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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
JULIANA BOAVENTURA AVELAR
Caracterização molecular de isolados de
Trypanosoma cruzi obtidos de
mulheres durante a fase crônica da doença
de Chagas
Orientadora:
Profª Drª Ana Maria de Castro
Colaboradora:
Profª Drª Eliane Lages Silva
Dissertação de Mestrado
Goiânia-GO, 2008
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11. Identificação do material bibliográfico: [ X ] Dissertação [ ] Tese
12. Identificação da Tese ou Dissertação
Autor(a): Juliana Boaventura Avelar
CPF: 779942645-49 E-mail: [email protected]
Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [ x ]Sim [ ] Não
Vínculo Empregatício do autor
País: Brasil UF:GO CNPJ:
Título: Caracterização molecular de isolados de Trypanosoma cruzi obtidos de mulheres durante a fase crônica da doença de
Chagas
Palavras-chave: Doença de Chagas, caracterização molecular e mulheres
Área de concentração: Parasitologia
Data defesa: (dd/mm/aaaa) 29/02/2008
Programa de Pós-Graduação: Medicina Tropical e Saúde Pública
Orientador(a): Ana Maria de Castro
CPF: 33108650106 E-mail: [email protected]
Co-orientador(a): Eliane Lages Silva
CPF: E-mail:
3. Informações de acesso ao documento:
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________________________________________ Data: ____ / ____ / _____ Assinatura
do(a) autor(a)
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Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste
prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Todo resumo e metadados ficarão sempre
disponibilizados.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Juliana Boaventura Avelar
Caracterização molecular de isolados de
Trypanosoma cruzi obtidos de
mulheres durante a fase crônica da doença
de Chagas
Dissertação submetida ao PPGMT/UFG
como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre, área de concentração de
Parasitologia
Orientadora:
Profª Drª Ana Maria de Castro
Colaboradora:
Profª Drª Eliane Lages Silva
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Avelar, Juliana Boaventura.
A949c Caracterização molecular de isolados de Trypanosoma cruzi
obtidos de mulheres durante a fase crônica da doença de Chagas /
Juliana Boaventura Avelar. – 2008.
xvii, 69f. : figs., tabs., qds.
Orientadora: Profª. Drª. Ana Maria de Castro, Colaboradora:
Profª Drª Eliane Lages Silva.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás.
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, 2008.
Bibliografia: f.55-67.
Inclui listas de abreviaturas, quadros e de figuras.
Anexos.
1. Doenças de Chagas – Mulheres 2. Doença de Chagas -
Caracterização molecular 3. Trypanosoma Cruzi. I. Castro, Ana
Maria II. Silva, Eliane Lages III. Universidade Federal de Goiás.
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública IV. Título.
CDU: 616.937
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a
quatro pessoas fundamentais na
minha vida, minha mãe Belirana
Boaventura Avelar, as minhas
irmãs Fabiana Boaventura
Avelar e Graciana Analia
Boaventura Avelar. E ao meu
grande companheiro Eduardo
Farias Rebelo.
AGRADECIMENTOS
A Deus por me acompanhar em todos os momentos de minha vida.
Á meu pai Walteir Ferreira de Avelar que enquanto esteve vivo fez de
tudo por mim.
Á minha querida mãe Belirana Boaventura Avelar que todos os dias
mesmo longe se preocupa comigo e me fortalece com palavras amigas.
As minhas irmãs Fabiana Boaventura Avelar e Graciana Boaventura
Avelar por me ajudar e entender quando precisei.
Á todos os Tios e Tias que sempre me deram força.
Aos meus queridos primos e primas.
Aos meus queridos Avós José Boaventura Filho e a Julia Araújo dos
Santos (vovó Belinha).
Ao meu companheiro e querido amor Eduardo Farias Rebelo. Obrigada
por tudo que você faz por mim.
Ao Raimundo Rebelo Vaz e Saras Farias de Oliveira por toda amizade e
carinho.
A minha orientadora Ana Maria de Castro que sempre acreditou no meu
potencial e me deu toda confiança em fazer parte de seu grupo de pesquisa.
A professora Doutora Eliane Lages Silva, muito obrigada!
Ao professor Alejandro Luquetti Ostermayer.
A Daniela Stefani Márquez e Jorge Marcelo Marson por todo apoio
técnico e científico prestado para a realização desse trabalho.
Aos amigos Marcos Gontijo da Silva, Josyrene Mariano, pela amizade,
ajuda e estímulo.
A querida amiga Tatiane Luiza da Costa, serei sempre grata a você.
À Liliane da Rocha Siriano meu grande orgulho e exemplo de vida.
A Aline Almeida Barbaresco, Flávia Nascente, Miryan de Sylvio, Liliane
Rego Guimarães por colaborarem sempre comigo.
Aos secretários da Pós-graduação José Clementino de Oliveira Neto e
Kariny Vieira Soares, muito obrigada!
Aos funcionários do IPTSP-UFG (Nair, Sueli Meira, Lourdes, Marieta e
Vânia) pelo carinho e apoio técnico.
Aos alunos e funcionários do Laboratório de Parasitologia da UFTM.
A todos os professores do IPTSP-UFG. Em especial aos professores
que participaram das bancas de qualificação e defesa.
Às pacientes que concordaram em participar dessa pesquisa.
A todos aqueles que acreditam em mudanças e participaram direta ou
indiretamente na execução dessa pesquisa.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA...................................................................................................iii
AGRADECIMENTOS..........................................................................................iv
LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................ix
LISTA DE QUADROS E FIGURAS....................................................................xi
RESUMO...........................................................................................................xvi
ABSTRACT.......................................................................................................xvii
SUMÁRIO...........................................................................................................vi
1- REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................1
1.1 Morfologia e ciclo evolutivo.....................................................................1
1.2 Aspectos gerais da doença de Chagas...................................................3
1.2.1 Doença de Chagas em Imunodeprimidos......................................4
1.3 Doença de Chagas congênita.................................................................5
1.4 Diagnóstico..............................................................................................6
1.4.1 Diagnóstico parasitológico............................................................7
1.5 Análise da diversidade intra-específica do T. cruzi.................................8
1.5.1 Variabilidade biológica e bioquímica do T. cruzi..........................8
1.6 Caracterização genética do T. cruzi......................................................10
2- JUSTIFICATIVA.............................................................................................14
3- OBJETIVOS...................................................................................................15
3.1 Objetivo Geral........................................................................................15
3.2 Objetivos Específicos............................................................................13
4-MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................16
4.1 Origem dos isolados ............................................................................16
4.2 Processamento das amostras.............................................................16
4.3 Diagnóstico Parasitológico e Molecular................................................17
4.3.1 Hemocultura................................................................................17
4.4 Caracterização genética do T. cruzi.....................................................19
4.4.1 Extração do DNA.......................................................................19
4.4.2 Amplificação específica do T. cruzi...........................................20
4.4.3 Genotipagem do T. cruzi presente nos isolados.......................21
4.4.3.1 Amplificação do domínio divergente D7 do gene 24Sα
rRNA...............................................................................................22
4.4.3.2 Amplificação do domínio de tamanho variável do gene 18S
rRNA...............................................................................................22
4.4.3.3 Amplificação do espaçador não transcrito do gene de mini-
exon................................................................................................23
4.5 Variabilidade genética do kDNA dos isolados do T. cruzi...................23
4.5.1 LSSP-PCR (Low Stringency Single Specific Primer-PCR)….…
…………………………………………………………..…….23
4.5.2 Eletroforese em gel de poliacrilamida.......................................25
4.6 Análise dos perfis de LSSP-PCR e construção dos fenogramas........26
4.6 Análise estatística................................................................................26
5-RESULTADOS...............................................................................................27
5.1 Origem dos pacientes.........................................................................27
5.2 Hemocultura........................................................................................27
5.2.1 Positividade por número de tubos...............................................27
5.3 Caracterização dos grupos e subgrupos das populações do T.
cruzi...........................................................................................................28
5.4 Comparação da variabilidade genética do kDNA entre os 30
isolados.....................................................................................................30
5.5 Comparação da variabilidade genética do kDNA entre os isolados da
Bahia e Goiás............................................................................................33
5.6 Comparação da variabilidade genética do kDNA dos estoques de T.
cruzi, por faixa etária.................................................................................36
5.7 Comparação da variabilidade genética do kDNA dos estoques de T.
cruzi, por idade gestacional.......................................................................37
5.8 Comparação da variabilidade genética do kDNA dos estoques de T.
cruzi, das gestantes e não gestantes........................................................38
5.9 Comparação da variabilidade genética do kDNA entre os isolados
obtidos em tubos diferentes por hemocultura da mesma
paciente.....................................................................................................39
6- DISCUSSÃO..................................................................................................50
7-CONCLUÕES.................................................................................................54
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................55
9-ANEXO I.........................................................................................................68
10- ANEXO II ................................................................................................... 69
LISTA DE ABREVIATURAS
α - Alfa
APAE- Associação de Pais e Amigos Excepcionais
AIDS – Acquired Immunodeficiency Syndrome
BOD – Biochenical Oxygen Demand
CEPMHA/HC Comitê de Ética em Pesquisa Médica e Animal do Hospital das
Clínicas
ºC - Graus Centígrados
CV - Coeficiente de Variação
DP - Desvio Padrão
DNA - Ácido Desoxirribonucléico
dATP - 2’ deoxiadenosina 5’ trifosfato
dCTP - 2’ deoxicitosina 5’ trifosfato
dGTP - 2’ deoxiguanosina 5’ trifosfato
dTTP - 2’ deoxitimidina 5’ trifosfato
dNTP – Mistura de 2’ deoxinucleosídeos 5’ trifosfato
ELISA- Enzime Linked Immunosorbent Assay
EDTA - Ácido Etilenodiaminotetracético
GP - Glicoproteína
HCl - Ácido clorídrico
HIV –Human Immunodeficiency Syndrome
IL - Interleucina
IPTSP- Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
kDNA –DNA do cinetoplasto
LSSP-PCR - Low –stringency specifc primer
LIT - Liver Infusion Triptose
Mb – Mega (10
6
) Base
MgCl
2
- Cloreto de Magnésio
min - Minuto
NaOH - Hidróxido de Sódio
ng - Nanograma
nL - Mililitros
N
2
- Nitrogênio
PCR - Polymerase Chain Reaction
pb - pares de bases
pmol - picomol
pH - Potencial de Hidrogênio
rpm - Rotação por minuto
rRNA - Ácido Ribonucléico Ribossômico
RNA - Ácido Ribonucléico
RAPD – Randomly Amplified Polymorphic DNA
RFLP – Restriction Fragment Length Polymorphism
SIDA-Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
T. cruzi - Trypanosoma cruzi
TCI - Trypanosoma cruzi I
TCII - Trypanosoma cruzi II
µL - Microlitros
UFG - Universidade Federal de Goiás
UFTM- Universidade Federal do Triângulo Mineiro
USA –United States of America
v - Volts
% - porcentagem
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1: Discriminação dos grupos e subgrupos do T. cruzi pela análise do
tamanho do produto amplificado (em pares de bases) nas PCRs do mini-éxon,
do 18S rDNA e do 24α rDNA.............................................................................21
Quadro 2: Positividade por número de tubos obtidos pela técnica de
hemocultura de 30 mulheres chagásicas crônicas, analisados pela LSSP-
PCR...................................................................................................................27
Figura 1: Esquema da hemocultura, segundo Chiari et al. (1989) e Luz et al.
(1994).................................................................................................................18
Figura 2: Gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata,
representativo da PCR com os iniciadores D71 e D72, amplificando as bandas
100/125pb do gene 24Sα rRNA. MM- marcador molecular, canaleta-amostra
correspondente: 01-controle 110pb, 02- 575, 03-576, 04-577, 05-581, 06-587,
07-590, 08-592, 09-593, 10-596, 11-597, 12-600, 13-603, 14-605, 15-608, 16-
609, 17-610, 18-611, 19-controle 110pb, 20-625, 21-626, 22-627, 23-629, 24-
631, 25-632, 24-633, 25-634, 26-636, 27-637, 28-641, 29-644, 30-668 e MM-
marcador molecular...........................................................................................29
Figura 3: Gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata,
representativo da PCR com os iniciadores TC, TC1 e TC2, amplificando as
bandas de 300pb do gene mini-exon. MM- marcador molecular, canaleta-
amostra correspondente: 01-controle 330pb, 02- 575, 03-576, 04-577, 05-581,
06-587, 07-590, 08-592, 09-593, 10-596, 11-597, 12-600, 13-603, 14-605, 15-
controle 330pb, 16-608, 17-609, 18-610, 19-611, 20-controle330pb, 21-625, 22-
626, 23-627, 24-629, 25-631, 26-632, 27-633, 28-634, 29-636, 30-637, 31-641,
32-644, 33-668, 34-controle 330pb e MM- marcador
molecular...........................................................................................................29
Figura 4: Gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata,
representativo da PCR com os iniciadores V1 e V2 amplificando as bandas de
165pb do gene 18S rRNA. MM- marcador molecular, canaleta-amostra
correspondente: 01-controle 165pb, 02- 575, 03-576, 04-577, 05-581, 06-587,
07-590, 08-592, 09-593, 10-596, 11-597, 12-600, 13-603, 14-605, 15-608, 16-
609, 17-610, 18-611, 19-625, 20-626, 21-627, 22-629, 23-631, 24-632, 25-633,
26-634, 27-636, 28-637, 29-641, 30-644, 31-668, 33controle 165pb e MM-
marcador molecular...........................................................................................29
Figura 5: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR:
gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata. MM-
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01-575, 02-576, 03-
577, 04-581, 05-587, 06-590, 07-592, 08-593, 09-596, 10-597, 11-600, 12-603,
13-605, 14-608, 15-609, 16-610, 17-611, 18-625, 19-626, 20-627, 21-629, 22-
631, 23-632, 24-633, 25-634, 26-636, 27-637, 28-641, 29-644, 30-668 e MM-
marcador molecular...........................................................................................31
Figura 6: Fenograma mostrando a distância genética entre os isolados do T.
cruzi em todas as regiões estudadas................................................................32
Figura 7: Comparação da distribuição da naturalidade das mulheres infectadas
pelo T.cruzi dos estados da Bahia e de Goiás..................................................33
Figura 8: Fenograma mostrando a distância entre as populações de
Trypanosoma cruzi isolados pela técnica de hemocultura e analisada pela
LSSP-PCR das pacientes do Estado da Bahia.................................................34
Figura 9: Fenograma mostrando a distância entre as populações de
Trypanosoma cruzi isoladas pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-
PCR das pacientes do Estado de Goiás...........................................................35
Figura 10: Distribuição dos isolados de mulheres infectadas pelo Trypanosoma
cruzi, na fase crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR
de acordo com a faixa etária..............................................................................36
Figura 11: Distribuição dos isolados de mulheres infectadas pelo Trypanosoma
cruzi, na fase crônica, pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR
de acordo com a idade gestacional...................................................................37
Figura 12: Distribuição dos isolados de mulheres infectadas pelo Trypanosoma
cruzi, na fase crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR
do grupo de gestantes e de mulheres não gestantes........................................38
Figura 13: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR:
gel de poliacrilamida a 7,5%, corado com 0,2% de nitrato de prata. MM-
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01- 575a, 02-575b, 03-
576, 04-577a, 05-577b, 06-581a, 07-581b, 08-581c, 09-581d, 10-581e, 11-581f,
12-581g, 13-587a, 14-590a, 15-592a, 16-592b, 17-593a, 18-593b, 19-596, 20-
597, 21-600a, 22-600b, 23-603a, 24-603b........................................................40
Figura 14: Fenograma mostrando a distância entre as populações de
Trypanosoma cruzi das amostras 575 a 603 isoladas de mulheres infectadas
na fase crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-
PCR...................................................................................................................42
Figura 15: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR:
gel de poliacrilamida a 7,5%, corado com 0,2% de nitrato de prata. MM-
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01- 603a, 02-603b, 03-
605a, 04-605b, 05-608a, 06-608b, 07-608c, 08-609a, 09-609b, 10-609c, 11-
609d, 12-609e, 13-610a, 14-610b, 15-611a, 16-611b, 17-611c, 18-611d, 19-
611e, 20-625a, 21-625b, 22-625c, 23-625d, 24-625e, 25-627a, 26-627b, 27-
628a, 28-628b, 29-628c, 30-628d e MM- marcador molecular.........................43
Figura 16: Fenograma mostrando a distância entre as populações de
Trypanosoma cruzi das amostras 603 a 628 s isoladas de mulheres infectadas
na fase crônica, pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR.......45
Figura 17: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR:
gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata. MM
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01-629a, 02-629b, 03-
631a, 04-631b, 05-632a, 06-632b.....................................................................46
Figura 18: Fenograma mostrando a distância entre as populações de
Trypanosoma. cruzi das amostras 629 a 63 isoladas de mulheres infectadas na
fase crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR.............46
Figura 19: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR:
gel de poliacrilamida a 7,5%, corado com 0,2% de nitrato de prata. MM
marcador molecular, caneleta-amostra correspondente: 01-633a, 02-633b, 03-
633c, 04-633d, 05-633e, 06-633f, 07-634a, 08-634b, 09-636a, 10-636b, 11-
636c, 12-636d, 13-636e, 14-637a, 15-637b, 16-637c, 17-637d, 18-641a, 19-
641b, 20-641c, 21-644a 22-644b, 23-644c 24-668 e MM marcador
molecular...........................................................................................................47
Figura 20: Fenograma mostrando a distância entre as populações de
Trypanosoma cruzi das amostras 633 a 668 isoladas de mulheres infectadas
na fase crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-
PCR...................................................................................................................49
RESUMO
A doença de Chagas é uma zoonose causada por um protozoário
flagelado denominado Trypanosoma cruzi, trata-se de um problema específico
da América Latina, onde estima-se que 12 a 14 milhões de pessoas estejam
infectadas. As populações de Trypanosoma cruzi podem ser divididas em dois
grandes grupos, o Trypanossoma cruzi I (TCI) e o Trypanossoma cruzi II (TCII),
sendo o último mais heterogêneo e subdividido em cinco subgrupos TCIIa,
TCIIb, TCIIc, TCIId e TCIIe, porém, pouco se sabe das implicações clínicas e
epidemiológicas dessas classificações. A freqüência da transmissão vertical da
doença de Chagas pode variar de 1,6 a 18,5% de acordo com a região e a
metodologia usada nos estudos. O objetivo desse estudo foi a caracterização
genética de 30 isolados de T. cruzi por meio da hemocultura de pacientes com
doença de Chagas na fase crônica, gestantes e não gestantes. A
caracterização genética foi realizada com três diferentes marcadores que
amplificaram regiões 24Sα e 18S do DNA ribossômico e do gene mini-exon
que permite classificar os grupos e subgrupos do parasito e para a análise da
variabilidade genética entre os isolados do T. cruzi foi realizada a
caracterização da região variável dos minicírculos do kDNA por meio da técnica
de Low –stringency specifc primer (LSSP-PCR), das 30 pacientes estudadas
75% (25/30) eram gestantes e 25% (5/30) não gestantes. As pacientes são de
quarto regiões brasileiras distintas sendo elas dos Estados da Bahia 53,3%
(16/30), Goiás 40,0% (12/30), Paraíba 3,3% (1/30) e Distrito Federal 3,3%
(1/30). A análise do rDNA permitiu evidenciar o TCII em 100% das populações
isoladas nas regiões estudadas, onde o subgrupo TCIIb/e foi detectado em
(96,66%) e o TCIId em (3,33%) este último corresponde a uma amostra do
grupo controle do Estado da Bahia. A variabilidade genética entre as 30
amostras analisadas foi de 24,08 ± 14,4% de compartilhamento de bandas
entre os pares. Houve diferença no compartilhamento de bandas entre as
pacientes da Bahia e Goiás, onde o valor de significância foi menor que 5%.
Não houve diferença entre as porcentagens de bandas compartilhadas nas
análises realizadas por faixa etária das pacientes, idade gestacional e na
análise dos grupos de gestantes e não gestantes. Ao analisar mais de um tubo
proveniente da hemocultura por paciente evidenciamos perfis de assinaturas
gênicas complexas e heterogêneas com 62,5% de bandas compartilhadas
menor que 77% e apenas 37,5% tiveram índices maiores que 83% de
compartilhamento de bandas entre as amostras. Sugerindo assim que nossos
isolados apresentaram uma grande variabilidade genética.
ABSTRACT
Chagas disease is a zoonotic disease caused by a protozoan plagued
called Trypanosoma cruzi, it is a particular problem in Latin America, where it is
estimated that 12 to 14 million people are infected. The populations of
Trypanosoma cruzi can be divided into two major groups, the Trypanossoma
cruzi I (TCI) and Trypanossoma cruzi II (TCII), the last being more
heterogeneous and divided into five subgroups TCIIa, TCIIb, TCIIc, TCIId and
TCIIe However, little is known of epidemiological and clinical implications of
these ratings. The frequency of vertical transmission of Chagas disease can
vary from 1.6 to 18.5% in accordance with the region and the methodology used
in the studies. The aim of this study was to genetic characterization of 30
isolates of T. cruzi through the blood of patients with Chagas disease in the
chronic phase, pregnant and not pregnant. The genetic characterization was
performed with three different markers that amplified regions of the 18S and
24S α DNA ribosomal and mini-exon of the gene that allows classify the groups
and subgroups of the parasite and the analysis of genetic variability among
isolates of T. cruzi was performed the characterization of the variable region of
minicicles of kDNA through the technique of Low-Stringency Single Specific
Primer-PCR (LSSP-PCR). The 30 patients studied 75% (25/30) were women
and 25% (5 / 30) not pregnant. The patients are the four different Brazilian
regions being the States of Bahia 53.3% (16/30), Goiás 40.0% (12/30), Paraíba
3.3% (1 / 30) and the Federal District 3, 3% (1 / 30). The analysis of rDNA
allowed show the TCII in 100% of the isolated populations in the regions
studied, where the subgroup TCIIb/e has been detected in (96.66%) and TCIId
in (3.33%) the latter is a sample of the group Control of the State of Bahia. The
genetic variability between the 30 samples was 24.08 ± 14.4% share of bands
among pairs. There was no difference between the share of bands patients of
Bahia and Goiás, where the value of significance was less than 5%. There was
no difference between the percentages of bands showed in analyses by age of
the patients, gestational age and in the analysis of the groups of pregnant and
not pregnant. In reviewing more than one tube of blood per patient coming
evidenced profiles of signatures genomic complex and heterogeneous with
62.5% of bands shared less than 77% and only 37.5% had rates higher than
83% of bands sharing among samples. Suggesting so our isolates showed a
great genetic variability.
1- REVISÃO DA LITERATURA
1.1Morfologia e ciclo evolutivo
Trypanosoma cruzi é um flagelado da ordem Kinetoplastida, Família
Trypanosomatidae, caracterizado pela existência de um flagelo e do cinetoplasto, uma
estrutura contendo ácido desoxirribonucléico (DNA) localizada dentro da mitocôndria,
única destes parasitos. A identificação do T. cruzi é relativamente fácil, pelo fato de o
seu cinetoplasto ser volumoso, excedendo os limites da membrana parasitária, um dos
detalhes morfológicos que o diferencia do outro único tripanossomo que infecta o
homem em alguns países da América do Sul e Central. Trypanosoma rangeli não é
patogênico para o homem, e pode ocasionar reações sorológicas cruzadas com T.
cruzi (Ramirez et al. 1998).
T. cruzi apresenta três formas evolutivas no seu ciclo, as quais são
identificadas morfologicamente pela posição do cinetoplasto com relação
ao núcleo da célula e à emergência do flagelo. No tripomastigota (estágio
infectante do parasito) o cinetoplasto situa-se na parte posterior do
flagelado, em posição terminal, e o flagelo que se origina próximo do
cinetoplasto emerge da bolsa flagelar, na parte anterior do parasito; nos
epimastigotas (formas de multiplicação do parasito no vetor ou em meios
de cultivos axênicos) o cinetoplasto e a origem do flagelo estão em
posição próxima do núcleo; por fim, os amastigotas (estágios evolutivos
que se multiplicam dentro das células hospedeiras) são organismos
arredondados que apresentam micro flagelo (possui organelas que
normalmente são encontradas no cinetoplasto de células eucarióticas, e
algumas outras estruturas que lhes são próprias). A mitocôndria é tubular
e apresenta as típicas cristas e DNA (cinetoplasto), que são
características dessa estrutura. Uma particularidade do T. cruzi é que, ao
contrário do que acontece nas células eucarióticas, o DNA não está
distribuído ao longo da mitocôndria e se concentra no cinetoplasto
(kDNA). O cinetoplasto possui cerca de 10-20% do DNA total da célula e
esta disposto em uma rede fibrosa constituída por moléculas organizadas
em mini-círculos (95% do DNA total do cinetoplasto) e maxi-círculos.
Embora cerca de 20.000-25.000 mini-círculos estejam presentes no
cinetoplasto, o papel desenvolvido pelo kDNA não é bem conhecido,
ainda que sua presença seja essencial à viabilidade dos estágios
evolutivos do T. cruzi (Brener 1997; Sturm & Simpson 1990).
T. cruzi é representado por populações heterogêneas está constituída
por diferentes cepas que circulam, na natureza, entre o homem, vetores
animais domésticos e reservatórios silvestres. Os tripanossomos
sanguíneos, por exemplo, apresentam fenômeno de polimorfismo,
caracterizado pela existência de formas delgadas e largas que,
respectivamente, predominam em diferentes cepas do T. cruzi. Essas
populações possuem comportamento diverso no que se refere a curvas
de parasitemia, interação com células hospedeiras e resposta imune do
hospedeiro (Andrade 1974).
O ciclo biológico requer dois hospedeiros, um hospedeiro
invertebrado (triatomíneo) e um hospedeiro vertebrado, o qual inclue o
homem, animais domésticos e silvestres. A infecção pelo T. cruzi estava
inicialmente restrita ao ambiente silvestre entre os seus reservatórios e
vetores. A ocupação dos espaços pelo homem e a ação antrópica com os
desmatamentos e afastamento dos animais silvestres, fonte alimentar dos
triatomíneos, aliados à sua domiciliação, foi gradativamente
transformando o ciclo silvestre em peridoméstico e doméstico.
indícios de que no Brasil na época da mineração, quando os
desmatamentos eram restritos, a infecção humana estava limitada à
transmissão acidental ou em cavernas onde o homem podia conviver com
alguns triatomíneos (Coura et al. 2000).
Os ciclos de transmissão desta infecção são definidos pela distribuição
geográfica dos triatomíneos e dos hospedeiros vertebrados, um deles associado com
o ciclo silvestre envolvendo reservatórios selvagens T. cruzi I, e o outro com o ciclo
doméstico/peridoméstico associado ao T. cruzi II, no qual o homem e animais
domésticos agem como hospedeiros do parasito (Fernandes et al. 1998, 1999;
Zingales et al. 1998).
O hospedeiro vertebrado se infecta quando as formas tripomastigotas,
eliminadas nas fezes e urina do inseto vetor, entram em contato com a pele lesada ou
mucosas íntegras, penetram e se multiplicam em qualquer tipo celular encontrado no
local, exceto hemácias. Os triatomíneos se infectam durante o repasto sanguíneo em
animais infectados ao ingerir as formas tripomastigotas sanguíneas do T. cruzi, as
quais no estômago do vetor se transformam em esferomastigotas. No intestino médio
os epimastigotas se aderem à superfície epitelial, se multiplicam e migram para a parte
mais posterior, atingindo o reto, onde se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos
que são eliminados nas fezes ou urina do vetor e constituem as formas infectantes
para o hospedeiro vertebrado. Todos os triatomíneos podem entrar em contato com T.
cruzi, porém, apenas algumas espécies susceptíveis permitem a multiplicação do
parasito no seu interior (Dias 1992; Silveira 1997).
1.2 Aspectos gerais da doença de Chagas
A doença de Chagas ou Tripanossomíase americana é uma infecção
generalizada, essencialmente crônica, causada pelo protozoário T. cruzi transmitida
naturalmente ao homem e a outros animais por intermédio de hemípteros
hematófagos da subfamília Triatominae, representados principalmente pelas espécies:
Triatoma infestans, Rhodnius prolixus, Triatoma dimidiata, Triatoma sordida,
Panstrogylus megistus e Triatoma brasiliensis. (Who 2002). Segundo Dias (2007) essa
doença afeta cerca de 12 a 14 milhões de pessoas na América Latina, onde mais de
60 milhões vivem sob risco de transmissão, em cerca de 18 países endêmicos.
Outras vias de infecção como, transfusões de sangue, transplantes de órgãos,
acidente em laboratórios de pesquisas, transmissão congênita e oral, tem papel
importante na epidemiologia do T. cruzi, principalmente nesta última década após o
controle da transmissão vetorial pelo Triatoma infestans (Schofield et al. 2006), em
alguns países. Possibilidades raras como a transmissão pelo coito foi comprovada
em animais de laboratório, porém, a mesma nunca foi relatada em humanos.
Excepcionalmente a transmissão pode ocorrer por outros vetores e pelo contato direto
com fezes infectadas de triatomíneos (Dias 1992).
No Brasil e em alguns outros países latino-americanos, a transmissão do T.
cruzi a seres humanos, por meio de triatomíneos, tornou-se menos expressiva e,
inclusive, foram certificadas de interrupções desse tipo de transmissão do parasito
(Silveira et al. 2002). Como decorrência de tal situação as conhecidas formas de
infecção rotuladas como alternativas passaram a merecer maiores atenções,
porquanto os atingidos pela protozoose continuam podendo causar novos
comprometimentos capazes então de prejudicar o pleno êxito de medidas preventivas
adotadas até agora (Rassi et al. 2004).
A doença de Chagas é caracterizada por duas fases distintas: a fase
aguda com intensidade e duração de 60 dias, ocorrendo uma intensa
multiplicação parasitária que pode originar manifestações clínicas como
febre, mal estar, astenia, presença de sinais de porta de entrada (sinal de
Romaña e chagoma de inoculação), edema, esplenomegalia e
hepatomegalia, porém a grande maioria dos indivíduos não apresenta
nenhuma sintomatologia. Na passagem para a fase crônica podem estar
envolvidos fenômenos de imunomodulação, como declínio acentuado da
parasitemia e redução progressiva dos fenômenos inflamatórios. Em geral, a
fase crônica inicia-se com a forma indeterminada, também denominada
latente, sub-clínica, apresentando eletrocardiograma, raio-X de toráx, cólon e
esôfago normais. Aproximadamente 20-25% dos indivíduos infectados
evoluem para cardiopatia chagásica crônica, apresentando progressivo dano
cardíaco resultante da destruição de cardiomiócitos e do sistema condutor e,
5-10% são acometidos de síndromes digestivas, destacando-se a
esofagopatia e a colopatia (Cunha-Neto et al. 1995).
1.2.1 Doença de Chagas em Imunodeprimidos
A reativação da doença de Chagas tem sido relacionada a situações que
induzem imunodepressão, como neoplasias, drogas e a infecção pelo HIV (Almeida et
al. 1991). A reativação da doença de Chagas representa muitas vezes a primeira
infecção oportunística nos pacientes com infecção pelo HIV e a meningoencefalite
e/ou miocardite são as principais manifestações clínicas (Gallo et al. 1992). Apesar do
diagnóstico realizado e o tratamento específico instituído, a progressão é muitas vezes
fatal (Sartori et al. 1998).
Estudos, tanto in vitro quanto no homem, têm demonstrado que a infecção
aguda pelo T. cruzi causa severa imunodepressão no hospedeiro. Também, foi
demonstrado na fase aguda que T. cruzi tem a capacidade de induzir diminuição na
expressão das moléculas de superfície CD3+, CD4+ CD8+, bem como de receptores
de IL-2 (Higuchi 1995).
Se a imunodepressão também está presente na fase crônica da doença de
Chagas, é assunto controvertido. Estudos experimentais têm mostrado deficiência da
função helper na fase crônica da doença de Chagas (Higuchi 1995).
1.3 Doença de Chagas congênita
Desde a descrição da doença de Chagas congênita, por Carlos Chagas em
1911, inúmeros autores têm demonstrado a importância da forma de transmissão
congênita, não experimentalmente, mas principalmente no homem, sendo o
primeiro caso descrito na Venezuela (Dao 1949).
A freqüência da transmissão maternal ou vertical da doença de Chagas pode
variar, de acordo com a região e a metodologia usada no estudo, de 1% no Brasil e de
4 a 12% em Países do Cone Sul (Consenso Brasileiro em Doença de Chagas 2005). A
transmissão vertical é considerada um mecanismo de perpetuação dessa enfermidade
parasitária que vem demonstrando importância nas últimas décadas em regiões
endêmicas e urbanas, onde estão concentrados muitos migrantes acometidos pelo
T.cruzi. Nas décadas de 60 e 70 estudos mostraram, por meio de exame
anatomopatológico de fetos, natimortos e prematuros, evolução fatal intra-uterina
dessa infecção (Bittencourt 1972; Amato-Neto 1968). A partir da década de 80,
pesquisas prospectivas evidenciaram, por meio de diferentes métodos de diagnóstico,
tais como parasitológico, sorológico e anatomopatológico, formas variadas deste
mecanismo de transmissão da doença de Chagas. Estas podem apresentar de
diversas maneiras, exemplificadas por óbito fetal em qualquer fase da gestação,
prematuridade, hepatoesplenomegalia, febre, anemia, icterícia e meningoencefalite;
em cerca de 50% dos casos o recém-nascido pode apresentar-se sem sintomas ou
oligossintomático. Os fatores possibilitadores da transmissão materno-fetal do T. cruzi
não estão bem esclarecidos: a cepa e a presença de parasitos circulantes podem
estar envolvidos (Rassi et al. 2004).
O concepto pode adquirir a doença de Chagas da mãe, via transplacentária,
geralmente após o mês de gestação, entre 22 e 37 semanas e parece depender de
fatores ligados ao parasito e ao hospedeiro (Bittencourt 1992). A fase e as formas
clínicas da infecção materna não parecem afetar a transmissão, embora a fase aguda,
quando a parasitemia é alta e persistente, apresente maior risco que a crônica. A
infecção congênita pode ocorrer em 71% dos recém-nascidos de mães com infecção
aguda durante a gravidez e em 1,6% na fase crônica de doença (Freilij 1994). T. cruzi
atravessa o epitélio corial, parasita o estroma vilositário, prolifera sob a forma
amastigota e provoca alterações. O grau de envolvimento placentário esta geralmente
relacionado com a intensidade das lesões fetais (Reiche et al. 1996). Formas menos
freqüentes de transmissão materna da doença de Chagas podem ocorrer pela
contaminação oral por meio do líquido amniótico, e a transmissão hematogênica,
durante o trabalho de parto. também a possibilidade da transmissão pelo leite
materno em mulheres que cursam a fase aguda da infecção ou quando ocorre
sangramento dos mamilos (Howard 1962).
O diagnóstico do recém-nascido muitas vezes pode ser confirmado pela
presença do parasito ao exame direto ou pelo xenodiagnóstico. Os anticorpos da
classe IgM anti-T. cruzi são detectáveis por imunofluorescência indireta e ELISA,
cumprindo assilanar que, às vezes, são de aparecimento tardio, exigindo assim
seguimento do recém-nascido, com coletas de sangue seriadas, ao contrário do que
acontece em casos agudos não-congênitos (Bittencourt 1984). A persistência de
anticorpos específicos da classe IgG por um período maior que 6 meses indica
infecção congênita (Bittencourt 2000).
1.4 Diagnóstico
O diagnóstico da doença de Chagas pode ser feito por métodos parasitológicos
e por testes sorológicos, as alterações clínicas podem ser detectadas por exames de
imagem, como os radiológicos. Na fase aguda da doença procura-se identificar o
parasito, enquanto que na fase crônica da doença utilizam-se métodos imunológicos
para identificação de anticorpos específicos.
1.4.1 Diagnóstico parasitológico
Na fase aguda são utilizados métodos diretos para a pesquisa de formas
tripomastigotas do T. cruzi na corrente sanguínea e métodos de multiplicação como a
hemocultura e o xenodiagnóstico, que apresentam elevada especificidade, porém
baixa sensibilidade.
A pesquisa direta do parasito pode ser feita por microscopia direta onde se
coloca o sangue entre lâmina e lamínula, durante as seis primeiras semanas da
doença. Técnicas como a da gota espessa ou da concentração do sangue, corada
pelo Giemsa aumentam a probabilidade de encontrar o parasito se este estiver com
baixa parasitemia no hospedeiro.
A hemocultura é muito utilizada para diagnóstico na fase crônica da doença de
Chagas visto que T. cruzi é um protozoário facilmente cultivado em inúmeros meios
acelulares contendo componentes como, sais, proteínas e derivados de hemina. É
possível realizar a hemocultura utilizando equipamentos existentes em pequenos
hospitais, centros e postos de saúde em áreas rurais.
O emprego da técnica de hemocultura abriu perspectivas como um método
alternativo visando melhorar a detecção dos parasitos pelos métodos parasitológicos
indiretos, diante da variada sensibilidade dos mesmos. A parasitemia escasssa e
intermitente nos indivíduos infectados na fase crônica da doença de Chagas explicaria
a dificuldade na detecção do T. cruzi em todas as amostras de sangue coletadas, a
qual depende da presença do parasito na amostra no momento da coleta de sangue
(Castro et al. 2002).
A hemocultura é muito importante para o isolamento de populações do T. cruzi
de seres humanos, vetores, reservatórios silvestres e domésticos. Os parasitos
isolados são amplificados em meio de cultivo visando à caracterização por técnicas
bioquímicas e/ou de biologia molecular como, por exemplo, isoenzimas e
endonucleases de restrição, impressões digitais do DNA, amplificação aleatória de
polimorfismos de DNA (RAPD-PCR) e amplificação do domínio divergente do gene
ribossômico 24S e LSSP-PCR (Low stringency single specific primer-PCR) (Chiari &
Galvão 1997).
O método de reação em cadeia da polimerase (PCR) é altamente sensível para
detecção de DNA do parasito. Para a doença de Chagas poderia representar
importante procedimento para os casos com resultados sorológicos duvidosos. Em
outras palavras, poderia ser utilizado como teste padrão ouro. Deve-se tomar muito
cuidado com a contaminação no laboratório no momento de realização do exame para
evitar assim os resultados falsos positivos.
Os testes sorológicos são amplamente utilizados na doença de Chagas, para
selecionar doadores em bancos de sangue, para acompanhamento da terapêutica
antiparasitária, para fins sociais na seleção de trabalhadores, para confirmar ou excluir
uma suspeita clínica e para inquéritos soroepidemiológicos, sendo os mais utilizados a
hemaglutinação Indireta, Imunofluorescência Indireta e o ELISA, sendo testes que
utilizam antígenos brutos e apresentam como vantagens principais sua disponibilidade
em kits comerciais e de boa reprodutibilidade, sua sensibilidade e especificidade
(Luquetti & Rassi 2000).
1.5 Análise da diversidade intra-específica do T. cruzi
1.5.1 Variabilidade biológica e bioquímica do T. cruzi
T. cruzi é constituído por populações heterogêneas contendo um grande
número de clones naturais, que circulam nos ambientes domésticos e silvestres entre
seres humanos, reservatórios e vetores. Tais populações são complexas e
apresentam variações intra-específicas demonstradas em níveis biológicos,
bioquímico, imunológico e genético (Devera et al. 2003). Essa grande variabilidade
biológica e genética encontrada nessa espécie pode ser explicada pelos múltiplos
contatos entre os vetores e reservatórios nas áreas endêmicas, os quais propiciariam
as infecções com mais de uma população do T. cruzi, com distintas propriedades
biológicas entre si, e coexistiriam dentro de um mesmo hospedeiro, sem recombinação
entre eles, constituindo as cepas/populações monoclonais ou multiclonais (Tibayrenc
& Ayala 1991).
As diversas manifestações clínicas observadas na doença de Chagas passam
por períodos ou fases, algumas relacionadas ao hospedeiro como a resposta imune, e
outras inerentes ao parasito que apresenta distintas características evidenciadas pela
diversidade de cepas isoladas dos mais diferentes hospedeiros (Martins et al. 2003).
O estudo da diversidade biológica do T. cruzi realizada experimentalmente em
camundongos demonstrou diferenças significativas entre parâmetros como a
morfologia das formas sanguínea, virulência e patogenicidade, tropismo tecidual e
biodemas do parasito que demonstraram que cepas de alta e baixa virulência com
elevado poder de patogenicidade (Andrade 1974 e Andrade et al. 1985). Em 1997
Andrade e Magalhães agruparam as cepas de T. cruzi em três biodemas (I, II e III)
com base em critérios relacionados a picos de parasitemia, taxas de mortalidade,
predomínio de formas largas ou delgadas, tropismo tecidual e comportamento
histopatológico. O biodema tipo I inclui as cepas que se multiplicam rapidamente,
apresentam elevada parasitemia com predomínio de formas delgadas e
macrofagotropismo com a mortalidade ocorrendo entre o e 12º dias após-infecção;
no tipo II estão as cepas de multiplicação lenta, picos irregulares de parasitemia entre
o 12º e 22º dias após a infecção, com alta mortalidade; o tipo III inclui aquelas de
multiplicação lenta, mas com picos tardios de parasitemia, entre o 20º e o 30º dias
após a infecção, com predomínio de formas largas e tropismo para musculatura
esquelética.
Outras pesquisas realizadas com o objetivo de diferenciar as cepas do T. cruzi
se basearam na utilização da diferenciação dos perfis eletroforéticos de isoenzimas
que agruparam as populações do T. cruzi em três zimodemas principais, denominados
Z1, Z2 e Z3 (Miles et al. 1977) e ZA, ZB, ZC, ZD (Romanha 1982; Carneiro et al.
1990).
Os zimodemas Z2 e ZA são equivalentes sendo, portanto, encontrados no
Brasil seis principais zimodemas correspondentes ao Z1, Z2 ou ZA, Z3, ZB, ZC e ZD.
Destes, o Z2 estaria associado ao ciclo doméstico, enquanto o Z1 e o Z3 seriam
encontrados principalmente em animais e vetores do ciclo silvestre e em pacientes
infectados pelo T. cruzi na fase aguda (Miles et al. 1980; Barret et al. 1980) Tibayrenc
et al. 1986 analisando um número maior de locus, com 15 marcadores enzimáticos e
cepas do T. cruzi procedentes de diversos países, identificaram 43 zimodemas.
Tibayrenc em 1995 sugeriu a existência de duas grandes linhagens filogenéticas,
altamente heterogêneas, que diferem em várias características biológicas. Estudos
demonstram que uma dessas linhagens esta relacionada com as populações
encontradas em seres humanos e pode ser subdividida em cinco subgrupos distintos
com características geográficas e ecológicas bem definidas (Brissé et al. 2000, 2001).
1.6 Caracterização genética do T. cruzi
O DNA nuclear do T. cruzi tem um conteúdo que varia de 87 a 200 Mb e é
composto por seqüências que codificam proteínas, outras que codificam ácidos
ribonucléicos (RNAs) e seqüências repetitivas 44%) do genoma nuclear (Castro et
al. 1981), seu tamanho varia de poucos pares de nucleotídeos até mais de 5 mil pares
de bases (Requena et al. 1996). Estas seqüências podem estar agrupadas ou
dispersas no genoma, muitas delas, como os micro e mini-satélites, os genes de
rRNAs e RNA de seqüência líder, estão organizadas em repetições dispostas uma
após a outra de maneira regular e periódica denominadas de repetições em tandem
(Sloof et al. 1983).
O DNA satélite foi a primeira seqüência repetitiva e caracterizada no genoma
do T. cruzi com cópias em tandem em vários cromossomos (Gonzalez et al. 1984). Os
microssatélites, pequenas seqüências de DNA em tandem, apresentam elevado grau
de polimorfismo sendo utilizados em estudos filogenéticos e taxonômicos, além de
determinar se uma cepa é monoclonal ou policlonal (Macedo et al. 2001).
Com a identificação de marcadores do DNA nuclear com baixas taxas
evolutivas, tais como o domínio divergente do gene de RNA ribossômico (rRNA) 24Sα
e a região intergênica dos genes de mini-exon, estruturaram o consenso sobre a
existência de principais linhagens filogenéticas dentro da espécie de T. cruzi. Souto et
al. (1996) constataram um dimorfismo no produto amplificado do domínio divergente
do gene de rRNA 24Sα do T. cruzi, permitindo a classificação das cepas em três
grupos, sendo os dois primeiros os principais, onde no grupo 1 foi observado um
produto de 125 pb e no grupo 2 um produto amplificado de 110 pb e no grupo onde
os produtos amplificaram as bandas de 110 e 125 pb, esse ultimo grupo foi
denominado de grupo ½.
Na última década as populações de T. cruzi puderam ser classificadas em dois
grandes grupos com características genéticas, biológicas e epidemiológicas bem
distintas, denominado de TCI e o TCII onde no primeiro grupo estão cepas pouco
infectantes para as células hospedeiras e induzem baixa parasitemia, pois expressam
a glicoproteína (gp90) que está relacionada com a inibição da mobilização do cálcio
requerido para a invasão das células. As pertencentes ao segundo grupo são
altamente infectivas para o hospedeiro vertebrado e não expressam a gp90 (Ruiz et al.
1998).
Análises do DNA do T. cruzi mostraram que o TCI consiste de um único grupo
relativamente homogêneo, ao contrário do TCII que pode ser dividido em cinco
subgrupos (TCIIa, TCIIb, TCIIc, TCIId e TCIIe), apresentando o TCIIa TCIIb e TCIIc
com linhagens filogenéticas distintas e duas linhagens hibridas o TCIId e TCIIe, que
tem haplotipos separados dos subgrupos TCIIb e TCIIc (Brisse et al. 2001; Gaunt et al.
2003; Burgos et al. 2007).
A RAPD (random amplified polymorphic DNA) é uma técnica que utiliza curtos
iniciadores de seqüência aleatória que amplificam fragmentos de DNA de tamanho e
intensidade variáveis, gerando perfis complexos de bandas que podem ser específicos
para cada cepa. Tibayrenc et al. (1993), demonstraram uma forte correlação entre os
perfis genéticos obtidos do T. cruzi pela técnica de RAPD e zimodemas. Uma análise
comparativa dos perfis de RAPD com dois isolados de T. cruzi obtidos de pacientes
com doença de Chagas em diferentes períodos mostraram padrões variáveis,
sugerindo populações de parasitas policlonais e monoclonais (D’ Ávila et al. 2006).
O kDNA (organela citoplasmática que representa de 10 a 20% do DNA total do
T. cruzi) está estruturalmente organizado em uma rede complexa de moléculas
circulares formando os maxicírculos e os minicírculos. Os minicírculos representam
95% do DNA total (Simpson & Silva 1971). As seqüências de nucleotídeos da região
variável dos minicírculos são muito heterogêneas, tanto ao nível intra-específico como
interespecífico (Sturm & Simpson 1990). Os minicírculos do kDNA apresentam muitas
cópias por célula, devido a isso eles são comumente usados como alvos na detecção
do parasito.
A técnica de RFLP (restriction fragment length polymorphism) foi prontamente
utilizada para a caracterização do kDNA dos minicírculos do T. cruzi a partir da
digestão do kDNA do parasito por enzimas de restrição estabelecendo grupos
altamente heterogêneos denominados esquizodemas (Morel et al. 1980, 1984). A
obtenção dos esquizodemas a partir da restrição de fragmentos contendo a região
variável do minicírculo de 330 pb amplificados por Polymerase Chain Reaction (PCR)
estabeleceu perfis mais complexos exigindo uma menor quantidade de parasitos para
o estudo de caracterização de cepas e clones (Ávila et al. 1990).
Outra técnica utilizada para caracterizar a região hipervariável do minicírculo do
T. cruzi é a LSSP-PCR (low-stringency specifc primer-PCR) que consiste em submeter
um fragmento de DNA previamente amplificado a uma segunda ração de amplificação,
utilizando um único iniciador geralmente específico para uma das extremidades do
fragmento analisado sob condições de estringência excessivamente baixas. Pelo fato
da reação de LSSP-PCR ocorrer em condições de baixa extringência e especificidade,
a presença de qualquer DNA contaminante impede a reprodutibilidade da técnica
(Pena et al. 1994; Barreto et al. 1996; Vago et al. 1996).
Esses fatores permitem a ligação do iniciador à região de exata
complementaridade e sua interação a múltiplos sítios presentes no interior do
fragmento analisado de maneira seqüência-dependente. É possível identificar assim,
polimorfismos a partir da PCR de fragmentos purificados de kDNA possibilitando a
diferenciação das populações do T. cruzi com alto grau de resolução em material
biológico mesmo com pequeno número de parasitos. Quando os produtos da reação
de LSSP-PCR são separados por eletroforese, um perfil composto por múltiplas
bandas é gerado, o qual reflete a seqüência de nucleotídeos do DNA utilizado como
molde, e que constitui, em conseqüência, a sua “assinatura gênica” (Vago et al. 1996a,
1996b).
Vago et al. (1996) estudaram por meio da LSSP-PCR tecidos de animais
infectados pelo T. cruzi tanto da fase aguda quanto de fase crônica e notaram uma
concordância entre os perfis obtidos da cultura de parasitos com isolados no tecido,
demonstrando a sensibilidade e especificidade da técnica. Andrade et al. (1999)
também utilizando a mesma técnica avaliaram camundongos BALB/c simultaneamente
inoculados com duas diferentes cepas de T. cruzi e verificaram que os animais
infectados com as duas cepas, mesmo ao atingir a fase crônica, não apresentaram
mudanças nos perfis genéticos das cepas parentais. Esse achado demonstra a
importância da técnica para a análise de populações. Em 2000, Vago et al. analisaram
pacientes infectados pelo T. cruzi na fase crônica com cardiomiopatia e esofagopatia e
detectaram perfis genéticos distintos utilizando a técnica de LSSP-PCR.
Meija & Triana (2005), infectaram camundongos com duas cepas de origem
colombiana de T. cruzi e detectaram a presença das duas linhagens de T. cruzi por
meio da LSSP-PCR, bem como o caráter multiclonal das cepas trabalhadas.
Salazar et al. (2006), utilizaram a LSSS-PCR, a fim de determinar a relação
genética entre as amostras de T. cruzi isoladas de diferentes origens geográficas,
espécies vetoras e hospedeiro e mostraram a correlação de muitos isolados com suas
respectivas origens geográficas.
Estes resultados reafirmam o valor da técnica de LSSP-PCR para estudos de
epidemiologia molecular.
2- JUSTIFICATIVA
A diversidade genética do T. cruzi é muito maior do que se tem avaliado e
diversas populações genéticas do parasito podem coexistir dentro de um mesmo
hospedeiro, sem recombinação entre elas, gerando padrões complexos e difíceis de
serem interpretados. Os trabalhos existentes na literatura que avaliam as
características moleculares e bioquímicas do parasito envolvem etapas de isolamento,
amplificação e manutenção, as quais podem dar lugar a processos de seleção clonal,
induzindo modificações no comportamento fenotípico e genotípico deste protozoário.
Deste modo, uma população estudada pode diferir significativamente daquela
presente no hospedeiro vertebrado e não ser representativa das populações
responsáveis pelas lesões teciduais. Atualmente têm-se uma preocupação muito
grande com a padronização de técnicas moleculares para classificação das cepas nos
dois grupos principais TCI e TCII.
A transmissão congênita ou vertical constitui um sério problema de saúde
pública em áreas endêmicas e não-endêmicas, devido à freqüente migração das
populações rurais para os centros urbanos. Lembrando que em áreas não endêmicas
deve-se considerar também a possibilidade de transmissão congênita na segunda e
terceira geração.
O desenvolvimento da técnica de Low Stringency Single Specific Primer-PCR
(LSSP-PCR) abriu uma nova possibilidade de caracterização genética do parasito
diretamente do sangue e tecidos, permitindo estudar a variabilidade genética do kDNA
do T. cruzi, nas populações do parasito diretamente envolvidas nas manifestações
clínicas da infecção. Essa técnica permite detectar distintas alterações de nucleotídeos
em fragmentos de interesse de maneira precisa, rápida e informativa. A caracterização
genética do T. cruzi, associada aos diferentes quadros clínicos presentes na doença
de Chagas, poderá gerar novas perspectivas na epidemiologia molecular desta
infecção.
3- OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Caracterização molecular de 30 isolados de T. cruzi por meio da técnica
de hemocultura de pacientes com doença de Chagas na fase crônica,
gestantes e não gestantes pela técnica de LSSP-PCR.
3.2 Objetivos Específicos
1- Determinar os grupos e subgrupos das populações de T. cruzi
isoladas de mulheres infectadas na fase crônica da doença de Chagas,
utilizando marcadores do DNA nuclear: genes 24Sα e 18S (rRNA) e mini-exon.
2- Avaliar a variabilidade intra-específica do T. cruzi pela técnica LSSP-
PCR e sua correlação com a naturalidade, idade e idade gestacional das
pacientes selecionadas para o estudo.
3- Verificar a existência de subpopulações do T. cruzi pela LSSP-PCR,
nos vários tubos de hemocultura obtidos de uma mesma paciente.
4-MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Origem dos isolados
Essa pesquisa foi constituída do estudo de 30 isolados de T. cruzi obtidos por
meio da técnica de hemocultura realizadas com pacientes infectadas pelo T. cruzi na
fase crônica da doença de Chagas, 25 gestantes e 5 não gestantes, que foram
previamente diagnosticadas pelo teste da mamãe no Instituto de Diagnóstico e
Prevenção (IDP) da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Goiânia
(APAE) e posteriormente encaminhadas, atendidas e acompanhadas no Ambulatório e
Laboratório de Chagas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, GO, no período de 01/2006 a 10/2007.
As pacientes envolvidas neste projeto foram esclarecidas quanto aos objetivos
do mesmo, e dele participaram somente aquelas que concordaram com o
consentimento livre e esclarecido para a coleta e utilização do seu sangue e produtos.
Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital das Clínicas
da UFG, Goiânia, GO com protocolo CEPMHA/HC 056/06. Os dados referentes às
pacientes encontram-se no Anexo 1.
4.2 Processamento das amostras
O sangue utilizado na pesquisa foi colhido no laboratório de Chagas do
Hospital das Clínicas-UFG e as hemoculturas foram processadas no laboratório de
Parasitologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública-UFG, Goiânia-GO.
Todas as análises moleculares e estatísticas foram realizadas no setor de
Parasitologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba-MG.
4.3 Diagnóstico Parasitológico e Molecular
4.3.1 Hemocultura
Trinta mililitros de sangue de cada indivíduo foram colhidos para realização da
hemocultura em meio LIT, idealizado por YAEGER e descrito por Fernandes &
Castellani (1964) e Camargo (1964). O protocolo utilizado foi o de Chiari et al. (1989)
com algumas modificações sugeridas por Luz et al. (1994). O sangue venoso foi
colhido utilizando três tubos vacutainer contendo heparina sódica e processado no
máximo em quatro horas, durante esse período foi mantido em banho de gelo. O
sangue foi centrifugado a 1.000g durante 10 minutos a 4°C em centrífuga (Janetzki-
K24) e o plasma removido e centrifugado a parte, ao seu sedimento foi adicionado 3
mL do meio de cultura LIT (Liver Infusion Triptose). Ao sedimento de hemácias foi
adicionado igual volume do plasma removido de meio de cultura LIT (Camargo 1964)
centrifugado a 2.500 g durante (10 min) a 4°C. A seguir, o sobrenadante foi descartado
e o sedimento de hemácias ressuspendido em meio LIT, homogeneizado e alícotas de
2-3mL distribuídas em sete tubos plásticos de 15mL (Falcon, USA) contendo 3mL de
meio LIT, demonstrado na figura 1.
Os tubos foram mantidos em estufa BOD (General Electric-FANEN-LTDA) a
28°C e homogeneizados duas vezes por semana para aeração. Alíquotas de 10µl da
suspensão de cada tubo foram colocadas entre lâmina e lamínula e foram examinadas
em microscópio com aumento de 400X aos 30, 60, 90, 120 e 150 dias após o exame.
A partir das hemoculturas positivas foram realizados cultivo em meio LIT e
criopreservação em N
2
líquido a-196°C.
Figura 1: Esquema da hemocultura, segundo Chiari et al. (1989) e Luz et al. (1994).
+
Sedimento do
plasma + 3mL/LIT
26-28
o
C
Exames mensais
até 150 dias
Meio LIT -2.500g
4
o
C-15min
3 X 10mL de sangue
(heparina)
2.500g
4
o
C-
Plasma
2.500g
4
o
C-
Plasma
(-20
o
C)
4.4 Caracterização genética do T. cruzi
4.4.1 Extração do DNA
A reação em cadeia de polimerase (PCR) foi realizada segundo a técnica
descrita por Gomes et al. (1998). Foram colhidos 10mL de sangue de cada paciente
no mesmo momento da hemocultura em tubos vacutainer sem anticoagulante. Este
sangue foi transferido para tubos plásticos de 50 mL (Falcon-USA) contendo igual
volume de Guanidina-HCL 6M/EDTA (Sigma Chemical Co, USA) pH 8,0 (Ávila et al.
1990). Estes reagentes permitem a lise e preservação do DNA à temperatura
ambiente. Essas amostras foram estocadas uma semana a temperatura ambiente e
fervidas a 100°C por (15 min) para promover a linearização dos minicírculos e a sua
liberação da rede do kDNA (Brito et al. 1993), permitindo desse modo, uma
distribuição homogênea de seqüências alvos. A seguir as amostras foram estocadas a
4°C até o momento de uso.
As amostras de hemocultura em guanidina-EDTA (Guanidin-HCL 6M e EDTA
Dissódico 0,2M, pH 8,0) foram fervidas a 100°C em banho-maria durante (15 min),
separadas em alíquotas de 200µL em tubos de microcentrífuga de 1,5 mL (Eppendorf-
USA) aos quais foi acrescentado 100µL de água milli-Q estéril. A desproteinização foi
realizada com 400µL de uma mistura (v/v) de fenol (Tris pH 8,0) e clorofórmio: álcool
isoamílico (24:1) com posterior agitação por (10 min) e centrifugação a 10.000g por (5
min). O sobrenadante foi transferido para outro tubo, adicionou-se 10% de acetato de
sódio (3M pH 5,2), duas vezes o volume de etanol absoluto gelado e foi deixado em
banho de gelo por (15 min) para a precipitação do DNA. A mistura foi centrifugada a
10.000g por (15 min), o sobrenadante descartado e após a volatilização do etanol, o
DNA foi ressuspendido em 60µL de água milli-Q estéril e estocado a 4°C durante 36
horas para ocorrer solubilização. Para cada extração foi realizado um controle
negativo (contendo apenas os reagentes utilizados durante a extração do DNA) e um
controle positivo (amostra de hemocultura de indivíduo infectado pelo T. cruzi).
4.4.2 Amplificação específica do T. cruzi
Nas reações da PCR específica as seqüências da região constante dos
minicírculos de rede de kDNA constituíram o alvo da reação, amplificando um
fragmento de 330pb com os iniciadores 121 (5’-AAATAATGTACGG(T/G)-
GAGATGCATGA-3’) e 122 (5’-GGTTCGATTGGGGTTGGTGTAATATA-3’), (Wincker
et al. 1994).
As reações de amplificação foram realizadas em um volume final de 20µl
contendo Tris-HCL, 10mM (pH 9,0), Triton X-100 0,1%, KCL 75mM, Cl2Mg 3,5mM,
0,2mM de cada deoxinucleotídeos (dATP/dTTP/dGTP/dCTP, Sigma Chenical Co.
USA), 1 unidade de Taq DNA polimerase (Promega Corporation, USA) e 20pmoles de
cada iniciador da reação e 2µl de DNA molde. À mistura da reação foram
acrescentados 30µl de óleo mineral (Sigma Chenical CA. USA) para evitar a
evaporação.
O programa de amplificação foi constituído de uma desnaturação inicial a 95°C
(5 min), 35 ciclos de desnaturação a 95°C (1 min), anelamento a 65°C (1 min) e
extensão a 72°C (1 min) seguida de extensão final de (10 min) em termociclador
automático (PTC-100 MJ Research Inc. USA). Os produtos de amplificação por meio
da PCR foram visualizados em géis de poliacrilamida não desnaturante a 6%, corados
com nitrato de prata 0,2%.
As etapas de extração do DNA e mistura da reação da PCR sempre foram
monitoradas com controles positivos (hemoculturas de indivíduos com doença de
Chagas) e negativos (sangue indivíduos que não eram infectados pelo T. cruzi de
áreas endêmicas e não-endêmicas). Para evitar contaminações, cada etapa da reação
foi realizada em ambientes separados, utilizando reagentes e equipamentos
destinados exclusivamente para cada uma das mesmas. As amostras que
apresentaram resultados negativos foram testadas com DNA extraído de cultura do T.
cruzi. A reação de PCR foi repetida em duplicata nas mesmas condições descritas
anteriormente, sendo adicionadas 2µl de DNA de cultura no segundo tubo para
confirmar se estava ocorrendo inibição da reação.
4.4.3 Genotipagem do T. cruzi presente nos isolados
De acordo com Yeo et al. (2005), por meio da associação dos perfis de bandas
obtidos na análise do mini-exon, do 18S rDNA e do 24α rDNA é possível discriminar
os diferentes grupos e subgrupos do T. cruzi, com exceção dos subgrupos IIb e IIe
(Quadro I).
Quadro 1: Discriminação dos grupos e subgrupos do T. cruzi pela análise do tamanho do
produto amplificado (em pares de bases) nas PCRs do mini-exon, do 18S rDNA e do 24α rDNA
Marcadores TCI TCIIa TCIIb TCIIc TCIId TCIIe Resolução dos
subgrupos (TCII)
Mini-exon 350 400 300 250 300 300 TCIIa,c
18S rDNA 160 155 165 165 165 165 TCIIa
24α rDNA 110 120 125 110 110/125 125 TcIIa,c,d
Fonte: Yeo et al. 2005.
4.4.3.1 Amplificação do domínio divergente D7 do gene 24Sα
rRNA
A amplificação por PCR do domínio divergente D7 do gene RNA ribossômico
24Sα foi realizada com os iniciadores D71 (5’-AAGGTGCGTCGACAGTGTGG-3’) e
D72 (5’-TTTTCAGAATGGCCGAACAGT-3’), como descrito por Souto e Zingales
(1993). A reação foi realizada com um volume final de 22µ contendo 10mM Tris-HCL
(pH=9,0), 50mM de KCL, 3,5mM de MgCL
2,
0,65 unidades de Taq DNA-polimerase
(Promega, Madison, WI, USA), 0,1% Triton X-100, 0,2mM de cada dNTP, 10pmol de
cada iniciador, 1ng/µL de DNA e 30µL de óleo mineral. Após desnaturação pelo calor
(4 min) a 94°C, as amostras foram submetidas a 30 ciclos de três temperaturas 94°C
(1 min) 60°C (1min) e 72°C (1min) seguidos por uma elongação final de (5 min) a
72°C. Os produtos amplificados foram visualizados por eletroforese em gel de
poliacrilamida a 6% e corados pelo nitrato de prata a 0,2%.
4.4.3.2 Amplificação do domínio de tamanho variável do gene
18S rRNA
Para essa PCR foram utilizados os iniciadores V1
(5’-CAAGCGGCTGGGTGGTTATTCCA-3’) e V2
(5’-TTGAGGGAAGGCATGACACATGT-3’). A reação foi realizada em um volume final
de 22µL contendo 10mM Tris-HCL (pH=9,0), 50mM de KCL, 3,5mM de MgCl
2
, 0,65
unidades de Taq DNA polimerase (Promega, Madison, WI, USA), 0,1% Triton X-100,
0,2mM de cada dNTP, 10 pmol de cada iniciador, 1ng/µL de DNA e 30µL de óleo
mineral. A amplificação constituiu em 30 ciclos (1 min) a 94°C, (1 min) a 50°C, (1 min)
a 72°C, seguidos por uma elongação final de (5 min) a 72°C. Os produtos amplificados
(Quadro 1) foram visualizados por eletroforese em gel de poliacrilamida a 6% e
corados pelo nitrato de prata a 0,2% (Yeo et al. 2005).
4.4.3.3 Amplificação do espaçador não transcrito do gene de
mini-exon
Para essa PCR foram utilizados os seguintes iniciadores: TC (‘5-
CCCCCCTCCCAGGCCACACTG-3’), TCI (5’-GTGTCCGCCACCTCCTTCGGGCC-3’)
e TC2 (5’-CCTGCAGGCACACGTGTGTGTG-3’). A reação foi realizada em um volume
final de 22µL contendo 10mM Tris-HCL (pH=9,0), 50mM de KCL, 3,5mM de MgCl
2
,
0,65 unidades de Taq DNA polimerase (Promega, Madison, WI, USA), 0,1% Triton X-
100, 0,2mM de cada dNTP, 10pmol de cada iniciador, 1ng/µL de DNA e 30µL de óleo
mineral. A amplificação consistiu em 27 ciclos (30s a 94°C, 30s a 55°C30s a 72°C)
seguidos por elongação final de 5 min, a 72°C. Os produtos amplificados (Quadro1)
foram visualizados por eletroforese em gel de poliacrilamida a 6% e corados pelo
nitrato de prata a 0,2% (Yeo et al. 2005).
4.5 Variabilidade genética do kDNA dos isolados do T.
cruzi
Para a análise da variabilidade genética entre os isolados do T. cruzi foi
realizada a caracterização da região variável dos minicírculos do kDNA por meio da
técnica de LSSP-PCR em isolados do parasito de 30 hemoculturas, sendo que em
cada hemocultura o material biológico foi aliquotado em sete tubos, resultando assim á
analise de 84 tubos positivos.
4.5.1 LSSP-PCR (Low Stringency Single Specific Primer-PCR)
A obtenção das assinaturas gênicas do kDNA do T. cruzi foi realizada pela
técnica de LSSP-PCR.
Essa reação foi realizada em duas etapas: a primeira constitui na amplificação
específica (PCR) de um fragmento de 330pb, que serviu como DNA molde para a
reação de LSSP-PCR em uma segunda etapa de amplificação. Essa técnica exige
uma quantidade aproximada de 15ng do DNA molde para ser realizada (Vago et al.
1996a).
O produto da amplificação do kDNA do T. cruzi pela PCR correspondente à
banda de 330pb, foi purificado com gel de agarose 1,5% TBE 1X (89mM Tris-borato,
2mM EDTA pH 8,0) preparado com água bidestilada estéril em presença de 0,5µg/ml
de brometo de etídeo. As bandas com 330pb foram visualizadas com um
transiluminador de luz ultravioleta de comprimento de onda longa e coletada com o
auxílio de um bisturi estéril. Após o aquecimento em banho-maria as amostras foram
homogeneizadas e diluídas 1:10 com água mili-Q estéril e usadas como DNA molde
para as reações de LSSP-PCR (Vago et al. 1996b e 2000).
Sabendo que a reação de LSSP-PCR ocorre em condições de baixa
estringência e especificidade e que a presença de qualquer DNA contaminante impede
a reprodutibilidade da técnica todos os procedimentos foram realizados em condições
de esterilidade química e bacteriológica como, por exemplo: a desinfecção da cuba de
eletroforese com HCl 0,25N e NaOH 0,5N (30 minutos cada) e água bidestilada estéril;
a exposição de todo material utilizado (inclusive a cuba de eletroforese) à radiação
ultravioleta (30 min); a corrida de eletroforese com a cuba coberta com filme plástico; a
aplicação do DNA no gel de agarose com intervalo de uma canaleta vazia entre cada
amostra.
Nas reações de LSSP-PCR as amostras de DNA foram re-amplificadas
utilizando um único iniciador específico (correspondente ao iniciador 121 com 21pb)
denominado S35G (5’-AAATAATGTACGGGGGAGATG-3’). A mistura da reação teve
um volume final de 10µl contendo 10mM Tris-HCl (pH8,5), 0,1% Triton X-100, 1,5mM
MgCl
2 ,
0,2mM de cada dNTPs (dATP, dCTP, dGTP, and dTTP), 1,0 unidade de Taq
DNA polimerase (PROMEGA, MADISON, WI-USA) 45pmol do iniciador e 3µl de DNA
(fragmento de 330pb purificado em agarose e diluído 1:10) cobertos com 30µl de óleo
mineral.
A amplificação passou por 40 ciclos envolvendo desnaturação a 94°C (1 min),
anelamento a 30°C (1 min) e extensão a 72°C (1 min), precedidos de desnaturação
iniciada 94°C (5 min) e extensão adicional a 72°C durante (7 min) em um
termociclador MJ Research PTC-100. Os produtos de LSSP-PCR foram separados por
eletroforese em gel de poliacrilamida a 7,5% e corados pelo nitrato de prata 0,2%.
4.5.2 Eletroforese em gel de poliacrilamida
Os produtos de amplificação por meio da PCR foram analisados em géis de
poliacrilamida não desnaturante, em diferentes concentrações: para a PCR específica
do kDNA foi utilizado a 6%, e para as técnicas de amplificação do 24Sα rDNA, 18S
rDNA, mini-exon e LSSP-PCR a 7,5%.
Uma amostra de 3 a 5µL do produto amplificado, diluída com igual volume do
tampão da amostra 2X (0,5% de xileno-cianol; 60% de glicerol) foi aplicada em cada
canaleta. A corrida eletroforética, em geral, foi realizada a 80-100V durante
aproximadamente 3 horas, ou seja, com a migração de 6-7cm do corante xileno-cianol.
O tamanho das bandas amplificadas foi monitorado com marcadores moleculares de
100pb.
Após a eletroforese os géis foram transferidos para solução fixadora (etanol
absoluto10%, ácido acético 0,5%) durante 5 minutos. As bandas de DNA foram
reveladas pela coloração com 0,2% de nitrato de prata (Ag/NO
2
), em solução fixadora
durante 10 minutos, seguidas pela redução dos sais de prata com NaOH 3% (v/v) e
0,3% de formaldeído (37%) durante 10 minutos como descrito por Santos et al. (2002).
Após o aparecimento das bandas a revelação foi interrompida com solução fixadora, e
os géis fotografados.
4.6 Análise dos perfis de LSSP-PCR e construção dos
fenogramas
Os perfis de bandas das populações do T. cruzi obtidos pelas reações de
LSSP-PCR como a construção dos fenogramas foram obtidos pelas analises
realizadas pelo programa GEL COMPAR
®
II versão 5.0 produzido pela Applied Maths
NV 2007.
4.7 Análise estatística
A análise descritiva foi realizada a partir das porcentagens e valores
absolutos apresentados em tabelas e gráficos.
A avaliação das variáveis numéricas foi realizada pelo cálculo das
medidas descritivas: (1) medidas de centralidade (média e mediana); (2) de
dispersão (mínimo, máximo, desvio padrão-DP, coeficiente de variação-CV,
percentis 25 e 75).
Para as comparações entre grupos (Estados da Federação, idade, idade
gestacional das pacientes, porcentagens de bandas compartilhadas nos perfis
de LSSP-PCR, número de bandas nos perfis de LSSP-PCR) foram utilizados
os testes de ANOVA ou Kruskal-Wallis (quando os dados não apresentaram
distribuição normal e homogênea). Para comparações entre apenas dois
grupos, foi usado o teste de Mann-Whitney (quando os dados não
apresentaram distribuição normal e homogênea). Para todos os testes foi
considerado um nível de significância de 5%. Os dados foram analisados com
o auxílio dos softwares Statistica® v7 e MSExcel®.
5-RESULTADOS
5.1 Origem dos pacientes
Dos 30 isolados analisados 75% (25/30) eram provenientes de gestantes e
25% (5/30) não gestantes. As pacientes são de quatro regiões brasileiras distintas
sendo elas dos Estados da Bahia 53,3% (16/30), Goiás 40,0% (12/30), Paraíba 3,3%
(1/30) e Distrito Federal 3,3% (1/30). Todos os dados referentes às pacientes estão no
Anexo I.
5.2 Hemocultura
5.2.1 Positividade por número de tubos
Foram processadas 30 amostras, as quais cada amostra corresponde a uma
paciente. Segundo a técnica de Chiari et al. (1989) e Luz et al. (1994), 30ml de sangue
foi processado e a papa de hemácias aliquotadas em 7 tubos contendo LIT,
perfazendo um total de 210 tubos. Destes, apenas 84 se mostraram positivos e foram
submetidos a análises da variabilidade genética pela técnica de LSSP-PCR, como
demonstrado no Quadro 2.
Quadro 2: Positividade por número de tubos obtidos pela técnica de hemocultura de 30
mulheres chagásicas crônicas, analisados pela LSSP-PCR.
Total de tubos positivos
Nº de tubos Nº de pacientes Nº total de tubos analisados
1 6 6
2 12 24
3 3 9
4 3 12
5 4 20
6 1 6
7 1 7
28 30 84
5.3 Caracterização dos grupos e subgrupos das
populações de T. cruzi
Os isolados do T. cruzi foram caracterizados pela análise de diferentes alvos
do rRNA (24Sα e 18S) e mini-exon, em diferentes grupos e subgrupos (Yeo et al.
2005). Este método evidenciou o TCII em 100% das populações isoladas de T. cruzi
circulantes nas regiões estudadas, pertencentes ao subgrupo TCIIb/e (96,66%) e
TCIId (3,33%) este último corresponde a uma amostra do grupo controle do Estado da
Bahia como demonstrado na canaleta 23 (Figura 2). Com produtos amplificados de
110pb e 125pb para o gene 24Sα (rRNA), 165pb para o gene 18S rRNA e 300pb para
amplificação dos gene do mini-exon. Como demonstrados na Figuras 2, 3 e 4
respectivamente e no Quadro 1.
Figura 2: Gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata, representativo da PCR com os iniciadores D71 e D72, amplificando as bandas
100/125pb do gene 24Sα rRNA. MM- marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01-controle 110pb, 02- 575, 03-576, 04-577, 05-581, 06-587,
07-590, 08-592, 09-593, 10-596, 11-597, 12-600, 13-603, 14-605, 15-608, 16-609, 17-610, 18-611, 19-controle 110pb, 20-625, 21-626, 22-627, 23-629, 24-
631, 25-632, 24-633, 25-634, 26-636, 27-637, 28-641, 29-644, 30-668 e MM- marcador molecular.
Figura 3: Gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata, representativo da PCR com os iniciadores TC, TC1 e TC2, amplificando as
bandas de 300pb do gene mini-exon. MM- marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01-controle 330pb, 02- 575, 03-576, 04-577, 05-581, 06-
587, 07-590, 08-592, 09-593, 10-596, 11-597, 12-600, 13-603, 14-605, 15-controle 330pb, 16-608, 17-609, 18-610, 19-611, 20-controle330pb, 21-625, 22-
626, 23-627, 24-629, 25-631, 26-632, 27-633, 28-634, 29-636, 30-637, 31-641, 32-644, 33-668, 34-controle 330pb e MM- marcador molecular.
Figura 4: Gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata, representativo da PCR com os iniciadores V1 e V2 amplificando as bandas de
165pb do gene 18S rRNA. MM- marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01-controle 165pb, 02- 575, 03-576, 04-577, 05-581, 06-587, 07-590,
08-592, 09-593, 10-596, 11-597, 12-600, 13-603, 14-605, 15-608, 16-609, 17-610, 18-611, 19-625, 20-626, 21-627, 22-629, 23-631, 24-632, 25-633, 26-634,
27-636, 28-637, 29-641, 30-644, 31-668, 33controle 165pb e MM- marcador molecular.
5.4 Comparação da variabilidade genética do kDNA
entre os 30 isolados
A LSSP-PCR demonstrou a variabilidade genética entre as 30 amostras
analisadas, como pode ser observado no gel representado pela Figura 5 com a média
de 24,08 ± 14,4% de compartilhamento de bandas entre os pares, apresentando o
máximo de 66,7% de similaridade entre os isolados 5 e 6, 23 e 25 e 1 e 30,
demonstrado na Figura 6.
As pacientes 1 e 30 são de regiões geográficas bem distintas a primeira é de
Catolé do Rocha-PB e a segunda de Baianópolis-BA apresentando 66,7% de
compartilhamento de bandas. A paciente 5 é de Santa Maria da Vitória-BA e a 6 é de
Morrinhos-GO ambas apresentaram 66,7% de compartilhamento de bandas. A
paciente 23 é de Pilar-GO e a paciente 25 de Itauçú-GO ambas apresentaram 66,7%.
As pacientes 22 e 27 são da mesma cidade (Formosa-GO) onde se observa 62,5% de
bandas compartilhadas. A paciente 9 é de Sítio d’ Abadia-GO e a 13, de Correntina-BA
apesar de geograficamente distintas essas cidades são próximas. Essas similaridades
podem ser avaliadas em destaque no fenograma representado pela Figura 6.
Figura 5: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR: gel de poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% de nitrato de prata. MM-
marcador molecular, caneleta-amostra correspondente: 01-575, 02-576, 03-577, 04-581, 05-587, 06-590, 07-592, 08-593, 09-596, 10-597, 11-600, 12-603,
13-605, 14-608, 15-609, 16-610, 17-611, 18-625, 19-626, 20-627, 21-629, 22-631, 23-632, 24-633, 25-634, 26-636, 27-637, 28-641, 29-644, 30-668 e MM-
marcador molecular.
Dice(Tol1.0%-1.0%)(H>0.0%S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LS SP
100
80
60
40
20
66.7
53.8
49
66.7
43
62.5
53.3
38.9
31.5
44.4
42.1
24.1
62.5
33.3
27.9
66.7
36.8
61.5
48.1
41.2
29.2
25.4
22.5
37.5
31
19.1
30
20.7
16
5
6
10
15
23
25
22
27
16
19
14
24
4
9
13
26
2
1
30
21
8
17
7
20
11
29
18
3
12
28
587
590
597
609
632
634
631
637
610
627
608
633
581
596
605
636
576
575
668
629
593
611
592
628
600
644
625
577
603
641
21
25
31
29
21
37
38
19
31
27
24
34
36
29
29
32
22
29
21
37
36
24
32
24
32
35
23
23
44
18
20 SEMANAS
28 SEMANAS
28 SEMANAS
36 SEMANAS
16 SEMANAS
16 SEMANAS
24 SEMANAS
24 SEMANAS
12 SEMANAS
24 SEMANAS
28 SEMANAS
16 SEMANAS
20 SEMANAS
36 SEMANAS
24 SEMANAS
24 SEMANAS
16 SEMANAS
24 SEMANAS
CONTROLE
CONTROLE
16 SEMANAS
20 SEMANAS
CONTROLE
CONTROLE
16 SEMANAS
16 SEMANAS
16 SEMANAS
CONTROLE
BA
GO
BA
BA
GO
GO
GO
GO
GO
BA
BA
BA
GO
GO
BA
GO
GO
PB
BA
BA
GO
BA
DF
BA
BA
BA
BA
BA
GO
BA
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIId
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
Figura 6: Fenograma mostrando a distância genética entre os isolados do Trypanosoma cruzi
em todas as regiões estudadas.
N° da paciente N° Hemocultura Idade Id gestacional Origem
Genótipo
5.5 Comparação da variabilidade genética do kDNA
entre os isolados da Bahia e Goiás
Houve diferença estatisticamente significativa entre os isolados obtidos das
pacientes provenientes da BA e GO em relação ao compartilhamento de bandas
(Mann-Whitney; p = 0,00029). Como demonstrado na Tabela 1 (Anexo II) e na Figura
7.
Mediana
25%-75%
Min-Max
GO BA
Estado
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
% bandas compartilhadas
* significativo
Figura 7: Comparação da distribuição da naturalidade das mulheres infectadas pelo
Trypanosoma cruzi dos estados da Bahia e de Goiás.
A média de compartilhamento de bandas entre pacientes da Bahia foi de 20,99
± 12,96% com o compartilhamento máximo de 50,00% entre os pares 10 e 15 e 17 e
20, como demonstrado em destaque na Figura 8.
No fenograma representado pela Figura 8 observa-se claramente a formação
de quatro braços distintos entre os isolados do Estado da Bahia.
Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LSSP
100
80
60
40
20
42.9
50
30.4
24.1
37.5
31
25.3
18.1
50
44.4
25.6
44.4
29.4
22.2
15.8
21
30
17
20
19
11
29
18
13
10
15
5
3
14
24
28
629
668
611
628
627
600
644
625
605
597
609
587
577
608
633
641
37
21
24
24
27
32
35
23
29
31
29
21
23
24
34
18
CONTROLE
24 SEMANAS
16 SEMANAS
20 SEMANAS
24 SEMANAS
CONTROLE
CONTROLE
16 SEMANAS
36 SEMANAS
28 SEMANAS
36 SEMANAS
20 SEMANAS
16 SEMANAS
28 SEMANAS
CONTROLE
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
BA
TCIId
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
Figura 8: Fenograma mostrando a distância entre as populações de Trypanosoma cruzi
isolados pela técnica de hemocultura e analisada pela LSSP-PCR das pacientes do Estado da
Bahia.
A média de compartilhamento de bandas entre pacientes de Goiás foi de 27,94
± 13,31% com o compartilhamento máximo de 66,7% entre os pares 23 e 25 como
demonstrado em destaque na Figura 9.
Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LSSP
100
80
60
40
62.5
53.3
66.7
41.9
31.8
55.6
36.7
27.2
35.7
23.7
20.2
22
27
16
23
25
4
6
8
26
2
9
12
631
637
610
632
634
581
590
593
636
576
596
603
38
19
31
21
37
36
25
36
32
22
29
44
24 SEMANAS
24 SEMANAS
12 SEMANAS
16 SEMANAS
16 SEMANAS
16 SEMANAS
28 SEMANAS
CONTROLE
24 SEMANAS
24 SEMANAS
20 SEMANAS
16 SEMANAS
GO
GO
GO
GO
GO
GO
GO
GO
GO
GO
GO
GO
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
TCIIb/e
Figura 9: Fenograma mostrando a distância entre as populações de Trypanosoma cruzi
isoladas pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR das pacientes do Estado de
Goiás.
5.6 Comparação da variabilidade genética do kDNA dos
estoques de T. cruzi por faixa etária
Não houve diferença significativa entre porcentagens de bandas
compartilhadas em relação a faixa etária (Kruskal-Wallis; p = 0,3227). Como
demonstrado no Quadro 3 (Anexo II) e na Figura 10.
Mediana
25%-75%
Min-Max
19-24 anos 25-34 anos > 34 anos
Idade da paciente
0
10
20
30
40
50
60
70
% de bandas compartilhadas
Figura 10: Distribuição dos isolados de mulheres infectadas pelo Trypanosoma cruzi, na fase
crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR de acordo com a faixa etária.
5.7 Comparação da variabilidade genética do kDNA dos
estoques de T. cruzi por idade gestacional
Não houve diferença significativa entre porcentagens de bandas
compartilhadas com relação às idades gestacionais (ANOVA; p = 0,191). Como
demonstrado na Quadro 4 (AnexoII) e na Figura 11.
dia
DP
Min-Max
20 a 24 semanas
28 a 36 semanas
12 a 16 semanas
Controles
Idade gestacional
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
% de bandas compartilhadas
Figura 11: Distribuição dos isolados de mulheres infectadas pelo Trypanosoma cruzi, na fase
crônica, pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR de acordo com a idade
gestacional.
5.8 Comparação da variabilidade genética do kDNA dos
estoques de T. cruzi das gestantes e não gestantes
Não houve diferença significativa entre porcentagens de bandas
compartilhadas nos isolados das gestantes quando comparadas com o grupo de
mulheres não gestantes (Mann-Whitney, p = 0,257). Como demonstrado na Quadro 5
(Anexo II) e na Figura 12.
Mediana
25%-75%
Min-Max
Não gestantes
Gestantes
Mulheres
0
10
20
30
40
50
60
70
% de bandas compartilhadas
Figura 12: Distribuição dos isolados de mulheres infectadas pelo Trypanosoma cruzi, na fase
crônica pela técnica de hemocultura, analisada pela LSSP-PCR do grupo de gestantes e de
mulheres não gestantes.
5.9 Comparação da variabilidade genética do kDNA
entre os isolados obtidos em tubos diferentes por
hemocultura da mesma paciente
Nas Figuras 13, 15, 17 e 19 estão representados os géis com os perfis
geneticos obtido de diferentes tubos por hemocultura da mesma paciente, para a
verificação de bandas compartilhadas entre elas, enquanto que nas Figuras 14, 16, 18
e 20 estão os fenogramas correspondente as mesmas amostras.
Figura 13: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR: gel de poliacrilamida a 7,5%, corado com 0,2% de nitrato de prata. MM-
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01- 575a, 02-575b, 03-576, 04-577a, 05-577b, 06-581a, 07-581b, 08-581c, 09-581d, 10-581e, 11-
581f, 12-581g, 13-587a, 14-590a, 15-592a, 16-592b, 17-593a, 18-593b, 19-596, 20-597, 21-600a, 22-600b, 23-603a, 24-603b.
Canaleta 3, 13 e 14, 19 e 20, são amostras de pacientes que tiveram somente
um tubo positivo na hemocultura.
Nas canaletas 01 e 02 correspondente a amostra 575 (a e b) houve 90,91% de
bandas compartilhadas.
As 04 e 05 são correspondentes as amostras 577 (a e b) houve 50,00% de
compartilhamento de bandas e pode se observar pela análise no fenograma que elas
se localizam em braços opostos.
Das canaletas 06 a 12 correspondem a amostra 581 apresentando uma média
46,81 ± 23,19% de bandas compartilhadas com mínimo de 0% entre as amostras 581e
e 581b e máximo de 85,72% com as amostras 581f e 581g. Como observado na
Figura 14 as amostras 581a e 581b estão localizadas em braços diferentes da árvore
em relação com as amostras 581a, 581d, 581e, 581f e 581g.
As canaletas 15 e 16 correspodentes as 592 (a e b) apresentaram 76.93% de
bandas compartilhadas.
As canaletas 17 e 18 correspodentes as 593 (a e b) apresentaram 60,00% de
bandas compartilhadas.
As canaletas 21 e 22 correspodentes as 600 (a e b) apresentaram 100.00% de
bandas compartilhadas.
As canaletas 23 e 24 correspodentes as 603 (a e b) apresentaram 40.00% de
bandas compartilhadas.
As amostras descritas anteriormente estão apresentadas na Figura 14.
Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LSSP
100
80
60
40
20
90.9
51.7
36.5
21.1
80
64.2
85.7
56.7
66.7
33.6
66.7
52.2
27
42.9
76.9
33.2
22.4
14.3
100
54.5
25.5
12.8
8.7
575a
575b
577a
576
590a
581c
581d
581e
581f
581g
577b
597
593a
596
593b
581a
581b
592a
592b
600a
600b
603a
603b
587a
Figura 14: Fenograma mostrando a distância entre as populações de Trypanosoma cruzi das
amostras 575 a 603 isoladas de mulheres infectadas na fase crônica pela técnica de
hemocultura, analisada pela LSSP-PCR.
Nº da Hemocultura
Figura 15: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR: gel de poliacrilamida a 7,5%, corado com 0,2% de nitrato de prata. MM-
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01- 603a, 02-603b, 03-605a, 04-605b, 05-608a, 06-608b, 07-608c, 08-609a, 09-609b, 10-609c, 11-
609d, 12-609e, 13-610a, 14-610b, 15-611a, 16-611b, 17-611c, 18-611d, 19-611e, 20-625a, 21-625b, 22-625c, 23-625d, 24-625e, 25-627a, 26-627b, 27-
628a, 28-628b, 29-628c, 30-628d e MM- marcador molecular.
Nas canaletas 01 e 02 correspondente a amostra 603 (a e b) houve 54,55 % de
bandas compartilhadas.
Nas canaletas 03 e 04 correspondente a amostra 605 (a e b) houve 66,67% de
bandas compartilhadas.
Das canaletas 05 a 07 correspondente a amostra 608 (a, b e c) houve uma de
média 45,42 ± 16,49% de bandas compartilhadas com máxima de 61,54% entre as
amostras 608d e 608c e mínima de 28,57% entre as amostras 608a e 608b.
Das canaletas 08 a 12 correspondente a amostra 609 (a, b, c, d, e) houve uma
média 54,75 ± 16,40% de bandas compartilhadas com máxima de 80,01% entre as
amostras 609d e 609e e mínima de 22,23% entre as amostras 625b e 625c.
Nas canaletas 13 e 14 correspondente a amostra 610 (a e b) houve 40% de
bandas compartilhadas.
Das canaletas 15 a 19 correspondente a amostra 611 (a, b, c, d, e) houve uma
média 68,23 ± 20,23% de bandas compartilhadas com máxima de 100,00% entre as
amostras 611a e 611b e mínima de 44,45% entre as amostras 611a e 611e.
Das canaletas 20 a 24 correspondente a amostra 625 (a, b, c, d, e) houve uma
média 41,76 ± 27,48% de bandas compartilhadas com máxima de 83,33% entre as
amostras 625b e 625c e mínima de 15,39% entre as amostras 625a e 625e.
Nas canaletas 25 e 26 correspondente a amostra 627 (a e b) houve 54,55% de
bandas compartilhadas.
Das canaletas 27 a 30 correspondente a amostra 628 (a, b, c, d) houve uma
média 69,7 ± 11,05% de bandas compartilhadas com máxima de 83,33% entre as
amostras 628a e 628c e mínima de 50,00% entre as amostras 628c e 628b.
As amostras descritas anteriormente estão apresentadas na Figura 16.
Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LSSP
100
80
60
40
20
54.5
61.5
38
66.7
25.6
100
70
88.9
58.9
83.3
72.7
63.1
29.3
18.1
66.7
80
56.3
43.9
13.5
50
35
83.3
75
36.4
22
54.5
24.4
15.2
11.9
627a
627b
608b
608c
605a
605b
611a
611b
611d
611c
611e
628a
628c
628d
628b
609a
609b
609d
609e
609c
610a
625e
625d
625a
625c
625b
610b
603a
603b
608a
Figura 16: Fenograma mostrando a distância entre as populações de Trypanosoma cruzi das
amostras 603 a 628 isoladas de mulheres infectadas na fase crônica, pela técnica de
hemocultura, analisada pela LSSP-PCR.
Nº da Hemocultura
Figura 17: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR: gel de
poliacrilamida a 7,5% corado com 0,2% nitrato de prata. MM marcador molecular, canaleta-
amostra correspondente: 01-629a, 02-629b, 03-631a, 04-631b, 05-632a, 06-632b.
Nas canaletas 01 e 02 correspondente a amostra 629 (a e b) houve 100,00%
de bandas compartilhadas.
Nas canaletas 03 e 04 correspondente a amostra 631 (a e b) houve 83,33% de
bandas compartilhadas.
Nas canaletas 05 e 06 correspondente a amostra 632 (a e b) houve 93,33% de
bandas compartilhadas.
As amostras descritas anteriormente estão apresentadas na Figura 18.
Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LSSP
100
80
60
40
83.3
93.3
29.9
100
20.4
631a
631b
632a
632b
629a
629b
Figura 18: Fenograma mostrando a distância entre as populações de Trypanosoma. cruzi das
amostras 629 a 63 isoladas de mulheres infectadas na fase crônica pela técnica de
hemocultura, analisada pela LSSP-PCR.
Nº da Hemocultura
Figura 19: Caracterização do kDNA dos isolados do T. cruzi pela LSSP-PCR: gel de poliacrilamida a 7,5%, corado com 0,2% de nitrato de prata. MM
marcador molecular, canaleta-amostra correspondente: 01-633a, 02-633b, 03-633c, 04-633d, 05-633e, 06-633f, 07-634a, 08-634b, 09-636a, 10-636b, 11-
636c, 12-636d, 13-636e, 14-637a, 15-637b, 16-637c, 17-637d, 18-641a, 19-641b, 20-641c, 21-644a 22-644b, 23-644c 24-668 e MM marcador molecular.
Das canaletas 01 a 06 correspondente a amostra 633 (a, b, c, d, e) houve a
média 70,06 ± 20,31% de bandas compartilhadas com máxima de 100,00% entre as
amostras 633c e 633d; 633a e 633b; 633e e 633f e mínima de 36,37% entre as
amostras 633a e 633e.
Nas canaletas 07 e 08 correspondente a amostra 634 (a e b) houve 100,00%
de bandas compartilhadas.
Das canaletas 09 a 13 correspondente a amostra 636 (a, b, c, d, e) houve a
média 92,04 ± 4,53% de bandas compartilhadas com máxima de 100,00% entre as
amostras 636c e 636d e mínima de 85,72% entre as amostras 636a e 636e.
Das canaletas 14 a 17 correspondente a amostra 637 (a, b, c, d) houve a
média 84,42 ± 10,04% de bandas compartilhadas com máxima de 93,33% entre as
amostras 637a e 637c; 637c e 637d e mínima de 66,67% entre as amostras 637d e
637b.
Das canaletas 18 a 20 correspondente a amostra 641 (a, b e c) houve a média
90,79 ± 4,39% de bandas compartilhadas com máxima de 93,33% entre as amostras
641a e 641b e 641b e 641c e mínima de 85,72% entre as amostras 641a e 641c.
Das canaletas 21 a 23 correspondente a amostra 644 (a, b e c) houve a média
93,33 ± 11,54% de bandas compartilhadas com máxima de 100,00% entre as
amostras 644a e 644b e 644b e 644c e mínima de 80,01% entre as amostras 644a e
644c.
As amostras descritas anteriormente estão apresentadas na Figura 20.
Na estratificação das amostras com mais de um tubo analisado chegamos a
um total de 24 pacientes enquanto que as outras 06 amostras eram tubos individuais,
demostranto que 25% das amostras tiveram entre 40 e 50% de compartilhamento de
bandas, 37,5% tiveram entre 54 a 77% de compartilhamento de bandas e 37,5%
tiveram entre 83 a 100% de compartilhamento de bandas.
Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]
LSSP
100
80
60
40
20
100
94.7
93.2
87.9
47.1
100
100
68.2
100
59.8
32.1
93.3
89.5
22.8
93.3
89.5
78.1
100
48.1
100
90
33.9
16.9
636c
636d
636a
636b
636e
668
633c
633d
633a
633b
633e
633f
641a
641b
641c
637a
637c
637d
637b
634a
634b
644a
644b
644c
Figura 20: Fenograma mostrando a distância entre as populações de Trypanosoma cruzi das
amostras 633 a 668 isoladas de mulheres infectadas na fase crônica pela técnica de
hemocultura, analisada pela LSSP-PCR.
Nº da Hemocultura
6- DISCUSSÃO
T. cruzi possui uma estrutura heterogênea representada por populações que
circulam entre os homens, vetores, reservatórios silvestres e animais domésticos
(Brener 1977). Tais diferenças são detectadas por suas diferenças biológicas e
genéticas. A caracterização genética tem fornecido importantes dados sobre a
epidemiologia e patogenia deste protozoário.
Linhagens de Trypanosoma cruzi têm sido identificadas a partir de isolados
utilizando análises bioquímicas e moleculares (Souto et al. 1996; Fernandes et al.
1998; Brisse et al. 2000; Brisse et al. 2001 e Diosque et al. 2003.
Esse trabalho compara pela primeira vez o perfil genético de dois grupos,
gestantes e não gestantes informações não encontradas na literatura.
Em nosso estudo, TCII correspondente ao ciclo doméstico foi encontrado em
todos isolados onde em sua maioria encontramos TCIIb/e (96,66%) e em apenas um
isolado foi identificado TCIId (3,33%). O predomínio dos subgrupos TCIIb/e e TCIId
está de acordo com a literatura, visto que estes são predominantes em humanos e
vetores domésticos (T. infestans) nos países do cone sul da América do Sul (De Luca
D’oro et al. 1993; Barnabé et al. 2001; Di Noia et al. 2002; Freitas et al. 2005; Virreira
et al. 2006). Os dados encontrados relacionados ao TCII (100%) estão de acordo com
a literatura que mostram o predomínio do TCII (Freitas et al. 2005; Lages-Silva et al.
2006) e do subgrupo TCIIb/e (Higo et al. 2004). Lages-Silva et al. 2006 observou que o
T. cruzi II foi detectado em todos os pacientes incluindo aqueles sem alterações
clínicas e também foram encontradas associações com diferentes sintomas e vários
processos patológicos em todas as formas clínicas da doença, embora o T. cruzi I
esteja presente no ciclo de transmissão silvestre na região do Triângulo Mineiro.
Vieira et al. 2006 mostraram em seus resultados que os subgrupos do T. cruzi
TCIIb TCIId e TCIIe assim como as diferentes variantes do subgrupo TCIId podem
induzir infecção congênita. As freqüências das linhagens TCIId são similares em
neonatos e adultos que vivem na mesma localidade geográfica. Os recém-nascidos
infectados pelo TCIId mostraram-se assintomáticos, ou formas clínicas fatais e
severas da doença de Chagas congênita tanto com baixa ou alta parasitemia. Seus
resultados mostraram que independentemente da sua freqüência de distribuição três
subgrupos diferentes de T. cruzi TCIIb TCIId e TCIIe podem ser transmitidos de mães
envolvidas na infecção congênita.
A presença de apenas um isolado caracterizado como TCIId, de uma paciente
do grupo controle da Bahia, correspondente a amostra 629 o qual também circula em
elevada freqüência entre a população humana no ciclo doméstico de transmissão da
doença de Chagas em regiões da Argentina e da Bolívia (Virreira et al. 2006; Burgos
et al. 2007).
Não foi detectado TCIIa e o TCIIc em nenhum dos isolados estudados
neste trabalho, o que era esperado, pois este genótipo é típico da região
norte. Dados referentes à distribuição desses genótipos entre pacientes com
doença de Chagas são raros, o TCIIa é predominante em áreas endêmicas ao
norte da Bacia Amazônica e nos EUA, e o TCIIc, na Bacia Amazônica e nos
países do cone Sul, principalmente no meio silvestre (dados não publicados,
apud Yeo et al. 2005), havendo relatos de sua presença na Guatemala e Peru
(Higo et al. 2004).
A LSSP-PCR tem mostrado que a variabilidade genética do kDNA do T.
cruzi é um dos fatores mais determinantes na patogênese da doença de
Chagas (Andrade et al. 1999; Vago et al. 2000). A técnica de LSSP-PCR é
capaz de detectar simples ou múltiplas variações nos fragmentos do DNA alvo
e tem sido utilizada nos estudos das doenças genéticas (Pena et al. 1994), e
caracterização genética de diversos microorganismos (Villa et al. 1995; Gomes
et al. 1997; Oliveira et al. 2003).
A variabilidade genética do kDNA dos isolados demonstrada pela LSSP-PCR
permitiu observar 24,08 ± 14,4% de compartilhamento de bandas entre os pares de
isolados das pacientes gestantes e não gestantes de quatro regiões distintas do Brasil
onde cada paciente apresentava um perfil único e exclusivo de assinatura gênica,
corroborando os dados aqui encontrados com os de Pena et al. 1994; Barreto et al.
1996; onde em seus trabalhos descreveram que a variabilidade genética apresentada
nos perfis de LSSP-PCR apresentou assinaturas gênicas altamente variáveis para
indivíduos analisados, onde apresenta perfis distintos entre pacientes sem algum
parentesco.
A caracterização da região variável do kDNA das populações do T. cruzi
isoladas de pacientes de diferentes regiões da Bahia e Goiás pela LSSP-PCR,
realizada no presente trabalho, demonstrou uma ampla heterogeneidade do
parasito evidenciada pela baixa proporção de compartilhamento de bandas,
(Bahia 21,00 ± 12,96% e Goiás de 27,94 ± 13,31%) diferente dos dados
encontrados na literatura. Vago et al. 2000 observou similaridades entre
diferentes pacientes na mesma região geográfica analisando o perfil do kDNA
do T. cruzi pela técnica LSSP-PCR. Este comportamento também foi
observado por Lages-Silva et al. 2006 no Triângulo Mineiro que examinou
pacientes com sintomas clínicos típicos da doença de Chagas (88,6%) com alta
freqüência de formas mistas (44,3%) e poucos casos na forma intermediária,
isso ocorreu provavelmente porque esses pacientes foram selecionados em
uma unidade hospitalar. Isso sugere que as cepas de T. cruzi dentro de uma
mesma região geográfica podem ser relacionadas geneticamente, os quais têm
uma importante função no desenvolvimento nas formas clinicas da doença.
Segundo Salazar et al. 2006 os padrões eletroforéticos obtidos de LSSP-PCR
mostraram heterogeneidade nos padrões de cepas de T. cruzi analisadas.
Estudos experimentais têm mostrado que infecções mistas por T. cruzi
podem ter um grande impacto sobre as propriedades biológicas do parasito no
hospedeiro, enfatizando a importância de considerar a possível ocorrência de
infecções mistas naturais em humanos e suas conseqüências sobre os
aspectos biológicos da doença de Chagas (Martins et al. 2006).
O intenso polimorfismo do kDNA pode resultar de: diferentes seqüências de
minicirculos em cada parasito caracterizado, os altos índices de mutações em suas
regiões hipervariáveis (Tarleton 2001), mudanças reversíveis na seqüência do kDNA
do minicirculo (Alves 1994) ou uma baixa seqüência identificada entre eles. Entretanto
Lages-Silva et al. 2006 não puderam excluir a possibilidade da hipervariabilidade da
assinatura gênica do kDNA ser resultante de anos de interação da relação parasito-
hospedeiro e do sistema imune. Esses fatores podem explicar a dificuldade em
estabelecer perfis genéticos associados com manifestações clínicas específicas da
doença de Chagas.
7- CONCLUSÕES
1- Todas as amostras pertencem ao grupo TCII, sendo (96,66%)
correspondendo ao TCIIb/e e (3,33%) ao TCIId.
2- Houve diferenças estatísticas entre as pacientes dos estados da Bahia e de
Goiás.
3- Não houve diferença entre as porcentagens de bandas compartilhadas
entre as faixas etárias das pacientes.
4- Não houve diferença entre as porcentagens de bandas compartilhadas
entre as idades gestacionais.
5- Não houve diferença entre as porcentagens de bandas compartilhadas nos
isolados das gestantes e das não gestantes.
6- Não houve seleção de populações entre os isolados do mesmo paciente.
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Número
Hemocultura
Nome da
paciente
Idade
Idade
gestacional
ou
g.controle
Regiã
o
Naturalidade
1 575 JRS 29 4° mês PB Catolé do
Rocha
2 576 LGS 22 6° mês GO Nova Roma
3 577 LFO 23 4° mês BA Carinhanha
4 581 DDA 36 4° mês GO Coribe
5 587 EAP 21 5° mês BA Santa Mª da
Vitória
6 590 LZFA 25 7° mês GO Morrinhos
7 592 VSBC 32 DF Brasília
8 593 AGC 36 G. controle GO Passos
9 596 MMSS 29 5° mês GO Sítio d’
Abadia
10 597 MCS 31 7° mês BA Cotegipe
11 600 AAO 32 G.controle BA
12 603 SNR 44 4° mês GO Nova
América
13 605 EAS 29 9° mês BA Correntina
14 608 IOA 24 BA Cotegipe
15 609 GRS 29 9°mês BA Coribe
16 610 ASM 31 3°mês GO Buritinópolis
17 611 CPL 24 4°mês BA Angical
18 625 AMM 23 4° mês BA Wanderley
19 627 MROS 27 6° mês BA Santa Rita de
Cássia
20 628 SOS 24 5° mês BA Ribeirão das
Neves
21 629 END 37 G. controle BA Correntina
22 631 DFG 38 6° mês GO Formosa
23 632 NARM 21 4° mês GO Pilar
24 633 EORS 34 7° mês BA Ribeirão das
Neves
25 634 MFBBR 37 4° mês GO Itauçu
26 636 UMR 32 6° mês GO Anápolis
27 637 JTB 19 6° mês GO Formosa
28 641 ICM 28 G.controle BA Santa Mª da
9-Anexo I- Informações sobre as pacientes
10-Anexos II- Tabela e gráficos
Tabela 1: Distribuição das pacientes estudadas nos estados da Bahia e de Goiás.
Estado
N° de
pares
Média DP Mediana Mínimo Máximo
1° Quartil 3° Quartil
GO 77 28.64% 13.94 26.67 0.00 66.67 20.00 37.50
BA 106 20.99 12.96 18.34 0.00 50.00 12.50 28.57
Quadro 3: Distribuição das pacientes estudadas de acordo com a faixa etária.
Idade
N° de
pares
Média DP Median
a
Mínim
o
Máximo
Quartil
Quartil
19-24
anos
45 26.31 14.01 25.00 0.00 58.83 14.29 35.30
25-34
anos
66 24.08 14.61 22.88 0.00 63.16 12.50 33.33
> 34
anos
28 20.50 12.56 16.67 0.00 47.06 13.33 29.67
Quadro 4: Distribuição das pacientes estudadas de acordo com a idade gestacional.
Idade
Gestacional
N° de
pares
Média DP Mediana Mínimo Máximo
Quartil
Quartil
12 a 16
semanas
36 25.40 15.33 26.67 0.00 66.67 13.81 34.06
20 a 24
semanas
36 26.41 12.75 25.00 0.00 62.50 20.72 33.33
28 a 36
semanas
10 34.10 16.57 30.15 10.00 63.16 23.53 50.00
Controles 10 20.56 11.29 20.10 0.00 37.50 14.29 30.77
Quadro 5: Distribuição das pacientes estudadas de acordo com a análise do grupo de gestantes
e de mulheres não gestantes.
Nº de
pares
Média DP Mediana Mínimo Máximo
Quartil
Quartil
Não gestantes 10 20.56 11.29 20.10 0.00 37.50 14.29 30.77
Gestantes 300 26.48 14.47 25.00 0.00 66.67 14.29 36.94
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