CASTRO, I.B. Estudo do imposex em muricídeos do gênero Stramonita no Nordeste do Brasil.
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No Japão, o imposex foi estudado em várias espécies de prosobrânquios,
sobretudo da família Thaididae, tais como Thais distinguenda, Thais bronni, Thais
clavigera, Thais jubilaea e Thais bitubercularis (Tan, 1997; Horiguchi et al., 1994,
1995, 1997b e 1998a) além de alguns mesogastrópodes (Horiguchi et al., 1995 e
Horiguchi et al., 1997a). Algumas destas espécies foram utilizadas em mapeamentos
de zonas contaminadas, onde se verificou em algumas estações até 100% de
fêmeas apresentando imposex. Detectaram-se também altas concentrações de TBT,
TPT e derivados em amostras de tecidos de moluscos dessas espécies bem como
na água e nos sedimentos obtidos nos mesmos pontos de coleta. Trabalhos
semelhantes foram também realizados na costa da Indonésia, Tailândia, Singapura,
no Estreito de Mallaca (Bech, 1998, 1999a e Evans et al., 1995) e em Hong Kong
(Blackmore, 2000). Nestes locais, espécies do gênero Thais vêm sendo utilizadas ao
longo de vários anos de monitoramento da contaminação.
De modo geral, as estratégias abordadas nos trabalhos de monitoramento da
contaminação por organoestânicos relacionam os índices de imposex observados
com a distância das presumíveis fontes de TBT para o ambiente e com quantificação
dos COEs na água, sedimentos e tecidos dos animais, (Bech, 2002; Fernandez,
2002 ; Stewart. & Thompson,1997; Curtis, 1994; Liu & Suen, 1996).
No intuito de escolher um indicador biológico ideal para monitorar a
contaminação por organoestânicos, experimentos que compararam a sensibilidade
desses animais a esses compostos foram realizados e revelaram que entre
mesogastrópodes e neogastrópodes, os últimos são sempre os mais sensíveis pois
necessitam de concentrações muito menores para manifestarem o imposex
(Horigushi et al., 1995). Entre os principais gêneros de neogastrópodes citados na
literatura, aparentemente Nucella e Thais são os mais sensíveis uma vez que estes