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SILVANA MAGALHÃES SIQUEIRA MENEZES
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA ANTIMICROBIANA DO EXTRATO
HIDROALCOÓLICO DOS FRUTOS DE Punica granatum L. (ROMÃ) NA
PLACA BACTERIANA.
Dissertação submetida à Coordenação do
Curso de Pós-Graduação em Farmacologia,
da Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Farmacologia Clínica.
Orientadora: Profa. Dra. Glauce Socorro
Barros Viana.
FORTALEZA
2004
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SILVANA MAGALHÃES SIQUEIRA MENEZES
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA ANTIMICROBIANA DO EXTRATO
HIDROALCOÓLICO DOS FRUTOS DE Punica granatum L. (ROMÃ) NA
PLACA BACTERIANA.
Dissertação submetida à Coordenação do
Curso de Pós-Graduação em
Farmacologia, da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em
Farmacologia Clínica.
Aprovada em 29/10/2004
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Glauce Socorro Barros Viana (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará - UFC
Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa
Universidade Federal do Ceará - UFC
Profa. Dra. Cláudia do Ó Pessoa
Universidade Federal do Ceará - UFC
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Aos meus pais SIQUEIRA e EDITH, a quem devo minha formação e educação.
Ao meu esposo GILBERTO JUNIOR, pela compreensão e companheirismo.
Aos meus filhos GILBERTO NETO e GUILHERME, pelo amor incondicional.
AGRADECIMENTOS
À Professora Doutora Glauce Socorro Barros Viana, pela sua inesgotável dedicação,
incentivo e exemplo de profissionalismo no direcionamento de mais um trabalho
científico.
À Luciana Nunes Cordeiro, em quem encontrei confiança, paciência e respeito.
À Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte – FMJ, por acreditar e propiciar
recursos para o desenvolvimento da pesquisa.
À Lucia Nobre, pelo seu apoio na realização desta pesquisa.
Aos Professores do Mestrado em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará
pelos conhecimentos transmitidos.
Aos pacientes voluntários, pela colaboração e participação no desenvolvimento
deste estudo.
RESUMO
A avaliação, in vivo, do efeito do Extrato hidroalcóolico dos frutos da Punica
granatum L. (EHA) na inibição da placa bacteriana supragengival, foi realizada
em portadores de aparatologia ortodôntica fixa. O material foi coletado pela
manhã, após 24 horas sem higiene oral, de 23 homens e 37 mulheres (com
idade variando entre 9 e 25 anos), em consultório odontológico, na cidade de
Crato (Ceará), Brasil. Após randomização, foram divididos em três grupos de
vinte indivíduos cada. Grupo 1 - EHA; Grupo 2 - gluconato de clorhexidina a
0,12% (CLX); Grupo 3 (controle) – água destilada . Cada grupo recebeu, sob a
forma de bochecho de 1 minuto, 15 ml do EHA (60mg/ml), do CLX e da água
destilada. A placa dentária foi coletada antes e após o bochecho com uma
destas três substâncias. As colônias bacterianas foram contadas para
determinação de unidades formadoras de colônias (UFC/ml) e determinou-se a
concentração inibitória mínima (CIM) e o tempo de duração do efeito do EHA
sobre os microorganismos da placa dentária. Avaliou-se a atividade
antimicrobiana in vitro do EHA e da CLX sobre 14 linhagens patogênicas do
Banco de Microorganimos da Faculdade de Medicina de Juazeiro – FMJ. Foi
determinada a CIM do EHA frente a quatro linhagens sensíveis (S.
β
-
hemoliticus, S.aureus, P. aeruginosa e C. albicans). A análise estatística
(Mann-Whitney U) não mostrou diferença entre os grupos EHA e CLX (p =
0.7251), mas uma diferença significante foi observada no EHA (p< 0.0001),
quando comparado com o grupo controle. As porcentagens de inibição foram
de 83.5% e 79%, após bochecho com EHA e CLX, respectivamente. A CIM do
EHA sobre os microorganismos da placa dentária foi de 15 mg/ml. Houve uma
redução em UFC/ml de 72.2% e de 63.8%, imediatamente após o bochecho
com EHA e 1 hora depois, respectivamente. O EHA apresentou um efeito
antibacteriano semelhante ao observado com a CLX, ambos mostraram-se
ativos contra as linhagens de S. aureus, S. β-hemolyticus, S. β-hemolyticus, P.
aeruginosa, E. coli, K. pneumoniae e P. vulgaris. O EHA foi efetivo contra C.
albicans. A CIM do EHA sobre linhagens de S.
β
-hemolyticus, S. aureus, P.
aeruginosa e C. albicans foram, respectivamente, 1.87, 3.75, 7.5 e 15 mg/ml. O
EHA apresenta uma atividade significante contra microorganismos presentes
na placa dentária.
Palavras-chave: Punicaceae – Efeitos de drogas – Microbiologia – Placa
dentária – Ortodontia
ABSTRACTS
The in vivo, evaluation, of the effect of the hydroalcoholic extract from Punica
granatum L. (HAE) in the inhibition of the supragengival dental plaque, was
carried with 60 voluntaries using fixed orthodontic appliance. The material was
collected in the morning after 24h without oral hygiene, from 23 men and 37
women (age ranging from 9 to 25 years) at the city of Crato (Ceará), Brasil. The
voluntaries were randomly distributed in to 3 groups of 20 subjects. Group 1:
HAE; group 2: 0.12% Chlorhexidine gluconate (CLX); group 3 (control): distilled
water. Each group received, under the form of a mouth-rinse for 1 minute, 15
ml of either HAE; CLX or distilled water. The dental plaque was collected before
and after the mouth-rinse with one of these three substances. The bacteria
colonies were counted and results expressed as colony forming unities (CFU).
The minimum inhibitory concentration (MIC) and duration of the antimicrobial
effect of HAE on the dental plaque were determined. The bacterial
susceptibility tests in vitro to HAE and chlorhexidine on 14 pathogenic bacterial
strains of the FMJ Bank, were assessed and MIC values for each bacterial
strain susceptible to HAE were also determined. The statistics analysis (Mann-
Whitney U) showed no difference between HAE and CLX groups (p = 0, 7251),
but a significant difference was observed in the HAE group (p<0.0001) as
compared against control. The percentages of inhibitions of the order of 83.5%
and 79% after mounth-rinse with the HAE and CLX respectively. The MIC of
the HAE on the microorganisms of the dental plaque was of 15 mg/ml. The
antibacterial effect of the HAE lasted for at least 1h and the percentage of
inhibition of the CFU was 72.2% after the mounth-rinse and 63.8%, 1h later.
The HAE presents an antimicrobial efficacy similar to that shown by CLX, both
being actives against S. aureus, S. β-hemoliticus, S. β-hemoliticus, P.
aeruginosa, K. pneumoniae, P. vulgaris and E. coli. The HAE was also effective
against C. albicans. The MICs of HAE on the strains of S.
β
-hemoliticus, S.
aureus, P. aeruginosa and C. albicans were 1.87, 3.75, 7.5 and 15 mg/ml,
respectively. The HAE presents a significant activity against microorganisms
present in the dental plaque.
Keywords: Pomegranate – Effects of drugs – Microbiology - Dental plaque -
Orthodontics
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Punica granatum L, mostrando detalhes das flores da planta...... 15
FIGURA 2 - Gluconato de Clorhexidina (PM 505.45) - DL-50 = 22mg/kg
(intravenosa) e 1800mg/kg (via oral) em camundongos...............
22
FIGURA 3 - Casca e sementes de P. granatum............................................... 27
FIGURA 4 - Frutos de Punica granatum L........................................................ 34
FIGURA 5 - Fluxo laminar contendo material utilizado na determinação da
concentração inibitória mínima do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum sobre linhagens patogênicas........................................
38
FIGURA 6 - Tubos de ensaio com BHI caldo, contendo os microorganismos
utilizados na determinação da concentração inibitória mínima
(CIM) do Extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA) sobre
estas linhagens.............................................................................
40
FIGURA 7 - Material usado para montagem do teste de avaliação da
sensibilidade da microbiota bucal frente ao Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA)............................................
43
FIGURA 8 - Estufa incubadora a 37°C contendo as placas de Petri
semeadas com a microbiota dos voluntários. ..............................
44
FIGURA 9 - Resultado do teste de difusão em disco para verificação da
atividade antimicrobiana do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum (EHA) sobre microorganismos da cavidade bucal..........
50
FIGURA 10 - Resultado da concentração inibitória mínima do EHA(60mg/ml)
frente as bactérias Pseudomonas aeruginosa(PA), Streptococcus
β-hemolyticus(SH) , Stafilococcus aureus(SA) e Cândida
albicans(CA) . PA-CON : Placa controle, contendo cultura ativa
de Pseudomonas aeruginosa; PA-7,5 : Placa demonstrando a
CIM (7,5mg/ml) do EHA sobre a PA ; SH-CON : Placa controle,
com Streptococcus
β
-hemolyticus; SH – 1,87 : Placa
determinando a CIM (1,87 mg/ml) do EHA sobre o SH; SA-CON :
Placa controle, com S. aureus; SA - 3,75 : Placa demonstrando a
CIM (3,75mg/ml) do EHA sobre o SA; CA-CON : Placa controle,
contendo C. albicans ; CA – 15 : Placa demonstrando a CIM
(15mg/ml) do EHA sobre a CA....................................................... 51
FIGURA 11 - Efeito do Extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA),
Clorhexidina e água destilada (controle) sobre microorganismos
da placa dental...... .......................................................................
53
FIGURA 12 - Duração do efeito antimicrobiano do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum (EHA)............................................................................
55
FIGURA 13 - Cocos e bacilos Gram positivos isolados da microbiota bucal....... 56
FIGURA 14 - Cocos Gram negativos isolados da microbiota bucal ................. 57
FIGURA 15 - Folhas de P. granatum.................................................................. 59
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Antibióticos utilizados no antibiograma............................... 36
TABELA 2 - Espectro de resistência das linhagens bacterianas Gram
negativas e Gram positivas aos antibióticos comerciais.....
48
TABELA 3 - Teste de sensibilidade ao Extrato de romã (EHA) e
clorhexidina.........................................................................
49
TABELA 4 - Atividade antimicrobiana do extrato hidroalcóolico de P.
granatum através do teste de difusão em disco frente a
microrganismos da placa dental de voluntários antes de
serem submetidos ao tratamento.......................................
49
TABELA 5 - Determinação da concentração inibitória mínima (CIM)
em UFC x 10
5
do extrato hidroalcóolico Punica granatum
(EHA) sobre Staphylococcus aureus, Streptococcus
beta-hemoliticus, Pseudomonas aeruginosa e Candida
albicans...............................................................................
50
TABELA 6 - Efeito do Extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA), da
clorhexidina e água (controle) sobre microorganismos da
placa dental........................................................................
52
TABELA 7 - Análise estatística entre os grupos testados: Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA), clorhexidina e água
(controle).............................................................................
53
TABELA 8 - Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do
Extrato hidroalcóolico Punica granatum (EHA) sobre a
microbiota da placa dental..................................................
54
TABELA 9 -
Duração do efeito antimicrobiano do Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA)..................................
55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATCC American Type Culture Collection (EUA)
BHI ÁGAR brain heart infusion agar (Infusão de cérebro e coração de
carneiro)
BHI CALDO brain heart infusion (Infusão de cérebro e coração de carneiro)
DL Dose Letal
EHA Extrato hidroalcóolico de Punica granatum L.
FMJ Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte
mcg Microgramas
ml Mililitros
mg miligramas
mg/ml Miligrama por mililitro
CIM Concentração inibitória mínima
PBS Phosphate Buffered Saline
PM Peso Molecular
Spread plate Plaqueamento em superfície
UFC Universidade Federal do Ceará
UFC/ml Unidades formadoras de colônias por mililitro
µl
Microlitro
v/v volume/volume
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 13
1.1 A placa bacteriana associada ao uso de aparelho ortodôntico fixo......... 15
1.2 A utilização da clorhexidina no controle químico da placa bacteriana..... 19
1.3 A utilização de substâncias naturais sobre afecções da cavidade bucal 23
1.3.1 Atividades farmacológicas da Punica granatum L…............................ 26
2. OBJETIVOS……………………………………………….…………………… 30
3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 31
3.1 Material.................................................................................................... 31
3.2 Métodos................................................................................................... 33
3.2.1 Substâncias utilizadas como controle positivo e negativo.................... 33
3.2.2 Obtenção da planta e preparo do Extrato Hidroalcóolico de Punica
granatum L(EHA)...........................................................................................
33
3.2.3 Avaliação in vitro da atividade antibacteriana e fungicida do Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA) e do Gluconato de clorhexidina a
0,12%.............................................................................................................
35
3.2.3.1 Avaliação da resistência bacteriana a antibióticos............................ 35
3.2.3.2 Teste de sensibilidade de linhagens patogênicas do Banco de
Microorganismos frente ao Extrato hidroalcóolico de P. granatum e ao
gluconato de clorhexidina a 0,12%)...............................................................
37
3.2.3.3 Análise da atividade antimicrobiana do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum(EHA), sobre a microbiota da placa bacteriana, utilizando discos
de papel de filtro...........................................................................................
37
3.2.3.4 Determinação da Concentração Inibitória Mínima do Extrato
hidroalcóolico de Punica granatum L.(EHA) sobre linhagens patogênicas
do Banco de Microorganismos da FMJ.........................................................
38
3.3 Casuística............................................................................................... 39
3.4 Descrição da amostra.............................................................................. 40
a) Descrição do tipo de estudo a ser conduzido........................................... 40
3.5 Coleta e Processamento da Placa Bacteriana....................................... 42
3.5.1 Avaliação da sensibilidade da microbiota presente na placa
bacteriana frente ao extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA), ao
gluconato de clorhexidina e à água destilada (estudos in vivo).....................
42
3.5.2 Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA) sobre a microbiota da placa dental....
44
3.5.3 Determinação do tempo de duração do efeito do Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA).............................................................
45
3.6 Diferenciação da microbiota bucal através do método de coloração de
Gram.............................................................................................................
45
3.7 Análise Estatística............................................................................... 46
3.8 Aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa...................... 46
4 RESULTADOS........................................................................................... 47
5 DISCUSSÃO............................................................................................... 58
6 CONCLUSÃO............................................................................................. 63
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 64
ANEXO A ..................................................................................................... 76
ANEXO B ...................................................................................................... 79
- 13 -
1. INTRODUÇÃO
Os métodos convencionais de higiene bucal, principalmente a associação
de escovação com fio dental, são considerados os mais eficientes na remoção da
placa bacteriana. No entanto, embora a higienização bucal consiga reduzir a placa
dentária, em muitas situações não se consegue atingir todos os objetivos somente
com o controle mecânico da placa, uma vez que o mesmo demanda tempo,
motivação e, habilidade manual. Assim, diversas substâncias químicas têm sido
utilizadas como complementação da higiene bucal.
A placa dentária é uma comunidade bacteriana formada pela interação
entre os microorganismos e o seu meio ambiente. A placa, junto com o meio
ambiente, constitui uma unidade estrutural e funcional, um ecossistema microbiano
(Carlsson e Egelberg, 1965), o seu controle dentro das diversas especialidades da
Odontologia é de grande importância para a manutenção da saúde bucal.
A Ortodontia como uma das especialidades da Odontologia, preocupa-se
com os princípios básicos de prevenção bucal e vem utilizando todo o arsenal
disponível para o controle efetivo da placa bacteriana.
Segundo Silva Filho e colaboradores (1989), com a evolução tecnológica
dos acessórios e dispositivos ortodônticos, bem como o avanço dos meios de
diagnóstico e planificação do tratamento ortodôntico, a Ortodontia conquistou o seu
espaço de destaque na determinação de uma oclusão normal, dentro dos conceitos
estáticos e funcionais. No entanto, não conseguiu superar um dos seus efeitos
negativos, aquele relacionado com a placa bacteriana .
Os acessórios ortodônticos (bandas metálicas e bráquetes) fixados nas
coroas dentais, associados aos fios corretores, molas e elásticos, favorecem a
retenção de placa bacteriana e indultos, aumentando tanto o risco de cárie quanto o
de gengivite. Em virtude das dificuldades apresentadas para controlar a placa
bacteriana mecanicamente, por meio da escovação e uso do fio dental, busca-se
uma alternativa através da utilização de agentes químicos que sejam eficazes contra
os microorganismos periodontopatogênicos (Martin e Campana 1989).
Diversas substâncias têm sido consideradas para o controle químico da
placa bacteriana. Feist, Micchelli e Sarian (1989) ao realizarem extensa revisão de
- 14 -
literatura, concluíram que a clorhexidina pode ser considerada, entre as substâncias
químicas existentes, a que melhor inibe o desenvolvimento da placa supragengival.
Gjermo et al. (1975), relataram que este quimioterápico parecia ser o
agente mais eficaz no controle químico da placa bacteriana, em função de suas
propriedades: boa substantividade (tempo que a substância permanece ativa na
cavidade oral), estabilidade, segurança e eficácia. No entanto, segundo Stefani e
Lima (1996), a clorhexidina quando utilizada por um longo período, apresenta alguns
efeitos colaterais: pigmentação dos dentes e língua, alteração do paladar,
descamação epitelial, sensação de queimação e sabor amargo.
O Brasil é o país com a maior diversidade genética vegetal do mundo,
com cerca de 55 mil espécies vegetais catalogadas, sendo que 10 mil podem ser
consideradas medicinais, aromáticas e úteis (Barata e Queiroz, 1995).Com base em
estimativas da Organização Mundial de Saúde, Castro et al.(2000) afirmam que 80%
da população do planeta já fizeram uso de algum tipo de erva medicinal, sendo 30%
por indicação médica.
A Punica granatum L. é uma erva da família Punicaceae, popularmente
conhecida no Brasil como “romã”. É um arbusto ou árvore, da região do
Mediterrâneo, que atinge de 4 a 6 metros de altura. Tem folhas simples e flores
isoladas, de corola vermelha alaranjada e cálices esverdeados, duros e coriáceo.
Fruto tipo baga, redondo, de casca coriácea, amarela ou avermelhada contendo
inúmeras sementes envolvidas por um arilo polposo, róseo-avermelhado. Sabor
doce, levemente acidulado. (Figura 1)
De acordo com Garcia et al. (1991), a Punica granatum L. tem sido
largamente empregada pela população como uma droga adstringente,
antihelmíntica, antidiarréica, antiinflamatória e antibacteriana.
Tendo em vista, a existência de poucas pesquisas relacionadas à ação
antibacteriana, in vivo, da Punica granatum L., consideramos que o estudo da
eficiência do extrato hidroalcóolico da romã sobre a placa dentária supragengival de
pacientes portadores de aparelhagem ortodôntica fixa é de extrema importância.
- 15 -
FIGURA 1 – Punica granatum L., mostrando detalhes das flores da
planta. (www.kuebelgarten.de/.../punica_granatum_nana.jpg)
O controle químico tem sido utilizado como um método alternativo ou
coadjuvante no controle mecânico da placa dentária. Com o propósito de conhecer o
efeito da Punica granatum L. sobre a placa bacteriana supragengival de pacientes
com aparelhagem ortodôntica fixa, será realizada uma revisão da literatura sobre a
ação antimicrobiana desta planta medicinal, bem como sobre o efeito antiplaca da
clorhexidina, visto que a mesma será utilizada como controle positivo neste estudo.
1.1 A placa bacteriana associada ao uso de aparelho ortodôntico fixo
Muitos termos têm sido utilizados para classificar os depósitos orgânicos
que se formam sobre a superfície dos dentes. Listgarten (1976), estabeleceu
algumas definições para estes depósitos:
Restos alimentares – este material consiste de resíduos de alimentos
aderidos aos dentes e geralmente está presente, apenas transitoriamente
entre as refeições.
- 16 -
Matéria Alba – material de consistência mole e branca, que pode ser
removido por um jato de água.
Película adquirida – é uma biopelícula fina formada através das proteínas
salivares. Diferentemente da placa bacteriana, as bactérias não são
necessárias para a formação da película.
Cálculo Dentário – material de consistência dura, resultante da
mineralização da placa bacteriana.
Placa Bacteriana – massa bacteriana transparente, que se encontra
aderida, firmemente, às superfícies dentárias.A placa bacteriana localizada
dentro do sulco gengival e/ou bolsa periodontal é denominada de “placa
subgengival”, e a que se encontra acima da margem da gengiva é
chamada de “placa supragengival”.
Gibbons e Banghart (1967), conceituaram placa bacteriana como uma
massa densa não calcificada que se encontra aderida, firmemente, às superfícies
dentais.De acordo com Krembel, Frank e Deluzarche (1969) a placa contém cerca
de 80% de água e 20% de sólidos. As proteínas são os principais componentes, 40
a 50% do peso seco da placa; os carboidratos contribuem em 13 a 18% e os
lipídeos em 10 a 14%. O conteúdo inorgânico da placa depende tanto da sua
localização, quanto da sua idade. A placa contém cálcio, fosfato e flúor em maiores
concentrações que a saliva (Birkeland e Charlton, 1976).
Alguns fatores, tais como superfícies dentárias rugosas, lesões de cárie,
falhas em margens de restaurações e irregularidades no posicionamento dos dentes,
influenciam tanto a velocidade de desenvolvimento da placa, como a quantidade de
placa formada (Bibby, 1970). Porém, mesmo na ausência de tais condições, a placa
se desenvolverá sobre os dentes de pessoas que cessem o uso dos métodos de
higiene bucal.
Bergenholtz (1972) verificou que os eventos envolvidos com a formação
da placa, especialmente sobre superfícies de esmalte limpo, são resultados de
análises seqüenciais tanto morfológicas quanto microbiológicas. Esses eventos
podem ser considerados em três fases: 1) colonização inicial; 2) crescimento
bacteriano rápido e 3) remodelagem. Na realidade, existem mudanças graduais e
não fortemente definidas nas fases progressivas.
A colonização inicial ocorre durante as primeiras oito horas após uma
superfície dentária ter sido limpa e envolver a deposição de bactérias derivadas da
- 17 -
saliva ou das superfícies mucosas vestibular ou linguais adjacentes ao dente. Esse
processo é rápido e seletivo, com a adsorção de diferentes espécies bacterianas
(Gibbons e Van Houte, 1975). A fase de remodelagem da placa aparece depois de
mais ou menos dois dias e continua indefinidamente, porque a massa bacteriana
não é uma entidade estática. Os Streptococcus, Neisseria e Actinomyces
predominam inicialmente na placa. Em seguida há o predomínio de uma flora mais
anaeróbica, como Veillonella e Fusobacterium (Tonzetich, 1977).
A placa supragengival contém principalmente microorganismos aeróbios
facultativos gram-positivos. As espécies gram-positivas regularmente encontradas
incluem o Streptococcus sanguis, Streptococcus mitis, Streptococcus mutans, Rothia
dentocariosa, Actinomyces israelli, Actinomyces naeslundii, Actinomyces viscosus,
espécies Peptostreptococcus e Staphylococcus epidermidis. As espécies gram-
negativas encontradas incluem a Veillonella alcalescens, Veillonella parvula,
Fusobacteria e Bacteróides oralis (Thomson et al., 1980). Para Sanz e Newman
(1997) a placa “madura” ou associada à gengivite é composta basicamente por
espécies de Streptococcus, Actinomyces, Fusobacterium, Veilonella, Eikenella e
espiroquetas.
Loesche (1976), reconheceu três tipos de placa bacteriana: placa
associada à ausência de doença (rica em Streptococcus sanguis), outra associada à
cárie, com predominância de Streptococcus mutans e Lactobacillus, e uma terceira
associada à doença periodontal com elevadas proporções de microorganismos
anaeróbios gram-negativos.
Socransky (1976) afirma que independente da idade da placa e da dieta
prévia, os microorganismos predominantes são cocos gram-positivos do gênero
Streptococcus, os quais constituem cerca de 50% do total das unidades formadoras
de colônias (UFC/ml) e que são recuperáveis da placa jovem. Estes estreptococos
encontram-se divididos em vários grupos baseados em sua morfologia colonial .
Os aparelhos ortodônticos são classificados como um dos fatores locais
responsáveis pelo desenvolvimento da doença periodontal. A presença do aparelho
ortodôntico altera o controle da higiene oral, provocando um aumento nos índices
gengival e de placa dental, favorecendo o aparecimento da hiperplasia gengival
(Lascala e Moussalli,1999).
Estudando os efeitos do uso do aparelho ortodôntico fixo sobre o meio
bucal, Tosello (1977) constatou que havia maior índice de gengivite, maior formação
- 18 -
de placa bacteriana e uma queda no pH da saliva e verificou que a presença do
aparelho é um fator de alteração do meio bucal, pois ele modifica as características,
físicas e biológicas da placa bacteriana, ocasionando aumentos significativos na
quantidade de bactérias principalmente os lactobacilos e os estreptococcos.
Zachrisson (1977) confirma que o acúmulo de placa bacteriana sobre as superfícies
dentais aumenta em pacientes submetidos à terapia ortodôntica fixa.
Parreira e Novaes (1977) ao realizarem um estudo de evidenciação de
placa bacteriana, na Clínica Ortodôntica da Faculdade de Odontologia da UFMG,
em pacientes portadores de aparelhos ortodônticos fixos, obtiveram uma média de
54% na incidência de placa dental e afirmaram que deve ser realizada uma
avaliação periódica da higiene oral nesses pacientes. Segundo Zachrisson (1978),
apesar de uma boa higiene, a maioria dos indivíduos desenvolveu gengivite
hiperplásica generalizada, um a dois meses após a instalação do aparelho
ortodôntico fixo.
Uetanabaro et al.(1984) ao pesquisarem o acúmulo de placa bacteriana
tanto nos dentes com bandas metálicas quanto naqueles com bráquetes, concluíram
que o acúmulo de placa pode ser diminuído, submetendo-se os pacientes, antes e
durante a terapia ortodôntica, a um rigoroso programa de higiene bucal e controle de
placa bacteriana.
Embora o controle da placa bacteriana através dos recursos mecânicos
seja suficiente para prevenir a doença periodontal, Nakae et al. (1986) afirmam que
a busca por substâncias químicas capazes de eliminar ou controlar a placa
bacteriana, sem induzir a um desequilíbrio na microbiota bucal, é a grande meta da
Odontologia.
Lundstrom e Krasse (1987) afirmam que a colocação de aparelho
ortodôntico fixo resulta num aumento do número de Streptococcus mutans. Já
Husser et al.(1990) mostraram um aumento crescente na porcentagem de
espiroquetas filamentosas e fusiformes e um aumento significante no índice de placa
e sangramento nos dentes bandados em comparação com o grupo controle.
Ghersel e Ghersel (1990) realizaram um estudo para avaliar o índice de
placa bacteriana em 50 pacientes portadores de aparelho ortodôntico fixo verificaram
um aumento significativo nos índices de placa destes pacientes, sugerindo a
tendência de um maior acúmulo de placa após a instalação de aparelhos fixos, bem
- 19 -
como um aumento proporcional de pH, carboidratos e população de Streptococcus e
Lactobacillus .
Gehlen et al.(2000) ao estudarem o efeito do bochecho de clorhexidina a
0,12% sobre a microbiota bucal em doze adolescentes portadores de aparelho
ortodôntico, constataram que houve um aumento significativo no número de
bactérias/ml no grupo controle (bochecho com flúor), e diminuição significativa no
grupo teste (clorhexidina). O estudo foi realizado com dois períodos teste de 48
horas, com intervalo de cinco dias. Foram coletadas amostras de placa
supragengival.
1.2 A utilização da clorhexidina no controle químico da placa bacteriana
“O controle químico da placa bacteriana tem como objetivos: inibir o
desenvolvimento da placa bacteriana e da colonização bacteriana na superfície
dental; eliminar a placa dental existente e promover alteração da placa patogênica
para não patogênica.” (LOE, 1978 apud LANG e BRECK ,1986).
Vários agentes antimicrobianos têm sido efetivos como coadjuvantes no
controle mecânico da placa bacteriana. Cury (1997) descreve os principais agentes
químicos para o controle da placa dentária : moléculas orgânicas catiônicas
(Clorhexidina), alcalóides de plantas de várias espécies tais como, Sanguinarina
canadensis, compostos quaternários de amônia (Cloreto de Cetilpiridínio),
compostos metálicos (Fluoreto estanhoso, Sais de zinco), compostos fenólicos não-
carregados (Triclosan, Óleos essenciais), peróxidos e antibióticos.
O triclosan é um agente antimicrobiano não-iônico de amplo espectro de
atividade contra bactérias gram-positivas (S. mutans, S. sanguis e S. salivarius) e
gram-negativas (Walker et al. , 1994). Apresenta baixa toxicidade e não provoca
desequilíbrio na microflora da cavidade bucal. Este agente possui baixa
substantividade devendo ser combinado com produtos que aumentem o seu tempo
de retenção. A adição de um copolímero de polivinilmetil éter e ácido maléico
(gantrez) aos dentifrícios contendo triclosan e flúor aumentou grandemente a sua
biodisponibilidade (Nabi et al.,1989). Saxton (1986) utilizou uma combinação de 1%
de citrato de zinco e 0,5% de triclosan em indivíduos que se abstiveram da
higienização bucal por 4 dias. A combinação aumentou a capacidade de inibição em
- 20 -
50% comparada a cada um dos componentes usados separadamente (Saxton,
1986).
O zinco pode reduzir a colonização bacteriana e a subsequente maturação
da placa pela modificação das propriedades da superfície celular das bactérias. Uma
grande atuação do zinco tem sido proposta como tendo ele a capacidade inibir o
metabolismo da glicose pelo S. mutans, S. sanguis e Actinomyces naeslundii
(Cummins e Watson, 1989).
Os óleos essenciais são compostos fenólicos que agem inespecificamente
sobre as bactérias, não havendo o desequilíbrio da microbiota bucal e nem a
proliferação de microorganismos oportunistas (Hancock e Newell, 1994). Na
Odontologia, o produto comercial Listerine contém composto isolado de óleos
essenciais tais como, mentol, timol, metil-salicilato e eucaliptol num veículo
hidroalcoólico. Estudos demonstraram que a aplicação de Listerine através de
bochechos, duas vezes ao dia, por trinta segundos, promoveu uma redução da
placa bacteriana em 20 a 34% e da gengivite em torno de 28 a 34% (Mandel, 1994).
O fluoreto estanhoso é um antimicrobiano que age ligando-se à membrana
celular, alterando o metabolismo e diminuindo a adesão bacteriana, sendo mais
efetivo que o fluoreto de sódio na prevenção de cáries, por apresentar um efeito
antibacteriano adicional, havendo eliminação seletiva dos S. mutans e inibição da
produção de ácidos (Rolla e Ellingsen, 1994).
O cloreto de cetilpiridínio é um composto amônio quaternário, que age
provocando um aumento da permeabilidade celular e um rompimento da parede
bacteriana. Apresenta as desvantagens de rápida liberação dos sítios de ligação,
neutralização por ânions e de proporcionar aumento no conteúdo de cálcio e fósforo
da placa bacteriana (Kozlovsky, 1994). Está disponível comercialmente para
bochechos em concentrações de 0,05% ou 0,1%, e quando utilizado a 0,5% reduz a
formação de placa bacteriana em 20 a 30% (Mendes et al., 1995).
Os agentes oxigenantes, como os peróxidos e os perboratos, atuam nos
microorganismos anaeróbios da cavidade bucal. O uso prolongado pode causar
desequilíbrios na microbiota bucal, sendo seu uso recomendado em situações
específicas e por um tempo limitado, em casos de GUNA (gengivite úlcero
necrosante aguda) e pericoronarite (Mandel, 1994).
A clorhexidina, é um bisguanídio catiônico, disponível na forma de sais de
gluconato, digluconato ou acetato, sendo o digluconato o mais indicado, pois tem
- 21 -
maior solubilidade em água e em pH fisiológico dissocia-se liberando o componente
catiônico (Mendes et al. 1995). Dentre as propriedades de um agente químico ideal
para o controle da placa, a clorhexidina é a substância que tem apresentado as
melhores características devido às seguintes propriedades: substantividade,
estabilidade, segurança e eficácia (Lang, 1992). Apresenta ação contra bactérias
Gram-positivas, Gram-negativas e fungos (Heasman e Seymour, 1994). (Figura 2)
A clorhexidina age através da interação eletrostática de suas cargas
positivas com as negativas da parede celular bacteriana, ocorrendo a ruptura da
mesma, precipitando o citoplasma e causando a morte da bactéria (Carvalho et
al.,1991). Denton (1991) acrescentou que os níveis de clorhexidina necessários para
exercer efeito bactericida variam conforme a espécie bacteriana. Segundo Van
Grusven e Cardoso (1995) em altas concentrações (100 ppm, durante a aplicação),
a clorhexidina é bactericida e, em baixas concentrações (até 0,1 ppm durante a
liberação pelos sítios receptores) é bacteriostática . Estes autores acrescentam que
a clorhexidina por apresentar forte afinidade pela parede celular dos
microorganismos, hidroxiapatita, placa bacteriana, proteínas salivares e mucosa
bucal, tem uma alta substantividade (propriedade que um determinado agente
químico tem de aderir-se à superfícies teciduais e então ser liberado gradualmente
na cavidade oral).
Os testes de segurança em relação aos efeitos agudos e crônicos da
clorhexidina mostram níveis baixos de toxicidade local e sistêmica e ausência de
alterações teratogênicas. Caso a clorhexidina seja ingerida, é pouco absorvida
sendo a maior parte excretada nas fezes. A pequena quantidade que pode ser
absorvida é metabolizada no fígado e rins (Neidle e Yagiela, 1991).
A eficácia da clorhexidina em reduzir significantemente a placa e a
gengivite (comparada a placebos) quando usada duas vezes ao dia como um
suplemento da escovação , foi comprovada por Mandel (1994). Utilizando duas
concentrações diferentes, uma com 0,2% e outra com 0,12% de clorhexidina, houve
uma redução de placa na faixa de 50 a 55% e de gengivite ao redor de 45% para
ambas as concentrações. A solução a 0,12% é mais indicada, pois esta
concentração diminui os riscos de efeitos adversos, bem como mantém a eficácia
contra os microorganismos. A clorhexidina a 0,12% em álcool 11,6% e com um pH
de 5,5, tem sido aceita pela American Dental Association (ADA) e Food and Drug
Administration (FDA) em bases de prescrição sob monitoramento profissional. O
- 22 -
uso recomendado é bochechar 15 ml duas vezes ao dia como um coadjuvante da
escovação. Uma técnica adicional é deixar um intervalo de pelo menos 30 minutos
entre a escovação e o bochecho devido a ocorrência de uma interação entre o lauril-
sulfato de sódio (SLS), um detergente aniônico de dentifrícios comuns, e
clorhexidina catiônica (Ursi et al., 1997).
FIGURA 2 – Gluconato de Clorhexidina (PM 505.45) - DL-50 = 22mg/kg
(intravenosa) e 1800mg/kg (via oral) em camundongos.
Emilson (1977) avaliou in vitro a sensibilidade antimicrobiana de vários
microorganismos a clorhexidina. Foram obtidas 133 cepas de 21 espécies de
microorganismos coletados da placa supragengival e saliva. A CIM foi obtida pelo
teste de difusão em agar, utilizando-se discos de clorhexidina e análise de formação
de halos de inibição no meio. Baixos valores da CIM foram encontrados para
espécies de estafilocococos, S. mutans, S. salivarius e E. coli. No entanto, cepas de
Proteus sp., Pseudomonas sp. e Klebsiella apresentaram menor sensibilidade à
substância.
- 23 -
Foi demonstrado que bochechos com clorhexidina a 0,12% duas vezes
por dia durante um período teste de 2 anos reduziram significativamente a
quantidade total de bactérias por dente (anaeróbios totais). Populações
microbiológicas individuais, como os gram-positivos (Estreptococcos e Actinomyces)
e gram-negativos (Veilonella e Fusobactéria), também foram reduzidas. (Briner et al.,
1989)
A análise da eficácia clínica de bochechos com clorhexidina a 0,12%
durante 2 anos, mostrou uma redução da placa dentária supragengival da ordem de
35%, em relação a um grupo controle. (Banting et al., 1989)
Trinta cepas de Candida albicans, isoladas da cavidade bucal, foram
testadas quanto à sensibilidade ao cloreto de cetilpiridíneo , a uma formulação de
malva e ao digluconato de clorhexidina (Candido et al. ,1996). A clorhexidina
mostrou-se o agente mais eficaz, inibindo todas as cepas de leveduras na
concentração de 6,4µg/ml. Nesta mesma concentração, malva e cloreto de
cetipiridíneo inibiram respectivamente 30% e 0% das cepas.
Rivera e Cavieres (1998), ao avaliarem a efetividade do digluconato de
clorhexidina em solução para bochecho a 0,1 e 0,2% no controle da placa bacteriana
e inflamação gengival de pacientes sob tratamento ortodôntico, relataram que em
ambas as concentrações , houve uma significante redução da placa dental e
gengivite.
Do mesmo modo, Matos, Viana e Pitta (2003), ao analisarem os índices de
placa e gengival de pacientes com acessórios ortodônticos (grupos de dentes de
acordo com o acessório ortodôntico empregado), assim como o efeito do controle
mecânico e químico da placa dentária, revelaram que o grupo, representado pela
clorhexidina, promoveu uma maior redução dos índices de placa e gengival, quando
comparado com o grupo de controle mecânico.
1.3 A utilização de substâncias naturais sobre afecções da cavidade bucal
Lee et al. (1986) ao avaliarem o efeito do chá verde e preto, comparado ao
do flúor, na prevenção da cárie em ratos, constataram que os chás verde e preto
reduziram a incidência de cárie em dentina.
- 24 -
Willershausen, Gruber e Hamm (1994) ao realizarem um estudo com
estudantes de Odontologia, utilizando um creme dental a base de plantas das
espécies, Echinacea angustifolia, Salvia officinalis L., Commiphora myrrha,
Krammeria triantra e Matricaria chamomilla L., junto com óleo de Mentha piperita L.,
associado a um enxagüatório bucal contendo os mesmos ingredientes herbais do
creme dental, observaram uma redução do índice de placa de 40,85 para 23,9%.
Com o propósito de analisarem a redução do índice de placa bacteriana,
Simões et al. (1995) submeteram 30 crianças a escovação dentária supervisionada
utilizando o pó de Juá individualmente ou associado a um creme dental. Os
resultados mostraram que o pó de Juá (utilizado individualmente) ou associado ao
creme dental, seguramente age na redução do índice de placa bacteriana.
Em um estudo in vitro da ação antimicrobiana das tinturas de Malva
sylvestris L., Salvia officinalis L., Matricaria chamomilla L., Thymus vulgaris L.,
Theobroma cacau e própolis sobre o Streptococcus mutans e Streptococcus
sobrinus, Gebara et al. (1996) sugerem a possibilidade de emprego destas
substâncias no controle destes microorganismos da placa dentária.
Foi realizada a análise das propriedades antibacterianas da própolis
etanólica a 29% e do mel contra bactérias orais in vitro e in vivo. No estudo in vivo o
mel promoveu uma redução de 60% na contagem bacteriana total e de 58% na
contagem de Streptococcus mutans, enquanto a própolis promoveu uma redução
de 38% na contagem bacteriana total e de 42% na contagem de Streptococcus
mutans (Steinberg, Kaine e Gedalia ,1996).
Kakiuchi et al. (1996) demonstraram o mecanismo de ação de algumas
plantas utilizadas na medicina popular, tais como Galha rhois, Paeoniae rubrae R.,
Uvae ursi F. e Punica granatum L., sobre os Streptococcus mutans. Estas espécies
produzem um efeito inibitório que interfere na síntese do glucano pela enzima
glucosiltransferase, produzido pelo S. mutans que, conseqüentemente, irá intervir no
mecanismo de aderência deste microorganismo sobre as superficies dos dentes.
Filho et al. (1998) realizaram a preparação e a análise clínica de um anti-
séptico bucal à base do óleo essencial de Lippia sidoides Cham. (Alecrim pimenta).
O óleo essencial das folhas de Lippia sidoides Cham foi obtido por destilação com
arraste de vapor de água e a análise revelou 66% de timol em sua composição. O
estudo foi conduzido em 20 voluntários, divididos em dois grupos, onde 10 destes
fizeram uso exclusivo deste anti-séptico bucal por 7 dias, não sendo permitido
- 25 -
durante este período realizar escovação ou qualquer outro tipo higienização bucal.
Os outros 10 voluntários, fizeram uso de uma solução placebo, seguindo as mesmas
instruções do grupo anterior. O anti-séptico bucal à base de Lippia sidoides reduziu
em 6% a placa bacteriana nos indivíduos avaliados. Com o grupo que utilizou a
solução placebo, houve um aumento da placa bacteriana na ordem de 12%.
Celeste et al. (1998) ao realizarem uma pesquisa sobre a ação do extrato
da Sálvia officinalis na placa dental e gengivite, demonstraram uma redução
significante dos índices de placa. Enquanto um outro estudo (Azevedo et al. 1999)
avaliou a diluição inibitória mínima de um produto comercial à base de própolis e do
Periogard (gluconato de clorhexidina a 0,12%) frente a microorganismos do gênero
Cândida presentes na cavidade oral. Os resultados indicaram a possibilidade de
utilizar estes anti-sépticos na prevenção e tratamento da candidíase oral.
Em um estudo pré-clínico e clínico das ações antiinflamatória e analgésica
do Eupatorium laevigatum (planta silvestre muito comum no Cerrado brasileiro), em
pacientes com estomatite ulcerada simples (tipo mais comum de aftas), Filho (2000)
verificou que esta espécie demontrou completa resolução das úlceras em 40%
destes pacientes e alívio da dor em 70% deles.
As propriedades antiinflamatórias e antibacterianas do Aloe Vera foram
avaliadas sob a forma de um enxagüatório bucal (concentração 50% de gel de Aloe
Vera) na redução da placa bacteriana e da inflamação gengival. Foi observada uma
redução significativa nos índices de placa e gengival no grupo experimental tratado
com Aloe Vera. (Villalobos, et. al., 2001)
Lucas e Lucas (2001) demonstraram in vitro a ação de diferentes
dentifrícios sobre os Streptococcus mutans, Streptococcus sanguis e Lactobacilus
acidofilus. Neste experimento um dos dentifrícios avaliados continha a sanguinarina
que é um alcalóide extraído da planta Sanguinarina canadensis. Foi demonstrado
nesta pesquisa, que esta planta apresentou atividade antibacteriana frente aos três
microorganismos testados.
Em um estudo in situ, sobre a ação da própolis de Apis mellifera no
desenvolvimento da cárie dentária e na formação do biofilme dental, os resultados
revelaram que a própolis atua sobre o biofilme dental, diminuindo a população dos
microoganismos avaliados e reduz a perda mineral na lesão de cárie de esmalte
(Zárate, 2003).
- 26 -
Limsong et al. (2004) ao investigarem o efeito inibitório dos extratos de
Andrographus paniculata, Cassia alata, Camellia sinensis, Psidium guajava,
Harisonia perforata e Streblus asper sobre a aderência do Streptococcus mutans in
vitro, encontraram que todos estes extratos, exceto o de Streblus asper, mostraram
significante efeito inibitório na aderência do S. mutans á superficie do esmalte.
1.3.1. Atividades farmacológicas da Punica granatum L.
A espécie P. granatum pertence à família Punicaceae e é uma planta
originária da Ásia. Dentre os constituintes presentes no fruto estão os alcalóides
(peletierina, metilpeletierina, pseudopeletierina e isopeletierina), manita, vários
fenóis, ácidos elágico e ácido gálico. A casca da romã contém aproximadamente
20% de taninos, incluindo punicalina, punicalagina, granatinas A e B,
galagildilactona, casuarinina, pedunculagina, telimagrandina I e corilagina (Fetrow e
Ávila ,2000) . El-Toumy e Rauwald (2003) isolaram de P. granatum, dois novos
ácidos elagicos ramnosídeos, ácido metilelágico-3-O ramnopiranosídeo 4-O-αL e
ácido dimetilelágico 3,4’-O ramnopiranosídeo 4 -O-αL. (Figura 3)
Segura et al. (1990) avaliaram a atividade biológica de alcalóides e taninos
extraídos de raízes de Punica granatum contra linhagens de Entamoeba histolytica e
E. invadens. Os alcalóides na concentração de 1 mg/ml não demonstraram atividade
amebicida, entretanto taninos na concentração de 10 µg/ml para E. histolytica e 100
µg/ml para E. invadens, promoveram uma inibição do crescimento destes
microrganismos em cerca de 100%.
- 27 -
FIGURA 3 – Casca e sementes de P. granatum.
(www.floridata.com/ref/p/puni_gra.cfm)
Guevara, Chumpitaz e Valencia (1994) avaliaram a ação das plantas
Cichorium intybus, Althaea officinalis, Psorela glandulosa, Geranium maculatum,
Punica granatum, Malus sativa, Cydonia oblonga, Chenopodium ambrosoides,
Krameria triandria, Tea chinensis, Daucus carota, Persea gratissima, Psidium
guayaba e Lippia dulcis, usadas no tratamento popular da diarréia pela população
peruana foram testadas quanto ao efeito in vitro contra o Vibrio cholerae 01. Dentre
estas plantas a decocção e o chá de Punica granatum, apresentaram o melhor efeito
bactericida, sendo sugerido o uso destes no controle do cólera. Por outro lado, Das
et al. (1999) utilizando extrato metanólico de sementes P. granatum testaram o
potencial terapêutico deste extrato como antidiarréico em ratos. Os resultados do
estudo estabeleceram a eficácia do extrato de P. granatum como um agente
antidiarréico.
Tripathi e Singh (2000) observaram a atividade moluscicida de P.
granatum e Canna indica contra o molusco Lymnaea acuminata. O extrato etanólico
de P. granatum (24h LC
50
: 22.42 mg/l), foi mais efetivo do que o de C. indica (24h
LC
50
: 55.65 mg/l) na eliminação destes moluscos.
- 28 -
Outras atividades biológicas são também atribuídas a P. granatum. Assim,
Das et al., (2001) investigaram a atividade hipoglicêmica de extratos de semente de
Punica granatum Linn. (Família Punicaceae) em ratos com diabete induzida pela
estreptozotocina (STZ). Os resultados do estudo comprovaram que o extrato
promoveu uma redução significante nos níveis de glicose sangüínea.
Um outro estudo preliminar acerca da atividade imunomodulatória de
romã, demonstrou que o pó da casca de Punica granatum em doses orais de 100
mg/kg como suspensão aquosa, apresenta atividade estimulante para os
componentes humoral e celular do sistema imune em coelhos (Gracious,
Selvasubramanian e Jayasundar, 2001).
No Brasil, a romã e suas partes (folhas, casca de caule e frutos), são
usadas no tratamento de infecções de garganta, rouquidão e febre, e como anti-
séptico e antiviral em processos inflamatórios da mucosa oral e contra herpes
genital. Por sua vez, o suco apresenta-se benéfico no tratamento da lepra. Além
disso, a casca do caule é também usada como vermífugo (Matos, 2002).
Aviram et al. (2002) estudaram o efeito dos polifenóis presentes no suco
de romã em inibir a oxidação do LDL (lipoproteína de baixa densidade), e a
formação celular de macrófagos e arteriosclerose. Os polifenóis de romã podem
proteger o LDL contra a oxidação celular mediada via dois modelos, interação direta
de polifenóis com a lipoproteína e/ou como efeito indireto através da acumulação de
polifenóis em macrófagos arteriais. Os autores concluíram que a acumulação de
polifenóis de romã em macrófagos arteriais reduziu a oxidação do LDL e que em
uma dieta suplementada com suco de romã ocorreu inibição significativa de lesões
arterioscleróticas, possivelmente devido ao seu efeito antioxidativo e antiaterogênico.
Singh et al. (2002) avaliaram frações ricas em antioxidantes extraídas de
cascas de romã e sementes (Punica granatum), usando etil acetato, metanol e água.
Os extratos foram testados quanto ao seu poder antioxidante usando vários modelos
in vitro. O extrato metanólico da casca de romã apresentou a melhor atividade
antioxidante. Devido a isto os autores abrem o precedente para estudos futuros
explorando a possível aplicação dos extratos para a preservação de produtos
alimentares, bem como seu uso como suplemento vitamínico. Em um outro estudo
Noda et al. (2002) comprovaram que as antocianidinas (delfinidina, cianidina e
pelargonidina) presentes no extrato de romã (Punica granatum L.) apresentam
atividade antioxidante .
- 29 -
Chidambara, Jayaprakasha e Singh (2002) afirmam que o Extrato de
cascas de romã (Punica granatum) possui significante atividade antioxidante em
vários modelos in vitro. Realizando um estudo in vivo, avaliaram o efeito
hepatoprotetor do extrato da casca da romã contra os efeitos tóxicos de CCl4
(tetracloreto de carbono), analisando cortes histopatológicos de fígado. Os autores
observaram que o extrato de romã apresentou um efeito protetor, restaurando a
arquitetura hepática normal. Segundo Cerda et al. (2003), a punicalagina é o
composto responsável pela alta atividade antioxidante da P. granatum. Ao
realizarem um estudo sobre a biodisponibilidade e metabolismo da punicalagina em
ratos, estes autores observaram que apenas 3-6% da punicalagina ingerida foi
detectada como metabolitos na urina e fezes, entretanto a maioria dos elagitaninos
foram convertidos em metabólitos indetectáveis.
Um trabalho recente investigou a possível ação quimiopreventiva do óleo
de romã para o câncer de pele (Hora et al., 2003). O óleo de romã mostrou um
decréscimo significante na incidência de tumores de pele, sendo considerado um
efetivo agente quimiopreventivo contra o câncer de pele. Em outros estudos, Kawaii
e Lansky (2004) estudaram a atividade de extratos de P. granatum na promoção da
diferenciação em células leucêmicas humanas HL-60 promielociticas. Frações de
polifenóis de P. granatum ricas em flavonóides exercem ação antiproliferativa, anti-
invasiva, anti-eicosanoide e pró-apoptótica em células cancerígenas de mama e
próstata e atividade anti-angiogênica in vitro e in vivo. Os extratos proporcionaram
efeitos inibitórios sobre a proliferação de células HL-60.
Em uma análise da ação do óleo de sementes de romã, contendo 70% cis
(c)9 – trans (t) 11, c13-18:3 como conjugados de ácidos linoleicos (CAL) Kohno et al.
(2004), demonstraram que o óleo de romã pode suprimir a carcinogênese química
induzida pelo azoximetano (AMO) em ratos, devido ao aumento de CAL.
Mori-Okamoto et al. (2004) afirmaram que a romã contém estrógenos
(estradiol, estrona e estriol) e apresenta atividade estrogênica em ratos. Estes
autores, avaliaram o efeito do extrato de romã na síndrome menopausal
experimental em ratos ovariectomizados, observando que a romã é clinicamente
efetiva no estado de depressão e da perda óssea na síndrome menopausal.
- 30 -
2. OBJETIVOS
Com base nas considerações expostas anteriormente, este estudo
utilizou voluntários portadores de aparatologia ortodôntica fixa para:
Avaliar o efeito do extrato hidroalcóolico (EHA) de Punica granatum L. sobre
a placa bacteriana supragengival dos voluntários, utilizando grupos teste
(tratado com EHA), controle positivo (gluconato de clorhexidina a 0,12%) e um
grupo controle negativo (água destilada). A eficácia do EHA foi avaliada
através da contagem do número de unidades formadoras de colônias
(UFC/ml) presentes na placa dentária.
Determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e a duração do efeito
antimicrobiano do EHA sobre os microorganismos da placa bacteriana.
Verificar a atividade antimicrobiana in vitro do EHA e da clorhexidina sobre 14
linhagens bacterianas e 1 linhagem de levedura do Banco de Microorganimos
da Faculdade de Medicina de Juazeiro – FMJ.
Verificar a atividade antimicrobiana in vitro do EHA sobre a linhagem de
levedura Cândida albicans, do Banco de Microorganismos da Faculdade de
Medicina de Juazeiro-FMJ.
Determinar a CIM de quatro linhagens sensíveis ao EHA : S.
β
-hemolyticus,
S. aureus, P. aeruginosa e C. albicans.
- 31 -
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Material
Transporte da placa dentária
Solução tampão PBS
Caixa isopor com bolsas de gelo
Equipamentos
Estufa de incubação (Coel, Brasil)
Fluxo laminar (Quimis, Brasil)
Placa aquecedora (Quimis, Brasil)
Balança analítica (Gehaka AG 200, Germany)
Agitador de tubos – Vortex (Quimis, Brasil)
Bico de Bunsen
Microscópio óptico fotobinocular (Taimim, Brasil)
Autoclave (Quimis, Brasil)
Geladeira Duplex (Brastemp , Brasil)
Pipetas automáticas (5-40µl ; 40-200µl ; 200-1000µl) – (Kacil, Brasil)
Microorganismos
Linhagens bacterianas
Gram-negativos: Shiguella flexineri, Salmonella thiphinurum, Pseudomonas
aeruginosa, Pseudomonas sp, Klebsiella pneumoniae, Proteus vulgaris,
Providencia alcalifaciens, Alcaligens, E. coli.
Gram-positivos: Staphylococcus aureus, Staphyococcus epidermidis,
Staphylococcus
β
-hemolyticus, Streptococcus
β
-hemolyticus.
Linhagem de levedura
Candida albicans (ATCC – 007)
- 32 -
Material de consumo
Meios de cultura:
* BHI Caldo e BHI Agar (Acumedia)
Extrato hidroalcóolico de Punica granatum
Gluconato de clorhexidina a 0,12%
Água destilada estéril
Álcool absoluto
Solução de cristal violeta
Solução de lugol
Solução de safranina
Água destilada estéril
Gaze
Algodão
Curetas periondontais n° 19 e 20
Espelhos odontológicos
Bandejas inox
Tubos eppendorfs
Tubos de ensaio
Estantes para tubos
Placas de Petri
Béqueres
Erlemeyers
Ponteiras descartáveis para pipetas automáticas
Alça de Drigauskí
Alça de platina
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Caneta marcadora
Régua
Lâminas de vidro para microscopia
Discos de antibióticos comerciais (Cecon)
Discos de papel de filtro
Luvas descartáveis
3.2 Metódos
3.2.1 Substâncias utilizadas como controle positivo e negativo
Controle positivo: gluconato de clorhexidina a 0.12%, Periogard, [1,1-bis
hexametileno (5-clorofenil biguanida di-D-gluconato] da Kolynos do Brasil, São
Paulo, Brasil).
Controle negativo: água destilada estéril. A solução de etanol e água
destilada (1:1, v/v), foi submetida ao aquecimento 60°C para evaporação total do
etanol, sendo o volume final restaurado com água destilada estéril.
3.2.2 Obtenção da planta e preparo do Extrato Hidroalcóolico de Punica
granatum L.
Os frutos de P. granatum foram coletados na cidade de Crato, estado do
Ceará, Brasil, e a exsicata da planta esta depositada no Herbário Prisco Bezerra da
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, com o número 33069. (Figura 7)
- 34 -
FIGURA 4 – Frutos de Punica granatum L.
(www.serendipity.gr/photographs/garden%20shots/pomegranate1.jpg)
O extrato foi preparado no Laboratório de Biofisiologia da Faculdade de
Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ). Para a obtenção do Extrato de P. granatum,
inicialmente os frutos foram cortados em pedaços pequenos, incluindo casca e
sementes, e pesados. Após a pesagem, foi realizada a trituração em liquidificador
adicionando-se álcool absoluto e água destilada (30:70 v/v) e posteriormente, a
filtragem com algodão. Do material triturado, obtivemos uma suspensão.
Em uma placa aquecida (60°C), colocou-se todo o extrato em um béquer a
fim de que todo o álcool evaporasse, evitando assim a influência desta substância
na possível ação terapêutica do Extrato de P. granatum. Não foram empregadas
substâncias conservantes, aromatizantes ou antifúngicas.
O extrato foi então removido da placa aquecedora a 60°C, acondicionado
em frascos de vidro fosco. Após resfriamento, retirou-se uma alíquota (1 ml), a qual
foi colocada em béquer de 5 ml previamente pesado. O material foi colocado em
estufa (Coel, Brasil) a 80ºC até completa secagem e pesado novamente. Dessa
maneira foi obtido o resíduo sólido em mg/ml (material insolúvel do extrato). A
concentração do extrato obtido para as análises foi de 60 mg/ml.
- 35 -
Este extrato de P. granatum (EHA) foi utilizado para a realização dos
bochechos supervisionados de acordo com a metodologia do experimento, para
determinar a sua curva de tempo, e a sua CIM, ou seja, a menor concentração
capaz de inibir o crescimento de microorganismos da placa dentária. O EHA foi
também utilizado para verificar a atividade antimicrobiana in vitro sobre 15 linhagens
patogênicas do Banco de Microorganimos da Faculdade de Medicina de Juazeiro –
FMJ., bem como para determinar a CIM de quatro linhagens sensíveis ao EHA : S.
β
-hemolitico, S. aureus, P. aeruginosa e C. albicans (ATCC-007). Vale ressaltar que
este extrato foi submetido ao Teste do Fator de Contaminação, onde se espalhou
uma quantidade de extrato (1ml) em placa de Petri com meio “brain heart agar” - BHI
Agar (Acumedia), incubando por 12 horas a 37ºC, a fim de verificarmos a ausência
total de fungos, bactérias ou qualquer outro microorganismo, que interferissem na
qualidade do mesmo.
3.2.3 Avaliação in vitro da atividade antibacteriana e fungicida do Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA)e do Gluconato de clorhexidina a 0,12%
Os microoganismos armazenados no Banco da FMJ foram inicialmente
submetidos a um antibiograma, para determinação do perfil de resistência dos
microrganismos a vários antibióticos. Em seguida foram realizados os seguintes
testes: - Avaliação da sensibilidade de linhagens patogênicas do Banco de
Microorganismos frente ao EHA e a clorhexidina; - Análise da atividade
antimicrobiana do EHA sobre a microbiota da placa dental e Determinação da
Concentração Inibitória Mínima do EHA sobre linhagens patogênicas do Banco de
Microorganismos.
3.2.3.1 Avaliação da resistência bacteriana a antibióticos
Treze linhagens bacterianas (Shiguella flexineri, Salmonella thiphinurum,
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus
β
-hemolyticus,
Streptococcus
β
-hemolyticus, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas sp,
Klebsiella pneumoniae, Proteus vulgaris, Providencia alcalifaciens, Alcaligens, E.
coli), patogênicas isoladas da população do Cariri Cearense e mantidas no Banco de
- 36 -
Microrganismos da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte - FMJ foram
testadas quanto a sua resistência a antibióticos comerciais através do método de
difusão em disco (Bauer et al, 1966). Foram utilizados vinte antibióticos comerciais
da marca CECON para avaliar o espectro de resistência bacteriana. Os discos
continham 30 µg de cada antibiótico. (tabela 1)
As linhagens bacterianas foram renovadas em tubos de ensaio contendo
meio de cultura BHI caldo por 12 h a 37ºC. Em seguida, espalhou-se um volume de
100 µL de cultura bacteriana, em placas de Petri previamente contendo meio de
cultura BHI Agar. Após a secagem das linhagens bacterianas, os discos de
antibióticos foram colocados nas placas, as quais foram incubadas a 37ºC em estufa
e o crescimento bacteriano foi verificado após 24 horas. O controle foi elaborado na
ausência de antibióticos. Os resultados foram mensurados através da medida do
halo. As linhagens que apresentaram um halo 19 mm foram consideradas
sensíveis e as resistentes apresentaram um halo 15 mm. Todos os procedimentos
foram realizados na câmara de fluxo laminar (Quimis).
TABELA 1Antibióticos utilizados no antibiograma.
Classe de antibióticos Antibióticos
penicilinas ampicilina (AMP), amoxacilina (AX), amoxicilina (AMO)
β-lactâmicos
cefalosporinas
1° geração - cefalotina (CFL), cefadroxil (CA)
2° geração - cefaclor (CFC), cefuroxima (CRX 30)
3 geração - ceftriaxona (CRO), cefotaxima (CTX 30),
ceftazidima (CAZ)
β-lactâmicos especiais
imipenem (IM) aztreonam (AST)
aminoglicosídeos kanamicina (KN) tobramicina (TB) amicacina (AMI 30)
Fluoroquinolona ciprofloxacina (CIP 5)
Cloranfenicol cloranfenicol (CLO)
Tetraciclina tetraciclina (TET)
Glicopeptídeos vancomicina (VAN 30)
Sulfa sulfametrim (SZT 25)
- 37 -
3.2.3.2 Teste de sensibilidade de linhagens patogênicas do Banco de Microorganismos
frente ao Extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA) e ao gluconato de clorhexidina a
0,12%.
As bactérias patogênicas e a levedura Candida albicans (ATCC – 007),
que são armazenadas em tubos de ensaio com meio BHI ágar e óleo mineral, no
Banco de Microrganismos, foram renovadas em tubos de ensaio contendo meio de
cultura BHI caldo por 12h a 37ºC. Utilizando-se Placas de Petri contendo 20 ml de
meio de cultura BHI Agar, realizou-se o plaqueamento em superfície em volumes de
250, 500 e 1000 µL (utilizando uma alça de Drigauskí) do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum, respectivamente, correspondente às concentrações de 15, 30 e 60 mg/ml.
E volumes de 250, 500 e 1000 µL do gluconato de clorhexidina a 0,12%,
respectivamente, correspondente às concentrações de 0,03, 0,06 e 0,12%.
Em seguida, as placas foram divididas em 6 partes, com o auxílio de uma
régua e de uma caneta marcadora, realizando em cada espaço a estria da bactéria
correspondente, utilizando-se uma alça de platina. A C. albicans não foi testada frente
ao gluconato de clorhexidina. O controle consistiu em placas sem nenhum dos dois
tratamentos. As placas foram montadas em duplicatas e incubadas a 37ºC em estufa
e o crescimento das linhagens foi verificado após 24 horas, para verificação da
atividade antimicrobiana do EHA e/ou do gluconato de clorhexidina. Todos estes
procedimentos foram realizados na câmara de fluxo laminar .
O controle de qualidade do EHA foi realizado utilizando-se placas de Petri
contendo meio BHI Agar e espalhando-se 1000 µl (60 mg/ml) deste extrato (EHA).
Posteriormente, estas placas foram incubadas por 24 horas a 37°C. A ausência de
crescimento microbiano é um fator indicativo de qualidade do extrato. Este
experimento foi realizado em duplicata.
3.2.3.3. Análise da atividade antimicrobiana do Extrato hidroalcóolico de P. granatum
(EHA) , sobre a microbiota da placa bacteriana, utilizando discos de papel de filtro.
A análise da atividade antimicrobiana do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum em bactérias isoladas da microbiota bucal dos voluntários, foi realizada de
acordo com o método descrito por PELCZAR et al. (1981). Aleatoriamente foram
selecionados três voluntários para realização do teste. Amostras de 100 µl de
culturas ativas da microbiota bucal foram inoculadas por espalhamento com auxílio
- 38 -
da alça de Drigauski estéril, em placas de Petri contendo meio BHI Ágar. Os discos
de papel de filtro, estéreis e impregnados com o EHA, em concentrações de 60, 30,
12, 6 e 1 mg/ml, foram transferidos para as placas de Petri inoculadas com os
microorganismos. O controle do teste consistiu em discos embebidos em água
destilada estéril. A atividade inibitória do crescimento a 37°C, após 24 horas de
incubação, foi determinada pela medição da zona de inibição (halo inibitório 7mm).
FIGURA 5 – Fluxo laminar contendo material utilizado na determinação da
Concentração Inibitória Mínima do EHA sobre linhagens patogênicas.
3.2.3.4 Determinação da Concentração Inibitória Mínima do Extrato hidroalcóolico de
Punica granatum L. sobre linhagens patogênicas do Banco de Microorganismos.
A concentração inibitória mínima (CIM) é importante para determinar o
grau de atividade de um agente antimicrobiano contra determinados patógenos e
pode ser definida como a menor concentração do agente necessária para inibir o
crescimento bacteriano.
- 39 -
A levedura Candida albicans e as linhagens bacterianas que se mostraram
sensíveis ao Extrato hidroalcóolico de P. granatum foram selecionadas para
determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Entretanto, dentre as
linhagens bacterianas, escolheu-se aleatoriamente dois representantes de microor -
ganismos Gram positivos e um representante Gram negativo. (Figura 8)
As colônias de Streptococcus
β
-hemolitico (19), Staphylococcus aureus
(25), Pseudomonas aeruginosa (17) e Candida albicans (ATCC-007) foram
renovadas em BHI caldo e incubadas em estufa a 37º C por 12 horas. Em seguida,
placas de Petri contendo BHI Agar, receberam por plaqueamento em superfície, os
seguintes volumes de Extrato hidroalcóolico de P. granatum: 8, 16, 33, 63, 125, 250,
500 e 1000µl. Posteriormente, 100 µl das suspensões dos microorganismos foram
semeadas nas placas contendo os volumes de EHA descritos acima e em seguida,
estas placas de Petri foram incubadas a 37ºC por 24 horas. Após este período,
realizou-se a contagem do número de UFC/ml para a determinação da CIM do EHA
sobre as linhagens patogênicas. O experimento foi realizado em duplicata. O
controle consistiu de placas de Petri com BHI Agar , sem EHA , contendo somente
as amostras de culturas ativas das bactérias descritas acima e da levedura C.
albicans. (Figura 6)
3.3 Casuística
Este estudo, previamente aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade Federal do Ceará, foi conduzido com 60 voluntários portadores de
aparatologia ortodôntica fixa, recrutados em um consultório odontológico localizado
na Clínica Bárbara de Alencar, na cidade do Crato, estado do Ceará.
A amostra da população estudada foi constituída por voluntários de ambos
os sexos, com idade variando entre 9 e 25 anos, clinicamente saudáveis e sem
relato de antibioticoterapia nos 7 dias que antecederam à coleta da placa bacteriana.
Não houve restrições de grupos étnicos.
Os voluntários foram divididos em três grupos de vinte indivíduos cada.
Grupo teste (I) - bochecho com Extrato hidroalcóolico de Punica granatum (EHA);
Grupo controle positivo (II) - gluconato de clorhexidina a 0,12%; Grupo controle
negativo (III) – água destilada.
- 40 -
FIGURA 6 – Tubos de ensaio com BHI caldo, contendo os
microorganismos utilizados na determinação da concentração inibitória mínima do
Extrato hidroalcóolico de P. granatum sobre estas linhagens.
3.4 Descrição da amostra
No consultório odontológico os voluntários tiveram um esclarecimento
inicial sobre as condições nas quais seriam desenvolvidos os experimentos. Em
seguida, os voluntários e/ou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento,
para a participação no estudo. (Anexo A)
Na avaliação inicial, foi preenchida uma ficha clínica para cada voluntário,
registrando-se os dados pessoais, a história médica, a história buco-dental e a data
do exame. (Anexo B)
a) Descrição do tipo de estudo a ser conduzido
Estudo analítico, prospectivo, intervencional e não-cego, randomizado
bloqueado, no qual os voluntários após a randomização integraram o Grupo I
- 41 -
(Extrato hidroalcóolico de P. granatum), Grupo II (gluconato de clorhexidina a 0,12%)
ou Grupo III (água destilada ). Cada grupo recebeu, sob a forma de bochecho de 1
minuto, com volumes iguais de 15 ml do extrato de romã, do gluconato de
clorhexidina a 0,12% e da água destilada. A placa bacteriana foi coletada antes e
após o bochecho com uma destas três substâncias, conforme randomização. A
randomização bloqueada foi realizada da seguinte maneira: Os três grupos
utilizados no estudo foram o Grupo I, Grupo II e Grupo III, desta forma foi
selecionado dentre os 60 voluntários, seis de cada vez, fazendo-se combinações
entre estes três grupos, da seguinte maneira:
Grupo I
Grupo II
Grupo III
I II III; I III II; II I III ; II III I ; III I II ; III II I.
Estas combinações foram anotadas em papéis, e dobradas a fim de que
os voluntários sorteassem apenas uma delas. Para que não houvesse o risco de
vícios, a cada sorteio, a combinação sorteada era devolvida ao depósito que
continha os papéis, a fim de garantir a randomização deste estudo. O sorteio foi
realizado até que os seis voluntários estivessem agrupados devidamente da
seguinte forma:
Dois voluntários no Grupo I (Pacientes que sortearam as combinações I II III
ou I III II)
Dois voluntários no Grupo II (Pacientes que sortearam as combinações II I III
ou II III I)
Dois voluntários no Grupo III (Pacientes que sortearam as combinações III I II
ou III II I)
Este mesmo procedimento foi realizado dez vezes, tendo em vista que
este estudo estabeleceu uma amostra de 60 voluntários, distribuídos em três grupos
de vinte voluntários.
- 42 -
3.5 Coleta e Processamento da Placa Bacteriana
3.5.1 Avaliação da sensibilidade da microbiota presente na placa bacteriana frente
ao extrato hidroalcóolico de P. granatum, ao gluconato de clorhexidina e à água
destilada (estudo in vivo)
No consultório odontológico foi realizada a coleta de material, ou seja, de
placa bacteriana, para a realização dos testes que avaliaram a eficácia do Extrato de
P. granatum (EHA), do gluconato de clorhexidina a 0,12% e da água destilada,
envolvendo os sessenta voluntários. O material coletado foi então analisado
microbiologicamente a fim de se determinar o número de UFC/ml (Unidades
Formadoras de Colônias) presentes na placa bacteriana supragengival. De acordo
com o processo de randomização descrito, respeitou-se a divisão dos pacientes nos
três grupos.
Foi padronizada a parte cervical da face vestibular do primeiro molar
permanente, bem como dos incisivos centrais e laterais, de ambas as arcadas
dentárias, para a remoção da placa dentária supragengival, em função da facilidade
de observação direta. A placa foi removida, com uma cureta periodontal, e colocada
em tubos eppendorf contendo 1ml de tampão PBS (Phosphate Buffered Saline),
estéreis, previamente identificados e pesados em balança analítica (Gehaka AG 200,
Germany).
Os voluntários dos três grupos suspenderam todas as medidas de higiene
oral por 24 horas. No dia seguinte, os voluntários compareceram ao consultório
odontológico, no período da manhã, quando então se realizou:
1ª Coleta: coleta da placa bacteriana, utilizada como controle e
acondicionada em tubo eppendorf contendo solução salina tamponada.
2ª Coleta: logo após a primeira coleta da placa supragengival, os
voluntários realizaram o bochecho da seguinte maneira:
- Grupo I: 15 ml de Extrato hidroalcóolico de P. granatum durante 1 minuto.
- Grupo II: 15 ml de gluconato de clorhexidina a 0,12% durante 1 minuto.
- Grupo III: 15 ml de água destilada durante 1 minuto.
Em seguida, os tubos contendo a placa bacteriana foram colocados em
uma caixa de isopor, contendo gelo, e transportados ao Laboratório de Microbiologia
da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte - FMJ. Em uma câmara de fluxo
laminar (Quimis), as amostras de cada voluntário foram homogeneizadas por 30
- 43 -
segundos em um agitador de tubos (Vortex-Quimis) visando à obtenção de uma
suspensão uniforme. Foram realizadas então, diluições seriadas sucessivas, de 10
-1
a 10
-4
, e a partir da diluição 10
-4
, foram semeadas 100 µl de suspensão bacteriana
de cada voluntário em placas de Petri, em triplicata, contendo meio de cultura BHI
Agar, perfazendo um total aproximado de 10
5
UFC/ml. As placas foram incubadas
em estufa de cultura a 37ºC, por 48 horas, quando então foi realizada a contagem
das colônias bacterianas (UFC/ml). (Figura 7 e 8)
FIGURA 7 – Material usado para montagem do teste de avaliação da sensibilidade
da microbiota bucal frente ao Extrato hidroalcóolico de P. granatum
- 44 -
FIGURA 8 – Estufa incubadora a 37°C contendo as placas de Petri semeadas com a
microbiota dos voluntários.
3.5.2 Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do Extrato hidroalcóolico
de P. granatum sobre a microbiota da placa dental.
A concentração inibitória mínima do Extrato EHA sobre a microbiota bucal,
foi realizada através da coleta da placa dental de um dos voluntários, após 24 horas
sem higienização oral. Inicialmente as concentrações decrescentes do EHA 60, 30,
15, 7.5 e 3.75 mg/ml foram espalhadas em placas contendo meio BHI Agar.
Posteriormente, a amostra coletada do voluntário, foi homogeneizada, obtendo-se
uma suspensão uniforme. Após a homogeneização, realizou-se a diluição seriada
sucessiva de 10
-1
a 10
-4
e a partir da diluição 10
-4
, semeou-se 100 µl desta
suspensão bacteriana nas placas de Petri contendo as concentrações de EHA
descritas acima. As placas foram então incubadas a 37°C, por 48 horas. O
experimento foi realizado em duplicata. O controle consistiu de placas com meio BHI
Agar, sem EHA , contendo somente a suspensão bacteriana. Após este período,
realizou-se a contagem do número de unidades formadoras de colônias (UFC/ml)
para a determinação da concentração inibitória mínima do EHA sobre a microbiota
da placa dental.
- 45 -
3.5.3 Determinação do tempo de duração do efeito do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum
Foram selecionados, aleatoriamente três voluntários, participantes do
experimento para realização da curva de tempo do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum (EHA). Estes voluntários suspenderam a higienização bucal por 24 horas.
No dia seguinte foi realizada uma coleta da placa bacteriana, que foi utilizada como
controle, e em seguida os 3 voluntários foram submetidos a um bochecho de 15 ml
do Extrato hidroalcóolico por 1 minuto, sendo coletadas amostras da placa
bacteriana. Após 1 hora, com ausência de bochechos, foi realizada a última coleta
de placa bacteriana destes voluntários.
As amostras de placa dentária dos três voluntários foram coletadas em
tubos eppendorf, contendo solução tampão PBS. Na câmara de fluxo laminar as
amostras foram diluídas até 10
-4
e semeadas 100 µl de cada suspensão bacteriana
em placas de Petri em duplicata, contendo meio de cultura BHI Agar, perfazendo um
total aproximado de 10
5
UFC/ml. As placas foram incubadas em estufa de cultura a
37ºC, por 48 horas. Após este período foi realizada a leitura das placas para a
verificação da duração do efeito antimicrobiano do EHA.
3.6 Diferenciação da microbiota bucal através do método de coloração de
Gram
A coloração é uma etapa fundamental para a identificação de bactérias e
tem a finalidade de facilitar a observação microscópica das células bacterianas,
diferenciando de acordo com as suas propriedades tintoriais. A coloração de Gram
consiste em dividir as bactérias em dois grandes grupos, partindo da capacidade que
têm as células coradas de resistirem ou não a uma descoloração pelo álcool:
bactérias Gram negativas tem um conteúdo lipídico mais elevado que o das
bactérias Gram positivas.
As colônias bacterianas presentes na microbiota bucal dos pacientes
foram isoladas de acordo com a morfologia destas colônias, em tubos contendo
meio de cultura BHI Agar. Antes da realização da coloração de Gram, procedeu-se a
renovação dessas colônias em BHI caldo por 12 horas a 37ºC. Após a renovação,
utilizou-se lâmina desengordurada para a realização dos esfregaços das culturas
- 46 -
bacterianas, as quais foram secas ao ar e fixadas pelo calor, passando-se a lâmina
rapidamente três a quatro vezes, pela chama do bico de Bunsen. Este aquecimento
serviu para fixar e matar os microorganimos contidos nas lâminas.
Após a fixação, os esfregaços foram corados com solução de cristal
violeta durante 1 minuto. O excesso de corante foi desprezado e o esfregaço coberto
por uma solução de lugol durante 1 minuto. Em seguida as lâminas foram escorridas
e descoradas com álcool etílico 95%, até que não houvesse mais desprendimento
de corante (30 segundos). Por fim, adicionou-se uma solução de safranina por 1
minuto, sendo lavadas em água corrente e postas para secar ao ar.
As células bacterianas Gram negativas aparecem ao microscópico com
uma coloração vermelha, enquanto as células Gram positivas permanecem com a
tonalidade azul escura.
3.7 Análise Estatística
Os dados obtidos na avaliação da sensibilidade da microbiota presente na
placa bacteriana frente ao EHA, ao gluconato de clorhexidina e a água destilada,
foram analisados do ponto de vista estatístico segundo as variáveis mencionadas,
através de teste não-paramétrico de Mann-Whitney U e os resultados foram
considerados significantes a p< 0.05.
3.8 Aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa
O Comitê de Ética em Pesquisa e Complexo Hospitalar da Universidade
Federal do Ceará - COMEPE, dentro das normas que regulamentam a pesquisa em
seres humanos, do Conselho Nacional de Saúde – Ministério da Saúde, Resolução
nº 196 de 10 de outubro de 1996 e Resolução nº 251 de 07 de agosto de 1997,
publicadas no Diário Oficial, em 16 de outubro de 1996 e 23 de setembro de 1997,
aprovou o Projeto de título: “Avaliação in vivo da atividade antimicrobiana do extrato
de Punica granatum Linn. sobre a placa bacteriana supragengival”, na reunião do dia
18 de dezembro de 2003. Este projeto foi protocolado no COMEPE com o número
242/03.
- 47 -
4. RESULTADOS
O resultado do teste para o controle de qualidade do Extrato
hidroalcóolico de Punica granatum (EHA), mostrou ausência de crescimento
microbiano, podendo desta forma ser o mesmo utilizado com segurança nos
procedimentos que avaliaram a sua eficácia frente aos microorganismos deste
estudo.
Na determinação do espectro de resistência das linhagens bacterianas
Gram negativas e Gram positivas aos antibióticos comerciais, verificou-se , conforme
exposto na tabela 2, que as 13 linhagens testadas, foram resistentes a todos os
antibióticos utilizados.
Os resultados demonstraram que o Extrato hidroalcóolico de Punica
granatum, apresentou uma eficácia antimicrobiana semelhante àquela apresentada
pela Clorhexidina utilizada como controle positivo. Ambos foram ativos contra
Staphyloccocus aureus, Staphyloccocus
β
-hemolyticus, E. coli, Klebsiella
pneumoniae, Streptoccocus
β
-hemolyticus e Proteus vulgaris. Algumas linhagens
bacterianas como E. coli, S. aureus, S. beta-hemoliticus e a levedura C. albicans
foram sensíveis ao EHA em baixas concentrações (15 mg/ml). Porém, enquanto S.
epidermidis foi sensível ao EHA, mostrou-se resistente à ação antimicrobiana da
clorhexidina. (Tabela 3)
A análise da atividade antimicrobiana do EHA, através do teste de
difusão em disco frente a bactérias coletadas da microbiota bucal de três voluntários,
apresentou um perfil de inibição com halo 7mm nas respectivas concentrações de
60, 30, 12 e 6mg/ml. (Tabela 4 e Figura 9)
A tabela 5 mostra os resultados do teste para determinação da
concentração inibitória mínima (CIM) do EHA sobre as linhagens de Streptococcus
β
-hemolyticus (19), Stafilococcus aureus (25), Pseudomonas aeruginosa (17) e
Candida albicans (ATCC-007), as quais mostraram-se sensíveis ao EHA que
apresentou, ,respectivamente, as seguintes concentrações inibitória mínima, 1.87,
3.75, 7.5 e 15 mg/ml de EHA. (Figura 10)
48
TABELA 2 – Espectro de resistência das linhagens bacterianas Gram negativas e Gram positivas aos antibióticos comerciais
R – Resistente
ast – Astreonam; ax – Amoxacilina; amp – Ampicilina; ami – Amicacina; amo – Amoxicilina; crx – Cefuroxina; ctx – Cefatoxina; ca
Cefadroxi; cfc – Cefaclor; cfl – Cefalotina; caz – Ceftazidima; cro – Ceftriaxona; cp – Ciprofloxacina; clo – Cloranfenicol; im – Imipenem; kn
Kanamicina; szt – Sulfametrim; tet – Tetraciclina; tb – Tobramicina; van – Vancomicina.
Microrganismo Resistência a antibióticos
Shiguella flexineri
ast
R
; ax
R
; amp
R
; amo
R
; crx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; cro
R
; im
R
; kn
R
; van
R
; tb
R
Salmonella thiphynurum
ast
R
; ax
R
; amo
R
; crx
R
; ca
R
; cfc
R
; im
R
; kn
R
; van
R
; tb
R
Staphylococcus aureus
ast
R
; ax
R
; amp
R
; amo
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; cip
R
; clo
R
; im
R
; kn
R
; tet
R
; van
R
; tb
R
Staphylococcus epidermidis
ast
R
; ax
R
; amo
R
; ca
R
; cfc
R
; caz
R
; cro
R
; im
R
; kn
R
; van
R
Staphylococcus
β
-hemolyticus
ast
R
; ax
R
; amp
R
; ami
R
; crx
R
; ctx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; cro
R
; imr; kn
R
; szt
R
; van
R
; tb
R
Streptococcus
β
-hemolyticus
ast
R
; ax
R
; amp
R
; ami
R
; amo
R
; ca
R
; cfc
R
; caz
R
; cro
R
; im
R
; kn
R
; van
R
; tb
R
Pseudomonas aeruginosa
ast
R
; ax
R
; amp
R
; ami
R
; amo
R
; crx
R
; ctx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; cro
R
; cip
R
; clo
R
; im
R
;
kn
R
; szt
R
; tet
R
; van
R
; tb
R
Pseudomonas sp.
ast
R
; ax
R
; amp
R
; ami
R
; amo
R
; crx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; cip
R
; clo
R
; im
R
; kn
R
; szt
R
;
tet
R
; van
R
; tb
R
Klebsiella pneumoniae
ast
R
; ax
R
; amp
R
; amo
R
; crx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; cip
R
; clo
R
; im
R
; kn
R
; tet
R
; van
R
Proteus vulgaris
ast
R
; ax
R
; amp
R
; ami
R
; amo
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; im
R
; kn
R
; tb
R
Providencia alcalifaciens
ast
R
; ax
R
; ami
R
; amo
R
; crx
R
; ctx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; im
R
; kn
R
; szt
R
; van
R
; tb
R
Alcaligenes sp.
ast
R
; ax
R
; amo
R
; crx
R
; ctx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; cro
R
; im
R
; szt
R
; van
R
Escherichia coli
ast
R
; ax
R
; amp
R
; ami
R
; amo
R
; crx
R
; ctx
R
; ca
R
; cfc
R
; cfl
R
; caz
R
; cro
R
; cip
R
; clo
R
; im
R
;
kn
R
; szt
R
; tet
R
; van
R
; tb
R
49
TABELA 3 – Teste de sensibilidade ao Extrato hidroalcoólico de P. granatum (EHA)
e clorhexidina frente a diferentes espécies de microorganismos e levedura.
EHA (mg/ml) CLORHEXIDINA (%)MICROORGANISMOS
CONTROLE
60 30 15 0,12 0,06 0,03
Shiguella flexineri - - - - - - -
Salmonella thiphinurum - - - - - - -
Stafilococcus aureus - + + + + + +
Stafilococcus epidermidis - + + - - - -
Stafilococcus
β
-
hemolyticus
- + + + + + +
Streptococcus
β
-
hemolyticus
- + + + + + +
Pseudomonas
aeruginosa
- + + + + - -
Pseudomonas sp - + - - - - -
Klebsiella pneumoniae - + + + + + +
Proteus vulgaris - + + + + + +
Providencia alcalifaciens - - - - - - -
Alcaligens - - - - - - -
E. coli - + + + + + +
Candida albicans - + + + n.d n.d n.d
A concentração inicial do extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA) foi 60 mg/ml e da Clorhexidina
foi 0.12%. (+) sensibilidade; (-) resistência; (n.d) não determinado.
TABELA 4 - Atividade antimicrobiana do extrato hidroalcóolico de P. granatum
através do teste de difusão em disco frente a microrganismos da placa dental de
voluntários antes de serem submetidos ao tratamento.
Microorganismo da placa dental Extrato hidroalcóolico de P. granatum
(mg/ml)
Voluntário 60 30 12 6 1
1
+ + + + -
2
+ + - - -
3
+ + + - -
(+) sensibilidade (zona de inibição 7 mm) (-) ausência de sensibilidade
50
FIGURA 9– Resultado do teste de difusão em disco para verificação da atividade
antimicrobiana do EHA de P. granatum sobre microorganismos da cavidade bucal.
TABELA 5 – Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) em UFC x 10
5
do extrato hidroalcóolico Punica granatum (EHA) sobre Staphylococcus aureus,
Streptococcus beta-hemolyticus, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans.
Concentração EHA (mg/ml)
Microorganismos
60 30 15 7,5 3,75 1,87 0,93 0,46
Staphylococcus aureus
0 0 0 0 0* 36 300 600
Streptococcus
β
-
hemolyticus
0 0 0 0 0 0* 13 31
Pseudomonas aeruginosa
0 0 0 0* 1 1 11 17
Candida albicans
0 0 0* 55,5 166,5 156,5 380 405
* = CIM. Este experimento foi realizado em duplicata.
1
2
3
51
FIGURA 10 – Resultado da determinação da concentração inibitória mínima do EHA
de P. granatum (60 mg/ml) frente as bactérias Pseudomonas aeruginosa(PA) ,
Streptococcus β-hemolyticus(SH) , Stafilococcus aureus(SA) e Cândida
albicans(CA) . PA-CON : Placa controle, contendo cultura ativa de Pseudomonas
SH-1,87
SH-CON
SA-CON
CA-15 CA-CON
PA-CON PA-7,5
SA-3,75
52
aeruginosa; PA-7,5 : Placa demonstrando a CIM (7,5mg/ml) do EHA sobre a PA ;
SH-CON : Placa controle, com Streptococcus
β
-hemolyticus; SH – 1,87 : Placa
determinando a CIM (1,87 mg/ml) do EHA sobre o SH; SA-CON : Placa controle,
com S. aureus; SA - 3,75 : Placa demonstrando a CIM (3,75mg/ml) do EHA sobre o
SA; CA-CON : Placa controle, contendo C. albicans ; CA – 15 : Placa demonstrando
a CIM (15mg/ml) do EHA sobre a CA.
O teste para avaliação da sensibilidade da microbiota bucal frente ao EHA,
ao gluconato de clorhexidina e à água destilada, demonstrou uma resposta inibitória
do EHA no que se refere ao crescimento de microorganismos da placa dental,
determinada pelo número de unidades formadoras de colônias (UFC), antes e após
o bochecho, em todos os 20 voluntários deste estudo. O decréscimo em número de
UFC após o bochecho com EHA foi cerca de 81% (UFC, antes = 154.4 ± 41.18;
após = 25.4 ± 7.76). Os resultados foram semelhantes aos observados com
clorhexidina, que diminuiu em 80% aproximadamente o número de UFC (antes =
208.7 ± 58.81; após = 44.0 ± 15.85). Embora, nos voluntários do grupo controle, a
redução de UFC foi somente 11,3% (antes = 81.1 ± 10.12; após = 71.9 ± 8.68). Não
foi observada uma diferença significativa entre os grupos EHA e Clorhexidina (p =
0.7251), mas uma diferença significante foi observada entre EHA (p< 0.0001), bem
como Clorhexidina (p< 0.0001), quando comparados com o grupo controle. (Tabela
6 e 7; Figura 11)
TABELA 6 - Efeito do Extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA), da clorhexidina e
água (controle) sobre microorganismos da placa dental
UFC x 10
5
Grupo Antes do bochecho Após bochecho % inibição
EHA 154.4 ± 41.18 25.4 ± 7.76 83.5
Clorhexidina 208.7 ± 58.81 44.0 ± 15. 85 79.0
Água (controle) 81.1 ± 10.12 71.9 ± 8.68 11.3
Valores são médias ± EPM de UFC dos 20 voluntários por grupo, antes e após bochechos.
O experimento foi realizado como descrito nos métodos.
53
TABELA 7 - Análise estatística (Mann-Whitney) entre os grupos testados: Extrato
hidroalcóolico de P. granatum (EHA), clorhexidina e água (controle).
Comparações Valor de p Significância estatística
Grupo EHA x Grupo Agua < 0.0001 *
Grupo Clorhexidina x Grupo Agua < 0.0001 *
Grupo EHA x Grupo Clorhexidina p=0,7251 N/S
* =diferença estatística nos valores de probabilidade apresentados para cada comparação
entre 2 grupos (p< 0.05); N/S = não significante estatisticamente
FIGURA 11 – Efeito do Extrato hidroalcóolico de P. granatum (EHA), Clorhexidina e
água destilada (controle) sobre os microorganismos da placa dental.
* p<0.005 quando comparado ao grupo controle.
Na determinação da concentração inibitória mínima do Extrato
hidroalcóolico de Punica granatum L. (EHA) sobre os microorganismos da placa
dental, os resultados demonstraram que o EHA nas concentrações de 60, 30 e 15
mg/ml, promoveu inibição de todos os microorganismos presentes no meio de
*
*
54
cultura. Entretanto, considera-se como concentração inibitória mínima à
concentração de 15 mg/ml, pois ocorre crescimento microbiano nas concentrações
menores de EHA (7.5; 3.75 mg/ml), onde a porcentagem de inibição foi cerca de
89.3 e 76.6, respectivamente. (Tabela 8)
A tabela 9 mostra o tempo de duração do efeito antimicrobiano do EHA até
1 hora. Os resultados demonstram que a porcentagem de UFC diminuiu entre 72.2 e
63.8%, imediatamente após o bochecho e 1 hora depois, respectivamente. Isto
indica que o efeito antimicrobiano do EHA manteve-se pelo menos até 1 hora, após
o bochecho. É possível que o efeito seja duradouro e estenda-se por um tempo mais
prolongado, tendo em vista que os percentuais de UFC apresentaram valores
semelhantes quando determinados imediatamente e após 1 hora do bochecho com
EHA. (Figura 12)
TABELA 8 – Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do Extrato
hidroalcóolico Punica granatum (EHA) sobre a microbiota da placa dental
Grupo Concentração (mg/ml) CIM (UFC x 10
-5
)
controle
173,5
60
0
30
0
15
0
7,50
18.5
EHA (mg/ml)
3,75
40.5
Este experimento foi realizado em duplicata.
55
TABELA 9 – Duração do efeito antimicrobiano do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum (EHA).
EHA
UFC % Inibição
Antes do bochecho 134,6 ± 44.77 ----
Imediatamente após
bochecho
37,3 ± 18,08
72.2 ± 4.98
1 hora após bochecho
48,6 ± 33,75
63.8 ± 14.9
Os valores representam média ±EPM de 3 voluntários.
* p<0.005 quando comparado ao grupo controle.
FIGURA 12 – Duração do efeito antimicrobiano do Extrato hidroalcóolico de P.
granatum (EHA). p<0.005 quando comparado ao grupo controle.
*
*
56
As linhagens bacterianas da microbiota bucal foram submetidas à
coloração de Gram, para identificar as linhagens Gram negativas e Gram positivas, e
para a observação da presença de bacilos e cocos. (Figura 13 e 14)
FIGURA 13 – Cocos e bacilos Gram positivos isolados da microbiota bucal.
57
FIGURA 14 - Cocos Gram negativos isolados da microbiota bucal.
58
5. DISCUSSÃO
A Punica granatum L. é uma planta cultivada em quase todo o mundo,
seja como medicinal, seja como ornamental. A casca do fruto contém tanino,
alcalóides e uma substância com atividade antimicrobiana. As cascas do caule e
das raízes contêm peletierina, alcalóide tóxico para platelmintos (vermes chatos) e
de propriedade vermífuga para tênia (solitária), além de outros componentes, tais
como metilpeletierina, pseudopeletierina e isopeletierina e manitol, fenóis,ácido
elágico e ácido gálico. A casca da árvore contém, aproximadamente 20% de taninos,
incluindo punicalina, punicalagina, granatinas A e B, galagildilactona,
casuarinina,pedunculagina, telimagrandina I e corilagina. A casca do fruto tem
atividades anti-sépticas, adstringentes e antiviral contra o herpes genital. Esta planta
é considerada útil como anti-helmíntico , sendo utilizada como antidiarréico na Ásia e
na América do Sul. (Matos et al., 2001)
Neste estudo, demonstramos que o Extrato hidroalcóolico dos frutos de
Punica granatum (EHA), apresentou uma atividade significante contra
microorganismos comumente presentes na placa dental. O efeito foi observado
imediatamente após o voluntário realizar bochecho, quando o número de unidades
formadoras de colônias (UFC/ml) foi reduzido em 80% quando comparado aos
valores de UFC/ml antes do bochecho. Os resultados foram semelhantes aos da
Clorhexidina, quando os valores de UFC/ml foram também determinados antes e
após o bochecho. Embora nossas condições experimentais não permitiram
identificar as linhagens de microorganismos presentes na placa dental, vários relatos
indicam que P. granatum tem atividade antibacteriana. Um estudo realizado por
Kakiuchi et al. (1986) , constatou que os constituintes presentes na casca do fruto da
P. granatum (granatina A, granatina B, punicalina e punicalagina) causam uma
inibição relativamente alta sobre a aderência do Streptococcus mutans nas
superfícies dos dentes. Um outro estudo realizado por Pereira et al. (2001), verificou
a ação da P. granatum sobre as três espécies de microorganismos aeróbios
predominantes na placa supragengival: S. mutans, S. mitis e S. sanguis. Os
resultados deste estudo, comprovaram a ação antibacteriana, in vitro, do extrato
hidroalcóolico da casca do fruto, sobre as três linhagens bacterianas estudadas,
demonstrando ser um excelente anti-séptico, quando comparado ao gluconato de
clorhexidina.
59
Além disto, Das et al. (2001), demonstraram que o extrato etanólico de
folhas de P. granatum foi seletivamente ativo contra Vibrio cholerae (linhagens
0.139 e 01 EI Tor ogawa), mas foi ineficaz contra a linhagem 01 Classical Inaba.
Contudo, o extrato acetônico de folhas de P. granatum apresentou atividade
vibriocida para todas as linhagens usadas nesta investigação. (Figura 15)
Entre os principais compostos bioativos presentes no extrato de P.
granatum, estão os taninos, e um destes, o tanino elágico, punicalagina, tem
atividade contra linhagens de Staphyloccocus aureus meticilina resistentes (MRSA)
(Machado et al., 2002). De acordo com estes autores a atividade da punicalagina,
fornece uma zona clara de inibição de 20 mm para todas bactérias testadas e a
concentração inibitória mínima (CIM) para linhagens de S. aureus foi estabelecida
como 61.5 µg/ml.
Punicalagina de outras espécies como Terminalia citrine, foi efetiva contra
várias linhagens bacterianas, e para linhagens de Staphyloccocus aureus meticilina
resistentes (MRSA) foi obtido como valor de MIC 768 µg/ml. (Burapadaja e Bunchoo,
1995).
FIGURA 15 – Folhas de P. granatum.
(www.cuyamaca.net/OH170/plant_TNails/punica_granatum_leaves_9-27-99_3.jpg)
60
Vasconcelos et al. (2003), ao utilizarem um gel de P. granatum no
tratamento da candidose associada com a estomatite protética, observaram a
eficácia de P. granatum como agente antifúngico tópico para leveduras do gênero
Cândida, enquanto Sastravaha et al. (2003), ao avaliarem o efeito do extrato de P.
granatum no tratamento periodontal, concluíram que os sinais clínicos da
periodontite crônica foram significantemente reduzidos após o tratamento.
Além disso, Lin et al. (2001), ao estudarem a atividade da punicalagina e
punicalina, isoladas de folhas de outras espécies de alguns gêneros, como é o caso
da Terminalia catappa, mostraram que esta espécie apresenta atividade
antihepatotóxica, mas o tratamento com altas doses aumentou as lesões hepáticas.
Estes resultados sugerem que, quando comparadas punicalagina e punicalina
mostram uma atividade antioxidante em baixas doses, o tratamento com altas doses
pode induzir toxicidade celular. Entretanto, Cérda et al. (2003), relataram
recentemente um efeito não tóxico de punicalina em ratos depois de repetida
administração oral de uma dieta contendo 6% de punicalina durante 37 dias.
Diferenças não significantes foram encontradas em ratos tratados em todos os
parâmetros sanguíneos analisados (incluindo as enzimas antioxidantes, glutationa
peroxidase e dismutase superóxido). As análises histopatológicas de fígado e rim,
desses animais corroboraram a ausência de toxicidade nas condições experimentais
deste estudo.
As cascas do fruto do caule de P. granatum (casca e caule) são
conhecidas por conterem um grande número de alcalóides pertencentes ao grupo
piridina, tal como peletierina, pseudopeletierina, isso-peletierina e metilso-peletierina.
Os efeitos benéficos para a saúde atribuídos aos frutos e vegetais são devidos, pelo
menos em parte, a sua atividade antioxidante, resultante principalmente da presença
de polifenóis na planta. O Extrato da casca da romã é rico em polifenóis, os quais
tem apresentado um forte efeito anti-séptico e também atividade antibacteriana
contra bactérias gram negativas e gram positivas.(Negi e Jayaprakasha ,2003).
Estudos acerca do potencial terapêutico adjuvante e quimioprotetor de P.
granatum, identificaram que os polifenóis de P. granatum são ativos bloqueadores
endógenos na biossíntese do estrógeno, causando inibição da atividade da enzima
aromatase em 60-80%, bem como da hidroxesteróide-17 beta-desidrogenase,
comprovando sua ação terapêutica em pacientes com câncer de mama. Como
exemplo prático, o extrato da casca de romã, possui uma significante atividade
61
antioxidante em vários modelos in vitro e in vivo. (Kim et. al. ,2002). Gharzouli et al.
(1998), ao avaliarem o efeito do extrato aquoso e etanólico de frutos de P. granatum
em ratos, observaram o efeito gastroprotetor. A administração oral destes extratos
induziu uma redução significante sobre as lesões gástricas (47.7–76%). O conteúdo
ácido do estômago foi significantemente reduzido pelo extrato etanólico de P.
granatum (368%). Estes resultados sugerem que os polifenóis monoméricos e
poliméricos podem fortalecer a mucosa gástrica.
Anesini e Perez (1993) avaliaram o potencial antimicrobiano de extratos de
plantas nativas usadas na medicina popular da Argentina contra Staphylococcus
aureus, Escherichia coli e Aspergillus niger. As plantas Tabebuia impetiginosa,
Achyrocline sp., Larrea divaricata, Rosa borboniana, Punica granatum, Psidium
guineense, Lithrea ternifolia e Allium sativum foram os mais efetivos contra estes
microorganismos.
Navarro et al., (1996) realizaram uma avaliação antimicrobiana com doze
extratos metanólicos de plantas usadas na medicina tradicional em Morelos no
México para curar doenças infecciosas. Os extratos foram avaliados quanto ao seu
potencial antimicrobiano contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli,
Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans. Os resultados mostraram que os
extratos de Eucalyptus globolus Labill, Punica granatum L., Artemisia mexicana
Wild., e Bocconia arborea Watt. possuem atividade antimicrobiana in vitro contra os
microorganismos testados.
Vidal et. al. (2003) objetivando avaliar a toxicicidade do Extrato
hidroalcóolico de frutos de P. granatum, partindo de estudos que comprovaram a
atividade anti-influenza do extrato, concluíram que o efeito tóxico de P. granatum
ocorreu em doses elevadas, ou seja, doses maiores que as efetivas na atividade
anti-viral.
Voravuthikunchai et al. (2004) avaliaram 58 extratos aquosos e etanólicos
de 38 espécies de plantas medicinais usadas na Tailândia para o tratamento de
infecções gastrointestinais. Os extratos aquoso e etanólico de Quercus infectoria e
extrato aquoso de Punica granatum foram altamente efetivos contra a linhagem
enterohemorrágica de Escherichia coli (ECEH) O157:H7. Estas plantas podem ser
uma alternativa no tratamento de infecções por E. coli O157:H7.
Fungos e bactérias são causadores de importantes doenças humanas,
onde os antibióticos e agentes antifúngicos comumente usados tornaram-se
62
ineficazes devido ao surgimento de linhagens multiresistentes, impondo a busca
permanente de novas alternativas terapêuticas. Conforme avaliamos a eficácia do
extrato hidroalcóolico de frutos de Punica granatum, verificamos uma inibição
significante dos microorganismos da microbiota bucal, bem como uma inibição in
vitro de 69% das linhagens patogênicas multiresistentes testadas.
63
6. CONCLUSÃO : Os resultados do presente trabalho nos permitem concluir que:
1. houve diferença significativa entre o grupo Extrato hidroalcóolico de
Punica granatum (EHA) e o grupo controle (p< 0.0001), ou seja
ocorreu diminuição significativa no número total de microorganismos
presentes na placa bacteriana dos 20 voluntários do grupo EHA .
2. não houve diferença significativa entre EHA e o grupo Clorhexidina
(p=0.7251) e portanto os 2 grupos inibiram de modo semelhante o
número de UFC/ml.
3. a CIM do EHA sobre os microorganismos da placa dental foi em torno
de 15 mg/ml.
4. o EHA apresentou um efeito antimicrobiano pelo menos até 1 hora
após a realização do bochecho, observando-se uma redução de 63%
nos valores de UFC/ml, enquanto que logo após o bochecho a
redução foi de 72%.
5. o EHA apresentou uma atividade antibacteriana in vitro sobre as
linhagens de Staphyloccocus aureus e Streptoccocus beta-
hemolyticus, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Klebsiella
pneumoniae e Proteus vulgaris, com exceção de Shiguella e
Salmonella . O perfil antibacteriano foi semelhante ao observado com a
Clorhexidina.
6. a CIM do EHA sobre as linhagens de Streptococcus
β
-hemolitico,
Stafilococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans ,
foram, respectivamente, 1.87, 3.75, 7.5 e 15 mg/ml.
7. os bochechos com Extrato hidroalcóolico de P. granatum podem ser
benéficos no tratamento dos microorganismos da placa dental. Como
tratamento poderá certamente ser mais barato e melhor tolerado pelos
pacientes, visto que as plantas medicinais são amplamente usadas
pela população em países menos desenvolvidos, incluindo o Brasil.
64
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São Paulo, São Paulo, 2003.
76
ANEXO A – Modelo do Termo de Consentimento assinado pelos sessenta
voluntários do experimento.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA
Faculdade de Medicina
Departamento de Fisiologia e Farmacologia
Programa de Pós-Graduação em Farmacologia
Unidade de Farmacologia Clínica – UNIFAC
Mestrado Profissional em Farmacologia Clínica
TERMO DE CONSENTIMENTO
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO
1. Este termo conterá o registro das informações que o pesquisador fornecerá ao sujeito
da pesquisa, em linguagem clara e acessível, evitando-se vocábulos técnicos não
compatíveis com o grau de conhecimento do interlocutor.
2. A avaliação do grau de risco deve ser minuciosa, levando em conta qualquer
possibilidade de intervenção e de dano à integridade física do sujeito da pesquisa.
3. Este termo deverá ser elaborado em duas vias, ficando uma via em poder do paciente
ou seu representante legal e outra deverá ser anexada a ficha clínica do paciente.
4. A via do Termo de Consentimento submetida à análise do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, credenciado pelo CONEP – Conselho
Nacional de Saúde/MS, deverá ser idêntica àquela que será fornecida ao sujeito da
pesquisa.
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU
RESPONSÁVEL LEGAL
1. NOME DO PACIENTE _____________________________________________________
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº ___________________ SEXO: M____/ F_____
DATA DE NASCIMENTO: ____/____/____
ENDEREÇO: ____________________________________Nº__________APTO__________
BAIRRO: _______________________________ CIDADE: __________________________
CEP: _____________________ TELEFONE: DDD (_____) __________________________
2RESPONSÁVEL LEGAL: ___________________________________________________
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc):________________________________
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº _____________________ SEXO: M_____/ F______
DATA DE NASCIMENTO: _____/_____/_____
ENDEREÇO: ____________________________________Nº__________APTO__________
BAIRRO: _______________________________ CIDADE: __________________________
CEP: _____________________ TELEFONE: DDD (_____) __________________________
77
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTIFICA
1. TITULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Avaliação, In Vivo, do efeito do
Extrato hidroalcóolico da Punica granatum L. (Romã) na inibição da placa bacteriana.
PESQUISADOR: Silvana Magalhães Siqueira Menezes
CARGO/FUNÇÃO: Aluna do Mestrado Profissional em Farmacologia Clínica
INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA: Nº 2507
ORIENTADOR: Glauce Socorro Barros Viana, MD, Ph.D.
2 AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO ______ RISCO MÍNIMO ______ RISCO MÉDIO _______
RISCO ________ RISCO MAIOR_______
(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do
estudo)
3. DURAÇÃO DA PESQUISA: Estima-se um prazo de 04 a 06 meses, após a aprovação do
Estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFC.
III – REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:
1. Justificativa e os objetivos da pesquisa; 2. procedimentos que serão utilizados e propósitos,
incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais; 3. desconfortos e riscos
esperados; 4. benefícios que poderão ser obtidos; 5. procedimentos alternativos que possam
ser vantajosos para o indivíduo.
O estudo se propõe a testar o efeito da Punica granatum L. (romã), em forma de bochecho no
controle da placa bacteriana supragengival, de pacientes portadores de aparelhagem
ortodôntica fixa. Através deste projeto, pode-se utilizar um anti-séptico bucal, a partir de uma
substância natural, beneficiando desta forma uma grande parte da população em geral. Os
participantes desta pesquisa farão bochecho com uma destas três substâncias: Extrato
hidroalcóolico de Punica granatum, gluconato de clorhexidina a 0,12% ou água destilada. Os
pacientes devem ficar 24 horas, sem realizar higienização bucal. No dia seguinte serão
realizadas duas coletas de placa bacteriana por paciente, ou seja, a 1º coleta será realizada
antes do bochecho com uma das três substâncias descritas acima e a 2º coleta será executada
após o bochecho. Poderá ser observado um gosto amargo do extrato de romã, bem como
sensação de queimação na mucosa bucal decorrente do bochecho com o gluconato de
clorhexidina. Como benefícios temos a possibilidade de utilizarmos uma substância de fácil
aquisição pela população, como anti-séptico bucal. Desta forma, poderá ser obtido um
produto natural no controle da placa bacteriana supragengival.
IV – ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO
SUJEITO DA PESQUISA:
1. acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios
relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
78
2. liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar
do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.
3. salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.
4. disponibilidade de assistência no Consultório Odontológico da Clínica Bárbara de
Alencar, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa.
5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde, comprovadamente decorrente
da pesquisa.
V – INFORMAÇÕES DE NOME E TELEFONE DO RESPONSÁVEL PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE
INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.
Responsável: Silvana Magalhães Siqueira Menezes
Endereço Comercial: Clínica Bárbara de Alencar – Praça da Sé, nº 608 – Centro –
Crato/CE
Telefone: (88) 523 1005
Endereço Residencial: Rua Cícero Araripe, nº 307 – Pimenta – Crato/CE
Telefone: (88) 523 4162
VI – CONSENTIMENTO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.
Crato, _____ de ______________ de 2003.
________________________________________ ______________________
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador
79
ANEXO B – Modelo de ficha de identificação dos sessenta voluntários participantes
do experimento.
FICHA CLÍNICA
Nº____
01.EXAME INICIAL:____/___________/_____
02. IDENTIFICAÇÃO:
NOME:_______________________________________________
ENDEREÇO:__________________________________________
TEL:____________ SEXO:________ IDADE:________
GRUPO DE PESQUISA:___________
03.HISTÓRIA MÉDICA:
1. Tem alergia a algum medicamento ou a alguma substância?---------------------
2. Está fazendo uso de algum medicamento ou fez uso de medicamentos nos
últimos 7 dias? -------------------
3. É fumante?---------
4. Ingere algum tipo de bebida alcoólica?-----------
5. Possui algum problema cardíaco ? ---------
6. Tem alteração na pressão arterial? -----------
7. Está grávida? -----------
8. Tem diabetes? ---------
9. Possui asma ou outra doença respiratória? --------
80
04. HISTÓRIA BUCO-DENTAL:
1. Com que freqüência escova os dentes?
---nunca ------vezes por semana -------uma vez por dia
------duas vezes por dia ------três vezes por dia ------mais de três vezes
2. Quando escova, qual(is) o(s) horário(s)?
-------manhã ---------tarde --------noite ---------outros
3. Usa outro recurso de higiene oral?
-----fio dental ----palitos ------ escovas interdentais --------
-------escova elétrica --------revelador de placa --------outros
4. Suas gengivas sangram? Se sim, quando?
-----não ------qualquer pressão ------quando come ------quando escova
5. Quanto tempo leva para escovar os dentes?-----------
6. Alguém já lhe ensinou a fazer higiene oral? O que sabe?-----------------
7. Está fazendo uso de alguma substância para bochechar?----------
8. Tem mau hálito?------------
_______________________________________________________________
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