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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE
CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE,
1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
MICHELLE RAYSSA PEREIRA DE MELO
Orientador: Prof. Dr. José Marcelino Oliveira Cavalheiro
JOÃO PESSOA - PB
2008
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MICHELLE RAYSSA PEREIRA DE MELO
COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE
CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE,
1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia de Alimentos
da Universidade Federal da Paraíba,
em cumprimento às exigências para
a obtenção do grau de mestre em
Ciências e Tecnologia de Alimentos.
Orientador: Prof. Dr. José Marcelino Cavalheiro
JOÃO PESSOA – PB
2008
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MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
MICHELLE RAYSSA PEREIRA DE MELO
COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE
CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE,
1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Dissertação apresentada pela aluna MICHELLE RAYSSA PEREIRA DE MELO
do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, tendo
obtido o conceito de ______________, conforme a apreciação da Banca
Examinadora.
Aprovada em ___________ de _______________ de ____________________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Prof. Dr. José Marcelino Oliveira Cavalheiro
(Orientador)
___________________________________________________________
Prof.Dr. Heinz Johann Holschuh
(Membro Interno)
___________________________________________________________
Prof.
a
.Dra.Maria Cristina Basílio Crispim da Silva
(Membro Externo)
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Dedicatória
A Deus pelo dom da vida a qual me
foi concedido e a força para estar sempre
lutando.
A meus pais Paulo e Lourdes pelo
apoio incondicional em todos os momentos
de minha vida.
A meus irmãos Atila e Joelza por
sempre estarem a postos para me ajudar
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Agradecimentos
Mais uma vez e sempre em primeiro plano agradeço a Deus por tudo que
ele tem realizado em minha vida, pois nunca houve momentos tão felizes e
cheios de paz em minha vida e de minha família.
Aos meus pais Paulo José e Maria de Lourdes por serem os maiores
incentivadores para que eu realize todos os meus projetos, por seu amor
imenso que formou a pessoa que sou hoje.
Aos meus queridos e amados irmãos Atila Felipe e Joelza, pelo apoio
ajuda, carinho. Nossa união é eterna e nosso companheirismo nos torna cada
vez mais unidos.
À minha querida e amada filha Adila Layla, a pessoa mais amada e
angelical a qual Deus me deu a honra e felicidade de conviver.
À minha querida amiga Ivone, por seus conselhos, sua amizade. Deus a
pôs em meu caminho para que ela estive-se em vida atuando como meu anjo
da guarda.
Ao professor e meu orientador José Marcelino, por sua dedicação apoio e
incentivo ao longo desses dois anos de orientação.
A Ruth por todo seu apoio e ajuda na reta final do meu trabalho.
Aos gerentes das Fazendas Aquamaris, Costa Azul e Primar por terem
aberto as portas de seus empreendimentos a fim de que eu realizasse minha
pesquisa.
Ao professor Tarcisio Cordeiro do departamento de Sistemática e ecologia
do CCEN, por ter aberto as portas de seu laboratório afim de que eu realizasse
parte de meus experimentos, além de sua orientação e amizade.
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
À minha amiga Andressa por ter sido em muitos momentos a força e os
conselhos a qual eu precisei nesta caminhada.
Ao meu amigo Marcílio Garcia pela ajuda tanto profissional como por seus
conselhos e amizade.
Aos meus colegas de mestrado, Sergio, Paloma, Bernadete, Claúdia,
Valéria, Vinicius, Ayza, Robson, Fátima, Juan, André, Margareth, Gisely, Érica,
Fabíola e Geórgia.
A Wanessa e João Paulo devo uma atenção especial pela grande ajuda
na reta final do meu trabalho, sem eles não seria possível chegar ao fim.
Ao secretário da Pós-graduação em Ciências Humberto Bandeira por seu
senso de humor a qual poucos têm o prazer de partilhar.
À Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino Superior
(CAPES), pela Bolsa de Pós-Graduação concedida.
Aos funcionários dos laboratórios da Pós-graduação em alimentos
Gilvandro por seu imenso saber e ajuda, seu apoio foi fundamental, a minha
querida e doce mais nova amiga Eunice.
E finalmente a todos que de forma intensa ou não, estiveram em meu
auxilio e me deram força para conquistar mais esta etapa de minha vida.
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE
CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei ( BOONE,
1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
RESUMO
A carcinicultura é hoje uma atividade solidamente estabelecida e em expansão,
e o seu crescimento vem sendo acompanhado por crescentes preocupações
sobre sua sustentabilidade ambiental, através de pesquisas sobre da biota dos
viveiros, como forma de incrementar ou gerar melhorias ao setor. A presente
pesquisa foi desenvolvida no Centro de Ciências e Tecnologia de Alimentos da
Universidade Federal da Paraíba. O objetivo foi obter uma análise sobre a
dinâmica da produtividade natural dos ambientes de cultivo (viveiros) do
camarão marinho Litopenaus vannamei (BOONE, 1931) em três diferentes
sistemas de cultivo, semi-intensivo, intensivo e orgânico. As amostragens para
as coletas foram horizontais e realizadas durante 90 dias, obtendo um total de
14 amostras de água e plâncton, em intervalos de 15 dias nos viveiros
pesquisados. A metodologia para a identificação qualitativa do fitoplâncton e
zooplâncton seguiu respectivamente as referências de Boltovskoy (1981),
Baleck (1988), as médias de densidades de organismos foram feitas através de
médias aritméticas, as analises de água foram realizadas seguindo a
metodologia de pesquisadas. Foram encontrados 4 familias para o grupo
Fitoplanctônico e 12 taxons para Zooplâncton, a densidade máxima encontra
foi de 1520 cel/L de fitoplâncton para o sistema semi-intensivo, e 1335org/L
para o sistema orgânico, para a composição centesimal os valores de proteína
obtiveram médias mínimas e máximas de 3,49mg/ml e 14,28mg/ml ambas para
o sistema intensivo,os carboidratos apresentaram 2,11mg/ml e 17,7mg/ml, para
o sistema intensivo.Os lipídios obtiveram médias de 0,26mg/ml e 0,27mg/l para
todos os sistemas, de cinza de 6 mg/100 para o sistema semi-intensivo e
47mg/100g para o sistema orgânico e umidades de 4,82mg/100g para o
sistema intensivo e 6,13mg/100g para o sistema orgânico.As sobrevivências
para o camarão foram de 75% para o sistema semi-intensivo, 30% para o
sistema intensivo e 85% para o sistema orgânico. Conclui-se que de forma
geral a composição química do plâncton total foi semelhante nos três sistemas
estudados, indicando que o plâncton oferece as mesmas fontes energéticas
independente da densidade dos animais cultivados, todas as médias para
todos os parâmetros foram tratadas estatisticamente através da analise de
variância ANOVA e teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Palavras chave: Litopenaeus vannamei, alimento natural, cultivos
convencional e orgânico.
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Abstract
Shrimp farming is nowadays a solid and established activity in expansion whose
growth has been accompanied by increasing concerns about its environmental
maintainability through researches about the biota of ponds, as a form of either
building up or generating improvements for the sector. This research was
developed at Centro de Ciências e Tecnologia de Alimentos da Universidade
Federal da Paraíba. Its main goal was the obtaining of an analysis about the
dynamics of natural productivity in environmental cultivation of marine shrimp
Litopenaeus Vannamei (BOONE, 1931) and three different systems of
cultivation: semi-intensive, intensive and organic. The samples to collection
were horizontal ones and carried out in a period of 90 days, obtaining a total of
14 samples composed by water and plankton, following a 15-days interval in
researched ponds. The methodology applied to fitoplankton qualitative
identification was respectively Boltovskoy (1981), Baleck (1988) references, the
averages of organisms densities were made through arithmetic averages, water
analysis were realized according to Tavares (1995) methodologies, for chemical
composition were adopted Ithazaki & Gill (1963), Dubois (1965), Postma &
Stroes (1968) and Brasil (2005) methodologies. 4 taxons were found for
fitoplanktonic group and 12 taxons for zooplankton one, utmost density was
1520 cel/L of fitoplankton to semi-intensive system, and 1335 org/L for organic
system, obtained minimum and utmost averages for protein composition were
3,49 mg/ml and 14,28 mg/ml both for intensive system, the values for
carbohydrates were 2,11 mg/ml and 17,7 mg/ml for intensive system, lipids
obtained averages of 0,26 mg/ml and 0,27 mg/ml for all of the systems, for ash
the value was 6 mg/100g for semi-intensive system and 47 mg/100g for organic
system and moistures of 4,82 mg/100g for intensive system and 6,13 mg/100g
for organic system. Survivals rates were 75% for semi-intensive system, 30%
for intensive system and 85% for organic system. We concluded that chemical
composition of total plankton was similar in all three studied systems, indicating
that plankton offers the same energy sources apart from density of cultivated
animals. All of the averages for total parameters were statistically treated
through analysis of ANOVA variance and Turkey test at 5% of probability.
Key-words: Litopenaeus vannamei, natural food, shrimp ponds
conventional and organic.
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO............................................................................................. 14
2- OBJETIVOS................................................................................................. 18
2.1 - Objetivo geral......................................................................................................... 18
2.2 - Objetivos específicos.............................................................................................. 18
3- REVISÃO DA LITERATURA........................................................................ 19
3.1 - Alimento natural..................................................................................................... 19
3.1.1 – Ocorrência da comunidade Fitoplanctônica e Zooplanctônica em viveiros de
camarão........................................................................................................................... 21
3.1.2 A importância química do alimento natural.......................................................... 24
3.2 – Qualidade da água no desenvolvimento do plâncton e no cultivo de camarões
marinhos. ........................................................................................................................ 28
3.3 – Exigências Nutricionais......................................................................................... 29
3.3.1 – Alimentação........................................................................................................ 29
3.3.2 - Requerimentos nutricionais para o L. vannamei Boone (1931).......................... 30
3.3.2.1 - Proteínas........................................................................................................... 30
3.3.2.2 - Lipídeos............................................................................................................ 31
3.3.2.3 - Vitaminas e minerais........................................................................................ 32
3.4 - Sistemas de Cultivo................................................................................................ 33
3.4.1 - Sistema orgânico de cultivo................................................................................ 33
3.4.2 - Sistema de cultivo semi-intensivo....................................................................... 34
3.4.3 - Sistema de cultivo intensivo................................................................................ 34
4- MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 35
4.1 – Identificação e caracterização dos locais de experimentação................................ 35
4.2 – Descrição da amostragem e análise do plâncton................................................... 36
4.3 – Análise quantitativa e qualitativa da comunidade Fitoplanctônica e
Zooplanctônica. .............................................................................................................. 37
4.4 – Análises físico-quimicas........................................................................................ 39
4.5 Análise da composição centesimal do plâncton total............................................... 39
4.6 – Avaliação dos índices zootécnicos........................................................................ 42
4.7 - Procedimentos estatísticos ..................................................................................... 42
5- RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................. 43
5.1 – Análise quantitativa e qualitativa da comunidade Fitoplanctônica e Zooplanctônica
........................................................................................................................................ 43
5.2 Qualidade da água nos cultivos convencionais (semi-intensivo e super-intensivo) e
orgânico.......................................................................................................................... 51
5.3 - Análise da Composição Centesimal do Plâncton Total ......................................... 55
5.4 – Avaliação dos índices zootécnicos........................................................................ 63
6 - CONCLUSÕES........................................................................................... 65
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 67
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
LISTA DE FIGURAS
Pág
FIGURA 1 Cadeia trófica em viveiros de camarão 27
FIGURA 2 Densidades Fitoplanctônicas encontradas na fazenda Aquamaris,
João Pessoa / PB, no cultivo semi-intensivo, ao longo do período
estudado. 45
FIGURA 3 Densidades Fitoplanctônicas encontradas na fazenda Costa Azul,
Lucena / PB, no cultivo intensivo, ao longo do período estudado.
45
FIGURA 4 Densidades Fitoplanctônicas encontradas na fazenda Primar,
Tibaú do sul /RN, no cultivo orgânico, ao longo do período
estudado. 46
FIGURA 5 Densidades Zooplanctônicas encontradas na fazenda Aquamaris,
João Pessoa / PB, no cultivo semi-intensivo, ao longo do período
estudado. 49
FIGURA 6 Densidades Zooplanctônicas encontradas na fazenda Costa azul,
Lucena /PB, no cultivo intensivo, ao longo do período estudado.
49
FIGURA 7 Densidades Zooplanctônicas encontradas na fazenda Primar,
Tibaú do sul / RN, no cultivo orgânico, ao longo do período
estudado. 50
FIGURA 8 Comportamento da composição centesimal do plâncton na
fazenda Aquamaris João Pessoa /PB, no sistema semi-intensivo,
ao longo do período estudado. 58
FIGURA 9 Comportamento da composição centesimal do plâncton na
fazenda Costa Azul Lucena /PB, no sistema intensivo, ao longo do
período estudado 58
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
FIGURA 10 Comportamento da composição centesimal do plâncton na
fazenda Primar Tibaú do sul /RN, ao longo do cultivo orgânico, ao
longo do período estudado. 59
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
LISTA DE QUADROS
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QUADRO 1 Composição química do plâncton em viveiros de peixe 26
QUADRO 2 Zooplâncton em viveiros de cultivo semi-intensivo 26
QUADRO 3 Requerimentos protéicos para várias espécies de camarão
Peneidae 31
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
LISTA DE TABELAS
Pág
TABELA 1 Informações sobre o manejo de cultivo na Fazenda Aquamaris
Aquacultura S/A, João Pessoa PB (sistema semi-intensivo). 35
TABELA 2 Informações sobre o manejo do cultivo na Fazenda Costa Azul,
Lucena /PB (sistema super-intensivo). 35
TABELA 3 Informações sobre o manejo do cultivo na Fazenda Primar Tibaú
do sul Rio Grande do Norte RN (sistema orgânico). 36
TABELA 4 Peso úmido obtido do plâncton (g) após filtrado,nas três fazendas
analisadas,ao longo do período de estudo. 37
TABELA 5 Resultados Quali-quantitativos dos grupos Fitoplanctônicos
encontrados nos diferentes sistemas estudados durante o cultivo
do L.vannamei, ao longo do período de estudo. 44
TABELA 6 Resultados Quali-quantitativa dos grupos Zooplanctônicos
encontrados nos diferentes sistemas estudados durante o cultivo
do L.vannamei, ao longo do período de estudo. 48
TABELA 7 Análise Físico-químico da água junto aos viveiros submetidos aos
diferentes sistemas de cultivo analisados. 52
TABELA 8 Composição centesimal em base seca do plâncton junto as
fazendas nos diferentes sistemas de cultivo para o L.vannamei.
57
MELO, M.R.P. COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO
MARINHO Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
1- INTRODUÇÃO
A aqüicultura consiste no cultivo de recursos bióticos aquáticos (como,
peixes, moluscos, crustáceos e plantas aquáticas), com interferência humana
nesse processo para aumentar a sua produção (FAO, 1996).
No tocante á Aqüicultura, atualmente a produção mundial de pescado vem
se expandindo rapidamente. E dentro dos organismos aquáticos cultivados, a
produção de crustáceos vem crescendo, principalmente a partir da década de
80, a Carcinicultura apresentou um crescimento de mais de 20% entre os anos
de 1985 a 1990. Esse crescimento continuou e a produção passou de 758 mil
toneladas (renda aproximada de US$ 4,5 bilhões) em 1990, para 1,9 milhões de
toneladas (US$ 11,5 bilhões) em 2001 (BORGHETTI, OSTRENSKY e
BORGHETTI, 2003).
Dentre os crustáceos, os camarões marinhos principalmente os da espécie
Litopenaeus vannamei Boone (1931) apresentaram um maior crescimento
segundo os autores supracitados, que na atualidade são os crustáceos mais
populares e de maior valor no mercado mundial. Por esta razão, a principal
preocupação da indústria camaroneira é incrementar um bom manejo, obtendo a
mais alta produtividade por hectare (SANCHEZ, 2003).
No Brasil, a espécie Litopenaeus vannamei representa quase a totalidade
do camarão cultivado, por apresentar grande tolerância às variações dos fatores
ambientais e índices zootécnicos melhores, comparativamente com os camarões
nativos. A partir dessas qualidades em relação ao seu desempenho zootécnico,
vários estudos quanto ao manejo no que diz respeito a melhores índices na
produção, vêm sendo realizados, como por exemplo, pesquisas sobre a
qualidade da água, sobre sua alimentação, fisiologia, reprodução, crescimento e
manejo do alimento natural (MELO 2002).
No tocante ao manejo do alimento natural nos viveiros, é de se ressaltar que
este, é apenas um passo de vários dentro de um processo seqüencial, onde cada
passo é relevante. Estes passos vão desde a preparação dos viveiros, á
despesca, que bem planejada, se leva a cabo com diversos passos,
como a eliminação de predadores e competidores, aclimatação, povoamento e
estimulação da produtividade natural (JORY, 2001).
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
16
Para que a Carcinicultura se consolide como uma atividade
economicamente viável e ecologicamente sustentável devem ser superados
alguns desafios, entre os quais se destaca entender a importância do papel do
alimento natural (incluindo microrganismos) na dieta completa nos cultivos de
camarão.
Esta disponibilidade do alimento natural é alta nos viveiros, onde a
demanda por alimentos balanceados (rações) é baixa. Isto ocorre quando a
biomassa é pequena, durante as primeiras semanas de cultivo depois do
povoamento, até que se alcance uma biomassa crítica equivalente à
capacidade máxima dos viveiros (entre 150 a 250 kg/ha aproximadamente),
muitas variáveis são importantes, incluindo-se aí a densidade de povoamento,
espécie e outras, (JORY, 2001).
Todavia, mesmo com a produção crescente e a disponibilidade de novas e
aperfeiçoadas técnicas de manejo adequado na engorda do camarão
Litopenaeus vannamei, é de extrema importância realizar estudos sobre a
dinâmica dos viveiros, pois além de necessários, são inadiáveis, por que
paradoxalmente, apesar das fazendas estarem normalmente em áreas onde a
produtividade natural é geralmente alta, o sistema de alimentação dos animais
cultivados implica no largo uso de rações. Isto em parte, se deve ao fato de que
as dietas são formuladas nos requerimentos nutricionais de organismos
testados em laboratórios, onde na formulação desses alimentos estarão
sobrando um ou vários nutrientes, gerando um efeito negativo tanto nos custos
quanto na qualidade da água, (MARTÍNEZ-CORDOVA, CAMAPAÑA-TORRES
e MARTINEZ-PORCHAS, 2004). Em outras palavras, ao invés de um
melhoramento do alimento natural, composto pelo fitoplâncton e zooplâncton,
há desnecessariamente um excesso na oferta de ração nos cultivos, e os
mecanismos de desenvolvimento desses organismos e suas relações com os
fatores bióticos e abióticos do meio se mostram ainda muito carentes de
investigação principalmente sobre a dinâmica da comunidade planctônica
(alimento natural) (VITE, 2003). Assim, portanto dentro dessa comunidade, os
organismos fitoplanctônicos e zooplanctônicos destacam-se pelo seu valor
nutricional, visto que uma alimentação baseada apenas em dietas artificiais
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
17
resulta em um baixo crescimento dos camarões cultivados, (GALLARDO et al.
2004).
Portanto, pesquisas a respeito de estudos sobre a flutuação da população
planctônica, e a importância da biota natural das fazendas de camarão,
poderão nos mostrar quais os melhores manejos durante a fase de engorda do
camarão, que acarretarão possivelmente num menor custo de produção, e cujo
resultado poderá contribuir para uma maior produtividade dentro da
carcinicultura.
O presente trabalho, visa obter uma análise sobre a dinâmica da
produtividade natural dos ambientes de cultivo (viveiros) do camarão marinho
L.vannamei e sua relação com o desempenho dos animais (crescimento) em
diferentes sistemas de cultivo semi-intensivo, super-intensivo e orgânico e está
incluído no projeto intitulado “Estudo das relações tróficas e suas implicações
no manejo do cultivo de camarões marinhos”, com apoio da FINEP.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
18
2- OBJETIVOS
2.1 - Objetivo geral
Identificar e avaliar os aspectos qualitativos e quantitativos da comunidade
planctônica, bem como a sua composição química em viveiros de diferentes
sistemas de cultivos do camarão Litopenaeus vannamei, (semi-intensivo,
intensivo e orgânico) e relaciona-las com o desenvolvimento do cultivo.
2.2 - Objetivos específicos
Determinar a variação quantitativa e qualitativa das comunidades do
fitoplâncton e zooplâncton, nos viveiros de camarão sob diferentes sistemas de
criação, ao longo de um ciclo de cultivo do L.vannamei (90 dias).
Avaliar a influência de alguns parâmetros físico-químico da água sobre
os padrões de variação temporal do plâncton (fitoplâncton e zooplâncton), nos
viveiros de camarão submetidos a diferentes sistemas de criação;
Avaliar e correlacionar à composição química do alimento natural
disponível (fitoplâncton e zooplâncton) existentes em três diferentes sistemas
de criação do camarão L.vannamei com outras fontes de alimento natural e
com outros sistemas;
Comparar os resultados dos desempenhos dos índices zootécnico dos
camarões nos diferentes sistemas de cultivo estudados, com cultivos que
utilizaram dietas naturais durante o ciclo de cultivo para camarões;
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
19
3- REVISÃO DA LITERATURA
3.1 - Alimento natural
No Brasil, o estudo sobre a contribuição do alimento natural tem sido pouco
explorado, havendo, portanto, a necessidade de se ampliar o conhecimento
sobre a disponibilidade destes recursos e de seu aproveitamento pelas
espécies cultivadas. Este conhecimento básico acerca do plâncton como fonte
de alimento natural, em relação às preferências alimentares dos camarões
cultivados, pode auxiliar num manejo mais adequado dos viveiros, trazendo
benefícios econômicos, bem como pode promover uma diminuição dos
impactos ambientais nos locais onde os cultivos estão inseridos (BEYRUTH et
al. 1998).
Estes ecossistemas aquáticos, onde os viveiros de camarão estão inseridos
são ambientes complexos e dinâmicos, e são influenciados por um conjunto de
condições ambientais que recebem interferência direta dos fatores físicos,
químicos e biológicos da água, e, portanto, o entendimento acerca da
complexidade e da dinâmica da água dos viveiros é um fator que interfere
diretamente na produção de peixes e camarões (SIPAÚBA-TAVARES, 1996).
Um manejo apropriado da produtividade natural (primária) apresenta-se
como um estímulo e manutenção da produtividade. Isto tem uma importância
crítica nos sistemas de produção semi-intensivo de camarões. Diversos autores
têm demonstrado a grande importância do alimento natural para a produção de
camarões Peneídeos (JORY, 2001). Sendo o plâncton constituinte básico da
produção de matéria orgânica nos ecossistemas aquáticos. No mundo, as
zonas de maior produção pesqueira encontram-se em áreas onde o plâncton é
abundante por serem essenciais da dieta de muitos organismos aquáticos;
para o camarão isso acontece principalmente nas primeiras fases de vida
(ALVES , MELLO, 2007).
Tem-se demonstrado em recentes estudos um rol de importância que
diversos elementos das comunidades bióticas representam na nutrição do
camarão em cultivo.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
20
Esta contribuição pode chegar a 85% em cultivos semi-intensivos e em
sistemas mais intensivos essa contribuição pode diminuir, chegando a 25%,
mais ainda é considerada uma porcentagem significativa dos requerimentos
dos organismos cultivados (SIPAÚBA-TAVARES e ROCHA, 2001). No entanto,
diversos fatores como: o estágio de desenvolvimento dos camarões, a
intensidade do sistema de cultivo, as condições ambientais, a qualidade da
água, o sedimento e o tipo de comunidade natural predominante atuam como
ativadores de incremento do alimento natural (JORY, 1995; 2000).
De acordo com Ceballos et al., (2004), a produtividade natural funciona
como uma fonte de carbono para o crescimento dos camarões e tem
evidentemente maior importância nos sistemas de cultivo semi-intensivo do que
no sistema intensivo.
A disponibilidade do alimento em um viveiro está diretamente influenciada
pelo nível de produtividade primária. Entre outras formas de alimento natural
disponível aos animais, destacam-se as microalgas, representadas
principalmente pelas clorofíceas, cianofíceas e diatomáceas, O fitoplâncton é a
primeira forma de alimento natural, e representa o elo primordial no fluxo de
energia ao longo da teia alimentar, servindo diretamente como alimento para
consumidores como zooplâncton, peixes e camarões, além de sua importância
como alimento, o fitoplâncton através de processos fotossintéticos é o principal
responsável pela disponibilidade de oxigênio na água, indispensável à quase
totalidade das funções vitais dos organismos e processos químicos, este
florescimento do fitoplâncton depende de vários fatores como luz, salinidade,
temperatura e nutrientes (BOYD, 1995).
Algumas microalgas que compõem os corpos aquáticos que abastecem
as fazendas de camarão dão suporte nos primeiros estágios dentro de um
viveiro, e este abastecimento de água modifica a composição e abundância da
comunidade fitoplanctônica durante o cultivo (RODRIGUEZ e OSUMA, 2003).
O zooplâncton, outro importante componente da cadeia alimentar dentro
dos viveiros, bem como de corpos aquáticos é representado pelos rotíferos,
cládoceros e copépodos, larvas de inseto e poliquetos, além da comunidade
bêntica, representada pelos organismos microbianos (bactérias e fungos),
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
21
anelídeos e insetos aquáticos, que vivem sob os detritos do fundo do viveiro
(MARTÍNEZ-CORDOVA, CAMAPAÑA-TORRES, MARTINEZ-PORCHAS,
2004).
Barraza-Guardado, Miranda, Martinez-Cordova (1998), em estudos
relativos à taxa de conversão alimentar e o efeito da fertilização em viveiros,
observaram que o fitoplâncton, zooplâncton e o bentos, contribuíram como
suplemento alimentar aos camarões. Também constataram que a fertilização
modifica a abundância dos organismos nos tanques de cultivo, levando, por
conseguinte a um maior crescimento da produtividade natural sugerindo que a
fertilização implementa o alimento natural e com isso contribui para a nutrição
dos camarões.
Em viveiros de engorda semi-intensivos, além do alimento inerte oferecido,
os camarões alimentam-se de organismos que ocorrem naturalmente como
poliquetas, copépodos, moluscos, anfípodas e algas (MARTÍNEZ-CORDOVA,
CAMAPAÑA-TORRES, MARTINEZ-PORCHAS, 2004).
3.1.1 – Ocorrência da comunidade Fitoplanctônica e Zooplanctônica em viveiros de
camarão.
Ainda hoje embora a aqüicultura esteja em grande desenvolvimento, o
conhecimento sobre a utilização do plâncton (fitoplâncton e zooplâncton) como
suplemento alimentar em tanques de aqüicultura tem sido pouco explorado no
Brasil, havendo, portanto uma grande necessidade de que seja ampliado o
conhecimento sobre a disponibilidade destes recursos e de seu aproveitamento
pelas espécies cultivadas (BEYRUTH et al. 1998).
No que diz respeito ao fitoplâncton esta comunidade vem sendo
amplamente utilizada na aqüicultura como fonte de alimento para animais, em
particular para larvas de moluscos, estágios larvais de camarão e peixes. E
atualmente mais de 40 espécies de microalgas já foram testadas como fonte de
alimento para aqüicultura, mas nem todas elas têm condições de suprir as
exigências nutritivas ao crescimento das espécies animais cultivados (MOURA
et al.2006).
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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Para viveiros de cultivo semi-intensivos os grupos desejáveis de algas são
as diatomáceas e as clorofíceas, Nunes (2001) recomenda uma densidade de
diatomáceas de no mínimo 20.000 cel./ml.
Outros grupos encontrados em cultivo são as cianobactérias e os
dinoflagelados, no entanto, estes grupos não são desejáveis, uma vez que
podem causar problemas relacionados com toxinas e depleção de oxigênio
dissolvido, sendo que as densidades máximas de cianobactérias e
dinoflagelados sugeridas por Campos et al (2007) são de 40.000 cel./ml e 500
cel./ml respectivamente.
Já Campos et al. (2007) relatam diferentes densidades ótimas de
fitoplâncton que devem existir em viveiros de camarão para cultivo semi-
intensivo e que estas densidades devem estar no intervalo de 80.000 a
300.000 cel./ml. Neste mesmo trabalho, descreve que os principais grupos de
algas presentes, que foram classificadas, pertenceram ao grupo taxonômico
das clorofíceas, diatomáceas, cianobactérias e dinoflagelados.
Yusoff (2002) ao estudar a dominância na sucessão do fitoplâncton em
viveiros de cultivo intensivo, relatou que no inicio do cultivo as diatomáceas
foram o grupo dominante e as cianobactérias foram ausentes, mais após 34
dias houve uma acentuada diminuição quantitativa das diatomáceas e um
aumento nas cianobactérias. Para o grupo das diatomáceas foram
classificados os seguintes gêneros: Amphipora, biddulphia, Cocconeis,
Coscinodiscus, Gyrosigma, Navícula, Nitzchia, Rhizolênia e Thassionema, e
para as cioanobactérias foram encontrados os gêneros: Anacystis,
Gomphosphaenia, Oscillatoria e Spurilina.
Chellapa, Lima e Câmara (2007) ao estudarem a riqueza de microalgas
em um sistema de cultivo orgânico encontraram três classes Bacillariophyceae,
Chlorophyceae e Cyanophyceae, e a classe mais representativa em riqueza de
espécies foram as Bacillariophyceae (diatomáceas), onde as espécies
dominantes dessa classe foram às Cylindrotheca closterium, Pleurosigma sp e
Navícula sp.
O zooplâncton é um importante intermediário dos processos de fluxo de
energia e nutrientes que é constituído pela fração animal do plâncton, ou seja,
os organismos cuja capacidade de movimento é baixa, de modo que sua
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
23
distribuição no ambiente aquático é condicionada pelo movimento das massas
d´água (BOLTOVSKOY, 1981).
O zooplâncton é um grupo do plâncton indicador da produtividade
secundária, e é muito importante na composição da cadeia trófica dentro de
uma ambiente de cultivo. Geralmente, as potenciais presas para os camarões
nos viveiros são: copépodos , anfípodas, larvas de outros crustáceos,
poliquetos, moluscos, nemátodas, foraminíferos e insetos, e a captura dessas
presas depende de diversos fatores como o tamanho, a palatibilidade e
facilidade de captura, alguns autores têm determinado que os poliquetos são
uma importante presa capturada pelos camarões e sugerem que seu uso
como alimentos aumenta a atratibilidade e permite um bom balanço entre o
consumo de alimento artificial e a predação por zooplâncton presente nos
viveiros (DELGADO,2001) .
Ballaster et al. (2003) ao trabalharem com a utilização de biofilmes em
cultivo de Farfantepenaeus paulensis em sistemas de berçários, detectaram
que a presença do cládocero Daphnia magna aumentou significativamente,
podendo ser utilizada como fonte de alimento.
Shishehchain e Yusoff (1999) ao trabalharem com macrobentos em
cultivos intensivos de camarões Peneideos encontraram cinco grupos de
animais: gastrópodos, larvas de inseto, oligoquetas, poliquetas e caranguejos.
Os gastrópodos foram o grupo mais abundante com 40% da amostragem e as
principais espécies encontradas foram Cerinthidea cingulata, Stenothyra
krungpensis e Telescopiu telescopium. Os poliquetas e oligoquetas
representaram 4,7% e 0,5%, respectivamente.
Martinez-Cordova, Villareal-Colmenares, Porchas-Cornejo (1998),
encontraram náuplios de diferentes crustáceos especialmente copépodos
juvenis e adultos, larvas e adultos de poliquetas e alguns insetos, ao estudar a
resposta da biota em viveiros de camarão com baixa troca de água.
Vários organismos aquáticos têm sido estudados no intuito de se obter
novas fontes protéicas e reduzir os custos de produção das larvas de camarão.
Entre os animais utilizados na tentativa de incrementar a alimentação de
camarões, foi testado o rotífero Brachionus plicatilis, por possuir tamanho
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adequado, valor nutritivo e facilidade de cultivo em grande escala, em alguns
laboratórios de larvas de camarão estes rotíferos têm sido usados como
alimento animal e são oferecidos a peixes tropicais e larvas de camarões
(THOMAZ et al.,2004).
3.1.2 A importância química do alimento natural
Várias são as investigações que demonstraram a importância dos
diversos elementos das comunidades bióticas na nutrição do camarão em
cultivo. E, portanto a forma e a determinação direta do total de alimento natural
disponível devem ser estimadas.
Moura, Bezerra e Eskinzi-Leça (2006) determinaram a composição
química de três espécies de algas Chaetoceros gracilis, Isochryisis galbana e
Thalassiosira weissflogii que são encontradas em viveiros de camarão, e
obtiveram os seguintes resultados para cada espécie: o teor de carboidrato
solúvel foi de 0,06 ± 0,001 mg.L
-1
, as proteínas solúveis foram de 0,03 ± 0,001
mg.L
-1
e aminoácidos totais livres foram de 2,87 ± 0,31 mg.L
-1
;para
Chaetoceros gracilis, 0,09 ± 0,002 mg.L
-1
de teor médio de carboidrato , o teor
de proteína solúvel foi de 0,008 ± 0,005 mg.L
-1
e aminoácidos totais livres de
1,78 ± 0,07 mg.L
-1
;para Isochryisis galbana, e o teor de carboidrato solúvel foi
0,05 ± 0,001 mg.L
-1
, o teor de proteína foi de 0,002 mg.L
-1
, e o teor de
aminoácidos totais livres foi de 3,54 ± 0,60 mg.L
-1
para Thalassiosira
weissflogii.
Dall et al. (1991) ao estudarem presas (moluscos, crustáceos e
poliquetos) que formam parte da dieta do camarão Peneideo Penaeus
esculentus, detectaram que parte da dieta deste camarão contém de 67 a 83%
de proteína (em base seca livre de cinzas), 10 a 21% de lipídios e de 6 a 22%
de carboidratos.
Já Delgado (2001) ao examinarem as presas presentes no conteúdo
estomacal do L. vannamei encontrou copépodos, fragmentos de exoesqueleto,
insetos, foramíferos e nemátodos, que representaram 91,3% do alimento
consumido em comparação com a alimentação artificial que representou 8,7%.
Focken et al. (1998) ao determinarem a contribuição do alimento natural
em dois tipos de agregados algais “Lablab” (tapete bêntico de cianobactérias,
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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diatomáceas associado com fauna, que crescem no fundo dos viveiros e
depois sobem a superficie) e “Lumut” (uma comunidade de algas verdes
filamentosas associadas à fauna que formam uma massa na água)
considerados por serem alimentos potenciais para o Penaeus monodon,
encontram as seguintes composições para “ Lablab “ 34% de proteína bruta,
0,1% de lipídios , 84,3% de cinzas e para “Lumut” encontrou 26% de proteína
bruta, 0,1% de lipídios e 54,2% de cinzas, os teores de carboidratos não foram
determinados.
Du, Hu e Shien, (2004) estudando o melhoramento na desova do
L.vannamei alimentado com uma dieta natural composta pelo poliqueta Glycera
chirori e a ostra Crassostera rivularis verificaram níveis de proteína de 62,3% e
lipídio de 10,7% . No entanto, a desova para L.vannamei obteve seus melhores
resultados quando uma dieta composta por ração tradicional foi ofertada junto
com a dietanatural, indicando assim a relevância do alimento natural na dieta
de camarões Peneideos.
Já Pinon, Cowin e Vera (2003), ao estudarem a qualidade nutricional do
uso do poliqueta Nereis virens na maturação de camarões, relatam que estes
animais são uma fonte primária de ácidos graxos e que podem ser utilizados
como fonte principal de energia, além de destacarem outras qualidades
nutricionais como 50% de proteína, umidade total de 79% e cinzas de 13%.
Pinto-Coelho et al. (2005), ao verificarem o status nutricional do
zooplâncton em um reservatório tropical, principalmente através dos teores de
lipídio e de fósforo total, encontraram os seguintes organismos: Os cládoceros
Daphnia laevis, Diaphanosoma birgei e Moina micrura e pequenos copépodos
Thermocyclops decipiens, que representaram valores lipidicos de 4,12% a
32,12% .
Segundo Hepher (1988) a análise do balanço energético da comunidade
zooplanctônica é de grande relevância nos estudos a respeito dos organismos
aquáticos cultivados como peixes e camarões marinhos, e seus valores
enquanto energia podem ser vistos no quadro da composição da matéria seca
do zooplâncton no quadro 01 a seguir:
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Quadro 01- Composição química do plâncton em viveiros de peixe.
Organismos Matéria
seca %
Proteína
%
Carboidratos
%
Lipídeo
%
Cinzas
%
Energia
%
kcal/kg
Rotíferos 11.2 64.3 20.3 6.2 4866
Oligoquetas 7.3 49.3 19.0 5.8 5569
Anostraca (artemia) 11.0 61.6 19.5 10.1 5835
Cladocero 9.8 56.5 28.2 19.3 7.7 4800
Copepodo 10.3 52.3 9.2 26.4 7.1 5445
Ostracoda 35.0 41.5 5638
Malacostraca
(custaceos)
24.6 49.9 18.4 20.3 19.6 5537
Plecoptera 4900
Ephemeridae 17.6 50.2 3.7 5646
Odonata 21.1 51.9 5.8 4985
Hemíptera (besouros) 26.0 68.8 5150
Díptera (larvas) 16.0 55.3 6.9 5177
Moluscos 32.2 39.5 7.5 7.8 32.9 3889
Detritos aquáticos 91.5 12.4 4701
Fonte :HEPHER (1988)
Ainda de acordo com Hepher (1988) ao determinar o total do plâncton e
seu valor energético em viveiros, alguns aspectos têm de ser levados em
consideração como: a espécie cultivada; o estágio fisiológico e hábitos
alimentares; o peso corporal; a temperatura e o consumo de oxigênio. Sendo
que o zooplâncton nestes sistemas é formado por uma extensa variedade de
organismos, que incluem estágios larvais, juvenis e adultos de praticamente
todos os grupos zoológicos aquáticos, que vivem na coluna da água nos
viveiros (JORY, 2000). Existem para estes organismos algumas
recomendações quanto à abundância vide Quadro 2.
Quadro 2 - Zooplâncton em viveiros de cultivos semi-intensivo
Fonte : (MARTÍNEZ-CORDOVA, CAMAPAÑA-TORRES , MARTINEZ-PORCHAS, 2002). ; JORY, 2000
Média de organismos do Zooplâncton recomendado para viveiros
Grupos Quantidade recomendada (org/ml)
Copépodos 2 a 50
Rotíferos 2 a 50
Protozoários 10 a 150
Larvas de Poliquetas 2 a 50
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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Nunes e Parsons (2000) no contexto da importância do zooplâncton na
alimentação de camarões marinhos estudaram os hábitos alimentares do
Farfantepenaeus subtilis em condições de cultivo semi-intensivo e encontraram
apenas 16,6% do total do conteúdo estomacal que correspondeu ao alimento
artificial e o resto correspondeu ao alimento natural. Os poliquetos neste
estudo, representaram 32,6% do conteúdo estomacal e 81% das presas
ingeridas, e os camarões Peneídeos podem consumir poliquetos ao longo de
todos os estágios de vida, desde juvenil até adultos, no entanto, a predação
sobre este componente do plâncton aumenta com o aumento do corpo do
camarão.
No meio aquático, a eficiência de determinado alimento irá depender em
grande parte de o mesmo ser rapidamente reconhecido e aceito, ou seja, de
acordo com o autor supra citado o zooplâncton e o zoobentos podem
representar cerca de 70% do requerimento nutricional dos camarões marinhos,
e, portanto o uso de alimentos com alto nível protéico como vem sendo
utilizado por alguns aquicultores pode ser desnecessário, se houver uma boa
oferta de alimento natural presente no sistema de cultivo.
Martinez-Cordova, Campana-Torres, Porchas (2004) ao analisar o
conteúdo estomacal de camarões provenientes de tanques onde foram
utilizados indutores de crescimento de zooplâncton observaram que os viveiros
com indutor representaram uma maior quantidade de organismos da biota
planctônica que os viveiros sem indutor, indicando o valor nutricional dos
organismos planctônicos, já que estes contêm altas quantidades de proteínas,
assim como lipídeos que incluem ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) ou
altamente insaturados (HUFA), os quais representam um papel importante em
diversas funções metabólicas dos camarões.
Tidwell et al., (1997) ao monitorarem a população bêntica de
macroinvertebrados em viveiros de camarão, encontraram oligoquetas, e
outros organismos zooplanctônicos e estes representaram a maior contribuição
para a nutrição dos camarões cultivados, e que os camarões juvenis de maior
tamanho provavelmente também utilizavam o zooplâncton como fonte de
alimento.
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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Ainda em relação ao estudo citado por Tidwell et al (1997) ao compararem
os aminoácidos do músculo da cauda do camarão de água doce
Macrobrachium rosenbergii com os oligoquetas e o zooplâncton, observou que
os oligoquetas tinham uma menor concentração de metionina e arginina, e que
os demais organismos zooplanctônicos tinham baixos níveis de metionina,
lisina e arginina, no entanto o teor destes mesmos aminoácidos na dieta
formulada foram menores que os oligoquetas e organismos zooplanctônicos
analisados, indicando que a dieta preparada parecia ter um perfil de
aminoácido mais pobre que os organismos estudados pelos autores, alguns
autores relatam que a deficiência em arginina tem sido implicada no
canibalismo de crustáceos.
3.2 – Qualidade da água no desenvolvimento do plâncton e no cultivo de
camarões marinhos.
O adequado suprimento de água de boa qualidade é fundamental para o
sucesso de explorações aquícolas (KUBTIZA, 2003). Neste contexto, o
ambiente onde geralmente as fazendas de camarão estão inseridas, os
estuários, são ecossistemas complexos, produtivos e de grande importância
econômica, ecológica e social, e que interferem diretamente através da
qualidade da água na produção de camarões (FIGUEIREDO et al., 2006).
As fazendas de camarão geralmente estão localizadas em áreas onde há
influência de zonas agrícolas, indústrias ou de rios adjacentes, que podem
causar aumento de nutrientes, excesso de matéria orgânica, sólidos em
suspensão, podem trazer pesticidas, e com isso acarretar numa água de
péssima qualidade para o cultivo de camarões (BOYD, 1999).
Diversos são os fatores físico e químicos que afetam a qualidade da água
e consequentemente a produção de camarões marinhos, dentre estes estão:
os teores de amônia, nitrato, nitrito, fosfato , pH, temperatura,alcalinidade,
oxigênio dissolvido,salinidade e sólidos em suspensão (ARANA, 1997).
O plâncton aqui se referindo especificamente ao fitoplâncton, está
diretamente ligado à qualidade da água em cultivos, pois utiliza os nutrientes
orgânicos e a luz do sol para produzir sua matéria orgânica, sendo o nitrogênio
e o fósforo os dois principais elementos que condicionam esse crescimento e
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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conseqüentemente dão seguimento à cadeia trófica dentro do cultivo (BOYD,
1995).
Algumas estratégias têm sido utilizadas a fim de incrementar a qualidade
da água nos viveiros no que diz respeito à produção do plâncton. A fertilização
é, portanto uma prática comum para manter uma alta produtividade planctônica
(MARTINEZ-CORDOVA et al. 2002).
3.3 – Exigências Nutricionais
3.3.1 – Alimentação
Uma alimentação efetiva depende do conhecimento acerca de como os
organismos usam os diferentes componentes do consumo de seu alimento. Isto
se reflete nas várias investigações sobre a capacidade dos camarões de
hidrolisar, absorver e assimilar os principais nutrientes de uma dieta
(DELGADO, 2001).
A aplicação de rações formuladas em viveiros pode aumentar
significativamente a produtividade das fazendas de camarão marinho. Sob
condições semi-intensivas de cultivo, o alimento artificial é direcionado
primordialmente à suplementação dos requerimentos nutricionais da espécie
cultivada (TACON, NATES e MACNEIL, 2004), podendo também propiciar o
desenvolvimento da cadeia trófica alimentar nos viveiros (Figura 1), sendo a
dieta um fator importante e que influencia o desempenho reprodutivo dos
camarões, bem como a própria evolução de um ciclo de cultivo (WOUTERS et
al. 2002).
Figura 1: Cadeia trófica em viveiros de camarão.
Fonte: VITE (2003).
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
30
3.3.2 - Requerimentos nutricionais para o L. vannamei Boone (1931).
Para que uma alimentação satisfaça aos requerimentos nutricionais das
espécies cultivadas, fazem-se necessário na sua composição, nutrientes como
as proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e sais minerais (BARBIERI e
OSTRENSKY, 2002). E por conseguinte uma compreensão mais aprofundada
acerca dos requerimentos nutricionais dos camarões cultivados, que irá gerar
melhorias na tecnologia de produção de alimentações devendo contribuir
significativamente para o rápido crescimento dos camarões cultivados.
Os camarões Peneideos são os mais importantes crustáceos cultivados no
mundo, em 1995 cerca de aproximadamente um milhão toneladas de alimentos
para camarão foi produzida. No entanto a produção de rações pode
representar cerca de 50% do custo de produção das fazendas, o que gera uma
constante investigação sobre o papel dos requerimentos nutricionais para os
camarões a respeito principalmente dos nutrientes necessários ao
funcionamento das funções vitais de seu organismo (SHIAU, 1998).
3.3.2.1 - Proteínas
No cultivo de camarões marinhos o suplemento diário de proteína é um dos
mais importantes componentes no manejo alimentar. A proteína é então um
dos principais nutrientes para o crescimento dos camarões e representa um
dos custos primários para a formulação do alimento artificial (VENERO DAVIS
e ROUSE, 2007).
Em cultivos semi-intensivos as proteínas são um dos nutrientes
indispensáveis para a estrutura e função de todos os organismos cultivados, e
são por conseqüência continuamente utilizadas pelo animal para seu
crescimento e reparação de seus tecidos, isto infere que, um bom fornecimento
protéico ou de seus componentes aminoácidos faz-se necessário à
manutenção de vida destes animais. Portanto, pesquisas sobre a nutrição de
camarões geralmente começam com a investigação sobre o nível ótimo de
proteína (SHIAU, 1998).
De acordo com Guillaume (1997), o requerimento protéico tem sido
definido como o mínimo ou o máximo da quantia de proteínas necessário por
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
31
dia. Este requerimento de proteína pode mudar em respeito aos fatores bióticos
como, por exemplo, estado fisiológico do animal, tamanho e características da
qualidade da fonte protéica ofertada aos camarões, taxa de energia da
proteína, e fatores abióticos como temperatura e salinidade.
Segundo Jory (2001), os requerimentos nutricionais protéicos de diversas
espécies de camarões Peneideos têm sido estudados por vários
pesquisadores, e de acordo com o autor as porcentagens de proteína
recomendadas para as diferentes espécies de camarões variam entre 20 e >
60% de acordo com a espécie, e da publicação consultada. Por exemplo, para
as espécies L. vannamei e Litopenaeus stylirostris, geralmente se recomendam
valores entre 25 e 35%, com porcentagens mais altas para a segunda espécie,
conforme o Quadro 3 abaixo (SHIAU,1998) com outros valores de
requerimentos protéicos recomendados a várias espécies de camarões.
Quadro 3 - Requerimentos protéicos para várias espécies de camarão
Peneideo.
Penaeus spp. Requerimento %
P. aztecus
40
P. californiensis
35
P. indicus
43
P. japonicus
50
P. merguiensis
34–42
P. monodon
45–50
P. setiferus
28–32
P. stylirostris
35
P. vannamei 30/36
Fonte: Shiau (1998)
3.3.2.2 - Lipídeos
Em relação aos requerimentos lipidicos os crustáceos necessitam de uma
dieta com uma fonte de ácidos graxos essenciais, bem como outras classes de
lipídeos necessários ao seu metabolismo como os fosfolipídios, esteróis e
carotenóides. Um aspecto importante que deve ser ressaltado para a nutrição
de lipídeos em camarões Peneideos é o requerimento de ácidos graxos
essenciais tais como: os ácidos Linolêico (18: 2 n-6), Linolênico (18: 3 n-3),
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Eicopentanóico (20: 5 n-3) e Docohexanóico (22: 6 n-3) (VASAGAMI, RAMESH
e BALASUBRAMANIAN, 2005).
Os níveis de lipídeos recomendados para a espécie Litopenaeus
vannamei vão desde 6 a 7,5%, e ácidos graxos entre 0,3-0,4% (JORY,
2001).Todavia, GONG et al., (2003) em sua pesquisa sobre a dieta de
fosfolipídios para juvenis de L. vannamei, relata que esta classe de ácidos
graxos é essencial ao crescimento e sobrevivência dos camarões juvenis e que
esta fonte lipídica pode ser encontrada em lecitinas de soja. Ainda nesta
pesquisa, comenta que as lecitinas têm sido usadas mundialmente como
suplementação da dieta de fosfolipídios em camarões por conta de sua
importância industrial. Com base nesse estudo. O autor recomenda níveis de
fosfolipídio na dieta para o L.vannamei de fonte de soja que variem de 1,25 % a
6,5 %, dependendo da espécie de camarão cultivada, do seu estágio de
desenvolvimento, bem como da pureza da lecitina.
3.3.2.3 - Vitaminas e minerais
Moss, Foster e Tacon (2006), descrevem que os requerimentos de
vitaminas e sais minerais estão qualitativamente elucidados para várias
espécies de camarões Peneideos cultivados comercialmente.
Quantitativamente os requerimentos para estes nutrientes não estão bem
definidos, pois alguns fatores como prolongada submersão e manejo dos
animais no alimento, podem gerar lixiviação nas vitaminas solúveis em água,
interferindo, portanto, na quantificação das vitaminas. Similarmente ás
vitaminas, alguns sais minerais não são ainda bem empregados nas rações
comerciais e, portanto a habilidade com que os camarões podem absorvê-los
não está totalmente clara. Sendo assim, a despeito de informações claras
sobre as quantidades de vitaminas e sais minerais na alimentação dos
camarões estes nutrientes são simplesmente adicionados nas rações.
D’Abramo, Conklin e Akiyama (1997) descrevem que a super-dosagem de
certas vitaminas como Riboflavina e Vitamina B
6
podem atuar de forma
negativa na produção, e que a super-dosagem de sais minerais pode causar
além de aumento nos custos, poluição pelo excesso de fósforo e gerar retardo
no crescimento dos animais cultivados.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
33
As suplementações de vitaminas para o L.vannamei pode variar desde
40mg/kg até 1000mg/kg, dependendo do nível de vitamina ofertada (JORY,
2001).
Os carboidratos na alimentação animal geralmente proporcionam a maior
parte da energia digerível, e é considerada a fonte de energia mais barata para
os camarões (BARBIERI E OSTENSKY, 2002), contudo, quando comparada
com os trabalhos relativos à digestibilidade de proteínas e lipídios nas dietas
para crustáceos, a literatura concernente aos carboidratos é relativamente
escassa.
Em geral o uso de açúcares simples é pobremente utilizado nas
alimentações para camarões. Os açúcares glicose e amido são usados como
fonte de carboidratos, porém quando se comparam essas duas fontes o uso de
glicose pode resultar numa depressão de crescimento, enquanto o suplemento
de amido não causa redução de ganho de peso.
Para algumas espécies de camarões comerciais, alimentações contendo
trealose e sacarose podem gerar mais ganho de peso e baixa mortalidade que
dietas onde se utiliza a glicose. A trealose é um carboidrato encontrado na
hemolinfa de alguns insetos e têm propriedades similares a sacarose, e o uso
desses açúcares não-redutores torna-se muito interessante na alimentação de
camarões (SHIAU, 1998).
3.4 - Sistemas de Cultivo
Globalmente existem quatro métodos para produzir camarões: o cultivo
extensivo, semi-intensivo, orgânico e intensivo, e caracterizam-se por uma
redução progressiva no tamanho das piscinas de engorda, progressivo
aumento dos custos de produção e construção, maior densidade de
povoamento, intensificação das práticas de manejo (incluindo preparação dos
viveiros, troca de água, fertilização, uso de alimentos balanceados e outras
práticas) (JORY, 2001).
3.4.1 - Sistema orgânico de cultivo
Os viveiros de cultivo orgânico são ambientes caracterizados por serem
um sistema de criação de camarões isento de produtos químicos, pesticidas,
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
34
transgênicos, antibióticos e hormônios, com o cuidado em reproduzir nos
viveiros um ambiente semelhante ao habitat natural dos organismos cultivados,
reduzindo o stress do animal, e proporcionando o seu crescimento de forma
saudável aumentando assim a capacidade de sobrevivência (CHELLAPA et
al.2007), para além da submissão á certificação pelo ministério da agricultura
pecuária e desenvolvimento, através da conformidade com o decreto 6.223 de
Dezembro de 2007.
3.4.2 - Sistema de cultivo semi-intensivo
Atualmente, utiliza-se principalmente a metodologia de cultivo semi-
intensivo para a criação comercial de camarões, caracterizada por densidades
populacionais moderadas (aproximadamente 30 camarões/m
2
), oferta de
alimento artificial em complemento ao natural e utilização de aeradores em
horários críticos de escassez de oxigênio dissolvido, a área dos viveiros é
muito variável estando entre 2 a 30 hectares, sendo que o tamanho ideal
sugerido fica entre 4 e 8 hectares (PONTES, 2006).
3.4.3 - Sistema de cultivo intensivo
Atualmente um número significativo de fazendas estão sendo convertidos
do semi-intensivo para o cultivo intensivo, onde há uma maior tendência á
diminuição da troca de água, nos tanques que neste tipo de cultivo são de 0.1 a
1 hectare, a densidade de povoamento varia de 150-300 pl/m
2
, com taxa de
renovação de água diária de até 500% do volume do viveiro (JORY,2001).
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
35
4- MATERIAL E MÉTODOS
4.1 – Identificação e caracterização dos locais de experimentação
Para a realização do presente estudo foram utilizadas 03 fazendas de
cultivo de camarão:
a) A fazenda Aquamaris Aquacultura S/A, está localizada no município de
João Pessoa /PB, no bairro de Mandacaru, em uma área explorada de 170 ha.
O referido empreendimento tem como fonte hídrica para o abastecimento o
estuário do rio Paraíba.
O viveiro utilizado para o desenvolvimento da experimentação tem uma
área de 9.2 hectares, o qual foi povoado com 1.300.000 pós-larvas numa
densidade de 14 camarões/m
2
com Pós-larva 12 através de povoamento direto,
Tabela 1.
Tabela 1 – Informações sobre o manejo de cultivo junto a Fazenda Aquamaris
Aquacultura S/A (sistema semi-intensivo), João Pessoa/PB.
Coletas Fertilização
org/ quim.
Taxa de
renovação %
Probiótico Freqüência Ração
1 NÃO s/renovação Sim 1x /semana Sim
2 NÃO s/renovação Sim 1x /semana Sim
3 NÃO s/renovação Sim 1x /semana Sim
4 NÃO 10 Sim 1x /semana Sim
5 NÃO s/renovação Sim 1x /semana Sim
b) A fazenda Costa Azul fica localizada no município de Lucena/PB, e
possui uma área de 20 hectares.
O viveiro estudado possui uma área de 1.800m
3
e foram povoados
600.000 animais com uma densidade de 300 camarões/m
2
com Pós-larva 10
através de povoamento direto, Tabela 2.
Tabela 2 – Informações sobre o manejo do cultivo junto a Fazenda Costa Azul
(sistema-intensivo), Lucena /PB.
Coletas Fertilização org/
quim.
Taxa de renovação
%
Probiótico Freqüência Ração
1 NÃO s/renovação Sim 1x /semana Sim
2 NÃO s/renovação Sim 1x / semana Sim
3 NÃO s/renovação Sim 1x / semana Sim
4 NÃO s/renovação Sim 1x / semana Sim
5 NÃO s/renovação Sim 1x / semana Sim
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
36
c) A Fazenda Primar, está localizada no município de Tibaú do Sul,
Estado do Rio Grande do Norte, em uma área de aproximadamente 43
hectares. Este referido empreendimento tem como fonte hídrica para o
abastecimento o Complexo Lagunar Guaraíras, considerado o principal recurso
hídrico da região para a atividade da carcinicultura.
O viveiro utilizado para o desenvolvimento da experimentação tem uma
área de 4 hectares, o qual foi povoado com 125.000 pós-larvas,representando
uma densidade populacional inicial de 3 camarões/m
2
com peso inicial de
6,93g.
É importante destacar que esta fazenda apresenta certificação por
desenvolver camarões orgânicos e que desenvolve um manejo de cultivo
conforme informações destacadas na Tabela 3.
Tabela 3 – Informações sobre o manejo do cultivo junto a Fazenda Primar (sistema
orgânico) Tibaú do sul/RN.
Coletas Fertilização
org/ quim.
Taxa de
renovação %
Probiótico Freqüência Ração
1 NÃO s/renovação NÃO NÃO NÃO
2 NÃO s/renovação NÃO NÃO NÃO
3 NÃO s/renovação NÃO NÃO NÃO
4 NÃO s/renovação NÃO NÃO NÃO
5 NÃO s/renovação NÃO NÃO NÃO
4.2 – Descrição da amostragem e análise do plâncton.
As amostragens para coleta do fitoplâncton e zooplâncton foram
superficiais, em triplicata para cada viveiro estudado, e realizadas durante o
período de Junho a Agosto de 2007, sendo realizadas por 90 dias, obtendo um
total de 14 amostras, coletadas na superfície da coluna de água do viveiro
orgânico (F3) e dos convencionais (F1 para o sistema semi-intensivo e F2 para
o sistema super-intensivo), esta água foi então filtrada através de uma rede de
plâncton de malha com 65 μm de abertura.
As amostras receberam tratamento específico da seguinte forma: coletas
periódicas foram feitas a cada 15 dias na fazenda Aquamaris - João
Pessoa/PB; a cada 10 dias foram coletadas na fazenda Primar, situada em
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
37
Tibaú do sul /RN, bem como, na fazenda Costa Azul – Lucena/PB. Com
finalidade de obtenção de 250ml de água concentrada com o plâncton que,
posteriormente foram analisados.
Com a finalidade de obter material para as analises químicas (composição
centesimal) e de identificação (quali-quantitativa) do plâncton (Fito e
Zooplâncton) foram necessários coletar volume/peso, através do sistema de
filtração sob a rede de plâncton (65 µm) utilizando uma bomba d’água, durante
um tempo fixo de 4 horas, para todos os momentos de coleta, que resultaram
em um volume filtrado de 14.400 litros,representando um peso úmido para
cada coleta descrito na tabela 4.
Após o tempo fixado para obtenção do filtrado que continha o plâncton
para analise química, este foi colocado em potes plásticos de capacidade de
300ml, acondicionado em gelo, e posteriormente levado ao laboratório de
recursos pesqueiros da UFPB, ao chegar ao laboratório a amostra contendo o
plâncton, foi filtrada em bomba a vácuo afim que fosse retirado o máximo de
água possível, e então pesado e obtido seu valor em gramas de peso úmido, e
então realizados os procedimentos de analise descritos no item 4.5 deste
trabalho.
Tabela 4 - Peso úmido obtido do plâncton (g) após filtrado.
Coletas F1 (semi-intensivo) F2 (super-intensivo) F3 (orgânico)
1
7,21
2,28 5,77
2
5,65
17,9 1,90
3
1,85
0,575 2,62
4
2,77
3,08 2,6
5
6,12
1,80 19,4
4.3 – Análise quantitativa e qualitativa da comunidade Fitoplanctônica e Zooplanctônica.
Para a análise qualitativa, os organismos zooplanctônicos encontrados,
foram identificados segundo Boltovskoy (1981), Bonecker (2006) e Pekala
(1982). As amostras do zooplâncton foram coletadas através de uma rede de
plâncton com abertura de malha de 65µm, sendo passada pela rede um
volume de água num total de 100 litros, que foi realizada com o auxilio de um
balde plástico de 5 litros, em seguida o conteúdo do copo da rede foi
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
38
repassado a um frasco onde foi adicionada uma solução fixadora: 50ml de
aldeído fórmico a 4% (formol), tamponado com borato de sódio (bórax). A água
do local de coleta foi então misturada com o formol até completar o volume de
300ml, quando é atingida a concentração adequada para estocagem da
amostra.
A análise zooplanctônica quantitativa, foi realizada em uma placa de petri
de 25ml de capacidade, de onde foi retirado uma sub-amostra de 7ml, do
conteúdo destinado à determinação qualitativa, com o auxilio de uma proveta
graduada, e analisada na placa, em um estereomicroscópio binocular no
aumento de 3.7x e no microscópio ótico nas objetivas de 10 e 40 onde foram
contabilizados por meio de uma média aritmética dos organismos
zooplanctônicos contabilizados segundo a metodologia descrita por Boltovskoy
(1981), efetuando cálculos para determinação da quantidade organismo por
litro através da fórmula:
Densidade ind / L = D. C’
C’’. C’’’
Onde:
D = Ao número de organismos contados na alíquota analisada;
“C” = Ao volume de concentração em ml;
C’’= Ao volume da alíquota analisada;
C’’’= Ao volume filtrado através da rede.
Para a analise quantitativa do fitoplâncton foram utilizadas câmaras de
sedimentação com diâmetro de 25,9 mm e profundidade de 4,0 mm, que
possuem um volume final de 2,1ml, para que fosse realizada uma contagem
mais próxima do real para o ambiente. Foi feita a contagem de toda a câmara e
não apenas transectos como é o usual.
A análise da amostra foi realizada com o auxílio de um microscópio
invertido (Zeiss Axiovert), equipado com câmera, para que as algas fossem
registradas. A técnica de contagem seguiu os procedimentos descritos por
Cordeiro, Uhlig e Brandini (1997), que é uma adaptação do método tradicional
proposto por Utermohl (1978).
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
39
Após o processo descrito para analise das amostras, estas foram
devidamente etiquetadas, e depositadas no Laboratório de Ecossistemas
Costeiros, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza CCEN, sendo deixadas
em repouso por um período de no mínimo 12 horas, afim de que todos os
espécimes na amostra estivessem decantados no fundo da câmara de
sedimentação. Após esse período as algas permanecem sedimentadas no
fundo do frasco, permitindo a retirada do excesso de água da amostra por
sifonamento. Com este processo, foi possível concentrar a amostra para um
volume final de 125 ml.
A identificação dos espécimes foi feita diretamente sobre o monitor de
vídeo, com o auxílio de literatura especializada, Baleck (1988), Bold e Wynne
(1985) e Cheretiennot-Dinet (1990). Todos os taxa encontrados foram medidos
e fotografados e armazenados em arquivos de fotos para permitir estudos
taxonômicos posteriores, bem como a ilustração do trabalho.
Os cálculos para determinação dos organismos por litro foram feitos
através de uma média aritméticas dos organismos fitoplanctônicos
contabilizados.
4.4 – Análises físico-quimicas
O monitoramento da qualidade das águas dos cultivos tanto
convencionais como orgânico foram realizadas no Laboratório de
Desenvolvimento de Produtos Pesqueiros no Centro de Tecnologia do
Departamento de Tecnologia e Química de Alimentos. As análises dos teores
de nitrito, nitrato, amônia e fósforo, foram mensurados segundo a metodologia
descrita por Tavares (1995). Para medir o oxigênio dissolvido foi utilizado um
oxímetro da marca Quimis (modelo Q-758p), para a leitura do pH foi utilizado
um aparelho da marca Quimis (modelo Q-400 A), e para a salinidade usou-se
um refratômetro portátil. Todas as análises foram realizadas à medida que
houveram as coletas das amostras.
4.5 Análise da composição centesimal do plâncton total
¾ Preparo das amostras para as análises de composição centesimal
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
40
Para a realização das análises de composição centesimal, o material
coletado passou por um processo de liofilização, utilizando-se um liofilizador
LS3000, de marca TERRONI por um período de 12h. Após esse processo o
material seco foi triturado com o auxílio de um bastão de vidro, adicionou-se
cerca de 1,5ml de água destilada, para que a amostra fosse melhor
homogeneizada e em seguida esta foi colocada em um agitador mecânico.
Adicionou-se mais 9ml de água resultando num volume final de 10,5ml para
melhor determinação da composição centesimal.
Os procedimentos de análises centesimais seguiram as metodologias
a seguir:
Umidade: A determinação do percentual de umidade foi feita por
gravimetria em estufa a 105º C até peso constante (BRASIL, 2005).
Resíduo Mineral Fixo: A determinação foi realizada através do método
gravimétrico, baseado na incineração do material seco em mufla
regulada à 550º C (BRASIL,2005).
Determinação de Proteínas: A determinação foi feita pelo método de
microbiureto, descrito por Itzhaki e Gill (1964), utilizando o
espectrofotômetro a 310 nm. A determinação de proteínas foi realizada
em triplicata, sendo considerada para cálculo da concentração a
absorbância média.
Procedimento:
Foram utilizados 4,5ml sendo (1,5ml da amostra, 3ml de NaOH a 0,5N).
Os tubos foram bem cobertos e levados à temperatura de 100°C durante 20
minutos, deixou-se esfriar e Centrifugou-se na rotação máxima da centrifuga
por 10 minutos. Foi então preparado um branco, substituindo-se a amostra por
água destilada. Para a determinação da curva padrão de proteína foi utilizado
como padrão albumina bovina. Tendo sido removidos 2ml do sobrenadante dos
tubos de ensaio antes que fossem realizadas as leituras.
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
41
-A2 (2 ml da amostra + NaOH) + 1ml do reagente 3 ( CuSO
4
0,21%).
- B2 (2 ml da amostra + NaOH) + 1ml do reagente 2 (NaOH 30%).
Procedeu-se à leitura a 310nm em cubeta (quartz) de 1cm em
espectrofotômetro.
Determinação de Carboidratos: Para se determinar os carboidratos
utilizou-se o método do ácido fenol-sulfuríco de Dubois et al. (1956), em
triplicata utilizando-se o espectrofotômetro a 490nm. Sendo considerada
para cálculo da concentração a absorbância média.
Procedimento:
Tomou-se 0,5ml da amostra a ser analisada, e adicionou-se 0,5 mL de
solução de fenol a 5% e 2,5 mL de H
2
SO4. O ácido foi adicionado
rapidamente, com o jato direcionado para a superfície do líquido, de
modo a se obter uma boa mistura. Os tubos de ensaio foram deixados
em repouso por 10 minutos, período após o qual são agitados e depois
colocados em um banho de Maria entre 25 e 30 ºC por 15 minutos. A
absorbância foi lida a 490 nm. Foi preparada uma amostra em branco,
substituindo-se a amostra por água destilada. Para a determinação da
curva padrão de carboidrato foi utilizado glicose como padrão.
Determinação de Lipídeos: Utilizou-se o método do sulfofosvanilina,
baseado na metodologia de Postma e Stroes (1968), em triplicata
utilizando o espectrofotômetro a 537nm.
Procedimento:
Colocou-se 0,1 ml de amostra e 2,0 ml de H
2
SO4, e aqueceu-se por 10
minutos em um banho de Maria em ebulição. Paralelamente, desenvolveu-se
um teste em branco, para o qual se utiliza um tubo de ensaio contendo 0,1 ml
de água destilada e 2,0 ml de ácido sulfúrico, aquecendo-a de maneira
análoga. Após o banho de Maria em ebulição, retira-se 0,1 ml desse material e
adiciona se 2,0 ml de H
3
PO4 e 0,5 da solução de vanilina, respectivamente.
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
42
Mistura-se bem e deixam-se os tubos de ensaio em um banho de água a
37 ºC por 15 minutos. Procede-se de maneira análoga para o teste em branco.
A absorbância é lida a 537 nm, dentro de um prazo de 10 minutos, contra o
teste em branco. Para a determinação da curva padrão de lipídios foi utilizado
colesterol como padrão.
4.6 – Avaliação dos índices zootécnicos
Juntamente com as coletas de zooplâncton foi amostrado, um total de
30 animais da população de camarões estocada em ambos os cultivos
realizados e obtidos o peso (g) e comprimento (cm).
De posse dos dados biométricos foram determinados: a taxa de
crescimento, a partir da qual foi correlacionada com a distribuição da
ocorrência da comunidade zooplanctônica presente nos viveiros orgânico e
convencional.
4.7 - Procedimentos estatísticos
Os dados referentes às analises qualitativas, quantitativas, e de
composição química do plâncton, bem como a analise da água e dados de
biometria dos sistemas de cultivo analisados, foram submetidos a Analise de
variância (ANOVA), seguida da comparação entre as médias dos pontos
analisados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (LEVIN, 2008).
Nestas análises foi utilizado o programa estatístico SPSS. Versão 14.0.
SPSS Inc., 2001.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
43
5- RESULTADOS E DISCUSSÕES
Todas as análises foram realizadas para os três cultivos estudados.
Sendo respectivamente coletadas nas fazendas Aquamaris Aquacultura que
será representada pelo termo F1, situada no município de João Pessoa
/Paraíba, na fazenda Costa Azul, representada pelo termo F2, situada no
município de Lucena /Paraíba e na fazenda Primar, representada pelo termo
F3 situada no município de Tibaú do sul no do Rio grande do Norte.
5.1 – Análise quantitativa e qualitativa da comunidade Fitoplanctônica e Zooplanctônica
Foram encontrados quatro grupos taxonômicos para a comunidade
fitoplanctônica presente nos três cultivos analisados, sendo estes grupos
representados pelas famílias Cyanophycea, Bacillarophycea, Dynophyceae e
Euglenophycea, que foram classificados de acordo com os trabalhos de Baleck
(1988), Bold e Wynne (1985) e Cheretiennot-Dinet (1990).Já para a
comunidade zooplanctônica foram encontrados 11 grupos taxonômicos sendo
eles representados pelos: Copépodos, Larva de poliqueta, Nauplio de
cirripedia, Rotífero, Nematoda, Protozoário, Larva de Brachyura, Insecta,
Hidrozoa, Larva de peixe e Larvas de Decapodas, que foram classificados
segundo Boltovskoy(1981), Bonecker (2006) e Pekala (1982).
A tabela 5 está demonstrando os grupos taxonômicos encontrados com
suas respectivas analises quali-quantitativas em relação às famílias
fitoplanctônicas analisadas, que foram classificadas no nível de família e assim
representadas.
Todas as densidades médias tanto para o Fitoplâncton quanto para o
Zooplâncton foram tratadas estatisticamente, havendo diferenças significativas
(P<0,005) entre as coletas para cada fazenda analisada.
A tabela 6 está demonstrando os grupos taxonômicos encontrados, com
suas respectivas análises quali-quantitativas em relação às comunidades
zooplanctônicas analisadas nos diferentes sistemas de cultivo analizados.
44
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Tabela 5 – Resultados Quali-quantitativos dos grupos Fitoplanctônicos encontrados para os sistemas de cultivo estudados
durante o cultivo do L.vannamei.
Amostragem Cyanophycea
cél.l
-1
Bacillarophyceae
cél.l
-1
Dynophycea
cél.l
-1
Euglenophycea cél.l
-1
F1 1165
a
263
a
3
b
3
a
Coleta 1 F2 134
c
235
b
38
a
0
b
F3 457
b
223
c
3
b
0
b
F1 278
a
322
a
13
a
322
a
Coleta 2 F2 258
b
83
b
38
b
416
b
F3 53
c
547
c
0,0
c
0
c
F1 1048
a
29
a
3
a
3
b
Coleta 3 F2 252
b
34
b
344
b
1070
a
F3 20
c
204
c
0
c
0
b
F1 1520
a
14
a
14
a
19
a
Coleta 4 F2 478
b
501
b
236
b
0
b
F3 53
c
547
c
0
c
0
b
F1 195
a
129
a
0 154
a
Coleta 5 F2 605
b
194
b
0 0
b
F3 28
c
444
c
0 0
b
Médias seguidas da mesma letra, por coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P< 0,05).
Legenda:
F1: Fazenda 1 Aquamaris
F2: Fazenda 2 Costa Azul
F3: Fazenda 3 Primar
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
45
Composição Fitoplanctônica
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
12345
Coletas
Densidade de céll.l/-1
Cyanophycea
Bacylarophyce
Dynophycea
Euglenophycea
Figura 2: Densidades Fitoplanctônicas encontradas na fazenda Aquamaris, João
Pessoa /PB, no cultivo semi-intensivo, ao longo do período de estudo.
Composição Fitoplanctônica
0
200
400
600
800
1000
1200
12345
Coletas
Densidade de cél/.l-1
Cyanophycea
Bacylarophyce
Dynophycea
Euglenophycea
Figura 3: Densidades Fitoplanctônicas encontradas na fazenda Costa Azul, Lucena
/PB, no cultivo intensivo, ao longo do período de estudo.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
46
Composição Fitoplanctônica
0
100
200
300
400
500
600
12345
Coletas
Densidade de cél/.l-1
Cyanophycea
Bacylarophyce
Dynophycea
Euglenophycea
Figura 4: Densidades Fitoplanctônicas encontradas na fazenda Primar, Tibaú do sul /
RN, no cultivo orgânico, ao longo do período de estudo.
De acordo com os resultados obtidos observou-se que o Fitoplâncton
apresentou diferentes flutuações nas fazendas analisadas indicando que cada
ambiente possuem sua própria dinâmica quanto à dominância dos grupos.
As médias mais elevadas encontradas para F1(Aquamaris Aquacultura
S/A), foram as famílias Cyanophyceae e Bacylharophyceae que obtiveram as
seguintes médias respectivamente, 1.165 cél./L
-1
para coleta 1, 1048 cél./L
-
1
para coleta 3 e 1520 cél./L
-1
para coleta 4, e 263 cél./L
-1
para coleta 1 e 322
cél./L
-1
para coleta 2. As Euglenophyceae e Dynophyceae tiveram uma
pequena representatividade em relação as Cyanophyceae e Bacillarophyceae,
(Figura 02).
Algumas espécies de fitoplâncton como as Cyanophyceae são formadores
de florações e são consideradas indesejáveis em ambientes te cultivo, pois são
relativamente pobres como base para cadeia trófica, não são boas
oxigenadoras da água, e podem gerar aos animais cultivados metabólitos com
péssimo odor e sabor indesejável ou então produzir compostos químicos
tóxicos, (BEYRUTH et al. 1998).
No entanto, com relação à F1(Aquamaris Aquacultura S/A) , mesmo tendo
médias maiores para as Cianoficeas que a recomendada por Nunes (2001),
que é de 40.000 cél.ml para o cultivo semi-intensivo, não foi relatado nenhum
problema durante o cultivo.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
47
Ainda com relação à F1(Aquamaris Aquacultura S/A) no que diz respeito
as Bacillarophyceae grupo das diatomáceas que são o grupo fitoplanctônico
mais desejado dentro do cultivo de camarões marinhos apenas a coleta 4
esteve abaixo do nível recomendando por Nunes (2001) que é de 20.000
cél./ml para viveiros de cultivo semi-intensivo, conforme visto na Figura 2.
Para F2 (Costa Azul) as famílias que obtiveram as maiores médias foram
as Euglenophyceae e Cyanophyceae, com as seguintes médias
respectivamente 1.070 cél./L
-1
para coleta 3 e 416 cél./L
-1
,
para coleta 2, e 605
cél./L
-1
como maior
média . Os Dynophyceae tiveram um pico apenas para
coleta 2 com a média de 344 cél./l
-1
para coleta
3, conforme figura 3.
Chien (1992), comenta que para cultivos intensivos em Taiwan as
densidades algais encontradas estiveram dentro de uma faixa de 100.000 a
10.000.000 cél./ml e todas as médias da F2 (Costa Azul) estiveram dentro
deixa faixa.
Com relação à F3 (Primar), quanto aos grupos encontrados estes
estiveram representados principalmente por Bacillarophyceae com médias que
variaram de 223 a 547 cél./l
-1
, este também foi o grupo mais representativo
encontrado por Chellapa et al (2007) ao estudar o mesmo sistema de cultivo
.No entanto as maiores médias encontradas para as Cyanophyceae estiveram
abaixo das médias descritas para as F1(Aquamaris Aquacultura S/A) e
F2(Costa Azul) neste trabalho.
Portanto, num aspecto geral as médias para as três fazendas estudadas,
estiveram de acordo com o trabalho de Campos et al. (2007), em sua maioria
acima da faixa recomendável de densidade algal, que é de 80.000 a 300.000
cél./ml.
48
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Tabela 6
- Resultados Quali-quantitativos dos grupos Zooplanctônicos encontrados para os sistemas estudados durante o
cultivo do L.vannamei.
Amostragem Cópepodo
ind.l
-1
Larva de poliqueta
ind.l
-1
Nauplio de
cirripedia ind.l
-1
Outros ind.l
-1
F1 14
b
0,0
b
2
b
1
b
Coleta 1 F2 12
b
1
b
2
b
10
a
F3 272
a
86
a
38
a
6
a
F1 140
b
14
a
1
c
3
b
Coleta 2 F2 28
b
0,0
b
58
b
1
c
F3 1335
a
22
a
19
a
9
a
F1 289
b
78
a
7
c
9
a
Coleta 3 F2 5
c
1
b
19
b
1
b
F3 437
a
4
b
63
a
4
b
F1 45
b
13
a
0,0
b
1
b
Coleta 4 F2 7
b
0,0
b
116
a
0,0
b
F3 695
a
9
a
4
b
14
a
F1 12
b
0,0
b
3
b
11
a
Coleta 5 F2 31
b
0,0
b
152
a
1
b
F3 350
a
10
a
6
b
3
b
Médias seguidas da mesma letra, por coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P< 0,05).
O termo outros se refere aos seguintes organismos encontrados: Rotífero, Nematoda, Protozoário, Larva de Brachyura, Insecta, Hidrozoa, Larva de
peixe, Larva de Decapoda.
Legenda: F1: Fazenda 1 Aquamaris
F2: Fazenda 2 Costa Azul
F3: Fazenda 3 Primar
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
49
Composição zooplanctônica
0
50
100
150
200
250
300
350
12345
Coletas
Densidade de cél./l-1
Cópepodo
Larva de poliqueta
Nauplio de cirripedia
Outros
Figura 5: Densidades Zooplanctônicas encontradas na fazenda Aquamaris, João
Pessoa / PB, no cultivo semi-intensivo, ao longo do período de estudo.
Composição zooplanctônica
0
20
40
60
80
100
120
140
160
12345
Coletas
Densidade de ind./l -1
Cópepodo
Larva de poliqueta
Nauplio de cirripedia
Outros
Figura 6: Densidades Zooplanctônicas encontradas na fazenda Costa azul, Lucena/
PB, no cultivo intensivo, ao longo do período de estudo.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
50
Composição zooplanctônica
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
12345
Coletas
Densidade de cél./l -1
Cópepodo
Larva de poliqueta
Nauplio de cirripedia
Outros
Figura 7: Densidades Zooplanctônicas encontradas na fazenda Primar, Tibaú do sul /
RN, no cultivo orgânico, ao longo do período de estudo.
Para os organismos zooplanctônicos estudados as médias de organismos
encontrados estiveram condizentes com os sistemas de cultivo utilizado. Para a
F2(Costa Azul), representada pelo cultivo super-intensivo obteve as médias
mais baixas. Em relação à F1(Aquamaris Aquacultura S/A) que representa o
cultivo semi-intensivo e a F3(Primar) que obteve entre os sistemas estudados
as maiores médias de organismos por litro conforme tabela 6, assim, de acordo
com as densidades de camarão por m
2
aumentam o consumo dos animais
cultivados sobre os organismos zooplanctônicos.
As médias de nauplio de cirripedia encontrados na F2(Costa Azul) são
superiores, em comparação com as de F1(Aquamaris Aquacultura S/A) e
F3(Primar), entretanto, quando comparadas com as médias de copépodos,
onde indicam que em um ambiente de cultivo super-intensivo os copépodos,
que são organismos de natação ativa são presas mais apreciáveis aos
camarões, e, portanto, mais rapidamente consumidos que os nauplios de
cirripedia.
De acordo com a pesquisa de Martínez-Cordova, Campaña-Torres ,
Martínez-Porchas (2002) e Jory, (2000), as três fazendas estudadas estiveram
com suas médias de organismos por litro superiores as médias descritas como
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
51
recomendáveis pelos autores citados, para os copépodos e larvas de
poliquetas, (Quadro 2).
Martínez-Cordova, Villarreal-Colmenares, Porchas - Cornejo (1998), ao
estudarem o conteúdo estomacal do L. vannamei em cultivo semi-intensivo
encontrou a mesma dominância de organismos deste trabalho.
5.2 Qualidade da água nos cultivos convencionais (semi-intensivo e super-
intensivo) e orgânico.
Na Tabela 7 estão expressos os resultados obtidos para a análise da
qualidade da água nos viveiros para os três sistemas de cultivo estudados, no
que diz respeito às analises de oxigênio dissolvido, salinidade, pH, amônia,
nitrato, nitrito e fosfato, para os diferentes cultivos analisados.
Também foi destacada diferença significativa (P<0,005) entre as médias
das coletas para cada fazenda estudada.
52
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Tabela 7 - Análise Físico-químico da água junto as Fazendas nos diferentes sistemas de cultivo analisados.
Amostragem Salinidade Oxig.
mg/l
pH Amônia
mg/l
Nitrato
mg/l
Fosfato
mg/l
Nitrito
mg/l
F1
20,00
b
± 1,00 3.80
b
± 0,1 9,15
a
± 1,01 0,26
a
± 0,10 0,02
b
± 0,01 0,31
a
± 0,10 0,02
a
± 0,00
Coleta 1 F2
25,00
a
± 1,00 3,50
b
± 0,20 8,01ª ± 0,10 0,05
b
± 0,02 0,06
a
± 0,01 0,19
b
± 0,01 1,90
a
± 0,20
F3
20,00
b
± 0,50 5,00
a
± 0,10 9,03
a
± 0,30
0,00
c
0,02
b
± 0,01 0,05
c
± 0,01 0,05
a
±0,01
F1
21,00
b
± 1,00 3.59
b
±0,10 8,72
a
± 1,01 0,06
a
± 0,015 0,07
a
± 0,015 0,63
a
± 0,030 0,04
b
± 0,01
Coleta 2 F2
25,00
a
± 1,00 3,20
b
± 0,20 8,13
a
± 0,01
0,00
b
0,04
b
±0,0 0,13
b
± 0,01 0,70
a
± 0,10
F3
25,00
a
± 0,60 6,20
a
± 0,20 8,23
a
± 0,01
0,00
b
0,00
c
0,03
c
±0,02
0,00
b
F1
22,00
b
± 1,50 3,90
b
± 0,10 8,00
a
± 1,00
0,00
b
0,02
b
± 0,01 0,32
a
± 0,015 0,09
b
± 0,01
Coleta 3 F2
21,00
b
± 0,50 5,00
b
± 1,00 7,81
a
± 0,01
0,00
b
0,04
a
± 0,005 0,24
b
± 0,02 0,62
a
± 0,01
F3
25,00
a
± 0,30 5,70
a
± 0,20 8,37
a
± 0,01 0,03
a
±0,01
0,00
c
0,16
c
± 0,02
0,00
c
F1
21,00
b
± 1,30 3,40
c
± 0,12 7,86
a
± 1,01 0,49
a
± 0,020
0,00
b
0,29
a
± 0,020
0,00
b
Coleta 4 F2
21,00
b
± 1,00 4,30
b
± 0,10 7,61
a
± 0,025 0,07
b
± 0,01 0,05
a
± 0,01 0,30
a
± 0,03 0,53
a
± 0,01
F3
26,00
a
± 0,50 5,30
a
± 0,20 8,21
a
± 0,02
0,00
c
0,00
b
0,21
b
± 0,01
0,00
b
F1
20,00
b
± 0,90 3,50
b
± 0,20 8,37
a
± 1,01 0,08
b
± 0,01
0,00
b
0,48
b
± 0,01
0,00
Coleta 5 F2
22,00
b
± 2,00 3,50
b
± 1,00 7,78
a
± 0,02 0,78
a
± 0,01 0,04
a
± 0,01 0,52
a
± 0,01
0,00
F3
25,00
a
± 1,00 6,10
a
± 0,20 8,22
a
± 0,02
0,00
c
0,00
b
0,00
c
0,00
Os dados referem-se aos valores da média ± desvio-padrão para amostras em triplicata
Médias seguidas da mesma letra, por coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P<0,05).
Legenda: F1: Fazenda 1 Aquamaris
F2: Fazenda 2 Costa Azul
F3: Fazenda 3 Primar
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
53
De acordo com Kubitza (2003), o camarão Peneideo L. vannamei
desenvolveu- se melhor com a salinidades entre 15 e 25, sendo que os valores
médios obtidos para todas as fazendas estiveram dentro dessa faixa ótima de
salinidade.
Malpartida e Vinatea (2007), em seu experimento com Farfantepenaeus
paulensis, descreveram que embora o cultivo tivesse passado por um longo
período de chuvas, os níveis de salinidade oscilaram entre 12 e 26% e que
estes valores não alteraram o crescimento dos animais. Os autores afirmam
também que em uma faixa de 5 a 20%
°
o
camarão hiper-regula sua hemolinfa
para 22%
o
, faixa ótima de crescimento para esta espécie, a exemplo do que se
observa para outras espécies de camarão Peneideo, como por exemplo, o L.
vannamei.
Portanto, segundo os autores supra citados podemos dizer que todas as
fazendas estudadas apresentaram sob o ponto de vista halino ser favoráveis
ao cultivo do Litopenaeus vannamei, (Tabela 7).
Os resultados dos valores de pH também se mostraram dentro da faixa
aceitável ao cultivo de camarões para todas as fazendas analisadas, os valores
ideais para o crescimento ideal do L.vannamei de acordo com Boyd, (2005)
estão entre 6 a 9, é importante destacar de que pelo fato da água que
abastecia os viveiros ser proveniente de áreas estuarinas portanto, estão bem
protegidas contra mudanças no pH que raramente cai abaixo de 6,0 (
FIGUEIREDO et al.2006).
Todavia Kubitza (2003) relata que embora não tenha ocorrido mortalidade,
na manutenção de pós-larvas em água com pH 6,45 foi observado uma
redução de 40% no crescimento de pós-larvas, e uma alta mortalidade ocorreu
com pH abaixo de 6,0. Valores muito baixos de pH estressam os animais e
aumentam a incidência de casca mole ( “soft’’) afirma ainda o mesmo autor.
Segundo Boyd (1995), as concentrações ótimas de oxigênio para viveiros
de camarão que levam a um bom crescimento deve ser maior que 5,00mg/l.
Para a F2(Costa Azul) os níveis de concentração de oxigênio estiveram
sempre abaixo do nível de saturação desejada, e tendo em vista o fato de que
este era o cultivo super-intensivo, ou seja, as baixas concentrações de oxigênio
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
54
podem ter sido mais um dos fatores que contribuíram para a baixa
sobrevivência encontrada ao final do cultivo (30%).
Burford et al. (2003), ao estudarem um cultivo intensivo encontraram
teores de pH que variaram de 7,0 a 7,8, a valores aproximados aos
encontrados neste trabalho.
A F1(Aquamaris Aquacultura S/A) também foram encontrados níveis
baixos de saturação de oxigênio, porem por se tratar de um cultivo com uma
menor densidade e com uma maior área estas baixas não alteraram a
produção do viveiro estudado.
Na F3 (Primar), de acordo com os dados obtidos por Chellapa et al.
(2007), as médias das concentrações obtidas para o oxigênio dissolvido
estiveram próximas às médias encontradas pela pesquisa que foi de 6,67 mg/l,
indicando um melhor aporte de oxigênio, dentro do sistema de cultivo orgânico
de camarões quando comparados com os outros sistemas estudados,
revelando assim que, quanto maior o número de animais por m
2
, maior a
depleção de oxigênio gerada,(Tabela 7).
De acordo com Figueiredo et al. (2006) os compostos nitrogenados
(Amônia, Nitrato e Nitrito), estão correlacionados entre si e com a salinidade,
oxigênio dissolvido e pH, indicando que existem processos oxidativos de
matéria orgânica no local e que as influências da água marinha também podem
atuar nesse processo.
Conforme descrito por Hernandéz (2000) e Assis (2003), no que se refere
à concentração de amônia encontrada, os valores estiveram dentro da faixa
ideal de crescimento para o camarão cultivado (0,1 – 1,0mg/L). Na fazenda 1,
para as coletas 2 e coleta 3, na fazenda 2 nas coletas 1 e coleta 4, e para
fazenda 3 coleta 3 único ponto a obter leitura ,foram obtidos valores muito
inferiores ao descrito pelos mesmos autores, (Tabela 7).
O resultado observado para a amônia na F2 (Costa Azul) quando
comparadas com as outras fazendas estudadas, mostrou que os baixos teores
de pH encontrados no tanque podem ter resultado numa baixa proporção do
teor da amônia, forma esta tóxica para o camarão, pois baixos teores de pH
são benéficos à diminuição dessa forma de amônia (BURFORD et al.2003).
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
55
O teor de amônia de acordo com Boyd (1995) e Figueiredo et al. (2006) é
o principal nutriente preferencial do fitoplâncton, por que durante seu
metabolismo celular, na fase de conversão em estruturas protéicas, a demanda
por energia é menor do que o nitrogênio da forma de nitrito e nitrato para os
organismos fitoplanctônicos, o que sugere que os baixos valores encontrados
para o teor dentro dos viveiros analisados podem ter sido incorporados pelo
fitoplâncton e consequentemente por toda cadeia trófica até ser convertida em
energia pelo camarão como forma de zooplâncton ou matéria orgânica no
fundo do tanque.
Quanto aos valores de nitrito, as três fazendas estudadas estiveram com
teores inferiores aos descrito por Boyd (2002), que relata que o limite máximo
deste teor dentro de um cultivo deve ser menor que 1,0mg/L, pois acima deste
valor o nitrito pode interferir no transporte de oxigênio dentro das células do
camarão, acarretando na sua morte ou prejudicando no processo de ecdise
(muda) uma vez que durante este processo o consumo de oxigênio torna-se
maior, (ARANA, 1997), apenas a fazenda 2 na coleta 1 apresentou um valor
maior do que o descrito por Boyd (2002) com uma média de 1,90mg/L.
Segundo Clifford (1994) os valores de nitratos devem estar entre 0,4 a
0,8mg/L, e de acordo com essa faixa todos os sistemas estudados estiveram
muito abaixo do intervalo descrito pelo autor.
A concentração do nitrato foi baixa durante todo o estudo realizado por
Chellapa (2007) ao estudar o mesmo sistema de cultivo orgânico que o da
fazenda 3 , atingindo uma média de 0,06mg/L muito inferior a média
encontrada neste estudo, (Tabela 7).
Os valores obtidos para o fosfato nas fazendas Primar, Costa Azul e
Aquamaris apresentaram-se acima dos padrões exigidos pela Resolução do
CONAMA 357 para águas salobras.
5.3 - Análise da Composição Centesimal do Plâncton Total
A tabela 8 está demonstrando os valores encontrados em mg/ml para os
teores de proteína, lipídio, carboidrato, cinzas e umidade, para os sistemas
estudados, representando a composição centesimal do plâncton encontrado
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
56
nas amostragens realizadas durante diferentes sistemas do cultivo, do L.
vannamei.
Os valores médios encontrados para a F1(Aquamaris Aquacultura S/A)
para os teores de: proteína variaram de 4,57 a 10,04 mg/ml, lipídio de 0,25 a
0,27 mg/ml, carboidrato de 4,55 a 9,06 mg/ml, cinzas de 6,0 a 9,0 mg/100g e
umidade de 4,35 a 5,26 mg/100g.
Para F2(Costa Azul) os valores médios estiveram variando para os teores
de: proteína de 3,49 a 14,28 mg/ml, lipídio de 0,25 a 0,27 mg/ml, carboidrato de
2,11 a 9,42 mg/ml , cinzas de 20,39 a 24,05 mg/100g e umidade de 4,82 a 5,78
mg/100g.
Na F3(Primar) os valores médios estiveram variando para os teores de:
proteínas de 5,27 a 11,91 mg/ml, lipídio de 0,26 a 0,27 mg/ml , carboidrato de
3,14 a 4,45 mg/ml, cinzas de 39,11 a 58,3 mg/100g e umidade de 5,16 a 6,13
mg /100g.
Todas as médias obtiveram diferenças significativas (P<0,005) entre as
médias das coletas para as fazendas analisadas.
57
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
Tabela 8 - Composição química do plâncton em base seca junto às fazendas nos diferentes sistemas de cultivo analisados para o
L.vannamei.
Amostragem Proteína
mg/ml
Lipídio mg/ml Carboidrato
mg/ml
Cinzas mg/100g Umidade
mg/100g
Total em
100mg
F1 8,48
a
± 0,51 0,27
a
± 0,05 7,57
a
± 1,29 9,0
c
± 0,10 4,79
b
± 0,25 30,08
Coleta 1 F2 5,43
a
± 0,91 0,26
a
± 0,02 2,11
b
± 0,11 20,39
b
± 0,03 5,78
a
± 0,25 33,97
F3 9,23
a
± 3,09 0,26
a
± 0,01 3,14
b
± 0,16 39,11
a
± 0,12 6,06
a
± 0,11 57,8
F1 6,63
b
± 2,02 0,26
a
± 0,01 9,06
a
± 2,25 7,2
c
± 0,40 5,26
b
± 0,12 28,41
Coleta 2 F2 12,61
a
± 0,88 0,27
a
± 0,04 3,95
b
± 0,74 24,05
b
± 0,05 5,33
b
± 0,15 46,21
F3 11,91
a
±1,80 0,26
a
± 0,01 3,90
b
± 0,57 31,89
a
± 0,02 5,80
a
± 0,10 53,76
F1 10,04
b
± 0,21 0,27
a
± 0,25 7,07
a
± 1,55 7,1
c
± 0,30 4,35
c
± 0,13 28,83
Coleta 3 F2 14,28
a
± 2,81 0,25
a
± 0,05 5,88
a
± 4,27 21,03
b
± 0,01 5,23
b
± 0,07 46,67
F3 5,38
c
± 0,41 0,27
a
± 0,01 4,45
a
± 0,66 53,7
a
± 0,20 6,13
a
± 0,15 69,92
F1 4,5
b
7 ± 0,60 0,25
a
± 0,05 5,91
b
± 1,02 6,0
c
± 0,40 4,71
b
± 0,10 21,44
Coleta 4 F2 3,49
b
± 0,76 0,26
a
± 0,02 17,7
a
± 3,45 14,47
b
± 0,03 4,82
b
± 0,21 40,74
F3 11,05
a
± 0,65 0,27
a
± 0,01 4,33
b
± 0,28 58,3
a
± 0,10 5,4
a
± 0,10 79,35
F1 7,25
b
± 0,52 0,25
a
±0,005 4,55
b
± 1,58 6,1
c
± 0,10 4,81
c
± 0,08 22,96
Coleta 5 F2 12,06
a
± 1,83 0,26
a
± 0,0 9,42
b
± 1,46 21,94
b
± 0,04 5,67
a
± 0,02 49,35
F3 5,27
b
± 0,23 0,26
a
± 0,01 4,23
a
± 0,26 47,0
a
± 0,10 5,16
b
± 0,15 61,92
Os dados referem-se aos valores da média ± desvio-padrão para amostras em triplicata.
Médias seguidas da mesma letra, por coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (P< 0,05).
Os valores foram expressos em mg/l por 100mg da amostra liofilizada
.
Legenda:
F1: Fazenda 1 Aquamaris
F2: Fazenda 2 Costa Azul
F3: Fazenda 3 Primar
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
58
Composão Centesimal F1
0
2
4
6
8
10
12
P
r
o
te
í
na
L
ipídi
o
Ca
r
b
oid
rat
o
Cinzas
U
m
id
a
d
e
Constituintes
%
Coleta 1
Coleta 2
Coleta 3
Coleta 4
Coleta 5
Figura 8: Variação da composição centesimal do plâncton junto fazenda Aquamaris
João Pessoa /PB, ao longo do cultivo semi-intensivo.
Composição Centesimal F2
0
5
10
15
20
25
30
Pr
o
t
na
Li
dio
Carboi
d
rato
C
i
n
zas
Umidade
Constituintes
%
Coleta 1
Coleta 2
Coleta 3
Coleta 4
Coleta 5
Figura 9: Variação da composição centesimal do plâncton junto fazenda
Costa Azul Lucena /PB, ao longo do cultivo intensivo.
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
59
Composição Centesimal F3
0
10
20
30
40
50
60
70
Prote
ín
a
Li
p
íd
i
o
C
arb
oi
dra
to
Ci
nza
s
Umi
d
ade
Constituintes
%
Coleta 1
Coleta 2
Coleta 3
Coleta 4
Coleta 5
Figura 10: Variação da composição centesimal do plâncton junto fazenda
Primar, Tibaú do sul / RN, ao longo do cultivo orgânico.
De modo geral, todos os constituintes da composição química do
plâncton obtiveram faixas de leituras semelhantes nos cultivos, semi-intensivo,
super-intensivo e orgânico quantos aos componentes, proteínas, carboidrato,
lipídio e umidade. Obtendo níveis diferenciados estatisticamente para os teores
de proteínas das coletas 2, 3, 4 e 5 para os três sistemas,de carboidrato para
as coletas 1, 2, 4 e 5. Os teores de cinzas nos três sistemas estudados,
apresentaram os valores mais elevados no cultivo orgânico (Tabela 8),
indicando maior riqueza de minerais neste ambiente. A umidade também
apresentou diferenças estatisticamente significativas para todas as coletas nos
três sistemas estudados. Não houve nenhuma diferença estatística para o teor
de lipídio em todas as coletas, nas três fazendas estudadas.
Os organismos disponíveis como alimento para animais cultivados
dentro de um viveiro, é proporcional a cada espécie cultivada, e sua
composição centesimal varia constantemente devido a mudanças nas
condições ambientais dentro do tanque, e o efeito que os animais cultivados
têm sobre os mesmos no que diz respeito ao pasteio sobre o plâncton
(HEPHER, 1988).
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
60
Hepher (1988) analisando alguns grupos pertencentes ao plâncton,
encontrou valores para o teor de carboidrato, ao analisar copépodos, de 9,2% ,
compatíveis com os encontrados nas coletas 5 na F2 (Costa Azul), e a coleta 2
na F1(Aquamaris Aquacultura S/A), já ao analisar os teores protéicos para
Bacillarophyceas de 30,7%, e para Cyanophycea 31,03% que foram
aproximadamente os grupos mais abundantes na maioria das médias
encontradas nas três fazendas, apresentando índices até vinte vezes maiores,
quanto ao teor de lipídios, para o referido autor encontrou 9,9% de lipídios
para as Bacillarophyceae, valor este aproximadamente dez vezes maior que
todos os valores encontrados para os sistemas estudados,e ao compararmos o
teor de cinzas determinado pelo determinado para as Cyanophyceae que foi de
46,7%, encontramos valores aproximados para as coletas 3, 4 e 5 para
fazenda 3,indicando maior aporte de minerais no sistema orgânico (Tabela 8),
Grande parte dos cultivos de camarão realizados são baseados nos
cultivos semi-intensivos, os quais têm seus requerimentos nutricionais
suplementados pela combinação de dietas artificiais e alimentos naturais
absorvidos de forma endógena dentro do ecossistema dos viveiros (TIDWELL
et al.1997).
O mesmo autor supra citado ao estudar a composição química do
zooplâncton na dieta oferecida ao camarão Macrobrachium rosenbergii
determinou e encontrou valores de 88,7 % de umidade, 4,3 % de lipídio, 58,1 %
de proteína, 17,6 % de carboidrato e 18,8 % de cinzas em base seca, valores
estes superiores a todos os valores encontrados nos três sistemas estudados,
com exceção para os valores de cinzas para as F2(Costa Azul) e F3(Primar)
(Tabela 8) que obtiveram valores mais elevados que o descrito, esta
superioridade quanto aos teores de proteína, lipídio, umidade e carboidrato
encontrados por Tidwell et al. (1997) pode ser explicada através da forma de
amostragem do plâncton utilizada nestas pesquisa, pois a rede de plâncton
usada possuía uma abertura de malha de 65 µm e esta abertura pode ter
contribuído na perda de plâncton e com isso diminuído os teores de
composição química encontrados.
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
61
Ao compararmos os teores obtidos nesta pesquisa com a composição
centesimal realizada no trabalho de Cavalli, Zimmerman e Speck (2004) ao
estudar dietas que continham diferentes fontes protéicas marinhas
provenientes de lulas e mexilhões para o camarão Farfantepenaeus paulensis
,os respectivos autores obtiveram médias de cinzas que estiveram dentro do
intervalo de 9,6 a 10,1 mg/100g, valores estes aproximados aos valores
encontrados para fazenda 1 , nesta mesma pesquisa o teor de umidade esteve
dentro do intervalo de 5,6 a 6,1 mg/100g , valores estes também próximos aos
encontrados para as F2(Costa Azul) e F3( Primar), quantos aos teores de
proteína bruta que foram de 47,8 mg/ml para dieta composta com lula e
47,9mg/ml para dieta composta por mexilhão, as médias gerais para esta
pesquisa estiveram aproximadamente 6 , 4 e 5 vezes maior que os valores
médios para as três fazendas, (Tabela 04).
Bombeo-Tuburan, Guanazon e Schoroeder (1993), ao estudar
associados de algas com animais pertencentes ao plâncton no cultivo
extensivo do camarão Penaeus monodon, reportam que o zooplâncton e
fitoplâncton contêm valores de 50 a 75 % e 30% de umidade respectivamente,
valores estes superiores aos encontrados para os três sistemas estudados haja
vista que a umidade obtida neste trabalho refere-se à umidade contida nas
amostras que foram liofilizadas.
Os mesmos autores reportam que o fitoplâncton e o zooplâncton contem
proteínas de alta qualidade, mas que são mais importantes do ponto de vista
energético quando entram na cadeia alimentar detrital no fundo dos viveiros.
Pinon, Cowin e Vera (2003) pesquisando sobre o uso de poliquetas
cultivadas na dieta para maturação da espécie L. vannamei relatam que este
componente da comunidade bentônica é uma importante fonte lipídica, bem
como protéica e de aminoácidos digeríveis aos camarões, os referidos autores
reportam que os poliquetas contem 50% de proteína, além de 79% de umidade
total e 13% de cinzas, foi encontrado nesta pesquisas valores bem abaixo
destes no que se refere às proteínas e umidade, no entanto podemos inferir
que as larvas de poliquetas encontradas na coluna d’água poderá vir a
contribuir como fonte energética ao L.vannamei uma vez que passe a fazer
parte do bentos em sua forma adulta, além de sua contribuição
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
62
energética enquanto larva, presente na água e que também podem ser uma
fonte alimentar.
Jory (2001) descreve que camarões Peneideos necessitam que sua
dieta contenha de 6 a 7,5% de teor lipídico. Todavia, Gong et al. (2003)
encontraram valores de lipídios que variaram de 7,34 a 8,95 mg ao estudar os
requerimentos lipidicos na dieta de juvenis do L.vannamei cultivados em
sistema semi-intensivo, valores menores que os encontrados nos três sistemas
estudados (Figuras 8, 9 e 10), demonstrando assim que com relação ao teor
lipidico o plâncton (fito e zooplâncton) não é uma boa fonte de lipídica ao
camarão, independente do sistema de cultivo empregado.
Du, Hu e Shien (2004), estudando a substituição da dieta natural
composta pela poliqueta Glycera chirori e a ostra Crassostera rivularis por uma
dieta seca formulada, utilizada para o Litopenaeus vannamei, encontrou
valores protéicos de 62,3 % , para a dieta natural que foi menor que a
porcentagem encontrada para dieta seca de 49,8% de proteína, indicando que
estes componentes são uma melhor forma energética que a dieta formulada,
no entanto quando comparamos estas porcentagens com os valores de
proteína para os três sistemas estudados os teores descritos pelos autores são
superiores aos encontrados no presente estudo (Tabela 8).
Dall, Smith e Moore (1991), estudando a composição bioquímica de
algumas presas (Gastrópodes: Zafra sp, Rissoidae, Pseudoliotia sp; Moluscos:
Kelliidae e Tellinidae; Crustácea; Birubis sp, Isaeidae sp Apseudes sp,
Ocypodidae sp e Poliquetas Glyceridae sp), do camarão Penaeus esculentus,
encontraram valores aproximados de proteína, dentro do intervalo de 8,4 a 12,3
%,no que diz respeito aos gastrópodes, valores estes aproximados aos
encontrados para os três sistemas analisados, ainda com relação ao teor
protéico, os outros valores encontrados pelos autores, para os moluscos o
valor foi de 14,0 e 21%, para os crustáceos o intervalo foi de 48,1 a 56,8%, e
para o poliqueta o teor foi de 71,5% ,estes valores estiveram acima dos
encontrados para os sistemas semi-intensivo, super-intensivo e orgânico neste
projeto. Quanto aos valores encontrados para os carboidratos todos os
organismos estudados por Dall, Smith e Moore (1991) estiveram dentro de uma
intervalo que variou de 0,8 a 5,7%, valores compatíveis com os encontrados
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
63
nesta pesquisa, indicando que o plâncton que compõe a coluna d’água pode
oferecer energia aos camarões na forma de carboidrato( Tabela 8).
Focken et al. (1998) estudando um associado algal “lablab” (associado
de algas benticas com diatomáceas e fauna) e “Lumut” (associado de algas
verdes e organismos da coluna d’água), encontraram valores lipidicos de 0,1%
para os dois associados encontrados, valores abaixo do encontrado nesta
pesquisa, e abaixo do valores lipídicos exigidos pelos camarões marinhos
reforçando a idéia de que a energia captada pelo camarão ao absorver o
plâncton pode ser proveniente principalmente dos teores de proteína e
carboidrato.
5.4 – Avaliação dos índices zootécnicos
A Fazenda Aquamaris, que utilizou o sistema de cultivo semi-intensivo,
obteve uma sobrevivência final de 75%, com ganho de peso diário e semanal
de 0,15g e 1,10g respectivamente, os camarões foram despescados após 60
dias de cultivo (Tabela9).
A Fazenda Costa Azul que utilizou o sistema de cultivo super-intensivo
obteve uma sobrevivência final de 30% fato este associado à presença de
patologias ocasionadas pelo vírus IHHNV advento que ocasionou grande
mortalidade, o cultivo obteve ganho de peso diário e semanal de 0,11g e 0,80g,
os camarões foram despescados com 90 dias de cultivo (Tabela9).
A Fazenda Primar que representou o sistema orgânico de cultivo obteve
uma sobrevivência de 85 %,com uma taxa de crescimento diário e semanal de
0,18 e 1,28g, os camarões foram despescados após 90 dias de cultivo
(Tabela9).
As taxas de crescimento diário e semanal para os três sistemas estudados
foram calculadas a partir de fórmula:
PF – PI = peso em g por dia/ semana
Dias/Semana
Fonte: adaptado de Santos et al.2007
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Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
64
Ao compararmos as taxas de sobrevivências obtidas nos sistemas semi-
intensivo e orgânico com a sobrevivência obtida por Santos, Rocha e Igarashi
(2002) que utilizaram uma dieta natural composta pelo molusco Brachydontes
solisianus, este obteve sobrevivências de 80% compatível com as
sobrevivências encontradas para os dois sistemas estudados.
Bombeo-Tuburan et al (1993), registraram sobrevivências de 76% para
camarões alimentados com dieta composta do associado algal “LabLab” ,79,%
para o associado algal “Lumut” e 91,3% para os camarões que continha,
plâncton em sua dieta, sobrevivências estas compatíveis com as encontradas
para as fazendas Aquamaris e Primar , em contraste com a sobrevivência
encontrada para fazenda Costa azul fato explicado pela grande mortandade
durante o cultivo.
Uma sobrevivência de 10,6%,menor que a encontrada no sistema de
cultivo super-intensivo, foi encontrada apenas com relação ao trabalho de
Focken et al. (1998), estudando um cultivo extensivo ao utilizar os mesmo
associados algais encontrados no trabalho de Bombeo-Tuburan et al. (1993).
As sobrevivências, bem como os ganhos de pesos diários e semanais
para os três sistemas estudados obtiveram diferenças significativas (P<0,005)
estatisticamente.
Tabela 9- Resultado dos índices zootécnicos junto às fazendas nos diferentes
sistemas de cultivo para o L.vannamei
Fazendas Sobrevivência
%
Ganho de peso diário
(g)
Ganho de peso
semanal (g)
Semi-intensivo
75
b
0,15
c
1,10
a
Super-intensivo
30
c
0,11
b
0,80
a
Orgânico
85
a
0,18
a
1,28
b
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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6 - CONCLUSÕES
Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que:
Analisando a variação qualitativa do Fitoplâncton foram encontrados
quatro táxons para os sistemas semi-intensivo e super-intensivo e
apenas dois para o sistema orgânico;
Com relação à variação quantitativa para o fitoplâncton foram
encontradas maiores densidades nas famílias Cyanophyceae e
Bacillarophyceae, nos três sistemas de cultivo estudados;
Analisando os grupos taxonômicos encontrados para a comunidade
zooplanctônica foram identificados os grupos compostos por
Copépodos, Naúplio de cirripédia, Larvas de poliquetas (mais constantes
para os três sistemas), os outros grupos encontrados Rotíferos,
Nematodas, protozoários, larvas de Brachyura,Insecta,
Hidrozoários,Larvas de peixe e Larvas de decapodas, foram
encontrados em algumas coletas distribuídos de forma esparsa nos três
sistemas de cultivo;
As densidades de organismo por Litro para os principais grupos
taxonômicos encontrados, foram menores conforme se verifica maior
densidade de camarões por m
2
indicando de que o camarão
Litopenaeus vannamei absorve o zooplâncton como alimento durante os
cultivos;
De forma geral a composição química do plâncton total foi semelhante
nos três sistemas estudados, indicando que o plâncton oferece as
mesmas fontes energéticas independente da densidade de camarões
cultivados;
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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O sistema de engorda empregado pode alterar na densidade dos
organismos planctônicos encontrados nos viveiros, devido ao maior
consumo pelos animais, mais não altera sua composição bioquímica.
Os parâmetros físico-quimicos estiveram dentro dos limites aceitáveis
para o cultivo de Litopenaeus vannamei, e dentro desses parâmetros os
compostos nitrogenados podem ter sido absorvidos pelo Fitoplâncton e
como conseqüência ter impulsionado a cadeia trófica dentro dos
sistemas analisados;
As sobrevivências foram satisfatórias para os cultivos semi-intensivo e
orgânico, e como descrito pelos vários autores pesquisados o plâncton
influência de forma direta na absorção energética dos camarões
cultivados;
MELO, M.R.P.COMPOSIÇÃO DA PRODUTIVIDADE NATURAL EM VIVEIROS DE CRIAÇÃO DO CAMARÃO MARINHO
Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931), EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO.
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