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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS
DEMANDAS E DISPONIBILIDADES HÍDRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
PARDO (RS) NOS CENÁRIOS ATUAL E FUTURO PARA DIFERENTES SISTEMAS DE
PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO
FERNANDA HELFER
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento
Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.
Orientador: Prof. José Antônio Saldanha Louzada – IPH/UFRGS
Banca Examinadora:
Profª. Nilza Maria dos Reis Castro IPH/UFRGS
Prof. Fernando Falco Pruski DEA/UFV
Prof. Paulo Régis Ferreira da Silva DEPLAV/UFRGS
Porto Alegre, novembro de 2006
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ii
APRESENTAÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos
e Saneamento Ambiental do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, sob a orientação do Prof. José Antônio Saldanha Louzada.
No ano de 2004, o desenvolvimento do ‘Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo’
foi licitado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul através do Departamento de
Recursos Hídricos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (DRH/SEMA). Sua elaboração
coube a uma empresa de consultoria que, ao desenvolvê-lo, passou a exercer o papel das
futuras Agências de Água, previstas pela legislação do Rio Grande do Sul, com propósito de,
entre outros, desenvolver os Planos de Bacia Hidrográfica.
A estrutura do referido Plano foi organizada pelo órgão licitante (SEMA), ficando
estabelecido, dentro dos ditames das Leis Estadual 10.350/86 e Federal 9.333/97 que, em um
primeiro momento, a empresa vencedora firmasse um diagnóstico e um prognóstico da
situação dos recursos hídricos da Bacia; posteriormente, concentrando-se na porção
hidrográfica mais problemática, desenvolveria os programas de ações com vistas à
minimização, solução ou prevenção dos conflitos quali-quantitativos relacionados com o uso
da água. Ficou esclarecido que todos os procedimentos deveriam ser realizados de forma
integrada com a comunidade da Bacia, representada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo.
Dentro deste contexto, o trabalho desenvolvido e apresentado nesta Dissertação de
Mestrado trata do prognóstico da situação quantitativa dos recursos hídricos na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo, com ênfase no setor de usuários para irrigação, especificamente da
cultura do arroz irrigado. Para tanto, solicitou-se ao DRH/SEMA, em dezembro de 2004, os
trabalhos realizados até então pela consultora responsável pelo Plano Pardo (os quais
constituem, basicamente, do diagnóstico dos recursos hídricos da Bacia do Rio Pardo) para
utilização como subsídio básico no desenvolvimento desta Dissertação, tendo sido deferido
pelo Governo Estadual.
Assim, entende-se ser de extrema relevância informar que esta Dissertação, mais do
que uma matéria doutrinária para aquisição de título de Mestre, será disponibilizada como um
subsídio a mais na elaboração das etapas subseqüentes do ‘Plano da Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo’, seja em âmbito técnico, social ou institucional.
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iii
AGRADECIMENTOS
Não há espaço suficiente para citar todas as pessoas que me ajudaram na concepção deste
trabalho, seja de forma direta, com seus entendimentos e exemplos lúcidos, seja de forma
indireta, ao influenciarem minhas idéias e opiniões. De qualquer forma, gostaria que
soubessem o quanto lhes sou profundamente grata.
Entretanto, devo agradecer explicitamente às seguintes pessoas:
9 ‘Professor’ Louzada, pela confiança, amizade, entusiasmo, pela presença constante,
e, especialmente, pela magnífica orientação.
9 Henrique e Carol, não só pela amizade e coleguismo, mas principalmente pela ‘co-
orientação’ no desenvolvimento deste trabalho.
9 Departamento de Recursos Hídricos (DRH/SEMA) pela cessão dos estudos
referentes ao diagnóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.
9 Equipe técnica da Ecoplan Engenharia, por me proporcionar a participação direta
no desenvolvimento do Plano Pardo, permitindo, inclusive a presença nas entusiásticas
reuniões com o Comitê Pardo.
9 CAPES e IPH, pela oportunidade de aperfeiçoamento.
9 Colegas e demais professores do Instituto, pelas valorosas contribuições e pela
amizade.
9 Amigos, pelos bons momentos, pelo apoio, pelo exemplo de vida que são para mim.
9 Família, pelo incentivo e pela compreensão da ausência. Por me mostrar os caminhos
certos da vida.
iv
“Esses homens que tingem os rios,
que matam os peixes, engolem ganâncias,
e vivem da ânsia do tombo das árvores...
Esses homens não têm consciência
que da mãe natureza precisam cuidar,
que a morte dos rios e do verde das matas
é a morte da vida, se a fonte secar.”
‘Sementes da Vida’ – Adair de Freitas
v
RESUMO - A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo é uma das 9 (nove) bacias que integram a
Região Hidrográfica do Guaíba, no Rio Grande do Sul, sendo sua área de drenagem de
aproximadamente 3.636 km². Os rios Pardo e Pardinho são os principais cursos de água, com
extensões de aproximadamente 200 e 90 km, respectivamente. Estudos realizados
recentemente sobre a situação atual dos recursos hídricos da Bacia do Rio Pardo constataram
a ocorrência de deficiências hídricas em determinados períodos do ano e em algumas regiões.
Estas deficiências foram atribuídas, principalmente, à demanda de água pela orizicultura, que
representa 87% do volume total requerido anualmente e 97% do volume total requerido em
janeiro, mês de maior demanda de água na Bacia. Dentro deste contexto, esta dissertação teve
como objetivo geral analisar, sob as perspectivas da orizicultura irrigada, a situação hídrica
quantitativa da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no cenário atual e em cenários futuros.
Buscou-se quantificar os déficits hídricos (quando existentes) e identificar os cenários menos
impactantes para os usuários da água da Bacia. Um modelo para estimativa da disponibilidade
hídrica da Bacia foi testado e analisado. No entanto, quando da realização dos balanços
hídricos, preferiu-se utilizar vazões observadas e medidas nos principais rios da Bacia,
adotando-se, como disponibilidade hídrica, as vazões com 90% de garantia de excedência.
Foram estabelecidos dois cenários futuros para a orizicultura – Tendencial e Otimista – os
quais foram analisados sob duas projeções (4 e 12 anos). Os cenários foram configurados com
base na combinação entre diferentes sistemas de cultivo e ciclo das cultivares de arroz, que,
juntos, determinam diferentes demandas específicas, e, conseqüentemente, diferentes volumes
totais por cenário. A demanda hídrica de cada cenário foi estimada utilizando-se um modelo
matemático integrado a ferramentas de geoprocessamento. O modelo considera os principais
componentes da demanda hídrica para irrigação (evapotranspiração, saturação do solo, lâmina
superficial e fluxo lateral). Os resultados indicaram uma tendência de melhoria na eficiência
de uso da água para irrigação na Bacia, com aumento de área cultivada e diminuição da
demanda hídrica por unidade de área. Esse quadro pode ser atribuído, principalmente, ao
aumento de lavouras sistematizadas, que garantem menor demanda hídrica, devido ao melhor
aproveitamento da água de irrigação. A melhoria na eficiência de utilização da água é ainda
maior nos cenários otimistas, em que se pressupõe, além do aumento de áreas sistematizadas,
a utilização de cultivares de ciclo menor, condicionando reduções no período de irrigação.
Apesar disso, os balanços hídricos realizados para cada cenário indicam a ocorrência de
déficits hídricos mais graves do que os atuais nos cenários futuros. Esta configuração é
atribuída ao aumento da área cultivada, que, mesmo com demanda específica menor, não
garante que os conflitos sejam minimizados. Mesmo assim, os resultados mostraram que,
dentro de uma mesma projeção futura, existe a possibilidade de haver significativas reduções
na utilização de água, o que é evidenciado através das diferenças constatadas na comparação
dos cenários tendenciais e otimistas, sendo estes últimos, menos impactantes na
disponibilidade hídrica. A gestão e o planejamento de recursos hídricos, neste contexto,
permitem disciplinar o uso e alocar a água entre os diversos usuários de uma bacia
hidrográfica através da implementação de instrumentos de gestão e planejamento, como a
outorga e a cobrança; no entanto, subsídios como os apresentados neste trabalho são
necessários, pois, para que haja efetividade na implementação dos instrumentos, é
fundamental que se conheçam as distribuições espacial e temporal das disponibilidades e
demandas hídricas de cada Bacia Hidrográfica, e que se considerem as tecnologias
empregadas nos diferentes sistemas de produção, que têm a água como insumo básico.
vi
ABSTRACT – The Pardo River Basin (3.636 km²) is one of the 9 (nine) basins integrating
the Guaíba Watershed Region, in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Pardo and Pardinho
rivers are the most important water courses, with extensions of about 200 and 90 km,
respectively. Recent studies about current water availability and water demand in Pardo River
Basin showed the occurrence of water deficiencies in some periods of the year and in some
areas. These deficiencies were attributed, mainly, to demand to rice irrigation that represents
84% of total volume requested annually, and 97% of total volume requested in January,
month of higher water demand in the Basin. This study had as main objective to analyze,
under the perspectives of the irrigated rice crop, the quantitative water situation in Rio Pardo
River Basin in current and futures sceneries. It looked for quantifying water deficits (when
existent) and to identify the less impactant sceneries to the Basin water users. A model to
estimate water availability was tested and analyzed. However, to water balances, it was
preferred using observed discharge measured in the principal rivers of the Basin, adopting, as
water availability, the discharge with 90% of chance to exceeding. Two future sceneries were
established related to rice system crop – Tendencial and Optimist – that were analyzed under
two projections (4 and 12 years). The sceneries were configured based on combination of
cultivation systems (soil manage) and rice variety cycle, that, together, determines different
specific demands, and, consequently, different total volumes for each scenery. The water
demand in each scenario was calculated using a mathematical model integrated to
geoprocessing tools. The model considers the main components of irrigation demand to rice
crop (evapotranspiration, soil saturation, superficial depth and lateral flow). Results indicated
a tendency to improve efficiency of water use in rice irrigation, with increase of cultivated
area and decrease in specific water demand. This frame can be attributed, mainly, to
increasing of systematized crop soil that assures smaller water demand, due to the best use of
water irrigation. The improvement in water use efficiency is larger in optimistic sceneries,
when it’s presupposed, in addition to increase of systematized areas, the use of rice variety
with smaller cycle, conditioning reductions in irrigation period. In spite of that, the water
balances to the futures sceneries indicate the occurrence of worse water deficits than in the
current one. This configuration is attributed to increasing in cultivated area that, even with
smaller specific water demand, does not assure that conflicts are minimized. Even so, the
results showed that there are possible reducing water use into a same future projection,
evidenced through differences verified in the comparison between tendencial and optimists
sceneries, when these last, are less impactant in the water availability. The water resources
management, in this context, allow disciplining water use and to allocate it among several
existent users through planning instruments implementation, as the grant and collection;
however, subsidies as showed in this work, are essential to implement these instruments. Is
fundamental that spatial and temporary distribution of water availability and water demand
are known, and that technologies employed in different production systems using water like a
basic input be considered.
PALAVRAS-CHAVE – gestão de recursos hídricos, demandas hídricas, balanço hídrico.
KEYWORDS – water management, water demand, water balance.
vii
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................................ ii
AGRADECIMENTOS.......................................................................................................... iii
RESUMO............................................................................................................................... v
ABSTRACT........................................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS...................................................... 01
2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................ 05
2.1. Disponibilidade Hídrica Atual................................................................................... 05
2.2. Área Irrigada em Projeções Futuras........................................................................... 05
2.3. Cenários Futuros de Demanda Hídrica para Irrigação............................................... 05
2.4. Demanda Hídrica dos Cenários Atual e Futuros........................................................ 05
2.5. Balanço Hídrico nos Cenários Atual e Futuros.......................................................... 05
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 06
3.1. Gestão das Águas....................................................................................................... 06
3.1.1. Aspectos Gerais da Gestão de Recursos Hídricos........................................... 06
3.1.2. Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos................................................ 12
3.1.3. O Processo de Planejamento de Recursos Hídricos........................................ 14
3.2. Arroz Irrigado............................................................................................................ 18
3.2.1. Aspectos Gerais............................................................................................... 18
3.2.2. Sistemas de Preparo e Manejo de Solo........................................................... 19
3.2.3. Demanda e Consumo de Água........................................................................ 23
3.2.4. Eficiência de Uso da Água – Redução de Perdas............................................ 27
3.2.5. Arroz Irrigado e os Recursos Hídricos............................................................ 33
3.3. Disponibilidades Hídricas Superficiais e Demandas Hídricas................................... 37
3.3.1. Disponibilidade Hídrica................................................................................... 37
3.3.2. Demandas Hídricas.......................................................................................... 41
4. ÁREA DE ESTUDO......................................................................................................... 43
4.1. Aspectos Gerais.......................................................................................................... 43
4.2. Uso e Ocupação do Solo............................................................................................ 45
4.3. Solos........................................................................................................................... 48
4.4. Climatologia............................................................................................................... 51
4.5. Hidrografia................................................................................................................. 53
4.6. Hidrologia.................................................................................................................. 57
4.7. Disponibilidades Hídricas Superficiais...................................................................... 60
4.8. Demandas Hídricas Atuais......................................................................................... 66
5. METODOLOGIAS............................................................................................................ 70
5.1. Disponibilidade Hídrica Atual................................................................................... 70
5.1.1. Dados de Entrada............................................................................................. 74
5.1.2. Aplicação do Modelo (Simulação).................................................................. 82
5.2. Área Irrigada em Projeções Futuras........................................................................... 85
5.2.1. Área Disponível e Apta para a Orizicultura Irrigada....................................... 86
5.2.2. Projeções da Área Cultivada para 4 e 12 Anos............................................... 86
5.3. Cenários Futuros de Demanda Hídrica para Irrigação............................................... 88
5.3.1. Tendencial....................................................................................................... 90
5.3.2. Otimista........................................................................................................... 92
5.4. Demanda Hídrica dos Cenários Atual e Futuros........................................................ 93
5.4.1. Evapotranspiração........................................................................................... 95
5.4.2. Saturação do Perfil do Solo............................................................................. 97
5.4.3. Lâmina Superficial.......................................................................................... 101
5.4.4. Fluxo Lateral................................................................................................... 102
viii
5.4.5. Percolação Vertical.......................................................................................... 106
5.4.6. Integração das Demandas................................................................................ 106
5.5. Balanço Hídrico nos Cenários Atual e Futuros.......................................................... 107
6. RESULTADOS................................................................................................................. 114
6.1. Disponibilidade Hídrica Atual................................................................................... 114
6.2. Área Irrigada em Projeções Futuras........................................................................... 121
6.2.1. Área Disponível e Apta para a Orizicultura Irrigada....................................... 121
6.2.2. Projeções da Área Cultivada para 4 e 12 Anos............................................... 122
6.3. Cenários Futuros de Demanda Hídrica para Irrigação............................................... 124
6.3.1. Tendencial....................................................................................................... 124
6.3.2. Otimista........................................................................................................... 125
6.4. Demanda Hídrica dos Cenários Atual e Futuros........................................................ 126
6.4.1. Evapotranspiração........................................................................................... 127
6.4.2. Saturação do Perfil do Solo............................................................................. 127
6.4.3. Lâmina Superficial.......................................................................................... 128
6.4.4. Fluxo Lateral................................................................................................... 128
6.4.5. Análise Integrada das Demandas..................................................................... 129
6.5. Balanço Hídrico nos Cenários Atual e Futuros.......................................................... 138
7. CONCLUSÕES................................................................................................................. 156
8. RECOMENDAÇÕES........................................................................................................ 160
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 161
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 170
ANEXOS............................................................................................................................... 183
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1.1: Opinião Sobre o Papel que os Recursos Hídricos Desempenham na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo................................................................................................... 04
TABELA 2.1: Instrumentos Previstos na Legislação Federal (Lei 9.433/97) ................... 12
TABELA 3.1: Coeficientes de Cultivo para Arroz Irrigado............................................... 25
TABELA 4.1: Áreas Totais dos Municípios e sua Participação na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo............................................................................................................................. 44
TABELA 4.2: Populações Rural e Urbana na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo............... 45
TABELA 4.3: Uso e Cobertura do Solo na Bacia do Rio Pardo......................................... 47
TABELA 4.4: Unidades de Mapeamento de Solos na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.. 49
TABELA 4.5: Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo........................... 56
TABELA 4.6: Curva de Permanência – Bacia do Rio Pardo.............................................. 61
TABELA 4.7: Disponibilidades Hídricas Superficiais para os Grandes Compartimentos
Hidrográficos Considerados na Bacia do Rio Pardo........................................................... 62
TABELA 4.8: Disponibilidades Hídricas Superficiais para as Unidades de Estudo da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo........................................................................................ 63
TABELA 4.9: Demandas Hídricas (m³) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por Uso
Consuntivo........................................................................................................................... 67
TABELA 4.10: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por
Uso Consuntivo................................................................................................................... 67
TABELA 4.11: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por
Unidade de Estudo...............................................................................................................68
TABELA 4.12: Coeficiente de Retorno por Uso Consuntivo............................................. 68
TABELA 4.13: Consumos Hídricos (m³.s
-1
) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por
Unidade de Estudo...............................................................................................................69
TABELA 5.1: Usos do Solo Identificados na Sub-Bacia de Aplicação do Modelo........... 77
TABELA 5.2: Variação Temporal da Cobertura do Solo na Sub-Bacia 8573000 com os
Respectivos Coeficientes de Cultura................................................................................... 78
TABELA 5.3: Características Físicas dos Solos Consideradas na Determinação da
Capacidade Máxima de Armazenamento de Água............................................................. 80
TABELA 5.4: Profundidades Consideradas no Armazenamento de Água no Solo........... 82
TABELA 5.5: Correlação entre as Classes dos Planos de Informação e a Aptidão para a
Atividade Orizícola........................................................................................................... 87
TABELA 5.6: Área Cultivada com Arroz Irrigado em Oito Safras Consecutivas nos
Municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo................................................................ 87
TABELA 5.7: Área Cultivada com Arroz Irrigado em Oito Safras Consecutivas nas
Áreas Municipais Inseridas na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo....................................... 88
TABELA 5.8: Participação Percentual dos Sistemas de Produção no Cenário Atual
(safra 2003/2004) dos Municípios Pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Pardo......... 89
TABELA 5.9: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Atual (safra 2003/2004) ............................. 89
x
TABELA 5.10: Coeficiente de Cultura do Arroz em Distintos Períodos de
Desenvolvimento em Cachoeirinha (RS) ........................................................................... 95
TABELA 5.11: Período de Semeadura Considerado nos Diferentes Sistemas de
Produção.............................................................................................................................. 96
TABELA 5.12: Coeficientes de Cultura do Arroz Utilizados nos Diferentes Decêndios
da Simulação de Acordo com o Ciclo de Desenvolvimento, Sistematização do Solo e
Condições de Semeadura..................................................................................................... 96
TABELA 5.13: Características Morfológicas Consideradas na Determinação da
Profundidade do Solo para a Estimativa da Necessidade Hídrica para a Saturação........... 98
TABELA 5.14: Características Físicas Consideradas na Determinação da Porosidade
dos Solos para a Estimativa da Necessidade Hídrica para a Saturação............................... 100
TABELA 5.15: Profundidade de Saturação e Porosidade dos Solos Adotadas nas
Unidades de Mapeamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo......................................... 101
TABELA 5.16: Distribuição da Demanda Hídrica Referente às Lâminas Superficiais...... 102
TABELA 5.17: Condutividade Hidráulica Saturada das Unidades Taxonômicas dos
Solos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.......................................................................... 104
TABELA 5.18: Distribuição da Demanda Hídrica para Suprir as Perdas por Fluxo
Hídrico Lateral..................................................................................................................... 106
TABELA 5.19: Disponibilidades Hídricas Mensais (Q
90%
) nas Unidades e Sub-
Unidades de Estudo (vazões não acumuladas) ................................................................... 109
TABELA 5.20: Vazão Mínima Requerida para os Ambientes Aquáticos nos Exutórios
das Unidades e Sub-Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.................. 113
TABELA 6.1: Vazões Observadas e Estimadas no Exutório da Sub-Bacia 8573000 –
Rio Pardo (jan/1970 – mar/1980) ....................................................................................... 115
TABELA 6.2: Indicadores Estatísticos para a Série Simulada (jan/1970-mar/1980) ........ 115
TABELA 6.3: Indicadores Estatísticos para os Meses de Dezembro a Março (jan/1970-
mar/1980) ........................................................................................................................... 116
TABELA 6.4: Indicadores Estatísticos para os Meses de Junho a Setembro (jun/1970-
set/1979) ............................................................................................................................. 117
TABELA 6.5: Indicadores Estatísticos para as Maiores Permanências (jan/1970-
mar/1980)............................................................................................................................ 117
TABELA 6.6: Indicadores Estatísticos para as Menores Permanências (jan/1970-
mar/1980) ........................................................................................................................... 118
TABELA 6.7: Área Apta para Cultivo de Arroz Irrigado nas Unidades de Estudo (UE)
da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.................................................................................... 121
TABELA 6.8: Projeção da Área Cultivada com Arroz Irrigado para 4 e 12 Anos nas
Unidades de Estudo (UE) da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.......................................... 123
TABELA 6.9: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Tendencial – 4 Anos (safra 2008/2009) ..... 125
TABELA 6.10: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Tendencial – 12 Anos (safra 2016/2017) ... 125
TABELA 6.11: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Otimista – 4 Anos (safra 2008/2009) ......... 125
xi
TABELA 6.12: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Otimista – 12 Anos (safra 2016/2017) ....... 126
TABELA 6.13: Quadro-Resumo dos Cenários Estabelecidos na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo............................................................................................................................. 126
TABELA 6.14: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para Suprir as Perdas
por Evapotranspiração na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e
Projeções.............................................................................................................................. 127
TABELA 6.15: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para Suprir as
Demandas para Saturação do Perfil do Solo em Todos os Cenários e Projeções............... 128
TABELA 6.16: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para a Formação da
Lâmina Superficial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e
Projeções.............................................................................................................................. 128
TABELA 6.17: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para Suprir as Perdas
por Fluxo Lateral na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e
Projeções.............................................................................................................................. 129
TABELA 6.18: Volumes Decendiais Totais (hm³) Demandados para a Irrigação de
Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções................. 130
TABELA 6.19: Volumes Totais Demandados por Componente da Demanda para
Irrigação de Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e
Projeções e Sua Participação Percentual............................................................................. 130
TABELA 6.20: Volumes Totais Demandados por Unidade de Área de cada
Componente da Demanda para a Irrigação de Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
em Todos os Cenários e Projeções......................................................................................
130
TABELA 6.21: Taxas de Crescimento/Decaimento dos Volumes Demandados para
Irrigação de Arroz e da Área Cultivada nos Cenários Futuros da Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo em Relação ao Cenário Atual............................................................................. 132
TABELA 6.22: Consumos Hídricos para os Demais Usos Consuntivos nas Unidades de
Estudo (UE) da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo............................................................... 137
TABELA 6.23: Participação da Demanda para Irrigação de Arroz nas Demandas
Mensais da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo..................................................................... 138
TABELA 6.24 – Área Cultivada Prejudicada por Déficits Hídricos nas Sub-Unidades de
Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo nos Decêndios de Irrigação dos Cenários
Atual e Futuros.................................................................................................................... 149
xii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1: Evolução da Demanda Hídrica Mundial por Setor (1990-2000).................. 01
FIGURA 3.1: Regiões e Bacias Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul............... 16
FIGURA 4.1: Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Localização das Sedes Municipais e
Aspectos Gerais da Topografia do Terreno......................................................................... 45
FIGURA 4.2: Uso Atual do Solo na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.............................. 46
FIGURA 4.3: Mapa Pedológico da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo................................ 50
FIGURA 4.4: Cartograma de Isoietas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo....................... 52
FIGURA 4.5: Rede Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.............................. 54
FIGURA 4.6: Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo............................ 55
FIGURA 4.7: Municípios e Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo...... 56
FIGURA 4.8: Localização das Estações Fluviométricas Selecionadas para os Estudos
Hidrológicos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.............................................................. 57
FIGURA 4.9: Curva de Permanência Anual de Vazões na Estação Candelária – Rio
Pardo.................................................................................................................................... 58
FIGURA 4.10: Curva de Permanência Anual de Vazões na Estação Santa Cruz
Montante – Rio Pardinho..................................................................................................... 58
FIGURA 4.11: Curva de Permanência Anual de Vazões no Exutório da Sub-bacia do
Rio Pardo (imediatamente anterior à afluência do Rio Pardinho)....................................... 59
FIGURA 4.12: Curva de Permanência Anual de Vazões no Exutório da Sub-bacia do
Rio Pardinho........................................................................................................................ 59
FIGURA 4.13: Curva de Permanência Anual de Vazões no Exutório da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo (na afluência do Rio Pardo no Rio Jacuí) ...............................
60
FIGURA 4.14: Comparativo das Disponibilidades Médias e Mínimas.............................. 65
FIGURA 5.1: Sub-Bacia Selecionada para Aplicação do Modelo Hidrometeorológico.... 71
FIGURA 5.2: Fluxograma Geral da Modelagem Adotada................................................. 73
FIGURA 5.3: Polígonos de Thiesen – Área de Influência das Estações Climatológicas
(precipitação) ...................................................................................................................... 75
FIGURA 5.4: Polígonos de Thiesen – Área de Influência das Estações Climatológicas
(evaporação)........................................................................................................................ 77
FIGURA 5.5: Usos do Solo da Sub-Bacia 8573000........................................................... 79
FIGURA 5.6: Solos da Sub-Bacia 8573000........................................................................ 81
FIGURA 5.7: Sub-Divisão das Unidades de Estudo para Realização dos Balanços
Hídricos............................................................................................................................... 108
FIGURA 5.8: Sub-Unidades de Estudo e sua Participação nos Grandes Compartimentos 110
FIGURA 5.9: Fluxograma Hídrico da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo........................... 112
FIGURA 6.1: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Rio Pardo (Sub-
Bacia 8573000) ................................................................................................................... 114
FIGURA 6.2: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-
Bacia 8573000, no Rio Pardo, nos Meses de Verão (Dezembro a Março) ........................ 116
xiii
FIGURA 6.3: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-
Bacia 8573000, no Rio Pardo, nos Meses de Inverno (Junho a Setembro) ........................ 116
FIGURA 6.4: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-
Bacia 8573000, no Rio Pardo, para Permanências de 80 a 100% (Vazões Mínimas)........ 117
FIGURA 6.5: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-
Bacia 8573000, no Rio Pardo, para Permanências de 1 a 25% (Vazões Máximas)............ 118
FIGURA 6.6: Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Aptidão das Terras para Cultivo de
Arroz Irrigado...................................................................................................................... 122
FIGURA 6.7: Evolução da Área Cultivada com Arroz Irrigado na Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo entre o Período 1996/1997 e 2016/2017........................................................ 123
FIGURA 6.8: Incremento na Área Cultivada com Arroz Irrigado na Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo nas Projeções de 4 e 12 Anos........................................................................ 124
FIGURA 6.9: Variação Temporal por Decêndio das Demandas Hídricas para Irrigação
de Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções............. 133
FIGURA 6.10: Variação Temporal por Decêndio das Demandas Hídricas para Irrigação
de Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Projeção de 4 Anos................................. 134
FIGURA 6.11: Variação Temporal por Decêndio das Demandas Hídricas para Irrigação
de Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Projeção de 12 Anos............................... 134
FIGURA 6.12: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no
Período de Irrigação de Arroz – Cenário Atual................................................................... 139
FIGURA 6.13: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no
Período de Irrigação de Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos.......................................... 140
FIGURA 6.14: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no
Período de Irrigação de Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos.............................................. 140
FIGURA 6.15: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no
Período de Irrigação de Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos........................................ 141
FIGURA 6.16: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no
Período de Irrigação de Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos............................................ 141
FIGURA 6.17: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Atual (2003/2004)......................................... 150
FIGURA 6.18: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (2008/2009)................. 151
FIGURA 6.19: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (2008/2009)................. 152
FIGURA 6.20: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (2016/2017)............... 153
FIGURA 6.21: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (2016/2017)............... 154
1
1. INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS
Entre 1900 e 1995, o consumo total de água em atividades humanas cresceu seis
vezes, mais do que o dobro do crescimento demográfico (UNESCO, 2000). Segundo a mesma
fonte, o consumo hídrico total tende a acelerar cada vez mais, porque está previsto que a
população mundial alcance 8,3 bilhões de pessoas em 2025 e entre 10 e 12 bilhões de pessoas
em 2050. Da demanda global atual de água, estimada em cerca de 4.000 km³ por ano,
provavelmente mais de 80% corresponda à demanda agrícola para irrigação.
Estima-se que mais de um bilhão de habitantes não tenha acesso ao abastecimento de
água de boa qualidade, ressaltando-se que 40% da população mundial vive em regiões onde a
disponibilidade de água impõe restrições para o seu uso, percentual que deve atingir 65%
em 2025 (CUNHA, 2003 apud RODRIGUEZ, 2004). Segundo Selborne (2001) apud
Rodriguez (2004), se a população mundial aumentar 65% nos próximos 50 anos, cerca de
70% dos habitantes do planeta enfrentarão deficiências no suprimento de água e 16% deles
não terão água suficiente para produzir sua alimentação básica.
Assim, o aumento da demanda pelo uso da água evidenciado ao longo do tempo,
sobretudo nas últimas décadas (Figura 1.1), vem causando sérios conflitos entre usuários em
muitas regiões, estimulando o desenvolvimento de estratégias que visem o adequado
planejamento e gestão dos recursos naturais. Desse fato, decorre a necessidade de se levar em
conta aspectos relacionados com os recursos hídricos nos planos e programas econômicos e
nas propostas de uso e ocupação do solo no mundo.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
19
00
19
10
19
25
19
35
19
45
19
55
19
65
19
75
19
85
1
9
95
1000 km³/ano
Agricultura Indústria Municipal Total
FIGURA 1.1: Evolução da Demanda Hídrica Mundial por Setor (1990-2000)
(Fonte: UNESCO, 2000)
2
Assim sendo, no Brasil o processo de planejamento dos recursos dricos pressupõe a
existência de Planos de Bacia Hidrográfica, instrumentos estabelecidos por lei, que consistem
de planos diretores visando fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
Os Planos de Recursos Hídricos, de acordo com a Lei Federal 9.433/97, são de longo
prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implementação de seus
programas e projetos. Devem ser elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País e
apresentar como conteúdo mínimo, entre outros:
a) diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
b) análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades
produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo;
c) balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, com
identificação de conflitos potenciais;
d) metas de racionalização de uso e de aumento da quantidade dos recursos hídricos
disponíveis;
e) medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem
implantados para atendimento das metas previstas;
f) prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
g) diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; e
h) propostas para criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção
dos recursos hídricos.
Desta forma, a elaboração e a eficiência dos Planos de Bacia estão diretamente
relacionadas com a quantificação das variáveis hidrológicas (disponibilidades e demandas
hídricas) e com sua distribuição no tempo e no espaço em cada bacia hidrográfica. De posse
destas informações, é possível identificar áreas em que o recurso hídrico se encontra ou pode
vir a se tornar escasso e, a partir disso, propor estratégias sobre quanto, onde, quando e como
utilizá-lo, de modo a minimizar os potenciais conflitos.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de estimativas confiáveis e seguras das
disponibilidades e demandas hídricas nas bacias hidrográficas para o processo de
planejamento e gestão de recursos hídricos. O prognóstico do uso dos recursos hídricos
também é importante e deve incluir, além das previsões naturais de mudança nos padrões de
3
uso dos recursos dricos, as intervenções previstas nos diferentes setores de usuários por
intermédio de outros sistemas de planejamento. Assim, pode-se inferir que todo esforço
despendido no refinamento das estimativas equivale a uma melhoria na efetividade dos Planos
de Bacia Hidrográfica.
O caso da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – RS:
No Estado do Rio Grande do Sul, o processo de planejamento de recursos hídricos
pode ser considerado avançado comparativamente a outros estados. Diversas bacias
hidrográficas do Estado já possuem estudos específicos sobre a situação dos seus recursos
hídricos, embora apenas algumas tenham efetivamente um Plano de Bacia. De acordo com a
Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) as bacias com Plano de Bacia Hidrográfica
implementado ou sendo implementado são as do Lago Guaíba, Rio Tramandaí, Rio Pardo e
Rio Caí.
A primeira fase dos estudos (diagnóstico) do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio
Pardo (Plano Pardo), realizada por Ecoplan (2005a), indicou que a maior parcela da demanda
hídrica atual da Bacia refere-se à irrigação (87%), notadamente, do arroz irrigado; o restante é
de responsabilidade dos demais setores de usuários abastecimentos humano e industrial e
dessedentação animal. Quando do confronto entre disponibilidades e demandas hídricas,
foram encontrados déficits hídricos no cenário atual, principalmente nas regiões e nos meses
em que se concentra a atividade orizícola.
Entrevistas realizadas na primeira fase do Plano Pardo com representantes da
população da Bacia apontaram o conflito entre usuários de água para irrigação e para
abastecimento urbano como o problema mais significativo da Região, relacionado aos
recursos hídricos. Nem mesmo os eventos catastróficos, como as enchentes, que provocaram
várias mortes entre 1919 e 1975, estão tão presentes na memória dos habitantes locais como a
atual discordância entre aqueles dois setores. Da mesma forma, nas Consultas Públicas
realizadas em três municípios da Bacia durante o ano de 2005, onde os participantes foram
questionados sobre os ‘usos futuros prioritários nos cursos de água da Bacia para fins de
enquadramento da qualidade das águas, a irrigação apareceu em segundo lugar geral, com
23,7% das pretensões, perdendo apenas para o abastecimento humano, com 31,2%. Nos
trechos de rio cujas adjacências são ocupadas por lavouras de arroz irrigado, a prioridade de
uso da água foi dada à irrigação e, em segundo lugar, ao abastecimento. Estes fatos
demonstram a importância que a atividade orizícola exerce na Bacia, bem como a
preocupação com a manutenção de sua sustentabilidade na Região. A Tabela 1.1 apresenta um
dos resultados da entrevista com uma parcela representativa da população a respeito da
importância da água na Bacia.
4
TABELA 1.1: Opinião Sobre o Papel que os Recursos Hídricos Desempenham na Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo
Respostas Número (%)
Irrigação 19 32,8
Abastecimento 19 32,8
Definiu padrões de ocupação, urbanização 18 31,0
Via de transporte e comunicação 13 22,4
Turismo, lazer 9 15,5
Necessidade para produção agropecuária 8 13,8
Poluição dos rios, esgotos 7 12,1
Riqueza natural 6 10,3
Importância pela necessidade de preservação, conscientização 6 10,3
Uso incorreto da agricultura afeta recursos hídricos 4 6,9
Referência, domínio do espaço 3 5,2
Enchentes 3 5,2
Pouca importância, rios são pequenos 3 5,2
Recursos pouco visíveis, diminuíram 2 3,4
Extração de areia 1 1,7
Prevenir secas 1 1,7
Práticas agrícolas atuais que não impactam os rios 1 1,7
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
Os processos de gestão e planejamento dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo, desta forma, provavelmente encontrará na irrigação os principais entraves para o
disciplinamento e a racionalização do uso da água. Com efeito, conforme os dados de safra
dos últomos anos do Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA), a Região tem verificado o
crescimento da lavoura arrozeira em todos os municípios produtores. Esse fato sugere que as
demandas hídricas futuras possam resultar em conflitos ainda mais graves. Acrescenta-se a
isso o fato de existirem grandes extensões de áreas de várzea na Bacia, com solos, clima e
relevo adequados para a produção de arroz.
Neste sentido, esta dissertação terá como premissa servir de suporte para adequada
gestão dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo através da análise da
conjuntura atual dos mananciais e das condições futuras de demanda hídrica para irrigação do
arroz irrigado. O estudo empreenderá a otimização das demandas hídricas para irrigação ao
considerar a influência das variáveis espaciais que condicionam o consumo hídrico, como tipo
de solo e evapotranspiração, por exemplo, e a influência de outras perspectivas diversas,
como a mudança prevista nos padrões de preparo e manejo do solo. Concomitantemente,
investigará um modelo de estimativa de disponibilidades hídricas de fácil e rápida
operacionalização, aplicável em bacias hidrográficas com carência de registros de descargas
hídricas. Sempre que for possível, empenhar-se-á em adaptar as metodologias a um Sistema
de Informações Geográficas (SIG). Os SIG’s permitem aperfeiçoar e agilizar estudos em
escala regional, como é o caso de bacias hidrográficas. A otimização decorre da possibilidade
de modelar processos cujas variáveis o espacialmente distribuídas em uma análise única e
integrada.
5
2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos podem ser elencados de acordo com a disposição metódica
que evolucionará o desenvolvimento desta dissertação. Assim, propuseram-se os seguintes
objetivos relacionados às diferentes etapas do estudo:
2.1. Disponibilidade Hídrica Atual
Estimar as disponibilidades hídricas em uma Sub-Bacia da Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo.
2.2. Área Irrigada em Projeções Futuras
Projetar a área cultivada com arroz irrigado na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
para os horizontes de 4 e 12 anos.
2.3. Cenários Futuros de Demanda Hídrica para Irrigação
Determinar os cenários futuros de demanda hídrica para a orizicultura
considerando o padrão tecnológico das lavouras do cenário atual e as mudanças
previstas nos sistemas de produção.
2.4. Demanda Hídrica dos Cenários Atual e Futuros
Calcular as demandas hídricas para a orizicultura em função dos cenários
estabelecidos com auxílio de modelagem matemática e geoprocessamento.
2.5. Balanço Hídrico nos Cenários Atual e Futuros
Realizar o balanço hídrico, confrontando as disponibilidades e as demandas
hídricas atuais e futuras na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.
6
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Gestão das Águas
3.1.1. Aspectos Gerais da Gestão de Recursos Hídricos
A ‘Gestão das Águas’ é uma atividade analítica e criativa voltada à formulação de
princípios e diretrizes, ao preparo de documentos orientadores e normativos, à estruturação de
sistemas gerenciais e à tomada de decisões, e que tem por objetivo final, promover a
avaliação, uso, controle e proteção das águas (LANNA, 2004). Fazem parte da Gestão das
Águas, a ‘Política de Águas’, o ‘Planejamento’ (de uso, controle e proteção das águas) e o
‘Gerenciamento de Águas’ (ABRH, 1986).
De acordo com Lanna (2004), a ‘Política de Águas’ consiste nos princípios
doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou governamentais no que concerne à
regulamentação ou modificação nos usos, controle e proteção das águas; o Planejamento (de
uso, controle ou proteção) trata do preparo de um estudo prospectivo que busca, na sua
essência, adequar o uso, o controle e o grau de proteção dos recursos hídricos às aspirações
sociais e/ou governamentais expressas em uma Política de Águas por meio da
coordenação, compatibilização, articulação de atividade e projetos de intervenções; e o
Gerenciamento de Águas consiste no conjunto de ações governamentais, comunitárias e
privadas destinadas a regular o uso, o controle e a proteção das águas, e a avaliar a
conformidade da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela Política
de Águas. Segundo o mesmo autor, as ões governamentais, refletidas nas formas de leis,
decretos, normas e outros regulamentos, caracterizam o ‘Modelo de Gerenciamento de
Águas’, configurando a estrutura administrativa adotada na organização do Estado para gerir
as águas.
O ‘Sistema de Gerenciamento de Águas’, por sua vez, é o conjunto de organismos,
agências e instalações governamentais e privadas, estabelecido com o objetivo de executar a
Política de Águas, por meio do Modelo de Gerenciamento adotado e tendo por instrumento o
Planejamento de Uso, Controle e Proteção das Águas.
Segundo Lanna (2004), a complexidade da Gestão das Águas está associada a diversos
fatores, que devem ser considerados no processo, a saber:
a) O desenvolvimento econômico, que ocasiona o aumento das demandas de recursos
hídricos seja como bem intermediário, seja como bem de consumo final;
7
b) O aumento populacional, que traz a necessidade direta de maior disponibilidade de
recursos hídricos para consumo final;
c) A expansão da agricultura, que aumenta o consumo regional de recursos hídricos
para irrigação, e a probabilidade de possíveis conflitos de uso em caso de escassez
de água;
d) As pressões regionais, que buscam maior eqüidade nas condições inter-regionais
de desenvolvimento econômico, qualidade ambiental e bem-estar social,
pressionando os recursos hídricos no sentido do atendimento destes anseios;
e) As mudanças tecnológicas, que trazem necessidades específicas sobre os recursos
hídricos, e, por outro lado, possibilitam novas técnicas construtivas e de utilização,
modificando a situação vigente de apropriação destes recursos;
f) As mudanças sociais, que trazem novos tipos de necessidades e demandas, ou
modificam o padrão das necessidades e demandas correntes das águas;
g) A urbanização, que acarreta uma maior concentração espacial das demandas sobre
os recursos hídricos e impermeabiliza o solo com o conseqüente agravamento das
enchentes urbanas; e
h) As demandas ambientais, que intensificam as exigências relacionadas com a
qualidade ambiental, motivando a aprovação de legislação mais rigorosa
relacionada às águas e aos impactos ambientais do uso dos recursos hídricos.
A conscientização mundial sobre a necessidade do estabelecimento de um processo de
Gestão das Águas adquiriu intensidade a partir da segunda metade da década de 70, quando as
discussões sobre gerenciamento de recursos hídricos extrapolaram os meios acadêmicos e as
entidades de classe. No Brasil, as experiências de outros países no gerenciamento dos recursos
hídricos, notadamente da Europa, passaram a ser expostas e discutidas, culminando com a
realização do Seminário Internacional sobre Gestão de Recursos Hídricos, em 1983, em
Brasília, sob o patrocínio da Secretaria Especial do Meio Ambiente, do Ministério das Minas
e Energia, através do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica e do Ministério do
Interior. Deste seminário resultaram conclusões, dentre as quais pode-se destacar a
necessidade de administração dos recursos hídricos por bacias ou regiões hidrográficas. No
entanto, apenas em 1997 surgiu, no Brasil, a lei específica para o Gerenciamento das Águas
do País.
8
Antes da edição da referida lei, outras normas legislaram sobre os recursos hídricos,
como o Código Civil (1916), o Código de Águas (1934), a Política Ambiental (1981), as
constituições brasileiras (1934 e 1988) e várias resoluções do CONAMA. Neste contexto,
Henkes (2003) descreve:
[...] o Código de Águas, editado em 1934, através do Decreto 24.643, foi o primeiro
diploma legal que criou instrumentos destinados à gestão dos recursos hídricos. Todavia, os
dispositivos legais não foram regulamentados e conseqüentemente os instrumentos não
foram implementados. A exemplo do Código de Águas, a maioria das normas dricas
vigentes restaram inócuas, principalmente porque a estrutura institucional hídrica, quando
não inexistente, mostrava-se ineficaz. Razão pela qual, durante décadas, os recursos
hídricos foram utilizados insustentavelmente, ou melhor, sem qualquer planejamento. Tal
fato, deu-se principalmente, a partir da década de 50, época em que o Brasil buscava seu
desenvolvimento, através da industrialização ‘a qualquer custo’. Deste modo, os litígios
envolvendo a qualidade e quantidade dos recursos hídricos não tardaram a aparecer. Foi
então que, lentamente, deu-se início à elaboração das políticas estaduais e nacional de
recursos hídricos, bem como do sistema nacional de gerenciamento dos recursos hídricos.
Diversas tentativas visando a formulação de uma política nacional de recursos hídricos
e de um modelo adequado de gestão da água foram realizadas, através de Seminários,
Encontros e discussões nas Câmaras de Deputados. No entanto, o Seminário Internacional
sobre a Gestão dos Recursos Hídricos, realizado em Brasília, em 1983, onde representantes da
França, Inglaterra e Alemanha apresentaram os sistemas de gestão hídrica dos seus países,
substanciou as bases para o estabelecimento do Sistema vigente no País. A respeito deste
evento, Setti et al. (2001) analisam:
[...] este evento é considerado um dos grandes marcos da modernização do sistema
brasileiro de recursos hídricos, posto que provocou a evolução das ações que culminaram
nas edições das políticas estaduais e nacional de recursos hídricos, como também a inserção
do artigo 21, inciso XIX, na Constituição Federal de 1988 que determina competir à União
instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de
outorga.
Assim, embora os regulamentos relacionados com recursos dricos existentes até
1997 fossem considerados avançados, haja vista as épocas de suas promulgações, foi a Lei
Federal 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que instituiu, oficialmente, a ‘Política Nacional de
Recursos Hídricos’ e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos’,
caracterizando e fundamentando a Gestão das Águas do Brasil. O Modelo de Gerenciamento
adotado através desta lei foi inspirado no Modelo francês, e as suas principais diretrizes são:
a) a ‘descentralização’ a Bacia Hidrográfica é a unidade territorial de gestão, e não
os limites político-administrativos federados;
b) a ‘participação social’ – a gestão deve ser realizada com a participação de usuários
e organizações civis, e não somente por órgãos públicos; e
9
c) a ‘integração’ a gestão dos recursos hídricos deve estar integrada e articulada
com a gestão ambiental, gestão do uso do solo, gestão dos sistemas estuarinos e
zonas costeiras e também com os planejamentos estadual, regional, nacional e dos
setores usuários.
São fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos (Art. 1º da Lei 9.433/97):
a) a água é um bem de domínio público;
b) a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
c) em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo
humano;
d) a gestão de recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
e) a bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos; e
f) a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e da comunidade.
Ressalta-se que, na Constituição Federal de 1988, foram estabelecidas a competência
privativa da União para legislar sobre os recursos hídricos, a abolição do domínio privado
sobre os recursos hídricos e a definição do princípio da dominialidade dos mesmos. Por este
princípio, entende-se que, embora caiba à União legislar privativamente sobre os recursos
hídricos do País, cabe aos Estados definir as normas gerais para a administração dos recursos
hídricos de seus domínios (rios estaduais); ao mesmo tempo, cabe à União, definir as normas
para a administração dos recursos hídricos de domínio federal (definidos como aqueles que
cruzam limites interestaduais). No entanto, mesmo que os Estados e a União sejam os
detentores do domínio das águas (superficiais e subterrâneas) de seu território, conforme
determina a Constituição Federal, eles compartilham a sua gestão com a população envolvida,
conforme a Lei 9.433/97.
A partir do suporte jurídico e mantidos os princípios orientadores da Constituição de
1988, cada Estado Brasileiro passou a ser responsável pela instituição de seu ‘Sistema
Estadual de Recursos Hídricos – SERH’.
10
No Rio Grande do Sul, o SERH foi instituído já na Constituição Estadual de 1989. Em
seu Art. 171 está definido:
Fica instituído o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, integrado ao sistema
nacional de gerenciamento desses recursos, adotando as bacias hidrográficas como
unidades básicas de planejamento e gestão, observados os aspectos de uso e ocupação do
solo, com vista a promover:
I - a melhoria de qualidade dos recursos hídricos do Estado;
II – regular o abastecimento de água às populações urbanas e rurais, às indústrias e aos
estabelecimentos agrícolas.
Parágrafo 1
o
- O sistema de que trata este artigo compreende critérios de outorga de
uso, o respectivo acompanhamento, fiscalização e tarifação, de modo a proteger e controlar
as águas superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, assim como
racionalizar e compatibilizar os usos, inclusive quanto à construção de reservatórios,
barragens e usinas hidrelétricas.
Parágrafo 2
o
- No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas será
considerado de absoluta prioridade o abastecimento das populações.
Parágrafo 3
o
- Os recursos arrecadados pela utilização da água deverão ser destinados
a obras e à gestão dos recursos hídricos na própria bacia, garantindo sua conservação e a
dos recursos ambientais, com prioridade para as ações preventivas.
A regulamentação do Art. 171 deu-se com a promulgação da Lei Estadual 10.350/94,
que detalhou as regras gerais a serem utilizadas pelo Estado na administração de suas águas.
Cabe ressaltar que a Lei Estadual é anterior à Federal (n° 9.433/97), porém, mesmo assim,
segue as diretrizes federais, uma vez que ambas foram inspiradas no Modelo de
Gerenciamento de Recursos Hídricos adotado pela França.
A conformação, tanto dos Sistemas Estaduais de Recursos Hídricos, quanto do
Sistema Nacional, prevê instâncias de articulação dos diferentes atores sociais para a gestão
de recursos hídricos. De acordo com o Art. 33 da Lei Federal 9.433/97, a instância máxima do
SINGREH é o ‘Conselho Nacional de Recursos Hídricos’ e dos Sistemas Estaduais são os
‘Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos’. As instâncias de articulação local dos diferentes
atores da gestão de recursos hídricos são os ‘Comitês de Gerenciamento de Bacias
Hidrográficas’, representantes da sociedade civil, que assinalam e asseguram o processo
participativo e descentralizado de ambos os Sistemas. Os comitês podem ser de bacias de rios
de domínio da União ou de bacias de rios de domínio Estadual.
No Rio Grande do Sul, de acordo com o Art. da Lei 10.350/94, para compor o
Sistema Estadual de Recursos Hídricos (SERH) somam-se ao Conselho Estadual de Recursos
Hídricos e aos Comitês de Bacias Hidrográficas, o ‘Departamento de Recursos Hídricos’
(DRH), a ‘Fundação Estadual de Proteção Ambiental’ (FEPAM) e as previstas ‘Agências de
11
Região Hidrográfica’ (ARH). Cada uma dessas organizações tem atribuições específicas no
SERH.
A orientação do SERH é uma atribuição do Conselho de Recursos Hídricos (CRH),
responsável pela formulação da ‘Política Estadual de Recursos Hídricos’ e pela aprovação do
‘Plano Estadual de Recursos Hídricos’ (cabe à Assembléia Legislativa transformar o Plano
Estadual de Recursos Hídricos em Lei). Contribuem para a orientação do SERH o
Departamento de Recursos Hídricos (DRH), responsável pela outorga de autorizações de uso
da água e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), responsável pelo
licenciamento ambiental. Ambos os órgãos, além da função de fiscalização, são responsáveis
pelo monitoramento dos recursos hídricos (quantidade e qualidade, respectivamente) e
encontram-se sob a coordenação política e administrativa de uma mesma Secretaria de Estado
(Secretaria Estadual de Meio Ambiente - SEMA). Cabe ainda ao DRH, junto com as
Agências de Região Hidrográfica (ARH), a consolidação do Plano Estadual a ser
encaminhado ao CRH, para aprovação.
A instância básica de participação da sociedade no SERH consiste nos Comitês de
Bacia Hidrográfica. Os Comitês são colegiados instituídos oficialmente pelo Governo do
Estado que exercem poder deliberativo, uma vez que é no seu âmbito que são estabelecidas
prioridades de uso e as intervenções necessárias à gestão das águas de uma bacia hidrográfica,
bem como são dirimidos, em primeira instância, os eventuais conflitos. Os Comitês também
são responsáveis por encaminhar à FEPAM a proposta de enquadramento
1
dos corpos de água
(pelas atribuições da Lei Federal 6.938/81 Política Nacional do Meio Ambiente e da
Resolução 20/86
2
, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA), debater junto à
Agência de Região Hidrográfica - ARH, apreciar e aprovar os Planos de Bacia
3
. Cabe aos
Comitês, também, aprovar os valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos em sua
respectiva bacia hidrográfica.
Os primeiros Comitês de Bacia criados no Rio Grande do Sul foram o Comitê Sinos
(Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos) em 1988, o Comitê Gravataí, da Bacia Hidrográfica do
Rio Gravataí, em 1989, e o Comitê Santa Maria (Bacia do Rio Santa Maria) em 1994. Os três
Comitês foram instituídos por Decretos Estaduais e constituíram a primeira geração de
Comitês de Bacia no Estado. A característica da primeira geração ocorre por terem sido
criados antes da promulgação da Lei 10.350/94. No período entre 1995 e 1999, a mobilização
1
Vide item 3.1.2 – Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
2
Atualizada pela Resolução 357, de 17/03/2005.
3
Vide item 3.1.2 – Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
12
da sociedade foi intensa, tendo sido criada a segunda geração de Comitês de Bacia
Hidrográfica do Rio Grande do Sul, a saber: Comitê Taquari-Antas (08/06/1998), Comitê Caí
(28/09/1998), Comitê do Lago Guaíba (29/10/1998) e Comitê Pardo (23/03/1999).
As Agências de Região Hidrográfica (ARH) o órgãos técnicos a serviço do SERH,
que têm uma atuação voltada a dar suporte técnico às decisões dos Comitês. A Lei 10.350/94
prevê a criação de três Agências de Região Hidrográfica no Rio Grande do Sul, uma para cada
grande Região Hidrográfica: Uruguai, Guaíba e Bacias Litorâneas. As suas principais
atribuições consistem em assessorar tecnicamente os comitês de bacias na elaboração de
propostas relativas ao Plano Estadual de Recursos Hídricos, no preparo dos Planos de Bacia e
na tomada de decisões que demandem estudos técnicos; subsidiar os comitês na proposição do
enquadramento dos corpos de água; manter e operar equipamentos e mecanismos de gestão; e
arrecadar e aplicar os valores correspondentes à cobrança
4
pelo uso da água. De acordo com
Ecoplan (2004), uma das principais lacunas do Sistema Estadual de Recursos Hídricos é a
inexistência das Agências de Região Hidrográfica, previstas na Lei 10.350/94, cuja função
está sendo suprida por suporte técnico de empresas de consultoria para a construção dos
Planos de Bacia; entretanto, inexoravelmente, sua ausência resulta na impossibilidade
institucional e legal da implantação da cobrança pelo uso da água.
3.1.2. Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) contém uma série de
instrumentos do processo de gestão dos recursos dricos do País. Entre os principais,
destacam-se os ‘Planos de Recursos Hídricos’, o ‘Enquadramento de Corpos de Água’, a
‘Outorga’, o ‘Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos’ e a ‘Cobrança pelo Uso da
Água’ (Tabela 2.1).
TABELA 2.1: Instrumentos Previstos na Legislação Federal (Lei 9.433/97)
Instrumentos de Planejamento Instrumentos de Gerenciamento
Sistema de Informações de Recursos Hídricos
Enquadramento
Planos de Bacia Hidrográfica
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Plano Nacional de Recursos Hídricos
Outorga de direito de uso da água
Cobrança pelo uso dos recursos hídricos
(Fonte: Adaptado de SOARES NETO et al., 2002)
Os ‘Planos de Recursos Hídricos’ são planos diretores que visam a fundamentar e
orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos
4
Vide item 3.1.2 – Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
13
recursos hídricos (Art. da Lei 9.433/97). A Lei Federal dispõe que os Planos de Recursos
Hídricos deverão ser elaborados por bacia (Planos de Bacias Hidrográficas), por estado
(Planos Estaduais de Recursos Hídricos) e para o País (Plano Nacional de Recursos Hídricos),
sendo todos planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período
de implantação de seus programas e projetos, devendo conter, entre outros conteúdos, o
diagnóstico da situação atual dos recursos dricos, o balanço hídrico entre disponibilidades e
demandas futuras dos recursos hídricos, a identificação de conflitos potenciais, metas de
racionalização de uso, aumento de quantidade e melhoria de qualidade dos recursos hídricos
disponíveis e medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos, e projetos a serem
implantados, para o atendimento das metas previstas.
O ‘Enquadramento’ das águas brasileiras em classes de uso foi estabelecido pela
Resolução 20 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 1986
5
, e consiste
na definição dos usos prioritários a serem feitos nos mananciais, estabelecendo-se, desta
forma, padrões de qualidade que garantam a viabilidade de tais usos. Assim, para as águas
doces, foram definidas cinco classes de qualidade (especial e de 1 a 4) que servem para
caracterizar a situação qualitativa das águas, sendo que, a cada classe, estão atribuídos usos
com ela compatíveis. Uma vez estabelecido o nível de qualidade a ser alcançado e/ou mantido
em um determinado segmento de um corpo de água de uma bacia hidrográfica através da
análise dos usos futuros pretendidos, devem ser verificadas e planejadas as medidas cabíveis
para alcançar o objetivo definido pelo Enquadramento, as quais devem estar descritas no
Plano de Bacia.
A ‘Outorga’ de direito de uso da água representa um instrumento, através do qual o
Poder Público autoriza, concede ou ainda permite ao usuário fazer o uso do recurso hídrico. É
através deste instrumento que a União ou os Estados exercem, efetivamente, o domínio das
águas preconizado pela Constituição Federal, regulando o compartilhamento entre os diversos
usuários. De acordo com Lanna (2004), para que se possa implementar um sistema de outorga
eficiente há, necessariamente, que se implementar um ‘Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos’ que apresente as informações sobre disponibilidades e demandas de água,
e também Planos de Bacia (Federal, Estadual ou de Bacias Hidrográficas) que estabeleçam
diretrizes para a utilização dos recursos dricos. O autor ainda cita a necessidade de
implantação de um sistema de monitoramento que policie o uso da água, avalie se ele é
realizado em consonância com a outorga e que retro-alimente o Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos.
5
Atualizada pela Resolução 357, de 17/03/2005.
14
Na definição da Lei Federal (9.433/97) o Sistema de Informações sobre Recursos
Hídricos é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações
sobre recursos dricos e fatores intervenientes em sua gestão, sendo importante na
divulgação de dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos
hídricos e no fornecimento de subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.
Dada a disponibilidade limitada, a legislação estabelece que a água é um bem dotado
de valor econômico, passível, pois, de ser cobrado. De acordo com o Art. 19 da Lei 9.433/97,
a ‘Cobrança’ objetiva reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma
indicação de seu real valor, incentivar a racionalização do uso e obter recursos financeiros
para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos Planos de Recursos
Hídricos. É necessário ressaltar, todavia, que é uma das atribuições dos Comitês de
Gerenciamento de Bacia Hidrográfica a aprovação dos valores a serem cobrados pelos
diversos usos da água. Assim sendo, a aplicação deste instrumento dependerá, previamente da
existência dos chamados ‘parlamentos das águas’ e das Agências de Região Hidrográfica
(órgão arrecadador), bem como da implantação dos demais instrumentos previstos na
legislação, especialmente, os Planos de Bacias Hidrográficas.
3.1.3. O Processo de Planejamento de Recursos Hídricos
A Política Nacional de Recursos Hídricos estabelece as bacias hidrográficas como
unidades básicas de planejamento e gestão de recursos hídricos. A Lei Estadual 10.350/94,
que instituiu o Sistema Estadual de Recursos Hídricos e estabeleceu a Política Estadual de
Recursos Hídricos no Rio Grande do Sul, confirma esse conceito, em seu Art. 1º. Ao definir
seus princípios, a Política Estadual de Recursos Hídricos propugna que “os recursos hídricos
são considerados na unidade do ciclo hidrológico, compreendendo as fases aérea, superficial e
subterrânea, e tendo a bacia hidrográfica como unidade básica de intervenção”.
Os Planos de Bacias Hidrográficas podem compreender dois tipos de bacia
hidrográfica: aquelas em que os cursos de água se inserem totalmente em um único Estado
caracterizando os Planos de Bacias Hidrográficas de Rios sob domínio estadual e aquelas
em que alguns cursos de água se inserem em mais de um estado – caracterizando os Planos de
Bacias Hidrográficas de Rios sob domínio federal. É importante ressaltar que estes planos
devem estar integrados e ao mesmo tempo, estarem complementados uns aos outros, e
também que os planos relacionados com âmbitos espaciais mais amplos (por exemplo,
nacional ou estaduais) devem ser realizados com menor nível de detalhe que aqueles relativos
a âmbitos espaciais mais restritos, como os de bacia hidrográfica.
15
Lanna (2004) separa o processo de planejamento de recursos hídricos (representado
pelos Planos de Bacias) em três meios: sócio-político, que estabelece e processa as demandas
da sociedade, e de seus representantes políticos; técnico, onde são realizadas as análises
técnicas que subsidiam o plano; e deliberativo, onde são tomadas as decisões, aprovados os
estudos técnicos e selecionadas as alternativas propostas.
No meio técnico, o qual é mais relevante dentro do contexto desta dissertação, o
processo é iniciado por um diagnóstico dos sistemas físico, sócio-econômico, ambiental e dos
recursos hídricos. Esse último forma a base das disponibilidades hídricas quali-quantitativas
sobre a qual é sustentado o Plano. Tendo os diagnósticos e conseqüentes prognósticos por
referência, o estabelecidos os cenários setoriais alternativos em que as demandas setoriais
são consideradas a partir de políticas e planos formalmente preparados e, na falta deles, de
simples intenções explicitadas em diversos tipos de documentos. Deve haver um
enquadramento quantitativo, pelo qual são estabelecidas as alocações dos recursos hídricos
disponíveis entre seus usuários. Estas condições são traduzidas em objetivos estratégicos a
serem alcançados visando montantes e garantias de suprimento quantitativo a serem
fornecidos aos usuários de água. Para o atingimento destes objetivos, são, então, definidas as
intervenções através de planos de ações estratégicas.
Dois tipos de intervenções podem ser aplicados: medidas estruturais e não-estruturais
(representadas pelos instrumentos de gestão). As primeiras são obras físicas que alteram o
regime hídrico no espaço e no tempo, adaptando o regime natural às demandas. As segundas
oferecem diversos instrumentos de gestão que podem ser usados, com os mesmos objetivos
das medidas estruturais, compatibilizando as demandas às disponibilidades.
Dentro deste contexto, Lanna (2004) cita que, ao serem elaborados os Planos de
Recursos Hídricos, deve ser entendido que os interesses de uso, controle e proteção das águas
provêm de diversos setores. Neste sentido, necessidade de serem conhecidos, ou pelo
menos hipotetizados, os diversos planos setoriais de longo prazo, quantificando e
hierarquizando as intenções de uso, controle e proteção de forma que seja possível a
elaboração de um plano multissetorial de longo prazo que buscará articular os interesses entre
si e estes com as disponibilidades dos recursos hídricos. Como no planejamento de longo
prazo não possibilidade de obtenção de previsões confiáveis, estabelece-se a necessidade
de formulação de cenários alternativos de uso, controle e proteção das águas que servirão de
base para os planos setoriais.
16
Em 2002, através da Resolução 04/02 do Conselho de Recursos Hídricos do Rio
Grande do Sul (CRH/RS), foram instituídas a Divisão Hidrográfica do Estado, hoje vigente,
definindo-se três Regiões Hidrográficas (Região Hidrográfica do Guaíba, do Uruguai e a das
Bacias Litorâneas) e 24 bacias hidrográficas. Recentemente, o CRH/RS estabeleceu uma nova
divisão oficial, com 25 Bacias Hidrográficas (Figura 3.1). Nesse contexto jurídico, a Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo, objeto de estudo desta dissertação, (também denominada de
G090) apresenta-se como uma unidade de planejamento e gestão de recursos dricos,
integrando a Região Hidrográfica do Guaíba.
FIGURA 3.1: Regiões e Bacias Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul.
(Fonte: Autor)
De acordo com a Lei Estadual nº 10.350, para cada Região Hidrográfica está destinada
uma Agência de Região Hidrográfica (ARH) e, para cada bacia, um Plano de Bacia e um
17
Comitê de Gerenciamento (garantindo, desta forma, que os seus respectivos cidadãos
participem da gestão das águas em um processo contínuo e solidário).
Com relação aos Planos de Bacias Hidrográficas, a Lei Estadual explicita que:
Os Planos de Bacia Hidrográfica têm por finalidade operacionalizar, no âmbito, de
cada bacia hidrográfica, por um período de 4 anos, com atualizações periódicas a cada 2
anos, as disposições do Plano Estadual de Recursos Hídricos, compatibilizando aspectos
quantitativas e qualitativos, de modo a assegurar que as metas e usos previstos pelo Plano
Estadual de Recursos Hídricos sejam alcançados simultaneamente com melhorias sensíveis
e contínuas dos aspectos qualitativos dos corpos de água.
Para tanto, estes planos deverão conter os seguintes elementos, conforme Art. 27:
I objetivos de qualidade a serem alcançados em horizontes de planejamento não
inferiores ao estabelecido no Plano Estadual de Recursos Hídricos;
II – programas das intervenções estruturais e não-estruturais e sua espacialização;
III esquemas de financiamentos dos programas a que se refere o inciso anterior,
através de:
a) determinação dos valores cobrados pelo uso da água;
b) rateio dos investimentos de interesse comum;
c) previsão de recursos complementares alocados pelos orçamentos públicos e
privados na bacia.
Enquanto as Agências de Região Hidrográfica (designadas pela Lei à elaboração dos
Planos) não são implementadas, no Rio Grande do Sul, o Departamento de Recursos Hídricos
(DRH) está cumprindo o papel a elas designado, subsidiado por contratos com empresas de
consultoria, que dão suporte técnico à implantação dos instrumentos de gestão de recursos
hídricos.
Atualmente (2006), existem três Planos de Bacia implementados ou sendo elaborados
no Estado: Lago Guaíba, Rio Tramandaí e Rio Pardo (DEWES, 2005). Recentemente, foi
contratada a empresa que está elaborando o Plano da Bacia do Rio Caí. Também está em
execução o Plano Estadual de Recursos Hídricos.
O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul começou a ser
desenvolvido em maio de 2006, através de contrato entre o Departamento de Recursos
Hídricos (DRH/SEMA) e uma empresa de consultoria. O Plano, de acordo com a legislação
estadual, deverá abranger um horizonte de planejamento não inferior a 12 anos, devendo
conter os seguintes elementos: objetivos da Política Estadual de Recursos Hídricos, traduzidos
em metas a serem atingidas em prazos determinados; ênfase nos aspectos quantitativos,
compatível com os qualitativos estabelecidos pelas propostas dos comitês; inventário da
disponibilidade hídrica e das estruturas de reservação; inventário dos usos e conflitos;
projeção dos usos, das disponibilidades e dos conflitos potenciais; definição e análise das
18
áreas críticas, atuais e potenciais; diretrizes para outorga do uso da água; diretrizes para a
cobrança; e limite mínimo para a fixação de valores a serem cobrados. Ao final, o Plano
Estadual de Recursos Hídricos constituir-se-á em um Projeto de Lei.
É interessante ressaltar que os Planos de Bacia implementados ou em fase de
implementação são anteriores ao Plano Estadual de Recursos Hídricos (iniciado em maio de
2006), não condizendo com os Artigos 26 e 27 da Lei 10.350/94:
Art. 26 Os Planos de Bacia Hidrográfica m por finalidade operacionalizar [...] as
disposições do Plano Estadual de Recursos Hídricos, compatibilizando aspectos
quantitativas e qualitativos, de modo a assegurar que as metas e usos previstos pelo Plano
Estadual de Recursos Hídricos sejam alcançados simultaneamente com melhorias sensíveis
e contínuas dos aspectos qualitativos dos corpos de água.
Art. 27 – Serão elementos constitutivos dos Planos de Bacia Hidrográfica:
I objetivos de qualidade a serem alcançados em horizontes de planejamento não
inferiores ao estabelecido no Plano Estadual de Recursos Hídricos;
II – [...]
A ausência do Plano Estadual foi considerada uma grande lacuna para os executores
dos Planos de Bacia anteriores a ele, pois é através dele que se estabelecem diretrizes gerais
para a implantação do SERH e regram-se as relações entre as diferentes bacias hidrográficas.
Por exemplo, especificamente, o enquadramento na foz de uma bacia deverá articular-se com
o processo de enquadramento da bacia de jusante (onde ela deságua). Essa dinâmica deve ser
estabelecida, ou mesmo regulamentada, pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos. Não
obstante, os Planos de Bacia já concluídos ou com o processo de enquadramento concluído
– deverão ser considerados pelo Plano Estadual.
Em síntese, todos os planos buscam basicamente o mesmo objetivo: estabelecer um
conhecimento sólido e adequado das unidades de planejamento e gestão (bacias hidrográficas)
para posteriormente propor formas de resolução para os problemas identificados, sejam eles
existentes ou potenciais.
3.2. Arroz Irrigado
3.2.1. Aspectos Gerais
Em âmbito mundial, a agricultura irrigada é a maior usuária dos recursos hídricos,
responsável pela utilização de cerca de 70% do total demandado, quando comparada à
indústria (23%) e ao uso doméstico (7%) (BRITO et al., 2002). A área irrigada global é de
pouco mais de 17% da área total cultivada e contribui com 40% da produção de alimentos
(SANTOS, 1998). Isso significa que a produtividade mundial da agricultura irrigada equivale
a 2,35 vezes a da agricultura de sequeiro. No Brasil, a agricultura utiliza cerca de 60% do total
19
da água demandada, em comparação aos usos industrial (18%) e doméstico (22%), segundo
Christofidis (1999) e Rebouças (1999). A área irrigada total em território brasileiro é
considerada da ordem de 3 milhões de hectares (BRITO et al., 2002) e, de acordo com Santos
(1998), embora represente apenas 5% da área total cultivada, contribui com 16% da produção
agrícola e com 35% do valor total da produção. Pode-se, portanto, concluir que cada hectare
irrigado no País equivale a 3 hectares de sequeiro, em produtividade física, e a 7 hectares de
sequeiro, em produtividade econômica (BRITO et al., 2002).
O arroz, que é cultivado em 150 milhões de hectares e com uma produção de 600
milhões de toneladas em casca, é um dos principais cereais consumidos e produzidos em todo
o mundo. No Brasil, este cereal representa cerca de 20% do total de grãos colhidos. O sistema
de cultivo de arroz irrigado tradicionalmente praticado na Região Sul do País contribui com
68% da produção nacional, sendo o Estado do Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro,
responsável por 52% do total produzido. Segundo a Embrapa (2004), o bom desempenho da
orizicultura gaúcha, que chega a rendimentos de 13 t.ha
-1
(com média de 6,2 t.ha
-1
), está
associado à utilização intensiva de tecnologia (genética e manejo) e, especialmente, à
predominância das lavouras irrigadas artificialmente, que garantem o suprimento ininterrupto
de água, garantindo a solubilização dos principais nutrientes, a manutenção de pH e de
temperatura ideais e, principalmente, o controle de plantas daninhas.
No Rio Grande do Sul, particularmente, o arroz participa com 40% da produção total
de grãos, sendo que nos últimos 12 anos, a área de cultivo do cereal aumentou de cerca de 800
mil para cerca de 1 milhão de hectares (LOUZADA, 2004). Dados do Censo da Lavoura de
Arroz Irrigado do Rio Grande do Sul (IRGA, 2006) mostram que a área cultivada no Estado
na safra 2004/2005 foi de 1.034.529 hectares. A atividade é responsável por 2,3% do PIB
gaúcho e consiste, por este e outros motivos, na atividade econômica mais importante da
metade sul do Estado, ao prevalecer em 133 municípios. De acordo com o Censo, o número
de lavouras no Estado na safra 2004/2005 aumentou 12,7% com relação ao da safra
1999/2000. Além do crescimento físico da área, a produtividade (produção por área) também
evoluiu, o que pode ser atribuído, principalmente, à melhoria nas técnicas de manejo das
lavouras, que passaram a permitir a expressão do potencial produtivo das cultivares de arroz
utilizadas.
3.2.2. Sistemas de Preparo e Manejo de Solo
O manejo ou preparo de solo em sistemas agrícolas consiste em um conjunto de
operações ou manipulações física, química e biológica do solo (práticas culturais, fertilização,
20
correção, etc.) realizadas com objetivo de proporcionar condições favoráveis à semeadura
(condições de boa germinação e emergência das sementes), ao desenvolvimento e à produção
de plantas cultivadas por tempo ilimitado (LAL, 1979 e CURI et al., 1993 apud EMBRAPA,
2004).
Os solos próprios para cultivo de arroz irrigado caracterizam-se pela topografia plana,
geralmente hidromórficos, que permanecem saturados em períodos de maior precipitação. A
drenagem deficiente está relacionada não apenas à topografia plana, mas, principalmente, à
ocorrência de horizontes argilosos que, por apresentarem condutividade hidráulica muito
baixa, dificultam a percolação de água no perfil (SOSBAI, 2005). Estas características,
normalmente desfavoráveis a outras culturas, tornam-se adequadas para o cultivo do arroz
irrigado, facilitando a manutenção da lâmina de água sobre a superfície e dificultando a
lixiviação de nutrientes.
Sistematização
Para o aproveitamento eficiente e racional dos solos para cultivo de arroz
necessidade de condicioná-los anteriormente a um processo de sistematização do terreno, que
consiste na criação de um sistema funcional de manejo que vai desde a remoção de resíduos
vegetais, abertura de canais de drenagem e irrigação, construção de estradas internas,
regularização da superfície do terreno, em nível ou desnível e entaipamento até a construção
de estruturas complementares, conforme a necessidade de cada projeto (SOSBAI, 2005). A
sistematização deve basear-se em estudos envolvendo dados do terreno, como análises das
condições de solo, água e topográficas e obedecendo as características peculiares de cada
propriedade. De acordo com a SOSBAI (2005), duas modalidades de sistematização para
as lavouras de arroz, que são realizadas em função do sistema de cultivo.
A sistematização de solo em ‘desnível’ é feita normalmente com as taipas construídas
paralelamente às curvas de nível. Neste sistema, normalmente, a declividade natural do
terreno é mantida, podendo-se ajustar o gradiente conforme a necessidade. A sistematização
em ‘nível’, por sua vez, utiliza a subdivisão da lavoura em quadros regulares, cujo relevo
interno é quase plano. No Rio Grande do Sul, os quadros variam de 1 a 2 ha, podendo atingir
até 40 ha em condições de topografia plana. Os quadros devem ser isolados por taipas, na
maioria das vezes paralelas entre si, com dimensões que variam na base de 1,0 a 1,5 m e na
altura de 0,3 a 0,6 m, apresentando condições de serem irrigados e drenados
independentemente e com sistema próprio de acesso (SOSBAI, 2003).
21
O nivelamento da superfície do solo e o planejamento dos sistemas de irrigação, de
drenagem e viário permitem melhor aproveitamento da área cultivada, boa distribuição e
condução da água nos quadros e redução da altura da lâmina de água a ser mantida na lavoura
(MACEDO, 2005). Com isso, a execução de outras práticas de manejo da cultura também fica
facilitada. Para a pesquisadora, a sistematização em nível, além de proporcionar a redução do
uso da água, reduz os custos com mão-de-obra para manutenção e controle da irrigação e
drenagem, com redução no custo total de produção. Para Vianna (1997) a melhoria em infra-
estrutura da lavoura e nas instalações de irrigação auxilia na conservação de energia e na
redução do uso da água, com ganho econômico real e significativo em termos de preservação
ambiental. Exemplos práticos corroboram estas assertivas. Para melhorar a eficiência do uso
da água
6
, a Associação dos Usuários da Barragem do Arroio Duro (AUD), empreendimento
responsável pela irrigação de cerca de 15 mil hectares no município de Camaquã - RS, vem
trabalhando com sistematização das lavouras para melhorar a eficiência de uso do recurso
hídrico disponível, reduzindo o volume usado por associado (VIEGAS, 2005). Trabalhos
realizados por Beltrame et al. (2005) no perímetro irrigado da AUD determinaram o volume
de água utilizado em lavouras sistematizadas em solos franco-argilosos, constatando
demandas da ordem de 10.000 m³.ha
-1
, muito menores do que os volumes historicamente
utilizados em Camaquã - RS, que chegam a 15.000 m³.ha
-1
em sistemas não sistematizados.
Sistemas de Cultivo
A cultura do arroz irrigado apresenta uma peculiaridade que é a possibilidade de ser
estabelecida em diferentes sistemas de cultivo, constituindo-se numa característica muito
importante para a sustentabilidade da produção. Para a maioria dos autores, os sistemas de
cultivo podem ser agrupados em dois grandes grupos: aqueles em que o estabelecimento do
arroz se em área previamente inundada e aqueles em que este estabelecimento se em
solo seco. No primeiro grupo estão inseridos os sistemas de cultivo ‘pré-germinado’, ‘mix’ e
‘transplante de mudas’. No segundo, estão os sistemas ‘convencional’, ‘cultivo mínimo’ e
‘plantio direto’. No Rio Grande do Sul, de acordo com IRGA (2006), predomina o cultivo
mínimo em 61,1% da área total cultivada, seguido pelo sistema convencional (21,9%), pré-
germinado (11,2%), plantio direto (5,7%) e mix (0,1%). Entre os sistemas de cultivo
utilizados na cultura do arroz irrigado existem outras diferenças além da condição inicial de
6
Nesta dissertação, o termo eficiência de uso da água na irrigação do arroz’ estará se referindo ao conceito
mundialmente conhecido sobre eficiência de irrigação, que é a relação entre a evapotranspiração (consumo) e a
quantidade de água aplicada na lavoura (demanda), diferente do outro conceito existente, que define eficiência
do uso da água como a produção de grãos por quantidade de água consumida.
22
umidade do solo, relacionadas especialmente com a forma de preparo do solo
(MARCHEZAN et al., 2005).
O sistema convencional é caracterizado pela intensa mecanização e revolvimento do
solo, cujos objetivos são a eliminação de plantas daninhas e a criação de um ambiente
favorável à germinação, emergência e desenvolvimento da cultura implantada. O cultivo
mínimo e o plantio direto utilizam menor mobilização do solo, quando comparados ao
convencional. Estes sistemas envolvem, normalmente, a diversificação de espécies, via
rotação de culturas, cujo processo de semeadura ocorre com um mínimo de movimentação de
solo e sob a resteva de uma cultura anterior (pastagem ou flora de sucessão) dessecada
quimicamente. O cultivo mínimo difere do plantio direto na época e na intensidade de preparo
do solo.
O sistema pré-germinado é definido, no Rio Grande do Sul, como o conjunto de
técnicas de cultivo de arroz irrigado onde as sementes, previamente germinadas, são lançadas
em quadros nivelados e totalmente inundados. O sistema mix, por sua vez, é uma adaptação
do cultivo mínimo ao pré-germinado. A utilização destes dois sistemas (pré-germinado e mix)
sofreu um sensível crescimento nos últimos anos, devido, entre outros fatores, a menor
dependência das condições climáticas para o preparo do solo, à redução de custos e ao
controle eficiente de plantas daninhas, especialmente do arroz vermelho (OLIVEIRA et al.,
1999). No entanto, entre suas desvantagens estão a necessidade de adequação da topografia,
formando-se os denominados tabuleiros ou quadros, onerando os custos para o produtor, e o
impacto ambiental associado ao aumento de turbidez das águas devido ao preparo inicial do
solo, caracterizado por intensa movimentação e formação de lama.
No Rio Grande do Sul, de acordo com Marchezan et al. (2005), em regiões onde
predominam lavouras de pequenas dimensões, o pré-germinado é o sistema predominante,
pois permite a sustentabilidade econômica ao produtor ao dar condições de cultivos
sucessivos de arroz em mesma área, dispensando a rotação de culturas. Na Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo, objeto de estudo desta dissertação, localizada na Depressão Central do Estado,
os sistemas de semeadura em solo inundado e em solo seco ocupam, cada um, cerca de 50%
da área cultivada com arroz irrigado (ANDRADE & RABUSKI, 2005). No entanto, pode-se
verificar que a Bacia é composta por duas áreas orizícolas bastante distintas. Na porção
central (municípios de Vera Cruz, Vale do Sol e Santa Cruz do Sul) são encontradas lavouras
de pequenas dimensões caracterizadas pela sistematização das terras e pelo uso do sistema de
cultivo pré-germinado. No município de Candelária, e, principalmente no município de Rio
23
Pardo são encontradas lavouras maiores, com predominância dos sistemas de semeadura em
solo seco e com percentual de áreas sistematizadas inferior ao do restante da Bacia.
Com relação ao sistema de transplante de mudas, pode-se dizer que é o sistema de
cultivo de arroz irrigado mais comum do sul e sudeste da Ásia, porém, no Rio Grande do Sul,
é pouco usado, estando restrito a áreas de produção de sementes de alta qualidade
(KNOBLAUCH, 1997).
3.2.3. Demanda e Consumo de Água
O volume de água demandado na irrigação por inundação no cultivo do arroz depende
da textura e da declividade do solo (que está associada diretamente à forma de adequação da
superfície do terreno), da temperatura do ar e da sua umidade relativa (condições climáticas)
que, juntas, determinam vazões contínuas de 1,5 a 2,0 L.s
-1
.ha
-1
, num período de irrigação que
varia de 80 a 120 dias (SOSBAI, 2003). São também fatores importantes na determinação do
volume de água necessário, a duração do ciclo da cultivar, a época de semeadura, as
precipitações ocorridas após a semeadura e o teor de água no solo no início da irrigação
(SOSBAI, 2005).
De acordo com vários autores, a necessidade de água de uma lavoura de arroz pode ser
dividida em cinco componentes nos sistemas de cultivo que utilizam semeadura em solo seco
(convencional, direto e mínimo), a saber: 1) saturação do solo; 2) formação da lâmina após
emergência; 3) evapotranspiração; 4) perdas por percolação lateral e 5) perdas por percolação
profunda. Nos sistemas que utilizam semeadura em solo inundado (pré-germinado e mix),
podem ser considerados seis componentes: 1) saturação do solo; 2) formação da lâmina para
preparo do solo; 3) formação da lâmina da lavoura; 4) evapotranspiração; 5) perdas por
percolação lateral e 6) perdas por percolação profunda. Como pode ser visto, nestes últimos
sistemas um componente a mais, relacionado com a lâmina utilizada na ocasião do preparo
do solo. Esta lâmina provém da necessidade de preparo do solo em condição de saturação,
visto que é preciso que haja formação de lama para nivelamento do terreno.
De acordo com Cauduro (1996), em um sistema convencional com semeadura em solo
seco os valores demandados para uma safra qualquer no Rio Grande do Sul são distribuídos,
mais ou menos, da seguinte forma: saturação do perfil do solo – 900 m³.ha
-1
(8,0%); formação
da lâmina – 1.000 m³.ha
-1
(8,5%), evapotranspiração – 5.550 m³.ha
-1
(48%), percolação lateral
– 4.020 m³.ha
-1
(35%), e percolação profunda – 43 m³.ha
-1
(0,5%), totalizando cerca de 11.500
24
m³.ha
-1
.safra
-1
. A seguir o feitas considerações a respeito de cada componente da irrigação
por inundação.
Demanda Hídrica para Suprir Perdas por Evapotranspiração
Cerca de 48% da água utilizada na lavoura é, de fato, consumida, através da
evapotranspiração (CAUDURO, 1996). Portanto, sai do sistema direto para a atmosfera,
podendo o retornar ao ciclo hidrológico da bacia hidrográfica de onde foi retirada se o
processo de precipitação pluvial ocorrer em outra região. Em trabalho realizado na Estação
Experimental do Arroz, em Cachoeirinha RS, Sachet (1977) verificou que, da lâmina total
aplicada na irrigação do arroz, no valor de 1.200 mm, 70% couberam à evapotranspiração da
cultura, isto é, 840 mm.
Tsuitsui (1972) observa que a evapotranspiração da cultura do arroz no Rio Grande do
Sul oscila entre 4 e 7 mm.dia
-1
de acordo com o clima e o estádio de desenvolvimento da
cultura, perfazendo a necessidade durante toda a safra de 400 a 1.000 mm (variando também
com o tamanho do ciclo de desenvolvimento). Os estudos de Sachet (1977), em Cachoeirinha
RS, revelaram valores superiores, com o máximo ocorrendo no período compreendido entre
a diferenciação do primórdio floral e a floração, atingindo 9,0 mm.dia
-1
. No período
vegetativo a evapotranspiração variou entre 7,0 e 7,5 mm.dia
-1
, enquanto que no período
compreendido entre floração e maturação, seu valor caiu para 6,0 mm.dia
-1
.
Motta et al. (1990), por sua vez, determinaram a evapotranspiração do arroz irrigado
em vários municípios do Rio Grande do Sul para dois períodos distintos, encontrando totais
que variaram de 600 a 800 mm. Os autores constataram, para os períodos de irrigação de
24/11 a 21/02 (90 dias) e de 25/12 a 24/03 (90 dias), valores médios no Estado da ordem de
8,5 mm.dia
-1
e de 6.7 mm.dia
-1
, respectivamente. Os maiores valores foram encontrados em
Santa Vitória do Palmar, sendo, em média, de 9,0 mm.dia
-1
e 7,8 mm.dia
-1
, respectivamente
para os dois períodos citados.
Doorenbos & Pruitt (1976) propõem que o cálculo da evapotranspiração potencial de
uma determinada cultura seja efetivado através da seguinte expressão:
c0m
K x ETET
=
3.1
sendo
ET
m
= evapotranspiração potencial da cultura; ET
0
= evapotranspiração de referência e
K
c
= coeficiente da cultura.
25
O termo Kc é um coeficiente empírico, adimensional, que relaciona os componentes
do sistema solo-planta-atmosfera, distinguindo as culturas e seus diferentes estádios de
desenvolvimento. Este coeficiente é obtido pela relação ETm/ET
0
, onde o primeiro
componente é medido por evapotranspirômetros ou estimado indiretamente através de
balanço hídrico em lisímetro, enquanto o segundo é estimado climatologicamente através de
inúmeros métodos existentes.
Na cultura do arroz irrigado, que permanece constantemente sob condições de pleno
fornecimento de água, portanto sem restrições, a evapotranspiração real atinge sempre os
valores máximos. Desta forma, sua estimativa pode ser feita aplicando-se a Equação 3.1
diretamente nos diferentes estádios de desenvolvimento (FEDDES & LENSELINK, 1994).
Segundo a maioria dos estudos sobre o tema, a evapotranspiração aumenta com o
desenvolvimento da cultura, atingindo seu ponto máximo no período que vai de pouco antes
do florescimento até a formação inicial de grãos, diminuindo após isso. Na Tabela 3.1 são
apresentados alguns dos coeficientes para o arroz irrigado encontrados na literatura. A
variação observada nos valores da tabela se deve às diferentes condições climáticas das
regiões onde se desenvolveram os experimentos, ao manejo adotado nestes experimentos, ao
intervalo de tempo adotado no cálculo da ET
0
e às diferentes formas de estimá-la (MOHAN &
ARUMUGAM, 1994 e SHAH & EDLING, 2000).
TABELA 3.1: Coeficientes de Cultivo para Arroz Irrigado
Autor ET
0
3
(método) Período de desenvolvimento
2
até DPF
1
DPF
1
à floração
Floração
à maturação
Doorenbos & Kassam (1979) Penman Modificado (FAO) 1,1-1,15 1,1-1,30 0,95-1,05
Tomar & O’Toole (1980) Tanque 1,2 (média de todo o período)
Hendrickx et al (1986) Penman Modificado (FAO) 1,25 (valor máximo)
Fietz (1987) Penman-Monteith 1,60 2,10 1,40
Pereira (1989) Tanque 1,0 (média de todo o período)
Mohan & Arumugam (1994) Penman Modificado (FAO) 1,27 1,62 1,15
Shah & Edling (2000) Penman-Monteith 1,39 1,51 1,43
Tyagi et al (2000) Penman-Monteith 1,19 1,30 1,08
1
DPF: diferenciação do primórdio floral
2
Períodos médios adaptados dos considerados pelos diferentes autores
3
Evapotranspiração de referência
(Fonte: LOUZADA, 2004)
Demanda Hídrica para Saturação do Perfil do Solo
De acordo com Cauduro (1996), a necessidade de água para a saturação do perfil gira
em torno de 900 m³; no entanto, a lâmina de água necessária depende das características
físicas do solo (como profundidade da camada de impedimento e/ou do lençol freático e
porosidade) e da sua umidade inicial (DIAZ & BELTRAME, 1986). Fietz (1987), em um
26
Planossolo da Unidade Pelotas, considerando umidade inicial equivalente a um potencial
matricial de 0,26 atm, calculou a necessidade média de 53,3 mm, ou 533 m³.ha
-1
, para a
saturação do perfil do solo. Este volume correspondeu a 6% da demanda total calculada
(média). O autor considerou baixo o volume estimado devido à condição inicial de umidade
considerada (próxima à capacidade de campo). O mesmo autor ainda acrescenta que grandes
lâminas de saturação (superiores a 100 mm) sob estas condições de umidade inicial, se
verificaram em locais com mais de 70 cm de profundidade.
Demanda Hídrica para Formação da Lâmina Superficial
A altura da lâmina de água a ser mantida na lavoura é determinada conforme a cultivar
e a topografia do terreno. As cultivares tradicionais suportam uma lâmina de água mais
elevada sem prejudicar o seu desenvolvimento, e as cultivares tipo intermediária e moderna se
desenvolvem melhor quando a altura da lâmina de água não ultrapassa 10 cm de altura.
Lavouras com menor declividade entre taipas possibilitam maior uniformidade na lâmina de
água (SOSBAI, 2005), sendo que em áreas sistematizadas a lâmina pode ser mantida mais
baixa e uniforme. As recomendações técnicas para cultivo do arroz nas regiões da Depressão
Central e Fronteira Oeste sugerem a utilização de lâminas entre 5 e 15 cm de altura,
resultando em volumes de 500 a 1.500 m³.ha
-1
. Andrade & Rabuski (2005) ressaltam que, na
Região do Vale do Rio Pardo, onde se localiza a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo,
freqüentemente são verificadas lâminas de 20 cm, o que é atribuído ao microrelevo mantido
nas lavouras, que impede a uniformidade da lâmina superficial. Tsutsui (1972) salientava
que para que se possa manter a lâmina a uma altura de 5 cm, é necessário que haja perfeito
nivelamento do solo e controle rigoroso de plantas daninhas, pois em situações de lâmina
rasa, há maior probabilidade de incidência de invasoras.
Demanda para Suprir Perdas por Fluxo Lateral e Percolação Profunda
As demandas para suprir as perdas pelas percolações lateral e profunda são da ordem
de 4.020 m³.ha
-1
.safra
-1
e 43 m³.ha
-1
.safra
-1
, respectivamente, segundo Cauduro (1996).
Fukuda & Tsuitsui (1968) citam alguns trabalhos realizados no Japão que mostram que a
percolação lateral é de 3 a 10 vezes superior à componente vertical. Louzada (2004) atribui às
características físicas dos solos de várzea, que têm lençol freático superficial e/ou camada
impermeável imediatamente abaixo do horizonte superficial, estes baixos valores de fluxo
vertical. O mesmo autor verificou, através de modelagem matemática aplicada em um
Planossolo da Unidade Vacacaí em Cachoeirinha - RS, que as perdas pelos fluxos lateral e
vertical respondem, em termos percentuais, a 0,5 % do total demandado para uma lavoura de
27
arroz naquele solo. Valores muito pequenos também foram encontrados por Fietz (1987), que
determinou demandas para suprimento das perdas pelo fluxo lateral da ordem de 10 mm,
representando menos de 1% da demanda total. Por outro lado, Beltrame & Gondim (1982)
verificaram demandas de 190 mm em 106 dias de irrigação em um Planossolo da Unidade
Vacacaí, correspondendo à média de 1,8 mm.dia
-1
.
Os fluxos horizontal e vertical em uma lavoura de arroz irrigado podem ser estimados
a partir da Equação de Darcy (LOUZADA, 2004; FIETZ, 1987; ROCHEDO, 1979), pois
dependem das características físico-hídricas do solo (condutividade hidráulica saturada), do
gradiente hidráulico e da área em que estes fluxos se processam. Na percolação lateral,
Johnson (1972) sugere que, conhecendo-se a relação perímetro/área de uma lavoura pode-se
determinar a área em que ocorre o fluxo lateral. Em lavouras de pequenas dimensões, onde a
relação perímetro/área é maior, espera-se que estas perdas sejam de maiores proporções do
que em lavouras de extensões maiores. Neste sentido, De Datta (1981) encontrou perdas da
ordem de 15,6 L.h
-1
para cada metro de perímetro de área. Já Fietz (1987) encontrou perdas de
apenas 0,9 L.h
-1
por metro de perímetro de lavoura, atribuindo o valor à baixa relação
perímetro/área, em virtude das grandes extensões das lavouras onde foi realizado o
experimento, e ao baixo gradiente hidráulico, devido à baixa lâmina de água mantida.
3.2.4. Eficiência de Uso da Água – Redução de Perdas
A eficiência de irrigação refere-se ao percentual do volume total aplicado que, de fato,
é absorvido pela cultura irrigada em um determinado sistema de irrigação. Este percentual
absorvido corresponde à transpiração da planta que, por sua vez, é praticamente equivalente à
evapotranspiração, especialmente quando a cultura está estabelecida, cobrindo quase
totalmente o solo.
Aumentar a eficiência de um determinado sistema de irrigação significa aproximar o
volume aplicado na lavoura ao volume evapotranspirado. Neste sentido, os sistemas de
irrigação por superfície, especialmente os de inundação superficial, que prevalecem no cultivo
do arroz irrigado, têm recebido a reputação de sistemas de baixa eficiência por demandarem
grande quantidade de água, muito superior àquela que a lavoura realmente necessita para
produzir. Contudo, quando adequadamente dimensionados e operados, pode-se estabelecer
um sistema de irrigação por inundação mais eficiente, ao se reduzir as principais perdas do
processo, aproximando o volume total aplicado ao volume correspondente à
evapotranspiração. Está certo que entre estas ‘perdas’ está incluída a lâmina superficial, que é
imprescindível no processo de cultivo de arroz irrigado, pois trata-se da principal forma de
28
manejo fitossanitário da cultura, de solubilização de nutrientes e manutenção de pH.
Especialmente por isso, a demanda para a irrigação de arroz jamais se igualará à
evapotranspiração.
No Rio Grande do Sul, o volume de água aplicado chega a valores de
aproximadamente 15.000 m³.ha
-1
(TOESCHER et al., 1997). Durante muitos anos, o Instituto
Rio-Grandense do Arroz (IRGA) recomendou vazões de 1,7 a 3,0 L.s
-1
.ha
-1
baseado nos
estudos de Bernardes (1946), as quais são demasiadamente elevadas, provocando assim, baixa
eficiência do sistema adotado e do uso do recurso hídrico pelo complexo solo-planta
(BELTRAME & GONDIM, 1982). De acordo com estes últimos autores, a vazão de
1,4 L.s
-1
.ha
-1
seria suficiente para suprir a necessidade de irrigação da lavoura de arroz,
reduzindo em 18% o volume de água e, conseqüentemente, o consumo de energia. Com o
respaldo dos dados de pesquisa, é possível reduzir as vazões para atender à necessidade
hídrica da cultura em função da redução do ciclo e do porte das cultivares modernas associada
à melhoria das condições de adequação da área e de manejo da cultura (MACEDO, 2005).
Como mencionado anteriormente, a evapotranspiração da cultura de arroz irrigado no
Rio Grande do Sul consome de 600 a 800 mm de água em uma determinada safra (MOTTA et
al., 1990). Os autores ressaltam que estes valores correspondem a cerca de 40% do que
historicamente é utilizado pelos agricultores, evidenciando a baixa eficiência do sistema de
irrigação por inundação na lavoura de arroz no Rio Grande do Sul. Para atingir índices
elevados de eficiência é imprescindível que haja controle de perdas de água no sistema,
podendo-se lançar mão de algumas tecnologias disponíveis. Desta forma, preconiza-se a
sistematização das terras como uma das principais técnicas para o controle das perdas de água
na lavoura (VIANNA, 1997; RIGHES, 2006; MACEDO, 2005; EMBRAPA, 2004).
O volume de água que o produtor aplica nas lavouras de arroz, incluindo os volumes
da evapotranspiração e dos demais componentes de demanda, é bastante relativo, variando em
função da região e das condições climáticas, dos solos, da forma de adequação do terreno e da
duração do ciclo da cultivar. Muitas vezes, mudanças nos padrões de manejo da lavoura o
garantem reduções de perdas e aumento da eficiência no sistema de irrigação. A seguir, é
apresentada uma revisão a respeito do controle de perdas de água no sistema de irrigação por
inundação.
29
Evapotranspiração
As condições climáticas determinam, principalmente, variações regionais na demanda
para suprir as perdas pela evapotranspiração. Justamente por isso, é muito difícil manejar a
lavoura de forma a reduzir este componente da demanda total, visto que ele é função
unicamente das condições climáticas (considerando a mesma cultivar em um mesmo período
de desenvolvimento). Righes (2006) cita que é possível implantar estruturas que diminuam a
velocidade do vento, como quebra-ventos, para diminuir a demanda evapotranspirativa. Com
relação à duração do ciclo das diferentes cultivares de arroz, cultivares de ciclo mais curto,
embora possuam demanda evapotranspirativa instantânea similar a cultivares de ciclo mais
longo, determinam demandas evapotranspirativas totais menores na safra.
De acordo com Bernardes (1956), a necessidade total de água para arroz irrigado por
inundação no Estado do Rio Grande do Sul, em lavouras não sistematizadas, pode variar de
11.500 m³.ha
-1
.safra
-1
, para cultivares de ciclo precoce, até 17.000 m³.ha
-1
.safra
-1
para
cultivares de ciclo longo. Segundo a SOSBAI (2003), as cultivares disponíveis apresentam
ciclos que variam de 95 (da semeadura à maturação plena) a 150 dias, caracterizando ciclos
desde muito precoces (ou superprecoces) até tardios (ou longos). Estes dois extremos, no
entanto, são muito pouco utilizados no Rio Grande do Sul, sendo mais comuns as cultivares
de ciclo precoce (106 a 120 dias) e dio (121 a 135 dias). Dados do Censo da lavoura de
Arroz Irrigado de Rio Grande do Sul (IRGA, 2006) apontam a cultivar IRGA 417 (ciclo
precoce) como a mais utilizada no Estado, ocupando 27% das lavouras. É seguida pela IRGA
422 CL, utilizada em 15,5% das lavouras. Também são significantes as participações das
cultivares El Paso L144 (ciclo médio), BR IRGA 410 (ciclo médio) e algumas cultivares da
EPAGRI (Santa Catarina). Diferentemente do resto do Estado, na Depressão Central, região
ecoclimática onde está inserida a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, cerca de 50% das
cultivares utilizadas nas últimas safras foram de ciclo tardio (ou longo) e o restante distribuído
entre ciclos médio e precoce (ANDRADE & RABUSKI, 2005).
Solos
Os solos determinam diferenças regionais nas demandas devido às variações de suas
características físicas, como profundidade e porosidade, e de suas condições iniciais de
umidade que condicionam, especialmente, o volume do componente da demanda para a
saturação do perfil. Os solos também possuem diferentes propriedades físico-hídricas, como a
condutividade hidráulica, que estão relacionadas, especialmente, com perdas de água por
percolação horizontal e vertical.
30
A profundidade de saturação é determinada pelo nível do lençol freático ou pela
localização da camada textural do solo que impedem o fluxo de água vertical. Os solos em
que normalmente se cultiva o arroz irrigado, devem ter estas características peculiares, até
porque, caso contrário, seria inviável a manutenção de uma lâmina de água constante, ou
então a quantidade de água para saturar o perfil seria tão grande que inviabilizaria o processo
produtivo (LOUZADA, 2004). Devido a estas características intrínsecas do solo, o manejo da
lavoura reduz muito pouco o componente da demanda relacionado com a saturação do perfil.
A condutividade hidráulica de solos saturados é um parâmetro que traduz a facilidade
com que a água se movimenta ao longo do perfil de solo e seu valor está relacionado com a
densidade e com a estrutura do solo (distribuição de micro e macroporos), segundo Rojas
(1998). Dalmago (2004) e Rojas (1998), comparando atributos físico-hídricos em solos sob
diferentes sistemas de preparo, mostraram que o manejo do solo pode influenciar
enormemente no valor da condutividade hidráulica, em virtude das alterações que ocorrem na
estrutura interna dos solos sob as diferentes condições de preparo. Na cultura do arroz irrigado
por inundação, devido à presença de camada de impedimento na sub-superfície do solo, ou de
lençol freático elevado, a percolação vertical é pouco significante, e por isso, não importam as
mudanças nos atributos físico-hídricos do solo devido ao manejo, como evidenciados por
Dalmago (2004) e Rojas (1998). na percolação lateral, a condutividade é extremamente
importante. No entanto, o manejo também não exerce influência neste caso pois o que importa
é o fluxo que se através das taipas laterais das lavouras, que não sofrem tantas alterações
pelo manejo.
Para reduzir as perdas por fluxo lateral, mesmo que não seja possível interferir nas
características intrínsecas do solo, pode-se optar por algumas cnicas para minimizá-las. A
manutenção de uma lâmina de água mais baixa, por exemplo, e de taipas de base mais larga,
proporciona redução no gradiente hidráulico e, conseqüentemente, do fluxo lateral. Assim,
também a relação perímetro/área pode ser diminuída de acordo com o tamanho dos quadros,
sendo que quanto maior for esta relação, maiores serão as perdas laterais, como
mencionado anteriormente.
Superfície do Terreno
A sistematização do solo é uma prática disponível aos produtores capaz de modificar
as demandas hídricas. Diversos autores, como Vianna (1997), Righes (2006), Macedo (2005)
e Embrapa (2004) preconizam a sistematização de terras como uma das principais técnicas
para controle de perdas de água nas lavouras. Como mencionado, quanto mais nivelados os
31
quadros ou tabuleiros, mais baixo pode ser mantida a lâmina de irrigação, diminuindo,
conseqüentemente a demanda total. A mina baixa, como mostrado anteriormente, também
proporciona redução no gradiente hidráulico, implicando, desta forma, em menores perdas por
percolação.
Embrapa (2004) atribuiu à sistematização em nível (aplainamento) o menor consumo
de água para o arroz em Cachoeirinha, na Estação Experimental do IRGA, em relação aos
demais locais, que usam sistema em desnível. De acordo com Viegas (2005), estudos
realizados no distrito de irrigação do Arroio Duro (RS) mostraram consumo de 14.500 .ha
-
1
.safra
-1
em lavouras sistematizadas para uma cultivar de ciclo médio (ciclo de 150 dias). No
mesmo local, para uma cultivar superprecoce (ciclo de 96 dias) cultivada em terreno não
sistematizado, o consumo constatado foi de 16.500 m³.ha
-1
.safra
-1
. Estes valores indicam que
até mesmo uma cultivar de ciclo médio considerada mais produtiva do que as cultivares
superprecoces por ser menos exigente nos tratos culturais pode demandar menos água do
que uma cultivar de ciclo superprecoce se for cultivada em terreno sistematizado. Apesar
destes indícios, apenas 18% das lavouras de arroz são sistematizadas no Estado (IRGA,
2006).
Sistemas de Cultivo
Estudos têm demonstrado que os sistemas de cultivo (convencional, mínimo, direto,
pré-germinado, mix) o implicam em diferenças na demanda total de água. No entanto,
alguns especialistas da área, e até mesmo a SOSBAI (2006), afirmam que, com o uso
continuado do sistema pré-germinado ou mix, pode haver alterações nas características físico-
hídricas do solo, em comparação aos sistema de semeadura em solo seco, alterando a
condutividade hidráulica dos solos e, conseqüentemente, as perdas por percolação. No
entanto, estas diferenças ainda não foram mensuradas e não se pode concluir se realmente
variações na percolação entre os dois tipos de sistema de cultivo, até porque, de acordo com
os estudos que quantificam estas perdas, a percolação vertical é insignificante frente às
demais, devido à camada sub-superficial de impedimento ou lençol freático superficial, que
caracterizam os solos onde se cultiva arroz irrigado. Machado et al. (2006) encontraram
valores muito próximos de demanda de água em lavouras sistematizadas em nível em
sistemas de semeadura em solo seco (média de 5.572 m³.ha
-1
) e inundado (6.023 m³.ha
-1
).
Também Marcolin & Macedo (2001), em pesquisa realizada durante cinco safras consecutivas
comparando os sistemas de cultivo convencional, plantio direto e pré-germinado com
irrigação por inundação permanente, verificaram que os volumes de água usados, de
aproximadamente 7.800 m³.ha
-1
(vazão instantânea de 1,0 L.s
-1
.ha
-1
), o diferiram entre os
32
sistemas. Weber (2000) em área experimental da UFSM, em Santa Maria - RS, avaliou o
consumo de água nos sistemas convencional, mínimo, pré-germinado, mix e transplante de
mudas. Nos dois primeiros, o período de irrigação foi de 101 dias, e nos demais, 118 dias. Os
consumos medidos totais foram muito próximos, apresentando média de 11.850 m³.ha
-1
.
De acordo com Marchezan et al. (2005), a similaridade do consumo de água entre os
sistemas de cultivo encontrados nas pesquisas pode ser atribuída ao aplainamento do solo,
evitando-se o escoamento superficial contínuo de água para os drenos, a menor perda de água
por infiltração através das taipas, por estarem consolidadas, conforme preconiza Wopereis
et al., 1994, e também à presença de um canal com lâmina de água permanente entre os
blocos e ao redor do experimento, evitando-se o fluxo lateral de água pela inexistência de
gradiente hidráulico entre as parcelas e o canal de contorno. Na prática, portanto, é necessário
adequar o manejo da água e garantir a conformação de taipas para que o mínimo de água seja
drenado da lavoura e, conseqüentemente, menos água seja retirada dos mananciais. Em
termos de recursos hídricos, no entanto, a água drenada é considerada, por muitos autores,
como um retorno aos mananciais que se torna disponível para os usos à jusante, não sendo
considerada como extração permanente.
Manejo da Água de Irrigação
Outra forma de manejo da água para diminuir a quantidade total usada pela cultura de
arroz consiste na redução do número de dias de irrigação, o que pode ser feito, além de se
optar pela utilização de cultivares de menor ciclo, através da antecipação do término da
irrigação. Em solos de drenagem deficiente, a irrigação pode ser interrompida 15 dias após
florescimento pleno sem afetar o rendimento e qualidade de grãos (COUNCE et al., 1993). No
entanto, segundo Macedo (2005), os produtores costumam manter a irrigação até o momento
da colheita; nesses casos, se a drenagem não for adequadamente realizada, haverá sérios
problemas para execução das operações de colheita, com danos severos ao solo. Os resultados
de pesquisas realizadas por Genro Jr. et al (2005) e Macedo et al. (2005) mostram que a
irrigação deve ser suspensa com antecedência necessária para que a água seja
evapotranspirada e que não volte aos mananciais hídricos com alta concentração de nutrientes.
Esta prática de manejo também mantém as condições físicas dos solos e auxilia na adequação
da área para implantação da cultura na próxima safra agrícola.
33
3.2.5. Arroz Irrigado e os Recursos Hídricos
No Rio Grande do Sul, a cada ano, áreas de cultivo de arroz irrigado vêm sendo
incorporadas ao processo produtivo devido às produtividades satisfatórias da cultura, sendo
uma das mais estáveis em termos de produção o que, segundo Macedo (2005), pode ser
atribuído ao sistema de irrigação por inundação. Chomenko (2002) lembra que restam ainda
cerca de 50% de solos de várzea no Rio Grande do Sul e que poucas alternativas de produção,
além do arroz irrigado, estão disponíveis para estas terras. A drenagem, característica
dominante nesses solos, associada ao alagamento em períodos chuvosos e à deficiência ou
toxidez de nutrientes são condições que limitam o uso e manejo do solo para outras culturas.
Ao mesmo tempo, o relevo plano, a textura desses solos, a disponibilidade de recursos
hídricos e o clima vão ao encontro da expansão da cultura do arroz irrigado no Rio Grande do
Sul, especialmente nas regiões da Depressão Central, Litoral Sul, Planícies Costeiras,
Campanha e Fronteira-Oeste, abrangendo toda a metade-sul do território do Estado. Para
viabilizar o cultivo de arroz irrigado nas várzeas, as áreas são drenadas, barragens e açudes
são construídos e poços perfurados para garantir a disponibilidade de água para irrigação por
inundação.
Apesar da grande importância sócio-econômica da lavoura de arroz no Rio Grande do
Sul, em algumas localidades a atividade tem sido apontada como causadora da escassez de
água para o abastecimento público das cidades próximas, especialmente quando os períodos
de estiagem coincidem com o ciclo da cultura. Conforme o Art. 18 do Decreto Estadual
37.033, de 21 de novembro de 1996, “os recursos hídricos devem ser utilizados,
prioritariamente, no abastecimento das populações, ficando a hierarquia dos demais usos
estabelecidas nos Planos de Bacia”.
Os conflitos mais graves do Estado podem ser constatados nas Bacias Hidrográficas
dos rios Vacacaí, Santa Maria, Sinos e Gravataí (MULLER & DEWES, 2006). As discussões
acirradas entre os setores conflitantes destas Bacias apontam o Departamento de Recursos
Hídricos do Rio Grande do Sul (DRH/SEMA) órgão responsável, dentre outras atribuições,
pela outorga de direito de uso da água – como um dos grandes faltosos na questão da escassez
hídrica, uma vez que a permissão para utilização de recursos hídricos é obtida com grande
facilidade, pois não informações consistentes a respeito das vazões dos rios na época de
irrigação e não há fiscalização que vigie o real cumprimento do usuário com sua cota de uso e
nem os eventuais usuários que utilizam os mananciais hídricos sem a licença do governo
estadual.
34
No ano de 2005, o Rio Grande do Sul passou por uma das maiores crises econômicas
causada pelo déficit hídrico. A redução na produção de grãos foi de 10.014.662 toneladas,
tendo impacto na economia do Estado na ordem de R$ 4.061.429.699,00 (RIGHES & RIGHI,
2005). A Sociedade de Agronomia de Santa Maria, preocupada com a elevada probabilidade
de que este fato se repetisse, alertou os Órgãos Públicos responsáveis pelas ações de outorga
de uso da água (DRH) e de defesa do meio ambiente (FEPAM) para a necessidade de se
implantar, além de medidas mitigatórias, ações concretas e imediatas para minimizar os
futuros conflitos decorrentes da escassez de água para produção de alimentos e
sustentabilidade da exploração agrícola no Rio Grande do Sul. Um dos grandes entraves do
DRH, segundo Muller & Dewes (2006), é a falta de subsídios ao órgão para que as outorgas
possam ser mais bem administradas. As legislações federal e estadual exigem que os critérios
para outorga sejam definidos pelos usuários dos recursos hídricos de cada Bacia Hidrográfica,
através da implementação dos Planos de Bacias Hidrográficas, ainda deficientes no Estado.
Enquanto não se dispõe de todos os instrumentos legalmente previstos para o
disciplinamento do uso da água, especialmente os Planos de Bacias, atores estratégicos das
bacias hidrográficas, especialmente daquelas em que há conflitos entre usuários, vão tomando
iniciativas no sentido de minimizar os problemas relacionados com a água. Nesse sentido, a
SOSBAI (2005), por exemplo, tem sugerido aos produtores que se preocupem mais com a
preservação da vegetação ciliar e o armazenamento de água, acondicionamento e descarte de
embalagens de agrotóxicos, adequação de depósitos de combustíveis, entre outras medidas
mitigatórias. Visando a sustentabilidade dos sistemas agrícolas produtivos, instituições como
o IRGA, no Rio Grande do Sul, e a EPAGRI, em Santa Catarina, vêm se preocupando com a
interferência da orizicultura no ambiente. As tecnologias atualmente desenvolvidas para
manejo da cultura que têm como objetivo atingir altas produtividades, incorporam práticas
que permitem, entre outras coisas, reduzir o impacto da atividade no ambiente. Com o intuito
de promover o desenvolvimento sustentável da orizicultura gaúcha, o IRGA lançou em 2004,
o “Projeto 10 Estratégias de Manejo para Aumento de Produtividade, Competitividade e
Sustentabilidade da Lavoura de Arroz do Rio Grande do Sul”. O objetivo principal do Projeto
é aumentar a produtividade média do Estado em uma tonelada por hectare em um prazo de 4
anos, reduzindo o custo de produção e o impacto ambiental e melhorar a qualidade do
produto. Entre as estratégias incentivadas, está a sistematização das lavouras, que, segundo o
Programa, garante reduções significativas na demanda de água, além de outros benefícios.
Ações espontâneas dos próprios produtores, independentemente dos incentivos de
programas específicos, também são constatadas no Rio Grande do Sul. Alguns produtores da
35
Fronteira-Oeste do Estado instalaram equipamentos de irrigação por aspersão com propósito
de otimizar o uso da água na região e com perspectivas para uso na irrigação de outras
culturas. Alguns híbridos de arroz irrigado apresentam potencial de uso no sistema de
irrigação por aspersão segundo Toescher et al. (2003) e diversos trabalhos m sendo
conduzidos para identificar cultivares de arroz que apresentem altas produtividades para as
condições regionais e para o manejo sob esse sistema de irrigação (TOESCHER & KÖPP,
2002; TOESCHER et al., 2003; VARGAS, 2003). No entanto, limitações neste sistema
quanto ao manejo de plantas invasoras e de doenças e, além disso, os dados de demanda
hídrica sob aspersão ainda não foram constatados como inferiores aos valores usados na
irrigação por inundação visto que, em ambos os sistemas o real consumo é a
evapotranspiração, e os custos de investimento e de energia são bastante elevados. ainda
necessidade de estudos sobre a viabilidade agronômica e econômica para implantação de
culturas alternativas ao arroz nas áreas de várzeas irrigadas por aspersão.
No Rio Grande do Sul, os produtores que possuem lavouras em áreas com escassez de
água devem, de forma individualizada ou coletiva, armazenar a quantidade de água necessária
para condução da lavoura nas épocas de excedentes hídricos (inverno). Atualmente (2006),
cerca de 48,5% da água de irrigação provém de açudes e barragens (IRGA, 2006) e, mesmo
assim, verificam-se conflitos. É importante também, na busca de racionalização do uso da
água para irrigação, a minimização de perdas por escoamento superficial e a implantação de
um sistema de recalque e de distribuição corretamente dimensionado. No sistema de cultivo
de arroz pré-germinado, a antecipação da inundação dos quadros, aproveitando a água da
chuva ou dos rios em época de baixa demanda, contribui para diminuir a necessidade de
captação de água durante as épocas de escassez (SOSBAI, 2005).
Resultados de pesquisa, como os de Eberhardt (1994) e Marcolin & Macedo (2001),
evidenciam que é possível atingir altos rendimentos de grãos com volumes de água inferiores
a 12.000 m³.ha
-1
, volume comumente utilizado, segundo Vianna (1997) e outros autores.
Mesmo assim, é evidente que os volumes demandados para produção de arroz o elevados
mas, mesmo considerando a necessidade dos recursos hídricos na estabilidade e na qualidade
da produção de arroz, é preciso aumentar a eficiência do seu uso e melhorar o manejo da
cultura para que sejam mantidas as produtividades e minimizados os conflitos com os demais
setores de usuários.
Para Righes (2006), é necessário que as lavouras arrozeiras que utilizam o sistema de
irrigação por inundação façam uso de equipamentos de monitoramento de vazões, como
36
calhas medidoras em canais de derivação e dispositivos automáticos de controle de vazões,
para que seja possível a estimativa da eficiência de uso da água. Torna-se necessário um
maior conhecimento básico sobre a eficiência de irrigação sob diferentes condições
topográficas, de solo, clima, sistema de cultivo, nível tecnológico e dos níveis sócio-
econômicos dos produtores. Somente com este conhecimento, o licenciamento ambiental
pode se efetivar conforme previsto na Lei, bem como os demais instrumentos de gestão, como
a outorga e a cobrança. De acordo com Macedo (2005), a perspectiva de cobrança pelo uso da
água é um dos estímulos para que os segmentos da sociedade envolvidos se conscientizem da
necessidade de racionalização do uso da água, especialmente na cultura do arroz irrigado.
A conciliação entre a produção de arroz, as indústrias e os abastecimentos humano e
animal exige uma gestão eficiente e efetiva que passa, necessariamente, pelos Planos de
Bacia. É este instrumento que dará as diretrizes para o uso das águas nas bacias hidrográficas,
sendo fundamental na redução de conflitos.
O Decreto Estadual 37.033, de 21 de novembro de 1996, deixa bem claro em seu Art.
18, que:
Dentro de uma categoria de usuários, terá preferência para a outorga de direitos de uso
de águas o usuário que comprovar maior eficiência e economia na sua utilização mediante
tecnologias apropriadas, eliminação de perdas e desperdícios e outras condições a serem
firmadas nos Planos de Bacia Hidrográfica.
Da mesma forma, a Resolução CONAMA 284, de 30 de agosto de 2001, especifica
em seu Art. 5º, sobre a questão do licenciamento ambiental que “terão sempre prioridade os
projetos que incorporarem equipamentos e métodos de irrigação mais eficientes, em relação
ao menor consumo de água e de energia
7
.
Apesar dos resultados otimistas mostrados pela pesquisa, os quais evidenciam a
possibilidade de aumento na eficiência do uso da água, diminuindo, conseqüentemente, o
volume total aplicado nas lavouras de arroz sem prejudicar a produtividade, acredita-se que os
conflitos pelo uso da água tendem a continuar e, até mesmo, intensificarem-se porque, apesar
da demanda específica para a lavoura de arroz ter potencial de redução, a área total cultivada
tende a aumentar devido ao aumento da demanda por alimentos, evidenciado pela evolução
do contingente populacional (CHOMENKO, 2002).
Ao mesmo tempo, é fundamental adequar os processos de produção agrícola para um
manejo sustentável e ambientalmente correto, especialmente porque cada vez mais a
7
A atividade de irrigação é considerada, de acordo com a legislação uma “atividade potencialmente causadora
de impactos” e, conseqüentemente, passível de licenciamento ambiental.
37
população está reconhecendo a importância dos recursos naturais do planeta, lutando contra a
sua degradação. Além disso, cada vez mais surgem medidas que trazem benefícios àqueles
produtores que realizam a atividade de forma ecologicamente segura. A exemplo disso,
Tubino (2006) cita o Programa de Produção Integrada de Arroz Irrigado (PIA), desenvolvido
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Conselho de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). A Produção Integrada é uma fase intermediária entre a agricultura
tradicional e a orgânica, caracterizando-se como um sistema de produção agrícola de alta
qualidade que utiliza mecanismos de regulação naturais, e de baixo impacto ao meio
ambiente. O objetivo geral da PIA é estabelecer normas para regulamentação de critérios e
procedimentos formais necessários à implantação do Cadastro Nacional de Produtores no
Regime de Produção Integrada de Grãos, visando a concessão de um selo de conformidade.
Ao ser implantada, a PIA, além de minimizar os impactos ambientais negativos da lavoura
orizícola, irá inserir, direta ou indiretamente, na cadeia produtiva do arroz, Boas Práticas
Agrícolas (BPAs) e vários processos como ISO 14001 (segurança ambiental) e outros selos de
qualidade. Na PIA é fundamental que componentes (cultivares, produtos químicos e
equipamentos), práticas culturais (preparo de solo, semeadura, adubação, irrigação e
drenagem, controle de pragas, colheita, beneficiamento e armazenamento) e recursos naturais
(água, biodiversidade, clima e solo), associados a sistemas de produção de arroz irrigado,
estejam de acordo com o meio ambiente, promovendo maior qualidade ao produto final com
segurança alimentar e segurança ambiental. Isto permite a agregação de valor ao produto e sua
maior aceitação nos mercados externo e interno, mediante aumento do poder competitivo.
3.3. Disponibilidades Hídricas Superficiais e Demandas Hídricas
3.3.1. Disponibilidade Hídrica
A disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica pode ser avaliada pela análise das
vazões mínimas observadas no período de estiagem, refletindo o potencial natural disponível
para o abastecimento de água de populações, indústrias, irrigação, navegação, geração de
energia elétrica e lançamento de efluentes, sendo estas vazões caracterizadas pela sua duração
e freqüência de ocorrência (RODRIGUEZ, 2004). A estimativa da vazão máxima é
importante para o controle de inundações e dimensionamento de obras hidráulicas, enquanto a
vazão média permite caracterizar, além da disponibilidade hídrica, o potencial energético da
bacia, sendo a vazão média de longa duração a vazão xima possível de ser regularizada
(TUCCI, 2002). A vazão específica serve como índice comparativo entre bacias e caracteriza
o seu potencial hídrico.
38
A estimativa do comportamento hidrológico de uma bacia sem dados fluviométricos é
uma tarefa freqüente em projetos de aproveitamento dos recursos hídricos porque os locais
destes projetos geralmente o coincidem com os locais das redes permanentes de
fluviometria. Para realizar esta estimativa, duas alternativas podem ser utilizadas: a
regionalização hidrológica e a simulação chuva-vazão (SILVEIRA, 1997).
A regionalização hidrológica utiliza informações fluviométricas e climatológicas de
postos com dados, e informações fisiográficas de bacias da região para sintetizar uma
informação hidrológica em locais sem monitoramento. São exemplos típicos de métodos de
regionalização aqueles que fazem ajuste de uma distribuição estatística a uma variável (ou a
um parâmetro ou a uma função hidrológica), combinando-a com a regressão desta mesma
variável com características físicas das bacias (a área contribuinte quase sempre é uma delas)
e características hidrometeorológicas (pluviometria média anual, freqüentemente).
O empecilho principal do método da regionalização encontra-se na sua aplicabilidade
limitada em pequenas bacias hidrográficas. Para Silveira (1997), nada é garantido quando se
extrapola o uso de um estudo para áreas menores do que aquelas efetivamente analisadas.
A simulação chuva-vazão utiliza dados climatológicos (especialmente chuva e
evapotranspiração) com parâmetros transferidos de modelos chuva-vazão ajustados em bacias
próximas para a geração de uma série de vazões em determinada bacia sem dados. A
simulação é feita por um modelo hidrológico que representa a fase terrestre dos processos
hidrológicos (MOORE & CLARKE, 1981).
Quatro situações principais levam à utilização da simulação chuva-vazão:
a) quando a bacia não dispõe de dados fluviométricos em determinados períodos, mas
dispõe de dados em outros;
b) quando a bacia possui um período de dados de vazões e se deseja gerar uma série
de vazões maior com base em precipitações geradas estocasticamente;
c) quando a bacia nunca foi monitorada mas procura-se calcular as vazões
decorrentes de uma série observada de precipitações; e
d) quando a bacia nunca foi monitorada e se necessita de uma série extensa de vazões
que pode circunstancialmente ser gerada a partir de uma série estocástica de
precipitações.
39
Nos casos a e c, as precipitações utilizadas são reais (efetivamente observadas), e, por
isso, as vazões geradas tendem a ser menos imprecisas.
A variedade de modelos existente é uma prova indiscutível de sua utilidade no estudo
da hidrologia de bacias hidrográficas onde estão incluídos os estudos de disponibilidade
hídrica; no entanto, esta variedade também levanta a questão de como julgar se um modelo é
melhor em comparação a outro e qual deles deve ser escolhido para determinado estudo
(SILVEIRA, 1997). As dificuldades encontradas neste tipo de comparação decorre do grande
número de fatores que envolve a transformação de precipitação em vazão na bacia (TUCCI,
1997 apud SILVEIRA, 1997). A variabilidade temporal e espacial, por exemplo, pode
embutir erros superiores a qualquer refinamento de metodologia que simule os processos
hidrológicos numa bacia.
Para Blackie & Eeles (1985), as simulações dos processos hidrológicos pelos quais a
água se movimenta e interage na superfície terrestre devem sofrer simplificações. Tais
simplificações podem ocorrer tanto na estrutura física quanto na representação dos processos
envolvidos. A simplificação mais comum feita no modelamento de bacias hidrográficas é a
concentração ou média espacial (PANITZ, 2000). Os modelos concentrados são considerados
adequados para bacias pequenas com precipitação, vegetação, solo, geologia e topografia
homogêneos, pois implica em não considerar as variações destas características dentro do
território.
Em contrapartida, Beven (1985) coloca que um parâmetro único não pode reproduzir a
heterogeneidade incluída nas respostas obtidas através da variabilidade das características da
bacia de captação, especialmente em bacias grandes e heterogêneas. Surge, então, o conceito
de modelo distribuído. O termo distribuído é utilizado para referir-se a modelos nos quais os
parâmetros variam espacialmente, permitindo o cálculo da resposta não da bacia como um
todo, mas de cada sub-bacia, individualmente. Conforme Tucci (1986), modelos distribuídos
são aqueles em que os parâmetros e variáveis mudam em relação ao tempo e ao espaço.
Neste sentido, Panitz (2000), supõe que, através da modelagem distribuída, uma bacia
hidrográfica pode ser tratada como sendo composta por infinitos pontos onde infiltração,
evaporação e escoamento formam fluxos locais do balanço drico local. Cada ponto nesta
superfície contínua (bacia hidrográfica) pode ser associado a uma área na qual os valores
médios são obtidos. Esta área atua como o menor ponto discernível, que pode representar a
superfície contínua. Wood et al. (1988), indicando a existência de uma área representativa
elementar afirmam que, se é possível manter uma representação do contínuo, pode-se
40
substituir a bacia real com toda a sua heterogeneidade dos solos, topografia e entradas de
chuva, por uma bacia representativa integrada espacialmente.
Desta forma, Panitz (2000) propôs a integração de um modelo, conceituado por ele de
‘modelo hidrometeorológico’, a ferramentas de geoprocessamento, a fim de manipular a
simulação célula a célula (área representativa elementar) e gerar uma distribuição espacial
integrada das disponibilidades hídricas em uma bacia hidrográfica.
Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são ferramentas de geoprocessamento
que permitem armazenar informações referenciadas geograficamente. Ao armazenar esta
informação, um SIG guarda a posição geográfica desta informação. Desta forma, podem ser
armazenadas informações que caracterizam fisicamente a área, como topografia, hidrografia,
solos, uso do solo, vegetação, estradas, etc. Os recursos de um SIG também permitem, através
de rotinas especiais, que atividades de cálculo sejam efetuadas automaticamente,
possibilitando sua integração a modelos de simulação hidrológica através de algoritmos pré-
determinados.
Sem dúvida, o SIG serve como um catalisador na modelagem dos processos
hidrológicos, processos estes indispensáveis para tomadas de decisões e, conseqüentemente,
um adequado gerenciamento dos recursos hídricos. Para Meyer et al. (1993) a abordagem de
união SIG-modelagem é idealmente adequada ao desenvolvimento de sistemas de suporte e
tomadas de decisões para o gerenciamento de bacias hidrográficas. De acordo com os autores,
o alto investimento inicial na preparação da base de dados e codificação é compensado pela
conveniência futura e flexibilidade na modificação e renovação das estratégias de
gerenciamento, pois todos os arquivos de dados e coberturas de mapas são facilmente
renovados ao longo das mudanças das condições. Entretanto, segundo Loague & Corwin
(1998), é necessária uma cuidadosa análise da função da visualização sofisticada criada pelo
SIG, ou seja, tal ferramenta nunca deverá ocultar a legitimidade dos resultados gerados e
também não deverá substituir a observação de campo por resultados simulados.
O modelo proposto por Panitz (2000) estima o armazenamento de água no solo, déficit
de água no solo, água em excesso e evapotranspiração real célula a célula através da equação
do balanço hídrico desenvolvido por Alley (1984), cuja equação foi adaptada a rotinas de
geoprocessamento. A abordagem de Alley é derivada do método de Thornthwaite & Matter
(1955) e utiliza como dados de entrada os valores de precipitação, evapotranspiração
potencial e capacidade de armazenamento de água no solo, discretizados em intervalo de
41
tempo conforme o interesse. O modelo será descrito com maiores detalhes no Capítulo 5, Item
5.1.
Ao aplicar o modelo na Bacia Hidrográfica do Arroio dos Ratos RS (1.296 km²),
Panitz (2000) concluiu que os resultados proporcionados (armazenamento e déficit de água no
solo e excesso drico) estavam de acordo com a realidade da Bacia, embora não tivessem
sido comparados com dados observados. Portanto, a utilização da metodologia é justificável,
especialmente porque utiliza dados de entrada de fácil obtenção, dispensando informações
históricas de descargas hídricas. Porém, o autor produziu, em seu estudo, dados
espacializados, sugerindo que estudos subseqüentes fossem realizados no sentido de transferir
as informações hidrológicas espaciais geradas para a obtenção de vazões em cursos de água.
3.3.2. Demandas Hídricas
As demandas hídricas quantitativas podem ser classificadas em dois grandes grupos,
de acordo com a natureza de sua utilização (LANNA, 2004) e seus efeitos nos mananciais
hídricos: as demandas consuntivas e as não-consuntivas. As demandas consuntivas são
aquelas que importam em consumo (derivação) da água, diminuindo, conseqüentemente, a
disponibilidade hídrica à jusante, constituindo o principal grupo na determinação das
demandas de uma determinada bacia hidrográfica. Os usos não consuntivos são aqueles que
não alteram a disponibilidade drica no tempo e no espaço, mas exigem que a água esteja
disponível no local para que os mesmos possam ocorrer (por exemplo, navegação e
piscicultura).
As metodologias empregadas para a estimativa de demandas hídricas consuntivas de
uma determinada bacia hidrográfica são bastante variadas. Em estudos em que importa esta
estimativa, as demandas hídricas geralmente são calculadas para os quatro grandes setores de
usuários de água existentes: irrigação, indústria, abastecimento humano e dessedentação (e
higienização) animal.
Entre os inúmeros fatores que devem ser observados nestas estimativas estão a
sazonalidade (variação da demanda no tempo), as demandas específicas (quantidade de água
utilizada por unidade representativa do grupo de usuário, por exemplo, habitante, cabeça,
hectare, etc.), e a vazão de retorno (parcela da demanda que volta ao manancial hídrico por
não ser, efetivamente, utilizada).
O dimensionamento das demandas de água para irrigação é um processo complexo
que exige a realização de balanços hidroagrícolas que levem em consideração o clima, o solo,
42
as culturas, métodos de irrigação e área cultivada. No entanto, os inúmeros estudos existentes
de determinação de demanda hídrica em bacias hidrográficas (especialmente fazendo parte de
trabalhos de consultoria ambiental), geralmente, devido à limitação de tempo para a sua
elaboração, compreendem métodos simplificados de cálculo, que muitas vezes podem causar
sub ou super-dimensionamento de projetos ou planos de ações propostos em virtude da
imprecisão nas estimativas.
43
4. ÁREA DE ESTUDO
4.1. Aspectos Gerais
A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, localizada na região central do Estado do Rio
Grande do Sul, integra a Região Hidrográfica do Guaíba e aflui diretamente ao Rio Jacuí,
junto à cidade de Rio Pardo. Na divisão hidrográfica oficial do Estado corresponde à bacia
G090 e encontra-se limitada a leste pela bacia do Rio Taquari e a oeste pela bacia do Alto
Jacuí (Figura 3.1, apresentada anteriormente). Com área de aproximadamente 3.636 km
2
,
corresponde a 1,3% da área do Estado e a 4,3% da área da Região Hidrográfica do Guaíba.
As duas principais vertentes formadoras da Bacia do Rio Pardo são os rios Pardo e
Pardinho. A sub-bacia do Rio Pardinho possui 1.089 km² e corresponde a 29% da área total da
Bacia em estudo, sendo os 71% restantes, correspondentes à sub-bacia do Rio Pardo.
Em linhas gerais, a Bacia do Rio Pardo compreende uma porção alta que ocupa
aproximadamente 20% de seu território, onde se localizam extensas áreas de campo e onde a
atividade pecuária predomina no setor primário, sendo também encontradas áreas de
florestamento com essências exóticas e pequenas lavouras de subsistência. Corresponde a
áreas associadas ao Planalto Meridional, formado essencialmente por rochas basálticas da
formação Serra Geral, ocupando altitudes superiores a 500 m, onde o relevo é
preponderantemente ondulado. Nesse segmento da Bacia estão localizadas as sedes dos
municípios de Barros Cassal, Boqueirão do Leão, Gramado Xavier e Lagoão.
Deslocando-se de norte para sul, na porção intermediária da Bacia, que responde por
cerca de 40% de seu território, encontram-se as áreas de relevo abrupto da encosta do
Planalto, em altitudes que variam de 200 a 500 m onde predominam as propriedades coloniais
(cultivos de fumo e milho associados a pecuária de leite e suinocultura) e se concentram
importantes áreas cobertas por remanescentes florestais, incluindo desde áreas muito bem
conservadas, encontradas nos locais de relevo mais acidentado e nos vales dos principais
cursos de água, até áreas dominadas por vegetação secundária, que ocupam lavouras
abandonadas. Nesse segmento estão localizadas as sedes municipais de Herveiras, Passa Sete,
Sinimbu e Vale do Sol.
Na porção mais a jusante da Bacia, que também responde por cerca de 40% de sua
área total, encontram-se áreas planas e de relevo ondulado a suave ondulado associadas às
áreas de meandro dos principais cursos de água. As áreas planas, das várzeas dos leitos
principais, são utilizadas para o cultivo de arroz irrigado, enquanto que as zonas mais
44
elevadas são utilizadas para a pecuária extensiva e para o cultivo de fumo, soja, milho e
feijão. Nesse segmento localizam-se as sedes municipais de Candelária, Rio Pardo, Vera Cruz
e Santa Cruz do Sul, sendo que essa última cidade corresponde ao maior núcleo urbano da
Bacia, onde se concentram os maiores contingentes populacionais e grande parte da atividade
industrial.
A Tabela 4.1 apresenta as áreas totais dos municípios que compõem a Bacia do Rio
Pardo, bem como a área que participa do seu território. Na Figura 4.1 podem ser visualizados
as localizações das sedes municipais e aspectos gerais da topografia da Região.
TABELA 4.1: Áreas Totais dos Municípios e sua Participação na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Município
Área Total
(km
2
)
Área na Bacia
(km
2
)
Área na Bacia
(%)
Barros Cassal 649 313 48,26
Boqueirão do Leão 265 118 44,47
Candelária 943 495 52,47
Gramado Xavier 217 217 99,94
Herveiras 118 118 100,00
Lagoão 384 183 47,71
Passa Sete 305 234 76,79
Rio Pardo 2.054 475 23,13
Santa Cruz do Sul 734 336 45,76
Sinimbu 512 491 95,91
Vale do Sol 328 328 100,00
Venâncio Aires 766 18 2,35
Vera Cruz 310 310 100,00
Total 7.585 3.636 --
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
No que se refere aos aspectos político-administrativos, a Bacia caracteriza-se por ser
integrada, total ou parcialmente, por 13 municípios dos quais se sobressaem, em termos
territoriais, Rio Pardo, Candelária e Sinimbu. Com exceção de Venâncio Aires e Rio Pardo,
que têm suas sedes urbanas localizadas nas Bacias do Taquari-Antas e Baixo Jacuí,
respectivamente, os demais municípios têm suas sedes inseridas dentro dos limites da Bacia
do Rio Pardo.
A população total da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo é de cerca de 210 mil
habitantes, sendo que cerca de 70% se localizam em áreas urbanas. A população encontra-se
fortemente concentrada na área urbana de Santa Cruz do Sul, onde a densidade demográfica
atinge 140 hab.km
-2
, sendo que o valor médio da Bacia é da ordem de 58 hab.km
-2
. A Tabela
4.2 apresenta as populações urbana e rural da Bacia. O município de Venâncio Aires, por não
possuir sua sede dentro da Bacia e por ter participação de apenas 2% da sua área rural, não foi
considerado, nem citado na Tabela.
45
FIGURA 4.1: Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Localização das Sedes Municipais e Aspectos Gerais
da Topografia do Terreno
(Fonte: Autor)
TABELA 4.2: Populações Rural e Urbana na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Município
Área total na
Bacia
(%)
População urbana
na Bacia
(%)
População rural na Bacia
(proporcional à área contida na Bacia)
(hab)
População urbana
na Bacia
(hab)
Barros Cassal 48,3 100 3.698 3.534
Boqueirão do Leão 44,5 100 2.805 1.754
Candelária 52,5 100 7.879 15.106
Gramado Xavier 99,9 100 3.407 456
Herveiras 100,0 100 2.696 492
Lagoão 47,7 100 2.333 1.362
Passa Sete 76,8 100 3.256 514
Rio Pardo 23,1 0 2.507 0
Santa Cruz do Sul 45,8 100 5.806 98.892
Sinimbu 95,9 100 8.708 1.383
Vale do Sol 100,0 100 10.108 851
Vera Cruz 100,0 100 11.188 11.183
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
4.2. Uso e Ocupação do Solo
A Figura 4.2 apresenta o uso e cobertura do solo da Bacia do Rio Pardo, obtido a partir
da classificação de imagem de satélite Landsat-TM7, resolução 30 m, de 19/01/2002
(ECOPLAN, 2005a). A Tabela 4.3 apresenta a quantificação das áreas ocupadas por cada uma
das classes de mapeamento de uso e ocupação na Bacia.
46
LEGENDA - Classes de Uso do Solo
Corpos de Água
Agricultura - Fumo e Milho
Reflorestamento
Campos e Pastagens
Agricultura - Soja
Agricultura - Arroz
Mata Nativa
Mata Ciliar
Solo Exposto
Manchas Urbanas
Rios Pardo e Pardinho
N
EW
S
0 20 40 Km
FIGURA 4.2: Uso Atual do Solo na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
47
TABELA 4.3: Uso e Cobertura do Solo na Bacia do Rio Pardo
Classe Área (ha) Área (%)
Campo 134.800 37,09
Mata 106.300 29,25
Mata ciliar 40.200 11,06
Arroz 7.440 2,05
Soja 8.000 2,20
Outros cultivos 29.900 8,20
Solo exposto 29.000 7,97
Áreas urbanas 4.080 1,12
Água 2.000 0,54
Rios 1.550 0,43
Reflorestamento 350 0,10
Total 363.620 100,00
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
Destaca-se a preponderância, em termos territoriais, das áreas ocupadas por vegetação
arbórea nativa, tanto no que se refere às áreas de mata nativa como às áreas de mata ciliar
remanescentes, que, juntamente avaliadas, representam 40,3% da cobertura da Bacia. Estes
usos predominam na porção média do território, que é marcado, principalmente, pelo relevo
escarpado e ausência de atividades antrópicas. Cabe comentar que na porção baixa ocorre
déficit de mata ciliar da ordem de 65%, o que se deve, em grande parte, aos avanços das áreas
orizícolas nas faixas-tampão das áreas de proteção permanente.
Os campos naturais ocupam 37,1% do território e apresentam uma distribuição
marcadamente disjunta, ocupando tanto as porções mais altas (planalto) como as porções
baixas (depressão), onde ocorrem entremeados a áreas agrícolas e demais usos. Os campos
são utilizados essencialmente para a pecuária extensiva.
As áreas agrícolas são marcadas pelos cultivos de fumo, milho, feijão, soja e arroz. Os
três primeiros (representados conjuntamente na classe ‘outros cultivos’) respondem por 8,2%
do uso do solo da Bacia e se encontram uniformemente distribuídos no espaço. Desta forma,
ocupam, muitas vezes, áreas ecologicamente frágeis – na porção média, de relevo forte
ondulado exigindo, portanto, adequado manejo para evitar a degradação do solo. O cultivo
de soja concentra-se na porção baixa, mais precisamente na parte do território pertencente ao
município de Rio Pardo, e representa 2,2% dos usos. O cultivo de arroz irrigado, ocupando as
várzeas dos rios Pardo e Pardinho, na porção mais a jusante da Bacia, responde por cerca de
2,0% do uso do solo.
A urbanização se concentra na porção baixa, onde estão as três maiores áreas urbanas
da Bacia: Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Candelária.
48
4.3. Solos
A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo caracteriza-se pela presença marcante de solos
Litólicos, localizados, principalmente, na porção média do território, em áreas muito
declivosas. São solos de baixo grau de intemperismo, baixa profundidade efetiva e alta
susceptibilidade à erosão; conseqüentemente, com sérias limitações ao uso agrícola.
Em contrapartida, na Região ocorrem também extensas áreas de solos agriculturáveis,
como os Podzólicos, sobre os quais são desenvolvidas as principais atividades agrícolas,
como o cultivo de fumo, milho e soja. Os solos Podzólicos Planossólicos são ocupados
também com a atividade orizícola, os quais, devido ao caráter planossólico (camada de solo
impermeável) são condicionados à atividade.
A Tabela 4.4 apresenta as 12 unidades de mapeamento compiladas a partir das
informações pedológicas do Projeto RADAMBRASIL (IBGE, 1986) e do Levantamento de
Reconhecimento de Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL,1973). As unidades de
mapeamento desses levantamentos são constituídas, em sua maioria, por associações entre
diversas classes de solos (unidades taxonômicas), criadas pela necessidade de generalização
cartográfica nas pequenas escalas utilizadas. A Figura 4.3 apresenta a espacialização das
unidades de mapeamento dos solos da Bacia do Rio Pardo.
As unidades TBCHa são associações de solos das classes Terra Bruna Estruturada,
Podzólico Bruno Acinzentado, Cambissolos e Solos Litólicos, quase todos húmicos e álicos,
estando relacionados com derrames de rochas efusivas ácidas da Formação Serra Geral. As
condições climáticas acarretam acúmulo de matéria orgânica (caráter húmico) e a presença
predominante de goethita confere as cores amareladas e brunadas dos horizontes sub-
superficiais. Ocorrem nas zonas intermediárias entre as escarpas e o planalto, nas
proximidades de Passa Sete, Herveiras e Boqueirão do Leão, com extensão de
aproximadamente 454 km².
A unidade de mapeamento TRe é composta pelas classes Terra Roxa Estruturada e
Brunizém Avermelhado, apresentando solos bem drenados, avermelhados, com elevada
capacidade de troca de cátions e soma de bases, o que lhes confere o caráter distrófico
(fertilidade natural elevada). Estão associados aos derrames de rochas efusivas básicas da
Formação Serra Geral, aparecendo em pequena extensão na Bacia (apenas 64,6 km²), na
região de Santa Cruz do Sul.
49
TABELA 4.4: Unidades de Mapeamento de Solos na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Unidade Classes de Solos
Área
(km²)
%
TBCHa2
Terra Bruna Estruturada álica + Cambissolo álico + Solos Litólicos álicos
Relevo Forte Ondulado e Ondulado
106,5 2,93
TBCHa3
Terra Bruna Estruturada álica + Podzólico Bruno Acinzentado álico + Solos Litólicos álicos
Relevo Forte Ondulado e Ondulado
347,3 9,55
TRe5
Terra Roxa Estruturada eutrófica + Brunizém Avermelhado
Relevo Forte Ondulado e Ondulado
64,6 1,78
PBa2
Podzólico Bruno-Acinzentado álico + Terra Bruna Estruturada álica + Solos Litólicos
distróficos e álicos
Relevo Forte Ondulado e Ondulado
366,3 15,07
PBPa2
Podzólico Bruno Acinzentado Planossólico álico e distrófico + Planossolo eutrófico
Relevo Suave Ondulado e Plano
252,7 6,95
PBPe3
Podzólico Bruno Acinzentado Planossólico eutrófico + Planossolo eutrófico
Relevo Suave Ondulado e Plano
102,9 2,83
PEa1
Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico
Relevo Suave Ondulado
515,6 14,18
PEa8
Podzólico Vermelho-Escuro álico + Terra Bruna Estruturada álica + Solos Litólicos
distróficos e álicos
Relevo Ondulado e Suave Ondulado
190,6 5,24
PEa9
Podzólico Vermelho-Escuro álico e distrófico + Podzólico Vermelho-Amarelo álico +Solos
Litólicos eutróficos e distróficos
Relevo Forte Ondulado e Ondulado
178,9 4,92
PLe2
Planossolo eutrófico + Glei Pouco Húmico eutrófico
Relevo Plano
43,0 1,18
Ce
Cambissolo eutrófico + Glei Pouco Húmico eutrófico
Relevo Plano
355,2 9,77
Re21
Solos Litólicos eutróficos + Cambissolo eutrófico + Brunizém Avermelhado + Terra Roxa
Estruturada eutrófica
Relevo Montanhoso e Forte Ondulado.
1.112,6 30,59
(Fonte: ECOPLAN, 1997)
Classificação de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999): TBCH:
Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico típico / TRe e Re: Neossolo Litólico húmico típico / PBa e PBPa:
Argissolo Acinzentado distrófico abrúptico / PBPe: Argissolo Amarelo eutrófico típico / PEa: Argissolo
Vermelho-Amarelo distrófico típico / PLe: Planossolo plico eutrófico arênico / Ce: Cambissolo Háplico Ta
eutrófico típico
A unidade de mapeamento PBa é composta pela classe de solos Podzólico Bruno-
Acinzentado associado a Terra Bruna Estruturada e Solos Litólicos. São solos geralmente
álicos e de baixa fertilidade natural, porém com boas características físicas, especialmente as
condições de drenagem. São encontrados numa área de 366 km², na porção alta da Bacia,
próximo a Lagoão e Gramado Xavier. São utilizados com cultivos anuais bastante
diversificados em pequenas propriedades rurais.
As unidades de mapeamento PBPa e PBPe apresentam em sua constituição solos
Podzólicos Bruno-Acinzentado Planossólicos e solos Planossolos, ocorrendo, normalmente,
em relevo plano a suave ondulado, numa posição intermediária entre os Planossolos e os
Podzólicos Vermelho-Escuros. Parte desses solos é derivada de siltitos e arenitos da
Formação Rosário do Sul, com valores de soma de bases baixos e teores de alumínio trocável
elevados. Suas características físicas, associadas ao nível elevado do lençol freático nas
porções baixas da Bacia, os condicionam ao cultivo de arroz irrigado. Participam com uma
50
extensão de 356 km², localizados nos municípios de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Vale do
Sol.
Re21
Ce
PEa1
PBa2
TBCHa3
PEa8
PBPa2
PEa9
PBPe3
TBCHa2
TRe5
PLe2
PEa9
PEa9
TBCHa3
PEa1
N
EW
S
0 20 40 Km
FIGURA 4.3: Mapa Pedológico da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
As unidades de mapeamento PEa ocupam 885 km² na Bacia e aparecem,
especialmente, no Planalto, em altitudes de 400 m a 700 m, e na região da Depressão Central.
São compostas pelas classes dos Podzólicos Vermelho-Escuro, Terra Bruna Estruturada e
Solos Litólicos. Predomina nesta área como um todo a utilização com pastagens, sendo
também expressivos os cultivos anuais e o reflorestamento, principalmente com eucaliptos.
51
As unidades de mapeamento PLe incluem as classes Planossolo e Glei Pouco Húmico,
solos típicos de várzea, com problemas de hidromorfismo, derivados de sedimentos recentes,
ocupando relevo plano. Os Planossolos apresentam gradiente textural abrupto, valores médios
de soma de bases e baixa acidez potencial, tendo como principal limitação agrícola a
drenagem, podendo ser utilizados adequadamente com lavouras de arroz irrigado por
inundação em rotação com pastagens, e em caso de existência de sistema de drenagem
eficiente, podem ser cultivados com milho e soja. Aparecem em 43 km² na Bacia.
A unidade Ce aparece na porção mais a jusante da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo,
associada à rede de drenagem dos rios Pardo e Pardinho, ocupando cerca de 355 km² de áreas
de várzea. É composta pelas classes Cambissolo e Glei Pouco Húmico eutróficos, de textura
argilosa e caracterizadas pela drenagem deficiente. Nestes solos predominam a atividade
orizícola e a pecuária extensiva.
Na unidade de mapeamento Re predomina a classe dos Solos Litólicos, e são
encontrados, em menores proporções, as classes Cambissolo, Brunizém Avermelhado e Terra
Roxa Estruturada. São solos pouco profundos em relevo forte ondulado a montanhoso,
apresentando pedregosidade com bastante freqüência. Apresenta melhores potencialidades
agrícolas devido à melhor fertilidade (caráter eutrófico), porém possui limitações sérias
quanto ao risco de erosão. Mesmo assim, tem sido intensivamente utilizada com agricultura
de subsistência na zona de minifúndio colonial.
4.4. Climatologia
A Bacia do Rio Pardo é dominada por uma variedade do clima subtropical,
correspondente ao clima Cfa (Virginiano), subdivisão II2b da classificação de Köeppen.
Trata-se de um clima temperado chuvoso, com chuvas distribuídas regularmente ao longo de
todo o ano e temperatura média do mês mais quente superior a 22°C e a do mês mais frio
superior a 3ºC, com temperatura média anual superior a 18°C.
No que diz respeito às precipitações observa-se que, embora haja incidência de chuvas
durante todo ano, o regime pluviométrico apresenta um padrão sazonal, com pico
pronunciado bem determinado em julho e agosto, com precipitação média mensal variando de
162 mm a 194 mm. Os menores valores médios o observados em abril e maio, havendo
ainda um segundo período que vai de setembro a fevereiro, com valores ligeiramente abaixo
da média anual.
52
De uma maneira geral, o comportamento das médias das precipitações totais mensais
apresenta valores semelhantes para as regiões alta e média da Bacia, com valores inferiores na
porção mais à jusante. Os valores médios das precipitações totais anuais para as regiões alta,
média e baixa são de 1.818 mm, 1.765 mm e 1.355 mm, respectivamente. A Figura 4.4
apresenta o cartograma de isoietas da Bacia.
FIGURA 4.4: Cartograma de Isoietas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: ECOPLAN, 2004)
A evaporação média da Bacia do Rio Pardo, por sua vez, apresenta um
comportamento sazonal bem marcado, com ximo no início do ano (média de 130 mm, em
janeiro, na Estação Climatológica de Sinimbu), apresentando um decréscimo durante os
meses de inverno (média mensal de 35 mm), para começar a subir a partir de agosto, a
atingir o máximo novamente no final do ano. A evaporação média anual na Bacia é de
53
aproximadamente 950 mm. Porém, verifica-se que na parte alta (Estação de Sinimbu), a
evaporação é ligeiramente menor do que na parte baixa (Estação Climatológica de Rio Pardo).
4.5. Hidrografia
A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo apresenta formato alongado na direção norte-sul,
atingindo uma dimensão máxima de cerca de 115 km de extensão. A sua largura, na direção
oeste-leste, atinge uma dimensão dia de 35 km. A extensão total do curso principal (Rio
Pardo) atinge 182 km, sendo a sua declividade dia de 3,9 m.km
-1
. A declividade do Rio
Pardo apresenta dois trechos distintos, um com valor médio elevado da ordem de 7,6 m.km
-1
(das nascentes até 20 km à montante de Candelária), e outro com valor médio muito baixo, da
ordem de 0,85 m.km
-1
(de 20 km à montante de Candelária até a sua foz no Rio Jacuí). Assim
como o Rio Pardo, também o Rio Pardinho apresenta conformação semelhante. Na Figura 4.5
é apresentada a rede hidrográfica da Bacia.
Durante a elaboração do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (ECOPLAN,
2005a), o Comitê Pardo definiu a divisão espacial interna da Bacia para fins de detalhamento
dos estudos. Desta forma, definiram-se 13 Unidades de Estudo com base na homogeneidade
de relevo, solos, ocupação e cursos de água principais, a saber: Alto Pardo (APo) na porção
alta da sub-bacia do Rio Pardo; Médio Pardo (MPo), Sub-Médio Pardo (SMPo), Alto Plumbs
(APb) e Baixo Plumbs (BPb) na porção média da sub-bacia do Rio Pardo; Baixo Pardo (BPo)
na porção baixa da sub-bacia do Rio Pardo; Alto Pardinho (APi), Alto-Médio Pardinho
(AMPi), Alto Pequeno (APe) e Alto-Médio Pequeno (AMPe) na porção alta da sub-bacia do
Rio Pardinho; Médio Pardinho (MPi) e Arroio Andréas (An), na porção média da sub-bacia
do Rio Pardinho; e Baixo Pardinho (BPi), no trecho baixo da sub-bacia do Rio Pardinho.
54
R
i
o
P
a
r
d
o
R
i
o
P
a
r
d
i
n
h
o
R
i
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o
P
a
r
d
o
R
i
o
P
a
r
d
in
h
o
N
EW
S
0 20 40 Km
LEGENDA
Principais Afluentes dos Rios Pardo e Pardinho
Rios Pardo e Pardinho
Hidrografia Secundária
Hidrografia Secundária
FIGURA 4.5: Rede Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
55
A Tabela 4.5 apresenta as áreas das Unidades de Estudo definidas para a Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo, e que podem ser visualizadas também nas Figuras 4.6 e 4.7. Esta
última apresenta a sobreposição das Unidades com os municípios. O cruzamento da malha
municipal da Bacia do Rio Pardo com as Unidades de Estudo é essencial para possibilitar a
definição de uma série de informações e temas derivados.
MPo
APo
SMPo
BPi
AMPi
BPb
MPi
BPo
An
APb
AMPe
APe
APi
R
i
o
P
a
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o
P
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r
d
i
n
h
o
R
i
o
Ri
o
P
ardo
Rios Principais
AMPe - Alto-Médio Pequeno
AMPi - Alto-Médio Pardinho
An - Arroio Andréas
APb - Alto Plumbs
APe - Alto Pequeno
APi - Alto Pardinho
APo - Alto Pardo
BPb - Baixo Plumbs
BPi - Baixo Pardinho
BPo - Baixo Pardo
MPi - Médio Pardinho
MPo - Médio Pardo
SMPo - Sub-Médio Pardo
LEGENDA
N
EW
S
0 20 40 Km
FIGURA 4.6: Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
56
TABELA 4.5: Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Unidade Sigla Sub-Bacia Área (km
2
)
Alto Pardo APo Pardo 512,05
Médio Pardo MPo Pardo 773,40
Sub-Médio Pardo SMPo Pardo 728,04
Alto Plumbs APb Pardo 110,03
Baixo Plumbs BPb Pardo 236,92
Sub-Total Pardo
1
- - 2.360,44
Alto Pardinho APi Pardinho 64,72
Alto-Médio Pardinho AMPi Pardinho 306,75
Alto Pequeno APe Pardinho 92,98
Alto-Médio Pequeno AMPe Pardinho 134,77
Médio Pardinho MPi Pardinho 187,83
Andréas An Pardinho 80,39
Baixo Pardinho BPi Pardinho 218,46
Sub-Total Pardinho
2
- - 1.085,90
Baixo Pardo
3
BPo - 190,02
TOTAL - - 3.636,36
1
Sub-bacia do Rio Pardo: área de drenagem à montante da afluência do Rio Pardinho.
2
Sub-bacia do Rio Pardinho: área de drenagem à montante da sua afluência no Rio Pardo.
3
Baixo Pardo: área de drenagem após afluência do Rio Pardinho no Rio Pardo, até a afluência do Rio Pardo no Rio Jacuí.
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005a)
FIGURA 4.7: Municípios e Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
57
4.6. Hidrologia
Os estudos hidrológicos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, realizados por Ecoplan
(2005a), foram feitos a partir de análises de dados de duas estações de monitoramento de
vazões disponíveis e selecionadas na Bacia, com séries históricas confiáveis: estação Santa
Cruz-Montante (Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul) código ANEEL 85830000, com dados
diários de dezembro/1978 a dezembro/2002, e estação Candelária (Rio Pardo, em Candelária)
código ANEEL 85740000, com dados diários de outubro/1984 a agosto/2001 (Figura 4.8). As
curvas de permanência de vazões anuais nestes postos são apresentadas nas Figuras 4.9 e
4.10. A partir dessas curvas, foram calculadas as permanências das vazões diárias para as sub-
bacias do Rio Pardo (seção a montante da confluência do Rio Pardinho) e Pardinho e para
toda a Bacia do Rio Pardo, mediante proporções de áreas de drenagem (Figuras 4.11 a 4.13 e
Tabela 4.6).
$T
$T
R
io
P
ard
o
R
i
o
P
a
r
d
i
n
h
o
R
i
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b
s
R
i
o
P
a
r
d
o
R
i
o
P
a
r
d
i
n
h
o
85740000
85830000
N
EW
S
0 20 40 Km
LEGENDA
Principais Afluentes dos Rios Pardo e Pardinho
Rios Pardo e Pardinho
Hidrografia Secundária
Estações Fluviométricas
$T
FIGURA 4.8: Localização das Estações Fluviométricas Selecionadas para os Estudos Hidrológicos da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
58
Estação Candelária - Rio Pardo
Área da bacia de contribuição: 1.376 km²
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0
2
4
10
20
30
40
50
60
70
80
90
92
94
96
98
100
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
FIGURA 4.9: Curva de Permanência de Vazões na Estação Candelária – Rio Pardo
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
Estação Santa Cruz Montante - Rio Pardinho
Área da bacia de contribuição: 784 km²
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0
2
4
10
20
30
40
50
60
70
80
90
92
94
96
98
100
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
FIGURA 4.10: Curva de Permanência de Vazões na Estação Santa Cruz Montante – Rio Pardinho
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
59
Sub-bacia do Rio Pardo
Área da bacia de contribuição: 2.361 km²
0
50
100
150
200
250
300
350
0
2
4
10
20
30
40
50
60
70
80
90
92
94
96
98
100
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
FIGURA 4.11: Curva de Permanência de Vazões no Exutório da Sub-bacia do Rio Pardo
(imediatamente anterior à afluência do Rio Pardinho)
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
Sub-bacia do Rio Pardinho
Área da bacia de contribuição: 1.086 km²
0
20
40
60
80
100
120
0
2
4
10
20
30
40
50
60
70
80
90
92
94
96
98
100
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
FIGURA 4.12: Curva de Permanência de Vazões no Exutório da Sub-bacia do Rio Pardinho
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
60
Sub-bacia do Rio Pardo
Área da bacia de contribuição: 3.636 km²
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
0
2
4
10
20
30
40
50
60
70
80
90
92
94
96
98
100
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
FIGURA 4.13: Curva de Permanência de Vazões no Exutório da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (na
afluência do Rio Pardo no Rio Jacuí)
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
4.7. Disponibilidades Hídricas Superficiais
Para fins de determinação da disponibilidade hídrica média, foram consideradas as
vazões médias de longo período; já para situações de mínimos, foram adotadas as vazões com
90% de permanência no tempo (Q
90%
), ou seja, com 90% de garantia de ocorrência. Essas
vazões características foram determinadas para cada s ao longo do ano, objetivando
considerar as variações sazonais ocorrentes. A vazão referencial de mínima (Q
90%
) foi
definida para fins de balanços hídricos (análise quantitativa) e de enquadramento (análise
qualitativa) em reuniões técnicas realizadas durante a elaboração do Plano da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo junto ao Comitê Pardo no ano de 2005.
A Tabela 4.7 apresenta as disponibilidades hídricas superficiais mensais, dias e
mínimas (Q
90%
), para cada grande compartimento da Bacia do Rio Pardo, ao longo do ano. É
interessante ressaltar que as disponibilidades estimadas representam as vazões naturais, visto
que os postos dos quais se partiu o estudo estão localizados à montante das áreas de maior
demanda hídrica (regiões com lavouras irrigadas). Se os postos estivessem localizados à
jusante destas regiões, os consumos deveriam ser considerados para se chegar às vazões
naturais da Bacia (disponibilidade hídrica natural).
61
TABELA 4.6: Curva de Permanência – Bacia do Rio Pardo
Vazões diárias em m³.s
-1
Vazões em L.s
-1
.km
-2
Vazões diárias em m³.s
-1
Rio Pardo Rio Pardinho Rio Pardo Rio Pardinho Sub-Bacia Sub-Bacia Bacia
Candelária Santa Cruz Candelária Santa Cruz Pardo Pardinho Pardo
Percentual de
Permanência
no Tempo
1.376 km² 784 km² 1.376 km² 784 km² 2.360 km² 1.086 km² 3.636 km²
0 175,77 76,50 127,74 97,58 301,54 105,99 431,80
1 171,36 73,63 124,53 93,92 293,97 102,01 419,65
2 149,28 69,20 108,49 88,27 256,10 95,87 372,58
3 146,35 58,04 106,36 74,03 251,07 80,41 351,69
4 136,76 56,69 99,39 72,31 234,62 78,54 332,04
5 124,49 54,55 90,47 69,58 213,57 75,58 306,33
10 103,54 44,85 75,25 57,21 177,63 62,14 254,06
15 85,50 39,09 62,14 49,86 146,68 54,16 212,64
20 75,94 36,05 55,19 45,98 130,28 49,95 190,71
25 57,37 32,58 41,69 41,56 98,42 45,14 151,48
30 50,23 30,10 36,50 38,39 86,17 41,70 134,81
35 45,16 26,37 32,82 33,64 77,47 36,53 120,24
40 39,49 23,51 28,70 29,99 67,75 32,57 105,77
45 35,64 22,36 25,90 28,52 61,14 30,98 97,04
50 30,73 19,02 22,33 24,26 52,72 26,35 83,31
55 24,70 16,24 17,95 20,71 42,37 22,50 68,28
60 20,30 13,62 14,75 17,37 34,83 18,87 56,50
65 16,70 11,85 12,14 15,11 28,65 16,42 47,37
70 14,14 9,62 10,28 12,27 24,26 13,33 39,54
75 11,94 6,68 8,68 8,52 20,48 9,25 31,39
80 8,92 4,79 6,48 6,11 15,30 6,64 23,17
85 6,43 3,74 4,67 4,77 11,03 5,18 17,10
90 5,02 2,18 3,65 2,78 8,61 3,02 12,33
91 4,87 2,07 3,54 2,64 8,35 2,87 11,90
92 4,80 2,02 3,49 2,58 8,23 2,80 11,70
93 4,47 1,79 3,25 2,28 7,67 2,48 10,77
94 4,16 1,47 3,02 1,88 7,14 2,04 9,75
95 4,02 1,00 2,92 1,28 6,90 1,39 8,84
96 3,70 0,93 2,69 1,19 6,35 1,29 8,15
97 3,04 0,78 2,21 0,99 5,22 1,08 6,72
98 2,62 0,68 1,90 0,87 4,49 0,94 5,80
99 1,50 0,57 1,09 0,73 2,57 0,79 3,57
100 0,80 0,23 0,58 0,29 1,37 0,32 1,80
OBS: 5954 dados OBS: 8140 dados
(10/84 a 12/00) (12/78 a 12/02)
16 anos 24 anos
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005a)
O objetivo de apresentar a disponibilidade hídrica média, com base nas vazões médias
mensais de longo período, para a Bacia do Rio Pardo, reside no fato desse parâmetro
representar o limite máximo teórico de regularização hídrica; significando que a máxima
disponibilidade hídrica a ser obtida na Bacia é limitada pelos valores apresentados.
62
TABELA 4.7: Disponibilidades Hídricas Superficiais para os Grandes Compartimentos Hidrográficos
Considerados na Bacia do Rio Pardo
Vazões (m³.s
-1
)
Compartimento
Hidrográfico
Garantia
Jan Fev
Mar
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Anual
Média 37,1
48,9
32,3
71,1
76,7
92,8
113,3
84,7
103,4
85,5
73,4
37,1
71,3
Sub-Bacia do Rio
Pardo, até
confluência com Rio
Pardinho – área de
drenagem: 2.360 km²
Q
90%
4,77
6,23
4,15
4,05
5,59
7,22
16,01
12,83
10,69
16,54
8,32
3,74
6,61
Média 15,4
21,7
15,9
27,9
30,1
36,9
47,0
37,0
40,6
41,7
33,5
14,2
30,2
Sub-Bacia do Rio
Pardinho – área de
drenagem: 1.086 km²
Q
90%
0,64
0,93
0,89
0,87
1,03
3,63
6,91
2,54
6,21
5,94
1,86
1,29
1,44
Média 55,4
74,5
50,8
104,4
112,7
136,8
169,2
128,5
151,9
134,2
112,7
54,1
107,1
Bacia do Rio Pardo
1
– área de drenagem:
3.636 km²
Q
90%
5,71
7,55
5,32
5,19
6,98
11,45
24,18
16,22
17,83
23,72
10,74
5,31
8,49
1
Cálculo das disponibilidades para a Bacia do Rio Pardo: a soma das vazões referentes às duas sub-bacias consideradas
(Pardo e Pardinho) corresponde à vazão gerada na área de drenagem destes dois compartimentos (2.360 + 1.086 = 3.446
km²). Para a Bacia como um todo, a soma destas vazões foi multiplicada pela relação de áreas 3.636/3.446 = 1,055.
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005a)
A disponibilidade drica superficial, para toda a Bacia do Rio Pardo, é da ordem de
107,1 m³.s
-1
, em termos dios anuais, variando mensalmente de um máximo de 169,2 m³.s
-1
(em julho) a um mínimo de 50,8 m³.s
-1
(em março). A disponibilidade associada a uma
permanência temporal de 90% é de 8,49 m³.s
-1
em termos anuais, variando entre 24,18 m³.s
-1
(em julho) e 5,19 m³.s
-1
(em abril). A relação entre as disponibilidades mínima e média é da
ordem de 8%.
Partindo das vazões características específicas (L.s
-1
.km
-2
), determinadas para cada
grande vertente da Bacia (ou seja, para os rios Pardo e Pardinho, segundo as estações
fluviométricas selecionadas Item 4.6), e considerando as áreas de contribuição de cada
Unidade de Estudo, foram determinadas as vazões características instantâneas (m³.s
-1
). Assim,
para cada Unidade, foram calculadas as disponibilidades mensais – para os doze meses do ano
médias e referenciais de mínimas (vazão dia e Q
90%
, respectivamente), o que pode ser
conferido na Tabela 4.8.
63
TABELA 4.8: Disponibilidades Hídricas Superficiais para as Unidades de Estudo da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo
Vazões (m³.s
-1
)
Unidade Sub-Bacia Garantia
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
APo Q
dia
8,04 10,60 7,02 15,41 16,64 20,12 24,58 18,38 22,43 18,54 15,41 7,78
(512 km²)
Pardo
Q
90%
1,05 1,37 0,91 0,89 1,23 1,59 3,52 2,82 2,35 3,64 1,83 0,82
MPo Q
dia
12,14 16,01 10,60 23,28 25,14 30,40 37,13 27,77 33,88 28,00 23,28 11,76
(773 km²)
Pardo
Q
90%
1,53 1,99 1,33 1,30 1,79 2,31 5,12 4,11 3,42 5,29 2,66 1,20
APb Q
dia
1,73 2,28 1,51 3,31 3,58 4,32 5,28 3,95 4,82 3,98 3,31 1,67
(110 km²)
Pardo
Q
90%
0,24 0,31 0,21 0,20 0,28 0,36 0,80 0,64 0,53 0,83 0,42 0,19
BPb Q
dia
3,72 4,90 3,25 7,13 7,70 9,31 11,37 8,51 10,38 8,58 7,13 3,60
(237 km²)
Pardo
Q
90%
0,48 0,62 0,42 0,41 0,56 0,72 1,60 1,28 1,07 1,65 0,83 0,37
SMPo Q
dia
11,43 15,07 9,97 21,91 23,66 28,61 34,95 26,14 31,89 26,36 21,91 11,07
(728 km²)
Pardo
Q
90%
1,48 1,93 1,29 1,26 1,73 2,24 4,96 3,98 3,31 5,13 2,58 1,16
BPo Q
dia
2,98 3,93 2,60 5,72 6,18 7,47 9,12 6,82 8,32 6,88 5,72 2,89
(190 km²)
Pardo
Q
90%
0,30 0,39 0,28 0,27 0,36 0,60 1,26 0,85 0,93 1,24 0,56 0,28
APi Q
dia
0,92 1,29 0,94 1,66 1,79 2,20 2,80 2,20 2,42 2,48 1,99 0,85
(65 km²)
Pardinho
Q
90%
0,04 0,06 0,05 0,05 0,06 0,22 0,41 0,15 0,37 0,36 0,11 0,08
AMPi Q
dia
4,36 6,13 4,48 7,88 8,50 10,43 13,28 10,46 11,47 11,78 9,45 4,02
(307 km²)
Pardinho
Q
90%
0,18 0,26 0,25 0,24 0,29 1,02 1,93 0,71 1,74 1,66 0,52 0,36
APe Q
dia
1,32 1,86 1,36 2,39 2,57 3,16 4,02 3,17 3,47 3,57 2,86 1,22
(93 km²)
Pardinho
Q
90%
0,06 0,08 0,08 0,08 0,09 0,33 0,62 0,23 0,56 0,53 0,17 0,12
AMPe Q
dia
1,91 2,69 1,97 3,46 3,73 4,58 5,83 4,59 5,04 5,17 4,15 1,76
(135 km²)
Pardinho
Q
90%
0,08 0,12 0,12 0,11 0,13 0,47 0,90 0,33 0,81 0,77 0,24 0,17
MPi Q
dia
2,66 3,75 2,74 4,82 5,20 6,38 8,12 6,40 7,02 7,20 5,78 2,46
(188 km²)
Pardinho
Q
90%
0,11 0,16 0,15 0,15 0,18 0,62 1,17 0,43 1,06 1,01 0,32 0,22
An Q
dia
1,14 1,60 1,17 2,06 2,22 2,73 3,47 2,73 3,00 3,08 2,47 1,05
(80 km²)
Pardinho
Q
90%
0,04 0,07 0,06 0,06 0,07 0,25 0,48 0,18 0,43 0,42 0,13 0,09
BPi Q
dia
3,12 4,39 3,20 5,64 6,08 7,46 9,50 7,48 8,21 8,43 6,76 2,87
(218 km²)
Pardinho
Q
90%
0,13 0,19 0,18 0,18 0,21 0,73 1,38 0,51 1,24 1,19 0,37 0,26
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005a)
A Bacia do Rio Pardo apresenta características morfológicas, geológicas, geométricas
e climáticas que contribuem para o rápido escoamento das precipitações: como resultado,
ocorrem elevados deflúvios imediatamente após (e durante) as precipitações mais intensas,
esgotando rapidamente esses volumes hídricos, sem que haja tempo suficiente para a
adequada infiltração e retenção. Ou seja, as características naturais da Bacia são propícias à
geração de vazões elevadas, após e durante as chuvas, impondo, posteriormente, períodos
com baixas descargas, pela baixa capacidade de regularização natural.
Desta forma, após períodos de baixa pluviosidade, os cursos de água da Bacia
apresentam visível redução nos seus fluxos hídricos, sendo essa variação tanto maior quanto
menor a área de contribuição; por exemplo: na estação fluviométrica no Rio Pardo, em
Candelária (com área de drenagem de 1.376 km
2
) a vazão média é cerca de dez vezes superior
64
à vazão com permanência no tempo de 90%; já para a estação fluviométrica no Rio Pardinho,
em Santa Cruz do Sul (com área de drenagem de 784 km
2
) essa relação chega a vinte vezes,
cabendo destacar que as vazões específicas médias em ambos os pontos são semelhantes e
normais para a região (da ordem de 28 a 30 L.s
-1
.km
-2
). A diferença entre essas relações
comprova a assertiva, visto a similaridade de todas as demais características fisiográficas
entre essas sub-bacias hidrográficas (declividades, cobertura vegetal, regime climático, entre
outras).
A topografia e o relevo da Bacia impõem uma morfologia que resulta em grandes
declividades e desníveis entre as partes alta e baixa, da ordem de 400 a 500 m. A geologia,
com a predominância de rochas basálticas cobertas com camadas de solo de pequena
espessura, na partes alta e média da Bacia, implicam em baixa permeabilidade para o terreno
natural: assim, por um lado tem-se um maior escoamento superficial e, por outro, uma menor
infiltração e respectivamente menor retenção e armazenamento sub-superficial. O formato,
alongado no sentido montante-jusante, e transversal à mudança brusca das altitudes do terreno
natural, contribui, em muito, para acelerar o escoamento das águas, reduzindo ainda mais as
possibilidades de infiltração e retenção natural.
Analisando as vazões mensais, com permanência temporal de 90%, indicativas de
períodos de mínimos deflúvios, observa-se considerável diferença entre os valores obtidos
para o Rio Pardo, relativamente ao Rio Pardinho. Enquanto no Rio Pardo, o valor médio anual
específico (Q
90%
anual) é de 2,8 L.s
-1
.km
-2
, no Pardinho é de 1,3 L.s
-1
.km
-2
; ou seja, em termos
de vazões mínimas, a sub-bacia do Rio Pardinho gera menos da metade da disponibilidade
hídrica ofertada pela bacia do Rio Pardo. Esse fato demonstra a maior capacidade do Pardo
em reter as precipitações e garantir o escoamento de base, o que não ocorre no Pardinho.
Estas diferenças podem ser atribuídas às diversidades de relevo, geologia e forma de uso e
manejo dos solos entre as regiões. É importante esclarecer que os postos fluviométricos que
caracterizaram as disponibilidades hídricas da Bacia estão localizados a montante da área que
concentra os reservatórios de água, não sofrendo, portanto, os efeitos da açudagem, refletindo,
assim, as vazões naturais da Bacia.
A Figura 4.14 apresenta um comparativo das disponibilidades hídricas entre os dois
grandes compartimentos da Bacia (sub-bacias dos rios Pardo e Pardinho) e entre as Unidades
de Estudo.
65
MPo
MPoMPo
MPo
SMPo
SMPoSMPo
SMPo
Candelária
Passa Sete
Quantidade de água
disponibilizada para
cada km
2
:
q
MLP
= 30,2 ℓ/s/km
2
q
90%
= 2,8 ℓ/s/km
2
Quantidade de água
disponibilizada para
cada km
2
:
q
MLP
= 27,8 ℓ/s/km
2
q
90%
= 1,3 ℓ/s/km
2
PARDO
PARDINHO
MPo
MPoMPo
MPo
SMPo
SMPoSMPo
SMPo
Candelária
Passa Sete
Quantidade de água
disponibilizada para
cada km
2
:
q
MLP
= 30,2 ℓ/s/km
2
q
90%
= 2,8 ℓ/s/km
2
Quantidade de água
disponibilizada para
cada km
2
:
q
MLP
= 27,8 ℓ/s/km
2
q
90%
= 1,3 ℓ/s/km
2
PARDO
PARDINHO
FIGURA 4.14: Comparativo das Disponibilidades Médias e Mínimas
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
Com relação à disponibilidade hídrica oriunda dos reservatórios da Bacia,
considerando apenas os açudes com áreas superiores a 2 ha (identificados a partir de imagem
de satélite) somam-se 1.225 ha de área alagada, que, em sua maioria, destinam-se à irrigação
de arroz, especialmente nas Unidades de Estudo Sub-Médio Pardo, Baixo Pardo e Baixo
Pardinho. Cabe citar a exceção do Lago Dourado, na Unidade Baixo Pardinho, cuja utilidade
está voltada ao abastecimento público da cidade de Santa Cruz do Sul.
A capacidade total de acumulação dos açudes de maior porte (excetuando-se o Lago
Dourado), para as Unidades de Estudo antes referidas, considerando uma profundidade média
de 3 m, é da ordem de 31 hm³ (31 milhões de metros cúbicos). Esse volume, se utilizado
apenas para a irrigação, permite irrigar cerca de 3 mil hectares de arroz.
É importante ressaltar que, face à expressiva maior utilização das águas superficiais, a
disponibilidade hídrica relacionada a esses recursos é objeto de maior aprofundamento e
detalhamento nesta dissertação, não sendo consideradas as disponibilidades hídricas
subterrâneas. Em termos globais (considerando os montantes de volume captado), menos de
5% dos usos consuntivos na Bacia utilizam os mananciais subterrâneos, sendo o restante
atendido pelas águas superficiais.
66
4.8. Demandas Hídricas Atuais
Os usos consuntivos da água predominantes na Bacia do Rio Pardo são o
abastecimento humano, a dessedentação animal, a irrigação de arroz e o uso industrial. A
irrigação responde por mais de 80% da demanda hídrica total anual na Bacia.
A ordenação dos usos que utilizam mananciais superficiais, quanto à quantidade de
água demandada é a seguinte: irrigação, com 80,6% da demanda global; abastecimento
humano (urbano e rural), com cerca de 13%, incluindo, nesse valor, uma parcela relativa às
indústrias de pequeno porte ligadas à rede pública de distribuição de água; dessedentação
animal, com 4,6%; e abastecimento industrial (empreendimentos de porte médio e grande, que
dispõem de sistemas independentes de abastecimento), com 1,9% da demanda global da
Bacia. O percentual aparentemente baixo da demanda industrial pode ser explicado pelo fato
de tal demanda estar mascarada pela parcela embutida na demanda do abastecimento humano,
onde as demandas foram determinadas com base nas captações dos sistemas públicos de
abastecimento, dos quais também uma parcela das indústrias se utiliza. Além disso, o uso
industrial, mormente utiliza mananciais subterrâneos, principalmente quando se trata de
indústrias que contam com captações independentes (privadas).
As Tabelas 4.9 a 4.11 sintetizam as demandas hídricas atuais na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo.
Destaca-se que a demanda concentra-se nos meses de verão (entre dezembro e
fevereiro), quando cerca de 76% da demanda anual é requerida. Este cenário pode ser
explicado, principalmente, pelo fato da irrigação do arroz estar concentrada nos meses de
verão, e, secundariamente, pela sazonalidade das demandas de abastecimento humano (mais
intensificada no período de verão).
Com relação à espacialização na Bacia, as maiores demandas ocorrem nas Unidades
de Estudo do Sub-Médio Pardo, Baixo Pardo e Baixo Pardinho, que são justamente aquelas
onde ocorre cultivo de arroz irrigado. A demanda para irrigação é nula nas Unidades Alto
Pardo, Alto Pardinho, Alto-Médio Pardinho, Alto Pequeno e Alto-Médio Pequeno, todas
localizadas na parte alta da Bacia.
67
TABELA 4.9: Demandas Hídricas (m³) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por Uso Consuntivo
Abastecimento
Humano (Urbano e
Rural)
1
Industrial
4
Mês
(SUP
5
) (SUB
5
)
Desse-
dentação
Animal
2
(SUP)
Irrigação
3
(SUP)
(SUP) (SUB)
Total
SUP
Total
SUB
Total
Geral
%
Janeiro 1.084.152
332.252
482.594
30.718.737
38.626
159.402
32.324.108
491.654
32.815.762
26,68
Fevereiro 979.234
300.098
435.891
26.755.029
34.888
143.976
28.205.042
444.074
28.649.116
23,29
Março 1.084.152
332.252
482.594
5.945.562
38.626
159.402
7.550.933
491.654
8.042.587
6,54
Abril 999.218
306.223
467.026
0
37.380
154.260
1.503.624
460.483
1.964.107
1,60
Maio 1.032.526
316.430
482.594
0
38.626
159.402
1.553.745
475.832
2.029.577
1,65
Junho 949.257
290.912
467.026
0
37.380
154.260
1.453.663
445.172
1.898.835
1,54
Julho 980.899
300.609
482.594
0
38.626
159.402
1.502.119
460.011
1.962.130
1,60
Agosto 980.899
300.609
482.594
0
38.626
159.402
1.502.119
460.011
1.962.130
1,60
Setembro 949.257
290.912
467.026
0
37.380
154.260
1.453.663
445.172
1.898.835
1,54
Outubro 1.032.526
316.430
482.594
0
38.626
159.402
1.553.745
475.832
2.029.577
1,65
Novembro
999.218
306.223
467.026
5.945.562
37.380
154.260
7.449.186
460.483
7.909.669
6,43
Dezembro 1.084.152
332.252
482.594
29.727.810
38.626
159.402
31.333.181
491.654
31.824.835
25,88
TOTAL 12.155.491
3.725.201
5.682.150
99.092.700
454.790
1.876.830
117.385.131
5.602.031
122.987.162
100,00
% 12,91 4,62
80,57
1,9 95,45
4,55
100
-
1
Demanda unitária urbana: 170 a 290 L/hab/dia (dependente da sazonalidade e da localização). Demanda unitária rural: 125
L/hab/dia.
2
Demanda unitária: suínos = 100 L/cab/dia (inclui demanda para higienização); bovinos= 40 L/cab/dia; ovinos = 7,5
L/cab/dia; eqüino = 35 L/cab/dia; bubalino = 30 L/cab/dia; caprino = 6 L/cab/dia; galinhas = 0,60 L/cab/dia; galos, frangos e
pintos = 0,25 L/cab/dia.
3
Demanda unitária: 12.600 m³/ha/ano. Distribuição: 6% em novembro, 30% em dezembro, 31% em janeiro, 27% em
fevereiro e 6% em março.
4
A demanda industrial foi calculada aplicando-se uma taxa de crescimento anual sobre uma estimativa de demanda industrial
minuciosamente realizada por Ecoplan (1997) que utilizou dados primários dos Cadastros de Indústrias dos municípios da
Bacia.
5
SUP: demanda captada em manancial superficial; SUB: demanda captada em manancial subterrâneo.
OBS: nos casos de abastecimento humano rural e dessedentação animal, as demandas foram estimadas por município e,
depois, reunidas para a Bacia considerando as ponderações de áreas de participação dos mesmos. No caso dos abastecimentos
urbanos, humano e industrial, foi considerada a localização da sede municipal (se dentro ou fora da Bacia). A demanda para
irrigação foi estimada de acordo com a área cultivada indicada no cadastro de irrigantes da FEPAM, ajustados com dados de
Sindicatos, Cooperativas Agrícolas, Escritórios de apoio agrícola e Departamentos de Meio Ambiente municipais.
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005a)
TABELA 4.10: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por Uso Consuntivo
Abastecimento
Humano
(Urbano e Rural)
Industrial
Mês
(SUP
1
) (SUB
1
)
Desse-
dentação
Animal
(SUP)
Irrigação
(SUP)
(SUP) (SUB)
Total
SUP
Total
SUB
Total
Geral
Janeiro 0,405
0,124
0,180
11,469
0,014
0,060
12,068
0,184
12,252
Fevereiro 0,405
0,124
0,180
11,059
0,014
0,060
11,659
0,184
11,842
Março 0,405
0,124
0,180
2,220
0,014
0,060
2,819
0,184
3,003
Abril 0,386
0,118
0,180
0,000
0,014
0,060
0,580
0,178
0,758
Maio 0,386
0,118
0,180
0,000
0,014
0,060
0,580
0,178
0,758
Junho 0,366
0,112
0,180
0,000
0,014
0,060
0,561
0,172
0,733
Julho 0,366
0,112
0,180
0,000
0,014
0,060
0,561
0,172
0,733
Agosto 0,366
0,112
0,180
0,000
0,014
0,060
0,561
0,172
0,733
Setembro 0,366
0,112
0,180
0,000
0,014
0,060
0,561
0,172
0,733
Outubro 0,386
0,118
0,180
0,000
0,014
0,060
0,580
0,178
0,758
Novembro 0,386
0,118
0,180
2,294
0,014
0,060
2,874
0,178
3,052
Dezembro 0,405
0,124
0,180
11,099
0,014
0,060
11,698
0,184
11,882
1
SUP: demanda captada em manancial superficial; SUB: demanda captada em manancial subterrâneo.
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005a)
68
TABELA 4.11: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por Unidade de
Estudo
Ano
Unidade
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
APo 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,024 0,024 0,024 0,024 0,025 0,025 0,025
MPo 0,170 0,166 0,069 0,045 0,045 0,045 0,045 0,045 0,045 0,045 0,070 0,166
APb 0,013 0,013 0,008 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,008 0,013
BPb 0,882 0,851 0,182 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014 0,188 0,854
SMPo 7,117 6,866 1,433 0,068 0,068 0,068 0,068 0,068 0,068 0,068 1,477 6,890
BPo 1,793 1,730 0,357 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,368 1,736
APi 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003
AMPi 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015
APe 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005
AMPe 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008
MPi 0,205 0,198 0,050 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,052 0,198
An 0,272 0,263 0,069 0,020 0,020 0,019 0,019 0,019 0,019 0,020 0,070 0,264
BPi 1,558 1,515 0,593 0,345 0,345 0,328 0,328 0,328 0,328 0,345 0,584 1,519
TOTAL 12,068 11,659 2,819 0,580 0,580 0,561 0,561 0,561 0,561 0,580 2,874 11,698
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
Considerando os coeficientes de retorno apresentados na Tabela 4.12, foram estimados
também os consumos hídricos
1
na Bacia do Rio Pardo (Tabela 4.13).
TABELA 4.12: Coeficiente de Retorno por Uso Consuntivo
Tipo de Uso Consuntivo Coeficiente de Retorno
1
Abastecimento Humano 0,80
Dessedentação Animal 0,30
Irrigação 0,33
Industrial 0,80
1
Percentual da demanda que retorna aos mananciais hídricos, ou seja, que não é consumido.
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
É importante destacar que a quantidade de água necessária para a manutenção dos
ecossistemas aquáticos (vazão ecológica), o obstante sua relevância, não foi considerada
como um uso. Porém, nos balanços dricos, ela deve ser considerada, o que pode ser feito
através da comparação da vazão remanescente (resultado da subtração entre disponibilidade e
consumo) com a vazão mínima necessária de ser mantida no leito.
1
O conceito de consumo hídrico é entendido como a parcela da demanda que é efetivamente utilizada (ou gasta)
no desenvolvimento de uma determinada atividade, seja por sua inclusão como matéria-prima no processo, seja
por perdas como a evaporação, ou mesmo a degradação da água demandada de tal forma que impeça a sua
posterior utilização. Assim, demanda hídrica é a quantidade de água que é retirada do manancial para a execução
de uma atividade. A diferença quantitativa entre a demanda e o consumo é denominada de retorno, que consiste
na parcela restante da demanda que volta ao manancial, através do sistema de drenagem e/ou sistemas de
esgotamento sanitários, e em condições de ser utilizada a jusante. O coeficiente de retorno é este percentual da
demanda que retorna aos mananciais hídricos, ou seja, que não é consumido.
69
TABELA 4.13: Consumos Hídricos (m³.s
-1
) na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo por Unidade de
Estudo
Ano
Unidade
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
APo 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013
MPo 0,108 0,105 0,042 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,042 0,106
APb 0,009 0,009 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,009
BPb 0,583 0,562 0,121 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,124 0,564
SMPo 4,682 4,516 0,931 0,030 0,030 0,029 0,029 0,029 0,029 0,030 0,960 4,532
BPo 1,183 1,141 0,235 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,242 1,145
APi 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002
AMPi 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011
APe 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004
AMPe 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006
MPi 0,136 0,131 0,034 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,035 0,132
An 0,172 0,166 0,038 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,039 0,167
BPi 0,871 0,843 0,234 0,078 0,078 0,074 0,074 0,074 0,074 0,078 0,236 0,846
TOTAL 7,780 7,509 1,675 0,206 0,206 0,202 0,202 0,202 0,202 0,206 1,720 7,535
(Fonte: ECOPLAN, 2005a)
70
5. METODOLOGIAS
Os Itens 5.1 a 5.5 apresentam, em seqüência, as metodologias empregadas para o
atingimento dos objetivos específicos apresentados no Capítulo 2. Com exceção do primeiro
objetivo, cuja metodologia é independente, os demais apresentam metodologias
complementares, constituindo diferentes etapas na busca do objetivo final, que é a realização
dos balanços hídricos.
5.1. Disponibilidade Hídrica Atual
O método empregado para a obtenção das disponibilidades hídricas está baseado na
aplicação de um modelo hidrometeorológico, onde as descargas médias mensais são geradas
mediante um balanço hídrico, ao serem consideradas as variáveis que caracterizam a entrada
de água no sistema (precipitação), a saída (evapotranspiração) e também o armazenamento de
água no solo. O balanço entre as variáveis é calculado segundo Alley (1984) que utiliza uma
abordagem derivada do método de Thornthwaite & Matter (1955). Panitz (2000) incorporou o
balanço proposto por Alley a ferramentas de geoprocessamento visando à otimização dos
resultados através do aproveitamento da variação espacial das variáveis envolvidas, gerando,
como resultado, a espacialização de déficits e excessos hídricos em uma bacia hidrográfica. O
método empregado nesta dissertação utiliza o mesmo algoritimo de Panitz (2000), com as
mesmas equações, porém, com algumas adaptações na forma como os resultados foram
avaliados, procurando-se estimar, a partir dos excessos hídricos calculados pelo balanço, as
descargas hídricas de forma concentrada no exutório de uma Sub-Bacia da Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo.
A justificativa da utilização deste modelo se apóia na facilidade de obtenção das
variáveis envolvidas, constituídas, basicamente, de precipitação, evapotranspiração e alguns
parâmetros pedológicos. A vantagem da sua associação a técnicas de geoprocessamento está
no aproveitamento da variação espacial dos dados de entrada, aproximando as estimativas das
realidades locais. Quando dados de descargas não são disponíveis ou simplesmente não
existem, as metodologias usualmente utilizadas são baseadas em regionalizações de vazões;
porém, as equações de regionalização, na maioria das vezes, são obtidas por regressão a partir
de dados de bacias de grandes extensões, e, por isso, a sua aplicação em bacias menores torna
os resultados ilegítimos, principalmente porque estas diferem fisicamente das grandes bacias
para as quais foram obtidas as equações.
Dentro deste contexto, o modelo proposto por Panitz (2000) foi aplicado a uma sub-
bacia da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Figura 5.1), cujas vazões no seu exutório são
71
conhecidas historicamente. Desta forma, tratando-se os resultados do modelo estatisticamente,
pôde-se concluir sobre a legitimidade de sua aplicação. A sub-bacia selecionada possui área
de cerca de 1.195 km², drenada pelo Rio Pardo. No seu exutório, as vazões registradas no
posto fluviométrico Passo Linha do Rio (código ANEEL 8573000), no município de
Candelária, datam de 1969 a 1980.
R
i
o
P
a
r
d
i
n
h
o
Ri
o
P
a
rdo
N
EW
S
0 20 40 Km
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
LEGENDA
Sub-Bacia 8573000
Rios Pardo e Pardinho
FIGURA 5.1: Sub-Bacia Selecionada para Aplicação do Modelo Hidrometeorológico
72
O balanço hídrico proposto por Alley (1984), que descreve a variação do
armazenamento de água no solo quando a evapotranspiração é maior do que a precipitação,
está baseado na Equação 5.1.
1-i
max
ii
.S
S
)Pr(ETP
dt
dS
=
5.1
onde:
dt
dS
= variação do armazenamento de água no solo (L.T
-1
);
ETP
i
= evapotranspiração potencial do período i (L.T
-1
);
Pr
i
= precipitação no período i (L.T
-1
);
S
i-1
= armazenamento de água no solo no período i-1 (L);
S
max
= armazenamento máximo de água no solo (L).
O algoritmo do modelo está resumido na Figura 5.2. Inicialmente, a precipitação é
comparada com a evapotranspiração potencial no período i. Se a precipitação (P
i
) for maior
do que a evapotranspiração (ETP
i
), o armazenamento de água no solo do período i (S
i
) será
dado pelo menor valor entre a diferença da precipitação e a evapotranspiração somada ao
armazenamento de água anterior (S
i-1
) e o armazenamento máximo (S
max
). O déficit de água
no solo (D
i
), neste caso, será nulo. O excesso hídrico (Q
i
) será aquilo que exceder a
capacidade máxima de armazenamento de água no solo, sendo nulo nos casos em que a
diferença entre a precipitação e a evapotranspiração somada ao armazenamento do período
anterior for menor do que a capacidade máxima. Se a precipitação for menor do que a
evapotranspiração, o armazenamento de água no solo decresce de acordo com a função
exponencial da Equação 5.2. O déficit de água no solo será dado, neste caso, pela diferença
entre a capacidade máxima de armazenamento e o armazenamento atual (i). O excesso será
nulo e a evapotranspiração no período i será igual ao total precipitado somado à parcela
evaporada do solo (diferença entre o armazenamento anterior e o armazenamento atual).
=
max
ii
S
PrETP
1ii
exp.SS 5.2
73
Assim, em cada intervalo de tempo i, são produzidos: a) armazenamento de água no
solo (S
i
); b) déficit de água no solo (D
i
); c) água em excesso (Q
i
) e d) evapotranspiração real
(ETA
i
).
Panitz (2000) adaptou o modelo proposto por Alley a ferramentas de
geoprocessamento e aplicou o modelo distribuído na Bacia do Arroio dos Ratos (RS). O autor
representou cada parâmetro e variável do modelo em Planos de Informação
1
de um Sistema
de Informações Geográficas
2
(SIG), conseguindo incorporar, desta forma, características do
sistema físico da bacia com variabilidade espacial e temporal, e identificando, por
conseqüência, regiões e épocas específicas com deficiência ou excesso hídricos.
FIGURA 5.2: Fluxograma Geral da Modelagem Adotada.
(Fonte: PANITZ, 2000)
1
Plano de Informação (PI): são camadas’ de informações armazenadas dentro de um projeto no Sistema de
Informações Geográficas. Assim, um mapa de solos, de estradas ou uma imagem, por exemplo, referentes a uma
determinada área de estudo de um projeto específico, são armazenados em Planos de Informação diferentes. Os
Planos de Informação no software Spring podem pertencer a cinco categorias de dados espaciais, as quais
caracterizam os modelos dos dados que irão formar o PI, a saber:
- temática: as representações gráficas de um PI temático estão associadas a apenas uma informação (classe).
Exemplo: mapa pedológico;
- cadastral: as representações gráficas destes PI’s estão associadas a rias informações (atributos), organizadas
na forma de tabela. Ex: mapa cadastral dos municípios de um estado (cada município representado graficamente
no PI possui informação de população, densidade demográfica, PIB, etc, organizadas em uma tabela);
- rede: as representações nos PI’s desta categoria são organizadas na forma de grafo e armazenam informações
sobre recursos que fluem entre localizações geográficas distintas. Ex: rede de saneamento;
- imagem: os PI’s desta categoria armazenam imagens de satélites, fotografias aéreas ou imagens escanerizadas;
- numérica: os PI’s desta categoria são compostos por grades ou matrizes que representam uma determinada
grandeza que varia quantitativa e continuamente no espaço. Ex: mapa de declividades.
2
Sistema de Informações Geográficas (SIG): é um sistema auxiliado por computador para a aquisição,
armazenamento, análise e visualização de dados geográficos. Atualmente, uma variedade de softwares está
disponível para auxiliar nestas atividades, entretanto eles podem diferir significativamente uns dos outros, em
parte pela maneira como representam e trabalham os dados geográficos, em parte pela ênfase dada às diferentes
operações (EASTMAN, 1998).
NÃO
S
i
= min {(Pr
i
ETP
i
) + S
i
-
1
, S
max
}
D
i
= 0
Se S
i
>= S
max
Q
i
= (Pr
i
– ETP
i
) + S
i-1
- S
max
}
Se S
i
< S
max
Q
i
= 0
ETA
i
= ETP
i
S
i
= S
i
-
1
. exp [
-
(ETP
i
-
Pr
i
) / S
max
]
D
i
= S
max
-
S
i
Q
i
= 0
ETA
i
= min {Pr
i
+ S
i
-
1
-
S
i
; ETP
i
}
Pr
i
ETP
i
SIM
ARMAZENAMENTO DE
ÁGUA NO SOLO
DÉFICIT HÍDRICO
EXCESSO HÍDRICO
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
REAL
74
Da mesma forma, o modelo de Alley foi, nesta dissertação, incorporado a um SIG,
onde os dados foram representados na forma de matrizes numéricas em diferentes Planos de
Informação. A seguir são listados os dados de entrada básicos necessários para a obtenção das
matrizes que alimentam o modelo. O SIG utilizado foi o Spring 4.2 (INPE, 1996).
a) Precipitação (mensal);
b) Evapotranspiração de Referência (mensal);
c) Coeficientes de cultura (mensais);
d) Umidade dos solos na capacidade de campo;
e) Umidade dos solos no ponto de murchamento; e
f) Profundidade dos solos ou dos sistemas radiculares (mensais).
5.1.1. Dados de Entrada
A seguir, são explicadas as obtenções das grades de entrada do modelo (precipitação,
evapotranspiração e armazenamento de água no solo). O período de simulação corresponde a
outubro de 1969 a março de 1980, com intervalo mensal. Este período foi escolhido em
função da existência de dados climatológicos (precipitação e evaporação) e fluviométricos
(vazão) coincidentes; estes últimos foram utilizados para fins de comparação com os valores
estimados.
Precipitação
A precipitação mensal foi representada em um Plano de Informação numérico a partir
da ponderação
3
dos polígonos de Thiesen apresentados na Figura 5.3, representantes da área
de influência dos postos existentes na Bacia do Rio Pardo (Estações Botucaraí, Herveiras,
Ponte Jacuí e Rio Pardo). Assim, foram geradas 126 grades mensais (de outubro de 1969 a
março de 1980), conforme os dados apresentados no Anexo A1 (neste caso, não foram
apresentados os dados correspondentes à Estação Rio Pardo porque esta não abrange a sub-
bacia escolhida para a aplicação do modelo).
3
Ponderação: operação que atribui valores numéricos às classes de uma representação temática. Partindo-se de
um Plano de Informação temático, atribuem-se valores para suas classes e, assim, cria-se um novo PI, porém
numérico. No Spring (INPE, 2005), esta operação é processada através da Linguagem Espacial Geográfica
Algébrica, uma linguagem de programação para manipulação de Planos de Informação do software.
75
#
#
#
#
Botucaraí
Rio Pardo
Herveiras
Ponte Jacuí
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
6800000
6800000
N
EW
S
0 20 40 Km
FIGURA 5.3: Polígonos de Thiesen – Área de Influência das Estações Climatológicas (precipitação)
(Fonte: Autor)
Evapotranspiração
A evapotranspiração potencial na sub-bacia 8573000 (assim denominada devido à
codificação do posto fluviométrico do seu exutório) foi calculada a partir da expressão
proposta por Doorenbos & Pruitt (1976). Utilizando-se a terminologia sugerida por Perrier
(1985), a equação é expressa por:
c0m
K x ETET
=
5.3
em que:
ET
m
= evapotranspiração potencial das culturas (L);
76
ET
0
= evapotranspiração de referência (L);
K
c
= coeficiente de cultura (adimensional).
A evapotranspiração de referência foi obtida a partir da expressão de Doorenbos &
Pruitt (1976) que relaciona a evaporação medida no Tanque Classe A (E
pan
) com a
evapotranspiração de referência, utilizando um fator de correção (K
p
) que considera a
umidade relativa do ar, a velocidade média do vento a 2 metros de altura e as características
da área que circunda o tanque de medição. A equação é dada por:
ppan0
K x EET
=
5.4
Foram considerados umidade relativa de intensidade dia (entre 40-70%), vento de
intensidade fraca (entre 175-425 km.dia
-1
) e tanque circundado por vegetação rasteira – o que
está de acordo com a realidade das estações na determinação do coeficiente K
p
, resultando
em 0,85.
O Anexo A2 apresenta os valores mensais de evapotranspiração de referência
calculados a partir a Equação 5.4 para as Estações Herveiras e Candelária, as quais abrangem
a sub-bacia em estudo. A partir da representação gráfica dos Polígonos de Thiesen no SIG
(Figura 5.4), cada uma destas áreas foi ponderada com os valores mensais de
evapotranspiração de referência, gerando-se 126 grades numéricas.
Os usos do solo identificados na sub-bacia 8573000 ao longo de um determinado ano
foram identificados com o auxílio de uma imagem de satélite classificada (Landsat ETM7,
cenas 222/080 e 222/081 de 19/01/2002, resolução 30 x 30 metros) e através de estudos sobre
os procedimentos agrícolas usualmente adotados na Região (Tabela 5.1). Na Tabela 5.2, por
sua vez, são apresentadas as variações mensais da cobertura vegetal com seus respectivos
coeficientes de cultura (K
c
) fator que relaciona a evapotranspiração potencial da cultura
(ET
m
) com a evapotranspiração de referência, de acordo com a Equação 5.3, apresentada
anteriormente.
Partindo-se do mapa classificado de cobertura do solo realizou-se uma ponderação de
classes, atribuindo-se valores mensais de coeficientes de cultura a cada classe de uso. A
Figura 5.5 apresenta o uso e cobertura do solo da sub-bacia.
77
#
#
#
#
Rio Pardo
Sinimbu
Herveiras
Candelária
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
6800000
6800000
N
EW
S
0 20 40 Km
FIGURA 5.4: Polígonos de Thiesen – Área de Influência das Estações Climatológicas (evaporação)
(Fonte: Autor)
TABELA 5.1: Usos do Solo Identificados na Sub-Bacia Selecionada para a Aplicação do Modelo
(8573000)
Usos Identificados
Verão Outono Inverno Primavera
Usos Urbanos Usos Urbanos Usos Urbanos Usos Urbanos
Mata Nativa Mata Nativa Mata Nativa Mata Nativa
Mata Ciliar Mata Ciliar Mata Ciliar Mata Ciliar
Reflorestamento Reflorestamento Reflorestamento Reflorestamento
Campo Natural Campo Natural Campo Natural Campo Natural
Corpos de Água Corpos de Água Corpos de Água Corpos de Água
Soja Trigo Trigo Soja
Arroz Resteva Campo Arroz
Milho Milho Fumo Fumo
Solo Exposto Solo Exposto Solo Exposto Solo Exposto
78
TABELA 5.2: Variação Temporal da Cobertura do Solo na Sub-Bacia 8573000 com os Respectivos
Coeficientes de Cultura
Uso / K
c
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Usos Urbanos
1
UR UR UR UR UR UR UR UR UR UR UR UR
K
c
(UR)
2
1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18 1,18
Mata Nativa
3
MN MN MN MN MN MN MN MN MN MN MN MN
K
c
(MN)
4
0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Mata Ciliar
5
MC MC MC MC MC MC MC MC MC MC MC MC
K
c
(MC)
6
0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Reflorestamento
7
RF RF RF RF RF RF RF RF RF RF RF RF
K
c
(RF)
8
0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Campo Natural
9
CN CN CN CN CN CN CN CN CN CN CN CN
K
c
(CN)
10
1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Corpos de Água
11
CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA
K
c
(CA)
12
0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94
Soja – Trigo
13
SJ SJ SJ RV RV TG TG TG TG RV PS SJ
K
c
(SJ), (RV), (TG), (PS)
14
1,1 0,9 0,5 0,3 0,3 0,5 0,95 1,1 0,25 0,3 0,4 0,8
Arroz
15
AZ AZ RV RV RV CR CR CR CR PS AZ AZ
K
c
(AZ), (RV), (CR), (PS)
16
1,3 1,0 0,3 0,3 0,3 1,0 1,0 1,0 1,0 0,4 1,1 1,2
Fumo – Milho
17
MI MI MI RV RV RV RV PS FU FU FU FU
K
c
(FU), (MI), (RV), (PS)
18
1,0 1,2 0,8 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,75 1,1 0,8 0,4
Solo Exposto
19
SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE
K
c
(SE)
20
0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4
1
UR = Usos Urbanos
2
K
c
(UR) = coeficiente de cultura para Usos Urbanos’. Valor anual utilizado: 1,18 (equivale aos valores de evaporação do
Tanque).
3
MN = Mata Nativa
4
K
c
(MN) = coeficiente de cultura de ‘Mata Nativa’. Valor anual utilizado: 0,9. Fonte: Argentina (2005).
5
MC = Mata Ciliar
6
K
c
(MC) = coeficiente de cultura de ‘Mata Ciliar’. Valor anual utilizado: 0,9. Fonte: Argentina (2005).
7
RF = Reflorestamento
8
K
c
(RF) = coeficiente de cultura de ‘Reflorestamento’. Valor anual utilizado: 0,9. Fonte: Argentina (2005).
9
CN = Campo Natural
10
K
c
(CN) = coeficiente de cultura de ‘Campo Natural’. Valor anual utilizado: 1,00 (equivale à evapotranspiração de
referência).
11
CA = Corpos de Água
12
K
c
(CA) = coeficiente de cultura paraCorpos de Água’. Valor anual utilizado: 0,94 (corresponde à 80% da evaporação do
Tanque ). Fonte: Tucci (2002).
13
SJ = Soja; RV = Resteva; TG = Trigo; PS = Preparo do Solo
14
K
c
(SJ) = coeficiente de cultura da ‘Soja’. Valores variáveis de acordo com o estádio da cultura. Fonte: Berlato et al. (1985)
/ K
c
(RV) = coeficiente de cultura para Resteva’. Valores utilizados para solo sem cultura, coberto com 25% de vegetação
morta. Fonte: Moreira et al. (2001) / K
c
(TG) = coeficiente de cultura de ‘Trigo’. Valores variáveis de acordo com o estádio
da cultura. Fonte: Matzenauer (1992) / K
c
(PS) = coeficiente de cultura para Preparo do Solo’. Valores utilizados para solo
sem cultura, com 0% de cobertura vegetal morta. Fonte: Moreira et al. (2001).
15
AZ = Arroz; RV = Resteva; CR = Campo Ressurgente; PS = Preparo do Solo
16
K
c
(AZ) = coeficiente de cultura do ‘Arroz’. Valores variáveis de acordo com o estádio da cultura. Fonte: Doorenbos &
Kassam (1994) / K
c
(RV) = coeficiente de cultura para ‘Resteva’. Valores utilizados para solo sem cultura, coberto com 25%
de vegetação morta. Fonte: Moreira et al. (2001) / K
c
(CR) = coeficiente de cultura de ‘Campo Ressurgente’. Valor utilizado:
1,00 (equivalente à evapotranspiração de referência) / K
c
(PS) = coeficiente de cultura para ‘Preparo do Solo’. Valores
utilizados para solo sem cultura, com 0% de cobertura vegetal morta. Fonte: Moreira et al. (2001).
17
FU = Fumo; MI = Milho; RV = Resteva; PS = Preparo do Solo
18
K
c
(FU) = coeficiente de cultura de ‘Fumo’. Valores variáveis de acordo com o estádio da cultura. Fonte: Doorenbos &
Kassam (1994) / K
c
(MI) = coeficiente de cultura de Milho’. Valores variáveis de acordo com o estádio da cultura. Fonte:
Bergamaschi et al. (2001) / K
c
(RV) = coeficiente de cultura para ‘Resteva’. Valores utilizados para solo sem cultura, coberto
com 25% de vegetação morta. Fonte: Moreira et al. (2001) / K
c
(PS) = coeficiente de cultura para ‘Preparo do Solo’. Valores
utilizados para solo sem cultura, com 0% de cobertura vegetal morta. Fonte: Moreira et al. (2001).
19
SE = Solo Exposto
20
K
c
(SE) = coeficiente de cultura para ‘Solo Exposto’. Valores utilizados para solo sem cultura, com 0% de cobertura vegetal
morta. Fonte: Moreira et al. (2001).
79
A multiplicação dos coeficientes de cultura mensais pelos valores mensais de
evapotranspiração de referência (Equação 5.3) foi realizada no ambiente do SIG Spring por
intermédio da Linguagem Espacial Geográfica Algébrica (LEGAL)
4
. Assim, de posse das 126
matrizes de evapotranspiração de referência (out/1969 a mar/1980) e das 12 matrizes de
coeficientes de cultura (janeiro a dezembro), obtiveram-se as 126 grades de evapotranspiração
potencial distribuída na sub-bacia 8573000 de acordo com a cobertura vegetal.
N
EW
S
LEGENDA - cobertura vegetal
Corpos de Água
Fumo - Milho
Reflorestamento
Campo Natural
Soja - Trigo
Arroz
Mata Nativa
Mata Ciliar
Solo Exposto
Usos Urbanos
Rios Pardo e Pardinho
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
FIGURA 5.5: Usos do Solo da Sub-Bacia 8573000
(Fonte: Autor)
4
Um programa em LEGAL consiste de uma seqüência de operações descritas por sentenças organizadas
segundo regras gramaticais, envolvendo operadores, funções e dados espaciais, categorizados segundo o modelo
de dados, e representados em Planos de Informação e mapas cadastrais de um mesmo projeto (INPE, 2005).
80
Armazenamento Máximo de Água no Solo
O armazenamento máximo de água nos solos da sub-bacia foi determinado a partir da
aplicação da seguinte equação:
h x )P(C S
mcmax
=
5.5
onde:
C
c
= umidade do solo na capacidade de campo (L³.L
-
³);
P
m
= umidade do solo no ponto de murchamento (L³.L
-
³);
h = profundidade efetiva do solo (L).
Antes da aplicação da Equação 5.5, tornaram-se necessárias as seguintes operações
adicionais:
a) Ponderação do mapa de solos (Figura 5.6) para a obtenção de superfícies
numéricas de umidade na capacidade de campo (C
c
) e umidade no ponto de
murchamento (P
m
) de acordo com a correlação da Tabela 5.3;
b) Ponderação do mapa de solos para a obtenção de superfícies numéricas de
profundidade efetiva (h), variável ao longo do ano. Neste caso, assumiu-se como
efetiva a profundidade ocupada pelas raízes (em locais com cobertura vegetal), e a
profundidade do solo (em locais com solo exposto e também nos casos em que as
profundidades de raízes assumidas fossem maiores do que a profundidade do solo).
A Tabela 5.4 apresenta os valores utilizados para cada cobertura e para cada mês
do ano. Estes valores representam a profundidade de extração efetiva de água pelas
raízes no processo de evapotranspiração (no caso de ocorrência de cobertura
vegetal) ou de evaporação (no caso de solo sem cobertura vegetal).
TABELA 5.3: Características Físicas dos Solos Consideradas na Determinação da Capacidade
Máxima de Armazenamento de Água
Unidade Taxonômica
Cc
1
Horizonte A (m³.m
-
³)
Pm
2
Horizonte A (m³.m
-
³)
Cc
1
Horizonte B (m³.m
-
³)
Pm
2
Horizonte B (m³.m
-
³)
TBCHa 0,425 0,190 0,430 0,330
PBa 0,345 0,183 0,458 0,328
PEa 0,386 0,154 0,423 0,204
Ce 0,462 0,374 0,495 0,400
Re 0,461 0,340 0,452 0,369
1
Umidade correspondente à sucção de 0,06 atm na curva de retenção
2
Umidade correspondente ao potencial matricial em que a umidade passa a se tornar constante na curva de retenção.
OBS: resultados médios de três repetições.
(Fonte: ECOPLAN, 1997)
81
N
EW
S
LEGENDA - solos
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
FIGURA 5.6: Solos da Sub-Bacia 8573000
(Fonte: Autor)
Condição Inicial de Umidade no Solo
A condição inicial de umidade no solo assumida foi a condição de solo saturado, ou
seja, S
0
S
max
. Verificou-se que a condição inicial não influencia os resultados após o
segundo ano de simulação. Foram testadas diversas condições iniciais, a partir das quais,
obteve-se esta conclusão.
82
TABELA 5.4: Profundidades Consideradas no Armazenamento de Água no Solo
Profundidade efetiva (mm)
Usos
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Usos Urbanos
1
UR UR UR UR UR UR UR UR UR UR UR UR
h
(UR)
2
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Mata Nativa
3
MN MN MN MN MN MN MN MN MN MN MN MN
h (MN)
4
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
Mata Ciliar
5
MC MC MC MC MC MC MC MC MC MC MC MC
h (MC)
6
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
1.200
Reflorestamento
7
RF RF RF RF RF RF RF RF RF RF RF RF
h (RF)
8
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
1.400
Campo Natural
9
CN CN CN CN CN CN CN CN CN CN CN CN
h (CN)
10
200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
Corpos de Água
11
CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA
h (CA)
12
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Soja – Trigo
13
SJ SJ SJ RV RV TG TG TG TG RV PS SJ
h (SJ), (RV), (TG), (PS)
14
400 600 700 PHS
21
PHS 500 900 1100 1100 PHS PHS 300
Arroz
15
AZ AZ RV RV RV CR CR CR CR PS AZ AZ
h (AZ), (RV), (CR), (PS)
16
800 800 PHS PHS PHS PHS 200 200 200 PHS 200 500
Fumo – Milho
17
MI MI MI RV RV RV RV OS FU FU FU FU
h (FU), (MI), (RV), (PS)
18
700 1100 1100 PHS PHS PHS PHS PHS 300 500 500 500
Solo Exposto
19
SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE
h (SE)
20
PHS PHS PHS PHS PHS PHS PHS PHS PHS PHS PHS PHS
1
UR = Usos Urbanos
2
h (UR) = profundidade efetiva para ‘Usos Urbanos’.
3
MN = Mata Nativa
4
h (MN) = profundidade efetiva do uso ‘Mata Nativa’. Fonte: Panitz (2000).
5
MC = Mata Ciliar
6
h (MC) = profundidade efetiva do uso ‘Mata Ciliar’. Fonte: Panitz (2000).
7
RF = Reflorestamento
8
h (RF) = profundidade efetiva do uso ‘Reflorestamento’. Fonte: Panitz (2000).
9
CN = Campo Natural
10
h (CN) = profundidade efetiva do uso ‘Campo Natural’. Fonte: Panitz (2000).
11
CA = Corpos de Água
12
h (CA) = profundidade efetiva do uso ‘Corpos de Água’.
13
SJ = Soja; RV = Resteva; TG = Trigo; PS = Preparo do Solo
14
h (SJ) = profundidade efetiva da ‘Soja’. Fonte: Doorenbos & Kassam (1994) / h (RV) = profundidade efetiva do uso
‘Resteva’ / h (TG) = profundidade efetiva de ‘Trigo’. Fonte: Doorenbos & Kassam (1994) / h (PS) = profundidade efetiva
para ‘Preparo do Solo’.
15
AZ = Arroz; RV = Resteva; CR = Campo Ressurgente; PS = Preparo do Solo
16
h (AZ) = profundidade efetiva do ‘Arroz’. Fonte: Doorenbos & Kassam (1994) / h (RV) = profundidade efetiva para
‘Resteva’ / h (CR) = profundidade efetiva de ‘Campo Ressurgente’ / h (PS) = profundidade efetiva para ‘Preparo do Solo’.
17
FU = Fumo; MI = Milho; RV = Resteva; PS = Preparo do Solo
18
h (FU) = profundidade efetiva de ‘Fumo’. Fonte: Doorenbos & Kassam (1994) / h (MI) = profundidade efetiva do ‘Milho’.
Fonte: Doorenbos & Kassam (1994) / h (RV) = profundidade efetiva para Resteva’ / h (PS) = profundidade efetiva para
‘Preparo do Solo’.
19
SE = Solo Exposto
20
h (SE) = profundidade efetiva para ‘Solo Exposto’.
21
PHS = profundidade dos horizontes superficiais (A, B ou E).
5.1.2. Aplicação do Modelo (Simulação)
A modelagem adotada (descrita no fluxograma da Figura 5.2) foi escrita em
linguagem Pascal por Panitz (2000). A simulação exige que todas as grades numéricas de
entrada estejam em formato Idrisi (extensão .rst). Antes da rodagem do modelo, portanto, foi
necessário transformar as grades, geradas no Spring, para o formato requerido.
83
As matrizes de entrada são listadas abaixo:
a) 126 grades numéricas de precipitação (uma para cada mês da simulação, que
abrange o período de outubro de 1969 a março de 1980);
b) 126 grades numéricas de evapotranspiração (geradas a partir da multiplicação das
evapotranspirações de referência mensais pelos coeficientes de cultura mensais);
c) 12 grades de armazenamento máximo de água no solo (variáveis mês a mês de
acordo com a dinâmica dos usos do solo durante um ano qualquer);
d) 1 grade de condição inicial de armazenamento de água no solo.
O modelo realiza a simulação célula a célula e em cada mês i da simulação, produz
quatro saídas: armazenamento de água no solo, déficit de água no solo, excesso hídrico e
evapotranspiração real, conforme o fluxograma da Figura 5.2.
Armazenamento de Água no Solo
A umidade do solo na capacidade de campo (C
c
) representa uma quantidade de água
que pode ser mantida no solo contra a força da gravidade, sem haver drenagem. Deste limite
até o ponto de murchamento (P
m
), a água só pode ser removida por ação direta da evaporação
ou evapotranspiração das plantas. O armazenamento máximo, portanto, admitido, é aquele
volume que se situa entre estes dois limites, dentro de uma profundidade efetiva do solo.
Déficit de Água no Solo
O déficit de água no solo segue um raciocínio oposto ao armazenamento. Como a
capacidade de campo representa um referencial máximo de água no solo, e o ponto de
murchamento, um referencial mínimo, o déficit é representado pela complementação
necessária para atingir a capacidade de campo.
Evapotranspiração Real
O modelo considera que a evapotranspiração real atinge seu limite máximo (potencial)
sempre que a precipitação for maior do que a evapotranspiração potencial. Neste caso, a
evapotranspiração real será igual à potencial. Quando a evapotranspiração potencial for maior
do que a precipitação, a evapotranspiração real é suprida pela precipitação e pelo
armazenamento de água no solo. Neste caso, o armazenamento de água no solo diminui
exponencialmente, como ilustra o fluxograma da Figura 5.2.
84
Excesso Hídrico
A quantidade de água acima da capacidade de campo é considerada, neste modelo, um
excesso hídrico. Numa situação real, este excesso pode drenar-se por dois caminhos distintos:
através do fluxo interno no solo (subsuperficial) ou do escoamento superficial. Entende-se que
grande parte destas vazões (subsuperficial e superficial) alimentará os cursos de água.
Vazões (Disponibilidade Hídrica Superficial)
Considerando a descrição do item anterior e, na tentativa de avaliar a hipótese de que o
excesso hídrico gerado pelo modelo é, de fato, o responsável pelas vazões escoadas nos
cursos de água, optou-se por estimar as vazões no exutório da sub-bacia 8573000, local com
descargas conhecidas, a partir da concentração dos excessos hídricos gerados após a aplicação
do modelo na sub-bacia de contribuição. Assim, utilizando-se a rotina Extract
5
do Idrisi,
foram obtidas as vazões mensais do período de simulação no exutório da sub-bacia. Os
resultados foram comparados com o registro de vazões do local, e são apresentados mais
adiante, no capítulo referente aos resultados.
Análise Qualitativa do Modelo
A qualidade dos resultados da aplicação do modelo foi avaliada estatisticamente
verificando-se os valores do coeficiente de Nash-Sutcliffe (EF), (Square of the Pearson’s
Product Moment Correlation Coefficient), da relação entre volumes medidos e calculados
(Percent Error PE), do erro padrão (Standard Error or Root Mean Square Error SE) e do
desvio médio (Average Deviation – AD), conforme as Equações 5.6 a 5.10.
5
A operação Extract utiliza um arquivo de feições e um arquivo de dados para produzir um sumário estatístico
dos dados de cada feição. As opções do sumário incluem: total, média, intervalo, desvio padrão, mínimo e
máximo (EASTMAN, 1998). Neste caso, a feição é a sub-bacia 8573000 e o interesse é calcular a soma (total)
dos valores (excessos hídricos) de todas as células que a compõem.
85
5.6
5.7
5.8
5.9
5.10
onde:
i = intervalo de tempo;
O
i
= vazão observada no mês i (m³.s
-1
);
n = número de observações;
Ō = média aritmética das vazões observadas (m³.s
-1
);
P
i
= vazão estimada no mês i (m³.s
-1
);
P
= média aritmética das vazões estimadas (m³.s
-1
);
5.2. Área Irrigada em Projeções Futuras
A metodologia para a estimativa da área orizícola irrigada na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo em projeções futuras foi baseada numa equação de tendência ajustada a dados
históricos de área cultivada na Região, tendo como restrição a área disponível e apta para a
=
=
=
= =
=
=
n
1i
2
i
n
1i
2
ii
n
1i
2
i
n
1i
n
1i
2
ii
2
i
)OO(
)PO(
1
)OO(
)OP()OO(
EF
= =
=
×
×
=
n
1i
n
1i
2
i
2
i
n
1i
2
ii
2
)PP()OO(
))PP()OO((
R
100
O
OP
PE
n
1i
i
n
1i
n
1i
ii
×
=
=
= =
n
)PO(
SE
n
1i
2
ii
=
=
=
=
n
1i
ii
PO
n
1
AD
86
atividade na Bacia. Os horizontes de projeção adotados são os mesmos estabelecidos no Plano
da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Ecoplan, 2005b), ou seja, 4 e 12 anos
6
.
5.2.1. Área Disponível e Apta para a Orizicultura Irrigada
A estimativa do limite máximo de crescimento da atividade orizícola na Bacia do Rio
Pardo foi baseada na existência de solos e regiões aptas para o desenvolvimento da atividade.
A área apta para a orizicultura foi determinada com o auxílio de ferramentas de
geoprocessamento, onde cada fator relevante na análise foi representado em um Plano de
Informação de um Sistema de Informações Geográficas (SIG).
Os fatores considerados na análise espacial foram: declividade, solo, áreas de
preservação e uso atual do solo. Assim, cada um destes fatores foi representado por um Plano
de Informação e, através de operações booleanas
7
do SIG foram geradas restrições de uso de
acordo com os critérios estabelecidos na Tabela 5.5. Num processo de overlay
8
obteve-se, por
fim, o mapeamento das áreas disponíveis e aptas para o desenvolvimento da atividade
orizícola na Bacia.
5.2.2. Projeções da Área Cultivada para 4 e 12 Anos
A segunda etapa do trabalho consistiu na estimativa da evolução da área cultivada com
arroz irrigado na Bacia do Rio Pardo. Esta estimativa baseou-se em dados históricos de safras
da região obtidos junto ao Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA).
A série histórica utilizada continha a área total cultivada com arroz irrigado nas
últimas oito safras (1996/97 a 2003/04), nos cinco municípios que compõem a região
orizícola da Bacia (Tabela 5.6).
6
A Lei Estadual 10.350 de 30 de dezembro de 1994 no seu Art. 22 estabelece que o Plano Estadual de
Recursos Hídricos deve ter horizonte de planejamento não inferior a 12 anos. O Art. 26 estabelece que os Planos
de Bacias Hidrográficas devem ter horizontes de planejamento compatíveis com o horizonte estabelecido no
Plano Estadual. No entanto, o Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo iniciou-se em 2004, antes mesmo da
existência do Plano Estadual. Neste contexto, o Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual de
Meio Ambiente (DRH/SEMA) decidiu que os horizontes de planejamento da Bacia deveriam ser de 4 e 12 anos.
7
Uma operação booleana estabelece restrições a determinadas classes dos Planos de Informações definidas
previamente pelo operador, atribuindo valor 0 (nulo = falso) às áreas a serem desconsideradas e 1 (verdadeiro) às
áreas sem restrições, que devem ser consideradas nos cruzamentos.
8
A operação de overlay realiza a sobreposição de Planos de Informação gerando o mapeamento das interseções.
87
TABELA 5.5: Correlação entre as Classes dos Planos de Informação e a Aptidão para a Atividade
Orizícola
Plano de Informação Classes do PI Restrições
Plana (0 – 3%) Apto
Suave ondulada (3 – 8%) Inapto
Ondulada (8 – 20%) Inapto
Forte ondulada (20 – 45%) Inapto
Montanhosa (45 – 75%) Inapto
Declividade
1
Escarpada (> 75%) Inapto
TBCH Inapto
TRe Inapto
PBa Apto
PBPa Apto
PBPe Apto
PEa Inapto
PLe Apto
Ce Apto
Solo
2
Re Inapto
Áreas de Preservação Permanente Inapto
Unidades de Conservação Inapto
Áreas de Preservação
3
Outros Apto
Matas Apto
Campo Apto
Agricultura Apto
Perímetros Urbanos Inapto
Uso Atual do Solo
4
Corpos d’Água Inapto
1
Foram consideradas aptas as declividades de até 3% (1,4º), baseando-se na máxima declividade em que se observaram
lavouras de arroz no cenário atual a partir do cruzamento do mapa de uso atual com as declividades do terreno.
2
Foram considerados aptos os solos com horizonte B textural a uma profundidade de até 100 cm. A descrição das Unidades
Taxonômicas foi apresentada no Item 4.3.
3
Foram consideradas inaptas as Unidades de Conservação da Bacia e as Áreas de Preservação Permanente ao longo dos
cursos de água (margem de 30 metros para cursos de água de até 10 metros de largura, 50 metros para cursos de 10 a 50
metros, e 100 metros para cursos de 50 a 200 metros de largura) de acordo com a resolução CONAMA 303/2002.
4
Todos os usos identificados a partir da classificação supervisionada de imagem de satélite (Item 4.2) foram considerados
aptos para o desenvolvimento do cultivo de arroz irrigado, com exceção dos perímetros urbanos das sedes municipais da
Bacia e dos corpos hídricos.
TABELA 5.6: Área Cultivada com Arroz Irrigado em Oito Safras Consecutivas nos Municípios da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Safra
96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04
Municípios
Área cultivada com arroz irrigado (ha)
Candelária 6.000 6.500 7.150 7.700 7.700 7.806 7.905 8.000
Rio Pardo 6.500 7.000 7.500 8.000 9.786 9.994 10.200 10.500
Sta Cruz 1.680 1.680 1.840 1.840 1.840 1.579 1.650 1.650
Vale do Sol 1.100 1.100 1.177 1.177 1.177 991 1.041 1.166
Vera Cruz 500 500 535 535 535 1.135 1.135 1.220
Total 15.780 16.780 18.202 19.252 21.038 21.505 21.931 22.316
(Fonte: IRGA – dados de safra)
A partir dos dados da tabela anterior e considerando o percentual de participação da
área orizícola de cada município na Bacia foi determinada a área cultivada em cada safra
(Tabela 5.7).
88
TABELA 5.7: Área Cultivada com Arroz Irrigado em Oito Safras Consecutivas nas Áreas Municipais
Inseridas na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Safra
96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02
02/03 03/04
Municípios
Área
orizícola na
Bacia (%)
1
Área cultivada com arroz irrigado (ha)
Candelária 44,44 2.629 2.848 3.132 3.373 3.373 3.420 3.463 3.555
Rio Pardo 15,68 1.020 1.098 1.176 1.255 1.535 1.568 1.600 1.647
Sta Cruz 51,09 831 831 910 910 910 781 816 843
Vale do Sol 100,00 1.100 1.100 1.177 1.177 1.177 991 1.041 1.166
Vera Cruz 100,00 500 500 535 535 535 1.135 1.135 1.220
Total na Bacia -- 6.079 6.377 6.931 7.250 7.531 7.894 8.055 8.431
1
Percentual obtido a partir da imagem classificada de jan/2002 (Item 4.2) cruzada com as áreas municipais internas à Bacia e
calibradas de acordo com os dados da safra 2001/2002 do IRGA.
Aos valores totais cultivados observados na Bacia foi ajustada uma equação e, com
ela, estimadas as áreas cultivadas projetadas para os horizontes de 4 e 12 anos (safras
2008/2009 e 2016/2017).
5.3. Cenários Futuros de Demanda Hídrica para a Irrigação
Dentro da área orizícola projetada na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo para os
horizontes de 4 e 12 anos, que correspondem, respectivamente, às safras de 2008/2009 e
2016/2017, foram estabelecidos dois cenários distintos de demanda hídrica. Estes cenários são
caracterizados por diferentes combinações tecnológicas relacionadas com o manejo das
lavouras de arroz que, quando integradas, implicam em diferentes demandas hídricas para a
irrigação.
De acordo com IRGA (2006), dados da safra 2004/2005 mostram que cerca de 60%
das lavouras dos municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo são
sistematizadas, sendo esta sistematização caracterizada, entre outras coisas, pela inexistência
de diferença de nível entre as taipas que circundam os quadros das lavouras. A SOSBAI
(2005) denomina esta forma de adequação do terreno de sistematização em nível. Dentro
deste percentual sistematizado, em 55% são utilizados sistemas de semeadura em solo
inundado incluindo, neste caso, os sistemas mix e pré-germinado e em 5%, sistemas de
semeadura em solo seco (convencional, mínimo ou plantio direto). As lavouras não
sistematizadas somam cerca de 40% e nelas são utilizados somente sistemas de semeadura em
solo seco.
Apesar destes percentuais gerais, pode-se verificar a existência de duas áreas
orizícolas bastante distintas na Bacia do Rio Pardo. Na porção central (municípios de Vera
Cruz, Vale do Sol e Santa Cruz do Sul) o encontradas lavouras de pequenas dimensões
caracterizadas, quase que integralmente, pela organização do terreno em vel, com o
predomínio do sistema de semeadura pré-germinado. Nos municípios de Candelária, e,
89
principalmente no município de Rio Pardo, são encontradas lavouras maiores, com
predominância dos sistemas de semeadura em solo seco e um percentual de áreas
sistematizadas inferior ao restante da Bacia.
Com relação às cultivares de arroz, Andrade & Rabuski (2005) afirmam que 50% dos
produtores da Região utilizam variedades de ciclo longo (136 a 150 dias), 30%, de ciclo
médio (121 a 135 dias) e apenas 20%, ciclo precoce (106 a 120 dias). As cultivares
preferencialmente utilizadas são a EPAGRI 108 (ciclo longo), BR IRGA 409, BRS 7
“TAIM”, BR IRGA 410, EL PASO L 144 e QUALIMAX 1 (ciclo médio) e IRGA 417, IRGA
419, IRGA 420 e IRGA 418 (ciclo precoce).
Partindo da configuração dos sistemas de produção
9
no cenário atual (safra
2003/2004), os cenários futuros foram estabelecidos seguindo as tendências apontadas por
técnicos e produtores de arroz da Bacia do Rio Pardo, conforme descrito a seguir. O cenário
atual pode ser conferido nas Tabelas 5.8 e 5.9.
TABELA 5.8: Participação Percentual dos Sistemas de Produção no Cenário Atual (safra 2003/2004)
dos Municípios Pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Municípios
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo inundado (%)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo seco (%)
Áreas não sistematizadas e
semeadura em solo seco (%)
Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo
Candelária 8,5 12,8 21,3 1,4 2,1 3,5 10,1 15,2 25,3
Rio Pardo 6,8 10,2 17,0 1,5 2,3 3,9 11,7 17,5 29,2
Santa Cruz 15,8 23,7 39,5 2,1 3,2 5,3 2,1 3,2 5,3
Vale do Sol 12,8 19,2 32,1 1,2 1,7 2,9 6,0 9,0 15,1
Vera Cruz 11,3 16,9 28,2 0,0 0,0 0,0 8,7 13,1 21,9
11,0 16,6 27,6 1,2 1,9 3,1 7,7 11,6 19,3
Total nos
Municípios
55,2 6,2 38,6
(Fonte: adaptado dos dados da safra 2003/2004 - IRGA)
TABELA 5.9: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Atual (safra 2003/2004)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo inundado (ha)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo seco (ha)
Áreas não sistematizadas e
semeadura em solo seco (ha)
UE
1
Área Total
Cultivada (ha)
Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo
An 185,0 20,9 31,4 52,3 0,0 0,0 0,0 16,1 24,1 40,2
APb 5,0 0,6 1,0 1,6 0,1 0,1 0,2 0,3 0,5 0,8
BPb 638,0 81,2 121,8 203,0 0,0 0,0 0,0 46,4 69,6 116,0
BPi 880,2 133,4 200,1 333,5 11,5 17,3 28,9 31,1 46,6 77,7
BPo 1.309,3 129,4 194,1 323,5 0,0 0,0 0,0 132,5 198,7 331,2
MPi 141,0 22,0 33,0 55,0 2,7 4,0 6,7 3,5 5,3 8,9
MPo 92,0 11,9 17,8 29,7 1,0 1,5 2,4 5,5 8,3 13,8
SMPo 5.181,0 435,2 652,8 1.088,0 62,2 93,3 155,4 538,8 808,2 1.347,1
Bacia 8.431,5 834,6 1.252,0 2.086,6 77,4 116,1 193,5 774,2 1.161,4 1.935,6
9,9 14,8 24,7 0,9 1,4 2,3 9,2 13,8 23,0
Bacia -
%
100
49,5 4,6 45,9
1
Divisão proposta pelo Comitê Pardo para os estudos referentes ao Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, conforme
explicado no Item 4.5.
9
Entende-se por sistema de produção, nesta dissertação, cada arranjo combinado de forma de adequação do
terreno da lavoura, tamanho do ciclo da cultivar e condição de semeadura das sementes de arroz.
90
5.3.1. Tendencial
A distribuição percentual dos sistemas de produção na área total cultivada nas safras de
2008/2009 (4 anos) e de 2016/2017 (12 anos) no cenário Tendencial foi realizada conforme o
cenário atual (safra 2003/2004), modificado por suposições de técnicos do Instituto Rio-
Grandense do Arroz (IRGA) e produtores de arroz atuantes na Região, de acordo com as
tendências por eles previstas, levantadas em uma consulta realizada em julho de 2005 no
Núcleo de Assistência Técnica do IRGA de Rio Pardo.
De acordo com a consulta realizada, puderam ser levantadas as seguintes tendências
para os próximos anos:
a) Diminuição do percentual de produção de arroz com sistemas de semeadura em solo
inundado (pré-germinado e mix):
Esta tendência é atribuída ao Sistema de Produção Clearfield
10
(CLEARFIELD, 2004),
desenvolvido pelo IRGA em parceria com a BASF, e que tem por objetivos
disponibilizar aos produtores um conjunto de tecnologias para controle eficiente do
arroz vermelho, principal invasora da cultura, responsável por reduções de até 20% no
rendimento de grãos. O Sistema preconiza a utilização de sementes da cultivar IRGA
422 CL e do herbicida Only (da BASF). A cultivar IRGA 422 CL foi produzida com
genes de tolerância ao herbicida Only, que controla o arroz vermelho. O Sistema de
Produção Clearfield surgiu como uma ferramenta alternativa de controle da invasora,
muito mais eficiente que outros métodos disponíveis, os quais oferecem maior risco
ambiental ou maiores custos de produção, como a rotação de culturas e os sistemas de
semeadura em solo inundado, como o pré-germinado (CLEARFIELD, 2004).
A tendência de substituição da semeadura em solo inundado por semeadura em solo
seco pôde ser constatada na safra 2004/2005, onde se verificou a adoção da
semeadura em solo seco em áreas que anteriormente haviam sido sistematizadas para
implantação do pré-germinado; no entanto, a principal causa para esta substituição, até
então, eram os altos custos associados com mão-de-obra e manutenção de máquinas nos
sistemas de semeadura em solo inundado.
10
O sistema Clearfield de produção de arroz consiste no uso de cultivares portadoras de genes que conferem
resistência a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas, através de mutação induzida. Atualmente, as
cultivares recomendadas para uso neste sistema são a IRGA 422 CL e TUNO CL e Only® é o herbicida
registrado e recomendado para a aplicação nestas lavouras (SOSBAI, 2005).
91
Para Andrade & Rabuski (2005) pode-se considerar que a diminuição dos sistemas de
semeadura em solo inundado dar-se-á de forma linear ao longo das safras, a uma taxa de
5% ao ano, chegando a um patamar de 20% da área total. Este percentual representa a
parcela de produtores que têm obtido altas produtividades e grande sucesso com os
sistemas de semeadura em solo inundado, em especial o pré-germinado. Por este
motivo, estes produtores têm grande probabilidade de permanecer utilizando estes
sistemas de cultivo nos próximos anos.
b) Aumento de áreas sistematizadas em nível:
Mesmo sem o intuito de utilizar os sistemas de cultivo de semeadura em solo inundado,
é previsto o aumento da sistematização das lavouras de arroz da Região. Até há algumas
safras atrás, a grande maioria dos orizicultores sistematizavam suas terras unicamente
para a utilização do pré-germinado cuja principal vantagem é o controle mais eficiente
de plantas daninhas. Porém, muitos produtores estão se conscientizando cada vez mais
das melhorias sucedidas quando a área é sistematizada, mesmo para o estabelecimento
de um sistema de semeadura em solo seco. Estas melhorias constituem, entre outras, em
condições mais favoráveis para a semeadura, aplicação de defensivos e adubos e
economia de água. A taxa de aumento de áreas sistematizadas sugerida é de 2% ao ano.
Quanto à sistematização em desnível, acredita-se muito pouco no investimento dos
orizicultores nesta forma de adequação, pois as vantagens da sistematização em nível
são maiores, devido à maior facilidade de manejo das lavouras, e porque os custos de
implantação de ambos são similares. Além disso, a região em estudo possui extensas
áreas com topografia adequada à sistematização em nível (ANDRADE & RABUSKI,
2005).
c) Substituição de cultivares de ciclo longo por cultivares de ciclo precoce:
Num horizonte próximo, a tendência é a utilização cada vez maior de cultivares de ciclo
precoce, como IRGA 417, IRGA 419, IRGA 420, IRGA 418 e, principalmente, IRGA
422 CL. Hoje, cerca de 20% das lavouras da Região utilizam cultivares precoces, no
entanto, com o lançamento da IRGA 422 CL acredita-se que este percentual possa dar
um salto nas próximas safras e subir para 50%. Cultivares de ciclo médio (BR IRGA
409, BRS 7 “TAIM”, BR IRGA 410, EL PASO L 144 e QUALIMAX 1) continuarão na
faixa de 30%; as de ciclo longo (EPAGRI 108 e EPAGRI 109), substituídas por
cultivares precoces, diminuirão para cerca de 20%.
92
Neste sentido, para o horizonte de 4 anos, foram considerados cenários com 50% de
cultivares precoce, 30% de cultivares de ciclo médio e 20% de ciclo longo. Na projeção
de 12 anos, considerou-se uma distribuição muito similar, apenas com menor percentual
de ciclo longo (10%) e maior de ciclo médio (40%). Acredita-se que, nos próximos
anos, cultivares de ciclo médio poderão ser utilizadas também no sistema Clearfield,
devido ao melhoramento genético de variedades existentes.
A equação básica para aplicação das taxas de crescimento/decaimento sobre os
percentuais atuais está mostrada abaixo:
(
)
n
m 1 x VPFV += 5.11
onde:
VF = valor futuro (%);
VP = valor presente (%);
m = taxa (%);
n = tempo (anos).
5.3.2. Otimista
Um cenário alternativo foi estabelecido considerando-se mudanças acentuadas nos
padrões tecnológicos de manejo das lavouras de arroz irrigado. Este cenário, denominado
‘cenário Otimista’, foi fundamentado nos efeitos de programas existentes que priorizam
práticas de manejo que visam o aumento da produtividade e, ao mesmo tempo, determinam
reduções no uso da água. Desta forma, consideraram-se, especialmente, os efeitos promovidos
através da implementação do Projeto 10 (“Estratégias e Manejo para Aumento de
Produtividade, Competitividade e Sustentabilidade da Lavoura de Arroz do Rio Grande do
Sul”) e do Sistema de Produção Clearfield, ambos integrantes do Programa Arroz RS (IRGA,
2004a), lançado em 2003 pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul.
O Projeto 10 (IRGA, 2004b), desenvolvido pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz
(IRGA), tem por objetivos aumentar a produtividade média das lavouras do Estado em uma
tonelada por hectare num prazo de 4 anos, reduzir o custo de produção e o impacto ambiental
e melhorar a qualidade do produto. O Projeto é baseado na transferência de tecnologia entre
produtores e órgãos de pesquisa. Entre as estratégias promovidas, está o adequado manejo da
93
água e a sistematização de lavouras. Segundo o Projeto 10, a sistematização das áreas de solos
de várzea é um fator importante na mudança do padrão tecnológico da lavoura de arroz, pois
permite melhor planejamento dos sistemas de irrigação e drenagem, melhor aproveitamento
da área útil da lavoura, melhor condição de implantação e desenvolvimento da cultura e
manutenção de lâmina de água mais baixa e mais uniforme, resultado em economia de água.
Desta forma, os cenários otimistas das projeções de 4 e 12 anos foram estabelecidos
considerando a taxa de crescimento de 5% ao ano nas áreas sistematizadas em nível em
relação ao cenário atual e uso de 100% da área com cultivares precoces, que possuem ciclo de
menor duração e, conseqüentemente, menor consumo de água durante a safra. Neste cenário
alternativo, o sistema de semeadura em solo inundado foi considerado da mesma forma feita
no caso do cenário Tendencial, ou seja, diminuindo à taxa de 5% ao ano, porém, nunca
baixando para aquém de 20%, parcela que representa produtores que já implantaram o sistema
e que estão satisfeitos com os bons resultados.
É interessante ressaltar que os cenários caracterizados anteriormente foram
determinados junto com o Comi Pardo, o Núcleo de Assistência Técnica do IRGA e a
Associação dos Arrozeiros de Rio Pardo, retratando com fidelidade a realidade da orizicultura
da Bacia, sendo, inclusive utilizados como subsídio para elaboração do Plano da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo. É importante destacar também que estas tendências não podem ser
generalizadas para o restante do Estado, visto que elas estão associadas a características locais
da Bacia, especialmente sócio-culturais, que são bastante divergentes do restante do Estado,
especialemente da Fronteira Oeste. Para Silva (2006), contrariando a tendência levantada para
a Bacia do Rio Pardo, a tendência geral é de que os sistemas de semeadura em solo inundado
aumentem no Rio Grande do Sul, especialmente associados ao Sistema Clearfield, para
combater com maior eficiência o arroz vermelho, além de outros benefícios.
5.4. Demanda Hídrica dos Cenários Atual e Futuros
As demandas hídricas consuntivas relevantes na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
referem-se ao abastecimento humano, à dessedentação animal, ao uso industrial e à irrigação
de arroz. A demanda hídrica para irrigação é a de maior expressividade na Bacia, sendo que a
cultura de maior destaque neste contexto, principalmente pela quantidade de água exigida, é o
arroz. Identificam-se, ainda, outras lavouras irrigadas com demandas hídricas de menor
magnitude, constituídas basicamente de fumo, soja, milho, horticultura e fruticultura que,
juntas, respondem por menos de 0,6% do volume total demandado (ECOPLAN, 1997). Por
este motivo, estas demandas foram desconsideradas neste trabalho.
94
O objetivo deste item é apresentar apenas a metodologia proposta para determinação das
demandas hídricas para irrigação de arroz, uma vez que as estimativas para os demais setores
usuários citados foram realizadas, para o cenário atual por Ecoplan (2005a) e para os cenários
futuros por Ecoplan (2005b), tendo seus resultados aprovados pelo ComiPardo. Julgaram-
se, desta forma, os resultados existentes oportunos e adequados para utilização no presente
estudo. Os mesmos, no entanto, serão apresentados posteriormente no Item 6.4, juntamente
com os resultados da metodologia ora apresentada, que tratará apenas da demanda para
irrigação de arroz.
A metodologia para estimativa da demanda hídrica para irrigação está baseada no
modelo matemático proposto por Fietz et al. (1986), Fietz (1987) e Beltrame & Louzada
(1991), o qual foi adaptado a um Sistema de Informações Geográficas (SIG). Neste caso, o
SIG utilizado foi o software Spring 4.2 (INPE, 1996). O modelo proposto estima a
necessidade de água na irrigação por inundação por intermédio de um balanço de volumes. A
equação que representa este balanço é apresentada a seguir.
plssm
PFLSETI ++++= 5.12
sendo:
I = lâmina de irrigação (L);
ET
m
= evapotranspiração do arroz (L);
S
s
= saturação do perfil do solo (L);
L
s
= lâmina superficial (L);
F
l
: fluxo lateral (L);
P
p
: percolação profunda (L).
O modelo não considera a precipitação pluvial e eventuais perdas na condução entre o
ponto de captação e a entrada da área irrigada.
Em virtude de ser composto por variáveis espaciais, integrou-se o modelo a um Sistema
de Informações Geográficas onde cada termo da Equação 5.12 foi representado em um Plano
de Informação numérico (grade numérica) do software Spring 4.2, permitindo, desta forma, o
aproveitamento espacial das inúmeras combinações possíveis entre as demandas referentes a
95
cada um dos fatores. Assim, para cada cenário estabelecido na Bacia, foi calculada a demanda
hídrica através da soma algébrica das grades numéricas dos Planos de Informação
representantes dos fatores da equação do modelo. O intervalo de cálculo das demandas
adotado foi o decêndio.
Os sub-itens que seguem expõem cada termo separadamente e explicam como os
mesmos foram representados e calculados no SIG.
5.4.1. Evapotranspiração
A demanda evapotranspirativa decendial média da cultura do arroz foi calculada através
da Equação 5.3, apresentada no Item 5.1. A evapotranspiração de referência foi obtida a partir
da expressão de Doorenbos & Pruitt (1976) representada pela Equação 5.4. O Anexo A3
apresenta as tabelas com as médias dos valores decendiais medidos do Tanque Classe A das
estações selecionadas e a evapotranspiração de referência calculada. São apresentados apenas
os valores para os meses relevantes nos estudos desta dissertação (meses de irrigação =
outubro a fevereiro).
Coeficiente de Cultura (K
c
)
Na Tabela 5.10 são apresentados os valores do coeficiente de cultura para os diferentes
períodos de desenvolvimento da cultura do arroz, segundo Fietz (1987).
TABELA 5.10: Coeficiente de Cultura do Arroz em Distintos Períodos de Desenvolvimento em
Cachoeirinha (RS)
Período Descrição Duração (dias) K
c
Vegetativo Emergência - DPF
1
52 1,6
Reprodutivo (1) DPF
1
– Floração 24 2,1
Reprodutivo (2) Floração – Maturação 40 1,4
1
DPF = Diferenciação do primórdio floral
(Fonte: FIETZ, 1987)
Os períodos de semeadura dos diferentes sistemas de produção foram considerados
conforme mostrado na Tabela 5.11. A Tabela 5.12 apresenta a forma como os coeficientes
foram adaptados à duração total do ciclo das cultivares consideradas.
96
TABELA 5.11: Período de Semeadura Considerados nos Diferentes Sistemas de Produção
Sistema de
Produção
1
Descrição Decêndio em que ocorre a semeadura
SN-SSI-P Sistematização em nível, semeadura em solo inundado, ciclo precoce Terceiro decêndio de outubro (out/03)
SN-SSI-M Sistematização em nível, semeadura em solo inundado, ciclo médio Segundo decêndio de outubro (out/02)
SN-SSI-L Sistematização em nível, semeadura em solo inundado, ciclo longo Primeiro decêndio de outubro (out/01)
SN-SSS-P Sistematização em nível, semeadura em solo seco, ciclo precoce Primeiro decêndio de novembro (nov/01)
SN-SSS-M Sistematização em nível, semeadura em solo seco, ciclo médio Terceiro decêndio de outubro (out/03)
SN-SSS-L Sistematização em nível, semeadura em solo seco, ciclo longo Segundo decêndio de outubro (out/02)
N-SSS-P Não sistematizado, semeadura em solo seco, ciclo precoce Primeiro decêndio de novembro (nov/01)
N-SSS-M Não sistematizado, semeadura em solo seco, ciclo médio Terceiro decêndio de outubro (out/03)
N-SSS-L Não sistematizado, semeadura em solo seco, ciclo longo Segundo decêndio de outubro (out/02)
1
Sistema de Produção = combinação entre tipo de adequação do terreno (sistematizado ou não sistematizado), ciclo de
desenvolvimento da cultivar (precoce, médio ou longo) e condição de semeadura (solo seco ou solo inundado).
TABELA 5.12: Coeficientes de Cultura do Arroz Utilizados nos Diferentes Decêndios da Simulação
de Acordo com o Ciclo de Desenvolvimento, Sistematização do Solo e Condições de Semeadura
Mês outubro novembro dezembro janeiro fevereiro
Decêndio 2º 1º 1º 2º Dias de irrigação
Sistema
1
Coeficientes de Cultura (K
c
)
SN-SSI-P - 0 0 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 102
SN-SSI-M - 0 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 123
SN-SSI-L - 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 133
SN-SSS-P - 0 0 0 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 92
SN-SSS-M - 0 0 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 102
SN-SSS-L - 0 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 113
N-SSS-P - 0 0 0 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 92
N-SSS-M - 0 0 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 102
N-SSS-L - 0 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 - - 113
1
Sistema = combinação entre tipo de adequação do terreno (sistematizado ou não sistematizado), ciclo de desenvolvimento da
cultivar (precoce, médio ou longo) e condição de semeadura (solo seco ou solo inundado), de acordo com a terminologia que
segue: SN = lavoura sistematizada em nível / N = lavoura não sistematizada / SSI = semeadura em solo inundado / SSS =
semeadura em solo seco / P = cultivar de ciclo precoce / M = cultivar de ciclo médio / L = cultivar de ciclo longo
Representação no SIG
Foram criados 12 Planos de Informação (PI’s) numéricos representantes da variável
evapotranspiração de referência, um para cada decêndio do período (2º decêndio de outubro
ao decêndio de fevereiro), e 12 PI’s numéricos representantes dos coeficientes de cultura,
da mesma forma, um por decêndio. É importante ressaltar que para cada cenário estabelecido
(Atual, Tendencial 4 anos, Tendencial 12 anos, Otimista 4 anos e Otimista 12 anos)
foram criados 12 PI’s diferentes de coeficiente de cultura, pois os mesmos diferem quanto às
proporções de cada sistema de produção.
Optou-se pela utilização do método dos Polígonos de Thiesen para a determinação da
área de influência de cada posto meteorológico considerado no modelo (estações Herveiras,
Candelária, Rio Pardo e Sinimbu). A partir do georreferenciamento das estações no SIG,
foram traçados os polígonos em um Plano de Informação temático (Figura 5.4, apresentada no
Item 5.1). Este PI foi, então, transformado em 12 grades numéricas (uma por decêndio)
97
através da rotina de ponderação dos Polígonos de Thiesen, onde se atribuiu a cada polígono o
seu correspondente valor decendial de evapotranspiração de referência.
Da mesma forma, partindo-se dos Planos de Informação temáticos representantes dos
sistemas de produção de arroz
11
de cada cenário estabelecido na Bacia, foram geradas, através
da rotina de ponderação do SIG, 60 grades numéricas (12 grades para cada cenário) com os
valores decendiais dos coeficientes de cultura, de acordo com a correlação apresentada
anteriormente, na Tabela 5.12.
O cálculo da demanda evapotranspirativa procedeu-se através da multiplicação das
grades de evapotranspiração de referência e de coeficiente de cultura, conforme a expressão
da Equação 5.13. Nas condições do manejo adotado nas lavouras de arroz irrigado, onde a
cultura está sempre bem suprida de água, a evapotranspiração potencial corresponde à
evapotranspiração real.
ici0im
)K(x)(ET )(ET
=
5.13
sendo:
(ET
m
)
i
= demanda evapotranspirativa do decêndio i (mm);
(ET
0
)
i
= evapotranspiração de referência do decêndio i (mm);
(K
c
)
i
= coeficiente da cultura do arroz irrigado do decêndio i (adimensional).
Esta operação foi realizada por intermédio da Linguagem Espacial Geográfica
Algébrica (LEGAL) do Spring.
Desta forma, obtiveram-se 12 Planos de Informação numéricos de demanda
evapotranspirativa (ET
m
) para cada cenário de demanda hídrica estabelecido (Atual,
Tendencial - 4 anos, Tendencial - 12 anos, Otimista - 4 anos e Otimista - 12 anos), totalizando
60 PI’s.
5.4.2. Saturação do Perfil do Solo
A estimativa da demanda hídrica para a saturação do perfil do solo partiu da
necessidade de determinação de dois atributos físicos dos solos da Região: porosidade e
profundidade da camada impermeável (ou do lençol freático). Além disso, foi necessário
11
Entende-se por sistema de produção, neste documento, cada arranjo combinado de forma de adequação do
terreno da lavoura, tamanho do ciclo da cultivar e condição de semeadura das sementes de arroz.
98
admitir uma condição inicial de umidade no solo. A expressão para o cálculo da demanda
para a saturação do solo é dada, conforme o modelo proposto, por:
prof x )θ(PS
iss
=
5.14
sendo:
P
s
= porosidade do solo (adimensional);
θ
i
= umidade volumétrica imediatamente anterior ao início da irrigação (adimensional);
prof = profundidade do solo até a camada impermeável ou lençol freático (L).
Profundidade do Solo (prof)
A determinação da profundidade de saturação do solo foi baseada em dados
pedológicos secundários obtidos em trabalhos de campo (Tabela 5.13). Estes dados são
resultado de ensaios realizados em 1997, ocasião na qual foram levantadas informações
referentes à descrição morfológica dos perfis de solo das principais unidades taxonômicas que
ocorrem na Bacia do Rio Pardo, coletadas amostras para as análises de densidade de
partículas e de densidade do solo, curva de retenção e feitos ensaios de infiltração.
TABELA 5.13: Características Morfológicas Consideradas na Determinação da Profundidade do Solo
para a Estimativa da Necessidade Hídrica para a Saturação
Unidade
Taxonômica
Profundidade dos Horizontes
(cm)
Relevo Drenagem
Altitude
(m)
TBCHa
A: 0-30 / AB: 30-50 / BA: 50-
75 / Bt: 75-100+
Ondulado-Forte ondulado Bem drenado 500
TRe
A: 0-30 / AB: 30-70 / BA: 70-
110 / Bt: 110+
Ondulado Bem drenado 200
PBa
A: 0-25 / Bt1: 25-50 / Bt2: 50-
80+
Ondulado Bem drenado 600
PBPa
A: 0-20 / Bt1: 20-60 / Bt2: 60-
100+
Suave ondulado
Imperfeitamente
drenado
100
PBPe
A: 0-30 / Bt1: 30-60 / Bt2: 60-
90+
Suave ondulado
Imperfeitamente
drenado
100
PEa
A: 0-30 / AB: 30-60 / BA: 60-
100 / Bt: 100+
Suave ondulado Bem drenado 150
PLe
A: 0-20 / AE: 20-50 / E: 50-
60 / Bt: 60-100+
Suave ondulado Mal drenado 150
Ce
A: 0-20 / AB: 20-50 / BA: 50-
80 / Bt: 80+
Plano
Moderadamente
drenado
100
Re A: 0-30 / B: 30-80 / R: 80+ Montanhoso Bem drenado 300
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 1997)
As considerações das características morfológicas apresentadas na tabela anterior na
determinação da profundidade dos solos se deram da seguinte forma:
99
a) Solos de várzea com horizonte B textural a mais de 50 cm de profundidade:
localizados na porção baixa da Bacia, em altitudes que variam de 100 a 150
metros, estes solos possuem lençol freático bastante superficial (cerca de 50 cm), o
que, independente da textura dos horizontes do perfil, atua como uma camada de
impedimento à percolação hídrica vertical. É o caso das unidades taxonômicas
PLe, Ce e algumas unidades de mapeamento da unidade taxonômica PEa.
b) Solos de várzea com horizonte B textural a menos de 50 cm de profundidade:
também em altitudes que variam de 100 a 150 metros, estes solos se caracterizam
pela localização do horizonte B textural muito superficialmente, a menos de 50
cm. Neste caso, assumiu-se a profundidade deste horizonte como a camada
impermeável. É o caso das unidades taxonômicas PBPa, PBPe e PBa.
c) Solos da porção médio-alta da Bacia, sobre relevos suave ondulado, ondulado ou
forte ondulado: para estes solos admitiu-se o horizonte B textural como a camada
de impedimento à percolação hídrica vertical. Este é o caso das unidades
taxonômicas TBCHa, TRe e algumas unidades de mapeamento da unidade
taxonômica PEa.
d) Solos rasos da porção dia da Bacia: caracterizados pelo baixo grau de
intemperismo e relevo montanhoso, estes solos apresentam baixa profundidade,
com ocorrência de rocha dura (horizonte R) sob os horizontes superficiais (A, E ou
B). Neste caso, adotou-se a profundidade do horizonte R como a camada
impermeável; esta situação ocorre apenas na unidade taxonômica Re.
Porosidade do Solo (P
s
)
A partir dos dados de campo levantados nos estudos de 1997 (Tabela 5.14), a
porosidade dos solos foi calculada mediante a seguinte relação:
D
DD
P
p
sp
s
= 5.15
onde:
P
s
= porosidade do solo (adimensional);
D
p
= densidade de partículas (M.L
-
³);
D
s
= densidade do solo (M.L
-
³).
100
TABELA 5.14: Características Físicas Consideradas na Determinação da Porosidade dos Solos para a
Estimativa da Necessidade Hídrica para a Saturação
Unidade Taxonômica Densidade de Partículas
1
(Kg.m
-
³) Densidade do Solo
1
(Kg.m
-
³)
TBCHa 2,38 1,26
TRe 2,44 1,16
PBa 2,59 1,42
PBPa 2,45 1,27
PBPe 2,40 1,29
PEa 2,53 1,31
PLe 2,44 1,36
Ce 2,42 1,28
Re 2,40 1,30
1
Valores médios dos horizontes situados acima da camada de impedimento considerada (horizonte B textural ou lençol
freático)
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 1997)
Umidade Inicial (θ
i
)
O solo foi considerado inicialmente saturado (umidade inicial = porosidade do solo)
nos Sistemas de Semeadura em Solo Inundado (SSI), uma vez que estas lavouras são
preparadas antecipadamente em condições de encharcamento para a formação de lama
(situação necessária nos sistemas de semeadura em solo inundado em áreas sistematizadas).
Nestes casos, a condição de encharcamento é obtida mediante as chuvas de setembro, sem
haver necessidade de utilização das águas dos mananciais hídricos. Este procedimento é muito
comum e está de acordo com a realidade do local (ANDRADE & RABUSKI, 2005). Nos
Sistemas de Semeadura em Solo Seco (SSS), por outro lado, considerou-se umidade inicial
correspondente à umidade na capacidade de campo; a Norma NBR 14144 da ABNT
recomenda que seja utilizado o potencial de 0,06 atm como o indicador desta umidade.
Representação no SIG
A partir de um Plano de Informação temático com a espacialização das unidades de
mapeamento ocorrentes na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo foi realizada uma ponderação de
classes, gerando-se dois Planos de Informação numéricos: um com valores de profundidade
de saturação, e o outro, com a porosidade dos solos. A Tabela 5.15 apresenta as unidades de
mapeamento ocorrentes na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo e os respectivos valores de
profundidade adotados e de porosidade calculados, conforme descrito anteriormente, e
utilizados na ponderação das classes.
101
TABELA 5.15: Profundidade de Saturação e Porosidade dos Solos Adotadas nas Unidades de
Mapeamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Unidade Condicionante
1
Profundidade
(mm)
Porosidade
TBCHa2 Horizonte B textural 750 0,47
TBCHa3 Horizonte B textural 750 0,47
TRe5 Horizonte B textural 1.100 0,52
PBa2 Horizonte B textural 250 0,45
PBPa2 Horizonte B textural 200 0,48
PBPe3 Horizonte B textural 300 0,46
PEa1 Lençol Freático 500 0,48
PEa8 Horizonte B textural 1.000 0,48
PEa9 Horizonte B textural 1.000 0,48
PLe Lençol Freático 500 0,44
Ce Lençol Freático 500 0,47
Re Rocha 800 0,46
1
Característica admitida como condicionante do impedimento à percolação hídrica profunda e que limita a profundidade
efetiva de saturação do solo
A obtenção da grade numérica de umidade inicial necessitou de duas operações
subseqüentes. Partindo-se do mapeamento das unidades de solo (a) e do mapeamento dos
sistemas de produção de cada cenário (b) realizou-se o cruzamento
12
entre (a) e (b), seguido
de uma ponderação das classes resultantes do cruzamento, assumindo-se o valor da umidade
no potencial matricial de 60 cm como a umidade inicial dos sistemas de semeadura em solo
seco, e da porosidade do solo nos sistemas de semeadura em solo inundado.
Ao todo foram gerados 7 Planos de Informação: um de profundidade, um de
porosidade e 5 de umidade inicial do solo (um para cada cenário).
Com a utilização da linguagem LEGAL, aplicou-se a Equação 5.14, obtendo-se a
necessidade hídrica para a saturação do solo. Esta demanda foi designada apenas ao primeiro
decêndio de cada sistema, visto que, uma vez saturado o solo, posteriormente, as demandas
predominantes passam a ser a lâmina superficial, a evapotranspiração e o fluxo lateral.
5.4.3. Lâmina Superficial
A demanda hídrica para a formação da lâmina superficial das lavouras foi determinada
a partir de informações de técnicos do órgão de pesquisa atuante na Região (IRGA), os quais,
por assistirem tecnicamente os produtores da Bacia, possuem informações bastante
atualizadas sobre o manejo da água de irrigação. Assim, conforme Andrade & Rabuski
(2005), a altura da lâmina de irrigação é função unicamente da forma de adequação do terreno
(se sistematizado ou não) sendo que a lâmina em lavouras sistematizadas em nível é mantida a
12
Cruzamento: operação que consiste na combinação das informações de dois Planos de Informação e que gera
um terceiro PI com as informações combinadas das classes dos PI’s cruzados.
102
uma altura uniforme de cerca de 6 cm, enquanto que a lâmina em lavouras não sistematizadas
cujo microrelevo entre as taipas é bastante desuniforme varia de 4-6 cm nas imediações
das taipas de montante a 20-24 cm nas taipas de jusante (média de 12 cm). Nos sistemas de
semeadura em solo inundado ainda deve-se considerar amina de semeadura, que é utilizada
para a deposição das sementes quando drenada. Segundo Andrade & Rabuski (2005), a altura
desta lâmina pode ser considerada de cerca de 5 cm.
Representação no SIG
Partindo-se dos Planos de Informação com a distribuição espacial dos sistemas de
produção, realizaram-se três operações de ponderação de classes: atribuição de valor de 60
mm às áreas sistematizadas em nível (SN); de 120 mm às áreas não sistematizadas (N); e de
50 mm às áreas sistematizadas em nível (referente à lâmina de semeadura). As duas primeiras
demandas foram consideradas como demandas do primeiro decêndio de cada ciclo de
produção, e a terceira demanda, ao decêndio imediatamente anterior ao decêndio de
semeadura das sementes pré-germinadas, de acordo com a Tabela 5.16.
TABELA 5.16: Distribuição da Demanda Hídrica Referente às Lâminas Superficiais
Mês outubro novembro dezembro janeiro fevereiro
Decêndio 2º 1º 3º
Sistema
1
Lâmina de Irrigação
2
SN-SSI-P - - L3 L1 - - - - - - - - - - -
SN-SSI-M - L3 L1 - - - - - - - - - - - -
SN-SSI-L L3 L1 - - - - - - - - - - - - -
SN-SSS-P - - - - L1 - - - - - - - - - -
SN-SSS-M - - - L1 - - - - - - - - - - -
SN-SSS-L - - L1 - - - - - - - - - - - -
N-SSS-P - - - - L2 - - - - - - - - - -
N-SSS-M - - - L2 - - - - - - - - - - -
N-SSS-L - - L2 - - - - - - - - - - - -
1
SN = lavoura sistematizada em nível / N = lavoura não sistematizada / SSI = semeadura em solo inundado / SSS =
semeadura em solo seco / P = cultivar de ciclo precoce / M = cultivar de ciclo médio / L = cultivar de ciclo longo
2
L1 = 60 mm / L2 = 120 mm / L3 = 50 mm
5.4.4. Fluxo Lateral
O cálculo para a determinação da demanda para suprir as perdas pelo fluxo lateral está
baseado na Equação de Darcy, que segue:
i x KA x F
satl
=
5.16
onde:
F
l
= fluxo lateral (L³.T
-1
);
103
A = seção por onde se dá o fluxo lateral (L²);
K
sat
= condutividade hidráulica saturada (L.T
-1
);
i = gradiente hidráulico (adimensional).
Assumiu-se que as perdas laterais se restringem ao fluxo subsuperficial que se dá
através de uma seção hipotética do solo, formada pelo produto da sua profundidade efetiva e a
extensão linear das taipas circundantes. Desta forma, a Equação 5.16 pode ser reescrita da
forma que segue:
i x K x profper x F
satl
=
5.17
onde:
per = perímetro das taipas circundantes (L);
prof = profundidade da seção do solo (L);
O perímetro das taipas circundantes, por onde ocorre o fluxo lateral, varia de lavoura
para lavoura, conforme as condições do terreno. Neste caso optou-se pela utilização da
relação perímetro/área, conforme explicado mais adiante.
Desta forma, transformando a equação anterior de forma a se obter o resultado em
lâmina de água como obtido nas demais demandas do modelo a expressão fica com a
seguinte forma:
T x i x K x prof x PF
satal
=
5.18
onde:
F
l
= fluxo lateral (L);
P
a
= relação perímetro/área (L.L
-
²);
prof = profundidade da seção do solo (L);
K
sat
= condutividade hidráulica saturada (L.T
-1
);
i = gradiente hidráulico (adimensional);
T = tempo (T) - decêndio.
104
A seguir, descreve-se a forma de obtenção de cada termo da Equação 5.18.
Relação Perímetro/Área (P
a
)
Optou-se pela utilização da relação perímetro/área média do Estado do Rio Grande do
Sul conforme o Anuário Estatístico de Arroz (1982) apresentada por Fietz (1987). De acordo
com o Anuário, o tamanho médio das lavouras do Estado é de 113 ha e o perímetro total de
taipas, de cerca de 4.254 m; logo, a relação perímetro/área utilizada foi de 37,6 m.ha
-1
=
0,0037 m
-1
(ou m.m
-2
).
Profundidade (prof)
A profundidade do solo foi apresentada na Tabela 5.15, e foi determinada conforme a
metodologia apresentada no Item 5.4.2.
Condutividade Hidráulica Saturada (K
sat
)
A condutividade hidráulica saturada foi obtida através dos dados secundários oriundos
dos ensaios de infiltração realizados por Ecoplan (1997) conforme apresentados na Tabela
5.17.
TABELA 5.17: Condutividade Hidráulica Saturada das Unidades Taxonômicas dos Solos da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo
Unidade Taxonômica
Condutividade Hidráulica Saturada
1
(mm.h
-1
)
TBCHa 209,6
TRe 20,0
PBa 18,0
PBPa 35,8
PBPe 183,3
PEa 4,0
PLe 16,0
Ce 29,7
Re 48,1
1
Infiltração de base obtida dos ensaios realizados com a utilização de cilíndricos concêntricos. Média de 3 ensaios.
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 1997)
Gradiente Hidráulico (i)
Considerando a inexistência de declividade entre um determinado ponto da base dos
taludes (taipas) interior à lavoura e um ponto na base dos taludes exterior à lavoura o que
faz com que o gradiente gravitacional seja nulo o gradiente hidráulico é dado apenas pelo
componente de pressão. A equação do gradiente, portanto, fica da seguinte forma:
B
L
i
t
s
= 5.19
105
onde:
i = gradiente hidráulico (adimensional);
L
s
= altura da lâmina superficial (L);
B
t
= base da taipa da lavoura (L).
Os valores de lâmina superficial estão relacionados com a forma de adequação do
terreno, conforme explicado no Item 5.4.3. Para a sistematização em nível, a lâmina, após
estabelecida, possui altura de cerca de 60 mm; em terrenos não sistematizados, por outro lado,
a lâmina estabelecida média é de cerca de 120 mm. Assumiu-se a largura média da base dos
taludes de 700 mm.
Aplicando a Equação 5.19, o gradiente hidráulico para os sistemas não-sistematizados
é de 0,171 e dos sistematizados, de 0,086 para o período posterior ao estabelecimento da
lâmina. No decêndio imediatamente anterior ao estabelecimento da mesma, considerou-se a
metade da altura da lâmina estabelecida (L
s
/2), ou seja, 30 e 60 mm, respectivamente para
os casos sistematizados e não sistematizados.
Representação no SIG
A partir do Plano de Informação pedológico, ponderaram-se as classes de solo com
seus respectivos valores de profundidade e de condutividade hidráulica saturada, gerando-se
dois Planos numéricos. O PI de sistemas de produção foi ponderado com os valores de
gradiente hidráulico, sendo que, para o primeiro decêndio (período que se supõe estar se
formando a lâmina), adotou-se o gradiente relativo à metade da lâmina, como explicado no
item anterior. Adotando-se 0,0037 m
-1
para o termo P
a
, conforme justificado anteriormente, e,
através de operações algébricas em linguagem LEGAL, obteve-se a grade numérica da
demanda por fluxo lateral pela seguinte equação:
(
)
1000 x T x i x K x prof x ,00370F
isatl
=
5.20
onde:
F
l
= demanda para o suprimento das perdas por fluxo lateral no decêndio i (mm);
prof = profundidade da seção do solo (m);
K
sat
= condutividade hidráulica saturada (m.s
-1
);
106
i = gradiente hidráulico (adimensional);
T
i
= tempo – decêndio (s).
O número de grades geradas é igual ao número de decêndios considerados. A Tabela
5.18 apresenta a distribuição da demanda relacionada às perdas por fluxo lateral durante do
desenvolvimento da cultura.
TABELA 5.18: Distribuição da Demanda Hídrica para Suprir as Perdas por Fluxo Hídrico Lateral
Mês outubro novembro dezembro janeiro fevereiro
Decêndio 2º 1º 3º
Sistema
1
Ocorrência de Fluxo Lateral
2
SN-SSI-P - - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
SN-SSI-M - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
SN-SSI-L - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
SN-SSS-P - - - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
SN-SSS-M - - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
SN-SSS-L - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
N-SSS-P - - - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
N-SSS-M - - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
N-SSS-L - - F
l
*
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
F
l
- -
1
SN = lavoura sistematizada em vel / N = lavoura não sistematizada / SSI = semeadura em solo inundado / SSS =
semeadura em solo seco / P = cultivar de ciclo precoce / M = cultivar de ciclo médio / L = cultivar de ciclo longo
F
l
= ocorrência de perdas por fluxo lateral considerando gradiente
B
L
i
t
s
=
F
l
*
= ocorrência de perdas por fluxo lateral considerando gradiente
t
s
B2
L
i =
5.4.5. Percolação Vertical
De acordo com Cauduro (1996), o percentual referente à demanda para suprir as
perdas por percolação vertical é mínimo, da ordem de 0,5%. Louzada (2004) concluiu que as
perdas por percolação podem ser desconsideradas em lavouras de arroz irrigado, pois os solos
sobre os quais são realizados os cultivos são caracterizados por possuírem lençol freático
superficial ou por possuírem camada subsuperficial de impedimento (planossolos),
condicionando a ausência de fluxo vertical.
Considerando-se o exposto, as perdas por percolação vertical foram desconsideradas
neste modelo. Da mesma forma, a precipitação e eventuais perdas de água na condução (entre
o ponto de captação e a entrada da área irrigada) não foram consideradas.
5.4.6. Integração das Demandas
A demanda total decendial para a irrigação de arroz foi calculada a partir da soma de
cada um dos seus componentes (Equação 5.12), os quais foram estimados para cada cenário e
projeção da Bacia (Atual, Tendencial 4 Anos, Tendencial 12 Anos, Otimista 4 Anos,
107
Otimista – 12 Anos). Desta forma, estimou-se a vazão – em m³.s
-1
– requerida para o
suprimento da demanda para a irrigação em cada cenário e em cada Sub-Unidade de Estudo
(Figura 5.7). O intuito desta sub-divisão está relacionado com a identificação pormenorizada
das zonas conflitantes da Bacia, através da realização dos balanços hídricos (Items 5.5 e 6.5),
visto que se julgaram as Unidades demasiadamente grandes (em termos de área) para que
fosse atribuído um único resultado, representativo da situação de toda a região abrangida por
cada uma delas.
5.5. Balanço Hídrico nos Cenários Atual e Futuros
Ao todo, 5 (cinco) balanços hídricos foram realizados para cada uma das 33 Sub-
Unidades de Estudo (Figura 5.7). Os balanços consistiram nos confrontos entre as
disponibilidades hídricas superficiais com os consumos hídricos futuros nos 5 (cinco) cenários
estabelecidos (Atual, Tendencial – 4 anos, Tendencial – 12 anos, Otimista – 4 anos e Otimista
– 12 anos). Conforme comentado anteriormente, os consumos consideram que uma parcela da
demanda (que não é efetivamente utilizada) retorna aos cursos de água. Assim, nessa situação,
considerou-se que esta parcela, também chamada de vazão de retorno, torna-se disponível
para ser utilizada, na mesma Sub-Unidade e no mesmo intervalo de tempo (decêndio).
Os balanços hídricos foram realizados confrontando-se as disponibilidades hídricas
com 90% de garantia (Q
90%
) com os consumos hídricos decendiais de cada Unidade/Sub-
Unidade da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. As disponibilidades hídricas de cada uma delas
foram estimadas a partir da determinação das disponibilidades dos dois grandes
compartimentos da Bacia (sub-bacia do Rio Pardo e sub-bacia do Rio Pardinho), apresentadas
no Item 4.7. As vazões destes dois compartimentos foram obtidas pela relação entre a sua área
de drenagem e a área de drenagem de duas estações fluviométricas com dados de vazões
medidos (‘Santa Cruz-Montante’, no Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul, código ANEEL
85830000, e ‘Candelária’, no Rio Pardo, em Candelária, código ANEEL 85740000). Assim,
da mesma forma, as vazões nas Unidades/Sub-Unidades foram obtidas mediante a relação de
suas áreas de drenagem com a área do compartimento ao qual pertencem (Tabela 5.19).
108
MPo
APo
AMPi
AMPe
APe
APi
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
BPi-2
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPo-4
BPo-5
An-2
SMPo-2
SMPo-3
SMPo-4
BPb-4
Rios Principais
AMPe - Alto-Médio Pequeno
AMPi - Alto-Médio Pardinho
An - Arroio Andréas (dividido em An-1 e An-2)
APb - Alto Plumbs
APe - Alto Pequeno
APi - Alto Pardinho
APo - Alto Pardo
BPb - Baixo Plumbs (dividido em BPb-1, BPb-2, BPb-3 e BPb-4)
BPi - Baixo Pardinho (dividido em BPi-1, BPi-2, BPi-3 e BPi-4)
BPo - Baixo Pardo (dividido em BPo-1, BPo-2, BPo-3, BPo-4 e BPo-5)
MPi - Médio Pardinho (dividido em MPi-1, MPi-2 e MPi-3)
MPo - Médio Pardo
SMPo - Sub-Médio Pardo (dividido em SMPo-1, SMPo-2, SMPo-3, SMPo-4,
SMPo-5, SMPo-6, SMPo-7 e SMPo-8)
LEGENDA
N
EW
S
0 20 40 Km
FIGURA 5.7: Sub-Divisão das Unidades de Estudo para Realização dos Balanços Hídricos
(Fonte: Autor)
É importante ressaltar que os valores apresentados representam praticamente as vazões
naturais dos rios nestas seções, visto que as retiradas de água mais significativas (para a
irrigação do arroz) encontram-se a jusante dos postos selecionados.
A Figura 5.8 apresenta a distribuição das Unidades e Sub-Unidades de Estudo por
grande compartimento da Bacia.
109
TABELA 5.19: Disponibilidades Hídricas Mensais (Q
90%
) nas Unidades e Sub-Unidades de Estudo
(vazões não acumuladas)
Vazões (m³.s
-1
)
Unidades e Sub
-
Unidades de Estudo e Sub
-
Bacias às quais
pertencem
Relação
de
Áreas
JAN FEV MAR
ABR MAI JUN JUL AGO
SET OUT NOV
DEZ
Sub-bacia do Pardo (2.360 km²) 1,00 4,77 6,23 4,15 4,05 5,59 7,22 16,01
12,83
10,69
16,54
8,32 3,74
APo
(512 km²)
Pardo
(2.360 km²)
0,22
1,05 1,37 0,91 0,89 1,23 1,59 3,52 2,82 2,35 3,64 1,83 0,82
MPo
(773 km²)
Pardo
(2.360 km²)
0,32
1,53 1,99 1,33 1,30 1,79 2,31 5,12 4,11 3,42 5,29 2,66 1,20
APb
(110 km²)
Pardo
(2.360 km²)
0,05
0,24 0,31 0,21 0,20 0,28 0,36 0,80 0,64 0,53 0,83 0,42 0,19
BPb
(237 km²)
Pardo
(2.360 km²)
0,10
0,48 0,62 0,42 0,41 0,56 0,72 1,60 1,28 1,07 1,65 0,83 0,37
BPb-1 (31 km²)
0,01
0,05 0,06 0,04 0,04 0,06 0,07 0,16 0,13 0,11 0,17 0,08 0,04
BPb-2 (102 km²)
0,04
0,19 0,25 0,17 0,16 0,22 0,29 0,64 0,51 0,43 0,66 0,33 0,15
BPb-3 (57 km²)
0,03
0,14 0,19 0,12 0,12 0,17 0,22 0,48 0,38 0,32 0,50 0,25 0,11
BPb-4 (47 km²)
0,02
0,10 0,12 0,08 0,08 0,11 0,14 0,32 0,26 0,21 0,33 0,17 0,07
SMPo
(728 km²)
Pardo
(2.360 km²)
0,31
1,48 1,93 1,29 1,26 1,73 2,24 4,96 3,98 3,31 5,13 2,58 1,16
SMPo-1 (100 km²)
0,04
0,19 0,25 0,17 0,16 0,22 0,29 0,64 0,51 0,43 0,66 0,33 0,15
SMPo-2 (31 km²)
0,015
0,07 0,09 0,06 0,06 0,08 0,11 0,24 0,19 0,16 0,25 0,12 0,06
SMPo-3 (26 km²)
0,01
0,05 0,06 0,04 0,04 0,06 0,07 0,16 0,13 0,11 0,17 0,08 0,04
SMPo-4 (12 km²)
0,005
0,02 0,03 0,02 0,02 0,03 0,04 0,08 0,06 0,05 0,08 0,04 0,02
SMPo-5 (188 km²)
0,08
0,38 0,50 0,33 0,32 0,45 0,58 1,28 1,03 0,86 1,32 0,67 0,30
SMPo-6 (100 km²) 0,04 0,19 0,25 0,17 0,16 0,22 0,29 0,64 0,51 0,43 0,66 0,33 0,15
SMPo-7 (214 km²)
0,09
0,43 0,56 0,37 0,36 0,50 0,65 1,44 1,15 0,96 1,49 0,75 0,34
SMPo-8 (57 km²)
0,03
0,14 0,19 0,12 0,12 0,17 0,22 0,48 0,38 0,32 0,50 0,25 0,11
Sub-bacia do Pardinho (1.086 km²) 1,00 0,64 0,93 0,89 0,87 1,03 3,63 6,91 2,54 6,21 5,94 1,86 1,29
APi
(65 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,06
0,04 0,06 0,05 0,05 0,06 0,22 0,41 0,15 0,37 0,36 0,11 0,08
AMPi
(307 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,28
0,18 0,26 0,25 0,24 0,29 1,02 1,93 0,71 1,74 1,66 0,52 0,36
APe
(93 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,09
0,06 0,08 0,08 0,08 0,09 0,33 0,62 0,23 0,56 0,53 0,17 0,12
AMPe
(135 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,13
0,08 0,12 0,12 0,11 0,13 0,47 0,90 0,33 0,81 0,77 0,24 0,17
MPi
(188 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,17
0,11 0,16 0,15 0,15 0,18 0,62 1,17 0,43 1,06 1,01 0,32 0,22
MPi-1 (87 km²)
0,08
0,05 0,07 0,07 0,07 0,08 0,29 0,55 0,20 0,50 0,48 0,15 0,10
MPi-2 (71 km²)
0,06
0,04 0,06 0,05 0,05 0,06 0,22 0,41 0,15 0,37 0,36 0,11 0,08
MPi-3 (30 km²)
0,03
0,019
0,028
0,027
0,026
0,031
0,109
0,207
0,076
0,186
0,178
0,056
0,039
An
(80 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,07
0,04 0,07 0,06 0,06 0,07 0,25 0,48 0,18 0,43 0,42 0,13 0,09
An-1 (60 km²)
0,055
0,035
0,051
0,049
0,048
0,057
0,200
0,380
0,140
0,342
0,327
0,102
0,071
An-2 (20 km²)
0,015
0,010
0,014
0,013
0,013
0,015
0,054
0,104
0,038
0,093
0,089
0,028
0,019
BPi
(218 km²)
Pardinho
(1.086 km²)
0,20
0,13 0,19 0,18 0,17 0,21 0,73 1,38 0,51 1,24 1,19 0,37 0,26
BPi-1 (46 km²)
0,04
0,026
0,037
0,036
0,035
0,041
0,145
0,276
0,102
0,248
0,238
0,074
0,052
BPi-2 (39 km²)
0,03
0,019
0,028
0,027
0,026
0,031
0,109
0,207
0,076
0,186
0,178
0,056
0,039
BPi-3 (113 km²)
0,115
0,07 0,11 0,10 0,10 0,12 0,42 0,79 0,29 0,71 0,68 0,21 0,15
BPi-4 (20 km²)
0,015
0,010
0,014
0,013
0,013
0,015
0,054
0,104
0,038
0,093
0,089
0,028
0,019
Sub-bacias Pardo + Pardinho (3.446 km²) 1,00 5,41 7,16 5,04 4,92 6,62 10,85
22,92
15,37
16,9 22,48
10,18
5,03
Bacia do Rio Pardo (3.636 km²) 1,055 5,71 7,55 5,32 5,19 6,98 11,45
24,18
16,22
17,83
23,72
10,74
5,31
Baixo Pardo (190 km²) 1,00 0,30 0,39 0,28 0,27 0,36 0,60 1,26 0,85 0,93 1,24 0,56 0,28
BPo-1 (106 km²)
0,56
0,17 0,22 0,16 0,15 0,20 0,33 0,71 0,47 0,52 0,69 0,31 0,16
BPo-2 (27 km²)
0,14
0,04 0,06 0,04 0,04 0,05 0,08 0,18 0,12 0,13 0,17 0,08 0,04
BPo-3 (33 km²)
0,17
0,05 0,07 0,05 0,05 0,06 0,10 0,21 0,14 0,16 0,21 0,10 0,05
BPo-4 (21 km²)
0,11
0,033
0,043
0,030
0,030
0,040
0,066
0,139
0,093
0,102
0,136
0,062
0,030
BPo-5 (3 km²)
0,02
0,006
0,008
0,006
0,005
0,007
0,012
0,025
0,017
0,019
0,025
0,011
0,006
110
MPo
APo
AMPi
AMPe
APe
APi
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPb-4
SMPo-2
SMPo-3
SMPo-4
An-2
BPi-2
BPo-4
BPo-5
N
EW
S
0 20 40 Km
Rios Principais
Sub-unidades da estação 8583000
Sub-unidades da estação 8574000
Sub-unidades do Baixo Pardo - estações 8583000 e 8574000
LEGENDA
FIGURA 5.8: Sub-Unidades de Estudo e sua Participação nos Grandes Compartimentos
(Fonte: Autor)
Os balanços hídricos futuros foram realizados por Unidade ou Sub-Unidade de Estudo.
Conforme já comentado, a divisão das Unidades em Sub-Unidades foi realizada naquelas
em que existe atividade de irrigação de arroz. Nos períodos em que não ocorre a irrigação de
arroz (março a setembro), o intervalo de análise utilizado foi de 30 dias (mensal). No período
de irrigação (outubro a fevereiro), optou-se pelo intervalo decendial (10 dias). No entanto, as
disponibilidades hídricas consideradas, mesmo em intervalos decendiais, foram as descargas
com 90% de permanência de cada s, por serem estas, as vazões outorgáveis na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo, definidas no Plano Pardo (ECOPLAN, 2005b). Às
111
disponibilidades hídricas de cada Sub-Unidade também foram acrescidos, nos meses de
irrigação, os volumes acumulados nos reservatórios.
Os consumos hídricos futuros foram estimados para cada usuário significativo da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (abastecimento humano, industrial, dessedentação animal e
irrigação de arroz) em intervalo mensal (no período em que não ocorre a irrigação na Bacia
março a setembro) ou decendial (período de irrigação outubro a fevereiro). No caso da
irrigação, utilizaram-se como consumo, os resultados da aplicação da metodologia descrita no
Item 5.4, e apresentados no Item 6.4. Para os demais casos (abastecimentos humano e
industrial e dessedentação animal), foram utilizados os dados do estudo de Ecoplan (2005b),
que estimou os consumos hídricos futuros destes usuários nas projeções de 4 e 12 anos por
Unidade de Estudo da Bacia do Rio Pardo (Anexo A4). Estes dados, no entanto, tiveram que
ser estimados por Sub-Unidade (quando fosse o caso), o que foi feito a partir da redistribuição
dos consumos utilizando o percentual de sua participação nas Unidades de Estudo
(ponderação de áreas).
As demandas associadas ao uso de águas subterrâneas não foram computadas nos
cálculos dos balanços, pois estes levam em consideração apenas a disponibilidade de água
superficial e também porque as águas subterrâneas e seus usos são significativamente
menores e ocorrem em pontos específicos e localizados da Bacia. Da mesma forma, os usos
não consuntivos não foram considerados, pois estes o alteram a disponibilidade de água no
tempo e no espaço.
No processo de confronto das disponibilidades versus consumos, os excessos nas
Unidades/Sub-Unidades de montante foram acumulados nas de jusante, conforme o
fluxograma apresentado na Figura 5.9. Esse fluxograma orienta-se conforme a ocorrência das
afluências hídricas na Bacia, respeitando, assim, a rede hidrográfica existente.
Para elaboração dos balanços hídricos dos cenários futuros da Bacia foi elaborado um
modelo de cálculo em uma planilha eletrônica do Excell, utilizando as Unidades/Sub-
Unidades de Estudo como ‘macro-células’ e o intervalo de avaliação mensal (março a
setembro) ou decendial (outubro – fevereiro). Da forma como foram estruturados, os balanços
hídricos permitem identificar situações específicas, tanto no espaço (Unidades/Sub-Unidades
de Estudo), quanto no tempo (ao longo do ano).
112
O modelo matemático criado realiza, basicamente, duas operações: balanço hídrico
das disponibilidades versus consumos e transferência do resultado do balanço da macro-célula
de montante para a de jusante (de acordo com o fluxograma da Figura 5.9). Na primeira
operação, é efetuada a subtração entre disponibilidade e consumo considerando os valores
definidos para cada Unidade/Sub-Unidade de Estudo. Na segunda operação, transfere-se para
jusante o resultado do balanço hídrico. Esta transferência ocorre apenas nos casos de excesso
hídrico, sendo que, no caso de ocorrência de déficit (demanda maior do que disponibilidade),
a falta de água não é descontada da disponibilidade da Unidade/Sub-Unidade de jusante.
Portanto, nestas situações, a transferência para jusante é zerada.
APo
MPo APb
BPb-2
BPb-3
BPb-4
SMPo-1
SMPo-4
SMPo-5
SMPo-2
SMPo-3
SMPo-6
SMPo-7
SMPo-8
APi APe
AMPi AMPe
MPi-1
MPi-2
MPi-3
BPi-1
BPi-2
BPi-3
An-1
An-2
BPi-4
BPo-5
BPo-2
BPo-3
BPo-4
BPo-1
BPb-1
FIGURA 5.9: Fluxograma Hídrico da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
(Fonte: Autor)
113
Nos balanços, as vazões de retorno são adicionadas às disponibilidades da própria
Unidade/Sub-Unidade, assumindo-se, desta forma, que, no intervalo de tempo utilizado (seja
ele mensal ou decendial), a parcela da demanda não efetivamente utilizada torna-se
imediatamente disponível para utilização na mesma Unidade/Sub-Unidade.
Nas análises finais dos balanços, as vazões resultantes em cada Unidade/Sub-Unidade
de Estudo foram avaliadas comparativamente às respectivas vazões remanescentes (vazões
que devem permanecer nos cursos de água para a manutenção dos ecossistemas aquáticos
Tabela 5.20).
TABELA 5.20: Vazão Mínima Requerida para os Ambientes Aquáticos nos Exutórios das Unidades e
Sub-Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Vazões (m³.s
-1
)
1
Unidades
Q
95%
de verão Q
95%
anual
Q
95%
de
verão
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
APo
0,67
0,67
0,67
0,67
0,67
1,50
1,50
1,50
1,50
1,50
1,50
0,67
MPo
1,02
1,02
1,02
1,02
1,02
2,26
2,26
2,26
2,26
2,26
2,26
1,02
APb
0,14
0,14
0,14
0,14
0,14
0,32
0,32
0,32
0,32
0,32
0,32
0,14
BPb-1
0,040
0,040
0,040
0,040
0,040
0,090
0,090
0,090
0,090
0,090
0,090
0,040
BPb-2
0,13
0,13
0,13
0,13
0,13
0,30
0,30
0,30
0,30
0,30
0,30
0,13
BPb-3
0,074
0,074
0,074
0,074
0,074
0,17
0,17
0,17
0,17
0,17
0,17
0,074
BPb-4
0,061
0,061
0,061
0,061
0,061
0,14
0,14
0,14
0,14
0,14
0,14
0,061
SMPo-1
0,13
0,13
0,13
0,13
0,13
0,29
0,29
0,29
0,29
0,29
0,29
0,13
SMPo-2
0,041
0,041
0,041
0,041
0,041
0,091
0,091
0,091
0,091
0,091
0,091
0,041
SMPo-3
0,034
0,034
0,034
0,034
0,034
0,076
0,076
0,076
0,076
0,076
0,076
0,034
SMPo-4
0,016
0,016
0,016
0,016
0,016
0,035
0,035
0,035
0,035
0,035
0,035
0,016
SMPo-5
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,55
0,55
0,55
0,55
0,55
0,55
0,25
SMPo-6
0,13
0,13
0,13
0,13
0,13
0,29
0,29
0,29
0,29
0,29
0,29
0,13
SMPo-7
0,28
0,28
0,28
0,28
0,28
0,63
0,63
0,63
0,63
0,63
0,63
0,28
SMPo-8
0,075
0,075
0,075
0,075
0,075
0,17
0,17
0,17
0,17
0,17
0,17
0,075
BPo-1
0,14
0,14
0,14
0,14
0,14
0,31
0,31
0,31
0,31
0,31
0,31
0,14
BPo-2
0,035
0,035
0,035
0,035
0,035
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,035
BPo-3
0,043
0,043
0,043
0,043
0,043
0,10
0,10
0,10
0,10
0,10
0,10
0,043
BPo-4
0,027
0,027
0,027
0,027
0,027
0,062
0,062
0,062
0,062
0,062
0,062
0,027
BPo-5
0,005
0,005
0,005
0,005
0,005
0,011
0,011
0,011
0,011
0,011
0,011
0,005
APi
0,040
0,040
0,040
0,040
0,040
0,080
0,080
0,080
0,080
0,080
0,080
0,040
AMPi
0,18
0,18
0,18
0,18
0,18
0,39
0,39
0,39
0,39
0,39
0,39
0,18
APe
0,050
0,050
0,050
0,050
0,050
0,12
0,12
0,12
0,12
0,12
0,12
0,050
AMPe
0,080
0,080
0,080
0,080
0,080
0,17
0,17
0,17
0,17
0,17
0,17
0,080
MPi-1
0,051
0,051
0,051
0,051
0,051
0,11
0,11
0,11
0,11
0,11
0,11
0,051
MPi-2
0,041
0,041
0,041
0,041
0,041
0,091
0,091
0,091
0,091
0,091
0,091
0,041
MPi-3
0,017
0,017
0,017
0,017
0,017
0,038
0,038
0,038
0,038
0,038
0,038
0,017
An-1
0,037
0,037
0,037
0,037
0,037
0,075
0,075
0,075
0,075
0,075
0,075
0,037
An-2
0,012
0,012
0,012
0,012
0,012
0,025
0,025
0,025
0,025
0,025
0,025
0,012
BPi-1
0,027
0,027
0,027
0,027
0,027
0,059
0,059
0,059
0,059
0,059
0,059
0,027
BPi-2
0,023
0,023
0,023
0,023
0,023
0,050
0,050
0,050
0,050
0,050
0,050
0,023
BPi-3
0,067
0,067
0,067
0,067
0,067
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,067
BPi-4
0,012
0,012
0,012
0,012
0,012
0,026
0,026
0,026
0,026
0,026
0,026
0,012
1A vazão ecológica da Bacia do Rio Pardo foi definida em 2005 pelo Comitê Pardo, apoiado por técnicos da Fundação
Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) e da área de Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Definiu-se como vazão
necessária a permanecer nos cursos de água nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril e maio, a vazão com
95% de garantia de ocorrência nos meses de verão (dezembro, janeiro e fevereiro). Para os meses de junho, julho, agosto,
setembro, outubro e novembro, a vazão mínima definida foi a de 95% de garantia de ocorrência durante todos os meses do
ano.
114
6. RESULTADOS
Da mesma forma como foram apresentadas as metodologias, os resultados também
serão mostrados de acordo com a seqüência definida para os objetivos específicos (Capítulo
2), iniciando-se pelos resultados relativos à estimativa das disponibilidades hídricas
superficiais (Item 6.1) e finalizando com o balanço hídrico (Item 6.5).
6.1. Disponibilidade Hídrica Atual
A Figura 6.1 e a Tabela 6.1 apresentam a variação inter-anual e intra-anual das vazões
estimadas pelo modelo e dos registros fluviométricos da Estação Passo Linha do Rio – código
8573000, no Rio Pardo, do período de janeiro de 1970 a março de 1980.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1
97
0
1
971
1
97
2
1
97
3
1
974
1
97
5
1
97
6
1
977
1
97
8
1
97
9
1
980
Tempo (mês)
Vazões (m³/s)
observado estimado
FIGURA 6.1: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Rio Pardo (Sub-Bacia 8573000)
Observando o gráfico da Figura 6.1 é possível concluir que as vazões estimadas
acompanham a tendência das vazões medidas, porém, não acompanham os valores absolutos
registrados. Em geral, os valores estimados superam os valores reais em 59%, conforme
mostra a análise estatística apresentada na Tabela 6.2.
115
TABELA 6.1: Vazões Observadas e Estimadas no Exutório da Sub-Bacia 8573000 – Rio Pardo
(jan/1970 – mar/1980)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Ano Valor
Vazões (m³.s
-1
)
Observado 26
5
12
3
46
64
52
31
4
30
4
24
1970
Estimado 27
16
68
7
68
79
62
25
0
40
0
45
Observado 12
16
57
26
17
74
36
52
5
5
1
1
1971
Estimado 72
51
41
8
21
67
40
70
25
13
0
17
Observado 6
3
7
19
9
57
83
115
97
44
62
28
1972
Estimado 81
18
55
43
41
88
107
134
105
69
54
2
Observado 9
34
12
15
77
24
87
67
54
17
22
22
1973
Estimado 29
76
3
49
27
33
105
21
34
29
0
62
Observado 33
23
29
7
13
58
21
32
6
5
9
17
1974
Estimado 16
72
82
0
17
86
27
76
1
3
38
32
Observado 19
18
6
5
7
36
14
85
83
15
18
13
1975
Estimado 43
33
46
4
26
51
15
122
76
19
23
9
Observado 10
8
22
24
32
36
50
35
23
19
32
15
1976
Estimado 28
67
42
43
88
42
65
17
24
51
37
34
Observado 20
8
21
32
6
30
60
66
29
7
13
8
1977
Estimado 104
35
60
53
10
30
138
75
45
33
39
37
Observado 7
3
2
2
1
8
37
34
26
5
67
21
1978
Estimado 36
0
3
0
2
37
78
48
14
32
140
20
Observado 1
4
6
10
43
7
42
78
40
110
37
32
1979
Estimado 0
6
33
67
68
16
50
72
73
86
65
86
Observado 5
2
5
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1980
Estimado 6
41
55
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Os resultados da análise estatística da série completa estão sintetizados na Tabela 6.2.
TABELA 6.2: Indicadores Estatísticos para a Série Simulada (jan/1970-mar/1980)
Indicador Variação do Indicador Melhor Ajuste Valor Calculado
EF (adimensional) (- a 1) 1 -0,30
R² (adimensional) (0 a 1) 1 0,46
PE (%) (-100 a ) 0 58,71
SE (m³.s
-1
) (0 a ) 0 28,71
AD (m³.s
-1
) (0 a ) 0 21,84
A análise estatística foi também realizada para estações secas e úmidas,
separadamente, para analisar a eficiência do modelo na simulação de vazões máximas e
mínimas. No caso das estações úmidas (vazões máximas), usaram-se os dados de junho a
setembro. Para as vazões mínimas, os dados de dezembro a março. Os resultados são
apresentados nos gráficos das Figuras 6.2 e 6.3 e nas Tabelas 6.3 e 6.4.
116
0
20
40
60
80
100
1
9
70
- J
F
M
D
1
9
71
- J
F
M
D
1
9
7
2
- J
F
M
D
1
9
7
3
- J
F
M
D
19
7
4
- J
F
M
D
1975
- J
F
M
D
1976
- J
F
M
D
1977
- J
F
M
D
1978
- J
F
M
D
1979 - J
F
M
D
1980 -
J
F
M
Tempo (mês)
Vazão (m³/s)
observado estimado
FIGURA 6.2: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-Bacia 8573000, no
Rio Pardo, nos Meses de Verão (Dezembro a Março)
TABELA 6.3: Indicadores Estatísticos para os Meses de Dezembro a Março (jan/1970-mar/1980)
Indicador Variação do Indicador Melhor Ajuste Valor Calculado
EF (adimensional) (- a 1) 1 -8,53
R² (adimensional) (0 a 1) 1 0,10
PE (%) (-100 a ) 0 167,54
SE (m³.s
-1
) (0 a ) 0 35,17
AD (m³.s
-1
) (0 a ) 0 28,25
0
20
40
60
80
100
120
140
J
-
1970
J
A
S
J - 1971
J
A
S
J - 1972
J
A
S
J
- 1
9
7
3
J
A
S
J - 1974
J
A
S
J
-
1975
J
A
S
J
-
1976
J
A
S
J - 1977
J
A
S
J
- 1978
J
A
S
J - 1979
J
A
S
Tempo (mês)
Vazão (m³/s)
observado estimado
FIGURA 6.3: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-Bacia 8573000, no
Rio Pardo, nos Meses de Inverno (Junho a Setembro)
117
TABELA 6.4: Indicadores Estatísticos para os Meses de Junho a Setembro (jun/1970-set/1979)
Indicador Variação do Indicador Melhor Ajuste Valor Calculado
EF (adimensional) (- a 1) 1 0,28
R² (adimensional) (0 a 1) 1 0,66
PE (%) (-100 a ) 0 23,69
SE (m³.s
-1
) (0 a ) 0 23,21
AD (m³.s
-1
) (0 a ) 0 17,40
A avaliação da legitimidade do modelo também foi realizada a partir da análise da
curva de permanência (Figuras 6.4 e 6.5 e Tabelas 6.5 e 6.6).
0
4
8
12
16
20
80 81 82 83 84 85 85 86 87 88 89 89 90 91 92 93 93 94 95 96 97 98 98 99 100
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
observado estimado
FIGURA 6.4: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-Bacia 8573000, no
Rio Pardo, para Permanências de 80 a 100% (Vazões Mínimas)
TABELA 6.5: Indicadores Estatísticos para as Maiores Permanências (jan/1970-mar/1980)
Indicador Variação do Indicador Melhor Ajuste Valor Calculado
EF (adimensional) (- a 1) 1 -5,26
R² (adimensional) (0 a 1) 1 0,76
PE (%) (-100 a ) 0 29,98
SE (m³.s
-1
) (0 a ) 0 4,01
AD (m³.s
-1
) (0 a ) 0 2,93
118
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Permanência (%)
Vazão (m³/s)
observado estimado
FIGURA 6.5: Hidrograma de Vazões Observadas e Calculadas no Exutório da Sub-Bacia 8573000, no
Rio Pardo, para Permanências de 1 a 25% (Vazões Máximas)
TABELA 6.6: Indicadores Estatísticos para as Menores Permanências (jan/1970-mar/1980)
Indicador Variação do Indicador Melhor Ajuste Valor Calculado
EF (adimensional) (- a 1) 1 -0,50
R² (adimensional) (0 a 1) 1 0,95
PE (%) (-100 a ) 0 31,71
SE (m³.s
-1
) (0 a ) 0 22,78
AD (m³.s
-1
) (0 a ) 0 22,16
Com base nos dados apresentados pode-se realizar algumas inferências acerca do
modelo adotado. Verifica-se, primeiramente, que ele ajusta-se melhor a vazões máximas,
seguindo, de forma bastante fiel, a tendência dos dados medidos. No entanto, observa-se que
as vazões calculadas são sempre maiores do que as vazões observadas (em média, 1,3 vezes
as vazões medidas). Observa-se claramente que o modelo não se mostra adequado para
vazões nimas, superestimando os valores (em média, 4 vezes os valores medidos) e o
acompanhando a tendência observada.
Os resultados apresentados nos gráficos anteriores, nos quais podem ser observadas as
similaridades nas tendências medidas e observadas (especialmente no caso das vazões
máximas), indicam que, com parâmetros mais bem definidos, o modelo seria capaz de
reproduzir as vazões nos cursos de água. Os erros mais prováveis, seguramente, estão
associados à capacidade de armazenamento de água dos solos ou à evapotranspiração, mais
especificamente, aos coeficientes de cultivo.
119
Com relação à capacidade de armazenamento de água no solo, quanto mais elevado
for este parâmetro, menos excesso drico será proporcionado, e conseqüentemente, menor
vazão será escoada. Um dos erros que pode estar associado à sua estimativa está relacionado
com a determinação da profundidade de exploração das raízes. Nesta determinação, podem ter
ocorrido dois equívocos. Primeiro, a obtenção da profundidade de exploração foi feita
mediante a reclassificação de uma imagem de satélite com a cobertura vegetal atual (ano de
2002). Neste caso, mudanças nos padrões de ocupação do solo devem ter ocorrido desde a
época adotada na simulação (1970 – 1980) quando, provavelmente, os solos deviam ser
menos explorados, e cobertos em maiores proporções, por vegetação natural, garantindo
maiores taxas de infiltração de água e, desta forma, menores vazões nos leitos, com picos
menos pronunciados, devido ao efeito do armazenamento (efeito esponja). Segundo, a própria
estimativa da profundidade das raízes pode ter sido equivocada, uma vez que, para uma
mesma vegetação, diversos valores de profundidade podem ser encontrados na literatura, que
são devido às variações entre espécies, clima, e solo.
Além da profundidade do solo, pode ter ocorrido erro devido a generalização da curva
de retenção, que não considerou a heterogeneidade espacial dos solos. A curva característica
foi determinada para cada tipo de solo, tendo sido feitas três repetições para cada horizonte
superficial (A e B) (ECOPLAN, 1997). Os pontos amostrais foram selecionados nas
proximidades de perfis modais e/ou complementares dos levantamentos-referências, mas isso
não garante que os demais locais, abrangidos por estes mesmos solos, tenham as mesmas
características físicas. O manejo, a cobertura vegetal, entre inúmeros outros fatores, pode
condicionar solos da mesma classe a terem diferentes umidades na capacidade de campo e no
ponto de murchamento (limites utilizados para a determinação da capacidade de
armazenamento de água no solo).
Ainda com relação à capacidade de armazenamento, vale lembrar que o modelo
pressupõe um limite de armazenamento, dado entre a capacidade de campo e o ponto de
murchamento, sendo que a água retida abaixo do ponto de murchamento é desconsiderada no
armazenamento. Esta parcela, no entanto, deveria ser contabilizada, o que proporcionaria
menos excesso drico. Soma-se a isso o fato de a umidade no ponto de murchamento ser
bastante elevada, o que reduz ainda mais a capacidade de armazenamento (Tabela 5.3).
Com relação à evapotranspiração, erros podem ter sido gerados no momento da
escolha dos coeficientes de cultivos. Procurou-se sempre optar por valores regionais,
estimados sob as condições do clima do nosso Estado. No entanto, na falta de dados, recorreu-
120
se a valores determinados sob condições climáticas diferentes das nossas. A vegetação
predominante na região em estudo (floresta nativa), na falta de dados concretos, foi
caracterizada com um coeficiente bastante baixo (0,90), conforme estudos realizados
recentemente na Argentina. Estudos a respeito da evapotranspiração de espécies florestais são
escassos e, os que estão disponíveis, divergentes. Considerando as informações disponíveis,
os valores do coeficiente de cultivo para espécies florestais podem variar de 0,9 a 2,0.
Provavelmente o valor adotado esteja subestimado, até porque, pelo bom senso, parece não
fazer sentido uma cobertura florestal transpirar menos do que a cultura de referência
considerada.
Com relação à sazonalidade, os resultados indicam que o modelo superestima as
vazões mínimas (normalmente verificadas nos meses de verão), sendo os valores, em média, 4
vezes maiores do que os medidos. Desta forma, acredita-se que a evapotranspiração esteja
subestimada especialmente neste período. Como a evapotranspiração é a principal saída de
água no sistema simulado, vazões menores seriam encontradas ajustando-se os coeficientes de
cultivo.
Com relação à curva de permanência, observa-se que bastante similaridade entre a
tendência dos valores registrados e dos valores estimados para vazões com menores
probabilidades de excedência (vazões máximas). Esta análise indica que, após o correto ajuste
dos parâmetros, pode-se utilizar o modelo para fins de estimativa de vazões relacionadas a
determinadas permanências. Ou seja, apesar de não haver um ajuste perfeito das vazões
calculadas com a série observada, espera-se que, pelo menos, a curva de permanência
estimada seja representativa da curva de permanência das vazões reais.
Aqui cabe ainda uma possível explicação para a não adequabilidade do modelo às
vazões mínimas, além daquela que explica a superestimação dos valores. A falta de
coincidência nos picos, em termos de vazão, pode ser explicada pelo fato de que, no verão,
como a precipitação é geralmente menor do que no inverno, o escoamento dos rios é mantido,
predominantemente, pelo escoamento de base, ou seja, aquele advindo do escoamento
subsuperficial do solo. Este escoamento é bastante lento e alimenta o leito com uma descarga
mais constante e sem picos pronunciados. Na simulação com o modelo, no entanto, o
excedente drico (representado pela parcela da chuva não infiltrada no solo e pela parcela
percolada) o é separado em escoamento de base, e todo o excesso é convertido em vazão,
que chega à calha do rio num único volume e no mesmo instante. Sabe-se que, na prática,
um retardo na chegada do escoamento subsuperficial em relação ao superficial, razão pela
121
qual maior uniformidade e suavização de picos quando o escoamento subsuperficial é
predominante (verão). Cabe salientar que isso também é determinante para que as vazões
mínimas registradas sejam maiores do que as vazões mínimas calculadas. Este
comportamento (vazões observadas maiores do que vazões medidas), corroborando a teoria,
foi verificado, justamente e unicamente, nas vazões cuja probabilidade de excedência fica
acima de 90% (Figura 6.4).
6.2. Área Irrigada em Projeções Futuras
6.2.1. Área Disponível e Apta para a Orizicultura Irrigada
A Figura 6.6 apresenta o mapeamento das áreas aptas ao cultivo de arroz irrigado na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo e a Tabela 6.7, a área disponível por Unidade de Estudo. A
espacialização foi feita a partir da análise dos fatores ambientais mais importantes no
condicionamento da atividade, como declividade, solo, áreas de preservação e uso atual do
solo, conforme explicado no Item 5.2.
De acordo com a Figura 6.6 e a Tabela 6.7 pode-se observar que existe uma grande
área disponível para a orizicultura, concentrada, principalmente, na parte baixa da Bacia,
junto às várzeas dos rios Pardo e Pardinho, cujos solos o predominantemente da classe dos
Gleissolos e Planossolos, com declividades inferiores a 3%.
TABELA 6.7: Área Apta para Cultivo de Arroz Irrigado nas Unidades de Estudo (UE) da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo
UE
1
Área (ha)
An 1.612
APb 69
BPb 10.883
BPi 7.011
BPo 4.234
MPi 1.070
MPo 849
SMPo 19.068
Total na Bacia 44.796
1
As UE que não aparecem na Tabela não possuem terras com aptidão agrícola para cultivo de arroz irrigado.
A área total disponível na Bacia é de aproximadamente 45 mil hectares, o que
representa 5,5 vezes a área total cultivada com arroz irrigado na safra 2003/2004. Uma
observação importante é que 80% das lavouras de arroz da Bacia (safra 2003/2004) estão
concentradas justamente nesta região, retratando boa adequabilidade do uso agrícola. Os
restantes 20% estão sobre áreas classificadas como inaptas. Esta parcela incorretamente
utilizada pode ser explicada pela grande quantidade de lavouras presentes às margens de
122
cursos de água, áreas que, por lei, são consideradas de preservação permanente (APP). Cerca
de 7% da área de arroz total da Bacia estão incluídos nesta situação.
R
i
o
Ri
o
P
ardo
P
a
r
d
i
n
h
o
Ri
o
P
ardo
APi
APe
AMPe
APb
An
BPo
MPi
BPb
AMPi
BPi
SMPo
APo
MPo
N
EW
S
0 20 40 Km
LEGENDA
Hidrografia Principal
Limites das Unidades de Estudo
Terras Aptas à Orizicultura Irrigada
FIGURA 6.6: Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Aptidão das Terras para Cultivo de Arroz Irrigado
(Fonte: Autor)
6.2.2. Projeções da Área Cultivada para 4 e 12 Anos
A projeção da área cultivada com arroz irrigado foi realizada sobre dados históricos de
safras dos municípios que compõem a Bacia Hidrográfica, conforme apresentado no Item 5.2.
A partir dos dados dos municípios e, considerando o percentual de participação da área
orizícola de cada um na Bacia, foi ajustada uma equação a partir da qual foram estimadas as
áreas cultivadas nos horizontes de 4 e 12 anos (safras 2008/2009 e 2016/2017,
respectivamente). O gráfico pode ser visualizado na Figura 6.7. Ela indica o cultivo de 9.100
123
ha previstos para a safra 2008/2009 (projeção de 4 anos) e de 10.095 ha para a safra
2016/2017 (projeção de 12 anos).
A taxa de crescimento anual estimada entre a safra 2003/2004 e a safra 2008/2009 é de
1,9%, e entre a safra 2003/2004 e a safra projetada para 12 anos, de 1,5%. Estes números
sugerem tendência de diminuição nas taxas de crescimento com o passar do tempo e,
conseqüentemente, do estabelecimento de um patamar de área cultivada na Bacia.
5000
5500
6000
6500
7000
7500
8000
8500
9000
9500
10000
10500
11000
96/97
97/98
98/
99
99/
00
00/01
01/02
02/03
03/04
04/
05
05/
06
06/07
07/08
08/09
09/10
10/
11
11/
12
12/13
13/14
14/15
15/16
16/
17
safras
área cultivada (ha)
função ajustada dados observados
FIGURA 6.7: Evolução da Área Cultivada com Arroz Irrigado na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
entre o Período 1996/1997 e 2016/2017
A distribuição das áreas projetadas nas Unidades de Estudo da Bacia Hidrogfica do
Rio Pardo foi feita ponderando-se percentualmente a participação dos municípios nas
mesmas, o que pode ser verificado na Tabela 6.8 e na Figura 6.8.
TABELA 6.8: Projeção da Área Cultivada com Arroz Irrigado para 4 e 12 Anos nas Unidades de
Estudo (UE) da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
UE
Área orizícola projetada
para 4 anos (safra
2008/2009) – ha
Área orizícola projetada
para 12 anos (safra
2016/2017) –ha
Área máxima disponível
(ha)
An 199 221 1.612
APb 6 6 69
BPb 689 764 10.883
BPi 950 1.054 7.011
BPo 1.413 1.568 4.234
MPi 152 168 1.070
MPo 99 110 849
SMPo 5.592 6.203 19.068
Total 9.100 10.095 44.796
Y = 4825,29 (X + 1,5425)
0,236932
R = 0,998
124
FIGURA 6.8: Incremento na Área Cultivada com Arroz Irrigado na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
nas Projeções de 4 e 12 Anos
6.3. Cenários Futuros de Demanda Hídrica para Irrigação
Nas áreas orizícolas projetadas na Bacia do Rio Pardo para os horizontes de 4 e 12
anos que correspondem, respectivamente, às safras de 2008/2009 e 2016/2017, foram
estabelecidos dois cenários de demanda hídrica. Estes cenários são caracterizados por
diferentes combinações tecnológicas relacionadas com o manejo das lavouras de arroz. A
descrição detalhada da metodologia de formulação dos cenários foi descrita no Item 5.3. O
cenário atual (2003/2004) da Bacia do Rio Pardo, com relação à distribuição dos sistemas de
produção de arroz irrigado, pode ser conferido na Tabela 5.9.
6.3.1. Tendencial
As distribuições percentuais dos sistemas de produção na área total cultivada nas
safras de 2008/2009 (4 anos) e de 2016/2017 (12 anos) podem ser conferidas nas Tabelas 6.9
e 6.10.
2003/2004
2003/2004
125
TABELA 6.9: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Tendencial – 4 Anos (safra 2008/2009)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo inundado (ha)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo seco (ha)
Áreas não sistematizadas e
semeadura em solo seco (ha)
UE
Área Total
Cultivada (ha)
Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo
An 199
51,7 31,0 20,7 14,9 9,0 6,0 32,8 19,7 13,1
APb 6
1,6 0,9 0,6 0,6 0,4 0,2 0,8 0,5 0,3
BPb 689
179,1 107,5 71,7 51,7 31,0 20,7 113,7 68,2 45,5
BPi 950
294,5 176,7 117,8 99,8 59,9 39,9 80,8 48,5 32,3
BPo 1.413
282,6 169,6 113,0 91,8 55,1 36,7 332,1 199,2 132,8
MPi 152
47,1 28,3 18,8 16,0 9,6 6,4 12,9 7,8 5,2
MPo 99
16,8 10,1 6,7 8,9 5,3 3,6 23,8 14,3 9,5
SMPo 5.592
950,6 570,4 380,3 503,3 302,0 201,3 1342,1 805,2 536,8
Bacia 9.100 1.824,1 1.094,5 729,7 786,9 472,2 314,8 1.938,9 1.163,4 775,6
20,0 12,0 8,0 8,6 5,2 3,5 21,4 12,8 8,5
Bacia -
%
100
40,0 17,3 42,7
TABELA 6.10: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Tendencial – 12 Anos (safra 2016/2017)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo inundado (ha)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo seco (ha)
Áreas não sistematizadas e
semeadura em solo seco (ha)
UE
Área Total
Cultivada (ha)
Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo
An 221 35,4 28,3 7,1 43,1 34,5 8,6 32,0 25,6 6,4
APb 6 1,1 0,8 0,2 1,2 1,0 0,2 0,7 0,6 0,1
BPb 764 129,9 103,9 26,0 141,3 113,1 28,3 110,8 88,6 22,2
BPi 1.054 216,1 172,9 43,2 237,2 189,7 47,4 73,8 59,0 14,8
BPo 1.568 203,8 163,1 40,8 266,6 213,2 53,3 313,6 250,9 62,7
MPi 168 34,4 27,6 6,9 37,8 30,2 7,6 11,8 9,4 2,4
MPo 110 13,2 10,6 2,6 19,8 15,8 4,0 22,0 17,6 4,4
SMPo 6.203 713,3 570,7 142,7 1.116,5 893,2 223,3 1.271,6 1.017,3 254,3
Bacia 10.094 1.347,2 1.077,7 269,4 1.863,5 1.490,8 372,7 1.836,3 1.469,0 367,3
13,3 10,6 2,7 18,5 14,8 3,7 18,2 14,6 3,6
Bacia -
%
100
26,6 37,0 36,4
6.3.2. Otimista
As Tabelas 6.11 e 6.12 apresentam os percentuais de participação dos sistemas de
produção no cenário Otimista nas projeções de 4 e 12 anos.
TABELA 6.11: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Otimista – 4 Anos (safra 2008/2009)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo inundado (ha)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo seco (ha)
Áreas não sistematizadas e
semeadura em solo seco (ha)
UE
Área Total
Cultivada (ha)
Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo
An 199 103,5 0,0 0,0 37,8 0,0 0,0 57,7 0,0 0,0
APb 6 3,1 0,0 0,0 1,4 0,0 0,0 1,5 0,0 0,0
BPb 689 358,3 0,0 0,0 124,0 0,0 0,0 206,7 0,0 0,0
BPi 950 589,0 0,0 0,0 218,5 0,0 0,0 142,5 0,0 0,0
BPo 1.413 565,2 0,0 0,0 254,3 0,0 0,0 593,5 0,0 0,0
MPi 152 94,2 0,0 0,0 35,0 0,0 0,0 22,8 0,0 0,0
MPo 99 31,7 0,0 0,0 24,8 0,0 0,0 42,6 0,0 0,0
SMPo 5.592 1.901,3 0,0 0,0 1.286,2 0,0 0,0 2.404,6 0,0 0,0
Bacia 9.100 3.646,3 0,0 0,0 1.982,0 0,0 0,0 3.471,9 0,0 0,0
40,1 0,0 0,0 21,7 0,0 0,0 38,2 0,0 0,0
Bacia -
%
100
40,1 21,7 38,2
126
TABELA 6.12: Participação dos Sistemas de Produção nas Unidades de Estudo (UE) da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo no Cenário Otimista – 12 Anos (safra 2016/2017)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo inundado (ha)
Áreas sistematizadas em nível e
semeadura em solo seco (ha)
Áreas não sistematizadas e
semeadura em solo seco (ha)
UE
Área Total
Cultivada (ha)
Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo Precoce Médio Longo
An 221 77,3 0,0 0,0 101,7 0,0 0,0 42,0 0,0 0,0
APb 6 2,1 0,0 0,0 2,9 0,0 0,0 0,96 0,0 0,0
BPb 764 267,4 0,0 0,0 351,4 0,0 0,0 145,2 0,0 0,0
BPi 1.054 432,1 0,0 0,0 516,5 0,0 0,0 105,4 0,0 0,0
BPo 1.568 407,7 0,0 0,0 737,0 0,0 0,0 423,4 0,0 0,0
MPi 168 68,9 0,0 0,0 84,0 0,0 0,0 15,1 0,0 0,0
MPo 110 25,3 0,0 0,0 53,9 0,0 0,0 30,8 0,0 0,0
SMPo 6.203 1.426,7 0,0 0,0 3.163,5 0,0 0,0 1.612,8 0,0 0,0
Bacia 10.094 2.707,5 0,0 0,0 5.010,9 0,0 0,0 2.375,6 0,0 0,0
26,8 0.0 0.0 49,6 0.0 0.0 23,6
0.0 0.0 Bacia -
%
100
26,8 49,6 23,6
A Tabela 6.13 apresenta, resumidamente, a composição percentual dos diferentes
cenários na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo com relação aos sistemas de produção.
TABELA 6.13: Quadro-Resumo dos Cenários Estabelecidos na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Projeção Cenário Ciclo
Áreas sistematizadas em
nível e semeadura em solo
inundado (%)
Áreas sistematizadas em
nível e semeadura em solo
seco (%)
Áreas não sistematizadas
e semeadura em solo
seco (%)
Precoce 9,9 0,9 9,2
Médio 14,8 1,4 13,8
Atual
(2003/2004)
Atual
Longo 24,7 2,3 23,0
Precoce 20,0 8,6 21,4
Médio 12,0 5,2 12,8
Tendencial
Longo 8,0 3,5 8,5
4 anos
(2008/2009)
Otimista Precoce 40,1 21,7 38,2
Precoce 13,3 18,5 18,2
Médio 10,6 14,8 14,6
Tendencial
Longo 2,7 3,7 3,6
12 anos
(2016/2017)
Otimista Precoce 26,8 49,6 23,5
6.4. Demanda Hídrica dos Cenários Atual e Futuros
A metodologia para estimativa das demandas hídricas para irrigação de arroz consta
no Item 5.4.6. No presente item serão apresentados os resultados estimados relativos a cada
componente da demanda (evapotranspiração, saturação do perfil do solo, lâmina superficial e
fluxo lateral). Ao final, é apresentada uma análise integrada dos resultados.
Para permitir identificar dentro de cada Unidade de Estudo da Bacia do Rio Pardo as
regiões mais críticas com relação à utilização de água para irrigação de arroz, as oito
Unidades da Bacia em que se verifica a presença da atividade orizícola, foram subdivididas
em Sub-Unidades de Estudo, conforme descrito no Item 5.4 e apresentado na Figura 5.7.
Assim, os resultados relativos a cada componente da demanda hídrica para irrigação de arroz
foram avaliados em 33 compartimentos da Bacia. As vazões decendiais de cada Sub-Unidade
127
de Estudo necessárias para atender a cada um dos componentes estudados são apresentadas
nos Anexos (A5 a A9), sendo, a seguir, apresentados apenas os resultados globais da Bacia do
Rio Pardo.
6.4.1. Evapotranspiração
Na Tabela 6.14 são mostrados os volumes totais demandados para suprir as perdas por
evapotranspiração em cada cenário, por decêndio e para a safra. No Anexo A5 são
apresentadas as vazões necessárias para atender à demanda evapotranspirativa das lavouras de
arroz de cada Sub-Unidade da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, por decêndio, nos cinco
cenários. São apresentados apenas os resultados relativos às Sub-Unidades em que existe
cultivo de arroz irrigado. As Unidades de Estudo APo, AMPe, AMPi, APe e APi e a Sub-
Unidade An-1 não são apresentadas.
TABELA 6.14: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para Suprir as Perdas por
Evapotranspiração na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções
Decêndios
out/02
out/03
nov/01
nov/02
nov/03
dez/01
dez/02
dez/03
jan/01
jan/02
jan/03
fev/01
Safra
Cenário - Projeção Volumes (hm³)
Atual 0,95 2,49 3,94 4,70 4,61 4,50 7,67 7,88 4,16 4,42 4,77 4,54 54,63
Tendencial – 4 anos 0,33 0,33 3,32 5,08 4,98 4,85 8,31 8,52 4,49 4,77 5,16 4,91 55,05
Otimista – 4 anos 0,00 0,00 1,90 5,08 4,98 4,84 8,31 8,52 4,49 4,77 5,16 4,91 52,94
Tendencial – 12 anos
0,12 0,94 3,31 5,64 5,52 5,33 9,29 9,50 4,97 5,31 5,74 5,47 61,14
Otimista – 12 anos 0,00 0,00 1,41 5,64 5,52 5,33 9,29 9,50 4,97 5,31 5,74 5,47 58,15
Dentro das mesmas projeções, entre os cenários, verifica-se que a demanda
evapotranspirativa é nula nos primeiros decêndios dos cenários otimistas, devido ao ciclo
precoce das cultivares, o qual condiciona o início da evapotranspiração a partir de novembro.
Do segundo decêndio de novembro em diante, em ambos os cenários (Tendencial e Otimista),
as demandas para suprir a evaportranspiração são exatamente iguais dentro da mesma
projeção (4 e 12 anos).
6.4.2. Saturação do Perfil do Solo
A Tabela 6.15 apresenta uma síntese, comparando as demandas relativas à saturação
do solo em todos os cenários e projeções. No Anexo A6 são apresentadas as demandas
hídricas decendiais relativas a este componente de cada Sub-Unidade da Bacia do Rio Pardo.
Ressalta-se que esta demanda ocorre apenas no início da safra e, portanto, apenas os valores
relativos aos primeiros decêndios são apresentados.
128
TABELA 6.15: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para Suprir as Demandas para
Saturação do Perfil do Solo em Todos os Cenários e Projeções
Decêndios
out/02 out/03 nov/01
Safra
Cenário - Projeção Volumes (hm³)
Atual 0,949 0,902 0,447 2,297
Tendencial – 4 anos 0,681 1,217 1,072 2,970
Otimista – 4 anos 0,000 0,000 2,854 2,854
Tendencial – 12 anos 0,382 2,022 1,667 4,071
Otimista – 12 anos 0,000 0,000 3,921 3,921
Verifica-se que a demanda para a saturação do perfil dos solos ocorre do início do
segundo decêndio de outubro até o final do primeiro decêndio de novembro nos cenários
Atual e Tendencial, devido à participação, nestes cenários, de cultivares com duração de ciclo
diferenciado (precoce, médio e longo), que determinam épocas de semeadura diferentes e,
conseqüentemente, de entrada de água para saturação do solo. Pelo contrário, nos cenários
otimistas, esta demanda fica concentrada no primeiro decêndio de novembro, porque apenas
um tipo de cultivar foi considerado nestes cenários (precoce), determinando um único período
de semeadura e de entrada de água para saturação.
6.4.3. Lâmina Superficial
A seguir, na Tabela 6.16, são apresentados os volumes decendiais necessários para a
formação da lâmina superficial das lavouras de arroz na Bacia do Rio Pardo, nos cinco
cenários. O Anexo A7 apresenta as vazões relativas a este componente para cada Sub-
Unidade de Estudo.
TABELA 6.16: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para a Formação da Lâmina
Superficial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções
Decêndios
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02
Safra
Cenário - Projeção Volumes (hm³)
Atual 1,042 1,876 3,599 1,968 0,975 9,461
Tendencial – 4 anos 0,365 0,985 2,689 2,776 2,798 9,613
Otimista – 4 anos 0,000 0,000 1,820 2,185 5,355 9,360
Tendencial – 12 anos 0,133 0,694 1,975 3,455 3,348 9,605
Otimista – 12 anos 0,000 0,000 1,351 1,623 5,858 8,833
A mesma explicação dada anteriormente sobre a saturação do solo é válida também
para a lâmina de água superficial com relação a sua distribuição no tempo. Nos cenários Atual
e Tendencial observa-se que esta demanda fica distribuída entre os decêndios iniciais e, no
Otimista, em apenas dois decêndios.
6.4.4. Fluxo Lateral
A Tabela 6.17 compara os volumes totais decendiais demandados nos diferentes
cenários e projeções para o suprimento das perdas por fluxo lateral. O Anexo A8 apresenta
129
estes volumes discretizados por Sub-Unidade de Estudo na forma de demanda específica
(vazão).
TABELA 6.17: Volumes Decendiais e Totais (hm³) Necessários para Suprir as Perdas por Fluxo
Lateral na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções
Decêndios
out/02
out/03
nov/01
nov/02
nov/03
dez/01
dez/02
dez/03
jan/01
jan/02
jan/03
fev/01
Safra
Cenário - Projeção Volumes (hm³)
Atual 0,011
0,057
0,468
0,717
0,874
0,874
0,874
0,874
0,874
0,874
0,874
0,874
8,245
Tendencial – 4 anos 0,004
0,026
0,214
0,489
0,887
0,887
0,887
0,887
0,887
0,887
0,887
0,887
7,827
Otimista – 4 anos 0,000
0,000
0,020
0,088
0,804
0,804
0,804
0,804
0,804
0,804
0,804
0,804
6,541
Tendencial – 12 anos
0,001
0,016
0,129
0,474
0,857
0,857
0,857
0,857
0,857
0,857
0,857
0,857
7,478
Otimista – 12 anos 0,000
0,000
0,015
0,083
0,591
0,591
0,591
0,591
0,591
0,591
0,591
0,591
4,827
Dentro das mesmas projeções, entre os cenários, verifica-se que a demanda para suprir
as perdas de água por fluxo lateral é nula nos primeiros decêndios dos cenários otimistas,
devido ao ciclo precoce das cultivares, o qual condiciona o início destas perdas com certa
defasagem em relação aos cenários Atual e Tendencial, que possuem cultivares com três
diferentes durações de ciclo, e conseqüentemente com três diferentes períodos de entrada de
água. A partir do terceiro decêndio de novembro as diferenças verificadas entre os cenários
(Tendencial e Otimista) dentro das mesmas projeções se atribuem à sistematização, que
proporciona gradiente hidráulico menor, resultando em menores demandas nos cenários
otimistas.
6.4.5. Análise Integrada das Demandas
As diferentes combinações de sistemas de produção (forma de adequação do terreno,
duração de ciclo da cultivar e condição inicial de umidade dos solos) distribuídas na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo, cujas características edafo-climáticas também são variadas,
determinam diferentes demandas de água para os cenários estabelecidos. Desta forma, a
análise integrada das demandas totais na Bacia se torna conveniente, procurando-se sempre
que possível, identificar a (s) variável (eis) que assume (m) maior relevância na determinação
destas diferenças nas demandas.
A Tabela 6.18 apresenta os volumes totais demandados para irrigação de arroz na
Bacia, por decêndio e para a safra, nos cenários estabelecidos. A Tabela 6.19, por sua vez,
apresenta para cada cenário e projeção os percentuais relativos a cada componente da
demanda. A Tabela 6.20 mostra os volumes específicos demandados, representados pela
relação entre o volume total e a área cultivada, em cada cenário e projeção, para cada
componente.
130
TABELA 6.18: Volumes Decendiais Totais (hm³) Demandados para Irrigação de Arroz na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções
Decêndios
Out/01
ou/02
out/03
nov/01
nov/02
nov/03
dez/01
dez/02
dez/03
jan/01
jan/02
jan/03
fev/01
Safra
Cenário - Projeção Volumes (hm³)
Atual 1,04 3,78 7,05 6,82 6,39 5,49 5,38 8,55 8,75 5,03 5,29 5,65 5,41 74,63
Tendencial – 4 anos 0,36 2,00 4,26 7,39 8,36 5,87 5,73 9,20 9,41 5,37 5,66 6,05 5,80 75,46
Otimista – 4 anos 0,00 0,00 1,82 6,95 10,52 5,78 5,65 9,11 9,32 5,29 5,58 5,96 5,71 71,69
Tendencial – 12 anos
0,13 1,20 4,95 8,56 9,46 6,38 6,18 10,15 10,36 5,83 6,16 6,60 6,33 82,30
Otimista – 12 anos 0,00 0,00 1,35 6,97 11,58 6,11 5,92 9,87 10,09 5,56 5,90 6,33 6,06 75,73
TABELA 6.19: Volumes Totais Demandados por Componente da Demanda para Irrigação de Arroz
na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções e Sua Participação Percentual
Cenário - Projeção
Evapo-
transpiração
(hm³)
Evapo-
transpiração
(%)
Saturação
do Solo
(hm³)
Saturação
do Solo
(%)
Lâmina
Superficial
(hm³)
Lâmina
Superficial
(%)
Fluxo
Lateral
(hm³)
Fluxo
Lateral
(%)
Atual 54,63 73,20% 2,30 3,08% 9,46 12,68% 8,24 11,05%
Tendencial – 4 anos 55,05 72,96% 2,97 3,94% 9,61 12,74% 7,83 10,37%
Otimista – 4 anos 52,94 73,84% 2,85 3,98% 9,36 13,06% 6,54 9,12%
Tendencial – 12 anos 61,14 74,29% 4,07 4,95% 9,60 11,67% 7,48 9,09%
Otimista – 12 anos 58,15 76,78% 3,92 5,18% 8,83 11,66% 4,83 6,37%
TABELA 6.20: Volumes Totais Demandados por Unidade de Área de cada Componente da Demanda
para a Irrigação de Arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções
Cenário - Projeção
Evapo-
transpiração
(m³ha
-1
)
Saturação
do Solo
(m³.ha
-1
)
Lâmina
Superficial
(m³.ha
-1
)
Fluxo
Lateral
(m³.ha
-1
)
Total
(m³.ha
-1
)
Atual 6.479,7 272,8 1.122,0 977,3 8.851,9
Tendencial – 4 anos 6.049,5 326,4 1.056,0 860,4 8.292,3
Otimista – 4 anos 5.817,6 313,2 1.028,6 718,7 7.878,0
Tendencial – 12 anos 6.057,1 403,2 951,1 741,0 8.152,4
Otimista – 12 anos 5.760,8 388,3 874,8 478,5 7.502,5
Evapotranspiração
O principal componente da demanda total, em todos os cenários e projeções, é a
evapotranspiração (consumo propriamente dito do arroz), cuja percentagem varia de 73,0 a
78,0% do valor total demandado. Dentro de cada projeção (4 e 12 anos), verifica-se que a
demanda total para suprir a evapotranspiração é menor nos cenários otimistas (5.818 m³.ha
-
1
.safra
-1
na projeção de 4 anos e 5.761 m³.ha
-1
.safra
-1
na de 12 anos), em virtude da utilização
de cultivares de ciclo precoce (ciclo mais curto). Na projeção de 12 anos, verifica-se que o
percentual correspondente à evapotranspiração é maior, sendo de 74,3% no cenário
Tendencial e 76,8% no Otimista. Este fato confirma a melhoria na eficiência da irrigação, ou
seja, o valor de demanda mais próximo do valor de consumo, dada pelas reduções dos demais
componentes da demanda total.
Saturação do Solo
Os volumes de água demandados para saturação do solo variam de 273 (cenário Atual)
a 403 m³.ha
-1
.safra
-1
(cenário Tendencial – 12 anos). Em todos os cenários e projeções
verifica-se aumento da demanda para saturação do perfil do solo em relação ao cenário Atual,
131
o que é atribuído à diminuição gradativa dos sistemas de semeadura em solo inundado. A
demanda para saturação do solo é a menos representativa da demanda total, variando de
2,30% (cenário Atual) a 4,07% (cenário Tendencial – 12 anos).
Lâmina Superficial
A demanda para formação da mina de água superficial diminui consideravelmente
do cenário Atual para os horizontes de 4 e 12 anos, especialmente nos cenários otimistas,
retratando os benefícios diretos da sistematização das lavouras. Verificam-se valores
demandados por unidade de área cultivada variando de 875 m³.ha
-1
.safra
-1
(cenário Otimista –
12 anos) a 1.122 m³.ha
-1
.safra
-1
(cenário Atual). Em termos de participação percentual, este
componente varia de 8,83% (cenário Otimista 12 anos) a 9,61% (Tendencial 4 anos) da
demanda total.
Fluxo Lateral
As demandas para suprir as perdas pelo fluxo drico lateral variam de 4,8% (cenário
Otimista 12 anos) a 8,2% (cenário Atual) das demandas totais. Nas duas projeções do
cenário Otimista (4 e 12 anos), o percentual de participação deste componente é baixo, o que
é explicado pela menor altura da lâmina superficial resultante da sistematização, que
proporciona menor gradiente hidráulico e, conseqüentemente, menor fluxo, e também pelo
menor período de irrigação devido à utilização de cultivares de ciclo menor. Em termos de
volume, as variações ocorrem de 478 m³.ha
-1
.safra
-1
(cenário Otimista – 12 anos) a 977 m³.ha
-
1
.safra
-1
(cenário Atual).
Demanda Total
A demanda total da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo para irrigação de arroz é da
ordem de 74,6 hm³ (cenário Atual). Num horizonte de 4 anos (safra 2008/2009), cuja área de
cultivo tende a aumentar 8,0% em relação à atual, espera-se que a demanda total atinja valores
da ordem de 75,5 hm³, representando aumento de 1,2%. No cenário Otimista, no entanto, e
dentro deste mesmo horizonte, poder-se-ia esperar uma demanda total mais baixa que a atual,
da ordem de 71,7 hm³ (diminuição de 3,9% em relação à demanda atual). Num horizonte de
12 anos (safra 2016/2017), com área 19,7% maior que a atual, espera-se que a demanda atinja
um total de 82,3 hm³, representando um aumento de 10% na demanda, em relação à demanda
atual. Neste mesmo horizonte e, em uma expectativa otimista, pode-se chegar a uma demanda
total da ordem de 75,7 hm³ (1,5% a mais do que a atual).
132
A sistematização das lavouras seria a maior responsável pela diminuição do consumo
de água nos cenários otimistas. Para confirmar isso, basta observar que a demanda de água no
cenário Otimista 12 anos é 1,5% maior do que no cenário Atual, e a área cultivada, por sua
vez, é 20% maior.
Avaliando-se o montante demandado através da relação volume total/área cultivada,
verifica-se que o cenário Atual é responsável pelos maiores volumes (8.852 m³.ha
-1
.safra
-1
),
seguido do Tendencial 4 anos (8.292 m³.ha
-1
.safra
-1
), Tendencial 12 anos (8.152 m³.ha
-
1
.safra
-1
), Otimista – 4 anos (7.878 m³.ha
-1
.safra
-1
) e Otimista – 12 anos (7.502 m³.ha
-1
.safra
-1
).
Os resultados mostram que, em uma evolução natural (representado pelo cenário Tendencial),
são esperadas reduções nos volumes específicos (volumes totais demandados/área total
cultivada) para irrigação de arroz na Bacia do Rio Pardo, dadas pelas alterações nos padrões
de uso e manejo do solo (aumento de áreas sistematizadas e utilização de cultivares de ciclo
mais curto). Os resultados obtidos nas projeções do cenário Otimista evidenciam, ainda, que
existe a possibilidade deste volume ser ainda menor. Neste contexto, pode-se inferir que mais
área poderá ser cultivada com o passar dos anos, mantendo-se a mesma demanda total que se
tem atualmente (safra 2003/2004). Assim, pela tendência de crescimento que se observa na
Bacia e, considerando que os padrões de uso e manejo das lavouras realmente aconteçam da
forma como foi exposto nesta dissertação, num horizonte de 4 anos a Bacia do Rio Pardo
pode estar cultivando mais terras e consumindo o mesmo volume que nos dias atuais. No
entanto, a partir deste horizonte (acima de 4 anos), a demanda total ultrapassa a demanda
atual, mas a taxas de crescimento inferiores do que a taxa de crescimento da área cultivada.
Estes resultados estão evidenciados na Tabela 6.21.
TABELA 6.21: Taxas de Crescimento/Decaimento dos Volumes Demandados para Irrigação de Arroz
e da Área Cultivada nos Cenários Futuros da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Relação ao Cenário
Atual
Cenário - Projeção
Área Cultivada
Total (ha)
Demanda
Total (hm³)
Taxa de Crescimento/Decaimento
da Área Cultivada (ao ano)
com Relação ao Cenário Atual
Taxa de Crescimento/Decaimento
da Demanda (ao ano)
com Relação ao Cenário Atual
Atual 8.431 74,6 - -
Tendencial – 4 Anos 9.100 75,5 1,93% 0,28%
Otimista – 4 Anos 9.100 71,7 1,93% -1,00%
Tendencial – 12 Anos
10.094 82,3 1,51% 0,82%
Otimista – 12 Anos 10.094 75,7 1,51% 0,12%
Salienta-se que as demandas específicas calculadas nesta dissertação variam de cerca
de 7.500 a 8.800 m³.ha
-1
.safra
-1
, o que, parece, num primeiro momento, muito baixas, frente
aos volumes apresentados em estudos clássicos, especialmente de dimensionamento de
sistemas de irrigação. No entanto, estudos mais recentes, como os de Weber (2000), Marcolin
& Macedo (2001) e Machado et al. (2006), têm demonstrado cada vez mais que é possível
133
que se utilizem volumes desta magnitude nas lavouras de arroz, embora os volumes
solicitados pelos irrigantes no momento da outorga sejam, geralmente, muito maiores. Este
fato, segundo Muller & Dewes (2005), decorre, em primeiro lugar, da necessidade de se
suprir as perdas de água no sistema de irrigação e, em segundo, da insegurança do produtor
em ter o recurso drico garantido no momento da irrigação, o que o faz solicitar volume
maior do que aquele que ele realmente vai alocar em sua lavoura. Acrescenta-se a isso o fato
de a água bruta ainda não ser onerada, sendo objeto apenas de outorga. O Departamento de
Recursos Hídricos, da Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, chega a receber
pedidos de até 17.000 m³.ha
-1
.safra
-1
. Devido a isso, o departamento estabeleceu o limite de
14.000 de água por hectare de arroz. Muller & Dewes (2005) lembram que são poucos os
irrigantes que solicitam menos do que o limite, pois querem ter o recurso garantido para
desenvolvimento de sua atividade.
As Figuras 6.9 a 6.11 apresentam, na safra, a variação temporal das demandas para
irrigação de arroz na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo nos cenários estabelecidos.
0
2
4
6
8
10
12
out/01 ou/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Decêndios
Volume (hm³)
Atual 4 Anos - Tendencial 12 Anos – Tendencial 4 Anos – Otimista 12 Anos – Otimista
FIGURA 6.9: Variação Temporal por Decêndio das Demandas Hídricas para Irrigação de Arroz na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo em Todos os Cenários e Projeções
134
Projeção: 4 anos
Área cultivada: 9.100 ha
0
2
4
6
8
10
12
out/01 ou/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Decêndios
Volume (hm³)
4 Anos - Tendencial 4 Anos – Otimista
FIGURA 6.10: Variação Temporal por Decêndio das Demandas Hídricas para Irrigação de Arroz na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Projeção de 4 Anos
Projeção: 12 anos
Área Cultivada: 10.094 ha
0
2
4
6
8
10
12
out/01 ou/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Decêndios
Volume (hm³)
12 Anos – Tendencial 12 Anos – Otimista
FIGURA 6.11: Variação Temporal por Decêndio das Demandas Hídricas para Irrigação de Arroz na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Projeção de 12 Anos
135
Através das Figuras 6.10 e 6.11, que permitem que se faça a comparação entre os dois
cenários (Otimista e Tendencial) dentro das mesmas projeções (4 anos e 12 anos), pode-se
observar que existem diferenças evidenciadas entre cenários, especialmente nos seis primeiros
decêndios da safra, em ambas as projeções. A partir deste período, as demandas dos dois
cenários em ambas as projeções tornam-se muito próximas, o que é explicado pelo
predomínio da demanda para suprir a evapotranspiração, que é igual em ambos os cenários.
As pequenas diferenças que se observam a partir do primeiro decêndio de dezembro se devem
ao fluxo lateral, que é menor no cenário Otimista devido a menor altura da lâmina superficial
que condiciona gradiente hidráulico mais baixo.
A demanda mais elevada no cenário Tendencial, nos primeiros decêndios, em relação
ao Otimista, explica-se pelo predomínio, naquele cenário, da demanda evapotranspirativa (no
cenário Tendencial existem cultivares de ciclo longo, que são semeadas mais cedo), da lâmina
superficial (a formação da lâmina começa mais cedo também), da saturação do perfil e do
fluxo lateral. No mês de novembro, no entanto, ocorre no cenário Otimista uma concentração
das demandas, dada pela saturação do perfil e formação da lâmina, o que explica seu maior
valor com relação ao Tendencial (pico). Em ambos os cenários, verificam-se menores
demandas no último decêndio de novembro, época em que as demandas iniciais de água
terminaram (para qualquer ciclo) e que a demanda evapotranspirativa ainda é baixa. Os picos
de demanda ocorrem durante o mês de dezembro e início de janeiro, devido, especialmente à
evapotranspiração.
O comportamento das demandas, tanto na projeção de 4 quanto na de 12 anos, é muito
semelhante. As principais diferenças entre as projeções decorrem do total demandado, sendo
maior na projeção de 12 anos, devido à maior área cultivada, e da diferença mais acentuada
entre os cenários (Tendencial e Otimista), que é maior na projeção de 12 anos.
Com relação ao cenário Atual (Figura 6.9), em todos os cenários e projeções pode-se
notar pequeno decréscimo na demanda no mês de outubro. Isso é verificado porque a
tendência é de redução de uso de cultivares de ciclo longo, cuja semeadura ocorre mais cedo
do que as demais, o que implica em antecipação das demandas hídricas.
No Anexo A9 podem ser conferidas as vazões totais demandadas por decêndio para
irrigação de arroz nas Sub-Unidades de Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, em todos
os cenários estabelecidos. Estas vazões apresentadas foram utilizadas na confecção dos
balanços hídricos (item seguinte). Neste caso, é interessante que se faça um comentário sobre
a vazão de retorno da irrigação de arroz. Da maneira como a demanda para irrigação foi
136
estimada neste estudo, os únicos componentes que compõem a demanda total para a irrigação
são a evapotranspiração, a saturação do solo, a lâmina superficial e o fluxo lateral. Diante
disto, entende-se que a evapotranspiração é consumida, pois não retorna aos mananciais
hídricos, constituindo-se em uma vazão de consumo; a saturação do solo permanece
constante, sendo drenada e evaporada apenas após a drenagem no final da safra (vazão de
consumo); a lâmina superficial se transforma em vazão de retorno apenas no final da safra (ao
ser drenada) e o fluxo lateral é lento suficientemente para não ser considerado como
disponível à jusante de onde ele ocorre. Por tudo isso, achou-se conveniente o considerar
nenhuma vazão de retorno nos balanços hídricos, relacionada com a demanda para irrigação
do arroz.
É importante destacar que nos cálculos não foram computadas as perdas por infiltração
nos canais de condução e nem outras perdas de água no sistema (transbordamento sobre
taipas, por exemplo). Estas perdas podem atingir de 2 a 6 mm.dia
-1
(Righes, 2006),
representando volumes de 2.000 a 6.000 m³.ha
-1
.safra
-1
. No entanto, considerando a evolução
das tecnologias e o aumento da conscientização dos produtores acerca da necessidade de
racionalização do uso da água, é possível e esperado que haja investimentos em melhorias nos
sistemas de irrigação por inundação, minimizando as perdas oriundas do mal
dimensionamento e do manejo inadequado.
As perdas por evaporação nos canais de irrigação não são significativas,
principalmente em regiões onde os canais de irrigação apresentam pequena largura e
extensão, como é o caso da Bacia do Rio Pardo. Em geral, os modelos matemáticos para
cálculo de demandas hídricas para irrigação não incluem, em suas medições e simulações, as
perdas nos canais que ligam o ponto de captação à área irrigada (LOUZADA, 2004).
A Tabela 6.22 apresenta as vazões de consumo
1
para as demais categorias de usos
consuntivos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, representadas pela população urbana e rural,
dessedentação e higienização de animais e indústria nos cenário atual e nos cenários futuros.
A metodologia empregada em sua estimativa está apresentada no Anexo A4.
1
Vazão de consumo = vazão demandada subtraída da vazão de retorno.
137
TABELA 6.22: Consumos Hídricos para os Demais Usos Consuntivos nas Unidades de Estudo da
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Vazão Consumida
1,2
(m³.s
-1
)
Cenário UE
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
AMPe
0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006
AMPi
0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011 0,011
An
0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006
APb
0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005
APe
0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004
APi
0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002
APo
0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013
BPb
0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
BPi
0,081 0,081 0,081 0,078 0,078 0,074 0,074 0,074 0,074 0,078 0,078 0,081
BPo
0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007
MPi
0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009
MPo
0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026 0,026
SMPo
0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,029 0,029 0,029 0,029 0,030 0,030 0,030
Atual
Bacia
0,210 0,210 0,210 0,207 0,207 0,202 0,202 0,202 0,202 0,207 0,207 0,210
AMPe
0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006
AMPi
0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012
An
0,007 0,009 0,008 0,008 0,008 0,007 0,007 0,007 0,007 0,009 0,008 0,007
APb
0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005
APe
0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004
APi
0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002
APo
0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015
BPb
0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
BPi
0,085 0,087 0,087 0,083 0,083 0,080 0,080 0,080 0,080 0,082 0,082 0,085
BPo
0,009 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,007 0,009
MPi
0,011 0,009 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,009 0,011
MPo
0,027 0,025 0,027 0,027 0,027 0,027 0,027 0,027 0,027 0,026 0,027 0,027
SMPo
0,031 0,032 0,032 0,031 0,031 0,031 0,031 0,031 0,031 0,031 0,031 0,031
4 anos
Bacia
0,224 0,223 0,225 0,220 0,220 0,216 0,216 0,216 0,216 0,219 0,218 0,224
AMPe
0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006 0,006
AMPi
0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013 0,013
An
0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009 0,009
APb
0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005
APe
0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004 0,004
APi
0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003 0,003
APo
0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019 0,019
BPb
0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012
BPi
0,102 0,100 0,094 0,090 0,090 0,087 0,087 0,087 0,087 0,090 0,099 0,102
BPo
0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
MPi
0,012 0,012 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,011 0,014 0,015
MPo
0,029 0,027 0,029 0,029 0,029 0,029 0,029 0,029 0,029 0,029 0,030 0,029
SMPo
0,034 0,034 0,034 0,034 0,034 0,033 0,033 0,033 0,033 0,034 0,034 0,034
12 anos
Bacia
0,258 0,254 0,248 0,244 0,244 0,240 0,240 0,240 0,240 0,245 0,258 0,261
(Fonte: adaptado de ECOPLAN, 2005b)
A Tabela 6.23 mostra a expressividade da irrigação de arroz nos meses de verão na
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo frente aos demais usuários de água. De novembro a janeiro,
a demanda para irrigação de arroz, em todos os cenários e projeções representa mais de 95%
da demanda total. Nos cenários Atual e Tendencial, no mês de outubro, a demanda também é
significativa, representando cerca de 90% da demanda total. No cenário Otimista, no entanto,
observa-se que este percentual, neste mês, cai para cerca de 70%, o que ocorre devido à
utilização de cultivares de ciclo precoce que o semeadas mais tardiamente. Em fevereiro,
em todos os cenários e projeções, a demanda para irrigação gira em torno de 91% do total.
138
TABELA 6.23: Participação da Irrigação de Arroz nos Consumos Hídricos Mensais da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo
Cenário - Projeção Usuário JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Outros usos (m³.s
-1
) 0,21
0,21
0,21
0,21
0,21
0,20
0,20
0,20
0,20
0,21
0,21
0,21
Irrigação de arroz (m³.s
-1
)
5,96
2,24
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
4,43
7,21
8,47
Total (m³.s
-1
) 6,17
2,45
0,21
0,21
0,21
0,2
0,2
0,2
0,2
4,64
7,42
8,68
Atual
Irrigação de arroz (%) 96,6
91,4
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
95,5
97,2
97,6
Outros usos (m³.s
-1
) 0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
Irrigação de arroz (m³.s
-1
)
6,38
2,40
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2,47
8,34
9,09
Total (m³.s
-1
) 6,60
2,62
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
2,69
8,56
9,31
Tendencial – 4 Anos
Irrigação de arroz (%) 96,7
91,6
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
91,8
97,4
97,6
Outros usos (m³.s
-1
) 0,26
0,25
0,25
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,26
0,26
Irrigação de arroz (m³.s
-1
)
6,94
2,62
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2,35
9,42
9,96
Total (m³.s
-1
) 7,20
2,87
0,25
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
2,59
9,68
10,22
Tendencial – 12 Anos
Irrigação de arroz (%) 96,4
91,3
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
90,7
97,3
97,5
Outros usos (m³.s
-1
) 0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
Irrigação de arroz (m³.s
-1
)
6,28
2,36
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,68
8,97
8,99
Total (m³.s
-1
) 6,50
2,58
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
0,9
9,19
9,21
Otimista – 4 Anos
Irrigação de arroz (%) 96,6
91,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
75,6
97,6
97,6
Outros usos (m³.s
-1
) 0,26
0,25
0,25
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,26
0,26
Irrigação de arroz (m³.s
-1
)
6,64
2,51
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,50
9,51
9,66
Total (m³.s
-1
) 6,90
2,76
0,25
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,74
9,77
9,92
Otimista – 12 Anos
Irrigação de arroz (%) 96,2
90,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
67,6
97,3
97,4
A sazonalidade das demandas verificadas ao longo do ano na Bacia, e acentuada no
período de irrigação, também ocorre com a disponibilidade hídrica superficial, porém,
seguindo comportamento oposto. No inverno, época em que as demandas são relativamente
baixas, verifica-se grande disponibilidade hídrica nos cursos de água, resultado do regime de
precipitação pluvial elevado e da baixa evapotranspiração. No verão, ao contrário, a
disponibilidade hídrica superficial é baixa e as demandas são elevadas, resultando em
conflitos e disputas entre usuários pela água disponível em muitos locais. Este fato será
evidenciado no item seguinte, quando as disponibilidades hídricas serão confrontadas com as
demandas.
É importante destacar que a quantidade de água necessária para a manutenção dos
ecossistemas aquáticos e associados, não obstante sua relevância, não foi considerada como
um uso consuntivo para fins de cálculo dos balanços hídricos quantitativos, tema do próximo
item. Porém, foi incorporada nos resultados através de sua comparação com os resultados dos
balanços.
6.5. Balanço Hídrico nos Cenários Atual e Futuros
Os resultados dos balanços hídricos são apresentados para a Bacia Hidrográfica do Rio
Pardo, como um todo, e para as Sub-Unidades de Estudo. Vale lembrar as seguintes
considerações feitas com relação aos balanços:
139
a) Adotaram-se, como disponibilidade hídrica, as vazões mensais com 90% de
garantia de excedência (Q
90%
- vazão outorgável da Bacia);
b) As disponibilidades foram confrontadas com as vazões de consumo. A vazão de
retorno, considerada apenas para o abastecimento humano, dessedentação de
animais e uso industrial, foi considerada sem defasagem temporal e espacial;
c) Os excessos hídricos das Sub-Unidades de montante foram acumulados nas de
jusante, conforme o fluxograma apresentado na Figura 5.9 e
d) Nas análises finais dos balanços, as vazões resultantes foram avaliadas
comparativamente às vazões mínimas (Tabela 5.20).
As Figuras 6.12 a 6.16 apresentam os balanços hídricos decendiais na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo nos cinco cenários estabelecidos durante os meses de irrigação de
arroz.
CENÁRIO ATUAL - Bacia do Rio Pardo
out-01 out-02 out-03
nov-01 nov-02 nov-03
jan-01 jan-02 jan-03
fev-01
dez-03
dez-02
dez-01
-5,00
-3,00
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
11,00
13,00
15,00
17,00
19,00
21,00
23,00
25,00
decêndios
(m³/s)
FIGURA 6.12: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Período de
Irrigação de Arroz – Cenário Atual
Demanda
Disponibilidade
Vazão Mínima
Balanço Hídrico Positivo
(garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Positivo
(não garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Negativo
140
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - Bacia do Rio Pardo
out-01 out-02 out-03
nov-01 nov-02 nov-03
jan-01
fev-01
jan-03
jan-02
dez-03
dez-02
dez-01
-5,00
-3,00
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
11,00
13,00
15,00
17,00
19,00
21,00
23,00
25,00
decêndios
(m³/s)
FIGURA 6.13: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Período de
Irrigação de Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - Bacia do Rio Pardo
out-01 out-02 out-03
nov-01 nov-03
jan-01
fev-01
nov-02
jan-03
jan-02
dez-03
dez-02
dez-01
-5,00
-3,00
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
11,00
13,00
15,00
17,00
19,00
21,00
23,00
25,00
decêndios
(m³/s)
FIGURA 6.14: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Período de
Irrigação de Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
Demanda
Disponibilidade
Vazão Mínima
Balanço Hídrico Positivo
(garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Positivo
(não garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Negativo
Demanda
Disponibilidade
Vazão Mínima
Balanço Hídrico Positivo
(garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Positivo
(não garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Negativo
141
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - Bacia do Rio Pardo
out-01 out-02 out-03
nov-01 nov-02 nov-03
fev-01
jan-01
jan-03
jan-02
dez-03
dez-02
dez-01
-5,00
-3,00
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
11,00
13,00
15,00
17,00
19,00
21,00
23,00
25,00
decêndios
(m³/s)
FIGURA 6.15: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Período de
Irrigação de Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - Bacia do Rio Pardo
out-01 out-02 out-03
nov-01 nov-03
fev-01
jan-01
nov-02
jan-03
jan-02
dez-03
dez-02
dez-01
-5,00
-3,00
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
11,00
13,00
15,00
17,00
19,00
21,00
23,00
25,00
decêndios
(m³/s)
FIGURA 6.16: Balanço Hídrico Decendial na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo no Período de
Irrigação de Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
Demanda
Disponibilidade
Vazão Mínima
Balanço Hídrico Positivo
(garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Positivo
(não garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Negativo
Demanda
Disponibilidade
Vazão Mínima
Balanço Hídrico Positivo
(garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Positivo
(não garante vazão mínima)
Balanço Hídrico Negativo
142
Verifica-se a ocorrência persistente de déficits hídricos em todos os cenários e
projeções da Bacia do Rio Pardo, concentrados, especialmente, nos meses de dezembro e
janeiro, período em que coincide a alta demanda hídrica e a baixa disponibilidade.
Em outubro, a disponibilidade hídrica é suficiente para atender as demandas
consuntivas e garantir a vazão mínima a ser mantida nos cursos de água em todos os cenários
e projeções. Em novembro, nos cenários Atual e Tendencia 4 Anos, as disponibilidades
hídricas atendem às demandas, porém, sem garantir a integridade da vazão mínima a ser
garantida. Nos cenários otimistas e no cenário Tendencial -12 Anos, no segundo decêndio
deste mês (novembro), o balanço hídrico é negativo, o que pode ser explicado pelo maior
percentual de cultivares de arroz de ciclo precoce, cuja semeadura concentra-se no mesmo
período, concentrando também as demandas iniciais de água para as lavouras (saturação do
solo e lâmina superficial).
Em geral, os déficits são menores no cenários Atual e, dentro das mesmas projeções
futuras (4 e 12 anos), nos cenários otimistas.
Os balanços hídricos na forma gráfica para as Sub-Unidades de Estudo constam no
Anexo A10, onde são apresentados os balanços apenas para aquelas Sub-Unidades que
apresentaram déficit hídrico em pelo menos um decêndio durante os meses de irrigação e em
pelo menos um cenário. Em todos os cenários e projeções não foram verificados déficits
hídricos nas seguintes Sub-Unidades orizícolas: MPo, SMPo-1, SMPo-2, SMPo-3, SMPo-4,
SMPo-8, BPo-5, BPi-1, BPi-2, An-1, MPi-1, MPi-2, MPi-3, BPb-1, BPb-3 e APb.
Nos itens a seguir são realizados alguns comentários a respeito dos balanços hídricos
nas Sub-Unidades com déficits, onde o seguinte julgamento foi tido como base:
a) Situação de excesso hídrico: quando a oferta hídrica atende a 100% dos usos
consuntivos e a vazão remanescente é superior ànima necessária a ser garantida
nos cursos de água;
b) Situação de déficit hídrico ambiental: quando a oferta hídrica atende a 100% dos
usos consuntivos, porém a vazão remanescente é inferior à mínima necessária para
ser garantida;
143
c) Situação de déficit hídrico operacional: a oferta hídrica é suficiente para atender
parte dos usos consuntivos e o déficit é de até 20% do total demandado. Não
vazão remanescente nos leitos e
d) Situação de déficit hídrico severo: a oferta hídrica é suficiente para atender parte
dos usos consuntivos e o ficit é superior a 20% do total demandado. Não
vazão remanescente nos leitos.
Sub-Médio Pardo – SMPo-5
A Sub-Unidade SMPo-5 é a que apresenta a maior área irrigada da Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo. No cenário Atual, a Sub-Unidade cultiva cerca de 2.705 ha de arroz irrigado.
Na projeção de 4 anos, 3.025 ha; e na de 12 anos, 3.155 ha. A Sub-Unidade apresenta déficit
hídrico severo (déficit superior a 20% da demanda) em todos os cenários e projeções nos dois
últimos decêndios de dezembro.
No cenário Atual, o déficit no segundo decêndio de dezembro é de 0,88 m³.s
-1
. Esta
vazão é suficiente para a irrigação de 760 ha de arroz (considerando a demanda específica
deste cenário). Considerando a necessidade de manutenção da vazão mínima, o déficit atual
aumenta para 1,13 m³.s
-1
, representando escassez hídrica para 975 ha de arroz (36% do total
cultivado).
Em termos gerais, contata-se que o déficit é maior nos cenários tendenciais,
comparando-se as mesmas projeções. Percentualmente, no cenário Atual, o déficit de
dezembro (dois últimos decêndios) é de cerca de 25% da demanda. No cenário Tendencial – 4
anos é de 33%, e no Otimista, de 31%. Na projeção de 12 anos, este percentual é de 35% no
Tendencial, e de 31% no Otimista.
Avaliando-se a situação mais crítica, representada pelo segundo decêndio de
dezembro, no cenário Tendencial – 12 anos, contata-se um déficit de 1,37 m³.s
-1
, o que
representa um prejuízo para uma área de 1.220 ha (38% do previsto). Considerando, ainda, a
necessidade de se manter a vazão mínima, o déficit deste cenário aumenta para 1,62 m³.s
-1
,
prejudicando o cultivo de 1.440 ha (46% do previsto).
Sub-Médio Pardo – SMPo-6
A Sub-Unidade SMPo-6 possui cerca de 110 ha cultivados no cenário Atual, 186 ha na
projeção de 4 anos e 254 na de 12 anos. A situação atual é de déficit hídrico ambiental nos
144
dois últimos decêndios de dezembro. Nas projeções futuras, em todos os cenários, a situação
passa para déficit hídrico operacional, com déficits inferiores a 20% da demanda. s
Sub-Médio Pardo – SMPo-7
A Sub-Unidade SMPo-7 cultiva, atualmente (safra 2003/2004), cerca de 430 ha de
arroz irrigado. A situação atual é de déficit hídrico operacional no segundo decêndio de
dezembro, e de déficit hídrico ambiental no terceiro decêndio. Nos cenários da projeção de 4
anos, quando se prevê o cultivo de 462 ha, a situação, nos dois últimos decêndios de
dezembro passa para déficit hídrico operacional. na projeção de 12 anos, a situação, tanto
no cenário Tendencial como no Otimista, passa para déficit severo, com deficiência hídrica
superior a 20% da demanda total. Os déficits chegam a 0,65 m³.s
-1
, e elevam-se para 0,92
m³.s
-1
, considerando a necessidade de manutenção da vazão mínima.
Baixo Plumbs – BPb-2
A Sub-Unidade BPb-2 mantém, atualmente (safra 2003/2004), o cultivo de 315 ha de
arroz irrigado. No cenário Atual, a situação é de ficit hídrico ambiental nos dois últimos
decêndios de dezembro. Na projeção de 4 anos é previsto o cultivo de 350 ha, condicionando
a manutenção da situação atual deficitária (déficit ambiental) tanto no cenário Tendencial
como no Otimista. Na projeção de 12 anos, no entanto, quando se prevê o cultivo de 395 ha, a
situação passa para déficit operacional. Na projeção de 12 anos também ocorrem déficits
ambientais no primeiro decêndio de dezembro.
Baixo Plumbs – BPb-4
A Sub-Unidade BPb-4 apresenta situação de déficit hídrico severo (déficit superior a
20% da demanda) em todos os cenários e projeções, nos dois últimos decêndios de dezembro.
A situação é pior no cenário Tendencial 12 anos, quando é previsto o cultivo de 225 ha,
chegando a faltar 70% do total demandado. A deficiência neste cenário, para o segundo
decêndio de dezembro é de 0,16 m³.s
-1
e, considerando a necessidade de manutenção da vazão
mínima, de 0,22 m³.s
-1
. Verifica-se a ocorrência de déficit hídrico ambiental também no
primeiro decêndio de dezembro, nos dois cenários da projeção de 12 anos.
Baixo Pardinho – BPi-3
A Sub-Unidade BPi-3, localizada na vertente do Rio Pardinho (principal afluente do
Rio Pardo) possui 380 ha irrigados. A situação atual é de déficit hídrico ambiental (a vazão
remanescente não é suficiente para atender à demanda ecológica). Esta condição ocorre nos
dois últimos decêndios de janeiro.
145
Na projeção de 4 anos, onde se espera o cultivo de 403 ha, a condição é de déficit
operacional nos dois últimos decêndios de janeiro, quando ocorrem déficits de ordem menor
do que 20% da demanda, em ambos os cenários (Tendencial e Otimista). Nos dois cenários
também se constata déficit ambiental no primeiro decêndio de janeiro.
Na projeção de 12 anos, onde a área plantada com arroz irrigado é de cerca de 410 ha,
ocorrem, no cenário Tendencial, déficits severos (maior do que 20% da demanda) no segundo
decêndio de janeiro, e operacionais no terceiro decêndio deste mês, e também no segundo
decêndio de dezembro. Nesta mesma projeção, porém no cenário Otimista, a situação é de
déficit operacional nos dois últimos decêndios de janeiro e no segundo decêndio de dezembro.
Em ambos os cenários da projeção de 12 anos, ocorre déficit ambiental no primeiro decêndio
de janeiro.
Baixo Pardinho – BPi-4
Também localizada na vertente do Rio Pardinho, esta Sub-Unidade, cultivando 113 ha,
passa por situação de déficit severo no segundo decêndio de janeiro, e ambiental no terceiro
decêndio deste mês.
Na projeção de 4 anos, tanto no cenário Tendencial como no Otimista, a situação dos
dois últimos decêndios de janeiro é de déficit severo, o que também ocorre no segundo
decêndio de dezembro. Verifica-se também a ocorrência de déficit ambiental no primeiro
decêndio de janeiro.
O cenário Tendencial da projeção de 12 anos apresenta situação de déficit severo nos
três decêndios de janeiro e nos dois últimos decêndios de dezembro. No Otimista, a situação é
semelhante, ocorrendo, no entanto déficit operacional (ao invés de severo) no último decêndio
de dezembro. Nesta projeção espera-se o cultivo de 163 ha.
Andréas – An-2
A Sub-Unidade An-2 apresenta déficits hídricos severos nos três decêndios de janeiro,
no primeiro decêndio de fevereiro e nos dois últimos decêndios de dezembro. Além disso,
constatam-se déficits operacionais no segundo decêndio de fevereiro, primeiro decêndio de
novembro e primeiro decêndio de dezembro. Os déficits atuais chegam a 0,13 m³.s
-1
(segundo
decêndio de dezembro).
146
Na projeção de 4 anos, no cenário Tendencial, os déficits aumentam. Contata-se
déficit severo em todos os decêndios dos meses de irrigação, com exceção de outubro e do
terceiro decêndio de novembro. Neste último o ficit é operacional. No cenário Otimista
desta mesma projeção, no entanto, o déficit do primeiro decêndio de novembro passa para
operacional e os déficits do segundo decêndio de novembro aumentam. Nos demais meses,
apesar de ocorrerem déficits severos (acima de 20% da demanda), os valores são menores do
que no cenário Tendencial.
Assim como no cenário Tendencial 4 anos, na projeção de 12 anos ocorrem déficits
severos em todos os meses de irrigação, com exceção do terceiro decêndio de novembro, no
cenário Tendencial. Porém, com relação àquele cenário, os déficits, neste caso, são maiores.
Na projeção de 12 anos, cenário Otimista, o ficit do primeiro decêndio de novembro passa
para operacional, seguindo o mesmo comportamento da projeção de 4 anos. Também
déficits elevados no segundo decêndio de novembro.
Baixo Pardo – BPo-1
A Sub-Unidade BPo-1 cultiva cerca de 580 ha no cenário Atual. A situação é de
déficit severo no segundo decêndio de dezembro, chegando a 0,28 m³.s
-1
(sem considerar a
vazão ecológica). Este déficit supriria a irrigação de 215 ha no cenário Atual. Considerando a
necessidade de manutenção da vazão mínima, este déficit passa para 0,42 m³.s
-1
.
Na projeção de 4 anos, no cenário Tendencial, o ficit é severo nos dois últimos
decêndios de dezembro, chegando a 0,42 m³.s
-1
, o que supriria a necessidade de 325 ha, ou
seja, 49% do total esperado. No cenário Otimista, os déficits dos dois últimos decêndios de
dezembro também são severos, chegando a 0,41 m³.s
-1
, o que irrigaria 315 ha deste cenário.
Na projeção de 12 anos, no cenário Tendencial, os déficits também são severos nos
dois últimos decêndios de dezembro, chegando a 0,46 m³.s
-1
, o que supriria 360 ha (52% do
total esperado). No Otimista, o déficit deste decêndio é de 0,45 m³.s
-1
, necessários para irrigar
355 ha (51% do total).
Baixo Pardo – BPo-2
A Sub-Unidade BPo-2 possui cerca de 250 ha cultivados atualmente (safra
2003/2004), 258 ha na projeção de 4 anos e 260 ha na projeção de 12 anos. A situação é de
147
déficit hídrico severo nos dois últimos decêndios de dezembro, em todos os cenários e
projeções.
Baixo Pardo – BPo-3
A Sub-Unidade BPo-3 cultiva 332, 347 e 422 ha, no cenário Atual, na projeção de 4
anos e na projeção de 12 anos, respectivamente. A situação é de déficit hídrico severo nos
dois últimos decêndios de dezembro, em todos os cenários e projeções. O prejuízo destes
déficits chega a 275 ha, no cenário Tendencial – 12 anos.
Baixo Pardo – BPo-4
A Sub-Unidade BPo-4 possui cerca de 145 ha cultivados atualmente (safra 2003/2004)
e nas projeções de 4 anos, e 205 ha na projeção de 12 anos. A situação é de déficit hídrico
severo nos dois últimos decêndios de dezembro, em todos os cenários e projeções.
Análise Integrada dos Balanços Hídricos
A situação atual da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo indica que cerca de 20% da área
total irrigada sofre com a escassez hídrica ao se considerar a disponibilidade com 90% de
probabilidade de permanência. Nesta condição de oferta hídrica, dos aproximados 8.400 ha
irrigados atualmente (safra 2003/2004), cerca de 1.600 ha são afetados pela falta de água em
pelo menos um decêndio do período mais crítico para a cultura do arroz, que se concentra,
especialmente, nos meses de dezembro e janeiro. No horizonte de 4 anos, seguindo a
tendência de crescimento da área cultivada e de utilização dos sistemas de produção, o déficit
passaria para uma situação mais severa, onde mais de 20% da área irrigada sofreria com a
falta de água. Neste caso, esperar-se-ia que dos 9.100 ha irrigados, 2.200 ha (24% do total)
sofreriam com o déficit. Numa perspectiva otimista, em que se pressupõe aumento de áreas
sistematizadas e uso de cultivares de ciclo mais curto, o déficit cairia para 2.100 ha,
mantendo, no entanto, a criticidade do cenário Tendencial. Em uma projeção mais distante
(horizonte de 12 anos), quando se esperaria o cultivo de cerca de 10.090 ha, o déficit passaria
para 3.200 ha (32% do total cultivado). Numa perspectiva otimista, o déficit cairia para 2.900
ha, representando 29% do total.
A Tabela 6.24 apresenta em termos de área prejudicada pelos déficits hídricos uma
síntese dos resultados dos balanços hídricos de todas as Sub-Unidades. Os maiores déficits,
em todos os cenários, ocorrem nos meses de dezembro e janeiro, e, principalmente, nas Sub-
Unidades SMPo-5, SMPo-7, An-2, BPo-1 e BPo-3 que detêm juntas mais da metade da área
148
total cultivada da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Pode-se constatar que não ocorrem
déficits hídricos nos meses de outubro. Os déficits de novembro e fevereiro ocorrem apenas
nas Sub-Unidades An-2 e BPb-2.
Na maior parte dos casos os déficits são severos, embora quantitativamente, em
algumas situações, não sejam tão significantes (considerando toda a Bacia Hidrográfica) pois
prejudicam poucos hectares cultivados.
Em geral, observa-se que os déficits nas Sub-Unidades da vertente do Rio Pardo se
concentram em dezembro e as do Pardinho, em janeiro. A situação pode ser atribuída à baixa
disponibilidade hídrica destas duas vertentes nestes meses associada à alta demanda hídrica
para a irrigação. A vazão específica com 90% de permanência do mês de dezembro, para a
vertente do Pardo, é de 1,6 L.s
-1
.km
-2
. Em janeiro, esta disponibilidade aumenta para 2,0 L.s
-
1
.km
-2
. Já no Pardinho, a vazão específica com 90% de permanência de dezembro é de 1,2 L.s
-
1
.km
-2
e a de janeiro, de apenas 0,58 L.s
-1
.km
-2
. Assim, as vazões mínimas são, em geral,
menores na vertente do Pardinho, especialmente em janeiro, explicando, em parte, as
diferenças nos balanços hídricos.
As Figuras 6.17 a 6.21 permitem identificar, dentro da Bacia Hidrográfica do Rio
Pardo, as regiões mais prejudicadas pelos déficits hídricos em todos os cenários e projeções,
no tocante à orizicultura irrigada.
149
Tabela 6.24: Área Cultivada Prejudicada por Déficits Hídricos nas Sub-Unidades de Estudo da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo nos Decêndios de Irrigação dos Cenários Atual e Futuros
Área não atendida em cada decêndio (ha)
1
Vertente
Sub-
Unidade
Cenário
Área Cultivada
(ha)
nov/01
nov/02
nov/03
dez/01
dez/02
dez/03
jan/01
jan/02
jan/03 fev/01
Atual 380 0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 403 0
0
0
0
0
0
0
38
19 0
Otimista - 4 Anos 403 0
0
0
0
0
0
0
30
7 0
Tendencial - 12 Anos
410 0
0
0
0
22
0
0
115
94 0
BPi-3
Otimista - 12 Anos 410 0
0
0
0
9
0
0
97
80 0
Atual 113 0
0
0
0
0
0
0
26
5 0
Tendencial - 4 Anos 113 0
0
0
0
39
0
0
82
81 0
Otimista - 4 Anos 113 0
0
0
0
33
0
0
82
81 0
Tendencial - 12 Anos
163 0
0
0
0
140
40
124
133
132 0
BPi-4
Otimista - 12 Anos 163 0
0
0
0
139
27
98
132
132 0
Atual 185 36
29
0
31
112
103
119
127
125 104
Tendencial - 4 Anos 199 64
68
13
44
127
118
134
142
140 118
Otimista - 4 Anos 199 46
94
9
39
126
118
132
140
139 117
Tendencial - 12 Anos
221 80
96
32
63
149
140
157
164
163 141
Pardinho
An-2
Otimista - 12 Anos 221 38
119
26
56
148
139
154
162
161 138
Atual 2.705 0
0
0
0
762
598
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 3.024 0
0
0
0
1.066
904
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 3.024 0
0
0
0
1.020
859
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
3.153 0
0
0
0
1.215
1 057
0
0
0 0
SMPo-5
Otimista - 12 Anos 3.153 0
0
0
0
1.064
907
0
0
0 0
Atual 110 0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 186 0
0
0
0
40
23
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 186 0
0
0
0
38
21
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
254 0
0
0
0
39
21
0
0
0 0
SMPo-6
Otimista - 12 Anos 254 0
0
0
0
34
16
0
0
0 0
Atual 430 0
0
0
0
16
0
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 462 0
0
0
0
85
41
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 462 0
0
0
0
80
36
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
792 0
0
0
0
481
436
0
0
0 0
SMPo-7
Otimista - 12 Anos 792 0
0
0
0
470
422
0
0
0 0
Atual 314 0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 349 0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 349 0
0
0
0
0
0
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
396 0
0
0
0
43
16
0
0
0 0
BPb-2
Otimista - 12 Anos 396 0
0
0
0
37
9
0
0
0 0
Atual 205 0
0
0
0
70
42
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 215 0
0
0
0
125
95
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 215 0
0
0
0
124
94
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
223 0
0
0
0
157
153
0
0
0 0
Pardo
BPb-4
Otimista - 12 Anos 223 0
0
0
0
155
149
0
0
0 0
Atual 579 0
0
0
0
217
0
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 661 0
0
0
0
324
187
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 661 0
0
0
0
321
176
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
679 0
0
0
0
359
304
0
0
0 0
BPo-1
Otimista - 12 Anos 679 0
0
0
0
353
297
0
0
0 0
Atual 251 0
0
0
0
136
120
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 258 0
0
0
0
143
128
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 258 0
0
0
0
142
127
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
260 0
0
0
0
144
129
0
0
0 0
BPo-2
Otimista - 12 Anos 260 0
0
0
0
142
128
0
0
0 0
Atual 332 0
0
0
0
186
167
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 347 0
0
0
0
201
182
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 347 0
0
0
0
200
181
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
422 0
0
0
0
275
256
0
0
0 0
BPo-3
Otimista - 12 Anos 422 0
0
0
0
273
254
0
0
0 0
Atual 144 0
0
0
0
75
66
0
0
0 0
Tendencial - 4 Anos 144 0
0
0
0
75
66
0
0
0 0
Otimista - 4 Anos 144 0
0
0
0
74
65
0
0
0 0
Tendencial - 12 Anos
205 0
0
0
0
192
180
0
0
0 0
Pardo + Pardinho
BPo-4
Otimista - 12 Anos 205 0
0
0
0
135
126
0
0
0 0
Legenda:
Déficit hídrico ambiental: quando a oferta hídrica atende a 100% dos usos consuntivos, porém a vazão remanescente é inferior à
mínima necessária de ser garantida
Déficit hídrico operacional: a oferta hídrica é suficiente para atender uma parte dos usos consuntivos e o déficit é de até 20% do
total demandado. Não há vazão remanescente nos leitos
Déficit hídrico severo: a oferta hídrica é suficiente para atender uma parte dos usos consuntivos e o déficit é superior a 20% do total
demandado. Não há vazão remanescente nos leitos.
1
Sem considerar a necessidade de manutenção da vazão mínima
150
0 - 100 ha
LEGENDA - Área prejudicada com escassez hídrica (ha)
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
N
EW
S
0 20 40 Km
MPo_1
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
BPi-2
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPb-2BPb-1
BPo-4
An-2
BPb-4
100 - 200 ha
200 - 300 ha
300 - 400 ha
400 - 600 ha
600 - 900 ha Déficit Hídrico Ambiental
1100 - 1300 ha
900 - 1100 ha
FIGURA 6.17: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Atual (2003/2004)
(Fonte: Autor)
151
0 - 100 ha
LEGENDA - Área prejudicada com escassez hídrica (ha)
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
N
EW
S
0 20 40 Km
MPo_1
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
BPi-2
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPb-2BPb-1
BPo-4
An-2
BPb-4
100 - 200 ha
200 - 300 ha
300 - 400 ha
400 - 600 ha
600 - 900 ha Déficit Hídrico Ambiental
1100 - 1300 ha
900 - 1100 ha
FIGURA 6.18: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (2008/2009)
(Fonte: Autor)
152
0 - 100 ha
LEGENDA - Área prejudicada com escassez hídrica (ha)
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
N
EW
S
0 20 40 Km
MPo_1
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
BPi-2
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPb-2BPb-1
BPo-4
An-2
BPb-4
100 - 200 ha
200 - 300 ha
300 - 400 ha
400 - 600 ha
600 - 900 ha Déficit Hídrico Ambiental
1100 - 1300 ha
900 - 1100 ha
FIGURA 6.19: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (2008/2009)
(Fonte: Autor)
153
0 - 100 ha
LEGENDA - Área prejudicada com escassez hídrica (ha)
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
N
EW
S
0 20 40 Km
MPo_1
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
BPi-2
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPb-2BPb-1
BPo-4
An-2
BPb-4
100 - 200 ha
200 - 300 ha
300 - 400 ha
400 - 600 ha
600 - 900 ha Déficit Hídrico Ambiental
1100 - 1300 ha
900 - 1100 ha
FIGURA 6.20: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (2016/2117)
(Fonte: Autor)
154
0 - 100 ha
LEGENDA - Área prejudicada com escassez hídrica (ha)
300000
300000
320000
320000
340000
340000
360000
360000
380000
380000
6680000
6680000
6700000
6700000
6720000
6720000
6740000
6740000
6760000
6760000
6780000
6780000
N
EW
S
0 20 40 Km
MPo_1
SMPo-7
BPi-3
SMPo-5
APb
BPo-1
BPb-2
MPi-1
An-1
MPi-2
SMPo-6
SMPo-1
BPb-3
BPi-1
BPi-2
SMPo-8
BPo-3
BPb-1
MPi-3
BPo-2
BPi-4
BPb-2BPb-1
BPo-4
An-2
BPb-4
100 - 200 ha
200 - 300 ha
300 - 400 ha
400 - 600 ha
600 - 900 ha Déficit Hídrico Ambiental
1100 - 1300 ha
900 - 1100 ha
FIGURA 6.21: Hectares Cultivados com Arroz Irrigado Afetados por Déficit Hídrico na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (2016/2017)
(Fonte: Autor)
155
Através das figuras percebe-se que, no cenário Atual e nos dois cenários da projeção
de 4 anos, os déficits mais amenos ocorrem nas seguintes Sub-Unidades: BPb-2, BPb-4, BPi-
3, BPi-4, SMPo-6, SMPo-7 e BPo-4, com deficiências dricas para até 100 ha cultivados,
sendo estas as Sub-Unidades menos afetadas pelos déficits. É importante lembrar que, além
destas, também as Sub-Unidades MPo, SMPo-1, SMPo-2, SMPo-3, SMPo-4, SMPo-8, BPo-
5, BPi-1, BPi-2, An-1, MPi-1, MPi-2, MPi-3, BPb-1, BPb-3 e APb não apresentam déficits
hídricos. Nestes três cenários, situação intermediária pode ser atribuída às Sub-Unidades BPo-
1, BPo-2, BPo-3 e An-2. Entre estas, a An-2 apresenta déficits severos durante toda a safra.
Esta Sub-Unidade, pertencente à vertente do Rio Pardinho, possui disponibilidade hídrica
bastante baixa, especialmente devido à pequena área de drenagem.
Na projeção de 12 anos, no cenário Tendencial, os déficits amenos ocorrem apenas nas
Sub-Unidades BPb-2, BPb-4 e SMPo-6. Em situação intermediária, com 100 a 500 ha
afetados, estão as Sub-Unidades An-2, BPi-3, BPi-4, BPo-1, BPo-2, BPo-3, BPo-4 e SMPo-7.
Nesta mesma projeção, porém no cenário Otimista, as situações são semelhantes, com
exceção da Sub-Unidade BPi-3, que passa para uma situação mais amena.
Em todos os cenários e projeções, a Sub-Unidade SMPo-5 apresenta a maior área
prejudicada, chegando a 1.220 ha afetados no cenário Tendencial 12 anos (sem considerar a
vazão ecológica).
156
7. CONCLUSÕES
Os estudos realizados nesta dissertação envolveram a análise de um modelo
hidrometeorológico, testado para aquisição de descargas hídricas na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo, e a avaliação da situação hídrica quantitativa da mesma Bacia em diferentes
cenários, com ênfase na agricultura irrigada, representada pela orizicultura.
Com relação ao modelo hidrometeorológico testado para aquisição de descargas
hídricas, podem ser feitas as seguintes conclusões:
a) O modelo, da forma como foi aplicado, não se mostra adequado para a reprodução
de vazões reais; no entanto, o ajuste de alguns parâmetros, como aqueles que
caracterizam a capacidade de armazenamento de água dos solos e a
evapotranspiração, pode proporcionar melhorias nas estimativas;
b) A metodologia apresentada pode ser utilizada para comparação de cenários com
diferentes usos e cobertura de solos, na medida em que possibilita estimar a
alteração esperada (em termos relativos) nos escoamentos superficiais devido às
alterações de uso do solo.
Com relação à avaliação da situação hídrica quantitativa da Bacia Hidrográfica do Rio
Pardo, os estudos realizados consideraram dois cenários futuros relacionados com os padrões
de uso e manejo das lavouras orizícolas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo Tendencial e
Otimista – abrangendo dois horizontes temporais – 4 e 12 anos. O cenário Tendencial mantém
os padrões históricos de uso e manejo das lavouras verificados atualmente. O cenário
Otimista, diferentemente, incorpora melhorias nas práticas agrícolas, mediante aumento do
nível tecnológico empregado, que resultam em menor demanda específica de água para as
lavouras. Os resultados, em síntese, indicaram uma tendência de melhoria na eficiência de uso
da água na orizicultura na Bacia do Rio Pardo, com aumento de área cultivada e diminuição
de demanda hídrica por unidade de área produtiva. Esse quadro pode ser ainda mais
proeminente se as estratégias do Projeto 10 surtirem efeito na região, o que ficou evidenciado
através dos cenários otimistas estabelecidos.
Tomando como disponibilidade hídrica as vazões com 90% de probabilidade de
excedência e a água armazenada (açudagem), os resultados dos balanços dricos permitiram
realizar as seguintes conclusões:
157
a) A situação atual da Bacia Hidrográfica é crítica, com déficits hídricos constatados nos
meses de verão (especialmente em dezembro) na porção médio-baixa, onde se
concentra a atividade orizícola e outras ações humanas, como o abastecimento
humano, a indústria e a criação de animais. Os balanços hídricos atuais demonstram
que, mesmo com reservação de água (açudagem), existe grande probabilidade de
ocorrência de deficiências hídricas nos meses de irrigação.
b) Os cenários futuros, embora com demandas específicas menores, garantidas pelo
aumento da eficiência de utilização da água, apresentam déficits hídricos superiores ao
cenário Atual. Este fato indica que, nesta situação de disponibilidade hídrica (Q
90%
+
açudagem), a diminuição das demandas não é suficiente para confortar as situações
hídricas futuras, sendo a área total irrigada a principal condicionante dos déficits
hídricos (o aumento da área cultivada é mais significativo do que a diminuição das
demandas específicas);
c) Dentro das mesmas projeções futuras, no entanto, verifica-se claramente que os
déficits absolutos diminuem do cenário Tendencial para o Otimista, o que demonstra
os benefícios da diminuição das demandas específicas na Bacia Hidrográfica,
comprovando que melhorias nos sistemas de produção podem promover reduções nas
demandas hídricas, e conseqüentemente, dos déficits hídricos;
d) No cenário Atual constatam-se déficits hídricos severos (superiores a 20% da
demanda) nas Sub-Unidades: BPi-4 (janeiro), An-2 (dezembro, janeiro e fevereiro),
SMPo-5 (dezembro), BPb-4 (dezembro), BPo-1 (dezembro), BPo-2 (dezembro), BPo-
3 (dezembro) e BPo-4 (dezembro). Quantitativamente, os déficits são maiores na Sub-
Unidade SMPo-5, seguida da BPo-1.
e) Na projeção de curto prazo (4 anos), de acordo com o cenário Tendencial, os ficits
aumentam com relação ao cenário Atual, e as seguintes Sub-Unidades pioram sua
situação com relação à situação atual: BPi-4 (dezembro e janeiro), An-2 (novembro,
dezembro, janeiro e fevereiro) e SMPo-6 (dezembro).
f) Na projeção de 4 anos, no cenário Otimista, com 8% a mais de área cultivada com
relação à atual, os déficits são muito próximos daqueles verificados atualmente
(embora um pouco maiores) e bem menores do que os verificados no cenário
Tendencial da projeção de 4 Anos. As Sub-Unidades com déficit hídrico severo são as
mesmas do cenário Atual.
158
g) Na projeção de médio prazo (12 anos), no cenário Tendencial, as seguintes Sub-
Unidades pioram sua situação com relação ao cenário Tendencial 4 Anos: BPi-3
(janeiro) e SMPo-7 (dezembro). A situação das Sub-Unidades no cenário Otimista
12 Anos melhora com relação ao cenário Tendencial 12 Anos em termos
quantitativos, ficando próximo dos déficits do cenário Tendencial – 4 Anos.
h) Em termos quantitativos, os piores déficits, atualmente, são encontrados especialmente
nas Sub-Unidades da vertente do Pardo, mais especificamente nas Sub-Unidades
SMPo-5 (localizada a montante da afluência do Rio Pardinho), BPo-1, BPo-2 e BPo-3
(localizadas a jusante da afluência do Rio Pardinho). Na Sub-Bacia do Pardinho, a pior
situação é do Arroio Andréas (An-2), onde os déficits constatados ocorrem com
freqüência maior do que em qualquer outra Sub-Unidade da Bacia estudada; no
entanto, este é um caso localizado pois não possui influência de áreas à montante,
podendo ter seu problema resolvido pontualmente, através de racionalização de uso
(com melhorias nos sistemas de produção) ou de reservação (através de obras
estruturais de barramento).
i) Analisando os cenários futuros com relação ao Atual, verifica-se que o aumento da
área cultivada na Bacia ocorre a taxas mais elevadas do que o aumento dos ficits
hídricos sendo as taxas de aumento dos déficits hídricos, dentro de uma mesma
projeção, menores nos cenários otimistas;
j) Estabelecendo o abastecimento humano, a dessedentação animal e a indústria como
usuários prioritários diante da irrigação, a disponibilidade hídrica da Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo supriria todas as demandas daqueles segmentos,
garantindo, ainda, a vazão nima necessária para a manutenção dos ambientes
aquáticos. Isso mostra que, nas Sub-Unidades em que existe irrigação de arroz e em
que se constatam déficits hídricos, as deficiências podem ser atribuídas à orizicultura,
pois ela, por si só, independente de haver outros usuários de água, condiciona a esta
situação.
Com isso, pode-se inferir que:
a) Não é possível manter o ritmo de crescimento espacial (histórico) da lavoura orizícola
da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo sem que haja acréscimos significativos nas
demandas hídricas, mesmo com as mudanças previstas nos padrões de uso e manejo
do solo das lavouras. A situação mais próxima da atual ocorre na configuração do
159
cenário Otimista 4 anos, mas, mesmo assim, seus ficits são maiores do que os
constatados atualmente.
b) É possível diminuir a demanda específica das lavouras de arroz irrigado. A principal
estratégia para isto é a sistematização das lavouras. Além de permitir o melhor
aproveitamento da água, provavelmente a sistematização, por facilitar os demais
componentes do manejo de uma lavoura de arroz, é a chave do aumento de
produtividade, possibilitando a manutenção da área atualmente cultivada e, ao mesmo
tempo, garantindo o aumento da produção total, demandada pelo crescimento
populacional.
c) A utilização de cultivares de arroz de ciclo precoce em detrimento de cultivares de
ciclo longo reduz a demanda hídrica total na safra, mas não modifica as demandas de
dezembro e janeiro, período mais crítico em termos de disponibilidade hídrica.
d) A racionalização do uso da água nas Unidades de montante, acompanhada da
limitação do aumento de área cultivada, especialmente nas Unidades BPb, SMPo, BPi
e An, garantiriam aumento de vazões para as Sub-Unidades do Baixo Pardo (BPo), o
que minimizaria os problemas de deficiência hídrica.
e) Para as Sub-Unidades mais críticas, a implantação de medidas de cunho estrutural,
como a reservação de água, é a medida mais apropriada, visto que a racionalização do
uso, através de melhorias na eficiência de uso da água, por si não é suficiente para
diminuir os problemas de falta de água.
160
8. RECOMENDAÇÕES
Com relação ao modelo hidrometeorológico aplicado neste trabalho, algumas
recomendações podem ser listadas para que sua aplicação em estudos posteriores:
a) Sugere-se, pelos motivos explicados no Item 6.1 que, para a geração de vazões, sejam
realizadas algumas alterações nas equações do algoritimo do modelo. Entre as
sugestões está a de que o cálculo da capacidade máxima de armazenamento seja feito
desconsiderando-se o limite dado pelo ponto de murchamento, sendo realizado
simplesmente pela multiplicação da capacidade de campo pela profundidade dos solos.
Sugere-se também a inclusão de um armazenamento mínimo (S
min
). Assim, no
intervalo de tempo em que a evapotranspiração for maior do que a precipitação
(Figura 5.2) o armazenamento será o maior valor dado entre a Equação 5.2 (equação
que simula o decaimento do armazenamento) e o S
min
. O S
min
seria definido pelo ponto
de murcha permanente.
b) Recomenda-se ainda que a profundidade dos solos considerada seja a profundidade
dos horizontes superficiais e não a profundidade de exploração das raízes. No entanto,
se o objetivo for estimar a disponibilidade hídrica nos solos para a vegetação, a
profundidade de exploração do solo pelas culturas deve ser considerada.
c) Propõe-se também a utilização de um coeficiente de cultivo (kc) mais elevado para a
cobertura florestal.
Com relação ao modelo utilizado na estimativa da demanda hídrica para a irrigação de arroz,
sugere-se a consideração da variável precipitação pluvial, que seria considerada como uma
entrada de água no balanço sugerido.
161
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro do contexto deste estudo, pode-se afirmar que há previsão de problemas
futuros e potencialidade de desenvolvimento de conflitos na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo,
especialmente na porção médio-baixa, onde se concentram os principais usuários de água.
Estes potenciais conflitos podem ser intensificados, sem dúvida, pelo crescente aumento da
demanda para irrigação de arroz.
O problema se verifica no cenário atual, não sendo evidenciado apenas na Bacia do
Rio Pardo. As demais regiões orizícolas do Estado do Rio Grande do Sul também enfrentam o
problema da escassez hídrica que, na maior parte dos casos, são substancialmente piores do
que aquele verificado na bacia hidrográfica em estudo.
A verdade é que, uma vez que a demanda por alimentos é crescente, devido ao
aumento populacional, faz-se necessário encontrar uma forma de se produzir mais, porém,
sem implicar em aumentos significativos na utilização da água, especialmente para não
comprometer os demais usuários, como o abastecimento humano – estabelecido como a
categoria prioritária pela legislação vigente.
Diante disso, o dilema atual relativo ao crescente uso da água para produzir alimentos
é o seguinte: a) alocar a água da agricultura irrigada para atender às crescentes demandas
(urbanas, especialmente) e b) aumentar a produção de alimentos, ajustando a produção
demandada à água disponível.
O Art. 18 do Decreto Estadual 37.033, de 21 de novembro de 1996, que
regulamenta a outorga do direito de uso da água no Estado do Rio Grande do Sul menciona
que os recursos hídricos serão utilizados prioritariamente no abastecimento das populações,
ficando a hierarquia dos demais usos estabelecida nos planos de bacia hidrográfica”. Diante
disto, atividades como a agricultura e a indústria devem se adequar à água disponível, através
de medidas que garantam a disponibilidade do insumo e que, ao mesmo tempo, permitam
manter ou aumentar a sua produção, mantendo a viabilidade do seu negócio, sem
comprometer as demais categorias.
Dispõem-se, desta forma, de duas alternativas para restringir os potenciais conflitos
pelo uso da água: racionalização do uso ou aumento das disponibilidades hídricas.
No caso da agricultura irrigada, a racionalização do uso da água provavelmente esteja
vinculada à substituição ou abandono dos sistemas de irrigação de baixa eficiência ou à
162
adoção de práticas que promovam aumento da eficiência dos sistemas já implantados, que não
possam ser substituídos. Nessa transformação, surgem, com maior vantagem, os sistemas de
maior facilidade de controle da água (como os de aspersão e gotejamento) e, no caso da
inundação, sistemas que elevam a uniformidade de aplicação de água, os quais, além de
permitir melhor manejo e maior controle sobre seu uso, podem aumentar a produtividade e
reduzir os custos de operação e de manutenção, aumentando a competitividade dos produtos
pela redução do consumo de energia e das perdas de água.
De fato, a irrigação por inundação utilizada na orizicultura apresenta um índice de
eficiência muito baixo, o que significa que grande parte da água aplicada não é, efetivamente,
consumida pela lavoura através do processo de evapotranspiração. Em termos gerais, o
consumo de uma lavoura de arroz (evapotranspiração) é cerca de 60% da demanda total.
Porém, dependendo do sistema de produção, este percentual pode sofrer variações.
Certamente, sempre existirão excessos em um sistema de irrigação, especialmente por
inundação, e principalmente porque o manejo fitossanitário exige que se mantenha uma
lâmina hídrica superficial. No entanto, é perfeitamente viável que estes excessos sejam
diminuídos, garantindo a aproximação de demanda e consumo, e o aumento do índice de
eficiência do sistema.
Nos países asiáticos, maiores produtores mundiais de arroz irrigado, são usados cerca
de 5.000 litros de água para produzir 1 kg de arroz (IRRI, 1995 apud MACEDO, 2005).
Diante desses valores, pode-se afirmar que a lavoura arrozeira do sul do Brasil apresenta uma
boa eficiência de uso de água, pois, com a média atual de produtividade do Estado, se utiliza
cerca de 2.000 litros de água para a produção de 1 kg de arroz. Se for possível manter a
produtividade atual das lavouras e, ao mesmo tempo, diminuir a aplicação de água, poder-se-
ia chegar à utilização de 1.300 litros por quilo de arroz produzido, evidenciando a maior
eficiência do uso da água. Com os pacotes tecnológicos atualmente disponíveis que, quando
bem utilizados e manejados, permitem a obtenção de rendimentos da ordem de 8 a 9 t.ha
-1
,
conforme preconiza o Projeto 10 (IRGA, 2004b), seria possível, ainda, atingir o índice de 900
litros por quilo de arroz produzido. Desta forma, então, se chegaria à maximização dos dois
conceitos conhecidos de eficiência de utilização da água: o que diz respeito à produção de
grãos por quantidade de água utilizada, e o que relaciona a água aplicada nas lavouras com a
necessidade hídrica da cultura (evapotranspiração).
As informações de pesquisa nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
apontam práticas adequadas de manejo da água e da cultura que permitem reduzir o impacto
163
ambiental causado pelo cultivo do arroz irrigado, incluindo o consumo excessivo de água e,
ao mesmo tempo, aumentar a produtividade, a competitividade nos mercados nacional e
internacional e a sustentabilidade da lavoura de arroz. Entre estas estratégias estão a) a
sistematização das lavouras, que permite manter menor altura e maior uniformidade da lâmina
de água e diminuir o gradiente hidráulico, que é determinante das perdas por fluxo lateral e
percolação além de facilitar as demais operações de manejo das lavouras, possibilitando a
manifestação do potencial produtivo dos materiais genéticos utilizados e b) o uso de cultivares
de ciclo mais curto e de alta produtividade as quais, por possuírem ciclo menor, exigem
menor período de irrigação e, conseqüentemente, menor volume, ao mesmo tempo em que
garantem alta produtividade. A pesquisa tem disponibilizado cultivares altamente produtivas,
com alta eficiência de uso da água (produção de grãos por volume consumido);
Além destas estratégias, outras alternativas para racionalização do uso da água na
orizicultura podem ser mencionadas para garantir baixos volumes demandados, como aqueles
estimados nesta dissertação:
a) reforço de taipas para evitar arrombamentos e perdas de água desnecessárias;
b) supressão da irrigação alguns dias antes da colheita, para diminuir a demanda
hídrica na fase final da safra, na medida em que a lâmina da água de irrigação vai
evaporando pouco a pouco, dispensando a drenagem;
c) otimização do dimensionamento das estações de bombeamento, para evitar
disperdícios através da minimização de perda de carga nas tubulações, redução de
perdas de carga localizadas, seleção correta do conjunto moto-bomba e eliminação
de vazamentos;
d) impermeabilização dos canais de derivação e
e) otimização da derivação da água dos canais secundários, através de uso de
mecanismos automáticos de controle da distribuição de água.
Ainda pode-se citar:
a) aperfeiçoamento das operações no sistema de irrigação para fornecimento da água
programada;
b) reciclagem da água de drenos e trechos finais;
164
c) aproveitamento da água das precipitações pluviais, com desligamento de bombas
durante a sua ocorrência e
d) desenvolvimento metodológico para monitoramento e avaliação de desempenho
agrohidrológico, envolvendo o desempenho global de áreas irrigadas.
Do ponto de vista de aumento de disponibilidade, algumas estratégias e tecnologias
diferenciadas são necessárias, enfocando tanto ações que agem diretamente na disponibilidade
hídrica, quanto as adotadas em escala regional que, indiretamente, contribuem para o aumento
de vazões.
Em termos de ações localizadas para promover o aumento das disponibilidades
hídricas em cursos de água comprometidos, pode-se lançar mão da regularização de vazões. A
regularização da vazão de um rio significa armazenar o excesso de água no período chuvoso e
de baixas demandas para compensar deficiências nos períodos de estiagem. A acumulação é
feita em reservatórios formados pelas barragens implantadas nos cursos de água. Num futuro
não muito distante, se as medidas mais habituais (reservatórios) não forem suficientes, será
necessário, ainda, promover transposição de água de outras bacias hidrográficas através de
obras de altos custos e, provavelmente, de alto impacto ambiental. Na Bacia Hidrográfica do
Rio Pardo, plenas condições de resolução dos potenciais problemas com base em obras
localizadas para regularização, de baixo impacto financeiro e ambiental para a região. A
porção média da Bacia é formada por cursos de água encaixados, onde estruturas de
barramento poderiam ser construídas a custos razoáveis, acumulando a quantidade de água
necessária.
No pior cenário (Tendencial 12 Anos), os volumes reservados adicionais para suprir
os déficits (considerando o volume reservado atualmente) deveriam somar cerca 6 hm³ (6
milhões de m³), o que pode ser representado por seis barragens acumulando cada uma 1 hm³.
Esses volumes eliminariam os déficits nos períodos de estiagem (dezembro, principalmente).
Atualmente, a Bacia dispõe de capacidade de armazenamento de cerca de 30 hm³. O próprio
Comitê Pardo, ao hierarquizar os principais problemas da Bacia em 2006 no Plano Pardo,
apontou a disponibilidade hídrica como o principal deles, sugerindo intervenções através de
obras estruturais para minimizar os problemas ocasionados pela falta de água. Então,
pressupõe-se que a reservação de água é fundamental para garantir a necessidade dos
orizicultores e demais usuários de água e para assegurar a disponibilidade para as demandas
dos cenários futuros.
165
Algumas idéias preconizadas em outras bacias hidrográficas do Estado incluem a
associação de irrigantes para construção de barragens coletivas e um calendário com previsão
de inundação para otimizar o manejo da água, tendo como vantagens, a facilitação na
obtenção do licenciamento e a diminuição dos custos por irrigante.
Além de obras estruturais, como os barramentos, algumas práticas em escala regional
relacionadas com manejo do solo podem aumentar as disponibilidades hídricas. O manejo do
solo a montante da porção onde se concentram as maiores demandas hídricas, na Bacia do Rio
Pardo, pode ajudar a promover aumento nas vazões mínimas. A porção médio-alta da Bacia é
utilizada intensivamente com sistemas de produção de culturas anuais, representadas,
basicamente, pelos cultivos de fumo e milho, causadores de degradação dos solos,
potencializada pela fragibilidade natural dos mesmos. Este fato intensifica as enxurradas,
diminuindo a capacidade de infiltração de água nos solos e, conseqüentemente, reduzindo o
escoamento de base, que é aquele que garante vazão nos cursos de água em épocas de baixos
índices pluviométricos. Técnicas de manejo de solos nestas áreas, que se situam a montante
da zona orizícola, que promovam o aumento da capacidade de infiltração, poderiam garantir
aumento do escoamento de base, incrementando as vazões mínimas. Assim, pode-se elencar
as seguintes práticas:
a) desenvolvimento e/ou adaptação de técnicas de contenção do escoamento
superficial da água da precipitação pluvial para recarga do lençol freático como,
por exemplo, o terraceamento;
b) recuperação da vegetação para aportar mais matéria orgânica e promover o
aumento da capacidade de infiltração dos solos;
c) identificação e análise de zonas preferenciais de recarga de aqüíferos, com vistas à
conservação da quantidade de água e à sustentação e/ou incremento da sua
infiltração;
d) incentivo à adoção da técnica de plantio direto, com incorporação da palhada após
as colheitas, possibilitando a formação de camada protetora, que reduz as perdas
de água por evaporação e aumenta o armazenamento na zona radicular. Além
disso, esta estratégia de cultivo diminui a compactação dos solos e as doses
necessárias de agroquímicos, não comprometendo a qualidade dos mananciais
hídricos e
166
e) manejo integrado de recursos naturais em nível regional, que busque adequar a
interveniência antrópica às características biofísicas da bacia hidrográfica, como o
ordenamento do uso/ocupação da paisagem, observadas as aptidões de cada
segmento e suas distribuições espaciais.
Dando suporte a todas as alternativas de racionalização de uso e aumento das
disponibilidades hídricas citadas, não se pode esquecer de mencionar os instrumentos legais
(outorga, cobrança, licenciamento ambiental e planos de bacia) previstos pelas Legislações
Federal e Estadual para disciplinar o uso dos recursos naturais, especialmente dos recursos
hídricos. A política de recursos hídricos prevê que estes instrumentos sejam utilizados como
medidas eficazes de incentivo e de disciplinamento das decisões a serem tomadas em uma
bacia hidrográfica, resolvendo grande parte dos problemas ocasionados pelo uso intensivo da
água. O aspecto da gestão de recursos hídricos merece especial atenção na busca de soluções
para os cenários descritos. Para alcançar os objetivos de racionalização de uso e aumento de
disponibilidades hídricas, a gestão dos recursos deverá estar apropriadamente focada nas
prioridades identificadas.
A legislação vigente exige que a população defina os critérios de outorga que definem
a quantidade de água que poderá ser utilizada em determinado curso de água, através do seu
estabelecimento nos Planos de Bacia. Na Bacia do Rio dos Sinos (RS), por exemplo,
diminuiu-se 20% a área total irrigada para adequar a vazão demandada à vazão outorgável.
Neste sentido, pode-se dizer que as Bacias Hidrográficas que possuem Planos de Bacia são
privilegiadas frente àquelas sem tal instrumento.
No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, os balanços hídricos quantitativos
demonstram uma situação de desequilíbrio no cenário atual, indicando que não
possibilidades maiores de expansão de lavouras irrigadas face à restrição de disponibilidade
hídrica. Com o desenvolvimento do Plano, ao se conhecer a distribuição espacial e temporal
das demandas e disponibilidades hídricas, existe subsídio para que se proíba novos
empreendimentos irrigados, através da não concessão de outorga e licenciamento, ou se
aumente a disponibilidade hídrica, através de obras estruturais e de manejo do solo. Esta
última medida implicaria na expansão natural da área cultivada com arroz irrigado na Bacia e,
a primeira, incentivaria a adoção de práticas para aumentar a eficiência de uso da água.
Atualmente, cabem ao Estado, através do Departamento de Recursos Hídricos
(DRH/SEMA), as decisões sobre outorga de direito de uso da água e, através da Fundação
Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), o licenciamento de empreendimentos. Na falta de
167
Planos de Bacia e, conseqüentemente, de critérios de outorga e de licenciamento, estes órgãos
ficam impossibilitados de tomar decisões cabíveis às bacias hidrográficas, muitas vezes
acarretando em liberar recursos além daquilo que realmente se dispõe. Acrescente-se a isso a
falta de informações hidrológicas da maior parte dos cursos de água do Estado, de capacidade
de monitoramento e de fiscalização por parte dos órgãos licenciador e outorgante, a
ocorrência de barramentos e de captações ilegais, que reduzem a água para aqueles que têm
outorga, e intensificam ainda mais os problemas de alocação da água.
Atualmente, o DRH chega a receber pedidos de outorga de até 17 mil por hectare,
por safra de arroz. Sem informações a respeito da disponibilidade hídrica (a vazão outorgável
deve ser definida pelos Planos de Bacia) e sem capacidade de fiscalizar e de monitorar a
utilização da água, o Departamento não tem como proibir a licença de utilização de água.
Neste aspecto, o Rio Grande do Sul precisa, necessariamente, avançar na implementação de
um sistema de informações sobre recursos hídricos, desenvolver os Planos de Bacia para que
sejam definidos os critérios de outorga, e aperfeiçoar as formas de monitoramento e de
fiscalização do uso da água. Com relação a este último, vale salientar que, à medida que os
agricultores disponham de técnicas e de instrumentos para monitorar o uso da água, mais
viável se torna na prática a racionalização do seu uso agrícola. Por outro lado, de acordo com
os produtores rurais, para tornar a legislação procedente, os órgãos ambientais responsáveis
pelo licenciamento e pela outorga devem conhecer a tecnologia vigente adotada na agricultura
para tomada de decisões relativas aos instrumentos de outorga e licenciamento, dando
prioridade para empreendimentos que estejam adequados ao processo produtivo, conforme
estabelecido nas Leis.
A legislação do Estado do Rio Grande do Sul, através do Art. 18 do Decreto Estadual
37.033, de 21 de novembro de 1996, menciona que “Dentro de uma categoria de usuários,
terá preferência para a outorga de direitos de uso de águas o usuário que comprovar maior
eficiência e economia na sua utilização mediante tecnologias apropriadas, eliminação de
perdas e desperdícios e outras condições a serem firmadas nos planos de bacia hidrográfica.
[...]”. Da mesma forma, o licenciamento ambiental prioriza empreendimentos que garantam
economia de água em seu sistema. O Art. da Resolução do CONAMA diz que, no caso do
licenciamento, “terão sempre prioridade os projetos que incorporem equipamentos e todos
de irrigação mais eficientes, em relação ao menor consumo de água e de energia”.
Além da outorga, do licenciamento e dos Planos de Bacia, ainda se pode falar em um
instrumento legal previsto, porém, ainda um pouco longe de ser implementado. A Política
168
Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) baseia-se nos fundamentos de que a água é
um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico,
passível, pois, de ser cobrado. Neste sentido, a legislação prevê como medida de
racionamento e disciplinamento, que a água seja cobrada na sua forma bruta, o que também
deve ser definido e caracterizado nos Planos de Bacia. No entanto, mesmo com a
implementação dos Planos, ainda não regulamentação no Rio Grande do Sul sobre este
instrumento de gestão, de modo que não é possível definir ainda diretrizes para as bacias
hidrográficas sem que se saiba qual modelo de cobrança seaplicado. A implementação da
cobrança poderia exercer papel importante na concretização dos cenários otimistas
estabelecidos neste estudo, na medida em que a água passaria a representar um custo adicional
para a produção, estimulando o investimento generalizado em práticas de manejo mais
produtivas e que resultem em consumo de água, contribuindo para redução do risco de
ocorrência de conflitos de uso.
Apesar disso, ainda se questiona muito a eficácia de tal instrumento de planejamento
na gestão dos recursos hídricos, especialmente pela falta de informação hidrológica, pela
dificuldade de fiscalização e de monitoramento, pela ausência dos Planos de Bacia
(especialmente do Plano Estadual) e das agências de região hidrográfica instituídas por lei e
responsáveis pela arrecadação das tarifas.
Recentemente, em uma avaliação do que está sendo feito ou do que deveria estar
sendo feito para solução dos problemas relacionados com os recursos hídricos, o Comitê
Pardo mencionou que os eventuais conflitos de quantidade, representados pela desarmonia
entre a irrigação e o abastecimento, não são percebidos como passíveis de resolução eficaz
pelo dispositivo da cobrança, disponibilizado por uma legislação ainda pouco conhecida. Os
moradores e, principalmente, os produtores da Bacia, acreditam que ainda existam outras
formas de solucionar os problemas de falta de água, como a reservação dos recursos hídricos.
Trabalho realizado por Alvim & Carraro (2006) sobre a disposição dos usuários a
pagar pela água na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo demonstram que, entre rios cenários
estabelecidos, determinados por diferentes tarifas a serem cobradas, apenas tarifas
excessivamente baixas não comprometeriam a atividade orizícola da região. O estudo
sinalizou que os usuários que utilizam água para irrigação não iriam aceitar um preço
relativamente mais elevado pelo uso da água. Caso isto ocorresse, haveria o risco dos
irrigantes migrarem para atividades que exigissem menores demandas por água ou se
deslocarem para outras regiões, onde o insumo tivesse custo menor.
169
Em síntese, a realidade indica que os recursos dricos vêm se constituindo no fator
limitante para o desenvolvimento mundial, sendo que muitas regiões do mundo sofrem
graves conseqüências decorrentes de sua escassez. A irrigação, que é a principal usuária
destes recursos, tem cada vez mais sido vista como causadora e potencializadora dos conflitos
relacionados com a água no mundo. Está certo que não se deve deixar de avaliar esta questão
com ênfase nas novas exigências de consumo e de mercado que m surgindo, as quais
preconizam produtos oriundos de sistemas de produção ecologicamente corretos. No caso do
arroz irrigado, exemplo claro disso é a Produção Integrada de Arroz (PIA) que se consitui em
um conjunto de medidas de manejo ecologicamente adequadas que, quando utilizado, garante
um certificado de qualidade, agregando valor ao produto e garantindo maior aceitação pelo
mercado consumidor. Em um futuro próximo, países importadores de arroz exigirão este tipo
de certificado que comprove que a produção utiliza sistema com menor consumo de água nas
lavouras. Este fato é incentivador da adoção de tecnologias, como a sistematização de
lavouras e o uso racional da água.
Diante disso, não como negar que um novo modelo de evolução dos sistemas
produtivos está em desenvolvimento, destacando-se que, para que os produtores se
mantenham competitivos, estes deverão se adaptar a esta nova realidade, valorizando todos os
elementos dentro dos ecossistemas e não apenas aqueles que propiciem lucros imediatos.
Também os estudos na área ambiental devem ter continuidade. Incentivos financeiros
devem ser buscados para realização de trabalhos conjuntos entre instituições de ensino,
pesquisa e indústria, com objetivo de abastecer um banco de dados e disponibilizar
informações que permitam avaliar com segurança os riscos ambientais das atividades que
envolvem a cultura do arroz irrigado.
Ainda, é fundamental articular o fortalecimento de uma rede de pesquisa e de
transferência de tecnologia em captação, conservação, melhoria de qualidade e de
racionalização do uso da água na agricultura, através de parcerias, visando a revitalização dos
cursos de água, o aumento da eficiência no uso da água na agricultura e a qualidade
ambiental. Além disso, as informações geradas pela pesquisa devem fundamentar programas
de educação ambiental para conscientização de cnicos, produtores rurais e da comunidade
urbana sobre a importância sócio-econômica da cultura do arroz irrigado e sobre a
racionalização do uso e manejo da água, a fim de garantir a disponibilidade desse recurso e a
sustentabilidade da lavoura de arroz no Estado do Rio Grande do Sul.
170
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183
ANEXOS
184
ANEXO A1 – PRECIPITAÇÃO PLUVIAL MENSAL NAS ESTAÇÕES BOTUCARAÍ,
HERVEIRAS E PONTE JACUÍ
185
TABELA A1.1: Precipitação Pluvial (mm) na Estação Botucaraí (ANA/ANEEL 02952003). Valores
Mensais do Período out/1969 – mar/1980
ANO JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET OUT
NOV
DEZ Total
1969 -
-
-
-
-
-
-
-
-
56,7
200,8
125,0
-
1970 146,8
81,2
199,8
61,0
181,7
192,8
160,8
90,0
38,6
159,8
24,0
181,8 1.518,3
1971 247,4
162,0
153,4
72,0
89,4
176,2
132,0
171,4
105,6
74,4
51,6
148,4 1.583,8
1972 329,4
57,1
187,8
95,4
164,6
194,4
166,4
341,6
273,8
180,2
124,6
66,8 2.182,1
1973 147,8
250,4
99,0
146,6
125,2
106,4
246,0
196,8
130,4
90,8
11,2
194,0 1.744,6
1974
91,8
133,2
123,1
6,2
126,4
180,2
90,0
155,2
58,4
56,0
179,4
118,4 1.318,3
1975 122,0
97,6
96,4
23,0
61,0
129,2
77,4
281,8
198,8
76,0
129,6
104,6 1.397,4
1976
91,2
72,0
167,0 137,8
200,4
97,2
163,2
90,8
140,4
164,0
153,6
120,2 1.597,8
1977 337,2
103,8
145,8 193,0
100,2
170,0
274,0
200,2
87,4
131,0
198,4
183,8 2.124,8
1978 130,2
70,6
92,0
27,2
59,8
66,8
144,6
87,4
91,8
104,0
220,0
137,2 1.231,6
1979
55,8
142,2
125,0 157,2
187,0
57,2
113,5
165,0
225,2
201,6
122,0
210,8 1.762,5
1980
23,2
65,0
231,4 -
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Média
156,62
112,28
147,34
91,94
129,57
137,04
156,79
178,02
1
35,04
117,68
128,65
144,64 1.646,12
TABELA A1.2: Precipitação Pluvial (mm) na Estação Herveiras (DEPREC/ANEEL 02952005).
Valores Mensais do Período out/1969 – mar/1980
ANO JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET OUT
NOV
DEZ
Total
1969 -
-
-
-
-
-
-
-
-
60,5
169,0
139,7
-
1970 156,7
106,8
211,1
53,0
256,0
188,6
158,0
122,8
36,0
211,0
37,0
209,4
1.746,4
1971 158,1
144,6
263,4 122,2
80,0
265,6
131,2
133,5
48,9
32,6
0,0
72,6
1.452,7
1972 231,8
106,4
185,2 118,8
121,2
215,3
296,1
322,0
285,3
234,9
181,1
25,8
2.323,9
1973 193,3
206,9
65,4
156,9
99,4
98,3
270,6
238,9
118,0
130,8
32,9
267,2
1.878,6
1974 119,9
193,8
246,0
9,9
102,7
215,7
87,6
232,8
48,3
88,6
162,6
144,7
1.652,6
1975 179,1
149,2
152,5
46,0
90,4
134,6
63,1
298,1
193,6
97,9
129,9
95,6
1.630,0
1976 125,6
224,8
133,5
95,9
215,7
111,2
171,9
73,9
174,5
171,1
141,8
147,2
1.787,1
1977 283,2
137,4
181,3 152,6
42,8
98,5
340,0
197,8
130,4
126,3
145,2
131,3
1.966,8
1978 129,5
29,2
91,5
18,8
56,7
137,6
195,1
139,5
72,0
124,1
379,8
109,4
1.483,2
1979
19,6
13
7,2
131,8 183,8
179,9
55,1
137,6
190,1
182,7
230,2
198,6
255,0
1.901,6
1980 106,1
130,3
159,7 -
-
-
-
-
-
-
-
-
Média
154,81
142,42
165,58
95,79
124,48
152,05
185,12
194,94
128,97
137,09
143,45
145,261.
782,29
TABELA A1.3: Precipitação Pluvial (mm) na Estação Ponte Jacuí (ANA/ANEEL 02852023). Valores
Mensais do Período out/1969 – mar/1980
ANO JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET OUT
NOV
DEZ Total
1969 -
-
-
-
-
-
-
-
-
96,1
116,0
130,0
-
1970
84,4
164,0
197,0
67,4
198,0
167,0
123,0
101,0
54,4
109,0 34,
4
392,0 1.691,6
1971
76,0
144,0
313,1 132,1
116,5
214,0
147,2
141,0
58,4
81,4
56,1
112,3 1.592,1
1972 144,0
205,2
96,4
180,9
76,3
389,0
144,5
451,0
239,0
159,0
254,7
109,7 2.449,7
1973 206,6
95,4
79,9
125,4
202,0
209,6
250,0
257,4
213,1
193,8
63,1
225,8 2.122,1
1974 195,7
109,2
130,0
60,7
142,2
175,1
45,8
109,6
22,3
63,6
124,5
231,2 1.409,9
1975 122,5
332,2
130,5
55,3
72,9
133,8
92,1
252,6
236,5
146,4
129,0
123,0 1.826,8
1976 281,5
230,8
170,4
69,1
170,0
85,4
126,3
146,1
106,1
164,8
129,0
147,7 1.827,2
1977 163,0
184,7
235,6
68,5
33,7
115,6
224,3
216,0
146,5
98,4
224,0
169,0 1.879,3
1978 217,9
46,9
103,0
9,2
38,3
113,1
338,0
114,5
146,8
132,2
244,2
176,9 1.681,0
1979
27,9
243,0
73,3
129,8
124,7
79,3
164,5
138,3
162,1
455,0
225,6
196,0 2.019,5
1980
49,4
122,0
101,2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Média 142,6
170,7
148,2
89,8
117,5
168,2
165,6
192,8
138,5
154,5
145,5
183,1 1.849,9
186
ANEXO A2 – EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NAS ESTAÇÕES
HERVEIRAS E CANDELÁRIA
187
TABELA A2.1: Evapotranspiração de Referência (mm) da Estação Herveiras (ANA/ANEEL
02952005). Valores Mensais do Período out/1969 – mar/1980
ANO JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET OUT
NOV
DEZ Total
1969 -
-
-
-
-
-
-
-
-
72,7
94,9
97,8
-
1970
89,6
48,3
48,5
51,9
30,9
22,6
25,5
38,1
4
7,6
57,5
68,0
52,9
581,4
1971
86,7
56,3
62,9
63,7
46,2
35,0
47,3
32,6
40,5
61,4
76,5
85,0
694,1
1972
58,9
66,1
57,0
29,2
34,3
30,3
41,7
30,6
56,0
70,1
63,8
101,8
639,8
1973
75,9
52,6
64,9
52,6
49,6
34,1
35,4
36,6
47,6
64,4
84,9
75,8
674,4
1974
84,9
39,
6
51,0
58,6
36,5
27,6
27,7
57,6
52,1
78,7
78,5
80,5
673,3
1975
77,4
54,0
47,0
40,3
32,3
26,9
34,1
25,6
30,3
53,5
83,2
85,5
590,1
1976
64,3
71,2
45,0
34,8
17,1
19,7
26,3
44,1
45,1
55,3
66,1
72,6
561,6
1977
52,5
64,1
47,0
43,9
26,5
25,1
25,5
34,7
31,1
51,9
70,7
58,1
531,1
1978
51,3
79,2
50,6
62,7
53,1
23,5
22,7
29,0
45,2
50,8
60,2
76,3
604,6
1979 117,5
65,6
55,1
39,8
30,0
23,6
27,0
27,1
28,8
41,4
53,0
61,4
570,3
1980
91,9
34,6
42,3
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Média
77,4
57,4
51,9
47,8
35,7
26,8
31,3
35,6
42,4
53,2
64,1
68,2 612,1
TABELA A2.2: Evapotranspiração de Referência (mm) da Estação Candelária (DEPRC/ANEEL
02952004). Valores Mensais do Período out/1969 – mar/1980
ANO JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Total
1969 -
-
-
-
-
-
-
-
-
98,4
96,5
113,1
-
1970 112,3
99,1
85,0
61,8
40,3
29,2
32,3
48,5
49,3
66,5
99,9
108,2
832,3
1971 86,0
62,1
63,8
54,4
35,0
37,0
30,0
38,8
48,5
85,2
119,8
118,7
779,2
1972 97,7
103,3
78,2
54,4
38,2
37,3
26,9
36,6
49,3
65,1
65,4
97,2
749,4
1973 74,1
58,4
68,0
41,9
33,1
30,9
28,6
30,4
40,0
71,6
102,1
91,0
670,1
1974 93,7
71,0
61,2
58,4
33,7
29,1
23,0
40,3
46,8
78,7
80,0
84,9
700,7
1975 94,4
83,0
68,0
46,4
39,6
28,1
40,3
33,3
44,2
73,7
83,6
108,7
743,3
1976 85,6
95,6
62,9
51,7
32,0
29,2
27,5
33,2
48,5
74,2
90,3
101,3
732,1
1977 76,7
71,4
68,0
49,1
31,6
27,7
33,1
27,0
51,0
64,0
89,3
100,2
689,1
1978 68,5
86,5
79,9
61,9
41,9
29,8
30,3
32,3
49,3
65,2
71,5
68,5
685,6
1979 105,4
88,1
69,7
57,3
39,4
31,8
34,0
40,8
48,5
75,5
72,8
77,6
740,9
1980 108,5
96,9
67,2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Média 91,2
83,2
70,2
53,7
36,5
31,0
30,6
36,1
47,5
65,4
79,5
86,9
732,3
188
ANEXO A3 – EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA
DECENDIAIS MÉDIAS NAS ESTAÇÕES HERVEIRAS, CANDELÁRIA, RIO
PARDO E SINIMBU
189
TABELA A3.1: Evaporação e Evapotranspiração de Referência (mm) da Estação Herveiras
(DEPRC/ANEEL 02952005) nos Meses de Irrigação do Arroz Irrigado. Valores Decendiais Médios
do Período out/1969 – fev/1980
outubro novembro dezembro Janeiro fevereiro
Decêndio 1º 3º 2º
Evaporação
(Tanque Classe A)
- 24,8 24,1 27,0 29,8 28,8 19,8 35,0 33,9 26,5 30,7 33,9 28,8 - -
Evapotranspiração
de Referência
- 21,1 20,5 23,0 25,3 24,5 16,8 29,8 30,5 22,5 26,1 28,8 24,5 - -
TABELA A3.2: Evaporação e Evapotranspiração de Referência (mm) da Estação Candelária
(DEPRC/ANEEL 02952004) nos Meses de Irrigação do Arroz Irrigado. Valores Decendiais Médios
do Período out/1969 – fev/1980
outubro novembro dezembro Janeiro fevereiro
Decêndio 1º 3º 2º
Evaporação
(Tanque Classe A)
- 27,8 29,5 33,4 34,1 34,6 38,0 38,9 41,8 36,2 36,1 38,9 35,5 - -
Evapotranspiração
de Referência
- 23,6 25,1 28,4 29,0 29,4 32,3 33,1 35,5 30,8 30,7 33,1 30,2 - -
TABELA A3.3: Evaporação e Evapotranspiração de Referência (mm) da Estação Rio Pardo
(DEPRC/ANEEL 02952011) nos Meses de Irrigação do Arroz Irrigado. Valores Decendiais Médios
do Período out/1969 – fev/1980
outubro novembro dezembro Janeiro fevereiro
Decêndio 1º 3º 2º
Evaporação
(Tanque Classe A)
- 28,5 26,8 30,9 35,5 33,4 27,3 49,6 48,5 33,8 39,1 42,3 42,0 - -
Evapotranspiração
de Referência
- 24,2 22,8 26,3 30,2 28,4 23,2 42,2 41,2 28,7 33,2 36,0 35,7 - -
TABELA A3.4: Evaporação e Evapotranspiração de Referência (mm) da Estação Sinimbu
(DEPRC/ANEEL 02952013) nos Meses de Irrigação do Arroz Irrigado. Valores Decendiais Médios
do Período out/1969 – fev/1980
outubro novembro dezembro Janeiro fevereiro
Decêndio 1º 3º 2º
Evaporação
(Tanque Classe A)
- 24,8 23,2 23,7 26,4 24,7 17,6 31,7 31,3 23,8 27,5 29,8 31,6 - -
Evapotranspiração
de Referência
- 21,1 19,7 20,1 22,4 21,0 15,0 26,9 26,6 20,2 23,4 25,3 26,9 - -
190
ANEXO A4 – ESTIMATIVA DA VAZÃO DE CONSUMO PARA AS CATEGORIAS
ABASTECIMENTO HUMANO, CRIAÇÃO ANIMAL E USO INDUSTRIAL NA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARDO – CENÁRIOS FUTUROS
Fonte: Ecoplan 2005(b)
191
ESTIMATIVA DA VAZÃO DE CONSUMO PARA AS CATEGORIAS
ABASTECIMENTO HUMANO, CRIAÇÃO ANIMAL E USO INDUSTRIAL NA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARDO – CENÁRIOS FUTUROS
Fonte: Ecoplan 2005(b)
O presente estudo baseia-se na existência de duas grandes classes de usos da água na Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo: usos consuntivos e usos o-consuntivos, sendo que as
estimativas das demandas hídricas futuras foram baseadas nas tendências de evolução
previstas, nos diferentes usos consuntivos identificados na Bacia do Rio Pardo para os
próximos 4 e 12 anos (2008 e 2016). Para confirmar tais tendências (em geral obtidas a partir
de estudos sobre dados censitários dos últimos anos) foram realizadas consultas a técnicos e a
entidades afins com os temas, como a Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do
Sul – FEE/RS e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Para o abastecimento humano, a dessedentação animal e o uso industrial foram utilizadas as
taxas de crescimento anuais para a projeção das demandas nos horizontes de 4 e 12 anos,
baseadas no estudo do comportamento dos respectivos setores usuários nos últimos anos. As
demandas e os consumos foram particularizados para cada uma das 13 Unidades de Estudo da
Bacia do Rio Pardo estabelecidas pelo Comitê.
Neste contexto, é importante ressaltar a distinção entre demanda hídrica e consumo hídrico.
Entende-se por demanda hídrica a quantidade de água necessária ou que é solicitada para a
execução de uma determinada atividade; representa, assim, a quantidade de água que é
extraída do manancial. o conceito de consumo hídrico é entendido como a parcela da
demanda que é efetivamente utilizada (ou gasta) no desenvolvimento dessa atividade, seja por
sua inclusão como matéria-prima no processo, seja por perdas como a evaporação, ou mesmo
a degradação, de tal forma que impeça a sua posterior utilização. A diferença quantitativa
entre a demanda e o consumo é denominada de retorno, que consiste na parcela restante da
demanda que volta ao manancial, através do sistema de drenagem e/ou sistemas de
esgotamento sanitários, e em condições de ser utilizada a jusante.
A quantificação dos usos consuntivos utiliza ambos os conceitos. Quando o conceito utilizado
for ‘demanda’, os valores apresentados referem-se à parcela retirada do manancial,
independentemente do percentual que é efetivamente utilizado; quando se fizer referência
ao ‘consumo’, estar-se-á considerando o montante que realmente é consumido, excluindo-se
do valor a parcela de água que retorna ao manancial.
192
Os usos consuntivos, assim como as próprias disponibilidades hídricas, apresentam variação,
em termos quantitativos, ao longo do ano. Essa variação está associada à sazonalidade, seja da
atividade usuária, seja das condições em que se processa essa atividade. Por essa razão, as
demandas e consumos associados aos usos consuntivos foram determinados em termos
mensais, possibilitando incorporar à análise as variações sazonais nitidamente observadas.
Para retratar tal variação, no cálculo das demandas de abastecimento humano, foram
utilizados coeficientes de sazonalidade, que variam ao longo dos meses do ano, sendo maiores
nos meses de verão. Para o uso industrial e para a dessedentação de animais, os efeitos da
sazonalidade foram desconsiderados.
Abastecimento Humano
De posse dos resultados de demandas hídricas per capita e das populações atendidas em cada
município, as demandas futuras de água para abastecimento humano nos horizontes de 4 e 12
anos (2008 e 2016) foram estimadas com base nas seguintes considerações:
Como as fontes de dados demográficos têm como unidade de avaliação os
municípios, as estimativas populacionais foram calculadas primeiramente para
estes, e após, os percentuais de área total e urbana de cada município nas Unidades
de Estudo foram aplicados sobre as respectivas demandas de água superficial para
atendimento às populações dos municípios da Bacia, possibilitando o cálculo da
demanda para abastecimento humano.
As projeções das demandas hídricas para abastecimento humano, tanto urbano
quanto rural, pressupõem somente a projeção da população; as demandas per
capita foram mantidas fixas (o porte populacional urbano do município foi o
critério utilizado para a determinação da demanda per capita do abastecimento
urbano, que não foi alterada no período de projeção em nenhum dos municípios;
da mesma forma, a demanda per capita para abastecimento da população rural
também foi mantida fixa).
As projeções populacionais para os anos de 2008 e 2016 foram realizadas com
base nas estimativas populacionais realizadas pela Fundação de Economia e
Estatística do Rio Grande do Sul (FEE) para os municípios (até 2004) e para o
Estado (até 2020).
Os coeficientes unitários de demanda adotados para a população urbana foram determinados
em função do porte populacional urbano dos municípios e dos totais captados pela CORSAN
193
para abastecimento das cidades em questão, sendo que os valores adotados estão resumidos
no quadro a seguir.
Demanda per capita para abastecimento da população urbana
Cidade
Estrato Populacional (População Urbana
Projetada - 2008 e 2016)
Demanda per capita
(l/hab/dia)
Santa Cruz do Sul ~ 100.000 hab 290
Vera Cruz, Candelária, Barros Cassal de 3.000 a 15.000 hab 200
Boqueirão de Leão, Gramado Xavier, Herveiras,
Lagoão, Passa Sete, Sinimbu, Vale do Sol
Menos de 3.000 hab 170
OBS.: 1) para o estabelecimento da demanda per capita foi considerado o porte populacional dos
municípios; 2) para a determinação das demandas totais para a população urbana da Bacia foi
considerada apenas a parcela da população pertencente à Bacia; 3) a demanda de Rio Pardo não foi
avaliada, tendo em vista que a captação da CORSAN localiza-se no Rio Jacuí, portanto fora da Bacia
do Rio Pardo.
Para determinação da sazonalidade foram consideradas as variações mensais estimadas com
base nas informações mensais (de volumes e vazões distribuídas) fornecidas pela
SUTRA/CORSAN, referente ao ano de 2003, e extrapolados para os demais municípios,
baseando-se no fato de que o comportamento sazonal do consumo é função,
predominantemente, da regionalidade. A variação temporal das demandas ao longo do ano, na
Bacia do Rio Pardo, é apresentada no quadro a seguir.
Distribuição temporal ponderada das demandas hídricas para abastecimento humano da população
urbana ao longo do ano
Mês JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Fator Ponderativo
1,05
1,05
1,05 1,00 1,00 0,95
0,95
0,95 0,95
1,00 1,00 1,05
OBS: Os fatores ponderativos utilizados para contemplar o efeito da sazonalidade foram os mesmos
para o abastecimento das populações urbana e rural.
O cálculo do consumo foi realizado através da adoção de um coeficiente de retorno de 0,80.
Ou seja, o consumo corresponde a 20% da água total demandada para o abastecimento da
população urbana proveniente de mananciais superficiais.
Dessedentação Animal
Para o cálculo das demandas futuras para dessedentação animal (incluindo o uso da água para
criação e higienização de animais) foram utilizadas as demandas unitárias apresentadas no
quadro a seguir.
194
Demanda Hídrica Média Unitária por Tipo de Rebanho
Tipo de Rebanho Demanda Unitária (L/cab/dia)
Bovino 40,00
Eqüino 35,00
Ovino 7,50
Suíno* 100,00
Bubalino 30,00
Caprino 6,00
Galinhas 0,60
Galos, Frangos e Pintos 0,25
Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos
As demandas específicas foram multiplicadas pelas populações dos rebanhos projetadas para
os horizontes de 4 e 12 anos (anos de 2008 e 2016). Estas projeções foram estimadas por
município utilizando-se taxas de crescimento anuais calculadas sobre dados históricos obtidos
da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM/IBGE, 2003) dos anos de 1997 a 2003, e a distribuição
dos rebanhos nas Unidades de Estudo foi feita a partir do percentual de participação espacial
dos municípios nas mesmas.
Foram utilizadas as taxas anuais do período analisado (1997-2003) de cada
município e rebanho sobre a população atual dos rebanhos de cada município para
estabelecer as populações em 4 e 12 anos, em cada município da Bacia.
As taxas decrescentes (valores negativos) não foram consideradas; nestes casos,
optou-se por manter a população do rebanho do cenário atual (taxa 0%);
As taxas positivas foram mantidas, para não ocorrer a possibilidade de subestimar
as demandas hídricas.
A partir das considerações acima, foram estimadas as populações dos rebanhos em cada um
dos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo nas projeções de 4 e 12 anos, e, para a
estimativa por Unidade de Estudo, os rebanhos municipais projetados foram multiplicados
pelo percentual da área dos municípios interna à Bacia.
O coeficiente de consumo (percentual da demanda que é efetivamente consumido) para a
dessedentação animal adotado foi de 70%. Os restantes 30% representam o retorno da
demanda, que volta sob a forma de urina dos animais e da higienização dos ambientes e dos
animais criados em confinamento (maior parcela do retorno). Estes percentuais estão
baseados nas indicações do estudo “Estimativas das Vazões para Atividades de Uso
Consuntivo da Água nas Principais Bacias do Sistema Interligado Nacional Metodologia e
Resultados Interligados”, realizado pelo Consórcio Fahma-Dreer, em 2003, para a ONS
(Operador Nacional do Sistema Elétrico).
195
Indústria
Para projetar o crescimento industrial, utilizou-se o percentual de crescimento da população
urbana entre 2004 e os horizontes de projeção de 4 e 12 anos. Assim, foi possível inferir o
crescimento do setor industrial no período de interesse e, proporcionalmente, estimar a
demanda de água correspondente.
Embora se saiba que o crescimento industrial não seja decorrência direta do crescimento
populacional, essa simplificação foi adotada apenas para fins estimativos, entendendo-se que,
para o contexto geral a que se propõe o presente estudo, essa consideração é válida. Além
disso, a carência de dados quanto às estimativas de crescimento do setor industrial, em fontes
oficiais como a FEE e o IBGE, justifica a adoção de tal procedimento.
Assim, ao contrário das demandas calculadas para os demais usos consuntivos da Bacia, onde
foi necessário determinar uma demanda hídrica unitária, no caso da demanda industrial partiu-
se de um valor de demanda pré-determinado para o ano de 1997 (baseado em dados primários
Cadastro de Indústrias) e, sobre este valor, foi aplicado um fator de correção, para atualizá-
lo.
Conforme as estimativas, a população urbana crescerá 9% entre 2004 e 2008 e 23% entre
2004 e 2016, sendo estes os percentuais aplicados para a projeção do crescimento da demanda
industrial no período.
Com referência aos consumos, o coeficiente de retorno utilizado para a determinação dos
mesmos é similar ao do abastecimento humano urbano, ou seja, 80%. Assim, o consumo
hídrico decorrente do uso industrial corresponde a 20% da demanda calculada.
196
ANEXO A5 – VAZÕES DECENDIAIS NECESSÁRIAS PARA SUPRIR A DEMANDA
EVAPOTRANSPIRATIVA NAS SUB-UNIDADES DE ESTUDO DA BACIA DO RIO
PARDO – CENÁRIOS ATUAL E FUTUROS
197
TABELA A5.1: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Evapotranspiração nos
Decêndios de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Atual (safra 2003/2004)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,015 0,032 0,054 0,060 0,061 0,067 0,090 0,088 0,056 0,056 0,055 0,055 92
SMPo-1 0,001 0,010 0,129 0,184 0,187 0,205 0,276 0,269 0,171 0,171 0,168 0,168 286,6
SMPo-2 0,031 0,168 0,220 0,255 0,258 0,284 0,382 0,372 0,237 0,236 0,231 0,232 391,9
SMPo-3 0,109 0,144 0,247 0,330 0,335 0,368 0,495 0,483 0,307 0,306 0,300 0,301 514,4
SMPo-4 0,016 0,219 0,379 0,401 0,407 0,447 0,601 0,586 0,373 0,372 0,364 0,366 622,3
SMPo-5 0,407 0,867 1,549 1,753 1,758 1,864 2,711 2,602 1,604 1,632 1,601 1,628 2.705,5
SMPo-6 0,000 0,027 0,052 0,073 0,070 0,062 0,129 0,116 0,063 0,070 0,069 0,074 110,3
SMPo-7 0,000 0,127 0,218 0,287 0,272 0,231 0,516 0,462 0,241 0,275 0,271 0,293 429,6
SMPo-8 0,011 0,042 0,054 0,078 0,073 0,060 0,142 0,126 0,064 0,075 0,074 0,080 115,7
BPo-1 0,059 0,198 0,308 0,389 0,366 0,299 0,713 0,633 0,323 0,374 0,369 0,402 579,4
BPo-2 0,012 0,015 0,140 0,168 0,158 0,129 0,309 0,274 0,140 0,162 0,160 0,174 251,2
BPo-3 0,098 0,141 0,189 0,223 0,210 0,171 0,409 0,363 0,185 0,215 0,211 0,231 332,3
BPo-4 0,006 0,038 0,049 0,096 0,091 0,074 0,177 0,157 0,080 0,093 0,091 0,100 143,7
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,002 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,4
BPi-1 0,072 0,076 0,111 0,139 0,130 0,102 0,244 0,217 0,114 0,132 0,130 0,144 230,5
BPi-2 0,032 0,055 0,088 0,104 0,097 0,080 0,190 0,169 0,086 0,100 0,098 0,107 156,3
BPi-3 0,045 0,126 0,218 0,253 0,238 0,195 0,464 0,412 0,211 0,244 0,240 0,262 380,3
BPi-4 0,020 0,032 0,057 0,076 0,071 0,058 0,139 0,123 0,063 0,073 0,072 0,078 113,0
An-2 0,033 0,056 0,091 0,111 0,104 0,082 0,194 0,173 0,091 0,105 0,103 0,116 185
MPi-1 0,005 0,012 0,017 0,020 0,019 0,014 0,032 0,029 0,016 0,018 0,018 0,021 40,5
MPi-2 0,015 0,025 0,034 0,038 0,036 0,025 0,060 0,054 0,030 0,035 0,034 0,040 75,8
MPi-3 0,005 0,005 0,009 0,012 0,012 0,008 0,019 0,018 0,010 0,011 0,011 0,013 24,7
BPb-1 0,008 0,011 0,018 0,024 0,024 0,025 0,036 0,035 0,022 0,022 0,022 0,022 38,9
BPb-2 0,039 0,104 0,162 0,178 0,174 0,160 0,273 0,256 0,153 0,163 0,160 0,173 314,3
BPb-3 0,009 0,019 0,034 0,050 0,051 0,053 0,076 0,073 0,046 0,047 0,046 0,047 80,1
BPb-4 0,047 0,074 0,126 0,132 0,133 0,146 0,197 0,192 0,122 0,122 0,119 0,120 204,7
APb 0,001 0,002 0,003 0,003 0,003 0,002 0,004 0,004 0,002 0,003 0,003 0,003 5
Bacia 1,096 2,625 4,556 5,439 5,34 5,212 8,881 8,289 4,811 5,114 5,022 5,252 8.431
TABELA A5.2: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Evapotranspiração nos
Decêndios de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (safra
2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,002 0,002 0,043 0,064 0,065 0,072 0,097 0,094 0,060 0,060 0,059 0,059 99,0
SMPo-1 0,001 0,001 0,143 0,180 0,182 0,200 0,269 0,263 0,167 0,167 0,163 0,164 280,9
SMPo-2 0,000 0,000 0,223 0,250 0,253 0,278 0,374 0,365 0,232 0,231 0,227 0,227 396,4
SMPo-3 0,008 0,007 0,250 0,374 0,379 0,417 0,561 0,547 0,348 0,347 0,340 0,341 581,2
SMPo-4 0,167 0,152 0,328 0,368 0,373 0,410 0,552 0,538 0,342 0,341 0,334 0,336 570,7
SMPo-5 0,022 0,020 1,137 1,962 1,967 2,083 3,038 2,915 1,794 1,828 1,793 1,824 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,000 0,081 0,124 0,118 0,101 0,222 0,199 0,105 0,119 0,117 0,126 186,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,142 0,310 0,294 0,248 0,558 0,499 0,261 0,297 0,293 0,317 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,033 0,063 0,060 0,049 0,116 0,103 0,053 0,061 0,060 0,065 94,3
BPo-1 0,000 0,000 0,265 0,444 0,417 0,341 0,814 0,723 0,369 0,427 0,421 0,459 660,9
BPo-2 0,011 0,010 0,029 0,174 0,163 0,133 0,319 0,283 0,144 0,167 0,165 0,180 258,7
BPo-3 0,050 0,046 0,199 0,234 0,220 0,179 0,428 0,380 0,194 0,225 0,222 0,242 347,3
BPo-4 0,000 0,000 0,084 0,096 0,091 0,074 0,177 0,157 0,080 0,093 0,091 0,100 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,001 0,002 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,6
BPi-1 0,001 0,001 0,119 0,143 0,134 0,106 0,251 0,224 0,117 0,135 0,133 0,149 235,9
BPi-2 0,032 0,029 0,102 0,131 0,123 0,101 0,240 0,213 0,109 0,126 0,124 0,135 197,9
BPi-3 0,002 0,001 0,169 0,268 0,252 0,206 0,492 0,437 0,223 0,258 0,255 0,278 403,1
BPi-4 0,030 0,027 0,043 0,075 0,071 0,058 0,138 0,122 0,062 0,072 0,071 0,078 113,1
An-2 0,011 0,010 0,085 0,123 0,116 0,091 0,215 0,192 0,101 0,117 0,115 0,128 199,0
MPi-1 0,000 0,000 0,012 0,020 0,019 0,013 0,031 0,028 0,016 0,018 0,018 0,021 39,5
MPi-2 0,009 0,008 0,032 0,044 0,041 0,029 0,069 0,062 0,035 0,040 0,039 0,046 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,011 0,013 0,012 0,008 0,020 0,018 0,010 0,011 0,011 0,013 25,0
BPb-1 0,007 0,006 0,021 0,023 0,023 0,024 0,035 0,034 0,021 0,021 0,021 0,021 37,2
BPb-2 0,004 0,004 0,111 0,195 0,190 0,172 0,300 0,280 0,167 0,179 0,176 0,191 349,3
BPb-3 0,003 0,002 0,053 0,055 0,056 0,059 0,084 0,081 0,051 0,051 0,050 0,051 87,9
BPb-4 0,024 0,022 0,127 0,138 0,140 0,153 0,207 0,202 0,128 0,128 0,125 0,126 214,6
APb 0,000 0,000 0,003 0,004 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,384 0,348 3,846 5,877 5,765 5,609 9,616 8,967 5,193 5,524 5,428 5,682 9.100
198
TABELA A5.3: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Evapotranspiração nos
Decêndios de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (safra
2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,002 0,011 0,044 0,070 0,071 0,078 0,104 0,102 0,065 0,065 0,063 0,064 110,0
SMPo-1 0,001 0,001 0,107 0,180 0,182 0,200 0,270 0,263 0,167 0,167 0,163 0,164 279,5
SMPo-2 0,000 0,002 0,194 0,252 0,255 0,280 0,377 0,368 0,234 0,233 0,229 0,229 398,0
SMPo-3 0,000 0,170 0,260 0,414 0,420 0,461 0,620 0,605 0,385 0,383 0,376 0,377 642,4
SMPo-4 0,074 0,122 0,285 0,373 0,378 0,416 0,559 0,545 0,347 0,346 0,339 0,340 575,8
SMPo-5 0,000 0,258 1,159 2,042 2,049 2,172 3,159 3,033 1,869 1,902 1,866 1,897 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,015 0,060 0,124 0,118 0,101 0,222 0,199 0,105 0,119 0,117 0,126 254,2
SMPo-7 0,000 0,023 0,307 0,576 0,544 0,453 1,047 0,933 0,482 0,553 0,545 0,592 792,1
SMPo-8 0,000 0,002 0,003 0,076 0,072 0,059 0,140 0,124 0,064 0,074 0,073 0,079 114,1
BPo-1 0,022 0,095 0,281 0,455 0,428 0,350 0,835 0,741 0,379 0,438 0,432 0,471 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,145 0,175 0,164 0,134 0,320 0,284 0,145 0,168 0,166 0,181 260,0
BPo-3 0,000 0,046 0,133 0,284 0,267 0,218 0,521 0,462 0,236 0,273 0,269 0,294 421,9
BPo-4 0,000 0,006 0,015 0,138 0,130 0,106 0,253 0,224 0,115 0,133 0,131 0,143 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,002 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,4
BPi-1 0,002 0,064 0,118 0,143 0,134 0,105 0,251 0,223 0,117 0,135 0,133 0,148 236,1
BPi-2 0,000 0,010 0,094 0,163 0,153 0,125 0,298 0,265 0,135 0,156 0,154 0,168 245,1
BPi-3 0,023 0,041 0,166 0,272 0,256 0,209 0,500 0,444 0,227 0,262 0,258 0,282 409,7
BPi-4 0,000 0,001 0,033 0,108 0,102 0,083 0,199 0,176 0,090 0,104 0,103 0,112 163,2
An-2 0,002 0,025 0,081 0,135 0,127 0,099 0,236 0,211 0,111 0,128 0,126 0,141 221,0
MPi-1 0,000 0,003 0,013 0,020 0,019 0,013 0,031 0,028 0,016 0,018 0,018 0,021 39,3
MPi-2 0,003 0,014 0,031 0,045 0,042 0,030 0,071 0,064 0,035 0,041 0,040 0,047 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,007 0,020 0,019 0,013 0,032 0,028 0,016 0,018 0,018 0,021 39,7
BPb-1 0,001 0,009 0,022 0,023 0,023 0,024 0,035 0,034 0,021 0,021 0,021 0,021 37,1
BPb-2 0,004 0,040 0,145 0,223 0,218 0,200 0,343 0,321 0,192 0,205 0,202 0,218 395,8
BPb-3 0,003 0,008 0,042 0,069 0,069 0,073 0,103 0,100 0,063 0,063 0,062 0,063 108,1
BPb-4 0,004 0,023 0,087 0,144 0,146 0,159 0,216 0,210 0,133 0,133 0,131 0,131 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 0,004 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,141 0,989 3,833 6,530 6,392 6,165 10,751 9,995 5,753 6,143 6,04 6,335 10.094
TABELA A5.4: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Evapotranspiração nos
Decêndios de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (safra
2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,020 0,064 0,065 0,072 0,097 0,094 0,060 0,060 0,059 0,059 99,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,001 0,180 0,182 0,200 0,269 0,263 0,167 0,167 0,163 0,164 280,9
SMPo-2 0,000 0,000 0,049 0,250 0,253 0,278 0,374 0,365 0,232 0,231 0,227 0,227 396,4
SMPo-3 0,000 0,000 0,165 0,374 0,379 0,417 0,561 0,547 0,348 0,347 0,340 0,341 581,2
SMPo-4 0,000 0,000 0,303 0,368 0,373 0,410 0,552 0,538 0,342 0,341 0,334 0,336 570,7
SMPo-5 0,000 0,000 0,636 1,962 1,967 2,083 3,038 2,915 1,794 1,828 1,793 1,824 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,000 0,000 0,124 0,118 0,101 0,222 0,199 0,105 0,119 0,117 0,126 186,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,005 0,310 0,294 0,248 0,558 0,499 0,261 0,297 0,293 0,317 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,033 0,063 0,060 0,049 0,116 0,103 0,053 0,061 0,060 0,065 94,3
BPo-1 0,000 0,000 0,162 0,444 0,417 0,341 0,814 0,723 0,369 0,427 0,421 0,459 660,9
BPo-2 0,000 0,000 0,016 0,173 0,163 0,133 0,318 0,282 0,144 0,167 0,164 0,179 258,7
BPo-3 0,000 0,000 0,115 0,233 0,219 0,179 0,428 0,380 0,194 0,224 0,221 0,241 347,3
BPo-4 0,000 0,000 0,038 0,096 0,091 0,074 0,177 0,157 0,080 0,093 0,091 0,100 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,002 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,6
BPi-1 0,000 0,000 0,091 0,142 0,134 0,105 0,250 0,223 0,117 0,135 0,133 0,148 235,9
BPi-2 0,000 0,000 0,083 0,131 0,123 0,101 0,240 0,213 0,109 0,126 0,124 0,135 197,9
BPi-3 0,000 0,000 0,119 0,268 0,252 0,206 0,492 0,436 0,223 0,258 0,254 0,277 403,1
BPi-4 0,000 0,000 0,040 0,075 0,071 0,058 0,138 0,122 0,062 0,072 0,071 0,078 113,1
An-2 0,000 0,000 0,059 0,123 0,115 0,090 0,214 0,191 0,100 0,116 0,114 0,128 199,0
MPi-1 0,000 0,000 0,010 0,020 0,019 0,013 0,031 0,028 0,016 0,018 0,018 0,021 39,5
MPi-2 0,000 0,000 0,023 0,044 0,041 0,029 0,069 0,062 0,035 0,040 0,039 0,046 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,009 0,013 0,012 0,008 0,020 0,018 0,010 0,011 0,011 0,013 25,0
BPb-1 0,000 0,000 0,016 0,023 0,023 0,024 0,035 0,034 0,021 0,021 0,021 0,021 37,2
BPb-2 0,000 0,000 0,075 0,195 0,190 0,172 0,301 0,281 0,167 0,180 0,176 0,192 349,3
BPb-3 0,000 0,000 0,016 0,055 0,056 0,059 0,084 0,081 0,051 0,051 0,050 0,051 87,9
BPb-4 0,000 0,000 0,108 0,138 0,140 0,153 0,207 0,202 0,128 0,128 0,125 0,126 214,6
APb 0,000 0,000 0,002 0,004 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0 0 2,194 5,877 5,765 5,609 9,616 8,967 5,193 5,524 5,428 5,682 9.100
199
TABELA A5.5: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Evapotranspiração nos
Decêndios de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (safra
2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,016 0,070 0,071 0,078 0,104 0,102 0,065 0,065 0,063 0,064 110,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,001 0,180 0,182 0,200 0,270 0,263 0,167 0,167 0,163 0,164 279,5
SMPo-2 0,000 0,000 0,023 0,252 0,255 0,280 0,377 0,368 0,234 0,233 0,229 0,229 398,0
SMPo-3 0,000 0,000 0,100 0,413 0,419 0,460 0,619 0,604 0,384 0,383 0,375 0,377 642,4
SMPo-4 0,000 0,000 0,248 0,371 0,376 0,413 0,556 0,542 0,345 0,344 0,337 0,338 575,8
SMPo-5 0,000 0,000 0,526 2,043 2,049 2,173 3,160 3,033 1,869 1,903 1,867 1,898 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,000 0,000 0,124 0,118 0,101 0,222 0,199 0,105 0,119 0,117 0,126 254,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,000 0,576 0,544 0,453 1,047 0,933 0,482 0,553 0,545 0,592 792,1
SMPo-8 0,000 0,000 0,000 0,076 0,072 0,059 0,140 0,124 0,064 0,074 0,073 0,079 114,1
BPo-1 0,000 0,000 0,114 0,456 0,429 0,351 0,837 0,743 0,379 0,439 0,433 0,472 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,013 0,175 0,164 0,134 0,320 0,284 0,145 0,168 0,166 0,181 260,0
BPo-3 0,000 0,000 0,110 0,284 0,267 0,218 0,521 0,462 0,236 0,273 0,269 0,294 421,9
BPo-4 0,000 0,000 0,003 0,138 0,130 0,106 0,253 0,224 0,115 0,133 0,131 0,143 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,002 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,4
BPi-1 0,000 0,000 0,083 0,142 0,134 0,105 0,250 0,223 0,117 0,135 0,133 0,148 236,1
BPi-2 0,000 0,000 0,058 0,162 0,152 0,125 0,297 0,264 0,135 0,156 0,154 0,168 245,1
BPi-3 0,000 0,000 0,071 0,272 0,256 0,209 0,499 0,443 0,226 0,262 0,258 0,282 409,7
BPi-4 0,000 0,000 0,028 0,108 0,102 0,083 0,199 0,176 0,090 0,104 0,103 0,112 163,2
An-2 0,000 0,000 0,044 0,135 0,127 0,099 0,236 0,211 0,111 0,128 0,126 0,141 221,0
MPi-1 0,000 0,000 0,008 0,020 0,019 0,013 0,031 0,028 0,016 0,018 0,018 0,021 39,3
MPi-2 0,000 0,000 0,017 0,045 0,042 0,030 0,071 0,064 0,035 0,041 0,040 0,047 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,006 0,020 0,019 0,013 0,032 0,028 0,016 0,018 0,018 0,021 39,7
BPb-1 0,000 0,000 0,011 0,023 0,023 0,024 0,035 0,034 0,021 0,021 0,021 0,021 37,1
BPb-2 0,000 0,000 0,060 0,223 0,218 0,200 0,343 0,321 0,192 0,205 0,202 0,218 395,8
BPb-3 0,000 0,000 0,010 0,069 0,069 0,073 0,103 0,100 0,063 0,063 0,062 0,063 108,1
BPb-4 0,000 0,000 0,080 0,143 0,145 0,159 0,215 0,209 0,133 0,133 0,130 0,131 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 0,004 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,000 0,000 1,630 6,530 6,392 6,165 10,751 9,995 5,753 6,143 6,04 6,335 10.094
200
ANEXO A6 – VAZÕES DECENDIAIS NECESSÁRIAS PARA SATURAÇÃO DO
SOLO NAS SUB-UNIDADES DE ESTUDO DA BACIA DO RIO PARDO –
CENÁRIOS ATUAL E FUTUROS
201
TABELA A6.1: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Saturação do Solo nos Decêndios Iniciais de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Atual (safra 2003/2004)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01
Área Cultivada (ha)
MPo 0,002 0,005 0,004 92
SMPo-1 0,002 0,044 0,011 286,6
SMPo-2 0,066 0,000 0,012 391,9
SMPo-3 0,021 0,037 0,044 514,4
SMPo-4 0,036 0,049 0,037 622,3
SMPo-5 0,377 0,567 0,185 2.705,5
SMPo-6 0,019 0,019 0,024 110,3
SMPo-7 0,182 0,032 0,029 429,6
SMPo-8 0,011 0,000 0,012 115,7
BPo-1 0,175 0,000 0,038 579,4
BPo-2 0,002 0,089 0,006 251,2
BPo-3 0,120 0,000 0,009 332,3
BPo-4 0,008 0,000 0,048 143,7
BPo-5 0,000 0,000 0,001 2,4
BPi-1 0,000 0,009 0,010 230,5
BPi-2 0,000 0,000 0,013 156,3
BPi-3 0,012 0,066 0,005 380,3
BPi-4 0,005 0,000 0,005 113,0
An-2 0,013 0,009 0,005 185
MPi-1 0,002 0,000 0,000 40,5
MPi-2 0,002 0,004 0,000 75,8
MPi-3 0,000 0,000 0,002 24,7
BPb-1 0,000 0,000 0,004 38,9
BPb-2 0,023 0,014 0,002 314,3
BPb-3 0,002 0,003 0,005 80,1
BPb-4 0,018 0,002 0,006 204,7
APb 0,000 0,000 0,000 5
Bacia 1,098 0,949 0,517 8.431
TABELA A6.2: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Saturação do Solo nos Decêndios Iniciais de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01
Área Cultivada (ha)
MPo 0,007 0,002 0,015 99,0
SMPo-1 0,016 0,041 0,007 280,9
SMPo-2 0,009 0,069 0,010 396,4
SMPo-3 0,000 0,056 0,075 581,2
SMPo-4 0,000 0,056 0,073 570,7
SMPo-5 0,400 0,557 0,480 3.024,3
SMPo-6 0,017 0,056 0,047 186,2
SMPo-7 0,125 0,011 0,161 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,021 94,3
BPo-1 0,036 0,165 0,084 660,9
BPo-2 0,007 0,006 0,105 258,7
BPo-3 0,088 0,062 0,009 347,3
BPo-4 0,004 0,061 0,000 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,000 2,6
BPi-1 0,007 0,014 0,009 235,9
BPi-2 0,013 0,003 0,009 197,9
BPi-3 0,018 0,066 0,050 403,1
BPi-4 0,003 0,000 0,011 113,1
An-2 0,007 0,010 0,016 199,0
MPi-1 0,001 0,001 0,003 39,5
MPi-2 0,003 0,004 0,004 87,5
MPi-3 0,000 0,003 0,000 25,0
BPb-1 0,003 0,001 0,001 37,2
BPb-2 0,007 0,012 0,040 349,3
BPb-3 0,006 0,009 0,000 87,9
BPb-4 0,011 0,015 0,011 214,6
APb 0,000 0,000 0,000 6,0
Bacia 0,788 1,28 1,241 9.100
202
TABELA A6.3: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Saturação do Solo nos Decêndios Iniciais de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01
Área Cultivada (ha)
MPo 0,003 0,015 0,010 110,0
SMPo-1 0,000 0,053 0,020 279,5
SMPo-2 0,001 0,077 0,025 398,0
SMPo-3 0,064 0,024 0,081 642,4
SMPo-4 0,000 0,044 0,107 575,8
SMPo-5 0,194 0,714 0,838 3.153,2
SMPo-6 0,027 0,085 0,027 254,2
SMPo-7 0,011 0,477 0,155 792,1
SMPo-8 0,006 0,000 0,024 114,1
BPo-1 0,056 0,208 0,098 678,5
BPo-2 0,000 0,138 0,008 260,0
BPo-3 0,012 0,028 0,197 421,9
BPo-4 0,007 0,005 0,103 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,001 2,4
BPi-1 0,005 0,023 0,013 236,1
BPi-2 0,006 0,010 0,026 245,1
BPi-3 0,028 0,121 0,034 409,7
BPi-4 0,002 0,003 0,023 163,2
An-2 0,006 0,021 0,026 221,0
MPi-1 0,000 0,003 0,003 39,3
MPi-2 0,002 0,009 0,007 89,0
MPi-3 0,000 0,002 0,007 39,7
BPb-1 0,000 0,006 0,000 37,1
BPb-2 0,010 0,041 0,041 395,8
BPb-3 0,001 0,012 0,012 108,1
BPb-4 0,001 0,005 0,045 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 6,0
Bacia 0,442 2,128 1,929 10.094
TABELA A6.4: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Saturação do Solo nos Decêndios Iniciais de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01
Área Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,023 99,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,063 280,9
SMPo-2 0,000 0,000 0,088 396,4
SMPo-3 0,000 0,000 0,131 581,2
SMPo-4 0,000 0,000 0,129 570,7
SMPo-5 0,000 0,000 1,437 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,000 0,120 186,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,297 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,021 94,3
BPo-1 0,000 0,000 0,286 660,9
BPo-2 0,000 0,000 0,118 258,7
BPo-3 0,000 0,000 0,158 347,3
BPo-4 0,000 0,000 0,065 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,001 2,6
BPi-1 0,000 0,000 0,030 235,9
BPi-2 0,000 0,000 0,025 197,9
BPi-3 0,000 0,000 0,135 403,1
BPi-4 0,000 0,000 0,015 113,1
An-2 0,000 0,000 0,027 199,0
MPi-1 0,000 0,000 0,004 39,5
MPi-2 0,000 0,000 0,011 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,003 25,0
BPb-1 0,000 0,000 0,005 37,2
BPb-2 0,000 0,000 0,059 349,3
BPb-3 0,000 0,000 0,015 87,9
BPb-4 0,000 0,000 0,036 214,6
APb 0,000 0,000 0,001 6,0
Bacia 0,000 0,000 3,303 9.100
203
TABELA A6.5: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Saturação do Solo nos Decêndios Iniciais de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01
Área Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,028 110,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,073 279,5
SMPo-2 0,000 0,000 0,103 398,0
SMPo-3 0,000 0,000 0,169 642,4
SMPo-4 0,000 0,000 0,151 575,8
SMPo-5 0,000 0,000 1,747 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,000 0,139 254,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,643 792,1
SMPo-8 0,000 0,000 0,030 114,1
BPo-1 0,000 0,000 0,362 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,146 260,0
BPo-3 0,000 0,000 0,237 421,9
BPo-4 0,000 0,000 0,115 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,001 2,4
BPi-1 0,000 0,000 0,047 236,1
BPi-2 0,000 0,000 0,049 245,1
BPi-3 0,000 0,000 0,212 409,7
BPi-4 0,000 0,000 0,033 163,2
An-2 0,000 0,000 0,046 221,0
MPi-1 0,000 0,000 0,006 39,3
MPi-2 0,000 0,000 0,018 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,008 39,7
BPb-1 0,000 0,000 0,006 37,1
BPb-2 0,000 0,000 0,090 395,8
BPb-3 0,000 0,000 0,025 108,1
BPb-4 0,000 0,000 0,051 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 6,0
Bacia 0,000 0,000 4,538 10.094
204
ANEXO A7 – VAZÕES DECENDIAIS NECESSÁRIAS PARA FORMAÇÃO DA
LÂMINA SUPERFICIAL NAS SUB-UNIDADES DE ESTUDO DA BACIA DO RIO
PARDO – CENÁRIOS ATUAL E FUTUROS
205
TABELA A7.1: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Formação da Lâmina Superficial nos Decêndios
Iniciais de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Atual (safra 2003/2004)
Decêndios
Sub-Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02
Área Cultivada (ha)
MPo 0,017 0,030 0,038 0,022 0,010 92
SMPo-1 0,001 0,001 0,016 0,233 0,095 286,6
SMPo-2 0,034 0,046 0,346 0,012 0,066 391,9
SMPo-3 0,121 0,155 0,086 0,098 0,169 514,4
SMPo-4 0,018 0,241 0,340 0,138 0,032 622,3
SMPo-5 0,447 0,634 1,225 0,866 0,289 2.705,5
SMPo-6 0,000 0,004 0,078 0,029 0,030 110,3
SMPo-7 0,000 0,005 0,281 0,118 0,082 429,6
SMPo-8 0,011 0,047 0,056 0,001 0,031 115,7
BPo-1 0,064 0,147 0,379 0,068 0,072 579,4
BPo-2 0,013 0,019 0,014 0,282 0,015 251,2
BPo-3 0,105 0,129 0,163 0,012 0,012 332,3
BPo-4 0,006 0,043 0,052 0,002 0,082 143,7
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,000 0,003 2,4
BPi-1 0,080 0,115 0,030 0,034 0,025 230,5
BPi-2 0,034 0,076 0,055 0,022 0,003 156,3
BPi-3 0,048 0,123 0,200 0,094 0,005 380,3
BPi-4 0,022 0,027 0,035 0,020 0,017 113,0
An-2 0,035 0,059 0,075 0,048 0,021 185
MPi-1 0,007 0,013 0,017 0,007 0,001 40,5
MPi-2 0,018 0,036 0,027 0,011 0,000 75,8
MPi-3 0,007 0,008 0,005 0,007 0,006 24,7
BPb-1 0,009 0,015 0,008 0,004 0,013 38,9
BPb-2 0,046 0,092 0,165 0,085 0,012 314,3
BPb-3 0,010 0,018 0,021 0,026 0,032 80,1
BPb-4 0,052 0,087 0,072 0,038 0,006 204,7
APb 0,001 0,001 0,003 0,001 0,000 5
Bacia 1,206 2,171 3,787 2,278 1,129 8.431
TABELA A7.2: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Formação da Lâmina Superficial nos Decêndios
Iniciais de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02
Área Cultivada (ha)
MPo 0,003 0,009 0,032 0,038 0,039 99,0
SMPo-1 0,001 0,001 0,125 0,125 0,073 280,9
SMPo-2 0,000 0,000 0,081 0,393 0,047 396,4
SMPo-3 0,008 0,035 0,134 0,280 0,233 581,2
SMPo-4 0,185 0,297 0,099 0,076 0,062 570,7
SMPo-5 0,024 0,260 1,021 0,934 1,377 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,000 0,043 0,064 0,065 186,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,132 0,081 0,299 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,030 0,039 0,052 94,3
BPo-1 0,000 0,053 0,226 0,262 0,230 660,9
BPo-2 0,012 0,017 0,013 0,011 0,290 258,7
BPo-3 0,054 0,070 0,158 0,141 0,007 347,3
BPo-4 0,000 0,037 0,047 0,096 0,001 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,002 0,001 0,000 2,6
BPi-1 0,001 0,016 0,109 0,134 0,014 235,9
BPi-2 0,035 0,058 0,063 0,042 0,015 197,9
BPi-3 0,002 0,076 0,143 0,118 0,124 403,1
BPi-4 0,032 0,039 0,013 0,008 0,030 113,1
An-2 0,011 0,029 0,072 0,077 0,055 199,0
MPi-1 0,000 0,006 0,015 0,010 0,011 39,5
MPi-2 0,011 0,024 0,027 0,020 0,018 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,011 0,021 0,000 25,0
BPb-1 0,008 0,014 0,015 0,004 0,003 37,2
BPb-2 0,005 0,036 0,101 0,097 0,176 349,3
BPb-3 0,003 0,011 0,038 0,054 0,002 87,9
BPb-4 0,027 0,051 0,078 0,085 0,015 214,6
APb 0,000 0,001 0,001 0,002 0,001 6,0
Bacia 0,422 1,14 2,829 3,213 3,239 9.100
206
TABELA A7.3: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Formação da Lâmina Superficial nos Decêndios
Iniciais de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (safra
2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02
Área Cultivada (ha)
MPo 0,002 0,008 0,020 0,046 0,043 110,0
SMPo-1 0,001 0,001 0,000 0,203 0,133 279,5
SMPo-2 0,000 0,000 0,025 0,395 0,086 398,0
SMPo-3 0,000 0,087 0,247 0,102 0,206 642,4
SMPo-4 0,082 0,156 0,146 0,146 0,141 575,8
SMPo-5 0,000 0,185 0,677 1,252 1,483 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,000 0,036 0,052 0,065
254,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,064 0,380 0,339
792,1
SMPo-8 0,000 0,000 0,007 0,000 0,088 114,1
BPo-1 0,024 0,071 0,176 0,218 0,226 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,011 0,317 0,011 260,0
BPo-3 0,000 0,051 0,118 0,089 0,220 421,9
BPo-4 0,000 0,001 0,018 0,009 0,164 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,001 0,000 0,002 2,4
BPi-1 0,002 0,080 0,102 0,065 0,009 236,1
BPi-2 0,000 0,000 0,066 0,096 0,057 245,1
BPi-3 0,025 0,041 0,060 0,161 0,138 409,7
BPi-4 0,000 0,000 0,028 0,043 0,072 163,2
An-2 0,002 0,025 0,059 0,081 0,072 221,0
MPi-1 0,000 0,005 0,010 0,015 0,009 39,3
MPi-2 0,003 0,016 0,026 0,027 0,021 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,007 0,012 0,018 39,7
BPb-1 0,001 0,010 0,010 0,017 0,002 37,1
BPb-2 0,004 0,033 0,082 0,142 0,166 395,8
BPb-3 0,003 0,007 0,013 0,058 0,038 108,1
BPb-4 0,005 0,026 0,068 0,072 0,062 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 0,001 0,004 6,0
Bacia 0,154 0,803 2,078 3,999 3,875 10.094
TABELA A7.4: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Formação da Lâmina Superficial nos Decêndios
Iniciais de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02
Área Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,016 0,022 0,078 99,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,001 0,001 0,320 280,9
SMPo-2 0,000 0,000 0,041 0,054 0,423 396,4
SMPo-3 0,000 0,000 0,137 0,181 0,315 581,2
SMPo-4 0,000 0,000 0,253 0,334 0,116 570,7
SMPo-5 0,000 0,000 0,534 0,705 2,373 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,000 0,000 0,000 0,173 186,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,004 0,006 0,457 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,030 0,040 0,052 94,3
BPo-1 0,000 0,000 0,145 0,192 0,390 660,9
BPo-2 0,000 0,000 0,014 0,019 0,308 258,7
BPo-3 0,000 0,000 0,103 0,136 0,198 347,3
BPo-4 0,000 0,000 0,035 0,046 0,102 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,000 0,003 2,6
BPi-1 0,000 0,000 0,088 0,116 0,058 235,9
BPi-2 0,000 0,000 0,074 0,098 0,038 197,9
BPi-3 0,000 0,000 0,107 0,142 0,216 403,1
BPi-4 0,000 0,000 0,036 0,047 0,037 113,1
An-2 0,000 0,000 0,056 0,073 0,108 199,0
MPi-1 0,000 0,000 0,012 0,016 0,015 39,5
MPi-2 0,000 0,000 0,027 0,036 0,036 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,011 0,014 0,006 25,0
BPb-1 0,000 0,000 0,014 0,018 0,013 37,2
BPb-2 0,000 0,000 0,071 0,094 0,219 349,3
BPb-3 0,000 0,000 0,014 0,018 0,088 87,9
BPb-4 0,000 0,000 0,090 0,119 0,052 214,6
APb 0,000 0,000 0,002 0,002 0,004 6,0
Bacia 0,000 0,000 1,915 2,529 6,198 9.100
207
TABELA A7.5: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Formação da Lâmina Superficial nos Decêndios
Iniciais de Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02
Área Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,013 0,018 0,079 110,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,001 0,001 0,228 279,5
SMPo-2 0,000 0,000 0,019 0,025 0,450 398,0
SMPo-3 0,000 0,000 0,083 0,110 0,422 642,4
SMPo-4 0,000 0,000 0,207 0,273 0,176 575,8
SMPo-5 0,000 0,000 0,442 0,583 2,272 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,000 0,000 0,000 0,145
254,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,655
792,1
SMPo-8 0,000 0,000 0,000 0,000 0,086 114,1
BPo-1 0,000 0,000 0,102 0,135 0,354 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,011 0,015 0,313 260,0
BPo-3 0,000 0,000 0,099 0,131 0,249 421,9
BPo-4 0,000 0,000 0,002 0,003 0,184 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,000 0,003 2,4
BPi-1 0,000 0,000 0,080 0,106 0,058 236,1
BPi-2 0,000 0,000 0,052 0,069 0,099 245,1
BPi-3 0,000 0,000 0,064 0,084 0,264 409,7
BPi-4 0,000 0,000 0,025 0,033 0,085 163,2
An-2 0,000 0,000 0,043 0,057 0,127 221,0
MPi-1 0,000 0,000 0,010 0,013 0,017 39,3
MPi-2 0,000 0,000 0,020 0,026 0,044 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,007 0,010 0,020 39,7
BPb-1 0,000 0,000 0,009 0,012 0,018 37,1
BPb-2 0,000 0,000 0,056 0,074 0,250 395,8
BPb-3 0,000 0,000 0,009 0,012 0,094 108,1
BPb-4 0,000 0,000 0,067 0,088 0,084 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 0,001 0,004 6,0
Bacia 0,000 0,000 1,422 1,879 6,780 10.094
208
ANEXO A8 – VAZÕES DECENDIAIS NECESSÁRIAS PARA SUPRIR AS PERDAS
POR FLUXO LATERAL NAS SUB-UNIDADES DE ESTUDO DA BACIA DO RIO
PARDO – CENÁRIOS ATUAL E FUTUROS
209
TABELA A8.1: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Fluxo Lateral nos Decêndios de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Atual (safra 2003/2004)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,0002 0,0008 0,0049 0,0073 0,0088 0,0088 0,0088 0,0080 0,0088 0,0088 0,0080 0,0088 92
SMPo-1 0,0004 0,0023 0,0236 0,0364 0,0445 0,0445 0,0445 0,0404 0,0445 0,0445 0,0404 0,0445 286,6
SMPo-2 0,0006 0,0031 0,0326 0,0503 0,0615 0,0615 0,0615 0,0559 0,0615 0,0615 0,0559 0,0615 391,9
SMPo-3 0,0008 0,0040 0,0423 0,0653 0,0798 0,0798 0,0798 0,0725 0,0798 0,0798 0,0725 0,0798 514,4
SMPo-4 0,0009 0,0049 0,0512 0,0789 0,0965 0,0965 0,0965 0,0877 0,0965 0,0965 0,0877 0,0965 622,3
SMPo-5 0,0041 0,0213 0,2227 0,3432 0,4196 0,4196 0,4196 0,3814 0,4196 0,4196 0,3814 0,4196 2.705,5
SMPo-6 0,0002 0,0009 0,0091 0,0140 0,0171 0,0171 0,0171 0,0155 0,0171 0,0171 0,0155 0,0171 110,3
SMPo-7 0,0006 0,0034 0,0354 0,0545 0,0666 0,0666 0,0666 0,0606 0,0666 0,0666 0,0606 0,0666 429,6
SMPo-8 0,0002 0,0009 0,0095 0,0147 0,0180 0,0180 0,0180 0,0163 0,0180 0,0180 0,0163 0,0180 115,7
BPo-1 0,0004 0,0019 0,0187 0,0287 0,0351 0,0351 0,0351 0,0319 0,0351 0,0351 0,0319 0,0351 579,4
BPo-2 0,0002 0,0008 0,0081 0,0125 0,0152 0,0152 0,0152 0,0138 0,0152 0,0152 0,0138 0,0152 251,2
BPo-3 0,0002 0,0011 0,0107 0,0165 0,0201 0,0201 0,0201 0,0183 0,0201 0,0201 0,0183 0,0201 332,3
BPo-4 0,0001 0,0005 0,0046 0,0071 0,0087 0,0087 0,0087 0,0079 0,0087 0,0087 0,0079 0,0087 143,7
BPo-5 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 2,4
BPi-1 0,0006 0,0020 0,0084 0,0121 0,0143 0,0143 0,0143 0,0130 0,0143 0,0143 0,0130 0,0143 230,5
BPi-2 0,0004 0,0013 0,0057 0,0082 0,0097 0,0097 0,0097 0,0088 0,0097 0,0097 0,0088 0,0097 156,3
BPi-3 0,0010 0,0033 0,0138 0,0200 0,0236 0,0236 0,0236 0,0215 0,0236 0,0236 0,0215 0,0236 380,3
BPi-4 0,0003 0,0010 0,0041 0,0059 0,0070 0,0070 0,0070 0,0064 0,0070 0,0070 0,0064 0,0070 113,0
An-2 0,0003 0,0012 0,0101 0,0154 0,0188 0,0188 0,0188 0,0171 0,0188 0,0188 0,0171 0,0188 185
MPi-1 0,0003 0,0009 0,0030 0,0043 0,0050 0,0050 0,0050 0,0046 0,0050 0,0050 0,0046 0,0050 40,5
MPi-2 0,0005 0,0017 0,0057 0,0080 0,0094 0,0094 0,0094 0,0085 0,0094 0,0094 0,0085 0,0094 75,8
MPi-3 0,0002 0,0005 0,0019 0,0026 0,0031 0,0031 0,0031 0,0028 0,0031 0,0031 0,0028 0,0031 24,7
BPb-1 0,0000 0,0001 0,0010 0,0014 0,0018 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 38,9
BPb-2 0,0003 0,0011 0,0077 0,0117 0,0142 0,0142 0,0142 0,0129 0,0142 0,0142 0,0129 0,0142 314,3
BPb-3 0,0001 0,0003 0,0020 0,0030 0,0036 0,0036 0,0036 0,0033 0,0036 0,0036 0,0033 0,0036 80,1
BPb-4 0,0002 0,0007 0,0050 0,0076 0,0092 0,0092 0,0092 0,0084 0,0092 0,0092 0,0084 0,0092 204,7
APb 0,0000 0,0000 0,0001 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 5
Bacia 0,0131 0,06 0,542 0,8299 1,0115 1,0115 1,0115 0,9194 1,0115 1,0115 0,9194 1,0115 8.431
TABELA A8.2: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Fluxo Lateral nos Decêndios de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,0000 0,0003 0,0034 0,0078 0,0143 0,0143 0,0143 0,0130 0,0143 0,0143 0,0130 0,0143 99,0
SMPo-1 0,0001 0,0009 0,0095 0,0221 0,0405 0,0405 0,0405 0,0368 0,0405 0,0405 0,0368 0,0405 280,9
SMPo-2 0,0002 0,0013 0,0133 0,0308 0,0565 0,0565 0,0565 0,0513 0,0565 0,0565 0,0513 0,0565 396,4
SMPo-3 0,0003 0,0019 0,0197 0,0457 0,0838 0,0838 0,0838 0,0761 0,0838 0,0838 0,0761 0,0838 581,2
SMPo-4 0,0003 0,0019 0,0194 0,0448 0,0822 0,0822 0,0822 0,0748 0,0822 0,0822 0,0748 0,0822 570,7
SMPo-5 0,0015 0,0101 0,1027 0,2376 0,4358 0,4358 0,4358 0,3962 0,4358 0,4358 0,3962 0,4358 3.024,3
SMPo-6 0,0001 0,0006 0,0063 0,0146 0,0268 0,0268 0,0268 0,0244 0,0268 0,0268 0,0244 0,0268 186,2
SMPo-7 0,0002 0,0015 0,0157 0,0363 0,0667 0,0667 0,0667 0,0606 0,0667 0,0667 0,0606 0,0667 462,5
SMPo-8 0,0000 0,0003 0,0032 0,0074 0,0136 0,0136 0,0136 0,0124 0,0136 0,0136 0,0124 0,0136 94,3
BPo-1 0,0001 0,0009 0,0084 0,0192 0,0351 0,0351 0,0351 0,0319 0,0351 0,0351 0,0319 0,0351 660,9
BPo-2 0,0001 0,0003 0,0033 0,0075 0,0138 0,0138 0,0138 0,0125 0,0138 0,0138 0,0125 0,0138 258,7
BPo-3 0,0001 0,0005 0,0044 0,0101 0,0185 0,0185 0,0185 0,0168 0,0185 0,0185 0,0168 0,0185 347,3
BPo-4 0,0000 0,0002 0,0018 0,0042 0,0076 0,0076 0,0076 0,0069 0,0076 0,0076 0,0069 0,0076 143,5
BPo-5 0,0000 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 2,6
BPi-1 0,0002 0,0010 0,0048 0,0098 0,0161 0,0161 0,0161 0,0146 0,0161 0,0161 0,0146 0,0161 235,9
BPi-2 0,0002 0,0009 0,0041 0,0082 0,0135 0,0135 0,0135 0,0123 0,0135 0,0135 0,0123 0,0135 197,9
BPi-3 0,0004 0,0018 0,0083 0,0167 0,0275 0,0275 0,0275 0,0250 0,0275 0,0275 0,0250 0,0275 403,1
BPi-4 0,0001 0,0005 0,0023 0,0047 0,0077 0,0077 0,0077 0,0070 0,0077 0,0077 0,0070 0,0077 113,1
An-2 0,0001 0,0006 0,0041 0,0090 0,0159 0,0159 0,0159 0,0144 0,0159 0,0159 0,0144 0,0159 199,0
MPi-1 0,0000 0,0002 0,0008 0,0017 0,0028 0,0028 0,0028 0,0026 0,0028 0,0028 0,0026 0,0028 39,5
MPi-2 0,0001 0,0004 0,0019 0,0038 0,0062 0,0062 0,0062 0,0057 0,0062 0,0062 0,0057 0,0062 87,5
MPi-3 0,0000 0,0001 0,0005 0,0011 0,0018 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 25,0
BPb-1 0,0000 0,0001 0,0005 0,0012 0,0021 0,0021 0,0021 0,0019 0,0021 0,0021 0,0019 0,0021 37,2
BPb-2 0,0001 0,0007 0,0051 0,0113 0,0200 0,0200 0,0200 0,0182 0,0200 0,0200 0,0182 0,0200 349,3
BPb-3 0,0000 0,0002 0,0013 0,0028 0,0050 0,0050 0,0050 0,0046 0,0050 0,0050 0,0046 0,0050 87,9
BPb-4 0,0001 0,0004 0,0031 0,0069 0,0123 0,0123 0,0123 0,0112 0,0123 0,0123 0,0112 0,0123 214,6
APb 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 6,0
Bacia 0,0043 0,0276 0,248 0,5655 1,0264 1,0264 1,0264 0,9331 1,0264 1,0264 0,9331 1,0264 9.100
210
TABELA A8.3: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Fluxo Lateral nos Decêndios de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,0000 0,0002 0,0020 0,0074 0,0135 0,0135 0,0135 0,0123 0,0135 0,0135 0,0123 0,0135 110,0
SMPo-1 0,0000 0,0005 0,0050 0,0191 0,0349 0,0349 0,0349 0,0317 0,0349 0,0349 0,0317 0,0349 279,5
SMPo-2 0,0001 0,0007 0,0071 0,0270 0,0494 0,0494 0,0494 0,0449 0,0494 0,0494 0,0449 0,0494 398,0
SMPo-3 0,0001 0,0012 0,0118 0,0446 0,0816 0,0816 0,0816 0,0741 0,0816 0,0816 0,0741 0,0816 642,4
SMPo-4 0,0001 0,0011 0,0105 0,0399 0,0729 0,0729 0,0729 0,0663 0,0729 0,0729 0,0663 0,0729 575,8
SMPo-5 0,0005 0,0058 0,0567 0,2153 0,3937 0,3937 0,3937 0,3579 0,3937 0,3937 0,3579 0,3937 3.153,2
SMPo-6 0,0000 0,0003 0,0034 0,0128 0,0235 0,0235 0,0235 0,0213 0,0235 0,0235 0,0213 0,0235 254,2
SMPo-7 0,0001 0,0016 0,0155 0,0589 0,1078 0,1078 0,1078 0,0980 0,1078 0,1078 0,0980 0,1078 792,1
SMPo-8 0,0000 0,0002 0,0021 0,0079 0,0144 0,0144 0,0144 0,0131 0,0144 0,0144 0,0131 0,0144 114,1
BPo-1 0,0000 0,0005 0,0046 0,0171 0,0311 0,0311 0,0311 0,0283 0,0311 0,0311 0,0283 0,0311 678,5
BPo-2 0,0000 0,0002 0,0017 0,0065 0,0119 0,0119 0,0119 0,0108 0,0119 0,0119 0,0108 0,0119 260,0
BPo-3 0,0000 0,0003 0,0028 0,0105 0,0192 0,0192 0,0192 0,0175 0,0192 0,0192 0,0175 0,0192 421,9
BPo-4 0,0000 0,0001 0,0014 0,0052 0,0094 0,0094 0,0094 0,0085 0,0094 0,0094 0,0085 0,0094 205,1
BPo-5 0,0000 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 2,4
BPi-1 0,0001 0,0006 0,0030 0,0086 0,0142 0,0142 0,0142 0,0129 0,0142 0,0142 0,0129 0,0142 236,1
BPi-2 0,0001 0,0006 0,0031 0,0089 0,0148 0,0148 0,0148 0,0134 0,0148 0,0148 0,0134 0,0148 245,1
BPi-3 0,0001 0,0011 0,0055 0,0157 0,0259 0,0259 0,0259 0,0236 0,0259 0,0259 0,0236 0,0259 409,7
BPi-4 0,0001 0,0004 0,0021 0,0060 0,0098 0,0098 0,0098 0,0089 0,0098 0,0098 0,0089 0,0098 163,2
An-2 0,0000 0,0004 0,0026 0,0089 0,0158 0,0158 0,0158 0,0144 0,0158 0,0158 0,0144 0,0158 221,0
MPi-1 0,0000 0,0001 0,0005 0,0015 0,0024 0,0024 0,0024 0,0022 0,0024 0,0024 0,0022 0,0024 39,3
MPi-2 0,0000 0,0003 0,0012 0,0036 0,0059 0,0059 0,0059 0,0053 0,0059 0,0059 0,0053 0,0059 89,0
MPi-3 0,0000 0,0001 0,0005 0,0015 0,0025 0,0025 0,0025 0,0022 0,0025 0,0025 0,0022 0,0025 39,7
BPb-1 0,0000 0,0000 0,0003 0,0010 0,0018 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 37,1
BPb-2 0,0001 0,0004 0,0032 0,0109 0,0194 0,0194 0,0194 0,0176 0,0194 0,0194 0,0176 0,0194 395,8
BPb-3 0,0000 0,0001 0,0009 0,0030 0,0053 0,0053 0,0053 0,0048 0,0053 0,0053 0,0048 0,0053 108,1
BPb-4 0,0000 0,0003 0,0018 0,0062 0,0109 0,0109 0,0109 0,0099 0,0109 0,0109 0,0099 0,0109 223,0
APb 0,0000 0,0000 0,0000 0,0001 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 6,0
Bacia 0,0014 0,0171 0,1493 0,5482 0,9923 0,9923 0,9923 0,9018 0,9923 0,9923 0,9018 0,9923 10.094
TABELA A8.4: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Fluxo Lateral nos Decêndios de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,0000 0,0000 0,0002 0,0012 0,0129 0,0129 0,0129 0,0118 0,0129 0,0129 0,0118 0,0129 99,0
SMPo-1 0,0000 0,0000 0,0007 0,0036 0,0367 0,0367 0,0367 0,0333 0,0367 0,0367 0,0333 0,0367 280,9
SMPo-2 0,0000 0,0000 0,0010 0,0050 0,0512 0,0512 0,0512 0,0465 0,0512 0,0512 0,0465 0,0512 396,4
SMPo-3 0,0000 0,0000 0,0014 0,0074 0,0759 0,0759 0,0759 0,0690 0,0759 0,0759 0,0690 0,0759 581,2
SMPo-4 0,0000 0,0000 0,0014 0,0072 0,0745 0,0745 0,0745 0,0677 0,0745 0,0745 0,0677 0,0745 570,7
SMPo-5 0,0000 0,0000 0,0074 0,0383 0,3949 0,3949 0,3949 0,3590 0,3949 0,3949 0,3590 0,3949 3.024,3
SMPo-6 0,0000 0,0000 0,0005 0,0024 0,0243 0,0243 0,0243 0,0221 0,0243 0,0243 0,0221 0,0243 186,2
SMPo-7 0,0000 0,0000 0,0011 0,0059 0,0604 0,0604 0,0604 0,0549 0,0604 0,0604 0,0549 0,0604 462,5
SMPo-8 0,0000 0,0000 0,0002 0,0012 0,0123 0,0123 0,0123 0,0112 0,0123 0,0123 0,0112 0,0123 94,3
BPo-1 0,0000 0,0000 0,0007 0,0032 0,0318 0,0318 0,0318 0,0289 0,0318 0,0318 0,0289 0,0318 660,9
BPo-2 0,0000 0,0000 0,0003 0,0013 0,0124 0,0124 0,0124 0,0113 0,0124 0,0124 0,0113 0,0124 258,7
BPo-3 0,0000 0,0000 0,0004 0,0017 0,0167 0,0167 0,0167 0,0152 0,0167 0,0167 0,0152 0,0167 347,3
BPo-4 0,0000 0,0000 0,0002 0,0007 0,0069 0,0069 0,0069 0,0063 0,0069 0,0069 0,0063 0,0069 143,5
BPo-5 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 2,6
BPi-1 0,0000 0,0000 0,0012 0,0034 0,0147 0,0147 0,0147 0,0133 0,0147 0,0147 0,0133 0,0147 235,9
BPi-2 0,0000 0,0000 0,0010 0,0028 0,0123 0,0123 0,0123 0,0112 0,0123 0,0123 0,0112 0,0123 197,9
BPi-3 0,0000 0,0000 0,0020 0,0058 0,0251 0,0251 0,0251 0,0228 0,0251 0,0251 0,0228 0,0251 403,1
BPi-4 0,0000 0,0000 0,0006 0,0016 0,0070 0,0070 0,0070 0,0064 0,0070 0,0070 0,0064 0,0070 113,1
An-2 0,0000 0,0000 0,0006 0,0020 0,0142 0,0142 0,0142 0,0129 0,0142 0,0142 0,0129 0,0142 199,0
MPi-1 0,0000 0,0000 0,0002 0,0006 0,0026 0,0026 0,0026 0,0023 0,0026 0,0026 0,0023 0,0026 39,5
MPi-2 0,0000 0,0000 0,0005 0,0013 0,0057 0,0057 0,0057 0,0051 0,0057 0,0057 0,0051 0,0057 87,5
MPi-3 0,0000 0,0000 0,0001 0,0004 0,0016 0,0016 0,0016 0,0015 0,0016 0,0016 0,0015 0,0016 25,0
BPb-1 0,0000 0,0000 0,0001 0,0003 0,0020 0,0020 0,0020 0,0018 0,0020 0,0020 0,0018 0,0020 37,2
BPb-2 0,0000 0,0000 0,0007 0,0025 0,0184 0,0184 0,0184 0,0167 0,0184 0,0184 0,0167 0,0184 349,3
BPb-3 0,0000 0,0000 0,0002 0,0006 0,0046 0,0046 0,0046 0,0042 0,0046 0,0046 0,0042 0,0046 87,9
BPb-4 0,0000 0,0000 0,0004 0,0015 0,0113 0,0113 0,0113 0,0103 0,0113 0,0113 0,0103 0,0113 214,6
APb 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 6,0
Bacia 0 0 0,0231 0,1019 0,9307 0,9307 0,9307 0,846 0,9307 0,9307 0,846 0,9307 9.100
211
TABELA A8.5: Demandas Hídricas (m³.s
-1
) para Suprir as Perdas por Fluxo Lateral nos Decêndios de
Irrigação de Arroz na Bacia do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-Unidade
out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada (ha)
MPo 0,000 0,000 0,0002 0,0012 0,0099 0,0099 0,0099 0,0090 0,0099 0,0099 0,0090 0,0099 110,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,0005 0,0030 0,0236 0,0236 0,0236 0,0214 0,0236 0,0236 0,0214 0,0236 279,5
SMPo-2 0,000 0,000 0,0007 0,0042 0,0334 0,0334 0,0334 0,0304 0,0334 0,0334 0,0304 0,0334 398,0
SMPo-3 0,000 0,000 0,0011 0,0069 0,0551 0,0551 0,0551 0,0501 0,0551 0,0551 0,0501 0,0551 642,4
SMPo-4 0,000 0,000 0,0010 0,0062 0,0493 0,0493 0,0493 0,0448 0,0493 0,0493 0,0448 0,0493 575,8
SMPo-5 0,000 0,000 0,0052 0,0336 0,2662 0,2662 0,2662 0,2420 0,2662 0,2662 0,2420 0,2662 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,000 0,0003 0,0020 0,0159 0,0159 0,0159 0,0144 0,0159 0,0159 0,0144 0,0159 254,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,0014 0,0092 0,0729 0,0729 0,0729 0,0662 0,0729 0,0729 0,0662 0,0729 792,1
SMPo-8 0,000 0,000 0,0002 0,0012 0,0098 0,0098 0,0098 0,0089 0,0098 0,0098 0,0089 0,0098 114,1
BPo-1 0,000 0,000 0,0005 0,0028 0,0222 0,0222 0,0222 0,0202 0,0222 0,0222 0,0202 0,0222 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,0002 0,0011 0,0085 0,0085 0,0085 0,0077 0,0085 0,0085 0,0077 0,0085 260,0
BPo-3 0,000 0,000 0,0003 0,0017 0,0137 0,0137 0,0137 0,0124 0,0137 0,0137 0,0124 0,0137 421,9
BPo-4 0,000 0,000 0,0001 0,0008 0,0067 0,0067 0,0067 0,0061 0,0067 0,0067 0,0061 0,0067 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 2,4
BPi-1 0,000 0,000 0,0008 0,0029 0,0113 0,0113 0,0113 0,0102 0,0113 0,0113 0,0102 0,0113 236,1
BPi-2 0,000 0,000 0,0008 0,0031 0,0117 0,0117 0,0117 0,0106 0,0117 0,0117 0,0106 0,0117 245,1
BPi-3 0,000 0,000 0,0015 0,0054 0,0205 0,0205 0,0205 0,0187 0,0205 0,0205 0,0187 0,0205 409,7
BPi-4 0,000 0,000 0,0006 0,0020 0,0078 0,0078 0,0078 0,0071 0,0078 0,0078 0,0071 0,0078 163,2
An-2 0,000 0,000 0,0004 0,0019 0,0112 0,0112 0,0112 0,0102 0,0112 0,0112 0,0102 0,0112 221,0
MPi-1 0,000 0,000 0,0001 0,0005 0,0018 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 0,0018 0,0016 0,0018 39,3
MPi-2 0,000 0,000 0,0003 0,0012 0,0043 0,0043 0,0043 0,0039 0,0043 0,0043 0,0039 0,0043 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,0001 0,0005 0,0018 0,0018 0,0018 0,0017 0,0018 0,0018 0,0017 0,0018 39,7
BPb-1 0,000 0,000 0,0000 0,0002 0,0013 0,0013 0,0013 0,0012 0,0013 0,0013 0,0012 0,0013 37,1
BPb-2 0,000 0,000 0,0005 0,0023 0,0137 0,0137 0,0137 0,0125 0,0137 0,0137 0,0125 0,0137 395,8
BPb-3 0,000 0,000 0,0001 0,0006 0,0037 0,0037 0,0037 0,0034 0,0037 0,0037 0,0034 0,0037 108,1
BPb-4 0,000 0,000 0,0003 0,0013 0,0077 0,0077 0,0077 0,0070 0,0077 0,0077 0,0070 0,0077 223,0
APb 0,000 0,000 0,0000 0,0000 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 6,0
Bacia 0,0000 0,0000 0,0172 0,0959 0,6842 0,6842 0,6842 0,6220 0,6842 0,6842 0,6220 0,6842 10.094
212
ANEXO A9 – VAZÕES DECENDIAIS TOTAIS DEMANDADAS PARA IRRIGAÇÃO
DE ARROZ NAS SUB-UNIDADES DE ESTUDO DA BACIA DO RIO PARDO –
CENÁRIOS ATUAL E FUTUROS
213
TABELA A9.1: Demandas Hídricas Totais (m³.s
-1
) para Irrigação de Arroz nas Sub-Unidades de
Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Atual (safra 2003/2004)
Decêndios
Sub-
Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada
(ha)
MPo 0,017 0,047 0,076 0,085 0,077 0,070 0,076 0,099 0,096 0,065 0,065 0,063 0,064 92
SMPo-1 0,001 0,004 0,072 0,397 0,315 0,232 0,250 0,321 0,309 0,216 0,216 0,208 0,213 286,6
SMPo-2 0,034 0,144 0,517 0,277 0,371 0,320 0,346 0,444 0,428 0,299 0,298 0,287 0,294 391,9
SMPo-3 0,121 0,286 0,271 0,431 0,564 0,415 0,448 0,575 0,556 0,387 0,386 0,373 0,381 514,4
SMPo-4 0,018 0,294 0,613 0,605 0,512 0,504 0,544 0,698 0,674 0,470 0,469 0,452 0,463 622,3
SMPo-5 0,447 1,422 2,680 2,823 2,385 2,178 2,284 3,131 2,983 2,024 2,052 1,982 2,048 2.705,5
SMPo-6 0,000 0,023 0,125 0,114 0,117 0,087 0,079 0,146 0,132 0,080 0,087 0,085 0,091 110,3
SMPo-7 0,000 0,188 0,443 0,400 0,424 0,339 0,298 0,583 0,523 0,308 0,342 0,332 0,360 429,6
SMPo-8 0,011 0,069 0,099 0,077 0,124 0,091 0,078 0,160 0,142 0,082 0,093 0,090 0,098 115,7
BPo-1 0,064 0,381 0,579 0,433 0,490 0,401 0,334 0,748 0,665 0,358 0,409 0,401 0,437 579,4
BPo-2 0,013 0,033 0,119 0,436 0,196 0,173 0,144 0,324 0,288 0,155 0,177 0,174 0,189 251,2
BPo-3 0,105 0,347 0,305 0,221 0,252 0,230 0,191 0,429 0,381 0,205 0,235 0,229 0,251 332,3
BPo-4 0,006 0,057 0,091 0,104 0,185 0,100 0,083 0,186 0,165 0,089 0,102 0,099 0,109 143,7
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,001 0,005 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,4
BPi-1 0,080 0,188 0,117 0,163 0,176 0,144 0,116 0,258 0,230 0,128 0,146 0,143 0,158 230,5
BPi-2 0,034 0,108 0,111 0,129 0,115 0,107 0,090 0,200 0,178 0,096 0,110 0,107 0,117 156,3
BPi-3 0,048 0,181 0,395 0,331 0,278 0,262 0,219 0,488 0,434 0,235 0,268 0,262 0,286 380,3
BPi-4 0,022 0,052 0,068 0,086 0,099 0,078 0,065 0,146 0,129 0,070 0,080 0,078 0,085 113,0
An-2 0,035 0,105 0,141 0,154 0,147 0,123 0,101 0,213 0,190 0,110 0,124 0,120 0,135 185
MPi-1 0,007 0,020 0,030 0,027 0,025 0,024 0,019 0,037 0,034 0,021 0,023 0,023 0,026 40,5
MPi-2 0,018 0,054 0,058 0,051 0,046 0,045 0,034 0,069 0,063 0,039 0,044 0,043 0,049 75,8
MPi-3 0,007 0,013 0,011 0,020 0,021 0,015 0,011 0,022 0,021 0,013 0,014 0,014 0,016 24,7
BPb-1 0,009 0,023 0,019 0,027 0,038 0,026 0,027 0,038 0,037 0,024 0,024 0,024 0,024 38,9
BPb-2 0,046 0,154 0,284 0,257 0,202 0,188 0,174 0,287 0,269 0,167 0,177 0,173 0,187 314,3
BPb-3 0,010 0,029 0,043 0,067 0,085 0,055 0,057 0,080 0,076 0,050 0,051 0,049 0,051 80,1
BPb-4 0,052 0,152 0,149 0,175 0,146 0,142 0,155 0,206 0,200 0,131 0,131 0,127 0,129 204,7
APb 0,001 0,002 0,005 0,004 0,003 0,003 0,002 0,004 0,004 0,002 0,003 0,003 0,003 5
Bacia 1,206 4,378 7,421 7,893 7,398 6,352 6,224 9,893 9,208 5,823 6,126 5,941 6,264 8.431
TABELA A9.2: Demandas Hídricas Totais (m³.s
-1
) para Irrigação de Arroz nas Sub-Unidades de
Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-
Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada
(ha)
MPo 0,003 0,018 0,036 0,099 0,111 0,079 0,086 0,111 0,107 0,074 0,074 0,072 0,073 99,0
SMPo-1 0,001 0,018 0,168 0,285 0,275 0,223 0,241 0,310 0,300 0,208 0,208 0,200 0,205 280,9
SMPo-2 0,000 0,009 0,151 0,639 0,328 0,310 0,335 0,431 0,416 0,289 0,288 0,278 0,284 396,4
SMPo-3 0,008 0,043 0,199 0,625 0,653 0,463 0,501 0,645 0,623 0,432 0,431 0,416 0,425 581,2
SMPo-4 0,185 0,464 0,309 0,496 0,475 0,455 0,492 0,634 0,613 0,424 0,423 0,409 0,418 570,7
SMPo-5 0,024 0,684 1,608 2,654 3,577 2,403 2,519 3,474 3,311 2,230 2,264 2,189 2,260 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,017 0,100 0,198 0,204 0,145 0,128 0,249 0,223 0,132 0,146 0,141 0,153 186,2
SMPo-7 0,000 0,125 0,145 0,400 0,645 0,361 0,315 0,625 0,560 0,328 0,364 0,354 0,384 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,030 0,096 0,122 0,074 0,063 0,130 0,115 0,067 0,075 0,072 0,079 94,3
BPo-1 0,000 0,089 0,392 0,619 0,693 0,452 0,376 0,849 0,755 0,404 0,462 0,453 0,494 660,9
BPo-2 0,012 0,035 0,029 0,148 0,472 0,177 0,147 0,333 0,296 0,158 0,181 0,178 0,194 258,7
BPo-3 0,054 0,208 0,267 0,353 0,251 0,239 0,198 0,447 0,397 0,213 0,244 0,239 0,261 347,3
BPo-4 0,000 0,041 0,108 0,182 0,101 0,099 0,082 0,185 0,164 0,088 0,101 0,098 0,108 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,002 0,002 0,002 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,6
BPi-1 0,001 0,024 0,125 0,267 0,167 0,150 0,122 0,267 0,239 0,133 0,151 0,148 0,165 235,9
BPi-2 0,035 0,103 0,096 0,157 0,154 0,137 0,115 0,254 0,225 0,123 0,140 0,136 0,149 197,9
BPi-3 0,002 0,096 0,212 0,345 0,409 0,280 0,234 0,520 0,462 0,251 0,286 0,280 0,306 403,1
BPi-4 0,032 0,072 0,041 0,064 0,110 0,079 0,066 0,146 0,129 0,070 0,080 0,078 0,086 113,1
An-2 0,011 0,047 0,093 0,182 0,187 0,132 0,107 0,231 0,206 0,117 0,133 0,129 0,144 199,0
MPi-1 0,000 0,007 0,016 0,026 0,033 0,022 0,016 0,034 0,031 0,019 0,021 0,021 0,024 39,5
MPi-2 0,011 0,036 0,039 0,058 0,066 0,047 0,035 0,075 0,068 0,041 0,046 0,045 0,052 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,014 0,033 0,014 0,014 0,010 0,022 0,020 0,012 0,013 0,013 0,015 25,0
BPb-1 0,008 0,024 0,022 0,027 0,027 0,025 0,026 0,037 0,036 0,023 0,023 0,023 0,023 37,2
BPb-2 0,005 0,047 0,118 0,253 0,382 0,210 0,192 0,320 0,298 0,187 0,199 0,194 0,211 349,3
BPb-3 0,003 0,020 0,049 0,108 0,060 0,061 0,064 0,089 0,086 0,056 0,056 0,055 0,056 87,9
BPb-4 0,027 0,086 0,115 0,226 0,160 0,152 0,165 0,219 0,213 0,140 0,140 0,136 0,138 214,6
APb 0,000 0,001 0,001 0,005 0,005 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,422 2,316 4,485 8,548 9,682 6,791 6,635 10,642 9,900 6,219 6,550 6,361 6,708 9.100
214
TABELA A9.3: Demandas Hídricas Totais (m³.s
-1
) para Irrigação de Arroz nas Sub-Unidades de
Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Tendencial – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-
Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada
(ha)
MPo 0,002 0,013 0,046 0,102 0,120 0,085 0,092 0,118 0,114 0,079 0,079 0,075 0,078 110,0
SMPo-1 0,001 0,002 0,055 0,335 0,332 0,217 0,235 0,305 0,295 0,202 0,202 0,195 0,199 279,5
SMPo-2 0,000 0,001 0,105 0,621 0,365 0,304 0,329 0,426 0,413 0,283 0,282 0,274 0,278 398,0
SMPo-3 0,000 0,151 0,442 0,455 0,665 0,502 0,543 0,702 0,679 0,467 0,465 0,450 0,459 642,4
SMPo-4 0,082 0,230 0,313 0,549 0,554 0,451 0,489 0,632 0,611 0,420 0,419 0,405 0,413 575,8
SMPo-5 0,000 0,380 1,655 3,306 3,740 2,443 2,566 3,553 3,391 2,263 2,296 2,224 2,291 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,027 0,136 0,142 0,202 0,142 0,125 0,246 0,220 0,129 0,143 0,138 0,150 254,2
SMPo-7 0,000 0,011 0,566 0,858 0,974 0,652 0,561 1,155 1,031 0,590 0,661 0,643 0,700 792,1
SMPo-8 0,000 0,006 0,009 0,029 0,172 0,086 0,073 0,154 0,137 0,078 0,088 0,086 0,093 114,1
BPo-1 0,024 0,149 0,480 0,602 0,698 0,459 0,381 0,866 0,769 0,410 0,469 0,460 0,502 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,149 0,472 0,193 0,176 0,146 0,332 0,295 0,157 0,180 0,177 0,193 260,0
BPo-3 0,000 0,063 0,192 0,422 0,515 0,286 0,237 0,540 0,480 0,255 0,292 0,287 0,313 421,9
BPo-4 0,000 0,008 0,029 0,128 0,307 0,139 0,115 0,262 0,233 0,124 0,142 0,140 0,152 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,001 0,001 0,004 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,4
BPi-1 0,002 0,087 0,190 0,199 0,161 0,148 0,119 0,265 0,236 0,131 0,149 0,146 0,162 236,1
BPi-2 0,000 0,006 0,087 0,219 0,229 0,168 0,140 0,313 0,278 0,150 0,171 0,167 0,183 245,1
BPi-3 0,025 0,092 0,223 0,367 0,426 0,282 0,235 0,526 0,468 0,253 0,288 0,282 0,308 409,7
BPi-4 0,000 0,002 0,032 0,101 0,186 0,112 0,093 0,209 0,185 0,100 0,114 0,112 0,122 163,2
An-2 0,002 0,033 0,105 0,191 0,216 0,143 0,115 0,252 0,225 0,127 0,144 0,140 0,157 221,0
MPi-1 0,000 0,005 0,016 0,032 0,031 0,021 0,015 0,033 0,030 0,018 0,020 0,020 0,023 39,3
MPi-2 0,003 0,021 0,049 0,066 0,070 0,048 0,036 0,077 0,069 0,041 0,047 0,045 0,053 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,009 0,027 0,040 0,022 0,016 0,035 0,030 0,019 0,021 0,020 0,024 39,7
BPb-1 0,001 0,011 0,025 0,039 0,026 0,025 0,026 0,037 0,036 0,023 0,023 0,023 0,023 37,1
BPb-2 0,004 0,047 0,163 0,331 0,400 0,237 0,219 0,362 0,339 0,211 0,224 0,220 0,237 395,8
BPb-3 0,003 0,011 0,033 0,113 0,110 0,074 0,078 0,108 0,105 0,068 0,068 0,067 0,068 108,1
BPb-4 0,005 0,031 0,096 0,206 0,212 0,157 0,170 0,227 0,220 0,144 0,144 0,141 0,142 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 0,003 0,008 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,154 1,387 5,212 9,910 10,953 7,384 7,157 11,743 10,897 6,745 7,135 6,942 7,327 10.094
TABELA A9.4: Demandas Hídricas Totais (m³.s
-1
) para Irrigação de Arroz nas Sub-Unidades de
Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Otimista – 4 Anos (safra 2008/2009)
Decêndios
Sub-
Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada
(ha)
MPo 0,000 0,000 0,016 0,065 0,143 0,078 0,085 0,110 0,106 0,073 0,073 0,071 0,072 99,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,001 0,066 0,504 0,219 0,237 0,306 0,296 0,204 0,204 0,196 0,201 280,9
SMPo-2 0,000 0,000 0,041 0,192 0,678 0,304 0,329 0,425 0,412 0,283 0,282 0,274 0,278 396,4
SMPo-3 0,000 0,000 0,137 0,478 0,696 0,455 0,493 0,637 0,616 0,424 0,423 0,409 0,417 581,2
SMPo-4 0,000 0,000 0,253 0,767 0,491 0,448 0,485 0,627 0,606 0,417 0,416 0,402 0,411 570,7
SMPo-5 0,000 0,000 0,534 2,785 4,373 2,362 2,478 3,433 3,274 2,189 2,223 2,152 2,219 3.024,3
SMPo-6 0,000 0,000 0,000 0,121 0,299 0,142 0,125 0,246 0,221 0,129 0,143 0,139 0,150 186,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,004 0,309 0,773 0,354 0,308 0,618 0,554 0,321 0,357 0,348 0,377 462,5
SMPo-8 0,000 0,000 0,030 0,094 0,116 0,072 0,061 0,128 0,114 0,065 0,073 0,071 0,077 94,3
BPo-1 0,000 0,000 0,145 0,641 0,837 0,449 0,373 0,846 0,752 0,401 0,459 0,450 0,491 660,9
BPo-2 0,000 0,000 0,014 0,153 0,482 0,175 0,145 0,330 0,293 0,156 0,179 0,175 0,191 258,7
BPo-3 0,000 0,000 0,103 0,409 0,433 0,236 0,196 0,445 0,395 0,211 0,241 0,236 0,258 347,3
BPo-4 0,000 0,000 0,035 0,149 0,199 0,098 0,081 0,184 0,163 0,087 0,100 0,097 0,107 143,5
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,001 0,005 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,6
BPi-1 0,000 0,000 0,088 0,238 0,203 0,149 0,120 0,265 0,236 0,132 0,150 0,146 0,163 235,9
BPi-2 0,000 0,000 0,074 0,207 0,172 0,135 0,113 0,252 0,224 0,121 0,138 0,135 0,147 197,9
BPi-3 0,000 0,000 0,107 0,398 0,490 0,277 0,231 0,517 0,459 0,248 0,283 0,277 0,302 403,1
BPi-4 0,000 0,000 0,036 0,103 0,114 0,078 0,065 0,145 0,128 0,069 0,079 0,077 0,085 113,1
An-2 0,000 0,000 0,056 0,160 0,233 0,129 0,104 0,228 0,204 0,114 0,130 0,127 0,142 199,0
MPi-1 0,000 0,000 0,012 0,030 0,036 0,022 0,016 0,034 0,030 0,019 0,021 0,020 0,024 39,5
MPi-2 0,000 0,000 0,027 0,071 0,081 0,047 0,035 0,075 0,067 0,041 0,046 0,044 0,052 87,5
MPi-3 0,000 0,000 0,011 0,026 0,019 0,014 0,010 0,022 0,020 0,012 0,013 0,013 0,015 25,0
BPb-1 0,000 0,000 0,014 0,039 0,036 0,025 0,026 0,037 0,036 0,023 0,023 0,023 0,023 37,2
BPb-2 0,000 0,000 0,071 0,229 0,417 0,208 0,190 0,319 0,298 0,185 0,198 0,193 0,210 349,3
BPb-3 0,000 0,000 0,014 0,049 0,144 0,061 0,064 0,089 0,085 0,056 0,056 0,054 0,056 87,9
BPb-4 0,000 0,000 0,090 0,263 0,192 0,151 0,164 0,218 0,212 0,139 0,139 0,135 0,137 214,6
APb 0,000 0,000 0,002 0,005 0,008 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,000 0,000 1,915 8,049 12,174 6,694 6,538 10,545 9,810 6,123 6,454 6,270 6,610 9.100
215
TABELA A9.5: Demandas Hídricas Totais (m³.s
-1
) para Irrigação de Arroz nas Sub-Unidades de
Estudo da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo – Cenário Otimista – 12 Anos (safra 2016/2017)
Decêndios
Sub-
Unidade
out/01 out/02 out/03 nov/01 nov/02 nov/03 dez/01 dez/02 dez/03 jan/01 jan/02 jan/03 fev/01
Área
Cultivada
(ha)
MPo 0,000 0,000 0,013 0,062 0,150 0,081 0,088 0,114 0,111 0,075 0,075 0,072 0,074 110,0
SMPo-1 0,000 0,000 0,001 0,076 0,411 0,206 0,224 0,294 0,284 0,191 0,191 0,184 0,188 279,5
SMPo-2 0,000 0,000 0,019 0,152 0,706 0,288 0,313 0,410 0,398 0,267 0,266 0,259 0,262 398,0
SMPo-3 0,000 0,000 0,083 0,380 0,842 0,474 0,515 0,674 0,654 0,439 0,438 0,425 0,432 642,4
SMPo-4 0,000 0,000 0,207 0,673 0,553 0,425 0,462 0,605 0,587 0,394 0,393 0,382 0,387 575,8
SMPo-5 0,000 0,000 0,442 2,861 4,349 2,315 2,439 3,426 3,275 2,135 2,169 2,109 2,164 3.153,2
SMPo-6 0,000 0,000 0,000 0,139 0,271 0,134 0,117 0,238 0,213 0,121 0,135 0,131 0,142 254,2
SMPo-7 0,000 0,000 0,000 0,644 1,240 0,617 0,526 1,120 0,999 0,555 0,626 0,611 0,665 792,1
SMPo-8 0,000 0,000 0,000 0,030 0,163 0,082 0,069 0,150 0,133 0,074 0,084 0,082 0,089 114,1
BPo-1 0,000 0,000 0,102 0,612 0,813 0,451 0,373 0,859 0,763 0,401 0,461 0,453 0,494 678,5
BPo-2 0,000 0,000 0,011 0,174 0,489 0,173 0,143 0,329 0,292 0,154 0,177 0,174 0,190 260,0
BPo-3 0,000 0,000 0,099 0,478 0,535 0,281 0,232 0,535 0,474 0,250 0,287 0,281 0,308 421,9
BPo-4 0,000 0,000 0,002 0,121 0,323 0,137 0,113 0,260 0,230 0,122 0,140 0,137 0,150 205,1
BPo-5 0,000 0,000 0,000 0,001 0,005 0,002 0,001 0,003 0,003 0,001 0,002 0,002 0,002 2,4
BPi-1 0,000 0,000 0,080 0,237 0,203 0,145 0,116 0,261 0,233 0,128 0,146 0,143 0,159 236,1
BPi-2 0,000 0,000 0,052 0,177 0,264 0,164 0,137 0,309 0,275 0,147 0,168 0,165 0,180 245,1
BPi-3 0,000 0,000 0,064 0,369 0,541 0,277 0,230 0,520 0,462 0,247 0,283 0,277 0,303 409,7
BPi-4 0,000 0,000 0,025 0,095 0,195 0,110 0,091 0,207 0,183 0,098 0,112 0,110 0,120 163,2
An-2 0,000 0,000 0,043 0,147 0,264 0,138 0,110 0,247 0,221 0,122 0,139 0,136 0,152 221,0
MPi-1 0,000 0,000 0,010 0,027 0,038 0,021 0,015 0,033 0,030 0,018 0,020 0,020 0,023 39,3
MPi-2 0,000 0,000 0,020 0,061 0,090 0,046 0,034 0,075 0,068 0,039 0,045 0,044 0,051 89,0
MPi-3 0,000 0,000 0,007 0,024 0,041 0,021 0,015 0,034 0,030 0,018 0,020 0,020 0,023 39,7
BPb-1 0,000 0,000 0,009 0,029 0,041 0,024 0,025 0,036 0,035 0,022 0,022 0,022 0,022 37,1
BPb-2 0,000 0,000 0,056 0,225 0,475 0,232 0,214 0,357 0,334 0,206 0,219 0,215 0,232 395,8
BPb-3 0,000 0,000 0,009 0,047 0,164 0,073 0,077 0,107 0,103 0,067 0,067 0,065 0,067 108,1
BPb-4 0,000 0,000 0,067 0,219 0,228 0,153 0,167 0,223 0,216 0,141 0,141 0,137 0,139 223,0
APb 0,000 0,000 0,001 0,003 0,008 0,004 0,003 0,006 0,005 0,003 0,003 0,003 0,003 6,0
Bacia 0,000 0,000 1,422 8,064 13,402 7,071 6,849 11,429 10,612 6,432 6,826 6,658 7,017 10.094
216
ANEXO A10 – BALANÇO HÍDRICO NAS SUB-UNIDADES DE ESTUDO –
CENÁRIOS ATUAL E FUTUROS
217
CENÁRIO ATUAL - SMPo-5
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,659
-0,881
-2,00
1,00
4,00
7,00
10,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.1: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-5) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - SMPo-5
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,990
-1,225
-2,00
1,00
4,00
7,00
10,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.2: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-5) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - SMPo-5
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,930
-1,158
-2,00
1,00
4,00
7,00
10,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.3: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-5) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
218
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - SMPo-5
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-1,369
-1,136
-2,00
1,00
4,00
7,00
10,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.4: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-5) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - SMPo-5
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,942
-1,156
-2,00
1,00
4,00
7,00
10,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.5: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-5) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - SMPo-6
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.6: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-6) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Atual
219
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - SMPo-6
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,027
-0,053
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.7: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-6) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - SMPo-6
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,025
-0,050
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.8: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-6) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - SMPo-6
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,025
-0,051
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.9: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-6) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
220
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - SMPo-6
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,018
-0,043
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.10: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-6) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - SMPo-7
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,022
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.11: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-7) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - SMPo-7
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,050
-0,115
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.12: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-7) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
221
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - SMPo-7
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,044
-0,108
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.13: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-7) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - SMPo-7
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,523
-0,647
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.14: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-7) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - SMPo-7
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,491
-0,612
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.15: Balanço Hídrico Decendial no Sub-Médio Pardo (SMPo-7) no Período de Irrigação
de Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
222
CENÁRIO ATUAL - BPb-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.16: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPb-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.17: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPb-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.18: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
223
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPb-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,014
-0,039
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.19: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPb-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,008
-0,033
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.20: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - BPb-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,041
-0,070
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.21: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
224
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPb-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,094
-0,127
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.22: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPb-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,093
-0,126
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.23: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPb-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,151
-0,159
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.24: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
225
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPb-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,145
-0,155
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.25: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Plumbs (BPb-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - BPi-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.26: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPi-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,013
-0,027
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.27: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
226
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPi-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,021
-0,005
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.28: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPi-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,028
-0,065
-0,081
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.29: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPi-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,011
-0,054
-0,067
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.30: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
227
CENÁRIO ATUAL - BPi-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,004
-0,019
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.31: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPi-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,051
-0,056
-0,058
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.32: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPi-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,043
-0,057
-0,055
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.33: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
228
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPi-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,076
-0,045
-0,179
-0,091
-0,093
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.34: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPi-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,030
-0,177
-0,059
-0,089
-0,091
-0,50
0,50
1,50
2,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.35: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardinho (BPi-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - An-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,106
-0,023
-0,030
-0,071
-0,076
-0,017
-0,129
-0,081
-0,085
-0,50
0,00
0,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.36: Balanço Hídrico Decendial no Arroio Andréas (An-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
229
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - An-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,009
-0,064
-0,059
-0,123
-0,079
-0,086
-0,024
-0,148
-0,091
-0,095
-0,50
0,00
0,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.37: Balanço Hídrico Decendial no Arroio Andréas (An-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - An-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,037
-0,110
-0,006
-0,121
-0,076
-0,084
-0,021
-0,145
-0,089
-0,092
-0,50
0,00
0,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.38: Balanço Hídrico Decendial no Arroio Andréas (An-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - An-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,021
-0,094
-0,069
-0,143
-0,090
-0,100
-0,033
-0,170
-0,103
-0,107
-0,50
0,00
0,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.39: Balanço Hídrico Decendial no Arroio Andréas (An-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
230
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - An-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,016
-0,142
-0,025
-0,139
-0,085
-0,095
-0,028
-0,165
-0,099
-0,102
-0,50
0,00
0,50
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.40: Balanço Hídrico Decendial no Arroio Andréas (An-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - BPo-1
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,281
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.41: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-1) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPo-1
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,214
-0,416
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.42: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-1) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
231
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPo-1
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,200
-0,411
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.43: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-1) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPo-1
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,344
-0,458
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.44: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-1) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPo-1
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,334
-0,447
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.45: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-1) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
232
CENÁRIO ATUAL - BPo-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,137
-0,175
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.46: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPo-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,147
-0,184
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.47: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPo-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,144
-0,181
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.48: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
233
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPo-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,146
-0,183
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.49: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPo-2
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,143
-0,180
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.50: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-2) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - BPo-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,192
-0,240
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.51: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
234
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPo-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,208
-0,258
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.52: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPo-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,206
-0,256
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.53: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPo-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,292
-0,352
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.54: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
235
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPo-3
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,286
-0,347
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.55: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-3) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
CENÁRIO ATUAL - BPo-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,076
-0,097
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.56: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Atual
CENÁRIO TENDENCIAL - 4 ANOS - BPo-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,075
-0,096
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.57: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 4 Anos
236
CENÁRIO OTIMISTA - 4 ANOS - BPo-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,074
-0,095
-1,00
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decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.58: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 4 Anos
CENÁRIO TENDENCIAL - 12 ANOS - BPo-4
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decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.59: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Tendencial – 12 Anos
CENÁRIO OTIMISTA - 12 ANOS - BPo-4
jan-01
jan-02
jan-03
fev-01
nov-01
nov-02
nov-03
dez-01
dez-02
dez-03
-0,141
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-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
decêndios
(m³/s)
DEMANDA DISPONIBILIDADE VAZÃO MÍNIMA
FIGURA A10.60: Balanço Hídrico Decendial no Baixo Pardo (BPo-4) no Período de Irrigação de
Arroz – Cenário Otimista – 12 Anos
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