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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CHRISTIAN MIRANDA RIBEIRO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS UTILIZADAS
NA MEDICINA POPULAR DA AMAZÔNIA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Farmacêuticas do
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade
Federal do Pará como requisito para obtenção do
título de Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Área de Concentração: Fármacos e Medicamentos
Orientador: Prof. Dr. José Maria dos Santos Vieira
Co-orientador: Prof. Dr. Davi de Jesus Oliveira
Belém
2008
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1
FICHA CATALOGRÁFICA
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará
Ribeiro, Christian Miranda.
Avaliação da atividade antimicrobiana de plantas medicinais da Amazônia/ Christian
Miranda Ribeiro - Belém, 2008. 70p.
Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Instituto
de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Pará.
Área de concentração: Fármacos e Medicamentos.
Linha de Pesquisa: Avaliação Biológica de Produtos Naturais e Sintéticos.
Orientador: Vieira, José Maria dos Santos.
Versão do título para o inglês: Antimicrobial avaliation of medicinal plants of Amazonia.
Descritores: 1. Plantas medicinais. 2. Atividade antimicrobiana. 3. Extratos vegetais. 4.
Antimicrobianos. 5. Uncaria guianensis. 6. Medicina popular.
UFPA/ICS/PPGCF/2008
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2
Autor: Christian Miranda Ribeiro
Título: Avaliação da atividade antimicrobiana de plantas utilizadas na medicina
popular da Amazônia.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Farmacêuticas do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Pará como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências
Farmacêutica.
Área de Concentração: Fármacos e Medicamentos
APROVADA EM : ........./.............../..................
Banca Examinadora:
Profa. Dra. KARLA TEREZA SILVA RIBEIRO – ICB/UFPA
Prof. Dr. JOSÉ OTÁVIO CARRÉRA SILVA JUNIOR – ICS/UFPA
Prof. Dr. JOSÉ MARIA DOS SANTOS VIEIRA – ICS/UFPA
Belém
2008
3
DEDICATÓRIA
Este trabalho dedico:
Aos meus pais Sydney Itauran Ribeiro e Maria Raimunda Miranda Ribeiro.
Com vocês aprendi que todo sonho é possível. Pelo apoio, incentivo e amor
integral, meu muito obrigado!
4
AGRADECIMENTOS
À Deus pela saúde
Ao orientador, Prof. Dr.José Maria dos Santos Vieira, pela orientação e
pela amizade construída durante esta caminhada.
Ao Prof. Dr. Davi de Jesus Oliveira pela competente co-orientação.
Ao Prof. Dr. Wagner Luiz Ramos Barbosa por conceder o espaço físico e
estrutura para obtenção dos extratos e análises fitoquímicas
A farmacêutica e amiga cia Karla Vasconcelos pela paciência e
carinho.
A farmacêutica Kaira Souza pela ajuda e amizade.
Aos professores da Faculdade de Farmácia da UFPA por suas
contribuições para a melhoria deste trabalho.
Aos meus pais, Sydney Itauran Ribeiro e Maria Raimunda Miranda
Ribeiro e irmãos Sydney Junior e Rafaela Ribeiro, cujo amor e incentivo
ajudaram na realização deste trabalho.
Ao meu amigo Alan Barroso Araújo por me guiar e escolher os caminhos
certos.
Aos meus amigos, Anderson Bentes, Luciana Pinto, Tânia Mara,
Daniella Paternostro, Solange Regina, Mariana Muller e Mauro por me
ajudarem nesse trabalho através do apoio e respeito que mantiveram por mim.
Aos amigos do mestrado que participaram do processo de
desenvolvimento desse trabalho.
A Universidade Federal do Pará pela oportunidade concedida.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CAPES – pela bolsa concedida.
E, a todos aqueles que contribuíram de modo direto ou indireto, na
realização desta dissertação.
5
“Uma coletânea de pensamentos deve ser uma farmácia
onde se encontrem remédios para todos os males”
Voltaire
6
RESUMO
O estudo de plantas medicinais possibilita a descoberta de novos compostos
bioativos na procura de drogas promissoras. O aumento de infecções e o
aparecimento da resistência microbiana reforçam essa pesquisa. O objetivo do
trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana de extratos de seis espécies de
plantas medicinais que ocorrem na Amazônia: Psidium guajava (goiabeira),
Bryophyllum calycinum Salisb (pirarucu), Eleutherine plicata Herb
(marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato), Arrabideae chica (pariri) e
Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (cipó d'alho) frente a cepas ATCC de
bactérias e fungos. A coleta e a identificação das plantas foram realizadas na
EMBRAPA/CPATU e a análise fitoquímica no Laboratório de Fitoquímica da
FACFAR/UFPA e CESUPA obedecendo às metodologias estabelecidas nestes
laboratórios. Os extratos etanólicos seco das folhas frescas das plantas e bulbo
do marupazinho foram submetidos à avaliação da atividade antimicrobiana pelo
método de disco difusão em ágar e determinação da Concentração Inibitória
Mínima (CIM) através do método de microdiluição em placas e disco difusão
em ágar. Os extratos foram utilizados em concentrações de 500, 250, 125, 62,5
e 31,25 mg/mL utilizando como solvente o Dimetil-Sulfóxido (DMSO). O extrato
de goiabeira teve atividade frente a S. aureus, P. aeruginosa e C. albicans (CIM
125mg\mL), o de pirarucu frente a S. aureus (CIM= 500 mg/mL) e P.
aeruginosa (CIM= 250 mg/mL), o de marupazinho para S. aureus (CIM=
500mg/mL) e C. albicans (CIM= 250mg/mL), o de unha-de-gato contra S.
aureus (CIM= 62,5 mg/mL) e o de pariri inibiu S. aureus (62,5 mg/mL), E. coli
(250 mg/mL) e C. albicans (500 mg/mL). O fracionamento do EEB de U.
guianensis através da técnica de dissolução fracionada demonstrou que a
fração metanólica teve ação antimicrobiana. Os resultados comprovaram que
estas plantas possuem atividade antimicrobiana. Estes extratos abrem uma
possibilidade de descobertas de novos compostos antimicrobianos
clinicamente efetivos.
7
ABSTRACT
The study of medicinal plants it makes possible the discovery of new bioactive
components in the search for promising drugs. The increase of infections and
the appearance of the microbial resistance strengthen this research. The
Objective of this study it was evaluate the antimicrobial activity of the extracts of
six medicinal plants of the Amazonia: Psidium guajava (guava), Bryophyllum
calycinum Salisb (pirarucu), Eleutherine plicata Herb (marupazinho), Uncaria
guianensis (Cat´s claw), Arrabideae chica (pariri) e Mansoa alliacea (Lam.) A.H.
Gentry (cipó d'alho) against ATCC strains of fungi and bacteria.The collection
and the identification of the plant were performed in EMBRAPA/CPATU and the
phytochemical analysis in the Laboratory of FACFAR/UFPA and CESUPA in
agreement with the methodologies established in these laboratories. The crude
ethanolic extract of leaves and the underground parts of marupazinho were
submitted to the antimicrobial activity evaluation though the ágar disc diffusion
method and determination of minimum inhibitory concentration (MIC) though
microdilution in plate and ágar disc diffusion methods. The extracts were
used in concentrations of 500, 250, 125, 62,5 and 31,25 mg/mL using as
solvent
Dimethyl Sulfoxide (
DMSO). The Guava extract was effective
against S. aureus, P. aeruginosa and C. albicans (MIC 125mg\mL),
pirarucu was effective against S aureus (MIC= 500 mg/mL) and P.
aeruginosa (MIC= 250 mg/mL), marupazinho against S.aureus (MIC=
500mg/mL) and C. albicans (MIC= 250mg/mL),
Cat´s claw against S.
aureus (MIC= 62,5mg/mL) and pariri was effective against S. aureus (MIC=
62,5 mg/mL), E. coli (MIC=250 mg/mL) and C. albicans (MIC 500 mg/mL). The
fractions of U. guianensis extracts was obtained though fractioned dissolution
methods and show that only the methanolic fraction presented antimicrobial
activity. The results show that Amazonia medicinal plants presents antimicrobial
activity and. This promissory extracts open the possibility of finding new
clinically effective antimicrobial compounds
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 12
2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 14
2.1. Psidium guajava......................................................................................
14
2.2. Bryophyllum calycinum............................................................................
15
2.3. Eleutherine plicata...................................................................................
17
2.4. Uncaria guianensis..................................................................................
18
2.5. Arrabidaea chica.....................................................................................
19
2.6. Mansoa alliacea......................................................................................
21
3. OBJETIVOS............................................................................................... 23
3.1. Geral........................................................................................................ 23
3.2. Específicos.............................................................................................. 23
4. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 24
4.1. Coleta e Identificação do Material Vegetal.............................................. 24
4.2. Obtenção do extrato etanólico bruto (EEB)............................................. 30
4.3. Abordagem fitoquímica........................................................................... 30
4.3.1 Utilizando como solvente água destilada..............................................
4.3.2 Utilizando como solvente metanol.........................................................
4.3.3 Utilizando Clorofórmio como solvente...................................................
4.3.4 Utilizando éter etílico.............................................................................
4.3.5 Antraquinonas.......................................................................................
4.3.6 Alcalóides..............................................................................................
4.3.7 Purinas..................................................................................................
31
32
33
34
35
35
35
4.4. Microrganismos..................................................................................... 35
4.5. Avaliação Preliminar da Atividade Antimicrobiana.................................. 36
4.6. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)........................ 36
4.7 Critérios para aceitação da atividade antimicrobiana de extratos brutos
de plantas.......................................................................................................
37
4.8 Fracionamento do Extrato Etanólico Bruto de Uncaria guianensis..........
4.8.1 Dissolução Fracionada..........................................................................
4.8.2 Avaliação da atividade antimicrobiana das frações de Uncaria
guianensis.......................................................................................................
38
38
38
9
4.8.3 Perfil comparativo entre a atividade antimicrobiana do extrato bruto
de Uncaria guianensis e a fração metanólica.................................................
39
4.9 Fluxograma da metodologia.....................................................................
39
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 40
5.1. Abordagem Fitoquímica dos Extratos Etanólicos Brutos........................ 40
5.2. Atividade antimicrobiana dos EEBs das plantas..................................... 43
5.3. Atividade antimicrobiana das frações de Uncaria guianensis.................
49
5.4 Perfil comparativo entre o extrato bruto de Uncaria guianensis e fração
metanólica.......................................................................................................
50
6. CONCLUSÃO.............................................................................................
54
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 55
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Critérios para aceitação da atividade antimicrobiana de
extratos brutos de plantas
....................................................................
Tabela 2 - Abordagem Fitoquímica dos extratos etanólicos brutos de
Psidium guajava (goiabeira), Bryophyllum calycinum (pirarucu),
Eleutherine plicata (marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato),
Arrabidaea chica (pariri) e Mansoa alliacea (cipó d’alho)..............................
38
42
Tabela 3 - Avaliação preliminar da atividade antimicrobiana dos extratos
etanólicos brutos (concentração de 500 mg/mL) de Psidium guajava
(goiabeira), Bryophyllum calycinum (pirarucu), Eleutherine plicata
(marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato), Arrabidaea chica
(pariri) e Mansoa alliacea (cipó d’alho)..........................................................
44
Tabela 4 - Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos etanólicos
brutos de Psidium guajava (goiabeira), Bryophyllum calycinum (pirarucu),
Eleutherine plicata (marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato) e
Arrabidaea chica (pariri) pelos métodos de disco difusão em ágar e de
microdiluição em placas.............................................................................
46
Tabela 5 - Avaliação da atividade antimicrobiana das frações de Uncaria
guianensis (unha-de-gato).............................................................................
49
Tabela 6 Atividade antimicrobiana do EEB de Uncaria guaianensis
(unha-de-gato) por disco difusão em ágar.....................................................
50
Tabela 7 Atividade antimicrobiana da fração metanólica de Uncaria
guianensis (unha-de-gato) por disco difusão em ágar...................................
51
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Folhas de Psidium guajava L. (Goiabeira). Exsicata doada pelo
Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental (Determinador:
Miguel Pastana do Nascimento)....................................................................
24
Figura 2 Folhas de Bryophyllum calycinum Salisb (Pirarucu). Exsicata
doada pelo Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental
(Determinador: Miguel Pastana do Nascimento)...........................................
25
Figura 3 Folhas de Eleutherine plicata Herb. (Marupazinho). Exsicata
preparada no Laboratório de Fitoquímica e identificada no Departamento
de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi pelo Dr. Mário Augusto
Gonçalves Jardim do Departamento de Botânica (registro MG123511)........
26
Figura 4 Folhas de Uncaria guianensis (Aubl.) Gmelin (unha-de-gato).
Exsicata preparada no Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia
Oriental (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento)..............................
27
Figura 5 Folhas de Arrabidaea chica (HKB) Verlot. (pariri). Exsicata
preparada no Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental
(Determinador: Miguel Pastana do Nascimento)...........................................
28
Figura 6 Folhas de Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (Cipó d’alho).
Exsicata doada pelo Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia
Oriental (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento)..............................
29
Figura 7 Atividade antimicrobiana da fração metanólica de Uncaria
guianensis com ação na concentração de 100 mg (halo de 8
mm)................
50
Figura 8 Atividade antimicrobiana do EEB de Uncaria guianensis por
disco difusão em ágar....................................................................................
51
Figura 9 Atividade antimicrobiana da ração metanólica de Uncaria
guianensis por disco difusão em ágar............................................................
52
Figura 10 Atividade antimicrobiana da fração metanólica e do EEB de
Uncaria guianensis (unha-de-gato) por disco difusão em ágar.................
53
12
1. INTRODUÇÃO
As substâncias antimicrobianas representam um dos principais avanços
da farmacoterapia nas últimas décadas com progressos sem limites dentro da
terapêutica medicamentosa. O referido grupo de medicamentos condiciona, de
forma efetiva, o efeito de espécies microbianas patogênicas e oportunistas
responsáveis pelas mais variadas patologias que tanto provocaram a
incapacidade prolongada ou óbito de seres humanos, sem restrição de faixa
etária, situação financeira ou estado de saúde do indivíduo atingido (ROBERT
et al., 1997; TAVARES, 1984).
Atualmente, os termos antibiótico e antimicrobiano são considerados
como sinonímia, designando assim toda substância oriunda de seres vivos,
microrganismos ou vegetais, como também aquelas sintetizadas em laboratório
com a capacidade de em pequenas concentrações apresentarem atividade
letal ou inibitória contra espécies microbianas e prevenir o desenvolvimento de
microrganismos resistentes (AMATO NETO et al., 1994; ROBERTS et al.,
1997).
Por um longo período de tempo, plantas têm sido uma das fontes de
produtos naturais para a manutenção da saúde humana. As mais diversas
enfermidades têm sido tratadas com chás (infuso, decocto, macerados), sucos,
tinturas, banhos, cataplasmas e ungüentos, preparados a partir de parte das
plantas. A referida conduta terapêutica remonta, principalmente, aos antigos
povos da China, Egito, Ásia e Roma, em que os eruditos, com base em seus
conhecimentos, classificaram numerosas espécies vegetais, com a respectiva
indicação do uso medicinal. Posteriormente, os gregos instituíram o emprego
“racional” das plantas na prática médica, sendo seguido pelos clínicos da
Europa Ocidental (FERNANDEZ et al., 1982; ROBERTS et al., 1997).
As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas
medicinais contribuem, de forma relevante, para a divulgação das virtudes
terapêuticas dos vegetais, prescritos com freqüência, pelos efeitos medicinais
que produzem, apesar de não terem seus constituintes químicos conhecidos,
mas tornando válidas informações terapêuticas que foram sendo acumuladas
13
durante culos (MACIEL et al., 2002). Porém, desde o advento dos
antibióticos, o uso de derivados de plantas como antimicrobianos tem sido
virtualmente inexistente (COWAN, 1999).
Embora as indústrias químicas e farmacêuticas tenham produzido uma
imensa variedade de diferentes antibióticos nos últimos tempos, cada vez mais
tem sido observado o aumento de microrganismos resistentes aos
antimicrobianos disponíveis no mercado, incentivando a busca de novas fontes
de substâncias com atividades antimicrobianas. Além disso, a alta incidência
de infecções, principalmente em indivíduos imunocomprometidos, aumenta a
importância da procura e da descoberta de compostos terapêuticos
alternativos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), plantas
medicinais deveria ser a melhor fonte para obter-se uma variedade de drogas
(PRASHAR et al., 2003).
Sendo assim, pesquisas voltadas para o estudo e a avaliação de
produtos naturais como terapêuticos e principalmente com atividade
antimicrobiana devem ser estimulados no intuito de criar novas drogas. Dentro
desse contexto, os estudos com plantas utilizadas na medicina popular
representam prioridade na Amazônia, pela variedade e riqueza de sua flora.
No Brasil encontram-se cerca de 20% das 250 mil espécies medicinais
catalogadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), facilitando o
aproveitamento do potencial curativo dos vegetais para o tratamento de
doenças (DRUMOND et al., 2004). Na Amazônia existe grande diversidade
vegetal, onde se encontram muitas plantas com propriedades medicinais e, que
durante milênios são utilizadas pelas comunidades nativas.
O projeto “PADRONIZAÇÃO DE PREPARAÇÕES TRADICIONAIS À
BASE DE PLANTAS MEDICINAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE
FITOTERÁPICOS” realizado pelo Setor de Insumos Farmacêuticos
(SINFARM) do Programa Pobreza e Meio Ambiente (POEMA) do cleo
de Meio Ambiente (NUMA) da Universidade Federal do Para (UFPA)
caracterizou algumas espécies vegetais de uso medicinal tradicional visando o
aproveitamento em fitoterápicos. A triagem das plantas através de questionário
etnofarmacêutico, selecionou espécies vegetais utilizadas para doenças que
possam ter como agentes bactérias ou fungos (BARBOSA & PINTO, 2001).
14
A partir desta seleção foi avaliada, no presente trabalho, a atividade
antimicrobiana de seis espécies utilizadas na medicina popular da Amazônia,:
Psidium guajava L. (goiabeira), Bryophyllum calycinum Salisb (pirarucu),
Eleutherine plicata Herb (marupazinho), Uncaria guianensis (Aubl.) Gmelin
(Unha de gato), Arrabidaea chica (HKB) Verlot (pariri) e Mansoa alliacea (Lam.)
A.H. Gentry (cipó d’alho).
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Psidium guajava
A família Myrtaceae inclui cerca de 130 gêneros e aproximadamente
4.620 espécies arbustivas e arbóreas, bem representada em regiões tropicais e
subtropicais, com centros de dispersão na Austrália, oeste da Índia e América
(MABBERLEY, 1997; JUDD et al., 1999). É considerada nativa da América
tropical, em especial do Brasil e das Antilhas. Essa família inclui gêneros como
Myrtus, Psidium, Pimenta, Eugenia, Pseudocaryophyllus, Syzygium,
Eucalyptus, Leptospermum e Melaleuca, sendo representada por várias
espécies medicinais, dentre elas, a espécie Psidium guajava L, denominada
comumente de goiabeira, guava em inglês e guayabo em espanhol. É
conhecida na região Amazônica como Goiaba, no entanto, existem registros
para a espécie como Goiabeira, Araçá-goiaba, Araçá-guaiaba, Araçá-guaçu,
Guaiaba, Guaiava, Araçá-vaçu no Rio grande do Sul, e Goiabeira Branca em
Minas Gerais (LOZOYA et al., 2002).
Apresenta excelentes condições para exploração em escala comercial,
em função de seus frutos atingirem bons preços no mercado e serem muito
apreciados pelas suas características, tanto para o consumo de mesa como
para a fabricação de produtos industrializados (MANICA et al., 2000;
CAÑIZARES et al., 2003). Dentre as frutas tropicais brasileiras, a goiaba ocupa
lugar de destaque, não pelo seu aroma e sabor, como também pelo seu
valor nutricional, é frequentemente cultivada em razão dos frutos comestíveis
em pomares domésticos ou plantações comerciais para a indústria alimentícia
(LORENZI, 1992) colocando o Brasil na posição de maior produtor mundial de
goiabas vermelhas (IEA, 2007).
15
É um arbusto ou árvore de pequeno porte, galhada, com caule tortuoso
e casca lisa, frutífera de copa aberta, de aproximadamente 8,0 m de altura,
apresentando folhas opostas, curto-pecioladas, ovadolanceoladas, glabras ou
ligeiramente pubescentes na face superior, aromáticas e de textura coriácea,
de 8-12cm de comprimento por 3-6cm de largura (LORENZI, 1992); botões
florais tomentossos ou glabros, com cálice membranoso; flores hermafroditas,
diclamídeas, actinomorfas, brancas e com numerosos estames. Apresentam
flores alvas, solitárias ou em grupos de 2-3 nas axilas das folhas, fruto com
baga amarela, de polpa abundante apresentando duas variedades mais
comuns, as de frutos com polpa vermelha (P. guajava var. pomifera) e a de
polpa branca (P. guajava var. pyrifera) (LORENZI, 1992; ROBINEAU, 1995).
Na região Amazônica, as folhas de P. guajava são empregadas
popularmente no tratamento caseiro de desordens gastrintestinais, prática
herdada originalmente da medicina asteca no México (LOZOYA et al., 2002).
Infusos ou decoctos preparados com folhas frescas ou desidratadas são
indicados para diarréia, disenteria, flatulência e cólica abdominal. É muito
utilizado o chá em bochechos e gargarejo no tratamento de inflamações da
boca e da garganta ou em lavagens locais de úlceras e na leucorréia
(CARRICONDE, 2000; MATOS, 2002). Adicionalmente, comprovaram-se as
atividades antimicrobiana, antitussígena (JAIARJ et al., 1999), sedativa
(LUTTERODT & MALEQUE, 1988), antioxidante (MARTIN et al., 1998; WANG,
2000; NADERI et al., 2003; ANJANEYULU & CHOPRA, 2004; WOODMAN &
CHAN, 2004) e antiproliferativa para células cancerígenas (MANOSROI et.,
2005).
Para fins medicinais, a planta deve ser podada e regada freqüentemente
para estimular a produção de gomos foliares terminais (MATOS, 2002).
2.2. Bryophyllum calycinum
Bryophyllum calycinum Salisb (B. pinnatum, Kalanchoe pinnata) é uma
planta silvestre pertencente à família Crassulaceae e ao gênero Bryophyllum,
possuindo várias sinonímias como: Pirarucu (nome mais conhecido
popularmente no estado do Pará), coirama, erva-da-costa, folha-da-costa,
folha-grossa, orelha-de-monge, paratudo ou folha da fortuna roxo, saião, São
Raimundo (BALBACH, 1995). Trata-se de um subarbusto com até 50 cm de
16
altura, de ramos herbáceos cobertos de penugem, ereto, com haste suculenta
e bastante enrijecida, com folhas vivíparas opostas, pinadas, com um a cinco
folíolos muito suculentos, com ápice arredondado, base arredondada,
glaberrimas, nervação imersa, brilhosas e com aspecto sedoso. Apresenta
inflorescências terminais cimosas, alongadas, com cerca de 30 cm de
comprimento, flores com cálice gamossépalo inflado, com 5 dentes, com 2-2,5
cm de comprimento, corola tubulosa basifixas; gineceu com 4 carpelos
ligeiramente concrescidos na base, folículos multispermos, sementes
minúsculas com testa reticulada (BERG, 1982). As suas flores de coloração
rósea apresentam-se em cachos no ápice dos ramos, as folhas são ovais,
arredondadas na base e serrilhadas nas bordas. Os frutos são constituídos de
pequenas cápsulas contendo sementes (LORENZI & MATOS, 2002).
As folhas frescas de pirarucu são amplamente utilizadas na fitoterapia,
na qual são descritas propriedades medicinais: analgésica, antialérgica,
antiartrítica, antibacteriana, antidiabética, antifúngica, antiinflamatória tópica,
antilítica, anti-séptica, bactericida, cicatrizante, depurativa, diurética, emoliente
e hemostática (ALMEIDA et al., 2000).
Planta cicatrizante e refrescante, as folhas frescas e tostadas são úteis
nas cefalalgias, sendo que a infusão das mesmas serve para combater os
ergogitamentos linfáticos e as inchações erisipelatosas das pernas. O suco
parece ser eficaz contra calos, frieiras e queimaduras (ALBUQUERQUE, 1989).
As propriedades medicinais da planta pirarucu são evidenciadas por
diversas substancias químicas, como flavonóides, cálcio, ácido succcínico,
ácido málico, triterpeno, esteróis, ácido cítrico e ácido lático (GAIND, 1971;
GUPTA, 1973). Além desses constituintes químicos existem aminoácidos como
arginina, que é anticancerígeno, glicina que diminui a quantidade de ácido úrico
no organismo e histidina. Os bufadienolídeos que estão presente nas folhas
promovem uma atividade anti-tumoral, dentre eles destacam-se o 12-O-
tetradecanoilforbol-13-acetato e a briofilina (SUPRATMAN et al., 2001).
A planta possui também atividade relatada contra a leishmaniose (DA
SILVA et al., 1995; DA SILVA et al., 1999; TORRES-SANTOS et al., 2003;
MUZITANO et al., 2006).
17
2.3. Eleutherine plicata
A Eleutherine plicata Herb. (marupazinho) é uma planta herbácea
bulbosa e rizomatosa, acaule, entourecida, de 20-30 cm de altura, nativa da
América tropical, incluindo os campos secos da Amazônia brasileira. Os bulbos
apresentam escamas semelhantes à cebola, de coloração vinho e exsudando
látex branco quando cortados. Caracterizam-se por folhas simples, inteiras,
plissadas longitudinalmente, de cerca de 25 cm de comprimento. Flores
brancas ou rosadas, dispostas numa panícula ampla no ápice de um longo
escapo rígido acima da folhagem, que se abrem apenas ao por do sol.
Multiplica-se facilmente por bulbos, tornando-se persistente em muitas áreas a
ponto de ser considerada “planta daninha” (ALBUQUERQUE, 1989; VIEIRA
1992). Nas regiões do sul e sudeste perde a parte aérea durante o inverno e na
região Nordeste formam touceiras decumbentes.
Pertencente a família Iridaceae, essa planta possui vários nomes
populares, sendo os principais marupazinho, marupá, marupá piranga,
marupaí, em Cuba “lágrimas de la virgen”.
Esta planta é amplamente utilizada na medicina caseira de quase todo
país, principalmente na região Amazônica, hábito iniciado pelas populações
indígenas desta região. Não há, porém, comprovação científica de sua eficácia
nem da segurança de suas preparações. De acordo com o uso popular, os
rizomas são empregados contra gastralgia, histeria, diarréia e vermes
intestinais (SCHULTES, 1990; MORS, 2000). relatos também de possuir
ação antifertilidade, sendo empregada no Haiti como contraceptivo (WENIGER,
1982; GRENAND, 1987). Ao extrato dessa planta são atribuídas propriedades
antimicrobianas e ação dilatadora coronária, potencialmente útil no tratamento
de doenças cardíacas (DIG, 1982). Como medicação caseira, na Amazônia, é
usada para o tratamento de diarréia e amebíase, fervendo-se 2 bulbos cortados
em pequenos pedaços durante 15 minutos em 500 mL de água e ingerindo-se
uma xícara antes das refeições. Os indígenas das Guianas empregam seus
bulbos para o preparo de emplastro em aplicações externa contra contusões e
ferimentos visando acelerar a cicatrização, o suco com sal, é usado como
medicação interna contra epilepsia (GRENAND, 1987). São citados na sua
composição química a presença de naftoquinonas (NGUYEN, 1983),
18
antraquinonas do tipo crisofanol (GRENAND, 1987), além de uma saponina
esteroidal. (ALBUQUERQUE, 1989; VIEIRA, 1992).
2.4. Uncaria guianensis
Uncaria guianensis (Aubl) Gmelin pertence ao gênero Uncaria que é
representado por cerca de 60 espécies de lianas distribuídas principalmente na
África e Ásia, ocorrem em amplas áreas da Amazônia brasileira e em países da
América Central (Guatemala, Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa
Rica, Panamá) e do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Equador, Peru e
Bolívia), indicadas como seu centro de origem (POLLITO; TOMAZELLO, 2006).
As plantas são arbustos vigorosos e robustos, pouco ramificado, de
ramos escandentes ou trepadores com um espinho em forma de gancho em
cada axila foliar, de 30 m de comprimento (quando cresce isolado fora da mata
forma uma pequena touceira de hastes mais ou menos verticais de a5 m de
altura). A espécie é nativa da Amazônia, principalmente na parte central e
noroeste, quase sempre em matas de várzeas inundáveis ou não, com um par
de espinhos, originados de pedúnculos abortivos, utilizados para galgar a copa
das árvores denominadas de “unha de gato”
Possui folhas simples, opostas, pecioladas, membranáceas, de 5-10 cm
de comprimento, lâmina ovada, elíptica, consistência cartácea ou papirácea e
um par de estípulas interpeciolares, livres na base, deltóide, obovada com
coloração verde claro. O caule com textura fibrosa-laminar coloração mesclada
de marrom avermelhado e creme, tem uma peculiaridade de armazenar água
para satisfazer suas próprias necessidades vitais, quando as chuvas são
escassas, este líquido armazenado é um poderoso energizante oferecido pela
natureza para saciar a sede, fome e cansaço na selva, deixando um discreto
sabor amargo. Inflorescências em glomérulos axilares, pedunculados, de forma
perfeitamente globosa, com flores branco amareladas (POLLITO;
TOMAZELLO, 2006)
Existem na América tropical pelo menos 50 espécies deste gênero. Na
Amazônia ocidental, nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia, ocorre a
espécie Uncaria tomentosa (Willd) DC, com características e propriedades
mais ou menos semelhantes e uma das mais utilizadas na medicina tradicional
principalmente fora do Brasil. Diferencia-se de Uncaria guianensis
19
principalmente pelos espinhos menos curvos, pelas hastes mais anguladas e
pelas folhas um pouco menores (3-5 cm). Multiplica-se por sementes e por
meios vegetativos. (TAYLOR 1998, REVILLA 2001).
A sua anatomia demonstra pertencer à família Rubiaceae, com a
exceção dos elementos vasculares solitários, arredondados, largos e
freqüentes, parênquima axial difuso e largura dos raios, que correspondem a
plantas de hábito lianescente. A casca, lenho e folhas dessas plantas têm sido
usadas pelos povos amazônicos para o tratamento de inúmeras enfermidades
(gastrite, úlcera, diarréia, artrite, câncer, etc.) e como abortivo além de
aumentar a resistência dos tecidos. A seiva da unha de gato, pelas suas
propriedades energéticas e nutritivas, é utilizada pelos povos das florestas
(AQUINO et al., 1989).
A maior atenção dispensada a esta planta até hoje é relativo a presença
em suas raízes e cascas de alcalóides oxindólicos, com vários estudos
relatando o poder de estimular o sistema imunológico em até 50% (MATTA,
1976; KEPLINGER et al., 1990,). Isto induziu, em todo mundo, o seu amplo uso
como adjuvante no tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS), do ncer e de outras doenças que afetam o sistema imunológico
(GONTUZZO, 1993). Outra propriedade desta planta que vem merecendo
ampla atenção dois cientistas atualmente é a antiinflamatória, principalmente
os “glicosídeos do ácido quinóvico”, considerados os mais potentes
antiinflamatórios encontrados em plantas, capazes de inibir inflamações em ate
69% (AQUINO 1991; YEPEZ 1991, RECIO 1995; CERRI 1998).
2.5. Arrabidaea chica
A família Bignoniaceae pertence à ordem Scrophulariales, subclasse
Asteridae, e reúne aproximadamente 120 gêneros e 650 espécies geralmente
tropicais espontâneas da América do Sul, incluindo árvores, lianas, arbustos e
raramente ervas. Em levantamento etnofarmacológico realizado na região
Amazônica, algumas espécies dessa família mostraram-se amplamente
utilizadas com fins medicinais entre elas estão a Arrabidaea chica (HKB) Verlot
e Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (TAKEMURA et al 1995).
A espécie Arrabidaea chica (H&B) Verlot é conhecida popularmente
como cipó-pau, cipó-cruz, carajuru, carapiranga (CORREA, 1984), além de
20
pariri, carajirú, crajirú, carajerú, crejer, entre outras e pertence à família das
Bignoniaceae, conhecida como a família do Ipê. Apresenta dois grandes
centros de distribuição geográfica, o Brasil e o continente Africano, observa-se
que o Brasil é, provavelmente, a região onde a família apresenta-se com o
maior número de espécies, ocorrendo desde a Amazônia até o Rio Grande do
Sul, não possuindo um habitat único
(PAULETTI et al., 2003).
É caracterizada morfologicamente como uma planta arbustiva
ascendente com aproximadamente 2,5 m de altura, de ramos subtetragonos,
que possuem folhas compostas, bi ou trilobadas, de folíolos oblongo-
lanceolados, cartáceos, de 8 -13 cm de comprimento e com fitotaxia tipo oposta
dística. As flores são campanuladas róseo-lilacinas em panículas terminais
(ALBUQUERQUE, 1989; VIEIRA, 1992). Os frutos são silíquas deiscentes.
Possui como princípios ativos o ácido anisíaco, carujina, taninos, ferro
assimilável e cianocobalamina (ALBUQUERQUE, 1989). É comum a presença
de folhas modificadas denominadas gavinhas (órgão de suporte), auxiliando na
fixação ao substrato (CORREA, 1984).
Na espécie Arrabidaea chica, há identificado vários pigmentos como a
bixina, genipina e derivados da cajurina, que produzindo um corante vermelho-
escuro servem para tingir toda variedade de fibras artesanais, sendo
supostamente eficazes contra dermatoses e impinges (CORREA, 1984,
TAYLOR 1998, MORS 2000) e são comumente utilizados pelos indígenas da
Amazônia na sua pintura corporal, para tingir seus enfeites, utensílios e
vestuários, bem como para tatuagem, na arte, magia e até como método
profilático contra picada de mosquitos e como protetor solar. Os estudos
químicos demonstraram presença de fitosteróis, flavonóides e pigmentos
utilizados em cosméticos como: carajurona, carajurina e 3-deoxiantocianidina
(ESTRELA, 1995), taninos, ácido anísico, ferro assimilável e cianocoblamina.
(ALBUQUERQUE, 1989; VIEIRA, 1998). As propriedades tintoriais dessa
planta são devido a dois pigmentos flavônicos: a carajurina, que é o pigmento
principal e a carajurona (GRENARD et al.,1987).
É uma planta trepadeira com atributos ornamentais, é amplamente
utilizada na medicina caseira, principalmente na região Amazônica é usada
como anti-inflamatoria, antimicrobiana (TAYLOR, 1998) e para o tratamento de
cólicas intestinais, diarréias, anemias, uterinas, hemorragias, impigens, micose
21
e lavagem de ferimentos na pele (CORRÊA,1984) além de um agente
adstringente, sendo seu extrato usado na cosmética em forma de sabonete
cremoso produzindo um efeito anti-acne (TAKEMURA,1995) e atividade
antifúngica (BARBOSA & QUIGNARD,1998).
2.6. Mansoa alliacea
Conhecida popularmente como cipó-alho, alho, cipó-de-alho, alho-
d'água (DI STASI & HIRUMA-LIMA, 2002)
e cipó d’alho (LORENZI & MATOS,
2002) a planta é uma Bignoniaceae nativa em quase todas as regiões tropicais
do Brasil, principalmente na região Amazônica.
É uma espécie de arbusto trepador, de ramos cilíndricos e glabros, com
gavinhas; folhas normalmente 2-3 folioladas, curto pecioladas, com folíolos
peciolados, elípticos e coriáceos, podendo chegar a até 16 cm de comprimento,
inflorescência em racemo com cálice campanulado ou tubular e corola amarela
e afunilada; anteras glabras e ovário oblongo; fruto do tipo capsular largo,
oblongo-linear, contendo sementes oblongas. O caule lenhoso e as folhas
possuem um odor fortíssimo de alho, o que gera o nome popular atribuído a
espécie. Essa característica permite o uso da planta em substituição ao alho. O
nome do gênero deriva do grego aden = glândula” e kalymma = “invólucro”,
significando “coberta de glândulas” e referindo-se ao cálice e às bráceteas
florais.
Em levantamento etnofarmacêutico foi constatado que as folhas, cascas
e raízes de Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (sinonímia: Adenocalymna
alliaceum Miers) são empregadas na medicina caseira em muitas regiões do
país, principalmente como analgésica, antipirética e antireumática via oral ou
tópica (LORENZI & MATOS, 2002). O macerado alcoólico da casca da raiz e o
emplasto das folhas aplicado na zona afetada são considerados antireumáticos
e antiartríticos. A infusão de suas folhas é empregada contra febres e
resfriados e, a maceração aquosa das raízes, é usada como tônico constituinte
(REVILLA, 2001). Na Amazônia ocidental o chá da planta inteira moída é
empregado no tratamento de doenças respiratórias (SCHULTES & RAFFAUT,
1990). Nas Guianas o debuto dos ramos e folha é empregado em lavagens
externas como tratamento caseiro de dores e cansaço muscular. Entre os
22
indígenas esta planta é também empregada de maneira mística para espantar
maus espíritos (GRENAND,1987).
O seu aroma de alho é atribuído à presença de compostos do tipo
allisevenol, derivados do enxofre (ZOGHBI, 1984). Um estudo preliminar com a
casca do caule indicou a presença de alcalóides e ácidos do tipo dialil sufídrico,
comparáveis aos encontrados no alho (APPARATO, 1981).
Os dados de espécie vegetal, família, nome vulgar, órgão testado e uso
popular das plantas utilizadas neste trabalho estão resumidos no quadro 1.
Quadro1: Espécie vegetal, família, nome local, órgão testado e uso popular.
Espécie
vegetal
Família Nome vulgar Órgão
testado
Uso popular
Psidium
guajava L
Myrtaceae
Goiabeira,
Araçá-goiaba,
Araçá-
guaiaba,
Araçá-guaçu,
Guaiaba,
Guaiava
Folhas
Inflamações da
boca e da
garganta,
Desordens
intestinais,
Diarréias
Bryophyllum
calycinum
Salisb
Crassulaceae
Pirarucu
Saião roxo
Folha da
fortuna
Folhas
Analgésica,
antialérgica,
antiartrítica,
antibacteriana,
antidiabética,
antifúngica
Eleutherine
plicata Herb
Iridaceae
marupazinho,
marupá,
marupá –
piranga,
marupaí
Bulbo
Diarréias e
infecções
causadas por
amebas
Uncaria
guianensis
(Aubl.)
Gmelin
Rubiaceae
Unha-de-gato
Folhas
Gastrite, úlcera,
diarréia, artrite
Arrabidaea
chica (HKB)
Verlot
Bignoniaceae
pariri, crajiru,
cipó-cruz
Folhas
Antiinflamatório,
agente
adstringente,
anemia
Mansoa
alliacea
(Lam.) A.H.
Gentry
Bignoniaceae
Cipó d’alho
cipó-alho
alho-d'água
Folhas
Anti-reumáticos
e antiartríticos
Contra
resfriados
23
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Avaliar a atividade antimicrobiana in vitro de extratos de plantas
utilizadas na medicina popular na Amazônia visando o seu aproveitamento na
utilização de fitoterápicos.
3.2 Específicos
1. Avaliar a atividade antimicrobiana in vitro de extratos etanólicos brutos de
folhas de Psidium guajava L.(goiabeira), Bryophyllum calycinum Salisb
(pirarucu), Uncaria guianensis (Aubl.) Gmelin. (Unha de gato), Arrabidaea chica
(HKB) Verlot (pariri) e Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (cipó d’alho)
2. Avaliar a atividade antimicrobiana in vitro de extratos de bulbos de
Eleutherine plicata Herb (marupazinho)
3. Proceder o fracionamento do extrato etanólico bruto de Uncaria guianensis
(Aubl.) Gmelin. (Unha de gato).
4. Avaliar a atividade antimicrobiana in vitro das frações obtidas do extrato de
Uncaria guianensis (Aubl.) Gmelin. (Unha de gato).
5. Determinar a concentração inibitória mínima, frente a cepas de fungos e
bactérias, dos extratos e frações das plantas que apresentarem atividade
antimicrobiana.
24
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Coleta e identificação do material vegetal
As folhas frescas da goiabeira (337,3g) foram coletadas dia 23/01/2007
no Horto de Plantas Medicinais da Empresa Brasileira de Pesquisas
Agropecuárias (EMBRAPA-Amazônia Oriental) e identificadas no Laboratório
de Botânica desta Instituição (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento)
sendo uma exsicata depositada no Herbário da EMBRAPA Amazônia Oriental
(Figura 1).
Figura 1 Folhas de Psidium guajava L. (Goiabeira). Exsicata doada pelo Laboratório de
Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento).
25
As folhas frescas de Pirarucu (550g) foram coletadas dia 30/04/2007 no
Horto de plantas medicinais da EMBRAPA Amazônia Oriental e identificadas
no Laboratório de Botânica desta Instituição pelo Botânico Miguel Pastana do
Nascimento sendo uma exsicata (Figura 2) depositada no Herbário IAN
(EMBRAPA Amazônia Oriental).
Figura 2 Folhas de Bryophyllum calycinum Salisb (Pirarucu). Exsicata doada pelo Laboratório
de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento).
26
O bulbo de Marupazinho (970,79g) foi coletado dia 16/02/2007 no Horto
do EMAÚS localizado no Bairro do Benguí, em Belém-PA. A exsicata (Figura 3)
foi preparada e enviada ao Museu Paraense Emílio Goeldi para ser analisada
pelo Dr. Mário Augusto Gonçalves Jardim do Departamento de Botânica sendo
identificada com o de numero de registro MG123511.
Figura 3 Folhas de Eleutherine plicata Herb. (Marupazinho). Exsicata preparada no
Laboratório de Fitoquímica e identificada no Departamento de Botânica do Museu Paraense
Emílio Goeldi pelo Dr. Mário Augusto Gonçalves Jardim do Departamento de Botânica (registro
MG123511).
27
As folhas frescas de unha-de-gato (484,68g) (Figura 5) foram coletadas
dia 26/01/2007 no Horto de plantas medicinais, cedida pelo pesquisador Dr.
Osmar Alves Lameira. As plantas foram identificadas no Laboratório de
Botânica desta Instituição (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento)
sendo uma exsicata de cada espécie depositada no Herbário da EMBRAPA-
Amazônia Oriental e outra no Laboratório de Fitoquímica da Faculdade
Farmácia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará
(LAFIT/FF/ICS/UFPA).
Figura 4 – Folhas de Uncaria guianensis (Aubl.) Gmelin (unha-de-gato). Exsicata preparada no
Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental (Determinador: Miguel Pastana do
Nascimento).
28
As folhas frescas de pariri (160,23g) (Figura 4) foram coletadas dia
23/01/2007 na Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (EMBRAPA-
AMAZÔNIA ORIENTAL). O pariri teve como procedência a área do Laboratório
de Botânica, em Belém-PA, cedido pelo pesquisador Dr. Joaquim Ivanir
Gomes.
Figura 5 Folhas de Arrabidaea chica (HKB) Verlot. (pariri). Exsicata preparada no Laboratório
de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental (Determinador: Miguel Pastana do Nascimento).
29
As folhas frescas de cipó d’alho (356,7g) foram coletadas dia 16/03/2007
no Horto de plantas medicinais da EMBRAPA Amazônia Oriental e
identificadas no Laboratório de Botânica desta Instituição (Determinador:
Miguel Pastana do Nascimento) sendo uma exsicata depositada no Herbário
IAN da EMBRAPA Amazônia Oriental (Figura 6).
Figura 6 Folhas de Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (Cipó d’alho). Exsicata doada pelo
Laboratório de Botânica da EMBRAPA-Amazônia Oriental (Determinador: Miguel Pastana do
Nascimento).
30
4.2. Obtenção do extrato etanólico bruto (EEB)
As análises foram realizadas segundo as metodologias utilizadas pelo
Laboratório de Fitoquímica do Departamento de Farmácia (BARBOSA et al.,
2004).
Para a obtenção do EEBs as folhas frescas de goiabeira, pirarucu, unha-
de-gato, pariri, cipó d’alho e bulbos de marupazinho, após a limpeza, foram
deixadas por 7 dias à temperatura ambiente e 2 dias em estufa de circulação
de ar forçado, separadamente, para secagem. O material vegetal seco foi
então triturado e macerado por duas semanas, isoladamente, em 1500 mL de
etanol a 95%. Em seguida, os macerados foram filtrados em papel filtro
Whatman qualitativo e concentrados à baixa pressão a 50
0
C, em evaporador
rotatório, até a evaporação completa do solvente. O concentrado foi colocado
em estufa por 24 h a 45
0
C e posteriormente pesado, obtendo-se 16,7808 g de
EEB seco de goiabeira, 30,39 g de pirarucu, 300,20 g de marupazinho, 7,2235
g de pariri, 59,9510 g de unha-de-gato e 24,1948 g de cipó d’alho. A partir
destes concentrados foram preparadas as soluções para testes de atividade
antimicrobiana.
4.3. Abordagem Fitoquímica
Os extratos foram submetidos a uma investigação dos constituintes
químicos por classe metabólica. As classes de metabólitos secundários
testados foram: saponinas, ácidos orgânicos, açúcares redutores, alcalóides,
polissacarídeos, proteínas e aminoácidos, fenóis e taninos, flavonóides,
purinas, glicosídios cardíacos, azulenos, catequinas, sesquiterpenolactonas e
outras lactonas, esteróides e tripernóides, azulenos, carotenóides, depsídios e
depsidonas, derivados de cumarina, antraquinonas e antraquinonas. Estes
testes foram realizados em triplicata e seguiram as condições estabelecidas no
Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais
(BARBOSA, 2001) e descritas abaixo.
31
4.3.1 Utilizando como solvente água destilada
Uma solução mãe foi preparada com 420mg de cada extrato seco e 84
mL de água destilada separadamente. A solubilização do extrato ao solvente
foi realizada em sonicador. Após este procedimento, foi realizada uma filtração
simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para a realização de testes
para identificação de saponina espumídica, ácidos orgânicos, polissacarídeos,
fenóis e taninos redutores, proteína e aminoácidos.
a) Saponina Espumídica
Retirou-se da solução e, uma alíquota de 15 mL que foram
distribuídos em três tubos de ensaio, de modo que, cada recipiente
apresentasse 5 mL desta solução. Em seguida adicionou-se 15 mL de água
destilada em cada recipiente. Procedeu-se agitação vigorosa durante 2 minutos
em tubo fechado. Se a camada de espuma permanecer estável por mais de
meia hora, o resultado é considerado positivo para saponina espumídica
b) Ácidos Orgânicos
Foi colocado 1 mL de solução mãe em cada um dos poços de uma placa
escavada. Posteriormente, em cada amostra, foram adicionadas nove gotas de
reativo de Pascová A e 1 gota de reativo de Pasco B. Se houver
descoloração do reativo, a reação é positiva.
c) Polissacarídeos
Em três tubos de ensaio foram colocados 5 mL de solução-mãe e
adicionados 2 gotas de lugol em cada.O aparecimento de coloração azul indica
resultado positivo.
d) Fenóis e Taninos
Em três tubos de ensaio adicionou-se 5 mL de solução-mãe e
posteriormente 2 gotas de solução alcoólica de FeCl
3
a 1%.Qualquer mudança
na coloração ou formação de precipitado é indicativo de reação positiva,
quando comparado com o teste em branco (água + Sol. de FeCl
3
).
32
e)) Açúcares Redutores
Adicionou-se 5 mL da solução mãe em três tubos de ensaio. Foram
acrescentados 2 mL de reativo FEHLING A e 2 mL de reativo FEHLING B.
Estes recipientes foram levados à aquecimento em banho Maria por cinco
minutos. O aparecimento de um precipitado vermelho tijolo, indica presença de
açúcares redutores.
f) Proteínas e Aminoácidos
Foram transferidos 3 mL de solução mãe para 3 tubos de ensaio.
Acrescentaram-se 0,5mL de solução aquosa de Nihidrina a 1%, sendo esses
recipientes levados a aquecimento até ebulição. O aparecimento de coloração
violeta persistente indica reação positiva.
4.3.2 Utilizando como solvente metanol
Uma solução mãe foi preparada com 360 mg dos extratos secos e 72
mL de metanol. Utilizou-se um bastão de vidro para solubilizar o extrato ao
solvente. Por conseguinte, foi realizada uma filtragem simples. Esta solução foi
utilizada nos testes para identificação de flavonóides, glicosídeos cardíacos,
catequinas, derivados benzaquinonas, sesquiterpenolactonas e outras
lactonas.
a) Flavonóides
Mediu-se 10 mL de solução mãe e colocou-se em três tubos de ensaio.
Adicionaram-se 5 gotas de HCl concentrado, em cada um dos tubos.
Acrescentaram-se raspas de magnésio em cada tubo. O surgimento de uma
coloração rósea na solução indica reação positiva.
b) Glicosídeos Cardíacos
Em três tubos de ensaio foram colocados 2mL de solução mãe. Em cada
tubo foram postas 2 gotas do reativo de Keede A e 2 gotas do reativo de Keede
B. Coloração azul ou violeta indica reação positiva.
33
c) Catequinas
Transferiu-se 3 mL da solução mãe para três tubos de ensaio.
Adicionou-se 1 mL da solução aquosa de vanilina a 1% e 1 mL de HCl
concentrado. O aparecimento de cor vermelha indica presença de catequinas.
d) Derivados Benzaquinonas; Naftoquinonas e Fenantraquinonas
Mediu-se 3 mL da solução mãe e transferiu-se para três tubos de
ensaio. Em cada tubo foram acrescentados 2 gotas de Na
2
CO
3
a 25%, 2 gotas
de formaldeído a 4% e 2 gotas de Orto-dinitrobenzeno a 5%. A mistura foi
levada ao banho maria. Coloração violeta indica reação positiva.
e) Sesquiterpenolactonas e outras lactonas
Colocou-se 3 mL da solução mãe em três tubos de ensaio. Adicionaram-
se aos tubos doze gotas de solução alcoólica de cloridrato de hidroxilamina a
10% e duas gotas de solução metanólica de KOH a 10%. Levou-se ao banho
maria por dois minutos. O aparecimento de coloração violeta, indica reação
positiva.
4.3.3 Utilizando Clorofórmio como solvente
Como nos testes anteriormente descritos fez-se necessária a
preparação de uma solução mãe. Esta solução foi preparada com 250 mg dos
extratos secos e 50 mL de clorofórmio. Esta solução foi usada para identificar
substâncias como: esteróides e triterpenóides, azulenos e carotenóide.
a) Esteróides e Triterpenóides
Foram retirados da solução mãe 30 mL. Esta alíquota foi filtrada em
carvão ativado. O filtrado foi distribuído de maneira uniforme em três tubos de
ensaio. Aos tubos, foi adicionado 1mL de anidrido acético seguido de agitação.
Adicionaram-se três gotas de H
2
SO
4
concentrado. Tornou-se a agitar o
recipiente. Os procedimentos foram realizados em capela. Observe se
rápido desenvolvimento de cores, que vão do azul evanescente, ao verde
persistente que indicam resultado positivo.
34
b) Azulenos
Foram colocados 2 mL da solução mãe em três tubos de ensaio.
Levados ao banho maria para concentrar até 0,5mL e, em seguida,
adicionados 2,5 mL de solução de p-dimetilaminobenzaldeido. Os tubos de
ensaio foram aquecidos durante 5 minutos em banho maria. Após esfriar,
acrescentou-se 10 mL de éter de petróleo em cada recipiente. Podendo ser
observadas duas fases distintas. Quando presença de proazulenos, a fase
aquosa adquire coloração azul, porém, quando estes estão em pequena
quantidade, a coloração observada é esverdeada.
c) Carotenóides
Transferiu-se 3 mL de solução mãe para três tubos de ensaio.
Adicionaram-se gotas de ácido trifluoracético. A observação de coloração azul
indica reação positiva.
4.3.4 Utilizando éter etílico
Foi preparada uma solução e com 200 mg dos extratos secos e 40
mL de éter etílico. Esta solução foi utilizada para identificação de depsídeos e
depsidonas, e derivados da cumarina.
a) Depsideos e depsidonas
Transferiu-se para um tubo de ensaio 5 mL da solução mãe. Todo o éter
foi evaporado em banho maria e ao resíduo foram acrescentados 3 mL de
metanol. Agitaram-se e adicionaram-se 3 gotas de cloreto férrico (FeCl
3
)
1%. O
aparecimento de coloração verde, azul ou cinza, indica reação positiva.
b) Derivados da Cumarina
Colocou-se em tubo de ensaio 5 mL da solução mãe. Concentrou-se em
banho maria auma quantidade de 0,5 mL. Em papel filtro foram aplicadas
gotas de solução etérea, de modo a formar duas manchas de
aproximadamente 1 centímetro de diâmetro cada. A uma destas, juntou-se 1
gota de solução NaOH 1N. O papel filtro foi levado à câmara de UV, onde a
metade da mancha que continha NaOH 1N estava coberta com papel escuro.
Fluorescência azul na parte exposta da mancha indica reação positiva.
35
4.3.5 Antraquinonas
Dissolveu-se 25 mg dos extratos secos em 5 mL de tolueno. Adicionou-
se 2 mL de solução de NH
4
OH a 10%. Agitou-se suavemente. O aparecimento
de coloração rósea, vermelha ou violeta na fase aquosa, indica reação positiva.
4.3.6 Alcalóides
Dissolveu-se 25 mg de extrato seco em 5 mL de HCl a 5%. Por filtração
simples, separaram-se quatro porções de 1 mL em tubos de ensaio e
adicionaram-se gotas de reativo de Bouchardat, de reativo de Dragendorff e
reativo de Mayer.
Na presença de alcalóides ocorre:
a) Reativo de Bouchardat: precipitado laranja avermelhado
b) Reativo de Dragendorff: precipitado vermelho tijolo
c) Reativo de Mayer: precipitado branco
4.3.7 Purinas
Em uma cápsula de porcelana, juntou-se 5 mg de extrato seco, 3 gotas
de solução de HCl 6N e 2 gotas de H
2
O
2
concentrado. Evaporou-se em banho
maria. Adicionou-se 3 gotas de solução de NH
4
OH 6N. O surgimento de
coloração violeta indica reação positiva.
4.4. Microrganismos Testados
Os microrganismos testados foram cepas padrão ATCC (American Type
Culture Colection) recomendadas para testes de suscetibilidade aos
antimicrobianos (CLSI, 2003). Em resumo, os microrganismos testados
apresentam as seguintes características:
Staphyloccoccus aureus (ATCC 25923): Bactéria Gram-positiva, responsável
por inúmeras e variadas infecções e síndromes em humanos e com resistência
a vários tipos de antimicrobianos.
Escherichia coli (ATCC 25922): Bactéria Gram-negativa, agente de infecções
gastrintestinal e principal responsável de infecções urinárias em mulheres.
Apresenta facilidade na aquisição e transferência de plasmídeos de resistência
à antimicrobianos.
36
Pseudomonas aeruginosa (ATCC 10145): Bactéria Gram-negativa, importante
agente de infecções nosocomiais e resistente a uma grande variedade de
antimicrobianos.
Candida albicans (ATCC 10231): Fungo leveduriforme, principal agente de
infecções fúngicas oportunistas, principalmente no trato vaginal e oral.
4.5. Avaliação Preliminar da Atividade Antimicrobiana
Foram preparados inóculos do microrganismo a testar tomando-se 3 a 4
colônias da cepa isolada em ágar Muller-Hinton e diluídas em solução salina a
0,85% aatingir a turbidez correspondente ao tubo 0,5 da escala de Mac-
Farland correspondendo aproximadamente 1 a 2 x 10
8
UFC/mL de E. coli
ATCC 25922 (BAUER et al., 1966; CLSI, 2003a; KARTAL et al., 2003).
Cada suspensão de microrganismo foi semeada (em triplicata), com
auxílio de um swab descartável, em toda a superfície de meio ágar Muller
Hinton. Em seguida foram adicionados discos de papel filtro (Whatman tipo
3), de 6 mm de diâmetro, impregnados com 10 µL de cada extrato das plantas
testadas em uma concentração de 500 mg/mL dissolvidos em Dimetil-Sulfóxido
(DMSO).
Após incubação das placas a 35°C por 24 h foi reali zada a leitura dos
resultados medindo-se o halo, em mm, formado ao redor dos discos contendo
os extratos. Foi considerado como resultado final de cada extrato a média das
3 medidas e como suscetível halo igual ou acima de 8 mm de diâmetro de
acordo com os critérios de PAREKH & CHANDA, 2007; SANTOS et al., 2007.
Discos com cloranfenicol e nistatina foram utilizados como controle positivo e
de DMSO como controle negativo.
4.6. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)
Os extratos testados que apresentaram atividade antimicrobiana na
avaliação preliminar (halo de inibição igual ou acima de 8 mm) foram
submetidos a determinação da CIM pela técnica de disco difusão em ágar
acima citada e pela técnica de microdiluição em caldo (CLSI, 2002; CLSI
2003b; BERTINI et al., 2005; LIMA et al., 2006; SANTOS et al., 2007). As
concentrações testadas foram 500, 250, 125, 62,5 e 31,25 mg/mL
37
Os testes foram realizados em caldo Muller Hinton contidos em placa
“Sensitive microtiter” de 96 poços esterilizadas, e utilizadas em análises de
ELISA (Enzime Linked Immunosorbent Assay). Uma alíquota de 10 µL de cada
extrato nas concentrações de 500, 250, 125, 62,5, e 31,25 mg/mL foi
depositada em cada poço da placa contendo caldo Muller Hinton e suspensão
de microrganismos para um volume final de 200 µL em cada poço. Foi
realizado controle da absorvância do extrato, do caldo Muller Hinton, das
suspensões de microrganismos, de cloranfenicol e de nistatina.
As placas foram cobertas com parafilme e incubadas a 35
0
C por 24
horas. A leitura foi realizada em leitor de ELISA no comprimento de onda de
650 nm (LIMA et al., 2006) comparando-se a absorvância dos poços com
extrato e do orifício controle. Foi considerada como CIM a menor concentração
do extrato capaz de inibir o crescimento microbiano.
4.7 Critérios para aceitação da atividade antimicrobiana de extratos
brutos de plantas
Foram utilizados os critérios sugeridos por HOLETZ et al., 2002
conforme tabela 1.
Tabela 1 Critérios para aceitação da atividade antimicrobiana de extratos brutos e plantas
(HOLETZ et al., 2002).
CIM DO EXTRATO RESULTADO
Abaixo de 100 mg/mL Boa atividade antimicrobiana
Entre 100 e 500 mg/mL Moderada atividade antimicrobiana
Entre 500 e 1000 mg/mL Fraca atividade antimicrobiana
Acima de 1000 mg/mL Inativo
38
4.8 Fracionamento do Extrato Etanólico Bruto de Uncaria guianensis
4.8.1 Dissolução Fracionada
O EEB de Uncaria guianensis ( Unha-de-gato) foi fracionado pela técnica
de dissolução fracionada com solventes de polaridade crescentes (hexano,
diclorometano, acetato de etila, acetona e metanol). Neste processo, os
solventes retiram da mistura, em etapas sucessivas, grupos de substâncias de
solubilidade semelhante.
Uma alíquota de 5 g de EEB de Uncaria guianensis foi pesado e
transferido para erlenmayer de 250 mL onde posteriormente o material foi
lavado 2 vezes com 125 mL de hexano e colocado para agitar em agitador
automático para dissolução e filtrado por papel de filtro qualitativo. O filtrado foi
então recolhido em outro erlenmeyer de 250 mL para posterior concentração. O
resíduo obtido foi lavado com diclorometano, utilizando-se o mesmo
procedimento acima, o qual também foi recolhido para posterior concentração.
O mesmo procedimento foi realizado para acetato de etila, acetona e metanol
onde por fim, recolheu-se o resíduo final.
As frações obtidas foram concentradas à baixa pressão a 50
0
C, em
evaporador rotatório, aa evaporação completa do solvente. O concentrado
foi posteriormente pesado, obtendo-se 0,360 g de fração hexânica, 0,205 g da
fração diclorometano, 0,102 g da fração acetato de etila, 0,215 g da fração
acetona e por fim 3,17 g de fração metanólica representando o maior
rendimento de 63,4%.
4.8.2 Avaliação da atividade antimicrobiana das frações de Uncaria
guianensis.
A partir das frações obtidas, foram realizados testes de suscetibilidade
antimicrobiana pelo método de disco difusão em ágar já descrito anteriormente.
As frações hexano, diclorometano, acetato de etila, acetona e metanol
foram testadas frente à cepa ATCC 25923 de Staphylococcus aureus. Para
isso foram preparadas, a partir dos concentrados obtidos de cada fração,
soluções em concentrações de 100, 50, 25 e 12,5 mg/mL disolvidas em DMSO
que foram utilizadas para impregnar os discos e realizar os testes.
39
4.8.3 Perfil comparativo entre a atividade antimicrobiana do extrato bruto
de Uncaria guianensis e a fração metanólica.
Após análise antimicrobiana das frações de Uncaria guianensis, foi
possível estabelecer um perfil comparativo entre o extrato etanólico bruto
(EEB) de Uncaria guianensis e a fração que apresentou atividade (fração
metanólica). Nesta etapa foram utilizadas diferentes concentrações das
amostras numa escala crescente de 100, 200, 300, 400 e 500 mg/mL
dissolvidos em DMSO. A partir dessas soluções foram realizados os testes de
disco difusão em Ágar.
4.9 Fluxograma da metodologia
Coleta e identificação
do material vegetal
Preparação do extrato
Abordagem
fitoquímica
CIM
+
Pirarucu
S. aureus (ATCC 25923)
E. coli (ATCC 25922)
P aeruginosa (ATCC 10145)
C. albicans
(ATCC 10231)
Goiabeira Marupazinho Unha de gato Pariri
Cipó d’alho.
EEB
F
R
A
C
I
O
N
A
M
E
N
T
O
Avaliação preliminar da atividade
antimicrobiana
40
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Abordagem Fitoquímica dos Extratos Etanólicos Brutos
Os resultados obtidos na abordagem fitoquímica das 06 espécies
utilizadas neste estudo, estão representados na Tabela 2.
A abordagem fitoquímica no EEB de Psidium guajava L. (goiabeira),
revelou a presença de saponinas espumicídicas, fenóis e taninos, flavonóides,
catequinas, carotenóides e alcalóides. Segundo MORALES & LOZOYA (1994),
o efeito espasmolítico e antidiarréico está relacionado com o conteúdo em
flavonóides, em particular de derivados de quercetina, que atuam como
antagonistas do cálcio nas fibras musculares lisas.
Nas folhas de Bryophyllum calycinum Salisb (pirarucu) foi observada a
presença de ácidos orgânicos, açúcares redutores, fenóis e taninos,
flavonóides, catequinas, lactonas, esteródes e triterpenóides, azulenos,
carotenóides, depsídios e depsidonas e derivados de cumarina. GAIND &
GUPTA, (1971) e (1973) relataram a presença de flavonóides, esteróides e
triterpenóides presentes em folhas, alguns constituintes presentes possuem
propriedades medicinais já comprovadas, como os azulenos, flavonóides e
ácidos orgânicos.
A presença de taninos, catequinas e flavonóides podem conferir
atividade antimicrobiana às folhas de goiabeira e do pirarucu (SCALBERT,
1991; DJIPA et al., 2000; HARBONE, 2000; BYLKA et al., 2004; VELURI et al.,
2004) Nas folhas de Eleutherine plicata Herb (marupazinho) foram detectados
açúcares redutores, fenóis e taninos, esteróides e terpenóides, azulenos,
carotenóides, depsídios e depsidonas e derivados de cumarina. ALVES et al.,
2003 relataram a presença de naftoquinonas em extratos preparados a partir
de bulbos de marupazinho. A presença de taninos no extrato pode ser
responsável pela atividade antimicrobiana da planta (DJIPA et al 2000).
A abordagem fitoquímica do EEB de Uncaria guianensis revelou a
presença de saponinas, açucares redutores, catequinas, sesquiterpenolactonas
e outras lactonas, derivados de cumarina e indicação de purinas e alcalóides.
41
KEPLINGER (1990) e MATTA (1976) comprovaram a presença de alcalóides
oxindólicos em cascas e raízes, resultados semelhantes ao de GONTUZZO
(1993). AQUINO (1991), YEPEZ (1991), RECIO (1995) e CERRI (1998)
relataram a presença de “glicosídeos do ácido quinóvico” considerados uns dos
mais potentes antinflamatórios encontrados em plantas.
O EEB de Arrabideae chica caracterizou a presença de saponinas fenóis
e taninos, glicosídios cardíacos, derivados de benzaquinonas, naftoquinonas e
fenantraquinonas, esteróides e triterpenóides, carotenóides, antraquinonas e
purinas, assim como indicação de flavonóides, depsídios e depsidonas.
ESTRELA (1995) demonstrou a presença de taninos flavonóides e fitosterois
na planta. VIEIRA (1998) e ALBUQUERQUE (1989) encontraram taninos, ácido
anísico e cianocobalamina.
A abordagem fitoquímica de Mansoa alliacea (cipó d’alho) revelou a
presença de açúcares redutores, fenóis e taninos, flavonóides, esteróides e
triterpenóides, azulenos, carotenóides e alcalóides dados que também
sugerem uma possível atividade antimicrobiana, entretanto, em nosso estudo,
Mansoa alliacea (cipó d’alho) não apresentou atividade contra os
microrganismos testados.
42
Tabela 2 - Abordagem Fitoquímica dos extratos etanólicos brutos de Psidium guajava (goiabeira), Bryophyllum calycinum (pirarucu), Eleutherine plicata
(marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato), Arrabidaea chica (pariri) e Mansoa alliacea (cipó d’alho).
SUBSTÂNCIAS PESQUISADAS P.
guajava
B.
calycinum
E.
plicata
U.
guianensis
A.
chica
M.
alliacea
Saponina espumicidíca + - - + + -
Ácidos Orgânicos - + - - - -
Açucares Redutores - + + + - +
Polissacarídeos - - - - - -
Proteínas e Aminoácidos - - - - - -
Fenóis e Taninos + + + - + +
Flavonóides + + - - I +
Glicosídios Cardíacos - - - - + -
Catequinas + + - + - -
Derivados de Benzaquinonas, Naftoquinonas e
Fenantraquinonas
- - - - + -
Sesquiterpenolactonas e outras lactonas - + - + - -
Esteródes e Triterpenóides - + + - + +
Azulenos - + + - - +
Carotenóides + + + - + +
Depsídios e Depsidonas - + + - + -
Derivados de Cumarina - + + + - -
Antraquinonas - - - - + -
Alcalóide + - - I - +
Purinas - - - I + -
+ Presença
- Ausência
I Indiativo
43
5.2. Atividade antimicrobiana dos EEBs das plantas
Os microrganismos usados (Escherichia coli ATCC 25922,
Staphylococcus aureus ATCC -25923, Pseudomonas aeruginosa ATCC 10145
e Candida albicans ATCC 10231) foram escolhidos por serem recomendados
como microrganismos padrões para testes de suscetibilidade antimicrobiana,
sendo responsáveis por várias formas de infecções em humanos e adquirirem,
com mais freqüência, resistência aos antimicrobianos (OPLUSTIL et al., 2000).
Não existe um consenso sobre o nível aceitável para extratos de plantas
quando comparados com antibióticos padrões. Alguns autores consideram
somente resultados similares aos de antibióticos conhecidos, desde que se
trabalhe com uma fração determinada (ALIGIANIS et al., 2001). Entretanto,
como trabalhamos com extrato bruto das plantas, seguimos o critério sugerido
por HOLETZ et al., (2002) baseado nos resultados de CIM (Tabela 1).
Entretanto, a maior concentração de extrato empregada no presente trabalho,
foi de 500 mg/mL, uma vez que em concentrações mais altas, as soluções dos
extratos o permitiram uma absorção total nos discos, além da intensa
coloração que prejudicava a leitura dos resultados. Para HOLETZ et al., (2002)
extratos vegetais que apresentam atividade antimicrobiana em concentrações
acima de 500 mg/mL possuem fraca atividade, sendo de difícil aproveitamento
farmacêutico no tratamento de infecções bacterianas ou fúngicas.
Apenas o extrato de Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (cipó d’alho)
não apresentou atividade contra nenhum dos organismos testados (Tabela 3),
não justificando, portanto, sua utilização no tratamento de doenças infecciosas
causadas por estes microrganismos (S. aureus, P. aeruginosa, E. coli e C.
albicans). É possível que esta planta não possua efeito antimicrobiano ou que o
extrato da planta contenha constituintes antibacterianos em concentrações não
suficientes para ser considerado efetivo. Entretanto, novos testes devem ser
conduzidos utilizando outras espécies bacterianas e cepas padronizadas para
comprovação da ausência de atividade antimicrobiana desta planta.
Na verificação preliminar da atividade antimicrobiana das folhas de
Psidium guajava L. (goiabeira) foi observada atividade antibacteriana contra S.
aureus e P. aeruginosa e antifúngica frente à levedura C. albicans. Na
determinação da concentração inibitória mínima, o EEB de goiabeira foi ativo
44
até a concentração de 125 mg/mL frente aos microrganismos testados
(Tabelas 3 e 4).
Tabela 3 - Avaliação preliminar da atividade antimicrobiana dos extratos etanólicos brutos
(concentração de 500 mg/mL) de Psidium guajava (goiabeira), Bryophyllum calycinum
(pirarucu), Eleutherine plicata (marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato), Arrabidaea
chica (pariri) e Mansoa alliacea (cipó d’alho).
Espécie Vegetal Microrganismo Avaliação
preliminar da
atividade
antimicrobiana
Halo
(mm)
S. aureus
+ (13 mm)
E. coli
- -
P. aeruginosa
+ (11 mm)
Psidium guajava
(goiabeira)
C. albicans
+ (17 mm)
S. aureus
+ (11 mm)
E. coli
- -
P. aeruginosa
+ (14 mm)
Bryophyllum calycinum
(pirarucu)
C. albicans
- -
S. aureus
+ (19 mm)
E. coli
- -
P. aeruginosa
- -
Eleutherine plicata
(marupazinho)
C. albicans
+ (12 mm)
S. aureus
+ (12 mm)
E. coli
- -
P. aeruginosa
- -
Uncaria guianensis
(Unha de gato)
C. albicans
- -
S. aureus
+ (14 mm)
E. coli
+ (10mm)
P. aeruginosa
- -
Arrabidaea chica
(pariri)
C. albicans
+ (10 mm)
S. aureus
- -
E. coli
- -
P. aeruginosa
- -
Mansoa alliacea
(cipó d’alho)
C. albicans
- -
Embora o extrato de goiabeira possa ter apresentado CIM na mesma
concentração contra todos os microrganismos testados, os halos formados nos
testes de difusão contra C. albicans foram maiores, sugerindo uma melhor
ação contra fungos. Desse modo, sugere-se a realização de testes contra
outros fungos leveduriformes (como o Criptococcus neoformans) e
filamentosos (como os dermatófitos e o Aspergillus fumigatus), considerando a
diversidade de uso da planta na medicina popular em vários tipos de doenças
(CARRICONDE, 2000; MATOS, 2002).
45
O extrato de P. guajava foi relatado com atividade antimicrobiana para S.
aureus, Bacillus subtilis, E. coli, P. aeruginosa e C. albicans por GNAN &
DEMELLO (1999) e por HOLETZ et al., (2002). os resultados de
GONÇALVES et al., (2005) constataram ação contra Streptococcus pyogenes,
Proteus mirabilis e S. aureus, não constando ação frente à E. coli e P.
aeruginosa. Resultados semelhantes encontraram SANCHES et al., (2005),
com atividade do extrato etanólico e aquoso de várias partes da planta contra
S. aureus e B. subtilis e sem atividade contra E. coli e P. aeruginosa. Os
trabalhos de VIEIRA et al., (2001), revelaram ação do extrato etanólico de
brotos da goiabeira contra cepas de S. aureus e E. coli isoladas de amostras
de camarões e peixes oceânicos.
Mesmo sendo diferentes as cepas, a concentração dos extratos, a
metodologia e a origem das plantas utilizadas nos trabalhos acima citados, os
resultados são aceitáveis. Segundo HOOD et al., (2003) a falta de
padronização de testes de susceptibilidade antimicrobiana tem sido um dos
entraves encontrados para a realização desse tipo de estudo.
Na verificação preliminar da atividade antimicrobiana o extrato de
Bryophyllum calycinum Salisb apresentou atividade contra S. aureus e P.
aeruginosa, entretanto, não revelou atividade contra a bactéria Gram-negativa
E. coli e contra o fungo leveduriforme Candida albicans.(Tabela 3).
Quando realizada a determinação da concentração inibitória mínima, o
extrato de pirarucu foi ativo até a concentração de 250 mg/mL frente a P.
aeruginosa e 500 mg/mL contra S. aureus (Tabela 4). DA SILVA (2007)
também demonstrou atividade antibacteriana da folha de pirarucu frente a S.
aureus resistente a meticilina. Estes resultados justificam a continuação de
estudos fitoquímicos e microbiológicos com a planta na tentativa de obter
frações ativas que possam ser utilizados em fitoterápicos antimicrobianos. A
planta possui também atividade relatada contra Lesichmania brasiliensis (DA
SILVA et al., 1995; DA SILVA et al 1999; TORRES-SANTOS et al 2003 e
MUZITANO et al., 2006).
46
Tabela 4 Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos etanólicos brutos de Psidium guajava (goiabeira), Bryophyllum calycinum (pirarucu),
Eleutherine plicata (marupazinho), Uncaria guianensis (unha-de-gato) e Arrabidaea chica (pariri) pelos métodos de disco difusão em ágar e de microdiluição
em placas.
Disco Difusão em Ágar Microdiluição em Placas
Planta Microrgansimo 500
mg/mL
250
mg/mL
125
mg/mL
62,5
mg/mL
31,25
mg/mL
500
mg/mL
250
mg/mL
125
mg/mL
62,5
mg/mL
31,25
mg/mL
P. guajava S.aureus
13 mm*
11 mm 9 mm - - + + + - -
(Goiabeira)
P. aeruginosa
11 mm 10 mm 10 mm - - + + + - -
C. albicans
17 mm 16 mm 11 mm - - + + + - -
B. calycinum S. aureus
11 mm - - - - + - - - -
(Pirarucu)
P. aeruginosa
14 mm 11 mm - - - + + - - -
E. plicata S. aureus
19 mm 17 mm 15 mm 10 mm - + + + + -
(Marupazinho)
C. albicans
12 mm 10 mm - - - + + - - -
U. guianensis
(Unha-de-gato)
S. aureus
15 mm 12 mm 10 mm 9 mm - + + + + -
A. chica S. aureus
14 mm 12 mm 11 mm 10 mm - + + + + -
(Pariri)
E. coli
10 mm 9 mm - - - + + - - -
C. albicans
10 mm - - - - + - - - -
* - Medida do Halo de Inibição
47
Na verificação preliminar da atividade antimicrobiana o extrato de
Eleutherine plicata Herb (marupazinho) apresentou atividade contra S. aureus e
C. albicans. O marupazinho mostrou melhor atividade contra a bactéria Gram-
positiva S. aureus com CIM de 62,5 mg/mL. A CIM contra C. albicans foi de
250 mg/mL (Tabelas 3 e 4). O extrato diclorometano de bulbos de Eleutherine
plicata foi relatado com forte ação antifúngica frente a Cladosporium
sphaerospermum (ALVES et al., 2003).
Na verificação da atividade antimicrobiana do extrato de Uncaria
guianensis (Aubl.) Gmelin (unha-de-gato) foi observada atividade
antibacteriana contra S. aureus apresentando CIM de 62,5 mg/mL (Tabelas 3 e
4). Foi relatada atividade antimicrobiana para Uncaria tomentosa
micropulverizada frente a Streptococcus. mutans e Staphylococcus spp da
cavidade oral por VASQUEZ et al., (2007), não exibindo efeito inibitório sobre
P. aeruginosa e C. albicans. Estes resultados diferem de SILVA et al., (1998)
que observaram inibição de isolados de C. albicans. KLOUCEK et al., (2005)
apresentou resultados positivos para B. cereus, B. subtilis, E faecalis, S.
aureus, S epidermidis e E. coli. Mesmo sendo Uncaria tomentosa e Uncaria
guianensis de espécies diferentes estes resultados reforçam a idéia de
atividade antimicrobiana da unha-de-gato.
o extrato etanólico bruto de Arrabidaea chica (HKB) Verlot (pariri)
apresentou atividade antibacteriana contra S. aureus e E. coli, e antifúngica
frente à levedura C. albicans. Com CIM de 62,5 mg/mL para S. aureus, de 250
mg/mL para E. coli e de 500 mg/mL para C. albicans (Tabelas 3 e 4).
Considerando os critérios sugeridos por HOLETZ et al., (2002) os
melhores resultados obtidos foram contra S. aureus, para Eleutherine plicata,
Uncaria guianensis e Arrabideae chica representando uma CIM abaixo de 100
mg/mL (62,5mg/mL). Estes resultados sugerem que estes extratos possuem
boa atividade antimicrobiana, portanto, têm potencial para serem usados na
produção de fitoterápicos de aplicação tópica contra infecções causadas por
bactérias Gram-positivas.
48
A diferença entre os efeitos antimicrobianos das plantas estudadas, se
justifica pelas propriedades fitoquímicas distintas entre as espécies. Com
exceção de Mansoa alliacea (Lam.) A.H. Gentry (cipó d’alho) que não
apresentou nenhuma atividade frente aos quatro microrganismos testados,
todas as outras espécies vegetais apresentaram-se positivas para um
microrganismo em comum, o Staphyloccoccus aureus. Segundo VLIETINCK et
al., (1995), RABE et al., (1997), LIN et al., (1999) e KELMANSON et al., (2000),
muitas das plantas com atividade antimicrobiana que foram estudadas por
diversos pesquisadores são ativas apenas contra cepas de bactérias Gram
positivas. URZUA et al., (1998) sugerem que a membrana externa das
bactérias Gram negativas poderia agir como uma barreira contra as
substancias ativas presente nos extratos de plantas. No entanto, extratos de
folhas de goiabeira, de pirarucu e de pariri avaliados neste estudo mostraram-
se ativos contra cepas de bactérias Gram positivas e Gram negativas.
Não encontramos na literatura consultada qualquer referência quanto à
atividade antimicrobiana de Uncaria guianensis e Mansoa alliacea. Segundo
DUARTE (2006) apesar da rica biodiversidade de plantas no Brasil, somente
estão disponíveis dados sobre 44 espécies de plantas pertencentes a 20
famílias com atividade antimicrobiana positiva, incluindo espécies nativas e
exóticas. Estes dados não incluem os resultados de divulgação em reuniões
científicas e teses da comunidade acadêmica, que geralmente o são
publicados. Além do mais, para a maioria das plantas, somente uma das
partes, como folha, raiz ou caule, ou somente um tipo de preparação como óleo
essencial ou extrato foram estudados.
A técnica de microdiluição em caldo utilizada para determinação da CIM
apresentou dificuldades na observação da turvação, devido à intensa coloração
dos extratos, principalmente o extrato de pirarucu. Assim, foi realizada a
técnica de disco difusão em ágar para confirmação dos resultados. Entretanto,
esta técnica não é recomendável para este fim, mas os resultados foram
semelhantes (Tabela 4). Uma alternativa a ser seguida em futuros
experimentos é a utilização da cnica de ELOFF, (1998) a qual utiliza um sal
(p-iodonitrotetrazolium violet) para revelar o crescimento. Segundo os autores,
esta técnica foi mais sensível que a técnica de ágar difusão em disco nos
experimentos realizados com vários tipos de extratos vegetais.
49
5.3. Atividade antimicrobiana das frações de Uncaria guianensis
A técnica de fracionamento é uma estratégia que proporciona investigar
as diversas substâncias presentes no extrato bruto, possibilitando a separação
dos componentes do extrato segundo suas solubilidades nos solventes
utilizados. (BARBOSA et al., 2001).
Dentre os extratos que apresentaram atividade antimicrobiana foi
escolhida, para determinar a fração responsável pela atividade, a planta
Uncaria guianensis (unha-de-gato) por ainda não ter relatos na literatura quanto
a esta atividade e por ser bastante utilizada na medicina popular da Amazônia,
particularmente no estado do Pará. Ressalta-se também que as demais plantas
(goiabeira, marupazinho, pariri e pirarucu) estão sendo estudadas quanto à
esse item em outros projetos do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Farmacêuticas da UFPA.
Após obtenção de 5 frações apenas a fração metanólica do extrato bruto
de Uncaria guianensis na concentração de 100 mg apresentou inibição de
crescimento frente à cepa de Staphyloccoccus aureus (Tabela 5) apresentando
um halo de inibição de 8 mm (figura 7), o que sugere que a ão
antimicrobiana do extrato de unha-de-gato está nesta fração e não em
substâncias de baixa e média polaridade como hexano, diclorometano, acetato
de etila e acetona. As concentrações de 50, 25, e 12 mg/mL não apresentaram
atividade antimicrobiana pelos padrões estabelecidos.
Tabela 5 - Avaliação da atividade antimicrobiana das frações de Uncaria guianensis (unha-de-
gato).
Fração testada Concentração
100mg/mL 50mg/mL 25mg/mL 12,5mg/mL
Hexano - - - -
Diclorometano - - - -
Acetato de etila - - - -
Acetona - - - -
Metanólica + - - -
50
Figura 7 Atividade antimicrobiana da fração metanólica de Uncaria guianensis com ação na
concentração de 100mg (halo de 8 mm).
5.4 Perfil comparativo entre o extrato bruto de Uncaria guianensis e fração
metanólica
A partir desse resultado foi possível realizar um perfil comparativo entre
o EEB de Uncaria guianensis e sua fração metanólica, que ambas
apresentaram atividade frente Staphylococcus aureus.
Os resultados da tabela 6 mostram que o EEB apresentou-se de
maneira dose-dependente, pois ocorreu um halo de 12 mm na concentração de
500 mg/mL de 11 mm em 400 mg/mL de 10 mm em 300 mg/mL, 9 mm em 200
mg/mL e de 8 mm em 100 mg/mL (figura 8).
Tabela 6Atividade antimicrobiana do EEB de Uncaria guianensis (unha-de-gato) por disco
difusão em ágar.
Amostra testada Concentração Halo de inibição (mm)
500 mg/mL 12 mm
400 mg/mL 11 mm
EEB 300 mg/mL 10 mm
200 mg/mL 9 mm
100 mg/mL 8 mm
51
Figura 8 – Atividade antimicrobiana do EEB de Uncaria guianensis por disco difusão em ágar.
Na fração metanólica (tabela 7), as concentração de 500 e 400 mg/mL
apresentaram um halo de inibição de 12 mm, a de 300mg/mL ocorreu halo de
11 mm, em 200 mg/mL houve desenvolvimento de halo de 10 mm e em 100
mg/mL o halo foi de 8 mm. (figura 9)
Tabela 7 – Atividade antimicrobiana da fração metanólica de Uncaria guianensis (unha-de-
gato) por disco difusão em ágar.
Amostra testada Concentração Halo de inibição (mm)
500mg/mL 12 mm
400mg/mL 12 mm
Fração metanólica 300mg/mL 11 mm
200mg/mL 10 mm
100mg/mL 8 mm
52
Figura 9 Atividade antimicrobiana da fração metanólica de Uncaria guianensis por disco
difusão em ágar.
Os resultados indicam uma ação mais efetiva da fração metanólica de
unha-de-gato quando comparada com o extrato bruto (Figura 10). Isto se
justifica pelo fato de que o extrato bruto apresenta maior mistura de
substâncias, enquanto que, a fração separa substâncias mais específicas,
por semelhança de solubilidade. Isto permite sugerir que a ação antimicrobiana
do extrato bruto de Uncaria guianensis é decorrente de substâncias de alta
polaridade como as presentes na fração metanólica.
53
0 100 200 300 400 500 600
0
2
4
6
8
10
12
14
16
FMeOH
EEB
Concentração (mg)
Inibão (mm)
Figura 10 – Atividade antimicrobiana da fração metanólica e do EEB Uncaria guianensis
(unha-de-gato) por disco difusão em ágar.
Embora os resultados encontrados suportem o uso das plantas
goiabeira, pirarucu, marupazinho, pariri e unha-de-gato como antimicrobianos
em terapêutica popular, o é recomendada, sem estudos mais avançados, a
sua utilização no tratamento de infecções severas.
Os resultados contribuem para a caracterização da atividade
antimicrobiana das plantas utilizados na medicina popular da Amazônia,
colaborando com a busca por novas substâncias, a partir de fontes naturais,
que ajudem a combater a expansão da resistência microbiana. Sugere-se a
continuação de estudos contra microrganismos multiresistentes isolados de
processos clínicos e a ação em menores concentrações associados com
antibióticos, para observar o possível efeito sinérgico dessa associação.
54
6. CONCLUSÕES
- Psidium guajava (goiabeira) demonstrou moderada atividade
antimicrobiana frente a S. aureus, P. aeruginosa e C. albicans.
- Bryophyllum calycinum Salisb (pirarucu) teve moderada atividade
contra S. aureus e P. aeruginosa.
- Eleutherine plicata Herb (marupazinho) possui boa atividade frente a S.
aureus e moderada contra C. albicans.
- Arrabidaea chica (pariri) possui boa atividade frente a S. aureus, e
moderada contra E. coli e C. albicans.
- Uncaria guianensis (unha-de-gato) possui boa atividade contra S.
aureus.
- Mansoa alliacea (cipó d’alho) não demonstrou atividade antimicrobiana
frente aos microrganismos testados.
- Dentre as frações do extrato etanólico bruto de Uncaria guianensis
testadas, somente a fração metanólica apresentou atividade antimicrobiana.
- A fração metanólica de Unaria guianensis teve ação antimicrobiana
contra S. aureus mais efetiva que o extrato etanólico bruto da mesma planta.
55
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