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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLA
AVALIAÇÃO DA AFLATOXINA EM SEMENTES DE AMENDOIM
ARMAZENADAS E DO ÓLEO DE NIM (Azadirachta indica) NO
CRESCIMENTO MICELIAL DO FUNGO Aspergillus flavus
ROSÂNGELA DA SILVA COSTA
CAMPINA GRANDE – PB
FEVEREIRO DE 2007
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ROSÂNGELA DA SILVA COSTA
AVALIAÇÃO DA AFLATOXINA EM SEMENTES DE AMENDOIM
ARMAZENADAS E DO ÓLEO DE NIM (Azadirachta indica) NO
CRESCIMENTO MICELIAL DO FUNGO Aspergillus flavus
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola da
Universidade Federal de Campina Grande,
em cumprimento às exincias para
obtenção do Título de Mestre.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO DE
PRODUTOS AGRÍCOLAS
ORIENTADORES: Dr. FRANCISCO DE ASSIS CARDOSO ALMEIDA
Dra. TAÍS DE MORAES FALLEIRO SUASSUNA
CAMPINA GRANDE – PB
FEVEREIRO DE 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
C837a
2007 Costa, Rosângela da Silva.
Avaliação da aflatoxina em sementes de amendoim armazenadas e do
óleo de nin (Azadirachta indica) no crescimento micelial do fungo
Aspergillus flavus/Rosângela da Silva Costa. Campina Grande: 2007.
63f. : il
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal
de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais.
Referências.
Orientadores: Dr. Francisco de Assis Cardoso Almeida e Drª.Taís de
Moraes Falleiro Suassuna.
1. Fungos Micotoxicogênicos. 2. Armazenamento. 3. Aflotoxina
Controle Alternativo. I. Título.
CDU 582.282.123.4 (043)
“Feliz aquele que transfere
o que sabe e aprende o que
ensina!
CORA CORALINA
Ao meu Deus, o maior de todos os professores.
OFEREÇO
Aos meus pais, Odilon Pereira da
Costa e Maria de Fátima da Silva Costa,
por estarem ao meu lado, pelo incentivo e
amor.
HOMENAGEIO
Ao meu companheiro, amigo e amante,
Guttemberg, que tanto me ajudou nas horas difíceis.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela gra da vida e por estar ao meu lado durante toda a jornada;
Ao Professor Dr. Francisco de Assis Cardoso Almeida, meu orientador, pela
paciência, ensinamentos e amizade;
A Pesquisadora Dra. Taís de Moraes Falleiro Suassuna, minha orientadora, pelo
auxilio nos trabalhos, durante a condução dos experimentos, na Embrapa Algodão;
A Pesquisadora Dra. Sayonara Maria Lia Fook, pelo grande carinho, respeito, apoio,
consideração, e prestimosos auxilio e ensinamento para o desenvolvimento e condução dos
experimentos desenvolvidos;
A Pesquisadora Rosa Maria Mendes Freire, pelos prestimosos ensinamentos e
colaborão, pela grande contribuição, atenção e carinho, e pela valiosa amizade,
dedicação e paciência, sem as quais os experimentos não teriam sido desenvolvidos;
Ao Pesquisador Wirton Macedo Coutinho pela grandiosa orientação para montagem
do experimento com no laboratório de Fitopatologia da Embrapa.
A Dra. Josivanda P. Gomes de Gouveia, Coordenadora de Pós-graduação da UFCG,
pela amizade, apoio, colaboração, respeito, ensinamentos e incentivos, durante todos os
momentos do curso;
Ao Pesquisador Dr. Raul Porfírio de Almeida, pelos ensinamentos e apoio prestados;
A Embrapa Algodão pela grande oportunidade concedida para a realizão do
estágio e apoio para a realização dos experimentos;
Aos Professores e Funcionários da Universidade Federal de Campina Grande, pelo
incentivo e amizade;
Aos Colegas de curso e da Embrapa Algodão pela amizade e incentivo;
Ao CNPq, pela bolsa de estudo concedida;
A Todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram na realizão deste trabalho.
SUMÁRIO
PÁGINA
LISTAS DE TABELAS i
LISTA DE FIGURAS ii
LISTA DE ANEXOS iii
RESUMO iv
ABSTRACT v
1. INTRODUÇÃO. 1
1.1. OBJETIVO 3
1.1.1. Objetivo geral 3
1.1.2. Objetivos específicos 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4
2.1. Características botânicas do Arachis hypogaea
4
2.2. Importância Econômica.
5
2.3. Qualidade fisiológica de semente 6
2.4. Armazenamento 7
2.4.1. Fatores que influenciam na contaminação do amendoim por fungos
micotoxicogênicos no armazenamento
8
Temperatura
9
Teor de umidade
9
Impurezas
11
Presença de insetos e ácaros
11
Condições físicas dos grãos
12
Período de armazenagem
12
Atmosfera de armazenamento
13
2.5. Embalagens 13
2.6. Micotoxinas 14
2.6.1. Fungos micotoxicogênicos 15
2.6.2. Aflatoxinas 16
2.6.3. Micotoxicoses 17
2.7. Uso de extratos naturais e óleos no controle de patógenos 18
3. MATERIAIS E MÉTODOS 19
3.1. Armazenamento das sementes de amendoim 19
3.1.1. Local de condução do experimento 19
3.1.2. Delineamento estatístico 19
3.1.3. Origem das sementes 20
3.1.4. Análises realizadas 22
Teste de germinação e vigor (primeira contagem da germinação)
22
Determinação do teor de umidade
22
Determinação da aflatoxina
23
Preparação dos padrões 23
Preparo das amostras para análise 23
Extração e limpeza das amostras 24
Identificação das Aflatoxinas 27
3.2. Avaliação do crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus 29
3.2.1. Obtenção dos Isolados 29
3.2.2. Delineamento estatístico 29
3.2.3. Análises realizadas 30
Crescimento micelial
30
Germinação dos esporos
31
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 32
4.1. Armazenamento 32
4.1.1. Germinação 33
4.1.2. Primeira contagem da germinação 35
4.1.3. Teor de umidade 38
4.1.4. Aflatoxina 41
4.2. Influência do óleo de nim no desenvolvimento do fungo Aspergillus
flavus
42
4.2.1. Crescimento micelial 42
4.2.2. Germinação de esporos 45
5. CONCLUSÃO 46
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47
LISTA DE TABELAS
TABELAS PÁGINA
TABELA 1.
Composição média do amendoim do tipo Valência
5
TABELA 2.
Quantidade de amendoim produzida (t.ha
-1
) na Região
Nordeste nas safras de 2001 a 2005.
6
TABELA 3.
Umidades recomendadas para armazenagem e
comercialização de vários produtos
10
TABELA 4.
Teor de umidade (base seca), germinação e vigor de
semente amendoim antes do armazenamento (P
0
)
21
TABELA 5.
Análise de variância da germinação, do vigor e da
umidade, de sementes de amendoim da variedade BR 1,
acondicionadas em dois ambientes (condições ambiente
e câmara seca), dois tipos de embalagem (papel
multifoliado e polietileno trançado), com e sem casca e
quatro períodos de armazenamento (45, 90, 135, 180 dias
33
TABELA 6.
Valores médios de germinação (%) para a interação
Embalagem x beneficiamento de sementes de amendoim
da variedade BR 1, armazenadas por 180 dias.
35
TABELA 7.
Valores médios de vigor (%) para a interação
beneficiamento x ambiente de armazenamento, de
sementes de amendoim da variedade BR 1, armazenadas
por 180 dias.
36
TABELA 8.
Valores médios de umidade (%) para a interação
ambientes de armazenamento x embalagens, de sementes
de amendoim da variedade BR 1, armazenadas por 180
dias.
39
TABELA 9.
Valores médios de umidade (%) para a interação
ambiente de armazenamento x beneficiamento, de
sementes de amendoim da variedade BR 1, armazenadas
com e sem casca.
39
TABELA 10.
Valores médios de umidade* (%) para a interação
embalagens x beneficiamento, de sementes de amendoim
da variedade BR 1, armazenadas com e sem casca.
40
TABELA 11.
Análise de variância e da regressão do crescimento
micelial de três isolados do fungo Aspergillus flavus
submetidos a cinco concentrações do óleo de nim
(Azadiractha indica)
43
TABELA 12.
Taxa de crescimento micelial de isolados de Aspergillus
flavus, em resposta ao uso de cinco diferentes
concentrações de óleo de nim.
43
ii
LISTA DE FIGURAS
FIGURAS PÁGINA
FIGURA 1.
Máquina de descascar amendoim (Foto do autor)
21
FIGURA 2.
Moinho de oleaginosas (Foto do autor)
24
FIGURA 3.
Extração da Aflatoxina
25
FIGURA 4.
Extração e limpeza das amostras (Fotos do autor)
26
FIGURA 5.
Esquema de Cromatofolha (cromatografia de camada
delgada)
26
FIGURA 6.
Cuba de revelação
27
FIGURA 7.
Modelo de placa do teste de derivação química
28
FIGURA 8.
Valores médios de germinação (%) de sementes de
amendoim, da variedade BR1, armazenadas em condição
de câmara seca (A1) e em condição ambiente (A2), por
180 dias
34
FIGURA 9.
Valores médios de vigor (%) de sementes de amendoim,
da variedade BR1, armazenadas em câmara seca (A1) e
em condição ambiente (A2), por 180 dias.
36
FIGURA 10.
Valores médios de vigor (%) de sementes de amendoim,
da variedade BR1, armazenadas em embalagens de papel
multifoliado (EM1) e de polietileno trançado (EM2), por
180 dias.
37
FIGURA 11.
Valores médios de vigor (%) de sementes de
amendoim, da variedade BR1, armazenadas com
casca (AC) e sem casca (AS), por 180 dias.
37
FIGURA 12.
Valores médios de umidade (%) de sementes de
amendoim, da variedade BR1, armazenadas com casca
(AC) e sem casca (AS), por 180 dias.
40
FIGURA 13.
Comparativo das taxas de crescimento micelial dos
isolados analisados, nas diferentes concentrações.
44
iii
LISTA DE ANEXOS
ANEXOS PÁGINA
ANEXO I
Estruturas químicas das aflatoxinas
59
ANEXO II
Normas de fiscalização das micotoxinas
60
ANEXO III
Metodologia de extração da aflatoxina
63
iv
RESUMO
Avaliação da aflatoxina em sementes de amendoim armazenadas e do óleo de nim
(Azadirachta indica) no crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus.
A aflatoxina é uma toxina comumente encontrada no amendoim, produzida por fungos
micotoxicogênicos, em que se destacam Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus. O ataque
desses microrganismos pode produzir diferentes alterações em sementes e em grãos, sendo as
mais importantes à diminuição do poder germinativo das sementes, as alterações na cor
natural dos grãos, nas qualidades organolépticas, no valor nutritivo e no bom aproveitamento
industrial do amendoim e seus subprodutos, além de produzir substâncias tóxicas. A busca
por produtos de baixo custo que controle esses microrganismos com eficncia tem sido uma
constante. Nota-se que, vários efeitos são observados quando esses fungos são expostos a
produtos a base de nim (Azadirachta indica), como as alterações morfológicas e
toxicogênicas. Tendo em vista os problemas causados por esses microrganismos, com o
presente trabalho objetivou-se determinar as condições de armazenamento, tipos de
embalagens e peodo de armazenagem, visando reduzir significativamente os teores de
aflatoxina em sementes de amendoim e avaliar a ação do óleo de nim (Azadirachta indica), no
desenvolvimento micelial do fungo Aspergillus flavus. Para atender os objetivos, foram
instalados dois experimentos. O primeiro foi em delineamento inteiramente casualizado com
quatro repetições, seguindo de um esquema fatorial de 2 x 2 x 2 x 4, representado por
ambientes de armazenamento (A
1
– câmara seca; A
2
– condições ambientes), embalagem
(EM
1
saco multifoliado; EM
2
– saco de polietileno trançado), beneficiamento (AM
1
amendoim sem casca; AM
2
amendoim com casca) e período de armazenamento (P
1
– após
45 dias; P
2
– após 90 dias; P
3
– após 135 dias; P
4
– após 180 dias). O segundo experimento foi
distribuído em esquema fatorial de 3 x 5 representado por: diferentes isolados do fungo
Aspergillus flavus (IM – isolado de Mogeiro; IP
– isolado de Patos; ICG – isolado de
Campina Grande) e variações das concentrações do óleo de nim no meio de cultura (C
0
testemunha; C
1
– 3,125 %; C
2
– 6,25 %; C
3
– 12,5 %; C
4
– 25 %) com quatro repetições. Dos
resultados obtidos, conclui-se que, as condições de ambiente, embalagens, beneficiamento e
período de armazenamento influenciaram na qualidade fisiológica da semente e não
favoreceram ao surgimento da aflatoxina; e a concentração de 25 % de óleo de nim inibiu
significativamente a taxa de crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus.
v
ABSTRACT
Evaluation of aflatoxin in stored peanut seeds and neem oil (Azadirachta indica) in the
mycelial growth of Aspergillus flavus fungus.
The aflatoxin is a toxin commonly found in peanuts, produced by mycotoxigenic fungi, where
appear mainly Aspergillus flavus and Aspergillus parasiticus. The attack of these fungi may
cause different alterations in seeds and grains, being the most important the decrease in the
germinative power in seeds, the alterations in the natural color of the grains, in the
organoleptical qualities, in the nutrition facts and in the industrial uses of peanuts and its by
products, besides of producing toxic substances. The search for low-cost products that can
control these micro-organisms with efficiency has been constant, but many effects are
observed when these fungi are exposed to products made from neem (Azadirachta indica),
such as the morphological and toxicogenic alterations. Having in mind the problems caused
by these micro-organisms, the present work aimed the determination of the storage
conditions, kind of packages and storage periods, aiming to reduce significantly the aflatoxin
rate in peanut seeds and evaluate the action of neem oil (Azadirachta indica), in the mycelial
development of the Aspergillus flavus fungus. To reach the objectives, two experiments were
installed. The frist one with entirely casual delineation with four repetitions, followed by a
factorial scheme of 2 x 2 x 2 x 4, represented by storage enviroments (A
1
– dried chamber; A
2
– enviromental conditions), package (EM
1
multi-ply bag; EM
2
– woven polyethylene bag),
processing (AM
1
– peanut without peel; AM
2
– peanut with peel) and storage period (P
1
after 45 days; P
2
– after 90 days; P
3
– after 135 days; P
4
– after 180 days). The second
experiment was distributed in factorial scheme of 3x5 represented by: different isolated of
Aspergillus flavus fungus (IM isolated of Mogeiro; IP
– isolated of Patos; ICG – isolated of
Campina Grande) and variation of the neem oil concentrations in the culture medium (C
0
testimony; C
1
– 3,125 %; C
2
– 6,25 %; C
3
– 12,5 %; C
4
– 25 %) with four repetitions. From
the results found, we concluded that the enviroment conditions, packages, processing and
storage period have influenced in the phisiological qualitiy of the seed and have not favored
the aflatoxin appearance; and the concentration of 25 % of neem oil inhibited significantly the
mycelial growth rate of the Aspergillus flavus fungus.
1
1. INTRODUÇÃO
O amendoim (Arachis hypogaea) é conhecido mundialmente por oferecer várias
opções alimentares e possuir sabor agradável. É um produto rico em óleo e proteínas,
possuindo também, teores satisfatórios de algumas vitaminas (FREIRE et al., 2005). É uma
importante matéria prima para as indústrias alimentícias, pois é constituído, em média, por 46
% de óleo, apresentando um alto teor calórico (FREIRE, 1997). É a quarta oleaginosa mais
produzida, perdendo apenas para a soja, o algodão e a colza, sendo China, Índia e Estados
Unidos os principais produtores mundiais (FREITAS et al., 2005).
A umidade que o produto contém ao ser estocado, pode influenciar
significativamente no desenvolvimento de fungos micotoxicogênicos, pois a mesma varia
com as condições do ambiente de armazenamento, da embalagem e do período de
armazenamento. Segundo RESNIK (1984), a umidade é um dos fatores que determina a
atividade da microflora em sementes e grãos armazenados.
Ao ser colhido, o amendoim apresenta entre 35 a 45 % de umidade, por isso, o
mesmo deve ter sua umidade reduzida através de secagem, para ser armazenado com
segurança (BOLONHEZI et al., 2005). ALMEIDA et al., (1998), através de pesquisas,
mostraram que sementes de amendoim armazenadas fora dos frutos são mais susceptíveis ao
ataque de microrganismos, e esta contaminação aumenta com o uso de embalagens
inadequadas. Com isso, verifica-se a contaminação do amendoim por toxinas.
A aflatoxina é uma toxina comumente encontrada no amendoim, produzida por
fungos micotoxicogênicos, em que se destacam os fungos Aspergillus flavus e Aspergillus
parasiticus. Os metalitos secundários produzidos por esses fungos, seja no campo ou no
armazenamento, são dependentes das condições do ambiente ou do substrato, e são nocivos à
saúde humana e animal (DHINGRA & COELHO NETO, 1998).
Esses fungos invadem os grãos em diferentes fases que caracterizam a contaminação
por micotoxinas: antes e durante a colheita, na secagem e no armazenamento ou em todas
essas etapas. A contaminação por micotoxinas é geralmente um processo aditivo (ATHIÉ et
al., 1998).
O ataque desses fungos pode produzir diferentes alterões em sementes e em grãos,
sendo as mais importantes: à diminuição do poder germinativo das sementes, as alterações na
cor natural dos grãos, nas qualidades organolépticas, no valor nutritivo e no bom
aproveitamento industrial do amendoim e seus subprodutos, além de produzir substâncias
tóxicas (CHRISTENSEN, 1988).
2
A utilização de fungicidas para o controle de patógenos em sementes e grãos
armazenados é uma realidade, porém, a utilização de métodos alternativos ainda é uma opção
a ser explorada, e que precisa ser pesquisada, para que venha se torna uma alternativa
economicamente viável, principalmente para as pequenas propriedades rurais.
A busca por produtos de baixo custo que controle microrganismos com eficiência tem
sido uma constante. A utilização de produtos vegetais (extratos e óleos) vem sendo testada
para o controle de diversos patógenos (SANTOS et al., 2001; SALGADO & CAMPOS, 2003
SCHWAN-ESTRADA, 2003). Para o fungo Aspergillus flavus, o uso de óleos para inibir seu
crescimento, tem sido alvo de diversas pesquisas, entre elas eso os trabalhos realizados por
MONTES-BELMONT e CARVAJAL (2003) e SHIN (2003), com óleos essenciais de
plantas.
Vários efeitos são observados quando estes fungoso expostos a produtos a base de
nim (Azadirachta indica), como as alterações morfológicas e toxicogênicas causadas pela
exposição do fungo Aspergillus parasiticus ao extrato de folhas e sementes de nim
(RAZZAGHI-ABYANEH et al, 2005). O mesmo ocorreu em pesquisa realizada por
ZERINGUE e BHATNAGAR (1994), quando submergiu culturas de Aspergillus flavus em
produtos a base de nim.
A problemática da contaminação por micotoxinas e seus efeitos exigem um esforço
multidisciplinar para controlar a presença da toxina no cultivo e evitar o seu desenvolvimento
durante o manejo de pré e pós-colheita. Por esta razão, ações com o objetivo de minimizar o
efeito negativo da presença de aflatoxina em produtos do amendoim devem ser incluídas nos
planos de controle das pesquisas acadêmicas.
3
1.1. OBJETIVO
1.1.1. Objetivo geral
Determinar condições de armazenamento, tipos de embalagens e período de
armazenagem, visando reduzir significativamente os teores de aflatoxina. Avaliar a ação do
óleo de nim (Azadirachta indica), no controle do crescimento do Aspergillus flavus in vitro.
1.1.2. Objetivos específicos
Determinar a presença de aflatoxina durante todo o período de armazenamento;
Avaliar a influência dos ambientes de armazenagem (condições ambientes e câmara
seca) nos teores de aflatoxina;
Verificar a relação das embalagens (papel multifoliado e polietileno trançado), na
conservação da qualidade fisiológica e sanitária das sementes;
Quantificar o crescimento radial e germinação de três diferentes isolados do fungo
Aspergillus flavus, submetidos a cinco concentrações com óleo de nim.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Características botânicas do Arachis hypogaea
O amendoim (Arachis hypogaea) é originário da América do Sul, pertence à família
Fabaceae e ao gênero Arachis. Distingue-se dos demais representantes da família por
apresentar uma estrutura particular de frutificação chamada de ginóforo ou peg (SANTOS &
GODOY, 1999).
O florescimento do amendoim tem início de 28 a 30 dias após o plantio para cultivares
do tipo ereto e de 36 a 38 dias para cultivares do tipo ramador. A duração da floração varia
com a cultivar e as condições ambientais (SANTOS & GODOY, 1999).
Segundo SANTOS et al., (1993), no período de floração podem ser identificadas
quatro fases: a primeira por um florescimento lento, geralmente na primeira semana, a
segunda por um rápido aumento do florescimento, a terceira é representada por um pico, que
equivale há 50 dias após a floração nas plantas de porte ereto e 60 dias nas do tipo ramador e,
finalmente a quarta fase que apresenta um acentuado decnio, culminando com o final da
floração.
O ginóforo (peg) é uma estrutura que se desenvolve na base do ovário (região
meristemática), sendo parecida com uma haste. Tal estrutura é dotada de geotropismo
positivo, forçando o ovário para o interior do solo, onde a vargem é desenvolvida. O início da
formação da vargem ocorre de sete a nove dias após a emissão do ginóforo.
As sementes do amendoim apresentam-se com formas elípticas, arredondadas ou
ovaladas, possuindo uma coloração que vai do vermelho a roxa, creme ou marrom
avermelhada, variando de acordo com a variedade (ARAÚJO, 1986).
A variedade BR1 apresenta alta precocidade e resistência à seca, tem ciclo de 89 dias
após emergência e rendimento de amêndoas em torno de 71 %, possui baixo teor de óleo e
alto teor de proteína, e apresenta sementes de coloração avermelhada. Por estas características
é indicada para o mercado de consumo in natura e para indústrias de alimentos. É uma
5
variedade que se enquadra no perfil do produtor do semi-árido nordestino (SANTOS et al.,
2005).
2.2. Importância econômica
Havendo um bom manejo pós-colheita, como beneficiamento, secagem e
armazenamento adequado, haverá rentabilidade no cultivo da cultura do amendoim. A
importância econômica da cultura está baseada no seu valor protéico e no alto teor de óleo
encontrado em suas sementes (TABELA 1). Os grãos de amendoim no contexto nacional
destinam-se tanto à indústria de alimentos como à indústria de óleo e farelo (BORSARI
FILHO, 2007).
TABELA 1. Composição média do amendoim do tipo Valência
Constituinte Média (%)
Umidade 1,07
Lipídios 45,83
Proteínas 30,11
Carboidratos
1
21,26
Cinzas 2,80
Fonte: FREIRE, 1997.
1
– Obtido por diferea
Mundialmente, na safra 2005/2006 foram produzidos aproximadamente, 33 milhões
de toneladas de amendoim. Deste total, 53 % foram destinadas à produção de alimentos,
ficando os 47 % restantes destinados à produção de óleos e farelos (USDA, 2007).
6
No Brasil neste mesmo ano de foram produzidos 315 239 toneladas (IBGE, 2007a)
sendo o estado de São Paulo o principal produtor. No nordeste, a demanda é superior a 50 000
toneladas/ano, em grãos, para atender a indústria de alimentos e o consumo in natura”,
porém, a produção da região só atende a uma pequena parte, sendo o restante importado de
outras regiões e estados, principalmente de São Paulo e do exterior, como a Argentina
(BELTRÃO, 2001).
O amendoim é uma cultura socioecomica para a região nordeste, sendo viável para
a agricultura familiar, principalmente por possuir um ciclo curto e ser resistente às condições
climáticas da região, a qual favorece o sabor adocicado das amêndoas (SANTOS et al., 2005).
No ano de 2005 a produção do Nordeste foi de 11 871 t.ha
-1
, em que a Paraíba
participou com 1 275 t.ha
-1
. Apresentando-se como o terceiro maior produtor regional,
perdendo para Sergipe e Bahia (IBGE, 2007a). Observa-se uma diminuição da quantidade de
amendoim produzido na região Nordeste, quando comparado às safras dos anos 2003 e 2004
(TABELA 2). A produção de amendoim obtida na safra de 2006 foi de 259 200 t, referente ao
mês de agosto do mesmo ano (IBGE, 2007 b).
TABELA 2. Quantidade de amendoim produzida (t.ha
-1
) na Região Nordeste nas safras de
2001 a 2005.
SAFRAS
REGIÃO
2001 2002 2003 2004 2005
Nordeste 6 009 7 122 12 546 15 734 11 871
Maranhão 16 33 56 75 153
Piauí 18 72 48 47 35
Ceará 488 704 557 530 698
Paraíba 340 388 728 975 1 275
Pernambuco 311 112 378 406 983
Alagoas 63 31 30 24 40
Sergipe 1 326 1 330 1 344 1 343 1 444
Bahia 3 447 4 452 9 405 12 334 7 243
Fonte: IBGE, 2007a.
2.3. Qualidade fisiológica de semente
7
A análise de sementes é de fundamental importância para o controle de qualidade,
sementes de boa qualidade irão desenvolver plantas vigorosas, uniformes e apresentarão uma
boa emergência no campo, refletindo diretamente na produtividade (ALMEIDA et al., 1997).
A viabilidade de sementes (Contagem do 5° dia e germinação) é um fator de avaliação
muito utilizado no desenvolvimento de pesquisas (BHERING, et al., 2003; ABDO et al.,
2005), pois, através destes testes pode ser determinada a qualidade fisiológica das sementes.
Essa qualidade pode ser mantida ao longo do armazenamento (MACEDO, 1998),
porém, quando as condições de estocagem são inadequadas, a qualidade fisiológica diminui
(AFONSO JÚNIOR et al., 2000), refletindo diretamente na sua viabilidade. Segundo
CATUNDA et al., (2003), a viabilidade das sementes pode variar de acordo com o ambiente,
a embalagem e a umidade de armazenamento. Em trabalhos realizados com sementes de
milho, a menor germinação obtida foi influenciada pela incidência de fungos durante a
estocagem (CIRIO & LIMA, 2003).
ROSSETO et al. (2003) demonstraram que a germinação do amendoim pode variar de
acordo com o tratamento dado a semente antes da estocagem. Nos resultados encontrados por
AZEREDO et al. (2005) notou-se que o período de armazenamento diminuir o potencial de
germinação de sementes de amendoim.
2.4. Armazenamento
O armazenamento de grãos, quando é tecnicamente conduzido, mantém a composição
química dos produtos (carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, minerais e vitaminas) no seu
estado natural, além de controlar os fatores físicos como temperatura e umidade.
O local de estocagem deve ser ventilado, seco, com boa cobertura, de preferência com
paredes duplas, e piso de concreto. Deve ter estruturas de ventilação, ser protegido de chuva e
de insetos, pássaros e roedores, com flutuação mínima de temperatura. As sementes e grãos
devem ser distribuídos de maneira uniforme, favorecendo a dispersão do calor e umidade.
Dessa forma, há redução das áreas favoráveis a proliferação de insetos, que causam picos de
aquecimento e umidade, favorecendo o crescimento do fungo que produz a aflatoxina.
Umidade relativa do local menor que 70 % e temperatura entre 0 e 10
o
C propiciam ótimas
condições de armazenamento. Recomenda-se medir a temperatura em intervalos fixos, para
8
monitorar a ocorrência de temperaturas altas, que indicam atividade microbiana ou de insetos
(FONSECA, 2005).
Em produtos armazenados, os fungos, bolores ou mofos podem ocasionar diversos
problemas, devido à ação direta nos produtos. Desenvolvendo-se sobre sementes podem
causar perda do seu poder germinativo, afetar a qualidade por descoloração, produzir aromas
desagradáveis, podendo diminuir o valor nutritivo das proteínas, na maioria dos produtos, dos
óleos e gorduras, por hidrólise, como é o caso do amendoim, soja etc., além de prejudicar
seriamente o aspecto externo dos alimentos, produzindo substâncias tóxicas e abrindo
caminho para outros agentes de deterioração como às leveduras, bactérias e insetos
(FONSECA, 2006).
O ponto-chave para prevenir contaminação por aflatoxina durante o armazenamento é
evitar a reidratação dos grãos e sementes (DHINGRA & COELHO NETO, 1998).
2.4.1. Fatores que influenciam na contaminação do amendoim por fungos
micotoxicogênicos no armazenamento
Os fungos de armazenagem estão associados com resíduos culturais e partículas de
solo entre os gos colhidos, com alto teor de umidade. Além disto, o fungo Aspergillus
flavus, comumente encontrado no amendoim, tem o solo como sua principal fonte de inóculo
primário (REIS & TREZZI CASA, 1999).
Segundo ALMEIDA et al. (1998), sementes de amendoim armazenadas nos frutos
apresentam resistência ao surgimento de fungos, o mesmo não ocorre para as sementes sem
casca, nas quais, a contaminação por microrganismos aumenta com o tempo de
armazenamento.
Quando o amendoim é armazenado em condições adequadas não ocorre o
desenvolvimento dos fungos micotoxicogênicos e, consequentemente, não existe a produção
da aflatoxina. QUEIROZ et al. (2006) demonstrou que sementes de amendoim armazenadas
em condições ambientes e em câmara fria, não apresentaram contaminação por aflatoxina
durante todo o período de armazenamento.
Em estudos conduzidos por ALVES (1995) percebeu-se que amendoins contaminados
com aflatoxina antes do armazenamento, continuaram contaminadas durante a estocagem. Por
esta razão, que a distribuição de aflatoxina em locais de armazenamento, apresenta-se de
9
forma heterogênea, dificultando a precisão na determinação dos teores dessa toxina, no
ambiente de estocagem (WHITAKER et al., 1994).
Segundo LAZZARI (1993), os fatores mais importantes que determinam o
desenvolvimento de fungos armazenados são: temperatura, grau de umidade dos grãos,
impurezas, presença de insetos e ácaros, condições sicas dos grãos, período de
armazenamento e atmosfera de armazenamento.
Temperatura
O efeito da temperatura sobre os grãos e sementes não é muito pronunciado quando o
conteúdo de umidade é baixo, porém, é válido o princípio de que quanto mais baixa a
temperatura do produto, seguro e prolongado pode ser o tempo de armazenagem.
Temperaturas elevadas afetam a viabilidade das sementes. Em umidades relativas mais altas,
sementes mortas são mais susceptíveis à invasão por fungos. Temperaturas elevadas também
provocam alterações bioquímicas nos grãos e, durante a secagem natural ou artificial,
diminuindo a qualidade do produto (ATHIÉ et al., 1998).
A temperatura para produção de aflatoxina é influenciada pelo tipo de substrato. De
acordo com DIENER e DAVIS (1966), 25 ºC foi à temperatura ótima para a produção dessa
toxina em amendoins submetidos à solução nutritiva.
Estudos realizados por SCHINDLER et al. (1967) notou-se a inflncia da
temperatura na produção máxima de aflatoxinas em culturas desses fungos, observando
também que algumas temperaturas devem ser evitadas, pois aumentam significativamente os
teores de aflatoxina em grãos e sementes.
Teor de umidade
O teor de umidade é um dos fatores que rege a conservação dos grãos e sementes
armazenadas, portanto, o seu acompanhamento deve ser feito em todas as etapas de produção,
beneficiamento e armazenamento (ATH et al., 1998).
10
A umidade contida nos grãos estabelece uma umidade relativa ao seu redor, que pode
favorecer ao crescimento fúngico. A umidade do ambiente pode também determinar o grau de
umidade dos grãos, quando em equilíbrio. Os fungos de armazenamento são aqueles capazes
de crescer em substratos com atividade de água na faixa de 65 % a 90 % (ATHIÉ et al.,
1998).
As umidades de armazenagem variam com o tipo de produto trabalhado, inclusive os
que possuem maior percentual de óleo devem ser armazenados mais secos como é o caso do
amendoim (WEBER, 2005).
A umidade final desejada dos grãos e sementes saindo do secador e indo para
armazenagem depende das condições de comercialização. O Ministério da Agricultura e a
CONAB determinam as faixas de umidade em base úmida para armazenagem de diversos
produtos, como pode ser observado na TABELA 3 (WEBER, 2005).
TABELA 3. Umidades recomendadas para armazenagem e comercialização de vários
produtos
CONAB
Produtos
Faixa ideal
(% bu)
Tolerância
xima (% bu)
Minisrio da
Agricultura
(% bu)
Amendoim
07-08 9 12
Arroz em casca
12-13 14 13
Arroz polido
12-13 14 14
Soja
11-12 13 14
Sorgo
12-13 14 14
Fonte: WEBER, 2005.
O teor de umidade de uma semente determina o nível de atividade metabólica da
mesma. Se o teor de água for superior a 40 e 60 %, verifica-se a protrusão da plântula pelo
fenômeno de germinação, ocorre à respiração das sementes, dos microrganismos e insetos.
Tendo em vista que o alto teor de água pode afetar a qualidade da semente, não só no período
de armazenamento, como também, durante as operações de beneficiamento (CARVALHO &
NAKAGAWA, 2000).
Valores de umidade considerados seguros para um adequado armazenamento do
produto são conhecidos e devem ser respeitados para que a qualidade dos grãos se mantenha
durante a estocagem.
11
Grandes volumes de grãos exigem amostragens numerosas e resultados rápidos são
difíceis de serem obtidos em tempo hábil para tomada de decisões sobre a qualidade do
produto e o processamento a que devem ser submetidas (VALENTINI et al., 1998).
As sementes com alta taxa de óleo não absorvem, ou absorvem menos água, pois os
óleos são hidrófobicos. Por exemplo, a uma temperatura de 25
o
C e 70 % de umidade relativa,
a soja tem o conteúdo de água de equilíbrio de 11,5 % e o trigo de 13,9 % (GONÇALVES
FRANCISCO, 2001).
O método de medição de umidade, baseado em quantidades conhecidas de sementes
que determinada à umidade por pesagens "antes" e "depois" da secagem, pode variar com o
tempo e temperatura de determinação, Isso vai depender do tipo de semente, e se elas estão
inteiras ou moídas. Apesar de ser considerado padrão para medição de umidade de sementes e
grãos no Brasil, não existe uma combinação de tempo e temperatura de secagem aceita
universalmente (LUZ, 2006).
Através da remoção de umidade pela secagem, natural ou artificial, torna-se possível a
conservação de produtos agrícolas durante o armazenamento. A secagem também é
importante no que concerne à produção e comercialização de produtos agrícolas (ATHIÉ et
al., 1998). De acordo com AFONSO JÚNIOR et al. (2000), sementes com elevado teor de
umidade, são mais susceptíveis a perda da viabilidade durante o período de armazenamento.
Impurezas
A presença de materiais estranhos no lote de grãos armazenados, como restos culturais
e de solo são, em potencial, absorventes e retentores de umidade. A umidade contida nesses
materiais pode ser transferida para a massa do grão armazenado em níveis acima do
necessário, facilitando o desenvolvimento de microrganismos (MACHADO, 1999).
Presença de insetos e ácaros
A presença de insetos e ácaros em grãos armazenados favorece o desenvolvimento de
fungos no armazenamento. Esses insetos conduzem os esporos no espaço intergranular da
12
massa de grãos e sementes armazenados, além de causarem danos aos grãos e sementes,
facilitando a penetração desses microrganismos. Segundo WRIGHT (1986), a infestação de
insetos em local de armazenagem, facilita a contaminação por micotoxinas.
Os danos provocados por insetos podem ser evitados ou reduzidos pelas operões de
secagem, limpeza e controle químico dos insetos no campo, porém, no armazenamento, o
controle de insetos associados é dificultado em função da necessidade de se adequar às
condições ambientais do armazém com o uso de inseticidas (BERJAK, 1987).
Condições físicas dos grãos
A injúria mecânica é tida como um dos mais sérios problemas da produção de
sementes. Sendo conseqüência, na maior parte, da mecanização presente nas atividades
agrícolas, apresentando-se como um problema inevitável. Uma semente pode ser
mecanicamente injuriada durante a semeadura, o beneficiamento, o armazenamento, o
transporte e a colheita. O conhecimento de como ocorre e dos fatores que intervém na sua
intensidade, pode facilitar seu controle (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).
Grãos danificados são mais susceptíveis a invasão por fungos que grãos inteiros. Os
danos mais comuns são os resultantes das operações de colheita e beneficiamento e os
causados por insetos. Na colheita e beneficiamento, os danos agravam-se com o tipo de
máquina empregada, regulagem e grau de umidade dos grãos. Desta forma, grãos com alto
teor de umidade, ao passar pelas máquinas sofrem diversos danos, muitas vezes não visíveis
ao olho nu, os quais estão predispostos à contaminação cruzada por associação de fungos
desde o campo (TICELLI, 2001).
Período de armazenagem
O peodo de armazenamento es diretamente relacionado com todos os outros fatores
que determinam o desenvolvimento fúngico em grãos armazenados. Para que os lotes de
grãos sejam armazenados por um período longo, se faz necessário que os procedimentos de
13
secagem e de beneficiamento tenham sido corretamente executados, deixando os grãos livres
de impurezas, com baixo nível de contaminação fúngica e baixo teor de água (DHINGRA,
1985).
A interação dos fatores ambientais temperatura e umidade relativa do ar, com a
umidade da semente e danos mecânicos, podem favorecer a atividade fúngica durante o
peodo de armazenamento (PAIVA et al., 1995), causando a deterioração durante a
estocagem do produto.
Atmosfera de armazenamento
Os fungos de grãos armazenados são predominantemente aeróbios, porém, a
quantidade mínima de oxigênio que eles requerem para germinação dos esporos, crescimento
e esporulação são variáveis. Diferentes cepas de Aspergillus variam muito com relação ao seu
requerimento por oxigênio, podendo desenvolver-se em pequenas concentrações. Todavia, a
temperatura e a umidade são os fatores mais utilizados para controle da contaminação
(RESNIK, 1984).
2.5. Embalagens
Segundo LABUZA citado por ALVES (1995), os filmes utilizados em embalagens
têm sido estudados exclusivamente em alise de armazenamento de alimentos desidratados.
Na embalagem o alimento é separado do ambiente externo com finalidade de reduzir a
taxa de transporte de oxigênio ou vapor de água. A embalagem representa importância capital
no esquema de produção de sementes, a sua eficiência dependerá dos resultados na
conservação da qualidade e dos atributos que se pretende preservar na semente (ROTTA,
1974).
O tipo de embalagem influencia diretamente na conservação da qualidade das
sementes, como ocorreu em trabalhos realizados por ALMEIDA et al., (1999) e AZEVEDO
et al., (2003) com sementes de gergelim.
14
Segundo VASCONCELOS et al., (1992) as embalagens de polietileno liso
proporcionaram melhores resultados em termos de manutenção da qualidade fisiológica de
sementes de café do que o saco de aniagem. Para o amendoim, em estudos realizados por
ALVES (1995), a embalagem de aniagem utilizada no armazenamento permitiu a troca de
umidade entre o ar circundante e o produto, porém não impediu o desenvolvimento de
aflatoxina.
De acordo com AZEREDO et al., (2005), embalagens metálicas são inadequadas para
o armazenamento de amendoim sem casca em condições não controladas, pois não conservam
a qualidade fisiológica das sementes durante o período de armazenamento.
Muitas embalagens permitem a atividade de água entre o produto e o ambiente,
propiciando o desenvolvimentongico, porém, em levantamento realizado com embalagens
hermeticamente fechadas de amendoim comercial, apesar de não permitirem a troca de
umidade, o produto apresentou contaminação por aflatoxina em todos os lotes avaliados
(GLÓRIA et al., 2006), mostrando que a maioria das contaminações ocorre nos processos que
antecede o acondicionamento final do produto.
2.6. Micotoxinas
As micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos,
principalmente dos gêneros Aspergillus e Penicillium. Muitas delas revelam efeitos tóxicos e
degenerativos no consumidor, sendo nefrotóxicas e possivelmente carcinogênicas e
teratogênicas (DHINGRA & COELHO NETO, 1998).
No amendoim, a micotoxina mais importante é a aflatoxina (dos tipos B e G),
produzida por Aspergillus flavus e A. parasiticus principalmente em grãos com teores
elevados de umidade (MANUAL DE SEGURANÇA ..., 2004).
Os efeitos de algumas micotoxinas são agudos, com sintomas de doenças severas
surgindo rapidamente, outras micotoxinas promovem efeitos crônicos ou cumulativos na
saúde, incluindo a indução do câncer e deficiência imunitária. Existem cinco grupos de
micotoxinas: A. Deoxynivalenol/nivalenol; B. Zearalenona; C. Ochratoxina; D: Fumonisina; e
E: Aflatoxina (MACHADO, 1999).
15
As micotoxinas de maior importância para a saúde humana em países tropicais são as
fumonosinas e as aflatoxinas (MACHADO, 1999). Essas toxinas podem ser definidas como
produtos microbianos que podem causar danos, e que estão reconhecidamente envolvidos no
desenvolvimento de doenças (PASCHOLATI, 1995).
A contaminação de grãos e outros alimentos por fungos produtores de micotoxinas,
sempre foi tratada como um problema de armazenamento, porém a contaminação pode
ocorrer no campo (ROSSETO et al., 2003).
A presença de várias micotoxinas muitas vezes ocorre em apenas um produto, como
foi descrito por SEKIYAMA et al., (2005) em produtos alimentícios a base de milho,
resultado este, que corrobora com o encontrado por KAWASHIMA e VALENTE SOARES
(2006).
A ocorncia desses fungos tem sido frequentemente relatadas nos mais diversos
produtos. Como micotoxinas produzidas por Fusarium graminearum em cereais de inverno,
da região sul do Brasil (GERALDO et al., 2006), em plantas medicinais de uso terapêutico
(BUGNO et al., 2006), em amostras de sorgo (SILVA, 2004), e em produtos a base de milho
(AMARAL et al., 2006; KAWASHIMA & VALENTE SOARES, 2006).
2.6.1. Fungos micotoxicogênicos
Dos microrganismos que invadem os grãos, os fungoso os mais tolerantes a baixa
disponibilidade de água e são, consequentemente, importantes causas de deterioração de grãos
e sementes (FONSECA, 1999).
Esses fungos, na grande maioria, são transportados pelo vento a longas distâncias. Os
esporos também são dispersos durante a colheita do material, como também nos processos de
limpeza e secagem. Alguns fungos podem também invadir os grãos durante o seu
desenvolvimento ou após a maturação no campo. Ao crescerem produzem calor e umidade
propiciando condições para os demais fungos se desenvolverem, com isso, se dá o processo
de decomposição da massa de grãos, o qual é acelerado sempre que as condições de umidade
e temperatura sejam favoráveis ao seu crescimento. Os principais danos dessa atividade
consistem na redução do peso do grão, na redução da germinação e do vigor das sementes e
na redução da qualidade do produto pelo aumento da deterioração, incluindo a presença de
micotoxinas (REIS & TREZZI CASA, 1999).
16
A contaminação pode ser resultante de fungos filamentosos ou pluricelulares, os quais
são produtores de substâncias tóxicas e estão freqüentemente associados com os alimentos.
Os fungos do gênero Aspergillus, Penicillium e Fusarium estão largamente distribuídos na
natureza, portanto, muitas vezes a contaminação não está restrita a poucas cepas de fungos, ao
contrário é muito comum entre os fungos (ATHIÉ et al., 1998).
2.6.2. Aflatoxinas
O gênero Aspergillus pertence ao grupo Hyphomycetos, os quais são caracterizados
pela formação de conidióforos, ou seja, hifas especializadas e produtoras de conídios com
formas e arquitetura variáveis (PEREIRA et al., 2002).
A aflatoxina é um termo coletivo para um grupo de toxinas produzidas por cepas de
Aspergillus flavus e A. parasiticus que apresentam comportamento ecológico e biológico bem
distintos durante o seu desenvolvimento em um substrato favorável a sua produção. São
altamente relacionadas e formam um grupo exclusivo de compostos heterocíclicos altamente
oxigenados (como pode ser observado no ANEXO I). As duas principais formas de
aflatoxinas são B e G (B
1
, B
2
, G
1
e G
2
). A diferença estrutural entre elas é responsável pela
altíssima variação na toxidez de cada uma, sendo a aflatoxina B
1
a mais tóxica e a mais
comum de todas (DHINGRA & CORLHO NETO, 1998).
A ocorrência de aflatoxina em amendoim foi estudada em 1960, ano em que na
Inglaterra, houve grande perda de peruzinhos alimentados com a ração em cuja composição
entrava torta de amendoim (FONSECA, 1999).
No Brasil os primeiros estudos foram realizados em 1961, com relatos de toxidez em
farelos de amendoim utilizados na alimentação de suínos e comprovados em testes com
cobaias, a partir daí o efeito da aflatoxina foi estudado também na criação de aves e bovinos
(FONSECA, 1999). Nesse momento observou-se o desenvolvimento de diversos estudos na
área. Com o intuito de conhecer todos os efeitos dessa toxina.
Estudos realizados por FONSECA (1968), que avaliou a ocorrência de aflatoxina em
tortas e farelos de amendoim no Estado de São Paulo, indicaram que as tortas provenientes da
safra das “águas” apresentaram maior toxidez que as da “seca”, e que o material mesmo
produzido no período da “seca” apresentaram alta faixa de toxidez.
17
A fonte primaria do inóculo pode ser na forma de esporos. A umidade presente no solo
facilita a propagação, seja através de restos culturais, lixo ou insetos. A propagação
secundária pode ser através das partes florais (brácteas, pedúnculo, tronco). Deste modo, as
partes florais são umas importantes fontes de produção dos conídios do fungo, podendo ser
dispersos através do vento, de insetos os quais pode transportar codios de uma planta a
outra. Os fatores que influenciam a formação de aflatoxina são: substrato (solo ou o ambiente
aéreo), umidade, danos mecânicos ou causados por insetos, stress causado pela seca,
fertilidade do solo, densidade das populações de plantas (DIENER et al. 1995).
2.6.3. Micotoxicoses
As micotoxicoses são estados patológicos causados por micotoxinas fúngicas
presentes nos alimentos nos quais os agentes se desenvolvem. Existem múltiplas
micotoxicoses. As mais importantes são as provocadas pelos fungos: Aspergillus flavus, A.
Parasiticus, Fusarium graminearum, F. moniliforme, F. sporotrichioides, Claviceps
purpureae e Acemonium coenophialum (FEITOSA, 2005).
As toxinas produzidas por esses fungos são altamente resistentes, suportando até 260
ºC e são produzidas de três a sete dias. As micotoxinas causam menor produtividade e
maiores incidências de doenças, devido à imunossupressão e lesões de órgãos vitais como
fígado (em animais). Esses sintomas só serão expressos de acordo com a quantidade de
toxinas ingeridas (ANEXO II- Teores de aflatoxina permitidos nos alimentos), podendo ser
letais ou revelar-se como quadro crônico, relacionado com a ação insidiosa e cumulativa
sobre o estado geral do animal. Os seres humanos, quando expostos às aflatoxinas por meio
da ingestão de alimentos contaminados por essas micotoxinas, podem apresentar diversos
sintomas, como: mitos, edema pulmonar, dor abdominal, coma, convulsões e morte.
Aflatoxicoses agudas foram encontradas nos seres humanos em muitas partes do mundo, mais
particularmente em países subdesenvolvidos (FEITOSA, 2005). Em estudos realizados por
OLIVEIRA e GERMANO (1997) foi possível verificar a relação dos mecanismos de
toxicidade e seu envolvimento na etiologia do câncer hepático celular em homens.
18
2.7. Uso de extratos naturais e óleos no controle de patógenos
As sementes de amendoim são freqüentemente contaminadas por fungos. Esta
contaminação pode se dá nas sementes no campo (ROSSETO et al., 2003) e após a colheita
(ITO et al., 1992).
A utilização de extratos vegetais como defensivo agrícola já é uma prática comum em
pequenas hortas, por combaterem uma série de fungos, porém, os extratos apresentam na sua
composição concentrações muito baixas dos princípios ativos, fazendo com que se
comercialize muita água com valor de produto. A alternativa para este fato é a utilização dos
óleos essenciais dessas plantas, pois as concentrações dos princípios ativos, contido nos óleos,
são altas (INNECCO, 2003).
Na atualidade diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas, com o objetivo de melhor
definir quais plantas podem ser utilizadas e quais patógenos podem ser controlados através da
utilização de óleos e extratos. (SCHWAN-ESTRADA, 2003).
Os fungos comumente encontrados no amendoim são o Aspergillus flavus e o A.
parasiticus, porém, pesquisas com óleos e extratos (folha e sementes) de nim (Azadirachta
indica) têm mostrado potencial no controle direto desses fungos (ALLAMEH et al., 2002).
O uso de óleos naturais pode inibir a produção de aflatoxina em colônias de
Aspergillus parasiticus (HASAN & MAHMOUD, 1999), resultado semelhante foi obtido por
JUGLAL et al. (1998) para o mesmo fungo.
A utilização de óleos essenciais para o controle do Aspergillus flavus em milho causou
a inibão no desenvolvimento do fungo, reduzindo significativamente a contaminação
(MONTES – BELMONT & CARVAJAL, 2003). Extratos de agave (Agave striata e A.
asperrima) diminuíram as percentagens de micotoxinas produzidas por Aspergillus flavus e A.
parasiticus (SANCHEZ et al., 2005).
O uso dos componentes presentes em óleos e extratos no controle de patógenos se
mostra com excelente ação antifúngica, apresentando-se como uma alternativa natural de uso
(BETTIOL, 1991; TRIPATHI & DUBEY, 2004).
19
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Armazenamento das sementes de amendoim
3.1.1. Local de condução do experimento
O trabalho foi desenvolvido pela Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
(UAEAg) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), juntamente com a Embrapa
Algodão. Os experimentos foram instalados na cidade de Campina Grande (22 ºC e 79 %
URa) e no laboratório de Sementes do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal
da Paraíba (CCA/UFPB), localizado na Cidade de Areia. O primeiro representava as
condições ambientes e o segundo foi montado na câmara seca (25 ºC e 64 % URa) do
laboratório de Sementes.
3.1.2. Delineamento estatístico
Os dados obtidos experimentalmente foram analisados em um delineamento
inteiramente casualizado com quatro repetições, seguindo o esquema fatorial de 2 x 2 x 2 x 4
separados da seguinte forma:
Ambientes de armazenamento
A
1
– câmara seca
A
2
– condições ambiente
Embalagens
EM
1
saco multifoliado
EM
2
– saco de polietileno traado
20
Beneficiamento
AM
1
– amendoim sem casca
AM
2
– amendoim com casca
Períodos de armazenamento
P
1
– 45 dias
P
2
– 90 dias
P
3
– 135 dias
P
4
– 180 dias
O ensaio foi constituído por 128 tratamentos, com exceção do período inicial (P
0
),
sendo 64 tratamentos de amendoim sem casca e 64 de amendoim com casca.
Os dados obtidos, experimentalmente, foram submetidos à alise de variância
(ANOVA). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade, e para
os fatores quantitativos empregou-se a análise de regressão na variância sendo considerado
para a escolha da melhor equação a significancia do teste F, e o R
2
acima de 0,60 . O
programa utilizado para a realização das análises estatísticas foi o ASSISTAT, versão 7.4 beta
(SILVA & AZEVEDO, 2006).
3.1.3. Origem e acondicionamento das sementes
As sementes de amendoim, da variedade BR 1, utilizadas no experimento foram
provenientes de um campo experimental pertencente a Embrapa Algodão, localizado na
Cidade de Patos, PB.
Para obtenção das mesmas, as vagens depois de colhidas e secas ao sol foram
acondicionadas e transportadas do centro de origem à cidade de Campina Grande em sacos de
polietileno trançado. Ao chegarem à Embrapa Algodão, alguns dos sacos foram pesados e
separados para o beneficiamento o qual foi realizada em quina semi-mecânica utilizada
para descascar grandes quantidades de frutos de amendoim. O total de amendoins sem casca e
com casca, utilizados no experimento foi de 12 kg e 17 kg, respectivamente.
21
Foi realizada uma caracterização inicial do produto quanto à umidade, germinação,
vigor (contagem do 5º dia) e aflatoxina, como podem ser observados na TABELA 4.
TABELA 4.Teor de umidade (base seca), germinação e vigor de semente de amendoim antes
do armazenamento (P
0
).
As sementes com e sem casca foram acondicionados em embalagens de polietileno
trançado e papel multifoliado. A quantidade de amendoim, sem casca e com casca, utilizado
para o enchimento de cada embalagem foi de 160 g e 220 g, respectivamente. Após o
enchimento das embalagens, de acordo com o tratamento, as mesmas foram identificadas e
transportadas para o local de armazenagem, onde foram distribuídas ao acaso.
A cada quarenta e cinco dias eram tiradas amostras referentes a um determinado
período de armazenamento para a realização das análises. O período de armazenamento teve a
duração de seis meses, com início em julho de 2006 e término em janeiro de 2007.
A separação da semente da vagem do amendoim com casca armazenado, deu-se em
máquina semi-mecânica própria para esta operação, FIGURA 1.
FIGURA 1 – Máquina de descascar amendoim (Foto do autor)
Em cada período foram feitas as determinações de vigor, germinação, umidade e
aflatoxina separadas da seguinte forma: 200 sementes para o teste de germinação; quatro
repetições de 15 g de sementes para a determinação do teor de umidade; e as demais sementes
Características avaliadas Período inicial (P
0
)
Umaidade Inicial (%) bs 6,45
Germinação do amendoim (%) 75
Vigor (Contagem do 5º dia) (%) 50
Aflatoxina Não foi detectada
22
foram moídas para a da análise de aflatoxinas, no laboratório de Química da Embrapa
Algodão.
3.1.4. Análises realizadas
Teste de germinação e vigor (primeira contagem da germinação)
Os testes de germinação e vigor foram realizados em casa de vegetação, com umidade
e temperatura controladas (25 ºC e 60 % URa), utilizando-se 200 sementes por tratamento,
distribuídos em quatro repetições de 50 sementes, tendo como substrato a vermiculita. A
semeadura foi feita em bandeja plástica de 45 cm x 30 cm x 7 cm, correspondente ao
comprimento, largura e altura, respectivamente.
Durante o teste foram realizadas duas avaliações, a primeira no 5º dia de instalação do
experimento a qual consideramos o vigor e a segunda no 10º dia. Por ocasião de cada leitura
contaram-se as plântulas normais, as anormais e as sementes não germinadas (duras e
dormentes), seguindo os critérios contidos nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL,
1992).
Determinação do teor de umidade
O teor de umidade foi determinado pelo método oficial da estufa descrito na Regras
para Análises de Sementes (BRASIL, 1992), em que a umidade é obtida por diferença de peso
entre a massa inicial e a final, depois da remoção da água pela ação do calor.
A porcentagem de umidade foi calculada com base no peso úmido aplicando-se a
seguinte fórmula:
t
pP
U
=
)(
100
Em que:
U = Umidade (%)
P = Peso inicial – o peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente úmida
23
p = Peso final – o peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente seca
t = Tara – o peso do recipiente com sua tampa
O teor de umidade foi realizado durante todo o período de armazenamento e os foram
resultados expressos em percentagem pela média aritmética das quatro repetições.
Determinação da aflatoxina
Preparação dos padrões
Os padrões de Aflatoxinas B
1
, B
2
, G
1
e G
2
na forma de cristais, utilizados no ensaio,
foram adquiridos nos Laboratórios Sigma Co U.S.A.
Realizou-se a preparação dos padrões de acordo com a metodologia descrita por
SCOTT (1990). A dissolução dos padrões foi feita em metanol e a absorbância lida em 360
nm em um espectrofotômetro, no qual foram registrados os valores necessários para
realização do cálculo de concentração, que é feito através da formula:
E
AxCFxPMx
mLaflatoxinag
1000
/)( =
µ
Em que:
A = absorbância
CF = fator de calibração do espectrofotômetro
PM = peso molecular da aflatoxina
E = absortividade molar
Preparo das amostras para análise
O amendoim separado para realização da análise foi triturado em moinho de
oleaginosa (FIGURA 2), e passado em uma peneira de 14 “mesh”, para obtenção da textura
adequada requerida à realização das extrações.
24
Depois de peneirado, cada amostra foi acondicionada em embalagem hermeticamente
fechada e colocada em freezer onde se mantiveram até a realização da extração.
FIGURA 2. Moinho de oleaginosas (Foto do autor)
Extração e limpeza das amostras
Para as extrações de aflatoxina adotou-se a metodologia descrita por RODRIGUES-
AMAYA e SOARES (1989), melhorada por QUEIROZ (2006), conforme fluxograma da
FIGURA 3 com suas respectivas fases FIGURA 4, cujo detalhamento encontra-se no
ANEXO III.
25
FIGURA 3. Extração da aflatoxina
50g da amostra
30mL (KCl 4%)
270 mL de Metanol
1° Filtração
2° Filtração
150 mL Filtr. + 150mL (CuSO
4
a 10%) +5g de celite
150 mL Filtr. +150mL
de H
2
O destilada +
50mL Hexano
10 mL de
clorofórmio
Bateu-se 5’no
liquidificador
Agitou-se
por 5’ com
bastão
Retirou-se
150mL do
filtrado
Retirou-se 150mL do
filtrado
Agitou-se por 3’
Descartou-se
o hexano
Primeira fase
clorofórmica
10 mL de
clorofórmio
Concentração das amostras 60°C
em banho Maria
Segunda fase
clorofórmica
26
FIGURA 4. Extração e limpeza das amostras (Fotos do autor)
Após a concentração das amostras, estas foram mantidas sob refrigeração em freezer
até o momento da análise cromatográfica, quando o concentrado foi ressuspendido em 500 µl
de metanol e agitado manualmente por 30 segundos.
A cromatografia foi realizada com quatro repetições em cromatofolhas de alumínio
com 20×20 cm, de espessura 0.2 mm, da marca Merck (KIESEL GEL-60 / 1.05553).
As cromatofolhas foram marcadas a 2 cm da margem, que é o ponto de partida (Start),
distanciando-se 10 cm da linha de chegada da fase móvel (Front) e a separação de 1 cm para a
aplicação dos padrões e das amostras como pode ser observado no esquema da FIGURA 5:
FIGURA 5. Esquema de Cromatofolha
2 cm
1 cm
10 cm
Start
Front
dM
dR
B
1
B
2
G
1
G
2
A1...................An
Padrões Amostras
1ª Filtração
Fase hexano Fase clorofórmica
2ª Filtração
27
Identificação das Aflatoxinas
A triagem das aflatoxinas nas amostras foi realizada através de cromatografia em
camada delgada, utilizando-se cromatofolhas de alumínio e a mistura tolueno, acetato de etila
e ácido fórmico, nas proporções de 60: 30: 10, respectivamente, como fase móvel.
Nas cromatofolhas foram aplicados 10 µl das amostras e 10 µl dos padrões B
1
, B
2
, G
1
e G
2
, distribdos individualmente em pontos marcados nas placas, conforme FIGURA 5.
Após a aplicação dos padrões e amostras, as placas foram colocadas em uma cuba que
continha a fase móvel. Após a eluição, a cromatofolha foi retirada da cuba (FIGURA 6) e
esperou-se a evaporação da solução para que a mesma fosse colocada na câmara com luz
ultravioleta de 366 nm.
Quando a amostra aplicada apresentava manchas comparáveis aos padrões, a mesma
era submetida ao teste de confirmação por meio de pulverização da placa com uma solução de
ácido sulfúrico a 20 % e submetida à luz ultravioleta. As machas positivas apresentavam uma
coloração amarelada.
Nas amostras que foram detectadas aflatoxinas foi realizada uma nova cromatografia
para a identificação, mediante a cor, a intensidade da fluorescência e a comparação dos R
fs
(fator de retenção) das amostras com a dos padrões das aflatoxinas. Nesse procedimento
utilizou-se a fase móvel clorofórmio e acetona, nas proporções de 90:10, respectivamente,
como também foi alterado a aplicação da amostra de 10 µl para 20 µl, com o objetivo de
melhor visualização das aflatoxinas.
FIGURA 6. Cuba de revelação
A segunda confirmação para a aflatoxina B
1
,
nas amostras que deram positivas, foi
através do teste de derivação química, para a qual foi utilizada a metodologia de SCOTT
(1990). Este teste é usado como forma de reduzir resultados falso-positivos.
28
Preparou-se uma solução de ácido trifluoracético com água, na proporção de 1:2,
respectivamente, sendo colocado em vidro âmbar e identificado. Homogeneizou-se
manualmente e aplicou-se 2 µl da solução obtida em cima das amostras e padrões que
desejava-se visualizar a derivação química (FIGURA 7). A placa foi colocada em estufa a 40°
C por 10 min., após este tempo a mesma foi retirada da estufa deixada esfriar e eluida na fase
móvel clorofórmio e acetona, nas proporções de 90:10, respectivamente.
FIGURA 7. Modelo de placa do teste de derivação química
B
1
B
1
D
A
1
A
1
D
A
2
A
2
D
A
3
A
3
D
29
3.2. Avaliação do crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus
O trabalho foi desenvolvido através da parceria da UFCG/Embrapa Algodão, sendo o
experimento conduzido no laboratório do setor de Fitopatologia da Embrapa Algodão, na
cidade de Campina Grande, PB, no período compreendido de dezembro de 2006 a fevereiro
de 2007.
3.2.1. Obtenção dos Isolados
O fungo Aspergillus flavus foi isolado a partir de sementes de amendoim de três
diferentes regiões do Estado da Paraíba, Patos, Mogeiro e Campina Grande. As sementes
foram lavadas com hipoclorito de sódio a (3%) e depois com água destilada, as mesmas foram
secas e colocadas em placas de petri, contendo o meio BDA. Em cada placa foram colocadas
oitos sementes. Após um período de incubação de 48 horas, a 24 ºC e sob luz constante na
BOD, foi realizado o isolamento direto do fungo com o aulio de um bastão de vidro e
microscópio óptico, os quais foram retirados do bordo das colônias, transferidos para um
meio de BDA, identificadas de acordo com a origem de cada semente.
3.2.2. Delineamento estatístico
As taxas de crescimento do Aspergillus foram analisadas em um delineamento
inteiramente casualizado, seguindo o esquema fatorial de 3 x 5 com quatro repetições,
representado pelos os isolados (IM – isolado de Mogeiro; IP
– isolado de Patos; ICG – isolado
de Campina Grande) e as concentrações do óleo de nim no meio de cultura (C
0
testemunha;
C
1
– 3,125 %; C
2
– 6,25 %; C
3
– 12,5 %; C
4
– 25 %).
Os valores da taxa de crescimento micelial foram submetidos à análise de variância
(ANOVA) e a comparação das médias foi determinada pelo teste de Tukey a 5 % de
probabilidade, os dados também foram submetidos à análise de regressão. O programa
30
utilizado para a realização das análises estatísticas foi o ASSISTAT, versão 7.4 beta (SILVA
& AZEVEDO, 2006).
3.2.3. Análises realizadas
Crescimento micelial
O meio BDA foi preparado e depois de pronto foi medido e distribuído em erlenmeyer
de 500 mL, na quantidade de 200 mL e esterilizado em autoclave. O óleo de nim (Azadirachta
indica) foi adicionado ao meio de BDA, de modo a se obter concentrações de 3,125; 6,25;
12,5; e 25 %. As quantidades de óleo adicionadas referem-se à quantidade de meio retirada de
cada erlenmeyer. Placas contendo somente BDA serviram como testemunhas.
Preparou-se uma solão com Agar-água esterilizada que, quando apresentou uma
temperatura de 40 °C, foi colocada em placas de petri, contendo os isolados (a partir de
colônias com quatro dias de idade, crescidas em placas com BDA, sob luz contínua e a 24
°C), sendo agitada com um alça de vidro. Após este procedimento verteu-se o conteúdo da
placa em uma outra placa esterilizada, tampou-se e identificou-se.
Utilizaram-se discos de 5 mm de papel de filtro, que foram transferidos
individualmente para o centro de cada uma das placas componentes de cada tratamento após
serem embebidos na solução com fungo e Agar–água. A incubação foi realizada sob luz
contínua, a uma temperatura de 24 °C, por um período de seis dias. Para cada tratamento,
foram utilizadas quatro placas de petri. Para montagem do experimento final, foi necessária a
realização de testes preliminares com as concentrações determinadas.
A avaliação do efeito dos extratos sobre o crescimento micelial, realizada do 1º ao 6º
dia após a repicagem, foi feita através de medições do crescimento do diâmetro da colônia em
dois eixos ortogonais, e posteriormente, calculada a média.
31
Germinação dos esporos
A suspensão de esporos foi preparada adicionando-se 20 mL de água destilada
esterilizada. A qual foi ajustada para 10
5
esporos / mL, utilizando-se hemacitômetro.
As concentrações do óleo de nim, testadas e preparadas, foram vertidas em lâminas de
microscopia utilizando-se uma pipeta automática. Foi adicionado sobre o meio de cultura,
ajustado as diferentes concentrações do óleo de nim (3,125; 6,25; 12,5; e 25 %), 100 µl da
suspensão de esporos dos isolados de Aspergillus flavus. A testemunha foi constituída por
placas contendo o meio Agar-água, sem adição do óleo. As lâminas foram acondicionadas em
caixas de plástico, tipo gerbox, e mantidas em temperatura de 25 ± 2 ºC durante 10 horas,
depois desse período a germinação dos conídios foi avaliada com microscópio óptico, no qual
foram tiradas fotografias para a contagem dos esporos germinados e não germinados.
32
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Armazenamento
O resumo das análises de variância e os coeficientes de variação correspondentes a
germinação, vigor e umidade obtidos em função das sementes de amendoim da variedade
BR1 armazenadas em ambiente natural e câmara seca, com e sem casca, acondicionadas em
embalagens de papel multifoliado e polietileno trançado, por quatro períodos de
armazenamento, encontram-se na TABELA 5. Para a germinação os efeitos significativos
foram: ambiente, embalagem, peodo de armazenamento e as interações, ambiente versus
período de armazenamento e embalagem versus beneficiamento. Para o vigor observa-se que
os efeitos significativos foram ambiente, embalagem, beneficiamento e as interações,
ambiente versus beneficiamento, ambiente versus peodo de armazenamento, embalagem
versus período de armazenamento e beneficiamento versus período de armazenamento. Para o
fator umidade os valores significativos foram observados para ambiente, embalagem,
beneficiamento, período de armazenamento e as interações, ambiente versus embalagem,
ambiente versus beneficiamento, embalagem versus beneficiamento e beneficiamento versus
período de armazenamento.
33
TABELA 5. Resumo da análise de variância da germinação, do vigor e da umidade, de
sementes de amendoim da variedade BR 1, acondicionadas em dois ambientes
(condições ambiente e câmara seca), dois tipos de embalagem (papel
multifoliado e polietileno trançado), com e sem casca e quatro períodos de
armazenamento (45, 90, 135, 180 dias).
Quadrados Médios
F.V.
G.L. Germinação Vigor Umidade
Ambiente (F1)
1 73,50781
*
212,69531
**
0,61744
**
Embalagem (F2)
1 89,44531
**
745,94531
**
1,40072
**
Beneficiamento (F3)
1 5,69531
ns
46,32031
*
0,33518
**
Período de armazenamento (F4)
3 48,65365
**
11,88281
ns
0,58071
**
F1xF2 1 23,63281
ns
0,07031
ns
1,75079
**
F1xF3 1 15,82031
ns
51,25781
**
0,24939
*
F1xF4 3 120,02865
**
29,52865
**
0,05390
ns
F2xF3 1 61,88281
*
6,57031
ns
0,30713
**
F2xF4 3 14,38281
ns
168,44531
**
0,05487
ns
F3xF4 3 17,50781
ns
32,52865
**
0,32839
**
F1x2x3 1 279,07031
**
0,07031
ns
0,80804
**
F1x2x4 3 4,23698
ns
5,61198
ns
0,12567
*
F1x3x4 3 13,38281
ns
32,34115
**
0,06635
ns
Int.F2x3x4 3 3,52865
ns
43,65365
**
0,04694
ns
F1x2x3x4 3 4,71615
ns
23,69531
*
0,02423
ns
Resíduo
96 11,93490 7,05990 0,03990
Total 127
CV (%) 6.04017 6.42308 2.63216
**
Significativo ao nível de 1 % de probabilidade (p < .01);
*
Significativo ao nível de 5 % de probabilidade
(.01 < p < .05);
ns
o significativo (p >.05).
4.1.1. Germinação
Os resultados referentes à interação ambiente versus período de armazenamento
podem ser observados na FIGURA 8, na qual se notam oscilações na germinação durante
todo o período de armazenamento. Observa-se que as maiores percentagens de germinação
foram obtidas nas condições de câmara seca no terceiro e quarto período. Provavelmente,
vários fatores podem ter influenciado esses resultados.
A alta variabilidade nos percentuais de germinação durante os períodos de
armazenagem foi ocasionado pela falta de seleção das sementes antes da estocagem, aliado a
esse fator podem ser citado, a presença de insetos em alguns tratamentos e ao substrato
34
utilizado. Quanto à redução da germinação durante o armazenamento, quando comparado aos
valores de caracterização (TABELA 4). Isso se deve ao fato, que os percentuais de
germinação das sementes podem ser influenciados pela qualidade inicial das mesmas e
também pela sua própria estrutura física e genética, além, de sofrerem a influência do
ambiente de armazenamento. Segundo trabalho realizado por AZEREDO et al., (2005), com
armazenamento de amendoim com e sem casca, por um período de 12 meses, nas condições
ambiente e câmara seca, também foi verificado a redução dos percentuais de germinação ao
longo do período de armazenamento. Para TICELLI (2001), a germinação do amendoim pode
diminuir por danos mecânicos, ocasionados pelo descascamento. Segundo ALMEIDA et al.,
(1999), a germinação de gergelim foi reduzida ao longo do armazenamento e a qualidade
fisiológica da semente influenciada pelo local de estocagem.
FIGURA 8. Valores médios de germinação (%) de sementes de amendoim, da variedade
BR1, armazenadas em condição de câmara seca (A1) e em condição ambiente
(A2), por 180 dias.
O comportamento da germinação das sementes de amendoim, da variedade BR 1, com
ou sem casca, armazenadas nas embalagens de papel multifoliado e polietileno trançado, pode
ser observado na TABELA 6.
Ao compararmos o efeito entre embalagens, nota-se que as médias de germinação das
sementes estocadas com casca, nas duas embalagens estudadas não diferiram estatisticamente
entre si. No entanto, para o amendoim armazenado fora do fruto, as embalagens de papel
multifoliado obtiveram maior germinação do que as de polietileno trançado.
35
Quanto à influência do beneficiamento na germinação, observa-se que os amendoins
armazenados nos frutos apresentaram maior germinação nas duas embalagens estudadas,
quando comparada aos amendoins estocados sem casca. Porém, só foi observado diferença
estatística no amendoim armazenado nas embalagens de papel multifoliado. Neste caso
verifica-se que as sementes armazenadas sofrem a influência da umidade, da temperatura, do
tipo de embalagem e do benificiamento sofrido pela semente. MORAES (1996), afirmou que
sementes de amendoim armazenadas dentro dos frutos conservam melhor a viabilidade. Já
para GURJÃO (1995), sementes de amendoim armazenadas fora dos frutos estão mais
susceptíveis ao ataque de pragas.
TABELA 6. Valores médios de germinação (%) para a interação Embalagem x
beneficiamento de sementes de amendoim da variedade BR 1, armazenadas
por 180 dias.
Beneficiamento
Embalagens
Amendoim com casca Amendoim sem casca
Papel multifoliado
58,9375 aA 57,1250 aB
Polietileno trançado
56,8438 aA 55,8750 bA
DMS para colunas = 1,7146 (classificação em letras minúsculas); DMS para linha = 1,7146 (classificação
em letras maiúsculas). As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente
4.1.2. Primeira contagem da germinação
Observando-se os resultados da interação ambiente versus beneficiamento para o vigor
das sementes de amendoim, da variedade BR1, armazenadas por 180 dias (TABELA 7).
Nota-se que os percentuais de vigor, no ambiente de câmara seca, apresentaram diferença
estatística para os amendoins armazenados com e sem casca. No entanto, na condição
ambiente, o vigor do amendoim com casca foi significativamente maior que os sem casca.
Entretanto, ao comparar os ambientes verifica-se que o vigor do amendoim com casca não
diferiu estatisticamente nos dois ambientes de armazenamento. O amendoim sem casca
apresentou maior vigor nas condições de câmara seca.
36
TABELA 7. Valores médios de vigor (%) para a interação beneficiamento x ambiente de
armazenamento, de sementes de amendoim da variedade BR 1, armazenadas
por 180 dias.
Ambientes de armazenamento
Beneficiamento
Câmara seca Condição ambiente
Amendoim com casca
42,6250 aA 42,6875 aA
Amendoim sem casca
41,3125 aA 38,8438 bB
DMS para colunas = 1,3187 (classificação em letras minúsculas); DMS para linha = 1,3187 (classificação
em letras maiúsculas). As dias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Vigor
inicial (P
0
)
= 50 %.
Na FIGURA 9, verifica-se que as sementes de amendoim armazenadas nas condições
de câmara seca apresentaram um decréscimo do vigor durante o período de armazenamento, o
qual oscilou de 44,87 % a 42 %, mantendo-se significativamente superior ao vigor das
sementes armazenadas sob condições ambientes, as quais variaram de 39,5 % a 40,12 %. Nas
condições de câmara seca, não houve diferenças estatísticas no vigor das sementes com e sem
casca
38
40
42
44
46
45 90 135 180
Período de armazenamento (dias)
Vigor (%)
FIGURA 9. Valores médios de vigor (%) de sementes de amendoim, da variedade BR1,
armazenadas emmara seca (A1) e em condição ambiente (A2), por 180 dias.
Ainda referido-se ao vigor, na FIGURA 10 pode ser observado que as sementes
armazenadas nas embalagens de papel multifoliado apresentaram maior vigor do que as
armazenadas em polietileno trançado, numa variação de 42,06 % a 46,12% e 42,31 % a 36 %,
respectivamente, para as citadas embalagens.
A
2
A
1
y = 48,6875499 + (-0,10569444) x + 0,00038580 x
2
R
2
= 0
,
91
y = 37,984487 + 0,036317 x - 0,000131 x
2
R
2
= 0
,
63
37
15
25
35
45
55
65
45 90 135 180
Peodo de armazenamento (dias)
Vigor (%)
FIGURA 10. Valores médios de vigor (%) de sementes de amendoim, da variedade BR1,
armazenadas em embalagens de papel multifoliado (EM1) e de polietileno
trançado (EM2), por 180 dias.
Na interação beneficiamento versus período de armazenamento (FIGURA 11), o vigor
do amendoim com casca diferiu estatisticamente do sem casca, durante o período de
armazenamento, exceto para os períodos 2 (90 dias) e 3 (135 dias). Os valores médios
variaram de 43,31 % a 42,68 %, para o amendoim com casca, e de 41,06 % a 39,44 %, para o
amendoim sem casca.
FIGURA 11. Valores médios de vigor (%) de sementes de amendoim, da variedade
BR1, armazenadas com casca (AC) e sem casca (AS), por 180 dias.
Nos resultados de vigor obtidos durante o armazenamento, verifica-se a influência da
atmosfera de armazenamento sobre a conservação da viabilidade das sementes. Seja o fator
EM2
EM1
y = 45,078174 - 0,067986 x + 0,000100 x
2
R
2
= 0
,
99
y = 41,597249 - 0,001443 x + 0,000154 x
2
R
2
= 0
,
92
38
beneficiamento, embalagem ou ambiente de armazenamento, a qualidade da semente não é
melhorada durante o período de estocagem. Observa-se ainda, que houve um decréscimo do
vigor durante o período de armazenamento quando comparado a caracterização inicial, isso
ocorre independente dos ambientes de armazenamento, beneficiamento e embalagens, porém,
este decréscimo pode ser verificado com maior freqüência nas sementes sem casca. Estes
resultados corroboram com os encontrados por RESENDE et al. (1996) e AZEREDO et al.,
(2005) os quais verificaram que as sementes perdem vigor mais rapidamente sob condições
não controladas. Em trabalhos realizados por ALMEIDA et al. (1999), também foi verificado
o decréscimo da viabilidade de sementes durante o período de armazenamento.
A conservação da qualidade fisiológica das sementes armazenadas está diretamente
ligada ao tipo de embalagem empregada (POPINIGS, 1985), e as condições ambiente que
esssas sementes estão submetidas. Isso vai influêciar a preservação do vigor das sementes.
Dessa forma, as melhores condições para amanutenção da qualidade fisiológica das sementes
são aquelas de baixa umidade relativa do ar e temperatura.
Como pode ser observado nos resultados obtidos, a variação no vigor das sementes
durante o período de armazenamento, principalmente pela falta de seleção, mostra a
importância de utilizar sementes com potencial fisiológico conhecido, assim reduziria a
grande variabilidade.
4.1.3. Teor de umidade
Os valores médios de umidade das sementes de amendoim armazenadas por 180
dias, referente à interação ambientes x embalagens, encontram-se na TABELA 8, na qual
pode ser observada que nas condições de câmara seca as sementes de amendoim armazenadas
em papel multifoliado apresentaram menor teor de umidade do que as das embalagens de
polietileno trançado. Na condição ambiente, não houve diferenças estatística entre as médias
das embalagens. Ao compararmos os ambientes de armazenamento desta mesma interação,
verificou-se que a umidade das sementes armazenadas na embalagem de papel multifoliado
nas condições de câmara seca, foi significativamente menor do que na condição ambiente, no
entanto, entre as embalagens de polietileno trançado não foi observado diferenças estatística.
39
TABELA 8. Valores médios de umidade (%) para a interação ambientes de armazenamento
x embalagens, de sementes de amendoim da variedade BR 1, armazenadas por
180 dias.
Ambientes de armazenamento
Embalagens
Câmara seca Condição ambiente
Papel multifoliado
7,2981 bB 7,7413 aA
Polietileno trançado
7,6709 aA 7,6463 aA
DMS para colunas = 0,0991 - classificação em letras minúsculas; DMS para linhas = 0,0991 - classificação em
letras maiúsculas. As dias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si. * Umidade inicial =
6,45 % em base seca.
Para a interação ambiente de armazenamento x beneficiamento apresentado na
TABELA 9, verificou-se que, a umidade do amendoim com casca acondicionado sob
condições de câmara seca não diferiu estatisticamente dos sem casca, no entanto,sob
condições ambiente a umidade das sementes de amendoim com casca armazenada
apresentaram-se significativamente inferior as sem casca. Na comparação dos ambientes não
foi observado diferenças estatística para os amendoins sem casca acondicionados nos dois
ambientes, porém, o amendoim com casca do ambiente de câmara seca apresentou-se com
umidade superior aos da condição ambiente.
TABELA 9. Valores médios de umidade (%) para a interação ambiente de armazenamento x
beneficiamento, de sementes de amendoim da variedade BR 1, armazenadas
com e sem casca.
Ambientes de armazenamento
Beneficiamento
Câmara seca Condição ambiente
Amendoim com casca
7,6150 aA 7,4244 bB
Amendoim sem casca
7,6656 aA 7,6516 aA
DMS para colunas = 0,0991 ( classificação em letras minúsculas); DMS para linhas = 0,0991 (classificação em
letras maiúsculas). As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
* Umidade inicial = 6,45 % em base seca.
Os valores de umidade dos amendoins com e sem casca acondicionados nas
embalagens de papel multifoliado e polietileno trançado referente à interação embalagens x
beneficiamento são encontrado na TABELA 10. De acordo com os resultados apresentados
nessa tabela, nota-se que nas embalagens de papel multifoliado, o amendoim com casca
apresentou menor umidade do que os sem casca, os quais diferiram estatisticamente entre si.
Resultados semelhantes foram observados para embalagem de polietileno trançado. Na
comparação entre embalagens verificou-se que os amendoins com casca apresentaram maior
40
umidade em papel multifoliado e os amendoins sem casca não apresentaram diferença
significativa entre as embalagens.
TABELA 10. Valores médios de umidade* (%) para a interação embalagens x
beneficiamento, de sementes de amendoim da variedade BR 1,
armazenadas com e sem casca.
Embalagens
Beneficiamento
Papel multifoliado Polietileno traado
Amendoim com casca
7,5847 bA 7,3844 bB
Amendoim sem casca
7,6959 aA 7,6916 aA
DMS para colunas = 0,0991 (classificação em letras minúsculas); DMS para linhas = 0,0991 ( classificação em
letras maiúsculas). As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
*Umidade inicial = 6,45 % em base seca.
A variação de umidade durante o período de armazenamento dos amendoins com e
sem casca, pode ser observada na FIGURA 12, onde nota-se que o amendoim sem casca,
apesar de apresentar umidade significativamente menor quando comparado aos com casca nos
três primeiros peodos de armazenamento, apresentou um aumento significativo no teor de
umidade no quarto período. Os teores de umidade das sementes sem e com casca variaram
entre 7.38 % a 7.85 % e 7.56 % a 7.69 %, respectivamente.
7
7,3
7,6
7,9
8,2
45 90 135 180
Peodo de armazenamento (dias)
Umidade em base seca (%)
FIGURA 12. Valores médios de umidade (%) de sementes de amendoim, da variedade
BR1, armazenadas com casca (AC) e sem casca (AS), por 180 dias.
Durante o período de armazenamento, tanto nas condições ambientes, como em
câmara seca, a umidade variou em maior escala nos amendoins sem casca. Em relação aos
ambientes de armazenamento, uma maior umidade pode ser verificada nas condições
ambientes. Essa alta umidade atingida se dá pelas variações da atmosfera não controlada de
armazenamento, a que as sementes foram submetidas.
A
C
A
S
y = 7,5516499 + 0,00190255x - 0,00000495x
2
R
2
=
0,69
y = 7,530199 - 0,00527355x + 0,00003958x
2
R
2
= 0
,
99
41
Em síntese aos resultados apresentados, nota-se que a embalagem de papel
multifoliado para ambos os beneficiamentos e ambientes conservou as sementes das variões
do ar circundante, quando comparado aos de polietileno trançado. Quanto ao beneficiamento,
as sementes com casca apresentaram umidades inferiores ao sem casca independente do
ambiente de armazenamento. Estes resultados corroboram com os encontrados por MORAES
(1996), no armazenamento de amendoim com e sem casca. AZEREDO et al. (2005) no
armazenamento de amendoim sem casca também verificou o aumento da umidade durante o
peodo de armazenamento. AFONSO JÚNIOR et al. (2000), verificaram que a umidade das
sementes e suas interações afetaram a germinação das sementes de soja durante o período de
armazenamento.
4.1.4. Aflatoxina
Não foi observado o surgimento de aflatoxina no amendoim armazenado. Este
comportamento deve-se, provavelmente, ao fato de que o fungo Aspergillus flavus necessita
de ambiente adequado e tempo para se desenvolver. Ademais, é de se relatar que o teor de
umidade das sementes se apresentava baixo, o qual, não favorecia o desenvolvimento do
fungo.
Estes resultados encontram apoio nos de ALVES (1995), que analisou teores de
aflatoxina em sementes de amendoim armazenadas em diferentes embalagens, em que
observou-se que as condões de armazenamentoo influenciaram no surgimento da
aflatoxina em sementes de amendoim que não estavam contaminadas, porém, aquelas que se
apresentavam contaminadas antes do armazenamento aumentaram seus teores durante o
período de estocagem.
A umidade que as sementes adquiriram durante o período de armazenamento não foi
suficiente para que o fungo Aspergillus flavus, presente nas sementes, produzisse a aflatoxina.
PEREIRA et al., (2002), afirmaram que a atividade de água para o crescimento do fungo A.
flavus é de 95 %. No entanto, nestas condições, se a semente possuir 11 % de umidade estes
fungos se desenvolvem e produzem a aflatoxina.
A ausência de contaminação nas sementes durante os períodos de armazenamento
indica que as condições das sementes, aliadas às embalagens e ao ambiente de
armazenamento, influenciaram positivamente no controle dessa toxina, garantindo a qualidade
42
final do produto. Os resultados obtidos corroboram com os encontrados por QUEIROZ et al.,
(2006), no armazenamento de amendoim em câmara fria e condições naturais, no qual, as
condições de armazenamento não permitiram a produção de aflatoxina, durante o período de
180 dias.
4.2. Influência do óleo de nim no desenvolvimento do fungo Aspergillus flavus
4.2.1. Crescimento micelial
A análise de variância da taxa de crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus
(cm), para diferentes concentrações de óleo de nim (Azadirachta indica) obtida
experimentalmente, revelou valores significativos para as concentrações utilizadas no
experimento, e a interação isolado x concentrações, os quais podem ser observado na
TABELA 11.
Os resultados da interação, isolados x concentrações para taxa de crescimento do
fungo Aspergillus flavus, em diferentes concentrações do óleo de nim, encontram-se na
TABELA 12, e a influência do óleo de nim sobre os isolados pode ser encontrada na
FIGURA 13. Ao comparamos o efeito das concentrações de óleo de nim entre os isolados,
nota-se que, na concentração C
0
não houve diferença estatística na taxa de crescimento entre
os mesmos. Na C
1
, o crescimento do isolado de Mogeiro não diferiu estatisticamente dos
demais isolados, entretanto, verifica-se que o isolado de Patos obteve a maior média da taxa
de crescimento nesta concentração. Para C
2
, os isolados de Patos e de Campina Grande
obtiveram as maiores taxas de crescimento quando comparadas a de Mogeiro. Em C
3
, o
crescimento micelial do isolado de Mogeiro apresentou-se estatisticamente superior às
concentrações de Patos e Campina Grande, as quais, não diferiram entre si. Para a última
concentração (C
4
), o isolado de Patos foi o que sofreu o maior efeito na taxa de crescimento
micelial, no entanto, não apresentou diferença estatística quando comparado ao o isolado de
Mogeiro. O isolado de Campina Grande apresentou maior taxa de crescimento micelial,
porém, também não diferiu estatisticamente do isolado de Mogeiro. As reduções no na taxa de
crescimento comprova a eficiência da ação do óleo de nim
43
TABELA 11. Análise de variância e regressão do crescimento micelial de três isolados do
fungo Aspergillus flavus submetidos a cinco concentrações do óleo de nim
(Azadiractha indica)
*
Significativo ao nível de 5 % de probabilidade (.01 = < p < .05)
**
Significativo ao nível de 1 % de probabilidade (p < .01) ;
ns
o significativo (p >= .05)
TABELA 12. Taxa de crescimento micelial de três isolados de Aspergillus flavus, em
resposta ao uso de cinco diferentes concentrações de óleo de nim.
Condição ambiente
Isolados
C
0
(testemunha)
C
1
(3,125 %)
C
2
(6,25 %)
C
3
(12,5 %)
C
4
(25 %)
Mogeiro
2,1850 aA 1,5775 abB 1,2350 bC 1,1850 aC 0,8650 abD
Patos
2,1475 aA 1,6450 aB 1,3825 aC 0,9450 bD 0,8000 bE
Campina Grande
2,1100 aA 1,5300 bB 1,3825 aC 0,9800 bD 0,9225 aD
DMS
C
= 0,1065 DMS
L
= 0,0908
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5 % de
probabilidade.
Fonte de variação G.L. QM R
2
Isolados 2 0,00417
ns
Concentrações do óleo de nim 4 3,05334
**
I solados x Concentrações 8 0,03152
**
Resíduo 45 0,00281
Total 59
Coeficiente de variação (%) 3.80474
Isolado de Mogeiro
Linear 1 3,67842
**
0,73337
Quadrática 1 0,21502
**
0,90312
Cúbica 1 0,11449
**
0,99966
CV(%)
2,91229
Isolado de Patos
Linear 1 4,61041
**
0,80325
Quadrática 1 0,08331
**
0,99452
Cúbica 1 0,00110
ns
CV(%)
3,92885
Isolado de Campina Grande
Linear 1 3,42225
**
0,72552
Quadrática 1 0,17831
**
0,97299
Cúbica 1 0,00306
ns
CV(%)
4,44107
44
0
0,5
1
1,5
2
2,5
0 3,125 6,25 12,5 25
Concentrões (%)
Taxa de crescimento micelial
(cm)
IM
IP
ICG
FIGURA 13. Comparativo das taxas de crescimento micelial dos isolados
analisados, nas diferentes concentrações.
A inibão do crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus, em meio de cultura
contendo nim, é uma resposta às propriedades existentes nas folhas e sementes desta planta.
Segundo ZERIGUE e BHATNAGAR (1994), os produtos a base de nim possuem uma
complexa mistura de compostos voláteis com propriedades antifúngicas que afetam o
desenvolvimento do Aspergillus e, consequentemente, inibem a produção da aflatoxina.
De acordo com ALLAMED et al., (2002), colônias de Aspergillus submergidas em
extratos de folhas de nim reduzem a produção de aflatoxina em 23 %. Esta redução está
relacionada com o mecanismo de ação do produto sobre o fungo. RAZZAGHI-ABYANEH et
al., (2005) verificaram as alterações morfológicas e deformações do vacúolo citoplasmático
de Aspergillus parasiticus submetidos a extrato de folhas de nim.
Porém, as diferenças de fungitoxidade de um produto sobre a inibição da taxa de
crescimento micelial de um patógeno, muitas vezes estão relacionadas à sensibilidade dos
isolados testados. MARQUES et al., (2004) observaram que alguns fungos são mais
resistentes ao efeito do óleo de nim, do que outros.
O óleo de nim usado para o desenvolvimento dos ensaios comprovou a ação
antifúngica, pois, reduziu significantemente o crescimento micelial do fungo Aspergillus
flavus, porém, novos estudos são necessários a fim de melhor comprovar a eficiência deste
produto no controle do Aspergillus flavus em grãos e sementes.
IMy= 2,1893 – 0,2587x + 0,02027x
2
, com R
2
= 0,90
IPy= 2,1066 – 0,1378x + 0,0034x
2
, com R
2
= 0,99
ICG – y= 2,0346 – 0,1304 x + 0,0034x
2,
com R
2
= 0,97
45
4.2.2. Germinação de esporos
Foram montados os ensaios para a avaliação da germinação dos esporos de
Aspergillus flavus, com o intuito de verificar o efeito das concentrações testadas no
experimento anterior. Verificou-se que a metodologia adotada dificultava a contagem dos
esporos germinados, devido à formação de bolhas no meio, pela presença do óleo de nim.
Os poucos esporos visualizados tinham a sua morfologia modificada, porém, os
mesmos não foram representativos para a conclusão dos testes. Sugere-se, portanto, que sejam
realizados trabalho nessa linha com o objetivo de definir novos protocolos para a realização
desse teste.
46
5. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos nos experimentos e levando-se em consideração as
condições em que o mesmo foi conduzido, estabeleceu-se as seguintes conclusões:
! Sementes de amendoim, da variedade BR 1, armazenadas dentro e fora do fruto,
apresentaram redução na germinação durante o período de armazenamento;
! Independente da embalagem, as sementes sem casca apresentaram menor vigor do que
as com casca;
! Sementes de amendoim armazenadas na embalagem de polietileno trançado absorveram
maior teor de umidade durante o período de armazenamento;
! As condições de câmara seca favoreceram para a conservação da qualidade fisiológica
das sementes;
! Os ambientes, as embalagens e os períodos de armazenamento utilizados não
favoreceram ao surgimento da aflatoxina;
! A umidade contida nos grãos não favoreceu o desenvolvimento do fungo Aspergillus
flavus;
! A concentração de 25 % de óleo de nim inibiu significativamente a taxa de crescimento
micelial do fungo Aspergillus flavus;
! Não foi verificada diferença estatística no crescimento micelial entre os três isolados do
fungo Aspergillus flavus submetidos às diferentes concentrações de óleo de nim.
47
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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58
ANEXOS
59
ANEXO I
Estruturas químicas das aflatoxinas
B1- Formula química C
17
H
12
O
6
B2- Formula química C
17
H
14
O
6
G1- Formula química C
17
H
12
O
7
G2- Formula química C
17
H
14
O
7
M1- Formula química C
17
H
12
O
7
M2- Formula química C
17
H
14
O
7
Fonte: DINIZ, 2002
60
ANEXO II
Normas de fiscalização das micotoxinas
Resolução Brasileira
Os produtos a base de amendoim que são comercializados no Brasil, são
regulamentados pela resolução RDC n
o
274, da ANVISA, de 15 de outubro de 2002.
Publicada no Diário Oficial da União, de 16/10/2002, que estabelece o limite máximo de
20ppb para contaminação por aflatoxinas (B
1
,B
2
,G
1
,G
2
) em amendoim com casca,
descascado, crú ou tostado e produtos na forma de pasta e manteiga. Para leite fluído e leite
em pó (M1) = 0,5 µg/L 5,0 µg/kg respectivamente (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
2006).
Segundo o Ministério da Agricultura. Portaria MA/SNAD/SFA No. 07, de 09/11/88 -
publicada no Diário Oficial da União de 09 de novembro de 1988 - Seção I, página 21.968,
1988: Para qualquer matéria prima a ser utilizada diretamente ou como ingrediente para
rações destinadas ao consumo animal: Aflatoxina (máximo) = 50 µg/kg (FONSECA, 2006).
Resolução do Mercosul
1
Legislação comum a todos integrantes:
GMC / RES. No.56/94
Leite fluido: AFM1 = 0,5 µg/L (ppb)
Leite em: AFM1 = 5,0 µg/kg (ppb)
Milho em grão: AFs B1,B2,G1,G2 = 20 µg/kg
Farelo de milho: AFs B1,B2,G1,G2 = 20 µg/kg
Amendoim em casca e descascado, cru ou torrado: AFs B1,B2,G1,G2 = 20µg/kg
Pastas, cremes e manteiga de amendoim: AFs B1,B2,G1,G2 = 20 µg/kg
1
FONSECA (2006)
61
Resolução da União Européia
2
Legislação comum para todos os membros (FONSECA, 2006):
Amendoim, nozes em geral e frutas sêcas para consumo direto ou como
ingrediente de alimentos: Aflatoxina B1= 2 µg/kg; Totais (B1+B2+G1+G2) = 4
µg/kg;
Amendoim a ser submetido à seleção ou outro tratamento físico: B1=8 ppb;
AFTotais=15µg/kg;
Nozes e frutas sêcas a serem submetido à seleção ou outro tratamento físico: B1=5
ppb; AFTotais=10 µg/kg;
Cereais e produtos processados para consumo direto ou como ingrediente para
alimentos: B1=2 µg/kg; AFTotais= 4 µg/kg;
Leite in natura ou destinado para eleboração de produtos à base de leite, e leite
tratado termicamente: Aflatoxina M1= 0,05 ng/L;
Especiarias e temperos: Aflatoxina B1 = 5 µg/kg; AFTotais = 10 µg/kg;
Cereais crús: Ocratoxina A = 5 µg/kg;
Produtos derivados de cereais para consumo direto: Ocratoxina A = 3 µg/kg;
Frutas secas: Ocratoxina A = 10 µg/kg;
Castanha-do-Brasil: aflatoxinas = 4 µg/kg;
Alimentos infantis: patulina = 10 µg/kg.
Legislação específica para Rações:
Matéria prima para rações: Aflatoxina B1 = 50 µg/kg
Produtos de amendoim, copra, palma, algodão, babassu, milho: 20 µg/kg
Ração pronta: Aflatoxina B1 = 10 µg/kg
Rações completas para suínos e aves, exceto animais jovens: B1 = 20 µg/kg
2
FONSECA (2006)
62
Rações completas para gado de engorda, ovinos, caprinos, exceto animais jovens:
B1 = 50µg/kg
Rações completas para novilhos e cordeiros: B1 = 10 µg/kg
Complementos de rações: B1 = 5 µg/kg
Complementos de rações para porcos e aves: B1 = 30 µg/kg
Complementos de rações para gado, ovinos e caprinos, exceto animais em
lactação, novilhos, cordeiros, cabritinhos: B1 = 50 µg/kg
Matérias primas - Produtos de amendoim, copra, palma, algodão, babaçu, milho =
B1 = µg/kg.
Resolução dos Estados Unidos
3
Alimentos: B1, B2,G1,G2 = 20 µg/kg
Alimentos prontos de trigo: Deoxinivalenol = 1000 µg/kg
Laticínios: M1 = 0,5 µg/kg
3
FONSECA (2006)
63
ANEXO III
Metodologia de extração da aflatoxina
# Pesar 50 g da amostra de amendoim;
# Adicionar 30 mL da solução aquosa de cloreto de potássio (KCl) a 4 % e 270 mL de
metanol. Agitar em liquidificador por 5 min em velocidade baixa e filtrou-se em papel
de filtro;
# Retirar 150 mL do filtrado e transferir para um becker de 600 mL, no qual é
adicionado 150 mL da solução de sulfato cúprico (CuSO
4
)
a 10 % e 5 g de celite;
Agitar com o auxílio de um bastão de vidro e filtrar do mesmo modo;
# 150 mL do filtrado é transferido para o funil separação de 500 mL, sendo adicionado
150 mL de água destilada e 50 mL de hexano e agitado por 3 min;
# Esperar a separação das fases e colocar o filtrado em um becker de 600 mL,
descartando-se o hexano. Repetir a mesma operação por três vezes, apenas trocando o
hexano e descartando-o após a agitação e a separação das fases;
# Colocar o filtrado novamente no funil de separão, e adicionar 10 mL de clorormio
e foi agitar por mais 3 min;
# Após a separação das fases recolher a alíquota de 5 mL da fase clorofórmica em frasco
de vidro âmbar de 10 mL e tampar. Repetir o procedimento recolhendo mais 5 mL da
fase clorofómica no mesmo frasco de vidro. Homogeneizar a fase Clorofórmica
manualmente por 30 segundos;
# Concentrar a amostra em banho-maria (60 ºC) até evaporação total do clorofórmio.
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