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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS (PCM)
MESTRADO FORA DE SEDE - UFBA
ALEX JOSÉ LEITE TORRES
DETERMINAÇÃO DOS VALORES REFERENCIAIS
PARA AS SUBPOPULAÇÕES DE LINFÓCITOS T EM
INDIVÍDUOS DOADORES DE SANGUE EM SALVADOR
E BELÉM
SALVADOR – BAHIA
2007
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i
FICHA CATALOGRÁFICA
T689
Torres, Alex José Leite,
Determinação dos valores referenciais para as subpopulações de Linfócitos T
em indivíduos doadores de sangue em Salvador e Belém/ Alex José Leite Torres. –
Salvador: [s.n.], 2007.
xxi, 78f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Brites Alves.
Dissertação ( Mestrado em Ciências Morfológicas) Universidade Federal do Rio
de Janeiro-Instituto de Ciências Biomédicas. Universidade Federal da Bahia-
Instituto de Ciências da Saúde.
1.Linfócitos T. 2.Valores de referências. 3.Doadores de sangue. I.Universidade
Federal do Rio de Janeiro. II. Universidade Federal da Bahia. III. Titulo.
CDU: 616.155.3
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i
ALEX JOSÉ LEITE TORRES
DETERMINAÇÃO DOS VALORES REFERENCIAIS PARA AS SUBPOPULAÇÕES DE
LINFÓCITOS T EM INDIVÍDUOS DOADORES DE SANGUE EM SALVADOR E BELÉM
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Morfológicas do Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade Federal do Rio
de Janeiro em acordo com o Instituto de
Ciências da Saúde da Universidade Federal
da Bahia no Programa Mestrado fora de
sede.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Brites Alves
Salvador – Bahia
2007
ii
iii
Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Infectologia – Unidade
de Virologia do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos sob a
orientação do Prof. Dr. Carlos Roberto Brites Alves, com auxílios financeiros
concedidos pelo Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde.
iii
ALEX JOSÉ LEITE TORRES
DETERMINAÇÃO DOS VALORES REFERENCIAIS PARA AS SUBPOPULAÇÕES DE
LINFÓCITOS T EM INDIVÍDUOS DOADORES DE SANGUE EM SALVADOR E BELÉM
Salvador, 10 de Agosto de 2007
____________________________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Brites Alves / Universidade Federal da Bahia
_____________________________________________________________________
Avaliador: Prof. Dr. Eduardo Martins Netto / Universidade Federal da Bahia
_____________________________________________________________________
Avaliadora: Profa. Dra. Songelí Menezes Freire / Universidade Federal da Bahia
_____________________________________________________________________
Avaliador: Prof. Dr. Vivaldo Moura Neto / Universidade Federal do Rio de Janeiro
_____________________________________________________________________
Revisora e Suplente: Prof. Dra. Flávia Carvalho Alcantara Gomes / Universidade Federal do Rio de
Janeiro
iv
Aos meus queridos e amados pais, por toda a
dedicação e carinho concedidos em todos os
momentos da minha vida.
Aos meus filhos Alex Júnior e Marcos Adriano por
toda a alegria que me trazem e pela compreensão
dos momentos ausentes na construção deste
trabalho.
À minha namorada Ana Luiza Dias Angelo, por todo
o amor, companheirismo, atenção e paciência que
dispôs a mim nos últimos dois anos.
E a Yemanjá por toda a serenidade e guia
concedidas em minhas orações.
v
AGRADECIMENTOS
- Gostaria de expressar minha profunda gratidão ao Dr. Carlos Brites por toda orientação
científica neste trabalho, pelo grande incentivo ao fascinante mundo da pesquisa e pela
oportunidade de fazer parte da família do Laboratório de Pesquisa em Infectologia e ao
competentíssimo Dr. Eduardo Netto pela sua infinita disposição em ensinar e “aturar” os
mestrandos em suas análises e orientações, muitas vezes entrando pelas noites de
sextas-feiras;
- Ao amigo e colega André Ramos por todo o aprendizado e amizade e aos colegas
Márcia Paz, Natanael Dantas, Marcos Abrahão, Herbert Henrique, Célia Pedroso,
Maurina Alcântara, Sheila Silva, Nádja Pacheco, Rodrigo Abreu, Rosa Lima, Rosa Castro
e Jamile Pita, todos pertencentes à Família LAPI;
- Às colegas Maria Nakatani, Angélica Bastos, Sueide Neves, Ana Rute, Telma Felipe e
Goreth Barberino das Unidades LAPI-TROP e LAPI-BAC e às enfermeiras de pesquisa
Milena Bastos, Estela Luz, à farmacêutica Solange Carneiro, aos técnicos Vanusa
Estrela e Valdélio Marques por todo o apoio;
- Ao estagiário Geraldo Pedral Sampaio e à mestranda Patrícia Cisneiros pela grande
colaboração neste trabalho;
- Ao Prof. Dr. Roberto Badaró pelas orientações nas referências bibliográficas e citações;
vi
- Aos Professores Doutores Roberto Meyer e Songeli Menezes Freire pela parceria e
amizade;
- Ao Dr. Alexandre Lemos do Hemocentro do Pará e a Dra. Virgínia Figueiredo do
Hemocentro da Bahia pela inestimável e competente colaboração;
- A Lílian Inocêncio e a Denise Souza do Programa Nacional DST e AIDS do Ministério
da Saúde por toda a amizade e confiança concedidos a mim nestes 06 anos de
participação na Rede de Laboratórios de CD4+;
- Ao Programa Nacional DST e AIDS pelo apoio financeiro neste trabalho;
- Aos Professores Doutores Vivaldo Moura Neto e Fabiana Paim Rosa do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro
pela iniciativa e direcionamento dado a este Mestrado fora de sede.
vii
"É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a
vida passar; é melhor tentar, ainda que em vão, que
sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na
chuva caminhar, que em dias tristes em casa me
esconder. Prefiro ser feliz, embora louco,
que em conformidade viver ..."
Martin Luther King
viii
RESUMO
As imunodeficiências de linfócitos T são diagnosticadas pela diminuição ou aumento do
número destas células no sangue periférico. A importância desta medida foi evidenciada
pelo aparecimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids) causada pelo HIV,
diminuindo a quantidade de linfócitos T CD4+ e aumentando linfócitos T CD8+. Estas
alterações são identificadas pela avaliação das contagens dos linfócitos dos pacientes
comparadas a um valor de referência. Não existem dados de valores referenciais para as
subpopulações de linfócitos T no Brasil e a grande diversidade étnica e demográfica
neste país são variáveis que possibilitam novos resultados destas contagens
diferentemente das encontradas em outros países. Os resultados das contagens de
subpopulações de linfócitos T em pacientes contaminados pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana (VIH) no Brasil são referenciados por estudos em população
Caucasiana norte americana e européia. Atualmente, a determinação destas contagens
é realizada por imunofenotipagem através da citometria de fluxo. Neste estudo 526
amostras de doadores de sangue oriundas da Bahia e do Pará foram quantificadas e
avaliadas utilizando anticorpos monoclonais específicos para a identificação das
subpopulações de linfócitos T. Na Bahia, os intervalos absolutos de referência
encontrados para os linfócitos T CD3+ foi estabelecido entre 718 – 2721 células/µl de
sangue, para T CD4+ este intervalo foi de 422-1711 células/µl de sangue e para T CD8+
entre 214 -1056 células/µl de sangue. Esta mesma análise realizada com os doadores do
Pará apresentou intervalos absolutos de referências para linfócitos T CD3+ entre 648 -
2259 células/µl de sangue, em T CD4+ o intervalo encontrado foi de 342 - 1508
células/µl de sangue e para T CD8+ entre 203 - 917 células/µl de sangue. Na correlação
dos resultados de cada subpopulação de linfócitos T entre os estados, foram
encontradas diferenças significantes para os linfócitos T CD3+ (p<0,01), T CD4+
(p<0,01) e T CD8+ (p<0,01). As células T CD4+ também sofreram alterações
significativas na análise do gênero e em algumas variáveis demográficas como
freqüência de tabagismo e tempo de descanso que se comportaram diferentemente entre
esses estados. Portanto, as características da população de cada região podem ser
fatores determinantes para as alterações nos valores referenciais de subpopulações de
ix
linfócitos T e principalmente, os valores de referência para os linfócitos T no Brasil
devem ser discutidos e reavaliados devido a significância encontrada neste trabalho.
x
ABSTRACT
The most frequent presentation of T lymphocyte immunodeficiency is the decrease or
increase of certain types of cells in peripheric blood. The most important example of T
lymphocyte immunodeficiency is the Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS)
caused by the HIV that raised the awareness in the world. The immunodeficiency is
identified through a comparison of a patient cell count to a reference range given by the
producer. These references are frequently sampled in healthy individuals from developed
countries, mainly Caucasians from US and Europe. There are no reference ranges for
Brazilian population and there are a number of reasons as ethnic influence and
demographs dates to believe that this references are different from given references. In
this study, 526 samples of the voluntary healthy blood donors were quantified from Bahia
and Para, using monoclonal antibodies through immunophenotyping by flow cytometry. In
Bahia, the reference range for normality was values between 718 – 2721 cells/µl for
CD3+ T lymphocyte, 422-1711 cells/µl for CD4+ T lymphocytes and 214 -1056 cells/µl for
T CD8+. Differently, in Pará the ranges for normality was values between 648 - 2259
cells/µl for CD3+ T lymphocyte, 342 - 1508 cells/µl for CD4+ T lymphocytes and 203 -
917 cells/µl for T CD8+. We found significant difference between Bahia and Pará for the
median values for CD3+ T lymphocytes (p<0.01), CD4+ T (p<0.01) and CD8+ T cells
(p<0.01). These results are also significantly different from the reference range of
normality given by the producer. Therefore, the population characteristics of each region
can have determinant factors for differences in the reference values for the lymphocyte
subpopulation and more importantly, national values should be urgently discussed and
reevaluated because the significant results found in this research.
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Sistema Linfático..........................................................................................2
Figura 2 – Processamento de antígeno........................................................................5
Figura 3. Distribuição de normalidade em uma população representada pela curva de
Gauss...........................................................................................................................26
Figura 4. Distribuição da amostra segundo o hábito do fumo em 526 indivíduos
hígidos da Bahia e do Pará..........................................................................................27
Figura 5. Análise das contagens absolutas das subpopulações de linfócitos T por
citometria de fluxo........................................................................................................28
Figura 6. Análise das contagens relativas das subpopulações de linfócitos T por
citometria de fluxo........................................................................................................29
Figura 7. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações nas
amostras de sangue de doadores hígidos dos Hemocentros de Salvador e Belém...31
Figura 8. Distribuição dos valores percentuais de linfócitos T e suas subpopulações
nas amostras de sangue de doadores hígidos dos Hemocentros de Salvador e
Belém...........................................................................................................................32
xii
Figura 9. Histograma da distribuição das subpopulações de linfócitos T CD3+, T
CD4+ e T CD8+ na população na Bahia......................................................................35
Figura 10. Distribuição de valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações em
amostras de sangue de doadores hígidos de acordo com o sexo em Salvador.........36
Figura 11. Distribuição entre os valores absolutos de linfócitos T e suas
subpopulações nas amostras de sangue de doadores hígidos associados ao
tabagismo em Salvador...............................................................................................37
Figura 12. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao tempo de descanso em
Salvador.......................................................................................................................38
Figura 13. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao consumo de álcool em
Salvador.......................................................................................................................39
Figura 14. Histograma da distribuição das subpopulações de linfócitos T CD3+, T
CD4+ e T CD8+ na população no Pará.......................................................................42
Figura 15. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao sexo em
Belém...........................................................................................................................43
xiii
Figura 16. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao tabagismo em
Belém...........................................................................................................................44
Figura 17. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao tempo de descanso em
Belém...........................................................................................................................45
Figura 18. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao consumo de álcool em
Belém...........................................................................................................................46
xiv
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Relação entre os valores absolutos de tendência central e dispersão das
amostras de sangue em doadores hígidos dos Hemocentros de Salvador e
Belém...........................................................................................................................30
Tabela 2 - Valores absolutos e relativos de tendência central e dispersão das
amostras de sangue em doadores hígidos do Hemocentro de Salvador....................34
Tabela 3 - Valores absolutos e relativos de tendência central e dispersão das
amostras de sangue em doadores hígidos do Hemocentro de Belém........................41
Tabela 4 - Contagens médias das subpopulações de células T de acordo com o
gênero entre os estados..............................................................................................48
Tabela 5 - Contagens médias das subpopulações de células T de acordo com o
hábito do tabagismo entre os estados.........................................................................49
Tabela 6 - Contagens médias das subpopulações de células T de acordo com o
tempo de descanso entre os estados..........................................................................50
Tabela 7 - Contagens médias das subpopulações de células T de acordo com o
consumo de álcool entre os estados............................................................................51
xv
ÍNDICE DE SIGLAS
Abs – Referente a contagens absolutas
APC´s – Células Apresentadoras de Antígenos ( do inglês, Antigen Presentation Cells)
CD – Conjunto de diferenciação(do inglês, Cluster of Differentiation”) na determinação de
populações ou subpopulações celulares
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis
DP – Desvio Padrão
ELISA – Ensaio de Imunoabsorbância Enzimática (do inglês Enzyme Linked
Imunoabsorbant Assay)
FITC – Isotiocianato de Fluoresceína ( do inglês, Fluorescein Isothiocyanate)
FSC – Dispersão Frontal (do inglês Forward Scatter)
HEMOBA - Hemocentro do Estado da Bahia
HEMOPA – Hemocentro do Estado do Pará
HTLV – Vírus Linfotrópico das Células T Humanas (do inglês, Human T-Cell Limphotropic
Vírus)
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFNα - Interferon alfa
IgA – Imunoglobulina A
IL-2 – Interleucina tipo 2
IL-4 – Interleucina tipo 4
IL-5 – Interleucina tipo 5
IL-10 – Interleucina tipo 10
IL-13 – Interleucina tipo 13
IMC- Índice de Massa Corporal
xvi
MHC – Complexo de Histocompatibilidade Principal (do inglês, Major Histocompability
Complex)
NK – Células assassinas naturais (do inglês, Natural Killers)
P – Poder da Amostra
PBS – Tampão Fosfato Salina ( do inglês, Phosphate Buffer Saline)
PE – Ficoeritrina (do inglês, Phicoeritrin)
PerCP – Complexo Ativado de Proteína Clorofil-Peridina (do inglês, Activated Peridinin-
chlorophyll-protein Complex )
SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
SPSS – Pacote Estatístico para as Ciências Sociais (do inglês Statistical Package for the
Social Sciences)
SSC - Dispersão Lateral (do inglês Side Scatter)
Th1 – Do inglês T-helper 1
Th2 – Do inglês T-helper 2
TNF-α - Fator de Necrose Tumoral alfa (do inglês, Tumor Necrosis Factor)
VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana
VR – Valores de Referência
xvii
SUMÁRIO
RESUMO.......................................................................................................................................viii
ABSTRACT.......................................................................................................................................x
ÍNDICE DE FIGURAS......................................................................................................................xi
ÍNDICE DE TABELAS....................................................................................................................xiv
ÍNDICE DE SIGLAS........................................................................................................................xv
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................1
1.1 Sistema Imunológico.......................................................................................................1
1.2 Linfócitos.........................................................................................................................5
1.3 Imunodeficiências de linfócitos T....................................................................................7
1.4 Valores de referência......................................................................................................9
1.4.1 Influência étnica...........................................................................................10
1.4.2 Nutrição.......................................................................................................12
1.4.3 Comportamento...........................................................................................13
1.4.4 Modelos de estudo no mundo.....................................................................15
1.5. Justificativa..................................................................................................................17
2. OBJETIVOS
2.1. Geral............................................................................................................................20
2.2. Específicos...................................................................................................................20
3.METODOLOGIA..........................................................................................................................21
3.1. Seleção das amostras.................................................................................................21
3.2. Estratificação das amostras........................................................................................22
xviii
3.3. Coleta e sorologia das amostras.................................................................................22
3.4. Citometria de fluxo. .................................................................................................... 23
3.5. Análise estatística........................................................................................................25
4. RESULTADOS...........................................................................................................................27
4.1.Características gerais dos entrevistados na Bahia e no Pará......................................27
4.1.2. Identificação das populações celulares na citometria de fluxo.....................28
4.1.3.. Avaliação da contagem de células nas populações linfocíticas de acordo
com o estado de origem..........................................................................................30
4.2.Detalhamento das características das amostras coletadas na Bahia..........................33
4.2.1.Características gerais dos entrevistados na Bahia........................................33
4.2.2. Quantificação das diferentes subpopulações linfocitárias.............................33
4.2.3. Avaliação das contagens médias para as diferentes subpopulações de
acordo com o gênero e as características demográficas........................................36
4.2.3.1. Sexo................................................................................................36
4.2.3.2. Tabagismo......................................................................................37
4.2.3.3. Tempo de descanso.......................................................................38
4.2.3.4. Álcool..............................................................................................39
4.3.Detalhamento das características das amostras coletadas no Pará............................40
4.3.1.Características gerais dos entrevistados no Pará..........................................40
4.3.2. Quantificação das diferentes subpopulações linfocitárias.............................40
4.3.3. Avaliação das contagens médias para as diferentes subpopulações de
acordo com o gênero e as características demográficas........................................43
4.3.3.1. Sexo................................................................................................43
4.3.3.2. Tabagismo......................................................................................44
.
xix
4.3.3.3. Tempo de descanso.......................................................................45
4.3.3.4. Álcool..............................................................................................46
4.4.Detalhamento das características das amostras associadas ao sexo e dados
demográficos numa comparação entre os estados............................................................47
4.4.1. Correlação dos resultados avaliados pelo sexo de acordo com o estado....47
4.4.2. Correlação dos resultados avaliados de acordo com o tabagismo entre os
estados....................................................................................................................47
4.4.3. Correlação dos resultados avaliados de acordo com o tempo de descanso
entre os estados......................................................................................................49
4.4.4. Correlação dos resultados avaliados pelo consumo de álcool entre os
estados....................................................................................................................50
5. DISCUSSÃO..............................................................................................................................52
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................................62
7. REFERÊNCIAS..........................................................................................................................63
APÊNDICE.....................................................................................................................................77
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. SISTEMA IMUNOLÓGÍCO
O sistema imune é composto por células e moléculas solúveis. As principais
células do sistema imune são os leucócitos compostos por macrófagos, neutrófilos
e
linfócitos.
As substâncias solúveis são moléculas que não estão contidas em células,
mas dissolvidas em um líquido, como plasma, por exemplo, tendo como principais
substâncias solúveis os anticorpos, as proteínas do complemento e as citocinas.
Algumas substâncias solúveis funcionam como sinalizadores para atrair e ativar outras
células (JANNEWAY et al.,2004)
As citocinas atuam como sinalizadores do sistema imune. Essas substâncias são
secretadas por células do sistema em resposta à uma estimulação, amplificando alguns
aspectos do sistema imune e suprimindo outros. Algumas citocinas podem ser injetadas
como tratamento de certas doenças. Por exemplo, o interferon-alfa é eficaz no
tratamento de certos cânceres, como a leucemia. O interferon-beta, pode ser útil no
tratamento da esclerose múltipla. Uma terceira citocina, a interleucina-2, pode ser
benéfica no tratamento do melanoma maligno e do câncer de rim, embora seu uso
produza efeitos adversos. Uma outra citocina, o fator estimulador de colônias de
granulócitos, o qual estimula a produção de neutrófilos, pode ser administrada em
pacientes de câncer com contagens baixas de neutrófilos causadas pela quimioterapia
(STEIN et al.,2005).
2
O sistema linfático é uma rede de linfonodos, conectados por vasos linfáticos. Os
linfonodos contêm uma malha de tecido em que linfócitos estão intimamente unidos.
Esta malha de linfócitos filtra, ataca e destrói organismos nocivos que causam
infecções. Os linfonodos freqüentemente estão aglomerados em áreas onde os vasos
linfáticos se ramificam, como o pescoço, as axilas e virilhas. A linfa, um fluido rico em
leucócitos, circula através dos vasos linfáticos (ESSNER et al.,2006).
A linfa ajuda a retornar a água, proteínas e outras substâncias dos tecidos do
organismo para a corrente sangüínea. Todas as substâncias carreadas pela linfa
passam através de pelo menos um linfonodo e da sua malha filtrante de linfócitos
(CUPEDO et al.,2005).
Fonte : www.msd-brazil.com
Figura 1. Sistema linfático. Esquematização
da rede do sistema linfático com identificação
de vasos linfáticos e todos os órgãos
linfóides.
3
Diferentes órgãos e tecidos do corpo - timo, fígado, baço, apêndice, medula óssea e
pequenos aglomerados de tecido linfático, como as tonsilas e as placas de Peyer no
intestino delgado fazem parte do sistema linfático ajudando o corpo no combate às
infecções (ROITT et al.,2002).
O sistema imune desenvolveu uma rede complexa de controles e equilíbrios que
pode ser classificada em duas categorias: imunidade natural (inata) e adquirida
(aprendida).Todos os indivíduos nascem com imunidade inata, onde os componentes
do sistema imune que participam desta imunidade (macrófagos, neutrófilos e proteínas
do complemento, além de barreiras físicas como pele e pêlos) reagem de forma similar
frente a todas as substâncias estranhas, e a identificação dos antígenos não varia entre
os indivíduos (BUCKNER et al.,2004).
A imunidade adquirida é aperfeiçoada, ou seja, ao nascer, o sistema imune de
um indivíduo ainda não entrou em contato com nenhum agente estranho não próprio e
por isso não modulou células de memória. O sistema imune aprende a responder a
cada novo antígeno exposto. Portanto, a imunidade adquirida é específica contra os
antígenos encontrados por um indivíduo durante a vida (YI et al.,2006).
O sistema imune possui um registro ou memória de cada antígeno que o
indivíduo entra em contato, seja através dos pulmões (respiração), do intestino
(alimentação) ou da pele. Isto é possível porque os linfócitos vivem muito tempo.
Quando os linfócitos encontram um antígeno eles produzem uma resposta rápida,
enérgica e específica contra o mesmo (JUN-HUA et al.,2006).
4
A imunidade inata e a imunidade adquirida não são independentes uma da outra.
Cada sistema atua em relação ao outro e o influencia, seja diretamente ou através da
indução de citocinas. Raramente um estímulo desencadeia uma resposta isolada. Ao
contrário, ocorrem várias respostas, algumas das quais podem atuar em conjunto ou,
ocasionamente, podem conflitar entre si. De todos os modos, todas as respostas
dependem dos três princípios básicos: reconhecimento, mobilização e ataque
(JANNEWAY et al.,2004).
Antes do sistema imune conseguir responder a um antígeno, ele deve ser capaz
de reconhecê-lo. Ele é capaz de fazer isto por meio de um processo denominado
apresentação dos antígenos. As células dendríticas são as principais células
apresentadoras de antígenos, mas outras células como macrófagos, linfócitos B
também podem processá-los (JONULEIT et al.,2003).
As células apresentadoras de antígenos fagocitam o antígeno e o degradam em
pequenos fragmentos. A seguir, pequenos fragmentos ou epítopos são dispostos dentro
das moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC), que é um grupo
de moléculas presentes na superfície destas células, e enviados para a superfície da
membrana celular (CHOO.,2007). A área do complexo de histocompatibilidade principal
que possui o fragmento do antígeno liga-se então a uma molécula especial situada na
superfície do linfócito T, denominada receptor de células T. O receptor de células T foi
projetado para reconhecer a parte do complexo de histocompatibilidade principal que
contém o fragmento do antígeno (ABBAS et al.,2000).
5
Fonte : Fonte: DNA Vaccines .[Molecular Medicine].McDonnell, W. Michael; Askari, Frederick K. NEJM 334:42.1996
Figura 2. Processamento e reconhecimento de antígeno.Um antígeno circulante no
corpo possui uma estrutura que o linfócito T não consegue reconhecer. Uma célula
processadora de antígenos (p.ex.,um macrófago) fagocita este antígeno. As enzimas da
célula processadora de antígenos destroem o antígeno, fragmentando-o. Alguns
fragmentos do antígeno ligam-se a moléculas do complexo de histocompatibilidade
principal e, a seguir, são enviados à superfície da membrana celular. Um receptor de
célula T, localizado sobre a superfície de um linfócito T, reconhece o fragmento de
antígeno ligado à molécula do complexo de histocompatibilidade principal e liga-se ao
fragmento.
1.2. LINFÓCITOS
Os linfócitos, as principais células do sistema linfático, são relativamente
pequenos em comparação com os macrófagos e os neutrófilos. Ao contrário dos
neutrófilos, os quais vivem de 7 a 10 dias, os linfócitos podem viver durante anos ou
mesmo décadas. A maioria dos linfócitos é enquadrada em três categorias principais:
Os linfócitos B são derivados de uma célula tronco (célula-mãe) da medula óssea e
amadurecem até transformarem-se em plasmócitos, os quais secretam anticorpos. Os
6
linfócitos T são formados quando as células-tronco já comprometidas com a linhagem
T, migram da medula óssea até a glândula timo, onde eles dividem-se e amadurecem.
Os linfócitos T aprendem como diferenciar o que é próprio do organismo do que não o
é, no timo. Os linfócitos T maduros deixam o timo e entram no sistema linfático
(GOLDRATH et al.,1999; BUCKNER et al.,2004). As células assassinas naturais ou do
inglês, Natural Killers (NK) são assim denominadas por eliminarem determinados
microorganismos intracelulares e células cancerosas. O “natural” de seu nome indica
que elas estão prontas para destruir uma variedade de células-alvo assim que são
formadas, em vez de exigirem a maturação e o processo educativo que os linfócitos B e
T necessitam (VAN BECK EM et al.,2005).
Os linfócitos T possuem dois subgrupos principais que diferem em sua
capacidade de ligar-se a uma das duas classes de moléculas do complexo de
histocompatibilidade principal. O subgrupo de linfócitos T citotóxicos com uma molécula
CD8 sobre a sua superfície pode ligar-se a moléculas da classe I do complexo de
histocompatibilidade principal. O subgrupo de linfócitos T auxiliares com uma molécula
CD4 sobre a sua superfície pode ligar-se a moléculas da classe II do complexo de
histocompatibilidade principal (HUSTON.,2006)
As principais funções dos linfócitos T são: modular todas as respostas imunes
aos antígenos protéicos e servir como células efetoras para a eliminação dos micróbios
intracelulares (ABBAS et al.,2000).
Os linfócitos T CD4
+
também denominados auxiliares (do inglês “helper”) ainda
podem ser subdivididos em duas populações efetoras funcionalmente distintas
denominadas linfócitos T helper 1 (Th1) e linfócitos T helper 2 (Th2). Linfócitos T helper
7
0 (Th0) pode ser uma população distinta e efetora ou um estágio intermediário da
diferenciação das células T CD4
+
em Th1 e Th2. Linfócitos Th1 são tipicamente,
produtores de algumas citocinas como Interferon-gamma (INF-γ), Interleucina-2 (IL-2),
Fator de Necrose Tumoral - beta (TNF-β) e Fator de Necrose Tumoral - alfa (TNF-α),
sendo essenciais para o estabelecimento de respostas imunes celulares. Os linfócitos
Th2 produzem, caracteristicamente, Interleucina-4 (IL-4), Interleucina-5 (IL-5),
Interleucina-10 (IL-10), Interleucina-13 (IL-13) que são citocinas importantes na indução
da síntese de imunoglobulina E (IgE) por células B, participando principalmente, das
alergias e infecções por helmintos. (FAHEY et al.,1998).
1.3. IMUNODEFICIÊNCIAS DE LINFÓCITOS T
As imunodeficiências de células T são diagnosticadas pela diminuição ou
aumento do número destas células no sangue periférico (LEE et al.,1996). Indivíduos
que possuem diminuição nas contagens de células brancas (leucopenia) têm maior
susceptibilidade às infecções. Os linfócitos T são particularmente específicos no
combate às infecções virais (BOWER et al.,1998).
Algumas imunodeficiências vêm sendo descritas. Na manutenção da
homeostase, que é a propriedade de regulação das células do sistema, os linfócitos T
do sangue periférico são regulados através de sinalizações (JOHNSON et al.,2007). Em
geral, a expansão clonal das células específicas são balanceadas pela morte celular
programada (apoptose) mantendo relativamente números constantes totais de linfócitos
T de sangue periférico (KUSS et al.,2004).
8
Pacientes com carcinoma escamoso celular, que é uma neoplasia conjuntiva
maligna, de cabeça e pescoço bem como melanoma e câncer de mama têm reportados
aumentos em linfócitos T circulantes (SAITO et al.,1999; DWORACKI et al.,2001;
HOFFMANN et al.,2002; REICHERT et al.,2002).
Uma significante diminuição no percentual de linfócitos T ativados com
manutenção dos números absolutos de linfócitos T totais, linfócitos T auxiliares,
linfócitos T citotóxicos e células assassinas naturais (NK) têm sido reportadas em
trabalhadores expostos ao etileno-bis-dithiocarbamato de manganês e zinco
(Mancozeb) que é um fungicida utilizado na plantação de batata, maçã, tomate, uva e
frutas cítricas (NAKATA et al.,2006).
Na hepatite causada pelo Vírus da Hepatite B (VHB) ocorrem possíveis
alterações nos valores de linfócitos T sugerindo uma diminuição mais intensa que a
ativação destas células e que a patogênese da hepatite viral está relacionada com a
função imune humoral (linfócitos B e seus produtos) e celular (linfócitos T) (WANG et
al.,2003).
A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) está associada com
uma perda da função imune caracterizada pela diminuição no número de linfócitos T
auxiliares (CD4+) que são as células-alvo do vírus e do conseqüente aumento de
linfócitos T citotóxicos (CD8+) (PHILLIPS et al.,2002). Desde a descoberta desta
síndrome em 1981, duas grandes hipóteses foram levantadas na identificação do
mecanismo pelo qual o VIH-1 causa a Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA).
A primeira hipótese é que o VIH-1 causa a perda de linfócitos T CD4+ pela infecção
direta e conseqüente morte destas células. A segunda é baseada em observações que
células infectadas e não infectadas são afetadas e que a infecção pelo VIH-1
9
indiretamente danifica a função imune, talvez por causa de uma reação aberrante ante
a infecção do sistema imunológico (STEVENSON.,2003). O acompanhamento da
evolução da doença é monitorada pelas dosagens de valores absolutos e relativos de
subpopulações de linfócitos T e pelos níveis da carga viral plasmática (SMITH et
al.,2003)
As observações de todas estas imunodeficiências sugerem que os números
absolutos de linfócitos e suas subpopulações são importantes para a redistribuição
destas células e para o melhoramento clínico dos pacientes.
1.4. VALORES DE REFERÊNCIA
No acompanhamento de indivíduos acometidos por doenças que comprometam
o sistema imunológico, é realizada uma avaliação entre as contagens das células do
paciente e os valores de referência (VR) para cada célula, que são as contagens
médias do número de determinadas células dentro de um grupo populacional (DE
SIQUEIRA et al.,1997)
Tais valores devem ser determinados em cada país e/ou região, pois algumas
variáveis possuem características singulares dentro de uma população em estudo
(BERTAZZI.,1988) Devido a não disponibilidade de valores de referências específicos
na população brasileira, a maioria das análises dos pacientes no Brasil são
referendadas de estudos compilados da literatura internacional, direcionando
erroneamente à generalização dos dados de populações com características muito
diversas. No estabelecimento da validade de valores de referência é necessário
conhecer as características relevantes da população estudada, estabelecer a técnica de
10
amostragem, a técnica de análise do material biológico e o desempenho da
aparelhagem usada (DE SIQUEIRA et al.,1997).
Estudos publicados na literatura e que são relatados ao longo deste trabalho,
demonstraram que a diversidade étnica e dados demográficos podem ser relevantes
para as diferenças encontradas nos resultados em diversos países.
1.4.1. INFLUÊNCIA ÉTNICA
A população brasileira é uma das mais heterogêneas do mundo, resultando da
mistura entre povos ameríndios, europeus, africanos e mais recentemente, indivíduos
de origens asiáticas (ABE-SANDES et al.,2004). Os primeiros habitantes foram os
ameríndios, que devem ter sido oriundos das Américas em uma simples onda
migratória há mais ou menos 21.000 anos atrás (PARRA et al.,2003; ABE-SANDES et
al.,2004).
Quando os portugueses chegaram em 1500, encontraram aproximadamente 2,5
milhões de índios vivendo nas terras onde hoje é o Brasil (PARRA et al.,2003). Na
metade do século XVI, africanos foram trazidos ao Brasil para trabalhar em fazendas de
cana-de-açúcar e depois na exploração de minas de ouro e diamantes e plantações de
café. Historicamente é sugerido que entre 1551 e 1850 foram trazidos em torno de 4
milhões de africanos (ALVES et al.,2005)
Com a imigração européia é estimado que em torno de 500 mil portugueses
chegaram no país entre 1500 e 1808 (ALVES et al.,2005). Após os portos brasileiros
serem legalmente abertos para todas as nações, o Brasil recebeu aproximadamente 4
milhões de outros imigrantes de todas as partes do mundo (PIMENTA et al.,2006).
11
O tráfico de escravos iniciou-se na metade do século XVI, e até 1855
aproximadamente 4 milhões de africanos chegaram ao Brasil (IBGE.,2000). Estes
vieram de diferentes regiões da África, predominantemente de Angola, Congo e
Moçambique (DA SILVA et al.,1999), gerando um processo de miscigenação que
predominou até a metade do século XIX, tendo a característica proeminente de uma
mistura de homens europeus (maioria português) com mulheres ameríndias ou
africanas (ARPINI-SAMPAIO et al.,1999).
A terceira onda migratória no Brasil foi composta de europeus e um baixo
número de pessoas do meio oeste, iniciada na metade do século XIX, e seguida pela
mais recente imigração oriunda do Japão, Coréia e China. Cerca de 5 milhões de
imigrantes chegaram entre 1820 e 1975, dos quais 70% eram portugueses e italianos
ou ainda espanhóis, alemães, sírios, libaneses e japoneses (IBGE.,2000). Dos
imigrantes que chegaram ao Brasil entre 1500 e 1972, 58% eram europeus, 40% eram
africanos e 2% eram asiáticos (CALLEGARI-JACQUES et al.,1999).
A variedade ou riqueza étnica da população brasileira permitiu originar grupos
isolados representados por algumas vilas de ameríndios e africanos derivados de
comunidades provenientes dos quilombos, conservando muitas características das
populações ancestrais. Em análise de freqüências em haplogrupos do cromossomo Y,
foram encontradas distribuições variadas entre os estados e regiões brasileiras. Em
Salvador, 50% apresentaram haplogrupo relacionado à origem africana, 12% de origem
branca, 8% de origem européia, africana e asiática e 14% tinha haplogrupo típico dos
continentes australianos e africanos. Dos brancos estudados, 54% apresentaram
haplótipos da raça branca, 24% apresentam origem africana, européia e asiática e 14%
apresentam haplótipos típicos da região australiana e asiática (AZEVEDO et al.,1986).
12
1.4.2. NUTRIÇÃO
A dieta de um indivíduo é de fundamental importância para o sistema imunológico.
Recentes estudos têm demonstrado que a suplementação de alguns compostos
adicionados na dieta pode influenciar o processo inflamatório e a resposta imunológica
às doenças (SAKURAI et al.,2006). Atrelados a esta nutrição, imunonutrientes como
arginina, glutamina, ômega-3 e ácidos nucléicos são comercialmente produzidos para
reduzir a incidência de complicações infecciosas (BARBUL.,1986; LACEY et al.,1990;
PASTORES et al.,1994; ALMALLAH et al.,2000)
A adição destes compostos à dieta resulta em resultados muito favoráveis para a
modulação na resposta imune (BRAGA et al.,1996). A excessiva deficiência em alguns
micronutrientes como vitamina E, ferro e zinco enfraquece o sistema imunológico
(CHANDRA.,1984; SHERMAN.,1992; ALMALLAH et al.,2000; BODGEN et al.,2004).
Está estabelecido que o “status” da nutrição de um indivíduo modula a função
imune em ambos os sexos (SAMARTIN et al.,2001). Porém, o excesso nutricional pode
resultar em obesidade, enquanto baixa nutrição interfere nas funções da imunidade
inata e resulta em baixa imunidade (CHANDRA.,1991; SCRIMSHAW et al.,1997). A
obesidade, considerada com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30kg/m² pode
estar associada com inflamação crônica, resultando num aumento da concentração de
proteína C reativa, que é uma das proteínas plasmáticas indicadoras de fase aguda em
algumas doenças; interleucina-6
que é uma citocina com efeito pró-inflamatório em
respostas agudas agindo ainda no metabolismo de carboidratos e lipídios e Fator de
Necrose Tumoral alfa (TNF-α) que é uma glicoproteína sérica que possui atividade
13
necrotizante contra linhagens de células tumorais e aumenta a habilidade de rejeitar
transplantes (DANDONA et al.,2004).
Aspectos particulares da dieta habitual incluindo gorduras e proteínas,
multivitaminas, suplementos minerais e consumo excessivo de álcool tem uma
influência significante na função imune. Para muitos compostos nutricionais existem
valores limite, os quais determinam os índices que resultam em desequilíbrio da função
imune e/ou outros problemas de saúde. A deficiência de nutrientes está associada a
uma resposta imune debilitada e ao conseqüente aumento da susceptibilidade a
doenças, como gripe. O correto balanceamento dietético beneficia a função imune. A
adição de micronutrientes à dieta deficiente restabelece a função imune e a resistência
contra infecções (CALDER et al.,2002).
1.4.3. COMPORTAMENTO
Alguns estudos mostraram que a demografia em uma determinada população
pode interferir na função imune. Foram encontradas variações significativas na
contagem de linfócitos T e suas subpopulações em amostra de sangue de homens e
mulheres fumantes e não fumantes, revelando que a contagem de linfócitos T CD4+ foi
maior em fumantes de ambos os sexos do que indivíduos não-fumantes (TOULOUMI et
al.,1998; PARRA et al.,2003). Uma freqüência elevada do consumo de bebidas
alcoólicas também podem interferir nas funções imunológicas dos linfócitos T e suas
subpopulações, ocorrendo uma descompensação das contagens absolutas destas
células, principalmente em células assassinas naturais (NK) (WATZL et al.,1992;
CALDER et al.,2002; ZEIDEL et al.,2002; GILLS et al.,2002)
14
O estresse psicológico também pode influenciar na contagem absoluta de
linfócitos no sistema imune, pois a baixa autonomia dos nervos que atingem os tecidos
linfóides associados aos hormônios mediadores estimulados pelo estresse interfere nas
funções celulares (COHEN et al.,1991). Hormônios do estresse, como as catecolaminas
e glicocorticóides são potentes moduladores da resposta imune. Estresse psicológico
crônico diminui os níveis da imunoglobulina A (IgA) na saliva, responsáveis pela
proteção da mucosa contra agressões, conforme ficou evidenciado num trabalho com
estudantes sob estas condições (MCEWEN.,2002).
Algumas variáveis como grau de instrução, formas de moradia e diferenças de
personalidade foram avaliadas para os níveis de estresse, onde indivíduos foram
expostos a viroses respiratórias e os resultados indicaram que o estresse psicológico
está associado com o aumento do risco para contrair a infecção, independente da
possibilidade de transmissão e da virulência (COHEN et al.,1994).
Indivíduos submetidos a estresse prolongado e freqüente podem resultar em
alterações neuroendócrinas e imunológicas na Doença do Estresse Pós-Traumáutico
Crônico (DEPC) acarretando sérios danos mentais e físicos à saúde (MCEWEN.,2002;
SABIOCELLO et al.,2004) O sistema imune interage com o eixo adrenal-pituitário-
hipotalâmico na manutenção da homeostase. Sendo o principal responsável efetor do
estresse, o cortisol modifica o trabalho do complexo de citocinas e conseqüentemente a
função e recirculação linfocitária (CHOUROS.,1995).
A exposição de indivíduos a eventos que podem desenvolver DEPC acarreta
num comprometimento do sistema imune e ainda que a duração desta doença está
associada com o eixo adrenal-pituitário-hipotalâmico (VIDOVIC et al.,2007)
15
1.4.4. MODELOS DE ESTUDO NO MUNDO
Valores de referência para os linfócitos T e suas subpopulações oriundos de
estudos americanos e europeus são adotados nas diferentes áreas de saúde (MAINI et
al.,1996). As características de uma população podem determinar variáveis oriundas da
realidade sócio-econômica de uma determinada região (PARRA et al.,2003).
Idade e sexo são variáveis importantes para a determinação dos valores de
referência nas contagens de células. Os linfócitos T CD4+ e as células assassinas
naturais (NK) apresentam alterações significativas de acordo com a idade e sexo,
enquanto que os linfócitos T CD8+ mantêm-se alterados apenas entre os sexos (DE
PAOLI et al.,1988; UTSUYAMA et al.,1993)
A maioria dos estudos dos valores de referências em células ou em outros
compostos é realizada em populações caucasianas, mas este contexto pode apresentar
diferença significativa na sua utilização em outras populações, podendo ainda levar a
um erro na interpretação dos diagnósticos bem como na interpretação clínica (PRINCE
et al.,1985; REICHERT et al.,1991; UTSUYAMA et al.,1993; CHOONG et al.,1995;
SHAHABUDDIN et al.,1998).
Na Índia, foi realizado um estudo investigativo dos valores de referências em
algumas subpopulações de linfócitos em indivíduos saudáveis, porque era utilizado
padrão de países de população caucasiana. Foram encontrados valores relativos de
referência das contagens de linfócitos associando a possíveis fatores que pudessem
influenciar nestes resultados, como estado de origem do voluntário, sexo, idade, altura,
peso, ocupação, tabagismo e consumo de álcool (SAXENA et al.,2004).
16
Na Itália, um estudo multicêntrico com cinqüenta e três laboratórios de citometria
de fluxo e 1311 doadores de sangue com faixa etária entre 18 e 70 anos determinou os
valores de referência de linfócitos para este país. Foram encontrados significantes e
singulares resultados no padrão de normalidade da população estudada e ainda
importantes alterações referentes a sexo e tabagismo (SANTAGOSTINO et al.,1999)
Um estudo realizado com pequeno número de doadores de sangue chineses,
originários dos Estados Unidos, avaliou contagens de linfócitos T CD3+, CD4+ e CD8+
e outros marcadores de leucócitos. Este trabalho demonstrou diferenças significantes
em comparação com o grupo caucasiano (PRINCE et al.,1985). A necessidade deste
estudo deu-se pelo crescente aumento do número de casos de indivíduos infectados
pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) na China, sendo estes dados de
fundamental importância para o monitoramento destes pacientes (KAM et al.,1996).
Setenta doadores de sangue participaram da pesquisa de avaliação das
contagens de referências de linfócitos na Suíça, onde foram encontrados valores
singulares de acordo com a população estudada (BISSET et al.,2004).
Em Camarões, 868 indivíduos foram avaliados na contagem de células T e suas
subpopulações, sendo testados e excluídos indivíduos com sorologia positiva para o
Vírus da Imunodeficiência Humana, assim como aqueles que apresentavam alguma
infecção aguda para malária, febre tifóide, ou ainda, que sofreram hospitalização nos 12
meses anteriores ao início do estudo. Também foram avaliadas a idade e sexo. Foram
encontrados resultados significantemente diferentes comparados aos publicados na
literatura (ZEKENG et al.,1997).
Valores de referências em crianças foram pesquisados na Turquia, num estudo
que abrangeu 190 crianças. Este grupo foi estratificado de acordo com a idade
17
(crianças de 1 ano, entre 1 e 2 anos, entre 2 a 6 anos, entre 6 e 10 anos e 10 a 18
anos). Os resultados variaram de acordo com a faixa etária e os marcadores estudados,
corroborando a importância da faixa etária na normalidade de subpopulações celulares
(IKINCIOGULLAN et al.,2004).
Em crianças de uma determinada região da África os níveis de linfócitos T CD4+
variaram com a idade do paciente. Crianças até 03 meses de idade tiveram uma
contagem destas células superior às encontradas em crianças de 4 a 12 meses. As
contagens de linfócitos T CD4+ nas crianças de 2 anos de idade foram superiores as
das crianças de 3 anos, 4 anos e 5 anos. Variações consideráveis também foram
relatadas em crianças na faixa etária compreendida entre 6 e 10 anos, principalmente
quando comparadas aos adultos (EMBREE et al.,2001). Utilizando a técnica de
citometria de fluxo, foram avaliados resultados diferenciados em adolescentes e adultos
em Londres (BOFFIL.,1992)
Um estudo desenvolvido na Bélgica analisou as distribuições de populações de
linfócitos avaliando faixas etárias entre 18 e 70 anos e de acordo com o sexo. Foram
encontradas variações em células T CD3+ na ordem de 61 a 85%, em T CD4+, 28 a
58% e em T CD8+, 19 a 48% (REICHERT et al.,1991).
1.5. JUSTIFICATIVA
As imunodeficiências de células T são diagnosticadas pela diminuição ou
aumento do número destas células no sangue periférico, baseado no conhecimento da
contagem absoluta considerada normal em indivíduos saudáveis de uma população,
18
tomando como parâmetro para análise de pacientes que apresentam imunodeficiências
(LEE et al.,1996).
O padrão de referência da contagem absoluta das subpopulações de linfócitos T,
utilizado nos laboratórios que compõem a rede de DST/AIDS do Ministério da Saúde no
Brasil, resultou de valores de estudos realizados em centros de pesquisa nos Estados
Unidos e na Europa e que são adotados pelas empresas responsáveis pela tecnologia
da citometria de fluxo para avaliar os padrões dos testes fornecidos, bem como por toda
a rede de saúde, mas que sofrem variações relevantes dependendo das características
do grupo de pacientes estudados.
A infecção pelo VIH, por exemplo, resulta, em última análise em
comprometimento funcional do sistema imune. A maioria das manifestações de
imunodeficiência, incluindo infecções e tumores, é devida principalmente a uma
carência de linfócitos T CD4+. O marco da progressão da doença induzida pelo VIH é a
diminuição destas células no sangue periférico em até dez vezes os valores
considerados normais, de acordo com padrão norte-americano, na Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (SIDA) completamente desenvolvida (ABBAS et al.,2000).
Para o acompanhamento terapêutico na SIDA, a contagem de linfócitos T CD4+
é comumente usada como indicador para introdução de profilaxia primária para
infecções oportunistas e/ou terapia antiretroviral. As determinações dos valores de
linfócitos T CD4+ são realizadas, atualmente, pela técnica de citometria de fluxo ou
imunofluorescência indireta - IFA (STEIN et al.,1992).
As características singulares da população brasileira com sua forte influência na
diversidade étnica e dos índices sociais diferentes entre a região nordeste, aqui
representado pelo estado da Bahia e da região norte, representado pelo estado do
19
Pará, reforçam a necessidade da determinação dos valores de referência nas
subpopulações de linfócitos T em indivíduos saudáveis. Estes resultados deverão ser
tomados como parâmetros na população brasileira para análise das variações
quantitativas nestas subpopulações.
Nos Estados Unidos, a classificação étnica é definida com brancos, afro-
descendentes e afro-americanos ou europeus hispânicos. A origem dos indivíduos
provenientes da África é geograficamente diferente dos que deram origem à
miscigenação na América do Sul. A nossa classificação fenotípica atual tem sido
variada e refere-se a mulato, mulato médio, mulato escuro, negro, branco, índio e
oriental. Essas características são descritas pelo IBGE, e utilizadas em estudos na
genética humana (PARRA et al.,2003).
Estes indicadores devem representar, em nosso país, novas interpretações
clínicas e terapêuticas para o tratamento de doenças que são acometidas pela
anormalidade quantitativa das subpopulações de linfócitos T.
Assim, dados regionais, tornam-se necessários aos diagnósticos de
enfermidades e investigação científica sobre saúde de uma dada população. Não
existem registros de estudos em amostras da população brasileira comparadas aos
dados encontrados e registrados em outros países.
20
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
Determinar os padrões de distribuição das subpopulações de linfócitos T CD3+,
T CD4+ e T CD8+ e leucócitos totais em adultos hígidos, nos estados da Bahia e Pará.
2.2. ESPECÍFICOS
2.2.1. Determinar os valores absolutos e percentuais de referências para
linfócitos T CD4+, T CD8+ e T CD3+ e linfócitos totais em população adulta na Bahia e
no Pará;
2.2.2. Avaliar a variação dos valores das subpopulações dos linfócitos T de
acordo com gênero e idade;
2.2.3. Analisar a influência de hábitos comportamentais, como consumo de
bebidas alcoólicas, tabagismo, tempo de descanso e predominância das influências
étnicas na distribuição de linfócitos T nestes indivíduos;
2.2.4. Comparar resultados encontrados na população estudada com outros
estudos semelhantes em diferentes países.
21
3. METODOLOGIA
3.1. SELEÇÃO DAS AMOSTRAS
A amostragem total foi oriunda de dois estados do Brasil, sendo coletada em
Hemocentros. Na Bahia, todas as coletas foram realizadas no Hemocentro da Bahia
(HEMOBA) e no Pará, as amostras foram coletadas pelo Hemocentro do Pará
(HEMOPA).
O protocolo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da
Maternidade Climério de Oliveira da Universidade Federal da Bahia.
Todos os voluntários, após aprovação na triagem para doação, foram
encaminhados para assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a
responderem ao questionário epidemiológico para caracterizar grupos na população
estudada de acordo com dados demográficos e com possíveis características
fenotípicas determinantes para cada estado da região estudada.
Como critério de inclusão foram selecionados indivíduos saudáveis acima de 18
anos, doadores de sangue ou medula óssea. Como critério de exclusão, indivíduos
reprovados na triagem sorológica para Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus
Linfotrópico das Subpopulações de Linfócitos T em Humanos (HTLV), Virus da Hepatite
B, Vírus da Hepatite C, Doença de Chagas e Sífilis dos hemocentros.
Um total de 526 doadores foram incluídos no estudo, sendo 450 amostras
coletadas no HEMOBA e 76 coletadas no HEMOPA.
22
3.2. ESTRATIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS
Para fins de avaliação, as amostras foram analisadas pelo gênero e variáveis
demográficas como tabagismo, freqüência no consumo de bebidas alcoólicas e tempo
de descanso (sono) diário. Os pacientes foram estratificados de acordo com a região de
origem da amostra.
Foi questionado aos voluntários sobre o hábito de consumir bebida alcoólica,
sendo classificado como consumidor habitual, os que ingerem este tipo de bebida pelo
menos duas vezes na semana. Avaliou-se também o tempo de descanso nestes
indivíduos, tomando-se como parâmetro aceitável o equivalente a 8 horas de sono
diárias, além disso foi avaliada a freqüência de tabagismo neste grupo determinada por
fumante, não fumante e ex-fumante.
3.3. COLETA E SOROLOGIA DAS AMOSTRAS
As amostras de sangue foram coletadas em tubo de 4.5 ml contendo 8,1 mg de
anticoagulante K³EDTA e acondicionadas em temperatura ambiente, sendo
transportadas imediatamente após o término da coleta diária. Os ensaios com as
amostras foram iniciados em um período máximo de 08 horas após a coleta na Bahia.
Os ensaios de sorologia foram realizados através da metodologia de ELISA onde
todos os doadores do estudo apresentaram resultados negativos para as sorologias de
VIH 1 e 2, HTLV I e II, Hepatites virais B e C, Sífilis e Doença de Chagas.
23
No Pará as amostras foram coletadas no período da manhã e foram enviadas a
Salvador chegando ao laboratório executor em no máximo 24 horas, onde foram
preparadas e testadas em até 8 horas após sua chegada. Estes indivíduos também
responderam ao mesmo inquérito investigativo que os doadores da Bahia.
3.4. CITOMETRIA DE FLUXO
Todas as amostras foram avaliadas pela técnica de citometria de fluxo que
consiste numa caracterização imunofenotípica de compostos protéicos provenientes de
células, sejam eles proteínas de membrana celular, intracitoplasmática, ácido
desoxirribonucléico ou ainda produtos de sínteses celulares como citocinas, proteínas
do complemento, dentre outras.
Esta caracterização consiste pela ligação de anticorpos monoclonais associados
a compostos fluorescentes que emitem um comprimento de onda capaz de ser
detectado pelo citômetro de fluxo, esses compostos são denominados fluorocromos.
A imunofenotipagem dos linfócitos foi caracterizada pela ligação de anticorpos
monoclonais anti-CD3+ que é um marcador específico de linfócitos T, anti- CD4+ que
associado ao CD3+ caracteriza linfócitos T auxiliares e o anti-CD8+ que em associação
com o CD3+, determinam linfócitos T citotóxicos e supressores. Foram caracterizados
também os leucócitos e linfócitos totais através da marcação com anticorpo monoclonal
anti-CD45+ que está presente na superfície de todas estas células. Estas marcações
são imprescindíveis na determinação dos valores de contagem absolutas e relativas
dos linfócitos T.
24
Na avaliação de valores absolutos das subpopulações linfocíticas, foram
utilizados tubos Trucount da Becton Dickinson. Neste protocolo foram utilizados 50 µl
da amostras de sangue total contendo 1x10
6
células para cada tubo. Foram
adicionados a estes tubos 20 µl de anticorpo (BD Tritest – Cat. N° 340298) contendo
anti-CD3 associado ao fluorocromo Complexo Ativado de Proteína CLorofil-Peridina
(PerCP), anti-CD4 associado ao Isotiocianato de Fluoresceína (FITC) e anti-CD8
associado a Ficoeritrina (PE). As amostras foram incubadas por 15 minutos na ausência
de luz, devido à fotossensibilidade dos fluorocromos presentes nos anticorpos
monoclonais numa temperatura entre 20° a 25° C. Posteriormente foi adicionado 450µl
de solução tampão de lise, contendo 50% de dietilenoglicol e 10% de formaldeído (BD
FACS Lysing Solution – Cat. N° 349202) utilizado para lisar as hemácias presentes nas
amostras. Estas foram mais uma vez incubadas por 15 minutos na mesma temperatura
entre 20° a 25° C. Após o este período de incubação, as amostras foram adquiridas no
citômetro de fluxo FACSCalibur da Becton Dickinson e analisadas através do software
Multiset componente do citômetro.
Para a determinação percentual dos linfócitos foram utilizadas para cada teste,
1x10
6
células, correspondendo a uma média de 100 µl de amostra do sangue total.
Para cada amostra foram utilizados três tubos de poliestireno com dimensões
12x75mm. Um dos tubos foi preparado apenas com a amostra de sangue sem
marcação com anticorpos para caracterizar o controle do teste. Um segundo tubo foi
marcado com 20 µl de anticorpo anti-CD3 associado ao fluorocromo PerCP, anti-CD4
associado ao FITC e anti-CD8 associado ao PE (BD Tritest – Cat. N° 340298). A
amostra no terceiro tubo foi marcada com 10µl de anticorpo anti-CD45 associado ao
25
PerCP (BD Pharmingen – Cat. N° 555484). Após a marcação, as amostras foram
homogeneizadas por agitador de tubos por um tempo médio de 20 segundos e
incubadas na ausência de luz por 20 minutos numa temperatura entre 20° a 25°C.
Posteriormente foram adicionados 1ml de solução tampão de lise de hemácias
contendo 50% de dietilenoglicol e 10% de formaldeído (BD FACS Lysing Solution – Cat.
N° 349202) e submetidas a nova incubação no escuro por 20 minutos na mesma
temperatura anterior. Após a incubação foram realizados três ciclos de lavagem das
células adicionando a cada tubo 1ml de tampão salina fosfato (PBS - Phosphate Buffer
Saline), contendo 10 % de albumina bovina para evitar marcações inespecíficas de
proteínas nas células, levados a centrifugação por 5 minutos em cada ciclo na
velocidade de 2500 rotações por minuto (RPM) em temperatura entre 20° a 25°C. Após
o terceiro ciclo de lavagem, as amostras foram ressuspensas com 500 µl de PBS,
adquiridas e analisadas no citômetro FACSCalibur pelo software Cellquest.
Nos programas de análise, a população de linfócitos foi identificada através do
gráfico “dot plot” com eixos para tamanho (FSC- Forward Scatter), por complexidade
interna (SSC- Side Scatter), da população leucocitária total. Posteriormente pôde-se
determinar a fração percentual que cada população ou subpopulação representa
inserida nos linfócitos totais.
3.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Dos resultados encontrados, foram determinados estatisticamente, os valores da
média (soma de todos os valores da população dividida pelo número de indivíduos
26
desta população), mediana (valor do indivíduo que divide a população de trabalho em
duas metades, a metade inferior da metade superior). A distribuição sendo normal tem
uma forma de um sino denominada curva de Gauss. Esta curva é simétrica
concentrando aproximadamente 66% dos seus indivíduos na região central em torno da
média mais ou menos o desvio padrão vide figura abaixo. A curva se aproxima da
normalidade quando os parâmetros de “simetria” são próximos ou menor que um, assim
como o achatamento. A amplitude (diferença entre o valor máximo e o mínimo de uma
população em estudo). Todos estes parâmetros são importantes para a fidedignidade
nos resultados quando se têm um estudo de distribuição populacional, avaliando as
características das amostras. Todos os dados foram analisados através do programa
SPSS versão 11.0.
Figura 3. Distribuição de normalidade em uma população representada pela Curva de Gauss.
Fonte: www.laeditorialvirtual.com.ar/Pages/Eldesafio/Graficos/Gauss.gif
27
4. RESULTADOS
4.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ENTREVISTADOS NA BAHIA E NO PARÁ
A maioria dos doadores (59,5%) era do sexo masculino, quase 2/3 dos
indivíduos (59,2%) referia ingestão de álcool pelo menos duas vezes na semana.
A avaliação da influência do tabagismo revelou que apenas 10,9% dos doadores
eram fumantes e que 1,9% abandonaram o hábito há mais de um ano (Figura 4). Não
avaliamos os resultados entre os doadores ex-fumantes, devido a baixa significância
dentro da população.
10,90%
87,20%
1,90%
FUMANTES O FUMANTES EX-FUMANTES
Figura 4. Distribuição da amostra segundo o hábito do
fumo em 526 indivíduos hígidos da Bahia e do Pará.
Gráfico em formato “pizza” avaliando a distribuição
percentual da população em estudo de acordo com o hábito
de fumar cigarros.Todos os ex-fumantes tinham mais de um
ano em abstinência.
28
A avaliação do tempo de descanso de cada indivíduo mostrou que a grande
maioria (77,9%) dormia por um período mínimo de 8 horas diárias, dentro do limite
considerável aceitável em nosso estudo.
4.1.2. Identificação das populações celulares na citometria de fluxo
Na análise das contagens absolutas das subpopulações de linfócitos T é
realizada inicialmente a identificação das células pelas propriedades da presença do
anticorpo anti CD3 e pela complexidade interna das mesmas. Após a identificação faz-
se uma seleção da população de interesse, esta seleção é denominada “estratégia de
gate”, associando aos outros parâmetros que são a identificação dos linfócitos T CD3+,
linfócitos T CD4+ e T CD8+, pela presença do anticorpo específico para cada célula.
Após todas as células serem identificadas, o programa realiza as contagens das células
que foram selecionadas, conforme Figuras 5 e 6.
Figura 5. Análise das contagens absolutas das subpopulações de linfócitos T por
citometria de fluxo Análise das contagens absolutas das subpopulações de linfócitos T. No
primeiro gráfico identifica-se a população total de linfócitos T CD3+ através da positividade
do anticorpo por complexidade interna das células e realizada a seleção desta população.
Os gráficos subseqüentes analisam as contagens destas células pela positividade do
anticorpo monoclonal específico para CD3, CD4 e CD8. Os resultados finais são expressos
na tabela à esquerda.
29
B
A
C
D
E
Figura 6. Análise das contagens relativas das subpopulações de linfócitos T por
citometria de fluxo. No gráfico A identifica-se a população total de linfócitos através do
tamanho e complexidade interna da célula. No gráfico B a identificação dá-se pela
positividade do anticorpo CD45 marcador de leucócitos por complexidade interna das
células, onde se realiza a seleção da população linfocitária. Os gráficos C, D e E analisam
as contagens destas células pela positividade do anticorpo monoclonal específico para CD3,
CD4 e CD8. Os resultados finais são expressos nas tabelas à direita.
30
4.1.3. Avaliação da contagem de células nas populações linfocíticas de acordo
com o estado de origem
A Tabela 1 apresenta a contagem da média e mediana nos linfócitos T CD3+, T
CD4+ e T CD8+ de acordo com sua procedência. Observa-se uma contagem média
significantemente maior nos linfócitos T CD3+/µl de sangue em doadores na Bahia
(1581 ± 525) quando comparada aos valores encontrados em doadores do Pará (1298
± 448, p<0,01). O mesmo acontecendo em relação aos linfócitos T CD4+/µl de sangue
(943 ± 326 vs 792 ± 277, p<0,01) e T CD8+ (549 ± 245 vs 417 ± 173, p<0,01) ambos na
Bahia e Pará, respectivamente, como demonstrados também na Figura 7.
Tabela 1. Relação entre os valores absolutos de tendência central e dispersão das amostras de sangue em
doadores hígidos dos Hemocentros de Salvador e Belém, 2006.
PARÂMETROS
(células/µl de sangue)
CD3+
N=526
(P<0,01)
CD4+
N=526
(P<0,01)
CD8+
N=526
(P<0,01)
Bahia Pará Bahia Pará Bahia Pará
Média
1581 1298 943 792 549 417
Mediana
1485 1191 881 766 495 355
Desvio Padrão
525 448 326 277 245 173
Relação CD4/CD8
1.78 2.15
31
ParaBahia
Estado
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
CD8
CD4
CD3
p<0,01
p<0,01
p
<0,01
Contagens absolutas de células
Figura 7. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações nas
amostras de sangue de doadores hígidos dos Hemocentros de Salvador e Belém. Box plots
demonstrando a distribuição em valores absolutos das subpopulações de linfócitos T nos estados
da Bahia e do Pará. Para todas as populações, as diferenças entre os estados foram significativas
com valor de p<0,01. As barras determinam valores de medianas e o box indica a escala de
interquartil (25-75%).
Os resultados relativos encontrados entre as subpopulações de linfócitos T e os
linfócitos totais confirmaram as diferenças significativas entre Salvador e Belém,
conforme demonstrado na figura 8.
32
ParaBahia
Estado
100
80
60
40
20
0
CD8p
CD4p
CD3p
*
*
*
*
*
*
Valores percentuais das células
( *
p<0,01 para todas as comparações)
Figura 8. Distribuição dos valores percentuais de linfócitos T e suas subpopulações nas
amostras de sangue de doadores hígidos dos Hemocentros de Salvador e Belém.
Box plots
demonstrando a distribuição relativa nas subpopulações de linfócitos T nos estados da Bahia e do
Pará. Os resultados relativos na Bahia para os linfócitos T CD3+ foi de 77,9%, em linfócitos T CD4+
foi de 43,2% e em T CD8+ foi de 25,4%. No Pará estes resultados foram de 62,4% para os
linfócitos T CD3+, 37,7% para linfócitosT CD4+e 18,6% para linfócito T CD8+. Para todas as
populações, as diferenças entre os estados foram significativas com valor de p<0,01.As barras
determinam valores de medianas e o box indica a escala de interquartil (25-75%).
33
4.2. DETALHAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DAS AMOSTRAS COLETADAS NA
BAHIA
4.2.1. Características gerais dos entrevistados na Bahia
Dentre os voluntários avaliados, 66,3% eram do sexo masculino. Foi analisada
também a freqüência do tabagismo entre estes doadores, sendo constatado que 11,7%
eram fumantes. Avaliando o consumo de álcool, 62,8% dos doadores consumiam pelo
menos duas vezes na semana. Foi avaliada também a freqüência de descanso em
sono diário, sendo observado que 81,6 % dormiam pelo menos 08 horas diárias.
4.2.2. Quantificação das diferentes subpopulações linfocitárias
A mediana das contagens absolutas de linfócitos T CD3+ encontrada nesta
população foi de 1485 células/µl de sangue com intervalo de referência entre 718 e
2721 células/µl de sangue, para as células T CD3+CD4+ foi de 881 células/µl de
sangue com intervalo de referência entre 422 e 1711 células/µl de sangue e para
CD3+CD8+, 495 células/µl de sangue com intervalo de referência entre 214 e 1056
células/µl de sangue. Os indivíduos não foram avaliados por faixa etária porque as
diferenças entre as contagens das subpopulações de linfócitos T não apresentaram
significância.
Para os resultados relativos entre as subpopulações de linfócitos T e os linfócitos
totais os resultados de mediana foram 77,9% para os linfócitos T CD3+, 43,2% para os
34
linfócitos T CD3+CD4+ e 25,4% nos linfócitos T CD3+CD8+, conforme demonstrado na
Tabela 2, onde estão presentes os valores de média, mediana e desvios padrão dos
resultados encontrados na população da Bahia os valores de mediana percentual que
são as contagens das subpopulações dos linfócitos T dentro dos linfócitos totais. Os
valores de simetria indicam que a distribuição é levemente desviada para a direita dos
valores normais da curva (simétrico 1) e apresenta um achatamento pequeno
(achatamento normal 1) indicando uma não normalidade na distribuição para as três
variáveis. A Figura 9 apresenta a curva de distribuição normal das subpopulações de
linfócitos T.
Tabela 2. Valores absolutos e relativos de tendência central e dispersão das amostras de sangue em
doadores hígidos do Hemocentro de Salvador, 2006.
PARÂMETROS CD3+
N=450
CD4+
N=450
CD8+
N=450
Média (células/
µl de sangue)
1581 943 549
Mediana (células/µl de sangue)
1485 881 495
Desvio Padrão (células/µl de sangue)
522 323 238
Moda
1067
a
924 415
a
Simetria
1,54 1,773 1,616
Achatamento
4,912 6,940 4,818
Amplitude
4318 2922 1748
Percentil (-2,5%)
718 422 214
Percentil (+2,5%)
2721 1711 1056
Mediana percentual
77, 9% 43, 2% 25, 4%
a. Existência de múltiplas modas
35
3500300025002000150010005000
CD3
60
50
40
30
20
10
0
Freqüência
300025002000150010005000
CD4
100
80
60
40
20
0
Freqüencia
2000150010005000
CD8
50
40
30
20
10
0
Freqüência
Figura 9. Histograma da distribuição das subpopulações de linfócitos T CD3, T CD4 e T CD8
na população na Bahia. A distribuição apresenta levemente desviada para os valores normais da
curva (simétrico 1) e apresenta um achatamento pequeno (achatamento normal 1) indicando
uma não normalidade na distribuição para as três variáveis.
36
4.2.3. Avaliação das contagens médias para as diferentes subpopulações de
acordo com o gênero e características demográficas
4.2.3.1. Sexo
Os valores de mediana para doadores masculinos nos linfócitos T CD3+ foi igual
a 1521 (± 488) células/µl de sangue. A contagem mediana das células T CD3+CD4+
nesta mesma população foi de 898 (± 289) células/µl de sangue e dos linfócitos T
CD3+CD8+, 537 (± 252) células/µl de sangue. Para o gênero feminino, a média para os
linfócitos T CD3+ foi igual a 1698 (± 577) células/µl de sangue, para células T
CD3+CD4+, 1032 (± 375) células/µl de sangue e para as células T CD3+CD8+, 570 (±
229) células/µl de sangue. Para todos os parâmetros, os valores de mediana foi
numericamente maior para as mulheres que para os homens (Figura 10).
FemininoMasculino
Sexo
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
CD8
CD4
CD3
p<0,05
Contagens absolutas de células
Figura 10. Distribuição de valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações em
amostras de sangue de doadores hígidos de acordo com o sexo em Salvador. Foram
encontradas diferenças significantes nos linfócitos T CD4+ entre os sexos (p<0,05). Os resultados
nas contagens dos linfócitos T CD3+ e CD8+ entre os gêneros não demonstraram diferenças
significantes. As barras determinam valores de medianas e o box indica a escala de interquartil
(25-75%).
37
4.2.3.2. Tabagismo
Entre os voluntários que se declaram fumantes, os valores das mediana
encontradas para os linfócitos T CD3+, T CD3+CD4+ e T CD3+CD8+ foi de 1622 (±
533) células/µl de sangue, 1013 (± 363) células/µl de sangue e 456 (± 230) células/µl de
sangue, respectivamente, enquanto que entre os não fumantes a média nos linfócitos T
CD3+ foi de 1470 (± 523) células/µl de sangue, nos linfócitos T CD3+CD4+, 864 (± 317)
células/µl de sangue e nos T CD3+CD8+, 499 (± 247) células/µl de sangue (Figura 11).
NãoSim
Fumantes
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
CD8
CD4
CD3
Figura 11. Distribuição entre os valores absolutos de linfócitos T e suas
subpopulações nas amostras de sangue de doadores hígidos associados
com o tabagismo em Salvador. Foram encontradas diferenças significantes nos
linfócitos T CD4+ entre estas variáveis (p<0,05). Os resultados nas contagens dos
linfócitos T CD3+ e CD8+ não apresentaram diferenças significantes. As barras
determinam valores de medianas e o box indica a escala de interquartil (25-75%)
Contagens absolutas de células
Fumantes Não fumantes
p<0,05
38
4.2.3.3. Tempo de descanso
Indivíduos que declararam possuir tempo satisfatório de descanso apresentaram
valores de linfócitos T CD3+ de 1483 (± 535) células/µl de sangue. Nas células T
CD3+CD4+, o resultado encontrado foi de 891 (± 332) células/µl de sangue e nas
células T CD3+CD8+ os valores foram de 495 (± 250) células/µl de sangue.
Nos voluntários que declararam tempo inadequado de descanso, ou seja, inferior
a 8 horas de sono diárias, os valores da mediana para os linfócitos T CD3+ foram de
1537 (± 478) células/µl de sangue, nas células T CD3+CD4+ estes valores atingiram
809 (± 293) células/µl de sangue e nas células T CD3+CD8+, 513 (± 219) células/µl de
sangue (Figura 12).
NãoSim
Descanso
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
CD8
CD4
CD3
Contagens absolutas de células
Figura 12. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao tempo de descanso em
Salvador.Entre os indivíduos que declararam tempo de descanso maior ou igual a 8 horas
diárias e menor que 8 horas diárias, não Foram encontradas diferenças que fossem
significativas entre as células para esta variável na Bahia. As barras determinam valores de
medianas e o box indica a escala de interquartil (25-75%)
< 8 horas
sono/dia
8 horas
sono/dia
39
4.2.3.4. Álcool
Os voluntários que declaram ingerir bebidas alcoólicas em pelo menos duas
vezes na semana, apresentaram resultados de mediana para valores absolutos de
linfócitos T CD3+ iguais a 1505 (± 531) células/µl de sangue. Para as células T
CD3+CD4+, estes valores foram de 881 (± 337) e para T CD3+CD8+, 500 (± 240)
células/µl de sangue.
Dentre os indivíduos que não ingerem bebidas alcoólicas, as células T CD3+
apresentaram mediana de 1466 (± 517) células/µl de sangue, as T CD3+CD4+, 864 (±
309) células/µl de sangue e nos linfócitos T CD3+CD8+ estes valores foram de 486
240) células/µl de sangue, conforme distribuição na Figura 13.
NãoSim
Álcool
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
CD8
CD4
CD3
Figura 13. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações em
amostras de sangue de doadores hígidos associados ao consumo de álcool em Salvador.
Entre os indivíduos que declararam ou não ingerirem bebidas alcoólicas, não foram encontradas
diferenças que fossem significativas entre as células para esta variável na Bahia. As barras
determinam valores de medianas e o box indica a escala de interquartil (25-75%)
Contagens absolutas de células
40
4.3. DETALHAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DAS AMOSTRAS COLETADAS NA
PARÁ
4.3.1. Características gerais dos entrevistados no Pará
Dos voluntários que participaram do estudo no estado do Pará, apenas 31,6%
eram do sexo masculino. Ainda acerca destes indivíduos, 7,9% declararam ser
fumantes, enquanto que 92,1% declararam ser não fumantes. Avaliando o grau de
descanso da população estudada, 63,2% declararam período de sono igual ou superior
a 8 horas por dia.
Para o consumo de bebidas alcoólicas, 44,7% declararam fazer uso pelo menos
duas vezes na semana.
4.3.2. Quantificação das diferentes subpopulações linfocitárias
Nesta população, os valores de mediana da contagem absoluta para linfócitos T
CD3+ foram de 1191 células/µl de sangue com intervalo de referência entre 648 e 2259
células/µl de sangue, 766 células/µl de sangue para os linfócitos T CD4+ e intervalo de
referência entre 342 e 1508 células/µl de sangue, e 355 células/µl de sangue para T
CD8+ com intervalo de referência entre 203 e 917 células/µl de sangue. Os indivíduos
não foram avaliados por faixa etária porque as diferenças entre as contagens das
subpopulações de linfócitos T também não apresentaram significância.
41
Observamos ainda valores de mediana percentual iguais a 62,4% para os
linfócitos T CD3+, 37,7% para as células T CD3+CD4+ e 18,6% para T CD3+CD8+.
A Tabela 3 detalha parâmetros dos valores de média, mediana e desvios padrão dos
resultados encontrados na população do Pará. Os valores de mediana percentual são
contagens das subpopulações dos linfócitos T dentro dos linfócitos totais.Os valores
indicados na simetria informam o nível de distribuição de igualdade entre os resultados,
sendo relevantes valores próximos a 1, os valores de achatamento indicam medidas de
assimetria na distribuição do valor real de uma variável e amplitude indicam medida
máxima na distribuição de um valor real de uma variável. Os percentis –2,5% e +2,5%
indicam valores máximos e mínimos significantes para as referências nas contagens de
cada subpopulação de linfócitos T. A Figura 14 avalia a distribuição normal das
subpopulações de linfócitos T nas amostras do Pará.
Tabela 3. Valores absolutos e relativos de tendência central e dispersão das amostras de sangue em
doadores hígidos do Hemocentro de Belém, 2006.
PARÂMETROS CD3+
N=76
CD4+
N=76
CD8+
N=76
Média
1298 792 417
Mediana
1191 766 355
Desvio Padrão
447,88 277,17 173,06
Moda
1067
a
924 415
a
Simetria
,811 ,801 1,107
Achatamento
,581 1,103 ,776
Amplitude
2164 1415 742
Percentil (-2,5%)
648 342 203
Percentil (+2,5%)
2259 1508 917
Mediana percentual
62,4 % 37,7 % 18,6 %
a. Existência de múltiplas modas
42
Figura 14. Histograma da distribuição das subpopulações de linfócitos T CD3, T CD4 e T CD8 na população no
Pará
. A distribuição apresenta levemente desviada para os valores normais da curva (simétrico 1)
e apresenta um achatamento grande (achatamento normal 1) indicando uma não normalidade na
distribuição para as três variáveis.
Freqüência
3500300025002000150010005000
CD3
20
15
5
0
10
300025002000150010005000
CD4
20
15
10
5
0
Freqüência
2000150010005000
CD8
20
15
10
5
0
Freqüência
43
4.3.3. Avaliação das contagens médias para as diferentes subpopulações de
acordo com gênero e características demográficas
4.3.3.1. Sexo
A média nas células T CD3+ entre os homens em valores absolutos foi de 1243
(± 504) células/µl de sangue. As células T CD3+CD4+ nesta mesma população
atingiram 768 (± 317) células/µl de sangue e os linfócitos T CD3+CD8+, 394 (± 182)
células/µl de sangue. Para o gênero feminino, os linfócitos T CD3+ obtiveram valor de
média 1323 (± 422) células/µl de sangue, as células T CD3+CD4+, 802 (± 260)
células/µl de sangue e as células T CD3+CD8+, 428 (± 170) células/µl de sangue. Não
foram encontradas diferenças significativas de acordo com o sexo (Figura 15).
FemininoMasculino
Sexo
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
CD8
CD4
CD3
Contagens absolutas de células
Figura 15. Distribuição dos valores absolutos e percentuais de linfócitos T e
suas subpopulações em amostras de sangue de doadores hígidos
associados ao sexo em de Belém. Os resultados nas contagens dos linfócitos
T CD3+, T CD4+ e T CD8+ entre os gêneros não demonstraram diferenças
significantes. As barras determinam valores de medianas e o box indica a escala
de inter
q
uartil
(
25-75%
)
.
44
4.3.3.2. Tabagismo
Os indivíduos que se declararam fumantes, obtiveram média para os valores
absolutos de linfócitos T CD3+ de 1523 (± 386) células/µl de sangue, as células T CD4+
960 (± 153) células/µl de sangue e T CD8+ 508 (± 252) células/µl de sangue.
Nos doadores que não fumam, os valores médios das células T CD3+ foram de
1276 (± 459) células/µl de sangue, as células T CD4+, 773 (± 286) células/µl de sangue
e os linfócitos T CD8+, 412 (± 169) células/µl de sangue. Foram encontrados valores
significativamente maiores (Figura 16) para a contagem das células T CD4+ entre os
indivíduos que fumam comparando aos que não fumam (p<0,05).
NãoSim
Fumantes
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
CD8
CD4
CD3
P<0,05
Não fumantes Fumantes
Contagens absolutas de células
Figura 16. Distribuição dos valores absolutos de linfócitos T e suas subpopulações
em amostras de sangue de doadores hígidos associados ao tabagismo em Belém.
Entre fumantes e não fumantes foram encontradas diferenças significantes nos linfócitos T
CD4+ entre estas variáveis (p<0,05). Os resultados nas contagens dos linfócitos T CD3+ e
CD8+ não apresentaram diferenças significantes. As barras determinam valores de
medianas e o box indica a escala de interquartil (25-75%)
45
4.3.3.3. Tempo de Descanso
Quando comparamos os valores médios para a contagem de células (Figura 17)
observamos diminuição nos linfócitos T CD3+ entre os doadores que declararam
descanso inadequado que apresentaram 1171 ± 376 células/µl de sangue do que os
que declararam tempo de descanso maior ou igual a 8 horas diárias que apresentaram
1372 ± 473 células/µl de sangue (p<0,05). Esta diminuição esteve presente também
para os linfócitos T CD4+, onde os que declararam tempo inadequado apresentaram
706 ± 218 células/µl de sangue e os que declararam tempo de sono inferior a 8 horas
apresentaram 842 ± 297 células/µl de sangue (p<0,05), o mesmo não ocorrendo nos
linfócitos T CD8+. Os voluntários que declaram tempo adequado apresentaram 387 ±
169 células/µl de sangue enquanto os declararam tempo inadequado apresentaram 435
± 176 células/µl de sangue.
NãoSim
Descanso
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
CD8
CD4
CD3
Figura 17. Distribuição dos
valores absolutos de linfócitos
T e suas subpopulações em
amostras de sangue de
doadores hígidos associados
ao descanso em Belém. Os
indivíduos declararam tempo de
descanso maior ou igual a 8
horas diárias e menor que 8
horas diárias. Foram encontradas
para esta variável no Pará,
diferenças significativas entre os
linfócitos T CD3+ (p<0,05) e T
CD4+(p<0,05), mas não em T
CD8+. As barras determinam
valores de medianas e o box
indica a escala de interquartil (25-
75%)
p<0,05
< 8 ho de ras
sono/dia
8 horas de
sono/dia
p<0,05
Contagens absolutas de células
46
4.3.3.4. Álcool
Nos doadores que declararam consumir bebidas alcoólicas com a freqüência
mínima de duas vezes na semana, os valores absolutos das médias dos linfócitos T
CD3+ foram de 1357 (± 519) células/µl de sangue, em T CD4+ foram de 826 (± 330)
células/µl de sangue e nos linfócitos T CD8+ estes valores foram de 436 (± 179)
células/µl de sangue.
Nos indivíduos que declararam não ingerir bebida alcoólica, estes mesmos
valores para os linfócitos T CD3+ foram de 1250 (± 380) células/µl de sangue, nos
linfócitos T CD4+, estas contagens foram de 762 (± 225) células/µl de sangue e nos
linfócitos T CD8+, 402 (± 170) células/µl de sangue. Não houve diferença significante
entre os indivíduos para esta variável, conforme descrito na Figura 18.
NãoSim
Álcool
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
CD8
CD4
CD3
Figura 18. Distribuição dos valores
absolutos de linfócitos T e suas
subpopulações em amostras de
sangue de doadores hígidos
associados ao consumo de álcool
em Belém. Não foram encontradas
diferenças nas contagens das células,
que fossem significativas entre os
indivíduos que declararam ingerirem
ou não bebidas alcoólicas no Pará. As
barras determinam valores de
medianas e o box indica a escala de
interquartil (25-75%)
Contagens absolutas de células
47
4.4. DETALHAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DAS AMOSTRAS ASSOCIADAS AO
SEXO E DADOS DEMOGRÁFICOS NUMA COMPARAÇÃO ENTRE OS ESTADOS
Os resultados encontrados para os linfócitos T e suas subpopulações foram
estratificados pelo estado de origem das amostras associado-os às variáveis propostas
como sexo e dados demográficos.
As contagens dos linfócitos T e suas subpopulações no estado da Bahia foram
sempre superiores as do Pará para estas variáveis apresentadas.
4.4.1. Correlação dos resultados avaliados pelo sexo de acordo com o estado
Nesta avaliação os linfócitos T CD3+, T CD4+ e T CD8+ apresentaram
diferenças significativas entre os homens avaliados nos estados da Bahia e do Pará. A
variação entre as células T CD3+ foi igual a 18% (p<0,01) com uma diferença absoluta
de 278 células/µl de sangue na comparação entre as médias por estado. Em T CD4+
esta variação foi de 14% (p<0,05) e a diferença foi de 129 células/µl de sangue e em T
CD8+ foi de a 26% ( p<0,01) diferindo em 143 células/µl de sangue.
No sexo feminino os valores encontrados para estas mesmas células entre os
estados também foram significantemente diferentes. Nos linfócitos T CD3+ a variação
entre as mulheres na Bahia e no Pará foi de 22% (p<0,01) com uma diferença absoluta
de 375 células/µl de sangue, o mesmo percentual de variação acontecendo com os
linfócitos T CD4+ e com uma diferença de 230 células/µl de sangue. Nos linfócitos T
CD8+ a variação foi de 25% (p<0,01) e a diferença foi de 143 células/µl de sangue.
48
Estes dados são evidenciados na tabela abaixo:
Tabela 4. Contagens médias das subpopulações de linfócitos T de acordo com o gênero entre os
estados.
BAHIA PARÁ
VARIÁVEIS CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
SEXO (M* / F**) 1521 / 1698 897 / 1032 537 / 571 1243 / 1323 768 / 802 393 / 428
* p<0,05 **p<0,01
Tabela 4. Na variável Sexo ( M= masculino; F=Feminino). As contagens nos homens entre os
estados apresentaram diferenças significativas (p<0,05) e nas mulheres também apresentaram
diferenças significantes (p<0,01).
4.4.2. Correlação dos resultados avaliados de acordo com tabagismo entre os
estados
Entre os estados da Bahia e do Pará, não foram encontradas diferenças
significativas entre os homens que fumam. Nos linfócitos T e suas subpopulações,
todas as variações foram inferiores a 8%. Entretanto, entre os indivíduos que não
fumam as diferenças dos resultados das células T CD3+, CD4+ e CD8+ entre os
estados mostraram-se altamente significantes (p<0,01). Nestes indivíduos a variação
das células T CD3+ foi de 18,5%, em T CD4+ esta variação foi de 16,2% e em T CD8+
foi de 25,4%, conforme Tabela 5.
49
Tabela 5. Contagens médias das subpopulações de linfócitos T de acordo com o hábito do
tabagismo entre os estados.
BAHIA PARÁ
VARIÁVEIS CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
TABAGISMO (S / N**) 1694 / 1568 1094 / 924 534 / 552 1543 / 1276 960 / 773 509 / 412
**p<0,01
Tabela 5. Na variável Tabagismo ( S= Fumantes; N= Não-fumantes). As contagens entre os
fumantes não apresentaram diferenças significativas. Nos não fumantes entre os estados as
diferenças apresentaram significância (p<0,01).
4.4.3. Correlação dos resultados avaliados de acordo com tempo de descanso
entre os estados
Nos doadores que foram enquadrados no tempo de descanso inaceitável, ou
seja, inferior a 8 horas diárias, os valores absolutos médios encontrados nos linfócitos T
e suas subpopulações apresentaram diferenças significativas (p<0,01). A variação nos
linfócitos T CD3+ nesses indivíduos foi igual a 22%, em T CD4+ foi igual a 19% e em T
CD8+ esta variação foi igual a 29%.
Em indivíduos que declararam tempo de descanso maior ou igual a 8 horas
diárias, as diferenças médias nos linfócitos T CD3+, T CD4+ e T CD8+ também foram
significantes, variando em 14% para T CD3+, 12% em T CD4+ e 21% em T CD8+. As
diferenças em valores absolutos para estas células foram de 224 células/µl de sangue
(p<0,05), 117 células/µl de sangue (p<0,05) e 115 células/µl de sangue (p<0,05),
respectivamente (Tabela 6).
50
Tabela 6. Contagens médias das subpopulações de linfócitos T de acordo com o tempo de descanso
entre os estados.
BAHIA PARÁ
VARIÁVEIS CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
DESCANSO (S* / N**) 1595 / 1517 958 / 877 550 / 546 1372 / 1171 842 / 706 435 / 387
* p<0,05 **p<0,01
Tabela 6. Na variável Descanso (S= Tempo de descanso < 8 horas/dia; N= Tempo de
descanso 8 horas/dia). As contagens nos indivíduos que declararam tempo inadequado entre
os estados apresentaram diferenças significativas (p<0,05), bem como os que declararam
tempo adequado (p<0,01).
4.4.4. Correlação dos resultados avaliados pelo consumo de álcool entre os
estados
Entre os estados da Bahia e do Pará foram observadas diferenças significantes
nos resultados entre os linfócitos T CD3+ e T CD8+ nos doadores que declararam
ingerirem bebidas alcoólicas em pelo menos duas vezes na semana. A variação nos
linfócitos T CD3+ nestes indivíduos foi igual a 14% (p<0,05) e em T CD8+ igual a 20%
(p<0,05). Entre os doadores que não ingerem bebidas alcoólicas ou fazem uso apenas
uma vez na semana, as três subpopulações celulares estudas apresentaram variações
significantes. Em T CD3+ a variação entre os estados foi igual a 21% (p<0,05), em T
CD4+ foi igual a 19% (p<0,05) e em T CD8+ esta variação foi igual a 26% (p<0,05)
(Tabela 7).
51
Tabela 7. Contagens médias das subpopulações de células T de acordo com o consumo de álcool
entre os estados.
BAHIA PARÁ
VARIÁVEIS CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
CD3+
células/µl de sangue
CD4+
células/µl de sangue
CD8+
células/µl de sangue
ÁLCOOL (S* / N**) 1579 / 1583 941 / 946 549 / 549 1357 / 1250 828 / 762 436 / 402
* p<0,05 **p<0,01
Tabela 7. Na variável Álcool ( S= Consomem bebidas alcoólicas duas vezes /semana;
N=Não consomem bebida alcoólica). As contagens nos indivíduos que declararam ingerirem
álcool em pelo menos duas vezes na semana entre os estados apresentaram diferenças
significativas (p<0,05), bem como nos que declararam não ingerirem bebidas alcoólicas
(p<0,01).
52
5. DISCUSSÃO
No presente trabalho foram constatadas diferenças significativas nos valores
referenciais de subpopulações de linfócitos T entre doadores de sangue no estado da
Bahia e do Pará.
Entre os dois estados, houve uma diferença entre o número de indivíduos
testados, porém na amostragem do Pará onde houve a colaboração de 76 doadores,
todos os resultados apresentaram-se satisfatórios, apresentando uma boa relação
quantitativa entre os linfócitos T CD3+, T CD4+ e T CD8+. Esta relação entre os
linfócitos T CD4+ e CD8+ foram todas maiores que 1, o que é esperado dentro de uma
população saudável.
A existência de valores de referências para subpopulações de linfócitos T
diferentes nos diversos estudos apresentados ao longo deste trabalho pode estar
associada a algumas variáveis presentes em cada população.
O Brasil tem em sua população uma diversidade étnica muito grande, onde cada
região no país possui características próprias da população inserida além dos costumes
inerentes em cada uma. Foram avaliadas duas localidades no Brasil: o Pará,
pertencente à região norte e a Bahia que está inserida na região nordeste do país.
A região norte possui uma influência muito grande dos primeiros habitantes
encontrados, que são os índios. Estes, apresentam costumes e dietas nutricionais
próprias que também foram preservadas. Sua alimentação pode representar uma
variável relevante associada a estes achados. A maioria dos estudos em humanos tem
53
pesquisado sobre alterações no sistema imunológico, mas apenas poucos têm
associado estes efeitos à dieta (ALBERS et al.,2005).
Existem evidências sugerindo que a nutrição auxilia no desempenho do sistema
imunológico e modula resistência a infecções (CHANDRA.,1991; SCRIMSHAW et
al.,1997). Alimentos ricos em ômega 3, arginina, glutamina e ainda algumas fórmulas de
suplementação alimentar contendo proteínas e ácidos nucléicos podem auxiliar na
modulação de uma resposta imune aumentando a produção de citocinas e outras
funções das células (ROLLER et al.,2004).Todas as funções imunes podem estar
associadas a uma adequação nutricional. A suplementação alimentar promove ganhos
qualitativos em alguns macronutrientes, relacionando funções imunes específicas a
indivíduos bem nutridos (ANTOINE et al.,2005).
Na Bahia é grande o consumo de alimentos preparados, por exemplo, com
azeite de dendê. Este contém proporções iguais de ácidos graxos saturados (palmítico
44% e esteárico 4%) e não saturados (oléico 405 e linoléico 105), que são essenciais
para o funcionamento normal das nossas células, onde a membrana celular permite a
passagem dos sais minerais e das moléculas necessárias para dentro e fora destas.
Esta membrana saudável dificulta a entrada na célula de substâncias químicas danosas
e de organismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas. É ainda uma fonte natural
de vitamina E, tecoferóis e tecotrienóis, que atuam como antioxidantes protegendo dos
radicais livres. É rico também em betacaroteno, fonte importante de vitamina A
essencial para um funcionamento adequado do
sistema imunológico, além de
manterem saudáveis as mucosas (LIMA et al.,2004).
54
No Pará existe um alto consumo de peixes e mariscos que possuem escassos
carboidratos (açúcares), sendo ricos em vitamina A, B1,
importante para o bom
funcionamento do
sistema nervoso, dos músculos e do coração, vitamina B2 que
favorece o metabolismo das gorduras, açúcares e proteínas e é importante para a
saúde dos
olhos, pele, boca e cabelos e a vitamina D que promove a absorção de
cálcio essencial para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes. Além desses
compostos, estão presentes nos peixes sais minerais, tais como o fósforo onde tem
relevante papel na formação molecular do
ADN (Ácido desoxirribonuléico) e do ARN
(Ácido ribonucléico), bem como do ATP (
adenosina tri-fosfato) e cálcio atuando como
mediador intracelular e na composição óssea (LIMA et al.,2004)
.
Apresentamos ao longo deste trabalho publicações que evidenciam diferentes
resultados para os valores de referência nas contagens absolutas e percentuais de
linfócitos T associados à região estudada conforme demonstrados nas tabelas 8 e 9.
Tabela 8. Valores de referências absolutos publicados na literatura em diferentes países e valores de
referências encontrados neste estudo na Bahia e no Pará.
.
ENCONT
VALORES DE REFERÊNCIA EM CONTAGENS ABSOLUTAS DE CÉLULAS T
RESULTADOS
RADOS NA
LITERATURA
T CD3+
Células/µl de sangue
TCD4+
Células/µl de sangue
T CD8+
Células/µl de sangue
ESTADOS UNIDOS
1410
880
490
CAMARÕES
1615
980
619
ETIÓPIA
1471
761
637
ITÁLIA
1533
940
551
CHINA
1370
725
589
BAHIA
1581
943
549
PARÁ
1298
792
417
55
Tabela 9. Valores de referências percentuais publicados na literatura em diferentes países e valores
de referências encontrados neste estudo na Bahia e no Pará.
VALORES DE REFERÊNCIA EM CONTAGENS PERCENTUAIS DE CÉLULAS T
RESULTADOS
ENCONTRADOS NA
LITERATURA
T CD3+
Células/µl de sangue
TCD4+
Células/µl de sangue
T CD8+
Células/µl de sangue
CHINA
69%
36,4%
29,7%
TURQUIA
70%
39%
24%
ÍNDIA
68,6%
37,1%
34%
ITÁLIA
73,7%
45%
26,4%
IRÃ
70,6%
42,1%
28,4%
BAHIA
76,7%
45,2%
26%
PARÁ
59,1%
36,2%
19,5%
Baseando-se pelos valores de referências absolutos publicados na literatura,
percebe-se uma similaridade entre os dados encontrados na China e no Pará para as
três subpopulações de linfócitos T, podendo corroborar com a aproximação de
ancestralidade entre estas duas regiões, sendo o Pará a segunda maior área indígena
do Brasil, segundo o IBGE e que os índios são ancestralmente asiáticos, assim como
os chineses. Percebe-se também uma similaridade entre os resultados encontrados na
Bahia e na Itália, o que pode ser explicado historicamente pela grande influência
européia no período da colonização do Brasil.
Em estudos com populações pertencentes ao mesmo continente, as variações
na contagem referencial de linfócitos T tendem a ser menores. A variação nos
resultados dos valores de referência encontrados em Camarões (ZEKENG et al.,1997)
e na África Central (MENARD et al.,2003) para linfócitos T CD4+ foi apenas 5% maior
em Camarões. Na Etiópia, esta variação aumenta para 22% em relação aos resultados
56
de linfócitos T CD4+ em Camarões e para 19% na África Central (TSEGAYE et
al.,1999). Nos linfócitos T CD8+ a variação nos resultados publicados em Camarões e
na Etiópia são de apenas 3%.
Existe uma diferença sócio-econômica muito grande entre estes países. A
Etiópia é um país que enfrenta difíceis condições econômicas produzida pelas terríveis
secas. A população total da Etiópia é de 58.733.000 habitantes, segundo estatísticas de
1997. Além disso, a esperança de vida dos etíopes é de 48 anos. A mortalidade infantil
é muito alta. Baixos valores para leucócitos e plaquetas têm sido reportados em
diversos estudos (GILL et al.,1979; AZIKIWE.,1984; SAHR et al.,1995).
Valores de referências encontrados para os linfócitos T e suas subpopulações na
Itália, Turquia e Suíça também apresentaram baixa variação entre os resultados
(Tabela 8 e 9). Na Itália as contagens dos linfócitos T CD3+ foi apenas 3,7% maior que
na Turquia e 1% maior que na Suíça. Nos linfócitos T CD4+, a Itália foi superior em 6%
comparado a Turquia e 2,9% comparado a Suíça e nas T CD8+ foi superior em 2,6%
comparado a Turquia e 3,2% comparado a Suíça (SANTAGOSTINO et al.,1999;
BISSET et al.,2004; IKINCIOGULLAN et al.,2004).
As contagens das referências dos linfócitos T tiveram pequenas variações
também entre populações na China e da Índia. Nos linfócitos T CD3+ a China
apresentou resultados superiores em 0,4% comparados ao da Índia. Em T CD4+ esta
variação foi superior na China em 0,7% e em T CD8+ foi superior em 4,3% (KAM et
al.,1996; SAXENA et al.,2004).
A influência africana na Bahia é muito grande. Hábitos e costumes deste
continente foram preservados. A população baiana é composta de 77,5% de afro-
57
descendentes e em Salvador os 2.277.591 negros/pardos, representam 79,8% da
população da região metropolitana (IBGE.,2000). Estes dados evidenciam que muito
provavelmente existam fortes semelhanças também entre a população baiana com
regiões do continente africano.
As regiões sul e norte mostram valores menores de ancestralidade africana e
diferem significativamente nas proporções de origem ameríndia e européia
(TELLES.,2003). Os antepassados indígenas contribuíram com muitos aspectos de
suas diversificadas culturas para a formação da população brasileira formada por
descendentes de europeus, negros, índios e, mais recentemente, de imigrantes vindos
de países asiáticos que mesclaram suas diferentes línguas, religiões e tradições
culturais em geral, propiciando a formação de uma nova cultura, fortemente marcada
por contrastes (IBGE.,2000).
Mais da metade da população indígena está localizada nas regiões Norte e
Centro-Oeste do Brasil, principalmente na área da Amazônia Legal. No entanto, há
índios vivendo em todas as regiões brasileiras. No Pará, esta população é de 20.185
índios, segundo o último censo em 2000, provenientes de 34 tribos diferentes
(IBGE.,2000).
Não foi encontrada na literatura, nenhum trabalho que pudesse demonstrar os
padrões de normalidade de células para os povos indígenas, impossibilitando uma
análise comparativa com a população da região norte, aqui representados pelo estado
do Pará.
Diferentes países adotam padrões de referências próprios para os parâmetros
imunológicos, conforme evidenciado na tabela 10. Atualmente, o Brasil preconiza
58
referências para os linfócitos T CD3+, CD4+ e CD8+, baseadas em um estudo com
populações de três centros norte-americanos e um centro europeu encomendado pela
empresa Becton Dickinson. Neste estudo, foram encontrados em ambos os sexos,
1.410 células/µl de sangue em linfócitos T CD3+, com intervalo de referência entre 690
e 2540 células, nas células T CD4+, 880 células/µl de sangue, com intervalo de
referência variando de 410 a 1590 células e em T CD8+, 490 células/µl de sangue, com
intervalo de referência variando entre 190 e 1140 células, obedecendo a regra de dois
desvios padrões acima e abaixo para o intervalo de referência (BD.,2006).
Tabela 10. Intervalos de referências absolutos publicados na literatura em diferentes países e
intervalos de referências encontrados neste estudo na Bahia e no Pará.
INTERVALOS DE REFERÊNCIA EM CONTAGENS ABSOLUTAS DE
CÉLULAS T
RESULTADOS
ENCONTRADOS NA
LITERATURA
T CD3+
Células/µl de sangue
TCD4+
Células/µl de sangue
T CD8+
Células/µl de sangue
ESTADOS UNIDOS
690 - 2540
410 - 1590
190 – 1140
ITÁLIA
605 - 2460
493 - 1666
224 - 1112
CAMARÕES
589 - 2781
350 - 1610
125- 1113
CHINA
672 - 2368
292 - 1366
240 – 1028
BAHIA
718 - 2721
421 - 1711
214 – 1056
PARÁ
648 - 2259
342 - 1508
203 - 917
Os resultados das contagens de referências para subpopulações de linfócitos T
parecem ter menor variação quando analisadas em valores percentuais de linfócitos
totais. Resultados relativos de linfócitos T são principalmente indicados no
59
acompanhamento em crianças com até 6 anos de idade, portadoras de doenças que
causam comprometimento imunológico, porque o quantitativo absoluto destas células
nestes pacientes costumam apresentar altas variações, dificultando um consenso para
o correto acompanhamento (CDC.,2006).
O sistema imunológico pode ainda variar entre os indivíduos, pelo menos nos
linfócitos T, devido à presença de outras variáveis demográficas. Nosso estudo avaliou
que no gênero feminino existe um aumento no número médio absoluto de células T
CD3+, T CD4+ e T CD8+ comparados ao masculino nos dois estados, porém apenas
nos linfócitos T CD4+ em Salvador foram constatadas diferenças significantes.
Resultados semelhantes entre os gêneros foram publicados anteriormente em
outras localidades. É possível que os hormônios sexuais influenciem as subpopulações
de linfócitos T e sejam os responsáveis por esta diferença relacionada ao sexo
(SIEGEL et al.,2004).
Algumas questões voltadas para o comportamento como fumo, tempo de
descanso e consumo de álcool que segundo a literatura podem influenciar o sistema
imune, também foram analisadas. Os linfócitos T e suas subpopulações apresentaram-
se aumentados entre os fumantes quando comparados aos não fumantes. Em
Salvador, houve diferença significativa entre os linfócitos T CD4+. A literatura descreve
que o hábito de fumar cigarro em excesso, compromete as funções imunológicas,
incluindo resposta imune inata e adaptativa (SOPORI.,2002). O fumo do tabaco é um
complexo que mistura mais de 4500 substâncias químicas muitas das quais tóxicas
e/ou com atividade carcinogênica. Muitos constituintes do cigarro têm sido
experimentados para modulação da função de células do sistema imune após
administração in vitro e in vivo (WITSCHI et al.,1997). O aumento detectado nos
60
linfócitos T CD4+ pode estar associado à tentativa de resgate do sistema imunológico
no comprometimento de células devido a danos causados pelo cigarro. No entanto
novos estudos podem vir a elucidar estas questões.
Pequenos aumentos nos valores absolutos das células T nos dois estados, Bahia
e Pará, foram observados também na avaliação do tempo de descanso nos grupos
estudados. Em Belém, as células T CD3+ e T CD4+ apresentaram diferenças
estatísticas entre os indivíduos (p<0,05) que foram considerados com tempo de
descanso adequado ( 8 horas de sono diárias) e os que consideramos tempo
inadequado (< 8 horas de sono por dia). Vale ressaltar que no Pará 36,8% dos
doadores declararam dormir por tempo inadequado enquanto que em Salvador este
número cai para 19,4% dos entrevistados.
O consumo de álcool entre os indivíduos tanto em Salvador quanto em Belém,
não demonstrou alteração significativa nos linfócitos T e suas subpopulações de acordo
com o critério utilizado neste trabalho, onde a variação foi inferior a 8%. Em Salvador,
estes números permaneceram praticamente inalterados. Talvez uma freqüência
superior a duas vezes na semana em uso de bebidas alcoólicas possa revelar outros
resultados que comprometam o número de células no sistema imune. A literatura relata
correlação no aumento de células positivas para CD16+ em indivíduos que consomem
álcool moderadamente, com elevada atividade de células assassinas naturais (NK) em
sangue periférico (SAXENA et al.,1981). Este mesmo estudo não encontra resultados
significantes na correlação do álcool com células T CD3+, TCD4+ e T CD8+. Em estudo
experimental com camundongos, o álcool foi associado ao aumento significante dos
61
níveis de células NK em comparação a um grupo que foi administrado com a ingestão
de água (SAXENA et al.,1980).
Portanto, a diferença significativa encontrada nos resultados para os valores de
referência das subpopulações de linfócitos T entre a Bahia e o Pará, reflete a real
necessidade da ampliação deste tipo de estudo a outras regiões do Brasil. As
características demográficas das regiões do país podem apresentar novas
interpretações nas contagens de referência destas células, possibilitando assim, um
conhecimento mais amplo acerca do comportamento quantitativo destas células em
nossa população.
62
6. CONCLUSÃO
O Brasil com sua diversidade étnica e comportamental associado aos resultados
encontrados neste trabalho deve adotar valores de referência para os linfócitos T CD3+,
T CD4+ e T CD8+ diferenciados por região para que se obtenha maior fidedignidade no
diagnóstico e acompanhamento em pacientes imunocomprometidos.
Algumas variáveis como fumo e estresse psicológico comprometem o sistema
imune alterando a quantidade de linfócitos T produzidos pelo organismo nestas
condições.
Homens e mulheres portadores de imunodeficiências nas subpopulações de
linfócitos T, devem ser avaliados com valores de referências próprios para estas células
devido as diferenças significativas encontradas entre os gêneros neste trabalho.
63
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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77
APÊNDICE
78
Apêndice 1
INQUÉRITO NACIONAL DAS CARACTERÍSTICAS DOS DOARES DE SANGUE
IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA ( INICIAIS E/OU NÚMERO DE REGISTRO)
IDADE:_______
SEXO: M ou F
ESTADO DE NASCIMENTO : _______________________________
PAÍS DE NASCIMENTO : BRASIL____ OUTROS:____
ESTADO DA COLETA : BAHIA_____ PARÁ_____
FUMANTE : SIM _____ NÃO______ EX-FUMANTE HÁ QUANTO TEMPO:______________________
COSTUMA PERDER NOITE: SIM______ NÃO______
USA
BEBIDA : SIM______ NÃO_____
ALCOÓLICA
ÀS VEZES______
CARACTERÍSTICAS FENOTÍPICAS:
COR DA PELE: BRANCA______ NEGRA______ INTERMEDIÁRIO______
COR DOS OLHOS: PRETOS______ CASTANHOS______ VERDES______ AZUIS______ OUTROS:______
ESPESSURA DOS LÁBIOS : GROSSOS_______ FINOS_______ INTERMEDIÁRIOS:______
COR DO CABELO: PRETO______ CASTANHO______ LOURO______ MODIFICADO APARENTE______
TIPO DO FIO CABELO: GROSSO______ FINO_______ INTERMEDIÁRIO______
TIPO DO CABELO: LISO______ ENCARACOLADO______ CRESPO______
APRESENTA QUELÓIDE: SIM_______ NÃO______
JÁ TEVE ALGUMA DOENÇA SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL: SIM______ NÃO______
SE SIM: GONORREÍA______ SÍFILIS______ HERPES SIMPLES ______ OUTRAS______
JÁ RECEBEU TRANSFUSÃO DE SANGUE: SIM______ NÃO______
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