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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
RENATA FERREIRA DE CARVALHO LEITÃO
ESTUDO DO PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO NAS MUCOSITES ORAL E
INTESTINAL INDUZIDAS POR 5-FLUOROURACIL E METOTREXATO E EFEITO
DA GLUTAMINA E ALANIL-GLUTAMINA NA MUCOSITE ORAL INDUZIDA POR
5-FLUOROURACIL.
RENATA FERREIRA DE CARVALHO LEITÃO
FORTALEZA
2007
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Tese apresentada ao programa de Pós-Graduação em
Farmacologia da Universidade Federal do Ceará como
requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em
Farmacologia
Orientador: Prof
a
. Dr
ª
Gerly Anne de Castro Brito
Universidade Federal do Ceará – UFC
FORTALEZA
2007
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ESTUDO DO PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO NAS MUCOSITES ORAL E
INTESTINAL INDUZIDAS POR 5-FLUOROURACIL E METOTREXATO E EFEITO
DA GLUTAMINA E ALANIL-GLUTAMINA NA MUCOSITE ORAL INDUZIDA POR
5-FLUOROURACIL.
Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da
Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do título de
Doutor em Farmacologia.
Aprovada em: 20 de abril de 2007.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Gerly Anne de Castro Brito (orientadora)
Universidade Federal do Ceará – UFC
_________________________________
Prof. Dr. Ronaldo de Albuquerque Ribeiro
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Adriana Abalen Martins Dias
Fundação Antônio Prudente – SP
_________________________________
Prof. Dr. Mauro Martins Teixeira
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
____________________________________
Prof Dr. Eduardo Costa Studart Soares
Universidade Federal do Ceará - UFC
iii
Aos meus pais, Wilson e Lúcia, e meus irmãos, Raquel, Gilberto e Felipe,
pelo imenso incentivo e apoio.
Ao meu marido, Rômulo e meus filhos, Rômulo Filho e Clara, por tudo.
iv
AGRADECIMENTOS
À professora Gerly Anne de Castro Brito, a quem, além da firme orientação do
presente trabalho, agradeço pela sua inestimável amizade e competência.
Ao professor Ronaldo de Albuquerque Ribeiro, pelas muitas oportunidades e
pelo privilégio de tê-lo compondo a minha banca examinadora.
A todos os professores da pós-graduação em farmacologia que contribuíram
em minha formação nesse curso, especialmente aos professores Marcellus e Vietla
Rao, pela disponibilidade e atenção.
Ao professor Reinaldo Oriá, pela valiosa contribuição no estudo da mucosite
intestinal.
Às mais novas professoras e antigas amigas, Vilma e Mariana, sempre
disponíveis e presentes.
Aos estudantes de iniciação científica, Alana, Lorena, Delanie, Emanuelle,
Johann, e Júlio Werner, cujas participações foram decisivas e indispensáveis.
Aos amigos do LAFICA, Rosinha, Maria Luisa, Pedro, Antoniella, Carolina,
Rosane, Yuri, Maurício e tantos outros, pela convivência agradável e pela amizade.
À Vandinha, por sua presteza em ajudar, sempre.
Ao Ivan, pela boa vontade e dedicação na confecção das lâminas.
Aos funcionários do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Rose,
Haroldo, Bento, Chiquinho e, muito especialmente, à Áura, pela disposição em
ajudar.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro.
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Estrutura química da molécula de 5-fluorouracil 13
Figura 2 Estrutura química da molécula de metotrexato 15
Figura 3 Diagrama simplificado da ação do metotrexato na
síntese da t
16
Figura 4 Desenho esquemático do protocolo experimental de
mucosite oral
30
Figura 5 Desenho esquemático do protocolo experimental da
mucosite intestinal ratos ou camundongos
41
Figura 6 Aspectos macroscópicos e microscópicos de
mucosas jugais de hamsters normais (A e B) ou
submetidos a mucosite oral induzida por 5-
Fluorouracil e trauma mecânico e que foram tratados
com salina (C e D), aminoguanidina (E e F) ou N-(3-
(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; G e H):
47
Figura 7 Efeito dos inibidores da NOS, Nφ-Nitro-L-arginina
methyl ester (L-NM), aminoguanidina (AG) e N-(3-
(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W) sobre as
medidas de atividade de mieloperoxidase observadas
na mucosite oral em hamsters
51
Figura 8 Efeito do 5-fluorouracil (5-FU) sobre a atividade da
nítrico óxido sintase (NOS) nas mucosas jugais dos
hamsters
52
Figura 9 Efeito do N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina
(1400W) sobre a dosagem de nitrito nas mucosas
jugais de hamsters submetidos a mucosite oral por 5-
fluorouracil (5-FU).
53
Figura 10 Fotomicrografias de imunohistoquímica para NOSi de
uma mucosa jugal normal (B) ou com mucosite oral
experimental recebendo solução salina (C),
aminoguanidina (AG; D), ou N-(3-
(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; E).
55
Figura 11 Fotomicrografias de lâminas de mucosas jugais
processadas pelo método de TUNEL, de um animal
normal (B) ou com mucosite oral experimental tratado
com solução salina (C), aminoguanidina (AG; D), ou
N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; E).
56
Figura 12 Efeito do N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina
(1400W) na produção salivar não estimulada, no 4º
(A) e 10º dias (B), de animais submetidos à mucosite
oral por 5-fluorouracil (5-FU) e trauma mecânico.
58
Figura 13 Efeito da aminoguanidina (AG) e Nφ-Nitro-L-arginine
methyl (L-NAME) sobre a altura de vilos no duodeno
(A), jejuno (B) e íleo (C) dos animais submetidos a
mucosite intestinal.
60
Figura 14 Fotomicrografias de jejuno de ratos Wistar normais e
de animais submetidos à mucosite intestinal pelo
metotrexato (MTX) que receberam salina,
62
vi
aminoguanidina (AG) ou Nφ-Nitro-L-arginine methyl
(L-NAME).
Figura 15 Efeito da aminoguanidina (AG) e Nφ-Nitro-L-arginine
methyl (L-NAME) na atividade de mieloperoxidase
(MPO) em segmentos de jejuno de animais
submetidos à mucosite intestinal por MTX.
65
Figura 16 Exemplos representativos da marcação
imunohistoquímica para enzima nítrico óxido sintase
(NOSi; lado direito) e para células TUNEL positivas
(lado esquerdo) em segmentos de jejuno de rato.
66
Figura 17 Ensaio de Western Blot para a expressão da enzima
óxido nítrico sintase induzida (NOSi; MW ~130kDa)
em homogenato de segmentos de jejuno.
68
Figura 18 Aspectos macroscópicos e microscópicos de
mucosas jugais de hamsters normais (A e B) ou
submetidos a mucosite oral induzida por 5-
Fluorouracil (5-FU) e trauma mecânico e que foram
tratados com salina, observados no 10º (C e D) e 14º
(E e F) dias, com glutamina (G e H) ou alanil-
glutamina (I e J), observados no 14º dia de
experimento.
71
Figura 19 Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre o nível
de glutamina no soro de hamsters submetidos a
mucosite oral por 5-fluorouracil (5-FU).
75
Figura 20 Efeito glutamina e alanil-glutamina sobre a atividade
de mieloperoxidase observada nas mucosas jugais
de hamsters submetidos à mucosite oral
experimental
76
Figura 21 Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre as
medidas de atividade de mieloperoxidase observadas
na mucosite oral em hamsters.
78
Figura 22 Fotomicrografias de lâminas de mucosas jugais
processadas para detecção de apoptose pelo
método de TUNEL, de um animal normal (B) ou com
mucosite oral experimental tratado com solução
salina (C), glutamina (D), ou alanil-glutamina (E).
79
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Escores das análises macroscópicas e microscópicas da
mucosa jugal dos hamsters submetidos a mucosite oral
experimental e tratados com aminoguanidina (AG) e N-(3-
(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W)
48
Tabela 2 Escores das análises macroscópicas e microscópicas da
mucosa jugal dos hamsters submetidos a mucosite oral
experimental e tratados com Nφ-Nitro-L-arginina methyl
ester (L-NAME)
49
Tabela 3 Escores das análises macroscópicas e microscópicas da
mucosa jugal dos hamsters submetidos a mucosite oral
experimental e tratados com glutamina e alanil-glutamina
durante 10 dias.
72
Tabela 4 Escores das análises macroscópicas e microscópicas da
mucosa jugal dos hamsters submetidos a mucosite oral
experimental e tratados com glutamina e alanil-glutamina
durante 14 dias.
73
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
α
Alfa
β
Beta
µl
microlitro
µm
micrômetro
1400W N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetaminide
5-FU Fluorouracil
AG Aminoguanidina
AL-GLU Alanil-glutamina
Anova Análise de variança
DAB 3,3`diaminobenzidine-peróxido
DHFR Enzima diidrofolato redutase
DNA Ácido desoxirribonucléico
ELAM Moléculas de adesão endotélio-leucócito
epm Erro padrão da média
FDUMP 5-fluoro-2’-desoxiurudina
FUTP trifosfato de 5-fluorouridina
G Grama
G-CSF Fator estimulador de crescimento de granulócitos
GLU Glutamina
GM-CSF Fator estimulador de colônia de granulócitos/
monócitos
GMPc Guanilato monofosfato cíclico
H&E Hematoxifilina e eosina
HPLC Cromatografia quida de alta performance
ICAM Molécula de adesão intercelular
IL- Interleucina
INCA Instituto Nacional do Câncer
INF- Interferon
Ip Via intra-peritoneal
Kg Kilograma
KGF Fator de crescimento de queratinócitos
L-NAME Nφ-Nitro-L-Arginina Metil Ester
LPS Lipopolissacarídeo
M Molar
Mg Miligrama
Ml Mililitro
Mm Milímetro
MPO Mieloperoxidase
MTX Metotrexato
NF-κB
Fator de transcrição nuclear kappa B
Nm nanômetro
NO Óxido nítrico
NOS Óxido nítrico sintase
NOSc Óxido nítrico sintase constitutiva
NOSe Óxido nítrico sintase endotelial
NOSi Óxido nítrico sintase induzida
ix
NOSn Óxido nítrico sintase neuronal
PAF Fator ativador de plaquetas
PG Prostaglandina
RNA Ácido ribonucléico
Sc Via subcutânea
TCA ácido tricloracético
TGF Fator transformador de crescimento
TM Trauma mecânico
TNF Fator de necrose tumoral
TUNEL TdT-mediated dUTP nick end-labeling
VCAM moléculas de adesão celular vascular
x
RESUMO
A mucosite induzida por quimioterápicos é um efeito colateral importante e limitante
da terapia do câncer, cuja fisiopatologia não é completamente compreendida. O
presente estudo visa investigar o papel do óxido nítrico (NO) na patogênese das
mucosites oral e intestinal induzidas por 5-fluorouracil (5-FU) e metotrexato (MTX) e
os efeitos da glutamina (GLU) e alanil-glutamina (AL-GLU) na mucosite oral induzida
por 5-FU. A mucosite oral foi induzida por duas administrações intraperitoneais (i.p.)
de 5-FU nos 1
°
e 2
º
dias (60 e 40 mg/kg respectivamente), em hamsters. Os animais
foram tratados subcutaneamente (s.c.) com os inibidores da óxido nítrico sintase
(NOS), N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; 1 mg/kg), aminoguanidina
(AG; 5 or 10 mg/kg), Nϕ-Nitro-L-Arginina Methyl Ester (L-NAME; 5, 10 or 20 mg/kg)
ou salina (0,4 ml), uma hora antes do 5-FU e, diariamente, até o sacrifício, no 10º
dia. Em outro ciclo de experimentos, os animais receberam salina, suspensão de
GLU ou de AL-GLU (100 mM) uma hora antes do 5-FU e, diariamente, até o
sacrifício, nos 10
º
e 14
º
dias. A mucosite intestinal foi induzida pela administração de
MTX (2,5 mg/kg; s.c.) nos primeiros três dias de experimentos, em ratos Wistar. Os
animais foram tratados com AG (10 mg/Kg; i.p.), ou L-NAME (20 mg/Kg; i.p.), uma
hora antes do MTX e, diariamente, até o sacrifício, no 5º dia. Na investigação do
papel do NO na mucosite oral induzida por 5-FU, os seguintes parâmetros foram
avaliados: análises micro e macroscópica, atividade de mieloperoxidade (MPO) e da
NOS, níveis teciduais de nitrito, imunohistoquímica para NOSi e detecção de morte
celular. O efeito do 5-FU na produção salivar também foi avaliado. No estudo dos
efeitos da GLU e AL-GLU, análises micro e macroscópicas, atividade de MPO,
detecção de morte celular, estoques teciduais de glutationa e concentração sérica
de glutamina foram os parâmetros avaliados. No estudo do papel do NO na mucosite
intestinal, foram realizados análise histopatológica, medida da altura de vilos nos três
segmentos do intestino delgado, atividade de MPO, detecção de apoptose, assim
como, western blot e imunohistoquímica para NOSi. 1400W e AG, contrariamente ao
L-NAME, reduziram os parâmetros macro e microscópicos da mucosite oral e a
infiltração de células inflamatórias, detectada na histopatologia e na atividade de
MPO. Foram observados ainda, no 10º dia, maior atividade da NOS e marcação
imunohistoquímica para NOSi. 1400W reverteu a diminuição da secreção salivar
induzida por 5-FU. A mucosite oral induzida por 5-FU resultou na diminuição dos
níveis séricos de glutamina, bem como dos estoques teciduais de glutationa, no 10º
dia, efeitos que foram revertidos pela administração de GLU e AL-GLU. Apesar de
não ter prevenido a mucosite oral no 10º dia, o tratamento com GLU ou AL-GLU
reduziu os parâmetros macro e microscópicos da mucosite oral, e a atividade de
MPO, no 14º dia. Na mucosite intestinal, AG e L-NAME preveniram o encurtamento
de vilos e reduziram a necrose de criptas, assim como o infiltrado inflamatório,
efeitos induzidos pelo MTX, sendo esse último constatado pela análise
histopatológica e atividade de MPO. Foi detectado maior marcação
imunohistoquímica para NOSi no jejuno de ratos submetidos à mucosite intestinal.
Esses resultados sugerem o papel relevante do NO na fisiopatologia das mucosites
oral e intestinal. O presente estudo demonstrou ainda que a GLU e AL-GLU
aceleraram a recuperação da mucosa dos animais submetidos a mucosite oral por 5-
FU, aumentando os níveis teciduais de glutationa, reduzindo a inflamação e
promovendo reepitelização.
xi
Palavras-chaves: óxido nítrico, mucosite, óxido nítrico sintase, glutamina, 5-
fluorouracil, metotrexato.
AB
xii
ABSTRACT
Mucositis induced by antineoplastic drugs is an important, dose-limiting and costly
side effect of cancer therapy, which pathophysiology is not completely understood.
The aim of the present study was to investigate the role of nitric oxide (NO) on the
pathogenesis of oral and intestinal mucositis induced by 5-fluorouracil (5-FU) and
methotrexate (MTX) and the effect of glutamine (GLU) and alanyl-glutamine (AL-
GLU) on 5-FU-induced experimental mucositis. Oral mucosistis was induced by two
intraperitoneal (i.p) administrations of 5-FU on the 1
st
and 2
nd
days (60 and 40 mg/kg,
respectively) in hamsters. Animals were treated subcutaneously (s.c.) with the nitric
oxide synthase (NOS) inhibitors N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidine (1400W; 1
mg/kg), aminoguanidine (AG; 5 or 10 mg/kg), Nϕ-Nitro-L-Arginine Methyl Ester (L-
NAME; 5, 10 or 20 mg/kg) or saline (0.4 ml), one hour before the injections of 5-FU
and daily until sacrifice, on the 10
th
day. In another set of experiments, animals
received saline, GLU or AL-GLU suspension (100 mM) one hour before the injections
of 5-FU and daily until sacrifice, on the 10
th
or 14
th
day. Intestinal mucositis was
induced by three administrations of MTX (2.5 mg/kg; s.c.) on the first three days of
the experiment, in Wistar rats. Animals were treated i.p. with AG (10 mg/Kg), or L-
NAME (20 mg/Kg), one hour before the injections of MTX and daily until sacrifice, on
the 5
th
day. In the investigation of the role of NO on 5-FU induced oral mucositis, the
following parameters were evaluated: microscopic and macroscopic analysis,
myeloperoxidade (MPO) and NOS activities, nitrite level, immunohistochemistry for
NOSi, salivary secretion, and cell death. In order to study the effect of GLU and AL-
GLU, microscopic and macroscopic analysis, MPO activity, cell death, glutathione
stores and the serum concentration of glutamine, were evaluated. In the MTX-
induced intestinal mucositis, histopathological analysis was evaluated and the villus
height in all three small intestine segments was measured. MPO activity, cell death,
as well as, western blot and immunohistochemistry to evaluated the expression of the
NOSi, were also conducted. 1400W or AG, but not L-NAME, reduced macroscopic
and histological parameters of oral mucositis, and reduced the inflammatory cell
infiltration as detected on histopathology and by MPO activity. Increased NOS activity
and immunostaining for NOSi were detected. 5-FU induced a decrease in salivary
secrection, observed on 4
th
day, and this effect was prevented by 1400W. The 5-FU-
induced oral mucositis significantly decreased the serum GLU level as well as the
cheek pouch glutathione stores, observed on day 10. GLU or AL-GLU reversed the
5-FU effects, restoring serum GLU levels and cheek pouch glutathione stores,
observed on day 10, but did not prevent oral mucositis at this time. However, GLU
and AL-GLU reduced macroscopic and histological parameters of oral mucositis, and
reduced the MPO activity on day 14. In the MTX-induced mucositis, AG and L-NAME
significantly prevented villous blunting, lamina propria cell death, and reduced crypt
necrosis induced by MTX, decreasing neutrophil infiltration as detected by
histopathology and by MPO activity. These data were associated with the detection
of iNOS expression by Western blot and by immunohistochemistry in the jejunum
tissue. These results suggest an important role of NO in the pathogenesis of oral and
intestinal mucositis induced by 5-FU and MTX. The present study also demonstrated
that GLU or AL-GLU hastens mucosal recovery increasing mucosal tissue
glutathione stores, reducing inflammatory parameters and speeding reepithelization.
Key-words: nitric oxide, mucositis, nitric oxide synthase, glutamine, 5-fluorouracil,
methotrexate.
xiii
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.....................................................................................v
LISTA DE TABELAS............................................................................................vii
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................viii
RESUMO................................................................................................................x
ABSTRACT...........................................................................................................xii
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Mucosite oral 1
1.2 Mucosite intestinal 9
1.3 Antimetabólitos 12
1.3.1 5-Fluorouracil 13
1.3.2 Metotrexato 14
1.4 Abordagem farmacológica 17
1.4.1 Óxido Nítrico (NO) 17
1.4.2 Glutamina e alanil-glutamina 21
1.5 Justificativa e objetivos 26
2 MATERIAIS E MÉTODOS 27
2.1 Animais 27
2.1.1 Mucosite oral 27
2.1.2 Mucosite intestinal 28
2.2 Drogas, Anticorpos, Soluções, Líquidos e Corantes
utilizados
28
2-3 Protocolos experimentais 29
2.3.1 Mucosite oral induzida por 5-Fluorouracil (5-FU) em
hamsters
29
2.3.1.1 Modelo experimental 29
2.3.1.2 Grupos experimentais 31
2.3.1.2.1 Grupos controles 31
2.3.1.2.2 Grupo tratado com L-NAME 32
2.3.1.2.3 Grupo tratado com aminoguanidina 32
2.3.1.2.4 Grupo tratado com 1400W 32
xiv
2.3.1.2.5 Grupo tratado com Glutamina 33
2.3.1.2.6 Grupo tratado com Alanil-glutamina 33
2.3.1.3 Parâmetros avaliados tanto para o estudo do papel do óxido
nítrico, quanto para o estudo do efeito da alanil-glutamina e
glutamina na mucosite oral induzida por 5-FU
33
2.3.1.3.1 Análise macroscópica das mucosas jugais 33
2.3.1.3.2 Análise histopatológica das mucosas jugais 34
2.3.1.3.3 Dosagem de mieloperoxidase 35
2.3.1.3.4 Imunohistoquímica pelo método de TUNEL (TdT- mediated
dUTP Nick end-labeling)
35
2.3.1.4 Parâmetros avaliados no estudo do papel do óxido nítrico na
mucosite oral experimental
36
2.3.1.4.1 Determinação da atividade da nítrico óxido sintase (NOS) 36
2.3.1.4.2 Dosagem de nitrito 37
2.3.1.4.3 Imunohistoquímica para detecção da enzima óxido nítrico
sintase induzida (NOSi)
38
2.3.1.4.4 Avaliação da taxa de salivação não estimulada 39
2.3.1.5 Parâmetros avaliados no estudo do efeito da glutamina e
alanil-glutamina na mucosite oral experimental
39
2.3.1.5.1 Deteminação da concentração sérica de glutamina 39
2.3.1.5.2 Determinação de grupos sulfidrílicos não protéicos 39
2.3.2 Mucosite intestinal induzida por metotrexato em ratos. 40
2.3.2.1 Modelo de mucosite intestinal 40
2.3.2.2 Grupos experimentais 41
2.3.2.2.1 Grupos controles 42
2.3.2.2.2 Grupo tratado com L-NAME 42
2.3.2.2.3 Grupo tratado com L-NAME e L-arginina 42
2.3.2.2.4 Grupo tratado com aminoguanidina 42
2.3.2.3 Parâmetros avaliados 43
2.3.2.3.1 Análise morfométrica 43
2.3.2.3.2 Estudo imunohistoquímico para detecção de NOSi e
imunohistoquímica pelo método de TUNEL (TdT-mediated
dUTP Nick end-labeling)
43
2.3.2.3.3 Análise por Western Blot 43
2.4 Análise estatística
44
3 RESULTADOS
45
3.1 Efeito do óxido nítrico na mucosite oral induzida por 5-
fluorouracil
45
xv
3.1.1 Efeito dos inibidores de NOS, L-NAME, AG e 1400W sobre
as mucosas jugais de hamsters submetidos à mucosite oral
induzida por
5
5
-
-
F
F
U
U
45
3.1.1.1 Análise Macroscópica
45
3.1.1.2 Análise Microscópica 45
3.1.2 Efeito do L-NAME, aminoguanidina e 1400W sobre a
atividade de mieloperoxidase nas mucosas jugais de
hamsters submetidos à mucosite oral experimental
50
3.1.3 Efeito 5-fluorouracil sobre a atividade da NOS na mucosas
jugal de hamsters submetidos à mucosite oral experimental
50
3.1.4 Efeito do 1400W sobre a dosagem de nitrito das mucosas
jugais de hamsters submetidos a mucosite oral por 5-FU
50
3.1.5 Efeito da aminoguanidina e 1400W na marcação
imunohistoquímica para nitrico óxido sintase induzida
(NOSi)
54
3.1.6 Efeito da aminoguanidina e 1400W na marcação de células
TUNEL positivas, como indicativo de apoptose
54
3.1.7 Efeito do 1400W na produção salivar não estimulada de
animais submetidos à mucosite experimental
57
3.2 Efeito do óxido nítrico na mucosite intestinal induzida
por metotrexato (MTX)
59
3.2.1 Efeito dos inibidores da NOS, AG e L-NAME, sobre as
alterações morfométricas e histopatológicas observadas em
animais submetidos à mucosite intestinal induzida por
metotrexato
59
3.2.2 Efeito da AG e L-NAME sobre a atividade de
mieloperoxidase em jejuno de animais submetidos à
mucosite intestinal por MTX
63
3.2.3 Efeito do MTX na marcação imunohistoquímica para NOSi e
de células TUNEL positivas
63
3.2.4 Western Blot 67
3.3 Efeito da glutamina e alanil-glutamina na evolução da
mucosite oral induzida por 5-FU
68
3.3.1 Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre as mucosas
jugais de hamsters submetidos à mucosite oral induzida por
5-FU
68
3.3.1.1 Análise Macroscópica 68
3.3.1.2 Análise Microscópica 69
3.3.2 Efeito 5-FU sobre os níveis de glutamina no soro de
hamsters..
74
3.3.3 Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre os estoques de
glutationa nas mucosas jugais dos hamsters submetidos à
mucosite oral experimental
74
3.3.4 Efeito glutamina e alanil-glutamina sobre a atividade de
mieloperoxidase observada nas mucosas jugais de
hamsters submetidos à mucosite oral experimental
77
3.3.5 Efeito da glutamina e alanil-glutamina na marcação de
células TUNEL positivas, como indicativo de apoptose
77
xvi
4 DISCUSSÃO
80
5 CONCLUSÕES
97
6 REFERÊNCIA
97
7 ANEXOS
124
xvii
1 INTRODUÇÃO
1.1 Mucosite oral
Mucosite é um termo clínico que descreve uma síndrome caracterizada por
ulceração da mucosa do trato digestivo, resultando em dor, disfagia, diarréia e
disfunção, dependendo do tecido afetado (SONIS; FAY, 2002; SONIS, 2004;
SCULLY et al., 2006). Consiste em um efeito adverso comum nos pacientes
portadores de câncer submetidos à tratamentos com agentes quimioterápicos
diversos, em especial os antimetabólitos e/ou, radioterapia na região de cabeça e
pescoço (ALTMANN, 1974; CABALLERO et al., 1985; BALIS et al, 1985; ROTH et
al., 1991; MAGRATH et al, 1984; BISHOP et al, 1986; SCULLY et al; SCULLY et al,
2003; SCULLY et al, 2004; SCULLY et al, 2006). Deve-se aos efeitos não
específicos das drogas antineoplásicas, lesando tanto as células malignas quanto as
normais, em processo de divisão celular ativo.
A forma oral caracteriza-se principalmente pela presença de lesões
ulcerativas (estomatites) dolorosas e responsáveis por grave desconforto local. Os
pacientes queixam-se principalmente de dor intensa, muitas vezes impedindo-os de
se alimentar normalmente, o que agrava seu estado nutricional e, como
conseqüência, o estado geral, podendo haver a necessidade de sondas
nasogástricas, hospitalização e, nos casos mais graves, interrupção temporária ou
definitiva do tratamento, o que resulta no aumento dos custos e comprometimento
do prognóstico do caso (SCULLY et al., 2006).
O diagnóstico é clínico e baseia-se no uso de agentes notadamente
estomatotóxicos e na localização das lesões orais. A mucosite induzida pela
quimioterapia acomete mais comumente áreas não queratinizadas, incluindo as
mucosas bucal e labial, assoalho da boca, porção ventral da língua e palato mole,
raramente afetando o dorso da língua, o palato duro e a gengiva (McCARTHY et al.,
1998), enquanto que a mucosite decorrente de radiação, além da mucosa móvel,
acomete também o palato duro (SCULLY et al., 2006). O diagnóstico diferencial
deve ser feito para infecções virais e doenças do tipo enxerto contra hospedeiro. As
infecções virais diferem clinicamente da mucosite oral por serem localizadas na
2
mucosa queratinizada do palato duro, gengiva e dorso da língua e o seu
aparecimento geralmente coincide com febre. A síndrome enxerto contra hospedeiro
é limitada à pacientes submetidos à transplante de células hematopoiéticas e
desenvolve-se após a recuperação hematológica (cerca de 21 dias após o
transplante), consistindo de lesões orais normalmente liquenóides e, muito
freqüentemente, associado à xerostomia (WOO et al., 1997).
Embora seja difícil prever se determinado paciente irá desenvolver mucosite
apenas em decorrência das drogas administradas, alguns fatores predispõem o
desenvolvimento de mucosite oral. Fatores relacionados ao tratamento, tais como o
quimioterápico utilizado, a dose, o esquema posológico e a via de administração
(SCULLY et al., 2006), e fatores predisponentes do paciente, como saúde bucal
deficiente, pouca produção salivar, traumas por restaurações ou próteses mal-
adapatadas, focos de infecção, idade e até mesmo debilidades sistêmicas podem
propiciar o aparecimento e definir a severidade da mucosite. Quanto mais jovem o
paciente, maior a probabilidade de desenvolver mucosite oral (PLEOVA, 1999;
KOSTLER et al., 2001; DENHAM; HAUER-JENSEN, 2002; SONIS; FAY, 2002;
BARASCH; PETERSON, 2003; DUNCAN; GRANT, 2003). Os efeitos colaterais
bucais em crianças abaixo dos 12 anos de idade aumentam em mais que o dobro
que nos pacientes adultos. Parece provável que o índice mitótico elevado das
células da mucosa bucal, neste grupo etário, seja um fator adjuvante (MCCARTHY
et al., 1998).
A diminuição da produção salivar (xerostomia) tem sido relatada em pacientes
com câncer no trato gastrointestinal tratados com 5-fluorouracil (5-FU) (McCARTHY
et al., 1998), assim como em pacientes irradiados por tumores de cabeça e pescoço
(ROSARIO et al., 2005). Estudos demonstram que uma produção salivar adequada
é imprescindível para a manutenção da saúde oral. A saliva contém imunoglobulinas
secretórias (anticorpos) contra os microorganismos na boca, e a lizosima, que
hidroliza um componente importante das membranas externas de bactérias. Na
ausência de anticorpos e lisozima, os organismos que causam a infecção bucal e
cáries dentárias proliferam (MANDEL, 1987; LEVINE, 1989; WOLFF et al., 1990). A
combinação dos efeitos citotóxicos do quimioterápico no epitélio oral, e os efeitos da
xerostomia, que predispõe a mucosa à injúria, justifica a presença aumentada de
3
mucosite oral em pacientes com pouca produção salivar (McCARTHY et al., 1998).
Além disso, devido ao seu efeito lubrificante, a saliva é importante na mastigação e
deglutição dos alimentos. Sua liberação reduzida pode comprometer a nutrição do
indivíduo acometido e, como conseqüência, seu quadro geral, deixando-o mais
susceptível à infecções secundárias.
Tem sido descrito uma incidência de mucosite em aproximadamente 40% dos
pacientes em uso de vários agentes quimioterápicos (ALTMANN, 1974;
CABALLERO et al, 1985; BALIS et al, 1985; ROTH et a., 1991; MAGRATH et al,
1984; BISHOP et al, 1986; SCULLY et al., SCULLY et al., 2003; SCULLY et al.,
2004; SCULLY et al., 2006). A combinação de diferentes drogas antineoplásicas
aumenta essa incidência de 40 para 70% (CABALLERO et al, 1985; BALIS et al,
1985; ROTH et a., 1991; SCULLY et al., 2006). Nos tratamentos prévios com quimio
ou radioterapia para transplante de células hematopoiéticas, a ocorrência de
mucosite chega a atingir 75 a 99%, dos pacientes, particularmente nos casos em
que se associa irradiação e quimioterapia (DONNELLY et al., 1992; BLIJLEVENS et
al., 2000).
Essa complicação oral da quimioterapia ocorre através de dois mecanismos
principais: efeito direto do quimioterápico na mucosa oral (estomatotoxicidade direta)
ou efeito indireto resultante da mielossupressão (estomatotoxicidade indireta)
(SONIS, 2004; DUNCAN; GRANT, 2003). No início, as lesões são geralmente
discretas, sendo comum a progressão para áreas confluentes de ulceração.
Apesar do efeito direto dos quimioterápicos na renovação do epitélio e,
conseqüente perda de sua capacidade regenerativa, ser um fator chave no
desenvolvimento das ulcerações características da mucosite oral, tem-se valorizado,
mais recentemente, a participação da submucosa no desencadeamento e
severidade dessa desordem (SONIS, 1998; SONIS; FAY, 2002; DUNCAN; GRANT,
2003; SONIS et al., 2004, SCULLY et al., 2006).
Sonis e colaboradores descreveram a mucosite oral como um processo
complexo, no qual ocorre a seguinte seqüência de eventos biológicos interligados:
iniciação, resposta primária ao dano, sinalização (e amplificação), ulceração e,
finalmente, cicatrização (SONIS et al., 2004; SCULLY et al., 2006). A manifestação
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de todos os estágios não ocorre obrigatoriamente em todos os casos. Portanto, uma
mucosite branda, com poucos danos à mucosa, rápida recuperação e proliferação
epitelial, evita a ocorrência da fase ulcerativa, a mais sintomática (SONIS, 1998;
SONIS; FAY, 2002).
A fase de iniciação ocorre logo após a radiação ou quimioterapia. A injúria
celular direta das células epiteliais basais ocorre simultaneamente com a geração de
estresse oxidativo e liberação de espécies reativas de oxigênio (SONIS et al., 2004,
2006). De fato, estudos demonstram claramente a presença dessas espécies
reativas após exposição a agentes estomatotóxicos (GATE et al, 1999), assim como
atenuação da mucosite oral por agentes que bloqueiam, ou são varredores desses
radicais livres (CULY; SPENCER, 2001). A geração dos radicais tóxicos de oxigênio
e sua capacidade de estimular uma série de fatores de transcrição caracterizam a
resposta aguda do tecido ao agente quimioterápico e consiste no marco da fase
inicial da mucosite, que, segundo Sonis, precede os outros eventos biológicos
(SONIS et al., 2004).
A resposta primária ao dano, observada nas células e tecidos da submucosa,
é caracterizada pela expressão de genes de resposta precose, c-jun, c-fos e Erg I, e
pela ativação de fatores de transcrição, como fator nuclear-κB (NF-κB) (SCULLY et
al., 2006).
Normalmente o NF-κB encontra-se no citoplasma na sua forma inativa, ligado
à proteína inibitória, IκB. Vários estímulos inflamatórios, incluindo agentes
quimioterápicos, radioterapia e citocinas inflamatórias, são capazes de ativá-lo,
dissociando-o da IκB, através da fosforilação dessa proteína por kinases específicas
(BARNES, 1997). A dissociação da IκB resulta na translocação do NF-κB para o
núcleo, onde liga-se a sítios específicos de genes inflamatórios e imunes, regulando
a produção de várias proteínas e moléculas como, citocinas pró-inflamatórias,
[interleucina-1 (IL-1), interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α)],
óxido nítrico, enzimas e moléculas de adesão. Os resultados são injúria tecidual e
apoptose. Estudos sugerem que a ativação do NF-κB, tanto pelos agentes
quimioterápicos como pela radioterapia, é um elemento chave na gênesis da
mucosite. A regulação positiva de outros genes resulta na expressão de moléculas
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de adesão, ativação da via da ciclooxigenese-2 e, conseqüente angiogênese
(SONIS et al., 2004, 2006).
A participação do óxido nítrico (NO) na mucosite oral induzida por radiação foi
sugerida por Sonis, através da detecção da expressão da enzima óxido nítrico
sintase induzida (NOSi), envolvida na síntese de óxido nítrico (NO), através de RT-
PCR (reverse transcriptase-polymerase chain reaction), em tecido de mucosa jugal
de hamsters (SONIS et al., 2002). A participação do NO na mucosite oral induzida
por quimioterápicos, no entanto, não tinha sido demonstrada até a publicação dos
resultados que serão apresentados no presente estudo.
Pararelo à ativação do NF-κB, enzimas, como a esfingomielinase e a
ceramida sintetase, que catalizam a síntese de ceramida, são ativadas diretamente
pela quimio e/ou radioterapia, ou indiretamente, pelas espécies reativas de oxigênio
e TNF-α. A via da ceramida induz apoptose tanto em células submucosas, como
epiteliais (MADDENS et al, 2002). Adicionalmente, a destruição da fibronectina
também ocorre nessa fase da mucosite oral, resultando na ativação de macrófagos e
subseqüente injúria tecidual, mediada pelas metaloproteinases e produção adicional
de TNF-α (SONIS et al., 2004).
Em resumo, a liberação de mediadores inflamatórios, em resposta à quimio
ou radioterapia, resulta em uma série de feedbacks positivos, amplificando e
prolongando a injúria tecidual, através de seus efeitos nos fatores de transcrição e
nas vias da ceramida e caspases, resultando em apoptose e liberação de mais
mediadores inflamatórios como as citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IL-1β e IL-6.
Corroborando com esses dados, um estudo recente de nosso laboratório
demonstrou efeito protetor da pentoxifilina e talidomida, inibidores da síntese de
citocinas, na mucosite oral induzida por 5-FU, em hamsters (LIMA et al, 2005).
A fase seguinte, denominada ulcerativa é a mais sintomática e usualmente
ocorre durante o período de grave neutropenia do paciente. A injúria e morte das
células basais epiteliais, resultante das fases anteriores, resultam em mudanças
atróficas que culminam na real deteriorização e quebra da mucosa. Nessa fase é
comum a infecção secundária, visto que a úlcera serve de foco para a colonização
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de microorganismos. Os agentes etiológicos mais associados a essa infecção são
principalmente bactérias da própria flora oral, assim como bactérias oportunistas
gram negativas (Escherichia coli, Klebsiella pneumoiae, Enterobacter cloacae,
Pseudomonas aeruginosa), micoorganismos gram-positivos (Streptococcus mitis, S.
oralis, S. sanguis e staphylococci), além de fungos como a Candida albicans e
outras espécies de Candida, como kruseitropicalis, parapsilosis, glabrat, aspergillus
e vírus (WINGARD et al, 1991; MCCARTHY; SKILLINGS, 1992; EPSTEIN; WONG,
1994; FELD, 1997). Os produtos da parede celular de bactérias penetram na
submucosa estimulando a liberação de mais citocinas pró-inflamatórias, o que
resulta em inflamação, dor, possíveis infecções secundárias ou influxo sistêmico de
microorganismos e toxinas que, associado à neutropenia induzida pelas drogas
antineoplásicas, aumenta o risco de bacteremia e septicemia (ETING et al. 1992).
De fato, estudos sugerem que o uso profilático de agentes antifúngicos, absorvidos,
ou parcialmente absorvidos pelo trato gastrointestinal, como por exemplo, o
fluconazol, reduz as manifestações clínicas de candidíase oral e infecção sistêmica
(WORTHINGTON; CLARKSON, 2002).
A fase seguinte, de cicatrização, é biologicamente dinâmica, com sinalização
da matriz submucosa extracelular, estimulando a migração, diferenciação e
proliferação do epitélio. Além disso, observam-se o retorno da flora microbiana
normal e a recuperação do número de leucócitos (SONIS et al., 2004; 2006).
Em geral, as alterações iniciais da mucosite oral tornam-se evidentes dentro
de quatro a cinco dias após o início da quimioterapia. A lesão atinge seu auge, com
o aparecimento de úlceras, dentro de sete a dez dias após a última dose, e, a seguir,
observa-se a cicatrização da mucosa nas próximas três semanas (SCULLY et al.,
2006). O desenvolvimento da mucosite oral, em hamsters, apresenta-se semelhante
ao observado em humanos. Estudos prévios de nosso laboratório (LIMA et al.,
2005) demonstraram que as mucosas orais de hamsters submetidos à mucosite oral
por 5-FU e trauma mecânico, no 4º dia de experimento, apresentaram aspectos
gerais semelhantes aos da normalidade. As lesões mostraram-se significantes
somente a partir do 5º dia após o início da quimioterapia ou um dia após o trauma
mecânico, verificando-se eritema e hiperemia acentuados, presença de hemorragia,
de úlceras extensas, mas ausência de abscessos. É importante ressaltar que o
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trauma mecânico, preconizado por Sonis e colaboradores, consiste em ranhuras na
mucosa oral, realizadas com uma agulha de ponta romba, a fim de mimetizar os
efeitos clínicos de uma irritação crônica, comumente observada em humanos, tais
como o trauma causado por restaurações ou próteses mal adaptadas (SONIS et al.,
1990). A seguir, a lesão atingiu o auge no 10º dia, tendo sido constatado hiperemia e
eritema acentuados, hemorragia, úlceras extensas e abscessos. A partir do 12º dia,
as alterações inflamatórias tornaram-se significantemente reduzidas, observando-se
no 14º dia, hiperemia e eritema moderados, ausência de hemorragia, de úlceras e
abscessos, além de áreas de tecido em cicatrização. Finalmente, no 16° dia
experimental, os aspectos avaliados encontraram-se praticamente resolvidos,
condizentes com as características da normalidade (LIMA et al., 2005).
Portanto, o modelo proposto por Sonis e colaboradores (SONIS et al, 1990) e
modificado em nosso laboratório para o estudo da mucosite oral experimental,
mostrou-se capaz de reproduzir experimentalmente os principais achados na
mucosite oral em humanos (LIMA et al., 2005; LEITÃO et al., 2007), permitindo uma
investigação mais profunda do desenvolvimento dessa alteração inflamatória. No
entanto, é importante levar em consideração o fato da mucosite oral humana ser,
sobretudo, uma lesão multifatorial, contribuindo para o seu surgimento e a sua
evolução, não apenas os efeitos estomatotóxicos diretos da quimioterapia
antineoplásica, mas também, fatores locais como bactérias e suas toxinas,
patógenos virais ou fúngicos, além de vários aspectos facilitadores da solução de
continuidade da mucosa oral, como por exemplo, a irritação decorrente de
restaurações ou próteses mal-adaptadas (McCARTHY et al., 1998; WILKES 1998).
O tratamento padrão para mucosite oral induzida por quimioterapia é
essencialmente paliativo, com suportes analgésico e nutricional. O conhecimento
adequado da fisiopatologia dessa alteração inflamatória é fundamental para a busca
de meios preventivos e terapêuticos que permitam melhoria significativa da
qualidade de vida dos pacientes acometidos, evitando a redução das doses dos
quimioterápicos, ou até mesmo a interrupção temporária ou definitiva do tratamento.
Atualmente tem-se utilizado algumas estratégias objetivando reduzir a
exposição dos tecidos orais aos agentes quimioterápicos. O uso de gelo
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(crioterapia), levando ao resfriamento da mucosa e, conseqüente vasoconstricção,
tem sido de grande valia para tratamentos com drogas de meia-vida curta. Estudos
demonstram que o uso de gelo, cinco minutos antes da aplicação de 5-FU em bolus,
e mantido na boca por 30 minutos, reduziu a mucosite oral em torno de 50%
(MAHOOD et al., 1991; ROCKE et al., 1993; CASCINU et al., 1994). O efeito
benéfico da crioterapia tem sido descrito também em pacientes tratados com
metotrexato e melfalan (DUMONTET et al., 1994; MELONI et al., 1996).
Agentes que reduzem momentaneamente a excreção salivar, como os
antagonistas muscarínicos propantelina e pilocarpina, têm sido utilizados, em
algumas situações, na tentativa de reduzir a exposição tópica da mucosa oral às
drogas quimioterápicas excretadas na saliva. Os resultados, no entanto, são
conflitantes. Estudos demonstraram que a propantelina foi capaz de reduzir a
mucosite oral associada ao uso de etoposida (AHMED et al., 1993), e à combinação
de etoposida, ifosfamida e carboplatina (OBLON et al., 1997). Da mesma forma, o
uso de pilocarpina na prevenção da mucosite oral tem-se mostrado benéfico em
alguns estudos (AWIDI et al., 2001; JONHSON et al., 1993), enquanto que, em
outros trabalhos, não foi constatado nenhum efeito (WARDE et al., 2002;
LOCKHART et al., 2005; SCARANTINO et al., 2006).
Produtos naturais como a camomila (Matricaria reculita), devido à seus
componentes antiiflamatórios, também têm sido testados na prevenção da mucosite
oral, apresentando, no entanto, poucos resultados positivos (SCULLY et al., 2006)
Estudos recentes de nosso laboratório obtiveram resultados benéficos com
aplicações tópicas, em forma de gel, de babosa (Aloe barbadensis) e aroeira
(Myracrodruon urundeuva) na prevenção da mucosite oral experimental induzida por
5-FU (SANTANA et al., 2006).
O fator estimulador de colônia granulócito-macrófago (GM-CSF), tanto na
forma de bochechos bucais (IBRAHIM; MULHIM, 1997), como por via subcutânea,
tem apresentado resultados benéficos em vários estudos clínicos, reduzindo a
severidade e duração da mucosite oral relacionada ao uso de vários agentes
quimioterápicois (GABRILOVE et al., 1988; CRAWFORD; O´ROURKE, 1994; CHI et
al., 1995; ROSSO et al., 1997; KARTHAUS et al., 1998), constituindo um importante
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agente terapêutico, juntamente com o fator transformador de crescimento beta (TGF-
β3) (SPIJKERVET; SONIS, 1998).
Outras abordagens preventivas e terapêuticas têm sido investigadas com
sucesso, como por exemplo, o uso do antiinflamatório benzidamina e do fator de
crescimento queratinócito (KGF) (SCULLY et al., 2006), enquanto várias outras não
apresentaram resultados conclusivos, como o uso tópico de prostaglandina E2, de
vitamina E (devido seus efeitos antioxidantes), de pentoxifilina, da interleucina
antiinflamatória-11 (IL-11), assim como bochechos de clorexidina, clindamicina, ou
fluconazol (DONNELLY et al., 2003).
Em suma, os vários estudos sobre prevenção e tratamento da mucosite oral
como efeito colateral da quimio e radioterapia, demonstram que nenhuma
intervenção isolada é capaz de prevenir completamente a mucosite oral. Futuras
pesquisas deverão ser delineadas a fim de avaliar a combinação adequada das
diversas intervenções disponíveis para esse fim. Somente o esclarecimento da
fisiopatologia dessa condição inflamatória, no entanto, permitirá o desenvolvimento
de novas terapias eficazes na prevenção e tratamento da mucosite oral, utilizando
apenas um único agente terapêutico.
1.2 Mucosite intestinal
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Apesar do efeito imunossupressor do MTX, o sistema imune da mucosa ainda
é capaz de responder ao estímulo bacteriano (KONING et al., 2006), com
conseqüente ativação de fatores de transcrição e regulação positiva de vários
genes, resultando na ativação de processos pró- e anti-inflamatórios. Tem sido
relatado, de fato, tanto a participação da citocina pró-inflamatória TNF-α, quanto o
papel anti-inflamatório da IL-10 na fisiopatologia da mucosite intestinal por MTX
(KONING et al., 2006). Estudos realizados em nosso laboratório confirmaram a
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participação TNF-α na fisiopatologia da mucosite intestinal induzida por MTX, em
ratos (LIMA et al., 2004).
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1.3 Antimetabólitos
Os antimetabólitos apresentam forte semelhança estrutural com o ácido fólico
e as bases purina e pirimidina envolvidas na síntese de DNA, RNA e determinadas
enzimas. Atuam como substratos falsos em reações bioquímicas, inibindo etapas de
síntese ou incorporando-se a moléculas e interferindo na função ou replicação
celular (KAUFMA; CHABNER, 2001).
Os agentes antimetabólicos exercem seus efeitos principalmente por
bloquearem bioquimicamente a síntese de DNA e, portanto, são restritos á fase S do
ciclo celular (KAUFMA; CHABNER, 2001). Dentre esses diferentes fármacos,
destacam-se o 5-fluorouracil (5-FU), análogo da pirimidina, e o metotrexato (MTX),
antagonista do ácido fólico, largamente utilizados no tratamento de vários tipos de
câncer e selecionados para o presente estudo, sobretudo por seus efeitos colaterais
nas células do trato-gastrointestinal, resultando em mucosites, particularmente nas
mucosas oral e intestinal.
A mucosite no trato gastrointestinal, de fato, é um efeito colateral que
acomete aproximadamente 40% dos pacientes tratados com vários agentes
13
quimioterápicos, dentre os quais, o 5-FU e o MTX (BALLIS et al., 1985; ROTH et al.,
1991; CABALLERO et al., 1985).
1.3.1 5-Fluorouracil
A síntese das pirimidinas fluoradas deveu-se à observação de que células de
hepatoma de rato utilizavam uracil radiomarcado mais avidamente do que as células
normais. Esse estudo sugeriu o envolvimento de diferentes caminhos enzimáticos
para o uso do uracil e, possivelmente, de seus análogos, entre as células malignas e
normais, o que poderia ser útil na diminuição dos efeitos adversos de agentes
quimioterápicos que interferissem com a utilização da uracila (RUTMAN et al., 1954).
De fato, embora não se tenha ainda descoberto qualquer propriedade bioquímica
peculiar compartilhada com todas as células cancerosas, as células neoplásicas
possuem diferenças metabólicas em comparação com as células normais, tornando-
as mais susceptíveis aos diversos antimetabólitos.
O 5-fluorouracil foi introduzido em 1958 e está incluído entre os fármacos de
maior utilidade para o tratamento de tumores sólidos e leucemias, devido à seus
múltiplos efeitos sobre o crescimento celular anormal (GREM, 2001). O 5-FU é uma
pirimidina fluorada, preparado a partir da substituição de um átomo de hidrogênio
por outro mais estável de flúor na posição 5 da molécula de uracil (Figura 1).
Figura 1 - Estrutura química da molécula de 5-fluorouracil
Fonte:
Pelo menos dois mecanismos primários de ação estão associados à injúria
celular por 5-FU. O primeiro e o principal, está relacionado a sua conversão
intracelular no nucleotídio “fraudulento”, monofosfato de 5-fluoro-2’-desoxiurudina
14
(FDUMP), no fígado. O FDUMP interage com a timidilato sintetase e co-fatores
fólicos, mas não pode ser convertido em timidilato porque, no FDUMP, o flúor
substitui o hidrogênio em C5, em que ocorreria a metilação, e esta ligação carbono-
flúor não é tão susceptível à clivagem enzimática quanto a ligação carbono-
hidrogênio. A conseqüência é a inibição da síntese de DNA, e, conseqüentemente,
do crescimento celular (McCARTHY et al. 1998). O segundo mecanismo resulta da
incorporação de um outro intermediário do metabolismo do 5-FU, o trifosfato de 5-
fluorouridina (FUTP), ao RNA, interferindo na sua função (WILKINSON et al., 1975;
PINEDO; PETERS 1988).
O 5-FU, como outros antimetabólitos, exerce suas ações sobre as células que
se encontram na fase S do ciclo celular, o que contribui para reduzir seus efeitos
colaterais, uma vez que a população de células que não se encontram nessa fase
são poupadas de suas ações (GREM, 2001). Seus efeitos adversos variam
consideravelmente de acordo com o protocolo de tratamento, dose utilizada, e via de
administração, e são mais evidentes em células com grande índice de mitoses,
como tecidos de rápida proliferação da medula óssea (resultando em
granulocitopenia e trombocitopenia), e do trato gastrointestinal, com conseqüente
manifestação de mucosite, faringite, esofagite, gastrite, colite, dentre outros (KOENI;
PATEL, 1970; PIRZADA et al., 2000). Vários estudos demonstram incidência de
mucosite como efeito colateral do 5-FU em aproximadamente 8 a 89% dos casos de
câncer coloretal (MINSKY et al., 1993; LEVI et al, 1994; ROSSO et al., 1994), 15 a
40% dos indivíduos com câncer gástricos (LACAVE et al., 1991; OHTSU et al., 1991;
PYRHONEN, et al., 1995), 4 a 74% dos casos de cabeça e pescoço (OSAKI et al.,
1992; SHIRINIAN et al., 1994) e 4 a 82% em pacientes portadores de câncer de
mama (MOHAPATRO et al., 1992; LAMAR et al., 1994).
Alopecia, dermatite, cardiotoxicidade e, mais raramente, neurotoxicidade, são
outros efeitos tóxicos relatados do 5-FU (PIRZADA et al., 2000).
1.3.2 Metotrexato
Em 1948, foi demonstrado por Farber e colaboradores que o análogo do
ácido fólico, aminopterina, foi capaz de inibir a proliferação de células leucêmicas e
15
produzir remissões em casos de leucemias agudas (MESSMANN; ALLEGRA, 2001).
Esse trabalho gerou grande interesse nos agentes antifolatos, também conhecidos
como antagonistas do ácido fólico. Desde então, o uso desses compostos tem-se
mostrado eficaz nos tratamentos de leucemias, câncer de cabeça e pescoço, câncer
de mama e bexiga, linfomas e corioncarcinoma (MESSMANN; ALLEGRA, 2001).
Essas drogas constituem, de fato, uma estratégia importante no tratamento do
câncer, uma vez que os folatos são essenciais para a síntese dos nucleotídios
purínicos e do timidilato, que, por sua vez, são essenciais à síntese de DNA e à
divisão celular. Além das indicações para tratamento das neoplasias malignas, os
antifolatos também têm sido utilizados como abordagem terapêutica de doenças não
malignas como psoríase, artrite reumatóide, doença enxerto-contra-hospedeiro,
infecções bacterianas e parasitárias associadas com a síndrome da imunodeficiência
adquirida (MESSMANN; ALLEGRA, 2001).
O metotrexato é o principal antagonista do ácido fólico e um dos
antimetabólitos mais largamente utilizados na quimioterapia do câncer
(MESSMANN; ALLEGRA, 2001). Sua estrutura química encontra-se representada
na figura 2.
Figura 2 - Estrutura química da molécula de metotrexato
Fonte:
Para o melhor entendimento do mecanismo de ação do metotrexato, é
necessário esclarecer que, normalmente, os folatos no sangue apresentam um único
resíduo glutâmico, mas muitos folatos intracelulares são convertidos à
poliglutamatos e são, preferencialmente, conservados no interior das células. O
metotrexato, de forma semelhante, é captado pelas células por transportadores de
16
ácido fólico e, como este, convertido à forma glutâmica. Os folatos têm que ser
reduzidos à tetrahidrofolato (FH
4
) para agir como coenzimas. Essa reação é
catalizada pela enzima diidrofolato-redutase e ocorre em duas etapas: primeiro o
folato é reduzido à diidrofolato (FH
2
) e, depois, a FH
4
. O FH
4
, por sua vez, funciona
como co-fator na transferência de unidades de um carbono, um processo essencial
tanto para formar timidilato e, portanto, para a síntese de DNA, como também para a
nova síntese de purinas. Durante a formação de timidilato, o FH
4
é novamente
convertido em FH
2
(Figura 3).
Figura 3 - Diagrama simplificado da ação do metotrexato na síntese da timidilato.
Legenda: A poliglutamato tetraidrofolato (FH
4
) age como carreador de um unidade
de carbono (FH
4
+ C), fornecendo um grupo metil necessário para a conversão da
2’-desoxiuridilato para 2’-desoxitimidilato pela timidilato sintetase. Esta transferência
de carbono leva à oxidação do FH
4
a FH
2
.
Fonte: Rang et al. (1997).
Portanto, a enzima diidrofolato-redutase tem um papel crucial na manutenção
do nível de FH
4
intracelular: pela redução do FH
2
produzido a partir da redução do
ácido fólico e aquele gerado durante a síntese de timidilato. O metotrexato inibe a
diidrofolato-redutase (apresentando maior afinidade pela enzima que o FH
2
) e
depleta o FH
4
intracelular. A reação mais sensível à depleção de FH
4
é a síntese de
timidilato, que resulta no bloqueio da síntese do DNA e RNA. A síntese das
proteínas também é inibida, visto que os folatos reduzidos atuam como co-fatores na
conversão da glicina em serina e da homocisteína em metionina (BLEYER 1978).
METOTREXATO
Diidrofolato-
redutase
Diidrofolato-
redutase
(-) (-)
Folatos FH
2
FH
4
FH
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+ C
2´desoxitimidilato 2´desoxiuridilato
(-)
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Os tecidos ativamente proliferativos, tais como os tumores malignos, células
do epitélio dérmico, da mucosa gastrintestinal e da bexiga, são os mais sensíveis
aos efeitos desse agente, resultando no aparecimento dos efeitos tóxicos, tais como
mielossupressão, manifestada na forma de leucopenia e trombocitopenia, que
podem resultar em infecção secundária e hemorragia, além de estomatite, faringite,
esofagite e de mucosite gastrintestinal (MESSMANN; ALLEGRA, 2001). A
ocorrência desses efeitos adversos depende da dose, do esquema terapêutico e da
via de administração da droga. A mucosite, em particular, é um importante efeito
colateral e usualmente surge por volta de 3 a 7 dias após a terapia com metotrexato.
Esta alteração, quando ocorre, é um sinal precoce de toxicidade, podendo causar
severo desconforto ao indivíduo acometido, e resultar no comprometimento do
tratamento quimioterápico (MESSMANN; ALLEGRA, 2001).
1.4 Abordagem farmacológica
1.4.1 Óxido Nítrico (NO)
Óxido nítrico é um radical livre, altamente reativo, que apresenta importantes
funções nos sistemas cardiovascular, neurológico e imune. É sintetizado a partir da
L-arginina e do oxigênio molecular pelas enzimas óxido nítrico sintases (NOS),
liberando L-citrulina como co-produto (MONCADA et al., 1991). Três isoformas de
NOS foram identificadas: uma isoforma neuronal (NOSn), inicialmente encontrada no
cérebro (BREDT; SNYDER, 1994; SESSA et al., 1992), uma endotelial (NOSe),
isolada em endotélio (LAMAS et al., 1992) e uma isoforma induzida (NOSi), isolada
inicialmente em macrófagos (XIE et al., 1992). Ambas NOSn e NOSe são
constitutivamente expressas em seus leitos de origem, e por essa razão são
referidas como enzimas NOS constitutivas (NOSc). A atividade das NOSc é
dependente da concentração citossólica de cálcio [Ca
2+
], que aumenta em
decorrência de vários estímulos fisiológicos, liberando NO em pequenas quantidades
(concentrações picomolares).
A NOSi, por sua vez, é regulada à nível transcripcional, em resposta à
estímulos pró-inflamatórios, como citocinas pró-inflamatórias, endotoxinas, hipóxia e
estresse oxidativo, ao passo que glicocorticóides, citocinas anti-inflamatórias, como
18
interleucina-4 (IL-4) e interleucina-10 (IL-10) e o fator de transformação de
crescimento (TGF-ß) suprimem a produção de NO (MONCADA et al., 1991;
BOGDAN et al., 1994). A ativação da NOSi, independe da concentração do cálcio
intra-celular e resulta na liberação de grandes quantidades de NO (concentrações
nanomolares) por períodos mais longos (NATHAN; XIE, 1994). O NO produzido em
altas concentrações atua como uma molécula citotóxica contra fungos, bactérias,
protozoários e células tumorais (MONCADA, 1991; WONG; BILLIAR, 1995). Por
outro lado, essa liberação de NO têm outras conseqüências biológicas, incluindo
vasodilatação, danos teciduais aos tecidos do hospedeiro, dor, lesão tecidual e
apoptose (MONCADA et al., 1991; SZABÓ, 1996).
Efeitos paradoxais do NO têm sido apontados nas diversas pesquisas que
envolvem essa molécula, em vários tecidos e em diferentes circunstâncias,
participando tanto das funções fisiológicas normais, como da injúria tecidual. No trato
gastrointestinal, o NO regula a integridade da barreira mucosa sob condições
fisiológicas, através da modulação do fluxo sanguíneo e da inibição da agregação
plaquetária e adesão leucocitária (HUTCHESON et al., 1990; ALICAN; KUBES,
1996). De fato, estudos em cobaia demonstraram que a inibição da NOSc resultou
em ileíte, sugerindo a importância de concentrações basais de NO na proteção da
mucosa gastrointestinal (MILLER et al., 1994).
No metabolismo ósseo, níveis basais de NO parecem ser necessários para a
homeostase, uma vez ter sido demonstrado que a produção constitutiva de NO por
osteoblastos, desempenha um importante papel na regulação do crescimento
dessas células (RALSTON et al., 1995). Esses estudos sugerem ainda que a
produção de NO por osteoclastos, via NOSc, exerce uma ação supressiva autócrina
em sua atividade reabsortiva (KASTEM et al., 1994), e que a inibição desses níveis
basais pode ter um impacto dramático na reabsorção óssea localizada e na
integridade de todo o osso (SUNYER et al., 1996).
Níveis basais de NO também desempenham papeis homeostáticos no
sistema cardiovascular, via regulação da pressão sanguínea e do tônus vascular,
modulação do crescimento de células locais e proteção dos vasos contra injúrias,
eventualmente causadas pelas plaquetas e células circulantes (NASEEM, 2005). A
19
diminuição da liberação constitutiva de NO pode resultar em constricção das artérias
coronárias durante exercícios ou em situações de estresse e contribuir para a
isquemia de miocárdio em pacientes portadores de doença coronariana, além de
facilitar a inflamação vascular, com conseqüente formação da placa aterosclerótica
(CANON, 1998). De fato, o passo inicial para a aterosclerose é o recrutamento e
deposição local de leucócitos nas paredes arteriais (LI et al., 1993), processos
facilitados pelas moléculas de adesão, VCAM-1 (moléculas de adesão celular
vascular 1), ICAM-1 (moléculas de adesão intra celular 1), ELAM-1 (moléculas de
adesão endotélio-leucócito 1) ou E-selectinas (BEVILACQUA et al., 1987;
SPRINGER, 1990, 1994; CYBULSKY; GIMBRONE, 1991). A regulação negativa de
moléculas de adesão tais como VCAM-1, E-selectinas e, em menor proporção,
ICAM-1, por NO, tem sido descrito na literatura (DE CATERINA et al., 1995; PENG
et al., 1998) e, provavelmente deve-se à inibição do NF-κB (DE CATERINA et al.,
1995; SPIEKER et al., 1997). Juntos, esses resultados explicam, pelo menos em
parte, os efeitos antiinflamatórios de níveis basais de NO, assim como seus efeitos
na prevenção da aterosclerose.
Por outro lado, grandes quantidades de NO, produzidas pela NOSi, estão
associadas à várias patologias inflamatórias, dentre as quais, septicemia
(HUTCHESON et al., 1990; PETROS et al., 1991, 1994; FANG, 1997), psoríase
(KOLB-BACHOFEN et al., 1994), artrite (MCCARTNEY-FRANCIS et al., 1993;
STEFANOVIC-RACIC et al., 1993), esclerose múltipla (PARKINSON et al., 1997),
dentre outras. No trato gastrointestinal, a liberação de grandes quantidades de NO,
via NOSi, resulta em injúria celular e comprometimento da integridade da mucosa
intestinal, tanto em modelos experimentais quanto em humanos (POTOKA et al.,
2002; BOUGHTON-SMITH et al, 1993; MIDDLETON et al., 1993; SINGER et al.,
1996). De acordo com esse dado, o aumento da expressão e atividade da NOSi no
trato gastrointestinal foi previamente constatado em modelo de colite em rato (SEO
et al., 1995) e em modelo de ileíte em cobaia (MILLER et al., 1993), assim como no
intestino de ratos expostos à endotoxinas (TEPPERMAN et al., 1993; CHEN et al.,
1996; HOFFMAN et al., 1997). No metabolismo ósseo, foi demonstrado que altas
concentrações de NO, liberadas pela NOSi, via ativação de citocinas, estão
associadas à redução da formação óssea, observada em algumas patologias, como
na osteopenia inflamatória (PFEILSHIFTER et al., 1987), além de atuar como
20
estimulador da reabsorção óssea, uma vez que inibidores da NOS suprimiram a
atividade de osteoclastos isolados e inibiram a reabsorção óssea estimulada por IL-1
e TNF (RALSTON et al., 1995).
Corroborando com os vários trabalhos citados, estudos realizados em nosso
laboratório demonstraram efeitos pró-inflamatórios do NO na doença periodontal
(LEITÃO et al, 2004, 2005), artrite reumatóide (ROCHA et al., 2002) e cistite
hemorrágica (SOUZA-FILHO et al., 1997). A ferramenta farmacológica bastante
utilizada nessas pesquisas e em vários outros trabalhos descritos na literatura,
consta do bloqueio da síntese de NO, por meio de análogos estruturais da L-
arginina, que atuam como falsos substratos enzimáticos e ocupam sítios de ligação
entre a L-arginina e a NOS (KNOWLES; MONCADA, 1994). Existem disponíveis
para esse fim, vários inibidores enzimáticos, com seletividades diferentes para as
diversas isoformas da NOS, dentre os quais, foram utilizados no presente trabalho, o
inibidor não-seletivo, Nφ-Nitro-L-arginina methyl ester (L-NAME), a aminoguanidina,
mais seletiva para a NOSi (GRIFFITHS et al., 1993; MUSCARA; WALLACE, 1999) e
o N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W), um dos inibidores disponíveis
mais seletivos para NOSi, cuja potência e seletividade foi demonstrada tanto em
estudos in vitro quanto in vivo (GARVEY et al., 1997).
A administração exógena de NO também tem sido utilizada na investigação
de seus efeitos em determinados sistemas, revelando, algumas vezes, resultados
inesperados. Em estudo realizado em nosso laboratório, a inibição da síntese de
NO, pela administração sistêmica de L-NAME ou AG, foi capaz de prevenir a perda
óssea, característica da doença periodontal. De forma contraditória, nesse mesmo
estudo, a administração exógena de NO, através da aplicação local de seu doador,
isossorbida, também reduziu significativamente a reabsorção óssea (LEITÃO et al.,
2004). Esses resultados são contraditórios, visto que tanto a inibição da liberação de
NO durante o processo inflamatório, quanto sua administração exógena, preveniram
a perda óssea. Estudos da literatura, de fato, revelam diferentes ações do óxido
nítrico no metabolismo ósseo, associadas à diferentes concentrações: níveis basais
endógenos, produzidos pela NOSc, são necessários para a homeostase, níveis
endógenos elevados, produzidos pela NOSi, ativada no processo inflamatório,
parecem estar envolvidos na reabsorção óssea, provavelmente através do
21
recrutamento e ativação de osteoclastos, enquanto que a administração exógena de
NO, previne a perda óssea, possivelmente pela indução de apoptose em
osteoclastos (WEI et al., 1995; RALSTON et al., 1995).
Muitos dos processos fisiológicos mediados por NO, como relaxamento do
músculo liso, neurotransmissão, inibição da agregação plaquetária e adesão
leucocitária, são mediados pelo sistema da guanilato sintase, com aumento da
produção de guanilato monofosfato cíclico (GMPc) (FRIEBE; KOESLING, 2003).
Existem evidências, porém, de que outros mecanismos não-dependentes de GMPc
possam estar envolvidos em algumas situações ( MacINTYRE et al., 1991;
RALSTON et al., 1995). Os efeitos deletérios de NO, por outro lado, estão
associados à formação de seus metabólitos ativos, como nitrito, nitrato, nitrosaminas
e, principalmente peroxinitrito, ânion citotóxico formado pela combinação do NO com
o superóxido, ambos largamente produzidos durante processos inflamatórios. Esse
composto, altamente tóxico, é responsável pela peroxidação lipídica (RUBBO et al.,
1994), oxidação dos grupamentos sulfidril de proteínas (RADI et al., 1991a,1991b),
nitração de vários tipos de proteínas contendo resíduos de tirosina e nitrosilação de
ácidos nucléicos e proteínas, resultando em alterações genéticas, perda da função
protéica, inativação de várias enzimas, incluindo enzimas mitocondriais, com
conseqüente inibição da respiração mitocondrial e apoptose (BECKMAN, 1996,
BECKMAN; KOPPENOL, 1996; ISCHIROPOULOS et al., 1992; KONG et al., 1996;
SZABO et al., 1996; MURPHY, 1999; LALA; CHAKRABORTY, 2001; WINK et al.,
1998).
1.4.2. Glutamina e alanil-glutamina
A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e tecidos de
seres humanos (MURPHY; WSHOLME, 1999). Seu peso molecular é de 146,15
kDa. É importante ressaltar que a glutamina é instável em solução, particularmente
em ácido, ou quando estocada por períodos prolongados, podendo resultar na
geração de produtos tóxicos, como o glutamato, o que tem limitado o seu uso
(KHAN; ELIA, 1991). Esse problema, no entanto, tem sido superado pela adição de
dipeptídeos à molécula de glutamina, formando compostos estáveis e altamente
solúveis, como a alanil-glutamina. O uso da alanil-glutamina tem-se mostrado bem
22
tolerado, seguro (FURST et al., 1989) e eficaz, tanto em estudos clínicos (TREMEL
et al., 1994; MORLION et al., 1998), quanto experimentais (CARNEIRO et al., 2003,
2004a; BRITO et al., 2005).
A glutamina do organismo advém da produção endógena, somada à
aquisição pela dieta, apresentando uma boa absorção pelos enterócitos
(WINDMUELLER; SPAETH, 1974). A sua síntese envolve a adição de um
grupamento amino à molécula de glutamato, catalizada endogenamente pela
glutamina sintetase.
Em condições normais, a produção endógena sozinha responde pelas
necessidades de glutamina, por isso, tradicionalmente, a glutamina era considerada
um aminoácido não-essencial. No entanto, seus estoques podem ser depletados na
vigência de estados catabólicos, como trauma cirúrgico, infecção, jejum prolongado,
exercício extenuante, queimaduras extensas e infecção. Nesses casos, a
concentração de glutamina plasmática declina, podendo ficar abaixo da metade dos
valores normais, o que reflete sua maior utilização por leucócitos, enterócitos,
fibroblastos e outras células, cuja atividade é estimulada nessas situações
(DECOMBAZ et al., 1979; ASKANAZI et al., 1980; VENTE et al., 1989; LACEY;
WILMORE, 1990; PARRY-BILLINGS et al., 1990, 1992; PETERSEN et al., 1996;
FURUKAWA et al., 2000). Nesses casos, faz-se necessário um suplemento de
glutamina através da dieta, para a manutenção de seus níveis plasmáticos
fisiológicos. Por isso, a glutamina tem sido caracterizada como um aminoácido
condicionalmente essencial (LACEY; WILMORE, 1990; SMITH; WILMORE, 1990).
A molécula de glutamina compreende cinco carbonos e tem muitas funções
metabólicas importantes. Devido à sua larga distribuição em todo o corpo e por ser
constituída por dois grupos amina (NH
4+
), a glutamina participa da transferência de
nitrogênio e carbono entre tecidos. Esse efeito é particularmente importante no
sistema nervoso central, onde a metabolização de aminoácidos resulta na produção
de grupamentos de amônia, os quais são tóxicos em grandes quantidades. A
amônia pode ser incorporada à moléculas de glutamina e, posteriormente, liberada
no fígado para a síntese mitocondrial de uréia, produto final do metabolismo dos
aminoácidos, e excretada pelos rins. O papel principal da glutamina no sistema
nervoso central, no entanto, é a sua participação, como precursora da síntese dos
23
neurotransmissores glutamato e ácido gamaaminobutírico (GABA) (CURTIS;
JOHNSTON, 1974). A glutamina também participa na manutenção do equilíbrio
ácido-básico através do transporte de íons amônio para os rins, possibilitando sua
posterior eliminação na urina (SMITH, 1990).
A glutamina é também muito importante para os processos mitóticos por
exercer um papel essencial na síntese de precursores de macromoléculas celulares
e na geração de energia, sendo substrato para a gliconeogênese. Por isso, é
utilizada rapidamente, como combustível oxidativo por células de intensa atividade
mitótica, incluindo linfócitos, fibroblastos, enterócitos e células tumorais
(WINDMUELLER; SPAETH, 1985). Os grupamentos NH
2
da glutamina ainda podem
ser utilizados para a produção de novos aminoácidos ou incorporados à purinas e
pirimidinas, na síntese de ácidos nucléicos. Ademais, tem sido demonstrado que a
glutamina, através da conversão à glutamato, é um importante precursor na síntese
de glutationa, o principal antioxidante intracelular (HONG et al., 1992; DENNO et al.
1996; YU et al., 1996, 1999), essencial para o funcionamento celular normal
(DENNO et al., 1996).
Pelas propriedades da glutamina, é razoável supor que a disponibilidade
reduzida desse aminoácido pode levar ao comprometimento da função imune por
alterações na capacidade de proliferação das células envolvidas. De fato, foi
demonstrado que a proliferação linfocitária induzida pelo bacilo Calmette-Guerin
(BCG) e vírus do sarampo in vitro é dependente da presença de glutamina no meio
(CHANG et al., 1999). Curi e colaboradores evidenciaram que glutamina age em
neutrófilos normais in vitro, aumentando sua atividade bactericida (CURI et al, 2000).
Adicionalmente, tem sido apontado a importância do metabolismo da glutamina na
função de macrófagos, durante reações inflamatórias e imunológicas, provavelmente
via liberação de citocinas. (COSTA ROSA et al., 1994). Esses dados sugerem que
níveis apropriados de glutamina influenciam as respostas imunológicas a diferentes
antígenos e que pacientes depletados de glutamina apresentam-se mais
susceptíveis à infecções. Ensaios controlados randomizados evidenciaram que,
nesse grupo de pacientes, a reposição de glutamina associava-se à uma redução da
incidência de pneumonia, bacteremia e sepse (HOUDIJIK et al., 1998), do tempo e
custo de internação hospitalar (JONES et al., 1999; MORLION et al., 1998) e de
24
parâmetros inflamatórios, como a concentração de receptores solúveis de TNF-α
(HOUDJIK et al., 1998), ou de proteína C–reativa no plasma (WISCHMEYER et al.,
2001). Um estudo recente demonstrou efeitos positivos da glutamina, diminuindo as
taxas de mortalidade em pacientes em estados graves, provavelmente devido a seus
efeitos benéficos na proteção e função metabólica tecidual, além da atenuação da
inflamação e do estresse oxidativo (WISCHMEYER, 2006).
Reforçando o papel da glutamina na inflamação, nosso grupo, demonstrou
recentemente que a deficiência de glutamina in vivo resulta no aumento da produção
de citocinas e na migração neutrofílica, e que esses efeitos são revertidos pela
administração de glutamina em doses capazes de restabelecer sua concentração
sérica fisiológica (NASCIMENTO et al., 2005).
Os efeitos proliferativos da glutamina levaram ao delineamento de muitas
pesquisas, a fim de investigar o seu possível papel na prevenção de efeitos tóxicos
da quimio ou radioterapia em tecidos normais com alta taxa de renovação celular,
como o epitélio da cavidade oral e do intestino, resultando em mucosites oral e
intestinal, respectivamente. Os resultados, no entanto, são conflitantes. Estudos
avaliando o papel da glutamina na prevenção da mucosite oral em indivíduos
submetidos a transplante de medula óssea, demonstraram redução da severidade e
duração dessa condição inflamatória apenas nos pacientes submetidos à
transplantes autólogo, mas não nos casos de transplante alogênico, onde foi
utilizado um agente imunossupressor a fim evitar doenças do tipo enxerto-contra-
hospedeiro (ANDERSON et al., 1998). A administração endovenosa de alanil-
glutamina, assim como a administração oral de glutamina mostraram-se eficazes na
redução de mucosite oral em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço
submetidos à quimio e/ou radioterapia (HUANG et al., 2000; CERCHIETTI et al.,
2006). Da mesma forma, glutamina, por via oral, em crianças e adultos submetidos a
diferentes tratamentos quimioterápicos, diminuiu significativamente a incidência de
mucosite oral (SKUBITZ; ANDERSON, 1996; ANDERSON et al., 1998). Além dos
estudos clínicos, vários estudos experimentais, relataram efeitos positivos da
glutamina na redução da morbidade e da mortalidade de animais tratados com
agentes citotóxicos, como o metotrexato (FOX et al., 1988), e o 5-FU (O´DWYER et
al., 1987).
25
Vários trabalhos, no entanto, não demonstraram efeitos benéficos da
glutamina na prevenção da mucosite oral e/ou intestinal, decorrentes da terapia
antineoplásica. Não foram observados efeitos protetores desse aminoácido em
pacientes oncológicos tratados com 5-FU (JEBB et al., 1994; OKUNO et al., 1999),
tampouco da alanil-glutamina em indivíduos submetidos a diversos tratamentos
quimioterápicos (VAN ZAANEN et al., 1994). Da mesma forma,
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(PYTLÍK et al., 2002). De acordo com esses dados,
estudos experimentais de nosso grupo demonstraram que glutamina e alanil-
glutamina, não preveniram as lesões intestinais causadas pelo 5-FU (CARNEIRO-
FILHO, 2004b).
A participação da glutamina na prevenção dos efeitos colaterais da terapia
do câncer levantou o questionamento se a administração desse aminoácido a
pacientes oncológicos estimularia o crescimento do tumor, visto ter sido
demonstrado que a glutamina, como fonte energética fundamental, é utilizada pelos
tumores de crescimento rápido (KLIMBERG; MCCLELLAN, 1996; MEDINA, 2001).
De fato, pacientes portadores de neoplasias malignas avançadas apresentam
depleção da glutamina (JOHNSON et al., 2003). Pesquisas demonstram, no entanto,
que dietas enriquecidas com glutamina podem repletar os estoques e manter o
metabolismo muscular da glutamina sem estimular o crescimento tumoral
(KLIMBERG et al., 1990). Ademais, além de atenuar a perda protéica muscular em
pacientes oncológicos, estudos sugerem ainda que a suplementação de glutamina
apresenta outros efeitos positivos nesses pacientes. De fato, a progressão tumoral,
além do ávido consumo dos estoques de glutamina do indivíduo acometido, está
associada à depressão da atividade das células natural killer devido à diminuição
das concentrações de glutationa nessas células. Portanto, a suplementação dietética
de glutamina, pode apresentar efeitos positivos, restaurando os níveis de glutationa
das células de defesa, com conseqüente aumento da imunidade (AUSTGEN et al.,
1992; MEDINA; NUNEZ DE CASTRO, 1990), assim como protegendo diversas
outras células teciduais do estresse oxidativo induzido pelos quimioterápicos ou pela
radioterapia. Adicionalmente, estudos sugerem que a suplementação oral de
glutamina pode aumentar a seletividade das drogas anti-tumorais por proteger os
tecidos normais (CAO Y, 1999; DECKER-BAUMANN et al., 1999) e, possivelmente,
26
por sensibilizar as células tumorais para o dano relacionado ao tratamento
quimioterápico (ROUSE et al., 1995).
1.5 Justificativa e objetivos
A mucosite oral, assim como a mucosite intestinal constituem uma síndrome
inflamatória debilitante e dolorosa e que acomete pacientes em uso de agentes
quimioterápicos e/ou raditerapia. As lesões das mucosas oral e intestinal são uma
porta de entrada para microorganismos, fato que associado a neutropenia causada
também pelos quimioterápicos, aumenta o risco de septicemia (ETING et al. 1992).
Estes fatores limitam o uso dos agentes antineoplásicos, particularmente os agentes
citotóxicos e antimetabólitos, tais como 5-fluorouracil e o metotrexato (LOPRINZI et
al. 1995), levando algumas vezes ao comprometimento do tratamento do câncer.
Atualmente, o tratamento das mucosites oral e intestinal consiste apenas em
uma abordagem essencialmente paliativa, não existindo um protocolo de
atendimento preventivo e eficaz, provavelmente, devido à deficiência da
compreensão precisa dos mecanismos e mediadores envolvidos. Entretanto, sabe-
se que determinados mediadores inflamatórios, como as citocinas TNF-α e IL-1, são
importantes na sua patogenia (LIMA et al., 2005; LEITÃO et al., 2006; SCULLY et
al., 1990), assim como está bem definido a ocorrência de estresse oxidativo no
desenvolvimento dessas condições inflamatórias (SONIS et al, 2004, 2006).
Portanto, o objetivo geral do presente trabalho foi avaliar o papel do óxido
nítrico na mucosite oral, em hamsters, e na mucosite intestinal, em ratos, induzidas
por 5-FU e metotrexaro, respectivamente, visto não ter sido previamente descrito na
literatura, até a publicação dos resultados do presente trabalho, um estudo definitivo
do papel do óxido nítrico no desenvolvimento das mucosites oral e intestinal.
Ademais, o presente trabalho objetivou ainda investigar o efeito da glutamina
e de seu análogo estável, alanil-glutamina, na mucosite oral induzida por 5-FU, em
hamsters, uma vez que estudos in vivo e in vitro de nosso grupo demonstram efeitos
positivos desse aminoácido, assim como de seu derivado estável, alanil-glutamina,
no reparo do epitélio intestinal (CARNEIRO-FILHO et al., 2004b; BRITO et al, 2005),
o que vislumbra perspectivas para a prevenção da mucosite oral.
27
Como objetivos específicos, o presente estudo buscou:
Avaliar o efeito dos inibidores da NOS, aminoguanidina, L-NAME e 1400W,
nas mucosites oral e intestinal induzidas por 5-fluorouracil e metotrexato,
respectivamente.
Avaliar a expressão e a atividade da NOS na mucosite oral e intestinal
induzida por 5-fluorouracil e metotrexato.
Avaliar se na mucosite oral induzida por 5-FU há depleção da glutamina
sérica e dos estoques teciduais de glutationa e investigar se a reposição de
glutamina é capaz de prevenir ou diminuir a severidade das lesões.
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Animais
Os protocolos experimentais foram executados de acordo com as diretrizes
aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Departamento de Fisiologia
e Farmacologia - UFC para uso de animais experimentais (processo nº 38/06), os
quais foram mantidos sob condições de temperatura ambiente e ciclos claro-escuros
controlados durante os experimentos. Todos os esforços foram realizados no sentido
de reduzir o número de animais utilizados, a dor, o sofrimento e o estresse dos
mesmos.
2.1.1 Mucosite oral
Foram utilizados hamsters Golden (Mesocricetus auratus) machos, com
massa corpórea entre 140 e 160 gramas, provenientes do Biotério setorial do
Departamento de Fisiologia e Farmacologia (UFC), onde foram alojados em caixas
de plástico, em número de quatro animais em cada uma delas, com alimentação
balanceada à base de sementes e cereais, como aveia, milho, semente de girassol e
abóbora (sem sal). A água foi disponibilizada à vontade.
28
A seleção de hamster foi baseada na facilidade de observação de suas
mucosas jugais e por sua habilidade em tolerar doses do quimioterápico capazes de
induzir mucosite sem mortalidade significativa (SONIS et al., 1990)
.2.1.2 Mucosite Intestinal Experimental
Foram utilizados ratos Wistar (Rattus novergicus) machos, com massa
corpórea entre 180 e 240 gramas, provenientes do Biotério setorial do Departamento
de Fisiologia e Farmacologia (UFC). Esses animais foram alojados em caixas de
plástico, em número de seis animais em cada uma delas, com livre acesso à água e
comida.
2.2 Drogas, Anticorpos, Soluções, Líquidos e Corantes utilizados
Fluorouracil: ampola de 10 ml (25 mg/ml) – Fluoro-Uracil
®
(Roche, Rio de
Janeiro, Brasil);
Metotrexato: frasco-ampola de 2ml (25 mg/ml) – Metotrexato
®
(Pharmacia, Rio
de Janeiro, Brasil);
Nφ-Nitro-L-Arginina Metil Ester (L-NAME) (Sigma Chemical Co., St. Louis, MO);
Aminoguanidina (Sigma Chemical Co., St. Louis, MO);
N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetaminide (1400W) (Sigma Chemical Co., St. Louis,
MO);
Glutamina (Sigma Chemical Co., St. Louis, MO);
Alanil-glutamina (Sigma Chemical Co., St. Louis, MO);
Anticorpo primário de coelho anti-NOSi (Santa Cruz Biothechnology);
Anticorpo secundário (de detecção) biotinilado anti-IgG de coelho (Santa Cruz
Biothechnology);
Kit ApopTag Peroxidase para detecção de apoptose (Chemicon International,
S7100);
Álcool etílico 70% (Reagen);
Cloral hidratado 10% (Reagen);
Formaldeído 40% (Reagen);
Hematoxilina (Reagen);
29
Eosina (Merck);
Fluorouracil (5-FU), Metotrexato (MTX), L-NAME, aminoguanidina (AG), 1400W,
glutamina e alanil-glutamina foram diluídas em solução salina 0,9%.
2.3 Protocolos experimentais
2.3.1 Mucosite oral induzida por 5-Fluorouracil (5-FU) em hamsters
3.1.1.1 Modelo experimental
Utilizou-se o modelo de mucosite oral experimental, desenvolvido por Sonis e
colaboradores (SONIS et al. 1990) e adaptado no Laboratório de Farmacologia da
Inflamação e do Câncer (LAFICA) do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, da
Faculdade de Medicina – UFC (LEITÃO et al., 2007; LIMA et al., 2005).
Os hamsters receberam doses de 60 e 40 mg/kg de 5-FU nos dias 1 e 2, por
via intraperitoneal (ip), respectivamente. No 4º dia foram feitas escoriações nas
mucosas jugais direitas dos animais, previamente anestesiadas com hidrato de cloral
(300 mg/kg), com o auxílio de uma agulha com ponta romba, como fator potenciador
para a mucosite, ou seja, conferindo um trauma mecânico (TM). As ranhuras foram
distribuídas em número de três no sentido horizontal e cruzadas por mais três, em
ambas as faces das mucosas (Figura 4).
Em função de estudos previamente realizados no LAFICA (LIMA et al., 2005),
o 10º dia foi escolhido como sendo ideal para o sacrifício, por ser o dia no qual foi
observado maior intensidade do processo inflamatório. Para a avaliação do efeito da
glutamina e alanil-glutamina na evolução da mucosite oral, o experimento foi
prolongado até o 14º dia para avaliar o efeito dessas substâncias no período de
recuperação.
30
Figura 4: Desenho esquemático do protocolo experimental de mucosite oral
Legenda: Os hamsters receberam doses de 60 e 40 mg/kg de 5-fluorouracil nos dias 1 e 2.
No 4º dia foram feitas escoriações nas mucosas jugais direitas dos animais, com o auxílio de
uma agulha com ponta romba, como fator potenciador para a mucosite, distribuídas em
número de três no sentido horizontal e cruzadas por mais três, em ambas as faces das
mucosas. No 10º ou 14º dias, as mucosas jugais foram fotografadas, removidas, divididas
em partes iguais para serem congeladas ou fixadas em formol e subseqüentes
processamentos para coloração pelo método H&E.
c
c
5-FU:
1º dia: 60 mg/kg (i.p.)
2º dia: 40 mg/kg (i.p.)
1 h
Salina 0,9% (oral)
Glutamina (100mM, oral)
ou
A
l-Glutamina
(
10mM
,
oral
)
Salina 0,9% (s.c)
1400W (1mg/kg; s.c.),
AG (5 ou 10 mg/kg; s.c.)
ou L-NAME
(5, 10 ou 20 mg/kg; s.c.)
4º dia:
escoriações
com agulha de
ponta romba
Formol 10% Freezer –70º C
10º dia: sacrifício
Análise histopatológica
Estudo imunohistoquímico
Mieloperoxidase
Atividade da NOSi
Dosagem de nitrito
Grupos GSH
Dosagem de
glutamina sérica
31
2.3.1.2 Grupos experimentais
Foram utilizados cento e trinta e dois hamsters durante o decorrer desse
estudo, sendo setenta e dois nos experimentos para avaliação do papel do óxido
nítrico na mucosite oral e sessenta para avaliação da glutamina e alanil-glutamina na
prevenção e cicatrização da mucosite oral experimental.
2.3.1.2.1 Grupos controles
Os grupos controles foram constituídos, cada um deles, por, no mínimo, seis
hamsters. Esses grupos consistem de:
animais que não foram submetidos à mucosite oral experimental
(Normal).
Esse grupo recebeu injeções de solução salina a 0,9% (0,5 ml),
administradas por via subcutânea (sc), nos experimentos para
avaliação do papel do óxido nítrico ou, por via oral, nos
experimentos para avaliação do efeito da glutamina e alanil-
glutamina, 1 hora antes de cada injeção intraperitoneal (i.p.) de
solução salina (no lugar de 5-FU) e, diariamente, até o
sacrifício, no 10º ou 14º dias.
animais submetidos à mucosite experimental por 5-FU e
escoriações nas mucosas jugais no 4º dia (Salina).
Esse grupo recebeu 5-FU (60 e 40 mg/kg; i.p.), nos 1º e 2º dias
e foi submetido ao trauma mecânico na mucosa jugal, no 4º
dia. Recebeu ainda, administração de solução salina 0,9%, por
via subcutânea, nos experimentos para avaliação do papel do
óxido nítrico, ou por via oral, nos experimentos para avaliação
do efeito da glutamina e alanil-glutamina, 1 hora antes de cada
injeção de 5-FU e do trauma mecânico e, diariamente, até o
sacrifício, no 10º ou 14º dias.
32
animais submetidos apenas as escoriações nas mucosas jugais
(trauma mecânico) no 4º dia de experimento (TM) .
Esse grupo foi submetido apenas ao trauma mecânico (TM) na
mucosa jugal, no 4° dia. Não recebeu administração de 5-FU,
mas de solução salina 0,9%, por via subcutânea, nos
experimentos para avaliação do papel do óxido nítrico, ou por
via oral, nos experimentos para avaliação do efeito da
glutamina e alanil-glutamina, diariamente, até o sacrifício, no
10º ou 14º dias.
2.3.1.2.2 Grupo tratado com L-NAME
Os animais, submetidos à mucosite oral por 5-fluorouracil, foram subdivididos
em 3 grupos de seis hamsters cada, os quais receberam L-NAME, nas doses de 5,
10 e 20 mg/kg, respectivamente, administradas por via subcutânea, 1 hora antes de
cada injeção de 5-FU ou das escoriações (TM) e diariamente durante dez dias.
2.3.1.2.3 Grupo tratado com aminoguanidina
Os animais, submetidos à mucosite oral por 5-fluorouracil, foram subdivididos
em 2 grupos de seis hamsters cada, os quais receberam aminoguanidina, nas doses
de 5 e 10 mg/kg, administradas por via subcutânea, 1 hora antes de cada injeção de
5-FU ou das escoriações (TM) e, diariamente, durante dez dias.
2.3.1.2.4 Grupo tratado com 1400W
O
O
g
g
r
r
u
u
p
p
o
o
d
d
e
e
s
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z
z
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a
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s
.
.
33
2.3.1.2.5 Grupo tratado com alanil-glutamina
O grupo de seis animais, submetidos à mucosite oral por 5-fluorouracil,
recebeu solução oral de alanil-glutamina 100mM, 1 hora antes de cada injeção de
5-FU ou das escoriações (TM) e, diariamente, durante dez ou quatorze dias.
2.3.1.2.6 Grupo tratado com glutamina
O grupo de seis animais, submetidos à mucosite oral por 5-fluorouracil,
recebeu solução oral de glutamina 100mM, 1 hora antes de cada injeção de 5-FU
ou das escoriações (TM) e, diariamente, durante dez ou quatorze dias.
2.3.1.3 Parâmetros avaliados tanto para o estudo do papel do óxido nítrico,
quanto para o estudo do efeito da alanil-glutamina e glutamina na mucosite oral
induzida por 5-FU
2.3.1.3.1 Análise macroscópica das mucosas jugais
No 10º ou 14º dia, os animais foram sacrificados e suas mucosas jugais foram
fotografadas antes de serem removidas. Para a análise macroscópica foram
avaliados a presença e intensidade de eritema, hiperemia, hemorragia, úlceras e
abscessos, classificados de acordo como os escores citados a seguir:
Escore 0: hiperemia e eritema ausentes ou discretos; hemorragia ausente;
ausência de úlceras e de abscessos.
Escore 1: hiperemia e eritema moderados; hemorragia ausente; ausência de
úlceras; ausência de abscessos; presença de tecido cicatricial.
Escore 2: hiperemia e eritema acentuados; presença de hemorragia, presença de
úlceras pequenas, de até 1 cm de diâmetro, presença de maior área cicatricial e
ausência de abscessos.
34
Escore 3: hiperemia e eritema acentuados; presença de hemorragia, de úlceras
extensas e abscessos.
2.3.1.3.2 Análise histopatológica das mucosas jugais
Os estudos histológicos das mucosas jugais foram realizados em cortes
seriados de 4 µm de espessura, ao microscópio óptico (x 40). No 10º ou 14º dia, os
animais foram sacrificados e suas mucosas, após serem fotografadas, foram
removidas e divididas, onde uma parte foi fixada em solução tamponada de
formaldeído a 10% por 24 horas, e a outra, congelada. Para análise microscópica
foram avaliados aspectos inflamatórios como presença e intensidade do infiltrado
celular, dilatação e ingurgitamento vasculares, hemorragia, edema, úlceras e
abscessos, classificados de acordo com os escores padronizados em nosso
laboratório, citados a seguir:
Escore 0: epitélio e tecido conjuntivo sem vasodilatação; infiltrado celular ausente
ou discreto; ausência de hemorragia, de edema, de úlceras e abscessos.
Escore 1: ingurgitamento vascular discreto; áreas de reepitelização; infiltrado
celular discreto, com maior número de leucócitos mononucleares, ausência de
hemorragia, de edema, de úlceras e abscessos.
Escore 2: ingurgitamento vascular moderado; degeneração hidrópica epitelial
(vacuolização); infiltrado celular moderado, com predomínio de leucócitos
polimorfonucleares; presença de áreas hemorrágicas, de edema e de eventuais
úlceras pequenas; ausência de abscessos.
Escore 3: ingurgitamento vascular acentuado; vasodilatação acentuada; infiltrado
celular acentuado, com maior número de leucócitos polimorfonucleares; presença
de áreas hemorrágicas, de edema, de abscessos e úlceras extensas.
35
2.3.1.3.3 Dosagem da mieloperoxidase
Mieloperoxidase (MPO) é uma enzima presente nos grânulos azurófilos dos
neutrófilos e tem sido utilizada como um marcador quantitativo da infiltração de
neutrófilos nos processos inflamatórios em vários tecidos, cuja presença foi
determinada pelo método colorimétrico ELISA. As medidas de atividade da
mieloperoxidase foram realizadas a partir das mucosas jugais dos hamsters, usando
uma versão modificada do método descrito por Bradley e colaboradores (BRADLEY
et al., 1982). No 10º ou 14º dia, os animais foram sacrificados e suas mucosas, após
serem fotografadas, foram removidas, pesadas e congeladas em freezer a 70ºC
negativos até a realização do ensaio. Durante a determinação, as amostras foram
incubadas em solução de HTAB 0.5% (Brometo de hexadeciltrimetilamonio) na
proporção de 50 mg de tecido por mL. Em seguida, foram homogeneizadas e
centrifugadas (1500g/15min./4ºC), sob condições adequadas de refrigeração. Os
sobrenadantes foram transferidos para eppendorfs e novamente centrifugados (10
min.) para a melhor remoção de contaminantes. Após plaquetamento de 7µL do
sobrenadante, em duplicata, (placas de 96 wells), 200µL da solução de leitura (5 mg
de O-dianisidine; 15µL H
2
O
2
1%, 3 mL de NaPO
4
buffer; 27 mL de H
2
O
2
destilada)
foram adicionados aos poços e foi realizada a leitura a 460nm (t
0
=0 min. e t
1
= 1
min.). A mudança na absorbância foi obtida, plotada em curva padrão de neutrófilos
e os valores obtidos foram expressos como neutrófilos/mg de tecido (atividade de
MPO)
2.3.1.3.4 Imunohistoquímica pelo método de TUNEL (TdT- mediated dUTP Nick
end-labeling)
No 10º ou 14º dia, os animais foram sacrificados e suas mucosas, após
serem fotografadas, foram removidas e divididas, onde uma parte foi fixada em
solução tamponada de formaldeído a 10%, a fim de serem devidamente
processadas para inclusão, microtomia (4µm) e montagem em lâminas cobertas de
L-polilisina, apropriadas para a realização de imunohistoquímica. Utilizou-se para a
detecção de células TUNEL positivas, como indicativo de apoptose, o kit ApopTag
R
S 7100. Os cortes histológicos foram desparafinizados com xilol e reidratados com
concentrações decrescentes de álcool (absoluto, 95% e 70%). Em seguida, lavados
36
com solução tampão fosfato (PBS) e incubados em temperatura ambiente com
proteinase K por 15 minutos, a fim de promover a recuperação antigênica. Depois de
lavado com água destilada, o material foi tratado com peróxido de hidrogênio 3%
(v/v) em PBS durante 15 minutos, para bloquear a peroxidase endógena. Seguiu-se
nova lavagem com PBS e incubação com o Equlibration Buffer por 10s e,
imediatamente depois, com a enzima TDT (desoxinucleotidil transferase) associada
aos nucleotídios marcados com digoxigenina (reaction buffer), os quais se ligam às
hidroxilas livres do DNA fragmentado das células apoptóticas. O controle negativo
não recebeu a enzima. Após incubação em estufa a 37º por 1 h, a reação foi
bloqueada pela solução stop e as lâminas lavadas em PBS. Seguiu-se a adição do
conjugado antidigoxigenina e nova incubação à temperatura ambiente por 30
minutos. Após nova lavagem com PBS, seguiu-se a coloração com o cromógeno 3,3
diaminobenzidina (DAB), seguida por contra-coloração com methyl green. Por fim,
foi feita nova lavagem com água destilada, imersão em N-butanol 100% e xilol e, em
seguida, montagem das lâminas.
2. 3.1.4 Parâmetros avaliados no estudo do papel do óxido nítrico na mucosite
oral experimental.
2.3.1.4.1 Determinação da atividade da nítrico óxido sintase (NOS)
As medidas de atividade da NOS, foram realizadas a partir das mucosas
jugais dos hamsters, utilizando método previamente descrito (GOMES et al., 2004).
No 10º dia, os animais foram sacrificados e suas mucosas, após serem fotografadas,
foram removidas e mantidas em freezer a -70º C até serem enviadas para Ribeirão
Preto para a realização do ensaio, devidamente refrigeradas em gelo seco. As
amostras homogeneizadas (Politron- PT 3100) em 0,2 mL de tampão de extração
pH=7 (320mM sucrose; 50 mM Tris; 1 mM EDTA; 1mM DTT; 10µg/mL leupeptina;
10µg/mL soybean tripsin inhibitor; 2µg/mL aprotinina; 2mM PMSF) e centrifugados
(10.000 rpm/20min/4ºC). A seguir, 40 µL de cada sobrenadante foram incubados
com 100 µL do tampão de ensaio pH 7,4 (50mM KH
2
PO
4
; 1,2mM MgCl
2
.6H
2
O;
0,25mM CaCl
2
; 0,12mM β-NADPH; 60 mM L-valina; 1 mM L-citrulina; 50µM BH
4
;
4µM FAD; 1mM DTT) por 1 hora. As amostras foram preparadas em triplicata. Tubo
1: sem inibidores de NOS; Tubo 2: L-NAME (inibidor não específico de NOS) e
37
aminoguanidina (inibidor específico de NOSi); Tubo 3: EGTA (quelante de cálcio
para as isoformas constitutivas). L-arginina-
14
C (270µCi/mmol) foi adicionada à
razão de 100 µL para cada 1,0 mL de tampão de ensaio. Como controles do ensaio,
quatro grupos foram preparados: 1) tubo para avaliar o background (este tubo não
continha amostra); 2) tubo para quantificar o total de com – contas por minuto (neste
tubo não foi adicionado o Dowex e tampouco as amostras); 3) tubo com 2x 10
6
macrófagos ativados com LPS e IFN-γ controle NOS induzida) e 4) tubo com
homogenato de cerebelo (controle NOS neuronal). Em seguida, 1 mL de resina
Dowex AG-50X8 sódica
(1:1 em água, pH 6,0) foi adicionado aos tubos de ensaio,
homogeneizados e centrifugados (10.000 rpm/10min/4ºC). Foram colocados 400 µL
do sobrenadante destes tubos em 3 mL de líquido de cintilação e após agitação, a
radioatividade foi quantificada por contador beta por 1 minuto para cada tubo.
Também foi realizada a quantificação das proteínas totais de cada amostra pelo
método de Comassie Blue (Comassie Blue Reagent; Pierce Chemical, Rockford, IL).
Os resultados foram expressos como pmol de citrulina/hora/mg de proteína. A
atividade da sintase de NO (NOS total) foi determinada pela diferença entre o valor
obtido da cpm dos tubos com os inibidores aminoguanidina + L-NAME da cpm dos
tubos sem inibidores.
B. Dosageme nitrito
2.3.1.4.2 Dosagem de nitrito
No 10º dia, os animais foram sacrificados e suas mucosas, após serem
fotografadas, foram removidas e congeladas em freezer a 70ºC negativos até a
realização do ensaio. A dosagem de nitrito foi obtida como um indicador da
produção de óxido nítrico, através da determinação do conteúdo total de
nitrito/nitrato (
NO
2
-
/ NO
3
-
) na mucosa jugal através da concentração total nas
amostras, determinada espectrofotometricamente pela reação de Griess (CHEN et
al., 2000). Inicialmente, 200 mg de tecido da mucosa jugal foram homogeneizados
em 2 mL de uma solução gelada de cloreto de potássio (KCL) a 1,15% (homogenato
a 10%). O homogenato foi centrifugado por 15 minutos a 14.000 rpm. O nível total
de NO
2
-
/ NO
3
-
foi determinado com NO
3
-
das amostras (0,04 mL) convertido em NO
2
-
pela incubação em um solução de 0,04 mL de nitrato redutase, NADPH, KH
2
PO
4
e
água destilada “overnight”. Após plaquetamento de 80 µL de cada amostra, em
38
duplicata (placas de 96 poços), uma série de diluições da curva-padrão de referência
de NO
2
(640 µM, 320 µM, 160 µM, 80 µM, 40 µM, 20 µM, 10 µM, 5 µM, 2,5 µM, 1,25
µM e 0,625 µM) foi preparada. A seguir, foram adicionados 80 µL da solução de
Griess (2% de sufanilamida, ácido fosfórico 5%, NEED e água destilada) em cada
poço. A coloração púrpura/magenta aparece imediatamente e é medida em leitor de
placas com filtro de 540 nm. Os valores obtidos para as amostras experimentais
foram comparados com os obtidos para curva padrão.
2.3.1.4.3 Imunohistoquímica para detecção da enzima (NOSi)
Imunohistoquímica para NOSi foi realizada utilizando método de
estreptavidina-biotina-peroxidase (HSU; RAINE, 1981). No 10° dia, os animais
foram sacrificados e tiveram suas mucosas jugais removidas e fixadas em formol
10% por 24 h para confecção de lâminas apropriadas para imunohistoquímica. Os
cortes foram desparafinizados, hidratados em xilol e álcool e imersos em tampão
citrato 0,1 M (pH 6,0), sob aquecimento em forno de microondas, por 15 minutos
para a recuperação antigênica. Após o resfriamento, obtido em temperatura
ambiente durante 20 minutos, foram feitas lavagens com solução tamponada de
fosfato (PBS), intercaladas com o bloqueio da peroxidase endógena com solução de
H
2
O
2
a 3% (15 minutos). Os cortes foram incubados “overnight” (4
o
C) com anticorpo
primário de coelho anti-NOSi diluído 1:200 em PBS com albumina sérica bovina 5%
(PBS-BSA). Após a lavagem do dia seguinte, foi feita a incubação com o anticorpo
secundário (de detecção) biotinilado anti-IgG de coelho, diluído 1:200 em PBS-BSA,
por 30 minutos. Depois de lavado, os cortes foram incubados com o complexo
estrepto-avidina peroxidase conjugada (complexo ABC Vectastain®) por 30 minutos.
Após nova lavagem com PBS, seguiu-se coloração com o cromógeno
3,3`diaminobenzidine-peróxido (DAB), seguida por contra-coloração com
hematoxilina de Mayer. Por fim, realizou-se a desidratação das amostras e
montagem das lâminas. Controles negativos foram processados simultaneamente
como descrito acima, sendo que o anticorpo primário foi substituído por PBS-BSA
5%.
39
2.3.1.4.4 Avaliação da taxa de salivação não estimulada
Os animais submetidos à mucosite oral induzida por 5-FU que receberam
administração diária de salina 0,9% (Salina) ou 1400W (1 mg/kg), assim como o
grupo controle normal, foram anestesiados com hidrato de cloral no 4º e 10º dias de
experimento para avaliação da taxa de salivação. Para tal, a saliva pré-existente nas
cavidades bucais foi retirada por bolinhas de algodão, posicionadas no assoalho
bucal. Em seguida, cones de papel de filtro para uso em endodontia (TANARI
Industrial LTDA, Brasil) foram pesados e posicionados bilateralmente no assoalho
bucal para absorção da saliva secretada durante 5 minutos. Após esse período, os
cones foram retirados e novamente pesados. A produção salivar durante 5 min.
resulta da diferença entre as duas pesagens.
2.3.1.5 Parâmetros avaliados no estudo do efeito da glutamina e alanil-glutamina
na mucosite oral experimental
2.3.1.5.1 Deteminação da concentração plasmática de glutamina
Imediatamente antes do sacrifício, no 10° dia, coletou-se sangue através de
punção cardíaca em hamsters anestesiados com hidrato de cloral. As amostras
foram centrifugadas a 3.000 rpm, por 15 minutos a 4º C. O plasma obtido de cada
amostra foi congelado em freezer a 70ºC negativos até serem encaminhadas, em
gelo seco, ao laboratório Clementino Fraga para a realização do ensaio com
cromatografia líquida (HPLC) com detecção ultravioleta, seguindo método
previamente descrito (BIDLIGMEYER et al., 1984).
2.3.1.5.2 Determinação de grupos sulfidrílicos não protéicos nas mucosas jugais
No 5º ou 10º dia, os animais foram sacrificados e suas mucosas, após serem
fotografadas, foram removidas, pesadas e mantidas em freezer a 70º C negativos
até a realização do ensaio, seguindo protocolo previamente descrito (SEDLAK;
LINDSAY, 1968) para a dosagem de grupos sulfidrílicos não protéicos,
representados principalmente pela glutationa. Durante a determinação, as amostras
40
foram trituradas em homogeneizador Politron Ultra-Turrax em 1 mL de EDTA 0.02M
para cada 100 mg de tecido, sob condições adequadas de refrigeração. Alíquotas de
400 µL do homogenato foram adicionadas a 320 µL de água destilada e 80 µL de
ácido tricloracético 50% (TCA) para a precipitação de proteínas. Os tubos foram
centrifugados (3000rpm/15minutos/4ºC) e alíquotas de 400 µL do sobrenadante
foram adicionadas a 800 µL de tampão Tris 0,4 M, pH 8,9 e 20 µL de DTNB e
agitados por 3 minutos no agitador de tubos, imediatamente antes da leitura em
aparelho de ELISA , com absorbância de 412 nm. A quantidade de grupos
sulfidrílicos não protéicos nas mucosas jugais foi descrita como µg/mg de tecido.
2.3.2 Mucosite intestinal induzida por metotrexato em ratos
2.3.2.1 Modelo de mucosite intestinal
Utilizou-se o modelo de mucosite intestinal experimental descrito por
Vanderhoof (VANDERHOOF et al., 1990), e adaptado no Laboratório de
Farmacologia da Inflamação e do Câncer (LAFICA) do Departamento de Fisiologia e
Farmacologia, da Faculdade de Medicina – UFC (CARNEIRO-FILHO et al., 2004).
Os ratos receberam três doses de 2,5 mg/kg de metotrexato nos dias 1, 2 e 3,
via subcutânea (s.c.). Em função de dados prévios obtidos no LAFICA (CARNEIRO-
FILHO et al., 2004) foi escolhido o 5º dia para o sacrifício, no qual foi observado
maior intensidade do processo inflamatório e, portanto, ideal para se proceder às
modulações farmacológicas com L-NAME e aminoguanidina (Figura 5).
41
Figura 5 - Desenho esquemático do protocolo experimental da mucosite intestinal
ratos ou camundongos
Legenda:
Os animais receberam três injeções 2,5 mg/kg de metotrexato nos dias 1, 2 e 3,
respectivamente. No 5º dia, os mesmos foram mortos e tiveram segmentos de duodeno,
jejuno e íleo removidos, divididos em partes iguais para serem congeladas ou fixados em
formol e subseqüentes processamentos para coloração H&E.
2.3.2.2 Grupos experimentais
Foram utilizados cento e oito ratos durante todo o decorrer desse estudo,
distribuídos nos diversos grupos experimentais descriminados a seguir:
MUCOSITE INTESTINAL EXPERIMENTAL
MUCOSITE INTESTINAL EXPERIMENTAL
Injeções de MTX (sc)
Dias 1, 2 e 3: 2,5 mg/kg
Segmentos de
Duodeno, Jejuno e Íleo
Sacrifício
Dia 5
Formol 10%
24 hs
C
t
.
1
C
t
.
2
C
t
3
C
t
4
C
V
Análise
Morfométrica
(Baseado em
Vanderhoof et al., 1990)
42
2.3.2.2.1 Grupos controles
Os grupos controles foram constituídos, cada um deles, por, no mínimo, seis
ratos. Esses grupos consistem de:
2.4 animais que não foram submetidos à mucosite intestinal por MTX .
Esse grupo recebeu injeções de salina 0,9%, via subcutânea (s.c)
e intraperitoneal (i.p), diariamente, durante 5 dias (Normal).
2.5 animais que receberam MTX nos 3 primeiros dias. Esse grupo
recebeu injeções de salina a 0.9% (i.p.) 1 hora antes de cada
injeção de metotrexato e diariamente até o sacrifício, no 5° dia
(Salina).
2.3.2.2.2 Grupo tratado com L-NAME
Os animais submetidos à mucosite intestinal por metotrexato receberam L-
NAME na dose de 20 mg/kg, a cada vinte e quatro horas por via intra-peritoneal, até
o 5º dia.
2.3.2.2.3 Grupo tratado com L-NAME e L-arginina
Os animais, submetidos à mucosite intestinal por metotrexato receberam L-
NAME na dose de 20 mg/kg, seguida pela administração imediata de L-arginina, na
dose de 300 mg/kg, a cada 24 horas, ambas administradas por via intra-peritoneal,
até o 5º dia.
2.3.2.2.4 Grupo tratado com aminoguanidina
Os animais, submetidos à mucosite intestinal por metotrexato receberam
aminoguanidina, na dose de 10 mg/kg, a cada vinte e quatro horas, administrada por
via intra-peritoneal, até o 5º dia.
43
2.3.2.3 Parâmetros avaliados
2.3.2.3.1 Análise morfométrica
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BB
No 5º dia, os animais foram sacrificados e segmentos de jejuno foram
removidos. As amostras foram, então, fixadas em solução tamponada de
formaldeído a 10%, durante 24 horas e, subseqüentemente, processadas em
parafina. Cortes (4 µm) seriados foram feitos em lâminas adequadas, cobertas com
L-polilisina.
As técnicas já foram descritas anteriormente, como parte dos parâmetros
avaliados no estudo do papel do óxido nítrico na mucosite ora experimental.
2.3.2.3.3 Avaliação da expressão de NOSi por Western Blot
Os animais foram sacrificados no 5º dia por deslocamento cervical e
segmentos de jejuno foram removidos e mantidos em freezer a -70º C até o ensaio.
44
As amostras foram submetidas à sonicação com solução de lise celular (Trinton X-
100 1% e Nonidet P-40 0.2%) e EDTA (2mM), sendo transferidas posteriormente
para tubos testes contendo inibidor de protease e centrifugadas a 14000 rpm a 4ºC.
A concentração protéica do sobrenadante foi determinada pelo ensaio de BCA –
bicinchoninic acid (Pierce), em tubos eppendorf, com leitura em espectrofotômetro
(absorbância de 562nm). Padronizou-se a quantidade de proteina para 50µg, de
acordo com uma curva padrão para proteína. Os lisados foram congelados a –70º C
até a análise. Em seguida, foi feito a separação eletroforética (Bio Rad mini-gel) das
amostras após desnaturação (por meio de ebolição) em gel de poliacrilamida 12,5%
(SDS- Page), com o marcador de proteina (Invitrogen). O gel foi, então, transferido
para uma membrana de nitrocelulose overnight em aparelho de transferência 36v
(Bio Rad mini-transfercell) a 4º C. No dia seguinte, a membrana de celulose foi
bloqueada com leite desnatado por 1 hora, a fim de bloquear outras proteases,
seguida de incubação com anticorpo primário durante 1 hora e meia, diluição 1:500
em BSA 5%. Após lavagens com tampão contendo TRIS, glicina, Tween 20 e água
destilada, foi feito incubação com anticorpo secundário, diluído 1:500 em leite
desnatado, durante 1 hora e meia, em plataforma oscilante. Depois de lavar com o
tampão de lavagem, foi feita a revelação da membrana de nitrocelulose pela técnica
de ECL, em filme de raio-X (Kodak X-Omat), em sala escura. Em seguida, foi feito a
leitura e o diagnóstico das bandas.
2.4 Análise estatística
Os dados foram expressos como Média ± erro padrão (Média ± epm) ou
mediana, acompanhada de valores extremos, de acordo com o parâmetro avaliado.
Para comparações entre os grupos foram utilizados Análise de Variância (ANONA) e
teste de Bonferroni, para comparar médias, e teste de Kruskal-Wallis e Dunn´s, para
medianas. Em todas as situações, foi adotado o nível de significância p<0,05.
45
3 RESULTADOS
3.1 Efeito do óxido nítrico na mucosite oral induzida por 5-fluorouracil
3.1.1. Efeito dos inibidores de NOS, L-NAME, AG e 1400W sobre as mucosas
jugais de hamsters submetidos à mucosite oral induzida por 5-FU.
3.1.1.1 Análise Macroscópica
A análise macroscópica das mucosas jugais do grupo de animais submetidos
a mucosite oral por 5-FU que receberam apenas solução salina (Salina), no 10
o
dia,
constatou presença de hiperemia e eritema acentuados, hemorragia, úlceras
extensas e abscessos, recebendo escore e variação 3(2-3) (Figura
1
6C; Tabelas 1 e
2), significativamente diferente do grupo controle normal (Normal), cujo escore e
variação foram 0(0-0) (Figura. 6A; Tabelas 1 e 2) ou dos animais submetidos apenas
ao trauma mecânico (TM), com escore e variação 0.5(0-1) (Tabelas 1 e 2).
O tratamento dos animais submetidos à mucosite oral com os inibidores da
NOS, AG (10 mg/kg) ou 1400W (1 mg/kg) preveniu, de forma significativa, os danos
à mucosa oral causados pela administração de 5-FU. A análise macroscópica das
mucosas jugais desses animais constatou redução de eritema e ausência de
ulcerações e abscessos, observados no 10º dia de experimento (Figura 6E e 6G;
Tabela 1). AG, na dose de 5 mg/kg (Tabela 1), assim como o inibidor não seletivo da
NOS, L-NAME, em todas as doses utilizadas (Tabela 2), não foram capazes de
prevenir, de forma significativa, as lesões induzidas pela mucosite oral experimental.
3.1.1.2 Análise Microscópica
A análise histopatológica das mucosas jugais do grupo não tratado (Salina)
revelou acentuada vasodilatação, infiltrado celular intenso, com predominância de
neutrólifos, hemorragia, edema e úlceras extensas (Figura 6D), recebendo escore e
variação 3(1-3) (Tabela 1), significativamente diferentes aos atribuídos ao grupo
1
Para uma melhor compreensão desta seção, a Figura 6 foi dividida em 8 partes, e cada uma delas foi
identificada seqüencialmente com as letras A a H, sendo citadas no texto da seguinte forma: Figura 6A; Figura
6B................;Figura 6H.
46
submetido apenas ao trauma mecânico (TM; Tabela 1 e 2) e também ao grupo
controle normal (Normal; Figura 6B; Tabelas 1 e 2).
O tratamento com AG (Figura 6F; Tabela 1) ou 1400W (Figura6H; Tabela 1)
reduziu, de forma significativa (p<0.05), a infiltração de células inflamatórias,
presença de edema e hemorragia e preveniu a formação de úlceras e abscessos
(Tabela 1). Observou-se ainda, nas mucosas jugais de animais tratados com esses
inibidores, áreas de reepitelização (Figura 6).
47
Figura 6 - Aspectos macroscópicos e microscópicos de mucosas jugais de hamsters
normais (A e B) ou submetidos a mucosite oral induzida por 5-Fluorouracil e trauma
mecânico e que foram tratados com salina (C e D), aminoguanidina (E e F) ou N-(3-
(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; G e H):
A
HG
F E
DC
B
48
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-FU e
de trauma mecânico com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas jugais.
Os animais receberam aminoguanidina (10 mg/kg; s.c), 1400W (1mg/kg; s.c) ou 0,5
ml de solução salina 0,9% uma hora antes de cada injeção de 5-FU ou do trauma
mecânico e, diariamente, durante 10 dias, quando então, foram sacrificados e
devidamente fotografados. Amostras foram removidas, fixadas em formol a 10% e
processadas para coloração H&E (x40).
Tabela 1 - Escores das análises macroscópicas e microscópicas da mucosa jugal
dos hamsters submetidos a mucosite oral experimental e tratados com
aminoguanidina (AG) e N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W)
5-FU
AG 1400W
Grupos Experimentais NORMAL TM SALINA 5mg/kg 10mg/kg 1mg/kg
Análise macroscópica 0 (0-0) 0.5 (0-1) 3 (2-3)* 3 (1-3)* 2 (1-3)*
,
** 1 (1-3)*
,
**
Análise microscópica 0 (0-0) 0.5 (0-1) 3 (1-3)* 3(1-3)* 1.5 (1-3)*
,
** 1 (1-3)*
,
**
___________________________________________________________________
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-fluorouracil (5-
FU) e de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas
jugais. Os animais receberam aminoguanidina (AG; 5 e 10 mg/kg; sc), 1400W (1 mg/kg; sc)
ou 0,5 ml de solução salina 0,9% (Salina) uma hora antes de cada injeção de 5-FU ou do
trauma mecânico e, diariamente, durante 10 dias. Os dados representam mediana e
variação de pelo menos 6 hamsters, dos seguintes parâmetros analisados: dilatação e
ingurgitamento vasculares; intensidade de infiltrado celular; presença de áreas
hemorrágicas; de edema, de abscessos e de úlceras, para análise histopatológica e
presença e intensidade de eritema, de hiperemia, de hemorragia, de úlceras e de
49
abscessos, para análise macroscópica. *p<0,05 representa diferenças estatísticas em
relação ao grupo controle normal (Normal); **p<0,05 representa diferenças estatísticas em
relação aos animais com mucosite oral não tratados, que constituem o grupo Salina
(Kruskal-Wallis e Dunn´s).
Tabela 2 - Escores das análises macroscópicas e microscópicas da mucosa jugal
dos hamsters submetidos a mucosite oral experimental e tratados com Nφ-Nitro-L-
arginina methyl ester (L-NAME)
5-FU
L-NAME (mg/Kg)
Grupos Experimentais
NORMAL
TM
SALINA
5 10 20
A
A
n
n
á
á
l
l
i
i
s
s
e
e
m
m
a
a
c
c
r
r
o
o
s
s
c
c
ó
ó
p
p
i
i
c
c
a
a
0
0
(
(
0
0
-
-
0
0
)
)
0
0
.
.
5
5
(
(
0
0
-
-
1
1
)
)
3
3
(
(
2
2
-
-
3
3
)
)
*
*
3
3
(
(
2
2
-
-
3
3
)
)
*
*
3
3
(
(
2
2
-
-
3
3
)
)
*
*
3
3
(
(
2
2
-
-
3
3
)
)
*
*
A
A
n
n
á
á
l
l
i
i
s
s
e
e
m
m
i
i
c
c
r
r
o
o
s
s
c
c
ó
ó
p
p
i
i
c
c
a
a
0
0
(
(
0
0
-
-
0
0
)
)
0
0
.
.
5
5
(
(
0
0
-
-
1
1
)
)
3
3
(
(
1
1
-
-
3
3
)
)
*
*
3
3
(
(
1
1
-
-
3
3
)
)
*
*
3
3
(
(
2
2
-
-
3
3
)
)
*
*
2
2
,
,
5
5
(
(
2
2
-
-
3
3
)
)
*
*
___________________________________________________________________
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-fluorouracil e
de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas jugais. Os
animais receberam L-NAME (5, 10 ou 20 mg/kg-s.c) ou 0,5 ml de solução salina 0,9%
(Salina) uma hora antes de cada injeção de 5-fluorouracil ou do trauma mecânico e,
diariamente, durante 10 dias. Os dados representam mediana e variação de pelo menos 6
hamsters, dos seguintes parâmetros analisados: dilatação e ingurgitamento vasculares;
intensidade de infiltrado celular; presença de áreas hemorrágicas; de edema, de abscessos
e de úlceras, para análise histopatológica e presença e intensidade de eritema, de
hiperemia, de hemorragia, de úlceras e de abscessos, para análise macroscópica. *p<0,05
representa diferenças estatísticas em relação ao grupo controle normal (Normal) (Kruskal-
Wallis e Dunn´s).
50
3.1.2 Efeito do L-NAME, aminoguanidina e 1400W sobre a atividade de
mieloperoxidase nas mucosas jugais de hamsters submetidos à mucosite oral
experimental
A atividade da enzima mieloperoxidase nas mucosas jugais do grupo de
hamsters submetidos à mucosite oral induzida por 5-FU (Salina), encontra-se
significativamente aumentada (p<0,05), no 10° dia de experimento, em comparação
ao grupo controle normal (Normal) ou ao grupo submetido apenas ao trauma
mecânico (TM). O tratamento com aminoguanidina (10 mg/kg) ou 1400W (1 mg/kg),
reduziu, de forma significativa, a atividade dessa enzima, quando comparados ao
grupo salina, restaurando esse parâmetro aos níveis encontrados nos grupos normal
e TM. Foi observado ainda, aumento significativo da atividade de mieloperoxidase
nas mucosas jugais de animais submetidos à mucosite oral experimental e tratados
com L-NAME (20 mg/Kg) (Figura 7).
3.1.3. Efeito 5-fluorouracil sobre a atividade da NOS na mucosas jugal de hamsters
submetidos à mucosite oral experimental
A administração de 5-FU, seguida por trauma mecânico resultou no aumento
significativo (p<0,05) da atividade da NOS, no 10º dia de experimento, nas mucosas
jugais dos animais que receberam solução fisiológica a 0,9% (Salina), quando
comparado ao grupo controle normal (Figura 8).
3.1.4. Efeito do 1400W sobre a dosagem de nitrito das mucosas jugais de hamsters
submetidos a mucosite oral por 5-FU
Os níveis de nitrito encontrados nas mucosas jugais de animais submetidos a 10
dias de mucosite oral induzida por 5-FU (Salina), encontram-se significativamente
aumentados (p<0,05), em comparação ao grupo controle normal (Normal) ou ao
grupo submetido apenas ao trauma mecânico (TM). A administração diária de
1400W (1 mg/kg) preveniu, de forma significativa (p<0,05), o aumento dos níveis de
nitrito nas mucosas jugais de animais submetidos à mucosite oral experimental,
restaurando esse parâmetro aos níveis encontrados nos grupos controle normal e
TM (Figura 9)
51
Figura 7 - Efeito dos inibidores da NOS, Nφ-Nitro-L-arginina methyl ester (L-NM),
aminoguanidina (AG) e N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W) sobre as
medidas de atividade de mieloperoxidase observadas na mucosite oral em hamsters.
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-fluorouracil e
de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas jugais. Os
animais receberam injeções subcutâneas de 0,5 ml de salina, L-NAME (20 mg/kg), AG (10
mg/kg) ou 1400W (1 mg/kg), uma hora antes de cada injeção de 5-fluorouracil ou do trauma
mecânico (TM) e, diariamente, até o sacrifício, no 10° dia. Amostras de mucosa foram
coletadas e congeladas em freezer -70
o
C. As barras representam Média ± EPM da
quantidade de MPO x 10
6
/grama de mucosa jugal. *p<0,05 representa diferenças
estatísticas em relação aos animais normais (Normal). **p<0,05 representa diferença
estatísticas em relação aos animais submetidos a mucosite experimental que receberam
salina (Salina). O número de animais utilizados foi, no mínimo, seis (Anova; Bonferroni).
Normal TM Salina L-NM AG 1400W
0
5
10
15
*
*
**
**
**
5-FU
MPOx10
6
/g de mucosa
jugal
52
Figura 8 - Efeito do 5-fluorouracil (5-FU) sobre a atividade da nítrico óxido sintase
(NOS) nas mucosas jugais dos hamsters.
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil e de trauma mecânico com o auxílio de agulha de ponta romba nas
mucosas jugais. Os animais receberam injeções subcutâneas de 0,5 ml de salina
uma hora antes de cada injeção de 5-fluorouracil ou do trauma mecânico e,
diariamente, até o sacrifício, no 10º dia. Amostras de mucosa foram coletadas e
congeladas em freezer -70
o
C. As barras representam Média ± EPM da produção de
citrulina (pmol/15 min/mg de proteína) *p<0,05 representa diferenças estatísticas em
relação aos animais normais (Normal). O número de animais utilizados foi, no
mínimo, seis (Anova; Bonferroni).
53
Figura 9 - Efeito do N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W) sobre a
dosagem de nitrito nas mucosas jugais de hamsters submetidos a mucosite oral por
5-fluorouracil (5-FU).
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-FU e
de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas
jugais. Os animais receberam injeções subcutâneas de 0,5 ml de salina, ou 1400W
(1 mg/kg), uma hora antes de cada injeção de 5-FU ou do trauma mecânico (TM) e,
diariamente, até o sacrifício, no 10º dia. Amostras de mucosa foram coletadas e
congeladas em freezer -20
o
C. As barras representam Média ± EPM da quantidade
de NO
-
2
/NO
-
3
(µM) da mucosa jugal. *p<0,05 representa diferenças estatísticas em
relação aos animais normais (Normal). **p<0,05 representa diferença estatísticas em
relação aos animais submetidos a mucosite experimental que receberam salina
(Salina). O número de animais utilizados foi, no mínimo, seis (Anova; Bonferroni).
Normal TM Salina 1400W
0
30
60
90
120
**
*
5-FU
NO
-
2
/NO
-
3
(
µ
M)
54
3.1.5 Efeito da aminoguanidina e 1400W na marcação imunohistoquímica para
nitrico óxido sintase induzida (NOSi)
Observou-se marcação imunohistoquímica acentuada para enzima NOSi nas
células do tecido conjuntivo da mucosa jugal de hamster submetido à mucosite oral
experimental (Figura10C), em relação à marcação observada na mucosa de um
animal normal, não submetido à mucosite oral (Figura10B). O tratamento com AG
(10 mg/kg; Figura10D) ou 1400W (1 mg/kg; Figura10E), reduziu, consideravelmente,
a marcação imunohistoquímica para NOSi, quando comparado ao grupo submetido
à mucosite oral experimental que recebeu solução salina 0,9% (Salina). O controle
negativo (10A) representa uma amostra de mucosa jugal onde o anticorpo primário
foi substituido pelo PBS-BSA 5% e não mostra nenhuma marcação de NOSi.
3.1.6 Efeito da aminoguanidina e 1400W na marcação de células TUNEL positivas,
como indicativo de apoptose
Observou-se aumento claro de células TUNEL positivas nas células do tecido
conjuntivo e do epitélio da mucosa jugal de hamster submetido à mucosite oral
induzida por 5-FU e trauma mecânico (Figura
2
11C) quando comparada à mucosa
de um animal normal, não submetido à mucosite oral (Fig.ura11B). O tratamento
com AG (10 mg/kg; Figura 11D) ou 1400W (1 mg/kg; Figura 11E), reduziu a
marcação de células TUNEL positivas, sugerindo a diminuição de células em
apoptose, em relação ao grupo submetido à mucosite oral experimental que recebeu
solução salina (Salina; Figura 11). O controle negativo (Figura 11A) representa uma
amostra de mucosa jugal que não recebeu a enzima TdT que cataliza a adição dos
nucleotídeos do kit à terminação OH do DNA fragmentado, passo fundamental para
a marcação celular.
2
Para melhor compreensão desta seção, as Figuras de números 10 e 11 foram dividas em partes, cada uma delas
recebeu as numerações originais, acrescidas de uma letra do alfabeto romano, obedecendo a ordem seqüencial.
55
Figura 10 - Fotomicrografias de imunohistoquímica para NOSi de uma mucosa jugal
normal (B) ou com mucosite oral experimental recebendo solução salina (C),
aminoguanidina (AG; D), ou N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; E).
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil e de trauma mecânico com o auxílio de agulha de ponta romba nas
mucosas jugais. Os animais receberam injeções subcutâneas de 0,5 ml de salina,
aminoguanidina (10 mg/kg) ou 1400W (1 mg/kg), uma hora antes de cada injeção de
5-fluorouracil ou do trauma mecânico (TM) e, diariamente, até o sacrifício, no 10°
dia. Amostras de mucosa jugal coletadas, colocadas em formal a 10% e
processadas para a confecção de lâminas apropriadas para a técnica de
imunohistoquímica para detecção de NOSi (aumento de 400x). O controle negativo
(A) representa uma amostra de mucosa jugal onde o anticorpo primário foi
substituido pelo PBS-BSA 5% e não mostra nenhuma marcação de NOSi.
A
ED
C
B
56
Figura 11 - Fotomicrografias de lâminas de mucosas jugais processadas pelo
método de TUNEL, de um animal normal (B) ou com mucosite oral experimental
tratado com solução salina (C), aminoguanidina (AG; D), ou N-(3-
(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W; E).
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil (5-FU) e de trauma mecânico com o auxílio de agulha de ponta romba
nas mucosas jugais. Os animais receberam injeções subcutâneas de 0,5 ml de
salina, AG (10 mg/kg) ou 1400W (1 mg/kg), uma hora antes de cada injeção de 5-FU
ou do trauma mecânico e, diariamente, até o sacrifício, no 10º dia. Amostras da
mucosa jugal foram retiradas por ocasião dos sacrifícios realizados no 10º dia,
colocadas em formal a 10% e processadas para a confecção de lâminas apropriadas
para marcação de células TUNEL positivas (aumento de 400x). O controle negativo
(A) representa uma amostra de mucosa jugal que não recebeu a enzima TdT que
E
D
C
B
A
57
cataliza a adição dos nucleotídeos do kit à terminação OH do DNA fragmentado,
passo fundamental para a marcação celular.
3.1.7 Efeito do 1400W na produção salivar não estimulada de animais submetidos
à mucosite experimental
Observou-se redução significativa (p<0,05) da produção de saliva, no 4° dia
de experimento, no grupo de animais submetidos à mucosite oral experimental e que
recebeu solução fisiológica 0,9% (Salina), quando comparada ao grupo controle
normal (Normal). O tratamento dos animais submetidos à mucosite oral por 5-FU e
trauma mecânico com 1400W (1 mg/kg) preveniu, significativamente (p<0,05), a
diminuição da produção salivar, mantendo os mesmos níveis observados no grupo
controle normal (Normal; Figura
3
12A). No 10º dia de experimento, entretanto, não
foram observadas diferenças significativas entre os grupos: controle normal
(Normal), grupo submetido à mucosite oral experimental que recebeu salina 0,9%
(Salina) e grupo tratado com 1400W (Figura 12B).
3
Para melhor compreensão desta seção, a Figura 12 foi dividida em duas partes, cada uma delas foi identificada
sequencialmente com a letra A e B, sendo citadas no texto da seguinte forma: Figura 12A; Figura 12B
58
Figura 12 - Efeito do N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W) na produção
salivar não estimulada, no 4º (A) e 10º dias (B), de animais submetidos à mucosite
oral por 5-fluorouracil (5-FU) e trauma mecânico.
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-FU e de
trauma mecânico com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas jugais. Os animais
receberam injeções subcutâneas de 0,5 ml de salina ou 1400W (1 mg/kg), uma hora antes
de cada injeção de 5-FU ou do trauma mecânico e, diariamente, até 10º dia. No 4° e 10º
dias, após anestesia com hidrato de cloral e previa secagem da saliva pré-existente nas
cavidades bucais, cones de papel de filtro pesados previamente foram posicionados
bilateralmente no assoalho bucal para absorção da saliva secretada durante 5 minutos.
Após esse período, os cones foram novamente pesados. A produção de saliva durante 5
min resulta da diferença entre as duas pesagens. As barras representam Média ± EPM do
peso dos cones (g). *p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação aos animais
normais (Normal). **p<0,05 representa diferença estatísticas em relação aos animais
Normal Salina 1400W
0
2
4
6
8
*
**
5-FU
peso dos cones (g)
Normal Salina 1400W
0
2
4
6
8
5-F
U
peso dos cones (g)
A
B
59
submetidos a mucosite experimental que receberam salina (Salina). O número de animais
utilizados foi, no mínimo, seis (Anova; Bonferroni).
3.2 Efeito do óxido nítrico na mucosite intestinal induzida por metotrexato
(MTX)
3.2.1 Efeito dos inibidores da NOS, AG e L-NAME, sobre as alterações
morfométricas e histopatológicas observadas em animais submetidos à mucosite
intestinal induzida por metotrexato
Observa-se, no 5º dia de experimento, encurtamento significativo (p<0,05)
dos vilos em todos os segmentos intestinais (duodeno, jejuno e íleo) dos animais
submetidos à mucosite intestinal por metotrexato e que receberam salina 0,9%
(Salina), quando comparados às mucosas de ratos normais, não submetidos à
mucosite intestinal (Normal; Figura
4
13). Observou-se ainda, no jejuno dos animais
do grupo salina, vilos encurtados e recobertos por células vacuoladas e planas,
intenso infiltrado de células inflamatórias, células de músculo liso verticalmente
orientadas na lâmina própria (Figura
5
14C) e criptas necróticas com infiltrado
neutrofílico (Figura 14D). Esses achados inflamatórios não estão presentes no jejuno
do grupo controle normal (Figura 14A e 14B).
O tratamento com AG (10 mg/kg) e L-NAME (20 mg/kg) foram capazes de
prevenir, de forma significativa (p<0,05), mas parcial, o encurtamento dos vilos
causado pelo metotrexato nos segmentos de duodeno e jejuno. Apenas o tratamento
com AG, no entanto, preveniu significativamente (p<0,05) o encurtamento dos vilos
no íleo (Figura 13). Ambos, AG (Figura 14E e 14F) e L-NAME (Figura 14G e 14H)
reduziram as alterações observadas nos vilos dos três segmentos do intestino
delgado, assim como a necrose das criptas ocasionadas pela administração de
MTX, conforme pode-se observar nos segmentos representativos de jejuno (Figura
14).
4
Para melhor compreensão desta seção, a Figura 13 foi dividida em três partes, cada uma delas foram
identificadas seqüencialmente com as letras A; B e C, sendo citadas no texto da seguinte forma: Figura 13A;
Figura 13B e Figura 13C
5
A Figura 14 foi dividida em 8 partes, cada uma delas foram identificadas seqüencialmente com as letras A; B;
C; D; E; F; G e H, sendo citadas no texto da seguinte forma: Figura 13A........Figura13H.
60
A administração do substrato verdadeiro da NOS, L-arginina (300 mg/Kg; i.p.),
simultaneamente à injeção de L-NAME, não foi capaz de reverter os efeitos do L-
NAME em nenhum dos três segmentos do intestino delgado (Figura 13).
Normal Salina AG - L-arg
0
50
100
150
L-NAME
MT
X
*
*
**
**
**
Vilos (
µ
m)
Normal Salina AG - L-arg
0
50
100
150
200
MT
X
L-NAME
*
**
**
**
*
*
*
Vilos (
µ
m)
Normal Salina AG - L-arg
0
50
100
150
**
**
*
*
*
L-NAME
MTX
Vilos (
µ
m)
A
C
B
61
Figura 13 - Efeito da aminoguanidina (AG) e Nφ-Nitro-L-arginine methyl (L-NAME)
sobre a altura de vilos no duodeno (A), jejuno (B) e íleo (C) dos animais submetidos
a mucosite intestinal.
Legenda: A mucosite intestinal foi induzida por três injeções consecutivas de 2,5
mg/kg (s.c) de metotrexato, em ratos. Os animais receberam antes da administração
do quimioterápico, solução salina 0.9% (i.p.), AG (10 mg/kg; i.p.) ou L-NAME (20
mg/kg; i.p.) diariamente, até o sacrifício, no 5o dia. Segmentos de duodeno, jejuno e
íleo foram removidos e processados para a coloração pelo método H&E para análise
morfométrica. *p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação ao grupo
controle normal (Normal). **p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação ao
grupo salina. O número de ratos utilizados foi, no mínimo, seis. (Anova; Bonferroni).
62
A
B
C
D
F E
G
H
63
Figura 14 - Fotomicrografias de jejuno de ratos Wistar normais e de animais
submetidos à mucosite intestinal pelo metotrexato (MTX) que receberam salina,
aminoguanidina (AG) ou Nφ-Nitro-L-arginine methyl (L-NAME).
Legenda: A mucosite intestinal foi induzida por três injeções consecutivas de MTX
(2,5 mg/kg; s.c.). Os animais receberam solução salina 0.9% (i.p.), AG (10 mg/kg;
i.p.) ou L-NAME (20 mg/kg; i.p.) , 1 hora antes da administração do quimioterápico e
diariamente, até o sacrifício, no 5
o
dia. O jejuno de cada animal foi removido e
processado para a técnica de coloração pelo método H&E (aumento de 400x).
Fotomicrografias representativas de jejuno normal, mostrando a região de vilos (A) e
criptas (B); jejuno de um animal submetido à mucosite intestinal por MTX, mostrando
vilos encurtados e recobertos por células vacuoladas e achatadas, intenso infiltrado
de células inflamatórias, células de músculo liso verticalmente orientadas na lâmina
própria (C) e criptas necróticas com infiltrado neutrofílico (seta amarela; D). A
administração sistêmica de aminoguanidina (E e F) e Nφ-Nitro-L-arginine methyl (L-
NAME; G e H) preveniu o encurtamento dos vilos, assim como a destruição das
criptas nos segmentos de jejuno de animais tratados com MTX. A barra mede 10µm.
3.2.2 Efeito da AG e L-NAME sobre a atividade de mieloperoxidase em jejuno de
animais submetidos à mucosite intestinal por MTX
Observou-se aumento significativo (p<0,05) da atividade da enzima mieloperoxidase
nos segmentos de jejuno do grupo de hamsters submetidos à mucosite intestinal por
MTX (Salina), no 5° dia de experimento, em comparação ao grupo controle normal.
O tratamento com aminoguanidina (10 mg/kg) ou L-NAME (20 mg/kg), reduziu, de
forma significativa (p<0,05), a atividade dessa enzima, restaurando esse parâmetro
aos níveis normais. (Figura 15).
3.2.3 Efeito do MTX na marcação imunohistoquímica para NOSi e de células
TUNEL positivas.
Observou-se, em segmentos de jejuno de animais submetidos à mucosite intestinal
por MTX, marcação imunohistoquímica acentuada para enzima NOSi, nas células
64
epiteliais que recobrem os vilos, em células da lâmina própria (Figura
6
16G) e nas
células inflamatórias presentes nos arredores e no interior das criptas necróticas
(Figura16I), quando comparada à tênue marcação observada na região de vilos
(Figura16C) e criptas (Figura16E) de um animal do grupo controle normal. O controle
negativo representa uma amostra de jejuno aonde o anticorpo primário foi
substituído pelo PBS-BSA 5% e não mostra nenhuma marcação de NOSi (A).
Observou-se, ainda, em segmentos de jejuno de animais submetidos à mucosite
intestinal por MTX (Salina), aumento acentuado de células TUNEL positivas na
lâmina própria (Figura16F), quando comparado ao jejuno de um animal do grupo
controle normal (Figura16D). O tratamento com AG (Figura16H) e L-NAME (Figura
16I) reduziu consideravelmente o número de células TUNEL positivas marcadas na
lâmina própria. O controle negativo representa uma amostra de jejuno aonde a
enzima TdT foi substituída pelo reaction buffer e não mostra marcação para células
TUNEL positivas (Figura16B).
6
Para melhor compreensão desta seção, a Figura 16 foi dividida em 10 partes, cada uma delas foram
identificadas seqüencialmente com as letras A; B; C; D; E; F; G ; H; I e J, sendo citadas no texto da seguinte
forma: Figura 13A........Figura 13I.
65
Figura15. - Efeito da aminoguanidina (AG) e Nφ-Nitro-L-arginine methyl (L-NAME)
na atividade de mieloperoxidase (MPO) em segmentos de jejuno de animais
submetidos à mucosite intestinal por MTX.
Legenda: A mucosite intestinal foi induzida por três injeções consecutivas de 2,5
mg/kg (s.c) de metotrexato em ratos. Os animais receberam antes de cada
administração do quimioterápico, solução salina, AG (10 mg/kg) ou L-NAME (20
mg/kg) diariamente, até o sacrifício, no 5
o
dia. Segmentos de jejuno foram coletados
e congelados em freezer –70º. As barras representam Média ± EPM da quantidade
de MPO x 10
6
/grama de tecido. *p<0,05 representa diferenças estatísticas em
relação ao grupo controle normal (Normal). **p<0,05 representa diferenças
estatísticas em relação ao grupo salina. O número de ratos utilizados foi, no mínimo,
seis. (Anova; Bonferroni).
66
A
B
C D
F
E
G
H
I
J
67
Figura 16 - Exemplos representativos da marcação imunohistoquímica para enzima
nítrico óxido sintase (NOSi; lado direito) e para células TUNEL positivas (lado
esquerdo) em segmentos de jejuno de rato.
Legenda: Os animais receberam MTX ou salina (s.c.) por três dias consecutivos.
Foram sacrificados no quinto dia experimental e tiveram os jejunos removidos para a
confecção de lâminas aproapriadas para a técnica de detecção de células TUNEL
positivas e de imunohistoquímica para NOSi (aumento de 400X). Jejuno de um
animal submetido à mucosite intestinal por metotrexato apresenta marcação
imunohistoquímica intensa para NOSi, tanto nas células epiteliais que recobrem os
vilos e nas células da lâmina própria (G), quanto nas células inflamatórias situadas
nos arredores e no interior das criptas necrosadas (I; seta preta), quando comparado
à marcação discreta nas regiões de vilos (C) e criptas (E) de um animal não
submetido à mucosite intestinal por MTX. O controle negativo representa uma
amostra de jejuno aonde o anticorpo primário foi substituído pelo PBS-BSA 5% e
não mostra nenhuma marcação de NOSi (A). Essa figura mostra ainda, em
segmentos de jejuno de animais submetidos à mucosite intestinal por MTX, aumento
acentuado de células TUNEL positivas na lâmina própria (F), quando comparado ao
jejuno de um animal do grupo controle normal (D). O tratamento com
aminoguanidina (H) e Nφ-Nitro-L-arginine methyl (L-NAME; I) reduziu
consideravelmente o número de células TUNEL positivas marcadas na lâmina
própria. O controle negativo (B) representa uma amostra de jejuno que não recebeu
a enzima TdT que cataliza a adição dos nucleotídeos marcados à terminação OH do
DNA fragmentado, passo fundamental para a marcação celular. As setas amarelas
indicam células TUNEL positivas. A barra mede 10 µm.
3.2.4 Western Blot
A expressão da NOSi foi claramente detectada no segmento de jejuno de um
animal submetido à mucosite intestinal por MTX, pelo método de Western Blot. Não
foi detectado a expressão da enzima nos segmentos de jejuno de animais
submetidos à mucosite intestinal e tratados com aminoguanidina (10 mg/kg) ou L-
NAME (20 mg/kg), nem tampouco em amostras de jejuno de animais do grupo
controle normal (Figura17).
68
Figura 17 - Ensaio de Western Blot para a expressão da enzima óxido nítrico
sintase induzida (NOSi; MW ~130kDa) em homogenato de segmentos de jejuno.
Legenda:A expressão da enzima NOSi foi detectada no jejuno de um animal submetido à
mucosite intestinal por MTX. A enzima não foi detectada nas amostras de jejuno de animais
submetidos à mucosite intestinal com MTX e tratados com aminoguanidina (AG; 10 mg/kg)
ou Nφ-Nitro-L-arginine methyl (L-NAME; 20 mg/kg), tampouco no jejuno de um animal
normal, não submetido à mucosite intestinal. A figura representa
blot de 2 experimentos.
3.3 Efeito da glutamina e alanil-glutamina na evolução da mucosite oral
induzida por 5-FU
3.3.1 Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre as mucosas jugais de hamsters
submetidos à mucosite oral induzida por 5-FU.
3.3.1.1 Análise Macroscópica
A análise macroscópica das mucosas jugais do grupo de animais submetidos
a mucosite oral por 5-FU que receberam apenas solução salina (Salina), no 10
o
dia,
constatou presença de hiperemia e eritema acentuados, hemorragia, úlceras
Normal
130kDa
AG L-NAME
MTX
69
extensas e abscessos, recebendo escore e variação 3(2-3) (Figura
7
18C; Tabela 3),
sendo significativamente diferente do grupo controle normal (Normal), cujo escore e
variação foram 0(0-0) (Figura18A; Tabelas 3) ou dos animais submetidos apenas ao
trauma mecânico (TM), com escore e variação 0,5(0-1) (Tabela 3).
O tratamento dos animais submetidos à mucosite oral com glutamina (100
mM) ou alanil-glutamina (100 mM) não foi capaz de prevenir, de forma significativa,
os danos à mucosa oral causados pela administração de 5-FU, observados no 10°
dia de experimento (Tabela 3). Por outro lado, no 14° dia, observou-se que o
tratamento, tanto com alanil-glutamina (Figura18G; Tabela 4) quanto com glutamina
(Figura18I; Tabela 4), reduziu significativamente as alterações inflamatórias, quando
comparados ao grupo submetido à mucosite oral experimental que recebeu salina
0,9% (Salina), aonde ainda observava-se eritema, edema e ulceração, apesar do
visível processo de cicatrização (Figura18E, Tabela 4).
3.3.1.2 Análise Microscópica
A análise histopatológica das mucosas jugais do grupo não tratado (Salina),
no 10º dia de experimento, revelou acentuada vasodilatação, infiltrado celular
intenso, com predominância de neutrólifos, hemorragia, edema e úlceras extensas
(Figura18D), recebendo escore e variação 3(1-3) (Tabela 3), apresentando diferença
estatística em relação ao grupo submetido apenas ao trauma mecânico (TM; Tabela
3 e 4) e também ao grupo controle normal (Normal; Figura18B; Tabelas 3 e 4).
O tratamento com alanil-glutamina (Figura18F; Tabela 3) ou glutamina
(Figura18H; Tabela 3) não foi capaz de reduzir a infiltração de células inflamatórias,
presença de edema e hemorragia, tampouco de prevenir a formação de úlceras e
abscessos, observados no 10º dia. Por outro lado, observou-se, no 14° dia de
experimento, maiores áreas de reepitelização nos grupos tratados com alanil-
glutamina (Figura18H; Tabela 4) ou glutamina (Figura18J; Tabela 4), quando
7
Para melhor compreensão desta seção, a Figura 18 foi dividida em 10 partes, cada uma delas foram
identificadas seqüencialmente com as letras A; B; C; D; E; F; G; H; I e J, sendo citadas no texto da seguinte
forma: Figura 18A........Figura 18I.
70
comparados ao grupo de animais submetidos à mucosite oral experimental por 5-FU
que receberam salina 0,9% (Salina; Figura18F; Tabela 4).
71
A B
C
E
D
F
G
H
JI
72
Figura 18 - Aspectos macroscópicos e microscópicos de mucosas jugais de
hamsters normais (A e B) ou submetidos a mucosite oral induzida por 5-Fluorouracil
(5-FU) e trauma mecânico e que foram tratados com salina, observados no 10º (C e
D) e 14º (E e F) dias, com glutamina (G e H) ou alanil-glutamina (I e J), observados
no 14º dia de experimento
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil e de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas
mucosas jugais. Os animais receberam solução oral de glutamina (100mM), alanil-
glutamina (100mM) ou 0,5 ml de solução salina 0,9% uma hora antes de cada
injeção de 5-FU ou do trauma mecânico e, diariamente, durante 10 ou 14 dias,
quando então, foram sacrificados e devidamente fotografados. Amostras foram
removidas, fixadas em formol a 10% e processadas para coloração H&E (x40).
TABELA 3 - Escores das análises macroscópicas e microscópicas da mucosa jugal
dos hamsters submetidos a mucosite oral experimental e tratados com glutamina e
alanil-glutamina durante 10 dias.
5-FU
Grupos experimentais NORMAL TM SALINA GLU AL-GLU
Análise macroscópica
0 (0-0) 0.5 (0-1) 3 (2-3)* 3 (1-3)* 3 (1-3)*
Análise microscópica 0 (0-0) 0.5 (0-1) 3 (1-3)* 2 (1-3)* 2 (1-3)*
___________________________________________________________________
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-fluorouracil e
de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas jugais. Os
animais receberam AG (5 e 10 mg/kg; sc), 1400W (1 mg/kg; sc) ou 0,5 ml de solução salina
0,9% (Salina) uma hora antes de cada injeção de 5-fluorouracil ou do trauma mecânico,
diariamente, durante 10 dias. Os dados representam mediana e variação de pelo menos 6
73
hamsters, dos seguintes parâmetros analisados: dilatação e ingurgitamento vasculares;
intensidade de infiltrado celular; presença de áreas hemorrágicas; de edema, de abscessos
e de úlceras para análise histopatológica e presença e intensidade de eritema, de hiperemia,
de hemorragia, de úlceras e de abscessos para análise macroscópica.
*p<0,05 representa
diferenças estatísticas em relação ao grupo controle normal (Normal); **p<0,05 representa
diferenças estatísticas em relação aos animais com mucosite oral não tratados, que
constituem o grupo salina (Kruskal-Wallis e Dunn´s).
TABELA 4 - Escores das análises macroscópicas e microscópicas da mucosa jugal
dos hamsters submetidos a mucosite oral experimental e tratados com glutamina e
alanil-glutamina durante 14 dias.
5-FU
Grupos experimentais NORMAL TM SALINA GLU AL-GLU
Análise macroscópica 0 (0-0) 0.5 (0-1) 2 (2-3)* 2 (1-2)*
,
** 2 (1-2)*
,
**
Análise microscópica 0 (0-0) 0.5 (0-1) 2 (1-3)* 2 (1-3)*
,
** 1 (1-2)*
,
**
___________________________________________________________________
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil e de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas
mucosas jugais. Os animais receberam AG (5 e 10 mg/kg; sc), 1400W (1 mg/kg; sc)
ou 0,5 ml de solução salina 0,9% (Salina) uma hora antes de cada injeção de 5-
fluorouracil ou do trauma mecânico e, diariamente, durante 14 dias. Os dados
representam mediana e variação de pelo menos 6 hamsters, dos seguintes
parâmetros analisados: dilatação e ingurgitamento vasculares; intensidade de
infiltrado celular; presença de áreas hemorrágicas; de edema, de abscessos e de
úlceras para análise histopatológica e presença e intensidade de eritema, de
hiperemia, de hemorragia, de úlceras e de abscessos para análise macroscópica.
*p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação ao grupo controle normal
74
(Normal); **p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação aos animais com
mucosite oral não tratados, que constituem o grupo salina (Kruskal-Wallis e Dunn´s).
3.3.2 Efeito 5-FU sobre os níveis de glutamina no soro de hamsters.
A administração de 5-FU, seguida por trauma mecânico, causou diminuição
significativa (p<0,05) dos níveis de glutamina no soro dos animais que receberam
solução fisiológica a 0,9% (Salina), no 10º dia de experimento, quando comparado
ao grupo controle normal. A administração de glutamina e alanil-glutamina, nas
doses utiizadas, restaurou os níveis séricos de glutamina para a dosagem dos
animais normais (Figura 19).
3.3.3 Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre os estoques de glutationa nas
mucosas jugais dos hamsters submetidos à mucosite oral experimetal.
Os estoques de glutationa nas mucosas jugais dos animais submetidos à
mucosite oral induzida por 5-fluorouracil e trauma mecânico (Salina) encontram-se
significativamente diminuídos (p<0,05), no 10º dia, quando comparados ao grupo
controle normal e ao grupo submetido apenas ao trauma mecânico (TM). A
administração oral de alanil-glutamina (100mM) ou glutamina (100mM) foi capaz de
reverter, de forma significativa (p<0,05), os efeitos da mucosite oral experimental nos
estoques de glutationa na mucosa jugal, no 10° dia, visto que, nesses 2 grupos, não
se observou diminuição dos estoques de glutationa nas bochechas dos animais.
(Figura 20).
75
Figura 19 - Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre o nível de glutamina no soro
de hamsters submetidos a mucosite oral por 5-fluorouracil (5-FU).
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-FU e
de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas
jugais. Os animais receberam administrações orais de 0,5 ml de salina, glutamina
(100mM), ou alanil-glutamina (100mM), uma hora antes de cada injeção de 5-FU ou
do trauma mecânico (TM). Imediatamente antes do sacrifício, no 10º dia, sangue foi
coletado a partir de punção cardíaca, sob anestesia, centrifugados e congelados em
freezer 70º negativos para dosagem de glutamina. As barras representam Média ±
EPM da quantidade de glutamina (mMol/ml) do soro. *p<0,05 representa diferenças
estatísticas em relação aos animais normais (Normal). **p<0.05 representa diferença
estatísticas em relação aos animais submetidos a mucosite experimental que
receberam salina (Salina). O número de animais utilizados foi, no mínimo, seis
(Anova; Bonferroni).
Normal TM Salina Al- G lu Glu
0.0
0.3
0.6
*
**
**
5-FU
glutamina
µ
Mol/ml
76
Figura 20 - Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre os estoques de glutationa
nas mucosas jugais de hamsters submetidoa à mucosite oral por 5-fluorouracil (5-
FU), no 5° (A) e 10° (B) dias.
Legenda:A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-FU e de
trauma mecânico com o auxílio de agulha de ponta romba nas mucosas jugais. Os
animais receberam administrações orais de 0,5 ml de salina, glutamina (100mM), ou
alanil-glutamina (100mM), uma hora antes de cada injeção de 5-FU ou do trauma
mecânico. Amostras de mucosa foram retiradas por ocasião dos sacrifícios
realizados no 5º e 10º dias e congeladas em freezer 70o negativos. As barras
representam Média ± EPM dos estoques de glutationa (µg/100mg de mucosa jugal).
*p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação aos animais normais
(Normal). **p<0.05 representa diferença estatísticas em relação aos animais
submetidos a mucosite experimental que receberam salina (Salina). O número de
animais utilizados foi, no mínimo, seis (Anova; Bonferroni).
Normal Salina Glu Al-G lu
0
400
800
1200
*
**
**
5-FU
µ
g de NPSH/100mg
Normal Salina Glu Al- Glu
0
100
200
300
*
*
*
5-FU
µ
g de NPSH/100mg
A
B
77
3.3.4 Efeito glutamina e alanil-glutamina sobre a atividade de mieloperoxidase
observada nas mucosas jugais de hamsters submetidos à mucosite oral
experimental
A atividade da enzima mieloperoxidase (MPO) nas mucosas jugais do grupo
de hamsters submetidos à mucosite oral induzida por 5-FU (Salina), encontra-se
significativamente aumentada (p<0,05), no 10° dia de experimento, em comparação
ao grupo controle normal ou ao grupo submetido apenas ao trauma mecânico (TM).
O tratamento com alanil-glutamina, tampouco com glutamina não foi capaz de
reduzir, de forma significativa, a atividade dessa enzima, quando comparados ao
grupo salina, no 10º dia de experimento. No 14º dia, no entanto, tanto alanil-
glutamina quanto glutamina reduziram significativamente (p<0,05), o aumento da
atividade de mieloperoxidase induzido pela mucosite oral experimental, comparada
com a atividade de MPO no 10º dia (Figura 21).
3.3.5 Efeito da glutamina e alanil-glutamina na marcação de células TUNEL
positivas, como indicativo de apoptose
Observou-se um aumento claro de células TUNEL positivas no tecido
conjuntivo da mucosa jugal de hamster submetido à mucosite oral induzida por 5-FU
e trauma mecânico (Figura
8
22C) quando comparada à mucosa de um animal
normal, não submetido à mucosite oral (Figura 22B). O tratamento com alanil-
glutamina (Figura 22D) ou glutamina (Figura 22E), reduziu a quantidade de células
TUNEL positivas, sugerindo a diminuição de células em apoptose, em relação ao
grupo submetido à mucosite oral experimental que recebeu solução salina 0,9%
(Figura 22C). O controle negativo representa uma amostra mucosa aonde a enzima
TdT foi substituída pelo reaction buffer e não mostra marcação para células TUNEL
positivas (Figura22A).
8
Para melhor compreensão desta seção, a Figura 22 foi dividida em 5 partes, cada uma delas foram identificadas
seqüencialmente com as letras A; B; C; D e E, sendo citadas no texto da seguinte forma: Figura 22A........Figura
22E.
78
Figure 21 - Efeito da glutamina e alanil-glutamina sobre as medidas de atividade de
mieloperoxidase observadas na mucosite oral em hamsters.
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil (5-FU) e de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta
romba nas mucosas jugais. Os animais receberam administrações orais de 0,5 ml de
salina, glutamina (100mM) ou alanil-glutamina (100mM), uma hora antes de cada
injeção de 5-fluorouracil ou do trauma mecânico (TM) e, diariamente, até o sacrifício,
no 10° ou 14° dias. Amostras de mucosa foram coletadas e congeladas em freezer -
20o C. As barras representam Média ± EPM da quantidade de MPO x 106/grama de
mucosa jugal. *p<0,05 representa diferenças estatísticas em relação aos animais
normais (N) e ao grupo submetido apenas ao trauma mecânico (TM). **p < 0,05
representa diferença estatísticas em relação aos animais submetidos a mucosite
experimental que receberam salina durante 14 dias (5-FU 14d). O número de
animais utilizados foi, no mínimo, seis (Anova; Bonferroni).
N TM 10d 14d 10d 14d 10d 14d
0
10
20
30
40
50
60
5-FU
AL-GLU
GLU
*
*
*
*
*
*
**
MPOx10
6
/g de tecido
79
Figura 22 - Fotomicrografias de lâminas de mucosas jugais processadas para
detecção de apoptose pelo método de TUNEL, de um animal normal (B) ou com
mucosite oral experimental tratado com solução salina (C), glutamina (D), ou alanil-
glutamina (E).
Legenda: A mucosite oral foi induzida em hamsters através de injeções de 5-
fluorouracil (5-FU) e de trauma mecânico (TM) com o auxílio de agulha de ponta
romba nas mucosas jugais. Os animais receberam administrações orais de 0,5 ml de
salina, glutamina (100 mM) ou alanil-glutamina (100 mM), uma hora antes de cada
injeção de 5-FU ou do trauma mecânico (TM). Amostras da mucosa jugal foram
retiradas por ocasião dos sacrifícios realizados no 10º dia, colocadas em formal a
10% e processadas para a confecção de lâminas apropriadas para a detecção de
A
E D
C
B
80
células TUNEL positivas (aumento de 400x). O controle negativo (A) representa uma
amostra de mucosa jugal que não recebeu a enzima TdT que cataliza a adição dos
nucleotídeos marcados à terminação OH do DNA fragmentado, passo fundamental
para a marcação celular.
4 DISCUSSÃO
O presente estudo demonstra claramente que o tratamento de hamsters com
aminoguanidina (AG) e N-(3-(Aminomethyl)benzyl)acetamidina (1400W), inibidores
da isoforma induzível da óxido nítrico sintase (NOSi) (GRIFFITHS et al., 1993;
MUSCARA; WALLACE, 1999; GARVEY et al., 1997), reduziu, de forma significativa,
os danos à mucosa oral causados pela mucosite induzida por 5-fluorouracil (5-FU) e
trauma mecânico. O tratamento com esses inibidores preveniu a infiltração de
células inflamatórias, assim como o edema, a hemorragia e a formação de úlceras e
abscessos. A administração de Nφ-Nitro-L-arginina methyl ester (L-NAME), um
inibidor não específico da NOS (MONCADA et al., 1991), entretanto, não foi capaz
de prevenir as alterações inflamatórias da mucosite oral. Estes dados, em conjunto,
sugerem a participação do óxido nítrico (NO), derivado da NOSi, na patogênese da
mucosite oral induzida por 5- FU.
O óxido nítrico é uma molécula composta por um átomo de nitrogênio e
oxigênio, apresentando um elétron desemparelhado, o que o torna altamente
reativo, com uma meia vida de 2 a 30 segundos. Dessa forma, após transmitir um
sinal, transforma-se espontaneamente em nitrito e nitrato (CRISTOPHERSON et al.,
1997). NO é formado pela enzima óxido nítrico sintase (NOS), numa reação que
combina oxigênio molecular com o nitrogênio terminal do aminoácido L-arginina,
liberando citrulina como co-produto. Três isoformas de NOS foram identificadas: uma
isoforma neuronal (NOSn), inicialmente encontrada no cérebro (BREDT et al., 1994;
SESSA et al., 1992), uma endotelial (NOSe), isolada em endotélio ( LAMAS et al.,
1992) e uma isoforma induzida (NOSi), isolada inicialmente em macrófagos (XIE et
al., 1992). Ambas NOSn e NOSe são constitutivamente expressas em seus leitos de
origem, e por essa razão são referidas como enzimas NOS constitutivas (NOSc).
Suas atividades são reguladas, principalmente, pela concentração do cálcio
intracelular [Ca
2+
]. Dessa forma, o aumento do [Ca
2+
] rapidamente ativa a NOSc,
81
pela ligação do complexo cálcio-calmodulina ao sítio para calmodulina na enzima.
Este caminho de síntese de NO é caracterizado por sua liberação em pequenas
quantidades (concentração picomolar) que pode ser rapidamente modulada por
qualquer estímulo externo que altere a [Ca
2+
]. O NO produzido por essa enzima
regula várias respostas fisiológicas (EVANS; RALSTON, 1996). A nítrico óxido
sintase induzida (NOSi), por sua vez, é principalmente regulada à nível
transcripcional. Citocinas pró-inflamatórias e endotoxinas são potentes indutoras da
expressão dessa enzima em vários tipos de células, ao passo que, glicocorticóides e
citocinas antiinflamatórias como IL-4 e IL-10 e o fator de transformação de
crescimento (TGF-ß) suprimem a produção de NO por essa enzima (MONCADA et
al., 1991; BOGDAN et al., 1994). A ativação da NOSi, independe da concentração
do cálcio intra-celular e resulta na liberação de grandes quantidades de NO
(concentrações nanomolares) por períodos mais longos (NATHAN; XIE, 1994).
Mucosite oral é um processo complexo iniciado pela injúria às células basais
do epitélio e tecido subjacente pelas drogas quimioterápicas ou pela radiação. Além
do efeito direto desses agentes na atividade proliferativa das células epiteliais
(DUNCAN; GRANT, 2003), a geração de estresse oxidativo e liberação de espécies
reativas de oxigênio constituem uma das etapas iniciais para o desenvolvimento da
mucosite. As espécies reativas de oxigênio causam danos diretos às células,
tecidos, vasos sanguíneos, além de estimular fatores de transcrição, como o fator
nuclear κB ( NF-κB), que regula a expressão de múltiplos genes imunes e
inflamatórios. Dessa forma, a ativação do NF-κB resulta na liberação de múltiplos
mediadores inflamatórios, incluindo citocinas pró-inflamatórias como, interleucina 1β
(IL-1 β), interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (HALL et al,
1995; KRENGER; FERRARA, 1999a, 1999b; SONIS et al, 2000). Estudo realizado
no nosso laboratório demonstra efeitos protetores significativos dos inibidores da
síntese de citocinas, pentoxifilina e talidomida, induzida por 5-FU em hamsters na
mucosite oral (LIMA et al., 2005). Esses dados são corroborados por diversos
estudos clínicos que sugerem a participação de TNF-α e IL-1 na fisiopatologia da
mucosite oral induzida por radioterapia (EPSTEIN et al., 1986; EPSTEIN et al., 1989;
EPSTEIN et al., 2001).
82
A investigação da participação do óxido nítrico na mucosite oral induzida por
5-FU, portanto, teve como base vários trabalhos na literatura que demonstram que
citocinas pró-inflamatórias estimulam a produção de NO e que o NO é um dos
mediadores dos efeitos citotóxicos dessas citocinas na inflamação (ESTRADA et al.,
1992, LIU et al., 2005; RALSTON et al., 1994). Reforçando o papel do óxido nítrico
em eventos inflamatórios, nosso grupo tem demonstrado a participação dessa
molécula na patogênese de várias doenças inflamatórias, como a periodontite
(LEITÃO et al., 2004, 2005), artrite reumatóide (ROCHA et al., 2002) e cistite
hemorrágica (SOUZA-FILHO et al., 1997). Estes resultados são reforçados por
dados da literatura que também relatam a participação do NO em várias outras
patologias inflamatórias (HUTCHESON et al., 1990; KOLB-BACHOFEN et al., 1994;
PETROS et al., 1991, PETROS et al., 1994; BOUGHTON-SMITH et al., 1993; CHEN
et al., 1996; MIDDLETON et al., 1993; STEFANOVIC-RACIC et al., 1993;
TEPPERMAN et al., 1993; FANG, 1997; PARKINSON et al., 1997; LAPPIN et al.,
2000; LOHINAI et al., 2001; SINGER et al., 1996; SORRELLS et al., 1996; FORD et
al., 1997; UNNO et al., 1997; DICKSON et al., 1999).
O efeito protetor do 1400W e da aminoguanidina, observado no presente
estudo, está associado à redução na infiltração de neutrófilos na mucosa oral,
detectada pela análise histopatológica e pela atividade de mieloperoxidase. A
mieloperoxidase é uma enzima microbicida presente em grânulos azurófilos de
neutrófilos e utilizada amplamente como marcador da presença destas células no
tecido inflamado (BRADLEY et al., 1982). Nosso trabalho demonstrou, de fato, uma
relação entre a atividade detectável de mieloperoxidase e a intensidade das lesões.
O menor infiltrado neutrofílico observado nas mucosas jugais de hamsters tratados
com 1400W ou AG é corroborado com estudos que demonstram que camundongos
nocauteados para NOSi, ou animais tratados com inibidores da NOS, apresentaram
redução significativa na migração neutrofílica induzida por enterotoxina B, produtos
da parede bacteriana, carragenina ou zymosan (AJUEBOR et al., 1998;
CUZZOCREA et al., 2000; FRANCO-PENTEADO
et al, 2001a, FRANCO-
PENTEADO et al 2001b). Outros estudos sugerem, contudo, que o NO regula
negativamente a expressão de moléculas de adesão no endotélio vascular,
resultando na diminuição do influxo de neutrófilos ao sítio inflamado (PENG et al.,
1998; KUBES et al., 1991; DAL SECCO et al., 2003). Uma explicação razoável para
83
essa controvérsia pode estar relacionada ao efeito bifásico de NO, relatado em
vários estudos, em diferentes modelos experimentais (WEI et al., 1995; LEITÃO et
al, 2004; RALSTON et al., 1995). No que diz respeito à migração de células
inflamatórias, tem sido demonstrado que, enquanto baixos níveis de NO, produzidos
pela NOSc, levariam à supressão da adesão de neutrófilos às células endoteliais
(HICKEY et al., 1994a, HICKEY et al., 1994b), níveis mais elevados de NO,
produzidos em processos inflamatórios, via NOSi, em resposta às citocinas, estaria
levando ao aumento da migração e ao dano tecidual, por mecanismos ainda não
completamente esclarecidos (AJUEBOR et al., 1998). Uma possível explicação pode
ser atribuída à formação de peroxinitrito, durante os eventos inflamatórios, a partir da
reação entre o NO e produtos reativos de oxigênio (CROW; BECKMAN, 1996;
SZABO, 1996; SZABO et al., 1997), ambos produzidos concomitantemente em
resposta às citocinas pró-inflamatórias (CUZZOCREA et al., 1998). O peroxinitrito
promove peroxidação lipídica (RADDI et al., 1991b; RUBBO et al., 1994), oxidação
de proteínas (RADDI et al., 1991a), além da nitrosilação de resísuos de tirosina de
uma grande variedade de proteínas, resultando na inativação de enzimas e/ou de
receptores (BECKMAN, 1996; BRENNER et al., 1997; ISCHIROPOULOS et al.,
1992; KONG et al., 1996; SZABO, 1996), com conseqüente injúria tecidual, maior
infiltração de células inflamatórias e amplificação da inflamação. Ademais, tem sido
demonstrado, que o NO produzido em grandes quantidades pela NOSi, promove a
liberação de vários mediadores inflamatórios, como TNF-α, IL-6 e quimiocinas, que
por sua vez, induzem a liberação de quantidades adicionais de NO (HIERHOLZER
et al., 1998; AJUEBOR et al., 1998; BRENNER et al., 1997) e que a inibição da NOS
acarreta no aumento da produção da interleucina-10 (IL-10), uma citocina anti-
inflamatória (MUHL; DINARELLO, 1997). Portanto, o menor influxo de neutrófilos
observado nas mucosas jugais de hamsters tratados com AG ou 1400W,
provavelmente, deve-se à supressão da produção de NO pela NOSi e suas
consequências.
Por outro lado, observou-se que o inibidor não seletivo da NOS, L-NAME,
(MONCADA et al., 1991) não preveniu, de forma significativa, as lesões induzidas
pela mucosite oral experimental, tampouco, a infiltração de neutrófilos, observada na
análise histopatológica e no ensaio de atividade da enzima mieloperoxidase. De
forma contrária, o tratamento com L-NAME promoveu um aumento significativo da
84
atividade de mieloperoxidase nas mucosas jugais de hamsters submetidos à
mucosite oral experimental. Em concordância com esse dado, foi demonstrado que
na disfunção endotelial, que resulta na supressão dos níveis basais de NO,
observou-se supra-regulação das moléculas de adesão, particularmente de P-
selectina, acarretando no aumento da migração de células inflamatórias e no maior
dano tecidual (LEFER; LEFER, 1996). Adicionalmente, foi demonstrado que
inibidores da NOS, incluindo L-NAME, aumentam a adesão leucocitária em endotélio
mesentérico de gato, possivelmente devido a regulação positiva da expressão das
moléculas de adesão CD11/CD18 (SZABO, 1996), uma vez que esse efeito foi
revertido por anticorpos monoclonais contra CD18 (KUBES et al., 1991). Portanto, a
inibição da isoforma constitutiva da NOS pelo L-NAME pode explicar sua falta de
efeito na prevenção da mucosite oral induzida por 5-FU, e a maior infiltração de
neutrófilos nas mucosas jugais de animais submetidos à mucosite oral e tratados
com L-NAME. Em suma, esses resultados sugerem que níveis basais de NO são
essenciais para a manutenção da homeostase, enquanto níveis elevados de NO,
produzidos pela NOSi durante as reações inflamatórias, contribuem para o dano
tecidual local (BRENNER et al. 1997; AJUEBOR et al., 1998; HIERHOLZER et al.,
1998; LOHINAI et al, 1998).
O aumento significativo da atividade da NOS, dos níveis de nitrito e, mais
especificamente, da marcação imunohistoquímica para NOSi, detectados no 10º dia
de experimento, nas mucosas jugais de hamsters submetidos a mucosite oral por 5-
FU e trauma mecânico, confirmam o envolvimento do óxido nítrico na fisiopatologia
dessa condição inflamatória. Esses achados são corroborados por um estudo,
realizado por Sonis e colaboradores, no qual demonstra-se a expressão do gene
para NOSi em mucosas jugais de hamsters submetidos à mucosite oral por radiação
(SONIS et al., 2002). A participação do NO na patogênese da mucosite oral induzida
por quimioterápicos, no entanto, não havia sido descrito na literatura, até a
publicação dos resultados apresentados nesse estudo (LEITÃO et al., 2007).
Vale ressaltar que no presente trabalho, observou-se marcação
imunohistoquímica para NOSi mesmo no epitélio da mucosa de hamster normal,
não submetido à mucosite oral. Provavelmente, esse resultado deve-se à expressão
da NOSi no epitélio da mucosa oral, em resposta ao ambiente bucal, normalmente
85
contaminado. Estudos adicionais, no entanto, são necessários para confirmar essa
hipótese. Observou-se também uma diminuição considerável da marcação
imunohistoquímica para NOSi nas células da lâmina própria da mucosa oral dos
animais submetidos à mucosite oral por 5-FU e trauma mecânico e tratados com AG
ou 1400W, quando comparados à marcação encontrada na mucosa oral de animais
submetidos à mucosite que receberam solução salina. Esse achado, provavelmente
é uma conseqüência da menor lesão inflamatória, em função da menor produção de
NO no tecido conjuntivo das mucosas jugais dos animais tratados com AG ou
1400W. É importante ressaltar que AG e 1400W bloqueiam a produção de NO por
competirem com a L-arginina pelo sítio ativo da enzima, não sendo relatado
consensualmente, a inibição da expressão da enzima por esses agentes.
O efeito protetor da aminoguanidina e do 1400W na mucosite oral
experimental também pode estar relacionado à diminuição da morte celular, visto
que o tratamento com esses inibidores da NOS reduziu claramente a marcação de
células TUNEL positivas, sugerindo diminuição de células apoptóticas, em relação
ao grupo submetido à mucosite oral experimental que recebeu solução salina. De
fato, a apoptose participa da fisiopatologia da mucosite oral induzida por
quimioterápicos (SONIS et al., 2004) e vários estudos demonstram que altas
concentrações de NO induzem apoptose em vários tipos de células (BECKMAN et
al., 1996; BRUNE et al., 1998; UEHARA et al., 1999; KANAOKA et al., 2000), por
diferentes mecanismos, dentro os quais, inibição reversível da respiração
mitocondrial, inativação irreversível das enzimas mitocondriais e/ou indução da
permeabilidade mitocondrial transitória (MURPHY, 1999). Corroborando com esse
dado, tem sido demonstrado que a produção excessiva de NO contribui para o
desenvolvimento de desordens neurodegenerativas, (HANTRAYE et al., 1996;
PRZEDBORSKI et al., 1996), e inflamatórias (YAGMUR et al., 2007), via indução de
apoptose.
No presente estudo, observou-se ainda, no 4º dia de experimento, diminuição
da produção salivar não estimulada, no grupo submetido à mucosite oral
experimental por 5-FU que recebeu solução salina, em comparação ao grupo de
animais normais. A diminuição da produção salivar foi previamente relatada em
pacientes com câncer no trato gastrointestinal tratados com 5-FU (McCARTHY et al.,
86
1998), assim como em pacientes irradiados por tumores de cabeça e pescoço
(ROSÁRIO et al., 2005), ambos por mecanismos não esclarecidos. De fato, é
aceitável que alterações na composição e quantidade salivar, influencie a
susceptibilidade da mucosa oral aos agentes citotóxicos, assim como sua
capacidade de reparo (SONIS et al., 2004), devido às suas ações protetoras. A
saliva, além de lubrificar e higienizar os tecidos da cavidade oral, contém
imunoglubulina A e substâncias antimicrobianas, como lactoferrina e lisozima,
limitando o acesso de agentes potencialmente nocivos ao trato gastrointestinal.
Contém ainda componentes bioativos, como fator de crescimento epidérmico que
provavelmente apresentam efeitos proliferativos sobre o epitélio da mucosa oral
(CHRISTENSEN et al, 1996; EGEA et al., 2002). Ademais, a xerostomia, condição
causada pela falta ou diminuição de saliva, causa dificuldades na deglutição,
afetando a ingestão de alimentos e comprometendo ainda mais o estado geral do
paciente (ORD; BLANCHAERT, 2001). O tratamento com 1400W preveniu
significativamente a diminuição da produção salivar, mensurada no 4º dia, no grupo
de hamsters submetidos à mucosite oral por 5-FU, mantendo esse parâmetro
semelhante ao encontrado no grupo controle normal e sugerindo uma possível
participação do NO, via NOSi, na toxicidade do 5-FU nas glândulas salivares. Na
avaliação da taxa salivar não estimulada, no 10º dia, não se observou diferenças
significativas entre o grupo controle normal e os grupos submetidos à mucosite oral
que receberam salina ou 1400W, provavelmente devido ao declínio das ações,
diretas ou indiretas, do 5-FU nas glândulas salivares. Apesar do efeito do 1400W na
produção salivar, demonstrado nesse trabalho, estudos adicionais são necessários a
fim de avaliar mais profundamente o papel do NO no efeito do 5-FU nas glândulas
salivares e na produção salivar.
Continuando nosso estudo sobre o papel do NO na mucosite induzida por
agentes antineoplásicos, o presente trabalho demonstrou ainda que o tratamento de
ratos submetidos à mucosite intestinal por MTX, com L-NAME ou AG, preveniu as
alterações morfológicas intestinais induzidas por MTX, como encurtamento de vilos e
necrose de criptas.
Mucosite intestinal é um efeito colateral da quimioterapia do câncer que leva à
importantes alterações, como diminuição da absorção de nutrientes, aumento da
87
permeabilidade intestinal, diarréia recorrente e perda de peso, comprometendo o
estado geral do paciente (DUCAM ; GRANT, 2003).
Metotrexato é uma droga citotóxica causadora de danos às células de rápida
divisão, como as células epiteliais das criptas intestinais, diminuindo, dessa forma, a
renovação celular. Nosso grupo demonstrou anteriormente que a administração de
MTX em ratos causa atrofia de vilos, diminuição da função de barreira e redução da
área de superfície absortiva (CARNEIRO-FILHO et al., 2004). Como conseqüência
da perda da função de barreira, o sistema imune da mucosa é exposto a vários
estímulos microbianos, como lipopolissacarídeos, respondendo com a liberação de
citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias (TSUJI et al., 2003).
De fato, estudos demonstram a participação de citocinas pró-inflamatórias no
desenvolvimento da mucosite intestinal (HALL et al., 1995; KONING et al., 2006).
Conforme já citado, citocinas especialmente TNF-α e IL-1β induzem a expressão da
NOSi, com conseqüente produção de NO (ESTRADA et al., 1992; RALSTON et al.,
1994). Portanto, de acordo com os dados apresentados, NO, via NOSi, estaria
contribuindo para os danos à mucosa intestinal, de forma semelhante à sua
participação na mucosite oral induzida por 5-FU, conforme demonstrada no nosso
estudo (LEITÃO et al., 2007). Dados da literatura sugerem, entretanto, que
pequenas quantidades de NO, produzidos pela isoforma constitutiva da NOS
desempenha papel homeostático no trato gastrointestinal (POTOKA et al., 2002).
A participação da NOSi no desenvolvimento da mucosite intestinal por MTX,
descrita neste trabalho, é reforçada pelo claro aumento da expressão dessa enzima,
detectado por imunohistoquímica e por western blot em segmentos de jejuno de
animais submetidos à mucosite intestinal por MTX que receberam solução salina.
Corroborando com nossos dados, o aumento da expressão e atividade da NOSi foi
previamente constatado em modelo de colite em rato (SEO et al., 1995) e em
modelo de ileíte em cobaia, sendo nesse último, também prevenido pela
administração de L-NAME (MILLER et al., 1993). Da mesma forma, no nosso
trabalho, o L-NAME reduziu as alterações morfológicas e inflamatórias induzidas
pelo MTX na mucosite intestinal. Esse dado difere dos aqui apresentados
anteriormente para mucosite oral, onde o L-NAME não foi capaz de prevenir as
88
alterações inflamatórias induzidas por 5-FU, e sugere a participação do NO, via
NOSc, no desenvolvimento da mucosite intestinal, visto ser o L-NAME um inibidor
não específico da NOS (MONCADA et al., 1991). Uma possível explicação para os
diferentes resultados encontrados na mucosite oral e intestinal, em relação à
participação da NOSc e NOSi, pode ser atribuída à respostas distintas das mucosas
oral e intestinal frente à agressão. É importante enfatizar as diferenças embrionárias
dos epitélios da mucosa oral (ectoderma) e intestinal (endoderma). Além disso, o
fato dos estudos terem sido realizados em espécies animais diferentes pode ter
contribuído para esses resultados.
No presente estudo, foi observado diminuição da expressão da NOSi,
detectada por western blot, no jejuno de animais submetidos à mucosite intestinal
com MTX e tratados com AG ou L-NAME. Provavelmente esse resultado, conforme
discutido para mucosite oral, seja uma conseqüência da redução da inflamação no
tecido conjuntivo, por esses inibidores da NOS.
A marcação imunohistoquímica para NOSi foi mais evidente nos neutrófilos
situados dentro e nos arredores das criptas necróticas dos animais submetidos à
mucosite intestinal por MTX e que receberam salina, sugerindo a forte participação
do NO liberado por essas células na destruição das criptas intestinais, resultando em
retardo da recuperação das células de revestimento dos vilos. A importância dos
neutrófilos nessa condição inflamatória foi mais uma vez confirmada pelo aumento
da atividade de mieloperoxidase no jejuno dos animais do grupo MTX (submetidos à
mucosite intestinal que receberam salina). Foi observado ainda que o efeito protetor
do L-NAME e AG está associado à redução da infiltração neutrofílica, constatado
tanto pela histopatologia, quanto pela atividade de mieloperoxidase.
Embora estudos clássicos demonstrem a regulação negativa de moléculas de
adesão pelo NO (KUBES et al., 1991; PENG et al., 1998), o resultado apresentado
no presente estudo é corroborado por um outro trabalho, o qual demonstra que o L-
NAME inibiu a formação de edema induzido por carragenina, um agente inflamatório
conhecido por promover aumento da permeabilidade vascular às custas da
infiltração de leucócitos (MARTIN et al., 1994). Acredita-se que o menor infiltrado
inflamatório observado nos segmentos de jejuno dos animais tratados com L-NAME
89
e AG seja resultado da liberação diminuída de NO, com diminuição na formação de
peroxinitrito, um potente oxidante, o qual pode causar danos teciduais (RADI et al,
1991a, RADI et al, 1991b; BECKMAN; KOPPENOL, 1996; KONG et al., 1996; GOW
et al., 1996), levando à amplificação da resposta inflamatória e conseqüentemente,
maior infiltração de células inflamatórias, conforme já discutido neste trabalho para a
mucosite oral. Reforçando essa hipótese, estudos demonstram a participação de
NO, via formação de peroxinitrito, no desencadeamento da injúria à mucosa
intestinal, em condições clínicas associadas à expressão acentuada de NOSi no
intestino, provavelmente via apoptose de enterócitos dos vilos intestinais, resultando
numa área descoberta, sem células, susceptível à bactérias e seus produtos (
BECKMAN; KOPPENOL, 1996; POTOKA et al, 2002). A indução de apoptose por
peroxinitrito tem sido descrito em vários tipos de células (LIN et al., 1998;
BATINELLI; LOSCALZO, 2000; CASSINA et al, 2002; ESTEVEZ; JORDAN, 2002;
JOVANOVIC et al., 2002; LI et al., 2004; ITO et al., 2004; OIAO et al., 2005),
incluindo as células epiteliais intestinais (SANDOVAL et al, 1997a, SANDOVAL et al
1997b; POTOKA et al., 2003).
A apoptose de células epiteliais da mucosa intestinal e de criptas fazem
parte dos mecanismos desencadeadores da mucosite intestinal (PARIS et al. 2001,).
Um estudo clínico demonstrou que a mucosite intestinal induzida por quimioterápicos
está associada à apoptose de criptas, detectada pelo método de TUNEL (KEEFE et
al., 2000). Demostrou-se também apoptose induzida por MTX em linhagem celular
epitelial de ratos (PAPACONSTANTINOU et al., 2001). Corroborando com esses
trabalhos, observou-se, no presente estudo, aumento acentuado de células TUNEL
positivas no jejuno de animais submetidos à mucosite intestinal, quando comparado
à marcação observada no jejuno de um animal do grupo controle normal, sugerindo
o envolvimento da apoptose no mecanismo de citotoxicidade do MTX. Demonstrou-
se ainda no nosso trabalho, que o tratamento com L-NAME ou AG foi capaz de
prevenir a morte celular, detectada pela diminuição da marcação de células TUNEL
positivas sugerindo que o NO deve ser um mediador envolvido na indução de morte
celular na mucosite intestinal induzida por MTX.
O presente estudo demonstrou que a administração do substrato verdadeiro
da NOS, L-arginina, simultaneamente à administração do L-NAME, não foi capaz de
90
reverter os efeitos do L-NAME em nenhum dos três segmentos do intestino delgado.
O L-NAME é um análogo estrutural da L-arginina, atuando como falso substrato
enzimático, ocupando os sítios de ligação entra a L-arginina e a NOS (KNOWLES;
MONCADA, 1994). A inibição da enzima por esse substrato análogo pode ser
revertida pela aplicação simultânea de concentrações molares equivalentes de L-
arginina, o que é consistente com o seu bloqueio competitivo do sítio ativo da
enzima (BREDT; SNYDER, 1994). No presente estudo, objetivando investigar se o
efeito benéfico do L-NAME na mucosite intestinal deve-se à sua ação específica
sobre o bloqueio da NOS, administrou-se injeções simultâneas de L-NAME e L-
arginina em um grupo de ratos submetidos à mucosite intestinal por MTX. De forma
surpreendente, observou-se, entretanto, que os animais desse grupo específico,
apresentaram vilos menos achatados, assim como criptas mais íntegras, quando
comparado ao grupo tratado apenas com L-NAME. Essa diferença é
estatisticamente significativa nos segmentos de jejuno e íleo e, possivelmente, deve-
se a um outro papel da L-arginina, independente de seu efeito na síntese de NO.
L-arginina é um aminoácido não essencial, que possui múltiplas
propriedades biológicas e desempenha vários papéis no organismo, incluindo a
liberação de hormônios, síntese de colágeno durante processos de cicatrização,
além de participar de respostas imunes e inflamatórias (KIRK; BARBUL, 1990;
SUCHNER et al 2002). Por esses motivos, a L-arginina é especialmente importante
durante a recuperação após estados catabólicos (GRABON, 2006). Foi relatado que
a suplementação dietética com arginina, em modelo experimental de ileite, resultou
na diminuição do tempo de cicatrização das úlceras (SUKUMAR et al., 1997) e
estimulou a recuperação da mucosa do intestino delgado após injúria por radiação
(GURBUZ et al., 1998). Um trabalho recente mostra ainda que a administração oral
de arginina diminuiu o dano intestinal causado por endotoxemia induzida por
lipopolissacarídeos em ratos (SUKHOTNIK et al., 2005). Os mecanismos
responsáveis por esses efeitos positivos, todavia, não estão esclarecidos. Foi
sugerido que a liberação de hormônio de crescimento ou produção de poliaminas, a
partir de arginina e ornitina, seriam responsáveis pelos efeitos benéficos da arginina
exógena na recuperação da mucosa após isquemia/reperfusão (CYNOBER, 1994).
Ademais, foi demonstrado previamente o papel das poliaminas na manutenção da
integridade do epitélio intestinal (WANG, 1995) sugerindo que a biossíntese desse
91
aminoácido, influencia o crescimento normal da mucosa e a proliferação celular
(WANG et al., 1991).
Não se pode excluir, todavia, a possibilidade do efeito protetor da L-arginina,
observado no presente trabalho, ser conseqüência da produção de grandes
quantidades de NO, lembrando que a L-arginina é o substrato verdadeiro para sua
síntese. Resultado semelhante foi encontrado em estudo realizado em nosso
laboratório, no qual foi constatado o efeito bifásico do NO na reabsorção óssea, em
modelo de periodontite experimental. Neste estudo, a inibição da síntese de NO,
pela administração sistêmica de L-NAME ou AG, foi capaz de prevenir a perda
óssea, característica da doença periodontal. De forma contraditória, a aplicação local
do doador de NO, isossorbida, também reduziu significativamente a reabsorção
óssea (LEITÃO et al., 2004). De fato, o efeito dual do NO tem sido extensivamente
relatado (WEI et al., 1995; RALSTON et al., 1995). Em concordância com esse dado,
um estudo demonstrou efeito protetor da L-arginina, via aumento na produção de
NO, na injúria por reperfusão após transplante pancreaticoduodenal em ratos (YUAN
et al., 2004).
Em suma, os resultados apresentados aqui demonstram que a inibição da
NOS protege significativamente a mucosa intestinal contra os danos induzidos por
MTX. Nossos dados, mostrando um aumento da expressão da NOSi reforçam a
participação do NO no dano da mucosa intestinal durante o tratamento com MTX.
Considerando os dados demonstrados no presente trabalho, mostrando o
papel relevante do NO na mucosite oral e intestinal e a prevenção das lesões
associadas a esta condição por inibidores de sua síntese, torna-se razoável
especular que a sua modulação possa vir a ser no futuro uma opção na prevenção
e/ou tratamento destas condições. Obviamente esta opção está condicionada ao
surgimento de novos moduladores seguros para uso em humanos. Nesse contexto,
é importante uma breve discussão sobre o papel do óxido nítrico e de suas
isoenzimas no crescimento do tumor, após revisão da literatura. A expressão de
NOS e a produção de NO tem sido detectada em vários tumores humanos. As
células tumorais normalmente expressam NOSi e, em alguns casos, NOSe e NOSn,
dependendo do tipo do tumor e de seu estágio. No entanto, no que diz respeito ao
92
papel do NO na progressão do câncer, têm sido relatados dados conflitantes;
estudos demonstram que o NO pode promover ou inibir o crescimento tumoral e a
metástase. Esses efeitos opostos parecem depender de alguns fatores, tais como, a
concentração e o tempo de exposição ao NO, além da sensibilidade da célula
tumoral à essa molécula. Ainda não foram desenvolvidos até o momento, estudos
pré-clínicos esclarecendo a relação entre produção de NO, função linfática e
metástase no desenvolvimento do câncer (FUKUMURA et al., 2006). Estudos
adicionais aos atualmente divulgados na literatura, portanto, são necessários no
sentido de definir o papel do NO e de suas enzimas associadas, na evolução do
tumor, considerando sempre as diferenças entre os vários tipos de câncer e o
estágio no qual se encontram. Mesmo após a definição do papel do NO no câncer e,
caso seja confirmado a vantagem de sua modulação, o uso localizado no tumor seria
vantajoso em relação ao sistêmico, considerando o papel crítico da NOSe na
homeostasia de vários sistemas fisiológicos, como por exemplo, o cardiovascular.
Por fim, o presente trabalho buscou avaliar os efeitos da suplementação de
glutamina e de seu derivado estável, alanil-glutamina, na prevenção da mucosite
oral induzida por 5-FU em hamsters, assim como na fase de cicatrização das lesões
características dessa condição inflamatória. Inicialmente detectamos que o 5-FU
induziu uma diminuição significativa nos níveis plasmáticos de glutamina no grupo
de hamsters submetidos à mucosite oral por esse quimioterápico, em relação ao
grupo controle normal, no 10° dia de experimento. De acordo com esse resultado,
tem sido amplamente demonstrado declínio da concentração de glutamina
plasmática na vigência de estados catabólicos, como injúria e infecção (DECOMBAZ
et al., 1979; ASKANAZI et al., 1980; VENTE et al., 1989; LACEY; WILMORE, 1990;
PARRY-BILLINGS et al., 1990, 1992; PETERSEN et al., 1996; FURUKAWA et al.,
2000). Esse fato é relevante, especialmente em indivíduos susceptíveis, como
pacientes em recuperação pós-operatória, recém-nascidos de baixo peso, ou ainda
indivíduos com câncer (NEU; DEMARCO, 2002). Ademais, demonstrou-se que o
crescimento tumoral depleta os estoques de glutamina do indivíduo acometido,
resultando em caquexia (MEDINA, 2001; JOHNSON et al., 2003). Tem sido relatado
que pacientes com câncer de cabeça e pescoço são naturalmente depletados de
glutamina (KUBOTA et al., 1992), condição que pode ser exacerbada pelos efeitos
93
do tratamento do câncer, como sugerido pelos dados apresentados no nosso
estudo.
A glutamina é o aminoácido livre mais abundante nos músculos e sangue de
seres vivos (MURPHY; NEWSHOLME, 1999). Sua molécula compreende cinco
carbonos e tem muitas funções metabólicas importantes, tais como: combustível
oxidativo, transferência de nitrogênio e carbono entre tecidos, regulação na
homeostasia ácido-base, como precursora da amônia excretada pelo rim, além de
ser uma molécula precursora da gliconeogênese, da biossíntese de purinas, de
pirimidinas (e, conseqüentemente, ácidos nucléicos) e de outros aminoácidos. Dessa
forma, a glutamina é muito importante para os processos mitóticos por exercer um
papel essencial na geração de energia e na síntese de precursores de
macromoléculas celulares. Além disso, sabe-se que o crescimento tumoral está
associado ao ávido consumo de glutamina pelas células do tumor e à menor
atividade de células natural killer devido à diminuição das concentrações de
glutationa nessas células (MEDINA 2001). A glutationa é o principal antioxidante
intracelular, envolvida em várias funções biológicas, sintetizada a partir da glutamina.
Esses dados nos levam a supor, por conseguinte, que a suplementação de
glutamina em pacientes com câncer poderia apresentar efeitos benéficos,
restaurando os níveis de glutationa nas células de defesa do tipo natural killer, o que
resultaria no fortalecimento do processo de defesa do organismo. De fato, estudos
experimentais, em ratos, indicam que o suplemento dietético de glutamina foi capaz
de diminuir o crescimento tumoral por restaurar a função dessas células (FAHR et
al., 1994; YOSHIDA et al., 1995). Um estudo clínico recente, em pacientes com
câncer de mama demonstrou que a administração oral de glutamina não interferiu
com o efeito do tratamento quimioterápico no crescimento do tumor (LI et al., 2006).
Nosso grupo de pesquisa demonstrou anteriormente que a glutamina, e
especialmente a alanil-glutamina, têm efeitos expressivos na proteção da mucosa
intestinal contra a agressão por 5-FU e toxinas bacterianas (CARNEIRO-FILHO et
al., 2004b; BRITO et al., 2005). Estes dados, em conjunto, nos estimularam a
estudar o efeito da glutamina e alanil-glutamina na evolução das lesões encontradas
na mucosite oral induzida por 5-FU.
94
Apesar da administração de glutamina ou alanil-glutamina, na dose utilizada
nesse estudo, ter sido suficiente para reverter o efeito do 5-FU na diminuição dos
níveis séricos de glutamina, e também para aumentar significativamente os estoques
de glutationa nas mucosas jugais de animais submetidos à mucosite oral
experimental, não foi capaz de prevenir as lesões induzidas pela mucosite oral por 5-
FU, observadas no 10° dia. Esses resultados, apesar de inesperado, provavelmente
estão associados ao efeito direto do agente quimioterápico utilizado, que não pode
ser revertido pela glutamina. O 5-FU atua como potente antimetabólito ligando-se à
enzima timidilato sintetase, inibindo-a. Tal atividade resulta em inibição da síntese do
ácido timidílico e comprometimento da síntese de DNA e, conseqüentemente, do
crescimento celular (PINEDO; PETERS, 1988). O efeito direto do 5-FU sobre as
mitoses de células de rápida divisão celular, presentes nas camadas basais do
epitélio oral, desempenha papel importante no desenvolvimento da mucosite oral,
visto que diminui a taxa de renovação epitelial, resultando em alterações atróficas da
mucosa e, eventualmente, ulceração (GUGGENHEIMER et al., 1977; LOCKHART;
SONIS, 1991). Diante do exposto, apesar da glutamina ser essencial para a
proliferação celular, e um substrato metabólico importante para as células de rápida
divisão celular (NEWSHOLME et al., 1988), a suplementação de glutamina,
tampouco de alanil-glutamina, não foi capaz de antagonizar os efeitos do 5-FU na
inibição da proliferação celular, 10 dias após sua primeira administração. Estudos
clínicos demonstraram resultados semelhantes, aonde a suplementação de
glutamina ou de alanil-glutamina, não apresentaram nenhum efeito na mucosite oral
em pacientes transplantados (PYTLÍK et al., 2002), tampouco em pacientes com
câncer gastrointestinal (OKUNO et al., 1999), fazendo uso de 5-FU.
Os aspectos macroscópicos observados no 10º dia foram confirmados pela
análise histopatológica, a qual constatou vasodilatação, acentuada infiltração de
células inflamatórias, áreas hemorrágicas, edema, ulcerações e abscessos nas
mucosas jugais de hamsters submetidos à mucosite experimental que receberam
salina, assim como nos grupos tratados com glutamina ou alanil-glutamina.
O 14º dia de experimento foi selecionado para a avaliação do efeito da
glutamina e alanil-glutamina na fase de cicatrização das lesões induzidas por 5-FU e
trauma mecânico, baseado em estudos prévios de nosso grupo (LIMA et al., 2005).
95
Os resultados do presente estudo demonstram que a administração diária de
glutamina ou alanil-glutamina reduziu o tempo de cicatrização das lesões
características da mucosite oral, com diminuição dos parâmetros inflamatórios,
avaliados 14 dias após a primeira administração de 5-FU, quando comparados ao
grupo submetido à mucosite oral experimental que recebeu solução salina. Uma
explicação razoável para esse fato pode estar relacionada ao declínio da ação
antimetabólica do 5-FU, o que permitiu que a glutamina e alanil-glutamina
exercessem suas ações proliferativas. Nosso grupo obteve resultado semelhante em
modelo de mucosite intestinal induzida por 5-FU em ratos, o qual demonstrou que,
apesar de glutamina, tampouco alanil-glutamina, não terem sido capazes de prevenir
as lesões intestinais causadas pelo 5-FU, a alanil-glutamina foi capaz de acelerar a
recuperação da mucosa intestinal, de forma significativa (CARNEIRO-FILHO,
2004b). Esse efeito positivo da glutamina e alanil-glutamina é associado à
diminuição da infiltração neutrofílica, detectada pela histopatologia e pela redução
significativa da atividade de mieloperoxidase, observada no grupo submetido à
mucosite oral e tratados com glutamina ou alanil-glutamina. Esses resultados
corroboram com estudos prévios realizados no nosso laboratório, os quais
demonstraram aumento significativo da atividade de mieloperoxidase em ratos
depletados de glutamina e submetidos à edema de pata por carragenina ou pela
toxina A do Clostridium difficile. Esse estudo demonstrou ainda que a reposição de
glutamina foi capaz de reverter esse efeito inflamatório (NASCIMENTO et al., 2005).
Alguns aspectos devem ser considerados para justificar os benefícios da
suplementação de glutamina na redução do tempo de cicatrização, observado nesse
estudo. Em primeiro lugar, a glutamina é capaz de ativar a ornitina descarboxilase, a
primeira enzima da síntese de poliamina, de forma dose-dependente, com
conseqüente aumento da síntese de DNA. Ademais, glutamina ativa também a
sinalização mitótica, incluindo proteínas quinases ativadoras de mitose e de fatores
de transcrição, resultando em respostas proliferativas (KANDIL et al., 1995;
RHOADS et al, 1997). Em segundo lugar, tem sido demonstrado o papel positivo da
glutamina no sistema imune e na síntese de glutationa, reduzindo o estresse
oxidativo (HONG et al., 1992; DENNO et al., 1996; YU et al., 1996, 1999, AMORES-
SANCHEZ; MEDINA, 1999), importante desencadeador da mucosite oral (SONIS et
al., 2004). De fato, demonstrou-se nesse estudo, aumento dos estoques de
96
glutationa, no 10º dia, nas mucosas jugais de hamsters com mucosite oral induzida
por 5-FU e tratados com glutamina ou alanil-glutamina.
Apesar da cisteína e outros compostos tióis serem considerados limitantes
na biossíntese de glutationa, foi demonstrado que na vigência de estresses
metabólicos, a glutamina é essencial para a restauração dos níveis depletados de
glutationa (WELBOURNE , 1979; HONG et al., 1982; WELBOURNE; DASS et al.,
1982).
Glutationa, o principal antioxidante intracelular, está envolvida em várias
funções biológicas, incluindo a varredura de radicais livres, defesa contra
xenobióticos e carcinogênicos, reações redox e biossíntese de DNA e proteínas
(JOHNSON et al., 2003), sendo essencial para o funcionamento celular normal
(DENNO et al., 1996). Ademais, glutationa apresenta efeito inibitório da síntese de
várias citocinas (KARMALI, 1984; BUCKLEY et al., 1991). Os resultados desse
estudo sugerem que o aumento da biodisponibilidade de glutamina, como
conseqüência da administração exógena, foi capaz de restaurar gradativamente os
níveis de glutationa, o que pode ter diminuído a geração de radicais livres e estresse
oxidativo e resultando em maior proteção e proliferação celulares. No 5º dia após a
primeira administração de 5-FU, glutamina e tampouco alanil-glutamina não foram
capazes de reverter o efeito do 5-FU sobre os estoques de glutationa (dado não
mostrado). Esse resultado, em parte, pode explicar o efeito tardio dessas
substâncias na mucosite oral induzida por 5-FU.
Em suma, demonstrou-se que o 5-FU reduziu significativamente os níveis de
glutamina no soro de hamsters, assim como os estoques de glutationa nas mucosas
jugais desses animais. A administração de glutamina ou alanil-glutamina, não foi
capaz de prevenir as alterações inflamatórias, observados no 10º dia de mucosite
oral induzida por 5-FU. No entanto, os animais submetidos à mucosite oral por 5-FU
tratados com essas substâncias apresentaram reduções dos parâmetros
inflamatórios e aumento considerável das áreas de re-epitelialização, observados no
14º dia de experimento, quando comparados aos animais submetidos à mucosite
oral que receberam salina. Em outras palavras, a glutamina, assim como a alanil-
glutamina, não foram capazes de prevenir a mucosite oral por 5-FU, mas foram
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eficazes em acelerar a cicatrização ou recuperação das lesões, reduzindo, de foram
significante, as alterações inflamatórias avaliadas.
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Os inibidores da NOS preveniram as mucosites oral e intestinal, induzidas por
5-fluorouracil e metotrexato, sugeringo o papel do óxido nítrico na
fisiopatologia dessas alterações inflamatórias. De acordo com os resultados
apresentados, pode-se sugerir a participação do NO produzido pela NOSi na
mucosite oral e pelas isoformas NOSc e NOSi na mucosite intestinal.
A participação do óxido nítrico nas mucosites oral e intestinal induzidas por 5-
fluorouracil e metotrexato é reforçada pela maior atividade de NOS na
mucosite oral e pela maior expressão da enzima NOSi, detectadas tanto na
mucosite oral e intestinal.
A glutamina e seu derivado alanil-glutamina em doses capazes de restaurar
os níveis séricos de glutamina e os níveis teciduais de glutationa, não
preveniram a mucosite oral induzida por 5-fluorouracil, no entanto, aceleraram
a recuperação da mucosa reduzindo a inflamação e promovendo
reepitelização.
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