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FÁBIO DO PRADO FLORENCE BRAGA
AVALIAÇÃO DA ACUPUNTURA COMO MÉTODO DE TRATAMENTO
PREVENTIVO E CURATIVO DE XEROSTOMIA DECORRENTE DA
RADIOTERAPIA
São Paulo
2006
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Fábio do Prado Florence Braga
Avaliação da acupuntura como método de tratamento preventivo e
curativo de xerostomia decorrente da radioterapia
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo, para
obter o título de Mestre, pelo Programa de Pós-
Graduação em Odontologia.
Área de Concentração: Diagnóstico Bucal
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
São Paulo
2006
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Braga FPF. Avaliação da acupuntura como método de tratamento preventivo e
curativo de xerostomia decorrente da radioterapia [Dissertação de Mestrado]. São
Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2006.
São Paulo, _____/_____/_____
Banca Examinadora
1) Prof(a). Dr(a). _____________________________________________________
Titulação: ___________________________________________________________
Julgamento: ______________________ Assinatura: _________________________
2) Prof(a). Dr(a). _____________________________________________________
Titulação: ___________________________________________________________
Julgamento: ______________________ Assinatura: _________________________
3) Prof(a). Dr(a). _____________________________________________________
Titulação: ___________________________________________________________
Julgamento: ______________________ Assinatura: _________________________
DEDICATÓRIA
Primeiramente à Deus, Ser infinitamente bom, que permitiu a concretização
deste trabalho, amparando-me nos momentos difíceis, proporcionando-me inúmeras
alegrias, e preparando-me para mais uma etapa, que certamente somente Ele sabe
qual será.
Aos meus pais, Ludgero e Maria Elisa e irmãos, Maria Paula, Neto e Eduardo
com muito amor, carinho e por tudo que representam em minha vida.
À Maria Helena do Prado, responsável por mostrar-me o caminho para o
aprendizado da acupuntura, mantendo-o incessante durante todos esses anos e,
auxiliando-me em todos os momentos.
Aos queridos pacientes e seus familiares, que mesmo nos momentos mais
difíceis, mostraram-se dispostos a colaborar para a realização deste trabalho, sem a
qual não teria sido possível.
AGRADECIMENTOS
Aos professores da Disciplina de Semiologia da Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo, em especial: Prof. Dr. Gilberto Marcucci, Prof. Dr.
Fernando Ricardo Xavier da Silveira, Prof. Dr. Dante Antonio Migliari, Prof. Dr. Jayro
Guimarães Júnior, Prof. Dr. Norberto Nobuo Sugaya, e Prof. Dr. Celso Augusto
Lemos Júnior, pela amizade e convivência científica compartilhada.
Aos funcionários da FOUSP por toda a atenção, carinho e auxílio nas
atividades, especialmente à Cida, Cecília, Márcia, Vilma, Vera, Nair e Cátia.
Aos meus colegas do Programa de Pós-Graduação, pela convivência e
companheirismo nesses anos em que passamos juntos.
Ao Centro de Atendimento a Pacientes Especiais – CAPE, em especial à
Profª. Drª. Marina Helena C. G. de Magalhães, e a todos os funcionários.
À CAPES, pelo auxílio através de bolsa de estudo oferecida durante a
realização deste Programa de Pós-Graduação.
Aos Departamentos de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Radioterapia do
Instituto Brasileiro de Controle do Câncer – IBCC, especialmente ao Dr. Fábio
Roberto Pinto, Dr. Chin Shien Lin, Drª. Andréa M. Diz, Dr. Renato de Castro
Capuzzo, Dr. Alexandre Bezerra dos Santos, Drª. Sílvia Radvaski Stuart, Drª.
Leontina Coabiano, pelo contínuo incentivo aos pacientes na participação desta
pesquisa.
Ao diretor técnico-científico Dr. João Carlos Sampaio Góes, à coordenadora
de pesquisa Drª. Célia Tosello de Oliveira e aos funcionários do Instituto Brasileiro
de Controle do Câncer – IBCC por toda a atenção dispensada.
Ao Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas – CEATA, em
especial ao Dr. Wu Tou Kwang e Srª. Ng On Na Wu, professores e funcionários, pela
minha formação e estudo continuado em Medicina Tradicional Chinesa.
À Escola de Terapias Orientais de São Paulo – ETOSP, especialmente ao
meu Mestre, Dr. Kim Duk Ki.
Ao Professor Dr. Lindbergue Mariano Colettes Alves, que pelo amor à
profissão e aos estudos, me inspirou e incentivou durante a realização deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Aos meus familiares, que certamente foram fundamentais em minha
formação, pelo amor e carinho em todos os momentos.
Meus sinceros agradecimentos ao Prof. Dr. Ilan Weinfeld, pela sua atenção e
confiança em mim depositadas e por sua presença como orientador no decorrer
deste trabalho.
À Profª. Drª. Esther Goldenberg Birman, pela oportunidade concedida para
início da minha formação acadêmica, fornecendo-me conselhos úteis, cooperação e
apoio.
À Iracema Mascarenhas Pires (Nina) pela amizade e respeito, sempre pronta
e disposta a ajudar.
Agradeço com muito carinho à Drª. Adriana da Silva Netto, pelo apoio,
companheirismo e incentivo constantes.
Ao Dr. Aloísio Pacífico e Dr. André Luiz Girotto, pela grande amizade e
convivência em todos esses anos.
A todos aqueles que fazem parte de minha vida, meus sinceros
agradecimentos.
Braga FPF. Avaliação da acupuntura como método de tratamento preventivo e
curativo de xerostomia decorrente da radioterapia [Dissertação de Mestrado]. São
Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2006.
RESUMO
A xerostomia é um efeito adverso comum e frequentemente irreversível
decorrente da radioterapia de neoplasias malignas da região de cabeça e pescoço,
afetando, sobremaneira, a qualidade de vida dos pacientes. Diferentes métodos para
solucionar tal problema são propostos, de resultados, todavia questionáveis. Este
estudo avaliou a eficácia clínica da acupuntura como método de tratamento
preventivo e curativo de tais condições. Os pacientes foram distribuídos,
aleatoriamente, em três grupos: grupo preventivo, constituído de 12 indivíduos, sem
queixa de secura bucal, tratados com 12
a 16 sessões de acupuntura, antes e
durante a radioterapia; grupo curativo, constituído de 12 indivíduos, diagnosticados,
clinicamente, com xerostomia severa, tratados com 12 aplicações de acupuntura
após concluído o tratamento oncológico, e grupo controle, formado pelos mesmos
indivíduos do grupo curativo no momento da primeira consulta, precedente à
terapêutica com acupuntura. O tratamento foi conduzido de acordo com os princípios
da medicina tradicional chinesa e medicina ocidental ortodoxa, realizado de forma
padronizada para todos os pacientes, duas vezes por semana, por um período de 20
minutos cada sessão. A avaliação da eficácia terapêutica fundamentou-se na
mensuração da xerostomia, conduzida sob duas formas: objetiva, através da
sialometria, com o registro quantitativo dos índices de fluxo salivar em repouso e
estimulado (IFSR e IFSE), e subjetiva, por intermédio dos questionários Xerostomia
Inventory (XI) modificado, Escala Visual Analógica (EVA) e Treatment Emergent
Symptom Scale (TESS), mensurando o grau de severidade dos sintomas. Os
resultados obtidos no grupo preventivo foram estatisticamente significativos quanto
as avaliações objetivas e subjetivas, evidenciados por índices de fluxo salivar mais
elevados tanto para o IFSR (P<0.001) como para o IFSE (P<0.001) e pela menor
intensidade dos sintomas (P<0.001), quando comparadas ao controle. Para o grupo
curativo, resultados também significativos foram constatados em ambas as
avaliações, demonstrados pelo aumento dos IFSR (P<0.05) e IFSE (P<0.05) e
redução da sintomatologia (P<0.05), comparados aos valores iniciais. Constatamos
também que houve efeito de grupo e os pacientes que se beneficiaram do método
preventivo, obtiveram médias estatisticamente mais significativas (P<0.001), para
ambas as respostas clínicas, objetivas e subjetivas. É lícito concluir que a
acupuntura mostrou-se um importante método de tratamento de xerostomia
decorrente da radioterapia, visto ter alcançado uma confiabilidade significativa de
eficácia, que nos faz indicá-la e sugerir a disponibilização do método preventivo nos
centros de tratamento.
Palavras-Chave: Xerostomia – Acupuntura – Efeitos; Acupuntura (Odontologia);
Radioterapia – Efeitos adversos
Braga FPF. Evaluating of acupuncture treatment used in preventive and curative
methods for radiation-induced xerostomia [Dissertação de Mestrado]. São Paulo:
Faculdade de Odontologia da USP; 2006.
ABSTRACT
Xerostomia is a common and usually irreversible radiotherapy side effect in patients
with head and neck cancer, affecting the patients’ quality of life. Many attempts have
been suggested to manage this condition nevertheless of questionable results. This
study evaluated the acupuncture treatment efficacy as a preventive and curative
method for radiation-induced xerostomia. The patients were randomly assigned in
three groups: preventive, composed of 12 individuals, without complaints of dry
mouth, treated with 12-16 acupuncture sessions, before and concomitant
radiotherapy; curative, composed by 12 individuals, diagnosed with severe
xerostomia, treated with 12 acupuncture sessions after radiation therapy, and control,
comprised of the curative’s group patients at the moment of the first visit, preceding
this therapy. Acupuncture treatment, according to traditional Chinese medicine and
occidental orthodox medicine concepts was performed twice a week, lasting 20
minutes each session, following standardize techniques for all patients. Acupuncture
efficacy was evaluated, based upon objective and subjective methods of xerostomia
measurements, performed by sialometry, measuring the resting and stimulated
salivary flow rates (RSFR and SSFR), and by means of questionnaires such as
Xerostomia Inventory (XI) modified, Visual Analog Scale (VAS) and Treatment
Emergent Symptom Scale (TESS), which evaluated referred symptoms. Results
obtained in preventive group, evidenced RSFR (P<0.001) and SSFR (P<0.001)
significantly increased, and improvement of symptoms (P<0.001), compared with
control. Within curative group, after acupuncture treatment, the results showed
statistically significant improved for both resting and stimulated salivary flow rates
(P<0.05) and reduces of referred symptoms (P<0.05). There were statistically
differences between groups, being the patients in preventive group those who
evidenced the most significant improved of values (P<0.001) for objective and
subjective evaluations. We concluded that acupuncture plays an important role in
xerostomia’s treatment, as shown by the results, reaching a significant confiability of
efficacy, indicating and suggesting the preventive method at oncology centers.
Keywords: Xerostomia – Acupuncture – Effects; Acupuncture (Dentistry);
Radiotherapy – Side effects
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4.1 – Acelerador Linear utilizado na radioterapia....................................... 53
Figura 4.2 – Paciente posicionado no Acelerador Linear...................................... 53
Figura 4.3 – Agulha sistêmica............................................................................... 59
Figura 4.4 – Agulha sistêmica inserida em membro superior................................ 59
Figura 4.5 – Agulha sistêmica inserida em membro inferior.................................. 59
Figura 4.6 – Agulhas semi-permanentes............................................................... 59
Figura 4.7 – Agulha semi-permanente inserida no pavilhão auricular................... 59
Figura 4.8 – Pacientes durante o tratamento com acupuntura com agulhas
sistêmicas inseridas em pontos locais da face (a, b, c, d, e, f)..........
60
Figura 5.1 – Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) segundo os
fatores sexo, esvaziamento cervical e quimioterapia.......................
68
Figura 5.2 – Distribuição dos pacientes do grupo 2 (curativo) segundo os
fatores sexo, esvaziamento cervical e quimioterapia.......................
70
Figura 5.3 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (IFSR)........................ 74
Figura 5.4 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (IFSE)......................... 74
Figura 5.5 – Comparação entre as médias dos IFSR e IFSE............................... 75
Figura 5.6 – Linha de tendência das médias dos IFSR e IFSE............................. 75
Figura 5.7 – Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) segundo a
classificação adotada por Thylstrup e Fejerskov (2001) para
xerostomia (IFSR).............................................................................
75
Figura 5.8 – Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) segundo a
classificação adotada por Thylstrup e Fejerskov (2001) para
xerostomia (IFSR).............................................................................
75
Figura 5.9 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (EVA – Q1)................. 79
Figura 5.10 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (EVA – Q2)............... 79
Figura 5.11 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (EVA – Q3)............... 79
Figura 5.12 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (EVA – Q4)............... 79
Figura 5.13 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (XI)........................... 79
Figura 5.14 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (TESS)..................... 79
Figura 5.15 – Média dos valores obtidos no XI para o grupo 1 ( preventivo) nos
diferentes períodos de coleta..........................................................
80
Figura 5.16 – Média dos valores obtidos no EVA para o grupo 1 ( preventivo)
nos diferentes períodos de coleta....................................................
80
Figura 5.17 – Média dos valores obtidos no TESS para o grupo 1 ( preventivo)
nos diferentes períodos de coleta....................................................
81
Figura 5.18 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (IFSR).......................... 84
Figura 5.19 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (IFSE)........................... 84
Figura 5.20 – Comparação entre as médias dos IFSR e IFSE para o grupo 2
(curativo)..........................................................................................
85
Figura 5.21 – Linha de tendência das médias dos IFSR e IFSE grupo 2
(curativo)..........................................................................................
85
Figura 5.22 – Distribuição dos pacientes quanto aos valores de referência
(IFSR).............................................................................................
85
Figura 5.23 – Distribuição dos pacientes quanto aos valores de referência
(IFSE)..............................................................................................
85
Figura 5.24 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (EVA – Q1)................... 89
Figura 5.25 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (EVA – Q2)................... 89
Figura 5.26 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (EVA – Q3)................... 89
Figura 5.27 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (EVA – Q4)................... 89
Figura 5.28 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (XI)............................... 89
Figura 5.29 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) (TESS)......................... 89
Figura 5.30 – Média dos valores obtidos no XI para o grupo 2 (curativo) nos
diferentes períodos de coleta..........................................................
90
Figura 5.31 – Média dos valores obtidos no EVA para grupo 2 (curativo)
nos diferentes períodos de coleta....................................................
90
Figura 5.32 – Média dos valores obtidos no TESS para o grupo 2 (curativo)
nos diferentes períodos de coleta....................................................
91
Figura 5.33 – Comparação entre o grupo 1 (preventivo) e o grupo controle
quanto as médias dos IFSR e IFSE...............................................
92
Figura 5.34 – Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) e do grupo
controle segundo a classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001)
para xerostomia (IFSR)...................................................................
93
Figura 5.35 – Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) e do grupo
controle segundo a classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001)
para xerostomia (IFSE)....................................................................
93
Figura 5.36 – Aspectos clínicos evidenciando o fluxo salivar
preservado (a, b, c, d, e)..................................................................
94
Figura 5.37 – Médias dos valores obtidos no XI para o grupo 1 (preventivo) e o
grupo controle..................................................................................
95
Figura 5.38 – Médias dos valores obtidos no EVA para o grupo 1 (preventivo) e
o grupo controle ..............................................................................
96
Figura 5.39 – Médias dos valores obtidos no TESS para o grupo 1 (preventivo)
e o grupo controle...........................................................................
96
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Valores de referência dos índices de fluxo salivar em repouso
(IFSR) e estimulado (IFSE) de acordo com Thylstrup e Fejerskov
(2001), expressos em ml/min...........................................................
63
Tabela 5.1 – Características gerais dos pacientes do grupo 1 (preventivo)......... 67
Tabela 5.2 – Informações referentes à radioterapia realizada nos pacientes do
grupo 1 (preventivo) (n=12).............................................................
68
Tabela 5.3 – Características gerais dos pacientes do grupo 2 (curativo)............. 70
Tabela 5.4 – Informações referentes à radioterapia realizada nos pacientes do
grupo 2. (curativo) (n=12)................................................................
70
Tabela 5.5 – Exame de sialometria para o grupo 1 (preventivo) – índice de
fluxo salivar (ml/min.).......................................................................
73
Tabela 5.6 – Médias e variações nos índices de fluxo salivar nos diferentes
períodos de coleta no grupo 1 (preventivo) (ml/min.)......................
75
Tabela 5.7 – Distribuição do número e percentual de indivíduos do grupo 1
(preventivo) segundo a classificação adotada por Thylstrup e
Fejerskov (2001) para xerostomia...................................................
75
Tabela 5.8 – Valores obtidos do questionário XI para o grupo 1
(preventivo)......................................................................................
77
Tabela 5.9 – Valores obtidos do questionário EVA para o grupo 1
(preventivo)......................................................................................
78
Tabela 5.10 – Valores obtidos do questionário TESS para o grupo 1
(preventivo)....................................................................................
78
Tabela 5.11 – Médias e variações do questionário XI nos diferentes períodos
de coleta para o grupo 1 (preventivo)............................................
80
Tabela 5.12 – Médias e variações do questionário EVA nos diferentes períodos
de coleta para o grupo 1 (preventivo)............................................
80
Tabela 5.13 – Médias e variações do questionário TESS nos diferentes
períodos de coleta para o grupo 1 (preventivo).............................
81
Tabela 5.14 – Exame de sialometria para o grupo 2 (curativo) – índice de
fluxo salivar (ml/min.).....................................................................
83
Tabela 5.15 – Médias e variações nos índices de fluxo salivar nos diferentes
períodos de coleta no grupo 2 (curativo) (ml/min.)........................
85
Tabela 5.16 – Distribuição do número e percentual de indivíduos do grupo 2
(curativo) segundo a classificação adotada por Thylstrup e
Fejerskov (2001) para xerostomia.................................................
85
Tabela 5.17 – Valores obtidos do questionário XI para o grupo 2
(curativo)........................................................................................
87
Tabela 5.18 – Valores obtidos do questionário EVA para o grupo 2
(curativo)........................................................................................
87
Tabela 5.19 – Valores obtidos do questionário TESS para o grupo 2
(curativo)........................................................................................
88
Tabela 5.20 – Médias e variações do questionário XI nos diferentes períodos
de coleta para o grupo 2 (curativo)................................................
90
Tabela 5.21 – Médias e variações do questionário EVA nos diferentes períodos
de coleta para o grupo 2 (curativo)................................................
90
Tabela 5.22 – Médias e variações do questionário TESS nos diferentes
períodos de coleta para o grupo 2 (curativo).................................
91
Tabela 5.23 – Médias e variações nos índices de fluxo salivar nos diferentes
períodos de coleta para o grupo 1 (preventivo) e grupo controle
no momento comparável.(ml/min.)................................................
92
Tabela 5.24 – Distribuição do número e percentual de indivíduos do grupo 1
(preventivo) segundo a classificação adotada por Thylstrup e
Fejerskov (2001) para xerostomia.................................................
92
Tabela 5.25 – Médias e variações do questionário XI do grupo 1 (preventivo) X
grupo controle ...............................................................................
95
Tabela 5.26 – Médias e variações do questionário EVA do grupo 1 (preventivo)
X grupo controle.............................................................................
96
Tabela 5.27 – Médias e variações do questionário TESS do grupo 1
(preventivo) X grupo controle.........................................................
96
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
RT radioterapia
INCA Instituto Nacional do Câncer
CEC carcinoma espinocelular
Ra
226
Rádio
Cs
137
Césio
Co
60
Cobalto
Gy Gray
Rad (Radiation absorved dose) dose de radiação absorvida
cGy centiGray
ml mililitro
min minuto
SS síndrome de Sjögren
XI xerostomia inventory
EVA escala visual analógica
TESS treatment emergent symptom scale
IMRT Intensity-modulated radiotherapy
mg miligrama
MTC medicina tradicional Chinesa
mm milimetro
FDA food and drugs administration
SNC sistema nervoso central
SNNV sistema nervoso neurovegetativo
PVI polipeptidídio vaso intestinal ativo
CGRP Peptídio relacionado ao gene da calcitonina
Hz hertz
cm centímetro
IBCC Instituto Brasileiro de Controle do Câncer
IFSR índice de fluxo salivar em repouso
IFSE índice de fluxo salivar estimulado
TNM tamanho do tumor, linfonodos comprometidos e metástase
UICC International Union Against Cancer
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 21
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 24
2.1 Câncer na região de cabeça e pescoço....................................................... 24
2.2 A radioterapia e os efeitos adversos........................................................... 25
2.3 As glândulas salivares e a xerostomia........................................................ 27
2.3.1 etiologia......................................................................................................... 28
2.3.2 diagnóstico.................................................................................................... 29
2.3.2.1 método objetivo (sialometria)..................................................................... 30
2.3.2.2 método subjetivo (questionários)............................................................... 31
2.4 Xerostomia decorrente da radioterapia....................................................... 33
2.4.1 tratamento..................................................................................................... 35
2.4.1.1 métodos preventivos.................................................................................. 36
2.4.1.2 métodos curativos...................................................................................... 37
2.5 Acupuntura..................................................................................................... 40
2.5.1 aspectos gerais............................................................................................. 40
2.5.2 mecanismo de ação...................................................................................... 43
2.5.3 acupuntura como método de tratamento curativo de xerostomia................. 45
2.5.4 acupuntura como método curativo de xerostomia decorrente da
radioterapia...................................................................................................
47
3 PROPOSIÇÃO.................................................................................................... 50
4 CASUÍSTICA – MATERIAL E MÉTODOS......................................................... 51
4.1 Casuística....................................................................................................... 51
4.2 Material e Métodos......................................................................................... 54
4.2.1 método objetivo de mensuração de xerostomia (exame complementar de
sialometria)...................................................................................................
54
4.2.2 método subjetivo de mensuração de xerostomia (questionários)................. 56
4.2.3 método de tratamento com acupuntura........................................................ 57
4.3 Metodologia do estudo.................................................................................. 61
4.4 Avaliação da resposta terapêutica da acupuntura .................................... 63
4.5 Análise estatística.......................................................................................... 65
5 RESULTADOS................................................................................................... 66
5.1 Pacientes........................................................................................................ 66
5.1.1 grupo 1 (preventivo)...................................................................................... 66
5.1.2 grupo 2 (curativo).......................................................................................... 68
5.2 Análise dos fatores de interesse.................................................................. 71
5.3 Resposta terapêutica da acupuntura para o grupo 1 (preventivo)........... 71
5.3.1 resposta objetiva (exame de sialometria)..................................................... 71
5.3.2 resposta subjetiva (questionários)................................................................ 76
5.4 Resposta terapêutica da acupuntura para o grupo 2 (curativo)...............
81
5.4.1 resposta objetiva (exame de sialometria)..................................................... 81
5.4.2 resposta subjetiva (questionários)................................................................ 86
5.5 Resposta terapêutica da acupuntura entre grupos.................................... 91
5.5.1 resposta objetiva (exame de sialometria)..................................................... 91
5.5.2 resposta subjetiva (questionários)................................................................ 95
6 DISCUSSÃO....................................................................................................... 97
7 CONCLUSÕES................................................................................................... 109
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 110
APÊNDICES.......................................................................................................... 119
ANEXOS................................................................................................................ 145
21
1 INTRODUÇÃO
As neoplasias malignas constituem importante problema de saúde pública,
comprometendo um número elevado de indivíduos, inferior apenas aos acometidos
por doenças cardiovasculares. Especificamente as de cabeça e pescoço têm sido
alvo de preocupação constante, principalmente frente às conseqüências que advêm
de seu tratamento, que pode ser a cirurgia, a radioterapia ou a quimioterapia,
empregadas de forma isolada ou em associação.
A radioterapia (RT) é o segundo método mais utilizado para esses tumores,
atuando sobre as células neoplásicas de forma seletiva, destruindo sua capacidade
de crescimento e multiplicação por intermédio de radiações ionizantes
eletromagnéticas ou corpusculares. A despeito da eficácia oncológica, sua ação não
é inócua aos tecidos bucais, promovendo efeitos deletérios entre os quais a
xerostomia, que por sua vez pode desencadear complicações secundárias como
dificuldades na fala, mastigação e deglutição, diminuição do paladar, ulcerações na
boca, infecções oportunistas, principalmente fúngicas e cáries de progressão rápida.
Para os portadores de próteses totais ainda é capaz de afetar a retenção das
mesmas (DIB et al., 2000; MAGALHÃES; CANDIDO; ARAÚJO, 2002; RANKIN,
2000; YONTCHEV; EMILSON, 1986).
Mediante o quadro apresentado, é evidente que o comprometimento das
glândulas salivares e os demais envolvimentos associados, interferem
negativamente na qualidade de vida do paciente. Soma-se o fato do tratamento da
xerostomia ser considerado paliativo e, para a maioria dos pacientes, promover
apenas alívio temporário dos sintomas, não perdurando por longo período.
22
Num panorama assim tão delicado, onde já existe o problema da doença, os
efeitos colaterais do tratamento e a ausência de uma solução mais efetiva,
especificamente quanto à xerostomia, surge a possibilidade da utilização da
acupuntura como modalidade terapêutica para esta condição.
A acupuntura no Ocidente, antes relegada a segundo plano, devido ao
misticismo e empirismo a ela associados, atualmente, vem apresentando bases
científicas que evidenciam sua eficácia no tratamento curativo de diversas patologias
e paliativo em inúmeras outras, reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde.
Sua utilização como terapia complementar para xerostomia decorrente de diferentes
etiologias como a Síndrome de Sjögren, hipotireoidismo, radioterapia, entre outras,
também já é uma realidade (BLOM; DAWIDSON; ANGMAR-MÅNSSON, 1989, 1992,
1993; BLOM; KOPP; LUNDEBERG, 1999; BLOM; LUNDEBERG, 2000; BLOM et al.,
1993, 1996; GOIDENKO; PERMINOVA; SITIEL, 1985; JOHNSTONE; NIEMTZOW;
RIFFENBURGH, 2002; JOHNSTONE et al., 2001, 2002; LIST et al., 1998;
MORGANSTEIN, 2005; PERMINOVA; GOIDENKO; RUDENKO, 1981).
Contudo, as informações constantes na literatura científica, referentes ao uso
da acupuntura no tratamento de xerostomia associada a doenças e,
especificamente, decorrente da radioterapia em região de cabeça e pescoço,
limitam-se a avaliação de relatos de casos ou estudos clínicos em que essa terapia é
utilizada somente de forma curativa, ou seja, quando o paciente já apresenta tal
disfunção. Também existem lacunas como as referentes às diferentes metodologias
e heterogeneidade de técnicas utilizadas em ensaios clínicos com acupuntura, além
dos mecanismos envolvidos nos efeitos benéficos desta terapia.
Assim, face às considerações expostas e preocupados com a qualidade de
vida dos pacientes que se submeteram ou irão iniciar a radioterapia, buscamos
23
realizar um estudo aleatorizado e controlado para avaliar, sob os pontos de vista
objetivo e subjetivo, a eficácia clínica da acupuntura como método de tratamento
preventivo, estabelecendo um novo enfoque com o uso desta terapia aplicada
previamente e concomitante à radioterapia e, curativo, o qual é usualmente
empregado em outros países, utilizando-a quando o quadro clínico de xerostomia já
está presente.
24
2 REVISÃO DA LITERATURA
Visto o fato do presente trabalho enfocar o câncer da região de cabeça e
pescoço, a radioterapia e, em especial, um dos efeitos deletérios resultantes, a
xerostomia, dividimos a revisão da literatura nos itens que se seguem.
2.1 Câncer na região de cabeça e pescoço
Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, Instituto Nacional
do Câncer (INCA), o número de casos de câncer vem continuamente crescendo em
todo o mundo. Foram estimados para o ano de 2005, no Estado de São Paulo, cerca
de 5.000 novos casos de câncer de boca e, aproximadamente 14.000 em todo o
território nacional, constituindo junto às demais neoplasias, a segunda causa mortis,
inferior somente aos distúrbios cárdio-respiratórios (BRASIL, 2005).
Entre as neoplasias malignas da região de cabeça e pescoço, o carcinoma de
boca representa cerca de 10%, sendo o epidermóide ou também denominado
carcinoma de células escamosas ou espinocelular (CEC), o tipo histológico com
maior prevalência, atingindo cerca de 90% a 95% dos casos. Os demais tipos
compreendem as neoplasias malignas de glândulas salivares, sarcomas,
melanomas, linfomas, entre outros (MARCUCCI, 2005).
Os casos de CEC ocupam o quinto lugar entre os indivíduos do sexo
masculino e o oitavo lugar, no sexo feminino. Sua incidência é maior após a quarta
25
década de vida, sendo raro em crianças e adolescentes. Contudo, tem-se
identificado um aumento da incidência do câncer de boca na faixa etária entre 25 e
35 anos no Brasil e em outros países (BRASIL, 2005).
2.2 A radioterapia e os efeitos adversos
Frente ao diagnóstico de câncer, o tratamento implica em cirurgia,
radioterapia e quimioterapia, seja de forma isolada ou em associação. Após a
cirurgia, a RT é o segundo método mais utilizado, aproximadamente por metade do
número de pacientes portadores da doença.
A radioterapia atua sobre as células neoplásicas de forma seletiva, destruindo
sua capacidade de crescimento e multiplicação por intermédio de radiações
ionizantes eletromagnéticas, geradas pelos aparelhos de raios X, ou corpusculares,
através de elementos radioativos como o Rádio (Ra
266
), o Césio (Cs
137
) e o Cobalto
(Co
60
).
A indicação da RT depende do tipo histológico, tamanho e grau de
diferenciação tumoral, do local, do estadiamento clínico e da proximidade com áreas
nobres, bem como das condições físicas do paciente (LOPES; COLETTA; ALVES,
1998).
A partir de 1980 foi adotada como unidade do sistema internacional de dose
de radiação absorvida, o Gray (Gy), que corresponde a 100 rad, o qual representa a
absorção de 0.01 joule/Kg para qualquer tecido e, usualmente, como unidade de
tratamento, o Centigray (cGy), que corresponde a 1 rad, representando a absorção
26
de 1 joule/Kg. (CURRY; DOWDEY; MURRY, 1984; LANGLAND; LANGLAIS;
MORRIS, 1989).
Assim como ocorre para qualquer tecido, a RT não é inócua para a região da
cabeça e pescoço e, invariavelmente, induz uma toxicidade aos tecidos normais
adjacentes ao leito tumoral como pele, mucosa, ossos, dentes e glândulas salivares
(DIB et al., 2000).
Os efeitos adversos estão na dependência de fatores condicionantes como
dosagem, ritmo de aplicação, extensão da área irradiada, tipo de radiação, tipo de
tecido, idade e condições físicas do indivíduo (MURAD; KATZ, 1996).
Em relação ao período em que os efeitos adversos ocorrem, são classificados
em agudos e tardios. A morbidade aguda ocorre durante a RT e acomete,
principalmente, os tecidos com alta taxa de renovação celular, provocando
radiodermite, xerostomia, mucosite, trismo, candidose bucal, além de disfagia e
disgeusia. Os efeitos tardios podem ocorrer meses ou anos após o tratamento,
acometendo tecidos e órgãos de maior especificidade celular, como músculos e
ossos, e são representados por periodontopatias, cáries de radiação,
osteorradionecrose e xerostomia que, geralmente, inicia-se durante a radioterapia
podendo persistir por meses, anos ou até mesmo tornar-se permanente
(MAGALHÃES; CANDIDO; ARAÚJO, 2002; RANKIN, 2000; YONTCHEV; EMILSON,
1986).
27
2.3 As glândulas salivares e a xerostomia
A secreção salivar é controlada pelo sistema nervoso neurovegetativo. O
sistema parassimpático é dominante, induz um grande aumento do volume de
secreção salivar com baixo teor protéico, promove contração das células
mioepiteliais e vasodilatação de capilares nas glândulas salivares, aumentando
assim, o fluxo sangüíneo. O sistema simpático tem um papel mais intermitente e,
quando ativado, é responsável por um fluxo baixo e viscoso. A secreção salivar
também é afetada por outros neurotransmissores, além da acetilcolina e da
norepinefrina, isto é, neuropeptídios que podem regular o volume da saliva
produzida pelo aumento do fluxo sangüíneo nas glândulas salivares (ROSTED,
2000).
A saliva desempenha inúmeras funções importantes para a manutenção da
saúde bucal, entre elas, lubrificação, hidratação, capacidade tampão, mineralização,
facilitação do paladar, proteção dos tecidos intra-bucais, atividade antimicrobiana,
entre outras. Essas funções estão diretamente relacionadas às diversas moléculas
que a compõe, sendo a maioria desses componentes, senão todos, multifuncionais,
apresentando propriedades redundantes ou compensatórias dependendo da função
que a saliva esteja desempenhando em determinado momento (GLASS et al., 1984;
SAMARAWICKRAMA, 2002). Portanto, quando há alguma disfunção relacionada ao
fluxo e, conseqüentemente, alteração dos componentes salivares, os complexos
sistemas biológicos responsáveis pela manutenção fisiológica não somente da boca,
mas de todo o sistema estomatognático, passam a não desempenhar
28
adequadamente suas funções, possibilitando o aparecimento de processos
patológicos.
O termo xerostomia ou boca seca é utilizado para designar as alterações
objetivas qualitativas e quantitativas da saliva, podendo ser caracterizada pela
diminuição da produção ou ausência total da secreção salivar, decorrente de danos
ou enfraquecimento da função das glândulas salivares ou uma sensação subjetiva
de secura da boca, que pode ou não estar relacionada à diminuição do fluxo salivar
(ANDERSEN; MACHIN, 1997).
Há quem se refira à xerostomia como sendo, especificamente, uma sensação
subjetiva de secura na boca como Fox, Busch e Baum (1987) e os que se
contrapõem como Sreebny (1988a, 1988b, 1988c), conceituando-a como o resultado
direto da hipofunção das glândulas salivares e redução objetiva do fluxo salivar.
Adota-se como valores quantitativos de referência para xerostomia os
relatados por Thylstrup e Fejerskov (2001), sendo estabelecidos índices de fluxo
salivar inferiores a 0.1 ml/min. em repouso e inferiores a 0.7 ml/min., quando
estimulado quimicamente ou mecanicamente.
2.3.1 etiologia
A etiologia da xerostomia é considerada multifatorial, podendo estar
associada ao efeito adverso decorrente de tratamentos antineoplásicos como a RT
em região de cabeça e pescoço e a quimioterapia, doenças sistêmicas que afetam
as glândulas salivares como a Síndrome de Sjögren (SS), diabete melito,
29
sarcoidose, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, infecção pelo vírus da Hepatite
C, cirrose biliar primária, fibrose cística, além de causas raras como amiloidose,
hemocromatose, doença de Wegener, agenesia de glândula salivar com ou sem
displasia ectodérmica, entre outras (SREEBNY; VALDINI; YU, 1989).
Diversos medicamentos possuem o potencial de induzir xerostomia, sendo
considerados a causa mais freqüente. Na longa lista estão incluídos o grupo das
drogas com efeitos anticolinérgicos como a atropina e análogos antimuscarínicos,
antidepressivos tricíclicos, antihistamínicos, antieméticos, antipsicóticos, o grupo das
drogas com ações simpatomiméticas como os descongestionantes,
broncodilatadores, supressores de apetite e anfetaminas, além de outras drogas
como o lítio, omeprazol, oxibutínicos, dizopiramide, dideoxinosina, didanosine,
diuréticos e inibidores da protease (BUTT, 1991; PAJUKOSKI et al., 2001; PORTER;
SCULLY; HEGARTY, 2004; SHIP, 2002).
Ocasionalmente, a xerostomia pode ser subjetiva sem qualquer evidência de
alteração do fluxo salivar e nesses casos, está freqüentemente associada a fatores
psicológicos (BERGDAHL; BERGDAHL, 2000).
2.3.2 diagnóstico
O diagnóstico de xerostomia implica na necessidade de uma série de exames
clínicos, radiológicos e laboratoriais. Entre os métodos objetivos de diagnóstico mais
utilizados são citados a sialografia, cintilografia das glândulas salivares, sialoquímica
e sialometria (PORTER; SCULLY; HEGARTY, 2004).
30
Quanto ao diagnóstico subjetivo de xerostomia, este deve ser conduzido
através da aplicação de questionários individuais (FOX; BUSCH; BAUM, 1987).
2.3.2.1 método objetivo (sialometria)
O conceito de saliva total é utilizado para descrever o fluido obtido pela
produção de todas as glândulas salivares maiores e menores da cavidade bucal. A
saliva não estimulada ou em repouso é considerada a secreção basal ou a saliva
secretada na ausência de agentes gustatórios exógenos, farmacológicos ou pela
estimulação mecânica, enquanto que a saliva estimulada é considerada aquela
secretada em resposta a estes mesmos agentes.
Um método prático de coleta de saliva total em repouso foi desenvolvido por
Navazesh e Christensen (1982), estando o paciente sentado, com a cabeça
inclinada para frente, favorecendo a movimentação da saliva para a porção anterior
da boca. Após uma deglutição inicial, são cronometrados cinco minutos de coleta,
enquanto a saliva do paciente escorre continuamente através do lábio inferior para
um recipiente de coleta, expectorando a saliva residual ao término do tempo
estipulado.
Para a coleta de saliva total estimulada é preferível o uso de um estímulo
mecânico como a parafina médica, isenta de odor e sabor, ao invés de agentes
gustatórios devido ao fato da dissolução desses últimos na saliva total. O paciente,
posicionado sentado, é orientado a mastigar a parafina por cinco a dez minutos,
devendo expectorar a saliva periodicamente no recipiente de coleta.
31
Na impossibilidade da realização do método de estimulação mecânica usando
a parafina, pode-se optar pelo método de estimulação gustatório (SREEBNY, 1989).
Para esta técnica, geralmente são utilizadas algumas gotas de ácido cítrico a 2%
aplicadas sobre a borda lateral da língua, com auxílio de um swab de algodão, em
intervalos de 15 a 60 segundos, totalizando um período de dois a cinco minutos de
coleta. As substâncias ácidas são consideradas mais potentes, porém são
rapidamente diluídas e tamponadas pela saliva, sendo necessária a aplicação
freqüente no período de coleta. Esse método é contra-indicado, quando a amostra
será submetida a algumas provas analíticas como a capacidade tampão da saliva.
2.3.2.2 método subjetivo (questionários)
Xerostomia para Fox, Busch e Baum (1987), compreende uma série de
sintomas e, portanto, somente poderia ser avaliada e mensurada aplicando um
questionário individual, ou seja, um método subjetivo.
Diversos questionários estão atualmente disponíveis, entre os quais, o
Xerostomia Inventory (XI), a escala visual analógica (EVA), e o Treatment Emergent
Symptom Scale (TESS).
O XI é um questionário que envolve múltiplos itens mensurando diversos
sintomas da xerostomia como dificuldade em deglutir alimentos secos, ardência
bucal, entre outros, englobando-os em uma medida quantitativa única. Sua utilização
é referendada por trabalhos anteriores e considerada eficaz na avaliação subjetiva
32
dos sintomas associados ao quadro de boca seca (THOMSON; WILLIAMS, 2000;
THOMSON et al., 1999).
A EVA está baseada no registro da sintomatologia ou desconforto, onde o
profissional responsável pela aplicação desse tipo de questionário explana ao
paciente, de forma padronizada e minuciosa, as queixas a serem mensuradas e o
mesmo responde, na forma de valores numéricos que variam de 0 (nenhum sintoma
ou desconforto) a 10 (máximo desconforto ou sintomatologia imaginável). Um único
questionário pode conter diversos itens, com diferentes questões, que englobem
diferentes queixas para a mesma enfermidade. Essa escala é amplamente utilizada
no diagnóstico subjetivo de enfermidades como a Síndrome de Ardência Bucal,
Síndrome de Sjögren, além de servir como parâmetro para a avaliação da eficácia
de terapias, principalmente na mensuração e controle da dor (HEFT et al., 1980;
PRICE, 1983; SCOTH; HUSKISSON, 1976; MICELI, 2002).
Para o diagnóstico clínico das disfunções das glândulas salivares, Pai, Guezi
e Ship (2001), desenvolveram e avaliaram a confiabilidade de uma EVA composta
de oito itens relacionados, especificamente, às queixas associadas à xerostomia. Foi
demonstrada uma confiabilidade significativa, caracterizando este questionário como
um método útil e eficaz no diagnóstico subjetivo de disfunções das glândulas
salivares.
O estabelecimento do grau de severidade do sintoma de boca seca
corresponde também a um método subjetivo de avaliação da xerostomia. Para tal, a
classificação, de acordo com a escala de sintomas TESS, em graus 0, 1, 2, 3 e 4, foi
avaliada por Wang et al. (1998), correlacionado-a às mensurações objetivas dos
índices de fluxo salivar total em pacientes com queixa de boca seca, decorrente de
SS, sialodenite e indivíduos controle, sem queixa de boca seca. Foi possível
33
comprovar uma correlação altamente significativa entre as mensurações subjetivas
do TESS e as objetivas da sialometria, sugerindo o uso desse método em trabalhos
de investigação de xerostomia.
2.4 Xerostomia decorrente da radioterapia
As glândulas salivares, especialmente as maiores, são altamente vulneráveis
à ação da radiação ionizante, sendo a parótida, constituída predominantemente de
células serosas, a que mais rapidamente sofre essa injúria e de maneira mais
pronunciada, seguida das glândulas mistas, submandibular e sublingual, com
parênquima seroso e mucoso, porém, também as glândulas menores, constituídas
por células mucosas e as células dos ductos não são totalmente poupadas da ação
adversa da RT (SCULLY; EPSTEIN, 1996).
A radiação ionizante incide sobre os ácinos glandulares levando a um quadro
inflamatório linfocitário, seguido de atrofia e destruição acinar, ocasionando a
diminuição da secreção salivar ou xerostomia. Tecidos glandulares irradiados
revelam, em exames histopatológicos, necrose das células mucosas e serosas das
glândulas salivares, fibrose do tecido glandular, degeneração gordurosa e
degeneração acinar (CHAMBERS, 2003).
Os mecanismos pelos quais as glândulas salivares são afetadas
negativamente pela radiação ionizante foram descritos inicialmente pelo
radiobiologista Francês Jean Bergonie, em 1911, embora, até o momento, não
sejam totalmente compreendidos.
34
O grau de diferenciação celular é um importante fator a ser considerado, pois
o efeito das radiações ionizantes é maior nas células menos diferenciadas e com
maior capacidade proliferativa, porém o tecido glandular salivar, especialmente as
células serosas, que são bem diferenciadas e possuem baixa capacidade
proliferativa, são altamente radiossensíveis.
A patogênese dos danos às glândulas salivares maiores após os efeitos
cumulativos da RT, segundo Nagler (2002), envolve desde uma injúria celular até um
dano sub-letal no DNA, que se manifestaria e tornar-se-ia letal em uma fase tardia.
Dessa maneira, no momento em que as células acinares progenitoras seguem para
a fase reprodutiva, para o restabelecimento do parênquima, elas degeneram. Os
agentes envolvidos nesse processo de morte celular tardia são os radicais livres na
presença de íons intracelulares como o ferro e o cobre.
Conforme afirmam Salvajoli, Souhamil e Faria (1999), o dano celular em
decorrência à radiação ionizante está ligado ao fato da célula ser composta de
aproximadamente 75% de água, podendo sofrer degeneração através de um
fenômeno conhecido como radiólise, o que propicia o aparecimento de hidrogênio e
hidroxila, que quando livres, se combinam ao acaso formando compostos diversos,
entre eles, alguns tóxicos como o peróxido.
Em relação à dose, fracionamento e tempo de exposição às radiações
ionizantes na indução da xerostomia, é conhecido o fato de que 2.000 cGy podem
promover a interrupção permanente do fluxo salivar, quando administrados em dose
única, e doses totais recebidas acima de 5.200 cGy, mesmo fracionadas em doses
diárias de 150 cGy a 200 cGy, resultam em disfunção severa (PORTER; SCULLY;
HEGARTY, 2004).
35
Marks et al. (1981), consideram a xerostomia reversível, quando a dose
cumulativa total de radiação ionizante administrada for de até 5.000 cGy e
irreversível em doses superiores a esta, quando fracionadas em doses diárias de
150 cGy a 200 cGy.
A RT indicada para o tratamento de neoplasias malignas da região de cabeça
e pescoço, convencionalmente, implica na administração de doses que variam de
4.500 cGy a 7.000 cGy, podendo alcançar até 8.000 cGy em casos extremamente
severos, logo a influência na produção de saliva é certa, podendo haver uma
diminuição de até 95% do fluxo salivar tanto em repouso quanto estimulado. Essa
redução é observada durante a primeira semana de RT e seguindo o curso do
tratamento, após a quinta semana, pode ocasionar a interrupção total do fluxo, a
qual, freqüentemente, é irreversível (DREIZEN et al., 1976).
Ocasionalmente, um certo alívio da sensação de secura da boca é possível
ser referido, espontaneamente, após alguns meses e até um ano do término da RT
administrada com até 5.200 cGy, devido à recuperação parcial do fluxo salivar em
decorrência de uma hipertrofia compensatória dos tecidos glandulares salivares não
irradiados. Contudo, a ocorrência de melhora além desse período é improvável
(PORTER; SCULLY; HEGARTY, 2004).
2.4.1 tratamento
O tratamento para xerostomia pode ser classificado em métodos preventivos,
onde se pretende evitar ou amenizar os danos das radiações ionizantes aos ácinos
36
glandulares salivares e métodos curativos, onde o propósito é minimizar o quadro de
boca seca, já estabelecido, através da estimulação de glândulas salivares
remanescentes ou substitutos artificiais deste fluido.
2.4.1.1 métodos preventivos
Há vários métodos disponíveis para a prevenção da xerostomia decorrente da
RT, podendo ser direcionados sistemicamente através de agentes químicos,
cirurgicamente, através de métodos de preservação das glândulas submandibulares
e sublinguais e associados à tecnologia mais avançada na administração da
radiação ionizante (BERK; SHIVNANI; SMALL Jr, 2005; NAGLER, BAUM, 2003;
SEIKALY, 2003; VITOLO, BAUM, 2002).
Os agentes químicos mais comumente usados na prática clínica são os
cloridratos de pilocarpina e amifostina. Estudos realizados com o uso preventivo da
pilocarpina têm sido controversos quanto a sua eficácia clínica, além de evidenciar
que esta droga é capaz de provocar efeitos colaterais anticolinérgicos, requererendo
precauções rigorosas, quando indicada para pacientes cardiopatas e hipertensos
(FISHER et al., 2003; ZIMMERMAN et al., 1997). A amifostina, no entanto, tem
mostrado alguma eficácia quanto a prevenção de xerostomia pós-RT. Sua principal
desvantagem tem sido a necessidade de infusões intravenosas diárias e efeitos
sistêmicos associados, resultando na descontinuação do tratamento por um número
significante de pacientes. Pesquisas mais recentes demonstraram, porém, que a
37
administração subcutânea de amifostina é mais segura e tão efetiva quanto a
intravenosa (BOURHIS; ROSINE, 2002; BRIZEL et al., 2001).
O método de preservação das glândulas submandibular e sublingual envolve
um procedimento cirúrgico de transferência da glândula submandibular para o
espaço submental, possibilitado pelo fluxo sangüíneo retrógrado dos vasos faciais
distais. Dessa maneira, tais glândulas são escudadas ou protegidas durante a
administração da radiação, prevenindo ou, ao menos, minimizando a redução do
fluxo salivar (SEIKALY et al., 2001).
Outros métodos preventivos estão associados à tecnologia mais avançada
como o uso da intensity-modulated radiotherapy (IMRT). Esta modalidade permite
uma administração da radiação ionizante mais seletiva no campo alvo, nas situações
onde é requerida a irradiação bilateral na região de cabeça e pescoço, o que
favorece a preservação de tecidos saudáveis, principalmente das glândulas
parótidas (DAWSON et al., 2000; AMOSSON et al., 2002).
2.4.1.2 métodos curativos
O conhecimento das propriedades funcionais, da formação e do
processamento das secreções salivares, é fundamental na escolha da terapêutica
mais adequada a ser empregada em pacientes com xerostomia (LEVINE, 1993).
Dentre os métodos curativos utilizados para aliviar os sintomas da xerostomia,
são citados a utilização de balas ou chicletes, o uso de saliva artificial, drogas como
38
o cloridrato de pilocarpina e dispositivos elétricos aplicados na língua e no palato
duro (GUGGENHEIMER; MOORE, 2003; GRISIUS, 2001).
O consumo de balas ou chicletes é freqüente em indivíduos com queixa de
boca seca, orientação esta fornecida pelo profissional que os acompanha ou, muitas
vezes, por auto-sugestão. O alívio da secura ocorre na maioria dos casos, porém é
de curta duração. Entretanto, estudos clínicos recentes, não-controlados, relatam o
uso de uma pastilha composta de maltose anidra cristalina como tratamento de boca
seca, verificando aumento da função salivar e diminuição do sintoma por um período
superior a 24 semanas, utilizando-a de forma contínua (FOX, 2004).
O uso de substitutos de saliva promove a lubrificação e hidratação dos tecidos
bucais, além de reduzir o desconforto causado quando a produção de saliva não é
efetiva, sendo muito comum entre indivíduos com doenças sistêmicas como a SS e
decorrente da RT (ALVES et al., 2004; WYNN; MEILLER, 2000;
SAMARAWICKRAMA, 2002). As composições destes agentes são variáveis,
podendo incluir produtos a base de mucina, carboximetilcelulose, lactoperoxidase e
glicose oxidase (REGELINK et al., 1998). Sugerem-se produtos contendo mucina,
devido à melhor aceitação pelo paciente. Porém, como esperado, estes agentes
tópicos não atuam na produção de saliva, sendo apenas paliativos (EPSTEIN;
EMERTON; STEVENSON-MOORE, 1999).
Mesmo frente aos diversos recursos disponíveis, muitos pacientes não os
mantêm, optando pelo consumo freqüente de água para alívio dos sintomas.
Diferentemente do que se imagina, tanto os substitutos de saliva quanto a água, não
são totalmente inócuos aos tecidos bucais, tornando-se necessária uma avaliação
individual de cada paciente para a indicação mais adequada destes agentes
(EPSTEIN; STEVENSON-MOORE, 1992).
39
Os substitutos de saliva podem atuar como protetores ou como agentes
prejudiciais, dependendo do sítio de ação na cavidade bucal. A mucina sobre a
superfície dental pode promover o aumento da aderência de muitas bactérias,
produzindo ácidos e, conseqüentemente, resultar em desmineralização dentária.
Alguns substitutos de saliva podem, inclusive, atuar diretamente na
desmineralização dentária (SAMARAWICKRAMA, 2002).
A ingestão freqüente de água, por sua vez, pode levar a quadros deletérios
devido ao fato da remoção da proteção mucosa das superfícies bucais promovida
pela saliva, suscetibilizando esse tecido a diversas injúrias, além de aumentar os
sintomas de secura em muitos casos (DANIELS, 2000).
Terapias direcionadas sistemicamente para estimular a secreção salivar com
a utilização de drogas como a pilocarpina, cevimele, bromexine, interferon α e o
fitoterápico Longo Vital
®
, entre outras, podem ser indicadas para alguns pacientes
(BRENNAN et al., 2002; FOX, 2004).
A droga com maior evidência clínica de uso, proposta como tratamento
curativo de xerostomia há mais de cem anos, é o cloridrato de pilocarpina, agente
parassimpaticomimético com suaves propriedades de estimulação β-adrenérgica.
Um número significativo de estudos bem conduzidos e controlados tem investigado
seus efeitos em pacientes com SS e hipofunção das glândulas salivares em
decorrência à RT (FOX, 2004).
A dose recomendada varia de 5 a 10 mg, três ou quatro vezes ao dia, por
tempo indeterminado. Efeitos colaterais severos são raros, embora reações com
intensidade leve a moderada como náusea, sudorese, rubor, freqüência urinária,
cefaléia, rinites, entre outros, sejam comuns. Seu uso é contra-indicado em
pacientes com asma, glaucoma ou inflamação aguda da íris e precauções são
40
necessárias em indivíduos com doenças cardiovasculares. Não há registros de
tolerância aos efeitos da droga e nenhuma melhora das funções salivares a longo
prazo tem sido relatada. O aumento da secreção salivar, quando alcançado, é
transitório e relacionado diretamente à dose administrada. Davies e Singer (1994)
demonstraram que o uso de enxaguatório bucal contendo pilocarpina, em
comparação ao uso de substitutos de saliva, é mais efetivo no alívio do sintoma de
boca seca entre os indivíduos com xerostomia induzida pela RT.
O cloridrato de cevimeline, agente parassimpaticomimético, também muito
pesquisado em ensaios clínicos bem controlados, tem sido utilizado em pacientes
com xerostomia. O uso desta droga tem mostrado melhora significativa na redução
do sintoma de boca seca e aumento da secreção de saliva em pacientes com SS e
que passaram por RT, em doses de 30 mg, três vezes ao dia. Quando comparado à
pilocarpina, o aumento da salivação ocorre mais tardiamente, porém de efeito mais
prolongado. A segurança e os efeitos colaterais desta droga são similares aos da
pilocarpina (FOX, 2004).
2.5 Acupuntura
2.5.1 aspectos gerais
A acupuntura é uma das terapias que engloba a Medicina Tradicional Chinesa
(MTC) utilizada no tratamento preventivo e curativo de inúmeras patologias
41
reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2002). Suas origens
datam da pré-história, onde evidências arqueológicas permitiram a suposição de que
a acupuntura era praticada no continente asiático, na região que compreende a
China, há mais de cinco mil anos. Suas raízes estão fundamentadas no pensamento
Taoísta e na cultura e filosofia da China antiga. O primeiro texto médico conhecido é
o clássico Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Nei Jing), escrito por
Bing Wang, na forma de diálogo entre o Imperador Amarelo Huang Di, figura
lendária e fundador da China e seu ministro, Qi Bai, a respeito dos assuntos da
medicina e descrevendo as teorias e as práticas da acupuntura, datado entre 475-
221 a.C. durante a Dinastia Tang e ainda muito utilizado pela MTC (MACIOCIA,
1996; PAI, 2005).
No Ocidente, o interesse em acupuntura expandiu, a partir de 1970, nos
Estados Unidos, quando médicos e pesquisadores visitaram a China e relataram
suas observações em relação à analgesia cirúrgica, usando somente agulhas de
acupuntura. No Brasil, ela é praticada desde a década de 1950, porém somente há
alguns anos, tem se mostrado mais popular.
Em 1996, a Food and Drugs Administration (FDA) reclassificou as agulhas de
acupuntura de dispositivos médicos experimentais à mesma categoria
regulamentada como bisturis cirúrgicos e seringas hipodérmicas (Acupuncture. NIH
Consens Statement, 1997), ilustrando o seu “status” científico.
O termo “acupuntura” deriva-se do latim acus, agulhamento e punctura, que
significa punturar. Também é relacionado a uma tradução livre do termo chinês
zhenjiu, onde zhen agulha (terapia) e jiu significa cauterização/moxa (terapia),
referindo-se à inserção de agulhas secas em determinados locais do corpo, com o
objetivo de prevenir ou tratar sintomas e doenças (CENICEROS; BROWN, 1998).
42
Outros termos usados no Ocidente para designar essa terapia incluem “estimulação
intramuscular”, para descrever com maior precisão o tipo de técnica de inserção de
agulha e “agulhamento seco”, utilizado em clínicas de controle de dor. O termo
“estimulação sensorial” é comumente empregado em pesquisas científicas com
metodologia ocidental (BLOM; DAWIDSON; ANGMAR-MÅNSSON, 1992).
A prática da acupuntura pode envolver inúmeros métodos e técnicas, sendo
inesgotáveis as combinações entre os mesmos. São classificados, de forma geral,
em método tradicional oriental e método ocidental. O primeiro consiste no
diagnóstico “energético” através das interpretações dos sinais e sintomas do
paciente baseado em teorias como Yin e Yang, Cinco Elementos, Zang Fu ou
Sistema de Órgãos e Vísceras, Meridianos, entre outras. Acredita-se que a energia
vital Qi circula por todo o organismo ao longo dos Meridianos, os quais possuem
determinados pontos, por intermédio dos quais é possível manipular essa energia
através de calor ou de agulhas. O bom funcionamento do corpo depende do
equilíbrio entre o Yin e o Yang, que são duas forças contrárias e complementares.
Quando esse equilíbrio é interrompido, surgem as doenças. A acupuntura, então,
tenta restabelecer o equilíbrio energético com a inserção de agulhas entre os mais
de mil pontos já identificados (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992; ROSS, 1994;
YAMAMURA, 2001).
O método ocidental ou científico consiste na avaliação de um histórico e
exames convencionais para fazer um diagnóstico ortodoxo e para tal é baseado em
princípios de neuroanatomia, anatomia segmentar, fisiologia e neurofisiologia. Neste
método, os pontos correspondem a terminações nervosas que, quando estimulados
pelas agulhas, enviam mensagens ao sistema nervoso central (SNC) que as codifica
43
e, através de mediadores químicos, responde através de suas eferências
(ESKINAZI, 1998; DUMITRESCU, 1996; VINCENT; RICHARDSON, 1986).
As metodologias científicas utilizadas em ensaios clínicos com acupuntura,
envolvem diversas variáveis tais como os métodos de tratamento (sistêmico com
estímulo manual e elétrico, auriculoterapia), pontos escolhidos para inserção das
agulhas (miofaciais, segmentares, não-segmentares e tradicionais, citados como
pontos fortes ou pontos fonte), dose (quantidade de sessões semanais), duração de
cada sessão (geralmente entre 20 a 40 minutos), número, diâmetro e profundidade
das agulhas, além do método controle a ser instituído.
O uso da acupuntura placebo ou sham como é denominada corresponde ao
método controle mais comumente utilizado em pesquisas anteriores e consiste na
inserção superficial (intradérmica) das agulhas, sem promover qualquer reação
sensitiva, cerca de um centímetro distante do ponto clássico de acupuntura (BLOM;
DAWIDSON; ANGMAR-MÅNSSON, 1992; BLOM et al., 1996).
Outros controles como lista de espera, comparação com tratamento padrão
ou alternativo, TENS não ativado, laser, entre outros, também não são considerados
totalmente seguros para determinar um controle aceitável para estudos com
acupuntura (ESKINAZE, 1998; VINCENT, RICHARDSON, 1986).
2.5.2 mecanismo de ação
Os mecanismos responsáveis pelos efeitos da acupuntura estão sendo muito
pesquisados nos últimos anos, em estudos bem controlados, seja em animais ou em
44
humanos. Observou-se que a estimulação sensorial promovida pela acupuntura
afeta o SNC e o sistema nervoso neurovegetativo (SNNV), e que seus efeitos
também são atribuídos ao aumento da liberação de neuropeptídios nas terminações
nervosas periféricas (ANDERSSON; LUNDEBERG, 1995; ERNEST; WHITE, 2001;
LUNDEBERG, 1993).
Os mecanismos envolvidos, especificamente, no aumento do fluxo salivar em
pacientes com xerostomia ou mesmo em indivíduos saudáveis estão relacionados a
diversos fatores, entre os quais, a liberação de alguns neuropeptídeos, ao aumento
do fluxo sangüíneo local e mecanismos reflexos que promovem a estimulação
parassimpática, aumentando assim, o metabolismo das células dos ácinos, células
mioepiteliais e células dos ductos salivares (BLOM et al., 1993; DAWIDSON et al.,
1997; DAWIDSON et al., 1998a).
Blom et al. (1993), verificaram que a estimulação promovida pela acupuntura
aumenta o fluxo sangüíneo tecidual, sobre a glândula parótida, em pacientes com
SS.
O aumento da concentração do polipeptídio vaso intestinal ativo (PVI) na
saliva dos pacientes acometidos de xerostomia, após o tratamento com acupuntura,
comparado com os níveis básicos, foi constatado por Dawidson et al. (1998b).
O peptídio relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) também está envolvido
nesse mecanismo, sendo demonstrado que a estimulação da acupuntura é capaz de
aumentar a liberação de CGRP nas terminações nervosas do sistema nervoso
autônomo e no sistema nervoso sensorial, levando, desse modo, a uma elevação do
fluxo salivar (DAWIDSON et al., 1999).
45
2.5.3 acupuntura como método de tratamento curativo de xerostomia
O uso da acupuntura no tratamento de pacientes com xerostomia foi
inicialmente relatado na literatura médica, no Ocidente, por Perminova; Goidenko e
Rudenko (1981) e Goidenko; Perminova; Sitiel (1985), demonstrando aumento da
secreção salivar em indivíduos com SS.
Estudos subseqüentes também comprovaram os benefícios da acupuntura no
tratamento de indivíduos com xerostomia decorrente de doenças como a SS
primária e secundária, hipotireoidismo, radioterapia ou de causa idiopática (BLOM;
DAWIDSON; ANGMAR-MÅNSSON, 1989, 1992; BLOM; KOPP; LUNDEBERG,
1999; BLOM; LUNDEBERG, 2000; BLOM et al., 1993; JOHNSTONE et al., 2002;
LIST et al., 1998).
No estudo conduzido por Blom, Dawidson e Angmar-Månsson (1992),
utilizando acupuntura no tratamento de pacientes com xerostomia decorrente de SS,
radioterapia e de causa idiopática, foi observado aumento da secreção salivar. Em
determinados casos, índices considerados normais foram alcançados e perduraram
durante o acompanhamento de um ano.
Blom et al. (1993), utilizaram diversos métodos de acupuntura com
estimulação manual, eletroacupuntura de baixa freqüência (2Hz), eletroacupuntura
de alta freqüência (80Hz) e acupuntura placebo com agulhamento em pacientes com
xerostomia decorrente da SS, observando aumento variável dos índices de fluxo
salivar. Valendo-se de laser Doppler foi possível constatar que os pacientes que
obtiveram maior aumento da secreção salivar, frente aos diferentes métodos de
acupuntura, também evidenciaram maior aumento do fluxo sangüíneo.
46
Os benefícios da acupuntura, avaliados através de métodos objetivos e
subjetivos, em pacientes com xerostomia decorrente da SS, foram estudados por
List et al. (1998), observando redução significativa nas queixas subjetivas de secura
bucal, sensação de queimação na boca e secura dos olhos, além do aumento
também significativo nos índices de fluxo salivar, mensurados objetivamente, após o
tratamento.
No estudo realizado por Blom e Lundeberg (2000), há dados que evidenciam,
estatisticamente, aumento significativo dos índices de fluxo salivar de indivíduos com
xerostomia decorrente de diferentes etiologias em resposta à acupuntura, e que
essa melhora perdurou por longo período, superior a seis meses. Neste estudo,
também foi demonstrado que com a implementação de sessões adicionais dessa
terapia, os resultados mantiveram-se por períodos superiores a três anos.
Johnstone et al. (2002), demonstraram que a acupuntura contribuiu na
redução dos sintomas associados à xerostomia, além do controle de dor, náusea e
disfagia decorrentes do tratamento de câncer, indicando a sua integração em
clínicas oncológicas.
Contudo, Jedel (2005), afirma não haver evidências da eficácia da acupuntura
no tratamento de xerostomia, uma vez que as metodologias empregadas nos
diferentes estudos são de qualidade duvidosa.
47
2.5.4 acupuntura como método curativo de xerostomia decorrente da radioterapia
O uso da acupuntura, como método curativo, no tratamento de indivíduos com
xerostomia decorrente, especificamente, da radioterapia em região de cabeça e
pescoço, foi inicialmente descrito por Blom, Dawidson e Angmar-Månsson (1993)
que relataram sucesso em dois casos clínicos. O método de tratamento consistiu de
acupuntura com estimulação manual, por 20 minutos, realizado duas vezes por
semana, durante dois períodos de seis semanas cada, em duas séries de 12
aplicações. Os pontos de acupuntura utilizados foram segmentares E4 e E7 e não-
segmentares IG4 ou C7, BP6 ou R5 e E36. Baseado no método objetivo de
avaliação de xerostomia foi demonstrado aumento do fluxo salivar em repouso e
estimulado logo após a primeira série de tratamento. Efeitos adversos da acupuntura
não foram mencionados.
Em estudo seguinte, abrangendo uma população de trinta e oito pacientes
tratados com acupuntura clássica, Blom et al. (1996), também utilizando o método
objetivo de avaliação de xerostomia, demonstraram aumento significativo dos
índices de fluxo salivar, que persistiu por um ano de acompanhamento. O método de
tratamento curativo utilizado foi o mesmo que no estudo anterior, porém, outros
pontos de acupuntura foram selecionados, incluindo os segmentares E3, E4, E5, E6,
E7, ID17, IG18 e TE17 e não-segmentares CS6, C7, IG3, IG4, IG11, TE5, VG20,
VB41, F3, E36, R3, R5 e BP6. O método controle utilizado consistiu na aplicação da
acupuntura superficial ou sham. Não houve diferença na melhora dos índices de
fluxo salivar entre os pacientes que receberam acupuntura após um ou vários anos
48
do término da RT. Efeitos adversos leves como cansaço e pequenas hemorragias no
local das inserções das agulhas foram relatados.
Johnstone et al. (2001), utilizaram acupuntura em pacientes com xerostomia
decorrente de RT e refratários ao uso da terapia com cloridrato de pilocarpina. O
método de tratamento curativo consistiu, variavelmente, de acupuntura com
estimulação manual e eletroacupuntura, por aproximadamente 45 minutos, realizada
duas vezes na primeira semana e, três a quatro vezes nas semanas seguintes. Os
pontos de acupuntura, baseados na medicina tradicional Chinesa, não foram
descritos, relatando-se apenas a utilização de três pontos auriculares e um ponto na
face radial do dedo indicador, bilateralmente. Na condução deste estudo, método
controle não foi instituído, afirmando os autores que cada paciente fora considerado,
essencialmente, o seu próprio controle, uma vez que esses indivíduos eram
refratários à melhor terapia médica atualmente disponível, ou seja, o uso do
cloridrato de pilocarpina. Baseado no método subjetivo de avaliação de xerostomia,
por intermédio do questionário individual Xerostomia Inventory (XI), foi observada
redução dos sintomas em 50% dos indivíduos (n=18), perdurando durante as 12
semanas de acompanhamento após o término do tratamento com acupuntura.
Efeitos adversos da acupuntura não foram notados.
Em estudo subseqüente, utilizando o mesmo método de tratamento,
Johnstone, Niemtzow e Riffenburgh (2002), comprovaram a eficácia da acupuntura
em apenas três ou quatro sessões e verificaram que o incremento do número de
sessões é capaz de oferecer resultados ainda superiores, perdurando por três
meses de acompanhamento. Adotou-se o método subjetivo de avaliação de
xerostomia, por intermédio de questionários individuais. Assim como no estudo
49
anterior, método controle não foi considerado e efeitos adversos também não foram
notados.
Recentemente essa terapia foi reportada por Morganstein (2005), utilizando-a
em sete pacientes. O método de tratamento curativo consistiu de acupuntura
manual, realizada semanalmente por um período de 28 ou 35 dias, seguida de duas
vezes por semana durante os 14 ou 21 dias subseqüentes. O número de sessões
variou de seis a quatorze, com duração de 45 a 50 minutos. Foram utilizados três
pontos auriculares (Shen Men, Ponto Zero e Glândula Salivar 2) e um ponto não-
segmentar na região radial do dedo indicador (IG1), bilateralmente. Método controle
não foi aplicado nesse estudo. Os resultados foram avaliados pelo método subjetivo
através da utilização de uma escala visual analógica (EVA) de sintomas. Os valores
de EVA registrados antes e após o tratamento com acupuntura, quando
comparados, demonstraram redução dos sintomas associados à xerostomia,
sugerindo a eficácia dessa terapia. Nesse estudo não foram mencionados efeitos
adversos.
50
3 PROPOSIÇÃO
Frente à problemática envolvida no tratamento de xerostomia decorrente da
radioterapia e valendo-se dos protocolos clínicos estabelecidos neste estudo com o
uso da acupuntura, propomo-nos a:
Avaliar a eficácia da acupuntura como método de tratamento preventivo e
curativo, mensurando a xerostomia por método objetivo, para verificar a influência no
fluxo salivar e subjetivo, para verificar o grau de severidade dos sintomas referidos.
Comparar os métodos preventivo e curativo quanto à eficácia clínica da
acupuntura no tratamento de xerostomia decorrente da radioterapia.
51
4 CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Casuística
Participaram deste estudo, 24 pacientes, adultos, brasileiros, sem distinção
cultural, social e econômica, sendo oito mulheres e dezesseis homens com idade
entre 44 e 82 anos, média de 63 anos, portadores de neoplasias malignas da região
de cabeça e pescoço com indicação para radioterapia em alguma fase do
planejamento terapêutico médico oncológico, atendidos na Clínica de Semiologia da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), na Clínica
Odontológica do Centro de Atendimento a Pacientes Especiais - CAPE (FOUSP) e
na Sala Ambulatorial do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC),
localizadas na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, no período de Março de
2004 a Outubro de 2005. Os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos foram:
Critérios de Inclusão:
1. Pacientes portadores de neoplasias malignas da região de cabeça e pescoço;
2. Pacientes com indicação da radioterapia, exclusiva ou associada à cirurgia e/ou
quimioterapia, em alguma fase do planejamento terapêutico médico oncológico;
3. Campo de irradiação que englobe glândulas salivares maiores;
4. Dose total cumulativa de radiação recebida igual ou superior a 5.000 cGy.
52
Critérios de Exclusão:
1. Pacientes que não concordem com o termo de consentimento livre e esclarecido;
2. Pacientes portadores de doenças que afetam as glândulas salivares;
3. Pacientes portadores de neoplasias malignas das glândulas salivares;
4. Pacientes com incapacidade de se submeter ao método de coleta de saliva total
pelas técnicas estabelecidas;
5. Pacientes que não puderem freqüentar regularmente as sessões de radioterapia
e acupuntura.
A radioterapia, a qual estes pacientes foram submetidos, consistiu na
administração de radiação ionizante fracionada em doses diárias, de segunda a
sexta-feira, durante o período de seis a oito semanas, com um número total que
variou de 30 a 40 sessões. O campo irradiado abrangeu a região da neoplasia, os
linfonodos cervicais e pelo menos uma das glândulas salivares maiores. A dose total
cumulativa recebida variou de 5.040 a 7.440 cGy, fracionadas em doses de 180 a
200 cGy ao dia. Os aparelhos de teleterapia utilizados no Departamento de
Radioterapia do IBCC foram: unidades de Telecobalto Theratron modelo 780, série
148, fabricado pela Theratronics (1976), com rendimento de aproximadamente 160
cGy/min. para campo de (10X10) cm
2
, a 80 cm de distância e unidade Aceleredor
Linear fabricado pela Siemens, modelo Primus 6MV, instalado em 2002, com taxa de
dose de 200 cGy/min., à 100 cm de distância ou técnica isocêntrica (Figuras 4.1 e
4.2).
53
A participação dos pacientes neste estudo ocorreu mediante aprovação, por
escrito, do termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A), após a leitura e
compreensão do mesmo que os informaram sobre as possíveis seqüelas, entre elas
a xerostomia ou secura bucal, decorrentes da RT, exames clínico odontológico e
complementar de sialometria através da coleta de saliva, além da explanação
detalhada a respeito do tratamento com acupuntura.
Iniciou-se o estudo somente após seu projeto ser submetido à apreciação e
aprovação pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo - FOUSP e do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer
- IBCC (Anexos A e B).
O protocolo de atendimento foi conduzido por um único profissional, cirurgião-
dentista, acupunturista certificado (F.P.F.B.), realizado de forma padronizada para
todos os pacientes e consistiu do exame clínico, do exame complementar e
tratamento propriamente dito.
O exame clínico incluiu o exame físico intra e extra-bucal, realizado sob luz
artificial e auxílio de espátulas de madeira e gaze, para avaliar os aspectos clínicos
dos tecidos bucais e peribucais e a anamnese, fundamental na obtenção das
Figura 4.1 – Acelerador Linear utilizado
na radioterapia
Figura 4.2 – Paciente posicionado no
Acelerador Linear
54
informações subjetivas, relatadas espontaneamente pelos pacientes, sobre as suas
queixas e sintomas, além de fornecer dados relevantes sobre sua função salivar por
intermédio de questionários individuais específicos. O exame complementar
consistiu na realização da sialometria e o tratamento preconizado foi a acupuntura.
Todos os dados clínicos coletados foram registrados em prontuários clínicos
específicos (Apêndice B).
4.2 Material e Métodos
4.2.1 método objetivo de mensuração da xerostomia (exame complementar de
sialometria)
A sialometria foi realizada através da coleta de saliva total em repouso e
estimulada, conforme técnica preconizada por Navazesh e Christensen (1982). O
material utilizado consistiu de cilindro de vidro de 25 ml, graduado em 0.1 ml, funil de
vidro, parafina médica isenta de odor e sabor (Parafilm
®
), ácido cítrico 2%, conta
gotas, swab de algodão e cronômetro.
Para a coleta em repouso, o paciente foi orientado a deglutir e então expelir a
saliva acumulada no assoalho bucal dentro do tubo coletor durante o período de 10
minutos. A coleta estimulada mecanicamente, mastigando continuamente parafina
médica, foi realizada por um período de seis minutos, desprezando toda a saliva
produzida durante o primeiro minuto de estimulação e orientando o paciente a
55
degluti-la. Durante os cinco minutos subseqüentes, o paciente mastigava parafina
médica e expectorava a saliva no interior do recipiente para posterior avaliação
quantitativa volumétrica.
Frente à dificuldade ou impossibilidade mastigatória, foi adotada a técnica de
estimulação química através da aplicação de ácido cítrico a 2% em borda lateral de
língua seguindo os critérios adotados por Navazesh (1993) e considerado exeqüível
por Sreebny (1989).
As coletas de saliva total em repouso e estimulada foram realizadas no
mesmo período do dia para todos os paciente, sendo estabelecido como horário
padrão, o período da tarde entre as 14 e 16 horas.
Cada paciente foi orientado a remover o batom, protetor ou qualquer outro
produto de uso labial, caso estivesse presente, e sentar-se em uma cadeira comum
localizada em uma sala com ambiente tranqüilo. Os pacientes foram instruídos a não
fumar, ingerir alimentos, mascar gomas, escovar os dentes ou sofrer estresse físico
pelo menos uma hora antes da coleta.
A metodologia e os materiais utilizados foram apresentados de forma
detalhada e esclarecimentos foram dados aos pacientes antecedendo as coletas.
Pacientes portadores de próteses totais ou parciais removíveis foram orientados a
utilizá-las durante o procedimento.
O tempo foi controlado pelo pesquisador responsável, o qual deixava o
paciente momentaneamente sozinho na sala, para evitar que a sua presença no
local pudesse intimidá-lo a expelir a saliva no interior do coletor.
56
4.2.2 método subjetivo de mensuração da xerostomia (questionários)
A sintomatologia referida, quanto à xerostomia, foi registrada e avaliada
subjetivamente através da aplicação dos questionários Xerostomia Inventory (XI)
modificado, escala visual analógica (EVA) e da escala de sintomas Treatment
Emergent Symptom Scale (TESS). Os modelos dos questionários individuais são
apresentados no Apêndice C. Embora auto-aplicáveis, quando necessário, o
profissional responsável pela aplicação dos mesmos interveio e esclareceu de forma
minuciosa e padronizada, as dúvidas de cada paciente.
O questionário XI modificado possui 14 itens referentes aos diversos sintomas
associados à xerostomia como a dificuldade em deglutir alimentos secos, secura
bucal, necessidade de ingestão freqüente de água, ardência bucal, entre outros,
englobando-os em uma variável quantitativa única.
A EVA utilizada, contendo quatro itens, tem a finalidade de mensurar a
intensidade dos sintomas, permitindo ao próprio paciente avaliar a sua condição
quanto a dificuldade de deglutição e fala, quantidade de saliva e secura bucal,
assinalando em uma linha horizontal não graduada. Através dos valores indicados,
obtém-se quatro variáveis quantitativas contínuas entre 0 e 10.
Por intermédio do TESS, obtém-se uma variável qualitativa nominal
classificada como 0, 1, 2, 3 ou 4, de acordo com o grau de severidade de boca seca,
onde 0 = Nenhuma queixa de boca seca; 1 = Suspeita ou leve sentimento de secura
à noite ou ao acordar; 2 = Queixa suave de secura todo o tempo que não impede as
funções orais normais; 3 = Queixa moderada de secura com algum grau de prejuízo
funcional, mas sem percepção de risco à saúde, assim como dificuldade em engolir
57
alimentos secos ou dificuldade na fala e 4 = Queixa severa, percepção definitiva de
bem-estar diminuído, prejuízo significativo ou incapacitação, assim como dificuldade
de engolir qualquer alimento, carregar água todo o tempo ou dor na boca.
4.2.3 método de tratamento com acupuntura
As variáveis de interesse no tratamento com acupuntura, como seleção e
quantidade dos pontos, composição, comprimento e diâmetro das agulhas, método
de estimulação e tempo de permanência foram utilizadas de forma padronizada para
todos os pacientes.
A seleção e localização precisa dos pontos de acupuntura foram
estabelecidas criteriosamente, sendo distribuídos, anatomicamente, na região de
cabeça e pescoço, correspondentes às glândulas salivares maiores, baseados nos
princípios de neurofisiologia e neuroanatomia da medicina ocidental ortodoxa, e nos
membros superiores e inferiores, seguindo as Teorias dos Meridianos, Yin e Yang,
Cinco Elementos e Zang Fu, da medicina tradicional Chinesa. Os pontos
selecionados foram: locais (E3, E4, E5, E6, E7 e VB2, ID19 e TA21), distais (IG4,
IG11, F3, E36, R3, R5, VG20) e auriculares (Shen-Men, SNC, SNNV, Rim,
Baço/Pâncreas e Boca).
As agulhas utilizadas, sistêmicas e auriculares (semi-permanentes), eram
chinesas, confeccionadas de aço inoxidável, estéreis e descartáveis com dimensões
de 0.30 X 30 mm e 0.30 X 25 mm e 1,0 mm e 2,0 mm, respectivamente.
58
As agulhas sistêmicas eram inseridas nas regiões da cabeça, pescoço e
membros, bilateralmente, com profundidade entre 5 a 20 mm, estimuladas
manualmente até o aparecimento da “sensação da agulha” (De Qi), descrita na
literatura como um sentimento subjetivo de formigamento, distensão, choque ou
aquecimento que erradia da ponta da agulha. Alcançado o De Qi, as agulhas
permaneciam in situ por 20 minutos e então removidas e descartadas.
As semi-permanentes por sua vez eram inseridas no pavilhão auricular,
unilateralmente, com profundidade ente 1,0 a 2,0 mm, mantidas no local por um
período de sete dias, com auxílio de adesivo antialérgico e então removidas e
descartadas; novas agulhas auriculares eram aplicadas no lado oposto, alternando
assim a cada semana.
Todas as agulhas eram inseridas após a realização de antissepsia do local
com álcool etílico a 70%.
A descrição de todos os pontos, bem como a localização, anatomia,
profundidade e tipo de inserção estão representados no Apêndice D. As Figuras 4.3
a 4.7 mostram, em detalhes, os diferentes tipos de agulhas, sistêmicas e auriculares,
inseridas nas suas respectivas regiões anatômicas e as Figuras 4.8a - 4.8f ilustram
pacientes durante o tratamento com acupuntura, com agulhas sistêmicas inseridas
em pontos locais da face.
59
Figura 4.4 – Agulha sistêmica inserida em
membro superior
Figura 4.5 – Agulha sistêmica inserida em
membro inferior
Figura 4.3 – Agulha Sistêmica
Figura 4.7 – Agulha semi-permanente
inserida no pavilhão
auricular
Figura 4.6 – Agulhas semi-permanentes
60
Figura 4.8 - Pacientes durante o tratamento com acupuntura com agulhas sistêmicas inseridas em
pontos locais da face (a, b, c, d, e, f)
61
4.3 Metodologia do estudo
Para o desenvolvimento e realização deste estudo adotamos a metodologia
ocidental para pesquisa científica, a qual foi criteriosamente estabelecida e mantida
durante todas as etapas.
O método de aleatorização foi determinado de acordo com os critérios de
ordem cronológica de encaminhamento e pela possibilidade de inclusão no grupo 1
(preventivo), caso não tivessem iniciado a RT.
Os pacientes foram distribuídos em dois grupos experimentais: grupo 1
(preventivo), constituído por 12 pacientes que não haviam iniciado a RT e não
relatavam xerostomia, e grupo 2 (curativo), também constituído de 12 pacientes que,
no entanto, já apresentavam o quadro clínico de xerostomia em decorrência da
radioterapia. O grupo controle foi formado pelos mesmos indivíduos do grupo 2
(curativo) no momento em que não haviam iniciado o tratamento com acupuntura,
sendo os dados obtidos na consulta inicial utilizados como valores de referência
para ambos os grupo experimentais.
Os pacientes do grupo 1 receberam o método preventivo de tratamento e, os
indivíduos do grupo 2, o método curativo, ambos com o uso exclusivo de
acupuntura.
O método preventivo foi conduzido em duas etapas ininterruptas, antes e
durante a RT; a primeira, consistiu na aplicação prévia de uma a seis sessões de
acupuntura, realizadas duas vezes por semana e correspondeu ao período em que o
paciente estava em consulta, planejamento e confecção dos dispositivos
necessários para iniciar a RT, que variou de 7 a 21 dias, e a segunda etapa,
62
concomitante ao fracionamento entre 30 a 40 sessões de RT, mantendo o
tratamento com acupuntura, realizado duas vezes por semana, durante o período de
seis a oito semanas, totalizando 12 a 16 aplicações, conforme o esquema abaixo:
O método curativo foi conduzido em etapa única, realizado somente após
concluída a RT, sendo duas sessões por semana, durante seis semanas, totalizando
12 aplicações, conforme o esquema a seguir:
D - Diagnóstico
C - Cirurgia
C D I
Etapa Única
Grupo 2 (Curativo)
I - Início da Radioterapia
F - Fim da Radioterapia
Tempo
Radioterapia
Tratamento com Acupuntura
6 - 8 semanas 6 semanas
Grupo 1 (Preventivo)
Tempo
D - Diagnóstico
C - Cirurgia
C
D
1-3 semanas
I
F
2º etapa1º etapa
I - Início da Radioterapia
F - Fim da Radioterapia
6 – 8 semanas
Radioterapia
Tratamento com Acupuntura
63
4.4 Avaliação da resposta terapêutica da acupuntura
A avaliação da eficácia terapêutica da acupuntura fundamentou-se na
mensuração da xerostomia, conduzida sob duas formas: 1. objetiva, através da
sialometria, com o registro quantitativo dos índices de fluxo salivar em repouso e
estimulado (IFSR e IFSE), e 2. subjetiva, por intermédio dos questionários XI, EVA e
TESS, mensurando o grau de severidade dos sintomas referidos.
Os índices de fluxo salivar adotados como valores de referência quanto à
xerostomia, baixo fluxo e normalidade estão representados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Valores de referência dos índices de fluxo salivar em repouso (IFSR) e estimulado
(IFSE) de acordo com Thylstrup e Fejerskov (2001), expressos em ml/min
Xerostomia Baixo Normal
IFSR
<0,1 0,1 - 0,25 0,25 – 0,35
IFSE
<0,7 0,7 – 1,0 1,0 – 3,0
IFSR = índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = índice de fluxo salivar estimulado
Estas mensurações foram realizadas em diferentes períodos de coleta dos dados:
Para o grupo 1 (preventivo):
-1ª Coleta: Previamente à radioterapia e ao tratamento com acupuntura;
-2ª Coleta: Durante a segunda semana de radioterapia;
-3ª Coleta: Ao término da radioterapia.
64
Para o grupo 2 (curativo):
-1ª Coleta: Ao término da radioterapia e previamente à acupuntura;
-2ª Coleta: Após concluído o tratamento com acupuntura.
O esquema abaixo tem por finalidade ilustrar os diferentes períodos de coleta
dos dados, as fases de aplicação de radioterapia e acupuntura para cada um dos
grupos e identificar o momento de comparação entre os mesmos.
Grupo 2 (curativo)
Grupo 1 (preventivo)
65
4.5 Análise estatística
A eficácia da acupuntura, como método de tratamento, foi avaliada por meio
das análises descritiva e estatística dos dados, nos diferentes períodos de coleta,
para ambos os grupos.
A descrição e identificação das variáveis de interesse foram:
Índice do fluxo salivar em repouso (IFSR): variável quantitativa contínua (ml/min).
Índice do fluxo salivar estimulado (IFSE): variável quantitativa contínua (ml/min).
Por meio do questionário individual XI modificado, obteve-se 14 variáveis
qualitativas ordinais classificadas como nunca, ocasionalmente, freqüentemente
ou sempre.
Por meio de um questionário padrão utilizando a EVA, obteve-se quatro variáveis
quantitativas contínuas entre 0 e 10.
Por meio do questionário TESS, obteve-se uma variável qualitativa nominal
classificada como 0, 1, 2, 3 ou 4.
Os dados registrados foram tabulados e, em seguida, submetidos às análises:
descritiva unidimensional; modelo misto de efeitos fixos e aleatórios e ANOVA. Os
softwares utilizados foram: Microsoft Excel 97 for Windows, Minitab for Windows v.13
e R-project for Windows v.2.1.1.
Análise inferencial dos resultados foi realizada para as variáveis objetivas
IFSR e IFSE e subjetivas XI e EVA e, com relação às respostas do questionário
TESS, a análise foi somente descritiva.
66
5 RESULTADOS
5.1 Pacientes
5.1.1 grupo 1 (preventivo)
O grupo constou de doze indivíduos (com idade entre 47 e 82 anos, média de
64,5 anos), sendo nove (75%) do sexo masculino (com idade de entre 47 e 82 anos,
média de 64,5 anos) e três (25%) do sexo feminino (com idade entre 50 e 73 anos,
média de 61,5 anos). Pacientes leucodermas foram prevalentes, representados por
nove indivíduos (sete homens e duas mulheres), enquanto três eram melanodermas
(dois homens e uma mulher). Em relação ao tipo histológico da neoplasia, onze
indivíduos (91.67%) eram portadores de carcinoma espinocelular (CEC) e um
(8.33%), portador de melanoma. O estadiamento clínico (TNM) dos pacientes,
determinado de acordo com a classificação da International Union Against Cancer
(UICC), a localização da neoplasia, assim como as demais informações supracitadas
constam da Tabela 5.1.
Quanto à radioterapia, a dose total de radiação recebida pelos pacientes
variou de 6.040 cGy a 7.500 cGy, com média de 6.770 cGy, fracionadas em doses
diárias de 180 a 200 cGy, e englobou as regiões das glândulas parótida,
submandibular e sublingual. O número de fracionamento para a administração da
67
radiação variou entre 32 e 38, média de 35 sessões, resultando em um período de
aproximadamente um mês e meio de tratamento.
A RT como modalidade terapêutica exclusiva ou em associação à cirurgia
envolveu oito indivíduos (66.67%), sendo que quatro indivíduos (33.33%) receberam
também a quimioterapia. Em cinco pacientes (41.67%), houve a necessidade da
realização do esvaziamento cervical radical ou seletivo. Estas informações estão
sumarizadas na Tabela 5.2., e ilustradas na Figura 5.1.
Quatro indivíduos (2, 7, 10 e 11) foram excluídos por não freqüentarem
regularmente às sessões de radioterapia ou acupuntura, desistência ou foram a
óbito durante o período da pesquisa.
Tabela 5.1 – Características gerais dos pacientes do grupo 1 (preventivo) (n=12)
Tipo Histológico Localização Primária Estadiamento Clínico
*
Paciente Sexo Idade
T N M
1 F 50 Melanoma Região cervical 3 1 0
2
3 M 59 CEC Seio piriforme 2 1 0
4 M 82 CEC Hipofaringe 3 2 0
5 F 69 CEC Laringe 1 0 0
6 M 54 CEC Trígono retromolar 2 0 0
7
8 M 67 CEC Hipofaringe 3 1 0
9 M 47 CEC Laringe 2 0 0
10
11
12 M 53 CEC Supraglote 2 1 0
13 M 51 CEC Orofaringe 3 2 0
14 M 76 CEC Glote 2 0 0
15 M 56 CEC Prega vocal 1 0 0
16 F 73 CEC Rebordo alveolar 2 1 0
*
indica tamanho do tumor (T): < 2 cm (1); 2-4 cm (2); > 4 cm (3); tumor fixado em estruturas
adjacentes (4). Metástase em linfonodos (N): ausência de metástase em linfonodo regional (0);
metástase em um único nódulo ipsilateral < 3 cm de diâmetro (1); metástase em nódulos de 3-6 cm
de diâmetro (2); metástase em qualquer nódulo > 6 cm de diâmetro (3). Metástase à distância (M).
CEC = carcinoma espinocelular
68
Tabela 5.2 – Informações referentes à radioterapia realizada nos pacientes do grupo 1 (preventivo)
Glândulas Salivares
*
Esquerda Direita
Paciente
Dose total de
radiação (cGy)
Número de
sessões
Gl. Parótida Gl. Sub.
Mandibular
Gl.
Sublingual
Gl. Parótida Gl. Sub.
Mandibular
Gl.
Sublingual
Quimio
terapia
Esvazia-
mento
cervical
1 6.040 33 + + + + + + - +
2
3 7.040 35 + + + + + + + -
4 7.000 35 50%+ + + 50%+ + + + -
5 7.000 35 - + + - + + - -
6 6.040 33 + + + + + + - +
7
8 7.040 35 50%+ + + 50%+ + + - -
9 6.040 33 50%+ + + 50%+ + + - +
10
11
12 7.500 38 + + + + + + + -
13 6.040 33 + + + + + + - +
14 7.000 35 + + + + + + - -
15 6.040 35 50%+ + + 50%+ + + + -
16 6.040 32 + + + + + + - +
*
+, indica uma glândula salivar englobada no campo irradiado; –, indica uma glândula salivar que não
foi irradiada e 50%+, indica uma glândula salivar que foi parcialmente irradiada.
cGy = centiGray
Figura 5.1 – Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) segundo os fatores sexo,
esvaziamento cervical e quimioterapia
5.1.2 grupo 2 (curativo)
O grupo constou de doze indivíduos de ambos os sexos com idade entre 44 e
72 anos, média de 58 anos, sendo sete (58,33%) do sexo masculino (com idade
Esvaziamento Cervical
58%
42%
Sim Não
SEXO
25%
75%
Masculino Feminino
Quimioterapia
67%
33%
Sim Não
69
entre 46 e 72 anos, média de 59 anos) e cinco (41,67%) do sexo feminino (com
idade entre 44 e 64 anos, média de 54 anos). Quanto à etnia, leucodermas foram
prevalentes, representados por dez indivíduos (seis homens e quatro mulheres),
enquanto dois eram melanodermas (um homem e uma mulher).
O tipo histológico carcinoma espinocelular foi diagnosticado em todos os
indivíduos. O estadiamento clínico (TNM), de acordo com a classificação da UICC, e
a localização da neoplasia estão representados na Tabela 5.3.
A dose total de radiação recebida variou de 6.040 cGy a 7.580 cGy, com
média de 6.810 cGy, fracionadas em doses diárias de 180 a 200 cGy e o número de
sessões variou entre 25 e 39, média de 32, resultando em um período de
aproximadamente um mês e meio de tratamento.O tempo de latência pós-RT foi de
sete dias a quinze anos, média de cinco anos.
Oito indivíduos (66.67%) receberam a radiação como tratamento
antineoplásico de forma isolada ou em associação à cirurgia e quatro (33.33%)
receberam a quimioterapia.
Houve a necessidade da realização do esvaziamento cervical radical ou
seletivo em cinco pacientes (41.67%). Estas informações estão sumarizadas na
Tabela 5.4 e ilustradas na Figura 5.2.
Dois pacientes (7 e 10) foram excluídos por não freqüentarem regularmente
às sessões de radioterapia ou acupuntura, desistência ou foram a óbito durante o
período da pesquisa.
70
Tabela 5.3 – Características gerais dos pacientes do grupo 2 (curativo) (n=12)
Tipo Histológico Localização Primária Estadiamento Clínico
*
Paciente Sexo Idade
T N M
1 F 44 CEC Região cervical 3 1 0
2 M 46 CEC Língua 4 2 0
3 F 59 CEC Assoalho bucal 4 1 0
4 M 60 CEC Palato mole 2 1 0
5 M 54 CEC Orofaringe 3 1 0
6 M 59 CEC Faringe 3 1 0
7
8 M 61 CEC Hipofaringe 2 1 0
9 F 52 CEC Mucosa jugal 4 1 0
10
11 M 72 CEC Laringe 3 1 0
12 F 64 CEC Região cervical 3 2 0
13 M 68 CEC Língua 3 0 0
14 F 46 CEC Região cervical 3 1 0
*
indica tamanho do tumor (T): < 2 cm (1); 2-4 cm (2); > 4 cm (3); tumor fixado em estruturas
adjacentes (4). Metástase em linfonodos (N): ausência de metástase em linfonodo regional (0);
metástase em um único nódulo ipsilateral < 3 cm de diâmetro (1); metástase em nódulos de 3-6 cm
de diâmetro (2); metástase em qualquer nódulo > 6 cm de diâmetro (3). Metástase à distância (M).
CEC = carcinoma espinocelular
Tabela 5.4 – Informações referentes à radioterapia realizada nos pacientes do grupo 2 (curativo)
Glândulas Salivares
*
Esquerda Direita
Paciente
Dose total de
radiação (cGy)
Número de
sessões
Gl. Parótida Gl. Sub.
mandibular
Gl.
Sublingual
Gl. Parótida Gl. Sub.
mandibular
Gl.
Sublingual
Quimio
terapia
Esvazia-
mento
cervical
1 7.000 33 + + + + + + - -
2 7.580 38 + + + + + + + -
3 6.600 36 + + + + + + + +
4 6.040 33 + + + + + + - -
5 7.000 35 50%+ + + 50%+ + + + -
6 7.000 25 50%+ + + 50%+ + + - -
7
8 6.040 33 + + + + + + - +
9 6.440 35 + + + + + + - +
10
11 7.100 33 50%+ + + 50%+ + + - -
12 7.040 39 + + + + + + + +
13 7.000 35 + + + + + + - -
14 7.040 35 + + + + + + - +
*
+, indica uma glândula salivar englobada no campo irradiado; –, indica uma glândula salivar que não
foi irradiada e 50%+, indica uma glândula salivar que foi parcialmente irradiada.
cGy = centiGray
Figura 5.2 – Distribuição dos pacientes do grupo 2 (curativo) segundo os fatores sexo,
esvaziamento cervical e quimioterapia
Esvaziamento Cervical
58%
42%
Sim Não
Sexo
42%
58%
Masculino Feminino
Quimioterapia
67%
33%
Sim Não
71
5.2 Análise dos fatores de interesse
Os fatores que puderam influenciar nos resultados das respostas objetivas
(IFSR e IFSE) e subjetivas (XI, EVA e TESS) para ambos os grupos, preventivo e
curativo foram: sexo, esvaziamento cervical e quimioterapia. Estatisticamente, não
houve alterações significativas em nenhum dos fatores analisados (Apêndices E e
F). O fator idade também foi considerado e não apresentou alterações das respostas
ao longo das consultas ou do crescimento da idade dos indivíduos, em ambos os
grupos tanto para as respostas objetivas como para as subjetivas (Apêndices G e
H). Após análise e constatação de que os fatores considerados não foram
relevantes, descrevemos a seguir, os resultados obtidos em cada grupo e, entre os
mesmos.
5.3 Resposta terapêutica da acupuntura para o grupo 1 (preventivo)
5.3.1.resposta objetiva (exame de sialometria)
Os índices de fluxo salivar em repouso (IFSR) e estimulado (IFSE) para cada
paciente, estão representados na Tabela 5.5 e nas Figuras 5.3
e 5.4.
Previamente ao tratamento radioterápico (Coleta 1), as médias para os IFSR
e IFSE foram de 0.545833 ml/min. e de 1.365000 ml/min., respectivamente (Tabela
72
5.6 e Figuras 5.5 e 5.6). Segundo os critérios adotados por Thylstrup e Fejerskov
(2001), observamos que para o IFSR, nove pacientes (75%) encontravam-se dentro
da faixa de normalidade, baixo fluxo salivar foi encontrado em dois indivíduos
(16.67%) e um (8.33%) apresentou xerostomia. Em relação ao IFSE, sete pacientes
(58.33%) encontravam-se dentro da faixa de normalidade, três indivíduos (25%)
apresentaram baixo fluxo salivar e dois (16.67%) evidenciaram xerostomia (Tabela
5.7 e Figuras 5.7 e 5.8).
Durante a RT (Coleta 2), aproximadamente na décima sessão, atingindo
cerca de 1.000 a 1.500 cGy de radiação recebida, o fluxo salivar começou a diminuir
de forma significativa. As médias registradas para os IFSR e IFSE foram de
0.185000 ml/min. e 0.531667 ml/min., respectivamente, representando uma redução
de aproximadamente 34% em relação aos valores iniciais (Tabela 5.6 e Figuras 5.5
e 5.6). Em relação ao IFSR, quatro pacientes (33.33%) apresentaram xerostomia,
cinco (41.67%) evidenciaram baixo fluxo salivar e três (25%) permaneceram com
fluxo salivar normal. Quanto ao IFSE, dez pacientes (83.34%) foram considerados
xerostômicos, um indivíduo (8.33%) apresentou baixo fluxo e um (8.33%) apresentou
fluxo salivar dentro dos padrões de normalidade (Tabela 5.7 e Figuras 5.7 e 5.8).
Concluída a RT (Coleta 3), as médias registradas foram de 0.214167 ml/min.
em repouso e 0.488333 ml/min. estimulada, mostrando redução para o IFSR e
redução para o IFSE, em comparação às mensurações da segunda coleta (Tabela
5.6 e Figuras 5.5 e 5.6). Foi observado que para o IFSR mensurado, três pacientes
(33.33%) encontravam-se dentro da faixa de normalidade, baixo fluxo salivar foi
encontrado em cinco indivíduos (41.67%) e quatro (8.33%) apresentaram
xerostomia. Em relação ao IFSE, nove indivíduos (75%) evidenciaram xerostomia,
73
três (33.33%) apresentaram baixo fluxo salivar e nenhum indivíduo apresentou fluxo
salivar dentro dos padrões de normalidade (Tabela 5.7 e Figuras 5.7 e 5.8).
Estatisticamente, notamos que há diferença entre as médias na coleta 1 para
as coletas 2 e 3 (P<0.001) e, na coleta 1 a média dos valores mostrou-se maior que
nas consultas 2 e 3. Verificamos também que as médias da consulta 2 não se
mostraram, estatisticamente, diferentes da consulta 3 (P=0.9642).
Foi constatada uma grande relação linear entre as respostas (IFSR e IFSE)
havendo tendência de redução na mesma proporção e sentido (Apêndice I).
Tabela 5.5 – Exame de sialometria para o grupo 1 (preventivo) – Índice de fluxo salivar (ml/min.)
Paciente Técnica de Sialometria 1 – Pré - RT 2 – Trans - RT 3 – Pós - RT
IFSR 0,75 0,31 0,06 1.
IFSE 0,90 0,63 0,22
IFSR 2.
IFSE
IFSR 0,24 0,20 0,24 3.
IFSE 0,83 0,48 0,66
IFSR 0,32 0,34 0,30 4.
IFSE 0,98 0,58 0,48
IFSR 0,21 0,15 0,51 5.
IFSE 0,66 0,63 0,80
IFSR 0,50 0,09 0,08 6.
IFSE 2.07 0,16 0,20
IFSR 7.
IFSE
IFSR 0,62 0,17 0,21 8.
IFSE 1,80 0,54 0,62
IFSR 0,92 0,45 0,56 9.
IFSE 2,80 1,50 0,98
IFSR 10.
IFSE
IFSR 11.
IFSE
IFSR 0,80 0,09 0,09 12.
IFSE 2,28 0,44 0,40
IFSR 1,10 0,04 0,18 13.
IFSE 1,48 0,10 0,40
IFSR 0,52 0,18 0,18 14.
IFSE 1,04 0,22 0,25
IFSR 0,48 0,15 0,15 15.
IFSE 1,44 1,00 0,80
IFSR 0,09 0,05 0,01 16.
IFSE 0,10 0,10 0,05
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
74
Figura 5.3 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) - IFSR
Figura 5.4 – Perfis dos pacientes do grupo 1 (preventivo) – IFSE
Índice de Fluxo Salivar em repouso – Grupo 1 (preventivo)
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1 2 3
Coleta
IFSR
Paciente1 Paciente3 Paciente4 Paciente5 Paciente6 Paciente8
Paciente9 Paciente12 Paciente13 Paciente14 Paciente15 Paciente16
Índice de Fluxo Salivar estimulado – Grupo 1 (preventivo)
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
1 2 3
Coleta
IFSE
Paciente1 Paciente3 Paciente4 Paciente5 Paciente6 Paciente8
Paciente9 Paciente12 Paciente13 Paciente14 Paciente15 Paciente16
75
Tabela 5.6 – Médias e variações nos índices de fluxo salivar nos diferentes períodos de coleta para
o grupo 1 (preventivo) (ml/min.)
IFSR IFSE
Coleta Média Variação Média Variação
1
0.545833 0.09 – 1.10 1.365000 0.10 – 2.80
2
0.185000 0.04 – 0.45 0.531667 0.10 – 1.50
3
0.214167 0.01 – 0.56 0.488333 0.05 – 0.98
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
Tabela 5.7 – Distribuição do número e percentual de indivíduos do grupo 1 (preventivo) segundo a
classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001) para xerostomia
Índices de Referência (ml/min.)
IFSR IFSE
IFSR IFSE Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3 Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
Xerostomia <0.10 <0.70
1 (8.33) 4 (33.33) 4 (33.33) 2 (16.67) 10 (83.34) 9 (75)
Fluxo Baixo 0,10 – 0,25 0,70 – 1,0
2 (16.67) 5 (41.67) 5 (41.67) 3 (25) 1 (8.33) 3 (25)
Fluxo Normal 0,25 – 0,35 1,0 – 3,0
9 (75) 3 (25) 3 (25) 7 (58.33) 1 (8.33) 0
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
IFSR
IFSE
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
IFSR
IFSE
Figura 5.5 – Comparação entre as
médias dos IFSR e IFSE
Figura 5.6 – Linhas de tendência das médias
dos IFSR e IFSE
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1° Coleta 2° Coleta 3° Coleta
Xerostomia Baixo Fluxo Fluxo Normal
Figura 5.7 - Distribuição dos pacientes
quanto aos valores de referência
(IFSR)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1° Coleta 2° Coleta 3° Coleta
Xerostomia Baixo Fluxo Fluxo Normal
Figura 5.8 - Distribuição dos pacientes
quanto aos valores de referência
(IFSE)
76
5.3.2.resposta subjetiva (questionários)
Os valores subjetivos registrados através dos questionários XI, EVA e TESS,
para cada paciente e nos diferentes períodos de coleta, estão representados nas
Tabelas 5.8 a 5.10 e nas Figuras 5.9 a 5.14. As médias e as variações estão
ilustradas nas Tabelas 5.11 a 5.13 e nas Figuras 5.15 a 5.17.
Previamente à RT e ao tratamento com acupuntura (Coleta 1), a média dos
valores obtidos em resposta ao questionário XI foi de 5.33. Por intermédio do
questionário EVA, as médias dos resultados obtidos para a questão 1 foi de 11.8,
para a questão 2 foi de 7.3, para a questão 3 foi de 88.6 e para a questão 4 foi de
17.5. De acordo com o questionário TESS, a média registrada, anteriormente à
acupuntura, foi de 1.
Durante a RT (Coleta 2), esses valores aumentaram de forma significativa
quando comparadas às mensurações iniciais. A média registrada pelo XI foi de
11.33, representando aumento de 112.57% dos sintomas avaliados. Por intermédio
do questionário EVA, a questão 1 foi de 42.5, aumento de 260.2%, questão 2 de
31.7, aumento de 334.25%, questão 3 de 63.9, redução de 27.88% e questão 4 de
55.1, aumento de 214.86%. De acordo com o questionário TESS, a média registrada
foi de 2, representando um aumento de 100% no grau de severidade da xerostomia.
Concluída a RT (Coleta 3), a média registrada para o XI foi de 10.3; para o
questionário EVA questão 1 foi de 25.4, para a questão 2 foi de 33.3, para a questão
3 foi de 57.0, para a questão 4 foi de 43.8 e para o questionário TESS foi de 2. Foi
observado aumento de alguns dos sintomas avaliados, embora não significativos
quando comparados às mensurações da segunda coleta.
77
Estatisticamente, considerando os questionários XI e EVA, houve diferença
entre as médias na coleta 1 para as coletas 2 e 3 (P<0.05). Entretanto, a média da
consulta 2 não se mostrou diferente da consulta 3 (P>0.05).
Para o TESS foi realizada somente a análise descritiva e as tabelas com seus
respectivos valores constam no Apêndice J.
Tabela 5.8 – Valores obtidos do questionário XI para o grupo 1 (preventivo)
Paciente Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
1 7 13 9
2
3 2 8 8
4 6 14 -
5 0 5 1
6 3 15 12
7
8 9 4 10
9 13 21 3
10
11
12 1 2 17
13 3 14 22
14 8 14 10
15 1 7 10
16 11 19 11
78
Tabela 5.9 - Valores obtidos do questionário EVA para o grupo 1 (preventivo)
Paciente
Q. 1 Q.2 Q.3 Q.4
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3 Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3 Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3 Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
1. 1,1 1,6 2,1 1,2 3,6 3,7 9,8 5,5 5,0 0,9 4,8 4,5
2.
3. 0,2 1,3 1,4 0,0 0,7 0,1 6,3 6,4 5,4 0,0 4,5 5,3
4. 0,3 6,8 - 0,4 6,7 - 9,9 9,6 - 5,4 4,6 -
5. 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,9 7,8 6,2 0,0 0,0 0,0
6. 0,9 5,5 0,7 0,6 0,2 5,4 5,4 5,1 4,9 0,7 2,7 3,1
7.
8. 0,0 0,0 2,5 0,0 0,0 1,1 7,2 6,7 7,5 1,9 2,6 1,0
9. 2,6 1,2 0,1 0,9 1,5 1,1 9,3 4,3 6,3 0,1 5,2 1,1
10.
11.
12. 0,0 2,3 5,3 0,0 0,4 4,9 8,3 4,5 7,4 0,0 2,2 4,0
13. 0,1 8,7 5,3 0,0 4,4 2,4 10 5,0 2,0 0,7 7,6 5,0
14. 4,5 4,9 0,0 2,6 5,1 5,1 2,1 3,9 7,5 4,7 6,1 4,8
15. 0,6 2,2 3,1 0,0 1,5 2,1 8,0 5,1 3,9 0,9 5,0 6,0
16. 1,5 8,0 4,9 1,6 7,6 7,4 7,4 0,0 0,9 2,2 9,8 9,0
Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para engolir devido
à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a secura da boca.
Tabela 5.10 – Valores obtidos do questionário TESS para o grupo 1 (preventivo)
Paciente Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
1 0 2 3
2
3 0 1 1
4 1 3 -
5 0 0 0
6 0 2 0
7
8 2 2 1
9 0 2 0
10
11
12 0 1 3
13 1 3 3
14 2 1 2
15 1 1 2
16 0 4 3
79
Questão1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
123
Consulta
Pac ie nte 1
Pac ie nte 3
Pac ie nte 5
Pac ie nte 6
Pac ie nte 8
Pac ie nte 9
Pac ie nte 12
Pac ie nte 13
Pac ie nte 14
Pac ie nte 15
Pac ie nte 16
Figura 5.9 – Perfis dos pacientes do grupo 1
(preventivo) (EVA - Q1)
Questão2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
123
Consulta
Paciente1
Paciente3
Paciente5
Paciente6
Paciente8
Paciente9
Paciente12
Paciente13
Paciente14
Paciente15
Paciente16
Figura 5.10 – Perfis dos pacientes do grupo 1
(preventivo) (EVA – Q2)
Questão3
0
2
4
6
8
10
12
123
Consulta
Pac ie nte 1
Pac ie nte 3
Pac ie nte 5
Pac ie nte 6
Pac ie nte 8
Pac ie nte 9
Pac ie nte 12
Pac ie nte 13
Pac ie nte 14
Pac ie nte 15
Pac ie nte 16
Figura 5.11 – Perfis dos pacientes do grupo 1
(preventivo) (EVA – Q3)
Questão4
0
2
4
6
8
10
12
123
Consulta
Paciente1
Paciente3
Paciente5
Paciente6
Paciente8
Paciente9
Paciente12
Paciente13
Paciente14
Paciente15
Paciente16
Figura 5.12 – Perfis dos pacientes do grupo 1
(preventivo) (EVA – Q4)
Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para engolir
devido à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a secura da boca
Escore individual
0
5
10
15
20
25
123
Consulta
Pac ie nte 1
Pac ie nte 3
Pac ie nte 5
Pac ie nte 6
Pac ie nte 8
Pac ie nte 9
Pac ie nte 12
Pac ie nte 13
Pac ie nte 14
Pac ie nte 15
Pac ie nte 16
Figura 5.13 – Perfis dos pacientes do grupo 1
(preventivo) (XI)
TESS
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
123
Consulta
Paciente1
Paciente3
Paciente5
Paciente6
Paciente8
Paciente9
Paciente12
Paciente13
Paciente14
Paciente15
Paciente16
Figura 5.14 – Perfis dos pacientes do grupo 1
(preventivo) (TESS)
80
Tabela 5.11 – Médias e variações do Questionário XI nos diferentes períodos de coleta para o
grupo 1(preventivo)
Coleta Média Variação
1
5.33 0 – 13
2
11.33 2 – 21
3
10.27 1 - 22
Tabela 5.12 – Médias e variações do Questionário EVA nos diferentes períodos de coleta para o
grupo 1 (preventivo)
Média Variação
Coleta Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4
1
11.8 7.3 88.6 17.5 0.0–4.5 0.0-2.6 2.1-10 0.0-5.4
2
42.5 31.7 63.9 55.1 0.0-8.7 0.0-7.6 0.0-9.6 0.0-9.8
3
25.4 33.3 57.0 43.8 0.0-5.3 0.0-7.4 0.9-7.5 0.0-9.0
Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para engolir devido
à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a secura da boca.
0
20
40
60
80
100
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
Q1 Q2 Q3 Q4
Figura 5.16 – Média dos valores obtidos no EVA para o grupo 1 (preventivo) nos diferentes
períodos de coleta
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
XI
Figura 5.15 – Média dos valores obtidos no XI para o grupo 1 (preventivo) nos diferentes períodos
de coleta
81
Tabela 5.13 – Médias e variações do Questionário TESS nos diferentes períodos de coleta para o
grupo 1 (preventivo)
Coleta Média Variação
1
1 0 – 2
2
2 0 – 4
3
2 0 – 3
5.4 Resposta terapêutica da acupuntura para o grupo 2 (curativo)
5.4.1.resposta objetiva (exame de sialometria)
Os valores dos IFSR e IFSE, para cada paciente, antes e após o tratamento
com acupuntura estão representados na Tabela 5.14 e nas Figuras 5.18
e 5.19.
Ao término da RT e, previamente ao tratamento com acupuntura (Coleta 1),
todos os pacientes apresentaram IFSR e IFSE reduzidos, considerados abaixo da
faixa de normalidade, cujas médias foram de 0.035800 ml/min. e 0.121667 ml/min.,
0
1
2
3
4
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3
TESS
Figura 5.17 – Média dos valores obtidos no TESS para o grupo 1 (preventivo) nos diferentes
períodos de coleta
82
respectivamente (Tabela 5.15 e nas Figuras 5.20 e 5.21). Em relação ao IFSR,
verificamos xerostomia em dez indivíduos (83.33%), baixo fluxo salivar em dois
(16.67%) e nenhum apresentou fluxo normal, e quanto ao IFSE, todos os pacientes
apresentaram xerostomia (Tabela 5.16 e Figuras 5.22 e 5.23).
Concluída a acupuntura (Coleta 2), foi observado aumento da produção
salivar tanto para o IFSR, evidenciado em dez pacientes (83.33%), permanecendo
inalterado em dois (16.67%), representado na porcentagem de 142.2 quanto para o
IFSE, observado em onze pacientes (91.67%), mantendo-se inalterado em apenas
um (8.33%), com porcentagem de 75.3, cujas médias registradas foram de 0.086700
ml/min. e 0.213333 ml/min., respectivamente (Tabela 5.15 e nas Figuras 5.20 e
5.21). Considerando os índices referenciais adotados, em relação ao IFSR, oito
indivíduos (66.67%) foram considerados xerostômicos, três (25%) apresentaram
baixo fluxo salivar e um (8.33%) apresentou fluxo salivar normal e quanto ao IFSE,
onze pacientes (91.67%) apresentaram xerostomia, um (8.33%) apresentou baixo
fluxo salivar e nenhum indivíduo apresentou fluxo salivar normal (Tabela 5.16 e
Figuras 5.22 e 5.23).
Estatisticamente, as médias das variáveis na consulta 2 foram maiores que na
consulta 1, ao nível de significância 5%, verificando que o efeito da acupuntura no
aumento da produção salivar foi significativo, tanto para o IFSR (P<0.05) quanto
para o IFSE (P<0.05).
Foi constatada uma grande relação linear entre as respostas (IFSR e IFSE)
havendo tendência de redução na mesma proporção e sentido (Apêndice I).
83
Tabela 5.14 – Exame de sialometria para o grupo 2 (curativo) – índice de fluxo salivar (ml/min.)
Paciente Técnica de Sialometria Coleta 1 – Pré-Acupuntura
Coleta 2 – Pós-Acupuntura
IFSR 0,00 0,08 1.
IFSE 0,00 0,16
IFSR 0,00 0,04 2.
IFSE 0,00 0,12
IFSR 0,00 0,01 3.
IFSE 0,00 0,06
IFSR 0,00 0,04 4.
IFSE 0,00 0,02
IFSR 0,10 0,32 5.
IFSE 0,48 0,90
IFSR 0,02 0,12 6.
IFSE 0,28 0,28
IFSR 7.
IFSE
IFSR 0,09 0,12 8.
IFSE 0,18 0,24
IFSR 0,06 0,06 9.
IFSE 0,12 0,14
IFSR 10.
IFSE
IFSR 0,16 0,20 11.
IFSE 0,40 0,42
IFSR 0,00 0,00 12.
IFSE 0,00 0,10
IFSR 0,00 0,02 13.
IFSE 0,00 0,04
IFSR 0,00 0,03 14.
IFSE 0,00 0,08
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
84
Figura 5.19 - Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) para os IFSE
Figura 5.9 – Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) para os IFSR
Índices de Fluxo Salivar em repouso - Grupo 2 (curativo)
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
12
Coleta
IFSR
Paciente1 Paciente2 Paciente3 Paciente4 Paciente5 Paciente6
Paciente8 Paciente9 Paciente11 Paciente12 Paciente13 Paciente14
Índices de Fluxo Salivar estimulado – Grupo 2 (curativo)
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
1.00
1 2
Coleta
IFSE
Paciente1 Paciente2 Paciente3 Paciente4 Paciente5 Paciente6
Paciente8 Paciente9 Paciente11 Paciente12 Paciente13 Paciente14
Figura 5.18 - Perfis dos pacientes do grupo 2 (curativo) para os IFSR
85
Tabela 5.15 – Médias e variações no índice de fluxo salivar nos diferentes períodos de coleta para o
grupo 2 (curativo) (ml/min.)
IFSR IFSE
Média Variação Média Variação
Coleta 1
0.0358 0.00 – 0.16 0.121667 0.00 – 0.48
Coleta 2
0.0867 0.00 – 0.32 0.213333 0.02 – 0.90
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
Tabela 5.16 – Distribuição do número e percentual de indivíduos do grupo 2 (curativo) segundo a
classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001) para xerostomia
Índices de Referência (ml/min.) IFSR IFSE
IFSR IFSE Coleta 1 Coleta 2 Coleta 1 Coleta 2
n (%) n (%) n (%) n (%)
Xerostomia <0,10 <0,70
10 (83.33) 8 (66.67) 12 (100) 11 (91.67)
Fluxo Baixo 0,10 – 0,25 0,70 – 1,0
2 (16.67) 3 (25) 0 1 (8.33)
Fluxo Normal 0,25 – 0,35 1,0 – 3,0
0 1 (8.33) 0 0
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
Coleta 1 Coleta 2
IFSR
IFSE
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
Coleta 1 Coleta 2
IFSR
IFSE
Figura 5.20 – Comparação das médias
dos IFSR e IFSE
Figura 5.21 – Linhas de tendência dos
IFSR e IFSE
Figura 5.22 - Distribuição dos pacientes
quanto aos valores de
referência (IFSR)
Figura 5.23 - Distribuição dos pacientes
quanto aos valores de referência
(IFSE)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1° Coleta 2° Coleta
Xerostomia Baixo Fluxo Fluxo Normal
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1° Coleta 2° Coleta
Xerostomia Baixo Fluxo Fluxo Normal
86
5.4.2.resposta subjetiva (questionários)
Os valores subjetivos registrados através dos questionários XI, EVA e TESS,
para cada paciente e nos diferentes períodos de coleta, estão representados nas
Tabelas 5.17 a 5.19 e nas Figuras 5.24 a 5.29. As médias e as variações estão
ilustradas nas Tabelas 5.20 a 5.22 e Figuras 5.30 a 5.32.
Através do questionário XI, foi observado que no período da coleta 1, ou seja,
após a RT e previamente à acupuntura, a média dos valores obtidos foi de 16.83, e
concluído o tratamento com acupuntura, houve diminuição dos valores, cuja média
foi de 12.5, representando uma redução de 25.7% dos sintomas avaliados.
Por intermédio do questionário EVA, as médias dos resultados obtidos, antes
do tratamento com acupuntura, para a questão 1 foi de 64.5, para a questão 2 foi de
85.3, para a questão 3 foi de 18.4 e para a questão 4 foi de 89.5. Ao término do
tratamento com acupuntura, a média obtida para a questão 1 foi de 40.1, para a
questão 2 foi de 51.7, para a questão 3 foi de 53.8 e para a questão 4 foi de 60.5.
Dessa maneira foi demonstrada redução de 37.8% para a questão 1, 39.4% para a
questão 2, aumento de 192.4% para a questão 3 e redução de 32.4 para a questão
4. De acordo com o questionário TESS, a média registrada, anteriormente à
acupuntura, foi de 3 e, posteriormente ao tratamento, foi de 2, demonstrando assim,
uma redução de 33.33% no grau de severidade da xerostomia. Para este
questionário foi realizada somente a análise descritiva e seus valores constam no
Apêndice J.
87
Estatisticamente, as médias das variáveis obtidas através dos questionários
XI e EVA, na consulta 2 foram significativamente menores que na consulta 1 e
maiores na questão 3 do questionário EVA (P<0.05).
Tabela 5.17 – Valores obtidos do Questionário XI para o grupo 2 (curativo)
Paciente Coleta 1 Coleta 2
01 12 6
02 9 8
03 35 23
04 17 22
05 19 9
06 16 11
07
08 18 15
09 13 15
10
11 9 4
12 13 10
13 21 15
14 20 12
Tabela 5.18 - Valores obtidos do Questionário EVA para o grupo 2 (curativo)
Q. 1 Q.2 Q.3 Q.4
Paciente
Coleta 1 Coleta 2 Coleta 1 Coleta 2 Coleta 1 Coleta 2 Coleta 1 Coleta 2
1. 3,6 5,5 6,0 7,0 3,7 6,9 5,9 5,2
2. 7,4 1,6 10 2,6 0,4 3,0 8,5 2,7
3. 9,6 3,9 9,9 3,7 0,1 5,3 10 3,7
4. 4,7 2,2 10 4,3 0,0 1,8 10 7,9
5. 4,2 0,0 8,4 4,2 2,4 3,1 6,3 3,0
6. 3,4 2,9 3,4 4,0 3,8 5,6 5,1 4,6
7.
8. 6,0 5,5 8,2 7,0 0,0 2,0 5,4 5,0
9. 0,7 4,6 0,0 3,1 0,8 3,9 8,2 6,2
10.
11. 1,6 2,0 1,6 0,9 6,6 8,8 0,1 0,9
12. 8,4 0,6 9,4 1,9 0,0 7,6 10 4,4
13. 7,4 6,2 9,8 7,8 0,0 2,0 10 8,9
14. 7,5 5,1 8,6 5,2 0,6 3,8 10 8,0
Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para engolir devido
à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a secura da boca.
88
Tabela 5.19 – Valores obtidos do Questionário TESS para o grupo 2 (curativo)
Paciente Coleta 1 Coleta 2
1. 3 3
2. 3 2
3. 4 3
4. 4 2
5. 3 1
6. 2 2
7.
8. 3 3
9. 2 3
10.
11. 2 1
12. 4 1
13. 4 3
14. 4 2
89
Questão1
0
2
4
6
8
10
12
12Consulta
Pac ie nt e1
Pac ie nt e2
Pac ie nt e3
Pac ie nt e4
Pac ie nt e5
Pac ie nt e6
Pac ie nt e8
Pac ie nt e9
Pac ie nt e1 1
Pac ie nt e1 2
Pac ie nt e1 3
Pac ie nt e1 4
Figura 5.24 – Perfis dos pacientes do grupo 2
(curativo) (EVA - Q 1)
Questão2
0
2
4
6
8
10
12
12Consulta
Paciente1
Paciente2
Paciente3
Paciente4
Paciente5
Paciente6
Paciente8
Paciente9
Paciente11
Paciente12
Paciente13
Paciente14
Figura 5.25 – Perfis dos pacientes do grupo 2
(curativo) (EVA - Q 2)
Questão3
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12Consulta
Pac ie nt e1
Pac ie nt e2
Pac ie nt e3
Pac ie nt e4
Pac ie nt e5
Pac ie nt e6
Pac ie nt e8
Pac ie nt e9
Pac ie nt e1 1
Pac ie nt e1 2
Pac ie nt e1 3
Pac ie nt e1 4
Figura 5.26 – Perfis dos pacientes do grupo 2
(curativo) (EVA - Q 3)
Questão4
0
2
4
6
8
10
12
12Consulta
Paciente1
Paciente2
Paciente3
Paciente4
Paciente5
Paciente6
Paciente8
Paciente9
Paciente11
Paciente12
Paciente13
Paciente14
Figura 5.27 – Perfis dos pacientes do grupo 2
(curativo) (EVA - Q 4)
Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para engolir devido
à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a secura da boca.
Escore individual
0
5
10
15
20
25
30
35
40
12Consulta
Pac ie nte 1
Pac ie nte 2
Pac ie nte 3
Pac ie nte 4
Pac ie nte 5
Pac ie nte 6
Pac ie nte 8
Pac ie nte 9
Pac ie nte 11
Pac ie nte 12
Pac ie nte 13
Pac ie nte 14
Figura 5.28 – Perfis dos pacientes do grupo 2
(curativo) (XI)
TESS
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
12Consulta
Paciente1
Paciente2
Paciente3
Paciente4
Paciente5
Paciente6
Paciente8
Paciente9
Paciente11
Paciente12
Paciente13
Paciente14
Figura 5.29 – Perfis dos pacientes do grupo 2
(curativo) (TESS)
90
Tabela 5.20 – Médias e variações do Questionário XI nos diferentes períodos de coleta para o grupo
2 (curativo)
Coleta Média Variação
1
16.83 9 - 35
2
12.5 4 - 23
Tabela 5.21 – Médias e variações do Questionário EVA nos diferentes períodos de coleta para o
grupo 2 (curativo)
Coleta Média Variação
Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4
1
64.5 85.3 18.4 89.5 0.7-9.6 0.0-10 0.0-6.6 0.1-10
2
40.1 51.7 53.8 60.5 0.0-6.2 0.9-7.8 1.8-8.8 0.9-8.9
Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para engolir devido
à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a secura da boca.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Coleta 1 Coleta 2
XI
Figura 5.30 – Média dos valores obtidos no XI para o grupo 2 (curativo) nos diferentes períodos de
coleta
0
20
40
60
80
100
Coleta 1 Coleta 2
Q1
Q2
Q3
Q4
Figura 5.31 – Média dos valores obtidos no EVA para o grupo 2 (curativo) nos diferentes períodos
de coleta
91
Tabela 5.22 – Médias e variações do Questionário TESS nos diferentes períodos de coleta para o
grupo 2 (curativo)
Coleta Média Variação
1
3 2 - 4
2
2 1 - 3
5.5 Resposta terapêutica da acupuntura entre grupos
5.5.1 resposta objetiva (exame de sialometria)
Quando comparados, o grupo 1 (preventivo) e o controle, quanto aos IFSR e
IFSE, evidenciou-se que os valores obtidos no primeiro foram superiores tanto para
as médias (Tabela 5.23, Figura 5.33 e Apêndice J), como na comparação com os
valores de referência (Tabela 24 e Figuras 5.34 e 5.35). Verificamos assim, que há
efeito de grupo e que o grupo 1 (preventivo) obteve médias estatisticamente mais
significativas (P<0.001) em ambas as respostas IFSR e IFSE. Foram realizadas
análises de resíduos dos dois modelos e verificou-se que não houve fuga de
0
1
2
3
4
Coleta 1 Coleta 2
TESS
Figura 5.32 – Média dos valores obtidos no TESS para o grupo 2 (curativo) nos diferentes
p
eríodos de coleta
92
nenhuma das suposições aventadas. As Figuras 5.36a - 5.36e, mostram os
resultados clínicos do tratamento preventivo com acupuntura.
Tabela 5.23 – Médias e variações nos índices de fluxo salivar nos diferentes períodos de coleta para
o grupo 1 (preventivo) e grupo controle no momento comparável (ml/min.)
IFSR IFSE
Grupo Preventivo Grupo Controle Grupo Preventivo Grupo Controle
Média Variação Média Variação Média Variação Média Variação
0.214167 0.01 – 0.56 0.0358 0.00 – 0.16 0.488333 0.05 – 0.98 0.121667 0.00 – 0.48
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
Tabela 5.24 – Distribuição do número e percentual de indivíduos do grupo 1 (preventivo) e grupo
controle segundo a classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001) para xerostomia
Índices de Referência (ml/min.) IFSR IFSE
IFSR IFSE Grupo
Preventivo
Grupo
Controle
Grupo
Preventivo
Grupo
Controle
n (%) n (%) n (%) n (%)
Xerostomia <0,10 <0,70
4 (33.33) 10 (83.33) 9 (75) 11 (91.67)
Fluxo Baixo 0,10 – 0,25 0,70 – 1,0
5 (41.67) 2 (16.67) 3 (25) 1 (8.33)
Fluxo Normal 0,25 – 0,35 1,0 – 3,0
3 (25) 0 0 0
IFSR = Índice de fluxo salivar em repouso; IFSE = Índice de fluxo salivar estimulado.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
G. Preventivo G. Controle
IFSR IFSE
Figura 5.33 – Comparação entre o grupo 1
(preventivo) e o grupo controle
quanto as médias dos IFSR e
IFSE
93
Figura 5.34 - Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) e do grupo controle segundo a
classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001) para xerostomia (IFSR)
Figura 5.35 - Distribuição dos pacientes do grupo 1 (preventivo) e do grupo controle segundo a
classificação de Thylstrup e Fejerskov (2001) para xerostomia (IFSE)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Grupo Preventivo Grupo Controle
Xerostom ia Baixo Fluxo Fluxo Norm al
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Grupo Preventivo Grupo Controle
Xerostom ia Baixo Fluxo Fluxo Normal
94
Figura 5.36 – Aspectos clínicos evidenciando o fluxo salivar preservado (a, b, c, d, e)
95
5.5.2 resposta subjetiva (questionários)
Quando comparados os grupos, quanto à redução da sintomatologia avaliada
pelos questionários XI, EVA e TESS, o grupo 1 (preventivo) evidenciou resultados
mais significativos na redução da sintomatologia do que o grupo controle. As médias
e as variações para ambos os grupos estão representadas nas Tabelas 5.25 a 27 e
ilustradas nas 5.37 a 5.39.
Verificamos assim, que há efeito de grupo e que o preventivo obteve médias,
estatisticamente, mais baixas frente ao controle (P<0.001), avaliadas pelo XI e EVA.
Foram realizadas análises de resíduos dos dois modelos e verificou-se que não
houve fuga de nenhuma das suposições aventadas. Quanto ao TESS foi realizada
somente a análise descritiva e as tabelas com seus respectivos valores constam no
Apêndice J.
Tabela 5.25 – Médias e variações do Questionário XI para o grupo 1 (preventivo) X grupo controle
Grupo Média Variação
Preventivo 10.27 1 - 22
Controle 16.83 9 - 35
Figura 5.37 – Média dos valores obtidos no XI para o grupo 1 (preventivo) e grupo controle
0
5
10
15
20
25
30
35
40
G. Preventivo G. ControleColeta 2
XI
96
Tabela 5.26 – Médias e variações do Questionário EVA para o grupo 1 (preventivo) X grupo controle
Média Variação
Grupo Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4
Preventivo 25.4 33.3 57.0 43.8 0.0-5.3 0.0-7.4 0.9-7.5 0.0-9.0
Controle 64.5 85.3 18.4 89.5 0.7-9.6 0.0-10 0.0-6.6 0.1-10
Abreviações: Q1 = Avalia a dificuldade para falar devido à boca seca; Q2 = Avalia a dificuldade para
engolir devido à boca seca; Q3 = Avalia quanta saliva tem na boca; Q4 = Avalia a
secura da boca.
Tabela 5.27 – Médias e variações do Questionário TESS para o grupo preventivo X grupo controle
Grupo Média Variação
Preventivo 2 0 – 3
Controle 3 2 - 4
Figura 5.38 – Média dos valores obtidos no EVA para o grupo 1 (preventivo) e grupo controle
Figura 5.39 – Média dos valores obtidos no TESS para o grupo 1 (preventivo) e grupo controle
0
1
2
3
4
G. Preventivo G. Controle
TESS
0
20
40
60
80
100
G. Preventivo G. Controle
Q1
Q2
Q3
Q4
97
6 DISCUSSÃO
Mesmo com todo o empenho direcionado à prevenção e ao diagnóstico
precoce do câncer, o aumento progressivo do número de casos no Brasil e na
maioria dos países é uma realidade, indicativo de que o número de indivíduos que
irão se submeter à cirurgia, radioterapia ou quimioterapia também aumentará.
A radioterapia, embora eficaz para as neoplasias malignas da região de
cabeça e pescoço, invariavelmente, induz efeitos adversos nos locais irradiados,
entre eles, a xerostomia, considerada uma das seqüelas mais graves, que por sua
vez, pode desencadear complicações secundárias.
Considerando-se especificamente a xerostomia, alvo de nosso trabalho,
notamos, logo de início, ao pesquisar sobre o assunto, que seu próprio conceito é
controverso e ainda muito discutido entre os autores, podendo ser considerada
como alteração objetiva quantitativa e qualitativa da saliva ou subjetiva,
representada pela sensação de boca seca associada a esta condição. Assim, para
contemplar ambas as correntes, procuramos, em nosso estudo, abranger os
diferentes aspectos e, para tal, o termo xerostomia ou boca seca foi utilizado para
designar tanto os aspectos objetivos, representados pela diminuição da produção ou
ausência total da secreção salivar, em concordância com Fox; Busch e Baum
(1987), bem como os aspectos subjetivos, caracterizados pelos sintomas de secura
bucal, corroborando com Sreebny (1988a, 1988b, 1988c).
Diversos métodos preventivos e curativos, atualmente disponíveis, têm sido
utilizados no tratamento de pacientes com xerostomia decorrente da RT. Todos
promovem benefícios, porém, são considerados paliativos, proporcionando apenas o
98
alívio temporário dos sintomas (GRISIUS, 2001; GUGGENHEIMER; MOORE, 2003).
Ironicamente, apresentam desvantagens como a possibilidade de induzir outros
efeitos adversos como cefaléia, rinite, náusea, sudorese e freqüência urinária. Há de
se considerar ainda a necessidade de uso freqüente e o alto custo (BOURHIS;
ROSINE, 2002; BRIZEL et al., 2001; FISHER et al., 2003; ZIMMERMAN et al.,
1997). Soma-se o fato de que muitos desses métodos são realizados somente em
alguns centros oncológicos e a disponibilidade desses recursos, restrita a um
número ínfimo de pacientes que se beneficiam dos mesmos (AMOSSON et al.,
2002; DAWSON et al., 2000).
Infere-se do exposto que a xerostomia provoca uma alteração tão
significativa, que é capaz de afetar negativamente a qualidade de vida, fato inclusive
responsável pela utilização, em nossa pesquisa, da avaliação individual (subjetiva).
Logo, somos da opinião de que todas as possibilidades preventivas e curativas
devem ser aventadas e instituídas para eliminar ou, ao menos, minimizar os efeitos
adversos da radioterapia.
Em meio às diferentes possibilidades de intervenção, de resultados
questionáveis, verificou-se o surgimento da estimulação sensorial através da
acupuntura como modalidade terapêutica da xerostomia associada à Síndrome de
Sjögren primária e secundária, ao hipotireoidismo, à causa idiopática (BLOM;
DAWIDSON; ANGMAR-MÅNSSON, 1989, 1992; BLOM; KOPP; LUNDEBERG,
1999; BLOM; LUNDEBERG, 2000; GOIDENKO; PERMINOVA; SITIEL, 1985; BLOM
et al., 1993; JOHNSTONE et al., 2002; LIST et al., 1998; PERMINOVA; GOIDENKO;
RUDENKO, 1981) e, especificamente, decorrente da RT (BLOM et al., 1993, 1996;
JOHNSTONE et al., 2001; JOHNSTONE; NIEMTZOW; RIFFENBURGH, 2002;
MORGANSTEIN, 2005). A partir destes estudos, demonstrou-se que o uso da
99
acupuntura proporciona aumento do fluxo salivar de longa duração e redução
significativa dos sintomas associados à xerostomia.
Logo, ávidos por métodos mais eficazes que promovessem melhoria da
qualidade de vida dos pacientes encaminhados à Disciplina de Semiologia da
Faculdade de Odontologia da USP, com xerostomia decorrente da RT e refratários
aos tratamentos convencionais, surgiu a oportunidade de realizar ensaios clínicos
utilizando a acupuntura, motivo desta dissertação de mestrado.
Embasados nos resultados satisfatórios demonstrados anteriormente por
Blom, Dawidson e Angmar-Månsson (1993); Blom et al. (1996); Johnstone et al.
(2001); Johnstone, Niemtzow e Riffenburgh (2002) e Morganstein (2005) e, pela
própria filosofia preventiva que envolve toda a medicina tradicional chinesa, incluindo
a acupuntura, desenvolvemos e avaliamos um protocolo preventivo e outro curativo
para o tratamento da xerostomia em pacientes portadores de neoplasias malignas
em região de cabeça e pescoço com RT indicada em alguma etapa do plano de
tratamento oncológico.
O método preventivo consistiu no uso da acupuntura prévia e concomitante à
RT, mostrando-se passível de ser reproduzido e fácil de ser administrado por
diferentes terapeutas. Este método mostra-se inédito até o momento, portanto,
limitamo-nos a comparar nossos resultados com outros, apenas quanto ao método
curativo, que por sua vez somente a utiliza após concluída a RT, quando o indivíduo
já apresenta o quadro clínico estabelecido de xerostomia.
Definidos os métodos de tratamento, o próximo passo seria o estabelecimento
da metodologia de trabalho. Em se tratando de ensaios clínicos com acupuntura,
diversos fatores devem ser considerados para que trabalhos científicos de boa
100
qualidade sejam elaborados, publicados, divulgados e, acima de tudo, demonstrem
credibilidade junto à comunidade científica.
Os maiores desafios metodológicos, segundo Vincent, Richardson (1986),
talvez sejam a aleatorização adequada dos pacientes e a seleção de controles que
sejam aceitáveis para ensaios com acupuntura. Valendo-se das considerações de
Jedel (2005), adiciona-se a heterogeneidade de técnicas utilizadas na prática da
acupuntura, que também representa um fator importante a ser considerado na
metodologia empreendida, visto envolver diversas variáveis como a seleção e
quantidade dos pontos, o tipo de estimulação das agulhas, o número e a duração
das sessões, as quais possibilitam infindáveis combinações.
Frente às considerações dos autores supramencionados, adotamos a
metodologia ocidental para pesquisa científica, a qual foi criteriosamente
estabelecida previamente e rigorosamente mantida durante todas as etapas em que
este estudo foi conduzido.
O modelo de aleatorização foi determinado pela ordem cronológica em que os
pacientes compareciam ao ambulatório, munidos de encaminhamento fornecido
pelos próprios Médicos dos Departamentos de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e
Radioterapia do Instituto Brasileiro de controle do Câncer (IBCC), ou procuravam
deliberadamente o nosso Serviço, na Clínica de Semiologia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), além da possibilidade de
inclusão no grupo preventivo caso não tivessem iniciado a RT. Dessa maneira,
acreditamos que nosso método de aleatorização foi apropriado, uma vez que
permitiu que cada paciente fosse distribuído, ao acaso, nos diferentes grupos e o
pesquisador não pôde predizer ou optar pelo método de tratamento, preventivo ou
curativo, a ser instituído.
101
Em relação ao controle, optamos pelo desenvolvimento de um modelo
diferente dos atualmente disponíveis como os que utilizam a acupuntura superficial
placebo ou sham (Blom, Dawidson e Angmar-Månsson, 1992 e Blom et al., 1996),
que não é considerada confiável. Nosso método controle, o qual julgamos adequado
para este estudo, fundamentou-se nos valores iniciais de referência, registrados dos
indivíduos do grupo curativo no momento em que estes haviam concluído a RT e
não receberam acupuntura ou qualquer outro tratamento para xerostomia,
comparados aos valores finais obtidos dos pacientes dos grupos experimentais,
preventivo e curativo, após concluído o tratamento preconizado neste estudo. Este
método possibilita a avaliação dos resultados, em resposta à acupuntura, para cada
grupo experimental, distintamente e, entre os grupos, mediante análise tanto
descritiva como estatística dos dados.
Quanto às variáveis que poderiam ser decorrentes da técnica de acupuntura,
nosso estudo fundamentou-se tanto no enfoque da medicina tradicional chinesa em
relação às Teorias como Yin e Yang, Cinco Elementos, Zang Fu (Sistema de Órgãos
e Vísceras) e Meridianos, como na medicina ocidental ortodoxa, associada aos
princípios de neurofisiologia, neuroanatomia e estimulação sensorial. No entanto, em
nenhum dos estudos revisados, os pesquisadores se preocuparam em descrever
estas variáveis de maneira mais significativa, justificando a escolha destas, seja de
acordo com os princípios orientais da medicina chinesa, seja nos princípios
ocidentais da medicina ocidental alopata ou ambos.
Apesar destas duas medicinas, aparentemente, mostrarem-se diferentes, há
similaridades entre as mesmas e, talvez a mais importante seja o próprio objetivo,
fundamentado no restabelecimento da saúde do paciente por intermédio tanto do
102
equilíbrio energético, usualmente descrito na visão oriental, quanto da normalização
das funções fisiológicas, como é considerada pela medicina ocidental alopata.
Exames complementares de alta tecnologia como o PET (Positron Emission
Tomography) scan, atualmente têm sido utilizados em estudos científicos na
tentativa de explicar algumas das teorias da medicina tradicional chinesa como a
existência dos Meridianos e pontos de acupuntura e sua relação com a fisiologia
específica de determinados órgãos.
Acreditamos também que muitos termos técnicos específicos utilizados em
cada uma dessas medicinas diferem apenas no contexto em que a palavra é
utilizada nas épocas em que foi concebida; podemos citar como exemplo o próprio
termo “Energia”, o qual pela visão ocidental, freqüentemente é associado ao
esoterismo ou qualquer outra modalidade que não seja científica. Entretanto, se
analisarmos sob outra visão, a condução nervosa através das fibras nada mais é do
que eletricidade, ou seja, energia pura, a qual pode ser facilmente mensurada com
dispositivos específicos. Portanto, devemos compreender que as diferenças entre os
termos antigos utilizados há cerca de três mil anos e os contemporâneos, muitas
vezes não são totalmente díspares como pensamos e podem apresentar o mesmo
valor.
Vale destacar que, apesar de considerarmos de extrema importância a
padronização e a justificativa das variáveis envolvidas no estudo, a nossa
preocupação mais significativa referiu-se à aleatorização e ao controle da nossa
casuística, visto que em outros estudos estes fatores não foram adequadamente
estabelecidos.
Salientamos ainda que a falta desses fatores representa o motivo de
discussão e controvérsia entre os pesquisadores, fato este que ilustra, claramente, a
103
necessidade de um consenso para que pesquisas futuras não incorram nesses
erros; somente dessa forma a acupuntura poderá conquistar melhor aceitação pela
comunidade científica. Comprova-se inclusive o problema, quando se verifica a
tendência de publicações científicas onde os autores preferem utilizar o termo
“estimulação sensorial” com o intuito de superar o preconceito que envolve a
acupuntura (ESKINAZI, 1998; ERNEST; WHITE, 2001).
Feitas as considerações supra-mencionadas, o próximo passo consistiria na
escolha do método mais adequado pelo qual a xerostomia pudesse ser mensurada;
um método adequado nos permitiria avaliar a eficácia da acupuntura como
tratamento eletivo para esta condição, garantindo uma confiabilidade dos resultados.
Com o intuito de abranger as duas correntes de investigação, valemo-nos
tanto do método objetivo que mensura quantitativamente os IFSR e IFSE por meio
das técnicas de sialometria adotadas por Navazesh (1993), Navazesh e Christensen
(1982), Sreebny (1989) e Thylstrup e Fejerskov (2001), quanto do método subjetivo
que por sua vez avalia o sintoma e o grau de severidade de boca seca, por
intermédio dos questionários individuais XI modificado, EVA e TESS, semelhantes
aos utilizados por Johnstone et al. (2001), Johnstone, Niemtzow e Riffenburgh
(2002) e Morganstein (2005).
Como já enfatizado anteriormente, visto a nossa preocupação com a
metodologia, consideramos importante destacar que a sialometria consistiu da coleta
de saliva total em repouso e estimulada com a mastigação de parafina médica isenta
de cor, sabor e odor e realizada no mesmo período do dia para todos os pacientes,
evitando assim, as interferências do ciclo circadiano, em concordância com os
estudos de BLOM et al. (1993, 1996).
104
Quanto aos resultados obtidos em nosso trabalho, especificamente no grupo
preventivo, ilustrou-se, objetivamente, diminuição nos IFSR e IFSE e,
subjetivamente, aumento dos sintomas associados à xerostomia, assim como
esperado para pacientes que se submetem à RT. Entretanto, quando comparados
ao controle, os pacientes que receberam acupuntura, preventivamente,
evidenciaram resultados objetivos e subjetivos, estatisticamente, mais significativos
(P<0.001), comparados aos indivíduos que não receberam este método de
tratamento.
Quanto ao grupo curativo, os resultados demonstraram que o uso da
acupuntura promoveu aumento objetivo da produção salivar, corroborando com os
achados de Blom, Dawidson e Angmar-Månsson (1993) e Blom et al. (1996) e
melhora subjetiva dos sintomas associados à xerostomia semelhantes aos
observados por Johnstone et al. (2001), Johnstone, Niemtzow e Riffenburgh (2002) e
Morganstein (2005).
Porém, há de se ressaltar que resultados superiores foram alcançados com o
uso do nosso método curativo, evidenciados pela alta porcentagem, 91.67 dos
pacientes deste grupo (n = 11), que obtiveram, objetivamente, melhora do fluxo
salivar, visto que as médias das respostas aumentaram significativamente tanto para
o IFSR, representado por 142.2% (P<0.05), como para o IFSE, representado por
75.3% (P<0.05) e, subjetivamente, redução dos sintomas, uma vez que se mostrou
estatisticamente significativa para os questionários XI modificado (P<0.05) e EVA
(P<0.05). Para alguns pacientes foi interessante notar que, apesar de não
apresentarem aumento significativo do fluxo salivar, subjetivamente foi evidenciada
redução da sintomatologia, o que é altamente positivo.
105
Nos casos estudados, especificamente no grupo curativo, também foi possível
verificar que a eficácia da acupuntura está diretamente relacionada ao grau de
severidade da xerostomia já instalada, ou seja, os mesmos indivíduos que
mantiveram suas funções salivares parcialmente preservadas, independentemente
dos fatores contributivos, também evidenciaram resultados mais expressivos em
resposta à terapêutica, observação esta também apontada nos estudos conduzidos
por Blom, Dawidson e Angmar-Månsson (1992); Goidenko, Perminova e Sitiel
(1985); Perminova, Goidenko e Rudenko (1981). Este fato é extremamente
importante, pois reitera a nossa afirmação, fundamentada nesta informação e nos
resultados encontrados, de que o método preventivo é ainda mais significativo e
eficaz que o curativo, uma vez que o uso da acupuntura prévia e concomitante foi
capaz de minimizar os efeitos adversos da RT, preservando de alguma maneira os
tecidos glandulares salivares; conseqüentemente, permitiu que o quadro clínico de
xerostomia, apresentado pelos pacientes do grupo preventivo, fosse mais ameno
que o do grupo terapêutico.
A melhora espontânea da função salivar para alguns indivíduos que foram
irradiados, segundo relato de Porter, Scully e Hegarty (2004), pode ocorrer nos
primeiros meses a até aproximadamente um ano após o término da RT, no entanto,
além desse período, a expectativa de alguma melhora seria improvável. Em nosso
estudo, considerando somente o grupo curativo, dados semelhantes também foram
constatados em um número considerável de pacientes (n = 6); os mesmos sofriam
de xerostomia severa desde o término da RT, com variação de um a quinze anos,
sem, contudo, apresentarem qualquer melhora espontânea do quadro clínico neste
período.
106
Em relação aos benefícios esperados da acupuntura no aumento do fluxo
salivar, devemos enfatizar que somente é possível obter efeitos positivos quando
todo o complexo que envolve o tecido glandular salivar, considerando parênquima,
estroma, ductos e estruturas anatômicas anexas como músculos, nervos e vasos,
sofrerem somente danos parciais e suas funções não forem completamente
interrompidas; caso isto ocorra, naturalmente, todo este complexo não poderia ser
beneficiado pela acupuntura ou qualquer outra forma de tratamento para o
restabelecimento da função salivar.
Destacamos ainda que estes efeitos desejados da acupuntura para os casos
de xerostomia estão na dependência direta de fatores como a dose total de radiação
recebida, o local e a extensão da área a ser irradiada, a realização de cirurgia e/ou
quimioterapia prévia ou concomitante à RT.
Em relação a estes fatores nossos pacientes receberam doses totais de
radiação entre 6.040 cGy e 7.580 cGy, média de 6.810 cGy, em locais que
englobavam as glândulas salivares maiores, suficientes para causar danos
irreversíveis, com conseqüente redução do fluxo salivar em diferentes graus de
severidade. Tais danos, conferem com os relatados por Dreizen et al. (1976), Dib et
al. (2000) e Magalhães, Candido e Araújo (2002); os fatores cirurgia e quimioterapia
foram considerados, porém não apresentaram diferenças estatísticas significativas
devido à aleatorização da amostra.
Diferentemente da crença popular e da mesma maneira que para qualquer
modalidade terapêutica alopata, a acupuntura também não é isenta de efeitos
adversos. Entretanto, quando ocorrem, são considerados transitórios, leves, e
restritos à sonolência, sensação de cansaço e pequenas hemorragias nos locais da
inserção das agulhas (ERNEST e WHITE, 2001). Os efeitos adversos moderados e
107
severos como pneumotórax, infecções, entre outros, estão diretamente associados à
capacidade e responsabilidade individual dos profissionais acupunturistas, podendo
incorrer em negligência, imprudência e erros inerentes à técnica e que podem
ocorrer quando se utiliza qualquer outra técnica onde o profissional está sujeito aos
mesmos erros.
Alguns efeitos adversos leves como sonolência e pequenas hemorragias no
local da inserção da agulha foram constatados, conforme observação e relatos de
alguns pacientes, também reportados nos estudos de Blom et al. (1996). Contudo,
nenhum paciente sentiu-se prejudicado, constrangido ou aventou a possibilidade de
reclamações mais incisivas ou até mesmo a desistência do tratamento com
conseqüente desligamento da pesquisa em questão.
Baseando-nos nas evidências clínicas de nossa pesquisa, observamos os
efeitos positivos da acupuntura para os casos de xerostomia, contudo, não foi nosso
objetivo o estudo da fisiologia de ação responsável por esta melhora clínica, o qual
pode estar relacionado aos mecanismos reflexos, que por sua vez induzem uma
excitação parassimpática e aumento do metabolismo nas células acinares,
mioepiteliais e células dos ductos salivares, resultando no aumento da secreção
salivar. O aumento do fluxo sangüíneo tecidual sobre as glândulas salivares e a
conseqüente melhora do fluxo salivar foi demonstrado por Blom et al. (1993) e tem
sido atribuído ao aumento da liberação de neuropeptídios em resposta à acupuntura,
como evidenciado por Dawidson et al., 1998b, 1999.
Mesmo de posse desses conhecimentos é evidente a necessidade de outros
estudos clínicos e laboratoriais para avaliar a eficácia da acupuntura por períodos
mais prolongados de acompanhamento e, principalmente, para elucidar os
mecanismos específicos pelos quais a acupuntura influencia positivamente o fluxo
108
salivar. Em especial, quanto ao último, um modelo de ensaio laboratorial utilizando
análise de radioimunoensaio está sendo desenvolvido para investigarmos
componentes salivares como os neuropeptídios, polipeptídio intestinal vasoativo
(PIV) e peptídio relacionado ao gene calcitonina (CGRP) de indivíduos saudáveis e a
influência da acupuntura no aumento da liberação destes componentes na saliva de
pacientes com xerostomia.
Finalmente, os resultados obtidos no presente estudo clínico, com o uso da
acupuntura, foram tão significativos, que nos levam a indicá-la com segurança e
destacar a grande importância de disponibilizá-la para pacientes portadores de
neoplasias malignas da região de cabeça e pescoço, como uma importante
modalidade preventiva e curativa de xerostomia decorrente da radioterapia. Desta
forma estaremos também oferecendo uma qualidade de vida melhor aos pacientes,
já tão comprometidos por tudo que a doença implica de alterações, sejam físicas ou
emocionais.
109
7 CONCLUSÕES
Mediante os resultados obtidos com o presente trabalho, quanto ao uso da
acupuntura no tratamento da xerostomia decorrente da radioterapia, é possível
concluir que:
A acupuntura como método preventivo, mostrou-se uma terapêutica eficaz,
uma vez que minimizou, significativamente, a redução do fluxo salivar e o aumento
exacerbado dos sintomas avaliados.
A acupuntura como método curativo também se mostrou eficaz visto ter sido a
responsável pela melhora das respostas objetivas e subjetivas, representadas,
respectivamente, pelo aumento significativo do fluxo salivar tanto em repouso como
o estimulado e pela redução também significativa dos sintomas apresentados.
Quando comparados os métodos, o preventivo evidenciou resultados ainda
mais significativos, fato este que destaca a sua indicação e disponibilização nos
centros de tratamento.
110
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119
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido
ANEXO I - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
( ) Grupo Experimental Preventivo
( ) Grupo Experimental Terapêutico
( ) Grupo Controle
Identificação do Paciente
Nome: __________________________________________________________________________
Data Nasc.: _____/_____/_______ Idade: ___________ Naturalidade: __________________
Estado Civil: ______________________ RG: _________________________________
Sexo: ( ) M ( ) F CPF: ________________________________
Endereço Residencial: ______________________________________________________________
Cidade: ________________________ Bairro:_____________________ Complemento: _____
CEP: ______________________ Estado:____________________ E-mail: ___________
Tel. Residêncial: ___________________ Tel. Comercial: ___________________
Este termo contém as informações sobre a pesquisa acima mencionada da
qual o(a) Senhor(a) pode participar. Por favor, leia atentamente as informações
contidas neste documento, e em caso de dúvidas, estaremos a sua disposição para
esclarecê-las. Após a leitura e compreensão, você terá total liberdade para decidir se
participará ou não desta pesquisa.
Objetivo:
O propósito do presente estudo será avaliar a eficácia da terapia acupuntura
na prevenção e tratamento de xerostomia (boca seca) induzida por radioterapia de
neoplasias de cabeça e pescoço.
Justificativa:
A radioterapia utilizada no tratamento de pacientes com câncer de cabeça e
pescoço pode provocar efeitos colaterais, entre eles a xerostomia ou boca seca, que
é a diminuição da secreção salivar, podendo causar desconforto, dificuldade para
mastigar, engolir e falar, provocar infecções oportunistas, cáries de rápida
progressão, entre outros fatores. O uso da acupuntura pode diminuir esses efeitos
durante e após o tratamento de radioterapia.
Xerostomia associada à radioterapia: avaliação da Acupuntura
como método preventivo e terapêutico
Pesquisador: Fábio do Prado Florence Braga
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
Co-Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Pinto
120
Descrição da Pesquisa:
Pacientes que receberam ou irão receber tratamento de radioterapia, após
sua autorização, serão submetidos a um exame bucal e coleta de saliva feito por
Cirurgiões-Dentistas e responderão a questionários sobre sua queixa de boca seca
e qualidade de vida. Os pacientes poderão receber tratamento com acupuntura
antes, durante e/ou após as sessões de radioterapia. As amostras de saliva
coletadas durante o estudo serão devidamente armazenadas para posterior análise
laboratorial para pesquisa de componentes da saliva (substâncias encontradas na
saliva). Pequenas quantidades de saliva raspadas da língua e do palato (“céu-da-
boca”) serão imediatamente colocadas em lâminas de vidro e analisadas por
laboratório para exame citológico (exame de células e microrganismos da boca).
Desconforto e risco:
O paciente não sofrerá nenhum desconforto. Os exames feitos durante o
tratamento não causarão nenhum problema.
Benefícios esperados:
Os conhecimentos gerados poderão ser úteis para melhorar as condições,
dando maior conforto, tratando e prevenindo a xerostomia (boca seca) causada pela
radioterapia.
Compensação:
Não há compensação aos pacientes participantes, pois se trata de um
trabalho sem fins lucrativos, com objetivo de melhorar as condições de tratamento
ao paciente. Não há qualquer interesse comercial, divulgação ou venda de produtos
e medicamentos por parte dos pesquisadores.
Confidencialidade dos dados:
Você terá direito à privacidade, haja vista que todas as informações contidas
em fichas e prontuários são confidenciais no âmbito da lei, assegurando a proteção
de sua imagem. Serão respeitados todos os seus valores (culturais, éticos, sociais e
religiosos). Somente se a revelação for exigida por ação legal ou regulatória. Todos
os esforços serão feitos no sentido de protege-lo (a) e de manter sua identidade em
sigilo. Você terá acesso aos resultados obtidos e permitirá aos pesquisadores
envolvidos e aos membros da comissão de ética acessarem seus dados. Os
resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em Reuniões Científicas e/ou
Publicados em Revistas Científicas, preservando a sua identidade.
Direito de participar, recusar ou sair:
Sua participação é voluntária podendo a qualquer momento recusar-se a
participar, ou desistir, sem penalidades ou perdas de seus benefícios. Os
pesquisadores poderão desligá-lo da pesquisa se necessário. Ao participar, você
concordará em cooperar com a pesquisa, não abrindo mão de seus direitos legais ao
assinar o termo de consentimento informado.
Contatos:
Caso julgue necessário o contato com o pesquisador responsável pode ser
feito pelo telefone: (0--11) 3091- 7883.
121
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
( ) Grupo Experimental Preventivo
( ) Grupo Experimental Terapêutico
( ) Grupo Controle
Tendo lido e compreendido o termo de informação e consentimento para a
participação na pesquisa clínica intitulada Xerostomia associada à
radioterapia: avaliação da Acupuntura como método preventivo e
terapêutico
, concordo em participar deste estudo. Sei que minha participação é
voluntária e posso desistir a qualquer momento sem penalidades.
Autorizo a utilização dos dados obtidos pelos pesquisadores para publicação
em revistas científicas e apresentação em encontros de cunho científico.
Recebi uma cópia deste termo de consentimento.
Não assine se ainda houver dúvidas não esclarecidas.
São Paulo, ______ de ______________ de 20_____.
____________________________________
Assinatura do Paciente
Nome do paciente: __________________________________________________
______________________________ _____________________
Pesquisador Orientador
Xerostomia associada à radioterapia: avaliação da Acupuntura
como método preventivo e terapêutico
Pesquisador: Fábio do Prado Florence Braga
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
Co-Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Pinto
122
APÊNDICE B - Prontuário clínico
ANEXO II - PRONTUÁRIO CLÍNICO N°_________
Nº Reg. SAME: ___________ Nº Ficha Ambulatório: ____________
( ) Grupo Experimental Preventivo
( ) Grupo Experimental Terapêutico
( ) Grupo Controle
Identificação do Paciente Data: ____/____/_____
Nome: ________________________________________________________________________
Data Nasc.: ____/____/_____ Idade: ____________ Naturalidade: ________________
Estado Civil: ___________________________________ RG: ____________________________
Sexo: ( ) M ( ) F Etnia: _____________________ CPF: ___________________________
Mãe: ________________________________________________________________
Filiação:
Pai: ________________________________________________________________
Endereço Residencial: ____________________________________________________________
Cidade: __________________________ Bairro:_________________ Complemento: ______
CEP: ____________________________ Estado:_______________ E-mail: _____________
Tel. Residêncial: _____________________________ Tel. Comercial: _____________________
Profissão: ______________________________________________________________________
Religião: ____________________________ Grau de Instrução: __________________________
ANAMNESE OU EXAME SUBJETIVO
01 – QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
....................................................................................................................................
02 – HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
Localização Primária da Lesão Maligna: .......................................................................
Classificação da Lesão: ................................................................................................
Estadiamento Clínico – TNM: ........................................................................................
Tratamento Cirúrgico Prévio: ( ) Não ( ) Sim Data da Cirurgia: ___/___/_____
Duração do Tratamento Radioterápico: ........................................................................
Dose: ..................................... Número de Sessões: ................................................
Xerostomia associada à radioterapia: avaliação da Acupuntura
como método preventivo e terapêutico
Pesquisador: Fábio do Prado Florence Braga
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
Co-Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Pinto
123
03 – HISTÓRIA BUCO-DENTÁRIA
3.1 Tem sentido alguma dor nos dentes? ( ) Sim ( ) Não
3.2 Tem sentido alguma dor na gengiva? ( ) Sim ( ) Não
3.3 Sua gengiva sangra com facilidade? ( ) Sim ( ) Não
3.4 Tem sentido alguma mobilidade nos dentes? ( ) Sim ( ) Não
3.5 Range ou aperta os dentes durante o sono ou o dia? ( ) Sim ( ) Não
3.6 Sua mandíbula estala quando mastiga? ( ) Sim ( ) Não
3.7 Costuma ter a boca seca? ( ) Sim ( ) Não
3.8 Tem sentido gosto ruim na boca? ( ) Sim ( ) Não
3.9 Tem dificuldade na mastigação de seus alimentos? ( ) Sim ( ) Não
3.10 Está satisfeito com a aparência dos seus dentes? ( ) Sim ( ) Não
3.11 É portador de algum tipo de prótese? ( ) Sim ( ) Não
Observação:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
04 – HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA E ATUAL
4.1 – Está sendo submetido a algum tratamento médico atualmente? ( )Sim ( )Não
Qual ? ____________________________________ Há quanto tempo? _________
Qual ? ____________________________________ Há quanto tempo? _________
Nome do seu Médico: ______________________________ Fone: ____________
4.2 – Está tomando algum medicamento ? ( ) Sim ( ) Não
Qual ? ____________________________________ Há quanto tempo? _________
Qual ? ____________________________________ Há quanto tempo? _________
4.3 – Você já foi acometido de alguma dessas doenças? ( ) Sim ( ) Não
( ) – Alergia ( ) – Doença de Chagas ( ) – Hipertensão
( ) – Anemia ( ) – Epilepsia ( ) – AIDS
( ) – Cardiopatia ( ) – Febre Reumática ( ) – Sífilis
( ) – Diabete ( ) – Hemorragia ( ) – Tuberculose
( ) – Úlcera Gástrica ( ) – Hepatite ( ) – Distúrbio Psíquico
Outras: ..........................................................................................................................
Observação:..................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
124
4.4 – Sua pressão é ( ) Normal ( ) Alta ( ) Baixa ( ) Controlada por medicamento
P.A.: _______________ mmHg. Data _____/_____/ 20 _____
4.5 – Você já teve? ( ) Sim ( ) Não
( ) Reação a Alimentos
( ) Reação a Anestésicos
( ) Reação a Medicamentos
4.6 – Você está Grávida? _____________ De quantos meses? ________________
05 – ANTECEDENTES FAMILIARES
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
06 – HÁBITOS
6.1 Quantas vezes escova os dentes por dia? ( )3 ( )2 ( )1 ( ) Sempre após as refeições
6.2 Usa Fio Dental? ( ) Sim ( ) Não ( )Regularmente ( ) Às vezes
6.3 Utiliza Antisséptico Bucal? ( ) Sim ( )Não ( )Regularmente ( ) Às vezes
6.4 Você já recebeu alguma orientação de como higienizar os dentes?( )Sim ( )Não
6.5 Fuma atualmente? ( )Sim ( )Não Já fumou? ( )Sim ( )Não Quando parou?
Tipo ___________ Quantidade/dia _________________ Tempo de uso _______
6.6 Toma bebida alcoólica?( )Sim( )Não Já bebeu?( )Sim ( )Não Quando parou?
Tipo ___________ Quantidade/dia _________________ Tempo de uso _______
Observação:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
125
Exame Físico Extra-Oral
Região de Cabeça e Pescoço
ODONTOGRAMA
Observação:
.....................................................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................................................
126
EXAME FÍSICO
GERAL:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
EXTRA-ORAL:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
INTRA-ORAL
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
EXAMES COMPLEMENTARES
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
127
DATA HISTÓRICO E EVOLUÇÃO CLÍNICA
128
APÊNDICE C - Questionários individuais
ANEXO III – Questionário (XI) sobre Xerostomia
Nome:__________________________________ N°:_____________
( ) Grupo Experimental Preventivo
( ) Grupo Experimental Terapêutico Data: ____/____/_____
( ) Grupo Controle
Para cada um dos itens abaixo, assinale com (X) aquele que melhor relaciona sua
queixa.
Nunca
Ocasionalmente Frequentemente
Sempre
1. Eu bebo líquidos para ajudar a engolir os alimentos.
2. Minha boca fica seca quando faço uma refeição.
3. Eu levanto à noite para beber.
4. Eu tenho dificuldade de comer alimentos secos.
5. Eu chupo balas ou pastilhas para aliviar boca seca.
6. Eu tenho dificuldades de engolir certos alimentos.
7. Eu tenho sensação de ardência nas gengivas.
8. Eu tenho sensação de ardência na língua.
9. Minhas gengivas coçam.
10. Minha língua coça.
11. Eu sinto a pele do meu rosto seca.
12. Eu sinto meus olhos secos.
13. Eu sinto meus lábios secos.
14. Eu sinto secura dentro do meu nariz.
Xerostomia associada à radioterapia: avaliação da Acupuntura
como método preventivo e terapêutico
Pesquisador: Fábio do Prado Florence Braga
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
Co-Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Pinto
129
Questionário – Escala Visual Analógica (EVA) de Xerostomia
Indique sua resposta para cada item marcando a linha horizontal com uma pequena marca vertical
1. Avalie a dificuldade que você tem para falar devido à boca seca.
_______________________________________________
Nenhuma dificuldade Muito difícil
2. Avalie a dificuldade que você tem para engolir devido à boca seca.
_______________________________________________
Nenhuma dificuldade Muito difícil
3. Avalie quanta saliva você tem em sua boca
_______________________________________________
Muita Nenhuma
4. Avalie a secura da sua boca.
_______________________________________________
Nenhuma secura Muito seca
Xerostomia associada à radioterapia: avaliação da Acupuntura
como método preventivo e terapêutico
Pesquisador: Fábio do Prado Florence Braga
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
Co-Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Pinto
130
Avaliação pelo método – Treatment Emergent Symptom Scale (TESS)
Assinale com (X) uma das opções abaixo que melhor se relaciona com a sua queixa.
Nenhuma queixa de boca seca.
Suspeita ou leve sentimento de secura à noite ou ao acordar.
Queixa suave de secura todo o tempo que não impede as funções orais
normais.
Queixa moderada de secura com algum grau de prejuízo funcional, mas sem
percepção de risco à saúde, assim como dificuldade em engolir alimentos
secos ou dificuldade na fala.
Queixa severa, percepção definitiva de bem-estar diminuído, prejuízo
significativo ou incapacitação, assim como dificuldade de engolir qualquer
alimento, carregar água todo o tempo ou dor na boca.
Xerostomia associada à radioterapia: avaliação da Acupuntura
como método preventivo e terapêutico
Pesquisador: Fábio do Prado Florence Braga
Orientador: Prof. Dr. Ilan Weinfeld
Co-Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Pinto
131
APÊNDICE D - Descrição dos pontos de acupuntura, bem como a localização, anatomia,
profundidade e inserção
PONTOS LOCAIS
Ponto
Localização Anatomia
Profun
didade
(mm)
Inserção
E3 Situa-se lateralmente ao
sulco nasolabial, no
cruzamento da linha
horizontal que passa pela
margem inferior da asa do
nariz com a vertical traçada
no nível da pupila (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele e a tela
subcutânea e relaciona-se com os ramos dos nervos
facial e intra-orbital.
8 a 12 Oblíqua
E4 Situa-se a 0.4 tsun,
lateralmente ao ângulo da
boca, na linha perpendicular
da pupila (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea, o músculo orbicular da boca, atingindo o
músculo bucinador; relaciona-se com ramos dos nervos
facial, infra-orbital e mental do trigêmeo.
6 a 10 Horizontalment
e em direção
ao lóbulo da
orelha.
E5 Situa-se na união da margem
anterior do músculo masséter
com a margem inferior do
corpo da mandíbula, próximo
à artéria facial (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea, o músculo platisma e o músculo masséter
em sua margem anterior; relaciona-se com o nervo
auricular magno (plexo cervical), o ramo marginal da
mandíbula (nervo facial) e o nervo massetérico.
12 a 25 Perpendicular
ou oblíqua em
direção à área
afetada.
E6 Situa-se um tsun abaixo do
lóbulo da orelha, sobre a
saliência do músculo
masséter, na mordida, ou
reentrância no repouso,
exatamente acima do ângulo
da mandíbula (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea e atinge o músculo masséter; relaciona-se,
superficialmente, com o nervo auricular magno (plexo
cervical) e ramo marginal da mandíbula (nervo facial) e,
profundamente, com o nervo massetérico.
8 Perpendicular
ou oblíqua.
E7 Situa-se na incisura da
mandíbula, depressão
palpada logo abaixo do arco
zigomático e à frente da
cabeça da mandíbula (Figura
X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea, a glândula parótida e atinge a porção
superior do músculo masséter; relaciona-se,
superficialmente, com o ramo zigomático do nervo
facial, nervo auriculotemporal e, profundamente, com o
nervo massetérico e o plexo venoso pterigóideo.
15 a 20 Perpendicular
ou oblíqua.
VB2 Situa-se em uma depressão
interóssea que se forma
quando se abre a boca,
adiante e abaixo do trago
(Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea e a glândula parótida e atinge a bainha
carotídea; relaciona-se, superficialmente, com o nervo
auriculotemporal e ramos do nervo facial e,
profundamente, com o tronco do nervo facial.
20 a 40 Perpendicular.
ID19 Situa-se em uma depressão
anatômica na região anterior
ao trago da orelha e que se
forma quando a boca é
aberta (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea e a glândula parótida; relaciona-se,
superficialmente, com os ramos parotídeos do nervo
auriculotemporal e, profundamente, com o nervo facial.
15 a 25 Perpendicular.
TA21 O ponto situa-se na parte
superior da cavidade
intreróssea, localizada
anteriormente ao trago e
acima do processo condilar
da mandíbula, quando se
abre a boca (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea e penetra o tecido da fossa infratemporal;
relaciona-se com o nervo auriculotemporal (nervo
mandibular do trigêmeo).
12 a 25 Oblíqua.
132
PONTOS DISTAIS
Ponto
Localização Anatomia
Profun
didade
(mm)
Inserção
IG4 Situa-se na metade do 2°
metacarpo, entre o 1º e o 2º
ossos metacarpos, ou sobre
a saliência muscular, quando
se faz a adução do polegar
(Figura X).
A agulha de acupuntura, após atravessar a pele e a
tela subcutânea, penetra o primeiro músculo interósseo
do dorso e atinge o músculo adutor do polegar.
Superficialmente, a agulha relaciona-se com os nervos
digitais dorsais do ramo superficial do nervo radial e
com os nervos digitais palmares próprios do nervo
mediano. Profundamente, relaciona-se com o ramo
profundo do nervo ulnar.
10 a 20 Perpendicular.
IG11 Situa-se em uma reentrância
na extremidade lateral da
prega de flexão do cotovelo e
o epicôndilo lateral, com
cotovelo em flexão de 90º. A
agulha deve ser direcionada
para o epicôndilo medial
(Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele e a tela
subcutânea, penetra o músculo extensor radial longo
do carpo em sua origem e atinge o músculo braquial
próximo à sua inserção. A agulha relaciona-se,
superficialmente, com os nervos cutâneo lateral do
antebraço e cutâneo posterior do antebraço e,
profundamente, com os ramos musculares do nervo
radial.
25 a 40 Perpendicular.
F3 Situa-se no dorso do pé, no
espaço entre o 1º e o 2º
ossos do metatarso.
A agulha de acupuntura atravessa a pele e a tela
subcutânea, penetra entre os tendões dos músculos
extensor curto do hálux e extensor longo dos dedos e
atinge o músculo interósseo dorsal; relaciona-se com a
bifurcação do nervo fibular profundo em nervos digitais
dorsais (lateral do hálux e medial do segundo dedo) e,
profundamente, com o nervo plantar medial (nervo
tibial).
12 a 25 Oblíqua.
E36 Situa-se a um tsun lateral à
margem anterior da tíbia,
entre os músculos tibial
anterior e extensor longo dos
dedos (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele e a tela
subcutânea, o músculo tibial anterior e, atinge a região
intertibiofibular; relaciona-se, superficialmente, com os
ramos do nervo cutâneo lateral da sura lateral (fibular
comum) e do ramo infrapatelar do nervo safeno e,
profundamente, com o nervo fibular profundo.
25 a 40 Perpendicular
ou oblíqua.
R3 Situa-se a meia distância
entre a parte mais saliente do
maléolo medial e o tendão do
calcâneo, no local onde se
percebe o batimento da
artéria tibial posterior (Figura
X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele e a tela
subcutânea e atinge a região entre as bainhas do
tendão do músculo flexor longo do hálux e a do
músculo flexor longo dos dedos; relaciona-se,
superficialmente, com o nervo cutâneo medial da
perna, do nervo safeno (ramo do nervo femoral) e,
profundamente, com o nervo tibial.
8 a 12 Perpendicular,
ligeiramente
em direção ao
maléolo medial.
R7 Situa-se a dois tsun
proximais ao R3 (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele e a tela
subcutânea, penetra entre a margem medial da tíbia e
o tendão do calcâneo e atinge o músculo flexor longo
do hálux; relaciona-se, superficialmente, com os ramos
do nervo sural e com os ramos cutâneos mediais da
perna, do nervo safeno e, profundamente, com o nervo
tibial.
12 a 25 Perpendicular.
VG20 Situa-se no meio do crânio,
no topo da cabeça, na
intersecção da linha mediana
do corpo com a linha que
parte do eixo vertical das
duas orelhas, ou na linha
mediana, a sete tsun acima
da linha de inserção dos
cabelos da nuca (Figura X).
A agulha de acupuntura atravessa a pele, a tela
subcutânea e a aponeurose epicrânica e atinge a
lâmina subaponeurótica; relaciona-se com o nervo
occipital maior.
8 Horizontal para
trás e para os
lados direito e
esquerdo.
133
APÊNDICE E – Boxplots dos fatores sexo, esvaziamento cervical e quimioterapia para os grupos
1 (preventivo) e 2 (curativo) para os IFSR e IFSE
Grupo 1 (preventivo) – Resposta Objetiva
1.F 2.F 3.F 1.M 2.M 3.M
0.00.20.40.6 0.81.0
Sexo
consulta
repouso
1.nao 2.nao 3.nao 1.sim 2.sim 3.sim
0.00.20.40.6 0.81.0
Esvaziamento
consulta
repouso
1.nao 2.nao 3.nao 1.si m 2.sim 3.sim
0.00.20.40.6 0.81.0
Quimio
consulta
repouso
1.F 2.F 3.F 1.M 2.M 3.M
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Sexo
consulta
parafina
1.nao 2.nao 3.nao 1.sim 2.sim 3.sim
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Esvaziamento
consulta
parafina
1.nao 2.nao 3.nao 1.si m 2.sim 3.sim
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
Quimio
consulta
parafina
Grupo 2 (curativo) – Resposta Objetiva
1.F 2.F 1.M 2.M
0.00 0.10 0.20 0.30
Sexo
consulta
repouso
1.nao 2.nao 1.sim 2.sim
0.00 0.10 0.20 0.30
Esvaziamento
consulta
repouso
1.nao 2.nao 1.sim 2.sim
0.00 0.10 0.20 0.30
Quimio
consulta
repouso
1.F 2.F 1.M 2.M
0.00.20.40.60.8
Sexo
consulta
parafina
1.nao 2.nao 1.sim 2.sim
0.00.20.40.60.8
Esvaziamento
consulta
parafina
1.nao 2.nao 1.sim 2.sim
0.00.20.40.60.8
Quimio
consulta
parafina
134
APÊNDICE F – Boxplots separados por sexo, esvaziamento cervical, quimioterapia e período de
coleta para os grupos 1 (preventivo) e 2 (curativo) para os questionários EVA e XI
EVA - Sexo
EVA – Esvaziamento cervical
135
EVA - Quimioterapia
XI – Sexo, Esvaziamento Cervical e Quimioterapia
136
APÊNDICE G - Gráficos de dispersão para os IFSR e IFSE X Idade nos grupos 1 (preventivo) e 2
(curativo)
50 55 60 65 70 75 80
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
idade
parafina
1
2
3
parafina_prev X Idade
45 50 55 60 65 70
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8
idade
parafina
1
2
parafina_ter X Idade
50 55 60 65 70 75 80
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
idade
repouso
1
2
3
Repouso_prev X Idade
45 50 55 60 65 70
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30
idade
repouso
1
2
Repouso_ter X Idade
137
APÊNDICE H - Gráficos de dispersão para os questionários EVA e XI em relação à idade no grupo 1
(preventivo) e no grupo 2 (curativo)
138
139
140
APÊNDICE I – Gráficos de dispersão avaliando a tendência de crescimento entre os IFSR e IFSE
para os grupos 1 (preventivo) e 2 (curativo)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
estimulado
repouso
1
2
3
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8
0.0
0
0.0
5
0.1
0
0.1
5
0.2
0
0.2
5
0.3
0
estimulado
repouso
1
2
141
APÊNDICE J - Gráficos de dispersão para os questionários EVA e XI em relação à idade nos grupos
1 (preventivo) e 2 (curativo)
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo sexo e
consulta no grupo terapêutico
Sexo
Feminino Masculino
TESS
1 2 1 2
1
0 1 0 2
2
1 1 2 3
3
1 3 3 2
4
3 0 2 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo presença
de tratamento quimioterápico e consulta no grupo terapêutico
Quimioterapia
Não Sim
TESS
1 2 1 2
1
0 1 0 2
2
3 2 0 2
3
1 2 3 3
4
1 0 4 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo presença
de esvaziamento cervical e consulta no grupo terapêutico
Esvaziamento
Não Sim
TESS
1 2 1 2
1
0 2 0 1
2
2 1 1 3
3
1 1 3 4
4
1 0 4 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo faixa
etária e consulta no grupo terapêutico
Idade
Menor que 50 Maior que 50
TESS
1 2 1 2
1
0 0 0 3
2
0 2 3 2
3
2 1 2 4
4
1 0 4 0
142
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo consulta
no grupo terapêutico
Consulta
TESS
1 2
1
0 3
2
3 4
3
4 5
4
5 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo sexo e
consulta no grupo preventivo
Sexo
FEMININO MASCULINO
TESS
1 2 3 1 2 3
0
3 1 1 4 0 2
1
0 0 0 2 4 2
2
0 1 0 2 3 2
3
0 0 2 0 1 2
4
0 1 0 0 0 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo presença
de tratamento quimioterápico e consulta no grupo preventivo
Quimioterapia
NÃO SIM
TESS
1 2 3 1 2 3
0
5 1 3 2 0 0
1
1 1 0 1 3 1
2
1 3 1 0 0 1
3
0 1 3 0 0 1
4
0 1 0 0 0 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo presença
de esvaziamento cervical e consulta no grupo preventivo
Esvaziamento
NÃO SIM
TESS
1 2 3 1 2 3
0
4 1 2 3 0 1
1
2 4 1 0 0 0
2
1 1 2 0 2 0
3
0 1 2 0 0 2
4
0 0 0 0 1 0
143
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo faixa
etária e consulta no grupo preventivo
Idade
Menor que 50 Maior que 50
TESS
1 2 3 1 2 3
0
1 0 1 6 1 2
1
0 0 0 2 4 2
2
0 1 0 2 3 2
3
0 0 0 0 1 4
4
0 0 0 0 1 0
Contingência para as categorias de respostas do questionário TESS, segundo consulta
no grupo preventivo
Consulta
TESS
1 2 3
0
7 1 3
1
2 4 2
2
2 4 2
3
0 1 4
4
0 1 0
144
APÊNDICE L – Boxplots dos IFSR e IFSE para os grupos 1 (preventivo) e 2 (controle)
TerapeuticoPreventivo
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
Grupo
Repouso
BoxPlot da resposta de REPOUSO no momento comparável
TerapeuticoPreventivo
1.0
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
Grupo
Parafina
BoxPlot da resposta de PARAFINA do momento comparável
Grupo
Repouso
TerapeuticoPreventivo
0.25
0.15
0.05
momento comparável
Gráfico de Médias da resposta de REPPOUSO do
Grupo
Parafina
TerapeuticoPreventivo
0.58
0.48
0.38
0.28
0.18
0.08
momento comparável
Gráfico de médias da resposta de PARAFINA do
145
ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da FOUSP
146
ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer –
IBCC
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