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uma pequena victória do individualismo sobre si
mesmo e, si a sua base é individualismo, é claro
que escapa o verdadeiro sentido da religião. (p.225)
Vianna admite uma parte vitoriosa da “pedagogia católica” na
luta com a “pedagogia pragmática”: (...) para que de todo não
vingassem as diretrizes políticas (...) em nossa Carta Política, ou que
pelo menos taes princípios fossem contrabalançados pela
irredutibilidade da religião à sociedade e ao Estado (...) (p.225)
Podemos também observar que o nome de Anísio Teixeira
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é o
alvo constante de ataques dos colaboradores da Revista. Depois da
proposta do Ministro Clemente Mariani, Anísio Teixeira é sem sombra
de dúvida o mais citado. Atuando como o responsável pelo INEP, ele
representava toda a equipe técnica responsável pelas propostas da
LDB.
Anísio é a todo o momento atacado, ou por suas declarações
públicas em jornais e revistas, ou simplesmente por suas linhas
filosóficas, em especial o pragmatismo defendido por Dewey.
Mesmo se tratando de analises feitas fora do período estipulado
para esta pesquisa, esse pequeno retrocesso se faz necessário para
demonstrar que alguns assuntos estão presentes na Revista antes
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Anísio Spínola Teixeira nasceu em Carité –BA, em 1900 e morreu no Rio de Janeiro em 1971.
Considerado um dos mais importantes educadores brasileiro, Anísio iniciou seus estudos em Carité,
completando o curso secundário em Salvador, onde em seguida iniciou o curso de Direito, concluído no
Rio de Janeiro, em 1922.
Em 1924 foi nomeado Inspetor Geral do Ensino na Bahia. No ano seguinte segue para a Europa
e dois anos depois para os Estados Unidos (1927) para conhecer os novos sistemas de ensino, com o
intuito de aperfeiçoar os serviços de educação na Bahia. É nesta ocasião que conhece o influente filosofo
e educador John Dewey cujas idéias passa a difundir, por toda a vida.
Retorna ao Brasil em 1929 e segue para o Rio de Janeiro, substituir Fernando de Azevedo, frente
a secretaria de educação, o que lhe dá projeção nacional. Em 1932 assina o Manifesto da Pioneiros da
Educação, junto com os principais educadores da época. Durante o Estado Novo, afasta-se do Brasil e
retorna em 1947 para assumir a Secretaria de Educação e Saúde, na Bahia. Neste mesmo ano recebe o
convite do Ministro da Educação, Simões Filho, para organizar a CAPES (Campanha Nacional de
Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior).
Em 1952, acumula também o cargo de Secretário Geral do Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP). Após o Golpe Militar se retira novamente do país, seguindo para o Chile. Retorna
ao país e falece às vésperas de sua entrada na Academia Brasileira de Letra, em 1971.
Para mais informações sobre Anísio Teixeira, consultar: LIMA, João Augusto de (org) (2002).
Anísio em Movimento. Brasília – DF: Senado Federal, Conselho Editorial.