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Carlos Alberto Garofalo
Novas Soluções de Redes e Serviços de
Entretenimento de Última Geração
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica do Departamento
de Engenharia Elétrica da PUC-Rio.
Orientador: Prof. Marbey Manhães Mosso
Rio de Janeiro
Agosto de 2005
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Carlos Alberto Garofalo
Novas Soluções de Redes e Serviços
de Entretenimento de Última Geração
Dissertação apresentada como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica do Departamento
de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico
da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora
abaixo assinada.
Prof. Marbey Manhães Mosso
Orientador
Centro de Estudos em Telecomunicações – PUC-Rio
Prof. Abelardo Podcameni
Centro de Estudos em Telecomunicações – PUC-Rio
Prof. Ricardo Guerra Pereira
UERJ
Prof. Antônio Dias Macedo Filho
Marinha do Brasil
Prof. José Eugenio Leal
Coordenador Setorial do Centro
Técnico Científico – PUC-Rio
Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2005
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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou
parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e
do orientador.
Carlos Alberto Garofalo
Graduado em Engenharia Elétrica, ênfase em Eletrônica e
Telecomunicações, em 1992/1994, pelo Centro Federal de
Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca do Rio de
Janeiro - CEFET. Foi membro do corpo de Engenheiros da
Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL,
permanecendo até 04/09/2000. A partir desta data ingressou ao
corpo de Engenheiros da Empresa Globalcrossing, onde
permanece até os dias atuais. Atua ,também, como professor do
curso tecnólogo da Universidade Estácio de Sá
Ficha catalográfica
CDD: 621.3
Garofalo, Carlos Alberto
Novas soluções de redes e serviços de
entretenimento de última geração / Carlos Alberto Garofalo
; orientador: Marbey Manhães Mosso. – Rio de Janeiro :
PUC-Rio, Departamento de Engenharia Elétrica, 2005.
72 f. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia
Elétrica.
Inclui referências bibliográficas
1. Engenharia elétrica – Teses. 2. Redes ópticas.
3. Gigabit Ethernet. 4. IP. 5. Armazenamento distribuído.
6. Inteligência de rede. 7. Entretenimento. 8. Redes
multimídia. 9. Capex. 10. Opex. I. Mosso, Marbey
Manhães. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro. Departamento de Engenharia Elétrica. III. Título.
Aos meus pais Vittorio Garofalo e Adelina Fisciletti Garofalo
Meu irmão José Ricardo Fisciletti Garofalo
A minha esposa Maria de Lourdes de Castro Garofalo
Agradecimentos
Ao meu orientador Marbey M. Mosso pela oportunidade, incentivo e suporte
contínuo na elaboração deste trabalho.
Aos meus companheiros de trabalho Alexandre Castro, Jorge Monteiro e
Maurício Marques pela disponibilidade sempre demonstrada em todos os
momentos que foram solicitados.
Em especial ao meu chefe Emanoel Xavier pela atenção, incentivo, aprendizado e
suporte técnico. Fatores de grande importância para o desenvolvimento deste
trabalho.
Aos meus pais Adelina F.Garofalo e Vittorio Garofalo pelo incentivo contínuo
dos meus estudos.
A minha querida esposa Maria de Lourdes C. Garofalo pela compreensão,
paciência e incentivos diários durante a realização deste trabalho. Principalmente
pelo equilíbrio emocional proporcionado em momentos de extremo cansaço.
Resumo
Garofalo, Carlos Alberto; Mosso, Marbey Manhães (Orientador). Novas
Soluções de Redes e Serviços de Entretenimento de Última Geração. Rio
de Janeiro, 2005. 72p. Dissertação de Mestrado - Departamento de
Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
O principal objetivo desta dissertação consiste na proposta de
implementação de uma rede de telecomunicações utilizando novas tecnologias,
enfatizando as aplicações de entretenimento. As soluções adotadas foram
orientadas pelas características econômicas verificadas nas áreas nobres das
regiões metropolitanas brasileiras e também pelas novas tecnologias de
roteamento, chaveamento, armazenamento e distribuição local. A avaliação do
custo de investimento e operacional da rede, bem como a formulação de um
modelo de negócios associado a uma estrutura de serviços oferecidos foram
apresentadas e desenvolvidas. A construção de um plano de negócio hipotético
para avaliar a relação custo-benefício resultante da utilização da infra-estrutura da
rede proposta associado ao modelo e estrutura dos serviços elaborados foi
implementado e executado. Quatro alternativas de implementação de rede foram
avaliadas.
Palavras-chave
Redes ópticas; Gigabit Ethernet; IP; armazenamento distribuído;
inteligência de rede, entretenimento, redes multimídia, Capex, Opex.
Abstract
Garofalo, Carlos Alberto; Mosso, Marbey Manhães (Advisor). New
Network Solutions and Next Generation Entertainment Services. Rio de
Janeiro, 2005. 72p MSc. Dissertation – Departamento de Engenharia
Elétrica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
The present dissertation is aiming at proposing a telecommunications
network implementation using some new technologies where the emphasis is put
on entertainment applications. The adopted solutions try to offer a selection grid
that qualitatively cope with the economic level of some selected noble
metropolitan areas in Brazil and rely in new routing, switching storage and local
distribution technologies. The investment evaluation, the operational network
costs and the formulation of a business model associated with the respective used
service structure is subsequently introduced and described. Next, a hypothetic
business plan service model is launched in order to evaluate the cost-benefit ratio
between the network infrastructure proposed working together with its new
service model and its new structure. Four possible alternatives of network
implementation were evaluated and commented.
Keywords
Optical networks, Gigabit Ethernet; IP, distributed storage, inteligent
networks, entertainment, multimedia networks, Capex, Opex.
Sumário
1 Introdução 14
2 Concepção de uma nova Rede de Entretenimento 17
2.1. Introdução 17
2.2. Mercado Alvo 17
2.3. Arquitetura de Rede 20
2.4. Detalhamento do Sistema 22
2.4.1. Rede 22
2.4.2. Ponto de Presença Central 23
2.4.3. Ponto de Presença Secundário 24
2.4.4. Dispositivo de Armazenamento de Vídeo 24
2.5. Premissas do Usuário 25
2.6. Método de Operação da Rede 26
2.7. Comentários Finais 28
3 Custo de Investimento, Operacional e Real Estate 29
3.1. Introdução 29
3.2. Custo de Investimento do Núcleo da Rede 29
3.2.1. Equipamentos de Rede 29
3.2.2. Construção do Anel Óptico 32
3.3. Custo de Investimento do Acesso – Última Milha 35
3.4. Total de Custo de Investimento – CAPEX 36
3.4.1. Alternativa 1 36
3.4.2. Alternativa 2 36
3.4.3. Alternativa 3 37
3.4.4. Alternativa 4 38
3.5. Custo com Compra e/ou Aluguel – Real Estate 38
3.5.1. Custo do Aluguel do Poste 39
3.5.2. Custo do Aluguel do Espaço Físico 39
3.5.3. Total de Custos com Aluguel – Real Estate 39
3.6. Custo com Operação e Manutenção da Rede – OPEX 40
3.6.1. Custo com Contrato de Manutenção da Planta Externa 40
3.6.2. Custo com Contrato de Manutenção de Hardware Cisco/IBM 41
3.6.3. Custo com Mão-de-Obra para Operação 41
3.6.4. Custo de Materiais de Informática e Consumo 41
3.7. Total de Custos de Operação e Manutenção – OPEX 41
3.8. Comentários Finais 42
4 Modelo de Negócio para a Rede Multimídia proposta 43
4.1. Introdução 43
4.2. Redes Tradicionais e Redes NGN 43
4.3. Modelo de Negócios para Redes NGN 44
4.4. Modelo de Negócios para a Rede proposta 46
4.5. Comentários Finais 49
5 Construção do Plano de Negócio para a Rede Multimídia proposta 51
5.1. Introdução 51
5.2. Fundamentos para Construção do Plano de Negócios 51
5.3. Cenário do Negócio Avaliado 52
5.3.1. Distribuição de Usuários 52
5.3.2. Distribuição de Usuários por Classe de Serviço 53
5.3.3. Crescimento de Usuários por Trimestre 53
5.3.4. Premissas Macroeconômicas 54
5.3.5. Receitas 55
5.3.6. Custos Operacionais – OPEX 56
5.3.7. Custos de Investimentos – CAPEX 59
5.3.8. Taxa de Juros Considerada no Estudo 59
5.4. Resultados Obtidos: 60
5.5. Comentários Finais 66
6 Comentários e Conclusões 67
6.1. Introdução 67
6.2. Destaques Relevantes 67
6.3. Relação Custo-Benefício 68
6.4. Conclus Finais 69
7 Referências Bibliográficas 71
Lista de figuras
Figura 1: Topologia Física da rede 19
Figura 2: Arquitetura da Rede – Fase Inicial e Final 21
Figura 3: Arquitetura interna de rede residencial 25
Figura 4: Método de Operação da Rede 26
Figura 5: Conectividade entre o Usuário e o “Retailer” 45
Figura 6: Relacionamento funcional Usuário/ “Retailer” 45
Figura 7: Configuração do modelo de negócios proposto 47
Figura 8: Rede de entretenimento em grande escala 69
Lista de tabelas
Tabela 1: Características socio-econômicas por classe de rendimento 18
Tabela 2: Localização dos Pontos de Presença Secundários 19
Tabela 3: Distâncias entre os Pontos de Presença Secundários 23
Tabela 4: Custo de Equipamentos de Rede dos Pontos de Presença 31
Tabela 5: Custo de Equipamentos de Informática dos Pontos de Presença 32
Tabela 6: Custo de construção do anel óptico subterrâneo 33
Tabela 7: Custo de construção do anel óptico misto (subterrâneo + aéreo) 34
Tabela 8: Custo de acesso óptico – última milha 35
Tabela 9: Custo de acesso elétrico – última milha 35
Tabela 10: Custo total de investimento para uma rede óptica subterrânea e
acesso óptico 36
Tabela 11: Custo total de investimento para uma rede óptica subterrânea e
acesso elétrico 37
Tabela 12: Custo total de investimento para uma rede mista (subterrânea +
aérea) e acesso óptico 37
Tabela 13: Custo total de investimento para uma rede óptica mista (subterrânea
+ aérea) e acesso elétrico 38
Tabela 14: Custo total anual com aluguel 40
Tabela 15: Custo total com operação e manutenção 42
Tabela 16: Crescimento da planta projetada 53
Tabela 17: Distribuição de usuários por classe de serviço por ano 53
Tabela 18: Crescimento de usuários no trimestre por classe de serviço 54
Tabela 19: Indicadores econômicos adotados no estudo 54
Tabela 20: Preço fixo unitário por classe de serviços 55
Tabela 21: Receita anual projetada 55
Tabela 22: Custo do núcleo e acesso da rede – US$ 59
Tabela 23: Custo OPEX projetado 61
Tabela 24: Cálculo do VPL para a alternativa 1 62
Tabela 25: Cálculo do VPL para a alternativa 2 63
Tabela 26: Cálculo do VPL para a alternativa 3 64
Tabela 27: Cálculo do VPL para a alternativa 4 65
Lista de Acrônimos
ADSL – Asymetric Digital Subscription Line
ANSI – American National Standards Institute
ARPU – Average Revenue
CAPEX – Capital Expenditure
CDI – Certificado de Depósito Interbancário
CDN – Content Distribution Network
CPE – Customer Premise Equipment
CoS – Class of Service
DHCP – Dynamic Host Configuration Protocol
DVD – Digital Video Disk
DVR – Digital Video Record
FE – Fast Ethernet
GBE – Gigabit Ethernet
Gbps – Gigabits por segundo
HDTV – High Definition Television
ETSI – European Telecommunications Standard Institute
IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers
IP – Internet Protocol
ITU-T – International Telecommunications Union – Telecommunication
kbps – kilobits por segundo
km – kilômetro
Mb – Megabyte
Mbps – Megabits por segundo
m
2
– metro quadrado
MPEG – Moving Picture Expert Group
NGN – Next Generation Network
OIF – Optical Internetworking Forun
OPEX – Operation Expenditure
PoP – Point of Presence
QoS – Quality of Service
RTP – Real Time Protocol
RTSP – Real Time Stream Protocol
ROI - Return of Investment
Tb – Terabyte
TCP – Transmission Control Protocol
UDP – User Datagram Protocol
SLA – Service Level Agreement
VoIP – Voice over Internet Protocol
VPL – Valor Presente Líquido
VPN – Virtual Private Network
WDM – Wave Division Multiplexing
1
Introdução
A crescente evolução de propostas de serviços abertos ao público pela
Internet e a demanda por parte dos usuários na área de serviços diferenciados dos
moldes atuais, quer no conceito do serviço em si, quer no conceito da qualidade
com que esse serviço demandado atinja o usuário final, está levando a uma
mudança nos padrões de conduta destes usuários. Resulta então uma mudança nas
redes de telecomunicações, na forma de implementar seu projeto e na sua
operação.
Pensando em termos de transporte de informação, existem nas redes atuais,
seja via Internet ou rede dedicada, gargalos que se traduzem em perda da
qualidade de serviço (por exemplo: tempo de resposta) gerando ao usuário final
uma perda de informação efetiva.
O problema atual das redes no que concerne a novas demandas por serviços
do tipo jogos on line (gaming), video on demand e VoIP (Voice over Internet
Protocol) se traduz basicamente pelo acesso ao usuário final (rede de acesso) não
estar capacitado a responder este tipo de demanda. As redes de transporte,
situados no core, ainda apresentam desempenho inadequado quando múltiplos
acessos simultâneos são requisitados [1], [2].
Desse modo, além de mudar o projeto do acesso ao usuário final, se faz
necessário um trabalho de criar/aumentar a capacidade de armazenamento dos nós
da rede associado à capacidade de transporte de informação entre nós, sob
demanda da gerência de controle da rede [1].
No cenário atual de concorrência, as empresas provedoras de serviços têm
se esforçado para satisfazerem as novas exigências do mercado, que demandam
redes customizadas para transporte de tráfego, classificadas como altamente
sensíveis.
Para este cenário, cabe à empresa dimensionar sua rede de forma a poder
oferecer CoS (Class of Service) , QoS (Quality of Service) e SLA (Service Level
Agreement) superiores aqueles da concorrência.
15
A adoção de banda larga associada à tecnologia Ethernet Óptica (Fast
Ethernet, 1GBE (Gigabit Ethernet) e 10GBE [3],[4]) na rede de acesso (última
milha) habilita os provedores de serviços a oferecerem novos portifólios aos
consumidores residenciais. Além dos serviços de acesso à Internet e VoIP, o
Vídeo IP se apresenta como um serviço promissor, vislumbrando uma tentativa
destes provedores de serviços manterem seu “market share” e conseqüentemente
aumentar o seu ARPU (Average Revenue Per User).
Segundo a consultora Multimidia Research Group, espera-se uma demanda
de assinaturas de serviços de Vídeo IP no mundo da ordem de 8 milhões em 2006.
Esse aumento indica uma receita IP mundial da ordem de 6 bilhões de dólares no
mesmo período.
Múltiplas aplicações estão sendo implementadas através das redes legadas.
Resultam então dificuldades associadas ao empilhamento de vários protocolos e a
arquiteturas concebidas para o tráfego de voz. Outros fatores importantes a
destacar são: o modelo de bilhetagem/ tarifação e, o relacionamento convencional
entre os provedores/ operadores de rede e os usuários.
A partir dos tópicos mencionados acima, pode-se resumir como motivação
principal do presente trabalho o desenvolvimento de uma rede de
telecomunicações capaz de gerar uma nova forma de relacionamento entre os
usuários e os provedores de conteúdo, destacando aplicações de entretenimento.
Algumas idéias básicas de redes NGN (Next Generation Network) serão
utilizadas associadas a características econômicas verificadas nas áreas nobres de
regiões metropolitanas brasileiras.
O presente trabalho sugere uma proposta de rede de entretenimento
inteligente para atendimento ao usuário final e seus principais objetivos serão:
1- Desenvolvimento de uma rede de telecomunicações utilizando
novas tecnologias enfatizando as aplicações de entretenimento.
2- Avaliação dos custos de instalação da rede.
3- Formulação de um novo modelo de negócios associados a uma
nova geração de serviços gerais e de entretenimento.
4- Avaliação da relação custo-benefício resultante da utilização da
infra-estrutura de rede proposta, associada ao novo modelo e
estrutura de serviços elaborados.
16
A proposta aqui apresentada, considera facilidades operacionais de
armazenamento de arquivos (intra/inter rede) que podem ter implicação em
aspectos de direitos autorais (Copyright) [1]. Assim, os aspectos legais de direito
de uso/reprodução e armazenamento de cópias de mídias (filmes por exemplo)
não foram considerados, apesar da reconhecida relevância dos mesmos, em
função de se constituir em matéria de direito específico, o que foge ao contexto do
presente trabalho.
A proposta será desenvolvida em 06 capítulos a saber:
O primeiro capítulo dedicou-se a introdução desta dissertação.
No segundo capítulo serão introduzidos a topologia física, arquitetura,
detalhamento do sistema e as premissas do usuário, de uma nova rede de
telecomunicações a ser instalada em qualquer área nobre de regiões
metropolitanas brasileiras particularizando a Barra da Tijuca-Rio.
No terceiro capítulo serão apresentados os custos envolvidos para a
realização da rede proposta.
Ao longo do quarto capítulo, utilizando idéias e conceitos básicos de redes
de nova geração (NGN-Next Generation Network), será introduzido um novo
modelo de negócios associados à relação direta entre o provedor de conteúdo e o
provedor de rede e, o provedor de conteúdo e o usuário final.
No quinto capítulo será apresentado à execução do modelo de negócios
proposto e sua relação custo-benefício.
Finalmente, no sexto capítulo serão apresentados os comentários e
conclusões finais da presente dissertação.
2
Concepção de uma nova Rede de Entretenimento
2.1.
Introdução
O presente capítulo introduz uma rede de telecomunicações priorizada para
aplicação em entretenimento de alta velocidade. A topologia física da rede, sua
arquitetura, seus nós e os sistemas utilizados na sua ativação serão descritos. As
soluções adotadas serão orientadas pelas características econômicas verificadas
nas áreas nobres das regiões metropolitanas brasileiras e também pelas novas
tecnologias de roteamento, chaveamento, armazenamento e distribuição local.
2.2.
Mercado Alvo
Será adotado como mercado alvo para o dimensionamento da rede a Região
Residencial Metropolitana da Barra da Tijuca.
A área escolhida para a implementação da rede e prestação de serviços de
entretenimento apresenta-se economicamente viável segundo fonte de dados da
Sub-Prefeitura do Rio de Janeiro e IBGE – Censo 2000 [5].
A tabela 1, a seguir, apresenta as características socio-econômicas dos
domicílios permanentes avaliados pelo censo – 2000, por classes de rendimento
nominal mensal da pessoa responsável pelo domicílio. Nota-se que 56% dos
responsáveis pelos domicílios do bairro da Barra da Tijuca apresentam
rendimentos superiores a 20 salários mínimos.
Um outro aspecto que torna a área oportuna para o negócio é o índice de
domicílios com a presença de microcomputadores, superior a 40% (fonte censo-
2000).
18
A figura 1, a seguir, apresenta a topologia física da rede a ser construída
bem como os Pontos de Presença Secundários a serem atendidos (tabela 2). O
número total de domicílios que se propõe à atender é da ordem de 5.000, o que
perfaz em média 300 domicílios por Ponto de Presença Secundário.
O contorno do anel óptico a ser construído é constituído pelas Avenidas das
Américas, Ayrton Senna e Sernambetiba. A área possibilita uma construção mista,
ou seja, construção subterrânea e aérea nas Av. das Américas e Ayrton Senna e
subterrânea na Av. Sernambetiba.
É importante destacar a localização do Ponto de Presença Central, capaz de
possibilitar a interconexão com as principais empresas de telecomunicações. Por
outro lado, os Pontos de Presença Secundários estão localizados dentro dos
Condomínios a serem atendidos.
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000 – Resultado do Universo.
(1) salário mínimo utilizado:R$ 151,00.
(2) inclusive os domicílios cuja pessoa responsável recebia somente em
benefícios.
Domicílios particulares permanentes
Classes de rendimento nominal mensal da pessoa
responsável pelo domicílio (salário mínimo) (1)
Área de
Planejamento,
Regiões
Administrativas e
Bairros
Total
Até 2 2 a 10
10 a
20
20 a
30
Acima
30
(2) Sem
rendimento
XXIV Barra da
Tijuca
54.494 6.734 13.636 9.636 5.788 15.580 3.120
Barra da Tijuca 30.612 691 4.584 7.057 4.480 12.659 1.141
Camorim 217 97 86 5 3 1 25
Grumari 25 6 13 - - 1 5
Itanhangá 6.295 1.828 3.029 255 120 501 562
Joá 266 16 44 52 19 125 10
Recreio dos
Bandeirantes
11.335 1.863 3.505 2.000 1.100 2.213 654
Vargem Grande 2.533 904 1.162 139 44 47 237
Vargem Pequena 3.211 1.329 1.213 128 22 33 486
Tabela 1: Características socio-econômicas por classe de rendimento
19
Figura 1: Topologia Física da rede
Pontos de Presença Secundários
#2930- Condomínio Ocean Front #4250- Condomínio de casas
#3100- Condomínio de casas #4420- Condomínio Weekend
#3200- Condomínio Rosane #4600- Condomínio Wateways
#3300- Condomínio Barramares #4666- Condomínio Praia Rio
#3360- Condomínio Acquabella #5100/5200- Condomínio Golden Green
#3600- Condomínio Atlântico Sul #5700- Condomínio casas
#3602- Condomínio Costa Sul #5800- Condomínio Alfa Quality
#3604- Condomínio Barra Summer #6700- Condomínio Jardim Marapendi
#4000- Condomínio Saint Tropez
Tabela 2: Localização dos Pontos de Presença Secundários
Citá América
Ponto de Presença Central
Ponto de Presença Secundário
20
2.3.
Arquitetura de Rede
A rede para a prestação do serviço de entretenimento aqui proposta baseia-
se em uma arquitetura distribuída permitindo maior eficiência na utilização de
seus recursos e qualidade no serviço oferecido [3],[4].
A arquitetura é composta por um Ponto de Presença Central e dezessete
Pontos de Presença Secundários interligados em anel por uma rede metropolitana
ethernet óptica de 10GBE, com servidores de vídeo distribuídos nas bordas da
rede.
O Ponto de Presença Central atua como uma central de programação e
controle de todos os componentes do sistema e dos serviços prestados aos
usuários finais. Ele é capaz de processar, armazenar e gerenciar os sinais de vídeo
oriundos de diversos provedores de conteúdo e distribuí-los aos Pontos de
Presença Secundários e também em casos remotos enviar conteúdo aos usuários
finais.
Por sua vez, os Pontos de Presença Secundários atuarão como um “cache
de conteúdo a ser distribuído aos usuários finais através de acesso de banda larga.
A arquitetura habilita também o uso de DVR (Digital Video Record)
instalado nas dependências do usuário.
A figura 2, a seguir, apresenta a arquitetura da rede, em função de um
planejamento de demanda inicial e final de usuários instalados. Para a etapa
inicial a rede é dimensionada para atendimento de 30% do total de domicílios
residenciais. Acima deste valor, inicia-se a implementação em função da demanda
crescente de usuários.
21
Figura 2: Arquitetura da Rede – Fase Inicial e Final
Na fase inicial de implementação os servidores são instalados em pontos
estratégicos de concentração de usuários. Ainda que vários usuários sejam
atendidos pelos servidores dos nós adjacentes da rede, não compromete o
desempenho da rede e também matém um QoS (Quality of Service) satisfatório ao
usuário final. Porém, para uma demanda final é crucial que a taxa de atendimento
do nó local, no qual o usuário encontra-se conectado, seja elevada. Sendo assim,
irá garantir uma melhor utilização do núcleo da rede e QoS aos usuários finais.
22
2.4.
Detalhamento do Sistema
2.4.1.
Rede
A tecnologia que irá suportar o núcleo e o acesso da rede será a NGN (Next
Generation Network) baseada nos protocolos IP (Internet Protocol), que age
como suporte de transporte, e o Ethernet para acesso ao meio. Dentro da NGN, o
IP passa a ser o integrador de serviço para aplicações de voz, dados e vídeo. Os
serviços são encaminhados ao usuário final através de uma arquitetura de rede IP-
VPN (IP based Virtual Private Network)[3],[4]. Esta tecnologia permite, ainda,
suporte de autenticação e autorização para acesso a rede e aplicações de
segurança. Por exemplo: só ocorrerá comunicação entre usuários quando forem
corretamente autenticados.
A rede de transporte conta com uma estrutura física em anel de 18 km de
extensão de fibra óptica monomodo segundo recomendação ITU (International
Telecommunication Union) G.652 e switches ethernet instalados no Ponto de
Presença Central e Pontos de Presença Secundários, configurados com portas de
10 GBE para interface de rede, 1GBE para interface com o servidor de vídeo e
middlewares (ex. bilhetador, DHCP (Dynamic Host Configuration
Protocol)/autenticação , servidor web e licença de software) e Fast Ethernet (100
M) para interface de acesso de banda larga com o usuário final.
A rede de acesso ao usuário deverá operar na taxa de 100Mbps/downstream
e 10Mbps/upstream utilizando uma conexão Fast Ethernet de cabo de par
trançado /ADSL (Asymmetric Digital Subscription Line) ou fibra óptica
multímodo.
A tabela 3, a seguir, mostra as distâncias entre os Pontos de Presença
Secundários a serem instalados.
23
Distâncias entre os Pontos de Presença Secundários
(metros)
1- De #2930 - Para #3100: 370m 10- De #4250 - Para #4420: 25m
2- De #3100 - Para #3200: 100m 11- De #4420 - Para #4600: 270m
3- De #3200 - Para #3300: 50m 12- De #4600 - Para #4666: 30m
4- De #3300 - Para #3360: 30m 13- De #4666 - Para #5100/5200: 460m
5- De #3360 - Para #3600: 570m 14- De #5100/5200 - Para #5700: 630m
6- De #3600 - Para #3602: 40m 15- De #5700 - Para #5800: 120m
7- De #3602 - Para #3604: 10m 16- De #5800 - Para #6700: 670m
8- De #3604 - Para #4000: 270m 17- De #6700 - Para #7000: 620m
9- De #4000 - Para #4250: 40m
Tabela 3: Distâncias entre os Pontos de Presença Secundários
2.4.2.
Ponto de Presença Central
O Ponto de Presença Central será o ponto principal de entrada de conteúdo
de entretenimento na rede. Apresenta em sua estrutura interna uma área de
collocation para que os provedores de conteúdo de vídeo possam instalar seus
equipamentos e interfacear com a rede de distribuição de video IP do provedor de
rede. O Ponto de Presença é também dotado de um centro de operações
constituído por uma plataforma de vídeo (servidores de vídeo stream, storage e
software aplicativo), plataforma de rede (switch ethernet), plataforma de
middleware (ex.: servidor de bilhetagem , servidor DHCP/autenticação , servidor
web e licença de software) e plataforma de gerência de rede (hardware e software
para administração, provisionamento, operação e manutenção da rede) providos
pelo provedor de rede.
A capacidade de disco do servidor de video stream situado no nó central é
da ordem de 4TB (TeraBytes) e aceita diferentes tipos de formatos de conteúdo
tais como: MPEG 2 (Moving Picture Experts Group), MPEG 4 e DVD (Digital
Video Disk) [6]. Como exemplo de capacidade de armazenamento, teriam
aproximadamente 4.450 filmes armazenados, considerando codificação MPEG 4
(900MB – MegaBytes para um filme de 2 horas). Adicionalmente, o servidor de
24
vídeo é dimensionado para gerenciar um número de conexões simultâneas da
ordem de dois mil streams. Isso permite que possam ter até dois mil usuários
(players) conectados simultaneamente assistindo a diversos conteúdos (ao vivo ou
on-demand).
Deve ser também destacado a importância do sistema de autenticação e
autorização para acesso ao serviço bem como a bilhetagem em tempo real com
interface externa para conexão com as redes de cartões de crédito.
2.4.3.
Ponto de Presença Secundário
O Ponto de Presença Secundário é constituído de uma plataforma de rede
(switch ethernet e distribuidores ópticos) e uma plataforma de vídeo (servidor de
vídeo stream e software aplicativo) idênticas ao Ponto de Presença Central,
incluindo um servidor com capacidade de disco menor. É considerado um Ponto
de Presença para atendimento às solicitações do usuário final, com
funcionalidades de processamento e armazenamento. A capacidade de disco de
armazenamento é da ordem de 200GB (GigaBytes), o equivalente a 220 filmes de
900MB no formato MPEG 4. Nele, são armazenados conteúdos de vídeo mais
utilizados (popular) pelos usuários finais. A alocação e realocação de conteúdo na
base de dados são dinâmicas. Todo o processo é gerenciado pelo Ponto de
Presença Central, capaz de enviar dados ou solicitar que outros Pontos de
Presença Secundários os enviem.
2.4.4.
Dispositivo de Armazenamento de Vídeo
O DVR – Digital Video Record é um equipamento que pode ser inserido na
ponta final da rede, localizado dentro das dependências do usuário. O DVR pode
ser adquirido pelo próprio usuário ou fornecido pelo Provedor de Conteúdo
(comodato) como serviço adicional. Como serviço de valor agregado ao serviço
de Video on Demand ou Broadcast, esta facilidade permite ao usuário agendar,
25
através de uma interface web, por exemplo o envio de conteúdo de vídeo para o
DVR. A capacidade de armazenamento desta unidade é da ordem de 80GB.
2.5.
Premissas do Usuário
A figura 3 apresenta uma arquitetura interna de rede residencial bem como
os equipamentos disponíveis aos usuários.
Figura 3: Arquitetura interna de rede residencial
Desta forma, os principais serviços e funcionalidades são:
- Pronto atendimento a qualquer hora do dia
- Rapidez na realização de download
- Qualidade de imagem
- Opção de escolha do Provedor de Conteúdo
- Opção de escolha da grade de programa de interesse
26
- Conteúdos: livres – acessíveis sem senha e tarifas
nobres – acessíveis através de senha e tarifas
vivo – inserção de noticiários e anúncios
- Entretenimento HDTV (High Definition Television) [6] – acessíveis
através de senha e tarifas.
2.6.
Método de Operação da Rede
A operação básica é apresentada na figura 4.
Figura 4: Método de Operação da Rede
27
O processo de operação do sistema inicia-se com o carregamento do
conteúdo de vídeo, pelo operador, na base de dados do servidor de vídeo do Ponto
de Presença Central. Através da gerência de rede (hardware e software para
administração, provisionamento, operação e manutenção da rede), o operador é
capaz de provisionar e monitorar as atividades de carregamento, distribuição e
deleção de arquivos na rede. Inicialmente, diferentes grupos de contéudos (A, B,
C, D e E) são provisionados e distribuidos aos Pontos de Presença Secundários. É
opcional também ao operador assinalar dentre eles os conteúdos mais populares
para serem replicados aos Pontos de Presença Secundários. Isto habilita ao
operador indexar lançamentos e promoções que poderão levar a uma popularidade
alta.
Uma vez o sistema carregado e, disponível para o usuário, todas as
requisições são dinamicamente gerenciadas e monitoradas pelo Ponto de Presença
Central. Isto permite que a rede, durante períodos de baixo tráfego, se reconfigure
dinamicamente, alocando e realocando conteúdo ao longo dos Pontos de Presença
Secundários. Essa alocação, nos Pontos de Presença Secundários, pode ser
proveniente da base de dados do Ponto de Presença Central ou de outros Pontos
de Presença Secundários. A decisão de quem irá enviar é de responsabilidade do
Ponto de Presença Central.
O sistema utiliza o protocolo RTSP (Real Time Stream Protocol) sobre o
TCP (Transmission Control Protocol) no caso de serviço video on demand, para
mensagens de controle (pausa, parar, avançar e voltar) e o RTP (Real Time
Protocol) sobre o UDP (User Datagram Protocol) para dados de vídeo [3],[4].
As requisições/respostas de acesso ao serviço são primeiramente
encaminhadas ao Ponto de Presença Central. Este por sua vez faz a verificação de
autenticação e provê ou não a autorização de acesso. Uma vez autorizado, o
sistema em tempo real de bilhetagem é ativado. Sendo assim, o usuário receberá
um menu principal contendo toda programação disponível. Para o usuário final é
transparente a localização do conteúdo oferecido.
Ao selecionar o vídeo desejado, uma mensagem de solicitação de vídeo é
encaminhada ao Ponto de Presença Central que, por sua vez atribui ao Ponto de
Presença Secundário mais próximo, baseado no conteúdo disponível , o envio de
vídeo ao usuário final. Este pode ser visto on line ou poderá ser armazenado para
posteriormente ser visto.
28
2.7.
Comentários Finais
Ao longo do presente capítulo foi introduzida uma rede de telecomunicações
priorizada para a distribuição de entretenimento. Para definição da solução
proposta foram consideradas áreas metropolitanas com classes de rendimento
superiores a 20 salários mínimos. A região da Barra da Tijuca/Rio foi selecionada.
As principais características da rede proposta são:
1- Topologia física e lógica em anel/ 18km com um Ponto de Presença
Central e 17 Pontos de Presença Secundários capaz de atender em média
300 usuários em cada Ponto de Presença Secundário e 5000 usuários no
total.
2- Servidores são instalados próximos ao usuário final para prover melhor
QoS (Quality of Service). Os conteúdos são armazenados em diferentes
servidores da rede, baseados nas requisições dos usuários.
3- Garante maior eficiência de utilização de banda do núcleo da rede.
Outros serviços podem ser agregados.
4- Tráfego downstream/ 100Mbps e upstream/ 10Mbps por usuário.
5- Grande capacidade de armazenamento no Ponto de Presença Central, nos
Pontos de Presença Secundários e nas premissas do usuário.
3
Custo de Investimento, Operacional e Real Estate
3.1.
Introdução
Serão apresentados neste capítulo os custos de investimento referentes aos
equipamentos e infra-estrutura (CAPEX – Capital Expenditure), compra e/ou
aluguel de espaço físico (Real Estate) e operação/manutenção (OPEX –
Operational Expenditure), a partir da tecnologia e topologia da rede priorizada
para entretenimento já descrita. Não faz parte do escopo deste capítulo analisar o
fluxo de caixa, receita e ROI (Return of Investiment).
3.2.
Custo de Investimento do Núcleo da Rede
Para o custo de investimento do núcleo da rede não serão abordados os
custos com equipamentos de energia do Ponto de Presença Central e Pontos de
Presença Secundários. A seguir serão apresentados os custos com equipamentos
de rede, informática e construção do anel óptico.
3.2.1.
Equipamentos de Rede
Os preços de equipamentos praticados no estudo foram baseados nas
plataformas Cisco e IBM [10],[11],[12]. A Cisco é um fabricante de equipamentos
de rede de origem americana. É um grande fornecedor mundial e do mercado
brasileiro, tendo fornecido para as principais operadoras do Brasil, notadamente a
Embratel, Telemar e Brasil Telecom. A IBM é um fornecedor de equipamentos de
informática também de origem americana de grande potencial de mercado. Para
30
aplicações de vídeo a IBM utiliza como parceiro a empresa Entone, que provê
soluções de software aplicativo de vídeo. Portanto, mesmo que os preços desses
produtos ainda estejam sendo tratados com muito sigilo devido à competição entre
fornecedores, considera-se para este estudo que os valores praticados sejam
suficientemente adequados para determinar o custo de investimento da rede.
Considerando a tecnologia e topologia já abordada, as tabelas 4 e 5, a seguir,
apresentam a descrição e o custo de investimento de equipamentos para
implementação do núcleo da rede. O custo da plataforma de gerência centralizada
do equipamento Cisco não foi considerado no estudo. A gerência da rede deve ser
implementada através de um craft terminal (equipado com software do elemento
de rede). Também é importante frisar que os valores praticados para os
equipamentos são valores de referência (global price list in US dollars), ou seja,
não estão inclusos os impostos incidentes e possíveis descontos praticados para o
mercado, o que pode variar entre clientes.
A configuração do núcleo da rede é constituída de 1 Ponto de Presença
Central e 17 Pontos de Presença Secundários com os seguintes elementos de rede:
Switch Ethernet com 2 portas ópticas 1GBE e 10GBE por Ponto de
Presença.
1 Servidor de vídeo , 1 storage e 1 middleware (Windows Storage
Software) para o Ponto de Presença Central e os Pontos de Presença Secundários,
com exceção do storage.
31
Fonte: Cisco web site
Configuração Descrição
Preço
Unitário
US$
Total
Hardware
Total
US$
Total
R$
WS-C6509 Bastidor/Sub-bastidor 9.500,00 18 171.000,00 427.500,00
WS-Supervisor Engine
720
Matriz de conexão 28.000,00 18 504.000,00 1.260.000,00
WS-X6802-10GBE Modulo interface 2
portas 10GBE
20.000,00 18 360.000,00 900.000,00
XENPAK-10GB-LR Módulo óptico p/
porta (single mode
fiber, 1330nm, 10Km)
4.000,00 36 72.000,00 180.000,00
WS-X6408A-GBIC Módulo interface 8
portas 1GBE
9.995,00 18 179.910,00 449.775,00
GLC-SX-MM Módulo óptico p/
porta (multimode
fiber, 850nm, 550m)
500 144 9.000,00 22.500,00
WS-CAC-3000W Fonte de alimentação 3.000,00 18 54.000,00 135.000,00
EMS-CSM-6X00-3.1 Módulo de gerência
de rede
4.000,00 18 72.000,00 180.000,00
TOTAL CAPEX EQUIPAMENTO SWITCH 1.421.910,00 3.554.775,00
Nota: 1US$=R$ 2, 5
Tabela 4: Custo de Equipamentos de Rede dos Pontos de Presença Servidores
32
Fonte: IBM web site
STORAGE – PoP CENTRAL Preço Unitário
US$
Quantidade Total
US$
Total
R$
IBM Total Storage 2104 Exp. Plus 320 (até
4,2TB)
14X300GB Ultra320 =~4TB
31.786,00 1 31.786,00 79.465,00
SERVER – PoP CENTRAL
xSeries346 884042U
(c/ memória, Server Raid, hard array disk e
tape drive)
Interface GBE
IBM eserver xSeries 345 8670
1x73,4G
Interface GBE
49.467,00
8.320,00
1
2
49.467,00
16.640,00
123.667,50
41.600,00
SERVER – PoP SECUNDÁRIO
IBM eserver xSeries 345 8670
1x73,4G + 1x 146 G
Interface GBE
9.318,00 17 158.406,00 396.015,00
SOFTWARE – PoP CENTRAL(Server) e
SECUNDÁRIO(client)
Windows Storage Server 3.000,00 18 54.000,00 135.000,00
TOTAL (PoP CENTRAL + PoP SECUNDÁRIO)
310.299,00
775.747,50
Nota: 1US$=R$ 2, 5
Tabela 5: Custo de Equipamentos de Informática dos Pontos de Presença
3.2.2.
Construção do Anel Óptico
Os preços praticados foram obtidos de informações médias dos prestadores
de serviços do mercado. Para o custo de investimento do anel óptico foram
consideradas duas possíveis opções de construção: construção subterrânea
(método destrutivo), com extensão de 18km de fibras ópticas ou construção mista,
subterrânea, com extensão de 5km, e aérea, com extensão de 13km. Para a rede
aérea não foi levado em consideração o custo de aluguel dos postes que será
abordado mais adiante. As tabelas 6 e 7, a seguir, apresentam os custos dos
33
materiais e instalação (mão-de-obra) para os casos de rede subterrânea e mista.
Nos valores utilizados já estão inclusos os impostos incidentes.
Construção anel fibra praia
Opção 1: Rede subterrânea em duto
Materiais
R$/ metros/
unidade
Quantidade
Total
R$
Cabo óptico para rede de dutos subterrânea – 12
F.O - fibras ópticas (metro)
2,85 18000 51.300,00
Caixa de emenda óptica (unidade)
2.400,00 18 43.200,00
Tampão e chassi de ferro fundido para caixa de
emenda/ passagem (unidade)
240,00 18 4.320,00
Duto/ Subduto (metro)
10,00 18000 180.000,00
DGO – Distribuidor Geral Óptico (unidade)
600,00 18 10.800,00
Instalação
Instalação de rede de dutos subterrânea (metro)
120,00 18000 2.160.000,00
Construção de caixa subterrânea (unidade)
300,00 18 5.400,00
Lançamento de cabo óptico de 12 fibras ópticas
em duto (metro)
1,20 18000 21.600,00
Emenda de cabo óptico de 12 fibras ópticas
(unidade)
264,00 18 4.752,00
Terminação de cabo óptico de 12 fibras ópticas em
DGO (Distribuidor Geral Óptico) (unidade)
360,00 18 6.480,00
Total R$ 2.487.852,00
Custo por metro R$ 138,21
Tabela 6: Custo de construção do anel óptico subterrâneo
34
Opção 2: Rede mista (subterrânea em duto + aérea em poste)
Materiais Rede Subterrânea
R$/ metros/
unidade
Quantidade
Total
R$
Cabo óptico para rede de dutos subterrânea – 12
F.O - fibras ópticas (metro)
2,85 5.000 14.250,00
Caixa de emenda óptica (unidade)
2.400,00 17 40.800,00
Tampão e chassi de ferro fundido para caixa de
emenda/ passagem (unidade)
240,00 17 4.080,00
Duto/ Subduto (metro)
10,00 5.000 50.000,00
DGO – Distribuidor Geral Óptico (unidade)
600,00 18 10.800,00
Instalação Rede Subterrânea
Instalação de rede de dutos subterrânea (metro)
120,00 5.000 600.000,00
Construção de caixa subterrânea (unidade)
300,00 17 5.100,00
Lançamento de cabo óptico de 12 fibras ópticas
em dutos (metro)
1,20 5.000 6.000,00
Emenda de cabo óptico de 12 fibras ópticas
(unidade)
264,00 17 4.488,00
Terminação de cabo óptico de 12 fibras ópticas em
DGO (Distribuidor Geral Óptico) (unidade)
360,00 18 6.480,00
Total R$ 741.998,00
Materiais Rede Aérea
Preço
Unitário
R$/ metros/
unidade
Quantidade
Total
R$
Cabo óptico para rede aérea A.S – 12 F.O (metro)
3,50 13000 45.500,00
Caixa de emenda óptica (unidade)
800,00 3 2.400,00
DGO – Distribuidor Geral Óptico (já considerado na
parte subterrânea)
- - -
Instalação Rede Aérea
Instalação da rede aérea (metro)
(lançamento de cabo s/ cordoalhas e materiais
instalação inclusos)
6,00 13000 78.000,00
Emenda de cabo óptico de 12 F.O em DGO
(unidade)
22,00 4 88,00
Terminação de cabo óptico de 12 F.O em DGO (já
considerado na parte subterrânea)
- - -
Total R$ 125.988,00
TOTAL (SUBTERRÂNEA + AÉREA) R$ 867.986,00
CUSTO POR METRO R$ 48,22
Tabela 7: Custo de construção do anel óptico misto (subterrâneo + aéreo)
35
3.3.
Custo de Investimento do Acesso – Última Milha
O custo do acesso (última milha) está associado com a concentração de
usuários que se pretende atender. A área escolhida para prover o serviço de vídeo
conta com aproximadamente 5 mil usuários potenciais. Para o custo de
investimento de acesso foram adotadas duas opções de acesso físico: portas FE
(Fast Ethernet) elétrica (Categoria.5) e portas FE ópticas (Multi-Mode Fiber),
baseadas em plataforma Cisco [10],[11]. Foi considerado como ponto de
terminação de rede, um único ponto no site do cliente. A rede de distribuição
interna no cliente não é objeto do presente trabalho. Adicionalmente, não estão
inclusos os impostos incidentes. As Tabelas 8 e 9 apresentam o custo de
investimento para as duas opções.
Switch Ethernet
Fonte: Cisco web site
Configuração Descrição
Preço
Unitário
US$
Total
Hardware
Total
US$
Total
R$
Porta Óptica
WS-6148-FE-
SFP
Módulo interface
48 portas FE
(multimode fiber,
850nm, 2km)
17.995,00 105 1.889.475,00 4.723.687,50
Nota: 1US$=R$ 2, 5
Tabela 8: Custo de acesso óptico – última milha
Switch Ethernet
Fonte: Cisco web site
Configuração Descrição
Preço
Unitário
US$
Total
Hardware
Total
US$
Total
R$
Porta Elétrica
WS-X6148-FE-
TX
Módulo interface
48 portas FE
RJ-45
7.500,00 105 787.500,00 1.968.750,00
Nota: 1US$=R$ 2, 5
Tabela 9: Custo de acesso elétrico – última milha
36
3.4.
Total de Custo de Investimento – CAPEX
3.4.1.
Alternativa 1
A tabela 10 apresenta o custo total de investimento para uma rede óptica
subterrânea e acesso óptico. O custo por assinante é o total do custo de
investimento dividido pela capacidade final de usuários da rede – 5.000 usuários.
Custos Diretos Preço total em R$
Núcleo da Rede: servidores de vídeo, middlewares,
switch ethernet (bastidor/ sub-bastidor, módulos
comuns, 1GBE e 10GBE) e construção anel óptico
subterrâneo.
6.818.374,50
Custo Acesso
Acesso: módulos de FE ópticos
4.723.687,50
Total de custos (núcleo + acesso) 11.542.062,00
Custo por assinante
Não foi considerado o CPE (customer premise
equipment) e o cabeamento interno
2.308,41
Tabela 10: Custo total de investimento para uma rede óptica subterrânea e acesso óptico
3.4.2.
Alternativa 2
A tabela 11 apresenta o custo total de investimento para uma rede óptica
subterrânea e acesso elétrico, bem como o custo por assinante.
37
Custos Diretos Preço total em R$
Núcleo da Rede: servidores de vídeo, middlewares,
switch ethernet (bastidor/ sub-bastidor, módulos
comuns, 1GBE e 10GBE) e construção anel óptico
subterrâneo.
6.818.374,50
Custo Acesso
Acesso: módulos de FE elétricos
1.968.750,00
Total de custos (núcleo + acesso) 8.787.124,50
Custo por assinante
Não foi considerado o CPE (customer premise
equipment) e o cabeamento interno
1.757,42
Tabela 11: Custo total de investimento para uma rede óptica subterrânea e acesso
elétrico
3.4.3.
Alternativa 3
A tabela 12, a seguir, apresenta o custo total de investimento para uma rede
óptica mista (subterrânea + aérea) e acesso elétrico, bem como o custo por
assinante.
Custos Diretos Preço total em R$
Núcleo da Rede: servidores de vídeo, middlewares,
switch ethernet (bastidor/ sub-bastidor, módulos
comuns, 1GBE e 10GBE) e construção anel óptico
misto (subterrâneo + aéreo).
5.198.508,50
Custo Acesso
Acesso: módulos de FE ópticos
4.723.687,50
Total de custos (núcleo + acesso) 9.922.196,00
Custo por assinante
Não foi considerado o CPE (customer premise
equipment) e o cabeamento interno
1.984.44
Tabela 12: Custo total de investimento para uma rede mista (subterrânea + aérea) e
acesso óptico
38
3.4.4.
Alternativa 4
A tabela 13 apresenta o custo total de investimento para uma rede óptica
mista (subterrânea + aérea) e acesso óptico bem como o custo por assinante.
Custos Diretos Preço total em R$
Núcleo da Rede: servidores de vídeo, middlewares,
switch ethernet (bastidor/ sub-bastidor, módulos
comuns, 1GBE e 10GBE) e construção anel óptico
misto (subterrâneo + aéreo).
5.198.508,50
Custo Acesso
Acesso: módulos de FE elétricos
1.968.750,00
Total de custos (núcleo + acesso) 7.167.258,50
Custo por assinante
Não foi considerado o CPE (customer premise
equipment) e o cabeamento interno
1.433,45
Tabela 13: Custo total de investimento para uma rede óptica mista (subterrânea + aérea)
e acesso elétrico
3.5.
Custo com Compra e/ou Aluguel – Real Estate
Para o custo de aluguel foram consideradas duas premissas básicas quais
sejam: o aluguel do espaço físico do Ponto de Presença Central e Pontos de
Presença Secundários e o aluguel da utilização dos postes da concessionária de
distribuição de energia para a fixação de cabos e caixas de emendas ópticas.
39
3.5.1.
Custo do Aluguel do Poste
A área definida para implantação de rede óptica aérea conta com
aproximadamente 88 postes de distribuição de energia. O preço praticado no
mercado é da ordem R$ 7,00/poste/mês. Sendo assim, o custo considerando os
impostos inclusos, perfaz um total de R$ 7.392,00/ano.
3.5.2.
Custo do Aluguel do Espaço Físico
A área definida para a prestação de serviço de vídeo conta com 1 Ponto de
Presença Central de grande porte, onde serão alocados os equipamentos centrais
do núcleo da rede, o centro de supervisão da rede e a área reservada para
Collocation de Provedores de Conteúdos. Estima-se uma área de
aproximadamente 100 m
2
para o Ponto de Presença Central. O preço praticado no
mercado é da ordem de R$ 300,00/m
2
/mês, o que perfaz um custo total de R$
360.000,00/ano. Para os Pontos de Presença Secundários consideraremos uma
área de aproximadamente 4 m
2
/ PoP (total de 17) para instalar 2 racks de
equipamentos, perfazendo um custo total de R$ 244.800,00/ano. O valor do
aluguel está incluso os custos utilitários com fornecimento de energia não
essencial, água e telefone. No valor utilizado já está incluso o imposto incidente.
3.5.3.
Total de Custos com Aluguel – Real Estate
A tabela 14 apresenta o custo total com aluguel da utilização dos postes da
concessionária de distribuição de energia, espaço físico do Ponto de Presença
Central e Secundário.
40
Custo com Aluguel Custo Mensal (R$) Custo Anual (R$)
Poste de Energia 616,00 7.392,00
Área Ponto de Presença
Central
30.000,00 360.000,00
Área dos Pontos de
Presença Secundários
20.400,00 244.800,00
TOTAL (R$) 51.016,00 612.192,00
Tabela 14: Custo total anual com aluguel
3.6.
Custo com Operação e Manutenção da Rede – OPEX
Será abordado somente o custo direto com a Operação/Manutenção da rede.
Os principais custos a serem considerados são: contrato de manutenção da planta
externa, contrato de manutenção de hardware Cisco/IBM , mão-de-obra própria
para operação e materiais de informáticas e consumo.
3.6.1.
Custo com Contrato de Manutenção da Planta Externa
O contrato de manutenção da planta externa engloba os serviços de vistoria
da rede e recuperação do cabo óptico. Considerando que a vistoria do cabo é feita
diariamente, exceto finais de semana e feriados, será considerado para efeito de
custo de manutenção, 2 (dois) cortes de fibra por ano. O preço praticado no estudo
foi obtido de informações médias dos prestadores de serviços do mercado. Sendo
assim, o custo médio mensal por km de fibra é da ordem de R$ 250,00, o que
perfaz um total de R$ 4.500,00 por 18 km de fibra do anel praia. O custo total no
ano é de R$ 54.000,00. No valor utilizado já está incluso o imposto incidente.
41
3.6.2.
Custo com Contrato de Manutenção de Hardware Cisco/IBM
Será considerado como premissa que os 3 primeiros anos de operação a
manutenção estará coberta por uma cláusula de garantia de hardware em contrato
e atualizações de software. Desta forma, o custo em questão deverá ser
considerado após o período de garantia. Para uma análise mais abrangente este
custo deverá ser avaliado.
3.6.3.
Custo com Mão-de-Obra para Operação
Para manter a rede operacional e atendendo aos requisitos do cliente, será
necessária uma equipe de 4 técnicos e 1 supervisor.
O custo médio mensal de 1 técnico no mercado, incluindo todos os encargos
sociais é de R$ 2.500,00 e 1 supervisor é de R$ 4.500,00. O custo total mensal é
de R$ 7.000,00, o que perfaz um total anual de R$ 84.000,00 (não inclui férias e
13º salário).
3.6.4.
Custo de Materiais de Informática e Consumo
Será considerado um custo mensal de R$ 2.000,00, o que perfaz um total
anual de R$ 24.000,00.
3.7.
Total de Custos de Operação e Manutenção – OPEX
A tabela 15 apresenta o custo total com Operação e Manutenção da planta.
42
Custo com Operação e Manutenção
Custo Mensal
(R$)
Custo Anual
(R$)
Contrato com manutenção da planta externa 4.500,00 54.000,00
Contrato com manutenção de hardware
Cisco/IBM
--
Mão-de-obra para operação 7.000,00 84.000,00
Materiais de informática e consumo 2.000,00 24.000,00
TOTAL (R$) 13.500,00 162.000,00
Tabela 15: Custo total com operação e manutenção
3.8.
Comentários Finais
Ao longo do presente capítulo foram apresentados os custos de
investimentos (núcleo e acesso) e operacionais (operação e manutenção) da rede
de entretenimento proposta no capítulo 2.
Os custos de infra-estrutura de fibra e aluguel (collocation) foram também
considerados. A rede proposta está dimensionada para que nas premissas dos
usuários todos os serviços indicados no item 2.5 possam ser ativados.
Relativamente aos impostos incidentes para produtos importados, não é feita
análise concreta no presente trabalho, devido à diversividade de regras e padrões
adotados pelo Governo Brasileiro em relação a ítens de Telecomunicações e
Informática, e ao fato do Índice de Nacionalização dos produtos estarem em
franco crescimento, o que facilita a obtenção de preços competitivos mesmo
considerando os impostos.
4
Modelo de Negócio para a Rede Multimídia proposta
4.1.
Introdução
Ao longo do presente capítulo será introduzido um modelo de negócios
formulado de acordo com os serviços que serão oferecidos pela rede proposta
priorizada para aplicações de entretenimento associado a velocidades
significativamente superiores as aplicações atuais e a novas sistemáticas de
gerenciamento e interatividade.
4.2.
Redes Tradicionais e Redes NGN
As redes telefônicas tradicionais [14] baseadas em serviços telefônicos de
voz sempre utilizaram um modelo de tarifação associado a distância e tempo de
utilização capaz de assegurar sua lucratividade.
Entretanto, a dramática mudança do cenário competitivo deste setor aponta
para novos modelos de tarifação capazes de gerar maior flexibilidade para atrair
novos clientes e serviços.
Para se avaliar as mudanças que estão ocorrendo torna-se oportuno definir o
conceito de NGN (Next Generation Network).
As idéias associadas às redes NGN surgiram a partir da utilização de novos
componentes, dispositivos e arquiteturas ópticas associadas a aplicações WDM
(Wavelength Division Multiplexer).
Projetistas de redes, operadoras, fabricantes e provedores de serviços
passaram a discutir suas idéias sobre o futuro das redes de telecomunicações.
44
A busca de um entendimento comum foi a razão pela qual o ITU-T decidiu
iniciar um processo de padronização [15] sobre redes NGN ativando o Project on
Global Information Infraestructure (grupo 13/ NGN 2004).
Outras formas de padronização foram formadas através do ETSI (European
Telecomuniction Standart Institute) e do OIF (Optical Internetworking Forum).
Em paralelo a estas iniciativas, novos provedores, colocators, web housts,
application service providers passaram a utilizar as novas soluções mantendo os
padrões de interoperabilidade, mas não obedecendo necessariamente às
recomendações do ITU-T, IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers)
e ANSI (American National Standards Institute).
Pode-se indicar de forma bastante genérica que a idéia de uma rede de nova
geração no momento atual está associada a aplicações IP/ GBE/ WDM, a novas
funcionalidades de gerenciamento e a descentralização e distribuição de sua
inteligência.
4.3.
Modelo de Negócios para Redes NGN
Em uma rede telefônica tradicional uma operadora oferece o transporte e os
serviços de telecomunicações aos seus usuários. Os modelos de negócios de redes
NGN até então propostos [16] baseiam-se em uma estrutura através da qual o
usuário conhece um ponto central denominado retailer
1
.
O retailer utiliza vários provedores de serviços/ conteúdo e
simultaneamente vários provedores de acesso e transporte. Desta forma, o retailer
atua como um broker
2
para os usuários.
As figuras 5 e 6 ilustram o modelo de negócio para redes NGN.
45
Figura 5: Conectividade entre o Usuário e o Retailer
1
Retailer: Pessoa ou entidade que negocia facilidades/serviços com o cliente.
2
Broker: Pessoa ou entidade que faz intermediações de negócios para atender
as necessidades do cliente.
Figura 6: Relacionamento funcional Usuário/ Retailer
A utilização de redes NGN será quase sempre associada a seções
envolvendo várias aplicações multimídias. Considera-se como exemplo uma seção
composta por uma aplicação de áudio e pelo download de um arquivo.
Redes de acesso e
transporte
“Retailer”
Provedor de
Serviço
Usuários
p
rovisionamento
Acesso + transporte
Provedor de Serviços
Provedor de conectividade
(rede de acesso +
transporte)
“Retailer”
Provedor de Acesso
Usuário
46
Evidencia-se então que cada aplicação estará associada a um padrão de QoS
específico e a uma tarifa específica.
A seção, como no exemplo acima, poderia envolver provedores de conteúdo
diferentes. Desta forma, os diversos serviços serão diferenciados através das
características de banda passante, latência e jitter.
4.4.
Modelo de Negócios para a Rede proposta
Os serviços oferecidos pela rede proposta diferenciam-se das atuais através
dos seguintes itens:
- Velocidade.
- Capacidade de armazenamento no nó central, no nó secundário e nas
premissas do usuário.
- Todos os serviços implementados no formato digital.
- Inteligência distribuída.
- Priorizada para aplicações de vídeo e multimídia.
A oferta dos serviços diferenciados acima indicados é possível devido à
arquitetura e aos elementos de redes utilizados. Embora não possa ser
caracterizada como uma rede NGN, a rede proposta constitui uma solução
inovadora compatível com novas proposições recém apresentadas na literatura
dedicadas a distribuição de conteúdo [2] (Content Dstribution Network, CDN).
Será então proposto através da figura 7 um modelo de negócios que se
diferencia do modelo apresentado para as redes NGN através dos seguintes itens:
- O modelo considerará uma relação direta entre os usuários e os provedores
de conteúdo sem interveniência de um broker.
- Como a rede não opera na velocidade das futuras redes NGN, as
funcionalidades de armazenamento inteligentes serão freqüentemente utilizadas.
Supõem que nas redes NGN futuras os download serão implementados quase
instantaneamente devido às velocidades envolvidas.
47
Figura 7: Configuração do modelo de negócios proposto
O cliente final conecta-se ao provedor de conteúdo através da rede física
disponibilizada pelo provedor de rede, a partir de uma solicitação originada pelo
provedor de conteúdo. Os serviços serão configurados de forma que o cliente final
não perceba a conexão física, isto é, o cliente final visualiza os provedores de
conteúdo diretamente.
Os mecanismos de bilhetagem podem ser então descritos como:
(A) – Modelo de Bilhetagem Provedor de Rede/ Provedor de Conteúdo
- O provedor de conteúdo deverá pagar ao provedor de rede uma parcela
fixa para que o usuário final possa acessar o conteúdo desejado, isto é, a ativação
inicial do serviço.
- O provedor de conteúdo deverá pagar ao provedor de rede a capacidade
utilizada para armazenamento de conteúdo no nó Central e no nó Secundário.
Através de uma avaliação estatística, um valor fixo poderá ser estabelecido
também para esta etapa.
- O provedor de conteúdo deverá pagar ao provedor de rede um valor
variável proporcional ao tráfego efetivo cursado por porta de acesso, utilizando-se
uma taxa de conexão downstream de 100Mbps.
Usuário final
Conteúdo
Provedor de Conteúdo
Provedor de Rede
Acesso Conectividade Armazenamento
Requisição de serviço
Fornecimento de recursos de rede Facilidades do provedor de rede
48
Serão aplicados descontos escalonados em função do volume de tráfego
cursado na porta/ usuário que poderão variar entre 0% e 50% do valor unitário de
tráfego para 100Mbps.
Caso o usuário não utilize os serviços por um período longo, um valor
mínimo será estabelecido.
(B) Modelo de Bilhetagem Provedor de Conteúdo/ Usuário Final.
Neste modelo serão consideradas três diferentes classes de serviços, isto é:
Classe de Serviço 1
É o serviço destinado aos usuários que utilizam o sistema de televisão com
grande utilização diária. Esta modalidade permite ao usuário utilizar toda a grade
de programas dos serviços oferecidos pelo provedor de conteúdo.
Dentre os conteúdos oferecidos estão: esportes, noticiários, filmes,
documentários, infantis, jornalismo e jogos. Possibilita também ao provedor de
conteúdo proporcionar programas com inserção de intervalos de comerciais. O
modelo de bilhetagem é constituído de uma única parcela fixa mensal a ser
cobrada do usuário, sem taxa de adesão pela utilização do serviço.
Classe de Serviço 2
É o serviço destinado aos usuários com pouca utilização do sistema de
televisão. Esta modalidade de serviço oferece ao usuário a possibilidade de
escolha da grade de programa de seu interesse, dentre os serviços oferecidos,
apontados na classe de serviço 1. Esta classe de serviço não possibilita a inserção
de comerciais no conteúdo do programa.
O modelo de bilhetagem é composto das seguintes parcelas:
1- Parcela de adesão ao serviço: valor único a ser cobrado.
2- Parcela fixa: valor mensal para uma grade de 5 (cinco) programas dentre
os serviços oferecidos.
3- Parcela variável: valor adicional por programa excedente do item 2.
49
Classe de Serviço 3
É o serviço de assinatura por demanda, destinado a um terceiro perfil de
usuários. Eesta modalidade de serviço habilita o usuário poder escolher e pagar
somente pelo programa solicitado. Possibilita tamm, dentre os programas
oferecidos, escolher os mesmos programas com ou sem intervalos de comerciais.
Isto pode agregar uma redução de gastos aos usuários. O modelo de bilhetagem é
composto de uma parcela única de adesão ao serviço e uma parcela variável
mensal que dependerá do volume de programas solicitados. É também praticado
nesta modalidade desconto escalonado em função do volume
de programas solicitados. Os descontos a serem aplicados deverão seguir o
proposto abaixo.
1 – Para os programas com intervalos de comerciais: pode ser aplicado o
desconto.
Até 10 programas mensais solicitados: 0% desconto.
De 10 até 20 programas mensais solicitados: 5% desconto.
Acima de 20 programas mensais solicitados: 10% desconto.
2 – Para os programas sem intervalos de comerciais: não é aplicado o
desconto.
Os usuários finais pagarão os serviços indicados aos provedores de conteúdo. As
tarifas que serão propostas para as classes de serviços acima discriminadas
deverão permitir que os provedores de conteúdo remunerem a instalação e
operação da rede.
4.5.
Comentários Finais
Ao longo do presente capítulo foi apresentado a partir das redes tradicionais
um modelo de negócios para redes NGN e um modelo de negócios envolvendo a
tarifação e bilhetagem da rede proposta na presente dissertação.
O modelo revela uma relação direta entre os provedores de conteúdo e os
provedores de rede e uma relação direta entre os provedores de conteúdo e o
50
usuário final, ou seja, é proposta uma relação direta entre o usuário final e os
provedores de conteúdo. Três classes de usuários foram discriminadas e descritas.
Estes resultados serão então utilizados na avaliação do retorno econômico da rede
proposta.
5
Construção do Plano de Negócio para a Rede Multimídia
proposta
5.1.
Introdução
Ao longo do presente capítulo serão consideradas quatro alternativas de
infra-estrutura, associando a última milha ao anel óptico, para avaliação do
retorno de investimento do capital empregado e a relação custo-benefício da rede
proposta. A distribuição de usuários, seu crescimento, premissas macro-
econômicas, receitas, OPEX e CAPEX também foram consideradas para
determinar o valor líquido presente (VPL) da rede proposta.
5.2.
Fundamentos para Construção do Plano de Negócios
A análise de investimento pode ser definida como um conjunto de técnicas
que permitem a comparação entre resultados obtidos envolvendo decisões
relativas a diferentes alternativas [17].
Para tanto, devem ser considerados alguns pressupostos, elencados a seguir
de forma genérica:
Primeiramente, deve-se ter em mente que, para tomada de qualquer decisão,
todas as alternativas viáveis devem ser consideradas, consignando que somente
podem ser comparadas alternativas que tenham homogeneidade.
Em seguida, na tomada de decisões também devem ser considerados
eventos qualitativos não quantificáveis monetariamente. Nota-se que a alternativa
mais econômica nem sempre será a melhor no que concerne a dados não-
monetários ou não-quantificáveis.
52
Sendo assim, deve-se frisar que para a prevenção de erros em futuras
decisões, bem como para se permitir o aumento do grau de sensibilidade, é
essencial a realimentação de dados que possibilitem um reajuste das alternativas já
efetivadas.
Portanto, as alternativas devem ter homogeneidade. Isto significa dizer que
não se podem comparar alternativas a menos que suas conseqüências em valores
monetários sejam transformadas em pontos comparáveis no tempo, utilizando-se,
para tanto, de uma adequada taxa de juros.
Neste sentido, os analistas da área financeira utilizam diversos modelos para
avaliar os investimentos, baseando-se em diferentes conceitos e considerações.
Entretanto, pode-se dizer que uma grande parte deles trabalha com pelo menos 3
variáveis: fluxo de caixa, risco e tempo.
Conclui-se, pois, que a partir do momento em que se compreende a fonte
dos valores associados a um investimento, e não tão-somente o que são os valores
associados, torna-se mais fácil à avaliação de sucesso neste investimento.
Sendo a análise de investimento a maneira de antecipar, através de uma
estimativa, os prováveis resultados a serem obtidos, ao ser analisado um
investimento, deve-se levar em conta que o mesmo já deslocou capital que poderia
ser aplicado em outros investimentos. Logo, para que possa ser atrativo o
investimento deverá render, no mínimo, a taxa de juros equivalentes à
rentabilidade das aplicações correntes e de pequeno risco [17].
5.3.
Cenário do Negócio Avaliado
5.3.1.
Distribuição de Usuários
Para o exercício, consideraremos a seguinte distribuição de usuários para
um período de 5 anos de operação da rede. A tabela 16 apresenta o crescimento da
planta projetada.
53
Crescimento da Planta 2005 2006 2007 2008 2009
Número de usuários por ano 1.500 3.000 4.000 4.500 5.000
Tabela 16: Crescimento da planta projetada
5.3.2.
Distribuição de Usuários por Classe de Serviço
Para a distribuição de usuários por classe de serviço foi adotado como
premissa 70% dos usuários como classe 1, 20% como classe 2 e 10% como classe
3. A tabela 17 ilustra a distribuição de usuários por classe de serviço projetado.
Distribuição de usuários/ classe de
serviço/ ano
2005 2006 2007 2008 2009
Classe de Serviço 1
1.050 2.100 2.800 3.150 3.500
Classe de Serviço 2
300 600 800 900 1.000
Classe de Serviço 3
150 300 400 450 500
Tabela 17: Distribuição de usuários por classe de serviço por ano
5.3.3.
Crescimento de Usuários por Trimestre
Foi adotado como premissa uma distribuição de crescimento uniforme de
25% por trimestre ao longo do ano. A tabela 18, a seguir, apresenta a distribuição
de crescimento por trimestre projetada.
54
Crescimento de usuários/ classe de
serviço/ trimestre
2005 2006 2007 2008 2009
Classe de Serviço 1 1T
2T
3T
4T
263
263
263
263
525
525
525
525
700
700
700
700
788
788
788
788
875
875
875
875
Classe de Serviço 2 1T
2T
3T
4T
75
75
75
75
150
150
150
150
200
200
200
200
225
225
225
225
250
250
250
250
Classe de Serviço 3 1T
2T
3T
4T
38
38
38
38
75
75
75
75
100
100
100
100
113
113
113
113
125
125
125
125
Tabela 18: Crescimento de usuários no trimestre por classe de serviço
5.3.4.
Premissas Macroeconômicas
A tabela 19 apresenta os indicadores econômicos adotados no estudo.
Indicadores Econômicos 2005 2006 2007 2008 2009
R$/US$
2,50 2,80 2,80 3,0 3,0
Reajuste tarifa
0,00% 7,00% 6,50% 6,00% 5,50%
IGP-M
12% 12% 12% 12% 12%
Tabela 19: Indicadores econômicos adotados no estudo
55
5.3.5.
Receitas
A tabela 20 apresenta os preços praticados para a prestação do serviço e
suas variações projetadas ao longo dos anos e a tabela 21 a receita anual projetada
para o mesmo período.
A variação do preço dos serviços está reajustada de acordo com os
indicadores econômicos projetados.
Preço fixo unitário p/ classe de
serviço (R$)
2005 2006 2007 2008 2009
Classe de Serviço 1
240,00 256,00 273,49 289,90 305,85
Classe de Serviço 2
200,00 214,00 227,91 241,58 254,87
Classe de Serviço 3 (em média 4 programas
por semana)
150,00 160,00 170,93 181,19 191,15
Taxa de adesão classe 1 e 2
180,00 192,60 205,12 217,12 229,38
Tabela 20: Preço fixo unitário por classe de serviços
Receita
Anual
2005 2006 2007 2008 2009
C.Serviço 1 1T
2T
3T
4T
756.000,00
567.000,00
378.000,00
189.000,00
1.617.840,00
1.213.380,00
808.920,00
404.460,00
2.297.332,80
1.722.999,60
1.148.666,40
574.333,20
2.739.569,36
2.054.677,02
1.369.784,68
684.892,34
3.211.384,09
2.408.538,07
1.605.692,04
802.846,02
C.Serviço 2 1T
2T
3T
4T
180.000,00
135.000,00
90.000,00
45.000,00
385.200,00
288.900,00
192.600,00
96.300,00
546.984,00
410.238,00
273.492,00
136.746,00
652.278,42
489.208,82
326.139,21
163.069,61
764.615,26
573.461,44
382.307,63
191.153,81
C.Serviço 3 1T
2T
3T
4T
67.500,00
50.625,00
33.750,00
16.875,00
144.450,00
108.337,50
72.225,00
36.112,50
205.119,00
153.839,25
102.559,50
51.279,75
244.604,41
183.453,31
122.302,20
61.151,10
286.730,72
215.048,04
143.365,36
71.682,68
Receita Serviço 2.508.750,00 5.368.725,00 7.623.589,50 9.091.130,48 10.656.825,17
Receita Adesão 81.000,00 86.670,00 61.535,70 32.613,92 34.407,69
Total Receita 2.589.750,00 5.455.395,00 7.685.125,20 9.123.744,40 10.691.232,86
Tabela 21: Receita anual projetada
56
5.3.6.
Custos Operacionais – OPEX
Os principais custos operacionais adotados no estudo são: retenção do
cliente, fatura, gerência de desenvolvimento de produto, propaganda e
publicidade, vendas, atendimento ao cliente – call center, inadimplência,
administração , infraestrutura e operação e manutenção de rede [17].
5.3.6.1.
Retenção do Cliente
Será considerado no estudo as seguintes premissas:
-35% de usuários/ano
-R$ 24,00 por usuário
-Variação de custos de acordo com o IGP-M projetado
5.3.6.2.
Fatura
Será considerado R$ 2,50/usuário, incluindo taxas e variação de custos de
acordo com o IGP-M projetado.
5.3.6.3.
Gerência de Desenvolvimento de Produto
Para a Gerência de Desenvolvimento de Produto será adotada as seguintes
premissas:
-Custo mensal de um Gerente de Produto – R$ 12.500,00, incluindo todos
os encargos sociais
-Quantidade de Gerente de Produto. 1 Gerente por ano
-Variação de custos de acordo com o IGP-M projetado
57
5.3.6.4.
Propaganda e Publicidade
Será adotado R$ 200.000,00 por ano e variação de custos de acordo com o
IGP-M projetado.
5.3.6.5.
Vendas
Será considerado R$ 130,00 por venda e variação de custos de acordo com o
IGP-M projetado.
5.3.6.6.
Atendimento ao Cliente – Call Center [18]
Para o dimensionamento dos custos com atendimento ao cliente foram
considerados os seguintes ítens:
-Custo de O&M de posições de atendentes: será calculado como proporção
do número de linhas
-Custo mensal por linha: R$ 1,50
-Custo mensal de um atendente de telemarketing: R$ 500,00 (c/impostos)
-Número de chamadas na HMM: 10% do total de usuários/ano (50% das
chamadas serão atendidas por URA (Unidade de Resposta Audível)).
-Tempo médio de atendimento: 3 minutos
-Tempo médio de fila (tempo que o cliente vai ficar esperando para ser
atendido): 60s
-Custo O&M de ponto de atendimento= custo mensal/linha*total de
usuários
-Variação de custos de acordo com o IGP-M projetado
58
5.3.6.7.
Inadimplência
Será considerado no estudo 5 por cento sobre a receita bruta.
5.3.6.8.
G&A – Administração
Será considerado R$ 3.500,00 por 1000 usuários/mês e variação de custos
de acordo com o IGP-M projetado.
5.3.6.9.
Operação e Manutenção de Rede
Os principais custos com infraestrutura considerados no estudo são:
- Contrato de Manutenção da planta – R$ 54.000,00/ano (c/impostos)
-Contrato com Manutenção de Hardware – a partir do 3 anos de operação
considerar 3 % do Capex , para um total de 4.500 usuários em 2008
-Mão-de-obra para operação – R$ 84.000,00/ano (c/ encargos)
-Materiais de informática – 24.000,00/ano (c/impostos)
-A variação de custos de acordo com o IGP-M projetado
5.3.6.10.
Infra-estrutura – Real Estate
Os principais custos com infraestrutura considerados no estudo são:
-Poste de Energia (88 postes) – R$ 7.392,00/ano (c/impostos)
-Área Ponto de Presença Central – R$ 360.000,00/ano (c/impostos)
-Área Pontos de Presença Secundários – R$ 244.800,00/ano (c/impostos)
-Variação de custos de acordo com o IGP-M projetado
59
5.3.7.
Custos de Investimentos – CAPEX
A tabela 22, a seguir,, apresenta o custo de investimento, considerando as
alternativas descritas abaixo:
- Alternativa 1 – núcleo óptico + anel subterrâneo + acesso óptico
- Alternativa 2 – núcleo óptico + anel subterrâneo + acesso elétrico
- Alternativa 3 – núcleo óptico + anel misto + acesso óptico
- Alternativa 4 - núcleo óptico + anel misto + acesso elétrico
Foi considerado, também, variação dos custos de acordo com o valor
R$/US$ projetado e redução do preço da tecnologia de 4% a.a a partir do 2
o
ano
de operação.
Tabela de Custo de Investimento: Núcleo da Rede + Acesso
Núcleo:
Switch (US$):
Servidor (US$):
Fibra (US$):
Acesso:
Interface (US$)
Alternativa 1
1.421.910,00
310.299,00
995.140,80
1.889.475,00
Alternativa 2
1.421.910,00
310.299,00
995.140,80
787.500,00
Alternativa 3
1.421.910,00
310.299,00
347.194,00
1.889.475,00
Alternativa 4
1.421.910,00
310.299,00
347.194,00
787.500,00
Custo por
assinante
923,36 702,97 793,78
573,38
Tabela 22: Custo do núcleo e acesso da rede – US$
5.3.8.
Taxa de Juros Considerada no Estudo
Para o cálculo do VPL (Valor Líquido Presente) [19] será adotado uma taxa
de juros anual de 22% (CDI – Certificado de Depósito Interbancário).
60
5.4.
Resultados Obtidos:
As tabelas a seguir apresentam os resultados obtidos no estudo.
- Tabela 23: Custo total de OPEX projetado
- Tabela 24: Valor do VPL para a alternativa 1
- Tabela 25: Valor do VPL para a alternativa 2
- Tabela 26: Valor do VPL para a alternativa 3
- Tabela 27: Valor do VPL para a alternativa 4
61
Tabela 233: Custo OPEX projetado
62
Tabela 24: Cálculo do VPL para a alternativa 1
63
Tabela 25: Cálculo do VPL para a alternativa 2
64
Tabela 26: Cálculo do VPL para a alternativa 3
65
Tabela 27: Cálculo do VPL para a alternativa 4
66
5.5.
Comentários Finais
Com relação ao plano de negócios para implementação da rede proposta,
conforme cenário avaliado no item 5.3, pode-se tecer alguns comentários a partir
da análise da sensibilidade.
1 – A alternativa 4 apresentou o melhor resultado financeiro, com o VPL =
R$ 5.564.355,64 e payback a partir do 2º ano.
2 – A sensibilidade mostrada no plano de negócios indica algumas variáveis
fundamentais para o sucesso do retorno de investimento do negócio, são elas:
- Distribuição de usuários por classe de serviço
- Taxa de churn anual (taxa de desativação de serviço)
- Comodato de equipamentos DVR
3 – O retorno financeiro é menos adequado quando a distribuição de
usuários por classe de serviço apresenta uma taxa de distribuição de 10% para
usuários utilizando serviços de classe 1, 20% com serviços de classe 2 e 70% com
serviços classe 3, sob pena de inviabilizar o negócio.
4 – A taxa de desativação anual contribui fortemente com a inviabilização
do negócio. A taxa não poderá ultrapassar a 30%.
5 – O retorno financeiro é adequado quando o ônus dos equipamentos DVR
(Digital Video Record) seja coberto pelo usuário. Não é recomendável que o
provedor de serviço (provedor de conteúdo) tenha qualquer responsabilidade, seja
de fornecimento, operação e manutenção deste tipo de equipamento.
6 – Novas fontes de receitas poderiam ser agregadas. Aplicações interativas,
como jogos on line e sistemas de segurança eletrônicos , telefonia VoIP e Internet
banda larga devem ser tratadas.
6
Comentários e Conclusões
6.1.
Introdução
Ao longo deste capítulo serão apresentados os objetivos atingidos e as
principais conclusões da presente dissertação.
6.2.
Destaques Relevantes
A rede proposta permite ao usuário uma banda “downstream” de 100Mb/s
correspondente ao download de um filme/programa de duas horas no intervalo de
aproximadamente 5 minutos utilizando o formato MPEG-2.
Outros formatos podem permitir a redução do tempo de “download
incluindo a transferência de programas em HDTV.
As taxas “upstream”, 10Mbps, facilita aplicações de interatividade. Internet
ultra-rápida, voz sobre IP, etc são facilmente implementáveis.
Entretanto, as observações acima evidenciam apenas o aumento da
velocidade. Na realidade, a arquitetura proposta, onde grande quantidade de
armazenamento e, inteligências estão disponibilizadas próximos aos usuários,
poderão possibilitar uma nova geração de serviços gerais e em particular, serviços
de entretenimento.
68
6.3.
Relação Custo-Benefício
A rede proposta pode ser amortizada em um intervalo de 2 anos.
A inteligência gerada, associada a este dado econômico permite a
implementação de um relacionamento direto entre o usuário final e os provedores
de conteúdo. Os vários provedores remuneram o provedor de rede diretamente.
Para o usuário final, desaparece a interveniência do “canal”. Um “web
page” no nó central permite a escolha do conteúdo e/ou provedor.
A estrutura tarifaria proposta, com valor médio de R$ 240,00 é altamente
interessante para o assinante, pois, permite a utilização dos serviços tradicionais
de telefone, vídeo, dados e o acesso a uma nova geração de serviços.
A partir do segundo ano, a infra-estrutura estaria sendo remunerada e a
arrecadação anual, poderia ser disponibilizada para o pagamento de conteúdo.
Um modelo de avaliação do custo do conteúdo foi estudado. Entretanto,
dificuldades associadas à forma de precificação, sigilo e diversificação tornaram
extremamente difícil a obtenção de resultados confiáveis. Pode-se contudo indicar
que a cobrança de um valor médio adicional de R$ 40,00 por assinante associado
à inserção de anúncios na rede permitiria uma operação lucrativa a esses
provedores. A rede proposta, avaliada em uma única região metropolitana não
teria seu custo reduzido caso esta rede fosse replicada em outras regiões.
Entretanto, a replicação da rede poderia viabilizar ainda mais sua operação pelos
provedores de conteúdo. A figura 8 ilustra a idéia de uma possível extensão da
rede para outras localidades [2].
69
Figura 8: Rede de entretenimento em grande escala
O método de operação é idêntico ao intracluster já estudado no capítulo 2. O
Ponto de Presença Central age também como se fosso um nó representativo para
se interfacear com os seus adjacentes. A interconexão intercluster pode se
viabilizada através do “IP-Transit Service” de uma operadora de longa distância.
Sendo assim, o custo adicional para interligação dos três nós da rede seria em
torno de R$ 150.000,00 mensais, o que perfaz um total de R$ 1.800.000,00 por
ano.
6.4.
Conclusões Finais
- Uma rede de telecomunicações associando novos serviços e nova
tecnologia foi desenvolvida.
A
BC
Cluster CCluster B
Cluster A
Nível Local A
(RJO)
N ível Local A
(BHE)
Anel Ótico
Operadora
Ponto de Presença Central
Ponto de Presença Secundário
IP-Transit Service
REDE DE ENTRETENIMENTO EM GRANDE ESCALA
Nível Local C
(SPO)
70
- A infra-estrutura da rede proposta foi detalhadamente descrita
especificando-se seu nó central, seus nós secundários e as premissas dos
assinantes.
- Cada unidade integrando o nó central e os nós secundários foram
especificados em termos de funcionalidades preço e inteligência.
- Uma avaliação dos custos da rede foi elaborada indicando sua
instalação, operação e manutenção.
- Um modelo de negócios associando novas tecnologias a novos
serviços foi proposto. Um novo relacionamento usuário-gerador de
conteúdo resultante da utilização da rede proposta foi destacado.
- Uma detalhada avaliação custo-benefício evidencia a possibilidade
de amortização da infra-estrutura a ser instalada em prazo reduzido.
- A replicação da rede em outras regiões metropolitanas permitiria
maior lucratividade aos provedores de conteúdo.
7
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72
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