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PAULA MARIA DE ASSIS
A Concepção de Educação na Revista Vozes durante
os debates da LDB (1956 a 1965):
O Período de Frei Aurélio Stulzer.
MESTRADO EM EDUCAÇÃO:
HISTÓRIA, POLÍTICA, SOCIEDADE.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
2008
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PAULA MARIA DE ASSIS
A Concepção de Educação na Revista Vozes durante
os debates da LDB (1956 a 1965):
O Período de Frei Aurélio Stulzer.
MESTRADO EM EDUCAÇÃO:
HISTÓRIA, POLÍTICA, SOCIEDADE.
Dissertação apresentada à Banca
Examinadora da Pontifícia
Universidade de São Paulo, como
exigência parcial para a obtenção
do título de MESTRE em
Educação, sob orientação do Pro°
Dr. Kazumi Munakata.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
2008
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BANCA EXAMINADORA
___________________________
___________________________
___________________________
Allexandre, Lucas e Beto,
O que seria da minha vida sem vocês?
AGRADECIMENTOS
Ao Prof° Dr. Kazumi Munakata, pela orientação, dedicação, críticas oportunas e
por ser mais que um orientador, um amigo.
Às professoras Maria Rita de Almeida Toledo e Paula Perin Vicentini, pelos
comentários preciosos e esclarecimentos em meu Exame de Qualificação.
Aos professores do EHPS, pelos ensinamentos e pelo acolhimento.
Aos meus pais, Maria Antônia e Luiz Carlos: incentivo, confiança, por
acreditarem que eu era capaz.
Ellen, por me falar sempre a verdade, amiga para sempre.
Kátia, Luciana e Flávia, Chris, pelas dicas preciosas.
À Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, pela Bolsa Mestrado.
Aos amigos e colegas da Diretoria de Ensino Centro-Oeste, aos professores do
Ana Rosa.
À todos os que torceram pela minha vitória.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é analisar como a Revista Vozes de
Petrópolis concebe a educação no decorrer da gestão editorial de Frei
Alberto Stulzer, que corresponde também ao momento de discussão
e implantação Lei de Diretrizes e Bases que foi assinada em 1961.
Para tanto esta pesquisa tem como fonte principal artigos da
própria revista, que além de fonte é também o objeto principal. Como
objeto nos transporta para o campo da História Cultural.
A revista não representa uma sociedade, em um determinado
momento, mais do que isso, representa o esforço de uma
determinada configuração social de impor sua imagem ao futuro.
Parto da hipótese de que a Revista funcionava como veículo de
comunicação eficiente, facilitando o diálogo entre as diversas esferas
que compunham seu público leitor. A análise sob esse viés nos
permitirá identificar as diversas áreas de atuação dos colaboradores
que escreveram os artigos da Revista e interpretar a concepção de
educação por eles demonstrado.
Palavras-chave: Vozes de Petrópolis, Revista, Educação.
ABSTRACT
The main goal of this research is to analyze the conception of
education in Vozes de Petrópolis Magazine during the editorial
management of Frei Alberto Stulzer, which is also the time of the
discussion and implementation of Law Guidelines and Bases which
were signed in 1961.
As a matter of fact, this research has as the main source
articles from the magazine itself, which is not only the source but also
the main subject. As the object, it leads us to the Cultural History
field.
The magazine does not represent a society, in a specific
moment, more than that, it represents the labor of a determined
social configuration of imposing its image to the future.
The hypothesis, that the Magazine worked as a vehicle for
efficient communication, making the dialogue easier between various
spheres that made up their public reader, is the basis of this project.
The analysis, under this view, will allow us to identify the various
areas of expertise of staff who wrote the articles in the Journal, and
interpret the design of education they have demonstrated.
Keywords: Vozes de Petrópolis, Magazine, Education.
SUMÁRIO
Introdução: 10
A. Comemorações Póstumas de uma centenária. 10
B. Procedimentos Metodológicos 13
C. Procedimentos de pesquisa e análise. 19
D. Divisão dos capítulos 21
Capítulo 1
1.1 – Da Restauração à formação de um núcleo
franciscano de cultura em Petrópolis. 23
1.2 – A Revista, a Educação e as políticas de restauração 30
Capítulo 2
2.1 – A Revista: Quo Vadis. 38
2.2 – A Gestão de Frei Aurélio Stulzer 47
Capítulo 3
3.1 – Uma Questão Nacional: A Educação 56
3.2 – A Educação na Revista Vozes 60
Considerações Finais 79
Bibliografia
Fontes: arquivos pesquisados na Revista Vozes. 83
Fontes: Sites 93
Referencia Bibliográfica 94
Anexos 99
Listas de quadros:
Quadro 1
Distribuição das seções (1956-1965) 44
Quadro 2
Seqüência de páginas do período de 1957-1966 46
Quadro 3
Principais colaboradores no período e número de
artigos publicados 49
Quadro 4
Perfil dos colaboradores da Revista 50
Quadro 5
Amostra dos artigos publicados (1956-1966) 52
10
INTRODUÇÃO
A. Comemorações Póstumas de uma centenária.
No ano de 2007 celebrar-se-ia o centenário da revista que por
mais tempo circulou no Brasil: A Revista Vozes de Petrópolis, não
fosse o seu último número publicado apenas quatro anos antes de
completado os cem anos.
Uma única homenagem foi feita a essa revista que percorreu
todo o século XX registrando em suas páginas fatos ocorridos no
âmbito da cultura, um evento organizado pelo Profº Jorge Cláudio
Ribeiro: No dia 14 de agosto, uma terça-feira, às 14h30, na sala P-
65, o Departamento de Teologia da PUC-SP promoveu uma palestra
com o Frei Clarêncio Neotti, que foi editor da revista de janeiro de
1966 até dezembro de 1987; tiveram ainda a palavra o Sr. Sinval de
Itacarambi Leão, ex-secretário da revista, que relatou sua
experiência profissional. Na platéia, alguns convidados do
Departamento de Teologia, de Ciências da Religião e da Comunicação
Social.
Poucas pessoas para presenciar uma homenagem póstuma,
pois exatamente assim começa a fala de Frei Clarêncio
1
: “Na
verdade, estamos homenageando uma defunta, que recebeu a
injeção letal no dia 20 de novembro de 2003, aos 96 anos e meio,
por uma decisão do Conselho diretor da Editora Vozes.” Continua em
seu discurso:
1
Discurso proferido na celebração dos 100 anos da revista vozes “Cem Anos da Revista de Cultura
Vozes”, dia 14 de agosto de 2007.
11
“Saúdo, portanto, uma defunta, que me foi
cara. Agradeço a todos vocês, especialmente ao
Jorge Cláudio Ribeiro pela memória que quiseram
fazer à Revista, que teria completado cem anos
em julho passado. Cultivar a memória é
reconhecer a grandeza de um passado que
merece ser celebrado.”
Frei Clarêncio fez questão de lembrar as comemorações nas
quais havia participado, nos aniversários de 60 anos e de 80 anos da
revista. Muito diferente do que se observava naquela pequena sala
onde estávamos todos reunidos.
Vale ressaltar que apesar de pequeno, tal evento relembrou a
importância de uma publicação que percorreu todo um século,
registrando em suas páginas fatos marcantes no âmbito cultural
nacional. Independente de trazer, em alguns momentos, o subtítulo
de “Revista Católica”, o que se vê em suas páginas é o debate
constante, muito rico e que conta com a participação de rias
esferas da sociedade, católica ou não.
Este trabalho vai analisar como, dentro do debate da Lei 4.024,
de 20 de dezembro de 1961, a Lei de Diretrizes e Bases, a revista
concebe o conceito de educação. Como cada grupo envolvido no
debate imprimia seu entender de educação, nas páginas de uma
revista de cultura católica, sob o comando dos freis franciscanos.
São vários os trabalhos que tratam das estratégias editoriais,
da Revista
2
e da editora, ambas estreitamente ligadas, estarei
dialogando com eles no decorrer do trabalho.
Trabalhar com impressos não é, propriamente, uma novidade
para mim. Em trabalhos anteriores, iniciação científica
3
e graduação
4
,
2
A partir deste momento passo a me referir a Revista Vozes apenas como Revista.
3
Título: Representação da História no Cinema Brasileiro, um estudo comparativo entre “Sinhá
Moça”(1953) de Tom Payne e “ Nem Sansão Nem Dalila” (1954) de Carlos Manga.
4
Trabalho de organização do Laboratório de História da Universidade Paulista, manutenção e restauro
das revistas O Cruzeiro.
12
havia manuseado esse tipo de material. Minha prática profissional
caminhou para a docência e senti a necessidade de aprimorar meus
conhecimentos e integrar os meus trabalhos desenvolvidos na
graduação. Daí partiu meu interesse por ingressar no programa de
Educação: História, Política, Sociedade.
A abordagem usada nos meus trabalhos anteriores era
diferente, a começar que o impresso não era o objeto de pesquisa e
sim, era utilizado apenas como uma fonte secundária. Contudo esses
trabalhos me proporcionaram uma familiaridade de manuseio desse
tipo de material.
13
B. Procedimentos Metodológicos:
A pesquisa do impresso como objeto nos transporta para o
campo da História Cultural. A nova abordagem da História da
Educação, partindo para o campo da Historia Cultural, nos permite
levantar novas questões que não podem ser desenvolvidas apenas
em estudos de ordem política, econômica ou social.
A História Cultural, como CHARTIER (1990) entende, “tem por
objeto principal identificar o modo como em diferentes lugares e
momentos uma determinada realidade social é pensada, dada a ler.”
(p.16).
O pensar historicamente sob o prisma da História Cultural, nos
permite entender como uma comunidade, inserida em um espaço
geográfico e temporal se relaciona com o mundo com o qual dialoga.
Todas as transformações ocorridas no campo das Ciências
Sociais, num processo de desconstrução e reconstrução de mundo,
modificam o ver e compreender a realidade, no contexto da própria
sociedade. Dessa forma, alguns grupos se impõem frente à visão de
mundo, ou seja, a representação de mundo, de sociedade, essa
representação é portanto, produzida e partilhada, “determinada pelos
interesses dos grupos que as forjam” (p.17).
Desse modo, o conceito de representação está relacionado ao
processo em que a sociedade substitui a luta com armas pela luta por
palavras, formando um campo de concorrência, “cujos desafios se
enunciam em termos de poder e de dominação.” (p. 17).
Portanto, “(...) as lutas entre representações têm tanta
importância como as lutas econômicas para compreender os
mecanismos pelos quais um grupo se impõe, ou tenta impor, a sua
14
concepção de mundo social, os valores que são os seus, e o seu
domínio”. (p.17).
Este trabalho pretende analisar a Revista Vozes de Petrópolis
sob o viés da História Cultural dentro daí fazendo uso do conceito de
representação.
Para esta pesquisa, a análise da revista tem dupla finalidade:
tanto como fonte como quanto objeto da pesquisa.
Enquanto fonte é necessário que se faça uma crítica a este
documento. Num primeiro momento, a Revista é um veículo
privilegiado de divulgação do ideário de um grupo e têm objetivos
específicos. Ela não representa uma sociedade, em um determinado
momento, “mais do que isso representa o esforço de uma
determinada configuração social de impor sua imagem ao futuro.”
(OLIVEIRA. p 29).
A pesquisa do impresso como objeto de pesquisa tem sido tema
de vários trabalhos como os de CARVALHO (2001), TOLEDO (2001),
CATANI (1999, 2002), SOUSA (2002), entre outros tantos. Esses
trabalhos lançam um novo olhar sobre a constituição do campo
pedagógico, e não me refiro aqui apenas às publicações específicas
de educação.
Ao trabalhar com revistas entende-se que existe a apropriação
de idéias, simbolismos, relacionadas ao grupo que a desenvolveu ou
ainda ao grupo a que se destina, dando ao impresso uma
característica dupla: a materialidade e a especificidade. Quanto à
materialidade, segundo Toledo (2001), “... é possível recompor os
projetos específicos como estratégias que visam a públicos leitores
característicos ou, ainda, a estratégia que constitui públicos leitores
pelas especificidades construtivas da publicação” (p. 4) Quanto às
especificidades, ainda segundo a autora: “orienta o leitor para uma
forma de lê-los”.
Pierre Caspard em entrevista faz ponderações aos trabalhos
com periódicos, conforme citado por CATANI (1999):
15
... Um instrumento desse tipo não é metodologicamente
neutro. As revistas analisadas não constituem um corpus
em si que bastaria identificar e descrever. É necessário
inventar esse corpus, isto é, tomar posição sobre uma
acepção do campo educativo e manter em função dessa
acepção as revistas pertinentes... (p. 19)
A escolha do impresso veio pelo interesse em estudar a atuação
das escolas confessionais na educação brasileira. Nas pesquisas
iniciais me deparei com um artigo de SOUSA (2002), sobre uma
publicação interna do Colégio Santa Inês, em São Paulo, em que ela
faz um estudo sobre a Revista Auxilium
5
.
Por ter estudado em uma escola franciscana, veio à curiosidade
de encontrar um impresso que mantivesse um diálogo interno entre
escolas e entre alunos e professores.
Apesar de existir um número significativo de colégios mantidos
por franciscanos, o que pude observar nos levantamentos
preliminares sobre as publicações católicas de circulação escolar é
que, apesar de algumas ordens manterem suas publicações como
forma de diálogo entre suas escolas, como no caso da revista
Auxilium (das escolas femininas mantidas pelos Salesianos), os
franciscanos não possuíam esse tipo de impresso específico.
Não é pertinente a este trabalho uma análise da atuação das
Ordens
6
católicas na educação, entendo que, apesar de algumas
5
A Revista Auxilium, era a porta-voz da direção do colégio, abrindo espaço para colaborações de outras
casas mantidas pela congregação. A Revista estabelecia um contato com as estudantes e as ex-alunas,
mantendo um laço comum.
6
Num sentido amplo, dá-se impropriamente este nome a qualquer instituto religioso. Até ao séc. XVIII
todos os institutos religiosos eram Ordens. Pio VI, em 1784, aprovou a última, a dos Irmãos da
Penitencia, extinta em 1935. Por isso, no novo Código de Direito Canônico (607) não se faz distinção
entre ordens e congregações religiosas, definindo instituto religioso, que a ambas engloba, como
sociedade em que os membros emitem votos públicos e têm vida comum conforme a Enciclopédia
Católica Popular.
Nesta pesquisa não faço distinção entre Ordens ou Congregações, ambos os termos são usados com o
mesmo significado.
16
características específicas, todas estão dentro de uma proposta
única: a educação Cristã voltada para a fé Católica.
O que chamou minha atenção para a Revista foi a sua longa
duração e sua proposta editorial (uma revista de cultura), que me
levou a crer que dentro do âmbito educacional, esta teve grande
importância para a circulação de idéias e o diálogo do que deveria ser
a educação cristã católica. Mesmo se dizendo uma revista
imparcial, os primeiros anos de publicação são evidentemente
confessional. Até quando abandona do nome o título de Revista
Católica, ainda predomina uma visão de mundo forjado dentro dos
dogmas da Santa Sé.
Apesar de sempre ser lembrada como uma revista franciscana,
a Revista abre espaço para discutir a educação em todas as esferas
da sociedade, seja ela laica, seja ela católica, ou ainda protestante ou
espírita.
Existem outros trabalhos que pesquisam impressos e que
abordam a atuação da Igreja católica na educação, é o caso dos
trabalhos de SGARBI (1997 e 2001). Em sua dissertação (1997), o
autor analisa a Revista Brasileira de Pedagogia para mostrar a
atuação dos educadores católicos e a formação da Confederação
Católica Brasileira de Educação (CCBE).
Na pesquisa Bibliotecas Pedagógicas Católicas, SGARBI (2001)
faz um levantamento dos periódicos pertencentes ao Centro D. Vital.
Analisa através desses periódicos a construção de uma “Civilização
Cristã”.
Sobre a Revista Vozes, destaca-se o trabalho de BENEDETTI
(2001), em artigo publicado em um livro comemorativo do centenário
da Editora Vozes (ANDRADES, 2001) . O autor faz um breve histórico
da Revista, entretanto não se atem exclusivamente a educação,
dando prioridade às questões de ordem política.
No trabalho de BUFFA (1998), a autora faz uso de alguns
artigos da Revista em sua dissertação de mestrado. Usa-os como
17
fonte, no período de discussão da LDB, principalmente no que diz
respeito ao debate entre escolas públicas e particulares
7
.
Observamos que a Revista, apesar de ser utilizada para debater
a LDB, ainda não foi alvo de um estudo que a compreenda como
objeto cultural, como campo de disputa e lutas de representações.
Mesmo não sendo o foco principal desta pesquisa, os debates
da LDB são necessários para uma contextualização histórica. Para
isso, creio ser conveniente destacar os trabalhos de SAVIANI (2004),
que analisa em um de seus capítulos os debates dentro do Congresso
Nacional.
Também merece destaque o livro de BUFFA (1979), que retrata
o conflito entre Escola Publica e Escola Privada, analisando o discurso
ideológico destas duas partes, no debate da LDB.
Não podemos esquecer que estamos tratando aqui de um objeto
cultural. NÓVOA caracteriza-o da seguinte maneira:
...a feitura de um periódico apela sempre a debates
e discussões, a polêmicas e conflitos: mesmo
quando é fruto de uma vontade individual, a
controvérsia não deixa de estar presente, no diálogo
com os leitores, nas reivindicações junto dos
poderes públicos ou nos editoriais. (p.13)
Escolhida a revista, é necessário fazer uma contextualização
desta dentro de um espaço temporal, destacando a situação do
momento em que foi concebida.
Nesta discussão, a pergunta que perpassa este trabalho é:
Qual é a concepção de educação que está disposta nas páginas
da revista durante o período de discussão da Lei 4.024, a Lei
de Diretrizes e Bases?
7
Dissertação de mestrado elaborada na Universidade Federal de São Carlos, 1979, posteriormente
publicada como : “Ideologias em Conflito: Escola Pública e Escola Privada”.
18
Alguns questionamentos perpassam a pergunta principal, entre
eles:
a. Como se o debate entre católicos e liberais, nas discussões
da LDB?
b. Quem é quem neste debate? Qual é a representação da
educação laica oficial e a educação católica apresentada nas
páginas da revista?
c. Quem são os colaboradores e em quais suas funções dentro dos
segmentos da sociedade?
Circulando por quase cem anos, parto da hipótese de que a
Revista funcionava como veículo de comunicação eficiente, facilitando
o diálogo entre as diversas esferas que compunham seu público
leitor. Inserida dentro de uma política maior da Igreja Católica, que
por sua vez, propunha a reconstrução de um modo de entender e
participar do mundo dessa forma, atuando em um público intelectual
formador de opiniões. A revista tinha sim, interesses em privilegiar
sua forma de entender a educação.
19
C. Procedimentos de pesquisa e análise
A localização da Revista na cidade de São Paulo não foi tão fácil
quanto pensei. Existem alguns exemplares na biblioteca Nadir
Gouvêa Kfouri, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e
correspondem aos anos que vão de 1945 até 1989. Os primeiro
números estão disponíveis na Biblioteca Presidente Kennedy.
Encontrei os últimos números na biblioteca do Colégio Santo Antônio
do Pari.
A proposta inicial da pesquisa era mapear todos os artigos
referentes à educação em um universo de aproximadamente 960
revistas, não segui nenhuma técnica específica para coletá-los.
O processo foi o de manusear cada uma das revistas, ler os
títulos, os primeiros parágrafos e contar com alguns indícios, uma vez
que não existe na revista uma seção dedicada exclusivamente à
educação.
Com o passar do tempo e a familiaridade com os documentos, a
busca ficou mais fácil, porém o trabalho de folhear cada uma das
revistas foi o mesmo.
No primeiro momento da pesquisa, que vai de 1907 até 1969,
cataloguei 498 artigos dedicados a questões educacionais. Foi
desenvolvido então, um banco de dados, em um programa simples,
para relacionar os artigos publicados na Revista. O Banco de Dados
conta com informações por mim consideradas relevantes, tais como:
Ano, mês data, título, autor, assunto e um resumo do artigo
publicado.
A princípio, a idéia do banco de dados foi mapear os artigos
publicados, identificando os autores, com que freqüência escreviam,
sua atuação e participação na sociedade. A data serviu de base para
relacionar os acontecimentos históricos.
20
A análise preliminar da revista, sob o viés das representações
permitiu identificar os diversos momentos e mudanças, ora orientada
por pedidos vindos diretamente do Vaticano, ora sob forças políticas
do contexto histórico nacional, que foi constituindo a realidade.
Textos, artigos, comentário sobre educação estão presentes em
quase todos os números publicados da Revista Vozes. Críticas ao
governo que quer tirar o ensino religioso das escolas públicas, o
debate entre ensino público e ensino privado, a liberdade de ensino, o
mau comportamento dos alunos em sala de aula, o despreparo dos
professores, manuais de como ensinar uma determinada disciplina
sob o viés da boa educação católica, o desejo expresso pelo Vaticano
em querer se aproximar do cotidiano de seus fiéis, são exemplos de
temas abordados.
No decorrer dos quase cem anos, é evidente que a concepção
de educação que a revista constrói vai se alterando, portanto não
sem exagero, podemos usar a idéia de CONCEPÇÕES de educação.
Dentro deste universo tão extenso do corpus documental, era
inviável tratar os quase cem anos de educação nesta pesquisa. Foi
necessário, portanto, fazer um recorte e delimitar um período
específico.
Analisando a incidência de artigos sobre educação na minha
pesquisa prévia, entrecruzando com os momentos de mudança na
direção editorial da revista, pude observar que o período que vai do
ano 1956 e 1966, um aumento significativo de artigos sobre o
assunto.
Esse período corresponde aos debates da proposta e
implementação da lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, a Lei de
Diretrizes e Bases. À frente da direção editorial da revista estava Frei
Aurélio Stulzer, responsável pela abertura de um espaço de
discussões sobre a LDB, e a revista assumiu a luta em defesa da
liberdade de ensino, contra as propostas dos defensores da escola
pública.
21
D. Divisão dos capítulos
O trabalho está dividido em três capítulos assim dispostos:
O primeiro capítulo abordará a história da chegada dos
franciscanos a cidade de Petrópolis, o processo de restauração da
Igreja católica e da Ordem Franciscana no Brasil e o início das
atividades da editora.
No segundo capítulo seabordada a história da Revista, dando
ênfase aos editores e colaboradores do período analisado. A Revista
será analisada na sua constituição física, sem a preocupação de fazer
uma analise mais detalhada da materialidade da própria. Discutirei
também a gestão de Frei Aurélio Stulzer nos anos de 1956 a 1966.
O terceiro capítulo será a análise propriamente da Revista.
Levantado todos os artigos referentes à educação, trabalharei com o
conceito, educação, empregado por seus colaboradores e que de
certa maneira representa a opinião dos Freis que permitiam a
publicação de tais artigos.
Como dito anteriormente, a pesquisa não pretende polemizar
sobre o debate entre grupos de opiniões distintas no processo de
discussão e implementação da LDB. A pesquisa busca delimitar qual a
representação de educação exposta na Revista, buscando através de
uma análise detalhada de como a Revista serviu como mediadora da
reprodução e da produção sociocultural no decorrer do período em
questão.
Nas Considerações Finais, farei um apanhado geral sobre a
pesquisa como um todo, buscando responder às questões propostas
na tentativa de contribuir aos estudos da História da Educação
Brasileira.
Apesar dos trabalhos sobre a utilização de periódicos estarem
bem difundidos na História da Educação, espero que novas pesquisas
22
façam uso da Revista Vozes, uma vez que seu corpus documental é
muito rico.
Tudo isso é parte de um corpus que por si só, não tem
significado nenhum. Transformar esse corpus em conhecimento é o
real trabalho do pesquisador. Para VEYNE (1983 p. 11):
A História é uma narrativa de eventos: todo o resto deriva
disso”.
23
CAPÍTULO I
A proposta deste capítulo é traçar um panorama histórico da
restauração da Ordem Franciscana no Brasil, atrelando a isso,
interesses políticos difundidos pelo Vaticano.
Desta forma, entender como a Editora Vozes, a Revista e a
Educação serviram de instrumentos para a formação de uma
elite intelectual leiga, e que atuará nos debates políticos da Lei
de Diretrizes e Bases.
1.1 - Da Restauração à formação de um núcleo franciscano de
Cultura em Petrópolis.
Basta o desataviado relato dos
fatos que constituem a história
da “Editora vozes” para mostrar
qual foi desde o princípio, a
orientação e a finalidade de
seus fundadores e
mantenedores: (...)o Apostolado
Católico. (RV. Janeiro-Fevereiro
de 1951. PIMENTEL, Mesquita.
O Cinqüentenário da Editora
Vozes Limitada. p 9)
24
Ao falar da Revista Vozes, não podemos desatrelar seu nome
ao nome da Editora Vozes e da Ordem dos Frades Menores, os
Franciscanos. A Revista sempre foi uma vitrine das publicações da
editora, muito provavelmente pela sua grande inserção no mundo
intelectual católico. Sendo assim, vejo ser necessário traçar um
histórico da editora em paralelo com a Revista.
A Ordem dos Frades Menores
8
(franciscanos) está presente no
Brasil desde a chegada dos portugueses. Foi Frei Henrique do
Coimbra que celebrou a primeira missa nestas novas terras. Os
franciscanos permaneceram juntamente com os jesuítas e outras
ordens na missão de catequizar e evangelizar os povos do novo
mundo
9
.
A Ordem Franciscana no Brasil se organizava
administrativamente em duas Províncias, uma norte/nordeste e a
outra no sul com quase 500 irmãos, isso até início do século XIX.
Questões políticas ligadas à estrutura imperial colocaram algumas
ordens no foco de perseguições, represarias e disputas dentro e fora
da estrutura religiosa. Humilhados e reduzidos, em 1889 restava
apenas um frade da Bahia para “baixo” e seis frades da Bahia para
“cima”.
De acordo com as políticas traçadas na contra-reforma, o
Vaticano passa a buscar e a reconquistar novos fiéis, partindo então
para um novo processo missionário, principalmente fora da Europa,
que sua atuação neste continente diminuíra consideravelmente,
8
Segundo Antonio Moser, professor do Instituto Teológico Franciscano, são conhecidos como
franciscanos os frades pertencentes à Ordem dos Frades Menores (OFM), primeira ordem fundada por S.
Francisco no início do século XII, na cidade de Assis, Itália, destinada a homens celibatários. Além desta,
S. Francisco fundou outras duas ordens: a Segunda, das Clarissas, destinada a mulheres que se consagram
à Vida Religiosa monacal e a Terceira, a Ordem Secular, destinada a solteiros e casados que desejam
seguir Jesus Cristo, tendo como modelo S. Francisco de Assis. MOSER, Antonio. Entrevista concedida a
Marcelo Fereira de Andrades. Petrópolis, 15 jan. 2001. (ANDRADES 2006).
9
A historiografia versa apenas sobre a participação dos enviados pela Companhia de Jesus, por estarem
mais bem estruturados, por terem uma rede de escolas elementares e colégios, além de desenvolverem um
projeto pedagógico uniforme: Ratio studiorum.
A participação dos franciscanos na educação tem sido retomado em trabalhos recentes, destaco aqui o
desenvolvido em tese de doutoramento e posteriormente publicado no livro: Gênese do pensamento único
em educação: Franciscanismo e jesuitismo na história da educação brasileira de( SANGENIS 2006)
25
uma vez que vários países se tornaram protestantes durante a
Reforma Religiosa.
O Vaticano incentivou a fundação de novos seminários. Os
franciscanos receberam então o aval do Papa para restaurar as
Províncias Franciscanas no Brasil
10
.
Vindos da Alemanha, se dirigiram para Salvador, Santa
Catarina e principalmente, para a cidade de Petrópolis, no Rio de
Janeiro.
Para cuidar da assistência espiritual dos colonos alemães,
instalaram se em uma pequena casa alugada nos fundos da igreja do
Sagrado Coração de Jesus e iniciaram a construção de um convento
que depois de pronto deu abrigo também a Escola Gratuita São José,
atendendo aos filhos dos colonos, que no ano de fundação contava
com 111 alunos.
Também em 1897, fundaram Instituto Teológico Franciscano
(ITF), uma escola de estudos superiores onde os estudantes
ingressantes na Ordem Franciscana poderiam concluir seus estudos
de Humanidade, Retórica, Filosofia e Teologia.
Em março de 1901, uma máquina impressora alemã, doada à
escola Gratuita São José, passou a funcionar, imprimindo cartões de
visitas, livros de orações e livros de primeiras letras aos alunos. Com
as devidas autorizações dos superiores da Ordem, entra efetivamente
em operação a Typografia da Escola Gratuita São José.
Além da produção didática e catequética, os franciscanos se
preocupavam também com a formação de uma elite católica culta,
coesa, unida, organizando um complexo de produção e propaganda
de suas idéias em Petrópolis.
A editora, que foi iniciada modestamente nos porões do
convento, em pouco tempo tornou se a principal fonte de renda para
a manutenção do complexo cultural franciscano de Petrópolis. Desde
10
Para mais informações sobre a restauração das províncias franciscanas no Brasil, consultar: PIVA, Eloi
D. Transição Império-República: Desafio para a Igreja no Brasil. Tese de doutoramento: Faculdade de
História Eclesiástica da Pontifícia Universidade Gregoriana. 1985.
26
o início do século, a Vozes sempre auxiliou financeiramente a Escola
Gratuita São José, o convento franciscano e o ITF, com sua escola de
teologia.
A tipografia nasceu ligada à escola, os livros eram testados
dentro da própria instituição e então eram distribuídos. Muitos dos
autores eram os freis professores da própria escola.
Em 1907 os freis resolveram publicar uma revista periódica.
Inspirados no jornal alemão Stimmenn der Zeit (Vozes do Tempo), do
qual eram assinantes, sugeriu-se que o nome da revista fosse Vozes
de Petrópolis.
Em 1908, Frei Pedro Sinzing
11
assumiu a administração da
Typografia, transformando a pequena oficina que funcionava nos
porões da escola, em uma editora. As operações foram transferidas
para um prédio próprio, aumentando a produção da tipografia com
novas instalações e equipamentos.
Frente a Typografia, Frei Pedro Sinzing investiu principalmente
no crescimento da Revista Vozes, que deu projeção nacional a
Typografia. Já em 1910, a revista contava com 1700 assinaturas, fora
as vendas avulsas. Seus artigos eram transcritos em diversos jornais
e revistas pelo Brasil. Devido ao grande sucesso da revista, as
pessoas começaram a chamar a Typografia da Escola Gratuita São
José, de Vozes de Petrópolis.
Reconhecendo o sucesso da revista, em 1911 os
franciscanos resolveram mudar oficialmente o nome da
empresa de Typographia da Escola Gratuita São José para
Administração das “Vozes de Petrópolis”.
(ANDRADES 2001, p 57)
11
Nascido em Liz, Alemanha, em 1876, Pedro se ordenou padre no convento de Salvador. Era escritor,
músico e professor de teatro. Na cidade de Lages no Rio Grande do Sul, fundou e dirigiu o jornal
“Cruzeiro do Sul” do qual foi redator. Essa experiência o qualificou para assumir a administração da
Typografia.
27
Devido a atribuição de novas atividades dentro da estrutura da
Ordem Franciscana, Frei Pedro Sinzing abriu mão da administração
da Vozes. Para substituí-lo, em 1914, foi indicado Frei Candido
Schutstal
12
. Quando assumiu a editora, esta despachava livros e
revistas para diversas regiões do Brasil.
A I Guerra Mundial trouxe problemas direta e indiretamente
para a editora. Os constantes artigos publicados pela Revista e
assinados por Sinzing, apoiando seus compatriotas alemães,
provocaram forte descontentamento.
Irritados, alguns leitores chegaram a suspender as assinaturas,
por não concordarem com a postura da revista. (ANDRADES 2001.
p.46). Várias cartas chegaram até a editora, algumas ameaçadoras
...agora, resta te avisar que si continuares com estes teus escriptos,
acho bom que ponhas a vida no seguro.” (ANDRADES 2001. p.48).
O prejuízo foi muito maior quando, em 2 de novembro de 1917,
grupos de manifestantes saíram às ruas de Petrópolis destruindo
estabelecimentos comerciais pertencentes a estrangeiros,
especialmente alemães e italianos. A Vozes também foi atingida. As
reações foram tão negativas, os protestos foram tantos que Frei
Sinzing teve que se ausentar do Brasil nos fins de 1919, ficando
exilado na Europa.
Com o fim da Guerra, a Administração da Vozes de Petrópolis
continuou crescendo e se firmando como editora. De um total de 65
títulos constantes no catálogo de 1911, em 1923 o novo catalogo,
contava com 244 títulos publicados.
A década de 1930 pode ser caracterizada por grandes
investimentos no setor de divulgação dos produtos da editora. A
Revista Vozes era um eficiente meio de divulgação das novidades da
12
Frei Cândido Schutstal nasceu na Holanda em 1878, formou-se em Belas Artes, tornou-se franciscano,
veio para o Brasil em 1903 como missionário, atuando no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Foi
enviado à Petrópolis para cuidar da escrita fiscal da Administração da Vozes de Petrópolis. Colaborou
com a editora por mais de quarenta anos.
28
editora, que até a década de 1960, as publicidades veiculadas na
revista eram basicamente de livros e manuais da editora.
A distribuição dos livros e revistas era feita quase que
totalmente pelo correio com pacotes registrados. Toda essa rede de
divulgação, comercialização e distribuição podem ser definidas como
um dos fatores que garantiu o sucesso e o crescimento da editora dos
franciscanos de Petrópolis.
A partir de 1953, sob o comando de Frei Aurélio Stulzer, a
editora passou a contar com o conselho editorial. Faziam parte do
conselho os diretores da editora, funcionários, o guardião do
convento de Petrópolis, e alguns professores do Instituto Teológico
Franciscano.
Esse conselho reunia-se regularmente, até o fim da gestão de
Frei Aurélio em 1961. Entre as decisões tomadas pelo conselho estão:
a publicação de novas linhas de publicações, como por exemplo,
livros de literatura infantil, a reorganização dos livros escolares e a
publicação de uma coleção de fichas “Que hei de ler”, com
orientações morais sobre livros.
Em 1962, assume como Diretor Geral da editora, o Frei
Ludovico Gomes de Castro
13
, permanecendo no cargo até 1986. Sua
longa gestão é marcada por uma reviravolta na seleção dos títulos
publicados.
Em boa parte deste período, corresponde a um momento
conturbado da história nacional, o período da ditadura militar.
Conturbado também para o mercado editorial, uma vez que vinha
passando por forte censura.
Durante a Gestão de Ludovico, a editora passou a publicar
livros acadêmicos, seus títulos se voltaram para um nicho do
13
Frei Ludovico Gomes de Castro nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1909. Deu inicio à seus estudos
na cidade de Petrópolis. Já adolescente mudou-se para um seminário em Santa Catarina, com o propósito
de tornar-se padre. Logo após sua ordenação é enviado para Alemanha para concluir seus estudos e
conseguindo o titulo de Doutor em Teologia.
Retorna ao Brasil e assume diversos cargos de importância dentro da Ordem dos Franciscanos e em 1962
é convidado a gerir a Editora Vozes.
29
mercado pouco atendido, com traduções de títulos de grandes nomes
no campo das ciências e das artes.
Em paralelo, os títulos religiosos não foram descartados. A
Editora assumiu a função de traduzir e disseminar as novas propostas
da Igreja com a publicação de vários títulos e a tradução do Concílio
Vaticano II.
A editora também levanta a bandeira da Teologia da Libertação,
dando espaço para que esta fosse abertamente discutida. Entretanto,
a Teologia da Libertação acabou por assustar parte dos clientes mais
conservadores. Nomes como Frei Leonardo Boff encabeçava a lista de
autores colaboradores da editora.
Não demorou para que o Vaticano se mostrasse contrário a
linha que a editora vinha assumindo. O Papa João Paulo II condena a
Teologia da Libertação e a editora muda novamente sua linha
editorial.
Hoje, a Editora Vozes é a editora mais antiga em
funcionamento no Brasil, atuando por mais de 100 anos,
ininterruptamente. Ao observarmos o catálogo atual da editora,
percebemos que títulos de “auto-ajuda” predominam, lado a lado com
os títulos religiosos.
As publicações acadêmicas desapareceram do catálogo, apesar
de grandes nomes da ciência ainda fazerem parte de sua lista de
autores.
Dentro da nova concepção ideológica da editora, a Revista
Vozes não conseguiu acompanhar as mudanças, seu espaço de
discussões foi reduzido a números esporádicos. A editora achou
melhor que a Revista fosse tirada de circulação.
30
1.2. A Revista, a Educação e as políticas de restauração
.
Como discutido anteriormente, a Revista Vozes foi criada em
1907, tendo propósitos específicos definidos e alinhados aos das
políticas de Restauração divulgados pelo Vaticano: disceminar uma
rede de intelectuais católicos atuantes em todas as esferas da
sociedade.
A relação entre educação e comunicação, expressa na Revista
Vozes, também es associada a essa política maior que tem no
Vaticano o seu centro. O conjunto de medidas, que aqui chamo de
políticas, recebe diversos nomes em pesquisas diferentes, tais como:
recristianização, restauração ou ainda Romanização.
Para entender o processo de restauração da católica é
necessário determinar os fatores internacionais e nacionais que se
fizeram presentes para o sucesso editorial e educacional da atuação
católica no Brasil no decorrer século XX.
O século XIX foi, sem dúvida, o século que detonou o processo
de racionalização econômica, administrativa, política e cultural, um
processo de secularização de todas as esferas da vida cotidiana. Isso,
contudo, não abalou alguns agentes religiosos que viram a
possibilidade de reestruturação, incluindo a Igreja neste processo de
racionalização. Para SOUZA, o século XIX foi o “Século missionário
por excelência do cristianismo”, continua,
“Enquanto Durkheim esperava poder fazer
uma escola o lugar de gestão de uma moral laica,
desembaraçada de toda religião, os religiosos se
mobilizavam em torno de um projeto monumental de
expressão mundo afora não apenas de uma vasta rede
de escolarização da infância e da juventude, mas de
31
formação dos profissionais que estariam a serviço da
educação e difusão da fé.” (SOUZA 2000, p 18.).
A Igreja Católica entra em um momento de expansão, dentro
de um projeto de renovação interna com a integração de novos
membros e a formação de novas ordens, principalmente as
missionárias entre os anos 1815 e 1870.
Conventos e seminários foram repovoados e surgiram muitas
ordens e congregações religiosas e missionárias que se dedicaram à
caridade e ao ensino. Esse movimento fazia frente ao liberalismo laico
que se tornara predominante na Europa e futuramente alcançando
proporção mundial.
Esse movimento é ditado pela atuação dos Papas Pio IX
14
(1846/1878) e Leão XII
15
(1878/1903). Pio IX foi sem dúvida o mais
significativo no período, principalmente pelo longo período que durou
seu pontificado. Num contexto de difíceis relações entre o mundo
moderno e de contradições dentro da própria Igreja, Pio IX convoca o
Concílio Vaticano I.
Neste concílio, como resultado das
discussões sobre as relações entre a razão e a fé,
foi votada, em 24 de abril de 1870, a Constituição
Dei Filius, definindo a existência de um Deus
pessoal que a razão pode atingir. (STEIN 2001,
p.36.)
Definindo a existência de um Deus pessoal que a razão pode
atingir, mesmo que para isso se exija a necessidade da Revelação
abre-se um espaço para o inicio da discussão do conflito entre razão
e fé, aproximando o homem de Deus e vice-versa, mesmo que para
isso seja necessário um interlocutor.
14
Guiovanni Conte Mastai Ferretti.
15
Gioacchino Vicenzo Pecci.
32
Neste Concílio também foi votada a Constituição Pastor
Aeternus, que contém essencialmente a afirmação da primazia e da
infalibilidade pontificas. O reconhecimento da primazia papal favorece
a centralização aumentando o prestigio e o poder do papado no
momento em que este perde seu poder temporal.
Os documentos promulgados no Vaticano I tornam-se a base
sobre a qual se estabeleceram os princípios que nortearam a
educação católica, bem como a própria e a ação missionária da
Igreja. Aliado a isso, o desenvolvimento das comunicações
possibilitou a aproximação entre o Papa e seus fiéis. Não por menos
que o Papa Pio IX ficou conhecido como o primeiro Papa amado da
História Moderna. (STEIN 2001, p. 37.)
Apesar do diálogo aberto entre o “Céu e a Terra”, tanto o
liberalismo quanto o pensamento positivista sagram-se no século
XIX.
Ao assumir o pontificado em 1878, o Papa Leão XIII teve pela
frente inúmeras dificuldades, principalmente no diálogo com a
“modernidade” expressa nas revoluções políticas e sociais e nas
filosofias e ciências nascente
16
.
A grande dificuldade nesse diálogo está na visão de mundo
concebida pela Igreja, uma visão “essencialista” em que o mundo era
pré-concebido por Deus, ou seja, não havia espaço para o homem
interferir na história. Ao fiel cabia apenas aceitar a vontade de Deus.
Leão XIII inaugura um novo discurso que ultrapassa a visão
essencialista a favor de uma concepção que leva em conta a
categoria histórica.
A ordem era a “inserção” social dos cristãos
em todos os ambientes e camadas da sociedade.
16
Apenas cito como exemplos alguns nomes que se destacaram nessa revolução: Karl Marx em sua visão
diluidora do sagrado; Charle Darwin na teoria da evolução; Auguste Comte em sua Religião da
Humanidade; Émile Durkheim e a reinvenção da moral laica Sigmund Freud e sua critica à ilusão
religiosa; não deixando de fora Friedrich Nietzche e a morte de Deus. (SOUZA 2000 p 16.)
33
Essa inserção no mundo supõe a intervenção
humana na categoria histórica, manifestando a
superação da concepção essencialista. (STEIN.
2001, p. 38.)
Leão XIII abre o diálogo com a “modernidade” mudando os
aspectos sociais e políticos do catolicismo. Para isso era preciso
aprender a linguagem da modernidade e apresentar o catolicismo de
maneira nova. Isso implicaria mudanças na filosofia das escolas,
abria espaços para os estudos bíblicos e históricos e estimulando o
diálogo com as novas ciências, sem abandonar a fé.
Ao contrario do que possa parecer, esse movimento de
restauração católica não era propriamente um movimento
revolucionário e sim reacionário, pois, como analisa Azzi:
“... introduzir novas perspectivas ou novas
orientações na vida da Igreja, mas
fundamentalmente reconduzir a instituição
eclesiástica a um modelo antigo. [...] O elemento
fundamental da Restauração Católica é o esforço
para que, efetivamente, a católica volte a ser um
dos elementos constitutivos da sociedade. A Igreja
deseja que todas as nações do mundo passem a
ser orientada pelos ensinamentos do magistério
eclesiástico”. (AZZI 1994, 72)
No Brasil, a Proclamação da República rompe politicamente o
elo entre Estado e Igreja, isso traz nova mobilidade e liberdade para
a Igreja, uma vez que põe fim o Regime do Padroado
17
. O
17
A Igreja fora um dos tradicionais pilares de sustentação do governo Imperial, tendo em vista que a
grande parte do alto clero era composta por pessoas das camadas mais ricas e poderosas. Além disso, a
Constituição de 1924 instaurava a união entre Estado e Igreja, ou seja, o Imperador tinha o poder de
nomear bispos controlando o “alto” clero. O Estado se responsabilizava pelo sustento dos religiosos, pela
construção de igreja e conventos.
34
rompimento de laços com o Estado inclui a Igreja no processo de
centralização romana alinhando o discurso do Papa Leão XIII à
realidade brasileira.
Escolas e publicações eram mediadores institucionais de
religiosos e leigos a serviço da Igreja Católica e da difusão da no
contexto das novas diretrizes ou estratégias traçadas pelo Vaticano
para restauração católica.
No Brasil, surge o Movimento Reformista da Neocristandade.
Atribui-se a Dom Sebastião Leme (Arcebispo da Arquidiocese de
Olinda e Recife, em Pernambuco), a responsabilidade por ter
inaugurado um novo período na História da Igreja Católica brasileira.
Em 1916, na condição de arcebispo, Dom Leme publicou uma
carta pastoral, destinada a Olinda, na qual fez uma análise da
situação de crise em que se encontrava a Igreja Católica no Brasil.
Dom Leme defendia que a origem dos problemas da Igreja
residia no fato de que durante grande parte da história do
catolicismo, a Igreja teve menos força no Brasil do que na América
Espanhola. As condições de inferioridade eram evidenciadas, até
mesmo no aspecto financeiro, tendo a Igreja Católica Brasileira
recebido poucos recursos se comparado a América espanhola.
Defendia que o Brasil, por ser uma nação católica, deveria ter a
presença da Igreja de uma maneira muito mais atuante na
sociedade, devendo fazer-se presente nas principais instituições
sociais, para assim, cristianizá-las.
Para Dom Leme, a falta de influência da Igreja vinha da
ausência de atuação de católicos na maioria dos campos de ação
social, incluindo política, artes e letras; na falta de vocações, de
organizações e na ausência de católicos entre as elites intelectuais.
Como solução ele apontava para medidas que inovariam as
práticas da Igreja, pois era necessário que se fizesse compor um
quadro de líderes católicos, para a realização de um projeto de
formação de lideranças. Essas lideranças atuariam como um grupo de
35
pressão, no qual caberia unificar e pressionar o governo para
conseguir as posições privilegiadas. Dom Leme argumentava caber à
Igreja por direito como, por exemplo, promover a educação católica,
abolindo o que ele chamava de ignorância religiosa.
Assim sendo as medidas empreendidas por Dom Leme era
justamente a participação mais efetiva dos leigos na defesa dos
interesses da Igreja, que até então cabia aos clérigos, que
caracterizava o movimento reformista católico. Era fundamental a
atuação de lideranças leigas.
Os deres católicos passaram a se envolver mais
profundamente na política, tentando organizar uma aliança com o
Estado para influenciar a sociedade, com vista a realizar os propósitos
do movimento.
Não se dando por satisfeito, cinco anos após a publicação da
Carta, Dom Leme, ainda como arcebispo, afirmaria que era “tempo
de iniciar a movimentação de todos os elementos para a ação intensa
e coordenada na defesa dos interesses dos religiosos, morais do
povo”, o que demonstra que muito ainda precisava ser feito para
alcançar os objetivos.
Dom Leme sugere que as ações precisariam ser coordenadas e
divide os interesses da Igreja em onze comissões
18
. Com essa
divisão, verifica-se mais uma estratégia de Dom Leme para que
fossem alcançados os objetivos visados pela Igreja, como se fazer
presente nos mais diversos segmentos sociais, onde seriam
difundidos os preceitos da Igreja Católica.
Essas comissões seriam a representação da Igreja católica nos
mais diversos segmentos sociais, tornando-a presente sob diferentes
18
A saber: Defesa da e da moral; piedade e culto; santificação da família;
santificação dos domingos e festas; vocações sacerdotais; caridade e assistência; escolas
e ensino; Igrejas e Capelas; arregimentação dos homens e da mocidade; imprensa; obras
sociais e operárias.
36
formas. Desse modo, as especificidades delas se diluem em torno de
duas categorias: espaço e doutrina.
Para PÉREZ (2007):
por espaço, podem-se considerar os lugares de
onde os militares católicos deveriam atuar, como:
escolas, ou seja, o espaço e a ação escolar; igrejas,
capelas, imprensa; associações e sindicatos; enfim,
fazendo com que cada vez mais jovens e adultos se
aproximassem e participassem das ações da Igreja.
Por Doutrina, podem ser considerados os ideais
católicos a serem difundidos, como defender a e
a moral, respeitar os domingos e demais dias
santos, defender a família e a vocação para o
sacerdócio, estimular a caridade e a assistência. Ou
seja, uma estratégia com vistas à manutenção e
expansão do poder, por fazer-se presente,
representado, tanto pelos ideais quanto pelos
agentes que os difundiam, em todos os espaços
sociais. (p. 28)
Se, por um lado, verifica-se que a participação de leigos
ganhando espaço na Igreja, por outro, esses leigos não seriam
qualquer um. Eles precisariam ocupar posições de liderança, capazes
de influenciar um número maior de pessoas; e ocupar lugares de
influência e intervenção, de onde pudessem, efetivamente, defender
os interesses da Igreja.
No contexto de restauração do catolicismo brasileiro a Igreja
destinava à elite um conhecimento mais “sofisticado”, atuando
através de uma grande rede escolar e no desenvolvimento de meios
de comunicação eficazes, principalmente quanto à imprensa escrita,
através de revistas e jornais. Entre o mundo da razão que tomou
forma século XIX e o mundo da fé cria-se um campo de conflitos.
37
Muito além das discussões entre razão e fé, o que prevalece
nesse contexto é a fortificação do poder nacional que vem a suprimir
a atuação da Igreja católica no campo educacional.
Sob essa perspectiva histórica é que surge em 1897, em
Petrópolis, a Escola Gratuita São José e nesta mesma escola, em
março de 1901 tem início às atividades da Typografia da Escola
Gratuita São José, que a partir de 1907 passa a publicar a Revista
Vozes de Petrópolis.
A Revista incorpora a proposta de atuar frente a uma elite
intelectual, oferecendo ao seu público leitor leitura de “qualidade”,
além de servir como divulgadora de idéias e como vitrine dos títulos
publicados pelada própria editora.
38
CAPÍTULO II
A proposta deste capítulo é fazer um breve histórico da Revista Vozes,
procurando identificar seus principais colaboradores e em que áreas estes
atuavam. Além disso, discutirei a formatação da Revista no período que se vai
analisar, descrevendo suas seções.
A gestão de Frei Aurélio Stulzer também será discutida, uma vez que, durante
o período em que esteve à frente da direção editorial da Revista, este período é
um dos que mais apresentam artigos sobre o tema EDUCAÇÃO.
2.1 - A Revista: Quo Vadis?
A história da Revista Vozes se funde com a própria história da
Editora Vozes. Foi a Revista que deu o atual nome à Editora. Quando
da publicação de seu primeiro número em 1907, existia a proposta
de ser esta a Voz da editora, a Voz das idéias franciscanas, a Voz das
propostas do Vaticano.
No editorial do primeiro número da Revista publicado no dia
de janeiro de 1907
19
estava estampada a pergunta: Quo Vadis? Seria
uma pergunta retórica? Para onde iria tal empreitada? O que seria
publicar uma revista “mensal, religiosa, scientífica e literária”, com
conotação católica, na primeira década do século XX?
Deixar claro que apesar de ser uma publicação de uma editora
religiosa, feita por freis franciscanos, havia a intenção do diálogo com
a sociedade civil, para discutir a realidade da em tempos
modernos: a Vozes de Petrópolis terá chanceler geral e não
19
Quo Vadis? Frei Ambrósio Johanning. Revista Vozes. Fevereiro de 1907. p. 3-6
39
puramente religioso. Trará artigos variados que terão o cunho da
actualidade”. (fev.1907.p.3)
Esse diálogo tem uma direção, aponta para as diretrizes do
Vaticano, ou seja, é um diálogo com a modernidade que fala de uma
cultura católica em sentido confessional, com a participação de
intelectuais católicos, defendendo pontos de vista dos católicos.
A Revista buscava:
Contralançar, não por meio de polêmicas
infrutíferas, mas por meio de artigos positivos dos
diversos ramos dos conhecimentos humanos, as
impressões funestas deixadas em toda parte pelos
porta-bandeiras deste movimento anti-religioso e
anti-social, que visa unicamente estabelecer a
anthitese artificial, inexistente entre fé e a sciência, a
natureza e a revelação, a religião e a Egreja, o povo
e o clero... (fev.1907.p.4)
No mesmo editorial justificava:
... entre os inúmeros meios de corrupção com que
conta hoje o mal na sociedade, um dos mais
funestos em suas conseqüências e dos mais
alarmantes para a sociedade religiosa e civil é a
acção destruidora da má imprensa. (fev.1907.p.4)
Esse editorial é o retrato da época, uma Igreja que tenta
estabelecer o diálogo com a ciência, a natureza, o povo, sem abrir
mão da fé, da revelação, da Igreja e do clero. A Igreja na
imprensa o mal, mas faz uso desta para combater o inimigo.
Sobre a existência da imprensa, o mesmo editorial diz:
40
Os progressos da arte typographica que, sobretudo,
deviam servir para propagar as idéias sensatas e
multiplicar os fructos da virtude têm sido
aproveitados para o mal e se tem argumentado,
quase ao infinito, os órgãos do vício, os quaes
suffocam os germes do bem e lançam no seio da
innocencia e do pudor a semente venenosa do
pecado. (fev. 1907. p.5)
Não se nega o progresso ou as instituições políticas modernas,
antes disso, é preciso saber fazer uso para combater o inimigo com
suas próprias armas. Seus idealizadores sabiam,
estavam conscientes, como Leão XIII, de que a
religião salva o mundo – todo o desenvolvimento
intelectual e moral na Europa se funda
essencialmente, na sua theologia que domina e guia
os espíritos mas eram suficientemente modernos
para perceber que para falar de Deus era preciso
fazer uma mediação “antropológica”. BENEDETTI
(2001, p.296.)
Sem dúvida o que marca as diferenças com o passar dos anos
é: quem é Igreja que fala, e quem é o povo que a escuta?
Sobre a Igreja, o que percebemos é que no decorrer do século
XX, abrem-se cada vez mais os canais de diálogos com a sociedade
civil, principalmente com a utilização dos meios de comunicação.
Quanto ao povo, ou melhor, mais especificamente o público
leitor da Revista, o que podemos concluir apenas analisando esta, é
que em todos os meros existe a preocupação de deixar claro que a
Revista pretende atingir um público intelectual.
41
Por não contar com uma seção específica de cartas de leitores,
saber exatamente se esse objetivo foi atingido, não é possível apenas
analisando a Revista em si.
Nos editoriais em que se comemoram os aniversários de
décadas da Revista, sempre é especificado quem deverá lê-la, na
comemoração dos 10 anos, escreveu Conde Afonso Celso, um dos
assíduos colaboradores da época, descreveu a função da Revista:
Vozes de Petrópolis é sem contestação, um
dos luzeiros da impressa pátria, uma das
manifestações da inteligência, da ilustração e da
vontade que nos o verdadeira satisfação e honra,
um dos agentes do nosso progresso, um dos
expoentes do nosso adiantamento, um dos fatores
da nossa saúde moral, um dos nossos elementos de
regeneração e melhoria, um dos prestantes obreiros
do nosso futuro forte, nobre e digno.
20
Mais claro ainda, o público que a Revista quer atingir, é descrito
no editorial dos vinte anos da revista assim:
Entre amigos, houve quem nos aconselhasse
a mudança do programa. Para obter o maior número
de assinantes deveríamos oferecer literatura mais
amena, quer dizer, mais acessível ao espírito do
povo inculto...É bem possível que assim
ganhássemos alguns assinantes, mas com sacrifício
do nosso fim principal. Sem pretensões, queremos
instruir, educar, elevar o espírito dos nossos leitores
e não apenas distrair. Julgamos que de leitura
amena bastante na imprensa brasileira, e que
juntamente os círculos intelectuais carecem de um
20
Benemérito Aniversário. Conde Afonso Celso. Revista Vozes. Fevereiro de 1917, p.3.
42
órgão orientador nas diversas manifestações da
cultura moderna. É esse o nosso ideal...
21
Nos expedientes publicados na contra-capa, a partir de 1955, a
Revista traz um anúncio de como assinar e o valor das assinaturas e
especifica o público alvo:
“Vozes de Petrópolis, publicação bimestral para o
intelectual católico
22
, aparece em fevereiro, abril,
junho, agosto, outubro, dezembro. O preço da
assinatura anual é de Cr$ 80,00 para o Brasil, e de
Cr$ 100,00 para o estrangeiro.”
Esse tipo de anúncio é mantido na revista ao ano de 1970.
Sempre demonstrando que o público que se quer atingir é o
intelectual católico, mantendo sempre as disposições propostas no
contexto da Neocristandade.
Para saber se era mesmo esse o público leitor da Revista, seria
necessário fazer um estudo das cartas recebidas na editora.
Infelizmente, não tive contato com as mesmas, mas elas existem e
estão arquivadas em Petrópolis, na sede da editora.
A Revista não publicava com freqüência cartas, entretanto, no
ano de 1965, nos meses de maio, julho, setembro e outubro, aparece
uma seção intitulada Correspondências, que traz dúvidas de leitores
referentes à católica, porém estes não são identificados, não
trazem nomes, nem profissões e nem a sua localidade.
Fazer a descrição da materialidade da Revista nos seus 98 anos
não cabe a esta pesquisa, portanto vou me ater aqui apenas a uma
breve descrição física da Revista no período em que Frei Aurélio foi o
editor-chefe.
21
Não possui título, nem é assinado, mas provavelmente foi escrito pelo editor chefe do período, Frei
Fernando Fiene. p.3.
22
Grifo meu.
43
Informações referentes a valores avulsos, a tiragem da
Revista, ou a descrição de editoração, não constam na mesma. O
expediente que citei acima, também não é muito esclarecedor, uma
vez que passa a ser publicado apenas na gestão de Frei Aurélio e
consta apenas seu nome como diretor de redação. A partir de 1960
também aparece um departamento de artes, coordenado por Jarbas
Costa.
No período selecionado para a pesquisa, a Revista conta com a
publicação de 12 números por ano, um número por mês, com
exceção do primeiro ano, 1956, até este ano, a revista era bimestral,
sendo publicada nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto,
outubro, dezembro.
Neste ano, cada mero possuía 128 páginas distribuídos entre
artigos e as seções Idéias e Fatos e Bibliografia. Os artigos não eram
separados em seções. Cada artigo tinha entre 10 e 12 páginas.
A edição de dezembro de 1956 traz um Índice Geral com os
artigos publicados durante os 50 anos de Revista. É um número
especial, pois, não está dividia entre artigos e seções. Consta apenas
um editorial assinado por Mesquita Pimentel comemorando os 50
anos da mesma, em seguida está o Índice, dividido em duas partes:
por autores e por assunto.
Na sua divisão por assunto, o que se percebe é que consta
apenas o título dos artigos, ou seja, não está categorizado por
assunto e sim, os artigos estão dispostos em ordem alfabética.
Esse índice demonstra outra característica da Revista. Ela pode
ser encadernada em um volume, que a numeração das páginas
durante todo o ano é seqüencial, dando a possibilidade de arquivar
facilitando a consulta.
Os números por mim consultados estão encadernados, boa parte
das capas originais foram retiradas para dar seqüência a numeração
das páginas.
44
A Revista também era a vitrine da editora, as publicidades eram
colocadas na parte final da Revista, essa publicidade é
exclusivamente dedicada aos lançamentos editoriais da Editora
Vozes. Quando a Revista foi encadernada, algumas destas páginas de
propagandas foram retiradas para dar seqüência à paginação.
Nos anos seguintes, não existe a preocupação em dividir os
artigos da Revista em seções. Basicamente podemos dizer que
existem duas partes na Revista. A primeira parte, com maior número
de páginas, cerca de 70%, destinada aos artigos propriamente ditos.
Em uma segunda parte, dividem espaço duas seções que são
constantes: Idéias e Fatos e Bibliografia. Em alguns números,
esporadicamente aparecem outras seções.
No quadro abaixo constam as seções que foram publicadas
durante todo o período.
QUADRO 1
DISTRIBUIÇÃO DAS SEÇÕES (1956-1966)
ANO MESES SEÇÕES
1956 - 1961 Jan a Dez Artigos, Idéias e Fatos e Bibliografia
Jan a Jul e
Out a Dez
Artigos, Idéias e Fatos e Bibliografia
1962
Ago e Set Artigos, Idéias e Fatos, Duas
Coluna e Bibliografia.
Jan e Dez Artigos, Idéias e Fatos e Bibliografia
1963
Fev a Nov Artigos, Idéias e Fatos, Duas
Coluna e Bibliografia.
1964
Jan a Dez Artigos, Idéias e Fatos, e
Bibliografia.
Jan e Fev e Jun a
Dez
Artigos, Idéias e Fatos e
Bibliografia.
1965
Abr e Maio Artigos, Idéias e Fatos, As Vozes
do Mês, Correspondência e
Bibliografia.
1966
Jan a Dez Artigos, Idéias e Fatos, As Vozes
do Mês e Bibliografia.
F
Fonte: Revista Vozes de Petrópolis
.
45
Observando o quadro, além dos artigos, as seções Idéias e Fatos
e Bibliografia estão presentes em todo o período.
A seção Idéias e Fatos mereceria um estudo a parte, já que sofre
várias transformações, inclusive neste período em pesquisa. Em
comum, observa-se que era uma seção disposta de forma diferente
dos artigos. Trazia artigos mais curtos, geralmente em 2 ou 3
páginas. Alguns eram assinados, mas a grande maioria não traz a
autoria.
Entre os anos de 1958 e 1960 a existe uma incidência muito
grande de artigos sobre o debate da LDB sendo publicados. Nesses
anos, traz também comentários sobre artigos publicados em outras
revistas e jornais.
Em alguns meses de 1962 (agosto e setembro) e 1963 (entre
fevereiro e novembro), a seção Idéias e Fatos é subdividida e traz em
seu interior outra seção denominada Duas Colunas. Esta era assinada
por Braz de Alcântara e tratava exclusivamente de notícias sobre
política: partidos políticos, participações no congresso etc.
A outra seção que aparece em todo o período é a Bibliografia.
Esta traz resenhas e indicações de leituras, lançamento de livros
nacionais e importados. Apesar de constar vários livros sobre
educação, não fiz nenhuma análise mais profunda das resenhas.
Algumas mostram a autoria, mas na grande maioria, também não
são assinadas.
Em 1965, surge outra seção: As Vozes do Mês, que conta com
notas curtas sobre os mais variados temas, como por exemplo:
O governo de comunista de Cuba anunciou com orgulho que as
galinhas cubanas puseram em janeiro 61.738.872 ovos, quantidade
que constitui um recorde. O jornal “Washington Daily News”,
comentando a notícia, diz: Isso demonstra que Fidel Castro não é o
único que faz algo por Cuba”. (Abril de 1965,p 309.)
46
Ou ainda: “A missão do Ranger 8 é determinar a composição da
superfície da Lua, se de poeira ou rocha consiste. As primeiras 6
tentativas com os Ranger fracassaram todas.” (Maio de 1965, p 388.)
Tal seção vem em três colunas.
Durante todo o período analisado, a Revista mantém um padrão
na editoração, as capas não trazem grandes modificações. As
Revistas por mim analisadas estão encadernadas em volumes, a
numeração das páginas é seqüencial, durante todos 10 os anos sob a
direção de Frei Aurélio, a numeração é a mesma, com 80 páginas
cada número, assim disposta:
QUADRO 2
Seqüência de páginas do período de 1957- 1966.
MÊS PÁGINAS
Janeiro 1-80
Fevereiro 81-160
Março 161-240
Abril 241-320
Maio 321-400
Junho 401-480
Julho 481-560
Agosto 561-640
Setembro 641-720
Outubro 721-800
Novembro 801-880
Dezembro 881-960
Como dito anteriormente, aqui busquei apenas caracterizar
brevemente a Revista, não houve a preocupação de uma análise de
sua materialidade e sim apresentar a Revista no período analisado.
47
2.2 A gestão de Frei Aurélio Stulzer
A escolha do período de pesquisa está relacionado à
administração de Frei Aurélio, diz respeito principalmente ao fato de
que este foi um dos momentos em que a Revista mais esteve aberta
a discussões sobre educação, que a quantidade de artigos a este
respeito aumentou consideravelmente.
É importante ressaltar que esse não era o único tema da Revista
neste período, mas observando a quantidade de artigos a este
respeito podemos dizer que era uma discussão constante na pauta da
Revista.
Frei Aurélio Stulzer fora indicado para assumir a direção da
Editora Vozes no inicio de 1956. Sua experiência com jornais católicos
em Lajes, Santa Catarina, deu a ele a experiência no segmento
editorial. Juntamente com a Editora, recebeu o comando da Revista.
A Revista foi aberta, então, para o debate da nova LDB. Vários
foram os colaboradores que faziam a defesa das Escolas Particulares
e da Liberdade de Ensino.
Observei que a seção Idéias e Fatos era usada para responder às
críticas que eram publicadas em outras fontes, como por exemplo o
jornal O Estado de S. Paulo e a Revista Anhembi.
Os colaboradores da Revista, representantes da sociedade civil
vinham das mais diferentes atividades profissionais. A Revista sempre
conclamava novos escritores a participarem, exemplo disso, está em
nota publicada:
Para este fim, fazemos um apêlo a todos os
escritores católicos nacionais, professores os
estudantes, senhoras os homens, famosos ou
ainda desconhecidos, funcionários públicos, ou
48
meros particulares, profissionais, ou curiosos de
qualquer disciplina cultural, para que nos enviem
seus artigos sempre que estes lhes parecerem se
enquadrar no programa e no espírito da revista.
(Vozes de Petrópolis, janeiro/fevereiro de 1943,
p.57)
Entre os colaboradores que escreviam sobre as questões
referentes à educação, figuravam pessoas dos mais diversos
segmentos da sociedade. Clérigos, leigos, deputados, professores,
advogados, médicos, jornalistas etc.
Estes colaboradores escreviam sobre vários assuntos, não se
prendendo a apenas um tema. Quanto à Dom Paulo Evaristo Arns,
Abelardo Ramos e João Camilo Torres, estes basicamente foram
peças chave no debate da LDB promovido na Revista, dedicando seus
artigos a educação.
Segue quadro dos principais colaboradores da Revista. Alguns,
apesar de poucos artigos publicados sobre o tema, são nomes que
sempre estão escrevendo sobre algum assunto na Revista.
49
QUADRO 3
Principais colaboradores da Revista no Período e número de artigos
publicados sobre Educação.
COLABORADORES
N° DE
ARTIGOS*
1
A. Mendes Fernandes 1
2
A. Wiktoski 1
3
Abelardo Ramos 12
4
Aldo Assis Dias 1
5
Armando Cortesão 1
6
Berilo Santiago 1
7
Brás de Alcântara 1
8
Carlos Lacerda 1
9
Cônego Luis Castanho de Almeida 1
10
Dom Paulo Evaristo Arns 10
11
Dom Vicente Scherer 1
12
Edson A. Pinto 2
13
Francisco de Paula Ferreira 1
14
Frei Aurélio Stulzer 1
15
Frei Boaventura Klappeburg 1
16
Frei Venâncio Willeke 1
17
H. Bandeira Lima 1
18
Irmão João Otão 1
19
J. Mattoso Câmara Jr. 1
20
Jacobus 1
21
Jaime Cardeal Câmara 1
22
Jaime Cortesão 1
23
João Antônio Cabral Monlevade 1
24
João Camilo de Oliveira Tôrres 6
25
José Martins de Santa Rosa 1
26
Lauro Oliveira Lima 4
27
Léo Kunz 1
28
Mariano Côrtes 2
29
Mario C. Giordani 5
30
Mesquita Pimentel 2
31
Nonato Silva 1
32
Otoniel Beleza 1
33
Paulino Groia 1
34
Pe Antônio da Silva Ferreira 1
35
Pe Ebion de Lima 2
36
Pe Felix Zavattaro 1
36
Pe Frederico Laufer 1
38
Pe Guido Logger 1
39
Pe Humberto Rademakers 2
40
Pe Jean-Marie Auber 2
41
Pe José Cândido de Castro 1
42
Pe Luis Zver 1
43
Pe Nestor de Alencar 1
50
44
Pe Otorino Fantin 2
45
Pe Pedro Melo 1
46
Pe Valdástico Pattarello 1
47
Pe Zeferino Barbosa Rocha 1
48
Pedro Rocha 1
49
Pio XII 2
50
Plínio Salgado 1
51
R. Gisder 1
52
Rubens Dias Maia 1
53
Tristão de Ataíde 1
Fonte: Revista Vozes.
*
Artigos referentes a educação, no período entre 1956-1966.
Como dito anteriormente, estes colaboradores estavam inseridos
nos mais diversos segmentos da sociedade. Todos exercendo seu
poder de influência em seus segmentos. Tanto clérigos, como leigos
tem o mesmo espaço. Infelizmente não foi possível identificar as
atividades de todos os colaboradores. O quadro a seguir traz apenas
uma amostra, as fontes para esta consulta foram restritas e a Revista
dificilmente indica as atividades de seus colaboradores:
QUADRO 4
Perfil dos colaboradores da Revista
COLABORADORES* ATIVIDADES**
1
Ebion de Lima Professor de literatura, autor do livro:
Curso de literatura Brasileira de 1963.
2
Mesquita Pimentel Ascânio Da Mesquita Pimentel: Fundador
do Instituto Histórico de Petrópolis (1923).
Professor de Direito, começou como
colaborador da revista em 1937.
3
João Camilo de Oliveira Tôrres Foi professor, escritor, historiador e
jornalista em Minas Gerais.
4
Francisco de Paula Ferreira Professor, escritor e jornalista.
5
Pe Jean-Marie Aubert Bispo da província de Aix-Mrseille de
Avinhão.
6
A. Mendes Fernandes Colaborador do “Lúmen” de Lisboa,
Portugal.
7
Pe. Guido Logger Presidente do Centro de Orientação
Cinematográfica, criado pela CNBB e
destinado a formação de espectadores.
51
8
Rubens Dias Maia Professor e advogado
9
Otoniel Beleza Poeta e professor de literatura em Belo
Horizonte, MG.
10
Pe Luiz Zver Professor de Filologia Românica na
Faculdade D. Bosco de Filosofia, Ciências
e Letras, em São João Del Rei, MG.
11
Márcio C. Giordani Professor universitário
12
Pe Otorino Fantin Padre Salesiano, primeiro pároco de
Piracicaba, SP.
13
Dom Vicente Scherer Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre.
14
H. Bandeira Leme
15
Evaristo Paulo Arns Professor na Universidade Católica de
Petrópolis
16
Pe Nestor Alencar Sacerdote salesiano diplomado em
filosofia e teologia. Poeta.
17
Paulino Groia Professor e jornalista.
18
Irmão José Otão Educador e Reitor da PUC-RS.
19
Jaime Cardeal Câmara Arcebispo do Rio de Janeiro.
20
Brás de Alcântara Professor da Universidade Católica de
Petrópolis
21
Pe Antônio da Silva Ferreira Diretor do Conselho Superior de Ensino e
Pesquisa
22
Aldo Assis Dias Magistrado, trabalho de assistência ao
menor
23
Plínio Salgado Deputado Federal
* Não foi possível encontrar
a atividade de todos os colaboradores.
*
* As informações sobre as atividades profissionais dos colaboradores foram obtidas
através da própria Revista e também por pesquisas no Instituto Teológico Franciscano
de Petrópolis.
Mantendo como característica principal atingir um público
intelectual, seus colaboradores pertenciam a essa elite, atuavam
como professores universitários, advogados, magistrados etc.
Católicos declarados, assumiam a luta de se fazerem ouvir e de
manifestar abertamente seus interesses.
Os artigos recebidos na Revista não eram publicados sem antes
passarem pelo crivo da direção da redação:
A Revista, no que toca à existência do
programa traçado e mantido inalteravelmente nas
suas grandes linhas, é obra da redação. Por suas
52
mãos e pelo crivo de sua seleção passarão as
colaborações dos novos, e que, provadas como
boas, virão enriquecer nossas páginas. (Revista
Vozes, janeiro de 1957 Decorridos 50 anos, p. 3)
Assim podemos dizer que a Revista tinha sim, as características
de seus editores, uma vez que nada era publicado sem antes uma
análise dos mesmos.
Sob o comando de Frei Aurélio, os artigos traziam os mais
variados assuntos para discussão, mas sem sombra de duvidas, as
questões referentes ao debate e a implantação da LDB foram as que
predominaram.
Esses artigos serão discutidos no próximo capítulo, sempre
buscando delimitar a concepção de educação dispostas em seu
interior.
Segue abaixo uma amostra dos artigos analisados na pesquisa:
QUADRO 5.
AMOSTRA DOS ARTIGOS PUBLICADOS* (1956-1966)
ANO
MÊS
PÁGINAS
TÍTULO AUTOR
1957
jan
05-011 A crise educacional Pe. Ebion de Lima
161-168 As três chaves da educação sexual Mesquita Pimentel
mar
189-195 A missão da mulher no Mundo Moderno João Camilo de
Oliveira Tôrres
mai
321-334 Uma experiência de Serviço Social no ensino
profissional
Francisco de Paula
Ferreira
jun
502-510 O ensino da filosofia do ponto de vista do apostolado
sacerdotal
P. Jean-Marie Aubert
ago
573-583 Direitos educativos do Estado A. Mendes Fernandes
out
721-730 Cinema e Educação P. Guido Logger
1958
fev
109-123 Grandezas e benemerências do Magistério Pe. Luis Zver
abr
253-257 O professor católico em face do ensino de História Mário C. Giordani
269-279 Salvaguardar a liberdade de Ensino para salvaguardar
a cultura humana
P. Ptorino Fantin
282-288 A Escola Primária Pública João Camilo de
Oliveira Tôrres
289-290 Mensagem de Pio XII ao III Congresso Internacional
da União Mundial dos Docentes Católicos
Pio XII
291-293 Discurso de Pio XII aos membros do I Congresso
Internacional das Escolas Privadas Européias
Pio XII
53
ANO
MÊS
PÁGINAS
TÍTULO AUTOR
307-311 Discurso de Dom Vicente Scherer sobre a orientação
materialista e ateísta do ensino Nacional.
Dom Vicente Scherer
mai
356-361 O professor católico em face do ensino de História (II) Mario C. Giordani
365-366 O problema escolar na Província Comunista de Kerata
jun
431-447 O professor católico em face do Ensino da História Mario C. Giordani
448-451 Em defesa da liberdade de ensino
451-458 Escolha de Educação não é privilégio H. Bandeira Lema
459-460 A luta escolar João Camilo de
Oliveira Tôrres
460-463 O Brasil na defesa da liberdade de Ensino Dr. Frei Evaristo Paulo
Arns
jul
481-493 Anísio Teixeira Versus Igreja Pe. Dr. Frei Evaristo P.
Arns
531-533 O Estado: grupo educante de necessidade imediata P. Nestor Alencar
536-540 Educação não é privilégio Paulino Groia
ago
597-605 Declarações dos Cardeais, Arcebispos e Bispos do Br.
Reunidos em Goiania 3-11 de jul de 11958
set
641-645 A Educação como Direito João Camilo de
Oliveira Tôrres
681-683 Liberdade do Ensino Irmão José Otão
1959
jan
51-55 A questão escolar Frei Evaristo P. Arns
122-125 Carta do Cardeal Câmara ao Deputado Lacerda sobre a
Educação
Jaime Cardeal Câmara
mar
200-206 Como Mussolino via a Educação
abr
286-290 Diretrizes e Bases da Educação Nacional Frei Evaristo P. Arns
293-301 Mestres e Pedagogia segundo Anhembi Abelardo Ramos
307-309 Pais e Educação Transviados Jacobus
jun
427-442 Crítica da Doutrina de Anísio Teixeira
460-461 Liberdade para a família P. Dr. Frei Evaristo p.
Arns
jul
481-499 A educação gratuita e o Estado Abelardo Ramos
ago
561-566 Laicidade e Confessionalidade do Estado Prof. Pedro Rocha
set
690-692 Centenário de Jonh Dewey em Lorena Pe. Antônio da Silva
Ferreira
nov
843-847 Ensino, monopólio estatal e democracia Pe. José Cândido de
Castro
847-848 Escola livre e estatal Berilo Santiago
1960
jan
26-34 Aspectos da juventude desamparada Dr. Aldo Assis Dias
43-519 Os Problemas do Livro no Parlamento Dep. Plínio Salgado
51-62 O Colonialista e Anticolonialissta D. Anísio Alberto Ramos
65-67 Muitas Diretrizes e Poucas Bases Pe. Ebion de Lima
fev
105-113 O Direito de Educar Laudo Oliveira Lima
143-146 Um Atento à liberdade de ensino Édson A. Pinto
212 As escolas laicizadas arruinam o Ocidente! F. Pimentel
220-222 Os católicos e o Ensino "O São Paulo", 7-2-60,
p. 3.
227-229 Diretrizes e Bases às portas do Senado Frei Evaristo P. Arns
abr
274-282 O Manifesto do Sr. Florestan Fernandes
Pe. Humberto Rademakers
296-294 Diretrizes e bases da Educação
298-299 Educação e Cultura Nonato Silva
299-302 As Diretrizes e Bases e o Futuro do Brasil
mai
358-364 O môdelo Platônico do Dr. Anísio Abelardo Ramos
54
ANO
MÊS
PÁGINAS
TÍTULO AUTOR
jun
447-455 Pobre do Pobre, com o Dr. Anísio. Abelardo Ramos
610-622 A Conferencia do Profº Florestan Fernandes sobre as
Diretrizes e Bases de Educação
Pe. Felix Zavattaro
set
690-697 Escola Leiga? João Antonio Cabral de
Monlevade
697-702 Os Espíritas contra a Lei de Diretrizes e Bases Pe. Humberto
Rademakers
777-778 Subvenção à escola particular Tristão de Ataíde
nov
802-822 A atuação do Poder Público no campo da Educação Laudo Oliveira Lima
843-847 "Contra escola, pelos "TRUSTS"!"
847-848 Atuação do poder público no campo da educação
Dez
926-934 Andam Faunos nas escolas? Abelardo Ramos
1961
jan
3—8 O que defendemos Abelardo Ramos
mar
196-200 O que "Eles" querem Abelardo Ramos
225-226 O pedagogo faz de conta A.R.
Abr
276-282 Conclusões do seminário de Estudos sobre a Educação
Católica e o desenvolvimento brasileiro
321-329 O que é ser diretor de colégio? Lauro de Oliveira
Jun
415-419 Said Ali e a lingua Portuguesa J. Mattoso Câmara Jr.
Ago
561-575 A liberdade de ensino e a Constituição da Guanabara Profº Mário Curtis
Giordani
616-620 Dr. Anísio vem à chuva... Abelardo Ramos
Out
779-784 Estímulos e Renovação Visando Nossos Educadores. Lauro de Oliveira Lima
1962
jan
54-55 Nótula sobre Educadores Brasileiros Cônego Luís Castanho
de Ameida
69-70 O ministro está com a razão
fev
123-128 Ensino Público ou Particular? Uma perspectiva
histórica.
Pe. Frederico Laufer
mai
328-334 Família, Aluno e Professor. Dr. Frei Evaristo Paulo
Arns
Jul
539-544 O que será de Florestan, sem a "Diretrizes" Abelardo Ramos
Set
692-693 Que fazem os estudantes do Brasil?
set
694-696 No paralelo dos estudantes
696-702 O congresso da UNE em Quitandinha
762-765 O Parecer para a representação de 1/3 dos estdantes
1963
Jan
63-64 Ainda a escola particular José Martins de Santa
Roza
Dez
889-891
sociologia educacional na Escola de Durkheim
1964
Fev
105-109 Luzes que não apagam P. Valdástico Pattarello.
141-146 O MEC Bolcheviza Abelardo Ramos
mar
203-209 O Estado absorve pela Educação
1965
mar
161-172 Construindo a Igreja e o Mundo. O que a Igreja espera
dos intelectuais católicos
Pe. Zeferino Barbosa
Rocha
Out
723-737 Franciscanismo, tentativa de síntese. Pe. Pedro Melo
1966
Set
721-723 O Vaticani II pede educação para a sabedoria Frei Boaventura
Klappenburg
Nov
840-845 Boa vontade e Benevolência na visão pedagógica Profº R. Gisder
Fonte: Revista Vozes.
* Esta é apenas uma amostragem dos artigos sobre educação. A relação de todos os artigos utilizados nesta
pesquisa consta no Anexo d a mesma.
55
Como podemos observar, alguns títulos fazem menção
especificamente à LDB, e outros aos mais diversos temas, como por
exemplo o uso do cinema na educação, a educação sexual, a
educação fora do Brasil, síntese sobre alguns educadores etc. De uma
forma ou de outra, quando seus autores falam sobre esses temas,
estão deixando sua opinião de como vêem a educação.
Essa análise está disposta no capítulo seguinte.
56
CAPÍTULO 3
Este capítulo trata da análise dos artigos publicados sobre educação, no
período de 1956 a 1966. Apesar de grande parte dos artigos tratarem
especificamente do debate da LDB, alguns colaboradores fazem questão de
conceituar EDUCAÇÃO
Apesar de a pesquisa não se comprometer em elaborar um panorama geral
das discussões sobre a LDB, achei conveniente traçar um breve histórico dos
acontecimentos que marcaram os debates.
A Divini Illius Magistri é constantemente citada, que as discussões vão ao
encontro do direito de quem educa, neste caso, delimita-se a participação das
três sociedades: a FAMÍLIA, a IGREJA e o ESTADO.
3.1 - Uma Questão Nacional: A Educação.
Talvez o mais complexo dos problemas
modernos seja o da educação, porque
confluem quase todas as exigências e
instâncias da vida humana em si mesma e
nas relações com a suprema finalidade do
homem, que transcende os limites da
realidade empírica. (RV. Janeiro de 1957.
LIMA, Pe Ebion. A crise educacional
brasileira. p.7)
Embora a presente pesquisa não intencione traçar um histórico
sobre a LDB-1961, acredito ser necessário mencionar
57
cronologicamente alguns acontecimentos que são anteriores aos
debates presentes na Revista do período analisado, para
contextualizar a tramitação do referido projeto de lei e em seguida
partir efetivamente para a analise.
A Constituição de 1946 reafirmou a obrigatoriedade do ensino
primário e garantiu a gratuidade para este nível, podendo ser
estendido desde que o individuo provasse falta ou insuficiência de
recursos. É nesta carta que se encontra pela primeira vez a
expressão “Diretrizes e Bases” associada à questão da educação
nacional
23
Em outubro de 1948, o então Ministro da Educação Clemente
Mariani encaminhou ao Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra
e à Câmara Federal, o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Elaborado por uma comissão de tendências variadas e
inspiradas em propostas de reformas educacionais democráticas de
outros países, sobretudo o projeto francês, tem início o processo de
discussão do projeto que criará a Primeira Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, sancionada apenas em 20 de dezembro de
1961.
Apesar de enviada à Câmara Federal em 29 de outubro de
1948, o projeto entrou na pauta deste Congresso em maio de
1957. Durante todo este tempo o projeto foi apreciado pela Comissão
Mista de Leis Complementares e posteriormente pela Comissão de
Educação e Cultura da Câmara Federal.
Tendo por relator da Comissão Mista de Leis Complementares o
Deputado Gustavo Capanema, em julho de 1949, este emitiu um
parecer contrário a tal projeto por interpretá-lo como inconstitucional
criticando seu caráter descentralizador, sugerindo o arquivamento do
projeto.
23
O Artigo Quinto, Inciso XV, Alínea d) define como competência da União legislar sobre “diretrizes e
bases da educação Nacional”.
58
Em julho de 1951, a Câmara solicita o desarquivamento do
projeto, que foi entregue para nova apreciação, agora à Comissão de
Educação e Cultura. O presidente da UDN, Carlos Lacerda, entra na
discussão, propondo um substitutivo ao projeto em tramitação.
Esse substitutivo incorporava interesses de escolas particulares.
Estas tendo à frente às Instituições Católicas se mostram decididas a
fazer valer seus interesses no texto da futura Lei de Diretrizes e
Bases, atacando frontalmente o diretor do INEP, Anísio Teixeira.
Esse processo durou cinco anos e apenas em 1956, após
relatório de deputado Lauro Cruz, o Projeto entra em discussão na
Câmara. Do projeto original, proposto em 1948, até o texto final, que
é a Lei 4.024/61, o que se pode concluir é que a LDB de 1961, foi
uma solução intermediária entre os extremos representados pelo
projeto original e pelo substitutivo Lacerda.
Segundo CARVALHO, (1960), as discussões da LDB podem ser
divididas em duas fases. No primeiro momento, as discussões giram
em torno das interpretações do texto constitucional em que um
embate entre duas concepções antagônicas: a Centralizadora e a
Federativo-descentralizadora.
No segundo momento, após a apresentação do Substitutivo
Lacerda, o foco é direcionado às disputas contra o monopólio estatal
em favor das instituições privadas. O grande debate era voltado para
a liberdade de ensino.
Para SAVIANI (2004), esse processo é reflexo de disputas
partidárias dentro do congresso:
Oriundo de uma comissão cujo relator geral, o
prof°. Almeida Júnior, era filiado à UDN e
encaminhado ao Congresso por um ministro,
também da UDN, enfrenta críticas do bloco
majoritário do Parlamento. Assim é que o líder do
PSD, o deputado Gustavo Capanema, com o apoio
59
de sua bancada, que era majoritária, fustiga o
projeto tachando-o de infeliz, inconstitucional e
incorrigível, enquanto os deputados da UDN se
empenham na defesa do mesmo acusando
Capanema de boicote à proposta.(p. 14)
O que efetivamente podemos observar é que todo esse
processo toma uma proporção nunca antes debatida. A educação
passa a ser um assunto nacional.
Dentre os grupos de poder ligados à política, questões
levantadas por outras esferas da sociedade vão entremeando o
discurso, principalmente o que diz respeito às competências do
Estado frente às Escolas Públicas e Privadas.
A Igreja católica entra efetivamente nas discussões,
organizando grupos e incentivando os mais diversos profissionais
para “lutar” em favor das escolas privadas defendendo a liberdade de
ensino.
Esses debates foram possíveis graças ao ambiente democrático
ao qual o Brasil passava após a queda do Estado Novo. Neste clima
democrático os debates extrapolaram as paredes de uma instituição
do Estado, o Congresso Nacional, e chegaram às ruas.
A luta de representações se dará em várias camadas da
sociedade que tentarão impor sua perspectiva frente a esta questão,
cada qual com sua concepção de educação.
60
3.2 A Educação na Revista Vozes:
É dentro deste contexto geral, na esfera política, nos rumos
tomados pela Igreja, na participação civil e principalmente, dentro de
um ambiente democrático, que se dará as discussões sobre um
conceito tão amplo como o da Educação.
A Revista logicamente seguirá sua orientação e, não por menos,
será um dos principais palcos nesta luta de representações. Como
afirmado várias vezes, este trabalho não se apegará as discussões
referentes aos debates entre escola pública e privada ou a liberdade
de ensino, mas na concepção de educação expostas pelos
colaboradores da Revista.
A Revista vinha discutindo a importância da educação no
campo cultural desde a década de 1920. O assunto torna-se mais
constante com a publicação da encíclica Divini Illius Magistri.
A carta encíclica Divini Illius Magistri
24
, promulgada por Pio XI
coloca a educação como tema a ser discutido por toda a comunidade
católica. A Revista dedica grandes e longos artigos comentados sobre
a encíclica.
De acordo com esta encíclica o papel de educar o jovem cabe
às três principais ‘sociedades’: Família, Igreja e Estado.
Dentro da filosofia e os ensinamentos da Igreja, a educação dos
filhos é um dever e um direito dos pais.
Segundo o exigem Deus e a natureza, que
este direito e obrigação de educar a prole pertence,
em primeiro lugar, àqueles que, ao gerar,
começaram a obra da natureza ... , no matrimonio é
onde se proviu melhor a esta necessária educação
24
Carta Divini Illius Magistri. Pio XI, 1929.
61
dos filhos, pois, estando os pais unidos entre si com
vínculo indissolúvel.
A família recebe, portanto, imediatamente do
criador a missão e conseqüentemente o direito de
educar a prole, direito inalienável (...), direito anterior
a qualquer direito da sociedade civil e do Estado e
por isso, inviolável da parte de todo e qualquer
terreno.”
A família é que deverá determinar o tipo de educação que
melhor convier às expectativas de pais e mães. Exatamente por isso,
a questão do divórcio se faz presente em muitos artigos sobre
educação. São as duas partes unidas pelo matrimonio os
responsáveis primeiro da educação dos filhos.
Cabe a Igreja a missão divina e universal, o lado sobrenatural
da educação. É ela que vai formar o indivíduo completo. Se cabe a
família o “inicio” da educação, a Igreja é o seu fim maior. A Igreja
aqui é a única religião verdadeira, que:
(...) não se cansa de reivindicar para si o direito de
recordar aos pais o dever de mandarem batizar e
educar cristãmente os filhos de pais católicos (...)
Pertence a educação em primeiro lugar à
Igreja por dois títulos de ordem sobrenatural (...) O
primeiro, provem da missão e autoridade suprema
de magistério que Jesus Cristo lhe deu: “Ide, pois,
ensinai todos os povos, batizando-os em nome do
Padre, do Filho e do Espírito Santo”.
O segundo título é a maternidade sobrenatural
pela qual a Igreja gera, nutre e educa as almas na
vida divina da graça com os sacramentos e o seu
ensino.
62
Quanto à terceira sociedade, o Estado, compete a ele promover
o bem comum e temporal. O Estado está em um nível intermediário
no processo educativo. O Estado tem dupla função: o de prover e o
de proteger:
(...) proteger com suas leis os direitos anteriores da
família à educação cristã da prole e respeitar, ao
mesmo tempo, os direitos sobrenaturais da Igreja a
tal educação. Em segundo lugar cabe também ao
Estado promover, por todos os meios, a instrução e
educação da juventude (desde que respeite os
direitos anteriores da família e da Igreja à educação
cristã), ajudando aos pais, quando estes, por
escassez de recursos, não podem dar a seus filhos
professores particulares nem enviá-los a Escolas
privadas (...). Pertence, também, ao Estado, a
educação cívica, podendo ele exigir que todos os
cidadãos tenham o necessário conhecimento dos
próprios deveres cívicos e nacionais (...).
Se a escola católica recebe o apoio e o incentivo total do
Estado, em contrapartida, compete a escola que recebe tal apoio, a
formação de jovens cidadãos comprometidos com suas funções
cívicas, formar no amor à pátria, à família e principalmente à fé.
A visão de educação promulgada na Divini Illius Magistri,
atribuindo a participação parcial, mas necessária, do Estado, a Igreja
o papel fundamental e a família, mais que o direito, o dever de
educar na fé, início, no Brasil, à uma verdadeira guerra, travando
debates constantes com os defensores da escola pública.
Apesar da separação entre Estado e Igreja, desde a
proclamação da República, esta ultima nunca abandonou
completamente sua participação na educação oferecida pelo Estado.
63
As escolas continuaram a oferecer, apesar da não obrigatoriedade, a
disciplina de Ensino Religioso.
Com a permissão do ensino religioso nas escolas públicas, a
Revista passa a discutir o que deveria ser ensinado e, principalmente
como chamar a atenção dos alunos para as questões da fé.
Para o Frei Benvindo Destefani:
O futuro duma nação depende, em grande parte, do
grau de instrução e de educação verdadeira,
dispensadas à infância, a sociedade do amanhã.
Não há, porém, uma instrução completa sem
educação e não educação genuína sem o ensino
da religião. (RV. Setembro de 1935. DESTÉFANI,
Frei Benvindo. Modalidades do ensino catequético.
p.600)
O Frei justifica ainda a importância do ensino religioso nas
escolas:
O ensino religioso educa a sensibilidade,
conservando entre a matéria e o espírito a perfeita
harmonia, o devido equilíbrio, nos limites moraes do
justo e do honesto; forma a inteligência no amor e
na verdade expressão da realidade das coisas e na
sinceridade moral que abre o caminho ás conquistas
da virtude; fortalece a vontade com exercício
constante, destinado a fomentar certos bitos que
facilitam a prática do bem com a convicção íntima
da consciência que aperfeiçoa a conduta moral na
arte de disciplinar os estados affectivos da natureza
humana. (idem, p.603)
Fica evidente que a Revista passa a atuar na formação do
professor que ministrará as aulas de ensino religioso dentro das
64
escolas públicas, determinando modelos de conduta e disciplinas da
natureza humana, conforme:... “o exercício da piedade, assim como:
da oração, dos afeto, dos propósitos, da missa, dos sacramentos.”
(p.604)
Mesmo a Igreja recebendo o aval para a continuidade do ensino
religioso nas escolas públicas a Revista demonstra em vários
momentos preocupação com a formação parcial do jovem, que
educar na cristã, não está ligada apenas a um componente
curricular.
“A educação, hoje em dia, apresenta-se
fragmentária, como um espelho quebrado, em cujos
cacos reflete o homem separado de sua
humanidade. (...) O que a história nos revela em
caráter sociológico e político, o mundo
contemporâneo nos em caráter individual, é o
homem em abstração administrando homens em
abstração para o interesse do ser abstrato que é o
Estado.
Todas as teorias e doutrinas educativas, todas
as philosophias educacionaes, hoje em dia, são um
fragmento da vida, são philosophias de vida, mas
não são a VIDA. (RV. Abril de 1937. VIANNA. Arthur
Gaspar. Novos aspectos de educação
.
p.223.)
Entende-se, portanto, que a educação fornecida pelas
instituições públicas é fragmentada, que afasta o homem da
humanidade, próprio da sua natureza humana, o coletivo e não o
individual.
Arthur Gaspar Vianna ainda critica neste artigo o pragmatismo
de Dewey e de Anísio Teixeira, seu discípulo brasileiro:
(...) além de reduzir o indivíduo, reduz a religião à
sociedade. Ora, não é o pragmatismo mais do que
65
uma pequena victória do individualismo sobre si
mesmo e, si a sua base é individualismo, é claro
que escapa o verdadeiro sentido da religião. (p.225)
Vianna admite uma parte vitoriosa da “pedagogia católica” na
luta com a “pedagogia pragmática”: (...) para que de todo não
vingassem as diretrizes políticas (...) em nossa Carta Política, ou que
pelo menos taes princípios fossem contrabalançados pela
irredutibilidade da religião à sociedade e ao Estado (...) (p.225)
Podemos também observar que o nome de Anísio Teixeira
25
é o
alvo constante de ataques dos colaboradores da Revista. Depois da
proposta do Ministro Clemente Mariani, Anísio Teixeira é sem sombra
de dúvida o mais citado. Atuando como o responsável pelo INEP, ele
representava toda a equipe técnica responsável pelas propostas da
LDB.
Anísio é a todo o momento atacado, ou por suas declarações
públicas em jornais e revistas, ou simplesmente por suas linhas
filosóficas, em especial o pragmatismo defendido por Dewey.
Mesmo se tratando de analises feitas fora do período estipulado
para esta pesquisa, esse pequeno retrocesso se faz necessário para
demonstrar que alguns assuntos estão presentes na Revista antes
25
Anísio Spínola Teixeira nasceu em Carité BA, em 1900 e morreu no Rio de Janeiro em 1971.
Considerado um dos mais importantes educadores brasileiro, Anísio iniciou seus estudos em Carité,
completando o curso secundário em Salvador, onde em seguida iniciou o curso de Direito, concluído no
Rio de Janeiro, em 1922.
Em 1924 foi nomeado Inspetor Geral do Ensino na Bahia. No ano seguinte segue para a Europa
e dois anos depois para os Estados Unidos (1927) para conhecer os novos sistemas de ensino, com o
intuito de aperfeiçoar os serviços de educação na Bahia. É nesta ocasião que conhece o influente filosofo
e educador John Dewey cujas idéias passa a difundir, por toda a vida.
Retorna ao Brasil em 1929 e segue para o Rio de Janeiro, substituir Fernando de Azevedo, frente
a secretaria de educação, o que lhe projeção nacional. Em 1932 assina o Manifesto da Pioneiros da
Educação, junto com os principais educadores da época. Durante o Estado Novo, afasta-se do Brasil e
retorna em 1947 para assumir a Secretaria de Educação e Saúde, na Bahia. Neste mesmo ano recebe o
convite do Ministro da Educação, Simões Filho, para organizar a CAPES (Campanha Nacional de
Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior).
Em 1952, acumula também o cargo de Secretário Geral do Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP). Após o Golpe Militar se retira novamente do país, seguindo para o Chile. Retorna
ao país e falece às vésperas de sua entrada na Academia Brasileira de Letra, em 1971.
Para mais informações sobre Anísio Teixeira, consultar: LIMA, João Augusto de (org) (2002).
Anísio em Movimento. Brasília – DF: Senado Federal, Conselho Editorial.
66
mesmo do debate aberto entre Escola Pública e Privadas e a defesa
da Liberdade de Ensino promovido pela LDB.
Se o debate do período gira em torno destes três temas
principais, é importante destacar o que a Revista concebe sobre a
educação dentro destas temáticas. Tratando de um debate
democrático, a Liberdade é sem dúvida o eixo central.
Para a Revista, a educação em uma sociedade democrática
pode ser resumido assim:
A Educação, numa sociedade democrática,
apresenta-se como “direito” e como postulado à
“liberdade”. (...) como direito, não admitir, a
sociedade democrática distinções legais absolutas
entre os cidadãos, aos quais se oferecem as
mesmas possibilidades abertas a todos. Como
conseqüência, todos os cidadãos possuem igual
vocação à participação de todos os benefícios da
civilização. (RV. Setembro de 1958. Torres, João
Camilo de Oliveira. A Educação como Direito. p.641)
Mas o exercício de um direito pressupõe a
liberdade. (...) Um sistema de ensino obrigatório, em
que não houvesse qualquer liberdade para os
cidadãos, deixaria de ser um direito do cidadão,
para ser uma função do Estado. (Idem, p.644)
Durante as discussões da LDB, a Revista segue a doutrina
católica que tem por base a Divini Illius Magistri. Em um primeiro
momento, a concepção de Educação passa a girar em torno das
competências de quem educa.
A família: é ela que inicia o processo educacional da criança,
dentro de casa, seguindo as doutrinas católicas cristãs. Quando entra
em idade escolar, a família escolhe a escola de acordo com o que
67
vinha desenvolvendo. A escola não pode em hipótese nenhuma ir de
encontro às concepções da família. Portanto:
A escola deve ser, pois, considerada um
prolongamento e um aperfeiçoamento da família. E
os pais, confiando os filhos à escola, não podem
renunciar ao seu direito inalienável de educar, mas
somente o delegam, na medida reclamada pelo bem
dos filhos e da coletividade. (RV. Abril de 1958.
Discurso de Dom Vicente Scherer sobre a
orientação materialista e ateísta do Ensino Nacional.
p. 311)
Que educação, então a família espera que a escola cristã dê aos
seus filhos? A educação na católica deve privilegiar a formação
integral e essa formação inclui o enriquecimento intelectual e a
formação técnica, portanto,
A educação cristã, que a Igreja preconiza e
exalta enriquece a vida intelectual com
conhecimentos cnicos e científicos, enrija o corpo
pela cultura física, mas, principalmente, fortalece a
vontade, forja caracteres, purifica e enobrece o
coração, desenvolve e alimenta uma sadia vida de
e de piedade. Uma escola sem ideal superior,
uma pedagogia sem alma, um ensino sem
preocupação educativa, seria um jardim sem sol, um
lar sem fogão, uma lareira sem chama, um coração
sem amor, um corpo sem alma, uma fonte sem jorro
de água cristalina, um canteiro sem flor, uma rosa
sem matriz e perfume.
(...) A escola dará ao educando não somente
o pão da instrução, o aprendizado de noções e
conhecimentos, a habilidade profissional; ao pão
68
natural do enriquecimento intelectual e da
preparação técnica, é preciso acrescentar o pão do
espírito, a formação da vontade, para a vida da
graça, segundo a palavra que sai da boca de Deus.
Para os indivíduos os povos é este o caminho do
progresso e da justiça, da felicidade e da glória.”
(RV, Abril de 1958. Discurso de Dom Vicente
Scherer sobre a orientação materialista e ateísta do
Ensino Nacional. p. 311)
Essa escola cristã não está mais na escola pública, ou seja,
essa educação pode ser encontrada pelas famílias nas instituições
privadas, mantidas pela Igreja Católica. Essa escola deve acima de
tudo ser plena. Tudo deve ser observado, a disciplina, as instalações
etc. Portanto:
A escola católica, destinando-se a formação
integral da criança e do jovem, tanto no plano
natural, como no sobrenatural, deve estruturar-se e
organizar-se de modo a assegurar uma atuação
coerente de todos os agentes e processos
pedagógicos em ordem a este objetivo. Nada pode
ser indiferente na escola. Desde as instalações até
a observância da disciplina, tudo deve conduzir o
educando a harmoniosa expansão da sua
personalidade e à vivência da presença de Deus.
Tanto a instrução e as práticas religiosas,
como qualquer outra aprendizagem, devem apelar
para a participação livre e responsável dos
educandos e exercitá-los como membros atuantes
de uma comunidade democrática fundada na
fraternidade cristã. (RV. Abril de 1961. Conclusões
do Seminário sobre a Educação Católica e o
Desenvolvimento Brasileiro. p 278-279).
69
É muito importante deixar claro o que se entende por Escola
Pública e Escola Particular. Quanto à Escola Pública, é de
responsabilidade única do Estado, devendo este gerir financeira e
pedagogicamente. Quanto à Escola Particular, segundo o Papa Pio II:
Nós tomamos este termo no sentido em que
vós mesmos o entendeis, isto é, a escola que não é
regida pelo Estado reflete exatamente o seu nível
de vida espiritual e cultural. (RV. Abril de 1958. Pio
XII. Discurso de Pio XII aos Membros do I
Congresso Internacional das Escolas Privadas
Européias. p. 292)
Quando conceitua Pública e Particular, Pio II não entra no
mérito da gratuidade. Neste discurso reafirma, porém que cabe ao
Estado promover a educação.
que o tipo de educação que a família católica deve buscar
não se encontra na escola pública, essa família precisa pôr em prática
seu direito à liberdade de escolha. Se a escolha está na instituição
privada, particular, o Estado, então deve possibilitar às famílias sem
condições financeiras o ingresso destes alunos em escolas
particulares.
Entramos aqui em outro ponto polêmico, a concorrência
desleal, segundo a Revista, entre as escolas gratuitas públicas e as
pagas particulares.
Se a escola blica não fosse gratuita,
haveria identidade de situação para os pais que
escolherem a escola oficial e para os que preferem
a escola particular; mas sendo a primeira gratuita,
cria-se uma situação de coação ou menos justiça
para a segunda.
70
A tributação paga por todos os cidadãos se
destina em parte à manutenção do ensino. Os pais,
que enviam seus filhos à escola oficial, estão
dispensados de novas contribuições. No entanto,
aqueles que os enviarem as escolas particulares
são obrigados a novos esforços financeiros. É
flagrante a desigualdade da situação criada.
“Enviem-se, então, os jovens à escola pública?” Dir-
se-á. Se os pais forem compelidos a fazê-lo por
carecia de meios, quem afirmará que existe
verdadeira liberdade de ensino? (RV. Setembro de
1958. Otão, Ir José. Liberdade de Ensino. p.682)
O Estado não pode interferir na liberdade das famílias em
escolher o melhor tipo de educação para seus filhos. Essa liberdade
não se efetiva já que o Estado oferece uma escola gratuita laica e não
colabora financeiramente com ajuda às escolas particulares.
Para quebrar o argumento do privilégio que os alunos de
escolas particulares possam ter com relação à qualidade de ensino
que é superior ao das escolas públicas, o Estado precisa colaborar
com auxilio financeiro, assim a liberdade de escolha dos pais fica
garantido, principalmente aos pais com poucos recursos.
O Governo abre escolas e (...) faculta,
outrossim, a quem quiser, abri-las também. (...) O
Governo dispõe de fundos econômicos, pode criar e
manter as suas escolas perfeitamente gratuitas para
os seus freqüentadores. As escolas particulares,
para sua manutenção, devem forçosamente cobrar
de seus alunos. Que acontece então? Um pai rico
pode escolher uma escola particular que estiver de
acordo com seus princípios, pois dispõe para tal de
71
recursos mais que suficientes. A fortiori pode
escolher a do governo, se lhe aprouver.
O pai pobre que deseje colocar seu filho numa
escola particular e que preencher os requisitos de
educação moral e religiosa a seu talante vê-se
impedido pela situação financeira e é obrigado a-
lo na escola oficial. Onde fica a liberdade de ensino
para esse pai pobre? Essa permanece privilégio dos
ricos, quando, de fato: “Educação não é Privilégio”.
(RV. Julho de 1958. Alencar, Pe Nestor. O Estado:
Grupo Educante de Necessidades Imediata. p 531)
Dentro das discussões, o dinheiro arrecadado com a cobrança
de impostos deve ser proporcionalmente dividido entre todas as
instituições de ensino de forma direta ou através dos próprios pais.
A Revista não aponta para a exclusão do Estado, mas adverte
que:
A educação não pode pertencer à sociedade do
mesmo modo que pertence à Igreja e à Família,
mas sim, de um modo inteiramente diverso
correspondente ao próprio fim. (RV, agosto de 1957,
FERNANDES, A. Mendes. Direitos Educativos do
Estado. p. 574)
Sobre o que corresponde ao fim, ou a função do Estado, é que
será o ponto crucial. Assim sendo a função do Estado perante o
direito dos indivíduos e das famílias é “d’aider faire” – ajudar a fazer.”
Nesse sentido:
Onde a iniciativa privada é frouxa, o
Estado deve estimulá-la; onde é insuficiente,
completá-la; onde impotente, substituí-la,
72
mas considerando-se como um substituto
provisório; onde é insuficiente contemplá-la.
(p.579)
Portanto, compete à Família e à Igreja o poder divino de educar.
Estas instâncias são então, pessoais e privadas, e ao Estado o direito
de AJUDAR na educação.
Consegue-se assim, dentro de meios legais dar continuidade à
defesa da educação pelas instituições estabelecidas pela Igreja,
reafirmando:
Reconhecendo como legítima a intervenção do
Estado em matéria de ensino, como nos demais
campos da atividade humana de seus súditos,
reconhece-se, porém, uma gama de invergência
que oscila de acordo com a maior ou menor cultura
do povo. Tornar-se-á mais ativa sua intervenção
quando o interesse particular não for suficiente para
realizar melhoras necessárias.
Mesmo neste caso, o Estado não deve
meramente obviar a semelhante inconveniente, mas
deve despertar e estimular o interesse particular.
(RV, Abril de 1958, Fantin, Pe Otorino. Salvaguardar
a Liberdade de Ensino para Salvaguardar a Cultura
Humana. p. 269.)
Tentando esclarecer as polêmicas levantadas nos debates da
LDB, os Cardeais, Arcebispos e Bispos do Brasil, reunidos em Goiânia,
elaboram um documento oficial sobre a posição da Igreja nesta
questão. Mais que ficar repetindo a encíclica Divini Illius Magistri, o
documento esclarece sobre o que deve ser a educação:
A Educação é o desenvolvimento pleno de
todas as virtualidades pessoais e sociais, naturais e
73
sobrenaturais do homem, integrando-o dentro do
ciclo histórico e social em que é chamado a viver. A
Escola é, em toda a verdade, a extensão da família.
É por ela que a família completa a obra de amor que
lhe cabe realizar. (RV. Agosto de 1958. Declarações
dos Cardeais, Arcebispos e Bispos do Brasil
Reunidos em Goiânia, de 3 a 11 de julho de 1958. p
598)
A escola primária deve ser obrigatória. A sua
obrigatoriedade dimana, não de imposição legal,
mas de força mesma do dever que todo o pai tem
de assegurar ao filho os meios necessários para o
mínimo desenvolvimento humano. À proporção que
o Estado amplia a sua rede de arrecadação de
impostos, a gratuidade do ensino primário e
secundário se impõe, diretamente para as suas
escolas e indiretamente para as particulares. (p 598)
A educação não pode ser objeto de
mercancia. com a liberdade do ensino é que se
pode fazer a distinção entre os colégios que educam
e os que apenas vendem certificados. (p 599)
Mas educar, isto é, formar o homem. E dentro
desta linha, veio a religião para a escola pública.
Mas infelizmente veio apenas como matéria do
ensino, mais ou menos inócua porque desligada da
vivência que a educação integral poderia
garantir. (...), a escola educa se completar pelo
esclarecimento e pela formação de hábitos. E
religião viva dentro do esclarecimento e pela
formação de hábitos e sem mutilações, além de
matéria de ensino, a Religião precisa ser
vivida.(p.600)
74
Nesta reunião, reconhecem também, o subdesenvolvimento
cultural e a falta de rumo do programa de educação no Brasil, a
deficiência e a falta de qualidade do ensino e a necessidade de não
fazer da educação um privilégio.
Essa declaração vem resumir todo o debate que circulava
dentro e fora das paredes do Congresso. Resume também o que
grande parte dos colaboradores da Revista vinham demonstrando em
seus artigos.
Os artigos que polemizam sobre escolas públicas e privadas,
vão abrindo espaço para, também, declararem efetivamente o que
cada colaborador entende por educação. Como declarado
anteriormente nesta pesquisa, todos os artigos publicados passam
pelo crivo dos editores, portanto, podemos concluir que também é a
concepção destes que autorizam sua publicação.
No início de 1959, muitos artigos publicados não trazem
autoria. Em sua grande maioria estão na seção Idéias e Fatos. A
expressão “Educar é...”, aparece com mais freqüência. Sendo assim:
Educação é transição, é ação, passagem de
um estado imperfeito para um estado de perfeição.
Passagem demarcada através de caminhos
predeterminados ideologicamente, segundo uma
cosmovisão. Porque educação é ação humana e
todos os atos humanos pressupõem o homem todo.
Educar é manipulação que se desenvolve no
campo do agir e não do ser. Educar é atribuir,
predicar. É sempre um ato segundo, cuja plenitude
de responsabilidade não pousa em si mesmo mas
em outro que lhe é raiz. (RV. Junho de 1959. Crítica
da Doutrina de Anísio Teixeira. p.427.)
75
Dentro dos ataques a Anísio Teixeira, o autor coloca em
evidência sua concepção de educação. A educação é o molde que se
quer do homem.
Ou seja, a educação coloca no homem as idéias do outro
homem. Se o indivíduo é educado na confissão católica, espera-se
que isso seja levado para toda a vida. Em contrapartida, se a
educação vem de uma escola laica, o indivíduo formado não
compreende o homem que a Igreja quer.
Daí a importância de manter a escola católica, daí a importância
de que ela atinja um maior número possível de pessoas. Portanto, a
Igreja cobra da família a responsabilidade desta educação. E exije do
Estado que se preserve o direito da família escolher a educação dos
filhos. A liberdade de ensino. Educar é conduzir para a liberdade, e
liberdade pressupões conhecimento.” (RV. Julho de 1959. RAMOS, Abelardo.
A Educação Gratuita e o Estado. p. 481)
Alguns artigos tentam esclarecer as diferenças de concepção de
educação empregadas pelos católicos e por alguns nomes
importantes, como por exemplo, da sociologia, da filosofia, ou mesmo
da pedagogia.
Em especial, gostaria de destacar um artigo que trata da
sociologia educacional de Durkhein. O artigo não é assinado e
reproduz alguns conceitos deste autor de forma superficial, não como
um todo, mas destacando trechos descontextualizados. Por fim, o
autor estabelece a diferença entre a educação católica e a empregada
na escola durkheimiana:
Segundo ele (Durkheim), a escola tem
precisamente esta função: de transformar o ser
individual em ser social. Conseqüentemente, a
escola reflete a sociedade à qual pertence.
(...) Os católicos, como todos os demais que
defendem a vontade livre do homem, não podem
aceitar a noção durkheimiana da escola, segundo a
76
qual esta não pode modificar o comportamento
humano nem mesmo a cultura. E isto simplesmente
porque acreditamos que a escola como a educação
podem tornar o mundo melhor do que o é agora, e a
vida mais digna de ser vivida, uma vez que através
da educação nos capacitamos a melhor
compreender e realizar o sentido real, profundo e
cristão da existência. (RV. Dezembro de 1963. A
sociologia educacional na escola de Durkheim.
Sociologia educacional ou sociologia da educação?
p.890)
Dentro da escola, molda-se a sociedade. A escola é o lugar para
que a sociedade seja moldada, através da educação. Isso vai ao
encontro da necessidade de se manter uma sociedade católica, de
não perder espaço. Essa idéia reforça o processo de restauração que
teve inicio durante a década de 1920 e vai se perpetuando durante o
século XX.
Assim como existem artigos que tratam desta forma as idéias
de Durkheim, Marx, Dewey, Kant, Paulo Freire, entre outros, recebem
o mesmo tratamento. São textos descontextualizados e que
procuram diferenciar da educação católica.
Com a promulgação da LDB em 1961, as discussões não se
encerram. As críticas a Anísio Teixeira continuam, assim como a
todos os defensores da escola pública.
Entretanto, entra em cena um novo elemento. O debate sobre
liberdade de ensino desaparece. A escola pública agora é o lugar de
proliferação de comunistas e que possibilita a demonstração do
totalitarismo do Estado.
Constantemente as escolas públicas o comparadas às escolas
da União Soviética e da China, dando destaque para a impressão que
se tem de que se quer retirar a atuação das escolas confessionais
77
como foi feito nestes países, colocando a sociedade em uma ditadura
de um Estado autoritário.
Todo este discurso vai dando ‘combustível’ ao medo das
pessoas de que a ameaça comunista pode estar mais próxima do que
se imagina: dentro das escolas que estão educando seus filhos.
Praticamente, depois do golpe militar, até o final do período que
engloba esta pesquisa, não existem mais artigos referentes à
educação.
Em 1966, Frei Aurélio é retirado da direção editorial da Revista.
Seus companheiros o homenageiam com uma dedicatória no
expediente da Revista, que passa então a ser gerenciada por Frei
Clarêncio Neotti. Segue a dedicatória:
Por força de seu ministério sacerdotal e por decisão do Definitório,
reunido em 10-12-65, está-se desligando da direção de VOZES o nosso
boníssimo Frei Aurélio.
Quem não conhece a realidade dos periódicos católicos, não sabe o
que o diretor de revista é a própria alma, o sopro de sobrevivência
(grifo meu). E Frei Aurélio soube ser tudo isso. Soube inspirar dedicação e
ensinar a própria vida: com o sorriso, e a sermos alegres; com a paz e a
compreensão, a sermos pacíficos, sem deserções, e compreensivos, sem
subalternidade.
O que fez e faz, o é para ser notado entre as grandezas do mundo. É
para ser apreendido pela finura do tato que não ilude. Realizou e realiza, a
despeito do custo em sacrifício e obstinação.
Sua principal característica é ser humano. Descobrir o melhor lado de
todos em todos arte difícil, que aprimorou na cura d’almas do Brasil de
dentro e que lhe deixou esse jeito amável de vigário do interior.
Em época de desorientação, quando até nomes e instituições
respeitáveis perderam o rumo, sustentou em VOZES o norte firme e
ortodoxo. Entrou de peito aberto na luta, quando muitos calavam.
E procurou combinar a opção clara e positiva, a vigilância inssopitada, a
necessidade de abrir as páginas da publicação a pontos de vista singulares.
78
Não queria ausentar-se do debate. Mas ainda quando, debaixo dessa
premência, aceitou, pela utilidade que representavam à busca da linha
exata, uma ou outra opinião mais extremada, deixou bem nítida, pela
constância da orientação geral, qual o verdadeiro caminho a seguir. Não foi
diretor de exemplares isolados. Mas de uma obra de permanência no
conjunto, de uma diretriz reiterada em todas as edições. Como nos textos
de lei, cada componente devia ser interpretado dentro de um sistema.
Ao nos despedirmos dele parte de nós, que está nele, é que nos
despedimos.” (RV Janeiro de 1966.)
Apesar de muitos considerarem que o grupo vencedor em todo
este debate foi a Escola Particular, que se concordar que a escola
pública abriu espaço para uma grande quantidade de pessoas que
estavam excluídas do sistema educacional.
Não cabe aqui a discussão quanto à qualidade do ensino
oferecido tanto em uma, quanto em outra (pública ou particular),
mas destacar que a Revista Vozes fez uso de seu espaço para a
discussão do tema mostrando claramente seu ponto de vista e
dialogando com seus leitores.
Mais do que abrir o espaço possibilitou demonstrar que a
Neocristandade evocada na década de 1920 se fez presente, com a
atuação efetiva dos intelectuais católicos, defendendo sua concepção
de educação.
79
Considerações Finais
.
Fugindo do tão estudado debate que levou a promulgação da
Lei de Diretrizes e Bases de 1961, este trabalho procurou demonstrar
a concepção de educação que os colaboradores da Revista Vozes
pretenderam imprimir, de forma clara ou velada, em suas páginas.
É preciso deixar claro que as opiniões expressas nas páginas da
Revista Vozes não foge do que os editores também pensavam. Todos
os artigos publicados receberam a autorização dos redatores e
principalmente do seu Editor chefe, Frei Aurélio Stulzer.
Quando estes artigos eram publicados, não falava apenas o
autor, mas o editor e todo um grupo que naquele momento eram por
eles representados, transformando a Revista em um espaço para as
disputas de Representação, no sentido de CHARTIER.
O que se coloca nas páginas especificamente do período
pesquisado é a concepção de mundo que este grupo, neste
determinado momento, está tentando sobrepor aos demais. Tanto
dentro da própria Ordem, como dentro da Instituição Igreja Católica
como, também, nos demais níveis da sociedade, incluindo o
próprio Estado.
A longa duração da Revista, mesmo tantas vezes se
reestruturando, tanto na sua forma como na sua essência, se deve a
aberturas dadas dentro da própria Igreja.
A necessidade de renovação da Igreja Católica, para manter
seu Status Quo, através de políticas de restauração, ditados pelo
próprio Vaticano, permitiu a aproximação da Igreja com a sociedade
80
civil, incentivando um grupo de intelectuais que defenderem os ideais
católicos dentro da sociedade, em todos os níveis.
Os franciscanos souberam interpretar essas mudanças como
ninguém. Portanto, manter um pólo cultural foi essencial. Esse pólo,
em Petrópolis, contava com, além da Editora, um Instituto Teológico
e uma rede de escolas que se espalhou por todo o Brasil.
As escolas e a editora atingiram uma grande quantidade de
pessoas diretamente. Este última, funcionando como ponto de ligação
entre as primeiras.
Essa rede extrapolava a Ordem dos Frades Menores, atingindo
as demais ordens, com suas escolas e paróquias. E a Revista tem um
lugar de destaque, já que é um veículo de grande e fácil circulação.
Como a história da Revista não pode ser desvinculada da
editora e esta está ligada a Ordem Franciscana, que mantém um
número considerável de escolas e obedece às diretrizes políticas
traçadas pelo Vaticano, fez-se necessário esclarecer a função de cada
uma destas partes no decorrer da pesquisa.
As políticas implantadas pela Igreja, ainda no Século XIX,
refletem a importância da retomada de espaço perdido durante as
Reformas Religiosas e a crescente disseminação do positivismo. A
Restauração foi uma resposta a estes acontecimentos. Não como ato
revolucionário, e sim, muito mais como reacionário.
Foram estas políticas que possibilitaram os investimentos no
campo editorial e educacional. Foi movido por estes ideais que a
Editora Vozes cresceu e se tornou uma grande editora do mercado
nacional. Ela sendo a responsável pela Revista, “a filha que deu nome
a mãe”, conforme preferiu frei Clarêncio Neotti, nas comemorações
póstumas do centenário da Revista.
Com os primeiros anos de publicação, a Revista se mostrava
extremamente confessional, mas inovadora, que abria espaço
dentro de uma publicação católica para artigos referentes aos mais
diversos assuntos relacionados a cultura, a ciência, as artes etc.
81
Progressivamente, foi se abrindo para colaboradores leigos, que
puderam opinar sobre os diversos temas de suas respectivas áreas.
Não era difícil encontrar estes intelectuais fugindo de suas áreas de
atuação e opinando sobre os mais diversos temas.
Enfim, a Revista, apesar de suas grandes mudanças no
decorrer de sua vida, deu espaço as mais diversas discussões.
Foi dentro deste ambiente que se deu o debate da Lei de
Diretrizes e Bases de 1961. Os assuntos principais tratados nos
artigos diziam respeito ao embate entre os defensores da Escola
Pública e os defensores das Escolas Particulares, estas tendo como
principal agente às instituições de ensino católicas.
Mas este debate foi amplamente discutido, inclusive com a
comparação entre artigos publicados nesta Revista com as demais
publicações nacionais. Sendo assim, o que se buscou foi determinar o
que estes grupos concebiam sobre o conceito de educação. Mais que
isso, o que se buscou foi identificar a representação de educação que
estes grupos expuseram nas páginas da Revista.
Todas as discussões que a Revista expõe, são possíveis graças
ao ambiente favorável em que o país vivia. Após o fim do Estado
Novo, o Brasil entrou em um momento democrático. Este ambiente,
aliado ao momento de restauração da Igreja Católica, permitiu que a
Revista tornasse palco para as lutas de representações.
De um modo geral, o conceito de educação não foge das
diretrizes traçadas pelo Vaticano com a promulgação da Divini
Illius Magistri, que define os agentes atuantes no processo
educacional. Determinando a função das três ‘sociedades’ neste
processo: a Família, a Igreja e o Estado.
O que se busca na educação católica é a formação do homem
integral. Entendendo educação aqui, como uma forma, capaz de
moldar a sociedade.
Este homem integral é dividido em duas partes: o natural e o
sobrenatural. O natural, aquele que vive em sociedade e que deve
82
ser formado inicialmente pela família, contando com o apoio do
Estado. E o sobrenatural, que está além da concepção do próprio
homem. Este então precisa da ação, da educação da Igreja, para se
chegar ao fim único de todos, a felicidade plena.
Esta educação é obtida apenas sob as perspectivas da educação
católica, representada pelas escolas católicas particulares.
Assim, ao sistematizar os artigos que tratam do tema educação
e analisar os mesmos, este trabalho buscou oferecer um outro ponto
de vista que se tem do debate sobre a LDB de 1961, demonstrando
qual a concepção de educação proposta pelo grupo católico, que foi
expresso nas páginas da Revista Vozes.
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QUADRO 1
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ANO MESES SEÇÕES
1956 - 1961 Jan a Dez Artigos, Idéias e Fatos e Bibliografia
Jan a Jul e
Out a Dez
Artigos, Idéias e Fatos e Bibliografia
1962
Ago e Set Artigos, Idéias e Fatos, Duas
Coluna e Bibliografia.
Jan e Dez Artigos, Idéias e Fatos e Bibliografia
1963
Fev a Nov Artigos, Idéias e Fatos, Duas
Coluna e Bibliografia.
1964
Jan a Dez Artigos, Idéias e Fatos, e
Bibliografia.
Jan e Fev e Jun a
Dez
Artigos, Idéias e Fatos e
Bibliografia.
1965
Abr e Maio Artigos, Idéias e Fatos, As Vozes
do Mês, Correspondência e
Bibliografia.
1966
Jan a Dez Artigos, Idéias e Fatos, As Vozes
do Mês e Bibliografia.
F
Fonte: Revista Vozes de Petrópolis
.
102
QUADRO 2
Seqüência de páginas do período de 1957- 1966.
MÊS PÁGINAS
Janeiro 1-80
Fevereiro 81-160
Março 161-240
Abril 241-320
Maio 321-400
Junho 401-480
Julho 481-560
Agosto 561-640
Setembro 641-720
Outubro 721-800
Novembro 801-880
Dezembro 881-960
103
QUADRO 3
Principais colaboradores da Revista no Período e número de artigos
publicados sobre Educação.
COLABORADORES
N° DE
ARTIGOS*
1
A. Mendes Fernandes 1
2
A. Wiktoski 1
3
Abelardo Ramos 12
4
Aldo Assis Dias 1
5
Armando Cortesão 1
6
Berilo Santiago 1
7
Brás de Alcântara 1
8
Carlos Lacerda 1
9
Cônego Luis Castanho de Almeida 1
10
Dom Paulo Evaristo Arns 10
11
Dom Vicente Scherer 1
12
Edson A. Pinto 2
13
Francisco de Paula Ferreira 1
14
Frei Aurélio Stulzer 1
15
Frei Boaventura Klappeburg 1
16
Frei Venâncio Willeke 1
17
H. Bandeira Lima 1
18
Irmão João Otão 1
19
J. Mattoso Câmara Jr. 1
20
Jacobus 1
21
Jaime Cardeal Câmara 1
22
Jaime Cortesão 1
23
João Antônio Cabral Monlevade 1
24
João Camilo de Oliveira Tôrres 6
25
José Martins de Santa Rosa 1
26
Lauro Oliveira Lima 4
27
Léo Kunz 1
28
Mariano Côrtes 2
29
Mario C. Giordani 5
30
Mesquita Pimentel 2
31
Nonato Silva 1
32
Otoniel Beleza 1
33
Paulino Groia 1
34
Pe Antônio da Silva Ferreira 1
35
Pe Ebion de Lima 2
36
Pe Felix Zavattaro 1
36
Pe Frederico Laufer 1
38
Pe Guido Logger 1
39
Pe Humberto Rademakers 2
40
Pe Jean-Marie Auber 2
41
Pe José Cândido de Castro 1
42
Pe Luis Zver 1
43
Pe Nestor de Alencar 1
104
44
Pe Otorino Fantin 2
45
Pe Pedro Melo 1
46
Pe Valdástico Pattarello 1
47
Pe Zeferino Barbosa Rocha 1
48
Pedro Rocha 1
49
Pio XII 2
50
Plínio Salgado 1
51
R. Gisder 1
52
Rubens Dias Maia 1
53
Tristão de Ataíde 1
Fonte: Revista Vozes.
*
Artigos referentes a educação, no período entre 1956-1966.
105
QUADRO 4
Perfil dos colaboradores da Revista
COLABORADORES* ATIVIDADES**
1
Ebion de Lima Professor de literatura, autor do livro:
Curso de literatura Brasileira de 1963.
2
Mesquita Pimentel Ascânio Da Mesquita Pimentel: Fundador
do Instituto Histórico de Petrópolis (1923).
Professor de Direito, começou como
colaborador da revista em 1937.
3
João Camilo de Oliveira Tôrres Foi professor, escritor, historiador e
jornalista em Minas Gerais.
4
Francisco de Paula Ferreira Professor, escritor e jornalista.
5
Pe Jean-Marie Aubert Bispo da província de Aix-Mrseille de
Avinhão.
6
A. Mendes Fernandes Colaborador do “Lúmen” de Lisboa,
Portugal.
7
Pe. Guido Logger Presidente do Centro de Orientação
Cinematográfica, criado pela CNBB e
destinado a formação de espectadores.
8
Rubens Dias Maia Professor e advogado
9
Otoniel Beleza Poeta e professor de literatura em Belo
Horizonte, MG.
10
Pe Luiz Zver Professor de Filologia Românica na
Faculdade D. Bosco de Filosofia, Ciências
e Letras, em São João Del Rei, MG.
11
Márcio C. Giordani Professor universitário
12
Pe Otorino Fantin Padre Salesiano, primeiro pároco de
Piracicaba, SP.
13
Dom Vicente Scherer Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre.
14
H. Bandeira Leme
15
Evaristo Paulo Arns Professor na Universidade Católica de
Petrópolis
16
Pe Nestor Alencar Sacerdote salesiano diplomado em
filosofia e teologia. Poeta.
17
Paulino Groia Professor e jornalista.
18
Irmão José Otão Educador e Reitor da PUC-RS.
19
Jaime Cardeal Câmara Arcebispo do Rio de Janeiro.
20
Brás de Alcântara Professor da Universidade Católica de
Petrópolis
21
Pe Antônio da Silva Ferreira Diretor do Conselho Superior de Ensino e
Pesquisa
22
Aldo Assis Dias Magistrado, trabalho de assistência ao
menor
23
Plínio Salgado Deputado Federal
* Não foi possível encontrar a atividade de todos os colaboradores.
*
* As informações sobre as atividades profissionais dos colaboradores foram obtidas
através da própria Revista e também por pesquisas no Instituto Teológico Franciscano
de Petrópolis.
106
QUADRO 5
AMOSTRA DOS ARTIGOS PUBLICADOS* (1956-1966)
ANO
MÊS
PÁGINAS
TÍTULO AUTOR
1957
jan
05-011 A crise educacional Pe. Ebion de Lima
161-168 As três chaves da educação sexual Mesquita Pimentel
mar
189-195 A missão da mulher no Mundo Moderno João Camilo de
Oliveira Tôrres
mai
321-334 Uma experiência de Serviço Social no ensino
profissional
Francisco de Paula
Ferreira
jun
502-510 O ensino da filosofia do ponto de vista do apostolado
sacerdotal
P. Jean-Marie Aubert
ago
573-583 Direitos educativos do Estado A. Mendes Fernandes
out
721-730 Cinema e Educação P. Guido Logger
1958
fev
109-123 Grandezas e benemerências do Magistério Pe. Luis Zver
abr
253-257 O professor católico em face do ensino de História Mário C. Giordani
269-279 Salvaguardar a liberdade de Ensino para salvaguardar
a cultura humana
P. Ptorino Fantin
282-288 A Escola Primária Pública João Camilo de
Oliveira Tôrres
289-290 Mensagem de Pio XII ao III Congresso Internacional
da União Mundial dos Docentes Católicos
Pio XII
291-293 Discurso de Pio XII aos membros do I Congresso
Internacional das Escolas Privadas Européias
Pio XII
307-311 Discurso de Dom Vicente Scherer sobre a orientação
materialista e ateísta do ensino Nacional.
Dom Vicente Scherer
mai
356-361 O professor católico em face do ensino de História (II) Mario C. Giordani
365-366 O problema escolar na Província Comunista de Kerata
jun
431-447 O professor católico em face do Ensino da História Mario C. Giordani
448-451 Em defesa da liberdade de ensino
451-458 Escolha de Educação não é privilégio H. Bandeira Lema
459-460 A luta escolar João Camilo de
Oliveira Tôrres
460-463 O Brasil na defesa da liberdade de Ensino Dr. Frei Evaristo Paulo
Arns
jul
481-493 Anísio Teixeira Versus Igreja Pe. Dr. Frei Evaristo P.
Arns
531-533 O Estado: grupo educante de necessidade imediata P. Nestor Alencar
536-540 Educação não é privilégio Paulino Groia
ago
597-605 Declarações dos Cardeais, Arcebispos e Bispos do Br.
Reunidos em Goiania 3-11 de jul de 11958
set
641-645 A Educação como Direito João Camilo de
Oliveira Tôrres
681-683 Liberdade do Ensino Irmão José Otão
1959
jan
51-55 A questão escolar Frei Evaristo P. Arns
122-125 Carta do Cardeal Câmara ao Deputado Lacerda sobre a
Educação
Jaime Cardeal Câmara
mar
200-206 Como Mussolino via a Educação
abr
286-290 Diretrizes e Bases da Educação Nacional Frei Evaristo P. Arns
293-301 Mestres e Pedagogia segundo Anhembi Abelardo Ramos
307-309 Pais e Educação Transviados Jacobus
jun
427-442 Crítica da Doutrina de Anísio Teixeira
460-461 Liberdade para a família P. Dr. Frei Evaristo p.
Arns
107
ANO
MÊS
PÁGINAS
TÍTULO AUTOR
jul
481-499 A educação gratuita e o Estado Abelardo Ramos
ago
561-566 Laicidade e Confessionalidade do Estado Prof. Pedro Rocha
set
690-692 Centenário de Jonh Dewey em Lorena Pe. Antônio da Silva
Ferreira
nov
843-847 Ensino, monopólio estatal e democracia Pe. José Cândido de
Castro
847-848 Escola livre e estatal Berilo Santiago
1960
jan
26-34 Aspectos da juventude desamparada Dr. Aldo Assis Dias
43-519 Os Problemas do Livro no Parlamento Dep. Plínio Salgado
51-62 O Colonialista e Anticolonialissta D. Anísio Alberto Ramos
65-67 Muitas Diretrizes e Poucas Bases Pe. Ebion de Lima
fev
105-113 O Direito de Educar Laudo Oliveira Lima
143-146 Um Atento à liberdade de ensino Édson A. Pinto
212 As escolas laicizadas arruinam o Ocidente! F. Pimentel
220-222 Os católicos e o Ensino "O São Paulo", 7-2-60,
p. 3.
227-229 Diretrizes e Bases às portas do Senado Frei Evaristo P. Arns
abr
274-282 O Manifesto do Sr. Florestan Fernandes
Pe. Humberto Rademakers
296-294 Diretrizes e bases da Educação
298-299 Educação e Cultura Nonato Silva
299-302 As Diretrizes e Bases e o Futuro do Brasil
mai
358-364 O môdelo Platônico do Dr. Anísio Abelardo Ramos
jun
447-455 Pobre do Pobre, com o Dr. Anísio. Abelardo Ramos
610-622 A Conferencia do Profº Florestan Fernandes sobre as
Diretrizes e Bases de Educação
Pe. Felix Zavattaro
set
690-697 Escola Leiga? João Antonio Cabral de
Monlevade
697-702 Os Espíritas contra a Lei de Diretrizes e Bases Pe. Humberto
Rademakers
777-778 Subvenção à escola particular Tristão de Ataíde
nov
802-822 A atuação do Poder Público no campo da Educação Laudo Oliveira Lima
843-847 "Contra escola, pelos "TRUSTS"!"
847-848 Atuação do poder público no campo da educação
Dez
926-934 Andam Faunos nas escolas? Abelardo Ramos
1961
jan
3—8 O que defendemos Abelardo Ramos
mar
196-200 O que "Eles" querem Abelardo Ramos
225-226 O pedagogo faz de conta A.R.
Abr
276-282 Conclusões do seminário de Estudos sobre a Educação
Católica e o desenvolvimento brasileiro
321-329 O que é ser diretor de colégio? Lauro de Oliveira
Jun
415-419 Said Ali e a lingua Portuguesa J. Mattoso Câmara Jr.
Ago
561-575 A liberdade de ensino e a Constituição da Guanabara Profº Mário Curtis
Giordani
616-620 Dr. Anísio vem à chuva... Abelardo Ramos
Out
779-784 Estímulos e Renovação Visando Nossos Educadores. Lauro de Oliveira Lima
1962
jan
54-55 Nótula sobre Educadores Brasileiros Cônego Luís Castanho
de Ameida
69-70 O ministro está com a razão
fev
123-128 Ensino Público ou Particular? Uma perspectiva
histórica.
Pe. Frederico Laufer
mai
328-334 Família, Aluno e Professor. Dr. Frei Evaristo Paulo
Arns
108
ANO
MÊS
PÁGINAS
TÍTULO AUTOR
Jul
539-544 O que será de Florestan, sem a "Diretrizes" Abelardo Ramos
Set
692-693 Que fazem os estudantes do Brasil?
set
694-696 No paralelo dos estudantes
696-702 O congresso da UNE em Quitandinha
762-765 O Parecer para a representação de 1/3 dos estdantes
1963
Jan
63-64 Ainda a escola particular José Martins de Santa
Roza
Dez
889-891
sociologia educacional na Escola de Durkheim
1964
Fev
105-109 Luzes que não apagam P. Valdástico Pattarello.
141-146 O MEC Bolcheviza Abelardo Ramos
mar
203-209 O Estado absorve pela Educação
1965
mar
161-172 Construindo a Igreja e o Mundo. O que a Igreja espera
dos intelectuais católicos
Pe. Zeferino Barbosa
Rocha
Out
723-737 Franciscanismo, tentativa de síntese. Pe. Pedro Melo
1966
Set
721-723 O Vaticani II pede educação para a sabedoria Frei Boaventura
Klappenburg
Nov
840-845 Boa vontade e Benevolência na visão pedagógica Profº R. Gisder
Fonte: Revista Vozes.
* Esta é apenas uma amostragem dos artigos sobre educação. A relação de todos os artigos utilizados nesta
pesquisa consta no Anexo d a mesma.
109
BANCO DE DADOS.
(1907 – 1970)
ANO MÊS PÁGINAS TÍTULO AUTOR
1
1913
MAIO 426-465
O que vae pelas escolas Quin Cabeçaes
2
1913
MAIO
As famílias brasileiras
3
1913
MAIO 885-887
A escola
4
1913
MAIO 950-951
A reforma do ensino aplicada
5
1913
MAIO 1355-1357
Estourou Soares D'Azevedo
6
1914
78-79
Ensino descuidado Júlio Tapajós
7
1914
396-401
O dedo na ferida
8
832-840
A escola e nossas esperanças P. João Baptista Lehrmann
9
1915
998-1001
A escola e o nosso futuro
10
1916
559-563
As congregações marianas
11
779-781
Congresso catholico das Associações Catholicas de São Paulo
12
1146-1147
O ensino e os Bispos
13
1917
450-455
Pernambuco na Exposição Cristan
14
1934
OUT 654-657
Ação católica / Joicismo Pe. Mario Couto
15
NOV 738-742
A ação universitária católica Francisco da Gama Lima Filho
16
743-767
O ensino católico no Estados Unidos da América do Norte Geraldo Antunes
17
767
Atualidade
O primeiro congresso católico de educação
18
1935
JAN-JUN
11--14
À mocidade feminina Tristão de Ataide
19
1935
JUN 401-403
Dando vida ao ensino catequetico
20
1935
JUL 447-449
Concepção materialista da história Pe Arthur Costa
21
SET 600-602
Modalidades do ensino cathechistico Frei Bemvindo Destéfani
22
1937
ABRIL 223-229
Novos aspectos de educação Prof. Arthur Gaspar Vianna
23
1942
JUL 489-497
Panorama mundial do catolicismo contemporâneo Alberto Hurtado Cruchaga
24
515-518
Educação rural / uma visão de conjunto Renato Sêneca Fleury
25
1947
JAN-FEV
14-30
Grandes Editores Católicos Mesquita Pimentel
26
1947
JAN-FEV
31
Ensino religioso e ensino leigo Mauricio Levy
27
1947
JAN-FEV
Idéias e fatos
Congresso de Educação Católica P. João Resende Costa
28
1947
MAR-
ABR 162-
Grandes Editores Católicos Mesquita Pimentel
29
1947
JUL- 520-533
A alma educadora: considerações gerais sobre educação Diogenes Vinhares
AGO
30
1950
JAN-FEV
44-48
Aformação cristã Geraldo Bezerra de Menezes
31
1951
MAI-JUN
253-262
Liberdade escolar e laicismo Pietro Parente (ROMA)
32
1951
SET-
OUT 448-456
Ensino educativo da história Mesquita Pimentel
33
1951
NOV-
DEZ
611-616
O instinto de grandeza e a realidade brasileira Hélio Werneck de Carvalho
34
1952
MAI-JUN
224-233
Dom André Manjón, Precursor da "Escola Nova" Mesquita Pimentel
35
1952
MAI-JUN
280-292
Dom Bosco e a Educação da Pureza Alipio Silveira
36
1952
JUL-
AGO 364-372
As três janelas da vida Dr. J. de Jesus Ribeiro
37
1952
NOV-
DEZ 654-666
A lenda de J. Dewey no campo da educação Americana G. Hardon, S.J (ROMA)
38
1953
MAI-JUN
287-301
O papel da família na obra da educação Dr. J. de Jesus Ribeiro
39
1953
SET-
OUT 583-543 (I.F)
Importante discurso de Pio XII aos professores e alunos das Escola Populares
Pio XII
40
1954
JAN-FEV
67-80
Novos Dógmas e Missões da Igreja G.Rambaldi, S.J. (ROMA)
41
1955
JAN-FEV
010-29
Os primórdios franciscanos do Brasil Pe. Dr. Frei Mansueto Kohnen
42
1955
JAN-FEV
41-53
D. Antonio de Macedo Costa e a separação da Igreja do Estado Côn. João Carlos Bezerril
43
1957
JAN. 01-003
Decorridos 50 anos A Redação
44
1957
JAN. 05-011
A crise educacional Pe. Ebion de Lima
45
1957
JAN. 161-168
As três chaves da educação sexual Mesquita Pimentel
46
1957
MAR. 189-195
A missão da mulher no Mundo Moderno João Camilo de Oliveira Tôrres
47
1957
MAI. 321-334
Uma experiência de Serviço Social no ensino profissional Francisco de Paula Ferreira
48
1957
JUL. 502-510
O ensino da filosofia do ponto de vista do apostolado sacerdotal P. Jean-Marie Aubert
49
1957
AGO 573-583
Direitos educativos do Estado A. Mendes Fernandes (LISBOA)
50
1957
AGO 584-595
A filosofia enquanto prepara o Padre para o contacto com o mundo moderno P. Jean-Marie Aubert
51
1957
OUT. 721-730
Cinema e Educação P. Guido Logger, SS. CC.
52
1957
OUT. 739-752
Um compêndio de Filosofia Rubens dias Maia
53
1957
DEZ. 881-893
Três séculos de Vida Franciscana no Brasil Frei Aurélio Stulzer
54
1958
FEV. 81-89
Oração de Paraninfo Otoniel Beleza
55
1958
FEV. 109-123
Grandezas e benemerências do Magistério Pe. Luis Zver
56
1958
ABRIL 253-257
O professor católico em face do ensino de História Mário C. Giordani
57
1958
ABRIL 269-279
Salvaguardar a liberdade de Ensino para salvaguardar a cultura humana P. Ptorino Fantin, S.D. B
58
1958
ABRIL 282-288 (I.F.)
A Escola Primária Pública João Camilo de Oliveira Tôrres
59
1958
ABRIL 289-290
Mensagem de Pio XII ao III Congresso Internacional da União Mundial dos
Docentes Católicos Pio XII
60
1958
ABRIL 291-293
Discurso de Pio XII aos membros do I Congresso Internacional das Escolas
Privadas Européias Pio XII
61
1958
ABRIL 307-311
Discurso de Dom Vicente Scherer sobre a orientação materialista e ateísta do
ensino Nacional. Dom Vicente Scherer
62
1958
MAI 356-361
O professor católico em face do ensino de História (II) Mario C. Giordani
63
1958
MAI 365-366
O problema escolar na Província Comunista de Kerata
64
1958
JUN 431-447
O professor católico em face do Ensino da História Mario C. Giordani
65
1958
JUN 448-451 (I.F.)
Em defesa da liberdade de ensino
66
1958
JUN 451-458 (I.F.)
Escolha de Educação não é privilégio H. Bandeira Lema
67
1958
JUN 459-460 (I.F.)
A luta escolar João Camilo de Oliveira Tôrres
68
1958
JUN 460-463 (I.F.)
O Brasil na defesa da liberdade de Ensino Dr. Frei Evaristo Paulo Arns
69
1958
JUL 481-493
Anísio Teixeira Versus Igreja Pe. Dr. Frei Evaristo P. Arns
70
1958
JUL 531-533 (I.F.)
O Estado: grupo educante de necessidade imediata P. Nestor Alencar
71
1958
JUL 536-540 (I.F.)
Educação não é privilégio Paulino Groia
72
1958
AGO 597-605 (I.F.)
Declarações dos Cardeais, Arcebispos e Bispos do Br. Reunidos em Goiania
3-11 de jul de 11958
73
1958
SET. 641-645
A Educação como Direito João Camilo de Oliveira Tôrres
74
1958
SET. 681-683 (I.F.)
Liberdade do Ensino Irmão José Otão
75
1959
JAN 51-55
A questão escolar Frei Evaristo P. Arns
76
1959
FEV. 95-111
Dilúvio e Tôrre de Babel Mario C. Giordani
77
1959
FEV. 122-125 (I.F)
Carta do Cardeal Câmara ao Deputado Lacerda sobre a Educação Jaime Cardeal Câmara
78
1959
FEV. 136-138 (I.F.)
Na Bélgica o Ensino não é monopólio estatal. O "Pacto Escola" Belga
79
1959
FEV. 139-141 (I.F.)
Literatura carnavalesca, educação para o subdesenvolvimento Brás de Alcântara
80
1959
MAR. 200-206 (i.F.)
Como Mussolino via a Educação
81
1959
ABRIL 286-290 (I.F.)
Diretrizes e Bases da Educação Nacional Frei Evaristo P. Arns
82
1959
ABRIL 293-301 (I.F.)
Mestres e Pedagogia segundo Anhembi Abelardo Ramos
83
1959
ABRIL 301-304 (I.F.)
Um livro sobre a Idade Média Mariano Côrtes
84
1959
ABRIL 307-309 (I.F.)
Pais e Educação Transviados Jacobus
85
1959
MAI 383-385 (I.F.)
Operação K e Greve no Ensino Edison A. pinto
86
1959
JUN 427-442
Crítica da Doutrina de Anísio Teixeira
87
1959
JUN 460-461 (I.F.)
Liberdade para a família P. Dr. Frei Evaristo p. Arns
88
1959
JUL. 481-499
A educação gratuita e o Estado Abelardo Ramos
89
1959
AGO 561-566
Laicidade e Confessionalidade do Estado Prof. Pedro Rocha
90
1959
SET 690-692 (I.F.)
Centenário de Jonh Dewey em Lorena Pe. Antônio da Silva Ferreira
91
1959
NOV. 843-847 (i.F.)
Ensino, monopólio estatal e democracia Pe. José Cândido de Castro
92
1959
NOV. 847-848 (I.F.)
Escola livre e estatal Berilo Santiago
93
1959
JUL 549-550
A conquista dos Belgas em favor da Escola Católica Léo Kunz
94
1960
JAN 26-34
Aspectos da juventude desamparada Dr. Aldo Assis Dias
95
1960
JAN 43-519 (I.F.)
Os Problemas do Livro no Parlamento Dep. Plínio Salgado
96
1960
JAN 51-62 (I.F.)
O Colonialista e Anticolonialissta D. Anísio Alberto Ramos
97
1960
JAN 65-67 (I.F.)
Muitas Diretrizes e Poucas Bases Pe. Ebion de Lima
98
1960
FEV. 105-113
O Direito de Educar Laudo Oliveira Lima
99
1960
FEV. 143-146 (I.F.)
Um Atento à liberdade de ensino Édson A. Pinto
100
1960
MAR
211 (I.F.)
Frente da Juventude Democrática: Aviso às alunas do Instituto de educação
101
1960
MAR 212 (I.F.)
As escolas laicizadas arruinam o Ocidente! F. Pimentel
102
1960
MAR 220-222 (I.F.)
Os católicos e o Ensino "O São Paulo", 7-2-60, p. 3.
103
227-229 (I.F.)
Diretrizes e Bases às portas do Senado Frei Evaristo P. Arns
104
ABRIL 274-282 (I.F.)
O Manifesto do Sr. Florestan Fernandes Pe. Humberto Rademakers, MSC
105
296-294(I.F.)
Diretrizes e bases da Educação
106
298-299 (I.F.)
Educação e Cultura Nonato Silva
107
299-302 (I.F.)
As Diretrizes e Bases e o Futuro do Brasil
108
MAIO 358-364 (I.F.)
O môdelo Platônico do Dr. Anísio Abelardo Ramos
109
JUN 447-455 (I.F.)
Pobre do Pobre, com o Dr. Anísio Abelardo Ramos
110
1960
AGO 568-582
Primeiro Centenário da Congregação Salesiana de Do Bosco P. Otorino Fantin, SDB
111
613-614 (I.F.)
Diretrizes e Bases na Inglaterra A. Wiktoski
112
610-622 (I.F.)
A Conferencia do Profº Florestan Fernandes sobre as Diretrizes e Bases de
Educação Pe. Felix Zavattaro
113
SET 690-697 (I.F.)
Escola Leiga?
João Antonio Cabral de
Monlevade
114
697-702 (I.F.)
Os Espíritas Contra a Lei de Diretrizes e Bases Pe. Humberto Rademakers, MSC
115
703-705 (I.F.)
O franciscanismo e o Infante Navegador Jaime Cortesão
116
705-707 (I.F.)
As origens do cristianismo e os estudantes Russos Mariano Côrtes
117
OUT. 722-726
Introdução ao Estudo da História João Camilo de Oliveira Tôrres
118
777-778 (I.F.)
Subvenção à escola particular Tristão de Ataide
119
779-781 (I.F.)
Ambiente Místico, cultural e científico dos descobrimentos, criado pelo
franciscanismo Armando Cortesão
120
NOV 802-822
A atuação do Poder Público no campo da Educação Laudo Oliveira Lima
121
843-847 (i.F.)
"Contra escola, pelos "TRUSTS"!"
122
847-848 (I.F.)
Atuação do poder público no campo da educação
123
DEZ. 926-934 (I.F.)
Andam Faunos nas escolas? Abelardo Ramos
124
1961
JAN 3--8
O que defendemos Abelardo Ramos
125
MAR 196-200 (I.F.)
O que "Eles" querem Abelardo Ramos
126
225-226
O pedagogo faz de conta A.R.
127
ABRIL 276-282
Conclusões do seminário de Estudos sobre a Educação Católica e o
desenvolvimento brasileiro
128
321-329
O que é ser diretor de colégio? Lauro de Oliveira
129
JUN 415-419
Said Ali e a lingua Portuguesa J. Mattoso Câmara Jr.
130
AGO 561-575
A liberdade de ensino e a Constituição da Guanabara Profº Mário Curtis Giordani
131
AGO 616-620 (I.F.)
Dr. Anísio vem à chuva... Abelardo Ramos
132
OUT. 779-784 (I.F.)
Estímulos e Renovação Visando Nossos Educadores. Lauro de Oliveira Lima
133
1962
JAN 24-37
A tradição Histórica da aprendizagem Industrial
134
54-55 (I.F.)
Nótula sobre Educadores Brasileiros
Cônego Luís Castanho de
Ameida
135
69-70 (i.F.)
O ministro está com a razão
136
FEV. 123-128
Ensino Público ou Particular? Uma perspectiva histórica Pe. Frederico Laufer, S. J.
137
MAIO 328-334
Família, Aluno e Professor Dr. Frei Evaristo Paulo Arns
138
JUL 539-544 (i.F.)
O que será de Florestan, sem a "Diretrizes" Abelardo Ramos
139
SET
692-693 (I.
F.)
Que fazem os estudantes do Brasil?
140
694-696 (I.F.)
No paralelo dos estudantes
141
696-702 (I.F.)
O congresso da UNE em Quitandinha
142
762-765 (I.F.)
O Parecer para a representação de 1/3 dos estdantes
143
1963
JAN 63-64 (I.F.)
Ainda a escola particular José Martins de Santa Roza
144
MAR 183-201
Discurso na PUC Carlos Lacerda
145
ABRIL 279-278
A Praxe adotada pelos Franciscanos nas missões entre os Índios (1585-1619) Frei Venâncio Willeke, OFM
146
JUL 505-514
Introdução à História do Brasil João Camilo de Oliveira Tôrres
147
DEZ. 889-891
A sociologia educacional na Escola de Durkheim
148
1964
FEV. 105-109
Luzes que não apagam P. Valdástico Pattarello. F. D. P.
149
141-146 (I.F.)
O MEC Bolcheviza Abelardo Ramos
150
MAR 203-209 (I.F.)
O Estado absorve pela Educação
151
1965
MAR 161-172
Construindo a Igreja e o Mundo. O que a Igreja espera dos intelectuais
católicos Pe. Zeferino Barbosa Rocha
152
JUL
529-533 (I.
F.)
O livro-padrão ameaça de novo a liberdade de ensino Frei Evaristo P. Arns
153
SET 658-666
Reminiscências que são novos laços Paulo Arns
154
OUT. 723-737
Franciscanismo, tentativa de síntese Pe. Pedro Melo, S.J
155
1966
SET 721-723
O Vaticani II pede educação para a sabedoria Frei Boaventura Klappenburg
156
NOV 840-845
Boa vontade e Benevolência na visão pedagógica Profº R. Gisder
157
1967
MAR 283-284
Colégios de Padres Tristão de Ataide
158
285-288
Gente, livro, palco e vida Laura Chaer
159
AGO 579-580
As Vozes do Vaticano II - 60 anos depois Fr. Clarêncio Neotti
160
696-700
Continência e adolescência: Escola Católica Gilles Beaulieu
161
SET 822-830 (I.F.)
Escola Católicas em ação Gilles Beaulieu
162
OUT. 919-921 (I.F.)
Vaticano dá sua opinião sobre a Revista Vozes
163
1969
FEV. 161-163
Vestibular não é nada Antônio Carlos Yazbek
164
MAR 255-259 (I.F.)
Problemas e Perspectivas para o desenvolvimento industrial do Espírito Santo
165
SET 805-812
O Interior a procura de sua pedagogia Proº Celestino Alves da Silva Jr
166
1968
JUN 483-493
A Igreja e o problema da "Conscientização" Henrique C. de Lima Vaz
167
494-496
Os convênios da educação para o antidesenvolvimento Dom Hélder Câmara
168
497-505
Educação para o desenvolvimento Inácio Strieder
169
1968
AGO 738-740 (I.F.)
Educar e mobilizar a opinião pública
170
SET 779-790
Movimento estudantil latino-americano: Ambilvalênvia contínua S. Chiroque
171
791-794
Movimento Estudantil brasileiro - 1968: Sua luta interna Marcus Fugueiredo
172
803-809
O estudante universitário e a profissionalização Vera Regina Berlinck
173
OUT. 911-923
Público e Privado na Educação Brasileira Lauro de Oliveira Lima
OBS: I.F.: Seção Idéias e Fatos.
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