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SÉRGIO RICARDO TOLEDO SALGADO
ESTUDO DOS PARÂMETROS DO DECAIMENTO DO
CLORO RESIDUAL EM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE
ÁGUA TRATADA CONSIDERANDO VAZAMENTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós –
Graduação em Hidráulica e Saneamento da
Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para obtenção de titulo de Mestre em
Engenharia Hidráulica e Saneamento.
ORIENTADORA: Profa. Titular Luisa Fernanda Ribeiro Reis
SÃO CARLOS
2008
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento
da Informação do Serviço de Biblioteca – EESC/USP
Salgado, Sérgio Ricardo Toledo
S164e Estudo dos parâmetros de decaimento do cloro residual
em sistema de distribuição de água tratada considerando
vazamento / Sérgio Ricardo Toledo Salgado ; Sérgio
Ricardo Toledo Salgado. –- São Carlos, 2008.
Dissertação (Mestrado-Programa de Pós-
Graduação e Área
de Concentração em Hidráulica e Saneamento) –- Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo,
2008.
1. Modelo de calibração. 2. Coeficiente de decaimento
do cloro. 3. Sistema de distribuição de água. 4.
Vazamento.
I. Título.
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Dedico este trabalho:
A Deus.
As minha queridas avós Matilde Ribeiro
Toledo (in memoriam) e Maria Silva
Salgado (in memoriam).
Aos meus amados pais: José Sérgio
Salgado e Maria Marta Toledo Salgado
por estarem comigo durante toda a minha
vida, sempre com amor, carinho e
dedicação.
A minha querida Irmã Monique Toledo
Salgado por ser esse exemplo e por todo o
carinho e amor.
AGRADECIMENTOS
Á minha orientadora Profª Tit. Luisa Fernanda R. Reis por oferecer a oportunidade de
realizar este trabalho e proporcionar o meu crescimento profissional.
Aos professores Fernando João Guzzo e Élcio Casimiro da Faculdade Brasileira
UNIVIX pelo incentivo na busca do mestrado.
Ao professor Rodrigo Porto e ao Professor Eduardo Cleto Pires pelas sugestões na
qualificação.
A professora Ruth de Gouvêa Duarte e ao professor Luiz Duarte (in memoriam) por
me receberem em sua cidade e por terem colaborado durante o período do mestrado.
Obrigado, prof
a
Ruth pelo apoio especial na hora crucial.
Aos professores do Departamento de Hidráulica e Saneamento (EESC-USP) pela
atenção e conhecimentos compartilhados
Aos funcionários do Departamento de Hidráulica e Saneamento (EESC-USP), em
especial Pavi, Rose, e André.
A minha irmã Monique Toledo Salgado pelo constante apoio e paciência.
Aos meus pais, José Sérgio Salgado e Maria Marta Toledo Salgado, por estarem
sempre junto comigo.
A Gisele Valiati pelo apoio e paciência durante o tempo que estive em São Carlos-SP.
Aos amigos que fiz durante o mestrado: Alexandre Ono, Alexandre Pai, Paulino,
Luciano, os Alagoanos (Neto e Eduardo), Hemerson, Marcelo Cavicchia, Sulita e Érika.
Aos amigos do laborario de simulação numérica (LABSIN) que contribuíram na
realização deste trabalho, em atenção especial ao Alexandre Kepler, José Eduardo, Peter
Cheung, Fernando Colombo, Fausto Moraes e Katia Ventura
Aos amigos que peguei emprestado da Monique, Karina Querne de Carvalho,
Fernando Passig, Lara Steil, Thiago Momenti, Sérgio Luis, Gláucio Cavalcante, Bruna
Soares, Luciana Peixoto, Liliane Albertin. E a todos aqueles que de forma direta e indireta
colaboraram com a elaboração deste trabalho. Muito Obrigado!
i
RESUMO
Salgado, S.R.T.(2008). Estudo dos Parâmetros do Decaimento do Cloro Residual em
Sistema de Distribuão de Água Tratada Considerando Vazamento. o Carlos, 2006.
145p. Dissertação (Mestrado) Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, São Carlos.
O uso do cloro como desinfetante em sistemas de água para abastecimento é prática comum
nas estações de tratamento de água. Introduzido durante o processo de tratamento, o cloro participa de
diversas reações com compostos de naturezas orgânicos e inorgânicos no interior das tubulações. Tais
reações ocorrem na massa líquida e junto às paredes das tubulações e o responsáveis pelo
decaimento do cloro ao longo das redes. Visualizando a modelagem como uma ferramenta eficiente
para gerenciar o cloro residual em sistemas de distribuição de água, muitos estudos foram realizados e
reportados pela literatura, assumindo que os efeitos de decaimento de cloro podem ser bem
representados pelos coeficientes k
b
e k
w
. Entretanto, a determinação de valores para parâmetros em
questão não é uma tarefa fácil, devido à complexidade dos sistemas enfocados em termos da
diversidade de materiais das tubulações e mananciais (superficiais e subterrâneos). No Brasil, apesar
de legislação recente estabelecer limites restritivos para o cloro na água potável (após desinfecção, a
concentração de cloro deve observar a concentração mínima de 0,5 mg/L, sendo o mínimo nível aceito
em sistemas de distribuição de 0,2 mg/L e o máximo de 2,0 mg/L), poucos estudos enfocam a
avaliação dos parâmetros de decaimento. Esta pesquisa apresenta a aplicação de um modelo inverso
elaborado para determinar a ordem para o modelo de decaimento do cloro e os valores globais e/ou
locais para o k
b
e o k
w
. Sendo programado com o suporte do simulador de EPANET 2 (toolkit) e os
algoritmos genéticos como ferramenta de otimização, implementado através da biblioteca de GAlib
C++. Os estudos foram realizados em dois sistemas reais da distribuição da água em que foram
considerados parâmetros globais e parâmetros específicos da qualidade. Para a investigação da
determinação de parâmetros de decaimento de cloro em sistemas de distribuição com vazamento em
função da pressão, foi adotada uma rede hipotética com três fontes de cloro. Esse sistema permitiu a
calibração e a validação do modelo, assim como a avalião da influência hidráulica na determinação
dos resultados de qualidade de água.
Palavras chave: modelo de calibração, coeficiente de decaimento do cloro, sistema de distribuição de
água, vazamento
ii
ABSTRACT
Salgado, S.R.T.(2008). Study of the Residual Decay Parameters in Water
Distribution Systems with Leakage. São Carlos, 2006. 145p. M.Sc. Dissertation Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.
The use of chlorine as disinfectant in water supply systems has been a common practice
adopted by the water industry. Introduced during the treatment process, chlorine participates in several
reactions with compounds of organic and inorganic nature inside the pipes. Such reactions that occur
in the bulk and the wall of the pipes are responsible for chlorine decay along the networks. Visualizing
the modeling as an efficient tool to manage the chlorine residual in water distribution systems, many
studies have been conducted and reported by the literature, assuming that the Chlorine decay effects
can be well represented by the decay coefficients k
b
and k
w
. However, the determination of values for
theses parameters is not an easy task, due to the complexity of the focused systems in terms of pipe
materials and water supply sources diversity (surface water and groundwater). In Brazil, instead of
recent legislation stating more strict limits for chlorine in drinking water (after disinfection, chlorine
concentration has to observe the minimum concentration of 0.5 mg/L, being the minimum accepted
level in the distribution system of 0.2 mg/L and the maximum of 2.0 mg/L), few studies focus on the
evaluation of the decay parameters. This research reports the application of an inverse model built to
determine the order for chlorine decay model and the global and/or local values for k
b
and k
w
. It is
codified with the support of EPANET 2 (Toolkit) simulator and technology of Genetic Algorithms as
optimization tool, which is implemented by using the GAlib C++ library. The studies were conducted
on two real water distribution systems considering both global and specific quality parameters. A
hypothetical network with three sources of chlorine was studied too, admitting leakage as pressure
function. This system permitted both calibration and validation of the model as well as the evaluation
of hydraulic calibration influence on the water quality results.
Keywords: calibration model, chlorine decay coefficients, water supply system, leakage.
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Curva de cloro residual demonstrando o fenômeno típico de um break point............................ 12
Figura 2.2 Esquema ilustrativo das reações do decaimento do cloro numa tubulação de ferro................... 17
Figura 2.3 Exemplo do processo de funcionamento de um AG.......................................................................28
Figura 3.1 Fluxograma do processo proposto para avaliação hidráulica e determinação do fator de
consumo para cada padrão horário de demanda.................................................................................... 38
Figura 3.2 Fluxograma do processo de calibração dos parâmetros de qualidade AGs................................. 41
Figura 3.3 Fluxograma do processo de calibração dos parâmetros de vazamento com os AGs................... 43
Figura 3.4 Sistema de distribuição da localidade de Jucu ............................................................................... 45
Figura 3.5 Fatores de Consumo horário do sistema Jucu................................................................................ 46
Figura 3.6 Cloro residual na saída do reservatório do sistema Jucu. .............................................................47
Figura 3.7 Esqueleto do Sistema de distribuição de Fouras (França)............................................................. 48
Figura 3.8 Fatores de Consumo horário do sistema Jucu – Padrão de demanda 1....................................... 49
Figura 3.9 Fatores de Consumo horário do sistema Jucu – Padrão de demanda 2....................................... 49
Figura 3.10 Cloro residual na saída do reservatório do sistema Fouras ........................................................50
Figura 3.11 Rede hipotética utilizada para simulações com vazamento......................................................... 52
Figura 4.1 Função objetivo para o primeiro cenário (geracional elitista). ..................................................... 56
Figura 4.2 Função objetivo para o primeiro cenário (Steady-State)............................................................... 57
Figura 4.3 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 6) ....................................................................57
Figura 4.4 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 30) ..................................................................58
Figura 4.5 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 38) ..................................................................58
Figura 4.6 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 46) ..................................................................58
Figura 4.7 Função objetivo para o segundo cenário (geracional elitista). ......................................................59
Figura 4.8 Função objetivo para o segundo cenário (Steady-State)................................................................60
Figura 4.9 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 6) ..................................................................... 60
Figura 4.10 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 30).................................................................. 61
Figura 4.11 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 38).................................................................. 61
Figura 4.12 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 46).................................................................. 61
Figura 4.13 Função objetivo para o terceiro cenário (geracional elitista)...................................................... 62
Figura 4.14 Função objetivo para o terceiro cenário (Steady-State). ............................................................. 63
Figura 4.15 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 6)....................................................................63
Figura 4.16 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 30).................................................................. 63
Figura 4.17 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 38).................................................................. 64
Figura 4.18 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 46).................................................................. 64
Figura 4.19 Função objetivo para o quarto cenário (geracional elitista)........................................................ 65
iv
Figura 4.20 Função objetivo para o quarto cenário (Steady-State). ............................................................... 66
Figura 4.21 Resultado da simulação do quarto cenário - (nó 6)...................................................................... 66
Figura 4.22 Resultado da simulação do quarto cenário - (nó 30).................................................................... 66
Figura 4.23 Resultado da simulação do quarto cenário - (nó 38).................................................................... 67
Figura 4.24 Resultado da simulação do quarto................................................................................................. 67
Figura 4.25 Taxa de reação média. Considerando kb = 0,191 (d
-
) e kw = 0,015 (md
-
). ................................. 68
Figura 4.26 Taxa de reação média, primeiro cenário. Considerando k
b
= 0,191 (d
-
) e k
w
= 0,0085 (md
-
). .. 69
Figura 4.27 Taxa de reação média, segundo cenário. Considerando k
b
= 0,191 (d
-
) e F = 0,0646. ............... 69
Figura 4.28 Taxa de reação média, terceiro cenário. Considerando k
b
= 0,052 (d
-
) e k
w
= 0,0124 (md
-
). .... 69
Figura 4.29 Taxa de reação média, quarto cenário. Considerando k
b
= 0,040 (d
-
) e F = 0,089..................... 69
Figura 4.30 Função objetivo média para o primeiro cenário ..........................................................................72
Figura 4.31 Resultado da simulação (SNCF) – Cenário 1................................................................................ 72
Figura 4.32 Resultado da simulação (MARO) – Cenário 1 ............................................................................. 73
Figura 4.33 Resultado da simulação (AUBO) Cenário 1...............................................................................73
Figura 4.34 Resultado da simulação (BARO) Cenário 1...............................................................................73
Figura 4.35 Função objetivo média para o segundo cenário (Steady-State). ................................................. 76
Figura 4.36 Resultado da simulação (SNCF) – Cenário 2................................................................................ 77
Figura 4.37 Resultado da simulação (MARO) – Cenário 2 ............................................................................. 77
Figura 4.38 Resultado da simulação (AUBO) Cenário 2...............................................................................77
Figura 4.39 Resultado da simulação (BARO) Cenário 2...............................................................................78
Figura 4.40 Função objetivo média para o terceiro cenário (Steady-State). .................................................. 79
Figura 4.41 Resultado da simulação (SNCF) – Cenário 3................................................................................ 79
Figura 4.42 Resultado da simulação (MARO) – Cenário 3 ............................................................................. 80
Figura 4.43 Resultado da simulação (AUBO) Cenário 3...............................................................................80
Figura 4.44 Resultado da simulação (BARO) Cenário 3...............................................................................80
Figura 4.45 Padrão temporal de consumo real. ................................................................................................ 83
Figura 4.46 Nível dos reservatórios durante a operação.................................................................................. 84
Figura 4.47 Valores dos consumos característicos da rede hipotética. ........................................................... 84
Figura 4.48 Entrada de cloro residual na rede de acordo com cada reservatório.........................................84
Figura 4.49 Simulação com traçador – Reservatório 16 .................................................................................. 85
Figura 4.50 Simulação com traçador – Reservatório 17 .................................................................................. 86
Figura 4.51 Simulação com traçador – Reservatório 18 .................................................................................. 86
Figura 4.52 Função objetivo média para calibração hidráulica (sem vazamento) ........................................ 90
Figura 4.53 Fatores de consumo total ao longo do período de simulação....................................................... 91
Figura 4.54 Função objetivo média da calibração da qualidade de água (sem vazamento) ......................... 92
Figura 4.55 Resultado da simulação nó 2 (sem vazamento)............................................................................. 93
Figura 4.56 Resultado da simulação nó 3 (sem vazamento)............................................................................. 93
Figura 4.57 Resultado da simulação nó 6 (sem vazamento)............................................................................. 93
Figura 4.58 Resultado da simulação nó 11 (sem vazamento)........................................................................... 94
v
Figura 4.59 Função objetivo média para calibração de parâmetros de vazamento. ..................................... 95
Figura 4.60 Comparativo em Fatores de consumo efetivo real e determinado.............................................. 97
Figura 4.61 Função objetivo média da calibração da qualidade de água (com vazamento)......................... 98
Figura 4.62 Resultado da simulação nó 2 (com vazamento) ..........................................................................98
Figura 4.63 Resultado da simulação nó 3 (com vazamento) ..........................................................................98
Figura 4.64 Resultado da simulação nó 6 (com vazamento)........................................................................... 99
Figura 4.65 Resultado da simulação nó 11 (com vazamento) ..........................................................................99
Figura 4.66 Resultado da simulação nó 9........................................................................................................ 100
Figura 4.67 Resultado da simulação nó 10 ..................................................................................................... 100
Figura 4.68 Tempo de percurso da água no nó 10..........................................................................................101
Figura 4.69 Tempo de percurso da água no nó 9............................................................................................ 101
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Principais doenças veiculação hídricas. ............................................................................................6
Tabela 2.2 Denominação dos trihalomentanos e respectivas fórmulas químicas.......................................... 15
Tabela 2.3 Valores máximos permitidos para desinfetantes e produtos secundários da desinfecção .......... 16
Tabela 2.4 Modelos cinéticos de decaimento do cloro ......................................................................................20
Tabela 3.1 Parâmetros dos AGs adotados nas simulações de vazamento.......................................................44
Tabela 3.2 Dados das tubulações do sistema de distribuição Jucu.................................................................. 46
Tabela 3.3 Características dos nós do sistema de distribuição Jucu............................................................... 47
Tabela 3.4 Informações das tubulações do sistema de distribuição ................................................................ 50
Tabela 3.5 Características dos nós do sistema de distribuição Fouras ...........................................................51
Tabela 3.6 Informações das tubulações do sistema de distribuição ................................................................ 53
Tabela 3.7 Informações das tubulações do sistema de distribuição ................................................................ 53
Tabela 4.1 Informações sobre as simulações realizadas................................................................................... 54
Tabela 4.2 Informações sobre as simulações realizadas................................................................................... 55
Tabela 4.3 Valores de concentração de cloro residual (mg/L) monitorados no sistema Jucu....................... 55
Tabela 4.4 Resultado das simulações para o primeiro cenário........................................................................ 56
Tabela 4.5 Resultado das simulações para o segundo cenário.........................................................................59
Tabela 4.6 Resultado das simulações para o terceiro cenário ......................................................................... 62
Tabela 4.7 Resultado das simulações para o quarto cenário ...........................................................................65
Tabela 4.8 Valores médios dos parâmetros cinéticos – AG Geracional Elitista.............................................68
Tabela 4.9 Valores médios dos parâmetros cinéticos – AG Steady-State....................................................... 68
Tabela 4.10 Informações sobre as simulações realizadas................................................................................. 70
Tabela 4.11 Informações sobre os limites dos parâmetros...............................................................................71
Tabela 4.12 Material das tubulações do sistema Fouras.................................................................................. 71
Tabela 4.13 Resultados encontrados para o primeiro cenário ........................................................................71
Tabela 4.14 Resultados encontrados considerando 1º ordem.......................................................................... 75
Tabela 4.15 Resultados encontrados considerando ordem 1.2 ........................................................................75
Tabela 4.16 Resultados encontrados considerando ordem 1.4 ........................................................................75
Tabela 4.17 Resultados encontrados considerando ordem 1.6 ........................................................................75
Tabela 4.18 Resultados encontrados considerando ordem 1.8 ........................................................................76
Tabela 4.19 Resultados encontrados considerando ordem N ..........................................................................76
Tabela 4.20 Resultados encontrados para o terceiro cenário .......................................................................... 78
Tabela 4.21 Parâmetros para simulação hidráulica considerando vazamento.............................................. 82
Tabela 4.22 Valores de Kf de acordo com os parâmetros de vazamento........................................................ 83
Tabela 4.23 Tubulações divida por zona de k
b
.................................................................................................. 87
vii
Tabela 4.24 Tubulações divida por zona de k
w
................................................................................................. 87
Tabela 4.25 Valores de k
w
...................................................................................................................................87
Tabela 4.26 Padrão de consumo selecionado para a calibração hidráulica ...................................................88
Tabela 4.27 Informações sobre os parâmetros do AG - Hidráulica................................................................ 88
Tabela 4.28 Informações sobre os limites dos parâmetros de vazamento ...................................................... 88
Tabela 4.29 Informações sobre os parâmetros do AG - Qualidade ................................................................ 89
Tabela 4.30 Informações sobre os limites dos parâmetros de qualidade........................................................89
Tabela 4.31 Resultado da calibração hidráulica sem vazamento.................................................................... 89
Tabela 4.32 Comparação entre valores de pressão simulados e observados.................................................. 90
Tabela 4.33 Comparação entre valores de vazão simuladas e observadas..................................................... 91
Tabela 4.34 Parâmetros k
b
e k
w
encontrados sem considerar vazamento ...................................................... 92
Tabela 4.35 Resultado da calibração dos parâmetros de vazamento..............................................................94
Tabela 4.36 Comparação entre valores de pressão simulados e observados.................................................. 95
Tabela 4.37 Comparação entre valores de vazão simuladas e observadas..................................................... 96
Tabela 4.38 Parâmetros k
b
e k
w
encontrados considerando vazamento ......................................................... 97
viii
LISTA DE SÍMBOLOS
ε rugosidade absoluta (ou rugosidade de Darcy-Weisbach)
α expoente do emissor constante
C coeficiente da fórmula de Hazen-Williams, constante, concentração de uma substância,
coeficiente de vazão
C
0
concentração no instante inicial
C
i
concentração na tubagem i
C
i|x=0
concentração no icio do troço i
C
i|x=L
concentração no final do troço i
C
L
concentração-limite
C
t
concentração no instante t
d diâmetro da tubagem
D difusão molecular
D
i
consumo no nó i
DBT demanda base ou de referência
F fator que relaciona a reação na parede com a rugosidade da tubulação
FT fator temporal de consumo
g aceleração da gravidade
h perda de carga total
i índice do nó de montante
j índice do nó de jusante
k
b
coeficiente de reação no escoamento
k
f
coeficiente de transferência de massa
ix
k
w
coeficiente de reação na parede da tubalação
L comprimento da tubulação
L
j
comprimento da tubulação j
n coeficiente de rugosidade de Manning, ordem da reação,
P pressão
Q vazão
Q
ij
vazão na tubulação entre os nós i e j
Q
j
vazão na tubulação j
Q
k,ext
origem externa da vazão que entra na rede através do nó k
R raio da tubulação
Re número de Reynolds
Sc nº de Schmidt
Sh de Sherwood
T tempo
TS vazão total abastecida
u
i
velocidade do escoamento na tubalação i
x
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................................I
ABSTRACT.......................................................................................................................................... II
LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................................III
LISTA DE SÍMBOLOS................................................................................................................... VIII
SUMÁRIO .............................................................................................................................................X
1.
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................1
1.1
PROPOSIÇÃO...............................................................................................................................4
1.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................................................................4
2.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................5
2.1
QUALIDADE DA ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO.............................................5
2.1.1
Microrganismos patogênicos....................................................................................................5
2.1.2
A problemática da desinfecção ................................................................................................7
2.1.3
Cloração em água sem a presença de Amônia......................................................................10
2.1.4
Cloração em água com a presença de amônia......................................................................11
2.1.5
Cloro residual..........................................................................................................................13
2.2
FORMAÇÃO DE TRIHALOMETANOS ...................................................................................14
2.3
DECAIMENTO DO CLORO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA.....................16
2.4
DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS CINÉTICOS NA MASSA DE ÁGUA...................19
2.4.1
Determinação de parâmetros cinéticos na zona de influência da parede da tubulação ...22
2.4.2
Trabalhos relacionados com a determinação de parâmetros de decaimento de cloro em
sistemas de distribuição .......................................................................................................................23
2.5
ALGORITMOS GENÉTICOS.....................................................................................................26
2.6
SIMULAÇÃO DE QUALIDADE DO EPANET 2 .....................................................................29
2.6.1
Correlação com a perda de carga..........................................................................................32
3.
MATERIAL E MÉTODOS .........................................................................................................34
3.1
O PROBLEMA INVERSO..........................................................................................................34
3.1.1
Calibração do modelo de qualidade ......................................................................................34
3.1.2
Calibração do modelo de vazamento.....................................................................................35
3.2
MODELO DE SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA (EPANET) ...................................36
3.2.1
Simulação hidráulica ..............................................................................................................36
3.2.2
Modelo de vazamento em função da pressão nodal.............................................................38
3.3
PROCESSO DE CALIBRAÇÃO ................................................................................................40
3.3.1
Parâmetros de qualidade........................................................................................................40
3.3.2
Parâmetros de vazamento ......................................................................................................42
3.3.3
Parâmetros dos Algoritmos Genéticos ..................................................................................43
3.4
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ESTUDADOS ......................................................................44
3.4.1
Sistema de distribuição JUCU ...............................................................................................44
3.4.2
Sistema de distribuição FOURAS .........................................................................................48
3.4.3
Sistema de distribuição Hipotico ........................................................................................51
4.
RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................................54
4.1
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO JUCU ......................................................................................54
4.1.1
Primeiro Cenário ....................................................................................................................56
4.1.2
Segundo Cenário .....................................................................................................................59
4.1.3
Terceiro Cenário .....................................................................................................................62
4.1.4
Quarto Cenário .......................................................................................................................64
4.1.5
Análise entre cenários.............................................................................................................67
4.2
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FOURAS.................................................................................70
4.2.1
Primeiro Cenário ....................................................................................................................71
4.2.2
Segundo Cenário .....................................................................................................................74
4.2.3
Terceiro cenário ......................................................................................................................78
4.2.4
Análise entre cenários.............................................................................................................81
4.3
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO HIPOTÉTICO.........................................................................82
4.3.1
Primeiro Cenário ....................................................................................................................89
4.3.2
Segundo cenário ......................................................................................................................94
4.3.3
Análise entre cenários.............................................................................................................99
5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................103
5.1
CONCLUSÃO ...........................................................................................................................103
5.2
SUGESTÕES .............................................................................................................................105
6.
REFERÊNCIAS .........................................................................................................................106
xii
APÊNDICE.........................................................................................................................................113
APÊNDICE A – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE – REDE JUCU.................114
APÊNDICE B – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE – REDE FOURAS ...........118
APÊNDICE C – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO VAZAMENTO – REDE HIPOTÉTICA........134
APÊNDICE D – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE – REDE HIPOTÉTICA ...139
1. INTRODUÇÃO
Os sistemas públicos de abastecimento de água figuram entre as grandes benfeitorias
do saneamento ambiental, que podem proporcionar melhoria na qualidade de vida por meio
de apropriadas condições de higiene, conforto e bem estar para as populações beneficiadas.
Tais sistemas são grandes aliados no controle e na prevenção das doenças de veiculação
hídrica, como o cólera e a febre tifóide e, juntamente com os sistemas públicos de coleta de
esgoto, constituem um caminho para diminuir a procura por serviços de saúde.
As concessionárias de abastecimento de água são responsáveis pelo suprimento das
demandas urbanas de uma região, considerando as necessidades das populações e das
atividades industriais. Entretanto, a concepção de um bom sistema de abastecimento requer o
planejamento sustentável dos mananciais, o bom desempenho do tratamento, a operação
racional de reservatórios e a eficiência do sistema de distribuição de água. Em resumo, a
função de um sistema de abastecimento é captar água, submetê-la ao tratamento para alcançar
os padrões de potabilidade e, posteriormente, distribuí-la para a população.
Umas das mais importantes etapas nas estações de tratamento de água (ETA) é a
desinfecção, que é responsável pela inativação dos microrganismos patogênicos
remanescentes do tratamento. A desinfecção pode ser obtida com aplicação de agentes
desinfetantes químicos ou físicos. Entretanto, o cloro e seus derivados são os agentes
químicos freqüentemente mais utilizados nas ETAs. Segundo proposta da USEPA (1999), a
eliminação de microrganismos patogênicos pode ser realizada por uma estratégia de
desinfecção, e, não apenas pautada na escolha de um desinfetante.
Para a manutenção da qualidade e proteção contra a presença microbiana nos sistemas
de distribuição de água, geralmente existe a presença de um residual com potencial
desinfetante que deve ter ação até os pontos mais longínquos da rede. A finalidade deste
residual desinfetante é limitar a presença de microrganismos patogênicos, que podem ser
introduzidos acidentalmente no sistema por rupturas nas tubulações, podem se desprender do
biofilme das paredes da tubulação e dos microrganismos eventualmente não eliminados
durante o processo de desinfecção.
2
Como o cloro é um elemento não conservativo, sua concentração é reduzida conforme
certas condições encontradas nos reservatórios e nas redes, acarretando diferença entre as
condições da água tratada e da água que chega aos consumidores. Os responsáveis pela
operação das ETAs geralmente monitoram a concentração residual de cloro, imediatamente,
após o tratamento. Nas redes o que se faz é o monitoramento alternado de alguns pontos,
porém o controle ao longo das tubulações é mais difícil de ser realizado.
O sistema de distribuição, na parte final do abastecimento, deve ser concebido para
suportar as pressões desejadas em conformidade com as normas, suprir as demandas e
garantir a qualidade adequada em toda sua extensão. No entanto, deve haver preocupação com
a manutenção das tubulações instaladas, visto que a quantidade e a qualidade da água podem
ser comprometidas de acordo com a condição da rede de distribuição.
Em grandes centros, a perda da eficiência no abastecimento é relacionada ao estado de
desgaste das redes, principalmente dos sistemas mais antigos. A deterioração do sistema de
distribuição, devida à falta de manutenção e de recuperação, pode levar à perda no
faturamento da concessionária por causa dos vazamentos (SOBRINHO & MARTINS, 2006).
Além disso, a perda da estanqueidade e danos nas juntas das tubulações podem colocar os
usuários em risco, por possibilitarem a intrusão de microrganismos patogênicos e de matéria
orgânica em geral.
Como referido anteriormente, a concentração de cloro residual decai e sua manutenção
na rede depende das reações que ocorrem dentro da tubulação. O cloro residual ao reagir com
substâncias presentes na água como a matéria orgânica, além de reduzir a concentração
residual pode produzir subprodutos potencialmente cancerígenos, por exemplo, os
trihalometanos (WHO, 2000). Por isto, é necessário estabelecer limites mínimos e máximos
que possibilitem o controle microbiológico e não causem futuros problemas para a saúde da
população. No Brasil, os padrões relativos à qualidade de água para consumo humano são
estabelecidos, atualmente, pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde.
Na busca pela manutenção de níveis adequados de cloro residual em todos os pontos
da rede, normalmente, eleva-se a concentração inicial na saída da ETA, uma situação que
pode gerar problemas relacionados às questões estéticas, de sabor e odor, e à questão de saúde
devido à possibilidade de formação de subprodutos prejudiciais a saúde. Outra possibilidade,
para compensar a perda do residual de cloro é a introdução de estações para reforço de
cloração em pontos estratégicos do sistema.
3
Existem muitas dificuldades no controle da qualidade de água em sistema de
distribuição, principalmente em estudar os fatores responsáveis pelo decaimento do cloro nas
redes. Assim, os simuladores hidráulicos associados a modelos de qualidade da água têm sido
empregados como ferramenta para subsidiar pesquisas nesta área.
Estes modelos permitem a reprodução das condições hidráulicas das redes e a previsão
do teor de cloro residual em cada do sistema e ainda podem ser associados com
ferramentas de otimização que auxiliam o processo de calibração. A aplicação dessas
ferramentas permite estudos mais apurados na caracterização do decaimento de cloro nos
sistemas de distribuição e fornece base na busca de soluções no sentido de manter o residual
de cloro em níveis desejáveis.
O decaimento do cloro ao longo das tubulações das redes resulta do efeito conjunto
das reações que ocorrem junto às paredes das tubulações e na massa quida (CLARK et al,
1993). Assim, o bom desempenho dos modelos depende da calibração dos parâmetros
cinéticos de decaimento do cloro tanto na massa líquida, como junto às paredes das
tubulações. Uma tarefa complexa, pois esses parâmetros não são globais e uniformes dentro
do mesmo sistema de distribuição (SHEKHAR, 2001).
O presente estudo propõe o desenvolvimento de uma ferramenta que permita a
determinação dos parâmetros cinéticos em sistemas de distribuição de água para
abastecimento, utilizando o EPANET 2 (ROSSMAN, 2000) como modelo hidráulico e de
simulação de qualidade da água em termos do cloro residual e do uso dos Algoritmos
Genético (AG) como ferramentas de calibração dos referidos parâmetros.
Após a elaboração, o modelo foi testado para três sistemas de distribuição para avaliar
seu desempenho. Foram estudadas duas redes reais, Sistema Jucu (CASAGRANDE, 1997) e
Sistema Fouras (CHEUNG, 2005), com características distintas pois as tubulações da primeira
rede são todas em PVC e a segunda contém tubulações de quatro diferentes materiais (PVC,
PEAD, Cimento Amianto e Ferro Fundido). Essas redes possibilitaram analisar a capacidade
do modelo em calibrar os parâmetros de qualidade de acordo com o material da tubulação e
não apenas com valores globais.
O terceiro sistema é uma rede hipotética, que foi estudada por Tucciarelli et al 1999
em pesquisas sobre modelos de vazamento em função das pressões nodais. A adoção dessa
rede permitiu a realização de simulações que reproduziram as condições reais de operação de
4
um sistema de distribuição, o que permitiu a avaliação do modelo de calibração em um
sistema de distribuição com três fontes de cloração e o diagnóstico da influência da calibração
hidráulica nos resultados do processo de busca voltado aos pametros de decaimento de
cloro.
1.1
PROPOSIÇÃO
A proposta desta pesquisa tem como objetivo precípuo desenvolver e aplicar uma
rotina computacional com base no software EPANET2 e com auxílio dos Algoritmos
Genético (AG), para determinação da ordem das reações e dos valores dos parâmetros
cinéticos de decaimento do cloro em sistemas de distribuição.
1.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Recolher informações sobre os sistemas de distribuição escolhidos para o estudo;
Realizar simulações com os sistemas de distribuição, adotando diferentes zoneamentos
para os parâmetros cinéticos;
Calibrar os parâmetros cinéticos para cada sistema de distribuição em estudo;
Realizar simulação de qualidade em sistema de distribuição admitindo vazamento nos
nós;
Calibrar os parâmetros cinéticos do sistema de distribuição sem considerar o
vazamento; e
Calibrar os parâmetros cinéticos do sistema de distribuição considerando vazamento.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1
QUALIDADE DA ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO
2.1.1
Microrganismos patogênicos
O meio aquático normalmente é habitado por microrganismos classificados como de
vida livre, seres que extraem do meio as condições necessárias para sua sobrevivência.
Portanto, todas as alterações químicas e físicas, causadas ao meio no qual habitam, devem ser
classificadas como ecológicas. As atividades decorrentes dos organismos de vida livre podem
causar interferência na qualidade da água, porém estão relacionadas ao meio e não podem ser
classificadas como ação direta de um organismo humano. Normalmente, essas alterações
ocorrem devido à produção de substâncias tóxicas provenientes de secreções liberadas pelos
microrganismos na água.
Para VON SPERLING (2005), a classificação dos efeitos das interferências dos
microrganismos de vida livre como benéficos ou nocivos depende do uso planejado da água.
Um exemplo positivo é o enriquecimento nutritivo dos corpos de água na piscicultura devido
à floração de algas que proporciona aumento de fonte básica de alimentação para os peixes.
No entanto, esse aumento de nutrientes pode levar a eutrofização do manancial,
acarretando efeitos indesejáveis e causar problemas estéticos, por exemplo, a liberação de
toxinas de cianobactérias. O que resulta na necessidade de tratamento mais acurado da água,
que inclui a remoção de algas que entopem filtros e tubulações e causam sabor e odor
(BRANCO,1974).
No meio aquático, também é possível encontrar microrganismos patogênicos, que, na
maioria dos casos, estão presentes de forma transitória. Esses organismos geralmente o
causam modificações ecológicas e usam a água apenas como um veículo eventual. Esses seres
são parasitas e incapazes de viver e reproduzirem-se fora dos hospedeiros e sua sobrevivência
em ambientes aquáticos depende da temperatura, presença de partículas suspensas e coloidais
6
(BRANCO, 1974). A presença destes microrganismos nas águas deve-se à contaminação por
excretas humanas e animais parasitados. Essa contaminação pode ocorrer pela infiltração no
solo, pelo carreamento devido às águas pluviais e pela extrapolação da calha do rio em épocas
de cheias. No caso dos centros urbanos ocorre, principalmente, pelo lançamento de esgoto não
tratado ou com tratamento ineficiente em águas de rios, lagos e mar. Os principais
microrganismos patogênicos encontrados em águas contaminadas podem ser classificados
como vírus, bactérias, protozoários e helmintos.
A contaminação por doenças de veiculação hídricas possui maior dependência das
características físicas, químicas e biológicas das águas naturais. Pode, também, estar
relacionada, de forma secundária, com as peculiaridades referentes à saúde, idade e condição
de higiene em que a população exposta se encontra (DANIEL, 2001). Na Tabela 2.1 são
apresentadas as principais doenças de veiculação hídricas e os respectivos agentes etiológicos,
sintomas e fontes de contaminação.
Geralmente, a água natural o é o habitat original dos microrganismos patogênicos,
por isso sua eliminação ocorre naturalmente pelo processo conhecido como autodepuração.
Entretanto, por questões de saúde adota-se a etapa de desinfecção no tratamento da água para
controle desses organismos nos sistemas de abastecimento de água para consumo
Tabela 2.1 Principais doenças veiculação hídricas.
Doença Agente etiológico Sintomas Fontes de
contaminação
Febre tifóide e
paratifóide
Salmonella typhi
Salmonella paratyphi A e B
Febre elevada, diarréia Fezes humanas
Disenteria baciliar Shigella dysenteriae Diarréia Fezes humanas
Disenteria amebiana Entamoeba histolystica
Diarréia, abscesso no fígado e
intestino delgado
Fezes humanas
Cólera Vibrio cholerae Diarréia e desidratação
Fezes humanas e águas
costeiras
Giardíase Giardia lamblia
Diarréia, náusea, indigestão,
flatulência
Fezes humanas e de
animais
Hepatite A e B Vírus da hepatite A e B Febre, icterícia Fezes humanas
Poliomelite Vírus da poliomielite Paralisia Fezes humanas
Criptosporidise
Cryptosporidium parvum,
Cryptosporidium muris
Diarréia, anorexia, dor
intestinal, náusea, indisgestão,
flatulência
Fezes humanas e de
animais
Gastroenterite
Escherichia coli,
Campylabacter jejuni, Yersina
enterocolitica, Aemomonas
hydrophyla, Rotavírus e outros
vírus entéricos.
Diarréia Fezes humanas
Fonte: Adaptado de DANIEL (2001).
7
2.1.2
A problemática da desinfecção
As características sanitárias e toxicológicas da água do sistema de abastecimento são
reguladas por legislação, para que haja garantia da isenção de microrganismos patogênicos e
substâncias tóxicas, que causem mal a saúde dos consumidores.
A desinfecção tem a finalidade de destruição e inativação de microrganismos
patogênicos (bactérias, protozoários, vírus e vermes) remanescentes na água após o
tratamento, visto que os processos físico-químicos não asseguram remoção total destes
microrganismos. Segundo Azevedo Netto et al (1998), a desinfecção é uma medida que pode
ser corretiva ou preventiva, devendo ser obrigatória em todos os sistemas de abastecimento
público, pois somente através desse processo, bem controlado, é possível garantir que a água
tenha qualidade do ponto de vista de saúde publica.
Para assegurar a potabilidade da água, a concentração de microrganismos
remanescentes após tratamento de água tem que ser reduzida. Em condições ótimas, um
sistema de tratamento de água convencional pode atingir a meta de remão de 99% (noventa
e nove por cento) dos microrganismos patogênicos proveniente do manancial (GELDREICH,
1974).
A importância da desinfecção pode ser entendida no contexto da pesquisa realizada
por Lahti e Hiisvirta, (1995)
1
(Apud Philippi Jr e Martins, 2005), a qual relata a ocorrência de
24 surtos de doenças relacionadas à água na Finlândia, no período de 1980 e 1992. A maioria
dos surtos ocorreu pela contaminação da água de sistemas, dos quais 90% utilizavam águas de
poço cujo tratamento apenas contemplava o equilibro do pH, sem desinfecção. Outros três
surtos ocorreram em sistemas abastecidos por mananciais superficiais com tratamento por
filtração rápida e cloração. Devido à preocupação com a formação de compostos
organoclorados, a concentração de cloro foi reduzida e, como conseqüência, a desinfecção
tornou-se inadequada.
1
Lahti K, Hiisvirta L. Causes of waterborne outbreaks in community water systems in finland: 1980 - 1992.
Water Science Technology 1995; 31:33-6.
8
Outro estudo, realizado por Raman et al (1978)
2
(apud Philippi Jr e Martins, 2005),
informa que na cidade de Aurangabad, na Índia, com 1,5 milhões de habitantes, havia
constantes surtos de hepatite infecciosa e doenças gastrintestinais. No ano de 1972, constatou-
se que a tubulação do sistema de distribuição era de ferro galvanizado e estava enferrujada e a
tubulação de água estava assentada embaixo do sistema coletor de esgoto. Durante a parada
do abastecimento verificou-se a contaminação da água por sucção de material externo à
tubulação. A baixa pressão nas torneiras e a intermitência do abastecimento faziam com que
os consumidores construíssem tanques de alvenaria, para reserva de água, próximo ou abaixo
do lençol freático o que possibilitou mais uma forma de contaminação.
Apesar do entendimento que esse processo elimina os microorganismos presentes nas
águas, a ausência total dos organismos patogênicos no sistema de abastecimento é difícil de
ocorrer. Di Bernado e Di Bernado (2005) asseguram que a desinfecção é um processo de
seleção, que não destrói todas as formas vivas, incluindo os organismos patogênicos, e ainda
comentam que a destruição total de formas vivas seria a esterilização. Azevedo Netto (1974)
alerta para a distinção entre:
Esterilizante: agente capaz de destruir completamente todos os organismos;
Desinfetante: agente que destrói microrganismos patogênicos;
Bactericida: agente que elimina bactérias;
Cisticida: agente que elimina cistos.
Na desinfecção realizada nas ETAs são empregados agentes físicos e/ou químicos que
atuam na destruição e inativação desses microrganismos patogênicos presentes na água,
eliminando o risco de doenças. Os agentes químicos mais utilizados são: cloro, bromo, iodo,
dióxido de cloro, ozônio, permanganato de potássio, peróxido de hidrogênio, ácido peracético,
ferrato de potássio e os íons metálicos de prata e de cobre. Entre os agentes físicos mais
utilizados destacam-se o calor e a radiação ultravioleta (DI BERNADO & DI BERNADO,
2005).
2
Raman V, Parhad NM, Deshpande AW, Pathark SK. Assessment and control of water quality in a town
ditribuition ststem with refrence to the incidence of gastrointestinal diseases. Prog Water Technol 1978;
11(1/2):65-71
9
Os agentes químicos utilizados nas ETAs, segundo Azevedo Neto, 1974; Daniel, 2001
e Di Bernado e Di Bernado, 2005, devem apresentar características, como:
Destruir, em tempo razoável, os organismos patogênicos na quantidade em que se
apresentam e nas condições da água;
Ser atóxico para homens e para animais domésticos. Nas dosagens usuais não devem
causar odor e sabor que prejudiquem o consumo;
Possuir custo razoável e oferecer condições seguras de transportes, armazenamento,
manuseio e aplicação no tratamento;
Ter sua concentração na água medida de forma rápida e por métodos simples e
confiáveis; e
Produzir residuais persistentes na água, assegurando, desse modo a qualidade da água
contra eventuais contaminações nas diferentes partes do sistema de distribuição.
Segundo Daniel (2001) três mecanismos principais utilizados pelos agentes químicos
na ativação de organismos patogênicos:
Ataque aos principais constituintes celulares causando destruição ou desarranjo
estrutural da organização, por exemplo, destruindo a parede celular ou modificando as
funções de semipermeabilidade das membranas;
Transformação das enzimas em não funcionais, gerando interferência no metabolismo;
Interferência na biossíntese e no crescimento, pelo prejuízo à síntese de proteínas,
ácidos nucléicos, coenzimas ou parede celular.
Em grande parte, os agentes químicos são fortes oxidantes e, por isso, podem ser
empregados em tratamento de águas com a finalidade de controlar odor, gosto, limpeza de
filtros, remoção do ferro e do manganês, destruir sulfetos de hidrogênio, diminuir a cor,
controlar o crescimento bacteriano nas redes, desinfeccionar as adutoras, aprimorar a
floculação, oxidar amônia na proteção de membranas filtrantes e controlar algas no pré-
tratamento (ROSSIN, 1987); conforme os exemplos das reações a seguir:
Remoção de ácido sulfídrico:
8HCl SOH O4H 4Cl SH
422 22
+
+
+
(2.1)
Remoção do ferro:
22323223
6CO CaCl 2Fe(OH) )Ca(HCO Cl )2Fe(HCO
+
+
+
+
(2.2)
10
Entre todos os outros agentes químicos citados anteriormente, o cloro é a substância
mais empregada na desinfecção primária do processo de tratamento de água, seja superficial
ou subterrânea. O cloro também pode ser empregado como pré-desinfetante e pós-
desinfetante; no último caso para fim de manutenção de residual em redes de distribuição.
Por serem fortes oxidantes, suas reações podem gerar alguns subprodutos de
desinfecção perigosos aos consumidores e ao meio ambiente, por exemplo:
Os compostos orgânicos halogenados: como trihalometanos, ácidos haloacéticos,
halocetonas;
Outros compostos orgânicos: como aldeídos, cetonas, carbono orgânico assimilável e
carbono orgânico biodegradável;
Compostos inorgânicos: como cloritos e cloratos USEPA(1999).
2.1.3
Cloração em água sem a presença de Amônia
O cloro puro quando adicionado à água se dissocia, de acordo com as seguintes
reações:
HOClHClOHCl
+
+
22
(2.3)
+
+ ClOHHOCl
(2.4)
O cloro na forma de ácido hipocloroso e de íon hipoclorito presente na água é definido
como cloro residual livre.
O ácido hipocloroso (HOCl) é o agente mais ativo na desinfecção e o íon de
hipoclorito (OCL
-
), praticamente, o tem efeito sobre a desinfecção. O íon de hipoclorito
prevalece nos valores maiores que pH 7,0 e o ácido hipocloroso para valores inferiores de pH
7,0. Deste modo, procura-se realizar a cloração para pH inferior a 7,0, considerando o efeito
germicida de HOCL (DANIEL, 2001).
11
2.1.4
Cloração em água com a presença de amônia
O cloro na forma de ácido hipocloroso ao combinar com amônia, disponível na água,
pode formar monocloramina (NH
2
Cl), dicloramina (NHCl
2
) e tricloramina ou tricloreto de
nitrogênio (NCl
3
), de acordo com as seguintes reações
A monocloramina é razoavelmente estável perante o excesso de amônia, decompõe na
presença de excesso de cloro, seguindo a seguinte reação:
Na presença exclusiva de dicloramina, a mesma tende a se decompor formando ácido
hipocloroso, segundo as seguintes reações:
Quando presença de monocloramina e dicloramina, ocorre também uma
decomposição razoavelmente rápida, com tendência ao desaparecimento de uma ou outra
dessas formas, segundo a reação:
No caso em que existem quantidades apreciáveis de monocloramina, o tricloreto de
hidrogênio se decompõe, segundo a reação:
A amônia presente pode ser totalmente destruída pelo cloro, como se ocorresse a
seguinte reação simplificadas:
HClClNHNHCl
+
+
232
- (Monocloramina)
(2.5)
HClNHClClClNH
+
+
222
- (Dicloramina)
(2.6)
HClNClNHCl
+
32
- (Tricloreto de nitrogênio)
(2.7)
OHHClNHOClClNH
222
32
+
+
+
(2.8)
222
22 ClHClNClNH
+
+
(2.9)
HClHOClOHCl
+
+
22
(2.10)
HClNNHClClNH 3
222
+
+
(2.11)
HOClNHClOHNCl
+
+
223
(2.12)
HClNClNCl 632
223
+
+
(2.13)
12
A adição de cloro em águas contendo nitrogênio amoniacal poderá produzir uma série
de reações que irá depender da relação entre o cloro dosado e a amônia presente, pH,
temperatura e do tempo de reação. Nota-se que no principio o cloro residual combinado
aumenta com o aumento do cloro dosado, alcançando um ponto ximo, posteriormente um
ponto mínimo e a partir desse último retorna a crescer. Nessa condição, cada aumento no
cloro dosado resulta em aumento igual de cloro residual livre, o ponto de inflexão é conhecido
como
break point
(ROSSIN, 1987).
O cloro combinado é menos ativo que o cloro livre como desinfetante, por exemplo,
para um tempo de contato específico, com um pH 8,5 em que mais de 85% do ácido
hipocloroso encontra-se dissociado, deve-se aumentar a dosagem em pelo menos 25 vezes do
cloro combinado para que se o tenha o mesmo efeito germicida do cloro livre (RICHTER &
AZEVEDO NETTO, 1991).
Na presença de amônia, a adição de quantidades crescentes de cloro resulta na
produção de residuais conforme a curva demonstrada na Figura 2.1. O comportamento dessa
curva depende da forma de reação do cloro com a amônia.
Figura 2.1 Curva de cloro residual demonstrando o fenômeno típico de um break point
Fonte: ROSSIN(1987)
13
A técnica de cloração com amônia pode ser um processo recomendável apesar da
deficiência do cloro combinado como agente desinfetante, recomendada em tratamento de
águas contendo fenóis, cresóis ou taninos, quando não é possível remover esses compostos
pela cloração. Também pode ser recomendado nos casos em que se pretende obter um
residual mais estável (MANFRINI, 1974).
A cloração com residual livre apresenta maiores vantagens e, por isso, praticamente
substitui a cloração combinada. São vantagens da cloração residual livre:
A desinfecção é mais segura por ser feita com residual mais ativo que qualquer
residual combinado;
Destroem os compostos orgânicos presentes, responsáveis por problemas de odor, cor,
desenvolvimento de microrganismos e demanda bioquímica de oxigênio.
Reduz o crescimento de microrganismos nas diversas partes do sistema
2.1.5
Cloro residual
Após a cloração da água, com toda a demanda do cloro consumido e a desinfecção
completa, a água apresenta concentração de cloro residual nula. Entretanto, a presença de
cloro residual na água do sistema de distribuição tem a finalidade de proteger a qualidade da
água contra o desenvolvimento de microrganismos prejudiciais à saúde. Por exemplo, no caso
de ocorrer uma poluição moderada, o cloro residual poderá garantir a desinfecção da água no
sistema de distribuição. Por outro lado, caso a poluição seja maior, o cloro residual será
totalmente consumido e, deste modo, o cloro residual da rede pode servir como índice de
qualidade da água facilmente monitorado (MANFRINI, 1974).
Para garantir a manuteão de cloro residual até nos pontos mais distantes do sistema
de distribuição, normalmente, aumentam-se as dosagens de cloro nas estações de tratamento
de água. Essa estratégia” pode resultar em problemas relacionados com sabor e odor,
principalmente nas áreas de influência mais próxima ao tratamento de água, e em problemas
relacionados à saúde pela possibilidade da geração de subprodutos de potencial cancerígenos
(CLARK et al, 1995; ROUHIAINEN et al, 2003).
No Brasil as condições sobre a qualidade da água são estabelecidas pela Portaria do
Ministério da Saúde 518/2004, que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas
14
ao controle e vigilância da qualidade de água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade; e estabelece outras providências.
O Artigo 13 da referida portaria estabelece que: “após a desinfecção, a água deve
conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L, sendo obrigatória a manutenção
de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de distribuição, Recomenda ainda que a
cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos e o teor
máximo de cloro residual seja de 2,0 mg/L em qualquer ponto do sistema abastecido.”
Outra legislação importante no Brasil é o decreto 5440 de 4 de maio de 2005,
também do Ministério da Saúde. Trata-se de uma medida de caráter educativo, com a
finalidade de promover o consumo sustentável da água e proporcionar o entendimento da
relação entre a sua qualidade e a saúde pública. Esse decreto tornou obrigatória a divulgação
dos parâmetros de qualidade da água pelos responsáveis pelo tratamento e distribuição através
de informações referentes na conta de água mensal.
2.2
FORMAÇÃO DE TRIHALOMETANOS
No ano de 1977, a
Envorimental Protection Agency
(EPA) publicou o relatório do
National Organics Monitoring Survey”,
com o resultado de pesquisa realizado em 113
sistemas de abastecimentos de água, envolvendo 27 compostos orgânicos suspeitos de
causarem problemas à saúde da população. Entre eles estavam quatro compostos conhecidos
como trihalometanos (THMs), encontrados em águas que receberam cloro como desinfetante.
Em conseqüência do estudo realizado, em 1978 a EPA propôs o limite máximo aceitável de
100 µg/L THM para águas de abastecimento. Em 1979, esse limite foi regulamentado.
Os THMs são compostos de carbono simples que ocorrem na água potável como
subproduto das reações de oxidação entre o agente oxidante e a matéria orgânica presente na
água. Portanto a sua formação está ligada ao uso do cloro.
Segundo afirmações de Clark et al (1995), WHO (2004) e USEPA (1999), a presença
desses compostos na água de abastecimento pode ser um risco a saúde, devido a sua
característica de ser potencialmente cancerígeno. Mith et al (2005) encontraram evidências de
15
que esses subprodutos de desinfecção podem aumentar o risco de câncer no ncreas. Itoh e
Matsuoka (1996) relatam a possibilidade de potencial mutagênico da água tratada em que
estão presentes esses subprodutos.
Os THMs possuem a forma geral CHX3, em que o X pode ser cloro, bromo,
possivelmente o iodo, conforme Tabela 2.2. Nos sistema de abastecimento que usam cloro
como agente desinfetante, normalmente, encontram-se as espécies de THM cloradas e
bromadas, com predominância dos compostos 1 e 2 e os compostos 3 e 4 são freqüentemente
encontrados. Os demais compostos não são comumente detectados (TOMINAGA & MIDIO,
1999). As referências aos THMs em sistemas de abastecimento tratam dos quatro primeiros
compostos da Tabela 2.2 (MEYER, 1994).
No Brasil, a preocupação com os aspectos toxicológicos da água para fins de
abastecimento limita o valor máximo permitido de THMs totais à concentração de 0,1 mg/L,
conforme o Art. 14 da portaria 518/2004. Entende-se como trihalometanos totais a soma
aritmética das concentrações desses compostos. A Tabela 2.3 apresenta o padrão de
potabilidade para desinfetantes e produtos secundários da desinfecção que representam risco à
saúde.
Tabela 2.2 Denominação dos trihalomentanos e respectivas fórmulas químicas
Denominação Fórmula Química
1 – Triclorometano, Clorofórmio CHCl
3
2 – Bromodiclorometano CHBrCl
2
3 – Dibromoclorometano CHBr
2
Cl
4 – Tribomometano, Bromofórmio CHBr
2
5 – Dicloroiodometano CHCl
2
I
6 – Bromocloroiodometano CHClBrI
7 – Clorodiiodometano CHClI
2
8 – Dibromoidometano CHBr
2
I
9 – Bromodiodometano CHBrI
2
10 - Triiodometano, Iodofórmio CHI
3
16
Tominaga e Mídio (1999) e Souza (2006) comentam que estão em estudo algumas
medidas alternativas com a finalidade de evitar a formação de THM. Por exemplo, substituir o
cloro por outros agentes oxidativos. Entretanto, esses métodos diferenciados podem levar à
formação de outros subprodutos dependendo da matéria orgânica disponível, cujos efeitos
para a saúde humana são ainda desconhecidos.
Tabela 2.3 Valores máximos permitidos para desinfetantes e produtos secundários da
desinfecção
Parâmetro Unidade VMP
Bromato mg/L 0,025
Clorito mg/L 0,2
Cloro Livre mg/L 5
Monocloramina mg/L 3
2,4,6 Triclorofenol mg/L 0,2
Trhialometanos Totais mg/L 0,1
Fonte: Ministério de Estado da Saúde (2004)
2.3
DECAIMENTO DO CLORO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
O consumo do cloro residual nas redes de distribuição é uma função de muitos fatores,
que inclui a velocidade do escoamento, o tempo de residência, o diâmetro da tubulação, o
decaimento na massa de água e o decaimento na região da parede da tubulação (CLARK et
al., 1995).
O decaimento do cloro residual nos sistemas de distribuição ocorre devido às reações
com substâncias orgânicas e inorgânicas (ex: amônia, sulfetos, íons de ferro, íons de magnésio
e matéria orgânica), às reações com o biofilme formado nas tubulações e ao consumo pelo
processo de corrosão, principalmente nas tubulações de ferro. Na Figura 2.2, exemplo da
combinação do decaimento do cloro devido às reações no escoamento com matéria orgânica
17
(MO) gerando subprodutos da desinfecção (SPD) e na região da parede da tubulação
(CLARK, 1998; HALLAM et al., 2003 e POWELL et al, 2000a).
As características da água na saída da estação de tratamento (ETA) alteram-se ao
longo do seu percurso pela rede de distribuição, inclusive podendo haver redução da
desinfecção residual. Os sistemas de distribuição de água apresentam características
semelhantes a um reator, aonde ocorrem reações de origens químicas e biológicas no
escoamento e/ou entre a água e o material do reservatório e da tubulação (MARTINHO et al,
2006).
Figura 2.2 Esquema ilustrativo das reações do decaimento do cloro numa
tubulação de ferro
Fonte: Adaptado de Rossman (2000)
Assim os modelos utilizados para descreverem o decaimento da concentração do cloro
residual nos sistemas de distribuição, normalmente, consideram duas componentes: uma
relacionada com o escoamento e outra relacionada com a região próxima a parede das
tubulações que podem ser representadas pelas respectivas constantes cinéticas k
b
e k
w
(CLARK et al, 1993).
Usualmente os modelos de transporte de cloro são baseados nas leis de conservação da
massa e geralmente são descritos por uma equação de advecção, que tem como simplificação,
assumir dimensão única e pode ser expressa na forma:
)(
i
i
i
i
Cr
x
C
u
t
C
+
=
(2.14)
Sendo que C
i
a concentração (massa/volume) na tubulação i em função da distância x e
do tempo t, u
i
a velocidade média do escoamento (comprimento/ tempo) na tubulação i e r são
18
a taxa de reação (massa/volume/tempo), função da concentração, que representa a
combinação dos efeitos das reões no escoamento e na região da parede da tubulação.
Muitos dos modelos de qualidade disponíveis assumem cinética de primeira ordem
simples para o decaimento de cloro em sistemas de distribuição, definindo o consumo do
cloro conforme as seguintes equações:
KC
dt
dC
=
(2.15)
tK
eCC
=
0
(2.16)
Onde C é a concentração de cloro no tempo t; C
0
é concentração de cloro inicial; e k é
a constante de decaimento de primeira ordem.
Para representar os efeitos das duas parcelas de consumo do cloro residual (k
b
e k
w
), o
método mais simples é o decaimento de primeira ordem simples, onde o K é uma constante de
decaimento única, representando uma soma das duas constantes, conforme a equação
(POWELL et al, 2000b):
wb
kkK +=
(2.17)
Em que K é a constante global de decaimento de primeira ordem (h
-1
), k
b
é a constante
de decaimento na massa de água ( h
-1
) e k
w
é a constante de decaimento na parede, que nesse
caso a sua unidade é ( h
-1
).
Os modelos dinâmicos utilizados para representar os sistemas de distribuição podem
ser baseados nos métodos de Euller ou nos métodos de Lagrange (OZDERMIR & UCAK,
2002). Segue os modelos citados:
Métodos de Euller:
o todo diferença finita (FDM)
o todo do volume discreto (DVM)
Métodos de Lagrange:
o todo dirigido pelo tempo (TDM)
o todo dirigido pelo evento (EDM)
19
Os métodos de Euller dividem todas as tubulações da rede em segmentos de tamanhos
iguais e considera que as reações e transporte de água entre os segmentos ocorram em um
intervalo de tempo. Os métodos Lagrange consideram a água em parcela discreta de
diferentes tamanhos, calculando as novas condições em intervalos de tempos diferentes ou no
tempo em que a parcela discreta de água se desloca na rede e se mistura em algum nó. A
utilização de cada um desses métodos tem vantagens e desvantagens, para os autores a
aproximação por Lagrange tem maior eficiência na precisão dos resultados e a aproximação
por Euller tem melhor desempenho com relação ao tempo computacional (ROSSMAN &
BOULOS, 1996).
2.4
DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS CINÉTICOS NA MASSA DE ÁGUA
O parâmetro de decaimento do escoamento pode ser obtido através de ensaios
laboratoriais, por meio da determinação da concentração de cloro através de amostras
retiradas da rede em determinado instante e armazenadas em frascos de vidro respeitando-se
algumas condições, como controle da temperatura ambiente, esse ensaio é conhecido como
“teste da garrafa” (POWELL et al, 2000b).
O valor de k
b
é estimado para modelos de primeira ordem, a reação de primeira ordem
permite a representação gráfica dos valores de log (c
t
/c
0
) em função do tempo (C
t
é a
concentração no instante t e C
0
a concentração no instante inicial). Deste modo obtém-se uma
reta, sendo o valor de k
b
estimado a partir da declividade da reta (ROSSMAN, 2000).
Para a determinação dos valores dos parâmetros cinéticos do decaimento do cloro, os
resultados obtidos no teste da garrafa são ajustados por meio da aplicação de modelos
cinéticos que representam a propagação e a diminuição da concentração do cloro ao longo do
tempo. As equações de decaimento do cloro mais utilizadas são apresentadas na Tabela 2.4.
20
Tabela 2.4 Modelos cinéticos de decaimento do cloro
Modelo Eq. Diferencial Eq. Integrada Parâmetros
Primeira
Ordem
kC
dt
dC
=
tk
eCC
=
0
k
Segunda
Ordem
R
kCC
dt
dC
=
tu
RC
C
=
Re1
)1(
0
R,u
Ordem n
nn
Ck
dt
dC
=
( )
( )
[
]
( )
1
1
1
0
1
+=
n
n
n
CntkC
k,n
Primeira
Ordem
Limitada
(
)
= CCk
dt
dC
(
)
k
tk
eCCCC
+=
0
k, C*
Primeira
Ordem
paralela
slowslowfastfast
CkCk
dt
dC
=
( )
slow
fast
tk
tk
ezCzeCC
+=
1
00
k
fast
, k
low
e z
Nos modelos cinéticos k é a constante de decaimento de primeira ordem; C
R
é a
concentração de todas as espécies que podem reagir com o cloro; n é a ordem da reação
(adimensional); k
n
é a constante de decaimento de ordem n (L/[h(mg/L)(n-1)]); C*
concentração limite do cloro (mg/L); k
fast
constante de decaimento das reações rápidas (L/h);
k
slow
constante de decaimento do escoamento das reações lentas (L/h); C
fast
concentração de
cloro que decai nas reações rápidas (mg/L); C
slow
concentração de cloro que decai nas reações
lentas (mg/L); e z relação entre as reações rápidas e lentas.
Vieira e Coelho (2003) descrevem as principais características dos modelos de
decaimento da seguinte forma:
O modelo de decaimento de primeira ordem é baseado na suposição de que os
compostos com os quais o cloro reage estão presentes em excesso na água distribuída.
Trata-se de uma simplificação que tem como vantagem a simplicidade na resolução do
problema e a necessidade de estimar apenas um parâmetro de decaimento.
O modelo de segunda ordem trabalha com o conceito de que a taxa de reação é
proporcional ao produto das concentrações do cloro e da outra substância que o cloro
reage.
21
No modelo de ordem n, a taxa de reação é proporcional à concentração do cloro
residual elevada à potência n.
O modelo de primeira ordem limitada supõe que uma fração do cloro residual inicial,
C
*
, mantenha-se sem reagir.
No modelo de primeira ordem paralela, o decaimento ocorre através de dois
mecanismos de cinética de primeira ordem e que depende de componentes residuais
do cloro: a fração z da concentração C
0
z que decai rapidamente de acordo com o
modelo de primeira ordem caracterizado pela constante k
fast
e a quantidade restante C
0
(1- z) que decai com menor velocidade de acordo com a cinética de primeira ordem e
caracterizado pela constante k
slow
.
O desempenho dos modelos de decaimento depende dos valores dos seus respectivos
parâmetros, para a representação do decaimento de cloro na rede devem-se considerar
questões como a representatividade, a complexidade para determinação de parâmetros, a
flexibilidade e a praticidade do modelo adotado (POWELL, 2000a). O decaimento do cloro na
massa de água está razoavelmente definido e pode ser aceitável admitir reações de primeira
ordem nos modelos de qualidade (MUNAVALLI & KUMAR, 2003).
O modelo que adota cinética de primeira ordem tradicionalmente é aplicado nos
estudos de decaimento de cloro. As vantagens desse modelo são sua simplicidade e a solução
analítica disponível, além do fato de apenas ser necessário determinar o parâmetro k (MAIER
et al, 2000). Entretanto, a cinética de primeira ordem paralela pode proporcionar ajustes
melhores em simulação de qualidade de água em sistemas de distribuição (VIEIRA &
COELHO, 2003). Podem existir casos em que a cinética de primeira ordem não obtenha
ajuste adequado. Por isso passa a ser necessária a adoção de modelos mais complexos, por
exemplo, adoção de cinética de segunda ordem ou de cinética de ordem n para investigar o
decaimento do cloro com espécies reagentes e/ou estudar o decaimento do cloro em relação à
formação de subprodutos de desinfecção (CLARK, 1998 e CLARK & SIVAGANESAN,
1998 e 2002).
22
2.4.1
Determinação de parâmetros cinéticos na zona de influência da parede da
tubulação
A separação do decaimento do cloro em duas parcelas, k
b
e k
w
, conduziram a
necessidade em estudar esses fenômenos separados. As demandas de cloro devido às reações
próximas as paredes das tubulações são atribuídas principalmente a fatores como a idade e o
material da tubulação, diâmetro, temperatura e rugosidade (CLARK & HAUGHT, 2005). A
velocidade, também, pode influenciar no decaimento do cloro, estudos realizados por Clark &
Haught (2005) sobre os efeitos da velocidade do escoamento no decaimento do cloro residual
livre em tubulações de ferro, indicaram que a taxa de decaimento aumenta com a velocidade.
O material da tubulação pode ser classificado de acordo com a reatividade (alto ou
baixa reatividade), as tubulações de ferro fundido são mais reativas que as tubulações de ferro
fundido revestida por cimento, de polietileno de média densidade e de policloreto de vinilo
(HALLAM et al, 2002). O consumo do cloro devido ao material da tubulação pode prejudicar
a desinfecção residual contra microrganismos patogênicos, o que o torna um fator a ser
considerado quanto à estratégia de cloração residual.
Outro fator que deve ser considerado é o consumo de cloro no biofilme na região das
paredes da tubulação (OZDEMIR & UCAK, 2002; E MUNAVALLI & KUMAR, 2005). Em
ensaios laboratoriais, Lu, Kiéné e Lévi (1999) descobriram que o decaimento do cloro pelo
consumo do biofilme é relacionado com a qualidade da água tratada e inversamente
proporcional ao diâmetro da tubulação. Na referida pesquisa, para diâmetros superiores a 80
mm, o consumo devido ao biofilme teve menor importância que o decaimento no escoamento,
mas para diâmetros menores que 40 mm, houve um alto consumo do cloro residual.
A determinação precisa dos parâmetros do decaimento das reações próximas às
paredes das tubulações necessitaria de análises exaustivas em laboratórios, para entender o
comportamento de água em tubulações retiradas de sistemas de distribuição em estudo. No
entanto, podem ser feitas estimativas em função de medições de cloro residual em diferentes
pontos na rede, para essa determinação deverão ser identificados e testados os tipos de
tubulação (material/idade) mais significativos no sistema.
Considerando o decaimento do cloro conforme as equações 2.16 e 2.17, o
procedimento mais simples passa pela determinação da constante de decaimento única (K) e o
23
conhecimento da constante de decaimento na massa d’água (k
b
) em laboratório. A constante
de decaimento na zona da parede da tubulação é determinada pela subtração da parcela de
decaimento na massa d’água, conforme a equação (HALLAM et al, 2002 e ROSSMAN,
2006):
bw
kKk =
(2.18)
No entanto, essa consideração pode não descrever adequadamente o consumo de cloro
em sistemas de distribuição. Modelos mais complexos incluem o mecanismo de transferência
de massa do cloro entre a parede e a massa de água. O coeficiente k
w
passa a ser uma função
da velocidade, diâmetro e comprimento da tubulação, difusão e viscosidade (POWELL et al,
2000a). A reação de consumo de cloro na zona da parede pode ser descrita conforme:
Reações de primeira ordem na parede da tubulação
( )
C
kkr
kk
R
fwh
fw
wall
,1,
1,
+
=
(2.19)
Reação de ordem zero na parede da tubulação
=
h
iw
h
f
wall
r
Ck
r
Ck
MinR
0,
,
(2.20)
Onde r
hi
é o raio hidráulico (m), o k
w,1
é a constante de primeira ordem para reações na
parede (m/d), o k
f
é o coeficiente de transferência de massa (m/d) e o k
w,0
é a constante de
ordem zero para reações na parede (mg/m²d).
2.4.2
Trabalhos relacionados com a determinação de parâmetros de decaimento de
cloro em sistemas de distribuição
No estudo para ajuste dos parâmetros de decaimento do cloro residual, geralmente é
realizado com uma combinação de amostragem em campo de valores de concentração de
24
cloro residual, da determinação de parâmetro em laboratórios e do ajuste com auxílio de um
modelo matemático.
Clark et al (1993) realizaram pesquisas no sistema de distribuição de
Cherry
Hill/Brushy plains
, relativas à qualidade de água em sistemas de distribuição. Foi identificado
que a concentração em alguns nós estava abaixo do valor mínimo, devido ao período de
residência nos trechos e às reações de decaimento. Através da variação das concentrações
encontradas nos nós à montante e à jusante e pelo tempo decorrido, foi determinado o
coeficiente de decaimento (k) para as principais linhas do sistema; os resultados encontrados
variaram entre 0,59 d
-1
e 2,40 d
-1
.
O parâmetro de decaimento na massa liquida (k
b
) do sistema de distribuição
Cherry
Hill/Brushy plains
foi determinado posteriormente em laboratório na pesquisa de Rossman et
al (1994), considerando cinética de primeira ordem e encontrado o valor de 0,55 d
-1
. Pode-se
observar que os valores encontrados para k são maiores se comparados ao valor de k
b
, isso
ocorre devido ao consumo do cloro da parede e do biofilme da tubulação da rede não
considerado no decaimento no escoamento. Por isso, Rossman et al (1994) ajustaram os
valores do parâmetro de decaimento na parede (k
w
) através das simulações no EPANET e
posteriormente comparado com os valores observados em campo.
Segundo os autores, o valor k
w
depende da velocidade e do diâmetro da tubulação.
Quando a velocidade é reduzida, o efeito desse parâmetro decresce e quando o diâmetro é
menor, aumenta a contribuição de k
w
. Os valores encontrados para k
w
neste estudo situam-se
na faixa entre 0,15 md
-1
e 0,45 md
-1
.
Os estudos de Sekhar (2001) tiveram preocupação com a formação dos subprodutos de
desinfecção nas redes de abastecimento. Através de estudos em campo foram levantados
valores de concentração de cloro e das concentrações desses subprodutos em uma parte no
sistema de abastecimento situado em Kentucky. Para a entrada do modelo de propagação de
cloro foi realizada a determinação para o parâmetro k
b
em épocas distintas, uma no mês de
fevereiro (0,002 d
-1
) e outra no s de agosto (0,925 d
-1
). O aumento da taxa de decaimento
do cloro no s de fevereiro para o mês de agosto foi atribuído à alteração de algumas
características da água bruta, por exemplo, a matéria orgânica, e pelo aumento de temperatura.
Entende-se que fatores como concentração inicial, concentração de matéria orgânica e
temperatura podem vir a interferir no consumo do cloro nas redes de distribuição, portanto
esses fatores têm influência no valor de k
b
(POWELL et al, 2000a; HALLAM et al, 2003).
25
No Brasil já foram realizados alguns trabalhos voltados para a área de modelagem de
qualidade em sistemas de distribuição. Como a pesquisa de Casagrande (1997), que estudou
um sistema de distribuição de água situado em Viana ES, com objetivo avaliar o
desempenho do módulo de qualidade de água, do simulador EPANET, aplicada a um sistema
real. O k
b
e o k
w
foram considerados valores únicos para toda a extensão do sistema. O k
b
foi
determinado por ensaios laboratoriais e o k
w
foi ajustado através da análise dos valores
medidos em campo e os resultados obtidos pelo modelo. O decaimento na massa de água e na
zona da parede foram considerados de primeira ordem, e foram determinados os seguintes
valores 0,191 d
-1
e 0,015 md
-1
respectivamente.
Silva e Kishi (2003), em sua pesquisa, apresentaram um estudo de modelagem para
parte do sistema de distribuição de água da cidade de Curitiba PR. Para a representação
matemática da hidráulica e da concentração de cloro utilizaram o software WaterCad. Os
autores realizaram verificações em campo por meio de amostras e análises de cloro em partes
da rede, a determinação do parâmetro k
b
foi feita por meio de ensaios de laboratório. O valor
encontrado para o parâmetro k
w
foi 0,15 md
-1
, sendo ajustado pelo método de tentativa após a
determianção de k
b
.
Danieli et al (2006) que realizaram estudo semelhante, utilizaram o EPANET para
modelagem de parte do sistema de distribuição de Santa Maria. Através de amostra de água
da rede foi determinado o valor de -0,1046 d
-1
para o pametro k
b.
Quanto ao parâmetro k
w
,
os estudos de sensibilidades mostraram pouca interferência do coeficiente nos resultados, por
isso foi considerado nulo.
Para auxiliar a determinação desses parâmetros, existe a possibilidade de utilizar
mecanismos de busca acoplados aos modelos matemáticos. Por exemplo, a pesquisa de
Munavalli e Kumar (2003 e 2005), que utilizaram o algoritmo de Gauss-Newton para a
minimização da diferença entre os valores de concentração de cloro observados e o gerado
pela simulação, modelo inverso e, deste modo, determinar os parâmetros de decaimento. Os
parâmetros k
b
e k
w
foram determinados como valor característico para todo o sistema de
distribuição (valores globais).
Munavalli e Kumar (2005) realizaram calibrações com seu modelo na rede estudada
por Rossman et al (1994) e na determinação de k
w
realizaram testes
assumindo primeira
ordem e posteriormente ordem zero; os seguintes valores foram encontrados respectivamente
0,3654 m/d e 201,61 mg/m²/d.
26
Em novo estudo, também com a utilização do modelo inverso, Munavalli e Kumar
(2006) adotaram os Algoritmos Genéticos como ferramenta de busca para estudo de
parâmetros de qualidade de água. Neste trabalho foi mantida a possibilidade de encontrar
valores globais para k
b
e k
w
, porém foram avaliadas novas situações como a determinação dos
valores k
w
associados a grupos de tubulações com características semelhantes.
Em estudo realizado na França, Cheung, (2005) desenvolveu um modelo de calibração
para parâmetros de qualidade em redes. Para representação da rede foi utilizada a biblioteca
OOTEN (EPANET) e a ferramenta de busca os algoritmos genéticos. O modelo foi aplicado
para duas redes, uma rede com todas as tubulações em ferro e com mesmo diâmetro e uma
segunda rede com tubulações de diversos materiais e diâmetros. Para as duas redes foram
determinados valores iniciais de kb por meio do teste da garrafa, considerando cinética de
primeira ordem, valores encontrados 1,91 d
-1
e 1,9 d
-1
. Posteriormente, foram feitos ajustes
via modelo de calibração na ordem do decaimento, k
b
e k
w.
Em ambos os casos, o modelo utilizando a constante de decaimento determinada em
laboratório não reproduziu, de maneira satisfatória, as condições reais das redes. Os resultados
da calibração indicaram valores diferentes para ordem de decaimento e para k
b
, demonstrando
que os valores determinados em laboratório necessitam de ajuste antes de serem utilizado nos
modelos matemáticos.
2.5
ALGORITMOS GENÉTICOS
Os algoritmos genéticos (AGs) são métodos de otimização por busca inspirados nos
mecanismos de evolução dos series vivos. Foram introduzidos por John Holland, que
desenvolveu o método, na Universidade de Michigan, juntamente com seus colaboradores e
posteriormente popularizados por um de seus alunos, David Goldberg (GOLDBERG, 1989).
Os AGs são metáforas do fenômeno natural da evolução, o que explica o fato de
utilizarem os termos de origem biológica, listados a seguir (GOLDBERG, 1989; LACERDA
& CARVALHO, 1999):
27
Cromossomo e Genoma: os dois representam a estrutura de dados que codifica uma
solução para um problema, ou seja, um cromossomo ou genoma representa um
simples ponto no espaço de busca;
Gene: é um parâmetro codificado no cromossomo, ou seja, a representação de um
elemento do vetor solução (cromossomo);
Alelo: representa os valores que um gene pode assumir;
Indivíduo: é um simples membro da população de cromossomos ao qual corresponde
um valor de aptidão (ajuste ou adaptação);
Genótipo: representa a informação contida no cromossomo ou genoma (composição
genética contida no genoma).
Fenótipo: representa o objeto, estrutura ou organismo construído a partir das
informações do genótipo. É o cromossomo decodificado.
Epistasia: interação entre genes do cromossomo, isto é, quando um valor de um gene
influencia o valor de outro gene.
Elitismo: é uma estratégia comum nos AGs tradicionais e baseia-se na transferência de
melhores cromossomos de uma geração para outra sem alterações, que os melhores
cromossomos podem ser perdidos devido à aplicação dos operadores de recombinação
e de mutação. Proposto por DeJong
3
(1975) apud Lacerda & Carvalho, 1999), o AG
com elitismo encontra a solução mais rapidamente que o AG sem elitismo, ressaltando
que o AG ocasionalmente encontra máximos locais.
Os AGs funcionam como um processo iterativo a partir de uma determinada
população de indivíduos inicial, sendo cada um deles um candidato potencial para a solução
de determinado problema. A cada geração, os indivíduos da população são avaliados quanto à
sua aptidão para solução do problema. Com base nas avaliações de aptidão, o aplicados
operadores genéticos aos indivíduos criando uma nova população que substituirá a população
atual. Quanto maior for a aptidão do indivíduo, maior será seu peso na formação da nova
população. Deste modo, com o avanço das iterações as populações mais novas tendem a ficar
3
DEJONG, K.(1975). The analysis and behaviour of a class of genetic adaptive system. University of Michigan,
(PhD thesis).
28
cada vez mais próximas da solução ótima do problema. A Figura 2.3 mostra de maneira
esquemática o processo de interação de um AG.
Figura 2.3 Exemplo do processo de funcionamento de um AG
Fonte: Milare (2003).
Os AGs, geralmente, possuem três operadores queo inspirados na genética: seleção,
crossover ou recombinação e mutação, que são utilizados de maneira sistemática na busca da
solução que satisfaça o problema estudado.
No mecanismo de seleção, os melhores cromossomos são mantidos para próxima
geração, resultando a sobrevivência das soluções mais aptas, ou seja, que resulta em valores
mais eficientes na função objetivo. Na recombinação acontece troca parcial de segmentos
entre dois cromossomos pais, que geram outros dois cromossomos denominados filhos. A
mutação pode ser considerada uma degeneração casual dos valores, que permite a introdução
de novas características genéticas na população.
Os AGs possuem uma série de particularidades que os fazem ser mais vantajosos que
os métodos convencionais de busca direta. Por exemplo, eles trabalham com parâmetros
contínuos, discretos ou uma combinação dos dois; fazem buscas simultâneas em diversas
regiões de busca de espaço, pois trabalham com uma população e não com um único ponto;
utilizam informações da função objetivo, contínua ou não, não necessitando derivadas ou
outras informações; o é necessário conhecimento matemático complexo; otimizam
29
parâmetros de funções objetivos de superfície complexas e reduzem a incidência de mínimos
locais; otimizam grande número de variáveis; adaptam-se bem à computação paralela;
fornecem uma gama de parâmetros ótimos e o uma simples solução; podem ser facilmente
hibridizados com outras técnicas.
Os AGs apresentam a propriedade de varrer o espaço de soluções de maneira eficiente.
Entretanto, quando o número de variáveis de decisão do problema é muito grande, os AGS
podem se tornar lentos e oscilar em torno da solução ótima.
2.6
SIMULAÇÃO DE QUALIDADE DO EPANET 2
O EPANET 2 possui um módulo de qualidade de água que utiliza um modelo
Lagrangeano, o qual permite acompanhar o destino de parcelas discretas, que representam a
água, à medida que se deslocam no sistema de distribuição e se misturam nos nós. Os passos
de cálculo de qualidade têm intervalos fixos e são muito menores se comparados aos passos
de cálculo hidráulico, porque representam os pequenos intervalos de percursos que podem vir
a ocorrer no interior da tubulação.
A princípio cada tubulação da rede é constituída por um único segmento, no qual a
qualidade inicial é igual à do de montante. Sempre que ocorrer o escoamento, os vários
segmentos constituídos são reordenados.
O modelo de qualidade de água permite acompanhar a formação e o decaimento de
uma substância devida às suas reações ao longo do seu deslocamento na rede, mas para isso é
necessário conhecer as taxas de reações.
Adota-se que a substância, a ser estudada, é transportada ao longo da rede com a
velocidade média do escoamento e sujeita a uma taxa de reação de formação ou decaimento.
O EPANET não considera a dispersão longitudinal. Deste modo obtém-se a seguinte equação
de advecção com reação:
)()(
iwallibulk
i
i
i
CrCr
x
C
u
t
C
++
=
(2.21)
30
Em que C
i
é a concentração (massa/volume) na tubulação i em função da distancia x e
do tempo t, u
i
é a velocidade média do escoamento (comprimento/ tempo) na tubulação i , r
bulk
é a taxa de reação no escoamento e r
wall
a taxa de reação na região da parede, ambas em
função da concentração. Portanto, admite que não exista mistura de massas entre segmentos
adjacentes que se deslocam ao longo da tubulação.
Assume-se que os nós recebem vazões de mais de uma tubulação, que fazem mistura
completa e instantânea, dessa forma a concentração de uma substância, cloro residual, contida
no escoamento pode ser obtida através de balanço de massas. Deste modo, pode-se escrever a
seguinte equação para um nó especifico:
+
+
=
=
=
k
k
j
Ij
extk
j
Ij
extkextk
LXj
j
xi
QQ
CQCQ
C
ε
ε
0
(2.22)
Em que i é a tubulação com vazão que sai do k, I
k
é o conjunto de tubulação com vazão
que convergem em k, L
j
é o comprimento da tubulação j, Q
j
é a vazão (volume/tempo) na
tubulaçãoj, Q
k,ext
é origem externa de vazão que entra na rede através no k e C
k,ext
é a
concentração externa de vazão que entra no k. A notação C
i|x=0
representa a concentração
no início da tubulação i, enquanto que C
i|x=L
é a concentração no final da tubulação.
Ao ser transportado ao longo de uma tubulação, uma substância pode reagir com
outros constituintes químicos presentes na água. Pode-se descrever, genericamente, a taxa de
reação em termos de concentração elevada à potência n:
n
bbulk
Ckr =
(2.23)
Em que k é o coeficiente de reação no escoamento e n é a ordem da reação. Quando
existe uma concentração limitante C
L
, no decaimento de uma substância, a taxa de reação
pode ser descrita pelas seguintes expressões:
(
)
(
)
1
=
n
Lbbulk
CCCkr
para n>0, k
b
<0
(2.24)
Além das possíveis reações anteriormente descritas, as substâncias dissolvidas podem
ser transportadas para a parede das tubulações e reagir com materiais que se encontram juntos
ou com a parede da tubulação, como biofilme ou produtos da corrosão. O efeito de
transferência de massa pode ser representado por um coeficiente e seu valor depende da
31
difusão molecular das espécies reativas e do número de Reynolds do escoamento. As reações
que ocorrem na interface com a parede relacionam-se com a concentração no escoamento de
acordo com a seguinte expressão:
n
ww
Ck
V
A
r
=
(2.25)
Em que k
w
coeficiente de reação da parede e (A/V) a área lateral por unidade de
volume, tal termo permite que a massa do reagente por unidade de área da parede passa a ser
expressa por unidade de volume. No modelo, a ordem da cinética de reação na parede, n, é
limitada entre 0 ou 1.
Os valores a serem ajustados para o k
w
devem refletir as limitações de transferência de
massa, entre a troca de reagentes e produtos de reação no escoamento e na parede. Esse efeito
é simulado pelo modelo de qualidade do EPANET, com base no valor definido para a difusão
molecular do cloro e no número de Reynolds do escoamento. Os efeitos de transferência de
massa podem ser ignorados, se atribuído valor nulo para difusão molecular (ROSSMAN,
2000).
Assumindo a condição de primeira ordem, a taxa de reação nas tubulações pode ser
representada pela seguinte expressão:
( )
fw
fw
wall
kkR
Ckk
r
+
=
2
(2.26)
Na condição de ordem zero, a taxa de reações não pode ser maior que a taxa de transferência
de massas:
( )
=
R
CkkMINr
fwwall
2
,
(2.27)
O k
w
é o coeficiente de reação da parede (comprimento/tempo), k
f
é o coeficiente de
transferência de massa (comprimento/tempo) e R é o raio de tubulação. Na equação de ordem
zero, k
w
terá como unidades massa/área/tempo.
O coeficiente de transferência de massa é usualmente expresso em termos do número
admensional de Sherwood (Sh):
32
d
D
Shk
f
=
(2.28)
Sendo d o diâmetro da tubulação em metros e D o valor da difusão molecular do cloro
na água (0,10 x 10-3 m²/dia) a 20º C. O número de Sherwood pode ser expresso em função do
número de Reynolds:
ScLd
ScLd
Sh
Re)/(04,01
Re)/(0668,0
65,3
+
+=
Para Re < 2300
(2.29)
Em que o Re é o número de Reynolds e Sc é o número de Schmidt que é a viscosidade
cinemática da água divida pela difusão molecular da substância. Nos escoamentos turbulentos
o número de Sherwood pode ser expresso por (NOTTER & SLEICHER
4
, 1971 apud
ROSSMAN, 2000):
2.6.1
Correlação com a perda de carga
Existem indicações de que o processo responsável pelo aumento da rugosidade da
tubulação com a idade promove aumento da reatividade da parede com algumas espécies
químicas, particularmente como o cloro.
Munuvalli e Kumar (2005) utilizaram a correlação do decaimento com o coeficiente
de perda de carga de
Hazen-Williams
para uma das redes estudadas, os resultados da calibração
do parâmetro F foram semelhantes aos resultados de calibração direta de k
w,
para primeira
ordem e para ordem zero.
O coeficiente F apresenta a vantagem de requerer um único parâmetro para
caracterizar a variação dos coeficientes de reação na parede de todas as tubulações ao longo
do sistema de distribuição (ROSSMAN, 2000).
4
NOTTER, R.H and SLEICHER, C.A. (1971). The eddy difusivitty in the turbulent boundary layer near wall.,
Chem. Eng. Sci., VOL. 26 pp.167-171
3/188,0
Re01490,0
ScSh =
Para Re > 2300
(2.30)
33
Sobre este aspecto, o EPANET 2, também, permite que o coeficiente k
w
seja uma
função do coeficiente da rugosidade. Utiliza-se uma função diferente, consoante a fórmula
adotada para calcular a perda de carga na tubulação:
Fórmula de Perda de Carga Fórmula do Coeficiente de Reação na parede
Hazen-Williams k
w
= F / C
(2.31)
Darcy-Weisbach k
w
= -F / log(ε/d)
(2.32)
Chezy-Manning k
w
= F n
(2.33)
Em que C é o coeficiente da fórmula de Hazen-Williams,
ε
é a rugosidade absoluta (ou
rugosidade de Darcy-Weisbach), d é o diâmetro da tubulação, n é o coeficiente de rugosidade
de Chezy-manning, e F é o fator que relaciona a reação na parede da tubulação com a
respectiva rugosidade.
3. MATERIAL E MÉTODOS
A calibração e demais simulações computacionais deste trabalho foram realizadas no
Laboratório de Simulação Numérica (LABSIN), que está devidamente equipado com
computadores, impressora e softwares como simulador hidráulico e de qualidade EPANET 2
(ROSSMAN, 2000), que foi desenvolvido pela US Enviromental Protection Agency EPA,
de domínio publico, compilador de linguagem de programação C++ Builder 5, a biblioteca
GAlib ++ (WALL, 1996) do Departamento de Engenharia Mecânica do Massachutes Institute
of Technology – MIT, de distribuição livre e planilhas eletrônicas.
3.1
O PROBLEMA INVERSO
3.1.1
Calibração do modelo de qualidade
O processo de calibração dos parâmetros de decaimento do cloro no sistema de
distribuição é feito por meio do modelo inverso, que consiste na minimização dos desvios dos
valores de concentração de cloro observados pelo monitoramento e os valores obtidos pela
simulação do EPANET de concentração de cloro. A função objetivo para calibração dos
parâmetros de decaimento do cloro é:
[ ]
2
0
,,
1
1
min
=
=
=
M
i
jiji
N
j
j
CCWFO
(3.1)
Em que o M é o número de observações feitas, N é o número de nós observados, C é a
concentração observada de cloro em (mg/L) no nó j e no instante de tempo t, C* é a
concentração simulada de cloro em (mg/L) no nó j e no instante de tempo t e W
J
é o peso
associado ao nó j.
O valor de Wj tem como objetivo atenuar os erros dos valores observados em campo.
Munavalli & Kumar (2003 e 2005) avaliaram diferentes todos para determinação de peso,
35
incluindo o peso baseado na média dos valores observados em campo para cada
monitorado; adotado neste trabalho. O peso pode ser descrito conforme a equação:
n
médio
j
j
C
W
=
1
(3.2)
Em que
C
jmédio
(mg/L
)
média da concentração de cloro residual monitorada do j e
que n varia entre 1 e 2, para este estudo n=2.
No modelo de calibração de parâmetros de qualidade podem ser variáveis de decisão,
a ordem do decaimento no escoamento (n) na zona da parede, a constante de decaimento no
escoamento (k
b
) e a constante de decaimento na zona da parede escoamento (k
w
),
considerando valores globais ou valores por zonas (conjuntos de tubos) pré-definidas da rede,
a concentração limitante do cloro (C
L
) e o valor do coeficiente (F) que correlaciona a
constante (k
w
) com a rugosidade.
3.1.2
Calibração do modelo de vazamento
Para que os parâmetros do modelo de qualidade possam ser calibrados, primeiramente
deve-se proceder à calibração do modelo hidráulico. Neste caso, a função objetivo para a
calibração, também foi baseada no modelo inverso, porém minimizando os desvios entre as
variáveis de pressões e vazões observadas e os respectivos valores obtidos via simulação
hidráulica do modelo, utilizando o EPANET como módulo de avaliação auxiliar.
O processo de calibração deve seguir as seguintes etapas: preparação dos dados de
entrada do modelo, definição das variáveis de decisão do problema (parâmetros hidráulicos) e
aplicação do modelo de otimização (SOARES, 2003).
A função objetivo adotada baseia-se no somatório dos quadrados das diferenças entre
valores observados e simulados de pressões e vazões ponderados por pesos (SOARES, 2003):
+
=
∑ ∑
=
= =
QPD
P
t
n
j
q
tit
jtjt
Q
j
n
t
n
j
p
tit
jtjt
p
j
nQ
QQ
w
nP
PP
wFO
1
2
,
2
,,
1 1
2
,
2
,,
2
)(
)(
)(
)(
min
(3.3)
36
Em que n
PD
é o número de padrões de demanda observados, n
P
é o número de padrões
de demanda quando observações de pressões, n
Q
é o número de padrões de demanda
quando observações de vazões, w
P
e w
Q
são pesos atribuídos às observações de pressões e
vazões, respectivamente, P são as pressões simuladas, P
*
as pressões observadas, Q as vazões
simuladas e Q
*
as vazões observadas.
Soares (2003) avaliou os pesos da Equação 3.3, de acordo com seus resultados os
menores desvios encontrados foram decorrentes a utilização de w
P
= 0,4 e w
Q
= 0,6. Sendo
assim, esses mesmo valores foram adotados neste trabalho.
Neste modelo de calibração podem ser variáveis de decisão a rugosidade absoluta (ε) e
os parâmetros do modelo vazamento dirigido pela pressão, coeficiente (θ) e expoente (α) para
tubulações ou setores de tubulações.
3.2
MODELO DE SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA (EPANET)
3.2.1
Simulação hidráulica
Na simulação hidráulica realizada pelo EPANET, são calculadas as cargas hidráulicas
nos s e as vazões nas tubulações, a cada passo de cálculo. Os níveis de água nos
reservatórios de nível fixo e os consumos nos nós são atualizados, de acordo com os padrões
temporais que lhes são associados.
As cargas hidráulicas e as vazões nos pontos da rede, em determinado instante, são
obtidas por meio da resolução simultânea da equação da continuidade (Conservação da
Massa) para cada e da equação da conservação da energia para cada tubulação da rede.
Para o cálculo do balao hidráulico utilizam técnicas interativas para resolver as equações
não lineares envolvidas. O simulador utiliza um Método Híbrido Nó-Malha (TODINI &
37
PILATI, 1987
5
apud ROSSMAN, 2000) e o Método do Gradiente (SALGADO et al,1988
6
apud ROSSMAN, 2000).
Uma das dificuldades inerentes ao problema dos vazamentos é a avaliação da parcela
da vazão abastecida total que corresponde aos vazamentos. Assim, é necessária uma
suposição quanto à composição da vazão abastecida (SOARES,2003). Neste caso, admitiu-se
que a vazão total abastecida (TS) corresponde à vazão efetivamente abastecida, acrescida dos
vazamentos. Inicialmente pode se considerar que a vazão total abastecida é uma demanda
base (DBT) multiplicado por um fator temporal de consumo total (FT), fator esse que
incorpora consumo real e vazamento. O balanço de massa correspondente pode ser escrito
como:
FTDBTTS
×
=
(3.4)
Pode ser reescrita, considerando que (TS) possa ser subdividida em demanda total
efetivamente abastecida (TS*) e vazamentos (Vtotal). O balanço de massa passa ser escrito
como:
VtotalTSTS
+
=
*
(3.5)
Supondo que a vazão efetivamente abastecida é a demanda de base multiplicada por
um Fator temporal apenas de consumo real (FT*), conforme:
** FTDBTTS
×
=
(3.6)
Substituindo a equação 3.6 em 3.5, temos o seguinte balanço de massa :
VtotalFTDBTTS
+
×
=
*
(3.7)
Deste modo pode-se considerar que o fator temporal de consumo efetivo pode ser
determinado subtraindo do consumo total o valor de vazamento, FT* pode ser obtido através
da seguinte equação:
DBT
VtotalTS
FT
=*
(3.8)
5
Todini, E., Pilati, S. . A gradient method for the analysis of pipe networks. International Conference on
Computer Applications for Water Supply and Distribution, Leicester Polytechnic, UK, September 8-10, 1987.
6 Salgado, R., TodinI, E., O'Connell, P.E. (1988). Extending the gradient method to include pressure regulating
valves in pipe networks. Proc. Inter. Symposium on Computer Modeling of Water Distribution Systems,
University of Kentucky, May 12-13.
38
Na Figura 3.1 é mostrado o fluxograma do processo de avaliação hidráulica para
determinar o fator de consumo real para cada padrão horário. Em que o FLi é a porcentagem
inicial admitida de vazamento do sistema para uma determinada hora de operação. FL é a
porcentagem de vazamento encontrada ao final do processo de avaliação.
=
n
i
itotal
VV
N é o número de nós.
(3.9)
Figura 3.1 Fluxograma do processo proposto para avaliação hidráulica e
determinação do fator de consumo para cada padrão horário de
demanda.
3.2.2
Modelo de vazamento em função da pressão nodal
Os softwares disponíveis podem ser Modelos de Simulação Hidráulica Dirigido pela
Demanda (MSHDD), caracterizados por avaliarem a pressão nos nós e as vazões nas
tubulações de forma a satisfazer totalmente as demandas impostas para todos os s, sem
39
considerar a pressão disponível. Esses modelos geralmente não consideram vazamentos nas
avaliações hidráulicas.
O EPANET também o considera vazamento diretamente nas simulações, entretanto
possibilita a associação de dispositivos emissores aos nós, que modelam o escoamento através
de orifícios, variando em função da pressão no nó, de acordo com uma lei de vazão do tipo:
α
KfPQ
e
=
(3.10)
Sendo Qe o vazamento do emissor no nó, P é a pressão do nó provido de emissor, Kf o
coeficiente do emissor e
α
o expoente do emissor.
Araújo et al. (2003) consideraram esses emissores nos nós, para impor vazamentos
como uma função das pressões nodais. Em que Kf, passa a ser um valor em função da área de
influência de cada (metade dos comprimentos das tubulações ligadas a ele), conforme a
equação:
=
=
m
j
jii
LcKf
1
*5,0
(3.11)
Sendo c um coeficiente de vazamento e L o comprimento da tubulação que liga o j
ao nó i (m).
Entretanto, existem autores que consideram o vazamento por unidade de área
superficial da tubulação. Tucciarelli et al. (1999) apresentou a seguinte equação para
avaliação dos vazamentos:
( )
=
=
j
M
j
ijijij
a
ii
LDPQs
1
2
θ
π
(3.12)
Em que Qs
i
é o vazamento no nó, a é o expoente de perda, D
ij
é o diâmetro da
tubulação ligando o i ao j,
ij
θ
é a taxa de vazamento por unidade de superfície da
tubulação ligando o nó i ao nó j, e M
j
é o conjunto das tubulações ligadas ao nó i.
O uso dos emissores, conforme apresentado por Araújo et al. (2003), permite realizar
simulações dinâmicas e possibilita ainda utilizar o dulo de qualidade de água do EPANET
2 (ROSSMAN,2000). Deste modo, o que se pretende é representar através dos emissores o
vazamento devido às pressões nodais, porém adotando a proposta de Tucciarelli et al (1999)
para vazamentos.
40
Assim, para esta pesquisa foi considerada a ocorrência de vazamento por meio da
Equação 3.10, sendo adotado o coeficiente do emissário passa a ser uma relação por unidade
de área superficial da tubulação, descrita pela equação:
=
=
j
M
j
ijijiji
LDKf
1
2
θ
π
(3.13)
3.3
PROCESSO DE CALIBRAÇÃO
3.3.1
Parâmetros de qualidade
Com vistas à determinação dos parâmetros relativos ao decaimento de cloro em
sistemas de distribuição, foi elaborada uma rotina computacional em linguagem C++, que faz
a ligação do simulador EPANET, como módulo de avaliação da concentração do cloro na
rede, e a biblioteca Galib C++ para aplicação dos Algoritmos Genéticos como ferramenta de
otimização. O modelo desenvolvido possui quatro arquivos de entrada:
Arquivo 1: Este arquivo contém os dados observados de cloro residual, com as
respectivas identificações de localização dos nós e o tempo de monitoramento.
Arquivo 2: Este arquivo contém os parâmetros estabelecidos para os AGs, como o tipo
do AG (geracional elitista ou Steady-State), operador de seleção (Ordenamento, Roda
da Roleta, Torneio, Uniforme, Amostragem Determinística e Stochastic Remainder
Sampling - SRS), número de cromossomos a serem trocados (no caso do AG Steady-
State), operador de recombinação (Uniforme, Um Ponto, Dois Pontos, Aritmética e
BLX-
α
), probabilidades de recombinação e mutação, tamanho da população, número
de gerações, semente aleatória e limites máximo e nimo definido das variaveis de
decisão.
Arquivo 3: Este arquivo contém as informações sobre os parâmetros a serem
calibrados para decaimento do cloro no sistema de distribuição de água, incluindo a
ordem do decaimento na massa de água; a ordem do decaimento na parede da
41
tubulação; o zoneamento da rede de distribuição de água em relação ao coeficiente de
decaimento no escoamento e ao coeficiente de decaimento na parede da tubulação; a
concentração limitante e o fator que relaciona a reação na zona da parede da tubulação
e a respectiva rugosidade.
Arquivo 4: Este arquivo corresponde ao arquivo de entrada do EPANET 2, que
contém a configuração da rede, como demandas e cota topográficas dos nós, níveis
dos reservatórios, comprimentos, diâmetros e rugosidades das tubulações, bombas,
válvulas e regras de operação do sistema, além de opções quanto ao uso de equações
de perda de carga (Darcy-Weisbach, Hazen-Williams ou Chezy-Manning), unidades,
tolerância e outros.
Deste modo, o fluxograma da Figura 3.2 mostra o processo de calibração para
qualidade com a utilização dos AGs como método de busca.
Figura 3.2 Fluxograma do processo de calibração dos parâmetros de qualidade
AGs.
42
3.3.2
Parâmetros de vazamento
Foi elaborada uma segunda rotina computacional, também em C++, que possibilita
determinar os parâmetros pertinentes à determinação de vazamentos em redes de distribuição.
O processo de calibração possui o mesmo princípio que o modelo de calibração de
qualidade. Utiliza a biblioteca Galib C++ para aplicação dos Algoritmos Genéticos como
ferramenta de otimização; porém o simulador EPANET funciona como módulo de avaliação
das condições hidráulicas (pressão e vazão). O modelo desenvolvido possui quatro arquivos
de entrada:
Arquivo 1: Este arquivo contém os padrões de demandas observados com dados
observados em campo como pressão e vazão, com as respectivas identificações dos
nós em que ocorreu o monitoramento.
Arquivo 2: Este arquivo contém os parâmetros estabelecidos para os AGs, como o tipo
do AG (geracional elitista ou Steady-State), operador de seleção (Ordenamento, Roda
da Roleta, Torneio, Uniforme, Amostragem Determinística e Stochastic Remainder
Sampling - SRS), número de cromossomos a serem trocados (no caso do AG Steady-
State), operador de recombinação (Uniforme, Um Ponto, Dois Pontos, Aritmética e
BLX-
α
), probabilidades de recombinação e mutação, tamanho da população, número
de gerações, semente aleatória e limites máximo e mínimo definidos das variáveis de
decisão.
Arquivo 3: Este arquivo contém as informações sobre o vazamento no sistema de
distribuição de água, incluindo o coeficiente de vazamento, o expoente de vazamento,
o zoneamento das redes dos sistemas de distribuição de água em relação às áreas de
rugosidade e o zoneamento das redes dos sistemas de distribuição de água em relação
às áreas de vazamentos, identificando as tubulações que compõem cada zona.
Arquivo 4: Trata-se do arquivo de entrada do EPANET 2, que contém a configuração
da rede, como demandas e cota topográficas dos nós, níveis dos reservatórios,
comprimentos, diâmetros e rugosidades das tubulações, bombas, válvulas e regras de
operação do sistema, além de opções quanto ao uso de equações de perda de carga
(Darcy-Weisbach, Hazen-Williams ou Chezy-Manning), unidades, tolerância e outros.
43
Deste modo, o fluxograma da Figura 3.3 mostra o processo de calibração para
qualidade com a utilização dos AGs como método de busca.
Figura 3.3 Fluxograma do processo de calibração dos parâmetros de vazamento
com os AGs.
3.3.3
Parâmetros dos Algoritmos Genéticos
Para o processo de calibração foi escolhida a representação real (números inteiros ou
ponto flutuante), com limites ximos e mínimos definidos na entrada do modelo e como
critério de parada será o número de gerações adotado para o uso dos Algoritmos Genéticos
Os parâmetros dos AGs aplicados nas simulações para o processo de calibração são
descritos na Tabela 3.1
44
Tabela 3.1 Parâmetros dos AGs adotados nas simulações de vazamento
Tipo do Algoritmo Genético
Geracional elitista Steady-State
Representação das soluções Real Real
População de soluções Dependente do nº de
variáveis de decisão
Dependente do nº de
variáveis de decisão
Recombinação Aritmética Aritmética
Probabilidade de recombinação 0,90 0,90
Seleção Uniforme Uniforme
Mutação gaussiana gaussiana
Probabilidade de mutação 0,1 0,1
Taxa de elitismo 0,5 0,5
Número de gerações Dependente do nº de
variáveis de decisão
Dependente do nº de
variáveis de decisão
Escalonamento linear (c =1,5) linear (c =1,5)
.
3.4
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ESTUDADOS
3.4.1
Sistema de distribuição JUCU
Para análise da rotina de calibração de parâmetros de qualidade de água, foi estudada a
rede do sistema de abastecimento da localidade de JUCU, Figura 3.4, situada no município de
Viana ES, utilizada na pesquisa de (CASAGRANDE, 1997). Trata-se de um sistema de
abastecimento que utiliza um manancial subterrâneo e é composto de adutora de água bruta,
estação de tratamento completa e reservatório de distribuição.
O sistema tem como característica a capacidade de produção do sistema de
aproximadamente 490 m
3
/dia, com vazão instantânea de 8,50 L/s e tempo de funcionamento
de 16 horas/dia. A rede é constituída de 47 tubulações, sendo que todas são de PVC e
considerada a rugosidade absoluta igual a 0,1 mm. As informações sobre as tubulações e os
nós do sistema de distribuição podem ser visualizadas nas Tabelas 3.2 e 3.3.
45
Figura 3.4 Sistema de distribuição da localidade de Jucu
Fonte: (Casagrande, 1997)
Os fatores de consumo horário e a concentração de cloro residual na saída do
reservatório podem ser visualizados nas Figuras 3.5 e 3.6. Foram realizadas simulações
dinâmicas, considerando o período de 24 horas de operação e o reservatório com nível de
44,67 m não variável. Cabe ressaltar que o consumo é constante nos nós 47 e 48;
representação que foi adotada por Casagrande (1997) para considerar o vazamento diário
nesses dois pontos.
Nessa rede foram determinados os parâmetros de qualidade de água, assumindo que os
parâmetros de decaimento no escoamento k
b
e de decaimento na parede k
w
são parâmetros
46
globais. No entanto, o parâmetro k
w,
também foi estimado através da determinação do fator
(F) da Equação 2.32.
Tabela 3.2 Dados das tubulações do sistema de distribuição Jucu
Figura 3.5 Fatores de Consumo horário do sistema Jucu.
Tubulação
Comprimento
(m)
Diâmetro
(mm)
Tubulação
Comprimento
(m)
Diâmetro
(mm)
1 30 156.4 23 100 100
2 110 156.4 24 20 54.6
3 50 54.6 25 190 54.6
4 380 156.4 46 1 54.6
5 25 100 26 25 100
47 1 100 27 65 54.6
6 155 100 28 100 24.8
7 50 54.6 29 190 100
8 105 27.8 30 75 78.2
9 65 100 31 110 54.6
10 95 54.6 32 75 54.6
11 110 27.8 33 90 54.6
12 110 100 34 80 24.8
45 15 100 35 300 78.2
13 135 54.6 36 670 78.2
14 130 27.8 37 450 78.2
15 55 100 38 100 54.6
16 40 54.6 39 95 54.6
17 65 54.6 40 74 54.6
18 90 24.8 41 56 54.6
19 40 100 42 124 54.6
20 30 100 43 86 54.6
21 70 27.8 44 26 54.6
22 90 100
47
Tabela 3.3 Características dos nós do sistema de distribuição Jucu
Cota
(m)
Demanda (m³/s)
Cota
(m)
Demanda
(m³/s)
2 38.00 0.000 25 6.52 0.014
3 9.19 0.000 26 6.46 0.133
4 9.34 0.065 27 7.37 0.018
5 8.82 0.491 28 7.50 0.046
6 8.86 0.022 29 8.00 0.070
48 8.86 0.810 30 10.02 0.133
7 8.49 0.139 31 23.58 0.053
8 8.34 0.045 32 37.55 0.077
9 9.04 0.094 33 26.85 0.053
10 8.76 0.058 34 27.15 0.063
11 8.41 0.085 35 30.47 0.056
12 9.22 0.099 36 9.88 0.000
13 8.64 0.099 37 18.00 0.000
14 7.85 0.121 38 10.94 0.000
15 9.88 0.117 39 34.08 0.068
16 7.33 0.039 40 34.42 0.065
17 9.33 0.028 41 20.47 0.050
18 10.24 0.046 42 19.00 0.038
19 10.49 0.063 43 30.00 0.084
20 7.70 0.028 44 30.46 0.059
21 8.03 0.021 45 30.45 0.018
22 7.50 0.049 46 8.76 0.011
23 7.51 0.063 47 6.46 0.380
24 7.07 0.070
Figura 3.6 Cloro residual na saída do reservatório do sistema Jucu.
48
3.4.2
Sistema de distribuição FOURAS
O sistema de Fouras(Figura 3.7), localizado na França, constitui alvo dos estudos
realizados por Cheung (2005). As tubulações dessa rede são de diversos materiais, como
PVC, PEAD, Cimento Amianto e Ferro Fundido. Na sua composição inclui um único
reservatório e 26 nós de consumo, interconectados por 29 tubulações, cujas características são
apresentadas nas Tabelas 3.4 e 3.5.
Foi considerado um tempo total de 144 horas de simulação que, de maneira adequada,
representam as observações necessárias para a qualidade de água da rede. O sistema possui
dois padrões de consumo, conforme apresentados nas Figuras 3.8 e 3.9, que foram levantados
em campo por Cheung (2005). A concentração do cloro residual na saída do reservatório pode
ser visualizada na Figura 3.10.
Figura 3.7 Esqueleto do Sistema de distribuição de Fouras (França)
Fonte:
(Cheung, 2005).
49
Figura 3.8 Fatores de Consumo horário do sistema Jucu – Padrão de demanda 1
Figura 3.9 Fatores de Consumo horário do sistema Jucu – Padrão de demanda 2
Para a determinação dos parâmetros de decaimento do cloro foram adotados os dois
cenários propostos por Cheung (2005); no primeiro k
b
é um parâmetro global e o sistema é
divido em zonas de acordo com o material da tubulação para determinação de k
w
no segundo
é apenas determinado o k
b
, que foi dividido em zonas de acordo com os materiais das
tubulações. Também, foi investigado um terceiro cenário com o objetivo de averiguar a
calibração dos parâmetros de qualidade adotando k
b
como um parâmetro global e o efeito do
k
w
determinado através do fator F da Equação 2.32.
50
Figura 3.10 Cloro residual na saída do reservatório do sistema Fouras
Tabela 3.4 Informações das tubulações do sistema de distribuição
Tubulação Nó 1 Nó 2
Comprimento
(m)
Diâmetro
(mm)
1 STLA BOUI 450 175
2 BOUI 4VOI 700 175
3 4VOI SNCF 650 175
4 SNCF TOUC 750 100
5 TOUC N35 350 100
6 YVES ROCH 1750 98.8
7 ROCH MARO 1460 60
8 SNCF SAIN 150 200
9 SAIN PIER 600 200
10 PIER RAIZ 360 200
11 PIER FOUR 200 80
12 FOUR BARR 380 80
13 RAIZ FOUR 300 53.6
14 PIER BARR 700 64
15 BARR N36 300 64
16 RAIZ N112 260 200
17 N112 N111 280 98.8
18 N112 CANA 1200 200
19 PIQ2 SABLIERE 375 200
20 DAUP CITE 1050 127.8
21 CITE YVES 730 98.8
22 STLA roche 1850 80
23 STLA N31 700 150
24 N31 AUBO 700 150
29 N35 DAUP 840 139.6
30 N36 N111 250 42.6
31 SABLIERE CANA 2425 200
32 roche 1 160 64
33 1 BARO 120 26.8
51
Tabela 3.5 Características dos nós do sistema de distribuição Fouras
Cota
(m)
Demanda
(m³/s)
STLA
8 63
BOUI
11 122
4VOI
11 32
SNCF
6 15
TOUC
20 51
YVES
10 79
ROCH
5 3
MARO
3 83
SAIN
7 56
PIER
17 62
RAIZ
20 30
FOUR
12 20
BARR
8 112
N111
12 23
N112
20 0
CANA
5 0
DAUP
8 0
CITE
9 0
roche
3 15
AUBO
5 111
N31
5 30
N35
5 0
N36
10 0
SABLIERE
7,5 0
1 3 0
BARO 3 0,69
3.4.3
Sistema de distribuição Hipotético
As análises que envolveram o sistema Jucu e o sistema Fouras apenas trataram dos
aspectos de determinação de parâmetros de qualidade de água; não foi avaliada a interferência
da calibração hidráulica nos modelos de qualidade de água. Com vistas a estudar tais
interferências foi adotada a rede hipotética utilizada nas pesquisas de Tucciarelli et al (1999) e
Soares (2003), visualizada na Figura 3.11.
Trata-se de uma rede amplamente estudada na área de vazamentos devido à pressão
que tem como características três reservatórios, três zonas homogêneas em termos do
parâmetro de vazamento (
θ
), uma única zona para o expoente de vazamento (
α
) e uma de
rugosidade absoluta (
ε
), essas informações podem ser encontradas nas Tabelas 3.6 e 3.7.
52
Figura 3.11 Rede hipotética utilizada para simulações com vazamento
Fonte: (Tucciarelli et al, 1999)
Cabe ressaltar que se trata de uma rede hipotética, por isso os dados citados como de
campo foram proveniente de simulações, portanto o estudo dessa rede seguiu os seguintes
passos:
Foram realizadas simulações com padrões de consumo, parâmetros de vazamento (EQ.
3.10 e EQ. 3.13) e parâmetros de decaimento de cloro para a reprodução das condições
similares as reais de operação de um sistema de distribuição;
Monitoramento fictício em tubulações e nós para obter dados de vazão e pressão,
respectivamente;
Monitoramento fictício em nós para obter dados de cloro residual;
Com os dados de pressão e vazão foi realizada a calibração hidráulica sem considerar
vazamento e logo depois foram calibrados os valores dos parâmetros de qualidade de
água com os dados de cloro residual; e
A calibração hidráulica foi realizada considerando vazamento e, a seguir foi feita a
calibração de parâmetros de decaimento.
Esses passos permitiram a avaliação do modelo de calibração de qualidade de água em
um sistema de distribuição com três fontes de cloração e o diagnóstico da influência da
calibração hidráulica nos resultados do processo de busca voltados aos parâmetros de
decaimento de cloro.
53
Tabela 3.6 Informações das tubulações do sistema de distribuição
Tubulação
Comprimento (m)
Diâmetro (mm)
Zona (θ)
1 1000 500 3
2 500 250 1
3 1000 500 3
4 500 150 1
5 500 150 1
6 500 250 1
7 500 250 1
8 500 150 1
9 500 150 2
10 500 250 2
11 500 150 2
12 560 250 2
13 250 250 2
14 560 250 2
15 500 150 2
16 500 250 2
17 500 150 2
18 500 150 2
19 500 250 2
20 700 150 2
21 500 250 2
22 500 500 3
23 1 500 3
24 1 500 3
25 1 500 3
Tabela 3.7 Informações das tubulações do sistema de distribuição
Cota(m)
Demanda
(m³/s)
1 25 36.
2 20 36.
3 22 36.
4 27 0.
5 3 0.
6 27. 36.
7 22 0.
8 25 0.
9 25 0.
10 20 0.
11 22 36.
12 27 0.
13 25 0.
14 25 0.
15 30 0.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO JUCU
Para o processo de determinação dos parâmetros de qualidade do sistema Jucu foram
propostos quatro cenários. No primeiro foi considerado o valor de 0,191 d
-1
para k
b
,
determinado por Casagrande (1997) e através do modelo foi ajustado o valor de k
w
para todas
as tubulações. No segundo cenário manteve-se o valor para k
b
, porém foi determinado o fator
(F) que permite simular os efeitos de k
w
por meio da EQ 2.32, que correlaciona o coeficiente
de decaimento na zona da parede com rugosidade e diâmetro da tubulação.
No terceiro cenário foram determinados, através do modelo de calibração, os valores
globais de k
b
e k
w
únicos
para todas as tubulações da rede. Para o quarto cenário ajustou-se um
valor global de k
b
para todo o sistema, porém os valores de k
w
foram determinados de forma
indireta através do fator F da EQ. 2.32. Para todos os cenários foi considerado decaimento de
primeira ordem no escoamento e na zona próxima à parede da tubulação.
No processo de calibração dos pametros, foram utilizados dois tipos de AGs, o AG
Geracional elitista e Steady-State, e a função objetivo FO
1
(EQ 3.1). O critério de parada
adotado para as simulações foi o número máximo de gerações. Os limites dos parâmetros e as
informações sobre as simulações constam das Tabelas 4.1 e Tabela 4.2.
Para o processo de calibração foram utilizados os dados de concentração de cloro
residual monitorados nos nós 6, 30, 38 e 46 por Casagrande (1997). Os valores podem ser
visualizados na Tabela 4.3.
Tabela 4.1 Informações sobre as simulações realizadas
Parâmetro Limite mínimo Limite máximo
k
b
1,0 0,001
k
w
0,1 0,0001
F
0,1 0,0001
55
Tabela 4.2 Informações sobre as simulações realizadas
AG Simulação População Geração Semente
Aleatória
1 10
2 100
3 500
Geracional
Elitista
4
300 500
1200
1 10
2 100
3 500
Steady-State
4
150 50
1200
Tabela 4.3 Valores de concentração de cloro residual (mg/L) monitorados no sistema
Jucu
Tempo
Nó 6 Nó 30 Nó 38 Nó 46
1
0,50 0,45 0,40 0,45
2
0,50 0,45 0,45 0,50
3
0,55 0,45 0,40 0,50
4
0,65 0,50 0,45 0,60
5
0,70 0,55 0,45 0,70
6
0,65 0,65 0,55 0,70
7
0,60 0,70 0,60 0,65
8
0,55 0,65 0,65 0,60
9
0,45 0,55 0,60 0,55
10
0,30 0,50 0,55 0,45
11
0,30 0,40 0,50 0,30
12
0,40 0,30 0,50 0,30
13
0,40 0,30 0,40 0,40
14
0,40 0,30 0,40 0,40
15
0,40 0,30 0,35 0,35
16
0,40 0,30 0,35 0,35
17
0,40 0,30 0,35 0,40
18
0,40 0,30 0,35 0,40
19
0,35 0,25 0,30 0,35
20
0,35 0,30 0,30 0,30
21
0,40 0,30 0,30 0,35
22
0,20 0,35 0,25 0,30
23
0,20 0,35 0,25 0,20
24
0,30 0,20 0,30 0,20
56
4.1.1
Primeiro Cenário
Os valores encontrados para o parâmetro k
w,
juntamente, com o valor da função
objetivo para cada simulação são apresentados na Tabela 4.4. No processo de calibração com
o AG Geracional Elitista foram encontrados valores entre 0,0081 md
-1
a 0,0088 md
-1
para o
k
w
e os valores da função objetivo variaram entre 0,296 a 0,301. Em todas as simulações, a
função objetivo média tendeu a encontrar os menores valores no início das simulações,
apresentou valores de picos e depressões e apenas estabilizou com avançado número de
gerações para todas as simulações realizadas, Figura 4.1
Tabela 4.4 Resultado das simulações para o primeiro cenário
AG Simulação k
w
(md
-1
) FO
1 0,0087 0,297
2 0,0085 0,296
3 0,0088 0,297
Geracional
Elitista
4 0,0081 0,301
1 0,0106 0,296
2 0,0107 0,297
3 0,0087 0,297
Steady-State
4 0,0083 0,298
Figura 4.1 Função objetivo para o primeiro cenário (Geracional elitista).
57
Nas simulações com auxílio do AG Steady-State os valores determinados para k
w
mantiveram-se no intervalo entre 0,0083 md
-1
a 0,0107 md
-1
, variação maior comparada com
os resultados anteriores. Entretanto, a função objetivo apresentou pouca variação nos
resultados das simulações. Na Figura 4.2 pode ser visualizado o comportamento da função
objetivo média. À medida que as iterações avançaram, seu valor decresceu sem apresentar
picos ou depressões, até estabilizar.
Figura 4.2 Função objetivo para o primeiro cenário (Steady-State).
As Figuras 4.3 a 4.6 mostram os resultados do processo de calibração com AG
Geracional Elitista e com AG Steady-State para o primeiro cenário. Nas figuras são
apresentadas as concentrações de cloro residual monitoradas em campo e as simuladas
definidas assumindo o valor determinado de 0,0085 (md
-
) para
k
w
para os nós 6, 30, 38 e 46.
Figura 4.3 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 6)
58
Figura 4.4 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 30)
Figura 4.5 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 38)
Figura 4.6 Resultado da simulação do primeiro cenário - (nó 46)
59
4.1.2
Segundo Cenário
Os valores encontrados para o fator F e para a função objetivo ficaram próximos em
todas as simulações no segundo cenário, conforme apresentado na Tabela 4.5. A função
objetivo dia do AG Geracional Elitista apresentou baixa variação nos valores encontrados
e a função objetivo média do AG Steady-State apresentou comportamento semelhante ao
cenário anterior. As Figuras 4.7 e 4.8 apresentam os resultados das funções objetivas médias
para todas as simulações dos AGs Geracional e Steady-State.
Tabela 4.5 Resultado das simulações para o segundo cenário
AG Simulação F FO
1 0,0646 0,285
2 0,0646 0,285
3 0,0645 0,285
Geracional
Elitista
4 0,0647 0,285
1 0,0646 0,285
2 0,0635 0,286
3 0,0642 0,285
Steady-State
4 0,0646 0,285
Figura 4.7 Função objetivo para o segundo cenário (Geracional elitista).
60
Figura 4.8 Função objetivo para o segundo cenário (Steady-State).
Os resultados do segundo cenário considerando os valores da concentração de cloro
residual para os nós monitorados podem ser visualizados nas Figuras 4.9 a 4.12, assumindo o
valor de 0,0645 para F.
Figura 4.9 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 6)
61
Figura 4.10 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 30)
Figura 4.11 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 38)
Figura 4.12 Resultado da simulação do segundo cenário - (nó 46)
62
4.1.3
Terceiro Cenário
Os resultados de cada simulação para determinar os valores de k
b
e k
w
no terceiro
cenário com o respectivo valor da função objetivo estão disponíveis na Tabela 4.6. Os valores
para o k
w
apresentaram pequena variação em todas as simulações, entre 0,0115 md
-1
e 0,0124
md
-1
. Os valores encontrados para k
b
ficaram entre 0,052 d
-
e 0,114d
-
, sendo na simulação 2
do AG Geracional Elitista que foi encontrado o valor destoante dos demais.
Tabela 4.6 Resultado das simulações para o terceiro cenário
AG Simulação k
b
(d
-
) k
w
(md
-1
) FO
1 0,065 0,0120 0,278
2 0,114 0,0115 0,283
3 0,052 0,0124 0,277
Geracional
Elitista
4 0,052 0,0124 0,277
1 0,056 0,0122 0,279
2 0,059 0,0123 0,278
3 0,054 0,0124 0,278
Steady-State
4 0,063 0,0120 0,279
Os resultados das simulações realizadas, em termos da evolução do valor da função
objetivo média para os dois tipos de AGs são apresentados nas Figuras 4.13 e 4.14. Nas
Figuras 4.15 a 4.18 o apresentados as comparações dos valores da concentração de cloro
residual monitorado e simulado para os nós monitorados.
Figura 4.13 Função objetivo para o terceiro cenário (Geracional elitista).
63
Figura 4.14 Função objetivo para o terceiro cenário (Steady-State).
Figura 4.15 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 6)
Figura 4.16 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 30)
64
Figura 4.17 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 38)
Figura 4.18 Resultado da simulação do terceiro cenário - (nó 46)
4.1.4
Quarto Cenário
Os resultados obtidos nesse cenário em termos dos parâmetros ajustados e o valor da
função objetivo para cada simulação são apresentados na Tabela 4.7. Nas simulações com o
AG Geracional Elitista foram encontrados valores de k
b
entre
0,013 d
-
e 0,040 d
-
e no AG
Steady-State foram encontrados valores de 0,056 d
-
a 0,123 d
-
. No caso do parâmetro F os
valores permaneceram entre 0,073 a 0,094 e a função objetivo com valores 0,270 a 0,278,
considerando os resultados de todas as simulações.
65
Tabela 4.7 Resultado das simulações para o quarto cenário
AG Simulação k
b
(d
-
) F FO
1 0,040 0,089 0,272
2 0,013 0,094 0,270
3 0,016 0,093 0,270
Geracional
Elitista
4 0,023 0,094 0,270
1 0,123 0,073 0,278
2 0,044 0,088 0,272
3 0,056 0,089 0,273
Steady-State
4 0,090 0,080 0,274
A função objetivo média das simulações com AG Gerecional Elitista apresentou
menores valores no início das simulações e apenas estabilizou nas ultimas gerações, com
exceção da simulação 1, conforme apresentado na Figura 4.19. Novamente, observa-se a
rápida convergência da função objetivo média para o AG Steady-State, com menos de 10
gerações, conforme a Figura 4.20.
Os resultados de comparação entre os valores da concentração de cloro residual
monitorado e simulado são apresentados nas Figuras 4.21 a 4.24, de acordo com os valores de
F e k
b
determinado pelo o processo de calibração.
Figura 4.19 Função objetivo para o quarto cenário (Geracional elitista).
66
Figura 4.20 Função objetivo para o quarto cenário (Steady-State).
Figura 4.21 Resultado da simulação do quarto cenário - (nó 6)
Figura 4.22 Resultado da simulação do quarto cenário - (nó 30)
67
Figura 4.23 Resultado da simulação do quarto cenário - (nó 38)
Figura 4.24 Resultado da simulação do quarto
4.1.5
Análise entre cenários
Nas simulações realizadas com o AG Geracional Elitista, a função objetivo média
tendeu a encontrar os valores menores no inicio das primeiras gerações e apresentou
comportamento pouco estável, com exceção das simulações realizadas no segundo cenário.
No caso do AG Steady-State, a função objetivo dia não apresentou picos ou depressões e
convergiu rapidamente com menos de 10 gerações.
Casagrande (1997) ajustou seu modelo de qualidade de água através da determinação
do valor de k
b
por ensaios de laboratório. Encontrou o valor de 0,191 d
-1
considerando o
período de decaimento de um dia e o valor de 0,107 d
-1
considerando o decaimento de quatro
dias; para o modelo foi considerado o primeiro valor. Entretanto, o valor de k
w
foi encontrado
68
por meio de tentativa sobre a análise dos valores monitorados em campo e dos resultados
obtidos pelo modelo; valor encontrado 0,015 md
-1
. A Figura 4.25 apresenta a porcentagem de
contribuição de cada parcela de reação para o decaimento do cloro na rede, de acordo com os
parâmetros adotados por Casagrande (1997).
Figura 4.25 Taxa de reação média. Considerando k
b
= 0,191 (d
-
) e k
w
= 0,015 (md
-
).
Neste trabalho, para os dois primeiros cenários foi proposto apenas ajustar o parâmetro
referente às reações próximas a parede das tubulações, considerando o valor de k
b
utilizado
por Casagrande (1997). O terceiro e o quarto cenário tiveram a proposta de ajustar, também, o
valor de k
b
, e produziram os menores valores para a função objetivo. As Tabelas 4.8 e 4.9
apresenta os valores médios encontrados dos parâmetros cinéticos de acordo com Algoritmo
Genético.
Tabela 4.8 Valores médios dos parâmetros cinéticos – AG Geracional Elitista
Cenário K
b
K
w
F FO
1 0,191 0,0085 - 0,298
2 0,191 - 0,065 0,285
3 0,071 0,0121 - 0,279
4 0,023 - 0,093 0,271
Tabela 4.9 Valores médios dos parâmetros cinéticos – AG Steady-State
Cenário K
b
K
w
F FO
1 0,191 0,0096 - 0,297
2 0,191 - 0,064 0,285
3 0,058 0,0122 - 0,279
4 0,078 - 0,083 0,274
69
A representação matemática do consumo do cloro residual ocorre pelo somatório das
reações no escoamento e das reações próximas à parede da tubulação. Nesse caso, os
resultados obtidos indicaram que a taxa de reação na parede da tubulação é a maior
responsável pelo decaimento do cloro em todos os cenários. Entretanto, com os valores
obtidos no terceiro e no quarto cenários ocorreu aumento na importância das reações na
parede da tubulação em detrimento do decaimento que ocorre no escoamento. As Figuras 4.26
a 4.29 apresentam a contribuição de cada parcela de reação para o decaimento do cloro na
rede, considerando os valores obtidos nos quatros cenários propostos nesta pesquisa.
Figura 4.26
Taxa de reação média, primeiro
cenário. Considerando k
b
= 0,191 (d
-
) e k
w
=
0,0085 (md
-
).
Figura 4.27
Taxa de reação média, segundo
cenário. Considerando k
b
= 0,191 (d
-
) e F =
0,0646.
Figura 4.28
Taxa de reação dia, terceiro
cenário. Considerando k
b
= 0,052 (d
-
) e k
w
=
0,0124 (md
-
).
Figura 4.29
Taxa de reação média, quarto
cenário. Considerando k
b
= 0,040 (d
-
) e F =
0,089.
70
Com relação ao fator F, pode-se afirmar que sua adoção para essa rede é viável,
comprovado com o resultado do segundo e do quarto cenário. O fator F permite determinar os
efeitos de k
w
considerando a rugosidade e o diâmetro de cada tubulão, com a vantagem de
apenas calibrar um valor característico para toda a rede. .
4.2
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FOURAS
O estudo desse sistema foi dividido em três cenários, no primeiro a parcela de
decaimento no escoamento foi representada por um valor global de k
b
e a parcela do
decaimento próxima à parede é divido em zonas de acordo com o material da tubulação para
determinação de k
w
; no segundo foi considerada a divisão em zonas por material de tubulação
e diversas ordens de decaimento para k
b
; e no terceiro foi determinado um valor global para k
b
e os efeitos de k
w
foram
considerados através do fator F. A Tabela 4.10 contém as
informações sobre o AG utilizado nas simulações e a Tabela 4.11 contém informação sobre os
limites dos parâmetros calibrados.
As tubulações da rede foram divididas em zonas de acordo com os respectivos
materiais (Tabela 4.12): zona de ferro fundido, zona de cimento amianto (CA), e zona de
plástico. As tubulações de PEAD foram colocadas nas zonas de PVC.
Para o processo de calibração foram utilizados os valores de concentração de cloro
residual monitoradas por Cheung (2005) nos nós: SNF, AUBO, BARO e MARO, por um
período de 144 horas.
Tabela 4.10 Informações sobre as simulações realizadas
AG Simulação Semente População Geração
1 100
2 500
3 2400
Steady-State
4 3000
300 100
71
Tabela 4.11 Informações sobre os limites dos parâmetros
Parâmetro Limite mínimo Limite máximo
k
b
d
-1
10 0,5
k
w
(md
-1
) 0,5 0,0001
F (md
-1
) 0,5 0,0001
N 1 3
Tabela 4.12 Material das tubulações do sistema Fouras
Tubulação
Material Tubulação
Material
1 FERRO 16 PVC
2 FERRO 17 PVC
3 FERRO 18 PVC
4 CA 19 PVC
5 CA 20 PEHD
6 PVC 21 PVC
7 CA 22 CA
8 PVC 23 FERRO
9 PVC 24 FERRO
10 PVC 29 PEHD
11 CA 30 PVC
12 CA 31 PVC
13 PVC 32 PEHD
14 PVC 33 PEHD
15 PVC
4.2.1
Primeiro Cenário
Os resultados de todas as simulações considerando os parâmetros encontrados, o valor
da função objetivo e o comportamento da função objetivo dia, o apresentados
respectivamente na Tabela 4.13 e na Figura 4.30.
Tabela 4.13 Resultados encontrados para o primeiro cenário
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média Cheung (2005)
k
b
(d
-1
)
1,21 1,15 1,19 1,15 1,15
2,0
k
wferro
(md
-1
)
0,19 0,21 0,20 0,20 0,20
0,6
k
wCA
(md
-1
)
0,0006 0,0004 0,0015 0,0010 0,0010
0,1
k
wplástico
(md
-1
)
0,0011 0,0026 0,0017 0,0036 0,0023
0,1
FO
8,98 9,33 9,09 9,20 9,15
224,52
72
Figura 4.30 Função objetivo média para o primeiro cenário
As tubulações de ferro demonstram ter maior contribuição no decaimento do cloro,
comprovado pelo valor encontrado para o k
w
. Os demais materiais demonstraram menor
interferência no consumo do cloro, apresentando menores valores de k
w
para as tubulões de
cimento amianto. Os resultados referentes às concentrações de cloro residual, simuladas em
conjunto com as concentrações monitoradas, podem ser visualizadas nas Figuras 4.31 a 4.34.
Figura 4.31 Resultado da simulação (SNCF) – Cenário 1
73
Figura 4.32 Resultado da simulação (MARO) – Cenário 1
Figura 4.33 Resultado da simulação (AUBO) – Cenário 1
Figura 4.34 Resultado da simulação (BARO) – Cenário 1
74
4.2.2
Segundo Cenário
Nesse cenário foram avaliadas diversas ordens de decaimento e determinados os
valores de k
b
distribuídos em zonas separadas pelo tipo da tubulação, de modo a representar o
somatório dos efeitos do decaimento no escoamento e o decaimento que ocorre na parede da
tubulação. Os resultados da calibração de acordo com a ordem de decaimento adotada estão
disponíveis nas Tabelas 4.14 a 4.18.
Em todas as simulações realizadas, os valores de k
b
da zona de tubulações de ferro
apresentaram valores mais altos, reafirmando que esse tipo de material por ser mais reativo
contribui com maior intensidade no decaimento do cloro residual. Os valores de k
b
das zonas
de tubulação de cimento amianto estiveram abaixo dos valores encontrados para as zonas de
tubulação de plástico, apesar de materiais como PVC e PEAD serem menos reativos que o
cimento amianto (HALLAM et al, 2002).
O modelo de calibração foi utilizado para determinar os parâmetros de decaimento sob
seis diferentes ordens. Pelos resultados encontrados e adotando o critério de menor valor para
a função objetivo, o modelo apresentou ajustes melhores ao considerar cinética de 1
o
ordem e
ordem 1.2, ao contrário dos resultados anteriores de Cheung (2005) que apontaram melhores
ajustes com cinética de ordem 1.4. Deste modo foi realizado um novo processo de busca na
qual, além dos parâmetros, foi calibrado a ordem, esses resultados estão disponíveis na Tabela
4.19.
Os resultados das quatro simulações apresentaram valores destinos para os parâmetros
e para a função objetivo, demonstrando não ter havido convergência. Essa opção aumenta o
grau de indefinição desse problema de otimização, visto que a ordem do decaimento interfere
na determinação dos valores de k
b
.
75
Tabela 4.14 Resultados encontrados considerando 1º ordem
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média Cheung (2005)
k
b
4,53 4,41 4,43 4,45 4,46 4,8
k
bCA
1,16 0,79 0,96 0,97 0,97 1,40
k
nPVC
1,24 1,34 1,33 1,28 1,30 1,40
FO
9,47 9,52 9,51 9,38 9,47 18,67
Tabela 4.15 Resultados encontrados considerando ordem 1.2
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média Cheung (2005)
k
b
5,97 6,08 5,97 5,97 6,00 6,00
k
bCA
0,76 0,91 0,50 0,76 0,73 1,80
k
nPVC
1,55 1,49 1,67 1,55 1,57 1,50
FO
9,36 9,45 9,63 9,35 9,45 21,52
Tabela 4.16 Resultados encontrados considerando ordem 1.4
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média Cheung (2005)
k
b
8,09 8,26 8,05 8,09 8,12 8,00
k
bCA
0,61 0,67 0,62 0,61 0,63 2,10
k
nPVC
1,88 1,84 1,91 1,88 1,88 1,80
FO
10,56 10,72 10,93 10,56 10,69 98,54
Tabela 4.17 Resultados encontrados considerando ordem 1.6
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média Cheung (2005)
k
b
11,41 11,52 11,43 11,50 11,47 8,90
k
bCA
1,48 1,61 1,38 1,31 1,45 3,50
k
nPVC
1,98 1,93 1,96 1,93 1,95 1,90
FO
13,74 13,66 13,58 13,54 13,63 98,54
76
Tabela 4.18 Resultados encontrados considerando ordem 1.8
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média Cheung (2005)
k
b
15,57 15,51 16,07 15,82 15,74 9,2
k
bCA
0,77 0,77 0,85 1,17 0,89 4,70
k
nPVC
2,50 2,43 2,38 2,41 2,43 2,30
FO
16,81 16,90 16,75 16,55 16,75 82,43
Tabela 4.19 Resultados encontrados considerando ordem N
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média
N
1 1 1,43 1 1,13
k
b
4,67 9,93 9,31 4,67 8,48
k
bCA
0,78 0,85 0,92 0,78 0,79
k
nPVC
1,48 2,77 1,96 1,48 2,61
FO
10,42 22,75 12,16 10,42 31,50
A evolução da função objetivo dia e os resultados em termos de concentrações de
cloro residual simulada e monitorada, de acordo com o melhor ajuste são apresentadas nas
Figuras 4.35 a 4.39.
Figura 4.35 Função objetivo média para o segundo cenário (Steady-State).
77
Figura 4.36 Resultado da simulação (SNCF) – Cenário 2
Figura 4.37 Resultado da simulação (MARO) – Cenário 2
Figura 4.38 Resultado da simulação (AUBO) – Cenário 2
78
Figura 4.39 Resultado da simulação (BARO) – Cenário 2
4.2.3
Terceiro cenário
Nesse cenário foi analisada a viabilidade de calibrar os efeitos do decaimento na
parede da tubulação com determinação de apenas um parâmetro, o fator F, em conjunto de um
valor global para k
b
. Foram encontrados valores altos para a função objetivo, o que indica
que o modelo não ajustou de maneira satisfatória. Portanto, para essa rede não é viável utilizar
o fator F para considerar o decaimento na parede da tubulação. Os resultados de todas as
simulações realizadas estão disponíveis nas Tabelas 4.20.
Tabela 4.20 Resultados encontrados para o terceiro cenário
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Média
k
b
(d
-1
)
2,62 2,62 2,57 2,65 2,62
F
(md
-1
)
0,04 0,04 0,11 0,022 0,053
FO
121,79 121,81 122,26 122,23 122,02
O AG Steady-State apresentou pida convergência, indicada pela estabilização do
valor da função objetivo média com menos de 10 gerações. Na Figura 4.40 são visualizadas a
evolução dos valores da função objetivo média para cada simulação.
79
Figura 4.40 Função objetivo média para o terceiro cenário (Steady-State).
Os parâmetros encontrados em cada simulação apresentaram valores altos na função
objetivo, indicando que a configuração desse cenário o proporcionou ajuste satisfatório. O
que pode ser confirmado pelos comparativos; em termos de concentrações de cloro residual
simulada e monitorada apresentadas nas Figuras 4.41 a 4.44.
Figura 4.41 Resultado da simulação (SNCF) – Cenário 3
80
Figura 4.42 Resultado da simulação (MARO) – Cenário 3
Figura 4.43 Resultado da simulação (AUBO) – Cenário 3
Figura 4.44 Resultado da simulação (BARO) – Cenário 3
81
4.2.4
Análise entre cenários
O AG Steady-State adotado para calibrar os parâmetros da rede Fouras apresentou
rápida convergência; a função objetivo dia apresentou estabilização veloz nos três
cenários, com menos de 10 gerações.
Cheung (2005) ao estudar os parâmetros de decaimento da rede Fouras, inicialmente
determinou o parâmetro k
b
em laboratório pelo teste da garrafa, valor encontrado 1,9 d
-
.
Entretanto, o autor identificou a necessidade de refinar o valor determinado em laboratório,
propondo o estudo de dois cenários que consideram também o decaimento na parede da
tubulação.
Neste trabalho foram propostos três cenários que consideram o decaimento no
escoamento e na parede da tubulação. Após a calibração, as simulações foram avaliadas com
relação ao nível de representação das condições encontradas em campo.
Com o critério de menor função objetivo, o primeiro cenário apresentou o melhor
ajuste. Trata-se de um cenário em que o valor de k
b
é único para toda rede e que a
determinação dos valores de k
w
está relacionado ao tipo de material da tubulação ( PVC,
Cimento Amianto e Ferro).
No segundo cenário foram determinados três valores k
b
dividido em áreas conforme o
tipo de material da tubulação para cinco ordens de decaimento. Cabe ressaltar, nesse cenário,
k
b
representa o somatório das duas parcelas do decaimento. A parametrização sob a condição
de decaimento de ordem 1.2 apresentou o melhor ajuste. No entanto, a condição de ordem
apresentou resultados bem próximos, o que indica a viabilidade de aplicar uma aproximação
mais simples para essa rede.
Após determinadas as simulações com as ordens do decaimento no escoamento,
também, foi verificada a calibração da ordem para a rede Fouras. No entanto, como a ordem
do decaimento interfere na determinação dos valores de k
b
essa opção aumentou a indefinição
do problema de otimização, levando a não convergência dos valores encontrados.
Para o terceiro cenário foi proposta a simplificação de determinar o valor de k
b
, usar
apenas o fator F para representar o decaimento na parede. Porém, como se trata de uma rede
82
de diversos materiais com reatividades diferentes, o foi viável a utilização de um fator F
característico da rede.
No primeiro e segundo cenários foram criadas zonas para determinação dos
parâmetros de decaimento, porém essas zonas de parâmetro foram divididas apenas pelo tipo
do material da tubulação, sem considerar outros fatores como a idade e o diâmetro que
também exercem influência na demanda de cloro residual (CLARK & HAUGHT, 2005). Os
diâmetros das tubulações de cimento amianto estão entre 60 mm a 100 mm e no caso das
tubulações plásticas os diâmetros estão entre 26,8 mm a 200 mm. Provavelmente, as
tubulações de diâmetros menores são responsáveis por influenciar o valor do parâmetro de
decaimento maior nas tubulações de PVC e PEAD com relação às tubulações de cimento
amianto.
4.3
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO HIPOTÉTICO
Com o objetivo de investigar a aplicação do modelo de calibração de qualidade em
redes de distribuição com vazamentos, utilizou-se a rede estudada por Tucciarelli et al (1999).
O consumo foi considerado dirigido pela demanda, porém as condições de vazamento foram
representadas dependente da pressão conforme as equações 3.10 e 3.13. Os dados adotados
para o expoente do emissor (
α
), o coeficiente de vazamento (
θ
) para cada zona, a rugosidade
absoluta (
ε
) são apresentados na Tabelas 4.21 e os valores calculados de K
f
estão disponíveis
na Tabela 4.22.
Tabela 4.21 Parâmetros para simulação hidráulica considerando vazamento
Coeficiente do emissor Expoente de
emissor (
α
)
θ
1
θ
2
θ
3
Rugosidade
absoluta (
ε
)
(mm)
1,253 0,7504 E-07 1,909 E-07 0 3,153
Fonte:
Tucciarelli et al (1999).
83
Para a simulação realizada foi adotado o tempo de operação de 120 horas. As Figuras
4.45 a 4.47 apresentam os valores para padrão horário de consumo; a variação do nível dos
reservatórios e os valores como consumo total, consumo real e vazamento provenientes da
simulação hidráulica, respectivamente. A saída de cloro residual por cada reservatório da rede
pode ser visualizada na Figura 4.48.
Tabela 4.22 Valores de Kf de acordo com os parâmetros de vazamento
Kf
1 0,102
2 0,076
3 0,061
4 0,029
5 0,103
6 0,102
7 0,097
8 0,106
9 0,074
10 0,058
11 0,038
12 0,086
13 0
14 0
15 0
Figura 4.45 Padrão temporal de consumo real.
84
Figura 4.46 Nível dos reservatórios durante a operação.
Figura 4.47 Valores dos consumos característicos da rede hipotética.
Figura 4.48 Entrada de cloro residual na rede de acordo com cada reservatório
85
R 16
Nessa rede existem três fontes de água, os reservatórios 16, 17 e 18(Figura 3.9), e para
representar os efeitos do decaimento no escoamento na massa de água foram criadas zonas de
k
b
de acordo com a influência de cada reservatório.
O zoneamento foi feito com auxílio de simulações do EPANET 2, o programa permite
mostrar a quantidade de água que, a partir de determinada origem, se mistura com aquela
proveniente de outra(s) origens, assim como a variação espacial desta mistura ao longo do
tempo. O reservatório analisado passa a ser a origem de um traçador, substância não reativa,
que entra na rede com uma concentração de 100, através do monitoramento fictício da
concentração do traçador ao longo do tempo é possível conhecer a porcentagem de água que
saí do reservatório e chega às tubulações e aos nós.
Para a divisão das zonas de k
b
da rede hipotética foram realizadas três simulações, em
cada simulação foi escolhido um reservatório para ser a origem da fonte do traçador. Como
resultado foi apurado a quantidade do traçador em cada tubulação da rede, o que definiu o
alcance do fornecimento de água de cada fonte de abastecimento e permitiu separar as
tubulações de acordo com os valores propostos de k
b
. Nas Figuras 4.49 a 4.51 são
apresentados os resultados das três simulações em termos de propagação de traçador.
Figura 4.49 Simulação com traçador – Reservatório 16
86
R 18
Figura 4.50 Simulação com traçador – Reservatório 17
Figura 4.51 Simulação com traçador – Reservatório 18
As zonas de tubulações de k
b
, Tabela 4.23, foram distribuídas de acordo com a
quantidade de água de cada reservatório nas tubulações. No caso de tubulações com
concentração de traçador proveniente de mais de uma origem, essas receberam valores de k
b
de acordo com o reservatório com maior influência.
R 17
87
Tabela 4.23 Tubulações divida por zona de k
b
Reservatório 16 17 18
k
b
1,2 d
-1
1,8 d
-1
0,5 d
-1
Tubulação 1,2,5,6,7,23 3, 4,8,16,17,19,20,21,24 9, 10,11,12,13,14,15,18,22,25
Os efeitos do decaimento próximo à parede das tubulações foram representados
através do fator F (EQ 2.32), com o valor adotado de 1,5 md
-1
. Entretanto, as tubulações
foram divididas em três zonas conforme o diâmetro (Tabela 4.24) e os valores do k
w
estão
disponíveis na Tabela 4.25.
Tabela 4.24 Tubulações divida por zona de k
w
DN (mm) 500 250 150
Tubulação 1,3,4,22,23,24,25 2,6,7,10,12,13,14,16,19,21 5,8,9,11,15,17,18,20
Tabela 4.25 Valores de k
w
Parâmetro
EQ. 2.32 Real
k
wD150
(md
-1
)
0,90 0,45
k
w D250
(md
-1
)
0,80 0,40
k
w D500
(md
-1
)
0,68 0,34
Cabe ressaltar que após a realização de algumas simulações, constatou-se que para
repetir os efeitos do fator F utilizando valores de k
w,
devem ser empregados no EPANET 2 a
metade dos valores calculados pela EQ. 2.32.
Com o objetivo de analisar a influência do vazamento nodal na qualidade de água da
rede, foram analisados dois cenários para os processos de calibração dos parâmetros de
decaimento do cloro. No primeiro foi realizada a calibração em termos de rugosidade absoluta
sem vazamento e, em seguida, a calibração dos parâmetros de qualidade. No segundo
inicialmente é feita à calibração dos parâmetros de vazamento e, em seguida, determina os
parâmetros de qualidade de água.
88
Para a calibração hidráulica foram eleitos três padrões de consumo colocados em
ordem decrescente do nível do reservatório, Tabela 4.26. Sendo monitoradas as pressões dos
nós 1,2,3,6 e 11 e as vazões nas tubulações 22, 23 e 24.
Tabela 4.26 Padrão de consumo selecionado para a calibração hidráulica
Padrão de Consumo Hora Nível dos reservatórios
(m.c.a)
1 64 68,75
2 41 66,00
3 53 56,65
Com relação ao processo de calibração dos parâmetros da modelagem hidráulica, a
Tabela 4.27 contém as informações sobre o AG utilizado na calibração e a Tabela 4.28
contém informação sobre os limites dos parâmetros calibrados.
Tabela 4.27 Informações sobre os parâmetros do AG - Hidráulica
AG Simulação Semente População Geração
1 1
2 10
Steady-State
3 20
300 70
Tabela 4.28 Informações sobre os limites dos parâmetros de vazamento
Parâmetro Limite mínimo Limite máximo
α
1,2 3
θ
0,01 3
ε
1 5
No caso do modelo de qualidade foram observados valores de concentração de cloro
residual nos nós 2,6, 3 e 11 no período de 25 a 72 horas para o processo de calibração e o
período de 73 a 120 horas para o processo de validação. As informações referentes aos
parâmetros do AG e dos limites das variáveis do processo de calibração de qualidade estão
disponíveis nas Tabelas 4.29 e 4.30.
89
Tabela 4.29 Informações sobre os parâmetros do AG - Qualidade
AG Simulação Semente População Geração
1 1
2 20
3 1000
Steady-State
4 1200
300 70
Tabela 4.30 Informações sobre os limites dos parâmetros de qualidade
Parâmetro Limite mínimo Limite máximo
k
b
2 0,1
k
w
2 0,1
4.3.1
Primeiro Cenário
4.3.1.1
Calibração dos parâmetros hidráulicos
Como nesse cenário não foi considerado vazamento nos nós, no processo de
calibração das condições hidráulicas da rede foi apenas determinado o valor da rugosidade
absoluta (
ε
). Os valores encontrados com a comparação dos valores reais são apresentados na
Tabela 4.31. As evoluções da função objetivas média das simulações estão disponíveis na
Figura 4.52.
Tabela 4.31 Resultado da calibração hidráulica sem vazamento
Simulação
Parâmetro
1 2 3
Real
ε (mm)
1.87 1.83
1.83 3.153
FO
5.83 5.83 5.83 -
90
Figura 4.52 Função objetivo média para calibração hidráulica (sem vazamento)
Apesar de não ter sido considerado vazamento, os valores de pressão das simulações
apresentaram erros baixos, com erro máximo de 0,72 m.c.a que ocorreu no nó 2, na simulação
1 com o padrão de consumo 1, conforme apresentado na Tabela 4.32.
Tabela 4.32 Comparação entre valores de pressão simulados e observados
Pressão Simulada (m.c.a) Erro Absoluto (m.c.a)
Padrão de
Consumo
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
Pressão
Observada
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
1 42,28 42,29 42,28 42,61 0,33 0,32 0,32
2 46,41 46,43 46,43 47,14 0,72 0,71 0,71
3 46,11 46,12 46,11 46,36 0,25 0,24 0,24
6 41,01 41,02 41,02 40,96 0,06 0,06 0,06
1
11 45,26 45,28 45,27 45,67 0,40 0,39 0,39
1 39,04 39,06 39,05 39,35 0,31 0,29 0,29
2 42,89 42,91 42,91 43,59 0,70 0,68 0,68
3 43,15 43,16 43,16 43,4 0,24 0,24 0,24
6 38,02 38,03 38,03 37,94 0,09 0,09 0,09
2
11 42,02 42,04 42,04 42,4 0,37 0,36 0,36
1 27,68 27,71 27,70 27,71 0,03 0,00 0,00
2 30,35 30,39 30,39 30,53 0,18 0,14 0,14
3 32,93 32,95 32,95 33,02 0,08 0,07 0,07
6 27,67 27,69 27,68 27,42 0,26 0,27 0,27
3
11 30,64 30,67 30,67 30,72 0,07 0,05 0,05
As simulações sem vazamento foram realizadas dependentes da demanda total da rede,
por isso as vazões monitoradas nas saídas dos reservatórios, apresentadas na Tabela 4.33,
91
apresentam os mesmos valores nas três simulações. Os erros relativos à vazão podem ser
considerados significativos, com destaque para os maiores erros que ocorreram na tubulação
23, com valor de 23% em todas as simulações do padrão 1. Nota-se que os dois primeiros
padrões, que têm o nível dos reservatórios mais elevados possuem erros maiores na
distribuição das vazões.
Tabela 4.33 Comparação entre valores de vazão simuladas e observadas
Vazão (l/s) Erro relativo (%)
Padrão
de
Consumo
Trecho
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
Vazão
Obs.
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
23 47,26 47,26 47,26 38,38 23% 23% 23%
24 41,72 41,72 41,72 46,01 9% 9% 9%
1
25 65,68 65,68 65,68 70,27 7% 7% 7%
23 54,60 54,60 54,60 46,42 18% 18% 18%
24 48,21 48,21 48,20 52,49 8% 8% 8%
2
25 75,87 75,87 75,87 79,77 5% 5% 5%
23 77,99 77,99 77,99 72,27 8% 8% 8%
24 68,89 68,89 68,89 72,65 5% 5% 5%
3
25 108,37 108,37 108,37 110,33 2% 2% 2%
4.3.1.2
Calibração dos parâmetros de qualidade de água
Na realização da calibragem de qualidade foi adotada uma simulação dinâmica em que
o consumo de água foi definido pela EQ. 3.4, considerando os fatores de demanda de
consumo total (FT) para todo o período estudado, Figura 4.53.
Figura 4.53 Fatores de consumo total ao longo do período de simulação
92
Na busca pelos parâmetros de decaimento foram encontrados três valores de k
b
de
acordo com influência dos reservatórios e três valores de k
w
divididos por zonas relacionadas
ao diâmetro das tubulações. Os resultados das simulações, em termos dos parâmetros
encontrados e do valor da função, são apresentados na Tabela 4.34 na Figura 4.54 consta a
função objetivo média.
Com exceção dos valores encontrados para k
wD500
e k
b17
, todos os parâmetros
apresentaram valores distantes dos valores reais, por isso não é possível afirmar que os
resultados são satisfatórios em termos da determinação de parâmetros. Entretanto, foram
encontrados valores baixos da função objetivo e valores de concentração de cloro simulados
próximos aos valores dos nós monitorados, Figuras 4.55 a 4.58.
Tabela 4.34 Parâmetros k
b
e k
w
encontrados sem considerar vazamento
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Real
k
br16
(d
-1
)
1,74 1,50 1,39 1,89 1,20
k
b17
(d
-1
)
2,00 2,00 2,00 2,00 1,80
k
b18
(d
-1
)
0,15 0,18 0,20 0,18 0,50
k
wD150
(md
-1
)
0,61 0,58 0,59 0,65 0,45
k
w D250
(md
-1
)
0,18 0,15 0,12 0,19 0,40
k
w D500
(md
-1
)
0,34 0,40 0,44 0,30 0,34
FO
0,072 0,069 0,068 0,078 -
Figura 4.54 Função objetivo média da calibração da qualidade de água (sem vazamento)
93
Figura 4.55 Resultado da simulação nó 2 (sem vazamento)
Figura 4.56 Resultado da simulação nó 3 (sem vazamento)
Figura 4.57 Resultado da simulação nó 6 (sem vazamento)
94
Figura 4.58 Resultado da simulação nó 11 (sem vazamento)
4.3.2
Segundo cenário
4.3.2.1
Calibração parâmetros de vazamentos
Neste cenário admitiu-se que a rede não seja um sistema estanque e foram
consideradas as perdas de água no sistema através do modelo pressão x vazamento. Para
tanto, foi necessário determinar os parâmetros do modelo de vazamento bem como a
rugosidade absoluta da rede.
Portanto, para a rede hipotética foram realizadas simulações com foco na calibração
em termos de rugosidade absoluta e dos parâmetros do modelo de vazamento, como o
coeficiente
θ
e o expoente
α
. Os resultados encontrados estão apresentados de acordo com os
valores obtidos para os parâmetros (Tabela 4.35), a comparação entre valores simulados e
observados de pressão e vazão (Tabelas 4.36 e 4.37) e a evolução do valor da função objetivo
média (Figura 4.59).
Tabela 4.35 Resultado da calibração dos parâmetros de vazamento
Simulação
Parâmetro
1 2 3
Real
α
1,218 1,283 1,237 1,253
ε
(mm) 3,133 3,139 2,954 3,153
θ
1
(E-07)
0,814 0,674 0,555 0,7504
θ
2
(E-07)
2,16 1,7 1,85 1,909
FO
0,0015 0,0005 0,0035 -
95
Pode-se considerar que os valores encontrados do expoente e da rugosidade foram
ajustados e apresentaram pequenas variações se comparados aos valores reais. No caso dos
coeficientes de perda
θ
1
e
θ
2
foram encontrados valores em torno dos valores considerados de
campo.
Figura 4.59 Função objetivo média para calibração de parâmetros de vazamento.
Os valores de pressão encontrados nas três simulações ficaram próximos aos valores
reais, podendo ser confirmado com erros pouco significativos. O máximo erro absoluto foi no
valor de 0,07 m.c.a, encontrado para o padrão de consumo 3 no nó 2.
Tabela 4.36 Comparação entre valores de pressão simulados e observados
Padrão Pressão Simulada (m.c.a) Erro Absoluto (m.c.a)
de
Consumo
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
Pressão
Observada
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
1 42,61
42,61
42,59
42,61 0,00 0,00 0,02
2 47,13
47,14
47,07
47,14 0,01 0,00 0,07
3 46,36
46,36
46,35
46,36 0,00 0,00 0,01
6 40,95
40,96
40,95
40,96 0,01 0,00 0,01
1
11 45,67
45,67
45,66
45,67 0,00 0,00 0,01
1 39,35
39,35
39,34
39,35 0,00 0,00 0,01
2 43,58
43,59
43,52
43,59 0,01 0,00 0,07
3 43,40
43,40
43,38
43,40 0,00 0,00 0,02
6 37,93
37,94
37,93
37,94 0,01 0,00 0,01
2 11 42,40
42,40
42,41
42,40 0,00 0,00 0,01
1 27,72
27,71
27,73
27,71 0,01 0,00 0,02
2 30,54
30,52
30,53
30,53 0,01 0,01 0,00
3 33,03
33,02
33,03
33,02 0,01 0,00 0,01
6 27,42
27,43
27,44
27,42 0,00 0,01 0,02
3
11 30,74
30,72
30,76
30,72 0,02 0,00 0,04
96
Os resultados das vazões também foram encontrados erros poucos significativos,
como, por exemplo, o maior erro relativo encontrado foi de 0,26 % na tubulação 23 com
padrão de consumo 1 e simulação 1 e na tubulação 24 com padrão 3 na simulação 3.
Os baixos valores de erro para pressão e vazão indicam que o modelo consegue
representar as condições hidráulicas para qual foi calibrado.
Tabela 4.37 Comparação entre valores de vazão simuladas e observadas
Vazão (l/s) Erro relativo (%)
Padrão
de
Consumo
Trecho
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
Vazão
Obs.
Simulação
1
Simulação
2
Simulação
3
23 38,28 38,42 38,35 38,38 0,26% 0,10% 0,08%
24 46,00 46,02 45,92 46,01 0,02% 0,02% 0,20%
1
25 70,37 70,22 70,39 70,27 0,14% 0,07% 0,17%
23 46,31 46,48 46,36 46,42 0,24% 0,13% 0,13%
24 52,50 52,49 52,44 52,49 0,02% 0,00% 0,10%
2
25 79,88 79,71 79,89 79,77 0,14% 0,08% 0,15%
23 72,14 72,35 72,25 72,27 0,18% 0,11% 0,03%
24 72,66 72,63 72,46 72,65 0,01% 0,03% 0,26%
3 25 110,44 110,26 110,53 110,33 0,10% 0,06% 0,18%
4.3.2.2
Calibração parâmetros de qualidade de água
A busca de parâmetros de qualidade é realizada com simulação dinâmica então, após a
determinação dos parâmetros de vazamento foram calculados os fatores multiplicadores para
o consumo efetivo FT
*
(Figura 4.60), por meio da EQ 3.8. Esses novos fatores possibilitam a
realização da simulação dinâmica com a divisão do consumo efetivo e dos vazamentos nodais
relacionados à pressão, EQ 3.7.
No processo de determinação dos parâmetros de qualidade a rede foi dividida em três
zonas de k
b
correspondentes à influência dos reservatórios e três zonas de k
w
divididas pelos
diâmetros das tubulações. Os resultados encontrados nas simulações são analisados sob
comparação dos valores reais na Tabela 4.38 e na Figura 4.61 consta a evolução da função
objetivo média do AG aplicado.
97
Figura 4.60 Comparativo em Fatores de consumo efetivo real e determinado
Os resultados para as zonas k
b
foram considerados satisfatórios, os parâmetros
encontrados nas simulações ficaram em torno dos respectivos valores reais. Resultado
esperado quando se utiliza AGs. No entanto, os valores de k
w
também se mantiveram
próximos, porém, na maioria das simulações abaixo dos valores reais, isso pode significar
uma redistribuição na contribuição de cada parcela de reação no decaimento do cloro residual
do sistema estudado.
Os valores da função objetivo ficaram baixos, o que demonstra bom desempenho do
modelo de calibração e resulta em valores de concentração de cloro simulados estiveram
próximos aos valores dos nós monitorados tanto para o período de calibração quanto o de
validação, Figuras 4.62 a 4.65.
Tabela 4.38 Parâmetros k
b
e k
w
encontrados considerando vazamento
Simulação
Parâmetro
1 2 3 4
Real
k
br16
(d
-1
)
1,25 1,02 1,58 1,35
1,2
k
b17
(d
-1
)
1,82 1,63 2,00 1,93
1,8
k
b18
(d
-1
)
0,38 0,41 0,51 0,55
0,5
k
wD150
(md
-1
)
0,43 0,37 0,40 0,38 0,45
k
w D250
(md
-1
)
0,34 0,34 0,33 0,35 0,40
k
w D500
(md
-1
)
0,28 0,34 0,23 0,27
0,34
FO
0,005 0,002 0,007 0,003
-
98
Figura 4.61 Função objetivo média da calibração da qualidade de água (com vazamento)
Figura 4.62 Resultado da simulação nó 2 (com vazamento)
Figura 4.63 Resultado da simulação nó 3 (com vazamento)
99
Figura 4.64 Resultado da simulação nó 6 (com vazamento)
Figura 4.65 Resultado da simulação nó 11 (com vazamento)
4.3.3
Análise entre cenários
Para essa rede foi criada uma representação da operação de um sistema de distribuição
sob os aspectos de vazamento e qualidade de água e, com esses dados sintetizados, foi
avaliada a calibração dos parâmetros de qualidade sem considerar vazamento (cenário 1) e em
um segundo momento a calibração dos mesmos foi feito após a calibração dos parâmetros de
vazamento.
No cenário 1, apesar dos parâmetros ficarem distantes dos valores reais, as
concentrações de cloro residual simulado ficaram bem próximas às concentrações nos s
100
monitorados. Inicialmente, pode-se concluir que a rede, sob os aspectos de qualidade de
água, está calibrada, apesar de ela não estar em condições ideal de representação hidráulica.
No entanto, ao estender a análise dos dois cenários para os quais nós que não foram
utilizados no monitoramento pode-se afirmar que os resultados do cenário 1 não foram
satisfatórios, o que reafirma o cuidado da representação hidráulica (cenário 2) na modelagem
de decaimento de cloro residual, conforme pode ser visualizado nas Figuras 4.66 e 4.67.
Figura 4.66 Resultado da simulação nó 9
Figura 4.67 Resultado da simulação nó 10
O tempo de residência da água é uma variável importante nas equações de modelagem
da qualidade de água, porém esse tempo de percurso da água está ligado às condições
hidráulicas da rede, principalmente nas vazões das tubulações. No caso do primeiro cenário
101
alguns s apresentaram valores de tempo de residência próximo ao real, como por exemplo,
o nó 10 (Figura 4.68)
Figura 4.68 Tempo de percurso da água no nó 10
No entanto, no cenário 1 foram encontrados nós com valores diferenciados para o
tempo de residência, como exemplo o 9 (Figura 4.69). Isso demonstra que as condições
hidráulicas desse cenário interferiram no processo de calibração dos parâmetros de qualidade
de água.
Figura 4.69 Tempo de percurso da água no nó 9
A calibração dos parâmetros de vazamento no segundo cenário possibilitou o ajuste da
rede para a representação de valores de pressão e de vazão, conseqüentemente o tempo de
102
residência. As condições hidráulicas bem representadas possibilitaram melhores resultados da
calibração de qualidade de água nesse cenário.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1
CONCLUSÃO
Pode-se considerar que foi alcançado o objetivo de elaborar uma rotina computacional
que determine parâmetros de decaimento do cloro residual em sistemas de distribuição.
O modelo foi capaz de determinar os valores dos parâmetros k
b
e k
w
, assumindo
valores globais ou valores homogêneos por zonas características. Os efeitos de k
w
podem ser
determinados, também, de maneira indireta através do fator F que correlaciona esses efeitos
com a rugosidade, com o diâmetro da tubulação e com a equação de perda de carga utilizada.
O modelo pode também determinar a ordem de decaimento tanto para as reações no
escoamento quanto para as reações próximas as paredes.
Para os quatro cenários analisados no sistema Jucu foram testados a combinação de
valores fixos para k
b
, os valores calibrados para k
b
e k
w
e a viabilidade de se determinar o fator
F. Os resultados das simulações indicaram que para esse sistema é possível assumir o valor
global para k
b
e que o decaimento próximo à parede pode ser representado pelo fator F.
No caso do sistema de distribuição Fouras foram propostos três cenários, o primeiro
determinando um valor global para k
b
e valores k
w
de acordo com o material da tubulação; o
segundo determinando valores k
b
divididos por zonas de acordo com o material da tubulação;
e o terceiro determinou um valor global para k
b
e avaliado a adoção do fator F para essa rede.
Para o primeiro cenário, as tubulações de ferro apresentaram o maior valor de k
w
, em
seguida, as tubulações de plástico e por último, as tubulações de cimento amianto, o que
indica, neste caso, que as tubulações de ferro têm maior contribuição para o decaimento do
cloro. No segundo cenário, os valores de k
b
foram mais altos para as zonas de tubulações de
ferro e, novamente, os parâmetros relativos às tubulações de plástico estiveram acima das
tubulações de cimento amiantos.
104
Essas zonas de tubulação foram apenas divididas pelo tipo de material sem considerar
o diâmetro das tubulações, fator que influencia o consumo de cloro na parede da tubulação
(HALLAM et al, 2002 e CLARK E HAUGHT, 2005). Dentro da zona dos materiais plásticos,
havia tubulações com diâmetros pequenos, que influenciaram o valor dos parâmetros de
decaimento.
No terceiro cenário foi proposta a simplificação de determinar o valor de k
b
e o fator
F, porém os resultados das simulações não foram satisfatórios. Por se tratar de rede com
diversos materiais de reatividades diferentes, foi inviável determinar um valor característico
para o fator F.
O estudo da qualidade de água em redes com vazamento foi feito em rede Hipotética,
para qual foi elaborada uma representação da operação da rede sobre os aspectos da qualidade
de água considerando vazamento devido à pressão nos nós. Com os dados da simulação foi
realizada a análise da influência das condições hidráulicas para determinação dos parâmetros
de decaimento do cloro residual.
Na rede sem vazamento os valores encontrados de k
b
e k
w
ficaram distantes dos
valores reais. O modelo apenas foi ajustado para os nós utilizados na calibração, apresentando
valores divergentes em termos de concentração de cloro residual para nós não utilizados na
calibração.
O cenário em que ocorreu a calibração dos parâmetros de vazamento apresentou
melhores resultados, incluindo os nós que não estavam contemplados no processo de
calibração.
Vale lembrar o fato de a calibração hidráulica auxiliar na distribuição das vazões e
pressões na rede, influenciando o tempo de residência da água, variável hidráulica importante
para modelos de qualidade de água, o que confirma que a determinação de parâmetros de
qualidade é sensível ao nível da representação hidráulica da rede.
105
5.2
SUGESTÕES
O Modelo foi aplicado em duas redes reais e em um sistema hipotético; os resultados
encontrados indicaram a viabilidade de se aplicar a rotina computacional para determinar os
parâmetros de decaimento de cloro em sistemas de distribuição.
Nas duas redes reais foram encontrados valores diferentes de k
b
com relação aos
parâmetros determinados em laboratório, indicando que esses valores necessitam ser ajustados
antes de serem utilizados nos modelos matemáticos.
Portanto sugere-se a continuação do estudo de modelos de calibração para parâmetros
de qualidade em sistema reais de distribuição, porém contemplando modelos de redes que
permitam assumir vazamento devido à pressão nodal.
Ainda sobre k
b
, sugere-se que seja realizada pesquisa em redes com mais de uma fonte
de cloro residual para o desenvolvimento de metodologia adequada para a divisão de zonas
desse parâmetro.
Com relação ao decaimento na parede da tubulação, sugere-se a continuação de estudo
da utilização do fator F, porém não apenas como valor característico do sistema e sim como
valor característico de cada material da rede.
Sugere-se que sejam realizados estudos de k
w
não apenas valores atribuídos ao
material da tubulação, mas sim contemplando outras características, por exemplo, o diâmetro
e a idade da tubulação.
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APÊNDICE
114
APÊNDICE A – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE – REDE JUCU
Arquivo de Rede : jucu.inp
Avaliação : 76
Função Objetivo anterior :0.275767
Função Objetivo :0.272064
Parâmetros
ORDER BULK : 1
ORDER WALL : 1
Roughness Correlation : -0.0894435
Limiting Potential : 0
Kbulk1 -0.0404913
Concentração
Simulado Campo
TEMPO 1
Nó 5 0.489789 0.5
Nó 30 0.439695 0.45
Nó 38 0.388093 0.4
Nó 46 0.453419 0.45
TEMPO 2
Nó 5 0.486369 0.5
Nó 30 0.429626 0.45
Nó 38 0.37654 0.45
Nó 46 0.480944 0.5
TEMPO 3
Nó 5 0.591583 0.55
Nó 30 0.459399 0.45
Nó 38 0.411005 0.4
Nó 46 0.482418 0.5
TEMPO 4
Nó 5 0.690179 0.65
115
Nó 30 0.465018 0.5
Nó 38 0.444773 0.45
Nó 46 0.587771 0.6
TEMPO 5
Nó 5 0.739479 0.7
Nó 30 0.552654 0.55
Nó 38 0.442527 0.45
Nó 46 0.672234 0.7
TEMPO 6
Nó 5 0.695804 0.65
Nó 30 0.650855 0.65
Nó 38 0.532047 0.55
Nó 46 0.712504 0.7
TEMPO 7
Nó 5 0.591586 0.6
Nó 30 0.686333 0.7
Nó 38 0.621943 0.6
Nó 46 0.680744 0.65
TEMPO 8
Nó 5 0.549844 0.55
Nó 30 0.670627 0.65
Nó 38 0.662706 0.65
Nó 46 0.578742 0.6
TEMPO 9
Nó 5 0.453074 0.45
Nó 30 0.571871 0.55
Nó 38 0.632779 0.6
Nó 46 0.529959 0.55
TEMPO 10
Nó 5 0.295791 0.3
Nó 30 0.538122 0.5
Nó 38 0.540098 0.55
Nó 46 0.441391 0.45
TEMPO 11
Nó 5 0.291499 0.3
Nó 30 0.434651 0.4
Nó 38 0.5121 0.5
Nó 46 0.294729 0.3
TEMPO 12
Nó 5 0.394392 0.4
Nó 30 0.299156 0.3
116
Nó 38 0.496898 0.5
Nó 46 0.287961 0.3
TEMPO 13
Nó 5 0.388674 0.4
Nó 30 0.292362 0.3
Nó 38 0.399644 0.4
Nó 46 0.383724 0.4
TEMPO 14
Nó 5 0.383052 0.4
Nó 30 0.286807 0.3
Nó 38 0.389812 0.4
Nó 46 0.374949 0.4
TEMPO 15
Nó 5 0.387284 0.4
Nó 30 0.281222 0.3
Nó 38 0.380067 0.35
Nó 46 0.366365 0.35
TEMPO 16
Nó 5 0.381683 0.4
Nó 30 0.275894 0.3
Nó 38 0.370733 0.35
Nó 46 0.368295 0.35
TEMPO 17
Nó 5 0.385886 0.4
Nó 30 0.270798 0.3
Nó 38 0.361753 0.35
Nó 46 0.359885 0.4
TEMPO 18
Nó 5 0.38031 0.4
Nó 30 0.265819 0.3
Nó 38 0.353011 0.35
Nó 46 0.366068 0.4
TEMPO 19
Nó 5 0.33521 0.35
Nó 30 0.260932 0.25
Nó 38 0.34448 0.3
Nó 46 0.35771 0.35
TEMPO 20
Nó 5 0.376041 0.35
Nó 30 0.255974 0.3
Nó 38 0.336006 0.3
117
Nó 46 0.331637 0.3
TEMPO 21
Nó 5 0.382132 0.4
Nó 30 0.314465 0.3
Nó 38 0.327606 0.3
Nó 46 0.35878 0.35
TEMPO 22
Nó 5 0.219319 0.2
Nó 30 0.325631 0.35
Nó 38 0.219024 0.25
Nó 46 0.306672 0.3
TEMPO 23
Nó 5 0.199175 0.2
Nó 30 0.347134 0.35
Nó 38 0.212514 0.25
Nó 46 0.203882 0.2
TEMPO 24
Nó 5 0.295792 0.3
Nó 30 0.205184 0.2
Nó 38 0.286393 0.3
Nó 46 0.199197 0.2
118
APÊNDICE B – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE – REDE FOURAS
Arquivo de Rede : Fouras.inp
Avaliação : 3938
Função Objetivo anterior :9.10955
Função Objetivo :8.98452
Parâmetros
ORDER BULK : 1
ORDER WALL : 1
Roughness Correlation : 0
Limiting Potential : 0
Kbulk1 -1.21155
Kwall1 -0.193561
Kwall2 -0.000586737
Kwall3 -0.00108196
Concentração
Simulado Campo
TEMPO 24
Nó 4 0.48031 0.441
Nó 8 0.351746 0.312
Nó 26 0.22042 0.204
Nó 20 0.0798397 0.069
TEMPO 25
Nó 4 0.472499 0.512
Nó 8 0.353771 0.365
Nó 26 0.238444 0.202
Nó 20 0.086426 0.08
TEMPO 26
Nó 4 0.544058 0.497
Nó 8 0.361256 0.383
Nó 26 0.226042 0.196
119
Nó 20 0.0909648 0.084
TEMPO 27
Nó 4 0.537866 0.477
Nó 8 0.36639 0.4
Nó 26 0.214284 0.185
Nó 20 0.0882935 0.08
TEMPO 28
Nó 4 0.510872 0.393
Nó 8 0.363192 0.404
Nó 26 0.203139 0.166
Nó 20 0.0892294 0.08
TEMPO 29
Nó 4 0.495415 0.43
Nó 8 0.344712 0.39
Nó 26 0.192573 0.16
Nó 20 0.0900425 0.08
TEMPO 30
Nó 4 0.470551 0.453
Nó 8 0.339518 0.379
Nó 26 0.182557 0.155
Nó 20 0.0820712 0.08
TEMPO 31
Nó 4 0.474731 0.444
Nó 8 0.322242 0.355
Nó 26 0.173061 0.144
Nó 20 0.0750225 0.068
TEMPO 32
Nó 4 0.473229 0.514
Nó 8 0.305845 0.318
Nó 26 0.16406 0.133
Nó 20 0.0680752 0.057
TEMPO 33
Nó 4 0.520725 0.526
Nó 8 0.290282 0.332
Nó 26 0.155526 0.131
Nó 20 0.0679291 0.056
TEMPO 34
Nó 4 0.511589 0.497
Nó 8 0.275511 0.302
Nó 26 0.147437 0.148
Nó 20 0.0639847 0.056
120
TEMPO 35
Nó 4 0.51931 0.43
Nó 8 0.267362 0.276
Nó 26 0.164513 0.154
Nó 20 0.0585019 0.051
TEMPO 36
Nó 4 0.503478 0.501
Nó 8 0.30368 0.292
Nó 26 0.170976 0.148
Nó 20 0.0557765 0.046
TEMPO 37
Nó 4 0.538166 0.539
Nó 8 0.308031 0.344
Nó 26 0.179822 0.158
Nó 20 0.0710668 0.057
TEMPO 38
Nó 4 0.603265 0.571
Nó 8 0.292357 0.304
Nó 26 0.182539 0.163
Nó 20 0.0742144 0.068
TEMPO 39
Nó 4 0.584848 0.54
Nó 8 0.277481 0.299
Nó 26 0.183988 0.184
Nó 20 0.0693492 0.057
TEMPO 40
Nó 4 0.588226 0.5
Nó 8 0.285725 0.319
Nó 26 0.215909 0.182
Nó 20 0.0706752 0.056
TEMPO 41
Nó 4 0.56975 0.522
Nó 8 0.325139 0.31
Nó 26 0.204679 0.178
Nó 20 0.073783 0.056
TEMPO 42
Nó 4 0.559348 0.513
Nó 8 0.32384 0.378
Nó 26 0.194033 0.169
Nó 20 0.0885238 0.066
TEMPO 43
121
Nó 4 0.567695 0.495
Nó 8 0.307362 0.347
Nó 26 0.18394 0.158
Nó 20 0.0808782 0.068
TEMPO 44
Nó 4 0.549783 0.422
Nó 8 0.319483 0.342
Nó 26 0.188416 0.161
Nó 20 0.0757888 0.068
TEMPO 45
Nó 4 0.48897 0.452
Nó 8 0.303226 0.323
Nó 26 0.20157 0.173
Nó 20 0.0769291 0.068
TEMPO 46
Nó 4 0.483299 0.388
Nó 8 0.325192 0.302
Nó 26 0.212005 0.185
Nó 20 0.0714045 0.059
TEMPO 47
Nó 4 0.459043 0.41
Nó 8 0.371881 0.339
Nó 26 0.208178 0.181
Nó 20 0.0746882 0.061
TEMPO 48
Nó 4 0.448373 0.407
Nó 8 0.352958 0.353
Nó 26 0.216945 0.184
Nó 20 0.086331 0.072
TEMPO 49
Nó 4 0.451532 0.406
Nó 8 0.364849 0.367
Nó 26 0.205661 0.189
Nó 20 0.0839569 0.078
TEMPO 50
Nó 4 0.511243 0.493
Nó 8 0.346284 0.348
Nó 26 0.194964 0.184
Nó 20 0.0822519 0.072
TEMPO 51
Nó 4 0.506195 0.464
122
Nó 8 0.337818 0.351
Nó 26 0.197548 0.175
Nó 20 0.0826577 0.072
TEMPO 52
Nó 4 0.48079 0.396
Nó 8 0.320628 0.364
Nó 26 0.199709 0.154
Nó 20 0.0807454 0.083
TEMPO 53
Nó 4 0.474008 0.422
Nó 8 0.32003 0.355
Nó 26 0.189322 0.143
Nó 20 0.0813176 0.073
TEMPO 54
Nó 4 0.450219 0.404
Nó 8 0.303746 0.354
Nó 26 0.163571 0.138
Nó 20 0.0774567 0.072
TEMPO 55
Nó 4 0.438981 0.44
Nó 8 0.28829 0.318
Nó 26 0.155064 0.127
Nó 20 0.0713724 0.062
TEMPO 56
Nó 4 0.449761 0.406
Nó 8 0.273621 0.277
Nó 26 0.146998 0.127
Nó 20 0.0594424 0.06
TEMPO 57
Nó 4 0.46392 0.406
Nó 8 0.259698 0.275
Nó 26 0.139352 0.13
Nó 20 0.0564243 0.06
TEMPO 58
Nó 4 0.445982 0.445
Nó 8 0.246483 0.261
Nó 26 0.132104 0.148
Nó 20 0.053927 0.049
TEMPO 59
Nó 4 0.46729 0.442
Nó 8 0.266449 0.254
123
Nó 26 0.157704 0.164
Nó 20 0.0559611 0.048
TEMPO 60
Nó 4 0.49005 0.489
Nó 8 0.287267 0.286
Nó 26 0.16242 0.16
Nó 20 0.0533372 0.048
TEMPO 61
Nó 4 0.551984 0.578
Nó 8 0.294608 0.336
Nó 26 0.168025 0.161
Nó 20 0.0646731 0.06
TEMPO 62
Nó 4 0.594769 0.534
Nó 8 0.295138 0.314
Nó 26 0.173521 0.157
Nó 20 0.0667019 0.062
TEMPO 63
Nó 4 0.610761 0.503
Nó 8 0.28012 0.305
Nó 26 0.180075 0.163
Nó 20 0.0639231 0.062
TEMPO 64
Nó 4 0.587182 0.502
Nó 8 0.277383 0.291
Nó 26 0.18093 0.157
Nó 20 0.0710548 0.062
TEMPO 65
Nó 4 0.573376 0.51
Nó 8 0.280865 0.284
Nó 26 0.171519 0.156
Nó 20 0.0700763 0.062
TEMPO 66
Nó 4 0.559673 0.501
Nó 8 0.268905 0.291
Nó 26 0.172522 0.163
Nó 20 0.0707717 0.062
TEMPO 67
Nó 4 0.542343 0.442
Nó 8 0.255222 0.284
Nó 26 0.174119 0.174
124
Nó 20 0.0676517 0.062
TEMPO 68
Nó 4 0.502146 0.392
Nó 8 0.242235 0.263
Nó 26 0.196355 0.184
Nó 20 0.0690306 0.062
TEMPO 69
Nó 4 0.476944 0.441
Nó 8 0.249661 0.244
Nó 26 0.219049 0.209
Nó 20 0.0665981 0.062
TEMPO 70
Nó 4 0.463941 0.368
Nó 8 0.24726 0.228
Nó 26 0.220151 0.217
Nó 20 0.0760339 0.062
TEMPO 71
Nó 4 0.455958 0.366
Nó 8 0.234679 0.228
Nó 26 0.208701 0.212
Nó 20 0.0889372 0.07
TEMPO 72
Nó 4 0.433074 0.342
Nó 8 0.222737 0.213
Nó 26 0.209656 0.207
Nó 20 0.0860582 0.085
TEMPO 73
Nó 4 0.411339 0.305
Nó 8 0.231099 0.201
Nó 26 0.198751 0.206
Nó 20 0.0865806 0.082
TEMPO 74
Nó 4 0.390695 0.288
Nó 8 0.228523 0.197
Nó 26 0.205386 0.195
Nó 20 0.0848298 0.08
TEMPO 75
Nó 4 0.371087 0.306
Nó 8 0.231968 0.192
Nó 26 0.194704 0.178
Nó 20 0.082066 0.08
125
TEMPO 76
Nó 4 0.383517 0.385
Nó 8 0.220165 0.185
Nó 26 0.184577 0.165
Nó 20 0.0822926 0.08
TEMPO 77
Nó 4 0.385985 0.401
Nó 8 0.220296 0.18
Nó 26 0.174976 0.152
Nó 20 0.0736158 0.071
TEMPO 78
Nó 4 0.400553 0.353
Nó 8 0.238906 0.179
Nó 26 0.151267 0.148
Nó 20 0.0699536 0.068
TEMPO 79
Nó 4 0.392291 0.402
Nó 8 0.22675 0.178
Nó 26 0.143399 0.139
Nó 20 0.0640591 0.068
TEMPO 80
Nó 4 0.413199 0.364
Nó 8 0.228261 0.173
Nó 26 0.145651 0.129
Nó 20 0.0584349 0.057
TEMPO 81
Nó 4 0.408064 0.396
Nó 8 0.228598 0.18
Nó 26 0.138075 0.122
Nó 20 0.0553136 0.056
TEMPO 82
Nó 4 0.423569 0.422
Nó 8 0.216966 0.202
Nó 26 0.130894 0.114
Nó 20 0.0527478 0.056
TEMPO 83
Nó 4 0.479215 0.407
Nó 8 0.205926 0.216
Nó 26 0.124085 0.109
Nó 20 0.0510985 0.052
TEMPO 84
126
Nó 4 0.47158 0.517
Nó 8 0.195448 0.232
Nó 26 0.117631 0.123
Nó 20 0.0493425 0.044
TEMPO 85
Nó 4 0.550309 0.517
Nó 8 0.197819 0.257
Nó 26 0.132592 0.139
Nó 20 0.0483532 0.044
TEMPO 86
Nó 4 0.597591 0.495
Nó 8 0.187754 0.264
Nó 26 0.1592 0.147
Nó 20 0.0481017 0.044
TEMPO 87
Nó 4 0.611255 0.568
Nó 8 0.179293 0.252
Nó 26 0.173726 0.152
Nó 20 0.0531509 0.05
TEMPO 88
Nó 4 0.623419 0.569
Nó 8 0.180283 0.238
Nó 26 0.174761 0.153
Nó 20 0.0595341 0.056
TEMPO 89
Nó 4 0.614522 0.516
Nó 8 0.17111 0.229
Nó 26 0.175443 0.16
Nó 20 0.0702318 0.056
TEMPO 90
Nó 4 0.607401 0.5
Nó 8 0.162403 0.218
Nó 26 0.188175 0.171
Nó 20 0.0703692 0.056
TEMPO 91
Nó 4 0.566395 0.534
Nó 8 0.15414 0.211
Nó 26 0.18388 0.185
Nó 20 0.0709726 0.056
TEMPO 92
Nó 4 0.565425 0.484
127
Nó 8 0.146296 0.202
Nó 26 0.202223 0.206
Nó 20 0.0741481 0.062
TEMPO 93
Nó 4 0.537048 0.449
Nó 8 0.138852 0.182
Nó 26 0.213516 0.208
Nó 20 0.078013 0.068
TEMPO 94
Nó 4 0.510094 0.419
Nó 8 0.131787 0.163
Nó 26 0.218763 0.213
Nó 20 0.0791184 0.069
TEMPO 95
Nó 4 0.484493 0.454
Nó 8 0.141177 0.147
Nó 26 0.230496 0.223
Nó 20 0.0904254 0.08
TEMPO 96
Nó 4 0.485979 0.43
Nó 8 0.147498 0.136
Nó 26 0.218508 0.231
Nó 20 0.0915304 0.088
TEMPO 97
Nó 4 0.477683 0.434
Nó 8 0.150102 0.125
Nó 26 0.219547 0.22
Nó 20 0.0914107 0.088
TEMPO 98
Nó 4 0.467909 0.461
Nó 8 0.151949 0.113
Nó 26 0.220603 0.211
Nó 20 0.0931714 0.097
TEMPO 99
Nó 4 0.476242 0.445
Nó 8 0.155048 0.107
Nó 26 0.209128 0.218
Nó 20 0.0910405 0.098
TEMPO 100
Nó 4 0.47328 0.483
Nó 8 0.147159 0.102
128
Nó 26 0.198251 0.216
Nó 20 0.0889727 0.088
TEMPO 101
Nó 4 0.484931 0.45
Nó 8 0.139671 0.097
Nó 26 0.187939 0.202
Nó 20 0.0803157 0.088
TEMPO 102
Nó 4 0.474953 0.433
Nó 8 0.132564 0.093
Nó 26 0.178164 0.19
Nó 20 0.0731957 0.088
TEMPO 103
Nó 4 0.451116 0.422
Nó 8 0.139171 0.093
Nó 26 0.168897 0.186
Nó 20 0.0722501 0.088
TEMPO 104
Nó 4 0.428476 0.435
Nó 8 0.153589 0.1
Nó 26 0.160112 0.185
Nó 20 0.0675297 0.081
TEMPO 105
Nó 4 0.446957 0.44
Nó 8 0.145774 0.116
Nó 26 0.151784 0.183
Nó 20 0.0616335 0.076
TEMPO 106
Nó 4 0.451322 0.43
Nó 8 0.171025 0.138
Nó 26 0.14389 0.179
Nó 20 0.0569073 0.076
TEMPO 107
Nó 4 0.46903 0.405
Nó 8 0.189845 0.157
Nó 26 0.136405 0.183
Nó 20 0.0618456 0.074
TEMPO 108
Nó 4 0.469715 0.469
Nó 8 0.200171 0.175
Nó 26 0.15886 0.198
129
Nó 20 0.0586123 0.064
TEMPO 109
Nó 4 0.523577 0.494
Nó 8 0.200487 0.176
Nó 26 0.163051 0.198
Nó 20 0.0542138 0.064
TEMPO 110
Nó 4 0.563258 0.568
Nó 8 0.212956 0.194
Nó 26 0.174922 0.198
Nó 20 0.0609437 0.069
TEMPO 111
Nó 4 0.636493 0.594
Nó 8 0.203055 0.213
Nó 26 0.170754 0.206
Nó 20 0.0694516 0.076
TEMPO 112
Nó 4 0.667455 0.595
Nó 8 0.192722 0.205
Nó 26 0.203095 0.206
Nó 20 0.0725121 0.076
TEMPO 113
Nó 4 0.662552 0.522
Nó 8 0.182916 0.204
Nó 26 0.192532 0.197
Nó 20 0.0738304 0.076
TEMPO 114
Nó 4 0.640099 0.589
Nó 8 0.183486 0.218
Nó 26 0.192418 0.192
Nó 20 0.0767083 0.076
TEMPO 115
Nó 4 0.636344 0.561
Nó 8 0.184548 0.228
Nó 26 0.190754 0.187
Nó 20 0.083232 0.076
TEMPO 116
Nó 4 0.626002 0.514
Nó 8 0.186715 0.22
Nó 26 0.192381 0.195
Nó 20 0.0771676 0.076
130
TEMPO 117
Nó 4 0.574974 0.499
Nó 8 0.2006 0.231
Nó 26 0.198471 0.203
Nó 20 0.0754461 0.076
TEMPO 118
Nó 4 0.532131 0.45
Nó 8 0.190393 0.22
Nó 26 0.200799 0.234
Nó 20 0.0758016 0.076
TEMPO 119
Nó 4 0.519233 0.502
Nó 8 0.180705 0.202
Nó 26 0.236236 0.252
Nó 20 0.0790982 0.076
TEMPO 120
Nó 4 0.512755 0.524
Nó 8 0.17151 0.19
Nó 26 0.250583 0.263
Nó 20 0.0855503 0.081
TEMPO 121
Nó 4 0.517922 0.527
Nó 8 0.176089 0.183
Nó 26 0.23755 0.258
Nó 20 0.09433 0.098
TEMPO 122
Nó 4 0.527724 0.517
Nó 8 0.176756 0.178
Nó 26 0.246251 0.264
Nó 20 0.101285 0.102
TEMPO 123
Nó 4 0.524984 0.546
Nó 8 0.167763 0.179
Nó 26 0.233443 0.26
Nó 20 0.0980522 0.113
TEMPO 124
Nó 4 0.537151 0.51
Nó 8 0.172381 0.186
Nó 26 0.221301 0.249
Nó 20 0.0944821 0.103
TEMPO 125
131
Nó 4 0.523936 0.497
Nó 8 0.163609 0.189
Nó 26 0.20979 0.226
Nó 20 0.0922419 0.102
TEMPO 126
Nó 4 0.497641 0.472
Nó 8 0.167111 0.186
Nó 26 0.198878 0.207
Nó 20 0.0850146 0.102
TEMPO 127
Nó 4 0.485116 0.386
Nó 8 0.16953 0.192
Nó 26 0.176726 0.196
Nó 20 0.082915 0.101
TEMPO 128
Nó 4 0.43623 0.37
Nó 8 0.174239 0.213
Nó 26 0.156497 0.208
Nó 20 0.0757291 0.09
TEMPO 129
Nó 4 0.414337 0.398
Nó 8 0.197052 0.219
Nó 26 0.148357 0.217
Nó 20 0.0630709 0.08
TEMPO 130
Nó 4 0.435412 0.396
Nó 8 0.203492 0.205
Nó 26 0.158866 0.227
Nó 20 0.0629057 0.078
TEMPO 131
Nó 4 0.441644 0.422
Nó 8 0.209928 0.196
Nó 26 0.172845 0.233
Nó 20 0.0642826 0.078
TEMPO 132
Nó 4 0.467207 0.486
Nó 8 0.228779 0.183
Nó 26 0.163266 0.214
Nó 20 0.0677957 0.086
TEMPO 133
Nó 4 0.526665 0.486
132
Nó 8 0.228058 0.18
Nó 26 0.154167 0.202
Nó 20 0.0764813 0.096
TEMPO 134
Nó 4 0.590527 0.547
Nó 8 0.216454 0.181
Nó 26 0.157086 0.182
Nó 20 0.0845327 0.07
TEMPO 135
Nó 4 0.592825 0.498
Nó 8 0.216028 0.178
Nó 26 0.148332 0.167
Nó 20 0.0885131 0.088
TEMPO 136
Nó 4 0.584695 0.575
Nó 8 0.215552 0.179
Nó 26 0.152745 0.154
Nó 20 0.0853913 0.086
TEMPO 137
Nó 4 0.608284 0.564
Nó 8 0.204584 0.181
Nó 26 0.144233 0.14
Nó 20 0.077705 0.076
TEMPO 138
Nó 4 0.590446 0.526
Nó 8 0.194174 0.209
Nó 26 0.136195 0.126
Nó 20 0.0725714 0.076
TEMPO 139
Nó 4 0.560813 0.492
Nó 8 0.184294 0.229
Nó 26 0.128606 0.117
Nó 20 0.0751127 0.076
TEMPO 140
Nó 4 0.522387 0.463
Nó 8 0.196976 0.247
Nó 26 0.135651 0.108
Nó 20 0.0745001 0.084
TEMPO 141
Nó 4 0.508846 0.457
Nó 8 0.211105 0.249
133
Nó 26 0.128091 0.098
Nó 20 0.0813818 0.088
TEMPO 142
Nó 4 0.532515 0.505
Nó 8 0.214401 0.258
Nó 26 0.120953 0.091
Nó 20 0.0857636 0.105
TEMPO 143
Nó 4 0.517138 0.443
Nó 8 0.203492 0.25
Nó 26 0.114212 0.085
Nó 20 0.0968304 0.117
TEMPO 144
Nó 4 0.475526 0.443
Nó 8 0.193137 0.234
Nó 26 0.107848 0.078
Nó 20 0.0976278 0.12
134
APÊNDICE C – RESULTADO DA CALIBRAÇÃO VAZAMENTO – REDE HIPOTÉTICA
Arquivo de Rede : Tucciarelli.inp
Avaliação : 1405
Função Objetivo anterior :0.0025907
Função Objetivo :0.000499142
Parâmetros
Expoente do emitter : 1.28311
Rugosidade 1 3.1391
Coeficiente C :1 0.674445
Coeficiente C :2 1.70321
Coeficiente do Emiter :1 0.0909637
Coeficiente do Emiter :2 0.0681422
Coeficiente do Emiter :3 0.0546308
Coeficiente do Emiter :4 0.0264854
Coeficiente do Emiter :5 0.0916325
Coeficiente do Emiter :6 0.0909637
Coeficiente do Emiter :7 0.0869506
Coeficiente do Emiter :8 0.0949768
Coeficiente do Emiter :9 0.0667507
Coeficiente do Emiter :10 0.0519286
Coeficiente do Emiter :11 0.034431
Coeficiente do Emiter :12 0.0769178
Coeficiente do Emiter :13 0
Coeficiente do Emiter :14 0
Coeficiente do Emiter :15 1.98984e-43
Pressão
Simulado Campo
TEMPO 1
Nó 1 42.6108 42.61
Nó 2 47.1411 47.14
135
Nó 3 46.3612 46.36
Nó 6 40.9589 40.96
Nó 11 45.6667 45.67
TEMPO 2
Nó 1 39.3511 39.35
Nó 2 43.5872 43.59
Nó 3 43.3956 43.4
Nó 6 37.9389 37.94
Nó 11 42.3985 42.4
TEMPO 3
Nó 1 27.7076 27.71
Nó 2 30.5233 30.53
Nó 3 33.0196 33.02
Nó 6 27.4272 27.42
Nó 11 30.7177 30.72
Vazão
Simulado Campo
TEMPO 1
Tubulação 23 38.417 38.3764
Tubulação 24 46.0178 46.0101
Tubulação 25 70.2219 70.2744
TEMPO 2
Tubulação 23 46.4757 46.4208
Tubulação 24 52.4905 52.4903
Tubulação 25 79.7131 79.7737
TEMPO 3
Tubulação 23 72.3544 72.2683
Tubulação 24 72.6308 72.6523
Tubulação 25 110.255 110.325
Consumo
Demanda Base Consumo Real Vazamento Consumo Potencial
TEMPO 1
nó 1 36 9.8953 11.2129 21.1082
nó 2 36 9.8953 9.56245 19.4577
nó 3 36 9.8953 7.50404 17.3993
136
nó 4 0 0 3.16757 3.16757
nó 5 0 0 9.92763 9.92763
nó 6 36 9.8953 10.6582 20.5535
nó 7 0 0 11.8115 11.8115
nó 8 0 0 12.0441 12.0441
nó 9 0 0 8.21776 8.21776
nó 10 0 0 7.381 7.381
nó 11 36 9.8953 4.63869 14.534
nó 12 0 0 9.05766 9.05766
nó 13 0 0 0 0
nó 14 0 0 0 0
nó 15 0 0 2.17145e-41 2.17145e-41
Consumo Total da Hora : 154.657
Vazamento da Hora : 105.184
Consumo Real da Hora : 49.4732
Demanda Base : 180
Multiplicador do Consumo Real : 0.274869
Porcentagem de vazamento da hora : 0.68011
TEMPO 2
nó 1 36 16.5879 10.1244 26.7123
nó 2 36 16.5879 8.6475 25.2354
nó 3 36 16.5879 6.89378 23.4816
nó 4 0 0 2.89582 2.89582
137
nó 5 0 0 9.00781 9.00781
nó 6 36 16.5879 9.66061 26.2485
nó 7 0 0 10.8311 10.8311
nó 8 0 0 11.0579 11.0579
nó 9 0 0 7.41747 7.41747
nó 10 0 0 6.74755 6.74755
nó 11 36 16.5879 4.21712 20.805
nó 12 0 0 8.23966 8.23966
nó 13 0 0 0 0
nó 14 0 0 0 0
nó 15 0 0 1.97569e-41 1.97569e-41
Consumo Total da Hora : 178.679
Vazamento da Hora : 95.7407
Consumo Real da Hora : 82.9386
Demanda Base : 180
Multiplicador do Consumo Real : 0.460774
Porcentagem de vazamento da hora : 0.535824
TEMPO 3
nó 1 36 38.1815 6.45472 44.6362
nó 2 36 38.1815 5.47468 43.6562
nó 3 36 38.1815 4.85496 43.0365
nó 4 0 0 2.00938 2.00938
nó 5 0 0 6.0277 6.0277
138
nó 6 36 38.1815 6.37103 44.5526
nó 7 0 0 7.60449 7.60449
nó 8 0 0 7.84405 7.84405
nó 9 0 0 4.71953 4.71953
nó 10 0 0 4.61781 4.61781
nó 11 36 38.1815 2.78888 40.9704
nó 12 0 0 5.5707 5.5707
nó 13 0 0 0 0
nó 14 0 0 0 0
nó 15 0 0 1.34314e-41 1.34314e-41
Consumo Total da Hora : 255.24
Vazamento da Hora : 64.3379
Consumo Real da Hora : 190.903
Demanda Base : 180
Multiplicador do Consumo Real : 1.0606
Porcentagem de vazamento da hora : 0.252068
139
APÊNDICE D RESULTADO DA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE REDE
HIPOTÉTICA
Arquivo de Rede : Tucciarellicvc.inp
Avaliação : 12236
Função Objetivo anterior :0.00539255
Função Objetivo :0.0051944
Parâmetros
ORDER BULK : 1
ORDER WALL : 1
Roughness Correlation : 0
Limiting Potential : 0
Kbulk1 -1.24909
Kbulk2 -1.82065
Kbulk3 -0.382678
Kwall1 -0.428998
Kwall2 -0.339718
Kwall3 -0.280923
Concentração
Simulado Campo
TEMPO 25
Nó 2 0.429724 0.4322
Nó 6 0.610748 0.6085
Nó 3 0.359636 0.359
Nó 11 0.302847 0.3017
TEMPO 26
Nó 2 0.434076 0.4362
Nó 6 0.565866 0.5645
Nó 3 0.374981 0.3745
Nó 11 0.336085 0.3361
TEMPO 27
140
Nó 2 0.435688 0.4382
Nó 6 0.583327 0.5818
Nó 3 0.372543 0.3713
Nó 11 0.32219 0.3188
TEMPO 28
Nó 2 0.408995 0.4118
Nó 6 0.568922 0.5689
Nó 3 0.354983 0.3525
Nó 11 0.31555 0.3216
TEMPO 29
Nó 2 0.406585 0.4092
Nó 6 0.544886 0.5458
Nó 3 0.358359 0.3564
Nó 11 0.316476 0.3208
TEMPO 30
Nó 2 0.423291 0.4254
Nó 6 0.566375 0.5648
Nó 3 0.363128 0.3599
Nó 11 0.31422 0.3072
TEMPO 31
Nó 2 0.437508 0.4389
Nó 6 0.597349 0.5958
Nó 3 0.357389 0.3569
Nó 11 0.29751 0.2897
TEMPO 32
Nó 2 0.498333 0.5003
Nó 6 0.632736 0.6313
Nó 3 0.445348 0.4446
Nó 11 0.370947 0.3713
TEMPO 33
Nó 2 0.51839 0.5216
Nó 6 0.699228 0.6974
Nó 3 0.429701 0.429
Nó 11 0.36196 0.3624
TEMPO 34
Nó 2 0.5581 0.5597
Nó 6 0.730642 0.7287
Nó 3 0.443261 0.4426
Nó 11 0.359639 0.3599
TEMPO 35
Nó 2 0.538539 0.5417
141
Nó 6 0.72396 0.7221
Nó 3 0.426796 0.426
Nó 11 0.356985 0.3573
TEMPO 36
Nó 2 0.516798 0.5194
Nó 6 0.701382 0.6986
Nó 3 0.418682 0.4182
Nó 11 0.347251 0.3476
TEMPO 37
Nó 2 0.504152 0.5055
Nó 6 0.677086 0.6747
Nó 3 0.414323 0.4138
Nó 11 0.353314 0.3537
TEMPO 38
Nó 2 0.472934 0.4751
Nó 6 0.611985 0.6103
Nó 3 0.400707 0.4
Nó 11 0.332355 0.3326
TEMPO 39
Nó 2 0.45256 0.4554
Nó 6 0.622191 0.6202
Nó 3 0.360178 0.3597
Nó 11 0.302406 0.3026
TEMPO 40
Nó 2 0.421738 0.4261
Nó 6 0.606792 0.6043
Nó 3 0.351244 0.3507
Nó 11 0.29194 0.2919
TEMPO 41
Nó 2 0.406649 0.4075
Nó 6 0.577573 0.5749
Nó 3 0.329998 0.3295
Nó 11 0.270924 0.2709
TEMPO 42
Nó 2 0.378163 0.3814
Nó 6 0.578768 0.5768
Nó 3 0.302923 0.3024
Nó 11 0.26804 0.2678
TEMPO 43
Nó 2 0.399431 0.4032
Nó 6 0.649418 0.6463
142
Nó 3 0.303753 0.3032
Nó 11 0.27113 0.2709
TEMPO 44
Nó 2 0.424894 0.4275
Nó 6 0.626142 0.6238
Nó 3 0.363291 0.3627
Nó 11 0.318323 0.3185
TEMPO 45
Nó 2 0.466763 0.4692
Nó 6 0.619039 0.6169
Nó 3 0.391025 0.3866
Nó 11 0.326283 0.3211
TEMPO 46
Nó 2 0.490895 0.4931
Nó 6 0.63666 0.6352
Nó 3 0.395255 0.3957
Nó 11 0.321995 0.3152
TEMPO 47
Nó 2 0.480785 0.4825
Nó 6 0.632466 0.6308
Nó 3 0.386205 0.3834
Nó 11 0.3205 0.3202
TEMPO 48
Nó 2 0.484251 0.4856
Nó 6 0.694426 0.6926
Nó 3 0.370684 0.3702
Nó 11 0.303247 0.3037
TEMPO 49
Nó 2 0.463042 0.4649
Nó 6 0.601343 0.5997
Nó 3 0.381768 0.3811
Nó 11 0.327921 0.3286
TEMPO 50
Nó 2 0.422146 0.4246
Nó 6 0.564871 0.5631
Nó 3 0.370467 0.37
Nó 11 0.333319 0.3335
TEMPO 51
Nó 2 0.425496 0.4281
Nó 6 0.575267 0.5734
Nó 3 0.363195 0.3626
143
Nó 11 0.318607 0.3188
TEMPO 52
Nó 2 0.413952 0.4166
Nó 6 0.565496 0.5641
Nó 3 0.357702 0.3572
Nó 11 0.317673 0.3179
TEMPO 53
Nó 2 0.403277 0.4022
Nó 6 0.547587 0.5457
Nó 3 0.355901 0.3554
Nó 11 0.308207 0.3082
TEMPO 54
Nó 2 0.422681 0.4258
Nó 6 0.565779 0.5642
Nó 3 0.359269 0.3588
Nó 11 0.315605 0.3157
TEMPO 55
Nó 2 0.445404 0.4474
Nó 6 0.600551 0.599
Nó 3 0.36344 0.3628
Nó 11 0.309688 0.3102
TEMPO 56
Nó 2 0.430146 0.4331
Nó 6 0.618178 0.6156
Nó 3 0.360593 0.36
Nó 11 0.303074 0.3018
TEMPO 57
Nó 2 0.466927 0.4683
Nó 6 0.679459 0.6765
Nó 3 0.402208 0.4015
Nó 11 0.342061 0.3418
TEMPO 58
Nó 2 0.53939 0.5418
Nó 6 0.726466 0.7245
Nó 3 0.446899 0.4462
Nó 11 0.352786 0.3532
TEMPO 59
Nó 2 0.586004 0.5871
Nó 6 0.739065 0.7376
Nó 3 0.452903 0.4552
Nó 11 0.382792 0.3831
144
TEMPO 60
Nó 2 0.518974 0.5227
Nó 6 0.706374 0.7038
Nó 3 0.419803 0.4145
Nó 11 0.349812 0.35
TEMPO 61
Nó 2 0.490598 0.4933
Nó 6 0.678189 0.6768
Nó 3 0.40371 0.4031
Nó 11 0.341063 0.3412
TEMPO 62
Nó 2 0.438044 0.4394
Nó 6 0.620018 0.6176
Nó 3 0.37334 0.3727
Nó 11 0.327719 0.3277
TEMPO 63
Nó 2 0.471194 0.4729
Nó 6 0.626983 0.6253
Nó 3 0.375435 0.375
Nó 11 0.313902 0.3143
TEMPO 64
Nó 2 0.421145 0.4237
Nó 6 0.611254 0.6085
Nó 3 0.351366 0.3508
Nó 11 0.290464 0.2903
TEMPO 65
Nó 2 0.3855 0.3891
Nó 6 0.601184 0.5974
Nó 3 0.304509 0.3041
Nó 11 0.267006 0.2668
TEMPO 66
Nó 2 0.392406 0.394
Nó 6 0.57476 0.5725
Nó 3 0.312672 0.3121
Nó 11 0.266786 0.2666
TEMPO 67
Nó 2 0.366124 0.369
Nó 6 0.665298 0.6613
Nó 3 0.2938 0.2933
Nó 11 0.264756 0.2646
TEMPO 68
145
Nó 2 0.412376 0.413
Nó 6 0.629652 0.6269
Nó 3 0.353881 0.3532
Nó 11 0.311738 0.3115
TEMPO 69
Nó 2 0.466301 0.4684
Nó 6 0.618602 0.6165
Nó 3 0.390788 0.3903
Nó 11 0.325324 0.3257
TEMPO 70
Nó 2 0.493603 0.4957
Nó 6 0.637705 0.6361
Nó 3 0.395976 0.3932
Nó 11 0.322264 0.3225
TEMPO 71
Nó 2 0.469506 0.4719
Nó 6 0.625002 0.6229
Nó 3 0.378867 0.3782
Nó 11 0.309425 0.3098
TEMPO 72
Nó 2 0.491751 0.4941
Nó 6 0.698638 0.6968
Nó 3 0.376081 0.3754
Nó 11 0.316167 0.317
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