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A educação [formação] consiste, essencialmente, em criar condições para
que, através do desenvolvimento global e harmônico de todas as suas
capacidades e ao longo de todas as fases da sua existência (infância,
juventude, idade adulta), o ser humano cresça até a sua plena realização
como pessoa (educação permanente) e, em inter-ação com todos os seus
semelhantes, participe na construção e desenvolvimento da(s)
comunidade(s) humana(s) de que faz parte (educação comunitária), dentro
do contexto mais amplo em que se encontra (...).
A formação continuada apenas pode ser socializadora se criar condições para
que o ser humano evolua de forma permanente, em todos os contextos, espaços e
tempos no decorrer de sua vida. Deve buscar e interpretar o mundo que circunda a
vida do professor, apresentando, dessa forma, consciência e liberdade para
expressão, tanto individual quanto coletiva. A formação, vista dessa forma, tem a
finalidade de caminhar em direção a plena realização profissional do professor que,
por sua vez, concorrerá para uma realização social. Nesse sentido, a denominada
sociedade da informação e do conhecimento, tem propiciado à formação, um amplo
destaque em nosso mundo globalizado.
Afirma-se que formação e educação são dois aspectos de extrema vitalidade.
Contudo, ainda há muito que se fazer para que a sociedade compreenda que a
formação precisa ser tão prioritária quanto à educação. Cabe, assim, à escola e aos
educadores, através dos processos de formação continuada, a responsabilidade de
assumir essa árdua tarefa de mudanças.
Assim, se a formação continuada desejar contribuir para uma transformação
no âmbito escolar, precisa considerar também essa mudança em outros núcleos
organizacionais e humanos para além dos que são considerados centrais no
processo educativo, incluindo elementos como: currículo, horários, turmas, anos
escolares, hierarquização escolar, professores, entre outros.
Nessa ordem, parafraseando Faure (1977), podemos dizer que geração após
geração, por meio dos mais diversos contrastes na história das sociedades, as
atividades educativas, num momento inicial, surgiram dispersas, fragmentadas e
elitizadas. As mesmas demonstraram a tendência de constituir sistemas escolares
pautados em princípios “universais”, sólidos e centralizados.
No entanto, no momento em que estas instituições demonstravam aproximar-
se de seu fim, observou-se o surgimento em torno de atividades extra-escolares,
cada vez mais numerosas e, na maior parte das circunstâncias, sem apresentar uma