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capacidade suficiente para avaliar tais dimensões. Devido a este fato, acabam por
confiar em características superficiais tangíveis, de fácil constatação, como a
forma e a aparência, a cor e a garantia. Essas características funcionam como
emissores de estímulos que reforçam a qualidade percebida e podem ser
chamadas sugestões intrínsecas. Já o nome, a quantidade de exposição na
mídia, ou o preço tratam-se de sugestões extrínsecas (AAKER, 1998).
Interessante observar que Aaker (1998, p. 103) destaca a
importância do preço como uma sugestão de qualidade:
O preço é uma variável que pode ser uma importante sugestão de
qualidade. Uma análise de 36 estudos, a maioria dos quais envolvendo
compras freqüentes e produtos de consumo relativamente baratos,
indicou que o preço estava firmemente presente, como uma forte
sugestão de qualidade, quase tão forte quanto o nome da marca.
Entretanto, tratando-se do produto água mineral, em relação ao
aspecto preço, é importante entender de qual forma o consumidor residencial
percebe a qualidade do produto, pois, nesse sentido, de acordo com Lancia
(2005), tivemos uma curva crescente no aparecimento de novas marcas
populares no mercado de água mineral 20 litros.
Para Lancia (2005), a razão desse crescimento está na
inalterabilidade das embalagens e dos meios de comercialização de marcas de
água já estabelecidas no mercado, ou seja, não há busca das empresas
tradicionais de águas minerais por diferenciação da concorrência.
Dessa maneira, o consumidor não consegue distinguir uma marca
tradicional de água 20 litros de um novo player neste mercado, e assim, a opção
se dá sistematicamente pelo preço, já que, na sua percepção, água é tudo igual.
Sobre esse aspecto, para Martins (2000), é primordial que as empresas líderes,
detentoras de marcas tradicionais, acompanhem as mudanças no varejo em um
cenário de novas marcas (populares, talibãs, low price, primeiro preço, de
combate, segunda marca) em busca de novos conceitos e segmentos.