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MAITÊ ANDRÉ CAMARGO
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO
DENTINÁRIO NA ADESÃO DE UM SISTEMA ETCH AND
RINSE À DENTINA ESCLEROSADA BOVINA, APÓS ANÁLISE
MORFOLÓGICA COMPARATIVA À DENTINA ESCLEROSADA
HUMANA
São Paulo
2007
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Catalogação-na-Publicação
Serviço de Documentação Odontológica
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Camargo, Maitê André
Avaliação da influência do tratamento dentinário na adesão de um sistema etch
and rinse à dentina esclerosada bovina, após análise morfológica comparativa à
dentina esclerosada humana / Maitê André Camargo; orientador Antonio Alberto de
Cara. -- São Paulo, 2007.
130p. ; 30 cm.
Tese (Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Área de
Concentração: Dentística) -- Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo.
1. Dentina esclerosada – Morfologia superficial 2. Tratamentos dentinários –
Sistema etch and rinse 3. Dentística
CDD 617.675
BLACK D2
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADO AO AUTOR A
REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
São Paulo, ____/____/____
Assinatura:
E-mail:
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Maitê André Camargo
Avaliação da influência do tratamento dentinário na adesão
de um sistema etch and rinse à dentina esclerosada bovina,
após análise morfológica comparativa à dentina esclerosada
humana
Tese apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo,
para obter o título de Doutor pelo Programa
de Pós-Graduação em Odontologia.
Área de Concentração: Dentística
Orientador: Prof. Dr. Antonio Alberto de Cara
São Paulo
2007
FOLHA DE APROVAÇÃO
Camargo MA. Avaliação da influência do tratamento dentinário na adesão de
um sistema etch and rinse à dentina esclerosada bovina, após análise
morfológica comparativa à dentina esclerosada humana [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
São Paulo, / /2007
Banca Examinadora
1) Prof.(a). Dr(a)._______________________________________________
Titulação:_____________________________________________________
Julgamento:______________________ Assinatura:____________________
2) Prof.(a). Dr(a)._______________________________________________
Titulação:_____________________________________________________
Julgamento:______________________ Assinatura:____________________
3) Prof.(a). Dr(a)._______________________________________________
Titulação:_____________________________________________________
Julgamento:______________________ Assinatura:____________________
4) Prof.(a). Dr(a)._______________________________________________
Titulação:_____________________________________________________
Julgamento:______________________ Assinatura:____________________
5) Prof.(a). Dr(a)._______________________________________________
Titulação:_____________________________________________________
Julgamento:______________________ Assinatura:____________________
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Martha e Mauro
Ao meu marido Geraldo
Aos meus filhos Malu e Beto
Dedico este trabalho, com todo meu amor.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Antonio Alberto de Cara - querido Toninho -
agradeço a dedicação na orientação de mais este trabalho. Mais do que
isso, agradeço a amizade, paciência e atenção ao orientar minha vida
profissional.
À amiga Maria Inez Roda querida Ig - pelo tempo dedicado, pela ajuda
desinteressada na execução de mais este trabalho, pelo carinho e amizade
tão fundamentais.
À Prof
a
. Dr
a
. Márcia Martins Marques, agradeço todo apoio no decorrer do
Curso e sua importante colaboração na orientação deste trabalho.
À Prof
a
. Dr
a
. Luciana Corrêa, pela orientação na utilização do software
Imagelab.
À Prof
a
. Dr
a
. Adriana Bona Matos, cujos ensinamentos metodológicos foram
muito importantes para minha formação como um todo.
A todos os professores do Departamento de Dentística, pelo conhecimento
transmitido.
Aos colegas do Curso de s-Graduação em Dentística, pela ajuda, carinho
e companheirismo durante o Curso.
Aos funcionários do Departamento de Dentística, Soninha, Marilene, Davi,
Ana Maria, Leandro, Aldo, Arnaldo, e ao Luisinho, da manutenção, pela
preciosa colaboração.
Às funcionárias do serviço de Pós-Graduação da FOUSP, pelos irretocáveis
serviços prestados.
Aos funcionários Celso, do IPEN, e Haroldo, do LELO, pelo auxílio na
obtenção das eletromicrografias.
À Roberta de Souza, do Laboratório de Epidemiologia e Estatística do
Instituto Dante Pazzanese, pelo auxílio na análise estatística.
Às bibliotecárias Águida e Vânia, pelo auxílio na revisão e formatação de
texto.
Ao colega Helio Sebastiani, por ceder os dentes bovinos utilizados neste
estudo.
Aos meus sogros Maura e Geraldo, e à Dora, pela importante ajuda no
período de elaboração deste trabalho.
Camargo MA. Avaliação da influência do tratamento dentinário na adesão de
um sistema etch and rinse à dentina esclerosada bovina, após análise
morfológica comparativa à dentina esclerosada humana [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
RESUMO
A prática clínica evidencia a necessidade de qualidade na adesão a tecidos
dentinários alterados, a exemplo da dentina esclerosada, comumente
encontrado em pacientes idosos. Estudos in vitro e in vivo demonstram uma
resistência adesiva à dentina esclerosada menor comparativamente à
normal. A dentina bovina vem sendo utilizada em substituição à dentina
humana em testes de adesão; entretanto, não relatos na literatura da
utilização de substrato bovino com características de esclerose. Os objetivos
deste estudo foram comparar a morfologia superficial da dentina esclerosada
bovina e humana, e avaliar a influência de diferentes tratamentos dentinários
na adesão de um sistema etch and rinse à dentina esclerosada bovina. Para
a análise morfológica, foram utilizados incisivos bovinos (n=3) e humanos
(n=3) com desgaste incisal e exposição de dentina com características de
esclerose: acastanhada, lisa e brilhante - o aspecto vítreo. Os dentes foram
preparados para avaliação através de microscopia eletrônica de varredura
(MEV). Três áreas pré-estabelecidas de cada espécime foram
eletromicrografadas. Os números de túbulos abertos por área foram obtidos
nas eletromicrografias (n=9 por espécime) para efeito de comparação. Os
resultados não revelaram diferenças estatísticamente significantes (p<0,05)
entre o número de túbulos nos dois substratos comparados (Dentina
humana 31,89 ± 23,94; Dentina bovina 30,33 ± 18,14). Para a avaliação da
resistência adesiva, foram utilizados 36 incisivos bovinos, 6 dos quais
íntegros (G1) e 30 com dentina esclerosada exposta (G2 a G6), divididos em
6 grupos (n=6): G1 condicionamento ácido (condac) por 15s; G2 condac por
15s; G3 condac por 30s; G4 aplicação de EDTA e condac 15s; G5
asperização com ponta diamantada e condac por 15s; G6 polimento com
pasta diamantada e condac por 15s. A análise de variância demonstrou
diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) entre as médias dos
grupos, reveladas pelo teste de Tukey (G1 18,87 ± 5,36 MPa; G2 12,94 ±
2,09 MPa; G3 11,73 ± 0,64 MPa; G4 11,14 ± 1,50 MPa; G5 22,75 ± 4,10
MPa; G6 22,48 ± 2,71 MPa). Com base na análise morfológica, concluímos
que a dentina esclerosada de bordos incisais humanos e bovinos
apresentam densidade tubular semelhante. O ensaio mecânico permitiu
concluir que a resistência de união do sistema adesivo utilizado à dentina
esclerosada bovina é inferior comparativamente à dentina bovina normal. O
aumento do tempo de condicionamento ácido e o uso de EDTA não são
procedimentos capazes de melhorar os valores de resistência adesiva à
dentina esclerosada bovina. asperização mecânica, seja por ponta
diamantada ou pasta diamantada, é um tratamento de superfície eficiente na
melhora da adesão.
Palavras-chave: Adesão; Dentina esclerosada; Resistência adesiva; Micro-
tração
Camargo MA. Assessment of the influence of dentin treatment on the
bonding of an etch and rinse system to bovine sclerotic dentin, after
morphological analysis comparing it to human sclerotic dentin [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
ABSTRACT
Clinical practice evidences the need for quality in bonding to altered dentin
tissues, as is the case of sclerotic dentin, commonly found in aged patients.
In vitro and in vivo studies demonstrate lower bond strength to sclerotic
dentin as compared to normal dentin. Bovine dentin has been used to
replace human dentin in bond strength tests. However, there are no reports
in the literature on the use of bovine substrate with characteristics of
sclerosis. The objectives of this study were to compare the superficial
morphology of bovine and human sclerotic dentin, and to assess the
influence of different dentin treatments on the bonding of an etch and rinse
system to bovine sclerotic dentin. For the morphological analysis we used
bovine (n=3) and human (n=3) incisors, with exposure of dentin with
characteristics of sclerosis: brownish, smooth and shiny the vitreous
appearance. The teeth were prepared for assessment on a scanning electron
microscope (SEM). Three pre-determined areas of each sample were
submitted to the SEM. The number of open tubule per area was obtained in
the electron micrographs (n=9 per sample) for comparison purposes. The
results did not show statistically significant differences (p<0.05) between the
number of tubule in the two substrates compared (Human dentin 31.89 ±
23.94; Bovine dentin 30.33 ± 18.14). To assess the bond strength we used
36 bovine incisors, of which 6 were complete (G1) and 30 with exposed
sclerotic dentin (G2 to G6), divided into 6 groups (n=6): G1 acid conditioning
(AC) for 15s; G2 AC for 15s; G3 AC for 30s; G4 application of EDTA and AC
for 15s; G5 roughening with a diamond tip, and AC for 15s; G6 polishing with
diamond paste and AC for 15s. The analysis of variance showed statistically
significant differences (p<0.05) between the group means, as revealed by
Tukey test (G1 18.87 ± 5.36 MPa; G2 12.94 ± 2.09 MPa; G3 11.73 ± 0.64
MPa; G4 11.14 ± 1.50 MPa; G5 22.75 ± 4.10 MPa; G6 22.48 ± 2.71 MPa).
Based on the morphological analysis, we concluded that the sclerotic dentin
of bovine and human incisor edges have similar tubular density. The
mechanical test allowed us to conclude that the bond strength of the bonding
system to sclerotic bovine dentin was lower than for normal bovine dentin.
The increase in acid conditioning times and the use of EDTA are not
procedures that can improve the values of bond strength for bovine sclerotic
dentin. Mechanical roughening, either using a diamond tip or a diamond
paste is an efficient surface treatment to improve bonding.
Keywords: Adhesion; Sclerotic dentin; Microtensile bond strength
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4.1 - Amostra bovina metalizada e áreas pré-determinadas para
serem eletromicrografadas........................................................55
Figura 4.2 - Amostra humana metalizada e áreas pré-determinadas para
serem eletromicrografadas........................................................55
Figura 4.3 - Software Imagelab com ferramenta de contagem de
estruturas...................................................................................57
Figura 4.4 - Dente incluído com bordo incisal esclerosado paralelo ao plano
horizontal....................................................................................60
Figura 4.5 - Dispositivo para padronização da asperização com ponta
diamantada................................................................................63
Figura 4.6 - Taça de borracha posicionada sobre dente do grupo 6.............64
Figura 4.7 - Bloco de resina composta fotopolimerizável sobre dente
bovino........................................................................................66
Figura 4.8 - Cortes seriados paralelos no sentido mésio-distal.....................67
Figura 4.9 - Representação esquemática de corpo-de-prova em forma de
palito ideal..................................................................................68
Figura 4.10 - Jig de Geraldelli posicionado na máquina de testes universal
Mini Instrom 4442.......................................................................70
Figura 4.11 - Representação esquemática de fratura adesiva e coesiva no
corpo-de-prova...........................................................................71
Figura 5.1 - Comparação do número de bulos entre os dois grupos
experimentais.............................................................................76
Figura 5.2 - Comparação das médias de resistência adesiva entre os seis
grupos experimentais.................................................................79
Figura 5.3 - Eletromicrografias de varredura de dentinas humana e
bovina.........................................................................................82
Figura 5.4 - Eletromicrografias de varredura de dentina bovina
representativas dos seis grupos experimentais.........................83
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Estatística descritiva do número de túbulos na área estudada
..............................................................................................75
Tabela 5.2 - Testes para comparação das médias do número de túbulos
entre os grupos.......................................................................77
Tabela 5.3 - Estatística descritiva dos resultados obtidos no teste de
microtração para os seis grupos experimentais avaliados.....78
Tabela 5.4 - Análise de variância das médias de resistência adesiva (MPa)
dos grupos experimentais obtidas no ensaio de
microtração.............................................................................78
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
EDTA ácido etilenodiamino tetra-acético
GM gliceril mono-metacrilato
H
3
PO
4
ácido fosfórico
HEMA hexaetil metacrilato
HMDS hexametildisilazano
MFA microscópio de força atômica
MEV microscopio eletrônico de varredura
MO microscópio óptico
PVC poli cloreto de vinila
LISTA DE SÍMBOLOS
% por cento
+ mais ou menos
o
grau
o
C graus Celcius
cm centímetro
g grama
h hora
K
t
concentração de tensão
min minuto
mm milímetro
mm
2
milímetro quadrado
MPa Mega Pascal
N Newton
n número de corpos-de-prova
nm nanometro
polegada
pH potencial de Hidrogênio
rpm rotações por minuto
s segundo
W Watt
x vezes
µm micrometro
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO..........................................................................17
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................21
3 PROPOSIÇÃO..........................................................................49
4 MATERIAL E MÉTODOS.........................................................50
5 RESULTADOS.........................................................................75
6 DISCUSSÃO.............................................................................86
7 CONCLUSÕES.......................................................................104
REFERÊNCIAS.........................................................................106
APÊNDICES..............................................................................114
ANEXOS....................................................................................129
17
1 INTRODUÇÃO
A expectativa de vida do brasileiro tem aumentado nos últimos anos,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Com
o aumento da idade média da população, torna-se mister o aprimoramento
de uma Odontologia voltada para as necessidades do idoso.
Os cuidados odontológicos com pacientes acima de 60 anos visam a
manutenção e preservação de dentes saudáveis, o que se refletirá no seu
bem estar de um modo abrangente. Ausências dentais ou a presença de
problemas como ries, doença periodontal, desgastes dentais acentuados
podem afetar a eficiência da mastigação, a fonética e a estética (GEISSLER;
BATES, 1984). Esses fatores, associados a uma possível diminuição da
auto-estima, podem produzir distúrbios psicológicos e, em última instância,
diminuição da qualidade de vida do idoso.
Uma situação freqüente nos pacientes da chamada terceira idade é a
presença de incisivos abrasionados, desgastados fisiológica e/ou
patologicamente. A reabilitação desses elementos dentais envolve o uso de
procedimentos adesivos, a fim de restabelecer a anatomia dental perdida.
O tecido dentinário exposto em decorrência do desgaste do esmalte
dental de forma crônica tem coloração caramelo-acastanhada, é brilhante e
mostra-se extremamente liso - o chamado aspecto vítreo. A dentina com
essas características macroscópicas recebe a denominação de dentina
esclerosada, e apresenta peculiaridades do ponto de vista histológico, como
18
obliteração dos túbulos dentinários às custas de deposição de dentina
peritubular.
Estudos in vitro demonstram o fato de que a resistência adesiva à
dentina esclerosada, hipermineralizada, é menor comparativamente à
dentina normal (KUSUNOKI et al.,2002; KWONG et al., 2002; LOPES et al.,
2003; TAY; PASHLEY, 2004). As alterações estruturais ocorridas nesse
tecido parecem levar a uma resistência ao condicionamento ácido
convencional ou mesmo menor adesividade aos primers utilizados nos
sistemas adesivos modernos. Em outros termos, a presença da dentina
esclerosada parece dificultar a hibridização da mesma e,
consequentemente, diminuir a retenção de restaurações adesivas nesse tipo
de substrato. A camada híbrida formada na dentina esclerosada apresenta-
se mais fina do que na dentina normal, ou mesmo ausente em alguns
trechos, com falha na formação de tags, dados que são evidenciados em
estudos de microscopia eletrônica (EL-DIN; MILLER; GRIGGS, 2004).
Estudos in vivo confirmam também essa complexidade de resistência
adesiva à dentina esclerosada. Em virtude do exposto, variações técnicas
foram propostas com o intuito de melhorar a resistência adesiva à dentina
esclerosada, dentre as quais destaca-se o aumento do tempo de
condicionamento ácido. Asperizações mecânicas da superfície dentinária,
remoção superficial da dentina alterada, aplicação de substâncias químicas
como EDTA, ácido cítrico ou hipoclorito de sódio o outros recursos
pesquisados (AHID et al., 2004; MARSHALL et al., 2000; PHRUKKANON et
al., 2000; TORII et al., 2003).
19
Razões éticas, a dificuldade cada vez maior de obtenção e a
impossibilidade de padronização no tempo de armazenamento pós-extração,
acabam por restringir o uso de dentes humanos em determinadas pesquisas
laboratoriais. Consequentemente, tem aumentado o uso de substratos
alternativos que permitam a comparação com dentes humanos, in vitro. A
dentina bovina vem sendo utilizada em substituição à dentina humana em
testes de adesão, por apresentar uma matriz orgânica composta
predominantemente de colágeno tipo I, à semelhança da matriz dentinária
humana (PHRUKKANON et al., 2000).
Alguns estudos compararam a morfologia das dentinas humana e bovina,
enquanto outros preocuparam-se em avaliar o próprio comportamento
desses substratos em testes de adesão. Não há relatos na literatura,
entretanto, a respeito da utilização da dentina esclerosada bovina em
pesquisas laboratoriais. A dentina bovina oriunda de animais de idade
madura poderia prestar-se para efeito de comparação, em virtude do padrão
mastigatório dos mesmos e conseqüente desgaste fisiológico apresentado
pelos incisivos. O aspecto clínico dos dentes bovinos nessas condições
revela desgaste do esmalte e exposição de um tecido muito similar ao
aspecto da dentina esclerosada humana encontrada em bordos incisais
desgastados.
A análise do substrato bovino, inicialmente sob seu aspecto morfológico,
pode abrir novos horizontes para a pesquisa do comportamento da dentina
esclerosada frente aos mecanismos de adesão. É de grande importância,
portanto, comparar o aspecto morfológico da dentina esclerosada bovina à
20
dentina humana nas mesmas condições clínicas, bem como a resistência de
união de um sistema adesivo a esse tecido bovino alterado.
21
2 REVISÃO DA LITERATURA
O presente estudo pressupõe um conhecimento básico em diversas
esferas para análise dos resultados obtidos e uma discussão crítica dos
mesmos. Alguns temas serão, para tanto, revisados separadamente.
Para a compreensão das características do processo de adesão à
dentina esclerosada, é preciso conhecer a histofisiologia de um tecido
dentinário normal, as características do próprio tecido alterado e o conceito
de hibridização, no qual se fundamenta a união do sistema adesivo utilizado
neste estudo à estrutura dental.
Serão também revisados estudos comparativos entre dentina humana
e bovina, trabalhos de base sobre o ensaio de microtração, e pesquisas
conduzidas com intuito de melhorar a qualidade da adesão à dentina
esclerosada.
2.1 Características da dentina
A dentina, segundo Ten Cate (2001), é um tecido composto
basicamente por 35% de matéria orgânica (fibras colágenas e
mucopolissacarídeos) e 65% de matéria inorgânica (hidroxiapatita). Marshall
et al. (1997) apontam uma composição da dentina primária, formada durante
22
o desenvolvimento dental, de 50% em volume de minerais na forma de
cristais muito pequenos (5X30X100nm), 30% de matéria orgânica
representada por colágeno tipo I e 20% de fluido similar ao plasma. Outras
proteínas não colágenas e outros componentes orgânicos estão presentes
em pequenas quantidades, com funções não bem descritas ou
estabelecidas.
A dentina é um tecido dotado de umidade própria, razão pela qual
apresenta particularidades no que concerne à adesão de materiais
restauradores. Esse substrato possui a característica peculiar de apresentar
túbulos ou neis dentinários, observados ao microscópio eletrônico
(BHASKAR, 1989). Os bulos dentinários o circundados diretamente pela
denominada dentina peritubular, formadora de suas paredes. Entre eles,
evidencia-se a dentina intertubular que, apesar de altamente mineralizada,
apresenta uma matriz orgânica de fibras colágenas dispostas ao redor dos
túbulos. No interior dos túbulos, corre um fluido dentinário e encontram-se
prolongamentos odontoblásticos, que provevelmente se extendem até o
limite amelo-dentinário (MARSHALL et al., 1997).
A densidade dos bulos e sua orientação espacial variam de acordo
com sua localização no dente. um menor número de bulos nas
proximidades da junção amelo-dentinária e um maio número próximo à
polpa. Densidade tubular menor é encontrada em dentina radicular
(MARSHALL et al., 1997).
O complexo dentino-pulpar apresenta uma dinâmica própria,
evidenciada por modificações fisiológicas, decorrentes do passar da idade, e
23
por alterações provenientes de processos patológicos, com o
desenvolvimento de diferentes tipos de dentina (MARSHALL et al., 1997). O
complexo dentino-pulpar é, portanto, capaz de promover reações defensivas
frente a injúrias externas (STANLEY et al., 1983).
Uma variedade de substratos dentinários alterados é encontrada na
prática diária, entre os quais se incluem a dentina esclerosada, a
transparente, a afetada por cárie, desmineralizada, remineralizada,
reparativa. O conhecimento atual dessa variabilidade clínica de substratos
ironicamente é extremamente limitado quando comparado ao
desenvolvimento da tecnologia adesiva (TAY; PASHLEY, 2004). A definição
sobre os aspectos estruturais e propriedades de cada um desses tipos de
dentina é escassa na literatura. Mais especificamente, a despeito da
informação disponível na literatura sobre as características da dentina
esclerosada, ainda existem lacunas no estudo desse tipo de substrato.
A dentina esclerosada é um tecido diferente do normal, dotado de
evidentes alterações histológicas. Basicamente, o que se conhece a respeito
das características da dentina esclerosada refere-se à análise do substrato
encontrado em lesões cervicais não-cariosas, clinicamente freqüentes em
lesões de classe V, com formato de cunha, ou ao tecido reacional
encontrado sob lesões de rie. A dentina esclerosada parece atuar como
uma barreira protetora, diminuindo a permeabilidade do complexo dentino-
pulpar aos irritantes químicos (STANLEY et al., 1983). A literatura revisada
não se refere especificamente à dentina esclerosada presente em bordos
incisais.
24
Alguns trabalhos (EL-DIN; MILLER; GRIGGS, 2004; GIACHETTI et
al., 2002; YAGI; SUGA, 1990; YOSHIYAMA et al., 1989) sugerem que os
túbulos dentinários podem estar obliterados na dentina esclerosada, por uma
deposição contínua de dentina peritubular. Em estudo microradiográfico da
dentina esclerosada, Weber (1974) observou um pequeno número de
túbulos ocluídos pela esclerose fisiológica, e um grau de mineralização
intratubular aumentado na esclerose patológica.
Brannstromm e Garberoglio (1980) examinaram ao micorscópio
eletrônico de varredura túbulos dentinários localizados em superfícies de
dentina submetidas à atrição artificial. Encontraram muitos túbulos
completamente obliterados por material similar ao encontrado na dentina
peritubular, e outros túbulos com graus variados de redução em sua luz.
Seus achados sugeriram, na época, que a dentina esclerosada em dentes
submetidos à atrição pode sofrer um processo de oclusão tubular decorrente
de um crescente crescimento de dentina peritubular, com participação do
meio oral e saliva.
Yoshiyama et al. (1989) investigaram alterações estruturais nos
túbulos dentinários de espécimes obtidos de dentina hiperestésica e
insensível, por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Nas áreas de
dentina naturalmente insensível, encontraram a maioria dos túbulos
obliterados por cristais mineralizados de diversos tamanhos, e atrofia parcial
dos processos odontoblásticos. Os mesmos autores Yoshiyama et al.
(1990), confirmaram os achados anteriores, agora num estudo ultra-
estrutural dos túbulos dentinários através de microscopia eletrônica de
25
transmissão e microanálise radiográfica. As imagens de transmissão
mostraram claramente a oclusão dos túbulos por cristais minerais nas áreas
naturalmente insensíveis.
Yagi e Suga (1990), analisaram túbulos dentinários da dentina
esclerosada presente em diferentes situações sob cárie, lesões de atrição
e abrasão, dentina radicular transparente e encontraram diferentes
características no formato e disposição dos cristais no interior dos bulos.
Acreditam que a deposição mineral no interior do túbulo devido à esclerose
aconteça sob condições individuais.
Mixson et al. (1995) descreveram a morfologia da superfície
dentinária de lesões de abrasão e erosão, livres de cárie, analisada sob
espectroscopia fotoacústica e microscopia eletrônica de varredura. As
margens gengivais e paredes oclusais apresentaram orientação lateral dos
túbulos dentinários, enquanto túbulos abertos em secção transversal foram
observados na porção profunda do sulco de dentina. A relação
mineral/proteína das amostras de dentina esclerosada sugeriu um conteúdo
mineral aumentado.
Estudo de Marshall et al. (2000) sobre alterações estruturais da
dentina esclerosada durante desmineralização em soluções ácidas,
observadas em microscópio de força atômica (MFA), mostrou não haver
mudanças significantes na nanodureza ou módulo de elasticidade da dentina
intertubular, o que sugere que não existam grandes alterações no conteúdo
mineral dessa região, uma vez que o conteúdo mineral está associado à
mudanças nas propriedades mecânicas. Entretanto, os autores acreditam
26
que outras alterações químicas devam ocorrer nessa dentina, tornando-a
mais resistente à desmineralização.
A dentina esclerosada mostra alterações no diâmetro e conteúdo
tubular, o que leva a vários graus de obliteração (GIACHETTI et al, 2002).
Esse fenômeno decorre da aposição de dentina peritubular associada à
deposição de cristais intra-tubularmente; porém, não consenso, segundo
esses autores, sobre a origem desse aumento mineral. As hipóteses giram
em torno de duas teorias: fenômeno passivo de dissolução e precipitação ou
envolvimento ativo dos processos odontoblásticos vindos da polpa.
Classificam a esclerose dentinária como um fenômeno multifatorial.
Segundo El-Din, Miller e Griggs (2004), a esclerose reacional ocorre
em resposta a estímulos de baixa intensidade como abrao mecânica,
erosão química, tensão flexural, enquanto que dentina reparativa se deposita
na câmara pulpar em resposta a agressões mais severas, como cáries,
procedimentos operatórios agressivos ou irritações agudas. Relatam que
lesões esclerosadas não são sensíveis, em virtude da presença de
depósitos minerais que ocluem os túbulos dentinários, reduzindo a
movimentação do fluido dentinário na dentina exposta. Quanto à aparência
clínica da dentina esclerosada, os autores atribuem o aspecto vítreo desse
tecido a mudanças nas características ópticas do mesmo, decorrentes da
própria deposição mineral.
Tay e Pashley (2004) revisaram a literatura a respeito das
características da dentina esclerosada, detalhando seu aspecto estrutural
através da análise sob microscopia eletrônica de transmissão. Os autores
27
inicialmente descreveram pormenores das características morfológicas
desse tecido dentinário alterado, conjecturando sobre fatores que
explicassem sua etiologia, para fornecer dados que permitissem
compreender seu diferente comportamento frente aos sistemas adesivos.
Lesões cervicais o cariosas revelam a presença de uma camada
hipermineralizada, que contém bactérias em porções profundas não
atingidas pela escovação diária. A presença de bactérias parece estar
envolvida na patogênese dessa camada hipermineralizada. Ou seja, a
dentina inicialmente desmineraliza, para então hipermineralizar. Essa
hipermineralização implica numa maior densidade mineral
comparativamente à dentina esclerosada sob ela. A camada
hipermineralizada também apresenta cristais de apatita maiores, alinhados
longitudinalmente. Outro importante aspecto é a desnaturação da matriz
colágena existente, resultando num leito de microfibrilas de colágeno
desnaturado.
Suppa et al. (2006), conduziram um estudo imunohistoquímico a fim
de detectar eventuais alterações na matriz orgânica da dentina esclerosada
encontrada sob lesões cariosas. Baseados na metodologia empregada,
observaram que a distribuição de fibrilas colágenas e proteoglicanas é
significativamente menor na dentina esclerosada do que na dentina normal.
Essa redução na antigenicidade da matriz orgânica da dentina esclerosada
sob lesões de cárie leva a um questionamento sobre o potencial de
remineralização intrafibrilar.
28
Conhecidas as características histológicas da dentina esclerosada,
cabe citar que existe entre os estudiosos uma preocupação em quantificar
de alguma forma o grau de esclerose dentinária observado
macroscopicamente. A escala de esclerose dentinária da Carolina do Norte
(KUSSUNOKI et al., 2002; PRATI et al., 1999; YOSHIYAMA et al., 1996) é
um método de diagnóstico visual que permite graduar clinicamente o grau de
esclerose:
Categoria 1: não esclerose evidente; dentina opaca e amarelo-clara, sem
descoloração; pequena transparência ou transluscência
Categoria 2: transluscência irregular superior a 50% da área
Categoria 3: transparência irregular ou transluscência superior a 50% da
área
Categoria 4: aparência vítrea, amarelo-escura ou acastanhada; maioria da
área exibindo transluscência ou transparência.
2.2 Adesão
Os sistemas adesivos atualmente utilizados na prática clínica
empregam basicamente duas maneiras de promover retenção à estrutura
dental (LOPES et al., 2002). Uma delas consiste na remoção completa da
camada de esfregaço pela ação de um agente condicionador ácido, seguida
de lavagem, previamente à aplicação do agente adesivo o chamado
29
sistema total etch ou etch and rinse (MUNCK et al., 2005). A outra, prevê a
incorporação da camada de esfregaço como parte do substrato de adesão
o sistema self-etching ou self-conditioning.
Sabe-se que a morfologia da camada de esfregaço é determinada
pelo instrumento utilizado para criá-la, e que sua composição também é
influenciada pela área de dentina em que foi gerada. A camada de esfregaço
oblitera os túbulos dentinários e contém, em quantidades variáveis, sangue,
saliva, bactérias e partículas de esmalte e dentina (YU et al., 1993).
Os sistemas adesivos self-etching ou self-conditioning, segundo a
literatura revisada, parecem promover uma adesão menos eficiente à
dentina esclerosada do que os sistemas etch and rinse (GORACCI;
BERTELLI; FERRARI, 2004; STRYDOM, 2004; TAY et al., 2000; VAN
DIJKEN, 2004; YOSHIYAMA et al., 1996).
Kwong et al. (2000) examinaram a ultraestrutura da dentina
esclerosada infiltrada por resina após aplicação de um self-etching primer
(Clearfil Liner Bond 2V, Kuraray Japão), com e sem um pré-
condicionamento com ácido fosfórico. Afirmaram que a remoção da camada
superficial e/ou o condicionamento com ácidos mais fortes, como o fosfórico
a 40%, podem ser procedimentos interessantes para produzir adesão mais
forte à dentina esclerosada.
Goracci et al. (2004) demonstraram um desempenho
significativamente inferior de sistemas adesivos self-etching (Adper Prompt
L-Pop, 3M ESPE; Xeno CF II, Sanking Kogyo; Adhe SE, Ivoclar-Vivadent)
30
em relação a um sistema etch and rinse (Excite, Vivadent), tanto em esmalte
quanto em dentina normal, em testes de microtração.
Munk et al. (2005) afirmaram que sistemas etch and rinse de três
passos aplicados à dentina ainda superam outros sistemas de aplicação
simplificada, revelando valores de adesão maiores em testes de microtração,
bem como maior durabilidade da adesão. Segundo os autores, apenas os
sistemas etch and rinse de dois passos se aproximam do grupo anterior,
acrescidos de alguns benefícios clínicos, como facilidade de uso e redução
da sensibilidade técnica.
Van Dijken (2004) avaliou a durabilidade de adesão de três sistemas
adesivos simplificados à dentina em 144 lesões de classe V não-cariosas,
realizadas em 90 pacientes. Os sistemas estudados foram Clearfil Liner
Bond 2, One Coat Bond e Prompt-L-Pop. O autor concluiu que os três
sistemas promoveram retenção clínica inicial aceitável, mas demonstraram
taxas de perda aumentadas nos 2 anos seguintes de acompanhamento.
Também Goracci, Bertelli e Ferrari (2004) demonstraram em sua
pesquisa de adesão à bordos incisais desgastados ou fraturados, que
sistemas adesivos que preconizam o condicionamento ácido como um passo
separado apresentam resultados de adesão melhores nessas regiões,
quando comparados aos sistemas self-etching.
Tan et al. (2006) avaliaram a resistência adesiva de três sistemas
adesivos à dentina esclerosada presente em lesões cervicais não cariosas,
por teste de microtração. Os sistemas adesivos utilizados foram o etch and
rinse Scothbond Multipurpose (3M ESPE), um auto-condicionante de três
31
passos (Contax) e um autocondicionante de passo único (Adper Prompt L-
Pop). Para os dois primeiros sistemas, a resistência adesiva à dentina
esclerosada foi significativamente menor do que à dentina normal. Os
autores atribuíram esse resultado à inferior micromorfologia dos tags de
resina. Entretanto, para Adper Prompt L-Pop a resistência à dentina normal
foi menor do que à esclerosada, possivelmente porque adesivos com baixo
pH possam aderir mais eficazmente à dentina esclerosada.
Na técnica de condicionamento ácido total ou etch and rinse, a
dentina é condicionada com um ácido orgânico ou inorgânico, seguida de
lavagem com spray de água e ar, e posterior infiltração do adesivo resinoso
à matriz colágena exposta, com conseqüente formação de uma camada de
dentina impregnada por resina, denominada camada brida (TAY;
PASHLEY, 2004).
A camada híbrida foi mencionada pela primeira vez por Nakabayashi,
Kojima e Masuhara (1982), como uma zona de transição entre resina e a
estrutura dentinária. Esses autores evidenciaram o fato de que a adesão à
dentina devido ao travamento dos tags de resina no interior dos túbulos é
mais fraca do que a adesão à dentina como um conjunto, pela co-
polimerização de monômeros contendo grupamentos hidrofóbicos e
hidrofílicos infiltrados no próprio substrato dentinário.
Perdigão et al. (1999) também discorreram sobre a formação da
camada híbrida. Recomendaram que após condicionamento ácido e
lavagem da dentina, a mesma seja deixada úmida para prevenir um colapso
das fibras colágenas. A descrição dos autores revela que a água residual
32
ocupa os espaços entre as fibras colágenas, enquanto o solvente do adesivo
carrega os monômeros para um íntimo contato com as mesmas, resultando
em um emaranhado de dentina adesiva dentro dos espaços da rede de
fibras colágenas. A estrutura resultante é a camada brida ou zona de
interdifusão dentina / resina.
Estudos que analisaram a camada híbrida sob microscopia eletrônica
de varredura contribuíram com importantes informações para a
compreensão da adesão à dentina esclerosada. A formação da camada
híbrida na interação com a dentina esclerosada é deficiente
comparativamente à dentina normal, ou mesmo ausente em alguns trechos
(GUIDA et al., 2003). A própria adesão à dentina esclerosada é menos
eficiente comparativamente à dentina normal (SODERHOLM, 1995).
El-Din, Miller e Griggs (2004) salientaram que as dentinas
esclerosadas inter e peritubular contêm mais minerais ácido-resistentes do
que a dentina tida como normal, o que faz com que a camada de esfregaço
nessa dentina alterada seja menos solúvel em ácidos.
Yoshiyama et al. (1996) avaliaram a resistência adesiva de três
sistemas adesivos (All-bond 2, Scothbond Multi-Purpose e Clearfil Liner
Bond 2) à dentina de lesões cervicais com aspecto de cunha, comparando
os valores das margens oclusais e gengivais, pelo teste de microtração. Não
encontraram diferenças regionais significantes, mas sim valores inferiores de
adesão à dentina esclerosada em relação ao grupo controle de dentina
normal, para todos os sistemas adesivos. Clearfil Liner Bond 2 apresentou a
menor espessura de camada híbrida.
33
Prati et al. (1999) conduziram um estudo a fim de avaliar a morfologia
dos prologamentos de resina e camada híbrida de diversos sistemas
adesivos em dentina humana superficial comparativamente à profunda, em
substrato jovem, velho e esclerosado. As duas últimas apresentaram
camadas híbridas finas, com poucos prolongamentos resinosos, e escassos
prolongamentos laterais em relação à dentina normal.
Segundo Hashimoto et al. (2000), a formação satisfatória da camada
híbrida exige que os componentes dos sistemas adesivos sejam
corretamente aplicados, com impregnação completa dos espaços abertos da
trama colágena pela resina adesiva. Quando exposição prolongada ao
condicionamento ácido, a força adesiva tende a diminuir, por contração da
camada híbrida devido à dessecação durante esse processo de
supercondicionamento. Os autores observaram ao MEV a presença de zona
desmineralizada sem penetração de adesivo, e concluíram que a espessura
da área hibridizada não é proporcional ao período de condicionamento, ou
seja, a camada híbrida não aumenta conforme o aumento do tempo de
aplicação do agente condicionante (ácido fosfórico a 35%).
Phrukkanon et al. (2000) estudaram a influência da aplicação de
hipoclorito de sódio a 12,5% ou colagenase tipo I a 0,1% sobre a resistência
adesiva em dentina bovina condicionada por ácido. Foram utilizados os
sistemas adesivos One Coat Bond e Single Bond, e realizado teste de
tração. Para ambos sistemas adesivos, a resistência adesiva após a
aplicação de 1 minuto de NaOCl e 3 horas de colagenase foi
significativamente maior do que a do grupo controle sem tratamento. A falha
34
encontrada foi principalmente na adesão entre dentina e resina, com
pequenas regiões exibindo falha coesiva na resina. Os autores concluíram
que a resistência adesiva depende da qualidade da camada híbrida, e não
de sua espessura.
Tay e Pashley (2004) observaram grandes variações na morfologia da
camada híbrida formada em dentina esclerosada, o que pode explicar o alto
coeficiente de variação encontrado em testes de microtração para avaliar a
resistência adesiva a esse tipo de substrato.
Por conta da adesão deficiente à dentina esclerosada, comprovada
em estudos in vitro e in vivo, variações nos protocolos convencionais de
adesão têm sido sugeridas ao longo dos anos (HEWLETT, 2003). Clínicos e
pesquisadores têm lançado mão de recursos como asperizações mecânicas,
aumento do tempo de condicionamento ácido, utilização de outras
substâncias químicas, na tentativa de melhorar a qualidade de adesão à
dentina esclerosada ou, em última instância, aumentar a longevidade das
restaurações executadas nesse tecido.
Van Dijken (2000) conduziu um estudo a fim de avaliar a retenção
clínica de três sistemas adesivos em lesões cervicais não-cariosas, durante
um período de 3 anos. Os sistemas utilizados foram um sistema de três
passos (EBS / Pertac Hybrid), um de frasco único (One Step / Pertac Hybrid)
e um cimento de inonômero de vidro resino-modificado (Fuji II LC),
colocados em 148 lesões cervicais das quais 87 com dentina esclerosada.
Destas, 37 foram asperizadas com ponta diamantada antes do
condicionamento ácido, o que o aumentou a retenção das restaurações
35
após a avaliação. Os sistemas de três passos e o cimento de ionômero de
vidro resino-modificado apresentaram padrões de retenção aceitáveis,
enquanto que um alto índice de falha foi registrado para o sistema de frasco
único. O mesmo autor, Van-Dijken (2004), investigou a durabilidade de três
sistemas adesivos (Clearfil Liner Bond 2, One Coat Bond e Prompt L Pop)
em 144 lesões de classe V não cariosas abrasões ou erosões das quais
98 apresentavam dentina esclerosada. Os índices de falha de restaurações
em dentina esclerosada e normal não diferiu significativamente nessa
avaliação clínica. Também o houve diferenças no desempenho das
restaurações executadas sobre superfícies asperizadas ou não com pontas
diamantadas em alta rotação.
Tani et al. (2001) investigaram a eficiência da adesão à dentina
esclerosada presente em defeitos cervicais, medindo a fenda decorrente da
contração de polimerização, bem como dureza Vickers da superfície de
adesão. Observaram que a formação dessa fenda foi completamente
prevenida quando quando as paredes cavitárias foram submetidas a um
modelo experimental de sistema adesivo, composto por tratamento com
solução de EDTA 0,5 mol / L por 60 segundos, aplicação de um primer GM
(gliceril mono-methacrilato) 35% em volume e aplicação do adesivo Clearfil
Photo Bond. A observação ao MEV revelou remoção de debris superficiais
na dentina condicionada pelo EDTA, com abertura dos túbulos dentinários.
O condicionamento da dentina com ácido fosfórico e com EDTA foi
comparado por Blomlof et al. (2001). Para tanto, condicionaram superfícies
dentinárias com ácido fosfórico a 32% por 15 seg e com EDTA a 24% por 3
36
min, e testaram através de ensaio de cisalhamento a resistência de união
dos sistemas All-Bond 2 e Prime&Bond NT à essas dentinas condicionadas.
Através dos resultados de seu estudo, concluíram que o uso do EDTA em
combinação com o sistema All-Bond 2 resultou numa resistência adesiva
significativamente maior do que com o condicionamento ácido convencional.
Kusunoki et al. (2002) avaliaram o efeito de um sistema adesivo dual
(Clearfil Photo Bond, Kuraray) à dentina esclerosada comparativamente à
dentina normal, também medindo a fenda proveniente da contração de
polimerização. As paredes dentinárias foram pré-tratadas com e sem primer
dentinário composto de um álcool polivalente semelhante ao HEMA, e as
alterações estruturais causadas por esse condicionamento foram analisadas
ao microscópio eletrônico de varredura. Com a utilização do primer,
completa integridade marginal foi observada independente do tipo de
dentina. Sem o primer, completa integridade foi obtida em metade dos
espécimes de dentina esclerosada e nenhum de dentina normal. Segundo
os autores, a dentina esclerosada é parte das defesas naturais do
organismo, e não deveria ser exposta ao condicionamento ácido, o que
poderia causar danos a sua estrutura.
Kwong et al. (2002) avaliaram in vitro a resistência adesiva de dois
sistemas self-etching e total-etching à dentina esclerosada, na presença
e ausência de condicionamento ácido. Avaliaram também comparativamente
dentina e dentina esclerosada. A resistência adesiva à dentina foi
significativamente maior do que à dentina esclerosada, cerca de 25%, nas
37
condições desse experimento. Na dentina esclerosada, não houve diferença
significativa entre os métodos de condicionamento utilizados.
Lopes et al. (2003) realizaram um estudo in vitro a fim de verificar se
existem diferenças na adesão do sistema Single Bond (3M) à dentina normal
e hipermineralizada, bem como avaliar se um condicionamento ácido por
tempo prolongado poderia melhorar a resistência adesiva. Observaram
nesse estudo que a camada híbrida formada na dentina esclerosada era
bastante fina, com raros prolongamentos no interior dos túbulos dentinários
e, quando presentes, curtos. O aumento do tempo de condicionamento ácido
30 segundos, ou seja, o dobro do padrão - resultou num número maior de
prolongamentos intra-tubulares. Esse estudo sugeriu que o maior grau de
mineralização da dentina esclerosada torna mais difícil a adesão a esse
substrato. Entretanto, um aumento no tempo de condicionamento ácido
resultou em resistência adesiva da dentina esclerosada (63,2 + 15,6 MPa)
similar à dentina normal (67,7 + 13,3 MPa).
Torii et al. (2003) investigaram o efeito de uma solução aquosa de
EDTA aplicada previamente ao sistema adesivo na resistência adesiva das
resinas à dentina normal de dentes bovinos, através de teste de tração. O
EDTA possui uma habilidade de descalcificação que afeta o substrato
dentinário. Os autores utilizaram em seu estudo um sistema adesivo de
frasco único (Single Bond), um sistema auto-condicionante (Clearfil SE
Bond) e primers auto-condicionantes (One-up Bond F e Reactmer Bond).
Para estes últimos, o uso do EDTA foi efetivo no aumento da resistência
adesiva, entretanto não ofereceram melhora para os demais sistemas.
38
Marquezini Jr et al. (2003) testaram o efeito da extensão do tempo de
condicionamento na resistência de união de dois sistemas adesivos à
dentina normal: Clearfil SE Bond e Single Bond. Para o primeiro sistema, o
aumento do tempo de condicionamento não resultou em variação
significante da resistência adesiva à dentina (37,5 MPa 15s e 42,8 Mpa 30s).
para o segundo sistema, o aumento do tempo de aplicação do ácido
fosfórico resultou em aumento significante da resistência adesiva (25 MPa
15s e 42,6 MPa 30s).
Lopes et al. (2004) avaliaram in vitro a resistência adesiva a lesões
cervicais naturais de dois sistemas adesivos total-etch de frasco único
(Single Bond e Optibond Solo Plus), por meio de teste de microtração, com
dois tempos de condicionamento ácido: 15 e 30 segundos. O aumento do
tempo de condicionamento resultou num melhor prognóstico de adesão à
dentina esclerosada para o adesivo Single Bond (25,6 MPa 15s e 35,9 MPa
30s), mas não para Optibond Solo Plus (30,9 MPa 15s e 19 MPa 30s).
Também Zhou e Hu (2006) se propuseram a examinar o efeito do
tempo de condicionamento ácido, 15s e 30s, na interface de adesão do
sistema Scothbond Multipurpose Plus (3M ESPE) à dentina esclerosada
humana de lesões cervicais não cariosas, ao MEV. Observaram na dentina
esclerosada condicionada por 15s, uma camada híbrida com tags pequenos
no interior dos bulos. O aumento do tempo de condicionamento resultou
em maior número de tags, com formação de camada híbrida na dentina
peritubular. Concluíram, em sua avaliação, que dobrar o tempo de
condicionamento ácido melhora o aspecto ultraestrutural da interface
39
adesiva na dentina esclerosada, o que poderia ser uma maneira eficiente de
melhorar a própria adesão.
Ruggeri et al. (2007) realizaram uma análise imunohistoquímica do
colágeno e proteoglicanas de dentinas radiculares expostas, submetidas
diversos tratamentos, entre os quais condicionamento com ácido cítrico a
10% e condicionamento com EDTA a 17%. Entre as conclusões de seu
estudo, os autores puderam observar que a despeito de sua acidez, tanto
ácido cítrico quanto EDTA foram capazes de preservar as propriedades
bioquímicas e estruturais da matriz dentinária exposta.
2.3 Dentes humanos X dentes bovinos
A dentina bovina vem sendo utilizada em substituição à dentina
humana em testes de adesão, por apresentar uma matriz orgânica composta
predominantemente de colágeno tipo I, à semelhança da matriz dentinária
humana (PHRUKKANON et al., 2000).
Ao comparar número por mm
2
e diâmetro de túbulos dentinários
bovinos e humanos, Schilke et al. (2000) observaram não haver diferenças
estatisticamente significantes entre ambos, sugerindo que os incisivos
bovinos se prestam à substituição de molares humanos em testes de
adesão.
40
Correa et al. (2003, 2005) compararam a morfologia das dentinas
humana e bovina, encontrando uma densidade tubular similar, isto é,
quantidade de túbulos por área parecida nos dois substratos. Entretanto, o
diâmetro desses túbulos mostrou-se diferente: a dentina bovina apresentou
túbulos maiores junto ao esmalte e menores junto à polpa, ao contrário da
dentina humana.
Alguns estudos comprovam a semelhança nos próprios valores de
resistência adesiva à dentina bovina quando comparadas à dentina humana
(NAKAMISHI; IWAKU; FUSAYAMA, 1983; RUEGGEBERG; CAUGHMAN,
1993; SAUNDERS, 1988), ainda que outros façam ressalvas quanto a isso
(ANIDO, 2003; RETIEF et al., 1990).
Nakamichi, Iwaku e Fusayama (1983) compararam a adesão da
resina composta a dentes humanos e bovinos. Constataram não haver
diferenças estatisticamente significantes na adesão ao esmalte e à dentina
superficial utilizando esses dois tipos de dentes. Também Saunders (1988)
observou que tanto a dentina quanto o esmalte bovino apresentaram
resultados semelhantes aos dentes humanos, ao sofrerem condicionamento
ácido.
Retief et al. (1990) compararam a resistência adesiva do sistema
Scothbond 2 às dentinas humana e bovina, por meio de teste de
cisalhamento, e avaliaram a microinfiltração. Diante dos resultados de seu
estudo, os autores acreditam que o uso de dentes bovinos ao invés de
dentes humanos não seja recomendado para esses tipos de testes.
41
Anido (2003) comparou a resistência adesiva da dentina humana e
bovina em três diferentes profundidades, por meio de um teste de
cisalhamento, a fim de estabelecer uma possível relação de profundidade
entre os substratos visando a substituição da dentina humana em testes de
adesão. De acordo com os resultados desse estudo, foi possível concluir
que houve diferença significativa entre a resistência adesiva em dentes
humanos e bovinos, sendo que os maiores valores foram encontrados para
os dentes humanos. Para ambos os substratos, os maiores valores foram
encontrados para dentina superficial, seguida da média e da profunda.
Houve semelhança de comportamento entre dentina humana superficial e
dentina bovina profunda, o que permitiu ao autor afirmar que esta última se
presta aos estudos laboratoriais de resistência adesiva como indicativo do
desempenho inicial de novos produtos.
Os substratos para testes de adesão à estrutura dental estão
diretamente relacionados às variações nos resultados (RUEGGEBERG,
1991). Os fatores que, segundo o autor, podem afetar os resultados dos
testes de adesão são o efeito do tempo decorrido após a extração, as
condições de armazenamento, o potencial de infecção, o preparo superficial
e/ou cavitário antes da aplicação do adesivo e o efeito da localização do
teste.
O período de armazenamento dos dentes a serem utilizados em
qualquer estudo, desde a exodontia até a execução do teste propriamente
dito, pode variar. A literatura se preocupa em determinar se esse tempo de
42
armazenamento, bem como as condições de armazenamento, podem
influenciar o processo de adesão ao esmalte e dentina.
Williams e Svare (1985) estudaram os efeitos de diferentes tempos de
armazenamento de dentes humanos, antes do processo de adesão de
resina composta ao esmalte. Os dentes de seu estudo foram armazenados
durante 24 horas, 3 meses e 5 anos. O teste de resistência ao cisalhamento
foi aplicado após a adesão. Não houve diferenças estatisticamente
significantes entre os valores médios dos grupos de dentes armazenados
pelo menor período (24 horas), curto período (3 meses) e longo período (5
anos).
Pashley et al. (1988) analisaram a força de adesão a caninos
humanos in vivo e in vitro após a extração, em intervalos de tempo de 30
minutos, um dia, uma semana e um mês. Não houve diferenças
estatisticamente significantes entre os valores dos dois grupos (in vivo e in
vitro), nos tempos de armazenamento propostos pelos autores.
Beech, Tyas e Solomon (1991) observaram a influência do tempo
transcorrido após a exodontia na adesão do Scocthbond Self-Cure à dentina
humana, em teste de tração. Os dentes extraídos, submetidos ao teste 15
minutos após a extração, apresentaram melhores resultados do que os
dentes extraídos armazenados durante 15 meses previamente ao teste.
Numa crítica aos testes de resistência à adesão, Van Noort et al.
(1989) demonstraram a necessidade de padronização dos procedimentos,
tanto em relação aos materiais utilizados quanto ao modo de execução do
teste.
43
2.4 Ensaio de microtração
Uma importante propriedade de um material adesivo,
diretamente relacionada ao seu desempenho mecânico, é a sua resistência
adesiva. Dentre os testes utilizados para sua avaliação, o ensaio de
microtração proposto por Sano et al. (1994) veio trazer algumas vantagens
em relação aos testes de resistência à tração, que requeriam uma área
grande de superfície de adesão (PASHLEY et al., 1995).
O método prevê a execução de cortes perpendiculares entre si no
dente preparado, para confecção de corpos-de-prova em formato de palitos,
com secção transversal aproximada de 1mm
2
. Os palitos posicionados e
fixados por meio de cola a um dispositivo específico são tracionados em
máquina de testes universal, a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os valores
de resistência adesiva são calculados pela razão entre a carga necessária
para ruptura do corpo-de-prova e a área de sua interface adesiva.
No artigo em que relatam essa metodologia, Sano et al. (1994)
estudaram a relação entre a área de adesão e resistência adesiva de 3
sistemas adesivos: Clearfil Liner Bond 2, Scotchbond Multi-Purpose e o
ionômero de vidro Vitremer. Para áreas de superfície aderida abaixo de
0,4mm
2
, a força de adesão à tração aproximou-se de 55 MPa, 38 MPa e 20
MPa, respectivamente. Pequenas áreas de superfície foram associadas a
forças de tração maiores, enquanto que maiores áreas mostraram menores
forças de tração. Diante desses resultados, os autores concluíram que a
44
força de adesão é inversamente proporcional à área de superfície aderida. O
teste de microtração permite, portanto, medir resistências altas, avaliar áreas
irregulares, obter um número maior de falhas adesivas em relação às falhas
coesivas e avaliar mais facilmente fraturas ao microscópio eletrônico de
varredura, por trabalhar numa pequena área adesiva. Entretanto, está
associado a uma maior dificuldade técnica no preparo dos corpos-de-prova e
sua adaptação à máquina de testes.
Cardoso, Braga e Carrilho (1998) avaliaram testes de microtração,
tração e cisalhamento na determinação da resistência adesiva de três
sistemas adesivos. O teste de microtração apresentou médias de resistência
(31,69 MPa) mais altas que os testes de cisalhamento (9,68 MPa) e o teste
de tração (6,85 MPa). A pequena interface adesiva no teste de microtração
pode apresentar menores defeitos quando comparada com amostras
maiores (testes de cisalhamento e tração), o que explica os resultados
encontrados. Menores defeitos aumentariam a força adesiva e diminuiriam a
variação dos resultados.
Pashley et al. (1999) revisaram a literatura a respeito do teste de
microtração, descrevendo as várias modificações propostas ao longo dos
anos. Confirmaram que a essência do teste consiste na divisão do dente
aderido a resina em pedaços de 0,5 a 1,0mm de espessura, que são
cortados de modo que a força se concentre na interface adesiva durante o
teste. Dentre as várias vantagens dessa cnica está o fato de que cada
dente produz múltiplos espécimes. Além disso, o necessidade do uso
de matriz para limitar a área adesiva, pois a mesma é delimitada pelo próprio
45
espécime cortado. Segundo os autores, essa técnica vem sendo utilizada,
entre outros casos, para comparar dentina normal e esclerosada.
Como já observado por Sano et al. (1994), os procedimentos de
confecção dos corpos-de-prova para o teste são críticos e suas
particularidades se refletem nos resultados de resistência adesiva obtidos.
Uma série de fatores devem ser considerados na análise dos resultados; o
substrato envolvido, formato do corpo-de-prova, método de corte para sua
obtenção, área de adesão e características das superfícies fraturadas são
alguns dos itens que merecem ser analisados.
Chappell et al. (1997) e Schreiner et al. (1998) confeccionaram
espécimes em formato de ampulheta ao invés de palito. Cortes iniciais no
dente a ser testado promoviam a obtenção de fatias, as quais eram então
desgastadas na interface adesiva por meio de ponta diamantada esférica em
alta rotação, de modo a se reduzir a área de união a ser testada. No entanto,
uma maior incidência de fraturas prematuras, principalmente para materiais
com resistência adesiva relativamente baixa, foi associada à metodologia de
obtenção de espécimes em forma de ampulheta. Com relação à resistência
adesiva, espécimes em forma de palito apresentam valores
significativamente maiores que os obtidos em forma de ampulheta
(BOUILLAGUET et al., 2001; PASHLEY et al., 1999; SADEK et al., 2004).
Meira et al. (2004) analisaram o fator de concentração de tensão (K
t
)
em espécimes de teste de microtração com formato de ampulheta, por meio
de análise de elementos finitos. Concluíram em seu estudo que variações na
geometria dos espécimes e modo de aplicação da carga podem ser
46
responsáveis por parte dos diferentes valores de resistência encontrados
nos testes de microtração. Afirmam que a fixação dos espécimes pelos dois
lados é uma maneira simples e fácil de reduzir K
t
.
Na descrição inicial do método, considerava-se que uma superfície
plana era absolutamente necessária para a execução do teste. Ramires-
Romito (2005) inovaram sob esse aspecto, conduzindo um estudo em que
não houve planificação prévia do substrato, buscando áreas o mais planas
possíveis dentro de superfícies lisas dos dentes.
O método de corte para obtenção dos espécimes tradicionalmente
utilizado é o disco diamantado, usado em máquina específica. A vibração
gerada por esse tipo de corte vem causando um número grande de falhas
nos espécimes, especialmente em esmalte (FERRARI et al., 2002). Dificulta,
ainda, a obtenção de espécimes de tamanho regular. Por essa razão, Sadek
et al. (2005) testaram um novo método de corte para obtenção dos
espécimes em forma de palito, por meio de um fio impregnado de diamante,
encontrando um menor número de falhas e, conseqüentemente, resultados
em esmalte superiores aos descritos para corpos-de-prova obtidos com
disco diamantado.
Após ensaios mecânicos de resistência de união, sugere-se que as
superfícies rompidas dos corpos-de-prova sejam avaliadas quanto à
topografia superficial para que informações adicionais complementem os
achados do ensaio mecânico (HASHIMOTO et al., 2002). Pode-se
estabelecer uma classificação do tipo de falhas, de acordo com o local em
que aconteceram: na interface de união (adesiva) ou em um dos substratos
47
(coesiva) Este tipo de análise é importante para verificar se o teste está
sendo conduzido de forma adequada, induzindo tensões de modo a romper
a interface de união e não os substratos aderidos, que segundo Sano et
al. (1994) e Pashley et al. (1995), os ensaios de resistência adesiva devem
induzir as tensões na interface de união de maneira uniforme para que a
interface seja solicitada e não o substrato. Um alto número de fraturas
coesivas poderia indicar falha metodológica.
Análise qualitativa visual é o método mais freqüentemente utilizado
para análise das fraturas (GARCIA et al., 2002). A magnificação das
imagens varia desde a observação a olho nu, passando pelo microscópio
ótico (MO) e MEV. A microscopia óptica é de simples utilização e os
aumentos podem chegar a 1200 vezes. Devido a sua baixa profundidade de
foco, a análise ao MO é dificultada em superfícies irregulares. Análise ao
MEV permite a análise de superfícies irregulares, como superfícies de
fratura, com aumento variável de 20 até 100.000 vezes (ELIAS; LOPES,
2001). Entretanto, requer etapas adicionais de preparos dos espécimes e
tem custo elevado.
Outro fator relevante na análise dos dados obtidos pelo teste de
microtração diz respeito ao que se considera como unidade experimental no
ensaio. Quando da introdução do método, considerava-se o corpo-de-prova
como unidade experimental, com a vantagem de que poucos dentes
forneceriam uma grande amostra (SANO et al., 1994). Com o passar dos
anos, essa prática foi sendo abandonada pelos estudiosos, que passaram a
considerar o dente como unidade experimental (SILVA, 2002). Uma média
48
calculada com os espécimes testados para cada dente é que seria levada
em consideração para efeito de análise estatística. Dessa maneira,
eliminava-se a falha estatística anteriormente praticada: os corpos-de-prova
provenientes de um mesmo dente haviam recebido o mesmo tratamento, e
portanto os dados não poderiam ser considerados isoladamente
(LOGUERCIO et al., 2005).
A maneira de se calcular essa média de valor por dente também varia
entre pesquisadores que se utilizam do teste para avaliação de resistência
adesiva. Alguns autores incluem os corpos-de-prova perdidos, que não
chegaram a ser testados, para efeito de cálculo, atribuindo-lhes valor zero ou
um valor mínimo variável, em torno de 4 a 5 MPa (PASHLEY et al., 1999),
enquanto outros simplesmente os desprezam, por desconhecimento da real
resistência de união (YOSHIYAMA et al., 1996).
49
3 PROPOSIÇÃO
Diante dos aspectos abordados na revisão da literatura, os objetivos
do presente estudo são:
3.1 Comparar as características morfológicas superficiais da dentina
esclerosada bovina e humana, através de microscopia eletrônica de
varredura (MEV).
3.2 Avaliar a resistência adesiva de um sistema etch and rinse de frasco
único à dentina bovina esclerosada comparativamente à dentina bovina
normal, através de teste de microtração.
3.3 Avaliar a influência de diferentes tratamentos de superfície sobre a
adesão de um sistema etch and rinse de frasco único à dentina bovina
esclerosada, através de teste de microtração.
50
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Análise morfológica
4.1.1 Obtenção dos dentes
Nesta fase do estudo, foram utilizados três incisivos humanos e três
incisivos bovinos, que apresentavam desgaste do esmalte incisal e
exposição de dentina com características macroscópicas de esclerose:
aspecto vítreo, brilhante, coloração caramelo-acastanhada.
Os incisivos humanos foram fornecidos pelo Banco de Dentes
Humanos da Faculdade de Odontologia da USP, após aprovação de projeto
de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa desta Faculdade (ANEXO
A).
Não é possível saber a idade dos pacientes cujos dentes se
encontram no Banco de Dentes, e tampouco o tempo decorrido desde a
extração dos mesmos. Portanto, a seleção dos dentes para serem utilizados
neste estudo se deu pelo seu aspecto macroscópico. Selecionamos os
dentes pelo desgaste observado, isto é, dentes que já não apresentavam
esmalte em seu bordo incisal, mas sim dentina esclerosada exposta numa
área aproximada de 2mm
2
. Dentes nessas condições de desgaste são
51
típicos de indivíduos usualmente acima de 50 anos de idade, em virtude da
própria função mastigatória exercida ao longo dos anos e, portanto, se
enquadravam na proposta de nosso estudo de comparar dentes
considerados idosos do ponto de vista funcional.
Cumpre ressaltar que o Banco de Dentes Humanos da Faculdade de
Odontologia da USP trabalha dentro de normas de biossegurança
estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Os
dentes doados ao Banco são limpos com curetas periodontais para remoção
do ligamento periodontal e debris aderidos e mantidos em geladeira, imersos
em água destilada, trocada semanalmente. No momento em que são
fornecidos aos pesquisadores, são acondicionados em embalagens plásticas
e esterilizados em autoclave.
Os incisivos bovinos foram extraídos de mandíbulas de animais
abatidos em frigorífico com finalidade de comercialização de carne. A
padronização desses dentes, portanto, foi controlada, uma vez que foi
possível acompanhar todo o processo desde a extração dos dentes até sua
utilização na pesquisa, aprovada pela Subcomissão de Bioética de Animais
da FOUSP (ANEXO B).
Segundo dados obtidos na Casa do Agricultor, localizada no
município de Tietê, estado de São Paulo, é possível se determinar a idade
provável do animal pelo número de incisivos permanentes que apresente:
-0 incisivos: até 19 meses
-2 incisivos: até 24 meses
-4 incisivos: até 36 meses
52
-6 incisivos: a partir de 36 meses
O interesse de nosso estudo encontrava-se nos dentes que
apresentassem características de esclerose, típicos de animais com idade
igual ou superior a 3 anos. Solicitamos aos funcionários do frigorífico que
armazenassem as mandíbulas dos animais abatidos nessa faixa etária a
uma temperatura de -20
o
C. As mandíbulas foram então transportadas até o
Laboratório de Pesquisa em Dentística da Faculdade de Odontologia da
USP em caixa térmica contendo gelo, e novamente mantidos em congelador
a -20
o
C (Cônsul, Brasil – FAPESP: 02/02003-3).
Procuramos padronizar o tempo decorrido entre a obtenção das
mandíbulas e a utilização dos dentes em 1 mês. Quando do início da
pesquisa, as mandíbulas foram descongeladas em temperatura ambiente
por 3 horas. A seguir, os dentes foram extraídos com auxílio de elevadores
apicais apropriados para exodontia de dentes humanos e fórceps (Quinelato
– SP, Brasil).
Os dentes foram limpos com curetas periodontais (Hu-Friedy
Chicago, EUA) para remoção do ligamento periodontal e debris aderidos, e
mantidos em água destilada até o dia seguinte, quando foram utilizados na
pesquisa.
53
4.1.2 Preparo das amostras para MEV
Todos os dentes foram seccionados a 2 mm de distância do bordo
incisal, paralelamente ao mesmo, por meio de disco diamantado dupla-face
periférico (Vortex Ind. E Com. De Ferramentas Diamantadas Ltda, Brasil)
montado em mandril para contra-ângulo de baixa-rotação (N270, Dabi
Atlante – SP, Brasil), para obtenção de fragmentos de 2 mm de espessura. A
espessura dos fragmentos foi medida por meio de paquímetro digital com
resolução de 0,01mm/.0005” (Mitutoyo Sul Americana Ltda SP, Brasil).
Todo cuidado foi tomado no sentido de que a superfície incisal portadora da
dentina esclerosada ficasse paralela ao plano horizontal, para a
subseqüente avaliação.
Todos os fragmentos dentais foram limpos com esponja embebida em
detergente aniônico fraco (Tergensol, Farmácia USP SP, Brasil)
friccionada por 1 minuto sobre a superfície e, a seguir, lavados com spray de
água e ar por mais 1 minuto. Os fragmentos foram, então, acondicionados
em embalagens plásticas e esterilizados em autoclave (M9 Ultraclave, Dabi
Atlante) a 132
0
C por 15 minutos a fim de eliminar microrganismos
eventualmente presentes.
As seis amostras foram, a seguir, preparadas para serem analisadas
por microscopia eletrônica de varredura (MEV), através da seqüência:
54
-Fixação em solução de glutaraldeído a 2,5% em tampão fosfato por 2 horas.
-Três lavagens de 5 minutos cada com solução tampão fosfato 0,1M.
-Desidratação através de duas imersões de 5 minutos cada em álcool
seqüencialmente: 30%, 50%, 70%, 90%, 96% e por fim quatro imersões de 5
minutos cada em álcool absoluto.
-Imersão em HMDS (hexamethyldisilazane) por 20 minutos.
-Secagem por 2 horas em capela para evaporação do HMDS.
Após esse preparo, as amostras foram coladas em stubs metálicos
por meio de cola de cianoacrilato (Super Bonder, Loctite – Brasil), e cobertas
por uma fina película de ouro. Após a metalização, foram armazenadas em
câmara de vácuo até o momento de serem eletromicrografadas em
microscópio eletrônico de varredura.
4.1.3 MEV
Foi utilizado nesta fase do estudo o microscópio eletrônico de
varredura do IPEN Instituto de Pesquisas Nucleares modelo XL30
(Philips, Holanda).
Três áreas pré-determinadas de cada amostra foram
eletromicrografadas. Uma na região central da superfície dentinária, tanto no
sentido mésio-distal quanto no sentido vestíbulo-lingual e duas outras áreas
55
eqüidistantes do centro e dos extremos proximais do dente: uma em direção
à face mesial e uma em direção à face distal (Figuras 4.1 e 4.2). Todas as
eletromicrografias foram obtidas com o aumento de 1500 vezes, a uma
mesma distância focal.
Figura 4.1 - Amostra bovina metalizada e áreas pré-determinadas para serem
eletromicrografadas
Figura 4.2- Amostra humana metalizada e áreas pré-determinadas para serem
eletromicrografadas
56
4.1.4 Análise morfométrica
As eletromicrografias foram armazenadas em computador, para
serem submetidas à análise morfométrica, que consistiu na contagem dos
túbulos dentinários abertos por área de dentina. A área de cada imagem
analisada correspondeu a 62,09 X 36,96 µm, isto é, 2.294,85 µm
2
ou
0,0023mm
2
.
Essa contagem de túbulos foi realizada com o auxílio de um
software
1
, que possui uma ferramenta de contagem de estruturas em
diferentes cores, o que facilitou o trabalho e proporcionou confiabilidade dos
resultados (Figura 4.3). Cada túbulo dentinário considerado aberto, isto é,
que apresentava uma luz definida e visível em seu interior, foi marcado com
o cursor do mouse, e o próprio software fazia automaticamente a
contagem do número de estruturas marcadas. Dessa forma, eliminou-se o
risco de contar duas vezes o mesmo túbulo, o que poderia acontecer numa
contagem visual. Mais ainda, a visualização de um eventual túbulo aberto
não computado ficou facilitada, pelo contraste de cor que a marcação branca
utilizada oferecia.
Dois observadores trabalharam juntos nessa análise. Inicialmente, foi
realizada calibragem inter-examinadores do critério a ser utilizado, pois
alguns túbulos poderiam gerar dúvidas quanto à presença ou não de luz
visível. O primeiro observador fez a contagem de túbulos de uma
1
Imagelab, desenvolvido no LIDO – Laboratório de Informática destinado à Odontologia,
FOUSP, SP, Brasil
57
eletromicrografia e anotou o resultado obtido. A seguir, outro observador
repetiu o procedimento. Os resultados de ambos foram confrontados. O
procedimento foi repetido com outras eletromicrografias, até que os dois
observadores apresentaram sintonia de opinião a respeito das imagens
analisadas. A partir desse momento, fizeram juntos a contagem de túbulos
de todas as eletromicrografias, num único dia, a fim de eliminar qualquer
variação no processo de observação e critério de análise.
Figura 4.3 - Software Imagelab com ferramenta de contagem de estruturas
58
4.2 Avaliação da resistência adesiva
4.2.1 Obtenção dos dentes
Foram utilizados nesta etapa do estudo trinta e seis incisivos bovinos,
sendo seis íntegros, sem sinais de desgaste e trinta desgastados em seu
bordo incisal, com exposição de tecido dentinário denotando características
de esclerose, segundo critérios já citados anteriormente.
Os dentes bovinos foram obtidos, armazenados, limpos e extraídos da
mesma forma que descrevemos para os dentes utilizados na análise
morfológica (pág.50). Cabe a observação de que os seis dentes íntegros,
sem sinais de desgaste, foram provenientes de animais mais jovens, entre 1
e 2 anos de idade.
Os dentes tiveram suas raízes seccionadas a 2mm apicalmente à junção
amelo-cementária por meio de disco diamantado dupla-face montado em
mandril para baixa-rotação. O conteúdo pulpar foi retro-esvaziado com
auxílio de cureta de dentina n
o
17 (Duflex SP, Brasil) e a abertura
resultante foi vedada com cera utilidade (Epoxiglass – Diadema, SP, Brasil).
Os incisivos íntegros receberam um corte com disco diamantado dupla-
face montado em mandril para baixa-rotação, a 5mm do bordo incisal, numa
inclinação de 45º em relação ao longo eixo do dente, mantendo a inclinação
média do desgaste incisal apresentado pelos dentes esclerosados. A
59
determinação da angulação foi realizada por meio de um transferidor
(Bandeirante - Brasil). Com esse cuidado, procuramos expor o tecido
dentinário para subseqüente adesão de forma a obter túbulos na mesma
direção tanto na dentina normal desse grupo, quanto na dentina esclerosada
dos demais grupos.
4.2.2 Inclusão dos espécimes
Os dentes foram incluídos em resina acrílica quimicamente ativada
(Jet, Clássico – SP, Brasil), utilizando-se canos de PVC cortados numa
altura de 1,5 cm. A área de dentina esclerosada exposta foi cuidadosamente
posicionada paralelamente ao plano horizontal (Figura 4.4), a fim de que a
posterior força de tração aplicada fosse perpendicular à interface adesiva
dos corpos-de-prova.
60
Figura 4.4 - Dente incluído com bordo incisal esclerosado paralelo ao plano horizontal
4.2.3 Tratamento da superfície dentinária
Os dentes foram sub-divididos em 6 grupos de 6, os quais receberam
diferentes tratamentos de superfície:
Grupo1 - Dentina normal: tratamento convencional.
Grupo 2 - Dentina esclerosada: tratamento convencional.
Grupo 3 - Dentina esclerosada: aumento do tempo de condicionamento.
Grupo 4 - Dentina esclerosada: condicionamento com EDTA.
Grupo 5 - Dentina esclerosada: asperização ponta diamantada.
Grupo 6 - Dentina esclerosada: polimento pasta diamantada.
61
Os dentes dos grupos 1 (dentina normal) e 2 (dentina esclerosada)
receberam o mesmo tratamento convencional de superfície, como segue:
Inicialmente, foi realizada limpeza da superfície dentinária esfregando-
se cotonete embebido em tergensol por 30 segundos, seguida de lavagem
com spray de água e ar por 30 segundos. Secagem com jato de ar foi
realizada até que se evidenciasse a completa secagem da superfície. A
seguir, foi realizado condicionamento com ácido fosfórico a 35%
(Scotchbond Etchant, 3M ESPE Dental Products - St. Paul, EUA) por 15
segundos, seguido de lavagem com spray de água e ar por 30 segundos e
secagem do excesso de água com papel absorvente.
Os dentes do grupo 3 receberam igual seqüência de tratamento, com
aumento do tempo de condicionamento ácido para 30 segundos. O tempo
de lavagem com spray de água e ar permaneceu inalterado, bem como os
demais passos.
Os dentes do grupo 4 receberam limpeza da superfície dentinária
esfregando-se cotonete embebido em tergensol por 30 segundos. Em
seguida, foi feita lavagem com spray de água e ar por 30 segundos, seguida
de secagem com jato de ar até a completa remoção da umidade superficial.
Uma solução de EDTA a 17% (EDTA, Fórmula e Ação SP, Brasil) foi
aplicada por 60 segundos, com auxílio de uma pinça clínica, como um
gotejador. Não foi realizada fricção; a substância química simplesmente foi
deixada sobre a superfície por 60 segundos, período após o qual foi
realizada lavagem com spray de água e ar para remoção do produto. A
seguir, foi realizado condicionamento com ácido fosfórico a 35% por 15
62
segundos, seguido de lavagem com spray de água e ar por 30 segundos e
secagem do excesso de água com papel absorvente.
Os dentes do grupo 5 tiveram sua superfície asperizada pelo uso de
ponta diamantada em forma de roda, de granulação grossa (4054, FKG
SP, Brasil) em alta velocidade, associado a spray de água e ar, previamente
a todo o tratamento convencional. Para padronização do procedimento de
asperização, os corpos-de-prova foram posicionados num dispositivo
desenvolvido por De Cara (1996), ao qual encontrava-se fixada uma turbina
de alta rotação (Figura 4.5). Durante o posicionamento do conjunto no
dispositivo, a ponta diamantada deveria tocar a superfície dentinária com
ligeira pressão, e nessa posição a altura da turbina de alta rotação era
travada. Os corpos-de-prova foram então movimentados através de um
cursor localizado lateralmente à base, em movimento ântero-posterior, por 3
vezes (ida e volta 3 vezes), enquanto a turbina de alta-rotação era acionada.
Dessa forma, considera-se que a pressão exercida pela ponta diamantada
durante o desgaste foi controlada, bem como a quantidade de desgaste
efetuada, igualmente para todos os dentes do grupo.
63
Figura 4.5 - Dispositivo para padronização da asperização com ponta diamantada
Após asperização, já fora do dispositivo, os dentes do grupo 5
passaram por toda a seqüência do tratamento convencional desde a limpeza
com tergensol até o final do processo já descrito para os grupos anteriores.
Os dentes do grupo 6 receberam polimento da superfície com taça de
borracha e pasta diamantada (Crystar-Past, Kota SP, Brasil), como
descrito abaixo, previamente a todo o tratamento convencional.
À semelhança do grupo anterior, a padronização da pressão exercida
pela taça de borracha à superfície dentinária foi controlada pela utilização do
mesmo dispositivo, ao qual foi acoplado agora contra-ângulo associado a
micromotor. Durante o posicionamento do conjunto no dispositivo, a taça de
borracha deveria tocar a superfície dentinária com ligeira pressão (Figura
4.6) e nessa posição a altura do contra-ângulo era travada. Os corpos-de-
64
prova foram movimentados através do cursor localizado lateralmente à base,
em movimento ântero-posterior, por 30 segundos, enquanto o contra-ângulo
era acionado em baixa rotação (25000rpm), sem refrigeração. Dessa forma,
considera-se que a pressão exercida pela taça de borracha durante o
polimento foi controlada, igualmente para todos os dentes do grupo.
Também a quantidade de pasta diamantada empregada foi a mesma
para todos os dentes: 0,5cm do produto dispensado numa placa de vidro foi
incorporado de uma só vez ao centro da taça de borracha.
Após o polimento, fora do dispositivo, os dentes do grupo 6
passaram por toda a seqüência do tratamento convencional desde a limpeza
com tergensol até o final do processo já descrito anteriormente.
Figura 4.6 - Taça de borracha posicionada sobre dente do grupo 6
65
4.2.4 Aplicação do sistema adesivo e do bloco de resina composta
O sistema adesivo utilizado para todos os grupos foi um sistema etch and
rinse ou total-etch de frasco único (Adper Single Bond 2, 3M ESPE Dental
Products St. Paul, EUA), aplicado com auxílio de um aplicador específico
para essa finalidade (KG Brush, KG Sorensen Indústria e Comércio Ltda.
Barueri, SP, Brasil). Duas finas camadas do adesivo foram aplicadas sobre a
superfície dental durante 15 segundos e, a seguir, foi aplicado um breve jato
de ar por 5 segundos. A polimerização foi feita por 10 segundos, com a fonte
de luz halógena (Jetlite 4000, J.Morita - Japão) localizada a uma distância de
0,5cm da superfície dental.
Sobre todos os dentes foi construído um bloco de resina composta
microhíbrida (Z-250, 3M ESPE Dental Products St. Paul, EUA). Seis
incrementos foram utilizados na construção do bloco de resina, sem
utilização de matriz. Dois incrementos de 2mm foram aplicados em dentina e
fotopolimerizados por 20 segundos cada, totalizando uma altura de 4mm. No
segundo incremento foi apoiada uma lamínula de vidro a fim de promover
uma superfície plana e paralela ao plano horizontal. A seguir, outros quatro
incrementos circundantes vestibular, lingual, mesial e distal - foram
aplicados em esmalte, fotopolimerizados por 20 segundos cada, para
promover fechamento periférico da resina aplicada em dentina (Figura 4.7).
66
A potência do aparelho fotopolimerizador utilizado foi de
aproximadamente 900 mW/cm
2
, verificada antes da execução das
restaurações de cada grupo, através de radiômetro (FAPESP 02/02003-2).
Figura 4.7- Bloco de resina composta fotopolimerizável sobre dente bovino
4.2.5 Obtenção dos corpos-de-prova
Após o tratamento dentinário e polimerização da resina composta, os
espécimes foram armazenados em água destilada, em estufa (Orion 502/44
HU 1815, Fanen – Brasil – FAPESP: 99/12518-5) a 37
o
C por 24horas.
Transcorrido esse período, os espécimes receberam cortes longitudinais
para confecção de corpos-de-prova em forma de palitos de
aproximadamente 0,64mm
2
de secção transversal para serem utilizados em
teste de microtração.
67
Os cortes foram realizados em máquina de cortes seriados (Labcut
1010, Extec Alemanha), sob refrigeração. Inicialmente foram realizados
cortes seriados paralelos entre si, perpendiculares à interface adesiva, no
sentido mésio-distal (Figura 4.8), com o disco diamantado de corte (Buehler
Diamond Wafering Blade n
o
11-4244, series 15HC, Buehler EUA) atuando
a uma velocidade média de 150 rpm. Esses cortes foram seguidos de
outros, no sentido vestíbulo-lingual, também perpendiculares à interface
adesiva, com redução da velocidade de trabalho do disco de diamantado
para aproximadamente 100 rpm. Um corte final, realizado na base do dente
incluído em R.A.A.Q. promoveu a separação dos palitos ou corpos-de-prova.
Figura 4.8 - Cortes seriados paralelos no sentido mésio-distal
68
4.2.6 Seleção dos palitos
Os palitos obtidos foram inspecionados visualmente com auxílio de
lupa estereoscópica (Olympus ST-PZ Japão) e iluminação artificial para
avaliação de sua integridade. Foram excluídos do estudo palitos que
apresentavam falhas como porosidades ou trincas, palitos cuja interface
adesiva se encontrava inclinada em relação ao seu longo eixo e aqueles que
não apresentavam proporcionalidade entre os substratos dentina e resina
composta. A figura 4.9 ilustra esquematicamente um corpo-de-prova em
forma de palito considerado ideal para ser utilizado no ensaio de
microtração.
Além disso, a secção transversal de cada palito foi medida com
auxílio de paquímetro digital com precisão de 0,01mm. Foram submetidos ao
ensaio de microtração palitos com medidas laterais entre 0,6 e 1,25mm. Um
número variável de palitos foi obtido para cada dente, de acordo com o
tamanho da área de dentina exposta (APÊNDICE A).
Figura 4.9 - Representação esquemática de corpo-de-prova em forma de palito ideal
69
4.2.7 Teste de microtração
Os corpos-de-prova foram fixados individualmente em suas
extremidades ao dispositivo desenvolvido para o ensaio de microtração (Jig
de Geraldeli) por meio de adesivo instantâneo à base de éster de
cianoacrilato (Superbonder, Loctite). Foi tomado o cuidado de posicionar a
interface adesiva centralizada na fenda do dispositivo, e perpendicular ao
eixo em que seria em seguida aplicada a força de tração (Figura 4.10).
Os palitos foram testados em máquina de testes universal (Mini
Instrom 4442, Cantom EUA) com célula de carga de 500N, a uma
velocidade de 0,5mm/min. No momento da fratura, a máquina registrava a
força necessária para fraturar o corpo-de-prova, em Newtons. O valor de
resistência adesiva para cada palito testado, expresso em MPa, foi calculado
pela razão entre a carga de ruptura e a área do palito, previamente calculada
(APÊNDICES B, C, D, E, F, G).
70
Figura 4.10 - Jig de Geraldelli posicionado na máquina de testes universal Mini
Instrom 4442
4.2.8 Análise das superfícies fraturadas
Após o ensaio mecânico de resistência de união, as superfícies
rompidas dos corpos-de-prova armazenam informações a respeito do
mecanismo de fratura. Estas superfícies foram avaliadas com auxílio de lupa
estereoscópica quanto à topografia superficial para que informações
adicionais complementassem os achados do ensaio mecânico.
As fraturas foram classificadas em adesivas, mistas ou coesivas de
substrato (dentina ou resina composta). Foram consideradas fraturas
adesivas, aquelas que aconteceram justamente na área de união entre
71
dentina e resina composta. Fraturas mistas foram aquelas nas quais se
observou ter restado parte de um dos substratos na área de fratura, e não
somente a camada adesiva propriamente dita. Por exemplo, parte da área
fraturada visualmente se encontrava na interface de união entre dentina e
resina composta, mas parte revelava a própria resina composta. Por fim, as
fraturas coesivas foram aquelas nas quais ocorreu fratura de um dos
substratos dentina ou resina composta - e não na área de união que se
desejava testar. Fraturas coesivas não foram consideradas para efeito de
análise estatística, uma vez que nesses casos o valor obtido não
representou a resistência de união, isto é, a interface adesiva não foi
testada.
Figura 4.11 - Representação esquemática de fratura adesiva e coesiva no corpo-de-prova
72
4.3 Análise morfológica ilustrativa das superfícies tratadas
Outras análises superficiais foram realizadas, com finalidade de
auxiliar a compreensão dos resultados e enriquecer a discussão do presente
estudo. Assim, foram analisadas ao MEV:
-Dentina bovina normal, sem esclerose.
-Dentina humana normal, sem esclerose.
-Dentina humana esclerosada condicionada por ácido fosfórico a 35% por 15
segundos.
-Dentina bovina normal condicionada por ácido fosfórico a 35% por 15
segundos.
-Dentina bovina esclerosada que recebeu os diferentes tratamentos de
superfície descritos para os grupos 2 a 6 no ítem avaliação da resistência
adesiva.
Inicialmente foi observado o aspecto superficial das dentinas humana
e bovina normais, sem evidências de esclerose. Para o preparo dessas
amostras, que consistiram em um único dente íntegro de cada grupo –
humano e bovino - foi realizado um entalhe no esmalte com disco
diamantado, em toda a periferia da coroa a cerca de 2 mm do bordo incisal.
A seguir, com auxílio de cinzel duplo-bisel e martelo foi realizada clivagem
do bordo incisal a fim de expor o tecido dentinário. Uma fatia de 2mm de
73
espessura a partir da superfície clivada exposta foi obtida através de corte
com disco diamantado dupla-face.
Os fragmentos obtidos pela clivagem foram autoclavados em
embalagens apropriadas e, em seguida, preparados para serem examinados
ao MEV de acordo com o protocolo já descrito anteriormente.
Para as demais análises, foram obtidos fragmentos de 2mm de
espessura a partir do bordo incisal esclerosado, por meio de corte com disco
diamantado dupla-face montado em mandril para contra-ângulo de baixa-
rotação. Os fragmentos dentais foram limpos com esponja embebida em
detergente aniônico fraco friccionada por 1 minuto sobre a superfície e, a
seguir, lavados com spray de água e ar por mais um minuto. Foram
acondicionados em embalagens apropriadas e autoclavados a fim de
eliminar microrganismos eventualmente presentes.
As sete amostras 1 humana condicionada com ácido fosfórico por
15 segundos e seis bovinas correspondentes aos seis grupos - foram, a
seguir, preparadas para serem analisadas pela MEV através do mesmo
protocolo.
Três áreas de cada um dos fragmentos observados ao microscópio
eletrônico de varredura do Laboratório de Ensino de Laser em Odontologia –
LELO da FOUSP (LEO430i, Leo Electron Microscopy Ltd Cambridge,
England) e eletromicrografadas. As imagens foram feitas com magnificação
de 1500X e mesma distância focal.
74
4.4 Análise estatística
Todos os dados obtidos (densidade de túbulos dentinários nas
dentinas humana e bovina e valores de força de adesão à dentina bovina
submetida a diferentes tratamentos de superfície) foram comparados
estatisticamente.
Inicialmente, foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para
verificar se havia normalidade na distribuição dos dados. A seguir, tendo em
vista que os dados se mostraram normais, foram realizados o teste t de
Student para análise da densidade de túbulos dentinários e Análise de
Variância (ANOVA) complementada pelo teste de Tukey para análise dos
dados relativos à resistência adesiva
75
5 RESULTADOS
5.1 Análise morfológica
Um total de 18 contagens do número de túbulos foi observado nas
dentinas esclerosadas, sendo 9 da dentina esclerosada humana e 9 da
dentina esclerosada bovina (Apêndice H).
Para caracterizar a amostra estudada, são apresentados na tabela 5.1
e Gráfico 5.1, os valores de médias e medianas para resumir as
informações, erros-padrão, desvios-padrão, mínimos e máximos para indicar
a variabilidade dos dados.
Tabela 5.1 - Estatística descritiva do número de túbulos na área estudada
Grupo n
Média
MedianaMínimo
Máximo
Desvio Padrão
Erro Padrão
C.V.
D Humana
9
31,89
27 0 70 23,945 7,982 75,09%
D Bovina
9
30,33
29 2 67 18,145 6,048 59,83%
C.V. = Coeficiente de Variação
76
Gráfico 5.1 – Comparação do número de túbulos entre os dois grupos experimentais
Para comparar os dois grupos (humano e bovino), inicialmente foi
realizado um teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, para verificar se
a distribuição da variável resposta se ajustava à distribuição normal (p-valor
> 0,05).
Como a hipótese de normalidade foi aceita, p-valor = 0,996 e 0,915,
respectivamente para dentina humana e bovina, o teste t de Student foi
aplicado para comparação entre os dois grupos. O coeficiente de variação
(C.V.) é uma medida que representa a variabilidade dos dados em relação à
média, e, portanto, quanto menor o C.V., mais homogêneo é o conjunto de
dados. Neste caso, em ambos os grupos, o coeficiente de variação foi alto,
75,1% e 59,8%, o que nos levou a observar também o resultado do teste
não paramétrico de Mann Whitney para a comparação entre os dois grupos.
77
Tabela 5.2 - Testes para comparação das médias do número de túbulos entre os grupos
Teste
p-valor
t de Student 0,879
Mann Whitney 0,965
Analisando os dados obtidos, verificou-se que não existiram
evidências para rejeitarmos a hipótese de igualdade entre as médias dos
dois grupos comparados. Desta forma, não se pode dizer que os grupos
apresentaram comportamentos distintos em relação ao número de túbulos
abertos por área de dentina esclerosada.
5.2 Avaliação da resistência adesiva
Foram analisados nesta fase do estudo 36 valores de resistência de
união, obtidos no ensaio de microtração. Esses valores foram decorrentes
da média dos valores de resistência de união dos corpos-de-prova em forma
de palitos testados para cada dente, divididos em 6 grupos, com 6
repetições cada.
Inicialmente foi realizado o teste de normalidade de Kolmogorov-
Smirnov, para verificar se a distribuição da variável resposta se ajustava à
distribuição normal. Definida a possibilidade de aplicação de estatísticas
78
paramétricas, foi eleito o teste de Análise de Variância (ANOVA). O nível de
significância adotado foi de 5% (p<0,05). Como teste estatístico
complementar foi utilizado o teste Tukey para comparação das médias, a fim
de detectar entre quais grupos havia diferenças estatisticamente
significantes.
Tabela 5.3 - Estatística descritiva dos resultados obtidos no teste de microtração para os
seis grupos experimentais avaliados
Grupo Média (MPa) Devio Padrão Erro Padrão
G1 18,87 5,36 2,19
G2 12,94 2,09 0,85
G3 11,73 0,64 0,26
G4 11,14 1,50 0,61
G5 22,75 4,10 1,67
G6 22,48 2,71 1,11
Tabela 5.4 Análise de variância das médias de resistência adesiva (MPa) dos grupos
experimentais obtidas no ensaio de microtração
Fonte de
Variação
Soma dos
Quadrados
Grau de
Liberdade
Quadrados
Médios
(F)
p
Grupos 866.996 5 173.399
17.368
1
0.0000
Resíduo 299.514 30 9.984 -------- --------
79
A análise de variância mostrou resultados significantes ao nível de 5%
(p<0,05) para as médias de resistência adesiva obtidas nos seis grupos
experimentais.
Para detectar onde as diferenças significativas ocorreram, foi
realizado o teste de Tukey (Apêndice B). As comparações fornecidas pelo
teste de Tukey evidenciaram diferenças com p-valor < 0,001. O Gráfico 5.2
ilustra os resultados de resistência adesiva, onde as barras indicam erro
padrão de média e letras diferentes indicam diferenças estatisticamente
significantes (p < 0,001)
0
5
10
15
20
25
30
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Grupos Experimentais
Resistência adesiva (MPa)
a
b
b
b
a a
Gráfico 5.2 - Comparação das médias de resistência adesiva entre os seis grupos
experimentais
80
Pela análise do Gráfico 5.2, considerando–se que semelhanças
estatísticas estão indicadas pela mesma letra, observa-se que maiores
valores médios de resistência adesiva foram encontrados para o grupo 1-
dentina normal- comparativamente ao grupo 2 - dentina esclerosada. O
grupo 1 também apresentou valores médios maiores do que os valores
apresentados pelos grupos 3 e 4.
Observa-se que o comportamento dos grupos 2, 3 e 4 foi semelhante
estatisticamente, isto é, apresentaram valores dios de adesão
semelhantes quando comparados entre si, e estatisticamente inferiores às
médias de resistência adesiva dos grupos 1, 5 e 6. Também é possível
observar que os grupos 5 e 6 apresentaram valores médios de resistência
adesiva estatisticamente semelhantes entre si, e ambos semelhantes aos
valores apresentados pelo grupo 1.
Outra análise realizada referiu-se aos corpos-de-prova em forma de
palitos utilizados para cada grupo experimental.
Foi analisado o número de palitos utilizados para cada grupo
experimental, bem como o número de espécimes perdidos ou inutilizados
(Apêndice A). Além disso, foram analisados separadamente os espécimes
que, de acordo com a avaliação realizada em microscopia de luz
apresentaram fraturas coesivas em resina (FCR) ou dentina (FCD) e ainda
os que apresentaram fraturas envolvendo a interface (FI), os quais foram
utilizados na análise estatística supra-descrita.
Dos 365 corpos-de-prova em forma de palitos produzidos a partir dos
36 dentes utilizados, apenas 8 palitos apresentaram fraturas coesivas em
81
dentina, correspondendo a 2,19% do total de palitos. Não houve fratura
coesiva da resina composta em qualquer um dos palitos testados.
O número de palitos perdidos, que nem chegaram a ser submetidos
ao ensaio mecânico foi maior: 48 palitos, correspondendo a 13,15% do total
de palitos produzidos.
5.3 Análise morfológica ilustrativa
A Figura 5.3 permite observar comparativamente o aspecto
morfológico das dentinas humana e bovina, normais, esclerosadas e
esclerosadas condicionadas por H
3
PO
4
por 15 segundos.
A Figura 5.4 revela a morfologia superficial dos dentes dos seis
grupos experimentais submetidos aos diferentes tratamentos dentinários
descritos.
82
Figura 5.3 – Eletromicrografias de varredura de dentinas humana (A-C) e bovina (D-F)
normal (A, D), esclerosada (B, E) e esclerosada condicionada com H3PO4
por 15 seg (C, F). Aumento original 1500x, barra=1m
83
Figura 5.4 – Eletromicrografias de varredura de dentina bovina representativas dos seis
grupos experimentais (G1 – G6). Aumento original 1500x, barra=20µm
84
As eletromicrografias à esquerda da Figura 5.3, designadas pelas
letras A, B e C, são dentina humana, enquanto que as eletromicrografias da
direita, designadas pelas letras D, E e F são de dentina bovina. Observando-
se o aspecto morfológico das dentinas normais humana (Figura 5.3 A) e
bovina (Figura 5.3 D), sem características de esclerose, notam-se túbulos
dentinários expostos transversalmente, com luz evidente, em ambos os
substratos, em superfícies irregulares.
A análise superficial das dentinas esclerosadas, tanto humana (Figura
5.3 B) quanto bovina (Figura 5.3 E) revela evidente obliteração tubular, com
redução no diâmetro dos túbulos dentinários. Na dentina esclerosada
humana (Figura 5.3 B) alguns túbulos apresentam-se totalmente obliterados,
enquanto que em outros ainda é possível observar dentina peritubular
protruindo para a luz do túbulo. A eletromicrografia da dentina esclerosada
bovina (Figura 5.3 E) revela ranhuras na superfície dentinária, em cujo
trajeto não se evidencia a presença de túbulos dentinários com luz visível.
Cumpre ressaltar que a dentina esclerosada bovina apresenta uma
superfície mais plana em relação à dentina esclerosada humana, onde se
nota certo relevo superficial.
A observação das eletromicrografias de dentinas humana (Figura 5.3
C) e bovina (Figura 5.3 F) submetidas ao condicionamento com ácido
fosfórico por 15 s revela túbulos dentinários abertos, de maior diâmetro em
relação às figuras 5.3 B e E, de permeio à dentina intertubular de aspecto
corrugado ou aveludado.
85
Analisando as eletromicrografias de varredura de dentina bovina
representativas dos seis grupos experimentais submetidos ao ensaio de
resistência adesiva, observa-se que para um mesmo aumento original, a
eletromicrografia de G1 (dentina normal) evidencia túbulos dentinários de
maior diâmetro em relação aos demais grupos, referentes à dentina
esclerosada (G2 a G6).
Em todas as eletromicrografias é possível observar túbulos
dentinários expostos, com luz visível. Os fragmentos dentais submetidos ao
condicionamento ácido por 15 s (G2) revelam presença de dentina
peritubular ao redor de alguns túbulos. no grupo em que houve aumento
do tempo de condicionamento ácido para 30 s (G3), notam-se túbulos
completamente abertos.
Em G4, grupo em que houve a associação de outra substância ácida
no tratamento de superfície (EDTA), observa-se superfície similar ao grupo
G3, com maior irregularidade nas porções referentes à dentina intertubular,
ou aspecto corrugado mais evidente.
Nota-se, no entanto, a maior irregularidade superficial de G5, que
apresenta túbulos abertos e dentina intertubular mais escavada, com a
formação de espículas de aspecto rendilhado, que aumentam a superfície de
dentina intertubular disponível para adesão. G6 apresenta aspecto
superficial semelhante a G5, porém com espículas menos proeminentes.
86
6 DISCUSSÃO
O uso de dentes humanos em pesquisas laboratoriais têm sido
restringido por razões éticas, por dificuldade cada vez maior de obtenção de
dentes e pela impossibilidade de padronização no tempo de armazenamento
pós-extração. Abordando mais especificamente o objeto do presente estudo,
dentes portadores de dentina esclerosada em bordos incisais, decorrente de
desgaste pela função ou para-função, típicos de indivíduos idosos, são de
difícil obtenção em bancos de dentes. Incisivos humanos nessas condições
também apresentam uma área de adesão bastante restrita, o que dificulta
sua utilização em testes de resistência adesiva.
Diante do exposto, justifica-se a necessidade do uso de substratos
alternativos que permitam a comparação com dentes humanos, mesmo em
se tratando de estudos in vitro. Em nosso trabalho, optamos pela utilização
de dentina bovina, o que possibilitou uniformidade entre os espécimes no
que concerne ao tempo decorrido desde a obtenção dos dentes até a
confecção dos corpos-de-prova.
Um fator a ser comentado é o período de armazenamento dos dentes
previamente à confecção de corpos-de-prova para testes laboratoriais.
Alguns autores referem que períodos longos de estocagem dos dentes,
antes mesmo da sua utilização em testes de adesão, não influem na força
de adesão resultante (MITCHEM; GRONAS, 1986; PASHLEY et al. 1988;
WILLIAMS; SVARE, 1985). Entretanto, segundo Beech, Tyas e Salomon
87
(1991), um período menor de estocagem pré-adesão converte-se em
melhores médias na força de adesão.
Williams et al. (1988) afirmaram que o tempo entre o preparo prévio
do dente e a utilização para testes laboratoriais deveria ser o mesmo em
todos os grupos de pesquisa, de forma a tornar homogênea a leitura dos
resultados. Concordamos com esses autores, especialmente em se tratando
de estudos envolvendo dentina, um tecido dotado de umidade intrínseca e
conteúdo orgânico que o torna mais sensível às condições de
armazenamento.
Os dentes bovinos utilizados neste estudo permitem um controle e
uma padronização no tempo de armazenamento desde o abate dos animais
até sua utilização, que não são possíveis de se conseguir com dentes
humanos portadores de dentina esclerosada.
Estudos anteriores comprovaram a semelhança nos valores de
resistência adesiva da dentina bovina quando comparada à dentina humana
(NAKAMICHI; IWAKU; FUSAYAMA, 1983; RUEGGEBERG, 1991;
SAUNDERS, 1988), fato que também colaborou para nossa opção. Não há,
entretanto, na literatura, relatos da utilização de dentina esclerosada bovina
em testes de adesão, nem tampouco análises de suas características
morfológicas.
Assim, inicialmente admitimos a hipótese de que a dentina bovina
oriunda de animais de idade madura, superior a 3 anos, poderia prestar-se
para efeito de comparação, em virtude do padrão mastigatório desses
animais e conseqüente desgaste fisiológico apresentado pelos incisivos,
88
resultando em aspecto macroscópico muito similar ao observado em bordos
incisais esclerosados humanos.
Seria fundamental, portanto, avaliar comparativamente as
características morfológicas superficiais das dentinas esclerosadas humana
e bovina, a fim de confirmar a viabilidade de utilização desse substrato
alternativo em subseqüentes testes de adesão. A quantidade de túbulos
abertos presentes por área foi o item selecionado para a comparação das
dentinas esclerosadas, uma vez que a oclusão tubular é o principal relato
descrito a respeito desse tecido alterado.
O que se conhece da literatura a respeito das características
histológicas da dentina esclerosada humana refere-se principalmente à
análise do tecido encontrado em lesões cervicais não-cariosas ou sob lesões
de rie. Tais substratos não correspondem ao objeto de nosso estudo, a
dentina esclerosada presente em bordos incisais desgastados fisiológica ou
patologicamente. Não sabemos se as características histológicas da dentina
encontrada nessa região incisal apresenta o mesmo padrão de alterações
estruturais relatado da literatura. Acreditamos que possam existir diferenças,
em virtude da própria diferença etiológica, o que justificaria outros estudos.
Contudo, o que nos interessou, neste momento, foi comparar o aspecto
morfológico de dois tecidos clinicamente muito semelhantes. Tanto dentina
humana quanto bovina presente em bordos incisais desgastados, utilizados
nesta pesquisa, apresentavam-se lisas, brilhantes, com aspecto vítreo e
coloração caramelada ou acastanhada (categoria 4 na escala de esclerose
89
da Carolina do Norte, descrita por KUSSUNOKI et al., 2002; PRATI et al.,
1999; YOSHIAMA et al., 1996).
A seleção dos dentes humanos utilizados neste estudo ocorreu pelo
seu aspecto macroscópico, uma vez que o é possível saber a idade dos
pacientes cujos dentes se encontram no Banco de Dentes, e tampouco o
tempo decorrido desde a extração dos mesmos. À medida que os dentes
amadurecem e o estimulados ao longo da vida por cáries, restaurações,
atrição e erosão, passam por um processo contínuo de resposta a esses
estímulos, que inclui a eventual formação de dentina esclerosada. Portanto,
dentes que já não apresentam esmalte em seu bordo incisal, mas sim
dentina exposta com evidências de esclerose são usualmente típicos de
indivíduos acima de 50 anos de idade, segundo dados apresentados por
Stanley et al. (1983).
Os dentes bovinos foram também selecionados por seu aspecto
macroscópico, mas foi possível saber a idade dos animais e controlar o
tempo pós-extração. Dentro dos limites existentes, procuramos, portanto,
padronizar os substratos utilizados para cumprir a proposta de nosso estudo:
comparar dentes considerados idosos do ponto de vista funcional.
Ainda traçando comparações entre os substratos estudados, é
evidente que o padrão alimentar dos seres humanos é abrangente e
complexo em relação aos bovinos. A alimentação humana envolve
diferentes texturas e granulações, diferentes níveis de acidez, que podem
estar associados ao padrão superficial de desgaste dental ocorrido ao longo
dos anos. Também substâncias utilizadas para higiene, como cremes
90
dentais e enxaguatórios bucais, podem de alguma forma agir sobre as
superfícies dentais humanas. Isso pode explicar o fato de que a
eletromicrografia de dentina esclerosada bovina (Figura 5.3 E, pág. 82)
tenha mostrado uma dentina mais plana e lisa em relação à humana, de
relevo mais irregular (Figura 5.3 B, pág. 82).
A análise superficial das dentinas humana e bovina com
características de esclerose teve a intenção de evidenciar se as
semelhanças de aspecto clínico observadas também se estendem aos
aspectos morfológicos.
As eletromicrografias observadas demonstraram semelhança no
aspecto superficial dos substratos humano e bovino. No aumento
trabalhado, 1500X, pode-se notar a presença de anéis concêntricos
mineralizados ao redor dos túbulos dentinários humanos (Figura 5.3 B),
denotando a deposição de dentina peritubular. Na dentina bovina, não se
evidencia a dentina peritubular, mas se observa o completo fechamento de
túbulos (Figura 5.3 E). De qualquer forma, em ambos os substratos,
observou-se importante obliteração de túbulos dentinários, em relação às
dentinas normais. Algumas áreas chegam a apresentar ausência de luz
tubular visível, confirmando um alto grau de esclerose. Possivelmente, essas
regiões representam áreas onde houve a incidência do estímulo que levou
ao desgaste por um longo período de tempo. Na superfície da dentina
esclerosada bovina, observam-se em algumas regiões linhas ou ranhuras
bem marcadas. Nessas áreas, a quantidade de túbulos abertos é menor do
que áreas livres desses sulcos.
91
O critério adotado para determinação da abertura ou não de um
túbulo dentinário foi a presença ou não de luz visível. Ainda que esse seja
um critério subjetivo, procuramos fazer uma calibragem dos observadores
que participaram dessa fase do estudo, a fim de minimizar erros. A própria
utilização do software Imagelab facilitou o trabalho de contagem. Outros
estudos (CORREA et al., 2005; SCHILKE et al., 2000) que compararam
número e diâmetro de túbulos em dentina humana e bovina, utilizaram papel
sobreposto à imagem de microscopia e marcações à lápis, gerando passos
adicionais na metodologia empregada.
O número médio de túbulos contados nesta pesquisa referiu-se a uma
área de observação de 62,09 por 36,96 µm ou 0,0023mm
2
. Foram
encontrados, em média, nessa área 31,89 ± 23,94 túbulos considerados
abertos em dentina esclerosada humana e 30,33 ± 18,14 túbulos em dentina
esclerosada bovina. Esses dados correspondem a uma densidade tubular de
13.865,21 túbulos/mm
2
e 13.186,96 túbulos/mm
2
nas dentinas esclerosadas
humana e bovina, respectivamente.
Como exposto, não dados sobre essa densidade tubular em
dentinas esclerosadas na literatura, para que possamos comparar os
resultados de nosso estudo. Pesquisas anteriores realizaram comparações
nesse sentido, utilizando dentinas normais do ponto de vista histológico.
Schilke et al. (2000), por exemplo, encontraram uma média de 17310 ± 2140
túbulos/mm
2
em dentina de incisivos bovinos e 18781 ± 5855 bulos/mm
2
em dentina de molares permanentes. A diferença no número de túbulos
encontrada em nosso estudo em relação a relatos de densidade tubular para
92
dentina normal apenas comprova e quantifica o que a literatura apontava
para dentina esclerosada humana: obliteração tubular. Diante de nossos
achados, a dentina esclerosada bovina parece apresentar esse mesmo
padrão de comportamento.
O aspecto morfológico dos substratos humano e bovino esclerosados
submetidos ao condicionamento com ácido fosfórico por 15 s (Figuras 5.3 C
e E, respectivamente) também foi similar. As eletromicrografias de varredura
mostraram túbulos abertos em decorrência da ação do ácido, e dentina
intertubular de aspecto corrugado tanto para dentina humana quanto bovina,
no mesmo aumento original de 1500X.
Uma vez determinado que a dentina esclerosada bovina guarda
semelhanças quanto ao aspecto superficial em relação à dentina
esclerosada humana, cabe discutir o comportamento desse substrato frente
ao teste de adesão realizado. Cumpre ressaltar que a densidade tubular é
apenas um dos aspectos que poderiam ser analisados. Outros estudos
poderiam ser conduzidos no intuito de avaliar quantidade de dentina
intertubular, natureza da matriz orgânica e mesmo a composição química
desse novo substrato que se apresenta alternativamente para o uso em
pesquisas laboratoriais.
Acredita-se que as características histopatológicas da dentina
esclerosada humana lhe confiram um comportamento diferente no que diz
respeito aos mecanismos de adesão conhecidos para uma dentina sadia. É
consenso entre os autores estudados que a formação da camada híbrida na
93
interação com a dentina esclerosada é deficiente comparativamente à
dentina normal, ou descontínua.
Observa-se, também, que a própria adesão à dentina esclerosada
humana é menos eficiente comparativamente à dentina humana normal
(SODERHOLM, 1995). A redução na eficiência de adesão a esse substrato
alterado parece ser atribuída à obliteração dos túbulos dentinários, presença
de uma camada hipermineralizada ácido-resistente e presença de bactérias,
fatores que constituem em barreira para infiltração de resina (TAY;
PASHLEY, 2004). El-Din, Miller e Griggs (2004) ainda complementaram
essas informações, salientando que as dentinas esclerosadas inter e
peritubular contêm mais minerais ácido-resistentes do que a dentina tida
como normal, o que faz com que a camada de esfregaço nessa dentina
alterada seja menos solúvel em ácidos.
As eletromicrografias da dentina esclerosada bovina submetida ao
condicionamento ácido por 15 s ou 30 s evidenciaram abertura da luz
tubular. Isto nos leva a crer que, a despeito da deposição de dentina
peritubular e obliteração dos túbulos dentinários observada no tecido
original, esse substrato não parece ser resistente ao condicionamento ácido,
como a dentina esclerosada humana. Ou ainda, talvez o protocolo de
limpeza com detergente aniônico fraco adotado para todos os grupos
experimentais tenha sido eficiente em remover as impurezas presentes,
tornando esse substrato apto a sofrer a ação esperada do ácido. Entretanto,
mais adiante discutiremos o comportamento da dentina esclerosada bovina
94
no teste de adesão realizado, e veremos que foi coerente com as
informações referentes à dentina esclerosada humana.
Em realidade, todas as amostras de dentina esclerosada bovina, dos
seis grupos experimentais testados, revelaram túbulos abertos numa análise
morfológica superficial. O que se observou foram diferenças quanto à textura
de superfície, numa análise puramente descritiva, por observação.
As eletromicrografias do grupo de dentes que receberam aplicação de
EDTA a 17% revelaram uma dentina intertubular mais irregular, com aspecto
superficial ligeiramente distinto ao observado nas amostras apenas
condicionadas por ácido fosfórico por 15 ou 30 segundos. Coli et al. (1999),
quando compararam superfícies dentinárias humanas submetidas a
diferentes tratamentos, descreveram a imagem do tecido condicionado por
EDTA a 0,2% como uma superfície microporosa, de aspecto esponjoso,
similar a que observamos para dentina esclerosada bovina .
A asperização com ponta diamantada realizada nos dentes do grupo
5 produziu uma superfície irregular, com a presença de espículas que lhe
conferem um aspecto rendilhado, em decorrência da própria ação da ponta
diamantada. Já o polimento com pasta diamantada resultou em outro tipo de
relevo, também irregular, porém mais delicado em relação ao grupo anterior,
com espículas menos proeminentes. Comparando-se as eletromicrografias
dos grupos 5 e 6 às eletromicrografias dos demais grupos, evidencia-se nos
dentes asperizados uma topografia superficial com a presença de picos ou
elevações ao redor dos túbulos dentinários, que não são notadas nos dentes
apenas condicionados por ácidos. Pode-se inferir que essa irregularidade
95
favoreça a adesão na medida em que a área de dentina intertubular
disponível aumenta.
Passando aos resultados obtidos no teste de resistência adesiva,
cabe discutir alguns aspectos sobre a própria metodologia empregada.
Na descrição inicial do ensaio de microtração (SANO et al., 1994), a
planificação do substrato para adesão era uma condição essencial para que
o teste fosse conduzido adequadamente, testando de fato a interface
adesiva, com força de tração aplicada perpendicular à mesma. Entretanto,
ao prever corpos-de-prova de tamanho reduzido, em formato de palitos, é
possível conseguir áreas planas para adesão mesmo em substratos não
planificados pelo uso de lixas. Com isso, se consegue testar superfícies
intactas, sem qualquer tipo de ação de substâncias abrasivas. Exemplo
disso foi o estudo conduzido por Ramires-Romito (2005), que utilizou áreas
as mais planas possíveis dentro de superfícies lisas dos dentes. Em nossa
pesquisa, o uso de lixas para planificação superficial invalidaria o propósito
de testar adesão à dentina esclerosada sem intervenções laboratoriais
artificiais, simulando o que aconteceria numa situação clínica. Ao trabalhar
com corpos-de-prova em forma de palitos com secção transversal
aproximada de 0,64mm
2
, conseguimos realizar o teste de microtração em
interfaces adesivas planas, paralelas ao plano horizontal e perpendiculares à
aplicação da força de tração.
A análise das fraturas ocorridas nos corpos-de-prova é importante
para verificar se o teste está sendo conduzido de forma adequada, induzindo
tensões de modo a romper a interface de união e não os substratos. Um alto
96
número de fraturas coesivas poderia denotar alguma falha no delineamento
experimental. Pudemos observar, em nosso estudo, que ocorreu apenas um
pequeno número de fraturas coesivas nos corpos-de-prova, com maioria dos
palitos fraturando realmente na interface adesiva.
Dos 365 corpos-de-prova em forma de palitos produzidos a partir dos
36 dentes utilizados, apenas 08 palitos apresentaram fraturas coesivas em
dentina, correspondendo a 2,19% de palitos que o foram computados por
essa razão. Não houve fratura coesiva da resina composta em qualquer um
dos palitos testados.
O número de palitos perdidos, que nem chegaram a ser submetidos
ao ensaio mecânico foi maior: 48 palitos, correspondendo a 13,15% do total
de palitos produzidos. Atribuímos esse número de palitos perdidos
basicamente a dois fatores: o próprio método de corte para obtenção dos
corpos-de-prova transmite grande vibração à interface adesiva, induzindo a
eventuais trincas nos palitos; e ao próprio substrato esclerosado que
esperadamente ofereceria dificuldade à uma adesão estável durante a
confecção dos corpos-de-prova.
De qualquer modo, o total de palitos não computados para efeito de
análise estatística, uma vez que não tiveram a resistência da interface
adesiva testada, somou 56 ou 15,34% dos palitos produzidos. Consideramos
que esse é um número relativamente alto, mas justificado, tratando-se de um
substrato esclerosado ao qual se acreditava encontrar uma adesão
deficiente.
97
Essa análise geral dos corpos-de-prova nos sugere que o teste foi
conduzido de maneira adequada, tendo sido eficiente na avaliação proposta.
A seleção do sistema adesivo a ser utilizado baseou-se nos relatos da
literatura, que apontaram os sistemas adesivos do tipo etch and rinse como
mais eficientes em termos de resistência adesiva à dentina esclerosada
humana em relação aos sistemas auto-condicionantes (KWONG et al., 2000;
KWONG et al., 2002; MARSHALL et al., 2000). Dessa forma, assumimos a
posição de que possivelmente a dentina esclerosada bovina teria o mesmo
comportamento que a dentina esclerosada humana, que seus aspectos
superficiais foram considerados estatisticamente semelhantes quanto à
presença de túbulos abertos por área.
Uma primeira questão a ser respondida quanto ao comportamento da
dentina esclerosada bovina presente em bordos incisais seria se tal
substrato apresentaria também valores de adesão inferiores
comparativamente à dentina bovina normal, como ocorre com a dentina
esclerosada humana.
Os resultados do teste de microtração revelaram uma adesão de fato
menos eficiente à dentina bovina esclerosada comparativamente à dentina
bovina normal (G1 18,87 ± 5,36 MPa e G2 12,94 ± 2,09 MPa). Nesse
primeiro momento, a comparação entre os valores de resistência de união
obtidos para os grupos 1 (dentina normal) e 2 (dentina esclerosada),
submetidos ao mesmo tratamento de superfície revelaram coerência com os
achados da análise morfológica previamente realizada.
98
Entretanto, como explicar tal fato se pudemos observar nas
eletromicrografias que houve uma ação aparentemente eficaz do ácido
fosfórico a 35% em abrir os túbulos dentinários da dentina esclerosada?
Infere-se dessas informações que outros fatores realmente têm papel no
mecanismo global de adesão de um sistema restaurador à dentina.
Destaca-se aqui a importância da trama colágena disponível para que
o processo de hibridização da dentina ocorra a contento, ainda que tags
pequenos ou o proeminentes se formem no interior dos túbulos
dentinários. A própria literatura revisada embasa tal afirmação. Tay e
Pashley (2004), ao detalhar o aspecto estrutural da dentina esclerosada
humana, observaram desnaturação da matriz colágena existente e presença
de um leito de fibrilas colágenas desnaturadas nesse tipo de substrato.
Também Suppa et al. (2006) detectaram alterações na matriz orgânica da
dentina esclerosada encontrada sob lesões cariosas. Observaram uma
distribuição de fibrilas colágenas e proteoglicanas significativamente menor
na dentina esclerosada em relação à dentina normal.
Diante do exposto, acreditamos que futuros estudos que avaliassem
outros aspectos ultra-estruturais da dentina esclerosada bovina certamente
contribuiriam com informações relevantes para compreensão dos resultados
de adesão encontrados no presente trabalho.
A próxima questão a ser respondida seria como melhorar a adesão do
sistema etch and rinse utilizado neste estudo à dentina esclerosada bovina.
Ou, em outras palavras, de que forma poderíamos tratar a superfície
dentinária alterada, para torná-la mais favorável para adesão? Novamente,
99
parte da metodologia empregada teve como base a literatura consultada
para o tratamento da dentina esclerosada humana.
No entender de alguns autores, talvez fosse lógico admitir que se a
dentina esclerosada humana parece ser resistente ao condicionamento
ácido em virtude de seu grau de mineralização, o aumento do tempo de
condicionamento ácido poderia influenciar positivamente os resultados de
resistência adesiva. Dessa forma, alguns trabalhos nesse sentido foram
realizados em dentina esclerosada humana (LOPES et al., 2003; LOPES et
al., 2004; ZHOU; HU, 2006), com o intuito de avaliar o efeito do tempo de
condicionamento ácido na resistência adesiva à dentina esclerosada.
Os resultados do presente estudo não revelaram valores de
resistência adesiva à dentina esclerosada bovina significativamente maiores
quando se dobrou o tempo de condicionamento ácido de 15s para 30s (G2
12,94 ± 2,09 MPa e G3 11,73 ± 0,64 MPa). As médias dos valores dos
grupos 2 (condicionamento por 15s) e 3 (condicionamento por 30s) foram
estatisticamente semelhantes. Nossos achados não correspondem aos
encontrados por Lopes et al. (2003), que observaram valores de resistência
adesiva à dentina esclerosada humana similares à dentina normal, com o
aumento de tempo de condicionamento ácido de 15s para 30s (G15S 56,4 ±
14,9 MPa; G15N 69,7 ± 17,2 MPa; G30S 63,2 ± 15,6 MPa e G30N 67,7 ±
13,3 MPa).
Cabe salientar de que a dentina esclerosada utilizada em seu estudo
encontrava-se sob lesões cariosas, que foram removidas até exposição do
tecido esclerosado, então lixado até granulação 600. Os mesmos autores no
100
ano seguinte, conduziram estudo similar, agora utilizando dentina
esclerosada presente em lesões cervicais não cariosas. Da mesma forma,
concluíram que o aumento do tempo de condicionamento ácido para 30s
melhorou a adesão de Single Bond à dentina esclerosada humana. Portanto,
alguns fatores podem ter contribuído para os diferentes resultados
encontrados: espécies humana e bovina, tipo de dentina esclerosada
utilizada no estudo, metodologia empregada.
Também Marquezini et al. (2003), embora trabalhando com dentina
normal, observaram aumento significante da resistência adesiva (25 MPa
15s e 42,6 MPa 30s) de Single Bond à dentina normal decorrente da
extensão do tempo de condicionamento ácido, o que não ocorreu para
Clearfil SE.
Um recente estudo, realizado por pesquisadores chineses (ZHOU;
HU, 2006), demonstrou uma camada híbrida com mais tags de resina no
interior dos túbulos da dentina esclerosada humana após um tempo de
condicionamento de 30s, em relação à camada híbrida formada após
condicionamento por 15s. Com isso, os autores sugeriram que o aumento do
tempo de condicionamento melhorou aspectos ultra-estruturais da interface
adesiva à dentina esclerosada, podendo ser uma maneira eficiente de
melhorar a própria adesão.
Como visto, nossa pesquisa não compactuou com os relatos da
literatura referente à dentina esclerosada humana, quanto ao efeito do
tempo de condicionamento ácido. Concordamos com Hashimoto et al.
(2000), que afirmaram que a espessura da área hibridizada não é
101
proporcional ao período de condicionamento, ou seja, a camada híbrida não
aumenta conforme o aumento do tempo de aplicação do agente
condicionante. Isto posto, a avaliação da camada híbrida formada da
interação do sistema adesivo com a dentina esclerosada bovina poderia
trazer novas explicações para o diferente comportamento desse substrato.
Cumpre ressaltar, mais uma vez, que os estudos citados não utilizaram
dentina esclerosada presente em bordos incisais.
Sabe-se que o EDTA apresenta um potencial de descalcificação
dental, sendo também capaz de remover a camada de esfregaço sem dano
à estrutura dentinária. Em seu estudo, Torii et al. (2003) utilizaram EDTA ao
invés de ácido fosfórico para condicionar a dentina que receberia o sistema
adesivo Single Bond. Entretanto, não encontraram aumento dos valores de
resistência adesiva, com o uso do EDTA. Blomlof et al. (2001),
observaram valores mais altos de resistência em teste de cisalhamento
quando da associação de EDTA e o sistema adesivo All-Bond 2.
Em nossa pesquisa, tal substância foi utilizada previamente ao
condicionamento com ácido fosfórico, pois acreditávamos que ao trabalhar
com dentina esclerosada, a associação de duas substâncias com potencial
de desobliterar túbulos dentinários ocluídos pudesse ser mais eficaz no
aumento da resistência adesiva. Nossos resultados, no entanto, não
confirmaram tal hipótese. Não houve aumento significante nos valores de
resistência adesiva para o grupo que recebeu condicionamento prévio com
EDTA por 60 segundos.
102
A asperização mecânica da superfície dentinária esclerosada com
ponta diamantada foi um tratamento eficiente no sentido de aumentar
significativamente a resistência adesiva ao substrato alterado (G5 22,75 ±
4,10 MPa), comparativamente ao tratamento convencional (G2 12,94 ± 2,09
MPa). Os resultados de nosso trabalho não coincidem com as observações
das avaliações clínicas realizadas por Van Dijken (2000, 2004), nas quais a
asperização da dentina esclerosada com ponta diamantada não aumentou a
retenção das restaurações. Podemos inferir que em condições clínicas,
outros fatores interferem no processo de adesão, como a distribuição de
esforços, variações de pH, temperatura do meio.
Ainda que os resultados da asperização obtidos em nossa pesquisa
sejam interessantes do ponto de vista da adesão, esse recurso parece-nos
contraditório aos preceitos de nima intervenção preconizados nos dias
atuais.
Admitindo-se que a dentina esclerosada seja um tecido pouco
permeável, em decorrência da própria obliteração dos túbulos, a sua
remoção implicaria na perda do melhor material protetor do complexo
dentino-pulpar disponível: o próprio tecido dentinário. Dessa forma,
acreditamos que clinicamente, o procedimento de asperização deva ser
evitado, caso existam outros recursos mais conservadores a serem
utilizados com êxito.
Nessa filosofia, o tratamento de superfície proposto para o grupo 6,
que consistiu no polimento da dentina com pasta diamantada previamente
aos procedimentos adesivos, seria um procedimento recomendado. As
103
médias de resistência adesiva obtidas nesse grupo (G6 22,48 ± 2,71 MPa)
foram significativamente maiores do que as obtidas para o grupo que
recebeu tratamento convencional (G2 12,94 ± 2,09 MPa), e inclusive
equipararam-se ao grupo de dentina normal, não esclerosada (G1 18,87 ±
5,36 MPa).
Possivelmente, o polimento com taça de borracha associada à pasta
diamantada promova uma limpeza profunda da superfície, com eficiente
remoção de debris e sujidades aderidas. A análise das eletromicrografias
também revelou a formação de um micro-relevo superficial, que aumenta a
área de dentina intertubular disponível para adesão. Essa associação de
fatores tornaria a dentina esclerosada assim tratada um substrato favorável
à adesão, como revelou o resultado do ensaio mecânico.
Tendo ciência de que resultados de estudos in vitro não devam ser
extrapolados para condições in vivo e sabendo que resultados obtidos em
tecidos animais devam ser analisados com reservas, os achados obtidos em
nossa pesquisa permitem afirmar que o tratamento de superfície realizado
nos dentes do grupo 6 é uma ferramenta eficiente e conservadora a ser
considerada no tratamento de lesões dentinárias esclerosadas.
Parece-nos claro também, e outras pesquisas deverão corroborar
nossos achados, que a dentina esclerosada bovina é um substrato de
grande importância a ser considerado nos estudos de adesão a esse tecido
alterado.
104
7 CONCLUSÕES
A análise dos dados coletados neste estudo, obtidos pela
metodologia descrita, nos permite concluir que:
7.1 Dentinas esclerosadas de bordos incisais humanos e bovinos
apresentam aspecto morfológico superficial semelhante em relação ao
número de túbulos abertos por área.
7.2 A resistência de união do sistema adesivo utilizado à dentina
esclerosada bovina é significativamente inferior comparativamente à dentina
bovina normal.
7.3 O aumento do tempo de condicionamento ácido e a associação de
ácidos o são procedimentos capazes de melhorar significativamente os
valores de resistência adesiva à dentina esclerosada bovina.
105
7.4 Asperização mecânica, seja por ponta diamantada ou pasta diamantada,
é um tratamento de superfície capaz de melhorar significativamente os
valores de resistência adesiva à dentina esclerosada bovina.
106
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114
APÊNDICES
APÊNDICE A Resumo dos espécimes obtidos para cada um dos seis grupos
experimentais
Grupo FI FCD FCR
Palitos
perdidos
Total de
palitos
G1 48 0 0 3 51
G2 47 0 0 0 47
G3 58 3 0 15 73
G4 60 0 0 13 73
G5 51 2 0 6 57
G6 53 3 0 11 64
FCR – fraturas coesivas em resina
FCD – fraturas coesivas em dentina
FI – fraturas envolvendo a interface (adesivas e mistas)
115
APÊNDICE B Dimensões dos corpos-de-prova em forma de palitos, carga de ruptura (N),
valores de resistência (MPa) e tipo de fratura ocorrida - Grupo 1
Dente 1 Lado a Lado b Área N Mpa Fratura
Palito 1
0,79 0,68
0,54
13,63
25,37 adesiva
Palito 2
0,80 0,75
0,60
12,97
21,62 adesiva
Palito 3
0,80 0,76
0,61
9,893
16,27 adesiva
Palito 4
0,76 0,76
0,58
8,631
14,94 adesiva
Palito 5
0,77 0,79
0,61
8,913
14,65 adesiva
Dente 2
Palito 1
0,86 0,68
0,58
10,11
17,29 adesiva
Palito 2
0,67 0,82
0,55
6,43
11,70 adesiva
Palito 3
0,67 0,83
0,56
3,45
6,20 adesiva
Palito 4
0,68 0,80
0,54
9,718
17,86 adesiva
Palito 5
0,67 0,82
0,55
9,369
17,05 adesiva
Dente 3
Palito 1
0,82 0,85
0,70
12,17
17,46 adesiva
Palito 2
0,82 0,86
0,71
13,19
18,70 adesiva
Palito 3
0,79 0,86
0,68
9,45
13,91 adesiva
Palito 4
0,77 0,88
0,68
5,047
7,45 adesiva
Palito 5
0,79 0,85
0,67
7,463
11,11 adesiva
Palito 6
0,79 0,89
0,70
7,409
10,54 adesiva
Palito 7
0,80 0,89
0,71
9,45
13,27 adesiva
Palito 8
0,84 0,83
0,70
4,081
5,85 adesiva
Palito 9
0,80 0,84
0,67
12,21
18,17 adesiva
Palito 10
0,83 0,88
0,73
4,993
6,84 adesiva
Palito 11
0,88 0,82
0,72
12,19
16,89 adesiva
Palito 12
0,83 0,80
0,66
7,221
10,88 adesiva
Dente 4
Palito 1
0,88 0,75
0,66
5,839
8,85 adesiva
Palito 2
0,90 0,89
0,80
13,6
16,98 adesiva
Palito 3
0,79 0,77
0,61
14,43
23,72 adesiva
Palito 4
0,79 0,89
0,70
6,47
9,20 adesiva
Palito 5 0,73 0,71 0,52 13,05 25,18 adesiva
Palito 6 0,74 0,72 0,53 13,53 25,39 adesiva
Palito 7 0,75 0,89 0,67 4,47 6,70 adesiva
Palito 8
0,89 0,7
0,62
17,87
28,68 adesiva
Palito 9
0,89 0,82
0,73
10,99
15,06 adesiva
continua...
116
APÊNDICE B – Continuação...
Dente 5
Palito 1 0,92 0,87 0,80 26,90 33,61 adesiva
Palito 2 0,77 0,83 0,64 22,21 34,75 adesiva
Palito 3 0,88 0,79 0,70 16,91 24,32 adesiva
Palito 4 0,79 0,76 0,60 10,12 16,86 adesiva
Palito 5 0,78 0,76 0,59 14,30 24,12 adesiva
Palito 6 0,92 0,77 0,71 20,50 28,94 adesiva
Palito 7 0,79 0,80 0,63 26,60 42,09 adesiva
Palito 8 0,82 0,81 0,66 6,48 9,76 adesiva
Palito 9 0,82 0,76 0,62 9,64 15,47 adesiva
Palito 10 0,78 0,78 0,61 perdido
Dente 6
Palito 1 0,70 0,88 0,62 21,76 35,32 adesiva
Palito 2 0,75 0,80 0,60 9,14 15,24 adesiva
Palito 3 0,74 0,75 0,56 15,72 28,32 mista
Palito 4 0,75 0,75 0,56 7,61 13,53 adesiva
Palito 5 0,83 0,75 0,62 11,52 18,51 adesiva
Palito 6 0,74 0,73 0,54 23,21 42,97 mista
Palito 7 0,90 0,74 0,67 17,45 26,20 adesiva
Palito 8 0,81 0,75 0,61 10,93 17,99 adesiva
Palito 9 0,80 0,74 0,59 perdido
Palito 10 0,75 0,80 0,60 perdido
117
APÊNDICE C Dimensões dos corpos-de-prova em forma de palitos, carga de ruptura (N),
valores de resistência (MPa) e tipo de fratura ocorrida - Grupo 2
Dente 1 Lado a Lado b Área N Mpa Fratura
1
1,21 0,91
1,10
13,95
12,67 adesiva
2
1,15 0,91
1,05
20,91
19,98 adesiva
3
0,91 0,91
0,83
12,2
14,73
mista
4
1,20 0,92
1,10
23
20,83 adesiva
5
1,12 0,87
0,97
12,43
12,76 adesiva
6
0,97 0,97
0,94
19,64
20,87 adesiva
7
0,97 0,80
0,78
9,195
11,85
mista
8
1,24 0,85
1,05
9,758
9,26 adesiva
9
1,18 0,90
1,06
7,154
6,74
mista
Dente 2
1
1,18 1,20
1,42
23,9
16,88
mista
2
1,07 0,86
0,92
6.067
6,60
adesiva
3
1,25 0,92
1,15
17,92
15,58
adesiva
4
1,10 0,90
0,99
9,06
9,15
mista
5
0,75 0,85
0,64
11,92
18,70
adesiva
6
1,09 1,19
1,30
22,34
17,22
mista
Dente 3
1 0,92 1,09
1,00
20,39
20,33
adesiva
2 0,90 1,01
0,91
5,973
6,57
mista
3 0,88 1,08
0,95
8,215
8,64
mista
4 0,96 0,92
0,88
5,812
6,58
adesiva
5 0,99 1,03
1,02
23,03
22,59
mista
6 0,91 1,03
0,94
10,6
11,31
adesiva
7 1,00 0,88
0,88
9,987
11,35
adesiva
8 0,98 0,88
0,86
10,87
12,60
adesiva
9 1,05 0,91
0,96
5,758
6,03
adesiva
Dente 4
1 1,19 0,79
0,94
5,342
5,68
mista
2 1,17 1,19
1,39
8,161
5,86
mista
3 1,08 1,20
1,30
29,62
22,85
adesiva
4 1,22 1,00
1,22
14,55
11,93
adesiva
5 1,21 1,07
1,29
20,47
15,81
adesiva
6 1,16 0,99
1,15
14,43
12,57
mista
continua...
118
APÊNDICE C – Continuação...
Dente 5
1 1,18 0,94
1,11
8,362
7,54
adesiva
2 1,15 0,93
1,07
12,23
11,44
adesiva
3 1,21 0,94
1,14
19,58
17,21
adesiva
4 1,36 0,84
1,14
23,01
20,14
adesiva
5 1,21 0,89
1,08
19,38
18,00
adesiva
6 1,20 0,91
1,09
17,04
15,60
adesiva
7 1,17 0,96
1,12
15,73
14,00
adesiva
8 0,87 1,01
0,88
16,68
18,98
adesiva
Dente 6
1 0,88 0,78
0,69
7,5
10,93
adesiva
2 0,80 0,86
0,69
7,65
11,12
adesiva
3 0,79 0,85
0,67
8,54
12,72
adesiva
4 0,88 0,79
0,70
3,8
5,47
adesiva
5 0,85 0,79
0,67
9,69
14,43
adesiva
6 0,88 0,78
0,69
5,62
8,19
adesiva
7 0,82 0,86
0,71
4,886
6,93
adesiva
8 0,86 0,83
0,71
3,342
4,68
adesiva
9 0,83 0,85
0,71
8,43
11,95
adesiva
119
APÊNDICE D Dimensões dos corpos-de-prova em forma de palitos, carga de ruptura (N),
valores de resistência (MPa) e tipo de fratura ocorrida - Grupo 3
Dente 1 Lado a Lado b Área N Mpa Fratura
1 0,79 0,77
0,61
7,651
12,58
adesiva
2 0,78 0,80
0,62
4,51
7,23
adesiva
3 0,79 0,76
0,60
5,49
9,14
adesiva
4 0,81 0,77
0,62
3,503
5,62
adesiva
5 0,79 0,75
0,59
3,785
6,39
adesiva
6 0,79 0,76
0,60
8,792
14,64
adesiva
7 0,80 0,78
0,62
10,59
16,97
adesiva
8 0,79 0,79
0,62
9,503
15,23
adesiva
9 0,81 0,76
0,62
7,893
12,82
adesiva
10 0,79 0,80
0,63
5,141
8,13
adesiva
11 0,79 0,77
0,61
6,671
10,97
adesiva
12 0,78 0,79
0,62
11,7
18,99
adesiva
13 0,80 0,79
0,63
12,7
20,09
adesiva
14 0,79 0,80
0,63
8,148
12,89
adesiva
15 0,78 0,79
0,62
9,315
15,12
adesiva
16 0,80 0,80
0,64
8,107
12,67
adesiva
17 0,78 0,78
0,61
perdido
Dente 2
1 0,82 0,80 0,66 4,966 7,57 mista
2 0,82 0,79 0,65 4,497 6,94
adesiva
3 0,86 0,81 0,70 5,906 8,48
adesiva
4 0,85 0,78 0,66 7,611 11,48
adesiva
5 0,82 0,78 0,64 6,268 9,80
adesiva
6 0,80 0,79 0,63 8,309 13,15
adesiva
7 0,79 0,78 0,62 9,812 15,83
adesiva
8 0,80 0,79 0,63 12,2 19,30
adesiva
9 0,79 0,78 0,62 6,846 11,11
adesiva
10 0,80 0,80 0,64 10,9 17,03
adesiva
11 0,78 0,77 0,60 4,523 7,53
adesiva
12 0,78 0,82 0,64 perdido
13 0,78 0,85 0,66 perdido
14 0,81 0,79 0,64 perdido
15 0,78 0,78 0,61 perdido
Dente 3
1 0,79 0,79 0,62 6,483 10,39
adesiva
2 0,80 0,86 0,69 11,44 16,63 mista
3 0,82 0,82 0,67 4,523 6,73
adesiva
4 0,82 0,79 0,65 3,007 4,64
adesiva
5 0,86 0,81 0,70 8,174 11,73 mista
6 0,86 0,77 0,66 9,705 14,66
adesiva
continua...
120
APÊNDICE D - Continuação...
7 0,86 0,82 0,71 9,732 13,80
adesiva
8 0,77 0,86 0,66 5,893 8,90 mista
9 0,79 0,79 0,62 8,268 13,25
adesiva
10 0,79 0,78 0,62 4,067 6,60
adesiva
11 0,81 0,79 0,64 0,00 perdido
12 0,79 0,79 0,62 0,00 perdido
13 0,79 0,78 0,62 8,604 13,96 coe dent
14 0,81 0,84 0,68 0,00 perdido
15 0,77 0,82 0,63 0,00 perdido
16 0,79 0,81 0,64 0,00 perdido
Dente 4
1 0,92 0,78 0,72 4,859 6,77
adesiva
2 0,80 0,90 0,72 8,671 12,04 mista
3 0,85 0,74 0,63 4,443 7,06
adesiva
4 0,90 0,81 0,73 14,11 19,36
adesiva
5 0,80 0,81 0,65 9,02 13,92
adesiva
6 0,85 0,82 0,70 8,134 11,67
adesiva
7 0,85 0,85 0,72 4,121 5,70
adesiva
8 0,83 0,74 0,61 8,537 13,90
adesiva
9 0,84 0,75 0,63 0,00 perdido
10 0,75 0,78 0,59 7,852 13,42 coe dent
11 0,79 0,80 0,63 0,00 perdido
12 0,75 0,80 0,60 7,423 12,37 coe dent
Dente 5
1
0,77 0,74 0,57 6,685 11,73
adesiva
2
0,77 0,77 0,59 4,268 7,20
adesiva
3
0,72 1,11 0,80 8,134 10,18
adesiva
4
0,78 0,85 0,66 7,825 11,80
adesiva
5
0,77 0,75 0,58 11,25 19,48
adesiva
Dente 6
1
0,86 0,79 0,68 8,966 13,20
adesiva
2
0,83 0,79 0,66 7,454 11,37 mista
3
0,79 0,90 0,71 7,611 10,70
adesiva
4
0,75 0,81 0,61 1,785 2,94 mista
5
0,76 0,84 0,64 6,201 9,71
adesiva
6
0,83 0,78 0,65 9,74 15,04
adesiva
7
0,90 0,87 0,78 12,75 16,28
adesiva
8
0,82 0,82 0,67 11,97 17,80
adesiva
121
APÊNDICE E Dimensões dos corpos-de-prova em forma de palitos, carga de ruptura (N),
valores de resistência (MPa) e tipo de fratura ocorrida - Grupo 4
Dente 1 Lado a Lado b Área N MPa Fratura
1 0,79 0,80 0,63 10,28 16,27 adesiva
2 0,81 0,80 0,65 3,84 5,93 adesiva
3 0,80 0,75 0,60 2,21 3,68 adesiva
4 0,89 0,75 0,67 4,54 6,80 adesiva
5 0,86 0,76 0,65 7,39 11,31 adesiva
6 0,81 0,79 0,64 9,17 14,33 adesiva
7 0,81 0,75 0,61 6,55 10,78 adesiva
8 0,81 0,75 0,61 4,64 7,64 adesiva
9 0,89 0,79 0,70 11,23 15,97 adesiva
10 0,86 0,81 0,70 12,85 18,45 adesiva
11 0,79 0,89 0,70 2,71 3,85 adesiva
12 0,89 0,78 0,69 2,68 3,86 adesiva
13 0,78 0,80 0,62 0,00 perdido
Dente 2
1 0,78 0,84 0,66 13,22 20,18 mista
2 0,75 0,66 0,50 8,31 16,79 adesiva
3 0,80 0,87 0,70 3,65 5,24 adesiva
4 0,80 0,79 0,63 3,97 6,28 adesiva
5 0,80 0,76 0,61 3,11 5,12 adesiva
6 0,81 0,76 0,62 8,05 13,08 adesiva
7 0,80 0,75 0,60 7,18 11,97 adesiva
8 0,85 0,76 0,65 4,21 6,52 adesiva
9 0,75 0,87 0,65 4,36 6,68 adesiva
10 0,80 0,80 0,64 7,26 11,34 adesiva
11 0,76 0,74 0,56 9,31 16,55 adesiva
12 0,80 0,65 0,52 0,00 perdido
13 0,80 0,74 0,59 0,00 perdido
14 0,80 0,82 0,66 0,00 perdido
15 0,80 0,79 0,63 0,00 perdido
Dente 3
1 0,97 0,89 0,86 6,12 7,09 adesiva
2 0,97 0,75 0,73 9,88 13,58 mista
3 0,90 0,98 0,88 2,18 2,47 mista
4 0,90 0,77 0,69 3,62 5,22 adesiva
5 0,89 0,79 0,70 7,65 10,88 adesiva
6 0,81 0,79 0,64 10,38 16,22 adesiva
7 0,90 0,76 0,68 12,89 18,85 adesiva
8 0,82 0,80 0,66 11,72 17,87 adesiva
continua...
122
APÊNDICE E – Continuação...
9 0,98 0,79 0,77 0,00 perdido
10 0,75 0,77 0,58 0,00 perdido
11 0,97 0,74 0,72 0,00 perdido
Dente 4
1 0,77 0,93 0,72 14,32 20,00 adesiva
2 0,75 0,78 0,59 4,188 7,16 adesiva
3 0,78 0,83 0,65 10,39 16,05 mista
4 0,82 0,83 0,68 8,416 12,37 adesiva
5 0,75 0,78 0,59 2,35 4,02 adesiva
6 0,80 0,81 0,65 10,47 16,16 adesiva
7 0,92 0,78 0,72 5,89 8,21 adesiva
8 0,80 0,77 0,62 1,785 2,90 adesiva
9 0,83 0,76 0,63 10,5 16,65 mista
10 0,81 0,84 0,68 4,779 7,02 mista
11 0,81 0,83 0,67 6,832 10,16 adesiva
12 0,77 0,80 0,62 0,00 perdido
13 0,91 0,84 0,76 0,00 perdido
Dente 5
1 0,85 0,79 0,67 12,39 18,45 adesiva
2 0,77 0,90 0,69 10,11 14,59 adesiva
3 0,89 0,85 0,76 5,45 7,20 adesiva
4 0,79 0,75 0,59 9,45 15,95 adesiva
5 0,84 0,79 0,66 11,52 17,36 adesiva
6 0,76 0,87 0,66 7,825 11,83 adesiva
7 0,78 0,78 0,61 10,66 17,52 adesiva
8 0,74 0,85 0,63 4,362 6,93 adesiva
9 0,74 0,86 0,64 6,215 9,77 adesiva
10 0,83 0,85 0,71 15,14 21,46 adesiva
11 0,74 0,85 0,63 7,262 11,55 adesiva
12 0,75 0,82 0,62 0,00 perdido
13 0,80 0,74 0,59 0,00 perdido
Dente 6
1 0,81 0,85 0,69 6,752 9,81 mista
2 0,80 0,81 0,65 15,61 24,09 adesiva
3 0,79 0,81 0,64 9,705 15,17 adesiva
4 0,80 0,85 0,68 2,872 4,22 mista
5 0,76 0,82 0,62 1,852 2,97 adesiva
6 0,86 0,82 0,71 4,805 6,81 adesiva
7 0,76 0,81 0,62 2,698 4,38 adesiva
8 0,76 0,81 0,62 6,268 10,18 adesiva
123
APÊNDICE F Dimensões dos corpos-de-prova em forma de palitos, carga de ruptura (N),
valores de resistência (MPa) e tipo de fratura ocorrida - Grupo 5
Dente 1 Lado a Lado b Área N Mpa Fratura
1 0,83 0,79 0,66 18,05 27,53 mista
2 0,80 0,75 0,60 21,46 35,77 mista
3 0,81 0,77 0,62 16,23 26,02 mista
4 0,84 0,79 0,66 5,66 8,53 mista
5 0,80 0,83 0,66 15,68 23,61 mista
6 0,83 0,83 0,69 9,11 13,22 mista
7 0,78 0,66 0,51 11,5 22,34 mista
Dente 2
1 0,78 0,79 0,62 14,67 23,81 mista
2 0,81 0,70 0,57 20,74 36,58 mista
3 0,81 0,70 0,57 16,82 29,66 mista
4 0,80 0,78 0,62 12,72 20,38 adesiva
5 0,78 0,81 0,63 9,75 15,43 mista
6 0,69 0,78 0,54 13,4 24,90 mista
7 0,81 0,71 0,58 0,00 perdido
8 0,78 0,70 0,55 0,00 perdido
Dente 3
1 0,87 0,73 0,64 19,84 31,24 adesiva
2 0,71 0,89 0,63 21,18 33,52 adesiva
3 0,76 0,84 0,64 15,01 23,51 adesiva
4 0,72 0,90 0,65 19,58 30,22 adesiva
5 0,74 0,87 0,64 14,46 22,46 mista
6 0,76 0,87 0,66 4,322 6,54 mista
7 0,75 0,91 0,68 8,228 12,06 adesiva
8 0,75 0,86 0,65 14,83 22,99 adesiva
9 0,90 0,79 0,71 15,09 21,22 adesiva
Dente 4
1 0,84 0,82 0,69 10,94 15,88 mista
2 0,82 0,80 0,66 16,11 24,56 adesiva
3 0,82 0,82 0,67 7,141 10,62 mista
4 0,79 0,82 0,65 1,423 2,20 mista
5 0,80 0,82 0,66 17,01 25,93 mista
6 0,80 0,82 0,66 15,18 23,14 mista
7 0,81 0,82 0,66 29,81 44,88 adesiva
8 0,81 0,80 0,65 27,77 42,85 adesiva
9 0,81 0,80 0,65 22,81 35,20 mista
10 0,79 0,81 0,64 11,38 17,78 adesiva
continua...
124
APÊNDICE F – Continuação...
11 0,81 0,82 0,66 0,00 perdido
Dente 5
1 0,82 0,82 0,67 32,32 48,07 adesiva
2 0,82 0,80 0,66 36,36 55,43 mista
3 0,82 0,84 0,69 14,68 21,31 adesiva
4 0,75 0,79 0,59 25,32 42,73 adesiva
5 0,82 0,75 0,62 12,64 20,55 mista
6 0,81 0,67 0,54 1,785 3,29 adesiva
7 0,79 0,79 0,62 14,71 23,57 adesiva
8 0,80 0,80 0,64 11,36 17,75 adesiva
9 0,82 0,83 0,68 6,523 9,58 adesiva
10 0,72 0,79 0,57 18,01 31,66 coe dent
11 0,76 0,81 0,62 10,93 17,76 coe dent
Dente 6
1 0,80 0,85 0,68 3,49 5,13 adesiva
2 0,91 0,79 0,72 3,705 5,15 adesiva
3 0,84 0,78 0,66 6,04 9,22 adesiva
4 0,80 0,83 0,66 10,9 16,42 adesiva
5 0,81 0,94 0,76 15,01 19,71 adesiva
6 0,83 0,78 0,65 13,02 20,11 adesiva
7 0,83 0,76 0,63 9,651 15,30 adesiva
8 0,82 0,78 0,64 9,624 15,05 adesiva
9 0,84 0,76 0,64 16,05 25,14 adesiva
10 0,80 0,93 0,74 14,77 19,85 mista
11 0,82 0,75 0,62 0,00 perdido
125
APÊNDICE G – Dimensões dos corpos-de-prova em forma de palitos, carga de ruptura (N),
valores de resistência (MPa) e tipo de fratura ocorrida - Grupo 6
Dente 1 Lado a Lado b Área N Mpa Fratura
1
0,81 0,78
0,63
20,01
31,67 adesiva
2
0,79 0,79
0,62
6,3
10,09 adesiva
3
0,78 0,81
0,63
6,87
10,87 adesiva
4
0,74 0,81
0,60
12,86
21,45 adesiva
5
0,75 0,80
0,60
11,92
19,87 adesiva
6
0,75 0,78
0,59
7,12
12,17 adesiva
7
0,75 0,80
0,60
9,19
15,32 adesiva
8
0,79 0,82
0,65
12,85
19,84 adesiva
9
0,78 0,79
0,62
15,25
24,75 adesiva
10
0,80 0,78
0,62
6,47
10,37 adesiva
11
0,77 0,81
0,62
10,4
16,67 adesiva
12
0,77 0,81
0,62
16,27
26,09 adesiva
13
0,74 0,79
0,58
19,6
33,53 adesiva
14
0,78 0,79
0,62
10,83
17,58 adesiva
Dente 2
1 0,85 0,79 0,67 24,97 37,19 adesiva
2 0,78 0,69 0,54 10,51 19,53 adesiva
3 0,82 0,85 0,70 12,7 18,22 adesiva
4 0,71 0,70 0,50 11,26 22,66 adesiva
5 0,70 0,83 0,58 4,523 7,78 adesiva
6 0,84 0,75 0,63 10,21 16,21 adesiva
7 0,77 0,85 0,65 18,79 28,71 adesiva
8 0,78 0,71 0,55 0,00 coe dent
9 0,77 0,84 0,65 0,00 perdido
Dente 3
1 0,76 0,79 0,60 20,19 33,63 adesiva
2 0,78 0,84 0,66 13,64 20,82 adesiva
3 0,76 0,79 0,60 12,47 20,77 adesiva
4 0,76 0,77 0,59 20,21 34,54 adesiva
5 0,76 0,75 0,57 13,09 22,96 adesiva
6 0,77 0,76 0,59 18,08 30,90 adesiva
7 0,78 0,83 0,65 18,64 28,79 adesiva
8 0,77 0,78 0,60 29,21 48,63 coe dent
9 0,76 0,77 0,59 27,17 46,43 coe dent
continua...
126
APÊNDICE G – Continuação...
Dente 4
1 0,77 0,81 0,62 7,49 12,01 adesiva
2 0,80 0,77 0,62 3,31 5,37 adesiva
3 0,78 0,78 0,61 18,03 29,64 adesiva
4 0,77 0,81 0,62 13,91 22,30 adesiva
5 0,76 0,81 0,62 19,87 32,28 adesiva
6 0,77 0,77 0,59 16,27 27,44 mista
7 0,77 0,79 0,61 17,97 29,54 adesiva
8 0,78 0,77 0,60 12,56 20,91 adesiva
9 0,77 0,9 0,69 14 20,20 coe dent
Dente 5
1 0,82 0,79 0,65 16,63 25,67 adesiva
2 0,78 0,79 0,62 15,38 24,96 adesiva
3 0,74 0,81 0,60 12 20,02 adesiva
4 0,79 0,79 0,62 18,6 29,80 adesiva
5 0,80 0,82 0,66 13,3 20,27 adesiva
6 0,80 0,78 0,62 31,88 51,09 adesiva
7 0,79 0,80 0,63 2,64 4,18 adesiva
8 0,80 0,79 0,63 14,07 22,26 adesiva
9 0,79 0,79 0,62 1,97 3,16 adesiva
10 0,80 0,80 0,64 13,66 21,34 coe dent
Dente 6
1 0,82 0,80 0,66 17,44 26,59 adesiva
2 0,77 0,81 0,62 10,54 16,90 adesiva
3 0,79 0,78 0,62 12,55 20,37 adesiva
4 0,83 0,78 0,65 15,34 23,69 adesiva
5 0,79 0,80 0,63 9,195 14,55 adesiva
6 0,80 0,78 0,62 11,76 18,85 adesiva
7 0,75 0,79 0,59 12,98 21,91 mista
8 0,77 0,75 0,58 12,06 20,88 adesiva
9 0,78 0,75 0,59 18,91 32,32 adesiva
10 0,80 0,75 0,60 0,00 perdido
11 0,80 0,82 0,66 0,00 perdido
12 0,78 0,87 0,68 0,00 perdido
13 0,80 0,82 0,66 0,00 perdido
127
APÊNDICE H - Dados coletados nos dois grupos comparados
Imagem Numero de túbulos
Grupo de dentina
1 70
2 42
3 38
4 14
5 0 Dentina humana
6 9
7 27
8 23
9 64
10 24
11 67
12 38
13 26
14 40 Dentina bovina
15 29
16 14
17 33
18 2
128
APÊNDICE I – Comparações entre as médias de resistência adesiva dos seis grupos
experimentais, pelo teste de Tukey
Comparação Q
(p)
Médias ( 1 a 2) = 4.6023 < 0.05
Médias ( 1 a 3) = 5.5390 < 0.01
Médias ( 1 a 4) = 5.9925 < 0.01
Médias ( 1 a 5) = 3.0092 > 0.05
Médias ( 1 a 6) = 2.7934 > 0.05
Médias ( 2 a 3) = 0.9367 > 0.05
Médias ( 2 a 4) = 1.3902 > 0.05
Médias ( 2 a 5) = 7.6114 < 0.01
Médias ( 2 a 6) = 7.3956 < 0.01
Médias ( 3 a 4) = 0.4535 > 0.05
Médias ( 3 a 5) = 8.5481 < 0.01
Médias ( 3 a 6) = 8.3324 < 0.01
Médias ( 4 a 5) = 9.0017 < 0.01
Médias ( 4 a 6) = 8.7859 < 0.01
Médias ( 5 a 6) = 0.2158 > 0.05
129
ANEXO A – Parecer de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da FOUSP
130
ANEXO B – Parecer de Aprovação da Subcomissão de Bioética de Animais do Comitê de
Ética em Pesquisa da FOUSP
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