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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
C
ENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
P
ROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO
T
ERMODINÂMICO DAS SOLUÇÕES DE
Á
CIDO ACETILSALICÍLICO
Gustavo Dias Maia
São Carlos, SP
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
C
ENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
P
ROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO TERMODINÂMICO DAS
SOLUÇÕES DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Autor: Gustavo Dias Maia
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Química da Universidade Federal
de São Carlos como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do Título de Doutor
em Engenharia Química, área de concentração em
Pesquisa e Desenvolvimento de Processos
Químicos.
Orientador: Prof. Dr. Marco Giulietti
São Carlos, SP
2007
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
M217ce
Maia, Gustavo Dias.
Contribuição ao estudo termodinâmico das soluções de
ácido acetilsalicílico / Gustavo Dias Maia. -- São Carlos :
UFSCar, 2007.
159 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2007.
1. Termodinâmica. 2. Solubilidade. 3. Coeficiente de
atividade 4. Aspirina. I. Título.
CDD: 660.2969 (20
a
)
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA TESE DE DOUTORADO DE
GUSTAVO DIAS MAlA, APRESENTADA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA QUíMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS EM
20 DE SETEMBRO DE 2007.
BANCA EXAM INADORA:
~~~Ç.
Pro~[j>r\JoséRenatoCoury \
PresiCUmfe,PPG-EQ/UFSCar
~~q
~il~erenzo
IPT
/
/
Dr. Wagner Aldeia
IPT
Prot. Or. Luiz Fernando de Moura
DEQ/UFSCar
, /LOv~div:. ~ ~
V'ora. Ana Beat;G Neves Brito .
DEQ/UFSCar .
“... Alegremente, como seus sóis
Corram através do esplêndido espaço celeste
Expressem-se, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória...”
Na Die Freude / Friedrich von Schiller
Sinfonia n. 9 op.125 Ludwig van Beethoven
Dedicatória
Dedico esta tese aos meus pais, Luiz Carlos e Iralice pelo apoio nos
momentos difíceis e pela confiança que sempre depositaram em mim.
Aos meus irmãos Alyne e Diego, por acreditarem na minha capacidade.
Aos meus falecidos avós por todos os esforços que fizeram para que eu
me tornasse doutor.
Aos meus tios, tias e primos, pelo incentivo.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marco Giulietti pelo inestimável auxílio na
elaboração desta tese bem como a imensa boa vontade com que sempre me auxiliou nos
momentos mais difíceis.
Aos meus amigos, fontes eternas de apoio, compreensão e gargalhadas.
A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a
conclusão desta tese.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por todas as coisas – boas e ruins – que fizeram com
que eu chegasse até aqui. As boas, pelas inestimáveis lembranças de uma época
maravilhosa e, as ruins, pela certeza de que moldaram meu caráter e me ensinaram a
persistir quaisquer que fossem os obstáculos.
A meus pais, irmãos e familiares por todos os sacrifícios que passaram
para que eu chegasse aqui.
A meu orientador, Prof. Dr. Marco Giulietti, pela orientação, paciência e
consideração que sempre demonstrou ter comigo durantes os anos de execução desta
tese.
Aos membros da banca de qualificação de doutorado, Dr. Wagner Aldeia
e Prof. Dr. José Antônio Silveira Gonçalves pelas valiosas sugestões para a
continuidade da tese.
Aos membros da banca de defesa de doutorado, Dr Wagner Aldeia, Dr.
Silas Derenzo, Dra. Ana Beatriz Neves Brito e Prof. Dr. Luiz Fernando de Moura pela
presteza e consideração com que aceitaram ser membros dessa banca.
Ao Prof. Dr. José Renato Coury pela inestimável presença na banca de
defesa aceitando a função de substituir meu orientador, papel este desempenhado com
muito carinho, cuidado e critério, engrandecendo em muito a banca examinadora.
Aos meus amigos de república: Ramirez, Guilherme, Luiz, Fabrício,
Zanoelo, Rafael, Lucas e Panda e às nossas agregadas Carol e Luciana por todos os
momentos divertidos.
À Bia e Dani, minhas eternas companheiras de laboratório, pela amizade
e companhia durante os ensaios e procedimentos laboratoriais.
Aos meus amigos Simone, Ana Carolina, Luigi, Roberta, Ulisses, Lucas
e Luciana pelo constante apoio.
A todos os professores e funcionários do Colégio CAASO pela amizade e
pelos momentos divertidíssimos.
Ao CNPq e à FAPESP pelo apoio financeiro.
Sumário i
______________________________________________________________________________
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................
iii
LISTA DE FIGURAS................................................................................................................
vii
RESUMO...................................................................................................................................
xiii
ABSTRACT...............................................................................................................................
xiv
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS....................................................................................................................... 3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 4
3.1 Á
CIDO ACETILSALICÍLICO............................................................................................ 4
3.1.1 H
ISTÓRICO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO........................................................... 4
3.1.2 P
ROCESSO DE PRODUÇÃO.................................................................................... 6
3.1.3 I
NFORMAÇÕES FARMACOLÓGICAS E QUÍMICAS................................................... 10
3.1.3.1 Farmacologia............................................................................................... 10
3.1.3.2 Propriedades Físico-Químicas.................................................................... 11
3.1.3.3 Procedimentos Analíticos............................................................................. 12
3.1.3.4 Decomposição e Hidrólise........................................................................... 13
3.2 S
OLUBILIDADE E O EQUILÍBRIO SÓLIDO-LÍQUIDO...................................................... 15
3.2.1 T
ERMODINÂMICA DO EQUILÍBRIO SÓLIDO-LÍQUIDO........................................... 15
3.2.2 M
ODELOS PARA A DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE
ATIVIDADE.......................................................................................................... 19
3.2.2.1 Equação de Margules................................................................................... 20
3.2.2.2 Equação de Van Laar................................................................................... 22
3.2.2.3 Equação de Wilson....................................................................................... 23
3.2.2.4 Non-random Two Liquids – NRTL............................................................... 25
3.2.2.5 Universal Functional Activity Coefficient – UNIFAC................................. 27
3.2.2.6 Teoria das Soluções Regulares.................................................................... 30
3.2.3 M
ODELO DE NÝVLT............................................................................................ 33
3.2.4 A
ESFERA DE SOLUBILIDADE.............................................................................. 35
Sumário ii
______________________________________________________________________________
4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 44
4.1 M
ATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA O ENSAIO DE SOLUBILIDADE............................. 44
4.2 M
ETODOLOGIA PARA OS ENSAIOS DE SOLUBILIDADE................................................. 45
4.3 M
ODELAGEM DAS CURVAS DE SOLUBILIDADE............................................................. 47
4.4 D
ETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA ESFERA DE SOLUBILIDADE............................ 49
4.5 M
ETODOLOGIA PARA A DETERMINAÇÃO DA DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO
ACETILSALICÍLICO
......................................................................................................... 50
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................... 54
5.1 S
OLUBILIDADE DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO............................................................. 54
5.1.1 C
URVAS DE SOLUBILIDADE................................................................................. 54
5.1.1.1 Etanol........................................................................................................... 54
5.1.1.2 Acetona......................................................................................................... 58
5.1.1.3 Propilenoglicol............................................................................................. 62
5.1.1.4 Álcool Isopropílico....................................................................................... 67
5.1.1.5 A Água e seus Efeitos na Mistura................................................................. 71
5.1.2 M
ODELAGEM TERMODINÂMICA.......................................................................... 76
5.1.2.1 O Modelo Modificado de Margules............................................................. 76
5.1.2.2 O Modelo de Van Laar................................................................................. 85
5.1.2.3 O Modelo de Wilson..................................................................................... 93
5.1.2.4 O Modelo NRTL........................................................................................... 102
5.1.2.5 A Teoria das Soluções Regulares................................................................. 110
5.1.2.6 O Modelo de Nývlt........................................................................................ 120
5.1.2.7 O Modelo UNIFAC...................................................................................... 129
5.2 E
SFERA DE SOLUBILIDADE PARA O ÁCIDO ACETILSALICÍLICO................................... 135
5.3 D
ECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO........................................................... 146
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 149
7. SUGESTÕES DE CONTINUIDADE............................................................................... 152
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 153
ANEXOS................................................................................................................................... 156
Lista de Tabelas iii
___________________________________________________________________________
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 Dados da curva de solubilidade da aspirina em acetona patenteada por Hamer
e Philips................................................................................................................................ 9
Tabela 4.1 – Grupos UNIFAC para o ácido acetilsalicílico................................................. 46
Tabela 5.1 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol............................ 51
Tabela 5.2 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em etanol.... 52
Tabela 5.3 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com etanol e
seu respectivo desvio............................................................................................................ 53
Tabela 5.4 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona.......................... 54
Tabela 5.5 – Valores das solubilidades experimentais em comparação com dados da
literatura................................................................................................................................ 56
Tabela 5.6 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em acetona.. 57
Tabela 5.7 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com acetona
e seu respectivo desvio......................................................................................................... 58
Tabela 5.8 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol...................................................................................................................... 59
Tabela 5.9 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol...................................................................................................................... 61
Tabela 5.10 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com
propilenoglicol e seu respectivo desvio................................................................................ 62
Tabela 5.11 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico...... 63
Tabela 5.12 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em álcool
isopropílico........................................................................................................................... 65
Tabela 5.13 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com álcool
isopropílico e seu respectivo desvio..................................................................................... 66
Tabela 5.14 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em água............................ 68
Tabela 5.15 – Valores comparativos de solubilidade para soluções de ácido
acetilsalicílico em etanol e água.......................................................................................... 69
Tabela 5.16 – Valores comparativos de solubilidade para soluções de ácido
Lista de Tabelas iv
___________________________________________________________________________
acetilsalicílico em acetona e água......................................................................................... 70
Tabela 5.17 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico
em etanol.............................................................................................................................. 73
Tabela 5.18 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico
em acetona............................................................................................................................ 75
Tabela 5.19 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico
em propilenoglicol............................................................................................................... 77
Tabela 5.20 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico
em álcool isopropílico........................................................................................................... 79
Tabela 5.21 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em etanol.... 81
Tabela 5.22 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em acetona.. 83
Tabela 5.23 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol...................................................................................................................... 85
Tabela 5.24 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em álcool
isopropílico........................................................................................................................... 87
Tabela 5.25 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em etanol........ 90
Tabela 5.26 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em acetona..... 92
Tabela 5.27 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol...................................................................................................................... 94
Tabela 5.28 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em álcool
isopropílico........................................................................................................................... 96
Tabela 5.29 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em etanol.............. 99
Tabela 5.30 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
Lista de Tabelas v
___________________________________________________________________________
solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em acetona........... 101
Tabela 5.31 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol...................................................................................................................... 103
Tabela 5.32 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de
solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em álcool
isopropílico........................................................................................................................... 105
Tabela 5.33 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de
solubilidade previstos pela Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico
em etanol............................................................................................................................... 108
Tabela 5.34 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de
solubilidade previstos pela Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico
em acetona............................................................................................................................ 110
Tabela 5.35 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de
solubilidade previstos pela Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico
em propilenoglicol............................................................................................................... 112
Tabela 5.36 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de
solubilidade previstos pela Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico
em álcool isopropílico........................................................................................................... 114
Tabela 5.37 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade
previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido acetilsalicílico em etanol............................... 117
Tabela 5.38 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade
previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido acetilsalicílico em acetona............................ 119
Tabela 5.39 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade
previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol................ 121
Tabela 5.40 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade
previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico........... 123
Tabela 5.41 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC,
solubilidade experimental e teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de
ácido acetilsalicílico em etanol............................................................................................. 125
Tabela 5.42 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC,
solubilidade experimental e teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de
ácido acetilsalicílico em etanol............................................................................................. 126
Tabela 5.43 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC,
solubilidade experimental e teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de
ácido acetilsalicílico em etanol............................................................................................. 128
Lista de Tabelas vi
___________________________________________________________________________
Tabela 5.44 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC,
solubilidade experimental e teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de
ácido acetilsalicílico em etanol............................................................................................. 129
Tabela 5.45 – Status dos solventes estudados para a construção da esfera de solubilidade
do ácido acetilsalicílico......................................................................................................... 130
Lista de Figuras vii
___________________________________________________________________________
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1- Síntese do ácido acetilsalicílico através de anidrido acético e ácido salicílico.
FONTE: NJCMR – The New Jersey Center for Multimedia Research……………………... 6
Figura 3.2 – Esquema do processo de produção do Ácido Acetilsalicílico. FONTE:
NJCMR – The New Jersey Center for Multimedia Research……………………………... 8
Figura 3.3 – Ciclo termodinâmico para o cálculo da fugacidade de um líquido hipotético.
FONTE: PRAUSNITZ (1986)……………………………………………………….......... 17
Figura 3.4 – Representação bidimensional dos parâmetros δ
P
e δ
H
formando o círculo
que é a projeção de uma esfera de solubilidade.................................................................... 36
Figura 3.5 – Representação bidimensional dos parâmetros δ
D
e δ
H
formando a elipse que
é a projeção de uma esfera de solubilidade quando seu parâmetro δ
D
é multiplicado por
2............................................................................................................................................ 37
Figura 3.6 – Representação bidimensional dos parâmetros δ
D
e δ
P
formando a elipse que
é a projeção de uma esfera de solubilidade quando seu parâmetro δ
D
é multiplicado por
2............................................................................................................................................ 37
Figura 3.7 – Representação de uma esfera de solubilidade.................................................. 38
Figura 4.1 - Esquema do sistema utilizado para os testes de solubilidade........................... 42
Figura 5.1 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol............................... 50
Figura 5.2 – Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios
com etanol............................................................................................................................. 51
Figura 5.3 – Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os
ensaios com etanol................................................................................................................ 53
Figura 5.4 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona............................. 54
Figura 5.5 – Comparação entre os valores experimentais de solubilidade do ácido
acetilsalicílico em acetona com a literatura.......................................................................... 55
Figura 5.6 – Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios
com acetona.......................................................................................................................... 56
Figura 5.7. Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os
ensaios com acetona............................................................................................................. 57
Figura 5.8 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol................. 59
Lista de Figuras viii
___________________________________________________________________________
Figura 5.9 – Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios
com propilenoglicol.............................................................................................................. 60
Figura 5.10. Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os
ensaios com propilenoglicol................................................................................................. 61
Figura 5.11 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico......... 63
Figura 5.12. Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios
com álcool isopropílico.........................................................................................................64
Figura 5.13 – Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os
ensaios com álcool isopropílico............................................................................................ 66
Figura 5.14 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em água................................ 68
Figura 5.15 – Comparação do efeito da adição de água na solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol....................................................................................................... 69
Figura 5.16 – Comparação do efeito da adição de água na solubilidade do ácido
acetilsalicílico em acetona.................................................................................................... 70
Figura 5.17 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de
Margules para o etanol..........................................................................................................72
Figura 5.18 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
modificado de Margules para o etanol.................................................................................. 72
Figura 5.19 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de
Margules para a acetona....................................................................................................... 74
Figura 5.20 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
modificado de Margules para a acetona............................................................................... 74
Figura 5.21 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de
Margules para o propilenoglicol........................................................................................... 76
Figura 5.22 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
modificado de Margules para o propilenoglicol................................................................... 76
Figura 5.23 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de
Margules para o álcool isopropílico..................................................................................... 78
Figura 5.24 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
modificado de Margules para o álcool isopropílico............................................................. 78
Figura 5.25 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o
etanol..................................................................................................................................... 80
Figura 5.26 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Lista de Figuras ix
___________________________________________________________________________
Van Laar para o etanol..........................................................................................................81
Figura 5.27 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para a
acetona.................................................................................................................................. 82
Figura 5.28 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Van Laar para a acetona....................................................................................................... 83
Figura 5.29 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o
propilenoglicol...................................................................................................................... 84
Figura 5.30 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Van Laar para o propilenoglicol........................................................................................... 85
Figura 5.31 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o
álcool isopropílico................................................................................................................ 86
Figura 5.32 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Van Laar para o álcool isopropílico...................................................................................... 87
Figura 5.33 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o
etanol..................................................................................................................................... 89
Figura 5.34 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Wilson para etanol................................................................................................................ 90
Figura 5.35 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para a
acetona.................................................................................................................................. 91
Figura 5.36 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Wilson para a acetona...........................................................................................................92
Figura 5.37 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o
propilenoglicol...................................................................................................................... 93
Figura 5.38 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Wilson para propilenoglicol................................................................................................. 94
Figura 5.39 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o
álcool isopropílico................................................................................................................ 95
Figura 5.40 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Wilson para álcool isopropílico............................................................................................ 96
Figura 5.41 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o
etanol.................................................................................................................................... 98
Figura 5.42 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
NRTL para o etanol..............................................................................................................98
Lista de Figuras x
___________________________________________________________________________
Figura 5.43 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para a
acetona.................................................................................................................................. 100
Figura 5.44 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
NRTL para a acetona........................................................................................................... 100
Figura 5.45 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o
propilenoglicol...................................................................................................................... 102
Figura 5.46 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
NRTL para o propilenoglicol................................................................................................ 102
Figura 5.47 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o álcool
isopropílico........................................................................................................................... 104
Figura 5.48 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
NRTL para álcool isopropílico............................................................................................. 104
Figura 5.49 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das
Soluções Regulares para o etanol......................................................................................... 107
Figura 5.50 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das
Soluções Regulares para o etanol......................................................................................... 107
Figura 5.51 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das
Soluções Regulares para a acetona....................................................................................... 109
Figura 5.52 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das
Soluções Regulares para a acetona....................................................................................... 109
Figura 5.53 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das
Soluções Regulares para o propilenoglicol........................................................................... 111
Figura 5.54 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das
Soluções Regulares para o propilenoglicol........................................................................... 111
Figura 5.55 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das
Soluções Regulares para o álcool isopropílico..................................................................... 113
Figura 5.56 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das
Soluções Regulares para o álcool isopropílico..................................................................... 113
Figura 5.57 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o
etanol..................................................................................................................................... 116
Figura 5.58 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Nývlt para o etanol................................................................................................................ 116
Figura 5.59 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para a
acetona.................................................................................................................................. 118
Lista de Figuras xi
___________________________________________________________________________
Figura 5.60 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Nývlt para a acetona............................................................................................................. 118
Figura 5.61 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o
propilenoglicol...................................................................................................................... 120
Figura 5.62 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Nývlt para o propilenoglicol................................................................................................. 120
Figura 5.63 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o
álcool isopropílico................................................................................................................ 122
Figura 5.64 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de
Nývlt para o álcool isopropílico........................................................................................... 122
Figura 5.65 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
UNIFAC para o etanol.......................................................................................................... 124
Figura 5.66 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
UNIFAC para a acetona........................................................................................................ 126
Figura 5.67 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
UNIFAC para o propilenoglicol........................................................................................... 127
Figura 5.68 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo
UNIFAC para o álcool isopropílico...................................................................................... 129
Figura 5.69 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
dos solventes em
comparação com o ácido acetilsalicílico.............................................................................. 132
Figura 5.70 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
H
dos solventes em
comparação com o ácido acetilsalicílico.............................................................................. 134
Figura 5.71 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
P
e δ
H
dos solventes em
comparação com o ácido acetilsalicílico.............................................................................. 135
Figura 5.72 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
dos solventes em
comparação com o ácido acetilsalicílico com a expansão da coordenada do parâmetro δ
D
pelo fator 2 e o correspondente campo de solubilidade detectável...................................... 136
Figura 5.73 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
H
dos solventes em
comparação com o ácido acetilsalicílico com a expansão da coordenada do parâmetro δ
D
pelo fator 2 e o correspondente campo de solubilidade detectável....................................... 137
Figura 5.74 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
dos solventes em
comparação com o ácido acetilsalicílico e o correspondente campo de solubilidade
detectável.............................................................................................................................. 138
Figura 5.75 – Esfera de solubilidade para o ácido acetilsalicílico........................................ 139
Lista de Figuras xii
___________________________________________________________________________
Figura 5.76 – Visualizações da esfera de solubilidade para o ácido acetilsalicílico sob
diferentes perspectivas.......................................................................................................... 140
Figura 5.77 – Valores de comprimento de onda em função da absorbância para a
determinação do ponto de máxima absorbância para o método de espectrofotometria no
ultravioleta............................................................................................................................ 141
Figura 5.78 – Valores de concentração em função da absorbância para o método de
espectrofotometria no ultravioleta........................................................................................ 142
Figura 5.79 – Valores da concentração de ácido acetilsalicílico ao longo do tempo para
as condições experimentais dos ensaios para a determinação das curvas de solubilidade
tendo o etanol como solvente............................................................................................... 143
Figura 5.80 – Valores da concentração de ácido acetilsalicílico ao longo do tempo para
as condições experimentais dos ensaios para a determinação das curvas de solubilidade
tendo o propilenoglicol como solvente................................................................................. 144
Figura 5.81 – Valores da concentração de ácido acetilsalicílico ao longo do tempo para
as condições experimentais dos ensaios para a determinação das curvas de solubilidade
tendo o álcool isopropílico como solvente........................................................................... 144
Resumo xiii
___________________________________________________________________________
RESUMO
O ácido acetilsalicílico é um dos medicamentos mais vendidos no mundo e pouco foi
realizado no sentido de caracterizar seu comportamento em solução. O presente trabalho visou
contribuir no sentido de determinar as curvas de solubilidade e os parâmetros de equilíbrio
termodinâmico dos modelos de Margules, Van Laar, Wilson, NRTL, UNIFAC, Teoria das
Soluções Regulares e Nývlt para soluções de ácido acetilsalicílico em etanol, acetona,
propilenoglicol e 2-propanol além de comparar seus valores de solubilidade com o que se
esperaria de uma solução ideal e com algumas soluções de solventes diluídas em água para
avaliar o efeito da adição de água no solvente.
Além disso, fez-se o estudo dos parâmetros de solubilidade para compor a esfera de
solubilidade do ácido acetilsalicílico com alguns solventes adicionais aos utilizados para
determinar as curvas de solubilidade. Fez-se também o estudo da decomposição do ácido
acetilsalicílico durante o procedimento para a determinação de suas curvas de solubilidade
Através dos ajustes podemos concluir que o modelo de Nývlt apresentou tanto a
melhor correlação (0,999) para o ajuste de seus parâmetros como também foi o modelo que
melhor representou os dados experimentais com desvio percentual médio na ordem de 1%. O
modelo NRTL também apresentou bons ajustes quando submetido à comparação com os
dados experimentais e constitui ferramenta interessante na predição do coeficiente de
atividade das soluções de ácido acetilsalicílico para todos os solventes estudados. O modelo
UNIFAC apresentou uma previsão insatisfatória dos valores de coeficiente de atividade com
desvios percentuais médios na ordem de até 70%.
A esfera de solubilidade foi determinada de maneira satisfatória, estando os
parâmetros de solubilidade do ácido acetilsalicílico em conformidade com os parâmetros dos
demais solventes estudados. Os ensaios para a determinação da decomposição do ácido
acetilsalicílico demonstraram que não há degradação significativa de ácido acetilsalicílico ao
longo dos experimentos para o etanol, propilenoglicol e álcool isopropílico.
Abstract xiv
___________________________________________________________________________
ABSTRACT
As one of the most regularly traded-in medicines in the world, the acetylsalicylic acid
has been scarcely researched when in solution. This study is aimed at determining the
thermodynamic equilibrium parameters for thermodynamic models such as Margules, Van
Laar, Wilson, NRTL, UNIFAC, Regular Solution Theory, and Nývlt for acetylsalicylic acid
solutions in ethanol, acetone, propylene glycol, and isopropyl alcohol, in addition to
comparing their solubility values with the expected from an ideal solution and with some
solutions of solvent diluted in water to evaluate the effect of the water addition in the solvent
Moreover, the study of the solubility parameters became to compose the sphere of
solubility of the acetylsalicylic acid with some solvents adds the used ones to determine the
solubility curves. We also do the study of the decomposition of the acetylsalicylic acid
became during the procedure for the determination of its curves of solubility.
Through adjustments it is possible to conclude that the Nývlt model presented the best
correlation rate (0,999) for the adjustment of its parameters. Moreover, it was the best model
to represent the experimental data with an average percent deviation of 1%. The NRTL model
also presented good adjustment rates when compared with other experimental data. It is an
interesting tool to predict the activity coefficient of the acetylsalicylic acid solutions for all the
solvents under study. The UNIFAC model presented an inadequate prediction of activity
coefficient values with average percent deviations of up to 70%.
The solubility sphere was determined in satisfactory way, once the solubility
parameters of acetylsalicylic acid is in compliance with the solvents parameters. The assays
for the determination of the decomposition of the acetylsalicylic acid had demonstrated that it
does not have significant degradation of acetylsalicylic acid throughout the experiments for
ethanol, propylene glycol and isopropyl alcohol.
.
Introdução 1
___________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO
A droga conhecida como aspirina é um medicamento comum encontrado com
facilidade em todas as farmácias do mundo. Há pouco mais de cem anos, era considerada uma
droga milagrosa que acabara de chegar às drogarias e farmácias da Europa. Muitos compostos
similares foram produzidos anteriormente, mas nenhum deles foi capaz de atingir o sucesso
do composto que é o princípio ativo da aspirina, o ácido acetilsalicílico.
Atualmente há numerosos relatos sobre os efeitos benéficos de uma baixa dose de
aspirina na profilaxia secundária de várias doenças cardiovasculares, como derrame e infarto
do miocárdio, graças à sua capacidade de inibir a síntese de tromboxana, prevenindo a
formação de trombos no cérebro e coração. Cresce também a evidência de que a aspirina,
quando usada regularmente, pode ter papel importante na prevenção do câncer colorretal. Tal
hipótese foi tema de avaliação apresentada por um grupo de trabalho à Agencia Internacional
para Pesquisa sobre o Câncer, em Lyon, França (CARVALHO, 1999).
Muitos estudos terapêuticos sobre a atuação da aspirina no organismo humano são
amplamente divulgados e o crescente interesse sobre o medicamento demanda ainda mais
pesquisas na área médica e farmacêutica. Entretanto pesquisas relacionadas à aquisição de
informações termodinâmicas sobre as soluções dessa substância são pouco freqüentes e quase
inexistentes nos periódicos e congressos, bem como em patentes pertinentes às áreas
tecnológicas de desenvolvimento.
Especificamente sobre a solubilidade, alguns autores se preocuparam exclusivamente
em obter valores para uma única temperatura sem avaliar o comportamento da solubilidade
em função da temperatura. Florey (1979) nos fornece uma série de valores de solubilidade do
ácido acetilsalicílico em determinados solventes em uma dada temperatura bem como
propriedades físicas e químicas do ácido acetilsalicílico.
Hamer & Philips (1959) descrevem uma das poucas curvas de solubilidade para o
ácido acetilsalicílico encontradas na literatura. Os autores estudaram o processo de
cristalização da aspirina e determinaram sua curva de solubilidade utilizando acetona como
solvente.
A solubilidade é um parâmetro importante a ser determinado pois uma série de
processos dependem do seu conhecimento como o caso do processo de cristalização. Seu
estudo esbarra inicialmente na escassez de informações sobre o comportamento dessa
Introdução 2
___________________________________________________________________________
substância em solução. O comportamento das curvas de solubilidade do ácido acetilsalicílico
em diferentes temperaturas afeta, entre outras coisas, a escolha do processo de cristalização,
purificação e armazenagem. Além disso, a determinação dos parâmetros para os modelos
termodinâmicos mais importantes é de interesse científico uma vez que se pode avaliar
características mais específicas de cada uma das soluções em função da aplicabilidade deste
ou daquele modelo para os diferentes tipos de solventes.
Assim sendo, o presente trabalho visou contribuir no sentido de determinar os
parâmetros de equilíbrio termodinâmico dos modelos de Margules, Van Laar, Wilson, NRTL,
UNIFAC, Teoria das Soluções Regulares e Nývlt para soluções de ácido acetilsalicílico em
quatro solventes importantes na indústria, sendo eles o etanol, a acetona, o propilenoglicol e o
2-propanol. Além da importância industrial, a escolha dos solventes levou em conta a faixa de
temperatura de estudo a fim de se obter uma distribuição maior de temperaturas para o estudo
da solubilidade.
Apresenta-se a seguir os objetivos do presente estudo, a revisão bibliográfica sobre o
assunto, a metodologia usada, os resultados obtidos, suas respectivas discussões e as
conclusões tiradas do trabalho.
Introdução 3
___________________________________________________________________________
2. OBJETIVOS
Tendo em vista a importância do ácido acetilsalicílico enquanto medicamento
mundialmente conhecido e da importância da obtenção de alguns parâmetros termodinâmicos,
o presente trabalho tem como objetivos:
a) Determinação das curvas de solubilidade para alguns solventes.
b) Modelagem do equilíbrio termodinâmico dos dados referentes às curvas de
solubilidade para os modelos de Margules, Van Laar, Wilson, NRTL, UNIFAC,
Teoria das Soluções Regulares e Nývlt.
c) Estimativa de uma esfera de solubilidade para padrões específicos e dos parâmetros de
solubilidade para o ácido acetilsalicílico.
d) Determinação do teor de ácido acetilsalicílico decomposto durante o processo de
obtenção das curvas de solubilidade.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
3.1.1 HISTÓRICO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Há mais de 2500 anos atrás, aproximadamente em 500 AC, os chineses utilizavam
lascas de salgueiro branco (Salix alba) para a cura de várias doenças. Cerca de 400 AC,
Hipócrates, proclamado o pai da Medicina, sugeria que seus pacientes mastigassem lascas de
salgueiro branco com a finalidade de diminuir a febre e reduzir as dores.
Quinhentos anos depois de Hipócrates, em 100 DC, Dioscorides, um médico grego,
prescreveu lascas de salgueiro branco a seus pacientes com o objetivo de reduzir os processos
inflamatórios em seus pacientes. Esse era o uso tradicional do precursor da ácido
acetilsalicílico. Infelizmente, durante a idade média, os benefícios das lascas de salgueiro
branco foram perdidos pelos médicos. Embora o seu uso, em virtude de suas propriedades
medicinais, fosse aplicado ao redor do mundo, a Europa se privara de seus benefícios por
longos anos.
Em 1763, na metade do século XVIII, o Reverendo Edmund Stone de Oxford iniciou
experimentos com a finalidade de reduzir as dores (CARVALHO, 1999). Stone pulverizou
uma libra de lascas de salgueiro branco e ministrou a grupos de quinze pacientes em estado
febril ao longo de vários anos. Ele misturou o pó em chás, água ou, eventualmente, em
pequenas doses de bebida alcoólica. Com raras exceções, a febre desaparecera. O poder de
cura parecia evidente, embora Stone não tivesse conhecimento dos mil anos anteriores onde as
lascas de salgueiro branco eram utilizadas com sucesso.
No mesmo ano o reverendo comunicou à Real Sociedade de Londres (“The Royal
Society of London”) que publicou as pesquisas de Stone sobre o sucesso das lascas de
salgueiro branco como redutora de processos febris.
Em 1826 os químicos italianos Brugnadelli e Fontana anunciaram que o princípio
ativo presente na casaca de salgueiro era um composto chamado salicina. O composto foi
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
5
isolado pela primeira vez em sua forma pura pelo francês Henri Leroux em 1829, que também
demonstrou as suas propriedades antipiréticas.
Em 1835 o químico alemão Karl Löwig preparou o ácido salicílico através de um
processo de oxidação do salicilaldeído. O salicilaldeído foi obtido primordialmente através da
destilação das flores do salgueiro branco, alguns anos antes, pelo suíço Johann Pagentecher.
Já no ano de 1838 o ácido salicílico foi obtido da salicina pelo químico italiano Rafaelle Piria
e em 1852, Gerland obteve por completo o processo de síntese do ácido salicílico,
dispensando o uso de produtos naturais.
Contudo, apenas em 1860 é que o químico alemão Hermann Kolbe, partindo do fenol,
desenvolvera um modelo sintético de produção comercialmente viável do composto.
Em 1870, o médico escocês MacLagan, começou a fazer uso clínico da salicina, tendo
publicado suas observações sobre a eficácia da substância no tratamento de oito casos de
febre reumática, sem ainda utilizar-se do ácido salicílico.
O farmacêutico alemão Senator sugeriu em 1877 que o ácido salicílico, na forma de
seu sal de sódio, tinha atividade e era menos irritante à mucosa gástrica. Como essa sugestão
foi confirmada, o salicilato de sódio acabou se transformando na droga preferida para o
tratamento de doenças reumáticas, sendo mais tarde também usado como antipirético e no
tratamento da gota.
Ainda que menos irritante que a salicina, o salicilato de sódio ainda irritava o
estômago de muitos pacientes, além de ter um gosto bastante desagradável (CARVALHO,
1999).
O enorme sucesso alcançado por essa droga levou o químico alemão Felix Hoffman,
então funcionário da Bayer a aperfeiçoá-la, produzindo o ácido acetilsalicílico, com base no
trabalho do químico francês Charles F. Gerhardt de 1853 que havia caído no esquecimento.
Após a demonstração de seu efeito antiinflamatório, o farmacologista alemão Henrich
Dreser introduziu o ácido acetilsalicílico maciçamente na medicina em 1899.
O nome “ácido acetilsalicílico”, através do qual a substância passou a ser conhecida,
se deriva do fato de que o ácido salicílico, obtido originalmente da planta Spiraea ulmaria, era
conhecido como ácido spiricum.
O ácido acetilsalicílico passou a ser usada para substituir o salicilato de sódio,
especialmente no tratamento de doenças reumáticas, mas não demorou para que suas
propriedades analgésicas fossem reconhecidas. Seu uso mais freqüente passou a ser feito para
aliviar a dor, particularmente dores de cabeça, dores musculares e no tratamento de várias
formas de artrite.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
6
Na Alemanha e em alguns países, o ácido acetilsalicílico ainda é uma marca
registrada; mas em outros países, como Inglaterra, França e EUA, é um nome genérico,
podendo ser usado por qualquer um (CARVALHO, 1999).
3.1.2 PROCESSO DE PRODUÇÃO
Um dos processos descritos na literatura utilizado hoje na indústria para a síntese do
ácido acetilsalicílico difere consideravelmente do primeiro teorizado e desenvolvido pelos
químicos e farmacêuticos do século XIX.
Os químicos de bancada estavam mais interessados em criar apenas alguns gramas do
produto enquanto os processos industriais requerem quilogramas de reagentes e uma série de
operações unitárias que garantam a pureza e a qualidade do produto final.
Segundo The New Jersey Center for Multimedia Research (NJCMR), um dos
principais processos para a produção de ácido acetilsalicílico utiliza como matéria-prima o
anidrido acético e o ácido salicílico na presença de ácido sulfúrico como catalisador.
A reação de síntese do ácido acetilsalicílico (reação de acetilação) está ilustrada
esquematicamente na Figura 3.1.
H
2
SO
4
COOH
O
C
O
CH
3
H
3
C
O
O
C
O
C
CH
3
+
H
3
CO
O
C
OH
C
CH
3
+
+HSO
4
-
H
3
CO
O
C
OH
C
CH
3
+
+
COOH
OH
HOOC
O
CH
3
O
O
C
HO
CH
3
C
H
+
HOOC
O
CH
3
O
O
C
HO
CH
3
C
H
+
HOOC
O
CH
3
O
O
C
HO
CH
3
C
H
+
HOOC
O
OH
CH
3
C
+
+
H
3
C
O
C
OH
+H
+
Anidrido Acético Ácido Sulfúrico
Ácido Salicílico
Ácido Acético
Ácido Acetilsalicílico
Figura 3.1- Síntese do ácido acetilsalicílico através de anidrido acético e ácido salicílico.
FONTE: NJCMR – The New Jersey Center for Multimedia Research.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
7
Como relatado no caso de estudo citado por NJCMR, o processo tem início com a
preparação de um licor-mãe que servirá como fluido para a partida da reação. O licor é
preparado dissolvendo-se o anidrido acético em tolueno, que é um solvente que não participa
da reação, em um tanque com agitação à temperatura ambiente (0,0125 kmols de anidrido
acético para 1,0 kg de tolueno).
O licor-mãe é descarregado no reator de tanque de vidro com agitação, com volume
total de 1500 galões, condensador de água com refluxo, termômetros com registro automático
de temperatura e um agitador. A esse reator é adicionado ácido salicílico (10 kmols) de forma
que a solução final para reação apresente excesso de anidrido acético, além de ácido sulfúrico
para a catálise da reação.
A mistura reativa é então aquecida entre 88 e 92 ºC e mantida sob agitação por 20
horas (10 kmols de ácido acetilsalicílico produzidos). Transcorrido o período de reação, a
mistura é então direcionada para um tanque de resfriamento construído em alumínio e
permanece de 3 a 4 dias, até que a temperatura atinja valores entre 15 e 25 ºC.
A essa altura do processo os cristais de ácido acetilsalicílico já precipitaram na forma
de cristais regulares.
Assim, a licor-mãe é levada para centrifugação ou filtração. O filtrado será uma
solução com o excesso de anidrido acético que não reagiu (cerca de 5 kmols), ácido
acetilsalicílico não precipitado (1 a 1,5 kmols), ácido acético proveniente da reação de
acetilação (10 kmols) e 1200 kg de tolueno (fonte: NJCMR).
O filtrado é encaminhado para um tanque com agitação onde uma corrente de gás
ceteno é borbulhada com a finalidade de transformar o ácido acético em anidrido acético. O
gás é borbulhado através de uma placa perfurada até atingir a proporção estequiométrica
equivalente para a completa reação do ácido acético (10 kmols). Nesse ponto, a água mãe
apresenta teores de anidrido acético (10 kmols) e ácido acetilsalicílico não cristalizado (1 a
1,5 kmols). Essa água mãe reciclada é reenviada ao reator.
O ácido acetilsalicílico retirado no processo de filtração é lavado com água destilada
para a remoção de todos os resíduos de ácido acético. A partir daí é comprimido ou
centrifugado até o menor teor de umidade possível e daí, seco por uma corrente de ar quente
(60 a 70 ºC) (observação: para o processo descrito a massa total de ácido acetil salicílico
produzida é de 1780 a 1795 kg na sua forma cristalina).
Um esquema do processo de produção do ácido acetilsalicílico é apresentado na
Figura 3.2.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
8
Anidrido Acético
Tolueno
Ceteno
Tanque Agitado
Reator de Mistura Encamisado
Tanque de Resfriamento
Tanque de Recuperação
Filtro
Compressor
Secador
Ácido Salicílico
Figura 3.2 – Esquema do processo de produção do Ácido Acetilsalicílico.
FONTE: NJCMR – The New Jersey Center for Multimedia Research.
Hamer & Philips (1959) em nome da Monsanto Chemicals Limited depositaram sua
patente de nº. 2,890,240 que descreve o processo de cristalização do ácido acetilsalicílico.
Os inventores citam o fato de que o ácido acetilsalicílico é produzido pela acetilação
do ácido salicílico com o anidrido acético. Qualquer que seja o processo adotado utiliza-se
cristalizar o produto e muita consideração foi dada para a escolha apropriada do solvente,
método e condições adotadas para a cristalização uma vez que a escolha do solvente é de
fundamental importância para a qualidade final do produto.
Dois dos solventes que têm sido utilizados na manufatura comercial desse
medicamento são o metanol e o benzeno.
A dificuldade na escolha de um solvente adequado reside no fato de que o ácido
acetilsalicílico tem uma ligeira tendência à desacetilação por hidrólise tanto no processo de
purificação durante a produção quanto no processo de estocagem após a manufatura. Como
resultado da desacetilação há uma tendência para que o ácido acetilsalicílico cristalizado
apresente ácido salicílico livre e que sua concentração aumente com o tempo de
armazenagem.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
9
Numa investigação sobre a possibilidade do uso de acetona como solvente para a
cristalização no processo de produção do ácido acetilsalicílico, os autores observaram que
quando a acetona era utilizada para solubilizar a ácido acetilsalicílico e a solução então era
resfriada para a cristalização, hábito cristalino era bastante adequado para a subseqüente
transformação em comprimidos, apresentando-se na forma de agulhas.
O ponto de ebulição da acetona é de 57,5ºC e a diferença de temperatura que pode ser
aplicada convenientemente na prática atinge um máximo de 55 ºC até um resfriamento para
20 ºC ou até mesmo 10 ºC para a cristalização. Os autores obtiveram então a curva de
solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona para diferentes temperaturas, ilustrada na
tabela 1.1.
Tabela 1.1 Dados da curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona patenteada por Hamer e Philips .
Temperatura (°C) Solubilidade (g/100g solvente)
55 62
50 57
40 46
30 37
20 29
10 22
FONTE: Hamer e Philips (1959)
Segundo os autores, é possível verificar que a curva de solubilidade da ácido
acetilsalicílico em acetona para várias temperaturas não é suficientemente íngreme para a
cristalização utilizando acetona como solvente com a finalidade de atingir um rendimento
considerado econômico sem que seja necessário o reciclo de uma grande quantidade de licor-
mãe. É fato que para se atingir a recuperação economicamente viável de ácido acetilsalicílico
da ordem de 94%, seriam necessárias temperaturas superiores a 55 ºC e resfriá-las até 20 ºC
com um reciclo de 90% da licor-mãe para cada cristalização. O processo é desvantajoso uma
vez que a ácido acetilsalicílico no licor-mãe é reaquecida para a dissolução de ácido
acetilsalicílico adicional, ocorrendo uma pequena parcela de desacetilação.
Hamer e Philips (1959) descobriram também que a taxa de cristalização aumenta
quando a acetona é substituída nos estágios finais do processo (quando a maior parte do ácido
acetilsalicílico já foi cristalizada) por um outro solvente orgânico no qual a ácido
acetilsalicílico é menos solúvel que na acetona naquela faixa de temperaturas, de forma que
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
10
uma recuperação economicamente aceitável de um ácido acetilsalicílico com hábito cristalino
adequado e apropriado para ser transformada em comprimidos seja obtida.
3.1.3 INFORMAÇÕES FARMACOLÓGICAS E QUÍMICAS
3.1.3.1 Farmacologia (FLOREY, 1979)
Nome / Substância:
Ácido Acetilsalicílico
Grupo:
Analgésicos
Sinônimos:
2- Ácido Acetoxibenzóico, Acidum salicylicum, Aspirin, Ácido Orto –
Acetilsalicílico, Polipirina, Ácido Aceto-Salicílico
Rotas de Entrada:
Oral: A ingestão de comprimidos de ácido acetilsalicílico é a principal causa de
envenenamento por salicilato em crianças recém nascidas, bebês e crianças.
Inalação: Concentração atmosférica máxima permitida de 5 mg/m
3
.
Pele: A quantidade absorvida após 10h de aplicação cutânea de salicilato em vaselina
foi de 60%.
Olhos: Desconhecido
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
11
Toxicidade:
o Adultos:
Suave a moderada 150-300 mg/kg
Grave 300-500 mg/kg
Potencialmente mortal > 500 mg/kg
o Crianças:
Em crianças a ingestão de 240 mg/kg causará envenenamento moderado a severo, mas
mortes raramente ocorrem em doses abaixo de 480 mg/kg.
3.1.3.2 Propriedades Físico-Químicas
Peso Molecular: 180,15 g/mol (FLOREY, 1979)
Propriedades Físicas
Aparência: Cristais incolores ou brancos ou grânulos cristalinos brancos sem cheiro ou
com aroma levemente ácido.
Temperatura de fusão: 143 ºC (FLOREY, 1979).
Solubilidade: Solúvel em solução de acetatos e citratos, com decomposição em
soluções alcalinas e carbonatos. Incompatível com ácidos livres, acetanilida, aminopirina,
fenazona, hexamina, sais de ferro, sais de quinina, potássio e iodetos de sódio, estearatos e
carbonatos.
Estabilidade: O ácido acetilsalicílico é estável em ar seco mas hidrolisa
gradativamente em ácido salicílico e ácido acético em contato com umidade. Em solução
alcalina, a hidrólise se processa rapidamente e a solução resultante deve consistir inteiramente
de acetato e salicilato.
Decomposição: O ácido acetilsalicílico se decompõe rapidamente em soluções de
acetato de amônio ou em acetatos, carbonatos, citratos e hidróxidos de metais alcalinos.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
12
Entalpia de Fusão (h
fus
): 29.800 J/mol (KIRKLIN, 2000).
Calor de Formação (h
f
): -759.190 J/mol (KIRKLIN, 2000).
Outras Características
Validade da substância: A validade é altamente dependente do tipo de
armazenagem. Recomenda-se que os ingredientes ativos sejam testados anualmente utilizando
os princípios esboçados pela monografia Farmacopéia Européia. Quando todos os testes
apropriados estiverem empreendidos com resultados satisfatórios e quando o ingrediente ativo
estiver armazenado na maneira recomendada pela monografia, a extensão da validade por
mais um ano adicional pode ser considerada.
Condições de armazenamento: Armazenar em recipientes herméticos.
3.1.3.3 Procedimentos Analíticos
Alguns autores estudaram especificamente metodologias experimentais para a
determinação de ácido acetilsalicílico nos mais variados meios. Esses métodos são
importantes para a determinação, tanto do ácido acetilsalicílico, quanto do ácido salicílico,
produto de sua hidrólise.
Edwards (1950) estudou a determinação da constante de dissociação termodinâmica e
a cinética de hidrólise da ácido acetilsalicílico utilizando espectrofotometria no ultravioleta.
O autor determinou o espectro de absorção do ácido acetilsalicílico e do ácido
salicílico em uma série de pHs utilizando soluções de ácido sulfúrico, ácido acético e ácido
acético com acetato de sódio como solvente.
Gremião (1986) estudou a estabilidade do ácido acetilsalicílico em preparações
farmacêuticas líquidas e, para tanto, fez um apanhado das várias possibilidades em se analisar
a composição dessas preparações, tanto para determinar a presença de ácido acetilsalicílico
quanto de ácido salicílico.
Segundo o autor, a determinação de ácido salicílico pelo método colorimétrico após
reação com nitrato férrico em meio ácido baseia-se na reação da hidroxila fenólica do ácido
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
13
salicílico com nitrato férrico a 1%, dando origem a um complexo colorido com absorção
máxima a 525 nm.
A determinação do ácido salicílico e do ácido acetilsalicílico simultaneamente pode
ser feita, segundo Gremião (1986), pela espectrofotometria de sistemas múltiplos no
ultravioleta, empregando-se clorofórmio como solvente.
O ácido salicílico e o ácido acetilsalicílico em clorofórmio apresentam espectros de
absorção diferentes na região do ultravioleta. A absorção máxima do ácido acetilsalicílico
ocorre a 278 nm. Nesse comprimento de onda, o ácido salicílico também absorve, porém, sua
absorção máxima ocorre em 308 nm. A absorção do ácido acetilsalicílico nesse último
comprimento de onda é mínima, sendo quase desprezível (GREMIÃO 1986).
Gremião (1986) fez uma tentativa de modificação do método empregando clorofórmio
utilizando espectrofotometria de sistemas múltiplos no ultravioleta empregando etanol como
solvente. Segundo o autor o ácido salicílico e o ácido acetilsalicílico apresentam espectros de
absorção semelhantes aos obtidos em clorofórmio.
Gremião (1986) utilizou o comprimento de onda 278 nm. Nesse comprimento de onda,
o autor detectou que a absorção máxima do ácido acetilsalicílico coincidia com mínimo ácido
salicílico, sendo possível determinar a quantidade de um sem a interferência significativa do
outro.
O autor descreve que o método foi utilizado de forma adequada na determinação do
ácido salicílico e do ácido acetilsalicílico.
O autor ainda cita a cromatografia em camada delgada como uma opção de análise.
3.1.3.4 Decomposição e Hidrólise
Em contato com umidade o ácido acetilsalicílico hidrolisa-se gradualmente
decompondo-se em ácidos salicílico e acético, adquirindo o odor do ácido acético. A
degradação do ácido acetilsalicílico é devida à quebra hidrolítica do grupo éster fenólico. A
hidrólise se processa tanto no meio ácido como no básico.
O ácido acetilsalicílico em soluções, suspensões e sais tem a estabilidade bastante
limitada. A hidrólise do ácido acetilsalicílico é muito sensível a mudanças de temperatura,
mesmo próximo à temperatura ambiente. Essa reação é potencialmente catalisada pelo íon
hidrogênio e fortemente pelo íon hidroxila.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
14
Alguns trabalhos publicados demonstram que a razão da hidrólise é independente não
somente da concentração do ácido acetilsalicílico como também da concentração do sal
solubilizado.
Algumas substâncias são capazes de proteger o ácido acetilsalicílico da hidrólise
como:
- etoxipolietilenoglicol
- fenoxipolietilenoglicol
- acetato de polietilenoglicol
- lisina
- arginina
- glicina
- histidina
Ager et al. (1986) verificaram que a adição de carbonato de cálcio causou pequena
decomposição (4,4 % após 1 ano) enquanto que bicarbonato de sódio acelerou fortemente o
processo (100 % após 44 semanas).
Formulações de ácido acetilsalicílico contendo codeína resultam na acilação da droga,
porém, em combinação com cafeína e fosfato de codeína são estáveis.
Ager et al. (1986) constataram que também houve decomposição completa do ácido
acetilsalicílico em ácido acético e salicílico dentro de 1 hora com tratamento térmico a 155 ºC.
Quando o experimento foi repetido a 100ºC, a completa decomposição ocorreu dentro de 3
horas. O grau de hidrólise é dependente do pH, desde que um mecanismo de catálise ácido-
base esteja envolvido.
Ager et. al. (1986) estudaram a estabilidade da ácido acetilsalicílico em misturas
sólidas. Segundo os autores a maioria dos autores faz referência à estabilidade em soluções,
mas que existem poucos estudos sobre misturas sólidas. Os autores explicam que a taxa de
hidrólise da ácido acetilsalicílico é diretamente proporcional ao teor de umidade do meio, mas
muitos desses resultados foram questionados uma vez que o produto dessa hidrólise é o ácido
salicílico, que sublima da mistura sólida.
Ager et. al. (1986) concluíram que a degradação da ácido acetilsalicílico no estado
sólido pode ser catalisada por acidez ou basicidade. A degradação foi detectada por análise
térmica a qual não é afetada por íons metálicos como outros métodos. Segundo os autores,
esse íons metálicos também são de grande importância para a degradação da ácido
acetilsalicílico.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
15
3.2 SOLUBILIDADE E O EQUILÍBRIO SÓLIDO-LÍQUIDO
3.2.1 TERMODINÂMICA DO EQUILÍBRIO SÓLIDO-LÍQUIDO
A extensão na qual um sólido pode se dissolver em um líquido varia enormemente; em
alguns casos um soluto sólido pode formar uma solução altamente concentrada em um dado
solvente e em outros casos a solubilidade pode ser tão irrisória a ponto de ser praticamente
indetectável.
A solubilidade é altamente dependente das forças intermoleculares do soluto e do
solvente. Entretanto, outros fatores além das forças intermoleculares atuam no sentido de
determinar a solubilidade de um soluto num determinado solvente.
Ainda que solutos e solventes possuam grande afinidade entre si do ponto de vista
químico, por se tratarem de espécies químicas semelhantes, sua solubilidade não depende
unicamente do coeficiente de atividade do soluto, mas também da fugacidade do estado
padrão ao qual o coeficiente de atividade se refere e da fugacidade do sólido puro
(PRAUSNITZ et al., 1986). Assumindo que o solvente líquido não solubiliza na fase sólida, a
equação de equilíbrio é dada por:
()( )
líquida soluçãona solutopuro sólido
ff
11
=
(1)
()
0
1111
fxf
puro sólido
γ
=
(2)
Onde o índice “1” se refere ao soluto e x
1
é a solubilidade (fração molar) do soluto no
solvente, γ
1
é o coeficiente de atividade do soluto na fase líquida, e
0
1
f
é a fugacidade no
estado padrão ao qual γ
1
se refere e f
i
é a fugacidade do componente i. Da equação 2, tem-se
então a solubilidade:
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
16
()
0
22
puro sólido2
2
f
f
x
γ
=
(3)
Conforme a equação (3) demonstra, a solubilidade se torna dependente não apenas do
coeficiente de atividade do soluto na fase líquida como também da razão entre duas
fugacidades.
A fugacidade do estado padrão
0
2
f
é arbitrária; o único requisito termodinâmico é que
ela esteja na mesma temperatura da solução. Entretanto outros padrões podem ser utilizados e
é mais conveniente definir a fugacidade no estado padrão como sendo a fugacidade do
componente em seu estado de líquido hipotético (ou líquido super-resfriado) puro na mesma
temperatura do sistema e numa dada pressão.
Esse é um estado hipotético, mas ele é tal que suas propriedades podem ser calculadas
com boa precisão devido ao fato da temperatura da solução não estar muito distante do ponto
triplo do soluto.
Uma vez definido o estado de liquido hipotético como o estado padrão a ser adotado,
em uma dada temperatura T e abaixo de sua pressão de saturação, podemos reescrever a
equação de equilíbrio como:
()
()
hipotético líquido
22
puro sólido2
2
f
f
x
γ
=
(4)
Ambas as fugacidades dependem unicamente das propriedades do soluto. A razão
entre essas duas fugacidades pode facilmente ser calculada através de um ciclo
termodinâmico onde o soluto é levado da condição de sólido à de líquido hipotético. O ciclo
termodinâmico que ilustra essa mudança está exposto na figura 3.3.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
17
SÓLIDO LÍQUIDO
Temperatura
de Operação T
Temperatura
de Fusão T
f
b
a
c
d
Figura 3.3 – Ciclo termodinâmico para o cálculo da fugacidade de um líquido hipotético.
FONTE: PRAUSNITZ et al. (1986).
A variação da energia livre de Gibbs molar para o componente 2 (de a para d) é dada
pela expressão 5, onde f
L
é a fugacidade do líquido hipotético e f
s
é a fugacidade do sólido
puro.
s
L
da
f
f
RTg ln=
(5)
Onde g é a variação da energia livre de Gibbs, R é a constante dos gases e T é a
temperatura absoluta.
A variação da energia de Gibbs pode também ser relacionada com as variações de
entalpia e entropia. O ciclo termodinâmico da figura 3.3 fornece um método para o cálculo
das mudanças de entalpia e entropia. Uma vez que ambas são funções de estado
independentes do caminho, é possível substituir o caminho direto a Æ d por um caminho
alternativo a Æ b Æ c Æ d. Tais relações podem ser observadas nas equações 6, 7 e 8.
dada
da
sThg
= (6)
dccbbada
hhhh
++= (7)
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
18
dccbbada
ssss
++=
(8)
As equações (7) e (8) podem ser reescritas em termos da capacidade térmica c
p
, da
entalpia de fusão h
f
e da entropia de fusão s
f
, de forma que c
p
corresponde a “c
p(liquido)
c
p(sólido)
” e T
f
é a temperatura de fusão. Assim essas equações passam a ser escritas na seguinte
forma:
+=
T
T
p
f
T
da
f
f
dTchh (9)
+=
T
T
p
f
T
da
f
f
dT
T
c
ss (10)
Podemos ainda relacionar s
f
com h
f
através da temperatura de fusão T
f
conforme a
equação (11):
f
f
f
T
h
s
=
(11)
Uma vez relacionadas dessa forma, podemos substituir o conteúdo das equações (6),
(9), (10) e (11) na equação (5), obtendo assim um modelo termodinâmico que expressa a
fugacidade do líquido hipotético a uma dada temperatura
T em termos de propriedades
termodinâmicas mensuráveis. Esse modelo está representado na equação (12).
T
T
R
c
T
T
R
c
T
T
RT
h
f
f
fpfpf
f
f
s
L
ln11ln
+
=
(12)
A mesma equação pode ser obtida utilizando-se como limite de integração a
temperatura no ponto triplo do soluto (PRAUSNITZ et al., 1986). Uma aproximação razoável
é utilizar a temperatura do ponto de fusão para os casos onde a temperatura no ponto triplo do
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
19
soluto não é claramente determinada na literatura. A equação (12) pode ainda ser escrita de tal
forma que a solubilidade e o coeficiente de atividade estejam explícitos. Assim:
T
T
R
c
T
T
R
c
T
T
RT
h
x
fpfpf
f
f
ln11
1
ln
11
+
=
γ
(13)
De forma que o índice (1) bem como todas as propriedades mensuráveis referem-se ao
soluto.
Uma expressão para a solubilidade ideal de um soluto num solvente líquido pode ser
obtida da equação (12), fazendo-se γ
1
= 1. A expressão (13) é simplificada da seguinte forma:
T
T
R
c
T
T
R
c
T
T
RT
h
x
fpfpf
f
f
ln11
1
ln
1
+
=
(14)
Entretanto a imensa maioria das soluções não pode ser representada por uma equação
que descreve o comportamento de uma solução ideal. Dessa forma, métodos de obtenção dos
coeficientes de atividade tornam-se necessários para a determinação da solubilidade de um
soluto em um dado solvente.
3.2.2 MODELOS PARA A PREDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ATIVIDADE
Existe uma diferença significativa na natureza e na dimensão da solubilidade de um
dado soluto numa solução quando a estimamos de uma forma idealizada e quando a
verificamos sob uma ótica real. Dessa forma, o coeficiente de atividade, considerado como a
unidade para sistemas ideais, agora assume valores tais que caracterizam um sistema
termodinamicamente não ideal.
Em soluções apolares, onde apenas as forças de dispersão são importantes, o soluto
possui um coeficiente de atividade maior do que a unidade, uma vez que a solubilidade é
menor do que seu estado ideal correspondente. Entretanto, nos casos onde a polaridade ou
forças químicas específicas são importantes, o coeficiente de atividade pode assumir valores
menores do que a unidade de forma que a solubilidade é ainda maior do que a ideal. Esse
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
20
efeito foi observado em soluções de hidrocarbonetos insaturados em dióxido de enxofre
(PRAUSNITZ et al., 1986).
No entanto a determinação precisa do coeficiente de atividade é de extrema
dificuldade. Ao longo da história vários pesquisadores elaboraram formas de se obter o
coeficiente de atividade através de medidas experimentais (SMITH & VAN NESS, 1980).
Alguns desses modelos para a determinação do coeficiente de atividade estão descritos
abaixo.
3.2.2.1 A Equação de Margules
Numa dada temperatura, a energia livre de Gibbs molar em excesso, g
E
, de uma
mistura depende diretamente da composição dessa mistura e, em menor escala, da pressão.
Sob pressões baixas e moderadas o efeito da pressão é suficientemente baixo para ser
considerado.
Assim, para uma mistura binária onde as propriedades de excesso são tomadas com
referência a uma solução ideal, considera-se como o estado padrão o do seu componente puro
no estado líquido na mesma temperatura e pressão do sistema. Dessa forma qualquer
expressão para a energia livre de Gibbs molar em excesso deve obedecer duas condições:
0 quando 0
0 quando 0
2
1
==
==
xg
xg
E
E
A expressão não trivial mais simples que obedece à condição acima é:
21
xAxg
E
= (14)
Onde A é uma constante empírica, com as unidades da energia, característica dos
componentes 1 e 2, que depende da temperatura mas não da composição. A equação (14) nos
fornece imediatamente uma expressão para os coeficientes de atividade γ
1
e γ
2
através da
substituição da relação entre o coeficiente de atividade e a energia livre de Gibbs molar em
excesso:
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
21
i
E
RTg
γ
ln=
(15)
A devida substituição da equação (15) na equação (14) nos dá as equações de
Margules para um sistema binário, as quais promovem uma boa representação para muitas
misturas líquidas simples, onde as espécies envolvidas possuam forma, tamanho e natureza
química semelhantes. As equações de Margules para um sistema binário estão ilustradas nas
expressões (16) e (17).
2
21
ln x
RT
A
=
γ
(16)
2
12
ln x
RT
A
=
γ
(17)
O modelo efetivamente estudado foi o de Margules modificado para um sistema
binário, que promove uma boa representação para muitas misturas líquidas simples, onde as
espécies envolvidas possuam forma, tamanho e natureza química semelhantes utilizando uma
expansão da equação original (PRAUSNITZ et al., 1986):
() ()
3
1
2
11
11ln x
RT
B
x
RT
A
+=
γ
(18)
Da mesma forma que A, B é uma constante empírica, com as unidades de energia,
característica dos componentes 1 e 2 e ambas são os parâmetros ajustáveis para o modelo
modificado de Margules.
Starzak e Mathlouthi (2006) estudaram a dependência da temperatura no coeficiente
de atividade da água em soluções aquosas de sacarose. Os autores realizaram uma abrangente
análise de dados experimentais para avaliar o efeito da temperatura sobre a água, o coeficiente
de atividade e funções termodinâmicas em excesso para soluções aquosas de sacarose.
Para tanto os autores utilizaram uma modificação da equação de Margules com quatro
sufixos. Segundo os autores a equação proposta dá uma representação adequada dos dados
disponíveis na literatura para soluções de sacarose para temperaturas de -15 a 150 ° C e
concentrações de sacarose de até 98% em massa.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
22
Derenzo (2003) utilizou o modelo de Margules com dois sufixos para a previsão dos
dados de solubilidade do ácido adípico em alguns solventes obtendo bons ajustes para seus
dados experimentais.
3.2.2.2
A Equação de Van Laar
Wohl (1946) apud Prausnitz et al., (1986) propôs um modelo genérico para expressar
a energia livre de Gibbs molar em excesso. Uma das vantagens desse modelo é que algum
significado físico pode ser atribuído às constantes que aparecem nessa expressão. Wohl
expressa a energia livre de Gibbs em excesso para um sistema binário através de uma série em
z
1
, z
2
e a fração volumétrica efetiva de ambos os componentes. A expansão de Wohl se
encontra descrita na equação (19).
()
Κ
3
2112222
3
111122
2
11122112
2211
4432 zzazzazzazza
qxqxRT
g
E
+++=
+
(19)
Onde:
2211
22
2
2211
11
1
e
qxqx
qx
z
qxqx
qx
z
+
+
(20)
A equação proposta por Wohl contém dois tipos de parâmetros, q e a. Os parâmetros q
são o volume efetivo, ou seção transversal, das moléculas. Seu índice define a qual espécie o
parâmetro se refere. O parâmetro q é uma medida do tamanho da molécula, ou da sua esfera
de influência na solução. Os parâmetros a estão relacionados à interação entre as moléculas
das espécies 1 e 2.
Podemos então aplicar a equação de Wohl para uma solução binária que não sejam tão
díspares quimicamente, mas apresentam diferentes tamanhos moleculares. Assim obtém-se
uma simplificação da expressão (19) desconsiderando os efeitos das constantes a
112
, a
122
e
superiores, truncando assim a série de Wohl no segundo termo. A série original torna-se
então:
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
23
2211
212112
2
qxqx
qqxxa
RT
g
E
+
= (21)
Substituindo a equação (15) na equação (21) e rearranjando corretamente os termos,
temos as equações de Van Laar para um sistema binário:
2
2
1
1
'
'
1
'
ln
+
=
x
x
B
A
A
γ
(22)
2
1
2
2
'
'
1
'
ln
+
=
x
x
A
B
B
γ
(23)
Onde A’ = 2q
1
a
12
e B’ = 2q
2
a
12
.
A derivação da equação de Van Laar sugere que ela deve ser utilizada para soluções
relativamente simples, preferencialmente líquidos apolares. Entretanto, empiricamente é
possível demonstrar que essa equação pode ser utilizada com êxito na representação do
coeficiente de atividade de misturas complexas.
3.2.2.3
A Equação de Wilson
Muitas equações foram propostas para a relação entre o coeficiente de atividade e a
fração molar e muitas novas continuam a ser propostas todos os anos; algumas delas,
derivadas da série de Wohl (PRAUSNITZ et al., 1986).
Entretanto, algumas equações úteis para o cálculo do coeficiente de atividade
simplesmente não derivam da proposta original de Wohl. Uma delas é a equação de Wilson
(WILSON, 1964; apud PRAUSNITZ et al., 1986), que propôs a seguinte relação para a
energia livre de Gibbs molar:
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
24
()()
1212221211
lnln xxxxxx
RT
g
E
Λ+Λ+= (24)
Fazendo a substituição da equação (15) na equação (24) e simplificando
adequadamente a expressão resultante chegamos às Equações de Wilson para um sistema
binário:
()
Λ+
Λ
Λ+
Λ
+Λ+=
1212
21
2121
12
221211
lnln
xxxx
xxx
γ
(25)
()
Λ+
Λ
Λ+
Λ
+Λ+=
1212
21
2121
12
212122
lnln
xxxx
xxx
γ
(26)
A equação de Wilson possui dois parâmetros ajustáveis Λ
12
e Λ
21
. Numa derivação da
equação de Wilson, esses parâmetros podem ser relacionados da seguinte forma.
Λ
RT
e
v
v
1112
1
2
12
λλ
(27)
Λ
RT
e
v
v
2212
2
1
21
λλ
(28)
Onde v
i
é o volume molar líquido do componente i puro e λ
ij
são as energias de
interação entre as moléculas.
Dessa forma a equação de Wilson nos dá não apenas uma estimativa do coeficiente de
atividade como função da composição, mas também uma estimativa da variação do
coeficiente de atividade com a temperatura. Ela ainda é bem utilizada para soluções polares
ou associações de solutos polares em solventes apolares.
Ruckenstein e Shulgin (2005) estudaram a solubilidade de poluentes orgânicos
hidrofóbicos em soluções aquosas binárias e multicomponentes.
Os autores estudaram a aplicação da teoria da flutuação de soluções para a
solubilidade de substâncias pouco solúveis de significância ambiental em solventes aquosos
mistos. A teoria da flutuação de soluções foi primeiramente usada para derivar uma expressão
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
25
para o coeficiente de atividade de um soluto em diluição infinita em um solvente binário
misto.
Os autores utilizaram modelos como o de Wilson e o de Margules com dois sufixos
para gerar um número de expressões para a solubilidade de sólidos em solventes aquosos
mistos.
Segundo os autores os melhores resultados foram obtidos através de uma combinação
da expressão desenvolvida por eles para o coeficiente de atividade de um soluto em diluição
infinita em uma mistura de solvente com as equações de Wilson para os coeficientes de
atividade dos componentes de uma mistura de solventes
3.2.2.4
O Modelo NRTL - Non-Random Two-Liquids
A idéia fundamental da equação de Wilson deriva do conceito de composição local.
Renon (1968) apud Prausnitz et al.(1986) utilizou o mesmo conceito para a elaboração do
modelo NRTL. Entretanto, a equação de Renon difere da equação de Wilson por ser aplicável
a sistemas parcialmente miscíveis da mesma forma que a sistemas completamente miscíveis.
A representação da energia livre de Gibbs molar em excesso para a equação NRTL é expressa
como:
+
+
+
=
1212
1212
2121
2121
21
Gxx
G
Gxx
G
xx
RT
g
E
ττ
(29)
Onde:
RT
gg
2212
12
=
τ
(30)
RT
gg
1121
21
=
τ
(31)
()
1212
τα
12
= eG (32)
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
26
()
2112
τα
21
= eG (33)
O significado de g
ij
é similar ao de λ
ij
na equação de Wilson. O parâmetro α
12
está
relacionado com a não randomicidade na mistura. Quando o parâmetro α
12
é zero a solução é
completamente randômica.
A equação NRTL contém três parâmetros. Entretanto, através de uma série de dados
experimentais foi possível determinar que o parâmetro α
12
varia de 0,2 a 0,47. Quando há
escassez de dados experimentais, pode-se atribuir arbitrariamente o valor de 0,3 para o
parâmetro α
12
. A expressão NRTL que relaciona o coeficiente de atividade com as frações
molares pode ser obtida através da substituição da equação (15) na equação (29). Com as
devidas simplificações, a expressão NRTL para um sistema binário torna-se:
()
+
+
+
=
2
1212
1212
2
2121
21
12
2
21
ln
Gxx
G
Gxx
G
x
τ
τγ
(34)
()
+
+
+
=
2
2121
2121
2
1212
12
21
2
12
ln
Gxx
G
Gxx
G
x
τ
τγ
(35)
Para sistemas moderadamente não ideais, o modelo NRTL oferece alguma
desvantagem por não ser tão simples quanto as equações de Van Laar e Margules. Entretanto,
para misturas fortemente não ideais e especificamente nos sistemas parcialmente miscíveis, a
NRTL fornece uma boa aproximação dos dados experimentais.
Safaeefara et al. (2006) avaliaram as medidas e as correlações da solubilidade de
MnSO4 • H2O em etanol + água + MgSO4 • 7 H2O em solução.
Segundo os autores dados sobre a solubilidade do sulfato de manganês monohidratado
na água e em soluções alcoólicas é essencial o estudo da cristalização. A solubilidade do
sistema quaternário MnSO4 • H2O + MgSO4 • 7 H2O + H2O + EtOH foi determinada na
faixa de temperatura 293,2 a 323,2 K sobre o etanol, com fração molar de 0,00-0,12. Os
autores utilizaram o modelo NRTL para prever os dados de solubilidade. Os autores
concluíram que esta abordagem tem viabilidade para muitos eletrólitos e soluções aquosas
enfatizando que o modelo NRTL foi capaz de correlacionar os dados de solubilidade
adequadamente.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
27
3.2.2.5
O Modelo UNIFAC - Universal Functional Activity Coefficient
GMEHLING (2003) afirmou que a síntese, projeto e otimização de diferentes
processos na indústria química, farmacêutica e processamento de gases é realizada através de
simuladores de processo. Entretanto a precisão dos resultados simulados depende da
qualidade das propriedades termofísicas utilizadas.
Uma vez que a maioria dos sistemas onde o equilíbrio de fases é estudado não
caracteriza um sistema ideal, alguns métodos chamados de preditivos foram elaborados no
sentido de tornar possível a previsão de certas propriedades termofísicas como o coeficiente
de atividade (GMEHLING, 2003).
O primeiro modelo preditivo a ser elaborado foi chamado de Teoria das Soluções
Regulares e foi proposto por Scatchard (SCATCHARD, 1931; apud GMEHLING, 2003) e
Hildebrand (HILDEBRAND, 1933; apud GMEHLING, 2003) com uma faixa de
aplicabilidade considerável. Entretanto, a teoria de Scatchard e Hildebrand é aplicável apenas
para sistemas apolares ou ligeiramente polares (GMEHLING, 2003).
Para estender a aplicabilidade para sistemas polares iniciou-se, em 1973, o
desenvolvimento de um método de contribuição de grupos para a predição do equilíbrio
líquido-vapor. No método de contribuição por grupos admite-se que a mistura não é formada
por moléculas, mas sim por grupos funcionais que interagem entre si.
Segundo Gmehling (2003) existe uma grande vantagem na utilização de modelos de
contribuição de grupos, uma vez que o número de grupos funcionais é muito menor que o
número de moléculas existentes na natureza. Através de um ciclo termodinâmico é possível
verificar que o coeficiente de atividade requerido pode ser calculado quando apenas os
parâmetros de interação entre os grupos funcionais são conhecidos.
No modelo UNIFAC o coeficiente de atividade é representado pela soma de uma parte
combinatorial com uma residual:
R
i
C
ii
γγγ
lnlnln +=
(36)
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
28
Onde a parte combinatorial é descrita pela seguinte equação:
++=
i
i
i
i
iii
C
i
F
V
F
V
qVV ln15ln1ln
γ
(37)
O parâmetro V
i
pode ser calculado pelo emprego de um volume relativo de Van der
Walls para diferentes grupos. Para o modelo UNIFAC o valor de V
i
é obtido pela equação:
=
j
jj
i
i
rx
r
V
(38)
Os parâmetros r
i
e q
i
são obtidos para cada molécula i presente na mistura e são
calculados como a soma dos parâmetros de volume e área superficial do grupo R
k
e Q
k
obtidos na literatura (GMEHLING E MARTIN, 1993).
()
=
k
i
ki
Rr
ν
(39)
=
k
i
ki
Qq
)(
ν
(40)
Onde ν
k
(i)
é o número de grupos do tipo k que compõe a molécula i. O parâmetro F
i
é
expresso pela seguinte equação:
=
j
jj
i
i
qx
q
F (41)
Onde x
j
é a fração molar do componente i na mistura.
A parte residual, por sua vez, é descrita da seguinte forma:
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
29
() ()
(
)
ΓΓ=
k
i
kk
i
k
R
i
lnlnln
νγ
(42)
Onde Γ
k
é o coeficiente de atividade do grupo residual e Γ
k
(i)
é o coeficiente de
atividade do grupo k referente à solução contendo somente moléculas do tipo i. A expressão
que descreve Γ
k
é:
Ψ
Ψ
Ψ=Γ
m
n
nmn
kmm
m
mkmkk
Q
θ
θ
θ
ln1ln
(43)
Onde m e n se referem aos grupos presentes no sistema. Os valores de
θ
m
e
Ψ
nm
são
calculados pelas seguintes equações:
Χ
Χ
=
n
nn
mm
m
Q
Q
θ
(44)
=Ψ
T
a
e
nm
nm
(45)
Onde
Ψ
nm
é um parâmetro ajustável de forma que o parâmetro a
nm
seja tabelado. O
parâmetro
Χ
m
é descrito pela equação:
()
()
∑∑
=Χ
jn
j
j
n
j
j
j
m
m
x
x
ν
ν
(46)
Onde ν
n
(j)
é a quantidade do n na molécula j.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
30
Uma extensa tabela de parâmetros a, b e c encontra-se no trabalho de Gmehling e
Martin (1993) para distintos grupos que conjuntamente originam compostos de aplicação
industrial.
Entretanto devemos considerar que a metodologia e a adequação dos grupos
funcionais da UNIFAC para uma ampla utilização continua sendo alvo de muitos estudos e
que eventualmente novas descobertas são feitas no sentido de melhor representar a interação
entre os grupos funcionais.
Como exemplo disso, Peres e Macedo (1996) testaram as propriedades de equilíbrio
termodinâmico das soluções envolvendo açúcares utilizando a UNIFAC e concluíram que o
modelo foi capaz de descrever tais propriedades de equilíbrio das soluções aquosas de
açúcares, mas não sem uma modificação no valor atribuído a certos grupos funcionais.
Peres e Macedo (1999) estudaram a utilização de novos grupos funcionais do modelo
UNIFAC para sistemas com lactose. Os autores constataram que o grupo hidroxila possuía
uma interação diferente com os demais grupos quando estava associada a um anel de lactose.
Os autores propuseram um novo valor de interação desse grupo a fim de adequar os dados
experimentais aos elaborados por meios de modelos conseguindo bons resultados.
3.2.2.6
A Teoria das Soluções Regulares
Segundo Prausnitz et al. (1986), Van Laar reconheceu que uma teoria das soluções
mais simples poderia ser reconstruída se uma atenção mais restrita fosse feita aos casos em
que a entropia e o volume de excesso da mistura fossem desprezíveis. Dessa forma, Van Laar
afirmou que e energia livre de Gibbs molar em excesso se tornaria igual à energia de mistura
em excesso do sistema.
Alguns anos antes da proposta de Van Laar, Hildebrand havia descoberto que as
propriedades termodinâmicas experimentais para soluções de iodeto em vários solventes
apolares se enquadravam perfeitamente a esse tipo de restrição.
Hildebrand (HILDEBRAND, 1933; apud PRAUSNITZ et al., 1986) chamou tais
soluções de Soluções Regulares e posteriormente as definiu como aquelas em que os
componentes se misturam sem que haja entropia de excesso e sem nenhuma mudança no
volume da mistura.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
31
Hildebrand e Scatchard, trabalhando independentemente, verificaram a aplicabilidade
da teoria de Van Laar sem a limitação inerente à equação de estado proposta por Van Laar.
Isso pôde ser feito definindo-se o parâmetro “c” conforme a equação:
L
v
v
u
c
(47)
Onde
u
v
é a energia da completa vaporização, definida como a troca de energia em
uma vaporização isotérmica de um líquido saturado até um estado final de gás ideal e
v
L
é o
volume molar do líquido. O parâmetro
c é chamado de densidade de energia coesiva.
Uma vez definido o parâmetro
c, Hildebrand e Scatchard generalizaram a equação (47)
para uma mistura binária líquida, onde a equação por mol de mistura é:
()
2211
2
2
2
222212112
2
1
2
111
binárias misturas
ideal
2
vxvx
xvcxxvvcxvc
uu
gáslíquido
+
++
=
(48)
O índice
L foi suprimido dos parâmetros v. A equação (48) assume que a energia de
um sistema binário líquido, com estado padrão definido no seu gás ideal na mesma
temperatura e composição do sistema, pode ser expresso como uma função quadrática do
volume molar e também implica que o volume de uma mistura líquida binária seja dado por
uma média dos volumes dos componentes puros. A constante
c
11
refere-se à interação entre as
moléculas da espécie 1,
c
22
refere-se à interação entre moléculas da espécie 2 e c
12
à interação
entre moléculas de diferentes espécies.
Para simplificar a notação, os símbolos
Φ
1
e Φ
2
foram utilizados com a função de
designar a fração volumétrica dos componentes 1 e 2 e são definidos por:
2211
11
1
vxvx
vx
+
Φ
(49)
2211
22
2
vxvx
vx
+
Φ
(50)
A equação 48 pode então ser simplificada utilizando as expressões (49) e (50)
assumindo a seguinte notação:
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
32
(
)
()
(
)
2
2222112
2
1112211
binárias misturas
ideal
2 Φ+ΦΦ+Φ+= cccvxvxuu
gáslíquido
(51)
A mudança de energia molar da mistura, ou energia em excesso da mistura, é definida
por:
2211binária mistura
uxuxuu
E
(52)
Um arranjo algébrico da equação (52) combinada com as equações (49) e (50) nos dá:
()()
221121122211
2 vxvxcccu
E
+ΦΦ+= (53)
Hildebrand e Scatchard fizeram, nesse ponto, a sua consideração mais importante. Os
autores assumiram que as moléculas nas quais as forças de atração são devidas às forças de
dispersão apresentam uma relação simples entre
c
11
, c
22
e c
12
. Essa relação é dada por:
()
2
1
221112
ccc = (54)
Substituindo a equação 54 na equação 53 tem-se:
()
[]
2
21212211
δδ
ΦΦ+= vxvxu
E
(55)
Onde:
2
1
1
2
1
111
=
v
u
c
v
δ
(56)
2
1
2
2
1
222
=
v
u
c
v
δ
(57)
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
33
A raiz positiva do parâmetro c é dada pelo símbolo δ, o qual é chamado de parâmetro
de solubilidade. Para a conclusão de sua teoria das soluções, Scatchard e Hildebrand fizeram
uma consideração adicional, que consistiu em considerar a entropia de mistura desprezível
numa dada temperatura e pressão. Assim, a expressão da energia livre de Gibbs molar em
excesso pode ser escrita como:
EE
ug = (58)
Dessa forma, fazendo as devidas substituições é possível obter as expressões para o
coeficiente de atividade para um sistema binário que obedeça às considerações de Scatchard e
Hildebrand.
[]
2
21
2
211
ln
δδγ
Φ= vRT (59)
[]
2
21
2
122
ln
δδγ
Φ= vRT (60)
As equações (59) e (60) são conhecidas como a Teoria das Soluções Regulares. A
teoria das soluções regulares fornece uma boa representação semi-quantitativa do coeficiente
de atividade para diversas soluções de componentes apolares. Em função das várias
simplificações feitas no decorrer da elaboração do método nem sempre é possível a
comparação precisa entre os dados calculados e os medidos experimentalmente. Entretanto, o
modelo é adequado para aproximações e estimativas do comportamento da solubilidade para
substâncias apolares.
3.2.3
MODELO DE NÝVLT
Nývlt et al. (2001) consideraram um sistema binário onde o componente 1 não forma
soluções sólidas com o solvente. A condição termodinâmica de equilíbrio a pressão constante
é a igualdade dos potenciais químicos,
µ
, dos componentes em ambas as fases.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
34
''
1
'
1
µµ
= (61)
Onde
µ
1
é o potencial químico do componente 1 no líquido e
µ
1
’’ o potencial químico
do componente 1 no sólido. A expressão termodinâmica para o potencial químico é:
11
0
11
0
11
lnln xRTaRT
γµµµ
+=+= (62)
Onde o parâmetro a
1
é a atividade do componente 1. Nývlt et al (2001) escolheram o
componente anidro puro na temperatura e na pressão do sistema como estado padrão. Dessa
forma:
PPP
T
x
TT
a
+
=
'
1
'
1
'
1
lnlnln
γ
(63)
()
κ
γ
+
=
1
ln
2
'
1
RT
h
T
sol
P
(64)
P
=
'
1
'
1
ln
ln
γ
γ
κ
(65)
Assumindo que h
sol
é uma função linear da temperatura dentro de um intervalo
suficientemente grande, tem-se:
TKKh
sol 21
+= (66)
Considerando-se que
κ
é independente da temperatura para soluções concentradas de
eletrólitos, pode-se integrar a equação (64) com o seguinte resultado:
()()
3
21
'
1
1
log
1303,2
log
K
R
TK
TR
K
x +
+
+
+
=
κκ
(67)
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
35
A equação (65) pode ser simplificada a:
()
TC
T
B
Ax
loglog
1
++=
(68)
Onde
A, B e C, são constantes dadas para numerosas substâncias. A equação (68) é
relativamente mais simples do que o modelo termodinâmico clássico, pois admite a
modelagem sem o conhecimento prévio do coeficiente de atividade e relaciona diretamente a
solubilidade com a temperatura do sistema.
3.2.4
A ESFERA DE SOLUBILIDADE
Hansen (2000) baseou-se nos trabalhos de Hildebrand e Scatchard para elaborar a sua
teoria sobre os parâmetros de solubilidade. O autor desenvolveu a tese de que o parâmetro de
solubilidade original proposto por Hildebrand poderia ser dividido em várias partes
individuais. Esses parâmetros estariam relacionados às forças de dispersão atômicas, forças
moleculares de dipolo permanente e forças moleculares de ponte de hidrogênio.
Segundo o autor existem três tipos de forças de maior interação em materiais
orgânicos comuns. As mais comuns são as forças de interação não polares. Elas derivam das
forças atômicas. Essas forças também são chamadas de forças de dispersão na literatura. Uma
vez que as moléculas são constituídas por átomos, todas as moléculas irão, necessariamente,
conter esse tipo de força atrativa. Para hidrocarbonetos alifáticos saturados, por exemplo, as
forças de dispersão são essencialmente as únicas interações de coesão, e assume-se que a
energia de vaporização seja unicamente a própria energia de coesão E
D
.
Encontrar a energia de dispersão coesiva é o primeiro passo para a obtenção dos
parâmetros de Hansen para um dado líquido. A obtenção desses parâmetros está relacionada à
teoria dos estados correspondentes.
As interações de dipolo permanente causam um segundo tipo de energia de coesão, a
energia de coesão polar E
P
. Ela se refere à interação molecular inerente e é encontrada na
maioria das moléculas. Uma molécula pode ser significativamente polar sem, entretanto, ser
solúvel em água, de forma que existe um equívoco na utilização do termo “polar” na literatura
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
36
em geral (HANSEN, 2000). O parâmetro de solubilidade polar definido por Hansen (2000) é
experimentalmente verificado e pode ser estimado por parâmetros moleculares.
Os solventes mais fortemente polares incluem aqueles com parâmetros de solubilidade
relativamente elevados os quais não são necessariamente miscíveis em água, tais como nitro-
parafinas, carbonato de propileno, tri-
n-butil fosfato e similares. Forças de dipolo induzido
não foram tratadas especificamente no desenvolvimento do trabalho de Hansen (2000), mas
são reconhecidas potencialmente como um fator importante, principalmente para solventes
com momento dipolar nulo.
A terceira maior fonte de energia coesiva são as pontes de hidrogênio, E
H
. Essas
energias podem ser chamadas genericamente de um parâmetro de troca eletrônica. Pontes de
hidrogênio são interações moleculares e assemelham-se à interação polar nesse sentido. A
base desse tipo de energia coesiva é a atração entre moléculas em função das ligações de
hidrogênio. Na elaboração do trabalho de Hansen, o parâmetro de pontes de hidrogênio foi
usado para coletar o restante das energias que não foram incluídas nos outros dois parâmetros.
Álcoois, gliceróis, ácidos carboxílicos e outros materiais hidrofílicos possuem altos valores
em seu parâmetro de pontes de hidrogênio.
A equação base que governa a teoria de Hansen é aquela que relaciona a energia total
de coesão, E, de um sistema com os três parâmetros discutidos:
HPD
EEEE ++= (69)
Dividindo a equação (69) pelo volume molar tem-se a raiz do parâmetro de
solubilidade total descrito por Hildebrand. Assim:
V
E
V
E
V
E
V
E
HPD
++= (70)
2222
HPD
δδδδ
++= (71)
Onde
δ
D
é o parâmetro de dispersão, δ
P
é o parâmetro polar e δ
H
é o parâmetro de
pontes de hidrogênio.
A melhor metodologia para o cálculo dos parâmetros de solubilidade de Hansen
depende de uma imensa quantidade de dados disponíveis. Hansen (1967) originalmente
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
37
adotou um procedimento experimental e estabeleceu valores para 90 líquidos baseados nos
dados de solubilidade para 32 polímeros. Esse procedimento envolve o cálculo do parâmetro
apolar de acordo com um procedimento proposto por Blanks e Prausnitz (HANSEN, 1967).
Tal procedimento continua sendo utilizado e é tido como a maneira mais consistente de se
obter tais parâmetros.
A divisão da energia de coesão restante entre as interações polares e de pontes de
hidrogênio foi feita inicialmente por tentativa e erro para ajustar dados experimentais da
solubilidade de um polímero. Uma chave às atribuições do parâmetro nessa aproximação
inicial da experimentação e do erro era que a mistura de dois solventes apolares poderiam
sistematicamente ser encontradas para dissolver sinergisticamente um dado polímero.
Utilizando o procedimento estabelecido, Hansen descobriu que a equação de Bötcher
poderia ser utilizada para o cálculo do parâmetro polar de maneira adequada, o que levou à
revisão dos últimos valores frente àqueles aceitos até agora para esses mesmos líquidos. Esses
valores foram consistentes com os valores experimentais de solubilidade disponíveis para os
32 polímeros e com a equação (68). Assim, foi desenvolvida uma equação para a distância,
Ra, entre os parâmetros de solubilidade para o soluto e o solvente.
() ( ) ( )
(
)
2
12
2
12
2
12
2
4
HHPPDD
Ra
δδδδδδ
++= (72)
Onde o índice 1 refere-se ao soluto e o índice 2 ao solvente.
A equação (72) foi desenvolvida através da compilação de dados experimentais onde a
constante 4 foi conveniente para representar os dados de solubilidade como uma esfera
englobando os bons solventes. Quando a escala do parâmetro de dispersão é dobrada em
comparação às demais, observa-se claramente uma região esférica ao invés de elipsoidal. Isso
permite a visualização bidimensional desses parâmetros. Podemos agrupar os parâmetros de
solubilidade em três representações bidimensionais conforme ilustrado nas figuras 3.4, 3.5 e
3.6.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
38
2 4 6 8 10 12 14
2
4
6
8
10
12
14
δ
P
δ
H
R
0
Figura 3.4 – Representação bidimensional dos parâmetros δ
P
e δ
H
formando o círculo que é a projeção de uma
esfera de solubilidade.
2 4 6 8 10 12 14
2
4
6
8
0
2
δ
D
Figura 3.5 – Representação bidimensional dos parâmetros δ
D
e δ
H
formando a elipse que é a projeção de uma
esfera de solubilidade quando seu parâmetro δ
D
não é multiplicado por 2.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
39
2 4 6 8 10 12 14
2
4
6
8
0
2
δ
D
Figura 3.6 – Representação bidimensional dos parâmetros δ
D
e δ
P
formando a elipse que é a projeção de uma
esfera de solubilidade quando seu parâmetro δ
D
não é multiplicado por 2.
A junção desses planos em uma única superfície resulta na esfera de solubilidade que
abrange os solventes de melhor afinidade para um referido soluto. Essa afinidade está
relacionada com a capacidade do solvente em solubilizar o referido soluto. O raio da esfera de
solubilidade, portanto, é uma medida relativa em relação a um valor padrão de solubilidade
considerado satisfatório. Um esquema de uma esfera de solubilidade encontra-se ilustrado na
figura 3.7.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
40
δ
p
δ
d
δ
h
Figura 3.7 – Representação de uma esfera de solubilidade.
Existem, entretanto, regiões onde podem ocorrer alguns desvios. Eles são mais
frequentemente observados quando se envolvem espécies químicas com grandes moléculas
sendo solventes menos eficientes em comparação com suas contrapartidas moléculas
pequenas, as quais definem a esfera de solubilidade.
Da mesma forma, moléculas pequenas como acetona, metanol e nitrometano
frequentemente dissolvem polímeros mesmo quando seus parâmetros de solubilidade estão
distantes do centro da esfera do soluto R
0
.
O raio da esfera de solubilidade do soluto é determinado empiricamente através da
avaliação de uma série de solventes como maus e bons. A região delimitada pelos bons
solventes é então avaliada e cercada, de forma que o centro dessa região seja o centro da
esfera de solubilidade do soluto representada pelos parâmetros
δ
D1
, δ
P1
, e δ
H1
. A distância
média esse centro às fronteiras da esfera é, então, adotado como o raio da esfera, R
0
.
A equação (72) pode, de maneira simples, ser prontamente utilizada em computadores
para uma imensa quantidade de pontos. É dito que uma alta afinidade, ou alta solubilidade,
requeira um Ra menor do que R
0
. A razão Ra/R
0
reflete a diferença relativa de energia (RED).
0
/ RRaRED = (73)
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
41
Um número RED igual a zero significa que não há diferença energética. Valores
menores que 1 indicam alta afinidade e, consequentemente, alta solubilidade. Para valores
superiores a 1 a afinidade é baixa e a solubilidade também. Hansen (2000) fez os estudos do
parâmetro de solubilidade a 25 ºC. O autor informa em seu trabalho que a maioria dos dados
obtidos nessa temperatura são coerentes mesmo aplicados a temperaturas mais elevadas. O
autor ressalta que é possível se fazer ajustes para outras temperaturas, mas eles são, em sua
maioria, desnecessários.
Hansen (1967) estudou os parâmetros de solubilidade tridimensionais para sistemas
envolvendo a manufatura de tintas. Segundo o autor, a afinidade entre os componentes que
compõe a tinta é de fundamental importância para uma boa formulação do produto. Segundo
o autor, predições reais da solubilidade dos polímeros são amplamente desejáveis e muitas
teorias e trabalhos experimentais foram elaborados no intuito de alcançar tal finalidade.
De outra forma, é possível relacionar esses parâmetros com quaisquer pares
soluto/solvente disponíveis. Barra
et al (1997) estudaram os parâmetros de Hansen para
determinar os parâmetros de solubilidade de paracetamol e ácido cítrico em solventes
individuais.
Segundo os autores, até o presente momento, existem poucos trabalhos onde se
aplicam os parâmetros de Hansen para uma predição da solubilidade de drogas. Entretanto,
Barra
et al (1997) utilizaram um método diferente do elaborado por Hansen (1967). Barra et
al
(1997) propuseram uma obtenção experimental dos valores dos parâmetros de solubilidade
utilizando um modelo de regressão que relaciona o logaritmo do coeficiente de atividade de
uma determinada droga.
()
[
()( )
]
2
213
2
212
2
2110
2
12
2
2
1
lnln
HHPP
DD
e
i
CC
CC
RT
v
x
x
δδδδ
δδ
φ
γ
++
+
=
=
(74)
Onde
x
2
i
e x
2
e
são as solubilidades ideal e experimental, v
2
é o volume molar do soluto,
φ
1
é a fração volumétrica do solvente, R é a constante dos gases e T é a temperatura absoluta.
Os coeficientes
C
i
são obtidos através da análise da regressão.
Desenvolvendo e rearranjando a expressão (74) tem-se.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
42
() () ()
123
2
13122
2
12122
2
110
2
12
222ln
HHHPPPDDD
CCCCCCC
RT
v
δδδδδδδδδ
φ
γ
++++++=
(75)
Sintetizando a equação (75) de modo a suprimir os parâmetros de solubilidade do
soluto.
1
'
3
2
131
'
2
2
121
'
1
2
110
2
12
ln
HHPPDD
CCCCCCC
RT
v
δδδδδδ
φ
γ
++++++=
(76)
De forma que:
1
'
1
2
2C
C
D
=
δ
(77)
2
'
2
2
2C
C
P
=
δ
(78)
3
'
3
2
2C
C
H
=
δ
(79)
A expressão deduzida por Barra
et al. (1997) foi utilizada para a predição dos
parâmetros de Hansen e posterior comparação com os dados experimentais de solubilidade
em outros trabalhos. Bustamante
et al. (2000) estudaram os método de Hansen modificado,
com um parâmetro de solubilidade adicional, para determinar os parâmetros de solubilidade
de drogas contendo uma única ponte de hidrogênio e os derivados de sódio para o ácido
benzóico e o ibuprofeno.
Bustamante
et al. (1998) estudaram os parâmetros de solubilidade para o piroxicam e
para o ácido niflumico utilizando até seis parâmetros de solubilidade obtendo resultados
satisfatórios para representação de seus dados experimentais.
Revisão Bibliográfica
___________________________________________________________________________
43
As equações propostas por Barra et al (1997) são bem aplicadas quando não se tem a
quantidade de solventes para os testes propostos por Hansen (2000) e foram aplicadas com
sucesso para a predição da solubilidade de drogas.
Derenzo (2003) utilizou o mesmo sistema de equações propostos por Barra
et al.
(1997) para elaborar uma esfera de solubilidade para o ácido adípico como auxiliar no
processo de escolha dos melhores solventes para a cristalização do soluto. O autor conseguiu
determinar a esfera de solubilidade para o ácido adípico utilizando uma quantidade de
solventes inferior ao que havia sido utilizado por Hansen (2000), no caso, treze solventes.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
44
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS PARA A DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SOLUBILIDADE
O conjunto utilizado para os ensaios de determinação da solubilidade está ilustrado na
figura 4.1 onde: (1) é um Banho Termostático Polystat da marca Cole Parmer (mod. 12101-20
- série 709316) utilizando água destilada como fluido de circulação, (2) é um suporte para o
reator, (3) é o reator de vidro de 200 mL encamisado, (4) é um agitador de vidro do tipo
hélice, (5) e (6) são sistemas de agitação e controle de agitação das marcas Applikon (ADI
1032) e Fisatom Equipamentos Científicos (mod. 713) respectivamente.
1
2
3
5
6
4
Figura 4.1 - Esquema do sistema utilizado para os testes de solubilidade.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
45
Além dos equipamentos descritos na figura 4.1 foi utilizada também Balança analítica
digital da Mettler Toledo A.G. (modelo PC 2000) com precisão de 0,001 g e um termopar
digital marca APPA MT-520 com precisão de 0,01°C para medir a temperatura interna do
reator.
Os solventes utilizados no estudo das curvas de solubilidade foram: o etanol da marca
Synth P.A. 99,5% de pureza, a acetona da marca Synth P.A. 100% de pureza, o 2-propanol
P.A da marca Synth 100% de pureza, e o propilenoglicol da marca Synth P.A. 99,9% de
pureza e água destilada. O soluto utilizado foi o ácido acetilsalicílico da marca Anidrol 99,5%
de pureza. Nos ensaios com água utilizou-se filtros de papel para filtração e um kitassato de
1000 mL da marca Pirex ®.
Valores das propriedades físicas e químicas foram obtidos através dos estudos de
Florey (1979): peso molecular = 180,15 g/mol, temperatura de fusão = 143ºC; Kirklin (2000):
h
f
= 29800,00 J/mol, c
p
= 90,81 J/mol; e Hansen (2000): δ
etanol
= 26,52 MPa
1/2
, δ
acetona
=
19,93 MPa
1/2
, δ
propilenoglicol
= 27,74 MPa
1/2
, δ
álcool isopropílico
= 23,58 MPa
1/2
.
O coeficiente de atividade para o modelo UNIFAC foi obtido através da obtenção dos
grupos funcionais do ácido acetilsalicílico e foi determinado através do software XLUNIFAC
(Copyright © 2000 Preben Randhol and Hilde K. Engelien).
4.2 METODOLOGIA PARA OS ENSAIOS DE SOLUBILIDADE
A solubilidade, ou condição de saturação, é experimentalmente determinada pelo
aquecimento da suspensão e observando-se em qual temperatura todo o sólido se dissolve
(Nývlt et al., 2001). Acima dessa temperatura a solução é dita subsaturada, ou seja, todo o
soluto permanece dissolvido. Contudo, se essa mesma solução for resfriada é possível que a
temperatura abaixo da encontrada para a saturação possam ser alcançadas sem que nenhuma
cristalização ocorra. A solução, nesse caso, é chamada de supersaturada.
Assim, para a determinação das curvas de solubilidade do ácido acetilsalicílico e com
o objetivo de se minimizar os efeitos das zonas metaestáveis de supersaturação que poderiam
mascarar a real solubilidade do ácido acetilsalicílico, foi utilizado o método politérmico
proposto por Nývlt et al.(2001) nos casos em que se empregou como solventes o etanol, a
acetona, o propilenoglicol e o álcool isopropílico.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
46
O método consiste na preparação de uma solução com 50 g de solvente juntamente
com uma determinada massa de ácido acetilsalicílico. O reator foi acoplado às mangueiras do
banho termostático e o sistema foi, então, colocado sob agitação de 750 rpm.
Regulando-se a temperatura do banho de forma satisfatória aqueceu-se a solução, na
máxima taxa de aquecimento possível para o banho, até que todos os cristais desaparecessem
por completo. Em seguida a temperatura do banho foi regulada de forma a resfriar a solução,
também sob a maior taxa de resfriamento possível para o banho, a fim de se observar a
formação dos primeiros cristais.
Dado que a largura da zona metaestável pode ser longa, optou-se pela adição de uma
massa desprezível de ácido acetilsalicílico para a estabilização termodinâmica juntamente
com choque mecânico do sistema, elevando-se bruscamente a agitação com a finalidade de
diminuir tanto quanto possível a largura da zona metaestável.
Uma vez criados os primeiros núcleos cristalinos, regulou-se o banho de forma a
proporcionar um aumento de temperatura a uma taxa de 0,6 ºC/h até que todos os cristais
presentes na solução desaparecessem a olho nu, sendo assim determinados os valores de
temperatura de solubilização para a solução dada. Todos os dados obtidos experimentalmente
foram replicados.
O método isotérmico foi utilizado unicamente para os ensaios com água como
solvente, pois nessas condições a solubilidade era muito baixa. O método isotérmico consistiu
na preparação de uma solução com 50g de solvente e a massa desejada de ácido
acetilsalicílico de forma a não permitir total solubilização na temperatura estudada.
O sistema foi mantido sob agitação constante de cerca de 500 rpm por 4 horas no valor
de temperatura previamente definido e calibrado com o termopar. Testes preliminares foram
realizados com a finalidade de se certificar que o tempo de 4 horas de agitação foi suficiente
para que o sistema atingisse o equilíbrio termodinâmico. Decorrido o tempo de agitação o
sistema foi removido das garras e as mangueiras desconectadas. No menor intervalo de tempo
possível a mistura foi filtrada a vácuo com o auxílio de um funil e um kitassato acoplados a
uma bomba de vácuo. O papel filtro foi então seco por 24h a temperatura ambiente e em
seguida pesado. O valor da solubilidade foi então obtido através da diferença entre a massa
inicial do reator e a filtrada.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
47
4.3 MODELAGEM DAS CURVAS DE SOLUBILIDADE
Após a determinação das curvas de equilíbrio termodinâmico para as diferentes
soluções de ácido acetilsalicílico, utilizou-se uma série de modelos termodinâmicos para
avaliar seu comportamento na previsão dos dados experimentais. Entretanto os diferentes
modelos desse estudo não forneciam necessariamente o mesmo tipo de informação.
Os modelos de Margules Modificado, Van Laar, Wilson, NRTL e a Teoria das
Soluções Regulares fazem a predição direta dos valores de coeficiente de atividade através de
dados experimentais. Seus parâmetros podem ser ajustados uma vez que se conheça a
solubilidade, a temperatura e o coeficiente de atividade para a solução em análise.
Uma vez que as curvas de solubilidade são a representação dos estados de equilíbrio
das soluções de ácido acetilsalicílico em diferentes temperaturas, utilizou-se a equação (13) –
uma vez que ela se aplica unicamente aos estados de equilíbrio – para a determinação do
coeficiente de atividade chamado de experimental.
T
T
R
c
T
T
R
c
T
T
RT
h
x
fpfpf
f
f
ln11
1
ln
11
+
=
γ
Assim, em posse dos coeficientes de atividade experimentais, solubilidade e
temperatura, efetuou-se os ajustes para a determinação dos parâmetros dos modelos de
previsão do coeficiente de atividade: Margules Modificado, Van Laar, Wilson, NRTL e
Teoria das Soluções Regulares.
O modelo de Nývlt não se encaixa na mesma característica dos outros modelos pois
ele não prevê um valor para o coeficiente de atividade, mas sim estabelece uma relação direta
entre a solubilidade e a temperatura no estado de equilíbrio. Dessa forma, os ajustes
realizados para o modelo de Nývlt não necessitaram dos valores experimentais de coeficiente
de atividade.
O modelo UNIFAC, em contrapartida, não necessitou de ajuste uma vez que através
da combinação da contribuição dos grupos funcionais envolvidos, já que o modelo seria capaz
de prever o valor dos coeficientes de atividade apenas utilizando diretamente os valores de
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
48
solubilidade experimentais e a temperatura de equilíbrio para fazer a predição dos valores de
coeficiente de atividade.
A molécula de ácido acetilsalicílico, para a utilização no software XLUNIFAC, foi
montada com os grupos descritos na tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Grupos UNIFAC para o ácido acetilsalicílico.
Grupo Ocorrência
ACH 4
AC 2
CH
3
COO 1
COOH 1
Com a finalidade de se comparar a atuação dos modelos, ainda que nem todos
fornecessem o mesmo tipo de resposta, resolveu-se padronizar o foco das análises na
comparação das solubilidades.
Assim, em posse dos parâmetros dos modelos de Margules Modificado, Van Laar,
Wilson, NRTL e Teoria das Soluções Regulares, determinou-se, para as condições de
equilíbrio estudadas, quais os valores de coeficiente de atividade.
Uma vez que esses dados se referem a um estado termodinâmico de equilíbrio
caracterizando a temperatura na qual uma determinada massa de ácido acetilsalicílico
solubiliza completamente, substituiu-se na equação (13) os valores de coeficiente de atividade
previstos em cada modelo juntamente com a temperatura e obteve-se os valores de
solubilidade, nas condições de equilíbrio termodinâmico, geradas por cada um dos modelos.
Para o modelo de Nývlt a obtenção dos valores de solubilidade foi imediata e, para o
modelo UNIFAC, uma vez tendo os valores do coeficiente de atividade calculados, procedeu-
se de forma semelhante ao efetuado para os demais modelos.
Com isso todos os modelos foram comparados sobre o ponto de vista da sua
capacidade de reproduzir o valor da solubilidade do ácido acetilsalicílico em diferentes
solventes num determinado valor de temperatura.
Além disso, fez-se também uma comparação entre os dados de solubilidade obtidos
pelos modelos termodinâmicos com um sistema ideal, considerando o coeficiente de atividade
na equação (13) com o valor unitário para toda a faixa de temperatura a fim de se determinar a
solubilidade ideal do sistema numa dada temperatura.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
49
Todos os dados experimentais foram comparados com os dados ajustados pelos
modelos termodinâmicos utilizando a média dos desvios como parâmetro.
=
=
N
i
i
exp
i
calc
i
exp
x
xx
N
(%) MédioDesvio
1
100
(80)
4.4 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA ESFERA DE SOLUBILIDADE
Os solventes estudados para compor a esfera foram: etanol, acetona, água,
propilenoglicol, álcool isopropílico, clorofórmio, éter dietílico, toluol, hexano, heptano,
glicerina e metanol. Alguns dos solventes estudados foram utilizados apenas para a obtenção
da esfera de solubilidade, pois a sua faixa de temperaturas para determinação de curva de
solubilidade não eram muito boas em função dos seus baixos pontos de ebulição.
A esfera de solubilidade proposta por Hansen (2000) leva em conta que tenhamos um
padrão para estabelecer o que é um bom solvente e um mal solvente para um dado soluto.
Entretanto essa escolha é arbitrária e não obedece a nenhum requisito que não seja
unicamente o interesse particular numa determinada faixa de solubilidade.
Baseado nisso, optou-se por não fazer a designação de bom ou mal solvente para o
ácido acetilsalicílico. Ao invés disso, considerou-se satisfatório e adequado todo e qualquer
solvente nesse estudo que apresentasse solubilidade detectável a 25 °C.
O método para verificar a solubilidade detectável de ácido acetilsalicílico nos
solventes desse estudo consistiu na diluição de uma fração mínima aleatória de cristais em 50
g de solvente sob agitação a 25 °C no mesmo sistema utilizado para a determinação das
curvas de solubilidade.
O sistema foi mantido nessas condições por 4 horas e, ao fim do procedimento,
verificou-se com o auxílio de uma lupa a presença de vestígios de cristais de ácido
acetilsalicílico em solução. Os solventes que ainda apresentassem vestígios de cristais de
ácido acetilsalicílico foram classificados como “inadequados” e, os que não permitiam a
visualização, foram classificados como “adequados” não importando o real valor de
solubilidade a 25 °C.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
50
Os valores dos parâmetros de solubilidade para todos os solventes foram obtidos
através dos dados encontrados em Hansen (2000) para uma série de solutos. A tabela 4.2 nos
informa os valores dos parâmetros de solubilidade bem como o volume molar para todos os
solventes estudados.
Tabela 4.2 – Parâmetros de solubilidade δ e volume molar φ para os solventes estudados.
Solvente δ
D
δ
P
δ
H
φ
Etanol 15,8 8,8 19,4 58,5
Acetona 15,5 10,4 7,0 74,0
Propilenoglicol 16,8 9,4 23,3 73,6
Álcool Isopropílico 15,8 6,1 16,4 76,8
Água 15,5 16,0 42,3 18,0
Clorofórmio 17,8 3,1 5,7 80,7
Éter dietílico 14,5 2,9 5,1 104,8
Toluol 18,0 1,4 2,0 106,8
Hexano 14,9 0,0 0,0 131,6
Heptano 15,3 0,0 0,0 147,4
Glicerina 17,4 12,1 29,3 73,3
Metanol 15,1 12,3 22,3 40,7
Para a determinação da esfera utilizou-se o método proposto por Barra et al (1997) que
consiste em resolver uma série de equações por regressão multilinear ao invés de utilizar a
técnica proposta por Hansen (2000) que determinava o centro da esfera por meio de
observação visual utilizando o campo da esfera de solubilidade como parâmetro.
4.5 METODOLOGIA PARA A DETERMINAÇÃO DA DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO
ACETILSALICÍLICO
Florey (1979) sugere uma série de metodologias experimentais para a determinação
analítica do ácido salicílico. Gremião (1986) fez um apanhado dessas metodologias das quais,
para o presente trabalho, escolheu-se a espectrofotometria no ultravioleta utilizando o etanol
como solvente.
Além de o método proporcionar a identificação do ácido acetilsalicílico sem a
interferência do ácido salicílico – seu principal produto na decomposição – apresenta também
facilidade do ponto de vista do solvente empregado – o etanol – frente ao outro método no
ultravioleta, utilizando clorofórmio (Gremião, 1986).
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
51
Para a padronização do método de determinação do ácido acetilsalicílico utilizando
etanol como solvente determinou-se experimentalmente qual o comprimento de onda na qual
o ácido acetilsalicílico apresenta um máximo de absorbância. Segundo Gremião (1986) esse
valor encontra-se próximo de 278 nm.
Para tanto, preparou-se uma solução de ácido acetilsalicílico em etanol a 100 µg/ml e,
utilizando um espectrofotômetro de leitura ultravioleta variou-se a faixa de comprimento de
onda de 250 nm até 350 nm anotando-se o valor da absorbância para todos os pontos.
Uma vez determinado o ponto de máxima absorbância do ácido acetilsalicílico em
etanol, verificou-se se os solventes utilizados no presente estudo interferiam na leitura no
comprimento de onda em questão.
Para a determinação da curva de calibração do método de espectrofotometria
ultravioleta em etanol partiu-se de uma solução contendo 500 µg de ácido acetilsalicílico/ml
de etanol. Dessa solução, foram transferidas para balões volumétricos de 50 ml, dez alíquotas
cujos volumes variaram de 2,0 ml a 11,0 ml. Uma vez transferidas as alíquotas, completou-se
o volume dos balões com etanol, obtendo, dessa forma, soluções num intervalo de
concentrações que varia de 20,0 µg/ml a 110,0 µg/ml.
Com as leituras da absorbância em função da concentração, determinou-se a curva de
calibração para o método e seu respectivo coeficiente de correlação.
Para a determinação da decomposição do ácido acetilsalicílico durante os testes para
obtenção das curvas de solubilidade utilizou-se soluções conhecidas de ácido acetilsalicílico
em etanol, acetona, propilenoglicol e álcool isopropílico.
Soluções de concentrações conhecidas foram colocadas sob agitação durante 8 horas
em três temperaturas: 20 °C, 35°C e 50°C reproduzindo as condições dos testes para a
determinação da solubilidade.
Ao longo do período de 8 horas, alíquotas da solução foram retiradas do reator para
análise em intervalos de 30 minutos e prontamente analisados.
4.6 ENSAIOS PRELIMINARES PARA AS ANÁLISES DE ESPECTROFOTOMETRIA
Inicialmente construiu-se a curva de máxima absorbância conforme descrito
previamente. O gráfico que ilustra os valores de absorbância em função do comprimento de
onda está exposto na figura 4.1.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
52
240 250 260 270 280 290 300 310 320 330
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Absorbância
λ (nm)
Figura 4.1 – Valores de comprimento de onda em função da absorbância para a determinação do ponto de
máxima absorbância para o método de espectrofotometria no ultravioleta.
O comprimento de onda que permite a maior absorbância foi o de 278 nm, nos estudos
de Gremião (1986). Entretanto, para o presente trabalho, conforme observado na figura 4.1, o
comprimento de onda de máxima absorção para o ácido acetilsalicílico em solução de etanol
foi de 273 nm .
Portanto adotou-se tal valor para as medidas de concentração. Foi elaborada, então, a
curva de calibração para as soluções de ácido acetilsalicílico em etanol para a leitura dos
pontos experimentais. A curva que mostra a relação entre absorbância e concentração está
ilustrada na figura 4.2.
Materiais e Métodos
___________________________________________________________________________
53
-0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
C
AAS
= 0,002 + 0,153.ABS
R
2
= 1,00
Concentração de Ácido Acetilsalicílico (mg/ml)
Absorbância
Figura 4.2 – Valores de concentração em função da absorbância para o método de espectrofotometria no
ultravioleta.
Conforme observado na figura 4.2 regressão linear para a determinação de uma curva
de calibração apresentou a melhor correlação possível.
Antes do procedimento de coleta foram feitos alguns testes para verificar se a acetona,
o propilenoglicol e o álcool isopropílico poderiam causar interferência na leitura das amostras
no comprimento de onda escolhido. Com isso constatou-se a impossibilidade de verificação
dos testes de decomposição utilizando acetona, pois o solvente causa severa interferência na
análise sendo impossível a determinação da absorbância das amostras.
Optou-se por realizar os testes de decomposição apenas com o etanol, propilenoglicol
e álcool isopropílico, pois nenhum deles apresentou interferência na leitura das amostras.
Foi preparada uma solução de 500 µm/ml de ácido acetilsalicílico em cada um dos
solventes estudados. As soluções foram submetidas às mesmas condições de agitação
descritas nos ensaios de determinação da curva de solubilidade e mantidas à temperatura
constante em 3 patamares de temperatura. Em intervalos de 30 min foram retiradas alíquotas
de 5 ml do reator e diluídas em etanol conforme a metodologia descrita previamente.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
54
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 SOLUBILIDADE DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
5.1.1 CURVAS DE SOLUBILIDADE
5.1.1.1 Etanol
Utilizando o etanol como solvente, obteve-se a curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico determinando qual sua concentração de equilíbrio para uma dada temperatura.
A figura 5.1 mostra o comportamento dessas curvas e a tabela 5.1 informa os valores
experimentais obtidos bem como o desvio percentual médio entre as coletas.
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração molar de AAS
T (ºC)
Etanol
Coleta original
Coleta em réplica
0,0029 0,0030 0,0031 0,0032 0,0033 0,0034 0,0035 0,0036 0,0037
-4,0
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
ln(x)
1/T (K
-1
)
Representação de Van't Hoff
Etanol
Coleta 1
Coleta 2
Figura 5.1 – Curvas de solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
55
Tabela 5.1 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol.
Massa de AAS
(g)
Concentração
(g/ 100g solvente)
Fração Molar de
AAS
T
eq
1
(ºC)
T
eq
2
(ºC)
T
média
(ºC)
Média dos
Desvios
(%)
5 10 0,025 3,4 2,8 3,1
10 20 0,049 18,8 18,6 18,7
15 30 0,071 29,3 29,2 29,3
20 40 0,093 36,8 36,8 36,8
25 50 0,113 43,5 43,1 43,3
30 60 0,133 48,6 48,0 48,3
35 70 0,152 52,9 52,6 52,8
40 80 0,170 57,1 57,4 57,3
45 90 0,187 60,3 60,2 60,3
50 100 0,204 63,5 63,3 63,4
2,8
Foi possível constatar que o ácido acetilsalicílico em etanol apresenta valores de
solubilidade máximos da ordem de 100 g/100 g de solvente a aproximadamente 65 ºC. A
literatura não fornece dados suficientes para uma comparação integral da curva de
solubilidade obtida experimentalmente.
Entretanto, Florey (1979) nos informa que a solubilidade do ácido acetilsalicílico em
etanol pode variar de 0,2 g/ml a 0,4 g/ml, o que equivaleria a 25 g de ácido acetilsalicílico
para cada 100 g de etanol até 50 g de ácido acetilsalicílico para cada 100 g de etanol. No
entanto Florey (1979) não informa a qual faixa de temperatura se refere essa solubilidade.
Baseado nos dados experimentais coletados no presente trabalho supõe-se que se refiram ao
intervalo de temperaturas de 20°C a 40°C respectivamente.
É possível considerar o desvio percentual médio de 2,8% para os valores replicados de
solubilidade de ácido acetilsalicílico em etanol como aceitáveis, uma vez que o método para a
determinação da temperatura de equilíbrio apresenta uma série de constatações baseadas em
parâmetros visuais para a verificação da presença de cristais de soluto, o que contribuiria para
um aumento na margem de erro do procedimento.
Através dos dados de solubilidade e em posse das propriedades termodinâmicas
mensuráveis como calor de fusão, entalpia de fusão (KIRKLIN, 2000) e temperatura de fusão
(FLOREY, 1979), utilizou-se a equação (13) para a determinação do coeficiente de atividade
experimental do ácido acetilsalicílico em solução de etanol em função da temperatura.
T
T
R
c
T
T
R
c
T
T
RT
h
x
fpfpf
f
f
ln11
1
ln
11
+
=
γ
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
56
A representação gráfica da variação do coeficiente de atividade do ácido
acetilsalicílico em etanol para diferentes temperaturas encontra-se ilustrado na figura 5.2 e os
valores para a determinação do coeficiente de atividade encontram-se na tabela 5.2.
270 280 290 300 310 320 330 340
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
γ
T (K)
Solução AAS/Etanol
Figura 5.2 – Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios com etanol.
Tabela 5.2 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em etanol.
Fração Molar de
AAS
T
média
(ºC)
T
média
(K)
Coeficiente de Atividade
(γ)
0,025 3,1 276,3 1,569
0,049 18,7 291,9 1,237
0,071 29,3 302,4 1,122
0,093 36,8 310,0 1,051
0,113 43,3 316,5 1,018
0,133 48,3 321,5 0,987
0,152 52,8 325,9 0,968
0,170 57,3 330,4 0,969
0,187 60,3 333,4 0,948
0,204 63,4 336,6 0,942
Os valores de coeficiente de atividade para o etanol apresentaram-se próximos aos
valores unitários, de forma que há uma proximidade de comportamento ideal dessa solução.
Para avaliarmos o quão ideal é esse comportamento, utilizou-se ainda a equação 13 para a
determinação da solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol considerando o valor do
coeficiente de atividade como 1. A comparação das solubilidades determinadas
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
57
experimentalmente e as calculadas pela hipótese de solução ideal estão ilustradas na figura
5.3. Os valores do desvio percentual médio e das solubilidades ideal e experimental
encontram-se na tabela 5.3.
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solução em Etanol
Valores Experimentais
Valores Ideais (γ = 1)
Figura 5.3 – Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com etanol.
Observou-se um desvio percentual médio de 11,83% entre os valores experimentais e
os obtidos através da hipótese de solução ideal.
Tabela 5.3 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com etanol e seu respectivo desvio.
Fração Molar de AAS
Experimental
Fração Molar de AAS
Ideal
T
média
(ºC)
Média dos Desvios
(%)
0,025 0,039 3,1
0,049 0,060 18,7
0,071 0,080 29,3
0,093 0,098 36,8
0,113 0,115 43,3
0,133 0,131 48,3
0,152 0,147 52,8
0,170 0,165 57,3
0,187 0,177 60,3
0,204 0,192 63,4
11,83
O erro pode ser considerado elevado uma vez que lidamos com erros exponenciais na
resolução da equação 13.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
58
5.1.1.2 Acetona
Utilizando a acetona como solvente obteve-se a curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico determinando qual sua concentração de equilíbrio para uma dada temperatura.
A figura 5.4 mostra o comportamento dessas curvas e a tabela 5.4 informa os valores
experimentais obtidos bem como o desvio percentual médio entre as coletas.
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração molar de AAS
T (ºC)
Acetona
Coleta original
Coleta em réplica
0,0030 0,0031 0,0032 0,0033 0,0034 0,0035 0,0036
-2,8
-2,6
-2,4
-2,2
-2,0
-1,8
ln(x)
1/T (K
-1
)
Representação de Van't Hoff
Acetona
Coleta 1
Coleta 2
Figura 5.4 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona.
O desvio percentual médio das coletas foi de 0,7%. Sua solubilidade máxima foi da
ordem de 60 g/100g de solvente a 60°C.
Tabela 5.4 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona.
Massa de AAS
(g)
Concentração
(g/ 100g solvente)
Fração Molar de
AAS
T
eq
1
(ºC)
T
eq
2
(ºC)
T
média
(ºC)
Média dos
Desvios
(%)
10 20 0,061 8,8 8,7 8,8
12,5 25 0,075 17,5 17,3 17,4
15 30 0,088 24,7 24,8 24,8
17,5 35 0,101 31 31,5 31,3
20 40 0,114 37,2 37,6 37,4
22,5 45 0,127 42 42,3 42,2
25 50 0,139 46,6 46,7 46,7
27,5 55 0,151 50,2 50 50,1
30 60 0,162 53 53,2 53,1
0,7
A acetona possui uma temperatura de ebulição em torno dos 65 ºC, o que restringiu a
amplitude de temperatura onde a solubilidade do ácido acetilsalicílico foi estudada.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
59
Entretanto, apesar dessa pequena restrição, o ácido acetilsalicílico solubilizou em acetona em
quantidade similar à verificada para o etanol em todas as faixas de temperatura estudadas.
No caso específico da acetona, foi possível comparar os dados experimentais com
valores obtidos na literatura por Hamer & Philips (1959). Utilizou-se os dados de Hamer e
Philips (1959) fazendo-se uma interpolação para a faixa de temperatura utilizada neste
trabalho. A comparação entra as curvas de solubilidade de ácido acetilsalicílico em acetona
obtida experimentalmente e a encontrada na literatura está ilustrada na figura 5.5. A
extrapolação dos dados de Hamer & Philips (1959) juntamente com o desvio percentual
médio em relação aos valores obtidos no presente trabalho encontram-se na tabela 5.5.
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
T (º C)
Fração molar de AAS
Experimental
Hamer & Philips (1959)
Figura 5.5 – Comparação entre os valores experimentais de solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona com
a literatura.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
60
Tabela 5.5 – Valores das solubilidades experimentais em comparação com dados da literatura.
Fração Molar de AAS
Experimental
Fração Molar de AAS
Hamer & Philips (1959)
T
média
(ºC)
Média dos Desvios
(%)
0,061 0,064 8,8
0,075 0,080 17,4
0,088 0,095 24,8
0,101 0,109 31,3
0,114 0,123 37,4
0,127 0,135 42,2
0,139 0,146 46,7
0,151 0,155 50,1
0,162 0,162 53,1
4,34
Conforme pode ser observado na tabela 5.4 o desvio percentual médio entre os valores
experimentais determinados nesse trabalho e os obtidos por Hamer & Philips (1959) foi de
4,34% o que, frente à ordem dos valores medidos não configura valor elevado. Sob essa
óptica de comparação nos interessa observar que os dados obtidos neste trabalho assemelham-
se em valor aos já registrados na literatura.
Através dos dados de solubilidade utilizou-se a equação 13 para a determinação do
coeficiente de atividade experimental do ácido acetilsalicílico em solução de acetona em
função da temperatura. A representação gráfica da variação do coeficiente de atividade do
ácido acetilsalicílico em acetona para diferentes temperaturas encontra-se ilustrado na figura
5.6 e os valores para a determinação do coeficiente de atividade encontram-se na tabela 5.6.
280 290 300 310 320 330
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
γ
T (K)
Solução AAS/Acetona
Figura 5.6 – Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios com acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
61
Tabela 5.6 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em acetona.
Fração Molar de AAS
T
média
(ºC)
T
média
(K)
Coeficiente de Atividade
(γ)
0,061 8,8 281,9 0,756
0,075 17,4 290,55 0,779
0,088 24,8 297,9 0,804
0,101 31,3 304,4 0,831
0,114 37,4 310,55 0,867
0,127 42,2 315,3 0,885
0,139 46,7 319,8 0,906
0,151 50,1 323,25 0,912
0,162 53,1 326,25 0,915
Os valores de coeficiente de atividade para a acetona apresentaram-se sempre abaixo
do valor unitário. Para avaliarmos o quão ideal é esse comportamento, utilizou-se ainda a
equação 13 para a determinação da solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona
considerando o valor do coeficiente de atividade como 1. A comparação das solubilidades
determinadas experimentalmente e as calculadas pela hipótese de solução ideal estão
ilustradas na figura 5.7. Os valores do desvio percentual médio e das solubilidades ideal e
experimental encontram-se na tabela 5.7.
10 20 30 40 50 60
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solução em Acetona
Valores Experimentais
Valores Ideais (γ = 1)
Figura 5.7. Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
62
Tabela 5.7 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com acetona e seu respectivo desvio.
Fração Molar de AAS
Experimental
Fração Molar de AAS
Ideal
T
média
(ºC)
Média dos Desvios
(%)
0,061 0,046 8,8
0,075 0,058 17,4
0,088 0,071 24,8
0,101 0,084 31,3
0,114 0,099 37,4
0,127 0,112 42,2
0,139 0,126 46,7
0,151 0,137 50,1
0,162 0,148 53,1
13,45
Observou-se um desvio percentual médio de 13,45% entre os valores experimentais e
os obtidos através da hipótese de solução ideal. Com base nos dados da tabela 5.7 não se pode
afirmar que as soluções de ácido acetilsalicílico em acetona apresentem característica ideal
uma vez que seus valores de coeficiente de atividade experimental, ainda que próximos à
unidade, em momento algum atingiram o valor unitário na faixa de temperatura compreendida
neste estudo.
5.1.1.3 Propilenoglicol
Utilizando o propilenoglicol como solvente obteve-se a curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico determinando qual sua concentração de equilíbrio para uma dada temperatura.
A figura 5.8 mostra o comportamento dessas curvas e a tabela 5.8 informa os valores
experimentais obtidos bem como o desvio percentual médio entre as coletas.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
63
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração molar de AAS
T (ºC)
Propilenoglicol
Coleta original
Coleta em réplica
0,0030 0,0031 0,0032 0,0033 0,0034
-4,0
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
ln(x)
1/T (K
-1
)
Representação de Van't Hoff
Propilenoglicol
Coleta 1
Coleta 2
Figura 5.8 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
Foi possível constatar que o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol apresenta valores
de solubilidade máximos da ordem de 40 g/100 g de solvente (fração molar de 0,145) a
aproximadamente 60 ºC. A literatura não fornece dados suficientes para uma comparação
integral da curva de solubilidade obtida experimentalmente.
Tabela 5.8 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
Massa de AAS
(g)
Concentração
(g/ 100g solvente)
Fração Molar de
AAS
T
eq
1
(ºC)
T
eq
2
(ºC)
T
média
(ºC)
Média dos
Desvios
(%)
2 4 0,017 22,5 22,5 22,5
3 6 0,025 27,9 27,9 27,9
4 8 0,033 31,8 32 31,9
5 10 0,041 35 35 35,0
7 14 0,056 40,4 40,4 40,4
9 18 0,071 45,2 45 45,1
12 24 0,092 50,5 50,5 50,5
15 30 0,112 54,8 54,6 54,7
17 34 0,126 57,5 57,5 57,5
20 40 0,145 60,6 60,8 60,7
0,2
O que pode ser observado também é que apesar do propilenoglicol ser um álcool
orgânico como o etanol, a solubilidade do ácido acetilsalicílico nesse álcool é menor em toda
a faixa de temperatura estudada, o que pode sugerir que álcoois de maior cadeia carbônica
solubilizem o ácido acetilsalicílico em menor proporção.
A solubilidade do ácido acetilsalicílico foi menor em propilenoglicol do que em etanol
para toda a faixa de temperatura estudada, ainda que ambos pertençam à mesma função
química.
É possível considerar o desvio percentual médio de 0,2% para os valores replicados de
solubilidade de ácido acetilsalicílico em propilenoglicol como aceitáveis, uma vez que o
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
64
método para a determinação da temperatura de equilíbrio apresenta uma série de
determinações baseadas em parâmetros visuais para a determinação da presença de cristais de
soluto, o que contribuiria para um aumento na margem de erro do procedimento.
Através dos dados de solubilidade utilizou-se a equação (13) para a determinação do
coeficiente de atividade experimental do ácido acetilsalicílico em solução de propilenoglicol
em função da temperatura. A representação gráfica da variação do coeficiente de atividade do
ácido acetilsalicílico em propilenoglicol para diferentes temperaturas encontra-se ilustrado na
figura 5.9 e os valores para a determinação do coeficiente de atividade encontram-se na tabela
5.9.
290 300 310 320 330 340
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
γ
T (K)
Solução AAS/Propilenoglicol
Figura 5.9 – Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios com propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
65
Tabela 5.9 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
Fração Molar de AAS
T
média
(ºC)
T
média
(K)
Coeficiente de Atividade
(γ)
0,017 22,5 295,7 4,015
0,025 27,9 301,1 3,119
0,033 31,9 305,1 2,623
0,041 35,0 308,2 2,295
0,056 40,4 313,6 1,918
0,071 45,1 318,3 1,711
0,092 50,5 323,7 1,508
0,112 54,7 327,9 1,372
0,126 57,5 330,7 1,319
0,145 60,7 333,9 1,241
Tendo o propilenoglicol como solvente, o coeficiente de atividade do ácido
acetilsalicílico apresentou valores acima de 1 para toda a faixa de temperatura estudada
atingindo um máximo de 4,015 a 22°C.
Para avaliarmos o quão distante do ideal está esse comportamento, utilizou-se ainda a
equação 13 para a determinação da solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol
considerando o valor do coeficiente de atividade como 1. A comparação das solubilidades
determinadas experimentalmente e as calculadas pela hipótese de solução ideal estão
ilustradas na figura 5.10. Os valores do desvio percentual médio e das solubilidades ideal e
experimental encontram-se na tabela 5.10.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
66
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solução em Propilenoglicol
Valores Experimentais
Valores Ideais (γ = 1)
Figura 5.10. Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com propilenoglicol.
Tabela 5.10 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com propilenoglicol e seu
respectivo desvio.
Fração Molar de AAS
Experimental
Fração Molar de AAS
Ideal
T
média
(ºC)
Média dos Desvios
(%)
0,017 0,067 22,5
0,025 0,077 27,9
0,033 0,086 31,9
0,041 0,093 35,0
0,056 0,107 40,4
0,071 0,121 45,1
0,092 0,139 50,5
0,112 0,154 54,7
0,126 0,166 57,5
0,145 0,179 60,7
111,22
Observou-se um desvio percentual médio de 111,22% entre os valores experimentais e
os obtidos através da hipótese de solução ideal. O desvio percentual médio é bastante
pronunciado, de forma que se pode afirmar que as soluções de ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol não apresentam característica ideal uma vez que seus valores de coeficiente de
atividade experimental são relativamente elevados em relação ao que se espera para uma
solução de comportamento ideal.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
67
5.1.1.4 Álcool Isopropílico
Utilizando o álcool isopropílico como solvente obteve-se a curva de solubilidade do
ácido acetilsalicílico determinando qual sua concentração de equilíbrio para uma dada
temperatura. A figura 5.11 mostra o comportamento dessas curvas e a tabela 5.11 informa os
valores experimentais obtidos bem como o desvio percentual médio entre as coletas.
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração molar de AAS
T (ºC)
Álcool Isopropílico
Coleta original
Coleta em réplica
0,0030 0,0031 0,0032 0,0033 0,0034 0,0035 0,0036
-4,5
-4,0
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
ln (x)
1/T (K
-1
)
Representação de Van't Hoff
Álcool Isopropílico
Coleta 1
Coleta 2
Figura 5.11 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Constatou-se que o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico apresenta valores de
solubilidade máximos da ordem de 60 g/100 g de solvente a aproximadamente 60 ºC. A
literatura não fornece dados suficientes para uma comparação integral da curva de
solubilidade obtida experimentalmente (FLOREY, 1979).
Tabela 5.11 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Massa de AAS
(g)
Concentração
(g/ 100g solvente)
Fração Molar de
AAS
T
eq
1
(ºC)
T
eq
2
(ºC)
T
média
(ºC)
Média dos
Desvios
(%)
2 4 0,013 8,5 8,4 8,5
5 10 0,032 18,6 18,6 18,6
10 20 0,063 31 30,8 30,9
15 30 0,091 39,7 39,7 39,7
17 34 0,102 43 42,9 43,0
20 40 0,118 47,2 47,3 47,3
22 44 0,128 49,5 49,6 49,6
25 50 0,143 52,7 52,5 52,6
27 54 0,153 54,6 54,4 54,5
30 60 0,167 57 57 57,0
0,3
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
68
De forma semelhante ao que foi observado nos ensaios com propilenoglicol, o ácido
acetilsalicílico apresentou menor solubilidade em toda a faixa de temperatura em relação aos
ensaios com o etanol, mais uma vez sugerindo que quanto maior a cadeia carbônica dos
álcoois menor seria a solubilidade do ácido acetilsalicílico na mesma faixa de temperatura
quando comparado com álcoois de menor cadeia.
É possível considerar o desvio percentual médio de 0,3% para os valores replicados de
solubilidade de ácido acetilsalicílico em etanol como aceitáveis, uma vez que o método para a
determinação da temperatura de equilíbrio apresenta uma série de determinações baseadas em
parâmetros visuais para a determinação da presença de cristais de soluto, o que contribuiria
para um aumento na margem de erro do procedimento.
Através dos dados de solubilidade utilizou-se a equação (13) para a determinação do
coeficiente de atividade experimental do ácido acetilsalicílico em solução de propilenoglicol
em função da temperatura. A representação gráfica da variação do coeficiente de atividade do
ácido acetilsalicílico em propilenoglicol para diferentes temperaturas encontra-se ilustrado na
figura 5.12 e os valores do coeficiente de atividade encontram-se na tabela 5.12.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
69
280 290 300 310 320 330
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
γ
T (K)
Solução AAS/Álcool Isopropílico
Figura 5.12. Coeficiente de atividade do AAS em função da temperatura para os ensaios com álcool isopropílico.
Tendo o propilenoglicol como solvente, o coeficiente de atividade do ácido
acetilsalicílico apresentou valores acima de 1 para toda a faixa de temperatura estudada
atingindo um máximo de 3,45 a 8,5°C.
Tabela 5.12 – Valores de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Fração Molar de AAS
T
média
(ºC)
T
média
(K)
Coeficiente de Atividade
(γ)
0,013 8,5 281,6 3,450
0,032 18,6 291,8 1,860
0,063 30,9 304,1 1,335
0,091 39,7 312,9 1,156
0,102 43,0 316,1 1,123
0,118 47,3 320,4 1,085
0,128 49,6 322,7 1,059
0,143 52,6 325,8 1,024
0,153 54,5 327,7 1,006
0,167 57,0 330,2 0,981
De forma semelhante à executada para os demais solventes, avaliou-se o quão distante
do ideal está esse comportamento, utilizou-se ainda a equação (13) para a determinação da
solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol considerando o valor do coeficiente
de atividade como 1. A comparação das solubilidades determinadas experimentalmente e as
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
70
calculadas pela hipótese de solução ideal estão ilustradas na figura 5.13. Os valores do desvio
percentual médio e das solubilidades ideal e experimental encontram-se na tabela 5.13.
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solução em Álcool Isopropílico
Valores Experimentais
Valores Ideais (γ = 1)
Figura 5.13 – Dados comparativos entre a solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com álcool
isopropílico.
Observou-se um desvio percentual médio de 41,17% entre os valores experimentais e
os obtidos através da hipótese de solução ideal. O desvio percentual médio é bastante
pronunciado, de forma que se pode afirmar que as soluções de ácido acetilsalicílico em álcool
isopropílico não apresentem característica ideal até uma faixa de temperaturas da ordem de
50°C uma vez que seus valores de coeficiente de atividade experimental são relativamente
elevados em relação ao que se espera para uma solução de comportamento ideal.
Tabela 5.13 – Valores da solubilidade experimental e a ideal para os ensaios com álcool isopropílico e seu
respectivo desvio.
Fração Molar de AAS
Experimental
Fração Molar de AAS
Ideal
T
média
(ºC)
Média dos Desvios
(%)
0,013 0,045 8,5
0,032 0,060 18,6
0,063 0,083 30,9
0,091 0,105 39,7
0,102 0,114 43,0
0,118 0,128 47,3
0,128 0,135 49,6
0,143 0,146 52,6
0,153 0,154 54,5
0,167 0,164 57,0
41,17
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
71
Entretanto, após 50°C o ácido acetilsalicílico apresenta valores de coeficiente de
atividade próximos aos unitários, de forma que, nessa faixa de temperatura, as soluções de
ácido acetilsalicílico apresentam comportamento próximo do ideal.
5.1.1.5 A Água e seus Efeitos na Mistura
A determinação da solubilidade do ácido acetilsalicílico em água foi
consideravelmente mais complicada que para os demais solventes. Em função da sua baixa
solubilidade, observada em testes preliminares, o método utilizado para a determinação da
concentração foi o isotérmico.
Mesmo assim, a determinação precisa da solubilidade do ácido acetilsalicílico em água
foi dificultada, pois a ordem de grandeza em que o ácido acetilsalicílico solubilizou em água é
inferior ao erro experimental associado às medidas. A tentativa de obtenção dos valores de
solubilidade para a água em diferentes temperaturas está ilustrada na figura 5.14. Seus valores
estão dispostos na tabela 5.14.
10 20 30 40 50 60 70
0,0004
0,0006
0,0008
0,0010
0,0012
0,0014
0,0016
0,0018
Fração Molar de AAS
T (
o
C)
Solução em Água
Figura 5.14 – Curva de solubilidade do ácido acetilsalicílico em água.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
72
Tabela 5.14 – Valores de solubilidade do ácido acetilsalicílico em água.
Massa de AAS
(g)
Concentração
(g/ 100g solvente)
Fração Molar de AAS
T
eq
(ºC)
0,27 0,54 0,00054 15
0,31 0,62 0,00062 20
0,33 0,66 0,00066 25
0,37 0,74 0,00074 30
0,41 0,93 0,00093 40
0,62 1,24 0,00124 50
0,84 1,43 0,00143 60
0,86 1,72 0,00172 70
0,27 0,54 0,00054 15
0,31 0,62 0,00062 20
Conforme observado na figura 5.14 os valores se solubilidade do ácido acetilsalicílico
para a água são cerca de 70 a 100 vezes menores do que os obtidos para o etanol e a acetona.
Florey (1979) nos informa que a solubilidade do ácido acetilsalicílico em água a 25°C é de
0,33 g/ 100 g de solvente e o valor obtido no presente trabalho foi de 0,66 g/ 100 g de
solvente, caracterizando um desvio de 100% no valor indicado pela literatura.
Ainda assim, a ordem de grandeza na qual o ácido acetilsalicílico solubiliza em água é
inferior a todos os dados de solubilidade obtidos e, dentro desses parâmetros, pode ser
considerada excessivamente baixa frente às demais para merecer maiores análises
termodinâmicas.
Entretanto, utilizou-se algumas misturas de etanol e acetona com água para avaliar o
efeito da adição de água na solubilidade do ácido acetilsalicílico nesses solventes.
Verificou-se o comportamento da solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol
levando-se em conta duas proporções mássicas etanol/água: 75 – 25% e 50 – 50%. O
comportamento dessa adição de um novo solvente para a mistura está ilustrado na figura 5.15.
Os valores das solubilidades estão dispostos na tabela 5.15.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
73
0 10203040506070
0
20
40
60
80
100
Solubilidade (g / 100g de solvente)
Temperatura (ºC)
Etanol 100%
Etanol 75% / Água 25%
Etanol 50% / Água 50%
Figura 5.15 – Comparação do efeito da adição de água na solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol.
Como pode ser observado através da figura 5.15 e da tabela 5.15, a solubilidade do
ácido acetilsalicílico em etanol sofreu prejuízo com a adição de água quando a proporção
utilizada foi 50% de cada um dos solventes na mistura.
Tabela 5.15 – Valores comparativos de solubilidade para soluções de ácido acetilsalicílico em etanol e água.
Etanol 100% Etanol 75% Etanol 50%
Concentração
(g/ 100g solvente)
T
eq
(ºC)
Concentração
(g/ 100g solvente)
T
eq
(ºC)
Concentração
(g/ 100g solvente)
T
eq
(ºC)
5 3,1 5 14,1 5 26,5
10 18,7 10 21,9 10 36,1
15 29,3 15 28,3 15 43,0
20 36,8 20 35,1 20 49,0
25 43,3 25 40,1 25 53,6
30 48,3 30 45,7 30 57,0
35 52,8 35 49,8 35 59,5
40 57,3 40 53,5 40 61,5
45 60,3 45 56,4 45 63,2
50 63,4 50 59,1 50 64,5
Entretanto, para temperaturas acima dos 30 ºC a mistura com 75% em etanol
apresentou maior solubilidade do que o etanol puro.
Verificou-se também o comportamento da solubilidade do ácido acetilsalicílico em
acetona levando-se em conta duas proporções mássicas acetona/água: 75 – 25% e 50 – 50%.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
74
O comportamento dessa adição de um novo solvente para a mistura está ilustrado na figura
5.16. Os valores das solubilidades estão dispostos na tabela 5.16.
0 102030405060
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Solubilidade (g / 100g de solvente)
Temperatura (ºC)
Acetona 100%
Acetona 75% / Água 25%
Acetona 50% / Água 50%
Figura 5.16 – Comparação do efeito da adição de água na solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona.
Conforme observado no gráfico da figura 5.16 e na tabela 5.16, diferentemente do
efeito observado para a adição de água em etanol, no caso da acetona, a água produziu um
aumento de 50% na solubilidade ainda nas temperaturas em torno de 10 ºC para a mistura a
75% em acetona, chegando a 67% em temperaturas na faixa dos 50 ºC.
Tabela 5.16 – Valores comparativos de solubilidade para soluções de ácido acetilsalicílico em acetona e água.
Acetona 100% Acetona 75% Acetona 50%
Concentração
(g/ 100g solvente)
T
eq
(ºC)
Concentração
(g/ 100g solvente)
T
eq
(ºC)
Concentração
(g/ 100g solvente)
T
eq
(ºC)
20 8,8 30 7,5 20 21,0
25 17,4 40 16,5 30 30,5
30 24,8 50 24,8 40 37,7
35 31,3 60 32,8 50 43,5
40 37,4 70 39,0 54 46,0
45 42,2 74 41,8 60 49,0
50 46,7 80 45,5 64 51,0
55 50,1 90 50,5 70 53,0
60 53,1 100 55,5 74 54,6
- - 110 59,5 80 56,0
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
75
Para a mistura acetona/água 50%, nas temperaturas abaixo dos 40 ºC, a acetona pura
se apresentou como melhor solvente. A partir desse limite de temperatura, a solubilidade da
mistura acetona/água 50% superou a do solvente puro.
Nos dois casos estudados pode-se observar que, apesar de ter-se adicionado um
solvente no qual o ácido acetilsalicílico apresenta uma solubilidade muito inferior quando
comparado com os demais solventes estudados, a adição de água ao etanol e à acetona nem
sempre gerou uma diminuição da solubilidade do ácido acetilsalicílico e, em alguns casos, até
mesmo cooperou para o aumento da solubilidade ao invés do uso de etanol e acetona puros.
O gráfico contendo todas as curvas de solubilidade encontra-se no anexo deste
trabalho.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
76
5.1.2 MODELAGEM TERMODINÂMICA
5.1.2.1 O Modelo Modificado de Margules
O primeiro modelo termodinâmico estudado foi o modelo modificado de Margules.
Através dos dados de solubilidade obtidos experimentalmente determinou-se os parâmetros
binários de interação para as soluções de ácido acetilsalicílico. O modelo modificado de
Margules está representado pela equação (18), conforme descrito abaixo:
() ()
3
1
2
11
11ln x
RT
B
x
RT
A
+=
γ
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para
o etanol encontra-se ilustrado na figura 5.17. A figura 5.18 ilustra a comparação entre os
dados experimentais e os previstos pelo modelo de Margules em função da temperatura para o
etanol. A tabela 5.17 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os
valores de solubilidade previstos pelo modelo modificado de Margules para o ácido
acetilsalicílico em etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
77
0,78 0,80 0,82 0,84 0,86 0,88 0,90 0,92 0,94 0,96 0,98
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
Modelo: Margules
Solvente: Etanol
A = -6104,09
B = 7089,70
R
2
= 0,8826
RTln(γ)
(1-x)
Figura 5.17 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para o etanol.
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Margules
Figura 5.18 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo modificado de Margules
para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
78
Tabela 5.17 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
(1-x
exp
) x
Margules
Média dos Desvios (%)
3,1 1034,54 0,025 0,9751 0,028
18,7 516,46 0,049 0,9513 0,047
29,25 288,68 0,071 0,9288 0,068
36,8 127,74 0,093 0,9072 0,088
43,3 47,73 0,113 0,8866 0,109
48,3 -36,04 0,133 0,8670 0,130
52,75 -88,49 0,152 0,8482 0,151
57,25 -86,44 0,17 0,8302 0,174
60,25 -147,79 0,187 0,8129 0,192
63,4 -167,67 0,204 0,796 0,213
4,17
Conforme observado no gráfico da figura 5.17, os parâmetros binários do modelo
modificado de Margules obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/etanol são A=-6104,09 e
B=7089,70 com um coeficiente de correlação de 0,8826.
Ao se observar o gráfico da figura 5.18 e os dados da tabela 5,17 constata-se que ao se
aplicar o modelo modificado de Margules como ferramenta para a determinação a
solubilidade do ácido acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual
médio de 4,17% o que, frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um
desvio pequeno.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,8826 pode ser
considerada boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo modificado de Margules, de forma que além de representar bem os
dados experimentais, o modelo também se ajustou com precisão aceitável.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para
a acetona encontra-se ilustrado na figura 5.19. A figura 5.20 ilustra a comparação entre os
dados experimentais e os previstos pelo modelo de Margules em função da temperatura para a
acetona. A tabela 5.17 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e
os valores de solubilidade previstos pelo modelo modificado de Margules para o ácido
acetilsalicílico em acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
79
0,82 0,84 0,86 0,88 0,90 0,92 0,94
-700
-600
-500
-400
-300
-200
Modelo: Margules
Solvente: Acetona
A = 3553.64
B = -4583.41
R
2
= 0.97682
RTln(γ)
(1-x)
Figura 5.19 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para a acetona.
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Margules
Figura 5.20 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo modificado de Margules
para a acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
80
Tabela 5.18 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico em acetona.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
(1-x
exp
) x
Margules
Média dos Desvios (%)
8,75 -654,92 0,061 0,9394 0,061
17,4 -603,23 0,075 0,9254 0,074
24,75 -541,33 0,088 0,9118 0,087
31,25 -468,19 0,101 0,8986 0,101
37,4 -367,97 0,114 0,8858 0,116
42,15 -321,69 0,127 0,8733 0,128
46,65 -261,38 0,139 0,8612 0,140
50,1 -246,70 0,151 0,8494 0,151
53,1 -241,85 0,162 0,838 0,160
0,77
Conforme observado no gráfico da figura 5.19, os parâmetros binários do modelo
modificado de Margules obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/acetona são A=3553,64 e
B=-4583,41 com um coeficiente de correlação de 0,977.
Ao se observar o gráfico da figura 5.20 e os dados da tabela 5,18 constata-se que ao se
aplicar o modelo modificado de Margules como ferramenta para a determinação a
solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona, obtém-se um ajuste com desvio percentual
médio de 0,77% o que, frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um
desvio pequeno e ainda menor do que o observado para o sistema com etanol.
Aliando o bom ajuste dos parâmetros e a boa representatividade dos dados
experimentais, podemos dizer que o modelo modificado de Margules representa muito bem o
comportamento da solubilidade do ácido acetilsalicílico em acetona na faixa de temperatura
estudada.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para
o propilenoglicol encontra-se ilustrado na figura 5.21. A figura 5.22 ilustra a comparação
entre os dados experimentais e os previstos pelo modelo de Margules em função da
temperatura para o propilenoglicol. A tabela 5.19 apresenta os valores utilizados para a
determinação dos parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo modificado
de Margules para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
81
0,84 0,86 0,88 0,90 0,92 0,94 0,96 0,98 1,00
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Modelo: Margules
Solvente: Propilenoglicol
A = -16830.06
B = 20196.51
R
2
= 0.93108
RTln(γ)
(1-x)
Figura 5.21 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para o
propilenoglicol.
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenoglicol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Margules
Figura 5.22 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo modificado de Margules
para o propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
82
Tabela 5.19 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
(1-x
exp
) x
Margules
Média dos Desvios (%)
22,5 3417,06 0,017 0,9834 0,020
27,9 2847,42 0,025 0,9753 0,026
31,9 2445,54 0,033 0,9673 0,032
35 2128,64 0,041 0,9595 0,037
40,4 1698,04 0,056 0,9442 0,050
45,1 1421,47 0,071 0,9293 0,064
50,5 1105,35 0,092 0,9080 0,088
54,7 863,04 0,112 0,8875 0,113
57,5 760,55 0,126 0,8744 0,132
60,7 599,33 0,145 0,8555 0,159
7,82
Conforme observado no gráfico da figura 5.21, os parâmetros binários do modelo
modificado de Margules obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/propilenoglicol são A=-
16830,06 e B=20196,51 com um coeficiente de correlação de 0,931.
Ao se observar o gráfico da figura 5.22 e os dados da tabela 5,19 constata-se que ao se
aplicar o modelo modificado de Margules como ferramenta para a determinação a
solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol, obtém-se um ajuste com desvio
percentual médio de 7,82% o que, frente a ordem de grandeza dos valores pode ser
considerado um desvio pequeno, ainda que seja relativamente maior do que os desvios
observados para o etanol e a acetona.
Aliando o bom ajuste dos parâmetros e a satisfatória representatividade dos dados
experimentais, podemos dizer que o modelo modificado de Margules representa
adequadamente o comportamento da solubilidade do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol
na faixa de temperatura estudada.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para
o álcool isopropílico encontra-se ilustrado na figura 5.23. A figura 5.24 ilustra a comparação
entre os dados experimentais e os previstos pelo modelo de Margules em função da
temperatura para o álcool isopropílico. A tabela 5.20 apresenta os valores utilizados para a
determinação dos parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo modificado
de Margules para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
83
0,82 0,84 0,86 0,88 0,90 0,92 0,94 0,96 0,98 1,00
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Modelo: Margules
Solvente: Álcool Isopropílico
A = -15503.19
B = 17985.80
R
2
= 0.85525
RTlnγ
(1-x)
Figura 5.23 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo modificado de Margules para o álcool
isopropílico.
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Margules
Figura 5.24 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo modificado de Margules
para o álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
84
Tabela 5.20 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo modificado de Margules para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
(1-x
exp
) x
Margules
Média dos Desvios (%)
8,45 2899,25 0,013 0,9868 0,018
18,6 1504,82 0,032 0,9677 0,029
30,9 730,24 0,063 0,9375 0,052
39,7 377,13 0,091 0,9090 0,080
42,95 304,98 0,102 0,8981 0,094
47,25 217,96 0,118 0,8823 0,115
49,55 152,67 0,128 0,8720 0,129
52,6 64,37 0,143 0,8570 0,150
54,5 16,73 0,153 0,8474 0,165
57,0 -53,73 0,167 0,8332 0,186
11,03
Conforme observado no gráfico da figura 5.22, os parâmetros binários do modelo
modificado de Margules obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/álcool isopropílico são
A=-15503,19 e B=17985,80 com um coeficiente de correlação de 0,855, pouco menor do que
o obtido para o etanol.
Ao se observar o gráfico da figura 5.23 e os dados da tabela 5.20 constata-se que ao se
aplicar o modelo modificado de Margules como ferramenta para a determinação a
solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico, obtém-se uma previsão com
desvio percentual médio de 11,03% o que, frente a ordem de grandeza dos valores pode ser
considerado um desvio relativamente pequeno, muito embora seja superior a todos os outros
desvios obtidos para os demais solventes desse estudo.
Com um ajuste razoável e a satisfatória representatividade dos dados experimentais,
podemos dizer que o modelo modificado de Margules representa adequadamente o
comportamento da solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico na faixa de
temperatura estudada.
De uma forma geral, o modelo modificado de Margules representou satisfatoriamente
todos os dados experimentais de coeficiente de atividade do ácido acetilsalicílico nos
solventes estudados para a faixa de temperatura compreendida. As correlações de ajuste
apresentaram sempre valores acima de 0,83, podendo ser consideradas satisfatórias frente aos
erros exponenciais associados aos ajustes dos parâmetros. O modelo modificado de Margules,
portanto, representa satisfatoriamente as soluções de ácido acetilsalicílico e os valores de seus
parâmetros binários são consistentes dada a aplicabilidade do modelo.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
85
5.1.2.2
O Modelo de Van Laar
O segundo modelo termodinâmico estudado foi o modelo de Van Laar. Através dos
dados de solubilidade obtidos experimentalmente determinou-se os parâmetros binários de
interação para as soluções de ácido acetilsalicílico. O modelo de Van Laar está representado
pela equação (22), conforme descrito abaixo:
2
2
1
1
'
'
1
'
ln
+
=
x
x
B
A
A
γ
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o etanol
encontra-se ilustrado na figura 5.25. A figura 5.26 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo de Van Laar em função da temperatura para o
etanol. A tabela 5.21 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os
valores de solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em
etanol.
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Modelo: Van Laar
Solvente: Etanol
A' = 3.54
B' = 0.051
R
2
= 0.91923
lnγ
x/(1-x)
Figura 5.25 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
86
0 10203040506070
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Van Laar
Figura 5.26 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Van Laar para o etanol.
Conforme observado no gráfico da figura 5.25, os parâmetros binários do modelo de
Van Laar obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/etanol são A’=3,54 e B’=0,051 com um
coeficiente de correlação de 0,919.
Tabela 5.21 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
exp
/(1-x
exp
) x
Van Laar
Média dos Desvios (%)
3,1 0,4504 0,025 0,0256 0,011
18,7 0,2128 0,049 0,0511 0,028
29,25 0,1148 0,071 0,0767 0,046
36,8 0,0496 0,093 0,1023 0,063
43,3 0,0181 0,113 0,1279 0,081
48,3 -0,0135 0,133 0,1534 0,097
52,75 -0,0327 0,152 0,1790 0,113
57,25 -0,0315 0,170 0,2046 0,130
60,25 -0,0533 0,187 0,2301 0,144
63,4 -0,0599 0,204 0,2557 0,159
31,73
Ao observar-se o gráfico da figura 5.26 e os dados da tabela 5.21 constata-se que ao se
aplicar o modelo de Van Laar como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 31,73%, valor
este mais elevado em relação aos valores obtidos para o modelo modificado de Margules nos
solventes estudados, para ser considerado razoável frente a ordem de grandeza dos valores.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
87
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,919 pode ser
considerada boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo de Van Laar. Isso significa que os parâmetros foram bem ajustados.
Entretanto, apesar do bom ajuste, a capacidade do modelo de Van Laar em reproduzir
os dados experimentais não pode ser considerada satisfatória para as soluções de ácido
acetilsalicílico e etanol na faixa de temperatura compreendida neste estudo.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para a acetona
encontra-se ilustrado na figura 5.27. A figura 5.28 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo de Van Laar em função da temperatura para a
acetona. A tabela 5.22 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e
os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em
acetona.
0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20
-0,30
-0,25
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
Modelo: Van Laar
Solvente: Acetona
A' = -0.85
B' = -0.08
R
2
= 0.97514
lnγ
x/(1-x)
Figura 5.27 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para a acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
88
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Van Laar
Figura 5.28 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Van Laar para a
acetona.
Conforme observado no gráfico da figura 5.27, os parâmetros binários do modelo de
Van Laar obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/acetona são A’=-0,85 e B’=-0,08 com
um coeficiente de correlação de 0,975.
Tabela 5.22 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em acetona.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
exp
/(1-x
exp
) x
Van Laar
Média dos Desvios (%)
8,75 -0,2794 0,061 0,0645 0,075
17,4 -0,2497 0,075 0,0806 0,091
24,75 -0,2186 0,088 0,0967 0,107
31,25 -0,1850 0,101 0,1128 0,123
37,4 -0,1425 0,114 0,1290 0,141
42,15 -0,1227 0,127 0,1451 0,156
46,65 -0,0983 0,139 0,1612 0,171
50,1 -0,0918 0,151 0,1773 0,184
53,1 -0,0892 0,162 0,1934 0,195
22,44
Ao se observar o gráfico da figura 5.28 e os dados da tabela 5.22 constata-se que ao se
aplicar o modelo de Van Laar como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em acetona, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 22,44%,
valor este mais elevado em relação aos valores obtidos para o modelo modificado de
Margules nos solventes estudados, para ser considerado razoável frente a ordem de grandeza
dos valores.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
89
Para a solução de ácido acetilsalicílico em acetona, a correlação de 0,975 pode ser
considerada boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo de Van Laar. Isso significa os parâmetros foram bem ajustados.
Entretanto, apesar do bom ajuste, a capacidade do modelo de Van Laar em reproduzir
os dados experimentais não pode ser considerada satisfatória para as soluções de ácido
acetilsalicílico em acetona na faixa de temperatura compreendida neste estudo.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o
propilenoglicol encontra-se ilustrado na figura 5.29. A figura 5.30 ilustra a comparação entre
os dados experimentais e os previstos pelo modelo de Van Laar em função da temperatura
para o propilenoglicol. A tabela 5.23 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol.
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Modelo: Van Laar
Solvente: Propilenoglicol
A' = 1.98
B' = 0.16
R
2
= 0.99738
lnγ
x/(1-x)
Figura 5.29 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
90
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenogicol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Van Laar
Figura 5.30 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Van Laar para o
propilenoglicol.
Tabela 5.23 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
exp
/(1-x
exp
) x
Van Laar
Média dos Desvios (%)
22,5 1,3901 0,017 0,0169 0,013
27,9 1,1376 0,025 0,0253 0,017
31,9 0,9642 0,033 0,0338 0,021
35 0,8308 0,041 0,0422 0,025
40,4 0,6513 0,056 0,0591 0,034
45,1 0,5372 0,071 0,0760 0,043
50,5 0,4108 0,092 0,1014 0,058
54,7 0,3166 0,112 0,1267 0,071
57,5 0,2766 0,126 0,1436 0,081
60,7 0,2159 0,145 0,1690 0,094
34,79
Conforme observado no gráfico da figura 5.29, os parâmetros binários do modelo de
Van Laar obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/propilenoglicol são A’=1,98 e B’=0,16
com um coeficiente de correlação de 0,997.
Ao se observar o gráfico da figura 5.30 e os dados da tabela 5.23 constata-se que ao se
aplicar o modelo de Van Laar como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de
34,79%, valor este bastante pronunciado em relação aos valores obtidos para o modelo
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
91
modificado de Margules nos solventes estudados, para ser considerado razoável frente a
ordem de grandeza dos valores.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em acetona, a correlação de 0,997 foi das mais
elevadas, de forma que o valor dos parâmetros de Van Laar foi obtido com boa precisão,
apesar dos erros exponenciais inerentes à determinação de tais parâmetros.
Entretanto, apesar do bom ajuste, a capacidade do modelo de Van Laar em reproduzir
os dados experimentais não pode ser considerada satisfatória para as soluções de ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol na faixa de temperatura compreendida neste estudo.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o álcool
isopropílico encontra-se ilustrado na figura 5.31. A figura 5.32 ilustra a comparação entre os
dados experimentais e os previstos pelo modelo de Van Laar em função da temperatura para o
álcool isopropílico. A tabela 5.24 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Van Laar para o ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
Modelo: Van Laar
Solvente: Álcool Isopropílico
A' = 0.18
B' = 0.08
R
2
= 0.99887
lnγ
x/(1-x)
Figura 5.31 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Van Laar para o álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
92
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Van Laar
Figura 5.32 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Van Laar para o álcool
isopropílico.
Conforme observado no gráfico da figura 5.31, os parâmetros binários do modelo de
Van Laar obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/álcool isopropílico são A’=0,18 e
B’=0,08 com um coeficiente de correlação de 0,999.
Tabela 5.24 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Van Laar para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
exp
/(1-x
exp
) x
Van Laar
Média dos Desvios (%)
8,45 1,2383 0,013 0,0133 0,038
18,6 0,6204 0,032 0,0334 0,051
30,9 0,2889 0,063 0,0667 0,071
39,7 0,1450 0,091 0,1001 0,091
42,95 0,1160 0,102 0,1134 0,099
47,25 0,0818 0,118 0,1334 0,111
49,55 0,0569 0,128 0,1468 0,118
52,6 0,0238 0,143 0,1668 0,128
54,5 0,0061 0,153 0,1801 0,135
57,0 -0,0196 0,167 0,2002 0,144
31,17
Ao observarmos o gráfico da figura 5.32 e os dados da tabela 5.24 constata-se que ao
se aplicar o modelo de Van Laar como ferramenta para a determinação a solubilidade do
ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio
de 31,17%, valor este bastante pronunciado em relação aos valores obtidos para o modelo
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
93
modificado de Margules nos solventes estudados, para ser considerado razoável frente a
ordem de grandeza dos valores.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em acetona, a correlação foi de 0,999, de forma
que o valor dos parâmetros de Van Laar foi obtido com boa precisão, apesar dos erros
exponenciais inerentes à determinação de tais parâmetros.
Entretanto, apesar do bom ajuste, a capacidade do modelo de Van Laar em reproduzir
os dados experimentais não pode ser considerada satisfatória para as soluções de ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico na faixa de temperatura compreendida neste estudo.
Para o caso do álcool isopropílico, particularmente, apesar do elevado desvio percentual
médio, o modelo de Van Laar representa adequadamente os dados experimentais em valores
próximos a 40 °C (de 37 °C a 42 °C).
De modo geral, o modelo de Van Laar apresentou problemas para a previsão dos
valores de coeficiente de atividade, e conseqüentemente do comportamento da solubilidade,
das soluções de ácido acetilsalicílico nos solventes estudados em toda a faixa de temperatura
compreendida nesse estudo salvo raras exceções, como no caso do álcool isopropílico, ainda
que seus parâmetros tenham sido bem determinados em todos os casos.
5.1.2.3
O Modelo de Wilson
O terceiro modelo termodinâmico estudado foi o modelo de Wilson. Através dos
dados de solubilidade obtidos experimentalmente determinou-se os parâmetros binários de
interação para as soluções de ácido acetilsalicílico. O modelo de Wilson está representado
pelas equações (25), (27) e (28), conforme descrito abaixo:
()
[]
()()
Λ+
Λ
Λ+
Λ
+Λ+=
1211
21
1121
12
211211
11
1lnln
xxxx
xxx
γ
O ajuste sobre o modelo de Wilson foi feito rearranjando a expressão de seus
parâmetros ajustáveis de forma a serem representadas da seguinte forma:
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
94
()
wa
RTv
v
expexp
1112
1
2
12
=
Λ
λλ
()
nm
RTv
v
expexp
2212
2
1
21
=
Λ
λλ
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o etanol
encontra-se ilustrado na figura 5.33. A figura 5.34 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo de Wilson em função da temperatura para o etanol.
A tabela 5.25 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores
de solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em etanol.
0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Modelo: Wilson
Solvente: Etanol
a = 0.255
w = 0.413
m = 3.392
n = 2.558
R
2
= 0.97492
lnγ
x
Figura 5.33 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
95
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Wilson
Figura 5.34 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Wilson para etanol.
Conforme observado no gráfico da figura 5.33, os parâmetros binários do modelo de
Wilson obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/etanol são a=0,255; w=0,413 ; m=3,392 ;
n=2,558 ; com um coeficiente de correlação de 0,975.
Tabela 5.25 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
Wilson
Média dos Desvios (%)
3,1 0,4504 0,025 0,026
18,7 0,2128 0,049 0,048
29,25 0,1148 0,071 0,070
36,8 0,0496 0,093 0,09
43,3 0,0181 0,113 0,112
48,3 -0,0135 0,133 0,131
52,75 -0,0327 0,152 0,151
57,25 -0,0315 0,17 0,173
60,25 -0,0533 0,187 0,191
63,4 -0,0599 0,204 0,204
2,20
Ao se observar o gráfico da figura 5.34 e os dados da tabela 5.25 constata-se que ao se
aplicar o modelo de Wilson como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 2,20% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio pequeno.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,975 pode ser
considerada boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
96
parâmetros do modelo de Wilson, de forma que além de representar bem os dados
experimentais, o modelo também se ajustou com precisão aceitável.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para a acetona
encontra-se ilustrado na figura 5.35. A figura 5.36 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo Wilson em função da temperatura para a acetona. A
tabela 5.26 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em acetona.
0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
-0,30
-0,25
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
Modelo: Wilson
Solvente: Acetona
A = 0.432
W = 1.217
M = -4.364
N = -2.323
R
2
= 0.95615
lnγ
x
Figura 5.35 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para a acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
97
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Wilson
Figura 5.36 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Wilson para a acetona.
Conforme observado no gráfico da figura 5.35, os parâmetros binários do modelo de
Wilson obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/acetona são a=0,432; w=1,217 ; m=-
4,364 ; n=-2,323 ; com um coeficiente de correlação de 0,956.
Tabela 5.26 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em acetona.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
Wilson
Média dos Desvios (%)
8,75 0,4504 0,061 0,06
17,4 0,2128 0,075 0,074
24,75 0,1148 0,088 0,088
31,25 0,0496 0,101 0,102
37,4 0,0181 0,114 0,117
42,15 -0,0135 0,127 0,129
46,65 -0,0327 0,139 0,141
50,1 -0,0315 0,151 0,150
53,1 -0,0533 0,162 0,158
1,21
Ao observarmos o gráfico da figura 5.36 e os dados da tabela 5.26 constata-se que ao
se aplicar o modelo de Wilson como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em acetona, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 1,21% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio pequeno.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em acetona, a correlação de 0,956 pode ser
considerada boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
98
parâmetros do modelo de Wilson, de forma que além de representar bem os dados
experimentais, o modelo também se ajustou com precisão aceitável.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o
propilenoglicol encontra-se ilustrado na figura 5.37. A figura 5.38 ilustra a comparação entre
os dados experimentais e os previstos pelo modelo Wilson em função da temperatura para o
propilenoglicol. A tabela 5.27 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol.
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Modelo: Wilson
Solvente: Propilenoglicol
A = 0.171
W = 0.249
M = 3.614
N = 2.228
R
2
= 0.87361
lnγ
x
Figura 5.37 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
99
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenoglicol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Wilson
Figura 5.38 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Wilson para
propilenoglicol.
Conforme observado no gráfico da figura 5.37, os parâmetros binários do modelo de
Wilson obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/propilenoglicol são a=0,171; w=0,249 ;
m=3,614 ; n=2,228 ; com um coeficiente de correlação de 0,873.
Tabela 5.27 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
Wilson
Média dos Desvios (%)
22,5 1,3901 0,017 0,022
27,9 1,1376 0,025 0,028
31,9 0,9642 0,033 0,035
35 0,8308 0,041 0,04
40,4 0,6513 0,056 0,052
45,1 0,5372 0,071 0,064
50,5 0,4108 0,092 0,082
54,7 0,3166 0,112 0,098
57,5 0,2766 0,126 0,110
60,7 0,2159 0,145 0,127
11,71
Ao se observar o gráfico da figura 5.38 e os dados da tabela 5.27 constata-se que ao se
aplicar o modelo de Wilson como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 11,71% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio pequeno, ainda que
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
100
esteja na ordem dos 10%. A maior disparidade entre os valores experimentais e os obtidos
pelo modelo de Wilson encontra-se na faixa de temperatura acima de 40°C.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,873 pode ser
considerada razoável, ainda que relativamente inferior aos valores obtidos para os ajustes do
modelo de Wilson para o etanol e a acetona, uma vez que se incorre em erros exponenciais
para a predição dos parâmetros do modelo de Wilson, de forma que além de representar bem
os dados experimentais, principalmente na faixa de temperatura até 40°C, o modelo também
se ajustou com precisão aceitável.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o álcool
isopropílico encontra-se ilustrado na figura 5.39. A figura 5.40 ilustra a comparação entre os
dados experimentais e os previstos pelo modelo de Wilson em função da temperatura para o
álcool isopropílico. A tabela 5.28 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Wilson para o ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico.
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Modelo: Wilson
Solvente: Álcool Isopropílico
A = 0.244
W = 0.309
M = 2.540
N = 2.536
R
2
= 0.8022
lnγ
x
Figura 5.39 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Wilson para o álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
101
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Wilson
Figura 5.40 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Wilson para álcool
isopropílico.
Conforme observado no gráfico da figura 5.39, os parâmetros binários do modelo de
Wilson obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/álcool isopropílico são a=0,244;
w=0,309; m=2,540 ; n=2,536 ; com um coeficiente de correlação de 0,802.
Tabela 5.28 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo de Wilson para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
Wilson
Média dos Desvios (%)
8,45 1,2383 0,013 0,021
18,6 0,6204 0,032 0,035
30,9 0,2889 0,063 0,059
39,7 0,1450 0,091 0,083
42,95 0,1160 0,102 0,093
47,25 0,0818 0,118 0,108
49,55 0,0569 0,128 0,117
52,6 0,0238 0,143 0,131
54,5 0,0061 0,153 0,140
57 -0,0196 0,167 0,153
13,22
Ao observarmos o gráfico da figura 5.40 e os dados da tabela 5.28 constata-se que ao
se aplicar o modelo de Wilson como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 13,22% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores já pode ser considerado um desvio razoável.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
102
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,802 pode ser
considerada razoável, provavelmente em função dos erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo de Wilson. Apesar disso, o modelo de Wilson é capaz de reproduzir os
dados experimentais de solubilidade do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico com
precisão razoável, muito embora seja melhor aplicado na predição dos dados experimentais no
caso do etanol e da acetona.
De maneira geral, as correlações de ajuste para os parâmetros do modelo de Wilson
apresentaram valores piores do que os observados no modelo de Van Laar e Margules.
Entretanto, para o modelo de Wilson, a predição dos dados experimentais foi melhor do que a
observada pelo modelo de Van Laar uma vez que seus desvios percentuais médios oscilaram
entre 1,2% para o caso do etanol a 13,22% em relação ao álcool isopropílico. No modelo de
Van Laar esse desvio oscilou entre 22,44% com a acetona e 34,79% com o propilenoglicol.
5.1.2.4
O Modelo NRTL
O terceiro modelo termodinâmico estudado foi o modelo NRTL. Através dos dados de
solubilidade obtidos experimentalmente determinou-se os parâmetros binários de interação
para as soluções de ácido acetilsalicílico. O modelo NRTL está representado pelas equações
32, 33 e 34, conforme descrito abaixo:
()
+
+
+
=
2
1212
1212
2
2121
21
12
2
21
ln
Gxx
G
Gxx
G
x
τ
τγ
()
1212
τα
12
= eG
()
2112
τα
21
= eG
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o etanol encontra-
se ilustrado na figura 5.41. A figura 5.42 ilustra a comparação entre os dados experimentais e
os previstos pelo modelo NRTL em função da temperatura para o etanol. A tabela 5.29
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
103
apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de
solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em etanol.
0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Modelo: NRTL
Solvente: Etanol
τ
12
= 3.524
α
12
= 4.999
τ
21
= 0.848
R
2
= 0.91907
lnγ
x
Figura 5.41 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o etanol.
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo NRTL
Figura 5.42 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo NRTL para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
104
Tabela 5.29 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
NRTL
Média dos Desvios (%)
3,1 0,4504 0,025 0,025
18,7 0,2128 0,049 0,051
29,25 0,1148 0,071 0,073
36,8 0,0496 0,093 0,092
43,3 0,0181 0,113 0,111
48,3 -0,0135 0,133 0,128
52,75 -0,0327 0,152 0,144
57,25 -0,0315 0,17 0,162
60,25 -0,0533 0,187 0,175
63,4 -0,0599 0,204 0,190
3,67
Conforme observado no gráfico da figura 5.41, os parâmetros binários do modelo
NRTL obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/etanol são τ
12
=3,524; α
12
=4,999;
τ
21
=0,848; com um coeficiente de correlação de 0,919.
Ao se observar o gráfico da figura 5.42 e os dados da tabela 5.29 constata-se que ao se
aplicar o modelo NRTL como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 3,67% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio pequeno.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,919 pode ser
considerada boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo NRTL, de forma que além de representar bem os dados experimentais,
o modelo também se ajustou com precisão aceitável.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para a acetona
encontra-se ilustrado na figura 5.43. A figura 5.44 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo NRTL em função da temperatura para a acetona. A
tabela 5.30 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de
solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
105
0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
-0,30
-0,25
-0,20
-0,15
-0,10
-0,05
Modelo: NRTL
Solvente: Acetona
τ
12
= -0.848
α
12
= -11.486
τ
21
= -0.208
R
2
= 0.975
lnγ
x
Figura 5.43 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para a acetona.
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo NRTL
Figura 5.44 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo NRTL para a acetona
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
106
Tabela 5.30 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em acetona.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
NRTL
Média dos Desvios (%)
8,75 -0,2794 0,061 0,061
17,4 -0,2497 0,075 0,074
24,75 -0,2186 0,088 0,087
31,25 -0,1850 0,101 0,100
37,4 -0,1425 0,114 0,115
42,15 -0,1227 0,127 0,127
46,65 -0,0983 0,139 0,141
50,1 -0,0918 0,151 0,152
53,1 -0,0892 0,162 0,162
0,95
Conforme observado no gráfico da figura 5.43, os parâmetros binários do modelo
NRTL obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/acetona são τ
12
=-0,848; α
12
=-11,486;
τ
21
=-0,208; com um coeficiente de correlação de 0,975.
Ao observarmos o gráfico da figura 5.44 e os dados da tabela 5.30 constata-se que ao
se aplicar o modelo NRTL como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em acetona, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 0,95% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio pequeno e também é
o menor desvio encontrado, se comparado com os ajustes feitos para os modelos de Margules,
Van Laar e Wilson. Dessa forma o modelo NRTL representou quase que perfeitamente os
dados experimentais para a solução de ácido acetilsalicílico em acetona dentro da faixa de
temperatura estudada.
Para essas soluções, a correlação de 0,975 pode ser considerada boa uma vez que se
incorre em erros exponenciais para a predição dos parâmetros do modelo NRTL, de forma
que além de representar bem os dados experimentais, o modelo também se ajustou com
precisão aceitável.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o propilenoglicol
encontra-se ilustrado na figura 5.45. A figura 5.46 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo NRTL em função da temperatura para o
propilenoglicol. A tabela 5.31 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
107
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Modelo: NRTL
Solvente: Propilenoglicol
τ
12
= 2.046
α
12
= 1.644
τ
21
= 1.644
R
2
= 0.999
lnγ
x
Figura 5.45 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o propilenoglicol.
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenoglicol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo NRTL
Figura 5.46 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo NRTL para o
propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
108
Tabela 5.31 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
NRTL
Média dos Desvios (%)
22,5 1,3901 0,017 0,017
27,9 1,1376 0,025 0,024
31,9 0,9642 0,033 0,032
35 0,8308 0,041 0,04
40,4 0,6513 0,056 0,056
45,1 0,5372 0,071 0,072
50,5 0,4108 0,092 0,094
54,7 0,3166 0,112 0,113
57,5 0,2766 0,126 0,125
60,7 0,2159 0,145 0,142
1,03
Conforme observado no gráfico da figura 5.45, os parâmetros binários do modelo
NRTL obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/propilenoglicol são τ
12
=2,046; α
12
=1,644;
τ
21
=1,644; com um coeficiente de correlação de 0,999.
Ao se observar o gráfico da figura 5.46 e os dados da tabela 5.31 constata-se que ao se
aplicar o modelo NRTL como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de 1,03% o que,
frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio pequeno.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em propilenoglicol, a correlação de 0,999 pode
ser considerada excelente uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo NRTL, de forma que além de representar bem os dados experimentais,
o modelo também se ajustou com excelente precisão.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o álcool
isopropílico encontra-se ilustrado na figura 5.47. A figura 5.48 ilustra a comparação entre os
dados experimentais e os previstos pelo modelo NRTL em função da temperatura para o
álcool isopropílico. A tabela 5.32 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo NRTL para o ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
109
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Modelo: NRTL
Solvente: Álcool Isopropílico
τ
12
= 2.539
α
12
= 5.285
τ
21
= 0.655
R
2
= 0.992
lnγ
x
Figura 5.47 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo NRTL para o álcool isopropílico.
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo NRTL
Figura 5.48 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo NRTL para álcool
isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
110
Tabela 5.32 – Valores para a determinação dos parâmetros binários e valores de solubilidade previstos pelo
modelo NRTL para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
T
média
(ºC) ln(γ) x
exp
x
Wilson
Média dos Desvios (%)
8,45 1,2383 0,013 0,013
18,6 0,6204 0,032 0,033
30,9 0,2889 0,063 0,064
39,7 0,1450 0,091 0,091
42,95 0,1160 0,102 0,102
47,25 0,0818 0,118 0,117
49,55 0,0569 0,128 0,125
52,6 0,0238 0,143 0,137
54,5 0,0061 0,153 0,145
57 -0,0196 0,167 0,156
2,52
Conforme observado no gráfico da figura 5.47, os parâmetros binários do modelo
NRTL obtidos para o sistema ácido acetilsalicílico/álcool isopropílico são τ
12
=2,539;
α
12
=5,285; τ
21
=0,655; com um coeficiente de correlação de 0,992.
Ao se observar o gráfico da figura 5.48 e os dados da tabela 5.32 constata-se que ao se
aplicar o modelo NRTL como ferramenta para a determinação a solubilidade do ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de
2,52% o que, frente a ordem de grandeza dos valores pode ser considerado um desvio
pequeno.
Para a solução de ácido acetilsalicílico em etanol, a correlação de 0,992 pode ser
considerada muito boa uma vez que se incorre em erros exponenciais para a predição dos
parâmetros do modelo NRTL, de forma que além de representar bem os dados experimentais,
o modelo também se ajustou com precisão aceitável.
Em comparação com os modelos de Margules, Van Laar, e Wilson, o modelo NRTL
pode ser considerado mais preciso pois não apenas obteve bons valores de correlação para os
ajustes de seus parâmetros como representou os dados experimentais com desvio percentual
médio de no máximo 3,67%, valor esse muito abaixo da maioria dos desvios obtidos pelos
demais métodos.
5.1.2.5
A Teoria das Soluções Regulares
O quinto modelo termodinâmico estudado foi o modelo a Teoria das Soluções
Regulares. Diferentemente dos demais modelos termodinâmicos utilizados neste estudo, a
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
111
Teoria das Soluções Regulares apresenta um único valor de parâmetro de solubilidade (δ)
para o ácido acetilsalicílico em qualquer mistura, uma vez que esse parâmetro não tem
característica de interação binária entre soluto e solvente.
O modelo da Teoria das Soluções Regulares está representado pelas equações 49, 50 e
59, conforme descrito abaixo:
[]
2
21
2
211
ln
δδγ
Φ= vRT
2211
11
1
vxvx
vx
+
Φ
2211
22
2
vxvx
vx
+
Φ
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo da Teoria das Soluções
Regulares para o etanol encontra-se ilustrado na figura 5.49. A figura 5.50 ilustra a
comparação entre os dados experimentais e os previstos pelo modelo da Teoria das Soluções
Regulares em função da temperatura para o etanol. A tabela 5.33 apresenta os valores
utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo
modelo da Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
112
0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
Modelo: TSR
Solvente: Etanol
ν
1
= 133.45
ν
2
= 58.5
δ
1
= 24.86
δ
2
= 26.52
R
2
= 0.23561
RTlnγ
x
Figura 5.49 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das Soluções Regulares para o
etanol.
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pela Teoria das Soluções Regulares
Figura 5.50 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das Soluções Regulares
para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
113
Tabela 5.33 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de solubilidade previstos pela
Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
x
TSR
Média dos Desvios (%)
3,1 1034,5414 0,025 0,034
18,7 516,4567 0,049 0,053
29,25 288,6770 0,071 0,072
36,8 127,7427 0,093 0,089
43,3 47,7252 0,113 0,106
48,3 -36,0430 0,133 0,122
52,75 -88,4942 0,152 0,137
57,25 -86,4416 0,170 0,155
60,25 -147,7884 0,187 0,168
63,4 -167,6687 0,204 0,182
10,53
Conforme observado no gráfico da figura 5.49, o parâmetro de solubilidade da Teoria
das Soluções Regulares obtido para o sistema ácido acetilsalicílico/etanol é δ
1
=24,86 com um
coeficiente de correlação de 0,236.
Ao se observar o gráfico da figura 5.50 e os dados da tabela 5.33 constata-se que ao se
aplicar a Teoria das Soluções Regulares como ferramenta para a determinação a solubilidade
do ácido acetilsalicílico em etanol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de
10,53% o que, frente a ordem de grandeza dos valores não é considerado necessariamente um
valor elevado.
Entretanto, conforme observado no gráfico da figura 5,49, o ajuste do parâmetro de
solubilidade foi bastante insatisfatório, com uma correlação da ordem de 0,236. Isso leva a
crer que, eventualmente, a mistura ácido acetilsalicílico e etanol não constitui uma solução
regular conforme definido por Hildebrand (HILDEBRAND, 1933; apud PRAUSNITZ, 1986)
em função do mau ajuste feito para esse parâmetro.
Por outro lado, apesar do parâmetro de solubilidade ter apresentado um ajuste
insatisfatório, a versatilidade e simplicidade matemática da teoria podem ter contribuído para
que, mesmo com um valor de parâmetro impreciso, os dados experimentais tenham sido
razoavelmente representados.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo da Teoria das Soluções
Regulares para a acetona encontra-se ilustrado na figura 5.51. A figura 5.52 ilustra a
comparação entre os dados experimentais e os previstos pelo modelo da Teoria das Soluções
Regulares em função da temperatura para a acetona. A tabela 5.34 apresenta os valores
utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo
modelo da Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
114
0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
-700
-600
-500
-400
-300
-200
Modelo: TSR
Solvente: Acetona
ν
1
=133.45
ν
2
=74
δ
1
=19.920
δ
2
=19.93
R
2
= 0.0747
RTlnγ
x
Figura 5.51 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das Soluções Regulares para a
acetona.
10 20 30 40 50 60
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pela Teoria das Soluções Regulares
Figura 5.52 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das Soluções Regulares
para a acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
115
Tabela 5.34 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de solubilidade previstos pela
Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em acetona.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
x
TSR
Média dos Desvios (%)
8,75 -654,9228 0,061 0,046
17,4 -603,2264 0,075 0,058
24,75 -541,3277 0,088 0,071
31,25 -468,1902 0,101 0,084
37,4 -367,9748 0,114 0,099
42,15 -321,6872 0,127 0,112
46,65 -261,3838 0,139 0,126
50,1 -246,6973 0,151 0,137
53,1 -241,8509 0,162 0,148
14,94
Conforme observado no gráfico da figura 5.51, o parâmetro de solubilidade da Teoria
das Soluções Regulares obtido para o sistema ácido acetilsalicílico/acetona é δ
1
=19,92 com
um coeficiente de correlação de 0,0747.
Ao se observar o gráfico da figura 5.52 e os dados da tabela 5.34 constata-se que ao se
aplicar a Teoria das Soluções Regulares como ferramenta para a determinação a solubilidade
do ácido acetilsalicílico em acetona, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio de
14,94% o que, frente a ordem de grandeza dos valores já pode ser considerado inadequado.
Entretanto, conforme observado no gráfico da figura 5,51, o ajuste do parâmetro de
solubilidade foi bastante insatisfatório, com uma correlação da ordem de 0,0,737. Isso nos
leva a crer que, eventualmente, a mistura ácido acetilsalicílico e acetona não constitui uma
solução regular conforme definido por Hildebrand (HILDEBRAND, 1933; apud
PRAUSNITZ, 1986) em função do mal ajuste feito para esse parâmetro.
Por outro lado, apesar do parâmetro de solubilidade ter apresentado um ajuste
insatisfatório, a versatilidade e simplicidade matemática da teoria podem ter contribuído para
que, mesmo com um valor de parâmetro impreciso, os dados experimentais tenham sido
razoavelmente representados.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo da Teoria das Soluções
Regulares para o propilenoglicol encontra-se ilustrado na figura 5.53. A figura 5.54 ilustra a
comparação entre os dados experimentais e os previstos pelo modelo da Teoria das Soluções
Regulares em função da temperatura para o propilenoglicol. A tabela 5.35 apresenta os
valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de solubilidade previstos
pelo modelo da Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
116
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Modelo: TSR
Solvente: Propilenoglicol
ν
1
= 133.45
ν
2
= 85.4
δ
1
= 23.62612
δ
2
= 27.74
R
2
= 0.43765
RTlnγ
x
Figura 5.53 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das Soluções Regulares para o
propilenoglicol.
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenoglicol
Valores experimentais
______
Ajuste pela Teoria das Soluções Regulares
Figura 5.54 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das Soluções Regulares
para o propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
117
Tabela 5.35 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de solubilidade previstos pela
Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
x
TSR
Média dos Desvios (%)
22,5 3417,0617 0,017 0,028
27,9 2847,4233 0,025 0,034
31,9 2445,5382 0,033 0,038
35 2128,6428 0,041 0,043
40,4 1698,0363 0,056 0,052
45,1 1421,4749 0,071 0,061
50,5 1105,3507 0,092 0,074
54,7 863,0442 0,112 0,087
57,5 760,5514 0,126 0,096
60,7 599,3304 0,145 0,108
23,87
Conforme observado no gráfico da figura 5.53, o parâmetro de solubilidade da Teoria
das Soluções Regulares obtido para o sistema ácido acetilsalicílico/propilenoglicol é δ
1
=27,74
com um coeficiente de correlação de 0,438.
Ao se observar o gráfico da figura 5.54 e os dados da tabela 5.35 constata-se que ao se
aplicar a Teoria das Soluções Regulares como ferramenta para a determinação a solubilidade
do ácido acetilsalicílico em propilenoglicol, obtém-se um ajuste com desvio percentual médio
de 23,87% o que, frente a ordem de grandeza dos valores já pode ser considerado inadequado.
Entretanto, conforme observado no gráfico da figura 5,51, o ajuste do parâmetro de
solubilidade foi bastante insatisfatório, com uma correlação da ordem de 0,0,737. Isso nos
leva a crer que, eventualmente, a mistura ácido acetilsalicílico e propilenoglicol não constitui
uma solução regular conforme definido por Hildebrand (Hildebrand, 1933; apud Prausnitz,
1986) em função do mau ajuste feito para esse parâmetro.
Por outro lado, apesar do parâmetro de solubilidade ter apresentado um ajuste
insatisfatório, a versatilidade e simplicidade matemática da teoria podem ter contribuído para
que, mesmo com um valor de parâmetro impreciso, os dados experimentais tenham sido
razoavelmente representados.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo da Teoria das Soluções
Regulares para o álcool isopropílico encontra-se ilustrado na figura 5.55. A figura 5.56 ilustra
a comparação entre os dados experimentais e os previstos pelo modelo da Teoria das Soluções
Regulares em função da temperatura para o álcool isopropílico. A tabela 5.36 apresenta os
valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de solubilidade previstos
pelo modelo da Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em álcool
isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
118
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Modelo: TSR
Solvente: Álcool Isopropílico
ν
1
= 133.45
ν
2
= 76.8
δ
1
= 26.37952
δ
2
= 23.58
R
2
= 0.23955
RTlnγ
x
Figura 5.55 – Ajuste para a determinação do parâmetro de solubilidade da Teoria das Soluções Regulares para o
álcool isopropílico.
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pela Teoria das Soluções Regulares
Figura 5.56 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pela Teoria das Soluções Regulares
para o álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
119
Tabela 5.36 – Valores para a determinação do parâmetro de solubilidade e valores de solubilidade previstos pela
Teoria das Soluções Regulares para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
T
média
(ºC) RTln(γ) x
exp
x
TSR
Média dos Desvios (%)
8,45 1,2383 0,013 0,030
18,6 0,6204 0,032 0,041
30,9 0,2889 0,063 0,060
39,7 0,1450 0,091 0,079
42,95 0,1160 0,102 0,087
47,25 0,0818 0,118 0,099
49,55 0,0569 0,128 0,106
52,6 0,0238 0,143 0,116
54,5 0,0061 0,153 0,123
57 -0,0196 0,167 0,133
27,68
Conforme observado no gráfico da figura 5.55, o parâmetro de solubilidade da Teoria
das Soluções Regulares obtido para o sistema ácido acetilsalicílico/álcool isopropílico é
δ
1
=19,92 com um coeficiente de correlação de 0,240.
Ao se observar o gráfico da figura 5.56 e os dados da tabela 5.36 constata-se que ao se
aplicar a Teoria das Soluções Regulares como ferramenta para a determinação a solubilidade
do ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico, obtém-se um ajuste com desvio percentual
médio de 27,68% o que, frente a ordem de grandeza dos valores já pode ser considerado
inadequado.
Entretanto, conforme observado no gráfico da figura 5,51, o ajuste do parâmetro de
solubilidade foi bastante insatisfatório, com uma correlação da ordem de 0,0,737. Isso nos
leva a crer que, eventualmente, a mistura ácido acetilsalicílico e álcool isopropílico não
constitui uma solução regular conforme definido por Hildebrand (Hildebrand, 1933; apud
Prausnitz, 1986) em função do mau ajuste feito para esse parâmetro.
Por outro lado, apesar do parâmetro de solubilidade ter apresentado um ajuste
insatisfatório, a versatilidade e simplicidade matemática da teoria podem ter contribuído para
que, mesmo com um valor de parâmetro impreciso, os dados experimentais tenham sido
razoavelmente representados.
A Teoria das Soluções Regulares, em relação aos demais modelos já vistos, apresentou
um baixo valor de correlação de ajuste de seu parâmetro de solubilidade para todos os
solventes estudados. Ainda que para o etanol o desvio percentual médio não apresente valores
tão elevados quanto os apresentados pelo modelo de Van Laar, questionam-se os valores
ajustados para os dados experimentais em função do precário ajuste feito para os parâmetros
de solubilidade. Sugere-se então que a Teoria das Soluções Regulares não seja utilizada como
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
120
primeira e única via para a determinação do coeficiente de atividade do ácido acetilsalicílico
para os casos estudados.
5.1.2.6
O Modelo de Nývlt
Outro modelo termodinâmico estudado foi o modelo de Nývlt. Ele se difere dos
demais pois o modelo de Nývlt não prediz o valor do coeficiente de atividade mas sim
apresenta um ajuste direta da solubilidade em função da temperatura. Esse modelo, então, não
pode ser considerado para a previsão dos valores de coeficiente de atividade apesar desse
parâmetro estar embutido em sua dedução. Os demais modelos termodinâmicos primam pela
determinação do coeficiente de atividade e, em alguns casos, como no presente trabalho,
podem ser usados para a determinação da fração molar do soluto em equilíbrio numa dada
temperatura, o que não é o caso do modelo de Nývlt.
Analisar-se-á a aplicabilidade do modelo de Nývlt sob o ponto de vista da precisão em
que consegue predizer a concentração de equilíbrio das soluções de ácido acetilsalicílico
numa dada temperatura para os solventes estudados.
O modelo de Nývlt é expresso pela equação 68 conforme abaixo onde os parâmetros
N
1
, N
2
e N
3
são seus parâmetros ajustáveis:
()
TN
T
N
Nx loglog
3
2
11
++=
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o etanol
encontra-se ilustrado na figura 5.57. A figura 5.58 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo de Nývlt em função da temperatura para o etanol. A
tabela 5.37 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores de
solubilidade previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido acetilsalicílico em etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
121
270 280 290 300 310 320 330 340
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
Modelo: Nyvlt
Solvente: Etanol
N
1
= 27.769
N
2
= -2500.906
N
3
= -8.323
R
2
= 0.99992
log (x
exp
)
T (K)
Figura 5.57 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o etanol.
0 10203040506070
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Nyvlt
Figura 5.58 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Nývlt para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
122
Tabela 5.37 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade previstos pelo modelo de
Nývlt para o ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) log (x) x
exp
x
Nývlt
Média dos Desvios (%)
3,1 -1,603 0,025 0,025
18,7 -1,313 0,049 0,048
29,3 -1,147 0,071 0,071
36,8 -1,032 0,093 0,092
43,3 -0,946 0,113 0,114
48,3 -0,876 0,133 0,133
52,8 -0,819 0,152 0,151
57,3 -0,770 0,170 0,171
60,3 -0,728 0,187 0,186
63,4 -0,691 0,204 0,202
0,53
Conforme observado no gráfico da figura 5.57, os parâmetros para o modelo de Nývlt
para as soluções de ácido acetilsalicílico em etanol são N
1
=27,769; N
2
=-2500,91 e N
3
=-8,323
com uma correlação de ajuste de 0,9999.
O gráfico da figura 5.58 e a tabela 5.37 mostram que o modelo de Nývlt apresenta
excelente previsão da concentração de equilíbrio das soluções de ácido acetilsalicílico em
etanol em toda a faixa de temperatura estudada apresentando um desvio percentual médio de
0,53%, desvio esse considerado pequeno.
Mesmo não sendo capaz de prever os valores de coeficiente de atividade, o modelo de
Nývlt se mostrou eficiente na previsão do comportamento da curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico em etanol.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para a acetona
encontra-se ilustrado na figura 5.59. A figura 5.60 ilustra a comparação entre os dados
experimentais e os previstos pelo modelo de Nývlt em função da temperatura para a acetona.
A tabela 5.38 apresenta os valores utilizados para a determinação dos parâmetros e os valores
de solubilidade previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido acetilsalicílico em acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
123
280 290 300 310 320 330
-1,3
-1,2
-1,1
-1,0
-0,9
-0,8
Modelo: Nyvlt
Solvente: Acetona
N
1
= -21.8263
N
2
= 198.46554
N
3
= 8.12503
R
2
= 0.99946
log (x
exp
)
T (K)
Figura 5.59 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para a acetona.
10 20 30 40 50 60
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Nyvlt
Figura 5.60 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Nývlt para a acetona.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
124
Tabela 5.38 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade previstos pelo modelo de
Nývlt para o ácido acetilsalicílico em acetona.
T
média
(ºC) log (x) x
exp
x
Nývlt
Média dos Desvios (%)
8,8 -1,2177 0,061 0,061
17,4 -1,1274 0,075 0,074
24,8 -1,0546 0,088 0,088
31,3 -0,9940 0,101 0,101
37,4 -0,9422 0,114 0,115
42,2 -0,8973 0,127 0,128
46,7 -0,8576 0,139 0,140
50,1 -0,8222 0,151 0,151
53,1 -0,7903 0,162 0,160
0,67
Conforme observado no gráfico da figura 5.59, os parâmetros para o modelo de Nývlt
para as soluções de ácido acetilsalicílico em acetona são N
1
=-21,826; N
2
=198,465 e
N
3
=8,125 com uma correlação de ajuste de 0,9994.
O gráfico da figura 5.60 e a tabela 5.36 mostram que o modelo de Nývlt apresenta
excelente previsão da concentração de equilíbrio das soluções de ácido acetilsalicílico em
acetona em toda a faixa de temperatura estudada apresentando um desvio percentual médio de
0,67%, desvio esse considerado pequeno.
Mesmo não sendo capaz de prever os valores de coeficiente de atividade, o modelo de
Nývlt se mostrou eficiente na previsão do comportamento da curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico em acetona.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o
propilenoglicol encontra-se ilustrado na figura 5.61. A figura 5.62 ilustra a comparação entre
os dados experimentais e os previstos pelo modelo de Nývlt em função da temperatura para o
propilenoglicol. A tabela 5.39 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
125
295 300 305 310 315 320 325 330 335
-1,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
Modelo: Nyvlt
Solvente: Propilenoglicol
N
1
= 207.230
N
2
= -11755.396
N
3
= -68.500
R
2
= 0.99986
log(x
exp
)
T (K)
Figura 5.61 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o propilenoglicol.
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenoglicol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Nyvlt
Figura 5.62 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Nývlt para o
propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
126
Tabela 5.39 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade previstos pelo modelo de
Nývlt para o ácido acetilsalicílico em propilenoglicol.
T
média
(ºC) log (x) x
exp
x
Nývlt
Média dos Desvios (%)
22,5 -1,7795 0,017 0,017
27,9 -1,6070 0,025 0,025
31,9 -1,4856 0,033 0,033
35,0 -1,3922 0,041 0,040
40,4 -1,2531 0,056 0,055
45,1 -1,1508 0,071 0,071
50,5 -1,0360 0,092 0,093
54,7 -0,9490 0,112 0,112
57,5 -0,9011 0,126 0,126
60,7 -0,8400 0,145 0,143
0,68
Conforme observado no gráfico da figura 5.61, os parâmetros para o modelo de Nývlt
para as soluções de ácido acetilsalicílico em propilenoglicol são N
1
=207,23; N
2
=-11755,40 e
N
3
=-68,5 com uma correlação de ajuste de 0,9998.
O gráfico da figura 5.60 e a tabela 5.36 mostram que o modelo de Nývlt apresenta
excelente previsão da concentração de equilíbrio das soluções de ácido acetilsalicílico em
propilenoglicol em toda a faixa de temperatura estudada apresentando um desvio percentual
médio de 0,67%, desvio esse considerado pequeno.
Mesmo não sendo capaz de prever os valores de coeficiente de atividade, o modelo de
Nývlt se mostrou eficiente na previsão do comportamento da curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico em propilenoglicol.
O ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o álcool
isopropílico encontra-se ilustrado na figura 5.63. A figura 5.64 ilustra a comparação entre os
dados experimentais e os previstos pelo modelo de Nývlt em função da temperatura para o
álcool isopropílico. A tabela 5.40 apresenta os valores utilizados para a determinação dos
parâmetros e os valores de solubilidade previstos pelo modelo de Nývlt para o ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
127
280 290 300 310 320 330
-2,0
-1,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
Modelo: Nyvlt
Solvente: Álcool Isopropílico
N
1
= 255.456
N
2
= -13368.498
N
3
= -85.663
R
2
= 0.99761
log(x
exp
)
T (K)
Figura 5.63 – Ajuste para a determinação dos parâmetros do modelo de Nývlt para o álcool isopropílico.
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo de Nyvlt
Figura 5.64 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo de Nývlt para o álcool
isopropílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
128
Tabela 5.40 – Valores para a determinação dos parâmetros e valores de solubilidade previstos pelo modelo de
Nývlt para o ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico.
T
média
(ºC) log (x) x
exp
x
Nývlt
Média dos Desvios (%)
8,5 -1,7795 0,013 0,014
18,6 -1,6070 0,032 0,030
30,9 -1,4856 0,063 0,062
39,7 -1,3922 0,091 0,093
43,0 -1,2531 0,102 0,106
47,3 -1,1508 0,118 0,123
49,6 -1,0360 0,128 0,132
52,6 -0,9490 0,143 0,144
54,5 -0,9011 0,153 0,152
57,0 -0,8400 0,167 0,161
3,26
Conforme observado no gráfico da figura 5.63, os parâmetros para o modelo de Nývlt
para as soluções de ácido acetilsalicílico em álcool isopropílico são N
1
=255,46; N
2
=-
13368,50 e N
3
=-85,66 com uma correlação de ajuste de 0,9976.
O gráfico da figura 5.64 e a tabela 5.40 mostram que o modelo de Nývlt apresenta
excelente previsão da concentração de equilíbrio das soluções de ácido acetilsalicílico em
álcool isopropílico em toda a faixa de temperatura estudada apresentando um desvio
percentual médio de 3,26%, desvio esse considerado pequeno.
Mesmo não sendo capaz de prever os valores de coeficiente de atividade, o modelo de
Nývlt se mostrou eficiente na previsão do comportamento da curva de solubilidade do ácido
acetilsalicílico em álcool isopropílico.
Ainda que os demais modelos termodinâmicos forneçam, a priori, o valor do
coeficiente de atividade e forneçam maiores informações sobre o comportamento da solução,
nenhum deles atingiu a capacidade de predição dos dados experimentais atingidos pelo
modelo de Nývlt. Em todos os casos estudados o modelo teve seus parâmetros ajustados com
precisão da ordem de 0,999 e nenhum dos desvios padrões médios foi superior a 3,26%.
Esse modelo é bastante útil quando apenas os valores de solubilidade em equilíbrio a
uma dada temperatura são requisitados.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
129
5.1.2.7
O Modelo UNIFAC
Finalizando o estudo de modelos termodinâmicos para a predição do coeficiente de
atividade das soluções de ácido acetilsalicílico, utilizou-se o modelo UNIFAC, baseado na
combinação da interação entre os diferentes grupos funcionais das quais as moléculas de
soluto e solvente são compostas. O modelo UNIFAC, diferentemente de todos os modelos
estudados, nos fornece um valor direto do coeficiente de atividade desde que lhe seja
fornecida a concentração do soluto e a temperatura.
Assim, obtendo-se o valor do coeficiente de atividade, utilizou-se a equação (13) para
a comparação entre os valores experimentais e os obtidos através da previsão pelo modelo
UNIFAC.
No caso do modelo UNIFAC não há ajuste a ser feito pois não há nenhum parâmetro a
ser determinado. A figura 5.65 representa a comparação entre os valores experimentais de
solubilidade e os obtidos utilizando os coeficientes de atividade fornecidos pelo modelo
UNIFAC para o etanol. A tabela 5.41 apresenta os valores da solubilidade experimental, a
solubilidade prevista pelo modelo UNIFAC com seu respectivo desvio percentual médio e o
coeficiente de atividade ajustado para o etanol como solvente.
0 10203040506070
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Etanol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo UNIFAC
Figura 5.65 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo UNIFAC para o etanol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
130
Tabela 5.41 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC, solubilidade experimental e
teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) γ
UNIFAC
x
exp
x
UNIFAC
Média dos Desvios (%)
3,1 5,063 0,025 0,008
18,7 3,807 0,049 0,016
29,3 3,138 0,071 0,025
36,8 2,700 0,093 0,036
43,3 2,403 0,113 0,048
48,3 2,180 0,133 0,060
52,8 2,010 0,152 0,073
57,3 1,876 0,170 0,088
60,3 1,773 0,187 0,100
63,4 1,684 0,204 0,114
56,50
Conforme observado no gráfico da figura 5.65 e nos dados da tabela 5.41, o modelo
UNIFAC apresentou um desvio percentual médio da ordem de 56,50%, valor este
sensivelmente maior do que os observados pelos demais modelos estudados nesse trabalho.
Uma das possíveis razões pelas quais o modelo UNIFAC tenha representado os dados
experimentais de maneira insatisfatória pode residir na presença do grupo funcional hidroxila
(OH) tanto no soluto quanto no solvente.
Peres e Macedo (1999) alertaram sobre a possibilidade desse grupo funcional
apresentar comportamento diferenciado quando associado diretamente a anéis aromáticos em
relação aos grupos hidroxilas ligados a cadeias carbônicas alifáticas. O etanol possui um
grupo hidroxila ligado a uma cadeia alifática enquanto o ácido acetilsalicílico apresenta o
mesmo grupo funcional – ainda que ele represente a função de ácido carboxílico e não esteja
diretamente ligado ao anel aromático – interagindo com um anel aromático.
Isso poderia, em parte, explicar o porquê da não reprodutibilidade dos dados
experimentais pelo modelo UNIFAC. Conforme visto anteriormente, os valores experimentais
de coeficiente de atividade para o ácido acetilsalicílico em soluções de etanol apresentou
valores próximos à unidade, enquanto que o modelo UNIFAC chegou a prever valores da
ordem de 5. Dessa forma, pode-se dizer que o modelo UNIFAC previu que as soluções de
ácido acetilsalicílico em etanol apresentam um maior desvio da idealidade do que, na
realidade, elas apresentam.
Em função do alto desvio percentual médio, pode-se dizer que o modelo UNIFAC não
é adequado para representar o comportamento das soluções de ácido acetilsalicílico em etanol
sem que haja, ao menos, uma modificação nos valores de contribuição dos grupos funcionais
envolvidos, conforme citado por Peres e Macedo (1999).
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
131
A figura 5.66 representa a comparação entre os valores experimentais de solubilidade
e os obtidos utilizando os coeficientes de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC para a
acetona. A tabela 5.42 apresenta os valores da solubilidade experimental, a solubilidade
prevista pelo modelo UNIFAC com seu respectivo desvio percentual médio e o coeficiente de
atividade ajustado para a acetona como solvente.
10 20 30 40 50 60
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Acetona
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo UNIFAC
Figura 5.66 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo UNIFAC para a acetona.
Conforme observado no gráfico da figura 5.66 e nos dados da tabela 5.42, o modelo
UNIFAC apresentou um desvio percentual médio da ordem de 3,39%, valor este
sensivelmente menor do que o observado para o modelo UNIFAC aplicado às soluções de
ácido acetilsalicílico em etanol.
Tabela 5.42 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC, solubilidade experimental e
teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) γ
UNIFAC
x
exp
x
UNIFAC
Média dos Desvios (%)
8,8 0,818 0,061 0,056
17,4 0,837 0,075 0,069
24,8 0,851 0,088 0,083
31,3 0,862 0,101 0,098
37,4 0,873 0,114 0,113
42,2 0,881 0,127 0,127
46,7 0,888 0,139 0,142
50,1 0,894 0,151 0,154
53,1 0,898 0,162 0,165
3,39
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
132
Peres e Macedo (1999) poderiam, também, explicar a melhor aplicabilidade do
modelo UNIFAC às soluções de ácido acetilsalicílico em acetona pois a acetona não possui o
grupo funcional hidroxila (OH).
Em face disso, pode-se considerar que, de alguma forma, a ausência desse grupo
funcional no solvente possa ter contribuído no sentido de viabilizar uma melhor determinação
do valor e coeficiente de atividade e, consequentemente, valores mais precisos de
solubilidade.
Diferentemente do que ocorre com o etanol, no caso da acetona como solvente para o
ácido acetilsalicílico, podemos admitir que o modelo UNIFAC representa satisfatoriamente os
valores de solubilidade experimentais.
A figura 5.67 representa a comparação entre os valores experimentais de solubilidade
e os obtidos utilizando os coeficientes de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC para o
propilenoglicol. A tabela 5.43 apresenta os valores da solubilidade experimental, a
solubilidade prevista pelo modelo UNIFAC com seu respectivo desvio percentual médio e o
coeficiente de atividade ajustado para o propilenoglicol como solvente.
20 30 40 50 60
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Propilenoglicol
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo UNIFAC
Figura 5.67 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo UNIFAC para o
propilenoglicol.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
133
Tabela 5.43 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC, solubilidade experimental e
teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) γ
UNIFAC
x
exp
x
UNIFAC
Média dos Desvios (%)
22,5 7,915 0,017 0,008
27,9 7,317 0,025 0,011
31,9 6,869 0,033 0,012
35,0 6,457 0,041 0,014
40,4 5,750 0,056 0,019
45,1 5,178 0,071 0,023
50,5 4,553 0,092 0,030
54,7 4,072 0,112 0,038
57,5 3,787 0,126 0,044
60,7 3,458 0,145 0,052
62,90
Conforme observado no gráfico da figura 5.65 e nos dados da tabela 5.41, o modelo
UNIFAC apresentou um desvio percentual médio da ordem de 62,90%, valor este
sensivelmente maior do que os observados pelos demais modelos estudados nesse trabalho.
De forma semelhante ao que acontece com o etanol, o propilenoglicol apresenta o
grupo hidroxila em sua cadeia carbônica.
Em função do alto desvio percentual médio, pode-se dizer que o modelo UNIFAC não
é adequado para representar o comportamento das soluções de ácido acetilsalicílico em etanol
sem que haja, ao menos, uma modificação nos valores de contribuição dos grupos funcionais
envolvidos, conforme citado por Peres e Macedo (1999).
A figura 5.68 representa a comparação entre os valores experimentais de solubilidade
e os obtidos utilizando os coeficientes de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC para o
álcool isopropílico. A tabela 5.44 apresenta os valores da solubilidade experimental, a
solubilidade prevista pelo modelo UNIFAC com seu respectivo desvio percentual médio e o
coeficiente de atividade ajustado para o álcool isopropílico como solvente.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
134
0 102030405060
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fração Molar de AAS
T (ºC)
Solvente: Álcool Isopropílico
Valores experimentais
______
Ajuste pelo Modelo UNIFAC
Figura 5.68 – Comparação entre a solubilidade experimental e a prevista pelo modelo UNIFAC para o álcool
isopropílico.
Conforme observado no gráfico da figura 5.65 e nos dados da tabela 5.44, o modelo
UNIFAC apresentou um desvio percentual médio da ordem de 62,90%, valor este
sensivelmente maior do que os observados pelos demais modelos estudados nesse trabalho.
Tabela 5.44 – Valores de coeficiente de atividade fornecidos pelo modelo UNIFAC, solubilidade experimental e
teórica prevista pelo modelo UNIFAC para as soluções de ácido acetilsalicílico em etanol.
T
média
(ºC) γ
UNIFAC
x
exp
x
Nývlt
Média dos Desvios (%)
8,5 9,027 0,013 0,005
18,6 7,428 0,032 0,008
30,9 5,758 0,063 0,015
39,7 4,761 0,091 0,022
43,0 4,496 0,102 0,025
47,3 4,060 0,118 0,031
49,6 3,811 0,128 0,036
52,6 3,569 0,143 0,041
54,5 3,404 0,153 0,045
57,0 3,189 0,167 0,051
72,08
De forma semelhante ao que acontece com o etanol, o propilenoglicol apresenta o
grupo hidroxila em sua cadeia carbônica.
Em função do alto desvio percentual médio, podemos dizer que o modelo UNIFAC
não é adequado para representar o comportamento das soluções de ácido acetilsalicílico em
etanol sem que haja, ao menos, uma modificação nos valores de contribuição dos grupos
funcionais envolvidos, conforme citado por Peres e Macedo (1999).
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
135
A tabela com a compilação de todos os desvios obtidos com os ajustes dos modelos
termodinâmicos encontra-se no anexo deste trabalho.
5.2 ESFERA DE SOLUBILIDADE PARA O ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Para a determinação da esfera de solubilidade, inicialmente, determinou-se para os
solventes escolhidos para esta parte do estudo quais suas características conforme descrito
anteriormente.
Os solventes tiveram sua classificação em dois status: detectável e indetectável. O
resultado dos testes está reunido na tabela 5.45
Tabela 5.45 – Status dos solventes estudados para a construção da esfera de solubilidade do ácido acetilsalicílico.
S
OLVENTE STATUS
Acetona Detectável
Etanol Detectável
Propilenoglicol Detectável
Álcool Isopropílico Detectável
Metanol Detectável
Água Indetectável
Toluol Indetectável
Éter Dietílico Detectável
Glicerina Indetectável
Octano Indetectável
Heptano Indetectável
Hexano Indetectável
Clorofórmio Detectável
Originalmente, Hansen (2000) sugere que se faça um campo esférico ao redor dos
solventes considerados adequados para uma determinada faixa de solubilidade. Entretanto
esse método é visual e, nos estudos de Hansen (2000), contam com uma quantidade
relativamente elevada de solventes (cerca de 30 em alguns casos) para a determinação de um
campo esférico mais preciso.
No presente trabalho optou-se por aliar o método visual proposto por Hansen (2000)
com o proposto por Barra et al (1997).
Para a determinação dos parâmetros de solubilidade para o AAS, foram escolhidos
sete solventes e construiu-se o sistema de sete equações propostas por Barra et al (1997). Os
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
136
solventes escolhidos foram: o etanol, a acetona, a água, o propilenoglicol, o álcool
isopropílico, o clorofórmio e o éter dietílico. Seus respectivos valores dos parâmetros de
solubilidade e volume molar encontram-se na tabela 4.2. Os cálculos foram efetuados
levando-se em conta o volume molar do ácido acetilsalicílico v = 133,45 cm
3
/mol.
Utilizando a equação (76) proposta por Barra et al (1997), construiu-se uma equação
para cada um dos sete solventes onde a solubilidade foi detectável.
Etanol:
() ()
(
)
(
)
(
)
(
)
4,194,198,88,828,158,1555,125
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
CCCCCCC ++++++= (81)
Acetona:
() ()
(
)
(
)
(
)()
0,70,74,104,1025,155,1555,118
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
CCCCCCC ++++++= (82)
Água:
() ()
(
)
(
)
(
)()
3,423,420,160,1625,155,151067,1
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
7
CCCCCCC ++++++=
(83)
Propilenoglicol:
(
)()
(
)
(
)
(
)()
3,233,158,94,928,168,161058,1
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
4
CCCCCCC ++++++= (84)
Álcool Isopropílico:
() ()
(
)
(
)
(
)()
4,164,161,61,628,158,151016,1
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
3
CCCCCCC ++++++= (85)
Clorofórmio:
() ()
(
)
(
)
(
)
(
)
7,57,51,31,328,178,171009,1
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
4
CCCCCCC ++++++=
(86)
Éter dietílico:
(
)()
(
)
(
)
(
)()
1,51,59,29,225,145,141075,3
'
3
2
3
'
2
2
'
1
2
10
4
CCCCCCC ++++++= (87)
Através das equações de (81) a (87) foi possível fazer uma regressão multilinear de
acordo com o que sugere Barra et al (1997) e chegar aos valores dos parâmetros de
solubilidade para o ácido acetilsalicílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
137
δ
D
= 16,19 MPa
1/2
δ
P
= 7,69 MPa
1/2
δ
H
= -0,92 MPa
1/2
Os parâmetros de solubilidade de dispersão e polar apresentam valores compatíveis.
Entretanto, o valor do parâmetro polar encontrou-se fora do que seria esperado para um valor
de parâmetro de solubilidade. Verificou-se, então, se os parâmetros δ
D
e δ
P
apresentavam
coerência quando comparados com os parâmetros de solubilidade dos solventes já se sabendo
quais apresentavam solubilidade detectável do ácido acetilsalicílico.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
δ
P
(MPa
1/2
)
δ
D
(MPa
1/2
)
Solubilidade Detectável
Solubilidade Indetectável
Ácido Acetilsalicílico
Figura 5.69 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
dos solventes em comparação com o ácido
acetilsalicílico.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
138
Podemos observar na figura 5.69 que, apesar de um único solvente classificado como
indetectável estar presente nos arredores da região compreendida pela esfera, os valores dos
parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
apresentam coerência quando comparados aos dos
solventes. Conforme descrito por Barra et al (1997) no caso do gráfico de δ
D
versus δ
P
, a
região delimitada pela esfera de solubilidade, na realidade, é uma elipse de forma que a
medida longitudinal seja dobro da transversal, o que origina o fator de correção 4 utilizado
pelo autor para compor a superfície esférica e não uma superfície elíptica.
Entretanto, mesmo sem a constatação visual, fica evidente que o parâmetro δ
H
encontra-se muito fora do valor esperado para que haja coerência no sentido de construir uma
esfera de solubilidade para o ácido acetilsalicílico.
Em função disto adotou-se uma equação proposta por Hansen (2000) que nos informa
o valor do parâmetro de solubilidade δ desde tenhamos as suas partes δ
D
, δ
P
e δ
H
. Utilizando
então a equação (71) foi possível determinar o valor de δ
H
uma vez conhecendo os valores de
δ obtidos neste trabalho para os solventes: etanol, acetona, propilenoglicol e álcool
isopropílico.
2222
HPD
δδδδ
++=
Apesar dos ajustes feitos para a Teoria das Soluções Regulares terem apresentado
desvios percentuais médios consideráveis e a precisão da obtenção de seus parâmetros ter sido
comprometida, deseja-se aqui unicamente obter uma idéia aproximada do valor deste
parâmetro sem que seja necessário lançar mão de uma atribuição meramente visual de uma
coordenada.
Os valores do parâmetro de solubilidade do ácido acetilsalicílico são, de δ = 24,86
MPa
1/2
nos ensaios com etanol, δ = 19,92 MPa
1/2
nos ensaios com acetona, δ = 23,63 MPa
1/2
nos ensaios com propilenoglicol e δ = 26,39 MPa
1/2
nos ensaios com álcool isopropílico.
Considerando uma média simples dos valores, adotou-se o valor do parâmetro de
solubilidade para o ácido acetilsalicílico como sendo δ = 23,70 MPa
1/2
.
De posse desse valor calculou-se o valor de δ
H
como sendo δ = 15,51 MPa
1/2
. De
forma semelhante ao realizado com os demais parâmetros, verificou-se a consistência do valor
obtido em comparação com os demais solventes. A comparação está ilustrada nas figuras 5.70
e 5.71.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
139
0 10203040
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
δ
H
(MPa
1/2
)
δ
D
(MPa
1/2
)
Solubilidade Detectável
Solubilidade Indetectável
Ácido Acetilsalicílico
Figura 5.70 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
H
dos solventes em comparação com o ácido
acetilsalicílico.
Em todos os casos, chamamos de consistência o fato das coordenadas dos parâmetros
de solubilidade referentes ao ácido acetilsalicílico se encontrarem próximas às coordenadas
dos solventes com o status de “detectável”.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
140
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
δ
P
(MPa
1/2
)
δ
H
(MPa
1/2
)
Solubilidade Detectável
Solubilidade Indetectável
Ácido Acetilsalicílico
Figura 5.71 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
P
e δ
H
dos solventes em comparação com o ácido
acetilsalicílico.
Conforme observado nos gráficos das figuras 5.70 e 5.71 há conformidade no valor
adotado para o parâmetro de solubilidade polar para o ácido acetilsalicílico de forma que,
através das três coordenadas seja possível determinar uma esfera de solubilidade para o
campo considerado no presente trabalho.
Outra informação que os gráficos das figuras 5.69, 5.70 e 5.71 nos fornece é que a
região compreendida pelos solventes considerados “detectáveis” está muito próxima àquela
dos solventes considerados “indetectáveis”.
Hansen (2000) sugere que se faça os gráficos envolvendo o parâmetro de solubilidade
de dispersão δ
D
com uma expansão de escala multiplicando-se toda ela por um fator 2 a fim
de promover a visualização da região circular, projeção da esfera de solubilidade. Dessa
forma pode-se alterar a escala para a determinação do raio da esfera de solubilidade.
Os gráficos das figuras 5.72, 5.73, 5.74 mostram as coordenadas dos parâmetros de
solubilidade para o ácido acetilsalicílico e os solventes estudados alterando a escala do
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
141
parâmetro de solubilidade δ
D
e o campo circular que engloba as coordenadas onde a
solubilidade seria detectável.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
δ
P
(MPa
1/2
)
δ
D
(MPa
1/2
)
Solubilidade Detectável
Solubilidade Indetectável
Ácido Acetilsalicílico
Figura 5.72 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
dos solventes em comparação com o ácido
acetilsalicílico com a expansão da coordenada do parâmetro δ
D
pelo fator 2 e o correspondente campo de
solubilidade detectável.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
142
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
δ
H
(MPa
1/2
)
δ
D
(MPa
1/2
)
Solubilidade Detectável
Solubilidade Indetectável
Ácido Acetilsalicílico
Figura 5.73 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
H
dos solventes em comparação com o ácido
acetilsalicílico com a expansão da coordenada do parâmetro δ
D
pelo fator 2 e o correspondente campo de
solubilidade detectável.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
143
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
δ
P
(MPa
1/2
)
δ
H
(MPa
1/2
)
Solubilidade Detectável
Solubilidade Indetectável
Ácido Acetilsalicílico
Figura 5.74 – Valores dos parâmetros de solubilidade δ
D
e δ
P
dos solventes em comparação com o ácido
acetilsalicílico e o correspondente campo de solubilidade detectável.
Através dos gráficos das figuras 5.72, 5.73 e 5.74 foi possível, visualmente, determinar
o raio da esfera, R
0
= 26,8. A visualização no gráfico da figura 5.72 parece um tanto confusa
pois as coordenadas dos solventes de status indetectável encontram-se dentro do campo de
solubilidade detectável. Entretanto cabe ressaltar que, por se tratar de uma projeção esférica,
ocorre que esses pontos não estão efetivamente dentro da região esférica, mas sim
imediatamente abaixo ou acima dessa região e, em função disso, parecem estar contidos no
campo circular, o que não procede.
Cabe ressaltar também que o raio R
0
da esfera de solubilidade é um parâmetro variável
em função do que se considera ao avaliar um solvente.
Pelas considerações feitas neste trabalho obteve-se a seguinte expressão como sendo a
equação da esfera de solubilidade do ácido acetilsalicílico:
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
144
() ( ) ( )
(
)
2
1
2
1
2
1
2
51,1569,719,164
HPD
Ra
δδδ
++= (72)
Assim, conforme a equação (72) todo e qualquer solvente que apresentar
8,26Ra
terá as coordenadas de seus parâmetros de solubilidade dentro da região de
solubilidade detectável. Segundo Hansen (2000), quanto menor o valor do raio Ra de um
determinado solvente, maior a solubilidade do soluto nesse dado solvente.
Utilizando o software MAPLE 9
foi possível obter a visualização da esfera de
solubilidade para o ácido acetilsalicílico. A esfera encontra-se na figura 5.75.
δ
δδ
Figura 5.75 – Esfera de solubilidade para o ácido acetilsalicílico.
Através da esfera de solubilidade é possível ter uma idéia de qual solvente poderá
solubilizar o ácido acetilsalicílico desde que seus parâmetros de solubilidade sejam
conhecidos. Entretanto é válido ressaltar que a esfera apresenta apenas uma noção superficial
sobre a possibilidade de determinado solvente ser capaz de solubilizar o AAS na temperatura
de 25 ºC.
Outras visualizações da mesma esfera estão ilustradas na figura 5.76
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
145
Figura 5.76 – Visualizações da esfera de solubilidade para o ácido acetilsalicílico sob diferentes perspectivas.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
146
Vale a pena ressaltar que não existem parâmetros de solubilidade com valores
negativos e o campo compreendido pela região negativa deve ser desconsiderado para
posteriores análises. A rigor ele apenas completa o formato esférico sem, no entanto, fazer
parte do que chamamos de campo de solubilidade detectável.
5.3 DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Para se verificar a consistência dos dados experimentais obtidos até o momento foram
feitos ensaios para a determinação da decomposição do ácido acetilsalicílico durante o
intervalo de tempo das coletas.
As figuras 5.79, 5.80 e 5.81 ilustram o resultado das coletas para o etanol,
propilenoglicol e álcool isopropílico respectivamente. Utilizou-se a ração C/C
0
onde C é a
concentração lida num determinado tempo, t, e C
0
é a concentração inicial da solução em
questão.
0 100 200 300 400 500
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
C/C
0
t (min)
Solução de Etanol a 20
o
C
Solução de Etanol a 35
o
C
Solução de Etanol a 50
o
C
Figura 5.79 – Valores de C/C
0
para as soluções de ácido acetilsalicílico ao longo do tempo para as condições
experimentais dos ensaios para a determinação das curvas de solubilidade tendo o etanol como solvente.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
147
0 100 200 300 400 500
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
C/C
0
t (min)
Solução de Propilenoglicol a 20
o
C
Solução de Propilenoglicol a 35
o
C
Solução de Propilenoglicol a 50
o
C
Figura 5.80 – Valores da concentração de ácido acetilsalicílico ao longo do tempo para as condições
experimentais dos ensaios para a determinação das curvas de solubilidade tendo o propilenoglicol como
solvente.
0 100 200 300 400 500
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
C/C
0
t (min)
Solução de Álcool Isopropílico a 20
o
C
Solução de Álcool Isopropílico a 35
o
C
Solução de Álcool Isopropílico a 50
o
C
Figura 5.81 – Valores da concentração de ácido acetilsalicílico ao longo do tempo para as condições
experimentais dos ensaios para a determinação das curvas de solubilidade tendo o álcool isopropílico como
solvente.
Resultados e Discussões
___________________________________________________________________________
148
As figuras 5.79, 5.80 e 5.81 mostram que durante os 480 min de agitação e nos três
patamares de temperaturas escolhidos para estudo, a concentração de ácido acetilsalicílico não
variou de maneira significativa em relação à concentração medida em t = 0 s.
Ager et al. (1985) verificaram a decomposição do ácido acetilsalicílico no intervalo de
uma hora, mas os autores utilizaram um tratamento térmico a 155 °C, temperatura esta muito
acima das utilizadas nos ensaios de solubilidade.
Pode-se admitir que dentro de uma margem de erro experimental válida, os valores de
concentração aferidos correspondem à realidade sem que haja prejuízo dos dados
experimentais pela decomposição do ácido acetilsalicílico durante os ensaios para a
determinação das curvas de solubilidade para o etanol, o propilenoglicol e o álcool
isopropílico.
Conclusões
______________________________________________________________________________
149
6. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que:
a) Todas as curvas de solubilidade foram replicadas com baixos valores de desvios percentuais
médios, o que sugere uma boa reprodutibilidade dos dados experimentais;
b) O etanol apresentou os maiores valores de solubilidade para o ácido acetilsalicílico na faixa
de temperaturas superior a 30 °C. Abaixo dessa faixa de temperatura a acetona apresentou os
valores mais elevados;
c) De uma forma geral, com exceção da água, o propilenoglicol apresentou os menores valores
de solubilidade para o ácido acetilsalicílico para toda a faixa de temperatura estuda;
d) A água apresenta valores muito baixos de solubilidade para o ácido acetilsalicílico frente aos
demais solventes desse estudo. Além disso, os ensaios com água apresentam grandes fontes
de erro experimental.
e) A adição de água em etanol – na proporção 75% de etanol – favoreceu a solubilidade do
ácido acetilsalicílico em relação ao solvente puro na faixa de temperaturas acima dos 30 °C;
f) A adição de água em etanol – na proporção 50% de etanol – desfavoreceu a solubilidade do
ácido acetilsalicílico em relação ao solvente puro em toda a faixa de temperatura estudada;
g) A adição de água em acetona – na proporção 75% de acetona – favoreceu a solubilidade do
ácido acetilsalicílico em relação ao solvente puro em toda a faixa de temperatura estudada,
além de apresentar valores de solubilidade superiores a todos os outros solventes em toda a
faixa de temperatura;
h) O modelo modificado de Margules representou satisfatoriamente todos os dados
experimentais de coeficiente de atividade do ácido acetilsalicílico nos solventes estudados
para a faixa de temperatura compreendida. As correlações de ajuste apresentaram sempre
valores acima de 0,83, podendo ser consideradas satisfatórias frente aos erros exponenciais
associados aos ajustes dos parâmetros.
i) O modelo de Van Laar apresentou problemas para a previsão dos valores de coeficiente de
atividade, e conseqüentemente do comportamento da solubilidade, das soluções de ácido
Conclusões
______________________________________________________________________________
150
acetilsalicílico nos solventes estudados em toda a faixa de temperatura salvo raras exceções,
como no caso do álcool isopropílico, ainda que seus parâmetros tenham sido bem
determinados em todos os casos.
j) As correlações de ajuste para os parâmetros do modelo de Wilson apresentaram valores
piores do que os observados no modelo de Van Laar e Margules. Entretanto, para o modelo
de Wilson, a predição dos dados experimentais foi melhor do que a observada pelo modelo de
Van Laar uma vez que seus desvios percentuais médios oscilaram entre 1,2% para o caso do
etanol a 13,22% em relação ao álcool isopropílico. No modelo de Van Laar esse desvio
oscilou entre 22,44% com a acetona e 34,79% com o propilenoglicol;
k) Em comparação com os modelos de Margules, Van Laar, e Wilson, o modelo NRTL pode ser
considerado mais preciso pois não apenas obteve bons valores de correlação para os ajustes
de seus parâmetros como representou os dados experimentais com desvio percentual médio
de no máximo 3,67%, valor este muito abaixo da maioria dos desvios obtidos pelos demais
métodos. O modelo NRTL é, de todos os modelos estudados capazes de fornecer valores de
coeficiente de atividade, o mais adequado;
l) A Teoria das Soluções Regulares apresentou os valores mais baixos para as correlações de
ajuste de seus parâmetros do que qualquer outro método para todos os solventes e, apesar de
conseguir reproduzir os valores de solubilidade experimentais com alguma precisão, não deve
ser utilizada como única via de se obter os valores de coeficiente de atividade de soluções de
ácido acetilsalicílico, pois acredita-se que tais soluções não possuam os requisitos para serem
tidas como Soluções Regulares;
m) O modelo de Nývlt é bastante útil quando apenas os valores de solubilidade em equilíbrio a
uma dada temperatura são requisitados e é bastante preciso na determinação desses valores,
mas não é capaz de fornecer valores de coeficiente de atividade;
n) O modelo UNIFAC não é adequado para representar o comportamento das soluções de ácido
acetilsalicílico em etanol sem que haja, ao menos, uma modificação nos valores de
contribuição dos grupos funcionais envolvidos, conforme citado por Peres e Macedo (1999).
o) Os parâmetros de solubilidade do ácido acetilsalicílico para a elaboração da esfera de
solubilidade apresentaram valores satisfatórios, pois compreendem a região delimitada pelo
campo dos solventes cuja solubilidade do ácido acetilsalicílico foi considerada detectável;
Conclusões
______________________________________________________________________________
151
p) Os valores dos parâmetros de solubilidade para o ácido acetilsalicílico são δ
D
= 16,19 MPa
1/2
,
δ
P
= 7,69 MPa
1/2
e δ
H
= 15,51 MPa
1/2
;
q) Os ensaios de solubilidade realizados com os solventes: etanol, propilenoglicol e álcool
isopropílico podem ser considerados válidos sob o ponto de vista da qualidade dos dados de
solubilidade em função do fato de que não houve degradação considerável do ácido
acetilsalicílico durante a determinação das curvas de solubilidade;
Sugestões de Continuidade
___________________________________________________________________________
152
7. SUGESTÕES DE CONTINUIDADE
Como continuidade para o presente trabalho sugere-se:
a) Avaliar a solubilidade do ácido acetilsalicílico em mais solventes;
b) Testar outros modelos termodinâmicos para a determinação dos parâmetros de
solubilidade;
c) Estudar o comportamento do modelo UNIFAC quando se altera o valor da contribuição
dos grupos funcionais OH;
d) Estudar mais solventes para a elaboração de uma esfera de solubilidade mais robusta e
mais completa;
e) Verificar uma metodologia capaz de fornecer as análises de ácido acetilsalicílico para a
acetona e verificar se ocorre a decomposição do ácido acetilsalicílico na faixa de
temperatura na qual a curva de solubilidade foi obtida;
f) Determinar a largura de zona metaestável das curvas de solubilidade deste trabalho e
iniciar o estudo do processo de cristalização do ácido acetilsalicílico adequando as
melhores técnicas para cada caso;
Referências Bibliográficas
___________________________________________________________________________
153
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGER, D. J.; ALEXANDER, S.; BHATTI, A. S,; BLACKBURN, J. S.; DOLLIMORE, D.;
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4
·H
2
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Anexos
___________________________________________________________________________
156
ANEXOS
Anexos
___________________________________________________________________________
157
0 10203040506070
-0,02
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
Fração Molar de AAS
T (
o
C)
Etanol
Acetona
Água
Propilenoglicol
Álcool Isopropílico
Etanol 75%
Etanol 50%
Acetona 75%
Acetona 50%
Figura A1 – Comparação entre as curvas médias de solubilidade do ácido acetilsalicílico para todos os solventes.
Anexos
___________________________________________________________________________
158
Tabela A1 - Valores para os ajustes dos parâmetros termodinâmicos e suas correlações.
Solventes
Modelos
ETANOL
Parâmetros Valor R
2
Margules
A
B
-6104,1
7089,7
0,883
Van Laar
A’
B’
3,537
0,051
0,91
Wilson
a
w
m
n
0,255
0,413
3,392
2,558
0,975
NRTL
τ
12
α
12
τ
21
3,524
4,999
0,848
0,919
RST δ 24,86 0,23
Nývlt
N
1
N
2
N
3
27,77
-2500,9
-8,323
0,9999
ACETONA
Margules
A
B
3553,63
-4583,41
0,976
Van Laar
A’
B’
-0,847
-0,078
0,975
Wilson
a
w
m
n
0,432
1,217
-4,364
-2,322
0,956
NRTL
τ
12
α
12
τ
21
-0,848
-11,486
-0,208
0,975
RST δ 19,92 0,07
Nývlt
N
1
N
2
N
3
-21,826
198,465
8,125
0,9992
PROPILENOGLICOL
Margules
A
B
-16830,1
20196,51
0,931
Van Laar
A’
B’
1,982
0,161
0,997
Wilson
a
w
m
n
0,171
0,249
3,614
2,228
0,874
NRTL
τ
12
α
12
τ
21
2,046
1,644
1,644
0,9989
RST δ 23,63 0,23
Nývlt
N
1
N
2
N
3
207,23
-11755,4
-68,5
0,9999
2-PROPANOL
Margules
A
B
-15503,0
17985,0
0,855
Van Laar
A’
B’
0,184
0,081
0,999
Wilson
a
w
m
n
0,244
0,309
2,540
2,565
0,874
NRTL
τ
12
α
12
τ
21
2,539
5,285
0,655
0,992
RST δ 26,38 0,24
Nývlt
N
1
N
2
N
3
255,46
-13368,5
-85,663
0,998
Anexos
___________________________________________________________________________
159
Tabela A2 - Valores dos desvios percentuais médios para cada ajuste feito sobre os dados
experimentais de solubilidade.
Desvio médio (%)
Modelos
Etanol Acetona Propilenoglicol 2-Propanol
Margules 4,17 0,77 7,82 11,02
Van Laar 31,73 22,44 34,79 31,17
Wilson 2,20 1,21 11,71 13,22
NRTL 3,67 0,94 1,04 2,52
RST 10,53 14,94 23,87 27,68
Nývlt 0,54 0,67 0,68 3,26
UNIFAC 56,5 3,40 62,89 72,08
Ideal 57,85 13,92 80,51 77,52
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