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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Rodrigo Cazarotto Mateus
Repercussões psicossomáticas da hipnose em pessoas com
diabetes mellitus tipo 2
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
SÃO PAULO
2008
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Rodrigo Cazarotto Mateus
Repercussões psicossomáticas da hipnose em pessoas com
diabetes mellitus tipo 2
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
Dissertação apresentada à
Banca Examinadora como
exigência parcial para obtenção
do titulo de MESTRE em
Psicologia Clínica, no Núcleo de
Psicossomática e Psicologia
Hospitalar, sob orientação da
Profa. Dra. Mathilde Neder.
SÃO PAULO
2008
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BANCA EXAMINADORA
__________________________________
__________________________________
__________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, José e Edwirges,
que com todo suporte, educação e afeto, permitiram tornar-me
o homem que sou hoje. Também às minhas queridas irmãs,
Camila e Daniela, por estarem comigo durante longos anos; e
à minha querida companheira, Carolina, a mulher com quem
escolhi trilhar esta longa jornada chamada vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos, que de alguma maneira, queimaram neurônios me
ajudando na confecção desta dissertação.
À minha orientadora, Profa. Dra. Mathilde Neder, pela atenção e cuidado
despendidos para me ajudar nesta empreitada.
Ao Prof. Dr. Esdras Guerreiro Vasconcellos, meu segundo orientador,
que com apoio e paciência me acolheu em seu grupo.
Ao Prof. Dr. Maurício da Silva Neubern, por ter gentilmente aceitado
participar da banca de defesa e dar significativas contribuições para a
realização deste trabalho.
À Profa. Dra. Céres Alves de Araújo, por me receber em suas aulas de
maneira gentil e dedicada.
Às Professoras do Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar:
Profa. Dra. Marlise Aparecida Bassani, Profa. Dra. Edna Kahalle e Profa. Dra.
Denise Gimenes Ramos, pelos ensinamentos recebidos.
Ao Dr. Régis Cavini Ferreira, pelas orientações dadas a respeito do
diabetes.
Ao Dr. Jo Roberto Leite, pelas importantes contribuições durante a
fase de qualificação.
Às amigas Flávia Amaro e Maria Aparecida Mello, pela companhia,
ajuda e complacência durante os anos iniciais do mestrado.
Ao amigo Ricardo dos Santos, pelas correções e orientações
acadêmicas.
Aos amigos Bayard Velloso Galvão e João Humberto Vanin por
introduzir-me ao vasto mundo do Dr. Milton H. Erickson.
RESUMO
MATEUS, RODRIGO CAZAROTTO. Repercussões psicossomáticas da
hipnose em pessoas com diabetes mellitus tipo II. São Paulo, 2008, pp.
168. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-graduação em Psicologia
Clinica, Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar da PUC-SP.
Esta pesquisa é o resultado da dissertação de mestrado em Psicologia Clínica
do Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar da PUC-SP. A pesquisa
teve como objetivo verificar se existe alteração no nível de glicemia e na
sensação de bem estar em pessoas com Diabetes Mellitus tipo II após
vivenciarem situações agradáveis através da hipnose Ericksoniana, bem como
analisar os resultados encontrados nessa investigação. Dez sujeitos
compuseram o grupo intervenção e oito sujeitos compuseram o grupo controle.
Com suporte teórico obtido na revisão de literatura, procedeu-se à aplicação
dos seguintes instrumentos: questionário sócio-demográfico; entrevista
semidirigida sobre situações agradáveis; escala de cores VAS; medida do nível
de glicemia e entrevista semi-dirigida sobre intervenção. Os resultados foram
separados em cinco variáveis: dados sócio-demográficos; vivências
agradáveis; nível de glicemia; sensações de bem estar e impressões sobre
intervenção. Foi concluído que a hipnose ajudou na diminuição do nível de
glicemia dos pacientes após a última sessão, com uma média de redução
percentual de 13,20%, e todos os sujeitos da amostra indicarem sentir melhora
na sensação de bem estar após a intervenção.
Palavra Chave: Hipnose Ericksoniana; Psicossomática; Diabetes Mellitus tipo
II; Situações Agradáveis.
ABSTRACT
MATEUS, RODRIGO CAZAROTTO. Psychosomatics Repercussions of
Hypnosis in people with Diabetes Mellitus type II. São Paulo, 2008, pp. 168.
Dissertation (Master Degree), Postgraduate Program in Clinic Psychology,
Hospital Psychology and Psychosomatic Nucleus at PUC-SP.
This research is the result of the Master dissertation in Clinic Psychology at
Hospital Psychology and Psychosomatic Nucleus from PUC-SP. The research
aimed to check alteration on the glycemia level and on well-being sensation in
people with Diabetes Mellitus type II after experiencing pleasure situations
through the ericksonian hypnosis, as well as analyze the outcomes of the
investigation. Ten subjects compounded the intervention group and eight
subjects compounded the control group. Based on the literature revision, there
were employed the following tools: socio-demographic questionnaire; semi-
guided interview about pleasure situation; VAS Visual Analog Scale; glycemia
level measurement and semi-guided interview about the intervention. The
results were divided in five categories: socio-demographic data, pleasure
experiences, glycemia level, well-being sensations and intervention
perceptions. It was concluded that hypnosis helped decrease patients’ glycemia
level after the last session, with a percentage reducing average of 13.20%, and
the statement of every subject pointing out the improvement on the sensation of
well-being after the intervention.
Key Words: Ericksonian Hypnosis; Psychosomatic; Diabetes Mellitus type II;
Pleasure Situations.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5
2. OBJETIVO.....................................................................................................10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................11
3.1. Hipnose ..........................................................................................12
3.1.1. História da hipnose..........................................................12
3.1.2. Definição............................................................................16
3.1.3. Aplicações da hipnose.....................................................19
3.1.4. Abordagens.......................................................................20
3.1.5. Fisiologia do estado hipnótico........................................23
3.1.6. Formas de indução...........................................................24
3.1.7. Hipnose e efeitos orgânicos............................................26
3.2. Diabetes Mellitus............................................................................28
3.2.1. Pâncreas............................................................................28
3.2.2. Insulina..............................................................................29
3.2.3. Tipos de Diabetes.............................................................31
3.2.4. Etiologia.............................................................................32
3.2.5. Tratamentos......................................................................33
3.3. Saúde e Bem Estar.........................................................................36
4. MÉTODO.......................................................................................................41
4.1. Características do Estudo.............................................................41
4.2. Sujeitos...........................................................................................41
4.3. Instrumentos e Materiais...............................................................42
4
4.4. Coleta de Dados ............................................................................43
4.5. Procedimentos...............................................................................44
4.5.1. Seleção da Amostra.........................................................44
4.5.2. Duração e Seqüência de Aplicação dos Instrumentos.44
4.5.3 - Tratamento dos Dados....................................................48
4.6. Cuidados Éticos.............................................................................49
5. RESULTADOS..............................................................................................51
5.1. Dados sócio-demográficos...........................................................53
5.2. Vivências agradáveis.....................................................................85
5.3. Níveis de Glicemia..........................................................................95
5.4. Sensação de Bem Estar ..............................................................106
5.5. Impressões sobre a intervenção................................................112
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.........................................130
7. CONCLUSÃO..............................................................................................146
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................149
9. ANEXOS......................................................................................................158
11.1 ANEXO 1.......................................................................................159
11.2 ANEXO 2.......................................................................................161
11.3 ANEXO 3.......................................................................................162
11.4 ANEXO 4.......................................................................................163
11.5 ANEXO 5.......................................................................................164
11.6 ANEXO 6. .....................................................................................165
11.7 ANEXO 7. .....................................................................................167
11.8 ANEXO 8.......................................................................................168
5
1. INTRODUÇÃO
“.se você sonhar que está sendo preso, seu
coração aumentara os batimentos como se isso estivesse
acontecendo de verdade. Para o seu cérebro e para o
seu coração, é verdade...”
Hebert Benson
O termo psicossomática remete hoje a uma visão ampliada e global do
ser humano, uma totalidade compreendida em todas suas dimensões, sejam
elas físicas, químicas, biológicas, sociais, emocionais ou espirituais
(VASCONCELLOS, 2000). No passado, algumas doenças (hipertensão arterial,
retrocolite ulcerativa, úlcera gastroduodenal, asma brônquica, eczema e
psoríase, hipertireoidismo, artrite reumatóide, etc.) foram chamadas de
“doenças psicossomáticas”, tentando-se traçar perfis de personalidade
específicos para cada um desses grupos de pacientes. Essa concepção foi
progressivamente se mostrando inconsistente. (MELLO, 1992).
Segundo Mello (1992), a psicossomática é uma atitude integral que
concebe o ser humano como ser biopsicossocial e não propriamente como um
ramo da psiquiatria. Compreende uma ideologia sobre a saúde (com suas
práticas e suas doenças), um campo de pesquisas sobre esses fatos e, ao
mesmo tempo, uma prática. Hoje a psicossomática estaria ligada à visão
ideológica desse movimento e às pesquisas acerca dessas idéias, sobre a
relação corpo-mente e sobre os mecanismos de produção de enfermidades. É
interessante pontuar que historicamente o termo foi evoluindo, mas desde
tempos remotos o ser humano vislumbra uma intrínseca relação entre mente-
corpo.
6
Existem várias intervenções tidas como psicossomáticas que mostram
essa ínfima relação da condição mente-corpo. Uma dessas intervenções é a
Hipnose, apresentada nesta pesquisa por integrar o trabalho clínico
desenvolvido por este autor, enquanto instrumento de intervenção, a saber, a
Hipnose Ericksoniana.
Atualmente, a hipnose é um tema muito estudado em diversos campos
da área da saúde. Ciências como Medicina, Odontologia, Psicologia,
Fisioterapia, entre tantas outras, dedicam-se em certa medida ao estudo de tal
tema. Oficialmente, no Brasil, apenas os conselhos de Medicina, Odontologia e
Psicologia reconhecem, legal e cientificamente, a prática da hipnose. Seu
estudo tem crescido de modo considerável e sua aplicação clínica tomou
grande impulso, principalmente no campo das psicoterapias e no terreno da
psicossomática (FERREIRA, 2006).
Baseado na observação da prática clínica, o autor do presente
trabalho pode notar interações interessantes entre vivências emocionais
proporcionadas através da hipnose e alterações orgânicas.
Como os estudos sobre memória (BENSON, 1996) mostram que se
lembrar de forma intensa de algo vivido gera alterações orgânicas
semelhantes ou até mesmo iguais ao momento em que o evento lembrado foi
registrado, pretendeu-se, neste trabalho, propiciar aos sujeitos da pesquisa
vivências de situações agradáveis através da hipnose (lembranças
intensificadas) para averiguar:
- possíveis alterações orgânicas que possam ser consideradas
significativas;
- se essa alteração propicia mais saúde ao paciente;
7
- se também existem mudanças subjetivas após a experiência;
- qual a qualidade dessas mudanças.
Cabe ressaltar que são variáveis quantitativas e qualitativas que,
conforme indica Neder (1993), obrigam o pesquisador a trabalhar dentro de
uma postura rígida e controlada em relação aos dados quantitativos sem, no
entanto, deixar de trabalhar e respeitar os fenômenos individuais nas suas
especificidades em relação aos dados qualitativos.
Para estudar tais dinâmicas, torna-se necessário limitar o campo de
pesquisa, por isso procurou-se verificar, neste trabalho, os efeitos da hipnose
sobre pessoas com Diabetes Mellitus (DM) tipo 2, conforme pontos detalhados
nos parágrafos a seguir.
O Diabetes é uma enfermidade que reconhecidamente acomete o
mundo de forma assombrosa. Vários autores, assim como a própria
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial, declaram que o
Diabetes Mellitus constitui atualmente reconhecido problema de Saúde Pública
em vários países do mundo, considerado uma enfermidade de prevalência
crescente que freqüentemente gera complicações de caráter invalidante,
contribuindo para um problema de saúde sério e para uma pesada carga
socioeconômica (BARCELÓ e RAJPATHAK, 2001). A OMS também estima
que para 2025 haja mais de 300 milhões de habitantes com diabetes em todo o
globo. O número de mortes diretas pela doença ainda não é estimado, mas
calcula-se que por ano morram mais de 9% do total de diabéticos. Altamirano
(2001) também corrobora com esses dados, afirmando que as mulheres entre
45 e 64 anos incorrem numa maior incidência da doença. Alega que tal
8
enfermidade é um problema globalizado, pois atinge todas as populações
mundiais, independente de poder econômico, cultura ou etnia.
Para o continente Americano, estima-se que em 2025 a população de
pessoas com Diabetes Mellitus será de aproximadamente 64 milhões e que 40
milhões delas estariam em países Caribenhos e Latino Americanos (BARCELÓ
e RAJPATHAK, 2001). no Brasil, segundo Andrade (1998), de toda a
população de diabéticos (aproximadamente 7% da população) 90% são
portadores do diabetes mellitus tipo II, que ocorre principalmente em adultos,
contra 10% do tipo I, predominante em jovens.
Além do alto índice de ocorrência da doença, tanto em vel global,
como no próprio Brasil, existem diversas comorbidades resultantes e
associadas à enfermidade, como obesidade, distúrbios psiquiátricos,
problemas cardiovasculares, distúrbios alimentares, entre outras enfermidades
de menor ocorrência, mas que podem levar o indivíduo ao óbito. Para se ter
uma idéia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia estimado que em
2000 as complicações crônicas do DM estariam entre as principais causas de
morte prematura em todo o mundo, sendo que, na maioria das vezes, estas
causas seriam evitáveis (GOLDENBERG et al., 2003).
Baseado nas informações ora apresentadas, diversas justificativas se
fazem presentes como argumento de incentivo para a realização desta
pesquisa. Um primeiro ponto de destaque refere-se à intenção da pesquisa,
que busca, de alguma maneira, relacionar aspectos da psique com aspectos do
soma, ou seja, busca trabalhar com o conceito de psicossomática tão
defendida pelo núcleo de pesquisa que apóia este trabalho.
9
Um segundo ponto de destaque seria o foco na utilização do instrumento
hipnose, que é pouco pesquisado em nosso país, apesar de ser reconhecido
cientificamente como válido pelos conselhos de Psicologia, Medicina e
Odontologia.
Um terceiro ponto a se destacar seria a relevância em relação à doença,
considerada pela OMS como de ocorrência grave e alarmante. Pesquisas
sobre Diabetes Mellitus Tipo 2 poderiam agregar conteúdo tanto para
comunidade científica como para a sociedade. As pesquisas já realizadas
sobre esse tema enfocam em grande parte estratégias de diagnóstico e
prevenção da doença. Em menor escala são pesquisas relacionadas à
intervenção terapêutica, principalmente aquelas que incentivam intervenções
não medicamentosas, o que se constituiu em fator de motivação pessoal para o
desenvolvimento desta pesquisa.
Um último fator, não menos importante, diz respeito ao interesse
pessoal deste pesquisador, que possui afinidade com o tema diabetes assim
como com o tema hipnose. Nesse sentido, contribuições diversas poderiam
ocorrer em níveis distintos com a realização da pesquisa: da contribuição
científica, passando pelas contribuições social, acadêmica e até mesmo
pessoal.
10
2. OBJETIVO
Verificar se existe alteração no nível de glicemia e na sensação de bem
estar em pessoas com Diabetes Mellitus tipo II após vivenciarem situações
agradáveis através da hipnose Ericksoniana.
11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As pesquisas relacionadas à hipnose começam a ganhar corpo em
outros países a partir da década de 70, enquanto no Brasil, o interesse por tal
temática é mais recente como se pode notar por meio de levantamento em
bases de dados como pubmed, sciencidirect, scielo e bireme. O trabalho
desenvolvido dentro dessa temática acaba se concentrando muitas vezes na
mão de poucos pesquisadores. Como ainda é um tema recente na área
científica, muitas vezes, sofre controvérsias quanto ao seu entendimento, seja
como definição, classificação ou até mesmo nos possíveis usos. É interessante
notar que historicamente o termo foi evoluindo, mas ainda muita confusão
nessa área.
Edelweiss (1994) afirma que a hipnose adquiriu fama de estar
supostamente superada e de se constituir em fenômeno pouco sério e banal,
cuja insignificância não valia a perda de tempo para quem se enveredasse por
estudá-la. Vários fatores consonantes foram e ainda são responsáveis por
desestimular as pesquisas científicas que tenham a hipnose como objeto de
estudo. Segundo o mesmo autor, idéias conturbadas e estigmatizadas sobre
seus fenômenos são reflexos de uma trajetória histórica em que a falta de
clareza sobre sua real natureza se constituiu em ameaça para a ordem
científica, política e moral da sociedade. Nesse sentido, é natural que o estudo
sobre a hipnose tenha caído sob um desprestígio e desinteresse comum
(EDELWEISS, 1994).
12
Por esse motivo, antes de definir o termo hipnose torna-se necessário
contextualizar o termo historicamente para desfazer quaisquer confusões que
porventura possam estar associadas ao emprego do termo.
3.1. Hipnose
3.1.1. História da hipnose
Segundo Galvão (2003), a hipnose e a utilização de estados hipnóticos
estiveram presentes em toda história da humanidade. Ao longo de seu
desenvolvimento pode-se perceber três momentos distintos de seu uso e
aplicações:
a) Hipnose utilizada pelos povos e civilizações antigas: mais de 4 mil anos,
no Egito, Grécia, China, África, ente outros lugares, se tem registro do uso
da hipnose dentro de contextos religiosos, assim como medida terapêutica,
indicando sucesso em casos como paralisia, epilepsia, cegueira, etc. (CORTEZ
e OLIVEIRA, 2003; ROQUE e VILLANUEVA, 2001). Sociedades primitivas
usavam os sons repetitivos do ritmo dos tambores e as danças ritualísticas das
tribos para induzirem um estado de transe semelhante ao da hipnose, a
exemplo do Xamanismo (ERICKSON, HERSHMAN E SECTER, 1998; ELIADE,
1998). Nesse período, também se localiza a Idade Média, pois a hipnose era
usada com os mesmos propósitos que nas civilizações citadas, principalmente
associada a rituais mágicos, cantos e orações (GALVÃO, 2003).
b) Hipnose no período de experimentação científica Séc. XVIII e XIX: é o
chamado período científico da hipnose, pois nesse momento vários
pesquisadores começaram a testar a eficácia de tal instrumento. A maioria dos
profissionais que usavam e pesquisavam o fenômeno eram médicos, que
13
utilizaram a hipnose durante todo século XVIII e praticamente todo século XIX
como procedimento para aliviar a sensação de tato e de dor, visto que os
químicos analgésicos e anestésicos como clorofórmio vieram a ser
desenvolvidos somente após a primeira metade do século XIX (GALVÃO,
2003). Como citam Roque e Villanueva (2001), os principais destaques dessa
época são Franz Anton Mesmer, Marquês de Puységur, James Braid, James
Esdaille, Charcot, Berheim, Coué, Freud e Pavlov. Mesmer foi um médico
alemão do século XVIII que acreditava na existência de um “magnetismo
humano”, de um “fluido magnético” capaz de influir sobre o ser humano,
realizando várias cirurgias e anestesias sobre o chamado “sono mesmérico”,
desenvolvendo-se a partir daí a expressão Mesmerismo. Induzia tal estado
através de movimentos realizados com as os associados à sua fala. Teve
como um de seus alunos o Marquês de Puységur, que ajudou a divulgar o
pensamento de Mésmer. O médico britânico James Braid (1795-1859),
assistindo a uma cirurgia efetuada por Mesmer com anestesia geral provocada
pelo uso da hipnose, passou a estudar o processo vindo a reformular a teoria
de Mesmer. Braid definiu, inicialmente, o estado hipnótico como um estado
particular de “sono do sistema nervoso”, sendo citado erroneamente por muitos
autores como responsável por cunhar o termo hipnose. Méheust (1999) cita
que o termo na verdade surgiu por Henin de Cuvillers em 1823, que era
contrário à idéia de um fluido magnético de Mésmer, daí Henin de Cuvillers
referiu-se a "hipnose", como algo semelhante ao sono, um estado psíquico em
alusão ao termo grego Hypnus que simbolizava o Deus do sono na Mitologia
Grega. Segundo Méheust (1999) esse termo seria ainda mais antigo (1820),
mas não cita quem seria seu autor. De qualquer forma, ele ganhou
14
notoriedade com Braid, pois este o associou ao sistema nervoso e não a um
fluido ou a alguma noção psicológica. Isso lhe permitiu maior aceitação no meio
científico, até porque as idéias sobre algo psíquico ainda se encontravam
difusas entre vários autores que perambulavam entre medicina e filosofia.
Dessa forma, o termo hipnose ficou erroneamente associado à idéia de sono.
Logo depois de haver cunhado este termo, James Braid se arrependeu, pois
percebeu que cientificamente a hipnose não poderia ser comparada ao sono,
sendo um estado justamente oposto ao sono, de intensa atividade psíquica e
mental (atenção focada em alguma idéia). Braid utilizava basicamente a
hipnose como forma de se obter a anestesia cirúrgica e de se ensinar auto-
hipnose aos pacientes, lembrando que o éter foi introduzido somente em 1846
e o clorofórmio em 1847 (CORTEZ E OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003).
Também usando hipnose para induzir analgesia e anestesia, James Esdaille,
trabalhando na Índia com pacientes sob esse efeito, realizou uma grande
quantidade de operações que incluíam amputações de braços, extração de
tumores, entre outros trabalhos cirúrgicos (ROQUE e VILLANUEVA, 2001).
Charcot (1835-1893), neurologista mais importante e conceituado de sua
época, estudou os estados hipnóticos para tratamento de pacientes histéricos.
Considerou a hipnose como um estado patológico de dissociação, comparando
o transe ao processo histérico e a anormalidades no sistema nervoso. Na
mesma época, Liébeault e Bernheim, também estudavam a hipnose e seus
fenômenos conforme descritos por Braid, pensando-a como um estado de
consciência normal e natural do ser humano, tendo um ponto de vista muito
distinto de Charcot. Liebeault e Bernheim retomaram a idéia original de Braid
de que a indução hipnótica decorria da sugestão, realizando inúmeros estudos
15
e experimentações científicas (CORTEZ e OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003;
ROQUE e VILLANUEVA, 2001).
Freud (1856-1939), juntamente com Breuer, deu início a um processo de
psicoterapia com hipnose em pacientes histéricos, vindo a publicar as
conclusões desse trabalho nos Estudos sobre histeria, em 1895. Freud
abandonou o uso da hipnose substituindo-a pelo método de associação livre e
vindo a desenvolver a teoria psicanalítica. Concomitantemente, Pavlov (1849-
1936), médico russo, estudou a hipnose segundo um ponto de vista
neurofisiológico. Utilizando as noções de excitação e inibição do sistema
nervoso, conseguiu posteriormente que sua teoria fosse comprovada, fazendo
com que a hipnose fosse aceita pela medicina oficial na Rússia, em especial no
tratamento das neuroses de guerra. Em meados do século XX, e
principalmente após as grandes Guerras, foi retomado o interesse pela hipnose
para tratamento das neuroses de guerra e traumas psíquicos. William
McDougall (1871-1944) e Clark Hull (1884-1952) nos Estados Unidos iniciaram
trabalhos e pesquisas experimentais nas universidades utilizando controles
científicos e estatísticos para sua mensuração (CORTEZ e OLIVEIRA, 2003;
GALVÃO, 2003).
c) Forma moderna de utilização da Hipnose: refere-se à chamada hipnoterapia
Ericksoniana, tendo sido desenvolvida por Milton Hyland Erickson (1901-
1980), psiquiatra americano do início do século XX, considerada um marco
divisório entre a hipnoterapia clássica da época da experimentação científica e
a época moderna atual. Demonstrando-a como um fenômeno natural da mente
humana, bem como sua existência e efeitos no cotidiano, utilizou a hipnose em
praticamente todos os problemas psicológicos, sendo autor de inúmeros
16
artigos, livros e pesquisas científicas na área. Dentre as inúmeras contribuições
de Erickson para o campo da Psicologia pode-se citar o conceito de utilização
da realidade individual do paciente. Erickson resgata de modo radical a noção
de singularidade. Tal noção, em termos epistemológicos, implica em considerar
os indivíduos como seres únicos e inéditos (NEUBERN, 2002). Ele entende
que cada paciente tem uma história e memórias particulares, as quais devem
ser usadas para se levar o sujeito à hipnose (GAYA et al., 2002). Também
contribuindo com a chamada Terapia Naturalista, as diferentes formas de
comunicação indireta, a técnica de confusão e de entremear, é considerado o
maior Hipnoterapeuta do século XX devido à sua abordagem breve, estratégica
e voltada para a solução (CORTEZ e OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003).
Conforme já mencionado, no Brasil apenas três conselhos validam o uso
de tal instrumento. Na Odontologia, o CFO (Conselho Federal de Odontologia)
foi o primeiro Conselho a regulamentar o uso da hipnose, em 1996, como
instrumento eficaz para indução de analgesia e anestesia. Na medicina, a partir
de 1999, o CFM (Conselho Federal de Medicina) autorizou seu uso. Na
psicologia, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) reconheceu a partir de
2000 o uso da hipnose como regulamentado (BOCK, 2001).
3.1.2. Definição
Existem diversas definições para hipnose desenvolvidas no decorrer da
história. Algumas definições ainda seguem postulados arcaicos, estabelecidas
no século XIX, mas ainda usados em pesquisas recentes, como no trabalho
realizado por Vilela e Ferreira (2006). Pesquisando o uso da hipnose em
pacientes cardíacos com dificuldade de sono, esses pesquisadores definem
hipnose como um estado de atividade motora mínima semelhante ao sono.
17
Além de definições mais arcaicas como esta, outras sem muito embasamento
também podem ser encontradas em alguns artigos, entre elas podemos
destacar a definição de hipnose como um estado alterado de consciência no
qual as idéias são aceitas por sugestão ao invés do raciocínio lógico.
(FERNANDEZ et al., 2003). Estudos eletroencefalográficos, testes de reflexos,
pulso e pressão sanguínea revelam que a hipnose não é um estado de sono, e
sim, um estado alterado de consciência (ERICKSON, HERSHMAN e SECTER,
1998).
Concordando com essa analogia em relação ao estado de sono, Passos
e Labate (1998) afirmam que a hipnose é um estado do estreitamento de
consciência provocado artificialmente, que geralmente (mas nem sempre) se
parece com o sono, porém fisiologicamente dele se distingue, caracterizando-
se pelo aparecimento espontâneo (ou em resposta a um estímulo verbal, ou a
outro qualquer) de uma variedade de fenômenos que incluem:
1 - alteração da atenção;
2 - alteração da memória;
3 - aumento da sugestionabilidade;
4 - produção, no paciente, de idéias e respostas diferentes daquelas do
seu estado mental normal,
5 - alterações motoras e sensoriais;
6- aumento da labilidade dos processos regulados pelo sistema nervoso
autônomo.
A APA (Associação Americana de Psicologia) define hipnose como um
procedimento no qual o terapeuta ou pesquisador sugere ao paciente ou sujeito
da experiência mudanças em sensações, percepções, pensamentos ou
18
comportamentos (KRINGS et al., 2004). Tal definição se mostra pouco
elucidativa e é rechaçada por pesquisadores da área que atualmente tem
consenso em torno da idéia de que a hipnose é um estado focado e lógico de
atenção. Corroborando com tal idéia, pode-se citar um recente artigo publicado
na revista Seed, que informa que apesar da exata definição do conceito de
hipnose ainda estar em discussão, é de consenso entre os pesquisadores
voltados para esse tema que a hipnose envolve intensa concentração, estado
temporário de atenção modificada, relaxamento e sugestibilidade aumentada
(ANTHES, 2006; SOLOVEY e MILECHNIN, 1988). Apesar de haver grande
confusão na área, é importante diferenciar os termos sugestão e hipnose. A
sugestão será tomada aqui apenas como a capacidade, em hipnose, de
influenciar o outro. Influenciá-lo sob certas condições basicamente pela fala,
mas não exclusivamente por ela à produção de fenômenos específicos. a
hipnose, é uma condição, um processo, uma alteração de consciência, em que
a sugestão pode ser um produto privilegiado, mas não necessariamente. A
hipnose não está circunscrita à sugestão, nem depende dela necessariamente
e muito menos é redutível a ela (MARTINS E BATISTA, 2002).
Até mesmo o próprio Erickson, à sua maneira, poderia concordar com as
definições anteriores, que em seus trabalhos, afirmava o estado de transe
ser um estado psicobiológico do homem, considerando que situações em que a
atenção e a percepção estão focalizadas e concentradas numa idéia, como
num momento de fantasia, distração ou preocupação que absorva a atenção,
são como um estado hipnótico (ROSEN, 1994).
Galvão (2003) apresenta uma definição interessante e mais completa a
respeito da hipnose, segundo a qual o processo hipnótico consiste em pensar
19
em algo que é sugerido por si ou por outro, de forma intensa (alta atenção) e
específica (pensamento focado). Tal processo geraria um estado no qual
seriam produzidos diversos fenômenos específicos, como regressão de idade
(reviver pensamentos de um tempo anterior), hipermnésia (rever pensamentos
passados de forma nítida), amnésia (esquecer pensamentos anteriores de
forma parcial ou total), hiperestesia (aumento da sensibilidade tátil), anestesia,
analgesia, pseudo-orientação no futuro (imaginar-se realizando algo no futuro)
entre outros, que poderiam implicar em alterações cognitivas ou fisiológicas.
3.1.3. Aplicações da hipnose
São descritas múltiplas aplicações da hipnose nas áreas da medicina,
como pediatria, dermatologia, gastroenterologia, obstetrícia, ginecologia, assim
com no uso de transtornos psicológicos (ROQUE e VILLANUEVA, 2001).
Dentre os usos mais freqüentes da hipnose, destacam-se: tratamento para
depressão, ansiedade, fobias, distúrbios sexuais, enurese noturna, asmas,
pânico, gagueiras, insônia, vícios e até mesmo no tratamento de verrugas. Sua
lista de atuação inclui ainda tratamento para dor crônica de pacientes terminais,
distúrbios alimentares, e muitos outros problemas físicos e mentais. É também
usada como meio para indução de analgesia e anestesia em procedimentos
cirúrgicos das diferentes especialidades médicas e odontológicas (ARRUDA e
MELLO, 2000; CORTEZ e OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003).
Labate (2006) confirma as citações anteriores, explicando que a
hipnose tem sido usada para alívio da dor, produzindo anestesia ou analgesia;
nos diferentes setores da clínica e cirurgia, notadamente em obstetrícia; como
tranqüilização para o alívio dos estados de ansiedade e apreensão, qualquer
que seja a sua causa; em qualquer condição na qual a psicoterapia possa ser
20
útil; no controle de alguns hábitos, como o tabagismo; e experimentalmente em
qualquer pesquisa, no campo psicológico ou neurofisiológico.
Cortez e Oliveira (2003) também indicam que pesquisas atuais
confirmam a eficiência da hipnose na solução ou alívio de vários sintomas que
acompanham transtornos físicos e psíquicos, sendo indicada como excelente
tratamento coadjuvante em vários casos. Esforços têm sido feitos no sentido
de demonstrar a hipnose como uma forma de tratamento específico, capaz de
solucionar diversas doenças em especial aquelas de origem psicossomática.
3.1.4. Abordagens
Como pode ser constatado no item históricodeste trabalho, existem
basicamente dois tipos de abordagem em relação à hipnose, das quais derivam
quaisquer outros nomes posteriores. São conhecidas como Postura Tradicional
(Clássica) e Postura Ericksoniana (Naturalista). Cada qual apresenta
considerações, a saber:
Postura Ericksoniana
Teóricos
iniciadores da
abordagem
Milton H. Erickson
Entendimento do
problema
Direcionada a possibilidade
de mudanças, usando o
passado ou não
Tipo de
diagnóstico
realizado
Potente pelo direcionamento
dado a uma mudança
possível
21
Comunicação
Postura chamada naturalista
através da noção de
utilização, conferindo
eficiência
Indução do transe
e hipnose
Flexível, direcionada a cada
paciente, feito sob medida
Intervenções
usadas
Variável de acordo com a
realidade individual do
paciente
Compreensão da
Hipnose
Compreensões próprias
Hipnotizabilidade
Necessária de acordo com
cada caso
Mudanças na
Hipnotizabilidade
Variabilidade e intensidade
não apenas diferentes no dia
a dia, como também
dependendo da motivação e
com possibilidade de serem
melhoradas
Sugestionabilidade
Noção de responsividade,
dependendo esta mais da
capacidade de condução e
22
estabelecimento de rapport
do hipnoterapeuta do que do
paciente
Hipnotizabilidade e
Sugestionabilidade
Podem ocorrer complexas
mudanças com níveis leves
de transe, não importando os
níveis de hipnotizabilidade e
sugestionabilidade
Relação
Terapeuta-
Paciente
Noção não clara de
autoridade diminuindo a
resistência
(CABALLO, 1996; GALVÃO, 2003 GILLIGAN, 1987; HALEY, 1991, ZEIG,
1985)
Segundo Zeig (1985), na abordagem ericksoniana, alguns pontos são
cruciais no processo terapêutico, destacando-se:
a) A identificação dos recursos do paciente;
b) O diagnóstico dos valores do paciente, o desenvolvimento dos recursos
utilizando tais valores;
c) Utilização do recurso usando comunicações diretas ou indiretas;
d) Estabelecimento do ARE (Absorção, Ratificação e Eliciação);
e) Aceitação e utilização do que é apresentado pelo paciente;
f) Usar semeaduras de idéias para facilitar mudanças e a própria indução;
Rosen (1994) relata que, de acordo com a concepção de Erickson, o estado
de transe possibilita maior probabilidade de se produzirem aprendizagens e
apresenta mais disponibilidade para a ocorrência de mudanças.
23
3.1.5. Fisiologia do estado hipnótico
Esse estado de atenção concentrada torna possível ao indivíduo reagir
aos estímulos e às sugestões do hipnotizador ou aos próprios comandos (auto-
hipnose). O desconhecimento pleno da mente humana dificulta a conceituação
e explicação dos mecanismos através dos quais a hipnose produz seus efeitos.
Ao contrário do que parece, durante a sessão hipnótica o córtex está em plena
atividade. Reações desencadeariam a produção de neurotransmissores
através do sistema nervoso, provocando diversas reações orgânicas.
Observam-se alterações na consciência e na memória, aumento da
susceptibilidade à sugestão, produção de reações e de idéias estranhas ao
indivíduo. Além disso, fenômenos como anestesia, analgesia, paralisia, rigidez
de músculos e alterações vasomotoras podem ser produzidos ou removidos
(VALE, 2006).
Um recente artigo divulgado na revista cientifica Seed (2006), informa
que a hipnose tem sido atualmente objeto de várias pesquisas experimentais
que apontam, através de testes neurológicos, as alterações cerebrais que ela
causa. O autor Emily Anthes (2006) cita um experimento que demonstra que a
sugestão hipnótica pode produzir mudanças no centro de processamento de
dor no cérebro. Relata que quando as pessoas estão em estado hipnótico, as
áreas cerebrais que processam a dor ficam menos ativas, fornecendo
evidencias sobre as modificações provenientes do estado hipnótico.
Parece haver uma correlação direta entre o fenômeno vivenciado
durante a hipnose as alterações neurofisiológicas correspondentes. Mathews et
al. (2000) dizem que estudos têm mostrado a ativação das regiões occipitais,
incluindo o córtex visual primário, V1. Damiani et al. (2006) observam que a
24
hipnose tem atuado também no Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático
(SNAP) aumentando de forma intensa o tônus eferente vagal. Kosslyn (2000)
diz que uma parte do cérebro chamada giro cingulado mostra alta atividade
quando o sujeito está hipnotizado. Esta área está relacionada com a atenção e
a emoção, concordando com Vale (2006) que afirma que diversas áreas do
cérebro relacionadas com a emoção e a sensação são ativadas durante o
estado hipnótico.
Câmara (1998) afirma haver indícios de uma estrutura cerebral
semelhante a uma rede, chamada formação reticular, funcionando como elo
entre a voz do hipnotizador e a massa cinzenta do hipnotizado. A tese mais
aceita é a de que as palavras do hipnotizador, processadas pelo nervo auditivo,
alcançam a ponta dessa rede, na base do cérebro, e se espalham por toda a
massa cinzenta. Quando elas chegam ao lobo frontal, concentram a atenção
do paciente em um único foco, inibindo tudo o que está ao redor.
3.1.6. Formas de indução
Segundo Ferreira (2003), Galvão (2003) e Zeig (1993), atualmente, são
seis as formas básicas pelas quais a indução à hipnose é empreendida
(podendo ou não estar conjugadas em duas ou mais):
Diminuição de estímulos tidos como inúteis: Sabendo-se ser o transe ou a
hipnose um pensar específico e intenso, quanto menos houver estimulações
que desviem do processo indutor de relaxamento, transe ou hipnose, melhor;
Relaxamento: A diminuição significativa de atividade orgânica via pensamento
(relaxando esse também), é das formas mais comuns de se possibilitar o
transe ou hipnose. Na medida em que o sujeito estiver com uma baixa
25
atividade do pensar, comunica-se a ele idéias a partir e com as quais se daria
esta atividade, provocando assim, o transe ou hipnose juntamente com o
processo psicoterapêutico.
Cansaço: Criar o cansaço orgânico e/ou do pensar é uma forma de fazer com
que a pessoa pense de acordo com o colocado pelo hipnoterapeuta. A
princípio, o sujeito estaria cansado demais para fazê-lo sozinho;
Direcionamento das Apreensões: Atenção é o direcionamento da atividade
psíquica, ou seja, do pensar. Na medida em que o paciente começa a
direcionar o seu raciocínio de acordo com o colocado pelo hipnoterapeuta,
cada vez mais este poderá direcionar o pensar do paciente no sentido de ter
um pensar que possibilite um melhor viver;
Aumento da atividade do pensar (psíquica): Um aumento na estimulação
neural via estimulação sensível (embora de maneira direcionada) pode ser
utilizada para passar do relaxamento (ou sono) para transe ou hipnose;
Confusão: Confusão é a quebra de raciocínio não possibilitando um raciocinar
coerente buscado pelo indivíduo. Provocá-la momentaneamente para
direcionar o raciocínio do sujeito, é uma possibilidade para que o paciente
pense na medida (ou a partir) do colocado pelo hipnoterapeuta, criando ou não
transe ou hipnose. Tal forma de indução é utilizada para que o paciente não
tenha raciocínios considerados anti-terapêuticos pelo terapeuta. Forma muito
bem apresentada por Milton H. Erickson no livro O Homem de Fevereiro.
Dentre as formas citadas, a mais utilizada nos consultórios e pesquisas
realizadas na área refere-se ao uso do relaxamento como método de indução
para se levar o paciente à hipnose. É também comum encontrar nas pesquisas
termos como imaginação intensa, imaginação guiada, que são entendidos
26
também como hipnose, trocando-se apenas um nome por outro. Nesses
trabalhos os sujeitos normalmente são induzidos, após o relaxamento, a se
direcionarem mentalmente para um lugar confortável, ou para se lembrarem de
situações boas, situações essas semelhantes para o mesmo grupo de sujeitos
(GAYA et al., 2002; LEV et al., 2002; CARTLEDGE et al., 2004).
3.1.7. Hipnose e efeitos orgânicos
Muitas pesquisas, principalmente as realizadas nas décadas anteriores,
focam seus estudos no efeito da hipnose sobre os estados de dor. Busca-se
com essas pesquisas, de alguma maneira, atenuar, evitar ou controlar estados
dolorosos, seja pela indução de analgesias ou anestesias (GAYA et al., 2002;
LEV et al., 2002). Em um experimento sobre dor, Oakley (2004) induziu,
através da hipnose, oito sujeitos a sentirem dores relacionadas a tocar em algo
muito quente e constatou que as mesmas áreas de processamento da dor no
cérebro (o tálamo, o córtex cingulado anterior e outras áreas) foram ativadas da
mesma maneira que as áreas de outros sujeitos que tocaram em uma barra de
metal a 50º C, demonstrado que a dor induzida por hipnose ativa as mesmas
áreas do cérebro ativadas pela dor real.
Atualmente, além das pesquisas referentes à dor, trabalhos com hipnose
estão abarcando diversas áreas e seus efeitos são testados de diferentes
maneiras, como por exemplo, os efeitos sobre algumas doenças. Uma dessas
pesquisas mostra a ajuda da auto-hipnose no combate ao hábito de tossir e
seus sintomas somáticos (ANBAR e HALL, 2004). Outro estudo focando a
utilização da hipnose em tratamentos de enfermidades dermatológicas
demonstrou resultados bem interessantes, como melhora em mais de 70% da
pele de pacientes com psoríase, redução de problemas de pele tidos como
27
corriqueiros como acne, ou até mesmo, no tratamento de verrugas
(SHENEFELT, 2002). Assim como esses, diversos estudos em que os
pesquisadores tentam mostrar efeitos possíveis da hipnose sobre o organismo.
Nesse sentido, que se ressaltar também, pesquisas sobre os efeitos da
hipnose em nível neuronal. Um desses estudos demonstra que alterações na
plasticidade neuronal ocorrem após uma sessão de hipnose, na qual o sujeito
vivencia imagens e sensações de formas até mais vívidas que durante o dia a
dia, o que pode ser comprovado através de exames como PET Scan
(HALSBAND, 2006; WINERMAN, 2006).
Apesar de alguns pesquisadores indicarem que as bases biológicas do
processo hipnótico ainda são contestadas e necessitam de mais pesquisas,
alguns estudos indicam diversas influências sobre o sistema biológico. Alguns
estudos indicam que a hipnose influencia a mediação celular, que por sua vez
influencia a imunidade, afetando também o eixo adrenal pituitário-hipotalâmico,
o que influencia em uma boa regulação do sistema imune. Também se
constata uma ativação de várias áreas do córtex cerebral, dependendo do
estímulo/sugestão eliciados (GRUZELIER et al., 2001; HALSBAND, 2006).
Vindo de encontro ao que foi apresentado na introdução do presente
trabalho, cabe destacar que é notadamente percebido que algo vivenciado
durante o processo hipnótico é tido como realmente vivido organicamente.
Gemignani (2000) relata um estudo em que se concluiu que a hipnose é muito
mais que uma simples sugestão. O estudo, que expôs os sujeitos a
vivenciaram situações fóbicas, demonstrou que todos os participantes da
pesquisa reagiram como se realmente estivessem diante do objeto fóbico,
28
tendo grandes alterações cardiorrespiratórias, bem como alterações
registradas em seus EEGs (GEMIGNANI, 2000).
Em outro estudo, Fernandez et al. (2003) citam os efeitos positivos da
hipnoterapia sobre a hipertensão, alegando que a hipnose é capaz de regular o
volume sangüíneo e, por conseguinte, propiciar um controle saudável sobre a
pressão arterial, além de promover uma ostensiva diminuição do tratamento
farmacológico.
3.2. Diabetes Mellitus
O Diabetes Mellitus (DM) compreende um grupo heterogêneo de
distúrbios metabólicos, envolvendo todos os substratos energéticos
(carboidratos, proteínas e gorduras) e caracterizado principalmente pela
hiperglicemia, resultante da deficiência de secreção ou da ação da insulina
(FERREIRA et al., 2003). Como definido por Melo et al. (2003) a DM é
considerada uma "síndrome heterogênea de etiologia múltipla, decorrente da
falta de insulina ou, também, da incapacidade da insulina em exercer
adequadamente seus efeitos". O principal órgão responsável por esse controle
é o Pâncreas.
3.2.1. Pâncreas
O pâncreas está localizado atrás e discretamente abaixo do estômago.
Sua porção endócrina é representada pelas ilhotas de Langerhans as quais
são compostas pelas células a, b, d e F e seus produtos são, respectivamente,
glucagon, insulina, somatostatina e polipeptídeo pancreático (GARCIA, 2006).
Destes, os principais hormônios são a insulina e o glucagon, responsáveis pelo
29
principal controle da concentração de glicose plasmática. Quando este valor
está elevado (hiperglicemia), como após uma refeição, o pâncreas recebe
sinais para liberar insulina no sangue. Entre suas ações, a insulina facilita o
transporte de glicose para o interior das células, especialmente aquelas dos
músculos e do tecido conjuntivo, promove a glicogenólise e inibe a
gliconeogênese (GUYTON, 1992). O pâncreas secreta o glucagon quando a
concentração plasmática de glicose cai abaixo das concentrações normais
(hipoglicemia). Seus efeitos geralmente o opostos aos da insulina. O
glucagon promove o aumento da degradação do glicogênio hepático em
glicose (glicogenólise) e aumenta a gliconeogênese (GARCIA, 2006).
3.2.2. Insulina
A insulina é um hormônio polipeptídico sintetizado, formado por duas
cadeias de aminoácidos. Segundo Guyton (1988), a insulina é um hormônio
produzido pelas células beta das ilhotas de Langherans pertencentes ao
pâncreas. Bioquimicamente, trata-se de um hormônio polipeptídico constituído
de duas cadeias peptídicas, desempenhando papel fundamental no
metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas (MAUGHAN et al., 2000). Ao
promover a entrada de glicose para o interior das células alvo, a insulina
apresenta efeitos de manutenção sobre o controle glicêmico, aumento da
utilização de glicose como fonte energética e promoção do armazenamento de
glicogênio no fígado e nos músculos (GUYTON, 1988). No que se refere
especificamente ao controle glicêmico, a Sociedade Americana de Diabetes
indica os seguintes valores de referência para glicemia-jejum (mínimo 8 horas):
30
Fonte: American Diabetes Association, 2005
Para aferência desses dados, usa-se a coleta do sangue capilar (padrão
adotado normalmente pelos pacientes portadores de DM, chamada de auto
monitoramento glicêmico, cujos valores são 10 a 15% mais baixos que os no
plasma). É uma metodologia de baixo custo (realizada através de aparelhos
portáteis), bem reproduzível, tendo poucos fatores interferentes, como o
estresse, e exigindo do paciente apenas período mínimo de 8 horas sem
ingestão alimentar. Todavia, a glicemia fornece apenas o grau de controle no
momento da coleta do sangue (SARTORI, 2005). Alterações significativas
nestes valores podem ser entendidas como ausência ou excesso de insulina,
quebrando o estado de homeostasia orgânica (COSTA, 2005).
Devido à sua importância, pode-se perceber facilmente que a produção
deficiente de insulina, tal como acontece no diabético, irá causar diversos
malefícios ao organismo. Um deles é o elevado nível sangüíneo de glicose
(hiperglicemia), estado que pode levar à sobrecarga renal e até mesmo à
desidratação. Outro efeito observado é que as células passam a utilizar
quantidades significativas de lipídios e proteínas como fontes energéticas,
devido à ausência de glicose para exercer esta função, acarretando condições
de debilidade extrema como perda excessiva de massa corporal, deficiência de
crescimento orgânico e produção acentuada de corpos cetônicos no sangue, o
Classificação dos valores glicêmicos (mg/dl)
Normal
< 99
Pre-diabetes
101 a 125
Diabetes
> 126
31
que pode levar ao coma diabético (cetoacidose) (COSTA, 2006; GUYTON,
1988).
3.2.3. Tipos de Diabetes
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a enfermidade pode ser
dividida basicamente em três grupos de ocorrência:
diabetes mellitus tipo 1 (insulino-dependente): aparece como
resultado de uma destruição das células beta produtoras de insulina por
engano, o que ocorre quando o organismo as entende como corpos estranhos.
Isso é chamado de resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre
em outras doenças, como esclerose múltipla, Lúpus e doenças da tireóide.
diabetes mellitus tipo 2 (não insulino-dependente): Sabe-se que o
diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior que no tipo 1. Além disso,
uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Uma de suas
peculiaridades é a inabilidade do organismo responder adequadamente a ação
da insulina produzida pelo pâncreas. Por muitas razões suas células não
conseguem metabolizar glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma
anomalia chamada de "resistência insulínica". De início, a maior parte dos
pacientes do diabetes tipo II apresenta redução do efeito da insulina em seus
alvos (os tecidos muscular e adiposo): eles ainda a produzem, mas em
quantidade insuficiente para a demanda diária. Por isso, a maioria não precisa
ser tratada com insulina. Os níveis glicêmicos podem ser normalizados com
atividade física regular, controle do peso e medicação oral (que aumente a
sensibilidade dos tecidos à insulina ou à sua produção) (AITA, SOGAYAR e
ELIASCHEWITZ, 2004).
32
diabetes gestacional: O diabetes gestacional é a alteração das taxas
de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na
gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto.
Grande parte das pesquisas realizadas concentra seu estudos no
diabetes mellitus tipo 1 e 2. Para cada caso de diabetes tipo 1 estima-se de 8
a 10 casos do diabetes mellitus tipo 2.
3.2.4. Etiologia
A etiologia específica do diabetes tipo 2 ainda não está estabelecida
como no diabetes tipo 1, e sabe-se que a destruição auto-imune não acontece
(GROSS et al., 2002). O diabetes mellitus tipo 2, chamado previamente de não-
insulinodependente, vem de uma forte associação da predisposição genética
do indivíduo, seu estilo de vida, os fatores ambientais e fatores emocionais
(OLIVEIRA e MILECH, 2004).
Embora as causas do DM sejam obscuras, o que se sabe, com certeza,
é existirem alguns "gatilhos" que desencadeiam as crises. O principal desses
gatilhos é o estresse contínuo, estado em que as glândulas supra-renais
liberam doses elevadas de adrenalina. Este hormônio, além de acelerar o
coração, tem a capacidade de liberar no sangue a glicose estocada no fígado e
nos músculos. Esse processo se chama glicogenólise. Para compensar a
liberação aumentada de glicose produzida pela glicogenólise, o pâncreas se
esforça em produzir quantidades extras de insulina. Se esse esforço
pancreático não for suficiente para reduzir ao normal os níveis aumentados de
glicose pelo estresse ou, pior, se o pâncreas chegar a se esgotar, o resultado
é o surgimento ou agravamento do Diabetes. É também algo mais ou menos
semelhante ao que ocorre na obesidade. Quanto mais obeso e pesado, maior é
33
a quantidade de insulina necessária, levando o pâncreas à fadiga. Certas
infecções também funcionam como gatilho para o Diabetes, assim como os
casos de algumas mulheres grávidas (BALLONE, 2002).
3.2.5. Tratamentos
Os tratamentos dividem-se em duas vias principais, considerados
tratamentos medicamentosos e não medicamentosos. No caso dos tratamentos
medicamentosos, dois grupos principais de químicos o usados: a insulina,
que é essencial no tratamento de DM tipo 1, mas no caso do tipo 2 não é
necessária e os medicamentos hipoglicemiantes, responsáveis por gerar a
baixa da hiperglicemia presente no DM. Os tipos mais conhecidos são as
sulfoniluréias (que aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas), as
biguanidas (que aumentam a sensibilidade do organismo à insulina
produzida) e a acarbose (que torna mais lenta a absorção da glicose no
intestino, dando tempo ao organismo para manter a glicemia normal). Além
destes três tipos básicos, surgiram recentemente os sensibilizadores de
insulina de última geração, chamados thiazolidinedionas, cujo principal efeito
metabólico é o aumento da sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos,
principalmente no músculo esquelético, além de reduzirem também, em altas
doses, a produção hepática de glicose (HIRATA e HIRATA, 2006).
Referindo-se agora à abordagem não medicamentosa, algumas vias são
indicadas, a saber:
a) Educação alimentar: Adequar o paciente a alimentar-se de forma adequada e
com os alimentos adequados para que a sua glicemia permaneça estável;
b) Realização de atividade física: A indicação de exercícios físicos aeróbios e
anaeróbios, com duração, intensidade e freqüência adequadas, também traz
34
benefícios para o portador de DM, principalmente para o portador de DM tipo 2.
O cuidado com o excesso de atividade deve existir para que não se gere a
hipoglicemia (COSTA, 2005). Pesquisas surgem para comprovar o valor da
atividade física para o indivíduo diabético. Conforme em um grupo composto de
doze indivíduos diabéticos tipo 2, um indivíduo com o tipo 1 e um com diabetes
secundário, após atividades físicas durante um período de três meses, os
valores da hemoglobina glicosada daqueles que persistiram no treinamento
diminuíram drasticamente (DIAS et al., 2007). Em outro estudo foi constatado
que a glicemia de jejum isolada após o treinamento físico baixou. Isso poderia
ser justificado pelo efeito benéfico do exercício, tal como a melhora da
captação de glicose que se encontra aumentada durante o exercício físico,
mesmo com baixos níveis insulinêmicos. A pesquisa conclui que um programa
de exercício físico regular, de intensidade moderada, auxilia no controle
glicêmico do indivíduo com DM2, tratado ou o com insulina, sendo que seu
efeito já é observado em uma sessão de exercício (SILVA e LIMA, 2002).
c) Tratamentos Complementares: Fazem parte desse grupo a indicação dos
chamados tratamentos adjuvantes, muitas vezes tidos como
acompanhamentos alternativos. São recomendados para uso em conjunto com
os outros tratamentos, ou seja, não excluem as outras intervenções. Segundo
Kostic e Secen (2000), pesquisas usando treinamento autógeno de Shultz têm
mostrado eficiência no controle da glicemia de pacientes diabéticos tipo 2,
ajudando a reduzir o nível de glicemia de maneira significante. Outro
tratamento complementar indicado são aulas de gerenciamento de stress que
tem ajudado a prevenir e controlar doenças como o diabetes (NODA e
HAMADA, 2000). Nessa mesma linha de pensamento, a Federação
35
Americana de Diabetes (2005) indica algumas intervenções que também
podem ajudar o paciente diabético, dentre elas, exercícios de respiração,
terapias de relaxamento progressivo (Shultz e Jacobson) até mesmo substituir
maus pensamentos por bons pensamentos. De uma maneira um pouco mais
específica, estudos mostraram que uma técnica em particular, o biofeedback,
pode ser capaz de ajudar os pacientes com diabetes tipo 2 a manterem os
níveis de glicose sob controle. No biofeedback, um terapeuta pede ao paciente
para que ele relaxe. Enquanto isso, sensores aplicados à pele fornecem
informações a um monitor de computador sobre as alterações das funções
biológicas como a circulação, a temperatura da pele ou a tensão muscular.
Receber esse "feedback" reforça a capacidade inata do paciente de diminuir a
pulsação ou reduzir a tensão muscular, o que possui um efeito de relaxamento
(GOWER, 2007). No campo das chamadas terapias alternativas,
pesquisadores indicaram até mesmo o uso do Reike no cuidado com pacientes
diabéticos, constatando que o uso de tal intervenção ajuda a reduzir o
sofrimento dos pacientes e que, em associação a cuidados usuais de saúde, o
Reike poderia trazer benefícios terapêuticos diretos para o paciente
(GILLESPIE et al., 2007). Já em outro estudo, os autores apontam que o
potencial das terapias baseadas em energia é ótimo. Indica que tais terapias
têm poucos efeitos colaterais conhecidos e muitos efeitos benéficos possíveis,
como diminuir o nível de glicose no sangue e de sofrimento dos pacientes.
Entre essas terapias são citadas massagem corporal, acunpressura,
acupuntura, uso das cores, toque de cura, terapia magnética, ressonância de
microondas e Reiki, indicando que todas elas trabalhando equilibrando o fluxo
energético do corpo e promovem relaxamento (GUTHRIE e GAMBLE, 2001).
36
Até mesmo recursos como hipnose tem sido usados com pacientes diabéticos.
Em uma pesquisa foi demonstrado o uso da hipnose com adolescentes para
melhorar a aderência deles ao tratamento para diabetes. O estudo mostrou em
um acompanhamento de seis meses que seis dos sete sujeitos aderiram e
tiveram uma incrível melhora na taxa de glicose no sangue (de 476 para 148)
(RATNER et al., 1990).
Muitas dessas intervenções visam propiciar aos pacientes bem estar e
felicidade, proporcionados através de situações nas quais os portadores de
DM, seja tipo 1 ou 2, vivenciem situações prazerosas. Temática explanada logo
a seguir.
3.3. Saúde e Bem Estar
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como estado de
completo bem-estar físico, mental e social. Tal definição recebe várias criticas
de diversos profissionais da saúde, que buscam otimizar o conceito e diminuir a
idéia de que só existe saúde quando a totalidade dos critérios acima são
atendidos. É mais aceita a idéia de associação entre estar saudável e sentir-se
bem (JUNIOR, 2004).
Também não é de senso comum a definição de bem estar. Como
definido pelo dicionário Webster, bem estar é o estado de sentir-se bem, de
felicidade, virtude essencial para o homem social. Em linhas mais aprimoradas,
Giacomoni (2004) afirma que bem-estar é uma área da psicologia que tem
crescido muito ultimamente, cobrindo estudos que têm utilizado as mais
diversas nomeações, tais como: felicidade, satisfação, estado de espírito e
afeto positivo. Mais especificamente, este construto diz respeito a como e por
37
que as pessoas experienciam suas vidas positivamente. Também é
considerada a avaliação subjetiva da qualidade de vida. Seguindo essa linha,
de maneira mais elucidativa, Junior (2004) dá dois significados para bem estar:
o primeiro pode ser a noção subjetiva de sentir-se bem, não ter queixas, não
apresentar sofrimento somático ou psíquico, nem ter consciência de qualquer
lesão estrutural ou de prejuízo do desempenho pessoal ou social (inclusive
familiar e laboral). Aí, bem-estar significa sentir-se bem e não apenas não se
sentir mal. Mas bem-estar também significa condição de satisfação das
necessidades (conscientes ou inconscientes, naturais ou psicossociais). Nos
seres humanos, implica na satisfação das necessidades biológicas, o bem-
estar físico; das necessidades psicológicas, o bem-estar mental; e das
necessidades sociais, o bem-estar social. E não apenas satisfeitas todas essas
necessidades, mas perfeitamente (ou completamente) atendidas.
De certa maneira os estudiosos da área relacionam bem estar ao estado
de felicidade e satisfação. Uma das maneiras de tal estado ser alcançado seria
através da vivência de sensações prazerosas e diminuição de estados
dolorosos (como stress), capazes de alterar o organismo de maneira saudável,
gerando bem estar, como várias pesquisas que estão sendo realizadas
atualmente tentam demonstrar. Em uma dessas pesquisas foi demonstrado
que emoções positivas diminuem os efeitos do stress e da resposta luta-luta,
diminuindo os efeitos do stress sobre o sistema imune que passa a funcionar
melhor, gerando saúde (POST, 2005). Outra pesquisa interessante sobre
sensações prazerosas e aversivas, demonstrou que os estímulos prazerosos
estimulam áreas cerebrais diferentes dos estímulos aversivos, definindo que
existem duas áreas distintas no cérebro: uma referente a recebimento de
38
estímulos prazerosos (sistema de recompensa) e outra referente a estímulos
aversivos (sistema de punição) (DAGHER et al., 2001).
Com os avanços tecnológicos, as pesquisas referentes a sensações de
bem estar, prazer e estado saudável têm ganhado respaldo em explicações do
funcionamento cerebral e seus sistemas, como indicado, por exemplo, por
Watanuki e Kim (2005), que desenvolveram um estudo sobre respostas
fisiológicas induzidas por estímulos prazerosos. Eles estudaram várias
respostas do Sistema Nervoso Central, do Sistema Nervoso Autonômico, do
Sistema Imune e do Sistema Endócrino, quando estímulos prazerosos como
odores, figuras emotivas e uma história cômica típica do Japão foi apresentada
aos sujeitos. Os resultados revelaram que a atividade do córtex frontal
esquerdo aumentou com o odor agradável e um aumento da secreção de
imunoglobulina-A e uma diminuição do cortisol na saliva foram induzidos por
prazeres emocionais verbais vivenciados. Os diferentes sistemas envolvidos na
indução de emoções prazerosas são evocados por auto-estimulação do SNC e
particularmente pelo sistema de recompensa. Interessante também que a
amígdalas, próxima do sistema de recompensa, age como integradora das
emoções prazerosas. Parece que uma das principais ações de estados
prazerosos refere-se à auto-regulação e estimulação do sistema imune. Isso
pode ser constatado em um estudo sobre a concentração de IgA na saliva após
os sujeitos assistirem um vídeo de humor. O resultado indicou um aumento na
concentração de IgA na saliva dos sujeitos que se divertiram ao assistir o filme.
Em outro estudo, verificou-se que o otimismo estava relacionado a melhores
estados saudáveis, a alto número de células T-helpers e a alta de lulas NK.
Foi constatado também, que sentimentos mais pessimistas geram uma menor
39
ativação do sistema imune. Para isso ser verificado, os participantes da
pesquisa foram inoculados com o vírus influenza e foi acompanhada a resposta
imune desses pacientes. Aquelas com sentimentos mais negativos tiveram
uma menor ativação do sistema imune do que aqueles com atitudes positivas
(BARAK, 2006).
Mas não o sistema imune parece ser ativado como resposta a
vivências emocionais positivas. Em outra pesquisa foi constatada uma alta
associação entre alta felicidade e baixa pressão sistólica, fator esse,
independente dos sujeitos fumarem, serem obesos ou da posição sócio
econômica. Em resumo, a pesquisa conclui que afetos positivos estão
relacionados ao bom funcionamento de diversos sistemas biológicos. Emoções
e sentimentos positivos estão associados com altos níveis do funcionamento
do centro serotonérgico, enquanto a deficiência da função seratonérgica está
associada a alto índice de massa corporal, resistência a insulina e pressão
sangüínea. Respostas neuroendocrinas e imunes também são examinadas
como possíveis mediadoras nos efeitos da saúde aos afetos positivos
(STEPTOE e WARDLE, 2005). Estudos realizados com imageamento cerebral
(PET e fMR) têm demonstrado uma íntima ligação entre áreas como o núcleo
acumbente, a amígdala, o hipocampo e o córtex p-frontal, todas envolvidas
nos processos de recompensa e experiências prazerosas (PETERSON, 2005).
Num sentindo evolucionário, as emoções positivas podem oferecer
vantagens biológicas, como indicado por Danner, Snowdon e Friesen (2001),
que encontraram em seus estudos uma grande correlação entre emoções
positivas e longevidade. Os medidores mais comuns utilizados nessas
pesquisas referiam-se a mapeamento cerebral (PET Scan e fMR), nível de
40
cortisol e de imunoglobulinas no sangue, na saliva e na urina assim como
indicadores subjetivos como questionários, entrevistas e escalas, entre elas a
escala VAS (Visual Analog Scale), usada para determinar mudanças no índice
de bem estar e mal estar após as intervenções.
Nesse sentido, a influência de sensações de bem estar relacionadas ao
prazer e emoções positivas parece ser benéfica para a saúde, seja ajudando
no combate ao stress, seja otimizando o funcionamento do sistema imune
(diretamente ou por diminuição dos efeitos negativos do stress), ou ainda por
estimulação de outros sistemas cerebrais. Outro estudo, corroborando com
essas idéias, mostra a influência positiva da Ocitocina (substância associada a
vivências prazerosas) sobre o organismo, seja atuando como hormônio anti-
stress, seja estimulando crescimento celular saudável, ou até mesmo
estimulando a indução de hormônios gastrintestinais como a insulina. O
interessante nesse estudo é a indicação de que a estimulação da ação de tal
substância possa ser condicionada a estados psicológicos e de imaginação,
indicando os benefícios reais de terapias como hipnose ou meditação
(UVNA¨S-MOBERG, 1998).
41
4. MÉTODO
4.1. Características do Estudo
O estudo caracterizou-se como uma pesquisa clínica, que visou
investigar o efeito da vivência de situações consideradas agradáveis (do ponto
de vista do sujeito) através da hipnose em pessoas com diabetes mellitus tipo
II. As vivências foram consideradas válidas desde que estivessem de acordo
com o Código Civil vigente no país no momento da pesquisa, seguindo crivo
pessoal do pesquisador, a fim de promover qualidade legal e ética para o
trabalho (vivências que contivessem conteúdo considerado pela lei como crime
seriam desconsideradas. Ex: Torturador da ditadura relata como vivência
prazerosa torturar um preso político).
O estudo foi conduzido de acordo com os instrumentos e sujeitos
discriminados a seguir, a avaliação dos resultados foi feita de acordo com a
análise quantitativa e qualitativa.
4.2. Sujeitos
Participaram da pesquisa dezoito sujeitos diagnosticados como
portadores de diabetes mellitus tipo 2, que não estão em tratamento com
insulina. Foram indicados por médicos endocrinologistas da cidade de
Campinas e por divulgação realizada através da internet.
42
Critérios de inclusão:
1. Ter de 18 a 65 anos;
2. Ter diagnóstico clínico de diabetes mellitus tipo 2;
3. Não estar em tratamento com insulina;
4. Escolaridade mínima de 04 anos;
5. Que apresentassem condições cognitivas de compreensão e assinem o termo
de consentimento.
Critérios de exclusão:
1. Pacientes com diagnóstico psiquiátrico delineados;
2. Pacientes que por ventura fizessem uso abusivo de drogas ou álcool;
3. Pacientes portadores de diabetes gestacional.
4.3. Instrumentos e Materiais
Os pacientes que preencheram os critérios de inclusão propostos, após
assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram submetidos
aos seguintes instrumentos, descritos a seguir:
a. Entrevista semidirigida 1, para levantamento dos dados de caracterização da
amostra (anexo 2);
b. Entrevista semidirigida 2, para levantamento de situações consideradas
agradáveis aos sujeitos (anexo 3);
43
c. Uso da escala VAS (Visual Analog Scale) escala de cores, para avaliar
sensação de bem estar, antes e depois da sessão de hipnose (anexo 4);
d. Dosagem do nível de glicemia do paciente antes e depois da sessão de
hipnose, através do uso do medidor de glicemia Accu-Chek
®
Active,
desenvolvido pela empresa Roche (Dados técnicos no anexo 5);
e. Aplicação do protocolo de Indução para vivências de situações agradáveis em
hipnose (anexo 6);
f. Entrevista semidirigida 3, para investigar aspectos relacionados à percepção do
paciente em relação à experiência vivenciada (anexo 7);
g. Uso de um mini-gravador digital San Disk 8 GB, usado para gravar a entrevista
semidirigida 3;
h. Uso de um colchão e um travesseiro para que o paciente pudesse receber a
indução.
4.4. Coleta de Dados
O local da coleta de dados foi no consultório particular do pesquisador, o
que garantiu a privacidade de cada um dos sujeitos. O local também
apresentou as condições necessárias de equipamentos para o trabalho
(colchão, gravador digital, medidor de glicemia Accu-Chek
®
Active). A escolha
do local foi determinante para que não houvesse interrupção nas sessões ou a
entrada não programada de outras pessoas. O consultório situa-se na cidade
de Campinas, no estado de São Paulo SP.
44
4.5. Procedimentos
4.5.1. Seleção da Amostra: os sujeitos foram contatados inicialmente via
telefone, tendo sido convidados a participarem de forma voluntária e gratuita.
Todos foram informados a respeito do conteúdo da pesquisa e da duração do
encontro.
4.5.2. Duração e Seqüência de Aplicação dos Instrumentos: os sujeitos
passaram pelo processo em consultório de psicologia particular e foram
divididos em dois grupos:
Grupo controle: composto por oito sujeitos submetidos a uma sessão com
duração de aproximadamente uma hora. Todos chegaram ao consultório sob a
orientação de estarem em jejum por um período de pelo menos oito horas.
Foram sessões que ocorreram ao longo de uma semana, com horários
de inicio variando entre 6h30min da manhã a 8h00 da manhã. Após a coleta
desses dados, o grupo recebeu o mesmo tratamento que o grupo intervenção,
mas esses dados não fazem parte da pesquisa.
Os seguintes passos (na ordem apresentada) foram adotados em relação à
coleta dos dados junto aos sujeitos:
a. Os sujeitos, ao chegarem ao consultório em horário pré-agendado,
foram recebidos exclusivamente pelo pesquisador;
b. Após um breve esclarecimento a respeito do trabalho a ser realizado, o
pesquisador pediu ao sujeito para ler, compreender e assinar o termo de
compromisso;
45
c. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;
d. O pesquisador aplicou a entrevista semidirigida 1, para levantamento
dos dados de caracterização do sujeito e a entrevista semidirigida 2,
para levantar as situações consideradas agradáveis e que foram usados
no protocolo de indução hipnótica.
e. Cada sujeito indicou uma cor do instrumento VAS fazendo referência a
qual estado de humor estaria sentido naquele momento;
f. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;
g. A seguir foi pedido ao paciente que fechasse os olhos e se deitasse no
colchão em silêncio.
h. Após 20 minutos foi novamente coletada outra dosagem de glicemia;
i. Decorridos mais 20 minutos, foi pedido para o sujeito abrir os olhos;
j. Novamente foi pedido que o sujeito indicasse uma cor do instrumento
VAS, referindo-se qual estado de humor sentia naquele momento;
k. Outra dosagem de glicemia foi coletada;
l. Foi aplicada a entrevista semidirigida mero 3, para levantamento das
percepções do sujeito em relação à experiência vivenciada;
m. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;
n. Encerramento do processo com retificação sobre devolutiva da
pesquisa;
o. Oferecimento de lanche após todo o processo.
Grupo Intervenção: composto por dez sujeitos submetidos a três sessões com
duração de aproximadamente uma hora. Chegaram ao consultório sob a
orientação de estarem em jejum por um período de pelo menos oito horas.
46
Foram sessões que ocorreram ao longo de seis semanas (cada sujeito
vinha uma vez por semana, com horários de inicio variando entre 6h30min da
manhã a 8h00 da manhã.
Sessão 1:
Os seguintes passos (na ordem apresentada) foram adotados em relação à
coleta dos dados junto a esses sujeitos:
a. Os sujeitos, ao chegarem ao consultório em horário pré-agendado,
foram recebidos exclusivamente pelo pesquisador;
b. Após um breve esclarecimento a respeito do trabalho a ser realizado, o
pesquisador pediu ao sujeito para ler, compreender e assinar o termo de
compromisso;
c. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;
d. O pesquisador aplicou a entrevista semidirigida 1, para levantamento
dos dados de caracterização do sujeito e a entrevista semidirigida 2,
para levantar as situações consideradas agradáveis e que foram usadas
no protocolo de indução hipnótica.
e. O sujeito indicou uma cor do instrumento VAS fazendo referência ao
estado de humor que sentia naquele momento;
f. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;
g. A seguir foi pedido ao paciente que fechasse os olhos e se deitasse no
colchão em silêncio.
h. Inicio do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados levantado
no item d; importante ressaltar que tal protocolo foi sendo adaptado à
realidade do paciente, segundo observações do pesquisador, seguindo
uma abordagem ericksoniana)
47
i. Após indução da parte 1 do processo (relaxamento) foi novamente
coletado a dosagem de glicemia do paciente;
j. Continuação do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados
levantados no item d (parte 2 de indução);
k. Encerramento da indução;
l. O sujeito novamente indicou uma cor do instrumento VAS, referindo-se
ao estado de humor sentido naquele momento;
m. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;
n. Foi aplicada a entrevista semidirigida número 3, para levantamento das
percepções do sujeito em relação à experiência vivenciada;
o. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;
p. Encerramento do processo com retificação sobre devolutiva da
pesquisa;
q. Oferecimento de lanche após todo o processo.
Sessões 2 e 3:
Os seguintes passos (na ordem apresentada) foram adotados em relação à
coleta dos dados junto a cada sujeito:
a. Os sujeitos, ao chegarem no consultório em horário pré-agendado, foram
recebidos exclusivamente pelo pesquisador;
b. O sujeito indicou uma cor do instrumento VAS fazendo referência ao estado
de humor que sentia naquele momento;
c. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;
d. Foi pedido a cada paciente que indicasse se queria alterar ou adicionar
alguma outra situação agradável para ser vivenciada.
48
e. Foi pedido ao paciente que fechasse os olhos e e se deitasse no colchão
em.
f. Início do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados levantados
anteriormente importante ressaltar que tal protocolo foi sendo adaptado à
realidade do paciente, segundo observações do pesquisador, seguindo uma
abordagem ericksoniana)
g. Após indução da parte 1 do processo (relaxamento) foi novamente coletada
a dosagem de glicemia do paciente;
h. Continuação do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados
levantados (parte 2 de indução);
i. Encerramento da indução;
j. O sujeito novamente indicou uma cor do instrumento VAS referindo-se ao
estado de humor sentido naquele momento;
k. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;
l. Foi aplicada a entrevista semidirigida número 3, para levantamento das
percepções do sujeito em relação à experiência vivenciada;
m. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;
n. encerramento do processo com retificação sobre devolutiva da pesquisa;
o. Oferecimento de lanche após todo o processo.
4.5.3 - Tratamento dos Dados:
Com os dados coletados, foram feitas análises qualitativas e
quantitativas de forma descritiva e comparativa, em seguida, procedeu-se à
divisão dos dados em 5 variáveis analisadas estaticamente. Os dados
49
qualitativos, em sua maioria, foram tratados por método comparativo. Os
resultados também foram apresentados através de tabelas e gráficos.
4.6. Cuidados Éticos
A seguir, serão discriminados os cuidados éticos que foram devidamente
observados durante o desenvolvimento deste trabalho:
4.6.1 - O projeto “Situações agradáveis vivenciadas em hipnose e
diabetes mellitus tipo II, foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O referido comitê
foi positivo permitindo ao pesquisador dar continuidade a pesquisa;
4.6.2 - O pesquisador assinou o Termo de Compromisso do
pesquisador, comprometendo-se a: atender os deveres institucionais básicos
da honestidade, sinceridade, competência e da discrição; pesquisar adequada
e independentemente, além de buscar, aprimorar e promover o respeito à sua
profissão; não fazer pesquisa que possa causar riscos não justificados às
pessoas envolvidas; não violar as normas do consentimento informado;
comunicar ao possível sujeito todas as informações necessárias para um
adequado consentimento informado; propiciar ao sujeito plena oportunidade e
encorajamento para fazer perguntas; excluir a possibilidade de engano
injustificado, influência indevida e intimidação e obter de cada possível sujeito
um documento assinado como evidência do consentimento informado;
4.6.3 - Foi utilizado o termo de Consentimento Livre e Esclarecido para
informar aos sujeitos da pesquisa a respeito das garantias de acesso a
50
qualquer tempo às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios
relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
4.6.4 - O sujeito terá acesso ao pesquisador a qualquer momento via
telefone e/ou e-mail impressos no Consentimento Livre e Esclarecido cuja
cópia ficará em seu poder.
4.6.5 - O sujeito terá liberdade de retirar seu consentimento a qualquer
momento e de deixar de participar do estudo, sem que isso traga prejuízo à
continuidade da assistência.
4.6.6 - O sujeito terá a salvaguarda da confidencialidade, sigilo e
privacidade.
4.6.7 - Será de conhecimento do sujeito, através do Termo de
Consentimento, que os resultados da Pesquisa serão utilizados como parte dos
requisitos para que o pesquisador obtenha o título de mestre em Psicologia; e
para futura publicação. Não haverá, no entanto, a identificação dos sujeitos,
sendo apenas mencionados os dados e local onde a pesquisa está sendo
realizada.
4.6.8 - O pesquisador poderá sugerir ao sujeito que não continue o
processo caso perceba que o mesmo não se sente à vontade ou constrangido,
neste caso, em comum acordo, poderá encaminhar o sujeito.
4.6.9 - Sempre que houver um diagnóstico médico ou uma suspeita de
indicação médica o sujeito será orientado para que procure um médico e faça
o tratamento indicado.
4.6.10 - Os sujeitos serão informados que após a conclusão da
pesquisa, serão contatados para devolutiva em grupo, para que seja feita uma
explanação geral dos resultados e conclusões do estudo.
51
5. RESULTADOS
Os resultados apresentados referem-se a cinco variáveis que serão
apresentadas separadamente para posterior análise na discussão dos
resultados. São variáveis de cunho qualitativo e quantitativo tratadas por
método comparativo entre os dois grupos da pesquisa . Os dados qualitativos
foram tratados por análise de conteúdo (BARDIN, 1977) usando análise
categorial temática, ou seja, foram criadas categorias baseadas nas
informações coletadas nas entrevistas 1 e 2 em anexo e os dados, separados
nessas categorias, que foram posteriormente quantificadas. Os dados
quantitativos foram expressos de maneira estatística descritiva.
As variáveis verificadas na pesquisa são:
1. Dados cio-demográficos: Dados coletados através de entrevista dirigida
(anexo 2), contendo questionamentos sobre idade, estado civil, nacionalidade,
sexo, número de filhos, ocupação, escolaridade, religião, tempo de diagnóstico,
tempo em tratamento, outras doenças, tipo de medicamento, exercícios físicos
e dieta alimentar;
2. Vivências agradáveis: vivências citadas pelos sujeitos da pesquisa como
agradáveis de serem vivenciadas em transe. Tais vivências foram divididas em
dez categorias: presentes importantes, conquistas, relacionamentos afetuosos,
viagens, sensações prazerosas, nascimentos, conhecer cônjuge, lugares
agradáveis, experiências religiosas e aprendizagens;
3. Níveis de Glicemia: Referem-se aos níveis de glicemia (anexo 5) coletados
durante a pesquisa. As medições foram realizadas antes, durante e após em
dois momentos: imediatamente após e dez minutos após a intervenção;
52
4. Sensação de bem estar: refere-se às sensações de bem estar descritas pelo
sujeito antes e após a intervenção. São cinco cores possíveis de escolha (que
foram apresentadas em uma escala visual aos sujeitos anexo 4): Branco (1),
Azul (2), Amarelo (3), Laranja (4) e Vermelho (5). A cor amarela é a cor
mediana da escala, e representa o estado normal. As cores anteriores
representam as sensações “mal” (azul) e “muito mal” (branco) e as cores
posteriores representam as sensações “bem” (laranja) e “muito bem”
(vermelha);
5. Impressões sobre a intervenção: Referem-se aos dados coletados na
entrevista semi-dirigida 3 (anexo 7). As respostas fechadas são apresentadas
quantitativamente, enquanto as respostas abertas foram também agrupadas
em categorias de acordo com o conteúdo das respostas.
Como a intenção da intervenção com o grupo controle foi ter apenas um
padrão de comparação no tocante ao nível de glicemia e bem estar, as
variáveis medidas foram: dados sócio-demográficos, nível de glicemia e
sensação de bem estar, que serão apresentadas e, posteriormente, analisadas.
53
5.1. Dados sócio-demográficos
FAIXA ETÁRIA:
Grupo Intervenção
No que se refere aos dados de faixa etária, a média de idade desse
grupo é de 52 anos: 30% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade, 30%
tem entre 45 e 56 anos de idade e 40% dos sujeitos têm acima de 56 anos de
idade.
Grupo Controle
30%
30%
40%
Gráfico 1A. Faixa Etária - Grupo
Intervenção
Abaixo de 45
De 45 a 56
Acima de 56
25%
37%
38%
Gráfico 2A. Faixa Etária - Grupo Controle
Abaixo de 45
De 46 a 56
Acima de 56
54
No que se refere aos dados de faixa etária, a média de idade desse
grupo é de 51 anos: 25% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade, 37%
tem entre 45 e 56 anos de idade e 38% dos sujeitos têm acima de 56 anos de
idade.
Dois grupos
No que se refere aos dados de faixa etária, a média de idade desse
grupo é de 52 anos: 28% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade, 33%
tem entre 45 e 56 anos de idade e 39% dos sujeitos têm acima de 56 anos de
idade.
SEXO:
Grupo Intervenção
28%
33%
39%
Gráfico 3A. Faixa Etária - Dois Grupos
Abaixo de 45
De 45 a 56
Acima de 56
80%
20%
Gráfico 4A. Sexo - Grupo Intervenção
Mulheres
Homens
55
No grupo de intervenção, de dez sujeitos, 80% são mulheres e 20% são
homens.
Grupo Controle
No grupo controle, de oito sujeitos, 87% são mulheres e 13% são
homens.
Dois grupos
Na combinação dos dois grupos, de dezoito sujeitos, 83% são mulheres
e 17% são homens.
ESTADO CIVIL:
87%
13%
Gráfico 5A. Sexo - Grupo Controle
Mulheres
Homens
83%
17%
Gráfico 6A. Sexo - Dois Grupos
Mulheres
Homens
56
Grupo Intervenção
Neste grupo, pode ser observado que 80% dos sujeitos são casados,
10% é solteira e 10% é viúva.
Grupo Controle
Já no grupo controle, toda a amostra (100%) é casada.
Dois grupos
80%
10%
10%
Gráfico 7A. Estado Civil - Grupo Intervenção
Casados
Soletiro
Viúvo
100%
Gráfico 8A. Estado Civil - Grupo Controle
89%
5%
6%
Gráfico 9A. Estado Civil - Dois Grupos
Casados
Soletiro
Viúvo
57
Neste grupo, pode ser observado que 89% dos sujeitos são casados,
5% é solteira e 6% é viúva.
OCUPAÇÃO:
Como a amostra é pequena em ambos os grupos, a ocorrência por
ocupação foi bem diversificada, razão pela qual cada uma será apresentada
em seu respectivo grupo. Grupo Intervenção
Essa amostra indica as seguintes ocupações: aposentada, psicóloga,
professora, funcionária pública, responsável por limpeza, agrônomo, dona de
Casa, engenheiro, dentista. Cabe ressaltar que a ocupação “aposentada” é
indicada duas vezes.
Grupo Controle
Esta amostra indica as seguintes ocupações: aposentada, professora,
advogada, dona de casa, enfermeira, mecânico. Cabe ressaltar que as
ocupações “aposentada” e “dona de casa” são indicadas duas vezes.
ESCOLARIDADE:
Grupo Intervenção
20%
10%
70%
Gráfico 10A. Escolaridade - Grupo Intervenção
Até 4 série
Até 8 série
Até 2 grau
3 grau incompleto
3 grau completo
58
Como pode ser observado no gráfico acima, a maior parte da amostra
(70%) tem nível universitário: 20% estudou até a quarta série, enquanto 10%
cursou até a oitava série do ensino fundamental. A amostra não apresentou
sujeitos com formação até o ensino dio ou que não completaram o terceiro
grau.
Grupo Controle
Como pode ser observado no gráfico acima, a maior parte da amostra
(50%), assim como no grupo intervenção, tem nível universitário: 12% dos
sujeitos estudaram até a oitava série, enquanto 25% cursou até o ensino médio
e 13% possui o terceiro grau incompleto. De acordo com essas observações,
nota-se que todos os sujeitos da amostra têm formação escolar acima da
quarta série.
Dois grupos
12%
25%
13%
50%
Gráfico 11A. Escolaridade - Grupo Controle
Até 4 série
Até 8 série
Até 2 grau
3 grau incompleto
3 grau completo
59
Como poder ser observado no gráfico acima, a maior parte da amostra
(61%) tem nível universitário: 11% dos sujeitos estudaram até a quarta série,
enquanto 11% estudou aa oitava série e outros 11% cursou até o segundo
grau; 6% possuem o terceiro grau incompleto.
RELIGIÃO:
Como será notado nos gráficos a seguir, cinco categorias fizeram-se
presentes nesse conjunto de dados: católica, espírita, espiritualista, nenhuma e
católica/espiritualista. Este último grupo refere-se aos sujeitos da amostra que
se dizem católicos, mas também, espiritualistas. Durante as entrevistas, os
sujeitos não tiveram suas escolhas restritas apenas às opções citadas acima.
Outras religiões não foram citadas, pois não faziam parte da crença dos
sujeitos presentes na amostra.
Grupo Intervenção
11%
11%
11%
6%
61%
Gráfico 12A. Escolaridade - Dois Grupos
Até 4 série
Até 8 série
A2 grau
3 grau incompleto
3 grau completo
60
No gráfico acima pode ser observado que 40% dos sujeitos são
católicos, enquanto 20% é espiritualista. As escolhas apresentadas acima
também foram combinadas e se fizeram presentes na opinião de 20% dos
sujeitos que indicaram ser católicos e espiritualistas ao mesmo tempo. Do
restante da amostra, 10% disseram ser espíritas e os outros 10% não tinham
religião. Como pode ser observado no gráfico abaixo, dos que dizem ter
religião, existe uma alternância em relação à prática:
40%
10%
20%
20%
10%
Gráfico 13A. Religião - Grupo Intervenção
Católica
Espirita
Espiritualista
Católica/Espiritualista
Não tem
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Católica
Espirita
Espiritualista
Católica
Espiritualista
Pratica
75%
50%
50%
Não Pratica
25%
100%
50%
50%
Gráfico 14A. Religião - Praticantes
Grupo Intervenção
61
Dentre os católicos, 75% são praticantes; dentre os espíritas, todos os
sujeitos da amostra que disseram ter essa religião não a praticam, enquanto
dos outros dois grupos, metade (50%) praticam e metade o praticam a
religião proferida.
Grupo Controle
No gráfico acima pode ser observado que 37% dos sujeitos são
católicos. A definição espiritualista surge compondo a escolha de 25% da
amostra. Outros 25% indicaram ser espíritas, enquanto 13% afirmou não ter
religião. Como pode ser observado no gráfico abaixo, dos que disseram ter
religião, existe uma alternância em relação à prática:
37%
25%
25%
13%
Gráfico 15A. Religião - Grupo Controle
Católica
Espirita
Espiritualista
Não tem
0%
20%
40%
60%
80%
Católica
Espirita
Espiritualista
Pratica
67%
50%
50%
Não Pratica
33%
50%
50%
Gráfico 16A. Religião - Praticantes
Grupo Controle
62
Dos católicos, 67% são praticantes, enquanto dos outros dois grupos
metade (50%) praticam e metade não praticam a religião proferida.
Dois Grupos
No gráfico acima pode ser observado que 39% dos sujeitos apontam a
religião católica como escolha. A definição espiritualista surge compondo a
escolha de 22% dos sujeitos. Ambas as escolhas também foram combinadas e
se fizeram presentes na opinião de 11% dos sujeitos que indicaram ser
católicos e espiritualistas ao mesmo tempo. Do restante da amostra, 17%
afirmou ser espírita e os outros 11% disseram não ter religião. Como pode ser
observado no gráfico abaixo, dos que disseram ter religião, existe uma
alternância em relação à prática:
39%
17%
22%
11%
11%
Gráfico 17A. Religião - Dois Grupos
Católica
Espirita
Espiritualista
Católica/Espiritualista
Não tem
0%
20%
40%
60%
80%
Católica
Espirita
Espiritualista
Católica
Espiritualista
Pratica
71%
67%
25%
50%
Não Pratica
29%
33%
75%
50%
Gráfico 18A. Religião - Praticantes
Dois Grupos
63
Dos católicos, 71% são praticantes. Dos espíritas, 67% praticam sua
religião, enquanto apenas 25% dos que se consideram espiritualistas disseram
praticar a religião. no grupo dos católicos e espiritualistas, 50% dos sujeitos
disseram praticar a religião proferida.
IDADE DE DIAGNÓSTICO:
Os dados coletados em relação ao tempo de diagnóstico do diabetes
foram usados para calcular a idade na qual o paciente foi diagnosticado como
portador de diabetes mellitus tipo 2. Para isso, subtraiu-se da idade atual do
paciente o tempo (em anos) de diagnóstico da doença.
Grupo Intervenção
Os dados acima mostram que 10% dos sujeitos tinham menos de 30
anos quando foram diagnosticados como portadores de diabetes mellitus tipo
2. Outros 10% dos sujeitos foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39
anos. A maior porcentagem da amostra (50%) foi de sujeitos que tinham de 40
a 49 anos quando foram diagnosticados. Os 30% restantes fazem parte dos
sujeitos que foram diagnosticados quando tinham acima de 49 anos de idade.
Além disso, os sujeitos desse grupo tinham uma idade média de 43 (+ 10) anos
10%
10%
50%
30%
Gráfico 19A. Idade do diagnóstico - Grupo
Intervenção
abaixo de 30
De 30 à 39
De 40 à 49
acima de 49
64
quando receberam o diagnóstico e o grupo apresentou uma maior ocorrência
da idade de 41 anos.
Grupo Controle
no grupo controle, nenhum dos sujeitos da amostra possuía menos
de 30 anos quando foi diagnosticado como portador de diabetes mellitus tipo 2.
37% dos sujeitos foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39 anos. A
maior porcentagem da amostra (38%) foi de sujeitos que tinham de 40 a 49
anos quando foram diagnosticados. Os 25% restantes fazem parte dos sujeitos
que foram diagnosticados quando tinham acima de 49 anos de idade. Além
disso, os sujeitos desse grupo tinham uma idade média de 43 (+ 7) anos
quando receberam o diagnóstico e o grupo apresentou uma ocorrência similar
para todas as idades, o que inviabilizou o cálculo desse dado estatístico para a
amostra desse grupo da idade de 41 anos.
37%
38%
25%
Gráfico 20A. Idade do diagnóstico - Grupo
Controle
abaixo de 30
De 30 à 39
De 40 à 49
acima de 49
65
Dois Grupos
Os dados acima mostram que 6% dos sujeitos tinham menos de 30 anos
quando foram diagnosticados como portadores de diabetes mellitus tipo 2.
22% dos sujeitos foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39 anos. A
maior porcentagem da amostra (44%) foi de sujeitos que tinham de 40 a 49
anos quando foram diagnosticados. Os 28% restantes fazem parte dos sujeitos
que foram diagnosticados quando tinham acima de 49 anos de idade. Além
disso, os sujeitos desse grupo tinham uma idade média de 43 (+ 9) anos
quando receberam o diagnóstico e o grupo apresentou uma maior ocorrência
da idade de 41 anos.
TEMPO EM TRATAMENTO:
Este item buscou avaliar quanto tempo após receberem o diagnóstico os
sujeitos começaram seu tratamento.
6%
22%
44%
28%
Gráfico 21A. Idade do diagnóstico - Dois
Grupos
abaixo de 30
De 30 à 39
De 40 à 49
acima de 49
66
Grupo Intervenção
Neste grupo, 70% dos sujeitos começaram o tratamento a partir do
diagnóstico da doença, enquanto 30% começou o tratamento pelo menos após
um ano de terem sido diagnosticados.
Grupo Controle
Neste grupo, todos os sujeitos (100% da amostra) começaram o
tratamento a partir do diagnóstico da doença, ou seja, nenhum dos sujeitos
começou o tratamento pelo menos um ano após ter sido diagnosticado.
70%
30%
Gráfico 22A. Tempo em tratamento - Grupo
Intervenção
A partir do
diagnóstico
Mais de 1 ano após
diagnóstico
100%
Gráfico 23A. Tempo em tratamento - Grupo
Controle
A partir do
diagnóstico
Mais de 1 ano após
diagnóstico
67
Dois Grupos
Neste grupo, 83% dos sujeitos começaram o tratamento a partir do
diagnóstico da doença, enquanto 17% começou o tratamento pelo menos um
ano após terem sido diagnosticados.
IMC (ÍNDICE DE MASSA CORPORAL)
Os dados coletados em relação ao peso e altura dos pacientes foram
usados para calcular o índice de massa corporal de cada sujeito. Os dados
foram tabelados de acordo com critérios adotados pela Organização Mundial
de Saúde, conforme tabela abaixo:
Condição
IMC em adultos
abaixo do peso
abaixo de 18,5
no peso normal
entre 18,5 e 25
acima do peso
entre 25 e 30
obeso
acima de 30
83%
17%
Gráfico 24A. Tempo em tratamento - Dois
Grupos
A partir do diagnóstico
Mais de 1 ano após
diagnóstico
68
Essa é uma maneira simples de avaliar a qualidade do peso de uma
pessoa. Logicamente, por sua simplicidade, apresenta pontos fracos, como não
poder ser aplicado a crianças, não avalia adequadamente a questão do índice
para pessoas musculosas (pessoas musculosas podem ter um Índice de
Massa Corporal alto e não serem obesas) além de não avaliar diferenças
raciais e étnicas sobre os índices.
Grupo Intervenção
No gráfico acima pode ser observado que nenhum dos sujeitos
presentes neste grupo está abaixo do peso: 20% encontra-se na faixa de peso
considerada normal; 60% dos sujeitos são considerados acima do peso,
enquanto o restante da amostra (20%) é considerado obeso, segundo seu IMC
(índice de massa corporal).
20%
60%
20%
Gráfico 25A. IMC - Grupo Intervenção
abaixo do peso
peso normal
acima do peso
obeso
69
Grupo Controle
Assim como no grupo anterior, pode ser observado que nenhum dos
sujeitos presentes nesse grupo está abaixo do peso: 25% encontra-se na faixa
de peso considerada normal; 62% dos sujeitos são considerados acima do
peso, enquanto o restante da amostra (13%) é considerado obeso, segundo
seu IMC (índice de massa corporal).
Dois Grupos
Na amostra total, como notado nos grupos anteriores, logicamente pode
ser observado que nenhum dos sujeitos presentes nesse grupo está abaixo do
peso: 22% encontra-se na faixa de peso considerada normal; já 61% dos
25%
62%
13%
Gráfico 26A. IMC - Grupo Controle
abaixo do peso
peso normal
acima do peso
obeso
22%
61%
17%
Gráfico 27A. IMC - Dois Grupos
abaixo do peso
peso normal
acima do peso
obeso
70
sujeitos são considerados acima do peso o restante da amostra (17%) é
considerado obeso, segundo seu IMC (índice de massa corporal).
DOENÇAS ASSOCIADAS
Foram observados dois fatores: os pacientes que diziam ter e não ter
doenças associadas, assim como a ocorrência de doenças associadas
daqueles pacientes que respondiam positivamente ao primeiro fator. Os
sujeitos podem apresentar mais de uma delas ao mesmo tempo. As doenças
aqui citadas são baseadas no discurso do sujeito que informou tal dados
durante a aplicação da entrevista 1 (anexo 2). Não foram observados
prontuários médicos.
Grupo Intervenção
Neste grupo, apenas 10% afirmou não ter outras doenças além da
diabetes. O restante (90%) afirmou ter alguma doença associada. O gráfico a
seguir mostra as doenças citadas pelos sujeitos e suas ocorrências no grupo:
90%
10%
Gráfico 28A. Doenças Associadas - Grupo
Intervenção
Têm
Não têm
71
A maior ocorrência (34%) refere-se ao chamado colesterol elevado; em
seguida tem-se a indicação da hipertensão (25%): a próxima doença em
termos de ocorrência refere-se ao hipotiroidismo que atinge o valor de 17%;
problemas na bexiga, osteoporose e gastrite correspondem cada uma a 8%
das ocorrências citadas.
Grupo Controle
34%
25%
8%
8%
17%
8%
Gráfico 29A. Ocorrências das doenças -
Grupo Intervenção
Colesterol elevado
Hipertensão
Gastrite
Problemas na bexiga
Hipotiroidismo
Osteoporose
87%
13%
Gráfico 30A. Doenças Associadas - Grupo
Controle
Têm
Não têm
72
Neste grupo, apenas 13% afirmou não ter outras doenças além da
diabetes; o restante (87%) afirmou ter alguma doença associada. No gráfico a
seguir, aparem as doenças citadas pelos sujeitos e sua ocorrência no grupo:
A maior ocorrência (23%) refere-se ao chamado colesterol elevado; em
seguida, tem-se a indicação da hipertensão e da gastrite com 22%; vista
cansada, osteoporose e hipotiroidismo correspondem cada uma a 11% das
ocorrências das citações das doenças.
Dois Grupos
23%
22%
22%
11%
11%
11%
Gráfico 31A. Ocorrências das doenças -
Grupo Controle
Colesterol elevado
Hipertensão
Gastrite
Hipotiroidismo
Osteoporose
Vista Cansada
89%
11%
Gráfico 32A. Doenças Associadas - Dois
Grupos
Têm
Não têm
73
Unindo os dois grupos, observa-se que 11% dos sujeitos que
participaram da pesquisa disseram não ter outras doenças além da diabetes; o
restante (87%) declarou ter alguma doença associada. No gráfico a seguir,
aparecem as doenças citadas pelos sujeitos e suas ocorrências no grupo:
A maior ocorrência (29%) refere-se ao chamado colesterol elevado; em
seguida tem-se a indicação da hipertensão contando com 24%; gastrite e
hipotidoirismo apresentam cada uma o índice de 14% das ocorrências neste
grupo; osteoporose responde por 9% das ocorrências, enquanto vista cansada
e problemas na bexiga correspondem cada uma a 5% das ocorrências citadas.
ATIVIDADE FÍSICA
Grupo Intervenção
29%
24%
14%
5%
14%
9%
5%
Gráfico 33A. Ocorrências das doenças - Dois
Grupos
Colesterol elevado
Hipertensão
Gastrite
Problemas na bexiga
Hipotiroidismo
Osteoporose
Vista Cansada
74
Neste grupo, 20% pratica atividade física, enquanto 80% afirmou não
praticar.
Grupo Controle
Neste grupo, 12% pratica atividade física, enquanto 88% afirmou não
praticar.
Dois Grupos
20%
80%
Gráfico 34A. Atividade Física- Grupo
Intervenção
Praticam
Não Praticam
12%
88%
Gráfico 35A. Atividade Física- Grupo
Controle
Praticam
Não Praticam
17%
83%
Gráfico 36A. Atividade Física- Dois Grupos
Praticam
Não Praticam
75
Logicamente, seguindo a combinação dos dois grupos, a amostra total
indica que 17% praticam atividade física, enquanto 83% disseram não praticar.
DIETA
Grupo Intervenção
Nesse grupo, 70% afirmou fazer dieta, enquanto 30% afirmou não fazer
dieta.
Grupo Controle
70%
30%
Gráfico 37A. Dieta - Grupo Intervenção
Fazem
Não Fazem
62%
38%
Gráfico 38A. Dieta - Grupo Controle
Fazem
Não Fazem
76
Seguindo o mesmo padrão do grupo intervenção, no grupo controle,
62% dos sujeitos afirmaram fazer dieta, enquanto 38% afirmou não fazer dieta.
Dois Grupos
Na junção dos dois grupos, tem-se a declaração de 67% dos sujeitos
que afirmou fazer dieta, enquanto 33% afirmou não fazer dieta.
MEDICAMENTOS
Este item buscou avaliar os medicamentos para diabetes usados pelos
pacientes. Todos os participantes da pesquisa tomam algum tipo de
medicamento considerado Hipoglicemiantes/Antidiabéticos Oral. Os
medicamentos usados para o tratamento de outras doenças não são citados
nos gráficos apresentados a seguir. Os tipos de medicamentos mais
conhecidos são as sulfoniluréias (que aumentam a secreção de insulina pelo
pâncreas), as biguanidas (que aumentam a sensibilidade do organismo à
insulina já produzida) e a acarbose (que torna mais lenta a absorção da
glicose no intestino, dando tempo ao organismo para manter a glicemia
normal). Além destes três tipos básicos existem os sensibilizadores de insulina
67%
33%
Gráfico 39A. Dieta - Grupo Controle
Fazem
Não Fazem
77
de última geração chamados thiazolidinedionas, que têm um mecanismo de
ação diferente.
Grupo Intervenção
Neste grupo, metade (50%) dos sujeitos usa apenas medicamentos
como as Biguanidas ou usam ambos os remédios (50% usam Biguanidas e
Sulfonilureias concomitantemente). Nenhum dos sujeitos dessa amostra
declarou usar apenas as Sulfonilureias para tratamento da diabetes.
Grupo Controle
50%
50%
Gráfico 40A. Tipo de Medicamentos - Grupo
Intervenção
Biguanidas
Sulfonilureias
Ambas
37%
63%
Gráfico 41A. Tipo de Medicamentos - Grupo
Controle
Biguanidas
Sulfonilureias
Ambas
78
Neste grupo, 37% usa apenas medicamentos como as Biguanidas; 63%
usa Biguanidas e Sulfonilureias concomitantemente. Como no grupo anterior,
nenhum dos sujeitos dessa amostra declarou apenas usar as Sulfonilureias
para tratamento da diabetes.
Dois Grupos
Na junção dos dois grupos, observa-se que 44% usa apenas
medicamentos como as Biguanidas; 56% usa Biguanidas e Sulfonilureias
concomitantemente. Logicamente, como nos grupos anteriores, nenhum dos
sujeitos dessa amostra declarou apenas usar as Sulfonilureias para tratamento
da diabetes.
FILHOS:
Grupo Intervenção
44%
56%
Gráfico 42A. Tipo de Medicamentos - Dois
Grupos
Biguanidas
Sulfonilureias
Ambas
79
Como pode ser observado no gráfico acima, neste grupo 10% dos
sujeitos não têm filhos, enquanto, de forma equitativa, 30% dos sujeitos têm um
filho, outros 30% tem dois filhos e 30% tem três ou mais filhos.
Grupo Controle
neste grupo, todos os sujeitos da amostra possuem filhos: 50%
possui um filho; 37% possui dois filhos, enquanto 13% possui três ou mais
filhos.
Dois Grupos
10%
30%
30%
30%
Gráfico 43A. Número de filhos - Grupo
Intervenção
Nenhum
1
2
3 ou mais
50%
37%
13%
Gráfico 44A. Número de filhos - Grupo
Controle
Nenhum
1
2
3 ou mais
80
Na junção dos dois grupos, pode ser observado que 6% dos sujeitos não
têm filhos, enquanto 39% dos sujeitos têm um filho, 33% têm dois filhos e 22%
têm três ou mais filhos.
Nas páginas a seguir seguem as tabelas que apresentam todos os
dados sócio-demográficos coletados.
6%
39%
33%
22%
Gráfico 45A. Número de filhos Dois Grupos
Nenhum
1
2
3 ou mais
81
GRUPO INTERVENÇÃO
Paciente
Idade
Sexo
Estado
Civil
Filhos
Ocupação
*Escolaridade
1
54
Feminino
casado
3
Aposentada
5
2
36
Feminino
viúva
1
Psicóloga
5
3
44
Feminino
casado
2
Professora
5
4
46
Feminino
solteira
1
Funcionária
Pública
5
5
65
Feminino
casado
0
limpeza
1
6
62
Feminino
casado
2
Aposentada
1
7
51
Masculino
casado
1
Agrônomo
5
8
60
Feminino
casado
3
Dona de
Casa
2
9
59
Masculino
casado
3
Engenheiro
5
10
43
Feminino
casado
2
Dentista
5
Paciente
Religião
Freqüência
Tempo de
Diagnóstico
Tempo de
tratamento
Peso
(Kg)
1
Católica
SIM
3 anos
3 anos
58
2
Nenhuma
NÃO
10 anos
10 anos
65
3
Espiritualista
O
3 anos
2 anos
72
4
Espírita
NÃO
2 anos
1 ano e 6
meses
98
5
Católica
SIM
35 anos
35 anos
47
6
Católica
NÃO
10 anos
10 anos
63
7
Católica
Espiritualista
NÃO
10 anos
8 meses
96
8
Católica
SIM
3 anos
3 anos
73
9
Católica
Espiritualista
SIM
2 anos
2 anos
89
10
Espiritualista
SIM
2 anos
2 anos
74
82
Paciente
Altura
(cm)
IMC
Doenças Associadas
Tipo de medicamentos
1
153
24,77
Colesterol elevado
Biguanidas
Sinvastatina
2
157
26,37
Hipertensão, Gastrite,
hipermetropia
Biguanidas
3
156
29,58
Perda parcial da visão,
depressão
Biguanidas
Sulfonilureias
4
173
32,74
Gastrite, Problema na
bexiga
Biguanidas
Sulfonilureias
5
150
20,88
Operou do coração
Biguanidas
Sulfonilureias
6
150
28,00
Hipotiroidismo,
colesterol,
osteoporose
Biguanidas
Sinvastatina
Sulfonilureias
7
177
30,64
Hipertensão,
Colesterol elevado
Biguanidas
8
160
28,51
Hipertensão,
Hipotiroidismo
Biguanidas
Sulfonilureias
9
181
27,16
Nenhuma
Biguanidas
10
168
26,21
Colesterol elevado
Biguanidas
Sinvastatina
Paciente
Atividade
Física
Dieta
1
SIM
SIM
2
NÃO
NÃO
3
NÃO
SIM
4
NÃO
SIM
5
NÃO
NÃO
6
NÃO
SIM
7
NÃO
SIM
8
NÃO
NÃO
9
NÃO
SIM
10
SIM
SIM
*em relação à escolaridade: 1 até 4ª. Série / 2- até 8ª. Série / 3 . Grau / 4
superior incompleto / 5 superior completo
83
GRUPO CONTROLE
Paciente
Idade
Sexo
Estado
Civil
Filhos
Ocupação
*Escolaridade
1
53
Feminino
Casado
2
Aposentada
3
2
45
Feminino
Casado
1
Professora
5
3
37
Feminino
Casado
1
Professora
5
4
43
Feminino
Casado
2
Advogada
5
5
61
Feminino
Casado
1
Dona de
Casa
2
6
59
Feminino
Casado
2
Enfermeira
5
7
47
Masculino
Casado
1
Mecânico
4
8
65
Feminino
Casado
3
Dona de
Casa
3
Paciente
Religião
Freqüência
Tempo de
Diagnóstico
Tempo de
tratamento
Peso
(Kg)
1
Católica
SIM
3 anos
3 anos
63
2
Nenhuma
NÃO
10 anos
10 anos
65
3
Espiritualista
NÃO
3 anos
3 anos
73
4
Espírita
NÃO
2 anos
2 anos
81
5
Espírita
SIM
8 anos
8 anos
49
6
Católica
NÃO
10 anos
10 anos
68
7
Espiritualista
NÃO
10 anos
10 anos
98
8
Católica
SIM
20 anos
20 anos
78
84
Paciente
Altura
(cm)
IMC
Doenças Associadas
Tipo de medicamentos
1
160
24,6
Hipertensão
Biguanidas
Sinvastatina
2
158
26,03
Vista cansada
Biguanidas
3
161
28,16
Gastrite
Biguanidas
Sulfonilureias
4
174
26,75
Gastrite
Biguanidas
5
155
20,39
Nenhuma
Biguanidas
Sulfonilureias
6
163
25,59
Colesterol alto
Biguanidas
Sinvastatina
Sulfonilureias
7
180
30,24
Hipertensão,
Colesterol alto
Biguanidas
Sulfonilureias
8
165
28,65
Problemas na tireóide,
colesterol,
osteoporose
Biguanidas
Sinvastatina
Sulfonilureias
Paciente
Atividade
Física
Dieta
1
SIM
SIM
2
NÃO
NÃO
3
NÃO
SIM
4
NÃO
SIM
5
NÃO
SIM
6
NÃO
NÃO
7
NÃO
SIM
8
NÃO
NÃO
*em relação à escolaridade: 1 até 4ª. Série / 2- até 8ª. Série / 3 . Grau / 4
superior incompleto / 5 superior completo
85
5.2. Vivências agradáveis
Durante a aplicação da entrevista número 2 (anexo 3), foi pedido aos
sujeitos que indicassem situações agradáveis que gostariam de vivenciar
durante a hipnose. Na primeira sessão, os sujeitos indicaram três situações
agradáveis. Durante as sessões seguintes, foram questionados se queriam
alterar, retirar ou adicionar alguma outra vivência agradável (sempre do ponto
de vista do sujeito). Todas as respostas dos sujeitos foram tabuladas em
categorias por análise de conteúdo e serão apresentadas nas tabelas a seguir.
Foram criadas dez categorias que abrangem todas as vivências citadas
pelos sujeitos da pesquisa. O número da categoria será o indicará a vivência
associada a ela na apresentação gráfica dos dados. Em uma mesma descrição
pode ser encontrada mais de uma categoria, pois a descrição da vivência
apresenta situações diferenciadas.
As vivências descritas pelo grupo controle referem-se apenas à primeira
sessão, pois esse grupo não foi submetido, durante a fase de coleta de dados
da pesquisa, a sessões de hipnose. Por esse motivo, quando as categorias
desse grupo forem analisadas, será apenas em relação à qualidade de escolha
das categorias, e não aos efeitos possíveis de tais vivências sobre os sujeitos
da pesquisa, que estes itens não foram avaliados nesse grupo. A menor
ocorrência de categorias nesse grupo então se deve a dois fatores: uma única
sessão para o levantamento feito sobre as vivências e menor número de
sujeitos.
86
Categorias:
Categoria
Descrição
A
Presentes
Importantes
Lembranças que se referem a presentes que o sujeito
recebeu e que o deixaram muito feliz;
B
Conquistas
Lembranças de sucessos/conquistas próprias ou de
pessoas queridas, como um novo emprego, passar no
vestibular, ser aprovado em uma entrevista, ter a casa
própria (já conseguidos ou a conseguir);
C
Relacionamentos
Afetuosos
Lembranças que se referem a vivências com entes
queridos como marido, esposa, filhos, sobrinhos, avós,
cachorros, que fazem bem ao sujeito quando pensam
em estar junto a esses entes, seja passeando,
brincando, ou apenas recebendo algum tipo de afeto
deles;
D
Viagens
Lembranças que se referem a alguma viagem para
lugares longes e específicos, que o sujeito visitou
apenas uma vez, mas sentiu-se muito bem em -la
realizado;
E
Sensações
Prazerosas
Lembranças que remetem diretamente a sensações
físicas que o sujeito gosta de sentir;
F
Nascimentos
Referem-se a lembranças que remetem ao nascimento
dos filhos e netos, descritas como prazerosas;
G
Conhecer
Cônjuge
Referem-se a lembranças que remetem ao dia em que
o sujeito conheceu seu respectivo cônjuge
(marido/esposa), o que o fez sentir-se muito bem.
H
Lugares
Agradáveis
Referem-se a lembranças de lugares aos quais o
sujeito gosta de ir e se sente muito bem, como praia,
rio, mato ou amesmo a própria casa. São lugares
aos quais os sujeitos podem ir com certa freqüência
sem dificuldade. Não o considerados parte da
categoria viagens.
I
Experiências
Religiosas
Referem-se a lembranças de vivências relacionadas
especificamente à religião, como missas e contatos
místicos com figuras religiosas;
J
Aprendizagens
Referem-se a lembranças das quais o sujeito diz ter ou
de estar aprendendo algo novo, o que o faz sentir-se
muito bem.
87
Conforme mencionado, serão apresentados abaixo os gráficos
contendo inicialmente a ocorrência das categorias pelo grupo intervenção, pelo
grupo controle e pela junção dos dois grupos. Posteriormente será
apresentada, em forma de tabela, a escolha de cada sujeito e suas respectivas
categorias. Comparações entre os dados obtidos nas descrições das vivências
e outros dados da pesquisa serão apresentados no capítulo seguinte, “Análise
e discussão dos resultados”.
Grupo Intervenção:
O número total (doravante, chamado N) de vivências da amostra é de
55, distribuídas de forma heterogênea entre os sujeitos deste grupo. Como
7%
11%
13%
13%
22%
13%
5%
9%
3%
4%
Gráfico 46A. Vivências - Grupo Intervenção
Presentes Importantes
Conquistas
Relacionamentos
Afetuosos
Viagens
Sensações Prazerosas
Nascimentos
Conhecer Cônjuge
Lugares Agradáveis
Experiências Religiosas
Aprendizagens
88
poder ser observado no gráfico acima, uma das categorias apresentou maior
ocorrência. Da amostra total de vivências citadas nesse grupo, 22% dessas
vivências se enquadram na categoria Sensações Prazerosas. Em seguida,
aparecem três outras categorias que apresentam indicação de vivências com
percentagem semelhante. Contando então, com 13% cada uma, têm-se as
categorias: Relacionamentos Afetuosos, Viagens, e Nascimentos: 11 % das
vivências são enquadradas na categoria Conquistas; 9% das vivências citadas
fazem parte da categoria Lugares Agradáveis, enquanto 7% das vivências
fazem parte da categoria Presentes Importantes; 5% das vivências são
enquadradas na categoria Conhecer Cônjuge e 4% das vivências fazem parte
da categoria Aprendizagens. Com a porcentagem de menor ocorrência na
amostra, aparece a categoria Experiências Religiosas, contando com um índice
de 3%.
É importante frisar que algumas categorias podem ocorrer mais que outras
devido à sua maleabilidade, como no exemplo da categoria sensações
prazerosas que poder ser descrita, por um sujeito casado, de várias maneiras;
no entanto, o mesmo sujeito só pode indicar a categoria conhecer cônjuge
apenas uma vez. O mesmo aspecto é também válido para o grupo controle.
Posteriormente esse fator também seanalisado e discutido de forma mais
especifica.
A seguir serão apresentados os dados do grupo controle. Como a
descrição de cada categoria foi citada de forma bem específica, na
apresentação a seguir, os dados serão apresentados de forma genérica. Caso
o leitor deseje saber especificamente o significado de cada categoria, basta
apenas retomar as páginas anteriores do presente trabalho.
89
Grupo Controle
A amostra total de vivências conta com um N de 36, distribuídos de
forma heterogênea entre os sujeitos deste grupo. Como pode ser observado no
gráfico mostrado, assim como no grupo intervenção, uma das categorias
apresentou maior ocorrência. Da amostra total de vivências citadas nesse
grupo, 22% se enquadram na categoria Sensações Prazerosas. Em seguida,
com 16%, aparece a categoria Relacionamentos Afetuosos; 14 % das vivências
são enquadradas na categoria Nascimentos, enquanto 13% fazem parte da
categoria Viagens; 11 % o enquadradas na categoria Conquistas e 8%
fazem parte da categoria Lugares Agradáveis. Duas categorias aparecem logo
a seguir com a mesma porcentagem cada uma, Conhecer Cônjuge e Presentes
5%
11%
16%
13%
22%
14%
5%
8%
3%
3%
Gráfico 47A. Vivências - Grupo Controle
Presentes Importantes
Conquistas
Relacionamentos
Afetuosos
Viagens
Sensações Prazerosas
Nascimentos
Conhecer Cônjuge
Lugares Agradáveis
Experiências Religiosas
Aprendizagens
90
Importantes, contando com 5% das vivências. Com a porcentagem de menor
ocorrência na amostra, aparecem também duas categorias, Aprendizagens e
Experiências Religiosas, contando com um índice de 3% cada uma.
Dois grupos
A amostra total de vivências conta com um N de 92, logicamente maior
que os grupos anteriores, pois corresponde à sua soma, distribuídos de forma
heterogênea entre os sujeitos deste grupo. Como pode ser observado no
gráfico acima, assim como nos grupos anteriores, uma das categorias
apresentou maior ocorrência. Da amostra total de vivências citadas nesse
grupo, 22% dessas vivências se enquadram na categoria Sensações
Prazerosas. Em seguida, com 14%, aparece a categoria Relacionamentos
7%
11%
14%
13%
22%
13%
5%
9%
3%
3%
Gráfico 48A. Vivências - Dois Grupos
Presentes Importantes
Conquistas
Relacionamentos
Afetuosos
Viagens
Sensações Prazerosas
Nascimentos
Conhecer Cônjuge
Lugares Agradáveis
Experiências Religiosas
Aprendizagens
91
Afetuosos. Duas categorias aparecem em terceiro lugar, com 13% cada, em
termos de ocorrência: Nascimentos, e Viagens; 11% das vivências são
enquadradas na categoria Conquistas; 9% das vivências citadas fazem parte
da categoria Lugares Agradáveis, enquanto 7% são enquadradas na categoria
Presentes Importantes; 5% pertencem à categoria Conhecer Cônjuge. Com a
porcentagem de menor ocorrência na amostra, assim como nos dois grupos
citados anteriormente, aparecem duas categorias, Aprendizagens e
Experiências Religiosas contando com um índice de 3% cada uma.
Vivências por sujeitos
A seguir serão apresentadas as vivências escolhidas por cada sujeito.
Isso é importante para que uma melhor análise dos dados possa ser feita,
otimizando uma compreensão estatística e qualitativa do que foi levantado.
Grupo intervenção
Dez sujeitos compuseram esta amostra, contabilizando a indicação de
55 vivências divididas de forma heterogênea pelos membros desse grupo. Os
dados serão apresentados pelo código da categoria correspondente e a
ocorrência por sujeito. A correlação código-categoria pode ser visualizada na
tabela a seguir:
Código
Categoria
A
Presentes Importantes
B
Conquistas
C
Relacionamentos Afetuosos
D
Viagens
E
Sensações Prazerosas
F
Nascimentos
G
Conhecer Cônjuge
H
Lugares Agradáveis
I
Experiências Religiosas
J
Aprendizagens
92
Tipos de categorias escolhidas e ocorrências por sujeitos:
Sujeito 1
Sujeito 2
Sujeito 3
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
A
1
B
1
A
1
B
1
C
1
B
1
D
1
E
1
C
1
G
1
F
1
F
1
G
1
H
1
Sujeito 4
Sujeito 5
Sujeito 6
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
digo
Ocorrência
B
2
C
1
A
2
C
1
D
1
C
1
D
1
E
2
D
1
E
2
I
2
F
2
Sujeito 7
Sujeito 8
Sujeito 9
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
C
1
C
1
B
1
D
1
D
1
D
1
E
4
E
1
E
1
H
2
F
2
F
1
J
1
H
1
J
1
93
Sujeito 10
Código
Ocorrência
B
1
E
1
F
1
G
1
H
1
Como pode ser observado nas tabelas apresentadas, cada sujeito
descreveu situações que foram enquadradas em quatro a cinco tipos de
categorias diferentes para serem vivenciadas durante a hipnose. Algumas
situações descritas pelos sujeitos foram diferentes em suas histórias, mas
semelhantes no sentido de serem categorizadas no mesmo grupo, e por esse
motivo alguns sujeitos apresentam mais de uma ocorrência para uma mesma
categoria de vivências. Baseado na ocorrência das vivências, podemos a
observar uma forma de funcionamento especifica para cada sujeito.
Grupo Controle
Tipos de categorias escolhidas e ocorrências por sujeitos:
Sujeito 1
Sujeito 2
Sujeito 3
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
D
1
A
1
B
2
E
2
B
1
D
1
F
1
C
1
G
1
H
1
E
1
F
1
94
Sujeito 4
Sujeito 5
Sujeito 6
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
C
1
C
1
C
1
D
1
D
1
D
1
E
2
E
2
F
1
I
2
G
1
H
1
Sujeito 7
Sujeito 8
Código
Ocorrência
Código
Ocorrência
C
1
C
1
D
1
E
1
E
1
F
2
H
1
J
1
Como pode ser observado nas tabelas acima, cada sujeito descreveu
situações que foram enquadradas em três a cinco tipos de categorias
diferentes para serem vivenciadas durante a hipnose. Algumas situações
descritas pelos sujeitos eram diferentes em suas histórias, mas semelhantes no
sentido de serem categorizadas no mesmo grupo, e por esse motivo alguns
sujeitos apresentam mais de uma ocorrência para uma mesma categoria de
vivências. Como os sujeitos deste grupo não foram submetidos à hipnose
durante a coleta de dados, que faziam parte do grupo controle, os dados
acima são baseados apenas na primeira entrevista feita sobre vivências, que
ocorreu de forma diferente do grupo intervenção, no qual, a cada sessão,
novas vivências poderiam ser adicionadas.
95
5.3. Níveis de Glicemia
Nesta variável serão apresentados os níveis de glicemia dos sujeitos
coletados durante a pesquisa. São quatro medidas realizadas antes, durante,
imediatamente após a intervenção e 10 minutos após a intervenção. É
importante ressaltar que na primeira sessão, em ambos os grupos, foi medido o
nível da glicemia do paciente logo após o preenchimento do consentimento
livre e esclarecido (antes da entrevista sobre dados sócio-demográficos e da
entrevista 2 sobre as lembranças para indução). A intenção desta medida foi
avaliar se existia mudança significativa no nível de glicemia antes e após as
entrevistas. Nas sessões subseqüentes, essa medida não foi mais realizada.
Os dados serão apresentados em forma de tabela e de gráficos. É importante
ressaltar que tais dados apresentam individualmente margem de erro de + 2,
pois esse é o padrão indicado pelo aparelho usado para medir os níveis de
glicemia dos sujeitos. As principais comparações são feitas entre o primeiro
valor válido (valor número 2 na primeira sessão e valor 1 nas sessões 2 e 3) e
o último valor medido, a fim de cumprir com os objetivos do presente trabalho.
O primeiro grupo a ser apresentado será o grupo controle, que serviu de
parâmetro para verificar alterações naturais que podem ocorrer com um
paciente diabético tipo 2. Estes dados corresponderão apenas a uma sessão
de medidas, estando os sujeitos deitados para a realização das coletas.
Grupo Controle
Níveis de glicemia:
96
Sujeito
Antes da
Entrevista
Início
Após 20
minutos
20 minutos após a
última medição
10 minutos após
a última medição
1
121
122
124
124
124
2
120
119
121
123
122
3
133
136
137
140
140
4
104
105
103
106
105
5
145
148
145
147
147
6
150
147
149
145
144
7
115
113
117
118
112
8
200
201
215
198
190
Como pode ser observado nesta tabela, não houve mudança
significativa no nível de glicemia antes e após as entrevistas (da medida “Antes
da Entrevista” até a medida “Inicio”). Nesta amostra, apenas um sujeito
apresentou uma alteração diferenciada em relação ao grupo, pois as medidas
do nível de glicemia no sangue indicaram um aumento do índice glicêmico da
segunda para a terceira medida de 6,97%. Da terceira para a quarta medida, o
índice diminui 7,91%, retomando praticamente a medida inicial. E da quarta
para quinta medida, o nível de glicemia diminui 4,04%. O restante dos sujeitos
não apresentaram alteração significativa no nível glicêmico, tanto aumentando,
quanto diminuindo, pois, considerando as margens de erro do aparelho de
mensuração, os níveis de glicemia são os mesmos na primeira e na última
medida. Se calcularmos uma média de alteração para este grupo teríamos o
valor de 0,63% de taxa de alteração nos níveis de glicemia, que não é
significativa para avaliar alteração do nível de glicemia (alteração = 0).
Grupo Intervenção
97
Os sujeitos desta amostra passaram por três sessões de intervenção,
tendo sido feitas quatro coletas do nível de glicemia em cada um, durante cada
sessão. Apenas na primeira sessão foi realizada uma medida extra, chamada
de Fase 0. Foram quatro fases principais e uma secundária de coleta dos
dados, a saber:
Fase 0: Medição da glicemia após sujeito preencher o consentimento livre e
esclarecido e antes das entrevistas sobre dados sócio-demográficos e sobre as
lembranças para indução (somente 1ª sessão);
Fase 1: Medição da glicemia antes da realização do processo;
Fase 2: Medição da glicemia 20 minutos após o começo do trabalho, chamada
de etapa após relaxamento;
Fase 3: Medição após a intervenção com hipnose, tendo sido realizada 20
minutos após a última medição;
Fase 4: Última medição realizada, 10 minutos após a última medição,
buscando avaliar possíveis efeitos das lembranças vividas de forma intensa
pelo sujeito em seu organismo.
Sessão 1:
Níveis de Glicemia:
Sujeito
Fase 0
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
% de alteração
1
121
120
125
124
113
Diminuiu 5,83%
2
274
275
294
295
309
Aumentou 12,36%
3
123
124
134
119
115
Diminuiu 7,26%
4
148
148
168
150
148
Inalterada
5
301
300
310
305
304
Inalterada
6
115
116
110
110
106
Diminuiu 8,62%
7
106
105
108
109
100
Diminuiu 4,76%
8
141
140
143
127
121
Diminuiu 13,57%
9
126
126
131
125
122
Inalterada
10
152
151
159
158
152
Inalterada
98
Como se vê, não houve mudança significativa no nível de glicemia antes
e após as entrevistas (da medida “fase 0” até a medida “fase1” erro padrão +
2). É possível Constatar, pelos dados da tabela, que nessa primeira sessão
houve diferenças claras em relação ao grupo controle. Tomando também as
alterações verificadas durante o processo, é possível notar que três resultados
diferentes foram apresentados na amostra: o grupo de sujeitos que manteve a
glicemia num mesmo valor ao final de todo o processo de coleta durante a
primeira sessão; um segundo grupo que apresentou um aumento da taxa de
glicemia ao final do processo; e um terceiro grupo que apresentou uma
diminuição da glicemia ao final do processo de coleta. Fica claro que 50% dos
sujeitos apresentaram diminuição no nível de glicemia com taxas variando
numa redução de 4,76% a 13,57%, uma dia de redução percentual de
8,01%. Um dos sujeitos, especificamente, apresentou um aumento de 12,36%
da taxa de glicemia, dado que será analisado no próximo capitulo.
A seguir serão apresentados gráficos das alterações das taxas de
glicemia durante todo processo na sessão 1, fase por fase (exceção à fase 0),
frisando que todos os dados dos gráficos apresentados comparam sempre a
medida de uma fase com a medida da fase1.
Alterações Fase 2
99
Como se verifica, após o relaxamento (fase 2), os níveis de glicemia na
maioria dos sujeitos (70%) aumentaram, enquanto 10% apresentou diminuição
nos níveis glicêmicos; 20% manteve as taxas de glicemia inalteradas.
Alterações Fase 3
Como se verifica, após a retirada do processo hipnótico (fase 3), os
níveis de glicemia na maioria dos sujeitos (40%) mantiveram-se inalterados,
enquanto 30% dos sujeitos apresentaram diminuição nos níveis glicêmicos,
contra outros 30%, que tiveram as taxas de glicemia aumentadas.
70%
10%
20%
Gráfico 49A. Nível de Glicemia - Fase 2
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
30%
30%
40%
Gráfico 50A. Nível de Glicemia - Fase 3
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
100
Alterações Fase 4
Como pode ser observado no gráfico acima, 50% dos sujeitos
apresentaram diminuição no nível de glicemia após a indução hipnótica,
enquanto 10% apresentaram aumento no nível de glicemia; 40% mantiveram
os mesmos índices de glicemia, antes e após a indução hipnótica.
Sessão 2:
Níveis de Glicemia:
Sujeito
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
% de alteração
1
116
111
118
120
Inalterada
2
274
289
277
264
Diminuiu 3,65%
3
123
130
117
113
Diminuiu 8,13%
4
125
147
144
135
Aumentou 8,00%
5
405
384
396
366
Diminuiu 9,63%
6
107
104
106
98
Diminuiu 8,41%
7
121
116
110
97
Diminuiu 19,83%
8
135
130
129
119
Diminuiu 11,85%
9
125
124
121
118
Diminuiu 5,60%
10
149
145
140
133
Diminuiu 10,74%
Como pode ser observado nos dados da tabela, assim como na primeira
sessão, houve diferenças claras em relação ao grupo controle. Nesta segunda
sessão, considerando também as alterações verificadas durante o processo,
10%
50%
40%
Gráfico 51A. Nível de Glicemia - Fase 4
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
101
podemos notar que três resultados diferentes foram apresentados na amostra:
o grupo de sujeitos que manteve a glicemia num mesmo valor ao final de todo
o processo de coleta, durante a primeira sessão; um segundo grupo que
apresentou um aumento da taxa de glicemia ao final do processo; e um terceiro
grupo que apresentou uma diminuição da glicemia ao final do processo de
coleta. Como se evidencia, em 80% dos sujeitos o nível de glicemia diminuiu,
apresentando taxas de redução que variaram de 3,65% a 19,83%, numa média
percentual de 9,73%. Um dos sujeitos, especificamente, apresentou um
aumento de 8,00% da taxa de glicemia, dado que será analisado no próximo
capítulo. Uma observação interessante a ser constatada foi o fato de dois
sujeitos da amostra (20%) obterem níveis glicêmicos abaixo de 100, ou seja,
abaixo do índice que considera pacientes diabéticos.
A seguir serão apresentados gráficos das alterações das taxas de
glicemia durante todo processo na sessão 2, fase por fase, frisando que todos
os dados dos gráficos apresentados comparam sempre a medição de uma fase
com a medição da fase1.
Alterações Fase 2
30%
30%
40%
Gráfico 52A. Nível de Glicemia - Fase 2
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
102
Como se verifica, após o relaxamento (fase 2), diferentemente da
primeira sessão, os níveis de glicemia aumentaram em 30% dos sujeitos,
enquanto outros 30% da amostra apresentaram diminuição nos níveis
glicêmicos; 40% mantiveram as taxas de glicemia inalteradas.
Alterações Fase 3
Como se verifica, após a retirada do processo hipnótico (fase 3), os
níveis de glicemia mostraram, em metade dos sujeitos da amostra (50%),
diminuição, enquanto 40% não apresentaram alteração nos níveis glicêmicos,
contra outros 10% que tiveram as taxas de glicemia aumentadas.
Alterações Fase 4
10%
50%
40%
Gráfico 53A. Nível de Glicemia - Fase 3
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
10%
80%
10%
Gráfico 54A. Nível de Glicemia - Fase 4
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
103
Como se observa no gráfico acima, 80% apresentaram diminuição no
nível de glicemia após a indução hipnótica, enquanto 10% apresentaram
aumento no nível de glicemia. Outros 10% mantiveram os mesmos índices de
glicemia, antes e após a indução hipnótica.
Sessão 3:
Níveis de Glicemia:
Sujeito
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
% de alteração
1
120
123
119
121
Inalterada
2
335
348
307
295
Diminuiu 11,94%
3
121
122
121
115
Diminuiu 4,96%
4
166
140
147
133
Diminuiu 19,88%
5
314
268
268
260
Diminuiu 17,18%
6
121
102
110
101
Diminuiu 16,53%
7
103
107
104
100
Inalterada
8
137
136
125
115
Diminuiu 16,06%
9
123
121
117
114
Diminuiu 7,32%
10
145
145
139
128
Diminuiu 11,73%
Como se observa na tabela, assim como na primeira sessão, houve
diferenças claras em relação ao grupo controle. Nesta terceira sessão,
considerando também as alterações verificadas durante o processo, podemos
notar que dois resultados diferentes foram apresentados na amostra: o grupo
de sujeitos que manteve a glicemia num mesmo valor ao final de todo o
processo de coleta, durante a terceira sessão, e um segundo grupo que
apresentou uma diminuição da glicemia ao final do processo de coleta. Não
houve aumento no nível de glicemia em nenhum sujeito da amostra ao final de
todo processo. É possível verificar que 80% dos sujeitos apresentaram
diminuição no nível de glicemia com taxas de variando numa redução de 4,96%
a 19,88%, uma média de redução percentual de 13,20%. Comparando as taxas
glicêmicas obtidas nessa sessão com a das sessões anteriores, verifica-se
104
uma redução gradual no nível de glicemia dos sujeitos, tanto no começo como
no final da sessão. É importante frisar que em um dos sujeitos (do grupo que
não sofreu alteração no nível de glicemia) a medida inicial era de 103 e a final,
de 100, medida essa muito interessante para um paciente considerado
diabético (durante a pesquisa esse sujeito absteve-se voluntariamente e sem
sugestão do pesquisador, do uso de medicamentos antes das sessões de
intervenção).
A seguir serão apresentados os gráficos das alterações das taxas de
glicemia durante todo processo na sessão 2, fase por fase, frisando que todos
os dados dos gráficos apresentados comparam sempre a medição de uma fase
com a medição da fase1.
Alterações Fase 2
Como se verifica, após o relaxamento (fase 2), diferentemente da
segunda sessão, os níveis de glicemia aumentaram em 10% nos sujeitos,
enquanto outros 30% apresentaram diminuição nos níveis glicêmicos; 60% dos
sujeitos mantiveram as taxas de glicemia inalteradas.
Alterações Fase 3
10%
30%
60%
Gráfico 55A. Nível de Glicemia - Fase 2
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
105
Como se verifica, após a retirada do processo hipnótico (fase 3), os
níveis de glicemia mostraram, na maioria dos sujeitos (70%), diminuição,
enquanto 30% dos sujeitos não apresentaram alteração nos níveis glicêmicos.
Nesta fase, nenhum dos sujeitos apresentou aumento das taxas de glicemia.
Alterações Fase 4
Como se observa no gráfico acima, 80% dos sujeitos apresentaram
diminuição no nível de glicemia após a indução hipnótica, da mesma maneira
70%
30%
Gráfico 56A. Nível de Glicemia - Fase 3
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
80%
20%
Gráfico 57A. Nível de Glicemia - Fase 4
Aumentou
Diminuiu
Inalterada
106
como ocorreu na fase 4 da sessão 2, mas divergindo da mesma sessão no
item relacionado ao aumento do nível de glicemia, pois nenhum sujeito desta
amostra, ao final de todo processo, mostrou ter níveis de glicemia mais
elevados do que a medição inicial; 20% dos sujeitos da amostra mantiveram os
níveis de glicemia inalterados.
5.4. Sensação de Bem Estar
Foram realizadas, a cada sessão, duas medições das sensações de
bem estar descritas pelo sujeito, uma antes e outra após a intervenção. São
cinco cores possíveis de escolha (que foram apresentadas em uma escala
visual aos sujeitos anexo 4):
Número
Cor
Sensação associada
1
Branco
Muito mal
2
Azul
Mal
3
Amarelo
Cor mediana / estado
normal
4
Laranja
Bem
5
Vermelho
muito bem
*Esta tabela é meramente outra forma de mostrar os dados.
O instrumento encontra-se no anexo 4.
Tais medidas foram realizadas pelos dois grupos: controle (para
parâmetros em relação ao outro grupo) e intervenção.
Grupo Controle
107
O primeiro grupo a ser apresentado será o grupo controle, que serviu de
parâmetro para verificar alterações naturais que podem ocorrer com um
paciente diabético tipo 2. Estes dados corresponderam apenas a uma sessão
de medições, ficando os sujeitos deitados e as coletas feitas no início (quando
o sujeito se deitou, antes de fechar os olhos indicou a cor correspondente à sua
sensação) e após 40 minutos (quando o sujeito abriu os olhos). Os dados
serão apresentados em forma de tabela e eventuais alterações quanto à
sensação de bem estar dos sujeitos, serão ilustradas na forma de um gráfico.
Paciente
Antes
Depois
Alterações
1
amarelo
amarelo
Sem alterações
2
laranja
laranja
Sem alterações
3
azul
azul
Sem alterações
4
amarelo
amarelo
Sem alterações
5
laranja
laranja
Sem alterações
6
amarelo
amarelo
Sem alterações
7
amarelo
amarelo
Sem alterações
8
amarelo
laranja
Sente-se melhor
Como se observa na tabela acima, apenas um sujeito indicou sentir-se
melhor do que antes, depois de ficar deitado em silêncio durante 40 minutos.
Os demais sujeitos mantiveram a sensação de bem estar no mesmo nível.
Conforme o gráfico, temos:
108
Como se observa, 13% dos sujeitos indicaram alteração na sensação de
bem estar, sentido-se melhor do que quando começaram o procedimento. Os
demais sujeitos (87%) não indicaram nenhuma alteração na sensação de bem
estar.
Grupo Intervenção
Este grupo participou de três sessões, em que foram submetidos à
indução hipnótica para vivenciarem lembranças agradáveis de forma intensa. O
questionamento em relação à sensação de bem estar deu-se no início da
intervenção, como anteriormente, e ao final da intervenção, após a retirada do
estado hipnótico, momento em que o sujeito retornava, abria os olhos, e
indicava uma cor referente ao modo como se sentia após o processo, o que foi
indicado na coluna depois das tabelas apresentadas. Cabe ressaltar que se
trata de uma medida subjetiva, baseada na opinião do sujeito em relação a
como se sentia antes e após o processo.
87%
13%
Gráfico 58A. Sensação de Bem Estar - Grupo
Controle
Sente-se Pior
Sem alteração
Sente-se Melhor
109
Sessão 1:
Paciente
Antes
Depois
Alterações
1
Amarelo
Vermelho
Sente-se Melhor
2
Laranja
Laranja
Sem Alterações
3
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
4
Amarelo
Amarelo para
Azul
Sente-se Pior
5
Branco
Laranja
Sente-se Melhor
6
Amarelo
Vermelho
Sente-se Melhor
7
Azul
Laranja
Sente-se Melhor
8
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
9
Azul
Amarelo
Sente-se Melhor
10
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
Como evidencia a tabela, diferentemente do grupo controle, 80% dos
sujeitos indicaram sentir-se melhor após a intervenção; 10% indicou sentir-se
da mesma maneira antes e depois da intervenção, enquanto os outros 10% da
amostra indicaram sentir-se pior após a intervenção (sujeito número 4). A
maioria dos sujeitos que se sentiram melhor após a intervenção indicaram a
melhoria de uma cor para a seguinte. Os sujeitos 5 e 7 pularam mais de uma
cor ao indicarem sua sensação de bem estar, indo respectivamente de muito
mal e mal, para bem. Ilustrando no gráfico, temos:
110
Sessão 2:
Paciente
Antes
Depois
Alterações
1
Amarelo
Vermelho
Sente-se Melhor
2
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
3
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
4
Laranja
Amarelo
Sente-se Pior
5
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
6
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
7
Amarelo
Vermelho
Sente-se Melhor
8
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
9
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
10
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
10%
10%
80%
Gráfico 59A. Sensação de Bem Estar - Sessão 1
Sente-se Pior
Sem alteração
Sente-se Melhor
111
Como evidencia a tabela acima, diferentemente do grupo controle, 90%
dos sujeitos indicaram sentir-se melhor após a intervenção, enquanto 10%
indicaram sentir-se pior após a intervenção (novamente o sujeito número 4). A
maioria dos sujeitos que se sentiram melhor após a intervenção indicou a
melhoria de um estado para o seguinte. Os sujeitos 1 e 7 pularam mais de uma
cor ao indicarem sua sensação de bem estar, indo de normal para muito bem.
Ilustrando no gráfico, temos:
Sessão 3:
Paciente
Antes
Depois
Alterações
1
Amarelo
Vermelho
Sente-se Melhor
2
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
3
Laranja
Laranja
Sem Alterações
4
Amarelo
Laranja
Sente-se Melhor
5
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
6
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
7
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
10%
90%
Gráfico 60A. Sensação de Bem Estar - Sessão 2
Sente-se Pior
Sem alteração
Sente-se Melhor
112
8
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
9
Amarelo
Vermelho
Sente-se Melhor
10
Laranja
Vermelho
Sente-se Melhor
Como evidencia a tabela, diferentemente do grupo controle e como na
sessão 2, 90% dos sujeitos indicaram sentir-se melhor após a intervenção,
enquanto 10% indicaram não sentir alteração na sensação de bem estar após
a intervenção (sujeito número 3). A maioria dos sujeitos que se sentiram melhor
após a intervenção indicou a melhoria de um estado para o seguinte. Os
sujeitos 1 e 9 pularam mais de uma cor ao indicarem sua sensação de bem
estar, indo de normal para muito bem. De acordo com o gráfico, temos:
5.5. Impressões sobre a intervenção:
Esta categoria refere-se apenas ao grupo intervenção, pois para a coleta
de dados foi o único grupo que recebeu a indução hipnótica e, por esse motivo,
foi aplicada a entrevista 3 (anexo 7) apenas com os sujeitos desse grupo. As
10%
90%
Gráfico 61A. Sensação de Bem Estar - Sessão 3
Sente-se Pior
Sem alteração
Sente-se Melhor
113
entrevistas foram realizadas após a retirada do processo de indução. As
respostas fechadas são apresentadas quantitativamente, enquanto as
respostas abertas foram também agrupadas em categorias de acordo com seu
conteúdo.
Pergunta número 1: Como você está se sentindo?
Foram criadas quatro categorias:
1. Sentir-se bem: fazem parte desta categoria os adjetivos relacionados a estar se
sentido bem ou muito bem de forma boa ou ótima;
2. Sentir-se relaxado: fazem parte desta categoria os adjetivos referentes a estar
se sentido solto, mole e relaxado de maneira positiva;
3. Sentir-se estranho: fazem parte desta categoria adjetivos referentes a estar se
sentindo estranho ou meio estranho, como um sentimento incômodo;
4. Sentir-se com muito medo: fazem parte desta categoria adjetivos referentes a
sentir muito receio durante o processo;
Sessão 1:
Como se observa na tabela acima, 80% dos sujeitos indicaram
sentimentos positivos após a intervenção, enquanto 20% indicaram
sentimentos negativos.
Sessão 2:
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 5, 6, 7, 9
Sentir-se bem
50%
2, 4
Sentir-se estranho
20%
3, 8, 10
Sentir-se relaxado
30%
114
Como se observa na tabela acima, 90% dos sujeitos indicaram
sentimentos positivos após a intervenção, enquanto 10% indicaram
sentimentos negativos. Houve um aumento dos sentimentos positivos em
relação aos negativos.
Sessão 3:
Como se observa na tabela acima, 90% dos sujeitos indicaram
sentimentos positivos após a intervenção, enquanto 10% indicaram
sentimentos negativos.
Pergunta número 2: O que você achou da experiência?
Foram criadas duas categorias:
1. Muito boa: fazem parte desta categoria os adjetivos relacionados a ter gostado
da experiência e achado a experiência muito boa e interessante;
2. medo: fazem parte desta categoria adjetivos referentes a achar a
experiência inicialmente assustadora ou a dar medo, o que gerou certo
incômodo no sujeito;
Sessão 1:
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 2, 5, 6, 7, 8, 9,
Sentir-se bem
70%
4
Sentir-se estranho
10%
3, 10
Sentir-se relaxado
20%
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Sentir-se bem
70%
3
Sentir-se com
muito medo
10%
2, 10
Sentir-se relaxado
20%
115
Como se observa na tabela acima, 70% dos sujeitos indicaram
sentimentos positivos em relação ao que acharam da experiência, enquanto
30% indicaram sentimentos de medo e desconforto.
Sessão 2:
Todos os sujeitos indicaram sentimentos positivos em relação ao que
acharam da experiência. É importante frisar que os sujeitos 2, 3 e 8, que
haviam sentido medo da experiência, relataram achar a experiência positiva, e
o receio havia desaparecido depois de conhecerem o processo.
Sessão 3:
Como na sessão anterior, todos os sujeitos indicaram sentimentos
positivos em relação ao que acharam da experiência.
Pergunta número 3: Valeu à pena?
Nas três sessões realizadas, todos os sujeitos indicaram que a
experiência valeu à pena.
Pergunta número 4: Você faria de novo?
Nas três sessões realizadas, todos os sujeitos indicaram que fariam
novamente todo o processo.
Pergunta número 5: De qual parte você mais gostou?
Foram criadas quatro categorias:
1. Gostei de tudo: fazem parte desta categoria os sujeitos que descreveram que
gostaram de todas as etapas do processo;
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Muito boa.
70%
2, 3, 8
Dá Medo
30%
116
2. Das lembranças: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram gostar
mais da parte em que eram induzidos a lembrar e vivenciar acontecimentos
prazerosos indicados por eles;
3. Do relaxamento: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram gostar
mais da parte em que eram induzidos a relaxar, logo no começo da
intervenção.
4. Ficar Leve: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram gostar mais
da parte em que eram induzidos a sentir-se leve, logo após a fase do
relaxamento;
Sessão 1:
Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 50% dos sujeitos
indicaram ter gostado mais da parte em que foram induzidos a se recordar das
lembranças agradáveis por eles sugeridas. Em seguida temos 30% dos
sujeitos dizendo que gostaram mais quando foram induzidos a sentirem-se
leves; 10% disseram gostar da parte referente ao relaxamento, enquanto os
outros 10% disseram ter gostado de tudo.
Sessão 2:
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
9
Gostei de tudo
10%
5, 6, 7, 8, 10
Das lembranças
50%
2,
Do relaxamento
10%
1, 3, 4
Ficar Leve
30%
117
Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 70% dos sujeitos
indicaram ter gostado mais da parte em que foram induzidos a se recordar das
lembranças agradáveis por eles sugeridas. Em seguida, temos 20% dos
sujeitos afirmando ter gostado de tudo; 10% dos sujeitos disseram gostar da
parte referente ao relaxamento. Diferente da sessão anterior, desta vez
nenhum dos sujeitos escolheu a categoria “ficar leve”.
Sessão 3:
Nesta última sessão, como evidencia a tabela acima, 50% dos sujeitos
indicaram ter gostado mais da parte em que foram induzidos a se recordar das
lembranças agradáveis por eles sugeridas. Em seguida, temos dois grupos de
sujeitos, com 20% em cada, um indicando ter gostado de tudo e outro
indicando ter gostado da parte do relaxamento; 10% dos sujeitos afirmaram
que gostaram mais quando foram induzidos a sentirem-se leves.
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
7, 9
Gostei de tudo
20%
1, 2, 3, 4, 6, 8, 10
Das lembranças
70%
5
Do relaxamento
10%
Ficar Leve
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 10
Gostei de tudo
20%
4, 5, 6, 8, 9
Das lembranças
50%
2, 7,
Do relaxamento
20%
3
Ficar Leve
10%
118
Como é possível observar, no decorrer das sessões, pelo menos metade
dos sujeitos, em cada sessão, indicou ter gostado mais da parte em que
recordaram as lembranças de forma intensa.
Pergunta número 6: Você se lembrou de tudo que eu falei?
Sessão 1:
Na sessão 1, 70% dos sujeitos disseram ter se lembrando de tudo o que
foi dito pelo pesquisar durante a intervenção, contra 30% que disseram não ter
se lembrado.
Sessão 2:
na sessão 2, 70% dos sujeitos disseram ter se lembrando de tudo o
que foi dito pelo pesquisar durante a intervenção, contra 30% que disseram
não ter se lembrado.
Sessão 3:
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 2, 4, 5, 6, 7, 9
Sim
70%
3, 8, 10
Não
30%
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 2, 4, 5, 6, 7, 9
Sim
70%
3, 8, 10
Não
30%
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 5, 6
Sim
30%
2, 3, 4, 7, 8, 9, 10
Não
70%
119
Na sessão 3, 30% dos sujeitos disseram ter se lembrando de tudo o que
foi dito pelo pesquisar durante a intervenção, contra 70% que disseram não ter
se lembrado de tudo. Como se observa, parece ter ocorrido uma inversão de
valores da primeira à última sessão, em relação aos sujeitos se lembrarem de
tudo que foi falado pelo pesquisador durante a intervenção.
Pergunta número 7: De qual parte você menos gostou?
Foram criadas cinco categorias:
1. Nenhuma: fazem parte desta categoria os sujeitos que descreveram que
gostaram de todas as etapas do processo, não houve etapas que os
desagradou;
2. Das lembranças: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram ter
gostado menos da parte em que eram induzidos a lembrar e vivenciar
acontecimentos prazerosos indicados por eles, pois de alguma maneira tais
acontecimentos acabavam tendo uma conotação negativa.
3. Perder Controle: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram ter
gostado menos da parte na qual começavam a entrar em transe e sentiram-se
perdendo o controle;
4. Sentir o Corpo Pesado: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram
ter gostado menos da parte na qual são induzidos a sentir a sensação de peso
se espalhando pelo corpo;
5. Hora de Voltar: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram ter
gostado menos da parte de retirada do processo, indicando certa sensação de
estranheza.
Sessão 1:
120
Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 60% dos sujeitos
indicaram não haver partes das quais não gostaram; 20% dos sujeitos
relataram não ter gostado quando se sentiram perdendo o controle, enquanto
10% disseram ter gostado menos das lembranças, pois algumas que eram
agradáveis acabaram tornando-se desagradáveis. Outros 10% dos sujeitos
disseram não ter gostado da parte em que voltavam do processo hipnótico.
Sessão 2:
Nesta sessão, assim como na sessão anterior, a maior parte dos sujeitos
(70%) indicou não haver partes das quais não gostaram. O restante da amostra
foi dividida igualmente em três grupos, com 10% cada um: aqueles sujeitos que
não gostaram quando se sentiram perdendo o controle; aqueles que disseram
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 5, 6, 7, 8, 9
Nenhuma
60%
2,
Das lembranças
10%
3, 4,
Perder Controle
20%
Sentir o Corpo Pesado
10
Hora de Voltar
10%
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Nenhuma
70%
Das lembranças
2
Perder Controle
10%
3
Sentir o Corpo Pesado
10%
4
Hora de Voltar
10%
121
não ter gostado da parte em que voltavam do processo hipnótico; e aqueles
que disseram não ter gostado da parte em que foram induzidos a sentir a
sensação de peso ser espalhada pelo corpo.
Sessão 3:
Nesta última sessão, 90% dos sujeitos indicaram não haver partes das
quais não gostaram. Os 10% restantes indicaram que gostaram menos da
parte das lembranças, em que uma das lembranças tornou-se desagradável. É
interessante apontar que esse foi um erro cometido pelo pesquisador durante o
processo, pois, na tentativa de induzir sensações boas para o paciente, não se
ateve exclusivamente aos dados coletados para indução, e criou uma nova
vivência para o sujeito: a de imaginar a região lateral inferior direita do corpo
(região do pâncreas) se sentido “bem” e “curada”. Ao fazer isso, outras
lembranças associadas a essa região do corpo do sujeito foram rememoradas,
lembranças estas consideradas posteriormente como desagradáveis pelo
sujeito (o sujeito recordou de uma laparoscopia realizada para extração da
vesícula biliar).
É importante ressaltar que algumas das informações obtidas como
respostas a essa pergunta foram usadas nas sessões seguintes para propiciar
um melhor atendimento ao sujeito, impedindo-o de sentir-se desconfortável ou
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Nenhuma
90%
3
Das lembranças
10%
Perder Controle
Sentir o Corpo Pesado
Hora de Voltar
122
lesado durante a pesquisa. Um exemplo disso foi que, durante as induções, a
sensação de peso acabou sendo retirada na última sessão, pois foi notado que
tal sensação, apesar de não incomodar alguns sujeitos, trazia desconforto para
outros.
Pergunta número 8: Alguma lembrança tornou-se desagradável?
Sessão 1:
Nesta sessão, 90% dos sujeitos disseram que nenhuma lembrança
tornou-se desagradável, enquanto 10% (o que representa apenas um sujeito)
disseram que uma das lembranças tornou-se desagradável. Especificamente
em relação a esse sujeito, a lembrança era inicialmente boa, pois remetia a
categoria conhecer cônjuge, demonstrada anteriormente na variável vivências
agradáveis do presente capítulo. Mas como o cônjuge em questão havia
falecido, o sujeito acabou pensando também na perda, ao invés de pensar
apenas nas sensações boas sentidas ao conhecê-lo.
Sessão 2 e 3:
Nas sessões seguintes à 1, todos os sujeitos disseram que nenhuma
lembrança tornou-se desagradável.
Pergunta número 9: Quantas vezes por semana você estaria disposto a
fazer este procedimento?
Sujeitos
Categoria
% dos sujeitos
2
Sim
90%
1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Não
10%
123
Sessão 1:
Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 50% dos sujeitos
disseram estar dispostos a fazer o procedimento ao qual foram submetidos
duas vezes por semana; 30% dos sujeitos estariam dispostos a fazer tal
procedimento três vezes ou mais na semana, enquanto 20% estariam
dispostos a fazê-lo uma vez por semana.
Sessão 2:
Na segunda sessão, como evidencia a tabela, 60% dos sujeitos
disseram estar dispostos a fazer o procedimento ao qual foram submetidos
duas vezes por semana; 20% dos sujeitos estariam dispostos a fazer tal
procedimento uma vez por semana, enquanto outros 20% estariam dispostos a
fazer tal procedimento três vezes ou mais na semana.
Sessão 3:
Sujeitos
Vezes por semana
% dos sujeitos
3, 9
1 vez
20%
2, 4, 7, 8, 10
2 vezes
50%
1, 5, 6
3 ou mais vezes
30%
Sujeitos
Vezes por semana
% dos sujeitos
3, 9
1 vez
20%
1, 2, 4, 6, 8, 10
2 vezes
60%
7, 5
3 ou mais vezes
20%
124
Nesta última sessão, 80% dos sujeitos disseram estar dispostos a fazer
o procedimento ao qual foram submetidos duas vezes por semana; 10% dos
sujeitos estariam dispostos a fazer tal procedimento uma vez por semana,
enquanto outros 10% estariam dispostos a fazer tal procedimento três vezes ou
mais na semana.
Cabe ressaltar, que no decorrer das pesquisas, houve um crescimento,
sessão após sessão, da escolha duas vezes por semana.
Pergunta número 10: Sentiu o corpo pesado? Leve? O que mais?
Foram criadas três categorias:
1. Leve: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram sentir apenas o
corpo leve;
2. Pesado: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram sentir apenas o
corpo pesado;
3. Leve e Pesado: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram sentir o
corpo pesado e também leve;
4. Outras sensações: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram
sentir, além de corpo leve e/ou pesado, também outras sensações, como
engrossar, inchar;
Sujeitos
Vezes por semana
% dos sujeitos
7
1 vez
10%
1, 2, 4, 5, 6, 8, 9, 10
2 vezes
80%
3,
3 ou mais vezes
10%
125
5. Nenhuma: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram não sentir
nenhuma das sensações perguntadas.
Sessão 1:
Na primeira sessão, 60% dos sujeitos responderam sentir o corpo leve e
também pesado quando sugerido isso durante a indução; 20% disseram sentir
o corpo apenas leve, enquanto 10% disseram sentir, além de peso e leveza,
outras sensações; 10% dos sujeitos responderam que não sentiram nenhuma
das sensações sugeridas.
Sessão 2:
Na segunda sessão, 40% dos sujeitos responderam sentir o corpo leve e
também pesado quando sugerido isso durante a indução; 30% disseram sentir
Sujeitos
Categorias
% dos sujeitos
4, 6
Leve
20%
Pesado
1, 2, 3, 7, 9, 10
Leve e Pesado
60%
8
Outras sensações
10%
5
Nenhuma
10%
Sujeitos
Categorias
% dos sujeitos
4, 7, 10
Leve
30%
5
Pesado
10%
1, 2, 6, 9
Leve e Pesado
40%
3, 8
Outras sensações
20%
Nenhuma
126
o corpo apenas leve, enquanto 20% disseram sentir, além de peso e leveza,
outras sensações; 10% dos sujeitos responderam sentir o corpo pesado.
Sessão 3:
Na última sessão, 90% dos sujeitos disseram sentir o corpo apenas leve
quando sugerido isso durante a indução, enquanto 10% disseram sentir, além
de peso e leveza, outras sensações. É importante observar, que durante a
última sessão, foi retirada do processo de indução a descrição “sentir o corpo
pesado”, ficando apenas a sugestão de leveza, pois, como mencionado,
alguns sujeitos relataram que a sensação de peso era desconfortável, o que
não aconteceu com a sensação de leveza.
Pergunta número 11: De 0 a 10, sendo 0 nada e 10 tudo, que nota você
daria para a profundidade em que você entrou?
Todos os sujeitos da amostra, ao responder esta pergunta, indicaram
profundidade a partir do nível 6, motivo pelo qual níveis inferiores não o
citados nesta tabela.
Sessão 1:
Sujeitos
Categorias
% dos sujeitos
1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Leve
90%
Pesado
Leve e Pesado
4
Outras sensações
10%
Nenhuma
127
Na primeira sessão, 50% dos sujeitos disseram ter chegado a um nível
de profundidade 8; 20% disseram ter entrado num nível de profundidade 6 e
outros 20% em um nível de profundidade 7; 10% dos sujeitos indicaram ter
entrado em um nível de profundidade 10.
Sessão 2:
na segunda sessão, 40% dos sujeitos disseram ter chegado a um
nível de profundidade 9; 20% disseram ter entrando num nível de profundidade
7 e outros 20%, em um nível de profundidade 10; 10% dos sujeitos indicaram
ter entrado em um nível de profundidade 6, enquanto outros 10% disseram ter
entrado em um nível de profundidade 8.
Sessão 3:
Sujeitos
Profundidade
% dos sujeitos
7, 9
6
20%
1, 4
7
20%
2, 3, 6, 8, 10
8
50%
9
5
10
10%
Sujeitos
Profundidade
% dos sujeitos
3
6
10%
4, 9
7
20%
1
8
10%
2, 5, 6, 8
9
40%
7, 10
10
20%
128
Na última sessão, os níveis de profundidade apontados pelos sujeitos
aumentaram, pois o menor valor indicado, por 30% dos sujeitos, foi 8. Outros
30% indicaram ter vivenciado um nível de profundidade 9, enquanto 40% dos
sujeitos disserem ter chegado a um nível de profundidade 10.
Pergunta número 12: Algum outro comentário sobre essa experiência?
No decorrer das sessões, alguns sujeitos responderam “não” a essa
pergunta. Os comentários diferentes da resposta não estão catalogados na
tabela apresentada a seguir, divididos por sujeito (alguns comentários
ocorreram em sessões diferentes, mas foram agrupados por sujeitos):
Sujeitos
Profundidade
% dos sujeitos
1, 3, 4
8
30%
2, 7, 9
9
30%
5, 6, 8, 10
10
40%
Sujeito
Comentário
1
Posso dizer que o que você fez em mim foi hipnose? É que eu
nunca fiz hipnose então não sei como é. O tempo todo eu
estava consciente.
2
Interessante dizer que alguns momentos não eram uma
lembrança, eu estava vivenciando mesmo, de quase ver
mesmo. Mas ao mesmo tempo estava totalmente lúcida. Acho
que pode ajudar em muitas coisas. Pensei até, durante o
tempo que você esteve falando, às vezes eu ouvia, às vezes
eu ia para outros lugares, pensando em outras coisas. Coisas
boas.
129
4
Tinha horas em que eu fugia para assuntos que você não
estava falando. Não é preocupação, mas eram assuntos
paralelos. Surgiam do nada, não eram assuntos que eu tinha
que resolver. Agora eu nem vou lembrar.
6
Eu achei que foi uma boa experiência. Eu gostei muito. Para
mim foi uma coisa nova.
7
Se funcionar para mim pelo resto do dia vai ser excelente.
10
Não, só que realmente é interessante ver como mexe com a
gente. E que foi muito bom. Carreguei minhas pilhas. Acho
que vou começar a fazer isso em casa.
130
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De um modo análogo à apresentação dos resultados, a discussão terá
início verificando-se as variáveis apresentadas, por meio de análises
individuais e transversais entre elas. A fim de proceder-se à avaliação, os
dados foram apreciados tanto do ponto de vista quantitativo, quanto qualitativo.
Variável 1: Dados sócio-demográficos
Na amostra total (grupo intervenção e grupo controle), a média de idade
é de 52 anos; 28% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade; 33% têm
entre 45 e 56 anos de idade e 39% têm acima de 56 anos de idade. Nesse
grupo, fica evidenciado que 89% dos sujeitos são casados; 5% são solteiros e
6%, viúvos, o que condiz com pesquisas sobre prevalência de sexo e estado
civil de pessoas com diabetes tipo 2 no Brasil (GOLDENBERG et al., 2003).
Os sujeitos que compuserem essa amostra, em sua maioria, eram
mulheres (83%). Segundo dados do Goldenberg et al. (2003), em um estudo
multicêntrico de prevalência de diabetes mellitus no Brasil, a quantidade de
homens e mulheres com diabetes tipo 2 no Brasil é equivalente, o que difere da
amostra nesta pesquisa. Não justificativa específica para uma maior
quantidade de pessoas do sexo feminino ter procurado participar da pesquisa.
Podemos apenas fazer especulações referentes ao tipo de divulgação
realizada (e-mail e consultórios médicos) assim como o tipo de temática da
pesquisa, apenas pressupondo que a divulgação atingiu mais as mulheres que
homens e que, a temática, considerada “alternativa” pelo senso comum, tenha
atraído mais o público feminino. Na opinião deste pesquisador, a primeira
hipótese mostra-se mais provável, pois a divulgação concentrou-se nas mãos
de médicas endocrinologistas que indicaram a pesquisa a suas pacientes,
131
assim como os e-mails foram melhores divulgados pelo público feminino
(segundo feedback dos sujeitos da pesquisa).
Nos resultados, também é possível observar que a maior parte da
amostra total (61%) tem nível universitário (pelo menos 15 anos de estudo).
Isso não condiz com a realidade do país, nem com os dados coletados por
Goldenberg et al. (2003), que indicam que os sujeitos portadores de diabetes
tipo 2, em sua maioria, têm no máximo 8 anos de estudo. Umas das
possibilidades para essa explicação talvez siga o mesmo caminho da
justificativa em relação à prevalência por sexo: o tipo de divulgação tenha
chegado a pessoas com maior formação escolar formal.
A ocorrência por ocupação foi bem diversificada nos grupos controle e
intervenção, e por isso não se pode dizer que pessoas de uma ocupação
específica procuraram participar mais da pesquisa que outras. O que é possível
afirmar é que as pessoas que trabalhavam como autônomas tinham mais
flexibilidade de horário para realizar a pesquisa do que as pessoas que
trabalhavam em empresas cumprindo horários mais rígidos, motivo pelo qual
os horários de sábado e domingo foram preenchidos pelos últimos sujeitos.
Quanto à religião, os resultados demonstraram um grupo maior de
pessoas que têm a religião católica como escolha, o que condiz com os
estudos sobre religiosidade em nosso país (SCHULTZ, 2005).
Avaliando todos os sujeitos, verifica-se que 6% tinham menos de 30
anos quando foram diagnosticados como portadores de diabetes mellitus tipo
2. 22% foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39 anos. A maior
porcentagem da amostra (44%) foi de sujeitos que tinham de 40 a 49 anos
quando foram diagnosticados, dado que vem de encontro aos estudos de
132
Gross et al. (2002), segundo os quais a idade de início do diabetes tipo 2 é
variável, embora seja mais freqüente após os 40 anos de idade. Nesse grupo,
83% dos sujeitos começaram o tratamento a partir do diagnóstico da doença,
enquanto 17% começaram o tratamento pelo menos após um ano de terem
sido diagnosticados. Estes sujeitos disseram demorar a começar o tratamento
porque não queriam privar-se de nada por causa da doença (principalmente no
caso das dietas alimentares), mas tiveram que acabar cedendo por motivos de
saúde.
Segundo Correa et al. (2003), a obesidade e sobrepeso estão presentes
na maioria dos pacientes diabéticos tipo 2, sendo que sua prevalência varia
dependendo de fatores genéticos e ambientais (educacionais e culturais).
Concordando com os dados levantados por eles, na amostra total, é possível
observar que nenhum dos sujeitos participantes está abaixo do peso: 22%
encontram-se na faixa de peso considerada normal, enquanto a maioria (78%)
está acima do peso, segundo seu IMC (índice de massa corporal).
Em relação a outras doenças concomitantes ao diabetes, 87% dos
sujeitos (considerando os dois grupos) disseram ter alguma comorbidade
associada. As maiores ocorrências somadas (53%) referem-se ao colesterol
elevado e hipertensão arterial. Segundo Scheffel et al. (2004), o
comprometimento arteroesclerótico das coronarianas, dos membros inferiores
e das regiões cerebrais é comum nos pacientes com diabetes mellitus do tipo 2
e constitui a principal causa de morte desses pacientes. Essas complicações
macroangiopáticas podem ocorrer mesmo em estágios precoces do DM e se
apresentam de forma mais difusa e grave do que em pessoas sem DM.
133
Segundo Sartorelli e Franco (2003), algumas evidências sugerem que o
sedentarismo, favorecido pela vida moderna, é um fator de risco tão importante
quanto à dieta inadequada na etiologia da obesidade e possui uma relação
direta e positiva com o aumento da incidência do diabetes tipo 2 em adultos,
independentemente do índice de massa corporal. Alguns estudos demonstram
que o controle de peso e aumento da atividade física diminui a resistência à
insulina, diminuindo as chances de se desenvolver o diabetes mellitus. Foi
interessante verificar nos sujeitos uma possibilidade correlacional com o que foi
apontado pelos autores, pois a maioria dos sujeitos (83%) disse não praticar
atividade física.
no que diz respeito à dieta, tem-se que 67% dos sujeitos disseram
seguir uma, enquanto 33% disseram não seguir, fator esse que pode ajudar
também no controle da glicemia.
Em relação aos medicamentos usados na amostra total, observa-se que
44% dos sujeitos usam apenas medicamentos como as Biguanidas, enquanto
56% usam Biguanidas e Sulfonilureias concomitantemente. Nenhum dos
sujeitos dessa amostra disse apenas usar as Sulfonilureias para tratamento do
diabetes. Os remédios citados estão entre os mais usados entre os pacientes
diabéticos tipo 2, que, conforme observado por Hirata e Hirata (2006), os
tipos mais conhecidos de medicamentos são as sulfoniluréias (que aumentam
a secreção de insulina pelo pâncreas), as biguanidas (que aumentam a
sensibilidade do organismo à insulina produzida) e a acarbose (que torna
mais lenta a absorção da glicose no intestino, dando tempo ao organismo para
manter a glicemia normal). Nota-se que nenhum paciente declarou usar este
último tipo de remédio citado pelos autores.
134
Como último item apresentado no levantamento sócio-demográfico,
temos a referência em relação a filhos; no grupo, nota-se que 94% tem pelo
menos um filho. Esse dado é importante, pois, como será observado na
variável seguinte, muitos sujeitos indicaram como lembrança agradável
recordar o nascimento dos filhos.
Variável 2: Vivências agradáveis
A amostra total de vivências (citadas pelo grupo intervenção e controle)
como apresentado nos resultados, conta com um N de 92 distribuídos, de
forma heterogênea entre os sujeitos do grupo. Do total de vivências citadas
nesse grupo, 22% enquadram-se na categoria Sensações Prazerosas. Um
primeiro motivo para uma maior ocorrência de vivências pertencentes a essa
categoria talvez se deva ao fato de as mesmas vivências poderem ser
indicadas mais de uma vez pelo mesmo sujeito, pois na descrição de uma
vivência podem existir diversas citações de lembranças que remetem
diretamente a sensações físicas diferentes que o sujeito gosta de sentir. Outro
motivo um pouco mais específico para o aumento dessas ocorrências remete
às escolhas do sujeito 7 do grupo de intervenção. Esse sujeito indicou
lembranças que se encaixam nessa categoria (categoria E - Sensações
Prazerosas) quatro vezes, enquanto os outros sujeitos, de ambos os grupos
(intervenção e controle) indicaram no máximo duas vezes. Baseado em
observações do pesquisador, um possível motivo para essa maior escolha
deve-se ao fato do sujeito em questão funcionar cognitivamente de uma
maneira mais cinestésica, pois, em vários momentos de seu discurso, usava
palavras e descrevia histórias relativas à suas lembranças por meio de
135
adjetivos associados aos sentidos olfativo, tátil e gustativo. Hall et al. (2005),
assim como outros pesquisadores da área de neuropsicologia, indicam que
existem características cognitivas de funcionamento em relação aos sentidos, e
que as pessoas costumam interagir com o mundo, cognitiva e sensório-
perceptualmente usando estratégias visuais, auditivas e cinestésicas (esta
última referente ao olfato, tato e paladar).
Foi interessante observar que a maioria das categorias criadas refere-se
a momentos específicos e intensos de prazer, de vivências que aconteceram
de forma bem localizada no passado. Nesse grupo, podemos colocar as
categorias Nascimentos, Viagens, Conquistas, Presentes Importantes,
Conhecer Cônjuge, Experiências Religiosas. Um dos motivos para explicar isso
pode ser o funcionamento da memória em relação a acontecimentos
estressantes e emocionalmente significativos, que permanecem na memória
por muito tempo e são lembrados de forma explícita. Conforme elucidado por
Bohleber (2007), eventos intensos, com caráter de afeto positivo ou negativo,
são mais facilmente registrados na memória a longo prazo do que eventos
menores, mais rotineiros. Por isso, quando foi solicitado aos sujeitos que
sugerissem situações agradáveis que gostariam de viver em transe, uma das
buscas foi por eventos mais facilmente lembráveis associados muitas vezes a
registros de situações intensas. Interessante foi notar no grupo intervenção,
que no decorrer das sessões, outras lembranças foram surgindo, lembranças
estas, muitas vezes relacionadas a eventos de vivência mais rotineira, de
prazeres não associados a momentos de intensidade, mas a momentos que os
sujeitos podem vivenciar no seu dia a dia, como no exemplo das categorias:
Relacionamentos Afetuosos, Sensações Prazerosas, Lugares Agradáveis e
136
Aprendizagens. Cabe ressaltar, que o sujeito número 7 do grupo intervenção e
o sujeito número 7 do grupo controle indicaram ambos, categorias associadas,
em sua grande maioria, a situações e sensações agradáveis que podem ser
vivenciadas no dia a dia. Não foi o foco do trabalho analisar o motivo de tais
escolhas, mas fica como um dado a ser refletido de forma mais específica,
criando apenas suposições e traçando dados correlacionais (ambos tem alturas
próximas, ambos são do mesmo sexo, ambos não praticam atividade física,
ambos são casados, ambos tem filhos, ou simplesmente ambos buscam viver a
vida por meio de situações prazerosas no dia a dia).
É importante notar que, a categoria Nascimentos, referentes a
lembranças de nascimento de filhos e netos, foi descrita como prazerosa. Ela
aparece em terceiro lugar das categorias que mais tiveram vivências citadas. É
possível intuir que esse tipo de lembrança realmente fica registrada de maneira
intensa e positiva na memória das pessoas, e que pode, em circunstâncias
específicas, promover saúde e bem estar. Fator que se comprova por meio da
observação de que 56% dos sujeitos indicaram, pelo menos uma vez,
lembranças que se enquadram nessa categoria, ainda mais considerando que
eventos como o nascimento de filhos e netos ocorrem poucas vezes na vida.
Um último aspecto importante a ser mencionado com relação a essa
variável refere-se à categoria Experiências Religiosas. Essa categoria foi criada
exclusivamente para abarcar as vivências do sujeito número 5 do grupo
intervenção, pois citou duas vivências que não se enquadravam em nenhuma
outra categoria. Foi interessante notar que essa escolha pode estar
correlacionada aos dados sócio-demográficos do sujeito, pois ao responder
sobre religião, expressou-se de forma positivamente intensa e exaltada,
137
declarando ter e praticar a religião proferida (observação e inferência do
pesquisador sobre o evento ocorrido). Na primeira sessão, a indicação dessas
vivências de cunho religioso respondia à metade das vivências indicadas por
esse sujeito (no decorrer das sessões seguintes, o sujeito indicou mais duas
vivências que gostaria de experienciar durante o estado hipnótico).
Variável 3: Níveis de Glicemia
Durante a discussão dos dados referentes a essa variável, não podemos
esquecer que o foco principal da análise será sobre o grupo intervenção, pois o
grupo controle, nessa variável, serviu de apoio para observar e comparar se
eventuais alterações dos níveis de glicemia seriam conseqüência apenas do
decorrer do tempo de coleta. Como se observa nos resultados, o grupo
controle não apresenta alteração significativa nos níveis de glicemia. Por esse
motivo, não ocorrendo nenhum tipo de intervenção com os sujeitos, é esperado
que pacientes diabéticos tipo 2 não apresentem, durante o período de 50
minutos, alterações significativas no nível de glicemia no sangue (para coletas
realizados em horários, ambiente e com exigências semelhantes).
Conforme informações prestadas pelo médico Dr. Régis Cavini Ferreira,
alterações no nível de glicemia do sangue, decorrentes de eventos externos e
internos, podem ser observadas em curto espaço de tempo. Gross et al. (2002)
afirmam que podem ser realizadas medições em menos de 15 minutos e
alterações já podem ser verificadas no nível de glicemia do sangue. Durante as
medições, buscou-se avaliar a ocorrência de alterações, e se poderiam estar
relacionadas aos eventos aos quais os sujeitos da pesquisa estavam sendo
submetidos. Alguns estudos, como citado por Silva et al. (2004), indicam que o
relaxamento propicia mais saúde ao paciente com diabetes tipo 2 e durante a
138
intervenção, para levar os sujeitos a terem lembranças e situações agradáveis
em hipnose, foi usado, como umas das cnicas de indução, o relaxamento.
Como pode ser observado, as medições após o relaxamento não mostraram
um padrão de funcionamento especifico (medidas na fase 2). Em alguns
sujeitos o nível de glicemia subia, em outros descia, e, numa boa parte, os
níveis de glicemia permaneciam inalterados. Com esses dados, talvez seja
possível indicar que se houve alguma alteração significativa no nível de
glicemia dos sujeitos, o relaxamento não foi o principal responsável.
A partir das observações das alterações do vel de glicemia no decorrer
das sessões, avaliando as fases 3 e 4, verifica-se uma constante evolução e
padronização das respostas glicêmicas dos sujeitos, uma vez que, após 3
sessões, as medidas glicêmicas apresentaram comportamento similar ao final
da intervenção. Segundo Zeig (1985) e Haley (1991), vivenciar o estado
hipnótico é um aprendizado, quanto mais alguém se submete a tal estado, mais
fácil e mais profundo o processo, o que pode propiciar vivências cada vez mais
intensas e benéficas ao paciente.
Observando as três sessões, verifica-se que na primeira 50% dos
sujeitos apresentaram diminuição no nível de glicemia com taxas variando
numa redução de 4,76% a 13,57%, numa média de redução percentual de
8,01%. Já na segunda sessão, em 80% dos sujeitos, o nível de glicemia
diminuiu, com taxas de redução variando de 3,65% a 19,83%, numa média
percentual de 9,73%. Na última sessão (sessão 3), assim como na sessão
anterior, 80% dos sujeitos apresentaram diminuição no nível de glicemia com
taxas variando numa redução de 4,96% a 19,88%, numa média de redução
percentual de 13,20%. Isso realmente aponta que no decorrer das sessões, o
139
número de sujeitos que tiverem redução no nível de glicemia foi aumentando.
Além disso, a média percentual de diminuição também acompanhou esse
aumento, pois foi aumentando no decorrer das sessões. Baseado nessas
informações, é possível dizer que parece realmente existir uma ligação entre as
vivências agradáveis propostas através da hipnose e a alteração dos níveis de
glicemia dos sujeitos pesquisados. O interessante é que tais alterações são,
em dados de saúde, benéficas aos pacientes, pois os níveis de glicemia
diminuíram, chegando a alguns casos a uma medida localizada dentro dos
padrões da normalidade. Fomentando tais indicativos, Uvna¨s-moberg (1998)
cita uma pesquisa que mostra a influência positiva da Ocitocina (substância
associada a vivências prazerosas) sobre o organismo, seja atuando como
hormônio anti-stress, seja estimulando um crescimento celular saudável, seja
até mesmo estimulando a indução de hormônios gastrintestinais como a
insulina. O interessante nesse estudo é a indicação de que a estimulação da
ação de tal substância possa ser condicionada a estados psicológicos e ligados
à imaginação, indicando os benefícios reais de terapias como hipnose.
Foi interessante observar que, em certo momento das sessões, em dois
sujeitos do grupo intervenção, houve um aumento do nível glicêmico. O
primeiro foi o sujeito número 2, que na primeira sessão apresentou um
aumento de 12,36% da taxa de glicemia. Posteriormente, na entrevista sobre
impressões a respeito da intervenção, o sujeito citou que uma das vivências
indicadas por ele não se desenvolveu da maneira como ele esperava durante a
hipnose. Esse sujeito havia indicado entre suas vivências, uma que se
enquadrava na categoria Conhecer Cônjuge. Mas o sujeito não havia
informado que o respectivo cônjuge havia falecido. Durante o processo de
140
recordação da vivência, segundo relato do sujeito, a lembrança que estava
ficando agradável começou a ficar triste, a tornar-se desagradável. Nas
sessões seguintes, tendo elaborado melhor tal lembrança, esse sujeito passou
a apresentar diminuição nos níveis de glicemia. Outro sujeito que apresentou
alterações semelhantes foi o de número 4, que na segunda sessão apresentou
um aumento de 8,00% da taxa de glicemia. Esse sujeito relatou que durante a
sessão de hipnose, quando se imaginava em sua futura casa, começou a
lembrar-se do animal de estimação que tinha e havia falecido. Na sessão
seguinte, tendo elaborado melhor tal lembrança, esse mesmo sujeito
apresentou diminuição no nível de glicemia.
Parece então haver uma correlação entre a qualidade da lembrança
(lembrança agradável e desagradável aos olhos de quem lembra) e a alteração
orgânica vivida. Vivenciar em transe lembranças boas (consideradas
agradáveis pelo individuo) parece alterar o organismo de maneira positiva (em
termos de glicemia) assim como vivenciar lembranças desagradáveis em
transe parece ter um efeito não saudável (no caso em questão, em termos do
nível de glicemia). Uma pesquisa realizada por Dagher et al. (2001), sobre
sensações prazerosas e aversivas, parece explicar um pouco desse
funcionamento. Eles demonstraram que os estímulos prazerosos estimulam
áreas cerebrais diferentes dos estímulos aversivos, considerando que existem
duas áreas distintas no rebro, uma referente a recebimento de estímulos
prazerosos (sistema de recompensa) e outra referente a estímulos aversivos
(sistema de punição) e que tais áreas afetam o funcionamento do organismo.
Uma questão interessante que pode surgir sobre o assunto das
vivências ou situações agradáveis é: haveria alguma alteração significativa no
141
nível glicêmico, caso os sujeitos apenas pensassem, fora do estado hipnótico,
nas lembranças mencionadas durante a pesquisa? A fim de responder a essa
pergunta, num primeiro momento, cabe avaliar a primeira sessão realizada com
cada paciente. Na primeira sessão, após responderem ao questionário sócio-
demográfico, os sujeitos responderam à entrevista 2 (Anexo 3 dados para
indução) na qual eram levantadas as situações e vivências agradáveis que os
sujeitos gostariam de experimentar durante o estado hipnótico. É possível
observar, avaliando-se as medidas glicêmicas antes e após tais entrevistas,
que não houve alteração do nível glicêmico, o que pode indicar que apenas
pensar em tais lembranças de forma ordinária, talvez não afete o organismo a
ponto de provocar alterações no nível de glicemia no sangue. Outra
possibilidade seria ler as lembranças para o grupo controle, enquanto os
sujeitos se encontravam de olhos fechados e verificar se ocorreriam alterações
no nível glicêmico. Haveria aqui um problema, pois, ao colocar os sujeitos
deitados e dependendo da forma que as lembranças fossem lidas pelo
pesquisador, poderia, ali, começar a ocorrer uma indução hipnótica, o que
inviabilizaria qualquer comparação com os dados da intervenção, que
segundo Galvão (2003), o processo de indução é bem simples e colocar
alguém em transe não requer muito esforço, segundo uma abordagem
Ericksoniana. Ressaltando ainda os trabalhos de Kosslyn et al. (2000), que em
sua pesquisa demonstraram, através de imagens do cérebro, que apenas
imaginar cores em estado ordinário é diferente para o cérebro do que imaginar
cores em estado hipnótico, pois nesse segundo estado o cérebro responde
como se realmente estivesse vendo as cores imaginadas, apenas
142
estabelecendo correlações. Se imaginar é diferente de imaginar em transe,
talvez simplesmente lembrar seja diferente de lembrar em transe.
Variável 4: sensações de bem estar
Durante a discussão dos dados referentes a esta variável, é preciso
lembrar que o foco principal da análise será sobre o grupo intervenção, já que o
grupo controle, serviu de apoio para observar e comparar se eventuais
alterações das sensações de bem estar são conseqüência apenas do decorrer
do tempo de coleta. Como se observa nos resultados, apenas um dos sujeitos
desse grupo apresentou algum tipo de alteração na sensação de bem estar e
declarou que se sentiu melhor do que estava quando iniciou o processo.
no grupo intervenção, verifica-se um constante aumento nas
indicações de como estavam se sentindo os sujeitos ao final das sessões. Na
primeira sessão, 80% dos sujeitos indicaram se sentir melhor após a
intervenção, enquanto 10% sentiam-se da mesma maneira. Outros 10% da
amostra indicaram sentir-se pior após a intervenção (sujeito número 4). Esse
sujeito relatou que foi desconfortável ter que voltar do processo, e por isso
estava se sentindo pior do que quando começou. Comparando os dados da
redução do nível glicêmico, tem-se que enquanto em 50% dos sujeitos o nível
de glicemia era reduzido, a indicação de sentir-se melhor ocorria com 80% dos
sujeitos na mesma amostra e na mesma sessão, o que pode indicar não haver
relação direta entre sentir-se bem subjetivamente e estar bem objetivamente.
na segunda sessão, 90% dos sujeitos indicaram sentir-se melhor do que no
começo da sessão, enquanto 10% dos sujeitos indicaram sentir-se pior.
Novamente esse foi o sujeito 4, que relatou desconforto ao retornar da hipnose.
143
Nessa sessão, esse sujeito também apresentou um aumento no nível de
glicemia, e talvez aqui possa existir uma correlação entre sentir-se mal e ter
nível glicêmico aumentado.
Em vista disso, pensado na amostra como um todo, houve um aumento
na sensação subjetiva de bem estar, assim como uma diminuição dos níveis de
glicemia dos sujeitos. Isso pode ser notado mais claramente na última sessão,
quando todos os sujeitos da amostra declararam sentir-se melhor no final da
sessão do que antes. Foi interessante observar que a escolha da cor referente
a sentir-se muito bem (cor vermelha) foi crescendo durante as sessões. Na
primeira sessão essa era a cor escolhida após a intervenção por 20% dos
sujeitos. Na segunda sessão passou a ser a cor escolhida por 40% dos sujeitos
e na terceira sessão passou a ser a cor escolhida por 70% dos sujeitos.
Também é interessante notar, como mostra a tabela da terceira sessão, que
após as intervenções todos os sujeitos sentiam-se bem (30%) e muito bem
(70%) e em nenhum dos sujeitos o nível de glicemia aumentou: ou o nível se
manteve estável, ou diminuiu.
Deste modo, nota-se que o processo de induzir uma pessoa a vivenciar
lembranças agradáveis em hipnose, de alguma maneira, produz sensações
subjetivas agradáveis aos sujeitos que a vivenciam. É interessante pensar,
que mesmo que não tivessem ocorrido alterações positivas no nível de glicemia
dos sujeitos, eles ao menos se sentiam subjetivamente bem ao final do
processo. Para justificar a importância disso, cabe retomar aqui a pesquisa
realizada por Post (2005), em que se demonstrou que emoções positivas
diminuem os efeitos do stress e da resposta luta-luta, o que garante um melhor
funcionamento do sistema imune, gerando saúde.
144
Variável 5: Impressões sobre a intervenção
É importante enfatizar que esta categoria refere-se apenas ao grupo
intervenção, visto que para a coleta de dados foi o único grupo que recebeu a
indução hipnótica, razão pela qual, apenas esses sujeitos passaram pela
entrevista 3 (anexo 7).
Foi interessante notar que os sujeitos indicaram, em sua maioria,
impressões positivas sobre o processo. Indicaram sentir-se muito bem e ter
valido à pena participar da pesquisa. Talvez pelo fato de estarem se sentido
bem, eles indicaram que fariam novamente mais sessões como as realizadas
com eles. Também foi interessante perceber que a cada nova sessão os
sujeitos iam se referindo cada vez mais positivamente com relação ao
processo.
Conforme pontuado anteriormente, existe um aprendizado em relação
ao processo de ser hipnotizado, o que pode ser observado no decorrer das
sessões, à medida que os sujeitos foram se sentido cada vez melhor com o
passar do tempo. Um dado que vem de encontro a essa observação refere-se
ao nível de profundidade no qual o sujeito disse ter entrado. Na primeira
sessão, o menor índice de profundidade indicado foi 6 (em uma escala de 0 a
10). Na segunda sessão, o índice 6 ainda foi indicado (por menos sujeitos) e
houve um aumento de indicação de índices maiores (8, 9 e 10). Na última
sessão, o menor índice indicado foi 8 e houve uma maior ocorrência do índice
10. Isso comprova que o contato com a hipnose vai sendo otimizado com o
tempo. Com base em dados clínicos, é possível afirmar que quanto mais o
145
sujeito entra em contato com a hipnose, mais profundamente ele avança,
tornando as alterações cada vez mais positivas.
Um dos indícios de que o paciente realmente entrou em transe ocorre
quando ele indica ter vivenciado sensações sugeridas pelo hipnoterapeuta. Foi
interessante notar que todos os sujeitos, na sessão 3, indicaram sentir o corpo
leve, conforme foi induzido pelo pesquisador. Outro indício é o de se esquecer
de algumas falas do hipnoterapeuta durante o processo de indução. Durante as
sessões esse fenômeno foi aumentando em termos de ocorrência e na última
sessão 70% dos sujeitos disseram não se lembrar de algo do que foi dita
(PASSOS e LABATE, 1998). Foi interessante notar também que a sensação de
perda de controle sentida por alguns foi um aspecto que assustou no começo,
mas com as quais, no decorrer das sessões, os sujeitos foram se
acostumando.
Por fim, cabe ressaltar, sobre a aplicabilidade da intervenção, que ao
final de todo processo, 80% dos sujeitos disseram estar dispostos a fazer o
procedimento ao qual foram submetidos duas vezes por semana.
146
7. CONCLUSÃO
O intuito deste trabalho não foi o de responder nem de elucidar todas as
questões pertinentes ao assunto hipnose. Desde a elaboração da revisão
bibliográfica, questionamentos e possibilidades de desenvolvimento foram
surgindo, norteando idéias sobre pesquisas que ainda precisam ser
aprimoradas. Como se nota no trecho que retrata a história da hipnose no
mundo e no Brasil, sempre houve divergências em relação ao seu uso e a suas
definições. O número de pesquisas hoje vem aumentando, mas um
pressuposto sico acaba sendo deixado de lado nessas pesquisas: o que
realmente é hipnose. Apesar de se adotar uma postura próxima a definição do
que é proferido pela Neurociência hoje, ainda faltam trabalhos mais claros e
objetivos que visem delinear e definir tal temática.
Isto posto, cabe ressaltar algumas ressalvas neste trabalho. A primeira
delas diz respeito ao número de sujeitos participantes da pesquisa. Como o
número foi baixo (total de dez sujeitos no grupo que recebeu hipnose e oito
sujeitos no grupo controle), fica aqui a idéia de uma pesquisa com um N maior,
pois, apesar dos dados serem positivos, talvez sirvam mais para dar um norte e
indicar possíveis caminhos do que realmente ser estaticamente conclusivo em
termos quantitativos.
Outra idéia interessante seria a de se usar outras medidas orgânicas e
correlacioná-las de maneira mais especifica entre si. O nível de glicemia no
sangue, medido através de aparelhos como o usado nesta pesquisa, facilita
bastante o trabalho, mas também restringe outras possibilidades. Talvez, se
147
além da averiguação do nível de glicemia, fosse possível observar marcadores
endocrinológicos, como por exemplo, medidas de alterações hormonais.
Como os efeitos foram medidos apenas durante as sessões, não é
possível saber se as sensações vivenciadas ajudaram essas pessoas em uma
sessão ou durante um tempo maior, fato que abre outra possibilidade para
novas pesquisas, como por exemplo, os efeitos a longo prazo de tal
procedimento. Ainda sobre esses efeitos, foi interessante notar que vivenciar a
hipnose é um aprendizado, quanto mais alguém se submete a tal
procedimento, mais fácil e mais profundo o processo, o que pode propiciar
vivências cada vez mais intensas e benéficas ao paciente, como foi notado ao
longo das sessões de intervenção.
Mesmo reconhecendo a existência de muitas lacunas nesta pesquisa, é
possível afirmar que sua importância está na constatação de dados
reveladores. Primeiramente, que ainda que a hipnose tenha funcionado como
um remédio, tomado algumas vezes por semana, de alguma maneira ela pode
atuar na sensação de melhora das pessoas. Em segundo lugar, conforme
mostram os dados que pensar e sentir coisas boas favorece a saúde; pensar e
sentir coisas ruins leva à ausência dela. Quanto mais intensos forem esses
pensamentos e sentimentos, provavelmente também o serão seus efeitos.
Apesar de todas as possibilidades apontadas, é possível afirmar que o
trabalho cumpriu seu objetivo principal, podendo mostrar essa verdadeira
interação psicossomática, esse funcionamento orgânico e emocional,
simultâneo e que denota um todo único. Apesar de a amostra ser pequena, é
possível notar, ao final de todas as sessões, que é inegável que tenham
ocorrido alterações no nível de glicemia e na sensação de bem estar dos
148
sujeitos pesquisados, alterações estas consideradas saudáveis( ressaltando
que alguns sujeitos tiveram o nível de glicemia diminuído aos padrões da
normalidade), e resultantes das lembranças sugeridas pelos próprios sujeitos.
Todos esses fatos mostram que, de alguma maneira, vivenciar situações
agradáveis em hipnose pode ajudar pacientes diabéticos tipo 2 a melhorarem
em suas condições, sejam elas emocionais, orgânicas, psicossomáticas, enfim.
149
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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11. ANEXOS
159
1.1 ANEXO 1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica
Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar
COMITÊ ETICA EM PESQUISA CEP
TERMO DE CONSENTIMENRO LIVRE E ESCLARECIDO
I- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA
Nome do participante: ____________________________________________
Documento de identidade n°:____________________
Data de Nascimento:___/___/______
Endereço:_________________________________________________n.____
Complemento: _________________ Bairro: __________________________
Cidade: _________________________________ CEP: __________________
Telefone: ( ) __________________________________________________
II DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
Título do protocolo de pesquisa: Repercussões Psicossomáticas da Hipnose
em pessoas com Diabetes Mellitus tipo II.
Pesquisador: Rodrigo Cazarotto Mateus
Profissão: Psicólogo
Inscrição do Conselho Regional n°: CRP XX/XXXXX
Avaliação de Risco da Pesquisa: Risco Baixo
III REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISDOR AO PARTICIPANTE
DA PESQUISA
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que tem como
titulo: Situações agradáveis vivenciadas em hipnose e diabetes mellitus tipo II.
Esta pesquisa tem com objetivo principal verificar se existe alteração no nível
de glicemia e na sensação de bem estar de pacientes diabéticos tipo II após
vivenciarem situações agradáveis através da hipnose. Para a coleta de dados
serão utilizados 5 instrumentos, a saber:
1. Entrevista semidirigida 1, para levantamento de dados
demográficos e para levantamento e situações consideradas
agradáveis pelo entrevistado;
2. Medidor de nível glicêmico Accu-Check Active;
3. Escala de Cores VAS para medição da sensação de Bem
Estar;
4. Aplicação do protocolo de indução para vivências das situações
agradáveis em hipnose; (anexo 4)
5. Entrevista semidirigida 2, para levantamento a respeito das
percepções do participante em relação à experiência
vivenciada;
160
Os resultados da pesquisa serão utilizados na elaboração de um relatório como
parte das necessidades para que o pesquisador obtenha o Título de Mestre em
Psicologia Clinica e, para futura publicação cientifica conforme sigilo
estabelecido pelo comitê de ética em pesquisa. Seu nome e de qualquer outro
participante jamais será divulgado.
IV ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE
GARANTIAS DO PARTICIPANTE DA PESQUISA:
1. Acesso a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e
benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para diminuir eventuais dúvidas.
2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de
participar do estudo.
3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.
V- INFORMAÇÕES PARA CONTATO DO RESPONSAVEL PELA PESQUISA
Pesquisador: Rodrigo Cazarotto Mateus
Endereço: Rua XxXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, n. XXXX, XXXXXXXXXXX,
Campinas, SP
Telefones: (XX) XXXXXXXX / XXXXXXXX / XXXXXXXX
VI INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Os resultados da pesquisa estarão disponíveis aos participantes a qualquer
momento, bastando para tanto contatar o pesquisar e agendar data e horário.
VII - CONSENTIMENTO
Recebi, li e entendi a Folha de Informação do Paciente para a pesquisa acima,
Também recebi uma explicação adequada sobre este estudo clínico, seus
propósitos, riscos e sobre meus direitos como paciente. Eu tive a oportunidade
de fazer perguntas antes de tomar qualquer decisão. Sei que a decisão de
tomar parte desta pesquisa é minha e tenho direito de mudar de idéia
durante qualquer momento do estudo. Estou certo de que não serei identificado
e que tudo será realizado com o ximo de confidencialidade. Com base
nisso, autorizo a participação nesta pesquisa.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter
entendido o que me foi explicado, consinto em participar da presente pesquisa.
Campinas, _____ de __________________________ de 20______
___________________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
___________________________________________
Assinatura do Pesquisador
161
11.2. ANEXO 2 Entrevista 1
Identificação
Nome
Idade
Nacionalidade
Sexo
Estado Civil
Homem Mulher
Número de filhos
Ocupação
1 2 3 ou mais
Escolaridade
Até 4ª série Até 8ª série Até 2º grau 3º grau inc. 3º grau compt.
Religião
Freqüenta?
Sim Não
Dados Clínicos
Quanto tempo de diagnóstico?
Quanto tempo em tratamento?
Peso
Altura
Outras doenças
Tipo de medicamento
Faz exercícios
Faz controle alimentar
162
11.3. ANEXO 3 - Entrevista 2
Dados Para Indução:
Por favor, descreva 3 situações que você já viveu ou gostaria de viver que você
chamaria de muito boa (muito agradável) e fez (ou faria)você se sentir muito bem
SITUAÇÃO AGRADÁVEL 1
SITUAÇÃO AGRADÁVEL 2
SITUAÇÃO AGRADÁVEL 3
163
11.4. ANEXO 4
VAS Visual Analog Scale
Escolha que cor representa sua sensação de bem estar nesse
exato momento. Considere a cor amarelo a cor mediana da
escala.
Muito
Bem
Bem
Normal
Mal
Muito
Mal
5
4
3
2
1
164
11.5. ANEXO 5:
APARELHO ACCU-CHECK ACTIVE
ESPECIFICAÇÕES:
Marca: Roche Diagnóstica
Modelo: 03534332023
Dimensão do Produto: 170 x 140 x 80 mm
Peso do Produto: 1,000 Kg
Dimensão da Embalagem: 170 x 140 x 80 mm
Rápido - Resultado em apenas 5 segundos.
Memória para 200 resultados com data e hora e média dos últimos 14/30 dias,
tornando o controle do Diabetes mais eficaz.
Fácil de usar, com apenas uma gota de sangue você tem o resultado em 5
segundos.
Tecnologia de Fotômetro de Refletância.
MODO DE USAR
1. Colocar Chip no monitor.
2. Inserir a tira reagente no monitor, não é necessário ligar, pois liga
automaticamente.
3. Inserir uma pequenina gota de sangue na tira.
4. E pronto! o resultado aparece no visor e automaticamente é armazenado na
memória.
165
11.6. ANEXO 6
PROTOCOLO DE INDUÇÃO
... 3 pontos significam pausas de aproximadamente 1 seg.
Use um volume de voz baixo, mas audível, falando de forma clara,
pausada e tranqüila.
1. Ajuste-se confortavelmente ao colchão;
2. Está confortável?
3. Vou pedir agora para você começar a respirar
profundamente...isso...uma...duas...três vezes...tranquilamente e
profundamente...isso... e na mediada em que você vai respirando profunda e
tranquilamente... mente tranqüila... você pode perceber seus braços apoiados
no colchão... suas pernas apoiadas no colchão... sua cabeça apoiada no
travesseiro... seu corpo todo apoiado no colchão...e na medida em que você
vai percebendo isso... aí dentro... você pode... agora... aos poucos... ir
começando a ficar...cada vez mais relaxado... isso...muito bem... muito bem...
4. e talvez agora você possa direcionar sua atenção para baixo... lá... (falar e
direcionar a voz para onde fala) para os dedos dos seus pés... e permitir que
esses dedos... os dedos do direito...os dedos do esquerdo... comecem a
ficar cada vez mais relaxados...isso...muito bem...cada vez mais relaxado... aí
dentro...e esse relaxamento pode ir subindo... cada vez mais... continuando a
relaxar todo seu direito... todo seu esquerdo... isso... subindo e
percorrendo seu corpo...assim como uma corrente elétrica que percorre um
circuito...como um rio que percorre um caminho...esse relaxamento vai
percorrendo o seu corpo...começando agora relaxar...
5. suas panturrilhas... a panturrilha esquerda...isso...a panturrilha
direita...isso...muito bem...isso...ficando cada vez mais relaxado...isso...aos
poucos...aí dentro...tranqüilamente relaxado...
6. Fazer o mesmo procedimento item 5 para as seguintes partes na
seqüência:
Joelhos;
Coxas;
Pernas;
Virilha;
Barriga;
Abdômen;
Diafragma;
Região Peitoral;
Pescoço;
Ombros;
Cabeça;
Olhos;
Nariz;
Boca;
Testa;
7. Isso...agora descendo...isso...pelos seus braços...
166
8. repetir item 5 para:
braços;
cotovelos;
antebraços;
pulsos;
mãos;
dedos das mãos;
9. Isso..percebendo que você como um todo pode ir ficando cada vez mais
relaxado...isso..muito bem..
MEDIR GLICEMIA
10. e talvez agora você possa começar a prestar atenção na sua mão direita e na
sua mão esquerda e perceber que elas podem começar a ficar bem
pesadas...tranqüilamente...pesadas...profundamente...
pesadas...relaxadamente pesadas...isso...muito bem....isso...como se suas
mãos estivessem grudadas no colchão de tão pesadas...como se você não
pudesse mexer suas mãos de tão pesadas...como se elas estivessem
afundando no colchão de tão pesadas...isso...muito bem...intensamente
pesadas bem pesadas...assim como seus pés e suas pernas podem ficar bem
pesadas...como se todo seu corpo estivesse grudado no colchão de tão
pesado...relaxadamente pesado....isso..bem pesado...
11. ou talvez você prefira e possa sentir seu corpo cada vez mais
leve....tranqüilamente leve....agradavelmente leve...bem leve...muito leve...tão
leve como se você pudesse flutuar de tão leve...leve como uma pena...leve
como uma pluma...leve como um avião que voa... leve como um
planador...bem leve intensamente leve...tão leve como se você pudesse flutuar
de tão leve...flutuar como um balão cheio de gás que voa...bem leve...leve
como um pássaro...leve...bem leve...leve como uma nuvem que plaina no
ar...bem leve...agradavelmente leve...isso...
12. e sentindo-se bem leve...bem tranqüilo...e bem agradável...você pode agora
começar a se recordar de momentos bem agradáveis da sua vida... a
ver...sentir...ouvir ...imaginar...lembrar-se de situações muito boas da sua
vida...que você viveu ou quis viver...aí dentro...agora...e pode começar a se
lembrar...
13. Começar a descrever situação agradável 1, coletada na entrevista
semidirigida1. Descrever a situação em pequenos detalhes, descrevendo o
cenários e as sensações agradáveis que ele sentiu e pode começar a sentir.
14. e talvez agora você também possa se lembrar de outra situação...
15. repetir item 13 com situação agradável 2.
16. repetir item 13 com situação agradável 3.
17. E agora, sentindo-se muito bem...saudável.... e tranqüilo(a) você pode ir
voltado aqui para minha sala...aos poucos...do seu jeito...no seu
tempo...isso...voltando para o aqui....agora...percebendo seus pés...suas
mãos...isso...mantendo por enquanto seus olhos fechados...isso...e voltando
aos poucos...não mais devagar que o necessário...não mais rápido que o
essencial...isso...mexendo suas mãos...devagar...bem devagar...seus
pés....isso...estando aqui comigo...presente...no dia x (falar o dia, o mês, o ano
e a hora do momento na saída da hipnose). Isso, podendo agora até mesmo
abrir seus olhos...isso...muito bem...isso.
18. Fique um pouco nessa posição...isso.
19. Encerrar a indução e coletar a amostra de sangue final.
167
11.7. ANEXO 7
Entrevista 3
Nome: sujeito n°:
Questões:
1. Como você está se sentindo?
2. O que você achou da experiência?
3. Valeu à pena?
4. Você faria de novo?
5. De qual parte você mais gostou?
6. Você se lembrou de tudo que eu falei?
7. De qual parte você menos gostou?
8. Alguma lembrança tornou-se desagradável?
9. Quantas vezes por semana você estaria disposto a fazer esse
procedimento?
10. Sentiu o corpo pesado? Leve? O que mais?
11. De 0 a 10, sendo 0 nada e 10 tudo, que nota você daria para a
profundidade em que você entrou?
12. Algum outro comentário sobre essa experiência?
168
11.8. ANEXO 8
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica
Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar
COMITÊ ETICA EM PESQUISA CEP
TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR
RESPONSÁVEL
Eu, Rodrigo Cazarotto Mateus, portador do R.G. XX.XXX.XXX-X, pesquisador
responsável pelo projeto de pesquisa intitulado Repercussões
psicossomáticas da hipnose em pessoas com diabetes mellitus tipo 2,
declaro conhecer a Resolução MS/CNS 196/96 e complementares do
Conselho Nacional de Saúde sobre Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e
comprometo-me a seguir todas as suas normas e orientações, assim como a
dar conhecimento delas e exigir a co-responsabilidade de todos os outros
participantes do estudo, no seu cumprimento.
São Paulo, 20 de setembro de 2005.
_____________________________________
RODRIGO CAZAROTTO MATEUS
Pesquisador Responsável
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