Download PDF
ads:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Ciências Básicas da Saúde
Departamento de Bioquímica
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica
AÇÃO DA ADENOSINA EXTRACELULAR SOBRE UMA LINHAGEM DE CÉLULA
ESTRELADA HEPÁTICA TRATADA COM TNF-α:
PAPEL DO RECEPTOR A
2B
Fernanda Rafaela Jardim
Orientador
Elena Aida Bernard
Porto Alegre
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
II
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Ciências Básicas da Saúde
Departamento de Bioquímica
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica
AÇÃO DA ADENOSINA EXTRACELULAR SOBRE UMA LINHAGEM DE CÉLULA
ESTRELADA HEPÁTICA TRATADA COM TNF-α:
PAPEL DO RECEPTOR A
2B
Fernanda Rafaela Jardim
Orientador
Elena Aida Bernard
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial da obtenção do grau de
Mestre em Bioquímica
Porto Alegre
2008
ads:
III
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação à minha mãe: minha grande amiga e conselheira, incansável e sempre
presente. À minha mãe, que, mesmo não entendendo direito o que eu fazia, sempre acreditou que
era para o meu bem. A ti, mãe, que sempre mostrou um sorriso quando eu precisei e que sempre
esteve ao meu lado, eu dedico todos os meus esforços.
IV
“Quando os ventos da mudança sopram, umas
pessoas levantam barreiras, outras constroem
moinhos de vento”
Érico Veríssimo
“Depende de ti, agradecer ou praguejar, louvar ou
reclamar, alcançar o topo da subida ou lamentar na
baixada as dificuldades da ascensão, que afinal,
todos sofrem e os corajosos superam.”
Autor Desconhecido
V
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que sabe de todas as dificuldades pelas quais passei
Agradeço ao Departamento de Bioquímica, por todos os recursos que nos disponibilizam, que me
permitiram fazer boa parte desse trabalho
Agradeço ao pessoal da secretaria, da segurança e da limpeza também
Agradeço ao CNPq pelo investimento na pesquisa, minha e de muitos outros colegas
Agradeço à minha orientadora, Professora Elena A. Bernard, que me ensinou muito e que me
recebeu em seu laboratório
Agradeço a todos os amigos que passaram pelo Lab. 23, desde minha época de IC, até agora.
Obrigada pelos momentos de descontração e risadas
Obrigado ao professor Rogério e à professora Fátima pelas discussões e pela disponibilidade em
ouvir
Agradeço também ao meu “segundo lugar de trabalho”, o Lab. 21, que sempre me acolheu como,
praticamente, seu integrante. Obrigada pelas conversas e pela amizade
Agradeço às conversas de fluxo, aos problemas enfrentados nos fins de tarde de sexta-feira ou na
época de férias letivas
Agradeço, de um modo geral, a todos aqueles que conheci na Bioquímica e que me ajudaram, de
uma maneira ou de outra
Agradeço ao meu namorado Marcos, o Marcos R., que antes de qualquer coisa, é meu grande
amigo e companheiro, nas horas boas e ruins. Agradeço pela compreensão e por ser meu porto-
seguro. Obrigada por me dizer o que eu preciso ouvir, que não é, necessariamente, o que eu quero
ouvir. “A rosa pelo amor e a branca pela amizade e o carinho”
Obrigada à minha família: minha mãe, Laura, meu pai, Luiz e meu irmão, Lucas. Obrigada pelo
apoio incondicional, pelas conversas de madrugada, pelas caronas, pelas risadas, pelas alvoradas,
pelas brigas e conselhos. Por quererem meu bem e estarem sempre comigo.
ÍNDICE
RESUMO ......................................................................................................................... 1
ABSTRACT ..................................................................................................................... 2
LISTA DE ABREVIATURAS......................................................................................... 3
PARTE I........................................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 5
1.1. FIBROSE HEPÁTICA.......................................................................................... 5
1.1.1. A IMPORTÂNCIA DA CÉLULA ESTRELADA HEPÁTICA NA
FIBROSE E O MODELO EXPERIMENTAL GRX............................................... 7
1.1.2. O PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO E DAS METALOPROTEINASES,
MMP-2 e MMP-9, NA FIBROSE HEPÁTICA.................................................... 10
1.1.3. ADENOSINA EXTRACELULAR E TNF-α: PARTICIPAÇÃO NA
FIBROSE HEPÁTICA E A IMPORTÂNCIA DAS HSC.................................... 14
2. OBJETIVO................................................................................................................. 18
2.1. OBJETIVO GERAL............................................................................................ 18
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................. 18
PARTE II........................................................................................................................ 20
CAPÍTULO I.............................................................................................................. 21
CAPÍTULO II............................................................................................................. 28
CAPÍTULO IIa....................................................................................................... 29
CAPÍTULO IIb....................................................................................................... 55
CAPÍTULO IIc....................................................................................................... 63
CAPÍTULO IId....................................................................................................... 69
PARTE III ...................................................................................................................... 77
3. DISCUSSÃO.............................................................................................................. 78
3.2. Apoptose e quiescência de células GRX............................................................. 83
3.3. Regulação da produção de NO............................................................................ 84
3.4. Modulação de MMP-2 e MMP-9 ........................................................................ 88
4. CONCLUSÕES.......................................................................................................... 93
5. PERSPECTIVAS ....................................................................................................... 94
6. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95
7. LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. 109
8. LISTA DE TABELAS ............................................................................................. 111
1
RESUMO
Fibrose hepática é caracterizada pelo acúmulo de matriz extracelular fibrótica,
cuja presença danifica as funções do fígado. Células estreladas hepáticas (HSCs)
participam ativamente deste processo, modificando seu fenótipo quiescente, rico em
lipídios no citoplasma, para o fenótipo ativado, em resposta ao insulto fibrogênico. A
regressão do processo fibrótico pode, inclusive, estar relacionada com a apoptose das
HSCs e também com sua reversão fenotípica, do estado ativado ao estado quiescente.
Adenosina tem papel hepatoprotetor bem conhecido e medeia várias ações
antiinflamatórias em diferentes tipos celulares e condições patológicas. TNF-α é uma
citocina pró-inflamatória com importantes funções no início e perpetuação do processo
fibrogênico. Tendo em vista o papel antiinflamatório da adenosina, este trabalho
investigou, em linhagem de HSC em cultura - GRX -, as ações desse nucleosídeo em
presença ou ausência dos sinais inflamatórios que acompanham o tratamento com TNF-
α. Assim, foram analisados os efeitos da adenosina extracelular na síntese lipídica,
avaliando a reversão fenotípica da GRX, e a apoptose em resposta à adenosina e/ou
TNF-α. Além disso, a regulação dos níveis de adenosina extracelular, bem como a
presença dos receptores de adenosina foram investigadas. O efeito de adenosina e/ou
TNF-α sobre a produção de óxido nítrico (NO) e atividade e expressão de gelatinases
(MMP-9 e -2), ambos importantes mediadores na fibrose hepática, também foram alvo
deste estudo.
Nossos resultados mostram a presença do receptor de adenosina A
2B
(A
2B
R)
,
e a
regulação dos níveis extracelulares de adenosina por TNF-α, através do aumento da
atividade ecto-adenosina deaminase. Além disso, demontramos que adenosina
extracelular não modifica a síntese de lipídios nas células GRX. Os dados ainda indicam
que adenosina, em presença ou ausência de TNF-α, não resulta em apoptose, e que esta
citocina também não induz à formação de corpos apoptóticos nas células tratadas. O
estudo mostra que a produção de NO foi aumentada com TNF-α, com potencialização
deste efeito na presença de adenosina, provavelmente mediado pelo A
2B
R
e não por
inosina, produto da hidrólise de adenosina. Com relação às gelatinases, o tratamento
com adenosina diminui a atividade de MMP-9 tanto em ausência, quanto em presença
de TNF-α, revertendo a ação da citocina, a níveis de controle, com o envolvimento do
receptor A
2B
R mediando os efeitos do nucleosídeo. No entanto, a expressão da MMP-9
não foi afetada pelo tratamento com adenosina, porém, o nucleosídeo diminui os efeitos
de TNF-α sobre a expressão da gelatinase. Com relação à MMP-2, ambos tratamentos
com adenosina e com TNF-α, bem como o tratamento com adenosina, em presença da
citocina, diminuem a atividade da gelatinase, sem efeitos aditivos. A expressão do
mRNA de MMP-2 aumentou em resposta aos tratamentos com adenosina e TNF-α,
isolados ou em associação, indicando a presença de mecanismo pós-transcricional de
regulação para MMP-2.
Este trabalho mostra, claramente, que adenosina extracelular e TNF-α estão
envolvidos na regulação da produção de NO e nas ações das gelatinases. Além disso,
este estudo demonstrou que adenosina não atua através de conversão fenotípica via
aumento da síntese de lipídios, bem como não estimula apoptose, junto com TNF-α.
Estes resultados e a existência da regulação dos níveis de adenosina extracelular por
TNF-α sugerem uma participação da adenosina em alguns aspectos importantes da
fisiologia da.HSC, talvez via A
2B.
.
2
ABSTRACT
Hepatic fibrosis is characterized by fibrotic matrix accumulation, which damage
the liver functions. Hepatic stellate cells (HSC) participate activelly of this process,
modifying their quiescent phenotype, with the cytoplasm rich in lipid dropplets, to
activated phenotype, in response to the fibrogenic insult. HSC can be responsible for the
regression of fibrosis through mechanisms that involve their apoptosis, or even the
phenotype reversion to quiscence. Adenosine has a well-know hepatoprotective role and
mediates several anti-inflammatory actions in different cellular types and pathological
conditions. TNF-α is a pro-inflammatory cytokine with important functions in the
beginning and perpetuation of that fibrogenic process. In view the antiinflammatory role
of adenosine, this work investigated, in cultured hepatic stellate cell line - GRX -, the
actions of this nucleoside in the presence or absence of inflammatory signs that come
with treatment with TNF-α. So, the effects of extracellular adenosine and/or TNF-α on
the lipid synthesis, evaluating the phenotypic reversion of GRX, and the apoptosis in
response to adenosine and/or TNF-α were analysed. Moreover, the regulation of
extracellular levels of adenosine, as well as the presence of adenosine receptors were
studied in cultured GRX. The effects of adenosine and/or TNF-α production of nitric
oxide (NO) and activity and expression of gelatinases - MMP-9 and -2 -, both important
mediators presents in liver fibrosis, were also target of this study.
Our results show the presence of A
2B
receptor (A
2B
R) in GRX, and the
regulation of extracellular hidrolysis of adenosine by TNF-α, through ecto-ADA activity
improvement. Moreover, we demonstrate that extracellular adenosine does not modify
the lipid synthesis in the GRX cells. The data still indicate that adenosine, at presence or
absence of TNF-α, does not imply apoptosis, and that this cytokine does not induce the
apoptotic bodies formation. The study shows that the production of NO was increased
with TNF-α, with potentiation of this effect at the presence of adenosine, probably due
to to A
2B
R, and not mediated by inosine, the product of adenosine hydrolysis. About the
gelatinases, the treatment with adenosine decreases the MMP-9 activity in the absence,
as well as in the presence of TNF-α, reversing the action of cytokine, at control group
levels, with involvement of A
2B
R. However, the expression of MMP-9 was not affected
by the treatment with adenosine, but the nucleoside reduces the effects of TNF-α on the
expression of this gelatinase. About MMP-2, both treatment with adenosine and TNF-α,
as well as the treatment with adenosine, in the presence of the cytokine, diminish the
activity of gelatinase, without additive effects. The expression of MMP-2 mRNA
increased in reponse to the treatments with adenosine and TNF-α, alone or in
association, suggesting post-transcriptional mechanisms for the regulation of this
enzyme.
Our results clearly indicate that extracellular adenosine and TNF-α are involved
in the regulation of NO production and actions of gelatinases. Moreover, this study
demonstrated that adenosine do not act in phenotype conversion, through lipid
synthesis, as well as do not stimulate apoptosis, toghether with TNF-α. This results and
the existence of regulation of extracellular of adenosine in response to TNF-α further
support that adenosine modulate some important aspects of HSC phisiology, maybe
through A
2B
pathway.
3
LISTA DE ABREVIATURAS
ADP Adenosina difosfato
AMP Adenosina monofosfato
ATP Adenosina trifosfato
cAMP Adenosina monofosfato cíclico
cGMP guanosina monofosfato cíclico
Ecto-ADA Adenosina deaminase extracelular
HSC Célula estrelada hepática
TNF-α Fator de Necrose tumoral
LPS Lipopolissacarídeo
MAPK Proteínas cinase ativadas por mitose
MMP Metaloproteinase
NO Óxido nítrico
NOS Óxido nítrico sintase
eNOS Óxido Nítrico Sintase endotelial
iNOS Óxido Nítrico Sintase induzível
nNOS Óxido Nítrico Sintase neuronal
NPP Difosfohidrolase de nucleotídeo
NTPDase Difosfohidrolase de nucleotídeo trifosfatado
PDGF Fator de Crescimento derivado de plaquetas
PKA Proteína cinase A
PKG Proteína cinase G
ROS Espécies reativas de oxigênio
α-SMA Alfa actina de músculo liso
TIMP inibidor tecidual de metaloproteinase
UDP Uridina difosfato
UTP Uridina trifosfato
VEGF Fator de crescimento do endotélio vascular
qRT-PCR Reação quantitaviva em cadeia da polimerase, através de transcriptase
reversa
4
PARTE I
5
1. INTRODUÇÃO
1.1. FIBROSE HEPÁTICA
A fibrose hepática é uma desordem marcadamente inflamatória que, juntamente
com a cirrose, foi a responsável por cerca de 2,51% das mortes na população brasileira,
integrando o ranking dos dez principais líderes de mortalidade no Brasil, em 2004
(Painel de Indicadores do SUS, Ano 1, nº 1, 2006) .
Em condições normais, o gado é ricamente perfundido e sua estrutura
organizada permite a todas as células que o compõem um aporte metabólico através dos
sinusóides hepáticos. A separação entre o lúmen dos sinusóides hepáticos e o espaço
onde se encontram os componentes celulares restantes, é feita por células endoteliais
sinusoidais, permeadas, em menor quantidade, por células de Kupffer (macrófagos
hepáticos), e separadas entre si por pequenos espaços denominados fenestras, por onde
ocorrem extensas trocas metabólicas entre o ambiente externo e as células residentes
abaixo dele, no espaço de Disse. O espaço de Disse é a região entre os hepatócitos e as
células endoteliais sinusoidais, e caracteriza-se pela presença de células estreladas
hepáticas, entre artérias e ductos biliares, que estão em meio a um interstício abundante
de matriz extracelular (Kmiec, 2001)(Figura 1).
A matriz extracelular do espaço de Disse é composta principalmente por
colágeno do tipo IV, proteoglicanos de heparan sulfato, entre outros, que juntos
conferem à mesma características de uma rede protéica frouxa e de baixa densidade, que
desempenha importante função na comunicação entre as células hepáticas (Schuppan et
al., 2001), sendo a sua produção coordenada, entre outros fatores, por enzimas que
degradam proteínas dessa matriz (MMP) (Clark et al., 2008) e pelos seus inibidores
(TIMP) (Stetler-Stevenson, 2008).
6
Figura I1: Desenho esquemático de fígado em condição fisiológica e seus principais
tipos celulares e componentes
.
Adaptado de Lancet 2008; 371: 838-51.
Na fibrose hepática, a arquitetura do fígado é distorcida, em conseqüência da
obliteração do espaço de Disse, da diminuição das fenestras entre as células endoteliais,
modificação da natureza das comunicações celulares e, principalmente, do início da
substituição gradual da matriz extracelular existente por outra, mais densa e fibrosa,
composta principalmente por colágeno do tipo I (Bataller and Brenner, 2005; Guo and
Friedman, 2007; Iredale, 2007; Poli, 2000; Saile and Ramadori, 2007; Tsukada et al.,
2006). Além dessas conseqüências, as células endoteliais sinusoidais passam a produzir
endotelina-1, cujos efeitos culminam na hipertensão portal (Kawada et al., 1993;
Noguchi et al., 2006).
A fibrose hepática pode ser desencadeada por diversos estímulos, incluindo
álcool (Vera and Nieto, 2006), vírus (Weisberg et al., 2007), doenças auto-imunes
(Schramm and Lohse, 2005) e parasitoses (Bartley et al., 2006), entre outros. Embora a
natureza dos seus agentes causadores possa ser tão distinta, as principais modificações
hepáticas resultantes dos diferentes danos são bastante semelhantes entre si. Se o
estímulo persiste, seja de natureza química ou biológica, a fibrose hepática pode evoluir
para cirrose (Schuppan and Afdhal, 2008) e até mesmo para um hepatocarcinoma
7
celular (Mazzanti et al., 2008). Além disso, complicações como hipertensão portal
(Gonzalez-Abraldes et al., 2001; Gonzalez-Abraldes et al., 2002) e diminuição da
função hepática, decorrente de todas essas alterações, são conseqüências freqüentes
dessa condição patológica.
Muitos pesquisadores têm estudado extensivamente a possibilidade de regressão
da fibrose hepática (Knittel et al., 2000; Roderfeld et al., 2007), ou seja, uma vez
cessado o estímulo fibrogênico, processos como apoptose (Elsharkawy et al., 2005;
Iredale, 2001; Iredale et al., 1998) e reversão fenotípica da célula estrelada hepática
(HSC) poderiam auxiliar na restauração da funcionalidade e arquitetura hepática.
1.1.1. A IMPORTÂNCIA DA CÉLULA ESTRELADA HEPÁTICA NA FIBROSE
E O MODELO EXPERIMENTAL GRX
As células estreladas hepáticas representam cerca de 5 a 8% das células
hepáticas em um fígado normal, além disso, participam ativamente no metabolismo de
retinóides, cuja característica lipossolúvel fez com que essa célula mantivesse em seu
citoplasma grande quantidade de lipídios, tornando-a autofluorescente. Essas
características morfológicas conferem à HSC um fenótipo dito quiescente ou lipocítico,
cujas propriedades contribuem para a homeostase dos processos metabólicos do fígado
(Blomhoff et al., 1990; Hautekeete et al., 1998; Hellemans et al., 2003; Higashi et al.,
2005; Senoo, 2004). Além disso, sua localização em contato íntimo com as células
sinusoidais hepáticas -, seu aspecto morfológico peculiar com longos processos
citoplasmáticos e características como baixa contratilidade, auxiliam seu papel na
hemodinâmica sinusoidal, em condições fisiológicas (Reynaert et al., 2002; Rockey,
1997; Rockey, 2001; Rockey et al., 1993; Sims, 1991). HSC também desempenham
papel importante na manutenção da matriz extracelular normal, produzindo alguns
8
componentes que fazem parte dessa rede e secretando metaloproteinases, bem como
inibidores dessas enzimas (Benyon and Arthur, 2001).
Em resposta a determinado estímulo, agudo ou crônico e danoso ao fígado, essas
células sofrem um processo de transdiferenciação ou ativação, no qual perdem seus
estoques de vitamina A e lipídios, adquirindo um fenótipo ativado, cujas características
fazem da célula estrelada hepática um dos tipos celulares estreitamente responsáveis
pela iniciação e progressão da fibrose (DeLeve, 2007; Eng and Friedman, 2000;
Friedman, 2000; Li et al., 2008).
Figura I2: Desenho esquemático do processo de transdiferenciação da célula
estrelada hepática: suas causas e conseqüências
.
Adaptado de J Gastroenterol 2008;
43:419–428
O fenótipo ativado da HSC é semelhante, morfologicamente, a um
miofibroblasto, e expressa certas proteínas de membrana consideradas marcadores desse
estado, como, por exemplo, α-SMA, cuja expressão está relacionada ao aumento da
contratilidade dessas células ativadas (Rockey et al., 1992; Tanaka et al., 1991). Além
disso, a capacidade de migração até o local de injúria (Chang et al., 2008) e o aumento
da proliferação celular nesse local são outras características marcantes em resposta a um
dano hepático. Adicionalmente, essas células são as principais produtoras de matriz
9
extracelular, principalmente colágeno do tipo I, que contribui para a formação da
cicatriz fibrótica característica dessa condição patológica, que delimita o dano hepático,
mas também contribui para perda de área hepática funcional.
A importância da HSC não se limita apenas à progressão e iniciação da fibrose.
Conforme mencionado anteriormente, muitos trabalhos têm estudado a possibilidade de
regressão dessa desordem patológica, atribuindo importante papel à HSC, devido à
possibilidade de apoptose dessas células Entretanto, com relação à apoptose, a grande
maioria dos trabalhos se limita a estudos in vivo, levantando uma questão importante:
quem substituiria as HSC nas funções desempenhadas pelas mesmas? A alternativa para
esse problema seria a reversão da estrelada hepática ao fenótipo lipocítico.
Devido à importância da HSC na fibrose hepática, muito modelos celulares já
foram estabelecidos e utilizados na literatura para estudar a fisiologia da estrelada
hepática (Gutierrez-Ruiz and Gomez-Quiroz, 2007; Herrmann et al., 2007). A
descoberta de que as HSC, depois de isoladas, ativavam-se espontaneamente quando
cultivadas em plástico, apresentando-se em estado de transição no quarto dia de cultura
e sendo ativada no timo dia (Rockey et al., 1992), expandiu ainda mais o
estabelecimento de modelos que não estivessem sujeitos a essas variações. Um dos
primeiros modelos celulares estabelecidos foram as células GRX. Isoladas de um
granuloma do gado de camundongo infectado com Schistosoma mansoni, e
caracterizadas como um modelo imortal e com crescimento sem inibição por contato,
essa linhagem celular encontra-se em um fenótipo intermediário (Borojevic et al., 1990;
Borojevic et al., 1985), podendo ser induzido a expressar o fenótipo lipocítico, mediante
tratamento com retinol ou indometacina (Margis and Borojevic, 1989). Além disso,
células GRX também podem expressar um fenótipo mais ativado, em resposta ao
10
tratamento com TNF-α, tornando-se um importante modelo que mimetiza alguns
aspectos da fisiologia da HSC in vivo.
1.1.2. O PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO E DAS METALOPROTEINASES, MMP-
2 e MMP-9, NA FIBROSE HEPÁTICA
O óxido nítrico (NO) é uma molécula rapidamente difusível, produzida a partir
de enzimas conhecidas como óxido nítrico sintases (NOS) que utilizam arginina como
substrato. Na literatura, essas enzimas estão divididas em dois grandes grupos: induzível
(iNOS) e constitutivas (eNOS e nNOS), produzindo diferentes níveis de NO (Aktan,
2004; Davis et al., 2001; Murad, 1999). Óxido nítrico sintases constitutivas, como NOS
endoteliais (eNOS) e neuronais (nNOS), são responsáveis pela produção basal de NO,
dependente dos níveis intracelulares de cálcio. Por sua vez, a ativação de iNOS,
coordenada diretamente pela modulação da sua expressão gênica, é responsável pela
produção de grandes níveis de NO, modulada por citocinas e/ou endotoxinas, como
TNF-α e LPS, respectivamente (Davis et al., 2001).
A coordenação dos efeitos do NO envolve diversos fatores como sua
concentração e as enzimas antioxidantes presentes no local de ação, a sua capacidade de
difusão e a distância atingida, as condições que iniciam sua produção e os mecanismos
envolvidos nas suas ações (Kroncke et al., 1997; Michel and Feron, 1997), tais como a
ativação da cascata de cGMP e PKG (Koesling et al., 2004) e a nitrosilação protéica
(Hess et al., 2001; Stamler et al., 2001). No âmbito da fibrose hepática, a participação
do NO é bem reportada na literatura. Em modelos animais que receberam
intraperitonealmente CCl
4
, seguidos de injeção de LPS, os níveis de NO produzidos
pelo fígado aumentaram, demonstrado através da formação de complexos nitrosilados,
cuja produção foi revertida com a administração de inibidor de NOS (L-NMA),
sugerindo ao óxido nítrico um papel regulador na hepatoxicidade produzida por esse
11
modelo (Chamulitrat et al., 1995; Leung et al., 2008). Posteriormente, alguns autores
demonstraram que NO, produzido principalmente por cNOS, participa na regulação da
hipertensão portal, freqüentemente associada a doenças hepáticas crônicas, através de
suas propriedades vasoativas que se opõem aos efeitos de endotelina-1 (Gonzalez-
Abraldes et al., 2002; Leung et al., 2008). Em modelos de doença hepática induzida pela
ingestão de etanol, a diminuída produção de NO pelas células não-parenquimais pode
contribuir para o dano hepático e sua produção compensatória por hepatócitos pode
causar dano hepático centrilobular (Nanji et al., 1995). Além disso, a inibição de iNOS
prejudica a recuperação hepática do dano causado pela administração de tioacetamida
em ratos, atribuindo um papel claramente pró-fibrótico aos inibidores de iNOS
(Lukivskaya et al., 2008).
Conforme mencionado anteriormente, os fatores que gerenciam os efeitos do NO
são muitos. A capacidade de combinação com ânions superóxido, produzindo a espécie
altamente tóxica peroxinitrito (ONOO
-
) (Beckman et al., 1990; Rubbo et al., 1994),
pode estar envolvida no aumento do dano hepático em modelos animais tratados com
LPS e submetidos à isquemia de reperfusão (Ma et al., 1995). A deficiência produzida
na iNOS, em camundongos, pode reduzir a fibrose hepática, aumentando a expressão de
MMP-2 e MMP-9, atribuindo um papel deletério a essa enzima (Aram et al., 2008). Por
outro lado, recentemente, foi mostrado que camundongos nocautes para o gene iNOS
não conferem proteção contra administração de CCl
4,
agente conhecidamente
fibrogênico, não diferindo em nada dos resultados obtidos com camundongos wild-type,
em relação aos níveis de colágeno, bilirrubinas e transaminases aumentados. Apesar
disso, nos camundongos nocaute os níveis de peroxidação lipídica foram maiores,
entretanto os autores postulam que iNOS não participa da fibrose induzida por CCl
4
12
(Moreno and Muriel, 2006). Como pode ser observado nesses e em outros estudos, os
efeitos de NO, na fibrose hepática, ainda estão por ser elucidados.
Apesar da difusão do óxido nítrico a razoáveis distâncias, a evidência da sua
produção por parte das HSC proporcionou grande importância para a sinalização
autócrina e parácrina dessas células. Em células estreladas em cultura, foi evidenciada a
presença funcional de transportadores de aminoácidos catiônicos, responsivos a
citocinas, proporcionando a entrada de arginina para o funcionamento de óxido nítrico
sintases (Ookawauchi et al., 1998). Outros grupos demonstraram que células estreladas,
isoladas de fígado humano normal, expressam canais de K
+
- ativados por cálcio que
modulam os efeitos do óxido nítrico (Gasull et al., 2001); além disso, a presença de
mRNA para iNOS foi reportada, mostrando que citocinas, em conjunto com
endotoxinas, aumentam sua expressão (Casini et al., 1997). Nas HSC, os efeitos do
óxido nítrico são bastante variados. Em células estreladas quiescentes, isoladas de ratos,
a ativação de iNOS, através do tratamento com citocinas e endotoxinas, induz à
contratilidade dessas células (Rockey and Chung, 1995). Outros trabalhos mostram que
o óxido nítrico funciona como um scavenger de ânions superóxido, diminuindo a
proliferação celular resultante do tratamento com doadores de ROS tanto em HSC
cultivadas por até três dias, quanto em estreladas hepáticas isoladas de fígado fibrótico
(Svegliati-Baroni et al., 2001). Além disso, NO também está envolvido na ativação de
HSC por mecanismos dependentes e independentes de cGMP, na inibição da migração
de HSC estimuladas por PDGF (Lee et al., 2005) e na promoção da apoptose caspase-
independente dessas células, através do tratamento com doadores de NO e da
superexpressão de eNOS (Langer et al., 2008). Recentemente, foi demonstrado que
células hepáticas sinusoidais diferenciadas previnem a ativação de HSC e promovem a
13
reversão fenotípica dessas células, através da produção de NO estimulada por VEGF
(fator de crescimento do endotélio vascular) (Deleve et al., 2008).
Inúmeros trabalhos evidenciaram que a reestruturação da matriz extracelular
desencadeia sinais que colaboram com o início da fibrose hepática (Chan et al., 2006;
Iimuro and Brenner, 2008), logo, a regulação e execução desses sinais são de
importância nessa desordem patológica. Metaloproteinases são enzimas dependentes de
zinco que degradam matriz extracelular, tanto em condições fisiológicas, como em
condições patológicas. As MMPs são secretadas como pró-enzimas inativas, cuja
ativação depende da clivagem do pró-domínio N-terminal, que interage com sítio
catalítico dessas enzimas, suprimindo a atividade proteolítica (Parks et al., 2004; Yan
and Boyd, 2007). Na literatura, a classe de metaloproteinases denominada gelatinase
(MMP-9 e -2) tem particular importância na fibrose hepática. MMP-9 e -2 degradam
colágeno do tipo IV, presente em condições hepáticas fisiológicas, auxiliando no
desenvolvimento da destruição tecidual e migração de células, como HSC, ao local do
dano (Yan et al., 2008). No entanto, as gelatinases também degradam colágeno
intersticial desnaturado (gelatinas), resultado da ação inicial de outras metaloproteinases
e presentes em grande quantidade na fibrose, colaborando para a remoção de parte da
matriz extracelular existente no gado fibrótico (Benyon and Arthur, 2001). Em
culturas primárias de HSC isoladas de ratos e cultivadas por 2 e 6 dias, expressando
fenótipos quiescente e ativado, respectivamente, a expressão de ambas gelatinases
havia sido demonstrada, evidenciando que essas células secretam principalmente MMP-
2 e baixas quantidades de MMP-9, cuja atividade diminui conforme os dias de ativação
da HSC (Knittel et al., 1999). Nas HSC cultivadas em matriz de colágeno do tipo I, a
produção de MMP-2 e sua ativação foram estimuladas (Li et al., 1999; Wang et al.,
2003). Além disso, em células estimuladas com composto herbal (Sho-saiko-to), que
14
previne a fibrose in vivo, a atividade de MMP-2 foi aumentada (Sakaida et al., 2004).
Alguns autores sugerem que MMP-2 medeia proliferação e invasão das HSC (Olaso et
al., 2001), mediante diferentes estímulos, como estresse oxidativo, entre eles (Galli et
al., 2005). Com relação à MMP-9, alguns trabalhos relatam seu envolvimento com a
cascata de ativação/transdiferenciação das HSC (Han et al., 2007), inclusive mostrando,
recentemente, que, em subpopulações de HSC de fígado fibrótico, MMP-9 colocaliza-se
com α-SMA (Han et al., 2004). Entretanto seu envolvimento não se resume à ativação,
mas também à apoptose das HSC, conforme mostram estudos com recombinante ativo
de MMP-9 (Zhou et al., 2004).
A regulação da atividade das metaloproteinases é bastante ampla (Chakraborti et
al., 2003; Fu et al., 2008). A respeito da MMP-2, ocorre principalmente através de um
processo mediado por metaloproteinase do tipo-membrana (MT1-MMP ou MMP-14) e
TIMP-2 (Sato et al., 1996; Strongin et al., 1995), diferentemente do processo de
ativação de MMP-9, que envolve uma cascata de outras metaloproteinases, como a
MMP-13 (Ram et al., 2006). Além disso, a ocorrência de dímeros e até mesmo
multímeros, homo e heterogêneos, cuja combinação pode ter implicações diversas, é
bastante comum (Kjeldsen et al., 1993; Malla et al., 2008).
1.1.3. ADENOSINA EXTRACELULAR E TNF-α: PARTICIPAÇÃO NA
FIBROSE HEPÁTICA E A IMPORTÂNCIA DAS HSC
A adenosina extracelular é um nucleosídeo purinérgico que medeia vários
efeitos em diversos tipos celulares, dependendo da condição em estudo (Hasko et al.,
2006; Nemeth et al., 2007; Zhong et al., 2005). Em modelos de aorta torácica de ratos, o
tratamento com adenosina protege o endotélio contra o dano induzido por H
2
O
2
,
funcionando como scavenger de espécies reativas de oxigênio através do aumento da
atividade de óxido trico sintase, com conseqüente aumento na produção de óxido
15
nítrico (Lu et al., 2007), e, em diversos tipos celulares, adenosina regula a síntese de
citocinas como TNF-α (Kreckler et al., 2006; Ryzhov et al., 2008).
Na fibrose hepática, a adenosina tem função hepatoprotetora amplamente
demonstrada. Em modelos animais com cirrose induzida através de administração de
CCl
4
, o tratamento com adenosina diminui os níveis de colágeno tipo I no fígado,
através do aumento da atividade colagenolítica. Além disso, a administração de
adenosina também aumenta a proliferação celular, auxiliando na regeneração hepática
(Hernandez-Munoz et al., 2001). O benefício da adenosina extracelular também está
relacionado à preservação da função mitocondrial e à manutenção do potencial redox
das células hepáticas (Hernandez-Munoz et al., 1994; Hernandez-Munoz et al., 1997),
entre outros efeitos protetores (Chagoya de Sanchez et al., 1995; Odashima et al., 2005).
Os níveis extracelulares de adenosina podem ser regulados por transportadores
de nucleosídeos e por enzimas ligadas à membrana plasmática, como fosfatases ou
difosfoidrolases de nucleotídeos (NPP), difosfoidrolases de nucleotídeos trifosfatados
(NTPDases), ecto-5’-nucleotidase (que cliva AMP, produzindo adenosina) e ecto-
adenosina deaminase (ecto-ADA), que hidrolisa adenosina à inosina (Yegutkin, 2008).
Na HSC, a presença de NTPDases funcionais, cuja expressão varia de acordo com o
estado de ativação in vitro dessas células, já foi demonstrada (Dranoff et al., 2004). Em
células GRX, a expressão de NTPDases foi evidenciada, além disso, tanto a expressão,
como a atividade de ecto-5’-nucleotidase foram detectadas (Andrade et al., 2008),
indicando a capacidade dessas células em hidrolisar purinas extracelulares.
Os efeitos da adenosina extracelular podem ser mediados através de quatro
tipos de receptores, A
1
e A
3
, cujos efeitos são mediados via proteína G
i
, e receptores do
tipo A
2A
e A
2B
, ligados à proteína G
s,
que estão relacionados a vias dependentes de
cAMP e proteína quinase A (PKA) (Fredholm et al., 2000; Klinger et al., 2002; Klotz,
16
2000). Além dos mecanismos relativos ao cAMP, é importante ressaltar que o receptor
A
2B
também age via G
q
, ativando rotas que envolvem inositol trifosfato (IP
3
) (Linden et
al., 1999). Receptores para nucleotídeos purinérgicos do tipo P
2
haviam sido
identificados por Dranoff et al (2004) anteriormente, seguindo trabalhos anteriores que
sugeriam a presença dos mesmos na HSC em cultura, que respondia a ATP, ADP, UTP
e UDP com aumento das concentrações de cálcio intracelular, aumento do metabolismo
de inositóis fosfato e aumento da contratilidade dessas células (Takemura et al., 1994).
Dranoff et al também demonstraram a expressão desses receptores, os quais também
são dependentes do estado de ativação das HSC (Dranoff et al., 2004). Apesar disso,
recentemente os receptores para adenosina foram identificados na HSC em cultura. Em
modelos de célula estrelada hepática isolada de rato e humano, a ocupação de receptores
do tipo A
2A
promoveu produção de colágeno e camundongos nocautes para esse
receptor apresentaram proteção contra fibrose estimulada por CCl
4
ou tioacetamida
(Chan et al., 2006). Trabalhos posteriores também atribuíram ao receptor A
2A
os efeitos
na quimiotaxia induzida por PDGF inibida por adenosina, sugerindo uma função de
“sinal de parada” para esse nucleosídeo (Hashmi et al., 2007). Apesar deste último
trabalho demonstrar a expressão dos outros tipos de receptores de adenosina, nenhum
trabalho, até o momento, questionou a função dos mesmos. Além disso, esses mesmos
autores mostraram diferenças no perfil de expressão dos receptores de adenosina,
indicando a necessidade de mais estudos sobre esse nucleosídeo.
TNF-α é uma citocina pró-inflamatória, responsável por ações deletérias em
diversos tipos celulares. No fígado, TNF-α é secretado pelas células de Kuppfer (Jing et
al., 2008; Tomita et al., 2006) e pelas HSC (Thirunavukkarasu et al., 2006), em resposta
a um insulto patológico. A produção exacerbada dessa citocina está relacionada ao
desenvolvimento de desordens hepáticas alcoólicas (McClain et al., 1998) e a
17
administração de anticorpos anti-TNFα a ratos alimentados com etanol atenua a necrose
e inflamação hepática resultante (Iimuro et al., 1997). TNF-α pode mediar seus efeitos
via superfamília de receptores que se dividem em dois grandes grupos, TNFR1 e
TNFR2, separados de acordo com sua associação a domínios de morte. TNFR1, Fas
(CD95 ou APO-1) e P75 possuem tais domínios, ao contrário de TNFR2 e CD40
(Akazawa and Gores, 2007). As HSCs expressam ambos receptores, e em cultura, TNF-
α aumenta a produção de proteínas de matriz extracelular e estimula a expressão de α-
SMA, indicando que esta citocina tem papel importante na ativação dessas células
(Knittel et al., 1997). Paradoxalmente, essa citocina é anti-fibrogênica, diminuindo a
expressão de pro-colágeno I em diversos modelos de HSC (Armendariz-Borunda et al.,
1992; Varela-Rey et al., 2002). Em células GRX em cultura, TNF-α está envolvido na
proliferação(da Silva et al., 2003) e na regulação dos níveis de lipoperoxidação e na
modulação da atividade da catalase (Guimaraes et al., 2006). As células estreladas
hepáticas possuem receptores para esta citocina, no entanto, curiosamente, no estado
lipocítico, essas células não são responsivas aos efeitos de TNF-α mediados pela via do
NF-кB, devido à falha na fosforilação da parte inibitória desse complexo, IкB
(Hellerbrand et al., 1998).
TNF-α também está envolvido na modulação da apoptose de HSC. Em HSC
isoladas de fígado de rato, cultivadas por 7 dias em placa de poliestireno, TNF-α
diminui significativamente os níveis de apoptose (Saile et al., 1999). Outros trabalhos
mostram que falhas na ativação de NF-кB, seja por transfecção celular com IкB
deficiente (Qu et al., 2007) ou através de inibidores de Iкк (enzima que fosforila a parte
inibitória do NF-Кb, IкB) (Oakley et al., 2005) levam HSC à apoptose, sugerindo que
NF-кB mediaria a resistência das HSC à apoptose induzida por TNF-α. Taimr P et al
(2003), analisaram linhagens de HSC humanas, LX-2, e demonstraram que essas células
18
expressam o receptor para ligantes indutores de apoptose relacionada ao TNF (TRAIL)
e que esses ligantes induzem apoptose na LX-2 (Taimr et al., 2003). Esses dados,
juntamente com outros estudos, indicam que a família de receptores de TNF não está
envolvida somente com efeitos anti-apoptóticos.
2. OBJETIVO
2.1. OBJETIVO GERAL
Considerando os dados reportados pela literatura a respeito da participação da
adenosina e TNF-α no metabolismo das HSCs e suas implicações na iniciação,
manutenção, perpetuação e regressão da fibrose hepática, estudos a respeito dos
mecanismos de ação α do TNF-α e, principalmente, da adenosina sobre fatores
importantes da fibrose são de extrema importância. O foco principal em relação à
adenosina vem dos estudos mostrando resultados ainda não esclarecidos a respeito de
um papel benéfico ou deletério em relação à célula estrelada hepática. Sendo assim, o
envolvimento da adenosina extracelular, em presença ou ausência de TNF-α, na
modulação de alguns fatores importantes na fibrose hepática e, principalmente, no
metabolismo das células estrelada hepática, foi investigado.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estudar a regulação dos níveis extracelular de adenosina em culturas de GRX,
em presença ou ausência de TNF-α, bem como investigar a presença de receptores de
adenosina nesse tipo celular;
Verificar a influência do tratamento com adenosina na conversão lipocítica das
células GRX, bem como estudar os efeitos de adenosina e/ou TNF-α na apoptose dessas
células em cultura;
19
Avaliar o efeito dos tratamentos com adenosina extracelular e/ou TNF-α na
produção de óxido nítrico;
Estudar a regulação da atividade e expressão das gelatinases, MMP-9 e -2, em
resposta ao estímulo com adenosina extracelular e/ou TNF-α.
20
PARTE II
21
CAPÍTULO I
MATERIAIS E MÉTODOS
22
MATERIAIS E MÉTODOS
Cultura celular de GRX
Células GRX foram obtidas do Banco de células do Rio de Janeiro (PABCAM,
Universidade Federal, Rio de Janeiro, Brasil). As células foram mantidas em garrafas de
cultura celular de 25cm
2
, na presença de meio de cultura Dulbecco (DMEM) com 2 g/l
tampão HEPES (ambos Sigma Chemical Company), suplementado com 5% soro fetal
bovino (SFB) (Cultilab), pH 7.4, em uma atmosfera umidificada com 5% CO
2
até
atingirem confluência, quando GRX foram tripsinizadas e plaqueadas para os seguintes
experimentos.
Análise de apoptose: coloração com DAPI e ensaio cometa
As células, a uma densidade de 3 × 10
4
células/ 1,88 cm
2
, foram plaqueadas
sobre lamínula redonda de vidro estéril, dispostas no interior dos poços da placa de
cultura, e mantidas em DMEM 5% SFB até semiconfluência, quando foram tratadas
com adenosina 100 µM em presença ou ausência de TNF-α 75 U/mL (ambos Sigma
Chemical Company) durante 24 horas, ou em presença de adenosina 1 mM por 24 ou 48
horas (com troca de meio a cada 24 horas). Para analisar os níveis de apoptose através
do corante fluorescente DAPI (4'-6-Diamidino-2-phenylindole) (Sigma Chemical
Company) (Mermelstein et al., 2006), as células foram fixadas com paraformaldeído
4%, acrescentado ao meio de incubação. Após 10 minutos, a 37º C, o conteúdo total foi
retirado e paraformaldeído 4% foi acrescentado. Após 30 minutos, a 37ºC, as células
foram incubadas com PBS-Triton 0,5% por três vezes de 10 minutos, à temperatura
ambiente. DAPI 0,2 µg/ mL (preparado em NaCl 0,9%) foi acrescentado
posteriormente, por 3 a 5 min, à temperatura ambiente. As células foram lavadas com
NaCl 0,9% por 5 min e as lamínulas foram retiradas e dispostas em uma lâmina de
microscopia, em presença de FluorSave (Calbiochem). A presença de cromatina
23
condensada foi analisada através de microscopia de fluorescência. Para o ensaio cometa,
as células tratadas foram tripsinizadas com tripsina/EDTA e manipuladas com
suavidade para evitar estresse mecânico. Após inibição da tripsina com soro fetal
bovino, o conteúdo foi centrifugado e o pellet celular foi ressuspendido em PBS.
Lâminas foram preparadas através da mistura de 50 µL da suspensão de GRX com
70 µL de agarose de baixo ponto de fusão (0.75%). A mistura células/agarose foi
transferida a uma lâmina de microscópio, e coberta com agarose 1% (ponto de fusão
normal). Após a solidificação, a cobertura de agarose foi removida e as lâminas foram
colocadas em solução de lise (2.5 M NaCl, 100 mM EDTA dissódico e 10 mM Tris, pH
10.0, com Triton X-100 1% e dimetil sulfóxido, adicionados na hora) por 12 horas.
Posteriormente, as lâminas foram incubadas em solução nova tampão (300 mM NaOH e
1 mM EDTA, pH 12.6) por 10 min e separadas por eletroforeses. Após isso, as lâminas
foram imersas em tampão neutralizante (0.4 M Tris–HCl, pH 7.5, 4 °C) por 5 min, antes
de adicionar 50 µL brometo de etídio 5 µg/mL às lâminas e deixá-las no escuro, por 20
min, para corar o DNA. Controles positivos e negativos foram usados para cada corrida
eletroforética, para assegurar a confiabilidade do procedimento. Imagens de 100 núcleos
(50 núcleos de cada replicata), escolhidos ao acaso, foram analisadas para cada
tratamento. Os núcleos foram visualmente pontuados para o tamanho da calda do
cometa, baseados em uma escala arbitrária de 0 a 4, isto é, variando da ausência de dano
até o dano intenso ao DNA, respectivamente. Sendo assim, o índice de dano de um
grupo poderia variar de 0 (núcleos sem calda, 100 × 0) a 400 (todos os núcleos com
calda de tamanho máximo, 100 × 4) (dos Santos et al., 2006). As lâminas foram vistas
em microscóipio invertido Nikon usando um acessório de fluorescência TE-FM Epi. As
imagens foram capturadas e transferidas para o computador com uma câmera digital
(Sound Vision Inc.). Agradecemos à aluna Ana Cristina Andreazza e ao professor
24
Carlos Alberto Saraiva Gonçalves, que tornaram possível a execução desta técnica e
interpretação de seus dados.
Síntese lipídica
Células GRX foram cultivadas em DMEM 5% SFB a uma densidade de 15 ×
10
4
células/ 9,4 cm
2
, e mantidas com trocas de meio até semiconfluência, quando foram
tratadas por 3 ou 6 horas na presença ou ausência de adenosina 100µM. Durante as
últimas 3 horas de tratamento com adenosina, acetato [
14
C] (1µCi/mL) (Amershan) foi
adicionado. Terminado este período, as células foram raspadas em PBS, de onde uma
alíquota foi retirada para dosagem protéica. O homogeneizado celular foi submetido ao
método de partição de Folch (Folch et al., 1957) para extração de lipídios neutros.
Alíquotas foram retiradas para contagem de radioatividade total, utilizando-se quido
de cintilação
OptiPhase HiSafe (PerkinElmer). O volume restante foi misturado a uma
solução de clorofórmio:metanol: água (3:2:1) e centrifugado por 5 min, a 700g. A fase
inferior foi coletada e separada. A fase superior foi misturada, na proporção 1:1, à fase
inferior teórica (clorofórmio:metanol:água, na proporção 86:14:1) e centrifugada
novamente, por 5 min a 700 g. As fases inferiores foram então reunidas e misturadas à
fase superior teórica (Clorofórmio:metanol:água, na proporção 3:48:47). Após isso, o
conteúdo foi centrifugado, a 700g por 5 min, e a fase inferior foi evaporada, com o
auxílio de nitrogênio, a 37ºC. O pellet lipídico foi ressuspendido em solução de
clorofórmio:metanol, na proporção 2:1, e aplicado em sílica para separação lipídica por
cromatografia em camada delgada (CCD) em sistema hexano: éter sulfúrico: ácido
acético (90:10:1). A CCD foi impressionada em filme autoradiográfico por 2 semanas a
-70ºC e então revelada. A síntese de lipídios também foi estudada em resposta ao
tratamento com adenosina por 30 min, durante 7 dias, seguindo os mesmos
procedimentos descritos acima ao término deste período.
25
Quantificação da produção de nitrito
Para determinar a produção de óxido nítrico secretado pelas células GRX em
cultura, o meio de incubação foi utilizado para quantificação do produto final estável do
óxido nítrico em solução, nitrito (NO
2
), usando reagente de Griess (Ignarro et al.,
1993). Células GRX em cultura foram incubadas por 24 h em DMEM com 5%SFB, em
presença ou ausência de adenosina e/ou TNF-α. Após incubação, alíquotas do meio
foram misturadas ao reagente de Griess (Reagente A: 0,1% diidrocloreto de
naftiletilenodiamino em água destilada; Reagente B: 1% sulfanilamida em 5% ácido
fosfórico), na proporção 1:1, por 15 minutos e a quantidade de nitrito foi medida a uma
absorvância de 540 nm. Para investigar a participação do receptor de adenosina do tipo
A
2B
e de inosina na produção de nitrito, as células GRX foram pré-incubadas durante 15
e 30 minutos em presença de antagonista do receptor A
2B,
MRS1706 (Tocris) e inibidor
de ecto-adenosina deaminase, Erythro-9-(2-hydroxy-3-nonyl)adenine (EHNA) 10 µM
(Sigma Chemical Company), respectivamente, seguidos de incubação com adenosina
e/ou TNF-α, durante 24 horas.
Zimografia – Atividade de gelatinases
Atividade de MMP-9 e -2 foram analisadas por zimografia (Wang et al., 2003),
com adaptações. Células GRX foram plaqueadas a uma densidade de 15 × 10
4
/ 9,4 cm
2
em DMEM 5% SFB, e mantidas com trocas regulares de meio a cada 24 horas. Após
atingirem confluência, as células foram lavadas três vezes com solução salina, livre de
cálcio e magnésio (CMF), e incubadas com DMEM 0,2% albumina bovina sérica
(BSA) (Gibco), em presença e ausência de TNF-α e/ou adenosina, durante 24 horas.
Após esse período, as células foram utilizadas para extração de RNA e posterior análise
com RT PCR em tempo real, de acordo com o seguinte tópico. O meio condicionado de
incubação foi recolhido e centrifugado, a 700 g, por 15 min, para eliminar debris
26
celulares. O sobrenadante foi tratado com 4 volumes de acetona gelada, a 0°C, por 30
min, e centrifugado novamente, por 15min a 700g. O sobrenadante foi descartado e o
pellet protéico ressuspendido em 1/5 do volume inicial em água destilada. Alíquotas de
20 µL, acrescidas de tampão de amostra 4 x concentrado (Tris 0,062 M, glicerol (v/v)
10%, SDS 1% e azul de bromofenol 0,001%, pH 6,8), foram submetidas à eletroforese
gel-substrato em gel de acrilamida 10% (acrilamida 10%, bis-acrilamida 0,25%, Tris
0,25M, SDS 0,06%, Temed 10.5µL e Persulfato de sódio 0,056%) e gelatina 0,3%, com
gel de entrada 5%(acrilamida 5%, bis-acrilamida 0,13%, Tris 0,09M, SDS 0,07%,
Temed L e Persulfato de Sódio 0,07%). Eventualmente, os géis de separação
apresentaram concentração de 6% (acrilamida 6%, bis-acrilamida 0,15%, Tris 0,25M,
SDS 0,06%, Temed 10.L e Persulfato de sódio 0,056%) , com gel de entrada 4%
(acrilamida 4%, bis-acrilamida 0,10%, Tris 0,09M, SDS 0,07%, Temed L e
Persulfato de Sódio 0,07%). Os géis foram submetidos à corrida prévia, em ausência de
amostra, para eliminação de gelatina e acrilamida não polimerizada. Após eletroforese,
a 0ºC em tampão (Tris 0,025M, Glicina 0,192M, SDS 0,1%, pH 8,3), os géis de
separação foram lavados duas vezes com Triton X-100 2,5% e incubadas em tampão
(50 mM Tris, 10 mM CaCl
2
, 0.15 M NaCl), a 37ºC, por 24 horas. Finalmente, os géis
foram corados com 0.1% Coomassie Brilliant Blue R250 em 7.5% ácido acético e
12.5% etanol, por 40 min, e descorados em 10% ácido acético e 45% metanol, até
obtenção de contraste ideal entre a zona digerida pela enzima e o fundo azul do gel. Os
géis foram secos em papel celofane apropriado e escaneados. A área das bandas foi
quantificada por densitometria, através do programa IMAGE J. Os cálculos foram feitos
em relação à média do controle igual a 1. Para verificação dos pesos moleculares das
proteínas, padrão de peso molecular foi utilizado, com distância de duas canaletas entre
as amostras.
27
Extração de RNA total, síntese de cDNA e qRT-PCR em tempo real
RNA foi extraído das células, usando TRizol® (Invitrogen), seguindo o protocolo do
fabricante. Aproximadamente g de RNA foi usado, por 30 µl de volume de reação
para a síntese de DNA complementar (cDNA), feita a 70ºC (anelamento) por 5 min e
42 °C (atividade da transcriptase reversa) for 1 h, using the primer T23V [5 - ttt ttt ttt ttt
ttt ttt ttt ttv – 3’]. O cDNA foi diluído a uma proporção de 1:50 e uma alíquota foi usada
para as análises utilizando qRT-PCR. Os seguintes conjuntos de primers foram
utilizados: MMP-9 [5’ cattcgcgtggataaggagt 3’ (esquerda) and 5’
cactgcaggaggtcgtaggt 3’ (direita)], MMP-2 [ 5’ atgccatccctgataacctg 3’(esquerda)
e 5’ tgtgcagcgatgaagatgat 3’ (direita)] e β-actina [ 5’ tactcctgcttgctgatccacat
3’(esquerda) e 5’ tatgccaacacagtgctgtctgg 3’ (direita)] As análises foram feitas em
quadruplicatas, em ciclador de tempo real Applied-Biosystem 7500. A programação de
reação foi composta de desnaturação inicial de 5 min a 94 °C, seguida de 40 ciclos de
10 s a 94 °C, 15 s a 62 °C, 15 s a 75 °C e 35 s a 62 °C. As amostras foram mantidas por
por 2 min a 62ºC para anelamento e então aquecidas de 55 a 99 °C com uma variação de
0.1 °C/s para adquirir dados para produzir a curva de desnaturação dos produtos
amplificados.
Todos os resultados foram analisados pelo método de 2
∆∆CT
(Livak and
Schmittgen, 2001). β-actina foi utilizada como controle interno para todos os cálculos
de expressão relativa. Para critério de comparação de expressões, na figura II9C os
cálculos foram feitos considerando os dados de expressão de MMP-9 do grupo controle
como referência, ainda utilizando o gene β-actina como controle interno.
Quantificação protéica
Todos os resultados foram padronizados com os respectivos conteúdos protéicos,
determinados através do método de Lowry (Lowry et al., 1951).
28
CAPÍTULO II
RESULTADOS
29
CAPÍTULO IIa
MANUSCRITO A SER SUBMETIDO A MOLECULAR AND CELLULAR
BIOCHEMISTRY
“ REGULATION OF EXTRACELLULAR LEVELS OF ADENOSINE IN
THE HEPATIC STELLATE CELL LINE GRX: PARTICIPATION OF
TNF-α AND PRESENCE OF ADENOSINE A
2B
RECEPTOR”
30
Regulation of extracellular levels of adenosine in the hepatic stellate cell line
GRX: participation of TNF-α and presence of A
2B
adenosine receptor
Jardim FR, de Souza LF, Andrade CM, Margis R, Guma FC and Bernard EA
*
Departamento de Bioquímica
Instituto de Ciências Básicas da Saúde
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Porto Alegre, RS, Brasil
* Corresponding author: [email protected]
+0555133085547
31
ABSTRACT
We investigated the release of extracellular purine and the effect of inhibition of Ado
hidrolysis and transport, and the rate of purinergic release, on TNF-α stimulated HSC
cell line, GRX. The extracellular hidrolysis of ATP and adenosine, the presence of
adenosine receptors in these cells were also studied. Purinergic release and
adenosine/ATP hidrolysis were assayed through HPLC method, in presence or absence
of TNF-α. The presence of adenosine receptors was investigated by RT-PCR analysis.
Control and cytokine stimulated cells did not showed significant secretion of purines,
and TNF-α decreased levels of adenosine through the regulation of ecto-ADA activity.
Rate of extracellular hidrolysis of both ATP and adenosine was low and GRX presented
only A
2B
receptor. We showed that GRX cells have its extracellular adenosine levels
regulated in presence of conditions evoked by TNF-α. The presence of only A
2B
adenosine receptor suggest that extracellular adenosine could mediate its actions
through this receptor, in GRX cells.
Keywords: Adenosine A
2B
receptor, ATP, ecto-ADA, extracellular adenosine,
Hepatic stellate cells, GRX cells, nucleoside transport, TNF-
α.
32
1. INTRODUCTION
Extracellular adenosine (Ado) has a key role as regulator of many physiological
processes in several cell types (1, 2). Recent studies suggest that adenosine is a potent
regulator of the inflammatory response (3-5) and, as such, fulfill a homeostatic and
protective role in pathological conditions such as pulmonary injury (6), cardiovascular
disorders (7, 8) and liver fibrosis (9, 10). Since either acute or chronic liver injury,
leading to hepatic fibrosis, have consequent inflammatory reactions, it was investigated
the effect of adenosine in an experimental model of rats, with slowly reversible
cirrhosis, and it was described that extracellular Ado decreases collagen type I levels in
the liver, stimulating collagenolytic activity helping to the hepatic regeneration by the
increase of proliferation (11), among other protective actions (12-14). Hepatic stellate
cells (HSCs) are nonparenchymal cells that has an important role in the pathogenesis of
fibrosis (15, 16). In the normal liver, they are quiescent cells, whose main functions is to
store vitamin A and probably maintain the normal basement membrane-type matrix.
Following liver injury, HSC undergo an "activation" process in which they lose vitamin
A, become highly proliferative, and synthesize "fibrotic" matrix rich in type I collagen
(17-21). Numerous reports have studied mechanism responsible for adenosine’s effect
on inflammation and found, among other actions, the inhibition of TNF-α synthesis (22-
24). TNF-α is a pro-inflammatory cytokine that, in liver, is released mainly by Kuppfer
cells (25) and, in a minor proportion, by hepatic stellate cells themselves, in response to
liver injury. Intracellular signaling pathways for this cytokine are extremely complex
and, in hepatic environment, TNF-α is closely related to deleterious effects. The
development of alcoholic liver injury has been linked to this cytokine overproduction
(26), and the anti-TNF-alpha antibody administration to ethanol-fed rats attenuates the
resulting necrosis and hepatic inflammation (27). More specifically in HSC, TNF-
α
33
increases the production of extracellular matrix proteins as well as α-SMA mRNA, an
activation marker of these cells (28).
Several cellular models have being used to mimic some aspects of HSC physiology (29,
30), and GRX cells line are one of them (31). These cells present an intermediary
phenotype that may become more active with TNF-α treatment or quiescent (lipocyte)
upon stimulation with retinol/indomethacin (32).
In cultured GRX cells, TNF-α is involved in proliferation (33) and regulation of levels
of lipoperoxidation and catalase activity (34). As commented before, in some cells as
macrophages, the regulation of TNF-α production by extracellular adenosine has been
already described (23, 24), but very little information about the regulation of
extracellular nucleoside levels by this cytokine was reported, and there is not
information about this action in HSC.
The extracellular pool of adenosine can be regulated by nucleoside transporters and by
the activity of enzymes such as nucleotide pyrophosphatase/phosphodiesterase (NPP),
nucleoside triphosphate diphosphohydrolases (NTPDases), ecto-5’ nucleotidase and
ecto-adenosine deaminase (ecto-ADA). On HSC, NTPDases and ecto-5’ nucleotidase
control the ATP and AMP extracellular levels, respectively, and the production of
adenosine (35); moreover, the NTPDases activitities depending on the activation state
of these cells. In GRX cells, both expression and activity of ecto-5’ nucleotidase and
alkaline phosphatase were reported (36). E-NTPDases and E-NPPs expression also were
demonstrated, indicating that these cells express multiple ecto-nucleotidases with the
potential to hydrolyze nucleotides-triphosphates to their respective nucleosides
[personal communication, de Andrade, CMB]. This cellular lineage presented greater
ecto-ADA activity in the myofibroblast phenotype than that observed in lipocytic
phenotype, when this cells was converted into fat-storing cells by retinol treatment (36),
34
supporting the importance of the extracellular adenosine levels in these cells, however,
the regulation of this enzyme remain poorly understood. The physiological actions of
extracellular Ado are mainly attributed to the activation of adenosine receptors, four
different adenosine receptors are recognized, designated A
1
, A
2A,
A
2B
and A
3
(37, 38).
Recently, it was demonstrated that rat and human HSCs cell line express A
2A
adenosine
receptor, and the lack of this receptor protects mice from hepatic fibrosis induced by
thioacetamide. The same group also showed that stimulation of A
2A
receptor increases
collagen I levels in HSC lines, derived form rat or human (39). These results are in
contrast to that observed in liver from animals with slowly reversible cirrhosis (11),
already commented previously, in which extracellular adenosine plays an anti-
inflammatory and anti-fibrogenic role. Subsequent studies, using different cellular
models for HSC, also evidenced a similar involvement of A
2A
receptor in hepatic
fibrosis (40, 41). Diverses studies have shown one of another adenosine receptors in
HSC of different source, with opposite results about the profile of these receptors in the
various cellular models.
Because of the important anti-fibrogenic role of adenosine, on the present study, it was
investigated whether GRX cells release purines to the extracellular medium and
evaluated if TNF-α regulates this release. Besides, it was studied the metabolism of
extracellular ATP and Ado, as well as the role of TNF-alpha on these metabolisms. In
order to understand this metabolism, it was used nucleoside transport or ecto-adenosine
deaminase inhibitors. Additionally, the identification of adenosine receptors in cultured
GRX cells was also performed.
35
2. METHODS
2.1. GRX cellular culture
GRX cells were obtained from the Rio de Janeiro Cell Bank (PABCAM, Federal
University, Rio de Janeiro, Brazil). The cells were maintained in cell culture flasks of
25cm
2
in presence of Dulbecco's culture medium (DMEM) with 2 g/l HEPES buffer
(both from Sigma Chemical Company, St. Louis, MO), supplemented with 5% fetal
bovine serum (FBS) (Cultilab, Campinas, SP, Brazil), pH 7.4, in a humidified
atmosphere with 5% CO
2
until reach the confluence, when GRX were trypsinizated and
plated for the following experiments.
2.2. Determination of purines release into medium and extracellular adenosine
hydrolysis assay
To determine the purines release into incubation medium, cultured GRX at density of
1,5 × 10
4
cells/cm
2
were maintained until reach the confluence, when were gently
washed three times to remove medium and any dead or dying cells, and then incubated
with HBSS (without phenol red, 15mM HEPES) for 0, 15, 30, 60 and 90 minutes in 5%
CO
2
at 37 C. After incubation, the medium was removed and centrifuged to eliminate
debris, and then lyophilized using speedy-vaccum. The resulting powder was
ressuspended in a tenth of the original volume. Aliquots of 50 µl were analysed by
HPLC to determine the purine content, as previously described by Gelain et al (42).
To determine the metabolism of adenosine and ATP, cultured GRX cells were
incubated with adenosine or ATP (both from Sigma Chemical Company, St. Louis,
MO), both 25µM, in HBSS (without phenol-red, 15mM HEPES) for the times showed
in figures 1A and 1B.
In the experiments to determine the influence of TNF-α (Sigma Chemical Company, St.
Louis, MO) in extracellular degradation of adenosine, control and TNF-
α 75U/mL cells
36
were treated for 30 min. Erythro-9-(2-hydroxy-3-nonyl)adenine (EHNA) 10 µM (Sigma
Chemical Company, St. Louis, MO) or dypiridamole/nitrobenzylthioinosine (NBTI),
both 10µM, were also used. The hydrolysis of adenosine and ATP were measured by
HPLC as described above.
2.3. Total RNA extraction, qRT-PCR and product sequencing
RNA was extracted from the cells, using TRizol® (Invitrogen, Inc., Carlsbad, CA),
following the manufacter’s protocol. g of RNA was used per 30 µl reaction volume
to the complementary DNA (cDNA) synthesis, together with specific primers (from
Apha DNA, Montreal, Quebec, QC) for adenosine receptors A
1
R [5’-
ctggactctcctgagggaca-3’ (Left), 5’-ccacagggcttcacaatctt-3’ (Right)], A
2A
R [5’-
tcaacagcaacctgcagaac-3’ (Left), 5’- gttggctctccatctgcttc-3’ (Right)], A
2B
[5’
cccgacactaccccagtaga 3’ (Left), 5’ - agtcaatccaatgccaaagg 3(Right)] and A
3
R [5’-
ctgccttttcatgtcctgtg-3’ (Left), 5’-gcgcaaacaagaagagaacc-3’(Right)]. The cDNA was
diluted at a proportion 1:50 and 5 µl of this was added in 20 µl of RT-PCR reaction.
The products of this reaction were separated by 2.0% agarose (Invitrogen, Inc.,
Carlsbad, CA) gel electrophoresis and visualized by ethidium bromide stainning. RNA
proceeding from rat testes and RAW 264.7 cells were used as positive control for A
1
/A
3
and A
2A
adenosine receptors, respectively. To further characterise the identity of the
receptors investigated, we also used primers constructed from another gene regions:
A
2A
R [5’- ttccatcttcagcctcttgg -3(Left), 5’- cgcaggtctttgtggagttc -3’ (Right)], A
2B
[5’
ttggcattggattgactc 3 (Left), 5 - tatgagcagtggaggaag– 3’ (Right)] and A
3
R [5’-
ctgccttttcatgtcctgtg - 3’ (Left), 5’- ttctattccagccaaacatgg - 3’(Right)]. HSC A
2B
PCR
product were confirmed by direct sequencing using the automatic sequencer ABI-
PRISM 3100 Genetic Analyzer armed with 50 cm capillaries and POP6 polymer
(Applied Biosystems). DNA templates obtained from the real-time PCR reactions were
37
purified with a PCR clean-up system (Promega Corporation, Madison, Wisconsin,
USA,) and 30 to 45 ng were labeled with 3.2 pmol of specific forward or reverse primer
and 2 µl of BigDye Terminator v3.1 Cycle Sequencing RR-100 (Applied Biosystems) in
a final volume of 10 µL. PCR samples were purified by isopropanol precipitation
followed by 70% ethanol rinsing. Precipitated products were suspended in 10 µL
formamide, denatured at 95°C for 5 min, ice-cooled for 5 min and electro injected in the
automatic sequencer. Sequencing data were collected using the software Data
Collection v1.0.1 (Applied Biosystems).
2.4. Protein quantification
All the results were standardized with respect to protein content, determined as
described by Lowry.
2.5. Statistical analysis
All experiments were performed in triplicate or quadruplicate. Data represent
mean ± standard error of mean (SEM). Differences were assessed by ANOVA, followed
by Duncan's test, using the statistical program, SPSS 8.0 for Windows. The values
obtained in the assays were considered statically different when p < 0.05.
38
3. RESULTS
3.1. Purine release into the medium in TNF-alpha treated cells
In order to study the effect of this cytokine on purinergic release by cultured GRX,
incubation medium of control and TNF-alpha treated cells was processed as described
in Materials and Methods. Our results show that the levels of extracellular purines were
very low (under the detection limit of HPLC), and that this fact was not affected by
TNF-α treatment during the times analysed (0’, 15’, 30’, 60’ and 90’) (data not shown).
3.2. Extracellular degradation of ATP and adenosine
The concentration of extracellular adenosine is clearly important to determine the
adenosinergic effects. Adenosine concentration at its receptors are determined by a
variety of processes, which included extracellular and intracellular adenosine
generation, adenosine release from cells, cellular reuptake and metabolism (2). One of
major pathways that contribute to high extracellular adenosine concentrations is
released of precursor adenine nucleotides from the cell, followed by extracellular
degradation to adenosine, by a cascade of ectonucleotidases. Adenosine accumulation is
limited by its catabolism to inosine by adenosine deaminase (35). In order to investigate
these pathways, we studied the hydrolysis of ATP and of adenosine by cultured GRX
cells. As seen in fig.1A, ATP was metabolized very slowly reaching 15% of hydrolyses
during the first 15 min, and remaining at the same level from this time on (or ate 1h).
Extracellular ATP were sequentially hydrolysed to ADP, AMP and adenosine. The
levels of other products under the detection limit.
Similarly, adenosine was degraded by 13%; metabolites detected in the culture medium
were adenosine and small quantities of inosine (Fig. 1B).
3.3. Extracellular adenosine metabolism in presence or absence of TNF-alpha:
nucleoside transport and adenosine deaminase inhibitors action.
39
We then examined the effect of TNF-α on the hydrolysis of extracellular adenosine in
cultured GRX cells. As depicted in fig. 2A and 2B, the stimulation of these cells by
TNF-α decreases the levels of adenosine while increase the inosine levels, suggesting a
positive modulation of the activity of ecto-ADA. In the presence of EHNA, the rate of
production of inosine was significantly reduced, even if the cell were preincubated with
TNF-α. These results indicate that of effect of this cytokine is on ADA activity. On the
other hand, blockade of adenosine transport (by NBTI/dipyridamole) had inconsistent
effects on basal levels of adenosine as well as over the action of TNF-α.
3.4. Identification of adenosine receptors in GRX cell line
In order to investigated if adenosine receptors are expressed on the GRX cells, a RT-
PCR reaction was performed using specified primers for the A
2A
, A
2B
, A
1
and A
3
receptors. As presented in the fig. 3, cultured GRX cells contained mRNA only for A
2B
receptor. These data were confirmed by the use of primers constructed from other
regions of corresponding adenosine receptors genes (data not shown) and through the
use of positive controls for A
1
/A
3
(testis) and A
2A
(RAW 264.7).
To further confirm the
identity of A
2B
adenosine receptor, we sequencing the product reaction as described in
Materials and Methods, indicating the correspondence to that found in mouse.
40
4. DISCUSSION
Until we know, there is not report about the modulation of ecto-Ada by TNF-α. The
effect of cytokines over the activity of ecto-ADA has been described in lymphocytes,
where this enzyme has a direct involvement on T cells activation and coordination of
the extracellular quantity of adenosine. In these cells, this enzyme is regulated by some
cytokines such as IL-2 and IL-12, but not by TNF-α, through mechanisms that does not
involve mRNA translation, gene transcription or circulating ADA (43).
The present study demonstrated, for the first time, that TNF-α regulates extracellular
adenosine concentration in cultured GRX cells through the increase in activity of ecto-
adenosine deaminase, with conseqüent decrease in adenosine levels and increment in
the production of inosine. TNF- α is linked to injurious actions and hepatic damage
(44), thus, decrease in extracellular levels of adenosine could be important to the
mechanism of action of this cytokine, since this nucleoside, in liver, is related to
beneficial actions, and thus, oppose the pro-inflammatory effects of TNF-α. On the
other hand, the production of inosine could be important in response to the injury
elicited by the TNF-α treatment. Inosine plays an antiinflammatory role in pathological
conditions such as experimental accute pancreatitis in rats, improving the
microcirculatory disturbance by the prophylatic administration of this nucleoside (45).
Additionally, inosine suppressed LPS-induced lung inflammation in vivo and reduced
the toxicity of cytokines in lung cells in vitro. These effects were atributted to the
binding of inosine to the A
3
adenosine receptor, because the abundance of this receptor
in lung homogenates from rodents (46). The improvement in the survival of mice
exposed to a lethal dose of LPS after the inosine treatment was also reported and the
reduction in the TNF-α production from peritoneal macrophages treated with inosine
was significantly abrogated through the use of A
1
and A
2
adenosine receptors
41
antagonists, DPCPX and DMPX, respectively, while this cytokine production can not
be prevented by dipyridamole (47). These results are important because neither A
1
nor
A
3
receptors were detected in GRX cells. Although the use of an antagonist to A
2
receptor have been prevented the effect of inosine in that work, the data about the
selectivity of DMPX to A
2A
or A
2B
is not clear.
Our study also shows that both, control and TNF-α treated GRX cells do not release
purines into the extracellular medium in detectable levels, indicating that these cells,
probably, take advantage from purines released from neighboring cells. In human
hepatoma HepG2 cells, it was described that the addition of fibrogenic stimuli as
ethanol or methotrexate stimulate the release of adenosine (39), this suggest that in
these cases, hepatocytes can be a possible source of adenosine useful for adjacent cells,
like HSC. Adenine nucleotide are released by many cell types and the released of this
serves to autocrine and paracrine functions (48, 49). Therefore, we studied, if, in these
cells, extracellular ATP can participate in the production of adenosine through its
breakdown products. In spite of the small ATP hydrolysis we can not discard this source
of extracellular adenosine. ATP can be hydrolysed by extracellular enzymes, such as
NTPDases, that result in the production of AMP, which in turn, can be converted to
adenosine, through ecto-5’-nucleotidase/CD73 (35). In the hepatic environment, some
studies have given attention to the role of hydrolysis of AMP in the production of
adenosine(50). In GRX cells, it was demonstrated AMP hydrolysis leads to production
of adenosine and inosine, suggesting that this nucleotide is a source for the extracellular
production of adenosine (36), supporting the possibility of extra cellular ATP
contribution on the nucleoside levels.
When we investigate the possible effectors of the action of adenosine in the GRX cells,
our study demonstrated the presence of mRNA only for A
2B
adenosine receptor, this
42
result was confirmed with sequencing A
2B
adenosine receptor product of PCR reaction
(data not shown). This result is different of that reported in immortalized rat hepatic
stellate cells (HSC-T6) and LX-2 human hepatic stellate cell, and in thioacetamide-
treated mice which presented more types of adenosine receptors (39). Several
experimental models have been developed over the years in an effort to understand HSC
physiology and not all of these cell types share the same features in their isolament and
establishment process, which includes the transformation with SV40T, isolament from
experimental diseases, spontaneously immortalization through the cultures, and others
(29, 30). GRX comes from a local damaged, a granulomatous hepatic lesion produced
by a Schistosoma mansoni-induced mice fibrosis, where the injury is limited (51). Thus,
differences in experimental conditions could reflect differences about profile of
adenosine receptor expression. In agreement with this, the same group that evidenced
various types of adenosine receptors in hepatic stellate cells, also shows discrepancies
between mouse HSC primary culture, that display mRNA for A
3
but not for A
1
receptor,
and LX-2, which display mRNA for A
1
but not for A
3
receptor (40). The A
2A
adenosine
receptor, in HSC, is involved in hepatic fibrosis progression, because its stimulation
with a seletive agonist increases the production of collagen type I and adenosine A
2A
receptor-deficient mice are resistant to thioacetamide-induced hepatic fibrosis (39), but
the existence of more receptors in HSC, upon dependence the cell type, suggest that
other functions, even beneficial, can be assigned to other adenosine receptors. In other
cells types involved in fibrotic conditions, such as cardiac fibroblast, the overexpression
of A
2B
receptors decreases the basal levels of collagen and protein synthesis, while the
underexpression of this receptor yields the contrary effects (52). Further, the long-term
stimulation of A
2B
receptors improves the cardiac function after myocardic infarction
(7). Although in pulmonary fibrosis this receptor has deleterious actions (53), its
43
functions in GRX need to be investigated. In parallel, our results shows that the activity
of ecto-ADA is surprisingly low in the control cells, in contrast to that observed in other
cells (54), where the extracellular hydrolysis of adenosine is characterized by the high
speed of appearance of metabolites. This is an interesting fact, in view the well-known
propertie of A
2B
adenosine receptor, termed low-affinity receptor (55). In lymphocytes,
ecto-ADA increases the affinity of A
2B
receptor for agonist NECA, and this receptor
works such as an anchoring-protein for this membrane-type enzyme (56, 57).
In conclusion, this study showed that GRX cells are responsives to both extracellular
adenosine and TNF-α, with regulation of the extracellular levels of this nucleoside by
the cytokine. This result clearly demonstrates the importance of this regulation to
coordinate the amount of adenosine available to mediate its effects, which could be
through receptor A
2B
, identified in this cells and showed in this work.
44
5. LEGENDS
Figure 1: ATP and adenosine metabolism in cultured GRX cells. The cells were
incubated with HBSS without phenol red in presence of ATP 25 µM (A) or adenosine
25 µM (B) at the indicated times above. The concentrated incubation medium was
analysed for purines content through HPLC as described in Materials and Methods.
Relative concentrations of ATP or adenosine and their hydrolysis products are
expressed as initial concentration percentage of ATP (A) or adenosine (B), respectively.
Figure 2: Effect of ecto-ADA and nucleoside transport inhibitors on TNF-α
stimulated adenosine hidrolysis in cultures of GRX. Confluent GRX was pre-
incubated with nucleoside transport inhibitors (dypiridamole/ NBTI (both 10µM) or
ecto-ADA inhibitor (EHNA 10µM) for 10 min, followed by incubation with adenosine
and/or TNF-α 75U/ml for 30 min. The incubation medium was analysed for purines
content through HPLC as described in Materials and Methods. Values shown are
means ± S.E. for 3 independent experiments expressed as percentage of non-hydrolysed
adenosine (A) and inosine produced (B). Different letters means statistical difference
from the other groups.
Figure 3: Adenosine receptors on the surface of cultured GRX cells. Total RNA was
extracted from GRX cells cultured in DMEM 5% SFB and the RT-PCR reaction was
performed as described in Materials and Methods. The arrow indicates the size product
which correspond to the adenosine A
2B
receptor.
45
Figura 1
0 10 20 30 40 50 60 70
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
ATP
ADP
AMP
Adenosine
Time (min)
%
0 25 50 75 100
0
25
50
75
100
125
Adenosine
Inosine
Time (min)
%
46
Figure 2
b
b
a
a
82
84
86
88
90
92
94
96
98
100
Control
TNF-
alpha
EHNA
Dypi/NBTI
TNF-alpha +
EHNA
TNF-alpha +
Dypi/NBTI
%
a
b
b
a
0
2
4
6
8
10
12
14
Control
TNF-
alpha
EHNA
Dypi/NBTI
TNF-alpha
+ EHNA
TNF-alpha
+ Dypi/NBTI
%
A
B
47
Figura 3
48
6. REFERENCES
1. Ramkumar V, Hallam DM and Nie Z: Adenosine, oxidative stress and
cytoprotection. Jpn J Pharmacol 86: 265-74, 2001.
2. Linden J: Molecular approach to adenosine receptors: receptor-mediated
mechanisms of tissue protection. Annu Rev Pharmacol Toxicol 41: 775-87, 2001.
3. Hasko G and Cronstein BN: Adenosine: an endogenous regulator of innate
immunity. Trends Immunol 25: 33-9, 2004.
4. Linden J: New insights into the regulation of inflammation by adenosine. J Clin
Invest 116: 1835-7, 2006.
5. Deaglio S, Dwyer KM, Gao W, Friedman D, Usheva A, Erat A, Chen JF,
Enjyoji K, Linden J, Oukka M, Kuchroo VK, Strom TB and Robson SC: Adenosine
generation catalyzed by CD39 and CD73 expressed on regulatory T cells mediates
immune suppression. J Exp Med 204: 1257-65, 2007.
6. Hasko G, Xu DZ, Lu Q, Nemeth ZH, Jabush J, Berezina TL, Zaets SB, Csoka B
and Deitch EA: Adenosine A2A receptor activation reduces lung injury in
trauma/hemorrhagic shock. Crit Care Med 34: 1119-25, 2006.
7. Wakeno M, Minamino T, Seguchi O, Okazaki H, Tsukamoto O, Okada K,
Hirata A, Fujita M, Asanuma H, Kim J, Komamura K, Takashima S, Mochizuki N and
Kitakaze M: Long-term stimulation of adenosine A2b receptors begun after myocardial
infarction prevents cardiac remodeling in rats. Circulation 114: 1923-32, 2006.
8. Toufektsian MC, Yang Z, Prasad KM, Overbergh L, Ramos SI, Mathieu C,
Linden J and French BA: Stimulation of A2A-adenosine receptors after myocardial
infarction suppresses inflammatory activation and attenuates contractile dysfunction in
the remote left ventricle. Am J Physiol Heart Circ Physiol 290: H1410-8, 2006.
49
9. Le Moine O, Quertinmont E, Gulbis B and Deviere J: Blunted anti-inflammatory
response to adenosine in alcoholic cirrhosis. J Hepatol 31: 457-63, 1999.
10. Odashima M, Otaka M, Jin M, Komatsu K, Wada I, Matsuhashi T, Horikawa Y,
Hatakeyama N, Oyake J, Ohba R, Linden J and Watanabe S: Selective A2A adenosine
agonist ATL-146e attenuates acute lethal liver injury in mice. J Gastroenterol 40: 526-9,
2005.
11. Hernandez-Munoz R, Diaz-Munoz M, Suarez-Cuenca JA, Trejo-Solis C, Lopez
V, Sanchez-Sevilla L, Yanez L and De Sanchez VC: Adenosine reverses a
preestablished CCl4-induced micronodular cirrhosis through enhancing collagenolytic
activity and stimulating hepatocyte cell proliferation in rats. Hepatology 34: 677-87,
2001.
12. Hernandez-Munoz R, Diaz-Munoz M, Lopez V, Lopez-Barrera F, Yanez L,
Vidrio S, Aranda-Fraustro A and Chagoya de Sanchez V: Balance between oxidative
damage and proliferative potential in an experimental rat model of CCl4-induced
cirrhosis: protective role of adenosine administration. Hepatology 26: 1100-10, 1997.
13. Hernandez-Munoz R, Diaz-Munoz M, Suarez J and Chagoya de Sanchez V:
Adenosine partially prevents cirrhosis induced by carbon tetrachloride in rats.
Hepatology 12: 242-8, 1990.
14. Hernandez-Munoz R, Diaz-Munoz M and Chagoya de Sanchez V: Possible role
of cell redox state on collagen metabolism in carbon tetrachloride-induced cirrhosis as
evidenced by adenosine administration to rats. Biochim Biophys Acta 1200: 93-9, 1994.
15. Friedman SL: Mechanisms of hepatic fibrogenesis. Gastroenterology 134: 1655-
69, 2008.
16. Friedman SL: Hepatic fibrosis-Overview. Toxicology: 2008.
50
17. Sato M, Suzuki S and Senoo H: Hepatic stellate cells: unique characteristics in
cell biology and phenotype. Cell Struct Funct 28: 105-12, 2003.
18. Senoo H: Structure and function of hepatic stellate cells. Med Electron Microsc
37: 3-15, 2004.
19. Senoo H, Kojima N and Sato M: Vitamin A-storing cells (stellate cells). Vitam
Horm 75: 131-59, 2007.
20. Friedman SL: Hepatic stellate cells: protean, multifunctional, and enigmatic cells
of the liver. Physiol Rev 88: 125-72, 2008.
21. Friedman SL: Molecular regulation of hepatic fibrosis, an integrated cellular
response to tissue injury. J Biol Chem 275: 2247-50, 2000.
22. Lee JY, Jhun BS, Oh YT, Lee JH, Choe W, Baik HH, Ha J, Yoon KS, Kim SS
and Kang I: Activation of adenosine A3 receptor suppresses lipopolysaccharide-induced
TNF-alpha production through inhibition of PI 3-kinase/Akt and NF-kappaB activation
in murine BV2 microglial cells. Neurosci Lett 396: 1-6, 2006.
23. Kreckler LM, Wan TC, Ge ZD and Auchampach JA: Adenosine inhibits tumor
necrosis factor-alpha release from mouse peritoneal macrophages via A2A and A2B but
not the A3 adenosine receptor. J Pharmacol Exp Ther 317: 172-80, 2006.
24. Hasko G, Kuhel DG, Chen JF, Schwarzschild MA, Deitch EA, Mabley JG,
Marton A and Szabo C: Adenosine inhibits IL-12 and TNF-[alpha] production via
adenosine A2a receptor-dependent and independent mechanisms. Faseb J 14: 2065-74,
2000.
25. Jing Y, Shishkov A and Ponnappa BC: Inhibition of tumor necrosis factor alpha
secretion in rat Kupffer cells by siRNA: in vivo efficacy of siRNA-liposomes. Biochim
Biophys Acta 1780: 34-40, 2008.
51
26. McClain CJ and Cohen DA: Increased tumor necrosis factor production by
monocytes in alcoholic hepatitis. Hepatology 9: 349-51, 1989.
27. Iimuro Y, Gallucci RM, Luster MI, Kono H and Thurman RG: Antibodies to
tumor necrosis factor alfa attenuate hepatic necrosis and inflammation caused by
chronic exposure to ethanol in the rat. Hepatology 26: 1530-7, 1997.
28. Knittel T, Muller L, Saile B and Ramadori G: Effect of tumour necrosis factor-
alpha on proliferation, activation and protein synthesis of rat hepatic stellate cells. J
Hepatol 27: 1067-80, 1997.
29. Herrmann J, Gressner AM and Weiskirchen R: Immortal hepatic stellate cell
lines: useful tools to study hepatic stellate cell biology and function? J Cell Mol Med
11: 704-22, 2007.
30. Gutierrez-Ruiz MC and Gomez-Quiroz LE: Liver fibrosis: searching for cell
model answers. Liver Int 27: 434-9, 2007.
31. Borojevic R, Guaragna RM, Margis R and Dutra HS: In vitro induction of the
fat-storing phenotype in a liver connective tissue cell line-GRX. In Vitro Cell Dev Biol
26: 361-8, 1990.
32. Margis R and Borojevic R: Retinoid-mediated induction of the fat-storing
phenotype in a liver connective tissue cell line (GRX). Biochim Biophys Acta 1011: 1-
5, 1989.
33. da Silva FM, Guimaraes EL, Grivicich I, Trindade VM, Guaragna RM,
Borojevic R and Guma FC: Hepatic stellate cell activation in vitro: cell cycle arrest at
G2/M and modification of cell motility. J Cell Biochem 90: 387-96, 2003.
34. Guimaraes EL, Franceschi MF, Grivicich I, Dal-Pizzol F, Moreira JC, Guaragna
RM, Borojevic R, Margis R and Guma FC: Relationship between oxidative stress levels
and activation state on a hepatic stellate cell line. Liver Int 26: 477-85, 2006.
52
35. Yegutkin GG: Nucleotide- and nucleoside-converting ectoenzymes: Important
modulators of purinergic signalling cascade. Biochim Biophys Acta 1783: 673-94,
2008.
36. Andrade CM, Roesch GC, Wink MR, Guimaraes EL, Souza LF, Jardim FR,
Guaragna RM, Bernard EA, Margis R, Borojevic R, Battastini AM and Guma FC:
Activity and expression of ecto-5'-nucleotidase/CD73 are increased during phenotype
conversion of a hepatic stellate cell line. Life Sci 82: 21-9, 2008.
37. Klotz KN: Adenosine receptors and their ligands. Naunyn Schmiedebergs Arch
Pharmacol 362: 382-91, 2000.
38. Klinger M, Freissmuth M and Nanoff C: Adenosine receptors: G protein-
mediated signalling and the role of accessory proteins. Cell Signal 14: 99-108, 2002.
39. Chan ES, Montesinos MC, Fernandez P, Desai A, Delano DL, Yee H, Reiss AB,
Pillinger MH, Chen JF, Schwarzschild MA, Friedman SL and Cronstein BN: Adenosine
A(2A) receptors play a role in the pathogenesis of hepatic cirrhosis. Br J Pharmacol
148: 1144-55, 2006.
40. Hashmi AZ, Hakim W, Kruglov EA, Watanabe A, Watkins W, Dranoff JA and
Mehal WZ: Adenosine inhibits cytosolic calcium signals and chemotaxis in hepatic
stellate cells. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 292: G395-401, 2007.
41. Che J, Chan ES and Cronstein BN: Adenosine A2A receptor occupancy
stimulates collagen expression by hepatic stellate cells via pathways involving protein
kinase A, Src, and extracellular signal-regulated kinases 1/2 signaling cascade or p38
mitogen-activated protein kinase signaling pathway. Mol Pharmacol 72: 1626-36, 2007.
42. Gelain DP, de Souza LF and Bernard EA: Extracellular purines from cells of
seminiferous tubules. Mol Cell Biochem 245: 1-9, 2003.
53
43. Cordero OJ, Salgado FJ, Fernandez-Alonso CM, Herrera C, Lluis C, Franco R
and Nogueira M: Cytokines regulate membrane adenosine deaminase on human
activated lymphocytes. J Leukoc Biol 70: 920-30, 2001.
44. McClain CJ, Barve S, Barve S, Deaciuc I and Hill DB: Tumor necrosis factor
and alcoholic liver disease. Alcohol Clin Exp Res 22: 248S-252S, 1998.
45. Schneider L, Pietschmann M, Hartwig W, Marcos SS, Hackert T, Gebhard MM,
Uhl W, Buchler MW and Werner J: Inosine reduces microcirculatory disturbance and
inflammatory organ damage in experimental acute pancreatitis in rats. Am J Surg 191:
510-4, 2006.
46. Liaudet L, Mabley JG, Pacher P, Virag L, Soriano FG, Marton A, Hasko G,
Deitch EA and Szabo C: Inosine exerts a broad range of antiinflammatory effects in a
murine model of acute lung injury. Ann Surg 235: 568-78, 2002.
47. Hasko G, Kuhel DG, Nemeth ZH, Mabley JG, Stachlewitz RF, Virag L, Lohinai
Z, Southan GJ, Salzman AL and Szabo C: Inosine inhibits inflammatory cytokine
production by a posttranscriptional mechanism and protects against endotoxin-induced
shock. J Immunol 164: 1013-9, 2000.
48. Takemura S, Kawada N, Hirohashi K, Kinoshita H and Inoue M: Nucleotide
receptors in hepatic stellate cells of the rat. FEBS Lett 354: 53-6, 1994.
49. Brake AJ and Julius D: Signaling by extracellular nucleotides. Annu Rev Cell
Dev Biol 12: 519-41, 1996.
50. Peng Z, Fernandez P, Wilder T, Yee H, Chiriboga L, Chan ES and Cronstein
BN: Ecto-5'-nucleotidase (CD73) -mediated extracellular adenosine production plays a
critical role in hepatic fibrosis. Faseb J 22: 2263-72, 2008.
54
51. Borojevic R, Monteiro AN, Vinhas SA, Domont GB, Mourao PA, Emonard H,
Grimaldi G, Jr. and Grimaud JA: Establishment of a continuous cell line from fibrotic
schistosomal granulomas in mice livers. In Vitro Cell Dev Biol 21: 382-90, 1985.
52. Chen Y, Epperson S, Makhsudova L, Ito B, Suarez J, Dillmann W and Villarreal
F: Functional effects of enhancing or silencing adenosine A2b receptors in cardiac
fibroblasts. Am J Physiol Heart Circ Physiol 287: H2478-86, 2004.
53. Sun CX, Zhong H, Mohsenin A, Morschl E, Chunn JL, Molina JG, Belardinelli
L, Zeng D and Blackburn MR: Role of A2B adenosine receptor signaling in adenosine-
dependent pulmonary inflammation and injury. J Clin Invest 116: 2173-2182, 2006.
54. Casali EA, de Souza LF, Gelain DP, Kaiser GR, Battastini AM and Sarkis JJ:
Changes in ectonucleotidase activities in rat Sertoli cells during sexual maturation. Mol
Cell Biochem 247: 111-9, 2003.
55. Feoktistov I and Biaggioni I: Adenosine A2B receptors. Pharmacol Rev 49: 381-
402, 1997.
56. Pacheco R, Martinez-Navio JM, Lejeune M, Climent N, Oliva H, Gatell JM,
Gallart T, Mallol J, Lluis C and Franco R: CD26, adenosine deaminase, and adenosine
receptors mediate costimulatory signals in the immunological synapse. Proc Natl Acad
Sci U S A 102: 9583-8, 2005.
57. Herrera C, Casado V, Ciruela F, Schofield P, Mallol J, Lluis C and Franco R:
Adenosine A2B receptors behave as an alternative anchoring protein for cell surface
adenosine deaminase in lymphocytes and cultured cells. Mol Pharmacol 59: 127-34,
2001.
55
CAPÍTULO IIb
“ESTUDO DA AÇÃO DA ADENOSINA NA SÍNTESE LIPÍDICA E SOBRE
APOPTOSE DE CÉLULAS GRX TRATADAS COM ADENOSINA EM
PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE TNF-α
56
Influência do tratamento com adenosina na conversão lipocítica de células GRX
em cultura
No estado fisiológico, as células estreladas hepáticas possuem fenótipo
quiescente ou lipocítico, caracterizado pela presença de gotas lipídicas em seu
citoplasma, cuja perda se em resposta a um dano (Friedman, 2008). Uma das
hipóteses na regressão da fibrose é a reversão fenotípica dessas células, que pode ser
acompanhada do aumento na síntese de lipídios, resultando na volta daqueles depósitos
em seu citoplasma. Para estudar a influência da adenosina na síntese de lipídios nas
células GRX, as culturas foram tratadas conforme Materiais e Métodos. Como visto nas
figuras II1 e II2, nem o tratamento de 3 ou de 6 horas, em presença de adenosina,
alterou significativamente o perfil de lipídios produzidos por essas células, indicando
que, durante esses períodos, o nucleosídeo não modula a síntese de lipídios neutros
produzidos pela GRX. A quantidade de radioatividade total dos extratos lipídicos
também não foi alterada em presença de adenosina durante os períodos estudados
(Tabela I1). Conforme mencionado anteriormente, o tratamento com adenosina, com
duração mais longa também foi realizado para avaliar a síntese de lipídios, no entanto, o
tratamento durante 7 dias, com pulsos diários de 30 min, não resultou em modulação da
síntese lipídica (dado não mostrado).
Análise do índice apoptótico em células estimuladas com adenosina e TNF-α
Alguns trabalhos mostram que adenosina extracelular regula apoptose em alguns
tipos celulares (El-Darahali et al., 2005; Hashemi et al., 2005), e apoptose de HSC pode
auxiliar na regressão de fibrose hepática (Kisseleva and Brenner, 2006). Além disso, a
participação de TNF-α nos processo de apoptose é bastante conhecida, no entanto, em
relação à HSC, os dados na literatura ainda são contraditórios. Os experimentos
seguintes foram feitos com o objetivo de analisar a influência do TNF-
α e adenosina
57
sobre a apoptose das células GRX em cultura. O tratamento de 24h com adenosina 100
µM, em presença ou ausência de TNF-α, não estimula a formação de cromatina
condensada, característico da presença de apoptose (Figura II3). Concentrações maiores
de adenosina, associadas a tempos maiores de incubação, também foram utilizadas para
avaliar a influência do nucleosídeo na apoptose das células GRX. Conforme figura II4,
podemos observar que não formação de corpos apoptóticos, semelhante ao grupo
controle. Os resultados foram confirmados com ensaio cometa (dado não mostrado).
58
Figura II1: Efeitos do tratamento com adenosina na incorporação de [
14
C] acetato
em lipídios totais. As células foram tratadas com adenosina 100uM, incubados com
[
14
C] acetato (1uCi/mL) durante 3 horas. Após serem raspadas, as células foram
sonicadas e utilizadas para extração de lipídios totais. Os lipídios totais foram separados
por CCD, que foi impressionada em filme autoradiográfico. O filme foi analisado por
densitometria, e a área das bandas resultantes foi quantificada. Os valores representam
percentual de incorporação de [
14
C] acetato. Resultados em média ± ep. CCD:
cromatografia em camada delgada; Fosfolip.: Fosfolipídios; TG: triacilglicerol.
59
Figura II2: Efeitos do tratamento com adenosina po 6 horas na incorporação de
[
14
C] acetato em lipídios totais. As células foram tratadas com adenosina 100 µM
durante 6 horas, em presença de [
14
C] acetato (1uCi/mL) durante as 3 últimas hora.
Após serem raspadas, as células foram sonicadas e utilizadas para extração de lipídios
totais. Lipídios totais de alíquotas foram extraídos e separados por CCD, que foi
impressionada em filme autoradiográfico. O filme radiográfico foi analisado por
densitometria e a área das bandas resultantes foi quantificada. Os valores representam
percentual de incorporação de [
14
C] acetato. Resultados em média ± ep. CCD:
cromatografia em camada delgada; fosfolip.: fosfolídios; TG: triacilglicerol.
60
Tabela I1: Incorporação de [
14
C]acetato em lipídios totais nas células GRX. As
células foram tratadas com adenosina 100uM, durante 3 e 6 horas, e incubadas com
[
14
C] acetato (1uCi/mL) durantes as três últimas horas do experimento. Após serem
raspadas, as células foram sonicadas. A radioatividade total foi medida com auxílio de
contador de cintilação quida. Resultados expressos em média de cpm/mg proteína ±
ep.
CPM/ mg proteína
3 horas 6 horas
Controle
22204,9 ± 3930 40047,2 ± 5788
Adenosina
23722,4 ± 4261 446656,0 ± 9283
61
Figura II3: Efeito do tratamento de TNF-α, em presença ou ausência de adenosina,
sobre a apoptose de culturas de GRX tratadas por 24 horas. As células foram
tratadas com TNF-α 75 U/mL e/ou adenosina 100 µM, e coradas com DAPI, de acordo
com Materiais e Métodos. A visualização de cromatina condensada foi feita através de
microscopia de fluorescência. ADO: adenosina. Control: Controle.
62
Figura II4: Efeito do tratamento de adenosina 1mM na apoptose de culturas de
GRX tratadas por 24 e 48 horas. As células foram tratadas com adenosina 1mM,
durante 24 ou 48 horas, e coradas com DAPI, de acordo com Materiais e Métodos. A
visualização de cromatina condensada foi feita através de microscopia de fluorescência.
ADO: adenosina; Control: Controle.
63
CAPÍTULO IIc
“PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO EM CÉLULAS GRX TRATADAS COM
ADENOSINA E/OU TNF-α
64
Produção de nitrito por cultura de células GRX tratadas com adenosina e/ou TNF-
α
Com o objetivo de estudar a influência de TNF-α e adenosina na produção de
nitrito pelas células GRX em cultura, os experimentos foram feitos conforme descrito
em Materiais e Métodos. De acordo com a figura II5, o tratamento com TNF-α, durante
24 horas, aumentou a produção de nitrito. Esse efeito foi potencializado na presença de
adenosina, resultando em uma maior produção de nitrito comparada com os demais
grupos. No entanto, a produção de nitrito em resposta ao tratamento com adenosina não
diferiu do controle.
Efeito da inibição de ecto-ADA na produção de nitrito
Nosso grupo já demonstrou que TNF-α modula os níveis extracelulares de
adenosina, produzindo inosina. Vários trabalhos sugerem que esse metabólito pode
mediar algumas funções, inclusive antiinflamatórias, em alguns modelos celulares
através do seu transporte intracelular ou através da ligação a receptores de adenosina,
tais como o receptor do tipo A
1
(Hasko et al., 2000; Liaudet et al., 2002; Schneider et
al., 2006). Tendo em vista esses dados, a participação de inosina na produção de nitrito
foi investigada, através do uso de inibidor de ecto-ADA, EHNA (Figura II6). Os
resultados obtidos mostram que a inbição da hidrólise extracelular de adenosina, com
conseqüente diminuição na formação de inosina, potenciam o aumento na produção de
nitrito causado por TNF-α.
Envolvimento do receptor de adenosina do tipo A
2B
na produção de nitrito
A presença do receptor A
2B
nas células GRX foi observada recentemente pelo
nosso grupo. Para estudar a participação do receptor A
2B
, as células GRX foram pré-
incubadas com MRS1706, antagonista seletivo desse receptor, seguida de incubação
com adenosina na presença de TNF-
α. Conforme observado na figura II7, o bloqueio
65
dos receptores de adenosina do tipo A
2B
diminui a produção de nitrito resultante do
tratamento com adenosina e TNF-α. Esses resultados sugerem a participação desse
receptor mediando os efeitos da adenosina no aumento da produção de nitrito em
presença de TNF-α .
66
c
a,b
b
a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
C
o
n
t
r
o
l
e
T
N
F
-
a
l
f
a
A
d
e
n
o
s
i
n
a
T
N
F
-
a
l
f
a
+
A
d
e
n
o
s
i
n
a
nmol nitrito/ mg proteína
Figura II5: Efeitos do tratamento de adenosina e/ou TNF-alfa na produção de
nitrito. As células GRX foram semeadas em placa de 24 wells, com uma densidade
celular de 3x104 céls/1,88 cm
2
, sendo mantidas até semi-confluência, quando foram
tratadas com TNF-alfa 75U/mL e/ou adenosina 100µM por 24 h. O meio de incubação
foi utilizado para a análise da produção de nitrito pelo método de Griess e as células
foram utilizadas para dosagem de proteína. Resultados em média ± ep. Letras
diferentes representam grupos estatisticamente diferentes, com p < 0,05.
67
d
c
b
a
a
a
a
0
5
10
15
20
25
Con
t
rol
e
TNFalfa
Ado
TN
F
a
l
fa + Ado
E
H
NA
Ad
o
+
EHNA
T
N
F
-alfa +
A
d
o
+
EHN
A
nmol nitrito /mg proteína
Figura II6: Efeitos da inibição da adenosina deaminase na produção de nitrito em
células GRX tratadas com TNF-alfa e/ou adenosina. As células GRX foram
semeadas em placa de 24 wells, sendo mantidas até semi-confluência, quando foram
pré-incubadas com inibidor de ecto-adenosina deaminase, EHNA 10uM, durante 10
min, seguida por tratamento com TNF-alfa, adenosina e/ou EHNA por 24 horas
adicionais. Dosagem de nitrito no meio de incubação pelo método de Griess e
quantificação protéica com as células. Resultados em média ± ep. Letras diferentes
representam diferenças significativas, com p < 0,05. Ado: Adenosina.
68
c
b
b
a,b
a,b
a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
C
o
n
t
r
o
l
e
T
N
F
-
a
l
f
a
A
d
e
n
o
s
i
n
a
T
N
F
-
a
l
f
a
+
A
d
e
n
o
s
i
n
a
T
N
F
-
a
l
f
a
+
A
d
o
+
M
R
S
M
R
S
nmol nitrito/ mg proteína
Figura II7:
Efeito do antagonista seletivo de receptor para adenosina do tipo A2b
na produção de óxido nítrico nas células GRX tratadas com TNF-alfa e/ ou
adenosina. As células GRX foram semeadas em placa de 24 wells, sendo mantidas até
semi-confluência. Os experimentos foram conduzidos na presença do antagonista de
A
2B
,
MRS1706 10 nM, durante 10 min, adicionado como pré-tratamento antes da adição
de TNF-alfa 75U/mL e/ou adenosina 100 µM, por 24 horas. Dosagem de nitrito no
meio de incubação pelo método de Griess e quantificação protéica com as células.
Resultados em média ± ep. Letras diferentes representam diferenças significativas, com
p < 0,05. Ado: Adenosina.
69
CAPÍTULO IId
TRABALHO EM ANDAMENTO
“ATIVIDADE E EXPRESSÃO DE MMP-9 E MMP-2 EM RESPOSTA AO
TRATAMENTO COM ADENOSINA E/OU TNF-α
70
Efeito do tratamento com adenosina e TNF-α na atividade gelatinolítica das MMP
9 e 2
MMPs 9 e 2 desempenham papel importante na migração (Olaso et al., 2001) e
até mesmo na apoptose de HSC (Zhou et al., 2004). Considerando a importância dessas
enzimas, meio condicionado dos diferentes tratamentos foi concentrado e analisado por
zimografia, conforme Materiais e Métodos. De acordo com a figura II8A, células GRX
tratadas com adenosina, durante 24 horas, apresentaram uma atividade de MMP-9
menor, comparada ao grupo controle. Adicionalmente, o tratamento com TNF-α
aumentou a atividade de MMP-9, sendo esse efeito diminuído a níveis de controle, em
presença de adenosina. Com os resultados ainda mostramos a presença de MMP-2, cuja
atividade diminui em presença de TNF-α e/ou adenosina (Fig.II8B). Na zimografia feita
em gel de acrilamida 6%, o tratamento com adenosina resultou no aparecimento de um
proteína com atividade de gelatinase na região de 300 Kda, cuja atividade diminui
dramaticamente na presença de TNF-α (dado não mostrado).
Quantificação da expressão de mRNA de MMP-9 e -2 em culturas de GRX
tratadas com adenosina e/ou TNF-α
A atividade de metaloproteinases pode ser regulada em diversos níveis,
incluindo mecanismos pós-transcricionais, níveis de transcritos, entre outros
(Chakraborti et al., 2003; Fu et al., 2008). No intuito de verificar a influência dos
tratamentos no processo de transcrição das gelatinases, os veis de transcritos foram
quantificados por qRT-PCR. Segundo observado na figura II9A, o tratamento com
TNF-α aumentou significativamente a expressão de mRNA de MMP-9 em cerca de 4
vezes com relação ao controle. As células tratadas com adenosina apresentaram níveis
de expressão semelhantes aos níveis do grupo controle, entretanto, na presença de TNF-
α, o tratamento com adenosina diminui significativamente a expressão de MMP-9, a
71
níveis maiores que o controle, diferentemente do resultado observado com a atividade
da gelatinase.
Em relação à expressão de MMP-2, tanto os tratamentos com adenosina e TNF-
α, quanto o tratamento com adenosina, em presença da citocina, aumentaram
estatisticamente os níveis de transcritos de MMP-2 (figura II9B) sem existência de
potencialização das ações do TNF-α com o tratamento com adenosina. Com o objetivo
de comparar as expressões de MMP-9 e MMP-2 nas células controle, os cálculos para
determinar a expressão relativa foram feitos utilizando-se MMP-9 como gene
normalizador. Células controle apresentam níveis de mRNA de MMP-2
significativamente maiores em relação aos níveis de MMP-9; no entanto, esse resultado
não se reflete na atividade gelatinolítica dessas enzimas (Figura II9C).
Participação do receptor A
2B
nos efeitos de adenosina nas atividades das
gelatinases
Considerando os efeitos de adenosina nas atividades de MMP-9 e -2, nos
experimentos posteriores, estudamos o envolvimento do receptor do tipo A
2B
nessas
ações. Como pode ser observado na figura II10A, o bloqueio do receptor A
2B
, através
do tratamento com antagonista seletivo, MRS1706, aumenta a atividade de MMP-9,
acima dos níveis do controle, indicando que os efeitos da adenosina sobre a atividade da
metaloproteinase em questão são via receptor A
2B.
O mesmo foi evidenciado durante a
incubação das células GRX com MRS1706, em presença de TNF-α e adenosina,
sugerindo claramente que os efeitos de adenosina sobre MMP-9 são mediados através
do receptor A
2B
.
Os receptores A
2B
podem mediar seus efeitos através de mecanismos
envolvendo cAMP, ativação de PKA, e uma série de cascatas de fosforilação
seqüenciais à ativação inicial de adenilato ciclase. Além disso, podem mediar ações
72
através do IP
3
, via proteína Gq
(Klotz, 2000)
Os dados mostrados no inset indicam que a
regulação da atividade proteolítica de MMP-9 pode ser mediada por cAMP, segundo
mensageiro envolvido diretamente na ativação de receptores de adenosina do tipo A
2B.
Com relação à atividade de MMP-2, podemos observar que o bloqueio dos receptores
A
2B
reverte o efeito de adenosina sobre a metaloproteinase, aumentando a atividade da
mesma. Resultado semelhante pode ser visto com relação ao efeito do antagonista no
tratamento com adenosina, em presença de TNF-α, sugerindo a participação do
receptors A
2B
mediando os efeitos de adenosina (Fig. II10B).
73
b
a
c
b
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
Controle TNF-alfa Adenosina TNF-alfa +
Adenosina
Unidades Arbitrárias de Densitometria
Figura II8: Atividade de MMP-9 e -2 em culturas de GRX tratadas com adenosina,
em presença ou ausência de TNF-α. Culturas semi-confluentes de GRX foram
tratadas com adenosina e/ou TNF-α em DMEM 0,2% BSA, durante 24 horas. As
atividades de MMP-9 (A) e MMP-2 (B) foram quantificadas no meio condicionado de
incubação concentrado através de zimografia em gel de acrilamida 10%, conforme
descrito em Materiais e Métodos. Resultados são expressos em média ± ep, calculados
em relação à média do grupo controle, considerada 1.
A
Adenosina
-
-
-
-
+
+
+
+
TNF-α - - + + - - + +
B
74
b,c
a,b
c
a
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
Controle TNF-alfa Adenosina TNF+
Adenosina
Expressão Relativa (MMP-9/Beta-
actina)
*
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
MMP-9 MMP-2
Expreso Relativa (MMP-2/MMP-9)
Figura II9: Regulação dos níveis de transcritos de MMP-9 e -2 em células tratadas
com adenosina e/ou TNF-α. Culturas semi-confluentes de GRX foram tratadas com
adenosina e/ou TNF-α em DMEM 0,2% BSA, durante 24 horas. O meio condicionado
de incubação foi utilizado para zimografia e as células utilizadas para quantificação da
expressão de MMP-9 (A) e -2 (B) através de real time RTPCR, conforme Materiais e
Métodos, utilizando β-actina como gene normalizador. O gráfico C representa a
comparação da expressão de MMP-2 em relação à MMP-9, nas células do grupo
controle. Resultados são expressos em média ± ep
B
C
A
75
d
d
a
a,c
b
c,d
a
0
1
2
3
4
5
6
C
ont
r
ol
e
T
NF-
alfa
Aden
o
si
n
a
TNF
-
alfa + Aden
o
si
n
a
M
RS
1
0
nM
Ad
o+MRS
TNF+
Ado
+MRS
Unidades Arbitrárias de Densitometria
a,b
c
b,c
a
a,b
a
b,c
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
Co
nt
role
TN
F-a
lfa
Adenosina
TNF-alfa+ Adenosina
MRS 17
0
6
Adenosi
na+
MRS170
6
TNF-al
f
a+ Ade
nos
in
a+
M
RS
1
706
Unidades Arbitrárias de Densitometria
Figura II10: Participação do receptor A
2B
na regulação das atividades de MMP-9 e
-2 em culturas de GRX tratadas com adenosina, em presença ou ausência de TNF-
α. Culturas semi-confluentes de GRX foram pré-incubadas durante 15 min com
antagonista de receptor A
2B
, MRS1706 10nM, seguidas de tratamento com adenosina
e/ou TNF-α e MRS1706 em DMEM 0,2% BSA, durante 24 horas. Para verificar o
A
B
b
a
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
Contr
o
le
Tnf
-
a
lf
a
Adenosina
dbcA
M
P
Tnf
+
Ad
e
n
o
s
i
na
tnf+
d
b
c
AMPc
Unidades Arbitrárias de Densitometria
Inse
r
t
TNF
-
α
-
+
-
+
-
-
+
Adenosina
- - + + - + +
MRS
- - - - + + +
76
envolvimento de cAMP nestas ações, as células forma tratadas durante 24 horas,
conforme Insert, para a atividade de MMP-9 (dbcAMP 500µM). As atividades de
MMP-9 (A) e MMP-2 (B) foram quantificadas no meio condicionado de incubação
concentrado através de zimografia em gel de acrilamida 10%, conforme descrito em
Materiais e Métodos. Resultados são expressos em média ± ep, calculados em relação à
média do controle igual a 1.
77
PARTE III
78
3. DISCUSSÃO
Fibrose hepática é uma condição patológica marcadamente inflamatória. A
distorção da arquitetura do fígado, bem como a obliteração do espaço de Disse, perda de
fenestras entre células sinusoidais e a mudança da natureza das sinalizações inter-
celulares (Bataller and Brenner, 2005; Guo and Friedman, 2007; Iredale, 2007; Poli,
2000; Saile and Ramadori, 2007; Tsukada et al., 2006) que acompanham o processo
fibrogênico são os responsáveis, entre outros fatores, pela participação dessa doença no
ranking dos dez principais responsáveis pela morte de brasileiros, em 2004.
Conseqüências como hipertensão portal (Schuppan and Afdhal, 2008), perda de áreas
funcionais do fígado – através da presença de fibras de colágeno do tipo I – e a evolução
para cirrose (Schuppan and Afdhal, 2008), na persistência do dano, fazem da fibrose um
importante assunto de saúde pública e foco de estudos científicos.
3.1. Receptor A
2B
e a regulação dos níveis extracelulares de adenosina
Inúmeros grupos de pesquisa descreveram o papel antiinflamatório da
adenosina. O aumento da atividade colagenolítica em gado de modelos animais com
cirrose induzida por CCl
4,
o estímulo à proliferação celular, auxiliando na regeneração
hepática (Hernandez-Munoz et al., 2001), e outros efeitos são prova de seus benefícios
nas situações de dano hepático(Hernandez-Munoz et al., 1994; Hernandez-Munoz et al.,
1997) (Chagoya de Sanchez et al., 1995; Odashima et al., 2005).
É conhecido que, em vários tipos celulares, a adenosina inibe a síntese de
citocinas como TNF-α, e que, no fígado, esta citocina participa da ativação das HSC,
aumentando a expressão de α-SMA nessas células. Além disso, estimula a produção de
determinadas proteínas de matriz extracelular (Knittel et al., 1997), entre outros efeitos
marcadamente pró-inflamatórios. Entretanto, pouco se sabe a respeito da regulação dos
79
níveis extracelulares desse nucleosídeo, dos mecanismos de ação que medeiam seus
efeitos e dos seus receptores nas diversas HSCs de diferentes origens.
No presente estudo, demonstramos que TNF-α regula os níveis de adenosina
extracelular em culturas de células GRX, através da regulação da atividade de ecto-
ADA, hidrolisando adenosina e, conseqüentemente, aumentando a produção de inosina.
O efeito de citocinas sobre a atividade de ecto-ADA foi descrito em linfócitos, onde esta
enzima tem um envolvimento direto na ativação de células T e na coordenação da
quantidade de adenosina extracelular. Nestas células, esta enzima é regulada por
algumas citocinas como a IL-2 e IL-12, mas não por TNF-α, através de mecanismos que
não envolvem mRNA tradução, transcrição genética ou os níveis de ecto-ADA (Cordero
et al., 2001).
A adenosina extracelular, no fígado, está associada a ações benéficas (Chagoya
de Sanchez et al., 1995; Odashima et al., 2005) e, portanto, a regulação dos seus níveis
extracelulares pode resultar na modulação dos seus efeitos. Nas lulas GRX,
demonstramos que o TNF-α diminui a quantidade de adenosina extracelular. Esse efeito
pode ser importante para o mecanismo de ação desta citocina, uma vez que a adenosina
se oporia aos efeitos primordialmente pró-inflamatórios do TNF-α, cujo aumento está
relacionado ao estabelecimento do dano hepático. Por outro lado, a produção de inosina
pode ser importante em resposta ao tratamento com TNF-α. Inosina possui papel
antiinflamatório em condições patológicas, tais como pancreatite aguda experimental
em ratos, melhorando a microcirculação (Schneider et al., 2006). Adicionalmente,
inosina diminui a inflamação pulmonar induzida por LPS in vivo e reduz a toxicidade
de citocinas nas células de pulmão, in vitro. Estes efeitos antiinflamatórios foram
atribuídos à ligação da inosina aos receptores de adenosina do tipo A
3
, devido à
abundância dos mesmos no homogeneizado de pulmão de roedores (Liaudet et al.,
80
2002). A sobrevivência de ratos expostos à dose letal de LPS, após o tratamento com
inosina, também foi descrita, e a redução da produção de TNF-α em macrófagos
peritoneais tratados com inosina foi significativamente revertida através da utilização de
antagonistas de receptores da adenosina do tipo A
1
e A
2
(Hasko et al., 2000)
.
Entretanto,
de acordo com nossos dados, não observamos a existência de receptores A
1
e A
3
para
adenosina, nas células GRX.
Através dos resultados, sugerimos que estas células não secretam purinas em
quantidades detectáveis no meio extracelular, independentemente do tratamento com
TNF-α, sugerindo que as células GRX utilizariam purinas secretadas pelas células
adjacentes a elas. Em células humanas de hepatoma HepG2, foi descrito que estímulos
fibrogênicos como etanol ou metotrexato estimulam a liberação de adenosina (Chan et
al., 2006), sugerindo que, nesse caso, os hepatócitos poderiam ser uma possível fonte de
adenosina útil para células adjacentes, como HSC.
Nucleotídeos de adenina são secretados e executam papel importante na
sinalização parácrina e autócrina (Brake and Julius, 1996; Dranoff et al., 2007; Kruglov
et al., 2007). Além disso, considerando que GRX expressa enzimas que permitem
hidrolisar tais nucleotídeos e produzir adenosina (Andrade et al., 2008), a partir dos
mesmos, a hidrólise extracelular de ATP também foi estudada.. Os resultados com o
metabolismo de ATP mostram que, apesar da baixa taxa de hidrólise, não podemos
descartar essa fonte de adenosina extracelular. O ATP pode ser hidrolisado
extracelularmente através da ação de enzimas como NTPDases, produzindo AMP, cuja
degradação, pela ecto-5'-nucleotidase / CD73, resulta na formação de adenosina
(Dubyak and el-Moatassim, 1993). Na insuficiência hepática, alguns grupos têm dado a
atenção para o papel da hidrólise da AMP na produção de adenosina (Peng et al., 2008).
Em células GRX, foi demonstrado que a hidrólise de AMP leva à produção de
81
adenosina e inosina (Andrade et al., 2008), sugerindo que este nucleotídeo poderia
colaborar com a produção de adenosina extracelular.
Ao investigar as possíveis ações da adenosina nas células GRX, nosso estudo
demonstrou a presença de mRNA apenas para o receptor A
2B.
A identidade desse
receptor foi confirmada posteriormente através de seqüenciamento do produto de PCR
do receptor A
2B
de adenosina. Vários modelos experimentais foram desenvolvidos ao
longo dos anos, com o objetivo de compreender a fisiologia da HSC. Porém, esses
modelos celulares não foram estabelecidos a partir do mesmo protocolo para isolamento
(no caso de culturas primárias) e estabelecimento de linhagens celulares, utilizando-se
diferentes mecanismos que incluem a transformação através de transfecção com SV40T,
isolamento experimental a partir de doenças, imortalização espontânea através de
culturas e outros (Gutierrez-Ruiz and Gomez-Quiroz, 2007). A exemplo disso, GRX é
oriunda de um granuloma produzido por uma lesão hepática induzida por Schistosoma
mansoni. Esta célula encontra-se em estado intermediário e apresenta a capacidade de
ser induzida a expressar tanto o fenótipo quiescente, quanto o fenótipo mais ativado, em
resposta aos tratamentos com retinol/indometacina ou TNF-α, respectivamente. Os
resultados obtidos estudando a expressão de receptores de adenosina neste tipo celular
são diferentes daqueles observados em células estreladas hepáticas imortalizadas de
ratos (HSC-T6), em linhagens de células estreladas hepáticas humanas (LX-2) ou em
homogeneizado de fígado de camundongos tratados com tioacetamida, que
apresentaram diferentes tipos de receptores de adenosina (Chan et al., 2006). Além
disso, Hashmi et al mostraram também discrepâncias entre cultura primária de HSC de
camundongo, que exibem mRNA para A
3
, mas não para receptor A
1
, e a linhagem
humana, LX-2, que exibem mRNA para a A
1
mas não para o receptor A
3
(Hashmi et al.,
2007). Receptores A
2A
, nas HSCs, estão envolvidos na progressão da fibrose hepática,
82
pois o tratamento com agonista seletivo deste receptor aumenta a produção de colágeno
tipo I (Chan et al., 2006; Che et al., 2007). Os mesmos autores ainda mostraram que
ratos com deficiência do receptor A
2A
de adenosina são resistentes a fibrose hepática
induzida por tioacetamida, atribuindo um papel claramente pró-fibrogênico para a
adenosina (Chan et al., 2006). Entretanto, a existência de mais receptores de adenosina
nas HSCs e a dependência destes em relação à origem das células em estudo, sugerem
que outras funções, mesmo benéficas, possam ser atribuídas aos outros receptores desse
nucleosídeo. Em outros tipos de células envolvidos com fibrose, tais como fibroblastos
cardíacos, a superexpressão de receptores A
2B
diminui os níveis basais de colágeno e de
síntese protéica, enquanto a sua expressão diminuída tem efeitos contrários (Chen et al.,
2004). Além disso, a estimulação a longo prazo dos receptores A
2B
melhora a função
cardíaca após infarto miocárdico (Wakeno et al., 2006). Apesar disso, na fibrose
pulmonar este receptor tem ações deletérias (Sun et al., 2006).
Paralelamente, mostramos que a atividade de ecto-ADA é surpreendentemente
baixa em células de controle, ao contrário do que a observada em outras células (Casali
et al., 2003), onde a hidrólise de adenosina extracelular é caracterizada pela alta
velocidade do aparecimento de seus metabólitos. Este é um fato interessante, tendo em
vista a conhecida propriedade dos receptores A
2B
de adenosina, denominados receptores
de baixa afinidade (Feoktistov and Biaggioni, 1997). Nos linfócitos, ecto-ADA aumenta
a afinidade do agonista NECA para o receptor A
2B
, funcionando como proteína de
ancoramento desta enzima de membrana (Herrera et al., 2001; Pacheco et al., 2005). Em
conclusão, os dados obtidos mostraram que as células GRX são responsivas para ambos
adenosina extracelular e TNF-α, com a regulação dos níveis extracelulares do
nucleosídeo por esta citocina.
83
3.2. Apoptose e quiescência de células GRX
Em virtude das conseqüências debilitantes da fibrose hepática, estudos que
investigam as possibilidades de reversão do processo fibrótico o importantes.
Experimentos com ratos tratados com CCl
4
mostraram que a regressão de uma cirrose
avançada é possível (Jin et al., 2005). Entre os mecanismos propostos na literatura,
estão a reversão fenotípica e a apoptose das células estreladas hepáticas. Talvez, a
regressão da fibrose ou de uma cirrose instalada seja mediada por uma mescla entre
os dois processos, uma vez que a apoptose das HSCs ativadas traz uma questão
relevante: quem substituirá as HSCs no papel da produção de matriz extracelular na
nova condição? Sendo assim, a reversão fenotípica poderia ser uma resposta a essa
questão. Alguns autores exploram o potencial de reversão fenotípica das HSC. No
modelo GRX, essa propriedade tem sido extensivamente estudada, e tratamentos com
retinóides e indometacina levam à reversão ao fenótipo lipocítico da célula GRX
ativada (Borojevic et al., 1990). Um indicativo de reversão fenotípicas dessas células é a
síntese de lipídios, devido às características da HSCs em acumular gotas lipídicas em
seu citoplasma. Considerando a importância de determinar o possível papel da
adenosina neste processo, as células GRX foram tratadas com adenosina, durante 3 e 6
horas e por períodos mais prolongados (7 dias), para estudar a síntese de lipídios,
entretanto, nossos resultados demonstram que esse nucleosídeo não atua nesse
mecanismo de reversão fenotípica da GRX, pelo menos, por meio desse mecanismo. A
apoptose, em resposta ao tratamento com adenosina e também ao tratamento com TNF-
α, também foi estudado. Nossos dados indicam que nem TNF-α, nem adenosina
induzem apoptose das células GRX. Os resultados obtidos com adenosina diferem dos
dados encontrados na literatura, para outros tipos celulares. Em células de carcinoma
gástrico, adenosina extracelular induz apoptose que envolve o processo de transporte de
84
nucleosídeo (Wang and Ren, 2006). Em linhagem de hepatoma humano, Li-7A, o
tratamento com adenosina resulta em apoptose através da ativação da via da caspase-3
(Wen and Knowles, 2003). Além disso, esse nucleosídeo induz apoptose em músculo
liso de artérias humanas, através do receptor A
2B
(Peyot et al., 2000). Por outro lado, os
dados mostrados com o tratamento com TNF-α, estão de acordo com a grande maioria
dos trabalhos com culturas de HSC, que mostram ações anti-apoptóticas para esta
citocina (Saile et al., 2001; Saile et al., 1999). Apesar de alguns trabalhos com HSCs
sugerirem papel contrário para o TNF-α nestas células (Malhi et al., 2006; Novo et al.,
2006; Saxena et al., 2004), as ações anti-apoptóticas são mais coerentes, uma vez que a
apoptose colabora para a regressão da fibrose, opondo-se aos efeitos primordialmente
pró-inflamatórios do TNF-α.
3.3. Regulação da produção de NO
A dinâmica dos efeitos do óxido nítrico (NO) é muito variada e, por vezes,
obscura (Guzik et al., 2003). Na fibrose hepática, a presença de NO tanto pode ser
relacionada com efeitos benéficos, quanto deletérios e até mesmo inexistentes. No
fígado, o óxido nítrico é produzido intracelularmente em resposta à administração de
TNF-α e LPS aos ratos, sugerindo que essa pequena molécula lipofílica é um importante
mediador da hepatoxicidade nesse modelo de injúria (Chamulitrat et al., 1995; Leung et
al., 2008) . No entanto, o óxido nítrico também pode ter efeitos protetores, devido às
funções fisiológicas de vasodilatador, sendo benéfico na manutenção da hemodinâmica
tecidual (Gonzalez-Abraldes et al., 2002). O presente estudo mostrou que o tratamento
com TNF-α aumenta a produção de NO, em lulas GRX. Nos estudos com outros
modelos de HSCs, os resultados obtidos evidenciam que a participação de TNF-α na
produção de NO seria limitada à potencialização dos efeitos produzidos com LPS e
IFN-
γ (Rockey et al., 1998). Existem poucos estudos mostrando a modulação da
85
produção de NO em resposta ao tratamento com TNF-α. Rockey et al demonstraram
que em HSC, com fenótipo lipocítico, o tratamento com TNF-α,, durante 24 horas, não
modifica a produção de NO (Rockey and Chung, 1995). No entanto, a interpretação dos
resultados deve considerar o estado de ativação da HSC. Células estreladas, em fenótipo
quiescente, não são responsivas aos efeitos de TNF-α mediados por NF-кB, em virtude
da falha na fosforilação do inibidor desse fator de transcrição por Iкк (Hellerbrand et al.,
1998). Esse evento prejudicaria a síntese de iNOS, em resposta a citocinas, processo
controlado através da expressão de seu mRNA, que contém uma região promotora para
NF-кB (Aktan, 2004). Tal fato poderia explicar a falha na produção de NO nessas
culturas primárias quiescentes de HSC estimuladas com TNF-α. Células GRX
apresentam um fenótipo intermediário, previamente ativado, sendo responsivas aos
efeitos desta citocina em relação à produção de NO.
A participação da adenosina na produção de NO tem sido reportada na literatura,
em inúmeros modelos experimentais. A adenosina extracelular modula positivamente o
transporte de L-arginina, podendo influenciar na produção de NO, em células
endoteliais de veia umbilical humana (Wyatt et al., 2002). Em aorta torácica de ratos, o
tratamento com adenosina, durante 12 horas, aumentou a atividade da eNOS e,
conseqüentemente, a produção de NO, com implicações benéficas para esse efeito (Lu
et al., 2007). Com relação ao receptor A
2B
, estudos mostram que este receptor medeia os
efeitos da adenosina na produção de óxido nítrico e na modulação de NOS (Kemp and
Cocks, 1999; Olanrewaju and Mustafa, 2000) em outros tipos celulares, entretanto,
nosso estudo não encontrou modulação da produção de óxido nítrico em células tratadas
com adenosina. A inexistência dessa modulação poderia ser explicada pela ocorrência
de desensibilização dos receptores A
2B
. A desensibilização é um fenômeno comum para
muitos receptores, incluindo os receptores acoplados à proteína G, como os receptores
86
de adenosina, por exemplo. Esse evento pode ser o responsável pelas perdas de eficácia
terapêutica de muitas drogas e pode ocorrer em resposta à longa duração do estímulo no
receptor em questão, ou em razão da presença de altas concentrações de seu agonista,
através do desacoplamento da proteína G destes receptores, ou em virtude da própria
internalização destes receptores (Klaasse et al., 2008). No caso do receptor A
2B
, esse
fato é bastante descrito (Breschi et al., 2007; Matharu et al., 2001; Wang et al., 2004) e
não parece ser relacionado com mudanças na expressão deste receptor. Apesar de não
regular a produção de NO por si só, a presença de adenosina potencializou a ão de
TNF-α na produção de óxido nítrico, sendo esse efeito diminuído com o bloqueio dos
receptores A
2B
através do uso de antagonista seletivo, MRS1706, sugerindo a
participação desse receptor na mediação dos efeitos da adenosina extracelular sobre a
produção de nitrito pelas células GRX. A modulação do receptor de adenosina do tipo
A
2B
em presença de citocinas já foi descrita na literatura. Em células da astroglia
humana, o tratamento com TNF-α, durante 24 horas, aumentou a ligação do receptor
A
2B
à proteína G, aumentando a resposta funcional deste receptor, claramente atenuando
sua desensibilização, sem modificação nos níveis de proteína e expressão de mRNA
(Trincavelli et al., 2004). Por outro lado, em células epiteliais intestinais, a regulação do
receptor A
2B
foi mediada pela super-expressão do mesmo, estimulada por TNF-α, que
potencializou o recrutamento de A
2B
R para a membrana plasmática das células em
questão (Kolachala et al., 2005). Considerando que pouco se sabe a respeito da
regulação do receptor A
2B,
esses dois mecanismos podem ser considerados na
explicação dos resultados encontrados. Além disso, a produção de NO pode ser regulada
através da participação de cAMP, produzido pela ativação dos receptores A
2B
. Tal ação
foi demonstrada em culturas de neuroeptelioma (Boissel et al., 2004), através da
regulação da óxido nítrico sintase neuronal por cAMP. Em células endoteliais de aorta
87
de boi, a descoberta de elementos responsivos ao cAMP na região promotora da enzima
eNOS representa um novo mecanismo de regulação da expressão dessa enzima (Niwano
et al., 2003). Esses e outros trabalhos (Ray and Marshall, 2006) sugerem que a
regulação da expressão de NOS por cAMP pode refletir-se na produção de óxido
nítrico.
A regulação dos níveis extracelulares de adenosina pode controlas as ações desse
nucleosídeo. Além disso, metabólitos da adenosina, como inosina, produzida através da
hidrólise extracelular mediada através de ecto-adenosina deaminase, também podem ter
efeitos. Em células de Sertoli, inosina aumenta a produção de NO, e pode ser um fator
intermediário dos efeitos de TNF-α na produção de nitrito, uma vez que seus níveis são
regulados por esta citocina (de Souza et al., 2006). Levando em consideração os
resultados que demonstram uma modulação da atividade de ecto-ADA em resposta ao
tratamento com TNF-α, analisamos o resultado da inibição dessa enzima sobre a
produção de nitrito em células estimuladas com TNF-α, em presença de adenosina. Os
dados sugerem que o bloqueio de ecto-ADA, com conseqüente aumento da
concentração extracelular de adenosina, estimula ainda mais a produção de nitrito, em
presença de TNF-α, sugerindo que a ação da adenosina sobre os efeitos desta citocina na
produção de nitrito provavelmente não está relacionada a sua hidrólise, e conseqüente
produção de inosina.
Os efeitos de NO são dependentes da concentração encontrada no local de ação,
com níveis < M (baixos níveis) relacionados a efeitos diretos, como a via PKG-
cGMP. Por outro lado, concentrações maiores que M, medeiam os efeitos indiretos
do NO, como nitrosilação protéica e outros (Davis et al., 2001). Os efeitos bifásicos do
óxido nítrico foram demonstrados em linhagens de macrófagos, apresentando ações
diferenciais com relação à atividade de MMP-9 (Ridnour et al., 2007). Na HSC,
88
conforme descrito anteriormente, a migração de linhagens LX-2, estimuladas com
PDGF e Rac-1 (GTPase pequena, envolvida em processos migratórios) é inibida através
de doadores de NO (Lee et al., 2005). O óxido nítrico também pode funcionar como
scavenger de espécies reativas de oxigênio, produzindo peroxinitrito, diminuindo a
produção de mRNA de α(I) pró-colágeno em co-culturas de HSC e neutrófilos,
previamente estimulados com FMLP (f-Met-Leu-Phe) (Casini et al., 1997). É necessário
aprofundar os estudos em torno dos efeitos do óxido nítrico, devido aos diversos fatores
que estão envolvidos na regulação de suas ações.
3.4. Modulação de MMP-2 e MMP-9
O resultado final da fibrose hepática é a formação da cicatriz fibrótica. No
processo fibrogênico, a substituição da matriz extracelular previamente existente por
outra, densa e fibrosa. Sendo assim, é razoável pensar na importância das enzimas que
iniciam esse processo. As metaloproteinases (MMPs) são enzimas zinco-dependentes,
subdivididas em vários grupos, incluindo as gelatinases, MMP-2 e MMP-9 (Clark et al.,
2008). Essas últimas têm como substrato fibras de colágeno do tipo IV, presentes em
grande quantidade na matriz normal do fígado. Logo, seu papel no início da fibrose é
fundamental, uma vez que facilita a migração de células como HSC, além de criar a
possibilidade de substituição por matriz fibrótica, rica em colágeno do tipo I. A
elevação de MMP-9 e -2 ocorre após uma única dose de CCl
4
em ratos, com picos de
expressão coincidindo com a expressão de citocinas inflamatórias (Knittel et al., 2000).
Na HSC, MMP-9 pode estar envolvida na cascata de transdiferenciação dessas células,
estando, inclusive, co-localizada com α-SMA em algumas subpopulações de HSC,
conforme descrito recentemente (Han et al., 2004). Além disso, seu papel na apoptose
das HSC vem sendo estudado. MMP-2 está envolvida em migração e proliferação em
alguns modelos de HSC (Olaso et al., 2001). Conforme o próprio nome, as gelatinases
89
também degradam gelatina, que são fibras de colágenos, desnaturadas e pequenas,
resultantes da degradação prévia por outras metaloproteinases, sugerindo a participação
das MMP-9 e -2 na remoção da matriz fibrótica já instalada. O presente trabalho
mostrou que tanto adenosina, quanto TNF-α regulam a atividade de ambas gelatinases.
Nas células GRX em cultura, o tratamento com TNF-α, durante 24 horas aumentou a
atividade e expressão de MMP-9. A regulação de MMP-9, em resposta ao tratamento
com TNF-α, tem sido estudado e descrito extensivamente na literatura, em diversos
tipos celulares. Em linhagens de HSCs humanas, LI90, o tratamento com TNF-α
induziu a degradação de IкB, ativando o fator de transcrição NF-кB, levando ao
aumento da atividade de MMP-9, e, em monócitos humanos, TNF-α induz a transcrição
gênica de MMP-9 através da ativação de NF-кB (Nguyen et al., 2006). Recentemente,
em linhagens de colangiocarcinoma, foi demonstrado que TNF-α, via receptor TNFR1
ativa tanto ERK 1/2 e p38, quanto NF-кB, que estão intimamente relacionados à
produção e ativação de MMP-9 (Itatsu et al., 2008). MMPs, sintetizadas como
zimogênios, são secretadas ou permanecem ligadas à membrana plasmáticas, e,
subseqüentemente, são processadas e ativadas, seguindo para o local de degradação de
seus substratos. A regulação das gelatinases pode ser atingida através de múltiplos
níveis, incluindo a regulação por seus inibidores (TIMPs), expressão gênica, regulação
pós-transcricional, entre outros. MMP-9 possui sítios regulatórios para fatores de
transcrição como NF-кB e AP-1 em sua região promotora (Yan and Boyd, 2007), o que
explicaria o efeito encontrado em resposta ao estímulo com TNF-α, cujas ações podem
ser mediadas via translocação de NF-кB para o núcleo, aumentando a expressão e,
conseqüente, a atividade de MMP-9, nas células GRX. O presente trabalho mostra que o
tratamento com adenosina diminui a atividade de MMP-9, seja em células controle ou
em células estimuladas com TNF-
α. Os resultados obtidos com MRS1706 sugerem que
90
esse efeito é mediado pelo receptor A
2B
. A ativação dos receptores A
2B
pode resultar na
ativação tantos da proteína Gs, quanto da proteína Gq, produzindo cAMP e IP
3
,
respectivamente (Feoktistov and Biaggioni, 1997). Com o objetivo de testar o
envolvimento de cAMP na atividade das gelatinases, as células foram tratadas em
presença de um análogo não-degradável de cAMP, dbcAMP. O resultado observado
sobre a atividade de MMP-9 em resposta à presença de cAMP corrobora os dados
obtidos com o uso de antagonista de A
2B
R. O efeito do tratamento com adenosina sobre
a atividade de MMP-9 está de acordo com o efeito descrito por Chan et al que
evidenciaram, em culturas da linhagem LX-2, que o tratamento com agonista de
receptor A
2A
suprimiu a atividade da MMP-9 (Chan et al., 2006). Em culturas de células
dendríticas, expostas a condições de hipóxia, a superexpressão do receptor A
2B
,
acompanhada do aumento de sua funcionalidade, desencadeia a inibição da atividade de
MMP-9, via mecanismo dependente de cAMP e proteína quinase A (PKA) (Zhao et al.,
2008). A elevação dos níveis de cAMP também regula MMP-9 em modelos
experimentais de neutrófilos (Ernens et al., 2006) e de queratinócitos. Nesse último
estudo, o aumento de cAMP, através da ativação de adenilato ciclase por forskolin,
inibe o efeito de EGF na indução de MMP-9 . O estudo ainda sugere que essa ação seria
suportada pela cascata de MAP-quinases (McCawley et al., 2000). Nas células GRX, a
diminuição da atividade de MMP-9, em resposta ao tratamento somente com adenosina,
não foi acompanhada da diminuição nos níveis de transcritos de MMP-9, comprovando
o amplo nível de regulação da MMP-9 e sugerindo um mecanismo pós-transcricional
para tal efeito. Apesar disso, o tratamento com adenosina, em células estimuladas com
TNF-α, diminui também a expressão de mRNA de MMP-9, acompanhando a
diminuição da atividade detectada no sobrenadante. Curiosamente, o tratamento com
adenosina resultou no aparecimento de uma banda de ± 300Kda, com atividade de
91
MMP, observada em gel de poliacrilamida 6%. A formação de multímeros, hetero ou
homogêneos de MMP é bastante comum (Kjeldsen et al., 1993; Triebel et al., 1992).
Recentemente foi descrita a existência de um multímero de aproximadamente 300 Kda,
formado por pró-MMP9 e proteoglicano, entretanto, suas características bioquímicas
são alteradas em relação ao monômero de MMP-9 (Malla et al., 2008). A composição
do multímero observado nas células GRX tratadas com adenosina, cuja atividade
diminui em presença de TNF-α, não foi esclarecida, sendo necessário o uso de
anticorpos específicos para MMP-9 e MMP-2.
Ao contrário de MMP-9, MMP-2 não possui região reguladora para AP-1, e
possui uma região TATA box. Segundo Chakraborti et al, a expressão dessa gelatinase
é “constitutiva”, respondendo modestamente a fatores de crescimento e citocinas ampla
(Chakraborti et al., 2003; Fu et al., 2008). Além disso, diferentemente das outras
MMPs, cuja atividade é regulada através de uma cascata de ativação, envolvendo outras
MMPs, a atividade de MMP-2 é coordenada por uma MMP ancorada à membrana
(MMP-14) e por um inibidor de MMP, TIMP-2 (Hernandez-Barrantes et al., 2000).
Apesar dessa peculiaridade na regulação, evidenciamos que tanto o tratamento com
TNF-α, quanto o tratamento com adenosina, em presença ou ausência de TNF-α,
diminuem a atividade de MMP-2, sendo as ações da adenosina extracelular também
mediadas pelo receptor A
2B
.
Conforme comentado previamente, a ativação de receptores do tipo A
2B
pode
induzir à formação de cAMP. A coordenação das ações de MMP-2 em resposta ao
cAMP é bem reportada pela literatura. Em culturas celulares de fibrosarcoma, o uso de
agentes que elevam o nível de cAMP diminui o efeito da fosfolipase A
2
na ativação de
pro-MMP-2, com o envolvimento de ERK ½ (Lee et al., 2006). Nossos resultados de
expressão gênica, obtidos em resposta ao tratamento com adenosina, entretanto, não
92
coincidem com os dados de atividade de MMP-2, sugerindo a existência de mecanismo
pós-transcricional, que pode estar relacionado com a produção de cAMP. Essa
afirmação é suportada pelo estudo anterior que também mostra, em culturas células de
uma linhagem de fibrosarcoma, o aumento nos níveis de TIMP-2 em decorrência do
estímulo da produção de cAMP através do aumento da atividade de adenilato ciclase,
por forskolin (Lee et al., 2006). Além disso, a evidência de uma expressão de TIMP-2,
responsiva à cAMP, com a cooperação de fatores de transcrição como NF-Y e Sp1,
como mostrado em culturas de células epiteliais de câncer de mama, colabora com a
hipótese de regulação pós-transcricional da atividade de MMP-2 (Han et al., 2001). Para
tanto, deve-se considerar que a atividade de MMP-2 é coordenada, entre outros fatores,
por TIMP-2, que possui papel complexo na modulação da atividade da gelatinase em
questão. TIMP-2 é necessária para a ativação de pró-MMP-2, através da ligação com
MMP-14 - metaloproteinase de membrana -. Concentrações equimolares de TIMP-2 e
MMP-14 são essenciais para esse processo (Ward et al., 1991). Logo, o aumento dos
níveis de TIMP-2, induzido por cAMP, desloca o equilíbrio desse processo em favor da
inativação de pró-MMP2.
Nossos resultados claramente demonstram que tanto adenosina, quanto TNF-α
modulam aspectos importantes da fisiologia da linhagem GRX. Os dados mostrados
contribuem para elucidar os efeitos da adenosina extracelular, sobre a resposta
inflamatória gerada por TNF-α, e ainda sugerem que os fatores modulados, NO e
MMPs, podem estar relacionados. Em modelos de HSC, NO diminui a migração
estimulada por VEGF. Nas células GRX, adenosina potencializa os efeitos de TNF-α na
produção de NO, via receptor A
2B
e diminui a atividade de MMP-9, cujas funções estão
intimamente relacionadas à migração. Além disso, a modulação da atividade de MMP-9
em resposta ao NO foi extensivamente descrita na literatura, existindo, inclusive,
93
modulações bifásicas dessa atividade, ou seja, concentrações baixas de NO aumentam a
atividade de MMP-9, ao passo que concentrações mais altas resultam em efeito
contrário, levantando a hipótese de que o NO produzido pelas células tratadas com
TNF-α poderia regular positivamente a atividade de MMP-9, e que a potencialização
dessa produção, resultando em níveis maiores de NO, diminuiria a atividade da
gelatinase em questão, trazendo um mecanismo integrado de regulação.
4. CONCLUSÕES
Em resumo, com o presente trabalho, demonstramos que, em células GRX, os
níveis extracelulares de purinas são bastante baixos e não são alterados na presença de
TNF-α, sugerindo que essas células fazem uso das purinas produzidas pelas células
adjacentes. Também evidenciamos que as taxas de hidrólise tanto de ATP, quanto de
adenosina são baixas, comparando-se com outros tipos celulares. No entanto, em
presença de TNF-α, a hidrólise de adenosina foi aumentada, em conseqüência do
aumento da atividade da enzima ecto-adenosina deaminase.
Os efeitos da adenosina sobre a produção de óxido nítrico (NO), e atividade e
expressão das gelatinases, MMP-9 e MMP-2, também foram investigadas, em presença
e ausência de TNF-α e, conforme observado nos dados obtidos, o tratamento com
adenosina pode regular as ações do TNF-α. Adenosina potencializou a ação do TNF-α
sobre a produção de NO, provavelmente sem o envolvimento de inosina, uma vez que a
inibição de ecto-adenosina deaminase não reverteu essa potencialização. Adenosina
diminui a atividade de MMP-9, em ausência e presença de TNF-α, revertendo o efeito
dessa citocina, inclusive ao nível de expressão, embora a adenosina sozinha não tenha
tido a mesma ação, observada sobre a atividade de MMP-9. Alémd disso, o tratamento
com adenosina diminuiu a atividade de MMP-2, entretanto não potencializou a ação do
TNF-
α, que também diminuiu a atvidade de MMP-2, em presença e ausência de
94
adenosina. Os dados obtidos com a técnica de PCR em tempo real, mostrando um
aumento na expressão do mRNA de MMP-2 em resposta ao tratamento com adenosina,
com ou sem a presença de TNF-α, sugerem a existência de mecansimo pós-
transcricional no controle dessa enzima.
A adenosina extracelular pode desencadear suas ações ligando-se a quatro
diferentes subtipos de receptores de adenosina: A
1
, A
3
, A
2A
e A
2B
. Após a identificação
do receptor A
2B
nas células GRX, investigamos a sua participação nos efeitos
encontrados com adenosina. Conforme observado nos resultados utilizando-se
antagonista seletivo do receptor A
2B
, o receptor A
2B
tem papel importante, tanto na
produção de NO, quanto na regulação das atividades de MMP-2 e MMP-9.
Estudos futuros são necessários para entender a conseqüência funcional dessa
modulação, na GRX. Além disso, são importantes, uma vez que pouco se sabe a
respeito das ações da adenosina extracelular na HSC, em geral. Logo, a atribuição de
um papel benéfico ou deletério a esse nucleosídeo ainda necessita muita pesquisa.
5. PERSPECTIVAS
Analisar a expressão de iNOS nas células GRX tratadas com adenosina, em
presença ou ausência de TNF-α, bem como investigar a influência do receptor de
adenosina do tipo A
2B
na modulação dos níveis de transcritos desse gene;
Confirmar o perfil de expressão de MMP-9 e -2, em presença de antagonista de
receptor A
2B;
Analisar a expressão do gene do receptor A
2B
em células tratadas com TNF-α;
Investigar, com o auxílio de anticorpos para MMP-9 e MMP-2, a constituição da
banda de 300 kDa, observada em gel de acrilamida 6%.
95
6. REFERÊNCIAS
Akazawa, Y. and Gores, G. J. (2007). Semin Liver Dis 27, 327-38.
Aktan, F. (2004). Life Sci 75, 639-53.
Andrade, C. M., Roesch, G. C., Wink, M. R., Guimaraes, E. L., Souza, L. F., Jardim, F.
R., Guaragna, R. M., Bernard, E. A., Margis, R., Borojevic, R., Battastini, A. M.
and Guma, F. C. (2008). Life Sci 82, 21-9.
Aram, G., Potter, J. J., Liu, X., Torbenson, M. S. and Mezey, E. (2008). Hepatology 47,
2051-8.
Armendariz-Borunda, J., Katayama, K. and Seyer, J. M. (1992). J Biol Chem 267,
14316-21.
Bartley, P. B., Ramm, G. A., Jones, M. K., Ruddell, R. G., Li, Y. and McManus, D. P.
(2006). Int J Parasitol 36, 993-1001.
Bataller, R. and Brenner, D. A. (2005). J Clin Invest 115, 209-18.
Beckman, J. S., Beckman, T. W., Chen, J., Marshall, P. A. and Freeman, B. A. (1990).
Proc Natl Acad Sci U S A 87, 1620-4.
Benyon, R. C. and Arthur, M. J. (2001). Semin Liver Dis 21, 373-84.
Blomhoff, R., Green, M. H., Berg, T. and Norum, K. R. (1990). Science 250, 399-404.
Boissel, J. P., Bros, M., Schrock, A., Godtel-Armbrust, U. and Forstermann, U. (2004).
Biochemistry 43, 7197-206.
Borojevic, R., Guaragna, R. M., Margis, R. and Dutra, H. S. (1990). In Vitro Cell Dev
Biol 26, 361-8.
Borojevic, R., Monteiro, A. N., Vinhas, S. A., Domont, G. B., Mourao, P. A., Emonard,
H., Grimaldi, G., Jr. and Grimaud, J. A. (1985). In Vitro Cell Dev Biol 21, 382-
90.
Brake, A. J. and Julius, D. (1996). Annu Rev Cell Dev Biol 12, 519-41.
96
Breschi, M. C., Blandizzi, C., Fogli, S., Martinelli, C., Adinolfi, B., Calderone, V.,
Camici, M., Martinotti, E. and Nieri, P. (2007). Eur J Pharmacol 575, 149-57.
Casali, E. A., de Souza, L. F., Gelain, D. P., Kaiser, G. R., Battastini, A. M. and Sarkis,
J. J. (2003). Mol Cell Biochem 247, 111-9.
Casini, A., Ceni, E., Salzano, R., Biondi, P., Parola, M., Galli, A., Foschi, M., Caligiuri,
A., Pinzani, M. and Surrenti, C. (1997). Hepatology 25, 361-7.
Chagoya de Sanchez, V., Hernandez-Munoz, R., Yanez, L., Vidrio, S. and Diaz-Munoz,
M. (1995). J Biochem Toxicol 10, 41-50.
Chakraborti, S., Mandal, M., Das, S., Mandal, A. and Chakraborti, T. (2003). Mol Cell
Biochem 253, 269-85.
Chamulitrat, W., Blazka, M. E., Jordan, S. J., Luster, M. I. and Mason, R. P. (1995).
Life Sci 57, 2273-80.
Chan, E. S., Montesinos, M. C., Fernandez, P., Desai, A., Delano, D. L., Yee, H., Reiss,
A. B., Pillinger, M. H., Chen, J. F., Schwarzschild, M. A., Friedman, S. L. and
Cronstein, B. N. (2006). Br J Pharmacol 148, 1144-55.
Chang, Y. Z., Yang, L. and Yang, C. Q. (2008). Hepatobiliary Pancreat Dis Int 7, 401-5.
Che, J., Chan, E. S. and Cronstein, B. N. (2007). Mol Pharmacol 72, 1626-36.
Chen, Y., Epperson, S., Makhsudova, L., Ito, B., Suarez, J., Dillmann, W. and
Villarreal, F. (2004). Am J Physiol Heart Circ Physiol 287, H2478-86.
Clark, I. M., Swingler, T. E., Sampieri, C. L. and Edwards, D. R. (2008). Int J Biochem
Cell Biol 40, 1362-78.
Cordero, O. J., Salgado, F. J., Fernandez-Alonso, C. M., Herrera, C., Lluis, C., Franco,
R. and Nogueira, M. (2001). J Leukoc Biol 70, 920-30.
da Silva, F. M., Guimaraes, E. L., Grivicich, I., Trindade, V. M., Guaragna, R. M.,
Borojevic, R. and Guma, F. C. (2003). J Cell Biochem 90, 387-96.
97
Davis, K. L., Martin, E., Turko, I. V. and Murad, F. (2001). Annu Rev Pharmacol
Toxicol 41, 203-36.
de Souza, L. F., Gelain, D. P., Jardim, F. R., Ribeiro, G. R., Zim, M. and Bernard, E. A.
(2006). Mol Cell Biochem 281, 123-8.
DeLeve, L. D. (2007). Semin Liver Dis 27, 390-400.
Deleve, L. D., Wang, X. and Guo, Y. (2008). Hepatology.
dos Santos, A. Q., Nardin, P., Funchal, C., de Almeida, L. M., Jacques-Silva, M. C.,
Wofchuk, S. T., Goncalves, C. A. and Gottfried, C. (2006). Arch Biochem
Biophys 453, 161-7.
Dranoff, J. A., Kruglov, E. A., Abreu-Lanfranco, O., Nguyen, T., Arora, G. and Jain, D.
(2007). In Vivo 21, 957-65.
Dranoff, J. A., Ogawa, M., Kruglov, E. A., Gaca, M. D., Sevigny, J., Robson, S. C. and
Wells, R. G. (2004). Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 287, G417-24.
Dubyak, G. R. and el-Moatassim, C. (1993). Am J Physiol 265, C577-606.
El-Darahali, A., Fawcett, H., Mader, J. S., Conrad, D. M. and Hoskin, D. W. (2005).
Exp Mol Pathol 79, 249-58.
Elsharkawy, A. M., Oakley, F. and Mann, D. A. (2005). Apoptosis 10, 927-39.
Eng, F. J. and Friedman, S. L. (2000). Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 279, G7-
G11.
Ernens, I., Rouy, D., Velot, E., Devaux, Y. and Wagner, D. R. (2006). Circ Res 99, 590-
7.
Feoktistov, I. and Biaggioni, I. (1997). Pharmacol Rev 49, 381-402.
Folch, J., Lees, M. and Sloane Stanley, G. H. (1957). J Biol Chem 226, 497-509.
Fredholm, B. B., Arslan, G., Halldner, L., Kull, B., Schulte, G. and Wasserman, W.
(2000). Naunyn Schmiedebergs Arch Pharmacol 362, 364-74.
98
Friedman, S. L. (2000). J Biol Chem 275, 2247-50.
Friedman, S. L. (2008). Physiol Rev 88, 125-72.
Fu, X., Parks, W. C. and Heinecke, J. W. (2008). Semin Cell Dev Biol 19, 2-13.
Galli, A., Svegliati-Baroni, G., Ceni, E., Milani, S., Ridolfi, F., Salzano, R., Tarocchi,
M., Grappone, C., Pellegrini, G., Benedetti, A., Surrenti, C. and Casini, A.
(2005). Hepatology 41, 1074-84.
Gasull, X., Bataller, R., Gines, P., Sancho-Bru, P., Nicolas, J. M., Gorbig, M. N., Ferrer,
E., Badia, E., Gual, A., Arroyo, V. and Rodes, J. (2001). J Hepatol 35, 739-48.
Gonzalez-Abraldes, J., Bosch, J. and Garcia-Pagan, J. C. (2001). Curr Opin Investig
Drugs 2, 1407-13.
Gonzalez-Abraldes, J., Garcia-Pagan, J. C. and Bosch, J. (2002). Metab Brain Dis 17,
311-24.
Guimaraes, E. L., Franceschi, M. F., Grivicich, I., Dal-Pizzol, F., Moreira, J. C.,
Guaragna, R. M., Borojevic, R., Margis, R. and Guma, F. C. (2006). Liver Int
26, 477-85.
Guo, J. and Friedman, S. L. (2007). Semin Liver Dis 27, 413-26.
Gutierrez-Ruiz, M. C. and Gomez-Quiroz, L. E. (2007). Liver Int 27, 434-9.
Guzik, T. J., Korbut, R. and Adamek-Guzik, T. (2003). J Physiol Pharmacol 54, 469-87.
Han, Y. P., Tuan, T. L., Wu, H., Hughes, M. and Garner, W. L. (2001). J Cell Sci 114,
131-139.
Han, Y. P., Yan, C., Zhou, L., Qin, L. and Tsukamoto, H. (2007). J Biol Chem 282,
12928-39.
Han, Y. P., Zhou, L., Wang, J., Xiong, S., Garner, W. L., French, S. W. and Tsukamoto,
H. (2004). J Biol Chem 279, 4820-8.
99
Hashemi, M., Karami-Tehrani, F., Ghavami, S., Maddika, S. and Los, M. (2005). Cell
Prolif 38, 269-85.
Hashmi, A. Z., Hakim, W., Kruglov, E. A., Watanabe, A., Watkins, W., Dranoff, J. A.
and Mehal, W. Z. (2007). Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 292, G395-
401.
Hasko, G., Kuhel, D. G., Nemeth, Z. H., Mabley, J. G., Stachlewitz, R. F., Virag, L.,
Lohinai, Z., Southan, G. J., Salzman, A. L. and Szabo, C. (2000). J Immunol
164, 1013-9.
Hasko, G., Xu, D. Z., Lu, Q., Nemeth, Z. H., Jabush, J., Berezina, T. L., Zaets, S. B.,
Csoka, B. and Deitch, E. A. (2006). Crit Care Med 34, 1119-25.
Hautekeete, M. L., Dodeman, I., Azais-Braesco, V., Van den Berg, K., Seynaeve, C.
and Geerts, A. (1998). Alcohol Clin Exp Res 22, 494-500.
Hellemans, K., Rombouts, K., Quartier, E., Dittie, A. S., Knorr, A., Michalik, L.,
Rogiers, V., Schuit, F., Wahli, W. and Geerts, A. (2003). J Lipid Res 44, 280-95.
Hellerbrand, C., Jobin, C., Licato, L. L., Sartor, R. B. and Brenner, D. A. (1998). Am J
Physiol 275, G269-78.
Hernandez-Barrantes, S., Toth, M., Bernardo, M. M., Yurkova, M., Gervasi, D. C., Raz,
Y., Sang, Q. A. and Fridman, R. (2000). J Biol Chem 275, 12080-9.
Hernandez-Munoz, R., Diaz-Munoz, M. and Chagoya de Sanchez, V. (1994). Biochim
Biophys Acta 1200, 93-9.
Hernandez-Munoz, R., Diaz-Munoz, M., Lopez, V., Lopez-Barrera, F., Yanez, L.,
Vidrio, S., Aranda-Fraustro, A. and Chagoya de Sanchez, V. (1997). Hepatology
26, 1100-10.
100
Hernandez-Munoz, R., Diaz-Munoz, M., Suarez-Cuenca, J. A., Trejo-Solis, C., Lopez,
V., Sanchez-Sevilla, L., Yanez, L. and De Sanchez, V. C. (2001). Hepatology
34, 677-87.
Herrera, C., Casado, V., Ciruela, F., Schofield, P., Mallol, J., Lluis, C. and Franco, R.
(2001). Mol Pharmacol 59, 127-34.
Herrmann, J., Gressner, A. M. and Weiskirchen, R. (2007). J Cell Mol Med 11, 704-22.
Hess, D. T., Matsumoto, A., Nudelman, R. and Stamler, J. S. (2001). Nat Cell Biol 3,
E46-9.
Higashi, N., Sato, M., Kojima, N., Irie, T., Kawamura, K., Mabuchi, A. and Senoo, H.
(2005). Anat Rec A Discov Mol Cell Evol Biol 286, 899-907.
Ignarro, L. J., Fukuto, J. M., Griscavage, J. M., Rogers, N. E. and Byrns, R. E. (1993).
Proc Natl Acad Sci U S A 90, 8103-7.
Iimuro, Y. and Brenner, D. A. (2008). Pharm Res 25, 249-58.
Iimuro, Y., Gallucci, R. M., Luster, M. I., Kono, H. and Thurman, R. G. (1997).
Hepatology 26, 1530-7.
Iredale, J. P. (2001). Semin Liver Dis 21, 427-36.
Iredale, J. P. (2007). J Clin Invest 117, 539-48.
Iredale, J. P., Benyon, R. C., Pickering, J., McCullen, M., Northrop, M., Pawley, S.,
Hovell, C. and Arthur, M. J. (1998). J Clin Invest 102, 538-49.
Itatsu, K., Sasaki, M., Harada, K., Yamaguchi, J., Ikeda, H., Sato, Y., Ohta, T., Sato, H.,
Nagino, M., Nimura, Y. and Nakanuma, Y. (2008). Liver Int.
Jin, B., Alter, H. J., Zhang, Z. C., Shih, J. W., Esteban, J. M., Sun, T., Yang, Y. S., Qiu,
Q., Liu, X. L., Yao, L., Wang, H. D. and Cheng, L. F. (2005). Lab Invest 85,
992-1002.
Jing, Y., Shishkov, A. and Ponnappa, B. C. (2008). Biochim Biophys Acta 1780, 34-40.
101
Kawada, N., Tran-Thi, T. A., Klein, H. and Decker, K. (1993). Eur J Biochem 213, 815-
23.
Kemp, B. K. and Cocks, T. M. (1999). Br J Pharmacol 126, 1796-800.
Kisseleva, T. and Brenner, D. A. (2006). J Gastroenterol Hepatol 21 Suppl 3, S84-7.
Kjeldsen, L., Johnsen, A. H., Sengelov, H. and Borregaard, N. (1993). J Biol Chem 268,
10425-32.
Klaasse, E. C., Ijzerman, A. P., de Grip, W. J. and Beukers, M. W. (2008). Purinergic
Signal 4, 21-37.
Klinger, M., Freissmuth, M. and Nanoff, C. (2002). Cell Signal 14, 99-108.
Klotz, K. N. (2000). Naunyn Schmiedebergs Arch Pharmacol 362, 382-91.
Kmiec, Z. (2001). Adv Anat Embryol Cell Biol 161, III-XIII, 1-151.
Knittel, T., Mehde, M., Grundmann, A., Saile, B., Scharf, J. G. and Ramadori, G.
(2000). Histochem Cell Biol 113, 443-53.
Knittel, T., Mehde, M., Kobold, D., Saile, B., Dinter, C. and Ramadori, G. (1999). J
Hepatol 30, 48-60.
Knittel, T., Muller, L., Saile, B. and Ramadori, G. (1997). J Hepatol 27, 1067-80.
Koesling, D., Russwurm, M., Mergia, E., Mullershausen, F. and Friebe, A. (2004).
Neurochem Int 45, 813-9.
Kolachala, V., Asamoah, V., Wang, L., Obertone, T. S., Ziegler, T. R., Merlin, D. and
Sitaraman, S. V. (2005). Cell Mol Life Sci 62, 2647-57.
Kreckler, L. M., Wan, T. C., Ge, Z. D. and Auchampach, J. A. (2006). J Pharmacol Exp
Ther 317, 172-80.
Kroncke, K. D., Fehsel, K. and Kolb-Bachofen, V. (1997). Nitric Oxide 1, 107-20.
Kruglov, E. A., Correa, P. R., Arora, G., Yu, J., Nathanson, M. H. and Dranoff, J. A.
(2007). Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 292, G975-82.
102
Langer, D. A., Das, A., Semela, D., Kang-Decker, N., Hendrickson, H., Bronk, S. F.,
Katusic, Z. S., Gores, G. J. and Shah, V. H. (2008). Hepatology 47, 1983-93.
Lee, C., Lee, J., Choi, Y. A., Kang, S. S. and Baek, S. H. (2006). Biochem Biophys Res
Commun 340, 1278-83.
Lee, J. S., Kang Decker, N., Chatterjee, S., Yao, J., Friedman, S. and Shah, V. (2005).
Am J Pathol 166, 1861-70.
Leung, T. M., Tipoe, G. L., Liong, E. C., Lau, T. Y., Fung, M. L. and Nanji, A. A.
(2008). Int J Exp Pathol 89, 241-50.
Li, J. T., Liao, Z. X., Ping, J., Xu, D. and Wang, H. (2008). J Gastroenterol 43, 419-28.
Li, Y. L., Sato, M., Kojima, N., Miura, M. and Senoo, H. (1999). Cell Struct Funct 24,
255-61.
Liaudet, L., Mabley, J. G., Pacher, P., Virag, L., Soriano, F. G., Marton, A., Hasko, G.,
Deitch, E. A. and Szabo, C. (2002). Ann Surg 235, 568-78.
Linden, J., Thai, T., Figler, H., Jin, X. and Robeva, A. S. (1999). Mol Pharmacol 56,
705-13.
Livak, K. J. and Schmittgen, T. D. (2001). Methods 25, 402-8.
Lowry, O. H., Rosebrough, N. J., Farr, A. L. and Randall, R. J. (1951). J Biol Chem
193, 265-75.
Lu, J., Zhu, S. M., Zang, W. J., Xu, X. L., Luo, H. L., Yu, X. J., Wang, S. P., Kong, S.
S., Wu, J., Horie, M. and Sun, L. (2007). Biol Pharm Bull 30, 1206-11.
Lukivskaya, O., Patsenker, E., Lis, R. and Buko, V. U. (2008). Eur J Clin Invest 38,
317-25.
Ma, T. T., Ischiropoulos, H. and Brass, C. A. (1995). Gastroenterology 108, 463-9.
Malhi, H., Gores, G. J. and Lemasters, J. J. (2006). Hepatology 43, S31-44.
103
Malla, N., Berg, E., Uhlin-Hansen, L. and Winberg, J. O. (2008). J Biol Chem 283,
13652-65.
Margis, R. and Borojevic, R. (1989). Biochim Biophys Acta 1011, 1-5.
Matharu, A. L., Mundell, S. J., Benovic, J. L. and Kelly, E. (2001). J Biol Chem 276,
30199-207.
Mazzanti, R., Gramantieri, L. and Bolondi, L. (2008). Mol Aspects Med 29, 130-43.
McCawley, L. J., Li, S., Benavidez, M., Halbleib, J., Wattenberg, E. V. and Hudson, L.
G. (2000). Mol Pharmacol 58, 145-51.
McClain, C. J., Barve, S., Barve, S., Deaciuc, I. and Hill, D. B. (1998). Alcohol Clin
Exp Res 22, 248S-252S.
Mermelstein, C. S., Andrade, L. R., Portilho, D. M. and Costa, M. L. (2006). Cell
Tissue Res 323, 351-7.
Michel, T. and Feron, O. (1997). J Clin Invest 100, 2146-52.
Moreno, M. G. and Muriel, P. (2006). J Appl Toxicol 26, 326-32.
Murad, F. (1999). Biosci Rep 19, 133-54.
Nanji, A. A., Greenberg, S. S., Tahan, S. R., Fogt, F., Loscalzo, J., Sadrzadeh, S. M.,
Xie, J. and Stamler, J. S. (1995). Gastroenterology 109, 899-907.
Nemeth, Z. H., Bleich, D., Csoka, B., Pacher, P., Mabley, J. G., Himer, L., Vizi, E. S.,
Deitch, E. A., Szabo, C., Cronstein, B. N. and Hasko, G. (2007). Faseb J 21,
2379-88.
Nguyen, J., Gogusev, J., Knapnougel, P. and Bauvois, B. (2006). Immunol Lett 106, 34-
41.
Niwano, K., Arai, M., Tomaru, K., Uchiyama, T., Ohyama, Y. and Kurabayashi, M.
(2003). Circ Res 93, 523-30.
104
Noguchi, N., Teramoto, K., Ochiai, T., Irie, T., Kudou, A., Kurokawa, T., Nakamura,
N., Tanaka, S., Kawamura, T. and Arii, S. (2006). Hepatol Res 36, 86-93.
Novo, E., Marra, F., Zamara, E., Valfre di Bonzo, L., Monitillo, L., Cannito, S., Petrai,
I., Mazzocca, A., Bonacchi, A., De Franco, R. S., Colombatto, S., Autelli, R.,
Pinzani, M. and Parola, M. (2006). Gut 55, 1174-82.
Oakley, F., Meso, M., Iredale, J. P., Green, K., Marek, C. J., Zhou, X., May, M. J.,
Millward-Sadler, H., Wright, M. C. and Mann, D. A. (2005). Gastroenterology
128, 108-20.
Odashima, M., Otaka, M., Jin, M., Komatsu, K., Wada, I., Matsuhashi, T., Horikawa,
Y., Hatakeyama, N., Oyake, J., Ohba, R., Linden, J. and Watanabe, S. (2005). J
Gastroenterol 40, 526-9.
Olanrewaju, H. A. and Mustafa, S. J. (2000). Gen Pharmacol 35, 171-7.
Olaso, E., Ikeda, K., Eng, F. J., Xu, L., Wang, L. H., Lin, H. C. and Friedman, S. L.
(2001). J Clin Invest 108, 1369-78.
Ookawauchi, K., Saibara, T., Yoshikawa, T., Chun-Lin, L., Hayashi, Y., Hiroi, M.,
Enzan, H., Fukata, J. and Onishi, S. (1998). J Hepatol 29, 923-32.
Pacheco, R., Martinez-Navio, J. M., Lejeune, M., Climent, N., Oliva, H., Gatell, J. M.,
Gallart, T., Mallol, J., Lluis, C. and Franco, R. (2005). Proc Natl Acad Sci U S A
102, 9583-8.
Parks, W. C., Wilson, C. L. and Lopez-Boado, Y. S. (2004). Nat Rev Immunol 4, 617-
29.
Peng, Z., Fernandez, P., Wilder, T., Yee, H., Chiriboga, L., Chan, E. S. and Cronstein,
B. N. (2008). Faseb J 22, 2263-72.
Peyot, M. L., Gadeau, A. P., Dandre, F., Belloc, I., Dupuch, F. and Desgranges, C.
(2000). Circ Res 86, 76-85.
105
Poli, G. (2000). Mol Aspects Med 21, 49-98.
Qu, Z., Lou, D. and Pan, Y. (2007). J Huazhong Univ Sci Technolog Med Sci 27, 407-
10.
Ram, M., Sherer, Y. and Shoenfeld, Y. (2006). J Clin Immunol 26, 299-307.
Ray, C. J. and Marshall, J. M. (2006). J Physiol 570, 85-96.
Reynaert, H., Thompson, M. G., Thomas, T. and Geerts, A. (2002). Gut 50, 571-81.
Ridnour, L. A., Windhausen, A. N., Isenberg, J. S., Yeung, N., Thomas, D. D., Vitek,
M. P., Roberts, D. D. and Wink, D. A. (2007). Proc Natl Acad Sci U S A 104,
16898-903.
Rockey, D. (1997). Hepatology 25, 2-5.
Rockey, D. C. (2001). Semin Liver Dis 21, 337-49.
Rockey, D. C., Boyles, J. K., Gabbiani, G. and Friedman, S. L. (1992). J Submicrosc
Cytol Pathol 24, 193-203.
Rockey, D. C. and Chung, J. J. (1995). J Clin Invest 95, 1199-206.
Rockey, D. C., Chung, J. J., McKee, C. M. and Noble, P. W. (1998). Hepatology 27,
86-92.
Rockey, D. C., Housset, C. N. and Friedman, S. L. (1993). J Clin Invest 92, 1795-804.
Roderfeld, M., Hemmann, S. and Roeb, E. (2007). Z Gastroenterol 45, 25-33.
Rubbo, H., Radi, R., Trujillo, M., Telleri, R., Kalyanaraman, B., Barnes, S., Kirk, M.
and Freeman, B. A. (1994). J Biol Chem 269, 26066-75.
Ryzhov, S., Zaynagetdinov, R., Goldstein, A. E., Novitskiy, S. V., Blackburn, M. R.,
Biaggioni, I. and Feoktistov, I. (2008). J Pharmacol Exp Ther 324, 694-700.
Saile, B., Matthes, N., El Armouche, H., Neubauer, K. and Ramadori, G. (2001). Eur J
Cell Biol 80, 554-61.
Saile, B., Matthes, N., Knittel, T. and Ramadori, G. (1999). Hepatology 30, 196-202.
106
Saile, B. and Ramadori, G. (2007). Z Gastroenterol 45, 77-86.
Sakaida, I., Hironaka, K., Kimura, T., Terai, S., Yamasaki, T. and Okita, K. (2004). Life
Sci 74, 2251-63.
Sato, H., Kinoshita, T., Takino, T., Nakayama, K. and Seiki, M. (1996). FEBS Lett 393,
101-4.
Saxena, N. K., Titus, M. A., Ding, X., Floyd, J., Srinivasan, S., Sitaraman, S. V. and
Anania, F. A. (2004). Faseb J 18, 1612-4.
Schneider, L., Pietschmann, M., Hartwig, W., Marcos, S. S., Hackert, T., Gebhard, M.
M., Uhl, W., Buchler, M. W. and Werner, J. (2006). Am J Surg 191, 510-4.
Schramm, C. and Lohse, A. W. (2005). Clin Rev Allergy Immunol 28, 105-14.
Schuppan, D. and Afdhal, N. H. (2008). Lancet 371, 838-51.
Schuppan, D., Ruehl, M., Somasundaram, R. and Hahn, E. G. (2001). Semin Liver Dis
21, 351-72.
Senoo, H. (2004). Med Electron Microsc 37, 3-15.
Sims, D. E. (1991). Can J Cardiol 7, 431-43.
Stamler, J. S., Lamas, S. and Fang, F. C. (2001). Cell 106, 675-83.
Stetler-Stevenson, W. G. (2008). Sci Signal 1, re6.
Strongin, A. Y., Collier, I., Bannikov, G., Marmer, B. L., Grant, G. A. and Goldberg, G.
I. (1995). J Biol Chem 270, 5331-8.
Sun, C. X., Zhong, H., Mohsenin, A., Morschl, E., Chunn, J. L., Molina, J. G.,
Belardinelli, L., Zeng, D. and Blackburn, M. R. (2006). J Clin Invest 116, 2173-
2182.
Svegliati-Baroni, G., Saccomanno, S., van Goor, H., Jansen, P., Benedetti, A. and
Moshage, H. (2001). Liver 21, 1-12.
107
Taimr, P., Higuchi, H., Kocova, E., Rippe, R. A., Friedman, S. and Gores, G. J. (2003).
Hepatology 37, 87-95.
Takemura, S., Kawada, N., Hirohashi, K., Kinoshita, H. and Inoue, M. (1994). FEBS
Lett 354, 53-6.
Tanaka, Y., Nouchi, T., Yamane, M., Irie, T., Miyakawa, H., Sato, C. and Marumo, F.
(1991). J Pathol 164, 273-8.
Thirunavukkarasu, C., Watkins, S. C. and Gandhi, C. R. (2006). Hepatology 44, 389-98.
Tomita, K., Tamiya, G., Ando, S., Ohsumi, K., Chiyo, T., Mizutani, A., Kitamura, N.,
Toda, K., Kaneko, T., Horie, Y., Han, J. Y., Kato, S., Shimoda, M., Oike, Y.,
Tomizawa, M., Makino, S., Ohkura, T., Saito, H., Kumagai, N., Nagata, H.,
Ishii, H. and Hibi, T. (2006). Gut 55, 415-24.
Triebel, S., Blaser, J., Reinke, H. and Tschesche, H. (1992). FEBS Lett 314, 386-8.
Trincavelli, M. L., Marroni, M., Tuscano, D., Ceruti, S., Mazzola, A., Mitro, N.,
Abbracchio, M. P. and Martini, C. (2004). J Neurochem 91, 1180-90.
Tsukada, S., Parsons, C. J. and Rippe, R. A. (2006). Clin Chim Acta 364, 33-60.
Varela-Rey, M., Montiel-Duarte, C., Oses-Prieto, J. A., Lopez-Zabalza, M. J., Jaffrezou,
J. P., Rojkind, M. and Iraburu, M. J. (2002). FEBS Lett 528, 133-8.
Vera, M. and Nieto, N. (2006). Rev Esp Enferm Dig 98, 674-84.
Wakeno, M., Minamino, T., Seguchi, O., Okazaki, H., Tsukamoto, O., Okada, K.,
Hirata, A., Fujita, M., Asanuma, H., Kim, J., Komamura, K., Takashima, S.,
Mochizuki, N. and Kitakaze, M. (2006). Circulation 114, 1923-32.
Wang, D. R., Sato, M., Li, L. N., Miura, M., Kojima, N. and Senoo, H. (2003). Cell
Struct Funct 28, 505-13.
Wang, L., Kolachala, V., Walia, B., Balasubramanian, S., Hall, R. A., Merlin, D. and
Sitaraman, S. V. (2004). Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 287, G1100-7.
108
Wang, M. X. and Ren, L. M. (2006). Acta Pharmacol Sin 27, 1085-92.
Ward, R. V., Atkinson, S. J., Slocombe, P. M., Docherty, A. J., Reynolds, J. J. and
Murphy, G. (1991). Biochim Biophys Acta 1079, 242-6.
Weisberg, I. S., Brown, R. S., Jr. and Sigal, S. H. (2007). Clin Liver Dis 11, 893-916,
ix.
Wen, L. T. and Knowles, A. F. (2003). Br J Pharmacol 140, 1009-18.
Wyatt, A. W., Steinert, J. R., Wheeler-Jones, C. P., Morgan, A. J., Sugden, D., Pearson,
J. D., Sobrevia, L. and Mann, G. E. (2002). Faseb J 16, 1584-94.
Yan, C. and Boyd, D. D. (2007). J Cell Physiol 211, 19-26.
Yan, C., Zhou, L. and Han, Y. P. (2008). Liver Int.
Yegutkin, G. G. (2008). Biochim Biophys Acta 1783, 673-94.
Zhao, P., Li, X. G., Yang, M., Shao, Q., Wang, D., Liu, S., Song, H., Song, B., Zhang,
Y. and Qu, X. (2008). Mol Immunol 45, 2187-95.
Zhong, H., Belardinelli, L., Maa, T. and Zeng, D. (2005). Am J Respir Cell Mol Biol
32, 2-8.
Zhou, X., Murphy, F. R., Gehdu, N., Zhang, J., Iredale, J. P. and Benyon, R. C. (2004).
J Biol Chem 279, 23996-4006.
109
7. LISTA DE FIGURAS
Figura I1: Desenho esquemático de fígado em condição fisiológica e seus principais
tipos celulares e componentes...........................................................................................6
Figura I2: Desenho esquemático do processo de transdiferenciação da célula estrelada
hepática: suas causas e conseqüências..............................................................................8
Figure 1: ATP and adenosine metabolism in cultured GRX cells……………………...45
Figure 2: Effect of ecto-ADA and nucleoside transport inhibitors on TNF-alpha
stimulated adenosine hidrolysis in cultures of GRX…………………………………...46
Figure 3: Adenosine receptors on the surface of cultured GRX cells………………….47
Figura II1: Efeito do tratamento com adenosina na incorporação de [
14
C] acetato em
lipídios totais...................................................................................................................58
Figura II2: Efeito do tratamento com adenosina de 6 horas na incorporação de [
14
C]
acetato em lipídios totais.................................................................................................59
Figura II3: Efeito do tratamento de TNF-α, em presença ou ausência de adenosina,
sobre a apoptose de culturas de GRX tratadas por 24 horas...........................................61
Figura II4: Efeito do tratamento de adenosina 1mM na apoptose de culturas de GRX
tratadas por 24 e 48 horas................................................................................................62
Figura II5: Efeito do tratamento de adenosina e/ou TNF-alfa na produção de
nitrito...............................................................................................................................66
Figura II6: Efeito da inibição de adenosina deaminase na produção de nitrito em células
GRX tratadas com TNF-alfa e/ou adenosina...................................................................67
Figura II7:
Efeito do antagonista seletivo de receptor para adenosina do tipo A2b na
produção de óxido nítrico nas células GRX tratadas com TNF-alfa e/ ou
adenosina.........................................................................................................................68
110
Figura II8: Atividade de MMP-9 e -2 em culturas de GRX tratadas com adenosina, em
presença ou ausência de TNF-α.......................................................................................73
Figura II9: Regulação dos níveis de transcritos de MMP-9 e -2 em células tratadas com
adenosina e/ou TNF-α.....................................................................................................74
Figura II10: Participação do receptor A
2B
na regulação das atividades de MMP-9 e -2
em culturas de GRX tratadas com adenosina, em presença ou ausência de TNF-
α.......................................................................................................................................75
111
8. LISTA DE TABELAS
Tabela I1: Incorporação de [
14
C]acetato em lipídios totais nas células
GRX.................................................................................................................................60
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo