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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
ANA FLÁVIA TORQUATO DE ARAÚJO JUNQUEIRA
ESTUDO DO EFEITO DO INIBIDOR DA ENZIMA ADENOSINA DESAMINASE,
EHNA, SOBRE A ENTERITE INDUZIDA PELA TOXINA A DO Clostridium difficile EM
ALÇA ILEAL ISOLADA DE CAMUNDONGOS.
FORTALEZA
2008
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ANA FLÁVIA TORQUATO DE ARAÚJO JUNQUEIRA
ESTUDO DO EFEITO DO INIBIDOR DA ENZIMA ADENOSINA DESAMINASE,
EHNA, SOBRE A ENTERITE INDUZIDA PELA TOXINA A DO Clostridium difficile EM
ALÇA ILEAL ISOLADA DE CAMUNDONGOS.
Dissertação submetida à Coordenação do Programa de
Pós-Graduação em Farmacologia, da Universidade
Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção
do grau de Mestre em Farmacologia.
Orientadora: Prof
a
. Dra. Gerly Anne de Castro Brito.
FORTALEZA
2008
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J94e Junqueira, Ana Flávia Torquato de Araújo.
Estudo do efeito do inibidor da enzima adenosina
desaminase, ehna, sobre a enterite induzida pela toxina a
do Clostridium difficile em alça ileal isolada de
camundongos /Ana Flávia Torquato de Araújo
Junqueira; Orientador: Gerly Anne de Castro Brito. -
Fortaleza, 2008 .
141f. :il.
Dissertação – Universidade Federal do Ceará.
Faculdade de Medicina, 2008.
1. Adenosina Desaminase 2. Enterite 3 Clostridium
difficile I. Brito, Gerly Anne de Castro (Orient.) II.
Título
CDD: 615.704
ANA FLÁVIA TORQUATO DE ARAÚJO JUNQUEIRA
ESTUDO DO EFEITO DO INIBIDOR DA ENZIMA ADENOSINA DESAMINASE,
EHNA, SOBRE A ENTERITE INDUZIDA PELA TOXINA A DO Clostridium difficile EM
ALÇA ILEAL ISOLADA DE CAMUNDONGOS.
Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Farmacologia.
Aprovada em 06 / 06 / 2008
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof
a
. Dra. Gerly Anne de Castro Brito (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará – UFC
_____________________________________________________
Prof. Dr. Marcus Raimundo Vale
Universidade Federal do Ceará - UFC
_____________________________________________________
Prof. Dr. Reinaldo Barreto Oriá
Universidade Federal do Ceará - UFC
Dedico esta dissertação a toda a minha família,
especialmente aos meus pais Mazé e Weber,
aos meus irmãos Renata e Ricardo,
e ao meu marido Jerônimo,
pelo amor e apoio de sempre.
AGRADECIMENTOS
À professora Dra. Gerly Anne de Castro Brito, pela sua firme orientação e
dedicação, imensurável incentivo e, sobretudo, pela amizade e confiança.
Ao professor Marcellus Henrique Loiola Ponte de Souza, por seu conhecimento e
disponibilidade em ajudar.
À professora Mariana Lima Vale, por sua dedicação e pelo grande apoio na
realização desse trabalho.
Ao professor Ronaldo de Albuquerque Ribeiro, exemplo de dedicação à pesquisa
e profissionalismo.
À professora Adriana Abalen Martins Dias da Fundação Antonio Prudente,
Hospital A C Camargo, pela gentileza na execução das análises por PCR.
Ao Dr. David Lyerly do Virginia Polytechnic Institute, Blaksburg, VA, EUA, por
sua gentileza em nos ceder a Toxina A do Clostridium difficile.
Ao professor Marcus Raimundo Vale, pela colaboração na dosagem da atividade
da adenosina desaminase.
Ao professor Miguel Nasser Hissa, pelo incentivo e exemplo de competência e
dedicação ao ensino.
Ao bolsista de iniciação científica André por sua amizade, conhecimento e
profissionalismo na execução desse trabalho.
À amiga Antoniela por seu conhecimento, sua disposição constante em ajudar e
pela grande colaboração na realização desse trabalho.
À pós-graduanda Ingrid pelas orientações e pela ajuda na realização desse
trabalho.
Aos pós-graduandos do LAFICA Roberto César, Rosa, Pedro, Jand Venes,
Caroline, André Luís, Roberta, Hellíada, e todos os outros, pela agradável convivência e ajuda
constante.
Ao técnico José Ivan, por sua boa vontade, fé e pela grande ajuda na confecção
das lâminas.
À técnica de laboratório Maria Silvandira (Vandinha) pela constante ajuda.
À Aura, secretária da pós-graduação, e a todos os funcionários do Departamento
de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará.
Ao CNPq e a CAPES pelo suporte financeiro.
Aos amigos Aline, Denissa, Emanuelle, Fernanda, Jesper, Lícia, Litchia, Luciana,
Monique, Pedro, Vanessa, Verônica, Viena e Rodrigo, pelo estímulo e pelos momentos de
alegria e descontração compartilhados.
Ao Jerônimo, pelo amor, companheirismo e imensurável apoio, além da
indispensável ajuda durante todos os experimentos.
À minha família e a Deus que me guiam e iluminam todos os instantes da minha
vida.
RESUMO
O Clostridium difficile tem como principal fator de virulência a toxina A (TxA), a
qual provoca inflamação e destruição tecidual aguda em intestinos de animais experimentais e
de pacientes com a doença induzida por esta bactéria. Em locais de injúria tecidual, adenosina
é produzida em altas concentrações, onde exerce uma série de efeitos antiinflamatórios,
limitados por sua rápida degradação pela enzima adenosina desaminase. O objetivo deste
trabalho foi investigar o efeito da inibição da enzima adenosina desaminase pelo EHNA
(eritro-9-(2-hidróxi-3-nonil)-adenina) sobre a enterite induzida pela TxA do C. difficile em
alça ileal de camundongos. Para isto, injetamos EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos
antes da administração de TxA (10 a 100 µg) ou PBS na alça ileal isolada. Os animais foram
sacrificados 3 horas depois da indução da enterite e as alças foram retiradas para estudo. As
razões peso/comprimento da alça e volume de secreção/comprimento da alça foram
calculadas e amostras de tecido foram coletadas para histopatologia, dosagem de atividade de
mieloperoxidase (MPO), dosagem de TNF-α, IL-1β e IL-10 por ELISA, imunohistoquímica
para TNF-α, IL-1β, NOS induzível e PTX3, e PCR para TNF-α, IL-1β e PTX3. A injeção de
TxA (10 a 100 µg) nas alças ileais aumentou significativamente (p<0,05) as razões
peso/comprimento da alça e volume de secreção/comprimento da alça com resultados
consistentes a partir de 50 µg. A TxA promoveu significativa (p<0,05) destruição tecidual,
edema, infiltração de células inflamatórias, aumento das citocinas TNF-α e IL-1β, e elevação
de iNOS e PTX3. Todos esses parâmetros foram significativamente revertidos com o uso do
EHNA (p<0,05). Em adição, a TxA não alterou os níveis de IL-10 em relação ao controle,
mas o pré-tratamento com EHNA promoveu uma elevação nos níveis desta citocina. Assim,
concluímos que na enterite induzida pela TxA em camundongos o EHNA demonstrou um
potente efeito antiinflamatório, reduzindo consideravelmente a lesão tecidual, a migração
neutrofílica, a expressão e os níveis de citocinas próinflamatórias (TNF-α, IL-1β) e
produzindo um aumento nos níveis de IL-10. Além disso, a administração de TxA induziu um
aumento na expressão da proteína PTX3 e no número de células imunomarcadas para iNOS
no tecido ileal, ambos revertidos pelo EHNA.
Palavras-chave: Toxina A do Clostridium difficile, enterite, adenosina, adenosina desaminase,
EHNA, pentraxina 3.
ABSTRACT
The main factor of virulence in Clostridium difficile is toxin A (TxA), which can induce
inflammation and acute tissue injury in the bowels of animals and humans affected by this
organism. The high concentration of adenosine generated upon injury produces a number of
antiinflammatory effects limited by rapid degradation by adenosine deaminase. The objective
of this study was to determine the effect of EHNA (erythro-9-(2-hydroxy-3-nonyl)-adenine)
inhibition of adenosine deaminase upon TxA-induced ileal loop enteritis in mice. EHNA (90
µmol/kg) or PBS was injected i.p. 30 minutes prior to TxA (10-100 µg) or PBS instillation
into the ligated ileal loop. The animals were euthanized 3 hours after enteritis induction and
the ileal loops were retrieved for analysis. The weight/length ratio and the secretion
volume/length ratio were calculated and tissue samples were submitted to histopathological
study, myeloperoxidase assay (MPO), measurement of TNF-α, IL-1β and IL-10 levels with
ELISA, immunohistochemical tests for TNF-α, IL-1β, inducible NOS and PTX3, and PCR
assay for TNF-α, IL-1β and PTX3. The instillation of TxA (10-100 µg) into the ileal loop
significantly increased (p<0.05) the weight/length ratio and the secretion volume/length ratio
with consistent results above 50 µg. TxA induced a significant amount (p<0.05) of
histological damage, edema and inflammatory cell infiltration and increased the production of
TNF-α, IL-1β, iNOS and PTX3. All changes were significantly reverted by treatment with
EHNA (p<0.05). Moreover, IL-10 levels remained unchanged in animals treated with TxA,
but increased in animals receiving EHNA. In conclusion, in mice with TxA-induced enteritis
EHNA produced considerable antiinflammatory effects, reducing tissue injury, neutrophil
migration, the expression and levels of proinflammatory cytokines (TNF-α and IL-1β) and
producing an increase in IL-10 levels. In addition, TxA instillation increased PTX3
expression and the number of cells immunolabeled for iNOS in the ileal tissue, both of which
were reverted by EHNA.
Keywords: Clostridium difficile toxin A, enteritis, adenosine, adenosine deaminase, EHNA,
pentraxin 3.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Ac Anticorpo
ADA Adenosina desaminase
ADP Adenosina difosfato
ADK Adenosina quinase
AIDS Síndrome da imunodeficiência adquirida
AMP Adenosina monofosfato
AMPc Adenosina monofosfato cíclico
ANOVA Análise de variância
ATP Adenosina trifosfato
o
C Graus centígrados
C. difficile Clostridium difficile
CDAD Doença induzida pelo Clostridium difficile
cm Centímetro
DMSO Dimetil Sulfóxido
DNA Ácido desoxirribonucléico
EHNA Eritro-9-(2-hidroxi-3-nonil)adenina
eNOS Óxido Nítrico Sintase endotelial
EPM Erro padrão da média
et al. E colaboradores
fMLP Formil-metionil-leucil-fenilalanina
h Hora (s)
H&E Hematoxilina e eosina
IgG Imunoglobulina G
IL-1β Interleucina 1 beta
IL-6 Interleucina 6
IL-8 Interleucina 8
IL-10 Interleucina 10
IL-12 Interleucina 12
IFN-γ Interferon gama
iNOS Óxido Nítrico Sintase induzível
i.p. Intaperitoneal
kDa Kilodalton
kg Kilograma
KO Knockout
LPS Lipopolissacarídeo
LTB
4
Leucotrieno B
4
M Molar
min. Minuto (s)
MIP Proteína inflamatória macrofágica
µL Microlitro
mg Miligrama
µg Micrograma
µmol Micromol
MPO Mieloperoxidase
n Número
NF-κB Fator nuclear kappa B
nM Nanomolar
PAF Fator ativador plaquetário
PBS Tampão fosfato-salino
pg Picograma
PGE
2
Prostaglandina E
2
pH Potencial hidrogeniônico
PLA2 Fosfolipase A2
P.M. Peso molecular
nNOS Óxido Nítrico Sintase neuronal
PTX-3 Pentraxina 3
r.p.m. Rotação por minuto
RNA Ácido ribonucléico
TLR Receptor Toll like
TNF-α Fator de necrose tumoral alfa
TxA Toxina A do Clostridium difficile
TxB Toxina B do Clostridium difficile
U Unidade
Vs Versus
x Vezes
LISTA DE SÍMBOLOS
α Alfa
β Beta
γ Gama
κ Capa
® Marca registrada
± Mais ou menos
> Maior que
< Menor que
% Percentagem
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................................7
ABSTRACT...............................................................................................................................8
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................9
LISTA DE SÍMBOLOS..........................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................15
1. O Clostridium difficile e sua relevância no contexto mundial atual.....................................16
1.1 Doenças intestinais induzidas pelo Clostridium difficile....................................... 17
1.2 A Toxina A do Clostridium difficile (TxA)............................................................20
2. ADENOSINA.......................................................................................................................24
2.1 Adenosina e inflamação..........................................................................................30
2.2 Adenosina Desaminase...........................................................................................34
2. JUTIFICATIVAS E OBJETIVOS....................................................................................38
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................41
1. Animais.................................................................................................................................42
2. Aparelhos e instrumentos laboratoriais.................................................................................42
3. Drogas, soluções e corantes..................................................................................................43
3.1 Drogas.....................................................................................................................43
3.2 Corantes...................................................................................................................44
3.3 Soluções..................................................................................................................44
3.4 Tampões e Soluções usados na dosagem da atividade de
Mieloperoxidase............................................................................................................45
3.5 Reagentes usados na dosagem de TNF-α, IL-1β e IL-10........................................45
3.6 Tampões, reagentes e soluções usados para o ensaio de imunohistoquímica para
IL-1β, iNOS, PTX3 e TNF-α........................................................................................46
3.7 Anticorpos primários e secundários utilizados no ensaio de imunohistoquímica
para IL-1β, iNOS, PTX3 e TNF-α............................................................................... 46
4. Protocolo Experimental........................................................................................................47
4.1 Indução da enterite em alça ileal isolada de camundongo......................................47
4.2 Histopatologia.........................................................................................................48
4.3 Avaliação da atividade de mieloperoxidase............................................................49
4.4 Dosagem de IL1β, TNF-α e IL-10..........................................................................49
4.5 Imunohistoquímica para TNF-α, IL1β, iNOS e PTX3............................................50
4.6 PCR para TNF-α, IL1β e PTX3..............................................................................51
4.7 Análise estatística....................................................................................................52
4. RESULTADOS....................................................................................................................53
1. Avaliação do efeito da toxina A do Clostridium difficile (TxA) quando injetada dentro de
alças ileais isoladas de camundongo.........................................................................................54
2. Avaliação do efeito do EHNA, inibidor da enzima adenosina desaminase, nas alças ileais
de camundongos tratadas com toxina A do Clostridium difficile (50 µg).
...................................................................................................................................................54
3. Efeito do inibidor da enzima adenosina desaminase, EHNA, sobre as alterações
macroscópicas das alças ileais de camundongos induzidas por toxina A do Clostridium
difficile (TxA)...........................................................................................................................57
4. Avaliação histológica do efeito do EHNA na enterite induzida por toxina A do Clostridium
difficile em alça ileal de camundongos.....................................................................................57
5. Efeito do EHNA sobre a atividade de mieloperoxidase (MPO) no tecido das alças ileais
isoladas de camundongos tratadas com toxina A do Clostridium
difficile......................................................................................................................................62
6. Determinação de TNF-α no tecido de alça isolada de camundongos submetidos a
tratamento intraluminal com PBS ou toxina A, após injeção intraperitoneal de EHNA ou
PBS...........................................................................................................................................62
7. Determinação de IL-1β no tecido de alça ileal isolada de camundongos submetidos a
tratamento intra-luminal com PBS ou toxina A, após injeção intraperitoneal de EHNA ou
PBS............................................................................................................................................67
8. Efeito do EHNA sobre os níveis de IL-10 no tecido de alças ileais isoladas de
camundongos tratadas com toxina A do Clostridium difficile..................................................67
9. Avaliação microscópica do efeito do EHNA sobre o conteúdo de óxido nítrico sintase
induzível no tecido de alças ileais isoladas de camundongos tratadas com toxina A do
Clostridium difficile (TxA).......................................................................................................72
10. Avaliação do efeito da toxina A do Clostridium difficile (TxA) e do EHNA sobre a
expressão gênica de pentraxina-3 no tecido das alças ileais isoladas de
camundongos............................................................................................................................72
5. DISCUSSÃO........................................................................................................................78
6. CONCLUSÕES...................................................................................................................95
REFERÊNCIAS......................................................................................................................97
ANEXO..................................................................................................................................133
15
INTRODUÇÃO
16
1. INTRODUÇÃO
1. O Clostridium difficile e sua relevância no contexto mundial atual
Isolado pela primeira vez em 1935, o Clostridium difficile, bacilo gram positivo
anaeróbio formador de esporos, tem sido reconhecido como agente etiológico da colite
pseudomembranosa em humanos desde 1978 (HALL & TOOLE, 1935; BARTLETT et al.,
1978). Atualmente, é considerado a causa mais importante de diarréia em adultos
hospitalizados, especialmente após o uso de antibióticos de largo espectro (ASHA et al.,
2006; BLOSSOM & MCDONALD, 2007). A doença induzida por esta bactéria pode variar
desde uma diarréia auto-limitada até uma colite fulminante com risco de morte, incluindo
perfuração colônica e megacólon tóxico (OWENS, 2007).
Recentemente, vem sendo observado um aumento da incidência e da gravidade
desta condição infecciosa em vários hospitais dos EUA, Canadá e Europa, especialmente após
o ano 2000 (MCDONALD et al., 2005 e 2006; LOO et al., 2005). Tem sido relatado um
aumento do número de casos críticos nos quais tratamentos radicais como colectomia foram
utilizados. (MUTO et al., 2005; LOO et al., 2005). Observou-se também um aumento na taxa
de recorrência da doença com o tratamento padrão, que era de 10% e subiu para 28% após o
ano de 2003. (MCFARLAND, 2008) Nos anos 1990s, estudos mostravam um índice de
mortalidade em torno de 2% para a doença induzida pelo C. difficile. Entretanto, dados mais
recentes apontam para um aumento de mais de três vezes neste índice, que hoje chega a 6,9%
(LOO et al., 2005). Foi estimado um acréscimo de 3.600,00 dólares aos custos hospitalares
para cada paciente com doença associada ao C. difficile, e esses custos podem ultrapassar 1
bilhão de dólares por ano nos Estados Unidos (KYNE et al., 2002).
O aumento da incidência e da gravidade da doença induzida pelo C. difficile tem
sido atribuído ao surgimento de uma cepa hipervirulenta NAP1/BI/027. (WARNY et al.,
2005) Esta cepa hipervirulenta foi isolada nas fezes de pacientes com doença induzida pelo C.
difficile nos EUA (MCDONALD et al., 2005; MUSHER et al., 2006), Canadá (PEPIN et al.,
2005), Inglaterra (KUIJPER et al.,2007), Holanda (VAN STEENBERGEN et al., 2005),
Bélgica (DELMEE et al.,2006) França (TACHON et al.,2006), e Japão (KATO et al.,2007).
17
Esta cepa é caracterizada como “toxinotype III”, enquanto historicamente mais de 80% das
cepas hospitalares eram “toxinotype 0” (GERIC et al., 2004;MCDONALD et al., 2005;
WARNY et al., 2005). NAP1/BI/027 produz uma toxina descrita mais recentemente chamada
toxina binária e possui uma mutação no gene tcdC, um regulador negativo da produção de
toxinas A e B (MACCANNELL et al., 2006; POPOFF et al., 1988). Foi encontrado que cepas
com esta mutação produzem 16 vezes mais toxina A e 23 vezes mais toxina B comparada a
outras cepas do C. difficile (WARNY et al., 2005; RUPNIK et al., 2005). Um importante fator
associado à disseminação da cepa NAP1/BI/027 tem sido a sua característica resistência as
fluoroquinolonas e o freqüente uso desta classe de antibióticos em ambiente hospitalar
(MUTO et al., 2005; GAYNES et al., 2004; LOO et al., 2005).
As mudanças recentes na epidemiologia da doença induzida pelo C. difficile
incluem também o surgimento de novas populações de risco. Relatos demonstram o aumento
de casos da doença na comunidade, isto é, em indivíduos não hospitalizados e que não tinham
história de uso prévio de antibióticos, bem como em mulheres jovens durante o periparto
(MMWR, 2005; DIAL et al., 2005). Pouco se sabe sobre as espécies responsáveis por esses
casos adquiridos na comunidade e sua origem, porém ultimamente tem sido relatada
contaminação de carne bovina e suína (RODRIGUEZ-PALACIOS et al., 2007; RUPNIK,
2007), sugerindo que alimentos possam estar envolvidos na transmissão do C. difficile de
animais para humanos.
Apesar da escassez de informações sobre a incidência da doença no Brasil, um
estudo multicêntrico demonstrou que entre os enteropatógenos prevalentes na diarréia da
comunidade, o C. difficile foi a terceira mais freqüente espécie isolada (ANTUNES et al.,
2002). Adicionalmente, trabalho realizado na cidade do Rio de Janeiro revelou que espécies
de C. difficile foram detectadas em 6,7% de amostras de fezes de crianças hospitalizadas ou
não (PINTO et al., 2003), sugerindo que investigação para C. difficile deve ser considerada na
diarréia pediátrica em pacientes hospitalizados ou não nos países em desenvolvimento. Deve-
se ainda considerar que a doença pode ser manifestada em formas muito graves na população
pediátrica, como enterocolite fulminante (PRICE et al., 1988).
1.1 Doenças intestinais induzidas pelo Clostridium difficile (CDAD)
18
A doença induzida pelo C. difficile (CDAD) têm claramente aumentado em
incidência e gravidade desde a sua descrição inicial no final dos anos 1970s. Atualmente,
reconhece-se que o C. difficile é o agente etiológico de até 33% dos casos de diarréia
associada à antibioticoterapia e de 90 a 100% dos episódios de colite pseudomembranosa
(BLOSSOM & MCDONALD, 2007). Os fatores de risco para o desenvolvimento da CDAD
tipicamente incluem a presença de: alteração da flora intestinal normal, exposição e
colonização colônica pelo C. difficile toxicogênico e susceptibilidade do hospedeiro
(MCFARLAND, 2008; POUTANEN & SIMOR, 2004).
O uso de antibióticos, presente em mais de 96% dos casos de CDAD, pode alterar
a microflora intestinal de forma a permitir a colonização por bactérias toxicogênicas do C.
difficile (ADAMS & MERCER, 2007; MCFARLAND, 2008). O uso de cefalosporinas,
penicilinas, clindamicina e, mais recentemente, fluoroquinolonas tem sido frequentemente
relacionado a essa doença, embora se acredite que qualquer tipo de antimicrobiano possa
incitar o desenvolvimento de CDAD. (BARTLETT, 2002; KELLY et al., 1994; LOO et al.,
2005). Alguns estudos têm demonstrado que o uso excessivo de antibióticos tem papel
importante na crescente incidência de CDAD observada nos últimos anos, e recomendado a
utilização mais criteriosa desses medicamentos (HOOKMAN & BARKIN, 2007;
MCDONALD et al., 2006).
CDAD é uma patologia associada primariamente a ambientes hospitalares, asilos
e centros de reabilitação, onde a exposição a antibióticos e a contaminação com esporos do C.
difficile é mais comum (JOHAL et al., 2004; MCFARLAND et al., 1989). Foi demonstrado
que a duração da hospitalização é diretamente proporcional a incidência de CDAD
(CLABOTS et al., 1992). MCFARLAND e colaboradores (1989) acompanharam 399
pacientes com cultura de fezes negativa para C. difficile na época da admissão hospitalar. No
curso de sua hospitalização, 21% desses pacientes se tornaram positivos para C. difficile e,
destes, 37% desenvolveram diarréia. O mesmo autor encontrou que, entre os pacientes
hospitalizados que desenvolveram CDAD, 74% foram contaminados pelo C. difficile no
hospital, 20% eram positivos para C. difficile na admissão hospitalar, mas tinham história de
hospitalização recente, e apenas 5% adquiriram a bactéria na comunidade. O C. difficile, por
ser capaz de formar esporos, é capaz de sobreviver em superfícies inanimadas por longos
períodos, o que facilita a transmissão fecal-oral desta bactéria (KIM et al. 1981; POUTANEN
19
& SIMOR, 2004). Recentemente, vários trabalhos têm alertado para a alta transmissão de
esporos do C. difficile através do contato de pacientes com profissionais de saúde, e
encorajado a instituição de práticas de controle da infecção, como a freqüente lavagem de
mãos com agentes esporocidas (OWENS, 2007; SAMORE et al., 1996; BARTLETT, 2002).
Outro fator de risco importante para o desenvolvimento da CDAD é a colonização
intestinal por cepas toxicogênicas do C. difficile. Uma série de fatores de virulência, incluindo
produção de flagelo e de enzimas hidrolíticas, tem sido associada com o desenvolvimento da
doença (TASTEYRE, et al., 2000; SEDDON, et al., 1990). Porém, os mais bem
caracterizados e mais importantes fatores de virulência produzidos pelo C. difficile são as
exotoxinas A e B (BORRIELO, et al., 1998; POXTON, et al., 2001; BONGAERTS &
LYERLY, 1994) que estão diretamente relacionadas ao desencadeamento das doenças
diarréicas e de suas complicações clínicas (TITOV et al., 2000).
As toxinas A e B são codificadas pelos genes tcdA e tcdB, respectivamente, que
juntos com três genes regulatórios (tcdC, tcdD e tcdE) formam o locus de patogenicidade no
cromossomo do C. difficile (BRAUN et al., 1996; POXTON et al., 2001; SPIGAGLIA et al.,
2002). As toxinas A e B possuem estruturas primárias muito semelhantes e exercem suas
atividades enzimáticas em um terminal NH
2
homólogo (VON EICHEL-STREIBER et al.,
1990 e 1992; SILVA & SALVIANO, 2003). A maioria das cepas toxigênicas do C. difficile
produz ambas as toxinas A e B, as quais possuem mecanismos de ação similares: afetam o
citoesqueleto de actina da célula intestinal ao induzirem a glicosilação de proteínas da família
Rho, resultando em morte celular (RUPNIK et al., 2005; SILVA e SALVIANO, 2003). Uma
terceira toxina, a toxina binária, tem sido isolada em 6% dos casos de CDAD. Seu papel na
patogênese da doença e sua relevância clínica ainda não foram elucidados (GERIC et al.,
2004; GONÇALVES et al., 2004), no entanto, existem relatos de que cepas produtoras desta
toxina estão relacionadas com doença de maior gravidade (BARBUT et al., 2005).
Os fatores de risco para o desenvolvimento de CDAD associados ao hospedeiro
incluem idade avançada, imunossupressão e presença de comorbidades (KYNE et al., 2001).
Um estudo observou que pacientes que não conseguiram desenvolver IgG anti-Toxina A eram
48 vezes mais susceptíveis a desenvolver diarréia comparado àqueles que obtiveram resposta
imune adequada (KYNE et al., 2001). Além disso, alguns estudos têm relatado uma
associação positiva entre CDAD e terapias que reduzem o pH gástrico, como os inibidores de
20
bomba de próton, procedimentos no trato gastrointestinal e o uso de sonda nasogástrica
(DIAL et al., 2005; BIGNARDI, 1998).
Os sintomas de CACD se manifestam tipicamente dentro de 4 a 9 dias após o
início da terapia antibiótica, porém podem ocorrer em qualquer tempo até 8 semanas após o
início do tratamento (HURLEY & NGUYEN, 2002). Os achados clínicos mais freqüentes são
diarréia aquosa, cólica abdominal e febre com leucocitose. As formas mais severas da doença
compreendem a colite pseudomembranosa e o megacólon tóxico e podem se manifestar com
discreta ou mesmo ausência de diarréia (HURLEY & NGUYEN, 2002; BORRIELLO, 1990).
As complicações da CACD incluem: desenvolvimento de doença recorrente (20-30%),
abdomen agudo, necessidade de colectomia e choque séptico (MCMASTER-BAXTER &
MUSHER, 2007).
O diagnóstico da CACD envolve a detecção das toxinas A e B nas fezes de
pacientes com achados clínicos da doença. O imunoensaio (ELISA), que detecta ambas as
toxinas A e B em apenas 2 a 6 h com especificidade de 99% e sensibilidadede 70-90%, é o
teste mais difundido atualmente (KELLY & LAMONT, 1998). Os achados macroscópicos
durante uma endoscopia do cólon de pacientes com CDAD variam amplamente de acordo
com a gravidade da doença. Podem ser encontrados na mucosa colônica desde leve edema até
eritema difuso, friabilidade, pequenas ulcerações e as patognomônicas pseudomembranas. As
pseudomembranas são placas elevadas esbranquiçadas ou amareladas de 0,2 a 2 cm de
diâmetro, caracterizadas histologicamente por “lesões vulcânicas” compostas por neutrófilos,
mucina e restos celulares (POUTANEN & SIMOR, 2004). Uma vez confirmado o
diagnóstico, antibióticos sistêmicos devem ser suspensos na medida do possível e a terapia
para erradicar o C. difficile é recomendada com metronidazol ou vancomicina oral (ADAMS
& MERCER, 2007; STARR, 2005).
1.2 A Toxina A do Clostridium difficile (TxA)
A toxina A do Clostridium difficile (TxA), uma proteína de alto peso molecular
(308 kDa), altera dramaticamente a fisiologia celular, desde as vias de sinalização à
manutenção estrutural das células, culminando com a morte celular. Quando introduzida no
21
lúmen intestinal de animais in vivo, a TxA promove destruição do epitélio intestinal, intensa
inflamação na mucosa, secreção intestinal e colite hemorrágica, reproduzindo os achados
encontrados na doença induzida pelo C.difficile. (HUMPHREY et al., 1979; REHG, 1980).
Após ligação a receptores de membrana e internalização no citosol das células
intestinais, a TxA induz uma série de alterações na fisiologia celular do hospedeiro (VOTH &
BALLARD, 2005). A maioria dos efeitos da toxina A é atribuído a sua capacidade de causar
monoglicolisação nas proteínas Rho, Rac e Cdc42, utilizando UDP-glicose como co-substrato
(JUST et al., 1995, GENTH et al. 2008). Rho, Rac e Cdc42 são pequenas GTPases
intracelulares que exercem um papel regulador primário sobre o citoesqueleto de actina e a
morfologia celular (HALL, 1990). A monoglicosilação induzida pela TxA promove a
inativação dessas proteínas, o que resulta em condensação da actina e conseqüente desarranjo
do citoesqueleto, retração e arredondamento celular, marginalização do núcleo, perda da
integridade estrutural e morte celular (JUST et al., 1995; HALL, 1998; FIORENTINI et al.,
1990).
A colite induzida pela TxA do C. difficile está associada a um proeminente
influxo de neutrófilos para dentro da mucosa colônica e, assim como a colite
pseudomembranosa, é caracterizada por um infiltrado inflamatório agudo e pseudomembranas
ricas em neutrófilos (LYERLY et al., 1988). A inativação da proteína Rho pela TxA induz a
perda das zônulas de oclusão na barreira epitelial intestinal através de um processo
envolvendo proteína quinase C e resulta no aumento da permeabilidade do epitélio intestinal
(NUSRAT et al., 1995; CHEN et al., 2002). A alteração da integridade celular e o aumento da
permeabilidade epitelial contribuem para a migração neutrofílica e deflagração dos eventos
inflamatórios observados na colite induzida pela TxA (VOTH & BALLARD, 2005). QIU e
colaboradores (1999) demonstraram que, durante a enterite induzida pela TxA, os neutrófilos
reagem liberando metabólitos reativos do oxigênio, exacerbando a inflamação. LIMA e
colaboradores (1989) mostraram que após 2h de inoculação com TxA em alças intestinais
isoladas de coelho havia infiltrado neutrofílico na lâmina própria e na superfície epitelial bem
como destruição da mucosa. Um trabalho do nosso grupo demonstrou que a fucoidina, um
inibidor de moléculas de adesão essenciais para a migração leucocitária, reduziu a secreção, a
infiltração celular e a lesão histológica induzidas pela TxA em alça isolada de camundongo
(BARRETO et al., 2008). Um outro trabalho do nosso grupo demonstrou que a toxina A
induziu uma alteração na forma, função e adesividade de neutrófilos ao substrato e que esta
22
alteração foi acompanhada de inativação de Rho, rearranjo do citoesqueleto celular e aumento
de expressão de integrinas em detrimento da selectina L (BRITO et al., 2002a). Estes efeitos
sobre neutrófilos poderiam contribuir para a formação das pseudomembranas típicas da colite
induzida pelo C. difficile que se caracteriza pela presença de muitos neutrófilos aderidos à
mucosa lesada.
Tem sido proposto que o recrutamento de neutrófilos na colite induzida pela TxA
ocorre em resposta a eventos mediados por moléculas inflamatórias e também através de uma
ação quimiotáxica exercida diretamente pela TxA (LYERLY et al., 1988). Estudos com alças
ileais de coelho, encontraram que a inflamação induzida pela TxA envolveu a ligação direta
da toxina a neutrófilos e essa ligação envolveu um receptor ligado a proteína G (KELLY et
al., 1994). Além disso, CASTAGLIUOLO e colaboradores (1998) demonstraram que a TxA
é capaz de recrutar neutrófilos indiretamente para o local da inflamação ao aumentar a
expressão da proteína inflamatória macrofágica 2 (MIP-2) nas células epiteliais intestinais
(KELLY et al., 1994).
Em adição a infiltração neutrofílica, macrófagos e mastócitos respondem à toxina
A promovendo um aumento da resposta inflamatória através da produção de mediadores,
como o fator de necrose tumoral α (TNF- α) (CALDERON et al., 1998). VOTH e
colaboradores (1998) demonstraram que camundongos com deficiência de mastócitos
apresentaram uma redução da migração neutrofílica e desenvolveram menor acúmulo de
fluido após o tratamento com a TxA.
A TxA estimula a liberação de mediadores endógenos da inflamação, incluindo
fator de necrose tumoral α (TNF- α), interleucina-1 (IL-1), interleucina-6 (IL-6), interleucina-
8 (IL-8), prostaglandina E
2
(PGE
2
), leucotrieno B
4
(LTB
4
) e fator ativador plaquetário (PAF)
(TRIADAFILOPOULOS et al., 1987 e 1989; FANG et al., 1994). ROCHA e colaboradores
(1997) e SOUZA e colaboradores (1997) concluíram que a migração neutrofílica na cavidade
peritoneal e na bolsa de ar de ratos induzida pela TxA foi mediada por citocinas como TNF-α
e IL-1β e por leucotrienos, liberados por macrófagos residentes. Tem sido demonstrado que a
TxA induz a secreção de IL-8 e outras citocinas por uma via que envolve a ativação de NF-
κB e AP1 em monócitos e células epiteliais intestinais (JEFFERSON et al. 1999; KIM et al.,
2006). HE e colaboradores (2002) demonstraram que a liberação de IL-8 induzida pela TxA
estimula a produção de espécies reativas do oxigênio e radicais livres em colonócitos
23
humanos. Em concordância com esses achados, foi demonstrado que a interleucina-11,
citocina capaz de bloquear a liberação de TNF- α e outros mediadores, inibiu a lesão induzida
pela TxA em íleo de ratos (CASTAGLIUOLO et al., 1997b). Recentemente, foi demonstrado
que a TxA, através da porção C-terminal ARU, poderia ligar-se diretamente à células
endoteliais e induzir a produção de IL-6, IL-8 e proteína quimiotáxica monocítica 1(mcp-1)
de maneira dose-dependente (YEH et al., 2008).
A toxina A também modula a atividade da fosfolipase A2 (PLA2), levando a
produção de prostaglandinas e leucotrienos (FANG et al., 1994). LIMA e colaboradores
(2008) demonstraram que a inibição da PLA2 preveniu a secreção e o dano histológico
induzidos pela TxA, sugerindo que a PLA2 é uma via importante na lesão histológica e
secreção hemorrágica produzidos pela TxA do C. difficile. Outro mediador inflamatório, o
fator ativador plaquetário (PAF), tem sido implicado na fisiopatologia da enterite induzida
pela TxA. FONTELES e colaboradores (1995) demonstraram que antagonistas do PAF
reduziram a secreção induzida por TxA em alça de coelhos.
Há uma clara evidência que neurônios sensoriais primários são também
modulados pela TxA (MANTYH et al., 1996b). Estudos iniciais de POTHOULAKIS e
colaboradores (1994) encontraram que uma substância antagonista da substância P atenuou a
resposta inflamatória intestinal a TxA. A substância P é um pequeno peptídeo associado a
neurônios sensoriais que recobrem regiões da submucosa do epitélio intestinal e está
envolvida na diarréia inflamatória (POTHOULAKIS et al., 1994). A substância P ativa os
receptores de neurocinina-1 em uma variedade de tipos de células intestinais incluindo nervos
entéricos, células endoteliais e macrófagos da lâmina própria e estimula o extravasamento
plasmático, a secreção de fluido, a degranulação de mastócitos e a liberação de citocinas
(CASTAGLIUOLO et al., 1997a; FIGINI et al., 1997; MANTYH, et al., 1996b). O
mecanismo pelo qual a TxA modula a produção de substância P ainda não é completamente
compreendido, mas tratamento de alças isoladas de ratos com esta toxina leva ao aumento da
produção de substancia P (MANTYH, et al., 1996a). Estudos mais recentes mostraram que a
deleção da endopeptidase neural, uma importante proteína para o turnover de substância P,
exacerba a resposta inflamatória induzida pela TxA (KIRKWOOD et al., 2001).
Apoptose celular tem sido apontada como um importante mecanismo da lesão
induzida pela TxA do C. difficile. MAHIDA e colaboradores (1998) demonstraram que a TxA
24
induziu apoptose de linfócitos T purificados, sugerindo que esse fenômeno ocorreu em
conseqüência da interação direta entre essas células e a toxina. BRITO e colaboradores
(2002b) demonstraram que a toxina A do C. difficile é um potente indutor de apoptose em
uma linhagem de células de epitélio intestinal humano e que esta apoptose é mediada por
caspases 3, 6, 8, 9 e Bid e por lesão mitocondrial seguida de liberação de citocromo c, e toda
esta cascata é dependente da atividade enzimática da TxA em Rho. Confirmando nosso dado,
NOTTROTT e colaboradores (2007) concluíram em seus trabalhos que a ativação das
caspases 3, 8 e 9 é estritamente dependente da glicosilação das GTPases Rho pela TxA, e o
uso de um inibidor dessas caspases aboliu a apoptose induzida pela TxA. Outro possível
mecanismo responsável pela apoptose celular observada na enterite causada pela TxA foi
descrita por KIM e colaboradores (2007). Esse grupo concluiu que a liberação de
prostaglandina E
2
(PGE
2
) induzida pela TxA promove a ativação do fator nuclear NF-κB e do
sistema Fas/FasL causando apoptose e inflamação.
Por último, nosso grupo observou um aumento dos níveis de adenosina deaminase
(ADA), enzima que degrada a adenosina, nas alças ileais de camundongos tratadas com TxA.
Tem sido relatado que a ADA desempenha um importante papel nas reações inflamatórias e
seu nível sérico pode ser usado como marcador bioquímico de doenças inflamatórias (PIRAS
et al., 1978; SARI et al., 2003). Também demonstramos que a utilização de um agonista do
receptor A
2A
de adenosina reduziu a secreção, edema, lesão tecidal e infiltração de células
inflamatórias provocadas pela TxA, sugerindo que a essa via pode ter papel relevante na
fisiopatologia da colite induzida pela TxA do C. difficile (CAVALCANTE et al., 2006).
2. ADENOSINA
A adenosina é um nucleosídeo purínico endógeno, amplamente distribuído pelo
corpo, que participa da modulação de uma variedade de respostas fisiológicas nos mamíferos
(DAVAL et al., 1996). É um potente mensageiro extracelular que atua de forma autócrina e
parácrina na homeostasia de vários sistemas como cardiovascular, nervoso, renal e
imunológico (CRONSTEIN, et al., 1985, BLACKBURN, 2003). A maioria dos efeitos da
adenosina envolve a proteção celular e tecidual durante situações de stress como isquemia e
inflamação (THIEL et al., 2003; OKUSA, 2002). Condições como estas podem levar a um
25
AMP
ADP
5’nucleotidase
Ectonucleotidases
CD39 e CD73
Transportadores
de adenosina
rápido aumento de mais de 200x nos níveis teciduais de adenosina, quando comparado a
níveis basais (RIVKEES et al. 2001).
A adenosina é sintetizada por todos os tipos celulares a partir da degradação
intracelular do ATP, podendo também ser derivada do metabolismo extracelular de
nucleotídeos purínicos (LAPPAS et al., 2005). Especificamente, a quebra de adenosina
trifosfato (ATP) induz a elevação dos níveis de adenosina difosfato (ADP). Este é, portanto,
degradado a adenosina monofosfato (AMP), levando a um aumento de AMP livre, o qual é
desfosforilado em adenosina pela ação da 5’-nucleotidase citosólica (THIEL et al., 2003).
Dessa maneira, a adenosina atinge uma alta concentração intracelular sendo, então,
transportada para o meio extracelular através de transportadores especializados para que possa
se ligar a seus receptores específicos localizados na superfície das células (Figura 1).
Figura 1. Metabolismo da adenosina. Adaptado de HASKÓ & CRONSTEIN, 2004.
ATP
ATP
Adenosina
Quinase
ADENOSINA
Adenosina
Desaminase
INOSINA
ADENOSINA
A
1
A
2A
A
2B
A
3
Produção intra e extracelular
de adenosina
Célula do Sistema
Imunológico
26
Outra importante forma de aumentar a adenosina extracelular, especialmente em
situações de stress, pode ser observada pela liberação celular dos precursores nucleotídicos de
adenina (ATP, ADP e AMP), que por ação de ectonucleotidases, tais como, CD39
(nucleosídeo trifosfato desfosforilase) e CD73 (5’- ectonucleotidase), sofrem catabolismo
extracelular (HASKÓ & CRONSTEIN, 2004). Essas ectonucleotidases são expressas de
forma abundante em células endoteliais, neutrófilos e linfócitos T em sítios de stress
metabólico, inflamação e infecção (CRONSTEIN 1994, LENNON et al., 1998; ELTZSCHIG
et al., 2004; DEAGLIO et al., 2007). O papel protetor dessa via tem sido elegantemente
demonstrado por estudos genéticos em camundongos, o qual tem mostrado que a presença
funcional de CD39 e CD73 é necessária para manter a função da barreira endotelial e prevenir
o extravasamento vascular excessivo após a hipóxia (ELTZSCHIG et al., 2003; THOMPSON
et al., 2004). Devido ao importante efeito autócrino e parácrino exercido pela adenosina em
aspectos críticos da resposta imune e inflamatória, não é surpresa que a expressão de enzimas
envolvidas no seu acúmulo esteja sujeita a estrita regulação. Assim, ambas CD39 e CD73 são
fortemente induzidas em células endoteliais após o início da hipóxia, e a expressão de CD73
pode ser potenciada também pelo interferon-α e pela própria adenosina via elevação de AMP
cíclico (NARRAVULA, 2000; NIEMELA et al., 2004). Além da formação de adenosina pelo
aumento da degradação de ATP, a liberação desta é também potencializada pela prevenção de
sua reutilização. Assim, em situações hipóxicas, a enzima adenosina quinase (ADK) têm uma
reduzida capacidade de refosforilar a adenosina, permitindo um considerável aumento nos
seus níveis intra e extracelulares (SITKOVSKY, 2003; DECKING et al., 1997).
Entretanto, o acúmulo de adenosina extracelular é transitório, pois sua
biodisponibilidade é limitada pela sua conversão em inosina pela enzima adenosina
desaminase (ADA) extracelular ou pelo reuptake para as células endoteliais através de
transportadores específicos, onde será convertida em inosina pela ADA intracelular ou em
AMP pela adenosina quinase (DECKING et al., 1997; FREDHOLM, 2007). (Figura 2).
27
ADA
H
2
0 NH
3
ADENOSINA INOSINA
Figura 2. Representação da reação de desaminação da adenosina pela adenosina desaminase
(ADA).
Assim, o controle do acúmulo de adenosina e início da sinalização protetora
representa claramente um importante mecanismo adaptativo no qual o dano tecidual pode ser
minimizado. O efeito protetor da adenosina sobre o sistema cardiovascular é conhecido desde
1929, quando foi inicialmente descrito por Drury e Szent-Györgi (DRURY & SZENT-
GYÖRGI, 1929). Numa situação de isquemia ou de sobrecarga cardíaca, ocorre um
desequilíbrio entre a síntese e degradação do ATP, ou seja, a taxa de consumo excede a taxa
de produção. A seguir, adenosina é liberada por miócitos e células endoteliais e promove
vasodilatação coronariana, inibição da condução sinoatrial e átrio-ventricular e antagonização
do estímulo adrenérgico. Esses efeitos melhoram a oferta e reduzem a demanda de oxigênio e
energia do coração e tentam, dessa forma, evitar as conseqüências patológicas da hipóxia
(RUBIO et al,. 1974; BERNE et. al., 1983; DEUSSEN et. al., 1986; BELARDINELLI et. al
1989).
28
Os efeitos farmacológicos da adenosina são mediados por receptores específicos
denominados receptores de adenosina e, atualmente, são reconhecidos os quatro sub-tipos: A
1
,
A
2A
, A
2B
e A
3
. Estes receptores, amplamente distribuídos no corpo, pertencem à família de
receptores acoplados à proteína G e, dependendo do tipo de proteína G a qual se ligam,
inibem (G
i
, G
o
) ou estimulam (G
S
) a atividade da adenil ciclase (THIEL et al., 2003). Os
receptores A
1
e A
3
têm afinidade pelas proteínas G
i
e G
o
enquanto que os receptores A
2A
e
A
2B
interagem com as proteínas G
S
, resultando no aumento intracelular de AMPc (OLAH &
STILES, 1995). No entanto, além de estimular ou inibir a enzima adenil ciclase, os sub-tipos
de receptores de adenosina, via ligação a diferentes tipos de proteína G, podem também agir
em outros sistemas efetores, tais como os canais de cálcio e potássio, fosfolipases C, -D, -A2,
GMPc e fosfodiesterases que modulam diferentes funções celulares (THIEL et al., 2003).
Estes diferentes receptores de adenosina são expressos em vários tipos celulares e
possuem várias ações diferentes, podendo, em alguns casos, exercer efeitos opostos sobre uma
mesma função (SITKOVSKY, 2003). BOUMA e colaboradores (1994) e LINK e
colaboradores (2000) relataram que a secreção de IL-12 por monócitos humanos induzida por
lipopolissacarídeo (LPS) foi inibida pelos receptores A
2A
, mas não pelos receptores A
1
ou A
3
.
Assim, o efeito da adenosina sobre um tipo celular irá depender de qual receptor de adenosina
se expressa com predomínio sobre a célula (FREDHOLM, 2007). (Tabela 1).
Estudos com animais knockout (KO) para o receptor A
1
têm contribuído para o
entendimento das funções deste receptor. Foi demonstrado que análogos da adenosina podem
induzir efeitos analgésicos em camundongos selvagens pela estimulação de receptores A
1
na
medula espinal, mas não em animais KO para estes receptores. Além disso, os animais
nocauteados demonstraram aumentada sensibilidade à dor e maior sensibilidade à hipóxia
neuronal (GEIGER et al., 1984; FASTBOM et al. 1990, JOHANSSON et al., 2001 WU et al.,
2005). FEDELE e colaboradores (2006) demonstraram as propriedades neuroprotetoras do
receptor A
1
ao observar que camundongos KO para receptores A
1
desenvolveram lesão mais
severa após status epilepticus que os animais selvagens. Além disso, estes receptores estão
associados a importantes funções na fisiologia renal e cardiovascular. Foi demonstrado que
camundongos KO para receptores A
1
têm elevação da freqüência cardíaca, da pressão
sanguínea e dos níveis de renina quando comparados aos selvagens e que o feedback túbulo-
glomerular é completamente eliminado nesses animais (BROWN et al., 2001).
29
Tabela 1. Expressão e principais funções dos receptores de adenosina. Tabela adaptada de
FREDHOLM et al., 2001 e FREDHOLM, 2007.
A
1
A
2A
A
2B
A
3
Expressão
Cérebro, medula
espinhal, olho, adrenal,
átrio, músculo
esquelético, fígado,
pâncreas, tecido
adiposo, esôfago,
cólon, rim, glândulas
salivares, testículo,
brônquios.
Baço, timo, leucócitos,
plaquetas, neurônios
dos gânglios da base e
do bulbo olfatório,
coração, pulmão e
vasos sanguíneos.
Ceco, cólon, bexiga,
pulmão, vasos
sanguíneos, mastócitos,
olho, tecido adiposo,
adrenal, cérebro, rim,
fígado, ovário e
glândula pituitária.
Testículos,
mastócitos, cérebro,
coração, pulmão,
tireóide, adrenal,
baço, fígado, rim,
intestino, testículo.
Proteína G
G
i1/2/3
e G
o
G
s
, G
olf
e G
15/16
G
s
e G
q/11
G
i2/3
e G
q/11
Principais
Funções
Bradicardia, inibição
da lipólise,
antinocicepção,
redução da filtração
glomerular, feedback
túbulo-glomerular,
redução da atividade
simpática e
parassimpática,
inibição pré-sináptica,
hiperpolarização
neuronal,
précondicionamento
isquêmico.
Inibição da agregação
plaquetária e de
leucócitos
polimorfonucleares,
vasodilatação, proteção
contra dano isquêmico,
regulação da integração
sensório-motora nos
gângios basais,
estimulação da
atividade neuro-
sensorial.
Relaxamento da
musculatura lisa nos
vasos e intestinos,
inibição de monócitos e
macrófagos.
Aumento da
degranulação de
mastócitos e pré-
condicionamento
isquêmico.
O receptor A
2A
foi o primeiro receptor de adenosina a ser deletado geneticamente
em modelo animal e vários estudos têm tentado elucidar o papel deste receptor nos processos
fisiológicos. Este receptor está envolvido na regulação de processos inflamatórios, agregação
plaquetária, dor, vasodilatação e injúria isquêmica (LEDENT et al., 1997; OHTA &
SITKOVSKY, 2001, JACOBSON & GAO, 2006). O estímulo inflamatório induz a níveis
30
mais elevados de citocinas pró-inflamatórias e severo dano tecidual em camundongos KO
para receptores A
2A
comparados a animais normais (ARMSTRONG et al., 2001; OHTA &
SITKOVSKY, 2001). Além disso, animais KO para receptores A
2A
demonstraram vários
distúrbios do sistema nervoso, como agressividade (LEDENT et al., 1997), alteração dos
receptores opióides (BAILEY et al., 2002), e respostas atenuadas à psico-estimulantes
(CHEN et al., 2003; NAASSILA et al., 2002). A ativação do receptor A
2A
é necessária para a
função neural dopaminérgica e este receptor tem sido alvo de estudos para o tratamento da
doença de Parkinson (SVENNINGSSON et al., 1999 e 2000, DASSESSE et al., 2001;
SCHWARZSCHILD et al., 2005).
Foi demonstrado que o receptor A
2B
atua como cardioprotetor e vasodilatador e
está envolvido, junto com o receptor A
2A
, na regulação do processo inflamatório (YANG et
al., 2006, HUA et al., 2007, ECKLE et al., 2007). Estes receptores têm também papel em
doenças metabólicas, estando envolvidos na liberação de insulina pelo pâncreas (RÜSING et
al., 2006). NEMETH e colaboradores (2007) têm proposto que este receptor tem efeito
protetor em pacientes com diabetes tipo 1.
A caracterização do receptor A
3
tem sido dificultada pela escassez de drogas com
alta afinidade e especificidade para este receptor. Em roedores, os receptores A
3
estão
envolvidos na degranulação de mastócitos, mas ainda não está claro se este achado é
importante em humanos (SALVATORE et al., 2000; WU et al., 2002). Foi demonstrado que
os efeitos cardio-protetores da adenosina podem também ser mediados pelos receptores A
3
(PARSONS et al., 2003). Além disso, o receptor A
3
tem sido alvo de estudos para o
desenvolvimento de novas drogas contra o câncer de cólon (JACOBSON & GAO, 2006).
2.1 ADENOSINA E INFLAMAÇÃO.
A adenosina regula várias funções no sistema imunológico, sendo considerada
uma substância antiinflamatória endógena (HERSHFIELD, 2005; CRONSTEIN, 1994).
Mutações genéticas que levam a ausência de adenosina desaminase, enzima que degrada a
adenosina, causam uma forma severa de imunodeficiência combinada de células B e T
(PARKMAN et al., 1975). Muitas células do sistema imune possuem receptores para
31
adenosina e as principais atividades antiinflamatórias deste nucleosídeo purínico ocorrem
através da estimulação dos receptores A
2A
e A
2B
(CRONSTEIN, 1994; BOURS et al., 2006;
FREDHOLM, 1997).
A adenosina atua como um importante inibidor da infiltração neutrofílica e
subseqüente dano tecidual. Os neutrófilos, células que constituem a primeira linha de defesa
contra patógenos, liberam tanto ATP quanto adenosina seguindo sua ativação, e expressam
CD39 e CD73, que rapidamente convertem ATP em adenosina. Foi descrito que
camundongos knockout (KO) para CD39 e CD73 tiveram um significante aumento no
acúmulo de neutrófilos quando comparados a camundongos normais, sugerindo que a
adenosina derivada do ATP liberado no local da injúria inibe a migração neutrofílica
(ELTZSCHIG et al., 2004).
Os neutrófilos expressam os quatro tipos de receptores de adenosina, mas o
número de receptores varia de acordo com o estado de ativação da célula. (ELTZSCHIG et
al., 2004). Thiel e colaboradores, 2003, demonstraram que o uso de uma substância
antagonista dos receptores A
2A
aumentou a infiltração neutrofílica em pulmões de ratos após a
administração intra-traqueal de LPS. A ativação de receptores A
2A
nos neutrófilos inibe de
forma potente a fagocitose, a degranulação e a formação de radicais livres do oxigênio,
importantes funções bactericidas destas células. Além disso, a estimulação desses receptores
também reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias e de leucotrienos (CRONSTEIN,
1994; BOURS et al., 2006; FREDHOLM, 1997). Utilizando um modelo de enterite induzida
pela Toxina A do C. difficile, nosso grupo demonstrou que o uso de uma droga agonista do
receptor A
2A
reduziu os níveis de TNF-α, a infiltração neutrofílica e a lesão tecidual
provocados pela toxina (CAVALCANTE et al., 2006).
As células endoteliais expressam moléculas de adesão essenciais no recrutamento
de leucócitos para os sítios de inflamação e sintetizam e liberam vários mediadores
fundamentais para o processo inflamatório. Está bem documentado na literatura que estas
células expressam receptores A
2A
e A
2B
e são importantes fontes de adenosina extracelular
(HASKÓ & CROSTEIN, 2004, LENNON et al., 1998). A ativação de receptores A
2B
nas
células endoteliais inibe a adesão leucocitária e limita o número de neutrófilos que atravessam
a vasculatura. YANG e colaboradores (2006) demonstraram que camundongos KO para A
2B
exibiam uma upregulation nas moléculas de adesão E-selectina, P-selectina e ICAM-1, bem
32
como um aumento da adesão ao endotélio e do rolamento leucocitário. GLOVER e
colaboradores (2005 e 2007) utilizando modelos experimentais de infarto do miocárdio em
cães, demonstraram que agonistas do receptor A
2A
reduzem o tamanho do infarto, bem como
inibem a expressão de P-selectina e a infiltração neutrofílica.
As células fagocitárias mononucleares, monócitos na corrente sanguínea e
macrófagos nos tecidos, são importantes produtoras de mediadores inflamatórios e
fundamentais na orientação do curso do processo inflamatório. Estas células podem ser
ativadas, por exemplo, via receptores TOLL-like (TLR), e, após ativação, passam a produzir
citocinas e moléculas microbicidas (BOURS et al., 2006). Estudos demonstraram que
camundongos KO para CD73, ou seja, com reduzida produção de adenosina, apresentaram
aumentados níveis teciduais de macrófagos após estímulos inflamatórios (ZERNECKE et al.,
2006).
Um mecanismo molecular chave que tem emergido como sendo crítico para os
efeitos inibitórios do receptor A
2A
na resposta imunológica e inflamatória é a supressão do
fator nuclear κappa B (NF-κB) (LINDEN, 2007). NF-κB é um dos mais importantes fatores
de transcrição responsável pela produção de citocinas pró-inflamatórias e é ativado por
citocinas bem como por agonistas de receptores TOLL-like derivados de patógenos, como o
LPS bacteriano. Estudos concluíram que a estimulação do receptor A
2A
em células endoteliais
humanas previne o acúmulo de dímeros NF-κB ativos no núcleo em resposta a LPS, TNF-α e
IFN-γ através do bloqueio específico da degradação de proteínas IκB, inibidoras do NF-κB
(SANDS et al., 2004). A estimulação do receptor A
2A
em células gliais de rato e conseqüente
supressão do NF-κB resultou na abolição da indução da óxido nítrico sintase induzível
(iNOS) em resposta a citocinas e ao LPS (SANDS et al., 2004). Similarmente, a deleção de
receptores A
2A
em macrófagos aumentou a degradação de IκB desencadeada por TNF-α,
resultando em um elevado acúmulo de múltiplos transcritos de NF-κB e aumento na produção
de citocinas pró-inflamatórias, como a IL-12 (LUKASHEV et al. 2004).
Os receptores A
2B
também são expressos de forma significante nos macrófagos e
o IFN-γ, potente ativador macrofágico, induz um aumento da expressão destes receptores
(XAUS et al. 1999a). Estes receptores exercem seus efeitos antiinflamatórios em macrófagos
através da inibição da proliferação destas células e pela interferência na produção de
citocinas, reduzindo a síntese de TNF-α e IL-1β e estimulando a de IL-10 (NÉMETH et al.,
33
2005; XAUS et al. 1999b; KRECKLER et al., 2006; SIPKA et al., 2005). Estudos
demonstraram que camundongos KO para A
2B
tiveram um aumento de 5 vezes nos níveis de
TNF-α 1 hora pós a administração de LPS. Foram também descritos um significativo aumento
nos níveis de IL-6 e uma redução nos níveis da citocina antiinflamatória IL-10 nos animais
que não possuem receptores A
2B
(YANG et al., 2006).
Tem sido demonstrado que drogas que estimulam o receptor A
2A
reduzem
fortemente a resposta inflamatória mediada por linfócitos T numa variedade de tecidos
(AKKARI et al., 2006; SULLIVAN et al., 2004; LAPPAS et al., 2005). A ativação de células
T leva a uma rápida upregulation de receptores A
2A
e isso se associa à inibição da liberação
de IFN-γ por estas células (LAPPAS et al., 2005). Nesse sentido, camundongos KO para
receptores A
2A
desenvolvem uma resposta inflamatória mediada por linfócitos T exacerbada
(OHTA & SITKOVSKY, 2001). A concanavalina A é uma substância que induz lesão nos
hepatócitos através de mecanismo que envolve ativação de células T CD4+ e secreção de
citocinas como TNF-α, IFN-γ e IL-6 (TIEGS et al., 1992; GANTNER et al., 1995).
Camundongos com ausência de receptor A
2A
exibiram uma lesão hepática induzida por
concanavalin A exacerbada (OHTA & SITKOVSKY, 2001). Essa conclusão foi confirmada
por ODASHIMA e colaboradores, 2006, pelas observações de que agonistas do receptor A
2A
inibem o dano hepático e a elevação dos níveis de citocinas séricos induzidos pela
administração de concanavalina A, sugerindo que a inibição da produção de citocinas pelas
células T contribuiu para o efeito protetor observado.
Existem evidências que células natural killer (NK) sofrem modulação pela
adenosina através de receptores A
1
, A
2A
e A
2B
(BOURS et al., 2006). A lesão hepática por
isquemia prolongada seguida de reperfusão depende de células NK e de IFN-γ. Estudos
demonstraram que esse dano pode ser virtualmente eliminado pela administração de agonistas
dos receptores A
2A
. Além disso, a liberação de IFN-γ pelas células NK foi abolida pela
estimulação de receptores A
2A
(LAPPAS et al., 2006). Existem também evidências descritas
na literatura que linfócitos B e células dendríticas apresentadoras de antígeno têm suas
funções moduladas pela adenosina endógena (AKKARI et al., 2006; BOURS et al., 2006).
Por último, alguns estudos têm mostrado que a ativação do receptor A
3
pode
também contribuir para a ação antiinflamatória da adenosina. HASKÓ e colaboradores, 1998,
demonstraram que o uso de agonistas do receptor A
3
reduziu a produção de IL-12 e IFN-γ e a
34
mortalidade em camundongos toxemiados. SZABO e colaboradores, 1998, observaram que a
estimulação do receptor A
3
inibiu a síntese da proteína inflamatória macrófagica 1α (MIP)-1α
e reduziu a inflamação articular em modelo de artrite em camundongos. MABLEY e
colaboradores, 2003, concluíram que a utilização de uma substância agonista do receptor A
3
reduziu a infiltração de células inflamatórias, os níveis de citocinas e o dano tecidual em
modelo de colite em camundongos.
2.2 ADENOSINA DESAMINASE.
Durante episódios de stress tecidual, adenosina endógena é produzida em altos
níveis e atua como um metabólico protetor contra a injúria tecidual excessiva associada à
inflamação. Entretanto, a adenosina é rapidamente metabolizada e removida dos tecidos. Duas
enzimas são fundamentais para a metabolização da adenosina: a adenosina desaminase (ADA)
e a adenosina quinase (ADK) (FREDHOLM, 2007). A ADK (EC 2.7.1.20) converte
adenosina em AMP e está ativa quando a concentração de adenosina é normal, ou seja, em
condições fisiológicas (DECKING et al., 1997). A ADA (EC 3.5.4.4), presente tanto intra
como extracelularmente, atua convertendo adenosina em inosina e se mostra mais ativa
quando as concentrações de adenosina estão elevadas, acima de 10 µM (ARCH &
NEWSHOLME, 1978; LLOYD & FREDHOLM, 1995). ADK é importante para o controle
dos níveis de adenosina bem como para a manutenção dos depósitos de nucleotídeos de
adenina (BOISON, 2006). No entanto, quando a ADA é bloqueada a capacidade da ADK é
excedida e os níveis de adenosina se elevam marcadamente (HERSHFIELD, 2005). Assim, o
uso de drogas que inibam a atividade da enzima ADA constitui um importante meio de
determinar o papel protetor da adenosina, especialmente em tecidos expostos à lesão por
isquemia ou inflamação.
A adenosina desaminase é uma enzima chave no metabolismo das purinas que
converte, irreversivelmente, adenosina e 2’-deoxiadenosina em inosina e 2’-deoxiinosina,
respectivamente (CONWAY & COOKE, 1939). Esta enzima tem uma ampla distribuição
filogenética e sua seqüência de aminoácidos é altamente conservada desde bactérias a
humanos (BRADY & O'DONOVAN, 1965; CHANG et al., 1991; KELLY et al., 1996; SHI
et al., 1997). A ADA está presente virtualmente em todos os tecidos humanos, sendo os mais
35
altos níveis encontrados no sistema linfóide, como linfonodos, baço e timo (VAN
DERWEYDEN & KELLEY, 1976; ADAMS & HARKNESS, 1976; BARTON et al., 1979;
CHECHIK et al., 1981), onde exibe uma alta atividade em células T (TUNG et al., 1976). A
atividade da ADA pode ser encontrada no citosol das células e no meio extracelular
(CIRUELA et al., 1996; JOHNSON & ANDERSON, 1996; FRANCO et al., 1997; FRANCO
et al., 1998), tendo sido detectada na superfície de células hematopoiéticas (ARAN et al.,
1991). A ADA também pode se ligar a superfície celular de linfócitos T através da proteína
ligante CD26 (KAMEOTA et al., 1993; MARTÍN et al., 1995; VONBONIN et al., 1998;
BLANCO et al., 1998).
A atividade da ADA ocorre principalmente através de duas iso-enzimas distintas
referidas como ADA-1 e ADA-2 (RATECH et al., 1981; UNGERER et al., 1992). A ADA-1,
responsável pela maioria da atividade de ADA intracelular, existe em duas formas, um
monômero de peso molecular 33 kDa e ummero protéico complexo de peso molecular 280
kDa, chamadas de ADA-S e ADA-L, respectivamente. A ADA-2 existe apenas como um
monômero de peso molecular 100 kDa (RATECH et al., 1981) e constitui a iso-enzima
predominante no plasma, (MURAOKA et al., 1990) mas sua fonte celular e função
imunológica não são completamente compreendidas. A importância da atividade de ADA-1
para o desenvolvimento de células T é demonstrada dramaticamente pela deficiência genética
desta enzima estar associada com uma forma de severa imunodeficiência combinada,
caracterizada por grave disfunção de linfócitos T e agamaglobulinemia (GIBLETT et al.,
1972; AGARWAL et al., 1976; MILLS et al., 1976; COHEN et al., 1978). A toxicidade
específica em linfócitos é associada principalmente ao elevado acúmulo do substrato 2’-
deoxiadenosina e sua subseqüente conversão em dATP, o qual inibe a ribonucleotídeo
redutase, uma enzima chave na síntese de DNA (COHEN et al., 1978; HIRSHHORN et al.,
1995). A ADA-2 está aumentada em várias patologias, particularmente naquelas relacionadas
ao sistema imune como artrite reumatóide, psoríase, lúpus e sarcoidose, mas também na
tuberculose e na AIDS (YUKSEL et al., 1988; STANCIKOVA et al., 1998; UNGERER et
al., 1994; NIEDZWICKI et al., 1991).
Por causa da ação protetora que a adenosina desempenha em diversos tecidos do
organismo, uma série de substâncias vem sendo testadas na tentativa de elevar suas
concentrações em locais de lesão tecidual (BARANKIEWICZ et al., 1990; FIRESTEIN et al.,
1995; GREEN, 1980; VAN BELLE, 1993). Tem sido mostrado em muitas células e tecidos
36
diferentes que a inibição da ADA é um potente meio de aumentar a meia vida da adenosina e
elevar suas concentrações extracelulares quando a degradação de ATP está exacerbada
(ACHTERBERG et al., 1985; HUDSPETH et al., 1994; PHILLIS et al., 1988; VAN DEN
BERGHE et al., 1980; ZOREF-SHANI et al., 1988). Em contraste, sob condições normais,
quando não há elevação na cascata de degradação de ATP, a inibição da ADA não resulta em
considerável elevação nos níveis de adenosina (LLOYD & FREDHOLM, 1995). A vantagem
desta abordagem é que o aumento nos níveis de adenosina pode ser primariamente restrito
àqueles locais onde sua formação é maior, ou seja, em tecidos hipóxicos e inflamados.
Muitos grupos têm estudado o efeito dos inibidores da ADA na liberação de
adenosina no sistema nervoso central (SCIOTTI et al., 1993; GOLEMBIOWSKA et al.,
1995). Os resultados destes estudos indicaram que o aumento da concentração de adenosina
endógena extracelular pode ter importante potencial terapêutico no tratamento de convulsões
e desordens neurodegenerativas (WHITE 1996; HEBB & WHITE, 1998; POON &
SAYNOK, 1999). Além disso, alguns estudos mostraram que inibidores da ADA atenuaram a
injúria isquêmica miocárdica e melhoraram a recuperação da função contrátil após isquemia
cardíaca (ZHU et al., 1990; SANDHU et al., 1993). Tem-se também sugerido que a inibição
da ADA pode promover proteção cardiovascular em pacientes hipertensos (TOFOVIC, 1998).
Em adição, tem sido postulado por muitos estudos que a inibição da ADA pode ser útil na
terapia de infecções virais e algumas desordens linfoproliferativas (SMYTH et al., 1985;
SPIERS, 1995; JOHNSTON et al., 1986).
O EHNA, (eritro-9-(2-hidróxi-3-nonil)-adenina), é um inibidor clássico da enzima
adenosina desaminase 1 (SCHAEFFER & SCHWENDER, 1974). Esta substância exerce sua
inibição por um mecanismo em duas etapas: inicialmente atua como um inibidor competitivo
clássico, a seguir ocorre um rearranjo da enzima levando a formação de um forte complexo
ADA-inibidor (KURTZ et al., 1987). BARANKIEWICZ e colaboradores (1997) concluíram
que o EHNA possui efeitos cardioprotetores e neuroprotetores em modelos de isquemia
miocárdica e cerebral, respectivamente. ANTONIOLI e colaboradores (2007), utilizando um
modelo experimental de colite em ratos, demonstraram que inibidores da adenosina
desaminase, incluindo o EHNA, reduziram vários parâmetros inflamatórios como os níveis de
TNF-α e IL-6, a infiltração neutrofílica e a lesão tecidual observados nos animais com colite.
(Figura 3).
37
Figura 3. Representação da estrutura química do EHNA, inibidor da enzima adenosina
desaminase 1 (ADA-1).
38
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
39
2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
O Clostridium difficile tem como principal fator de virulência a secreção de toxina
A (TxA), a qual provoca inflamação e destruição tecidual aguda em intestinos de animais
experimentais e de pacientes com a doença induzida por esta bactéria (REHG, 1980). O
estudo da patogênese da lesão induzida pela TxA se reveste de grande importância no
contexto atual, onde se observa aumento da incidência e gravidade da doença induzida pelo C.
difficile, associado a relatos de recidiva após tratamento padrão (BLOSSOM &
MCDONALD, 2007; MUSHER et al., 2005; PEPIN et al., 2005).
Em locais de injúria tecidual, adenosina é produzida em altas concentrações, onde
exerce uma série de efeitos antiinflamatórios, limitados por sua rápida degradação pela
enzima adenosina desaminase (LLOYD & FREDHOLM, 1995). Há apenas um trabalho
publicado na literatura, realizado por nosso grupo, que avaliou o papel protetor da adenosina,
especificamente sobre os receptores A
2A
, na enterite induzida pela TxA, o qual mostrou
resultados promissores (CAVALCANTE et al., 2005). Tendo em vista a importância
epidemiológica da doença induzida pelo C. difficile, os efeitos antiinflamatórios da adenosina,
e a escassez de publicações neste sentido, procuramos avaliar, no presente trabalho, os
possíveis efeitos protetores da inibição da enzima adenosina desaminase na lesão induzida
pela TxA do C. difficile.
Este estudo teve, portanto, como objetivo geral estudar o efeito da inibição da
enzima adenosina desaminase (ADA) sobre a enterite induzida pela TxA do Clostridium
difficile em alça ileal de camundongos. Espera-se, com isso, contribuir para o esclarecimento
do papel da adenosina no processo inflamatório induzido pela TxA, e, assim, contribuir para o
esclarecimento da patogênese e controle dessa condição de importância epidemiológica
crescente mundialmente. Para tanto, os objetivos específicos deste trabalho foram:
Verificar o efeito do inibidor da enzima adenosina desaminase, EHNA, no aumento do
peso e da secreção da alça ileal induzidos pela TxA em camundongos.
40
Investigar o efeito do EHNA na destruição da mucosa intestinal induzida pela TxA
através da análise histopatológica.
Verificar a ação do EHNA sobre a infiltração neutrofílica através da dosagem da
atividade da enzima mieloperoxidase (MPO) na alça ileal.
Analisar o efeito do EHNA sobre a expressão transcripcional e os níveis de TNF-α e IL-
1β no tecido de alça ileal de camundongos.
Analisar o efeito da TxA e do EHNA sobre os níveis de IL-10 no tecido de alça ileal de
camundongos.
Verificar o efeito da TxA do C. difficile e do EHNA sobre o conteúdo de iNOS no
tecido de alça ileal.
Verificar o efeito da TxA e do EHNA sobre a expressão da proteína PTX3 no tecido de
alça ileal de camundongos.
41
MATERIAL E MÉTODOS
42
3. MATERIAL E MÉTODOS
1. ANIMAIS
Foram utilizados camundongos C57BL/6, machos, pesando 25-30g. Estes animais
eram provenientes do Biotério Central do Campus do Pici e do Biotério Setorial do
Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Ceará.
Os animais permaneceram acondicionados em caixas de plástico, forradas com
raspa de madeira e receberam água e ração ad libitum. Os camundongos foram mantidos em
jejum 24 horas antes de todos os procedimentos experimentais, com livre acesso à água. O
tratamento dispensado aos animais estava de acordo com o "Guia de Cuidados em Uso de
Animais de Laboratório" do National Institutes of Health (Bethesda, MD, EUA). O projeto foi
aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa Animal (CEPA) da Universidade Federal do
Ceará.
2. APARELHOS E INSTRUMENTOS LABORATORIAIS
- Balança Analítica Ohaus AS2600
- Balança Analítica Marte AL200
- Centrífuga Eppendorf 5804R
- Microscópio Óptico binoclar Nikon Alphaphot 2 VS2
- Microscópio Óptico binocular acoplado à câmera fotográfica Olympus
- Medidor de pH Hanna Instruments HI 8519N
- Espectrofotômetro Spectrum SP-2000UV
- Centrífuga Marathon 26KMR
- Banho Maria Modelo 100
- Homogeneizador de Pater
- Autoclave
- Estufa Olidef cz
- Seringas para insulina (B-D, Ultra Fine II) com agulha de calibre 30 Gauges
43
- Seringas de 1, 3, 5 mL (B-D Plastipak)
- Lâminas para microscopia
- Lamínulas
- Papel de filtro qualitativo
- Alicate para deslocamento cervical
- Tubos de ensaio
- Micropipetas Gilson de 2, 10, 20, 100, 200 e 1000 µL
- Ponteiras para pipetas automáticas Sigma
- Material cirúrgico (pinças, tesouras e porta-agulhas)
- Fio de sutura nylon 3-0 Technofio
- Capela de fluxo laminar Vico Biosafe Plus Classe II tipo A
- Proveta graduada
- Tubos de polipropileno para centrífuga (15 e 50mL)
- Espátulas de aço
- Eppendorfs
- Bequeres
- Homogeneizador de tecidos Ultra-turrax T8 e Dispergierstation T8.10 da Ika
Labortechnik
- Micrótomo Olympus
3. DROGAS, SOLUÇÕES E CORANTES.
3.1 DROGAS
- Toxina A do Clostridium dificille
Esta toxina foi gentilmente cedida pelo Dr. David M. Lyerly do “Virginia
Polytechnic Institute”, Blaksburg, VA, EUA. Oriunda de um filtrado da cultura de C. dificille
(VPI/ 0463) (linhagem# 10463; peso molecular 308 kDa), foi purificada por precipitação com
sulfato de amônia, seguida por cromatografia de troca iônica e cromatografia de
imunoafinidade. A homogeneidade da toxina foi determinada por imunoeletroforese cruzada e
eletroforese em gel de poliacrilamida. As toxinas foram armazenadas a 4ºC.
44
- EHNA (eritro-9-(2-hidroxi-3-nonil)adenina, P.M.: 313,83) (Sigma E114).
A atividade inibitória do EHNA foi determinada in vitro através da dosagem da
atividade da enzima adenosina deaminase (ADA), realizada por nós com a colaboração do
Prof. Marcus Raimundo Vale. O ensaio enzimático foi baseado na medida da produção de
amônia durante a desaminação da adenosina pelo método de Giusti (GIUSTI, 1974). Durante
os experimentos, a droga foi utilizada dissolvida em DMSO.
- Cloridrato de Xilazina (Kensol
®
, König)
- Cloridrato de Quetamina (Vetanarcol
®
, König)
- Xilol (Reagen)
- Peróxido de hidrogênio (Smith)
- Avidina-peroxidase (DAKO)
- O-fenilenediamina diicloreto (OPD- Sigma) dissolvido no tampão substrato descrito
no protocolo de ELISA
3.2 CORANTES
- Hematoxilina (Reagen)
- Eosina (Merck)
3.3 SOLUÇÕES
- Salina tamponada com fosfato (PBS)
Cloreto de sódio (Synth)------------------------------------------------------- 8,0 g
Cloreto de potássio (Synth) --------------------------------------------------- 0,2 g
Fosfato de sódio dibásico (Synth)-------------------------------------------- 1,15 g
Fosfato de sódio monobásico (Synth)---------------------------------------- 0,2 g
Água destilada------------------------------------------------------------------- 1,0 L
O pH foi ajustado para 7,4 com NaOH 0,1N
- Tampão de bicarbonato pH 8,2
NaCO3 (Synth)------------------------------------------------------------------- 0,1M
NaCl (Synth)---------------------------------------------------------------------- 0,1M
45
- Dimetil Sulfóxido (DMSO) a 100%
- Solução salina 0.9% estéril
- Solução BSA 1%
- Solução Estabilizadora de RNA (RNA Later
®
– Ambion)
- Albumina bovina 1% diluída em tampão de lavagem (Sigma)
3.4 TAMPÕES E SOLUÇÕES USADOS NA DOSAGEM DA ATIVIDADE DE
MIELOPEROXIDASE.
- Tampão fosfato de potássio: 988 mL solução a + 12mL solução b
Solução a:
KH
2
PO
4
(Synth) ------------------------------------------------------------- 6,8 g
Água destilada --------------------------------------------------------------- 1 L
Solução b:
K2HPO4 (Synth) ------------------------------------------------------------ 8,7 g
Água destilada --------------------------------------------------------------- 1 L
- Tampão de brometo de hexadeciltrimetilamônio (HTAB)
HTAB (Sigma) --------------------------------------------------------------- 5 g
Tampão fosfato de potássio ------------------------------------------------- 1 L
- Peróxido de hidrogênio 0,1%
Peróxido de hidrogênio 30% (Vetec) --------------------------------------1 mL
Água destilada --------------------------------------------------------------- 29 mL
- Solução de o-dianisidina (DDI)
O-dianisidina (Sigma) ------------------------------------------------------ 16,7 mg
Tampão fosfato de potássio ------------------------------------------------ 10 mL
H
2
O
2
--------------------------------------------------------------------------- 50 µL
Água destilada --------------------------------------------------------------- 90 mL
3.5 REAGENTES USADOS NA DOSAGEM DE TNF-α, IL-1β E IL-10.
46
- Kit DuoSet, R&D Systems, Catálogo DY999.
3.6 TAMPÕES, REAGENTES E SOLUÇÕES USADOS PARA O ENSAIO DE
IMUNOHISTOQUÍMICA PARA IL-1β, iNOS, PTX3 e TNF-α.
- Tampão Citrato 0.1M pH 6.0
Citrato de sódio monohidratado ------------------------------------------- 21g
H
2
O destilada ---------------------------------------------------------------- 1 L
A solução mãe (1M) foi diluída 10 vezes (concentração final 0.1M)
- Solução PBS-BSA 5%
PBS (pH 7.3) ---------------------------------------------------------------- 100 mL
Albumina bovina ------------------------------------------------------------ 0.5 mg
- Complexo ABC (Kit Santa Cruz Biotechnology®)
Reagente A (avidina DH) -------------------------------------------------- 10 µ L
Reagente B (peroxidase biotinilada) ------------------------------------- 10 µ L
PBS --------------------------------------------------------------------------- 1,6 mL
- Solução Peróxido de hidrogênio 3%
- Solução DAB/peróxido (Kit Santa Cruz Biotechnology®)
H
2
O destilada ---------------------------------------------------------------- 1,6 mL
Tampão “Substrate Buffer”------------------------------------------------- 5 gotas
DAB cromógeno------------------------------------------------------------- 5 gotas
“Peroxidase Substrate”------------------------------------------------------ 1 gota
3.7 ANTICORPOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS UTILIZADOS NO ENSAIO DE
IMUNOHISTOQUÍMICA PARA IL-1β, iNOS, PTX3 e TNF-α.
- IL-1β:
- Anticorpo de coelho anti-IL-1β murino (Santa Cruz Biotechnology)-----------------------
---------------------------- Diluição 1:400
47
- Anticorpo biotinilado de cabra anti-IgG de coelho (Santa Cruz Biotechnology)----------
---------------------------- Diluição 1:200
- iNOS:
- Anticorpo de coelho anti-iNOS murino (Santa Cruz Biotechnology)-----------------------
---------------------------- Diluição 1:200
- Anticorpo biotinilado de cabra anti-IgG de coelho (Santa Cruz Biotechnology)----------
---------------------------- Diluição 1:200
- TNF-α:
- Anticorpo de cabra anti-TNF-α murino (Santa Cruz Biotechnology)-----------------------
---------------------------- Diluição 1:200
- Anticorpo biotinilado de coelho anti-IgG de cabra (Santa Cruz Biotechnology)----------
---------------------------- Diluição 1:400
- PTX3:
- Anticorpo de rato anti-PTX3 murino (clone MNB1 – Alexis Biochemicals)-------------
---------------------------- Diluição 1:400
- Anticorpo biotinilado de cabra anti-IgG de rato (Santa Cruz Biotechnology)-------------
---------------------------- Diluição 1:400
4. PROTOCOLO EXPERIMENTAL
4.1 INDUÇÃO DA ENTERITE EM ALÇA ILEAL ISOLADA DE CAMUNDONGO
O protocolo para indução de enterite experimental por TxA do Clostridium
difficile em camundongo seguiu o modelo descrito por KIRKWOOD et al. (2001), e adaptado
por nosso grupo para nossas condições (CAVALCANTE at al., 2006). Os animais, em jejum
por 24 horas, receberam pré-tratamento por via intraperitoneal com EHNA (inibidor da
enzima adenosina desaminase, 90 µmol/kg) ou PBS, administrados 30 minutos antes da
indução da enterite (ANTONIOLI et al., 2007). Foi injetado o volume de 1ml com uma
seringa de insulina no quadrante inferior direito do abdômen, com o animal contido pelo
dorso. Para o procedimento da indução da enterite na alça intestinal isolada, os animais foram
48
anestesiados com a associação de cloridrato de xilasina (5 mg/kg) e cloridrato de quetamina
(60 mg/kg), injetados por via intramuscular. Em seguida foi realizada uma laparotomia
mediana de 2-3 cm, incidindo-se, em primeira instância, a pele e, em seguida, o peritônio,
para a visualização do intestino delgado. Após exposição do ceco e identificação do íleo, uma
porção de aproximadamente 8 cm do tubo entérico terminal foi lavada com PBS, em um
volume de 0,5 mL, para remoção de fezes remanescentes. Durante este procedimento, teve-se
o cuidado de não traumatizar o íleo nem, tampouco, romper a vascularização entérica. Então,
a uma distância de cerca de 3 cm do ceco, um segmento de aproximadamente 4 cm de íleo foi
feito, em dupla ligadura obstrutiva, com linha de algodão, para isolamento da alça.
Posteriormente, através de uma seringa de insulina, foi injetado na alça isolada volumes de
100 µL de PBS (controle) ou TxA na dose de 50 µg/alça. Para o experimento da dose-
resposta com TxA, foi injetado na alça isolada volumes de 100 µL de PBS (controle) ou TxA
nas doses de 10-100 µg/alça e, neste caso, não foi administrado pré-tratamento por via
intraperitoneal com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS 30 minutos antes da indução da enterite. A
seguir, as alças intestinais foram reposicionadas dentro da cavidade abdominal e a incisão
cirúrgica foi suturada com fios de nylon 3-0.
Após 3 horas da injeção do controle ou da TxA nas alças (KIRKWOOD et al.,
2001, CAVALCANTE et al., 2006), os animais foram sacrificados por deslocamento cervical.
Após a reabertura da cavidade abdominal (pele e peritônio) dos animais, as alças isoladas
foram retiradas, medidas em centímetros, pesadas em miligrama, e o volume de seu conteúdo
mensurado em microlitros, por meio de seringa de 1 mL e acondicionado em tubos plásticos.
O edema e a secreção foram calculados dividindo-se o peso da alça pelo seu comprimento,
expresso em mg/cm, e pelo volume do fluido recuperado pelo comprimento da alça intestinal,
expresso em µL/cm.
4.2 HISTOPATOLOGIA
Logo após o sacrifício dos animais e remoção das alças intestinais, fragmentos do
íleo da alça foram extraídos e acondicionados em frascos contendo formol a 10% por 12
horas. A seguir, as peças foram dispostas em álcool etílico a 70% para desidratação, para
posterior processamento e inclusão em parafina. Após microtomia na espessura de 4
micrômetros, procedeu-se a coloração pela hematoxilina & eosina.
49
Realizou-se avaliação histológica onde foram atribuídos escores variando de
escores 0 (ausência de alterações), 1(alterações brandas), 2 (alterações moderadas) a 3
(alterações severas), de acordo com o dano epitelial, edema e infiltração neutrofílica,
conforme previamente descrito (CAVALCANTE et al., 2006).
4.3 DOSAGEM DA ATIVIDADE DE MIELOPEROXIDASE.
Após os experimentos de enterite induzida por TxA em alça isolada foram
colhidos fragmentos da alça do íleo para posterior dosagem da atividade da mieloperoxidase
(MPO). Mieloperoxidase (MPO) é uma enzima presente predominantemente nos grânulos
azurófilos dos neutrófilos e tem sido utilizada como um marcador quantitativo da infiltração
de neutrófilos nos processos inflamatórios em vários tecidos, entre eles o trato gastrintestinal.
Para tanto, as amostras foram suspensas em tampão de hexadeciltrimetilamônio (pH 6.0; 50
mg de tecido por mL de tampão) e depois trituradas com um homogeneizador de tecidos. As
amostras foram congeladas, descongeladas e trituradas três vezes. Posteriormente, foram
centrifugadas a 4.500 r.p.m., durante 12min a 4ºC, e o sobrenadante foi colhido. Os níveis
teciduais da atividade de MPO foram determinados usando técnica descrita por BRADLEY et
al. (1982), utilizando peróxido de hidrogênio 0,0005% como substrato para a MPO. Uma
unidade de MPO foi definida como a quantidade capaz de converter 1 µmol de peróxido de
hidrogênio a água em 1 min a 22ºC. No ensaio, à medida que o peróxido de hidrogênio era
degradado ocorria a produção de ânion superóxido, responsável pela conversão de o-
dianisidina em composto de cor marrom. A variação da densidade óptica da mistura das
amostras com a solução de o-dianisidina em função do tempo de reação foi medida por
espectrofotômetro. Os resultados foram expressos como unidades de MPO/mg de tecido.
4.4 DOSAGEM DE INTERLEUCINA-1β (IL-1β), FATOR DE NECROSE TUMORAL α
(TNF-α) E INTERLEUCINA-10 (IL-10).
Os experimentos da enterite induzida por TxA em alça isolada de íleo de
camundongo forneceram fragmentos de tecido do íleo para posterior dosagem de IL-1β, TNF-
α e IL-10. O tecido coletado foi homogeneizado em tampão para citocinas como descrito por
SAFIEH-GARABEDIAN et al., 1995. A detecção das citocinas IL-1β, TNF-α e IL-10 foram
determinadas por enzyme-linked immunosobent assay (ELISA), usando o Kit DuoSet (R&D
50
Systems). Resumidamente, placas para ELISA de 96 poços foram incubadas por 18h a 4
o
C
com 100µL por poço de anticorpo de captura para IL-1β, TNF-α e IL-10. Posteriormente, as
placas foram lavadas três vezes com 300µL de tampão de lavagem e bloqueadas com 100µL
por poço BSA 1%. Após bloqueio das placas com BSA 1% por 1 hora, 100µL das amostras e
da curva padrão foram adicionadas em duplicata a cada poço em várias diluições e incubadas
por 2 horas à 4
o
C. As placas foram então lavadas três vezes com 300µl de tampão de lavagem
e depois incubadas com anticorpo de detecção para IL-1β, TNF-α e IL-10. Após o período de
incubação à 4
o
C por 2 horas, as placas foram lavadas novamente por três vezes com 300µL de
tampão de lavagem e incubadas a temperatura ambiente por 20 minutos com 100 µL de
estreptavidina diluída 1:200. As placas foram lavadas novamente por três vezes com 300µL
de tampão de lavagem e 100 µL da solução substrato para revelação (Kit DuoSet, R&D
Systems) foi adicionado. As placas foram incubadas durante 20 minutos, no escuro à
temperatura ambiente. A Reação enzimática foi parada com a solução de parada (H
2
SO
4
) e a
absorbância medida à 450nm. O resultado foi expresso em pg/mL.
4.5 IMUNOHISTOQUÍMICA PARA IL-1β, TNF-α, iNOS E PTX3.
Os cortes histológicos do tecido ileal foram colocados em lâminas especiais
silanizadas. As peças histológicas foram desparafinizadas e em seguida hidratadas. O ensaio
imunohistoquímico foi realizado seguindo o protocolo a seguir:
Após a hidratação as peças foram imersas em tampão citrato 0,1 M (pH 6,0) e
aquecidas a 95
o
C durante 15 min
Resfriamento em temperatura ambiente durante 20 min
Lavagem em PBS (5 min)
Bloqueio da peroxidase endógena com solução peróxido de hidrogênio 3% (15 min)
Lavagem com PBS (5 min)
Diluição do anticorpo primário em PBS – BSA 5%
Incubação com anticorpo primário de rato para TNF-α, IL-1β, iNOS ou PTX3
(overnight)
Lavagem com PBS (2 min)
Diluição do anticorpo secundário em PBS-BSA 5%
Incubação com anticorpo secundário biotinilado anti-IgG (30 min)
51
Preparo do complexo ABC
Lavagem das peças em PBS (2 min)
Incubação com o complexo ABC (30 min)
Lavagem com PBS (5 min)
Incubação com DAB/peróxido (2 min)
Lavagem com H
2
O destilada (5 min)
Contra-coloração com hematoxilina de Harry´s
Desidratação e montagem das lâminas
4.6 Polymerase Chain Reaction (PCR) PARA IL-1β, TNF-α E PTX3.
Após o sacrifício dos animais e remoção da alça intestinal, fragmentos do íleo
foram colocados imediatamente em solução de RNA Later e, posteriormente estocados em
freezer -80ºC para extração de RNA pelo método Trizol
®
seguindo as instruções do
fabricante. Alíquotas de 2 µg do RNA total extraído foram reversamente transcritas usando
como iniciador oligo(dT)15 e o kit ImProm-II Reverse Transcription System seguindo as
especificações do fabricante (Promega).
A expressão dos genes de interesse foi avaliada pela técnica de PCR em tempo
Real. O padrão de expressão foi determinado pelo método de quantificação relativa utilizando
os camundongos do tipo selvagem como amostra de referência. Para a normalização das
reações foram utilizados pelo menos 3 genes de expressão constitutiva (“housekeeping
genes”). As reações foram realizadas em duplicatas no aparelho 7300 da Applied Biosystems
utilizando o sistema de detecção Syber Green I. Os iniciadores para as reações de PCR em
Tempo Real foram desenhados em exons diferentes e na porção mais próxima à região 3’ do
gene e seguindo os parâmetros utilizados pelo software Primer Express da Applied
Biosystems. Para a padronização das reações de amplificação foram variadas as
concentrações dos iniciadores para IL-1β, TNF-α e PTX3 e do cDNA. A especificidade das
reações foi avaliada através de curva de dissociação e gel de poliacrilamida. Após a
padronização, a eficiência de amplificações dos diferentes pares de iniciadores foi
determinada por meio de diluições seriadas do cDNA utilizado como molde. Foi construída
uma reta na qual o valor de CT (ciclo de amplificação no qual a flurescência ultrapassou o
valor do background) foi analisado em função do log da diluição. A inclinação da reta foi
utilizada para calcular a eficiência de amplificação segundo a fórmula eff=10(-1/α), onde α
52
corresponde a inclinação da reta. Para a quantificação relativa foi utilizada a fórmula
matemática proposta por PFAFFL (2001), a qual leva em consideração a eficiência de
amplificação dos iniciadores no cálculo da expressão relativa: R= Eg (CTref – CTamostra)/
En (CTref – CTamostra), onde R= expressão relativa, Eg= eficiência de amplificação dos
iniciadores do gene em estudo e En= eficiência de amplificação dos iniciadores do gene
normalizador.
Estas dosagens foram realizadas em colaboração com a Prof
a
. Adriana Abalen
Martins Dias, da Fundação Antônio Prudente, Hospital AC Camargo, São Paulo, SP.
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram apresentados como média ± erro padrão da média. Para
comparação entre vários grupos de ensaios foi utilizado ANOVA seguido pelo teste de
Bonferroni. Nas análises histológicas, os dados foram expressos como mediana seguida de
variação e os testes estatísticos aplicados foram Kruskal-Wallis e teste de Dunn. Para
realização dos testes estatísticos foi utilizado o software Prism, versão 4, da GraphPad
Software. O n diz respeito ao número de alças isolada em cada grupo estudado, onde foram
utilizados de cinco a doze animais. Valores de p<0,05 foram considerados significantes.
53
RESULTADOS
54
4. RESULTADOS
1. AVALIAÇÃO DO EFEITO DA TOXINA A DO Clostridium difficile (TxA) QUANDO
INJETADA DENTRO DE ALÇAS ILEAIS ISOLADAS DE CAMUNDONGO.
Na figura 4 observa-se que TxA aumentou de forma dose dependente as razões
peso da alça e volume de secreção/comprimento das alças ileais isoladas de camundongos.
As doses de 50 µg e 100 µg mostraram resultados bastante consistentes, optando-se pela dose
de 50 µg para os experimentos seguintes (peso/comprimento da alça em mg/cm: PBS = 26,42
± 1,077 Vs TxA 50 µg = 68,06 ± 5,379 e volume/comprimento em µL/cm: PBS = 0,39 ±
0,391 Vs TxA 50 µg = 32,52 ± 5,548). FIGURAS 4A E 4B.
2. AVALIAÇÃO DO EFEITO DO EHNA, INIBIDOR DA ENZIMA ADENOSINA
DESAMINASE, NAS ALÇAS ILEAIS DE CAMUNDONGOS TRATADAS COM
TOXINA A DO Clostridium difficile (50 µg).
A dose de 90 µmol/kg do EHNA reduziu de forma significativa (p<0,05) o
aumento do peso/comprimento da alça (Figura 5A) (TxA = 73,24 ± 5,683 mg/cm Vs
EHNA+TxA = 54,62 ± 4,987 mg/cm) e do volume de secreção/comprimento da alça (Figura
5B) (TxA = 39,26 ± 5,307 µL/cm Vs EHNA+TxA = 27,05 ± 4,390 µL/cm) induzidos pela
TxA (50 µg/alça). FIGURAS 5A E 5B.
55
A
PBS 10
µ
g 20
µ
g 50
µ
g 100
µ
g
0
25
50
75
100
TxA
*
*
*
*
Peso/Comprimento da alça
(mg/cm)
B
PBS 10
µ
g 20
µ
g 50
µ
g 100
µ
g
0
10
20
30
40
50
60
70
TxA
*
*
*
*
Volume de secreção/comprimento
da alça (
µ
L/cm)
Figura 4. Efeito da toxina A do Clostridium difficile (TxA) sobre o peso (A) e o volume de
secreção (B) da alça ileal em camundongos C57BL/6. Os animais foram tratados com TxA
(10; 20; 50; 100 µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a
administração da TxA ou PBS. Os dados, peso/comprimento da alça (mg/cm) e volume de
secreção/comprimento da alça (µL/cm), estão plotados como média ± EPM (n=6-12). (*)
p<0,05 indica diferença estatística em relação ao grupo controle (PBS). ANOVA/Bonferroni.
56
A
PBS PBS EHNA EHNA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
TxA
*
**
**
*
Peso/Comprimento da alça
(mg/cm)
B
PBS PBS EHNA EHNA
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
TxA
*
**
**
*
Volume de secreção/comprimento
da alça (
µ
L/cm)
Figura 5. Efeito do inibidor da enzima adenosina desaminase, EHNA, sobre o aumento
no peso (A) e no volume de secreção (B)/comprimento da alça ileal induzidos por toxina
A do Clostridium difficile (TxA) em camundongos. Os animais foram tratados com EHNA
(90 µmol/kg) i.p. 30 minutos antes da injeção de TxA (50 µg/alça) dentro da alça ileal e
sacrificados 3 horas após a administração da TxA. Os dados, peso/comprimento da alça
(mg/cm) e volume de secreção/comprimento da alça (µL/cm), estão plotados como média ±
EPM (n=10-12). (*) p<0,05 indica diferença estatística em relação ao grupo controle (PBS).
(**) p < 0,05 comparado ao grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
57
3. EFEITO DO INIBIDOR DA ENZIMA ADENOSINA DESAMINASE, EHNA,
SOBRE AS ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS DAS ALÇAS ILEAIS DE
CAMUNDONGOS INDUZIDAS POR TOXINA A DO Clostridium difficile (TxA).
A TxA na dose de 50 µg promoveu mudanças macroscópicas evidentes nas alças
ileais de camundongos. A alça ileal que recebeu TxA (Figura 6A) mostrou-se com edema,
evidenciado pelo brilho, e preenchida por secreção sanguinolenta. Na alça ileal de
camundongos tratados com o EHNA (Figura 6B) houve redução do edema e da secreção, bem
como ausência de secreção sanguinolenta. FIGURAS 6A E 6B.
4. AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DO EFEITO DO EHNA NA ENTERITE INDUZIDA
POR TOXINA A DO Clostridium difficile EM ALÇA ILEAL DE CAMUNDONGOS.
A TxA na dose de 50 µg promoveu mudanças histológicas visíveis em cortes de
tecido do íleo na coloração H&E em relação às alças tratadas apenas com PBS, havendo uma
destruição intensa da mucosa, aumento do infiltrado celular inflamatório e edema intersticial.
Tais efeitos foram significativamente revertidos com o uso de EHNA (90 µmol/kg) i.p. 30
minutos antes da indução da enterite. FIGURAS 7 E 8 E TABELA 2.
58
A
B
Figura 6. Efeito do EHNA, inibidor da enzima adenosina desaminase, sobre o aspecto
macroscópico da alça ileal de camundongos induzido pela toxina A do Clostridium
difficile. As figuras são fotografias das alças ileais de camundongos que receberam PBS i.p +
TxA 50 µg/alça (figura A) e EHNA 90 µmol/kg i.p + TxA 50 µg/alça (figura B). Observa-se
que a alça ileal que recebeu TxA apresenta-se com edema, evidenciado pelo brilho, e está
preenchida de secreção sanguinolenta. Na alça ileal dos camundongos que receberam EHNA
i.p. houve redução do edema e da secreção, bem como ausência de secreção sanguinolenta.
59
A B
C D
Figura 7. Efeito do EHNA, inibidor da enzima adenosina desaminase, sobre a destruição
da mucosa e infiltrado celular na alça ileal de camundongos tratados com toxina A do
Clostridium difficile (TxA). As figuras são fotomicrografias representativas de cortes
histológicos corados pelo método de H&E do tecido do íleo de camundongos que receberam:
PBS i.p. + PBS (A), PBS i.p. + TxA 50 µg/alça (B), EHNA 90 µmol/kg i.p + TxA50 µg/alça
(C), e EHNA 90 µmol/kg i.p + PBS (D). Observa-se que a TxA induziu intensa destruição da
mucosa com aumento do infiltrado celular inflamatório e que o EHNA diminuiu a destruição
da mucosa e o infiltrado celular inflamatório. Aumento de 100x.
60
Tabela 2. Efeito do EHNA sobre as alterações histológicas na enterite induzida pela TxA nas
alças ileais de camundongos.
Grupos
TxA
PBS PBS EHNA EHNA
Escores 0 (0-0) 3 (2-3)* 1 (0-2)** 0 (0-0)**
EHNA (90 µmol/kg) ou PBS foram injetados i.p. 30 minutos antes da injeção de TxA (50
µg/alça) ou PBS nas alças ileais. As alças foram removidas para processamento e coloração
pelo H&E. A análise histológica considerou escores de 0-3 baseados nos seguintes
parâmetros: dano epitelial, edema e infiltração de neutrófilos. Os dados estão relatados como
mediana seguida de variação. (*) p < 0,05 comparado ao grupo PBS. (**) p< 0,05 comparado
ao grupo PBS + TxA. Kruskal-Wallis/Dunn.
61
Figura 8. Avaliação histológica do efeito do EHNA sobre a destruição da mucosa, o
infiltrado celular e o edema intersticial na alça ileal de camundongos tratados com
toxina A do Clostridium difficile (TxA). EHNA (90 µmol/kg) ou PBS foram injetados i.p. 30
min antes da injeção de TxA (50 µg/alça) ou PBS nas alças ileais. As alças foram removidas
para processamento e coloração pelo H&E. A análise histológica considerou escores de 0-3
baseados nos seguintes parâmetros: dano epitelial, edema e infiltração de neutrófilos.
Observou-se que o EHNA diminuiu de forma significativa a destruição da mucosa, o edema e
o infiltrado celular inflamatório provocados pela TxA do Clostridium difficile. Os dados estão
plotados como média ± EPM (n=5-6). (*) p < 0,05 comparado ao grupo PBS. (**) p< 0,05
comparado ao grupo PBS + TxA. Kruskal-Wallis/Dunn
PBS PBS EHNA EHNA
0
1
2
3
TxA
*
**
**
Escore histológico (0-3)
62
5. EFEITO DO EHNA SOBRE A ATIVIDADE DE MIELOPEROXIDASE (MPO) NO
TECIDO DAS ALÇAS ILEAIS ISOLADAS DE CAMUNDONGOS TRATADAS COM
TOXINA A DO Clostridium difficile.
A administração de TxA na dose de 50 µg nas alças ileais isoladas promoveu
aumento significativo (p<0,05) do conteúdo de MPO no tecido de íleo de camundongos em
comparação as alças tratadas apenas com PBS (controle). A pré- administração de EHNA (90
µmol/kg) aos animais tratados com TxA (50 µg/alça) reduziu significativamente a atividade
de MPO no íleo desses animais (PBS + PBS = 3,829 ± 0.753 U/mg Vs PBS + TxA = 21,07 ±
4,152 U/mg Vs EHNA + TxA = 8,788 ± 1,813 U/mg). FIGURA 9.
6. DETERMINAÇÃO DE TNF-α NO TECIDO DE ALÇA ISOLADA DE
CAMUNDONGOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO INTRALUMINAL COM PBS
OU TOXINA A, APÓS INJEÇÃO INTRAPERITONEAL DE EHNA OU PBS.
A administração intra-luminal de toxina A, na dose de 50 µg, nas alças isoladas de
camundongos produziu um aumento significativo nos níveis e expressão transcripcional de
TNF- α no tecido ileal, 3h após a injeção do estímulo inflamatório, em relação às alças
tratadas apenas com PBS. Nos animais pré-tratados com EHNA (90 µmol/kg) houve uma
redução significativa (p<0,05) da quantidade de RNA mensageiro e dos níveis de TNF-α nas
amostras, em relação aos animais que receberam pré-tratamento com PBS. (Dosagem de
TNF- α em pg/ml: PBS + TxA = 1767 ± 249,9 Vs EHNA + TxA = 1054 ± 26,61; Razão de
expressão de TNF-α: PBS + TxA = 3,54 ± 0,37 Vs EHNA + TxA = 0,07 ± 0,67). A redução
do conteúdo de TNF- α após pré-tratamento com EHNA foi também observada na mucosa
intestinal através da análise microscópica de cortes de tecido do íleo marcados por
imunohistoquímica (aumento de 400x). FIGURAS 10, 11 E 12.
63
PBS PBS EHNA
0
4
8
12
16
20
24
28
*
**
TxA
Atividade da MPO
U/mg de tecido
Figura 9. Dosagem da atividade de mieloperoxidase (MPO) no tecido ileal de
camundongos. Os animais foram tratados com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos
antes da injeção de toxina A (50 µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas
após a administração intra-luminal das drogas. Amostras do tecido do íleo foram removidas e
congeladas a –70ºC e a atividade de MPO determinada por método enzimático colorimétrico.
Os dados, U/mg, estão plotados como média ± EPM (n=6). (*) p<0,05 indica diferença
estatística em relação ao grupo controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao grupo PBS + TxA.
ANOVA/Bonferroni.
64
PBS PBS EHNA EHNA
0
250
500
750
1000
1250
1500
1750
2000
2250
*
**
**
TxA
TNF-
α
(pg/ml)
Figura 10. Dosagem de TNF-α no tecido do íleo de camundongos. Os animais foram
tratados com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos antes da injeção de toxina A (50
µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a administração intra-luminal
das drogas. Amostras do tecido do íleo foram removidas para dosagem de TNF-α determinada
por ELISA. As colunas representam a média ± EPM da quantidade de TNF- α em pg/ml das
amostras (n=5-6). (*) p<0,05 comparado ao grupo controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao
grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
65
PBS PBS EHNA EHNA
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
TxA
*
**
**
Razão de expressão de TNF-
α
Figura 11. Expressão gênica de TNF-α no tecido do íleo de camundongos. Os animais
foram tratados com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos antes da injeção de toxina A
(50 µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a administração intra-
luminal das drogas. Amostras do tecido do íleo foram removidas para dosagem de RNA
mensageiro para TNF- α por PCR. Os pontos representam valores da razão da quantidade de
RNA mensageiro para TNF- α em relação ao grupo controle (PBS). As barras representam a
média da razão da expressão de TNF- α nas amostras (n=5-6). (*) p<0,05 comparado ao grupo
controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
66
A B
C D
Figura 12. Efeito do EHNA sobre o conteúdo de TNF-α no tecido do íleo de
camundongos tratados com toxina A do Clostridium difficile. As figuras são
fotomicrografias representativas de cortes histológicos, incubados com anticorpos específicos
para TNF- α, do tecido do íleo de camundongos que receberam na alça TxA (50 µg/alça) ou
PBS (controle) 30 minutos após pré-tratamento i.p. de EHNA (90 µmol/kg) ou PBS. A foto B
(PBS + TxA) ilustra coloração marrom mais proeminente nas células inflamatórias e epiteliais
intestinais indicativa de maior quantidade de TNF- α em alças ileais tratadas com TxA. A foto
C mostra a significante redução do aumento da quantidade de TNF- α induzida pela TxA na
presença de EHNA. As fotos A e D ilustram o aspecto de uma alça tratada apenas com PBS
(controle) e o controle negativo, respectivamente. Aumento de 400x.
67
7. DETERMINAÇÃO DE IL-1β NO TECIDO DE ALÇA ILEAL ISOLADA DE
CAMUNDONGOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO INTRA-LUMINAL COM PBS
OU TOXINA A, APÓS INJEÇÃO INTRAPERITONEAL DE EHNA OU PBS.
A administração intra-luminal de toxina A, na dose de 50 µg, nas alças isoladas de
camundongos produziu um aumento significativo nos níveis e expressão gênica de IL-1β no
tecido ileal, 3h após a injeção do estímulo inflamatório, em relação às alças tratadas apenas
com PBS. Nos animais pré-tratados com EHNA (90 µmol/kg) houve uma redução
significativa (p<0,05) da quantidade de RNA mensageiro e dos níveis de IL-1β nas amostras,
em relação aos animais pré-tratatados com PBS (Dosagem de IL-1β em pg/ml: PBS + TxA =
4307 ± 346,4 Vs EHNA + TxA = 2430 ± 289,9; Razão de expressão de IL-1β: PBS + TxA =
57,15 ± 12,71 Vs EHNA + TxA = 2,04 ± 2,86). A redução da quantidade de IL-1β após pré-
tratamento com EHNA foi também observada principalmente no epitélio intestinal através da
análise microscópica de cortes de tecido do íleo marcados por imunohistoquímica (aumento
de 400x). FIGURAS 13, 14 E 15.
8. EFEITO DO EHNA SOBRE OS NÍVEIS DE IL-10 NO TECIDO DE ALÇAS ILEAIS
ISOLADAS DE CAMUNDONGOS TRATADAS COM TOXINA A DO Clostridium
difficile.
A administração de TxA, na dose de 50 µg, nas alças ileais isoladas não alterou
(p>0,05) o conteúdo de IL-10 no tecido do íleo de camundongos em comparação as alças
tratadas apenas com PBS (controle). A pré-administração de EHNA (90 µmol/kg) aos animais
tratados com TxA (50 µg/alça) elevou significativamente os níveis ileais de IL-10 em relação
aos animais que receberam PBS i.p. antes da injeção intra-luminal de TxA (PBS + PBS =
907,3 ± 46,35 pg/ml Vs PBS + TxA = 888,7 ± 128,7 pg/ml Vs EHNA + TxA = 1482 ± 103,8
pg/ml). FIGURA 16.
68
PBS PBS EHNA EHNA
0
1000
2000
3000
4000
5000
*
**
**
TxA
IL-1
β
(pg/ml)
Figura 13. Dosagem de IL-1β no tecido do íleo de camundongos. Os animais foram
tratados com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos antes da injeção de toxina A (50
µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a administração intra-luminal
das drogas. Amostras do tecido do íleo foram removidas para dosagem de IL-1β determinada
por ELISA. As colunas representam a média ± EPM da quantidade de IL-1β em pg/ml das
amostras (n=5-6). (*) p<0,05 comparado ao grupo controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao
grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
69
PBS PBS EHNA EHNA
-10
10
30
50
70
90
TxA
*
**
**
Razão de expressão de IL-1
β
Figura 14. Expressão gênica de IL-1β no tecido do íleo de camundongos. Os animais
foram tratados com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos antes da injeção de toxina A
(50 µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a administração intra-
luminal das drogas. Amostras do tecido do íleo foram removidas para dosagem de RNA
mensageiro para IL-1β por PCR. Os pontos representam valores da razão da quantidade de
RNA mensageiro para IL-1β em relação ao grupo controle (PBS). As barras representam a
média da razão da expressão de IL-1β nas amostras (n=5-6). (*) p<0,05 comparado ao grupo
controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
70
A B
C D
Figura 15. Efeito do EHNA, inibidor da enzima adenosina desaminase, sobre o conteúdo
de Interleucina-1β no tecido do íleo de camundongos tratados com toxina A do
Clostridium difficile. As figuras são fotomicrografias representativas de cortes histológicos,
incubados com anticorpos específicos para IL-1β, do tecido do íleo de camundongos que
receberam na alça TxA (50 µg/alça) ou PBS (controle) 30 minutos após tratamento i.p. com
EHNA (90 µmol/kg) ou PBS. A foto B (PBS + TxA) ilustra coloração marrom mais
proeminente nas células epiteliais intestinais indicativa de maior quantidade de IL-1β em
alças ileais tratadas com TxA. A foto C (EHNA + TxA) mostra a significante redução do
aumento da quantidade de IL-1β induzida pela TxA na presença de EHNA. As fotos A e D
ilustram o aspecto de uma alça tratada apenas com PBS (controle) e o controle negativo,
respectivamente. Aumento de 400x.
71
PBS PBS EHNA EHNA
0
300
600
900
1200
1500
1800
*
**
TxA
IL-10 (pg/ml)
Figura 16. Dosagem de IL-10 no íleo de camundongos. Os animais foram tratados com
EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos antes da injeção de toxina A (50 µg/alça) ou PBS
dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a administração intra-luminal das drogas.
Amostras do tecido do íleo foram removidas e congeladas a –70ºC e seu conteúdo de IL-10
determinado por ELISA. As colunas representam a média ± EPM da quantidade de IL-10 em
pg/ml das amostras (n=5-6). (*) p<0,05 indica diferença estatística em relação ao grupo
controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
72
9. AVALIAÇÃO MICROSCÓPICA DO EFEITO DO EHNA SOBRE O CONTEÚDO
DE ÓXIDO NÍTRICO SINTASE INDUZÍVEL NO TECIDO DE ALÇAS ILEAIS
ISOLADAS DE CAMUNDONGOS TRATADAS COM TOXINA A DO Clostridium
difficile (TxA).
A administração intra-luminal de toxina A, na dose de 50 µg, nas alças ileais
isoladas de camundongos produziu um aumento significativo da quantidade de células
marcadas para iNOS por imunohistoquímica no tecido ileal, 3h após a injeção do estímulo
inflamatório, em relação às alças tratadas apenas com PBS. Nos animais pré-tratados com
EHNA (90 µmol/kg) houve uma redução significativa (p<0,05) da quantidade de células
marcadas para iNOS nas amostras ileais, em relação aos animais pré-tratados apenas com
PBS. (PBS + PBS = 11 ± 2,23 Vs PBS + TxA = 129,2 ± 11,65 Vs EHNA + TxA = 58,50 ±
4,88). FIGURAS 17, 18 E 19.
10. AVALIAÇÃO DO EFEITO DA TOXINA A DO Clostridium difficile (TxA) E DO
EHNA SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA DE PENTRAXINA-3 NO TECIDO DAS
ALÇAS ILEAIS ISOLADAS DE CAMUNDONGOS.
A administração de TxA na dose de 50 µg nas alças isoladas promoveu aumento
significativo (p<0,05) da expressão gênica de PTX3 no tecido de íleo de camundongos em
comparação as alças tratadas apenas com PBS (controle). Nos animais pré-tratados com
EHNA (90 µmol/kg) houve uma redução significativa (p<0,05) da quantidade de RNA
mensageiro para PTX3 nas amostras (PBS + PBS = 0 ± 1,21 Vs PBS + TxA = 113,8 ± 18,97
Vs EHNA + TxA = 22,68 ± 15,59). O aumento do conteúdo de PTX3 pela TxA e sua reversão
pelo EHNA foi também constatado através da análise microscópica de tecido ileal marcado
por técnica de imunohistoquímica. FIGURAS 20 E 21.
73
A B
C D
Figura 17. Avaliação microscópica do efeito do EHNA sobre o número de células
marcadas por imunohistoquímica para iNOS na alça ileal de camundongos tratados com
toxina A do Clostridium difficile (TxA). O EHNA (90 µmol/kg) ou o PBS foram injetados
i.p. 30 minutos antes da injeção de TxA (50 µg/alça) ou PBS nas alças ileais. As alças foram
removidas para processamento e os cortes histológicos foram incubados com anticorpos
específicos e corados para quantificação de células marcadas. Observou-se que o EHNA (foto
C) diminuiu de forma significativa (p<0,05) a elevação do número de células inflamatórias
expressando iNOS (marcadas em marrom) induzida pela TxA do Clostridium difficile(foto B).
As fotos A e D representam PBS (controle) e controle negativo, respectivamente. Aumento de
400x.
74
Figura 18. Avaliação microscópica do efeito da toxina A do Clostridium difficile (TxA)
sobre o número de células inflamatórias marcadas para iNOS por imunohistoquímica
na alça ileal de camundongos. A figura acima é uma fotomicrografia de corte histológico de
alça ileal de camundongo tratada com TxA (50 µg/alça). A alça foi removida para
processamento e o corte histológico foi incubado com anticorpos específicos e corado para
quantificação de células marcadas. Observa-se na foto o grande número de células
infamatórias expressando iNOS (marcadas em marrom) em processo de transmigração nas
vênulas da serosa da alça ileal de camundongo tratada com TxA. Aumento de 400x.
75
PBS PBS EHNA
0
50
100
150
**
*
*
TxA
N
o
delulas
marcadas/campo
Figura 19. Avaliação microscópica do efeito do EHNA sobre o número de células
marcadas por imunohistoquímica para iNOS na alça ileal de camundongos tratados com
toxina A do Clostridium difficile (TxA). EHNA (90 µmol/kg) ou PBS foram injetados i.p. 30
minutos antes da injeção de TxA (50 µg/alça) ou PBS nas alças ileais. As alças foram
removidas para processamento e os cortes histológicos foram incubados com anticorpos
específicos e corados para quantificação de células marcadas. Foram analisados seis campos
diferentes em cada corte no aumento de 400x. O número de células imunomarcadas por
campo foi contabilizado. Observou-se que o EHNA diminuiu de forma significativa a
elevação do número de células marcadas para iNOS provocada pela TxA do Clostridium
difficile. Os dados estão plotados como média ± EPM (n=6). (*) p< 0,05 comparado ao grupo
PBS. (**) p< 0,05 comparado ao grupo PBS + TxA. ANOVA/Bonferroni.
76
PBS PBS EHNA EHNA
-10
15
40
65
90
115
140
165
190
TxA
*
**
**
Razão de expressão de PTX3
Figura 20. Expressão gênica de PTX3 no tecido do íleo de camundongos. Os animais
foram tratados com EHNA (90 µmol/kg) ou PBS i.p. 30 minutos antes da injeção de toxina A
(50 µg/alça) ou PBS dentro da alça ileal e sacrificados 3 horas após a administração intra-
luminal das drogas. O RNA das amostras de tecido ileal foi purificado e processado por
método de PCR para quantificar a expressão gênica de PTX3. Os pontos representam valores
da razão da quantidade de RNA mensageiro para PTX3 em relação ao grupo controle (PBS).
As barras representam a média da razão da expressão de PTX3 nas amostras (n=5-6). (*)
p<0,05 comparado ao grupo controle (PBS). (**) p<0,05 comparado ao grupo PBS + TxA.
ANOVA/Bonferroni.
77
A B
C D
Figura 21. Efeito do EHNA, inibidor da enzima adenosina desaminase, sobre o conteúdo
de Pentraxina-3 (PTX3) no tecido ileal de camundongos tratados com toxina A do C.
difficile. As figuras são fotomicrografias representativas de cortes histológicos, incubados
com anticorpos específicos para PTX3, do tecido do íleo de camundongos que receberam na
alça TxA (50 µg/alça) ou PBS (controle) 30 minutos após tratamento i.p. com EHNA (90
µmol/kg) ou PBS. Observou-se que a TxA (foto B) induziu o aumento da quantidade de
células imunomarcadas para PTX3 (coloração marrom) em relação ao grupo que recebeu
apenas PBS (foto A). A foto C (EHNA + TxA) mostra a significante redução do aumento da
quantidade de PTX3 induzida pela TxA na presença de EHNA. A foto D representa o controle
negativo. Aumento de 400x.
78
DISCUSSÃO
79
5. DISCUSSÃO
No presente trabalho, tivemos como objetivo investigar o efeito de um antagonista
da enzima adenosina deaminase, o EHNA (eritro-9-(2-hidróxi-3-nonil)-adenina)
(SCHAEFFER & SCHWENDER, 1974), sobre a lesão induzida pela toxina A do Clostridium
difficile (TxA) em alças ileais isoladas em camundongos.
Para isso, inicialmente verificamos qual seria a dose de TxA que induziria uma
elevação significativa do peso e da secreção em relação ao comprimento das alças ileais
isoladas de camundongos C57BL/6. Concluímos que a injeção de 50 e 100 µg de TxA
produziu um aumento significativo do peso e da secreção da alça ileal de camundongos 3
horas após sua injeção. Escolhemos, então, a dose de 50 µg de TxA para os experimentos
subseqüentes, uma vez que essa dose proporcionou resultados consistentes com a
administração de menor quantidade de droga, e resultou em erro padrão menor no aumento do
peso e volume da secreção das alças ileais.
O modelo de enterite induzida pela TxA que utilizamos neste trabalho está bem
estabelecido na literatura mundial, além de ter sido tamm previamente utilizado em nosso
laboratório. POTHOULAKIS e colaboradores (1994) demonstraram que a injeção de TxA em
alça isolada de ratos Wistar promoveu aumento de 20x na permeabilidade da mucosa
intestinal. KIRKWOOD e colaboradores (2001), utilizando camundongos C57BL/6,
verificaram que 3h após a administração de TxA dentro da alça ileal ocorreu significante
aumento da secreção intestinal, além de outros parâmetros inflamatórios. Nosso grupo,
utilizando camundongos Swiss, demonstrou que 5 µg de TxA produziram considerável
aumento de peso e secreção da alça ileal isolada 3 horas após a injeção da toxina
(CAVALCANTE et al., 2006; BARRETO et al., 2008). Mais recentemente, KIM e
colaboradores (2007), demonstraram que a injeção de TxA promoveu, entre outras alterações,
aumento de secreção na alça ileal isolada de camundongos C3H/HeJ. Os nossos resultados
mostram que camundongos C57BL/6 apresentaram maior resistência a TxA, sendo necessária
dose maior (50 µg/alça) para obter inflamação e destruição do tecido ileal comparável a
encontrada com 5 µg/alça em camundongos Swiss.
80
Após determinar a dose de TxA a ser utilizada, iniciamos o estudo para avaliar um
possível efeito protetor do EHNA sobre a enterite induzida pela TxA em alça ileal de
camundongo. O EHNA é um potente inibidor da adenosina deaminase, enzima responsável
pela inativação da adenosina, e promove, dessa forma, a elevação dos níveis extracelulares de
adenosina endógena (BESSODES et al., 1982). Muitos trabalhos têm demonstrado a
habilidade da adenosina em exercer uma ação antiinflamatória em uma variedade de modelos
experimentais. Considerando inflamação intestinal, SIEGMUND e colaboradores (2000)
demonstraram que o aumento dos níveis endógenos de adenosina promoveu a melhora da
colite induzida por dextran sulfato em camundongos. ODASHIMA e colaboradores (2005)
observaram que a estimulação do receptor A
2A
da adenosina reduziu a severidade da ileíte em
modelo experimental de doença inflamatória intestinal em coelhos. Recentemente, nosso
grupo demonstrou que a estimulação do receptor A
2A
da adenosina reduziu a lesão tecidual e a
inflamação na enterite induzida pela toxina A do C. difficile em camundongos
(CAVALCANTE et al., 2006). Neste mesmo trabalho, demonstramos, pela primeira vez, que
a TxA induziu aumento acentuado da atividade de ADA, o que nos motivou a averiguar o
efeito da inibição da atividade desta enzima na lesão induzida por toxina A em camundongos.
Tem sido relatado que a ADA desempenha um importante papel nas reações inflamatórias e
que seu nível sérico pode ser usado como marcador bioquímico de doenças inflamatórias
(PIRAS et al., 1978; SARI et al., 2003). Nossos dados, anteriormente publicados, mostraram
que a inibição da infiltração neutrofílica com fucoidina reduziu a atividade de ADA no tecido
ileal de camundongos tratados com a toxina A do C. difficile (BARRETO et al., 2008). Em
adição, ANTONIOLI e colaboradores (2007), observaram que a inibição da ADA pelo EHNA
reduziu tanto as alterações inflamatórias intestinais quanto as sistêmicas na colite induzida
pelo ácido 2,4-dinitritobenzenosulfídico em ratos. Baseado nesses achados, o sistema da
adenosina pode representar um alvo promissor de terapias de desordens inflamatórias do trato
gastrointestinal.
Verificamos então o efeito do EHNA, na dose de 90 µmol/kg, administrado i.p. 30
minutos antes da indução da enterite pela TxA, sobre o peso e secreção da alça. Encontramos
que o EHNA reduziu de forma significativa o aumento do peso e volume da secreção das
alças ileais induzidos pela TxA. BEUBLER e colaboradores (1993) concluíram que a
secreção de fluido observada na enterite induzida pela TxA era causada pela severa lesão da
mucosa intestinal. POTHOULAKIS (2000) observou que a TxA promove aumento da
secreção intestinal por dois mecanismos principais. O primeiro seria pela desagregação dos
81
filamentos de actina e quebra das zônulas de oclusão induzida pela inativação das proteínas
Rho, o que promoveria o aumento da permeabilidade intestinal. Trabalho do nosso grupo
demonstra que a TxA induz apoptose de células epiteliais colônicas humanas in vitro,
sugerindo que a morte das células intestinais seria um evento importante para o contato da
toxina com o tecido conjuntivo da lâmina própria e com a indução de inflamação e aumento
de permeabilidade (BRITO et al., 2002b). O segundo seria pela reação inflamatória induzida
pela TxA, que cursa com produção de citocinas e mediadores, infiltração de células
inflamatórias, liberação de substância P e lesão tecidual. Tem sido largamente demonstrado
que a adenosina tem uma forte atividade antiinflamatória, principalmente através da atuação
em seus receptores A
2A
e A
2B
(CRONSTEIN, 1994; BOURS et al., 2006; FREDHOLM,
1997). A adenosina endógena, liberada em locais de stress tecidual, inibe a produção de
citocinas, a migração de células inflamatórias e a lesão celular (EIGLER et al., 2000; HASKÓ
& CRONSTEIN, 2004). Assim, nossa hipótese é de que a ação antiinflamatória da adenosina,
especialmente sobre a produção de citocinas próinflamatórias e migração de células do
sistema imunológico, pode ter sido o mecanismo pela qual o uso do EHNA preveniu o
aumento do peso e da secreção induzidos pela TxA do C. difficile na alça ileal de
camundongos.
Deve ser ressaltado, entretanto, que esta redução no peso e na secreção da alça
tratada com TxA foi apenas parcial, ou seja, a administração de EHNA não reduziu estes
parâmetros ao nível do grupo controle. Consideramos como uma possível explicação, o fato
do receptor A
2B
de adenosina poder induzir a secreção de fluido pelas células epiteliais
intestinais. STROHMEIER e colaboradores (1995) demonstraram que a estimulação do
receptor A
2B
, mas não de A
1
ou A
2A
, promoveu um aumento da secreção de Cl
-
no epitélio
intestinal. Este dado é compatível com o fato que, em estudo prévio, nosso grupo demonstrou
que um agonista específico dos receptores A
2A
reduziu o peso e a secreção das alças expostas
à com TxA ao nível do controle (CAVALCANTE et al., 2006). Portanto, nossa hipótese é de
que o aumento da adenosina induzido pela inibição de ADA reduziu significativamente o peso
e a secreção da alça porque inibiu o processo inflamatório e o dano celular, mas a redução foi
parcial, pois a estimulação do receptor A
2B
pode ter induzido a secreção de Cl
-
pelas células
epiteliais intestinais.
Nesse estudo, a análise histopatológica dos tecidos de alças intestinais tratadas
com TxA mostrou destruição intensa da mucosa com perda de células epiteliais, proeminente
82
infiltrado celular inflamatório, edema intersticial e hemorragia tecidual. Hemorragia e edema
estavam também evidentes na observação macroscópica da alça ileal. Nossos achados estão
de acordo com os encontrados na literatura. FANG e colaboradores (1994) mostraram que a
exposição de segmentos de alças ileias de coelhos a TxA induziu uma intensa destruição da
mucosa e um significante infiltrado neutrofílico. KELLY e colaboradores (1994) relataram
que ocorreu um extenso dano epitelial, com quase completa destruição das vilosidades e
criptas, associado a um denso infiltrado inflamatório na lâmina própria das alças ileais de
coelhos tratadas com TxA. MENEZES (2002) observou que alças ileais isoladas de coelhos
tratadas com TxA mostraram uma acentuada diminuição nas vilosidades e na espessura da
mucosa, com destruição de epitélio e glândulas, bem como exsudação neutrofílica na mucosa
intestinal. Dados do nosso grupo também confirmaram estas alterações histopatológicas tanto
em coelho como em camundongos (CARNEIRO-FILHO et al., 2006; CAVALCANTE et al.,
2006; BARRETO et al., 2008).
Observamos que o EHNA reverteu todas essas alterações histológicas, reduzindo
a destruição da mucosa, o edema, o infiltrado celular inflamatório e a hemorragia.
Demonstramos, assim, pela primeira vez na literatura, que a inibição da enzima adenosina
desaminase pelo EHNA preveniu a lesão tecidual induzida pela TxA em alça ileal de
camundongos. Esse achado corroborou nossa hipótese de que as ações antiinflamatórias da
adenosina podem reduzir a lesão intestinal induzida pela TxA do C. difficile.
É bem reconhecido o importante papel que os neutrófilos desempenham na
patogênese da colite pseudomembranosa (LYERLY et al., 1988). Tem sido demonstrado em
vários trabalhos que a TxA, quando utilizada em modelos animais de alças intestinais
isoladas, leva a um intenso processo inflamatório com infiltração maciça de neutrófilos
(ROCHA et al., 1997; KELLY et al., 1994; CASATAGLIUOLO et al., 1998;
CAVALCANTE et al., 2006; BARRETO et al., 2008). Observamos, no nosso trabalho, que
houve um aumento da atividade de mieloperoxidase nas alças ileais tratadas com TxA. A
mieloperoxidase é uma enzima presente nos grânulos azurófilos dos neutrófilos que atua na
produção de agentes oxidantes citotóxicos. A dosagem da sua atividade representa um método
indireto de verificar a infiltração e a atividade neutrofílica local. Verificamos que o uso do
EHNA preveniu o aumento da atividade da mieloperoxidase induzido por TxA em alça ileal
de camundongos. Estes dados sugerem que o efeito protetor do EHNA sobre a inflamação e
83
destruição da mucosa induzida pela TxA é, pelo menos em parte, relacionada a inibição da
infiltração e a atividade neutrofílica pela adenosina.
Tem sido demonstrado que a inibição da transmigração neutrofílica protege contra
a lesão induzida pela TxA, fortalecendo nossa hipótese. KELLY e colaboradores (1994) e
KUROSE e colaboradores (1994) mostraram que a inibição do recrutamento de neutrófilos
por anticorpos para integrinas ou P-selectina diminuiu o dano intestinal em animais expostos à
TxA. Também foi demonstrado que anticorpos para as moléculas de adesão neutrofílicas,
CD11-CD18, marcadamente reduziram a secreção de fluido e o dano tecidual induzidos pela
TxA (KELLY, et al., 1994). Nosso trabalho recentemente publicado demonstrou que a
inibição da infiltração neutrofílica com um bloqueador de L-selectina, a fucoidina, reduziu a
injúria tecidual e a inflamação induzida pela toxina A em alça ileal de camundongos
(BARRETO et al., 2008). Por outro lado, tem sido descrito que a adenosina, pela estimulação
de receptores A
2A
e A
2B
, limita o número de neutrófilos que atravessam a vasculatura. Foi
descrito que camundongos knockout (KO) para CD39 e CD73, ou seja, com reduzidos níveis
de adenosina, tiveram um significante aumento no acúmulo de neutrófilos quando
comparados a camundongos normais (ELTZSCHIG et al., 2004). GLOVER e colaboradores
(2005 e 2007) demonstraram que agonistas do receptor A
2A
inibem a expressão de P-selectina
e a infiltração neutrofílica. YANG e colaboradores (2006) demonstraram que camundongos
KO para A
2B
exibiam uma upregulation nas moléculas de adesão E-selectina, P-selectina e
ICAM-1, bem como um aumento da adesão ao endotélio e do rolamento leucocitário, o que
não foi encontrado em camundongos com expressão normal destes receptores.
Um estudo anterior do nosso grupo demonstrou que a TxA modifica a forma e a
função dos neutrófilos, promovendo um aumento de sua adesividade ao substrato, o que
poderia contribuir para a formação das pseudomembranas e para a intensa reação inflamatória
encontrada na doença induzida pelo C. difficile (BRITO et al., 2002a). QIU e colaboradores
(1999) mostraram que a TxA purificada, quando administrada no lúmen de alças intestinais de
rato, induziu a geração de grande quantidade de metabólicos reativos de oxigênio gerados
primariamente pela infiltração neutrofílica, o que contribuiu para o dano tecidual. Vários
estudos têm mostrado que a adenosina também interfere com a função neutrofílica. BURKEY
& WEBSTER (1993) e VISSER e colaboradores (2000) mostraram que a adenosina inibiu a
produção de superóxido pelos neutrófilos estimulados pelo fMLP. THIEL e colaboradores
(2003) demonstraram que a ativação de receptores A
2A
nos neutrófilos inibiu de forma potente
84
a fagocitose, a degranulação e a formação de radicais livres do oxigênio. Estes trabalhos
reforçam nossa sugestão de que o EHNA preveniu a lesão intestinal induzida pela TxA, pelo
menos em parte, através da inibição da migração e função neutrofílica.
Tem sido demonstrado que a TxA estimula a produção de citocinas, incluindo
fator de necrose tumoral α (TNF- α) e interleucina-1β (IL-1β), e que isso pode contribuir para
os estágios precoces da reação inflamatória observada na colite pseudomembranosa (FLEGEL
et al., 1991). Nesse sentido, ROCHA e colaboradores (1997) concluíram que a migração
neutrofílica na cavidade peritoneal de ratos e na bolsa de ar induzidos pela TxA era mediado
por citocinas como TNF-α e IL-1β, liberadas por macrófagos residentes, sugerindo que esses
mediadores inflamatórios exercem importante contribuição na colite inflamatória induzida
pela TxA do C. difficile. CARNEIRO-FILHO e colaboradores (2001) mostraram que os
inibidores da produção de TNF-α, talidomida e pentoxifilina, inibiram a migração neutrofílica
induzida pela TxA do C. difficile. Trabalho do nosso grupo demonstrou que a estimulação de
células epiteliais intestinais colônicas humanas (T84) com TxA in vitro resulta na secreção de
TNF-α sugerindo que as células de revestimento do intestino humano também estão
envolvidas na resposta inflamatória a TxA (BRITO et al, 2002b). No presente trabalho,
verificamos os níveis e a expressão transcripcional de TNF- α e IL-1β no tecido de alça ileal
de camundongos C27BL/6, 3 horas após tratamento com TxA do C. difficile. Nossos
resultados reafirmaram o que existe na literatura, ou seja, a exposição à TxA induziu um
aumento na síntese de TNF- α e IL-1β na alça ileal.
TNF- α e IL-1β são potentes mediadores da resposta inflamatória aguda e
contribuem para a migração de leucócitos polimorfonucleares para os sítios de inflamação.
São produzidos principalmente por macrófagos e sua produção é mediada pela ativação do
fator nuclear κB (NF- κB) (PARKIN & COHEN, 2001). NF- κB é um fator de transcrição
envolvido na regulação positiva de genes que codificam citocinas, bem como enzimas como a
óxido nítrico sintase induzível e a cicloxigenase-2, e as moléculas de adesão ICAM-1 e E-
selectina (BARNES, 1997). Este fator de transcrição pode ser ativado por vários produtos
derivados de patógenos, bem como pelas próprias citocinas, produzindo rápidas mudanças na
expressão gênica celular. KIM e colaboradores (2006) concluíram que a ativação de NF- κB é
essencial para a expressão de citocinas em células epiteliais intestinais expostas à TxA do C.
difficile. JEFFERSON e colaboradores (1999) demonstraram que a síntese de IL-8 induzida
pela TxA em monócitos depende da ativação de NF- κB.
85
Decidimos, então, investigar o efeito do pré-tratamento com EHNA sobre o
aumento na síntese das citocinas próinflamatórias TNF- α e IL-1β. Nossos resultados
mostraram, pela primeira vez, que a inibição da enzima adenosina deaminase reduz o aumento
dos níveis e do RNA mensageiro de TNF- α e IL-1β induzidos por TxA em alça ileal de
camundongos. Diante destes dados, podemos sugerir que o efeito protetor do EHNA sobre a
inflamação e destruição da mucosa induzida pela TxA está, pelo menos em parte, relacionado
a inibição da síntese de TNF-α e IL-1β pela adenosina, e que possivelmente esta inibição
ocorre por uma ação a nível de transcrição gênica. Vários estudos têm demonstrado que a
adenosina reduz a síntese de TNF- α e IL-1β, e mais recentemente, tem sido proposto que este
nucleosídeo pode inibir o fator nuclear κB (NF- κB). KRECKLER e colaboradores (2006)
concluíram que a adenosina inibe a liberação de TNF-α por macrófagos peritoneais de ratos
via receptores A
2A
e A
2B
, e que isso poderia contribuir para os efeitos antiinflamatórios da
adenosina. SIPKA e colaboradores (2005) demonstraram que a adenosina inibe a liberação de
IL-1β por monócitos humanos ativados e que receptores A
1
, A
2A
e A
3
estão envolvidos nesse
processo. Outro estudo demonstrou que, 1 hora após a administração de LPS, camundongos
KO para receptores A
2B
tiveram um aumento de 5 vezes nos níveis de TNF-α em relação a
camundongos normais (YANG et al., 2006). Trabalho do nosso grupo demonstrou que ATL
313, um agonista do receptor A
2A
da adenosina, reduziu significativamente os níveis de TNF-
α em alça ileal de camundongos (CAVALCANTE et al., 2006). Estes estudos suportam
nossos resultados de que a inibição da adenosina desaminase, e conseqüente aumento nos
níveis de adenosina, reduz a síntese de TNF- α e IL-1β induzida pela TxA do C. difficile.
Além disso, a inibição do fator NF- κB tem sido identificada como uma possível
via de sinalização celular envolvida na ação antiinflamatória da adenosina, o que vai de
encontro com os relatos da literatura de que a TxA ativa essa via de sinalização para a
produção de citocinas. SANDS e colaboradores (2004) concluíram que a ativação do receptor
A
2A
em células endoteliais humanas previne o acúmulo de dímeros NF-κB ativos no núcleo
em resposta a estímulos como LPS, TNF-α e IFN-γ. LUKASHEV e colaboradores (2004)
mostraram que a deleção de receptores A
2A
em macrófagos resultou em um elevado acúmulo
de múltiplos transcritos de NF-κB e aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias,
como a IL-12. JIJON e colaboradores (2005) concluíram que a adenosina atua como potente
regulador negativo da sinalização de NF-κB e MAPK para a produção de citocinas pró-
inflamatórias em células epiteliais intestinais humanas. De acordo com estes dados, é possível
86
que vias de sinalização que resultem na inibição do fator de transcrição NF-κB estejam
envolvidas na redução da síntese de TNF- α e IL-1β e no efeito protetor do EHNA sobre a
enterite induzida pela TxA.
Dando continuidade ao nosso trabalho, realizamos a dosagem de interleucina-10
(IL-10) e verificamos que os níveis desta citocina não estão aumentados no tecido da alça ileal
tratada com TxA em relação ao grupo controle. A IL-10 é uma potente citocina reguladora da
resposta inflamatória que limita o dano tecidual provocado pela resposta exacerbada do
sistema imunológico a patógenos (MOORE et al., 2001). A IL-10 atua inibindo a ativação de
macrófagos e a produção de citocinas inflamatórias, além de regular a função de linfócitos T.
Esta citocina é secretada por várias células do sistema imune e há também relatos de que é
secretada de forma constitutiva por células epiteliais intestinais humanas (AUTSCHBACH et
al., 1998). É bem conhecido na literatura que camundongos com deficiência de IL-10
desenvolvem uma enterocolite espontânea induzida por uma resposta imune não balanceada a
antígenos de bactérias entéricas residentes, sugerindo que a IL-10 é uma citocina
imunoreguladora essencial no trato gastrointestinal (KÜHN et al., 1993).
Nossos achados, de que 3 horas após a injeção de TxA na alça ileal os níveis de
IL-10 se mantiveram iguais aos dos animais que receberam apenas PBS, são inéditos na
literatura. Não existem dados na literatura sobre a medida dos níveis de IL-10 na enterite
provocada pela TxA e na doença induzida pelo C. difficile. RIGBY e colaboradores (2005)
concluíram que a síntese de IL-10 por células dendríticas colônicas, 4 horas após exposição a
produtos bacterianos, varia de acordo com o estímulo antigênico. A produção de IL-10 foi
aumentada em reposta a Bifidobacteria longum, mas não aumentou após a exposição ao
Steptococcus faecium e ao LPS de Escherichia coli, sugerindo que produtos de diferentes
bactérias podem direcionar a resposta imunológica para vias diferentes no intestino, o que
contribuiria para a capacidade do intestino de tolerar a presença de alguns microorganismos e
ativar uma resposta inflamatória citotóxica a outros. Não podemos, no entanto, afirmar que
houve realmente uma inibição da síntese de IL-10 e que a ausência da elevação dos níveis
desta citocina é um mecanismo contribuinte para a lesão induzida por TxA. É possível que o
período de 3 horas não tenha sido suficiente para a produção de IL-10. DE WAAL
MALEFYT e colaboradores (1991) demonstraram que a secreção de IL-10 por macrófagos
foi detectada apenas 7,5 horas após a estimulação com LPS, e atingiu a máxima produção 20
a 48 horas após a ativação macrofágica. Assim, mais estudos precisam ser feitos para avaliar
87
se a não elevação dos níveis de IL-10 ou o atraso na produção desta citocina fazem parte da
patogênese da lesão induzida pela TxA do C. difficile.
Encontramos, neste estudo, que a administração de EHNA foi capaz de induzir
uma elevação significante nos níveis de IL-10 no tecido de alça ileal tratada com TxA. Estes
dados podem ser importantes para o entendimento do mecanismo de proteção que a inibição
da degradação da adenosina desempenha na lesão intestinal induzida pela TxA do C. difficile.
HASKÓ e colaboradores (1996) demonstraram que a injeção i.p. de agonistas dos receptores
A
1
, A
2A
e A
3
de adenosina aumentaram os níveis sistêmicos de IL-10 em modelo de
camundongos toxemiados, o que, segundo os autores, explicaria algumas ações
imunomodulatórias da adenosina liberada em grandes quantidades nos sítios de inflamação.
Adicionalmente, foi descrito que macrófagos de camundongos que não possuem receptores
A
2B
mostraram uma significativa redução nos níveis de IL-10 de 1 a 24 horas após exposição
ao LPS (YANG et al., 2006). NÉMETH e colaboradores (2001) concluíram que a ativação de
receptores da adenosina aumentou a produção de IL-10 em macrófagos estimulados pelo LPS,
sem, no entanto, afetar a atividade de promotores nem os níveis de RNA-mensageiro,
indicando um mecanismo pós-transcripcional. Assim, segundo este estudo, a adenosina é
capaz de aumentar a tradução do RNAm da IL-10, constituindo um mecanismo rápido de
aumentar os níveis desta citocina e suas ações antinflamatórias. Podemos então, a partir do
que foi exposto, sugerir que a inibição da adenosina desaminase pode ter prevenido a enterite
induzida pela TxA do C. difficile através da elevação dos níveis de IL-10.
O óxido nítrico (NO) é um gás solúvel e radical livre que participa da sinalização
de inúmeros processos fisiológicos, como relaxamento do músculo liso e vasodilatação,
neurotransmissão e agregação plaquetária (RADOMSKI & MONCADA, 1993; KIM et al.,
2001). Apesar de ser um crítico sinalizador envolvido na regulação de vários processos
fisiológicos, o NO também tem habilidade de atuar como uma molécula citotóxica, envolvida
na patogenia de uma lista crescente de doenças humanas (JEREMY et al., 2002; SZABO,
2003; WALIA et al., 2003). No trato gastrointestinal, o NO possui importante papel no
controle da motilidade, fluxo sangüíneo e secreção de muco e bicarbonato (UEKI et al., 1988;
WHITTLE et al., 1981; KUBES et al., 1991; WALLACE & MILLER, 2000). De uma
maneira geral, estes efeitos benéficos no trato gastrointestinal têm sido associados à presença
deste gás em baixas concentrações, enquanto altas concentrações estão associadas a processos
inflamatórios e podem induzir a formação de radicais derivados do nitrogênio que são tóxicos
88
para diversas linhagens celulares (WALLACE & MILLER, 2000; MUSCARÁ &
WALLACE, 1999).
O NO é formado pela ação das enzimas óxido nítrico sintases (NOS) sobre a L-
Arginina, um aminoácido endógeno, na presença de oxigênio molecular. Atualmente, existem
três isoformas conhecidas de NOS: NOS neuronal (nNOS ou NOS1), NOS induzível (iNOS
ou NOS2) e NOS endotelial (eNOS ou NOS3) (MONCADA et al., 1991; PFEILSCHIFTER
et al., 2001). Sob condições fisiológicas, as células produzem apenas uma pequena quantidade
de NO a partir da atividade das enzimas constitutivas, a eNOS e a nNOS (FLEMING &
BUSSE, 1999; RANG et al., 2004). Portanto, é a iNOS a responsável pela produção de NO
em altos níveis e a enzima envolvida na maioria dos efeitos tóxicos atribuídos ao óxido nítrico
(XIE et al., 1992).
A iNOS está normalmente ausente em células sob condições basais. Sua
expressão pode ser induzida em diferentes tipos de células e tecidos seguindo a exposição a
estímulos imunológicos e inflamatórios como o LPS bacteriano, TNF-α, IL-1β e IFN-γ,
individualmente ou em combinação (SANDERS et al., 1999; WAHL et al., 2003). A região
5’ terminal do gene da iNOS de humanos e roedores divide 66% de homologia e contem
seqüências conservadas responsivas a NF-κB, TNF-α e IFN-γ (CHARTRAIN et al., 1994).
De fato, agentes reconhecidos por interferir com a atividade de NF-κB parecem modular a
produção de iNOS e várias classes de agentes têm mostrado prevenir a expressão de iNOS
pela inibição do sistema de transdução do NF-κB, como os glicocorticóides, por exemplo
(GRISCAVAGE et al., 1996; DI ROSA et al., 1990).
Neste trabalho, realizamos a imunomarcação da iNOS em tecido proveniente de
íleo tratado com TxA do C. difficile. Nossos resultados mostraram uma marcante elevação do
número de células marcadas para iNOS em animais tratados com TxA em relação aos
controles, mais evidente em células inflamatórias. Não existem na literatura trabalhos com a
medida da expressão ou da atividade de iNOS após exposição a TxA. Entretanto, nossos
achados contrastaram parcialmente com a literatura, pois os estudos disponíveis não
mostraram, até o momento, um papel do NO ou da iNOS na fisiopatologia da enterite
induzida pela TxA do C. difficile. MELO FILHO e colaboradores (1997) demonstraram que a
TxA e a TxB não aumentaram os níveis de NO em macrófagos in vitro e o uso de um inibidor
de NOS não alterou o curso da lesão celular induzida pelas toxinas. CALDERÓN e
89
colaboradores (1998) demonstraram que a TxA não induziu um aumento dos níveis de NO em
mastócitos de ratos in vitro.
Mais recentemente, tem sido demonstrado que a inibição de GTPases da família
Rho induzem e aumentam a expressão de iNOS (MUNIYAPPA et al., 2000; HAUSDING et
al., 2000). As toxinas A e B do C. difficile têm como mecanismo de ação celular a inativação
das proteínas Rho (Rho, Rac e Cdc42) através da sua glicosilação (JUST et al., 1995).
Trabalhos in vitro utilizando TxB têm demonstrado que esta toxina promoveu um aumento da
expressão de iNOS. MUNIYAPPA e colaboradores (2000) demonstraram que a TxB do C.
difficile, através da inativação das GTPases da família Rho, aumentaram a expressão de iNOS
de maneira dose dependente em células musculares lisas de vasos de ratos. O mesmo estudo
mostrou que a ativação do fator de transcrição NF-κB teve um papel fundamental para o
aumento da expressão de iNOS. HAUSDING e colaboradores (2000) demonstraram que a
TxB aumentou a expressão de iNOS em células epiteliais alveolares humanas bem como em
fibroblastos murinos expostos a citocinas. Esse aumento ocorreu através da inibição de
proteínas da família Rho, que resultou no aumento da atividade promotora do gene e na
estabilização do RNA mensageiro de iNOS.
Tem sido relatado um aumento dos níveis de iNOS e NO em várias patologias do
trato grastrointestinal como: gastroenterites infecciosas agudas, retocolite ulcerativa, doença
de Crohn, colite linfocítica e colite colagenosa (HERUFL et al., 1999; MIDDLETON et al.,
1993; BOUGHTON-SMITH et al., 1993; LUNDBERG et al., 1997). No entanto o papel deste
aumento nos níveis de iNOS e NO tem gerado estudos com resultados divergentes.
Vários estudos têm sido feitos com camundongos nocautes para iNOS e tem sido
demonstrado que, dependendo do micróbio, a contribuição da iNOS pode ser crítica,
imperceptível ou deletéria para o hospedeiro (NATHAN, 1997). Fatores que parecem
direcionar os efeitos da expressão de iNOS incluem o tipo de insulto, tipo de tecido, nível e
duração da expressão, bem como o estado oxidativo do tecido (MOLLACE et al., 2005).
Entre seus efeitos protetores, o NO gerado pela iNOS tem sido descrito como microbicida,
antiviral, antiparasitário e antitumoral (KLEINERT et al., 2003). Entre seus efeitos deletérios
estão a formação de peroxinitrito e radicais derivados do nitrogênio, importantes mediadores
de citotoxicidade e citoestasia. (RADI et al., 1991; MOLLACE et al., 2005). Além disso,
estudos mostraram que a gastroenterite induzida por bactérias invasivas, como Escherichia
90
coli e Salmonella dublin, promoveram a uprelulation das enzimas iNOS e COX-2, o que
contribuiu para o aumento da secreção e disfunção da barreira epitelial intestinal (RESTA-
LENERT & BARRETT, 2002). Nossos resultados mostraram que existe uma forte indução da
enzima iNOS em tecidos tratados com TxA, e é possível que o NO nas concentrações
produzidas por esta enzima faça parte da patogenia da doença. QIU e colaboradores (1996)
mostraram que o uso de um inibidor da NOS aumentou a secreção ileal induzida por TxA em
ratos. Este estudo não utilizou um inibidor seletivo de iNOS, portanto o papel específico desta
enzima na fisiopatologia da enterite induzida por TxA merece estudos adicionais.
A seguir, medimos as células imunomarcadas para iNOS em tecido ileal de
animais que receberam EHNA antes da indução da enterite pela TxA. Nossos resultados
mostraram uma redução significativa do número de células marcadas para esta proteína. Estes
achados estão em acordo com o que existe na literatura. HASKÓ e colaboradores (1996)
demonstraram que o uso de agonistas da adenosina preveniu o aumento dos níveis de NO
induzido por LPS tanto in vitro como in vivo. XAUS e colaboradores (1999b) mostraram que
a estimulação de receptores A
2B
inibiu a expressão da iNOS e citocinas próinflamatórias
induzidas pelo IFN-γ em macrófagos de coelhos. PINGLE e colaboradores (2007) concluíram
que a ativação de receptores A
1
de adenosina protegeu contra a citotoxicidade do vírus HIV
através da inibição de NF-κB, o que provocou a redução da expressão de iNOS, radicais
derivados do NO e apoptose em neurônios. MARTIN e colaboradores (2006) mostraram que
a estimulação de receptores A
3
de adenosina reduziu a iNOS induzida por LPS em
macrófagos murinos e essa redução envolveu a inibição de Ca
++
intracelular e do fator NF-κB.
Assim, é possível que a redução do conteúdo de iNOS observado em nosso trabalho tenha
contribuído para o efeito protetor do EHNA na lesão induzida pela TxA em íleo de
camundongos. No entanto, precisamos antes compreender como os altos níveis de iNOS
interferem na lesão intestinal induzida pela TxA do C. difficile.
A pentraxina 3 (PTX3) é uma proteína pertencente a superfamília das pentraxinas,
proteínas multifuncionais caracterizadas por uma estrutura multimétrica, usualmente
pentamérica (PEPYS & BALTZ, 1983; BAUMANN & GAULDIE, 1994; GARLANDA et
al., 2005). Baseadas em sua estrutura, as pentraxinas podem ser divididas em dois grupos: as
pentraxinas curtas, as quais fazem parte a proteína C reativa (CRP) e o componente amilóide
P do soro (SAP), e as pentraxinas longas, na qual a PTX3 é o protótipo. A PTX3 possui
similaridades estruturais com o grupo da pentraxinas curtas, mas se diferencia pela presença
91
de um domínio N-terminal longo distinto (BOTTAZZI et al., 2006). Ao contrário das
pentraxinas curtas, cujas seqüências e regulação têm divergido do camundongo para o
homem, a PTX3 é altamente conservada na evolução, tornando os resultados obtidos em
modelos experimentais com camundongos informativos para a função desta proteína no
homem (BOTTAZZI et al., 2006).
A PTX3 é uma proteína solúvel, multifuncional, produzida em resposta a
estímulos próinflamatórios durante a resposta imunológica inata. Através da interação com
numerosos ligantes, a PTX3 apresenta funções como reconhecimento e opsonização de
micróbios, ativação da via clássica do complemento, modulação da resposta inflamatória e
remodelação tecidual (BOTTAZZI et al., 2006). O gene para PTX3 tem sua expressão
regulada positivamente em resposta a sinais inflamatórios primários, como TNF-α e IL-1β,
ativação dos receptores do tipo TOLL (TLR), e moléculas microbianas como LPS
(GARLANDA et al., 2005; BOTTAZZI et al., 2006; JEANNIN et al., 2005). Em termos de
sinalização celular, foi demonstrado, em estudos de mapeamento da região promotora no gene
da PTX3, que o fator NF-κB é um elemento chave na transcrição deste gene em resposta ao
TNF-α (BASILE et al., 1997). Estudos têm descrito que o pico de produção do RNAm para
PTX3 ocorre em média 4 a 6 horas após a exposição celular ao estímulo pró-inflamatório
(INTRONA et al., 1996; ALLES et al., 1994; BREVIARIO et al., 1992). As células
produtoras de PTX3 incluem células dendríticas, fagócitos mononucleares, fibroblastos,
células endoteliais, células do músculo liso, adipócitos, células sinoviais, condrócitos e células
epiteliais alveolares e renais (DONI et al., 2003; LEE et al., 1993; BREVIARIO et al., 1992;
ALLES et al., 1994; KLOUCHE et al., 2004; ABDERRAHIM et al., 2003; LUCHETTI et
al., 2000; NAUTA et al., 2005; DOS SANTOS et al., 2004).
Em humanos, os níveis sangüíneos de PTX3 são muito baixos em condições
normais, porém aumentam rapidamente durante condições inflamatórias e infecciosas. Assim,
vários estudos têm demonstrado que os níveis de PTX3 podem ser úteis como marcadores
precoces de gravidade e prognóstico em várias patologias (MANTOVANI et al., 2008).
MULLER e colaboradores (2001), em estudo prospectivo com pacientes sépticos criticamente
enfermos, demonstraram que o aumento dos níveis de PTX3 foi um indicador direto da
gravidade do envolvimento tecidual nos processos inflamatórios e infecciosos e estava
associado a um pior prognóstico. Altos níveis de PTX3 foram também associados à gravidade
92
de doenças infecciosas como dengue e tuberculose pulmonar (MAIRUHU et al., 2005;
AZZURRI et al., 2005). Considerando doenças intestinais, KATO e colaboradores (2007)
demonstraram que a PTX3 é produzida em altos níveis pelo intestino de pacientes com
doença inflamatória intestinal, e que seus níveis poderiam ser usados como marcadores da
atividade da doença. Adicionalmente, tem sido relatado que esta proteína pode ser usada
como um marcador de prognóstico em pacientes com várias outras patologias como
vasculites, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica
(FAZZINI et al., 2001; LATINI et al., 2004; SUZUKI et al. 2008; MALAPONTE et al.,
2007).
Como moduladora da resposta imune, as ações da PTX3 têm sido associadas a
uma atividade protetora, tornando-se essencial na resposta contra determinados patógenos, e a
uma ação danosa induzida pela resposta inflamatória exagerada em outras circunstâncias.
DIAS e colaboradores (2001) demonstraram que animais transgênicos que produzem
quantidades aumentadas de PTX3, por conterem várias cópias extras do gene, apresentaram
maior resistência ao choque tóxico induzido por LPS, bem como à infecção
experimentalmente induzida pelo procedimento de ligadura e perfuração do ceco. Nestes
animais transgênicos foram detectados níveis séricos aumentados de citocinas
proinflamatórias tais como TNF-α e IL-1β. Os macrófagos provenientes destes animais
apresentaram uma capacidade fagocítica aumentada em comparação com os macrófagos do
tipo selvagem, além de serem capazes de produzir quantidades mais elevadas de óxido nítrico
(NO) quando estimulados (DIAS et al., 2001; DINIZ et al., 2004). No entanto, outro estudo
mostrou que animais transgênicos que expressam níveis aumentados de PTX3 apresentaram
uma resposta inflamatória exacerbada e foram mais vulneráveis à morte em decorrência de
injúria por isquemia e reperfusão intestinal. Nesta situação, altos níveis séricos de TNF-α
foram associados a uma letalidade aumentada. Além de TNF-α, outros mediadores
inflamatórios foram também encontrados mais elevados nos animais transgênicos em
comparação com os camundongos do tipo selvagem, inclusive no intestino (IL-1β, MCP-1,
KC) (SOUZA et al., 2002).
O papel que a PTX3 desempenha na defesa contra patógenos tem sido
demonstrado pela observação de que animais nocautes para PTX3 são mais susceptíveis a
infecção por determinados microorganismos como Aspergillus fumigatus, Pseudomonas
aeruginosa e Salmonella typhymurium, enquanto são resistentes a infecção por Listeria
93
monocytogens e Staphilococcus aureus (GARLANDA et al., 2002). Assim, animais com
deficiência de PTX3 são mais susceptíveis à aspergilose pulmonar e os macrófagos derivados
destes animais mostraram reconhecimento defectivo da conídia do fungo e,
conseqüentemente, uma capacidade fagocítica prejudicada (GARLANDA et al., 2002). Além
disso, em um modelo experimental de infecção por Klebsiella pneumonie, um dos principais
agentes etiológicos de pneumonia nosocomial, foi verificado que a PTX3 é uma importante
moduladora da produção de TNF-α, KC e óxido nítrico no pulmão, influenciando a migração
de neutrófilos para este tecido (SOARES et al., 2006). Os resultados dos estudos com animais
nocautes para PTX3 deixaram claro o papel relevante in vivo desta proteína na resposta inata a
certos tipos de patógenos, além de evidenciarem sua ação moduladora da resposta
inflamatória, agindo localmente nos sítios de infecção e inflamação.
Considerando nosso objetivo de contribuir para o conhecimento dos mecanismos
envolvidos na patogênese da enterite provocada pela TxA do C. difficile, nos pareceu
relevante verificar a participação da PTX3 neste contexto, uma vez que, até o momento, não
há na literatura referências sobre o papel da PTX3 na doença induzida pelo C. difficile ou na
lesão induzida pela TxA. Assim, verificamos que 3 horas após a injeção de TxA na alça ileal
de camundongos ocorreu uma significativa elevação na transcrição gênica para PTX3 em
relação ao grupo controle. A partir de nossos achados, podemos concluir que a PTX3 tem
participação na reação inflamatória aguda induzida pela TxA do C. difficile em camundongos
C57BL/6. Diante do exposto anteriormente, poderíamos sugerir que o aumento de PTX3
observado pode ter estimulado a síntese de citocinas, como TNF-α e IL-1β, e potencializado a
resposta inflamatória. No entanto, são necessários mais estudos para analisar se a elevação da
PTX3 contribui para uma resposta inflamatória exacerbada e para a piora da lesão, e para
verificar se os níveis desta proteína de fase aguda se correlacionam com a severidade da lesão
induzida pela TxA do C. difficile.
A seguir, medimos a expressão transcripcional para PTX3 em animais que
receberam EHNA antes da indução da enterite pela TxA. Nossos resultados mostraram uma
redução substancial da transcrição para esta proteína, que praticamente voltou ao nível dos
animais controles. Não existem na literatura descrições sobre alguma associação entre
adenosina e PTX3. Assim, nossos achados poderiam ser justificados por uma ação da
adenosina, através da ativação de seus receptores, sobre a transcrição do gene da PTX3. No
94
entanto, há grandes chances de que nossos achados sejam um reflexo da redução da
inflamação observada nos animais tratados com EHNA.
Assim, concluímos que na enterite induzida pela TxA em camundongos o EHNA
demonstrou um potente efeito antiinflamatório, reduzindo consideravelmente a lesão tecidual,
a migração neutrofílica, a expressão e os níveis de citocinas próinflamatórias (TNF-α, IL-1β)
e produzindo um aumento nos níveis de IL-10. Além disso, a administração de TxA induziu
um aumento na expressão da proteína PTX3 e no número de células imunomarcadas para
iNOS no tecido ileal, ambos reduzidos pelo uso de EHNA.
95
CONCLUSÕES
96
6. CONCLUSÕES
- A toxina A do Clostridium difficile induz um intenso processo inflamatório em
alça ileal de camundongos caracterizado por secreção, edema, hemorragia,
infiltração neutrofílica e destruição tecidual.
- A enterite aguda induzida pela TxA cursa com uma elevação da síntese das
citocinas próinflamatórias TNF-α e IL-1β, mas não altera os níveis tecidais de IL-
10. Esta toxina também estimula a produção em altos níveis de iNOS e da proteína
de fase aguda PTX3 na alça ileal.
- O inibidor da enzima adenosina desaminase, EHNA, utilizado neste trabalho,
reduziu a secreção, o edema, a destruição da mucosa intestinal, a infiltração
neutrofílica, a produção de TNF-α, IL-1β, iNOS e PTX3 induzidos pela TxA nas
alças ileais de camundongos. Além disso, o tratamento com EHNA promoveu a
elevação dos níveis da citocina antinflamatória IL-10. Nossos achados sugerem
que esse inibidor da adenosina desaminase tem uma potente ação antiinflamatória
neste modelo de enterite induzida pela toxina A do C. difficile .
97
REFERÊNCIAS
98
REFERÊNCIAS
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ANEXO
ORIGINAL PAPER
Fucoidin Prevents Clostridium difficile Toxin-A-Induced Ileal
Enteritis in Mice
A. R. F. Barreto Æ I. C. Cavalcante Æ M. V. Castro Æ A. F. T. A. Junqueira Æ
M. R. Vale Æ R. A. Ribeiro Æ M. H. L. P. Souza Æ G. A. C. Brito
Received: 20 March 2007 / Accepted: 1 August 2007 / Published online: 1 September 2007
Ó Springer Science+Business Media, LLC 2007
Abstract Recent reports suggest increased incidence and
severity of Clostridium difficile-associated diseases. These
facts have raised the need for additional clarification of
pathogenesis and for a search for new therapeutic strate-
gies. This study evaluated the effects of the polysaccharide
fucoidin, an L-selectin blocker, on toxin-A-induced mouse
enteritis. Fucoidin (25 mg/kg) or saline (0.1 ml) were
injected systemically (ocular plexus) 5 min prior to local
challenge with toxin A (5 lg/ileal loop) or phosphate-
buffered saline (PBS). Intestinal fluid volume/length and
ileal loop weight/length ratios were calculated 3 h later.
Ileal tissues were collected for histopathology and mea-
surement of myeloperoxidase and adenosine deaminase
activity. Fucoidin significantly (P \ 0.05) prevented the
toxin-A-induced increase in weight/length and volume/
length ratios and reduced mucosal disruption, as shown in
histopathology. Fucoidin also significantly (P \ 0.05)
reduced toxin-A-induced myeloperoxidase and adenosine
deaminase activities. In conclusion, fucoidin reduces tissue
injury and inflammation in toxin-A-induced mouse
enteritis.
Keywords Fucoidin Á Clostridium difficile toxin A Á
Inflammation Á ADA activity
Introduction
Clostridium difficile, a gram-positive, anaerobic, spore-
forming bacillus, is the most common cause of nosocomial
bacterial diarrhea and accounts for 10–20% of cases of
antibiotic-associated diarrhea [1, 2]. C. difficile infection
can result in asymptomatic carriage, mild diarrhea, or
fulminant pseudomembranous colitis [3]. The main viru-
lence factors of C. difficile are two large exotoxins, toxin A
and toxin B. Both toxins disrupt the actin cytoskeleton of
intestinal epithelial cells by the glycosylation of proteins
from the Rho and Ras subfamilies [46]. A third toxin,
designated binary toxin, or CDT, with actin-specific
adenosine diphosphate (ADP)-ribosyltransferase activity,
was described from C. difficile strain CD196 in 1988 [7].
The historically low rates of severe disease and death
may have led to an underestimation of the importance of
C. difficile-associated disease. However, a recently con-
ducted analysis has suggested that both the rate and the
severity of C. difficile-associated disease may be
increasing in health care facilities [8, 9]. In addition,
indications of increased severity of C. difficile-associated
disease include several reports of cases resulting in co-
lectomies and deaths [1012]. Moreover, certain strains of
C. difficile have a propensity to cause outbreaks in health
care facilities. These outbreak-associated strains are also
resistant to common antibiotics, such as clindamycin and
fluoroquinolones, whose usage may have provided them
with a selective advantage over strains that are not
associated with outbreaks [1315]. The higher severity of
C. difficile-associated disease, including outbreak
This work was supported by grants from Conselho Nacional de
Pesquisa (CNPq) and Fundac¸a
˜
o Cearense de Apoio ao
Desenvolvimento Cientı
´
fico e Tecnolo
´
gico (FUNCAP).
A. R. F. Barreto Á A. F. T. A. Junqueira Á G. A. C. Brito (&)
Department of Morphology, Faculty of Medicine, Federal
University of Ceara
´
, Rua Delmiro de Farias, sn, Fortaleza, CE
CEP 60.416-030, Brazil
I. C. Cavalcante Á M. V. Castro Á M. R. Vale Á
R. A. Ribeiro Á M. H. L. P. Souza Á G. A. C. Brito
Department of Physiology and Pharmacology, Federal
University of Ceara
´
, Fortaleza, CE, Brazil
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DOI 10.1007/s10620-007-9957-3
infections, may be due to strains carrying CDT genes or a
deletion in the tcdC, a pathogenicity locus gene, which
may result in a loss of negative regulatory function,
leading to increased production of toxins A and B [12, 16,
17]. As a consequence, the treatment has more progres-
sively been associated with failure and recurrence, and
some cases of C. difficile-associated colitis (CDAC) have
become less responsive to treatment with metronidazole,
resulting in augmented use of oral vancomycin. All these
facts have raised the need for additional clarification of
the pathogenesis of CDAC and for a search for new
therapeutic strategies.
Sulfated fucans, frequently referred to simply as fucans,
constitute a class of polysaccharides first isolated from
marine brown algae in 1913. Recently, the search for new
drugs has generated increased interest in sulfated fucans.
The polysaccharide fucoidin, a homopolymer of sulfated L-
fucose, is known to interfere with the function of L-selectin
[18]. L-selectin is an adhesion molecule present on the
surface of leukocytes interacting with oligosaccharides on
the surface of endothelial cells and forming weak bind in
that leukocytes in the blood stream attach to and detach
from the endothelium continually, a process known as
rolling [19]. Thus, while interfering with L-selectin func-
tion, fucoidin inhibits leukocyte rolling, which is an early
and essential step in the process of leukocyte extravasation
into inflamed sites [20].
The aim of this study was to determine the effect of the
polysaccharide fucoidin on toxin-A (TxA)-induced enteri-
tis in mice through evaluation of secretion, mucosal
disruption, inflammatory parameters, and adenosine
deaminase (ADA) activity.
Methods
Animals
Male Swiss mice (25–30 g) from our own animal facilities
were housed in temperature-controlled rooms and received
water and food ad libitum. All experimental protocols were
approved by the local Animal Care and Use Committee.
Drugs and toxins
The following drugs were used: purified TxA from C.
difficile (strain # 10463; molecular weight 308 kDa),
kindly provided through our collaboration with Dr. David
Lyerly, Tech Lab, Blacksburg, VA, USA; and fucoidin
(Sigma, St. Louis, MO, USA), an L-selectin inhibitor; all
these substances were diluted in phosphate-buffered saline
(PBS) pH 7.4.
Induction of intestinal inflammation
Mice were fasted overnight but allowed access to water and
then anesthetized with ketamine and xylazine (60 and 5 mg/
kg intramuscularly, respectively). Through a midline lapa-
rotomy, one 4-cm ileal loop was ligated and injected with
either 0.1 ml of PBS pH 7.4 (control) or buffer containing
TxA (1–10 lg) [21, 22]. The abdomen was closed, and the
animals were allowed to regain consciousness. Three hours
after administration of TxA, mice were sacrificed, and the
intestinal loops were removed. Loop length, weight, and
fluid volume were recorded. A portion of the loop was frozen
at –70°C for measurement of myeloperoxidase (MPO) and
ADA activities. The remaining tissue was fixed in 10%
formalin and embedded in paraffin, and sections were stained
with hematoxylin and eosin (H&E) for histological grading
of ileal inflammation [21, 22]. Some mice received systemic
injection (ocular plexus) of fucoidin (25 mg/kg) or saline
(0.1 ml) 5 min prior to PBS or TxA (5 lg) local treatment.
Histology
Inflammation severity was scored in coded slides by a
pathologist on a scale of 1 (mild) to 3 (severe) for epithelial
damage, edema, and neutrophil infiltration as previously
described [21, 22].
Myeloperoxidase assay
The extent of neutrophil accumulation in ileal tissue was
estimated by measuring MPO activity as previously
described [23]. Briefly, 50–100 mg of ileal tissue was
homogenized in 1 ml of hexadecyltrimethylammonium
bromide (HTAB) buffer for each 50 mg of tissue. Then, the
homogenate was centrifuged at 4,000 g for 7 min at 4°C.
MPO activity in the resuspended pellet was assayed by
measuring the change in absorbance at 450 nm using o-
dianisidine dihydrochloride and 1% hydrogen peroxide.
The results were reported as MPO U/mg of tissue. A unit of
MPO activity was defined as that converting 1 (mol of
hydrogen peroxide to water in 1 min at 22°C).
Adenosine deaminase activity
Tissue samples were collected from PBS, TxA, and
TxA + fucoidin-injected mice. The tissues were homoge-
nized in eight volumes of cold phosphate buffer (50 mmol/
l, pH 7.2). These preparations were centrifuged at 10,000 g
in a refrigerated centrifuge at 5–8°C, for 30 min. The
sediments were discarded and supernatants assayed for
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ADA activity and protein content [24]. The ADA assay
was based on the measurement of ammonia produced
during the deamination of adenosine by the method of
Giusti [25], with slight modifications. In brief, to obtain a
final volume of 220 ll, 20 ll of supernatant of tissue
homogenate were added to 200 ll of adenosine (21 mM) in
phosphate buffer (50 mM, pH 7.2). A control tube (200 ll
of adenosine 21 mM), a standard tube (200 ll of ammo-
nium sulphate 75 lM in phosphate buffer), and a blank
tube (200 ll of phosphate buffer) were also produced. One
hour after incubation at 37°C, the reactions were stopped
with 600 ll of phenol/potassium nitroprusside (106 mM/
101.7 mM), and 20 ll of sample were added to control,
standard, and blank tubes. Following the addition of 600 ll
of sodium hypochlorite (11 mM) in 125 mM NaOH, all
tubes were again incubated at 37°C for 30 min and read at
628 nm. The enzyme activity in the tissue was expressed as
micromoles (lmol) of ammonium formed per milligram
(mg) of protein per hour
Statistics
Results are reported as means ± standard error of mean
(SEM) or as median values and range, where appropriate.
Univariate analysis of variance (ANOVA) followed by
Bonferroni’s test was used to compare means, and the
Kruskal–Wallis followed by Dunn’s test was used to
compare medians. A probability value of P \ 0.05 was
considered to indicate significant differences.
Results
Effect of systemic fucoidin pretreatment on murine
ileal loops injected with Clostridium difficile toxin A
The injection of TxA (5 lg/loop) into mouse ligated ileal
loops induced a statistically significant increase in weight/
ileal loop length (PBS = 30.0 ± 1.7 vs. TxA = 58.9 ± 3.9
mg/cm) and secretion volume/ileal loop-length ratios
(PBS = 0.0 ± 0.0 vs. TxA = 19.7 ± 6.0 lL/cm) (Fig. 1A,
B) compared with the control group challenged only with
PBS. Systemic pretreatment with the L-selectin blocker
fucoidin (25 mg/kg), significantly (P \ 0.05) reduced the
increase in TxA (5 lg/loop)-induced weight/ileal loop
length (TxA = 58.9 ± 3.9 vs. fucoidin = 39.3 ± 4.3 mg/
cm) and secretion volume/ileal loop-length ratios (TxA =
19.7 ± 6.0 vs. fucoidin = 4.8 ± 2.9 lL/cm) (Fig. 1A, B).
Effect of systemic fucoidin pretreatment on Clostridium
difficile toxin-A-induced histological alterations
Histological analysis of ileal tissue by H&E staining
demonstrated that TxA (5 lg/loop) caused intense mucosal
disruption and inflammatory-cell infiltration. These altera-
tions were substantially prevented by pretreatment with
fucoidin (25 mg/kg) (Fig. 2 and Table
1).
Effect of fucoidin on Clostridium difficile toxin-A-
induced myeloperoxidase activity
MPO is a microbicidal enzyme present in the azurophil
granules of neutrophils, and its presence in tissues has
been used as an index of neutrophil infiltration [23]. TxA
(5 lg/loop) caused a statistically significant (P \ 0.05)
increase in MPO activity in ileal tissue compared with
loops from the control group injected with only PBS
(TxA = 2.2 ± 0.27 vs. PBS = 0.9 ± 0.06 U/mg). Pre-
treatment with fucoidin (25 mg/kg) markedly reduced
MPO activity (P \ 0.05; TxA = 2.24 ± 0.27 vs. fucoi-
din = 1.16 ± 0.30 U/mg). MPO activity in ileal tissue
collected from animals injected with systemic fucoidin
5 min prior to TxA intraluminal injection was compara-
ble with that observed in the PBS control animals
(Fig. 3).
Fig. 1 Effect of fucoidin on weight (A) and secretion volume (B)of
murine ileal loops. The animals were treated intravenously with
fucoidin (25 mg/kg) or phosphate-buffered saline (PBS) 5 min prior
to the injection of toxin A (TxA) (5 lg/loop) or PBS in the ileal loops.
Three hours after administration of TxA, mice were killed. Weight/
ileal loop length (mg/cm) (A) and secretion volume/ileal loop length
(ll/cm) (B) are presented as means ± standard error of mean (SEM)
(n = 5–6). * P \ 0.05 compared with control (PBS) and fucoi-
din + TxA groups [analysis of variance (ANOVA)/Bonferroni]
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Effect of fucoidin on Clostridium difficile toxin-A-
induced adenosine deaminase activity
The injection of TxA (5 lg/loop) into mouse ligated ileal
loops significantly increased ADA activity within the ileal
tissue (P \ 0.05) compared with the control group chal-
lenged only with PBS (PBS = 2.06 ± 0.54 vs. TxA =
4.20 ± 0.31 lmol NH
3
/mg protein/h) (Fig. 4). Systemic
pretreatment with fucoidin (25 mg/kg) significantly
(P \ 0.05) reduced ADA activity in the ileal tissue in
TxA-challenged animals (TxA = 4.206 ± 0.316 vs. fucoi-
din = 2.772 ± 0.258 lmol NH
3
/mg protein/h) (Fig. 4).
Discussion
In this study we demonstrated that fucoidin, a polysac-
charide that acts as a ligand for L-selectin, significantly
reduces tissue injury and inflammation in C. difficile TxA-
induced mouse enteritis. L-selectin is a lectin found on the
surface of leukocytes, which interacts with oligosaccha-
rides on the surface of endothelial cells during the rolling
Fig. 2 Effect of fucoidin (L-selectin blocker) on Clostridium difficile
toxin-A (TxA)-induced histological alterations in murine ileal
segments. The mice received local treatment with phosphate-buffered
saline (PBS) (A) or TxA (5 lg/loop) (B, C) 5 min after systemic
injection of PBS (A, B) or fucoidin (25 mg/kg) (C). Fucoidin
substantially prevented inflammatory-cell infiltration and mucosal
disruption induced by TxA. Hematoxylin and eosin staining.
Magnification ·400
Table 1 Effect of fucoidin on Clostridium difficile toxin-A (TxA)-
induced histological alterations in murine ileal loops
Groups
PBS TxA
Fucoidin
Score 0 (0–0) 3 (2–3)* 1 (0–3)
Mice received systemic pretreatment (ocular plexus) with fucoidin
(25 mg/kg) or phosphate-buffered saline (PBS) (100 ll) 5 min prior
to the local injection of TxA (5 lg/loop). The control group received
only PBS. Three hours after administration of TxA, mice were sac-
rificed, and ileal tissues were collected for histopathology.
Histological analysis considered a 0–3 grade score based on the fol-
lowing parameters: epithelial damage, edema, and neutrophil
infiltration. Data is reported as medians with range within parenthe-
ses. * P \ 0.05 compared with PBS and fucoidin + TxA groups
(Kruskal–Wallis + Dunn’s test)
Fig. 3 Effect of fucoidin on Clostridium difficile toxin-A (TxA)-
induced myeloperoxidase (MPO) activity. The mice received sys-
temic treatment with fucoidin (25 mg/kg) or phosphate-buffered
saline (PBS) 5 min prior to local injection of TxA (5 lg/loop) or PBS.
Three hours later, mice were killed, and the intestinal loops were
removed and frozen (–70°C) for measurement of MPO activity. Bars
on the graph represent the MPO activity (U/mg) as mean ± standard
error of mean (SEM) (n = 5). * P \ 0.05 compared with control
(PBS) and fucoidin + TxA groups (PBS) [analysis of variance
(ANOVA)/Bonferroni]
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123
of leukocytes prior to firm adhesion. Thus, the interaction
between fucoidin and selectins inhibits leukocyte rolling,
which is an early and essential step in the process of leu-
kocyte extravasation into inflamed sites [19, 26].
The enterotoxic activity of C. difficile in animals has
been mainly attributed to TxA. Purified TxA causes
mucosal disruption with epithelial cell death, intestinal
secretion, intense mucosal inflammation, and hemorrhagic
enteritis when introduced in vivo to the intestinal lumen
[2734]. Studies by our group have shown that TxA plays
an important role in neutrophil migration, form, and
function and that these effects may be involved in the
formation of pseudomembranes pathognomonic to
pseudomembranous colitis [35]. It has been shown that
inhibition of polymorphonuclear leukocyte (PMNL)
adherence with antibodies to b
2
integrins or P selectins
decreases intestinal damage in TxA-exposed animals,
suggesting that PMNL play an important role in C. diffi-
cile-induced disease [36, 37]. Although neutrophils have an
important role in host defense, they are also implicated in
tissue damage during inflammation, and thus promote
disease [38]. The important role of neutrophils in the
pathogenesis of colitis caused by infection with C. difficile
and the abundant presence of neutrophils within TxA-
induced pseudomembranes is well known [32, 35]. Thus, it
is reasonable to conclude that the protective effect of fu-
coidin on TxA-induced mucosal disruption shown here is
mediated, at least in part, by the inhibition of neutrophil
recruitment. However, fucoidin is considered a polyvalent
reagent, and an effect on macrophage scavenger receptor
and on tumor necrosis factor (TNF)-a release has also been
shown [39, 40]. Thus, modulation of macrophage function
and cytokine release by fucoidin in this model deserves
further investigation.
The effect of fucoidin preventing neutrophil infiltration
in mouse-model TxA-induced enteritis was clearly con-
firmed in our study by the reduction of TxA-induced
increase of MPO activity to the level of control. According
to our data, it has been reported that perfusion with fu-
coidin can reduce neutrophil infiltration and myocardial
injury after ischemia/reperfusion [41]. Furthermore,
recruitment of leukocytes into cerebrospinal fluid in a
meningitis model is reduced by fucoidin [42].
In this study, we have shown that systemic fucoidin
pretreatment significantly reduced TxA-induced secretion.
In agreement with this finding, it has been demonstrated,
using a human epithelial cell line (T84), that fucoidin also
interferes with polymorphonuclear neutrophil migration
across the epithelial barrier [43]. Thus, the effect of fu-
coidin reducing TxA-induced secretion, as found here,
may be related to the prevention of neutrophil infiltration
by this polysaccharide, as neutrophil transepithelial
migration is known to modulate barrier function and
direction transport of ions and water [43]. In addition, it
has been reported that leukocyte migration is associated
with an increase in vascular permeability [44]. Thus, the
inhibition of neutrophil migration by fucoidin may also
contribute to the reduction of ileal-loop edema that,
together with reduced secretion, may account for the
decrease in weight/ileal loop length.
In another study, our group showed that TxA induces a
marked increase in the activity of the adenosine catabo-
lizing enzyme ADA in mouse ileal tissue [45]. ADA
catalyzes the irreversible deamination of adenosine and
deoxyadenosine to inosine and deoxyinosine, respectively
[46]. It has been reported that ADA has an important role
in acute immune inflammatory reactions, and its serum
level has been used as a biochemical marker for inflam-
mation and disease [47, 48]. We found here that fucoidin
also significantly reduced TxA-induced increase in ADA
activity. In agreement with our data, it has been shown that
in pleurisy induced by carragenan, MPO and ADA levels
peaked in parallel to neutrophil presence [49]. This may
have occurred because increased ADA activity is a con-
sequence of inflammation. Thus, it is possible that fucoidin
decreased ADA activity in the ileal tissue by reducing
neutrophil infiltration, which is consistent with the
observed fucoidin-induced decrease in MPO activity in
ileal tissue of TxA-challenged mice.
In conclusion, this study demonstrated for the first time
an important effect of fucoidin, an inhibitor of leukocyte
rolling through L-selectin blockage, on TxA-induced
secretion, edema, mucosal disruption, ADA activity, and
inflammatory-cell infiltration.
Fig. 4 Effect of fucoidin on adenosine deaminase (ADA) activity in
murine ileum tissue. The mouse ileal loops were injected with
phosphate-buffered saline (PBS) or toxin A (TxA) (5 lg/loop) 5 min
after systemic injection of fucoidin (25 mg/kg) or PBS. Three hours
after the administration of TxA and PBS, mice were killed, and the
intestinal loop tissue was removed for ADA assay by the method of
Giusti [25]. Bars on the graphs represent the ADA specific activity,
lmol of NH
3
/mg of protein/h, in the ileum tissue as mean ± standard
error of mean (SEM) (n = 5 to 6). * P \ 0.05 compared with control
(PBS) and fucoidin + TxA groups (PBS) [analysis of variance
(ANOVA)/Bonferroni]
994 Dig Dis Sci (2008) 53:990–996
123
Acknowledgements We gratefully acknowledge the technical
assistance of Maria Silvandira Franc¸a Pinheiro and Jose
´
Ivan Rodri-
gues de Sousa.
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