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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
DISSERTAÇÃO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE
PRODUTOS AGRÍCOLAS
COMPORTAMENTO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA
FIBRA DO ALGODÃO BRS 200 MARROM ARMAZENADA EM DUAS
MICRORREGIÕES PARAIBANAS.
ANNY KELLY VASCONCELOS DE OLIVEIRA LIMA
Campina Grande- Paraíba
FEVEREIRO 2007
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http://www.livrosgratis.com.br
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ANNY KELLY VASCONCELOS DE OLIVEIRA LIMA
COMPORTAMENTO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA
FIBRA DO ALGODÃO BRS 200 MARROM ARMAZENADA EM DUAS
MICRORREGIÕES PARAIBANAS.
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação
em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de
Campina Grande, como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do título de Mestre
em Engenharia Agrícola.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:
Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas
ORIENTADOR:
Prof. Dr. Francisco de Assis Cardoso Almeida
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
L732c Lima, Anny Kelly Vasconcelos de Oliveira
2007 Comportamento das principais características tecnológicas da fibra do algodão
BRS 200 Marrom, armazenada em duas microrregiões paraibanas/ Anny Kelly
Vasconcelos de Oliveira Lima. ─ Campina Grande, 2007.
54fls.: il.
Referências.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais.
Orientador: Francisco de Assis Cardoso Almeida.
1─ Algodão Colorido - Armazenamento 2─ Algodão Colorido –
Características Tecnológicas I─ Título
CDU 677.21
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
PARECER FINAL DO JULGAMENTO DA DISSERTAÇÃO DA MESTRANDA
ANNY KELLY VASCONCELOS DE OLIVEIRA LIMA
COMPORTAMENTO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TÉCNOLÓGICAS DA
FIBRA DO ALGODÃO BRS 200 MARROM ARMAZENADA EM DUAS
MICRORREGIÕES PARAIBANAS.
BANCA EXAMINADORA PARECER
__________________________________________________ ________________________
Dr. Francisco de Assis Cardoso Almeida-CTRN/UFCG
Orientador
__________________________________________________ _________________________
Drª. Kátia Cristina de Oliveira Gurjão – EAFS
(Examinador externo)
__________________________________________ _____________________
Drª. Josivanda Palmeira Gomes – CTRN/UFCG
(Examinador interno)
FEVEREIRO 2007
COPEAG- COORDENAÇÃO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
Av. Aprígio Veloso 882, campus I, UFCG, Bloco CM, 1º andar, caixa postal 10.087, CEP 58 109-970, CAMPINA
GRANDE PB, BRASIL, Fone (0xx83)3310 1185, E-mail: copeag@deag.ufcg.edu.br,
http//www.deag.ufcg.edu.br/copeag
IV
Às minhas filhas, Maria Luiza e Ana Beatriz,
conceito de amor incondicional
A meus pais, a quem devo todas as minhas alegrias
À minha irmã que tanto amo
À minha amiga Jucilene (Nêga) de todas as horas
Dedico com amor
V
AGRADECIMENTOS
A Deus, Vida, Luz e Sabedoria!
Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco de Assis Cardoso
Almeida pela paciência e incentivo na realização deste trabalho
À Capes pela concessão da bolsa de estudo
À Embrapa Algodão (CNPA), pelo apoio nas análises
À UFCG pela contribuição de conhecimentos
À D. Rivanilda, pela amizade, atenção e colaboração durante o
curso
Às Profªs Elita e Josivanda pelo apoio e credibilidade, muito
obrigada!
Ao Dr. João Cecílio Farias de Santana pela disponibilidade e
auxílio
Aos amigos de turma, Jozan, Sânia, Deysi, João Carlos,
Rosângela, Regilane, Luizinho, Adalberto, Jonas, Hermeval e
Marcondes pelo companheirismo
À Luciene (Lú) pelas conversas e simpatia
A todos que estão e estiveram ao meu lado em mais uma etapa de
minha vida; e também àqueles que não estão mais aqui do meu lado
(Eduardo e Marcelo), mas que torceram muito por mim, minha sincera
gratidão
VI
ÍNDICE
Páginas
LISTA DE FIGURAS ...........................................................................................VII
LISTA DE TABELAS ..........................................................................................VIII
RESUMO ...............................................................................................................X
ABSTRACT ...........................................................................................................XI
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................2
2. .. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 4
2.1- Cultura do algodão .....................................................................................4
2.2- BRS 200 Marrom ...................................................................................... 5
2.3- Características tecnológicas da fibra de algodão ....................................... 8
2.4- Pré-processamento do algodão...................................................................14
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................16
3.1- Procedência do algodão ..............................................................................16
3.2- Beneficiamento e armazenamento .............................................................17
3.3- Análises das características tecnológicas da fibra de algodão ...................18
3.4- Delineamento estatístico ........................................................................... 20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................21
4.1 - Características tecnológicas ........................................................................23
4.1.1- Grau de amarelamento (+b) e Reflectância Rd (%) ...........................23
4.1.2- Índice de fibras curtas ........................................................................27
4.1.3- Micronaire ..........................................................................................29
4.1.4- Maturidade .........................................................................................32
5. CONCLUSÕES ..............................................................................................37
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................38
7. ANEXOS...........................................................................................................44
VII
LISTA DE FIGURAS
Figuras Páginas
3.1 Mini-fardos, Prensados e confeccionados ..........................................................20
3.2 Sala climatizada (a); aparelho HVI (b) ...............................................................21
4.1 Grau de amarelamento (+b) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, ............... 29
armazenadas em Patos e Campina Grande em função do tempo
4.2 Índice de fibras curtas (%) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, ...................33
armazenadas em Patos e Campina Grande en função do tempo
4.3 Micronaire (µg/pol) da fibra do algodão BRS 200 Marrom, .............................36
armazenadas em Patos e Campina Grande em função do tempo
4.4 Comprimento (mm) da fibra do algodão BRS 200 Marrom, .............................40
armazenadas em Patos e Campina Grande em função do tempo
VIII
LISTA DE TABELAS
Tabela Páginas
3.1 Valores das características da fibra de algodão, obtidas no HVI ..................... 23
para sua classificação em categorias
3.2 Valores do comprimento médio do algodão, obtidos no HVI ..........................24
Para sua classificação em categorias
4.1 Valores médios da temperatura e umidade relativa do ar durante .................. 25
o armazenamento do algodão BRS 200 Marrom
4.2 Valores de quadrado médio do grau de amarelamento (+b) e da ....................28
reflectância (Rd) da cultivar BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.3 Valores médios da variável grau de amarelamento (+b) para a interação........28
local x tempo da fibra do algodão BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.4 Valores médios do grau de reflectância (Rd) para a interação ........................30
local x tempo da fibra do algodão BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.5 Valores da soma dos quadrados e quadrado médio do índice .........................32
de fibras curtas da cultivar BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.6 Valores médios da variável índice de fibras curtas (%)...................................33
para a interação local x tempo da fibra do algodão BRS 200
Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande
e Patos, PB
4.7 Valores da soma dos quadrados e quadrado médio do....................................34
micronaire da cultivar BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.8 Valores médios da variável micronaire (µg/pol)para a ..................................35
interação local x tempo da fibra do algodão BRS 200
Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande
e Patos, PB
IX
4.9 Valores da soma dos quadrados e quadrado médio do Grau de.........................36
maturidade da cultivar BRS 200 Marrom, armazenada durante
27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.10 Valores médios da variável maturidade (%) para a interação ..........................37
local x tempo da fibra do algodão BRS 200 Marrom,
armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
4.11 Valores médios das características tecnológicas resistência e............................39
alongamento da cultivar BRS 200 Marrom, armazenada em
Campina Grande e Patos, PB
XI
RESUMO
O mercado do algodão colorido vem crescendo no Brasil,onde no estado da Paraíba está
sendo produzido em escala comercial com participação de pequenos produtores, os quais vêm
recebendo em media de 30 a 40% a mais por quilo desse algodão em relação à fibra de cor branca.
A cadeia produtiva do mesmo já é uma marca do estado, contando com várias indústrias de
confecções capitaneadas pela “Natural Fashion” e com mercado garantido para a Europa e outras
regiões do mundo. Sabendo-se que o armazenamento objetivando a conservação da fibra com
qualidade é de grande importância em sua cadeia produtiva, principalmente para as indústrias, com
características tecnológicas que forneça ao consumidor final um produto confortável, o presente
trabalho foi desenvolvido para avaliar os efeitos do armazenamento sobre as características
tecnológicas (comprimento, uniformidade, índice de fibras curtas, maturidade, micronaire,
alongamento, resistência, reflectância e grau de amarelamento) do algodão BRS 200 Marrom, em
dois municípios paraibanos (Campina Grande e Patos) durante 27 meses (0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21,
24 e 27). Após a caracterização das fibras, estas passaram por um processo de enfardamento e foram
distribuídas para o armazenamento nos dois locais. O delineamento estatístico utilizado foi o
inteiramente casualisado, em esquema fatorial 2 x 10 + 5 , para os fatores local e tempo de
armazenamento. Empregou-se o teste de Tukey para a comparação de médias, e, mediante os
resultados, concluiu-se que o tempo e o local de armazenamento influem nas características da fibra
do algodão BRS 200 Marrom; ao longo do tempo de armazenamento o grau de amarelamento tende
a aumentar e o grau de reflexão a diminuir. O algodão armazenado em Patos manteve melhor
qualidade da fibra quanto ao +b, reflectância, índice de fibras curtas e maturidade e em Campina
Grande ao micronaire, alongamento e resistência; para as característica comprimento comercial
houve igualdade estatística para os dois locais de armazenamento; o micronaire tende a aumentar, à
medida que aumentou o tempo de armazenamento. Não foi possível uma classificação de tipo do
algodão, pois ainda não existem padrões de classificação do algodão colorido, sendo necessária uma
adaptação do diagrama de Hunter’s para a obtenção desses valores.
Palavras-chave: algodão colorido, armazenamento, características tecnológicas
XII
ABSTRACT
The market of the cotton colorful comes growing in Brazil,where in the state of the Paraíba he is
being produced in commercial scale with participation of small producers, which comes on
average receiving from 30 40% more for kilo of this cotton in relation to the fiber of white color.
The productive chain of the same already is a mark of the state, counting on some industries of
confections commanded for the Natural Fashion” and on market guaranteed for the Europe and
other regions of the world. Knowing itself that the storage objectifying the conservation of the
fiber with quality is of great importance in its productive chain, mainly for the industries, with
technological characteristics that a comfortable product supplies to the final consumer, the
present work was developed to evaluate the effect of the storage on the technological
characteristics (length, uniformity, short staple fibre index, maturity, micronaire, allonge,
resistance, reflectance and degree of yellowing) of cotton BRS 200 Brown, in two paraibanos
cities (Campina Grande and Patos) during 27 months (0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24 e 27).After the
characterization of staple fibres, these had passed for a packing up process and had been
distribuidas for the storage in the two places. The used statistical delineation was entirely
casualisado, in factorial project 2 x 10 + 5 repetitions, for the factors local and time of storage the
significant averages of the factors had been compared by the test of Tukey and by means of the
results it concludes that: the time and the Place of storage influence in the characteristics of the
fiber of cotton BRS 200 Brown; throughout the storage time +b tends to increase and the
reflection degree to diminish; the cotton stored in Patos kept quality of the fiber better how much
to +b, reflectance, index of short staple fibres and maturity and in Campina Grande to micronaire
and allonge; for the characteristics resistance and commercial length it had equality statistics for
the two places of storage; micronaire tends to increase, that is the fiber thickened the measure
that increased the storage time; a classification of type of the cotton was not possible, therefore
not yet it exists standards of classification of the cotton colored, being necessary an adaptation of
the diagram of Hunter for the attainment of these values.
Key-words: cotton colored, storage, technological characteristics
2
1. INTRODUÇÃO
Dentre as fibras têxteis naturais e artificiais o algodão é a mais importante, quer seja em
quantidade ou em qualidade, com um valor econômico bastante elevado, sendo responsável por um
grande mero de empregos no campo e na indústria. Entre as fibras naturais, é a mais consumida
no mundo pela indústria têxtil nacional, em razão dos méritos indiscutíveis de suas características
físicas, as quais se transferem para o fio, tecido e confecção, dando-lhe diversidade de aplicação
(SANTANA, João & WANDERLEY, 1995).
A partir da década de 80, com uma grande invasão do Bicudo (Anthonomus grandis), o
algodão sofreu uma decadência, que provocou inúmeros prejuízos econômicos e sociais para a
região nordeste (SERTÃO EM CORES, 2004). Parte desta tragédia agrícola não pôde ser evitada
porque a longa vida da variedade arbórea (média de cinco anos) impede os tratos culturais, como a
queima dos restos da cultura (soca), empregada nas cultivares herbáceas, para combater pragas e
doenças.
O algodão colorido, tão antigo quanto o branco, cultivado na antiguidade por diversos povos,
tornou-se uma das alternativas para a recuperação da cotonicultura no Nordeste. Após uma visita de
empresários têxteis japoneses à Embrapa Algodão, em que estes demonstraram interesse em adquirir
o algodão colorido, que vinha sendo preservado em bancos de germoplasma, despertou interesse dos
pesquisadores, que tão logo iniciaram um trabalho de melhoramento. Inicialmente, foi realizada uma
avaliação da produtividade e das características de fibras de 11 acessos de algodão arbóreo colorido,
onde constatou-se a impossibilidade de industrialização desses algodões em fiações modernas.
Dando continuidade a este estudo de melhoramento, selecionou-se a variabilidade existente desses
acessos para a produtividade e qualidade da fibra, culminando com a obtenção de três linhagens
fenotipicamente semelhantes, que foram misturadas para dar origem a cultivar BRS 200 Marrom,
lançada em 2000 pela Embrapa Algodão.
Na atualidade, os benefícios sociais e econômicos desses algodões são elevados, visto que
existe um nicho de mercado para a fibra colorida, cuja cotação para a pluma é de cerca de 30 a 40%
superior à do algodão de coloração branca (BELTRÃO & CARVALHO, 2004), conseqüentemente
aumentará a renda líquida dos pequenos produtores. Ademais, o emprego do algodão colorido
implica na economia de água, visto que, para tingir um quilo de fio, malha e/ou tecido, gastam-se
3
em média 30 litros de água e corantes químicos, que representa 30% dos custos finais da fabricação
dos tecidos, além de não poluir o ambiente (SANTANA, João et al. 2002 b).
No mundo atual, globalizado em que quase todos os aspectos, com a economia de mercado
cada vez mais aberta e livre, a qualidade do produto final a ser ofertado será o fator que definirá a
competitividade (SANTANA, João et al. 2000 b). Assim, para uma empresa ser competitiva é
fundamental analisar todos os fardos que entram na linha de produção para um pleno
aproveitamento da matéria-prima. Na indústria têxtil, as características tecnológicas são cada vez
mais exploradas e conseqüentemente controladas para a obtenção de um fio coerente com as
exigências do mercado. Portanto, a aquisição da fibra pela indústria segue os requisitos
estabelecidos a partir da relação custo versus benefício, gerando, portanto, lucros compensadores.
(FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... 2004b).
Considerando o acima exposto, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a
influência do armazenamento sobre as principais características intrínsecas da fibra do algodão BRS
200 Marrom, armazenada durante um período de 27 meses, em dois municípios paraibanos
(Campina Grande e Patos), a fim de se obter informações técnicas para orientar o setor de
armazenamento de fibras de algodão colorido, em especial ao de coloração marrom.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 Cultura do algodão
O algodão é uma fibra vegetal de grande importância para a humanidade, respondendo a
nível mundial, por cerca de 50% do volume total de fibras (naturais, artificiais e sintéticas)
transformado anualmente em fios e tecidos. Os primeiros estudos sobre a cultura datam de séculos
antes de Cristo. Nas Américas, foram encontrados indícios desta planta no litoral norte do Peru,
cujas evidências apontam que os povos milenares daquela região utilizavam o algodão. A
comunidade dos incas atingiu a culminância com o artesanato têxtil, uma vez que diversas amostras
de tecidos de algodão foram deixados por eles, os quais se destacavam pela sua beleza, perfeição e
combinação de cores (COSTA & BUENO, 2004).
No Brasil, os mesmos autores relatam que o cultivo do algodão teve início nos primeiros
anos de colonização com o uso tanto de espécies nativas, transformadas em fios e tecidos pelos
indígenas, como espécies importadas. Nesta época, a promissora cultura do algodão não passava de
“roças” em volta de casa, com fiações e tecelagem doméstica e utilização de instrumentos
rudimentares e servia principalmente para a fabricação de panos grossos, destinados a vestir os
escravos. De acordo com FREIRE (1998) a cultura do algodão atingiu o ápice da importância
econômica e social, no nordeste brasileiro, na década de setenta, naquela época a cultura era
responsável pela geração de 1.082.000 de empregos no campo e fornecia matéria prima para 259
algodoeiras. A partir de meados da década de oitenta a cultura entrou em crise que se prolongou até
a safra de 1996/97. Esta crise teve causas como a interferência do governo no mercado interno,
proibindo as exportações e conseqüentemente provocando a queda dos preços, a eliminação de
alíquotas de importação da pluma, mudanças na política de crédito rural e impacto do bicudo nos
sistemas de produção dos pequenos produtores.
O Brasil é um dos países que acumulam maior histórico de competitividade nessa cultura,
tendo inclusive mantido por várias décadas, o papel de grande exportador mundial do produto. A
safra do algodão branco 2004/2005 foi de 2339 kg/ha, com produção entre 4,2 e 9,9% superior a
safra anterior. A indústria têxtil tem um consumo anual de cerca de 283.000 toneladas de pluma
(CONAB, 2006).
5
A maioria das espécies primitivas de algodão possui fibras coloridas, que sempre foram
consideradas como misturas indesejáveis pelas indústrias, e eram usadas apenas no artesanato e de
forma ornamental ( ALGODÃO COLORIDO NO BRASIL... 2006). Com o surgimento de novos
mercados para o algodão, a Embrapa Algodão, no início da década de 90, iníciou um programa de
melhoramento, objetivando a obtenção de cultivares de cor com maior resistência e produtividade
(EMBRAPA ALGODÃO, 2000a).
A Embrapa vem, desde a sua fundação, desenvolvendo tecnologias que visam atender aos
três segmentos, diretamente relacionados com o ciclo do algodão no país: o produtor, o beneficiador
e a indústria têxtil regional e nacional. Entre essas tecnologias menciona-se a do algodão de fibra
colorida descendente de plantas selvagens do algodão mocó submetidas ao melhoramento genético,
isolando-se linhagens que atendem aos padrões exigidos pelo tripé acima citado (FREIRE, 1998).
O algodão colorido é ecologicamente benéfico, além de trazer grandes vantagens
econômicas mantêm o homem no campo. Apresenta-se como uma atividade promissora que
oferecerá novas perspectivas para a região de clima árido do nordeste conhecida como seridó, que
engloba partes dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte onde as características
edafoclimáticas, associadas às técnicas de controle biológico, propiciam o cultivo do algodoeiro sem
a utilização de agrotóxicos.
2.2 A cultivar BRS 200 Marrom
O algodoeiro colorido BRS 200 Marrom é derivado do algodoeiro arbóreo (Gossypium
hirsutum L.r. Marie galante Hutch.). A primeira cultivar de algodão de fibras coloridas obtida no
Brasil e sintetizada através de melhoramento convencional, com a utilização do método de seleção
genealógica. A cultivar é um Bulk constituído pela mistura em partes iguais de sementes das
linhagens CNPA 92 1139, CNPA 94 362 e CNPA 95 653, que possuem fibras de coloração
Marrom. Trabalho conduzido pela EMBRAPA Algodão, que resultou no lançamento comercial da
cultivar em dezembro de 2000, testada desde o campo até os processos têxteis (SANTANA, João et
al., 2002b), apresenta-se como uma das principais alternativas agrícolas para o nordeste brasileiro,
onde as características ambientais proporcionam a formação e obtenção de fibras de excelente
qualidade, com características intrínsecas excepcionais, iguais às dos melhores algodões de fibra
longa produzida no mundo (FREIRE, 1999; EMBRAPA ALGODÃO,2000a). O algodão colorido
6
veio restaurar o cultivo em regiões onde a produção estava extinta devido à praga do bicudo
(SERTÃO EM CORES... 2004). O Plantio do algodão colorido, tem recebido incentivo do governo
da Paraíba e aceitação de consumo por indústrias internacionais, fato que tem também motivado o
aumento das áreas de cultivo (PARAÍBA DOBRA...2006).
O processo de melhoramento do algodão colorido foi iniciado com uma avaliação da
produtividade e das características de fibras de 11 acessos existentes no banco de germoplasma da
Embrapa Algodão, tendo sido constatado a necessidade de melhoria de suas principais
características tecnológicas para vir a atender às exigências da indústria de fiação (EMBRAPA
ALGODÃO, 2000b).
Com o melhoramento, as linhagens avaliadas em 1997 apresentaram valores satisfatórios,
produtividade em torno de 1500 kg/ha, resistência de fibras na faixa de 23 a 25 gf/tex, finura fina
(I.M.) de 3,4, comprimento de fibra (S.L. 2,5) de 29,5 mm e uniformidade de 48,0%. A
produtividade média, ao nível de campo, supera as cultivares de algodoeiro mocó precoce em mais
de 50%. Com estas fibras foram produzidos fios de título 20Ne e confeccionado tecido de malha e
50 camisetas para a avaliação da qualidade do tecido produzido. Os resultados obtidos comprovaram
que a malha colorida apresentou boa solidez de cor e alta resistência, comprovando-se a adequação
do algodão colorido ao processo têxtil em fiações modernas de alta velocidade de rotores
(EMBRAPA ALGODÃO, 2000b).
A herança da cor da fibra normalmente é controlada por um gene dominante, mas com alelos
em lócus diferentes. Logo, o melhoramento dessa característica é simples, e não prescinde de auto-
fecundação controlada pelo melhorista, para evitar segregações ou contaminações indesejadas.
Algumas tonalidades de cores são fortemente influenciadas pelo ambiente, a creme e Marrom não
são tão influenciadas, são mais estáveis (FREIRE, 1999).
É importante frisar que os trabalhos de melhoramento genético e de pesquisa conduzidos
com o BRS 200 Marrom têm gerado excelentes resultados, notadamente quanto às características
agronômicas e tecnológicas da fibra e do fio (FREIRE et al., 1995). Esta cultivar vem se destacando
no mercado devido à sua rusticidade e capacidade de adaptação de clima e solo da região nordeste
(COLORIDO...2001).
Para a divulgação da qualidade e da beleza dos produtos confeccionados com o algodão
colorido, foi formado um consórcio com 10 pequenas empresas de confecções, tecelagem e artefatos
7
do estado da Paraíba, a Natural Fashion, para a criação de uma coleção de moda com o algodão BRS
200 Marrom, apresentado na FENIT 2000, em São Paulo (EMBRAPA ALGODÃO, 2000b).
A renda da indústria de confecção aumentará, notadamente daquelas de pequeno e médio
portes, em decorrência do maior valor das peças confeccionadas com a fibra colorida. Em 2005, a
safra de algodão colorido de fibra Marrom foi de 115 toneladas (PRODUÇÃO DE ALGODÃO...
2005).
A cultivar BRS 200 Marom tem ciclo de vida comercial de três anos, nas condições do semi-
árido, desde que haja rigoroso controle do Bicudo (Anthonomus grandis), e para tanto se evite a
proximidade de plantios de outras variedades de algodoeiro, inclusive para que não ocorra
cruzamento com algodão convencional (SANTANA, João et al. 2002a). Possui um alto nível de
resistência à seca e apresenta produtividade de 90 arrobas/ha (sequeiro) e 20 arrobas/ha (irrigada),
64% superior as cultivares do algodoeiro mocó CNPA 5M (EMBRAPA ALGODÃO, 2000a),
comprimento de fibra entre 30 e 32 mm e rendimento em torno de 33%. Para a cultura externar o
seu potencial genético é necessário que sua exploração seja realizada em regiões que tenham
condições ecológicas adequadas como temperatura média do ar entre 20°C a 30°C, precipitação
anual entre 500 e 1500 mm, umidade relativa média do ar em torno de 60%, nebulosidade inferior a
50%, inexistência de inversão térmica, isto é, dias muito quentes e noites muito frias, inexistência de
alta umidade relativa do ar associada a altas temperaturas e baixa ocorrência de orvalho (AMARAL
et al., 2002). Possui uma coloração Marrom, com segregação de creme a Marrom escuro e
resistência 26,0 gf/tex, pode apresentar pequena porcentagem (5%) de plantas com fibra branca. A
agricultura de sequeiro não permite controle da oferta hídrica o que deixa a atividade com risco de
cultivo em períodos inadequados, podendo a safra ser comprometida pelo excesso ou pela escassez
de água e acarretando prejuízos aos produtores e aos agentes financiadores da atividade. A
exploração de culturas em áreas não apropriadas impossibilita rendimentos satisfatórios, além de
contribuir para o mau uso do solo e da água, propiciando a degradação e a subutilização dos
recursos naturais disponíveis. (EMBRAPA ALGODÃO, 2000b).
Solos compactados ou susceptíveis ao encharcamento não são apropriados, visto que a planta
do algodoeiro é extremamente susceptível ao excesso de água (SANTANA, João et al. 1997), logo
esse tipo de algodoeiro segundo AMARAL et al. (2002) deve ser cultivado onde ocorra predomínio
de solos de caráter eutrófico, pertencentes aos grupos Latossolos, Argissolos, Chernossolos,
Planossolos, Cambissolos, Vertissolos, Luvissolos, Neossolos e suas associações.
8
Apesar das propriedades das fibras serem controladas geneticamente, a melhoria do ambiente
aumenta a capacidade genética das cultivares em responder favoravelmente, melhorando a qualidade
final da pluma. MACHADO et al. (2003) observaram a influência do ambiente na qualidade da
fibra, e, ainda relataram, que, mesmo quando os genótipos foram submetidos a condições
edafoclimáticas semelhantes, apresentaram comportamento diferenciado.
2.3 Características tecnológicas da fibra de algodão
A fibra de algodão, entre as fibras naturais, é a mais consumida no mundo pela indústria
têxtil nacional, em razão dos méritos indiscutíveis de suas características físicas, as quais se
transferem para o fio, tecido e confecção dando-lhe diversidade de aplicação (SANTANA, João &
WANDERLEY, 1995).
Ressalta-se que a arte de avaliar e classificar o algodão teve início na Inglaterra nos anos de
1775 a 1785 (SANTANA, João et al. 1998), época em que as características comprimento e tipo
eram as principais para o mercado. Posteriormente, os tecnologistas passaram a compreender a
importância de outras características de interesse na determinação do valor final da fibra de algodão,
mediante o estabelecimento de métodos que permitem avaliar com precisão e rapidez estas
características (Kondo e Sabino, citados por SANTANA & WANDERLEY, 1995).
Passou o tempo em que para ser competitivo bastava apenas produzir. Neste tempo, a
indústria estava limitada a competir no mercado interno o que limitava a capacidade tecnológica.
Em função deste comportamento a comercialização do algodão também não exigia novas
tecnologias. A abertura para o mercado externo propiciou á indústria nacional o investimento em
novas tecnologias (FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... 2004b).
Nos anos 80, os Estados Unidos da América do Norte começaram a utilizar, em caráter
experimental, os equipamentos HVI “High Volume Instruments” (SANTANA, José et al 2002).
Esse sistema foi desenvolvido para realizar medições em larga escala das características físicas de
amostras de algodão, em um período mínimo de tempo. A determinação de tais características
desempenha um papel fundamental no que diz respeito ao melhoramento genético e é um pré-
requisito na gestão de fiações no mundo inteiro. Aqui no Brasil, a maioria das empresas têxteis
utilizam este aparelho para classificar as fibras de algodão (COSTA et al., 2005). O HVI, modelo
900 da SPINLAB/ ZELLWEGER USTER, instalado no laboratório de fibras e fios do Centro
9
Nacional de Pesquisa de Algodão, determina as seguintes características físicas da fibra do algodão:
percentagem de impurezas, comprimento de fibra a 2,5 e a 50% uniformidade de comprimento,
índice de fibras curtas, micronaire, resistência, alongamento, Rd, +b, grau de cor e o tipo do algodão
(SANTANA, João & WANDERLEY 1995). Com esse avanço tecnológico as fiações de algodão
passaram a receber um maior volume de informações sobre cada fardo consumido (FUNDAÇÃO
BLUMENAUENSE... 1994).
Na evolução tecnológica da indústria têxtil em que cada vez mais as características da fibra
são controladas para que se obtenha um fio condizente com o que se deseja no produto final, não há
dúvida de que a produção de algodão também sofre pressão para atender a esta necessidade
(FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... 2004b). Portanto, o critério que define a aquisição do material
pela indústria têxtil é, fundamentalmente, o atendimento aos requisitos estabelecidos a partir da
relação custo versus benefício, para o artigo que se deseja produzir e comercializar com lucros
compensadores (FONSÊCA et al., 2004).
A FUNDAÇÃO DE APOIO À PESQUISA DO MATO GROSSO (1999) considera as
características tecnológicas de fibras para o algodão branco como sendo ideais para a indústria têxtil
nacional, conforme se relaciona abaixo:
Comprimento da fibra 2,5%: 30 a 34 mm
Resistência da fibra (gf/tex): ≥ 26,0
Finura (Micronaire:µg/pol): 3,6 a 4,2
Uniformidade da fibra (UR): 45 a 46%
Maturidade da fibra:75 a 85%
Elongação: ≤ 7,0
Reflectância (Rd): ≥ 70
Grau de amarelamento (+b): ≤ 10,0
Índice de Fibras curtas (SFI): ≤ 3,5
SANTANA José et al (2002), constataram que a fibra de algodão perde qualidade, à medida
que se aumenta o tempo de armazenamento, cujo fato tem influência durante o seu processamento
têxtil e pode provocar desvalorização do seu preço, gerando prejuízos para aqueles envolvidos no
beneficiamento, armazenamento, indústrialização e comercialização da mesma. No Brasil, faltam
10
estudos a respeito do assunto, sendo necessárias pesquisas que forneçam informações sobre os
fatores que influem, em especial, sobre a cor e o tipo da fibra durante o armazenamento (tempo de
armazenagem, condições climáticas, microrganismos etc.) de modo que os agronegociantes
cotonícolas possam utilizá-las em prol da conservão da qualidade da fibra e na geração de maiores
lucros.
Embora sejam condicionadas, basicamente, pela constituição genética da variedade, as
características tecnológicas físicas da fibra de algodão sofrem marcada influência das condições
climáticas e de fatores passíveis de controle, como a fertilidade do solo e a incidência de pragas. O
ideal para obtenção de um bom produto, seria chover à noite e fazer sol durante o dia, no período de
florescimento, e não chover depois do início da colheita. Dias chuvosos e encobertos, consecutivos,
são prejudiciais e retardam a formação e maturação da fibra; temperaturas abaixo de 20°C também
agem no mesmo sentido. Problemas de nutrição do solo prejudicam a boa formação da fibra. Em
solos ácidos, a calagem associada a uma adubação adequada tem efeito positivo e marcante sobre as
principais características tecnológicas. Em solos deficientes em fósforo, a adubação fosfatada tende
a aumentar o comprimento da fibra. A carência do potássio causa desuniformidade no comprimento
e diminui a quantidade de celulose depositada na parede da fibra, tornando-a imatura. O grau de
maturidade influi diretamente na maioria das características da fibra e do fio (BOLSA DE
MERCADORIAS & FUTURO, 1992).
O comprimento da fibra é um fator importante na obtenção de fio resitente, influenciado pela
adubação nitrogenada e a maturidade da planta, e está correlacionado com a aplicação de potássio.
A falta destes compostos afeta diretamente a qualidade do produto final. Para a manufatura de fios
grossos o comprimento é pouco importante, mas no caso da manufatura de fios finos para tecidos
leves o comprimento é fator indispensável. De um modo geral, as fibras de algodão são classificadas
em relação ao comprimento em fibras curtas (abaixo de 28 mm) e fibras longas (acima de 36 mm)
(INSTITUTO EUVALDO LODI, 2000).
As fibras de uma mesma semente têm comprimentos variados, sendo mais curta na ponta da
semente e mais longa na parte oposta; além dessa variação, a ão do beneficiamento poderá
modificar a fibra, conseqüentemente aumentará a irregularidade, o que mostra ser o comprimento da
fibra de máxima importância no limite de fiabilidade, na regularidade da distribuição das fibras no
fio e na regularidade do fio, onde as fibras mais longas se acomodam melhor na torção do fio
(resistência do fio) e produzem fios menos peludos, por apresentar menos pontas no seu aspecto.
11
Assim uma variação alta no comprimento das fibras pode provocar pontos finos, pontos grossos e
neps (FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... 1994).
SANTANA João et al. (1999b) avaliaram as características físicas de sete linhagens de
algodão colorido no município de Touros RN, e obtiveram para o algodão colorido CNPA772/95-
1139 e CNPA 95-813 comprimento classificado na categoria longa e as demais linhagens
classificadas como médias. Trabalho semelhante foi realizado por SANTANA João et al. (1999c) no
municipio de Patos PB, e para as linhagens coloridas CNPA 94-236 e CNPA 94-362 o comprimento
das fibras foi classificado na categoria média.
SANTANA José et al (2002), estudaram o efeito do armazenamento sobre as características
tecnológicas de duas cultivares de algodão branco armazenadas em dois municípos da Paraiba; e
quanto ao comprimento ele concluiu que a fibra das cultivares em estudo eram do tipo longa, sendo
a cultivar CNPA 7H superior a BRS 187 8H; em relação ao local de armazenamento o municipio de
Campina Grande propocionou à fibra um maior comprimento em relação a Patos.
À uniformidade de comprimento indica a presença, em maior ou menor porcentagem, de
fibras mais curtas no material, a BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS (s.d.) afirma que uma
fibra de boa qualidade para a fiação, que assegure um bom rendimento para as máquinas, deve
apresentar uniformidade de 45%. Essa relação de uniformidade representa uma medida de
irregularidade do comprimento das fibras dentro de uma população, é a relação existente entre 50%
SL - comprimento médio que atinge 50% das fibras distribuídas ao acaso, em um pente ou pinça
especial Com 2,5% SL - o comprimento médio que atinge 2,5% das fibras distribuídas ao acaso,
em um pente ou pinça especial.
Algumas linhagens de algodão colorido estudadas por SANTANA João et al. (1999b) em
Touros RN, apresentaram fibras com uniformidade variando de média (44,9% da linhagem CNPA
95-813) a muito uniforme valor obtido na CNPA 95-709 com 48,5% de uniformidade. SANTANA
João et al. (1999c) avaliando o desenvolvimento de linhagens de algodão arbóreo de fibra colorida
no nordeste do Brasil, classificou as fibras das linhagens CNPA 94-236 e CNPA 94-362 como fibras
uniformes (>45%).
SANTANA José (2002) armazenou duas cultivares de algodão branco, em dois locais
diferentes, e observou que o armazenamento em ambos os locais proporcionaram à fibra uma
uniformidade média.
12
O índice de fibras curtas é a proporção em porcentagem de fibras curtas pelo peso com
comprimento inferior a 12,7 mm contida em uma amostra de fibra, que prejudicam muito a
qualidade do fio e dos tecidos, pois tende a agrupar-se formando as falhas, partes grossas e finas.
Segundo SANTANA João et al (2000) este índice tem influência direta e negativa sobre as
características do fio e sobre a pilosidade do fio, o que hoje é um dos maiores motivos de
reclamações do mercado (FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... 2004b).
Estudando características físicas de 7 linhagens de algodão colorido ARANTES (2002)
classificou o algodão BRS 200 quanto ao índice de fibras curtas como sendo baixo (7,9%);
semelhante às conclusões de SANTANA João et al (1999b) onde o índice de fibras curtas, foi
considerado baixo, com média geral de 5,7%.
O micronaire (finura em µg/pol) é o índice determinado pelo complexo finura/maturidade da
fibra. Destina-se a medir o diâmetro externo da fibra ou a área da seção transversal da fibra ou,
ainda, a massa por unidade de comprimento (título da fibra) e representa atualmente um conjunto de
todos esses fatores, aliado a sua maturidade. Essa característica tem influencia direta na formação de
neps no processo da abertura e de cardagem. Fibras finas tendem a formar mais neps que as grossas.
Fios produzidos com fibras finas são menos volumosos que os de fibras grossa e os tecidos ficam
com toque mais macio (BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS, s.d).
Pesquisas realizadas por SANTANA João et al (1999c) com 11 linhagens de algodão
colorido classificaram a fibra quanto ao micronaire como sendo fina. As linhagens CNPA 94-423 e
CNPA 92-127 foram as únicas em estudo classificadas como médias. ARANTES (2002) obteve
resultados semelhantes, estudando 7 linhagens de algodão colorido, onde a média geral foi de 5,9
(µg/pol
2
) classificando-as como fina.
SANTANA José (2002) constatou em estudo realizado com duas cultivares de algodão
herbáceo armazenadas em dois municípios do estado da Paraíba que o micronaire tende a aumentar,
ou seja, a fibra engrossa, à medida que aumenta o tempo de armazenamento.
A resistência das fibras segundo a COMPANHIA DE TECIDOS NORTE DE MINAS
(2001) é definida pela quantidade de celulose depositada no interior da fibra e tem, na sua
classificação, relação direta com a resistência do fio na fiação. SANTANA, João & WANDERLEY
(1995) afirmam que essa resistência é obtida pela medição da força requerida para romper uma
amostra de fibra. O alongamento é o comprimento médio da distância, à qual as fibras se distendem
antes da ruptura.
13
A finura (micronaire), resistência e uniformidade são, segundo informações das indústrias,
condições indispensáveis para assegurar que o equipamento opere ao nível máximo da eficiência
produtiva. Mesmo aquelas fiações que adquiriram equipamentos tecnologicamente atualizados, que
possam ser ajustados para operar com fibra pouco uniforme ou de baixa resistência, operará aquém
da capacidade máxima, comprometendo o retorno do capital investido (INSTITUTO EUVALDO
LODI, 2000).
ARANTES (2002) estudando o algodão colorido BRS 200, classificou-o quanto á resistência
como sendo forte (29,2 gf/tex); resultado que não encontrou apoio nos trabalhos de SANTANA
João (1999b) e SANTANA João (1999c), que classificaram as fibras de algodão colorido em estudo
como sendo de resitência mediana.
SANTANA José (2002) observando o efeito do tempo sobre o armazenamento de cultivares
de algodão branco, concluiu que a fibra tendeu a ficar menos resistente, à medida em que aumentou
o tempo de armazenagem.
O grau de reflectância (Rd) é a quantidade de luz refletida pela fibra. É medida sobre uma
escala preta e branca; quanto maior o valor de Rd mais clara é a fibra. Materiais corretamente
manejados e colhidos criteriosamente proporcionam fibras com menos matérias estranhas, tais como
folhas, brácteas, cascas e demais resíduos provenientes da colheita que conseqüentemente resultará
em um excelente padrão de reflexão.
A classificação universal estabelece padrões, métodos de ensaios e interpretações
amplamente reconhecidos e aprovados em todos os países que compram e/ou vendem algodão por
meio das bolsa internacionais de mercadorias.
SANTANA José et al. (2002) avaliaram o comportamento da cor e do tipo da fibra de duas
cultivares de algodão armazenadas em dois municípios paraibanos, e concluiram que o grau de
reflectância, ou seja o conteúdo de cinzas, tende a aumentar durante o armazenamento.
O +b, Grau de amarelamento, é determinado com a ajuda de um filtro amarelo, sendo uma
parte da escala Hunter que indica o amarelecimento da fibra. Segundo FERREIRA & FREIRE
(1998) a cor da fibra pode variar por influência de fatores intrínsecos relativos à cultivar, e
extrínsecos como as condições de armazenamento.
SANTANA João & ALMEIDA (2001) estudando a influência do armazenamento sobre as
características da fibra de cultivares de algodão branco, concluíram que, a medida em que aumenta o
14
tempo de armazenamento, ocorre aumento do grau de amarelamento e diminuição do grau de
reflexão.
Os valores das variáveis +b e Rd, plotados em um diagrama de grau de cor, onde o +b é
colocado no eixo das abscissas e o Rd no eixo das ordenadas, formam a classificação do algodão,
informando a cor e o tipo (C-G) tecnologia desenvolvida por “Nickerson-Hunter”, nos Estados
Unidos da América do Norte e, posteriormente adaptada ao HVI.
O grau de amarelamento aumentou com o armazenamento de 21 meses realizado por
SANTANA José et al. (2002), que armazenou em dois municípios da Paraíba duas cultivares de
algodão herbáceo.
2.4 Pré-processamento do algodão
O pré-processamento consiste nas etapas que envolvem a secagem, o beneficiamento e a
armazenagem. O beneficiamento do algodão é a etapa prévia para a sua indústrialização, e consiste
na separação da fibra das sementes através de processos mecânicos (SILVA & CARVALHO 1998).
Segundo COSTA et al (2005) o beneficiamento compreende três etapas, que podem ocorrer de
forma isolada ou simultânea, nas usinas de beneficiamento. Na primeira etapa, chamada de
preparatória, efetua-se o recebimento, pesagem do algodão em caroço, qualificação e o
armazenamento temporário. Na segunda, etapa considerada principal, realiza-se a limpeza e
descaroçamento, isto é, a extração das fibras das sementes. A ultima, denominada complementar, é
onde se realiza a prensagem, o enfardamento e o armazenamento da fibra. SILVA et al., (2002)
relatam que o processo de beneficiamento pode influir efetivamente sobre a qualidade comercial e
indústrial do produto têxtil.
O descaroçamento é um dos processos mais importantes do beneficiamento do algodão, pois
é nele que se separa a fibra da semente por meio de dois tipos de descaroçadores: o de rolo e o de
serras, sendo o primeiro destinado ao beneficiamento de fibra longa ou em operação de caráter
experimental. Os descaroçadores de serra são de uso universal e se destinam ao beneficiamento de
algodão de fibra média e curta. O processo de beneficiamento do algodão, pode ter efeito
significativo em rias características da fibra, como comprimento, uniformidade, impurezas,
“neps” e material não fibroso, que interferem na fabricação e na qualidade do fio e,
conseqüentemente, na tecelagem e no processo de tinturaria (SILVA et al, 2002).
15
Os mesmos autores relatam sobre o processo de beneficiamento do algodão, que este pode
ter efeito significativo em várias características da fibra, como comprimento, uniformidade,
impurezas, “neps” e material não fibroso, que interferem na fabricação e na qualidade do fio e,
conseqüentemente, na tecelagem e no processo de tinturaria.
Segundo COSTA et al. (2005) o algodão, por se tratar de material altamente higroscópico,
pode ganhar ou perder umidade para o meio em que se encontra, até entrar em equilíbrio com este
meio. O excesso ou a falta de umidade no algoo em caroço, constitui a condição mais importante
para se obter boa preparação e altos rendimentos no beneficiamento. No entanto, deve- se ter em
conta que a cada quatro pontos em que se reduz a umidade, perde-se um ponto no rendimento da
fibra, o que pode prejudicar a resistência e o comprimento.O teor de umidade ideal da fibra do
algodão durante o beneficiamento deve ficar entre 9 e 10%, o extremo com limites máximos de 12%
e mínimos de 7% devem ser evitados.
A umidade é de vital importância no armazenamento do algodão. Os fardos podem ser
armazenados com umidade máxima de 10%, para evitar problemas de perda de qualidade e
fermentação, visto que, em caso de umidade maior, poderá ocorrer o fenômeno de cavitomia, em
que a fibra poderá pegar fogo pela ação excessiva de calor gerado no processo, devido à
fermentação, o excesso de umidade e à atuação de microrganismos. Entretanto para fins de
comercialização no Brasil, quando a umidade ultrapassa os 12%, o algodão, fica sujeito a deságio,
visto que, dependendo da região produtora, permite-se comercializá-lo com umidade de até 15%,
uma vez que o algodão com umidade acima de 15% está sujeito à fermentação e ao acúmulo de
parasitas (bactérias, fungos e outros), influenciando na cor, na resistência e na durabilidade da fibra
durante o armazenamento .
16
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local de trabalho e procedência do algodão
O trabalho foi desenvolvido no laboratório de Armazenamento e Pré-Processamento de
Produtos Agrícolas (LAPPA) da unidade acadêmica de Engenharia Agrícola da Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG) e no laboratório de fibra e fios da Embrapa Algodão, em
Campina Grande. O algodão colorido da cultivar BRS 200 Marrom (Gossypium hirsitum L.r. marie
galante Hutch.), foi proveniente de campos irrigados de produção de sementes básicas da Embrapa
Algodão, colhido no ano agrícola de 2004, no município de Touros, RN. Propriedade Bebida Velha.
3.2. Beneficiamento e Armazenamento
Depois da colheita, a separação das sementes das fibras deu-se em um descaroçador
convencional de 90 serras. Após esta etapa o algodão em pluma, foi encaminhado a sede da
Embrapa Algodão, em Campina Grande-PB, para a prensagem manual e confecção dos mini-fardos
com as seguintes dimensões: comprimento (0,18 m), altura (0,10 m) e largura (0,07 m). Estes foram
classificados quanto ao peso como segue-se: pluma (0,35 kg) e densidade (278 kg m
-3
ou
0,35kg/0,00126 m
3
) posteriormente cobertos com tecidos de algodão e cintados com seis cintas de
fio de arame 38.
Foi feita a marcação e identificação de cada mini-fardo diretamente no tecido, de forma
legível com as seguintes informações: espécie do algodão, número do fardo, peso bruto do fardo e
data da colheita.
Os mesmos foram estocados em dois galpões, localizados nas cidades de Campina Grande
(CG) e Patos (PT), ambos no estado da Paraíba, durante o período de maio de 2004 a agosto de
2006. Ficaram armazenados sobre prateleiras, dispostos verticalmente em pilhas de seis mini-fardos,
com amarração de dois fardos intermediários entre duas pilhas.
Para a obtenção das amostras, cada mini-fardo foi cortado em dois lados opostos, e retirado
manualmente de cada lado 75 g, totalizando 150 g, o tamanho da amostra era de 15 x 30 cm. Estas
depois de analisadas foram descartadas.
17
A cidade de Campina Grande-PB, localiza-se em uma zona de transição entre o agreste,
Cariri e Sertão da Paraíba e, tem as seguintes coordenadas: latitude 7’ 01’’ S, longitude 35’ 53’’ W.
Grew., e altitude de 547 m; Patos, está localizado no Sertão da Paraíba, cujas coordenadas
geográficas são: latitude 7’ 01’’ S, longitude 37’ 15’’ W. Grew., e altitude de 249, 09m.
Os dados meteorológicos mensais relativos à temperatura e umidade relativa do ar,
registrados em Campina Grande durante o período de armazenagem foram obtidos na Embrapa
Algodão, Estação Climatológica principal de Campina Grande, PB, e, os referentes a Patos foram
obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET): 3º Distrito de Meteorologia, Estação
Climatológica principal 82791, Classe CP, Patos PB.
3.3. Análise das características tecnológicas da fibra de algodão
Depois da separação da pluma do caroço, e antecedendo o armazenamento, realizou-se uma
análise em maio de 2004, denominada caracterização. As demais depois do processo de
enfardamento, durante o período de armazenamento com intervalo de três meses entre cada nova
análise, desta forma, agosto, novembro de 2004, fevereiro, maio, agosto, novembro de 2005 e
fevereiro, maio e agosto de 2006 totalizando dez análises.
Para as análises, a cada três meses, era retirado um mini-fardo de cada local, de forma
aleatória. Estes eram transportados até o laboratório de Fibras e Fios da Embrapa Algodão, onde
permaneciam em ambiente climatizado por 24 horas a fim de atingir o equilíbrio higrométrico ideal
para a realização dos ensaios físicos no equipamento de alto volume (HVI) modelo 900 Spinlab
Zellweger Uster. Este equipamento é padronizado mundialmente para a análise e classificação de
algodão, conforme a instrução normativa 63/2002, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (BRASIL, 2002).
As amostras obtidas de cada mini-fardo conforme descrito no item 2, foram em número de
cinco. Portanto, cada mini-fardo se constituiu de um tratamento sendo depois dividido em cinco
partes, cada uma representando uma repetição.
As amostras foram levadas ao HVI e determinadas nove características intrínsecas da fibra do
algodão colorido BRS 200 Marrom, quais sejam: comprimento (mm), uniformidade de
comprimento (%), índice de fibras curtas (%), resistência da fibra (gf/tex), alongamento da fibra
(%), micronaire (µg/in), maturidade (%), reflectância (% Rd) e grau de amarelamento (+b). Por
falta de um padrão de classificação para a fibra do algodão colorido, utilizou-se como referência
18
para comparação dos dados obtidos, os padrões estabelecidos para o algodão branco, conforme
norma ASTM D 4605-86 (Tabelas 3.1).
O comprimento comercial (mm) (Tabela 3.2) foi diferenciado utilizando-se um sistema de
equivalência, recomendado pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (2004).
3.4. Delineamento estatístico
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, onde os tratamentos foram
distribuídos em esquema fatorial para a análise de cada característica física da Fibra, conforme
descreve-se:
Para cada variável (comprimento, uniformidade, índice de fibras curtas, resistência,
alongamento, micronaire, maturidade, reflectância e amarelamento) utilizaram-se os fatores: Locais
(Campina Grande e Patos) e Tempos (T, T
3
, T
6
,T
9
, T
12
,T
15
, T
18
,T
21
, T
24
e T
27
espaçados a cada
três meses), gerando o esquema 2 x 10 com cinco repetições.
Os dados obtidos foram analisados pelo Software ASSISTAT (2003) versão 7.3 beta e, as
médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
19
Tabela 3.1. Valores das características da fibra de algodão, obtidas no HVI, para sua
classificação em categorias
CARACTERÍSTICA CATEGORIA
Micronaire (µg/pol)
Menos de 3,0 Muito Fina
3,0 a 3,9 Fina
4,0 a 4,9 Média
5,0 a 5,9 Grossa
Acima de 5,9 Muito Grossa
Índice de Uniformidade (%)
Acima de 85 Muito Uniforme
85 - 83 Uniforme
82 - 80 Média
79 - 77 Irregular
Abaixo de 77 Muito Irregular
Resistência (gf/tex)
Acima de 31 Muito Resistente
30 - 29 Resistente
28 - 26 Média
25 - 24 Intermediária
Abaixo de 23 Fraca
Fonte: Bolsa de Mercadorias e Futuros, 2004
20
Tabela 3.2. Valores do comprimento médio do algodão, obtidos no HVI, para sua classificação
em categorias
CATEGORIA
COMPRIMENTO DE FIBRA
SL 2,5 % (mm) COMERCIAL (mm)
__________________________________________________
Curta
Abaixo de 23,8 Abaixo de 28
Curta 24,6 a 26,5 28 a 30
Longa 28,6 a 30,2 32 a 34
Longa 30,9 a 31,7 34 a 36
Média 27,0 a 27,8 30 a 32
Muito Longa Acima de 32,5 Acima de 36
Fonte: Bolsa de Mercadorias e Futuros, 2004.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados médios de temperatura e umidade relativa do ar, referentes ao tempo em que as
fibras do algodão BRS 200 Marrom permaneceram armazenadas nas localidades de Campina
Grande e Patos, PB, encontram-se contidos na Tabela 4.1.
Tabela 4.1. Valores médios da temperatura e umidade relativa do ar
1
durante o armazenamento
do algodão BRS 200 Marrom.
Mês/Ano
Temperatura Mensal (°C)
Umidade Relativa do ar (%)
C. Grande
Patos
C. Grande
Patos
Mai/04
22,9
27,4
86
59
Jun/04
21,6
25
,8
88
60
Jul/04
21,1
25,9
86
60
Ago/04
21,5
26,9
78
52
Set/04
22,3
27,7
79
50
Out/04
23,3
28,7
77
48
Nov/04
24,0
29,3
75
50
Dez/04
24,3
29,8
75
53
Média/04 22,6 27,7 80,5 54
Jan/05
25,1
29,7
76
62
Fev/05
25,4
28,9
79
61
Mar/05
25,3
28,6
77
65
Abr/05
24,8
27,9
77
68
Mai/05
23,5
26,9
83
70
Jun/05
21,8
25,9
90
71
Jul/05
21,3
26,2
82
62
Ago/05
21,0
26,4
84
59
Set/05
22,3
27,6
75
52
Out/05
23,5
27,9
69
55
Nov/05
24,2
29,3
69
47
Dez/05
24,4
28,1
69
58
Média/05 23,5 27,8 77,5 60,8
Jan
/06
24,7
29,5
69
50
Fev/06
25,3
28,8
74
64
Mar/06
25,1
26,9
78
79
Abr/06
24,4
26,3
80
85
Mai/06
23,6
26,1
81
79
Jun/06
22,1
25,2
83
72
Jul/06
21,6
26,1
81
71
Ago/06
21,9
26,5
77
57
Média/06 23,5 26,9 77,8 69,6
1
Os dados meteorológicos relativos a cidade de Campina Grande, foram fornecidos pela Embrapa Algodão
(Estação Climatológica Principal), e os de Patos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Estação
Climatológica Principal, 82791, classe CP, Patos, PB).
22
Para Campina Grande, as médias de temperatura registradas durante o período de
armazenamento foram de 22,6 °C para o ano de 2004 (maio a dezembro) e 23,5 °C nos anos de 2005
e 2006 (de janeiro a agosto/06). As máximas temperaturas em 2004 ocorreram nos meses de
novembro e dezembro, já que o armazenamento durante esse ano foi iniciado em maio. Em 2005, o
armazenamento ocorreu durante todo o ano, e as máximas foram registradas no começo do ano,
entre janeiro e março, da mesma forma em 2006, as temperaturas mais altas foram observadas no
primeiro trimestre do ano. As temperaturas mínimas durante os 27 meses de armazenamento
ocorreram entre os meses de junho, julho e agosto de 2004, 2005 e 2006. Em Patos, as médias
registradas durante o período de armazenamento foram praticamente as mesmas, 27,7 °C em 2004,
27,8 °C em 2005 e 26,9 °C em 2006. Com relação à variação da temperatura, em 2004 as menores
médias foram registradas nos meses de junho (25,8 °C) e julho (25,9 °C) e as maiores em novembro
(29,3 °C) e de dezembro (29,8 °C). No segundo ano (2005), as temperaturas mais amenas foram
registradas entre os meses de março (26,9°C) e agosto (26,4 °C) e as maiores em janeiro (29,7 °C) e
novembro (29,3 °C). Em 2006, as menores médias também foram registradas entre os meses de
março (26,9 °C) e agosto (26,5 °C), as maiores ocorreram em janeiro (29,5 °C) e fevereiro (28,8
°C).
Em resumo, observa-se que as maiores temperaturas foram registradas em Patos, o que
denota um local de armazenamento mais quente quando comparado a Campina Grande.
A umidade relativa em Campina Grande durante o armazenamento variou entre 74 e 90%;
com médias de 80,5% em 2004; 77,5% em 2005 e 77,8% em 2006. Durante o ano de 2004, as
maiores médias foram registradas entre maio e setembro, em 2005 os resultados foram semelhantes
as maiores médias se encontraram entre maio e agosto. Em 2006, as análises foram feitas até agosto,
e as maiores médias foram registradas de abril a julho. Durante o ano de 2004, em Patos, a umidade
relativa média do ar foi de 54% com registros das menores médias entre setembro (50%) e
novembro (50%). Em 2005, a média foi de 60,8%, sendo a menor registrada em novembro (47%) e
a maior em junho (71%). Em 2006, de janeiro a agosto a umidade relativa média foi de 69,6%, com
maior média em abril (85%) e a menor em janeiro (50%).
23
4.1 Características tecnológicas
As características tecnológicas do algodão BRS 200 Marrom estudado no presente trabalho
serão apresentadas e discutidas a seguir. A análise de variância para os fatores local e tempo, assim
como as médias gerais das variáveis para esses fatores estão apresentadas nas Tabelas 7.1 a 7.3 do
anexo.
4.1.1 Grau de amarelamento (+b) e Reflectância Rd (%)
Mediante os dados contidos na Tabela 4.2, tem-se para a característica tecnológica grau de
amarelamento (+b) efeito significativo para a variável local, tempo e sua interação (L x T), enquanto
que para o grau de reflectância (Rd) do algodão colorido BRS 200 Marrom, somente a variável local
revelou-se significativa pela análise de variância.
Tabela 4.2. Valores de quadrado médio do grau de amarelamento (+b) e da reflectância (Rd) da
cultivar BRS 200 Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos
Fontes de Variação Grau de Liberdade
Quadrado Médio
+b Rd
Local (L) 1 2,82** 95,45**
Tempo (T) 9 1,35** 5,09
ns
L X T 9 0,44** 2,62
ns
Resíduo 80 0,21 3,94
C.V 2,46 4,39
**,* Significativo a 1 e 5% de probabilidade e,
ns
Não significativo, pelo teste F
Os resultados da Tabela 4.3 e Figura 4.1 evidenciam o efeito dos locais e do tempo sobre a
característica tecnológica grau de amarelamento (+b) da fibra do algodão BRS 200 Marrom durante
o tempo em que permaneceu armazenada em Campina Grande e Patos, PB.
24
Tabela 4.3. Valores médios da variável grau de amarelamento (+b) para a interação local x Tempo da fibra
do algodão BRS 200 Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
GRAU DE AMARELAMENTO (+b)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
Média
C.Grande
18,51a
18,82a
18,66b
18,88a
18,56a
18,56a
18,48a
18,28a
17,84b
17,92a
18,45
Patos
18,51a
18,56a
19,70a
19,24a
18,98a
19,04a
18,88a
18,04a
18,70a
18,22a
18,78
Médias
18,51
18,69
19,18
19,06
18,77
18,80
18,68
18,16
18,27
18,07
18,61
DMS/colunas = 0,5784
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade
PT= 18,276 + 0,2998x - 0,0314x
2
R
2
= 0,53
CG = 18,493 + 0,1408x - 0,0212x
2
R
2
= 0,87
17
18
19
20
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (meses)
Grau de amarelamento (+b)
Figura 4.1. Grau de amarelamento (+b) da fibra de algodão BRS 200 Marrom em função do
tempo de armazenamento
Em análise aos dados da referida Tabela e figura, tem-se que a exceção do tempo T
6
e
T
24
para a localidade Campina Grande, em que o +b foi de valor inferior a Patos, todos os demais
tempos de armazenamento mantiveram os valores de +b iguais estatisticamente, comportamento que
pode ter ocorrido devido à seleção aleatória dos mini-fardos, em cada local, quando da amostragem
para a análise da fibra, cuja seleção por sorteio, permite a ocorrência de diferenças físicas e
microbiológicas na fibra decorrentes das interferências das condições ambientais, conforme
observado por SANTANA José et al. (2002) ao afirmarem que a cor da fibra do algodão pode variar
por influência de fatores intrínsecos, relativos à cultivar e extrínsecos, com as condições de
armazenamento. Ademais, observa-se médiante os dados da Tabela 4.1, e Figura 4.1 para o tempo
25
T
24
, ocorrência de alta umidade relativa do ar e baixa temperatura (°C) em Campina Grande,
condições que favorecem a atuação de microrganismos na fibra que podem ter contribuído para o
comportamento dos valores do grau de amarelamento (+b).
Com relação ao tempo, os dados indicam o maior valor de +b (média = 18,78) para as fibras
do algodão BRS 200 Marrom, armazenados em Patos, frente às fibras armazenadas em Campina
Grande, em que o +b foi de 18,45. Em termos médios dos valores absolutos, observa-se para
Campina Grande a partir do tempo T
18
, valores menores de +b à medida que avança o tempo de
armazenamento e inferior ao valor do início do armazenamento (T
0
). Procedimento similar tem-se
para Patos a partir do tempo T
21
. Este desempenho evidencia que, quanto a esta característica, Patos
se portou como melhor local, em relação a Campina Grande, para o armazenamento da fibra do
algodão BRS 200 Marrom, pois menores valores de +b indicam perda de cor natural do algodão,
isto é; a tonalidade da cor Marrom torna-se de menor intensidade (Marrom mais claro que o natural
da cultivar).
Para o algodão branco SANTANA José et al. (2002) constataram aumento no valor de +b
depois de 21 meses de armazenamento o que indica aumento no grau de amarelamento. Desta
forma, tem-se tanto para o algodão branco quanto para o algodão colorido, estudado neste trabalho,
que o tempo de armazenamento interfere no +b e, por conseguinte desvalorizando a fibra quanto a
sua cor natural. Os mesmos autores acima referenciados, ao relacionarem os valores de +b com o
Rd, constataram influência do tempo sobre o tipo da fibra do algodão branco armazenado. No
presente trabalho, tal análise não pode ser feita por falta de um padrão de classificação para o
algodão colorido que possibilite entrar com os valores de +b e Rd no diagrama de HUNTER’S e
estabelecer o tipo do algodão, e para o estudo dessa pesquisa em especial, a mudança da tonalidade
e do tipo do algodão decorrente da influência do armazenamento.
Os dados do grau de reflectância (Rd), foi significativo somente para localidade, (Tabela
4.2). Com relação às localidades, verificam-se diferenças significativas para o tempo T
15,
T
18
e T
21
,
em que Patos superou Campina Grande. Este fato associado a média geral permite afirmar que Patos
com média do grau de reflectância de 46,19, armazenou melhor, estatisticamente, a fibra do algodão
BRS 200 Marrom que Campina Grande, em que a média do Rd foi de 44,24.
A tendência do grau de reflectância, analisada em termos médios dos valores absolutos
(Tabela 4.4 e Figura 7.1 do anexo) indica diminuição dos valores da reflectância com o passar do
tempo em que a fibra do algodão Marrom permanece armazenada (T
0
= 46,96 e T
27
= 44,96). Sendo
26
o Rd a quantidade de luz refletida e que tem por base o conteúdo de cinza existente na amostra
(FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... 2004a), os resultados sugerem uma tendência clara de
diminuição dos valores do grau de reflectância, indicando maiores quantidades de cinzas e
conseqüentemente perda na tonalidade da cor do algodão, isto é; o Marrom natural do algodão BRS
200 Marrom torna-se mais escuro por efeito do tempo de armazenagem de sua fibra.
Tabela 4.4. Valores médios do grau de reflectância (Rd) da fibra do algodão BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB
REFLECTÂNCIA (Rd)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
Média
C.Grande
46,96a
44,76a
44,98a
44,12a
43,66a
43,66b
42,72b
43,42b
43,86
44,28a
44,24
Patos
46,96a
46,24a
46,26a
46,44a
45,36a
46,16a
46,26a
46,62a
46,02a
45,64a
46,19
Médias
46,96
45,50
45,62
45,28
44,51
44,91
44,49
45,02
44,94
44,96
45,21
DMS/colunas = 2.499
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade
Para o algodão branco, valores altos de Rd indicam fibras mais claras (SANTANA et al.,
1999a), o Rd 70 é considerado como ideal pela indústria têxtil para o algodão branco, segundo o
INSTITUTO EUVALDO LODI (2000). No presente trabalho, os valores de Rd para o algodão BRS
200 Marrom são bem menores que os valores indicados para o algodão branco devido a pouca
incidência de luz através da amostra, que no aparelho HVI se lê os valores de Rd baseado no
conteúdo de cinzas, e por ser o BRS 200 Marrom um algodão naturalmente colorido, a incidência de
luz que passa através desse algodão é bem menor que a filtrada para o algodão branco.
Em ntese, e considerando a análise da variância para a característica Rd, as condições de
armazenamento de Patos são consideradas melhores (46,19) em relação às de Campina Grande
(44,24). Resultado que, em parte, concorda com os encontrados por SANTANA Joet al (2002),
em que armazenaram algodão branco nestas localidades, e Patos proporcionou um melhor grau de
reflectância (Rd) às fibras do algodão.
Os valores das variáveis +b e Rd plotados em um diagrama de cores em que o +b é colocado
nos eixos das abscissas e o Rd no eixo das ordenadas, fornecem a classificação do algodão branco,
informando a cor e o tipo. Esta tecnologia foi desenvolvida por Nickerson-Hunter nos Estados
Unidos da América do Norte e, posteriormente, adaptada ao HVI (FUNDAÇÃO
27
BLUMENAUENSE..., 1994). No entanto, apesar das variáveis +b e Rd serem lidas pelo HVI para a
fibra do algodão colorido BRS 200 Marrom, o mesmo não pode ser classificado quanto à cor e o
tipo devido a que, ao serem plotados os valores dessas variáveis, o resultado não pode ser obtido
pela intercessão desses valores por sair dos quadrantes estabelecidos por Nickerson-Hunter para o
algodão branco. Desta forma, tem-se com clareza a necessidade de se desenvolver tecnologia para a
classificação do algodão colorido, criando Tabelas de símbolos com números e códigos dos graus de
cor para os tipos dos algodões coloridos produzido no Brasil e, posteriormente, adaptar ao HVI,
utilizado na classificação oficial do algodão branco, acessando quantitativamente as características
físicas de fibras de algodão, que podem fornecer informações mais rapidamente e em maior
quantidade e constante precisão quanto às classificações e ensaios laboratoriais. Por falta dessa
tecnologia, não foi possível a classificação quanto ao tipo do algodão BRS 200 Marrom.
Em resumo, conclui-se que para atender ao mercado crescente do algodão colorido, hoje,
faz-se necessário estabelecer padrões de classificão que contemple o tipo do algodão, e também,
adaptar o diagrama de HUNTER permitindo a leitura do Color Grade e/ou classe de cor, a partir do
grau de reflectância Rd e do grau de amarelamento +b, para se obter o grau de cor, que irá indicar a
cor da fibra e o tipo do algodão colorido.
4.1.2. Índice de fibras curtas (%)
Os resultados da variável índice de fibras curtas relativos ao processo de armazenamento em
Campina Grande e Patos a que foi submetido o algodão BRS 200 Marrom demonstraram, médiante
análise de variância, Tabela 4.5, valores de F significativos para local, tempo e sua interação local x
tempo.
Tabela 4.5. Valores da soma dos quadrados e quadrado médio do índice
de fibras curtas (%) da cultivar BRS 200 Marrom,
armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos
Fontes de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Local (L) 1 3,02*
Tempo (T) 9 18,83**
L X T 9 2,28**
Resíduo 80 0,45
C.V% = 10.62
**,* Significativo a 1 e 5% de probabilidade
28
Os dados relativos ao índice de fibras curtas para a interação local x tempo (Tabela 4.6 e 7.4)
registram variações para os locais com superioridade estatística para Campina Grande em T
3
, T
15
e
T
18
frente às fibras armazenadas em Patos, em que esta localidade superou Campina Grande em T
21
,
e que de T
6
a T
12
estes locais em que foram armazenadas as fibras do algodão BRS 200 Marrom,
comportaram-se iguais do ponto de vista estatístico. Observam-se os menores percentuais de fibras
curtas (média de 4,82%), ao longo da armazenagem entre T
6
e T
12
nos dois locais de
armazenamento. A partir de T
18
até T
21
(8,07%) houve uma retomada desses valores que se traduz
em percentuais maiores que em T
0
(7,10%), retomando aos valores próximos de T
0
em T
24
(6,79%)
e T
27
(7,41%).
Tabela 4.6.
Valores médios da variável índice de fibras curtas (%) para a interação local x Tempo da fibra do
algodão BRS 200 Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB.
INDICE DE FIBRAS CURTAS (%)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
Média
C.Grande
7,10a
6,94a
4,60a
4,58a
4,84a
5,62a
9,04a
7,64b
7,14a
7,56a
6,50
Patos
7,10a
6,02b
5,26a
5,24a
4,42a
4,22b
7,02b
8,60a
6,44a
7,26a
6,15
Médias
7,10a
6,48
4,93
4,91
5,62
4,92
8,03
8,12
6,79
7,41
6,33
DMS/colunas = 0,8470
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade
CG = 11,07 - 4,18x + 0,84x
2
- 0,046x
³
R
2
= 0,66
PT = 10,26 - 3,41x + 0,63x
2
- 0,032x
³
R
2
= 0,60
0
2
4
6
8
10
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (meses)
Índice de fibras curtas
(%)
Figura 4.2. Índice de fibras curtas (%) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, armazenadas em
Patos e Campina Grande em função do tempo de armazenamento
29
Estes resultados indicam a influência do tempo e do local de armazenamento sobre o índice
de fibras curtas do algodão BRS 200 Marrom traduzindo-se na importância que exerce o local do
armazenamento na manutenção desta variável que influi na avaliação final do algodão (BOLSA DE
MERCADORIAS & FUTUROS, 1992), uma vez que este índice representa a proporção em
percentagem de fibras curtas pelo peso do comprimento inferior a 12,7 mm contida em uma amostra
(COSTA et al., 2005). A FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE,... (2004a), para fins de
comercialização, classifica o índice de fibras curtas em muito baixa (< 6%) baixa (6 a 9%) regular
(10 a 13%), alta (14 a 17%) e muito alta (> 17%), logo o algodão BRS 200 Marrom é, nessa
classificação, tido como baixa. Observa-se que este índice exerce real importância na classificação
das fibras do algodão. No trabalho em discussão, o valor do índice de fibras curtas determinado para
a variedade BRS 200 Marrom, denota excelente qualidade desse algodão, desde que seja bem
colhido, beneficiado e adequadamente armazenado, observações que encontra apoio no trabalho de
SANTANA João et al. (1999a) em que o conteúdo de fibras curtas, 4,10%, encontrado pelos
pesquisadores é baixo, traduzindo-se em algodão de excelente qualidade, os mesmos autores
encontraram para o algodão brasileiro, tanto do Nordeste como do Centro Oeste, Sul e Sudeste,
baixo índice de fibras curtas, mas boa uniformidade e baixo índice de fibras flutuantes.
As alterações na percentagem de fibras curtas, no tempo, devem-se, provavelmente, às
variações das condições climáticas registradas no período do armazenamento em que as fibras foram
amostradas para a análise, sugerindo-se escolha de local e condição de armazenamento com fatores
essenciais na manutenção das fibras curtas, sem alterar suas qualidades.
4.1.3. Micronaire (µg/pol)
Encontra-se na Tabela 4.7, o resumo da análise de variância para a variável micronaire, em
que se observa efeito significativo de local, tempo e sua interação quando acometido o algodão BRS
200 Marrom ao armazenamento em Campina Grande e em Patos. As médias obtidas para a referida
interação encontram-se nas Tabelas 4.8 e 7.5.
30
Tabela 4.7. Valores da soma dos quadrados e quadrado médio do
micronaire (µg/pol) da cultivar BRS 200 Marrom,
armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos
Fontes de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Local (L) 1 0,26**
Tempo (T) 9 0,90**
L X T 9 0,54**
Resíduo 80 0,03
C.V (%) = 4,07
**,* Significativo a 1 e 5% de probabilidade
Constata-se pelos resultados da Tabela 4.8 e Figura 4.3 para o índice de micronaire efeito
estatístico dos locais em que o algodão foi armazenado ao longo de 27 meses, tendo o ambiente
de Campina Grande superado o de Patos no tempo T
6
e T
21
, ocorrendo o contrário em T
15,
T
18
,
T
24
, e T
27
, em que o algodão armazenado em Campina Grande registrou valores menores para o
índice de micronaire. Este comportamento deve-se, provavelmente, às variações climáticas no
local do armazenamento, notadamente a temperatura e a umidade relativa do ar que atuando
sobre as fibras do algodão alterou esta característica; fato que em parte encontra apoio nas
afirmações de FONSECA et al. (2004) que estudando estas características em algodão de duas
regiões do Brasil, constataram potencialidade superior do índice de micronaire para uma das
regiões (Ceará), ocorrência atribuída a diferenças edafoclimáticas entre as regiões.
Tabela 4.8. Valores médios da variável micronaire (µg/pol) para a interação local x tempo da fibra do algodão BRS 200
Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB.
MICRONAIRE (µg/pol)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
Média
C.Grande
3,89a
4,38a
4,46a
3,88a
4,56a
3,94b
3,94b
4,84a
3,78b
4,68b
4,23
Patos
3,89a
4,32a
4,06b
3,94a
4,58a
4,22a
4,26a
4,22b
4,90a
4,98a
4,33
Médias
3,89
4,35
4,26
3,91
4,57
4,08
4,10
4,53
4,34
4,83
4,28
DMS/colunas = 0,2198
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade
31
Conforme se observa o índice micronaire, em termos geral, foi alterado passando do
início do armazenamento de 3,89 µg/pol para 4,83 µg/pol depois de 27 meses do armazenamento,
comportamento este, que contribui para o engrossamento da fibra, resultando, conseqüentemente,
em uma diminuição do número de fibra por seção transversal, interferindo no processo de fiação.
Estes resultados estão de acordo com os de SANTANA José et al. (2002) para as
variedades herbáceas de algodão branco CNPA 7H e BRS 187 8H, em afirmarem que tanto o
tempo quanto o local de armazenamento interferem no índice de micronaire, e que de acordo com
a FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE,... (2004a) a fibra do algodão é afetada pelo
armazenamento, saindo do padrão ideal exigido pela indústria têxtil nacional (3,6 a 4,2 µg/pol).
Conclui-se também que o ambiente de armazenamento de Campina Grande promoveu um
algodão de melhor micronaire (4,23 µg/pol) que o de Patos (4,33µg/pol), fato importante porque
para esta característica específica, o processamento de fibras mais finas torna possível um
intervalo médio de títulos, que é a medida de unidade linear de fios têxteis e, conseqüentemente,
de artigos têxteis de estruturas e valores diferenciados.
Em resumo, tem-se que o algodão colorido armazenado em Patos e Campina Grande,
classificado inicialmente, conforme a BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS (s.d), como
de fibra fina (3,89 µg/pol) passa após o armazenamento a ser classificado como de fibra média
(4,28µg/pol), isto significa que o mesmo sofreu efeito do armazenamento, demonstrando
aumento no índice de micronaire, ou seja, a fibra engrossou à medida que avançou o tempo de
armazenamento. Resultado similar foi obtido por SANTANA José et al. (2002) com as cultivares
de algodão branco CNPA 7H e BRS 187 8H depois de 21 meses de armazenamento em dois
distintos municípios do estado da Paraíba.
32
Figura 4.3. Micronaire (µg/pol) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, armazenadas em Patos e
Campina Grande em função do tempo de armazenamento
4.1.4. Maturidade
A análise da variância revelou efeitos altamente significativos das variáveis locais, tempo e
sua interação sobre a característica tecnológica maturidade da fibra do algodão BRS 200 Marrom
armazenada por 27 meses (Tabela 4.9).
Tabela 4.9. Valores da soma dos quadrados e quadrado médio do grau de maturidade
(%) da cultivar BRS 200 Marrom, armazenada
durante 27 meses em Campina Grande e Patos
Fontes de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Local (L) 1 6,76**
Tempo (T) 9 7,82**
L X T 9 3,56**
Resíduo 80 0,40
C.V% = 0,71
**,* Significativo a 1 e 5% de probabilidade
Em observação aos dados contidos nas Tabelas 4.10 e 7.6 e Figura 7.2. do anexo, constata-se
superioridade estatística para Patos a partir de T
18
até o final do armazenamento, a exceção de T
21
,
PT =3,68= 0,33x - 0,07x + 0,005x
3
R
2
= 0,70
C.G = 3,28+ 0,83x -0,18x+ 0,01x
R= 0,71
3
3,5
4
4,5
5
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (meses)
Micronaire (ug/pol)
33
sobre Campina Grande. Este resultado indica que tanto Patos quanto Campina Grande mantêm a
fibra do algodão BRS 200 Marrom por 15 meses sem que seja afetada a característica tecnológica
maturidade. Entretanto, em termos médios, por força do tempo da armazenagem, os valores da
maturidade variaram, e Patos (88,36%) revelou-se como melhor local para o armazenamento quanto
a esta característica; fato que se deve, provavelmente, às condições ambientais que, por sua vez,
interferiram mais negativamente no algodão armazenado em Campina Grande, conforme constado
para as demais características estudadas e apresentado seus resultados no presente trabalho
revelados pelo equipamento HVI, especialmente as variações das características do Rd, +b e grau de
cor, que pode ter influenciado o comportamento da variação da leitura dos valores da maturidade
para local e tempo de armazenamento, uma vez que a parede secundária que constitui o corpo da
fibra, responsável pela maturidade da mesma, e que é formada por sucessivas cepas de celulose, é
uma característica genética de cada cultivar, sendo influenciada durante a maturidade pela umidade,
luz, fertilidade do solo presença de pragas e microrganismos durante o seu desenvolvimento.
No início do armazenamento (T
0
), nas duas localidades, a fibra classificava-se como madura
acima da média (87,44%) segundo a FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... (2004a). Durante o
armazenamento, os valores médios variaram entre 86,40 e 89,50% o que indica que as fibras
oscilaram na classificação entre madura acima da média (88 a 84%) e muito madura (>88%). Em
Campina Grande, ao final do armazenamento (T
27
) a fibra permaneceu na mesma categoria
classificatória, madura acima da média (87,60 %), enquanto que Patos passou à categoria muito
madura (88,36%) ao final do armazenamento.
Tabela 4.10. Valores médios da variável maturidade (%) para a interação local x tempo da fibra do algodão BRS
200 Marrom, armazenada durante 27 meses em Campina Grande e Patos, PB.
MATURIDADE (%)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
Média
C.Grande
87,44a
88,40a
89,60a
87,80a
89,00a
87,40a
87,80b
88,60a
84,80b
87,60b
87,84
Patos
87,44a
88,40a
89,40a
88,40a
89,40a
87,80a
89,20a
87,20b
88,00a
88,40a
88,36
Médias
87,44
88,40
89,50
88,10
89,20
87,60
88,50
87,90
86,40
88,00
88,10
DMS/colunas = 0,7986
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade
34
O grau de maturidade das fibras representa a quantidade de celulose depositada sendo
avaliada pela espessura da parede em relação ao seu diâmetro. Fibras imaturas apresentam muitas
torções e quebram-se facilmente durante o processamento do algodão, conseqüentemente diminui o
rendimento das máquinas, além de causarem com freqüência emaranhados (neps) de fibras que
depreciam o tecido. A maturidade está associada diretamente ao micronaire; fibras imaturas se
comportam no aparelho como fibras finas, influindo no valor do índice micronaire (BOLSA DE
MERCADORIAS & FUTUROS, 1992). Em geral, fibras finas produzem fios mais resistentes, em
virtude do maior mero de fibras por seção do fio, mas se forem imaturas, produzem fios com
maior quantidade de neps.
No presente trabalho, os resultados para o algodão Marrom armazenado foi semelhante ao
de SANTANA, João et al. (1998) para o algodão branco, em que todas as cultivares em estudo
apresentaram fibra muito madura, ou seja, fibras em pleno desenvolvimento e, contrário aos
resultados encontrados pelo mesmo autor (SANTANA João et al., 1999a) para fibras de algodão
branco produzidas no cerrado e fibras importadas, em que o algodão do Mato Grosso e da região das
Bermudas foram classificados como fibras imaturas.
Para uma visualização do comportamento da maturidade ao longo do tempo em que à fibra
do algodão BRS 200 Marrom passou armazenada, empregaram-se os valores médios do tempo para
as duas localidades, devido a um baixo R
2
revelado pelas equações de regressão com o emprego dos
dados experimentais individualmente de cada localidade, razão que se deve, provavelmente, a que
esta característica tecnológica é de caráter genético até a total maturidade. Ademais os dados
experimentais dos tempos T
9
, T
15
e T
24
não foram utilizados no ajustes do modelo de regressão, por
se encontrarem fora do padrão, possivelmente, pelas razões expostas nos itens anteriores, em que a
amostragem deve ter sido uma das principais razões.
Observando-se os dados contidos na Tabela 4.11 para as características resistência (gf/tex) e
alongamento (%) das duas localidades em que o algodão permaneceu armazenado por 27 meses, e
analisando-se o comportamento dessas características, em conformidade com a classificação da
FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE... (2004a), tem-se que a resistência o foi alterada de categoria,
uma vez que a fibra inicialmente classificada como forte (25,89 a 29,95 gf/tex), permaneceu tanto
em Patos (26,40 gf/tex) quanto em Campina Grande (27,38 gf/tex), após o período de
armazenamento, com valores para a citada característica dentro do intervalo de forte estabelecido
pela classificação referenciada; no entanto, o mesmo não se com a característica alongamento
35
que inicialmente foi classificada como alta (6,89%) e ao final este valor em Campina Grande foi
alterado para 7,18% enquanto em Patos houve uma redução para 6,60%, tendo-se assim a
classificação sido alterada de muito alta para alta quando o algodão permaneceu em Campina
Grande e de alta pra média em Patos. Visto que a classificação muito alta apresenta alongamento
maior que 7,0%, alta entre 6,8 a 7,0% e média entre 5,9 a 6,9%. (FUNDAÇÃO
BLUMENAUENSE..., 2004a).
Tabela 4.11. Valores médios das características tecnológicas resistência e alongamento da cultivar
BRS 200 Marrom, armazenada em Campina Grande e Patos
Local
Características tecnológicas
Resistência (gf/tex) Alongamento (%)
C. Grande 27,38a 7,18a
Patos 26,40b 6,60b
Médias 26,89 6,89
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade
Com relação à resistência, os dados de caracterização do presente trabalho (29,62 gf/tex) é
concordante com os de ARANTES (2002) que estudou as características tecnológicas de 10
cultivares de algodão colorido, provenientes de ensaios da EMPAER-MT, em que o BRS 200
Marrom foi contemplado, tendo observado para esta característica valor de 29,20 gf/tex, o qual
classifica a fibra na categoria forte.
Os resultados deste trabalho, aliados aos da literatura, indicam para a resistência alta
estabilidade decorrente do seu valor intrínseco (genético). Com relação à característica
alongamento, os dados do presente trabalho encontram apoio no de SANTANA, João et al. (1999a),
em que os autores avaliaram a fibra do algodão do cerrado brasileiro, comparando-o com o algodão
importado e constataram que a maioria das cultivares estudadas no cerrado brasileiro possui um
alongamento médio, enquanto o algodão importado varia de médio a alto, considerado dentro dos
padrões exigidos pela indústria têxtil.
Na Figura 4.4 encontram-se representados os dados experimentais médios da característica
comprimento para o tempo em que algodão BRS 200 Marrom ficou armazenado em Campina
36
Grande e Patos. Em observação a estes dados, tem-se efeito do tempo sobre esta característica, em
que os meses T
9
, T
12
, T
21
e T
27
, armazenaram
melhor as fibras desse algodão em relação aos demais meses, tendo o mês T
6
sido o que revelou o
menor valor do comprimento da fibra do BRS 200 Marrom. Estes resultados classificam a fibra
desse algodão como sendo do tipo longa, conforme especificações da BOLSA DE
MERCADORIAS & FUTUROS (s.d), que considera longa a fibra de comprimento SL 2,5% entre
28,6 e 31,7 mm. Quanto à classificação, estes resultados são, em parte, concordantes com os obtidos
por SANTANA Joet al. (2002), para o algodão branco, em que os autores depois de um período
de 21 meses de armazenamento verificaram estabilidade para esta característica, a qual permaneceu
na categoria (longa) quando de sua caracterização.
Em resumo, verifica-se para a totalidade das características tecnológicas da fibra do algodão
BRS 200 Marrom, que as variações significativas detectadas entre os locais de armazenamento para
estas características, são devidas, principalmente, às influências do ambiente.
Figura 4.4. Comprimento (mm) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, armazenadas em Patos e
Campina Grande em função do tempo de armazenamento.
28
29
30
31
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (meses)
Comprimento (mm)
ab
ab
b
a
a
ab
ab
ab
ab
a
a
a
a
a
a
a
ab
ab
a
37
5. CONCLUSÕES
A tonalidade marrom do algodão BRS 200 Marrom torna-se mais escuro após o armazenamento,
pela diminuição do grau de reflectância (Rd).
É necessário estabelecer um padrão para o algodão colorido, aferir o HVI e adaptar o diagrama
de Hunter`s, possibilitando a leitura da classe de cor, permitindo a classificação do algodão
quanto ao tipo.
O comprimento da fibra do algodão BRS 200 Marrom não foram influenciadas pelo local de
armazenamento.
Patos, como local de armazenamento, manteve uma melhor qualidade da fibra quanto à
tonalidade marrom (+b), grau de reflectância, índice de fibras curtas e maturidade; Campina
Grande, quanto ao micronaire, alongamento e a resistência.
A fibra do algodão BRS 200 Marrom apresenta-se mais grossa após o armazenamento
independente da microrregião em que foi armazenada .
38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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44
7. ANEXOS
Tabela 7.1. Resumo da análise de variância das características da fibra do algodão colorido
F.V G.L Quadrados Médios
comp. unif. índ.fib.
curtas
resist. Along. Micro. Matur. Rd +b
Local
Tempo
L X T
Resíduo
1
9
9
80
0,08ns
3,11**
1,05ns
0,652
0,60ns
1,98ns
2,38ns
1,643
3,02*
18,8**
2,28**
0,45
24,10*
54,02**
5,34ns
5,53
8,46**
10,10**
0,78ns
0,52
0,26**
0,90**
0,54**
0,03
6,76**
7,28**
3,56**
0,40
95,45**
5,09ns
2,62ns
3,94
2,82**
1,35**
0,44*
0,21
CV% 2,67 1,55 10,6 8,74 10,4 4,07 0,71 4,39 2,46
**,* Significativo a 1 e 5% de probabilidade e,
ns
Não significativo, pelo teste F
Tabela 7.2. Valores médios das características da fibra do algodão colorido em função do fator local
LOCAL
CARACTERISTICAS DA FIBRA (Médias)
comp. unif. ind. resist. along. micro. Mat. Rd +b
C.GRANDE
PATOS
30,22a
30,16a
82,60a
82,45a
6,50a
6,15b
27,39a
26,40b
7,18a
6,60b
4,23b
4,33a
87,84b
88,36a
44,24b
46,19a
18,45b
18,78a
MÉDIAS
30,19
82,53
6,33
26,90
6,89
4,29
88,10
45,22
18,62
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade
Tabela 7.3. Valores médios das características da fibra do algodão colorido em função do fator Tempo
TEMPO
CARACTERISTICAS DA FIBRA
comp. ind. resist. along. mic. mat. +b
0 30,02ab 7,10bc 29,62ab 6,98bc 3,89e 87,44d 18,51abc
3 30,09ab 6,48c 25,79cde 7,94ab 4,35bc 88,40bc 18,69abc
6 28,93b 4,93d 25,29cde 5,54de 4,26cd 89,50a 19,18a
9 31,02a 4,91d 29,22ab 6,51cd 3,91e 88,10cd 19,06a
12 30,61a 4,63d 23,38e 7,43abc 4,57b 89,20ab 18,77ab
15 30,07ab 4,92d 27,04abcd 8,31a 4,08de 87,60cd 18,80ab
18 30,03ab 8,03ab 30,02a 5,04e 4,10cde 88,50bc 18,68abc
21 30,36a 8,12a 26,46bcde 6,75c 4,53b 87,90cd 18,16bc
24 30,10ab 6,79c 24,04de 7,33abc 4,34bc 86,40e 18,27bc
27 30,68a 7,41abc 28,11abc 7,18bc 4,83a 88,00cd 18,07c
Médias 30,19 6,33 26,89 6,89 4,28 88,10 18,62
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade
45
Tabela 7.4. Valores médios da variável Índice de Fibras curtas (%) para a interação local x tempo
INDICE DE FIBRAS CURTAS (%)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
C.GRANDE
PATOS
7,10aB
7,10aB
6,94aBC
6,02bBC
4,60aD
5,26aCD
4,58aD
5,24aCD
4,84aD
4,42aD
5,62aCD
4,22bD
9,04aA
7,02bB
7,64bB
8,60aA
7,14aB
6,44aBC
7,56aB
7,26aAB
MÉDIAS
7,10
6,48
4,93
4,91
4,63
4,92
8,03
8,12
6,79
7,41
DMS/colunas = 0,8470 (letras minúsculas) DMS/linhas = 1,3856 (letras maiúsculas)
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem, significativamente, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade
Tabela 7.5. Valores médios da variável Micronaire para a interação local x Tempo
MICRONAIRE (µg/in)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
C.GRANDE
PATOS
3,89aC
3,89aF
4,38aB
4,32aCD
4,46aB
4,06bDEF
3,88aC
3,94aEF
4,56aAB
4,58aBC
3,94bC
4,22aDEF
3,94bC
4,26aCDE
4,84aA
4,22bDEF
3,78bC
4,90aAB
4,68bAB
4,98aA
MÉDIAS
3,89
4,35
4,26
3,91
4,57
4,08
4,10
4,53
4,34
4,83
DMS/colunas = 0,2198 (letras minúsculas) DMS/linhas = 0,3596 (letras maiúsculas)
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem, significativamente pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade
Tabela 7.6. Valores médios da variável maturidade para a interação local x tempo
MATURIDADE
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
C.GRANDE
PATOS
87,44aC
87,44aC
88,40aABC
88,40aABC
89,60aA
89,40aA
87,80aBC
88,40aABC
89,00aAB
89,40aA
87,40aC
87,80aC
87,80bBC
89,20aAB
88,60aABC
87,20bC
84,80bD
88,00aBC
87,60bC
88,40aABC
MÉDIAS
87,44
88,40
89,50
88,10
89,20
87,60
88,50
87,90
86,40
88,00
DMS/colunas = 0,7968 (letras minúsculas) DMS/linhas = 1,3035 (letras maiúsculas)
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade
46
Tabela 7.7. Valores médios de +b para a interação local x tempo
GRAU DE AMARELO (+b)
LOCAL
TEMPOS
T
0
T
3
T
6
T
9
T
12
T
15
T
18
T
21
T
24
T
27
C,GRANDE
PATOS
18,51aABC
18,51aBCD
18,82aAB
18,65aBCD
18,66bABC
19,70aA
18,88aA
19,24aAB
18,56aABC
18,98aABCD
18,56aABC
19,04aABC
18,48aABC
18,88aABCD
18,28aABC
18,04aD
17,84bC
18,70aBCD
17,92aBC
18,22aCD
MÉDIAS
18,51
18,69
19,18
19,06
18,77
18,80
18,68
18,16
18,27
18,07
DMS/colunas = 0,5784 (letras minúsculas) DMS/linhas = 0,9461 (letras maiúsculas)
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem, significativamente pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade
y = 47,346 - 0,778x + 0,0559x
2
R
2
= 0,83
40
42
44
46
48
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (meses)
Reflectância (Rd)
Figura 7.1. Grau de reflectância (Rd) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, armazenadas em
Patos e Campina Grande em função do tempo de armazenamento
47
Figura 7.2. Grau de maturidade (%) da fibra de algodão BRS 200 Marrom, armazenadas em Patos
e Campina Grande em f
y = 82,51+ 2,30x - 0,43x
²
- 0,02x
3
R
2
= 0,88
84
86
88
90
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (meses)
Maturidade
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