e as demais ciências naturais são os meios mais eficazes para dizer como o mundo
é. Depois dessa apresentação, Searle procura demonstrar como a mente pode
emergir, enquanto fenômeno biológico, das características básicas do universo. A
partir desse ponto, o filósofo apresenta a consciência como um elemento importante
para nossa concepção de mente. A consciência é a “essência” da mente, que tem
na dinâmica intencional a explicação de seu funcionamento.
Tendo a consciência como fenômeno essencial e a intencionalidade como
dinâmica de funcionamento, a mente pode construir uma realidade social. O modo
como a mente o faz é tema para o penúltimo capítulo de Mente, linguagem e
sociedade. No último, Searle discorre a respeito do funcionamento da linguagem,
indicando a fala como uma ação humana. O último tópico desse capítulo denomina-
se “regras constitutivas e simbolismo”. De certa forma, há um retorno as origens, aos
temas que iniciaram essa trajetória; todavia, agora com a discussão mais elaborada
e indicando algumas decorrências para a epistemologia.
Depois dessa obra – Mente, linguagem e sociedade (1998) – o filósofo ainda
apresenta mais seis trabalhos: Rationality in Action
50
(2001), Conversations with
John Searle
51
, com Gustavo Feigenbaum (2001), La Universidad Desafiada, el
Ataque Postmodernista en las Humanidades y las Ciencias Sociales
52
(2002),
Consciousness and Language
53
(2002), Liberte et Neurobiologie
54
(2004) e Mind, a
Brief Introduction (2004)
55
.
Na primeira obra, Searle reflete sobre o livre arbítrio, apontando alguns limites
à noção tradicional de racionalidade e sugerindo uma nova concepção, a qual está
baseada nos elementos conceituais que constituem seu pensamento:
intencionalidade, consciência, Background e outros. A segunda obra se compõe de
uma longa entrevista concedida a Gustavo Feigenbaum. Nela, Searle refere-se a
temas como sua biografia intelectual, filosofia da mente, filosofia da linguagem, além
50 Idem. Rationality in Action. Cambridge, MA: MIT Press 2001. Neste estudo, usamos a versão em língua espanhola: Razones para actuar. Oviedo:
Ediciones Nobel, 2000.
51 SEARLE, J. R.; FAIGENBAUM, G. Filosofia y Teoria Social, Conversaciones con John Searle. (online publication) Buenos Aires: www.librosenred.com,
2001. Neste estudo, usamos a versão impressa em língua espanhola: Conversaciones con John Searle. Libros En Red, Print on Demand, 2001.
52 Idem. La Universidad Desafiada, el Ataque Postmodernista en las Humanidades y las Ciencias Sociales. Edison Otero B. (ed.), Universidad Central de
Chile: Bravo y Allende Editores, 2002.
53 Idem. Consciousness and Language. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
54 Idem. Liberte et Neurobiologie. Paris: Bernard Grasset, 2004. Neste estudo, usamos a versão em língua espanhola: Liberdad y neurobiologia, Barcelona:
Paidos, 2005.
55 Idem. Mind: a Brief Introduction. Oxford/New York: Oxford University Press, 2004. Searle ainda apresenta The Campus War. Uma reflexão sobre o
movimento estudantil em Berkeley. SEARLE, J. R. The Campus War. New York: The World Publishing, 1971.