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O tráfico de escravos iniciou-se na metade do século XVI, e até 1855
aproximadamente 4 milhões de africanos chegaram ao Brasil (IBGE.,2000). Estes
vieram de diferentes regiões da África, predominantemente de Angola, Congo e
Moçambique (DA SILVA et al.,1999), gerando um processo de miscigenação que
predominou até a metade do século XIX, tendo a característica proeminente de uma
mistura de homens europeus (maioria português) com mulheres ameríndias ou
africanas (ARPINI-SAMPAIO et al.,1999).
A terceira onda migratória no Brasil foi composta de europeus e um baixo
número de pessoas do meio oeste, iniciada na metade do século XIX, e seguida pela
mais recente imigração oriunda do Japão, Coréia e China. Cerca de 5 milhões de
imigrantes chegaram entre 1820 e 1975, dos quais 70% eram portugueses e italianos
ou ainda espanhóis, alemães, sírios, libaneses e japoneses (IBGE.,2000). Dos
imigrantes que chegaram ao Brasil entre 1500 e 1972, 58% eram europeus, 40% eram
africanos e 2% eram asiáticos (CALLEGARI-JACQUES et al.,1999).
A variedade ou riqueza étnica da população brasileira permitiu originar grupos
isolados representados por algumas vilas de ameríndios e africanos derivados de
comunidades provenientes dos quilombos, conservando muitas características das
populações ancestrais. Em análise de freqüências em haplogrupos do cromossomo Y,
foram encontradas distribuições variadas entre os estados e regiões brasileiras. Em
Salvador, 50% apresentaram haplogrupo relacionado à origem africana, 12% de origem
branca, 8% de origem européia, africana e asiática e 14% tinha haplogrupo típico dos
continentes australianos e africanos. Dos brancos estudados, 54% apresentaram
haplótipos da raça branca, 24% apresentam origem africana, européia e asiática e 14%
apresentam haplótipos típicos da região australiana e asiática (AZEVEDO et al.,1986).