como sinalizado
por Pretto, em artigo publicado no Jornal O Dia de Teresina /PI.
Precisamos de políticas públicas que considerem o professor e a professora,
diferentes entre si e entre todos, como sujeitos capazes de liderar todo o
processo escolar. Caso isso não seja feito, não adianta distribuir parâmetros,
vídeos, computadores, livros ou parabólicas. Precisamos, imediatamente, de
professores bem pagos e continuamente formados, como tamm de escolas
bem equipadas e, principalmente, conectadas para que, em rede, articulando-
se uns com os outros, possam os professores montar uma verdadeira cruzada
de transformação radical da educação em nosso país. (PRETTO, 2004)
Justamente pela insistência de projetos e políticas distanciadas da emergência que o
campo sinalizou algumas idéias interessantes e possíveis de reverter a constatação
configurada na escola acabam por serem descartadas e mal interpretadas pelos profissionais
de ensino.
Este pareceu ser o caso sinalizado no gráfico abaixo, que mostra a participação dos
profissionais de ensino na Jornada InterCRE com participação de apenas 28, Mostra de
Informática Educativa 42 e Mostra do c XX1 23. Nota-se um número diminuto de
profissionais que participam dessas dinâmicas de formação, o que é preocupante, pois elas
visam divulgar o trabalho do professor, promover a troca de experiências e oferecer palestras
com pesquisadores da área de mídias no espaço escolar, o que parece não ser do interesse dos
profissionais.
Gráfico 14
28
42
23
0 10 20 30 40 50
Jornada InterCre
Mostra de Inf Ed.
Mostra Séc XX1
Participação em Jornadas e Mostras
Total 1.314 profissionais
Mostra c
XX1
Mostra de Inf
Ed.
Jornada
InterCre
Correia (2007. p 62) evidenciou em sua pesquisa, na II Mostra realizada no SENAI:
[...] foram apresentados bons trabalhos desenvolvidos por professores com a
utilização da Informática Educativa, o que pode ser considerado como
resultado de certas mudanças observáveis na prática educativa dos
professores, visto que resultam da elaboração de pequenos projetos realizados
no interior da escola. A exposição dos resultados desses projetos constituiu
um incentivo à comunidade docente que ainda não desenvolveu trabalhos com
a utilização da informática.
Embora nossa reflexão não seja tão otimista uma observação que constata bons
resultados de mudança, com ênfase a trabalhos elaborados a partir de projetos, pode
comprovar quanto esta metodologia parece ser pertinente na prática pedagógica junto as TIC.
Tabela 3
Formação em Informática Equipe de Professores Educação Infantil
Formação em
Informática
Educativa
Formação em Serviço
Equipe
de
professores
Nº de
profissionais
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós Inf
Básica
Inf
Ed
Jornada
InterCre
Mostra de
Inf Ed.
Mostra
Séc XX1
Ed Infantil
128 23 11 1 28 14 1 1
Gráfico 15
Formação do Professor de Educação Infantil em Informática
Total -128 profissionais
23
1
14
1 1
28
11
0
5
10
15
20
25
30
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós Inf Básica Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra de
Inf Ed.
Mostra
Séc XX1
Auto-didata
Curso Livre
Pós
Inf Básica
Inf Ed
Jornada InterCre
Mostra de Inf Ed.
Mostra Séc XX1
Já, o gráfico anterior, apresenta outra categoria de professores, os que trabalham como
PII, voltados à educação dos “pequeninos” de 3 e 4 anos, revelando que dos 128 profissionais
envolvidos com Educação Infantil, 84% não têm formação em Informática Educativa e apenas
16% participaram da Capacitação de Informática Básica. Ainda é possível identificar que
penas 8% desses 128 profissionais fizeram Capacitação de Informática Educativa e estão
contidos no grupo de Informática Básica, com participação de apenas um deles na jornada e
nas mostras.
O panorama configurado, no caso dos PII, mostra que 6 profissionais participaram
desses encontros, e isso porque foram considerados aqueles que foram na Mostra de
Informática da CRE, caso contrário, apenas um profissional teria comparecido aos referidos
eventos. O quadro traça reflexão questionadora em relação à participação dos profissionais
nas formações por troca de experiência e perfil teórico serem tão pouco procuradas.
Pretto (2004, s/n) argumenta sobre o exposto, que “o que precisamos é de projetos
diferenciados”. Sua observação parece ter fundamento, pois em uma secretaria de ensino que
desenvolve diferenciadas iniciativas de formação aos seus funcionários, a procura mais
acentuada para a utilização do computador é em Informática Básica, do que na aplicabilidade
do computador em seu viés teórico e pedagógico. Enquanto se foca estudos para metodologia
de trabalho de Informática Educativa, o correto, segundo o campo sinaliza, em divergência
com a crença apresentada no estudo, é de que deveria ser dada atenção ao conhecimento
básico por manipulação da máquina como ferramenta de trabalho. Depois, então, ampliar no
concernente à educação autônoma.
Como o gráfico abaixo revela, a Capacitação de Informática sica é sempre a mais
procurada e a de Informática Educativa é feita por alguns dos professores que participaram da
primeira formação. Se a opção que demonstram ter em relação a se aperfeiçoarem no
conhecimento de informática é tão pouco atraente, demonstra que entraves estariam lhes
fazendo optar pela negação a formação continuada, importante para sua função.
Note que dos PII com formação em informática, os 128 de Educação Infantil, mais os
355, que atuaram em 2007, no 1º Ciclo de Formação até o Período Intermediário do 2ª Ciclo
de Formação, totaliza 483 profissionais, excetuando os do PEJA e Educação Especial, o que
se expressa em 87% de PII, precisando de formação imediata para o atendimento efetivo aos
alunos. Lembrando que cada um desses profissionais pode atuar em até dois turnos de
trabalho, dobra a necessidade de formação por também duplicar o número de atendimento a
alunos.
Tabela 4
Formação em Informática Equipe de Professores Educação Infantil, 1ºCiclo de Formação e
2ºCiclo de Formação
Formação em
Informática
Educativa
Formação em Serviço
Equipe
de
professores
Nº de
profissionais
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós Inf
Básica
Inf
Ed
Jornada
Inter
Cre
Mostra
de Inf
Ed.
Mostra
Séc XX1
Ed Infantil
128 23 11 1 28 14 1 1
Período
Inicial 76 21 4 1 28 10
Período
Interm. 83 20 7 10 32 9 1
1ºCiclo de
Formação
Período
Final 77 18 7 30 13 1 1
Período
Inicial 105 30 5 36 21 1 6
2ºCiclo de
Formação
Período
Interm. 99 25 7 1 28 15 1 2 1
Total
568 137 41 13
182 82 4 11 1
Gráfico 16
Formação do PII em Informática
Total - 217 profissionais
76
21
4
1
28
10
83
20
7
10
32
9
1
77
18
7
30
13
1 1
105
30
5
36
21
1
6
25
7
1
28
15
1
2
1
99
0
20
40
60
80
100
120
Auto-didata Curso Livre Pós Inf Básica Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra de Inf
Ed.
Mostra Séc
XX1
1ºCiclo de Formação Período Inicial 1ºCiclo de Formação Período Interm. 1ºCiclo de Formação Período Final
2ºCiclo de Formação Período Inicial 2ºCiclo de Formação Período Interm.
Professor II
52%
Auto didata
16%
Curso Livre
4%
Pós
2%
Inf Básica
18%
Inf Ed
7%
Mostrac
XX1
0%
Mostra de Inf
Ed.
1%
Jornada
InterCre
0%
Figura 11 Percentual de PII com Capacitação em Informática
O mesmo grupo que atende à primeira fase do Ensino Fundamental, quase que equipara
ao percentual de professores auto-ditada 16%, com os de curso livre 4%, com aqueles que
fizeram Informática Básica na rede, isto é, 18%. Enquanto que o quadro de formação
direcionado ao foco pedagógico é sempre muito restrito, com 2% com pós-graduação em
Informática Educativa, feita em universidades e apenas 40% em Informática Educativa
oferecido pelo município.
Diante desses números, apresentamos a mesma inquietação de Veiga (2002, p. 79), ao
afirmar ser necessário o favorecer curso aligeirado e de baixa qualidade que forma
professores desvinculados do contexto social mais amplo”. O excesso de cursos, avaliados
pelo campo como de qualidade para construção do conhecimento tecnológico, pode ser
analisado como de ensino fragmentado, sem meios de suscitar embasamento teórico e
domínio da ferramenta.
O mesmo fato observado entre os PII, os quais apresentam baixo número de
profissionais bem formados em informática, repetiu-se entre os PI. A ocorrência mostra
apenas 39 dos 586 professores com formação em Informática Educativa, administrada pelo
município.
Tabela 5
Formação em Informática
Equipe de professores que atuam em diferentes áreas do conhecimento
Formação em
Informática
Educativa
Formação em Serviço
Equipe
de
professores
Nº de
profissionais
Auto-
didata
Curso
Livre
Pós
Inf
Básica
Inf
Ed
.
Jornada
InterCre
Mostra
de Inf
Ed.
Mostra
Séc
XX1
LP 21
8
11
29
8
2
4
Mat 119
5
4
1
30
3
1
1
Hist 76
6
6
2
18
6
2
2
3
Ciências 117
7
5
1
10
2
1
1
1
Geog 75
2
5
11
4
1
1
1
Inglês 46
3
3
12
1
1
Espanhol
1
1
Francês 17
3
5
3
3
1
Ed Física 49
25
5
1
39
10
1
Artes
Plástica
29
3
3
1
8
1
1
1
1
Artes
Visuais
18
1
2
1
Teatro 12
1
2
Áreas do
conhecimento
Música 6
2
Total 586
63
49
6
166
39
6
10
11
Gráfico 17
0
5
10
15
20
25
30
35
40
21 119 76 117 75 46 1 17 49 29 18 12 6
LP Mat Hist Ciências Geog Inglês Espanhol Francês Ed
Física
Artes
Plástica
Artes
Visuais
Teatro Música
Formação de PI em Informática
Total- 496 profissionais
Auto didata Curso Livre Pós Inf Básica Inf Ed Jornada InterCre Mostra de Inf Ed. Mostra Séc XX1
Concluindo, de um total de 1031 professores, 68% não passaram pela formação do
município e 77% precisam fazer Informática Educativa. Todo levantamento mostra a
necessidade de formação imediata. Afinal, como afirma (PRETTO, 2000 s/n):
[...] a tecnologia não é asséptica e a competência cnica, de certa forma, é
um engajamento político que reforça o coletivo social em um
engendramento interativo, pois o mundo das novas tecnologias está
intimamente ligado ao mundo da subjetividade e da criatividade humana.
Todas as pessoas têm direito a conhecer de perto essa tecnologia, e a escola deve
cumprir seu papel, sem permitir a omissão do conhecimento a “qualquer” pessoa que por ela
procurar. Não que não se compreenda a preocupação de Pretto (2002, p.125) ao afirmar que:
Culpam os professores pelo desânimo, pela falta de interesse em usar as
novas tecnologias de informação e comunicação. Culpam as universidades
públicas por não darem conta de uma formação mais adequada para esse
novo mundo tecnogico.
A proposta não busca encontrar culpados, mas chamar todos a responsabilidade.
Analisar, pesquisar, colaborar, trabalhar para que se encontre um caminho a ser perseguido.
Não pelas políticas, nem pelos gestores, nem mesmo apontado por estudiosos, mas em
comunhão com um propósito maior: o de fortalecer essa entidade nos seus aspectos mais
frágeis, mostrando quanto é capaz de estar atuando em consonância com seu tempo, agindo
crítica e reflexivamente, mas operando, sobre todos os aspectos que estão por vir a serem
incorporados, além de tudo, afirmando a responsabilidade que carrega em transmitir cultura,
de ser o norte no progresso humano, social e econômico, principalmente em um país como o
Brasil.
4.4.1 A pesquisa da 7ª CRE
Um dos objetivos do presente estudo definiu examinar, através dos depoimentos do
GTIE, como o uso da Metodologia de Projeto se dá em sala de aula. Assim mereceu intenção
ressaltar uma pesquisa elaborada em 2007, na 7ª CRE, para então prosseguir as análises dos
dados quantitativos.
A pesquisa contou com a participação de 320 professores entrevistados voluntariamente,
169 PI e 151 PII. A intenção foi levantar o número de profissionais que precisavam de auxílio
no trabalho de Informática e como cada grupo compreendia a importância da inclusão digital.
Isso porque há um consenso de ser sua competência subsidiar os profissionais da ação
pedagógica das escolas.
Pelas observações da coordenadoria, tornou-se necessário analisar o papel da escola na
formação de seus profissionais. A intenção ocorreu por ter havido vidas se os professores
desconheciam os aspectos informacionais da aprendizagem ou se ainda se encontram
excluídos do acesso midiático. Afinal, 13% dos entrevistados revelaram falta de utilização do
computador e mostraram não ter conhecimento na área de informática. ( ANEXO E)
Outra análise capaz de dissipar dúvidas, buscou identificar relações de produção de
atividades docentes, com ênfase pelo interesse dos professores buscarem na Internet novas
formas de ensinar, embora nenhuma menção tenha sido feita sobre a questão da metodologia
aplicada para isso
O gráfico (ANEXO F) disponibilizado pela 7ª CRE apontou apenas 26% dos
entrevistados, utilizando a Internet como meio de comunicação. A constatação considerou a
impossibilidade de programar curso a distância online. Observaram, então, necessidade
anterior, de incentivar conversas em listas, fóruns, comunidades virtuais, até os professores
começarem a postar suas próprias produções na rede de comunicação e informação.
Kenski (2003, p. 74) afirma que “os professores buscam informações nos diversos
ambientes e meios tecnológicos e as comparam com a realidade em que vivem”, então a
mediação demonstra ser bastante oportuna, contudo, considerar a hora imprópria para
implantar EAD, parece precipitada.
Porém, ao notarem que os professores não fazem uso do Laboratório de Informática, e
em pesquisa realizada na mesma rede de ensino Correia, Bonifácio e Nunes (2007, p.9),
verificarem que os professores utilizam pouco o computador nas suas atividades do dia-
a-dia.”, evidencia-se importância imediata de rever aspectos sobre as capacitações ofertadas a
esses professores.
O levantamento ainda acrescenta aspectos sobre a fragilidade na participação dos
professores nas oficinas sobre softwares educativos e como estes servem de aliados na prática
pedagógica, com um adendo ao software IEE, que chegou ao corpo docente por curso
oferecido pelo fabricante a três profissionais de cada escola.
Uma surpresa com os dados colhidos foi sobre a utilização do Office (Word, Power
Point, e Excel), do Movie Maker, Jogos, PROMOB, Logo, Cabri, Graphi Math e Photoshop,
por não serem objeto dos itens enumerados pelo estudo e pela aquisição ter sido feita pela
escola. (ANEXO G)
Atentos ao levantamento da coordenadoria e advertidos por “melindres” com: a falta de
equivalência em máquinas, deficiência de conexão em rede de Internet e a necessidade de
formular regras bem definidas para incentivo à monitoria, se avançou nas análises
quantitativas, porém, avaliando não existir preocupação com a verificação de pertinência na
área analisada, em referência com a Metodologia de Projeto.
4.5 OS DIRETORES
Mediante o objetivo do presente estudo se considerou relevante analisar o papel do
diretor na inclusão digital pela garantia do horário de atendimento, no laboratório de
informática, ao maior número possível de turmas da escola. Analisou-se também, como
incentivam a monitoria e como estimulam a participação dos professores nas Capacitações de
Informática. Estes foram pontos cruciais na coleta de dados; revelando que 100% reconhecem
sua responsabilidade em todos os requisitos selecionados.
A observação retrata o efeito das secretarias de educação em repassarem parte de suas
atribuições à esfera das unidades de ensino, com o intuito de implantar a autonomia dessas
últimas. Assim partiram do modelo burocrático rígido para o democrático, de gestão
centralizadora para o de descentralizada, de menor número de pessoas envolvidas na tarefa
educativa que alterou paradigmas, além das atuais demandas de ensino que envolvem as TIC.
Gráfico 18
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Sim Não S/R
Atribuição dos 50 diretores no processo de inclusão digital
Garantir horário para
atender o maior número de
turmas da U.E
Incentivar a monitoria
Incentivar/cobrar a
participação em formação
na área.
Tabela 6
Atribuição do Diretor no processo de Inclusão Digital
No processo de inclusão digital o diretor deve: Sim Não S/R*
Garantir horário para atender o maior número
de turmas da U.E
50
Incentivar a monitoria 50
Incentivar/cobrar a participão em formação
na área.
50
*S/R – sem resposta
O processo ocasionado pela alteração, cobra agora da gestão escolar, a responsabilidade
de garantir acesso dos professores ao aperfeiçoamento profissional. Em se tratando da
liberação para as capacitações de informática esse efeito é minimizado porque tanto a
Informática Básica, quanto a Informática Educativa acontecem fora do horário de trabalho,
mas as que são administradas no formato de Mostras, Jornadas, empresas como a Multirio,
Anima Escola, entre outras, não seguem o mesmo critério.
O aperfeiçoamento, então, passa a ser garantido pelo diretor que através da liberação dos
profissionais faz a opção por critérios de prioridade. A escolha se caracterizou, indo desde
aqueles professores que se interessam em participar da formação, seguidos dos que têm
formação em Informática Educativa e os que desenvolvem trabalhos no computador, com
seus alunos. Por estas indicações a preferência seguiu para os professores de Sala de Leitura e
finalmente os professores sinalizados pelo Coordenador Pedagógico.
Os critérios sobre sorteio, a falta de pessoal e por opção do professor, foram
sucessivamente menos expressivos.
Gráfico 19
39
6
5
41
5
4
46
3
1
43
5
2
24
10
16
30
9
11
5
23
22
2
22
26
1
2
47
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Professores
que possuem
formação em
Inf. Ed.
Professor de
Sala de
Leitura.
Profissional
interessado.
Professor que
desenvolve
trabalho de
informática.
Opção do
grupo de
professores
Por
orientação da
coordenação.
Sorteio Nenhum, por
falta de
pessoal.
Outros/Quais
Critérios de liberação e pariticipação em formação de informática
Total - 50 diretores
Sim Não S/R
Tabela 7
Critério para participação de docentes na formação em serviço de
informática
Critério para participação de docentes na
formação em serviço de informática
Sim Não S/R*
Professores que possuem formação em Inf. Ed. 39 6 5
Professor de Sala de Leitura. 41 5 4
Profissional interessado. 46 3 1
Professor que desenvolve trabalho de
informática.
43 5 2
Opção do grupo de professores 24 10 16
Por orientação da coordenação. 30 9 11
Sorteio 5 23 22
Nenhum, por falta de pessoal. 2 22 26
Outros/Quais 1 2 47
*S/R – sem resposta
Veja que os diretores, em sua maioria, apostam no profissional que desenvolve trabalhos
na escola dentro da linha da pesquisa, assim eles reconhecem o esforço de alguns professores,
mas minimizam a possibilidade de aprimoramento dos demais.
Como hoje o diretor tem o dever de garantir formação a “todos os professores até
porque a realidade presente segundo Veiga (2007) é de que:
A grande problemática do professor hoje é que ele tem um salário baixo e
trabalha muito. Ele tem péssimas condições de trabalho, com salas
superlotadas. Ele fica na escola exercendo a profissão apenas com sua
formação inicial. Ou seja, se ele detém o diploma de curso normal, ele já
começa a trabalhar. Ele não tem tempo, e muitas vezes dinheiro, para
freqüentar uma universidade; ele não tem dinheiro para comprar livros. Se
ele tem um curso superior - suponhamos, é formado em Pedagogia -,
praticamente ocorre a mesma coisa. Ele aula de manhã, à tarde e à noite.
Então, o que está fazendo a defasagem desse professor não é só a questão da
má formação. Ele se desqualifica dentro do processo de trabalho, sua
formação tende a se deteriorar no exercício da profissão. (Entrevista ao
Portal Aprende Brasil - 16 de dezembro de 2007)
25
25
Entrevista de Veiga ao Portal Aprende Brasil - 16 de dezembro de 2007
Dispovel: <http://www.aprendebrasil.com.br/entrevistas/entrevista0029.asp> Acesso 2 de fev. de 2008
Assim, o “privilégio” da formação o pode ser dado a alguns, tem que ser “garantido
a todos, de modo que possa realmente existir um avanço de incorporação de metodologias
pedagógica que coadunam com a realidade existente. Até porque, “a formação do professor é
um dos elementos que interfere diretamente na qualidade do trabalho pedagógico
desenvolvido na escola” (LEITE, 1998, p.74)
26
Não se pode fechar os olhos para isso, é preciso que “os gestores municipais [possam]
contar com recursos para habilitar seus professores e promover condições para melhorar a
qualidade do ensino fundamental oferecido pelas redes públicas municipais.” (LEITE, 1998,
p.74). Ainda envolvidos nas observações pontuadas por Veiga (2005, p.75)
[...] um investimento maior na manutenção e desenvolvimento do ensino
fundamental que possibilite a formação permanente do corpo docente e a
implantação de uma melhor estrutura física e de acompanhamento
pedagico que certamente proporcionarão a melhoria da qualidade no
ensino desenvolvido pela rede pública. Deve considerar (...) que professores
com formação precária e a falta de infra-estrutura física nas unidades
escolares, (...) têm inviabilizado a oferta de uma educação de boa qualidade,
capaz de contribuir para a promoção e a permanência do aluno na escola.
Uma triste constatação transcorre por falta de incorporação de metodologias que
estimulem o aprendizado. Por isso a importância de agregar o que é novo ao cotidiano escolar.
Ele traz o que é estimulado pela economia e valorado pela sociedade, assim prende seus
membros a valores de consumo, de interesse, de cobiça cada vez mais perseguida sem
qualquer avaliação criteriosa do desejo. E por que? Talvez pela resistência da escola em
agregar no trabalho tais reflexões e não somente pela inabilidade momennea de quem nela
exerce sua função de trabalho pedagógico. Como os gestores, que na garantia a formação,
fazem o que com os alunos? Optam por propiciar formação para os professores que caminham
no processo de articulação de novas práticas de ensino no âmbito escolar? Faz sorteio como
maneira democrática de efetivar a participação na formação? Abandonam os alunos a
qualquer tipo de sorte, muitas vezes deixando-os sem aula para que seus professores possam
participar dos cursos? Impedem a formação continuada por ser mais fácil e desta forma
garantem aula sem qualidade e efetivo compromisso social? Ou escolhem para o treinamento
um profissional do grupo, que menos vai trazer dificuldade para o desenvolvimento do
trabalho diário da escola?
26
GESTÃO EM AÇÃO/ Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFBA; ISP/UFBA.
Dispovel http://www.gestaoemacao.ufba.br/revistas/gav8n105.pdf Acesso : 2 de fev. de 2008
Se tivéssemos que responder o último questionamento, positivamente, talvez a indicação
fosse para o Professor de Sala de Leitura. O fato relevante para participação desse profissional
na Formação em Informática é analisado como a de melhor escolha entre as possibilidades
pontuadas, pois uma de suas atribuições é ser o animador das atividades desenvolvidas no
Laboratório de Informática, articulado pelas diferentes mídias e sempre por uma proposta de
trabalho desenvolvida por projeto.
Entretanto, antes de procurar compreender critérios sobre este profissional houve a
preocupação de observar o conhecimento dos coordenadores em relação às capacitações.
4.6 OS COORDENADORES
O processo de profissionalização dos coordenadores é algo ainda incipiente, mesmo os
IES não conseguiram consolidar uma formação que capacitasse esses profissionais ao
desempenho generalista de sua atual função. Por isso, mesmo inerente à atribuição que lhe é
devida, não é possível cobrar, sem lhe fornecer subdio ao seu trabalho, a postura de gestor
estratégico. Este não é um processo simples, porque exige conhecimentos que muitos deles
não possuem, como noções de marketing, gestão financeira e planejamento estratégico,
agregado a demanda das mídias de comunicação e informação por uma concepção de ensino
direcionada à apropriação de competência para se estar sempre se atualizando.
Ainda defasados do cumprimento básico de sua formação de “cuidar do pedagógico”,
eles têm que exercitar um olhar mais amplo, que lhes exige uma postura voltada para gestão
competitiva, colaborativa, participativa e de continuidade à formação dos seus parceiros de
trabalho.
É preciso que a organização das esferas administrativas superiores sejam refletidas na
atuação do “novo gestor o coordenador. Um lutador por resultados concretos e efetivos de
aprendizagem - tanto de incorporação às inovações tecnogicas, quanto de compromisso
cienfico, social, teórico e técnico pedagógico, como de efetivo instigador do planejamento
político e a formação explorada por métodos e teorias de base para avaliação processual do
ensino.
Talvez por isso se esperasse tanto desse gerente de contato diário com professores e
alunos. Observado aqui, como colaborador de maior atenção à reversão da evasão, superação
dos conflitos em sala de aula, minimizador do desperdício de recursos, incentivador ao uso
das tecnologias, entre outros.
Gráfico 20
0
5
10
15
20
25
30
35
Critérios para participação Concepção teórica Conhecimento báscio sobre
Open Office
Os softwares que são
apresentados
Coordenador e seu conhecimento sobre as capacitações
Total- 43 profissionais
Sim
Não
S/R
Tabela 8
Conhecimento do Coordenador sobre a Capacitação de Informática
Conhecimento sobre a Capacitação
de Informática
Sim o S/R
Critérios para participação 26 12 5
Concepção teórica 24 14 5
Conhecimento básico sobre Open
Office
32 7 4
Os softwares que são apresentados
nas capacitações
19 22 2
Em virtude da sua função era possível pensar que todos os coordenadores conheciam as
normas para participar das capacitações, contudo, os dados evidenciaram que 74%
desconheciam os critérios estabelecidos para participação nos cursos oferecidos pela SME/RJ.
Quanto à concepção teórica, no desenvolvimento do trabalho de informática, se identificou o
mesmo quadro, pois somente 24% dos coordenadores sabem como devem estimular seus
professores, no trabalho pedagógico das TIC, dentro da escola.
Outro critério relevante apresentou 19% dos coordenadores tendo conhecimento sobre
os softwares educativos, considerado como razoável, porque esse percentual passa para 31%
em relação ao conhecimento sobre o Oppen Office.
Entretanto, em decorncia do quadro delineado, torna-se complexo exigir que os
coordenadores tenham um envolvimento pessoal distinto em relação às tecnologias de
comunicação se ainda precisam se adaptar a outros elementos além da questão pedagógica.
A análise, por este ponto de vista indicou alguns caminhos na necessidade de medidas
de formação imediata, desses profissionais. Primeiro direcionado para formação sobre a
concepção teórica e critérios de participação, que mesmo tendo em média 26 coordenadores
sabedores de sua estrutura, todos deveriam ser habilitados para o trabalho, como ainda, uma
atenção nem tanto expressiva para os 69% que não tem domínio do Oppen Office.
Concomitantemente, para aspectos de potencialidade dos softwares educativos, em
atendimento aos 24 coordenadores que desconhecem suas possibilidades de desenvolvimento
de trabalhos de autoria por articulação de projeto.
Como se verificou, pelos formulários, os coordenadores esperam por apoio para
formação continuada nos CE de modo a ampliar o conhecimento de informática. Para isso
desejam sugestões de possíveis estratégias para o atendimento no Laboratório de Informática,
regras e modelos de formação de monitores de informática e exemplos de projetos para serem
adequados às especificidades de cada escola.
Todos aspectos que precisam ser lembrados, por ser o coordenador um dos gestores
responsável por garantir o efetivo desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Ressaltando,
que por ele se efetiva a construção direta do PPP e a garantia de formação continuada no
espaço escolar.
O primeiro, um instrumento mencionado no item 3.4.4 retrata o desejo da construção
de outro tipo de escola, que precisa estar atenta à Era da Comunicação e Informação.
Enquanto o segundo revela que a formação vem do marco de referência do trabalho a
percorrer pela apropriação de teoria, reflexão, troca de experiências e participação em cursos
de referência a informática, até pela ruptura que a formação inicial se caracteriza no presente.
Barreto (2005, p.9) observa essa ruptura pela cisão que agora está presente na
“formação inicial x continuada”, tendo em vista que:
[...] reforça o desenho que supõe etapas estanques e não um continuum. O
que muda é a ênfase, anteriormente posta na primeira. Do ponto de vista do
investimento, nacional e internacional, o privilégio tem sido atribuído à
segunda, muitas vezes à custa de outras simplificações, como a redução da
formação continuada a “qualificação”, “capacitação”, treinamento e
até mesmo “reciclagem”. Enquanto isso, a formação inicial, excluída dos
aportes financeiros específicos para a sua chamada inclusão digital”, pode
não garantir sequer o direito de acesso às TIC (BARRETO, 2002a).
Gráfico 21
Aspectos a serem contemplados nas Capacitações de Informática de modo a facilitar
a ação pedagógica do Coordenador
Total - 43 profissionais
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Apoio para formação continuada
nos CE voltado para
complementar conhecimento de
informática
Estratégias de atendimento no
laboratório de informática
Regras e modelos de formação
de monitores de informática
Exemplo de projetos para serem
adequados as especificidades de
cada escola.
Sim
Não
S/R
Tabela 9
Aspectos a serem contemplados nas Capacitações de Informática de modo a facilitar a
ação pedagógica do Coordenador
Aspectos a serem contemplados nas Capacitações
de Informática de modo a facilitar a ação
pedagógica do Coordenador:
Sim o *S/R
Apoio para formação continuada nos CE voltado
para complementar conhecimento de informática
30 6 7
Estratégias de atendimento no Laboratório de
Informática
33 7 3
Regras e modelos de formação de monitores de
informática
29 8 6
Exemplo de projetos para serem adequados as
especificidades de cada escola.
30 9 4
*S/R Sem resposta
A demanda suscitada revela a ânsia por apoio e versa por tentar compreender,
racionalmente, as expectativas desses profissionais. Assim selecionamos alguns dos
comentários feitos durante a coleta de dados, em relação ao interesse que expressam ter em
relação às capacitações para o efetivo trabalho junto as TIC, de professores e alunos.
CP7 - Gostaria de aprender mais sobre internet, embora o embasamento
teórico e prático em relação ao uso do computador me faça percebê-lo com
grande mistério. Não vejo como assegurar o uso de tecnologia no PPP, não
tenho como garantir formação por um processo tão complexo e de difícil
apropriação pelos professores. Adequar um trabalho desses na escola vai
além das atribuições para com aprendizagem que se espera do
coordenador, por isso sua usabilidade deve ser adequada à realidade da
escola. (...) Caso tais possibilidades sejam contempladas nas capacitações,
poderia tentar garantir a reformulação do PPP e atuar de forma mais
eficiente nos Centros de Estudos
CP6 - Tenho formação em Informática Educativa pelo Município do Rio de
Janeiro (...), e o que satisfaria no desenvolvimento do trabalho seria o de
receber contribuições para mostrar os softwares educativos aos professores
no CE.
CP9 - Quanto aos aspectos a serem incluídos nas capacitações, acredito
que todos os itens sinalizados no formulário são indispensáveis no trabalho
pedagógico com utilização da informática, e necessitam ser bem
trabalhados no curso de formação, desde que direcionados para prática
(...). Contudo, acredito que nenhuma medida será contemplada para o
aprimoramento das capacitações, mas se assim as fossem, ajudaria muito o
coordenador a conquistar o professor para o trabalho com o computador.
Em relação à estratégia de atendimento no Laboratório de Informática, uma questão
mencionada sempre foi sobre a presença de um profissional especializado para o trabalho,
ressaltando que: “Entendo, que um professor para o Laboratório de Informática iria ajudar
muito no processo de inclusão digital. (CP .M. Vice Almirante Álvaro Alberto).
Sua visão não é apreciada satisfatoriamente, pois a responsabilidade com o trabalho das
TIC é um dever de todos os professores. A escola vem recebendo várias mídias ao longo da
hisria, chegaram vitrolas, rádios, vídeos, filmadoras, entre outros, agora ganham
computadores, celulares, máquinas digitais. Todas essas tecnologias vieram para contribuir
com a atividade docente e serem utilizadas e aproveitadas pela riqueza de seus recursos, até
para facilitar antigas necessidade de trazer o mundo real para dentro da escola. Não se prevê,
com o que é retratado, ter um especialista para desenvolver trabalho especificamente por uma
delas. Então, é relevante a compreensão do quanto carece ser compreendida e trabalhada por
todos, em especial o professor com os alunos.
Caso fosse feita a opção por contratar um profissional de informática ou aproveitar os
professores especializados na área, para dar aula no laboratório, todos os outros estariam
fragilizando sua importância. Assim, acabariam por demonstrar incapacidade de se
aperfeiçoarem, em se tornarem múltiplo ao mesmo tempo especializado em várias nuanças
inerentes a sua profissão, habilitados a interagirem com quaisquer inovações. Veiga (2006,
s/n) expressa neste sentindo que:
A profissionalização docente deve ser entendida no bojo de um conceito de
profissão mais social, complexo e multidimensional; fundamentada nos
valores da cooperação entre os indivíduos e do progresso social. A
afirmação e o prestígio social da profissão tem que andar junto com o
processo de valorização da escola que queremos pública, democrática e de
qualidade. E esta qualidade depende também do desempenho
profissional dos professores intimamente ligado às necessidades do
contexto social. (grifo nosso)
Até por isto, que a Metodologia indicada para desenvolver seu trabalho lhe ajuda a
ampliar seu conhecimento em parceria com seus alunos e membros participantes do contexto
escolar.
No mesmo critério de interesse, é importante entender o que está implícito pelo desejo
de auxílio a tipos de estratégias no atendimento ao Laboratório de Informática, a regras e
modelos de formação de monitores de informática e exemplos de projetos adequados às
especificidades de cada escola. A expectativa se expressa, notadamente, na incompreensão do
papel do coordenador, podendo também ser analisada por fatores relativos à competência
profissional, que como foi visto, parece defasada pela formação que estes profissionais
recebem ao longo da carreira.
A análise do gráfico a seguir, evidencia que os coordenadores manifestam interesse em
receber matérias que lhes sirvam como apoio na dinamização das TIC no interior escolar,
ressaltado por Barreto (2005, p.10) pela seguinte afirmação:
Se as TIC são postas como “pacotes a serem consumidos, como kits
tecnológicos, sua utilização em condições o previstas nos “manuais de
instrução” que tendem a acompanhar os pacotes, as transgressões, ainda que
aparentemente pequenas, são importantes para desembrulhá-los, produzir
outras possibilidades de trabalho a partir do seu conteúdo, inscrevê-los em
uma lógica diferente do consumo previsto.
Gráfico 22
34
5
4
41
2
0
38
8
7
3
40
0
10
20
30
40
50
Os projetos da
escola, SME
e CRE.
Aprimorar a
aprendizagem
dos alunos
Fazer
pesquisas
Outros/
Quais?
Procedimentos para apoio aos Coordenadores
Total - 43 profissionais
Sim
Não:
S/R
Tabela 10
Materiais que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática
para apoio aos Coordenadores
Materiais que devem ser
incluídos nas Capacitações de
Informática para apoio aos
Coordenadores
Sim Não: S/R
Os projetos
da escola,
SME e CRE.
34 5 4
Aprimorar a
aprendizagem
dos alunos
41 2 0
Fazer
pesquisas
38 8 7
Como
preparar
material
para:
Outros/
Quais?
3 40
Assim, superar uma necessidade momentânea, também pode se prestar à miniminização
das dificuldades de apropriação ao desenvolvimento da inclusão do trabalho por computador,
só pela disponibilidade de “kits” ou cartilhas.
Observe que os interesses foram mais acentuados em relação ao aprimoramento da
aprendizagem, seguido pelo trabalho de pesquisa e também por projetos ligados a SME e
CRE, entretanto, não se verificou expressão em outros tipos de materiais que poderiam ser
enumerados se os coordenadores tivessem demonstrado maior afinidade com o meio
tecnológico. A ressalva se faz necessária porque Barreto (2005, p. 10-11) assevera que:
O que as TIC trazem são novos materiais, textos tecidos pela articulação de
linguagens, cuja leitura pode favorecer trabalho multidisciplinar, coletivo.
São materiais cuja produção rompe com as velhas cartilhas e cuja leitura
deve romper também. o necessárias leituras “não autorizadas” e materiais
idem. Em outras palavras, o grande desafio trazido pelas TIC diz respeito
aos modos da sua inserção no trabalho docente, justamente o que o discurso
oficial tem simplificado e até mesmo reduzido a aspectos (...) como controle
do tempo
Contudo, o estudo vem detalhando várias possibilidades que podem estar imbricadas no
andamento de uma proposta plausível pelo engajamento político da SME/RJ. Desta forma
ressalta aspectos relevantes ao interesse docente, buscando nos gestores razões para se indicar
um caminho que tenha maior proximidade com seus anseios, mas que estejam respaldados por
estudos na área. Neste momento vale enumerar outras expectativas selecionadas pelos
Coordenadores, analisados a seguir, pelo gráfico abaixo.
Gráfico 23
0
5
10
15
20
25
30
35
Sim Não S/R
Expectativas dos Coordenadores para o aprimoramento das capacitações
Total - 43 profissionais
Dar continuidade ao sistema de
módulos
Aumento de carga horária
Obrigatoriedade na participação
Incentivo através de encargos
Implementar sistema de bolsas nos
cursoas de pós-graduação
Necessidade de outros tipos de
capacitação.
Tabela 11
Expectativas dos Coordenadores para o aprimoramento das
Capacitações de Informática
Expectativas para o aprimoramento das
Capacitações de Informática
Sim Não S/R
Dar continuidade ao sistema de módulos 31 3 9
Aumento de carga horária 18 12 13
Obrigatoriedade na participação 10 16 15
Incentivo através de encargos 31 6 6
Implementar sistema de bolsas nos cursos de
pós-graduação
29 5 9
Necessidade de outros tipos de capacitação. 30 3 10
Não tenho opinião formada 3 10 30
Outros/Quais? 4 39
O primeiro foco ao qual se deve grande importância, de acordo com os coordenadores, é
o de propiciar continuidade ao sistema de módulos, por 72% se mostrarem a favor da
iniciativa e 21% omitirem opinião. O segundo trata do incentivo as capacitações, por se
mostrarem de significativo interesse pelo incentivo através de encargos e pela implementação
de sistemas de bolsa nos cursos de pós-graduação.As respostas obtidas, relativas ao aumento
de carga horária e à obrigatoriedade de participação nas capacitações, não revelaram
consenso.
Os dados coletados do gfico 24 revelam a necessidade de se contemplar uma linha
pedagógica calcada em elementos de aprimoramento. O PPP precisa ser o documento
“disparador” dessa proposta, por sua função e pela identidade de cidadão que se quer formar.
Para que isso ocorra, o agente inovador, em geral os professores e
coordenadores de curso, ou dirigentes da instituição ou do sistema, lança as
idéias e trabalha para sua aceitação e implementação. Isso significa que os
resultados da inovação o transformados em normas e prescrições e,
conseqüentemente, sua aplicação é também cnica. (VEIGA, 2003, p.
269-270)
A demanda exige do coordenador incorporar o trabalhos das TIC para “inovar [por uma]
natureza empírico-racional ou político-administrativa, onde a lógica e a racionalidade de uma
inovação justificariam sua difusão e aceitação no sistema.”(idem, p. 269).
Gráfico 24
0
5
10
15
20
25
30
35
Projeto Político Pedagógico Currículo Direcionado a cada disciplina Entretenimento
Elementos que devem ser comteplados nas capacitações como suporte ao trabalho
do coordenador.
Total - 43 Profissionais
Sim
Não:
S/R
Tabela 12
Aspectos que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática para dar suporte ao
Coordenador
Aspectos que devem ser incluídos nas
Capacitações de Informática
Sim Não: S/R
Projeto Político Pedagógico 39 2 2
Currículo 37 2 4
Direcionado a cada disciplina 36 4 3
Como
contemplar
informática
no:
Entretenimento 23 23 7
Considera-se, que inovações não devem ser colocadas em prática sem um respaldo
teórico, porém é imprescindível ressaltar o referencial curricular da rede, a Multieducação.
rios nomes o citados no documento como meio de reconhecer aspectos conceituais de
apoio às questões de aprendizagem, alertando ainda, que para questão específica da
informática, consideráveis números de reflexão literária respaldam a aplicação de
metodologias de trabalho que coadunam com diferentes interesses pedagógicos, sem permitir
práticas que não sejam uma “inovação emancipatória ou edificante”
A defesa por uma prática “inovadora e emancipatória” se faz por considerar o PPP,
neste aspecto, uma repaginação do interior das escolas, onde as bases epistemológicas
deverão ser alicerçadas no caráter emancipador e argumentativo. Neste sentido seriam
favorecidos os saberes locais no contexto histórico e social, em que a escola está inserida.
Aponta-se, ainda, a necessidade de garantir, pelo PPP, um currículo capaz de superar a
“fragmentação das ciências e suas implicações para a vida do homem e da sociedade”, com
ênfase a diminuir a dicotomia entre “a ciência emergente de oposição às clássicas” (VEIGA
2003, p. 274), retratada na figura abaixo:
Figura 12 Concepção Inovadora do Projeto Político Pedagógico
(Fonte: VEIGA 2003, p 278)
O destaque vem pela perspectiva dos coordenadores mostrarem anseio pelo enfoque no
PPP ser estudado nas capacitações, enfatizando aspectos de cada disciplina, enquanto a defesa
deste estudo, expressa ênfase por trabalhos pedagógicos emancipatórios, de contextualização
interdisciplinar, prioritariamente gerados pela Metodologia de Projeto.
Tendo em vista que pelo PPP haverá efetivação da orientação expressa acima. Importa
lembrar que ele “é visto como um documento programático que reúne as principais idéias,
fundamentos, orientações curriculares e organizacionais de uma instituição educativa.(idem,
p. 269-270)
4.7 OS PROFESSORES DE SALA DE LEITURA
Tomando por base documentos de implantação e gerenciamento de Sala de Leitura,
além das entrevistas e formulário aplicado aos mesmos, constatou-se que em 1984 foi
instituído o “Programa de Sala de Leitura” no âmbito escolar do Município do Rio de Janeiro.
Longe de ser uma proposta que visa um mero depósito de livros, com formato de
biblioteca, seus aspectos teórico-metodológicos sempre foram enfáticos no atendimento ativo
à aprendizagem. Uma concepção aprimorada ao longo do tempo, com expressividade atual
para orientação do trabalho de “leitura de mundo”, desenvolvido através de Projetos de
Trabalho que constroem, pela articulação de diferentes mídias, a formação do leitor. A
característica do trabalho acabou por incorporar novas atribuições ao Professor de Sala de
Leitura, voltadas à aprendizagem de mundo pelas TIC.
Pelo paradigma considerado em sua função, este profissional foi chamado para ser um
dos articuladores da inclusão digital dentro das escolas. No formulário preenchido pelos 45
professores que exercem essa função no Laboratório de Informática, foram obtidos os
seguintes resultados:
Tabela 2
Formação em Informática Equipe de Professores Sala de Leitura
Formação em
Informática
Educativa
Formação em Serviço
Equipe
de
professores
de
profissionais
Auto-
dida-
ta
Curso
Livre
Pós
Inf
Bási-
ca
Inf
Ed
Jornada
Inter
Cre
Mostra
de
Inf Ed.
Mostr
a
Séc
XX1
Prof de SL 45 12 8 1 32 27 9 12 8
O conhecimento revelador em relação à Capacitação em Informática Educativa,
evidencia que 38% de professores foram formados pela rede, sendo este percentual elevado
em 4% nos que foram capacitados em Informática Básica. No entanto, observa-se, pelas
respostas dos participantes que nem 50% dos professores estão aptos a desenvolverem um
bom trabalho, se tais capacitações forem referência para o êxito. Entretanto, aponta relevância
em atender imediatamente estes profissionais, principalmente nos indicativos que se mostram
interessados em ser contemplados na reorganização das futuras formações. Observe-se no
gráfico seguinte:
Gráfico 25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Sim Não: S/R
Aspectos que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática como apoio ao
trabalho dos Professores de Sala de Leitura
Total - 45 profissionais
Os projetos da escola,
SME e CRE.
Aprimorar a aprendizagem
dos alunos
Fazer pesquisas
Tabela 13
Aspectos que devem ser incluídos nas Capacitações de Informática como apoio ao
trabalho dos Professores de Sala de Leitura
Aspectos que devem ser incluídos nas
Capacitações de Informática
Sim Não: S/R
Os projetos da escola,
SME e CRE.
39 5 1
Aprimorar a
aprendizagem dos
alunos
45
Fazer pesquisas 41 3 1
Como
preparar
material
para:
Outros/Quais? 8 37
Destaca-se, pelos dados, a necessidade de contemplar materiais que sirvam para o
aprimoramento da aprendizagem dos alunos; uma preocupação de todos os sujeitos do estudo,
inclusive.
O grupo ainda pode ser observado, pelo aspecto de convergir com o ponto de vista dos
coordenadores, evidenciando a necessidade de trabalhar nas capacitações questões que
contemplem o PPP e o currículo, direcionados as especificidades de cada disciplina, ou
mesmo pelo entretenimento.
Gráfico 26
0
5
10
15
20
25
30
35
Projeto Político Pedagico Currículo Direcionado a cada disciplina Entretenimento
Elementos que devem ser contemplados nas capacitações como suporte ao trabalho
do Professor de Sala de Leitura
Sim
Não
S/R
Tabela 14
Elementos que devem ser contemplados nas capacitações como suporte ao
trabalho do Professor de Sala de Leitura
Aspectos que devem ser incluídos nas
Capacitações de Informática
Sim o: S/R
Projeto Político Pedagógico 40 4 1
Currículo 34 8 3
Direcionado a cada disciplina 37 5 3
Entretenimento 34 9 3
Coaduna-se, também, com os aspectos indicados pelos coordenadores, entendendo que a
proposta de haver encargos não se mostra tão atrativa quanto o sinalizado pelo outro grupo.
Observe logo a seguir:
Gráfico 27
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Sim Não S/R
Expectativas dos professores de Sala de Leitura para o aprimoramento das
capacitações
Total - 45 profissionais
Dar continuidade ao sistema de módulos
Aumento de carga horária
Obrigatoriedade na participação
Incentivo através de encargos
Implementar sistema de bolsas nos cursoas de
pós-graduação
Necessidade de outros tipos de capacitação.
Tabela 15
Expectativas dos professores de Sala de Leitura para o aprimoramento das
capacitações
Expectativas para o aprimoramento das Capacitações
de Informática
Sim Não S/R
Dar continuidade ao sistema de módulos 39 3 3
Aumento de carga horária 25 16 4
Obrigatoriedade na participação 15 27 3
Incentivo através de encargos 36 5 4
Implementar sistema de bolsas nos cursos de pós-
graduação
40 2 3
Necessidade de outros tipos de capacitação. 41 1 3
A alise dos dados quantitativos aponta a importante ação geradora de mudança das
capacitações e todos os sujeitos participantes que têm opinião formada sobre o que foi
indicado no decorrer do processo. Estes dados foram cruzados com os obtidos nos grupos
focais e nas entrevistas.
CAPÍTULO 5
A BELA ARIADNE E A CONSTELAÇÃO CORONO BOREALIS
Ariadne era considerada a Senhora dos Labirintos. O que, em analogia às TIC, pode
representá-la como aquela que consegue superar armadilhas, incertezas, desordem,...
A história da bela é atravessada por rituais de obstinação ao encontro de um herói, que a
resgata do ambiente paterno. Porém, o herói Teseu, após o sucesso no labirinto, se mostrou
mais um aventureiro, que a fez conhecer uma realidade completamente diversa Na verdade,
foi Dionísio (o deus do vinho) que salvou Ariadne, quando ela estava à beira do suicídio.
Dionísio a desposou e, como presente de casamento, deu-lhe uma coroa de ouro cravejada de
pedras preciosas que atirou ao céu, tendo o presente conservado sua forma pela constelação
“Corono Borealis”Ariadne experimentou uma trajetória de perdas e ganhos, que servem de
guia para o presente estudo, que, agora, trata de temas e subtemas suscitados pela análise de
conteúdo das entrevistas e encontros de grupo focal.
5.1 A ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS QUALITATIVOS
Como previsto nos procedimentos metodológicos, deu-se entrada em um verdadeiro
labirinto, expresso pelo movimento caótico e pelo volume de informações. Para acessá-lo
foram feitas visitas as escolas, encontros com grupos focais e entrevistas com o GTIE, Grupo
Pedagógico e a Divisão de Mídia. Por meio da "Leitura flutuante", compilaram-se impressões
e idéias, invadidas por intuições, (BARDIN, 2003). Nesta etapa, indicadores foram instituídos
em unidades de sentido. Desses processos definiram-se temas e subtemas para a análise de
conteúdo distribuído segundo o quadro abaixo:
Quadro 6
Temas e Subtemas de Interpretação de Dados
TEMAS SUBTEMAS
5.1.1 O Laboratório de Informática 5.1.1.1- A Infra-estrutura
5.1.1.2- O Quantitativo de Alunos
5.1.1.3- A Presença do Articulador de Mídias
5.1.2 A Capacitação em Informática 5.1.2.1-Os Indicativos de Definição da
Metodologia.
5.1.2.2-As Escolha Metodológica
5.1.2.3- O Projeto Político Pedagógico
5.1.2.4 – A Metodologia de Projeto.
5.1.3 Os Desafios e Perspectivas para
Reformulação das Capacitações
5.1.3.1- Os Desafios
5.1.3.2-As Perspectivas
5.1.4 As Sugestões 5.1.4.1- O Foco na Capacitação
5.1.1 O Laboratório de Informática
O Laboratório de Informática, espaço destinado ao desenvolvimento de atividades que
visam a incluo digital por meio do computador, foi um dos temas abordados pelos
participantes. É um espaço garantido pela rede pública, para propiciar o acesso, ao
computador, à comunidade escolar, sempre que possível conectado a Internet.
A prerrogativa do acesso à informação de qualidade nas escolas implica em extrair seus
membros do estado de marginalizados para “um processo de organização, informação,
conhecimento e poder que se estabelece em âmbito global, permitido pela conectividade”
(OLIVEIRA, 2005. p.808)
27
O acesso, portanto, depende dos seus gestores, de uma boa infra-estrutura garantida
pelas políticas de informatização da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro e de
profissionais habilitados para desenvolver o trabalho.
Verificou-se, portanto, significativo descontentamento em relação à metragem quadrada
de alguns laboratórios, diferenciação na quantidade de aparelhos e o número de alunos, com
laboratórios possuindo três computadores, falta de conexão à internet em algumas unidades
escolares, distinção entre softwares destinados a cada escola, tipos diferenciados de sistemas
operacionais e expectativa de um especialista como solução a efetivação do trabalho.
27
BAHIA ANÁLISE & DADOS, Salvador,v14,n 4,p 807-817, mar, 2005 A Inclusão Digital como promessa de
desenvolvimento: um olhar sobre o movimento dos telecentros e sua presença no Equador e na Bahia
Rosa Meire Carvalho de Oliveira
Destacado tais aspectos emergiram os subtemas: 5.1.1.1- A Infra-estrutura, 5.1.1.2- O
Quantitativo de alunos e 5.1.1.3- Os Desafios e perspectivas para reformulação das
capacitações.
5.1.1.1- A Infra-estrutura
As entrevistas revelaram professores interessados em articular trabalhos nos
laboratórios, desde que garantido o bom funcionamento dos computadores, a conexão por
internet, a redistribuição do acesso as diferentes mídias em outras salas de aula e a
responsabilidade de docentes e discentes quanto à usabilidade do laboratório com garantias de
manutenção e organização.
Um dos diretores chegou a declarar que os professores que fizeram capacitações
deveriam saber resolver os problemas de manutenção das quinas, de modo a solucionar
queses de infra-estrutura:
DR10 - As máquinas quebram o tempo todo, dão problemas que ninguém
sabe como resolver e segundo os professores que fizeram capacitações, não
se aprende a resolver esses problemas.
PSL7 - Eu trabalho em duas escolas, em uma consigo desenvolver todos os
projetos que elaboro, mas na outra a direção entende que o espaço do
Laboratório é um “elefante branco”. não consigo fazer nada, os colegas
são resistentes e os computadores nunca funcionam bem como na outra
escola.
PSL1 – PII. O laboratório foi instalado, mas não tem Internet até o presente
momento. Isto tem prejudicado a prática, na utilização do computador.
PSL2 –PI. Na escola a situação é muito complicada, a gente tem laboratório
de informática junto com sala de vídeo e ainda sala de leitura, tudo no
mesmo espaço. Isso é inviável, todos os trabalhos ficam prejudicados. Eu
começo a desenvolver minha oficina e vem um professor trazendo a turma
para assistir a um vídeo. Quando não estou na escola, eles deixam os alunos
retirarem tudo do lugar. Não tem como fazer um bom trabalho, sem dizer,
que sem Internet isto fica ainda bem pior.
Problemas sempre são sinalizados e enumerados como entraves ao aperfeiçoamento do
novo sistema de inclusão digital, que, ainda que defasado, encontra-se em pleno processo de
desenvolvimento. Justamente por isto, com a chegada dos computadores do ProJovem cujo
sistema operacional é Linux, as escolas que desenvolviam trabalhos no Windows revelaram
insatisfação com a mudança, principalmente por não poderem utilizar os softwares
educativos. Chama-se atenção, que os softwares poderão ser esquecidos quando novamente
contemplados nas unidades escolares.
PSL3 PI. A instalação do laboratório com o sistema operacional Linux
provocou rios ajustes. Estávamos acostumados a trabalhar de uma forma
e passamos para outra e ainda não estamos com acesso aos softwares
educativos. Se eles não voltarem a serem utilizados imediatamente, vão cair
em desuso.
O coordenador pedagógico observou que a grande maioria das reclamações, sobre
infra-estrutura é relativa ao número de computadores em relação à quantidade de alunos. Sua
análise é tão representativa que vários participantes da pesquisa se mostraram apreensivos ao
mesmo fato, entretanto, por queses de espaço, destacaremos apenas a fala do PC e do Dr:
PC3 - Os professores chegam às capacitações reclamando da quantidade de
alunos em relação ao número de computadores. Não é cil quebrar esta
barreira, pois sabemos que não existe uma estratégia viável para
desenvolver o trabalho dividindo a turma com outro professor
DR5 - Tenho apenas 5 computadores, o laboratório da escola veio do
Programa Rede Jovem. As máquinas o antigas e fica inviável garantir
atendimento a uma turma
A divisão responvel diretamente pelo Programa de Informática da rede relatou que
“É preciso desenvolver, paralelamente, ações que considerem a gestão da escola e as
condições e a infra-estrutura de trabalho.” DM
Por seu depoimento verifica-se ciência da emergência em solucionar as mesmas
queses trazidas pelo campo, mas sem revelar as medidas que estariam sendo tomadas para
minimizar os problemas. Talvez pela realidade de que muitas escolas no país não possuem
(sequer) as mínimas condições de infra-estrutura para a realização de suas atividades de
ensino” (KENSKI 2003, p.71).
Evidencia-se a complexidade para o êxito do “Programa“ de proporcionar um parque
tecnológico, de excelente infra-estrutura, ao acesso de altas tecnologias digitais, cujo
atendimento se faz a 35 mil professores, 1058 escolas e 700.000 alunos. Inclusive já se
constataram alterações, visto não se terem alcançado a meta de em quatro anos contemplar
todas as escolas com um laboratório e sequer de garantir computador em todas as salas de
aula.
Independentemente dos possíveis problemas administrativos, sempre muito mais
complexos quando oriundos da rede pública, para educação, qualquer gasto torna-se
crescimento social, de mudança qualitativa para o desenvolvimento do país, e consegue, pela
garantia, ampliar seu capital intelectual, conseqüentemente gera avanço entre os fluxos de
relação econômica.
5.1.1.2- O Quantitativo de Alunos
A questão do quantitativo de alunos está relacionada ao subtema anterior, isto é, à
infra-estrutura dos laboratórios. A solução para amenizar as barreiras precisa ser pensada
imediatamente, até porque esse descompasso na quantidade de alunos em relação ao número
de computadores prejudica toda dinâmica de trabalho dos professores, principalmente quando
associados aqueles que atuam por área de especialização. Sempre com tempo de 50 minutos
de aula, deparam muitas vezes com a impossibilidade de criar uma estratégia viável para o
trabalho. Isso acaba por caracterizar vários laboratórios esvaziados, contribuindo para o
analfabetismo digital.
Assim, professores se revelam desmotivados, distanciam-se do trabalho, mantendo-se
presos ao labirinto das TIC e levando com eles seus alunos. Ficam desarticulados das
necessidades oriundas dos novos tempos, onde a lacuna provocada pela instituição escolar
ressalta a contramão do crescimento e a preocupação com o aumento na base da pirâmide
social.
Embora, toda defesa deva ser ponderada e refletida, na perspectiva de alcançar seu
objetivo e jamais ser utopicamente defendida como solução para todos os problemas, recorre-
se a Castells (2003, p. 203), que salientou que a garantia de acesso ao computador se
caracteriza como insuficiente para “resolver o problema [concernente a educação], mas é pré-
requisito para superação da desigualdade numa sociedade cujas funções e grupos sociais
dominantes organizam-se cada vez mais em torno da Internet”
A defesa no caso, não é de garantir acesso a Internet, pois não é possível permitir a
progressão de um Programa onde os envolvidos relatam que:
CP4 - Ninguém sabe como trabalhar com um número razoável de alunos,
muito menos durante o tempo previsto para aula. Até porque, não existe
uma estratégia possível de se trabalhar com o quantitativo de alunos por
turmas em escolas de PI. O tempo de aula desse professor é insuficiente até
para passar o conteúdo e os alunos também são fracos. Então, como tirar o
tempo de aula para fazer trabalhos de animação no computador
Várias questões podem ser colocadas: Os professores sabem trabalhar com um
considerável número de alunos, independentemente de qual seja o espaço, ou este é um
problema relativo a qualquer lugar destinado a desenvolver atividade pedagógica? A filosofia
de trabalho sinalizada nos últimos tempos se mostra apropriada para desenvolver o aluno
autônomo? A preocupação com a metragem do laboratório consiste realmente no quantitativo
de alunos X a quina, ou na falta de uma cultura de responsabilidade pela qual o aluno e os
professores reconheçam a importância de desenvolver conhecimento, sem auxílio dos
profissionais da área.
As barreiras se referem no avanço da exclusão digital apontam para improbidade
profissional, com dificuldade para trabalhar com o novo. Ao incomodarem-se, os professores
optam por permanecerem no aparente “conforto da educação conteudista. Lembra Moran
(2004) 28 que “Educar com qualidade implica em ter acesso e competência para organizar e
gerenciar as atividades didáticas em, pelo menos, quatro espaços”.
Apesar dessas dificuldades desanimadoras, há casos, como o do diretor abaixo, em que
o profissional se mostra ciente de suas responsabilidades:
DR6 - É minha responsabilidade garantir o horário de atendimento ao
maior número possível de alunos, mas é necessário ter pessoal suficiente na
escola para gerar estratégias de trabalho Tenho um quantitativo de alunos
que dificulta o gerenciamento de um modo geral. Tudo se multiplica, tanto
os problemas quanto as soluções (...). Tem escola que tem mais de um
espaço destinado para o laboratório de informática, queria ser contemplada
com mais uns três e ainda não seria o suficiente. Isso sim seria importante
para que mais alunos pudessem participar da inclusão digital.
O número excessivo de alunos parece multiplicar problemas comuns ao
gerenciamento, mas a maior dificuldade declarada pelo diretor está ligada ao número de
profissionais que pode contar para o trabalho.
Outro entrave tem foco direcionado. Os profissionais que trabalham com áreas de
conhecimento, como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, entre
outros, são reconhecidamente mais prejudicados que os PII ao desenvolverem atividade em
um espaço reduzido, se considerarmos relação ao número de alunos e o tempo de aula,
agregado ao tipo de conhecimento que precisam articular em sala de aula.
28
Texto publicado nos anais do 12º Endipe Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, in
ROMANOWSKI, Joana Paulin et al (Orgs). Conhecimento local e conhecimento universal: Diversidade, mídias
e tecnologias na educação. vol 2, Curitiba, Champagnat, 2004, páginas 245-253
Os aspectos que facilitam a ação pedagógica do PII são inerentes ao tipo de
contratação. Eles atendem a um menor número de alunos em atuação de quatro horas de aula
diária por matrícula, dão atendimento a uma única turma com ênfase à formação geral dos
alunos. Assim, trabalham interdisciplinarmente pela aprendizagem da língua materna,
compreensão espacial, temporal, aritmética, geográfica, de hábitos e atitudes sobre conceitos
hisricos menos elaborados.
PC5 - Este ano trabalhei com módulo e os professores gostaram muito da
capacitação. o tive ninguém reclamando do quantitativo de alunos, mas
todos eram PII. Penso que por atenderem crianças pequenas o devem ter
o mesmo problema que nós. Os alunos do terceiro ciclo têm outro tipo de
interesse, conhecem a internet por causa das lanhouses, tem boa
desenvoltura no trabalho com computador, não aceitam determinado tipo de
trabalho, querem a máquina pra si. É outra dinâmica. Sem dizer que não
se consegue estratégia para trabalhar com todos ao mesmo tempo,
principalmente se dependermos dos colegas. Como uma professora relatou
na capacitação, a melhor alternativa, muitas das vezes, é deixar
determinado grupo conversando no pátio enquanto atende os mais
interessados. Tive que discordar dela no momento, mas ela está certa
A mesma observação é pontuada pelo Grupo Gestor, que aprofunda seu olhar em
direção a todos os aspectos de aprendizagem que são articulados no espaço escolar:
GP - Habitualmente, os projetos desenvolvidos nos laboratórios de
informática são articulados com os conteúdos e temas abordados em sala de
aula e isso se deve ao fato, acredito, de que são os próprios professores
regentes que utilizam o laboratório com seus alunos. Isso é um ganho. O
laboratório, assim como a sala de leitura, a sala de vídeo e os demais
espaços da escola devem, sempre, estar articulados com a sala de aula. Não
devem servir apenas para a realização de atividades estanques. Nas turmas
de 1° Ciclo e 2° Ciclo (Períodos Inicial e Intermediário), esta prática é mais
fácil de ser realizada, que, habitualmente, estas turmas possuem apenas
um professor que desenvolve seus próprios projetos, quando muito com a
parceria do Professor de Sala de Leitura. Nas turmas do Período Final do
Ciclo e no 3° Ciclo, a dificuldade é um pouco maior pois estas turmas
possuem vários professores. Atualmente, entretanto, com a implantação de
um dia único, semanalmente, para Centro de Estudos dos professores, a
possibilidade de articulação e de realização de projetos interdisciplinares
aumentou bastante.
5.1.1.3 A Presença de articulador de dias
A superação dos desafios desenhados no percurso do trabalho precisa do Fio de
Ariadne, como forma de encontrar caminhos que libertem os professores das garras do grande
monstro, o Minotauro. Submeterem-se aos seus interesses é entregarem-se a morte, o
contrário da atitude de Teseu. Como o amado de Ariadne, os professores devem desafiar a
própria sorte, se lançando como profissionais responsáveis, gestores das atividades no
laboratório de informática.
A defesa não vai ao encontro do interesse descrito pelas falas dos sujeitos da pesquisa,
que não se cansaram de revelar que:
PC1 - Outra questão que o se pode perder o foco é o da permanência de
um coordenador de tecnologias para a educação, atuando especificamente
nestes espaços.
PC2 - (...) é preciso se pensar em um coordenador de tecnologia que
conheça bem todas as ferramentas e que desenvolva atividades dentro da
escola, mas não adianta colocar o responsável de Sala de Leitura para
desenvolver algo de tamanha magnitude.
DR10 - Enquanto não houver um profissional para o laboratório não vamos
conseguir desenvolver um bom trabalho de informática, vão sempre
aparecer trabalhinhos sem qualidade
CP7 - Se tivéssemos um especialista seria possível acelerar o processo de
conhecimento em informática dos professores e alunos
Talvez a intenção dos discursos acima seja materializada pela escola se manter presa a
bancos escolares uniformizados, a currículos engessados, planejamentos divergentes das
necessidades do tempo presente, entre outros. Todas essas visões educacionais estão
dissociadas das necessidades que são apontadas por um mundo transformado pela dinâmica
da globalização. É mundo que alterou todos os aspectos de relações econômicas, políticas e
culturais, interrompendo o fluxo linear pré-existente, para os atuais efeitos de
desterritorialização e mundialização, em uma repartição territorial de trocas econômicas,
sociais e culturais, que deixou de ser regulada pela unidade do estado-nação. (CASTELLS,
2003).
A concepção desfigura as verdades e a insegurança se torna um fato real por não ter
sido contemplado na formação inicial de diferentes profissionais, uma educação libertadora.
Aquela que lhes mostrasse a dinâmica do mundo moderno, no qual nada vem pronto, tudo
estar a ser construído, e até antigas verdades são questionadas enquanto que as novas podem
virar mentiras mesmo antes de serem incorporadas. Tudo que era pode deixar de ser cada vez
mais rápido, por isto, a importância de se manterem atualizados, tanto que empresas e
políticas blicas passaram a ser chamadas a minimizarem as lacunas oriundas desta
ineficiência.
5.1.2 A Capacitação em Informática
A Capacitação de Informática é uma modalidade definida pela SME/RJ para auxiliar
os profissionais a desenvolverem habilidades e criarem competência no trabalho pedagógico
de Informática, justamente pela lacuna oriunda da formação inicial.
Na reflexão sobre a metodologia aplicada na rede pública de ensino, verifica-se que as
Capacitações de Informática e os processos de aquisição do saber, foram norteados por
diferentes perspectivas de ação pedagógica com ênfase desde Projetos de Trabalho, entre
outros, suscitando os subtemas: 5.1.2.1- A Concepção Teórica 5.1.2.2- A Escolha
Metodológica, 5.1.2.3- O Projeto Político Pedagógico, 5.1.2.4 A Metodologia de Projeto.
5.1.2.1- A Concepção teórica
A concepção teórica orientada pelos documentos da citada secretaria foi detalhada no
referencial teórico da dissertação e certificada por trechos que irão sucessivamente
aparecendo, oriundos da entrevista realizada na SME:
DDM - A fundamentação teórica de todo o trabalho pode ser melhor
identificada nos documentos da proposta curricular da Rede Municipal - o
Núcleo Curricular Básico Multieducação - e seus fascículos de atualização,
especialmente o fascículo intitulado Mídia- Educação
Pela estrutura que se estabelece o trabalho com as TIC, um caderno foi elaborado
como meio de nortear os professores de Sala de Leitura a alcançarem e desenvolverem os
objetivos para os quais o Programa de Informática foi planejado, dando ênfase aos aspectos
relevantes sobre a sua fundamentação teórica, mostrando uma preocupação com o
desenvolvimento global do aluno, a SME.
DDM - A informática tem uma linguagem própria, com características
específicas e compõem, junto à tv, o rádio, o jornal, o livro etc, o que
chamamos dimensão mídia, que atravessa as relações sociais, afetam
decisivamente nosso cotidiano e constitui subjetividades. Deste modo, não
pode ser entendida como uma disciplina ou conteúdo estanque, mas como
algo que perpassa todo o trabalho pedagógico na escola. Para além dos
espaços dos laboratórios, invade a sala de aula, pois, mesmo sem a
presença física de equipamentos, ela está presente em nosso cotidiano e no
imaginário de professores e de alunos .
Na linguagem própria do trabalho junto as TIC o aluno é instigado a construir
conceitos exercendo seu papel de autoria no desenvolvimento de habilidade e competências,
que se desvela pela reflexão, descoberta, auxílio, interação, responsabilidade e todo um
caminho de ação cooperativa entre aluno–aluno, professor-aluno, aluno-professor e todos os
demais profissionais da escola.
DDM - As relações de ensino precisam considerar o trabalho coletivo e
cooperativo não só entre professores e alunos (e destes entre si), mas
também a integração dos diferentes profissionais da escola. A informática
não pode ser vista como tarefa de um ou outro professor “mais habilidoso e
conhecedor do assunto”, e sim assumida como conhecimento que perpassa o
trabalho pedagógico em todas as instâncias
O ensino passa a integrar parceria com todos os profissionais da escola e por isso
descaracteriza a ação pedagógica do laboratório pelo profissional de maior aptidão ressaltando
a habilidade de cada um sem que se estabeleça hierarquia e dependência.
Para desenvolver sua ação pedagógica a escola precisa repensar seu significado e por
ele construir uma nova cultura, estabelecendo novos tempos e espaços que conduzirão a
inclusão cio-digital de todos”, com vistas ao trabalho cooperativo e coletivo, em toda sua
estrutura, sem abrir mão dela, também, no laboratório de informática. Ilustrado pelo
entrevistado como:
DDM - O trabalho nos laboratórios pressupõe uma nova organização dos
tempos e espaços na escola. Ir ao laboratório não pode ser um “prêmio
para os alunos mais comportados”, assim como os alunos com “problemas
de comportamento” não podem ser excluídos desse acesso.
Exige-se uma nova organização onde o atendimento feito até hoje, pela maior parte
das escolas, vai se descaracterizando, e por ela, a metodologia indicada não segue
naturalmente uma forma rígida, apenas se define como orientação, como meio de solucionar
atendimento às diferenças que geram oportunidades iguais. Essa metodologia, no entanto, é
trabalhada pelas capacitações. Por ela espera-se que não se subutilize o computador, se
explore toda capacidade da máquina, provocando além do olhar crítico ao conteúdo
disponibilizado por ela quando conectada, uma grande rede de comunicação inteligente,
criativa, de autoria. A capacitadora confirma explicitando que :
PC2 - A concepção teórica das capacitações de informática seguem a
proposta de trabalho definida por Hernàndez. Os professores sempre criam
um projeto de trabalho, com o propósito de desenvolvê-lo na escola. Não
existe a necessidade de escrever o projeto, mas de formatar um material que
sirva para dar base ao que pretende desenvolver. (...)
Embora sua avaliação seja de que não existem dúvidas sobre a metodologia de projeto,
a forma como os capacitandos manejam a máquina revela uma dificuldade que deveria ter
sido superada na aquisição do conhecimento básico de informática. Então, como forma de
superar essa lacuna, desenvolvem o conhecimento levando-os a vivenciarem a metodologia
com suporte ao desenvolvimento da habilidade pela máquina.
PC2 - Ouvi dizer que os “capacitandos” encontram dificuldade para fazer o
trabalho na escola, mas não é por causa da metodologia, isso eu tenho
certeza. Eles nunca mostraram ter dúvidas quanto ao que é fazer um
projeto. A maior dificuldade está em lidar com o computador, estar à frente
de uma máquina que deixa alguns desesperados, tanto que a avaliação da
capacitação é sempre muito positiva. (...) Mostrando os passos que
envolvem um projeto construímos conceitos pesquisando sobre o assunto,
discutindo a idéia de cada um, mexendo nas diferentes possibilidades de
trabalho que o computador possa dar como contribuição e então se fecha a
proposta de trabalho para ser desenvolvida, fazendo com que pelas ações
eles sintam-se aptos a trabalhar na escola.
A metodologia desenvolvida flui pela concepção de Projeto de Trabalho, mas sem
qualquer aprofundamento teórico metodológico. Isto leva o campo a desenvolver sua própria
concepção de projeto, mas mantém a filosofia básica do que este processo de ensino tem por
finalidade alcançar. Segundo Coutinho (2005, p.88) afirma:
O trabalho com projetos proporciona uma prática educativa dinâmica que
oportuniza aprendizagens diversificadas, capazes de promover a autonomia.
Os fundamentos aos quais se apóia essa proposta remetem à aprendizagem
significativa, no qual o aluno constrói seu conhecimento.
Asseverar a visão central deste estudo o ponto de vista dos órgãos responsáveis pelo
processo de informatização, mas a capacitação fragiliza a segurança dos profissionais na
aplicabilidade para com o desenvolvimento técnico do trabalho, mencionando que:
DDM- A metodologia de projetos tem sido identificada como uma das
principais possibilidades de trabalho para a integração das TIC à prática
pedagógica. Propomos que a escola se organize em torno de projetos de
trabalho articulados às ações previstas no PPP. Mas percebemos a
necessidade de atenção especial para não criarmos a “síndrome de projetite
aguda.
5.1.2.2- A Escolha Metodológica
Ao propor as escolas “Projetos de Trabalho” se indica uma concepção metodológica
específica, sustentada na literatura de Hernández, embora os relatos persistam em
diferenciação dessa concepção, mostrando aplicabilidade de Projetos que transitam pelos
pontos de vista de Fagundes, Maçada e Sato (1999) defensores da construção de projetos de
aprendizagem, a partir das necessidades do aluno, de modo a orientar sua autonomia, para:
decidir critérios pelo julgamento de determinado contexto, direcionar buscas, recolher
informões, selecionar conteúdos, definir estratégias de trabalho, escolher caminhos para
enfrentar as dificuldades, inventar procedimentos para testar a relevância das informações
escolhidas em relação aos problemas e às questões formuladas e organizar e comunicar o
conhecimento construído emergente.
Como também expressam expectativas na concepção definida por (HERNANDEZ &
VENTURA, 1998a, p.61) onde:
A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos
conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação, e 2) a
relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses
que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a
transformação procedente dos diferentes saberes disciplinares em
conhecimento próprio
A experiência observada por Machado (2004, p.101) revelou que os projetos nas
escolas têm se mostrado eficientes no desenvolvimento das múltiplas inteligências. Por eles, o
trabalho com os conteúdos atitudinais e procedimentais permitem que o conhecimento passe a
ser tratado como uma “rede de significados”, se contrapondo com o olhar cartesiano,
experimentado através do ensino tradicional.
O trabalho com projetos possui múltiplos centros de interesse, o que depende da
mediação dos professores e do grau de questionamento que o problema é capaz de instigar nos
alunos.
Identificou-se por convergir, com estes pontos de vista, a orientação do trabalho
efetivado pelas escolas, relatado pelo GTIE1:
Existem escolas onde professores apaixonados por informática desenvolvem
a metodologia segundo ao que ela se presta, então: com suas turmas ou
como voluntários convidam um grupo de alunos para desenvolverem
atividades no Laboratório de Informática; discutem com eles o melhor tema
e a melhor forma para desenvolveram um Projeto de Trabalho; alguns
precisam direcionar ações para o domínio da ferramenta, enquanto outros
deixam o trabalho mais livre, através de manipulações dos diferentes
softwares, até a definição dos que apetecem ao interesse do aluno para
formatar o conhecimento que se destinaram a conhecer. Como também, os
alunos demonstram autonomia e não precisam ser orientados todo tempo
pelo professor, o que resulta em grandes mudanças durante a execução da
tarefa.
Como é possível observar no item que trata sobre a Metodologia de Projeto e no
Projeto de Trabalho de Hernández, existe uma ação pedagógica que se volta, de forma efetiva,
para concepção definida pela rede, o Projeto de Trabalho. Na ão pedagógica, por esta
metodologia, o indivíduo é instigado a pensar por si mesmo, a construir uma nova relação de
aprendizagem baseada no diálogo, na cooperação em sala de aula, na escola e com a
comunidade, a soltar a imaginação, a explorar novos caminhos. Acaba assim, por se formar
uma sociedade de aprendizagem entre os alunos e também pelos professores que estão
envolvidos no “Projeto”.
O relato que evidência esta constatação, observa os alunos como protagonista da
“própria aquisição do conhecimento”, salientado por Hernández (1998a), a mesma
interpretação, que pelas
[...] diferentes fases e atividades que se devam desenvolver num Projeto,
ajudam os alunos a serem conscientes de seu processo de aprendizagem e
exige do professorado responder aos desafios que estabelece uma
estruturação muito mais aberta e flexível dos conteúdos escolares. (...) a
informação necessária para construir os Projetos não está determinada de
antemão, nem depende do educador ou do livro texto, está sim, em função
do que cada aluno sabe sobre um tema e da informação com a qual se
possa relacionar dentro e fora da escola. (HERNÁNDEZ, 1998b, p.64)
Um trabalho que também se articula nas mãos dos Professores de Sala de Leitura,
como pode ser observado pela continua observação feita pelo GTIE2:
Na maior parte das escolas que contam com Professor de Sala de Leitura e
que entendem sua responsabilidade com o processo de inclusão digital,
observa-se que: a)O professor faz um projeto segundo sua intenção, onde
esteja garantida a convergência de mídias, o que inclui o computador,
b)Para articular o projeto no laboratório pode contar com os colegas
dividindo a turma ou faz inscrição em forma de oficina para atender aos
alunos interessados em realizar a proposta de trabalho exposta por ele.
c)Na execução os alunos são levados a desenvolver o trabalho e em alguns
casos eles colocam suas opiniões pela facilidade que tem frente à
tecnologia, d) A produção final sempre se presta a disputas em concursos ou
a participação de eventos com premiação ou destaque em lugares que dão
visibilidade ao professor, escola e alunos.
Ao mesmo tempo o capacitador parece estar contribuindo com sua forma de atuar,
mediando a aprendizagem dos capacitandos com a vivência da concepção teórica em que se
desenvolve um projeto.
PC2 - Não temos tempo para detalhar uma metodologia de projeto seguindo
seu detalhamento e acreditar que por isto o professor vai chegar na escola e
começar a desenvolver atividades na estrutura que foi concebida em outro
espaço. Isto vai contra a própria concepção de trabalho da metodologia,
Então seria um contra-senso executá-la durante o curso. No meu caso, deixo
que pensem em uma situação pertinente dentro da escola para gerar
questionamento. Mostrando os passos que envolvem um projeto construímos
conceitos pesquisando sobre o assunto, discutindo a idéia de cada um,
mexendo nas diferentes possibilidades de trabalho que o computador possa
dar como contribuição e então, se fecha a proposta de trabalho para ser
desenvolvida na escola,, fazendo com que pelas ações eles sintam-se aptos a
trabalhar.
Hoje, se sabe que os métodos não são garantia de formar alunos capazes de entender o
mundo e a lidar com o conhecimento como que por redes de conexões, muito menos na
resolução de problemas de modo pido e criativo, retratando bem, o ponto observado pelo
Grupo Pedagógico:
GP - O trabalho com projetos é recomendado, por oportunizar o diálogo, a
cooperação, a troca de saberes, a pesquisa e um trabalho coletivo. Também
estimula a capacidade de questionamento e de argumentação e a busca de
soluções para os problemas apresentados. Além disso, proporciona a
interdisciplinaridade no lugar da fragmentação dos conhecimentos no
processo educativo, embora não seja a única possibilidade de se
desenvolver um bom trabalho.
Como ainda, a descrição feita pela diretora não coaduna com a responsabilidade que a
educação tem para com a qualidade do ensino:
DR8 - Incentivo a participação nas capacitações até quando não tem
dispensa de ponto, mas às vezes os professores não desejam participar por
elas acontecerem fora do horário de trabalho. Entendo o quanto estão
exaustos, nunca se cobrou tanto da educação quanto hoje. Além das
exigências com planejamentos, projetos, relatórios, recuperação paralela,
atendimento a diversidade cultura, psíquica e intelectual dos alunos, os
professores são avaliados, cobrados por um ensino ineficiente. Todos os
professores da minha escola têm jornada dupla de trabalho, com outros
fazendo tripla e terem que disponibilizar tempo para formação, se torna
inviável. Fico preocupada, sei o quanto é importante oportunizar ensino de
qualidade e o quanto isso depende de aperfeiçoamento para atender à
diversidade de alunos por métodos e ferramentas que facilitam a
compreensão do conteúdo, mas não vejo como garantir participação
integral dos professores nas capacitações. Concordo com você colega, se
tivéssemos pessoal que suprisse todas as nossas necessidades dentro da
escola, tudo poderia ser diferente, que isso não é realidade em nenhum
lugar. Embora, como nossos colegas precisam de dinheiro para viver, uma
opção que poderia garantir um maior número de profissionais aptos ao
exercício da função seria oferecer-lhes formação com encargos.
O inverso é que deve ser verificado. Independente de todas as exigências estabelecidas
ao corpo docente e administrativo das escolas, mesmo com a necessidade de se desenvolver
mais tarefas do que se esperava ser possível de acontecer, como meio de sobrevivência e
maior qualidade de vida, é inviável permitir qualquer tipo de exclusão no processo de ensino
por improbidade profissional.
A responsabilidade precisa ser cobrada, por mais que se mostre abusiva, até para que
um forte sistema de luta se torne eficiente frente as respostas políticas, extinguindo o grande
achatamento salarial, capaz de fragilizar uma profissão de respeito e desejo social.
Uma carga máxima de trabalho também necessita ser melhor definida, mas para isso
precisa oferecer salário justo, de modo a dar condições de se viver com dignidade, sem as
atuais benefícios que estão sendo ofertadas, do tipo: “vale livro”, “vale cesta de Natal”, “meia
entrada” em ambientes culturais, entre outros.
Trabalhar com a pobreza e acom a miséria, para dar meios, aos desfavorecidos
socialmente de terem mais oportunidade, é justo, mas imputar aos professores a mesmas faltas
de condições, dos menos afortunados, é caracterizar o desejo de se fortalecer a massa falida
dos que estão cada vez mais dependentes das “esmolas” do governo.
Como Pretto (2006, op.cit.) tem declarado nos últimos tempos “os salários continuam
de fome, tanto na rede pública quando na particular. Cabe ao professor, portanto, tomar
consciência da sua responsabilidade social e entrar na luta política e sindical por uma melhor
remuneração”
Se a questão do valor atribuído ao professor pode estar atravessada por baixos salários
e precárias condições de trabalho, o que justificaria segundo Barreto (2003, p. 281),
“reconhecer a escola como locus principal da educação, posta como ''atividade educacional?
Seriam as contribuições dos ''métodos, técnicas e tecnologias de educação a distância'' a
estratégia para desterritorializão da escola?”
5.1.2.3- O Projeto Político Pedagógico
Como a constatação da pesquisa esteve circulando por antigos problemas que
desfiguraram o valor do profissional da educação, é possível traçar parecer de que seu status
social, de respeitabilidade e de competência cnica e cultural, se tornou tão fragilizado, que
seus salários são baixos. Como mostram desconforto com as mudanças oriundas das atuais
tecnologias, manutenção de formação conteudista, caracterizada por promover alunos
dependentes, tolhidos de criatividade, sem compromisso e iniciativa. Ao mesmo tempo,
ambas situações, indicam caminhos que deverão ser articulados no espaço escolar para
transformar toda essa realidade.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) pode até não resolver diretamente a questão
salarial, mas ele ainda é o documento orientador dos meios para se alcançar os fins aos quais
todos os trabalhos da escola deverão ser articulados, para garantir ao menos a reversão da
segunda constatação. Veiga (2002, mimeo) considera que através do PPP as ões
pedagógicas da escola são organizadas para atender à necessidade de sua comunidade
expressando a perspectiva de mudança que pretendem alcançar independentes das esferas
administrativas superiores, mas conscientes das condições que elas têm para oferecer. Para
tanto, é importante que se fortaleçam as relações entre escola e sistema de ensino.
Por este ponto de vista observamos um descompasso das escolas em relação à
compreensão que demonstram ter sobre o PPP. Observe abaixo que a professora acredita que
a utilização do laboratório vai acontecer, se garantido, nas capacitações, o estudo da inserção
do computador no PPP, enquanto a outra professora entende que a formação pontuada pela
colega deve ser desenvolvida dentro do horário de trabalho, na própria escola, sem fazer
menção à ação do coordenador neste processo. Ao mesmo tempo, o Coordenador Pedagógico
deixa o trabalho de sua escola ser desenvolvido sem sua supervisão, com atenção centrada
mais aos projetos externos do que os previsto pelo PPP, tudo por delegar total
responsabilidade, da relação com mídias dentro da escola, na figura do profissional de Sala de
Leitura.
PSL7 PI. O PPP tem que ser inserido imediatamente (nas capacitações)
para que os professores utilizem o Laboratório de Informática. Ninguém
sabe muito bem como se faz isto.
PSL6 - PII O professor precisa ser formado na própria escola, dentro do
horário de trabalho, para aprender a solucionar problemas técnicos e
trabalhar de acordo com o PPP, que é único em cada escola.
CP8 - Em parte, a professora de Sala de Leitura segue o que está previsto
pelo PPP, mas com a quantidade de projetos que vem da SME, acaba tendo
que trabalhar outros temas que o foram previstos pela escola. Percebo
que lhe falta tempo para escrever os projetos, fazendo-os apenas quando
precisam ser enviados para CRE. É quando, eu também, arrumo tempo para
dar uma olhada, mas como ela é capacitadora não me preocupo com o que
desenvolve.
Nessa ebulição de certezas sobre o PPP se constata quanto a organização do trabalho
pedagógico está distante do “sentido de se gestar uma nova organização que reduza os efeitos
de sua divisão do trabalho, de sua fragmentação e do controle hierárquico” (VEIGA, 2002
mimeo). A concepção compreendida para construção do PPP o o considera nem mesmo
como um instrumento de luta, talvez por isto se revele sem gestores para efetivarem,
mantendo à fragmentação do trabalho pedagógico e sua rotinização. Assim, atribuem ao
trabalho de inclusão digital, desenvolvido pelo professor, a necessidade de capacitações que
contemplem teoria e estratégia de trabalho, para por ele ser garantido, no PPP, os meios e as
definições da ação pedagógica do computador.
5.1.2.4 A Metodologia de Projeto.
A Metodologia de Projeto orientada pelas capacitações se mostrou como um processo
que precisa ser desenvolvido por detalhamento teórico para contribuir com o bom
desenvolvimento da inclusão digital. E, certamente, o PPP terá que ser a primeira proposta de
orientação no meio docente e administrativo. Afinal, é por ele que se estabelece a
metodologia a ser adotada pela escola. Se escolhida a Metodologia de Projeto, como
observado no relato de um dos membros do GTIE:
GTIE1 - A Metodologia de Projeto implica em outra forma de lidar com o
conhecimento, ela traz alusão na forma de preparar o currículo, estabelece
um planejamento de negociação com o grupo que dela irá se beneficiar,
convoca ações articuladas com diferentes pessoas, exige nova demanda de
tempo, de espaço, de compromisso, entende diferenças, estabelece metas,
muda o contexto das aulas e mexe com a escola.
Ela é uma metodologia inteligente, mas que não se fez presente na formação
inicial dos professores, com isso gera obstáculos para sua aplicação e
demanda vontade que não tem sido percebida por entre a realidade
observada dentro das escolas.
Ao observar na última fala que não existe vontade de se trabalhar com projetos,
questionou-se quanto é falta de vontade ou quanto é desconhecimento sobre a metodologia,
pois os relatos evidenciaram que são desenvolvidos projetos na construção do conhecimento,
mas são articulados descontextualizados da própria concepção teórica, sendo definidos como
“salada metodológica”.
GTIE1- (...) quando pedimos o projeto que a escola está desenvolvendo, elas
não costumam entregar, mas quando chamadas a falar sobre seus trabalhos,
relatam atividades ligadas a concepção de projeto, definem ações que são
pertinentes a execução de produtos que surtem de uma temática, citam
encaminhamentos de pesquisa, relatam consulta de material pedagógico,
fazem blogs como orientadores de atividades didáticas, constroem livros
eletrônicos sem vincularem a uma determinada metodologia,todas
integrando o computador para finalizar trabalhos de convergência de
mídias.O que nos parece uma grande “salada metodológica”
Ao perceber que existe uma “salada metodológica” é porque algum tipo de concepção
no desenvolvimento da teoria está sendo interpretado equivocadamente, ou mesmo por um
processo que pode estar em desenvolvimento. Afinal, como bem anunciado pela professora:
PC2 (...) é muito difícil desenvolver a Metodologia de Projeto dentro da
escola de uma forma geral. O maior obstáculo para utilizá-la no laboratório
vem do número de usuários em comparação com número de máquinas, mas
devo acrescentar que o tempo de aula atrapalha, a indisciplina generalizada
que anda tomando conta dos alunos, a falta de uma cultura responsável com
sua própria educação, a desvalorização do papel do professor pela
sociedade que gera desrespeito, descrença, e a carência de profissionais
melhor qualificados. Se reclama dos alunos, mas nossos colegas estão
carentes de tudo, salário é o mínimo neste contexto. Não se educa quando
não se tem o mínimo de cultura e conhecimento, e falta tudo isto.
A fala do Professor Capacitador enfatiza que não se educa “corretamentepor falta de
uma cultura, uma dura constatação, mas faltar “tudo” parece um tanto pessimista, como
preocupante também, é um Coordenador relatar que:
CP2 - Nem sabia que projeto era considerado uma metodologia, mas sei
como se faz um projeto e ninguém na minha escola faz isso (...). Um aluno
que fez curso de monitor é quem resolveu fazer um jornal, mas nunca foi
dito que isso era um projeto. Mas não é fácil trabalhar com projeto, muito
menos com informática, pois os professores não sabem nem mexer no
computador. Como posso exigir que façam um projeto para entrar no
laboratório com os alunos? Eu mesma não aprendi nada quando fiz a
capacitação de informática.
Enquanto que a diretora observou que existe mesmo uma fragilidade no trabalho
relativo à qualidade das capacitações, para que se consiga trabalhar bem com projetos:
DR4 - Alguns professores organizam atividades dentro do projeto
pedagógico para trabalharem com as crianças no laboratório (...). A
dificuldade para trabalhar com projeto está relacionada à qualidade de sua
capacitação, pois implica, não no conhecimento do conteúdo espefico
da disciplina que o professor atua, como na proposta pedagógica e ainda na
adoção de ferramentas como a da informática. Todos elementos centrais,
tendo em vista uma combinação entre o conhecimento do conteúdo a ser
ensinado, por uma prática de ensino, com o computador. (...)Percebo que é
essa falta de embasamento teórico do professor frente às situações de
aprendizagem escolar dificulta a realização dos projetos de informática e
sua articulação na utilização do laboratório de informática.
Hernández estava certo ao declarar, a Maragon (2002).29em entrevista a Revista Nova
Escola, que: “O Brasil é um dos países do mundo (...) em que os educadores vibram mais.
Eles o apaixonados, preocupados, comprometidos. Esse é um capital que o país tem e não
pode ser desperdado.”
A cada análise ficou evidente que professores estão desenvolvendo atividades de
inclusão digital, muitos são apaixonados como comentado pelo grupo focal de PC2.
Promovem diferentes tipos de trabalhos, fazem pesquisas, consultam a Internet, e “tentam”
formatar trabalhos de Informática Educativa. Mas lhes faltam capacitações onde o conteúdo
de cada disciplina seja identificado na proposta metodológica indicada para o trabalho com as
TIC. Caso contrário, os Projetos irão somente tratar de temas e os computadores seo
exclusivamente ferramentas subtilizadas, proporcionando o acesso, mas incapazes de formar
uma cultura consciente sobre o poder dessas máquinas.
Hernández (1998), baseado nas idéias de John Dewey (1859-1952), alerta que além do
tema, ou proposta de estudo, alguns outros pontos são fundamentais para fazer dos projetos de
trabalho uma proposta de fato inovadora, capaz de promover transformações significativas na
cultura escolar.
Nesta perspectiva aponta-se a complexidade de ainda se encontrarem professores que
não sabem mexer no computador, e coordenador discursando não ser fácil trabalhar com
projeto, muito menos com informática. Até porque, pela Metodologia de Projeto, os saberes
se mostram pelas diferentes habilidades distribuídas, a contribuição que vem do meio pode
deparar com alunos que dominam tão bem a máquina que sequer vão deixar o professor
29
MARANGON, C. Entrevista com Fernando Hernández. Pesquisar para aprender. Educador espanhol explica
como trabalhar a aprendizagem utilizando projetos. Revista Nova Escola, n.º. 154, agosto de 2002. [online].
Dispovel em
<http://www.uol.com.br/novaescola/ed/154_ago02/html/repcapa_qdo_hernandez.htm>
inseguro. Enquanto que a indisciplina poderá ser minimizada, pois quando se delega
atribuições pelo consenso, se tem tanto para fazer que não sobra tempo para as brincadeiras e
conversas paralelas. Até porque, “o que está em jogo é a apropriação das tecnologias, para
muito além do acesso limitado à condição de consumidor” (BARRETO, 2003. p.284 )
Porém, em relação à desvalorização do professor, tudo depende de políticas que se
preocupem com o descaso da educação.
Sempre se soube que mesmo quem trabalha pelo “sacerdócio”, que não é o caso do
professor, recebe um tipo específico de contribuição capaz de lhe fornecer meios além da
sobrevivência, para continuar na função. Contudo, o professor tem que trabalhar pela vontade,
vocação, estimulado pelo valor social que deve e precisa ter, e principalmente por salários
dignos de sua função, indo além da simples sobrevivência, por caber-lhe a atribuão de
formar “todos” os cidadãos de uma não.
5.1.3 Os Desafios e Perspectivas para Reformulação das Capacitações
Na perspectiva de reorganizar as Capacitações de Informática, não esperamos nos
tornar o próprio Minotauro para acabar de engolir os professores. Assim como Ariadne foi
estar com Dédalo, o grande arquiteto e inventor do Labirinto, para que pudesse ter as
informões necessárias para articular um plano que livrasse seu amado do Labirinto,
buscamos no passado, nas palavras dos teóricos da educação, fundamentos que nos
orientassem.
Por eles, reconhecemos que os desafios sobre o processo de incluo digital estão
mostrando entraves que vão além dos atuais encaminhamentos das capacitações, destacando
seus principais aspectos pelos subtemas: 5.1.3.1- Desafios 5.1.3.2- Perspectivas.
5.1.3.1- Os Desafios
Garantir segurança no desenvolvimento profissional de qualquer atividade trabalhista
é por si só um imenso desafio. As instituições de ensino formam por uma filosofia construída
ao longo da história, que esbarra com os novos processos de concepção teórica, muitas vezes
incompreensível de ser incorporada como meio de desenvolver o andamento dos trabalhos.
As dificuldades do modelo atual de educação estão impregnadas do ranço tecnicista,
incorporado no surgimento da fabricação em série, a qual imprimiu um ritmo mais adequado
às necessidades de consumo na Primeira Revolução Industrial (IANNI 1994).
Transformaram-se as necessidades, e a produção artesanal gradualmente foi
substituída pela produção mecanizada, a seguir estabeleceu-se a Segunda Revolução
caracterizada pelo automatismo, e no momento atual encontra-se no ápice da Terceira
Revolução que trouxe ganhos tecnológicos de avanço na comunicação e informação. Assim, a
cada dia, progressivamente, se alteram as relações culturais, sociais e políticas, exigindo
mudança também na educação.
Pelo panorama delineado se observou a fragilidade esboçada pela concepção teórica
da formação continuada dos professores da rede analisada, e que precisa ser reorganizada. Isto
porque o slogan vigente se caracteriza pela “educação de qualidade” capaz de promover
autonomia, criatividade, despojamento, cooperação, liderança e consenso, velando por
atendimento a massa crítica dos futuros trabalhadores da nação.
Destacaram-se, nessa linha de pensamento, os desafios identificados pela própria
SME, como meio de reflexão e orientação:
DDM A formação de professores é, em si, um grande desafio. No contexto
das TIC tal desafio ganha maiores proporções, já que envolve questões
como a resistência de alguns professores, seja pelo medo do “novo”, seja
por desconsiderar este campo como uma das dimensões de seu trabalho; as
condições de trabalho nas escolas e a forma como se organizam para
desenvolver suas ações coletiva e cooperativamente, entre outras(...). Pelas
dificuldades mencionadas outros desafios se mostram necessário de serem
enfrentados, como a necessidade de ampliar a participação de professores
nas ações de capacitação, desenvolver metodologias que, ao mesmo tempo
acompanhem a evolução dos conhecimentos produzidos nesse campo (que
mudam a cada momento) e as possibilidades de trabalho em cada escola.
Outro grande desafio neste contexto é a implantação de ações em EAD,
voltadas para a formação de professores, que tem implicações de ordem
pedagógica e de viabilidade técnica. Soma-se a estes aspectos a necessidade
de (re) pensarmos a forma e o conteúdo das ações de formação
permanentemente.
A resistência à mudança é algo absolutamente normal e esperada em todos os seres
humanos. Ela vem marcada pelo sentimento de ansiedade, descontentamento frente às novas
situações, ou ainda por sabotagem das mesmas, mas ao identificar os requisitos que a envolve
se torna mais fácil revertê-las.
O homem naturalmente defensor de uma programada sobrevivência, como meio de
não desperdiçar sua energia, busca fazer sempre as mesmas coisas, pois mudar é o mesmo que
se auto-desafiar: ter que se esforçar, aprender coisas novas, optando então, por ser cada vez
mais automatizado, o que justifica desconsiderar qualquer mudança parte de sua atribuição.
Neste caso, importa lembrar que o gasto de energia inicial logo cessará, pois aquilo que é
novo se torna “automático em seu comportamento, depois que se vence a barreira do
processo de aprendizagem. Assim, para incentivá-lo se deve mostrar que todo esforço inicial
traz benefícios. (MARTINELLI, 2006)
No processo, aparece o medo de lidar com o novo, como um “instintode se evitar os
obstáculos, de enfrentar barreiras, de ter que reconhecer fracasso, mas também se submetendo
a ignorância, a acomodação, pelo fato de frente ao desconhecido sentir-se ameaçado. Mas
como é possível observar, o mercado exige constantes mudanças e independente da inércia de
alguns, ele não para de cobrar, ordenar, estabelecer novos desafios que se não incorporados,
acabam por “engolir” os que dele nem querem tomar conhecimento. A saída é buscar
transformar o “desconhecido” em “conhecido”. Por este aspecto, é importante levar os
professores a planejar a mudança, de forma a “antever” como esta será. um cuidado
fundamental neste aspecto: buscar saber o que irá acontecer não é se mover por boatos é
“prever”, com dados e fatos revelados por “palpites” que se transformam em “realidades”,
sem inventar “monstros” sobre a mudança desafiadora de qualquer lógica, mas adotada por
quem não suporta o desconhecido. (idem)
Finalmente, entender que toda e qualquer mudança obriga abrir mão de algumas
coisas, independente do tipo de processo experienciado, o sentimento de perda é natural. Mas
ao se desfazer do antigo, que teve mérito no seu tempo, é “jogar fora” tudo que lhe deixa
seguro. A saída para se abrir mão de antigas certezas é certificar os “ganhos” que a mudança
trará. Assim, se suportar a fase inicial concernente ao processo, enquanto que se mentalizam
os ganhos e se luta para alcançá-los. (idem)
Por tudo isso, é que o aperfeiçoamento, ou mesmo a formatação de novas
metodologias será definida por aqueles que estão objetivando “ganhos”, os mesmo que irão
exigir da educação, o acelerado processo de mudança em que se encontra o mundo.
Um exemplo forte e marcante é a visão do PC:
PC1 - Como a rede pública municipal é bem grande e, por isto, diversa em
sua formação, o ideal seria que cada unidade definisse o que seria
importante para sua atividade, restando ao poder dirigente suprir tais
necessidades. Claro que, para isto se tornar realidade, além de dispor de um
número bem qualificado de profissionais atuando no apoio destas escolas,
haveria de se investir fortemente na instrumentalização das salas de
informática, pois tecnologia, na educação, é um investimento elevado e sem
retorno financeiro comercial. O retorno se dará quando tivermos uma
juventude mais bem educada, sendo profissionais capazes de conhecer seu
papel na sociedade. É este o papel da escola. Não se pode esperar - em
educação, friso bem - o retorno financeiro imediato, que supra gastos.
Gasto em educação tem outro nome: investimento.
(...)O desafio que precisa ser enfrentado é a adequação do espaço escolar
disponibilizado para as Salas de Informática em relação à quantidade de
usuários, alunos. Outra questão que não se pode perder o foco é o da
permanência de um coordenador de tecnologias para a educação, atuando
especificamente nestes espaços. Como ainda, Capacitações intermitentes,
continuadas.
Não se espera pouco em relação a todas as implicações que fragilizam os caminhos
para se desenvolver um processo de capacitação que atenda as expectativas expressas pelos
entrevistados, e por elas se revela todo tipo de expectativa na reformulação das capacitações.
5.1.3.2-As Perspectivas
De volta à analogia feita à história de Ariadne, por seu sentimento, a bela criou
expectativas, construiu suas próprias certezas. Assim, permaneceu na entrada do palácio,
segurando firmemente o fio do novelo que Teseu tinha que desenrolar ao avançar pelo
labirinto. Seu amado penetrou nos sombrios corredores e, de um golpe, decepou a cabeça
da fera.
Vitorioso, Teseu partiu de Creta, levando consigo Ariadne. Entretanto, abandonou-a
na ilha de Naxos. Ariadne, vendo-se sozinha, quis entregar-se ao desespero. Afrodite, porém,
apiedou-se dela e consolou-a com uma nova perspectiva. A promessa de que teria um amante
imortal, em lugar do mortal, Dionísio, que ao encantar-se por sua beleza, desposou-a.
A bela Ariadne se agarrou às suas esperanças, formulou um estratagema que fez seu
amado ser salvo das garras do Minotauro. Protegida pela Deusa do Amor pôde novamente
crer, e fazer planos, procurar por outros caminhos. Assim como as capacitações que foram
um “fio” no início das primeiras formações.
Acontece que o esvaziamento percebido hoje nas capacitações fora observado em
outros trabalhos. Quem fala sobre isso é Barreto (2003, p. 281)
Reciclagem, capacitação ou treinamento em serviço e formação continuada
têm sido os rótulos atribuídos às propostas de formação de professores.
Destes, apenas o último não denota o esvaziamento da formação, podendo
mesmo sugerir a possibilidade de superar uma velha dicotomização:
formação inicial x continuada.
A exposição mostra a perspectiva da ''revolução educacional'' descentralizando a
formação inicial, para diferentes estratégias de treinamento ou capacitação, como meio de
utilização eficiente dos materiais de ensino. Que há 10 anos atrás, o ministro Paulo Renato
Souza, em entrevista ao Jornal O Globo, declarou ''essa revolução deve começar por uma
reciclagem maciça dos docentes''. (O Globo, 12/04/97, p.14).
Acrescentamos a essa “reciclagem maciçao anseio dos sujeitos dessa pesquisa de
que as capacitações sejam “constantes”
PC2 Informática requer tempo, outras habilidades, aperfeiçoamento
constante e de boa qualidade, revisão do quantitativo de alunos, de espaços
e tempo dentro da escola.
PSL4 - PII Minhas expectativas em relação às capacitações são para que
elas aconteçam no horário de trabalho, sistematicamente.
Que além da garantia de aperfeiçoamento sistemático, também se possa contar com
aumento de carga horária.
PSL2-PI (...) é necessário aumentar a carga horária, dar capacitações no
horário do nosso trabalho, mostrar como os softwares podem ser utilizados.
Procurando dar segurança na compreensão da ferramenta perpassando pela
metodologia e os processos de conhecimento, reforçando a aprendizagem dos softwares e
garantindo material que suporte ao trabalho com jogos, blogs, sites, wikis, plataformas
cooperativas.
CP7- O professor precisa da capacitação para saber como trabalhar com os
alunos, para isso é importante que se ensine a mexer bem no computador,
mostrando como aplicar o conteúdo.
DR1 - Penso que ela deve mostrar como se faz para alfabetizar os alunos,
qual a melhor forma de pesquisar, e principalmente, como se ensina uma
criança a ler usando o computador. Estas são metodologias ideais para
fortalecer o conhecimento e dar conta da aprendizagem.
DR7 - Deve-se ensinar como estudar, pois essas crianças não sabem o que
significa reler o que aprenderam, em casa, não fazem pesquisas, nunca
executam os trabalhos da escola, mas se interessam pelo computador. Então
que se mostre como fazer essas atividades no computador.
PSL5 PI - Minha expectativa é que nas capacitações se inclua a
aprendizagem dos softwares pedagógicos, isto não é bem explorado, apenas
os mostram, o que não dá condição para desenvolver o trabalhar com
segurança. É uma falha muito grande (...). Também gostaria de receber
material que mostrasse como desenvolver atividades pedagógicas de
entretenimento, incluindo jogos, blogs, sites, wikis, plataformas
cooperativas.
Embora nada será suficiente se não levar em conta a preocupação de (DDM) “De nada
adianta elaborar um curso maravilhoso e bem estruturado se ele não considerar as
demandas e necessidades da escola, professores e alunos”, é por isso que:
PSL8 PII - As capacitações precisam atender a demanda de Sala de Leitura.
Não adianta o capacitador trazer um “pacote pronto” que não tem condição
de ser trabalhado na escola. Foi por isso que abandonei o curso de
informática que comecei a fazer este ano. o senti afinidade com a
metodologia de trabalho da professora.
Como também, observado logo a seguir, não adianta garantia de encargo sem
compromisso para com o trabalho. Já que os meios de afiançar formação continuada, no
âmbito do próprio trabalho requerem estratégias inviabilizadas pelo atual quadro de
funcionários presente dentro da escola. O profissional pode contar com uma colaboração
financeira, que deve ser pensada e talvez garantida. Não se precisa descartar essa
possibilidade, os docentes estarão se capacitando pela nova demanda de sua profissão. Não
contam hoje com meios próprios de adquiri-las em outros espaços, em virtude de seus baixos
salários, então:
PSL1 PII - Se houvesse encargos, como aconteceu no curso de ciclo,
motivaria o pessoal a fazer a capacitação.
Por mais difícil que seja atender todas as demandas sinalizadas, a de maior
convergência com todas as propostas e não pode deixar de ser refletida é a que “Tudo tem que
ser repensado, o Programa, a metodologia, o laboratório, o atendimento, a capacitação, os
softwares e pessoal.” PC
Contudo, as perspectivas observadas poderão contar com um grande aliado. Segundo a
entrevista realizada com a Diretora de Divisão de Mídia ao mostrar que os desafios estão
ligados a inúmeras perspectivas que se apresentam para solucionar os problemas a serem
enfrentados.
As capacitações são fundamentais ao processo de trabalho neste campo e
precisam ser constantemente analisadas, envolvendo não só quem pensa e
elabora a ação, mas aqueles que dela participam como alunos, no sentido
de adequar as propostas à realidade objetiva de trabalho.
As medidas que temos tomado partem do entendimento que a capacitação é
um dos ingredientes fundamentais do trabalho proposto, mas não o único. É
preciso desenvolver, paralelamente, ações que considerem a gestão da
escola, as condições e a infra-estrutura de trabalho. Do mesmo modo,
acredito que não é um curso ou uma palestra que resolvem, por si só, a
questão da formação, mas sim um processo contínuo e sistemático de
formação e acompanhamento do trabalho, constituindo um conjunto de
ações sistemáticas. Este é um grande desafio para nós. Buscamos, ainda,
diversificar as ações, promovendo não apenas os cursos, mas desdobrando-
os em módulos específicos e oficinas, além de encontros para a troca de
experiências, palestras, centros de estudos etc. Integram ainda este cerio
as parcerias com Universidades e Instituições afins, para a realização de
cursos e projetos nesta área, com descontos ou isenção de custos para os
interessados, além de ações de incentivo ou auxílio à aquisição pessoal de
equipamentos, a exemplo do último programa de crédito para a compra de
computadores, pelos servidores da Prefeitura.
Temos priorizado em nossas ações a valorização dos próprios professores
da Rede, que têm formação específica, por meio de curso de extensão,
graduação ou pós-graduação na área. Nossa aposta é que essa estratégia
possa contribuir para a aproximação dos professores, além de conferir
credibilidade e coerência ao que se propõe, uma vez que quem dinamiza o
curso o é um convidado especialista, que vem de fora, mas alguém que,
como eu, está na escola, enfrentando os mesmos desafios, buscando
caminhos para seu trabalho. Isso me parece um diferencial importante,
apesar de não excluir as dificuldades do trabalho, nem a necessidade de
superá-las
E pela certeza de estarem preparados para escutar as necessidades que o campo
aponta, essa dissertação pode contribuir no processo de reorganização das capacitações.
5.1.4 As Sugestões
5.1.4.1-O Foco na Capacitação
A metáfora do labirinto foi citada em produções acadêmicas de Frigotto(2001),
Barreto (2004), Castoriadis (1984), Leher(1999), Lévy (1999): Leão (1999). Machado(1997),
entre outros. A utilização simbólica da palavra contextualizou cenários midiáticos por seu
complexo sistema de reconfiguração de mundo, expressão áudio-visual, interatividade,
hipertextos, e até mesmo, desterritorialização do tempo atual.
O percurso da ideologia circulante do labirinto estreita-se com o desenho de onde
mesmo envolvido por crises, obstáculos e medos, se alcança a liberdade. A crença entrelaça-
se pela façanha de se perder, encantado pelos mistérios do lugar, um caminho sem controle,
para então, se encontrar perante o mundo, e a si mesmo.
Assim, foi desvelado o mistério deste estudo, enxertados no hipercorpo das políticas
da educação transcorridas desde a formação do professor, os fundos para driblar o
descompasso provocado pela desvalorização da carreira docente e os programas de formação
continuada, com ênfase nas nuanças sobre concepção de projetos com foco na qualidade da
aprendizagem Acabou-se, então, por perceber profissionais capturados vivos no labirinto
virtual, ao mesmo tempo em que escolhidos para direção à nascente do fluxo do seu próprio
ser.
Se sujeitos conscientes, renovados pelas esperanças, vencem o estranho turbilhão, das
incertezas, no trabalho com as TIC, e podem contar com o que se considera como a
contribuição da presente pesquisa.
Consciente do próprio labirinto que se optou em penetrar, ao deparar com o monstro, o
campo e os sujeitos participantes, não foi tecido nem pela fuga, nem pela entrega para ser
devorado. A luta dissipou as dúvida, encontrou resposta para as incertezas, venceu o medo,
encontrando agora, na última análise das vozes dos gestores, indicativos pelas sugestões
proferidas.
A exposição apresentou como foco de necessidades latentes para mudança das
capacitações, questões sobre a reformulação de tempo e de espaço, com ênfase na questão de
aumentar a carga horária, preferencialmente no horário de trabalho e contando com encargo.
PC8 - É preciso alterar o tempo previsto para capacitação
DR8 - Nossos colegas precisam de dinheiro para viver, uma opção(...) seria
oferecer-lhes formação com encargos.
PSL6 PII - O professor precisa ser formado na própria escola, dentro do
horário de trabalho.
Outra questão colocada a fio para garantia de Capacitação de Informática Básica
inicialmente, mas com suporte para resolver questões técnicas foram:
PSL9 PII - Precisa de curso básico de informática.
DR10 - O computador quebra, precisa ensinar como conserta as máquinas.
PSL6 PII - O professor precisa ser formado (...) para aprender a solucionar
problemas técnicos e trabalhar de acordo com o PPP, que é único em cada
escola
Entre as sugestões foram destacados os trabalhos em os softwares nas Capacitações de
Informática Educativa, tanto os que foram adquiridos, quanto os livres e os de interesse dos
alunos, mas com um manual.
PSL7 PI - Não adianta mostrar os softwares Kid Pix, IEE, Kid Class, tem
que trabalhar muito com os professores para que eles aprendam (...).
PSL10 PI - [Os professores] também precisam ser atualizados. Hoje existe
vários softwares livres que ninguém sabe como trabalhar e não me refiro
ao HQ, nem ao Pivot, os alunos querem trabalhar em programas que sejam
semelhantes ao Fhotoshop, Corel, Flash, Movie Maker, sugiro que sejam
adquirido e façam parte das futuras capacitações.
PSL11 PII - Melhor unir esforços para ensinar os softwares que são
difíceis de mexer e não tem nem um “passo-a-passo” para se guiar.
Foi mencionado o interesse em receber materiais de suporte ao trabalho na Internet.
PSL7 PI - Mais importância é preparar materiais para dar apoio aos
projetos da SME, CRE, desde que direcionados para os temas que esses
propõem, mas deve ser incluído material de suporte para trabalhar com
blogs, fotologs, animações, vídeos e clips, e para celular.
Todas as outras propostas relevantes são colocadas pelo destaque que pontuam em
relação a todos os temas e pelo aprofundamento no ponto de vista. A escolha vem da
possibilidade de inovação e contextualizar uma visão progressiva. Expressa preocupação com
a formação dos capacitadores e vislumbra a importância de implementar EAD.
PC2 - Re-organizar a capacitação!!Primeiro mude o nome, mude tudo, as
que estão sendo disponibilizadas perderam a credibilidade. Deve-se
começar no próprio encargo pago ao capacitador. Depois garantir
formação para os capacitadores durante todo o ano letivo em diferentes
espaços, por profissionais que estão desenvolvendo mídia e daí gerar
encontros para se traçar propostas para serem colocadas em prática e
então qualificaríamos um profissional de cada escola, mas
instrumentalizando com conhecimento aprofundado de máquina,
fortalecendo o conhecimento de um software de cada vez, criando um
espaço para troca de experiência durante todo o ano e fortalecendo as
iniciativas de formação a distância.
Ao ultrapassar a configuração imediatista de reorganizar uma estrutura, as
capacitações, um o olhar futurista é ressaltado. A proposta consiste na construção de centros
de tecnologia, o que revela um avanço na perspectiva do trabalho de informática pelo
computador, para uma convergência de mídia como proposta de formação em três turnos por
tecnologia de ponta com vistas a trabalhos de desenvolvimento de mídia.
GTIE2 - Uma proposta que parece ser viável e tem sido discutida é o Pólo
de Tecnologia Educacional, como lugar de referência para formação e o
desenvolvimento da co-autoria por parceria, ele pode se mostrar como um
grande aliado ao trabalho, mas não se pode deixar de lado tudo que estará
sendo esperado em seu propósito, para não ser fadado ao insucesso.
GTIE1 - As oficinas itinerantes podem ser um caminho para dar conta dos
mais acomodados, mas não chegam ser tão positivas.
Ainda, como aspecto ressaltado durante o desenvolvimento do trabalho, foi sugerido
formação que vislumbre a concepção do PPP, pela articulação de grupo. Um meio para que
professores encontrem respaldo em seus projetos, coordenadores orientem na metodologia
idealizada pelo grupo, e um caminho para a SME conseguir desenvolver mecanismos
metodológicos pertinentes a condução dos projetos, que hoje, são apresentados como uma
“salada metodológica”
GTIE1 - Planejamento de um centro de formação continuada todo ano e
nos três turnos.” Penso que começa apontar a necessidade de haver um ou
mais representante em cada pólo capaz de articular encontros com
diretores, coordenadores, professores de SL, professores capacitadores e
professores indicados pela direção das escolas. Com o objetivo de
esclarecer a responsabilidade de cada um no processo de inclusão digital,
orientar na formatação de um PPP que privilegie ações de inclusão digital
e convergência das dias, desenvolver trabalhos com ênfase a
metodologia de projeto articulados ao programa curricular exposto pelo
PPP, mas cobrando o replicar dentro das escolas e incentivando a troca.
O labirinto o é só a representação arquitetônica de uma prisão, é também um deserto
de incertezas. Apesar disso, nele ainda é possível observar as estrelas, e, se por sorte, acabar
por encontrar entre a constelão de Hércules e a constelação do homem da serpente, a coroa
de Ariadne para orientar, consciente de que se encontram no hemisfério norte, para se definir
um caminho. Lembre-se, a coroa é de Ariadne, outra personificação de fio, como condutor da
porta para enfrentar o mundo, agora o mais do medo, mas da segurança, do saber, da
compreensão, da autonomia, condução para vencer qualquer mistério ou desafio.
CAPÍTULO 6
A SAÍDA DO LABIRINTO E "O FIO DE ARIADNE"
6.1 AS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um governo não deve mobilizar um exército motivado pela raiva, os líderes
(...) não devem provocar a guerra movidos pela cólera. Antes, deves agir se
for benéfico; caso contrário, deves desistir. A raiva pode se transformar em
alegria, a cólera pode se tornar prazer, mas uma nação destruída não pode
ser restaurada para a existência, e os mortos não podem ser devolvidos à
vida. (Sun Tzu _ Autor do Livro a Arte da Guerra _ c. IV a.C.)
A contemporânea hegemonia progressiva dos meios de comunicação de massa, pela
difusão instantânea da informação, deixou de ser uma novidade. A revolução eletrônica abriu
as janelas da história a uma nova forma de cidade, de reconfiguração de espaço e de tempo, de
relações econômicas, sociais, políticas e culturais. Surgiu um novo homem, que percebe o
mundo por diferentes hábitos, interesses, valores transformadores da cultura pré-existente
entre os diversos povos do planeta.
Surgiu, pois, a exigência de mudança em todas as áreas, embora não sejam percebidas
dentro das escolas com a mesma intensidade de transformações. Em ritmo lento, os processos
de ressignificação da prática pedagógica aparentam descompasso com a atual demanda
expressa em seu contexto, inclusive pela implementação dos Laboratórios de Informática.
Assim, do professor, é esperado olhar renovador, ousadia, ação, para lançar-se desarmado aos
desafios das alterações que a tecnologia traz.
Se o grande obstáculo é superar os paradigmas conservadores dos mais resistentes, se
torna imprescindível a formação de imersão no meio técnico-científico-informacional,
indissociado da relação teoria/prática, por reflexão da construção de novos conhecimentos e
de práticas inovadoras e autônomas.
O emergente cerio de exigência constante pela busca de superação, para estar em
convergência com a demanda global, deparou com a lacuna paralisante da formação inicial
que o corpo docente traz em sua bagagem. Como sua marcha foi definida pelo vértice de
conceitos uniformizados, sem concepção para lidar com o desafio, portanto inapropriada para
as inovações de uma escola viva, dinâmica e atual, é de fundamental importância oferecer-
lhes meios de se manterem em sintonia com as constantes mutações oriundas do mundo
contemporâneo.
Considerado o panorama de mundo e a realidade por ele exigida à educação, segundo o
recorte definido para dissertação, optou-se por contemplar, como objetivo geral do estudo,
perspectivas e possibilidades para melhoria das capacitações oferecidas pela Secretaria
Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ), voltadas para o trabalho de Informática
Educativa no âmbito da Metodologia de Projeto. Isso porque a citada rede pública de ensino
não tem conseguido atender à demanda da atual realidade midiática.
Intencionalmente, se escolheu desenvolver o tema por analogia à mitológica história
grega, “O Fio de Ariadne”. A compreensão procurou ilustrar a situação atual dos professores,
como que perdidos em um labirinto, no caso, o das TIC. A escolha se constituiu por serem
eles os profissionais chamados a difundirem trabalhos pedagógicos pelas redes de
informões globais, embora observem o sistema como por um enigma praticamente
impossível de ser desvendado.
Como não existe uma real possibilidade de deixar a tecnologia à margem da construção
do saber, incorporá-la na prática pedagógica assusta e cristaliza falsos modelos educacionais.
Aos docentes, são dadas oportunidades para enfrentar as barreiras pela formação continuada,
mas até o momento aparentam estar presos na casa do Minotauro.
A vontade de investigar o fenômeno insistiu por encontrar um meio para mudar
métodos, concepções, qualquer procedimento de desalinho ao tipo de ensino oferecido pelas
Capacitações de Informática. Como estratégia de percurso, foram definidos sete objetivos
específicos para alcançar o propósito delineado inicialmente. Foram eles: (a) caracterizar a
formação dos gestores e o tipo de atendimento do espaço escolar das escolas investigadas; (b)
verificar as concepções teóricas da Metodologia de Projeto, segundo a perceão dos
gestores; (c) verificar por meio dos depoimentos do Grupo de Trabalho de Informática
Educativa (GTIE), como o uso da Metodologia de Projeto se dá em sala de aula; (d)
identificar, na voz dos gestores da escola, como a Metodologia de Projeto auxilia no ambiente
dos Laboratórios de Informática; (e) levantar perspectivas e possibilidades que os diferentes
sujeitos dessa pesquisa indicam para as capacitações de informática; (f) analisar as sugestões
levantadas pelos profissionais envolvidos com o programa de informática, relativas às
capacitações e (g) sugerir indicadores para reorganizar os processos de capacitação em
informática, com vistas à formação continuada.
A abordagem metodológica aplicada para atingir os objetivos que contribuíssem com a
reorganização das capacitações, foram as abordagens quantitativa e qualitativa. A intenção
auxiliou na condução das análises, explicações e/ou descrições que nortearam o propósito
constitutivo dos objetivos específicos, para alcançar o que denominamos de “O Fio de
Ariadne”, sugestões indicadoras de mudança para as Capacitações de Informática.
Para atingir o primeiro objetivo: (a) caracterizar a formação dos gestores e o tipo de
atendimento do espaço escolar das escolas investigadas, houve a opção pelo mapeamento de
formação em informática dos professores, diretores, coordenadores e equipe administrativa.
Aproveitando para distinguir o dado pelo tipo de atendimento que a coordenadoria presta a
comunidade escolar, foram elaborados formulários, por escolas, demarcando o número de
alunos segundo o segmento que cada unidade atende, a quantidade de profissionais de
docência, a habilitação que possuem no magistério e a formação em informática educativa,
tanto geral como em serviço.
O formulário auxiliou a verificar 50% dos profissionais dessa CRE sem conhecimento
de Informática Educativa e os 42.219 alunos, distribdos entre 52 escolas, podem contar
com 91 professores regentes, total de 2%, avaliados como preparados” a trabalhar com as
TIC. Além desses profissionais é possível adicionar mais 27 professores de sala de leitura,
sem alterar o percentual de 2%, anteriormente mencionado. O dado expressa necessidade
imediata de reverter este quadro.
O posicionamento de análise, ainda permitiu uma breve descrição sobre a identificação
dos diretores, coordenadores e professores de sala de leitura, sinalizando tipologia de cargo e
função que exercem, visão sobre o papel da informática no ambiente escolar, responsabilidade
do diretor em atenção à importância da inclusão digital, critério de gestão que exercem na
articulação do laboratório e no aprimoramento dos profissionais da escola na área de
informática, como ainda o nível de conhecimento em relação às Capacitações de Informática
oferecidas pela SME/RJ, no lampejo das questões relacionadas à metodologia de projeto
A constatação acabou por demarcar um descompasso de profissionais aptos para o
atendimento em todos os níveis, sem configurar atendimento nimo aos alunos, pela lacuna
deixada desde a formação inicial; a baixa participação nas formações, principalmente nas que
constituem formato com palestras e trocas de experiência; o equívoco das concepções de
aprendizagem e metodologias inerentes á profissão de professor; a angústia com os desalinhos
de infra-estrutura, entre outros. Assim, chegaram a propor soluções que deixam os professores
a margem do processo de inclusão digital, quase os condenando a morte pelo Minotauro,
caracterizado pelo medo da mudança e crenças ultrapassadas de ensino
A atenção ao segundo objetivo (b) de verificar as concepções teóricas da Metodologia
de Projeto, segundo a percepção dos gestores, notou uma “salada metodológica”, reconhecida
por este nome pelo GTIE e GP. Na análise observamos estranhamento na verbalização,
explicada pelos tipos de interpretações evidenciadas nas respostas de tendências
metodológicas, suscitada na coleta de dados, juntos aos grupos focais, sempre compreendidas
equivocadamente, de motivação para diferenciadas ações pedagógicas, nomeadas como
projetos.
A metodologia indicada, pela SME, para o trabalho com as TIC é a de Projeto de
Trabalho. Verificada menção por meio dos documentos e vozes dos professores
capacitadores. Os últimos ainda acrescentaram que a metodologia em relação à dinâmica de
ensino, confere empecilhos para ser mais bem desenvolvida nas capacitações, por ser
parcialmente contemplada, com a riqueza atribuída ao de detalhamento de Hernández (1998),
em virtude do tempo definido para os cursos.
Ao mesmo tempo, a fundamentação teórica e filosófica, parâmetro para fazer parte do
panorama pedagógico de aprendizagem significativa, foi o Núcleo Curricular Básico
Multieducação. Um documento baseado em diversos pensadores como Piaget e Vygotsky
respaldando a interação cultural presente no contexto cio-escolar, por uma linha
construtivista-socio-interacionista, como também pelas idéias de Paulo Freie, Freinet e mais
recentemente Wallon. Todos esses autores auxiliam na compreensão da organicidade do ato
de educar
Os pensamentos e conceitos sobre a organização da aprendizagem, pelos sujeitos
participantes do grupo focal se mostraram discretos em relação ao esperado. Em sua maioria,
mostram certo desconhecimento, sobre concepções do processo de inter-relação dos
indivíduos em relação a apreensão do conhecimento. A análise fundamenta suas perspectivas
no concernente ao desenvolvimento do trabalho com as TIC. Um lembrete ressalta que se
dominassem a concepção de cada um dos autores citados, não expressariam necessidade de
“ensinar como se alfabetiza no computador”.
Ao verificar o depoimento do Grupo de Trabalho de Informática Educativa (GTIE)
sobre o uso da Metodologia de Projeto em sala de aula, o objetivo reconhecido pela letra (c);
confirmou que as escolas entendem a ação pedagógica desenvolvida por Projeto, por
divergentes configurações. Nossa observação, referida, revelou uma verdadeira “salada
metodológica”. Esses dados conduzem o estudo a perceber necessidades de transformação nas
capacitações, eminentes para serem desenvolvidas pela rede, de modo a contribuir com um
método de projeto, referendado pelo campo, reformulando o aprimoramento do corpo docente
pela ampliação do tempo para fortalecer atenção a metodologia aplicada para o trabalho.
Voltaremos a citá-lo mais adiante, quando em alusão ao Projeto Político Pedagógico e pela
escolha de uma metodologia.
Antes, porém, ressaltada pela intenção de contemplar, nas capacitações, formação com
vistas à aprendizagem de conteúdos específicos de cada área de conhecimento, como também,
de “ensinagem” de alfabetização, exercícios práticos para fazer o aluno estudar, entre outros,
mostra o equivoco com a concepção de ensino. As pontuações analisadas fizeram alusão a
Lopes (2005), sobre o contra-senso de utilização do computador apenas como “máquina de
aprendizagem”. A intenção pelo tipo de atividades como as defendidas pelos sujeitos
participantes, seriam um retorno à antiga concepção de ensino por instrução programada. A
crença, na época, era de uma máquina com potencial tal de vantagens sobre qualquer outro
método, enquanto um o objetivo básico da educação, na redução do analfabetismo
sócio/digital, espera prioritariamente pela inserção cultural; ampliada por pesquisas na
Internet e ensino articulado por autoria. Entre técnicas circulantes de gravar e/ou reproduzir
filmes em vídeo cassete e no computador, animação, construção de sites, manutenção de
diferentes postagens virtuais, ampliação da comunicação e interatividade, serão possibilidades
de alcançar o saber democrático.
Portanto, dar condições para que os estudantes saibam, por exemplo, selecionar e decidir
o que fazer com as informações, estabelecendo conexões com outros assuntos, administrando
o tempo de uso das mídias (televisão, computador, celular, vídeo-game, internet, entre outras)
e interpretando as mensagens por elas veiculadas. Enfim, o aluno deve poder ver o valor em
se comunicar e se relacionar com e através desses meios, mas também não deve deixar de
lado atividades importantes para os indivíduos de qualquer idade, tais como: ler, praticar
atividades físicas, estar com os amigos, conviver com a família, passear,... Com base nessas
idéias, se espera ter alcançado indicadores que permitam antecipar mudanças, sendo uma
delas o avanço em relação a reversão do ensino distante das demandas da atualidade,
eximindo do conjunto de significados, expectativas e comportamentos compartilhados por um
determinado grupo social.
Assim, foi escolhido como quarto objetivo para o trabalho, (d) identificar, na voz dos
gestores da escola, como a Metodologia de Projeto auxilia no ambiente dos Laboratórios de
Informática.
A observação esboçou interesse em definir pelo Projeto Político Pedagógico (PPP), um
caminho para esses gestores entenderem o caráter da proposta da SME, e afiançá-la
exatamente como foi destinada, oferecendo meios de ampliar atividades de ensino no
laboratório, consagrando em seu bojo a Metodologia de Projeto. Afinal, os diretores mostram
enorme carência de aprofundamento sobre os aspectos norteadores que sustentam o trabalho e
não se percebem como responsáveis diretos por medidas de incorporação das TIC; muitos
parecem distanciar-se dos elementos inerentes à função que desempenham, legitimando a
falta de expectativas para superação dos desafios que fariam os professores aturem mais
profundamente pela prática pedagógica no computador.
Ao contemplar a formação de um PPP pela opção do uso das mídias, por uma
metodologia analisada e avaliada em consenso, cujo currículo seja articulado por projetos, não
é tão importante constituir-se pelo Projeto de Aprendizagem, Projeto de Trabalho, ou ainda
pelo superado Projeto de Ensino. No final, por uns mais e por outros menos, cada qual
contribui com o aperfeiçoamento, em uma aprendizagem mediada por cooperação.
Lembrando que a fundamentação de desenvolvimento da metodologia precisa ser conhecida
por todos. O estudo deixa claro que se fazem projetos nas escolas, mas de linha
indeterminada.
Como a maior parte dos sujeitos mostrou desconhecimento da Metodologia de Projeto,
houve a impossibilidade de observar a ação mais utilizada, e também, pelo número de
profissionais capacitados, não existem meios de afiançar a lacuna deixada pelas formações,
que não se aplicam de forma satisfatória à proposta de Projeto de Trabalho.
A análise, então, mantém a idéia da importância de ampliar esforços e efetivar o PPP
vivo dentro da escola, uma estratégia para direcionar o conhecimento teórico e metodológico,
constituído por sua construção, leituras, discussões, estratégias de trabalho. Assim, definem-
se lideranças, articulação de trabalho por reflexão dialética, incentivada pela cooperação,
define-se a culminância e verificação da aprendizagem por meio dos autores do Projeto.
O cumprimento efetivo do trabalho vai emergir na ação gestorial orquestrar meios para
possibilitar a manutenção das máquinas e material pedagógico, no auxílio do sucesso da
prática docente, como ainda a conscientização da responsabilidade civil, ética e profissional
do meio escolar para com a formação dos alunos inseridos na nova sociedade.
O desejo de alguns participantes expressa a ânsia de voltar a ver a educação retornar ao
seu antigo papel de instituição conceituada; sendo retratada por um corpo de professores
competentes, independente se de escolas públicas ou particulares, e por isto, inteirada dos
avanços por quais os meio técnicos, econômicos e sociais não deixarão nunca de apresentar.
A educação deve se apressar pela formação emancipatória, em seu valor expresso como
educação responsável, cuja singularidade de seus atos se mostre cunho de um processo de
aprendizagem capaz de tornar o aluno autônomo em sua articulação com os diferentes
conhecimentos sócio-culturais-econômicos estabelecidos no presente, pelo passado, com vista
a um futuro ainda imaginário.
A motivação não passa pela utopia de se educar todos com mesmo requisito de
qualidade, mas garantir-lhes instrumento de transformação social por seu aporte teórico-
metodológico e a visão crítica dos processos a desenvolver. Mesmo que temporariamente
“sem todo” conhecimento que é previsto, mas com condições de obtê-lo pelo resultado de
aprendizagens anteriores, e também pelo aporte que a tecnologia passou a proporcionar, na
ampla divulgação de informação e possibilidade de troca de conhecimento,
Desta forma, sinaliza-se ainda, a importância de todo corpo docente da instituição
precisar ter garantido sua formação continuada, mas dividam suas atribuições com as
instituições de ensino, que são responsáveis pelo papel de formação superior. Não é possível
apenas semelhantes” interagirem no processo, como se assim fosse possível avançar. É
válido construir um trabalho pela troca de experiência, como as efetivadas por mostras e
jornadas, embora nelas tenha evidenciado a falta de confiabilidade. Então, mudem seus
formatos, gerem semanas de intercâmbio entre outros municípios e estados. Invistam tudo que
for preciso na educação. O trabalho da rede é muito bom, mas sofre descrédito pela própria
classe que atendem, por isto precisam analisar por comparação os caminhos evolutivos da
Informática Educativa no Brasil.
Cuidado para não fortalecerem a crença de que “pobres ensinam pobres” e “ricos
ensinam ricos”, observada assim, por autores de renome da educação. Trabalhar pela cultura
estabelecendo critérios mínimos, significa não esperar por avanços, apenas atendem a
medidas cosméticas de padrão que não anseia por aprendizagem efetiva.
Conduzam o avanço da tecnologia dentro das escolas de modo que todos a entendam
com seriedade. Viabilizem estrutura da qual os gestores tenham como garantir aula e
liberação dos professores para dar continuidade a formação, caso contrário, seria importante
repensar o incentivo financeiro, enquanto os atuais salários não são observados como
satisfatórios e na necessidade de formação continuada fora do horário de trabalho. Torna-se
imprescindível que se invista na qualidade, eximindo à obscuridade de ações paliativas de
interesses aparentemente escusos a sociedade.
Os professores precisam ler, escrever, serem tão autônomos quantos seus alunos em um
processo de construção coletiva em diferentes meios midiáticos. Embora, seja preciso ter
cuidado com subterfúgios que pareçam garantia do feito, acabando distanciados do esperado.
Medidas que deixam os profissionais da educação à margem dos anseios de um melhor
padrão social não os farão se dedicar com a exclusividade necessária que o trabalho demanda.
Estas são ações que devem ser abolidas para realidade do país não se fortalecer em grande
número de desfavorecidos culturalmente e socialmente. O Brasil precisa ser reconhecido por
sua dignidade sapiencial, dando ênfase a seu valor como nação.
Reforça a afirmativa utilizada no corpo do trabalho de que investir na educação, não
pode ser uma medida a ser tomada quando em falência, principalmente por ser considerada
pelos amplos setores sociais, empresarial, e econômicos, como uma das formas fundamentais
para alcançar o progresso da humanidade.
Uma medida importante a ser tomada pela observação na construção do estudo é o
desejo pelo reconhecimento profissional, tanto por melhores salários como por garantia de
tecnologia de ponta dentro das escolas. Um discurso marcado pelos interessados em ampliar o
trabalho por procedimentos midiáticos. Então, se pergunta por que não se coloca em prática?
Quem de fato está impedindo um avanço real para com a inclusão das TIC no espaço escolar?
Professores? Diretores? Órgãos intermediários de Educação Pública? Os chefes de divisão das
repartições do Nível Central? Não foi bem isso que se observou durante as visitas. Alguém,
alguma coisa, e em algum lugar, distante dos sujeitos da convivência e busca de informação
desse estudo, está minimizando o avanço.
Ao estar imerso no campo, verificou-se vontade de “dar conta” das inúmeras
articulações de trabalho. Isso nas três esferas de envolvimento do estudo, escolas, CRE e
SME. Evidente que avaliações tanto negativas como positivas podem ser ressaltadas em todas
as áreas, mas na essência os indivíduos estão trabalhando, e, com a grande carência de
pessoal, acabam sobrecarregados, algumas vezes negligenciando algum fator de substancial
relevância para desenvolver uma educação mais completa.
O detalhe não difere nas escolas. Elas apontaram que a falta de pessoal as impossibilita
de criar estratégias até para o efetivo atendimento de alunos nos laboratórios de informática.
Então, se reflete se as turmas contam com um mero de alunos maior do que o de
computadores, mesmo com cada aparelho sendo trabalhado com dois alunos por vez,
observando o espaço idealizado inviável para comportar a demanda, não seria prudente
planejarem um ambiente pertinente a pendência?
Os laboratórios existentes não se mostram como medida acertada para garantia da
inclusão digital. Uma proposta a ser viabilizada seria aprovar um espaço com computador
capaz de cobrir a presença de uma turma inteira para ser atendida. Pelo menos enquanto os
professores não estiverem aptos a trabalhar, gozando da habilidade autônoma dos alunos,
onde os últimos não dependam mais de olhos atentos os conduzindo a não deixarem seu papel
de estudante degradado pelo estigma da irresponsabilidade.
No contexto da coordenadoria, onde se encontram 57 laboratórios, uma inquietação vale
ser ressaltada em relação à atenção direcionada aos alunos. O que motivou a carência de
atendimento prioritário às escolas de segundo segmento? Sugere-se ateão a essas escolas,
por seus alunos estarem batendo à porta do mercado de trabalho em breve, e dentre eles vários
poderem estar à margem do uso do computador.
A sugestão o nos afasta do foco da dissertação, ela expressa preocupação com os
alunos ao término do Ensino Fundamental e mostra a intenção de que as capacitações venham
a contribuir com uma metodologia capaz de reverter os possíveis entraves no ambiente
educacional em que será aplicada. Deve-se ficar atento à necessidade de viabilizar todo tempo
necessário para aprendê-la e aplicá-la, de modo a buscar uma segurança efetiva no trabalho
dos professores, principalmente em se tratando da atenção a ser despendida no projeto de
trabalho definido pela própria escola. Este aspecto deveria estar superado por ser de indicação
da LDBEN 9.394/96 a elaboração de um Projeto Político Pedagógico.
Em observação ao quinto objetivo de trabalho, (e) levantar perspectivas e possibilidades
que os diferentes sujeitos dessa pesquisa indicam para as capacitações de informática, dá
destaque inicialmente ao coordenador.
O grande número de coordenadores sinalizou a necessidade de incorporar o
conhecimento relativo ao PPP nas capacitações. Compreendida como imperativo a garantia
imediata, por formação conjunta a “todos” os profissionais da escola. Não vai adiantar
medidas paliativas como manuais, ou encontros com grupos de enorme quantitativo de
profissionais. Mais uma vez, parece prudente, dividir com as universidades meios de
qualificação em conjunto, contratarem empresas, ensinarem adequadamente como se constrói
um documento idealizado, em consenso, para ser desenvolvidos por toda comunidade escolar.
Qualquer mídia, incluindo o computador, não vai ser considerada meio e fim de uma
proposta pedagógica, se ela for vista como um apêndice na compreensão daqueles que
precisam trabalhar por seu suporte e pela formação cultural incorporada pela tecnologia. Uma
escola que não se pensa, não incorpora mudanças, muito menos compreendem sua
responsabilidade com a inclusão digital. Ela contradiz sua racionalidade, produzindo
discursos contra mudanças paradigmáticas. A observação demarca que na fragilidade de não
se pensar como grupo, escola, ou entidade social, a afasta da responsabilidade com os novos
tempos.
Uma possibilidade difundida como o avanço da qualidade da educação, é indicada no
crescente número de avaliações institucionais. Antes mesmo de se deixar claro que condições
cada escola precisa garantir, para passar pelo processo. Então, determine metas pela
colaboração e cooperação. No mesmo caso, para as escolas com laboratório de informática, a
prudência mostra ser necessário primeiro chamar cada dirigente e lhes questionar sobre o
trabalho, deixá-lo definir com seu grupo as estratégias de ação, por semestre, para ao menos a
metade dos seus alunos terem garantido algum tipo de trabalho no espaço destinado a
informática. Depois, então, marca-se data, dia e hora, para o encontro de avaliação
institucional, e deixe o grupo se avaliar, na presença dos seus superiores, definindo novas
metas. Nos diferentes problemas impeditivos para realização do trabalho, pergunte-lhe pelas
saídas, se elas estiverem fora do espaço escolar, que outros se justifiquem, mas ao final, não
seja atribuído culpa a quem não a merece.
Destaca-se a consideração, ainda pelo trato do quinto objetivo do trabalho, pois os
professores de Sala de Leitura demonstraram expectativas em relação às capacitações
acontecerem no horário em que exercem sua função profissional, desejam também, ampliar
conhecimento sobre os softwares mostrando meio de como devem ser utilizados, receber
material para desenvolver atividades pedagógicas de entretenimento, incluindo jogos, blogs,
sites, wikis, plataformas cooperativas... E ainda, sinalizaram o anseio por receberem encargos
para participar da formação, melhorar questões de infra-estrutura viabilizando espaço e
computador suficiente para o trabalho em relação ao número de alunos por turma, garantia de
softwares que lhes são conhecido como: Movie Maker, PROMOB, Logo, Cabri, Graphi
Math e Photoshop, inclusive jogos educativos.
Questões desafiadoras foram salientadas a princípio pela reflexão imposta pelo sexto
objetivo, (f) analisar as sugestões levantadas pelos profissionais envolvidos com o programa
de informática, e pelo aprofundamento em autores do referencial teórico do estudo, se
mostrando muito menos incisivos, embora a situação deva ser contemplada com atenção, pois
por elas se caracteriza desanimo, ao mesmo tempo se deve sempre buscar ões ousadas e
perseverantes, para revertê-las, mesmo sabendo que os professores:
Não incorporaram a inserção das TIC no desenvolvimento do seu fazer pedagógico,
por desconsiderá-la como sua atribuição.
Não se reciclam constantemente em tudo que contribui para o êxito do trabalho, por
acomodação ou sabotagem na responsabilidade com a própria formação.
Optam pela manutenção da organização engessada por antigas concepções de ensino,
que atenderam a demanda de um tempo específico da história, por adaptação.
Desenvolver estratégias de reversão à resistência é um desafio, mas se alcançado, mostra
a inteligente atuação dos dirigentes. Destaca-se então, a necessidade de fortalecer o valor de
todos os gestores da educação pelo que é emergente. Um deles se concretiza por melhores
salários. Ressalvas significativas existem quanto a este tipo de pensamento, não
necessariamente infundadas, mas é praticamente desumano colocar pessoas trabalhando com
seus similares, com cargas cada vez maiores de trabalho, para arcarem com os gastos comuns
e inerentes a sua função. Lembrem-se, antes, o corpo docente comprava papel, agora são
máquinas digitais, adquiriam lápis, mas hoje alugam filmes nas locadoras, deram falência aos
mimeógrafos, precisam adquirir cartucho para as impressoras, entre outros. Os tempos
mudaram as necessidades em todos os níveis também.
O tempo emergiu por uma tecnologia que ainda é cara, veio em atenção às empresas,
não às necessidades escolares, demanda uma aprendizagem complexa e que para integrar-se
ao meio escolar torna-se importante a reflexão crítica, que o foi suficientemente
contemplada pela formação acadêmica. Assim, precisam ser consideradas, agora, em massa,
até mesmo pelas escolas que ainda não possuem computador. Não é um absurdo, é uma
preparação para o que estar por vir.
Os professores estão sendo preparados depois da chegada do computador à escola. Não
há uma instigação prévia pelo desejo. Observem a dinâmica do poder econômico, aprendam
com ele...É uma lei de marketing, uma especialidade para não contemplarem o perigo do
esquecimento, nem em um minuto. De tanto explorar a mercadoria com propagandas, ganham
pelo valor social estabelecido, desejam um consumo impregnado por suas verdades.
Encaradas as observações, e em atenção ao objetivo (g), de sugerir novos indicadores
para reorganizar os processos de capacitação em informática, com vistas à formação em
serviço, com base nos indicadores previamente apresentados, permitimo-nos sugerir:
Voltem suas ações para uma formação em massa sobre o PPP, mesmo que tenha
sido feita, não abneguem esforços por garanti-la.
Provoquem as lideranças institucionais, no sentido de assegurar espaços, mover os
grupos e coordenar o processo de mudança democrática.
Insistam nas parcerias com os centros acadêmicos de pesquisa, o distanciamento é
improdutivo para ambas as partes.
Consolidem o maior número possível de bolsas de estudo, como continuidade ao
ensino. Mesmo doutores precisam se manter atualizados, essa é a dinâmica do mundo a
cada dia mais acelerado e cujas mudanças são difíceis de acompanhar.
Efetivem formação por módulos de aprendizagem, a cada avanço novo curso, com
outras possibilidades de efetivar o trabalho.
Congreguem, pelas futuras formações, a troca de experiência com outras instituições e
provocações entre estados e municípios vizinhos. Promovam feiras, circuitos, congressos
de vinculação pública, entre outros.
Nunca deixem de ratificar a importância de cada membro da escola, das entidades
diretas e indiretas da educação, todos os contribuintes do desenvolvimento da educação,
mas não os aprisione em competições, em níveis de conceituação de superioridade ou
inferioridade. Cada um tem seu valor, cada qual deve dar tudo que tem, não o que se
imagina como ideal.
Jamais se esqueçam da utopia de ensinar todos com qualidade, com direitos ao
conhecimento, para formar todo tipo de profissional.
Garantam laboratórios para todas as escolas, imediatamente. Antes, porém, capacitem
todos os profissionais, nelas têm pais, mães, chefes de família que podem estar
configurando o retrato dos atuais analfabetos digitais. Lembrem ser ultrajante para a
educação ter cidadãos trabalhando, em seu espaço físico, que não têm os mesmos direitos
dos alunos.
Efetivem a Metodologia de Projeto para o trabalho com as TIC, formando os
capacitadores com total domínio sobre elas, antes que sejam colocados à prova e acabem
por gerar avaliações de insucesso no desenvolvimento do trabalho.
Afiancem estrutura para o trabalho nas escolas, não existe formação que dará conta de
falta de pessoal, de divisão de turma sem possibilidade de estratégia que inviabilize aula
para todos. Como de nada adianta dividir turma colocando como atribuição do colega um
quantitativo maior de alunos do que ele tem para desenvolver um bom trabalho. Isso
pode dar certo para articular um projeto ou dois, mas não é viável com o passar do tempo.
Cansa.
Se Kits socorro pedagógico” ou antigas “receitas de bolo acalmam os mais
resistentes e os levam para desenvolver algum trabalho no espaço reservado à inclusão
digital, não teimem em não o fazer. Ofereçam em doses homeopáticas, mas não adianta
todas as divisões terem a mesma ação em conjunto. tempo para vencerem a resistência
e mostrem apreço pelo que conseguirem desenvolver, mesmo a partir dos manuais.
Quando o problema for “alfabetizar alunos com computador”, indique-lhes sites de
leitura de livros eletrônicos, existe uma infinidade de exercício que pode fazer esses
professores se apaixonarem pela rede. -lhes o que pedem, e os arrastem para
necessidades emergentes. De nada adianta pensar em trabalho de autoria, desenvolvido
pelos alunos, se o professor nem entra no laboratório.
Construam um espaço para atender os profissionais segundo a demanda emergente.
Alguns vão trabalhar com animação, outros terão preferência pela construção de sites e
outras autorias feitas na internet, tem os que vão procurar rádios digitais, com trabalho em
podcast . Um lugar preparado com tecnologia de ponta para atender, de diferentes formas
seus professores, e garantido o atendimento em três turnos, se possível também nos finais
de semana. Um espaço com tal propósito pode ajudar a sanar dúvidas e gerar interesse por
diferentes caminhos de produção midiática.
Invistam na formação por EAD, tanto para alunos quanto para professores. Os muros
das escolas se dissiparam com a grande rede de informação e comunicação. Sustente a
crença do saber conectado, um enorme deposirio de produção literária e audiovisual,
diversificado, para acesso a qualquer tempo e em qualquer espo, desde que
democratizado e garantido, para apropriação reflexiva, criativa e construtiva dos
indivíduos.
A ressalva expressa necessidade de aprofundar questões sobre as Capacitações. É
evidente que elas têm deixado, por seus atores, suporte obscuro para o trabalho. Ainda, se
mostram ineficazes para mover projetos audaciosos e especiais, ultrapassando impasses,
recuado apelos professores mais “apaixonados” pelo trabalho.
Os resultados aqui apresentados são auspiciosos ao apontar para um futuro em que a
mudança de hábitos possa ter seu bebedouro por renovadas iniciativas que garantam a
concepção e execução de um PPP em sintonia com as urgentes transformações do mundo e
uma série de importantes ousadias governamentais. Deseja-se também, que práticas
educacionais sejam sociais, econômicas e política, mas antes de tudo democráticas. Espera-se
que se torne eminente uma docência por metodologias emblemáticas, astuciosas, pela
consolidação de um currículo que não iniba a obtenção plena dos anseios da sociedade que a
instituição atende.
Antes que novos poderes sejam instituídos, apetece aos atuais se moverem
estrategicamente, unindo força com o campo, enquanto a educação é uma luta por direitos,
não por igualdades escusas, mas por um social democrático “sem máscaras”, ciente de que
nunca todos terão as mesmas oportunidades, mas todos podem ter melhores condições de vida
e de ideais a serem alcançados.
A expectativa é poder, de alguma maneira, haver respondido aos desafios lançados pela
relevância do trabalho, tendo dado voz aos gestores, independente da função que
desempenham. Também deve ser observado como manejo de crença em seus potenciais de
mudança. Por fim, se espera, fortemente, que este estudo venha motivar outros, estimulados
também por novos questionamentos.
É por isso que, pontuadas as perspectivas e possibilidades indicadas na pesquisa, se
espera poder encaminhá-las à Comissão Gestora da SME/RJ, movidos pelo desejo de que ao
receber nossa contribuição possam efetuar mudanças nas Capacitações de Informática. Uma
grande iniciativa, que por sua carência de mérito acaba por deixar os professores perdidos no
labirinto das TIC.
“O Fio de Ariadne” refletiu um lugar de mudança além das capacitações. Pede-se que se
reveja o Programa de Informatização da Rede blica. Estejam atentos ao espaço em que os
professores apreciam para desenvolver o trabalho, formem todos os sujeitos da escola,
encarem os desafios da formação por aqueles a quem compete o trabalho, mesmo que para
isso devam chamar atenção de novas leis de ensino. Construam os centros de
desenvolvimento de tecnologia educacional, por uma estrutura exemplar, de nada adiantará
paliativos que tenham o nome, mas não mostrem condições de se alcaar o objetivo. Em
especificidade para as Capacitações, foram pontuadas varias observações que definem
aspectos de formação do PPP, da metodologia de trabalho a ser melhor defendida pelos
capacitadores, o que demanda amplião no tempo da formação.
Lembrem-se, não existe limite para desenrolar “O Fio de Ariadne”, ele foi instrumento
de grande amor e, no caminho para saída do Labirinto, encontra-se seguro nas mãos da
própria bela. Aquela que impulsionada pela paixão se lançou à sorte do mundo, até acabar
sendo lembrada por sua coroa, lançada aos céus com o firme prosito de ser mais uma das
incontáveis constelações a servir de orientação. Se o “fionão for suficiente, permitam-se
guiar pelas estrelas, assim como antigos navegantes fizeram e por elas desbravaram mares.
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APÊNDICE 1
Formulário 1
Escola Municipal ____________________________________
Localização: ______________________________________________N° _______
Bairro:____________________
Quantitativo de alunos atendidos pela escola_____________________________.
Perfil da Unidade Escolar:
Nº de Turmas
4anos
Ed. Infantil
5anos
Período Inicial
Período Intermediário
1ºCiclo de
Formação
Período Final
Período Inicial
Período Intermediário
2ºCiclo de
Formação
Período Final
Período Inicial
Período Intermediário
3ºCiclo de
Formação
Período Final
Ed. Especial
PEJA
Perfil de Docentes
Formação em
Informática
Educativa
Formação em serviço
Função
Número de
profissionais
de ensino
Auto
didata
Curso
Livre
Pós Inf
Básica
Inf Ed Jornada
InterCre
Mostra
de Inf
Ed.
Mostra
Séc XX1
Diretor
Diretor
Adjunto
Coord.
Apoio a
direção
Prof de SL
Prof. de
Inf
Ed Infantil
Período
Inicial
Período
Interm.
1ºCiclo de
Formação
Período
Final
Período
Inicial
2ºCiclo de
Formação
Período
Interm.
EdEspecial
PEJA
LP
Mat
Hist
Ciências
Geog
Inglês
Francês
Ed
Física
Área de
conhecime
nto
Artes
Plástica
Artes
Visuais
Teatro
sica
Diretor
Função - Diretor Sim o
PI Cargo
PII
Gestão no processo de inclusão digital
O diretor deve: Sim Não Observação
Garantir horário para atender do
maior número de turmas da U.E
Incentivar a monitoria em
informática
Incentivar/cobrar a participão em
formação na área.
Critério para participação de docentes na formação em serviço de informática
Sim Não Observação
(quando houver)
Professores que possuem formação em Inf. Ed.
Professor de Sala de Leitura.
Profissional interessado.
Professor que desenvolve trabalho de
informática.
Critério do grupo de professores
Por orientação da coordenação
Sorteio
Nenhum, por falta de pessoal.
Outros/Quais?
APÊNDICE 2
Formulário 2
Escola Municipal ____________________________________
Coordenador
Função - Coordenador Sim o
PI Cargo
PII
Marque no quadro a seguir o seu conhecimento sobre as capacitações de Informática
Educativa
Você conhece: Sim Não Comentário
Os critérios para participação
A concepção teórica
O conhecimento básico sobre Open Office
Os softwares educativos
Sinalize os aspectos que devem ser contemplados nas capacitações de informática de
modo a facilitar a ação pedagógica do coordenador.
Sim Não Por que?
Apoio para formação continuada nos CE
voltado para complementar conhecimento de
informática
Estratégias de atendimento no laboratório de
informática
Regras e modelos de formação de monitores de
informática
Exemplo de projetos para serem adequados as
especificidades de cada escola.
Outros/Quais?
Agora, destaque os aspectos que em sua opino, podem ser incluídos nas capacitações
de informática.
Sim Não: Comentário
Projeto Potico
Pedagógico
Currículo
Direcionado a cada
disciplina
Como
contemplar a
informática no:
Entretenimento
Os projetos da escola,
SME e CRE
Aprimorar da
aprendizagem
Fazer pesquisas
Como preparar
material para:
Outros/Quais?
Finalmente, sinalize suas expectativas para o aprimoramento das capacitações de
informática.
Sim Não Observação
Dar continuidade ao sistema de módulos
Aumento de carga horária
Obrigatoriedade na participação
Incentivo através de encargos
Implementar sistema de bolsas nos cursos de pós-
graduação
Necessidade de outros tipos de capacitação
Não tenho opinião formada
Outros/Quais?
APÊNDICE 3
Formulário 3
Escola Municipal ____________________________________
Professor de Sala de Leitura
FunçãoProfº Sala de Leitura Sim Não
PI Cargo
PII
Marque no quadro a seguir o seu conhecimento sobre a capacitação de Informática
Educativa
Sim o Comentário
Critérios para participação
Concepção teórica
Conhecimento básico sobre o
computador
Os softwares que são apresentados
Agora, destaque os aspectos que em sua opino, podem ser incluídos nas capacitações
de informática.
Sim Não: Comentário
Projeto Potico
Pedagógico
Currículo
Direcionado a
cada disciplina
Como
contemplar a
informática no:
Entretenimento
Os projetos da
escola, SME e
CRE
Aprimorar a
aprendizagem
dos alunos
Fazer pesquisas
Como preparar
material para:
Outros/Quais?
Finalmente, sinalize suas expectativas para o aprimoramento das capacitações de
informática
Sim Não Observação
Dar continuidade ao sistema de módulos
Aumento de carga horária
Obrigatoriedade na participação
Incentivo através de encargos
Implementar sistema de bolsas nos cursos de
pós-graduação
Necessidade de outros tipos de capacitação
Não tenho opinião formada
Outros/Quais?
APÊNDICE 4
Entrevista - Comissão Gestora
1) Qual é seu papel em relação ao Programa de Informática na Rede Municipal de Educação?
2) Como são tomadas as decisões no desenvolvimento das capacitações de informática?
3) Quem contribui para o desenvolvimento do trabalho com as TIC? De que forma o
executam?
4) Quais as contribuições e os desafios das atuais capacitações para o trabalho docente em
convergência com as TIC?
5) Qual a concepção teórica das capacitações de informática?
6) Como a Metodologia de Projeto tem sido aplicada no trabalho com as TIC?
7) Quais as implicações da Metodologia de Projeto na sala de aula?
8) Como se articula a Metodologia de Projeto no laboratório de informática?
9) Qual a sua observação em relação às capacitações em informática?
10) Que indicadores considera que deveriam ser orientados para a reorganização dos
processos de capacitação em informática?
11) Que medidas poderiam ser tomadas para contribuir com a formação dos professores no
trabalho com as TIC?
ANEXO
ANEXO A
Tipos de laboratórios
Escolas
Pró-
Jovem
Proap
Proinfo
Pólomat
Sl Pólo
Outros
Escola Municipal Francis Hime SIM
SIM
Classe em Cooperação Juliano Moreira SIM
Escola Municipal Finndia SIM
Escola Municipal Marechal Canrobert Pereira da Costa SIM
Escola Municipal Edgard Werneck SIM
Escola Municipal 25 de Abril SIM
Escola Municipal Juliano Moreira SIM
Escola Municipal General João Mendonça Lima SIM
Escola Municipal Compositor Luiz Gonzaga SIM
Escola Municipal Alina de Britto SIM
Escola Municipal Silveira Sampaio SIM
Escola Municipal Pedro Américo SIM
Escola Municipal Vítor Meireles
Escola Municipal Gastão Monteiro Moutinho SIM
Escola Municipal Juan Montalvo SIM
Escola Municipal General Carlos Caetano Miragaya SIM
Escola Municipal Professora Felicidade de Moura Castro
Escola Municipal Governador Carlos Lacerda Rec
PET da E.M. Governador Carlos Lacerda
Escola Municipal Nelson Rodrigues SIM
Escola Municipal Renato Leite SIM
Escola Municipal Dyla Sylvia de Sá SIM
Escola Municipal Pio X SIM
Escola Municipal Noel Nutels SIM
Escola Municipal Evaristo da Veiga
Escola Municipal Morvan de Figueiredo SIM
Escola Municipal Sobral Pinto SIM
Escola Municipal José Enrique Rodo SIM
Escola Municipal Cândido Campos SIM
Escola Municipal Jorge Amado
Escola Municipal Poeta Mário Quintana SIM
Escola Municipal Roberto Burle Marx
Ciep 301 SIM
Ciep Rubens Paiva SIM
Ciep Pablo Neruda SIM
Casa da Criança IV Centenário
Ciep Carlos Drumond de Andrade SIM SIM
Escola Municipal Rodrigues Alves SIM
Escola Municipal Vice Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva SIM
Escola Municipal Professora Zuleika Nunes de Alencar SIM SIM
Escola Municipal Hemetério dos Santos SIM
Escola Professor Teófilo Moreira da Costa SIM
Pólo de Educação Pelo Trabalho Sérgio Buarque de Holanda Des.
Escola Municipal Comunidade de Vargem Grande SIM SIM SIM
Escola Municipal Professor Carlos Delgado de Carvalho
Escola Municipal Tristão de Athayde SIM
Escola Municipal Maria Clara Machado SIM SIM
Escola Municipal Monsenhor Cordioli SIM
Escola Municipal Alphonsus de Guimarães SIM
Escola Municipal Pedro Aleixo Sim
Ciep João Batista dos Santos SIM
ANEXO B
Escolas VELOX
Acesso à Internet -
Frame Relay
Escola Municipal Francis Hime não não
Classe em Cooperação Juliano Moreira sim não
Escola Municipal Finlândia não sim
Escola Municipal Marechal Canrobert Pereira da Costa não sim
Edgard Werneck não não
Escola Municipal 25 de Abril sim sim
Escola Municipal Juliano Moreira sim sim
Escola Municipal General João Mendonça Lima sim não
Escola Municipal Compositor Luiz Gonzaga não não
Escola Municipal Alina de Britto não sim
Escola Municipal Silveira Sampaio sim não
Escola Municipal Pedro Américo sim sim
Escola Municipal Vítor Meireles sim sim
Escola Municipal Gastão Monteiro Moutinho não não
Escola Municipal Juan Montalvo sim sim
Escola Municipal General Carlos Caetano Miragaya sim sim
Escola Municipal Professora Felicidade de Moura Castro sim sim
Escola Municipal Governador Carlos Lacerda sim sim
PET da E.M. Governador Carlos Lacerda não não
Escola Municipal Nelson Rodrigues sim sim
Escola Municipal Renato Leite não não
Escola Municipal Dyla Sylvia de Sá não não
Escola Municipal Pio X sim sim
Escola Municipal Noel Nutels não não
Escola Municipal Evaristo da Veiga sim sim
Escola Municipal Morvan de Figueiredo não não
Escola Municipal Sobral Pinto não sim
Escola Municipal José Enrique Rodo sim sim
Escola Municipal Cândido Campos não não
Escola Municipal Jorge Amado sim sim
Escola Municipal Poeta Mário Quintana sim sim
Escola Municipal Roberto Burle Marx não sim
Ciep No. 301 não sim
Ciep Rubens Paiva não não
Ciep Pablo Neruda não não
Casa da Criança IV Centenário não sim
Ciep Carlos Drumond de Andrade não sim
Escola Municipal Rodrigues Alves sim não
Escola Municipal Vice Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva não sim
Escola Municipal Professora Zuleika Nunes de Alencar sim sim
Escola Municipal Hemetério dos Santos não não
Escola Professor Teófilo Moreira da Costa não não
Pólo de Educação Pelo Trabalho Sérgio Buarque de Holanda não não
Escola Municipal Comunidade de Vargem Grande sim sim
Escola Municipal Professor Carlos Delgado de Carvalho sim sim
Escola Municipal Tristão de Athayde sim sim
Escola Municipal Maria Clara Machado sim sim
Escola Municipal Monsenhor Cordioli não não
Escola Municipal Alphonsus de Guimarães não não
Escola Municipal Pedro Aleixo sim sim
Ciep Jo Batista dos Santos sim sim
ANEXO C
51 Unidades Escolares -
Diretor 51
Coordenador 40
Sala de Leitura 30
DIE 1
DAQ 1
DED 1
ATI 1
DRH 1
Assessoria 1
Diretor 1
Coordenador 1
Sala de leitura 1
Pólo de Ed pelo Trab. 1
GTIE
Professor capacitador 1
Divisão de Mídia 4
Divisão de Ed / Trab. 1
MULTIRIO 1
INPLAN- RIO 1
1ªCRE 1
2ªCRE 1
3ªCRE 1
4ªCRE 1
5ªCRE 1
6ªCRE 1
7ªCRE 1
8ªCRE 1
9ªCRE 1
Comissão Gestora
10ªCRE 1
E.M.Gov.Carlos
Lacerda
1
E.M Frederico Trotta 1
E.M.Vitor Meireles 1
E.M. Rodrigues Alves 1
E.M. Nelson Rodrigues 2
E.M.Pablo Neruda 1
CIEP Lindolpho Collor 1
E.M.Pio X 2
E.M. Candido Campos 1
E.M. Prof. Felicidade
de Moura Castro
1
E.M.25 de Abril 1
E.M. Canrobert Pereira
da Costa
2
E.M. Sobral Pinto 1
Professor capacitador da 7ª CRE
PET Gov. Carlos
Lacerda
2
ANEXO D
ANEXO E
Levantamento do nível de conhecimento em Informática
Qual o seu nível de conhecimeto em informática?
14; 4%
22; 6%
77; 20%
113; 29%
50; 13%
114; 28%
Nenhum Inf. Básica Inf. Edu. Softwares Pós Mest Dout Outros
ANEXO F
Uso do computador para:
230; 32%
187; 26%
155; 21%
153; 21%
Atividade Prof Comunicação Entretenimento Outros
ANEXO G
Softwares mais utilizados
19
1
20
75
60
32
113
76
237
0 50 100 150 200 250
Kid Pix
Illuminatus
Visual Class
IEE
Open Office
Paint
Internet
Mulec
Outros
Série1
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