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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E TOXICOLOGIA
APLICADA
ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO HindIII DO GENE DA
LIPOPROTEÍNA LIPASE (LPL) E A RESPONSIVIDADE À DIETA EM
INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS DO SEXO MASCULINO DA CIDADE
DE SANTO ÂNGELO-RS
Dissertação para obtenção do
Título de Mestre em Genética e
Toxicologia Aplicada
ANA LETÍCIA VARGAS BARCELOS
Orientadora: Dra. Cláudia Maria Dornelles da Silva
CANOAS
2007
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À
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EUS POR TUDO
.
À
MINHA
M
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,
QUE NA PUREZA DE SEU AMOR INCONDICIONAL
ME ENSINOU E INSPIROU A VISLUMBRAR CAMINHOS
...
E A SONHAR
,
SEM ESQUECER DA REALIDADE
.
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AGRADECIMENTOS
A
O
M
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P
AI
,
O INCENTIVO E A BUSCA CONSTANTE DO CONHECIMENTO
.
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ROGRAMA DE
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RADUAÇÃO EM
G
ENÉTICA E
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OXICOLOGIA
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PLICADA
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OORDENAÇÃO
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ERNANDA
,
O APOIO
E CARINHO
.
À
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OUTORA
C
LAUDIA
M
ARIA
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ORNELLES DA
S
ILVA
,
MINHA ORIENTADORA
,
POR TER ACEITADO ESTE DESAFIO
,
DE ORIENTAR E INSERIR UMA NUTRICIONISTA NA
GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR
.
A
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INHA
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TERNA
M
ESTRA
I
NGRID
S
CHWEIGERT
,
QUE MESMO NÃO SENDO
MINHA CO
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ORIENTADORA DE FATO
,
É A POTENCIALIZADORA DO INICIO DESTE
TRABALHO
.
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ENENTE
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SWALDO
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AVALCANTI
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ÉDICO
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ORAES
,
POR OPORTUNIZAREM ESTE TRABALHO NO
ÂMBITO MILITAR DO
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OSPITAL DE
G
UARNIÇÃO DE
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ARDIOLOGISTA
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ÁCILA
B
ADWAN
M
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M
USTAFÁ
,
AMIGA E INCANSÁVEL
COLABORADORA
,
PELA REALIZAÇÃO DESTE ESTUDO
.
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QUIPE DO
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ABORATÓRIO DE
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NÁLISES
C
LÍNICAS DO
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OSPITAL DE
G
UARNIÇÃO DE
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,
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ARGENTO
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ILL
,
S
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ÔMULO E
S
ENHORA
M
ARGARIDA
,
A PACIÊNCIA COMIGO
,
COM MEUS
PACIENTES
,
E OS ESFORÇOS
,
DESMEDIDOS
,
A ME AUXILIAR
.
À
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INHA
E
QUIPE DE TRABALHO DO
A
PROVISIONAMENTO DO
H
OSPITAL DE
G
UARNIÇÃO DE
S
ANTO
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NGELO
,
O CARINHO E APOIO
,
DESDE O MOMENTO EM QUE
DECIDI INICIAR ESTE TRABALHO
,
ATÉ A MINHA DESPEDIDA
.
A
OS COLEGAS DE LABORATÓRIO
C
ÍNTIA
R
EICHERT
,
T
IAGO
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ALPIAZ
,
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DUARDO
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,
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NGELI
,
O CONSTANTE AMPARO
.
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ENINAS
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POIO
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ÉCNICO
,
R
OBERTA E
C
ARLA
,
A PACIÊNCIA
.
A
COLEGA
M
ILLENE
B
ORGES
C
OELHO
,
A FORÇA
,
O CARINHO E PACIÊNCIA NA
MINHA INICIAÇÃO EM UM LABORATÓRIO
,
DE BIOLOGIA MOLECULAR
.
A
OS MEUS ANJOS SEM ASAS
,
G
ABRIEL
B
AMPI E
C
RISTIANE
H
ELFER
,
NÃO
EXISTE PALAVRAS QUE POSSAM EXPRESSAR A MINHA ETERNA GRATIDÃO
,
POR TUDO O
QUE FIZERAM
.
A
O COLEGA
,
AMIGO E
“P
ROFESSOR
”,
J
ULIANO
C
OELHO DA
S
ILVEIRA
,
AS
AULAS
,
O CONHECIMENTO E A DISPOSIÇÃO
,
DIANTE DE MINHAS LIMITAÇÕES
.
A
OS AMIGOS
,
G
UILHERME E
P
EDRO
,
A AMIZADE E PELAS BOAS RISADAS
.
A
P
ROFESSORA
S
ILVANIA
B
OTTARO
,
POR OPORTUNIZAR A MINHA INICIAÇÃO
NA DOCÊNCIA
.
A
D
OUTORANDA
C
RISTINE
N
ASCENTE
,
O APOIO
,
INCANSÁVEL
,
A ATENÇÃO
,
BEM COMO POR ME APRESENTAR E TORNAR A ESTATÍSTICA MAIS AGRADÁVEL
.
A
OS AMIGOS
,
L
ETÍCIA E
R
ODRIGO
,
POR ME ACOLHEREM EM
P
ORTO
A
LEGRE
.
A
O MEU
E
DUARDO
,
O APOIO
,
COMPANHEIRISMO E
,
PRINCIPALMENTE
,
O AMOR
.
A
MINHA PRIMA
(“M
ANA
”)
V
ERA
,
PELO ETERNO CARINHO E AMIZADE
.
A
TODOS MEUS
F
AMILIARES
,
A
MIGOS E
A
MIGAS
,
O CARINHO
,
O INCENTIVO E
,
PRINCIPALMENTE
,
A COMPREENSÃO NA MINHA AUSÊNCIA
.
A
OS PACIENTES QUE ACEITARAM PARTICIPAR DESTE PROJETO
.
“S
E NÃO HOUVER VENTO
,
REME
...
(A
NÔNIMO
)
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... 8
RELAÇÃO DE TABELAS ............................................................................................ 9
RELAÇÃO DE FIGURAS E GRÁFICOS ................................................................... 10
RESUMO ................................................................................................................... 11
ABSTRACT ................................................................................................................13
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................15
1.1 LIPÍDIOS .................................................................................................. 15
1.1.1 COLESTEROL ..................................................................................17
1.1.2 TRIGLICERÍDEOS .........................................................................17
1.1.3 LIPOPROTEÍNAS ..........................................................................18
1.2 DOENÇAS CARDIOVASCULARES E DISLIPIDEMIAS ..........................19
1.2.1 CLASSIFICAÇÀO DAS DISLIPIDEMIAS ..................................... 22
1.2.2 BASES FISIOPATOLÓGICAS DAS DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS
........................................................................................................................ 23
1.3 Circunferência da Cintura, Índice de Massa Corporal e
Relação Cintura/Quadril .................................................................................. 23
1.4 Suscetibilidade genética ......................................................................... 25
1.5 LIPOPROTEÍNA LIPASE (LPL) ............................................................. 27
1.5.1 POLIMORFISMO LPL HindIII ......................................................... 29
1.6 Nutrigenética ............................................................................................ 30
1.7 Guias Nutricionais .................................................................................... 32
2. Justificativa e Objetivos ......................................................................................... 35
3. Materiais e Métodos .............................................................................................. 37
3.1 Delineamento do Estudo ......................................................................... 37
3.2 Amostra ................................................................................................... 37
3.3 Dados Antropométricos ........................................................................... 38
3.4 Dosagens Bioquímicas ............................................................................ 39
3.5 Intervenção Dietética ............................................................................... 39
3.6 Avaliação Final ........................................................................................ 39
3.7 Extração de DNA ......................................................................................39
3.8 Técnica de PCR-RFLP ............................................................................ 40
3.9 Análises Estatísticas ................................................................................ 41
3.10 Considerações Éticas ............................................................................ 42
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 43
4. 1 Análise dos Dados Antropométricos ....................................................... 43
4. 2 Guia Alimentar ........................................................................................ 44
4. 3 Análise do Polimorfismo HindIII ............................................................. 47
4.4 Associação entre o Polimorfismo e a dieta ............................................ 50
4.5 Perspectivas Futuras ............................................................................... 56
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 57
ANEXOS .................................................................................................................... 63
ANEXO 1- PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS CARDIOLÓGICOS ........ 64
ANEXO 2 - CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO DO PROJETO DE
PESQUISA ................................................................................................................ 66
ANEXO 3 - AVALIAÇÀO NUTRICIONAL ......................................................... 68
ANEXO 4 - GUIA ALIMENTAR PARA DISLIPIDEMIAS .................................. 72
LISTA DE ABREVIATURAS
apo Apo-lipoproteína
CT Colesterol Total
AVC Acidente Vascular Cerebral
DAC Doença Arterial Coronariana
DCV Doenças Cardiovasculares
DNA Ácido Desoxirribonucléico
HDL Lipoproteína de Alta Densidade
HL Lipase Hepática
IDL Lipoproteína de Densidade Intermediária
IMC Índice de Massa Corporal
LDL Lipoproteína de Baixa Densidade
LDL-C LDL-Colesterol
LPL Lipoproteína Lipase
OMS Organização Mundial de Saúde
pb Pares de bases
PCR Reação em Cadeia da Polimerase
Qm Quilomícrons
R – LDL Remanescente de Lipoproteína de Alta Densidade
R- Qm Remanescentes de Quilomícrons
R – VLDL Remanescentes de Lipoproteína de Muito Baixa
Densidade
RCQ Relação Cintura/Quadril
RFLP Polimorfismo de Tamanho de Fragmentos de
Restrição
SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Único
TG Triglicerídeos
VLDL Lipoproteína de Muito Baixa Densidade
VLDL-C: VLDL-Colesterol
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Classificação das Lipoproteínas ..................................................
19
Tabela 2.
Diagnóstico das dislipidemias em adultos > 20 anos.....................
21
Tabela 3. Classificação Internacional de adultos com baixo peso, peso
normal, sobrepeso e obesidade..................................................
24
Tabela 4. Genes relacionados com níveis lipídicos..................................... 25
Tabela 5. Composição dos nutrientes.........................................................
32
Tabela 6. Condições de clivagem dos produtos de PCR para análise dos
polimorfismos presentes no gene LPL ........................................
41
Tabela 7. Associação das Variáveis da Amostra e Genótipo ......................
44
Tabela 8. Estudos comparativos de freqüências genotípicas do
polimorfismo HindIII em diferente populações com dislipidemia .
49
Tabela 9. Associação dos resultados da interação gene-dieta ...................
54
16
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do gene LPL no cromossomo ......................................... 27
Figura 2. Perfil eletroforético dos fragmentos de DNA clivados – polimorfismo
HindIII ................................................................................................. 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de CT......... 45
Gráfico 2. Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de HDL ..... 45
Gráfico 3. Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de LDL ..... 46
Gráfico 4. Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de TG ........ 46
Gráfico 5. Associação dos resultados dos níveis de HDL após dieta com o
genótipo............................................................................................. 50
Gráfico 6. Associação dos resultados dos níveis de CT após dieta com o
genótipo ............................................................................................ 51
Gráfico 7. Associação dos resultados dos níveis de LDL após dieta com o
genótipo ............................................................................................. 52
Gráfico 8. Associação dos resultados dos níveis de TG após dieta com o
genótipo ........................................................................................... 53
17
RESUMO
Doenças Cardiovasculares são responsáveis, mundialmente, pelas
altas taxas de morbidade e mortalidade. No Brasil, representam a primeira
causa de morte dentre as doenças não transmissíveis. A etiologia das
doenças cardiovasculares é multifatorial, tendo como contribuição fatores
genéticos, bem como ambientais. Os níveis plasmáticos de lipídios e
lipoproteínas podem ser resultados do comportamento alimentar e/ou serem
devidos às variações genéticas observadas nos indivíduos. Concentrações
aumentadas de triglicerídios, colesterol e de Lipoproteína de Baixa
Densidade (LDL), associadas à diminuição nos valores de Lipoproteína de
Alta Densidade (HDL) contribuem na probabilidade de desenvolvimento
dessas enfermidades. A presente dissertação é um estudo do tipo transversal
observacional, que avalia a interação gene-dieta no polimorfismo HindIII do
gene LPL em pacientes do sexo masculino, dislipidêmicos, da cidade de
Santo Ângelo-RS/Brasil. O objetivo foi investigar a freqüência desse
polimorfismo nesta população e correlacionar os achados genotípicos com
parâmetros antropométricos, bioquímicos e nutricionais. Foram arrolados 83
indivíduos que seguiram uma orientação nutricional para dislipidemias por, no
mínimo, 40 dias, e máximo, 90 dias. Utilizou-se a cnica de PCR-RFLP para
realização das análises de biologia molecular. Em resposta à dieta na
população estudada, os seguintes dados bioquímicos foram obtidos: 71,0%
reduziram os níveis de colesterol total, enquanto que 27,7% aumentaram e
1,2% mantiveram níveis iguais; 42,2% tiveram aumento dos níveis de HDL,
enquanto que 55,4% reduziram e 2,4% mantiveram-se iguais; 67,5%
reduziram os níveis de LDL, enquanto que 27,7% aumentaram e 1,2%
mantiveram os níveis iguais; por fim, em 65,6% dos pacientes, os níveis de
TG obtiveram uma redução, enquanto que 34,4% aumentaram. O alelo mais
freqüente encontrado foi o HindIII (+) em 52,0% dos indivíduos. O genótipo
heterozigoto HindIII (+/-) foi encontrado em 89,2% dos indivíduo, seguido pelo
genótipo homozigoto mutante HindIII (+/+) com 7,2% e o genótipo
homozigoto normal HindIII (-/-) com 3,6%. Nas análises feitas entre o
polimorfismo e a dieta, pôde ser verificado que em 50% dos indivíduos que
18
apresentaram genótipo HindIII (+/+), os níveis de HDL reduziram. Em 43,3%
dos indivíduos com o genótipo HindIII (+/-) os níveis de HDL aumentaram, em
54,0%, diminuíram e em 2,7%, permaneceram iguais. Em 100% dos
indivíduos que apresentaram o genótipo HindIII (-/-), os níveis de HDL
diminuíram. Para o CT, os pacientes com o genótipo HindIII (+/+) tiveram um
aumento e uma redução de 50,0%, para o HindIII (+/-) 27,0% aumentaram,
diminuíram 71,6% e permaneceram iguais 1,4% e para o genótipo HindIII (-/-)
em 100% diminuíram os níveis. Índices bioquímicos de LDL, em indivíduos
com o genótipo HindIII (+/+) obteve-se um aumento em 50,0% e redução em
50,0%. Para os indivíduos com o genótipo HindIII (+/-), 71,6% obtiveram
redução, 27,1% aumentaram e 1,3% permaneceram iguais. Para o genótipo
HindIII (-/-) em 66,7% dos casos houve um aumento e em 33,3%
permaneceram em níveis iguais, mesmo após a dieta. Quanto aos níveis de
TG, homens com o genótipo HindIII (+/+) e HindIII (-/-) obtiveram uma
redução de 100,0% e para o HindIII (+/-) 60,8% dos casos reduziram e em
39,2% aumentaram. A freqüência da interação dos genótipos em relação aos
resultados da dieta apresentaram significância para os níveis de LDL, tendo p
= 0,002 e para os níveis de TG, o resultado ficou em associação limítrofe de
(p = 0,06).
19
ABSTRACT
Cardiovascular disease are responsible, worldwide, for the high rate of
morbidity and mortality. In Brazil, they represent the first cause of death in the
not transmissible diseases. The etiology of the cardiovascular disease is
multifactorial, having as contribution genetic factors, as well as environment.
The plasma lipid and lipoprotein concentrations can be resulted of the dietary
behavior and/or to be due to the observed genetic variations in the individuals.
Increased concentrations of TG, CT and of LDL, associates to the reduction in
the values of HDL contribute in the probability of the development from these
diseases. The present work is an observacional transversal study that
evaluates the interaction gene-diet in the HindIII polymorphism of gene LPL in
male patients with dyslipidemia from the city of Santo Ângelo-RS/Brasil. The
mean was to investigate the frequency of this polymorphism in this population
and to correlate the genotype findings with data about height, weight, waist
and hip perimeter, biochemical parameters and dietary. All the 83 subjects
studied had followed a guide nutricional for dyslipidemia for 40 days to 90
days. PCR-RFLP method was used for molecular biology analysis. In
response to the diet in the studied population, the following biochemical data
was obtained: 71,0% reduced the total cholesterol levels, while 27.7%
increased and 1.2% kept equal levels; 42.2% increased the HDL levels, while
55.4% reduced and 2.4% remained equal; 67,5% reduced the LDL levels,
while 27.7% increased and 1.2% kept the equal levels; finally, in 65.6% of the
patients, the TG levels had reduction, while 34.4% increased. The most
frequently allele found in the population studied found was HindIII (+) with
52.0% of the individuals. The heterozigote genotype HindIII (+/-) was found in
89.2% of the individual, followed by the homozigote genotype HindIII (+/+)
with 7.2% and the genotype homozigoto normal HindIII (-/-) with 3.6%. In the
analyses made between the polimorfism and diet, it could be verified that in
50.0% of the individuals with HindIII genotype (+/+), HDL levels reduced. In
43.3% of the individuals with the HindIII genotype (+/-), the HDL levels
increased, in 54.0%, reduced in 2.7% kept the equal levels. In 100.0% of the
individuals with HindIII genotype (-/-), the HDL levels diminished. Regarding
20
the CT levels, the patients with genotype HindIII (+/+), 50.0% had an increase
and 50.0% had a reduction. For HindIII (+/-), 27.0% had increased, 71.6% had
reduction and 1.4% remained equal. For HindIII (-/-) genotype, 100% had the
levels diminuished. Regarding the LDL levels, individuals with HindIII (+/+)
genotype had an increase and 50,0% had a reduction. For the HindIII (+/-)
genotype, 71,6% of the patients had reduction, 27.1% had increased and
1.3% remained equal. For genotype HindIII (-/-), 66.7% of the cases had an
increased and 33.3% remained equal levels, after the diet. Regarding the TG
levels, 100.0%of the men with HindIII (+/+) genotype and HindIII (-/-) had
reduction and for HindIII (+/-) genotype, 60.8% reduced and 39.2% increased.
The frequency of the interaction of the genotypes in relation to the diet results
for the LDL levels had p = 0,002. For the levels of TG, the result was in
borderline of p = 0,06.
21
1. INTRODUÇÃO
1.1 Lipídios
Os lipídios constituem um grupo de substâncias que, genericamente,
chamamos de óleos ou gorduras, tanto os de origem animal, quanto os de
origem vegetal (RIEGEL, 1998). São substâncias que, ao contrário das outras
classes de compostos orgânicos, são caracterizadas pela sua alta
solubilidade em solventes orgânicos apolares e baixa solubilidade em água.
Segundo Motta (2005), os lipídios são componentes das membranas
biológicas, precursores de compostos essenciais, agentes emulsificantes,
isolantes, que participam do transporte de substância do metabolismo e da
sinalização intra e intercelular. Além dessas funções, servem também como
fonte de energia, proteção de órgãos vitais, constituição de algumas
vitaminas (A, D, E, K) e estão envolvidos no impulso da transmissão nervosa.
Os lipídios no organismo são obtidos a partir de fontes exógenas e
endógenas. Na fonte exógena, os lipídios provenientes da alimentação são
primeiramente incorporados na forma de quilomícrons (Qm) dentro do lúmen
intestinal. Os Qm se caracterizam por transportar o colesterol da dieta e
serem ricos em triglicerídios (TG). Entram na circulação linfática e ganham a
corrente sanguínea pelo ducto torácico, podendo receber diferentes
Apoproteínas (A, C e E). Nos capilares, os Qm entram em contato com a
enzima lipase lipoprotéica (LPL) que quando ativada pela proteína apo C-II,
hidrolisa os TG, retira os ácidos graxos, tornando as partículas de menor
tamanho, conhecidas como, remanescentes de quilomícrons: R-Qm. Os R-
Qm são removidos da circulação pelos receptores localizados nas células
hepáticas, sendo então metabolizados (CONSENSO BRASILEIRO SOBRE
DISLIPIDEMIAS, 1996).
22
A fonte endógena inicia com a síntese hepática das VLDL (do inglês,
Very Low Density Lipoproteins ou lipoproteínas de muito baixa densidade), as
quais contêm principalmente triglicerídios e as Apoproteínas B-100, E e C.
Na circulação capilar, as VLDL entram em contato com a LPL, dando
origem aos remanescentes de VLDL (R-VLDL) ou IDL (do inglês,
Intermediate Density Lipoproteins ou lipoproteínas de densidade
intermediária). Essas partículas seguem dois caminhos, sendo que cerca de
dois terços das IDL podem ser captadas no fígado pelos receptores de Apo B
e E, e degradados em seus componentes e, o terço restante sofre ação da
lipase hepática (HL), principalmente no fígado, formando as LDL (do inglês,
Low Density Lipoprotein ou lipoproteína de baixa densidade). Tanto as LDL,
como as IDL, são retiradas da circulação pelos receptores celulares B e E,
existentes principalmente no fígado. Vale salientar que as LDL são as
principais carreadoras de colesterol para os tecidos periféricos. Uma vez no
interior das células, essas lipoproteínas são fragmentadas, liberando
colesterol e aminoácidos. A síntese de colesterol e dos receptores B/E pela
célula varia na razão inversa da concentração de colesterol livre intracelular
(CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIAS, 1996).
Parte do material liberado pela ação da LPL sobre os Qm e as VLDL é
utilizada na fabricação de outra lipoproteína a HDL (do inglês, High Density
Lipoproteins ou Lipoproteína de Alta Densidade). A HDL tem grande
importância no transporte de colesterol dos tecidos periféricos para o fígado
(MOTTA, 2005).
Os lipídios se classificam em ácidos graxos e seus derivados,
triacilgliceróis, ceras, fosfolipídios (glicerofosfolipídeos e esfingosinas),
esfingolipídeos e isoprenóides (MOTTA, 2005). Mas, segundo Sposito et al.
(2007), sob o ponto de vista fisiológico e clínico, os lipídios biologicamente
mais relevantes são os fosfolipídios, o colesterol, os triglicerídeos e os ácidos
graxos.
23
1.1.1 Colesterol
É uma substância semelhante à gordura e pertence a uma classe de
compostos conhecidos como esteróis, que estão presentes em todas as
células animais. Os esteróis não são precisamente gorduras, pois não
contém ácidos graxos, mas apresentam algumas características físicas e
químicas semelhantes. O colesterol pode provir tanto de origem exógena,
como endógena (KATCH& MARCDLE, 1996).
Segundo Motta (2005), o colesterol é o esterol mais abundante dos
tecidos humanos. Compõem as LDL e membranas celulares sendo também
substâncias precursoras da síntese dos hormônios esteróides e ácidos
biliares. O colesterol é derivado do ciclopentano-peridro-fenantreno com
ligação dupla entre C-5 e C-6, hidroxila no carbono 3 (colesterol livre) e
cadeia alifática de 8 carbonos no C-17.
Somente 25,0% do colesterol plasmático é proveniente da dieta, o
restante é sintetizado (1g/dL), fundamentalmente, pelo fígado, a partir do
acetil-CoA. Parte do colesterol hepático é transformado em ácidos biliares
que, por sua vez, o excretados através da bile. Por outro lado, os sais de
ácidos biliares formam complexos com o colesterol, promovendo maior
excreção deste composto. O colesterol plasmático ocorre tanto na forma livre
(30,0% do total), como esterificado (70,0% do total). Os níveis de colesterol
plasmático são afetados tanto por fatores genéticos, como ambientais, sendo
assim multifatorial. As medidas da colesterolemia são influenciadas por dieta,
exercícios físicos, idade e sexo (SACKHEIM & LEHMAN, 2001; MOTTA,
2005).
1.1.2 Triglicerídios
Os TG constituem, em média, mais de 95% de toda a gordura que
existe no corpo (RIEGEL, 1998). Também conhecidos como triacilgliceróis,
os TG são ésteres de ácidos graxos com glicerol. A classe dos acilgliceróis
depende do número de ácidos graxos presentes na molécula, como os
24
monoglicerídios (um ácido graxo esterificado), diglicerídios (dois ácidos
graxos esterificados) e triglicerídios (três ácidos graxos esterificados).
Motta (2005) relata que os TG são sintetizados no fígado e no intestino
e são as formas mais importantes de armazenamento e transporte de ácidos
graxos. Constituem as principais frações dos quilomícrons, das VLDL e
pequena parte (<10,0%) das LDL presentes no plasma sangüíneo. A quase
totalidade das gorduras ingeridas na dieta são TG formados por ácidos
graxos saturados e insaturados.
Os TG da dieta são hidrolizados pela ação das lipases pancreáticas e
sais biliares para formar 2-monoglicerídios e ácidos graxos livres. Por
difusão, os 2-monoglicerídios e os ácidos graxos entram no retículo
endoplasmático das células da mucosa e são re-esterificados a triglicerídios.
Após re-esterificação, os triglicerídios são associados a outros lipídios e
proteínas específicas (apoproteínas) para formar macromoléculas. E assim,
provavelmente por pinocitose reversa, estes aparecem nos vasos linfáticos
da região abdominal e, posteriormente, na circulação sistêmica (MOTTA,
2005).
1.1.3 Lipoproteínas
Os lipídios são moléculas apolares, insolúveis em água, que precisam
ser transportados ativamente pela corrente sangüínea até os tecidos alvo, o
que é realizado na forma de lipoproteínas, sendo classificadas segundo a sua
densidade e constituição (WILLIAMS, 1994; RIEGEL, 1996).
A estrutura e a composição destas lipoproteínas são enzimaticamente
reguladas e, de forma geral, são formadas por uma parte central de lipídios
hidrofóbicos circundada por uma capa de lipídios polares e proteínas,
denominadas apolipoproteínas (apos). Várias apos foram caracterizadas,
sendo que cada das lipoproteínas contêm uma ou mais destas proteínas que
tem como função proporcionar estabilidade estrutural, solubilizar os lipídios
altamente hidrofóbicos, servir como ligantes para receptores celulares ou agir
25
como co-fatores para enzimas envolvidas no metabolismo de lipoproteínas
(WEISS, 1993).
Existem quatro grandes classes de lipoproteínas separadas em dois
grupos, as ricas em TG, maiores e menos densas, representadas pelos
quilomícrons, de origem intestinal; e pelas lipoproteínas VLDL, de origem
hepática, LDL e HDL (SPOSITO et al., 2007).
Liacouras (1997) apresentam a classificação das lipoproteínas que
estão relacionadas ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
representada na tabela 1.
Tabela 1 – Classificação das lipoproteínas.
Lipoproteínas
Densidade
(g/ml)
Diâmetro
(nm)
Origem Concentração de lipídios (%)
Colesterol
Total
TG
Fosfolipídeo
e proteínas
Quilomícron 0,95 75-1200 Intestino 5 90 5
Lipoproteína
de muito baixa
densidade
(VLDL)
0,95-1,006 30-80 Fígado 13 65 22
Lipoproteína
de baixa
densidade
(LDL)
1,019-1,063
18-25
Fígado,
VLDL
43 10 47
Lipoproteína
de alta
densidade
(HDL)
1,063-1,21 5-12
Fígado,
instestino
18 2 80
1.2 Doenças Cardiovasculares e Dislipidemias
Doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis, mundialmente,
por altas taxas de morbidade e mortalidade. Segundo Brandão (2000), os
relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) do ano de 1997 revelam
que as DCV foram responsáveis por cerca de 30,0% de todas as mortes que
ocorreram no mundo, correspondendo a quase 15 milhões de óbitos por ano.
26
A mortalidade por doença arterial coronária (DAC) e acidente vascular
cerebral (AVC) correspondem a 80,0% dos óbitos por DCV.
No Brasil, as DCV representam a primeira causa de morte dentre as
doenças não transmissíveis. Como fatores de risco estão o tabagismo e o
sedentarismo, além de dieta rica em gorduras saturadas, com o conseqüente
aumento dos níveis de colesterol e surgimento de hipertensão (ISHITANI et
al., 2006).
A partir da década de 50, no Brasil, ocorreu uma modificação dos
perfis de saúde. Em 1950, 40,0% dos óbitos no país eram decorrentes de
doenças infecto-contagiosas e apenas 12,0% decorrentes de doenças
cardiovasculares. Porém, a partir da década de 90, os índices para doenças
infecciosas tornaram-se menores que 10,0%, enquanto que a freqüência de
doenças cardiovasculares elevou-se para 34,5% (LOTUFO, 1996; OLIVEIRA
et al., 2006).
Sabe-se ainda que, desde a década de 60, as DCV vêm apresentando
aumento progressivo em todo mundo. No Brasil, destacam-se as cidades das
Regiões Sul e Sudeste, com alta incidência de doenças isquêmicas (CHOR
et al.,1995). Isto pode ser confirmado pelas pesquisas realizadas em um
projeto conhecido como: “Atlas Corações do Brasil - 2005”, que teve como
um dos objetivos principais, avaliar fatores de risco cardiovascular na
população brasileira. Os resultados desse projeto mostram que a Região Sul
está em primeiro lugar, com níveis alterados de colesterol, acometendo mais
os homens, seguido dos maiores índices de hipertrigliceridemia, também com
maior representatividade na população masculina (NETO, 2005).
Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas
decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que
ocasionem repercussão nos níveis ricos das lipoproteínas (RIDKER et al.,
2001; HEGELE, 2001).
As dislipidemias são consideradas um dos principais fatores
determinantes para o desenvolvimento de DCV. Elevadas concentrações de
TG, CT e sua fração de LDL, associadas à diminuição nos valores de HDL,
aumentam a probabilidade do desenvolvimento dessas enfermidades,
principalmente a DAC (GOLDSTEIN et al., 1995; SANTOS, 2001).
27
Os valores de referência para o diagnóstico das dislipidemias em
adultos > 20 anos são observadas na Tabela 2 (SANTOS, 2004).
Tabela 2 – Diagnóstico das dislipidemias em adultos > 20 anos.
Lipídios Valores Categoria
CT
< 200
200-239
> 240
Ótimo
Limítrofe
Alto
LDL
< 100
100-129
130-159
160-189
> 190
Ótimo
Desejável
Limítrofe
Alto
Muito alto
HDL
< 40
> 60
Baixo
Alto
TG
< 150
150-200
200-499
> 500
Ótimo
Limítrofe
Alto
Muito alto
A DAC é uma DCV, e apresenta-se como uma desordem multifatorial,
resultado da interação entre fatores genéticos e ambientais, tais como: dieta,
tabagismo e atividade física. Essa condição é usualmente associada a fatores
de risco convencionais como, hipertensão, diabetes mellitus e
hipercolesterolemia. Entretanto, em alguns indivíduos, a DAC parece não
estar relacionada muito fortemente a fatores ambientais, sugerindo que a
constituição genética do indivíduo esteja contribuindo para a predisposição
(SANTOS, 2001; SANTOS, 2004; FREITAS, 2004).
O papel dos lipídios como importante fator da patogênese da DAC está
solidamente estabelecido pois em sua maioria, os exames de avaliação de
perfil lipídico inclui análises do CT, LDL, HDL e TG (MACINTYRE & HARRY,
1991; FREITAS, 2004).
Segundo o Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias (1996), o risco de
DAC aumenta significativa e progressivamente acima dos valores desejáveis
de CT e LDL. Para o HDL, a relação de risco é inversa, pois quanto mais
28
elevado seu valor, menor o risco de DAC. Níveis de HDL acima de 60 mg/dL
é considerado um “fator protetor” para o desenvolvimento de DAC.
Considera-se que a hipertrigliceridemia (>200mg/dL) também aumenta o
risco de DAC, quando associada a veis diminuídos de HDL e/ou
aumentados de LDL.
A hipertrigliceridemia é uma desordem comum, e os níveis de
triglicerídeos elevados são atribuídos a diferentes causas, entre as quais
incluem-se as síndromes familiares e genéticas, doenças metabólicas,
fármacos, sexo, idade e mais especificamente, tipo de dieta.
1.2.1 Classificação das Dislipidemias
De acordo com Sposito et al. (2007), as dislipidemias podem ser
classificadas em primárias e secundárias.
As dislipidemias primárias podem ser classificadas genotípica ou
fenotipicamente. Na classificação genotípica, as dislipidemias se dividem em
alterações causadas por mutações em um só gene, e as causadas pela
associação de múltiplas mutações e/ou polimorfismos que isoladamente não
seriam de grande repercussão. E ainda, algumas se manifestando quando
influência ambiental. a classificação fenotípica ou bioquímica considera
os valores do CT, LDL, TG e HDL.
Já as dislipidemias secundárias são causadas pela presença de outras
doenças ou uso de medicamentos.
1.2.2 Bases Fisiopatológicas das Dislipidemias Primárias
O acúmulo de Qm e/ou de VLDL no compartimento plasmático resulta
em hipertrigliceridemia e decorre da diminuição da hidrólise dos triglicérideos
dessas lipoproteínas pela LPL ou do aumento da síntese de VLDL (SPOSITO
et al., 2007). Variantes genéticas das apos ou enzimas relacionadas a estas
29
lipoproteínas podem causar alterações metabólicas, aumento de síntese ou
redução da hidrólise.
O acúmulo de lipoproteínas ricas em colesterol, como a LDL no
compartimento plasmático, resulta em hipercolesterolemia. Diversas
mutações no receptor de LDL foram detectadas em portadores de
hipercolesterolemia familiar, algumas causando redução de sua expressão na
membrana, outras, deformações na sua estrutura e função. Nesses casos, a
interação entre fatores genéticos e ambientais determina o fenótipo do perfil
lipídico (CANNON, 2004).
1.3 Circunferência da Cintura, Índice de Massa Corporal e Relação
Cintura/Quadril
A maioria de estudos atuais concorda que existe relação entre
circunferência da cintura, como melhor indicador de gordura abdominal, e
doenças cardiovasculares (DOBBELSTEYN et al., 2001).
A OMS (2004) preconiza o uso da circunferência da cintura (ponto de
corte de 94 cm para homens e 80 cm para mulheres) como medidas de risco
metabólico aumentado.
A obesidade e, particularmente, a localização abdominal de gordura
tem grande impacto sobre a DCV por associar-se com grande freqüência a
condições tais como: dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina
e diabetes que favorecem a ocorrência de eventos cardiovasculares,
particularmente os coronarianos.
Apesar da circunferência da cintura ser o indicador mais associado e
relatado à DCV, existem estudos em que relacionam também o Índice de
Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura/Quadril (RCQ).
Um estudo realizado no Canadá, por Dobbelsteyn et al. (2001), com
9913 indivíduos demonstrou que pode ser relevante a relação entre IMC,
RCQ e a CC.
30
O IMC é reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de
obesidade. O IMC é calculado dividindo o peso (em kg) pela altura ao
quadrado (em m) e classificado de acordo com o descrito na tabela 3.
Tabela 3 – Classificação Internacional de adultos com baixo peso, peso
normal, sobrepeso e obesidade.
Classificação Índice de Massa Corporal
Magreza < 18,50
Peso Saudável 18,50 – 24,99
Sobrepeso > 25,0
Obesidade Grau I 30 – 34,99
Obesidade Grau II 35 – 39,99
Obesidade Grau III 40.00
Referência: OMS, 2004.
Para avaliar a distribuição de gordura corpórea, estudos
epidemiológicos utilizam, desde a década de 70, a relação cintura-quadril
(RCQ), obtida pela divisão dos perímetros da cintura (cm) e do quadril (cm).
Dentre os pontos de cortes estabelecidos para discriminar valores adequados
dos inadequados de RCQ, o mais utilizado tem sido 0,8 para o sexo feminino
e 1,0 para o masculino (MACHADO & SICHIERI, 2002).
1.4 Suscetibilidade genética
Nos últimos anos, muitos estudos e avanços sem precedentes têm
sido alcançados no campo da genética das doenças multifatoriais, tais como
cardiopatias, diabetes, obesidade e câncer.
A variação dos níveis lipídicos é uma característica de etiologia
multifatorial, pois é determinada por uma ampla gama de fatores, tanto
31
ambientais, quanto genéticos. Variações em um grande número de genes
envolvidos na síntese de proteínas estruturais e enzimas relacionadas no
metabolismo de lipídeos poderiam responder, a princípio, por variações do
perfil lipídico de cada indivíduo.
Desta maneira, qualquer gene que seja responsável pela produção de
uma proteína envolvida nesta rota metabólica poderia ser um “gene
candidato” na investigação de determinantes genéticos dos níveis lipídicos.
Assim, o somatório de variações com pequeno efeito em cada um destes
genes poderia levar à modificação do perfil lipídico de um indivíduo,
predispondo à cardiopatia. Como estas variantes genéticas são bastante
freqüentes na população em geral (de 1,0% a 80,0%), seu impacto é muito
maior na saúde blica quando comparadas com mutações de grande efeito,
mas que são muito mais raras (Tabela 4) (ANDRADE & HUTZ, 2001).
Tabela 4 – Genes relacionados com níveis lipídicos
Gene –
Polimorfismo
Cromossomo
Alelo (s)
relacionado(s)¹
Freqüência²
Porção lipídica
modificada
APOE – E
2 ,
E
3
e
E
4
19
E2
E4
~ 8%
~ 15%
CT e LDL
LDLR – PvuII
APOB – XbaI
APOB – ins/del
3
19
2
2
P-
X+
del
~ 20%
~ 40%
~ 35%
Triglicerídeos
LPL – HindIII
LPL – PvuII
LPL– D9N
LPL– S291N
LPL– S447X
APOCIII – SacI
APOE – E
2,
E
3
e
E
4
8
8
8
8
8
11
19
H+
P+
N9
S291
X447
S+
E2
(?)
E4
(?)
~ 65%
~ 50%
~ 3%
~ 4%
~ 20%
12%
~ 8%
~ 15%
APOAI -
11
- 75 a
M -
~ 20%
~ 4%
(continua)
HDL
CETP – Taq1B
HL - (-514)
16
15
T+
- 514 C
~ 40%
~ 80%
¹ relação com aumento dos níveis; relação com diminuição dos níveis; + denota presença
do sítio de restrição, enquanto denota ausência do sítio ² Médias aproximadas das
freqüências alélicas dentre várias populações ³ ins denota alelo de inserção e del alelo de
deleção. ? denota resultados não esclarecidos
32
Santos (2001) cita que, todo o espectro das doenças cardiovasculares
envolve fatores genéticos, que podem contribuir de forma causal ou na sua
patogênese. Diferenças nas seqüências de nucleotídeos são sempre devidas
a mutações, sendo algumas vantajosas e outras prejudiciais. Estas variações
na seqüência de nucleotídeos são bastante comuns, sendo denominadas de
polimorfismos.
Variantes alélicas é uma área da genética, que busca investigar as
variações no DNA entre os indivíduos. Estes polimorfismos, quando são
freqüentes, apresentam mais de 1,0% de freqüência do alelo mais raro. A
base genética para esta variação pode ser uma troca de bases no DNA, uma
duplicação ou deleção de um ou vários pares de bases. Estimativas atuais
sugerem que variações de uma única base entre indivíduos (single nucleotide
polymorphisms, ou SNPs) ocorrem na freqüência de 1 a cada 1.300pb, ou
seja, existem mais de 1,4 milhão de polimorfismos de substituição de uma
única base em nosso genoma (ANDRADE & HUTZ, 2001).
1.5 Lipoproteína Lipase (LPL)
A LPL é uma enzima da família das lipases, tendo muitas funções, e a
mais importante é a de estar inserida intrinsecamente no metabolismo das
lipoproteínas. A hidrólise dos TG, pela LPL, fornece ácidos graxos aos
tecidos para oxidação no músculo esquelético, realiza o armazenamento em
células adiposas e posterior secreção, e também influenciam na maturação
da circulação das lipoproteínas. A atividade desta enzima é também regulada
pelos nutrientes e hormônios, por exemplo, glicose e insulina (TALMUD &
STEPHENS, 2004; VIEIRA, 2005).
A LPL é sintetizada pelos adipócitos, miócitos (no músculo cardíaco e
esquelético) e macrófagos; depois da síntese, é transferida para os seus
locais de ancoragem no endotélio vascular (e em alguns outros tecidos) onde
33
se fixa através de glicosaminoglicanos (sulfato de heparano) (TEMAS
CARDIOLÓGICOS, 2007).
A LPL é ativada pela APOCII. Os ácidos graxos liberados do TG pela
ação da LPL são capturados pelas células periféricas (tecido adiposo e
músculo) e a apoCII volta para a HDL. A exportação de triglicerídeos
produzidos endogenamente é feita pela VLDL. Da mesma forma que o Qm, a
VLDL sofre a ação da enzima lipoproteína lipase e libera os ácidos graxos
para os tecidos periféricos, originando a IDL. Esta partícula também pode ser
metabolizada no plasma à LDL (TALMUD & STEPHENS, 2004; MILLÉO,
2005).
A HDL, conhecida como fator protetor do excesso de colesterol, capta
o colesterol livre periférico, esterificando-o por atuação da enzima lecitina
colesterol aciltransferase (LCAT). A transferência do colesterol esterificado da
partícula HDL para a IDL e novamente para o fígado. Assim, o colesterol
excedente retorna ao fígado para ser metabolizado. Alteração de uma das
inter-relações descritas pode levar ao quadro clínico de hiperlipidemias e/ou
hipercolesterolemias (MILLÉO, 2005).
O gene da LPL está localizado no cromossomo 8p22, abrangendo
aproximadamente 35 kb de comprimento e contendo 10 exons com
funcionalidade diferenciada (AHN et al., 1993; JEMMA, et al. 1995;
LARSON, et al., 1999; UKKOLA et al., 2001; SHIMO-NAKANISHI, et al.,
2001; DUMAN, et al., 2004) (Figura 1).
Figura 1: Localização do gene LPL no cromossomo.
34
Alguns polimorfismos deste gene têm sido investigados e analisados
por indicar mudanças nos níveis de lipídios plasmáticos, podendo ser um
fator de risco para a doença arterial coronária (TALMUD & STEPHENS,
2004). Muitos autores referem que as associações entre polimorfismos no
gene da LPL com os níveis plasmáticos alterados de TG, HDL, podem
influenciar no desenvolvimento de dislipidemias, obesidade, DVC e
principalmente aterosclerose (JEMAA, et al. 1995; LARSON et al., 1999;
UKKOLA et al., 2001; SHIMO-NAKANISHI et al., 2001; DUMAN et al., 2004).
1.5.1 Polimorfismo LPL HindIII
Diversas variantes no gene da LPL têm sido encontradas e associadas
a alterações nos níveis das lipoproteínas do plasma, sendo considerado um
fator de risco importante para DAC (SHIMO-NAKANISHI, et al., 2001).
O polimorfismo HindIII caracteriza-se pela troca de uma timina (T) por
uma guanina (G) no intron 8, sendo este, um dos mais comuns polimorfismos
do gene da LPL. Em diversos estudos foi encontrada associação entre o alelo
H(+), com níveis altos de TG e baixos de HDL (AHN et al., 1993; LARSON et
al., 1999; RAZZAGHI et al., 2000; UKKOLA et al., 2001; SHIMO-NAKANISHI
et al., 2001; DUMAN et al., 2004, CORELLA & ORDOVAS, 2005). Em outro,
uma associação do alelo H(+) com o aumento do CT e LDL, e ainda a
associação desse alelo com o aumento do risco de DCV e aterosclerose (MA
et al., 2003).
Segundo Ahn et al. (1993), estudos com RFLP neste locus, informam
que este polimorfismo está associado com hipertrigliceridemia, DCV e com
níveis alterados de CT e HDL. Shimo-Nakanishi et al. (2001) complementa
referindo que há uma associação entre níveis de triglicerídeos elevados,
níveis de colesterol HDL baixos e DAC prematura.
Duman et al. (2004) refere que o alelo HindIII (+) ou o genótipo (+/+)
apresenta associação com o perfil aterogênico (elevados níveis de TG e
baixos níveis de HDL) e Long et al. (2006), em seu estudo declara que as
subclasses distribuídas de HDL e as variantes de LPL, em especial o
polimorfismo HindIII, também podem modular riscos para DCV.
35
Em um estudo realizado por Radha et al. (2006), com 1015 indivíduos,
observaram uma significante associação com altos níveis de TG e baixos de
HDL em relação ao alelo HindIII(+).
1.6 Nutrigenética
Nutrigenética e Nutrigenômica fazem parte de um conjunto
multidisciplinar, emergente e promissor que focaliza em estudos da interação
entre nutrição, genética e seus efeitos para a saúde, usando novas técnicas e
desenvolvendo conceitos derivados, em partes, do Projeto Genoma Humano.
(ORDOVAS, 2004).
Segundo Fisler & Warden (2005), a nutrigenética e a nutrigenômica
vêm se desenvolvendo para estudar a interação entra a dieta e o genótipo,
bem como suas influências na saúde e doenças.
Nos campos da Fármacogenômica e da Fármacogenética, estes
termos são muito usados em substituição um pelo outro, mas são conceitos
diferentes, mesmo com suas similaridades e objetivos.
A nutrigenômica está interessada na sistemática avaliação de como os
nutrientes modificam a expressão total nas células e tecidos de interesse. Em
contraste, a nutrigenética estuda as diversas condições de dieta em relação a
quantidade da expressão do gene e suas associações com fenótipos
específicos, não se detendo nas diferenças entre os indivíduos em relação
aos nutrientes (ORDOVAS, 2004).
Nutrigenética, por outro lado, é uma ciência baseada na observação
da resposta à dieta em indivíduos, e testa a hipótese que diferenças entre os
indivíduos podem estar associados com a presença ou não de marcadores
biológicos específicos individuais como os polimorfismos, os quais podem
permitir um prognóstico de resposta individual à dieta (ORDOVAS, 2004).
Em síntese, esta ciência personifica o estudo de diferenças entre o
indivíduo e a relação da resposta particular ao nutriente ou a um padrão de
dietas, como os guias e/ou orientações alimentares. Esta tem como objetivo
36
auxiliar os campos da saúde pública e prática clínica, encontrando a melhor
recomendação dietética para o indivíduo.
Segundo Ordovas (2004), em estudos realizados por ele e sua equipe,
e ainda em estudos de outros pesquisadores, as DCV têm sido o foco
principal para as pesquisas na interação gene-dieta.
Corella & Ordovas (2005) relatam também que a nutrigenética estuda o
efeito da variação genética (essencialmente em SNPs) e sua interação com a
dieta. Isto inclui a identificação das variantes do gene associados com
respostas diferenciadas a dietas e/ou nutrientes, tendo como objetivo difundir
recomendações dos riscos e benefícios aos indivíduos de componentes
específicos da dieta em relação a sua responsividade. Também é conhecida
como “nutrição personalizada”.
A resposta dos níveis lipídicos em relação à dieta para redução de
colesterol varia entre as pessoas, sendo que em alguns, a resposta é
considerada muito boa e em outras se tem uma pequena resposta. um
grande número de fatores genéticos candidatos que influenciam nesta
resposta.
A identificação destes fatores genéticos deve contribuir para o
desenvolvimento de novos testes para prognosticar qual sujeito que
apresente altos níveis lipídicos séricos será mais beneficiado pela dieta baixa
em colesterol. Isto deve contribuir para tratamentos mais eficientes com
pessoas apresentando altos níveis de lipídios séricos. Além disto,
conhecimentos de fatores genéticos que determinam a resposta de níveis
lipídicos da dieta ajudará no benefício da introspecção dentro dos
mecanismos pelos quais as dietas afetam os níveis séricos de lipídios
(FRIEDLANDER et al., 2000; WEGGEMANS et al., 2000).
Em outros estudos, a resposta lipídica sanguínea em relação à dieta foi
influenciada por polimorfismos nos genes das apolipoproteínas e suas
enzimas, como a lipoproteína lipase e lipase hepática, as quais estão
envolvidas diretamente com o metabolismo lipídico (FISLER e WARDEN,
2005).
37
Segundo Ordovas (2006), as evidências para as interações gene-dieta
entre os SNPs em um gene candidato e fatores da dieta relacionados com o
metabolismo lipídico estão aumentando.
1.7 Guias Nutricionais
Guias Nutricionais ou Orientações Nutricionais têm sempre como
objetivo a promoção de hábitos saudáveis e a prevenção de doenças
crônicas não transmissíveis.
Faz-se muito o uso destes guias como conduta terapêutica para a
prevenção e tratamento de dislipidemias. Segundo o National Institutes of
Health (2001) deve-se incentivar, nesses casos, o consumo de fibras,
reduzindo o consumo de gorduras saturadas e o excesso de carboidratos
simples.
muito tempo tem sido demonstrado que o aumento do consumo de
gordura saturada associa-se à elevação da concentração plasmática de
colesterol e à maior incidência de DCV. A terapia nutricional deve, portanto,
ser adotada na prevenção e no tratamento das dislipidemias, onde o plano
alimentar deverá contemplar questões culturais, regionais, sociais e
econômicas. O paciente deverá receber também orientações relacionadas à
seleção, quantidade, técnicas de preparo e substituições dos alimentos
(SPOSITO et al., 2007).
Na Tabela 5 estão apresentadas a composição dos nutrientes e
recomendações nutricionais para o tratamento das dislipidemias, segundo o
National Institutes of Health (2001).
38
Tabela 5 - Composição dos nutrientes.
Nutriente Recomendações de consumo
Gordura saturada* menos de 7,0% das calorias totais
Gordura Poliinsaturada acima de 10,0% das calorias totais
Gordura Monoinsaturada acima de 20,0% das calorias totais
Gordura Total 25-35,0% das calorias totais
Carboidratos** 50-60,0% das calorias totais
Fibras 20-30g/dia
Proteínas aproximadamente 15,0% das calorias totais
Colesterol menos que 200 mg/dia
* evitar ácidos graxos trans
** predominantemente carboidratos complexos, incluindo todos os grãos, vegetais e frutas
Segundo a III Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose (2001) e o National Institutes of Health (2001), critérios básicos
devem ser inseridos e seguidos para elaboração dos guias, orientações e/ou
terapia nutricional.
Ácidos graxos insaturados são divididos em: polinsaturados
representados pelas séries ômega-6 (linoléico e araquidônico) e ômega-3
(alfalinolênico, eicosapentaenóico-EPA e docosahexaenóico-DHA) e
monoinsaturados representados pela série ômega-9 (oléico). A substituição
isocalórica dos ácidos graxos saturados por ácidos graxos polinsaturados
reduz o CT e o LDL-C plasmáticos; promovem redução dos triglicérides
plasmáticos pela diminuição da síntese hepática de VLDL, podendo ainda
exercer outros efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade do
sangue, maior relaxamento do endotélio e também efeitos anti-arrítmicos.
Os ácidos graxos monoinsaturados (oléico) exercem o mesmo efeito
sobre a colesterolemia sem, no entanto, diminuir o HDL-C e provocar
oxidação lipídica.
Fibras - são carboidratos complexos classificados de acordo com sua
solubilidade, em solúveis e insolúveis. As fibras solúveis o representadas
pela pectina (frutas) e pelas gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijão,
grão de bico, lentilha e ervilha). Estas fibras reduzem o tempo de trânsito
gastrointestinal e a absorção enteral do colesterol.
39
Fitosteróis - o encontrados apenas nos vegetais e promovem a
redução de nível de LDL.
Soja - juntamente com seus derivados, promovem uma redução no
nível de colesterol total, LDL nos TG. A presença das fibras na soja modifica
a absorção e o metabolismo dos ácidos biliares e, também, as saponinas,
glicosídeo vegetal que atua no aumento da eliminação da bile no intestino e,
subseqüentemente, na redução dos níveis de colesterol plasmático, estariam
relacionados também na prevenção.
Antioxidantes - a utilização de substâncias antioxidantes, como
flavonóides, quercitina, campferol, miricetina e crisina, vitaminas C e E, e os
carotenóides, com o objetivo de prevenir ou reduzir o desenvolvimento da
DAC, em função de sua ação na inibição da oxidação da LDL e na redução
da agregação plaquetária.
A III Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose (2001) e o National Institutes of Health (2001), recomenda
evitar determinados alimentos e bebidas na elaboração dos guias,
orientações e/ou terapia nutricional.
Álcool - os efeitos deletérios do álcool devem ser considerados,
principalmente em indivíduos propensos à hipertrigliceridemia, onde a alta
ingestão de álcool pode causar elevação dos níveis de triglicerídeos por meio
da estimulação da produção de VLDL pelo fígado. Devido a isto se faz
necessário a restrição total do consumo de álcool.
Café - os grãos de café contêm duas substâncias denominadas
cafestol e kahweol que elevam o colesterol sérico. Portanto, a recomendação
é de que sempre que possível seja usado filtro de papel, pois este tem a
propriedade de reter as substâncias citadas.
Ácidos graxos trans - os ácidos graxos trans são sintetizados
durante o processo de hidrogenação dos óleos vegetais. Os ácidos graxos
trans aumentam o LDL e reduzem o HDL, e da mesma forma que outros
ácidos graxos, aumentam os TG.
A principal fonte de ácidos graxos trans na dieta é a gordura vegetal
hidrogenada, utilizada no preparo de sorvetes cremosos, chocolates, pães
recheados, molhos para salada, sobremesas cremosas, biscoitos recheados,
alimentos com consistência crocante (nuggets, croissants, tortas), bolos
40
industrializados, margarinas duras e alguns alimentos produzidos em redes
de “fast-foods”.
41
2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
A etiologia das DCV é heterogênea, mas a contribuição da genética,
bem como dos fatores ambientais têm sido aceita entre os estudiosos
(SHIMO-NAKANISHI et al., 2001).
O polimorfismo HindIII da LPL é muito discutido, e atualmente tem sido
de grande interesse a muitos pesquisadores, por ter sua estreita associação
no metabolismo das lipoproteínas, dos lipídios e uma ligação com as
dislipidemias e DCV, como pode ser notado em várias literaturas (AHN et
al.,1993; JEMAA et al. 1995; LARSON et al., 1999; SHIMO-NAKANISHI et al.,
2001; UKKOLA et al., 2001; DUMAN et al., 2004, CORELLA & ORDOVAS
2005 )
Em estudos anteriores, como o de Ma et al. (2003), foram encontradas
associações entre o polimorfismo HindIII do gene da LPL com parâmetros
antropométricos e bioquímicos em pacientes com dislipidemias, hipertensão
e diabetes.
Ainda em outro estudo, Larson et al (1999) relata que o conhecimento
de fatores ambientais tais como, dieta, pode ter significante influência sobre
as concentrações de lipídios e lipoproteínas. Além disso, a relação entre o
polimorfismo HindIII, dieta e variações nos traços lipídicos foram observadas.
Quanto à relação gênero-gene também se especula a possibilidade das inter-
relações da LPL com os hormônios.
Os níveis plasmáticos de lipídios e lipoproteínas podem ser resultados
do comportamento alimentar e/ou serem devidos às variações genéticas
observadas nos indivíduos. Na literatura, está bem estabelecido que
fatores genéticos contribuem com os níveis basais de lipídios e lipoproteínas
no plasma. Estudos de associações entre polimorfismos genéticos,
especialmente em genes envolvidos com o metabolismo de lipídios, e a
suscetibilidade ao desenvolvimento da DAC têm auxiliado no entendimento
da doença (FRIELANDER et al., 2000).
Estudos, ainda limitados, sugerem a necessidade de pesquisas com
um tamanho amostral maior, baseado nas necessidades nutricionais
42
calculadas ou com um controle nas interações dietéticas e o efeito dos
polimorfismos em diversos genes ou em um único gene.
Os estudos das interações gene-dieta aumentarão nossos
conhecimentos quanto aos mecanismos envolvidos no metabolismo dos
lipídios e aperfeiçoarão nosso entendimento sobre o papel da dieta na
redução dos riscos de doenças cardiovasculares (MASSON et al., 2003).
No Brasil, as publicações referentes a estudos nutrigenéticos,
principalmente os relacionados a dislipidemias, ainda são poucos.
Dentro desse contexto, o presente trabalho tem por objetivos:
investigar a interação gene e dieta, estudando o polimorfismo HindIII (gene
LPL) em homens com dislipidemia da cidade de Santo Ângelo-RS/Brasil. Os
objetivos específicos, por sua vez, foram:
1) Orientar os pacientes dislipidêmicos do sexo masculino para que
seguissem uma orientação nutricional planejada
2) Investigar a freqüência do polimorfismo HindIII na população
estudada.
3) Correlacionar os achados genotípicos com parâmetros
antropométricos, bioquímicos, nutricionais e clínicos.
43
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Delineamento do Estudo
Estudo do tipo transversal observacional, que avalia a interação gene-
dieta no polimorfismo HindIII do gene LPL, em pacientes do sexo masculino,
dislipidêmicos, que procuraram o serviço do Hospital de Guarnição de Santo
Ângelo – RS/Brasil.
3.2. Amostra
Participaram da amostra desse trabalho 83 indivíduos do sexo
masculino, da cidade de Santo Ângelo, Estado do Rio Grande do Sul, os
quais procuraram atendimento nos consultórios de Cardiologia e Nutrição do
Hospital de Guarnição de Santo Ângelo, devido ao seu quadro clínico de
dislipidemia.
Inicialmente os pacientes foram examinados e avaliados através de
interpretação de exames bioquímicos, respondendo a um questionário prévio
(anexo 1), a fim de verificar os critérios de inclusão e exclusão no estudo pela
cardiologista Bácila Badwan Musa Mustafá.
Foram excluídos da amostra indivíduos menores de 18 anos, de sexo
feminino, indivíduos HIV positivo e pacientes que utilizavam medicamentos
que poderiam alterar os níveis lipídicos, tais como: hipolipemiantes, β-
bloqueadores, corticosteróides, e/ou pacientes que apresentaram doenças
que também afetam estes parâmetros (insuficiência renal, diabetes,
alcoolismo, hipotireoidismo).
Posteriormente a consulta com a cardiologista, os pacientes
selecionados foram encaminhados à Nutricionista, a qual realizou o presente
estudo. Ao concordarem em participar do trabalho, um Termo de
44
Consentimento Informado (anexo 2) foi assinado e os pacientes
encaminhados a uma avaliação Antropométrica e Nutricional (anexo 3 ),
seguida da prescrição de uma Orientação Nutricional (anexo 4) que foi
realizada, por no mínimo, 40 dias, e máximo, 90 dias. Após esse período, os
pacientes realizaram novos exames bioquímicos, retornando ao Serviço de
Cardiologia e Nutrição para avaliação final.
Os exames laboratoriais bioquímicos e a coleta das amostras de
sangue para análise molecular foram realizados no Laboratório de Análises
Clínicas do Hospital supracitado.
As análises de Biologia Molecular foram realizadas no Laboratório de
Biologia Molecular da ULBRA.
3.3. Dados Antropométricos
As medidas antropométricas foram aferidas por meio de técnicas
padronizadas e incluiram 1) medida da massa corporal, aferida por meio de
balança antropométrica e 2) medida da estatura realizada por meio de
estadiômetro fixo, em ambos os casos os indivíduos utilizaram avental e
estavam descalços. O IMC foi então calculado como massa (kg)/estatura (m
2
)
e classificado segundo as normas descritas pela OMS (2004).
A aferição da circunferência da cintura e quadril foi realizada segundo
Machado & Sichieri (2002), estando o indivíduo em pé, em posição ereta,
utilizando-se uma fita métrica flexível e inextensível de 200 cm de
comprimento, com precisão de uma casa decimal. Para garantir a validade e
fidedignidade das medidas, observou-se rigorosamente a posição da fita no
momento da medição, mantendo-a no plano horizontal. Para obtenção dos
valores das circunferências, circundava-se com a fita o local do corpo que se
desejava medir, sendo a mesma colocada com firmeza, sem esticar
excessivamente, evitando-se assim a compressão do tecido subcutâneo. A
leitura foi feita no centímetro mais próximo, no ponto de cruzamento da fita.
45
Foi solicitado que o paciente ficasse em posição ortostática, abdômen
relaxado, braço ao lado do corpo e os pés juntos. Sinteticamente, a aferição da
medida da cintura será realizada a uma distância entre a borda inferior da
última costela e a crista ilíaca e em um plano horizontal. O perímetro dos
quadris foi aferido considerando a extensão máxima ao redor das nádegas
(MACHADO & SICHIERI, 2002).
3.4 Dosagens bioquímicas
A dosagem dos lipídios foi realizada no Laboratório de Análises
Clínicas do Hospital de Guarnição de Santo Ângelo. De cada indivíduo, após
12 horas em jejum, foram retirados 5ml de sangue através de punção
venosa. O CT, HDL e TG foram determinados por método enzimático. Após a
coleta, o material foi deixado em repouso até retração do coágulo, após
centrifugado por 10min a 3.000rpm. A determinação do CT, TG e HDL foram
feitas utilizando-se o equipamento Lab Max 240.
3.5 Intervenção Dietética
A Orientação Nutricional foi elaborada e realizada, segundo o NCEP III
(National Cholesterol Education Program III) e Santos (2001) (Anexo 04).
3.6 Avaliação final
Após o rmino do período de Orientação Nutricional, o paciente
retornou ao consultório para nova avaliação, incluindo nova coleta de sangue
para as análises bioquímicas dos níveis lipídicos.
46
3.7. Extração de DNA
O sangue foi obtido a partir de punção venosa, retirando-se 10ml que
foram transferidos para tubos com EDTA (anti-coagulante), transportado e
refrigerado à C para o Laboratório de Biologia Molecular da ULBRA. O
DNA de cada amostra foi submetido à extração de sangue total segundo o
protocolo descrito por Lahiri & Nurnberger (1991).
3.8 Técnica de PCR-RFLP
A técnica de PCR (do inglês, Polymerase Chain Reaction) consiste
em uma reação de síntese de regiões específicas de DNA em ciclos
repetidos, e a cada ciclo, o número de fragmentos amplificados é duplicado,
e, conseqüentemente, após 30 ciclos, uma molécula é amplificada em mais
de um bilhão de vezes (ROSSETTI et al, 2006). A técnica de RFLP (do
inglês, Restriction Fragment Length Polymorphism) se baseia na análise do
perfil de restrição (tamanho dos fragmentos gerados após a clivagem) de
determinado fragmento de DNA.
Atualmente, a técnica de RFLP tem sido associada à técnica de PCR
(PCR-RFLP). Primeiramente, foi realizada uma reação de PCR.
Posteriormente, o amplicon foi clivado com uma enzima de restrição. O perfil
de restrição foi analisado em um gel de agarose. A reação de PCR foi
preparas em um volume final de 50µl, contendo tampão 10X (10mM Tris, ph
8,3, 50mM KCl, 1,5mM MgCl2), 20M de dNTPs, 20 pmol de cada primer,
0,5µl de DNA e 5U de enzima Taq Platinum DNA Polymerase.
Foram utilizadas as seguintes condições para a amplificação de 1,3
kb do gene LPL: 94ºC por 5 min, para ativação da enzima, seguidos por 33
ciclos, sendo 94ºC por 1min para desnaturação, 57ºC por 1 min, para
anelamento dos primers e 72º por 1 min para extensão.
Os fragmentos de DNA amplificados foram visualizados em gel de de
agarose a 1,5% sob luz ultravioleta.
47
As seguintes seqüências de primers foram utilizadas, segundo Ahn
et al (1993):
5’ TTT AGGCCT GAA GTT TCC AC 3’
3’ CTC CCT AGA ACA GAA GAT C 5’
Os produtos de PCR amplificados da região polimórfica do gene LPL
(HindIII intron 8) foram genotipados, após clivagem com a enzima HindIII,
podendo gerar dois fragmentos com os seguintes tamanhos: 700 e 600 pb.
Os produtos de clivagem foram submetidos à eletroforese e analisados em
gel de agarose a 1,5% sob luz ultravioleta. As condições de clivagem dos
produtos amplificados estão descritas na tabela 6.
Tabela 6 Condições de clivagem dos produtos de PCR para análise dos
polimorfismos presentes no gene LPL.
Gene
Enzima de
restrição
Quantidade de
enzima
Temperatura
C)
Tempo de
incubação
LPL
HindIII
5 U 37°C 18 hs
Em todas as reações de clivagem foram utilizadas como controles
positivos duas amostras de DNA que continham o sítio de restrição HindIII
em homozigose (genótipo +/+).
3.9. Análises Estatísticas
Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados e
analisados em um software de análises estatísticas SPSS 15.0, com base em
um intervalo de confiança (IC) de 95,0%.
As variáveis controladas para as análises foram: idade, CC, RCQ,
IMC, níveis lipídicos observados antes e depois da implementação da dieta.
O Teste Qui-Quadrado ou Exato de Fisher foi utilizado para comparar
as variáveis categóricas com a presença ou não do desfecho (p<0,05).
48
3.10. Considerações Éticas
O presente estudo foi projetado de acordo com as Diretrizes e
Normas Regulamentadas de Pesquisa envolvendo Seres Humanos
(resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde) e foi aprovado pelo
Comitê de Ética da ULBRA. Os pacientes foram informados do presente
estudo e ao concordarem em participar, assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido conforme (Anexo 2). Os participantes
receberam informações detalhadas sobre os objetivos do estudo, bem como
dos procedimentos realizados.
49
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo foram avaliados 83 pacientes que concluíram todos os
critérios pré-estabelecidos para este trabalho. Esta amostra é composta por
pacientes do sexo masculino, dislipidêmicos, da cidade de Santo Ângelo (RS
Brasil), tendo 88,0%, idade superior a 35 anos e 12,0% abaixo de 35. A
população total estimada deste município é de 77.796 habitantes, sendo
37.396 do sexo masculino (FEE/RS, 2007).
Este estudo se restringe quanto ao sexo, idade e dieta, buscando
maior consistência no que diz respeito aos efeitos da dieta sobre os
genótipos da LPL e vice-versa.
4.1 Análise dos Dados Antropométricos
Neste estudo pode-se observar que mais de 70% da amostra
apresentam IMC em Sobrepeso e Obesidade. Em relação a CC, na grande
maioria dos homens, também acima de 70%, apresentam medidas
superiores a 94 cm, este sendo um indicador associado a DCV.
A tabela 7 demonstra a freqüência do grupo etário, medidas
antropométricas e sua relação com o genótipo.
50
Tabela 7 – Associação dos Dados antropométricos e Genótipo HindIII.
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS), preconize o uso da
CC no ponto de corte de 94cm para homens e 80cm para mulheres, como
medida de risco metabólico aumentado, poucos estudos no Brasil avaliaram
a adequação do uso desse indicador, bem como os pontos de corte mais
adequados para a população brasileira (FERREIRA et al., 2006).
Nesta população, as associações entre o genótipo e variáveis
antropométricas não apresentaram significância. Um dos raros estudos que
buscou realizar estas associações foi o de Vohl et al. (1995), que encontram
apenas correlação significante entre o genótipo H (+/+) e o IMC.
4.2 Guia Alimentar
A mensuração dos resultados finais, através de marcadores
bioquímicos, após o seguimento do Guia Alimentar e Orientações
Nutricionais, pode ser observada nos gráficos a seguir.
Variáveis
Amostra
(n=83)
Genótipo
(%)
P*
Grupos Etários (em anos)
+ / + + / - - / -
34
10 (12,0%) 10,0 80,0 10,0 0,4
35
73 (88,0%) 6,8 90,4 2,8
Índice de Massa Corporal (IMC)
Magreza (<18,50) 0 (0,0%) 0,0 0,0 0,0
Peso Saudável (18,50 – 24,99) 22 (26,5%) 13,6 81,8 4,6
Sobrepeso ( 25,0)
43 (51,8%) 7,0 88,3 4,7
Obesidade Grau I (30,0 - 34,99) 16 (19,3%) 0,0 100,0 0,0 0,8
Obesidade Grau II (35,0 - 39,99) 1 (1,2%) 0,0 100,0 0,0
Obesidade Grau III ( 40,0)
1 (1,2%) 0,0 100,0 0,0
Circunferência-Cintura (CC)
< 94 cm 19 (22,9%) 5,0 90,0 5,0
> 94 cm 64 (77,1%) 7,8 89,0 3,2
0,8
Razão Cintura-Quadril (RCQ)
< 1,0 54 (65,1%) 9,2 88,8 2,0
> 1,0 29 (34,9%) 3,4 89,7 6,9
0,3
- valores de p para teste Qui-Quadrado e Exato de Fischer.
51
diminuiu
aumentou
igual
DIF_COLT1_COLT2
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos Marcadores Bioquímicos
Relação COL inicial / COL final
71,08%
27,71%
1,20%
diminuiu
aumentou
igual
DIF_HDL1_HDL2
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos Marcadores Bioquímicos
Relação HDL inicial / HDL final
55,42%
42,17%
2,41%
No gráfico 1 está representada a relação entre a CT inicial (COLT1) e
final (COLT2), após a implementação da dieta. Observa-se que 71,1% dos
pacientes apresentaram redução nos níveis de colesterol total.
O gráfico 2 apresenta a relação entre os níveis de HDL, antes (HDL1)
e depois da dieta (HDL2) e observa-se que houve uma redução em 55,4%
ndos pacientes nos níveis de HDL.
Os resultados dos níveis de LDL e TG dos pacientes apresentaram
valores semelhantes, com redução em 67,5% e 65,6% dos pacientes
respectivamente, ao final das orientações nutricionais (Gráfico 3 e 4).
Gráfico 1 -
Gráfico 2 -
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de CT
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de HDL
52
diminuiu
aumentou
igual
DIF_LDL1_LDL2
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos Marcadores Bioquímicos
Relação LDL inicial / LDL final
67,47%
30,12%
2,41%
diminuiu
aumentou
DIF_TG1_TG2
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos Marcadores Bioquímicos
Relação TG inicial / TG final
65,06%
34,94%
Gráfico 3 -
Gráfico 4 -
A dieta habitual tem sido apontada como elemento fundamental de
análise dos determinantes da susceptibilidade para o aparecimento de
doenças crônicas não transmissíveis, sendo que elevadas concentrações de
TG, CT e sua fração de LDL, associadas à diminuição nos valores de HDL,
aumentam a probabilidade do desenvolvimento de DCV. Portanto, sabe-se
que o potencial hiperlipidêmico e aterogênico dos alimentos está relacionado
ao seu conteúdo de colesterol e gorduras saturadas.
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de LDL
Mensuração dos resultados finais da dieta pelos níveis de TG
53
Um guia alimentar busca promover e manter a saúde global do
indivíduo com orientações direcionadas para prevenção ou tratamento de
qualquer doença. Neste estudo buscou-se realizar a avaliação de um guia
alimentar para dislipidemias, a partir de seus resultados pelos marcadores
bioquímicos. Foi observado significante redução dos níveis de LDL, CT e TG
e a equilibrada variação entre aumento e redução do HDL após a dieta.
Níveis anormais de lipídios séricos e apolipoproteinas caracterizam os
pacientes com CAD precoce, os quais tem um tipo de dislipidemia com um
aumento nas lipoproteinas aterogênicas e apolipoproteína B e baixos níveis
de HDL (IZAR et al., 2003).
4.3 Alise do Polimorfismo HindIII
Neste trabalho, foi possível identificar, confirmando dados segundo
AHN et al (1993), que o alelo HindIII (+) resulta em dois fragmentos de 600 e
700 pb, apresentando a presença do sítio de restrição. o alelo HindIII (-),
correspondente à ausência de sítio de restrição.
A classificação por PCR dos genótipos está mostrada na eletroforese
em gel de agarose 1,5%, corado com brometo de etídeo e visualizados em
transiluminador UV. A primeira coluna mostra o marcador de massa
molecular (100 bp); a coluna 2 o controle Negativo; a coluna 3 produto de
amplificação de PCR (1300pb). A coluna 4, 5 e 6 mostra os genótipos
consecutivamente, homozigoto normal HindIII (-/-), heterozigoto HindIII (+/-) e
homozigoto mutante H (+/+). Os tamanhos esperados dos fragmentos do
HindIII estão identificados à direita do gel. (Figura 2)
54
Figura 2 - Perfil eletroforético dos fragmentos de DNA clivados
polimorfismo HindIII
Neste estudo, se observa que, quanto à diversidade genética, o alelo
mais freqüente foi o HindIII (+), com freqüência de 52,0% em relação ao alelo
HindIII (-) com freqüência de 48,0%. O genótipo heterozigoto HindIII (+/-),
ficou em 89,2%, seguido pelo genótipo HindIII, homozigoto mutante (+/+) com
7,2% e o genótipo HindIII homozigoto normal (-/-) com 3,6%. Os resultados
encontrados estão de acordo com o relatado por Anderson et al. (1999) os
quais relatam a freqüência do alelo HindIII (+), como sendo comumente alta,
aproximadamente maior que 50% e que indivíduos HindIII(+/-) e HindIII(+/+)
possuem triglicerídeos séricos altos e HDL baixo. O estudo ainda relata que
pacientes com DCV apresentaram o alelo HindIII (+), em 93,8% dos casos.
Outros autores também observaram maior freqüência do alelo
HindIII(+). As freqüências dos alelos encontradas por Abu-Amero et al. (2003)
para o alelo HindIII (+) foram de 73,3% e 26,7% para o alelo HindIII (-),
Larson et al. (1999) com 65,7% HindIII (+) e 34,3% HindIII (-), Shimo-
Nakanishi et al. (2001) demonstrando 76,6% HindIII (+) e 23,4 HindIII (-),
Anderson et al. (1999) 73,7% HindIII (+) e 26,3% HindIII (-) e Stancakova et
700 pb
600 pb
1300 pb
55
al. (2006) que também comprova a prevalência do alelo HindIII (+) em
pacientes dislipidêmicos com 60,4% e apenas 39,6% H(-).
Na tabela 08, a freqüência genotípica deste trabalho é comparada com
outros estudos.
Tabela 8 Estudos comparativos de freqüências genotípicas do
polimorfismo HindIII em diferente populações com dislipidemia.
Estudo
N
FREQUENCIA GENOTÍPICA
LPL – HindIII (%)
+ / + + / - - / -
Neste estudo
(1)
83 7,2 89,2 3,6
LARSON, et al. (1999)
(2)
341 44,0 43,4 12,6
ANDERSON, et al.(1999)
(2)
483 53,6 40,2 6,2
SHIMO-NAKANISHI, et al.(2001)
(3)
177 60,5 32,2 7,3
ABU-AMERO, et al. (2003)
(4)
352 53,7 39,2 7,1
STANČÁKOVÁ, et al. (2006)
(5)
125 34,4 52,0 8,0
(1) Brasil (2) EUA (3) Japão (4) Arábia Saudita (5) República Eslovena
Com esta tabela comparativa, buscou-se uma melhor visualização das
freqüências genotípicas observadas em diversos trabalhos publicados, em
relação aos resultados obtidos no presente estudo. O elevado número de
heterozigotos encontrado demonstrou que o grupo estudado não está em
equilíbrio de Hardy-Weinberg. O fato das freqüências esperadas para os
genótipos estudados não terem sido observadas, pode ser, devido a
diferenças nas freqüências em diferentes etnias do grupo estudado. Mas,
uma explicação para esta maior freqüência necessita de maiores
investigações.
Andrade & Hutz (2001) refere que o efeito de alguns polimorfismos,
se manifestará em um contexto dependente de variáveis ambientais que
também predisponham a dislipidemias.
Câmara (2007) refere que a produção da descendência com variação
é a base da evolução. Estas variações podem ser fenotípicas e genotípicas.
As fenotípicas decorrem de adaptações a variações ambientais, sem que a
56
Resultados dos níveis de HDL após a dieta
igual
aumentoudiminuiu
Percentual
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Homozigoto Mutante
Heterozigoto Normal
Homozigoto Normal
LPL
-
Hind
III
descendência seja afetada. As variações genotípicas são as mais
importantes, uma vez que se transmitem as gerações e, além disso, a
maioria das variações fenotípicas encontradas na natureza não se deve a
adaptações, mas a variações genotípicas.
4.4 Associação entre o polimorfismo e a dieta
Analisando os dados resultantes da associação entre o polimorfismo e
a dieta, pôde ser verificado (Gráfico 5) que em relação aos níveis de HDL, o
indivíduo com o genótipo H (+/+) aumentou 50,0% dos casos e reduziu
também 50,0%. Para o H (+/-) os níveis de HDL aumentaram em 43,3%,
54,0% e permaneceram iguais 2,7% e no H (-/-) em 100,0% diminuíram os
níveis.
Gráfico 5 – Associação dos resultados dos níveis de HDL após dieta com o
genótipo.
57
igualaumentoudiminuiu
Percentual
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Homozigoto Mutante
Heterozigoto Normal
Homozigoto Normal
Resultados dos níveis de CT após a dieta
LPL
-
Hind
III
Os valores detectados para os níveis de CT (Gráfico 6) apresentaram
em indivíduos com o genótipo HindIII (+/+) um aumento e redução de 50,0%,
para o HindIII (+/-) 27,0% dos pacientes aumentaram, diminuíram 71,6% e
permaneceram iguais 1,4% e para o genótipo HindIII (-/-) em 100%
diminuíram os níveis após a dieta.
Gráfico 6 – Associação dos resultados dos níveis de CT após dieta com o
genótipo.
O Gráfico 7 apresenta resultados de associação em resposta à dieta,
através dos índices bioquímicos do LDL, em relação aos pacientes com
genótipo HindIII (+/+) obteve-se um aumento e redução de 50,0%, para o
HindIII (+/-) 71,6% dos pacientes reduziram, 27,1% aumentaram e 1,3%
58
igual
aumentoudiminuiu
Percentual
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Homozigoto Mutante
Heterozigoto Normal
Homozigoto Normal
LPL
-
Hind
III
Resultados dos níveis de LDL após a dieta
permaneceram iguais. Para o genótipo HindIII (-/-) em 66,7% dos casos
houve um aumento e em 33,3% permaneceram em níveis iguais, mesmo
após a dieta.
Gráfico 7 – Associação dos resultados dos níveis de LDL após dieta com o
genótipo.
O Gráfico 8 demonstra em relação aos níveis de TG que 100% dos
homens com os genótipos HindIII (+/+) e HindIII (-/-) tiveram uma redução de
níveis, enquanto que para o genótipo HindIII (+/-), 60,8% dos casos
reduziram e 39,2% aumentaram.
59
Resultados dos níveis de TG após a dieta
aumentoudiminuiu
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Homozigoto Mutante
Heterozigoto Normal
Homozigoto Normal
Percent
ual
LPL
-
Hind
III
Gráfico 8 – Associação dos resultados dos níveis de TG após dieta com o
genótipo.
A freqüência da interação dos genótipos em relação aos resultados da
dieta (tabela 9), apresentaram significância para os níveis de LDL, tendo p <
0,002 e para os níveis de TG, o resultado ficou em associação limítrofe de
(p <0,06).
60
Tabela 9 – Associação dos resultados da interação gene-dieta.
FREQÜÊNCIA DA INTERAÇÃO DOS GENÓTIPOS X DIETA
N = 83
P
HindIII
- / - + / - + / +
DIFERENÇA CT
Aumentou 0 20 3 23
Diminuiu 3 53 3 59
Sem alteração 0 1 0 1
NS
DIFERENÇA HDL
Aumentou 0 32 3 35
Diminuiu 3 40 3 46
Sem alteração 0 2 0 2
NS
DIFERENÇA LDL
Aumentou 2 20 3 25
Diminuiu 0 53 3 56
Sem alteração 1 1 0 2
0,002*
DIFERENÇA TG
Aumentou 0 29 0 29
Diminuiu 3 45 6 54
Sem alteração 0 0 0 0
0,06**
* NS - sem significância
** Valor de p com significância limítrofe
A interação gene-ambiente refere-se aos diferentes fenótipos e os
efeitos de diferentes ambientes nos indivíduos com mesmo genótipo ou aos
diferentes efeitos em relação a um mesmo ambiente em indivíduos com
diferentes genótipos. É bem conhecido que os efeitos da dieta mudam as
concentrações plasmáticas dos lipídios e diferem significantemente entre
indivíduos. Mas alguns pacientes são mais responsivos que outros
(CORELLA & ORDOVAS, 2005). Em uma avaliação do impacto destas
diferentes respostas entre indivíduos e sua relação à dieta, como exemplo,
Schaefer et al. (1997) relatam que os efeitos do National Cholesterol
Education Program (NCEP), Passo-2 (dieta) em relação aos perfis das
lipoproteínas plasmática em 72 homens e 48 mulheres, tendo como
resultados significantes redução no LDL e HDL em homens e mulheres.
61
Contudo uma grande variabilidade em resposta aos lipídios para a dieta foi
observada, com mudanças no LDL, havendo uma redução maior em homens,
em torno de 55,0% e de 39,0 % em mulheres.
Como podemos verificar no presente estudo houve um aumento de TG
somente nos indivíduos com o genótipo HindIII (+/-), e uma redução dos
níveis de HDL nos genótipos. Katan et al. (1997) relatam que dietas com
baixo teor de gordura podem também resultar em redução de HDL e aumento
de TG. Em outro estudo realizado por Jacobs et al. (2004), observou-se que
respostas individuais aos TG para dietas com alto teor de gordura ou para
dietas com baixo teor de gordura foram vastamente diferentes. A partir destes
dados pode-se notar que em bons níveis da população uma
responsividade positiva a dietas padronizadas, mas não necessariamente
positiva a níveis individuais.
Atualmente se discute qual seria a melhor dieta para a prevenção das
doenças cardíacas. Deve-se levar em consideração a individualidade, pois
com o polimorfismo HindIII, o alelo HindIII (+), está muito relacionado a altos
níveis de TG e baixos de HDL e seus resultados quanto à alimentação foram
positivas, não se tendo a pretensão de sugerir que a alimentação é mais
importante que o perfil genético do ser humano, mas é importante salientar e
aqui se deixa registrado a importância da alimentação como efeito preventivo
e protetor.
A razão de estudos para a variação em resposta à dieta nos permite
identificar indivíduos que possam melhor se beneficiar de intervenções
dietéticas. Atualmente, buscam-se suportes que possam identificar a
variabilidade individual em resposta a interação gene-dieta, especialmente
em relação aos lipídios e lipoproteínas (LOKTIONOV, 2003).
Os níveis de lipídeos e lipoproteínas são determinados pela ação de
vários genes e pela influencia de fatores ambientais, resultados em
condições de origem multifatorial. Um indivíduo pode ter uma combinação de
alelos que esteja relacionada com a deterioração de seu perfil lipídico, mas
se ele mantiver hábitos de vida saudáveis, a chance de ter seus níveis
alterados diminui (ANDRADE & HUTZ, 2001).
62
Segundo Corella & Ordovas (2005), na área da Saúde Pública, a
nutrição é considerada um dos mais importantes fatores ambientais, tendo
implicações diretas sobre o aumento ou a redução das desordens lipídicas.
A complexidade do metabolismo lipídico é um dos principais
obstáculos na elucidação das interações gene-dieta (CORELLA &
ORDOVAS, 2005).
63
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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69
ANEXOS
70
ANEXO 1
PROJETO:
“Associação entre o polimorfismo HindIII do gene da Lipoproteína Lipase (LPL) e a
responsividade à dieta em indivíduos dislipidêmicos do sexo masculino da cidade de
Santo Ângelo-RS”
Investigador responsável: Ana Letícia Vargas Barcelos
Cardiologista responsável: Bácila Badwan Musa Mustafá
PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS CARDIOLÓGICOS
NOTA:
Toda informação será mantida sob estrita confidencialidade. Este
questionário será armazenado em arquivos fechados. Seu número de identificação
será a única conexão à informação coletada.
Número de controle: _____________________________
Número do prontuário no HGuSA: __________________________________
1. Nome: ________________________________________
____________
2. Data de nascimento: ___ / ___ /_____ (dd/mm/aaaa) DN: ___/____/___
3. Idade: ______ (em anos) IDADE:
4. Você é diabético? (1) Sim (2) Não DIAB:
5. Você é hipertenso? (1) Sim (2) Não HPT:
6. Você possui outras doenças? (1) Sim (2) Não OUT:
Quais:
7. Você utiliza ou utilizou algum medicamento para redução de colesterol e
71
triglicerídeos? (1) Sim (2) Não
Qual/is:
8. Quanto tempo parou a utilização?
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
OBSERVAÇÕES:
72
ANEXO 2
CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇAO DO PROJETO DE PESQUISA:
“Associação entre o polimorfismo HindIII do gene da Lipoproteína Lipase (LPL) e a
responsividade à dieta em indivíduos dislipidêmicos do sexo masculino da cidade de
Santo Ângelo-RS”
Investigador responsável: Ana Letícia Vargas Barcelos
Objetivos do Estudo
As doenças do coração são consideradas um problema de saúde pública no mundo.
Existem diversos fatores de risco responsáveis pelo aparecimento dessas doenças, os quais
podem ser divididos em imutáveis e mutáveis. Fatores imutáveis são aqueles que não
podemos mudar e, por isso, não podemos tratá-los, são eles: hereditariedade (herança
genética herdada de nossos pais), idade e sexo (homens têm maiores chances de ter um
ataque cardíaco). Os fatores mutáveis são aqueles sobre os quais podemos influir, mudando,
prevenindo ou tratando, são eles: fumo, colesterol elevado (HDL é o bom colesterol e o LDL
é o mau colesterol), pressão arterial elevada, dieta (alimentação inadequada), vida
sedentária (falta de exercícios físicos), obesidade (excesso de peso) e estresse (tensão
emocional). O colesterol elevado é um dos fatores de risco mais importantes para o
surgimento das doenças do coração e sua diminuição escomprovadamente ligada a uma
diminuição desse risco. O presente estudo tem como objetivo conhecer uma região do seu
material genético (DNA) que pode estar influenciando o aparecimento de colesterol alto e,
conseqüentemente, as doenças do coração, assim como os efeitos de uma dieta para
controle de dislipidemia (triglicerídios e colesterol alterados).
Procedimentos
Será realizada uma avaliação do seu perfil lipídico pela Cardiologista com posterior
encaminhamento ao nutricionista. Durante a visita, algumas perguntas como idade,
escolaridade e dieta serão realizadas. Serão obtidas também medidas como peso (massa
corporal), estatura e circunferência da cintura e quadril. Uma orientação nutricional será
fornecida e deverá ser seguida por um período de 40 dias. Após, será realizada uma coleta
de sangue para dosagem dos veis de lipídios e análises genéticas. Duas reconsultas
deverão ser devidamente marcadas, a primeira para a avaliação do tratamento (orientação)
nutricional e a segunda para avaliar os resultados do exame bioquímico final.
Essas coletas serão feitas apenas para este estudo e em nada influenciarão o
tratamento.
Riscos e Desconfortos:
Os riscos e desconfortos aos pacientes deste estudo são aqueles associados aos
procedimentos da coleta de sangue. Essa quantidade é pequena (15mL) e, por isso,
dificilmente causará algum mal-estar geral (1 em cada 1000 pessoas), no entanto, poderá
haver pequeno incômodo de dor no momento da introdução da agulha para a retirada do
sangue e dor no local da coleta e, eventualmente, um pequeno hematoma.
Você terá temporariamente, por 40 dias, algumas restrições alimentares.
Benefícios:
Os benefícios da participação nesse estudo estão relacionados aos exames
oferecidos e ao acompanhado recebido. Você também estará contribuindo com informações
fundamentais que ampliarão o conhecimento da relação entre a hereditariedade e as
73
dislipidemias. Além disso, as orientações alimentares poderão eventualmente melhorar o seu
perfil lipídico e provocar um emagrecimento correto e saudável. O participante, ao final do
estudo, poderá ter acesso aos resultados desta pesquisa.
Custos:
Nenhuma forma de pagamento será efetuada e/ou exigida pela participação do
projeto
Confidencialidade:
Todas as informações e os resultados advindos dos procedimentos realizados serão
considerados confidenciais e serão conhecidos somente da equipe envolvida. Todos os
questionários e materiais coletados serão identificados através de um código criado na
entrada do estudo. Este código será a única identificação no banco de dados, sendo utilizado
para análise dos dados e divulgação dos mesmos no meio científico.
Dúvidas:
Alguma dúvida referente ao estudo poderá ser esclarecida pela nutricionista Ana
Letícia Vargas Barcelos no telefone: 3313-2929 (Hospital de Guarnição de Santo Ângelo).
Participação voluntária:
Uma cópia desse documento será fornecida, caso desejar. Se houver desistência em
algum momento do estudo, nenhuma diferença quanto ao acompanhamento e tratamento
será observado.
Significado de sua assinatura:
A sua assinatura abaixo significa que você entendeu a informação que lhe foi
fornecida sobre o estudo e sobre o termo de consentimento. Se você assinar este documento
significa que você concorda em participar do mesmo.
, de de .
Nome completo:
Endereço completo:
Número do telefone:
Assinatura do Paciente:
Data:
74
ANEXO 3
Avaliação Nutricional
Nome:
Data de Nascimento: Idade:
Escolaridade:
Atividade profissional:
Dados Antropométricos
Estatura (m):
Peso Atual (kg):
Cintura (cm):
Quadril (cm):
Relação C/Q:
Realiza alguma atividade física: ( ) Sim ( ) Não
Que tipo?
Freqüência semanal: Tempo:
Hábitos Alimentares
Açúcar: ( ) Sim ( ) Não Qual?
Utilização (em quais alimentos):
Consumo por porção:
Adoçante dietético: ( ) Sim ( ) Não Qual?
Utilização (em quais alimentos):
Consumo ( em gotas) por porção:
Lanches (de padaria, folhados,...): ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
IMC
< 18,5 – Magreza
18 – 24,9 – Peso Saudável
25 – 29,9 – Pré – Obesidade
30 – 34,9 – Obesidade Grau I
35 – 39,9 – Obesidade Grau II
40 ou + – Obesidade Grau III
75
Salgados (pastel, coxinha, risólis,...): ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Batata Frita Industrializada: ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Chips: ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Bolachas: ( ) Sim ( ) Não Quais as preferidas?
Consumo (diário/semanal/mensal):
Massas em geral (macarrão, lasanhas, canelones, ...): ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Batata Doce/Batata Inglesa/Mandioca: ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Pães (branco, centeio, francês,..): ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Líquidos: ( ) Sim ( ) Não Quais?
Refrigerantes: ( ) Sim ( ) Não
( ) Normal ( ) Diet: ( ) Light
Consumo (diário/semanal/mensal):
Quantidades:
Água: ( ) Sim ( ) Não Q
uantidade: /dia
Bebidas Alcóolicas: ( )Sim ( ) Não
Quais?
Consumo (diário/semanal/mensal):
Quantidades:
Sobremesas: ( )Sim ( )o
Quais?
Consumo (diário/semanal/mensal):
Quantidades:
Chocolates/Balas/Tortas/Bolos: ( )Sim ( )o
76
Quais?
Consumo (diário/semanal/mensal):
Quantidades:
Fast Food: ( )Sim ( ) Não Quais?
Consumo (diário/semanal/mensal):
Frutas: ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Quais?
Saladas: ( ) Sim ( ) Não
Consumo (diário/semanal/mensal):
Quais?
Utiliza mais: Assados ( ) Cozidos ( ) Frituras ( )
Consumo de latas de óleo/mês:
Que tipo de óleo utiliza para confeccionar suas refeições?
Quantas pessoas realizam as refeições?
Quem cozinha a comida?
Freqüência de refeições fora de casa:
Alimentos Preferidos:
77
Observações:
Anamnese Alimentar
Refeição: Horário:
Alimentos:
Refeição: Horário:
Alimentos:
Refeição: Horário:
Alimentos:
Refeição: Horário:
Alimentos:
Refeição: Horário:
Alimentos:
Refeição: Horário:
Alimentos:
78
ANEXO 4 -
Guia Alimentar para Dislipidemias
As dislipidemias são caracterizadas por: elevadas
concentrações de triglicerídios plasmático (TG) e colesterol total
(CT), por isso são consideradas um dos principais fatores
determinantes para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
Para haver uma redução destas alterações sanguíneas faz-se
necessário cumprir as seguintes orientações nutricionais:
Alimentos Não Recomendados
Ovos – gema
Miúdos e vísceras: fígado, rim, moela, língua, coração e miolos.
Peixes: bacalhau, lagosta, mariscos e camarão.
Carnes: ovelha, pato
Gado e porco: com gorduras visíveis
Pele de frango, asa, sambiquira
Leite: “in natura” ou integral
Derivados de leite: creme de leite, iogurtes, iogurte integral, nata,
queijos coloniais, queijos (amarelos), requeijão, sorvetes, manteiga.
Gorduras como: banha, bacon, toucinho, gordura de côco, torresmo,
maionese.
Frios: salame, salsicha, lingüiça, presunto, mortadela, patê.
Produtos de padaria gordurosos: sonho, pastéis, empadas, bolos,
bolos confeitados, tortas doces.
Farinhas refinadas e polvilho
Massas em geral: macarrão, lasanhas, panquecas,...
Pães Brancos – principalmente pão francês, pão de queijo
Bolachas e biscoitos: tipo cream cracker, waffer, salgadas,
recheadas, de polvilho, caseiras, com nata, coloniais, amanteigadas.
Batata-frita industrializada
Chips
Frituras: batata-frita, peixe frito, polenta frita,...
Sobremesas e doces: para sobremesa, leite condensado, tortas e
doces industrializados, balas, chicletes (exceto trident), rapaduras, pé-
de-moleque, torrones, puxa-puxa, doces em calda, pudins, flans, doces
com nata, docinhos (quindim, brigadeiro, branquito, caramelados,...),
merengues, pirulitos, mel, geléia, schimier.
Achocolatados: Nescau, Toddy, Chocomilk, Quick e similares
Chocolates
Açúcar: refinado, cristal, mascavo
Bebidas Alcoólicas
Refrigerantes
79
Alimentos Permitidos
Clara de ovo preparações mais indicadas: pochê, cozido em água ou
no microondas. Retirar e desprezar a gema.
Carnes: - gado (somente magras) – 2 vezes na semana;
- aves (sem a pele) – preferencialmente o peito;
- porco (de 10 em 10 dias) – preferencialmente o lombo
- peixes, como:
atum, corvina, merluza, pescada, pintado,
sardinha, ...
Leite Desnatado
Derivados de leite: queijo minas, ricota ou quark, queijo mussarela,
requeijão light, iogurtes light, iogurte desnatado (preferencialmente os
naturais).
Soja, Leite de soja, Tofu e derivados de soja
Fibras solúveis: feijões (preto, marrom, branco,...), lentilha, grão de
bico, ervilha, aveia, farinha de aveia, maçã (com a casca).
Adoçantes dietéticos
Arroz Branco
Polenta, Milho em espiga, farinha de milho, ...
Alimentos integrais: arroz integral, cevada integral, farelo de trigo,
canjiquinha, trigo integral, germe de trigo, macarrão integral.
Pães: integral, de centeio, rico em fibras.
Biscoito e bolachas integrais
Gergelim, linhaça, semente de girassol (pães e bolachas)
Verduras cruas e folhosas.
Margarinas: de consistência macia, com baixo teor de gordura e de
ácidos graxos trans (em pequenas quantidades).
Azeite de Oliva
Óleos: soja, girassol, milho, arroz e canola (em pequenas
quantidades).
Amêndoas, nozes, castanhas, azeitona, amendoim (em pequena
quantidade)
Bebidas: café (filtrado em filtro de papel), chá, água, suco de fruta
natural, chimarrão.
Vinho – recomendações de 1 a 2 cálices por dia.
Frutas: todas, principalmente: laranja (com bagaço) e outras frutas
cítricas, uva (com casca), goiaba, melancia, abacate (em pequena
quantidade).
Sobremesas: salada de frutas, frutas, gelatinas diet
Geléias diet
Temperos: sal (evitar excessos), picles, ervas aromáticas, vinagre,
alho, cebola, salsa, canela, noz moscada, limão.
Batata Doce, Batata Inglesa, Mandioca - somente 2 vezes na
semana
Use preparações: assadas, cozidas, grelhadas ou refogadas ao invés
de frituras.
80
Recomendações Finais
1. Procure realizar de quatro a seis refeições por dia.
2. Mastigue bem os alimentos em ambiente calmo e tranqüilo, pois
a mastigação facilita a digestão e aciona o mecanismo de
saciedade.
3. Aumente o seu consumo de líquidos, preferencialmente água (6 a
8 copos/dia), pois é necessário com o aumento de fibras.
4. Sucos de frutas devem substituir os refrigerantes (que não
devem ser consumidos), pois são mais saudáveis, hidratam e
fornecem vitaminas ao organismo.
5. Evitar alimentos que contenham: gordura vegetal
hidrogenada ou gordura trans.
Observações:
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