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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CÂMPUS BOTUCATU
Colina em rações para tilápia do Nilo: desempenho produtivo e respostas
hematológicas antes e após o estímulo a frio
ADEMIR CALVO FERNANDES JUNIOR
Trabalho apresentado ao Programa de
Pós-graduação em Zootecnia como parte
das exigências para obtenção do título de
Mestre
BOTUCATU – SP
JULHO – 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CÂMPUS BOTUCATU
Colina em rações para tilápia do Nilo: desempenho produtivo e respostas
hematológicas antes e após o estímulo a frio
ADEMIR CALVO FERNANDES JUNIOR
Zootecnista
ORIENTADORA: Prof. Dra. MARGARIDA MARIA BARROS
Trabalho apresentado ao Programa de
Pós-graduação em Zootecnia como parte
das exigências para obtenção do título de
Mestre.
BOTUCATU – SP
JULHO – 2008
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ii
iii
Dedicatória
Aos meus pais
Ademir Calvo Fernandes e Janil Francisca dos Santos Fernandes
Agradeço pelo carinho, amor, ensinamentos, educação e lições de vida...
Minha eterna gratidão.
Ao meu irmão Bruno
Agradeço pela amizade e companhia durante todos esses anos...
Aos meus avós
Aristides e Benedicta ; José (Seu Zeíco) e Iranil
Agradeço pelo aprendizado e exemplo...
Aos meus tios , tias e primos por parte de pai e mãe
Agradeço pelos conselhos, amizade e carinho...
Amo todos vocês
iv
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora e amiga, Profª. Dra. Margarida Maria Barros, pela dedicação,
incentivo, confiança, ensinamentos, amizade e paciência;
Ao Professor e amigo Dr. Luiz Edivaldo Pezzato, pelos ensinamentos, confiança,
amizade e sabedoria;
À Mogiana alimentos pelo fornecimento de suplemento mineral e vitamínico;
À toda equipe do Laboratório de Nutrição de Peixes – AquaNutri; Igo Gomes
Guimarães, Vivian Gomes dos Santos, Dario Rocha Falcon, Hamilton Hisano, Blanca
Stella Pardo Gamboa, Luis Gabriel Quinteiro, André Bordignhon, Fernando Kojima
Nakagome, João Fernando Albers Kock, Caroline Pelegrina Teixeira, Daniel Magalhães
de Araújo, Rosângela do Nacimento Fernandes, Graciela Pessoa Martins, Marta Ariana
Valentin Luzia e Altevir Signor, pela amizade, ajuda, união e respeito. Obrigado pela
convivência;
Ao Professor Dr. Carlo Rossi Del Carratore, pelos ensinamentos, confiança e
amizade adquirida na graduação;
À minha namorada Natália Cavalheiro Braz, pelo companheirismo, incentivo,
paciência e carinho;
Ao professor Carlos Roberto Padovani, Departamento de Bioestatística, pelo
auxílio na realização das análises estatísticas;
Aos professores e funcionários do Departamento de Melhoramento e Nutrição
Animal pelo auxílio e amizade;
Aos funcionários da seção de Pós-graduação da FMVZ, Posto de Serviço
Lageado, Seila Cristina Cassineli Vieira e Danilo pela atenção e auxílios;
v
À Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ/UNESP, Botucatu,
pelo privilégio em realizar o Mestrado em Zootecnia nesta instituição;
Aos funcionários do Laboratório de Bromatologia, Renato e Elaine, muito
obrigado pelo espaço cedido e amizade;
A todos que de alguma forma colaboraram com esse trabalho
MUITO OBRIGADO...
vi
SUMÁRIO
PÁGINA
CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................. 01
Funções e exigências nutricionais da colina.............................................................. 02
Biossíntese de fosfatidilcolina................................................................................... 04
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 11
Figura 1. Composição química da etanolamina, colina, serina e glicerol................. 03
Figura 2. Composição química da fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina e
fosfatidilcolina ou lecitina.......................................................................... 04
Figura 3: Biossíntese de fosfatidilcolina ................................................................... 05
CAPÍTULO II
DESEMPENHO PRODUTIVO DE TILÁPIA DO NILO ARRAÇOADA COM
DIETAS SUPLEMENTADAS COM NÍVEIS CRESCENTES DE COLINA......... 15
Resumo .................................................................................................................... 16
Abstract .................................................................................................................... 17
Introdução.................................................................................................................. 18
Material e métodos .................................................................................................... 19
Resultados.................................................................................................................. 20
Discussão................................................................................................................... 21
Conclusões................................................................................................................. 22
Referências bibliográficas ......................................................................................... 23
Tabela 1. Composição percentual dos ingredientes da dieta e químico-
bromatológica das dietas experimentais..................................................... 25
Tabela 2. Valores médios e desvios padrões para ganho de peso do peixe por
tratamento, (GPPT), consumo aparente da dieta por peixe (CADP) e
ganho de peso diário por peixe (GPDP) e valores de mediana e semi-
amplitude total para conversão alimentar aparente (CAA) e
sobrevivência (SBV) de juvenis de tilápia do Nilo arraçoados com dietas
suplementadas com níveis crescentes de colina durante 109 dias.............. 26
Tabela 3. Valores de mediana e semi-amplitude total do extrato etéreo do fígado
(EEFO) e filé (EEFE) (% na matéria natural) e valores de média e desvio
vii
padrão para índice hepatossomático (IHS) e lipídeos no plasma em
mg/ml (LPP)............................................................................................... 26
CAPÍTULO III
RESPOSTA HEMÁTICA DA TILÁPIA DO NILO ALIMENTADA COM
DIETAS SUPLEMENTADAS COM NÍVEIS CRESCENTES DE COLINA E
SUBMETIDA A ESTÍMULO POR BAIXA TEMPERATURA.............................. 27
Resumo .................................................................................................................... 28
Abstract .................................................................................................................... 29
Introdução.................................................................................................................. 30
Material e métodos .................................................................................................... 31
Resultados.................................................................................................................. 33
Discussão................................................................................................................... 34
Conclusões................................................................................................................. 37
Referências bibliográficas ......................................................................................... 38
Tabela 1. Composição percentual dos ingredientes da dieta e químico-
Bromatológica das dietas experimentais.................................................... 40
Tabela 2. Média e desvio padrão do número de eritrócitos (Erit), porcentagem de
hematócrito (Htc), taxa de hemoglobina (Hb), volume corpuscular médio
(VCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) de
alevinos de tilápia do Nilo alimentadas com dietas suplementadas com
níveis crescentes de colina e submetidos a estímulo pelo frio ................... 41
Tabela 3. Mediana e semi-amplitude de leucócitos totais (Leuc) e média e desvio
padrão do número de proteína plasmática total de alevinos de tilápia do
Nilo alimentadas com dietas suplementadas com níveis crescentes de
colina e submetidos a estímulo pelo frio.................................................... 42
Tabela 4. Média e desvio padrão do número de linfócitos (Linf) e mediana e semi-
amplitude de monócitos (Mon) e neutrófilos (Neut) de juvenil de tilápia
do Nilo alimentadas com dietas suplementadas com níveis crescentes de
colina e submetidos a estímulo pelo frio.................................................... 43
CAPÍTULO IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 44
1
CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Funções e exigências nutricionais da colina
A colina é considerada substância essencial para o organismo animal e é utilizada
para regulação dos processos metabólicos, como manutenção das células estruturais,
formação da lecitina, sendo responsável pelo transporte de lipídeos e formação das
membranas. É também necessária para síntese de acetilcolina, um importante
neurotransmissor. Outra função é a liberação de radicais metil, para reações de
metilação, participando do processo de formação da metionina (McDowell, 1989;
Halver, 1989). Visto este efeito, Tsiagbe et al. (1992) constataram que a colina pode ser
substituída e substituir parcialmente a metionina nas rações de aves de postura, sem
prejudicar a produção e qualidade dos ovos.
A forma mais comum de se encontrar a colina é em cloreto de colina, com cerca de
60,0 a 70,0% de colina disponível. Esta é estável ao calor, fato comprovado por Aburto
et al. (1998), sendo que após o processo de extração do óleo e obtenção do farelo de
soja o nível de colina presente se manteve; e também é estável em meio ácido,
entretanto, em meio alcalino é destruída (Halver, 1989).
A colina é indispensável para o ótimo crescimento dos peixes e previne o fígado
gordo (Ketola, 1976; Halver, 1989). Os animais conseguem sintetizar essa substância,
porém são produzidas em quantidades insuficientes para atender à exigência, sendo
necessária sua inclusão na dieta.
A exigência de colina pode ser afetada por alguns fatores, como por exemplo: a
concentração de metionina, betaína, inositol, ácido fólico e vitamina B
12
,
ou a
combinação de diferentes níveis e composição da gordura, carboidratos e proteínas,
além da espécie, sexo e idade. Tudo isso deve ser considerado, pois influencia sua
exigência e ação lipotrófica (Mookerjea, 1971). A sua deficiência nos animais pode ser
medida pelo sangue no qual se observa diminuição do número de eritrócitos, queda na
porcentagem de hematócrito e na taxa de hemoglobina, além de aumentar a infiltração
de gordura no fígado e rins (Lewis & Southern, 2001). A deficiência de colina piora a
conversão alimentar e o crescimento dos peixes, além de causar hemorragia no
intestino. Entretanto, dietas ricas em farelos de trigo, soja e leguminosas, não
determinaram sinais de deficiência uma vez que esses ingredientes são ricos em colina
3
(níveis acima de 200,0 mg de colina por 100,0 gramas de ingredientes, já são
considerados ricos) (Halver, 1989).
Segundo Devlin (2000), a colina faz parte da formação de fosfolipídeos, sendo estes
lipídeos polares, iônicos, compostos por 1,2-diacilglicerol e uma ponte fosfodiéster que
liga o esqueleto do glicerol a uma base, geralmente nitrogenada, como colina, serina ou
etanolamina (Figura 1). Os fosfolipídeos mais abundantes nos tecidos são a
fosfatidilcolina (também chamada de lecitina), fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina
(Figura 2).
Figura 1: Composição química da etanolamina, colina, serina e glicerol (Devlin, 2000).
4
Figura 2: Composição química da fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina e
fosfatidilcolina ou lecitina (Devlin, 2000).
Em pH fisiológico, a fosfatidilcolina e fosfatidiletanalamina não têm carga líquida e
existem como zwitterions, enquanto que a fosfatidilserina tem carga líquida de -1,
sendo, portanto, um fosfolipídeo acídico. Fosfatidiletanolamina (PE) está relacionada
com a fosfatidilcolina, pois a trimetilação de PE produz lecitina. A maioria dos
fosfolipídeos contém mais de um tipo de ácido graxo por molécula, de maneira que
classe de fosfolipídeos de qualquer tecido, representa uma família de espécies
moleculares. Fosfotidilcolina (PC) contém principalmente ácido palmítico (16:0) ou
ácido esteárico (18:0) na posição sn-1 e, primeiramente, os ácidos graxos insaturados de
18 carbonos oléicos, linoléico ou linolênico, na posição sn-2. Fosfatidiletanolamina tem
os mesmos ácidos graxos insaturados que PC na posição sn-1, mas contém mais dos
ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa especificamente, 18:2, 20:4 e 22:6 na
posição sn-2 (Devlin, 2000).
Biossíntese de fosfatidilcolina
Segundo Devlin (2000) a principal via para biossíntese de fosfatidilcolina (lecitina)
envolve a conversão seqüencial de colina em fosfocolina, citidina-difosfato (CDP-
colina) e fosfatidilcolina. Nessa via, o grupo da cabeça polar da fosfocolina é ativado
usando citidina trifosfato (CTP), de acordo com as seguintes reações: a colina livre,
necessidade dietética da maioria dos mamíferos, incluindo o homem, é primeiro
fosforilada por ATP, pela colina quinase resultando em fosfocolina que é convertida em
CDP-colina, às custas de CTP, na reação catalisada por fosfocolina citidililtransferase.
A ligação pirofosforil de alta energia da CDP-colina é muito instável e reativa, de modo
que a porção fosfocolina pode ser transferida facilmente para o centro nucleofílico
fornecido pelo grupo OH da posição 3 do 1,2-diacilglicerol, pela colina fosfotransferase.
Segundo Devlin (2000), a etapa limitante da velocidade da biossíntese de
fosfatidilcolina é a reação da citidililtransferase, que forma CDP-colina. Essa enzima é
regulada por um mecanismo notável, envolvendo a troca de enzima entre o citosol e o
retículo endoplasmático. A forma citosólica da citidililtransferase é inativa e parece
funcionar como reservatório da enzima; a ligação da enzima à membrana resulta em
ativação. O deslocamento da citidililtransferase do citosol para o retículo
endoplasmático é regulado por cAMP e acil graxo-CoA. Fosforilação reversível da
5
enzima por uma quinase dependente de cAMP faz com que ela seja liberada da
membrana, ficando inativa. Subseqüente desfosforilação fará a citidililtransferase se
ligar novamente à membrana e se tornar ativa. Acil graxo-CoAs ativam a enzima por
promoverem sua ligação ao retículo endoplasmático (Figura 3).
Figura 3: Biossíntese de fosfatidilcolina (Leninger et al., 2000).
Somente no fígado, a fosfatidilcolina é formada por metilação repetida de
fosfatidiletanolamina. Fosfatidiletanolamina N-metiltransferase do retículo
endoplasmático catalisa a transferência de grupos metil, um de cada vez, de S-
adenosilmetionina (AdoMet) para fosfatidiletanolamina, produzindo fosfatidilcolina.
Ainda é desconhecido se uma ou mais enzimas estão envolvidas nessas transferências
de metil. Segundo Kanazawa et al. (1985) e Poston (1990b), entre os fosfolipídeos, o
que demonstra melhor efeito de crescimento é a fosfatidilcolina. Já Takeuchi et al.
(1992) e Kanazawa (1993) demonstraram que a fosfatidiletanolamina tem efeito pior em
relação aos demais fosfolipídeos.
6
Os fosfolipídeos têm função detergente (emulsificante) nos lipídeos, especialmente a
fosfatidilcolina, que desempenham papel importante na bile, que atuam na solubilização
do colesterol. Um defeito na produção de fosfolipídeos e em sua secreção na bile pode
resultar em formação de cálculos de colesterol e de pigmentos biliares. Fosfoinositol e
fosfotidilcolina também funcionam como fonte de ácido araquidônico para síntese de
prostaglandinas, tromboxanos, leucotrienos e compostos relacionados.
Segundo Devlin (2000) os lipídeos são importantes componentes das membranas,
sendo os três principais: glicerofosfolipídeos, esfingolipídeos e colesterol. Os
glicerofosfolipídeos (fosfoglicerídeos) são os lipídeos mais abundantes nas membranas.
Estes têm uma molécula de glicerol com um fosfato esterificado no carbono alfa e dois
ácidos graxos de cadeia longa, esterificados nos átomos de carbono remanescentes.
Glicerol não tem carbono assimétrico, mas os átomos de carbono alfa não são
estequiometricamente idênticos. A esterificação de fosfato a um carbono alfa torna a
molécula assimétrica. Os glicerofosfolipídeos de ocorrência natural são designados pelo
sistema de numeração estereoespecífica (sn).
O 1,2-diacilglicerol 3-fosfato ou ácido fosfatídico é o composto que dá origem a
uma série de glicerofosfolipídeos sendo que diferentes compostos contendo hidroxilas,
alguns dos quais polares, são esterificados ao fosfato. Os principais compostos ligados
por uma ponte fosfodiéster ao glicerol são colina, etanolamina, serina, glicerol e
inositol. Fosfotidiletanolamina ou cefalina e fosfatidilcolina (colina glicerofosfolipídeos
ou lecitina) são os glicerofosfolipídeos mais comuns em membranas (Devlin, 2000).
Observa-se que a colina apresenta respostas importantes para saúde e
desenvolvimento animal. Isso pode ser evidenciado em diversas pesquisas com peixes e
outros animais.
O fornecimento insuficiente de colina pode acarretar acúmulo de gordura no fígado
e outras disfunções orgânicas (Osol et al., 1982). A deficiência de colina em carpa
comum (Cyprinus carpio) não alterou o crescimento, mas demonstrou aumento de
10,0% na concentração de lipídeo no fígado (Ogino et al., 1970). Segundo Woodward,
(1994), a exigência nutricional de colina para salmonídeos pode variar de 430,0 a
4050,0 mg/kg, em Esturjão branco (Acipenser transmontanus) podem variar de 1700,0 a
3200,0 mg/kg. Entretanto o autor cita que essas exigências devem ser melhor estudadas
já que o exigência de colina está ligada a várias outras vitaminas e metionina. Shils et al.
(2003) enfatizaram que a metionina pode substituir a colina somente quando a
fosfatidiletanolamina-N-metiltransferase for totalmente ativa. Já em camarão
7
(Marsupenaeus japonicus), Teshima et al. (1993) determinaram que a exigência de
colina varia de 0,06% até 0,30% da dieta. Em estudo realizado por Michael et al. (2006)
com juvenis de camarão compararam o efeito da colina e metionina como doadores de
radical metil, e observaram que quando a metionina está deficiente na dieta, o nível de
0,12% de cloreto de colina equiparou-se em ganho de peso e sobrevivência com os
dados obtidos com 1,50% de metionina e 0,06% de cloreto de colina, com isso quando a
dieta está deficiente de metionina é preciso maior teor de colina para suprir a exigência
de radicais metil.
A exigência de colina do bagre do canal (Ictalurus punctatus) pode ser aumentada
quando não se tem excesso de metionina. Usando-se 0,39% de metionina e 400,0 mg de
colina/kg de ração, obteve-se melhores resultados de desempenho, além de apresentar
melhor estado do fígado; na medida em que o nível de colina foi aumentando, a
concentração de lipídeos no fígado diminuiu (Wilson & Poe, 1988). Ocorreu o mesmo
com o fígado das carpas, aumentando concentração de colina, diminuiu a concentração
de lipídeos no fígado (Ogino et al., 1970).
Craig & Gatlin III (1996) determinaram que para “Red drum” (Sciennops ocellatus)
a exigência de colina varia de 330,0 a 676,0 mg/kg. Craig & Gatlin III (1997), testaram
com essa mesma espécie, níveis de colina e lecitina, 0 e 4% da dieta para lecitina e 0,0;
3000,0 e 6000,0 mg de colina/kg de ração, e os que tiveram melhores resultados foram a
utilização de 4% de lecitina sem a inclusão de colina. Isso se deveu à presença de
farinha de peixe na composição da dieta, sendo esta excelente fonte de colina; mas
quando suplementado por 3000,0 mg de colina/kg de dieta, houve menor concentração
de lipídeos no fígado e maior concentração no músculo.
Griffin et al. (1994) demonstraram que o híbrido do “Striped bass” (Morone
saxatilis x M. chrysops) tive melhor desempenho quando alimentados com dietas
suplementadas com 500,0 mg de cloreto de colina/kg de ração. Sealey et al. (2001)
trabalhando com larvas dessa mesma espécie, testaram níveis de colesterol e de lecitina
de soja variando de 0,0 a 60,0 gramas dos dois ingredientes por quilo de ração. O
resultado mostrou que nenhum dos níveis de inclusão foi benéfico ao crescimento do
peixe, concluindo que na fase de larva essa espécie tem habilidade de sintetizar esses
componentes.
Segundo Viera et al. (2001) 375,0 mg de cloreto de colina/kg de ração, são
suficientes para atender às exigências de alevinos de tilápias do Nilo (Oreochromis
niloticus). Nesta pesquisa demonstraram que a betaína não determinou o mesmo
8
desempenho que a colina, não sendo possível sua substituição. Entretanto, segundo
Kasper et al. (2002), para tilápia a betaína pode substituir a colina, sem prejudicar o
crescimento; com melhor resultado na proporção de 10:90, colina e betaína
respectivamente, sendo 300,0 mg de colina/kg de ração e 2,24 gramas de betaína/kg de
ração. Kasper et al. (2000) avaliaram a interação de metionina e colina também para
tilápia, obtiveram o melhor resultado de ganho de peso e sobrevivência para 0,5 gramas
de aminoácidos sulfurados totais (AAS)/100g de dieta e 3,0 gramas de colina/kg de
ração. Quando utilizou 0,5 g de AAS/100g de dieta e 4,0 gramas de colina/kg de ração
houve prejuízo no crescimento e aumento na mortalidade. Segundo os autores o nível de
4,0 gramas de colina/kg de dieta está próximo do que se considera letal, concluindo que
o uso de colina é necessário somente caso a metionina não esteja em excesso.
Foi demonstrado por Poston (1990a) que larvas de truta arco-íris (Oncorhynchus
mykiss) arraçoadas com rações suplementadas com colina, apresentaram melhor
crescimento em comparação às larvas arraçoadas com rações não suplementadas. O
mesmo foi observado por Rumsey (1991), quando alevinos da mesma espécie com 1,4
gramas revelaram exigência de colina de 813,0 mg/kg de ração e peixes com 3,2 gramas
de 774,0 mg/kg de dieta. Avaliou, ainda, a inclusão de betaína em substituição à colina,
porém a substituição não melhorou o desempenho dos peixes. Em pesquisa realizada
com a truta arco-íris, utilizando proteína isolada de soja como base da dieta, incluindo
nas quantidades de 0,0 ; 2,0; 4,0; 6,0; e 8,0 %, Poston (1991b), comparou o uso de
colina e lecitina de soja e o resultado que se mostrou superior foi nos peixes
alimentados com maiores teores de lecitina de soja, apesar de testar somente 300,0 mg
de colina/kg de ração, nível aquém da exigência de trutas.
Segundo Twibell & Brown (2000), a colina é essencial quando as concentrações de
aminoácidos sulfurados não estão em excesso em relação à exigência. A exigência de
colina para juvenis de yellow perch (Perca flavescens) com 16,0 gramas de peso vivo
está entre 598,0 a 634,0 mg de colina/kg de ração e a melhor fonte foi o cloreto de
colina. Nessa mesma pesquisa utilizaram lecitina em comparação com a colina e
observaram que a inclusão de lecitina não melhorou o desempenho dos peixes.
Hung & Berge (1997) constataram que para o salmão do Atlântico (Salmo salar)
880,0 mg de colina/kg de ração e a inclusão de 30,0 g/kg de lecitina, propiciou efeito
benéfico na digestibilidade dos nutrientes. Resultados satisfatórios foram observados
por Hung & Lutes (1988), trabalhando com o esturjão branco, quando compararam o
desempenho produtivo, utilizando 8,0 g de lecitina de soja ou 800,0 mg de cloreto de
9
colina como fonte de colina em dietas purificadas sendo o melhor resultado de
desempenho com o cloreto de colina. Poston (1991a), trabalhando com salmão do
Atlântico, avaliou a interação entre lecitina e colina, e os melhores resultados para
ganho de peso foram de 6,0% de lecitina e 0,3% de colina na dieta, utilizando a lecitina
sem problemas. Resultados semelhantes foram encontrados por Hung & Berge (1997)
para a mesma espécie.
Segundo Shiau & Lo (2000), juvenis do híbrido de tilápias (Oreochromis niloticus
x. O. aureus) tiveram melhor desempenho quando alimentados com dietas contendo
880,0 a 920,0 mg/kg de colina na ração. A exigência descrita de colina para os peixes
varia de 50,0 mg/kg de ração para larvas de truta arco-íris (Poston, 1991c) até 3400,0
mg/kg de ração para esturjão branco (Hung, 1989).
Estudos demonstraram que a vitamina B
12
e o ácido fólico reduzem a exigência de
colina em frangos de corte e ratos (Welch & Couch, 1955), sendo estas vitaminas
necessárias para síntese de grupo metil. Isso pôde ser comprovado no trabalho realizado
por Ryu et al. (1997), sendo que aves de postura alimentadas com rações à base de
farelo de soja e milho, contendo 23,0% de proteína bruta e 750,0 mg/kg de colina
contida nos ingredientes, não apresentaram sinais clínicos de deficiência, mas quando se
adicionou 500,0 mg de colina/kg de ração, totalizando 1250,0 mg/kg, diminuiu a
exigência do ácido fólico de 1,3 mg/kg para 1,2 mg/kg.
Para suínos jovens, estudos demonstraram que a suplementação de colina trouxe
benefícios. Para animais adultos, a colina aumenta o número da leitegada e faz com que
as fêmeas permaneçam por mais tempo em reprodução (Cunha, 1977). Matthews et al.
(1988), trabalhando com suínos em terminação, utilizaram a betaína na ração (0,125%)
e não constataram melhora nos índices zootécnicos, a não ser no rendimento de carcaça.
Em pesquisa com leitões, a utilização de citrato de colina melhorou o perfil
hematológico, comparado com o uso de metionina e sulfato (Lovett et al., 1986).
Russett et al. (1979) testaram a interação de metionina e colina em dietas para leitões, e
sugeriram que a suplementação de colina deverá ser feita somente quando a dieta estiver
com 11,0% de proteína bruta; 0,13% de cistina e 0,32% de metionina na dieta.
Em leitões, pesquisas demonstraram resultados semelhantes quando da avaliação da
interação entre metionina, treonina e colina e, metionina e treonina. Os autores
observaram que a ação da suplementação de colina foi observada somente quando a
quantidade de metionina estava insuficiente na dieta (Kroening & Pond, 1967). Estes
resultados foram igualmente descritos para ratos; para esses animais dietas sem colina
10
determinaram teor de gordura no fígado maior em relação aos animais alimentados com
dietas suplementadas com colina (Kroening & Pond, op. cit.).
Para gatos jovens 0,10% de colina determinou desempenho semelhante ao 0,37% de
metionina, indicando que a colina é capaz de sintetizar metionina. Entretanto, quando
foi adicionado 2-amino-2metil-1propanol (AMP) (inibidor de síntese de colina), a
suplementação de colina obteve resultado melhor em relação à suplementação de
metionina e o uso de colina diminuiu a concentração de gordura no fígado, sendo o uso
de 0,10% de colina que determinou ótimo crescimento (Anderson et al., 1979). Em
coelhos a exigência de colina está na faixa de 0,13% na dieta para crescimento, com
prevenção de cirrose hepática e necrose renal (Hove et al., 1954).
Com base nessas informações, este estudo está apresentado em dois capítulos
intitulados:
Capítulo II – “Desempenho produtivo da tilápia do Nilo arraçoada com dietas
suplementadas com níveis crescentes de colina” objetivando caracterizar os efeitos dos
níveis de suplementação de colina por meio do desempenho produtivo (ganho de peso,
conversão alimentar aparente, porcentagem de sobrevivência, índice hepatossomático,
extrato etéreo no filé e fígado e lipídeos totais no plasma). A redação deste capítulo foi
realizada de acordo com as normas de publicação da revista Journal of Applied
Aquaculture.
Capítulo III – “Resposta hemática da tilápia do Nilo alimentada com dietas
suplementadas com níveis crescentes de colina e submetida a estímulo por baixa
temperatura” objetivando caracterizar os efeitos dos níveis de suplementação de colina
por meio de parâmetros hematológicos (hemograma e leucograma), antes e após o
estimulo a frio. A redação deste capítulo foi realizada de acordo com as normas de
publicação da revista Aquaculture.
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABURTO, A., VAZQUEZ, M., DALE, N.M. Strategies for utilizing overprocessed
soybean meal: I. Amino acid supplementation, choline content, and metabolizable
energy, Journal Applied Poultry, v. 7, p. 189-195, 1998.
ANDERSON, P.A., BAKER, D.H., SHERRY, P.A., CORDIN, J.E. Choline-methionine
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15
CAPÍTULO II
DESEMPENHO PRODUTIVO DE TILÁPIA DO NILO ARRAÇOADA COM
DIETAS SUPLEMENTADAS COM NÍVEIS CRESCENTES DE COLINA
16
Desempenho produtivo de tilápia do Nilo arraçoada com dietas suplementadas
com níveis crescentes de colina
RESUMO: Essa pesquisa teve por objetivo avaliar o desempenho produtivo da tilápia
do Nilo (Oreochromis niloticus) arraçoada com níveis crescentes de colina nas dietas. O
período experimental foi de 109 dias. Foram utilizados 192 alevinos com peso médio
inicial de 4,0 gramas, distribuídos em 32 tanques-rede de 200 L, numa densidade de seis
peixes por tanque rede, sendo os tanques-rede alojados em aquários de 1000 L. O
conjunto de aquários era dotado de sistema de filtragem de água por meio de biofiltro e
sistema de aquecimento, sendo a temperatura mantida a 25,3 ± 0,2ºC. As rações foram
formuladas de modo a apresentar 28,0% de proteína digestível e 3100,0 kcal ED/kg de
dieta com mesma concentração de aminoácidos. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com oito tratamentos e quatro repetições. As rações foram
suplementadas com colina (cloreto de colina 60,0%) de modo a apresentarem 100,0;
200,0; 400,0; 600,0; 800,0; 1000,0 e 1200,0 mg de colina por quilograma de ração, além
de uma ração isenta de suplementação. Não foram observadas diferenças estatísticas
para ganho de peso, taxa de sobrevivência e conversão alimentar aparente, porcentagem
de extrato etéreo do filé e concentração de lipídeos no plasma. No entanto houve
diferença estatística para o índice hepatossomático e porcentagem de extrato etéreo do
fígado, sendo que 800,0 mg de colina/kg de dieta determinou maior ação lipotrófica. O
oposto foi observado nos peixes do tratamento isento de suplementação. Concluiu-se
que os diferentes níveis de colina não melhoram o desempenho produtivo dos peixes,
pois a dieta basal supostamente supriu a exigência do peixe para colina, entretanto, a
suplementação favoreceu a melhora no estado do fígado.
Palavra chave: colina, desempenho, nutrição de peixes.
17
Productive performance of Nile tilapia fed diets supplemented with increasing
levels of choline
ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the performance of Nile tilapia
(Oreochromis niloticus) fed diets supplemented with increasing levels of choline. The
experimental period was 109 days. One hundred and ninety two (initial weight 4.0 g)
fingerlings were distributed in 32 net cages (200L), with a density of six fish per cage.
These cages were allocated in 1000L aquariums connected to a bio-filter system and
heater controlled temperature through thermostat (25.3 ± 0.2ºC). Feeds were formulated
to contain 28% of digestible protein and 3100 kcal DE/kg with the same concentration
of amino acids per treatment organized in totally random experimental design with eight
treatments and four replicates. The feeds were supplemented with choline chloride
(60%) presenting 100, 200, 400, 600, 800, 1000, 1200 mg of chlorine per kg of feed and
one treatment with no supplementation. It was not observed any significant differences
in performance, survival and apparent feed conversion, fillet ether extract and plasma
lipids concentration among the treatments. However, there was a significant difference
in the hepatosomatic index and liver ether extract percentage, showing that 800 mg of
choline/kg determined a better lipotrofic action and the opposite was observed in fish
fed diet with no choline supplementation. It was concluded that different levels of
choline did not improve performance supposedly due to the amount of choline in the
diet, therefore the supplementation favored liver conditions.
Key words: Performance, choline, fish nutrition
18
INTRODUÇÃO
A aqüicultura brasileira vem crescendo nos últimos 20 anos, sendo a criação de
tilápia a principal responsável por este aumento, representando cerca de 50,0% da
produção nacional. O Brasil tem grande potencial aqüicola devido às condições de
temperatura, e principalmente, grandes recursos hidrográficos para cultivo.
O governo tem apresentado propostas de financiamento para a atividade, o que tem
motivado o aumento na produção de peixes. Hoje, grande parte dos produtos brasileiros
ficam no mercado interno, devido à cotação do dólar. Com isso o consumo de peixes da
população brasileira vem aumentando apesar do consumo per capita ser pequeno. Com
esses benefícios e auxílios, resta o desenvolvimento de estudos relacionados a qualidade
da ração, pois a alimentação equivale de 60,0 a 80,0% do custo de produção de peixes.
Deste modo, preocupa a formulação de dietas cujo preço seja acessível e que
permitam aos peixes expressar seu potencial genético de crescimento, dentro dos
padrões de saúde. Para isso, pesquisas têm sido desenvolvidas, de forma a determinar as
exigências nutricionais dos peixes nas diferentes fases de vida. Vitaminas, minerais,
proteínas e gorduras são essenciais para o desenvolvimento animal, em proporções
adequadas de forma a atender às necessidades nutricionais do peixe, visando seu maior
potencial de crescimento e à manutenção da saúde.
O nome vitamina foi criado pelo bioquímico polonês Casimir Funk em 1912,
baseado na palavra latina vita (vida) e no sufixo aminas (aminas da vida), pois naquele
tempo se pensava que todas as vitaminas eram aminas. Apesar do erro, o nome se
manteve. As vitaminas são substâncias orgânicas presentes em pequenas quantidades
nos alimentos. São essenciais para o metabolismo normal e não podem ser sintetizadas
pelos animais, pelo menos em quantidades apreciáveis (Graham, 1987).
Dentre as vitaminas, a colina possui grande importância sendo essencial para o
desenvolvimento dos animais. É responsável pela manutenção das células estruturais,
transporte de lipídeos e síntese de metionina (aminoácido limitante para os animais)
(Devlin, 2000 e Halver, 1989). Apesar de sua importância no metabolismo animal,
pouco se sabe sobre o efeito da suplementação desta vitamina em estágios de
desenvolvimento iniciais dos peixes. Deste modo, esta pesquisa teve por finalidade
avaliar a suplementação de níveis de colina em rações práticas para tilápia do Nilo, por
meio do desempenho produtivo.
19
MATERIAL E MÉTODOS
Esse estudo foi realizado na Unesp – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Nutrição Animal, Laboratório de
Nutrição de Organismos Aquáticos – AquaNutri, Câmpus de Botucatu.
Foram utilizados alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), provenientes
da Piscicultura Aracanguá, cidade Santo Antonio do Aracanguá – SP. Os alevinos
foram inicialmente alojados em tanques circulares de 250 L, para seleção e distribuição
nos aquários experimentais e ficaram durante duas semanas para adaptação recebendo a
dieta controle isenta de colina.
Os alevinos com aproximadamente 4,0 g foram distribuídos em 32 tanques-rede
com capacidade de 200 L e na densidade de seis peixes por tanque-rede. Os tratamentos
foram compostos por quatro tanques-redes de 200 L, dentro de um aquário de 1000
litros. Esses aquários estavam ligados ao sistema de recirculação de água, com
aquecimento controlado por sistema digital integrado, no sentido de manter a
temperatura da água constante (25,3 ± 0,2ºC). A água do sistema estava acoplada a
central de aeração e filtragem físico-biológica, a qual manteve sua qualidade e
possibilitou dez renovações diárias. O arraçoamento foi ad libitum quatro vezes ao dia
(8:00, 11:00, 14:00, 17:00) de forma a não haver sobra nos aquários.
Para compor os tratamentos experimentais, as dietas foram suplementadas com
cloreto de colina (60,0%), de modo a apresentar os seguintes níveis de colina: 100,0;
200,0; 400,0; 600,0; 800,0; 1000,0 e 1200,0 mg de colina/kg de ração, além do
tratamento controle isento de suplementação colina, sendo dietas balanceadas segundo o
NRC (1993). Os tratamentos foram distribuídos completamente ao acaso entre os
aquários, totalizando quatro repetições por tratamento.
Essas rações foram formuladas de forma a apresentarem 28,0% de proteína
digestível, 3100,0 kcal ED/kg de dieta. Os níveis de aminoácidos foram balanceados
segundo recomendação de Furuya et al. (2001), além de níveis iguais de fibra bruta.
Foi utilizada dieta prática à base de farelo de soja, farelo de algodão 28, quirera de
arroz e amido de milho, formuladas de forma a conter os níveis preestabelecidos de
colina e atender às exigências nutricionais da tilápia para os demais nutrientes (Tabela
1).
As rações após serem formuladas foram extrusadas, secas em estufa de recirculação
forçada de ar a 55,0ºC por 24 horas e quando necessário foram quebradas de forma a
20
obter grânulos condizentes ao tamanho dos peixes. As análises bromatológicas das
rações foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da FMVZ, Unesp – Câmpus de
Botucatu.
Diariamente foi medida a temperatura da água e, semanalmente o pH, o teor de
oxigênio dissolvido e a amônia total. Os aquários foram sifonados mensalmente nos
dois primeiros meses e depois de 60 dias quinzenalmente, para manter a qualidade da
água. Ao final de 109 dias foram determinados os valores de ganho de peso do peixe
por tratamento, consumo aparente da dieta por peixe, conversão alimentar aparente,
ganho de peso médio diário, sobrevivência, índice hepatossomático, extrato etéreo do
tecido corporal e hepático e quantificação de lipídeos no plasma.
Para a análise de extrato etéreo, no tecido corporal e hepático, foi utilizada a
metodologia de lavagem sucessiva da amostra com o solvente éter de petróleo, em
aquecedor cibelin e conjunto extrator de Soxhlet (A.O.A.C, 1975). Para análise de
lipídeos totais no plasma foi utilizada a metodologia adaptada de Tonks (1970).
Os dados de desempenho foram submetidos à técnica da analise de variância
(paramétrica ou não paramétrica) para o modelo com um fator, complementada com
teste de comparação múltipla entre pares de grupos (Zar, 1999).
RESULTADOS
Os parâmetros físico-químicos da água, tais como, pH, oxigênio dissolvido (mg/l),
amônia total, e alcalinidade, foram: 7,1 ± 0,5; 7,15 ± 0,20; 0,10 ± 0,07; 100,00 ± 10,00,
respectivamente. Os parâmetros de qualidade da água foram adequadas e recomendado
para a espécie em estudo (Boyd,1996).
Os valores de ganho de peso do peixe por tratamento (GPPT), consumo aparente da
dieta por peixe (CADP), conversão alimentar aparente (CAA), ganho de peso médio
diário (GPMD) e sobrevivência (SBV) estão apresentados na Tabela 2. Os valores de
índice hepatossomático (IHS), lipídeos no plasma (LPP) e extrato etéreo do fígado
(EEFO) e do filé (EEFE) estão apresentados na Tabela 3.
Não houve efeito (P>0,05) do nível de suplementação de colina sobre o GPPT,
CADP, CAA, GPMD, sobrevivência, lipídeos no plasma, e extrato etéreo do filé. Para o
índice hepatossomático e extrato etéreo no fígado, houve diferença (P<0,05). O
resultado de índice hepatossomático obtido pela ração isenta de suplementação com
colina não favoreceu o estado do fígado e o que favoreceu foi obtido com a
21
suplementação de 800,0 mg de colina/kg. Esse mesmo nível promoveu melhores valores
absolutos de GPPT e CAA, sendo esses 15,0 e 10,0% respectivamente, melhores que os
piores resultados desses parâmetros. Já o extrato etéreo do fígado não pode ser
explicado em função dos níveis de colina.
DISCUSSÃO
A colina é essencial para o ótimo crescimento dos peixes, previne o fígado gordo,
hemorragias nos rins e anemia (Ketola, 1976 e Halver, 1989). A deficiência de colina
piora a conversão alimentar e o crescimento dos peixes, além de causar hemorragia nos
rins e intestinos. Entretanto, dietas à base de farelos de trigo, soja e leguminosas, não
determinaram sinais de deficiência, pois esses ingredientes são ricos em colina (Halver,
1989). Resultados semelhantes foram encontrados neste trabalho, sendo que o
desempenho produtivo não foi alterado em conseqüências dos níveis de colina presentes
nas dietas. Para o desempenho produtivo, estes níveis de colina não influenciaram,
provavelmente porque a ração basal continha a quantidade de colina exigida pela
espécie, já que a dieta utilizada foi à base de ingredientes práticos, diferentes das
pesquisas realizadas com ingredientes purificados.
A colina também é utilizada para formação da lecitina ou fosfatidilcolina, sendo este
responsável pelo transporte de lipídeos e formação das membranas. É importante para
prevenção de fígado gordo, uma vez que mobiliza lipídeos do fígado, para tecido e
sangue. Isso pode ser evidenciado nesse experimento em que o índice hepatossomático
maior foi observado na dieta isenta de colina, o que já era esperado. Também era
esperado que o extrato etéreo do fígado fosse influenciado, porém essa influencia não
pode ser explicada pelos níveis de colina. O período experimental pode ter influenciado
e talvez por período prolongado o peixe pudesse ter problemas de saúde por decorrência
de acumulo de gordura no fígado. A deficiência de colina em carpa comum (Cyprinus
carpio) não alterou o crescimento, mas determinou aumento de 10,0% na concentração
de lipídeo no fígado (Ogino et al., 1970), Resultados semelhantes foram observados nas
espécies: bagre do canal (Ictalurus punctatus) (Wilson e Poe, 1988), Hybrid striped bass
(Morone saxatilis x M. chrysops) (Griffin et al., 1994), Red drum (Sciennops ocellatus)
(Craig e Gatlin, 1996), e em leitões (Kroening e Pond, 1967). No entanto, Viera et al.
(2001), não observaram diferenças significativas para tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus) no extrato etéreo do fígado.
22
Outra função da colina é a liberação de radicais metil, que sofrem reação de
metilação participando assim do processo de formação da metionina (McDowell, 1989 e
Halver, 1989). Visto este efeito, Tsiagbe et al. (1992) constataram que a colina pode ser
substituída e substituir parcialmente a metionina nas rações de aves de postura, sem
prejudicar a produção e qualidade dos ovos. Nesse experimento foi utilizado 0,47% de
metionina, nível recomendado por Furuya et al. (2001), e aquém do recomendado pelo
NRC que indica 0,75%. Desta forma, foi possível minimizar o possível erro pelo
excesso de metionina, já que diversos pesquisadores tiveram problemas quando a colina
era exigida e a metionina estava em excesso. Resultado semelhante foi obtido por
Michael et al. (2006) com juvenis de camarão (Marsupenaeus japonicus), quando
compararam o efeito da colina e metionina como doador de radical metil, e observaram
que quando a metionina está deficiente na dieta é preciso um teor de colina maior para
suprir a exigência de radicais metil. A exigência de colina do bagre do canal pode ser
aumentada quando não se tem excesso de metionina, usando-se 0,39% de metionina e
400,0 mg de colina/kg de ração, obteve os melhores resultados de desempenho (Wilson
e Poe, 1988).
CONCLUSÕES
Concluiu-se que a suplementação de colina não influenciou o desempenho
produtivo dos peixes, possivelmente devido à dieta basal suprir a exigência do peixe
para colina, entretanto a suplementação de colina favoreceu o melhor estado funcional
do fígado.
23
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WILSON, R.P. and POE, W.E. 1988. Choline nutrition of fingerling channel catfish.
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ZAR, J.H. 1999. Biostatistical analysis, 4th Ed. Prentince hall, New Jersey, 663P.
25
Tabela 1. Composição percentual dos ingredientes da dieta e químico-bromatológica
das dietas experimentais
Ingredientes
T1 (%)
T2 (%) T3 (%) T4 (%) T5 (%) T6 (%) T7 (%) T8 (%)
Farelo de soja 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15
Farelo de algodão 28 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00
Quirera de arroz 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Amido de milho 5,00 4,984 4,968 4,936 4,904 4,872 4,84 4,808
Antioxidante - BHT 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
DL-Metionina 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18
Vitamina. C Polifosfatada 35% 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Cloreto de colina 60% 0,00 0,016 0,032 0,064 0,096 0,128 0,16 0,192
Suplemento min/vit.1 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41
Fosfato bicálcico 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12
NaCl 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
Total 100
100 100 100 100 100 100 100
Composição químico-bromatológica
Energia digestível (kcal/kg)
3100 3100 3100 3100 3100 3100 3100 3100
Proteína bruta (%)* 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01
Proteína digestível (%)
28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Fibra bruta (%)*
8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33
Fibra bruta (%) 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86
Extrato etéreo (%)* 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74
Extrato etéreo (%)
1,14 1,14 1,14 1,14 1,14 1,14 1,14 1,14
Ca total
1,39 1,39 1,39 1,39 1,39 1,39 1,39 1,39
Fósforo disponível
0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49
Colina (mg/kg dieta)
0,00 100 200 400 600 800 1000 1200
Colina *(mg/kg dieta)
ND
2
160 290 440 810 1100 1280 1470
Metionina
0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47
Metionina+Cistina
0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81
Lisina
1,88 1,88 1,88 1,88 1,88 1,88 1,88 1,88
Triptpfano
0,36 0,36 0,36 0,36 0,36 0,36 0,36 0,36
Treonina
0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99
1
Suplemento vitamínico e mineral (mg/kg de dieta): Vitamina A, 16060mg; Vitamina D
3
, 4510mg; Vitamina E, 250 mg; Vitamina
K
3
, 30 mg; Vitamina B
1
, 32 mg; Vitamina B
2
, 32 mg; Vitamina B
12
, 0,032mg; Vitamina B
6
, 32 mg; Vitamina C, zero; Pantotenato
de cálcio, 80 mg; Niacina, 170 mg; Ácido fólico, 10 mg; Biotina, 10 mg; Cloreto de colina
2
, ; Óxido de cobalto, 0,5 mg; Óxido de
cobre, 20 mg; Óxido de ferro, 150 mg; Iodeto de cálcio, 1mg; Óxido de manganês, 50 mg; Óxido de selênio, 0,7 mg; Óxido de
zinco, 150 mg; Veículo q.s.p., 1.000 g; *Analisado (Fornecido pela Mogiana Alimentos);
2
ND = Não determinado.
26
Tabela 2. Valores médios e desvios padrões para ganho de peso do peixe por
tratamento, (GPPT), consumo aparente da dieta por peixe (CADP) e ganho de peso
diário por peixe (GPDP) e valores de mediana e semi-amplitude total para conversão
alimentar aparente (CAA) e sobrevivência (SBV) de juvenis de tilápia do Nilo
arraçoados com dietas suplementadas comveis crescentes de colina durante 109 dias
TRAT GPPT (g) CADP (g) CAA GPDP (g) SBV (%)
0
168,96 ± 31,52 a 232,24 ± 19,43 a 1,32 ± 0,20 a 1,55 ± 0,20 a 91,67 ± 8,34 a
100
143,31 ± 18,64 a 194,97 ± 15,26 a 1,37 ± 0,11 a 1,39 ± 0,16 a 83,33 ± 8,33 a
200
152,35 ± 18,34 a 208,59 ± 23,08 a 1,38 ± 0,04 a 1,40 ± 0,06 a 100,00 ± 8,34a
400
158,70 ± 34,52 a 222,08 ± 35,70 a 1,37 ± 0,11 a 1,45 ± 0,09 a 100,00 ±16,67 a
600
164,88 ± 12,58 a 225,90 ± 15,84 a 1,37 ± 0,07 a 1,52 ± 0,11 a 91,67 ± 8,34 a
800
166,07 ± 22,86 a 213,55 ± 22,92 a 1,26 ± 0,08 a 1,52 ± 0,14 a 100,00 ± 8,34a
1000
162,03 ± 34,38 a 209,93 ± 33,12 a 1,29 ± 0,10 a 1,56 ± 0,10 a 91,67 ± 16,65a
1200
156,15 ± 42,35 a 211,95 ± 37,65 a 1,31 ± 0,20 a 1,56 ± 0,24 a 83,33 ± 8,34 a
1
Letras minúsculas comparam os diferentes níveis colina. Valores médios acompanhados de letras iguais
não diferem entre si estatisticamente.
Tabela 3. Valores de mediana e semi-amplitude total do extrato etéreo do fígado (EEFO) e
filé (EEFE) (% na matéria natural) e valores de média e desvio padrão para índice
hepatossomático (IHS) e lipídeos no plasma em mg/ml (LPP)
TRAT EEFO (%) EEFE (%) IHS LPP (mg/ml)
0 18,61 ± 3,74 ab 6,10 ± 1,33 a 2,50 ± 0,50 b 7,34 ± 0,38 a
100 7,32 ± 4,13 ab 4,87 ± 0,95 a 2,00 ± 0,26 ab 7,63 ± 1,36 a
200 7,77 ± 7,56 ab 5,03 ± 1,92 a 1,75 ± 0,30 a 7,12 ± 0,51 a
400 21,85 ± 5,02 a 4,63 ± 0,92 a 2,09 ± 0,16 ab 6,98 ± 0,32 a
600 12,64 ± 6,58 ab 8,00 ± 1,43 a 1,84 ± 0,19 a 6,87 ± 1,49 a
800 11,10 ± 6,00 ab 6,96 ± 2,67 a 1,50 ± 0,08 a 6,44 ± 1,49 a
1000 7,11 ± 0,97 b 9,76 ± 2,00 a 1,81 ± 0,22 a 6,67 ± 1,60 a
1200 11,04 ± 4,49 ab 8,12 ± 6,48 a 1,75 ± 0,15 a 7,60 ± 1,15 a
1
Letras minúsculas comparam os diferentes níveis colina. Valores médios acompanhados de letras iguais,
não diferem entre si estatisticamente.
27
CAPÍTULO III
RESPOSTA HEMÁTICA DA TILÁPIA DO NILO ALIMENTADA COM
DIETAS SUPLEMENTADAS COM NÍVEIS CRESCENTES DE COLINA E
SUBMETIDA A ESTÍMULO POR BAIXA TEMPERATURA
28
Resposta hemática da tilápia do Nilo alimentada com dietas suplementadas com
níveis crescentes de colina e submetida a estímulo por baixa temperatura
RESUMO: Essa pesquisa teve por objetivo avaliar a resposta hemática da tilápia do
Nilo (Oreochromis niloticus) arraçoada com níveis crescentes de colina nas dietas e
submetidas a estimulo a temperatura baixa. O período experimental foi realizado em
duas etapas: a primeira de 109 dias e a segunda de sete dias. Durante a primeira etapa
foram utilizados 192 alevinos com peso médio inicial de quatro gramas, os quais foram
distribuídos em 32 tanques-rede de 200 L, sendo os tanques-rede instalados em aquários
de 1000 L. As rações foram formuladas, de modo a apresentar 28,0% de proteína
digestível e 3100,0 kcal ED/kg de dieta e mesma concentração de aminoácidos. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado com oito tratamentos e quatro
repetições. As rações foram suplementadas com colina (cloreto de colina 60,0%) de
modo a apresentarem 100,0; 200,0; 400,0; 600,0; 800,0; 1000,0 e 1200,0 mg de colina
por quilo de ração, além de uma ração isenta de suplementação. Após o período de 109
dias foram efetuadas as análises hematológicas. Ao término destas análises os peixes
foram transferidos para a sala de desafio e distribuídos em 24 aquários, permanecendo a
uma temperatura de 17° C durante sete dias. Após esse período foram feitas as mesmas
análises que antes do desafio. A suplementação de colina não influenciou a eritropoiese
ao estímulo pelo frio, por estar associada a quantidades adequadas na dieta de ácido
fólico (tetraidrofolato) e ainda de vitamina B
12
no suplemento vitamínico/mineral.
Portanto, suprindo a exigência nutricional de timidilato e, desta forma, garantindo
normal produção de células sangüíneas. Com isso, pode-se concluir que a colina não
interferiu na síntese de eritrócitos e leucócitos e a temperatura de 17,0°C determinou
linfopenia e neutrofilia.
Palavras chave: colina, estresse, hematologia, nutrição de peixes, temperatura
29
Hematic response of Nile tilapia fed diets supplemented with increasing levels of
choline and submitted to low temperature
ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the hematic response of Nile
tilapia (Oreochromis niloticus) fed diets supplemented increasing levels of choline and
submitted to low temperature stimulation. The experimental period was realized in two
phases, the first one during 109 days and the second seven days. On the first stage, 192
fingerlings (initial weight 4g) were distributed in 32 net cages (200L) allocated in
1000L aquaria. The feeds were formulated to 28% of digestible protein and 3100 kcal
DE/kg with the same concentration of amino acids per treatment organized in totally
random experimental design with eight treatments and four replicates. The feed were
supplemented with choline chloride (60%) in order to present 100, 200, 400, 600, 800,
1000, 1200 mg of chlorine per kg of feed and one treatment with no supplementation.
The hematological analyses were performed after 109 days. After these analyzes the
fish were transferred to the challenge room and distributed in 24 aquaria, remaining at a
temperature of 17° C during seven days. After this period, the same hematological
analyzes were run. Choline supplementation did not affected erythropoiesis because of
its interaction to appropriated quantities of folic acid in the diets. Also, B
12
vitamin in
the premix accomplished the nutritional demand of thymidylate, reflecting in a normal
blood cells production. It is possible to conclude that choline did not affect erythrocyte
and leukocyte synthesis and the 17°C temperature determine low lymphocytes and
neutrophils number.
Key words: hematology, stress, temperature, fish nutrition, choline.
30
INTRODUÇÃO
A nutrição tem como principal objetivo determinar as exigências nutricionais dos
peixes nas diferentes fases de vida. Nutrientes como vitaminas, minerais, proteínas e
gorduras são essenciais para o desenvolvimento animal, em proporções adequadas de
forma a atender as necessidades nutricionais do peixe, visando seu maior potencial de
crescimento e a manutenção da saúde.
Dentre as vitaminas, a colina possui grande importância, sendo essencial para o
desenvolvimento dos animais. É responsável pela manutenção das células estruturais,
transporte de lipídeos e síntese de metionina (aminoácido limitante para os animais)
(Devlin, 2000 e Halver, 1989).
Uma ferramenta muito utilizada ultimamente é a hematologia, com a qual se analisa
o sangue para poder saber o estado de saúde animal. O sangue é um tecido líquido,
móvel, do tipo conjuntivo, que está em equilíbrio com praticamente todos os outros
tecidos, constituindo uma das grandes forças homeostáticas do organismo. Distribui
calor, transporta gases respiratórios, nutrientes e produtos de excreção, além de atuar na
defesa do organismo (Ranzani-Paiva e Silva-Souza, 2004).
Diferentemente dos mamíferos, os peixes têm vários centros hematopoiéticos (rim
cefálico, baço, fígado, entre outros). Caso uma enfermidade comprometa o principal
centro hematopoiético, outros órgãos podem assumir a produção de células. Assim fica
difícil a caracterização do quadro leucocitário dos peixes com lesão dos órgãos
(Feldman et al., 2000).
O volume de sangue dos peixes (sem estresse) é em torno de 1,5 a 3,0% do peso
vivo em teleósteos e cerca de 6,0% nos elasmobrânquios. Os peixes têm alta renovação
celular e depois de oito dias o sangue retirado já foi reposto (Ranzani-Paiva e Silva-
Souza, 2004). O sangue é composto por três camadas: líquida (soro ou plasma), branca:
(leucócitos e trombócitos) e vermelha (eritrócitos). A fase líquida, plasma é composta
de 90,0% de água, 7,0% de proteínas (globulinas e albuminas) e 3,0% de solutos
variados – eletrólitos. Tem como função o transporte de substâncias, anticorpos
produzidos pelos plasmócitos, regulação osmótica entre o sangue e o líquido tecidual. A
fase sólida é composta por elementos figurados como os glóbulos vermelhos
(eritrócitos) e glóbulos brancos (linfócitos, monócitos, neutrófilos, basófilos,
eosinófilos, célula granulocítica especial e trombócitos) (Feldman et al., 2000).
31
Sabendo da importância da hematologia como ferramenta de aplicação, esta
pesquisa teve por finalidade avaliar a suplementação de diferentes níveis de colina para
tilápia do Nilo, por meio da análise hematológica antes e após o estimulo pelo frio.
MATERIAL E MÉTODOS
Esse estudo foi realizado na Unesp – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Nutrição Animal, Laboratório de
Nutrição de Organismos Aquáticos – AquaNutri, Câmpus de Botucatu.
Foram utilizados alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), provenientes da
piscicultura Aracanguá, localizado na cidade de Santo Antonio do Aracanguá – SP. Os
alevinos foram inicialmente alojados em tanques circulares de 250 L, para seleção e
distribuição nos aquários experimentais e ficaram durante duas semanas para adaptação
recebendo a dieta controle isenta de colina.
Os alevinos com aproximadamente 4,0 g foram distribuídos em 32 tanques-rede
com capacidade de 200 L e na densidade de seis peixes por tanque-rede, e esses tanques
rede ficavam em número de quatro dentro de aquários de 1000 L, totalizando quatro
repetições.
Esses aquários estavam ligados ao sistema de recirculação de água, com
aquecimento controlado por sistema digital integrado, no sentido de manter a
temperatura da água (25,3 ± 0,2ºC). A água do sistema estava acoplada à central de
aeração e filtragem físico-biológica, a qual manteve sua qualidade e possibilitou dez
renovações diárias. O arraçoamento foi feito ad libitum quatro vezes ao dia (8:00, 11:00,
14:00, 17:00) de forma a não haver sobra excessiva nos aquários.
Para compor os tratamentos do experimento, as dietas foram suplementadas com
cloreto de colina (60,0%), de modo a apresentar os seguintes níveis de colina: 100,0;
200,0; 400,0; 600,0; 800,0; 1000,0 e 1200,0 mg de colina/kg de ração, além do
tratamento controle isento de suplementação colina, sendo essas dietas balanceadas
segundo NRC (1993). Os tratamentos foram distribuídos completamente ao acaso entre
os aquários, totalizando quatro repetições por tratamento.
As rações foram formuladas de forma a apresentar 28,0% de proteína digestível,
3100,0 Kcal ED/kg de dieta. Os níveis de aminoácidos foram balanceados segundo
recomendação de Furuya et al. (2001), além de níveis iguais de fibra bruta. Foi utilizada
dieta prática à base de farelo de soja, farelo de algodão 28, quirera de arroz e amido de
32
milho, elaboradas de forma a conter os níveis preestabelecidos de colina e atender as
exigências nutricionais da tilápia para os demais nutrientes (Tabela 1).
As rações após formuladas foram extrusadas, secas em estufa de recirculação de ar
forçada à 55,0ºC por 24 horas e quando necessário quebradas de forma a obter grânulos
condizentes ao tamanho dos peixes. As análises químico-bromatológicas das rações
foram realizadas no Laboratório de Bromatologia do Departamento de Melhoramento e
Nutrição Animal da FMVZ, Unesp – Câmpus de Botucatu (A.O.A.C., 1975).
Diariamente foi tomada a temperatura da água e, semanalmente, o pH, o teor de
oxigênio dissolvido e a amônia total. Os aquários foram sifonados mensalmente nos
dois primeiros meses, depois de 60 dias foram sifonados quinzenalmente, para manter a
qualidade da água. Ao final de 109 dias, foram determinados o hemograma e
leucograma antes e após o estimulo pelo frio.
Para avaliação dos parâmetros hematológicos foram retirados aleatoriamente seis
peixes por tratamento dentre os tanques-rede. Os peixes primeiramente foram
anestesiados com benzocaína, na concentração de 1,0 g do anestésico em 15 L de água,
e após a completa dessensibilização, foi coletado sangue por meio de punção do vaso
caudal com auxílio de seringa de 1,0 mL, banhada com anticoagulante (EDTA 3,0%). A
contagem do número de eritrócitos e leucócitos foi realizada pelo método do
hemocitômetro em câmara de Neubauer, utilizando como diluente a solução azul de
toluidina a 0,01%, em pipeta de Thoma. A taxa de hemoglobina (Hb) foi determinada
pelo método da cianometahemoglobina utilizando-se o kit comercial Analisa
Diagnóstca
®
, para determinação colorimétrica, segundo Collier (1944). A porcentagem
de hematócrito (Htc) foi determinada pelo método do microhematócrito, segundo
Goldenfarb et al. (1971).
A contagem diferencial de leucócitos foi realizada por meio de extensões em
lâminas. Essas foram limpas com detergente e água e, desengorduradas com éter etílico
PA e secas com auxílio de gaze. Devidamente identificadas, foram confeccionadas seis
lâminas por tratamento e corar com o corante May-Grünwald Giemsa utilizando
técnicas descritas por Tavares-Diaz e Moraes (2004). Para essa contagem foi utilizado
microscópio com auxilio de óleo de imersão, com aumento de 100 vezes, sendo
contados 200 células e estabelecendo o percentual de cada componente celular
(linfócito, neutrófilo, monócito, basófilo).
Posteriormente a essas análises, foram calculados os índices hematimétricos:
volume corpuscular médio [VCM = (Htc x 10)/eritrócitos] e concentração de
33
hemoglobina corpuscular média [CHCM = (Hb x Htc)x100], segundo Wintrobe (1934).
A proteína plasmática total foi mensurada por meio do uso de refratômetro manual de
Goldberg, pela quebra do tubo de microhematócrito logo acima da camada de
leucócitos, após a leitura do hematócrito (Jain, 2000).
Após as avaliações hematológicas, os peixes permaneceram na mesma estrutura
com o sistema de aquecimento desligado, objetivando baixar gradativamente a
temperatura para posterior mudança dos animais para a sala de desafio. A partir do
momento em que a temperatura da água dos aquários de ambas as estruturas
experimentais estava similar, os peixes foram transferidos. A sala experimental de
desafio por temperatura contém 24 aquários de 40 L, com filtros individualizados e
aeração. Foram distribuídos aleatoriamente 96 peixes, na densidade de quatro/aquário.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com oito tratamentos e seis
repetições sendo cada peixe considerado uma repetição.
Após a distribuição dos peixes, a temperatura da água dos aquários foi reduzida do
conforto térmico para a espécie para 17,0°C, permanecendo neste valor durante sete
dias. Ao final desse período foram avaliados os mesmos parâmetros hematológicos do
momento anterior ao estímulo contagem do número de eritrócitos e leucócitos, taxa de
hemoglobina, porcentagem de hematócrito e proteína plasmática total. Foram ainda
calculados os índices hematimétricos sangüíneos, volume globular médio, concentração
de hemoglobina globular média.
Os dados de hematologia foram submetidos à análise de variância para o modelo de
medidas repetidas em grupos independentes (Johnson e Wichern, 2002).
RESULTADOS
Os parâmetros de qualidade de água, monitorados na fase I, estiveram dentro do
considerado adequado para manutenção da condição de saúde dos peixes segundo Boyd
(1996) com 7,15 mg/L de oxigênio dissolvido e 7,1 de pH.
Na Tabela 2 estão apresentados os resultados do número de eritrócitos, porcentagem
de hematócrito, taxa de hemoglobina, volume corpuscular médio e concentração de
hemoglobina corpuscular média, na fase anterior (Fase I) e posterior (Fase II) ao
estímulo por baixa temperatura. O eritrograma dos peixes na fase anterior ao estímulo a
frio não foi influenciado pela suplementação de colina, com exceção da porcentagem de
hematócrito dos peixes alimentados com a dieta suplementada com 200,0 mg colina/kg
34
de ração que apresentaram valor acima da média dos peixes dos demais tratamentos. Os
índices hematimétricos, VCM e CHCM, também não sofreram influência da
suplementação de colina na dieta nesta fase.
Após o estímulo por baixa temperatura (17,0ºC) pode-se observar que os animais
apresentaram prejuízo na síntese de células vermelhas, independente da suplementação
de colina e que esta foi significativamente inferior à eritropoiese em condições
adequadas de temperatura. A porcentagem de células vermelhas foi inferior (P<0,05) na
segunda fase nos peixes alimentados com ração suplementada com níveis de 100,0;
200,0 e 1200,0 mg colina/kg de ração. Nesses mesmos animais, embora não de forma
significativa, houve queda na taxa de hemoglobina, no volume da célula e na
concentração de hemoglobina celular. A taxa de hemoglobina foi influenciada
significativamente (P<0,05), após o estímulo a frio, nos peixes alimentados com a ração
suplementada com 800,0 mg de colina/kg de ração.
A Tabela 3 apresenta o número de leucócitos totais e quantidade de proteína
plasmática total (PPT) e a Tabela 4, a diferenciação dos leucócitos. Igualmente à série
vermelha, os valores de leucócitos, bem como da PPT não se alteraram em função do
nível de colina suplementada na ração, nem antes e nem após o estresse. No entanto, a
porcentagem de linfócitos e de neutrófilos variou em função do nível de suplementação
após o estímulo a frio. O estresse por temperatura determinou aumento significativo no
número de neutrófilos. O volume corpuscular médio também se alterou em função do
nível de colina, sendo que a ausência de suplementação e a suplementação de 1000,0
mg colina/kg de ração determinaram a liberação de células com maior volume.
Comparando-se os momentos determinou-se queda na porcentagem de linfócitos e
aumento na porcentagem de neutrófilos após o estresse.
DISCUSSÃO
A colina pode influenciar indiretamente a eritropoiese. Segundo Devlin (1997)
vários derivados de um carbono do tetraidrofolato são utilizados em reações de
biossíntese, como por exemplo, para síntese de colina, serina, glicina, purinas e dTMP
(timidina monofosfato). Segundo este autor, quando a quantidade de colina e de
aminoáciodos está adequada à síntese de purina e dTMP parece ser metabolicamente
mais significativa. Estes compostos são essenciais para síntese das células. Em
quantidades inadequadas pode haver retardo no processo de maturação dos glóbulos
35
vermelhos, causando produção de células macrocíticas, podendo levar ao processo de
anemia.
Os valores apresentados pelos peixes alimentados com as diferentes dietas
experimentais, na fase anterior ao estímulo a frio, estão dentro do considerado adequado
para peixes sadios por Feldman et al. (2000) e Barros et al. (2006). Embora os peixes
alimentados com a ração deficiente em colina apresentassem níveis normais de células
vermelhas na fase anterior ao estímulo, esses animais foram os que apresentaram
significativamente o menor número de células, após o desafio. Entretanto, peixes
alimentados com as dietas suplementadas com 200,0; 600,0; 1000,0 e 1200,0 mg de
colina/kg de ração também demonstraram ter prejuízo na síntese de células vermelhas
quando submetidos à baixa temperatura.
Isto demonstra que não só a nutrição adequada, mas também que as condições de
ambiente podem ter ação sobre a eritropoiese. Pickering (1981) classificou os principais
agentes estressores num sistema de produção de peixes como sendo: químicos
(qualidade da água, poluição, composição da dieta e resíduos metabólicos); biológicos
(densidade populacional, presença de outras espécies de peixes e de microorganismos);
físicos (temperatura, luz, sons e gases dissolvidos) e de manejo (manuseio, transporte e
tratamento de doenças). Considerando-se que o metabolismo dos peixes sofre influência
direta da temperatura da água, este fator tem sido considerado como o principal agente
estressor quando fora da baixa de conforto da espécie. As principais conseqüências
fisiológicas em condições de estresse para peixes são: desequilíbrio iônico e osmótico
(Mcdonald e Milligan, 1997 e Piiper, 1989); alterações hematológicas (Mariano, 2006),
hormonais, metabólicas (Moraes et al., 2004 e Wendelaar Bonga, 1997) e na excreção
dos produtos nitrogenados (Randall et al., 2004).
O prejuízo na manutenção dos parâmetros hematológicos dos peixes sob condições
de baixa temperatura (estresse crônico) foi anteriormente descrito por Falcon et al.
(2007) ao avaliarem a higidez da tilápia do Nilo alimentada com dietas contendo
suplementação de vitamina C e lipídeos e por Signor (2007), também com tilápias do
Nilo alimentadas com níveis de levedura e zinco em rações práticas.
Quando se comparou os momentos, a porcentagem de hematócrito, igualmente ao
número de eritrócitos, estava abaixo dos valores normais para peixes sadios para os
alimentados com as rações suplementadas com 200,0; 400,0 e 1200,0 mg de colina/kg
de ração e, para a taxa de hemoglobina nos peixes alimentados com a ração
suplementada com 800,0 mg de colina/kg de ração. Nutricionalmente, não se encontrou
36
embasamento para tal resposta, inferindo-se que estes resultados podem ter sido devido
a outros fatores que não a suplementação de colina. Segundo Hubrec e Smith in
Feldman et al. (2000) um número significativo de fatores faz o diagnóstico
hematológico em peixes mais complexo que em mamíferos, podendo levar a resultados
conflitantes.
Segundo Tavares Dias e Moraes (2004) há diferenças na resposta hemática à
termoaclimatação, principalmente quando em baixas temperaturas, sendo que pode
ocorrer processo de hemodiluição. Chen et al. (1995) ressaltaram que a hemodiluição
pode determinar redução na biossíntese de hemoglobina e na eritropoiese. Embora não
tenha sido observada alteração significativa na taxa de hemoglobina houve decréscimo
na produção de eritrócitos.
Na série branca, observou-se leucopenia nos peixes de todos os tratamentos, porém
de modo significativo nos alimentados com a ração suplementada com 100,0 e 400,0
mg de colina/kg. Este efeito foi anteriormente descrito por outros autores e, a não
significância determinada na maioria dos tratamentos pode estar relacionada à grande
variação na contagem das células. Esta queda no número de leucócitos foi acompanhada
pelo decréscimo da porcentagem de linfócitos e aumento da porcentagem de neutrófilos.
Quadro de leucopenia, sob condições de estresse por temperatura, foi anteriormente
descrito por Dunn et al. (1989) para Carassius auratus; por Falcon et al. (2007) e por
Signor (2007) para a tilápia do Nilo. O prejuízo exercido pelo estresse a frio às
condições de higidez dos peixes fica evidente mesmo em condições nutricionais
adequadas.
Comparando-se os momentos, observou-se queda na produção de proteína
plasmática total, após o estresse, para os peixes alimentados com a ração ausente de
suplementação de colina e nos peixes alimentados com a ração suplementada com 100,0
e 1000,0 mg/kg. Novamente não houve tendência de resposta para o nível de
suplementação. Estes resultados suportam a hipótese de que a temperatura de 17,0°C
determina alterações fisiológicas que podem interferir no processo de defesa do peixe.
Diminuição dos valores de PPT após estímulo por baixa temperatura foi igualmente
relatado por Falcon (2007). De forma oposta, Thomas (2000) relatou aumento da PPT
após estresse e processo de inflamação.
A não influência do nível de suplementação de colina na eritropoiese pode estar
associada a quantidades adequadas de ácidolico (tetraidrofolato) e ainda de vitamina
BB
12
no suplemento vitamínico/mineral o que estaria, portanto suprindo a exigência
37
nutricional de timidilato e, desta forma, garantindo normal produção de células
sanguíneas.
CONCLUSÕES
A colina não interferiu na síntese de eritrócitos e leucócitos e a temperatura de
17,0°C determinou linfopenia e neutrofilia.
38
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40
Tabela 1. Composição percentual dos ingredientes da dieta e químico-bromatológica
das dietas experimentais
Ingredientes
T1 (%)
T2 (%) T3 (%) T4 (%) T5 (%) T6 (%) T7 (%) T8 (%)
Farelo de soja 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15 54,15
Farelo de algodão 28 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00
Quirera de arroz 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Amido de milho 5,00 4,984 4,968 4,936 4,904 4,872 4,84 4,808
Antioxidante - BHT 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
DL-Metionina 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18
Vitamina. C Polifosfatada 35% 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Cloreto de colina 60% 0,00 0,016 0,032 0,064 0,096 0,128 0,16 0,192
Suplemento min/vit.
1
0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41
Fosfato bicálcico 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12 3,12
NaCl 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
Total 100
100 100 100 100 100 100 100
Composição químico-bromatológica
Energia digestível (kcal/kg)
3100 3100 3100 3100 3100 3100 3100 3100
Proteína bruta (%)* 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01 30,01
Proteína digestível (%)
28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Fibra bruta (%)*
8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33 8,33
Fibra bruta (%) 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86 4,86
Extrato etéreo (%)* 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74
Extrato etéreo (%)
1,14 1,14 1,14 1,14 1,14 1,14 1,14 1,14
Ca total
1,39 1,39 1,39 1,39 1,39 1,39 1,39 1,39
Fósforo disponível
0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49
Colina (mg/kg dieta)
0,00 100 200 400 600 800 1000 1200
Colina *(mg/kg dieta)
ND
2
160 290 440 810 1100 1280 1470
Metionina
0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47
Metionina+Cistina
0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81
Lisina
1,88 1,88 1,88 1,88 1,88 1,88 1,88 1,88
Triptpfano
0,36 0,36 0,36 0,36 0,36 0,36 0,36 0,36
Treonina
0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99
1
Suplemento vitamínico e mineral (mg/kg de dieta): Vitamina A, 16060mg; Vitamina D
3
, 4510mg; Vitamina E, 250 mg; Vitamina
K
3
, 30 mg; Vitamina B
1
, 32 mg; Vitamina B
2
, 32 mg; Vitamina B
12
, 0,032mg; Vitamina B
6
, 32 mg; Vitamina C, zero; Pantotenato
de cálcio, 80 mg; Niacina, 170 mg; Ácido fólico, 10 mg; Biotina, 10 mg; Cloreto de colina
2
, ; Óxido de cobalto, 0,5 mg; Óxido de
cobre, 20 mg; Óxido de ferro, 150 mg; Iodeto de cálcio, 1mg; Óxido de manganês, 50 mg; Óxido de selênio, 0,7 mg; Óxido de
zinco, 150 mg; Veículo q.s.p., 1.000 g; *Analisado (Fornecido pela Mogiana Alimentos);
2
ND = Não determinado.
41
Tabela 2. Média e desvio padrão do número de eritrócitos (Erit), porcentagem de hematócrito (Htc), taxa de hemoglobina (Hb), volume
corpuscular médio (VCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) de alevinos de tilápia do Nilo alimentadas com dietas
suplementadas com níveis crescentes de colina e submetidos a estímulo pelo frio.
Erit
(10
6
/μL)
Htc
(%)
Hb
(%)
VCM
(fL)
CHCM
(%)
Colina
1
Fase I
2
Fase II
3
Fase I Fase II Fase I Fase II Fase I Fase II Fase I
Fase II
0,0 1,89±0,29 aB 1,39±0,24 aA 30,25±2,60 aA 28,00±5,01 aA 7,47±0,65 aA 7,63±1,29 aA 161,56±12,67 a 203,29±28,03 b 27,36±1,52 a 24,72±1,35 a
100 1,92±0,20 aA 1,67±0,16 aA 30,33±3,60 aB 24,50±2,49 aA 7,78±1,05 aA 6,91±0,86 aA 158,91±17,60 a 147,66±14,39 a 28,17±1,49 a 25,61±0,95 a
200 1,95±0,21 aB 1,48±0,19 aA 34,58±5,95 bB 24,92±3,07 aA 7,88±1,02 aA 6,49±0,57 aA 178,65±35,59 a 168,84±19,04 ab 26,17±1,53 a 23,16±3,53 a
400 1,87±0,14 aA 1,65±0,10 aA 26,92±2,75 aA 25,08±2,11 aA 7,03±0,68 aA 6,77±0,41 aA 144,20±13,78 a 152,85±18,01 a 27,09±1,80 a 26,16±1,02 a
600 1,92±0,24 aB 1,53±0,14 aA 28,33±2,71 aA 26,42±2,48 aA 7,27±1,00 aA 6,71±0,72 aA 149,19±21,49 a 173,70±25,25 ab 25,60±3,71 a 25,57±1,19 a
800 1,80±0,23 aA 1,61±0,26 aA 29,17±2,11 aA 24,17±4,59 aA 7,62±0,61 aB 6,32±0,78 aA 163,68±20,37 a 150,30±19,46 a 26,48±2,55 a 26,17±1,92 a
1000 1,71±0,18 aB 1,42±0,21 aA 28,75±3,53 aA 26,83±4,11 aA 7,05±1,22 aA 6,96±0,72 aA 167,73±3,64 a 191,00±27,02 b 26,12±1,64 a 24,47±2,57 a
1200 1,83±0,14 aB 1,50±0,16 aA 27,00±2,59 aB 21,75±3,81 aA 6,73±1,06 aA 6,13±0,91 aA 149,44±23,20 a 145,51±23,57 a 28,32±1,88 a 24,77±1,96 a
1
Níveis de suplementação de colina em mg/kg de dieta.
2
Fase I: antes do estímulo a frio.
3
Fase II: após o estímulo a frio.
Letras minúsculas: comparação de níveis de colina fixado o momento.
Letras maiúsculas: comparação de momento dentro de tratamento.
42
Tabela 3. Mediana e semi-amplitude de leucócitos totais (Leuc) e média e desvio padrão do número de proteína plasmática total de alevinos de
tilápia do Nilo alimentadas com dietas suplementadas com níveis crescentes de colina e submetidos a estímulo pelo frio.
Leuc
(μL)
PPT
(mg/dL)
Colina
1
Fase I Fase II
Fase I Fase II
0,0 70750±17500 aA 48000±24500 aA 3,13±0,24 aB 2,48±0,31 aA
100 68250±18250 aB 45750±9250 aA 2,87±0,27 aB 2,25±0,29 aA
200 65750±41750 aA 54000±7000 aA 2,97±0,59 aA 2,44±0,24 aA
400 89000±33250 aB 44000±20750 aA 3,18±0,27 aA 2,57±0,64 aA
600 92000±60250 aA 47500±20500 aA 3,23±0,79 aA 2,89±0,64 aA
800 77250±51000 aA 44250±21000 aA 2,89±0,23 aA 2,47±0,29 aA
1000 76750±67000 aA 40500±17250 aA 3,15±0,25 aB 2,53±0,30 aA
1200 71600±63000 aA 53750±16250 aA 3,06±0,54 aA 2,64±0,41 aA
1
Níveis de suplementação de colina em mg/kg de dieta.
2
Fase I: antes do estímulo a frio.
3
Fase II: após o estímulo a frio.
Letras minúsculas: comparação de níveis de colina fixado o momento.
Letras maiúsculas: comparação de momento dentro de tratamento.
43
Tabela 4. Média e desvio padrão do número de linfócitos (Linf) e mediana e semi-amplitude de monócitos (Mon) e neutrófilos (Neut) de juvenil
de tilápia do Nilo alimentadas com dietas suplementadas com níveis crescentes de colina e submetidos a estímulo pelo frio.
Linf
(%)
Neut
(%)
Mon
(%)
Colina
1
Fase I
(%)
Fase II
(%)
Fase I
(%)
Fase II
(%)
Fase I
(%)
Fase II
(%)
0,0 92,75±1,17 aB 80,67±4,66 abcA 2,75±1,25 aA 15,25±4,50 bB 2,00±2,00 aA 3,50±2,25 aA
100 91,08±5,76 aA 89,83±4,57 cA 3,50±7,25 aA 8,00±4,25 aA 2,00±1,00 aA 2,00±0,75 aA
200 92,67±2,93 aB 85,58±2,56 bcA 3,00±1,50 aA 10,75±3,75 aB 2,00±1,25 aA 2,75±0,50 aA
400 94,67±1,63 aB 77,33±7,39 aA 1,25±1,00 aA 18,25±7,75 bB 1,50±1,50 aA 3,50±1,50 aA
600 91,67±1,44 aB 80,00±4,30 abA 4,75±2,25 aA 16,50±5,50 bB 2,75±1,50 aA 2,50±1,00 aA
800 93,17±2,09 aB 83,33±4,62 abcA 4,00±2,00 aA 12,50±5,25 abB 1,50±1,75 aA 2,00±1,00 aA
1000 93,75±1,86 aB 87,42±4,06 bcA 2,75±2,50 aA 8,75±4,50 aB 1,75±0,75 aA 2,50±1,00 aA
1200 93,00±1,61 aB 81,17±8,98 abcA 3,75±2,25 aA 12,25±9,50 abB 2,25±1,00 aA 2,25±1,75 aA
1
Níveis de suplementação de colina em mg/kg de dieta.
2
Fase I: antes do estímulo a frio.
3
Fase II: após o estímulo a frio.
Letras minúsculas: comparação de níveis de colina fixado o momento.
Letras maiúsculas: comparação de momento dentro de tratamento.
44
CAPÍTULO IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo suscitou as seguintes implicações:
A) A colina é uma vitamina que é influenciada por outras vitaminas, lipídeos e
metionina. Desta forma, em pesquisas com colina, deve-se considerar o excesso dessas
substâncias, as quais podem prejudicar a atuação da colina e com isso mascarar os
resultados.
B) São necessárias novas pesquisas com período experimental maior com o peixe em
peso de abate. Na prática, observa-se que o peixe neste tamanho, ou próximo, apresenta
problemas de fígado, que ainda não estão elucidados.
C) A maioria das pesquisas avaliando-se colina foram desenvolvidas utilizando-se
dietas purificadas. No entanto, o uso de dietas práticas aproxima-se mais da realidade
das indústrias e com isso, poderia melhorar ainda mais o elo entre a pesquisa e indústria.
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