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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS NATURAIS
CARACTERIZAÇÃO E COMPORTAMENTO DE
ACESSOS DE ALECRIM-PIMENTA (Lippia sidoides Cham.)
MANTIDOS EM BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA
EM SÃO CRISTÓVÃO – SE
TEREZA CRISTINA DE OLIVEIRA
2008
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS NATURAIS
TEREZA CRISTINA DE OLIVEIRA
CARACTERIZAÇÃO E COMPORTAMENTO DE ACESSOS DE ALECRIM-
PIMENTA (Lippia sidoides Cham.) MANTIDOS EM BANCO ATIVO DE
GERMOPLASMA EM SÃO CRISTÓVÃO – SE
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Sergipe, como parte das
exigências do Curso de Mestrado em
Agroecossistemas, área de concentração
Sustentabilidade em Agroecossistemas,
para obtenção do título de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank
SÃO CRISTÓVÃO
SERGIPE - BRASIL
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
O48c
Oliveira, Tereza Cristina de
Caracterização e comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia
sidoides Cham.) mantidos em Banco Ativo de Germoplasma em São Cristóvão
– Se / Tereza Cristina de Oliveira.
- São Cristóvão, 2008.
86 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) Núcleo de Pós-Graduação
e Estudos em Recursos Naturais, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa,
Universidade Federal de Sergipe, 2008.
Orientador: Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank
1. Agroecossistemas – Plantas nativas. 2. Plantas medicinais. 3. Plantas
aromáticas. 4. Lippia sidoides Cham. – Genótipos. 5. Alecrim-pimenta –
Óleos
essenciais . I. Título.
CDU 633.812:665.528
DEDICO
A Deus, que sempre nos conduz e guia,
por caminhos muitas vezes desconhecidos.
Qualquer que seja o caminho, não se sabe ao certo porque foi escolhido.
Assim, estamos sempre caminhando em estradas cheias de incertezas.
E, talvez, nunca saberemos ao certo, qual é o “nosso” caminho.
Por isso, a melhor opção é seguir o caminho do coração.
OFEREÇO
A minha querida mãe
Pela confiança e incondicional torcida
Aos meus queridos filhos João Victor, Bárbara e Bruna,
minha razão de viver e continuar lutando.
A todas as pessoas que acreditam nos sonhos
e não desistem nunca de realizá-los.
Pois, nada é impossível.
MEU RECONHECIMENTO
Ao Professor orientador Dr. Arie Fitzgerald Blank
e à Profa. Dra. Renata Silva Mann
pela felicidade e oportunidade dessa caminhada.
Foi fundamental para o meu aprendizado.
Obrigada pela confiança, orientação e constantes
ensinamentos na execução deste trabalho.
TAMBÉM MEU RECONHECIMENTO
Ao Dr. Edmar Ramos de Siqueira, que enquanto
Chefe Geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, proporcionou
por meio do Programa de Elevação de Escolaridade
a realização do sonho de estudar de muitos empregados
em todos os níveis e cargos ocupacionais, sem distinção.
AGRADECIMENTOS
Sinceros agradecimentos a todos aqueles que contribuíram para a realização deste
trabalho. Em particular:
À Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade que pelo seu caráter público
tive a oportunidade de realizar minha graduação e, este, Curso de Mestrado.
Ao Prof. Dr. Arie F. Blank pela oportunidade, confiança, paciência e ajudar-me a
aprender a aprender em todos os momentos, além da sua valiosa amizade.
Às Professoras Dra. Renata Mann e Dra. Maria de Fátima Arrigoni-Blank pelas
contribuições no processo de qualificação, ensinamentos práticos, confiança e
otimismo.
Ao Prof. Dr. Péricles Barreto Alves pela contribuição nas análises dos constituintes do
óleo, incentivo e colaboração.
A todos os Professores do Curso de Mestrado, pelos conhecimentos e experiências
transmitidas. Em especial ao Professor Francisco Sandro R. Holanda pelos
ensinamentos e contatos com os novos conceitos debatidos em suas aulas.
A Bárbara, Bruna e João Victor por compreender minhas ausências e, muitas vezes,
minhas irritações.
Aos meus pais, irmãos, cunhada e sobrinhos pelo carinho, estímulo e confiança.
A minha querida amiga e “irmã” Marta Cristina dos Santos pelas horas de conversa e
estímulo, descontração e carinho durante esses dois anos, pela pessoa maravilhosa que
é, e, sobretudo, pelo privilégio de compartilhar comigo minhas alegrias e tristezas ao
longo desses 35 anos de amizade sincera, obrigada de coração.
Aos Bolsistas Ricardo Barbosa dos Santos e Itamara Bomfim Gois, pela ajuda
fundamental durante todas as fases de execução desse trabalho e, sobretudo, pela
competência, presteza e carinho de ambos. Vocês são maravilhosos.
As amigas e colaboradoras Evanildes Menezes de Souza, Angélica Ramos e Maria
Ester Gonçalves pelo apoio, ensinamentos, carinho e disposição para ajudar em todas
as etapas.
A Maria de Lourdes da Silva Leal, Embrapa Tabuleiros Costeiros pela colaboração
nas análises.
A todos os meus colegas da Embrapa em nome do Edmar, Edson Diogo, Edgard,
Robson Dantas, Amaury, Pureza, Ester, João Quintino, Janaína, Elias, Ana Lédo,
Hélio Wilson, Lafayette, Daniel Vieira, Semíramis, Nogueira e Zezinho, obrigada
pela torcida, carinho, colaboração e convivência ao longo desses 20 anos, alguns mais
recentes.
Aos colegas do Curso em nome de Angélica Ramos que passaram a fazer parte da
minha vida, pela amizade, brincadeiras, carinho, contribuições e companheirismo.
A todos que de forma direta e indireta colaboraram, torceram e estimularam a
realização deste trabalho.
SUMÁRIO
Página
RESUMO ............................................................................................................. i
ABSTRACT ......................................................................................................... iii
CAPÍTULO 1 ....................................................................................................... 1
1. Introdução Geral............................................................................................... 1
2. Referencial Teórico .......................................................................................... 3
2.1. Recursos genéticos e a sustentabilidade de agroecossistemas ...................... 3
2.2. Origem, botânica, usos e óleo essencial de alecrim-pimenta (Lippia
sidoides Cham.) .................................................................................................... 5
2.3. Conservação de germoplasma ....................................................................... 8
2.4. Caracterização de germoplasma .................................................................... 12
2.4.1. Caracterização morfológica e agronômica de germoplasma...................... 13
2.4.2. Caracterização química............................................................................... 15
3. Referências Bibliográficas................................................................................ 17
CAPÍTULO 2: Caracterização morfológica e agronômica de germoplasma de
e alecrim-pimenta ................................................................................................. 22
1. Resumo............................................................................................................. 22
2. Abstract............................................................................................................. 23
3. Introdução......................................................................................................... 24
4. Material e Métodos........................................................................................... 25
5. Resultados e Discussão..................................................................................... 27
6. Conclusões........................................................................................................ 30
7. Referências Bibliográficas................................................................................ 31
CAPÍTULO 3: Comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia
sidoides Cham.) durante dois anos de cultivo ...................................................... 33
1. Resumo............................................................................................................. 33
2. Abstract............................................................................................................. 34
3. Introdução......................................................................................................... 35
4. Material e Métodos........................................................................................... 36
5. Resultados e Discussão..................................................................................... 38
6. Conclusões........................................................................................................ 45
7. Referências Bibliográficas................................................................................ 46
Página
CAPÍTULO 4: Influência das épocas seca e chuvosa no comportamento de
acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) .......................................... 50
1. Resumo............................................................................................................. 50
2. Abstract............................................................................................................. 51
3. Introdução......................................................................................................... 52
4. Material e Métodos........................................................................................... 53
5. Resultados e Discussão..................................................................................... 54
6. Conclusões........................................................................................................ 60
7. Referências Bibliográficas................................................................................ 61
CAPÍTULO 5: Influência da secagem das folhas no óleo essencial de alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham.).......................................................................... 64
1. Resumo............................................................................................................. 64
2. Abstract............................................................................................................. 65
3. Introdução......................................................................................................... 66
4. Material e Métodos........................................................................................... 67
5. Resultados e Discussão..................................................................................... 69
6. Conclusões........................................................................................................ 76
7. Referências Bibliográficas................................................................................ 77
ANEXOS.............................................................................................................. 80
i
RESUMO
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Caracterização e comportamento de acessos de
alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) mantidos em Banco Ativo de
Germoplasma em São Cristóvão - SE. São Cristóvão: UFS, 2008. 86 p. (Dissertação –
Mestrado em Agroecossistemas)
Alecrim-pimenta (Líppia sidoides Cham.) é uma planta medicinal e aromática,
nativa do Nordeste do Brasil, cujo óleo essencial é utilizado em virtude de suas
propriedades bactericida, fungicida, moluscida e larvicida. Este trabalho visou
caracterizar e avaliar o comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides
Cham.), de vários Estados do Nordeste do Brasil, mantidos em Banco Ativo de
Germoplasma em São Cristóvão. No primeiro capítulo, apresentou-se a introdução geral
do trabalho, o referencial teórico sobre recursos genéticos e sustentabilidade de
agroecossistemas, a origem, os aspectos botânicos e de uso de alecrim-pimenta, a
conservação de recursos genéticos e a caracterização de germoplasma (caracterização
morfológica, agronômica e química). O segundo capítulo consistiu da caracterização
morfológica e agronômica de acessos de alecrim-pimenta cultivados em campo,
utilizando-se delineamento experimental em blocos ao acaso com duas repetições.
Foram avaliadas as variáveis: altura de planta, massa fresca e seca de folha e caule,
largura e comprimento de folha, cor de folha, formato de copa, teor e rendimento de
óleo essencial. Os resultados mostraram diferenças morfológicas nos acessos para as
variáveis: cor de caule, formato de copa, altura de planta, comprimento e largura de
folha e relação comprimento/largura de folha. Para as características agronômicas,
foram evidenciadas diferenças significativas para teor e rendimento óleo essencial,
sendo o acesso LSID-005 o mais promissor e o acesso LSID-105 o menos promissor.
No terceiro capítulo estudou-se o comportamento de acessos de alecrim-pimenta em
dois anos de cultivo, e foram avaliadas as variáveis: altura de planta, massa fresca de
caule e folha, teor, rendimento e teores dos constituintes químicos do óleo essencial. As
maiores médias encontradas para os caracteres teor e rendimento de óleo essencial
foram do acesso LSID-105, com 7,68 % no ano de 2005, e do acesso LSID-102, com
56,46 mL planta
-1
no ano de 2006, respectivamente. As maiores médias de timol e de
carvacrol foram encontradas no acesso LSID-003, com 90,82 % e do acesso LSID-104,
com 56,05 % respectivamente, ambos no ano de 2006. O acesso LSID-104, oriundo do
Estado de Sergipe, apresentou como constituinte químico majoritário o carvacrol. Os
demais acessos têm o timol como constituinte químico majoritário. Todos os acessos,
nos dois anos de cultivo, apresentaram variabilidade fenotípica para todas as variáveis
analisadas, exceto para teor de terpil 4-ol. No quarto capítulo, avaliou-se a influência
das épocas seca e chuvosa no comportamento de acessos de alecrim-pimenta, avaliando-
se as variáveis: massa fresca e seca de folha, teor e rendimento do óleo essencial e os
teores dos constituintes químicos do óleo essencial. Observou-se que, para a maioria dos
acessos de alecrim-pimenta estudados, o teor de timol é maior na época chuvosa do que
na seca. O acesso LSID-102 apresentou alto rendimento de óleo essencial, porém com
teor de timol entre 47,97 % e 64,95 %. O acesso LSID-003 apresentou rendimento de
óleo essencial de 10,06 mL planta
-1
e teor de timol de 90,02 % e, o acesso LSID-104
apresentou alto teor de carvacrol (média de 54,68 %) e baixo teor de timol (média de
7,88 %). No quinto capítulo, estudou-se a influência da secagem das folhas no óleo
essencial de acessos de alecrim-pimenta. Testou-se a influência da secagem das folhas a
40º C por cinco dias em 11 acessos de alecrim-pimenta, colhidas nas estações seca e
chuvosa. Avaliaram-se o teor de óleo essencial e os teores dos constituintes químicos no
ii
óleo essencial. A secagem proporcionou redução de teor de óleo essencial de alecrim-
pimenta quando colhido na estação seca. Em geral, a secagem alterou os teores da
maioria dos constituintes químicos. Em relação aos constituintes químicos majoritários,
a secagem alterou o teor de timol, mas não alterou o teor de carvacrol do óleo essencial
de acessos de alecrim-pimenta.
Palavras-chaves: Lippia sidoides, planta medicinal e aromática nativa, genótipos, óleo
essencial, constituintes químicos.
_____________
Comitê Orientador: Arie Fitzgerald Blank UFS (Orientador), Francisco Elias Ribeiro - Embrapa Tabuleiros
Costeiros e Péricles Barreto Alves – UFS.
iii
ABSTRACT
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Characterization and behavior of pepper-rosmarin
(Lippia sidoides Cham) accessions maintained in Active Germplasm Bank at São
Cristóvão country, Sergipe State. Brazil. São Cristóvão: UFS, 2008. 90 p. (Thesis -
Master of Science in Agroecosystems - Universidade Federal de Sergipe, São
Cristóvão-SE, Brazil)
Pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham.) is a medicinal and aromatic plant,
native Northeast Region of Brazil, which has an essential oil widely used for its
properties as bactericide, fungicide, molluscicide, and larvicide. This paper aimed to
characterize and evaluate the performance of accessions of pepper-rosmarin (Lippia
sidoides Cham.) native to various States of the Northeast Region, kept in Germplasm
Bank at São Cristóvão, Sergipe, Brazil. The first chapter presents the general
introduction, the literature review on genetic resources and sustainability of
agroecosystems, origin, ethnobotany, and germplasm characterization (morphological,
agronomic and chemical). The second chapter presents and discusses the data on the
morphological and agronomic characterization of accessions of pepper-rosmarin
cultivated in field with seedlings from stem cuttings, using a randomized complete
block design with two replications. The evaluated variables were: plant height, fresh and
dry matter from leaves and stem, width and length of leaves, color of leaves and stem,
crown shape, and content and yield of essential oil. Results showed morphological
differences among accessions for color of stem, crown shape, plant height, width and
length of leaves and ratio length/width of leaves. For agronomic variables, there were
significant differences for content and yield of essential oil with the best and worst
performance for accessions LSID-005 and LSID-105, respectively. Third chapter
presents the data on performance evaluation of pepper-rosmarin, during two years of
field cultivation, for the variables: plant height, fresh and dry matter of stem and leaves,
content and yield of essential oil, and the content of chemical components of the
essential oil. The higher averages found for content (7,68 %) and yield (56,46 mL plant
-
1
) essential oil were produced by the accession LSID-105, in 2005, and by LSID-102, in
2006, respectively. The higher averages for content of thymol (90,82 %) and carvacrol
(56,05 %) were obtained from the accessions LSID-003 and LSID-104, respectively,
both in 2006. The accession LSID-104, native to Sergipe State, presented carvacrol as
major chemical component. All the other accessions presented thymol as major
chemical component. All the accessions, in both years, presented phenotypical
variability for all the evaluated variables, except for content of terpil-4-ol. Fourth
chapter presents the evaluation of influence of dry and rainy seasons on the performance
of accessions of pepper-rosmarin, using the variables: plant height, dry matter of leaves,
content and yield of essential oil and content of chemical components of the essential
oil. For the majority of the studied accessions, the thymol content was higher during the
rainy season. LSID-102 accession presented high yield of essential oil (56,46 mL plant
-
1
) and thymol content between 47,97 % and 64,95 %. LSID-003 accession yielded 10,06
mL plant
-1
of essential oil amd thymol content of 90,02 %. LSID-104 accession
presented high content of carvacrol (54,68%) and low content of thymol (7,88 %). Fifth
chapter presents the evaluation of the influence of leaves dehydration (at 40 °C for 5
days) on the content of essential oil and its chemical components of 11 accessions of
pepper-rosmarin harvested during dry and rainy season. Generally, drying of leaves
modified the content of most of the chemical constituents. In relation of the major
iv
chemical constituents, drying modified thymol content, but did not modified the
carvacrol content of the essential oil of the pepper-rosmarin accessions.
Keywords: Lippia sidoides, germplasm, native plants medicinal and aromatic plant,
post harvest, harvest season, thymol, carvacrol.
_____________
Guidance Committee: Arie Fitzgerald Blank UFS (Orientador),
Péricles Barreto Alves UFS e Francisco Elias
Ribeiro - Embrapa Tabuleiros Costeiros.
1
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO GERAL
Com o aumento da população mundial, as fronteiras agrícolas e urbanas se
expandem, ocupando o habitat natural de numerosas espécies de plantas e animais
(STUSHNOFF & SEUFFERHELD, 1995). Este fenômeno vem causando rápida e
profunda erosão da diversidade genética de espécies de plantas nativas ou mesmo
provocando a sua extinção (VILLALOBOS et al., 1991). Erosão genética tem ocorrido
também devido à substituição de cultivares domésticas e raças locais (“landraces”),
selecionadas por agricultores e povos indígenas devido a seu valor nutricional, alta
produtividade ou resistência a doenças e estresses ambientais e, por cultivares
melhorados que possuem diversidade genética mais restrita (VILLALOBOS et al.,
1991).
Diante da erosão genética intensa que vem afetando as plantas cultivadas e as
plantas selvagens, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
(FAO) esboçou, em nível mundial, nas três últimas décadas, estratégias de conservação
de recursos genéticos de plantas. Inclusive em 1971 foi estabelecido o sistema CGIAR
(Grupo Consultivo em Pesquisa Agrícola Internacional) e, em 1974 o IBPGR (Instituto
Internacional de Recursos Genéticos de Plantas), depois denominado IPGRI-
(Internacional de Recursos Genéticos de Plantas) e atualmente, denominado Bioversity
International. Essas instituições coordenam mais de 40 bancos de genes no mundo e
estão associadas a organizações internacionais de conservação de sementes de diferentes
culturas. Além disto, alguns países, a exemplo do Brasil, têm seus próprios sistemas de
recursos genéticos. Outra estratégia da FAO é a promoção, junto a governos de vários
países, de conferências, das quais resultam vários documentos, que enfatizam a
importância e delineiam os princípios gerais de ações para a conservação da diversidade
biológica (FAO, 1996).
Em setembro de 2001, por iniciativa do Instituto Brasileiro de Meio-Ambiente
(IBAMA) e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, foi realizada a Reunião
Técnica sobre Estratégias para a Conservação e Manejo de Recursos Genéticos de
Plantas Medicinais e Aromáticas (EMBRAPA & IBAMA, 2002). Participaram
pesquisadores das regiões do Brasil, que apontaram espécies medicinais prioritárias para
investigação em conservação e manejo, nos diversos biomas brasileiros. Na referida
reunião foram definidas sete plantas medicinais e aromáticas nativas da caatinga, com
2
alta prioridade de conservação, dentre essas espécies está o alecrim-pimenta (Lippia
sidoides Cham.). As ações com nível de prioridade alta são: coleta de germoplasma,
estudo sobre sistema reprodutivo, diversidade genética e dinâmica de populações,
mercado potencial, caracterização agronômica e farmacológica, conservação a campo
(ex situ), in vitro e in situ, manejo sustentável e melhoramento genético (EMBRAPA &
IBAMA, 2002).
O alecrim-pimenta é uma espécie que foi domesticada pela Universidade Federal
do Ceará, sendo explorado comercialmente pela utilização do seu óleo essencial rico em
timol e carvacrol, substâncias que se constituem em matéria prima de grande
importância e uso industrial, principalmente na farmacologia, cosméticos e,
recentemente, na agricultura (MATOS et al., 1999).
Devido à facilidade com que os recursos genéticos das plantas são perdidos,
antes mesmo de haver um estudo de suas características, propriedades e utilidades, é
que se têm desenvolvido trabalhos que favoreçam sua multiplicação e conservação.
Como até o momento, não relato da existência de sementes de alecrim-pimenta
disponíveis e como o interesse econômico por esta espécie está aumentando, uma
grande necessidade de se conservar o máximo de genes para evitar problemas no futuro
(INNECCO, 2000).
Para se obter material genético de excelente qualidade, resistente a pragas,
doenças e estresses ambientais é fundamental caracterizar para conhecer e preservar a
variabilidade genética, avaliar o comportamento desses acessos, identificar e selecionar
materiais com qualidades superiores, que por meio de programas de melhoramento
genético poderão ser obtidos cultivares adaptadas a determinadas regiões, com alto
rendimento e teor de óleo essencial, rico em timol e carvacrol. Assim, as informações
geradas neste estudo poderão colaborar com a otimização de Bancos Ativos de
Germoplasma, eliminando duplicidade de acessos e diminuindo custos de manutenção.
Ainda, a caracterização se constitui numa das fases mais importantes de programas de
melhoramento genético visto que, a seleção de genótipos com características desejadas e
o conhecimento do germoplasma disponível são essenciais para a conservação e
melhoramento das espécies.
Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi realizar a caracterização e
avaliar o comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.)
coletados em vários Estados do Nordeste do Brasil, mantidos em Banco Ativo de
Germoplasma da UFS, em São Cristóvão – SE.
3
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Recursos genéticos e a sustentabilidade de agroecossistemas
A sustentabilidade foi definida por Altieri (1999), como a habilidade de um
agroecossistema em manter a produção ao longo do tempo, em face de distúrbios
ecológicos e pressões socioeconômicas em longo prazo. A sustentabilidade também
pode ser entendida como a habilidade de um sistema em manter a sua produtividade,
mesmo quando seja submetida a estresses ou perturbações (CONWAY, 2003). Para
Gliessmann (2001a), a sustentabilidade deve ter uma base ecológica, representando a
condição de ser capaz de perpetuamente colher biomassa de um sistema porque sua
capacidade de se renovar ou ser renovado não é comprometida.
Os desafios do desenvolvimento sustentável implicam na necessidade de formar
capacidades para orientar um desenvolvimento fundado em bases ecológicas de
eqüidade social, diversidade cultural e democracia participativa. Isto estabelece o direito
à educação, capacitação e formação ambiental que permitem a cada pessoa e cada
sociedade produzir e apropriar-se de saberes técnicos e conhecimentos para participar
na gestão de seus processos de produção, decidir sobre suas condições de existência e
definir sua qualidade de vida.
O crescente aumento da erosão dos recursos genéticos vegetais, devido à ação
antrópica, uniformidade de materiais, exploração agressiva dos recursos naturais,
guerras, catástrofes climáticas, instalação de hidrelétrica, alta densidade demográfica,
entre outros provocam preocupação por parte dos técnicos, pesquisadores, comunidade
científica de todo o mundo. Principalmente, pela diminuição e/ou perda da variabilidade
genética de espécies cultivadas e seus parentes silvestres, bem como de variedades
locais, que vem gerando o estreitamento da base genética, afetando drasticamente a
biodiversidade do planeta (QUEIROZ, 2001).
Do ponto de vista da sustentabilidade, a direção dos esforços de melhoramento
de plantas cultivadas tem provocado profundas inquietações. A base genética da
agricultura vem sofrendo drástica redução, estreitando-se até um ponto perigoso, na
medida em que as sociedades humanas ficaram cada vez mais dependentes de umas
poucas espécies de organismos cultivados e de um pequeno número de genes e
combinações genéticas encontradas (NASS, 2001).
4
No decorrer do tempo, a seleção natural criou a diversidade genética encontrada
na natureza, é a matéria prima a partir do qual os seres humanos trabalham na
domesticação de plantas e animais e na formação de agroecossistemas (NASS et al.,
2001).
Os processos evolucionários que provocam o desenvolvimento de ecotipos e
direcionam a formação de espécies estão constantemente diversificando a base genética
da biota da terra. Embora espécies sejam extintas, novas estão sempre evoluindo, e os
genomas de muitas espécies existentes estão ficando mais variados com o tempo. Um
dos grandes receios de muitos pesquisadores é que a atividade humana, incluindo a
agricultura, altere fundamentalmente esse processo. A destruição, alteração e
simplificação de muitos habitats naturais estão aumentando enormemente as taxas de
extinção e eliminando ecotipos, corroendo assim, a diversidade genética natural e o
potencial para sua renovação (WILSON, 1997).
Uma espécie domesticada depende da intervenção humana, e a espécie humana
está agora dependente das plantas e animais domesticados. Em termos ecológicos, esta
interdependência pode ser considerada como um mutualismo obrigatório. Ela aconteceu
por meio de um processo de transformação mútua: as culturas humanas, tanto causaram
modificações na constituição genética de certas espécies úteis, quanto transformaram a
si próprias como resultados daquelas modificações. Em decorrência dessas
transformações fundamentais na base genética de sua fisiologia e morfologia, muitas
espécies e variedades domesticadas exigem condições ótimas em termos de umidade de
solo, disponibilidade de nutrientes, temperatura, luz do sol e ausência de pragas, para
terem um bom desempenho e expressarem as características de alto rendimento para as
quais foram selecionadas (GLIESSMAN, 2001b).
A seleção dirigida na agricultura vem trazendo algumas reflexões sobre os tipos
de práticas, modelos e princípios utilizados com a perspectiva, apenas, de cada vez mais
aumentar a produção desconsiderando a sustentabilidade de todos os aspectos
ecológicos que envolvem um agroecossistema.
A perda da diversidade genética na agricultura representa a perda de informações
potencialmente valiosas, com valores comprovados e potenciais. A diversidade genética
é a garantia de matéria-prima para o melhoramento de plantas, permitem o
conhecimento, caracterização e preservação de espécies adaptadas às condições para
resistência ambiental, atuando no sentido de prevenir contra perda total ante as doenças,
ataque de herbívoros ou variações incomuns das condições ambientais. Garante também
5
a combinação de genes que conferem resistências a condições e ou eventos futuros, uma
nova doença, ataques de pragas, permitindo ainda, a flexibilidade de um sistema, a
habilidade de se ajustar e adaptar-se a mudanças climáticas.
Para muitos autores a diversidade dos recursos genéticos é o tema chave para a
sustentabilidade de agroecossistemas, porém requer uma mudança fundamental na
forma como se maneja, manipula e se observam esses recursos (GLIESSMAN, 2001a;
CAPORAL & COSTABEBER, 2004).
A disponibilização de informações sobre as características dos recursos genéticos
passa necessariamente por conhecimentos fitotécnicos, fitopatológicos, entomológicos,
químicos e bioquímicos, entre outros dos acessos existentes e registrados nos bancos de
germoplasma (VALOIS et al., 2001). Muitos trabalhos têm sido feitos no sentido de
solucionar a escassez de recursos genéticos descritos e disponibilizar estes recursos, de
forma a aumentar a base genética dos programas de melhoramento.
Em setembro de 2001, por iniciativa do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
(IBAMA) e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (CENARGEN), na
Reunião Técnica sobre Estratégias para a Conservação e Manejo de Recursos Genéticos
de Plantas Medicinais e Aromáticas, pesquisadores indicaram espécies medicinais
prioritárias para investigação em conservação e manejo, nos diversos biomas brasileiros.
Entre as sete plantas medicinais e aromáticas de maior prioridade a serem conservadas
entre as espécies nativas da caatinga, está o alecrim-pimenta. Dentre as ações
priorizadas estão: coleta de germoplasma, estudo sobre sistema reprodutivo, diversidade
genética e dinâmica de populações, mercado potencial, caracterização agronômica e
farmacológica, conservação ex situ, in vitro e in situ, manejo sustentável e
melhoramento genético (EMBRAPA & IBAMA, 2002).
2.2. Origem, botânica, usos e óleo essencial de alecrim-pimenta (Lippia sidoides
Cham.).
O alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), pertencente à família Verbenaceae e
popularmente chamado de alecrim-pimenta, alecrim-do-nordeste, estrepa-cavalo e
alecrim-bravo, é um arbusto caducifólio, ereto, muito ramificado e quebradiço, de 2-3 m
de altura, próprio da vegetação do semi-árido nordestino do Brasil. As folhas são muito
aromáticas e picantes, simples, pecioladas, de 2-3 cm de comprimento. As flores são
pequenas, esbranquiçadas, reunidas em espigas de eixo curto nas axilas das folhas. Pode
6
ser multiplicado por estaquia usando-se, de preferência, os ramos mais finos (LORENZI
& MATOS, 2002).
Nas folhas do alecrim-pimenta, que é a parte medicinal, encontra-se até 4,5% de
óleo essencial rico em timol (73,5%), que é seu princípio ativo majoritário e o
responsável pelo seu cheiro característico (MATOS, 2002). O óleo essencial apresenta
forte ação antifúngica, antimicrobiana, contra Staphylococcus aureus que causa
infecções na pele e na garganta, Streptococcus mutans responsável pela cárie dentária,
Corynebacterium xerosis que causa mau cheiro nas axilas e nos pés, Candida albicans
ou Monilia, espécie encontrada nas aftas e corrimento vaginal, Trichophytum rubrum e
T. interdigitale que causam micoses na pele, ação moluscida contra o caramujo
hospedeiro da esquistossomose Biomphalaria glabra, e ação larvicida contra o
mosquito transmissor da dengue Aedes aegypti (LEMOS et al., 1990; LACOSTE et al.,
1996; MATOS, 2000; LORENZI & MATOS, 2002).
É um importante agente no controle de enfermidades orais. O alecrim-pimenta
controlou gengivites marginais em cães e observou-se uma atividade antiinflamatória
(GIRÃO et al., 2001); é também eficiente no tratamento da acne, sarna infectada, pano
branco, impigem, caspa e do mau-cheiro nos pés, axilas e virilhas (MATOS, 2002).
CARVALHO et al. (2003) e CAVALCANTI et al. (2004) comprovaram
atividade larvicida do óleo essencial de alecrim-pimenta, em pesquisa realizada com as
larvas do Aedes aegypti L., onde a mortalidade foi de 100% .
Radünz et al. (2001a) avaliando a influência da temperatura do ar no tempo de
secagem em camada delgada de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), mostrou que
o aumento da temperatura do ar de secagem proporcionou uma redução significativa no
tempo gasto na secagem, não apresentando, porém, diferenças significativas no teor de
óleo essencial, exceto para a amostra seca à temperatura ambiente. Assim, concluiu que
o processo de secagem pode ser otimizado com o aumento da temperatura do ar de
secagem, sem que isso implique em prejuízo quantitativo no teor de óleo essencial de
alecrim pimenta. Em trabalho Radünz et al. (2001a), constataram um percentual médio
de 2,93% de óleo essencial nas folhas de alecrim-pimenta e a depender da temperatura e
do local de secagem este valor é alterado.
O óleo essencial obtido das folhas de alecrim-pimenta é um dos produtos
naturais que possui uma ampla diversidade química, tem como principal constituinte o
timol, cujo teor tem variado entre 34,2 a 95,1% em várias determinações e carvacrol.
7
Outros constituintes encontrados são o p-cimeno, o-terpineno e o-cariofileno (LEAL et
al., 2003).
O estudo químico de extratos de alecrim-pimenta levou ao isolamento e
identificação de compostos fixos, incluindo dois dímeros naftoquinônicos
(lapachenolisocatalponol e tectol), ésteres metílicos naturais, graxos de C16 a C24,
ácido vanílico, 2-metil-5-isopropilfenol e a 5-4-dihidroxi-6,7-dimetoxi-flavona7,8,9
(COSTA et al, 2002). O ensaio toxicológico agudo pré-clínico demonstrou a baixa
toxicidade dos constituintes hidrossolúveis arrastados por vapor d'água durante a
extração de óleo essencial das folhas de alecrim-pimenta. Além disso, o teste de reação
por contato, feito com a aplicação de óleo essencial a 1% na pele dos animais, não
causou alergia. O espectro de atividade antibacteriana e antifúngica do óleo essencial se
relacionam a microrganismos como Escherichia coli, Staphylococcus aureus,
Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp, Streptococcus mutans, Corynebacterium
xerosis, Candida albicans, Trichophytum rubrum e Trichophytum interdigitale, dentre
outros (LEAL et al., 2003).
Também, seu óleo essencial, rico em timol e carvacrol, apresentou propriedades
bactericida e fungicida, enquanto o hidrolato revelou atividade moluscida e larvicida. O
estudo fitoquímico de L. sidoides, tem resultado no isolamento de vários constituintes
químicos: acetato do ácido oleanólico, metil-3,4-diidroxibenzoato, lapachenol,
tecomaquinona, tectoquinona, tectol, tectol acetilado, quercetina, luteolina,
glucoluteolina e lippisidoquinona. Este composto trata-se de uma naftoquinona dimérica
prenilada. Este trabalho também registrou o isolamento de um flavonóide e uma lignina
identificada como taxifolina e isolariciresinol (COSTA et al., 2002, NUNES et al.,
2005).
A elucidação das estruturas de todas as substâncias foi realizada por meio de
detalhada análise espectroscópica, principalmente RMN de hidrogênio e carbono- 13,
incluindo técnicas como COSY, HMQC, HMBC, NOESY. (COSTA et al., 2002).
Trabalho realizado mostrou o efeito analgésico do óleo essencial de alecrim-pimenta
onde mostrou a presença de 46 componentes sendo que os mais abundantes foram: p-
cimeno (26,79%), timol (21,97%) e mirceno (12,85%). A análise do óleo volátil das
folhas de alecrim-pimenta utilizando CG/EM mostrou-se constituído principalmente de
monoterpenos. O óleo essencial apresentou efeito analgésico e os resultados obtidos
estão de acordo com o uso popular da planta no combate à dor (ALVES et al, 2004).
8
Outros trabalhos demonstraram que o óleo essencial de alecrim-pimenta
apresenta a seguinte composição química: monoterpernos (carvacrol, p-cimeno, timol,
α-felandreno), sesquiterpeno (β-cariofileno, α-copaeno, α-humuleno), flavanóides (6,7-
dimethoxy, 5,5-dihidroxiflavona) outros componentes do extrato de óleos de alecrim-
pimenta encontrados foram: Naftoquinoides: lapachenol, isocatalponol, e 6-oxo-3,4,
4,5-tetra-hidro-3-hidroxi-2,2-dimetilnafito-1,2-pirano (MACAMBIRA et al., 1986;
LEMOS et al., 1990; TERBLANCHÉ & KORNELIUS, 1996).
Radünz et al. (2001a) observaram que o processo de secagem das folhas desta
espécie pode ser otimizado com o aumento da temperatura, sem que o mesmo implique
em prejuízo quantitativo no teor do óleo essencial. O óleo essencial de alecrim-pimenta,
quando analisado por cromatografia gasosa (GC MS), apresentou 73,1% de timol
como principal componente (MATOS et al., 1999).
Os resultados de pesquisa vêm demonstrando que essa planta representa um
grande potencial para a Região do Nordeste do Brasil, merecendo destaque entre as
plantas medicinais e aromáticas a serem preservadas. Também, evidencia-se a
necessidade de novas oportunidades de pesquisas envolvendo trabalhos sobre sistemas
de produção de plantas medicinais que sejam mais ecológicos e se caracterizem num
diferencial para o mercado desses produtos (MATOS, 2002).
2.3. Conservação de germoplasma
A conservação e recuperação da base de recursos naturais, independentemente,
de quais as estratégias adotadas para a intervenção é extremamente estratégica para a
sustentabilidade de todos os elementos dos agroecossistemas que venham a ser
impactados pela ação humana (CAPORAL & COSTABEBER, 2004).
O desenvolvimento de ações para a conservação e uso dos recursos genéticos
vegetais nativos além de estratégico, deve estar fundamentado em bases sólidas de
planejamento com perspectivas de execução em longo prazo. Desta forma, programas
nacionais de conservação são criados para dar suporte a um conjunto de ações de
pesquisa, apoio e desenvolvimento de recursos genéticos, sendo de fundamental
importância a identificação de espécies e atividades prioritárias na busca por tecnologias
eficientes para a conservação e uso do germoplasma, em bases sustentáveis (NASS et
al., 2001).
9
A conservação de germoplasma como uma atividade científica foi proposta nos
anos 70 para prevenção da erosão genética e para o melhoramento da produtividade
agrícola (HIDALGO, 2003). A conservação de germoplasma de raças locais, cultivares
domésticos e parentes silvestres de espécies agronômicas tem sido uma das mais
importantes áreas de pesquisa. Seu principal objetivo é o desenvolvimento de técnicas
para a conservação em longo prazo da variabilidade genética de espécies vegetais com a
máxima integridade genética e biológica possível (BAJAJ, 1995; SANTOS, 2001).
Existem duas estratégias básicas de conservação: conservação in situ e ex situ
(HIDALGO, 2003). Conservação in situ refere-se à manutenção das espécies
selecionadas no seu habitat natural em parques, reservas biológicas ou reservas
ecológicas. Conservação ex situ é a conservação de espécies vegetais fora do seu
ambiente natural, através de coleções de plantas no campo de sementes em bancos de
sementes, ou de coleções de plântulas em bancos in vitro.
A conservação ex situ refere-se à conservação de genes ou de genótipos de
plantas fora do seu ambiente de ocorrência natural, para uso atual ou futuro que
pertence ao importante conjunto de atividades que compõem a gestão dos recursos
fitogenéticos. (Hoyt 1988). Considera-se complementar da conservação in situ que
não é possível conservar ex situ todas as espécies. A conservação ex situ atinge um
amplo espectro taxonômico. Protege espécies silvestres como também às espécies
cultivadas. Quando aplicada às espécies domesticadas, a conservação ex situ procura
conservar fora do seu centro de origem ou diversidade tanto as espécies como a
variabilidade gerada durante o processo evolutivo de domesticação. Este tipo de
conservação utilizou-se amplamente durante as últimas décadas (JARAMILLO &
BAENA, 2000).
Espécies com substâncias químicas de uso reconhecido na medicina devem ser
trabalhadas visando sua produção em níveis sustentáveis e maiores. Uma busca por
acessos com características químicas e de cultivo mais favoráveis, explorando a
variabilidade intraespecífica. seria outro aspecto interessante para estas espécies. Tais
estudos devem incluir também o conhecimento mais detalhado de suas características
morfológicas e ambientais. Estratégias de conservação ex situ são as mais recomendadas
para estes casos (JARAMILLO & BAENA, 2000).
Espécies de uso popular, com algumas informações sobre suas características
químicas e que sejam regularmente comercializadas devem receber um incremento na
10
pesquisa química e farmacológica, associada à busca de informações sobre suas
características ambientais (MATOS, 2000).
Para a conservação ex situ é necessário uma maior representatividade das
espécies de interesse. Conforme mencionada anteriormente, a maioria das espécies
mantidas em bancos de germoplasma, contam com um a cinco acessos. Elas estão
representadas, em sua maioria, por coleções de campo, o que as tornam extremamente
vulneráveis. Em primeiro lugar, é necessário garantir a conservação dos acessos já
coletados de forma correta, mantendo-se as informações básicas sobre a origem. A
seguir, é necessário fazer uma avaliação das inúmeras coleções de plantas regionais,
visando determinar seu valor em termos de representatividade das espécies mantidas e
da importância regional das mesmas. Após a obtenção destas informações deve-se
estimular o trabalho integrado de grupos de pesquisa de produtos naturais, visando
estabelecer diretrizes para uma avaliação fitoquímica e farmacológica dos acessos, para
que se possa chegar à etapa seguinte desenvolvimento de tecnologia de produção de
matéria-prima (JARAMILLO & BAENA, 2000).
Nas coleções ex situ, é possível obter informações preliminares importantes
sobre o comportamento das espécies com relação a seu desenvolvimento quando
cultivadas. (MATOS, 2000) o que traz conseqüências para a definição da estratégia de
conservação e cultivo desta espécie e pode ter influências sobre sua composição
fitoquímica, devendo ser investigado. Também, é conveniente lembrar que a
conservação ex situ deve ser realizada prioritariamente nas regiões de ocorrência natural
da espécie e, só depois, investigada a sua adaptação em outras regiões produtoras
potenciais. Isto divide o trabalho e as responsabilidades de cada banco de germoplasma
(JARAMILLO & BAENA, 2000).
Os bancos de germoplasma já existentes devem equipar-se ou associar-se a
bancos de germoplasma regionais que já possuem os equipamentos necessários para a
conservação de sementes, pois a manutenção de germoplasma em coleções de campo é
bastante arriscada, além de ser muito cara, sendo geralmente restritas também as áreas
disponíveis para estas coleções. Após a avaliação das coleções regionais, aquelas que
apresentam características satisfatórias, no sentido de representatividade das espécies
que mantêm, devem ser integradas à rede de conservação de germoplasma de plantas
medicinais (HIDALGO, 2003).
As sementes são a forma mais comum de conservação ex situ, que esta é a
unidade de propagação natural para a maioria das espécies de plantas superiores. Muitas
11
espécies produzem sementes ortodoxas, isto é, sementes que podem ser desidratadas
para aproximadamente 5% do teor de umidade inicial e armazenadas a
aproximadamente –18 °C (ROBERTS, 1973; SANTOS, 2001). Nestas condições a
longevidade das sementes pode ser prolongada por muitas décadas de forma previsível
e, por esta razão, estas condições de armazenamento são adotadas pela maioria dos
bancos de sementes. Em contraste, sementes de numerosas espécies arbóreas e
arbustivas, nativas de regiões tropicais e sub-tropicais, e mesmo muitas espécies
cultivadas de importância econômica tais como dendê (Elaeis oleifera [Kunth.] Cortes),
coco da Bahia (Cocos nucifera L.), borracha (Hevea brasiliensis M. Arg.) e cacau
(Theobroma cacao L.) que têm sementes recalcitrantes, são danificadas e perdem a
viabilidade quando armazenadas nas mesmas condições (ROBERTS, 1973; ROBERTS
& ELLIS, 1984; SANTOS, 2001).
rias outras espécies de plantas necessitam de procedimentos de conservação
alternativos. Este é o caso de espécies que se propagam exclusivamente por propagação
vegetativa, pois elas, o produzem sementes viáveis, que é o caso de alecrim-pimenta.
No caso destas espécies é mais apropriado conservar outro propágulo que não a semente.
Estas espécies problema têm sido mantidas em bancos no campo ou em bancos de
germoplasma in vitro. No primeiro caso, as plantas são mantidas como plantações no
campo. Este é um tipo de conservação eficiente para a manutenção de coleções por curto
e dio prazo. Entretanto, esta metodologia requer grandes extensões de terra e envolve
altos custos de manutenção. Igualmente preocupante é o fato de que plantas conservadas
no campo estão vulneráveis ao ataque de pragas e doenças e a desastres climáticos, os
quais podem subitamente dizimar toda a coleção (ENGELMANN, 1997).
A conservação de germoplasma in vitro se baseia no cultivo de coleções em
laboratórios, a partir de técnicas de cultura de tecidos (GEORGE, 1996). A manutenção
dos recursos fitogenéticos se executa quando são feitas mudanças no ambiente de
cultivo para desacelerar ou suprimir totalmente o crescimento das células e dos tecidos
(ROCA & MROGINSKI, 1991).
Para a conservação de germoplasma ex situ define-se coleções de plantas vivas
no campo e a implantação de Bancos Ativos de Germoplasmas (BAGs). Geralmente,
procura-se representar o “pool” genético de um acesso, por meio de uma amostra que é
variável em função do sistema reprodutivo da espécie em questão. Elas podem ser
propagadas sexuada e assexuadamente. Geralmente, elas são de propagação vegetativa,
mais propriamente de forma clonal. Nesse caso, um número mínimo de indivíduos é
12
suficiente para representar o genótipo de um acesso, uma vez que dentro do mesmo
clone não variação genética. Na maioria dos casos, utiliza-se de 3 a 10 por acesso,
isso irá depender da espécie (FERREIRA, 1999).
Para o caso de espécies propagadas sexuadamente o número total de indivíduos
por acesso deve ser maior, é variável e depende dos estudos de biologia floral, do
ecossistema, do porte da planta, do hábito de crescimento, entre outros. A principal
limitação da conservação in vivo é a grande quantidade de espaço requerido, além de
que esse tipo de conservação deve ser realizado em áreas agroecológicas muito
similares ao habitat natural de cada tipo de germoplasma (FERREIRA, 1999).
Segundo Chomchalow (1985 apud FERREIRA, 1999) enfatiza que a
conservação em campo apresenta desvantagens como: manejo deficiente devido ao
grande número de plantas, falha na diversidade, informações inadequadas do
germoplasma, perigos de catástrofes naturais, alto custo de manutenção e da intervenção
do homem. A conservação ex situ desse germoplasma vegetal requer o uso de
metodologias técnico-científicas como base para atividades de rotina e pesquisa, não
para permitir a prática de uma conservação bem manejada, como também para
promover e induzir ao uso do germoplasma armazenado (NASS et al., 2001).
A maioria dos bancos de germoplasma está integrada ao principal programa de
conservação ex situ em desenvolvimento no País, que é o de Conservação e Uso de
Recursos Genéticos, pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), implantada no âmbito do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária
(SNPA) coordenado pela Empresa. O programa tem como objetivo o enriquecimento, a
conservação e a documentação dos recursos genéticos autóctones e exóticos, de
importância socioeconômica atual e potencial para o país, promovendo e aumentando,
por meio da caracterização e avaliação, a utilização desses recursos em programas de
melhoramento ou diretamente pelo agricultor, para o desenvolvimento de uma
agricultura sustentável (GOEDERT & WETZEL, 1999).
2.4. Caracterização de germoplasma
A agricultura depende muito da diversidade genética de plantas cultivadas e
domesticadas, dos organismos pertencentes aos ecossistemas naturais que circundam os
agroecossistemas, especialmente os parentes silvestres das plantas cultivadas, culturas
de importância menor, organismos benéficos não agrícolas. É importante observar à
13
diversidade genética total dos agroecossistemas como um todo. Um cultivo e sistema de
produção que funcionem plenamente preservam todos os processos genéticos,
ecológicos e culturais responsáveis pela produção da diversidade. Informações a
respeito de controle biológico, defesas de plantas entre outros, são extremamente
importantes para o conhecimento dos agroecossistemas. A sustentabilidade de
agroecossistemas requer uma mudança fundamental na forma como manejamos e
manipulamos os recursos genéticos (NASS, 2001).
Considerando que o germoplasma esteja disponível, seja por ações de coleta ou
de introdução e intercâmbio, a seqüência dos trabalhos exige procedimentos no sentido
de sua caracterização e avaliação. As atividades relacionadas de forma subseqüentes e
correlatas referentes ao conhecimento e a disponibilização de germoplasma para fins de
uso e conservação são: introdução e intercâmbio, prospecção, coleta, caracterização e
avaliação, documentação, conservação e utilização (NASS et al., 2001).
Para a caracterização de recursos genéticos vegetais, as etapas previstas são:
identificação botânica, fundamental para o conhecimento e separação das espécies;
elaboração de cadastro de acessos por espécie, onde se registram todas as informações
sobre os acessos; a caracterização dos aspectos morfológicos, agronômicos, químicos,
genéticos, entre outros, estabelecendo-se os descritores a serem estudados. É importante
fazer uma avaliação preliminar dos dados obtidos e uma avaliação complementar
correlacionando os diversos caracteres com o objetivo de identificar as divergências
dentro e entre as plantas (NASS, 2001).
Os descritores selecionados para a caracterização de acessos devem ser comuns a
todos os bancos de germoplasmas existentes e sua finalidade é ter medidas comuns de
comparação e distinção de espécies e entre espécies. Os descritores podem ser definidos
como os atributos ou características inerentes aos acessos de um banco de germoplasma,
possibilitando a diferenciação entre acessos de uma mesma cultura (HOWES, 1981). O
uso dos descritores na caracterização e avaliação de germoplasma, deve
necessariamente resultar de um consenso entre curadores e melhoristas (GIACOMETTI,
1988). Esses são sugeridos e publicados pelo Instituto Internacional de Recursos
Genéticos Vegetais (IPGRI), a fim de facilitar e uniformizar as atividades da
caracterização e avaliação.
Existem muito poucos descritores oficiais para plantas medicinais e aromáticas.
No caso do alecrim-pimenta, ainda não existem descritores selecionados para sua
caracterização e avaliação. Assim, devido à sua crescente importância econômica e
14
social, esse estudo poderá contribuir para o estabelecimento de descritores dos grupos
morfológicos, agronômicos e químicos dessa espécie.
2.4.1. Caracterização morfológica e agronômica de germoplasma
A disponibilização dos recursos genéticos para os melhoristas passa
necessariamente pela caracterização agronômica, fitopatológica, entomológica,
bioquímica entre outras dos acessos registrados nos bancos de germoplasma. Entretanto,
menos de 8% dos recursos constantes em bancos de germoplasma são efetivamente
utilizados pelos melhoristas (VALOIS et al., 2001). Dentre os principais fatores que
concorrem para a pequena utilização de genitores nos programas de melhoramento estão
o desconhecimento por parte do melhoristas dos recursos genéticos disponíveis nos
bancos de germoplasma (VALLS, 1999), assim como, o pequeno número de trabalhos
realizados no sentido de disponibilizar estes dados.
A caracterização morfológica e agronômica busca descrever os diversos acessos
de uma coleção de germoplasma utilizando como descritores, características de
interesses tais como: a cor do caule, folhas, nervuras foliares, sépalas e pétalas das
flores, início de floração, altura de planta, largura e formato da copa, comprimento e
largura das lâminas foliares, relação comprimento/largura, produção de frutos/planta,
produção de plantas/ha, produção de óleo/ha, entre outros.
Essa caracterização em alguns casos pode não ser interessante para se diferenciar
alguns tipos de germoplasmas, pois os caracteres fenotípicos podem não representar as
divergências genéticas sofrem influência das condições edafoclimáticas que o material
está submetido. Em muitos casos, somente com a caracterização genética e molecular
complementar, isso é possível (NASS, 2001).
Na caracterização agronômica alguns trabalhos mostram a influência da relação
massa fresca e seca no teor e rendimento de óleo essencial, o efeito da temperatura de
secagem na quantidade e qualidade do óleo essencial. Radünz et al. (2001b) avaliando a
influência da temperatura do ar no tempo de secagem em camada delgada de alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham.) mostraram que o aumento da temperatura do ar de
secagem proporcionou uma redução significativa no tempo gasto na secagem, não
apresentando, porém, diferenças significativas no teor de óleo essencial, exceto para a
amostra seca à temperatura ambiente. Assim, concluiu que o processo de secagem pode
ser otimizado com o aumento da temperatura do ar de secagem, sem que isso implique
15
em prejuízo quantitativo no teor de óleo essencial de alecrim-pimenta. Em outro
trabalho, Radünz et al. (2001a), constataram um percentual médio de 2,93% de óleo
essencial nas folhas de alecrim-pimenta e a depender da temperatura e do local de
secagem este valor é alterado.
No estudo de caracterização morfológica e agronômica de acessos de manjericão
alfavaca visando a seleção de genótipos com alto rendimento de óleo essencial rico em
linalol, observaram-se grande diversidade entre os genótipos para todas as variáveis
avaliadas. Destaca-se a grande amplitude entre os acessos quanto ao teor de óleo
essencial, variando de 0,202 a 2,536 mL/100g e para o rendimento de óleo essencial, de
1,103 a 21,817 l/ha. Levando-se em conta essas duas variáveis foram selecionados os
genótipos NSL6421, PI197442, PI358464, PI414194, PI531396 e “Fino Verde” para o
programa de melhoramento genético (BLANK et al., 2004).
Também, no trabalho de caracterização morfológica e agronômica de seis
genótipos de sambacaitá (Hyptis pectinata), observou-se uma diferença significativa
entre os acessos. Na primeira colheita, para a variável massa seca de folhas foram
encontrados os valores entre 3,02 a 20,43 g planta
–1
. O acesso SAM006, originado de
Propriá SE, mostrou-se mais promissor em relação aos demais (ARRIGONI-BLANK
et al., 2005).
2.4.2. Caracterização química
Na última década, a maneira de se pesquisar novos compostos biologicamente
ativos sofreu grandes mudanças, principalmente devido aos avanços tecnológicos. A
indústria farmacêutica tem um papel importante no desenvolvimento de novos métodos,
os quais pode propiciar de forma mais rápida, o surgimento de novos medicamentos no
mercado. Um dos mais importantes fatores para o sucesso no descobrimento de um
fármaco novo é a diversidade química dos compostos a serem selecionados, cujas fontes
podem ser compostos sintéticos, produtos naturais ou a química combinatória. Entre
estas possibilidades, os produtos naturais são considerados como uma das maiores
fontes de diversidade química (CRAVEIRO et al., 1981; VERLET, 1993; CAMPOS,
2004).
Os óleos essenciais ou também chamados de óleos etéreos ou voláteis são
misturas complexas de substâncias líquidas, voláteis, lipofílicas e quase sempre
odoríferas. Uma de suas características é ser solúvel em compostos orgânicos apolares e
16
apresentar alta volatilidade. Os métodos de extração variam conforme a localização do
óleo essencial na planta e a sua utilização. Os métodos mais empregados são: por arraste
a vapor d’água, solventes orgânicos, prensagem, extração por dióxido de carbono
supercrítico e hidrodestilação (GUENTHER, 1972; SIMÕES & SPITZER, 2004). A
composição química do óleo essencial de plantas pode sofrer influência do componente
genético da própria planta (KAMADA et al., 1999) de fatores ambientais como umidade
relativa, temperaturas, época do ano, estresse submetido à planta em função do estádio
de desenvolvimento e nutrição, secagem do material, entre outros (CASTRO et al.,
2002; SILVA et al., 2003; BLANK et al., CASTRO et al., 2004; CARVALHO FILHO
et al., 2006).
Do ponto de vista químico, os óleos essenciais são constituídos de fenil
propanóides e/ou de terpenóides. Os constituintes terpênicos são mais predominantes,
dentre deles destaca-se os monoterpenóides (em torno de 90% dos óleos essenciais) e os
sesquiterpenóides (SIMÕES & SPITZER, 2004).
O óleo essencial obtido das folhas de alecrim-pimenta é um dos produtos
naturais que possui uma ampla diversidade química, tem como principal constituinte o
timol, cujo teor tem variado entre 34,2 a 95,1 % em várias determinações e/ou o
carvacrol. Outros constituintes encontrados são o p-cimeno, o-terpineno e β-cariofileno
(LEAL et al., 2003).
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22
CAPÍTULO 2
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E AGRONÔMICA DE
GERMOPLASMA DE ALECRIM-PIMENTA
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Caracterização morfológica e agronômica de
germoplasma de alecrim-pimenta. In: Caracterização e comportamento de acessos de
alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) mantidos em Banco Ativo de Germoplasma
em São Cristóvão - SE. 2008. Cap. II. Dissertação de Mestrado em Agroecossistemas
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
1. RESUMO
O alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) é uma planta medicinal e aromática
nativa do nordeste brasileiro pertencente à família Verbenaceae. Até o momento não
estudos sobre a variação existente no germoplasma desta espécie, cujo óleo essencial é
exportado. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar a caracterização
morfológica e agronômica de acessos do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de
alecrim-pimenta da UFS. Foi instalado um BAG na Fazenda Experimental “Campus
Rural da UFS”, localizada no município de São Cristóvão-SE. Foram plantados 10
acessos, usando espaçamento de 1,0 m x 1,0 m, em delineamento experimental de
blocos ao acaso, com duas repetições, sendo a parcela constituída por três plantas.
Notaram-se diferenças entre os acessos de alecrim-pimenta do Banco Ativo de
Germoplasma da UFS para as variáveis: cor de caule, formato de copa, altura de planta,
comprimento e largura de folha e relação comprimento/largura de folha. O acesso
LSID-005 se mostrou o mais promissor para rendimento de folha e óleo essencial e o
acesso LSID-105 o menos promissor.
Palavras-chaves: Lippia sidoides, planta medicinal e aromática nativa, banco ativo de
germoplasma, óleo essencial.
23
MORPHOLOGIC AND AGRONOMIC CHARACTERIZATION OF
PEPPER-ROSMARIN GERMPLASM
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Morphologic and agronomic characterization of
pepper-rosmarin germplasm. In: Characterization and behavior of pepper-rosmarin
(Lippia sidoides Cham) accessions maintained in Active Germplasm Bank in the São
Cristóvão county, Sergipe State. 2008. Chap. II. Thesis - Master of Science in
Agroecosystems - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
2. ABSTRACT
Pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham.) is a native medicinal and aromatic
plant from the northeast of Brazil and belong to the Verbenaceae family. Till this
moment there are no studies about variation at the germplasm of these species, which
essential oil is exported. The aim of this work was to realize the morphologic and
agronomic characterization of the accessions from the pepper-rosmarin Active
Germplasm Bank (AGB) of the Federal University of Sergipe. A ABG was installed at
the Research Farm "Campus Rural da UFS", located at the São Cristóvão county,
Sergipe State, Brazil. We planted 10 accessions, spacing the plants 1.0 x 1.0 m, using a
randomized block design with two replications. Each plot was constituted of three
plants. We noted differences between pepper-rosmarin accessions from the Active
Germplasm Bank (AGB) of the Federal University of Sergipe for the following
variables: stem color, canopy form, plant height, length (L) and wide (W) of leaves, and
relation L/W of leaves. We observed that LSID-005 was the most promising accession
for leaf and essential oil yield and the accession LSID-105 was the minor promising.
Key words: Lippia sidoides, native medicinal and aromatic plant, active germplasm
bank, essential oil.
24
3. INTRODUÇÃO
Por meio dos estudos efetuados, e intensificados pela indústria farmacêutica,
sobre as propriedades fitoterápicas dos vegetais, as plantas medicinais e aromáticas
passaram a figurar com grande destaque no cenário do agronegócio nacional. Essas
plantas, por meio de seu metabolismo secundário, sintetizam, entre outros produtos,
óleos essenciais ricos em substâncias químicas de natureza diversa e, dependendo da
espécie e do órgão vegetal do qual foi extraído, podem apresentar composição química,
características físico-química e aroma distintos (SIMÕES et al., 2004).
Os ecossistemas naturais estão, nesses últimos anos, sendo rapidamente
degradados, em virtude do crescimento das cidades, da especulação imobiliária e do
avanço da ocupação territorial promovida principalmente pelo setor agrícola com a
expansão de suas fronteiras, levando ao desaparecimento de espécies animal e/ou
vegetal conhecida ou não resultando em perdas de recursos genéticos. A conservação
dos recursos genéticos e da agrobiodiversidade como um todo, são estratégias
fundamentais para garantir a sobrevivência das espécies e suas respectivas cadeias
produtivas, tornando-se um valor biótico estratégico de segurança nacional (VILELA-
MORALES & VALOIS, 2000). Diante de tal situação, governos de diversos países, em
cooperação mútua entre si e em parcerias com instituições de pesquisa, vêm tentando
desenvolver protocolos para barrar essa verdadeira erosão genética para preservar a
diversidade biológica das espécies.
A comunidade científica, preocupada com a perda dos recursos genéticos de
plantas medicinais e aromáticas nativas, realizou em 2001 a REUNIÃO TÉCNICA
SOBRE ESTRATÉGIAS PARA CONSERVAÇÃO E MANEJO DE RECURSOS
GENÉTICOS DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS e entre as sete plantas
medicinais e aromáticas de maior prioridade a serem conservadas entre as espécies
nativas da Caatinga encontra-se a alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.). A espécie
possui mercado externo, interno e regional. A espécie já vem sendo cultivada e a
pressão antrópica é considerada média. As ações com nível de prioridade alta são coleta
de germoplasma, estudo sobre sistema reprodutivo, diversidade genética e dinâmica de
populações, mercado potencial, caracterização agronômica e farmacológica,
conservação ex situ, in vitro e in situ, manejo sustentável e melhoramento genético
(EMBRAPA & IBAMA, 2002).
25
Lippia sidoides Cham., pertencente à família Verbenaceae e popularmente
chamado de alecrim-pimenta, alecrim-do-nordeste, estrepa-cavalo e alecrim-bravo, é
um arbusto caducifólio, ereto, muito ramificado e quebradiço, de 2-3 m de altura,
próprio da vegetação do semi-árido nordestino do Brasil. As folhas são muito
aromáticas e picantes, simples, pecioladas, de 2-3 cm de comprimento. As flores são
pequenas, esbranquiçadas, reunidas em espigas de eixo curto nas axilas das folhas. Pode
ser multiplicada por estaquia usando-se, de preferência, os ramos mais finos (LORENZI
& MATOS, 2002).
A análise fitoquímica das folhas registrou até 4% de óleo essencial por arraste a
vapor, que contém mais de 60% de timol ou uma mistura de timol e carvacrol, dois
terpenos fenólicos dotados de fortíssima atividade antimicrobiana contra
Staphylococcus aureus, que causa infecções na pele e na garganta, Streptococcus
mutans responsável pela cárie dentária, Corynebacterium xerosis causador do mau
cheiro nas axilas e nos pés, Candida albicans ou Monilia encontrada nas aftas e no
corrimento vaginal; também funciona contra os agentes causadores de micoses na pele
Trichophytum rubrum e T. interdigitale (LACOSTE et al., 1996; MATOS, 2000;
LEMOS et al., 2002; LORENZI & MATOS, 2002).
Uma vez que, num programa de melhoramento genético, uma das fases mais
importantes é a seleção de genótipos superiores que serão empregados nos cruzamentos,
é essencial o conhecimento do germoplasma disponível. Assim já foram realizados
estudos quanto à caracterização morfológica e agronômica de Ocimum sp. (BLANK et
al., 2004) e Hyptis pectinata (ARRIGONI-BLANK et al., 2005), e foram identificados
os acessos mais promissores.
Dessa forma o presente trabalho objetivou realizar a caracterização morfológica
e agronômica de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) do Banco Ativo
de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
4. MATERIAL E MÉTODOS
Foi instalado um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) no Horto de Plantas
Medicinais da Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS”, localizada no município
de São Cristóvão-SE, num Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico. Os acessos foram
obtidos a partir de coletas realizadas nos Estados de Ceará, Rio Grande do Norte e
Sergipe. As mudas foram produzidas a partir de estacas utilizando-se ramos herbáceos
26
com aproximadamente 15 cm de comprimento, mantendo-se um par de folhas, tendo
como substrato para o enraizamento a mistura de da casca de coco lavado e areia
lavada (2:1), acrescida de 20 g L
-1
de biofertilizante organomineral Biosafra® (3-12-6)
(COSTA et al., 2005). As estacas foram dispostas em bandejas de isopropileno
expandido com 72 células em ambiente protegido com tela sombrite de 70 % e
nebulização intermitente e as mudas foram levadas a campo com cerca de 20 cm de
altura.
Foram plantados 10 acessos (Tabela 1), usando espaçamento de 1,0 m x 1,0 m,
em delineamento experimental de blocos ao acaso, com duas repetições, sendo a parcela
constituída por três plantas. Realizou-se diariamente a irrigação por gotejamento.
TABELA 1. Acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) do Banco Ativo de
Germoplasma da UFS, suas procedências, coordenadas geográficas e número no
Herbário da UFS. São Cristóvão, UFS, 2008.
Acesso Procedência Coordenadas geográficas
N
o
no Herbário da
UFS
LSID-001 Fortaleza-CE (UFC) 03° 44' 41,4'' S; 38° 34' 29,4'' W 8218
LSID-002 Mossoró-RN 05° 07' 26,7'' S; 37° 24' 14,6'' W 8219
LSID-003 Mossoró-RN 05° 08' 28,3'' S; 37° 23' 58,0'' W 8220
LSID-004 Quixeré-CE 05° 05' 03,5'' S; 37° 58' 43,9'' W 8221
LSID-005 Limoeiro do Norte-CE 05° 09' 47,8'' S; 38° 06' 31,0'' W 8222
LSID-006 Tabuleiro do Norte-CE 05° 14' 05,4'' S; 38° 11' 35,0'' W 8223
LSID-102 Poço Redondo-SE 09° 58' 07,6'' S; 37° 51' 49,2'' W 8224
LSID-103 Poço Redondo-SE 09° 58' 08,6'' S; 37° 51' 50,3'' W 8225
LSID-104 Poço Redondo-SE 09° 58' 09,2'' S; 37° 51' 50,3'' W 8226
LSID-105 Poço Redondo-SE 09° 58' 12,9'' S; 37° 51' 49,2'' W 8227
As colheitas e as avaliações foram realizadas no dia 18/05/2005, na estação
chuvosa, durante o período da manhã com as plantas em plena floração. O corte foi
realizado a uma altura de 40 cm do solo.
Para a caracterização morfológica, avaliaram-se as seguintes variáveis:
a) cor de caule, de folha e de nervuras foliares de acordo com observações em campo;
b) cor de sépalas e pétalas das flores por ocasião da plena floração;
c) formato da copa: as copas das plantas de cada parcela útil foram classificadas em
arredondado, forma de taça, irregular e cone;
d) altura de planta: foi medida a altura das plantas de cada parcela útil, com o auxílio de
uma fita métrica, utilizando-se a média para representar a parcela;
27
e) diâmetro da copa; com a fita métrica mediu-se o maior diâmetro da copa das plantas
de cada parcela útil, utilizando-se a média para representar a parcela;
f) comprimento e largura das lâminas foliares; foram amostradas aleatoriamente duas
folhas totalmente expandidas de cada planta das parcelas úteis. Com o auxílio de uma
fita métrica foram medidas a largura e o comprimento dessas folhas. Foram utilizadas as
médias para representarem as parcelas;
g) relação comprimento/largura (C/L) das lâminas foliares; foi calculada dividindo-se o
comprimento médio pela largura média das folhas amostradas de cada parcela útil;
As variáveis agronômicas analisadas foram:
a) massa fresca de folha: as plantas foram cortadas a 40 cm do solo às 09:00 horas,
levadas ao galpão, onde foram desfolhadas. Em balança eletrônica determinou-se a
massa obtida das folhas da parcela útil e expressou-se o resultado em g planta
-1
;
b) Massa seca de folha: as folhas de cada parcela útil foram secas em estufa de secagem
com fluxo de ar forçado a uma temperatura de 40ºC por cinco dias (CARVALHO
FILHO et al., 2006);
c) Massa seca de caule: os caules de cada parcela útil foram secos em estufa de secagem
com fluxo de ar forçado a uma temperatura de 105ºC por 48 horas;
d) teor de óleo essencial; a hidrodestilação foi realizada com aparelho tipo Clevenger
(GUENTHER, 1972), acoplado a um balão de vidro de fundo redondo de 3000 mL,
tendo uma manta como fonte de calor. Foram usadas 100 g de folhas frescas e 2000 mL
de água destilada, sendo o tempo da hidrodestilação de 160 minutos (EHLERT et al.,
2006). A hidrodestilação foi realizada no Laboratório de Fitotecnia do Departamento de
Engenharia Agronômica da UFS. O resultado foi expresso em % baseado em massa
seca de folha;
e) rendimento de óleo essencial: foi obtido pela multiplicação do teor de óleo essencial
com a média da massa seca de folha por planta de cada parcela. O resultado foi expresso
em mL planta
-1
;
Os dados quantitativos foram submetidos a análises de variância com posterior
comparação de médias pelo Teste Tukey ao nível de probabilidade de 5%, utilizando-se
o Programa Computacional SISVAR® versão 4.6.
28
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os acessos LSID-001, LSID-002, LSID-003, LSID-004, LSID-005 e LSID-006
que são originários dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, apresentaram caule de
coloração marrom claro, enquanto os acessos LSID-102, LSID-103, LSID-104 e LSID-
105 de origem sergipana apresentaram coloração marrom (Tabela 2). Entretanto, as
variáveis de cor de folhas, de nervuras foliares e de sépalas todos os acessos
apresentaram coloração verde e pétalas de coloração branca, não havendo variabilidade
para esses caracteres. Quanto ao formato de copa, observou-se que os acessos LSID-
001, LSID-006 e LSID-103 apresentaram formato de copa, respectivamente,
arredondado, taça e cone, enquanto se observou formato de copa irregular para os outros
acessos (Tabela 2). Em estudo sobre a caracterização morfológica e agronômica de
acessos de Ocimum sp., observaram-se variações morfológicas entre acessos estudados
(BLANK et al., 2004).
TABELA 2. Cor de caule, folha, nervura, sépala e pétala e formato de copa de acessos
de alecrim-pimenta (L. sidoides) do Banco Ativo de Germoplasma da UFS. São
Cristóvão, UFS, 2008.
Cor
Acesso
Caule Folha Nervura
Sépala Pétala
Formato de copa
LSID-001 Marrom claro Verde Verde Verde Branca Arredondado
LSID-002 Marrom claro Verde Verde Verde Branca Irregular
LSID-003 Marrom claro Verde Verde Verde Branca Irregular
LSID-004 Marrom claro Verde Verde Verde Branca Irregular
LSID-005 Marrom claro Verde Verde Verde Branca Irregular
LSID-006 Marrom claro Verde Verde Verde Branca Taça
LSID-102 Marrom Verde Verde Verde Branca Irregular
LSID-103 Marrom Verde Verde Verde Branca Cone
LSID-104 Marrom Verde Verde Verde Branca Irregular
LSID-105 Marrom Verde Verde Verde Branca Irregular
As plantas do acesso LSID-005 foram mais altas do que do acesso LSID-104 e
estatisticamente, a altura média foi igual a dos outros acessos (Tabela 3). Para diâmetro
de copa não houve diferença significativa entre os acessos (Tabela 3). Para
comprimento e largura de folha observaram-se as maiores médias para os acessos
oriundos do Estado do Ceará (Tabela 3). Os acessos LSID-003, LSID-004 e LSID-006
oriundos dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte apresentaram uma relação
Comprimento/Largura (C/L) de folha maior que dos acessos LSID-104 e LSID-105 do
29
Estado de Sergipe, e em campo as folhas das plantas desses acessos aparentavam mais
arredondadas (Tabela 3 e Figura 1A). Diferenças entre as variáveis: altura de planta,
diâmetro de copa, comprimento e largura de folha e relação C/L de folha também foram
observados em Ocimum sp. e Hyptis pectinata, confirmando a grande variabilidade que
existe nas plantas medicinais e aromáticas (BLANK et al., 2004; ARRIGONI-BLANK
et al., 2005).
TABELA 3. Valores médios de altura de planta, diâmero de copa, comprimento ( C) de
folha, largura (L) de folha e relação C/L em acessos de alecrim-pimenta (Lippia
sidoides Cham.) do BAG da UFS. São Cristóvão, UFS, 2008.
Acessos
Altura de
planta (cm)
Diâmetro de
copa (cm)
Comprimento
de folha (cm)
Largura de
folha (cm)
Relação C/L
LSID-001 113,75 ab 91,58 a 2,95 abc 1,82 ab 1,62 ab
LSID-002 135,58 ab 116,58 a 4,03 ab 2,18 ab 1,85 ab
LSID-003 139,58 ab 112,75 a 3,91 abc 2,01 ab 1,94 a
LSID-004 138,87 b 115,12 a 4,58 a 2,36 a 1,93 a
LSID-005 150,41 a 123,12 a 3,88 abc 2,40 a 1,64 ab
LSID-006 128,58 ab 104,00 a 3,90 abc 1,96 ab 1,98 a
LSID-102 134,17 ab 111,25 a 2,70 bc 1,63 ab 1,65 ab
LSID-103 121,67 ab 82,21 a 2,33 bc 1,33 b 1,76 ab
LSID-104 104,67 b 59,33 a 2,40 bc 1,60 ab 1,49 b
LSID-105 116,91ab 74,62 a 2,15 c 1,42 b 1,51 b
C.V. (%) 8,33 24,54 13,55 12,33 5,45
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
O acesso LSID-105 apresentou as menores médias para massa fresca (62,94 g
planta
-1
) e seca (23,30 g planta
-1
) de folha e rendimento de óleo essencial (1,71 mL
planta
-1
) embora não difere estatisticamente de outros acessos (Tabela 4). Para as
mesmas variáveis o acesso LSID-005 se destacou, por apresentar maiores valores
podendo ser considerado interessante para futuros programas de melhoramento (Tabela
4). Não observou-se diferenças significativas entre os acessos de alecrim-pimenta para
massa seca de caule e teor de óleo essencial (Tabela 4). Variabilidade entre acessos para
produção de óleo essencial também foi observada para Ocimum sp., H. pectinata e
Ageratum conyzoides (BLANK et al., 2004; CASTRO et al., 2004; ARRIGONI-
BLANK et al., 2005).
30
TABELA 4. Valores médios de massa fresca de folha (g planta
-1
), massa seca de folha
(g planta
-1
), massa seca de caule (g planta
-1
) e teor (%) e rendimento (mL planta
-1
) de
óleo essencial em acessos de alecrim-pimenta do BAG da UFS. São Cristóvão, UFS,
2008.
Massa seca (g planta
-1
)
Óleo Essencial
Acessos
Massa fresca de folha
(g planta
-1
)
Folha Caule
Teor (%) Rendimento (mL planta
-1
)
LSID-001 221,93 b 99,34 abc
69,47 a 5,11 a 4,82 ab
LSID-002 358,95 ab 134,04 abc
106,75 a 4,35 a 5,84 ab
LSID-003 264,41 ab 112,20 abc
88,67 a 5,17 a 5,79 ab
LSID-004 467,04 ab 190,18 ab 150,58 a 4,19 a 7,60 ab
LSID-005 649,38 a 233,81 a 196,50 a 4,39 a 10,29 a
LSID-006 265,50 ab 105,63 abc
97,36 a 4,64 a 4,95 ab
LSID-102 304,18 ab 109,94 abc
168,79 a 6,77 a 7,34 ab
LSID-103 115,90 b 46,29 bc 80,46 a 7,00 a 3,19 ab
LSID-104 114,98 b 38,47 bc 35,65 a 6,56 a 2,83 ab
LSID-105 62,94 b 23,301 c 35,90 a 7,68 a 1,71 b
C.V. (%) 36,79 36,34 42,93 20,41 33,91
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
6. CONCLUSÕES
Existem diferenças entre os acessos de alecrim-pimenta do Banco Ativo de
Germoplasma da UFS para as variáveis: cor de caule, formato de copa, altura de planta,
comprimento e largura de folha e relação comprimento/largura de folha, massa seca e
fresca e rendimento de óleo essencial.
O acesso LSID-005 se mostrou o mais promissor para rendimento de folha e óleo
essencial enquanto o acesso LSID-105 o menos promissor.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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32
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e seus usos no desenvolvimento sustentável. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v.
17, n. 2, p. 11-42, 2000.
33
CAPÍTULO 3
COMPORTAMENTO DE ACESSOS DE ALECRIM-PIMENTA
(Lippia sidoides CHAM.) DURANTE DOIS ANOS DE CULTIVO
OLIVEIRA, Tereza Cristina de. Comportamento de acessos de alecrim-pimenta
(Lippia sidoides Cham.) durante dois anos de cultivo. In: Caracterização e
comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) mantidos em
Banco Ativo de Germoplasma em São Cristóvão - SE. 2008. Cap. III. Dissertação de
Mestrado em Agroecossistemas – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
1. RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi estudar o comportamento de acessos de
alecrim-pimenta do Banco Ativo de Germoplasma da Universidade Federal de Sergipe,
em São Cristóvão-SE. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados em
esquema de parcelas subdivididas no tempo. Testou-se dez acessos de alecrim-pimenta
(Lippia sidoides Cham.) (LSID-001, LSID-002, LSID-003, LSID-004, LSID-005,
LSID-006, LSID-102, LSID-103, LSID-104 e LSID-105) e realizou-se colheitas na
época chuvosa em 2005 e 2006. As variáveis analisadas foram altura de planta (cm),
massa fresca e seca de folha (g planta
-1
), teor (%) e rendimento de óleo essencial (mL
planta
-1
) e teor (%) dos constituintes químicos do óleo essencial. Observou-se que as
maiores médias de teor e rendimento de óleo essencial foram do acesso LSID-105 com
7,68 % no ano de 2005 e do acesso LSID-102 com 56,46 mL planta
-1
no ano de 2006.
As maiores médias de timol e carvacrol foram encontradas no acesso LSID-003 com
90,82 % e acesso LSID-104 com 56,05 % respectivamente, ambos no ano de 2006. O
acesso LSID-104 oriundo do Estado de Sergipe, apresentou como constituinte químico
majoritário o carvacrol. Os demais acessos evidenciaram o timol como constituinte
químico majoritário. Os acessos, nos dois anos de cultivo, apresentaram variabilidade
fenotípica para todas as variáveis analisadas, exceto para teor de terpin 4-ol no óleo
essencial.
Palavras-chaves: Lippia sidoides, planta medicinal e aromática nativa, óleo essencial,
timol e carvacrol.
34
BEHAVIOR OF PEPPER-ROSMARIN (Lippia sidoides Cham) ACCESSIONS
DURING TWO YEARS OF CULTIVATION
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Behavior of pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham)
accessions during two years of cultivation. In: Characterization and behavior of
pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions maintained in Active Germplasm
Bank in the São Cristóvão county, Sergipe State. 2008. Chap. III. Thesis - Master of
Science in Agroecosystems - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
2. ABSTRACT
The aim of this work was to study the behavior of pepper-rosmarin accessions of
the Active Germplasm Bank of the Federal University of Sergipe, São Cristóvão county,
Sergipe State. The randomized block design was used in a split plot in time scheme. We
tested ten pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions (LSID-001, LSID-002,
LSID-003, LSID-004, LSID-005, LSID-006, LSID-102, LSID-103, LSID-104 e LSID-
105) and we realized harvests in the rainy seasons of 2005 and 2006. We analyzed the
following variables: plant height (cm), fresh and dry weight of leaves (g plant
-1
), content
(%) and yield (mL plant
-1
) of essential oil, and content (%) of the chemical constituents
of the essential oil. We observed highest content and yield of essential oil for accession
LSID-105 with 7.68% in 2005 and for accession LSID-102 with 56.46 mL plant
-1
in
2006. The highest thymol and carvacrol means were found by accession LSID-003 with
90.82% and accession LSID-104 with 56.05%, respectively, both in 2006. The
accession LSID-104 collected in the Sergipe State, presented carvacrol as its major
chemical constituent. The other accessions had thymol as their major chemical
constituent. In both years of cultivation the accessions presented phenotypic variability
for all the analyzed variables, except for terpin-4-ol content in the essential oil.
Key words: Lippia sidoides, native medicinal and aromatic plant, essential oil, thymol,
carvacrol.
35
3. INTRODUÇÃO
O alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), pertencente à família Verbenaceae,
é um arbusto caducifólio de 2-3 m de altura, próprio da vegetação do semi-árido
nordestino do Brasil. As folhas são muito aromáticas e picantes e as flores são pequenas
e esbranquiçadas. Pode ser multiplicado por estaquia usando-se, de preferência, os
ramos mais finos (LORENZI e MATOS, 2002). Nas folhas do alecrim-pimenta, que é a
parte medicinal, encontra-se até 4,5% de óleo essencial rico em timol e carvacrol, que
são seus princípios ativos majoritários e responsáveis pelo seu cheiro característico
(MATOS, 2002). O óleo essencial apresenta forte ação antifúngica, antimicrobiana,
moluscida e larvicida. É um importante agente no controle de enfermidades orais como:
gengivites, infecções de garganta, amidalites entre outros (LEMOS et al., 1990;
LACOSTE et al., 1996; MATOS, 2000; LORENZI e MATOS, 2002; COSTA et al.,
2005).
Estudos demonstram a influência da adubação orgânica e mineral no cultivo
(BLANK et al., 2005), da altura da planta (MIELI et al., 2001), do efeito da cobertura
morta (LOUGHRIN e KASPERBAUER, 2001), do número de cortes (CRUZ et al.,
2001), das épocas e dos horários de colheita (SILVA et al., 2003), do ambiente de
cultivo (FERNANDES et al., 2004), da temperatura e do tempo de secagem das folhas
(CARVALHO FILHO et al., 2006) e do genótipo no teor, rendimento e composição de
óleos essenciais. (BLANK et al, 2004; CASTRO et al., 2004),
A composição do óleo essencial das plantas medicinais e aromáticas é um dos
fatores que definem sua qualidade. Estudos mostram que acessos de alecrim-pimenta
coletados no Nordeste do Brasil apresentam composição e rendimento de óleos
essenciais diferentes (LEMOS et al., 2002; ; COSTA et al., 2002; NUNES et al., 2005).
Vieira et al. (2006), estudando os diferentes aromas em alfavacas, buscando
selecionar espécies de interesse para a indústria de cosméticos e higiene, encontraram
tipos químicos ricos em determinados constituintes, sendo chamados conforme suas
concentrações de linalol, metilchavicol, eugenol, citral. Trabalhos de comportamento de
germoplasmas de plantas medicinais e aromáticas vêm sendo utilizados por diversos
pesquisadores, com as mais variadas espécies, com diferentes objetivos, entre eles
subsidiar os agricultores na seleção de materiais de melhor adaptação e com atributos
agronômicos, químicos e medicinais de interesse. Souza (2007), estudando o
comportamento de genótipos de manjericão no Estado de Sergipe em dois anos de
36
cultivo, observou diferenças significativas entre os acessos e anos para todos os
caracteres avaliados.
O objetivo do presente trabalho foi estudar o comportamento de acessos de
alecrim-pimenta em dois anos do Banco Ativo de Germoplasma da Universidade
Federal de Sergipe, em São Cristóvão-SE, em dois anos de cultivo.
4. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Horto de Plantas Medicinais da Fazenda
Experimental “Campus Rural da UFS”, localizada no município de São Cristóvão-SE,
latitude 11°00’ S e longitude 37° 12’ W. O plantio ocorreu em 18/11/2004. As mudas
foram produzidas a partir de estacas utilizando-se ramos herbáceos com
aproximadamente 15 cm de comprimento, mantendo-se um par de folhas, tendo como
substrato para o enraizamento uma mistura de pó da casca de coco lavado e areia lavada
(2:1), acrescida de 20 g L
-1
de biofertilizante organomineral Biosafra
®
(3-12-6)
(COSTA et al., 2005). As estacas foram dispostas em bandejas de isopropileno
expandido com 72 células em ambiente protegido com tela sombrite de 70 % e
nebulização intermitente e as mudas foram levadas a campo com cerca de 20 cm de
altura. Foram plantados 10 acessos (Tabela 1), usando espaçamento de 1,0 m x 1,0 m,
em um Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico. Realizou-se diariamente a irrigação por
gotejamento. A adubação de fundação foi com 3 L m
-2
de esterco bovino curtido.
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados em esquema de
parcelas subdivididas no tempo com dez tratamentos e duas repetições. Colocaram-se
três plantas/parcelas de acessos de alecrim-pimenta (Tabela 5) e nas sub-parcelas as
colheitas realizadas em 18/05/2005 e 17/05/2006. As colheitas foram realizadas no
período da manhã com as plantas em plena floração. O corte foi realizado a uma altura
de 40 cm do solo.
37
TABELA 5. Acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) do Banco Ativo de
Germoplasma da UFS, suas procedências, coordenadas geográficas e número no
Herbário da UFS. São Cristóvão, UFS, 2008.
Acesso Procedência Coordenadas Geográficos N
o
no Herbário da UFS
LSID-001 Fortaleza-CE (UFC) 03° 44' 41,4'' S; 38° 34' 29,4'' W 8218
LSID-002 Mossoró-RN 05° 07' 26,7'' S; 37° 24' 14,6'' W 8219
LSID-003 Mossoró-RN 05° 08' 28,3'' S; 37° 23' 58,0'' W 8220
LSID-004 Quixeré-CE 05° 05' 03,5'' S; 37° 58' 43,9'' W 8221
LSID-005 Limoeiro do Norte-CE 05° 09' 47,8'' S; 38° 06' 31,0'' W 8222
LSID-006 Tabuleiro do Norte-CE 05° 14' 05,4'' S; 38° 11' 35,0'' W 8223
LSID-102 Poço Redondo-SE 09° 58' 07,6'' S; 37° 51' 49,2'' W 8224
LSID-103 Poço Redondo-SE 09° 58' 08,6'' S; 37° 51' 50,3'' W 8225
LSID-104 Poço Redondo-SE 09° 58' 09,2'' S; 37° 51' 50,3'' W 8226
LSID-105 Poço Redondo-SE 09° 58' 12,9'' S; 37° 51' 49,2'' W 8227
Foram avaliadas as seguintes variáveis:
a) altura de planta: foi medida a altura das plantas de cada parcela útil, com o auxílio de
uma fita métrica, utilizando-se a média para representar a parcela;
b) massa fresca de folha: as plantas foram cortadas a 40 cm do solo às 09:00 horas,
levadas ao galpão, onde foram desfolhadas. Em balança eletrônica determinou-se a
massa obtida das folhas da parcela útil e expressou-se o resultado em g planta
-1
;
c) Massa seca de folha: as folhas de cada parcela útil foram secas em estufa de secagem
com fluxo de ar forçado a uma temperatura de 40
o
C por cinco dias (CARVALHO
FILHO et al., 2006);
d) teor de óleo essencial; a hidrodestilação foi realizada com aparelho tipo Clevenger
(GUENTHER, 1972), acoplado a um balão de vidro de fundo redondo de 3000 mL,
tendo uma manta como fonte de calor. Foram usadas 100 g de folhas frescas e 2000 mL
de água destilada, sendo o tempo da hidrodestilação de 160 minutos (EHLERT et al.,
2006). A hidrodestilação foi realizada no Laboratório de Fitotecnia do Departamento de
Engenharia Agronômica da UFS. O resultado foi expresso em % baseado em massa
seca de folha;
e) rendimento de óleo essencial: foi obtido pela multiplicação do teor de óleo essencial
com a média da massa seca de folha por planta de cada parcela. O resultado foi expresso
em mL planta
-1
.
Análise e identificação dos constituintes químicos:
A composição química do óleo essencial (%) foi analisada em cromatógrafo de
fase gasoso, acoplado a um espectrômetro de massa (Shimadzu QP5050A-CG/EM),
38
cujas condições operacionais utilizadas foram as seguintes: coluna capilar DB-5 (30m x
0,25mm x 0,25µm) conectado em um detector operando em impacto eletrônico a 70 eV;
gás de arraste Hélio (fluxo 1,2 mL/min) e programação: 50
o
C (2 min), seguido de um
aumento de 4
o
C min
-1
até atingir 200
o
C, depois de 15
o
C min
-1
até atingir 300
o
C,
mantendo constante esta temperatura por 15 minutos; temperatura do detector (ou
interface) de 280
o
C; foi injetado um volume de 0,5 microlitros em acetato de etila; taxa
de partição do volume injetado de 1:100. A análise quantitativa dos constituintes foi
realizada em um cromatrógrafo gasoso Shimadzu GC-17 A equipado com detector de
ionização de chamas (FID), sob as seguintes condições operacionais: coluna capilar de
sílica fundida ZB-5MS (5% dimetilpolisiloxane) com 30m x 0,25 mm i. d. x 0,25 µm de
filme, usando as mesmas condições do CG-EM. A quantificação de cada constituinte foi
realizada pela normatização da área (%). As concentrações dos compostos foram
calculadas pela área e colocado em ordem de eluição do CG.
As identificações dos constituintes foram realizadas por comparação de seus
espectros de massas com os espectros existentes na literatura (ADAMS, 2001) com
espectros do banco de dados (NIST 107 e NIST 21) e, também, pela comparação dos
índices de retenção calculados com aqueles da literatura. Os índices de retenção de
Kovats (IK) foram determinados utilizando uma série homóloga de n–alcanos (C
8
-C
18
)
injetados nas mesmas condições cromatrográficas das amostras, utilizando a equação de
Van den Dool e Kratz (1963).
O delineamento experimental usado foi parcelas subdividas no tempo, onde as
parcelas foram os acessos de alecrim-pimenta e as sub parcelas o tempo das duas
colheitas realizadas em 2005 e 2006. Os dados quantitativos foram submetidos a
análises de variância com posterior comparação de médias pelo Teste Tukey ao nível de
significância de 5%, utilizando-se o Programa Computacional SISVAR
®
versão 4.6.
Foram utilizadas as transformações de x+1 para as variáveis massa de folha fresca e
seca, rendimento de óleo, timol metil anisol e óxido de cariofileno que apresentaram
coeficiente de variação acima de 40%.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se, que nos acessos e anos estudados existe diversidade para massa
seca de folha e teor de óleo essencial, em 2005 e para altura de planta, massa fresca e
seca de folha e rendimento de óleo essencial em 2006 (Tabela 6). Para a variável altura
39
da planta, no ano de 2006, observaram-se diferenças significativas entre os acessos
estudados, destacando-se o acesso LSID-102 com valor de 237,30 cm embora não difere
de outros acessos. Em 2005, não se observaram diferenças entre os acessos, porém em
2006 houve diferença demonstrando capacidade diferenciada de rebrota em 2006.
Diferenças entre acessos, também foram encontradas no estudo de caracterização
morfológica e agronômica de acessos de manjericão e alfavaca (BLANK et al., 2004).
TABELA 6. Médias das variáveis: altura de planta, massa de folha fresca e seca, teor e
rendimento de óleo essencial das folhas de acessos de alecrim-pimenta, colhidos em
2005 e 2006. São Cristóvão, UFS, 2008.
Massa de folha
(g planta
-1
)
Óleo Essencial
Acessos
Altura da planta
(cm)
Fresca Seca Teor (%)
Rend.
(mL planta
-1
)
2005
LSID-001 113,75 a A 221,93 a A 99,34 ab A 5,11 ab A 4,83 a A
LSID-002 135,59 a B 358,95 a B 134,04 ab B 4,35 b A 5,84 a B
LSID-003 139,59 a B 264,41 a A 112,20 ab B 5,17 ab A 5,78 a A
LSID-004 138,88 a B 467,04 a B 190,18 ab B 4,19 b A 7,60 a B
LSID-005 150,42 a B 649,38 a A 233,81 a A 4,39 b A 10,29 a B
LSID-006 128,59 a B 265,50 a B 105,63 ab B 4,65 b A 4,95 a B
LSID-102 134,17 a B 304,18 a B 109,94 ab B 6,77 ab A 7,34 a B
LSID-103 121,67 a B 115,90 a B 46,29 ab B 7,00 ab A 3,19 a B
LSID-104 104,67 a B 114,98 a B 38,47 ab B 6,56 ab A 2,83 a B
LSID-105 116,92 a B 62,94 a A 23,30 b A 7,68 a A 1,71 a A
2006
LSID-001 140,25 c A 381,13 ab A 88,06 bc A 2,78 a B 10,38 b A
LSID-002 218,15 ab A 1172,29 a A 310,75 ab A 2,20 a B 25,68 ab A
LSID-003 191,80 abc A 820,88 ab A 257,71 abc A 2,20 a B 18,06 ab A
LSID-004 214,65 ab A 1376,31 a A 352,80 abA 2,18 a A 30,43 ab A
LSID-005 222,30 ab A 1430,56 a A 399,70 a A 2,23 a B 32,95 ab A
LSID-006 216,80 ab A 1193,73 a A 332,91 ab A 2,53 a B 31,04 ab A
LSID-102 237,30 a A 1546,93 a A 420,06 a A 3,65 a B 56,46 a A
LSID-103 171,65 bc A 836,11 ab A 196,85 abc A 3,05 a B 27,74 ab A
LSID-104 200,30 abc A 707,51 ab A 205,75 abc A 3,38 a B 23,86 ab A
LSID-105 200,00 abc A 185,35 b A 51,56 c A 2,90 a B 5,38 b A
CV a (%) 11,86 26,91 25,82 17,72 26,95
CV b (%) 9,51 24,68 16,51 21,97 27,01
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas, nas colunas, e maiúsculas entre anos, não diferem entre
si, pelo teste de Tukey ( p 0,05).
No trabalho de caracterização morfológica, agronômica e farmacológica de
Hyptis pectinata L. foram observados diferenças significativas entre os acessos nas três
colheitas. Na primeira colheita, o acesso SAM-006 apresentou plantas mais altas; na
segunda colheita, os acessos SAM-006 e SAM-003 apresentaram maior altura e, na
40
terceira colheita, observou-se às plantas mais altas nos acessos SAM-005 e SAM-006
(ARRIGONI-BLANK et al., 2005).
Para a massa fresca e seca de folha, observaram-se os melhores resultados no ano
de 2006, exceto para o acesso LSID-005 embora não difere estatisticamente de outros
acessos para massa fresca de folha (MFF) e para o acesso LSID-105 para massa seca de
folha (MSF). Os acessos LSID-002, LSID-004, LSID-005, LSID-006 e LSID-102
apresentaram as maiores médias de massa fresca de folha, em 2006, com 1.172,3;
1.376,3; 1.430,5; 1.193,7; e de 1.546,9 g planta
-1
respectivamente embora sendo
superior apenas ao acesso LSID-105. O acesso LSID-105 apresentou massa fresca de
folha muito baixa diferindo significativamente dos acessos LSID-002, LSID-004, LSID-
005, LSID-006 e LSID-102. Para massa seca de folha (MSF) as maiores médias em
2006, foram registradas em dois acessos: LSID-102 com 420,06 g planta
-1
, e LSID-005
de 399,70 g planta
-1
,
e em 2005 observou-se que o LSID- 005 produziu 233,81
g planta
-1
embora sendo superior apenas ao LSID-105.
Variações entre acessos também foram encontradas no estudo de caracterização
morfológica, agronômica e farmacológica de Hyptis pectinata L., observando-se que as
maiores médias foram encontradas nos mesmos acessos para a variável massa fresca e
seca de folha, nas três colheitas avaliadas (ARRIGONI-BLANK et al., 2005).
Para teor de óleo essencial observou-se que as melhores médias foram
observadas no ano de 2005, onde acesso LSID-105 apresentou 7,68 %, LSID-103,
LSID-102, LSID-104, LSID003 e LSID-001 com médias variando entre 7,00 e 5,11 %
de óleo essencial. Em manjericão também se observaram variabilidade entre acessos,
variando entre 0,202 e 2,536 % de óleo essencial (BLANK et al., 2004).
Verificou-se que os teores de óleo essencial encontrados nos acessos de alecrim-
pimenta no ano de 2005 são mais altos que o mínimo exigido pela Farmacopéia
Brasileira (4 % de massa fresca) para comercialização (CORRÊA JÚNIOR, 1995).
Para rendimento de óleo essencial, as melhores médias foram encontradas no ano
de 2006 no acesso LSID-102 com média de 56,46 mL planta
-1
, produziu mais do que os
acessos LSID-001 e LSID-105 e estatisticamente igual aos demais acessos que
produziram entre 32,95 e 18,06 mL planta
-1
. Para todas as variáveis, exceto para teor de
óleo essencial, houve diferença entre acessos no segundo ano de cultivo, sugerindo que
esse tipo de avaliação seja realizado a partir do segundo ano. Variabilidades entre
genótipos de manjericão e alfavaca foram encontradas para rendimento de óleo
41
essencial e observaram-se valores variando de 1,103 a 21,817 L ha
-1
(BLANK et al.,
2004).
No trabalho desenvolvido por Suchorska e Osinsk (2001), realizado com cinco
acessos de manjericão foi observada a variação de 0,1 a 0,55% de óleo essencial. Em
estudo de comportamento de manjericão em dois anos de cultivo, todas as linhagens
produziram maior massa seca de folha + inflorescência no ano de 2004/2005, não
apresentando, porém, diferenças significativas para as variáveis teor e rendimento de
óleos essenciais (SOUZA, 2007). Também, nesse trabalho constatou-se que todas as
linhagens produziram maior massa seca de folha+inflorescência no ano de 2004/2005,
não apresentando diferenças significativas entre elas, assim, sugere-se que as diferenças
na composição do óleo essencial se relacionam a fatores ambientais ou a variação
genética infra-específica (SOUZA, 2007).
Kamada et al. (1999), avaliando acessos de manjericão branco, roxo e basilicão,
também observaram que para o teor de óleo essencial os efeitos ambientais foram
significativos no comportamento dos acessos estudados, principalmente, no manjericão
branco e basilicão, demonstrando a plasticidade fenotípica dos acessos que variaram de
1,2 a 2,1 % no manjericão branco e 0,7 % a 1,2 % para o basilicão. No estudo de
caracterização da Lippia sidoides Cham. como matéria-prima vegetal para uso em
produtos farmacêuticos, notou-se que o teor de óleo essencial encontrado no vegetal
fresco foi de 3,8 % e em material seco foi de 5,3% (NUNES et al., 2005).
Na análise de perfis cromatrográficos dos acessos de alecrim pimenta colhidos
em 2005 e 2006, foram identificados os seguintes constituintes químicos principais:
tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, γ-terpineno, terpin-4-ol, timol metil anisol, timol,
carvacrol, β-cariofileno e óxido de cariofileno (Tabela 7).
Para todos os constituintes químicos observaram-se diferenças significativas
entre os acessos em 2005 e 2006, exceto para o terpin 4-ol. Observaram-se também
diferenças entre anos de colheita para todos os constituintes químicos, exceto para teor
de β-cariofileno (Tabela 7).
42
43
A maior média de tricicleno foi encontrada nos acessos LSID-104 com 2,24 %
em 2005; e 1,12 % em 2006. As médias variaram de 2,24 a 0,73 % em 2005; e de 1,12 a
0,0 %, em 2006. Para o β-mirceno as maiores médias foram encontradas nos acessos
LSID-001 com 4,77 % em 2005; 2,78 % no acesso LSID-104 e 2,16 % no acesso LSID-
102, em 2006. Para o α terpineno, a maior média foi encontrada nos acessos LSID-104
de 2,86 % em 2005 e de 2,08% em 2006. As médias variaram de 2,86 a 0,72 % em
2005; 2,08 a 0,00 % em 2006. Para o para-cimeno foi observado nos acessos LSID-102
e 104 as maiores médias com 21,48 e 13,79 % e 18,18 % e 15,06 % respectivamente em
2005 e em 2006 nos acessos LSID-102 (18,18 %) e LSID-104 (15,06 %), em 2006. Para
o γ-terpineno o acesso LSID-104 apresentou maior média (14,52 %) sendo superior em
2005; e, 9,87 %, em 2006 (Tabela 7).
Em trabalho testando cinco acessos de mentrasto observou-se que existem
variações no número de compostos identificados, com destaque para dois constituintes
majoritários, ambos cromenos: precoceno I e II. O precoceno I foi majoritário no acesso
API, e o precoceno II nos demais acessos. Outros compostos encontrados em menores
concentrações foram terpinen-4-ol, acetato de bornila, β-cariofileno, α-muroleno, γ-
cadineno, óxido de cariofileno, cumarinas, entre outros (CASTRO et al., 2004).
Para os constituintes químicos timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno
e óxido de cariofileno observaram-se que houve diferença significativa entre os acessos
nos dois anos avaliados, sendo que para as variáveis β-cariofileno não houve diferença
significativa entre os anos (Tabela 7).
Para o timol metil anisol as maiores médias (9,73 % e 9,18 %) foram do acesso
LSID-102, em 2005 e 2006 respectivamente embora não diferindo estatisticamente de
outros acessos. As médias variaram de 9,73 a 0,78%, em 2005; e, de 9,18 a 0,18%, em
2006. Para o timol as maiores médias foram observadas nos acessos LSID-004
(75,26%), LSID-002 (72,72%), LSID-103 (72,12%), LSID-005 (71,99%) LSID-003
(70,87%), LSID-105 (69,59%), LSID-001 (68,80%) e LSID-006 (66,46%), sendo
superiores aos acessos LSID-102 e LSID-104 em 2005; e, no acesso LSID-003
(90,82%), em 2006. As maiores médias variaram de 90,82 a 8,21% diferindo dos
acessos LSID-102, LSID-104 e LSID-105, em 2006 (Tabela 7).
Entre anos, observou-se que para o timol houve diferença significativa para todos
os acessos, exceto para o acesso LSID-104. Para os demais caracteres avaliados houve
44
variação entre os anos para todos os constituintes químicos, exceto para o constituinte
químico β-cariofileno (Tabela 7).
O constituinte químico timol, majoritário entre os acessos estudados, apresentou
diferença significativa entre acessos. Os acessos LSID-003 (90,82 %), LSID-002 (86,18
%), e LSID-103 (86,11 %), LSID-004 (85,80 %), LSID-001 (83,73 %), LSID-005
(83,42 %), LSID-006 (81,06 %) apresentaram as maiores médias de timol no ano de
2006 mas diferindo apenas doa acessos LSID-102 e LSID-104. Em 2005, verificou-se
que as maiores médias encontradas foram dos acessos LSID-004 (75,26 %), LSID-002
(72,72 %) e LSID-103 (72,12 %), LSID-005 (71,99 %), LSID-003 (70,87 %), LSID-105
(69,59), LSID-001 (68,80 %), LSID-006 (66,43 %) diferindo dos acessos LSID-102 e
LSID-104 que tiveram os piores desempenhos nos dois anos (Tabela 7).
Para o β-cariofileno as melhores médias foram apresentadas pelos acessos
LSID-005 (5,03 %), LSID-006 (4,79 %) e LSID-003 (4,68 %) em 2005 e do acesso
LSID-006 (4,44 %) em 2006 sendo superiores aos acessos LSID-102, LSID-103, LSID-
104 e LSID-105. As médias variaram de 5,03 a 0,09 %, em 2005 e de 4,44 a 0,10 % em
2006 (Tabela 7).
Os resultados das análises de óleo essencial de alecrim-pimenta mostram que os
constituintes majoritários dos acessos são timol, que de forma geral, corresponde a 70%
dos constituintes identificados, seguidos por para-cimeno que corresponde com cerca de
10%. O carvacrol corresponde em média de 0,5% dos constituintes químicos, mas, para
o acesso LSID-104 do Estado de Sergipe, observou-se 56% de carvacrol no óleo
essencial. Assim, verificou-se que todos os acessos apresentaram o timol como
constituinte químico majoritário, exceto para o acesso LSID-104, que apresentou
carvacrol como constituinte majoritário. Constatou-se que os acessos se comportaram
de maneira diferenciada para as características estudadas, indicando existência de
variabilidade genética entre os acessos e influência entre os anos de cultivo.
No trabalho realizado por Tavares et al., (2005) na análise do óleo essencial de
folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N.E.Br. (Verbenaceae), cultivadas em
diferentes regiões geográficas sob condições semelhantes, observou-se que a
composição do óleo essencial se manteve inalterada para os três quimiotipos, ricos em
citral, carvona e linalol e, também, que o teor de óleo essencial não variou
qualitativamente durante o crescimento vegetativo e que a diferença entre os acessos
deve-se à diversidade genética das plantas.
45
Souza (2007), estudando o comportamento de linhagens de manjericão (Ocimum
basilicum L.) em dois anos de cultivo, encontrou diferenças significativas para o fator
ano em todas as variáveis analisadas, com exceção do teor de linalol. Para o fator
linhagens, observaram-se diferenças significativas para teor e rendimento de óleo
essencial.
Castro et al. (2004), avaliando o teor e composição química do óleo essencial de
cinco acessos de mentrasto, provenientes de diferentes origens geográficas, mas
cultivados sob as mesmas condições ambientais observaram que a constituição genética
das plantas influencia a produção de determinados metabólitos, e diferentes variedades
de espécies de plantas medicinais contêm diferentes teores de óleo essencial. Resultados
semelhantes foram encontrados neste trabalho, confirmando a diferença do teor de óleo
essencial e a presença de compostos majoritários observados entre os acessos estudados.
6. CONCLUSÕES
Os acessos, nos dois anos de cultivo, apresentam variabilidade fenotípica para
todas as variáveis analisadas, exceto para teor de terpin 4-ol no óleo essencial.
O acesso LSID-104, oriundo do Estado de Sergipe, apresenta como constituinte
químico majoritário o carvacrol. Os demais acessos têm o timol como constituinte
químico majoritário.
Não houve efeito entre os dois anos de colheita para o constituinte químico β
cariofileno entre os anos estudados.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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49
CAPÍTULO 4
INFLUÊNCIA DAS ÉPOCAS SECA E CHUVOSA NO COMPORTAMENTO DE
ACESSOS DE ALECRIM-PIMENTA (Lippia sidoides Cham.)
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Influência das épocas seca e chuvosa no
comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.). In:
Caracterização e comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides
Cham.) mantidos em Banco Ativo de Germoplasma em São Cristóvão - SE. 2008. Cap.
IV. Dissertação de Mestrado em Agroecossistemas Universidade Federal de Sergipe,
São Cristóvão.
1. RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito das épocas seca e chuvosa, no
comportamento de 11 acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.). Utilizou-se
o delineamento experimental de blocos casualizados, em esquema de parcelas
subdivididas no tempo, com duas repetições. Nas parcelas colocaram-se os 11 acessos
de alecrim-pimenta (LSID-001, LSID-002, LSID-003, LSID-004, LSID-005, LSID-006,
LSID-102, LSID-103, LSID-104, LSID-105 e LSID-301) e nas sub parcelas o tempo
das duas colheitas realizadas em dezembro de 2005 (época seca) e julho de 2006 (época
chuvosa). As variáveis analisadas foram massa fresca e seca de folha, teor e rendimento
e teor dos constituintes químicos no óleo essencial. Concluiu-se que para a maioria dos
acessos de alecrim-pimenta estudados o teor de timol é maior na época chuvosa do que
na seca. O acesso LSID-102 apresentou alto rendimento de óleo essencial, porém o teor
de timol ficou entre 47,97% e 64,95%; o acesso LSID-003 apresentou rendimento de
óleo essencial de 10,06 mL planta
-1
e teor de timol de 90,02 % e, o acesso LSID-104
mostrou alto teor de carvacrol e baixo teor de timol.
Palavras-chaves: Lippia sidoides, germoplasma, planta medicinal e aromática nativa,
óleo essencial, época de colheita, timol.
50
INFLUENCE OF DRY AND RAINY SEASONS ON THE BEHAVIOR OF
PEPPER-ROSMARIN (Lippia sidoides Cham)
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Influence of dry and rainy seasons on the behavior of
pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions. In: Characterization and
behavior of pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions maintained in Active
Germplasm Bank in the São Cristóvão county, Sergipe State. 2008. Chap. IV. Thesis -
Master of Science in Agroecosystems - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
2. ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the effect of the dry and rainy seasons on
the behavior of 11 pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions. The randomized
block design was used in a split plot in time scheme, with two replications. In the plots
we tested the 11 pepper-rosmarin accessions (LSID-001, LSID-002, LSID-003, LSID-
004, LSID-005, LSID-006, LSID-102, LSID-103, LSID-104, LSID-105 AND LSID-
301) and in the split plots we tested the time of the two harvests realized in December
2005 (dry season) and July 2006 (rainy season). The analyzed variables were: fresh and
dry weight of leaves, content and yield of essential oil, and content of the chemical
constituents of the essential oil. We concluded that for most of the studied pepper-
rosmarin accessions the thymol content in the essential oil is higher in the rainy season
then in the dry season. The accession LSID-102 presented high essential oil yield, but
its thymol content was between 47.97 % and 64.95 %; the accession LSID-003
presented yield of 10.06 mL plant-1 of essential oil and 90.02% of thymol content, and
the accession LSID-104 have high carvacrol and low thymol content in its essential oil.
Key words: Lippia sidoides, germplasm, native plants medicinal and aromatic plant,
essential oil, harvest season, thymol.
51
3. INTRODUÇÃO
A Lippia sidoides Cham. (Verbenaceae), popularmente conhecida como alecrim-
pimenta, alecrim bravo ou alecrim-do-nordeste, é um arbusto caducifólio de 2-3 m de
altura, próprio da vegetação do semi-árido nordestino do Brasil. Apesar de muito
utilizada, é uma planta medicinal introduzida relativamente a pouco tempo em
programas de fitoterapia científica, baseado nos altos teores de timol no seu óleo
essencial e dos resultados obtidos de estudos farmacológicos que comprovam
cientificamente seu uso medicinal (LEMOS et al., 1990; MATOS et al., 1999). As
folhas são muito aromáticas e picantes, a espécie pode ser multiplicada por estaquia
usando-se, de preferência, os ramos mais finos (LORENZI & MATOS, 2002). Nas
folhas do alecrim-pimenta, que é a parte medicinal, encontra-se até 4,5 % de óleo
essencial rico em timol, que é seu princípio ativo principal e o responsável pelo seu
cheiro característico (MATOS, 2002). O óleo essencial apresenta forte ação antifúngica,
antimicrobiana, moluscida e larvicida, sendo um importante agente no controle de
enfermidades orais (LEMOS et al., 1990; LACOSTE et al., 1996; MATOS, 2000;
LORENZI & MATOS, 2002).
A padronização das épocas de colheita, da parte colhida e do cultivo sob as
mesmas condições ambientais auxilia na identificação de variedades que apresentam
diferenças na sua composição química (CASTRO et al., 2002; SILVA et al., 2003;
BLANK et al.; CASTRO et al., 2004; CARVALHO FLHO et al., 2006). Assim, para
Castro et al. (2002), a composição de óleo essencial nas plantas é resultado do balanço
entre a sua formação e transformação que ocorrem durante o seu crescimento em
decorrência de três fatores principais: ambientais, técnicas de cultivo e genéticos.
A qualidade de plantas medicinais e aromáticas é definida pela composição do
óleo essencial que, por sua vez, depende da técnica de extração do óleo, da época e
horário de colheita da planta, das condições de plantio e manejo, bem como das
variáveis edafoclimáticas e do material genético (MATOS, 1996; MARTINS et al.,
1999; CASTRO et al., 2002; BLANK et al., TAIZ & ZEIGER; CASTRO et al., 2004;
ARRIGONI-BLANK et al., 2005; CARVALHO-FILHO et al., 2006). A falta de
informações sobre técnicas de cultivo, da caracterização de germoplasma, da
diversidade genética e do comportamento das plantas medicinais e aromáticas nativas
perante as práticas agronômicas e as condições edafoclimáticas dificultam a
domesticação e o cultivo (CHAVES et al., 2002, 2003).
52
Silva et al. (2006), no estudo de caracterização química do óleo essencial da erva
cidreira (Lippia alba (Mill) N.E.Br.) cultivadas em Ilhéus-BA, concluíram que existem
variações de teores e constituintes químicos de óleo essencial nas diferentes estações.
Em alguns casos, devido à diversidade genética da espécie, identificou-se uma
variedade de quimiotipos. Na época do verão, as plantas apresentaram uma
complexidade de compostos, com indicativos fortes de maior estresse devido ao calor.
Os melhores resultados foram obtidos na primavera. Segundo Castro et al. (2002), os
componentes químicos do óleo essencial de plantas medicinais podem variar de acordo
com a estação do ano.
Devido à necessidade de informações sobre a domesticação do alecrim-pimenta
o presente trabalho visa avaliar o efeito das épocas seca e chuvosa no comportamento de
11 acessos de alecrim-pimenta do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da
Universidade Federal de Sergipe cultivados em São Cristóvão-SE.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Foram avaliadas amostras de óleo essencial de 11 acessos de alecrim-pimenta do
Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal de Sergipe, colhidos em
dezembro de 2005 (época seca) e julho de 2006 (época chuvosa). O delineamento
experimental empregado foi blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas
no tempo, com 11 tratamentos e duas repetições, cada parcela foi constituída por três
plantas. O experimento foi realizado, sob condições de campo, na Fazenda
Experimental "Campus Rural da UFS", no Município de São Cristóvão, de latitude 11º
00’ S e longitude 37º 12’W. O espaçamento utilizado foi 1,0 x 1,0m, em um Argissolo
Vermelho-Amarelo distrófico, sob regime de irrigação diária por gotejamento.
As variáveis analisadas foram: massa fresca e seca de folha (g planta
-1
), teor (%)
e rendimento (mL planta
-1
) e o teor (%) dos constituintes químicos do óleo essencial.
Para a determinação da massa fresca e seca realizou-se a colheita às 09 horas, cortando
as plantas a uma altura de 40 cm do solo. As folhas foram secas a 40
o
C em estufa de
secagem com fluxo de ar forçado, por cinco dias (CARVALHO FILHO et al., 2006).
O teor de óleo essencial das folhas frescas foi determinado por hidrodestilação
com aparelho tipo Clevenger (GUENTHER, 1972), acoplado a um balão de vidro de
fundo redondo de 3000 mL. Utilizaram-se 100 g de folhas frescas em 2000 mL de água
destilada por um período de 160 minutos (EHLERT et al., 2006). O teor de óleo
53
essencial foi expresso em massa seca na folha. Foi utilizada uma manta como fonte de
calor. O rendimento de óleo essencial foi obtido pela multiplicação do teor de óleo
essencial com a média da massa seca de folha por planta de cada parcela.
Análise e identificação dos constituintes químicos - O teor dos constituintes
químicos dos óleos essenciais (%) foi determinado por meio de análise em cromatógrafo
de fase gasoso, acoplado a um espectrômetro de massa (Shimadzu QP5050A-CG/EM),
cujas condições operacionais utilizadas foram as seguintes: coluna capilar DB-5 (30m x
0,25mm x 0,25µm) conectado em um detector operando em impacto eletrônico a 70 eV;
gás de arraste Hélio (fluxo 1,2 mL/min) e programação: 50
o
C (2 min), seguindo de um
aumento de 4
o
C min
-1
até atingir 200
o
C, depois de 15
o
C min
-1
até atingir 300
o
C,
mantendo constante esta temperatura por 15 minutos; temperatura do detector (ou
interface) de 280
o
C; foi injetado um volume de 0,5 microlitros em acetato de etila; taxa
de partição do volume injetado de 1:100.
A análise quantitativa dos constituintes foi realizada em um cromatrógrafo
gasoso Shimadzu GC-17 A equipado com detector de ionização de chamas (FID), sob
as seguintes condições operacionais: coluna capilar de lica fundida ZB-5MS (5 %
dimetilpolisiloxane) com 30m x 0,25 mm i. d. x 0,25 µm de filme, usando as mesmas
condições do CG-EM. A quantificação de cada constituinte foi realizada pela
normatização da área (%). As concentrações dos compostos foram calculadas pela área
e colocado em ordem de eluição do CG. As identificações dos constituintes foram
realizadas por comparação de seus espectros de massas com os espectros existentes na
literatura (ADAMS, 2001) com espectros do banco de dados do cromatógrafo chamado
de espectroteca (NIST 107 e NIST 21) e, também, pela comparação dos índices de
retenção calculados com aqueles da literatura. Os índices de retenção de Kovats (IK)
foram determinados utilizando uma série homóloga de n–alcanos (C
8
-C
18
) injetados nas
mesmas condições cromatrográficas das amostras, utilizando a equação de Van den
Dool & Kratz (1963).
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram
comparadas, utilizando-se o teste de Tukey a 5 % de probabilidade, com o auxílio do
programa computacional SISVAR versão 4.6.
54
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na época seca, para a massa fresca e seca de folha e rendimento de óleo
essencial não se constataram diferença significativa entre os acessos estudados (Tabela
8). Entretanto para o teor de óleo essencial houve diferença significativa entre os
acessos. Para o teor de óleo essencial na época seca, o acesso LSID-105 (3,35 %) foi
superior aos acessos LSID-104, LSID-001, LSID-002 e LSID-003 e estatisticamente
iguais aos demais (Tabela 8). Entretanto, na época chuvosa, houve diferença
significativa entre os acessos para todas as variáveis analisadas (Tabela 8). Para a massa
de folha fresca o acesso LSID-102 se destacou produzindo 1546,93 g planta
-1
, sendo
superior aos acessos LSID-001, LSID-105 e LSID-301 e não divergindo dos demais
acessos (Tabela 8). Já em relação à massa seca de folha, se destacaram os acessos
LSID-005 com 399,70 e LSID-102 com 420,07 g planta
-1
, sendo superiores aos acessos
LSID-001 com 88,07 g planta
-1
e LSID-105 com 51,59 g planta
-1
, e estatisticamente
iguais aos demais acessos para essa variável.
Para o teor de óleo essencial na época chuvosa o acesso LSID-102 merece
destaque que embora seja semelhante aos acessos LSID-104 (3,38 %) e LSID-103 (3,05
%), foi superior aos demais.
Em relação ao rendimento de óleo essencial observou-se variação de 56,46 mL
planta
-1
no acesso LSID-102 a 5,38 mL planta
-1
no acesso LSID-005 (Tabela 8).
De um modo geral, o acesso LSID-102 merece destaque, pois mostrou bom
desempenho para todos os caracteres avaliados nas duas épocas. O acesso LSID-102 foi
o único que apresentou rendimento de óleo essencial maior na época chuvosa (Tabela
8). Não houve diferenças entre as épocas seca e chuvosa para as variáveis massas fresca
e seca (Tabela 8).
Em trabalho sobre a influência do período de secagem nas estações seca e
chuvosa em Lippia alba (Mill) N.E.Br., nas condições do Ceará, notou-se que as
estações seca e chuvosa tiveram uma forte influência nos resultados para todas as
variáveis estudadas. O teor de óleo essencial foi maior na estação seca do que na estação
chuvosa (NAGAO et al., 2005). Resultados semelhantes foram constatados por Martins
et al. (1999) estudando o efeito da época em horterasteira (Mentha x vilosa Hunds), e
Matos (2000) em hortelã japonesa (Mentha arvensis L. var piperascens).
55
TABELA 8. Médias de massa fresca e seca de folha (g planta
-1
), teor (%) e rendimento
(mL planta
-1
) de óleo essencial de acessos de alecrim-pimenta, nas épocas seca
(dez/2005) e chuvosa (Jul/2006). São Cristóvão, UFS, 2008.
Massa de Folha (g planta
-1
) Óleo Essencial
Acessos
Fresca Seca Teor (%) Rend. (mL. planta
-1
)
Época Seca
LSID-001 575,38 a A 189,99 a A 2,55 bc A 14,58 a A
LSID-002 905,48 a A 362,48 a A 2,58 bc A 23,16 a A
LSID-003 819,79 a A 328,94 a A 2,40 c A 19,68 a A
LSID-004 753,23 a A 298,43 a A 2,80 abc A 21,09 a A
LSID-005 932,25 a A 370,98 a A 2,63 abc A 24,50 a A
LSID-006 729,45 a A 296,86 a A 2,90 abc A 21,15 a A
LSID-102 901,53 a A 384,58 a A 2,83 abc B 25,45 a B
LSID-103 467,60 a A 168,99 a A 2,80 abc A 13,25 a A
LSID-104 491,51 a A 197,81 a A 2,60 bc B 13,07 a A
LSID-105 502,50 a A 165,65 a A 3,35 a A 16,85 a A
LSID-301 388,16 a A 160,38 a A 3,20 ab A 12,42 a A
Época Chuvosa
LSID-001 381,13 cd A 88,07 b A 2,78 bcd A 10,38 b A
LSID-002 1172,29 abc A 310,75 ab A 2,20 d A 25,68 ab A
LSID-003 820,88 abcd A 257,71 ab A 2,20 d A 18,06 ab A
LSID-004 1376,31 abc A 352,80 ab A 2,18 d B 30,43 ab A
LSID-005 1430,57 ab A 399,70 a A 2,23 d B 32,95 b A
LSID-006 1193,73 abc A 332,91 ab A 2,53 cd A 31,04 ab A
LSID-102 1546,93 a A 420,07 a A 3,65 a A 56,46 a A
LSID-103 836,11 abcd A 196,85 ab A 3,05 abc A 27,74 ab A
LSID-104 707,51 abcd A 205,75 ab A 3,38 ab A 23,86 ab A
LSID-105 185, 35 d A 51,59 b A 2,90 bcd B 5,38 b A
LSID-301 424,05 bcd A 130,43 ab A 2,70 bcd B 11,50 b A
CV a (%) 21,07 39,00 8,28 22,52
CV b (%) 15,63 22,56 6,49 17,63
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas, nas colunas, e maiúsculas entre épocas, não diferem entre
si, pelo teste de Tukey ( p 0,05).
Essa influência foi confirmada por Tavares et al. (2005) quando analisaram o
óleo essencial de três quimiotipos de Lippia alba (Mill) N.E.Br. (Verbenaceae),
cultivados em condições semelhantes e provenientes de várias regiões do País. O teor de
óleo de Lippia alba varia com a época, ocorrendo o maior rendimento fora do período
de floração. Com relação ao rendimento de óleo essencial, os resultados mostraram que
houve diferença significativa entre os acessos e épocas. No estudo de caracterização
química do óleo essencial de erva cidreira (Lippia alba (Mill.) N.E.Br.), cultivados nas
diferentes estações do ano em Ilhéus-BA, observou-se que na estação primavera é a
melhor época para colheita dessa espécie (SILVA et al., 2006).
De acordo com a Tabela 9, houve diferença significativa entre as épocas para
todos os constituintes químicos do óleo essencial de acessos de alecrim-pimenta. Em
relação aos acessos houve diferença significativa para a maioria dos constituintes
56
químicos com exceção dos constituintes terpin 4-ol nas duas épocas, e óxido de
cariofileno na época seca (Tabela 9). O acesso LSID-104 apresentou os maiores teores
médios de tricicleno, α terpineno, γ-terpineno e carvacrol nas duas épocas estudadas
(Tabela 9). Para o constituinte para cimeno observou-se variação entre 6,98 % a 26,26
% na época seca e de 2,95 % a 18,18 % na época chuvosa (Tabela 9). Observou-se, em
geral para os acessos, baixos teores dos constituintes químicos tricicleno, β-mirceno, γ-
terpineno, terpin 4-ol, β-cariofileno e óxido de cariofileno, que poderão ser chamados de
minoritários (Tabela 9). Para γ-terpineno houve variação de zero a 9,87 % na época
chuvosa (Tabela 9).
Em relação ao constituinte carvacrol, o acesso LSID-104 apresentou diferença
significativa quando comparado aos demais acesso tanto na época seca quanto na
chuvosa, diferindo estatisticamente dos outros tratamentos com valores de 56,05 e 53,32
% nas épocas chuvosa e seca, respectivamente (Tabela 9).
No trabalho sobre a influência das estações seca e chuvosa de Lippia alba (Mill)
N.E.Br., nas condições do Ceará, avaliando as características qualitativa e quantitativa
do óleo essencial de Lippia alba de quimiotipo citral/limoneno, observou-se que é
possível identificar a melhor época de colheita para se ter um maior teor de óleo
essencial rico em citral e limoneno. Também, que o período de secagem e a época de
colheita influenciaram no teor de óleo essencial e a umidade e massa do material sofreu
influência da umidade relativa do ar quando secos em ambiente natural (NAGAO et al.,
2005).
Em trabalho de caracterização morfológica e agronômica de acessos de
manjericão (Ocimum basilicum L.) BLANK et al. (2004) encontraram grande variação
entre os genótipos quanto ao teor de óleo essencial variando de 1,1 L.ha
-1
a 21,8 L.ha
-1
.
em relação ao peso de matéria seca da parte rea esses autores encontraram valores
variando de 8,45 g planta
-1
a 92,95 g planta
-1
.
Arrigoni-Blank et al. (2005) em estudo de caracterização morfológica,
agronômica e farmacológica de acessos de sambacaitá (Hiptis pectinata (L.) Poit
encontrou valores de matéria seca variando entre 3,02 g planta
-1
a 28,50 g planta
-1
.
57
58
Também, em outro trabalho de Blank et al. (2007) analisando a influência das
estações do ano no rendimento de massa fresca e seca, teor e rendimento do óleo
essencial de Java citronella (Cymbopogon winterianus Jowitt) observaram que a massa
fresca e seca apresentou diferença significativa entre as épocas estudadas (verão,
inverno, primavera e outono), sendo que os maiores pesos frescos foram encontrados no
verão, primavera e outono e o menor peso foi encontrado no inverno. Já, para peso seco
os maiores valores foram encontrados no verão e outono e o menor valor no inverno,
sendo que na primavera observou-se valor intermediário. Para teores de óleo os maiores
valores foram observados na primavera, enquanto que rendimento de óleo, os menores
valores foram da época chuvosa.
6. CONCLUSÕES
Para a maioria dos acessos de alecrim-pimenta estudados, o teor de timol é maior
na época chuvosa do que na seca.
O acesso LSID-102 apresenta alto rendimento de óleo essencial, porém com teor
de timol entre 47,97 % a 64,95 % na época chuvosa.
O acesso LSID-003 apresenta teor de timol de 90,02 % e o acesso LSID-104
apresenta alto teor de carvacrol (56,05 %) e baixo teor de timol (8,21 %).
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61
CAPÍTULO 5
INFLUÊNCIA DA SECAGEM DAS FOLHAS NO ÓLEO ESSENCIAL DE
ACESSOS DE ALECRIM-PIMENTA (Lippia sidoides Cham)
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Influência da secagem das folhas no óleo essencial de
acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.). In: Caracterização e
comportamento de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) mantidos em
Banco Ativo de Germoplasma em São Cristóvão - SE. 2008. Cap. V. Dissertação de
Mestrado em Agroecossistemas – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
1. RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da secagem das folhas no
óleo essencial de 11 acessos de alecrim-pimenta colhidos nas épocas seca e chuvosa.
Foi utilizado o delineamento de blocos ao acaso com duas repetições e cada parcela
constitui-se de três plantas. Testou-se a secagem das folhas a 40º C por cinco dias em 11
acessos de alecrim-pimenta, colhidas nas estações seca e chuvosa. Avaliou-se o teor de
óleo essencial e os teores dos constituintes químicos no óleo essencial. A secagem
proporcionou redução de teor de óleo essencial de alecrim-pimenta quando colhido na
estação seca. Em geral, a secagem alterou os teores da maioria dos constituintes
químicos. Em relação aos constituintes químicos majoritários, a secagem alterou o teor
de timol, mas não alterou o teor de carvacrol do óleo essencial de acessos de alecrim-
pimenta.
Palavras-chaves: Lippia sidoides, planta medicinal e aromática nativa, pós-colheita,
época de colheita, timol, carvacrol.
62
INFLUENCE OF DRYING OF LEAVES ON THE ESSENTIAL OIL OF
PEPPER-ROSMARIN (Lippia sidoides Cham) ACCESSIONS
OLIVEIRA, Tereza Cristina. Influence of drying of leaves on the essential oil of
pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions. In: Characterization and
behavior of pepper-rosmarin (Lippia sidoides Cham) accessions maintained in Active
Germplasm Bank in the São Cristóvão county, Sergipe State. 2008. Chap. V. Thesis -
Master of Science in Agroecosystems - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.
2. ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the influence of drying of leaves on the
essential oil of 11 pepper-rosmarin accessions harvested in the dry and rainy season.
The randomized block design was used, with two replications, and every plot
constituted three plants. We tested drying of leaves at 40
o
C for five days in 11 pepper-
rosmarin accessions, harvested in the dry and rainy season. We evaluated essential oil
content and content of chemical constituents of the essential oils. Drying of pepper-
rosmarin leaves proportioned reduction of essential oil content when leaves were
harvested in the dry season. Generally, drying of leaves modified the content of most of
the chemical constituents. In relation of the major chemical constituents, drying
modified thymol content, but did not modified the carvacrol content of the essential oil
of the pepper-rosmarin accessions.
Key words: Lippia sidoides, germplasm, native plants medicinal and aromatic plant,
post harvest, harvest season, thymol, carvacrol.
63
3. INTRODUÇÃO
O uso de plantas medicinais e aromáticas e seus diversos produtos são muito
utilizados e conhecidos no tratamento e prevenção de diversas doenças e disfunções
orgânicas e nas indústrias de cosméticos e perfumarias, se constituindo numa crescente
demanda (MARTINS & SANTOS, 1995).
Lippia sidoides Cham., popularmente conhecida como alecrim-pimenta, alecrim-
bravo, alecrim-do-nordeste e estrepa-cavalo, é uma planta típica do semi-árido do
Nordeste do Brasil, pertencente à família Verbenaceae (LORENZI & MATOS, 2002). É
um arbusto caducifólio cujas folhas se extraem óleo essencial rico em timol e carvacrol,
dois compostos fenólicos de forte ação bactericida, fungicida, moluscida e larvicida. O
óleo essencial de alecrim-pimenta é utilizado no combate à infecção de garganta e boca,
evitando cárie dentária, aftas, previne e cura corrimento vaginal e micoses de pele como
acne, sarna, panos brancos, impigem, caspa e mau-cheiro nos pés, axilas e virilhas
(AGUIAR et al., 1983; MATOS et al., 1998; MATOS, 2002; LEAL et al., 2003).
Também, possui forte ação moluscida contra o caramujo hospedeiro da esquistossomose
Biomphalaria glabra, e ação larvicida contra o mosquito transmissor da dengue Aedes
aegypti (LEMOS et al., 1990; LACOSTE et al., 1996; MATOS, 2000; LORENZI &
MATOS, 2002; COSTA et al. 2002).
Considerando cada vez maior a demanda e uso dos óleos essenciais das plantas
medicinais e aromáticas, estudos têm sido desenvolvidos sobre as características
qualitativas e quantitativas desses óleos essenciais. A secagem das folhas pode alterar o
rendimento e composição química dos óleos essenciais (NAGAO et al., 2005;
CARVALHO-FILHO et al., 2006; BLANK et al., 2007). E estudos devem ser
realizados para verificar a necessidade e influência deste processo
O efeito da secagem sobre os constituintes dos óleos essenciais de várias plantas
vem sendo estudado, visto que existem mudanças de concentração dos constituintes
quando associadas às características de método de secagem e época de colheita e, ainda,
da planta sujeita à secagem. A variabilidade fotoquímica em óleo essencial é também
influenciada pela variabilidade genética e alterações na ntese bioquímica causadas
pela interação dos fatores ambientais e ontogenético (NAGAO et al., 2005).
Radünz et al. (2002) constataram um percentual de 2,93 % de óleo essencial nas
folhas de alecrim-pimenta e a depender da temperatura e do local de secagem este valor
é alterado. Em outro trabalho Radünz et al. (2001a), observaram que o processo de
64
secagem das folhas desta espécie pode ser otimizado com o aumento da temperatura,
sem que o mesmo implique em prejuízo qualitativo no teor do óleo essencial.
No estudo sobre a influência da secagem das folhas de Lippia alba, nas estações
seca e chuvosa do Ceará, avaliou-se que nas condições do experimento o período de
secagem e a época de colheita influenciaram o teor e a concentração dos constituintes
químicos (NAGAO et al., 2005).
Carvalho Filho et al. (2006), estudando a influência do horário de colheita,
temperatura e tempo de secagem no óleo essencial de manjericão, concluíram que as
plantas devem ser colhidas pela manhã e a biomassa seca a 40º C por um período de
cinco dias para a obtenção de óleo essencial rico em linalol. Todos esses trabalhos são
de fundamental importância para a realização de estudos em melhoramento genético de
espécies medicinais visando a aplicação fitoterapêutica visto que as qualidades dos
óleos essenciais estão ligadas as constituições químicas e suas concentrações
(MARTINS et al., 2006).
Blank et al. (2005) avaliando a influência da secagem de folhas no óleo essencial
de melissa (Melissa officinalis L.) observaram que a secagem influenciou no teor de
óleo essencial e teores dos constituintes químicos, sendo que o maior teor de óleo
essencial foi obtido de folhas sem o tratamento de secagem, colhidas às 17 horas.
Entretanto, Blank et al. (2007), estudando a influência da secagem no teor de óleo de
Java citronella (Cymbopogon winterianus Jowitt) observaram que a secagem influenciou
positivamente. Em geral, houve aumento no teor de óleo com o tratamento secagem.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da secagem de folhas de
alecrim-pimenta colhidas nas estações seca e chuvosa.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Foram avaliadas amostras de óleo essencial de 11 genótipos de alecrim-pimenta
do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal de Sergipe, colhidos
em dezembro de 2005 e julho de 2006, nas estações seca e chuvosa, respectivamente. O
delineamento experimental foi blocos ao acaso com duas repetições, e cada parcela foi
constituída por três plantas. O experimento foi realizado, sob condições de campo, na
Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS" no Município de São Cristóvão, de
latitude 11º 00’ S e longitude 37º 12’W. O espaçamento utilizado foi 1,0 x 1,0m, em um
Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, sob regime diário de irrigação por
65
gotejamento.
As variáveis analisadas foram teor (%) de óleo essencial e teores (%) dos
constituintes químicos do óleo essencial. O teor de óleo essencial foi determinado por
hidrodestilação com aparelho tipo Clevenger (GUENTHER, 1972), acoplado a um
balão de vidro de fundo redondo de 3000 mL. Foi utilizada uma manta como fonte de
calor e foi pesado 100g de folhas frescas em 2000 mL de água destilada condensados
por um período de 160 minutos (EHLERT et al., 2006). O resultado foi expresso em %
baseado em massa seca de folha.
Os teores dos constituintes químicos dos óleos essenciais foram obtidos por
análise em cromatógrafo de fase gasoso, acoplado a um espectrômetro de massa
(Shimadzu QP5050A-CG/EM), cujas condições operacionais utilizadas foram as
seguintes: coluna capilar DB-5 (30 m x 0,25 mm x 0,25 µm) conectado em um detector
operando em impacto eletrônico a 70 eV; s de arraste Hélio (fluxo 1,2 mL/min) e
programação: 50
o
C (2 min), seguindo de um aumento de 4
o
C min
-1
até atingir 200
o
C,
depois de 15
o
C min
-1
até atingir 300
o
C, mantendo constante esta temperatura por 15
minutos; temperatura do detector (ou interface) de 280
o
C; foi injetado um volume de 0,5
microlitros em acetato de etila; taxa de partição do volume injetado de 1:100. A análise
quantitativa dos constituintes foi realizada em um cromatrógrafo gasoso Shimadzu GC-
17 A equipado com detector de ionização de chamas (FID), sob as seguintes condições
operacionais: coluna capilar de sílica fundida ZB-5MS (5 % dimetilpolisiloxane) com
30 m x 0,25 mm i. d. x 0,25 µm de filme, usando as mesmas condições do CG-EM. A
quantificação de cada constituinte foi realizada pela normatização da área (%). As
concentrações dos compostos foram calculadas pela área e colocado em ordem de
eluição do CG. As identificações dos constituintes foram realizadas por comparação de
seus espectros de massas com os espectros existentes na literatura (ADAMS, 2001) com
espectros do banco de dados do cromatógrafo chamado de espectroteca (NIST 107 e
NIST 21) e, também, pela comparação dos índices de retenção calculados com aqueles
da literatura. O índice de retenção de Kovats (IK) foi determinado utilizando uma série
homóloga de n–alcanos (C
8
-C
18
) injetados nas mesmas condições cromatrográficas das
amostras, utilizando a equação de Van den Dool & Kratz (1963).
Os dados foram submetidos a uma análise de variância e as médias foram
comparadas, utilizando-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade, com o auxílio do
programa computacional SISVAR versão 4.6.
66
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Observou-se que a secagem proporcionou uma redução significativa no teor de
óleo essencial de alecrim-pimenta na época seca (Tabela 10). Notou-se também que,
destilando folhas frescas na estação seca, o acesso LSID-102 apresentou maior média
com 13,56 % se destacando dos demais acessos, porém não divergindo de outros
acessos. O acesso LSID-003 apresentou a menor média com 6,89 %, não diferindo
estatisticamente de outros acessos (Tabela 10). Destilando folhas secas na estação seca,
não se observaram diferenças entre os acessos para teor de óleo essencial (Tabela 10).
Essa perda de óleo essencial durante o processo de secagem também foi observada em
Lippia sidoides Cham. (RADÜNZ et al., 2001a); melissa (Melissa officinalis L.)
(BLANK et al., 2005); Lippia alba (Mill) N.E. Br. (NAGAO et al., 2005); Ocimum
basilicum L. (CARVALHO FILHO et al., 2006); e Lippia alba (Mill) N.E.
Br.(BARBOSA & BARBOSA, 2006).
Na estação chuvosa, em geral a secagem não proporcionou redução no teor de
óleo essencial (Tabela 10). Provavelmente, porque as estruturas de armazenamento de
óleo essencial pelas folhas na época seca são mais superficiais do que na estação
chuvosa.
No trabalho de Radünz et al. (2001b) sobre secagem em camada delgada de
folhas observaram-se que a secagem não apresentou diferença significativa quanto ao
teor de óleo essencial de alecrim-pimenta. Entretanto, no trabalho de Costa et al. (2005)
analisando capim limão (Cymbopogon citratus (D. C.) Stapf) verificaram que o
constituinte principal, o citral apresentou os maiores teores nas folhas secas em
desumificador. Também Blank et al. (2007), estudando a influência da secagem no teor
de óleo de Java citronella (Cymbopogon winterianus Jowitt) observaram que a secagem
influenciou positivamente no teor de óleo. Em geral, houve aumento no teor de óleo
com o tratamento secagem.
Para os teores de constituintes químicos, a secagem não alterou
significativamente a concentração no óleo essencial de acessos de alecrim-pimenta na
estação seca. Entretanto, na estação chuvosa houve diferença significativa entre os
acessos e o tratamento secagem com exceção para o constituinte químico carvacrol.
Para o tricicleno, na estação chuvosa a maior média encontrada foi do acesso LSID-104
com 1,12 % na amostra fresca e 0,87 % na amostra seca.
67
68
Em geral, observaram-se para os acessos, baixos teores dos constituintes
químicos tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, terpin 4-ol, β-cariofileno e óxido de
cariofileno, que poderão ser chamados de minoritários (Tabela 10). Para o constituinte
químico β-mirceno não houve diferença significativa entre os acessos quando
submetido ao tratamento secagem na estação seca. Porém, na estação chuvosa houve
diferença significativa entre os tratamentos, sendo que o acesso LSID-104 apresentou o
melhor desempenho com média de 2,78 % na amostra fresca. Na estação chuvosa, para
o constituinte químico β-mirceno os piores desempenhos foram apresentados pelos
acessos LSID-003, LSID-004, LSID-005, LSID-006 e LSID-301 com médias variando
entre 0,11 a 0,72 % na amostra fresca e pelos acessos LSID-002, LSID-003, LSID-004,
LSID-005, LSID-301 com médias variando entre 0,44 a 1,04 %. As maiores médias na
amostra seca foram dos acessos LSID-001, LSID-102, LSID-103, LSID-104 e LSID-
105 com médias variando entre 2,30 a 2,60 %. Na estação chuvosa, houve diferença
significativa entre os acessos e o efeito da secagem, mostrando-se os melhores
resultados nas amostras submetidas ao tratamento, exceto para o acesso LSID-104.
Para o α-terpineno não houve diferença significativa entre as amostras
submetidas ao tratamento secagem, exceto para o acesso LSID-002 e 102 na estação
seca. Porém, na estação chuvosa, o α-terpineno apresentou maiores concentrações na
amostra seca exceto para o acesso LSID-104. Os acessos LSID-001, LSID-103, LSID-
105 e LSID-301 não evidenciaram diferenças significativas entre as amostras seca e
fresca.
Para γ-terpineno não houve diferença significativa entre as amostras secas e
frescas na estação seca, apenas com destaque para o acesso LSID-104 que diferiu
estatisticamente dos demais tanto na amostra fresca quanto na seca nas duas estações,
com médias de 11,07 e 11,96 % na estação seca e 9,87 e 9,49 % na estação chuvosa
respectivamente (Tabela 10).
Para os constituintes químicos secundários tricicleno e α-terpineno houve
diferença significativa entre as médias de acessos das amostras secas na época chuvosa.
Nas plantas medicinais e aromáticas, ricas em óleos essenciais, as condições limitantes
de solo na época seca, podem influenciar na concentração e rendimento de metabólitos
secundários. O estresse osmótico também pode afetar o acúmulo de óleo essencial por
meio dos efeitos da assimilação líquida e da partição de assimilados sobre o processo de
crescimento e diferenciação. Assim, é possível uma alteração na estrutura molecular
69
pela adição de carbonos surgindo novas estruturas, formulações e acúmulo de terpenos
(CHARLES et al., 1990).
Para o constituinte químico para-cimeno, um dos três constituintes químicos
majoritários, a maior média de amostras de folhas frescas e secas foi observada no
acesso LSID-102 com 26,26 e 24,12 % e 18,18 e 23,26 % na estação seca e chuvosa
respectivamente. Esses acessos divergem estatisticamente dos demais acessos. As
menores médias foram apresentadas pelos acessos LSID-002, 003, 004, 005, 105 e 301
com médias entre 7,00 a 9,30 % nas amostras frescas na estação seca, embora não
divergindo de outros acessos. A menor média foi do acesso LSID-003 (2,95 %) nas
amostras frescas, na estação chuvosa, mas semelhante a vários outros acessos.
Para o γ-terpineno não houve diferença significativa em função do efeito
secagem na estação seca. Entretanto na chuvosa houve diferença significativa para o
efeito secagem e entre os acessos onde as maiores médias foram apresentadas pelos
acessos na amostra seca. O acesso LSID-104 se destacou com a maior média 11,07 e
9,87 % na amostra fresca e 11,96 % e 9,49 % na amostra seca nas duas estações.
Silva et al. (2006), observaram que a perda dos princípios ativos que ocorrem
após a colheita, deve-se a diversos fatores como degradação por processos metabólitos,
hidrólises, degradação pela luz, fermentação, calor e contaminação microbiológica.
Para o timol, principal constituinte químico, houve diferença significativa entre os
acessos e entre o tratamento de secagem (Tabela 11). O acesso LSID-104 apresentou pior
desempenho, tanto nas amostras de folhas sem o tratamento de secagem (amostras frescas)
quanto nas amostras submetidas à secagem (amostras secas). Em geral, as maiores médias
foram identificadas nas amostras sem o tratamento secagem na estação chuvosa. O acesso
LSID-003 se destacou por apresentar a maior média (90,82 %) não divergindo
estatisticamente dos acessos LSID-001, LSID-002, LSID-003, LSID-004, LSID-005, LSID-
006, LSID-103, LSSID-105 e LSID-301 e o acesso LSID-104 a menor média (8,21 %) na
estação chuvosa.
Para o constituinte químico carvacrol, um dos principais, não houve diferença
significativa da secagem (Tabela 11). Observaram-se diferenças apenas entre acessos, onde
o acesso LSID-104 se destacou. As maiores médias foram encontradas no acesso LSID-104
com valores variando entre 55,40 a 56,05 % e 52,62 a 53,32 %, nas amostras com e sem o
tratamento secagem nas duas estações. O tratamento secagem teve influência no teor de
óleo essencial e nos constituintes químicos sua influência foi para terpin 4-ol, γ-terpineno,
timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno e óxido de cariofileno (Tabelas 10 e 11).
70
71
O tratamento secagem reduziu na média de todos os acessos, 7,78 % na estação
chuvosa a 60,53 % na estação seca. Para os teores de constituintes químicos majoritários
timol e carvacrol, houve redução apenas para o timol com valores variando em média de
0,74 % e 5,54 % para o timol nas estações seca e chuvosa respectivamente. Para o carvacrol
não houve diferença significativa no tratamento secagem.
Observou-se que a secagem em geral não influenciou os teores de nas variáveis
terpin 4-ol, timol metil anisol e óxido de cariofileno (Tabela 11).
Innecco et al. (1999), estudando a planta medicinal hortelãs rasteiras (Mentha x
vilosa Huds) observaram que o período de secagem influenciou na extração do óleo
essencial por arraste a vapor e no teor de óxido de piperotina, porém o afetou a
quantidade do óleo, nas épocas seca e chuvosa. No trabalho de Nagao et al. (2005), sobre a
influência do período de secagem nas estações seca e chuvosa no óleo essencial de Lippia
alba (Mill) N.E. Br., nas condições do Ceará observou diferenças significativas para os
caracteres percentagem de umidade, massa do material vegetal e teor de óleo essencial entre
os acessos estudados. O teor de óleo essencial foi maior na estação seca do que na chuvosa,
resultado semelhante ao encontrado neste trabalho.
A conclusão de Nagao et al. (2005) é que o período de secagem e a época de
colheita influenciaram o teor de óleo essencial e os constituintes químicos citral e limoneno.
Resultados semelhantes têm sido demonstrados por Ehlert (2000) em alfavaca-cravo
(Ocimum gratíssimum L.) e Matos (2000) em hortelã japonesa (Mentha arvensis L. var
piperascens).
O efeito de secagem sobre os constituintes químicos voláteis das plantas medicinais
e aromáticas tem sido objeto de vários estudos que vêem demonstrando alterações de
concentrações em função das características de secagem e das próprias variáveis analisadas
(PASCUAL et al., 2001). Em geral, a secagem não mostrou diferenças significativas para os
constituintes químicos analisados.
Carvalho Filho et al. (2006) estudando a influência do período de secagem em
manjericão (Ocimum basilicum L.) verificaram que em geral, houve redução dos teores
dos constituintes químicos com esse tratamento. Com relação ao teor de óleo essencial
houve redução quando submetido ao processo de secagem.
Barbosa & Barbosa (2006) avaliando a influência da secagem no teor e
composição química do óleo de erva cidreira (Lippia alba (Mill) N. E. Br) verificaram
uma redução entre 12 e 17 % no teor de óleo essencial quando comparado ao obtido
sem o tratamento da secagem. Nos teores de constituintes químicos principais do óleo
72
essencial verificaram um aumento de 6,89 % do teor de citral em relação ao obtido sem
tratamento.
Blank et al. (2005) avaliando a influência da secagem de Melissa oficinalis L.
verificaram que o processo de secagem reduziu os teores de nerol e geranol.
Recentemente, Blank et al. (2007) estudando a influência da secagem no teor de
óleo de Java citronella (Cymbopogon winterianus Jowitt) observaram que a secagem
influenciou positivamente e, em geral, houve aumento no teor de óleo com o tratamento
da secagem.
6. CONCLUSÕES
A secagem proporciona redução de teor de óleo essencial de alecrim-pimenta
quando colhido na época seca. Na época chuvosa, também houve redução do teor de
óleo dos valores em todos os acessos inclusive no acesso LSID-006 a redução foi
significativa estatisticamente.
Em geral, a secagem não altera o teor de constituintes químicos do óleo essencial
de acessos de alecrim-pimenta com exceção do timol que apresentou redução,
principalmente na época chuvosa.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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73
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CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 30., 2001, Foz do
Iguaçu. Anais... Cascavel: SBEA, 2001b. 1 CD-ROM
RADÜNZ, L. L.; MELO, E. C.; BERBERT, P. A, BARBOSA, L. C. A, ROCHA, R. P.;
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including linear temperature programmed gas-liquid partition chromatography. Journal
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76
ANEXOS
ANEXO A Página
TABELA 1A Resumo da análise de variância para altura de planta, diâmetro
de copa, comprimento (C) e largura (L) de folha e relação
comprimento/largura (C/L) de folha de acessos de alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham.) do Banco Ativo de
Germoplasma da UFS. São Cristóvão, UFS, 2008..................... 78
TABELA 2A Resumo da análise de variância para massa fresca de folha,
massa seca de folha e caule, teor e rendimento de óleo
essencial de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides
Cham.) do Banco Ativo de Germoplasma da UFS. São
Cristóvão, UFS, 2008 ................................................................. 78
TABELA 3A Resumo da análise de variância para altura de planta, massa
fresca (MFF) e seca (MSF) de folha, teor (%) e rendimento
(mL planta
-1
) de óleo essencial de acessos de alecrim-pimenta,
colhidos em 2005 e 2006. São Cristóvão, UFS, 2008 ................ 79
TABELA 4A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes
químicos tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, para-cimeno, γ-
terpineno e terpin 4-ol do óleo essencial nas folhas de acessos
de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), colhidos em 2005
e 2006. São Cristóvão, UFS, 2008 ............................................. 79
TABELA 5A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes
químicos timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno e
óxido de cariofileno do óleo essencial das folhas de alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham.), cultivados em 2005 e 2006.
São Cristóvão, UFS, 2008 .......................................................... 80
TABELA 6A Resumo da análise de variância para massa fresca e seca, teor e
rendimento de óleo de alecrim-pimenta em duas épocas (seca e
chuvosa) de cultivo. São Cristóvão, UFS, 2008......................... 80
TABELA 7A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes
químicos tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, para-cimeno, γ-
terpineno e terpin 4-ol do óleo essencial de alecrim-pimenta
em duas épocas (seca e chuvosa) de cultivo. São Cristóvão,
UFS, 2008................................................................................... 81
TABELA 8A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes
químicos timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno e
óxido cariofileno, do óleo essencial de alecrim-pimenta em
duas épocas (seca e chuvosa) de cultivo. São Cristóvão, UFS,
2008 ............................................................................................ 81
77
ANEXO A Página
TABELA 9A Resumo da análise de variância para o teor de óleo essencial e
dos constituintes químicos tricicleno, β-mirceno, α-terpineno,
para-cimeno e γ-terpineno do óleo essencial de alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham.), nas épocas seca e chuvosa.
São Cristóvão, UFS, 2008 .......................................................... 82
TABELA 10A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes
químicos terpin 4-ol, timol metil anisol, timol, carvacrol, β-
cariofileno e óxido de cariofileno do óleo essencial de alecrim-
pimenta (Lippia sidoides Cham.), nas épocas seca e chuvosa.
São Cristóvão, UFS, 2008 .......................................................... 82
78
ANEXO A
TABELA 1A – Resumo da análise de variância para altura de planta, diâmetro de copa,
comprimento (C) e largura (L) de folha e relação comprimento/largura (C/L) de folha de
acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) do Banco Ativo de Germoplasma
da UFS. São Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Altura de planta
Diâmetro
de copa
Comprimento de
folha
Largura
de folha
Relação C/L de
folha
Blocos 1
Acessos 9 390,97
*
893,17
ns
1,514
**
0,282
*
0,065
**
Resíduo 9 114,64 591,25 0,198 0,053 0,009
CV (%) 8,34 24,55 13,55 12,33 5,46
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
TABELA 2A Resumo da análise de variância para massa fresca de folha, massa seca
de folha e caule, teor e rendimento de óleo essencial de acessos de alecrim-pimenta
(Lippia sidoides Cham.) do Banco Ativo de Germoplasma da UFS. São Cristóvão, UFS,
2008.
QM
FV GL
Massa fresca de
folha
Massa seca de
folha
Massa seca de
caule
Teor de óleo
essencial
Rendimento de
óleo essencial
Blocos 1
Acessos 9 62951,54
**
8702,458
**
5835,051
ns
3,318
ns
13,007
*
Resíduo 9 10805,65 1578,61 1955,59 1,057 3,401
CV (%) 36,79 3634 42,93 18,40 33,91
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
79
TABELA 3A Resumo da análise de variância para altura de planta, massa fresca
(MFF) e seca (MSF) de folha, teor (%) e rendimento (mL planta
-1
) de óleo essencial de
acessos de alecrim-pimenta, colhidos em 2005 e 2006. São Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Altura MFF MSF OE (%) OE (mL planta
-1
)
Blocos 1
Acessos 9 1.424,24
*
173,16
*
53,61
*
3,04
**
3,13*
Resíduo (a) 9 382,62 37,22 10,73 0,54 0,99
Anos 1 53.141,18
**
1.863,70
**
305,43
**
82,96
**
60,96
**
Acessos x Anos 9 553,07
ns
28,55
ns
9,02
ns
0,84
ns
1,27
ns
Resíduo (b) 10 245,85 31,30 4,39 0,83 1,00
CV (a) (%) 11,86 26,91 25,82 17,72 26,95
CV (b) (%) 9,51 24,68 16,61 21,97 27,10
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
TABELA 4A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes químicos
tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, para-cimeno, γ-terpineno e terpin 4-ol do óleo
essencial nas folhas de acessos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), colhidos
em 2005 e 2006. São Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Tricicleno
β
ββ
β-mirceno α
αα
α-terpineno
Para-
cimeno
γ
γγ
γ-terpineno
Terpin 4-ol
Blocos 1
Acessos 9 0,55
**
4,65
**
1,66
**
84,21
**
48,29
**
0,08
ns
Resíduo (a) 9 0,03 0,04 0,01 2,76 0,42 0,09
Anos 1 7,40
**
29,43
**
6,27
**
41,39
*
87,91
**
0,28
**
Acessos x Anos 9 0,03
ns
0,42
**
0,03
ns
4,19
ns
1,13
*
0,08
*
Resíduo (b) 10 0,02 0,23 0,01 6,61 0,38 0,02
CVa (%) 24,41 10,22 16,18 17,96 23,47 37,89
CVb (%) 20,36 7,53 15,74 27,78 22,52 18,35
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
80
TABELA 5A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes químicos
timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno e óxido de cariofileno do óleo
essencial das folhas de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), cultivados em 2005 e
2006. São Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Timol metil
anisol
Timol Carvacrol
β
ββ
β-cariofileno
Óxido de
cariofileno
Blocos 1
Acesso (A) 9 1,91
**
2028,25
**
1017,25
**
1,13
**
0,14
**
Resíduo (a) 9 0,12 7,84 0,09 0,01 0,01
Anos (Anos) 1 0,05
ns
1603,77
**
10,73
**
0,14
ns
0,07
**
Acessos x Anos 9 0,17
ns
27, 12
*
11,74
**
0,02
ns
0,03
*
Resíduo (b) 10 0,12 7,75 0,08 0,15 0,01
CV (a) (%) 19,95 4,08 5,92 4,32 9,08
CV (b) (%) 19,99 4,06 5,62 23,29 6,32
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
TABELA 6A – Resumo da análise de variância para massa fresca e seca, teor e
rendimento de óleo de alecrim-pimenta em duas épocas (seca e chuvosa) de cultivo. São
Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
MFF
1/
MSF OE (%) OE (mL planta
-1
)
2/
Blocos 1
Acessos (A) 10 140,70
*
44.091,95
*
0,41
**
3,26
*
Resíduo (a) 10 32,78 10.108,66 0,05 1,07
Épocas (E) 1 100,23
*
2.897,12
ns
0,06
ns
2,09
ns
A x E 10 33,49
ns
3.633,28
ns
0,26
**
1,21
ns
Resíduo (b) 11 18,03 3.382,56 0,03 0,65
CV (a) (%) 21,07 39,00 8,28 22,52
CV (b) (%) 15,63 22,56 6,49 17,63
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
1/ ; 2/
dados transformados por raiz (x+1)
81
TABELA 7A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes químicos
tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, para-cimeno, γ-terpineno e terpin 4-ol do óleo
essencial de alecrim-pimenta em duas épocas (seca e chuvosa) de cultivo. São
Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Tricicleno
β
ββ
β-mirceno α
αα
α-terpineno
Para-cimeno
γ
γγ
γ-terpineno
Terpin-4-ol
Blocos 1
Acessos (A) 10 0,043
*
0,289
**
1,0263
**
92,0491
**
1,502
**
0,009
ns
Resíduo (a) 10 0,009 0,055 0,0700 1,4392 0,150 0,006
Épocas (E) 1 0,271
**
0,954
**
4,0748
**
91,4401
**
3,559
**
0,019
ns
A x E 10 0,007
ns
0,042
*
0,0931
ns
6,7990
*
0,090
ns
0,019
ns
Resíduo (b) 11 0,004 0,040 0,0638 1,8558 0,155 0,01
CV (a) (%) 8,33 14,86 40,68 12,65 24,31 6,23
CV (b) (%) 5,85 12,72 38,83 14,36 24,71 10,28
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
TABELA 8A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes químicos
timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno e óxido cariofileno, do óleo essencial
de alecrim-pimenta em duas épocas (seca e chuvosa) de cultivo. São Cristóvão, UFS,
2008.
QM
FV GL
Timol metil anisol
Timol Carvacrol
β
ββ
β-cariofileno
Óxido de
cariofileno
Blocos 1
Acessos (A) 10 52,21
**
2004,25
**
1081,26
**
1,13** 0,10
**
Resíduo (a) 10 0,09 6,69 0,02 0,07 0,01
Época (E) 1 1,83
**
576,66
**
1,39
**
0,001
ns
0,77
**
A x E 10 0,59
**
29,63
**
0,64
**
0,18
ns
0,05
*
Resíduo (b) 11 0,04 3,24 0,01 0,11 0,01
CV (a) (%) 11,56 3,62 2,58 15,88 8,26
CV (b) (%) 7,96 2,52 2,28 19,53 9,03
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
82
TABELA 9A Resumo da análise de variância para o teor de óleo essencial e dos
constituintes químicos tricicleno, β-mirceno, α-terpineno, para-cimeno e γ-terpineno do
óleo essencial de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), nas épocas seca e chuvosa.
São Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Teor de óleo Tricicleno
β
ββ
β-mirceno α
αα
α-terpineno
Para-cimeno
γ
γγ
γ-terpineno
Época seca
Blocos 1
Acesso (A) 10 6,167
ns
0,028
ns
0,229
*
0,542
**
101,637
**
30,201
**
Secagem (S) 1 336,110
**
0,011
ns
0,156
ns
0,056
ns
2,165
ns
12,690
*
A x S 10 3,227
ns
0,018
ns
0,142
ns
0,234
ns
6,082
**
0,893
ns
Resíduo 21 3,271 0,013 0,089 0,133 1,716 1,894
CV (%) 28,44 8,98 16,68 38,63 11,75 38,93
Época chuvosa
Blocos 1
Acesso (A) 10 1,822
**
0,238
**
2,906
**
0,890
**
82,906
**
32,034
**
Secagem (S) 1 2,912
**
0,161
**
1,944
**
0,458
**
31,739
**
4,353
**
A x S 10 0,323
ns
0,019
**
0,118
*
0,093
**
3,834
**
0,268
*
Resíduo 21 0,167 0,005 0,043 0,013 1,116 0,118
CV (%) 6,36 22,91 15,37 25,85 11,88 23,21
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
TABELA 10A Resumo da análise de variância para o teor dos constituintes químicos
terpin 4-ol, timol metil anisol, timol, carvacrol, β-cariofileno e óxido de cariofileno do
óleo essencial de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.), nas épocas seca e chuvosa.
São Cristóvão, UFS, 2008.
QM
FV GL
Terpin-4-ol
Timol metil
anisol
Timol Carvacrol
β
ββ
β-cariofileno
Óxido de
cariofleno
Época seca
Blocos 1
Acesso (A) 10 0,028
ns
60,19** 1853,27
**
1017,15
**
16,36
**
0,007
ns
Secagem (S) 1 0,004
ns
0,01
ns
2,84
ns
0,10
ns
4,56
**
0,008
ns
A x S 10 0,014
ns
0,24
ns
37,92
**
0,05
ns
1,42
ns
0,009
ns
Resíduo 21 0,015 0,42 12,19 0,11 0,75 0,009
CV (%) 9,59 22,97 5,17 7,09 32,06 8,71
Época chuvosa
Blocos 1
Acesso (A) 10 0,063
ns
1,94
**
2023,01
**
1119,79
**
20,54
**
0,200
**
Secagem (S) 1 0,026
ns
0,12
ns
190,40
**
0,01
ns
8,07
**
0,054
ns
A x S 10 0,078
ns
0,09
ns
17,01
**
0,06
ns
1,02
ns
0,022
ns
Resíduo 21 0,051 0,10 3,82 0,13 0,47 0,015
CV (%) 30,68 19,02 2,68 6,72 2,82 9,23
* significativo pelo teste F a 5 % de probabilidade
** significativo pelo teste F a 1 % de probabilidade
ns – não significativo
83
ANEXO B Página
FIGURA 1B Imagens que expressam as características morfológicas dos
acessos LSID-001 (A), LSID-002 (B), LSID-003 (C), LSID-004
(D), LSID-005 (E), LSID-006 (F), LSID-102 (G), LSID-103
(H), LSID-104 (I), LSID-105 (J) de alecrim-pimenta (Lippia
sidoides Cham.) oriundos do Banco Ativo de Germoplasma da
UFS. São Cristóvão, UFS, 2008 ................................................... 84
FIGURA 2B Alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.). São Cristrovão, UFS,
2008............................................................................................... 85
FIGURA 3B Secagem em estufa. São Cristóvão, UFS, 2008............................ 85
FIGURA 4B Hidrodestilação em aparelhos tipo Clevenger. São Cristóvão,
UFS, 2008 ..................................................................................... 85
FIGURA 5B Medição do teor de óleo essencial. São Cristóvão, UFS, 2008 .... 85
FIGURA 6B Cromatógrafo gasoso acoplado espectômetro de massa
(CG/EM). São Cristóvão, UFS, 2008 ........................................... 85
FIGURA 7B Laboratório de Cromatografia do DQI-UFS. São Cristóvão,
UFS, 2008 ..................................................................................... 85
FIGURA 8B Estrutura química de timol. São Cristóvão, UFS, 2008................ 86
FIGURA 9B Estrutura química de carvacrol. São Cristóvão, UFS, 2008 ......... 86
84
ANEXO B
A)
B)
C)
D)
E)
F)
G)
H)
I)
J)
FIGURA 1B. Imagens que expressam as características morfológicas dos acessos
LSID-001 (A), LSID-002 (B), LSID-003 (C), LSID-004 (D), LSID-005 (E), LSID-006
(F), LSID-102 (G), LSID-103 (H), LSID-104 (I), LSID-105 (J) de alecrim-pimenta
(Lippia sidoides Cham.) oriundos do Banco Ativo de Germoplasma da UFS. São
Cristóvão, UFS, 2008.
85
FIGURA 2B. Alecrim-pimenta
(Lippia sidoides Cham.). São
Cristrovão, 2008.
FIGURA 3B. Secagem em estufa.
São Cristóvão, UFS, 2008.
FIGURA 4B. Hidrodestilação em
aparelho tipo Clevenger. São
Cristóvão, UFS, 2008.
FIGURA 5B. Medição do teor de
óleo essencial. São Cristóvão,
UFS, 2008.
FIGURA 6B. Cromatógrafo gasoso
acoplado espectômetro de massa
(CG/EM). São Cristóvão, UFS, 2008.
FIGURA 7B. Laboratório de
Cromatografia do DQI-UFS. São
Cristóvão, UFS, 2008.
86
FIGURA 8B. Estrutura química de
timol. São Cristóvão, UFS, 2008.
FIGURA 9B. Estrutura química de
carvacrol. São Cristóvão, UFS, 2008.
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