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Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação
e Manejo de Vida Silvestre
Estrutura e composição de assembléias de
macroinvertebrados bentônicos associados a acúmulos de
folhas em riachos de cabeceira, pertencentes à Cadeia do
Espinhaço (MG)
Ludmila Castro Valente
Orientador: Prof. Dr. Marcos Callisto
Belo Horizonte, 25 de fevereiro de 2008.
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Minas Gerais, como pré-requisito do Programa de
Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e
Manejo de Vida Silvestre, para a obtenção do
título de Mestre em Ecologia.
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
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“Dedico esta dissertação aos meus pais, irmãos, à minha sobrinha e ao meu querido
namorado”.
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
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Agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus por esta conquista. Foi uma caminhada difícil, mas o
Senhor não deixou que eu desistisse. Sou eternamente grata aos meus pais, Célio e Graça, que
sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me incentivando. Sempre deixaram seus
interesses de lado em favor dos filhos. Aos meus irmãos, Felício e Cíntia, pelo apoio,
momentos de descontração e palavras amigas. Em especial à minha linda sobrinha, Iohana,
pelos eternos e inesquecíveis momentos de brincadeiras. Nos momentos de estresse e tristeza
ela estava para me alegrar...Ao meu cunhado Rômulo. Ao meu amor de tanto tempo,
Dayan, agradeço pelo companheirismo, carinho, apoio e até por me agüentar algumas vezes..
Lembro-me da primeira vez que estive na sala do Prof. Dr. Marcos Callisto pedindo
estágio. Hoje estou aqui finalizando o meu mestrado. Agradeço ao meu orientador pela
inesquecível oportunidade, pelos ensinamentos e principalmente pelo meu crescimento tanto
profissional quanto pessoal.
Obrigada pelos membros da banca, Prof. Dr. José Francisco Gonçalves Júnior, Profa.
Dra. Virgínia Uieda e pesquisadora Dra.Tatiana Cornelissen por terem aceitado de forma
muito gentil o convite de participarem da banca de defesa de minha dissertação. Estejam
certos que todos vocês irão contribuir para o meu crescimento profissional.
Agradeço à Universidade Federal de Minas Gerais e ao Programa de Pós-Graduação
em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Aos professores do curso pelos
ensinamentos, apesar da rápida convivência. À professora Rosy Mary dos Santos Isaias pela
valiosa ajuda na análise do conteúdo estomacal. À secretaria do curso por resolver todos os
nossos problemas. À National Geografhic, ao CNPq e a Fapemig pelo financiamento do
projeto desta dissertação e à Capes pela bolsa oferecida durante o último ano de mestrado.
Sou eternamente grata aos amigos que fiz no Laboratório de Ecologia de Bentos.
Pessoas que me ajudaram e que nunca esquecerei, cada um com uma história diferente.
Ao Marcelo Moretti por ter me ajudado e me apoiado desde que eu entrei para este
laboratório, à Juliana França pela ajuda no campo, à Marianne, pela ajuda que me deu assim
que entrou no Leb e à Ana Paula pelas análises químicas. Agradeço também ao Pablo
Moreno, Raphael, Wander, Lurdemar, Fernanda, Ivan, Débora, Clarissa, Nayara, Aline,
Bárbara, Vitor Mota, Vitor Ângelo, Adriana, Luziana, Joseline, Paulo e Vanessa. E aos
antigos amigos Augusto, Taynan, Rosane, Fernanda Silva, Fernanda Prates, Izabela e
Fernando, que não estão mais no Leb. Muito obrigada aos membros do Nuvelhas, Cacá e
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Sônia. Ao Diego, por ter feito o mapa utilizado na área de estudo. Muito obrigada a todos
vocês pelo ótimo convívio!
Agradeço também ao convívio com a Fabiana Mourão, de que adveio uma bela
amizade que surgiu na sala de aula do mestrado, enquanto eu nem esperava que isso fosse
acontecer. Ótima amiga! Pena que foi morar um pouco longe! Agradeço também a minha
amiga Kênia, apesar dos desencontros nos finais de semana. Sei que somos companheiras do
nosso jeito, mas somos! À amiga Christie, companheira desde os tempos de Ouro Preto.
A todos vocês que estiveram ao meu lado, muito obrigada por tudo!
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Sumário
Resumo
6
Abstract
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Introdução
10
Objetivo Geral
12
Hipóteses
12
Perguntas
13
Objetivos Específicos
13
Àrea de Estudo
13
Material e Métodos
19
Resultados
24
Discussão
44
Conclusões
48
Considerações Finais e Perspectivas Futuras
49
Referências Bibliográficas
50
Anexos
56
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Resumo
A matéria orgânica alóctone é distribuída no leito dos rios de forma heterogênea e
pode ser utilizada pelas comunidades aquáticas como fonte de alimento e/ou abrigo. O
objetivo deste estudo foi avaliar a composição e estrutura das assembléias de
macroinvertebrados bentônicos associados a acúmulos de folhas em dez riachos de cabeceira
pertencentes à Cadeia do Espinhaço (MG). A área de estudo é composta por riachos que
possuem vegetação ripária íntegra, três tipos vegetacionais e três bacias hidrográficas.
Durante as estações seca (julho/2006) e chuvosa (março/2007) foram coletadas em cada um
dos córregos cinco amostras de folhas em trechos de rápidos e cinco em trechos de remansos,
considerando que os remansos são caracterizados por possuírem maior profundidade, fundo
arenoso e/ou pedregoso e menor velocidade da água, enquanto que os rápidos são mais rasos,
apresentando um fundo pedregoso e maior velocidade da correnteza. Foram avaliadas as
condições ecológicas dos riachos, parâmetros abióticos da coluna d’água e a composição
taxonômica. Foi também avaliada a dieta dos taxa mais abundantes encontrados durante a
estação seca. De acordo com o protocolo de caracterização de condições ecológicas,
observou-se que todos os córregos estão bem preservados. Foram coletados 18711
invertebrados pertencentes a 64 taxa (62 Insecta, um Annelida e um Hidracarina). Os taxa
mais abundantes foram Chironomidae (37,3%), Simuliidae (19%), Elmidae (6,1%),
Leptophebiidae (5,1%), Baetidae (4,4%), Leptohyphidae (4,1%), Hydropsychidae (3%),
Calamoceratidae (2,6%) e Perlidae (2,5%). Hydroptilidae, Leptoceridae, Gomphidae,
Empididae e Naucoridae corresponderam de 1 a 2 % dos macroinvertebrados bentônicos
coletados. A estrutura das assembléias de invertebrados foi diferente entre os córregos,
habitats e estações. A biomassa de folhas e a riqueza de invertebrados foram mais elevadas
nos trechos de remansos, enquanto que, a densidade de invertebrados foi maior nos rápidos. A
estação seca apresentou maiores valores de biomassa de folhas, riqueza e biomassa de
invertebrados. Em relação à sazonalidade, a estação seca apresentou maiores valores de
riqueza, abundância e diversidade de invertebrados bentônicos quando comparada com a
estação chuvosa.. A abundância de invertebrados fragmentadores não apresentou correlação
com a biomassa de folhas durante a estação seca, porém, na estação chuvosa, houve
correlação positiva entre estas duas variáveis. A estrutura trófica das assembléias de
macroinvertebrados variou significativamente entre córregos, habitats e estações, sendo que,
os coletores-filtradores foram mais abundantes nos rápidos e os predadores foram mais
abundantes nos remansos. Os invertebrados coletores-catadores, fragmentadores, predadores e
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raspadores foram mais abundantes durante a estação seca. A matéria orgânica (60%) foi o
item alimentar mais consumido pelos macroinvertebrados bentônicos analisados, sendo
predominante o grupo trófico dos detritívoros. Os resultados obtidos nos permitiram reforçar
os detritos foliares como fonte de energia para os riachos de cabeceira tropicais,
intensificando a importância de zonas ripárias para os invertebrados aquáticos.
Palavras-chave: invertebrados fragmentadores, rápidos, remansos.
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Abstract
The allocthonous organic matter is distributed in the riverbed of heterogeneous form and can
be used by aquatic communities as a source of food and/or shelter. The objective of this study
was to evaluate the composition and structure of benthic invertebrates assemblages associated
to accumulations of leaves in ten pertaining low-order forested streams belonging to the
Cadeia do Espinhaço (MG). The study area is composed for streams that have complete
riparian vegetation, three vegetation types and three watersheds. During the dry (July/2006)
and rainy seasons (March/2007) were collected in each of the streams five leaf samples in
stretches of runs and five in stretches of pools, considering that the pools are characterized by
having greater depth, bottom sandy and / or stony and lower velocity of the water, while the
runs are more flatter, presenting a bottom stony and greater speed of the currents. The
ecological conditions of the streams, abiotics parameters of the water column and taxonomic
composition were evaluated. It also evaluated the diet of the most abundant taxa found during
the dry season. In accordance with the protocol of characterization of ecological conditions,
was observed that all the streams were well preserved. 18711 invertebrates belonging to 64
taxa were collected (62 Insecta, an Annelida and a Hidracarina). The most taxa abundant
were Chironomidae (37.3%), Simuliidae (19%), Elmidae (6.1%), Leptophebiidae (5.1%),
Baetidae (4.4%), Leptohyphidae (4.1%), Hydropsychidae (3%), Calamoceratidae (2.6%) and
Perlidae (2.5%). Hydroptilidae, Leptoceridae, Gomphidae, Empididae and Naucoridae
corresponded to 1 2% of the sampled benthic macroinvertebrates. The structure of benthic
invertebrates assemblages was different between streams, habitats and seasons. The leaf
biomass and richness of invertebrates were higher in stretches of pools whereas the density of
invertebrates was greater in runs. The dry season showed higher values of biomass of leaves,
richness and biomass of invertebrates. Regarding seasonality, the dry season showed higher
values of richness, abundance and diversity of benthic invertebrates when compared with the
rainy season. The abundance of invertebrates shredders was not correlated with the biomass
of leaves during the dry season, but in the rainy season, there was a positive correlation
between these two variables. The trophic structure of benthic invertebrates assemblages
varied significantly between streams, habitats and seasons, with the filtering-collectors were
more abundant in runs and the predators were more abundant in pools. The invertebrates
gathering-collectors, shredders, predators and scrapers were more abundant during the dry
season. The organic matter (60%) was the most food items consumed by benthic
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macroinvertebrates analyzed, and the predominant trophic group of detritivores. The obtained
results allowed us to reinforce of riparian leaf detritus as an energy source for tropical forested
headwater streams, strengthening the importance of riparian zones for aquatic invertebrates.
Key words: invertebrates shredders, runs, pools.
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Introdução
Rios de pequena ordem caracterizam-se por possuírem pequenas dimensões e serem
margeados por vegetação ripária. Esta vegetação é responsável pela limitada produção
autóctone nestes corpos d´água, devido à reduzida disponibilidade de energia luminosa
(Henry et al., 1994). Assim, a principal fonte de energia e nutrientes para as comunidades
aquáticas provêem da entrada de matéria orgânica alóctone como folhas e outros detritos
(Graça et al., 2001b; Cheshire et al., 2005; Lepori et al., 2005; Azevedo-Pereira et al., 2006).
Em riachos de cabeceira os trechos de rápidos e remansos variam significativamente
em relação às suas condições físicas (p.ex. velocidade, profundidade, composição do
substrato), composição da matéria orgânica e disponibilidade de local para refúgio (Brown &
Brussock, 1991; Kobayashi & Kagaya, 2002, 2004 e 2005a). Como resultado, detritos
alóctones nestes dois tipos de trechos possuem assembléias distintas de invertebrados. Esta
diferença deve-se aos efeitos diretos das condições hidráulicas na abundância dos
macroinvertebrados e indiretamente através da influência da composição da matéria orgânica
retida nos remansos e rápidos (Kobayashi & Kagaya, 2002; 2004).
Matas ripárias em regiões tropicais possuem alta diversidade de espécies vegetais
cujas folhas variam grandemente quanto a suas características físicas e químicas (Dudgeon &
Wu, 1999; Cheshire et al., 2005). O processo de colonização destas folhas por invertebrados é
diretamente relacionado à qualidade nutricional dos detritos (Dudgeon & Wu, 1999; Graça,
2001), dureza, teores de nutrientes e compostos secundários (Graça, 2001; Wantzen et al.,
2002; Wantzen & Wagner, 2006). Esta relação pode estar associada às maiores taxas de
sobrevivência, crescimento e reprodução desses organismos nos detritos vegetais selecionados
(Graça et al., 2001a). Em função de adaptações ao estresse hídrico e à herbivoria, as espécies
de plantas do cerrado diferem bastante das espécies vegetais de região temperada (Oliveira et
al., 2003).
A matéria orgânica alóctone é distribuída no leito dos rios de forma heterogênea e
pode ser utilizada por comunidades de organismos aquáticos como fonte de alimento e/ou
abrigo da corrente e dos predadores (Kobayashi & Kagaya, 2002; 2004). Assim, os detritos
vegetais apresentam-se como importantes habitats para a produção secundária, assim como
seu processamento em riachos (Kobayashi & Kagaya, 2004).
Adaptações das espécies ao meio onde vivem podem ser avaliadas através de suas
estratégias alimentares (Tomanova et al., 2006). A classificação de comunidades bentônicas
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em grupos tróficos funcionais contribui para o entendimento da dinâmica trófica em riachos e
representa um bom indicador das condições ecológicas do ecossistema (Cummins et al., 2005;
Tomanova et al., 2006). Existem poucos estudos sobre grupos tróficos de invertebrados
aquáticos em regiões tropicais e os que existem baseiam-se em informações relatadas para
espécies temperadas, com exceção dos trabalhos de Callisto et al. (2001), Mantel et al.,
(2004), Motta & Uieda (2004, 2005), Cheshire et al. (2005), Tomanova et al. (2006) e
Wantzen & Wagner (2006). Entretanto, muitos consumidores neotropicais apresentam uma
maior mobilidade e flexibilidade em suas histórias de vida. Essas características podem levar
à exploração mais flexível dos recursos alimentares (Graça, 2001). Conseqüentemente, pode
haver diferenças significativas no comportamento alimentar dos invertebrados que vivem em
riachos temperados e tropicais, uma vez que esses últimos podem ser mais generalistas
(Tomanova et al., 2006).
Após a queda das folhas nos riachos ocorrem inúmeros processos, tais como, a
decomposição química, abrasão física, colonização e degradação microbiana e fragmentação
por invertebrados (Graça, 2001). Os invertebrados fragmentadores quebram a estrutura física
dos detritos foliares aumentando sua produção secundária e transformando-os em matéria
orgânica particulada fina, que é então disponibilizada para outros invertebrados aquáticos,
especialmente coletores (Wantzen et al., 2002; Bjelke et al., 2005; Lepori et al., 2005). Desta
forma, os organismos fragmentadores e coletores-catadores são os maiores consumidores
primários nos rios, constituindo-se um elo de ligação entre a entrada da matéria orgânica e os
predadores (Cheshire et al., 2005).
Como os fragmentadores participam do processo de decomposição dos detritos
vegetais, estes invertebrados têm papel importante relacionado à transferência de energia ao
longo da cadeia de detritos nestes ecossistemas (Graça et al., 2001a; Motomori et al., 2001;
Sylvestre & Bailey, 2005), sendo mais abundantes em rios de pequena ordem (Graça et al.,
2001a; Henry et al., 1994). Pesquisas recentes têm sugerido que os invertebrados
fragmentadores são pouco abundantes em riachos tropicais (Cheshire et al., 2005; Moretti,
2005; Gonçalves et al., 2007; Moretti et al., 2007). As diferenças existentes na abundância de
fragmentadores entre riachos tropicais e temperados não são devidas ao simples efeito direto
da temperatura como foi sugerido por Irons et al. (1994), mas provavelmente também estão
relacionadas ao grupo taxonômico envolvido na fragmentação, insetos em regiões temperadas
e principalmente crustáceos em regiões tropicais (Dobson et al., 2002; Wantzen & Wagner,
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2006; Uieda e Motta, 2007). Além disso, ausência de sazonalidade na entrada alóctone de
detritos, associada a grandes variações na vazão em trechos de cabeceira, reduz a
previsibilidade dos detritos como fonte alimentar na maioria dos córregos tropicais (Dobson
et al., 2002, Uieda & Gajardo, 1996).
Para o presente projeto de dissertação de mestrado foram selecionados dez riachos de
cabeceira situados ao longo da Cadeia do Espinhaço no estado de Minas Gerais. Esses dez
riachos de cabeceira possuem vegetação ripária íntegra e estão situados também ao longo da
antiga Estrada Real, entre as cidades de Diamantina e Ouro Branco. A área de estudo engloba
três tipos vegetacionais (Mata Atlântica, Cerrado e Campos Rupestres) e três bacias
hidrográficas (bacia do Rio Doce, bacia do Rio São Francisco e bacia do Rio Jequitinhonha).
Este projeto de dissertação está inserido em um amplo projeto de cooperação
internacional intitulado “Biodiversity effects on ecosystem function”, coordenado pela Dra.
Luz Boyero da Escola de Biologia Tropical, James Cook University (Austrália), financiado
pela National Geographic Organization. Este projeto de cooperação é realizado com a
colaboração de mais de 40 pesquisadores em países tropicais e temperados e tem como
objetivo avaliar se um gradiente latitudinal nas assembléias de invertebrados
fragmentadores e o seu papel nas taxas de decomposição em diferentes regiões (do norte da
Europa até Patagônia e Nova Zelândia).
Objetivo Geral
Avaliar a composição e estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos
associados a acúmulos de folhas em riachos de cabeceira pertencentes à Cadeia do Espinhaço
no estado de Minas Gerais.
Hipóteses
1. Nos ecossistemas lóticos, a velocidade da água e a composição do substrato
influenciam a estrutura das assembléias de macroinvertebrados entre trechos de
rápidos e remansos em um mesmo córrego.
2. Devido à maior estabilidade ambiental durante a estação seca, as assembléias
apresentam maior riqueza, abundância e diversidade.
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Perguntas
1. diferença na estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos entre
trechos de rápidos e remansos em um mesmo córrego?
2. A estação seca apresenta maiores valores de riqueza, abundância e diversidade de
macroinvertebrados bentônicos que a estação chuvosa?
3. A biomassa de folhas acumuladas no leito dos rios está correlacionada com a
abundância de invertebrados fragmentadores?
Objetivos Específicos
1. Verificar se a composição taxonômica, a riqueza, a densidade e a biomassa de
macroinvertebrados diferem entre os trechos de remansos e rápidos em um mesmo
córrego.
2. Verificar se os valores de riqueza, abundância e diversidade de macroinvertebrados
são maiores durante a estação seca.
3. Avaliar a correlação da biomassa de folhas presente nos córregos na abundância de
invertebrados fragmentadores.
Área de Estudo
A Cadeia do Espinhaço foi reconhecida como Reserva da Biosfera pela Unesco em
junho de 2005 (Conservação Internacional, CI - www.conservation.org.br), sendo considerada
um importante patrimônio natural e cultural para o Brasil e para o mundo. A Cadeia do
Espinhaço estende-se da parte centro-sul de Minas Gerais até o Estado da Bahia em uma área
de aproximadamente 1000 km de extensão, com larguras que vão de 50 a 100 km e altitudes
variando de 1000 a 1500 m (Giulietti et al., 1997). Sua área de abrangência começa nas Serras
de Ouro Preto e Ouro Branco e termina ao norte na Bahia por maciços que compõem a
Chapada Diamantina (Torquato & Fogaça, 1981). Esta cadeia montanhosa apresenta-se como
um divisor de águas entre as bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Doce (Ab`Saber,
1990). A região do Espinhaço é formada por solos rasos e pedregosos, sendo frequentes os
afloramentos areníticos e as formações quartzíticas (Ab`Saber, 1990; Rizzini, 1997). Sua
história geológica é datada desde o período Pré-Cambriano (Ab`Saber, 1990). Os solos são
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ocupados por campos rupestres, cerrados e matas de galeria (Giulietti & Pirani, 1988; Rizzini,
1997).
No século XVII a Estrada Real foi criada pela coroa portuguesa com o objetivo de
fiscalizar a circulação das riquezas e mercadorias (ouro e diamante) que transitavam entre
Minas Gerais e o litoral do Rio de Janeiro, na época capital da colônia por onde saíam os
navios para Portugal. Atualmente a Estrada Real é formada por 177 municípios, sendo 162
em Minas Gerais, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo. Foi a união de três caminhos
surgidos em momentos diferentes que deram origem ao que ela é hoje: o Caminho Velho
(Paraty a Ouro Preto), o Caminho Novo (Rio de Janeiro a Ouro Preto) e a Rota dos Diamantes
(última parte da Estrada Real que vai de Ouro Preto até Diamantina) (Instituto Estrada Real
www.estradareal.org.br).
Dentre os dez córregos que foram amostrados, três situam-se na porção mais ao norte
da Cadeia do Espinhaço (Figura 1). O córrego das Boleiras (A) encontra-se dentro do Parque
Estadual do Rio Preto, localizado no município de São Gonçalo do Rio Preto (MG), em uma
altitude de 800m (Tabela 1). Nos arredores do Parque encontra-se o córrego Alecrim (B), cuja
altitude é de 740m; e o terceiro córrego localiza-se entre o município de Diamantina e o
distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras (MG): o mais alto deles, a uma altitude de 1120m
(C). Em toda essa região, a vegetação predominante é o cerrado, formações savânicas e
campos rupestres (Silva & Carmo, 2005). O clima é marcado por temperaturas médias anuais
em torno de 18ºC. A média das máximas é de aproximadamente 23,8ºC, enquanto que a
média das mínimas encontra-se próxima a 14ºC (Silva & Carmo, 2005). A rede de drenagem
ao longo do Parque é derivada basicamente do Rio Preto, afluente da margem direita do Rio
Araçuaí que pertence à bacia do Rio Jequitinhonha.
Os córregos Indaiá (D), das Pedras (E) e Taioba (F) localizam-se no Parque Nacional
da Serra do Cipó que abrange os Municípios de Santana do Riacho, Jaboticatubas, Morro do
Pilar e Itambé do Mato Dentro (MG). O córrego Indaiá pertence às cabeceiras da bacia do rio
Doce e localiza-se a 1200m de altitude. A vegetação no seu entorno é formada por cerrados,
campos rupestres e, nos trechos situados em vales, por matas de galeria que apresentam alta
riqueza de espécies arbustivas (Gonçalves, 2005; Gonçalves et al., 2006). Os córregos Taioba
e das Pedras são afluentes do rio Cipó pertencendo à bacia do rio São Francisco. Esses dois
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corpos d’água situam-se a altitudes de 750m e 760m, respectivamente. O clima da região é
tropical de altitude (Cwb) com verões frescos e estação seca pronunciada. As temperaturas
médias anuais oscilam entre 17,0 e 18,5°C, e as precipitações médias entre 1.450 e
1.800mm/ano.
Na porção sul do Espinhaço encontram-se três córregos: Córrego da Cachoeira (H), o
córrego Garcia (I) e o Ribeirão Colônia (J). Todos se situam entre os municípios de Ouro
Branco e Ouro Preto (MG). O córrego Garcia e o Ribeirão Colônia situam-se na Serra do
Ouro Branco, a altitudes de 980m e 1320m, respectivamente, sendo que o primeiro localiza-se
ao longo da rodovia MG-129, no trecho da antiga Estrada Real. A Serra do Ouro Branco
apresenta uma área de aproximadamente 1.614 ha. Constitui-se numa elevação abrupta com
cerca de 20 km de extensão, sendo formada por escarpas íngrimes e um planalto, cuja altitude
varia entre 1.250 e 1.568 m. O Córrego da Cachoeira localiza-se no distrito de Itatiaia com
altitude correspondente de 940m. Esses corpos d’ água pertencentem à bacia do Rio Doce. O
clima desta região é classificado como tropical de altitude (Cwb), marcado por sazonalidade
térmica e pluviométrica. As temperaturas oscilam entre 13 e 22°C e o índice pluviométrico
anual é de 1.200 mm (Instituto de Geociências Aplicadas, IGA www.iga.br). A vegetação é
composta por campos de altitude ainda preservados, áreas de pastagens, fazendas e
fragmentos de Mata Atlântica de vários tamanhos (Moretti, 2005).
O último córrego (G) amostrado localiza-se no distrito de São Bartolomeu, situado a
15 Km do município de Ouro Preto (MG), em uma altitude de 1080m. O distrito de São
Bartolomeu possui corpos d’ água que deságuam no rio das Velhas que pertence à bacia do
rio São Francisco. A vegetação é composta por árvores mais altas, áreas de pastagens,
fazendas e fragmentos de Mata Atlântica. No ano de 2005, o índice pluviométrico esteve entre
1200-1400mm e as temperaturas médias oscilaram entre 20,0 e 22,0ºC (Instituto Mineiro de
Gestão das Águas IGAM - www.igam.mg.gov.br). Na figura 1 é mostrada a Cadeia do
Espinhaço e a localização dos córregos (letras
A J
), seguida pela tabela 1 que contém as
coordenadas geográficas, altitudes e bacias aos quais os córregos pertencem e por último fotos
que caracterizam as áreas estudadas (Figura 2).
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Figura 1: Mapa da Cadeia do Espinhaço (MG) e a localização dos córregos estudados indicada pelas
letras (A – J).
I
E
D
C
A
F
H
B
G
J
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Tabela 1. Coordenadas geográficas e nome dos córregos com suas respectivas letras no mapa acima,
altitudes e bacias hidrográficas às quais pertencem.
Coordenadas Ecossistema Mapa Altitude
Bacia
hidrográfica
23K 0675117 Córrego das Boleiras letra A 800m Rio Jequitinhonha
UTM 7996444
23K 0672097 Córrego Alecrim letra B 740m Rio Jequitinhonha
UTM8003175
23K0653301 Córrego SGRP letra C 1120m Rio Jequitinhonha
UTM 7971287
23K 0655422 Córrego Indáia letra D 1200m Rio Doce
UTM 7868224
23K 0647010 Córrego das Pedras letra E 760m Rio São Francisco
UTM 7857537
23K 0649831 Córrego Taioba letra F 750m Rio São Francisco
UTM 7855164
23K 0647125 Córrego da Cachoeira letra H 940m Rio Doce
UTM 7734564
23K 0644326 Córrego Garcia letra I 980m Rio Doce
UTM 7732899
23K 0635853 Ribeirão Colônia letra J 1320m Rio Doce
UTM 7733991
23K 0650114 Córrego São Bartolomeu
letra G 1080m Rio São Francisco
UTM 7749870
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
18
Figura 2. Fotos dos córregos estudados na Cadeia do Espinhaço (MG). De cima para baixo, da
esquerda para a direita: córrego das Boleiras, córrego Alecrim, córrego São Gonçalo do Rio das
Pedras, córrego Indaiá, córrego das Pedras, córrego Taioba, córrego Garcia, Ribeirão Colônia, córrego
da Cachoeira e córrego São Bartolomeu.
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
19
Material e Métodos
As coletas realizadas nos dez córregos na Cadeia do Espinhaço ocorreram nos meses
de julho de 2006 e março de 2007, representando assim, as estações seca e chuvosa,
respectivamente.
Protocolo de Avaliação Rápida de Condições Ecológicas e Diversidade de Habitats em
Trechos de Bacias Hidrográficas
A estimativa da composição física do substrato foi realizada com a aplicação de um
protocolo de avaliação rápida das condições ecológicas proposto por Callisto et al. (2002)
(Quadros 1, 2). Este protocolo é constituído de 22 parâmetros que caracterizam não o
ambiente aquático como também a região no entorno. Cada parâmetro é acompanhado de uma
pontuação. O valor final do protocolo é obtido com o somatório de cada parâmetro individual
e valores de 0 a 40 pontos representam trechos impactados; valores de 41 a 60 pontos
representam trechos alterados; e valores acima de 61 pontos representam trechos naturais.
Parâmetros Abióticos
Em cada córrego foram determinadas sua localização geográfica com um GPS Garmin
e altitude (altímetro). Medidas de profundidade e largura dos córregos foram realizadas em
todos os trechos estudados. A velocidade média foi estimada utilizando-se um fluxômetro
(marca Globalwater).
As características físicas e químicas da água (temperatura, condutividade elétrica,
turbidez e pH) foram mensuradas em campo utilizando-se equipamentos portáteis da marca
Digimed. Os teores de oxigênio dissolvido foram avaliados pelo método de Winkler e a
alcalinidade total foi estimada pelo método Gram, modificado por Carmouze (1994). Um litro
de água de cada um dos 10 córregos foi levado para o laboratório para a quantificação dos
teores de nitrogênio e fosfóro de acordo com “Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater” (American Public Health Agency, 1992). A cobertura da vegetação
ripária em cada córrego foi estimada visualmente, sendo maior que 70%.
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Quadro 1: Protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em trechos de bacias hidrográficas.
Obs.: 4 pontos (situação natural), 2 e 0 pontos (situações leve ou severamente alteradas).
Descrição do Ambiente
Localização:
Data de Coleta: ___ /___/___ Hora da Coleta: __________
Tempo (situação do dia):
Modo de coleta (coletor):
Tipo de Ambiente: Córrego ( ) Rio ( )
Largura média:
Profundidade média:
Temperatura da água:
PONTUAÇÃO
PARÂMETROS
4 pontos
2 pontos
0 ponto
1.Tipo de ocupação das
margens do corpo d’água
(principal atividade)
Vegetação natural
Campo de
pastagem/Agricultura/
Monocultura/
Reflorestamento
Residencial/ Comercial/
Industrial
2. Erosão próxima e/ou
nas margens do rio e
assoreamento em seu leito
Ausente Moderada Acentuada
3. Alterações antrópicas Ausente
Alterações de origem
doméstica
(esgoto, lixo)
alterações de origem
industrial/ urbana
(
fábricas, siderurgias,
canalização, retilização do
curso do rio)
4. Cobertura
vegetal no leito
Parcial Total Ausente
5. Odor da água Nenhum Esgoto (ovo podre) óleo/industrial
6. Oleosidade da água Ausente Moderada Abundante
7. Transparência da água transparente turva/cor de chá-forte opaca ou colorida
8. Odor do sedimento
(fundo)
Nenhum Esgoto (ovo podre) óleo/industrial
9. Oleosidade do fundo Ausente Moderado Abundante
10. Tipo de fundo
pedras/cascalho Lama/areia cimento/canalizado
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21
Quadro 2: Protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em trechos de bacias hidrográficas.
Obs.: 5 pontos (situação natural), 3, 2 e 0 pontos (situações leve, moderada ou severamente alteradas).
PARÂMETROS
PONTUAÇÃO
5 pontos 3 pontos 2 pontos 0 ponto
11. Tipos de fundo
Mais de 50% com habitats
diversificados; pedaços de
troncos submersos;
cascalho ou outros habitats
estáveis.
30 a 50% de habitats
diversificados; habitats
adequados para a
manutenção das
populações de organismos
aquáticos.
10 a 30% de habitats
diversificados;
disponibilidade de habitats
insuficiente; substratos
freqüentemente modificados.
Menos que 10% de habitats
diversificados; ausência de
habitats óbvia; substrato
rochoso instável para fixação
dos organismos.
12. Extensão de
rápidos
Rápidos e rápidos bem
desenvolvidas; rápidos tão
largos quanto o rio e com o
comprimento igual ao
dobro da largura do rio.
Rápidos com a largura
igual à do rio, mas com
comprimento menor que o
dobro da largura do rio.
Trechos rápidos podem estar
ausentes; rápidos não tão
largos quanto o rio e seu
comprimento menor que o
dobro da largura do rio.
Rápidos ou rápidos
inexistentes.
13. Freqüência de
rápidos
Rápidos relativamente
freqüentes; distância entre
rápidos dividida pela
largura do rio entre 5 e 7.
Rápidos não freqüentes;
distância entre rápidos
dividida pela largura do rio
entre 7 e 15.
Rápidos ou rápidos
ocasionais; habitats formados
pelos contornos do fundo;
distância entre rápidos
dividida pela largura do rio
entre 15 e 25.
Geralmente com lâmina
d’água “lisa” ou com rápidos
rasos; pobreza de habitats;
distância entre rápidos
dividida pela largura do rio
maior que 25.
14. Tipos de
substrato
Seixos abundantes
(prevalecendo em
nascentes).
Seixos abundantes;
cascalho comum.
Fundo formado
predominante-
mente por cascalho; alguns
seixos presentes.
Fundo pedregoso; seixos ou
lamoso.
15. Deposição de
lama
Entre 0 e 25% do fundo
coberto por lama.
Entre 25 e 50% do fundo
coberto por lama.
Entre 50 e 75% do fundo
coberto por lama.
Mais de 75% do fundo
coberto por lama.
16. Depósitos
sedimentares
Menos de 5% do fundo
com deposição de lama;
ausência de deposição nos
remansos.
Alguma evidência de
modificação no fundo,
principalmente como
aumento de cascalho, areia
ou lama; 5 a 30% do fundo
afetado; suave deposição
nos remansos.
Deposição moderada de
cascalho novo, areia ou lama
nas margens; entre 30 a 50%
do fundo afetado; deposição
moderada nos remansos.
Grandes depósitos de lama,
maior desenvolvi-
mento das margens; mais de
50% do fundo modificado;
remansos ausentes devido à
significativa deposição de
sedimentos.
17. Alterações no
canal do rio
Canalização (retificação)
ou dragagem ausente ou
mínima; rio com padrão
normal.
Alguma canalização
presente, normalmente
próximo à construção de
pontes; evidência de
modificações há mais de 20
anos.
Alguma modificação presente
nas duas margens; 40 a 80%
do rio modificado.
Margens modificadas; acima
de 80% do rio modificado.
18 Características do
fluxo das águas
Fluxo relativamente igual
em toda a largura do rio;
mínima quantidade de
substrato exposta.
Lâmina d’água acima de
75% do canal do rio; ou
menos de 25% do substrato
exposto.
Lâmina d’água entre 25 e
75% do canal do rio, e/ou
maior parte do substrato nos
“rápidos” exposto.
Lâmina d’água escassa e
presente apenas nos
remansos.
19. Presença de mata
ciliar
Acima de 90% com
vegetação ripária nativa,
incluindo árvores, arbustos
ou macrófitas; mínima
evidência de
desflorestamento; todas as
plantas atingindo a altura
“normal”.
Entre 70 e 90% com
vegetação ripária nativa;
desflorestamento evidente
mas não afetando o
desenvolvimento da
vegetação; maioria das
plantas atingindo a altura
“normal”.
Entre 50 e 70% com
vegetação ripária nativa;
desflorestamento óbvio;
trechos com solo exposto ou
vegetação eliminada; menos
da metade das plantas
atingindo a altura “normal”.
Menos de 50% da mata ciliar
nativa; desfloresta-
mento muito acentuado.
20 Estabilidade das
margens
Margens estáveis;
evidência de erosão
mínima ou ausente;
pequeno potencial para
problemas futuros. Menos
de 5% da margem afetada.
Moderadamente estáveis;
pequenas áreas de erosão
freqüentes. Entre 5 e 30%
da margem com erosão.
Moderadamente instável;
entre 30 e 60% da margem
com erosão. Risco elevado de
erosão durante enchentes.
Instável; muitas áreas com
erosão; freqüentes áreas
descobertas nas curvas do rio;
erosão óbvia entre 60 e 100%
da margem.
21. Extensão de
mata ciliar
Largura da vegetação
ripária maior que 18 m;
sem influência de
atividades antrópicas
(agropecuária, estradas,
etc.).
Largura da vegetação
ripária entre 12 e 18 m;
mínima influência
antrópica.
Largura da vegetação ripária
entre 6 e 12 m; influência
antrópica intensa.
Largura da vegetação ripária
menor que 6 m; vegetação
restrita ou ausente devido à
atividade antrópica.
22. Presença de plantas
aquáticas
Pequenas macrófitas
aquáticas e/ou musgos
distribuídos pelo leito.
Macrófitas aquáticas ou
algas filamentosas ou
musgos distribuídas no rio,
substrato com perifiton.
Algas filamentosas ou
macrófitas em poucas pedras
ou alguns remansos, perifiton
abundante e biofilme.
Ausência de vegetação
aquática no leito do rio ou
grandes bancos macrófitas
(p.ex. aguapé).
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Desenho amostral
Dentro de uma seção de aproximadamente 100 m em cada córrego foram coletadas 10
amostras de acúmulo de folhas, com quadrante de 20x20 cm, cinco em trechos rápidos e cinco
em remansos, utilizando-se um amostrador do tipo “Surber” (malha de 250 µm). Segundo
Uieda e Gajardo (1996), os remansos são caracterizados por possuírem maior profundidade,
fundo arenoso e/ou pedregoso e menor velocidade da água. Os rápidos são mais rasos,
apresentando um fundo pedregoso e maior velocidade da correnteza. Após a coleta de cada
amostra, as folhas foram separadas manualmente, lavadas com água do rio em uma peneira de
0,5 mm para a triagem dos macroinvertebrados e então acondicionadas em sacos plásticos. Os
invertebrados retidos na peneira foram acondicionados em potes plásticos e fixados com
álcool 70%.
No Laboratório Nuvelhas/Ecologia de Bentos da UFMG as folhas de cada amostra
foram secas em estufa a 50°C durante 48 horas e pesadas.
Os invertebrados foram posteriormente triados, contados e identificados em uma lupa
Zeiss (20x), com o auxílio de chaves de identificação (Pérez, 1988; Strixino & Strixino, 1995;
Merritt & Cummins, 1996; Epler, 2001). Os organismos encontrados foram classificados em
grupos tróficos funcionais segundo Merritt & Cummins (1996), Cummins et al. (2005) e
Tomanova et al. (2006). Os taxa cujos organismos podem pertencer a mais de um grupo
funcional foram divididos igualmente entre as categorias tróficas. Em seguida, os indivíduos
foram secos à temperatura de 50º a 60°C por 48 horas e pesados em balança analítica com
precisão de 0,0001g para a estimativa de biomassa (mg).
Avaliação da dieta dos invertebrados
Para classificar as assembléias de invertebrados bentônicos em grupos tróficos
funcionais foram analisados os conteúdos estomacais de 10 indivíduos pertencentes aos 10
taxa mais abundantes encontrados nos córregos durante a estação seca: Ephemeroptera
(Baetidae, Leptophlebiidae, Leptohyphidae); Plecoptera (Perlidae); Trichoptera
(Leptoceridae, Hydropsychidae); Coleoptera (Elmidae); Diptera (Chironominae, Simuliidae e
Stenochironomus). Devido ao grande volume de amostras e tempo para o processamento das
mesmas, a análise do conteúdo estomacal restringiu-se apenas àqueles invertebrados
coletados durante a primeira campanha.
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Para a retirada dos tratos intestinais, os organismos foram abertos sobre placa de Petri
com um bisturi e pinça sob microscópio estereoscópico (aumento de 80x). Todo o material
encontrado foi examinado em microscópio óptico (100x). As porcentagens dos diferentes
tipos de recursos alimentares encontrados foram contadas em uma lâmina dividida em 100
quadrados de 2 mm cada, classificadas em: MO matéria orgânica, tecido vascular vegetal,
algas diatomáceas, algas filamentosas e tecido animal. Para identificar a presença de tecido
vegetal no trato digestivo dos invertebrados foi acrescentada à lâmina uma gota de
floroglucina acidificada que torna a lignina avermelhada (Johansen, 1940).
Análise de dados
Os índices de diversidade de Shannon-Wiener e equitabilidade de Pielou foram
calculados para as amostras de folhas coletadas nos córregos em cada estação (Magurran,
1991). Em seguida foi realizado o teste t para verificar diferenças significativas entre os
valores de riqueza e abundância de macroinvertebrados entre as duas estações.
As diferenças na estrutura das assembléias de macroinvertebrados entre córregos,
habitats (rápidos e remansos) e entre estações (seca e chuva) (variáveis independentes) nos
valores de biomassa de folhas e biomassa, densidade (ind/g) e riqueza de invertebrados
(variáveis dependentes) foram testadas por meio de Análise de Variância (ANOVA Factorial)
seguido pelo Teste de Tukey (Zar, 1999). A relação entre a biomassa de folhas e a abundância
de invertebrados fragmentadores foi analisada por meio de uma correlação de Spearman. As
abundâncias dos grupos tróficos funcionais (variáveis dependentes) foram comparadas por
meio de MANOVA seguido pelo Teste de Tukey (Zar, 1999), para testar diferenças entre os
córregos, habitats e estações. Todos os dados referentes à ANOVA Factorial e MANOVA
foram logaritmizados para log
10
(x+1) e as análises foram feitas utilizando o programa
Statistica 5.0.
Uma Análise de Componentes Principais (PCA) foi feita com os dados de dieta
alimentar dos principais grupos de invertebrados encontrados e a similaridade dos hábitos
alimentares foi analisada por meio de Cluster (similaridade Bray-Curtis) (Tomanova et al.,
2006).
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Resultados
Características Físicas e Químicas da água e Protocolo de Avaliação Rápida de Condições
Ecológicas em Trechos de Bacia
No geral os valores de oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica e turbidez
foram maiores na estação seca em todos os córregos. Os teores de nitrogênio e fósforo total
apresentaram-se também mais elevados durante a estação seca (Tabela 2). Nesta estação, o
córrego da Cachoeira apresentou os maiores valores de oxigênio dissolvido e fósforo total. A
condutividade elétrica foi maior no córrego Garcia, enquanto que os mais elevados valores de
pH e nitrogênio total foram encontrados respectivamente nos córregos das Boleiras e Ribeirão
Colônia. Todos os córregos apresentaram alcalinidade zero, exceto o córrego Alecrim.
Durante a estação chuvosa, o córrego São Bartolomeu obteve os maiores valores de
alcalinidade, fósforo total, condutividade elétrica e turbidez. O córrego Garcia apresentou os
mais altos valores de oxigênio dissolvido, pH e condutividade elétrica e o córrego SGRP teve
a maior quantidade de nitrogênio total.
De acordo com o somatório das pontuações de cada parâmetro do protocolo de
caracterização das condições ecológicas, observou-se que todos os córregos estão bem
preservados (acima de 68 pontos), representando assim trechos naturais. Algumas alterações
observadas nos córregos são mostradas na Tabela 3.
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Tabela 2. Características físicas e químicas da água dos córregos do Espinhaço (MG) estudados
durante as estações seca (julho/06) e chuvosa (março/07). V = Vazão (m
3
/s), OD = Oxigênio
Dissolvido (mg/L), pH = Potencial Hidrogeniônico, CE = Condutividade Elétrica S/cm), Tu =
Turbidez (NTU), A = Alcalinidade (MicroEq/L), Nt = Nitrogênio total (mg/L), Pt = Fósforo total
(mg/L).
Córregos V OD
pH
CE T A Nt Pt
Alecrim
seca 0,07 8,6 7,26 22,2 12,46
2,998
0,45 0,046
chuva 0,12 5,15 6,41 7,53 4,38 21,73
0,035
0,005
Boleiras
seca 0,09 8,6 8,27 3,77 3,08 0 0,45 0,01
chuva 0,1 7,63 6,03 3,59 2,3 0 0,056
0,004
São Gonçalo do Rio das Pedras
seca 0,02 8,65 6,77 3,93 4,95 0 0,45 0,01
chuva 0,03 6,92 6,1 2,64 1,92 0 0,147
0,004
Taioba
seca 0,09 9,35 6,59 5,7 2,9 0 0,5 0,059
chuva 0,13 7,73 6,73 1,99 1,53 0 0,077
0,005
Pedras
seca 0,37 9,3 6,94 4,66 1,2 0 0,45 0,022
chuva 0,05 7,43 6,85 3,09 1,38 0 0,063
0,005
Indaiá
seca 0,005
7,65 6,19 7,94 10,65
0 0,45 0,01
chuva 0,001
6,21 5,14 7,84 3,34 0 0,105
0,007
São Bartolomeu
seca 0,03 8,85 7,12 34,5 22,9 0 0,45 0,017
chuva 0,18 7,69 6,73 29,3 11,59
187,3
0,056
0,008
Ribeirão Colônia
seca 0,02 8,2 6,54 5,37 1,86 0 3,1 0,014
chuva 0,01 7,33 5,97 4,57 1,86 0 0,056
0,002
Garcia
seca 0,22 9,45 7,6 40,2 3,85 0 0,45 0,021
chuva 0,13 7,94 7,08 29,3 3,17 171,3
0,056
0,005
Cachoeira
seca 0,16 9,55 7,12 10 4,18 0 0,45 0,187
chuva 0,16 7,63 6,69 8,48 3,71 0 0,043
0,004
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Tabela 3. Pontuação final do protocolo de caracterização das condições ecológicas, alterações
observadas e o entorno dos córregos estudados na Cadeia do Espinhaço.
Apesar destes parâmetros descritos acima prejudicarem as condições ecológicas destes
corpos d´água, todos eles estão próximos da situação natural. Este resultado era de se esperar
já que uma das premissas deste trabalho era a escolha de áreas minimamente impactadas.
Caracterização das assembléias de macroinvertebrados bentônicos
Foram coletados nos dez córregos 18.711 invertebrados bentônicos pertencentes a 64
taxa (62 Classe Insecta, um Filo Annelida e um Superordem Hidracarina). A estrutura das
assembléias dos invertebrados foi composta principalmente por Chironomidae
(Chironominae, Orthocladiinae, Tanypodinae e Stenochironomus) (37,3%), Simuliidae (19%),
Elmidae (6,1%), Leptophebiidae (5,1%), Baetidae (4,4%), Leptohyphidae (4,1%),
Hydropsychidae (3%), Calamoceratidae (2,6%) e Perlidae (2,5%). As famílias Hydroptilidae,
Leptoceridae, Gomphidae, Empididae e Naucoridae corresponderam de 1 a 2 % dos
macroinvertebrados bentônicos coletados. Os taxa Chironomidae e Simuliidae representaram
Córrego Pontuação
Alterações observadas Entorno
Alecrim 68 ponte residências e animais domésticos
fundo lamoso e modificado deflorestamento acentuado
margens moderadamente erodidas e estáveis
Boleiras 93 ponte
largura da vegetação ripária menor que 6
metros
Pedras 84 rápidos não desenvolvidos evidente deflorestamento
fundo com deposição de lama margens moderadamente estáveis
São
Bartolomeu 76 fundo de lama, areia alterações de origem doméstica
rápidos não freqüentes evidente deflorestamento
erosão moderada
margens moderadamente estáveis
Ribeirão
Colônia 74 deposição nos remansos deflorestamento
fundo modificado vegetação ripária restrita às margens
substratos nos rápidos expostos
Cachoeira 83 rápidos não desenvolvidos deflorestamento evidente
seixos e cascalhos abundantes
deposição de lama nos
remansos
substratos expostos nos rápidos
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aproximadamente 60% do total de organismos presentes. As assembléias de invertebrados
bentônicos apresentaram 47 taxa raros com abundâncias inferiores a 1%. A lista de taxa e as
abundâncias relativas dos macroinvertebrados encontrados em cada córrego são representadas
na Tabela 4.
A riqueza taxonômica variou de 33 a 47, sendo a menor riqueza de
macroinvertebrados bentônicos encontrada no córrego Taioba, e a maior no Ribeirão Colônia.
O maior valor de densidade foi encontrado no córrego Alecrim (20 ind/g) e menor no córrego
São Bartolomeu (6,64 ind/g).
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Tabela 4. Abundância relativa dos taxa de invertebrados bentônicos encontrados nos córregos da
Cadeia do Espinhaço (MG) durante as estações seca (julho/06) e chuvosa (março/07). GTF = grupos
tróficos funcionais, Al = Alecrim, B = Boleiras, SG = São Gonçalo do Rio das Pedras, T = Taioba, P =
Pedras, I = Indaiá, SB = São Bartolomeu, RC = Ribeirão Colônia, G = Garcia, C = Cachoeira, Co-Ca
= coletores-catadores, Co-Fil = coletores-filtradores, Pr = predadores, Rsp = raspadores, Frg =
fragmentadores, (-) = ausência.
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
EPHEMEROPTERA
Leptophlebiidae Co-Ca/Rsp 1,21 3,35 5,18 4,29 14,75
23,47
0,83 1,09 0,73 0,52
Polymitarcyidae Co-Ca/Co-Fil - 0,09 - - - -
-
- - -
Caenidae Co-Ca - 0,13 - - 0,11 - 0,21 - - -
Leptohyphidae Co-Ca 1,7 12,38
0,78 2,57 2,92 1,77 1,76 4,91 6,19 2,17
Euthyplociidae Co-Ca - 0,04 0,94 0,21 - 0,18
-
- - -
Baetidae Co-Ca/Rsp 4,72 2,33 4,39 5,68 2,11 6,90 5,37 3,54 0,84 13,38
ODONATA
Coenagrionidae Pr 0,25 0,18 3,37 1,18 0,86 0,41 0,21 0,38 0,15 0,07
Megapodagrionidae
Pr - 0,31 0,08 - 0,22 0,06 0,31 0,42 0,11 -
Calopterygidae Pr 0,36 0,18 0,31 0,43 0,27 2,77 0,1 0,09 0,11 0,52
Aeshnidae Pr 0,05 0,04 0,16 - - 1,53 0,1 0,14 0,23 0,07
Gomphidae Pr 4,06 0,70 0,08 - 1,13 2,95 0,52 0,05 0,04 0,15
Libellulidae Pr 2,08 1,06 0,39 0,21 1,13 0,24 1,86 0,19 0,15 0,82
PLECOPTERA
Perlidae Pr 0,19 1,76 2,35 0,86 0,92 2,06 9,81 5,86 2,06 3,96
Gripopterygidae Frg - 0,04 0,31 - - - 2,79 1,89 2,14 0,9
HETEROPTERA
Saldidae Pr - - - - - - 0,1 - - -
Naucoridae Pr 0,74 0,53 4,55 0,11 0,27 6,66
-
- - -
Nepidae Pr - - 0,08 - - -
-
- - -
Belostomatidae Pr - - - - 0,05 0,06
-
- - -
Corixidae Pr/Rsp - - 0,31 - - -
-
- - -
Pleidae Pr 0,36 0,48 0,08 0,21 1,57 1,06
-
0,28 0,04 -
Notonectidae Pr - - 0,47 - - 0,18
-
0,09 - -
Gerridae Pr - 0,04 - - - 0,88
-
0,09 0,04 -
Veliidae Pr 0,05 0,04 0,63 - - 1,06 4,03 0,57 0,61 0,67
COLEOPTERA
Hydroscaphidae Rsp - - 0,16 0,21 - -
-
- - -
Salpingidae Pr 0,03 - - - - -
-
- - -
Gyrinidae Pr 0,16 0,18 0,08 - 0,16 0,47
-
0,09 - -
Dytiscidae
Pr 0,22 1,01 0,86 - 0,81 1,71
-
0,33 - -
Hydrophilidae Co-Ca/Pr 0,27 0,09 0,08 - 0,05 1,77 1,14 0,19 1,26 0,82
Staphylinidae Pr - - - - - 0,88 0,21 0,19 0,08 0,45
Scirtidae Co-Ca/Rsp/Frg - - 1,10 0,21 0,11 0,29 0,21 0,19 - -
Psephenidae Rsp 0,03 0,66 0,71 - - 0,77
-
0,05 0,04 -
Ptilodactylidae Frg - - - - - -
-
- 0,04 -
Dryopidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - -
-
0,24 0,08 -
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
30
Elmidae Co-Ca/Rsp 6,8 4,01 7,22 6,00 2,65 9,79 10,54
3,68 8,37 2,76
Tabela 4. Continuação
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
COLEOPTERA
Curculionidae Frg - - - - - 0,06
-
- - -
MEGALOPTERA
Corydalidae Pr 0,08 0,09 - 0,11 0,11 0,12 0,41 0,09 - 0,07
TRICHOPTERA
Polycentropodidae Co-Fil/Pr - 0,22 0,78 0,21 0,92 0,71 0,31 - 0,04 0,07
Hydropsychidae Co-Fil/Pr 1,59 1,15 2,98 6,86 0,97 1,42 6,2 6,61 3,78 2,09
Philopotamidae Co-Fil 0,03 0,48 - 0,11 0,16 0,53
-
0,09 0,76 0,07
Hydrobiosidae Pr - 0,18 - 0,11 0,16 0,06
-
0,61 0,04 0,82
Glossosomatidae Co-Ca/Rsp - - - - 0,05 0,24
-
0,61 0,04 -
Hydroptilidae Co-Ca/Rsp/Frg 1,23 0,75 2,04 3,32 1,78 2,30 0,21 1,23 0,04 0,45
Odontoceridae Co-Ca/Frg/Pr 0,05 0,26 1,73 - 1,03 0,18
-
0,38 1,38 0,07
Helicopsychidae Rsp - 0,13 0,16 0,11 - 1,89
-
0,19 0,11 -
Calamoceratidae
Phylloicus Frg 0,03 7,53 0,94 1,39 1,51 5,84 0,31 2,97 2,94 1,27
Leptoceridae Co-Ca/Frg/Pr
0,88 4,05 2,04 1,07 1,51 0,18 2,68 1,18 0,88 2,54
DIPTERA
Tipulidae Co-Ca/Frg 0,03 0,09 0,16 0,21 0,05 0,83 1,45 0,09 0,46 0,07
Dixidae Co-Ca - - - - - - 0,72 - 1,26 -
Culicidae Co-Ca/Co-Fil - - - - - -
-
0,05 - -
Simuliidae Co-Fil 13,68
25,55
10,43
37,83
23,82
1,12 19,83
7,13 27,14
35,57
Ceratopogonidae Co-Ca/Pr/Rsp 0,57 0,31 0,86 0,54 0,49 - 0,1 0,52 0,27 0,07
Chironomidae
Chironominae
Co-Ca/Co-
Fil/Frg/Pr
34,93
8,11 24,55
12,75
16,96
4,01 5,16 26,5 13,72
13,6
Stenochironomus
Co-Ca 2,22 2,33 1,96 0,75 2,11 6,13 1,24 4,11 2,14 2,02
Tanypodinae Pr 7,05 13,3 9,72 2,25 11,4 3,54 2,38 10,91
4,47 11,06
Orthocladiinae Co-Ca/Rsp/Frg 11,08
5,20 6,12 8,68 5,78 1,83 16,53
8,6 15,25
1,64
Psychodidae Co-Ca - - - 0,11 - - 0,1 0,05 - -
Stratiomyidae Co-Ca/Rsp - - - - - - - - 0,11 -
Tabanidae Pr - - 0,08 - - - 0,1 0,05 - -
Empididae Co-Ca/Pr 1,81 0,57 0,71 0,64 0,92 0,59 1,24 1,37 0,99 0,67
Dolichopodidae
Pr - 0,04 - - - - 0,1 - - 0,07
Muscidae Pr 0,11 - - - - 0,06 0,1 0,14 - -
ANNELIDA
Oligochaeta Co-Ca 1,29 - 0,08 0,43 0,16 0,35 0,41 1,89 0,61 0,3
COLLEMBOLA Co-Ca - - - - - - 0,31 - 0,04 -
ACARINA
Hydracarina Pr 0,05 - - 0,32 - 0,118
-
0,05 0,19 0,15
Número total de taxa
36 42 42 33 37 46 39 47 43 34
Densidade (ind/g) 20 12,24
8,6 7,52 9,95 9,61 6,64 19,52
11,2 7,8
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
31
Estação seca
Um total de 5.054 indivíduos pertencentes a 51 taxa foram coletados nos remansos
(Figura 3a). Os organismos Chironominae, Tanypodinae e Leptophebiidae representaram
mais de 40% dos invertebrados aquáticos presentes nos trechos de remansos. Nos rápidos,
foram coletados 5.997 organismos de 55 taxa (Figura 3b). Os grupos Simuliidae,
Chironominae e Orthocladiinae corresponderam mais de 50% dos macroinvertebrados
encontrados nestes habitats.
Dentre os dez córregos analisados, os valores de riqueza taxonômica variaram de 27
no córrego da Cachoeira a 44 no córrego Indaiá (Tabela 5). Os maiores valores do índice de
diversidade de Shannon-Wiener foram encontrados nos córregos São Bartolomeu e Indaiá e
os menores para os córregos Taioba e Cachoeira.
Dentre os dez córregos, o Indaiá apresentou o maior número de invertebrados
fragmentadores, enquanto que o córrego Alecrim apresentou a menor abundância (Anexo 1).
O fragmentador Calamoceratidae foi encontrado nos trechos de remansos de todos os
córregos; nos trechos de rápidos não foi observado nos córregos Alecrim, Boleiras, Taioba
e Cachoeira (Anexos 3,4). O invertebrado fragmentador Gripopterygidae só ocorreu nos
rápidos dos córregos São Bartolomeu e Garcia. O número destes invertebrados não
apresentou correlação com a biomassa de folhas (R = 0,04, p = 0,78) (Figura 4).
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
32
(A)
(B)
Figura 3. Abundância Relativa dos principais grupos (> 1%) de macroinvertebrados bentônicos
encontrados nos remansos (A) e rápidos (B) dos córregos do Espinhaço (MG) na estação seca.
0
5
10
15
20
25
30
Indivíduos (%)
Chironominae
Tanypodinae
Leptophebiidae
Orthocladiinae
Elmidae
Leptohyphidae
Baetidae
Stenochironomus
Calamoceratidae
Simuliidae
Perlidae
Leptoceridae
Libellulidae
Gomphidae
Hydroptilidae
Odontoceridae
0
5
10
15
20
25
30
Indivíduos (%)
Simuliidae
Chironominae
Orthocladiinae
Hydropsychidae
Perlidae
Baetidae
Tanypodinae
Elmidae
Stenochironomus
Leptohyphidae
Leptophebiidae
Empididae
Calamoceratidae
Hydroptilidae
0
5
10
15
20
25
30
Indivíduos (%)
Simuliidae
Chironominae
Orthocladiinae
Hydropsychidae
Perlidae
Baetidae
Tanypodinae
Elmidae
Stenochironomus
Leptohyphidae
Leptophebiidae
Empididae
Calamoceratidae
Hydroptilidae
(4,4%)
(3,1%)
(15,4%)
(11,2%)
(4,2%)
(3,6%)
(1%)
(4,2%)
(3,5%)
(1,3%)
(1,7%)
(29,1%)
(5,2%)
(4,5%)
(17,7%)
(13,5%)
(7,7%)
(6,5%)
(6,3 %)
(5,4 %)
(4,1%)
(3,3 %)
(2,8%)
(11,1%)
(2,4%)
(1,8%)
(1,8%)
(1,6%)
(1,5%)
(1,4 %)
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
33
Tabela 5. Riqueza taxonômica e índice de diversidade de Shannon-Wiener para as amostras de folhas
coletadas nos córregos do Espinhaço (MG) durante a estação seca (julho/2006). S = riqueza; N = nº de
organismos; J= equitabilidade; H’ (log
e
) = índice de diversidade de Shannon-Wiener,
SGRP
= São
Gonçalo do Rio das Pedras, S.Bart = São Bartolomeu, R.Col = Ribeirão Colônia, Cach = Cachoeira.
Figura 4. Relação entre a biomassa de folhas e abundância de invertebrados fragmentadores no
período de julho/06.
Estação de chuvas
Nos remansos foram coletados 3.765 indivíduos de 53 taxa (Figura 5a). Os
organismos mais abundantes foram Chironominae e Tanypodinae, que juntos representaram
aproximadamente 35% dos invertebrados coletados nestes trechos. Foram encontrados nos
rápidos 3.895 macroinvertebrados bentônicos pertencentes a 47 taxa (Figura 5b). Simuliidae,
Córregos Alecrim
Boleiras
SGRP Taioba Pedras Indaiá S.Bart. R.Col. Garcia Cach.
S 31 37 33 28 33 44 35 37 35 27
N 1823 1352 987 658 1231 1042 595 1513 1342 508
J' 0,731 0,703 0,715 0,597 0,671 0,705 0,757 0,714 0,712 0,607
H`(log
e
) 2,509 2,539 2,498 1,990 2,347 2,668 2,691 2,580 2,530 2,001
0
5
10
15
20
25
0 10 20 30 40
Biomassa de folhas (gr)
Abundância de
fragmentadores
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
34
Chironominae e Orthocladiinae foram os grupos que dominaram a composição das
assembléias dos organismos bentônicos nestes habitats.
A riqueza em espécies variou de 22 (córrego São Bartolomeu) a 39 (Ribeirão
Colônia). O córrego SGRP apresentou uma fauna de macroinvertebrados mais diversificada
enquanto o córrego menos diverso nessa estação foi o Alecrim (Tabela 6).
A maior abundância de invertebrados fragmentadores foi observada no córrego das
Boleiras. Por outro lado, as menores ocorrências foram registradas nos córregos Indaiá,
Taioba e Alecrim; neste último córrego nenhum fragmentador foi coletado (Anexo 2). Foi
observado que o fragmentador Calamoceratidae foi ausente nos córregos Alecrim e São
Bartolomeu. Nos trechos de rápidos observaram-se indivíduos do taxa Calamoceratidae
apenas nos córregos das Boleiras, SGRP, Pedras e Indaiá (Anexos 5,6). Nos remansos, foi
observado Gripopterygidae somente nos córregos Ribeirão Colônia, Garcia e Cachoeira e nos
rápidos eles ocorreram somente nos rregos das Boleiras e SGRP. A abundância destes
fragmentadores citados acima teve uma correlação positiva com a biomassa de folhas (R=
0,33, p = 0,02) (Figura 6).
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(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
35
(A)
(B)
Figura 5. Abundância Relativa dos principais grupos (> 1%) de macroinvertebrados bentônicos
encontrados nos remansos (A) e rápidos (B) dos córregos do Espinhaço (MG) na estação chuvosa.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Indivíduos (%)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Indivíduos (%)
(4,1%)
(4,7%)
(21,8%)
(4,4%)
(13,9%)
(1,3%)
(1%)
(8,5%)
(1,2%)
(4,6%)
(4,1%)
(3,8%)
(6,2%)
(3,5%)
(1,1%)
(1,5%)
(3,4 %)
(3,3%)
(20,1%) (9%)
(1,3%)
(6,2%)
(1,8%)
(1,4%)
(39,5%)
(4,8%) (1,4%)
(2,4%)
(1,2%)
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
36
Tabela 6. Riqueza taxonômica e índice de diversidade de Shannon-Wiener para as amostras de folhas
coletadas nos córregos do Espinhaço (MG) durante a estação chuvosa. S = riqueza; N = nº de
organismos; J = equitabilidade; H’ (log
e
) = índice de diversidade Shannon-Wienner,
SGRP
= São
Gonçalo do Rio das Pedras, S.Bart = São Bartolomeu, R.Col = Ribeirão Colônia, Cach = Cachoeira.
Figura 6. Relação entre a biomassa de folhas e abundância de invertebrados fragmentadores no
período de março/07.
Sazonalidade
Ficou evidente a influência da sazonalidade sobre as assembléias de invertebrados
bentônicos nos córregos estudados. A estação seca apresentou maiores valores de riqueza
taxonômica, abundância, equitabilidade e diversidade de organismos (Tabela 7).
Córrego Alecrim
Boleiras
SGRP Taioba Pedras Indaiá S. Bart. R.Col. Garcia Cach.
S 28 34 30 25 31 34 22 39 33 28
N 1824 918 288 275 620 654 373 604 1274 830
J' 0,564 0,690 0,839 0,799 0,730 0,737 0,686 0,740 0,627 0,665
H' (log
e
) 1,879 2,433 2,855 2,572 2,508 2,598 2,122 2,710 2,191 2,218
0
5
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25 30
Biomassa de folhas (gr)
Abundância de
fragmentadores
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
37
Tabela 7. Riqueza taxonômica e índice de diversidade de Shannon-Wiener para as amostras de folhas
coletadas nos córregos do Espinhaço (MG) durante as estações seca e chuvosa. S = riqueza; N = de
organismos; J’ = equitabilidade; H’ (log
e
) = índice de diversidade de Shannon-Wiener.
Estação S N J H' (log
e
)
Seca 60 11051 0,691 2,831
Chuva 55 7660 0,680 2,726
Estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos
Analisando-se em conjunto as variáveis biomassa de folhas, riqueza, densidade e
biomassa de invertebrados bentônicos entre os córregos, observou-se que houve diferença
significativa (ANOVA, F = 4,85, p = 0,0000). O córrego Ribeirão Colônia apresentou menor
biomassa de folhas que os córregos Alecrim, Boleiras, Pedras e Garcia e no córrego Garcia
houve maior acúmulo de folhas que nos córregos São Gonçalo do Rio das Pedras, Taioba e
São Bartolomeu (Teste de Tukey). Os córregos São Gonçalo do Rio das Pedras, Taioba, São
Bartolomeu e Cachoeira apresentaram menores valores de riqueza taxonômica que o córrego
Alecrim; assim como o córrego Taioba apresentou menor número de invertebrados
bentônicos que os córregos Boleiras, Pedras, Indaiá, Ribeirão Colônia e Garcia. A riqueza
taxonômica do córrego Indaiá foi mais elevada que a riqueza dos córregos São Gonçalo do
Rio das Pedras, São Bartolomeu e Cachoeira; assim como o córrego Ribeirão Colônia
apresentou um maior número de macroinvertebrados que o Cachoeira. A densidade de
invertebrados no córrego Alecrim foi maior que a densidade nos córregos São Gonçalo do Rio
das Pedras, Taioba, São Bartolomeu, Pedras, Cachoeira e Garcia, enquanto que, os córregos
São Gonçalo do Rio das Pedras, Taioba, São Bartolomeu, Pedras e Cachoeira apresentaram
menores valores de densidade que o Ribeirão Colônia. A biomassa de invertebrados no
córrego Taioba foi menor que a biomassa nos córregos Boleiras, São Gonçalo do Rio das
Pedras, Indaiá e Garcia e o córrego da Cachoeira apresentou menores valores de biomassa de
invertebrados que os córregos Boleiras e Indaiá.
Foi observada diferença significativa nos valores de biomassa de folhas, riqueza,
densidade e biomassa de invertebrados bentônicos entre os habitats (ANOVA, F = 8,85, p =
0,00000). A biomassa de folhas e a riqueza de macroinvertebrados bentônicos apresentaram-
se mais elevadas nos trechos de remansos, enquanto que, a densidade de invertebrados foi
maior nos trechos de rápidos (Teste de Tukey) (Figura 7).
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
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38
A biomassa de folhas, riqueza, densidade e biomassa de invertebrados foram
diferentes entre as estações (ANOVA, F = 10,85, p = 0,00000). A estação seca apresentou
maiores valores de biomassa de folhas, riqueza e biomassa de invertebrados (Teste de Tukey)
(Figura 8).
Foi observado que os fatores rrego*habitat e córrego*período em conjunto
(interação) exercem um efeito significativo na estrutura das assembléias de invertebrados
(ANOVA, F = 1,73, p = 0,003; F = 2,47, p = 0,00000, respectivamente). Por outro lado, não
foi observado qualquer efeito interativo entre habitat*período e córrego*habitat*período sobre
a estrutura das assembléias de macroinvertebrados (ANOVA, F = 1,61, p = 0,161; F = 0,91, p
= 0,632, respectivamente).
Figura 7. Valores de biomassa de folhas, riqueza, densidade e biomassa de invertebrados bentônicos
nos trechos de remansos e rápidos dos córregos da Cadeia do Espinhaço (MG). SGRP = São Gonçalo
do Rio das Pedras, S. Bart. = São Bartolomeu, R. Col. = Ribeirão Colônia.
0
5
10
15
20
Alecrim
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Taioba
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R.Col.
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Biomassa de folhas (gr)
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Riqueza (S)
Remansos
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Densidade (ind/gr)
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R.Col.
Garcia
Cachoeira
Biomassa de inv.(mg)
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
39
Figura 8. Valores de biomassa de folhas, riqueza, densidade e biomassa de invertebrados bentônicos
nos córregos da Cadeia do Espinhaço (MG) durante as estações seca e chuvosa. SGRP = São Gonçalo
do Rio das Pedras, S. Bart. = São Bartolomeu, R. Col. = Ribeirão Colônia.
Estrutura trófica das assembléias de macroinvertebrados bentônicos
A estrutura trófica de invertebrados foi significativamente diferente entre os córregos
(MANOVA, F
= 2,64, p = 0,00002). O córrego Alecrim apresentou maior abundância de
invertebrados coletores-catadores que os córregos São Gonçalo do Rio das Pedras, Taioba,
São Bartolomeu e Cachoeira (Teste de Tukey). Por outro lado, os córregos Alecrim, Boleiras,
Pedras, Garcia e Cachoeira apresentaram maior número de invertebrados coletores-filtradores
que o córrego Indaiá. Os organismos fragmentadores foram mais abundantes no córrego
Alecrim que no córrego da Cachoeira, assim como os invertebrados predadores foram mais
abundantes no córrego Alecrim que nos córregos Taioba, São Bartolomeu e Cachoeira. O
córrego Taioba apresentou menor abundância de predadores que os córregos Indaiá, Boleiras
e Ribeirão Colônia. Os invertebrados raspadores foram mais abundantes no córrego Alecrim
que no córrego da Cachoeira, enquanto que, no córrego Indaiá a abundância desses
invertebrados foi maior que nos córregos Taioba, São Bartolomeu e Cachoeira.
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Biomassa de folhas (gr)
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Riqueza (S)
Seca
Chuva
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Biomassa de inv.(mg)
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(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
40
Foi observado que a estrutura trófica das assembléias de invertebrados foi diferente
entre os habitats (MANOVA, F = 15,49, p = 0,00000). As abundâncias dos invertebrados
coletores-filtradores e predadores foram significativamente diferentes entre os habitats, sendo
que, os coletores-filtradores foram mais abundantes nos trechos de rápidos, enquanto que, os
predadores foram mais abundantes nos trechos de remansos (Teste de Tukey) (Figura 9).
As estações seca e chuvosa apresentaram estrutura trófica de macroinvertebrados
distintas uma da outra (MANOVA, F = 4,72, p = 0,004). uma tendência decrescente nas
abundâncias dos grupos tróficos na transição da estação seca para a chuvosa. Os invertebrados
coletores-catadores, fragmentadores, predadores e raspadores foram mais abundantes durante
a estação seca (Teste de Tukey) (Figura 10).
(A) (B)
Figura 9. Grupos tróficos funcionais das assembléias de macroinvertebrados bentônicos nos trechos de
remansos (A) e rápidos (B) dos córregos na Cadeia do Espinhaço (MG). CC = coletores-catadores, CF
= coletores-filtradores, FRAG = fragmentadores, PRED = predadores, RASP = raspadores. SGRP =
São Gonçalo do Rio das Pedras, S. Bart. = São Bartolomeu, R. Col. = Ribeirão Colônia.
(A) (B)
Figura 10. Grupos tróficos funcionais das assembléias de macroinvertebrados bentônicos nos córregos
da Cadeia do Espinhaço (MG) durante as estações seca (A) e chuvosa (B). CC = coletores-catadores,
CF = coletores-filtradores, FRAG = fagmentadores, PRED = predadores, RASP = raspadores.
SGRP =
São Gonçalo do Rio das Pedras, S. Bart. = São Bartolomeu, R. Col. = Ribeirão Colônia.
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20%
40%
60%
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Dieta dos invertebrados
Matéria orgânica (60%), tecido vegetal (22,5%), algas diatomáceas (8,4%), algas
filamentosas (8,2%) e tecido animal (0,9%) foram os itens alimentares consumidos pelos
macroinvertebrados bentônicos (Tabela 8).
Tabela 8. Composição da dieta alimentar dos taxa encontrados em córregos de cabeceira na Cadeia do
Espinhaço (MG). T A = Tecido animal; TV = Tecido vegetal; AD = Algas diatomáceas; AF = Algas
filamentosas; MO = Matéria orgânica
Os eixos 1 e 2 da PCA explicaram aproximadamente 55 % das variâncias nos itens
alimentares dos macroinvertebrados bentônicos, sendo 29,2 % referentes ao eixo 1. Este eixo
melhor explicou as variáveis tecido animal, algas filamentosas e matéria orgânica, enquanto
que, as variáveis tecido vegetal e algas diatomáceas foram melhor explicadas pelo eixo 2
(Tabela 9A). Em relação à distribuição dos invertebrados, os eixos 1 e 2 explicaram
aproximadamente 90%, sendo 76,4 % referentes ao eixo 1. Leptophlebiidae, Leptohyphidae,
Baetidae, Elmidae, Hydropsychidae, Simuliidae, Chironominae e Stenochironomus foram
melhor explicados pelo eixo 1, enquanto que, o eixo 2 explicou a distribuição dos Perlidae e
Leptoceridae (Tabela 9B).
Taxa
Número de indivíduos
analisados T A T V A D A F MO
EPHEMEROPTERA
Leptophlebiidae 6 0 9 60 36 323
Leptohyphidae 10 0 39 11 14 353
Baetidae 10 0 247 128 20 527
PLECOPTERA
Perlidae 9 36 0 0 0 0
COLEOPTERA
Elmidae (larva) 10 0 0 0 0 136
TRICHOPTERA
Hydropsychidae 10 0 12 18 235 389
Leptoceridae 10 0 534 58 12 262
DIPTERA
Simuliidae 10 1 0 40 3 131
Chironominae 10 0 10 7 0 105
Stenochironomus 10 0 30 7 0 127
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O tecido animal se relacionou positivamente com o eixo 1 e negativamente com o eixo
2, influenciando a dieta dos indivíduos do taxa Perlidae (Figura 11A e B). O tecido vegetal
relacionou-se negativamente com o eixo 1 e positivamente como eixo 2 influenciando a dieta
dos Leptoceridae. Os taxa Baetidae e Stenochironomus alimentaram-se tanto da matéria
orgânica quanto de algas diatomáceas e tecido vegetal; desta forma foram relacionados
negativamente com o eixo 1 e positivamente com o eixo 2. Tanto as algas diatomáceas quanto
as algas filamentosas foram relacionadas negativamente com o eixo 1, sendo que as algas
diatomáceas foram relacionadas positivamente com o eixo 2, enquanto que, as filamentosas
relacionaram-se negativamente com o mesmo eixo. Estas algas influenciaram parte da dieta
dos Leptophyidae, Leptophlebiidae e Hydropsychidae. A matéria orgânica relacionou-se
negativamente com os dois eixos influenciando a dieta da maioria dos taxa.
O eixo 1 separou a variável tecido animal das demais variáveis, desta forma, ocorreu
uma nítida separação dos indivíduos do taxa Perlidae no quadrante positivo do eixo 1. Como
o tecido vegetal foi o item alimentar mais consumido pelos Leptoceridae, estes posicionaram-
se no quadrante negativo do eixo 1 e positivo do eixo 2. Como a maioria dos taxa preferem
utilizar como alimento a matéria orgânica estes agruparam-se nos quadrantes negativos dos
eixos 1 e 2 (Figura 11B).
A análise de cluster separou os taxa em dois grupos tróficos: (1) predadores, taxa com
alta afinidade por tecido animal (Perlidae), (2) detritívoros, representados por uma alta
diversidade de taxa que se alimentam de matéria orgânica (Baetidae, Leptophlebiidae,
Leptohyphidae, Leptoceridae, Hydropsychidae, Elmidae, Chironominae, Simuliidae e
Stenochironomus) (Figura 12).
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Tabela 9. Resultados da Análise de Componentes Principais (PCA) com os autovalores e as variâncias
correspondentes explicadas pelos eixos 1 e 2 dos itens alimentares (A) e da distribuição dos taxa (B)
de macroinvertebrados bentônicos dos córregos na Cadeia do Espinhaço (MG) durante a estação seca.
Consideraram-se significativos valores acima de 50%. T A = Tecido animal; TV = Tecido vegetal; AD
= Alga diatomácea; AF = Alga filamentosa; MO= Matéria orgânica; Leptophl = Leptophlebiidae;
Leptohy = Leptohyphidae; Bae = Baetidae; Perl = Perlidae; Elm = Elmidae; Hydro = Hydropsychidae;
Leptoc = Leptoceridae; Sim = Simuliidae; Chir = Chironominae; Sten = Stenochironomus.
(A)
(B)
Eixo Autovalores
Variância
(%)
Leptophl
Leptohy
Bae Perl
Elm Hydro Leptoc
Sim Chir Sten
1,000
7,637 76,373
-0,981 -0,992 -0,945
0,421
-0,981
-0,825
-0,339
-0,952
-0,991 -0,986
2,000
1,357 13,572 -0,171 -0,077 0,284
-0,589
-0,168
-0,246
0,874
-0,179
-0,083 0,052
Figura 11. Análise de Componentes Principais (PCA) da dieta alimentar dos taxa de invertebrados
bentônicos analisados. (A) posição dos itens alimentares em relação aos eixos 1 e 2, (B) distribuição
dos taxa em relação aos eixos 1 e 2.
Eixo Autovalores
Variância
(%) TA TV AD AF MO
1
1,461074 29,22147
0,735321
-0,115498
-0,319624
-0,555392
-0,704569
2
1,261650 25,23301 -0,170768
0,794397 0,621422
-0,273246
-0,374957
(A)
(B)
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Figura 12. Similaridade (Bray-Curtis) baseada nas porcentagens de itens alimentares dos taxa de
macroinvertebrados bentônicos encontrados nos córregos da Cadeia do Espinhaço (MG) durante a
estação seca. 1 = Perlidae; 2 = Hydropsychidae; 3 = Leptoceridae; 4 = Baetidae; 5 = Simuliidae; 6 =
Stenochironomus; 7 = Leptohyphidae; 8 = Chironominae; 9 = Leptophlebiidae; 10 = Elmidae.
Grupo
2
:
Detritívoros
Samples
Similarity
Grupo 1:
Predadores
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Discussão
Como as condições físicas e a composição da matéria orgânica entre trechos de
remansos e rápidos são diferentes, era esperado que a estrutura das assembléias de
invertebrados bentônicos fossem distintas entre estes habitats no mesmo rio (Kobayashi &
Kagaya, 2002 e 2004). E de fato, o habitat teve uma influência significativa sobre a estrutura
das assembléias de invertebrados, ou seja, a biomassa de folhas e a riqueza foram mais
elevadas nos trechos de remansos, enquanto que, a densidade apresentou-se maior nos trechos
de rápidos. Alguns destes resultados estão de acordo com os da literatura e outros diferem
bastante (Brown & Brussock, 1991; Kobayashi & Kagaya, 2002; Cheshire
et al
., 2005).
uma grande heterogeneidade dentre os rios e entre eles, sendo que grande parte desta
diferença é explicada pela variação no ambiente nas escalas locais e geográficas (Sylvestre &
Bailey, 2005).
A composição taxonômica das assembléias de macroinvertebrados associados a
depósitos de folhas foi diferente entre rápidos e remansos. Nos rápidos sobressaíram
Simuliidae, Chironominae e Orthocladiine, enquanto que, nos remansos predominaram
Chironominae e Tanypodinae. Segundo Kobayashi & Kagaya (2002) as condições
hidráulicas, principalmente a velocidade da água, limitam a colonização dos detritos pelos
organismos aquáticos. Apenas aqueles organismos com formato e tamanho de corpo
adaptados à forte correnteza seriam capazes de colonizar detritos localizados nos rápidos. Por
outro lado, detritos localizados em remansos possuem um baixo suprimento de oxigênio,
inibindo a colonização de muitos taxa que possuem um alto requerimento por oxigênio
(Hynes, 1970). Portanto, em uma escala local, a variável física responsável pela diferença na
composição das assembléias de invertebrados bentônicos entre rápidos e remansos é a
velocidade da água (Sandin & Johnson, 2004; Kobayashi & Kagaya 2005b; Hoover
et al
.,
2006). Chadwich & Huryn (2007) também observaram o efeito da velocidade da água como
um fator primário regulando a estrutura da comunidade dos macroinvertebrados em rios
intermitentes nos Estados Unidos. Desta maneira, os remansos devem ter sido mais calmos e
mais profundos, enquanto que, nos rápidos as correntes de água devem ter sido mais intensas,
favorecendo maior acúmulo de folhas nos remansos. Segundo Nakajima
et al
. (2006) a
matéria orgânica particulada grossa acumula na medida em que a profundidade aumenta e a
velocidade diminui.
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46
Em região tropical, é possível distinguir duas estações relativamente bem definidas, a
estação seca (abril-setembro) e a estação chuvosa (outubro-março). Foi observado um menor
número de insetos aquáticos durante a estação chuvosa. Em sistemas lóticos, o aumento do
volume de água e da velocidade da corrente devido à ocorrência das chuvas provocam
remoção dos invertebrados, representando assim, um dos principais fatores que determinam a
variação temporal na abundância dos invertebrados bentônicos (Kikuchi & Uieda, 1998;
Bispo
et al
., 2006).
Além disso, houve diferenças sazonais na biomassa de folhas, biomassa e riqueza de
invertebrados. As variações sazonais nas condições ambientais têm forte influência sobre a
estrutura das assembléias de macroinvertebrados, sendo, portanto, um fator abiótico muito
importante (Uieda e Gajardo, 1996). Estas diferenças sazonais também podem ser atribuídas
aos ciclos de vida dos insetos aquáticos (Murphy & Giller, 2000). A riqueza de invertebrados
foi menor na estação chuvosa, resultado semelhante ao trabalho de Callisto
et al
. (2004) em
riachos na Serra do Cipó. Estes autores afirmam que a maior velocidade da água, ocasionada
pela ocorrência das chuvas, leva ao desalojamento da fauna bentônica residente devido a
distúrbios físicos no substrato. A biomassa dos insetos aquáticos também se apresentou menor
na estação chuvosa, resultado que corroborou trabalho realizado por Ramírez
et al
. (2006).
Não houve correlação entre a abundância de fragmentadores e a biomassa de folhas
durante a estação seca, porém na estação chuvosa foi observada uma correlação positiva entre
as duas variáveis. Como na estação chuvosa a biomassa de folhas foi menor e a velocidade da
corrente maior, as poucas folhas que restaram foram colonizadas por grande parte dos
fragmentadores que buscavam novos habitats capazes de fornecer comida e abrigo,
consequentemente, criando detritos foliares densamente povoados (Callisto
et al
., 2001).
A estrutura trófica das assembléias de invertebrados aquáticos apresentou variação
entre córregos, habitats e estações. A diversidade de habitats presentes nos riachos influencia
diretamente a distribuição dos grupos tróficos funcionais, assim como os tipos de alimento e a
sua disponibilidade para os invertebrados aquáticos (Tomanova
et al
., 2006; Oliveira, 2007).
Nos trechos de rápidos os organismos predominantes foram os coletores-filtradores,
principalmente larvas de Simuliidae, que se alimentam de matéria fina filtrada da coluna
d’água. Houve um ligeiro decréscimo na abundância dos grupos tróficos da estação seca para
a estação chuvosa. A ocorrência de chuvas leva ao desalojamento da fauna bentônica
residente devido a distúrbios físicos no substrato (Callisto
et al
., 2004). Dessa forma, os
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47
invertebrados aquáticos respondem a essa heterogeneidade levando a uma variação na
estrutura da comunidade em escalas espaciais e temporais (Heino
et al
., 2004).
Apesar dos grupos tróficos funcionais contribuirem para o entendimento da dinâmica
trófica em riachos (Tomanova
et al
., 2006), torna-se complexa a tarefa de agrupar os
taxa
nestas categorias alimentares. Populações de um mesmo
taxa
podem ter diferentes estratégias
de assimilação assim como espécies do mesmo gênero. Há uma grande questão sobre a
dominância do hábito generalista nos córregos tropicais (Mihuc, 1997). Mantel
et al
. (2004)
relataram sobre a mudança da dieta de um gastropoda com a idade nos remansos em um
riacho na China. Análise do conteúdo estomacal de ninfas de Perlidae em um riacho na Itália
demonstrou que as dietas de pequenas ninfas foram diferentes dos itens alimentares
encontrados em ninfas maiores (Bo & Fenoglio, 2005). Além disso, dependendo das
condições ambientais (por exemplo, fluxo intenso da água e maior acúmulo de MOPF), o
mesmo
taxa
com a mesma morfologia bucal pode comportar-se como fragmentador ou como
coletor-catador (Tomanova
et al
., 2006).
Desde que os invertebrados fragmentadores representaram aproximadamente 3,5% de
todos os invertebrados coletados, pode-se dizer que estes organismos foram escassos nos
córregos de cabeceira da Cadeia do Espinhaço. Esta baixa representatividade dos organismos
fragmentadores na região Neotropical também foi evidenciada por Gonçalves
et al
., 2007 e
Moretti
et al
., 2007. Os invertebrados fragmentadores do
taxa
Gripopterygidae foram raros
durante a estação seca, porém durante a estação chuvosa houve um ligeiro aumento na sua
abundância. Este fato deve-se à hidrologia que possui uma forte influência sobre
taxa
raros
(Batzer
et al.
, 2004). Além disso, estes fragmentadores possuem um tamanho e formato de
corpo que os permitem ser mais adaptados a habitats com maior correnteza (Kobayashi &
Kagaya, 2002). A abundância do fragmentador Calamoceratidae (
Phylloicus
) foi maior
durante a estação seca e nos trechos de remansos e de fato eles são restritos a habitats com
menor fluxo de água (Kobayashi & Kagaya, 2002; Wantzen & Wagner, 2006).
Na verdade, a estrutura trófica das assembléias de invertebrados foi composta por
detritívoros, detritívoros/herbívoros e predadores, apesar do cluster ter separado os
taxa
em
apenas dois grupos tróficos. A matéria orgânica foi o item alimentar encontrado com maior
freqüência no conteúdo estomacal dos invertebrados analisados. Embora os dípteros
apresentam uma dieta altamente diversificada, o grupo trófico característico desta ordem foi
dos detritívoros (Motta & Uieda, 2004; 2005). Os indivíduos do
taxa
Leptoceridae
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alimentaram-se tanto de matéria orgânica quanto de tecido vegetal; os Baetidae alimentaram-
se de matéria orgânica, tecido vegetal e algas diatomáceas, enquanto que, os Hydropsychidae
incluíram na sua dieta alimentar tanto matéria orgânica quanto algas filamentosas. Desta
forma, as algas representaram um importante recurso alimentar na dieta das ordens
Ephemeroptera e Trichoptera, enfatizando a importância de ambos os recursos autóctones e
alóctones nas cadeias alimentares em riachos de cabeceira tropicais (Mantel
et al
., 2004). O
consumo de matéria orgânica foi importante na maior parte dos
taxa
analisados sugerindo o
acúmulo deste recurso alimentar no fundo dos córregos e a sua importância para os
organismos coletores (Tomanova
et al.
, 2006). Desta forma, a matéria orgânica é um recurso
não limitante nos ecossistemas aquáticos e a partição deste recurso alimentar entre um alto
número de espécies aquáticas é uma alternativa plausível de ocorrer (Motta & Uieda, 2004).
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Conclusões
1. Houve diferença na estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos entre
trechos de rápidos e remansos em um mesmo córrego, sendo que, a riqueza de
invertebrados foi maior nos trechos de remansos e a densidade foi mais elevada nos
trechos de rápidos. Assim, a primeira hipótese desta dissertação foi corroborada.
2. A estação seca apresentou maiores valores de riqueza taxonômica, abundância, e
diversidade de organismos, corroborando a segunda hipótese.
3. A abundância de invertebrados fragmentadores não apresentou correlação com a
biomassa de folhas durante a estação seca, porém na estação chuvosa houve uma
correlação positiva entre as duas variáveis.
4. A estrutura trófica das assembléias de macroinvertebrados variou entre córregos,
habitats e estações, sendo que, os coletores-filtradores foram mais abundantes nos
rápidos e os predadores foram mais abundantes nos remansos. Os invertebrados
coletores-catadores, fragmentadores, predadores e raspadores foram mais abundantes
durante a estação seca.
5. Dentre os
taxa
analisados a maior parte utilizou como alimento a matéria orgânica,
sendo predominante o grupo trófico dos detritívoros.
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Considerações Finais e Perspectivas Futuras
Apesar dos trechos de remansos e rápidos diferirem quanto às suas condições físicas,
composição da matéria orgânica e disponibilidade de local para refúgio, os resultados desta
dissertação sugerem que a velocidade da água representa o principal fator responsável pela
distribuição dos invertebrados bentônicos entre estes habitats. Os córregos de cabeceira da
Cadeia do Espinhaço são ecossistemas bastante frágeis e heterogêneos e assim, esta
heterogeneidade é refletida sobre a estrutura das assembléias de macroinvertebrados
aquáticos.
É interessante notar que na estação chuvosa houve uma correlação positiva da
abundância dos invertebrados fragmentadores com a biomassa de folhas, enquanto que, na
estação seca não foi observado correlação. Pode-se dizer que estes resultados evidenciaram a
maior dependência dos detritos foliares para estes organismos na estação chuvosa.
O maior consumo de matéria orgânica reforça a importância de recursos alóctones
para a alimentação e sobrevivência das assembléias de invertebrados nos córregos estudados.
Este fato é confirmado pelas elevadas abundâncias relativas de invertebrados coletores-
catadores e coletores-filtradores.
Esta dissertação contribuiu com informações sobre a estrutura e composição das
assembléias de insetos aquáticos associados a depósitos de folhiços entre trechos de rápidos e
remansos, assim como possibilitou estimar a importância dos detritos foliares para os
invertebrados fragmentadores em riachos de cabeceira tropicais. Através da análise do
conteúdo estomacal foi possível inferir sobre a dieta dos principais
taxa
de invertebrados,
reforçando a importância de zonas ripárias para as assembléias de organismos bentônicos.
Nesse sentido, devem ser incentivadas ações de preservação e manejo mais efetivas tanto para
a vegetação terrestre ao redor quanto para os cursos d’água tropicais de cabeceira. Os dados
que foram gerados neste trabalho serão comparados com os dados dos estudos das regiões
temperadas, desta forma irá contribuir para o melhor entendimento da distribuição dos
invertebrados fragmentadores em um gradiente latitudinal.
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Universidade Federal de Minas Gerais
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(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
57
Anexos
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Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
58
Anexo 1. Abundância dos taxa de invertebrados fragmentadores nos córregos de cabeceira do
Espinhaço (MG) durante a estação seca (julho/06).
Córregos Calamoceratidae
Gripopterygidae
Total
Alecrim 1 0 1
Boleiras 51 0 51
São Gonçalo do Rio das
Pedras
8 0 8
Taioba 12 0 12
Pedras 11 0 11
Indaiá 97 0 97
São Bartolomeu 3 4 7
Ribeirão Colônia 41 0 41
Garcia 16 5 21
Cachoeira 4 0 4
Anexo 2. Abundância dos taxa de invertebrados fragmentadores nos córregos de cabeceira do
Espinhaço (MG) durante a estação chuvosa (março/07).
Córregos Calamoceratidae
Gripopterygidae
Total
Alecrim 0 0 0
Boleiras 120 1 121
São Gonçalo do Rio das
Pedras
4 4 8
Taioba 1 0 1
Pedras 17 0 17
Indaiá 2 0 2
São Bartolomeu 0 23 23
Ribeirão Colônia 22 40 62
Garcia 61 51 112
Cachoeira 13 12 25
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(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
59
Anexo 3. Abundância relativa dos taxa de invertebrados bentônicos encontrados nos trechos de
remansos dos córregos na Cadeia do Espinhaço (MG) durante a estação seca (julho/06). GTF = grupos
tróficos funcionais, Al = Alecrim, B = Boleiras, SG = São Gonçalo do Rio das Pedras, T = Taioba, P =
Pedras, I = Indaiá, SB = São Bartolomeu, RC = Ribeirão Colônia, G = Garcia, C = Cachoeira, Co-Ca
= coletores-catadores, Co-Fil = coletores-filtradores, Pr = predadores, Rsp = raspadores, Frg =
fragmentadores, (-) = ausência.
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
EPHEMEROPTERA
Leptophlebiidae Co-Ca/Rsp 3,91 7,63 11,79
8,89 29,35
33,81
- 2,47 0,96 3,28
Polymitarcyidae Co-Ca/Fil - 0,26 - - - - - - - -
Caenidae Co-Ca - - - - 0,19 -
-
- - -
Leptohyphidae Co-Ca 1,30 22,63
0,21 3,11 2,43 1,44 2,35 10,54
7,80 2,19
Euthyplociidae Co-Ca - 0,13 1,05 0,44 - 0,16 - - - -
Baetidae Co-Ca/Rsp 12,39
3,82 0,21 3,56 3,18 6,22 3,53 5,61 0,64 15,30
ODONATA
Coenagrionidae Pr 0,43 0,26 4,63 3,56 1,87 0,32
-
0,45 - -
Megapodagrionidae
Pr - 0,26 - - - 0,16 0,78 0,22 0,32 -
Calopterygidae Pr 0,65 0,26 0,21 - 0,19 2,23 - - - 0,55
Aeshnidae Pr 0,22 0,13 - - - 1,59 - 0,45 0,16 0,55
Gomphidae Pr 3,26 0,39 - - 0,37 6,70 1,57 - - -
Libellulidae Pr 6,20 1,32 0,21 - 1,31 0,64 3,53 0,22 0,16 -
PLECOPTERA
Perlidae Pr - 0,13 0,42 0,89 0,19 3,03 14,51
- 3,662
20,22
Gripopterygidae Frg - - - - - - - - - -
HETEROPTERA
Saldidae Pr - - - - - -
-
- - -
Naucoridae Pr 0,43 0,26 3,58 - 0,37 0,16 - - - -
Nepidae Pr - - - - - -
-
- - -
Belostomatidae Pr - - - - - -
-
- - -
Corixidae Pr/Rsp - - 0,84 - - -
-
- - -
Pleidae Pr - 0,79 - 0,89 2,80 0,16
-
1,12 0,16 -
Notonectidae Pr - - - - - 0,16
-
- - -
Gerridae Pr - 0,13 - - - 2,07
-
- - -
Veliidae Pr - - 0,21 - - 0,80 5,10 - - 2,73
COLEOPTERA
Hydroscaphidae Rsp - - - - - -
-
- - -
Salpingidae Pr - - - - - -
-
- - -
Gyrinidae Pr 0,11 0,13 - - 0,37 0,64
-
- - -
Dytiscidae
Pr 0,76 1,32 - - 1,68 0,48
-
0,67 - -
Hydrophilidae Co-Ca/Pr 0,98 0,26 0,21 - - - 3,14 - 3,03 1,09
Staphylinidae Pr - - - - - - 0,39 - - -
Scirtidae Co-Ca/Rsp/Frg - - 0,63 - 0,37 0,16 0,39 - - -
Psephenidae Rsp - 0,39 0,84 - - 0,96 - - - -
Ptilodactylidae Frg - - - - - -
-
- - -
Dryopidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - -
-
- - -
Elmidae Co-Ca/Rsp 16,96
4,08 8,42 8,44 1,50 0,16 8,63 2,91 5,89 0,55
Curculionidae Frg - - - - - - - - - -
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
60
Anexo 3. Continuação
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
MEGALOPTERA
Corydalidae Pr - - - - - 0,16 0,39 - - -
TRICHOPTERA
Polycentropodidae Co-Fil/Pr
-
0,53 1,26 - 0,75 0,80 0,78
- - -
Hydropsychidae Co-Fil/Pr
-
0,13 0,84 0,89 0,37 0,16 5,88 0,45 1,43 1,64
Philopotamidae Co-Fil 0,11 - - - 0,19 0,48 - 0,45 0,64
-
Hydrobiosidae Pr
-
- -
- - - - - - -
Glossosomatidae Co-Ca/Rsp
-
- - -
- - -
0,22
- -
Hydroptilidae Co-Ca/Rsp/Frg 3,15 1,84 0,21 1,33 1,50 2,71 - - 0,16 0,55
Odontoceridae Co-Ca/Frg/Pr 0,11 0,26 2,95 - 2,24 - - 1,35 5,73
-
Helicopsychidae Rsp
-
- 0,21 0,44 - 0,96 - - 0,16 -
Calamoceratidae
Phylloicus Frg 0,11 6,71 1,47 5,33 1,12 8,77 0,78 2,69 2,39 2,19
Leptoceridae Co-Ca/Frg/Pr 1,09 2,11 3,16 1,33 2,62 - 6,67 0,45 1,27 3,83
DIPTERA
Tipulidae Co-Ca/Frg
-
0,13 0,42 0,44 0,19 2,07 1,57 - 0,32
-
Dixidae Co-Ca
-
- - - - - 2,75 - 3,34 -
Culicidae Co-Ca/Co-Fil
-
- - - - - - - - -
Simuliidae Co-Fil 0,11 1,18 3,79 10,22
7,85 0,48 1,57 0,45 3,34 9,84
Ceratopogonidae Co-Ca/Pr/Rsp 1,30 0,39 1,47 0,89 0,56 - - 0,45 0,48 0,55
Chironomidae
Chironominae
Co-Ca/Co-
Fil/Frg/Pr 19,89
10,26
22,95
32,44
18,88
3,99 8,24 31,84
19,90
20,22
Stenochironomus
Co-Ca 4,13 4,47 2,32 1,33 0,56 7,50 1,57 6,95 5,25 1,64
Tanypodinae Pr 15,00
23,42
19,58
6,67 10,28
4,94 5,88 21,30
6,85 9,84
Orthocladiinae Co-Ca/Rsp/Frg 6,41 3,68 4,84 8,00 5,98 2,55 16,86
5,16 23,41
1,09
Psychodidae Co-Ca
-
- - - - - 0,39 - - -
Stratiomyidae Co-Ca/Rsp
-
- - - - - - - 0,32 -
Tabanidae Pr
-
- - - - - - - - -
Empididae Co-Ca/Pr 0,65 0,26 0,84 0,44 0,56 1,59 1,18 0,90 1,11 0,55
D
olichopodidae
Pr
-
- - - - - - - - -
Muscidae Pr
-
- - - - 0,16 - - - -
ANNELIDA
Oligochaeta Co-Ca 0,33 - 0,21 0,44 0,19 0,48 0,39 2,69 0,80 1,09
COLLEMBOLA Co-Ca
-
- - - - - 1,18 - - -
ACARINA
Hydracarina Pr - - - - - 0,16 - - 0,32 0,55
Número total de taxa
26 34 31 22 31 38 27 24 29 22
Densidade (ind/g) 15,36
13,2 10,5 6,22 9,38 6,94 5,38 24,76
11,57
3,78
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
61
Anexo 4. Abundância relativa dos taxa de invertebrados bentônicos encontrados nos trechos de
rápidos dos córregos na Cadeia do Espinhaço (MG) durante a estação seca (julho/06). GTF = grupos
tróficos funcionais, Al = Alecrim, B = Boleiras, SG = São Gonçalo do Rio das Pedras, T = Taioba, P =
Pedras, I = Indaiá, SB = São Bartolomeu, RC = Ribeirão Colônia, G = Garcia, C = Cachoeira, Co-Ca
= coletores-catadores, Co-Fil = coletores-filtradores, Pr = predadores, Rsp = raspadores, Frg =
fragmentadores, (-) = ausência.
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
EPHEMEROPTERA
Leptophlebiidae Co-Ca/Rsp 0,66 0,17 0,20 1,15 4,74 29,64
0,59 1,03 0,14 -
Polymitarcyidae Co-Ca/Fil - - - - - - - - - -
Caenidae Co-Ca - - - - - - 0,59 - - -
Leptohyphidae Co-Ca 2,55 8,95 0,20 0,46 2,01 2,65 1,76 3,94 7,56 0,62
Euthyplociidae Co-Ca - - - - - 0,48 - - - -
Baetidae Co-Ca/Rsp 6,42 3,38 0,78 1,39 1,87 3,86 2,94 1,97 0,56 33,85
ODONATA
Coenagrionidae Pr 0,44 - 0,59 0,23 0,14 - - - - -
Megapodagrionidae Pr - - 0,20 - 0,57 - 0,29 0,37 - -
Calopterygidae Pr 0,66 0,17 0,59 0,23 0,43 5,54 0,29 0,19 - -
Aeshnidae Pr - - - - - 3,37 0,29 - - -
Gomphidae Pr 0,22 0,17 - - 0,14 1,93 0,29 0,09 - -
Libellulidae Pr 0,44 0,34 0,39 0,23 - - 2,06 0,19 0,28 -
PLECOPTERA
Perlidae Pr 0,22 5,24 4,10 0,46 1,72 2,65 12,65
10,40
4,20 2,77
Gripopterygidae Frg - - - - - - 1,18 - 0,70 -
HETEROPTERA
Saldidae Pr - - - - - - 0,29 - - -
Naucoridae Pr 0,11 - - - 0,14 0,24 - - - -
Nepidae Pr - - 0,20 - - - - - - -
Belostomatidae Pr - - - - - - - - - -
Corixidae Pr/Rsp - - - - - - - - - -
Pleidae Pr - - - - 0,43 0,24 - 0,09 - -
Notonectidae Pr - - - - - - - - - -
Gerridae Pr - - - - - 0,24 - - - -
Veliidae Pr - - - - - 1,69 0,88 0,84 0,14 -
COLEOPTERA
Hydroscaphidae Rsp - - - - - - - - - -
Salpingidae Pr - - - - - - - - - -
Gyrinidae Pr - - - - - 0,48 - - - -
Dytiscidae
Pr 0,11 - - - - 0,48 - - - -
Hydrophilidae Co-Ca/Pr 0,11 - - - - 0,48 0,88 - 1,82 -
Staphylinidae Pr - - - - - 0,48 - 0,09 0,28 -
Scirtidae Co-Ca/Rsp/Frg - - 2,15 0,46 - 0,48 0,29 0,28 - -
Psephenidae Rsp - 0,51 0,20 - - 0,48 - 0,09 - -
Ptilodactylidae Frg - - - - - - - - 0,14 -
Dryopidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - - - 0,19 - -
Elmidae Co-Ca/Rsp 3,77 2,20 8,01 1,39 1,87 - 17,94
3,84 4,90 2,15
Curculionidae Frg - - - - - 0,24 - - - -
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
62
Anexo 4. Continuação
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
MEGALOPTERA
Corydalidae Pr 0,22 - - 0,23 - 0,24 - - - -
TRICHOPTERA
Polycentropodidae Co-Fil/Pr - 0,17 0,59 0,46 0,57 1,69 0,29 - 0,14 -
Hydropsychidae Co-Fil/Pr 3,88 2,70 6,64 9,24 1,44 0,24 5,00 9,65 6,02 3,08
Philopotamidae Co-Fil - 1,86 - 0,23 0,29 1,45 - - 1,82 0,31
Hydrobiosidae Pr - 0,51 - - 0,43 - - 0,84 0,14 1,85
Glossosomatidae Co-Ca/Rsp - - - - - 0,24 - 1,12 - -
Hydroptilidae Co-Ca/Rsp/Frg 0,55 0,17 0,78 0,46 3,30 4,82 - 0,66 - -
Odontoceridae Co-Ca/Frg/Pr 0,11 0,17 1,17 - 0,29 0,24 - 0,09 - 0,31
Helicopsychidae Rsp - - - - - 0,48 - 0,09 0,28 -
Calamoceratidae
Phylloicus Frg - - 0,20 - 0,72 10,12
0,29 2,72 0,14 -
Leptoceridae Co-Ca/Frg/Pr - 0,68 0,59 1,15 0,57 0,48 2,35 1,12 0,14 -
DIPTERA
Tipulidae Co-Ca/Frg 0,11 - - 0,23 - 0,24 2,06 0,19 1,12 0,31
Dixidae Co-Ca - - - - - - - - 1,68 -
Culicidae Co-Ca/Co-Fil - - - - - - - - - -
Simuliidae Co-Fil 28,35
47,30
16,80
67,90
53,02
0,96 8,24 7,40 26,19
50,15
Ceratopogonidae Co-Ca/Pr/Rsp 0,44 - 0,78 0,46 0,29 - - 0,47 0,28 -
Chironomidae
Chironominae
Co-Ca/Co-
Fil/Frg/Pr
23,03
5,74 38,09
3,00 10,63
4,10 4,41 25,77
12,32
2,15
Stenochironomus
Co-Ca 4,21 2,20 2,73 0,23 1,87 13,25
2,35 5,15 1,82 0,92
Tanypodinae Pr 4,54 6,42 3,91 0,23 2,30 3,37 1,76 9,28 2,24 -
Orthocladiinae Co-Ca/Rsp/Frg 14,29
9,46 9,18 8,78 8,33 1,69 26,76
7,59 22,97
0,92
Psychodidae Co-Ca - - - - - - - 0,09 - -
Stratiomyidae Co-Ca/Rsp - - - - - - - - 0,14 -
Tabanidae Pr - - - - - - 0,29 - - -
Empididae Co-Ca/Pr 4,21 1,35 0,98 0,69 1,58 - 2,65 1,97 0,98 -
Dolichopodidae
Pr - 0,17 - - - - 0,29 - - 0,31
Muscidae Pr - - - - - - - - - -
ANNELIDA
Oligochaeta Co-Ca 0,22 - - 0,69 0,29 0,72 - 2,16 0,84 0,31
COLLEMBOLA Co-Ca - - - - - - - - - -
ACARINA
Hydracarina Pr 0,11 - - - - - - - - -
Número total de taxa 26 23 25 24 27 36 29 33 29 15
Densidade (ind/g) 14,58
13,96
8,85 7,21 15,23
9,25 6,23 28,95
12,84
10,6
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
63
Anexo 5. Abundância relativa dos taxa de invertebrados bentônicos encontrados nos trechos de
remansos dos córregos na Cadeia do Espinhaço (MG) durante a estação chuvosa (março/07). GTF =
grupos tróficos funcionais, Al = Alecrim, B = Boleiras, SG = São Gonçalo do Rio das Pedras, T =
Taioba, P = Pedras, I = Indaiá, SB = São Bartolomeu, RC = Ribeirão Colônia, G = Garcia, C =
Cachoeira, Co-Ca = coletores-catadores, Co-Fil = coletores-filtradores, Pr = predadores, Rsp =
raspadores, Frg = fragmentadores, (-) = ausência.
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
EPHEMEROPTERA
Leptophlebiidae Co-Ca/Rsp 0,33 3,13 3,98 11,38
14,77
11,97
1,20 0,34 2,05 0,23
Polymitarcyidae Co-Ca/Fil - - - - - - - - - -
Caenidae Co-Ca - 0,55 - - 0,20 - - - - -
Leptohyphidae Co-Ca 1,67 9,39 2,49 4,88 4,59 1,25 - 4,75 6,51 5,30
Euthyplociidae Co-Ca - - 3,48 0,81 - - - - - -
Baetidae Co-Ca/Rsp - 0,55 18,91
7,32 1,00 11,72
12,05
5,76 1,88 3,46
ODONATA
Coenagrionidae Pr 0,17 0,37 8,46 1,63 0,60 1,25 - 1,69 0,68 0,23
Megapodagrionidae Pr - 0,74 - - - - - 1,02 0,17 -
Calopterygidae Pr - 0,18 - 2,44 - 2,24 - - 0,51 1,38
Aeshnidae Pr - - 1,00 - - 0,25 - 0,34 0,86 -
Gomphidae Pr 19,00
2,21 - - 3,19 - - - - 0,46
Libellulidae Pr 1,67 1,47 0,50 0,81 2,59 - 1,20 - 0,17 2,53
PLECOPTERA
Perlidae Pr - - 1,00 1,63 - - 9,64 0,68 0,17 -
Gripopterygidae Frg - - - - - - - 0,34 4,45 2,07
HETEROPTERA
Saldidae Pr - - - - - - - - - -
Naucoridae Pr 2,17 1,84 15,92
- 0,20 19,20
- - - -
Nepidae Pr - - - - - - - - - -
Belostomatidae Pr - - - - 0,20 0,25 - - - -
Corixidae Pr/Rsp - - - - - - - - - -
Pleidae Pr 2,00 0,74 0,50 - 1,60 2,74 - - - -
Notonectidae Pr - - 2,49 - - 0,50 - 0,68 - -
Gerridae Pr - - - - - 0,25 - 0,68 - -
Veliidae Pr - - 1,99 - - - 12,05
- 0,17 -
COLEOPTERA
Hydroscaphidae Rsp - - 1,00 0,81 - - - - - -
Salpingidae Pr 0,17 - - - - - - - - -
Gyrinidae Pr 0,83 0,55 - - - - - - - -
Dytiscidae
Pr - 2,39 4,98 - 1,20 5,99 - 1,36 - -
Hydrophilidae Co-Ca/Pr - - - - - 5,49 - 1,36 0,17 1,61
Staphylinidae Pr - - - - - 2,74 1,20 0,34 - 0,23
Scirtidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - - - 0,34 - -
Psephenidae Rsp - 1,29 1,49 - - 0,75 - - 0,17 -
Ptilodactylidae Frg - - - - - - - - - -
Dryopidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - - - 0,34 0,17 -
Elmidae Co-Ca/Rsp 7,33 6,26 3,48 4,07 2,79 22,44
3,61 3,73 16,44
3,46
Curculionidae Frg - - - - - - - - - -
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
64
Anexo 5. Continuação
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
MEGALOPTERA
Corydalidae Pr 0,17 - - - - - - - - -
TRICHOPTERA
Polycentropodidae Co-Fil/Pr - - 0,50 - 1,80 - - - - 0,23
Hydropsychidae Co-Fil/Pr 0,17 - - 5,69 0,20 0,50 7,23 - 0,34 0,46
Philopotamidae Co-Fil - - - - - - - - -
Hydrobiosidae Pr - - - - - 0,25 - - -
Glossosomatidae Co-Ca/Rsp - - - - - 0,25 - - 0,17
Hydroptilidae Co-Ca/Rsp/Frg 0,17 0,18 5,47 12,20
0,20 0,25 2,41 0,68 - 1,15
Odontoceridae Co-Ca/Frg/Pr - 0,55 0,50 - 0,80 0,50 - 0,34 -
Helicopsychidae Rsp - 0,37 0,50 - - 2,00 - - -
Calamoceratidae
Phylloicus Frg - 21,55
1,49 0,81 3,19 0,25 - 7,46 10,45
3,00
Leptoceridae Co-Ca/Frg/Pr 3,17 13,08
3,98 - 1,80 0,25 - 2,03 2,40 6,22
DIPTERA
Tipulidae Co-Ca/Frg - 0,18 - - - - - - 0,17 -
Dixidae Co-Ca - - - - - - - - - -
Culicidae Co-Ca/Co-Fil - - - - - - - 0,34 - -
Simuliidae Co-Fil 2,50 1,10 3,48 7,32 0,40 0,75 25,30
2,03 9,59 0,69
Ceratopogonidae Co-Ca/Pr/Rsp 0,50 0,55 - - 0,60 - - 0,68 0,34 -
Chironomidae
Chironominae
Co-Ca/Co-
Fil/Frg/Pr 34,33
12,15
4,48 22,76
26,55
2,49 10,84
34,92
21,75
29,72
Stenochironomus
Co-Ca 0,33 1,10 - 2,44 2,59 0,50 - - 1,37 3,69
Tanypodinae Pr 10,83
14,92
5,47 4,07 26,95
2,24 1,20 12,54
9,42 29,03
Orthocladiinae Co-Ca/Rsp/Frg 6,33 2,03 1,99 5,69 1,60 0,75 12,05
11,53
6,34 3,23
Psychodidae Co-Ca - - - - - - - - - -
Stratiomyidae Co-Ca/Rsp - - - - - - - - - -
Tabanidae Pr - - 0,50 - - - - 0,34 - -
Empididae Co-Ca/Pr 1,33 0,55 - 0,81 0,40 - - 0,68 1,71 1,15
Dolichopodidae
Pr - - - - - - - - - -
Muscidae Pr 0,67 - - - - - - 0,68 - -
ANNELIDA
Oligochaeta Co-Ca 4,17 - - - - - - 1,69 0,68 0,23
COLLEMBOLA Co-Ca - - - - - - - - 0,17 -
ACARINA
Hydracarina Pr - - - 2,44 - - - 0,34 0,51 0,23
Número total de taxa 23 28 27 20 25 29 13 31 30 24
Densidade (ind/g) 23,33
9,16 7,35 7,61 9,14 15,35
3,61 11,25
8 7,73
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
65
Anexo 6. Abundância relativa dos taxa de invertebrados bentônicos encontrados nos trechos de
rápidos dos córregos na Cadeia do Espinhaço (MG) durante a estação chuvosa (março/07). GTF =
grupos tróficos funcionais, Al = Alecrim, B = Boleiras, SG = São Gonçalo do Rio das Pedras, T =
Taioba, P = Pedras, I = Indaiá, SB = São Bartolomeu, RC = Ribeirão Colônia, G = Garcia, C =
Cachoeira, Co-Ca = coletores-catadores, Co-Fil = coletores-filtradores, Pr = predadores, Rsp =
raspadores, Frg = fragmentadores, (-) = ausência.
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
EPHEMEROPTERA
Leptophlebiidae Co-Ca/Rsp - - 1,15 0,66 7,56 5,93 1,72 - - -
Polymitarcyidae Co-Ca/Fil - - - - - - - - - -
Caenidae Co-Ca - - - - - - - - - -
Leptohyphidae Co-Ca 1,39 1,33 3,45 5,92 3,36 1,98 1,72 0,32 3,04 -
Euthyplociidae Co-Ca - - - - - - - - - -
Baetidae Co-Ca/Rsp - 0,27 14,94
19,74
3,36 5,93 7,93 3,88 0,43 6,57
ODONATA
Coenagrionidae Pr - - 1,15 - 1,68 - 0,69 0,32 - -
Megapodagrionidae Pr - 0,27 - - - - - 0,32 - -
Calopterygidae Pr 0,08 - - - 0,84 0,40 - - - -
Aeshnidae Pr - - - - - 0,40 - - - -
Gomphidae Pr 0,16 - 1,15 - 1,68 - - - 0,14 -
Libellulidae Pr 0,41 1,07 1,15 - 0,84 - 0,34 0,32 - -
PLECOPTERA
Perlidae Pr 0,41 2,13 5,75 1,32 3,36 1,98 2,41 3,56 - 1,77
Gripopterygidae Frg - 0,27 4,60 - - - 7,93 12,62
3,62 0,76
HETEROPTERA
Saldidae Pr - - - - - - - - - -
Naucoridae Pr 0,74 - 10,34
0,66 0,84 13,44
- - - -
Nepidae Pr - - - - - - - - - -
Belostomatidae Pr - - - - - - - - - -
Corixidae Pr/Rsp - - - - - - - - - -
Pleidae Pr 0,08 0,27 - - 2,52 1,98 - - - -
Notonectidae Pr - - 1,15 - - - - - - -
Gerridae Pr - - - - - - - - 0,14 -
Veliidae Pr 0,16 0,27 3,45 - - 2,37 4,48 0,97 2,03 1,01
COLEOPTERA
Hydroscaphidae Rsp - - - 0,66 - - - - - -
Salpingidae Pr - - - - - - - - - -
Gyrinidae Pr - - 1,15 - 0,84 0,79 - 0,65 - -
Dytiscidae
Pr - - 1,15 - - - - - - -
Hydrophilidae Co-Ca/Pr - - - - 0,84 2,37 - - - 0,51
Staphylinidae Pr - - - - - 0,79 - 0,65 - 1,26
Scirtidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - 0,79 - - - -
Psephenidae Rsp 0,08 0,53 1,15 - - 0,79 - - - -
Ptilodactylidae Frg - - - - - - - - - -
Dryopidae Co-Ca/Rsp/Frg - - - - - - - 0,65 0,14 -
Elmidae Co-Ca/Rsp 1,14 3,47 4,60 17,11
11,76
29,64
5,52 4,21 7,39 3,54
Curculionidae Frg - - - - - - - - - -
Universidade Federal de Minas Gerais
Dissertação de Mestrado de Ludmila Castro Valente
(PG-ECMVS, ICB-UFMG)
66
Anexo 6. Continuação
Taxa GTF Al B SG T P I SB RC G C
MEGALOPTERA
Corydalidae Pr - 0,53 - - 1,68 - 1,03 0,65 - 0,25
TRICHOPTERA
Polycentropodidae Co-Fil/Pr - - - - - - - - - -
Hydropsychidae Co-Fil/Pr 1,80 2,40 - 9,87 4,20 7,91 7,59 11,33
6,52 3,28
Philopotamidae Co-Fil - - - - - - - - 0,43 -
Hydrobiosidae Pr - 0,27 - 0,66 - - - 1,29 - 1,26
Glossosomatidae Co-Ca/Rsp - - - - 0,84 0,79 - - - -
Hydroptilidae Co-Ca/Rsp/Frg 0,82 0,27 11,49
7,24 0,84 0,40 - 5,50 - -
Odontoceridae Co-Ca/Frg/Pr - - 1,15 - 0,84 - - - - -
Helicopsychidae Rsp - 0,27 - - - 6,32 - 0,97 - -
Calamoceratidae
Phylloicus Frg - 0,80 1,15 - 0,84 0,40 - - - -
Leptoceridae Co-Ca/Frg/Pr 0,25 0,27 - 1,32 0,84 - 0,34 1,62 - -
DIPTERA
Tipulidae Co-Ca/Frg - - - - - - 1,03 - 0,14 -
Dixidae Co-Ca - - - - - - - - - -
Culicidae Co-Ca/Co-Fil - - - - - - - - - -
Simuliidae Co-Fil 18,55
76,00
25,29
17,76
23,53
3,56 47,93
20,71
64,64
73,74
Ceratopogonidae Co-Ca/Pr/Rsp 0,16 0,27 - 0,66 0,84 - 0,34 0,65 - -
Chironomidae
Chironominae
Co-Ca/Co-
Fil/Frg/Pr 55,31
1,60 - 3,29 5,04 6,32 1,72 13,27
2,75 2,27
Stenochironomus Co-Ca 0,25 - - - 8,40 - - 0,32 0,29 1,26
Tanypodinae Pr 1,06 1,33 - - 4,20 2,37 0,34 - 0,43 1,01
Orthocladiinae Co-Ca/Rsp/Frg 14,54
6,13 4,60 11,84
7,56 1,98 5,52 14,24
7,39 0,76
Psychodidae Co-Ca - - - 0,66 - - - - - -
Stratiomyidae Co-Ca/Rsp - - - - - - - - - -
Tabanidae Pr - - - - - - - - - -
Empididae Co-Ca/Pr 1,14 - - 0,66 0,84 - - 0,65 0,29 0,76
Dolichopodidae
Pr - - - - - - - - - -
Muscidae Pr - - - - - - 0,34 0,32 - -
ANNELIDA
Oligochaeta Co-Ca 1,39 - - - - - 1,03 - 0,14 -
COLLEMBOLA Co-Ca - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
ACARINA
Hydracarina Pr 0,08 - - - - 0,40 - - - -
Número total de taxa 22 22 20 17 27 25 20 25 18 16
Densidade (ind/g) 35,23
14,37
4,68 13,07
4,18 12,64
14,1 11,29
13,58
10,76
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