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ANDRÉ LUIZ CAMPOS DA SILVA
ASSEMBLÉIA DE PEIXES EM DIFERENTES AMBIENTES DA
DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU, PARANÁ/SANTA CATARINA,
BRASIL
CURITIBA
2007
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Setor de
Ciências Biológicas da Universidade Federal
do Paraná como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre Ciências
Biológicas, área de concentração – Zoologia.
Orientador: Prof. Dr. Henry Louis Spach
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ii
ANDRÉ LUIZ CAMPOS DA SILVA
ASSEMBLÉIA DE PEIXES EM DIFERENTES AMBIENTES DA
DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU, PARANÁ/SANTA CATARINA,
BRASIL
CURITIBA
2007
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Setor de
Ciências Biológicas da Universidade Federal
do Paraná como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre Ciências
Biológicas, área de concentração – Zoologia.
Orientador: Prof. Dr. Henry Louis Spach
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iii
Esse trabalho é dedicado a
todos que seguem em frente e
insistem na busca de seus
objetivos.
iv
Quem tem consciência pra se ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra mola que resiste
Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera
Primavera nos dentes.
João Ricardo/João Apolinário
v
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Pós-graduação em Zoologia da Universidade Federal do
Paraná.
Ao Centro de Estudos do Mar pelo apoio logístico e por ter se tornado meu
lar durante a confecção desse trabalho.
Ao Henry pela capacidade de comando, visão científica e personalidade
espirituosa, dando-me oportunidade de enriquecer meus conhecimentos
científicos.
Aos companheiros de laboratório Aline, Beluga, Ciro, Cris, Helen, Liliane,
Robert, pela cooperação fazendo com que o laboratório se tornasse um ótimo
ambiente de trabalho, e ao Sergio pelas várias dicas de como lidar com o
programa Statistica.
Aos pescadores Vavá e principalmente Leandro que além da força nas
coletas me forneceu dicas valiosas compartilhando comigo seu conhecimento
empírico.
Aos companheiros de alojamento Ciro, Beluga, Leo e Miolo pelo
companheirismo e bom humor, mesmo nas situações mais adversas.
A minha família que aceitou a minha escolha e a minha ausência, e que
durante toda a minha vida forneceu-me não subsídios materiais como também
morais que levarei para o resto da vida.
A Lucielle por estar sempre ao meu lado em todas as coletas e triagens, me
apoiando em todos os momentos, suportando a distância, sempre me dando
forças para continuar esse trabalho que seria muito mais árduo de ser realizado
sem a sua colaboração e compreensão, e por me ensinar a cada dia a importância
de amar e ser amado.
E a DEUS nas suas mais diversas concepções,
meus sinceros agradecimentos.
vi
SUMÁRIO
SUMÁRIO............................................................................................................
vi
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... vii
LISTA DE TABELAS........................................................................................... ix
RESUMO............................................................................................................ x
ABSTRACT......................................................................................................... xi
1 INTRODUÇÂO...............................................................................................
1
2 OBJETIVOS...................................................................................................
5
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................... 5
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO......................................................................
5
3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 6
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO...................................... 6
3.2 PONTOS DE COLETA..........................................................................
8
3.3 COLETA DE DADOS............................................................................ 12
3.4 PROCESSAMENTO DE DADOS......................................................... 15
4 RESULTADOS.............................................................................................. 17
4.1 PARÂMETROS AMBIENTAIS.............................................................. 17
4.2 ICTIOFAUNA........................................................................................ 24
5 DISCUSSÃO................................................................................................. 50
6 CONCLUSÃO............................................................................................... 60
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 61
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
-
SÍNTESE DOS AMBIENTES DE RESTINGA, SEMELHANTE AOS DA ÁREA DE
ESTUDO.(Ha) COMUNIDADE HALÓFITA, (E) VEGETAÇÃO ESCLEROFILA, Hi)
COMUNIDADE HIDRÓFILA, (F) MATA SECA........................................................6
FIGURA 2
-
GEOMORFOLOGIA DA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU......................7
FIGURA 3
-
PONTOS DE COLETA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU....................................................................................................................9
FIGURA 4
-
FOTOS DOS PONTOS DE COLETA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU..................................................................................................................10
FIGURA 5
-
ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DE REDE TIPO PICARÉ COM SACO................13
FIGURA 6
-
AMOSTRA RECÉM COLETADA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU..................................................................................................................14
FIGURA 7
-
VARIAÇÃO MENSAL NA MÉDIA DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE
DURANTE O PERÍODO DE AMOSTRAGEM NA DESEMBOCADURA DO RIO
SAÍ GUAÇU...........................................................................................................17
FIGURA 8
-
VARIAÇÃO MENSAL NA MÉDIA DA SALINIDADE DURANTE O PERÍODO DE
AMOSTRAGEM NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU..........................18
FIGURA 9
-
VARIAÇÃO MENSAL MÉDIA DO pH DURANTE O PERÍODO DE
AMOSTRAGEM NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU..........................18
FIGURA 10
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS MESES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS PARÂMETROS AMBIENTAIS
TEMPERATURA, SALINIDADE E pH EM CADA PONTO DE COLETA ( D:
DEZEMBRO, Ja: JANEIRO, M: MARÇO, A: ABRIL, Ju: JUNHO, Jl: JULHO, S:
SETEMBRO E O: OUTUBRO)..............................................................................20
FIGURA 11
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS PONTOS DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS PARÂMETROS AMBIENTAIS
TEMPERATURA, SALINIDADE E pH EM CADA PONTO DE COLETA..............20
FIGURA 12
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS AMBIENTES COLETADOS
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS PARÂMETROS AMBIENTAIS
TEMPERATURA, SALINIDADE E pH EM CADA PONTO DE COLETA (R: RIO, L:
LAGUNA E G: GAMBOA).....................................................................................21
FIGURA 13
-
DISTRIBUIÇÃO POR CLASSES DE COMPRIMENTO TOTAL DOS
EXEMPLARES COLETADOS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU....31
FIGURA 14
-
DISTRIBUIÇÃO POR CLASSES PESO DOS EXEMPLARES COLETADOS NA
DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU...........................................................31
FIGURA 15
-
OCORRÊNCIA POR CLASSE DE COMPRIMENTO TOTAL (mm) DAS
ESPÉCIES DOMINANTES NA DESEMBOCADURA RIO SAÍ
GUAÇÚ..................................................................................................................33
FIGURA 16
-
RESULTADO DA ANOVA APLICADA AOS DADOS DE COMPRIMENTO TOTAL
DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU................................................................................................................. 36
FIGURA 17
-
FREQÜÊNCIA TOTAL DOS ESPÉCIMES CAPTURADOS NOS PONTOS
AMOSTRAIS. PONTOS 1 A 5 (RIO), 5 A 9 (LAGUNA) E 10 A 13
(GAMBOA).............................................................................................................41
viii
FIGURA 18
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS MESES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS DESCRITORES DA COMUNIDADE EM
CADA MÊS E PONTO DE COLETA ( Dez: dezembro, Jan: JANEIRO, Mar:
MARÇO, Abr: ABRIL, Jun: JUNHO, Jul: JULHO, Set: SETEMBRO E Out:
OUTUBRO.............................................................................................................44
FIGURA 19
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS PONTOS DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS DESCRITORES DA COMUNIDADE EM
CADA MÊS E PONTO DE COLETA .....................................................................45
FIGURA 20
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS AMBIENTES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS DESCRITORES DA COMUNIDADE EM
CADA MÊS E PONTO DE COLETA (R: RIO, L: LAGUNA, G: GAMBOA)...........45
FIGURA 21
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS MESES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTO O NÚMERO DE EXEMPLARES DE TODAS OS
TAXA EM CADA MÊS E PONTO DE COLETA ( Dez: DEZEMBRO, Jan:
JANEIRO, Mar: MARÇO, Abr: ABRIL, Jun: JUNHO, Jul: JULHO, Set:
SETEMBRO e Out: OUTUBRO)............................................................................47
FIGURA 22
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS PONTOS DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTO O NÚMERO DE EXEMPLARES DE TODAS OS
TAXA EM CADA MÊS E PONTO DE COLETA.....................................................47
FIGURA 23
-
ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS AMBIENTES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTO O NÚMERO DE EXEMPLARES DE TODOS OS
TAXA EM CADA MÊS E PONTO DE COLETA (R: RIO, L: LAGUNA, G:
GAMBOA)...............................................................................................................48
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
-
ANÁLISE DE SIMILARIDADE (ANOSIM) ENTRE OS MESES DE
COLETA........................................................................................................21
TABELA 2
-
ANÁLISE DE SIMILARIDADE DE PERCENTAGENS (SIMPER) ENTRE OS
MESES DE COLETA ....................................................................................22
TABELA 3
-
COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA, FREQÜÊNCIA ABSOLUTA MENSAL E
TOTAL (n) E FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DOS PEIXES CAPTURADOS
NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU............................................25
TABELA 4
-
GUILDA FUNCIONAL (D= DEMERSAL; P=PELÁGICO), HÁBITO
ALIMENTAR E LOCAL DE OCORRÊNCIA (E=ESTUARINO; M=MARINHO;
ME=MARINHO/ESTUARINO; AD/E=ÁGUA DOCE/ESTUARINO) DAS
ESPÉCIES COLETADAS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU..........................................................................................................27
TABELA 5
-
MÉDIA, DESVIO PADRÃO, MÍNIMO E MÁXIMO DO COMPRIMENTO
TOTAL DAS ESPÉCIES DE PEIXES CAPTURADAS NA
DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU..................................................29
TABELA 6
-
MÉDIA, DESVIO PADRÃO, MÍNIMO E MÁXIMO DO PESO DAS ESPÉCIES
DE PEIXES CAPTURADAS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU..........................................................................................................38
TABELA 7
-
NÚMERO DE EXEMPLARES POR ESPÉCIE E PONTO DE COLETA NAS
COLETAS DA DESEMBOCADURA DO RIO SAI GUAÇU...........................40
TABELA 8
-
RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE EFEITO PRINCIPAL E O
TESTE DE MÍNIMAS DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS (LSD) APLICADOS
AOS DADOS DO MERO DE ESPÉCIES (S), NÚMERO DE
EXEMPLARES (N), ÍNDICE DE RIQUEZA DE MARGALEF (D), ÍNDICE DE
DIVERSIDADE DE SHANNON-WIENER (H’) E EQUITABILIDADE DE
PIELOU (J) (* p < 0,05 e ** p < 0,01).............................................................43
TABELA 9
-
ANÁLISE DE SIMILARIDADE (ANOSIM) ENTRE OS MESES DE
COLETA.........................................................................................................48
TABELA 10
-
ANÁLISE DE SIMILARIDADE DE PERCENTAGENS (SIMPER) ENTRE OS
MESES DE COLETA.....................................................................................49
x
RESUMO
Este trabalho procurou identificar a composição e a estrutura das assembléias de
peixes em três ambientes da desembocadura do rio Saí Guaçu, limite entre os
Estados de Santa Catarina e Paraná. Foram realizadas oito expedições, sempre
na maré de quadratura, entre dezembro de 2006 e outubro de 2007. Para a
amostragem foram escolhidos 13 pontos de coleta, tendo sido realizado em cada
ponto um arrasto paralelo a costa de 50 m com uma rede do tipo picaré medindo
15 metros de comprimento por 1,6 m de altura e 2 m de saco, com malha de 5
mm. Além dos dados ictiológicos foram amostrados parâmetros ambientais como
salinidade, temperatura e pH. Foi registrado um total de 44.445 peixes,
distribuídos entre 46 taxa e 22 famílias. Em termos numéricos os taxa Mugil sp.
(76,39%), Atherinella brasiliensis (12,75%), Eucinostomus melanopterus (6,77%),
Ctenogobius boleosoma (0,45%), Citharichthys arenaceus (0,43%) e Sphoeroides
testudineus (0,40%) constituíram 97,19% da captura total. No geral, a maior parte
dos indivíduos capturados nas planícies pode ser caracterizada como de pequeno
porte, e estava na classe de tamanho entre 8 e 51 mm, representados em sua
grande maioria por peixes de pouco peso enquadrados na classe de até 6 g. A
captura total em peso foi de 29.816,65 g sendo que os taxa Mugil sp. (22,51%),
Atherinella brasiliensis (21,06%), Eucinostomus melanopterus (4,33%),
Sphoeroides testudineus (3,34%) e Mugil curema (3,28%) representaram 54,51%
da captura total em peso. Diferenças significativas entre meses e pontos de coleta
foram observadas nos descritores da população, com exceção da equitabilidade.
Agrupados os descritores de comunidade de peixes (número de espécies, mero
de exemplares, riqueza de espécies, diversidade de espécies e equitabilidade)
não foi revelada nenhuma variação temporal e espacial considerável na
comunidade de peixes. Também foram pequenas as diferenças qualitativas e
quantitativas na composição da ictiofauna entre os meses e pontos de coleta.
xi
ABSTRACT
In this work, we aimed to identify the composition and structure of the fish
assemblage in three environments on the Saí Gaçu river outfall, boundary between
the States of Santa Catarina and Paraná. We made eight expedition trips, all
during quadrature tide, between December of 2006 and October of 2007. Thirteen
collection points were chosen for the sampling. In each point was done a 50 m
trawl, parallel to the coast, with a seine-net sizing 15 meters of length, 2.6 m of
height, 2 m of sac, and with 5 mm mesh size. Besides the ichthyological data, we
also sampled environment parameters like salinity, temperature and pH. A total of
44,445 fishes from 46 taxa and 22 families were registered. In numeric terms, the
taxa Mugil sp. (76,39%), Atherinella brasiliensis (12,75%), Eucinostomus
melanopterus (6,77%), Ctenogobius boleosoma (0,45%), Citharichthys arenaceus
(0,43%) and Sphoeroides testudineus (0,40%) constituted 97,19% of the total
capture. Generally, most individuals captured can be characterized as small sized,
and were situated in size class between 8 and 51 mm the great majority
represented by little weight fishes framed in size classes up to 6 g. The total
capture weight was 29,816.65 g, and the taxa Mugil sp. (22,51%), Atherinella
brasiliensis (21,06%), Eucinostomus melanopterus (4,33%), Sphoeroides
testudineus (3,34%) and Mugil curema (3,28%) represented 54,51% of the total
capture weight. Significant differences among months and collection points were
observed in the population descriptors, except upon equitability. Grouping the
descriptors of fishes assemblages (number of species, number of specimens,
species richness, species diversity and equitability) didn’t reveal any considerable
temporal nor spatial variation in the fish assemblage. Both the qualitative and the
quantitative differences of the ichthyofauna, among months and collection points,
were small.
1
1 INTRODUÇÃO
Estuário é um corpo de água costeira que é permanentemente ou
periodicamente aberto para o mar, onde ocorre a mistura da água marinha com a
água doce derivada da drenagem terrestre (DAY et al., 1981). Mudanças abruptas
de salinidade, temperatura, oxigênio e turbidez por influência das marés, conferem
a estes ambientes rápidas variações em suas propriedades físicas, químicas e
biológicas, impondo uma grande demanda de energia à biota ali existente, para
que esta consiga permanecer sob tais condições estressantes (DAY et al., 1989).
Vários fatores influenciam a composição de assembléias de peixes em
estuários, dentre eles destacam-se principalmente tipo de habitat, salinidade,
temperatura, oxigênio dissolvido na água (HAEDRICH & HALL, 1976; BLABER &
BLABER, 1980; LONERAGEN & POTTER 1990; WHITFIELD, 1999), competição
interespecífica e predação (KENNISH, 1986). Além dos fatores citados acima a
distribuição da ictiofauna pode ainda ser regida pelo clima da região,
geomorfologia do ambiente, inclinação da costa, amplitude de maré, ciclo de maré,
ondas e correntes de maré (REISE, 1985).
Nos estuários vários ambientes intertidais e subtidais como lagunas,
marismas, manguezais, gamboas e planícies de maré, e rios que deságuam
diretamente nesses ambientes, oferecendo grande variedade de recursos
alimentares e proporcionando proteção a fauna aquática ali existente. A salinidade
reduzida, devido ao aporte de água fluvial, impede a entrada de predadores
piscívoros encontrados em áreas costeiras que o têm capacidade
osmorregulatória eficaz para permanecer nesse ambiente durante muito tempo.
Essas características favorecem o crescimento e a sobrevivência principalmente
de larvas e juvenis que encontram, além da barreira osmótica contra predadores,
uma grande variedade de refúgios para se proteger de indivíduos piscívoros de
maior porte (KENNISH, 1986; WEISS, 1981; MILLER et al., 1983; KNEIB, 1987;
FLORES-VERDUGO et al., 1990; HOSS & THAYER, 1993; IRLANDI &
CRAWFORD, 1997; RÖNNBÄCK et al., 1999; PATERSON & WHITFIELD, 2000;
ROZAS & ZIMMERMAN, 2000; VIDY, 2000).
2
O endemismo em ecossistemas estuarinos é baixo, havendo ainda dúvidas
sobre quais espécies realmente dependem dos estuários e quais utilizam tais
habitats de forma oportunista (LENANTON & POTTER, 1987). A classificação
mais aceita pelos ictiólogos é ordenada da seguinte maneira: peixes de água doce
que ocasionalmente entram em águas salobras; espécies verdadeiramente
estuarinas que passam sua vida inteira dentro dos estuários; espécies diádromas;
espécies marinhas que fazem visitas sazonais ao estuário, geralmente quando
adultos; espécies marinhas que usam o estuário como berçário, passam sua vida
adulta no mar, mas retornam sazonalmente para o estuário; e visitantes
esporádicos que freqüentam irregularmente o estuário, não tendo dependência
estuarina aparente (KENNISH, 1986).
Segundo BLABER (2002) o número de espécies de peixes em estuários
tropicais e subtropicais é geralmente maior do que em regiões temperadas, e em
quase todos os casos, dominância de peixes de origem marinha,
representando mais da metade do número total de espécies e de indivíduos de
uma comunidade.
No litoral paranaense, não são escassos os trabalhos realizados sobre a
composição de assembéias de peixes estuarinos principalmente no complexo
estuarino de Paranaguá e na Baía de Guaratuba (CORRÊA, 1987; ABILHÔA,
1998; CHAVES & CORRÊA,1998; PINHEIRO, 1999; CHAVES & BOUCHEREAU,
1999; CORRÊA, 2001; SPACH et al., 2003; CHAVES & BOUCHEREAU, 2004;
SPACH et al., 2004; SCHWARZ, 2005; PICHLER, 2005). Existem também
trabalhos sobre diversidade íctica realizados no infralitoral raso de praias expostas
e na zona de arrebentação (MAEHAMA & CORRÊA, 1987; GODEFROID et al.,
1997; GODEFROID, et al., 2004; FELIX et al., 2006).
Com relação à fauna de peixes, na região costeira de Santa Catarina foram
realizados trabalhos sobre ecologia trófica (AGUIAR, 2003; LUNARDON-BRANCO
& BRANCO, 2003), idade e crescimento (SOUZA-CONCEIÇÃO et al., 2005 &
CONCEIÇÃO, 2004), comunidade (MONTEIRO-NETO et al. 1990) produção
(FRACALOSSI et al., 2004; GOMES & SCHLINDWEIN, 2000;) e fauna
acompanhante (BAIL & BRANCO, 2003; BRANCO & VERANI,2006). Na região
3
limítrofe entre os estados do Paraná e Santa Catarina, área em que foi realizado
este estudo foi realizado um levantamento ictiofaunístico em uma laguna de baixa
profundidade e fundo cego com influência fluvial do rio S Guaçu (VENDEL &
CHAVES, 2006).
Segundo MARTINO & ABLE (2003) os peixes constituem o componente
dominante da macrofauna da biota estuarina, e têm sua distribuição influenciada
por muitos mecanismos, alguns já mencionados anteriormente. Neste sentido,
RICKLEFS (2003) relata que as espécies distribuem-se em manchas de habitat,
com o número de indivíduos variando em função do suprimento de alimentos e
predação. Para GARCIA & VIEIRA (1997), a distribuição espacial da ictiofauna
obedece principalmente aos fatores ambientais, os quais têm variação sazonal,
fato corroborado por PICHLER (2005), que em estudo realizado na Baía dos
Pinheiros, Paraná, encontrou eventos sazonais (como mudanças na salinidade e
temperatura da água) exercendo maior influência na estrutura da assembléia de
peixes do que as pequenas variações espaciais (como tipo de fundo e vegetação).
Esta mesma autora afirma que em estuários descontinuidades ambientais podem
definir padrões de distribuição diferenciados para as comunidades ícticas, reflexo
das interações entre as exigências ecológicas dos diferentes estágios de
desenvolvimento e o ambiente.
O ambiente estuarino é amplamente utilizado para a pesca comercial e
recreativa (KENNISH, 1986). Algumas espécies que são alvo de interesse do setor
pesqueiro têm seu desenvolvimento inicial nesse ambiente e, posteriormente,
podem vir a ser exploradas na plataforma continental (ODUM, 2004; SASEKUMAR
et al., 1992; BLABER, 1997; LAEGDSGAARD & JOHNSON, 2001; BARLETTA-
BERGAN et al., 2002 a, b) Além disso, comunidades carentes circunvizinhas aos
estuários têm neste ambiente sua principal fonte de alimento e/ou renda. Os
inventários ictiofaunísticos e o conhecimento sobre diversidade de peixes que
utilizam os estuários, podem contribuir para a otimização do manejo e preservação
deste recurso, tornando oportuna a realização desse trabalho. Tendo isto em
mente, esta dissertação procurou avaliar diferenças na composição e na estrutura
das assembléias de peixes em diferentes ambientes na foz do rio SGuaçu, e
4
desta forma avaliar a relação entre as espécies e os habitats, condição básica
para a compreensão das exigências ecológicas.
5
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Este trabalho procurou avaliar a composição e a estrutura das assembléias
de peixes, em diferentes ambientes (rio, laguna e gamboa) da desembocadura do
rio Saí Guaçu.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar a variação nos parâmetros físicos e químicos nas áreas de coleta;
Identificar os padrões de variação temporal e espacial na assembléia de
peixes;
Avaliar as relações entre os parâmetros ambientais e biológicos.
6
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O rio Saí Guaçu tem sua cabeceira situada na Serra do Mar (SC), mais
precisamente no bloco isolado de Morro Grande e Morro Maxete, drena a porção
norte do Município de Itapoá (SC) e sul de Guaratuba (PR) e desemboca no
oceano Atlântico (SOUZA, 1999). Segundo o IBGE (1977) o clima da região
caracteriza-se como subquente, em que nenhum mês apresenta temperatura
média inferior à 15ºC.
Paralela a linha costeira encontra-se uma faixa de restinga, onde a
vegetação se desenvolve em solo arenoso, com diferentes espécies margeando o
rio à medida que se caminha do mar para o interior. Essa restinga é dividida em
três fases: ocorrência de herbáceas, restinga arbustiva e restinga arbórea (Figura
1). A vegetação rasteira, que também pode ser chamada por vegetação de praia,
é constituída basicamente por Amarantáceas. A vegetação que recobre partes
rebaixadas constitui banhados e orlas de lagunas, e é representada
principalmente por Gramíneas, Ciperáceas e Liliáceas.
Nas dunas da praia, a vegetação é basicamente composta por herbáceas,
sendo sucedida por uma vegetação mais densa, em forma de moitas. À medida
que se afasta do mar, as moitas dão lugar a árvores cada vez mais altas
originando uma floresta seca, com uma região mais alagada, com brejos ou
lagunas.
FIGURA 1 SÍNTESE DOS AMBIENTES DE RESTINGA, SEMELHANTE AOS DA ÁREA DE
ESTUDO.(Ha) COMUNIDADE HALÓFITA, (E) VEGETAÇÃO ESCLERÓFILA, Hi) COMUNIDADE
HIDRÓFILA, (F) MATA SECA.
7
Seguindo à montante observa-se a ocorrência de manguezais nas margens
do Rio Saí Guaçu, tendo como espécie dominante a siriúba, (Avicennia
schaueriana), além do mangue-de-cortume (Languncularia racemosa), o mangue-
vermelho ou mangue verdadeiro (Rhizophora mangle) e o capim-praturá (Spartina
alterniflora) que forma um denso cinto herbáceo (SOUZA, 1999). Verifica-se pouca
interferência humana na vegetação ao longo do curso deste rio (Figura 2).
FIGURA 2 - GEOMORFOLOGIA DA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
MODIFICADO DE SOUZA, 1999.
8
3.2 PONTOS DE COLETA
A área de estudo é constituída por três ambientes distintos, sendo estes o
leito do rio SGuaçu (pontos 1 a 5), laguna adjacente ao rio (pontos 6 a 9) e a
gamboa do rio Ferradura (pontos 10 a 13) como pode ser observado na figura 3.
Os pontos 1 e 2 encontram-se a montante do rio Saí Guaçu. Os arrastos
foram realizados pximos a margem, que é recoberta por uma estreita faixa de
marisma seguida de uma mata seca configurando um ambiente de transição entre
manguezal e a vegetação continental como Mata Atlântica (Figura 4). Seguindo
em direção ao mar as margens possuem vegetação e características abióticas
semelhante aos dois primeiros pontos, uma ilha no meio do rio com uma praia
arenosa recoberta por marisma esparso onde foram realizados os arrastos 3, 4 e
5 (Figura 4).
Próximo ao encontro com o mar o rio se conecta a entrada de uma laguna
de fundo cego, na qual uma margem possui faixa de restinga formada em cima de
dunas e a margem oposta apresenta uma praia arenosa seguida por vegetação
característica de manguezal com raízes aéreas bem evidentes conforme se
adentra a laguna. Nesta região foram realizados os arrastos 6 a 9, sendo os dois
primeiros entre a vegetação de restinga e a praia arenosa e os seguintes entre a
restinga e o manguezal (Figura 4).
No local em que o rio Saí Guaçu se comunica com a gamboa do rio
Ferradura há dunas recobertas por vegetação de restinga na margem voltada para
o mar e manguezal na outra margem. Neste local, que é afetado pelo despejo de
esgoto doméstico de habitações ribeirinhas, foram realizados os arrastos 10 a 13
(Figura 4).
9
FIGURA 3 – PONTOS DE COLETA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
10
FIGURA 4: FOTOS DOS PONTOS DE COLETA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
(Continua)
Ponto 5
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 1 Ponto 2
Foto aérea, dos pontos 3, 4 e 5
4
3
5
11
FIGURA 4: FOTOS DOS PONTOS DE COLETA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
(Continua)
Ponto 6
Ponto 7
Ponto 8 Ponto 9
Ponto 10
Ponto 11
(Continuação)
12
3.3 COLETA DE DADOS
Para caracterizar a ictiofauna do rio Saí Guaçu foram realizadas oito
expedições, sempre em maré de quadratura no intervalo de menor amplitude
durante o dia no período compreendido entre dezembro de 2006 e outubro de
2007. Em cada estação do ano foram realizadas duas coletas, sendo o verão
representado pelas coletas de dezembro e janeiro, outono por março e abril,
inverno por junho e julho e primavera por setembro e outubro. Para a amostragem
foram escolhidos 13 pontos de coleta, em cada ponto foi realizado um arrasto
paralelo a costa de 50 m com uma rede do tipo picaré medindo 15 metros de
comprimento por 1,6 de altura e 2 m de saco, com malha de 5 mm entre os nós
(Figura 5).
Ponto 12
Ponto 13
FIGURA 4: FOTOS DOS PONTOS DE COLETA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
(Continuação)
13
2 m
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DE REDE TIPO PICARÉ COM SACO.
Além dos dados ictiológicos foram amostrados os parâmetros ambientais:
salinidade (mensurada com refratômetro), temperatura (obtida com termômetro de
mercúrio) e pH para cuja mensuração foram coletadas amostras de água em
potes numerados de acordo com cada ponto de coleta, acondicionadas em isopor
contendo água do rio e levados ao laboratório, onde o pH foi medido utilizando-se
pH-metro INGOLD-206. A localização precisa de cada ponto foi obtida por meio de
GPS.
Os peixes coletados (Figura 6) foram transferidos para sacos plásticos
identificados com o mês e número da estação de coleta. As amostras foram
acondicionadas em caixa de isopor com gelo e transportadas a o laboratório
onde foram congeladas para posterior identificação com base na bibliografia de
IHERING (1931), FIGUEIREDO & MENEZES (1978), MENEZES & FIGUEIREDO
(1980), MENEZES & FIGUEIREDO (1985), BARLETA & CORRÊA (1992) e
FIGUEIREDO & MENEZES (2000). Após identificação foram mensurados os
seguintes parâmetros: comprimento total (CT) e comprimento padrão (CP) com
auxílio de ictiômetro e peso (P) com auxílio de balança de precisão. Esta biometria
foi realizada em no máximo 30 exemplares por espécie de cada amostra, sendo o
restante computado em número e peso, constituindo a biomassa de cada espécie.
2,6 m
Malha 0,5 cm
15 m
2 m
14
FIGURA 6 - AMOSTRA RECÉM COLETADA NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU
15
3.4 PROCESSAMENTO DE DADOS
Variações temporais nos parâmetros ambientais mensurados foram
avaliadas através na análise de variância unifatorial, tendo como fator fixo o mês
de coleta e o método de ordenamento não métrico (MDS) com a matriz de
similaridade sendo gerada através da distância euclidiana (CLARKE & WARWICH,
2001).
Para avaliar a estrutura da comunidade de peixes foram considerados os
dados temporais e espaciais do número de espécies, número de peixes,
diversidade (aplicação do índice de Shannon-Wiener), equitabilidade ndice de
Pielou) e riqueza ndice de Margalef) (PIELOU, 1966). Os dados foram testados
quanto à homogeneidade da variância (teste de Bartelett) e distribuição normal
(prova de Kolmogorov-Smirnov), para posterior utilização da análise de variância
(ANOVA) nos níveis de significância de p < 0,05 e p < 0,01 e do teste a posteriori
das diferenças mínimas significativas (LSD) (SOKAL & ROHLF, 1995). A análise
de variância de efeito principal (main effect) foi aplicada para verificar as
diferenças nos dados biológicos obtidos entre meses e pontos de coleta.
Para investigar a variação da estrutura em massa e tamanho todos os
indivíduos mensurados foram agrupados em classes de peso (g) e comprimento
total (mm) segundo a fórmula de Sturges (MASSAD, 2005), seguida dos
arredondamentos, dada por k = 1 + 3,322 (log
10
n) onde k é o número de
intervalos para cada conjunto de observações com n valores. Posteriormente foi
analisado a variação de tamanho das espécies mais abundantes usando como
critério freqüências percentuais com valores superiores a 0,20% do total de peixes
capturados. Os dados de comprimento total das espécies mais abundantes foram
agrupados entre todos os pontos de coleta e testados pela análise de variância
(ANOVA) para observar a variação de tamanho entre os meses.
Com a finalidade de identificar possíveis padrões na estrutura temporal e
espacial da comunidade foi utilizada a análise de ordenamento não métrico MDS
(Non Metric Multidimensional Scaling) (CLARKE & WARWICK, 2001), aplicada
sobre dados não transformados de todas as espécies capturadas, e utilizando-se
o coeficiente de similaridade de Bray-Curtis. Para a avaliação da significância das
16
diferenças foi utilizada a análise de similaridade (ANOSIM), enquanto que as
espécies que mais contribuíram com a dissimilaridade entre meses e pontos de
coleta foram identificadas através da análise de similaridade de percentagens
(SIMPER) (CLARKE & WARWICH, 2001). As análises foram feitas com os
softwares estatísticos STATISTICA
®
6.0 e PRIMER
®
6.1.
17
4 RESULTADOS
4.1 PARÂMETROS AMBIENTAIS
No período das coletas a temperatura de superfície da água variou entre 16
e 30ºC (valores de julho e janeiro respectivamente) com média anual de 22,79ºC.
Estes valores estão dentro do padrão sazonal esperado entre inverno e verão,
apresentando diferenças significativas entre os meses, verificando-se o mês mais
quente no início do outono (março). As menores médias ocorreram entre os
meses de julho e setembro, observando-se menor variação na temperatura entre
os pontos nos meses de junho e setembro (Figura 7).
FIGURA 7- VARIAÇÃO MENSAL NA MÉDIA DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DURANTE O
PERÍODO DE AMOSTRAGEM NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
Os valores de salinidade e pH apresentaram o mesmo padrão de oscilação
entre os meses de amostragem com diferenças significativas entre as coletas. O
mês de janeiro apresentou menor média de salinidade e pH. Houve uma elevação
dos valores em ambos os fatores apresentando diferenças significativas ao
compararmos os meses de verão com os meses de outono e inverno. Em
Dez/06
Jan/07
Mar/07
Abr/07
Jun/07
Jul/07
Set/07
Out/07
16
18
20
22
24
26
28
30
Temperatuda (
o
C )
F(7,44437) = 86855,295, p < 0,01
Média
±e
±S
18
setembro houve queda significativa nesta média voltando a um valor mais próximo
aos encontrados nos meses de verão (Figuras 8 e 9).
FIGURA 8 - VARIAÇÃO MENSAL MÉDIA DA SALINIDADE DURANTE O PERÍODO DE
AMOSTRAGEM NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
FIGURA 9 - VARIAÇÃO MENSAL MÉDIA DO PH DURANTE O PERÍODO DE AMOSTRAGEM NA
DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
Dez/06
Jan/07
Mar/07
Abr/07
Jun/07
Jul/07
Set/07
Out/07
0
5
10
15
20
25
30
35
Salinidade
F(7,44437) = 31862,7564, p < 0,01
Média
±e
±S
Dez/06
Jan/07
Mar/07
Abr/07
Jun/07
Jul/07
Set/07
Out/07
6,4
6,6
6,8
7,0
7,2
7,4
7,6
7,8
8,0
pH
F(7,44025) = 21121,6033, p < 0,01
Média
±e
±S
19
Considerando-se os parâmetros ambientais mensurados, diferenças foram
observadas entre os meses de coleta (R global = 0,785, p=0,1 %). Entre todos os
meses estas diferenças foram significativas, com as menores diferenças
ocorrendo entre dezembro e janeiro, dezembro e setembro, janeiro e setembro,
março e abril, junho e julho e entre julho e setembro. Nas comparações entre
março e outubro e abril e outubro o valor de R foi 1, indicando que as réplicas de
cada mês são mais similares entre si do que as réplicas entre os meses (Figura
10, Tabela 1). São esses meses que apresentam as maiores similaridades médias
entre as réplicas na análise de similaridade (Tabela 2). Nas comparações entre os
meses de dezembro, janeiro e setembro com os demais meses de coleta, a maior
contribuição para a dissimilaridade foi de salinidade, sempre menor nos primeiros
(Tabela 2). A temperatura teve maior contribuição para a dissimilaridade média
entre os meses de março e abril em comparação a junho e julho, entre dezembro
janeiro e março com setembro e entre março e abril com outono (Tabela 2). As
contribuições percentuais do pH para dissimilaridade entre outubro e os demais
meses é resultado da ausência dos dados de pH em outubro, portanto não devem
ser levadas em consideração.
Entre os pontos de coleta nenhuma diferença estatística foi observada na
análise dos parâmetros salinidade, temperatura e pH (R global = -0,091, p =
100%, Figura 11). Também não foram observadas diferenças significativas nestes
parâmetros entre os três ambientes amostrados (R global = 0,071 p = 12,4%,
Figura 12).
20
Resemblance: D1 Euclidean distance
Mes
D
Ja
M
A
Ju
Jl
S
O
2D Stress: 0.05
FIGURA 10 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS MESES DE COLETA UTILIZANDO
COMO ATRIBUTOS OS PARÂMETROS AMBIENTAIS TEMPERATURA, SALINIDADE E PH EM
CADA PONTO DE COLETA ( D: DEZEMBRO, Ja: JANEIRO, M: MARÇO, A: ABRIL, Ju: JUNHO,
Jl: JULHO, S: SETEMBRO E O: OUTUBRO).
Resemblance: D1 Euclidean distance
1
2
3
4
5
6
7
89
10
1112
13
1
2
3
4
5
6
7
8
910
111213
1
2
3
4
5
6
7
89
1011
1213
1
2
3
4
5
6789
10
111213
1
2
3
4
56789
10111213
1
2
34
5
6
7
89
1011
1213
1
2
3
4
5
67
8
9
10
11
12
13
123
4
56
7
8
9
10
11
12
13
2D Stress: 0.05
FIGURA 11 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS PONTOS DE COLETA UTILIZANDO
COMO ATRIBUTOS OS PARÂMETROS AMBIENTAIS TEMPERATURA, SALINIDADE E PH EM
CADA PONTO DE COLETA.
21
Resemblance: D1 Euclidean distance
Ambiente
R
L
G
2D Stress: 0.05
FIGURA 12 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS AMBIENTES COLETADOS
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS PARÂMETROS AMBIENTAIS TEMPERATURA,
SALINIDADE E PH EM CADA PONTO DE COLETA (R: RIO, L: LAGUNA E G: GAMBOA).
TABELA 1 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE (ANOSIM) ENTRE OS MESES DE COLETA.
Comparação Estatística (R) p (%) Comparação Estatística (R) p (%)
Dez x Jan 0,442 0,1 Mar x Jun 0,983 0,1
Dez x Mar 0,887 0,1 Mar x Jul 0,846 0,1
Dez x Abr 0,862 0,1 Mar x Set 0,967 0,1
Dez x Jun 0,959 0,1 Mar x Out 1 0,1
Dez x Jul 0,768 0,1 Abr x Jun 0,92 0,1
Dez x Set 0,467 0,1 Abr x Jul 0,837 0,1
Dez x Out 0,987 0,1 Abr x Set 0,919 0,1
Jan x Mar 0,902 0,1 Abr x Out 1 0,1
Jan x Abr 0,885 0,1 Jun x Jul 0,28 0,1
Jan x Jun 0,959 0,1 Jun x Set 0,933 0,1
Jan x Jul 0,827 0,1 Jun x Out 0,99 0,1
Jan x Set 0,662 0,1 Jul x Set 0,696 0,1
Jan x Out 0,972 0,1 Jul x Out 0,844 0,1
Mar x Abr 0,306 0,1 Set x Out 0,987 0,1
22
TABELA 2 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE DE PERCENTAGENS (SIMPER) ENTRE OS MESES
DE COLETA
Mês Similaridade média (%)
Dezembro 91,53
Janeiro 88,14
Março 98,07
Abril 97,95
Junho 96,60
Julho 92,61
Setembro 90,26
Outubro 98,60
Contribuição para dissimilaridade (%)
Comparação
Dissimilaridade
média (%)
Temperatura Salinidade pH
Dez x Jan 15,50 25,72 71,08
Dez x Mar 15,22 21,00 74,84
Jan x Mar 22,58 8,83 87,14
Dez x Abr 14,14 15,75 80,06
Jan x Abr 22,93 9,96 86,21
Mar x Abr 2,74 54,67 39,15
Dez x Jun 20,70 20,89 74,23
Jan x Jun 32,80 22,28 73,76
Mar x Jun 10,23 63,96 32,86
Abr x Jun 9,22 57,59 38,47
Dez x Jul 21,39 36,59 59,93
Jan x Jul 33,86 32,06 64,84
Mar x Jul 11,89 78,59 19,84
Abr x Jul 10,84 76,35 22,03
Jun x Jul 7,60 49,95 46,03
Dez x Set 16,19 51,37 46,78
Jan x Set 22,94 54,58 42,70
Mar x Set 26,49 39,33 58,55
Abr x Set 25,02 35,87 62,06
Jun x Set 23,52 10,60 85,28
Jul x Set 20,94 13,27 83,51
Dez x out 25,15 11,12 61,26 27,62
Jan x Out 37,38 14,41 66,59 18,89
Mar x Out 13,89 35,64 17,26 47,10
Continua
23
TABELA 2 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE DE PERCENTAGENS (SIMPER) ENTRE OS MESES
Contribuição para dissimilaridade (%)
Comparação
Dissimilaridade
média (%)
Temperatura Salinidade pH
Jun x Out 11,71 17,43 21,87 60,70
Jul x Out 15,16 36,70 16,45 46,84
Set x Out 33,58 15,59 61,00 23,41
Como era de se esperar, os diferentes ambientes apresentaram o mesmo
padrão de variação dos parâmetros abióticos medidos.
Continuação
24
4.2 ICTIOFAUNA
A partir das amostras coletadas nos 104 arrastos realizados na
desembocadura do Rio Saí Guaçu, foi registrado um total de 44.445 peixes,
distribuídos entre 46 taxa e 22 famílias (Tabela 3). Do total de indivíduos
capturados 6.324 foram mensurados quanto ao comprimento total, comprimento
padrão e peso individual, sendo os restantes contabilizados como biomassa em
número e peso. As famílias com maior número de espécies foram: Gobiidae com 6
espécies, Tetraodontidae com 5 espécies, Carangidae com 4 e Gerreidae e
Achiridae ambas com 3 espécies.
Quanto à abundância relativa, as famílias que apresentaram maior número
de indivíduos foram Mugilidae (76,69%), Atherinopsidae (12,75%), Gerreidae
(7,15%), Paralichthyidae (0,63%) e Gobiidae (0,61%) totalizando 97,83% das
capturas (Tabela 3).
Em termos numéricos os taxa Mugil sp. (76,39%), Atherinella brasiliensis
(12,75%), Eucinostomus melanopterus (6,77%), Ctenogobius boleosoma (0,45%),
Citharichthys arenaceus (0,43%) e Sphoeroides testudineus (0,40%) constituíram
97,19% da captura total (Tabela 3). Estas seis espécies estiveram presentes em
todos os meses amostrados. Do total de espécies treze ocorreram em apenas um
mês contribuindo com um único indivíduo.
25
TABELA 3 – COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA, FREQÜÊNCIA ABSOLUTA MENSAL E TOTAL (N) E
FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DOS PEIXES CAPTURADOS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU.
(Continua)
FAMÍLIA ESPÉCIE DEZ JAN MAR ABR JUN JUL SET OUT N TOTAL (%)
Achirus lineatus 0 2 3 1 0 0 0 0 6 0,0122
Trinectes microphitalmus 0 2 0 0 0 0 0 0 2 0,0045
Achiridae
Trinectes paulistanus 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0,0022
Atherinopsidae
Atherinella brasiliensis 2808 1161 348 595 262 207 165 124 5670 12,7575
Strongylura marina 6 0 3 2 11 1 0 2 25 0,0562
Strongylura sp. 17 45 43 17 29 0 3 0 154 0,3465
Belonidae
Strongylura timucu 0 0 1 0 0 7 0 0 8 0,018
Trachinotus carolinus 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0,0022
Trachinotus falcatus 0 0 3 0 0 0 0 0 3 0,0068
Chloroscombrus chrysurus 0 0 17 0 0 0 0 0 17 0,0382
Carangidae
Caranx bartholomaei 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0,0022
Centropomus parallelus 13 72 58 1 0 0 3 5 147 0,342
Centropomidae
Centropomus undecimalis 0 2 0 1 0 0 0 0 3 0,0068
Cichlidae
Geophagus brasiliensis 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0,0022
Platanichthys platana 0 29 0 1 5 54 7 0 96 0,216
Clupeidae
Opisthonema oglinum 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0,0022
Cynoglossidae
Symphurus tesselatus 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0,0045
Diodontidae
Cyclichthys spinosus 2 1 0 1 0 1 1 0 6 0,0112
Ephippidae
Chaetodipterus faber 0 0 0 1 0 2 0 0 3 0,0067
Diapterus rhombeus 0 122 49 1 0 0 0 0 174 0,387
Eucinostomus melanopterus 25 255 733 980 234 502 173 137 3009 6,7701
Gerreidae
Eucinostomus gula 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0,0022
Ctenogobius boleosoma 16 85 27 8 9 37 19 2 203 0,4567
Bathygobius soporator 13 1 1 1 0 1 2 1 20 0,045
Gobionellus oceanicus 1 6 14 19 0 0 0 0 40 0,09
Ctenogobius smaragdus 2 0 0 0 0 0 0 0 2 0,0045
Gobionellus stomatus 0 1 1 3 0 0 0 0 5 0,0112
Gobiidae
Ctenogobius shufeldti 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0,0022
Hemiramphidae
Hyporhamphus unifasciatus 0 0 10 7 0 0 0 0 17 0,0382
Monacanthidae
Monacanthus ciliatus 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0,0022
Mugil curema 9 2 0 5 14 44 41 7 126 0,2835
Mugil sp.* 34 83 0 10 7948 4504
21255 120 33954 76,395
Mugilidae
Mugil sp.1** 3 2 0 0 0 0 0 0 5 0,0112
Citharichthys arenaceus 43 55 20 25 5 22 21 2 193 0,4342
Citharichthys spilopterus 0 0 10 36 4 22 13 3 88 0,198
Paralichthyidae
Citharichthys sp. 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0,0022
Poeciliidae
Poecilia vivipara 1 0 17 0 0 91 0 0
109
0,2452
Sciaenidae
Stellifer stellifer 1 0 0 0 0 0 0 0
1
0,0022
Syngnathydae
Syngnathus folletti 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0,0022
Synodontidae
Synodus foetens 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0,0022
Tetraodontidae
Sphoeroides greeleyi 5 136 0 0 0 0 2 4 147 0,3307
26
TABELA 3 COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA, FREQÜÊNCIA ABSOLUTA MENSAL E TOTAL (N) E
FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DOS PEIXES CAPTURADOS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU.
(Continuação)
Sphoeroides sp. 7 0 0 0 0 0 0 0 7 0,0155
Sphoeroides spengleri 0 0 7 1 0 0 0 0 8 0,018
Sphoeroides testudineus 37 101 9 9 8 6 5 4 179 0,4027
Tetraodontidae
Lagocephalus laevigatus 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0,0022
Triglidae Prionotus punctatus 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0,0022
Dos 46 taxa coletados Platanichthys platana, Atherinella brasiliensis,
Strongylura timucu, Centropomus parallelus, Diapterus rhombeus, Ctenogobius
shufeldti, Citharichthys arenaceus, Citharichthys spilopterus, Symphurus
tesselatus e Sphoeroides testudineus, podem ser consideradas exclusivamente
estuarinas. Houve predomínio na captura de espécies marinho-estuarinas (22
espécies). Além disto, foram coletadas 3 espécies predominantemente marinhas
(Chaetodipterus faber, Chloroscombrus chrysurus e Synodus foetens), que podem
ocorrer em áreas estuarinas em parte do seu ciclo de vida. Foram capturadas
duas espécies de peixes geralmente encontradas em água doce Geophagus
brasiliensis e Poecilia vivipara mas que podem ter ocorrência estuarina.
Aproximadamente 64% das espécies encontradas alimentam-se de organismos
associados ao substrato (bentofágicos), como algas, poliquetas, moluscos e
crustáceos. A maioria das espécies coletadas é considerada de baixo valor
econômico e tem hábito demersal (Tabela 4). Os dados apresentados na guilda
funcional foram compilados com base em MENEZES & FIGUEREDO (1980, 1985)
FIGUEREDO & MENEZES (1978, 2000) e na base de dados Fishbase.
* Indivíduos juvenis de difícil identificação a nível específico ** Taxon sem epíteto específico (antigo Mugil gaimardianus)
27
TABELA 4 – GUILDA FUNCIONAL (D= DEMERSAL; P=PELÁGICO), HÁBITO ALIMENTAR E
LOCAL DE OCORRÊNCIA (E=ESTUARINO; M=MARINHO; ME=MARINHO/ESTUARINO;
AD/E=ÁGUA DOCE/ESTUARINO) DAS ESPÉCIES COLETADAS NA DESEMBOCADURA DO
RIO SAÍ GUAÇU.
Gênero
Espécie
Guilda
Funcional
Hábito alimentar Ocorrência
Importância
Econômica
Achirus lineatus
D Bentofágica ME Baixa
Atherinella brasiliensis
P Onívora E Alta
Bathygobius soporator
D Bentofágica ME Baixa
Caranx bartholomaei
P Bentofágica/Piscívora ME Alta
Centropomus parallelus
P Bentofágica/Piscívora E Alta
Centropomus undecimalis
- Bentofágica ME Alta
Chaetodipterus faber
D Bentofágica M Alta
Chloroscombrus chrysurus
P Plantofágica M Baixa
Citharichthys arenaceus
D Bentofágica E Baixa
Citharichthys sp.
D Bentofágica E Baixa
Citharichthys spilopterus
D Bentofágica E Baixa
Ctenogobius boleosoma
D Bentofágica ME Baixa
Ctenogobius shufeldti
D Bentofágica E Baixa
Ctenogobius smaragdus
D Bentofágica ME Baixa
Cyclichthys spinosus
D Onívora ME Baixa
Diapterus rhombeus
D Onívora E Média
Eucinostomus gula
D Bentofágica ME Baixa
Eucinostomus melanopterus
D Bentofágica ME Baixa
Geophagus brasiliensis
D Onívora AD/E Média
Gobionellus oceanicus
D
Bentofágica ME Baixa
Gobionellus stomatus
D Bentofágica ME Baixa
Hyporhamphus unifasciatus
P Onívora ME Média
Lagocephalus laevigatus
P Onívoro ME Baixa
Monacanthus ciliatus
P Onívora M Média
Mugil curema
P Onívora ME Média
Mugil sp.
- - - -
Mugil sp. 1
P Bentofágica ME Alta
Opisthonema oglinum
P Planctofágica M Alta
Platanichthys platana
P Planctofágica E Baixa
Poecilia vivipara
P - AD/E Baixa
Prionotus punctatus
D Onívora ME Alta
Sphoeroides greeleyi
D Bentofágica ME Baixa
Sphoeroides sp.
- - - -
Sphoeroides spengleri
- Onívora ME Baixa
(Continua)
28
TABELA 4 – GUILDA FUNCIONAL (D= DEMERSAL; P=PELÁGICO), HÁBITO ALIMENTAR E
LOCAL DE OCORRÊNCIA (E=ESTUARINO; M=MARINHO; ME=MARINHO/ESTUARINO;
AD/E=ÁGUA DOCE/ESTUARINO) DAS ESPÉCIES COLETADAS NA DESEMBOCADURA DO
RIO SAÍ GUAÇU.
Gênero
Espécie
Guilda
Funcional
Hábito alimentar
Ocorrênci
a
Importância
Econômica
Sphoeroides testudineus
D Bentofágica/Piscívora E Baixa
Stellifer stellifer
D Bentofágica ME Média
Strongylura marina
P Piscívora E Baixa
Strongylura sp.
- - - -
Strongylura timucu
P Piscívora E Baixa
Symphurus tesselatus
D Bentofágica ME Baixa
Syngnathus folletti
P Bentofágica ME Baixa
Synodus foetens
D Bentofágica/Piscívora M Baixa
Trachinotus carolinus
P Bentofágica/Piscívora ME Alta
Trachinotus falcatus
P Bentofágica/Piscívora ME Alta
Trinectes microphthalmus
D Bentofágica ME Baixa
Trinectes paulistanus
D Bentofágica ME Baixa
O comprimento total dos exemplares capturados teve uma média de 48,42
mm com desvio padrão de ±33,73. O menor indivíduo apresentou 8 mm
(Sphoeroides testudineus) enquanto o maior foi um exemplar de Strongylura
marina com 436 mm.
As espécies de peixes que apresentaram maiores amplitudes de
comprimento total na área de estudo foram Strongylura marina (187 a 436 mm),
Sphoeroides testudineus (15 a 127 mm), Gobionellus oceanicus (31 a 218 mm),
Strongylura sp. (50 a 240 mm) e Bathygobius soporator (40 a 193 mm). As
menores amplitudes foram registradas em Symphurus tesselatus, tendo sido
capturados dois exemplares ambos com 75 mm de comprimento e em Trinectes
microphthalmus (23 a 27 mm).
As maiores médias de comprimento ocorreram em Strongylura marina
(246,84 mm), Strongylura timucu (236,12 mm), Centropomus undecimalis (207,66
mm), Geophagus brasiliensis (186 mm), Strongylura sp. (136,16 mm),
Hyporhamphus unifasciatus (117,5 mm), Mugil curema (102,61 mm) e Gobionellus
stomatus (95,20 mm). Os taxa mais abundantes apresentaram as menores médias
(Continuação)
29
de comprimento total, sendo Atherinella brasiliensis (70,84 mm), Citharichthys
arenaceus (54,31 mm), Eucinostomus melanopterus (39,07 mm) e Mugil sp.
(29,11 mm) (Tabela 5).
TABELA 5 FREQÜÊNCIA ABSOLUTA (N), MÉDIA, DESVIO PADRÃO (S), MÍNIMO E MÁXIMO
DO COMPRIMENTO (mm) TOTAL DAS ESPÉCIES DE PEIXES CAPTURADAS NA
DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
Espécie N Média S Mínimo Máximo
Achirus lineatus
6 64,16 5,56 59 71
Atherinella brasiliensis
1349 70,84 26,67 10 190
Bathygobius soporator
20 73,95 33,85 40 193
Caranx bartholomaei
1 51,00 51 51
Centropomus parallelus
114 50,02 21,07 20 116
Centropomus undecimalis
3 207,66 11,23 198 220
Chaetodipterus faber
3 45,33 4,61 40 48
Chloroscombrus chrysurus
17 19,11 4,56 13 29
Citharichthys arenaceus
187 54,31 23,91 15 127
Citharichthys sp.
1 12,00 12 12
Citharichthys spilopterus
88 60,87 30,07 15 144
Ctenogobius boleosoma
196 39,81 8,37 13 75
Ctenogobius shufeldti
1 39,00 39 39
Ctenogobius smaragdus
2 85,00 14,14 75 95
Cyclichthys spinosus
5 34,40 17,44 22 63
Diapterus rhombeus
70 39,22 16,58 20 120
Eucinostomus gula
1 81,00 81 81
Eucinostomus melanopterus
1343 39,07 17,86 12 112
Geophagus brasiliensis
1 186,00 186 186
Gobionellus oceanicus
40 129,37 36,04 31 218
Gobionellus stomatus
5 95,20 23,15 75 135
Hyporhamphus unifasciatus
17 117,05 23,81 72 150
Lagocephalus laevigatus
1 55 55 55
Monacanthus ciliatus
1 41,00 41 41
Mugil curema
121 102,61 24,07 55 183
(Continua)
30
TABELA 5 FREQÜÊNCIA ABSOLUTA (N), MÉDIA, DESVIO PADRÃO (S), MÍNIMO E MÁXIMO
DO COMPRIMENTO TOTAL (mm) DAS ESPÉCIES DE PEIXES CAPTURADAS NA
DESEMBOCADURA DO NO RIO SAÍ GUAÇU.
Espécie N Média S Mínimo Máximo
Mugil sp.
2182 29,11 5,28 23 140
Mugil sp. 1
5 79,60 24,21 52 104
Opisthonema oglinum
1 45 45 45
Platanichthys platana
73 55,00 18,89 27 88
Poecilia vivipara
48 61,35 10,92 30,00 82,00
Prionotus punctatus
1 46,00 46,00 46,00
Sphoeroides greeleyi
46 35,23 27,38 16 114
Sphoeroides sp.
7 13,14 3,28 9 19
Sphoeroides spengleri
8 53,25 18,00 31 94
Sphoeroides testudineus
187 54,31 23,91 15 127
Stellifer stellifer
1 75,00 75 75
Strongylura marina
25 246,84 50,84 187 436
Strongylura sp.
154 136,16 36,30 50 240
Strongylura timucu
8 236,12 6,72 231 251
Symphurus tesselatus
2 75,00 0,00 75 75
Syngnathus folletti
1 75,00 75 75
Synodus foetens
1 81,00 81 81
Trachinotus carolinus
1 84,00 84 84
Trachinotus falcatus
3 63,00 5,29 59 69
Trinectes microphthalmus
2 25,00 2,82 23 27
Trinectes paulistanus
1 55,00 55,00 55
No geral, a maior parte dos indivíduos capturados nas planícies pode ser
caracterizada como de pequeno porte, e estava na classe de tamanho entre 8 e
51 mm (Figura 13), representados em sua grande maioria por peixes de pouco
peso enquadrados na classes de tamanho de até 2 g (Figura 14).
(Continuação)
31
FIGURA 13 DISTRIBUIÇÃO DA FREQÜÊNCIA PERCENTUAL POR CLASSES DE
COMPRIMENTO TOTAL DOS EXEMPLARES COLETADOS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU.
FIGURA 14 DISTRIBUIÇÃO DA FREQÜÊNCIA PERCENTUAL POR CLASSES DE PESO DOS
EXEMPLARES COLETADOS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
0,01
7,84
15,66
23,49
31,32
39,14
46,97
54,80
62,63
70,45
78,28
86,11
93,93
101,76
109,59
117,41
125,24
Peso
0%
11%
22%
33%
44%
55%
67%
78%
89%
100%
Freqüência
8,00
40,92
73,85
106,77
139,69
172,62
205,54
238,46
271,38
304,31
337,23
370,15
403,08
436,00
Comprimento total (mm)
0%
8%
16%
24%
32%
40%
47%
55%
63%
Freqüência
32
Considerando as espécies de maior abundância, foi observada a
dominância de algumas classes de tamanho com percentuais maiores que 60%
como no caso de Atherinella brasiliensis (40 a 90 mm), Eucinostomus
melanopterus (10 a 50 mm), Centropomus parallelus (20 a 70 mm), Citharichthys
spilopterus (20 a 80 mm), Citharichthys arenaceus (20 a 80 mm), Mugil curema
(80 a 140 mm), Diapterus rhombeus (20 a 40 mm) e Sphoeroides testudineus (10
a 50 mm). O taxa Mugil sp. apresentou a menor amplitude no comprimento total
(20 a 30 mm). Em Strongylura sp. a distribuição de freqüência por classe de
tamanho esteve mais próximo da distribuição normal (100 a 170 mm) (Figura 15).
33
FIGURA 15 – DISTRIBUIÇÃO DA FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DOS INDIVÍDUOS POR CLASSE
DE COMPRIMENTO TOTAL (mm) DAS ESPÉCIES DOMINANTES NA DESEMBOCADURA DO
RIO SAÍ GUAÇÚ. (Continua)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
9%
18%
27%
37%
46%
55%
64%
73%
82%
92%
101%
Freqüência
Mugil sp.
n= 2182
Média = 29,11
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
4%
7%
11%
15%
19%
22%
26%
30%
33%
Freqüência
Atherinella brasiliensis
n = 1349
Média = 70,84
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
4%
7%
11%
15%
19%
22%
26%
30%
Freqüência
Eucinostomus melanopterus
n = 1343
Média = 39,07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
6%
13%
19%
25%
31%
38%
44%
50%
Freqüência
Sphoeroides testudineus
n = 160
Média = 51,00
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
250
260
Comprimento total (mm)
0%
3%
6%
10%
13%
16%
19%
23%
26%
Freqüência
Strongylura sp.
n = 154
Média = 136,16
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
3%
5%
8%
11%
13%
16%
19%
21%
Freqüência
Citharichthys arenaceus
n = 187
Média = 54,31
34
(Continuação)
FIGURA 15 – DISTRIBUIÇÃO DA FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DOS INDIVÍDUOS POR CLASSE
DE COMPRIMENTO TOTAL (mm) DAS ESPÉCIES DOMINANTES NA DESEMBOCADURA DO
RIO SAÍ GUAÇÚ.
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
2%
4%
5%
7%
9%
11%
12%
14%
16%
18%
19%
21%
Freqüência
Centropomus parallelus
n = 114
Média = 51,02
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
2%
5%
7%
9%
11%
14%
16%
18%
20%
23%
25%
27%
30%
32%
Freqüência
Citharichthys splopterus
n = 88
Média = 60,87
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
Comprimento total (mm)
0%
8%
17%
25%
33%
41%
50%
Freqüência
Mugil curema
n = 121
Média = 102,61
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Comprimento total (mm)
0%
7%
14%
21%
29%
36%
43%
50%
57%
64%
Freqüência
Diapterus rhombeus
n = 70
Média = 39,22
35
Mudanças temporais na estrutura em comprimento total foram testadas
para as oito espécies de maior ocorrência (Figura 16). A espécie Atherinella
brasiliensis apresentou um aumento significativo de tamanho entre janeiro e junho,
uma diminuição em julho e setembro e o valor médio máximo em outubro (Figura
16a). As médias do comprimento total de Centropomus parallelus foram
significativamente diferentes, em abril apenas um exemplar foi capturado, não
havendo captura desta espécie no inverno. Em média os exemplares foram
maiores em setembro e menores em janeiro, com médias do comprimento total
semelhantes em dezembro, março e outubro (Figura 16b).
Nenhum padrão temporal foi evidenciado na distribuição das médias do
comprimento total em Citharichthys arenaceus. Foram registradas diferenças
significativas entre as médias ao longo dos meses amostrados, com a maior
média ocorrendo em dezembro e a menor em junho (Figura 16c). A espécie
Citharichthys spilopterus apresentou diferenças significativas entre as dias
mensais do comprimento total, com a maior média em junho seguida da de
outubro, valores intermediários em março e setembro e médias menores em abril
e julho, indicando a ausência de um padrão temporal definido (Figura 16d).
Entre os meses de coleta as médias de comprimento total de Ctenogobius
boleosoma foi significativamente maior no mês de outubro, não se observando
qualquer padrão estacional (Figura 16e). Diferenças significativas foram
observadas entre os tamanhos médios de Eucinostomus melanopterus, em média
os exemplares foram maiores em dezembro, com tamanhos intermediários em
julho, setembro e outubro e menores em janeiro, março, abril e junho. Entre abril e
outubro observa-se um crescimento da espécie na região (Figura 16f). Os
indivíduos de Mugil curema apresentaram maior média de comprimento total no
mês de dezembro, apenas um indivíduo representou a espécie em janeiro e em
março nenhum individuo foi capturado, enquanto que entre abril a setembro as
médias de comprimento total foram similares (Figura 16g). Nos espécimes de
Mugil sp. houve um decréscimo significativo entre os meses de janeiro e abril, com
as médias sendo similares em abril, junho, julho e setembro, com um aumento
considerável entre setembro e outubro (Figura 16h).
36
FIGURA 16 - RESULTADO DA ANOVA APLICADA AOS DADOS DE COMPRIMENTO TOTAL
DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
a)
b)
c)
d)
d)
e)
f)
Atherinella brasiliensis
DEZ/06
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
Comprimento total (mm)
F(7,1341) = 115,07, p < 0,05
Média
±S
Citharichthys arenaceus
DEZ/06
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Comprimento total (mm)
F(7,179) = 10,20, p < 0,05
Média
±S
Citharichthys spilopterus
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Comprimento total (mm)
F(5,82) = 3,75, p < 0,05
Média
±S
Ctenogobius boleosoma
DEZ/06
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Comprimento total (mm)
F(7,188) = 3,17, p < 0,05
Centropomus parallelus
DEZ/06
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Comprimento total (mm)
F(7,106) = 41,92, p < 0,05
Média
±S
Eucinostomus melanopterus
Dez/06
Jan/07
Mar/07
Abr/07
Jun/07
Jul/07
Set/07
Out/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Comprimento total (mm)
F(7,1335) = 150,62, p < 0,05
Média
±S
a)
b)
c)
d)
(Continua)
e)
f)
37
(Continuação)
FIGURA 16 - RESULTADO DA ANOVA APLICADA AOS DADOS DE COMPRIMENTO TOTAL
DAS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
A captura total em peso foi de 29.816,65 g sendo que os taxa Mugil sp.
(22,51%), Atherinella brasiliensis (21,06%), Eucinostomus melanopterus (4,33%),
Sphoeroides testudineus (3,34%) e Mugil curema (3,28%) representaram 54,51%
da captura total em peso. O peso médio dos peixes capturados foi de 0,63g com
desvio padrão de ±2,13. Os menores valores de peso individual foram registrados
em Citharichthys arenaceus, Eucinostomus melanopterus, Ctenogobius
boleosoma (0,01 g) enquanto que o indivíduo que apresentou o maior peso foi de
Geophagus brasiliensis, com 125,24g (Tabela 6). O taxa Mugil sp. apesar de
numericamente dominante, com 76,84% da captura total em número, foi
representado na sua maioria por indivíduos pequenos, contribuindo com apenas
22.51% do peso total (Tabela 6).
Mugil curema
DEZ/06
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
Comprimento total (mm)
F(7,113) = 7,87, p < 0,05
Média
±S
Mugil sp.
DEZ/06
JAN/07
MAR/07
ABR/07
JUN/07
JUL/07
SET/07
OUT/07
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Comprimento total (mm)
F(7,2174) = 148,96, p < 0,05
Média
±S
h)
g)
38
TABELA 6 FREQÜÊNCIA ABSOLUTA (N), MÉDIA, DESVIO PADRÃO, MÍNIMO E MÁXIMO DO
PESO, DAS ESPÉCIES DE PEIXES CAPTURADAS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ
GUAÇU.
Espécie N Média S Mínimo Máximo
Peso
total
Peso total
%
Achirus lineatus
6 5,33 3,37 8,50 2,18 32,03 0,0727
Atherinella brasiliensis
5670 1,81 2,28 0,02 50,00 10304,57 21,0654
Bathygobius soporator
20 8,85 18,31 0,73 85,03 177,16 0,3733
Caranx bartholomaei
1 2,09 2,09 2,09 2,09 0,0047
Centropomus parallelus
152 1,43 1,76 0,03 10,93 217,54 0,4793
Centropomus undecimalis
3 54,97 7.74 48,78 63,66 164,92 0,3745
Chaetodipterus faber
3 3,29 1,10 2,04 4,16 9,85 0,0223
Chloroscombrus chrysurus
17 0,10 0,08 0,02 0,35 1,86 0,0042
Citharichthys arenaceus
193 2,13 2,41 0,01 16,92 411,52 0,9325
Citharichthys sp.
1 0,03 0,03 0,03 0,03 0,00007
Citharichthys spilopterus
88 3,64 5,73 0,03 30,17 320,35 0,6702
Ctenogobius boleosoma
203 0,52 0,32 0,01 1,74 106,72 0,2375
Ctenogobius shufeldti
1 0,48 0,48 0,48 0,48 0,0010
Ctenogobius smaragdus
2 3,41 1,37 2,44 4,39 6,83 0,0155
Cyclichthys spinosus
5 4,84 7.05 0,82 17,32 24,24 0,0550
Diapterus rhombeus
172 0,96 2,22 0,04 23,86 165,59 0,3760
Eucinostomus gula
1 6,79 6,79 6,79 6,79 0,0154
Eucinostomus melanopterus
3009 0,74 1,16 0,01 16,20 2238,22 4,3325
Geophagus brasiliensis
1 125,24 125,24 125,24 125,24 0,2844
Gobionellus oceanicus
40 9,97 5,38 0,21 28,79 399,02 0,9062
Gobionellus stomatus
5 4,03 2,46 1,99 8,31 20,15 0,0457
Hyporhamphus unifasciatus
17 3,31 2,16 0,50 7,38 56,29 0,1278
Lagocephalus laevigatus
1 11,20 11,20 11,20 11,20 0,0376
Monachantus ciliatus
1 1,47 1,47 1,47 1,47 0,0033
Mugil curema
126 12,21 9,39 1,91 61,98 1539,11 3,2813
Mugil sp.1
5 6,71 4,93 1,62 12,71 33,57 0,0762
Mugil sp.
33954 0,29 0,31 0,01 10,89 10060,18 22,5197
Opisthonema oglinum
1 0,61 0,61 0,61 0,61 0,0020
Platanichthys platana 96 1,77 1,07 0,14 4,46 170,45 0,3871
Poecilia vivipara 109 3,50 1,42 0,28 9,13 38,14 0,0866
Prionotus punctatus 1 0,88 0,88 0,88 0,88 0,0019
Sphoeroides greeleyi
147 1,11 4,02 0,08 30,45 163,37 0,2223
Sphoeroides sp.
7 0,09 0,07 0,01 0,25 0,65 0,0014
Sphoeroides spengleri
8 3,62 4,43 0,56 14,40 29,00 0,0972
Sphoeroides testudineus
179 8,95 19,12 0,02 104,59 1603,68 3,3452
Stellifer stellifer
1 2,80 2,80 2,80 2,80 0,0063
Strongylura marina
25 18,29 20,14 6,70 110,29 457,45 0,9677
Strongylura sp.
154 2,72 2,18 0,08 11,71 419,91 0,9536
Strongylura timucu
8 14,54 3,71 11,84 22,96 116,39 0,2643
(Continua)
39
TABELA 6 FREQÜÊNCIA ABSOLUTA (N), MÉDIA, DESVIO PADRÃO, MÍNIMO E MÁXIMO DO
PESO DAS ESPÉCIES DE PEIXES CAPTURADAS NA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU.
Espécie N Média S Mínimo Máximo Peso total
Peso total
%
Symphurus tesselatus
2 2,92 0,28 2,72 3,13 5,85 0,0132
Syngnathus folletti
1 0,11 0,11 0,11 0,11 0,0002
Synodus foetens
1 2,97 2,97 2,97 2,97 0,0067
Trachinotus carolinus
1 6,26 6,26 6,26 6,26 0,0142
Trachinotus falcatus
3 4,69 1,01 3,75 5,77 14,09 0,0319
Trinectes microphthalmus
2 0,26 0,02 0,25 0,28 0,53 0,0012
Trinectes paulistanus 1 2,29 2,29 2,29 2,29 0,0052
Diferenças numéricas na ocorrência entre os três ambientes durante todos
os meses de coleta foram marcantes (Tabela 7, Figura 17). O leito do rio S
Guaçu foi o ambiente que apresentou o menor número de capturas alcançando
um total de 2.893 indivíduos (6,50% da captura total). A laguna contribuiu com
9.359 indivíduos (21,06%), e as amostras da gamboa foram as que reuniram o
maior número de exemplares alcançando 32.193 indivíduos (72,44%). Entre os
pontos amostrais observa-se um aumento gradual no número de indivíduos do
ponto 1 (324 indivíduos) até o ponto 8 (3.345 indivíduos), seguido de um leve
decréscimo no número de espécimes no ponto 9 (2.749 indivíduos) e 10 (1.907
indivíduos) o último ponto da laguna e o primeiro da gamboa respectivamente.
Nos três últimos pontos da gamboa foi registrado o maior número de capturas,
sendo que o ponto 12 alcançou maior abundância de peixes com 16.491
indivíduos (Tabela7, Figura 17).
O maior número de taxa foi capturado nos pontos 1 e 11, seguidos dos
pontos 2 e 9. A menor captura em número de taxa ocorreu no ponto 6. Nos
demais pontos a captura variou entre 12 e 17 taxa. Tiveram ocorrência somente
no rio as espécies E. gula, G. brasiliensis, M. ciliatus, S. stellifer e T. paulistanus.
Foram exclusivas das capturas da laguna C. shufeldti, G. smaragdus e S. foetens.
foram capturadas na gamboa as espécies C. bartholomaei, G. stomatus, L.
laevigatus, O. oglinum, P. punctatus, S. tesselatus, S. folleti, T. carolinus e T.
falcatus. Em função do baixo número de exemplares capturados não se pode
(Continuação)
40
afirmar que estas ocorrências exclusivas nos três ambientes representam
preferência pelo ambiente (Tabela 7).
TABELA 7- NÚMERO DE EXEMPLARES POR ESPÉCIE E PONTO DE COLETA NAS COLETAS
DA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU
Pontos de coleta
RIO LAGUNA GAMBOA
Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
A. lineatus 12 1 2 1 1 0 1 1 1 0 5 0 0
A. brasiliensis 16 6 204 207 619 589 1198 780 812 95 583 428 133
B. soporator 5 3 0 0 0 0 0 0 10 0 0 1 1
C. bartholomaei 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
C. parallelus 85 67 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
C. undecimalis 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0
C. faber 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
C. chrysurus 0 0 16 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
C. arenaceus 8 9 0 19 13 17 33 22 6 2 13 8 43
Citharichthys sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
C. spilopterus 14 3 3 2 0 0 13 11 4 3 4 2 29
C. boleosoma 15 19 9 8 1 0 1 10 5 2 32 38 63
C. shufeldti 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
C. smaragdus 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
C. spinosus 0 2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0
D. rhombeus 3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 5 163
E. gula 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E. melanopterus 79 234 84 311 208 36 243 120 170 351 414 272 487
G. brasiliensis 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
G. oceanicus 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 34
G. stomatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5
H. unifasciatus 0 0 0 1 4 0 0 2 3 7 0 0 0
L. laevigatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
M. ciliatus 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
M. curema 2 0 0 11 0 1 39 10 6 4 12 28 13
Mugil sp.1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 2 0 0
Mugil sp. 32 65 203 29 34 421 462 2366 1693 1386 6370 15677 5216
O. oglinum 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
P. platana 21 19 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 53
P. vivípara 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 108
P. punctatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
S. greeleyi 1 1 1 0 5 0 1 0 1 2 2 1 132
Sphoeroides sp. 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 1 0 0
S. spengleri 0 3 0 0 0 0 0 0 4 0 1 0 0
S. testudineus 9 10 3 17 4 0 7 8 18 13 6 20 64
S. stellifer 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
S. marina 12 1 2 1 1 0 1 1 1 0 5 0 0
Strongylura sp. 3 2 9 2 5 9 18 13 7 36 37 9 4
(Continua)
41
TABELA 7 - NÚMERO DE EXEMPLARES POR ESPÉCIE E PONTO DE COLETA NAS COLETAS
DA DESEMBOCADURA DO RIO SAÍ GUAÇU
Pontos de coleta
RIO LAGUNA GAMBOA
Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
S. timucu 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
S. tesselatus 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
S. folletti 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
S. foetens 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0
T. carolinus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
T. falcatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0
T. microphthalmus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0
T. paulistanus 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total N
324 447 536 609 901 1074 2019 3345 2747 1907 7492 16491 6553
Total (%)
0,72 1,00 1,20 1,37 2,03 2,41 4,54 7,52 6,18 4,29 16,85 37,10 14,74
N
o
de espécies
22 18 12 12 12 7 14 12 19 16 22 14 18
Diferenças significativas foram observadas no número de espécies entre
meses e pontos de coleta. As médias foram significativamente maiores em janeiro
e março em comparação a outubro e em janeiro com relação a junho, o
existindo diferenças estatísticas entre os demais meses de coleta (Tabela 8). Em
média o número de espécies parece ser maior nos períodos mais quentes do ano.
Maiores médias do número de espécies ocorreram nos pontos 1, 9, 11 e 13 em
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Pontos de coleta
Freqüência
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
RIO LAGUNA GAMBOA
Ambientes
Freqüência
(Continuação)
FIGURA 17 – FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DOS ESPÉCIMES CAPTURADOS NOS PONTOS
AMOSTRAIS.PONTOS 1 A 5 (RIO), 5 A 9 (LAGUNA) E 10 A 13 (GAMBOA).
42
relação aos pontos 3, 4, 5, 6 e 7, sendo também maiores as dos pontos 2, 8, 10 e
12 em comparação aos pontos 3 e 6 (Tabela 8). Em média, o número de espécies
parece ser maior nas áreas mais internas dos três ambientes amostrados.
O número médio de exemplares capturados foi significativamente menor
em outubro em relação aos demais meses de coleta, com exceção de março. Foi
maior em setembro em relação a dezembro, janeiro, março e abril, não ocorrendo
diferenças nas demais comparações (Tabela 8). No ambiente de gamboa, pontos
11, 12 e 13, ocorreram as maiores capturas médias em comparação ao rio (pontos
1, 2, 3, 4 e 5) e um ponto (6) na entrada da laguna. Entre os demais pontos
amostrais as médias foram similares (Tabela 8).
Entre os meses de coleta em média a riqueza de espécies (índice de
riqueza de Margalef) não apresentou diferenças estatísticas, no entanto, foram
consideravelmente diferentes as médias deste índice entre os pontos de coleta.
Foi maior nos pontos 1 e 2 quando comparados com os pontos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10,
11 e 12 no primeiro caso e com todos menos os pontos 11 e 12 no segundo caso.
Também foram maiores nos pontos 9 e 13 em comparação com os pontos 3, 4 e
6, e maiores nos pontos 11 e 12 em relação ao ponto 3 (Tabela 8).
A diversidade de espécies, medida através do índice de diversidade de
Shannon-Wiener, em média, diferiu entre os meses (p muito próximo de 5%) e
pontos de coleta (Tabela 8). A média foi maior em janeiro em comparação com
junho, julho e setembro, em março comparado com junho e setembro, com médias
similares entre os demais meses de coleta. O ponto 1 apresentou a maior média
em relação aos demais pontos com exceção dos pontos 2 e 13. Também foram
maiores as médias dos pontos 2 e 13 em relação aos pontos 3, 6, 8 e 10. Entre os
demais pontos as médias não apresentaram diferenças significativas. Nenhuma
diferença estatística foi observada entre os meses e pontos de coleta na
equitabilidade, aqui expressa pelo índice de Pielou (Tabela 8).
43
TABELA 8 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE EFEITO PRINCIPAL E O TESTE DE
MINIMAS DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS (LSD) APLICADOS AOS DADOS DO NÚMERO DE
ESPÉCIES (S), NÚMERO DE EXEMPLARES (N), ÍNDICE DE RIQUEZA DE MARGALEF (D),
ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON-WIENER (H’) E EQUITABILIDADE DE PIELOU (J) (* p
< 0,05 e ** p < 0,01).
S
Efeito F p LSD
Mês 2,468 0,010* Out Jun Set Jul Abr Dez Mar Jan
Ponto 4,716 0,000** 6 3 4 5 7 10 8 2 12 9 11 1 13
N
Efeito F p LSD
Mês 4,073 0,001** Out Mar Dez Abr Jan Jun Jul Set
Ponto 0,933 0,005** 1 2 3 4 6 5 9 7 10 8 11 13 12
d
Efeito F P LSD
Mês 1,678 0,126
Ponto 3,341 0,000** 3 6 4 7 5 8 10 12 11 9 13 2 1
H’
Efeito F p LSD
Mês 0,856 0,059 Set Jun Jul Out Dez Abr Mar Jan
Ponto 2,361 0,009** 3 6 10 8 11 7 12 4 5 9 2 13 1
J
Efeito F p
Mês 1,257 0,090
Ponto 0,292 0,514
LSD
Agrupados os descritores de comunidade de peixes (número de espécies
número de exemplares, riqueza de espécies, diversidade de espécies e
equitabilidade) não revelaram nenhuma variação temporal considerável na
comunidade (R global = 0,054 e p= 0,4 %, Figura 18) o mesmo ocorrendo entre os
pontos de coleta (R global = 0,041 e p = 2,5%, Figura 19). Ao agruparmos os
44
pontos por ambiente (rio, laguna e gamboa) observou-se um aumento da
diferença (R global = 0,111 e p=0,1%, Figura 19) com diferenças pequenas mas
significativas entre o rio e os ambientes de laguna (R global= 0,103 e p=0,2%) e
gamboa (R global= 0,200 e p=0,1%), sendo estes similares entre si (R global =
0,013 e p=17,8%). Pela análise de similaridade de percentagens, verifica-se que
as diferenças entre os ambientes o principalmente no número de exemplares
capturados, em média maiores na laguna e gamboa, devido a grandes capturas
de Mugil sp. em junho, julho e setembro (pontos isolados a direita das figuras 18,
19, 20).
Resemblance: D1 Euclidean distance
mes
Dez
Jan
Mar
Abr
Jun
Jul
Set
Out
2D Stress: 0.01
FIGURA 18 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS MESES DE COLETA UTILIZANDO
COMO ATRIBUTOS OS DESCRITORES DA COMUNIDADE EM CADA MÊS E PONTO DE
COLETA (Dez: DEZEMBRO, Jan: JANEIRO, Mar: MARÇO, Abr: ABRIL, Jun: JUNHO, Jul:
JULHO, Set: SETEMBRO e Out: OUTUBRO)
45
Resemblance: D1 Euclidean distance
ambiente
R
L
G
2D Stress: 0.01
Resemblance: D1 Euclidean distance
123
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
2
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1112
13
1 2
3 45
6
789
10
11
12
13
1
2
5
6
7
8
9
10
12
13
1
2
3
4
5
7
8
9
10
11
12
13
1 2
3
45
6
7
8
9
10
11
13
1
2
3
45
6
7
8
9
11
12
13
2D Stress: 0.01
FIGURA 19 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS PONTOS DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS DESCRITORES DA COMUNIDADE EM CADA MÊS E
PONTO DE COLETA
FIGURA 20 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS AMBIENTES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTOS OS DESCRITORES DA COMUNIDADE EM CADA MÊS E
PONTO DE COLETA (R: RIO, L: LAGUNA, G: GAMBOA)
46
Os dados de ocorrência numérica de todas as espécies por arrasto e mês
de coleta, mostraram diferenças ictiofaunísticas pequenas entre os meses de
coleta (R global = 0,221 e p=0,01 %). Estatisticamente, as diferenças só não foram
significativas na comparação entre os meses de janeiro e dezembro, janeiro e
março, março e junho, junho e julho, junho e setembro, junho e outubro e julho e
setembro (Tabela 9). A ictiofauna apresentou maiores diferenças entre o mês de
dezembro comparado com abril, junho e setembro e entre março e setembro
(Tabela 9, Figura 22). Tanto para a similaridade interna de cada mês de coleta
quanto para as dissimilaridades entre meses a contribuição percentual foi maior
dos taxa A. brasiliensis, E. melanopterus e Mugil sp. (Tabela 10). As espécies que
tiveram uma considerável participação na determinação da dissimilaridade entre
os meses de dezembro, janeiro, março e abril, e entre estes e os meses de junho,
julho e setembro foram A. brasiliensis e E. melanopterus (Tabela 10). Para a
dissimilaridade entre os meses de junho, julho e setembro e entre estes e os
demais meses amostrados também houve uma contribuição significativa do taxa
Mugil sp. (Tabela 10).
Apesar de significativas (R global =0,067 e p=0,6 %) as diferenças entre a
ictiofauna dos pontos de coleta foram pequenas (Figura 23). Maiores diferenças
foram observadas entre o ponto 1 em comparação com os pontos de coleta 4, 6,
7, 11 e 13 e entre o ponto 2 e os pontos 4, 6, 7 e 11. A ictiofauna coletada no
ponto 1 diferiu de todos demais pontos de coleta, enquanto que a do ponto 2 só
não diferiu da dos pontos 9 e 10. A comparação entre os pontos 3 a 13 revelou
apenas 3 diferenças significativas (4 x 13, 5 x 13 e 6 x 13). Ao agruparmos os
pontos por ambiente, a análise de similaridade não evidenciou diferença
significativa entre a ictiofauna do rio em relação a da laguna ( R = 0,024 e p =
12,8%) e diferenças muito pequenas entre o rio e a gamboa (R= 0,091 e p = 0,7%)
e entre a laguna e a gamboa ( R = 0,037 p = 4,8 %) (Figura 24).
47
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity
mês
Dez
Jan
Mar
Abr
Jun
Jul
Set
Out
2D Stress: 0.2
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
2
3
4
5
6
7
8 9
10
11
12
13
1
2
3
4
5
6
78
9
10
11
12
13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1112
13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
2D Stress: 0.2
FIGURA 21 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS MESES DE COLETA UTILIZANDO
COMO ATRIBUTO O NÙMERO DE EXEMPLARES DE TODAS OS TAXA EM CADA MÊS E
PONTO DE COLETA ( Dez: DEZEMBRO, Jan: JANEIRO, Mar: MARÇO, Abr: ABRIL, Jun: JUNHO,
Jul: JULHO, Set: SETEMBRO e Out: OUTUBRO)
FIGURA 22 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS PONTOS DE COLETA UTILIZANDO
COMO ATRIBUTO O NÙMERO DE EXEMPLARES DE TODAS OS TAXA EM CADA MÊS E
PONTO DE COLETA
48
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity
ambiente
R
L
G
2D Stress: 0.2
TABELA 9 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE (ANOSIM) ENTRE OS MESES DE COLETA
Comparação Estatística R p (%) Comparação Estatística R p (%)
Dez x Jan
0,084 6,7
Mar x Jun
0,086 6,9
Dez x Mar
0,176 1
Mar x Jul
0,366 0,1
Dez x Abr
0,485 0,1
Mar x Set
0,468 0,1
Dez x Jun
0,16 0,9
Mar x Out
0,089 2,5
Dez x Jul
0,489 0,1
Abr x Jun
0,322 0,1
Dez x Set
0,49 0,1
Abr x Jul
0,377 0,1
Dez x Out
0,187 0,5
Abr x Set
0,51 0,1
Jan x Mar
0,036 20,4
Abr x Out
0,258 0,1
Jan x Abr
0,198 0,2
Jun x Jul
0,099 7,3
Jan x Jun
0,098 4,2
Jun x Set
0,125 5,8
Jan x Jul
0,287 0,1
Jun x Out
-0,01 54
Jan x Set
0,392 0,1
Jul x Set
-0,071 97,2
Jan x Out
0,128 1,1
Jul x Out
0,169 0,5
Mar x Abr
0,094 3
Set x Out
0,256 0,1
FIGURA 23 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO MDS PARA OS AMBIENTES DE COLETA
UTILIZANDO COMO ATRIBUTO O NÙMERO DE EXEMPLARES DE TODOS OS TAXA EM
CADA MÊS E PONTO DE COLETA (R: RIO, L: LAGUNA, G: GAMBOA)
49
TABELA 10 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE DE PERCENTAGENS (SIMPER) ENTRE OS MESES
DE COLETA.
Contribuição (%)
Mês Similaridade média (%)
A. brasiliensis E. melanopterus Mugil sp.
Dezembro 22,75 83,40
Janeiro 21,56 44,33 32,73
Março 25,81 39,98 46,53
Abril 42,66 13,98 83,41
Junho 21,08 51,12 25,02 21,08
Julho 24,28 21,50 70,65
Setembro 20,20 7,65 84,69
Outubro 18,95 44,56 45,78
Comparação Dissimilaridade média (%) A. brasiliensis E. melanopterus Mugil sp.
Dez x Jan 80,59 57,45 11,20
Dez x Mar 83,58 49,67 23,91
Jan x Mar 78,28 36,23 26,27
Dez x Abr 86,76 46,00 38,63
Jan x Abr 78,87 36,98 33,19
Mar x Abr 68,63 26,33 49,12
Dez x Jun 84,24 47,46 28,99
Jan x Jun 82,67 33,22 29,73
Mar x Jun 80,81 21,33 26,03 30,91
Abr x Jun 81,64 21,76 29,58
Dez x Jul 92,12 35,10 43,06
Jan x Jul 87,42 23,59 45,20
Mar x Jul 86,60 22,52 27,72 49,23
Abr x Jul 81,78 48,01
Jun x Jul 80,05 64,48
Dez x Set 92,83 30,50 54,80
Jan x Set 90,24 20,43 55,84
Mar x Set 90,05 11,10 17,25 59,33
Abr x Set 87,49 22,89 57,18
Jun x Set 80,92 72,61
Jun x Set 75,11 57,88 12,14 76,25
Dez x Out 86,48 39,49 17,67
Jan x Out 83,83 24,73 37,59
Mar x Out 81,52 24,79 55,38
Abr x Out 79,83 29,52 40,14
Jun x Out 79,72 19,21 60,34
Jul x Out 84,64 70,39
Set x Out 87,88
50
5 DISCUSSÃO
A maioria das espécies presentes nas áreas amostradas do rio Saí Guaçu é
de origem tropical e subtropical (FIGUEREDO & MENEZES, 1978, 2000;
MENEZES & FIGUEIREDO, 1980, 1985), portanto uma ictiofauna parecida com a
região tropical de águas quentes, uma característica do litoral paranaense
(CORRÊA, 1987, 1994). A ocorrência de poucos indivíduos de Achirus lineatus e
Cyclichthys spinosus, as únicas espécies de ocorrência predominante em região
temperada quente encontradas neste estudo, demonstra que o caráter de
transição zoogeográfica na ictiofauna da área de estudo é praticamente
inexistente. A composição ictiofaunística do S Guaçu difere mais das
encontradas nos estuários do Rio Grande do Sul (CHAO et al., 1982; GARCIA &
VIEIRA, 1997; PEREIRA, 1994) e de estuários catarinenses ao sul da área
amostrada (MONTEIRO-NETO et al., 1990) e o mais similares ás observadas
em estuários situados ao norte da área de estudo (PAIVA FILHO & TOSCANO,
1987; PAIVA FILHO et al. 1987; TEIXEIRA et al. 1992). A maioria das espécies
capturadas neste estudo esteve presente nos levantamentos ictiofaunísticos
realizados nas planícies de mada Baía de Guaratuba (VENDEL, 2004) e em
gamboas (VENDEL et al., 2002; SPACH et al., 2003, 2004; OLIVEIRA-NETO,
2004), planícies de maré (SANTOS et al. 2002; VENDEL et al., 2003; SPACH et
al., 2004, 2006; FAVARO, 2004; PICHLER, 2005; FALCÃO et al., 2006) e praias
estuarinas (FÁVARO, 2004; FELIX et al., 2006; HACKRADT, 2006) do Complexo
Estuarino de Paranaguá. Em comparação com o levantamento realizado de
maneira mais ampla na laguna (VENDEL, 2004), área incluída no presente
trabalho, observa-se que 15 espécies capturadas no estudo anterior não
ocorreram neste estudo, por outro lado, 17 espécies não foram capturadas por
VENDEL (2004) na laguna. A maioria das espécies excluídas de cada
levantamento estiveram, com exceção das espécies Anchoa parva, Genidens
genidens, Eucinostomus argenteus, Mugil platanus, Chloroscombrus chrysurus,
Platanichthys platana e Ctenogobius boleosoma, presentes em grande quantidade
em um dos dois levantamentos.
51
A comparação do número de espécies coletadas em diferentes inventários
da fauna de peixes é válida, considerando-se na interpretação, as influências
sobre essa captura da área superficial e complexidade estrutural do ambiente e da
proximidade de fontes de colonização (YOKLAVICH et al. 1991), bem como do
esforço amostral e seletividade da rede utilizada. O número de escies
capturadas neste trabalho (42) não foi muito menor que os obtidos em
levantamentos com diferentes estratégias amostrais em rios de maré (VENDEL et
al., 2002; SPACH et al., 2003, 2004; OLIVEIRA-NETO, 2004) e praias estuarinas
(FELIX et al. ,2006) do litoral paranaense. Um incremento considerável no número
de espécies capturadas ocorreu em levantamentos com um esforço amostral
maior (GODEFROID et al. 1997 70 espécies; PINHEIRO, 1999 87 espécies;
FÁVARO, 2004 96 espécies; HACKRADT, 2006 68 espécies) principalmente
quando este esforço se estendia ao período noturno (SPACH et al.,2004 134
espécies) .
Um estudo ao longo de toda a laguna, onde quatro dos pontos de coleta do
presente estudo estavam localizados, mostrou a presença de 41 espécies
(VENDEL & CHAVES, 2006), bem próximo das 42 espécies capturadas nos três
ambientes amostrados neste estudo. Esta alta diversidade de espécies
encontradas nos três ambientes (rio, laguna e gamboa) na foz do rio Saí Guaçu,
mostra a importância destes habitats para as fases iniciais do ciclo de vida de
algumas espécies estuarinas dependentes e residentes, onde encontram
condições para o crescimento e proteção contra predadores devido abundância de
alimento, baixa profundidade e transparência da água.
Estudos sobre populações de peixes em ambientes costeiros mostram que
um pequeno número de espécies é responsável pela maior proporção de
indivíduos coletados (ROSS et al., 1987; BENNETT, 1989; ROBERTSON &
DUKE, 1990; SANTOS & NASH ,1995.; VALESINI et al., 1997 , LAFAILLE et al.,
2000). Em muitas áreas da costa brasileira este padrão foi observado (PAIVA
FILHO & TOSCANO, 1987; TEIXEIRA et al., 1992; GARCIA & VIEIRA, 1997). Tal
dominância foi observada em todos os levantamentos realizados em habitats
rasos do litoral do Paraná (VENDEL et al., 2002, 2003; SANTOS et al. , 2000;
52
SPACH et al., 2003; 2004; 2006; VENDEL, 2004; FÁVARO, 2004; PICHLER,
2005; FALCÃO et al., 2006) com algumas diferenças no elenco de espécies
dominantes. A dominância do taxa Mugil sp. na gamboa e laguna do Saí Guaçu,
ocorreu em planícies de maré (FALCÃO et al., 2006) e praias estuarinas
(FÁVARO, 2004) do complexo estuarino da baía de Paranaguá. A segunda
espécie mais abundante neste trabalho (Atherinella brasiliensis), por outro lado
esteve entre as dominantes na maioria dos trabalhos realizados na região
(VENDEL et al., 2002, 2003; VENDEL, 2004; VENDEL & CHAVES, 2006;
SANTOS et al. 2002; SPACH et al., 2003, 2004, 2006; FÁVARO, 2004; PICHLER,
2005; FALCÃO et al., 2006). A espécie Eucinostomus melanopterus, que ocupou o
terceiro lugar em abundância no presente levantamento, esteve entre as mais
abundantes na laguna adjacente ao rio SGuaçu (VENDEL & CHAVES, 2006) e
em planícies da Baía de Antonina (SPACH et al. 2006). Chama a atenção a
ausência total das espécies Anchoa parva, Anchoa tricolor, Harengula clupeola,
Cetengraulis edentulus e Lycengraulis grossidens nas amostras do Saí Guaçu,
muitas vezes abundantes em levantamentos em outras áreas rasas do litoral
paranaense.
Entre os diferentes trabalhos o ranking das espécies dominantes pode
mudar, porem as espécies dominantes pertencem a poucas famílias. Em estudos
da região tropical predominam em número peixes da família Clupeidae,
Engraulidae, Ariidae, Synodontidae, Mugilidae, Polynemidae, Scianidae, Gobiidae,
Achiridae, Dasyatidae, Tetraodontidae, Gerreidae, Pomadasydae, Bothidae,
Soleidae e Cynoglossidae (DAY et al.,1981, YÁÑEZ-ARANCIBIA, 1985,1986).
Neste estudo, foram mais abundantes espécies das famílias Mugilidae,
Atherinopsidae, Gerreidae, Gobiidae, Paralichthyidae e Tetraodontidae. Em
comparação ao que foi descrito para região tropical na costa paranaense nunca foi
observado o domínio de espécies das famílias Polynemidae, Dasyatidae, Bothidae
e Soleidae, o inverso ocorrendo em relação às famílias Atherinopsidae e
Paralichthyidae.
Exemplares de pequeno porte predominaram nas capturas do SGuaçu,
uma característica das populações de peixes em áreas rasas costeiras, o que
53
traduz a importância destes ambientes rasos para a criação dos peixes (CLARK et
al., 1994). Também podem contribuir para este predomínio a profundidade, um
fator limitante para ocupação de habitats rasos por peixes maiores e a possível
seleção de tamanhos menores pelo petrecho de pesca, devido a sua baixa
velocidade de arrasto. Trabalhos realizados com diferentes redes em planícies de
maré lodosas (MORRISON et al., 2002), em praias (MONTEIRO NETO &
MUSICK, 1994), parecem indicar que o predomínio de formas jovens permanece
independente da seletividade do amostrador. A maior parte da ictiofauna
capturada no presente trabalho foi formada por exemplares pequenos de espécies
marinhas, e mesmo as espécies predominantemente marinhas e residentes,
exceção de Atherinella brasiliensis, estiveram presentes nas amostras
principalmente com indivíduos de pequeno porte. Esta grande presença de formas
jovens de espécies marinhas é um padrão comum em rios de maré, independente
da estratégia amostral (QUINN, 1980; TZENG & WANG, 1992; VENDEL et al.,
2002; VANCE et al., 1996; LIN & SHAO, 1999; VIDY, 2000; SPACH et al., 2003,
2004; OLIVEIRA-NETO, 2004) que dependendo da sua posição no estuário
apresentaria ao longo do ciclo de maré características hidrográficas similares a
existentes na desembocadura do rio Saí Guaçu.
Apesar dos grandes agregados de Mugil sp. em setembro, junho e julho, de
Atherinella brasiliensis em janeiro, abril e dezembro e de Eucinostomus
melanopterus em julho e abril, espécies que mais contribuíram para as médias
mensais do número de exemplares capturados, nenhuma tendência sazonal foi
observada nesta média durante o período amostral no Saí Guaçu. Ausência de um
padrão estacional na captura de exemplares também foi observada em
levantamentos em planícies de maré do complexo estuarino de Paranaguá
(SPACH et al. 2004, 2006; FALCÃO et al. 2006) apesar da captura de alguns
agregados. Um padrão sazonal com maiores médias no verão e outono, e
menores no inverno e primavera foi observado em gamboas (VENDEL et al.,2002,
SPACH et al.; 2003, 2004) planícies de maré (VENDEL et al., 2003; PICHLER,
2005) e praias (GODEFROID et al., 1997; FELIX et al., 2006; HACKRADT, 2006)
do estuário da Baía de Paranaguá. Na laguna estudada por VENDEL & CHAVES
54
(2006) na desembocadura do Saí Guaçu, um maior número de exemplares
também foi capturado no verão e parte do outono, com as menores capturas
ocorrendo entre metade do outono e o início da primavera.
No Saí Guaçu, mesmo na ausência de diferenças estatísticas, mais
espécies parecem utilizar a área no período mais quente do ano, principalmente
recrutas de primeiro ano. Um maior número de espécies no verão e outono foi
constatado em diferentes ambientes costeiros de águas rasas no Brasil (CHAO et
al., 1982; ANDREATTA et al., 1992; BARLETTA, 1999; SANTOS et al., 2002,
SPACH et al. 2004, 2006; PICHLER, 2005; FALCÃO et al., 2006; HACKRADT,
2006) e também na laguna do Saí Guaçu (VENDEL & CHAVES, 2006). Na
maioria desses estudos observa-se uma íntima relação entre o aumento de
diversidade e o incremento de visitantes ocasionais, especialmente predadores, e
de espécies estuarino-dependentes, na sua maioria recrutas de primeiro ano. Uma
maior atividade reprodutiva na primavera e verão parece ocorrer na maioria das
espécies da região (CHAVES, 1995; CHAVES & VENDEL, 1997; ABILHÔA, 1998;
PINHEIRO, 1999; CHAVES & OTTO, 1999; CHAVES & BOUCHEREAU, 2000;
CORRÊA, 2001; SCHULTZ et al., 2002; ROCHA et al., 2002; FÁVARO et al.,
2003; SANTOS, 2006), com um recrutamento mais acentuado principalmente no
verão e primavera.
A variação espacial entre os pontos amostrados na captura em número de
espécies e de indivíduos poderia estar relacionada a uma certa preferência dos
peixes pelo ambientes de gamboas. Na gamboa foram capturados 31.193
indivíduos de 34 espécies, no rio 31 espécies e 2.893 indivíduos e 28 espécies
representadas por 9.359 indivíduos na laguna. Condições como menor
profundidade, menor velocidade das correntes e maior proteção presentes na
gamboa e na laguna podem ter influenciado os resultados, uma vez que tais
condições tendem a favorecer a permanência de formas jovens que predominam
nas capturas do presente trabalho. Além disso, apesar dos ambientes terem sido
amostrados com a mesma rede, o artefato de pesca trabalhou de maneira
diferente nas três áreas, com implicações na eficiência de captura da rede. Na
gamboa, diferentemente dos demais ambientes, a rede trabalhou totalmente
55
aberta ocupando toda a largura da gamboa, diminuindo desta forma a área de
escape dos peixes. Outro aspecto que deve ser considerado na interpretação
destas diferenças é a existência de despejo de esgoto doméstico na gamboa,
incrementando a quantidade de matéria orgânica, que de forma direta ou indireta
estaria contribuindo para uma maior disponibilidade de alimento na área. A
presença quase que exclusiva de agregados de Mugil sp., principal responsável
pela captura em número de exemplares na gamboa, peixes que recrutam em
áreas protegidas e que se alimentam principalmente de matéria orgânica presente
no sedimento, seria um indicativo de que estas diferenças entre os ambientes
explicariam em parte os resultados. A dominância numérica de juvenis de Mugil
sp. provavelmente se deve também a Mugilidae ser uma das mais numerosas
famílias de peixes em estuários tropicais, ocorrendo em águas rasas costeiras e
estuários subtropicais ou tropicais com poucas espécies se aventurando em água
doce. A desova é raramente realizada em estuários, a maioria das espécies migra
para o oceano durante a época da desova, geralmente com retorno de recrutas
para planícies de maré (WALLACE, 1975; VAN DER HORST & ERASMUS 1978;
BLABER 1987). FÁVARO (2004) capturou um agregado ainda maior do que o
coletado neste trabalho em uma praia estuarina da Ilha do Mel (PR) um ambiente
menos protegido que a gamboa do Saí Guaçu. Embora este taxa tenha ocorrido
em outros levantamentos da costa sudeste-sul do Brasil, as captura sempre foram
menores. A malha fina e a baixa velocidade da rede podem ter sido fatores
determinantes para a baixa captura de mugilídeos adultos, captura esta esperada
para os meses de inverno em regiões subtropicais (HAIMOVICI et al. 1994 apud
CORRÊA, 2001; VIEIRA & MUSICK, 1994 apud CORRÊA, 2001) e que os
pescadores da região declaram como freqüentes nas capturas artesanais
utilizando arrasto de praia.
A família Atherinopsidae apresentou o segundo maior número de indivíduos
entre os meses amostrados, estando representada nas amostras por Atherinella
brasiliensis, espécie que passa a maior parte do seu ciclo de vida em áreas
marginais dos estuários, geralmente em planícies de maré associadas a
marismas, essa dominância também foi registrada em outros estudos
56
desenvolvidos em áreas rasas do sul do Brasil (GARCIA & VIEIRA, 1997; RAMOS
& VIEIRA, 2001) também no complexo estuarino da baía de Paranaguá (SANTOS
et al., 2002; VENDEL et al., 2002; OLIVEIRA-NETO et al., 2004; SPACH et al.,
2004).
O tipo de reprodução “r” estrategista e a característica de formar cardumes,
devem estar relacionados com a grande captura de juvenis de mugilídeos e
atherinopsideos, o domínio numérico dessas duas famílias registrado neste
trabalho é esperado para as regiões estuarinas subtropicais (HAEDRICH, 1983),
estes peixes de pequeno porte são favorecidos pelas condições de turbidez,
sazonalidade de temperatura e alta variedade de locais para refúgio nos
ambientes estuarinos. Freqüentemente peixes que ocupam níveis mais baixos na
cadeia trófica, como é o caso das duas espécies mais abundantes neste estudo,
são as espécies dominantes em número de indivíduos (BLABER et al., 1984;
BARREIROS et al., 2004; ROSS et al., 1987).
Fatores abióticos podem influenciar na permanência ou não de espécies em
determinada área (SHERMAN, 1994; JONES et al., 2002). O ponto onde se situa
a gamboa é formado por um fundo com maior quantidade de lodo entre os três
ambientes, isso deve estar relacionado com a captura de 60% do total dos
gobídeos nesse setor que oferece substrato lamoso adequado ao hábito de vida
desses peixes. Esta preferência por ambiente lamoso pelos gobídeos foi
anteriormente observada em planícies de maré do estuário da baía de Paranaguá
(FÁVARO, 2004; FALCÃO et al., 2006; SPACH et al., 2006). Neste trabalho a
família Gobiidae apresentou a maior riqueza de espécies, um fato inédito na
comparação com outros trabalhos realizados no litoral paranaense (LOUIS et al.,
1995; RAMOS & VIEIRA, 2001; GODEFROID et al., 1997, 2004; CORRÉA, 2001;
SANTOS et al.,2002). Os Gobídeos agrupam aproximadamente 1500 espécies , e
em vários ambientes estuarinos esta família é numericamente dominante
(BLABER, 2002), sendo representada por indivíduos territorialistas, crípticos e de
pequeno porte (LEE & GRAHAM, 2002), o que contribui para sua baixa
abundância em número e biomassa. Este fato pode estar relacionado a sua
constante ocorrência em todos os meses amostrados.
57
A predominância (99% dos indivíduos) de exemplares de Centropomus
parallelus e Centropomos undecimalis (Centropomidae) nos pontos amostrais
situados a montante do leito do rio Saí Guaçu, pode estar ligada a vegetação
encontrada nas suas margens, onde é abundante a espécie Rhizophora mangle,
cuja as raízes tipo escora são utilizadas por estas espécies como local de refúgio
e alimentação. Estes resultados parecem confirmar também a preferência por
áreas com menor salinidade. Isto foi anteriormente observado em planícies de
maré do estuário da baia de Paranaguá. (FÁVARO, 2004; FALCÃO, 2006; SPACH
et al., 2006). Nos setores polihalinos e eurialinos a captura destas espécies foi
sempre reduzida (SANTOS et al., 2002; VENDEL et al., 2003; SPACH et al., 2004;
FELIX et al., 2006).
As espécies Atherinella brasiliensis e Sphoeroides testudineus foram
capturadas em todos os pontos amostrais, situação esperada que estas são
tipicamente estuarinas. Apesar de ambas apresentarem maior freqüência nos
meses de verão, são os representantes que melhor se enquadram no quesito
regularidade entre os meses, tanto pela presença constante em praticamente
todas as amostras, quanto pela sua dominância em biomassa. Sphoeroides
greeleyi também foi muito comum em todas as amostras, e sua contribuição em
número de indivíduos e biomassa foi alta, embora bem menor que a de
Sphoeroides testudineus. Estes fatos foram constatados nas gamboas do
Baguaçu (SPACH et al., 2004) e do Sucuriu (SPACH et al., 2003), ambas
localizadas no setor euhalino da baia de Paranaguá. Uma relação próxima entre
as ocorrências de Sphoeroides testudineus e Sphoeroides greeleyi é encontrada
em todos estes trabalhos, bem como na regularidade de ocorrência.
Diferente da maioria dos inventários ictiofaunísticos foram abundantes
neste estudo os gerreideos Diapterus rhombeus e Eucinostomus melanopterus, o
primeiro presente apenas nos meses de janeiro, março e abril nos pontos mais
internos do rio e gamboa, áreas mais protegidas e com menores salinidades
médias, com o segundo ocorrendo em todos os meses de coleta. Este trabalho,
assim como os realizados por FÁVARO (2004), PICHLER (2005) e SPACH et al.
(2006), parecem indicar a preferência destas espécies por áreas mais internas na
58
fase de recrutamento. VENDEL & CHAVES (2006) estudando a laguna do Saí
Guaçu, também capturou grandes quantidades destas duas espécies. Chama
atenção a ausência de Eucinostomus argenteus nas coletas do presente estudo,
espécie de gerreideo mais capturada na laguna por VENDEL & CHAVES (2006).
Na costa paranaense a espécie Platanichthys platana havia sido
coletada em pequenas quantidades em planícies da baia de Pinheiros (PICHLER,
2005). No presente trabalho, assim como no realizado em duas planícies de maré
da baía de Antonina (SPACH et al., 2006), as capturas foram significativamente
maiores. Neste estudo, a espécie foi capturada nas áreas mais internas dos três
ambientes, áreas mais protegidas e com salinidades menores, corroborando a
observação de SPACH et al. (2006) de que a espécie prefere estas áreas na fase
de recrutamento.
A ocorrência da espécie de água doce Geophagus brasiliensis
representada por apenas um indivíduo presente no ponto 1, o mais a montante do
rio, onde a influência da maré é menor e com as menores salinidades em todo
período amostral, concorda com a afirmação que esta espécie parece estar bem
adaptada a zona de transição entre a ictiofauna de água doce e a estuarina
(CORRËA, 1987). Poecilia vivipara outra espécie que pode ser encontrada em
água doce se diferencia de Geophagus brasiliensis por ser mais comum em águas
salobras (ARANHA & CARAMASCHI, 1997). Neste trabalho, a espécie teve a sua
captura concentrada no ponto 13, área mais interna da gamboa, provavelmente
associada com a área marginal da gamboa onde a água doce que percola se
mistura com a água da gamboa (KNEIB, 1987).
Na desembocadura do rio Saí Guaçu foi capturado apenas um exemplar da
família Sciaenidae, que segundo BLABER (2002) é a família que geralmente
exerce dominância numérica no Atlântico Sul. Em estudos realizados
anteriormente em ambientes estuarinos do litoral paranaense utilizando-se
metodologia semelhante, as capturas em número de exemplares e de espécies de
scianideos foram maiores (VENDEL et al., 2002, 2003; SPACH et al., 2004, 2006;
e PICHLER, 2005), contudo VENDEL & CHAVES (2006) obteve capturas
semelhantes (3 indivíduos) dessa família em suas amostras na laguna do estuário
59
do rio Saí Guaçu, com capturas reduzidas também em outras planícies de maré
no litoral paranaense (SANTOS et al., 2002; FALCÃO et al., 2006).
Mesmo com a utilização de apenas um petrecho de pesca tanto peixes
demersais como pelágicos foram capturados, provavelmente devido à natureza
rasa da planície de maré que determina uma menor amplitude na distribuição
vertical da ictiofauna. A rede utilizada na amostragem favoreceu a captura de
indivíduos de pequeno porte, possivelmente por que os arrastos não estariam
acompanhando o deslocamento dos peixes mais velozes, como espécimes da
família Sciaenidae subestimadas nesta condição (HALLIDAY & YOUNG, 1996). A
rede utilizada com meio centímetro de malha também dificulta que peixes com
maiores dimensões sejam literalmente emalhados, facilitando sua fuga.
60
6 CONCLUSÃO
Com base na estratégia amostral utilizada os resultados indicam que os três
ambientes são utilizados por uma ictiofauna muito similar, e as variações na
assembléia de peixes estão mais relacionadas as interfaces entre o ambiente de
água doce e salgada e as diferenças no sedimento resultantes da hidrodinâmica,
do que com as diferenças espaciais entre os ambientes estudados.
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