Download PDF
ads:
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MARINHAS TROPICAIS
ÍTALO BRAGA DE CASTRO
ESTUDO DO IMPOSEX EM MURICÍDEOS DO GÊNERO STRAMONITA
(MOLLUSCA: GASTROPODA) NO NORDESTE DO BRASIL
Dissertação submetida à Coordenação do Ccurso de
Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais como parte dos
requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em
Ciências Marinhas.
Orientadora: Prof. Dra. Cristina de Almeida Rocha-Barreira
FORTALEZA – CE
2005
ÍTALO BRAGA DE CASTRO
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
3
ESTUDO DO IMPOSEX EM MURICÍDEOS DO GÊNERO STRAMONITA
(MOLLUSCA: GASTROPODA) NO NORDESTE DO BRASIL
Dissertação apresentada a coordenação do curso de
mestrado em Ciências Marinhas Tropicais como parte dos
requisitos a obtenção do grau de Mestre em Ciências
Marinhas.
Orientadora: Prof. Dra. Cristina de Almeida Rocha-Barreira
Aprovada em ______ de ______________________ de _________
BANCA EXAMINADORA
Dra. Cristina de Almeida Rocha Barreira (Orientadora)
Dr. Luiz Drude de Lacerda (Membro efetivo)
Dr. Marcos Antônio Fernandez
ads:
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
4
...à Anna Rafaela Cavalcante Braga,
por tudo...
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
5
AGRADECIMENTOS
Durante a realização deste trabalho acabei por contrair enormes dívidas de
gratidão para com uma série de pessoas. Não tenho aqui, a pretensão de pagar
essa dívida, no entanto, seria injusto não mencionar as pessoas que tanto
contribuíram para que meu projeto se transformasse em dissertação.
A minha mentora, Prof. Dra. Cristina de Almeida Rocha Barreira, por receber
de volta o filho pródigo, incentivar e proporcionar os meios através dos quais, um
conjunto de idéias soltas pudessem ser lapidadas e convertidas em um trabalho
científico.
A Prof. Dra. Helena Matthews Cascon, grande colaboradora, a quem a
satisfação de fazer o que faz já é motivo suficiente para fazê-lo.
Ao Prof. Dr. Marcos Antônio Fernandez (Halley), pela loucura de acreditar que
era possível, pelo auxílio na estatística, pelas valiosas críticas e sugestões e
amizade incondicional.
Ao grande amigo, o Biólogo Carlos Augusto Oliveira de Meirelles, pela
amizade, conselhos, ajuda e pelas horas ao telefone ouvindo meus devaneios.
A amiga e companheira de campo em diversas ocasiões Aline Fernandes
Alves de Lima, a quem acho que consegui contaminar com minha paixão pelo
trabalho, pelo auxílio sem o qual talvez esse trabalho não tivesse se realizado.
Ao amigo Rodrigo Previtera, o advogado mais biólogo que já conheci, pelo
auxílio indispensável em diversos momentos no campo, sobretudo na Baía de Todos
os Santos, ele bem sabe por que.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
6
Ao Biólogo Ms. Wilson Franklin Júnior, pelas sugestões na estatística e
por está sempre disposto a ajudar com prazer, não só a mim, mas a todos no
LABOMAR.
Ao Prof. Tito Lotufo, pelas valiosas sugestões sobre o tratamento estatístico
dos dados.
A Profa. Rosangela Gondim da UFRN, por ter me acolhido em seu laboratório
durante os dias em que realizei análises em Natal.
A família Meireles, sobretudo: Antônio Carlos, Ana Lúcia, Edson (“Tinho”) e
Carolina que me receberam e hospedaram com todo carinho durante as
amostragens realizadas na Baía de Todos os Santos.
Ao “Joaquim Mergulhador” que guiou nossa equipe pelas mais de 40 ilhas na
Baía de Todos os Santos.
A amiga Carolina Martins, por ter nos recebido de braços abertos em João
Pessoa e pela amizade de valor inestimável.
A toda comunidade de Jesuítas da UNICAP, sobretudo Sérgio Mendonça
(Serginho) pela calorosa acolhida e auxílio inestimável durante as coletas realizadas
em Recife.
A Indústria Naval do Ceará (INACE) que permitiu a realização do experimento
em suas instalações facilitando enormemente meu trabalho.
A Leonardo Hislei por ter me conseguido os belos mapas dos portos de
Recife e Suápe.
Aos colegas do curso de mestrado em Ciências Marinhas Tropicais,
especialmente: Rossana, Tatiane, Aline (a nova) e Renata, que contribuíram de
forma relevante em vários momentos da minha formação.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
7
Aos colegas do Laboratório de Zoobentos, Marina, Roberto, Daniel,
Elizabeth, Liana, Meire, Juliana, especialmente Pedro e Carlos que estiveram
presentes em momentos cruciais para realização do trabalho.
A todos os que fazem do LABOMAR essa instituição maravilhosa que direta
ou indiretamente contribuíram para finalização dessa etapa em minha vida.
A minha sogra e amiga, Vilma Cavalcante, por ter me acolhido como a um
filho em sua casa durante o ano em que estive desenvolvendo esse trabalho e
consequentemente impossibilitado de arcar com minhas responsabilidades de pai e
marido em sua plenitude.
Ao amigo e irmão João Paulo Pessoa Maia Gurgel, companheiro das horas
alegres e dos momentos tristes.
A minha mãe, Maria Carmelita Braga, pelo amor e pelo rigor aplicado na
minha educação, me ensinando sempre a buscar o melhor de mim.
A minha filha Thaís Cavalcante Braga, pequena cientista, descobrindo e
explorando a cada dia um mundo de possibilidades e fazendo da minha vida uma
festa diária.
A minha amada esposa, Anna Rafaela Cavalcante Braga, pelo auxílio direto
em todas as etapas desse trabalho, pelo ano maravilhoso, pelas descobertas que
juntos fizemos, pela paciência, pelo amor, enfim, por tudo.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
8
“ Verdes mares bravios de minha terra natal
onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba,
verdes mares que brilhais líquido como esmeraldas aos rios do sol nascente,
perlongando as alvas praias ensombradas por coqueiros,
serenai verdes mares,
e alisai docemente a vaga impetuosa
para que o barco aventureiro
resvale manso a flor das águas
(Iracema – José de Alencar)
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
9
RESUMO
O imposex consiste no surgimento de caracteres sexuais masculinos em
fêmeas de moluscos prosobrânquios expostos à contaminação por compostos
orgânicos de estanho (COEs). Essa contaminação é oriunda de tintas de ação
antiincrustante utilizadas em embarcações de todo mundo. Como o imposex leva ao
desenvolvimento de caracteres mensuráveis, o mesmo vem sendo usado como
ferramenta de bioindicação para esse tipo específico de poluição. O presente
trabalho teve como objetivo monitorar a contaminação por organoestânicos ao longo
das áreas sob a influência dos 10 principais terminais portuários da região nordeste
do Brasil e comparar o desenvolvimento do imposex nas espécies de muricídeos
utilizadas no estudo. Essas espécies foram: Stramonita haemastoma e Stramonita
rustica. Os índices usados para quantificar o imposex foram o VDSI. o RPSI, o RPLI
e a % de imposex. Em todos os terminais portuários estudados observou-se pelo
menos uma estação onde se detectou a presença do imposex o que sugere
fortemente a presença de contaminação por COEs. Entretanto os índices
observados revelaram-se baixos quando comparados aos índices obtidos em outros
monitoramentos realizados em regiões muito industrializadas da Europa e da Ásia.
Mesmo quando comparados aos resultados observados na Baía de Guanabara no
litoral do estado do Rio de Janeiro os índices de imposex no nordeste do Brasil
revelam-se pouco elevados. Isso reforça dados já mencionados na literatura que
sugerem que a contaminação por compostos orgânicos de estanho é mais severa
em regiões mais industrializadas do mundo. Os estudos comparativos quanto ao
desenvolvimento do imposex nas espécies S. haemastoma a e S. rustica mostraram
que a primeira é mais sensível à contaminação por COEs uma vez que mesmo
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
10
quando submetidas experimentalmente a concentrações iguais e ao mesmo tempo
de exposição S. haemastoma apresentou uma resposta muito mais severa que sua
congênere S. rustica. Das 82 estações analisadas durante o presente estudo, 32
mostraram-se completamente livres de quaisquer indícios de imposex o que sugere
que o imposex não se manifesta naturalmente nas referidas espécies.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
11
ABSTRACT
Imposex consists of a superimposition of male sexual characteristics in
female prosobranch molluscs exposed to organotin compounds (OCs) contamination.
This contamination is caused by biocides present in antifouling paints used on boats
all over the world. Since imposex leads to measurable characters, those have been
used for biological-effect monitoring of this type of contamination. This present work
had the objective to monitor the organotin contamination along the areas under
influence of the 10 most important harbours in the northeastern coast of Brazil, and
also to compare the imposex development in the muricid species studied. Those
species were Stramonita haemastoma and Stramonita rustica. The indices used to
quantify the imposex development were VDSI, RPSI, RPLI and the imposex
percentage. In all harbour areas, there was at least one site where imposex was
detected, what strongly suggests the presence of OCs contamination. However, the
indices observed appeared to be lower when compared to the indices of other
monitorings in industrialized regions, such as Europe and Asia. When compared to
studies in Guanabara Bay – Rio de Janeiro, Brazil, the indices also seemed very low.
This reinforces the data already mentioned in other studies, which suggests that the
higher the level of industrialization in an area more severe is the contamination by
organotin compounds. Comparative studies of imposex development in the species
Stramonita haemastoma and S. rustica revealed that the former is more sensitive to
OCs contamination, once that, when submitted experimentally to equal
concentrations and same exposure time, S. haemastoma presented a much greater
response than S. rustica. In this present study, 82 sites were analyzed, 32 appeared
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
12
to be free from any imposex evidence, what suggests that imposex does not appear
as a natural characteristic in those S. haemastoma and S. rustica.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
13
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
01.Ciclo dos compostos organoestânicos no meio marinho (Fernandez, 2002).......
25
02.Fórmulas estruturais do tributilestanho, trifenilestanho e seus derivados mais
comuns ................................................................................................................
26
03.Estágios do desenvolvimento do pênis e do vaso deferente (VDSI) proposto
por Gibbs et al. (1987) para Nucella lapillus.........................................................
33
04.Escala de desenvolvimento do imposex segundo Stroben et al., 1995.
Legenda: ac, cápsulas abortadas; cg, glândula de cápsulas; gp, papila genital;
obc, bolsa copulatória aberta; ocg, glândula de cápsulas aberta; ocv, oclusão
da vulva; p, penis sem dutio espermático; pd, pênis com duto espermático; pr,
próstata; te, tentáculo; vd, vaso deferente; vdp, passagem do vaso deferente
pela glândula de cápsulas; vds, seção do vaso
deferente...............................................................................................................
35
05.Espécies registradas como exibidoras de imposex no Brasil..............................
41
06.Principais portos marítimos localizados no Nordeste do Brasil (Ministério dos
Transportes, 2004)................................................................................................
44
07.Portos nordestinos selecionados para o monitoramento.....................................
48
08.Mapas localizando as estações de coleta dos terminais portuários monitorados
no Nordeste do Brasil ..........................................................................................
50
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
14
09.(A e B) Vistas aéreas do terminal portuário do Pecém (Ceará Portos, 2004), (C
) Vista aérea do Porto do Mucuripe (Cia Docas do Ceará, 2004), (D) Terminal
Portuário do Mucuripe. (E) Foz do Rio Potengi com canal de acesso ao Porto
de Natal e (F) Porto de Natal (Ministério do Transportes, 2004).........................
52
10.(A) Estuário do Rio Paraíba do Norte com canal de acesso ao Porto de
Cabedelo (Ministério dos Transportes, 2004), (B) Terminal Portuário de
Cabedelo (Ministério dos Transportes, 2004), (C) Terminal Portuário do Recife,
(D) Porto de Suápe, (Ministério dos Transportes, 2004) (E) Porto do Jaraguá
em Maceió (Ministério dos Transportes, 2004) e (F) Piers no interior do Rio
Sergipe..................................................................................................................
56
11.(A e B) Terminal Portuário de Salvador (Ministério dos Transportes, 2004),
(C)Terminal Portuário de Aratu (Ministério dos Transportes, 2004), (D)
Terminal Portuário de Aratu, (E) Píer do Estaleiro de Fortaleza, (F) Pilastras
do píer na marina do INACE (Local de fixação do experimento)..........................
62
12.(A) Píer do estaleiro de Fortaleza, (B) Lanterna utilizada no experimento de
monitoramento ativo comparativo, (C) Vista ventral e dorsal de S. haemastoma
(Femorale, 2004). (D) Vista ventral de S. rustica (Femorale, 2004) (E) Detalhe
da formação de uma papila peniana (pa) equivalente a VDSI nível 1.(F)
Detalhe de um pequeno pênis (pe) de 2mm equivalente a estágio VDSI 2........
65
13.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Pecém
durante o período de 04 / 2004 utilizando a espécie S. haemastoma..................
71
14.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Mucuripe
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. haemastoma..................
73
15.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Natal durante
o período de 10 / 2004 utilizando a espécie S. rustica.........................................
75
16.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Cabedelo
durante o período de 06 / 2004 utilizando a espécie S. rustica............................
77
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
15
17.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Recife
durante o período de 09 / 2004 utilizando a espécie S. rustica............................
79
18.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Suápe durante
o período de 09 / 2004 utilizando a espécie S. rustica..........................................
81
19.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Jaraguá
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica............................
83
20.Resultados do monitoramento realizado no estuário do Rio Sergipe durante o
período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica............................................
85
21.Resultados do monitoramento realizado nos terminais Portuários de Salvador e
de Aratu durante o período de 01 / 2004 utilizando a espécie S. rustica.............
88
22.Gráfico comparando a % de imposex observada nas espécies S.haemastoma
e S. rustica durante o experimento de biomonitoramento ativo comparativo.......
89
23.Gráfico comparando as médias dos comprimentos do pênis observadas nas
espécies S.haemastoma e S. rustica durante o experimento de
biomonitoramento ativo comparativo....................................................................
90
24.Gráfico comparando RPSI observado nas espécies S.haemastoma e S. rustica
durante o experimento de biomonitoramento ativo comparativo..........................
90
25.Gráfico comparando RPLI observado nas espécies S.haemastoma e S. rustica
durante o experimento de biomonitoramento ativo comparativo..........................
91
26.Gráfico comparando as médias de VDSI observadas nas espécies
S.haemastoma e S. rustica durante o experimento de biomonitoramento ativo
comparativo..........................................................................................................
91
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
16
27.Relação entre os comprimentos dos pênis das fêmeas observadas em S.
haemastoma e S. rustica durante a realização do experimento de
biomonitoramento ativo comparativo....................................................................
94
28.Relação entre os RPLI observados em S. haemastoma e S. rustica durante a
realização do experimento de biomonitoramento ativo comparativo....................
95
29.Relação entre as médias dos VDSI observados em S. haemastoma e S. rustica
durante a realização do experimento de biomonitoramento ativo comparativo....
95
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
17
LISTA DE TABELAS
Tabela Página
01.Espécies de Invertebrados afetados pela contaminação por COEs e seus
respectivos efeitos ............................................................................................
28
02.Espécies de vertebrados afetados pela contaminação por COEs e seus
respectivos efeitos. ...........................................................................................
29
03.Adaptação da escala de VDSI proposta por Gibbs et al.,1986 feita por
Fernandez et al., 2002 para espécie Stramonita
haemastoma......................................................................................................
36
04.Lista dos portos localizados na região Nordeste e suas respectivas empresas
administradoras.................................................................................................
45
05.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do Pecém
com respectiva data de coleta, latitudes e
longitudes...........................................................................................................
51
06.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do
Mucuripe com respectiva data de coleta, latitudes e
longitudes...........................................................................................................
53
07.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de Natal
com respectiva data de coleta, latitudes e
longitudes...........................................................................................................
54
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
18
08.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Cabedelo com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes ......................
55
09.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do Recife
com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.......................................
57
10.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do Suápe
com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.......................................
58
11.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do
Jaraguá com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.........................
59
12.Estações monitoradas no interior do Rio Sergipe com respectiva data de
coleta, latitudes e longitudes.............................................................................
60
13.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Salvador com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes........................
61
14.Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do Aratu
com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.......................................
63
15.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Pecém
durante o período de 04 / 2004 utilizando a espécie S. haemastoma ..............
70
16.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Mucuripe
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. haemastoma ..............
72
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
19
17.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Natal
durante o período de 10 / 2004 utilizando a espécie S. rustica .......................
74
18.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Cabedelo
durante o período de 06 / 2004 utilizando a espécie S. rustica ........................
76
19.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Recife
durante o período de 09 / 2004 utilizando a espécie S. rustica ........................
78
20.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Suápe
durante o período de 09 / 2004 utilizando a espécie S. rustica ........................
80
21.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Jaraguá
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica .......................
82
22.Resultados do monitoramento realizado no estuário do Rio Sergipe durante o
período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica ........................................
84
23.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Salvador
durante o período de 01 / 2004 utilizando a espécie S. rustica ........................
86
24.Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Aratu
durante o período de 01 / 2004 utilizando a espécie S. rustica........................
87
25. Resultados do experimento de biomonitoramento ativo comparativo entre
S.haemastoma e S. rustica................................................................................
92
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
20
26. Resultados dos testes U realizados para comparação do valores de
comprimento de pênis e VDSI entre as espécies S. haemastoma e S.
rustica................................................................................................................
93
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
21
SUMÁRIO
Agradecimentos
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Resumo
Abstract
1-Introdução ..............................................................................................................
22
1.1-Compostos Orgânicos de Estanho (COEs) ....................................................
22
1.1.1-Compostos Organoestânicos no ambiente Marinho ...............................
23
1.1.2- Toxicidade dos Compostos Organoestânicos .......................................
26
1.2- Imposex ..........................................................................................................
30
1.3- Muricideos do gênero Stramonita no Nordeste Brasileiro ..............................
42
1.4- Área de estudo ...............................................................................................
43
1.5- Justificativa ....................................................................................................
46
1.6- Objetivos .......................................................................................................
47
2- Materiais e Métodos..............................................................................................
48
2.1- Biomonitoramento passivo ............................................................................
48
2.1.1- Áreas portuárias monitoras ...................................................................
51
2.1.1.1- Porto do Pecém .........................................................................
51
2.1.1.2- Porto de Mucuripe .....................................................................
53
2.1.1.3- Porto de Natal .............................................................................
54
2.1.1.4- Porto de Cabedelo ......................................................................
55
2.1.1.5- Porto do Recife ...........................................................................
57
2.1.1.6 Porto de Suápe ............................................................................
58
2.1.1.7- Porto de Jaraguá (Maceió)..........................................................
59
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
22
2.1.1.8- Estuário do Rio Sergipe ..............................................................
59
2.1.1.9- Porto de Salvador .......................................................................
60
2.1.1.10- Porto de Aratu ...........................................................................
63
2.1.2- Procedimentos de Laboratório .................................................................
64
2.2- Biomonitoramento ativo comparativo .............................................................
66
3- Resultados ............................................................................................................
69
3.1- Biomonitoramento passivo .............................................................................
69
3.1.1.- Porto do Pecém ................................................................................
70
3.1.2.- Porto de Mucuripe .............................................................................
72
3.1.3.- Porto de Natal ....................................................................................
74
3.1.4.- Porto de Cabedelo .............................................................................
76
3.1.5.- Porto de Recife ..................................................................................
78
3.1.6. Porto de Suápe ...................................................................................
80
3.1.7.- Porto do Jaraguá ................................................................................
82
3.1.8.- Estuário do Rio Sergipe .....................................................................
84
3.1.9.- Porto de Salvador ..............................................................................
86
3.1.10- Porto de Aratu ...................................................................................
87
3.2- Biomonitoramento ativo comparativo ................................................................
89
4- Discussão ..............................................................................................................
96
5- Conclusão .............................................................................................................
106
6- Glossário de Siglas .............................................................................................
108
7- Referências Bibliográficas ..................................................................................
109
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
23
1 - INTRODUÇÃO:
1.1 – Compostos Organoestânicos (COEs):
As aplicações industriais de compostos orgânicos a base de estanho são
conhecidas desde a década de 1920, quando os mesmos eram utilizados como
fluido para transformadores e capacitores. No decorrer da década de 1960, o uso de
organometálicos derivados do estanho difundiu-se bastante. Nessa época, eram
utilizados sobre tudo como estabilizadores na produção de Cloreto de Polivinila
(PVC) e como catalisadores de diversos processos industriais. Apesar das
propriedades biocidas de organoestânicos como o Tributilestanho (TBT) e o
Trifenilestanho (TPT) terem sido descobertas ainda na década de 1950, seu
emprego em pesticidas, principalmente acaricidas e fungicidas, e como componente
ativo de tintas de ação antiincrustante só se tornaram comuns na década de 1970.
(Oyewo, 1989;Ludgate, 1987 e Schatzberg,1987).
Tintas antiincrustantes a base de TBT e TPT são utilizadas em estruturas
submetidas ao contato direto e prolongadas com a água do mar, principalmente
cascos de embarcações, estruturas destinadas à aqüicultura, instalações off shore e
dutos (Champ, 2000).
A importância da utilização de tintas antiincrustantes reside no fato de que
estruturas submetidas ao contato com a água do mar rapidamente se transformam
em substrato para uma grande diversidade de organismos marinhos referidos
genericamente com “fouling”. A bioincrustração provocada pelo “fouling” é
extremamente prejudicial para embarcações, uma vez que a comunidade aderida
eleva o atrito do casco com a água levando a uma maior exigência da potência dos
motores e conseqüentemente a uma elevação no consumo de combustível e nos
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
24
custos da viagem. No passado, esse problema foi combatido revestindo-se os
cascos com folhas de cobre. Posteriormente passou-se a utilização de tintas a base
de cobre e somente na década de 1960, o TBT passou a ser usado para essa
finalidade (ten Hallers – Tjabbes, 1997).
Rapidamente tintas a base de TBT passaram a ser empregadas por um
grande número de embarcações, chegando a revestir os cascos de 90% de todos os
navios construídos no mundo durante a década de 1980, nessa época 100% dos
grandes navios da frota mercante do Japão utilizavam tintas desse tipo (Ludgate,
1987; Schatzberg,1987). Isso aconteceu principalmente devido a grande eficiência
destas tintas quando comparadas as tintas a base de CuO e CuO
2
anteriormente
utilizadas (Ludgate, 1987; Schatzberg,1987). O período entre docagens aumentou
drasticamente, e com isso, os custos de manutenção com as embarcações
diminuíram (ten Hallers-Tjabbes, 1997). Atualmente, apesar das restrições devido a
sua alta toxicidade, estima-se que 70% dos navios ainda as utilizem sob a forma de
copolímero, liberando em média 4ug/cm
2
de tributilestanho diariamente na água do
mar (Swennen et al.,1997) provocando uma série de danos aos ecossistemas
marinhos.
1.1.1 – Compostos Organoestânicos no Ambiente Marinho:
As fontes potenciais de Compostos Orgânicos de Estanho (COEs), tais como
o TBT, para o ambiente marinho são áreas onde o fluxo de embarcações é intenso,
principalmente terminais portuários, marinas, estaleiros e nas proximidades de
estruturas “off shore”, como dutos, e estruturas destinadas a aqüicultura (Bryan &
Langston, 1992 e Clark et al.,1988).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
25
De um modo geral, esses compostos são liberados a partir dessas estruturas
e chegam ao meio marinho onde sofrem processos de natureza física, química e
biológica. Esses processos interferem diretamente sobre as concentrações de
organoestânicos encontrados na coluna d’água e nos sedimentos marinhos (Figura.
1). Entre os processos de natureza física, podemos ressaltar o transporte, a
dispersão, e a diluição. O transporte dependerá, via de regra, dos padrões de
circulação observados na área e pode ser responsável pela presença do composto
em áreas relativamente distantes da fonte.
Diversos fatores abióticos como a radiação UV, radiação gama e temperatura
e também fatores bióticos como a biodegradação bacteriana são responsáveis pela
desbutilação dos compostos organoestânicos originando compostos
progressivamente mais simples e menos tóxicos como o DBT (dibutilestanho), o
MBT (monobutilestanho) a partir do TBT e o DPT (difenilestanho) e o MPT
(monofenilestanho) no caso do TPT. A última etapa do processo seria a formação do
estanho inorgânico que praticamente não é tóxico (Clark et al., 1988).
Estudos realizados por Clark et al. (1988), sugerem que o TBT apresenta uma
degradação rápida (10 a 15 dias) quando na coluna d’água, entretanto, outros
estudos mostraram que quando associados aos sedimentos anóxicos superficiais a
meia vida (300 dias) do TBT aumenta substancialmente (Dowson et al., 1996). Esse
fato, aliado a grande afinidade dos COEs por material particulado torna os
sedimentos marinhos um depósito natural e conseqüentemente uma fonte potencial
destes compostos para a coluna d’água (Clark et al.,1998; Mora & Phillips, 1997).
Esses resultados são particularmente importantes no caso das dragagens
costumeiramente realizadas em áreas portuárias no intuito de facilitar o acesso das
embarcações aos cais de atracação.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
26
1
PROCESSOS
QUÍMICOS
PROCESSOS
BIOLÓGICOS
PROCESSOS FÍSICOS
UV
trans
p
orte
dis
p
ersão
,
dilui
ç
ão
SSIMILA
ÃO
POR ORGANISMOS
FOTODISSOCIA
Ç
ÃO
RESSUSPENSÃO
DETOXIFICA
Ç
ÃODEGRADA
Ç
ÃO BACTERIAN
A
A
NÓXICO
(
sedimentos redutores
)
ÓXIDO
(
sedimentos oxidantes
)
A
TMOSFER
A
SEDIMENTO
PRESERVA
Ç
ÃO
Á
GU
A
DEPOSI
Ç
ÃO
TBT TPT+
+ +
PORTO - MARINA
REVESTIMENTO
A
NTI-INCRUSTANTE
(
a
q)
(
a
q)
4+
(
a
q)
TBT DBT MBT
+ 2+ 3+
(
a
q)
(
a
q)
(
a
q)
EXCRE
Ç
ÃO
TRANSPORTE NAS CADEIAS TRÓFICAS
DETOXIFICA
Ç
ÃO
Bioacumula
ç
ão
Bioma
g
nifica
ç
ã o
Biode
g
rada
ç
ão
IMPACTOS LONGE DA ÁREA FONTE
DETOXIFICA
Ç
ÃO
DEGRADA
Ç
ÃO
MICROBIAN
A
A
DSOR
Ç
ÃO MPS
Figura 01: Ciclo dos compostos organoestânicos no meio marinho (Fernandez, 2002).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
27
1.1.2 – Toxicidade dos compostos organoestânicos:
Como o TBT é liberado gradativamente das pinturas antiincrustantes, esse
composto acaba por provocar efeitos toxicológicos em organismos não alvo, isto é,
organismos marinhos que não compõem necessariamente a comunidade
bioincrustante. A cerca disso, existem diversos estudos que comprovam esses
efeitos toxicológicos (Davies & Myckie, 1987).
A toxicidade dos compostos organoestânicos para organismos aquáticos
aumenta de acordo com o número de radicais butil ou fenil de um até três e diminui
com a adição de um quarto radical (Figura. 2). Como visto no tópico anterior, estes
compostos são liberados na água e são gradativamente degradados pelo ambiente
até o estanho inorgânico que é inofensivo na coluna d’água (Godoi et al., 2003 e
Sarradin et al., 1991).
Figura 02: Fórmulas estruturais do tributilestanho, trifenilestanho e seus derivados mais comuns.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
28
Diversos níveis tróficos são afetados pela contaminação por organoestânicos.
O problema é potencializado uma vez que se sabe que estes compostos são
bioacumulativos e podem ser passados entre os organismos através dieta alimentar
(Meng et al.,2003; Coelho et al., 2002; Morcillo et al., 1999; Mensink et al.,1997;
Davies & Myckie, 1987).
O primeiro caso onde se comprovou a ação tóxica do TBT foi observado em
1975, na França com uma queda na produção de certos cultivos do molusco bivalve
Crassostrea gigas que conviviam em uma área cercada por marinas e pequenos
portos na Baia de Arcachon (Alzieu et al., 1982; Alzieu, 2000). Nestes animais,
observou-se uma diminuição do número de jovens recém fixados, anomalias de
desenvolvimento nas larvas e as conchas de indivíduos adultos passaram a
apresentar o fenômeno do “balling”, formação de septos entre as camadas de
carbonato de cálcio depositadas, que confere um formato arredondado as valvas
afetando o valor comercial destes animais (Stephenson et al., 1986; Alzieu et al.,
1982; Waldock et al., 1995 e Ruiz et al., 1996). Cultivos de Mitillus edulis (Beaumont
& Budd, 1984 e Stephenson et al.,1986), Pecten maximus (Davies et al.,1997 e
1987; Paul & Davies, 1986), Perna viridis (Kan-Atireklap et al., 1997
a
e 1997b ;
Prudente et al., 1999), Crassostrea gigas (Waldock et al., 1995 e 1999) e do
gastrópode Chorus giganteus (Gooding et al., 1999) em outros locais do mundo
também tem sofrido com a ação tóxica do TBT, causando principalmente inibição do
crescimento e aumentando as taxas de mortalidade durante os cultivos.
Estes compostos foram detectados através de testes químicos de
cromatografia gasosa em uma série de amostras de tecidos invertebrados marinhos
(Carlier-Pinasseau et al., 1997), como crustáceos (Davidison et al., 1986),
equinodermos e tunicados (Cima et al., 1996). Esse tipo de contaminação foi
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
29
observada também em organismos de mar profundo (Takahashi et al., 1997; 1998 e
1999b) demonstrando que o problema não está restrito a áreas costeiras embora
alguns estudos indiquem o contrário (Terllizi et al., 1998).
Em alguns destes animais, os efeitos da contaminação são ainda
desconhecidos, entretanto, eles funcionam como fontes do poluente para níveis
tróficos superiores, que os utiliza como fonte de alimento (Ide et al., 1997).
Até o momento, são conhecidas 159 espécies de invertebrados marinhos
pertencentes a vários grupos animais, que de algum modo, são afetados pela
contaminação por compostos orgânicos de estanho (Tabela 01) (Castro, 2002).
Tabela 01: Espécies de Invertebrados afetados pela contaminação por COEs e seus
respectivos efeitos (Castro, 2002).
TAXA EFEITO OBSERVADO NUMERO DE
ESPÉCIES
Bivalvia Deformações nas conchas, deficiências de
crescimento e aumento da taxa de
mortalidade.
14
Gastropoda Imposex (disrupção endócrina) e esterilidade,
declínio de populações
116
Cephalopoda Efeitos desconhecidos 4
Crustacea Efeitos desconhecidos 16
Echinodermata Efeitos desconhecidos 5
Urochordata Anomalias nas larvas, perda de mobilidade,
danos celulares principalmente nas
mitocôndrias
4
TOTAL 159
Estudos realizados com aves marinhas, algumas das quais de
comportamento migratório, que se alimentam principalmente de peixes e
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
30
invertebrados marinhos, revelaram quantidades significantes de organoestânicos no
fígado e nos rins desses animais. Em aves, os compostos organoestânicos
provocam sobretudo a imunossupressão tornando as mesmas vulneráreis a uma
série de moléstias (Guruge et al., 1997a e 1997b).
Estes compostos também têm sido detectados em fígado e rins de diversos
mamíferos marinhos e terrestres (Takahashi et al., 1999a; Le et al., 1999; Iwata et
al., 1994; Iwata et al., 1997), sobretudo em cetáceos (Kim et al., 1996b) e sirênios,
alem de ursos polares e seres humanos (Kannan & Falandysz, 1997). Experimentos
realizados com ratos, coelhos e ovelhas evidenciaram a natureza imunossupressora
e citotóxica do TBT para mamíferos, o que sugere que estes compostos podem ser
potencialmente perigosos para seres humanos (Tanabe et al., 1998 e Tanabe,
1999). Alguns pesquisadores relacionam os encalhes de cetáceos violentamente
parasitados aos efeitos da contaminação por organoestânicos sobre os mesmos
(Kannan et al., 1997 e Kim et al, 1996a).
Atualmente, são conhecidas 90 espécies de vertebrados que apresentam
efeitos deletérios relacionados à exposição ao TBT (Tabela 02), (Castro, 2002).
Tabela 02: Espécies de vertebrados afetados pela contaminação por COEs e seus
respectivos efeitos (Castro, 2002).
TAXA EFEITO NÚMERO DE
ESPÉCIES
Pisces 40
Reptilia 1
Aves 26
Mammalia
Imunossupressão e efeitos citotóxicos
23
TOTAL
90
Estudos mais recentes constataram que uma conhecida espécie de
fanerógama marinha, a Ruppia maritima, que é encontrada em ambientes
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
31
contaminados, quando exposta a concentrações de TBT apresenta redução na sua
atividade fotossintética de até 60%, além de alterações na taxa respiratória e no
crescimento (Jensen et al., 2004).
1.2 – Imposex:
O Mais bem estudado efeito da contaminação por compostos orgânicos de
estanho é o imposex (Smith, 1981). O imposex caracteriza-se pelo surgimento de
estruturas sexuais masculinas, tais como pênis e vaso deferente em fêmeas de
gastrópodes prosobrânquios, sobretudo neogastrópodes e mesogastrópodes (Bryan
et al.,1986; Gibbs & Bryan, 1986).
Esse fenômeno corresponde ao mais bem conhecido efeito de desregulação
endócrina e ocorre por que a presença de pênis e vaso deferente em gastrópodes
são características sexuais secundárias controladas pelo nível de hormônios sexuais
encontrados nesses animais (Morcillo & Porte, 1999). Em alguns animais, incluindo
os moluscos, o metabolismo de substâncias endógenas e exógenas é realizado
através de um sistema multienzimático do qual participa um complexo enzimático
chamado Citocromo P 450 (Morcillo & Porte, 1999; Morcillo & Porte, 1998; Morcillo et
al., 1999; Morcillo et al.,1998 e Kim et al., 1998a). Dentre outras atividades, o
citocromo P 450 participa da conversão do hormônio androgênico testosterona em
estradiol que é um hormônio feminilizante. Sabe-se que o TBT é um potente inibidor
desse citocromo o que provoca a desregulação endócrina, (Depledge & Billinghurst,
1999). De um modo geral, mesmo pequenas concentrações do composto disruptor
já são suficientes para provocar efeitos devastadores sobre o animal, pois como
mencionado estes compostos atuam sobre sítios metabólicos específicos
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
32
(Matthiessen & Gibbs,1998). Estudos recentes comprovaram que os compostos
orgânicos de estanho (COEs) ativam neuropeptídeos, como a APGWamida, que
induzem o imposex em moluscos prosobrânquios (Oberdorster & McClellan-Green,
2000). Tais reações são altamente específicas só ocorrendo quando os animais são
expostos a esse tipo de contaminação. (Matthiessen & Gibbs, 1998).
Em todos os casos conhecidos de disrupção endócrina provocada pelo TBT,
os efeitos observados sempre correspondem a masculinização das fêmeas, o que
pode ser explicado pela não conversão do hormônio androgênico testosterona em
estradiol.
A desregulação hormonal gerada pelo TBT provoca masculinização em
fêmeas de diversas espécies, chegando inclusive a promover em alguns animais
uma mudança total e radical de sexo, como é o caso dos crustáceos copépodes
Paramphiascella hyperborea e Stenhelia gibba (Depledge & Billinghurst, 1999).
O primeiro registro de imposex conhecido foi feito por Smith (1971) para a
espécie de neogastrópode Nassarius obsoletus. Abordagens mais detalhadas sobre
o problema foram realizadas no sudeste de Inglaterra com a espécie Nucella lapillus.
Nesses estudos, foram desenvolvidas a maioria das bases metodológicas utilizadas
atualmente para o estudo do imposex (Gibbs e Bryan, 1986; Bryan et al., 1987).
Entre essas técnicas, dois índices de quantificação foram definidos: O RPSI e
o VDSI, (Gibbs & Bryan, 1986; Bryan et al., 1986; Bryan et al.,1987; Gibbs et al.,
1987).
O RPSI (relative penis size index) consiste na relação entre as medidas dos
comprimentos médios dos pênis dos machos e das fêmeas afetadas. Esse valor é
obtido segundo a equação: (comprimento médio dos pênis dos machos)
3
/
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
33
(comprimento médio dos pênis das fêmeas )
3
x 100 (Gibbs & Bryan, 1987; Huet et al,
1996; Minchin & Minchin, 1997).
Posteriormente, Tan (1997) desenvolveu outro índice, o RPLI (relative penis
length index), este é obtido através da equação: (comprimento médio dos pênis dos
machos) / (comprimento médio dos pênis das fêmeas) x 100.
De um modo geral, o RPSI aplica-se melhor a avaliação do imposex em áreas
muito impactas, isto é, com altos níveis de imposex, e o RPLI a áreas com graus de
imposex comparativamente menores (Curtis, 1994; Gibbs & Bryan, 1994).
Mais recentemente, Tan (1999) propôs duas novas abordagens para
obtenção desses índices nas espécies Thais gradata e Chicoreus capucinus : uma
delas é a utilização da massa do pênis obtida pela pesagem em balança analítica e
a outra é o uso da determinação da área planar do pênis, calculada através de
métodos de escaneamento e processamento em programas de computador. Gibson
& Wilson (2003) também utilizaram a área planar para obtenção do RPSI.
O VDSI (vas deferent sequence index) proposto por Gibbs et al. (1987)
determina através de uma escala composta por 6 estágios, a seqüência de
desenvolvimento do imposex em cada animal estudado. Este índice é baseado na
seqüência de formação do pênis e do vaso deferente de cada fêmea observada. Os
seis estágios são: Estágio 1: Fêmea apresentando o início da formação de um vaso
deferente na região ventral da papila genital. Não se observa formação inicial de
pênis. Estágio 2: Observa-se o início do desenvolvimento do pênis próximo ao
tentáculo direito e crescimento do vaso deferente. Estágio 3: Pequeno pênis
totalmente formado e o vaso deferente crescendo em direção ao mesmo. Estágio 4:
O vaso deferente liga-se ao pênis agora mais desenvolvido. Este é o último estágio
em que a fêmea ainda é capaz de se reproduzir. Estágio 5: O epitélio que forma o
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
34
vaso deferente cresce bloqueando a abertura genital da fêmea e provocando a
falência reprodutiva das mesmas devido ao bloqueio da abertura genital. Estágio 6:
As fêmeas continuam a produzir cápsulas que não podem ser eliminadas devido ao
bloqueio de sua abertura genital, estas cápsulas abortadas acumulam-se
provocando a morte do animal, (Figura 03).
Figura 03: Estágios do desenvolvimento do pênis e do vaso deferente
(VDSI) proposto por Gibbs et al. (1987) para Nucella lapillus.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
35
Existe uma vasta discussão na literatura a cerca da aplicabilidade da escala
de VDSI proposta por Gibbs & Bryan (1987) para Nucella lapillus em outras
espécies, tendo sido desenvolvidas adaptações da mesma para outras espécies e
outros gêneros (Fernandez et al., 2002; Evans et al., 1995; Stroben et al., 1995;
Stewart & Mora 1992).
Observações posteriores mostraram que o desenvolvimento imposex não
obedecia necessariamente a escala de VDSI proposta por Gibbs et al.(1987) uma
vez que em algumas espécies se observou que o início do imposex poderia não
ocorrer pela formação do vaso deferente mas pelo surgimento do pênis. A partir daí
tornou-se necessário a criação de uma escala que previsse essas novas rotas para
o desenvolvimento do imposex. Uma nova escala foi proposta por Stroben et al.
(1995).
A escala de VDSI proposta por Stroben e colaboradores (1995) prevê a
existência de 3 rotas para o desenvolvimento do imposex. Nessas rotas, os estágios
iniciais do imposex, isto é, os graus I, II e III podem ser caracterizados de três formas
diferentes: Na rota “a” o grau I é caracterizado por pequeno pênis ao lado do
tentáculo direito, posteriormente esse pênis desenvolve um ducto espermático já
caracterizando o grau II, e no grau III o vaso deferente começa a se desenvolver a
partir do pênis em direção a abertura genital da fêmea. Na rota “b”, o grau I é
marcado pelo crescimento do vaso deferente na região próxima ao tentáculo direito,
no grau II o tecido formador do vaso deferente começa a proliferar também a partir
da abertura genital, no estágio III o vaso deferente está totalmente formado, mas o
animal é afálico. Na rota “c”, inicialmente se forma o vaso deferente nas
proximidades da abertura genital caracterizando o grau I, no estágio II começa a
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
36
formação de um pequeno pênis e no grau III temos o pênis mais desenvolvido com
espermoduto formado (Figura 04).
Os estágios posteriores nessa escala são bastante semelhantes aos
estágios propostos por Gibbs et al. (1987).
Figura 04. Escala de desenvolvimento do imposex segundo Stroben et al.(1995).
Legenda: ac, cápsulas abortadas; cg, glândula de cápsulas; gp, papila genital; obc,
bolsa copulatória aberta; ocg, glândula de cápsulas aberta; ocv, oclusão da vulva; p,
penis sem dutio espermático; pd, pênis com duto espermático; pr, próstata; te,
tentáculo; vd, vaso deferente; vdp, passagem do vaso deferente pela glândula de
cápsulas; vds, seção do vaso deferente.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
37
Fernandez et al. (2002) propuseram uma adaptação da escala de VDSI de
Gibbs et al. (1987) para Stramonita haemastoma. Segundo esses autores, a escala
de Gibbs et al. (1987) não se adequava perfeitamente à essa espécie, uma vez que
nem sempre era possível visualizar o vaso deferente nesses organismos. A nova
escala proposta baseia-se essencialmente no tamanho do pênis e quando possível
na observação do desenvolvimento do vaso deferente. (Tabela 03)
Tabela 03: Adaptação da escala de VDSI proposta por Gibbs et al.(1987) feita por
Fernandez et al.(2002) para espécie Stramonita haemastoma.
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS OBSERVADAS
0 Fêmea normal
I Início de formação do pênis (geralmente uma pequena papila)
Início de formação do vaso deferente
II Pênis formado com tamanho inferior a 2mm
III Pênis com mais de 2mm e presença do vaso deferente
IV Vaso deferente completamente formado
V Vulva bloqueada pela proliferação do epitélio formador do vaso
deferente
VI Presença de uma massa escura composta por ovos abortados
no interior da glândula de cápsulas
Diversas espécies de moluscos prosobrânquios vêm sendo
sistematicamente utilizadas, com sucesso, como indicadores biológicos da
contaminação por compostos organoestânicos como o TBT e o TPT. Em geral, essa
abordagem utiliza os índices mencionados anteriormente (tem Hallers-Tjabbes et al.,
1994; Bryan et al., 1987a e 1987b ).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
38
No Japão, o imposex foi estudado em várias espécies de prosobrânquios,
sobretudo da família Thaididae, tais como Thais distinguenda, Thais bronni, Thais
clavigera, Thais jubilaea e Thais bitubercularis (Tan, 1997; Horiguchi et al., 1994,
1995, 1997b e 1998a) além de alguns mesogastrópodes (Horiguchi et al., 1995 e
Horiguchi et al., 1997a). Algumas destas espécies foram utilizadas em mapeamentos
de zonas contaminadas, onde se verificou em algumas estações até 100% de
fêmeas apresentando imposex. Detectaram-se também altas concentrações de TBT,
TPT e derivados em amostras de tecidos de moluscos dessas espécies bem como
na água e nos sedimentos obtidos nos mesmos pontos de coleta. Trabalhos
semelhantes foram também realizados na costa da Indonésia, Tailândia, Singapura,
no Estreito de Mallaca (Bech, 1998, 1999a e Evans et al., 1995) e em Hong Kong
(Blackmore, 2000). Nestes locais, espécies do gênero Thais vêm sendo utilizadas ao
longo de vários anos de monitoramento da contaminação.
De modo geral, as estratégias abordadas nos trabalhos de monitoramento da
contaminação por organoestânicos relacionam os índices de imposex observados
com a distância das presumíveis fontes de TBT para o ambiente e com quantificação
dos COEs na água, sedimentos e tecidos dos animais, (Bech, 2002; Fernandez,
2002 ; Stewart. & Thompson,1997; Curtis, 1994; Liu & Suen, 1996).
No intuito de escolher um indicador biológico ideal para monitorar a
contaminação por organoestânicos, experimentos que compararam a sensibilidade
desses animais a esses compostos foram realizados e revelaram que entre
mesogastrópodes e neogastrópodes, os últimos são sempre os mais sensíveis pois
necessitam de concentrações muito menores para manifestarem o imposex
(Horigushi et al., 1995). Entre os principais gêneros de neogastrópodes citados na
literatura, aparentemente Nucella e Thais são os mais sensíveis uma vez que estes
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
39
animais desenvolvem imposex com concentrações muito baixas de organoestânicos
na água (Bech, 1999b).
Em estágios mais adiantados da contaminação, o imposex provoca
esterilidade total das fêmeas e conseqüentemente falência reprodutiva (Gibbs &
Bryan, 1986; Schulte-Oehlmann et al., 1997). Ao longo de vários anos de estudo, em
diversas partes do mundo, constatou-se que algumas populações de
neogastrópodes estavam declinando severamente devido ao imposex. Um dos
problemas mais sérios foi observado no sudeste da Inglaterra, onde algumas
populações de Nucella lapillus chegaram a desaparecer completamente (Bryan et
al., 1987; Crothers, 1989). Problema semelhante foi observado com a espécie
Buccinum undatum no mar do Norte, onde a espécie quase desapareceu em
algumas populações estudadas ao longo de 13 anos (tem Hallers-Tjabbes et al.,
1996). Na França, populações da espécie Ocinebrina aciculata também estão
declinando drasticamente em áreas onde o fluxo de embarcações é intenso
(Oehlmann et al., 1996a e 1996b). No Chile central, populações de Acanthina
monodon apresentaram sintomas ainda não totalmente confirmados de declínio
populacional (Osório & Huaquín, 2003) O declínio de populações não foi observado
em espécies que possuem fase larval planctônica tal como os muricídeos do gênero
Stramonita, isso se deve possivelmente a importação de larvas oriundas de
populações saudáveis. (Spence et al., 1990; Castro et al., 2000).
Durante a década de 80, França, Canadá, Reino Unido, Irlanda e a maioria
dos países do leste europeu não pertencentes à União Européia convencidos dos
danos causados pelo TBT, adotaram uma legislação que proibia a utilização de
tintas a base de TBT em embarcações de tamanho inferior a vinte e cinco metros
(Matthiessen et al., 1995; Minchin et al., 1995; Champ, 2000), tendo o Japão
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
40
(Horigushi et al., 1998a e 1998b) a Nova Zelândia (Champ, 2000) e a Áustria (Mora
& Pelletier, 1997) banido totalmente o uso destas tintas. Esta medida reduziu
severamente a contaminação em alguns pontos fazendo também cair os índices de
imposex observados em algumas áreas nesses países (Miller et al., 1999;
Matthiessen et al., 1995).
Trabalhos de monitoramento da contaminação por compostos orgânicos de
estanho, baseados no estudo do imposex, estão revelando que esta, diminuiu
drasticamente em áreas onde se implantou uma legislação proibitiva as tintas a base
de TBT para embarcações de tamanho inferior a 25 metros de comprimento. Os
resultados obtidos a partir destes trabalhos demonstram claramente uma redução
nos índices (% imposex, RPSI, RPLI e VDSI) que quantificam o imposex em
neogastrópodes. Ao longo de poucos anos de implantação das restrições, as
populações da espécie Lepsiella scorbina utilizada na Nova Zelândia como indicador
de contaminação por organoestânicos exibiram uma queda significante dos índices
observados ao longo de 7 anos de estudo (Smith, 1996). Diminuição significante dos
índices também foi observada para populações de Nucella lapillus no Mar do Norte
ao longo de 8 anos de monitoramento (Evans et al., 1996).
No Brasil foram realizados estudos preliminares do imposex utilizando a
espécie Stramonita haemastoma em áreas portuárias estados de São Paulo
(Magalhães et al., 1997) do Ceará (Castro et al., 2000), do Rio de Janeiro
(Fernandez et al., 2002; Ribeiro-Ferreira, 2002; Fernandez et al., 2005). A espécie
Stramonita rustica foi utilizada em monitoramentos realizados nos estados de
Alagoas (Camillo et al., 2004) e do Rio Grande do Norte (Castro et al., 2004). Foi
também observada a ocorrência de imposex nas espécies Olivancillaria vesica
(Caetano & Absalão, 2003), Leucozonia nassa (comunicação pessoal) e no
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
41
mesogastrópode Cymatium parthenopeum (comunicação pessoal) todos no litoral do
estado do Rio de Janeiro. Totalizando atualmente, 5 espécies de 4 gêneros
diferentes apresentando imposex em território nacional (Figura 05). Todos esses
organismos foram coletados em áreas onde existe intenso fluxo de embarcações.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
42
Figura 05: Espécies registradas como exibidoras de imposex no Brasil.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
43
1.3 – Muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil:
Entre as mais de 120 espécies listadas até o momento como exibidoras de
imposex, 38 pertencem à família Thaididae (Horigushi et al., 1997a e 1997b; Fioroni
et al., 1991; Ellis & Pattisina, 1990; Stewart et al., 1992; Evans et al., 1995; Stewart &
Mora, 1992; Tester et al., 1996) e 18 pertencem ao gênero Thais Roding, 1798 (Tan,
1997; Liu, 1997; Evans, 1999; Swennen et al., 1997; Castro et al., 2000). Isso faz
dessa família e também desse gênero, os táxons mais utilizados como
bioindicadores da contaminação por compostos orgânicos de estanho no mundo.
Segundo Matthews, (1968), existem 6 espécies de thaidídeos na costa
nordeste do Brasil, são elas: Thais trinitatensis (Guppy, 1869), Thais coronata
(Lamarck, 1822), Thais heamastoma (Linnaeus, 1767), Thais rustica (Lamarck,
1822), Thais deltoidea (Lamarck, 1822) e Thais nodosa (Blainville, 1832).
Segundo o trabalho de Turgeon et al. (1998) alguns membros da família
Thaididae passaram a ser incluídos na família Muricidae e no gênero Stramonita.
No presente estudo decidiu-se por adotar essa classificação.
Observações anteriores ao presente estudo revelaram que entre as espécies
citadas, as mais abundantes e consequentemente as mais indicadas para realização
do monitoramento no Nordeste brasileiro são: Stramonita haemastoma e Stramonita
rustica. (Castro et al., 2000; Castro et al., 2004; Camillo et al., 2004).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
44
1.4 – Área de Estudo:
Apesar de ser de conhecimento geral que a atividade portuária é
potencialmente impactante para os ecossistemas aquáticos que os circundam,
poucos estudos foram realizados no Brasil no intuito avaliar e monitorar poluentes
específicos nessas áreas, excetuando-se os estudos realizados com espécies
invasoras, hidrocarbonetos e metais pesados.
Segundo o ministério dos transportes, existem 36 terminais portuários
marítimos de porte médio ou grande em atividade na costa brasileira, destes 12
estão localizados ao longo dos mais de 2000 quilômetros de litoral do Nordeste,
(Figura 06). Esses terminais são responsáveis pelo escoamento dos mais diversos
produtos gerados pelos estados da região, pelo transporte de passageiros e pela
entrada de vários produtos importados no país.
A administração desses portos é responsabilidade das companhias docas
controladas pela união e vinculadas aos respectivos estados, com exceção feita aos
portos de Cabedelo na Paraíba, do Suápe no Pernambuco e de Barra dos Coqueiros
no Sergipe que são administrados diretamente pelos estados ou municípios. (Tabela
04)
A localização desses terminais portuários ao longo da costa nordestina
encontra-se na Figura 06.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
45
Figura 06: Principais portos marítimos localizados no Nordeste do Brasil (Ministério dos Transportes, 2004).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
46
Tabela 04: Lista dos 10 principais terminais portuários localizados na região
Nordeste e suas respectivas empresas administradoras.
ESTADO TERMINAL PORTUÁRIO ADMINISTRAÇÃO
Porto do Pecém Cia. de Integração
Portuária do Ceará -
CEARÁPORTOS
Ceará
Porto do Mucuripe Cia. Docas do Ceará –
Docas - CE
Rio Grande do Norte Porto de Natal Cia. docas do Rio Grande
do Norte - CODERN
Paraíba Porto de Cabedelo Cia. Docas Da Paraíba,
Docas – Pb.
Porto de Recife Porto do Recife S.A Pernambuco
Porto do Suápe Suápe Complexo
Industrial Portuário
Alagoas Porto de Maceió Administração do Porto de
Maceió (APMC)
Sergipe Terminais do Rio Sergipe Empresa Administradora
de Portos de Sergipe –
Sergiportos
Porto de Salvador
Porto de Aratu
Bahia
Porto de Ilhéus
Cia. Docas da Bahia -
CODEBA
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
46
1.5– Justificativa:
Como exposto, estudos sobre os impactos provocados pelos
organoestânicos no mundo não são recentes, entretanto, no Brasil trabalhos
dessa natureza ainda são escassos.
Esse trabalho é parte de um amplo projeto de pesquisa realizado em
parceria entre o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR/UFC) e o Departamento
de Oceanografia da UERJ. Ele visa monitorar, com a utilização do imposex em
muricídeos do gênero Stramonita, a contaminação por compostos orgânicos de
estanho em toda a costa brasileira. A partir dessa base de dados se pretende
mapear esse tipo de poluição nas áreas sob influência dos terminais portuários
estudados. Com isso, será possível prover de informações às autoridades
brasileiras para que medidas restritivas ou proibitivas mais enérgicas sejam
tomadas, uma vez que a legislação nacional através do Conselho Nacional do
Meio ambiente (CONAMA) colocou em vigor em 01 de Janeiro de 2005 uma
resolução que determina concentrações extremamente elevadas como o mínimo
permitido em águas nacionais.
Tramita na International Maritime Organization (IMO) um projeto para
banimento mundial dos antiincrustantes a base de organoestânicos. O ultimo
prazo estipulado para esse banimento foi o ano de 2003 entretanto devido a não
ratificação do tratado de banimento por um número suficiente de países, este foi
adiado indefinidamente. O fato é que possivelmente esse banimento ocorrerá nos
próximos anos, o que implica na substituição dos antiincrustantes atualmente
usados por outros.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
47
A nova geração de antiincrustantes não possuirá necessariamente um
indicador tão evidente como o imposex, isso faz desse trabalho uma boa
oportunidade de mapear áreas impactadas por antiincrustantes e assim
desenvolver uma linha de base para estudos sobre possíveis impactos
provocados pelos novos antiincrustantes que substituíram os compostos orgânicos
de estanho.
1.6-Objetivos:
Verificar a ocorrência de imposex em populações de moluscos muricídeos
do gênero Stramonita ao longo das áreas sob influência dos terminais
portuários e outras áreas com intensa movimentação de embarcações na
costa do Nordeste brasileiro.
Determinar com base no estudo do imposex em muricídeos do gênero
Stramonita, o estágio em que se encontra contaminação por compostos
orgânicos de estanho nas áreas analisadas.
Correlacionar as possíveis áreas contaminadas por organoestânicos com
as possíveis fontes desses poluentes para o ambiente marinho.
Avaliar a possibilidade da utilização das espécies de muricídeos do gênero
Stramonita que manifestam imposex, como bioindicadores da
contaminação por compostos orgânicos de estanho.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
48
Comparar os índices de imposex obtidos nas diferentes espécies de
muricídeos do gênero Stramonita através de experimentos de
biomonitoramento ativo.
2 – MATERIAIS E MÉTODOS:
2.1 – BIOMONITORAMENTO PASSIVO:
Como visto, o imposex é uma síndrome características de gastrópodes
habitantes de áreas sob a influência de terminais portuários. Desta forma, foram
então escolhidos, os 10 principais portos do nordeste brasileiro para realização do
monitoramento (Figura. 07).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
49
Figura 07: Portos nordestinos selecionados para o monitoramento.
Nas áreas sob a influencia de cada um dos terminais portuários escolhidos,
foram demarcadas um mínimo de sete estações de amostragem (Figura 08) com
base na presença de moluscos muricídeos do gênero Stramonita e nas correntes
costeiras predominantes.
Em cada estação foram obtidos, sempre que possível 30 exemplares de
cada espécie de moluscos do gênero Stramonita que ocorressem no local. A
identificação a nível específico foi realizada “in situ” com base em Rios (1994) e
Matthews (1968). As coletas foram realizadas manualmente, ou quando
necessário por mergulho livre, sobre as faixas de pedras, “beach rocks”, costões
ou molhes a beira mar.
Todas as estações de coleta foram georeferenciadas utilizando um receptor
GPS Garmin Etrex e os respectivos pontos foram plotados em mapas.
Após as coletas, os animais foram acondicionados em caixas plásticas
contendo água proveniente dos locais de coleta e aeração constante.
Posteriormente, os mesmos foram conduzidos ao laboratório.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
50
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
50
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
51
2.1.1 – ÁREAS PORTUÁRIAS MONITORADAS:
2.1.1.1 – Porto do Pecém:
O Terminal portuário do Pecém (Figuras 9a e 9b) foi oficialmente
inaugurado e setembro de 2002. É um porto do tipo “off shore” , construído de
modo a minimizar os impactos sobre os ecossistemas costeiros. Localiza-se no
Município de São Gonçalo do Amarante no estado do Ceará e tem a cada ano, e
desde sua fundação aumentado significativamente o volume de embarcações que
se utilizam de suas instalações (Ceará Portos, 2004). A localização das estações
de coleta demarcadas na área sob influência desse terminal portuário pode ser
visualizada na Tabela 05 e na Figura 08.
Tabela 05: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário do
Pecém com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
Local
Estação Data Latitude
Longitude
Praia do Cauípe E1 04/2004 3
o
34´38,5´´S 38
o
47´09,9´´W
Píer do Porto E2 04/2004 3
o
32´40,4´´S 38
o
48´34,5´´W
Praia do Pecém E3 04/2004 3
o
32´47,7´´S 38
o
49´49,9´´W
Praia da Taíba E4 04/2004 3
o
31´69,5´´S 38
o
52´37,3``W
Praia de São Pedro E5 04/2004 3
o
24´34,1´´S 38
o
58´31,1´´W
Praia do Paracuru E6 04/2004 3
o
23´59,9´´S 38
o
00´48,7´´W
Ponta do Paracuru E7 04/2004 3
o
24´12,9´´S 39
o
01´25,1´´W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
52
2.1.1.2 – Porto
Figura 09: (A e B) Vistas aéreas do terminal portuário do Pecém (Ceará Portos,
2004), (C ) Vista aérea do Porto do Mucuripe (Cia Docas do Ceará, 2004), (D)
Terminal Portuário do Mucuripe. (E) Foz do Rio Potengi com canal de acesso ao Porto
de Natal e
(
F
)
Porto de Natal
(
Ministério do Trans
p
ortes, 2004
)
.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
53
2.1.1.2- Porto de Mucuripe:
Situado na enseada do Mucuripe, (Figuras 9c e 9d) no município de
Fortaleza, o terminal portuário do Mucuripe foi inaugurado em 1933. Tendo sido,
portanto o primeiro porto do estado do Ceará. Possui aproximadamente 1050
metros de cais acostável e figura entre os terminais portuários com maior
movimentação de cargas do Nordeste brasileiro, (Cia Docas do Ceará, 2004). A
localização das estações de coleta demarcadas na área sob influência desse
terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 06 e na Figura 08.
Tabela 06: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Mucuripe com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
Local
Estação Data Latitude
Longitude
Praia do Pacheco E1 10/2004 38
o
37’ 45’’ S 03
o
41’ 09’’ W
Praia de Iparana E2 10/2004 38
o
37’ 03’’ S 03
o
41’ 13’’ W
Praia de Dois Coqueiros E3 10/2004 38
o
36’ 45’’ S 03
o
41’ 21’’ W
Praia da Barra E4 02/2005 38
o
35’ 15’’ S 03
o
41’ 54’’ W
Praia Formosa E5 02/2005 38
o
32’ 40’’ S 03
o
42’ 53’’ W
Poço da Draga E6 02/2005 38
o
31’ 02’’ S 03
o
43’ 06’’ W
Praia do Ideal E7 02/2005 38
o
30’ 07’’ S 03
o
35’ 56’’ W
Praia do Meireles E8 02/2005 38
o
28’ 30’’ S 03
o
28’ 29’’ W
Praia Mansa E9 02/2005 38
o
28’ 34’’ S 03
o
42’ 12’’ W
Praia do Titã E10 10/2004 38
o
28’ 02’’ S 03
o
42’ 28’’ W
Caça e pesca E11 10/2004 38
o
26’ 18’’ S 03
o
45’ 54’’ W
Praia da Sabiaguaba E12 10/2004 38
o
25’ 54’’ S 03
o
46’ 27’’ W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
54
2.1.1.3 – Porto de Natal:
O Terminal portuário de Natal (Figuras 9e e 9f) localiza-se no interior do Rio
Potengi (a 3 km da foz) na cidade de Natal no estado do Rio Grande do Norte.
Esse porto possui um cais de 400 metros de comprimento e foi inicialmente
inaugurado no ano de 1932. Posteriormente, esse terminal passou por uma série
de obras de ampliação e modernização. Entre essas obras a mais importante foi o
alargamento de seu canal de acesso (Ministério dos Transportes, 2004). A
localização das estações de coleta demarcadas na área sob influência desse
terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 07 e na Figura 08.
Tabela 07: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Natal com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
LOCAL ESTAÇÃO DATA LATITUDE LONGITUDE
Barreira D'Água E1 09/2004 35
o
10’ 92’’ S 05
o
47’ 70’’ W
Ponta do Morcego E2 09/2004 35
o
11’ 38’’ S 05
o
47’ 13’’ W
Praia do Meio E3 09/2004 35
o
11’ 44’’ S 05
o
46’ 49’’ W
Praia do Forte E4 09/2004 35
o
11’ 68’’ S 05
o
45’ 46’’ W
Foz do Potengi (int) E5 09/2004 35
o
12’ 18’’ S 05
o
46’ 01’’ W
Foz do Potengi (ext) E6 09/2004 35
o
12’ 19’’ S 05
o
46’ 01’’ W
Porto - Balsa E7 09/2004 35
o
28’ 22’’ S 05
o
46’ 00’’ W
Molhe de Redinha E8 09/2004 35
o
12’ 08’’ S 05
o
45’ 14’’ W
Praia de Santa Rita E9 09/2004 35
o
11’ 53’’ S 05
o
42’ 15’’ W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
55
2.1.1.4 – Porto de Cabedelo:
Localizado na margem direita do rio Paraíba do Norte, no município de
Cabedelo no estado da Paraíba. O terminal portuário de Cabedelo (Figuras 10a e
10b) conta com um cais de 602 metros de comprimento e possui uma das mais
baixas movimentações de cargas entre os portos do Nordeste, (Ministério dos
Transportes, 2004). A localização das estações de coleta demarcadas na área sob
influência desse terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 08 e na Figura
08.
Tabela 08: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Cabedelo com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
LOCAL ESTAÇÃO DATA LATITUDE LONGITUDE
Porto E1 06/2004 6
o
58´39,9´´ S 34
o
50´ 40,1´´W
Molhe do Paraíba E2 06/2004 6
o
57´44,8´´ S 34
o
50´ 35,3´´W
Ponta do Mato E3 06/2004 6
o
57´59,5´´ S 34
o
49´ 47´´W
Praia Formosa E4 06/2004 6
o
58´43,2´´ S 34
o
49´ 39,7´´W
Areia Dourada E5 06/2004 6
o
57´40,5´´ S 34
o
49´ 31,3´´W
Praia de Camboinha E6 06/2004 6
o
58´56,5´´ S 34
o
49´ 11,9´´W
Praia de Intermares E7 06/2004 6
o
59´30,8´´ S 34
o
48´ 55,0´´W
Praia de Costinha E8 06/2004 6
o
57´40,5´´ S 34
o
49´ 31,3´´W
Praia de Lucena E9 06/2004 6
o
57´40,5´´ S 34
o
49´ 31,3´´W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
56
Figura 10: (A) Estuário do Rio Paraíba do Norte com canal de acesso ao Porto de
Cabedelo (Ministério dos Transportes, 2004), (B) Terminal Portuário de Cabedelo
(Ministério dos Transportes, 2004), (C) Terminal Portuário do Recife, (D) Porto de
Suápe, (Ministério dos Transportes, 2004) (E) Porto do Jaraguá em Maceió
(Ministério dos Transportes, 2004) e (F) Piers no interior do Rio Sergipe.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
57
2.1.1.5 – Porto do Recife:
Inaugurado em 1918 o porto do Recife (Figura 10c) localiza-se na
confluência das fozes dos Rios Beberibe e Capibaribe. Possui um cais acostável
de 2960 metros e já foi um dos portos com maior movimentação de cargas no
Nordeste do Brasil (Ministério dos Transportes, 2004). A localização das estações
de coleta demarcadas na área sob influência desse terminal portuário pode ser
visualizada na Tabela 09 e na Figura 08.
Tabela 09: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Recife com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
Local
Estação Data Latitude
Longitude
Boa Viagem I E1 09/2004 8
o
07´12,6´´ S 34
o
53´22,1´´W
Boa Viagem II E2 09/2004 8
o
06´25,4´´ S 34
o
53´04,5´´W
Praia do Pina E3 09/2004 8
o
05´37,3´´ S 34
o
52´52,2´´W
Brasília Teimosa E4 09/2004 8
o
04´46,5´´ S 34
o
52´33,6´´W
Molhe do Porto E5 09/2004 8
o
03´49,3´´ S 34
o
51´03,5´´W
Praia dos Milagres E6 09/2004 8
o
03´01,2´´ S 34
o
51´12,2´´W
Bairro Novo E7 09/2004 8
o
02´42,5´´ S 34
o
51´23,1´´W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
58
2.1.1.6 – Porto de Suápe: 2.1.1.6 – Porto de Suápe:
O Porto do Suápe (Figura 10d) entrou em operação em 1980, localizado no
município de Suápe no estado de Pernambuco esse terminal portuário possui um
cais acostável de 342 metros de comprimento (Ministério dos Transportes, 2004).
A localização das estações de coleta demarcadas na área sob influência desse
terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 10 e na Figura 08.
O Porto do Suápe (Figura 10d) entrou em operação em 1980, localizado no
município de Suápe no estado de Pernambuco esse terminal portuário possui um
cais acostável de 342 metros de comprimento (Ministério dos Transportes, 2004).
A localização das estações de coleta demarcadas na área sob influência desse
terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 10 e na Figura 08.
Tabela 10: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Suápe com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
Tabela 10: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Suápe com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
Local Local
Estação Estação Data Data Latitude Latitude
Longitude Longitude
58
Porto de Galinhas E1 09/2004 8
o
23´42,9´´ S 34
o
55´57,2´´W
Praia de Muro Alto E2 09/2004 8
o
22´05,7´´ S 34
o
56´36,8´´W
Praia do Suápe E3 09/2004 8
o
21´53,7´´ S 34
o
56´48,9´´W
Pontal de St
o
Agostinho E4 09/2004 8
o
21´20,4´´ S 34
o
56´59,1´´W
Praia de Guaibú E5 09/2004 8
o
20´13,9´´ S 34
o
57´02,2´´W
Enseada dos Corais E6 09/2004 8
o
19´32,8´´ S 34
o
56´59,1´´W
Pedra do Xaréu E7 09/2004 8
o
18´59,1´´ S 34
o
56´50,8´´W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
59
2.1.1.7 – Porto do Jaraguá (Maceió):
O Porto de Maceió (Figura 10e) possui 400 metros de cais acostável e está
localizado na área leste da cidade de Maceió entre as praias de Pajuçara e
Jaraguá no estado do Alagoas (Ministério dos Transportes, 2004). A localização
das estações de coleta demarcadas na área sob influência desse terminal
portuário pode ser visualizada na Tabela 11 e na Figura 08.
Tabela 11: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Maceió com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
Local
Estação Data Latitude
Longitude
Praia da Sereia E1 11/2004 9
o
34` 00`` S 35
o
38`45`` W
Cruz das Almas E2 11/2004 9
o
37` 31`` S 35
o
41` 36,9`` W
Iate Clube Alagoas E3 11/2004 9
o
39` 53`` S 35
o
41` 46`` W
Cais Porto (E) E4 11/2004 9
o
40` 41,7`` S 35
o
43`11,5`` W
Cais Porto (W) E5 11/2004 9
o
40` 25`` S 35
o
43` 27,5`` W
Emissário E6 11/2004 9
o
40` 32,4`` S 35
o
45`10,7`` W
Terminal E7 11/2004 9
o
41` 9,9 `` S 35
o
45`50,8`` W
Saco da Pedra E8 11/2004 9
o
44` 53`` S 35
o
49` 22`` W
Praia do Francês E9 11/2004 9
o
46` 00`` S 35
o
50`14,3`` W
Barra de São Miguel E10 11/2004 9
o
50` 42`` S 35
o
54` 23,2`` W
2.1.1.8 – Estuário do Rio Sergipe:
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
60
Na região do estuário do rio Sergipe, (Figura 10f) no limite entre as cidades
de Aracajú e Barra dos coqueiros, observa-se intenso fluxo de embarcações de
pequeno e médio porte não existindo trânsito de navios de grande calado. Esse
local representa uma das principais concentrações de embarcações no estado do
Sergipe. Por se tratar de uma área estuarina cercada por molhes nas duas
margens do canal de comunicação com o oceano observa-se um hidrodinamismo
bastante atenuado (Ministério dos Transportes, 2004). A localização das estações
de coleta demarcadas na área sob influência desse terminal portuário pode ser
visualizada na Tabela 12 e na Figura 08.
Tabela 12: Estações monitoradas no estuário do Rio Sergipe com respectiva data
de coleta, latitudes e longitudes.
Local
Estação Data Latitude
Longitude
Terminal Aracajú E1 11/2004 10
o
54´36,6´´ S 37
o
02´52,2´´ W
Terminal Barra dos Coqueiros E2 11/2004 10
o
54´27,2´´ S 37
o
02´21,8´´ W
Iate Clube E3 11/2004 10
o
55´26,7´´ S 37
o
02´36,2´´ W
Terminal Atalaia Nova E4 11/2004 10
o
56´25,1´´ S 37
o
02´ 6,5´´ W
Molhe de Atalaia Nova E5 11/2004 10
o
56´58,8´´ S 37
o
01´57,3´´ W
Molhe Coroa do Meio I E6 11/2004 10
o
57´12,4´´ S 37
o
01´22,3´´ W
Molhe Praia do Farol E7 11/2004 10
o
58´ 25,8´´ S 37
o
01´ 3,2´´ W
2.1.1.9 - Porto de Salvador:
A baía de Todos os Santos é o maior acidente geográfico da costa
brasileira, possuindo aproximadamente 1082 km
2
(Bittencourt et al., 1976). No
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
61
interior dessa baía, existem dois terminais portuários importantes: o de Salvador e
o de Aratu.
O funcionamento do Terminal portuário de Salvador (Figuras 11a e 11b)
data de 1816, tendo sido um dos primeiros portos a se estabelecer no Nordeste
brasileiro. Esse terminal conta com um cais de 2085 metros e movimenta
anualmente grandes volumes de cargas. Está localizado no estado da Bahia no
município de Salvador as margens da Baía de Todos os Santos, (Ministério dos
Transportes, 2004). A localização das estações de coleta demarcadas na área sob
influência desse terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 13 e na Figura
08.
Tabela 13: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Salvador com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
LOCAL ESTAÇÃO DATA LATITUDE LONGITUDE
Bom Despacho E1 01/2004 13
o
01’ 35,3’’ S 38
o
40’ 58,7’’ W
Mar Grande E2 01/2004 13
o
01’ 67,5’’ S 38
o
41’ 23,6’’ W
Barra Grande E3 01/2004 13
o
02’ 24,6’’ S 38
o
40’ 33,0’’ W
Praia de Acapulco E4 01/2004 13
o
03’ 27,3’’ S 38
o
42’ 14,1’’ W
Praia de Aratuba E5 01/2004 13
o
05’ 22,3’’ S 38
o
44’ 29,3’’ W
Praia de Rio Vermelho E6 01/2004 13
o
00’ 52,9’’ S 38
o
29’ 18,9’’ W
Praia de Ondina E7 01/2004 13
o
00’ 40,2’’ S 38
o
30’ 31,8’’ W
Praia do Farol da Barra E8 01/2004 13
o
00’ 39,4’’ S 38
o
31’ 54,2’’ W
Yatch Clube E9 01/2004 12
o
59’ 54,1’’ S 38
o
31’ 47,4’’ W
Capitania dos Portos E10 01/2004 12
o
58’ 30,3’’ S 38
o
30’ 59,2’’ W
Praia do Canta Galo E11 01/2004 12
o
56’ 16,9’’ S 38
o
30’ 24,7’’ W
Praia de Ribeira E12 01/2004 12
o
55´ 21,1 S 38
o
30’ 06,5 W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
62
62
Figura 11: (A e B) Terminal Portuário de Salvador (Ministério dos Transportes,
2004), (C)Terminal Portuário de Aratu (Ministério dos Transportes, 2004), (D)
Terminal Portuário de Aratu, (E) Píer do Estaleiro de Fortaleza, (F) Pilastras do
píer na marina do INACE (Local de fixação do experimento).
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
63
2.1.1.10 - Porto de Aratu:
Localizado no interior da Baía de Todos os Santos o porto de Aratu (figuras
11c e 11d) entrou em operação em 1975, no intuito de favorecer o escoamento
dos produtos do pólo petroquímico de Camaçari. Possui um cais de 340 metros de
comprimento e movimenta cargas somente de natureza industrial, (Ministério dos
Transportes, 2004). A localização das estações de coleta demarcadas na área sob
influência desse terminal portuário pode ser visualizada na Tabela 14 e na Figura
08.
Tabela 14: Estações monitoradas na área de influência do Terminal Portuário de
Aratu com respectiva data de coleta, latitudes e longitudes.
LOCAL ESTAÇÃO DATA LATITUDE LONGITUDE
Ilha de Maré E13 01/2004 12
o
47’ 53,6’’ S 38
o
31’ 34,5’’ W
Baía de Aratu E14 01/2004 12
o
48’ 35,7’’ S 38
o
30’ 01,1’’ W
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
69
2.1.2 – PROCEDIMENTOS DE LABORATÓRIO:
No laboratório, os animais tiveram suas conchas medidas da ponta da espira
até a extremidade do canal sifonal anterior com auxílio de um paquímetro. Esses
animais foram narcotizados em solução salina de Cloreto de Magnésio 3,5% (Huet
et al., 1995) e suas conchas foram removidas para análise das partes moles
(Figuras 12e e 12f).
A determinação sexual foi feita através da presença do receptáculo seminal
presente unicamente em fêmeas e próstata em machos, além da coloração das
gônadas. Os animais que apresentaram receptáculo seminal e pênis
concomitantemente foram consideradas, fêmeas em algum nível de imposex. Os
pênis dos machos e das fêmeas com imposex foram medidos utilizando-se uma
lâmina milimetrada.
Os valores de RPSI (relative penis size index) e de RPLI (relative pênis lenght
index) foram calculados segundo Gibbs et al. (1987) para cada estação, utilizando-
se as equações:
RPSI =
X 100
(Média do comprimento do pênis dos machos )
3
(Média do comprimento do pênis das fêmeas )
3
(Média do comprimento do pênis das fêmeas )
RPLI =
X 100
(Média do comprimento do pênis das fêmeas )
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
70
Pe
pe
pa
Figura 12: (A) Píer do estaleiro de Fortaleza, (B) Lanterna utilizada no experimento de
monitoramento ativo comparativo, (C) Vista ventral e dorsal de S. haemastoma (Femorale, 2004).
(D) Vista ventral de S. rustica (Femorale, 2004) (E) Detalhe da formação de uma papila peniana
(pa) equivalente a VDSI nível 1.(F) Detalhe de um pequeno pênis (pe) de 2mm equivalente a
está
g
io VDSI 2.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
71
O índice de VDSI (vas deferens sequence index) foi obtido comparando-se os
animais observados com a escala proposta por Gibbs & Bryan (1986) e modificada
por Fernandez et al.(2002) para espécie Stramonita haemastoma.
Calculou-se também a porcentagem de fêmeas que exibiram o imposex em
cada uma das amostras.
2.2 – BIOMONITORAMENTO ATIVO COMPARATIVO:
Estudos anteriores realizados nas áreas sob a influência dos terminais
portuários de Mucuripe em Fortaleza (Castro et al., 2000), do Pecém em São
Gonçalo do Amarante (Castro et al., submit), de Natal (Castro et al., 2004) e de
Maceió (Camillo et al., 2004) revelaram que na área do estudo definida para o
presente trabalho, encontram-se distribuídas duas espécies principais de muricídeos
do gênero Stramonita. Essas espécies são Stramonita haemastoma (Figura 12c) e
Stramonita rustica (Figura 12d). Com isso, faz-se necessário, a realização de
estudos comparativos entre o desenvolvimento do imposex observado nas duas
espécies, tornando possível a comparação entre os índices obtidos nos
monitoramentos passivos realizados. Para tanto foi necessário submeter os animais
de ambas as espécies ao mesmo grau de exposição à contaminação por compostos
orgânicos de estanho.
Utilizando-se a metodologia já mencionada anteriormente foram inicialmente
localizadas populações de S. haemastoma e S. rustica livres de imposex, isto é,
populações cujos índices de imposex foram zero. Esses organismos foram coletados
na estação E1 (praia de Barreira D´água) no município de Natal no Rio grande do
Norte.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
72
De cada uma dessas populações, foram coletados 300 indivíduos adultos,
esses animais foram acondicionados em aquários de plástico com aeradores a
bateria e conduzidos ao laboratório.
Posteriormente, os 300 moluscos de cada espécie foram transferidos para 2
gaiolas de cultivo de ostras com 5 andares cada uma (Figura 12b). Essas gaiolas
foram fixadas na marina interna da Indústria Naval do Ceará (INACE) por um
período de 90 dias (Figuras 11e, 11f e 12a). Durante esse período os indivíduos da
espécie S. haemastoma foram alimentados com indivíduos de Crassostrea
rhizophora coletadas em áreas também previamente monitoradas para o imposex e
que apresentaram índices iguais zero. De modo semelhante os indivíduos da
espécie S. rustica foram alimentados com mitilídeos do gênero Brachidontes. Esses
organismos foram obtidos na estação E12 (praia de Sabiaguaba) no município de
Fortaleza no Ceará.
A cada intervalo de aproximadamente 15 dias, uma alíquota de 30 indivíduos
de cada espécie, foi retirada das lanternas e conduzida ao laboratório onde foram
processadas segundo a metodologia já descrita para observação do imposex. Os
índices de RPSI, RPLI, VDSI e % de imposex foram obtidos e comparados entre as
duas espécies analisadas.
Ao final das amostragens, aplicaram-se testes estatísticos utilizando o
programa Estatística. Foi utilizado inicialmente o teste de Lilliefors para verificar a
normalidade dos dados brutos e das médias dos índices obtidos. Posteriormente,
utilizou-se o teste U (Mann-Whitney, p<0.05) para comparar os valores referentes ao
comprimento do pênis e ao VDSI no início (15 dias) e no final (90 dias) do
experimento em ambas as espécies. Esse teste também foi aplicado para fazer a
comparações interespecíficas. Finalmente, foi aplicado o teste de correlação de
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
73
Pearson para calcular os valores de R nas correlações entre as médias dos índices
de imposex obtidos para S. haemastoma e S. rustica, determinando assim sua força.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
74
3- RESULTADOS:
3.1- BIOMONITORAMENTO PASSIVO:
Foram monitoradas utilizando-se as espécies S. haemastoma ou S. rustica, um
total de 82 estações espalhadas ao longo da costa nordeste do Brasil, destas 50
apresentaram imposex em algum nível e em 32 o imposex não foi observado.
Os terminais portuários monitorados com a utilização de Stramonita
haemastoma foram: Porto do Pecém, Porto do Mucuripe e Porto de Cabedelo. Os
terminais cujo o trabalho foi realizado com a espécie Stramonita rustica foram: Porto
de Natal, Porto de Recife, Porto de Suápe, Porto de Maceió, Porto de Salvador,
Porto de Aratu e a região do estuário do Rio Sergipe.
Em praticamente todas as áreas portuárias onde o presente estudo foi
realizado pode se observar um gradiente dos índices de imposex a partir das
presumíveis áreas fonte de organoestânicos para o ambiente.
Observou-se então uma forte relação causa efeito entre a incidência de
imposex e a intensidade do tráfego de embarcações no referido local.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
75
3.1.1-Porto do Pecém:
A área sob a influência do terminal portuário do Pecém foi monitorada utilizando-
se a espécie S. haemastoma. Os índices mais elevados foram verificados na estação
correspondente ao píer do porto (E2). Observou-se um decréscimo destes índices a
medida que as estações amostradas se distanciavam do terminal, tendo a estação da
Praia de São Pedro (E5) apresentado todos os índices iguais a zero. Um novo aumento
de índices foi observado a partir da estação da Praia do Paracuru (Tabela 15 e Figura
13).
Local / Estação
N
amostral
Machos/
Fêmeas
%
impose
x
RPSI RPLI
VDSI
(média)
Praia do Cauípe (E1) 30 14 / 16
100 0,24 1,40
I -II
(1,70)
Píer do Porto(E2) 30 12 / 18
100 2,33 28,37
II
(2,00)
Praia do Pecém (E3) 30 15 / 15
100 0,27 14,05
I - II
(1,86)
Praia da Taíba (E4) 30 17 / 13
20,0 <0,01 2,63
0 -I
(0,25)
Praia de São Pedro (E5) 30 11 / 19
0,00 0,00 0,00
0
(0,00)
Praia do Paracuru (E6) 30 14 / 16
40,0 <0,01 <0,10
0 - I
(0,14)
Ponta do Paracuru (E7) 30 16 / 14
66,0 <0,01 <0,10
0 - I
(0,23)
Tabela 15: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Pecém
durante o período de 04 / 2004 utilizando a espécie S. haemastoma
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
76
Figura 13: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Pecém durante o período de 04 / 2004 utilizando a
espécie S. haemastoma.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
77
Local / Estação
N amostral Machos/ Fêmeas %
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
Praia do Pacheco (E1) 30 12 / 18 100 <0,01 1,62 I
(1,00)
Praia de Iparana (E2) 30 15 / 15 100 <0,01 1,86 I
(
1.00
)
Praia de Dois Coqueiros(E3) 30 14 / 16 100 0,46 9,84 I - II
(
1,80
)
Praia da Barra (E4) 30 04 / 26 100 1,10 22,20 II–III-IV
(
2,92
)
Praia Formosa(E5) 23 10 / 13 100 <0,01 3,69 I – II
(
1,61
)
Poço da Draga(E6) 30 12 / 18 100 <0,01 <0,1 I
(
1,00
)
Praia do Ideal (E7) 30 10 / 14 100 <0,01 1,10 I
(
1,00
)
Praia do Meireles(E8) 30 13 / 17 100 10,81 47,64 IV – V
(
4,20
)
Praia Mansa(E9) 30 16 / 14 100 44.00 76,02 IV - V
(
4,80
)
Praia do Titã(E10) 30 17 / 13 20,0 <0,01 <0,1 I
(
0,46
)
Caça e pesca(E11) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Praia da Sabiaguaba (E12) 30 16 / 14 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
3.1.2- Porto do Mucuripe:
No terminal portuário do Mucuripe, utilizou-se a espécie S. haemastoma
para realização do monitoramento. Os índices mais elevados foram verificados na
estação da Praia Mansa (E9), os mesmos diminuíram à medida que as estações
monitoradas eram mais afastadas do porto, tendo sido o limite leste da ocorrência de
imposex a praia do Pacheco. No lado leste, todos os índices observados
equivaleram à zero exceto na praia do Titã, onde verificou-se pequenos índices de
imposex (E10) (Tabela 16 e Figura 14).
Tabela 16: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do
Mucuripe durante o período de 10 / 2004 a 02/2005 utilizando a espécie S.
haemastoma.
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
78
Figura 14: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Mucuripe durante o período de 10 / 2004 a 02/2005
utilizando a espécie S. haemastoma.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
79
Local / Estação
N amostral Machos/ Fêmeas %
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
Barreira D´Água (E1) 30 12 / 18 0 0,00 0,00 0
(0,00)
Ponta do Morcego (E2) 30 14 / 16 0 0,00 0,00 0
Praia do Meio (E3) 30 13 / 17 23,53 <0,01 1,10 0 - I
Praia do Forte (E4) 30 13 / 17 76,50 <0,01 1,28 I
Foz do Potengi - interna (E5) 27 12 / 15 100 0,28 14,20 I–II-III
Foz do Potengi - Externa (E6) 9 3 / 6 100 <0,01 9,30 I
Porto – Balsa (E7) 25 12 / 13 100 3,7 32,30 II-III-IV
Molhe de Redinha (E8) 18 10 / 8 100 0,44 16,40 I - II
Praia de Santa Rita (E9) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
3.1.3- Porto de Natal:
Das nove estações monitoradas na área sob a influência do terminal
portuário de Natal, três apresentaram índices correspondentes a zero. Das estações
onde o imposex foi verificado, a Porto-Balsa (E7) foi a que apresentou índices mais
altos, os mesmos diminuíram gradativamente a medida que se distanciou do porto.
Nesta área o monitoramento foi realizado com a espécie S. rustica, (Tabela 17 e
Figura 15).
Tabela 17: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Natal
durante o período de 10 / 2004 utilizando a espécie S. rustica
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
80
Figura 15 : Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Natal durante o período de 10 / 2004 utilizando a
espécie S. rustica.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
81
3.1.4- Porto de Cabedelo:
No terminal portuário de Cabedelo, o monitoramento utilizou a espécie
S. haemastoma. Os índices máximos foram verificados na estação do Porto (E1),
onde o RPLI foi de 22,10. Esses índices decresceram a medida que as estações se
distanciaram do porto. Nas estações da Praia Formosa (E4), Areia Dourada (E5),
Praia de Intermares (E6) e Praia de Lucena (E9) todos os índices equivaleram à
zero, (Tabela 18 e Figura 16).
Tabela 18: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de
Cabedelo durante o período de 06 / 2004 utilizando a espécie S. rustica
Local / Estação
N
amostral
Machos/
Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
Porto (E1) 30 12 / 18 100 2,30 22,10 II -III
(2,80)
Molhe do Paraíba (E2) 30 15 / 15 100 0,15 11,50 II - III
Ponta do Mato (E3) 30 17 / 13 15,40 <0,01 1,20 0 - I
Praia Formosa (E4) 30 14 / 16 0,00 0,00 0,00 0
Areia Dourada (E5) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
Praia de Camboinha (E6) 30 12 / 18 0,00 0,00 0,00 0
Praia de Intermares (E7) 30 16 / 14 0,00 0,00 0,00 0
Praia de Costinha (E8) 22 11 /19 100 1,26 13,50 II - III
Praia de Lucena (E9) 21 15 /15 0,00 0,00 0,00 0
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
82
Figura 16: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de
Cabedelo durante o período de 06 / 2004 utilizando a espécie S. rustica.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
83
3.1.5- Porto de Recife:
Em Recife observou-se que das sete estações monitoradas com a espécie
S. rustica, quatro não apresentaram imposex. Os índices mais elevados foram
obtidos na face externa do molhe do porto correspondendo a estação E5, os
mesmos decresceram com o distanciamento do terminal portuário, (Tabela 19 e
Figura 17).
Tabela 19: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Recife
durante o período de 09 / 2004 utilizando a espécie S. rustica.
Boa Viagem I (E1) 30 16 / 14 0,00 0,00 0,00 0
(0,00)
Boa Viagem II (E2) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Praia do Pina (E3) 30 15 / 15 53,33 <0,01 1,78 0 - I
(
0,53
)
Brasília Teimosa (E4) 30 13 / 17 88,20 <0,01 1,00 0 - I
(
0,88
)
Molhe do Porto (E5) 30 14 / 16 100 <0,01 4,40 0–I-II
(
1,37
)
Praia dos Milagres (E6) 30 18 / 12 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Bairro Novo (E7) 30 17 / 13 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Local / Estação
N
amostral
Machos/
Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
84
Figura 17: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Recife durante o período de 09 / 2004 utilizando a
espécie S. rustica.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
85
3.1.6- Porto de Suápe:
A espécie utilizada no monitoramento do terminal portuário do Suápe
foi S. rustica. Nessa área o imposex foi observado em apenas uma das sete
estações analisadas e com índices muito baixos (Tabela 20 e Figura 18).
Tabela 20: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Suápe
durante o período de 09 / 2004 utilizando a espécie S. rústica.
Local / Estação
N
amostral
Machos/
Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
Porto de Galinhas (E1) 30 14 / 16 0,00 0,00 0,00 0
(0,00)
Praia de Muro Alto (E2) 14 12 /18 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Praia do Suápe (E3) 16 4 / 6 100 <0,01 1,48 I
(
1,00
)
Pontal de St
o
Agostinho (E4) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Praia de Guaibú (E5) 30 17 / 13 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Enseada dos Corais (E6) 30 14 / 16 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
Pedra do Xaréu (E7) 30 14 / 16 0,00 0,00 0,00 0
(
0,00
)
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
86
Figura 18: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Suápe durante o período de 09 / 2004 utilizando a
espécie S. rustica.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
87
3.1.7- Porto do Jaraguá:
Os índices de imposex mais elevados em S. rustica foram observados
a leste do terminal portuário na estação do Cais do Porto (E4), a partir de onde os
mesmos decresceram gradativamente. A oeste do porto todos os índices
equivaleram a zero (Tabela 21 e Figura 19).
Tabela 21: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Jaraguá
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica.
Local / Estação
N
amostral
Machos/
Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
Praia da Sereia (E1) 30 16 / 14 0,00 0,00 0,00 0
(0,00)
Cruz das Almas (E2) 30 11 / 19 0,00 0,00 0,00 0
Iate Clube Alagoas (E3) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
Cais Porto - E (E4) 30 10 / 20 0,00 0,00 0,00 0
Cais Porto – W (E5) 30 16 / 14 100 4,70 36,10 I-II-III-
Emissário (E6) 30 14 / 16 87,5 0,01 5,04 0-I-II
Terminal (E7) 30 12 / 18 38,86 <0,01 1,93 0 - I
Saco da Pedra (E8) 30 17 / 13 16,66 <0,01 <0,10 0 - I
Praia do Francês (E9) 30 15 / 15 0,00 0,00 0,00 0
Barra de São Miguel 30 12 / 18 0,00 0,00 0,00 0
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
88
Figura 19: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário do Jaraguá durante o período de 11 / 2004 utilizando a
espécie S. rustica.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
89
3.1.8- Estuário do Rio Sergipe:
Em Aracajú, o monitoramento foi realizado no estuário do Rio Sergipe, local
com grande fluxo de pequenas embarcações, utilizando a espécie S. rustica. Os
índices mais altos foram obtidos na estação do Terminal de Barra dos Coqueiros
(E2), tendo os mesmos decrescido com o distanciamento. Observou-se índices
iguais a zero nas estações do Molhe da Coroa do Meio (E6) e do Molhe da Praia do
Farol (E7), (Tabela 22 e Figura 20).
Tabela 22: Resultados do monitoramento realizado no estuário do Rio Sergipe
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica
Local / Estação
N amostral Machos/ Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI
VDSI
(média)
Terminal Aracajú (E1) 30 17 / 13
100 0,81 20,05 I - II
Terminal B. Coqueiros (E2) 30 18 / 12
100 12,68 50,27 I-II-III
Iate Clube (E3) 30 8 / 22
86,36 0,10 9,82 I - II
Terminal Atalaia Nova (E4) 30 10 / 20
75 0,06 8,30 0 - I
Molhe de Atalaia Nova (E5) 30 11 / 19
5,26 <0,01 <0,10 0 - I
Molhe Coroa do Meio (E6) 12 6 / 6
0,00 0,00 0,00 0
Molhe Praia do Farol (E7) 11 3 / 8
0,00 0,00 0,00 0
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
90
Figura 20: Resultados do monitoramento realizado no estuário do Rio Sergipe
durante o período de 11 / 2004 utilizando a espécie S. rustica.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
91
3.1.9- Porto de Salvador:
Em cinco das doze estações monitoradas com a espécie S. rustica nas
proximidades do porto de Salvador observou-se índices equivalentes a zero. A
estação com índices mais elevados foi a da Capitania dos Portos (E10) com VDSI
de 1,5 e RPLI igual a 14,83, (Tabela 23 e Figura 21).
Tabela 23: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de
Salvador durante o período de 01 / 2004 utilizando a espécie S. rustica
Local / Estação
N amostral Machos/ Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI
VDSI
(média)
Bom Despacho (E1)
30 15 / 15
0,00 0,00 0,00
0
(0,00)
Mar Grande (E2)
30 12 / 18
0,00 0,00 0,00
0
(0,00)
Barra Grande (E3)
30 14 / 16
6,25 <0,01 <0,10
0
(0,06)
Praia de Acapulco (E4)
30 7 / 23
43,47 <0,01 1,58
0 - I
(0,43)
Praia de Aratuba (E5)
30 17 / 13
30,76 <0,01 2,10 0 - I
Praia de Rio Vermelho (E6)
30 6 / 24
0,00 0,00 0,00
0
(0,00)
Praia de Ondina (E7)
30 9 / 21
0,00 0,00 0,00
0
(0,00)
Praia do Farol da Barra (E8)
30 10 / 20
10,0 <0,01 1,75
0 - I
(0,10)
Iate Clube (E9)
15 9 / 6
83,33 <0,01 1,76 0 - I
Capitania dos Portos (E10)
30 10 / 20
100 0,32 14,83 I - II
Praia do Canta Galo (E11)
30 13 / 17
100 <0,01 1,52 0 - I
Praia de Ribeira (E12)
30 17 / 13
0,00 0,00 0,00 0
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
92
3.1.10- Porto de Aratu:
Na área de influência do terminal portuário de Aratu foram monitoradas
apenas duas estações com a utilização da espécie S. rustica. Os índices obtidos
podem ser observados na Tabela 24 e na Figura 21.
Tabela 24: Resultados do monitoramento realizado no terminal Portuário de Aratu
durante o período de 01 / 2004 utilizando a espécie S. rustica
Local / Estação
N amostral Machos/
Fêmeas
%
imposex
RPSI RPLI VDSI
(média)
Ilha de Maré (E13) 30 17 / 13 100 <0,01 3,29 I - II
(1,15)
Baía de Aratu (E14) 30 17 / 13 38,46 <0,01 1,28 0 - I
(
0,38
)
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
93
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
94
Figura 21: Resultados do monitoramento realizado nos terminais Portuários de Salvador e de Aratu durante o período de 01 / 2004
utilizando a espécie S. rustica.
CAST
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
95
3.2- BIOMONITORAMENTO ATIVO COMPARATIVO:
Na primeira amostragem realizada 15 dias após a fixação do experimento,
foram observados índices de imposex apenas na espécie S. haemastoma. Esses
índices foram: % de imposex= 90, RPSI= 0,01 e RPLI=3,22, o VDSI observado na
maioria dos animais foi de I, tendo sido verificada uma única fêmea no estágio III
perfazendo uma média de VDSI de 0,93. Na espécie S. rustica, não foram
observadas quaisquer alterações relacionadas à manifestação do imposex.
Na segunda amostragem, 30 dias após o início do experimento, foram
observadas 38,46% das fêmeas de S. rustica com imposex porem os índices
observados foram extremamente baixos: RPSI= <0,01, RPLI= 0,45 e VDSI estágio I
compondo uma média de 0,38. Em S. haemastoma, os índices se elevaram em
relação a primeira amostragem, apresentando 100% das fêmeas com imposex,
RPSI=0,62 e RPLI= 18,41, o VDSI oscilou entre I e III totalizando uma média de 1,9.
Nas demais amostragens, os índices aumentaram gradativamente com o tempo
de exposição sendo que em S. haemastoma o desenvolvimento do imposex se
mostrou bem mais rápido quando comparado a S. rustica. (Figuras 22, 23, 24, 25, 26
e Tabela 25).
0
20
40
60
80
100
120
0 153045607590
Dias
% de Imposex
S. haemastoma
S. rustica
Figura 22: Gráfico comparando a % de imposex observada nas espécies
S.haemastoma e S. rustica durante o experimento de biomonitoramento ativo
comparativo.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
96
0
1
2
3
4
0 153045607590
Dias
Comprimento médio
do pênis das fêmeas
(mm)
S. haemastoma
S. rustica
Figura 23: Gráfico comparando as médias dos comprimentos do pênis das fêmeas
observadas nas espécies S.haemastoma e S. rustica durante o experimento de
biomonitoramento ativo comparativo.
0
2
4
6
8
0 153045607590
Dias
RPSI
S. haemastoma
S. rustica
Figura 24: Gráfico comparando RPSI observado nas espécies S.haemastoma e S.
rustica durante o experimento de biomonitoramento ativo comparativo.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
97
0
10
20
30
40
50
0 153045607590
Dias
RPLI
S. haemastoma
S. rustica
Figura 25: Gráfico comparando os RPLI observado nas espécies S.haemastoma e
S. rustica durante o experimento de biomonitoramento ativo comparativo.
Figura 26: Gráfico comparando as médias de VDSI observadas nas espécies
S.haemastoma e S. rustica durante o experimento de biomonitoramento ativo
comparativo.
0
1
2
3
4
5
0 153045607590
Dias
dia do VDSI
S. haemastoma
S. rustica
RO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
98
Tabela 25: Resultados do experimento de biomonitoramento ativo comparativo entre S.haemastoma e S. rustica.
CAST
Dias Stramonita haemastoma Stramonita rustica
%
imposex
Média
Pênis
(mm)
RPSI
RPLI
VDSI
(Média)
%
imposex
Média
Pênis
(mm)
RPSI
RPLI
VDSI
(Média)
0
dias
0,00 0,00 0,00 0,00 0
(0,00)
0,00 0,00 0,00 0,00 0
(0,00)
15
dias
90,00
0,25
<0,01
3,22
0-I-III
(1,00)
0,00
0,00
0,00
0,00
0
(0,00)
30
dias
100,0
1,39
0,62
18,41
I-II-III
(1,80)
38,46
0,04
<0,01
0,45
0-I
(0,38)
45
dias
100,0 1,60 0,69 19,10 I-II-III
(1,9)
78,57 0,07 <0,01 0,94 0-I
(0,71)
60
dias
100,0 2,36 2,67 29,87 I-II-III-IV
(2,8)
82,36 0,14 <0,01 1,87 0-I-II
(0,88)
75
dias
100,0 2,60 2,76 30,20 I-II-III-IV-V
(2,94)
86,66 0,33 <0,01 3,45 0-I-II
(1,13)
90
dias
100,0 3,51 6,90 41,2 I-II-III-IV-V
(3,42)
100,0 0,27 <0,01 3,71 I-II
(1,18)
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
99
Uma parcela inferior a 5% das amostras revelou a ocorrência imposex
seguindo rotas afálicas ou alternativas, esses animais foram enquadrados na escala
de VDSI baseando-se prioritariamente nos comprimentos dos pênis como sugere
Fernandez et al. (2002).
A análise estatística dos dados de comprimentos dos pênis e de VDSI a partir
do teste de Lilliefors revelou que a distribuição dos mesmos não é normal. Para
esses dados utilizou-se então o teste U (Mann-Whitney, p<0.05) comparando os
valores de comprimento do pênis e VDSI iniciais e finais de modo intraespecífico e
interespecífico. Em todos os testes realizados podem se observar diferenças
estatísticas significativas confirmando a diferença de sensibilidade entre as espécies
estudadas, (Tabela 26).
Tabela 26: Resultados dos testes U realizados para comparação dos valores
de comprimento de pênis e VDSI entre as espécies S. haemastoma e S. rustica.
Testes Resultado (P)
Comprimento do pênis
Inicial (15 dias)x final (90dias)
0,000143
S. haemastoma
VDSI
Inicial (15 dias) x final (90 dias)
0,000137
Comprimento do pênis
Inicial (15 dias) x final (90 dias)
0,000001
Intraespecíficos
S. rustica
VDSI
Inicial (15 dias) x final (90 dias)
0,000001
Comprimento do pênis inicial (15 dias)
S. haemastoma x S. rustica
0,000254
Comprimento do pênis final (90 dias)
S. haemastoma x S. rustica
0,000143
VDSI inicial (15 dias)
S. haemastoma x S. rustica
0,000002
Interespecíficos
VDSI final (90 dias)
S. haemastoma x S. rustica
0,000235
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
100
Análise das médias pelo teste de Liliefors indicou que as mesmas
apresentaram uma distribuição normal. As correlações de Pearson entre as médias
dos índices obtidos durante o estudo experimental mostraram uma correlação muito
forte para o comprimento dos pênis das fêmeas (y = 0,0144x
2
+ 0,039x e R
2
=
0,7806), o RPLI (y = 0,002x
2
+ 0,0158x e R
2
= 0,8736) e para a média dos VDSI (y =
0,0719x
2
+ 0,1272x e R
2
= 0,9194) (Figuras 27, 28 e 29).
y = 0,0144x
2
+ 0,039x
R
2
= 0,7806
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
01234
Comprimento do Pênis / mm (S. haemastoma)
Comprimento do Pênis / mm
(S. rustica)
Figura 27: Relação entre os comprimentos dos pênis das fêmeas observadas em S.
haemastoma e S. rustica durante a realização do experimento de biomonitoramento
ativo comparativo.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
101
y = 0,002x
2
+ 0,0158x
R
2
= 0,8736
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
0 102030405
RPLI (S. haemastoma)
RPLI (S. rustica)
0
Figura 28: Relação entre os RPLI observados em S. haemastoma e S. rustica
durante a realização do experimento de biomonitoramento ativo comparativo.
y = 0,0719x
2
+ 0,1272x
R
2
= 0,9194
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
01234
Média do VDSI (S. haemastoma)
Média do VDSI
(S. rustica )
Figura 29: Relação entre as médias dos VDSI observados em S. haemastoma e S.
rustica durante a realização do experimento de biomonitoramento ativo comparativo.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
102
4- DISCUSSÃO:
4.1 – Biomonitoramento passivo:
O presente estudo observou a ocorrência de imposex em todas as
áreas portuárias monitoradas. Foram também verificados gradientes de imposex na
maioria das áreas, isto é, à medida que as estações de coleta eram mais afastadas
dos respectivos terminais portuários notou-se uma redução de todos os índices
utilizados pra quantificar o imposex. Resultados semelhantes foram observados em
estudos realizados no Mediterrâneo com a espécie Hexaplex trunculus (Axiak et
al.,1995), na região de Sanriku no Japão com a espécie Thais clavigera (Horiguchi et
al., 1998a), em Crok Harbour na Irlanda com a utilização das espécies Nucella
lapillus e Littorina littorea (Minchin et al., 1996), na Ilha Phuket na Tailândia com as
espécies Chicoreus capucinus e Thais distinguenda (Bech, 2002), em Fishing Port,
Killybegs na Irlanda com as espécies Nucella lapillus e Littorina littorea (Minchin et
al., 1997) além de diversos outro locais.
É importante ressaltar que além da distância em relação a provável fonte dos
organoestânicos para o meio marinho, devem ser levados em consideração fatores
como a profundidade, o hidrodinamismo, a espécie utilizada e o grau de proteção da
área em questão (ten Hallers-Tjabbes et al., 2003).
No presente trabalho optou-se por utilizar a escala de VDSI proposta
inicialmente por Gibbs & Bryan (1986) e posteriormente modificada por Fernandez et
al., (2002). Essa opção ocorreu em virtude da dificuldade de visualização do vaso
deferente em muricídeos do gênero Stramonita. Essa dificuldade já havia sido
registrada na literatura por Horiguchi et al. (1994), onde o vaso deferente era
visualizado apenas em uma parcela da amostra dificultando a definição do índice.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
103
Os índices observados no terminal portuário do Pecém, no estado do Ceará,
apresentaram-se pouco elevados quando comparados às outras áreas monitoradas
com a espécie S. haemastoma. Esse fato pode ser justificado pelo curto tempo de
existência do referido terminal, que só entrou em operação em setembro de 2002 e
até o ano de 2004 não chegou a completar 500 atracações (Ceará Portos, 2004).
Fato semelhante, segundo Bech (2002), foi observado em uma marina na Tailândia,
onde foram observados inicialmente baixos índices de imposex que se elevaram
com o decorrer do tempo.
O gradiente de índices de imposex observado nessa área do Porto do Pecém,
corrobora com o sentido Leste-Oeste das correntes costeiras predominantes no
litoral do estado do Ceará (Maia, 1998). Observou-se, entretanto uma elevação dos
índices a partir da estação E6 (Praia de São Pedro), essa elevação provavelmente
decorre da movimentação de embarcações em um píer da Petrobrás existente na
referida praia.
O terminal portuário do Mucuripe, no estado do Ceará, apresentou índices
que diminuíram gradativamente com o distanciamento do mesmo, não tendo sido
verificado imposex nas estações E11(Praia do Caça e Pesca) e E12 (Praia de
Sabiaguaba) a oeste do Porto. Estudos realizados por Castro et al. (2000)
mostraram que o limite leste da ocorrência de imposex nessa área, era a praia de
dois coqueiros (E3). No entanto, no presente estudo verificou-se a ocorrência de
imposex na praia do Pacheco (E1) e na praia de Iparana (E2) ampliando, portanto, a
área contaminada por compostos orgânicos de estanho. Essa ampliação pode ser
explicada, possivelmente pelo aumento da vazão do Rio Ceará no período
imediatamente anterior a realização das coletas, uma vez que a estação chuvosa foi
muito intensa, e que próximo à foz desse rio funciona um estaleiro onde são
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
104
realizados reparos de pequenas embarcações. Porém estudos mais detalhados
devem ser conduzidos na área a fim de esclarecer melhor os motivos dessa
elevação nos índices de imposex.
Castro et al. (2004) verificaram a ocorrência de imposex em quatro das oito
estações monitoradas na área sob a influencia do terminal portuário de Natal, tendo
sido o limite sul da ocorrência de imposex a praia do Forte. Embora o presente
estudo tenha verificado um pequeno decréscimo nos índices de imposex em relação
aos valores obtidos por estes autores, a área de ocorrência de imposex foi ampliada,
sendo o mesmo observado até a praia do Meio (E3). As correntes costeiras
predominantes no litoral da cidade de Natal são no sentido Sul–Norte (Castro et al.,
2003), o que justifica os baixos índices obtidos na face externa do molhe do porto
(E6). De um modo geral, pode se observar uma diminuição dos índices de imposex a
medida em que se afastava do porto, representado pela estação (E7) que
contabilizou os índices mais elevados.
Embora o monitoramento do imposex na região do terminal portuário de
Cabedelo, estado da Paraíba, tenha sido realizado com a espécie S. haemastoma,
os índices observados foram moderados quando comparados a outros terminais do
Nordeste brasileiro. O maior índice observado foi VDSI=III nas proximidades do
porto, nas duas margens do Rio Paraíba do Norte. Isso se deve possivelmente, ao
fato do porto de Cabedelo possuir, em termos comparativos, uma baixa
movimentação de embarcações (Ministério dos Transportes, 2004).
O terminal portuário do Recife, em Pernambuco, outrora muito movimentado,
apresenta hoje um baixo índice de movimentação de embarcações em detrimento da
construção recente do terminal portuário do Suápe e da proximidade com outros
terminais em estados vizinhos (Ministério dos Transportes, 2004). Esse fato refletiu-
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
105
se nos índices de imposex verificados na região, que foi monitorada utilizando-se a
espécie S. rustica. Das 7 estações de coleta monitoradas nas proximidades desse
terminal, apenas em 3 foi observado o imposex. É importante enfatizar que essas
estações estão localizadas na face externa do molhe de proteção do porto, local
onde se verifica forte hidrodinamismo podendo o mesmo contribuir para o transporte
e a diluição dos poluentes oriundos do interior do porto.
Os baixos níveis de imposex observados nos arredores do terminal portuário
do Suápe devem-se provavelmente a um somatório de fatores, entre esses fatores
podemos assinalar: a construção recente do porto (Ministério dos transportes, 2004),
o hidrodinamismo da região e o fato do terminal apresentar estrutura “off shore”,
permitindo uma maior diluição dos compostos liberados pelas embarcações
atracadas.
Os maiores índices de imposex em S. rustica observados no nordeste
brasileiro ocorreram na cidade de Maceió, onde se verificou na estação mais
próxima ao terminal portuário (E5) RPLI = 36,1 e VDSI de até IV. Esses índices
mostraram-se sensivelmente mais elevados do que os verificados no ano de 2002
por Camillo et al. (2004), onde a mesma estação apresentou RPLI igual a 33,1.
Estudos mais detalhados devem ser conduzidos nessa região para elucidar o real
motivo dessa elevação nos índices de imposex, que pode ter sido ser gerada pelo
aumento no número de embarcações na região do terminal ou por mudanças
sazonais nas correntes costeiras predominantes.
Na região do estuário do Rio Sergipe, verificou-se níveis altos de imposex em
S. rustica, tendo sido a estação do terminal de Barra dos coqueiros a que mostrou
níveis mais elevados com RPLI= 50,27 e VDSI de até III. Índices de imposex tão
elevados para essa espécie, sugerem que, apesar da área não apresentar fluxo de
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
106
grandes navios, os compostos organoestânicos lançados na água pelas pequenas
embarcações devem apresentar uma grande tendência a se acumular nos
sedimentos ou na coluna d’água, dado o grau de proteção e consequentemente o
tempo de residência da água na referida área.
Embora algumas áreas ao redor da Baía de todos os Santos estejam entre as
mais urbanizadas e industrializadas do Nordeste, os índices de imposex observados
na espécie S. rustica para essa região foram inferiores a de outras localidades do
presente estudo. Na estação mais próxima ao terminal portuário de Salvador (E10),
observou-se um RPLI igual a 14,83 e VDSI de no máximo II. Esses níveis a princípio
parecem contrastantes, dado a quantidade de grandes navios que circulam no
referido local. Por outro lado, é sabido que à grande largura do canal de
comunicação entre a Baía de todos os Santos e o Oceano Atlântico e a sua grande
profundidade contribuem para aumentar o fator de diluição de suas águas. Essas
características devem reduzir assim as concentrações dos poluentes no interior da
Baía e diminuir seus impactos sobre a biota. Outro fator a ser mencionado é que o
monitoramento da Baía de Todos os Santos foi realizado com a utilização da espécie
S. rustica e, conforme foi observado na maioria das áreas, essa espécie sempre
apresentou índices mais baixos quando comparada a S. haemastoma.
Como o imposex é um processo desencadeado por uma desregulação
hormonal, mesmo concentrações muito baixas, na ordem de ng/l, são suficientes
para induzir o processo na maioria nos moluscos prosobrânquios (Mensink et al.,
1997 e Morcillo & Porte, 1998). Isso explica o fato de se observar imposex em pelo
menos uma estação em cada terminal portuário. Por outro lado os índices de
imposex observados ao longo da maioria dessas estações são bastante inferiores ao
que se observa em grandes áreas portuárias do mundo ou mesmo do Brasil. Um
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
107
exemplo claro disso, é um estudo realizado com Thais clavigera e Thais bronni no
Japão, entre os anos de 1990 e 1992, onde todas as estações apresentaram 100%
de imposex sendo a maioria com valores de RPSI superiores a 40 (Horiguchi et al.,
1997). Comparando os índices de imposex do Nordeste do Brasil com os resultados
obtidos por Fernandez et al. (2005) em um estudo semelhante realizado no interior
da Baía de Guanabara podemos sugerir que a contaminação por compostos
orgânicos de estanho na costa brasileira é maior em regiões mais industrializadas e
que, portanto, recebem um maior número de embarcações em seus terminais
portuários. Ansari et al. (1998) mencionam também o fato de áreas altamente
industrializadas da Índia apresentarem uma contaminação maior por COEs que
áreas comparativamente menos industrializadas.
Em 33 das 82 estações analisadas para este estudo não se detectou
quaisquer indícios da ocorrência de imposex. Contraditoriamente, estudos realizados
com as espécies Hexaplex trunculus (Axiak et al., 2002) e Nucella lapillus (Davies et
al., 1997) relatam a ocorrência de níveis naturais de imposex em populações desses
prosobrânquios não expostas a contaminação por compostos orgânicos de estanho.
A despeito desses estudos, sugere-se que as espécies S. haemastoma e S. rustica
só apresentam imposex quando submetidas a tal contaminação uma vez que, em
estações distantes das presumíveis fontes de COEs para o ambiente o imposex não
ocorreu.
4.2 – Biomonitoramento ativo comparativo:
A utilização de bioindicadores para monitoramento de contaminação
ambiental freqüentemente esbarra em problemas tais como a própria distribuição
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
108
espacial do organismo (Liu et al., 1997). Embora a espécie S. haemastoma seja
registrada por Matthews (1968) como presente em praticamente todos os estados
nordestinos, durante a execução do trabalho observou-se que nem sempre esse
animal pôde ser coligido em quantidades suficientes para realização do estudo. E
que nos estados do Rio Grande do Norte, da Paraíba, do Pernambuco, do Alagoas,
do Sergipe e da Bahia a espécie mais abundante pareceu ser S. rustica. Isso
resultou na utilização de ambas as espécies para execução do monitoramento. A
realização de um estudo experimental de monitoramento ativo comparativo entre o
desenvolvimento do imposex observado nas espécies de muricídeos S. haemastoma
e S. rustica foi fundamental para permitir comparar os níveis de imposex nas áreas
monitoradas com as mesmas.
Diversos estudos comparam à sensibilidade de espécies de gastrópodes
marinhos a manifestação do imposex quando expostos a contaminação por
compostos orgânicos de estanho (Gibbs et al., 1997). Segundo Horiguchi et al.
(1995), neogastrópodes são muito mais sensíveis a contaminação por COEs que os
mesogastrópodes. Em um estudo realizado em Taiwan, foram comparados os níveis
de imposex observados em organismos dos gêneros Nucella, Thais e Morula.
Segundo este estudo, o gênero Nucella apresenta maior sensibilidade a esse tipo de
contaminante sendo assim o mais indicado para utilização em monitoramentos (Liu
et al., 1997).
Conforme os resultados experimentais apresentados no presente estudo, S.
haemastoma apresentou uma sensibilidade muito maior aos compostos orgânicos
de estanho do que S. rustica. Essa diferença significativa pode ser atribuída a
numerosos aspectos, entre eles podemos atentar para os fatores de bioacumulação
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
109
e excreção de compostos xenobióticos e para o tipo de alimentação preferencial de
cada uma das espécies.
Segundo o teste estatístico de PEARSON, os índices RPLI e a média do
VDSI demonstraram forte correlação para as duas espécies estudadas, a passo que
o RPSI demonstrou uma correlação fraca. Resultados muito parecidos foram
descritos por Huet et al. (1995) ao compararem os índices de VDSI e RPSI entre
Ocenebra erinacea, Nucella lapillus e Hinia (Nassarius) reticulata.
Os resultados do estudo experimental demonstraram que uma pequena parte
das amostras de ambas as espécies revelaram rotas alternativas de imposex, entre
essas rotas observou-se, por exemplo, o desenvolvimento de um vaso deferente
completo em um animal totalmente afálico. Embora seja conhecido que algumas
escalas de VDSI prevêem essas rotas (Stroben et al., 1995), optou-se por não
utiliza-la em virtude da pequena magnitude de sua manifestação, que não superou
5% do total das amostras analisadas. Provavelmente, o surgimento dessas rotas é
decorrente das variações individuais entre os organismos ou do fato de que os
animais foram submetidos ao ambiente contaminado em um estágio tardio do seu
desenvolvimento.
Isso permite concluir que provavelmente S. haemastoma é melhor indicador
da contaminação por compostos orgânicos de estanho que S. rustica, visto que
mesmo quando expostos as mesmas concentrações ambientais de organoestânicos
apresentam diferenças marcantes no desenvolvimento do imposex. Resultado
semelhante foi obtido por Bech (1999b) que comparou o grau de sensibilidade a
contaminação por COEs nas espécies de muricídeos Thais distinguenda, Thais
bitubercularis e Morula musiva. Nesse estudo, observou-se que Thais bitubercularis
seria o melhor indicador por apresentar maior sensibilidade. Nesse ponto, é
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
110
importante lembrar que um monitoramento com bioindicadores deve sempre optar
pela espécie mais sensível, no entanto essa espécie deve ser abundante para
garantir a exeqüibilidade do estudo, do contrário é preferível se optar por uma
espécie menos sensível e realizar testes experimentais e estatísticos que permitam
estabelecer uma de correlação entre as respostas apresentadas pelas espécies
utilizadas (Birchenough et al., 2002; Tan, 1999; Tan 1997 e Stewart et al., 1992).
Em 1 de Janeiro de 2005, entrou em vigor uma resolução do Conselho
Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) que discorre sobre as condições e padrões
de qualidade de águas. Nessa resolução, as concentrações máximas de
tributilestanho permitidas são de 0,01 µg/l para águas salinas de classe 1 e 0,37 µg/l
para águas salinas de classe 2. Embora a implantação dessa legislação represente
um avanço, uma vez que anteriormente às leis brasileiras desconheciam esse
composto e os impactos por ele gerados, acredita-se que seria necessário a
realização de estudos mais detalhados em território nacional para definir valores
mais condizentes com nossa realidade uma vez que é sabido que concentrações
inferiores a 1ng/l são suficientes pra induzir imposex em muitas espécies de
gastrópodes. Segundo Golberg (1986 apud Fernandez, 2002), “os compostos
organoestânicos, especialmente o tributilestanho, são os mais tóxicos compostos
deliberadamente introduzidos no ambiente pelo ser humano”.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
111
5 – CONCLUSÕES:
As espécies Stramonita haemastoma e Stramonita rustica manifestam
imposex quando expostas a contaminação por compostos orgânicos de
estanho.
O imposex ocorre em populações de Stramonita haemastoma ao longo do
litoral nordestino, nas áreas sob influência dos terminais portuários do Pecém,
do Mucuripe e de Cabedelo.
O imposex ocorre em populações de Stramonita rustica ao longo do litoral
nordestino, nas áreas sob a influência dos terminais portuários de Natal, de
Recife, de Suápe, de Jaraguá, de Salvador, de Aratu e no estuário do Rio
Sergipe.
As áreas sob a influência de todos os terminais portuários do Nordeste
brasileiro encontram-se contaminadas por compostos orgânicos de estanho
utilizados em tintas de ação “antifouling” aplicadas às embarcações.
Os índices de imposex e a contaminação por compostos orgânicos de
estanho diminuem progressivamente à medida que a área estudada se
distância dos respectivos terminais portuários.
As áreas mais contaminadas por compostos orgânicos de estanho no
Nordeste do Brasil são: a foz do Rio Sergipe e a área a Oeste do Porto de
Jaraguá em Maceió.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
112
A área estudada que apresentou menores índices de imposex e
provavelmente possui os menores níveis de contaminação por compostos
organoestânicos é a região do terminal portuário do Suápe no estado do
Pernambuco.
O muricídeo Stramonita haemastoma apresenta maior sensibilidade a
compostos orgânicos de estanho e consequentemente a manifestação do
imposex que Stramonita rustica.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
113
GLOSSÁRIO DE SIGLAS:
COES - Compostos orgânicos de estanho
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBT - Dibutilestanho
DPT - Difenilestanho
IMO – International Maritime Organization
MBT- Monobutilestanho
MPT - Monofenilestanho
PVC - Cloreto de Polivinila
RPLI - Relative Pênis Legth Index
RPSI – Relative Pênis Size index
TBT – Tributilestanho
TPT – Trifenilestanho
UV – Ultra Violeta
VDSI- Vas deferent Sequence Index
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
114
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALZIEU, C. (2000). Environmental impact of TBT: the French experience. The
Science of the Total Environment, 258: 99-102.
ALZIEU, C. ; HERAL, M. ; THIBAUD, Y. ; DARDIGNAC, M. & FEUILLET, M. (1982)
Influence des peintures antisalissures a base d’organostanniques sur la calcification
de la coquille de l’huitre Crassostrea gigas . Rev. Inst. Péches Maritime.45(2): 101
– 116.
ANSARI, A. A .; SINGH, I.B. & TOBSCHALL, H.J. (1998) Organotin compounds in
surface and pore waters of Ganga Plain in the Kanpur-Unnao industrial region,
India. The Science of the Total Environmental. 223: 157 – 166.
AXIAK, V.; VELLA, A. J.; MICALLEF, D.; CHIRCOP, P. & MINTOFF, B. (1995)
Imposex in Hexaplex trunculus (Gastropoda: Muricidae): frist results from
biomonitoring of tributyltin contamination in the Mediterranean. Marine Biology.
121: 685 – 691.
AXIAK,V.; MICALLET,D.; MUSCAT, J.; VELLA,A. & MINTOFF, B. (2002) Imposex
as a biomonitoring tool for marine pollution by tributyltin: some further observations.
Environmental International. 976: 1 – 7.
BEAUMONT, A.R. & BUDD, M. D. (1984) High mortality of the larvae of common
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
115
mussel at low concentrations of tributyltin. Marine Pollution Bulletin. 15 (11): 402 –
405.
BECH, M.(1998) Imposex and population characteristics of Thais distinguenda as
na indicator of organotin contamination along the south east coast of phuket island,
Thailand. Phuket Marine Biological Center Special Publication, 18(1) : 129-138.
BECH, M. (1999a) Increasing levels of Tributyltin-induced Omposex im Muricid
Gastropod at Phuket Island, Thailand. Applied Organometallic Chemistry. 13:1 –
6.
BECH, M.(1999b) Sensitivity of different Gastropod to Tributyltin contamination.
Phuket Marine Biological Center SpeCial Publication. 19(1): 1 – 6.
BECH, M. (2002) Imposex and tributyltin contamination as a consequence of the
establishment of a marina, and increasing yachting activities at Phuket Island,
Thailand. Environmental Pollution. 117: 421 – 429.
BIRCHENOUGH, A.C; BARNES, N.; EVANS, S.M.; HINZ, H.; KRONKE, I. & MOSS,
C. (2002) A review and assessment of tributyltin contamination in the North Sea,
base don surveys of butyltin tissue burdens and imposex / intersex in four species of
neogastropods. Marine Environmental Research. 44: 534 – 543.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
116
BITTENCOURT, A.C.S.P.; FERREIRA, Y.A.; DI NAPOLI, E. (1976) - Alguns
aspectos da sedimentação na Baía de Todos os Santos. Ver. Bras. Geoc., 6 (4):
246-263.
BLACKMORE, G. (2000) Imposex in Thais clavigera (Neogastropoda) as na
indicator of TBT (Tributyltin) bioavailability in coastal waters of Hong Kong. Journal
of Molluscan Studies. 66: 1 – 8.
BRYAN, G. .M. ; GIBBS, P. E. ; HUMERSTONE, L. G. & BURT, G.R. (1986) The
decline of the gastropod Nucella lapillus around Southwest England: Evidence for
tributyltin from antifuoling paints. Journal of the Marine Biological Association
U.K. ,66: 611-640
BRYAN, G .M. ; GIBBS, P. E. ; BURT, G. R. & HUMERSTONE, L. G. (1987a) The
affects of tributyltin(TBT) accumulation on adult dog-whelks, Nucella lapillus:
Long-term field and laborator y experiments. Journal of the Marine Biological
Association U.K. , 67: 525 – 544 .
BRYAN, G. M. ; GIBBS, P. E. ; PASCOE, P. L. & BURT, G. R. (1987b) The use of
the dog-whelk Nucella lapillus, as na indicator of tributyltin(TBT) contaminacion.
Journal of the Marine Biological Association U.K. , 67: 507 – 523.
BRYAN, G.W. E LANGSTON, W.J. (1992) Bioavailability, Accumulation and Effects
of Heavy Metals in Sediments With Special Reference to United Kingdon Estuaries:
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
117
a Review. Env. Pol., v.76, p. 89-131.
CAETANO, C.H.S. & ABSALÃO, R.S. (2002) Imposex in Olivancillaria vesica vesica
(Gmelin) (Gastropoda, Olividae) from a Southeastern Brazilian sandy beach. Revta.
Bras. Zool. 19(2): 215 – 218.
CAMILLO, E., QUADROS, J., CASTRO, Í. B., FERNANDEZ, M. A. (2004) Imposex
in Thais (Stramonita) rustica (Mollusca: Neogastropoda) (Lamarck, 1822) as an
indicator of organotin compounds pollution at Maceió coast (Northeastern Brazil).
Brazilian Journal of Oceanography. São Paulo: , v.52, n.2.
CARLIER-PINASSEAU, C. ; LESPES, G. & ASTRUC M. (1997) Validation of
organotin compound determination in environmental samples using nabet,
ethylation and GC-FPD. Environmental Technology. 18: 1179 – 1186.
CASTRO A.F.; AMARO, V.E. & VITAL, H.(2003) Desenvolvimento de um banco de
dados geográficos em um Ambiente sig e sua aplicação na elaboração de mapas
de Sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo em áreas Costeiras do estado
do Rio Grande do Norte. Anais XI SBSR, Belo Horizonte, Brasil, INPE, p. 1533 -
1540.
CASTRO, I.B. (2002) Estudo do imposex provocado em Thais haemastoma
(Linnaeus, 1767) (MOLLUSCA: GASTROPODA: THAIDIDAE) por compostos
orgânicos de estanho em áreas portuárias do estado do Ceará. Monografia de
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
118
graduação apresentada ao curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal
do Ceará. 87 p. Fortaleza.
CASTRO, I.B.; CASCON, H.M.; FERNANDEZ, M.A (2000). Imposex em Thais
haemastoma (Linnaeus, 1767) (Mollusca:Gastropoda), uma Indicação da
Contaminação por Organoestânicos na Costa do Município de Fortaleza - Ceará -
Brasil. Arq. Ciênc. Mar., v.33, p.51-56.
CASTRO, Í. B., MEIRELLES, C. A., MATTHEWSCASCON, HELENA,
FERNANDEZ, MARCOS ANTÔNIO (2004) Thais (Stramonita) rustica (Lamarck,
1822) (Mollusca: Gastropoda: Thaididae), a potential bioindicator of contamination
by organotin Northeast Brazil. Brazilian Journal of Oceanography. São Paulo: ,
v.52, n.2, p.51 – 55.
CEARÁ PORTOS, disponível em < http://www.cearaportos.ce.gov.br/informativo.as
p>, acesso em 12 de outubro de 2004
CHAMP, M.A. (2000) A review of organotin regulatory strategies, pending actions,
related costs and benefits. The Science of The total Environmental. V. 258, p. 21
– 71.
CIA DOCAS DO CEARÁ, Disponível em:<http://www.docasdoceara.com.br/relato.
asp> acesso em: 12 de dezembro de 2004.
CIMA, F.; BALLARIN, L.; BRESSA, G.; SABBADIN, A.(1996) Immunotoxicity of
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
119
butyltins in tunicates. Appl. Organomet. Chem., v. 9, p. 567-572.
COELHO, M.R.; BEBIANNO,M.J. & LANGSTON, W.J. (2002) routes of TBT uptake
in the clam Ruditapes decussatus . II. Food as vector of TBT uptake. Marine
Environmental Research. 54: 193 – 207.
CROTHERS, J. H.(1989) Has the Populacion decline due to TBT Pollution affected
shell-shape variation in dog-whelk, Nucella lapillus (L.) ? Journal Molluscan Study,
55: 461 – 467
CLARK, E.L.; STERRIT, R.M. E LESTER, J.N.(1988)The Fate of Tributyltin in the
Aquatic Environment a Look at the Data. Env. Sci. Tech., v. 22, n. 6, p. 600-604.
CURTIS, L.A.(1994) A Decade Long Perspective on a Bioindicator of Pollution:
Imposex on Ilyanassa obsoleta on Cape Henlopen, Delaware Bay. Mar. Env. Res.,
v.38, p. 291-302.
DAVIDSON, B. M. ; VALKIRS, A. O.; SELIGMAN, P. F. (1986) Acute and chronic
effects of tributyltin on mysid Acanthomysis sculpta (Crustacea: Mysidacea). Ocean
86
a
conference record: science engineering adventure. Vol. 4 Organotin
Simposium. 1219 – 1225
DAVIES, I. M. ; HARDING, M. J. C. ; BAILEY, S. K. ; SHANKS, A. M. & LANGE, R.
(1997) Subletal effects of tributyltin oxide on the dogwelk Nucella lapillus . Marine
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
120
Ecology Progress Series. 158: 191 – 204.
DAVIES, I. M. & MCKIE, J. C. (1987) Accumulation of total tin and tributyltin in
muscle tissue of farmed Atlantic Salmon. Marine Pollution Bulletin. 18(7): 405 –
407.
DAVIES, I. M. & MCKIE, J. C.; PAUL, J. D. (1987) Accumulation of tin and tributil-tin
from anti-fouling paint by cultivated scallops Pecten maximus and pacific oysters
Crassostrea gigas. Marine Pollution Bulletin. 22(6):458 - 464
DEPLEDGE, M. H. & BILLINGHURST, Z. (1999) Ecological significance of
endocrine disruption in marine invertebrates. Marine Pollution Bulletin 39 (1 –12):
32 – 38.
DOWSON, D.H.; BUBB, J.M. E LESTER, J.N.(1996) A Study of the Partitioning and
Sorptive Behavior of Butyltins in the Aquatic Environment. Appl. Organomet.
Chem., v. 7, p. 623-633.
ELLIS, D. V. & PATTISINA, L. A.(1990) Widespread Neogastropod imposex: A
biological Indicator of global TBT contamination? Marine Pollution Bulletin. 24(5):
248 – 253
EVANS, S. J. (1999) Tributyltin Pollution: the catastrophe that never happened.
Marine Pollution Bulletin. 38(8): 629 – 636.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
121
EVANS, S. M.; DAWSON, M.; DAY, J.; FRID, C.L.J.; GILL, M. C.; PATTISINA, L. A.
& PORTER, J. (1995) Domestic waste and TBT pollution in coastal areas of Ambom
Island. Marine Pollution Bulletin. 30(2): 109 – 115.
EVANS, S. M. ; EVANS, P. M. & LEKSONO, T. (1996) widespread recovery of
dogwelks, Nucella lapillus (L.), from Tributyltin comtamination in the North Sea and
Clyde Sea. Marine Pollution Bulletin. 32(3): 263 – 269.
FEMORALE, Disponível em: <http://www.femorale.com.br/shellphotos/species.asp?
family=THAIDIDAE> acesso em 05 de março de 2004.
FERNANDEZ, M.A. (2001)Compostos orgânicos de estanho na Baía de Guanabara
(Rio de Janeiro): sua distribuição no ambiente e possíveis impactos. Tese de
doutorado apresentado ao programa de pós-graduação em química da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. 191 p. Rio de Janeiro.
FERNANDEZ. M. A.; LIMAVERDE, A.;CASTRO, I. B.;TERRA, A. C.; WARGENER,
A.L.R. (2002) Occurrence of imposex in Thais haemastoma: possible evidence of
environmental contamination derived from organotin ompounds in Rio de Janeiro
and Fortaleza, Brazil. Cadernos de Saúde Pública. 18(2):463-476.
FERNANDEZ , M.A.;WAGENER A.L.R.; LIMAVERDE A.; SCOFIELD A.L.;
PINHEIRO F.M.; RODRIGUES E. (2005)Imposex and surface sediment speciation:
A combined approach to evaluate organotin contamination in Guanabara Bay,Rio
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
122
de Janeiro, Brazil. Marine Environmental Research 59 , 435–452
FIORONI, P., OEHLMANN, J. & STROBEN, E. (1991) The Pseudohermaphoditism
of Prosobanchs; Morfological Aspects. Zoological Anz.286(1/2): 1 – 26.
GIBBS, P.E. & BRYAN, G.M.(1986) Reprodutive failure in populations of the dog-
whelk Nucella lapillus, ceased by imposex induced by tributyltin from antifouling
paints. : Journal of the Marine Biological Association U.K. 66: 767 – 777.
GIBBS, P. E. & BRYAN, G. W. (1987) TBT paints and demise of the dog-whelk
Nucella lapillus (Gastropoda). Marine Biological Association of the U.K. 68: 1482
– 1487.
GIBBS, P. E. & BRYAN, G. W. (1994) Biomonitoring of tributyltin (TBT) pollution
using the imposex response of neogastropod molluscs. Biomonitoring of Coastal
Waters and Estuaries. 205 – 226.
GIBBS, P. E. ; BRYAN, G. W. ; PASCOE, P. L. & BURT, G. R. (1987) The use of
dog-whelk Nucella lapillus, as na indicator of tributyltin (TBT) contamination.
Journal of the Marine Biological Association. U.K. 67: 507 – 523.
GIBBS, P.; BEBIANNO, M. J. & COELHO, M. R. (1997) Evidence of the differential
sensitivity of neogastropods to tributyltin (TBT) pollution with notes on a species (
Columbella rustica) lacking the imposex response. Environmental Technology. 18:
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
123
1219 – 1224.
GIBSON, C.P. & WILSON, S.P.(2003) Imposex still evident in eastern Australia 10
years after tributyltin restrictions. Marine Environmental Research. 55: 101 – 112.
GODOI, A.F.L; FAVORET, R. & SANTIAGO-SILVA, M. (2003) Contaminação
Ambiental Por Compostos Organoestânicos. Química Nova. V. 26(5), p. 708 – 716.
GOODING, M. ; GALLARDO, C. & LEBLANC, G. (1999) Imposex in three marine
Gastropod species in Chile and potential impact on Muriciculture. Marine Pollution
Bulletin. 38(12): 1227 – 1231.
GURUGE, K. S.; IWATA, H.; TANAKA, H. & TANABE, S. (1997a) Butyltin
accumulation in the liver and kidney of seabirds. Marine Envirnmental Reseach.
44(2): 191 – 199.
GURUGE, K. S.; TANABE, S.; FUKUDA, M.; YAMAGISHI, S.; TATSUKAWA, R.
(1997b) Comparative tissue distribution of butyltin compounds in common
cormorants ( Phalacrocorax carbo) from Japan. Toxicologycal and
Environmental Chemistry. 58: 197 – 208.
HORIGUCHI, T. ; SHIRAISHI, H. ; SHIMIZU, M. ; & MORITA, M.(1994) Imposex
and Organotin Compounds in Thais clavigera and T. bronni in Japan. Journal
Marine Biological Association U. K., 74: 651 – 669
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
124
HORIGUCHI, T. ; SHIRAISHI, H. ; SHIMIZU, M. ; S. YAMAZAKI & MORITA,
M.(1995) Imposex in Japonese Gastropods (Neogastropoda and Mesogastropoda):
efeccts of Tributyltin and Triphenyltin from antifouling paints. Marine Pollution
Bulletin, 4(12): 402 – 405.
HORIGUCHI, T. ; SHIRAISHI, H. ; SHIMIZU, M. ; & MORITA, M.(1997a) Effects of
Triphenyltin Chloride and Five Other Organotin Compounds on the Development of
Imposex in the Rock Shell, Thais clavigera. Environmental Pollution. 95(1): 85 –
91.
HORIGUCHI, T. ; SHIRAISHI, H. ; SHIMIZU, M. ; & MORITA, M.(1997b) Imposex in
Sea Snails, caused by Organotin (Tributyltin and Triphenyltin) Pollution in Japan: a
Survey. Applied Organometal Chem. 11: 451 – 455.
HORIGUCHI, T. ; HYEON-SEO, C.; SHIRAISHI, H. ; SHIBATA, Y. ; SOMA, M. ;
MORITA, M. & SHIMIZU, M. (1998a) Field studies on imposex and organotin
accumulation in the rock shell, Thais clavigera, from the Seto Inland Sea and the
Sanriku region, Japan. The Science of the Total Environmental. 214: 65 – 70.
HORIGUCHI, T. ; IMAI, T. ; SHIRAISHI, H. ; SHIBATA, Y. ; MORITA, M. &
SHIMIZU, M. (1998B) Acute toxicity of organotin compounds to the larvae of the
rock shel , Thais clavigera, the disk Abalone, Haliotis discus discus and the giant
Abalone, Haliotis madaka. Marine Evironmental Reseach. 46(1 – 5): 469 – 473.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
125
HUET, M.; FIORINI, P.; OEHLMANN, J. & STROBEN, E. (1995) Comparison of
imposex response in three Prosobanch species. Hydrobiologia. 309: 29 – 35.
HUET, M.; PAULET, M. & GLÉMAREC, M. (1996) Tributyltin (TBT) pollution in the
coastal waters of West Bryttany as indicated by imposex in Nucella lapillus. Marine
Environmental Reseach. 41(2): 157 – 167.
IDE I.; WITTEN, E.P.; FISCHER, J.; KALBFUS, W.; ZELLNER, A.; STRONBEN, E.;
WALTERMANN, B.(1997) Accumulation of organotin compounds in the common
whelk Buccinum undatum and the red whelk Neptunea antiqua in assiciation with
imposex. Marine Ecology Progress Series 152: 197-203.
IWATA, H.; TANABE, S.; MIZUNO, I. & TATSUKAWA, R. (1997) Bioaccumulation of
butyltin compounds im marine mammals: the specific tissue distribution and
composition. Applied Organometallic Chemistry 11: 257 – 264.
IWATA, H.; TANABE, S.; MIYAZAKI, N. & TATSUKAWA, R. (1994) Detection of
butyltin compound residues in the blubber of marine mammals. Marine Pollution
Bulletin. 10: 607 – 612.
JENSEN, H.F.; HOLMER, M. & DAHLLOR, I. (2004) Effects of tributyltin (TBT) on
the seagrass Ruppia marítima. Marine Pollution Bulletin. (in press)
KAN-ATIREKLAP, S.; TANABE, S. & SANGUANSIN, J. (1997a) Contamination by
butyltin compounds in sediments from Thailand. Marine Pollution Bulletin. 34 (11):
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
126
894 – 899.
KAN-ATIREKLAP, S.; TANABE, S.; SANGUASIN, J.; TABUCANOM, M. S. &
HUNGSPREUGS, M. (1997b) Contamination by butyltin compounds and
organochlorine residues in green mussel (Perna viridis, L.) from Thailand coastal
waters. Environmental Pollution, 97 (1 – 2): 79 – 89.
KANNAN, K. & FALANDYSZ, J. (1997) Butyltin residues in sediment, fish, fish-
eating birds, harbour porpoise and human tissues from the polish coast of the Baltic
sea. Marine Pollution Bulletin. 34 (3): 203 – 207.
KANNAN, K.; SENTHILKUMAR, K.; LOGANATHAN, B. G.; TAKAHASHI, S.;
ODELL, D. K. & TANABE, S. (1997) Elevated accumulation of tributyltin and its
breakdown products in bottlese dolphins ( Turciops truncatus ) found stranded along
the U. S. atlantic and gulf coasts. Environmental Science & Technology. 31: 296
– 301.
KIM, G. B.; TANABE, S.; IWAKIRI, R.; TATSUKAWA, R.; AMANO, W.; MIYAZAKI,
N. & TANAKA, H. (1996a) Accumulation of butyltin compounds in risso’s dolphin (
Grampus griseus ) from the pacific coast of Japan: comparison with organochlorine
residue pattern. Environmental Science & Technology. 30 (8): 2620 – 2625.
KIM, G. B.; LEE, J. S.; TANABE, S.; IWATA, H.; TATSUKAWA, R. & SHIMAZAKI,
K. (1996b) Specific accumulation and distribution of butyltin compounds in various
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
127
organs and tissues of the steller sea lion ( Eumetopias jubatus ) : comparison with
organochlorine accumulation pattern. Marine Pollution Bulletin. 32 (7): 558 – 563.
KIM, B.G.; TANABE, S.; KOH, C.H. (1998a) Butyltins in surface sediments of
Kyeonggi Bay, Korea. Journal of the Korean Society of Oceanography. 33 (3):
64 –70.
LE, L. T. H.; TAKAHASHI, S.; SAEKI, K.; NAKATANI, N.; TANABE, S.; MIYAZAKI,
N. & FUJISE, Y. (1999) High percentage of butyltin in total tin the livers of cetaceans
from japonese coastal waters. Environmental Science & Technology. 33 (11):
1781 – 1786.
LIU, L. L. & IU-JIUAN SUEN.(1996) Organotins Promoting the Development of
Imposex in the Oyster Drill Thais clavigera. Journal Fish Society Taiwan 23(2):
149 – 154.
LIU, L. L. ; CHEN, S. J. ; PENG, W. Y. & HUNG, J. J. (1997) Organotin
concentrations in three intertidal Neogastropods from the coastal waters of Taiwan.
Environmental Pollution 98(1): 113 – 118.
LUDGATE, J.(1987) Economic and Technological Impact of TBT Legislation on the
USA Marine Industry. Proceedings, The Oceans - An International Workplace
Conference. v. 4, p. 1309-1313. Halifax, Canadá
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
128
MAIA, L. P. (1998) Procesos costeros y balance sedimentario a lo largo de
Fortaleza (NE-Brasil): Implicaciones para una gestón adecuada de la zona litoral.
Tese de doutorado apresentada ao programa de doutorado em Ciências do mar da
Universitad de Barcelona, 269 p. Barcelona.
MAGALHÃES, C.A.; STRUCHI, P.P.; ASBAHR, M.(1997). Evidências de imposex
em populações de Stramonita haemastoma (gastropoda:prosobranchia) em áreas
portuárias do estado de São Paulo. Proceedings, COLACMAR, Santos, SãoPaulo,
Brazil, p.282.
MATTHEWS, H. R. (1968) . Notas sobre o gênero Thais Roding, 1798 no Nordeste
Brasileiro. Arquivo da Estação Biológica Marinha da Universidade Federal do
Ceará, 8 (1): 37 – 41.
MATTHIESSEN, P.; WALDOCK,R.; THAIN,J. E.; WAITE, M. E. & SCROPE-HOWE,
S. (1995) Changes in periwinkle (Littorina littorea) populations following the ban on
TBT – based antifoulings on small boats in the United Kingdom. Ecotoxicology
and Environmental Safety. 30: 180 – 194.
MATTHIESSEN, P. & GIBBS, P. E. (1998) Critical appraisal of the evidence for
Tributyltin – mediated endocrine disruption in Mollusks. Environmental Toxicology
and Chemistry. 17(1): 37 – 43.
MENG, P; HAN, B; HSU, W; CHUANG, A.;CHENG, J. & HUNG, T. (2003)
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
129
Bioaccumulation and elimination of tributyltin and triphenyltin in oysters and rock
shells in Taiwan. Journal of Food and Drug Analisis. 11(2), 96 – 101.
MENSINK, B. P.; BOON, J. P.; HALLERS-TJABBES, C. C. T.; HATTUM, B. V. &
KOEMAN, J. H. (1997) Bioaccumulation of organotin compounds and imposex
occurrence in a marine food chain (Eastern Scheldt, the Netherlands).
Environmental Technology. 18: 1235 – 1244.
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, Disponível em: <http://www.transportes.gov.br
/> acesso em 20 de novembro de 2004.
MILLER, K.L.; FERNANDES, T.F. & READ, P.A. (1999) The recovery of populations
of dogwhelks suffering from imposex im the firth of forth 1987 – 1997/98.
Environmental Pollution 106: 183 – 192.
MINCHIN, D.; OEHLMAAN, J.; DUGGAN, C. B. & STROBEN, E. (1995) Marine TBT
antifouling contamination in Ireland, following legislation in 1987. Marine Pollution
Bulletin. 30(10): 633 – 639.
MINCHIN, D. ; STROBEN, E. ; OEHLMANN, J. ; BAUER, B. ; DUGGAN, C. &
KEATINGE, M. (1996). Biological Indicators Used to Map Organotin Contamination
in Cork Harbour, Ireland. Marine Pollution Bulletin. 32(2): 188 – 195.
MINCHIN, D.; BAUER, B.; OEHLMAAN, J.; SCHULTE-OEHLMAAN, U. &
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
130
DUGGAN, C. B. (1997) Biological indicators used to map organotin contamination
from a fishing port, Killybegs, Ireland. Marine Pollution Bulletin. 34(4): 235 – 243.
MINCHIN, A. & MINCHIN, D. (1997) Dispersal of TBT from a fishing port determined
using the dogwhelk Nucella lapillus as an indicator.Environmental Technology. 38:
1225 – 1234.
MORA, S. J. & PHILLIPS, D. R. (1997) Tributyltin (TBT) pollution in riverine
sediments following a spill from a timber treatment facility in Henderson, New
Zealand. Environmental Technology. 18: 1187 – 1193.
MORCILLO, Y. & PORTE, C. (1998) Monitoring of organotin compounds and their in
marine molluscs. Trends in Analytical Chemistry. 17(2): 109 – 116.
MORCILLO, Y., RONIS, M. J. J., SOLÉ, M. & PORTE, C. (1998) Effects of tributyltin
on the cytochrome P450 monooxygenase system and Sex steroid metabolism in the
clam Ruditapes decussata. Marine Environmental Reseach. 46(1-5):
MORCILLO, Y., ALBALAT, A. & PORTE.C. (1999) Mussels as sentinels of organotin
pollution: Bioaccumulation and effects on P450 aromatase activity. Environmental
Toxicology and Chemistry. 18(6): 1203 – 1208.
MORCILLO, Y. & PORTE, C. (1999) Evidence of endocrine disruption in the
imposex-affected gastropod Bolinus brandaris. Environmental Research Section.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
131
81: 349 – 354.
OBERDORDER, E. & McCLELLAN-GREN, P. (2000) The neuropeptide
APGWamide induces imposex in the mud snail, Ilyanassa obsoleta. Peptides. 21:
1323 – 1330.
OEHLMANN, J.; FIORONI, P.; STROBEN, E. & MARKERT,B. (1996a) Tributyltin
(TBT) effects on Ocinebrina aciculata (Gastropoda: Muricidae): imposex
development, sterilization, Sex change and population decline. The Science Total
Environmental. 188: 205 – 223.
OEHLMANN, J.; STROBEN, E.; SCHULTE-OEHLMANN U.; BAUER, B.; FIORONI,
P. E MARKERT, B.(1996b) Tributyltin biomonitoring using prosobranchs as sentinel
organisms. Frenesius Journal Anallitical Chemistry,354: 540-545
OSÓRIO, C. & HUAQUIN, L.G. (2003) Alteración de la sexualidad de Acanthina
monodon (Pallas, 1774) (Gastropoda: Muricidae) em la litoral de Chile central,
inducida por compuestos organoestañosos. Cienc. Tecnol. Mar. 26(2): 97 – 107.
OYEWO, E.O (1989) Organotin compounds, fouling and the marine environment.
Ocean & Shoreline Management 12: 285 – 294.
PAUL, J. D. & DAVIES, I. M. (1986) Effects of copper and tin-based anti-fouling
compoundson the growth of scallops Pecten maximus and oysters Crassostrea
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
132
gigas. Aquaculture. 54(3): 191 – 203.
PRUDENTE, M.; ICHIHASHI, H.; KAN-ATIREKLAP, S.; WATANABE, I. & TANABE,
S. (1999) Butyltins, organochlorines and metal levels in green mussel, Perna viridis
L. from the coastal waters of the Philippines. Fisheries Science. 65 (3): 441 – 447.
RIBEIRO-FERREIRA, V.(2002) Avaliação do Potencial da Espécie Stramonita
haemastoma (Kool,,1987) como indicador biológico de contaminação ambiental por
compostos Organo-estânicos. Dissertação (Mestrado em Biologia Marinha) -
Universidade Federal Fluminense.
RIOS, E. C. (1994)
Seashells of Brazil. Rio Grande: Editora da Fundação
Universidade do Rio Grande, 2
a
ed., 492p.
RUIZ, J. M.; BACHELET, G.; CAUMETTE, P. & DONARD, O.F. X. (1996) Three
decades of tributyltin in the coastal Environmental with emphasis on Archacon Bay,
France. Environmental Pollution. 93 (2): 195 – 203.
SARRADIN, P. M.; ASTRUC, A.; DESAUZIERS, V.; PINEL, R. & ASTRUC, M.
(1991) Butyltin pollutionin surface sediments of Acachon Bay after tem years of
restricted use of TBT – based paints. Environmental Technology. 12: 537 – 543.
SCHATZBERG, P.(1987) Organotin Antifouling Hull Paints and the U.S. Navy – A
Historical Perspective. Proceedings, The Oceans - An International Workplace
conference. v. 4, p. 1324-1333. Halifax, Canadá.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
133
SCHULTE-OEHLMANN, U.; OEHLMANN, J.; FIORONI, P. & BAUER, B. (1997)
Imposex and reprodutive failure in Hydrobia ulvae (Gastropoda: Prosobrachia).
Marine Biology. 128: 257 – 266.
SMITH, B. S. (1971) Sexuality in the American mud-snail Nassarius
obsoletus Say. Proc. Malacol. Soc. London, 39: 377 – 378.
SMITH, B. S. (1981) Tributyltin compounds induce male characteristics on female
mud snails Nassarius obsoletus = Ilyanassa obsoleta. Journal of Applied
Toxicology. 1(3): 141 - 144
SMITH, P. J. (1996) Selective decline in imposex levels in the dogwhelk Lepsiella
scorbina following a ban on the use of TBT antifoulants in New Zealand. Marine
Pollution Bulletin. 32(4): 362 – 365.
SPENCE, S. K.; HAWKINS, S. J. & SANTOS, R. S.(1990) The Mollusc Thais
haemastoma – An Exhibitor of “imposex” and Potencial Biological Indicator of
Tributyltin Pollution. Marine Ecology 11(2): 147-156.
STEPHENSON, M. D.; SMITH, D. R.; GOETZL, J.; ICHIKAWA, G. & MARTIN, M.
(1986) Growth abnormalities in mussels and oysters from areas with high levels of
tributyltin in San Diego Bay. Ocean 86
a
conference record: science engineering
adventure. Vol. 4 Organotin Simposium. 1246 – 1251.
STEWART, C. ; MORA, S. J. ; JONES, M. R. L. & MILLER M. C. (1992). Imposex
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
134
in New Zealand Neogastropods. Marine Pollution Bulletin. 24(4): 204 – 209.
STEWART, C. & MORA, S. J. (1992) Elevated tri(n-butyl)tin concentrations in
shellfish and sediments from Suva Harbour, Fiji. Applied Organometallic
Chemistry. 6: 507 – 512.
STEWART, C. & THOMPSON, A G.(1997) Vertical distrubution of butyltin residues
in sediments of British Columbia harbours.Environmental Technology. 18: 1195 –
1202.
STROBEN, E.; SCHULTE-OEHLMANN, U.; FIORINI, P. & OEHLMANN, J. (1995) A
comparative method for easy assessment of coastal TBT pollution by the degree of
imposex in prosobranch species. Haliotis. 24: 1 – 12.
SWENNEN, C. ; RUTTANADAKUL, N. ; ARDSEUNGNERN, S. ; SINGH, H. R. ;
MESINCK, B. P. & HALLERS-TIABBES C. C. (1997) Imposex in Sublittoral and
Littoral Gastropods From the Gulf of Thailand and Strait of Malacca in relation to
Shipping. Environmental Technology. 18: 1245 – 1254.
TAKAHASHI, S.; TANABE, S. & KUDOBERA, T. (1997) Butyltin residues deep-sea
organisms collected from Suruga Bay, Japan. Environmental Science &
Technology . 31: 3103 – 3109.
TAKAHASHI, S.; LEE, J.; TANABE, S. & KUBODERA, T. (1998) Contamination and
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
135
specific accumulation of organochorine and butyltin compounds in deep-sea
organisms collected from Suruga Bay, Japan. The Science of the Total
Environmental. 214: 49 – 64.
TAKAHASHI, S. ; MUKAI, H. ; TANABE, S. ; SAKAYAMA, K. ; MIYAZAKI, T. &
MASUNO, H. (1999a) Butyltin residues in livers of humans wild terrestrial mammals
and in plastic products. Environmental Pollution. 106: 213 – 218.
TAKAHASHI, S.; TANABE, S.; TAKEUCHI, I. & MIYAZAKI, N. (1999b) Distribution
and specific bioaccumulation of butyltin compounds in marine ecosystem. Archives
of Environmental Comtamination and Toxicology. 37: 50 – 61.
TAN, K. S.(1997) Imposex in Three Species of Thais from Singapore, with
Additinal Observations on T. clavigera ( Kuster) from Japan. Marine Pollution
Bulletin. 34(7): 577 – 581.
TAN, K.S. (1999) Imposex in Thais gradata and Chicoreus capucinus (Mollusca,
Neogastropoda, Muricidae) from the Straits of Johor: A Case Study using Penis
Length, Area and Weight as Measures of Imposex Severity. Marine Pollution
Bulletin. V. 39, p. 295 – 303.
TANABE, S. (1999) Butyltin contamination in marine Mammals – a Review. Marine
Pollution Bulletin. 39( 1 – 12) : 62 – 72.
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
136
TANABE, S.; PRUDENTE, M.; MIZUNO, T.; HASEGAWA, J.; IWATA, H. &
MIYAZAKI, N. (1998) Butyltin contamination in marine mammals from North Pacific
and Asian coastal waters. Environmental Science & Technology. 32 (2): 193 –
198.
Ten HALLERS-TJABBES, C.C.T.;KEMP, J. F. & BOOM, J. P. (1994) Imposex in
whelks (Buccinum undatum) from the opem Nort Sea: relation to shipping traffic
intensities. Marine Pollution Bulletin. 28(5): 311 – 313.
Ten HALLERS-TJABBES, C.C.T.; EVERAARTS, J. M.; MENSINK, B. P. & BOON,
J. P. (1996) The decline of the Nort Sea whelk ( Buccinim undatum L.) between
1970 ande 1990: A natural or a human-induced event? Marine ecology. 17(1-3):
333 – 343.
Ten HALLERS – TJBBES, C. C. T. (1997) Tributyltin and Policies for antifouling.
Environmental Technology. 18: 1265 – 1268.
Ten HALLERS – TJBBES, C. C. T.; WEGENER, J.; HATTUN, V.B.; KEMP, J.F.;
TEM HALLERS, E.; REITSEMA, T.J. & BOON, J.P. (2003). Imposex and organotin
concentrations in Buccinum undatum and Neptunea antiqua from the North Sea:
relationship to shipping density and hydrological conditions. Marine Environmental
Research. 55: 203 – 233.
TERLIZZI, A.; GERACI, S. & MINGANTI, V. (1998) Tributyltin (TBT) pollution in the
CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
137
coastal waters of Italy as indicated by imposex in Hexaplex trunculus (Gastropoda:
Muricidae). Marine Pollution Bulletin. 36(9): 749 – 742.
TESTER, M. ; ELLIS, D. V. & THOMPSON, J. A. J. (1996) Neogastropods Imposex
for monitoring recovery from marine TBT contamination. Evironmental Toxicology
and Chemistry. 15(4): 560 – 567.
TURGEON, D.D.; JR QUINN, J.F.; BOGAN, A.E.; COAN, E,V.; HOCHBERG, F.G.;
LYONS, W.G.; MIKKELSEN, P.M.; NEVES, R.J.; ROPER, C.F.E.; ROSENBERG,
G.; ROTH, B.; SCHELTEMA, A. & THOMPSON, F.G. (1998)
Common and scientific
names of aquatic Invertebrates from the Ubited States and Canadá: Mollusks, 2
a
ed. American Fisheries Society Special Publication 26. 536pp.
WALDOCK, M. J. ;THAIN, E. J. & WAITE, M. E. (1995) An assessment of the value
of shell thickening in Crassostrea gigas as an indicator of exposure to
tributyltin.(1995) Organotin 220 – 237.
WALDOCK, R.; REES, H. L.; MATTHIESSEN,P. & PENDLE, M. A. (1999) Survey of
benthic of the Crouch estuary (U.K.) in relation to TBT contamination. Journal
Marine Biological Association. 79: 225 – 232.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo