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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
ANTÔNIO CÉSAR MANENTTI FOGAÇA
ANÁLISE DIMENSIONAL DOS BIOMODELOS POR SINTERIZAÇÃO SELETIVA A
LASER E IMPRESSÃO TRIDIMENSIONAL APÓS ESTERILIZAÇÃO EM
AUTOCLAVE
PORTO ALEGRE
2008
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ANTÔNIO CÉSAR MANENTTI FOGAÇA
ANÁLISE DIMENSIONAL DOS BIOMODELOS POR SINTERIZAÇÃO SELETIVA A
LASER E IMPRESSÃO TRIDIMENSIONAL APÓS ESTERILIZAÇÃO EM
AUTOCLAVE
Tese apresentada como parte dos
requisitos obrigatórios para obtenção do
título de Doutor em Odontologia, área de
concentração em Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial, ao
programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Faculdade de Odontologia
da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
Orientadora: Profª. Drª. Marília Gerhardt de Oliveira
PORTO ALEGRE
2008
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F655a Fogaça, Antônio César Manentti
Analise dimensional dos biomodelos por sinterização seletiva
a laser e impressão tridimensional após esterilização em
autoclave / Antônio César Manentti Fogaça. – Porto Alegre,
2008.
76 f. : il.
Tese (Doutorado em Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial) - Fac. de Odontologia, PUCRS, 2008.
Orientação: Profª. Drª. Marília Gerhardt de Oliveira.
1. Odontologia. 2. Cirurgia Bucomaxilofacial. 3. Laser –
Odontologia. 4. Modelos Dentários. 5. Autoclave –
Esterilização. I. Título. II. Oliveira, Marília Gerhardt de.
CDD 617.52
Bibliotecária Responsável: Deisi Hauenstein
3
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
À Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por ter possibilitado
a realização do curso de doutorado em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial.
À CAPES, pela bolsa de pós-graduação concedida.
Ao povo do Brasil que pacientemente é paciente e financiador dessa bolsa de
doutorado.
À Profa. Dra. Marília Gerhardt de Oliveira por sua amizade, amigos são coisas
para se guardar indeterminadamente; por sua perseverança, quem persevera em
seus propósitos acaba vencendo; por sua orientação, orientar é possibilitar um
passo, uma jornada de quilômetros se inicia com um passo; por sua conduta ética,
pela sinceridade e pela sua franqueza, meu muito obrigado.
Ao Prof. Dr. Flávio Augusto Marsiaj Oliveira pela ajuda na elaboração desse
trabalho.
Ao Prof. João Feliz pela análise estatística desse trabalho, pela sua seriedade
e retidão na análise destes resultados.
À Profa. Dra. Nilza Pereira da Costa por acreditar no meu trabalho, minha
admiração.
A todos os professores e coordenadores do curso de Pós-Graduação em
Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo aprendizado e convivência.
A todos os funcionários da pós-graduação, Marcos, Ana, Davenir e Carlos,
pela ajuda e simpatia.
Ao prof. Dr. Marcos Torriani, amigo de várias horas, incentivador de minha
carreira acadêmica.
Ao prof. Dr. Mario Sérgio de Medeiros Pires professor e amigo, “o prato ainda
é o mesmo, da mesma louça”, minha admiração.
Aos professores do departamento de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia de Pelotas.
Aos colegas de curso, Ângela Bertoja, Fernando Cauduro, Raphael Loro,
Ricardo Smidt e Rodrigo Beltrão pela amizade, pela troca de experiências e pelo
convívio.
À Policlínica Militar de Porto Alegre.
À colega Ana Cláudia Lustosa Pereira, por sua amizade e compreensão.
À colega Ana Cláudia Pereira Costa Flores
Ao colega Miguel Ângelo Ribeiro Scheffer, pelos ensinamentos, pela conduta
e por sua amizade, minha eterna admiração.
Ao amigo Márcio Guilherme Martins Pinto.
As famílias Bilhalva e Canielles.
Ao grande ser humano que é Paulo Roberto Fonseca, minha eterna
admiração.
RESUMO
RESUMO
A Sinterização seletiva a laser (SLS) e a impressão tridimensional (3DP
TM
)
são técnicas de prototipagem rápida cujo uso vem sendo ampliado em Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial. A literatura tem apontado resultados satisfatórios,
apresentando boa reprodutibilidade a partir de crânios secos. Contudo, levar o
protótipo em campo cirúrgico é uma necessidade fundamental. Sendo assim,
realizou-se o presente estudo com a finalidade de analisar a estabilidade
dimensional dos biomodelos em SLS e 3DP
TM
, após esterilização em autoclave,
método consagrado na literatura como o mais eficaz. Os procedimentos
metodológicos envolveram a mensuração de cinco medidas lineares externas
horizontais, quatro medidas lineares internas horizontais e uma medida linear
vertical, que foram realizadas antes e após a esterilização em autoclave e utilizado,
como instrumento de aferição, um paquímetro digital calibrado. Os resultados
revelaram alterações dimensionais estatisticamente não-significativas para o
biomodelo em SLS e destruição total do biomodelo em 3DP
TM
, após sua
esterilização. A partir da metodologia empregada e dos resultados obtidos, concluiu-
se que o biomodelo de SLS apresenta acurácia dimensional após ser esterilizado
em autoclave.
Descritores
*
: Bioprótese. Dimensionamento. Esterilização.
*
Conforme Bireme – Descritores em Ciências da Saúde (DeCs).
ABSTRACT
ABSTRACT
The selective laser sintering (SLS) and the three-dimensional printing (3DP
TM
)
are techniques for rapid prototyping which have been widely used in oral and
maxillofacial surgery. The literature indicates satisfactory results, providing good
reproducibility results from dried skulls. These data highlight the importance of taking
the prototype to the surgical field. The aim of this study was to examine the
dimensional stability of biomodels in SLS and 3DP
TM
after autoclave sterilization,
described in the literature as the most effective method currently used. The
methodological procedures included measurements of five external horizontal, four
internal horizontal and one vertical linear dimensions. Measurements were performed
before and after autoclave sterilization using a digital caliper rule. The results
revealed dimensional alterations for the biomodel in SLS, but the changes were not
statistically significant. For the biomodel in 3DP
TM
, a total destruction was observed
after sterilization. Based on our findings, we concluded that the SLS biomodel shows
dimensional accuracy following autoclave sterilization.
Subject Headings
*
: Bioprosthesis. Dimensioning. Sterilization.
*
Conforme Bireme – Medical Subject Headings (MeSH).
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aferição da distância FO-FO nos biomodelos de SLS, com auxílio
do paquímetro digital........................................................................
39
Figura 2 Pontos e linhas utilizados para realização das medidas lineares
horizontais e medida linear vertical no complexo craniomaxilar, em
norma frontal....................................................................................
42
Figura 3 Pontos e linhas utilizados para realização das medidas lineares
horizontais no complexo craniomaxilar, em norma basilar...............
42
Figura 4 Pontos e linhas utilizados para realização das medidas lineares
horizontais no complexo craniomaxilar, em norma superior............
43
Figura 5 Modelo 3DP
TM
após esterilização em autoclave............................. 46
Figura 6 A e B. Modelo em SLS após esterilização em autoclave................. 47
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Comparação da medida CEC realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (CEC PRÉ) e pós-esterilização
em autoclave (CEC PÓS)..............................................................
49
Gráfico 2 Comparação da medida LBZ realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (LBZ PRÉ) e pós-esterilização em
autoclave (LBZ PÓS).....................................................................
49
Gráfico 3 Comparação da medida CP realizada no biomodelo de SLS pré-
esterilização em autoclave (CP PRÉ) e pós-esterilização em
autoclave (CP PÓS)......................................................................
50
Gráfico 4 Comparação da medida FO-FO realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (FO PRÉ) e pós-esterilização em
autoclave (FO PÓS)......................................................................
50
Gráfico 5 Comparação da medida LMX realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (LMX PRÉ) e pós-esterilização
em autoclave (LMX PÓS)..............................................................
51
Gráfico 6 Comparação da medida CFM realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (CFM PRÉ) e pós-esterilização
em autoclave (CFM PÓS)..............................................................
52
Gráfico 7 Comparação da medida LFM realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (LFM PRÉ) e pós-esterilização
em autoclave (LFM PÓS)..............................................................
53
Gráfico 8 Comparação da medida FZ realizada no biomodelo de SLS pré-
esterilização em autoclave (FZ PRÉ) e pós-esterilização em
autoclave (FZ PÓS).......................................................................
53
Gráfico 9 Comparação da medida LAP realizada no biomodelo de SLS pré
esterilização em autoclave (LAP PRÉ) e pós esterilização em
autoclave (LAP PÓS).....................................................................
53
Gráfico 10 Comparação da medida N-ENA realizada no biomodelo de SLS
pré-esterilização em autoclave (N-ENA PRÉ) e pós-esterilização
em autoclave (N-ENA PÓS)..........................................................
54
Gráfico 11 Média das 20 medições, para cada medida no crânio, antes e
após esterilização em autoclave....................................................
55
LISTA DE QUADROS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Cristofoli
®
Vitale 21
®
; dados técnicos ............................................... 40
Quadro 2 Média e desvio padrão para as medidas lineares horizontais
externas, realizadas no biomodelo de SLS, antes e após
esterilização em autoclave...............................................................
48
Quadro 3 Média das diferenças absoluta e relativa para as medidas lineares
horizontais externas obtidas no biomodelo de SLS, antes e após
esterilização em autoclave...............................................................
51
Quadro 4 Média e desvio padrão para as medidas lineares horizontais
internas realizadas no biomodelo de SLS, antes e após
esterilização em autoclave...............................................................
52
Quadro 5 Média das diferenças absoluta e relativa para as medidas lineares
horizontais internas obtidas no biomodelo de SLS, antes e após
esterilização em autoclave...............................................................
54
Quadro 6 Média e desvio padrão para a medida linear vertical externa,
realizada no biomodelo de SLS, antes e após esterilização em
autoclave..........................................................................................
54
Quadro 7 Média das diferenças absoluta e relativa para a medida linear
vertical externa, obtida no biomodelo de SLS, antes e após
esterilização em autoclave...............................................................
55
Quadro 8 Cálculo da diferença absoluta e da diferença relativa da média de
todos os pontos de medição, pré e pós-esterilização......................
55
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
LISTA DE ABREVIATURA, SIGLAS E SÍMBOLOS
ºC Grau Celsius
µm Micrômetro
2D Duas dimensões
3DP
TM
Impressão Tridimensional
3D Três dimensões (tridimensional)
AP Abertura Piriforme
Ba
Basion
CAD
Computer Aided Design
CAM
Computer Aided Manufacturing
CEC Comprimento Externo do Crânio
CFM Comprimento do Forame Magno
cm
2
Centímetro Quadrado
cm
3
Centímetro Cúbico
CO
2
Dióxido de Carbono
CP Comprimento do Palato
CT
Computerized Tomography
CTBMF Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
DICOM
Digital Imaging and Communications in Medicine
ENA Espinha Nasal Anterior
ENP Espinha Nasal Posterior
EUA Estados Unidos da América
FE Frontal Externo
FML Forame Magno Lateral
FO Forame Oval
FO/PUCRS Faculdade de Odontologia da PUCRS
FZ Frontozigomático
g
Grama
kgf
LAP
Kilograma Força
Largura da Abertura Piriforme
LBZ Largura Bizigomática
LFM Largura do Forame Magno
LMX Largura da Maxila
ml
MIT
Mililitros
Masachussetts Institut of Technology
Mm Milímetro
MRI
Magnectic Ressonance Imaging
Número
N-ENA
Distância entre Nasion e Espinha Nasal Anterior
N
Nasion
OE Occipital Externo
Op
Opisthion
PA 12 Poliamida 12
PA Poliamida
PG Pós-Graduação
PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
RP
Rapid Prototyping
SL
Stereolithography
SLS
Selective Laser Sintering
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
STL
Stereolithography File
T Túber
US
Ultrasound Scanning
UV Ultra Violeta
Zy
Zygion
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................
24
2 REVISTA DE LITERATURA ............................................................................. 28
3 METODOLOGIA ................................................................................................
36
3.1 PROPOSIÇÃO................................................................................................ 36
3.2 HIPÓTESES................................................................................................... 36
3.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 37
3.3.1 Protótipo SLS............................................................................................. 37
3.3.2 Protótipo 3DP
TM
......................................................................................... 38
3.3.3 Paquímetro digital.................................................................................... 38
3.3.4 Esterilização em autoclave..................................................................... 39
3.3.5 Pontos craniométricos.............................................................................. 40
3.3.6 Medidas externas (horizontais)................................................................ 43
3.3.7 Medidas internas (horizontais).................................................................. 44
3.3.8 Medida vertical........................................................................................... 44
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................. 44
4 RESULTADOS .................................................................................................. 46
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................
57
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................
67
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 69
ANEXO A - CERTIFICADO DE APROVAÇÃO NA COMISSÃO CIENTÍFICA E
DE ÉTICA DA FO-PUCRS...................................................................................
76
ANEXO B - CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DO PAQUÍMETRO DIGITAL...
ANEXO C – QUADRO DE ANOTAÇÕES DAS MEDIDAS LINEARES...............
77
78
INTRODUÇÃO
23
1 INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos têm gerado modificações de grande importância em
variadas áreas do conhecimento humano, sendo que uma das de maior significado
está ligada ao design e à fabricação de modelos industriais.
O CAD (Computer Aided Design) envolve a criação de peças virtuais em
computador, colaborando com profissionais no processo de manufatura de produtos,
constituindo-se, na atualidade, numa ferramenta indispensável para a indústria
tecnológica. A associação do CAD ao CAM (Computer Aided Manufacturing)
proporcionou uma revolução nos procedimentos envolvidos na concepção e no
design de peças mecânicas e projetos arquitetônicos, entre outros. Por intermédio
das modernas tecnologias de RP (Rapid Prototyping), podem-se construir protótipos
a partir de um modelo gerado em computador, no programa CAD. Softwares criam
modelos virtuais tridimensionais de estruturas anatômicas, a partir de imagens
tomográficas, permitindo visualização, análise e segmentação dos modelos virtuais,
além de viabilizar a confecção de modelos físicos com o auxílio da prototipagem
biomédica, a partir da exportação de dados em formato apropriado. O protótipo é um
produto fabricado unitariamente, segundo as especificações de um projeto, com a
finalidade de servir de teste, antes da sua
fabricação em escala industrial. Em outras
palavras, pode-se dizer que o protótipo é um experimento virtual que tenta imitar um
sistema real. Os biomodelos de RP são protótipos biomédicos obtidos a partir de
imagens de CT (Computerized Tomography), MRI (Magnetic Ressonance Imaging)
ou US (Ultrasound Scanning), passíveis de serem utilizados com objetivos didáticos
na fabricação de implantes protéticos, no diagnóstico precoce e no tratamento de
deformidades faciais, além de facilitar, também, a comunicação entre a equipe
profissional e o paciente (JAMES et al., 1998; ROVIGATTI, 2003).
Os biomodelos permitem a mensuração de estruturas, a simulação de
osteotomias e técnicas de ressecção, além de um completo planejamento dos mais
diversos tipos de cirurgias na região bucomaxilofacial, o que tende a reduzir o tempo
do procedimento cirúrgico e, conseqüentemente, o período de anestesia, bem como
o risco de infecção, havendo, ainda, melhora no resultado e diminuição no custo
24
global do tratamento. Na produção dos biomodelos, é necessário o processamento
de um grande volume de dados e uso intensivo da Informática. Pela natureza
demorada desse processo, associada ao custo do biomodelo, sua aplicação é
dificultada, em procedimentos cirúrgicos de rotina, limitação essa que tende a ser
minimizada pelo avanço tecnológico e pela utilização interdisciplinar da tecnologia
de
prototipagem (SAILER et al., 1998; PECKITT, 1999).
A possibilidade de se trabalhar com imagens tridimensionais, em consultórios,
ambulatórios ou hospitais, é de grande valor para cirurgiões e traumatologistas
bucomaxilofaciais. Os modelos tridimensionais facilitam e complementam o
planejamento terapêutico da equipe profissional, a partir de imagens tomográficas
bidimensionais e das estruturas anatômicas de pacientes. Com a utilização desta
tecnologia, é possível obter-se uma visão mais realista de tais estruturas, o que
favorece o processo de diagnóstico e a escolha da conduta terapêutica (SANTA
BÁRBARA, 2006).
A preocupação com a contaminação do material utilizado em procedimentos
terapêuticos, surgiu em meados do século XIX. Desde Joseph Lister, o pai da
moderna cirurgia, que diminuiu a mortalidade dos seus pacientes tratando fios de
sutura e compressas com solução de fenol, muito se evoluiu em relação à
esterilização (BRITO et al., 2002).
A utilização de vapor saturado sob pressão, por meio de autoclaves, como
processo de esterilização, é considerado o método de maior segurança, pois os
microrganismos são destruídos pela ação combinada de temperatura, pressão e
umidade, promovendo a termocoagulação e a desnaturação das proteínas de sua
estrutura genética celular (PINTER; GABRIELLONI, 2000).
O presente trabalho tem os seguintes objetivos:
a) Esterilizar dois biomodelos em autoclave, obtidos através de prototipagem
rápida, sendo um por Sinterização Seletiva a LASER (SLS) e o outro por Impressão
Tridimensional (3DP
TM
).
25
b) Realizar mensurações em pontos craniométricos previamente
estabelecidos, antes e após a autoclavagem, para avaliar a estabilidade dimensional
dos biomodelos SLS e 3DP
TM
.
REVISTA DE LITERATURA
27
2 REVISTA DE LITERATURA
Os processos de aquisição de imagens biomédicas registraram avanços
exponenciais nas últimas décadas, como pode ser exemplificado com as
tomografias computadorizadas (BONTRAGER, K. L., 1999; COSTA FILHO; MOURA;
COSTA, 1999; BROGDON, B.C. 2000; NETTO, S. et al., 2003). Equipamentos cada
vez mais sofisticados de CT (Computerized Tomography), MRI (Magnetic
Ressonance Imaging) ou US (Ultrasound Scanning) geram imagens tridimensionais
de alta qualidade e fornecem informações detalhadas sobre o paciente (BUCK,
1996).
Através da Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, é
possível gerar imagens tridimensionais de alta qualidade, que permitem a
visualização detalhada de diversas estruturas anatômicas do corpo humano.
Associando técnicas computacionais para a análise de imagens, é possível realizar
a extração de informações clinicamente relevantes. Um dos principais métodos é a
segmentação de determinadas estruturas de interesse, presentes em uma imagem,
resultando em informações quantitativas que permitem a construção de modelos
tridimensionais. Desta forma, surge a necessidade de sistemas computacionais que
realizem a segmentação de forma automática. Com esse objetivo, a autora
desenvolveu uma metodologia, a qual é composta de duas etapas: o pré-
processamento e a segmentação. A etapa de pré-processamento tem como objetivo
preparar a seqüência de imagens para a extração dos contornos, sendo então
composta pela aquisição da seqüência de imagens, conversão do padrão DICOM
(Digital Imaging and Communications in Medicine) para o formato Bitmap, seleção
das imagens, aumento de contraste, espelhamento e recorte da região de interesse.
A etapa de segmentação tem por objetivo a extração dos contornos das estruturas
ósseas, desconsiderando o restante da imagem, sendo composta pela limiarização,
filtragem, operação morfológica, detecção de bordas, afinamento das bordas e
rotulação, identificação e eliminação dos contornos. O sistema objetiva eliminar a
subjetividade humana durante a aquisição das imagens e atuar na interface entre a
seqüência de cortes tomográficos adquiridos e a reconstrução tridimensional,
28
realizada por um algoritmo de triangulação. (COSTA FILHO; MOURA; COSTA,
1999; GRANDO, 2005).
A RP (Rapid Prototyping) surgiu por volta de 1987, tornando possível produzir
um biomodelo em dimensões reais a partir de imagens virtuais; é, portanto, um
processo aditivo construtivo utilizado para obtenção de protótipos diretamente de um
modelo tridimensional. Dentre os inúmeros processos desenvolvidos, apenas alguns
se consolidaram no mercado, como a estereolitografia, a modelagem por fusão e
deposição e a sinterização seletiva a laser (COOPER, 2001; FOGGIATTO, 2006).
De alta acurácia e com boa capacidade para fabricar objetos complexos, a RP
tem um grande potencial na aplicação biomédica, como a simulação de uma cirurgia
em biomodelo ou a manufatura de substitutos ósseos (YAXIONG et al., 2003).
A SLS (Selective Laser Sintering) é um sistema desenvolvido na Universidade
do Texas (EUA) que permite a construção de modelos físicos utilizando materiais na
forma de pó, processado em um ambiente inerte e termicamente controlado no
interior de uma câmara. Ele atinge a temperatura de fusão (sinterização) por ação de
um laser de CO
2
. Depois que uma camada é sinterizada, uma nova é depositada e
assim sucessivamente, até finalizar a construção da peça. Este processo exige um
trabalho de pós-processamento para melhorar o acabamento das superfícies e sua
grande vantagem é a variedade de materiais que podem ser utilizados, incluindo os
metais (FOGGIATTO, 2006; CINJECT. UFSC, 2007).
Existem duas abordagens para a sinterização por laser: direta e indireta. A
direta é quando o material é sinterizado pela ação direta do laser; e a indireta,
somente para metais e cerâmicas, ocorre quando um material coesivo é utilizado
para dar forma ao objeto fabricado que posteriormente será sinterizado em um forno.
O equipamento funciona com uma plataforma onde são depositadas camadas de
e, para cada camada de depositada, um scanner de espelhos galvanométricos
direciona um feixe de laser sobre a superfície de pó, fazendo com que o seja
sinterizado e unido à camada anteriormente feita (VOLPATO, 2001).
Através da SLS é possível a obtenção de bons protótipos funcionais
termoplásticos com resistências mecânicas e térmicas elevadas, podendo ser
esterilizados. Contudo, os modelos apresentam superfícies rugosas e porosas. Além
29
disso, a precisão dimensional é inferior à SL e o custo ainda permanece elevado
(MEURER et al., 2003; LINO; J. NETO, 2007).
A tecnologia SLS utiliza um laser de CO
2
para sinterizar um material que se
encontra originalmente na forma de pó. A construção física da peça se inicia com o
material sendo espalhado por um rolo para formar uma camada sobre uma base
móvel no sentido vertical. Esta camada é aquecida em atmosfera inerte (Nitrogênio)
a uma temperatura pouco inferior ao ponto de fusão do material. Um sistema de
varredura desloca o feixe do laser sobre a camada, fornecendo a energia restante
para sinterizar as partículas, de acordo com a geometria da camada 2D de cada
seção transversal da peça. Este processo se repete em finas camadas até o final da
peça. O pó não sinterizado pelo laser é removido ao final do processo com auxílio de
escova, ar comprimido ou jateamento com microesferas de vidro. O não
sinterizado pode ser reutilizado por mais algumas vezes. Os materiais disponíveis
para a tecnologia SLS são: poliamida, poliamida com carga de microesferas de
vidro, elastômero, poliestireno, cerâmica, metais e ligas (3 D SYSTEMS, 2007; EOS,
2007).
A potência do laser necessária para sinterizar um varia consideravelmente
com o material que está sendo processado. Além disso, outros fatores como
densidade da potência do laser e o tamanho do comprimento de onda influenciam
na eficiência da sinterização. Por isso, o laser de CO
2,
que tem um comprimento de
onda maior (10,6 µm), tem sua aplicação voltada para polímeros. No entanto, isso
não significa que um tipo de laser não possa ser utilizado para sinterizar outra classe
de materiais. As potências dos lasers variam muito de material para material, mas 25
a 50 watts são comumente utilizados para polímeros; e 200 a 1000 watts, para
metais e cerâmicas. A velocidade de deslocamento do feixe do laser influencia na
sinterização simultaneamente com a potência. A redução da velocidade de
processamento pode gerar aumento de densidade e uma peça maior que o
desejado (acréscimo de material devido à penetração profunda do calor do laser).
Inversamente, uma velocidade demasiadamente elevada, impossibilita fusão e
aderência completa do pó à camada anterior, causando alterações nas propriedades
mecânicas do objeto fabricado. Outro parâmetro que afeta a sinterização do material
é o espaçamento entre cada passagem do feixe de laser. A correta seqüência de
30
passagens do feixe de laser auxilia na fusão do material proporcionando uma união
mais homogênea (CIMJECT. UFSC, 2008).
Segundo Hardro, Wang e Stucker (1998), além da velocidade, potência do
laser e espaçamento das passagens do feixe de laser, a temperatura na câmara de
construção também influencia no processo de sinterização. A quantidade de energia
a ser fornecida pelo laser é tanto menor quanto maior for a temperatura do
(WANG, 1999).
Já a bioprototipagem, por meio da técnica da impressão tridimensional 3DP
TM
,
constrói peças (camada por camada) de forma aditiva. A prototipagem rápida é
muito utilizada nas indústrias automotiva e aeroespacial, de telecomunicações,
máquinas industriais e eletrodomésticos (LIGHMAN, 1998). No entanto, outras
possibilidades de aplicação estão em desenvolvimento, entre os quais a RP aplicada
à área da saúde.
A impressão tridimensional pode usar diferentes tipos de materiais
simultaneamente e apresenta menor custo de produção. Contudo, os modelos
apresentam rugosidade elevada, relativa fragilidade e porosidade (LINO; J. NETO,
2007; OLIVEIRA, 2007).
Outros equipamentos também têm merecido destaque nos últimos anos,
como, por exemplo, as impressoras 3D, que empregam uma tecnologia de
impressão desenvolvida no MIT, permitindo a construção de protótipos a partir de
um pó, que é aglomerado por uma resina, com o auxílio de um cabeçote igual ao de
uma impressora a jato de tinta. Suas principais vantagens são menor custo, rapidez
de construção e possibilidade de gerar biomodelos coloridos (FOGGIATTO, 2006).
A cnica de 3DP
TM
é um ótimo exemplo dessa tecnologia, funcionando como
uma impressora de jato de tinta. Contudo, imprimindo em três dimensões.
(SEACAM, 2007).
A aplicabilidade da tecnologia CAD-CAM na área da saúde pode ser
exemplificada em casos de ressecções de lesões na articulação temporomandibular,
que podem ser resolvidas com a confecção de um côndilo protético mais próximo,
em diâmetro e volume, do verdadeiro, de maneira que degraus nas zonas de fixação
e outros problemas estéticos sejam menores. A simulação de cirurgias em modelos
31
aumenta a chance de sucesso e previsibilidade, ajudando a reduzir o tempo
cirúrgico (YAXIONG et al., 2003).
A RP tem complementado o diagnóstico e auxiliado nos planos de tratamento
em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. Em casos de cirurgia ortognática
combinada, a terapêutica pode ser previamente simulada com auxílio de
biomodelos, realizando-se as osteotomias desejadas e reposicionando-se o terço
fixo da face e a mandíbula para as posições planejadas. As placas podem ser
previamente moldadas, reduzindo-se, assim, o tempo real da cirurgia proposta
(CUNNINGHAM; HAUG, 2004; DA ROSA; OLESKOVICZ,2004).
ZANDONÁ (2003), frente à necessidade de realizar um enxerto ósseo na
região anterior da maxila, utilizou um biomodelo para auxiliar no tratamento. Na fase
pré-cirúrgica, realizada em ambiente estéril, foi feita a ajustagem e a fresagem dos
blocos ósseos, adaptando-os sobre o biomodelo prototipado, enquanto que, na fase
cirúrgica, instalaram-se os blocos na paciente, fixando-se os mesmos por meio de
mini-parafusos, tal como na técnica convencional de enxerto em blocos .
Vários materiais têm sido utilizados em RP. Esta pesquisa utilizou-se das
técnicas de prototipagem rápida que trabalham com materiais em : a poliamida e
o gesso.
O PA 2200 é um fino-pó à base de poliamida. As aplicações típicas deste
material estão na construção de protótipos inteiramente funcionais, que suportam
facilmente as cargas mecânica e térmica elevadas. A poliamida apresenta
densidade de 1,4g/cm
3
, ponto de fusão de 255°C, ponto de amolecimento de 235°C
e boa resistência química a ácidos; não resiste aos solventes fenólicos, álcalis fracos
e fortes. a poliamida-12 apresenta temperatura de serviço entre -40ºC e 80ºC,
ponto de fusão 255ºC, ponto de amolecimento entre 220 e 235ºC; excelente
resistência à corrosão atmosférica e industrial, boa resistência aos raios UV, grande
resistência ao desgaste e aos impactos, boa elasticidade, baixos coeficientes de
fricção e de absorção de água, além de boa resistência ao contato com gorduras,
óleos, fluidos hidráulicos, soluções salinas e numerosos solventes (RAHAL, 1999;
OMNEXUS, 2007; RILNOR, 2007).
O gesso é um aglomerante inorgânico que pode ser utilizado nas indústrias
de tinta, papel, plástico, colas não-transparentes, massas vedantes e inseticidas,
32
como carga e/ou pigmento. A matéria prima para a produção de gesso é a gipsita e
o processo de fabricação é realizado por calcinação, com material granulado ou
moído, o que pode acontecer em panelas, caldeiras contínuas e fornos rotatórios,
em que três quartos da água de cristalização é removida (MONTE; PAIVA;
TRIGUEIRO, 2003).
Gipsita é um mineral freqüente, de ampla distribuição em rochas
sedimentares. Camadas de gipsita podem ocorrer associadas a calcários ou nas
seções inferiores de depósitos evaporíticos um mineral de cristalização precoce
nos evaporitos). Comumente associado à halita, anidrita, calcita, dolomita, enxofre,
pirita e quartzo. Usado principalmente para a produção de gesso (BROD; MOURA,
2003).
O protocolo do processo de esterilização em autoclave, bem como sua
eficácia, encontra-se bem estabelecido na literatura. A autoclave é um dos meios
mais comuns e seguros para a realização da esterilização de materiais visando
prevenção de infecções cruzadas em consultórios odontológicos (GUANDALINI,
1997; FONZI et al., 1999).
Dentre as medidas adotadas nas universidades, hospitais e clínicas privadas,
esse processo é o que apresenta maior segurança. Sabe-se, contudo, que ele está
submetido a alguns fatores que determinam o seu sucesso, ou seja, eliminação
completa de microrganismos de um dado material, manutenção de boas condições
de funcionamento da autoclave (temperatura e pressão adequadas), embalagem e
acondicionamento dos instrumentais e sua disposição dentro da autoclave, além do
tamanho e da adequação dos pacotes (NETO et al., 2007).
O cirurgião-dentista tem a obrigação moral, ética e legal, não de
proporcionar atendimento odontológico, mas também de impedir a infecção cruzada.
Para o tratamento de um politrauma de face, ZANCOPÉ et al. (2005)
esterilizaram um biomodelo de impressão tridimensional, com óxido de etileno,
procedendo com sucesso o ato cirúrgico.Contudo, o óxido de etileno é um irritante
de pele e mucosas, podendo provocar distúrbios genéticos e neurológicos, sendo
um método que apresenta riscos ocupacionais. Apresenta, também, custo elevado,
havendo relatos de efeitos carcinogênico, mutagênico e teratogênico (ROMANO;
QUELHAS, 2007).
33
Foi realizado um estudo de casos, onde 53 enfermeiros relataram estar
expostos ao óxido de etileno, com participação voluntaria na pesquisa. rias
reações adversas foram relatadas: lacrimejamento (n=4); reações alérgicas (n=2);
náuseas e vômitos (n=2); discrasias sangüíneas (n= 3); alopécia (n= 1); neoplasias
(n=14); esterilidade (n=7); abortos espontâneos (n = 2) (XELEGATI et. al., 2006).
Outro estudo propôs uma reutilização simulada de produtos médico-
hospitalares de uso único, submetidos à esterilização com óxido de etileno. Os
resultados mostraram recuperação da carga bacteriana após o uso do gás
esterilizante, não sendo recomendada, portanto, tal prática (SILVA; PINTO, 2005).
METODOLOGIA
35
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa, delineada a partir do paradigma tradicional quantitativo, tendo
como abordagem um estudo descritivo-comparativo, foi realizada junto ao Programa
de s-Graduação em Odontologia, na área de concentração em Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial da FO/PUCRS, na Linha de Pesquisa Diagnóstico e
Terapêutica Aplicada, após apreciação e aprovação do seu projeto, protocolado sob
o número 0089/04, pela Comissão Científica e de Ética da FO/PUCRS (Anexo A).
3.1 PROPOSIÇÃO
Avaliar, a partir de estudo comparativo de nove dimensões lineares
horizontais (internas e externas) e uma dimensão linear vertical, aferidas por meio
de paquímetro digital devidamente calibrado, a estabilidade dimensional, após
esterilização em autoclave, de biomodelos em SLS e 3DP
TM
, obtidos de um mesmo
crânio seco.
3.2 HIPÓTESES
a) Os biomodelos 3DP
TM
sofrem alteração dimensional significativa,
após esterilização em autoclave;
b) Os biomodelos de SLS reproduzem a complexa anatomia
craniomaxilar com erro dimensional mínimo e aceitável, após
esterilização em autoclave.
36
3.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A etapa laboratorial desta pesquisa consistiu no uso de dois biomodelos, um
utilizando a técnica de SLS e o outro utilizando a técnica 3DP
TM
, para a análise do
erro dimensional após esterilização em autoclave. Os dois biomodelos o réplicas
de um crânio humano seco e foram construídos por SILVA et al. (2004).
Os procedimentos metodológicos desenvolveram-se na seguinte seqüência
de acontecimentos:
a) Realização das medidas lineares horizontais internas e externas nos
biomodelos em SLS e 3DP
TM
;
b) Realização da medida linear vertical nos biomodelos em SLS e 3DP
TM
;
c) Esterilização dos dois biomodelos em autoclave;
d) Realização das medidas lineares horizontais internas e externas no
biomodelo de SLS;
e) Realização da medida linear vertical no biomodelo de SLS;
f) Análise estatística.
3.3.1 Protótipo SLS
O equipamento empregado na confecção do biomodelo de SLS foi a
Sinteristation 2000
®1
. Para tanto, fez-se uso de um fino de poliamida, referência
PA 2200
®2
, EOS
®3
. O tempo dispensado para construção foi de 15 horas. O valor
desse protótipo foi estipulado em R$ 600,00 (SILVA et al., 2004).
1
Aparelho de SLS Sinteristation 2000 – DTM. EUA, pertencente ao LTDDP, Campinas – SP.
2
Pó de poliamida fabricado por EOS
®
-Alemanha.
3
EOS
®
- Electro Optical Systems
37
3.3.2 Protótipo 3DP
TM
O equipamento ZPrinter 310 System
®4
foi utilizado para a impressão do
biomodelo 3DP
TM
. Os materiais empregados para a construção consistiram de um
de gesso marca ZP
TM
102 e de um agente aglutinante de base aquosa. Para o
pós-processamento, o Z Bond 100, um agente de infiltração à base de cianocrilato,
foi aplicado sobre as superfícies do modelo.
O tempo de construção do biomodelo de 3DP
TM
foi de quatro horas e o valor
estimado da réplica da região craniomaxilar foi de R$ 430,00 (SILVA et al., 2004).
3.3.3 Paquímetro digital
As mensurações nos biomodelos de SLS e 3DP
TM
, pré-esterilização, e no
biomodelo de SLS, pós-esterilização, foram feitas com paquímetro digital Starrett
®5
,
modelo 727-12/300 (capacidade de 300 mm), com resolução de 0,01 mm, conforme
certificado de calibração nº. 17913/2007, emitido pela Metroquality
®6
, laboratório
reconhecido na RMRS sob nº. 5301 (Anexo B).
Cada uma das medidas foi repetida 20 vezes pelo mesmo examinador, sendo
utilizado o teste t de Student pareado para verificar a calibração do mesmo. A ordem
das mensurações foi aleatória para assegurar que não exercesse influência sobre os
resultados obtidos. Os dados foram registrados em um quadro de registros das
mensurações, elaborado para tal fim (Anexo C).
4
Máquina de impressão tridimensional fabricado na Z Corporation - Burlington - USA
5
Paquímetro digital fabricado por Starrett LTDA – Itu – São Paulo – Brasil.
6
Empresa autorizada, por Starrett LTDA, para realizar calibração no paquímetro digital.
38
Figura 1 - Aferição da distância FO-FO no biomodelo em SLS, com auxílio do paquímetro
digital.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
3.3.4 Esterilização em autoclave
A autoclave utilizada para a realização da esterilização dos biomodelos de
SLS e de 3DP
TM
foi da marca Cristofoli
®
Vitale 21
®7
, de propriedade do Centro de
Esterilização Odontológica da Policlínica Militar de Porto Alegre. O quadro 1
apresenta seus dados técnicos.
7
Autoclave fabricada por Cristofoli Equipamentos de Biossegurança LTDA, Campo Mourão - Paraná – Brasil.
39
Dados técnicos Vitale 21
Capacidade 21 litros
Câmara 24,5 x 46,5 cm
Dimensão externa 39,4x 38,5x 58,2 cm
Voltagem 127 ou 220 volts
Potência 1600 Watts
. Série / lote: VTZ-OO12/01
Quadro 1 - Cristofoli
®
Vitale 21
®
; dados técnicos.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
O ciclo de esterilização dessa autoclave necessita de 150ml de água
destilada, colocada manualmente, com a utilização de um dispositivo plástico,
fornecido pelo fabricante. Antes de iniciar o ciclo de esterilização, é necessário
ocorrer o aquecimento da autoclave, tempo que varia de oito a doze minutos. Após,
o ciclo de esterilização terá início, com temperatura variável de 122 a 128°C e
pressão entre 1,2 kgf/cm
2
e 1,6 kgf/cm
2
, permanecendo nesse estado por 16
minutos. Concluído o ciclo de esterilização e após a autoclave ter realizado sua
despressurização, realiza-se manualmente a abertura da autoclave para que se
inicie o ciclo de secagem, com duração de 30 minutos. A calibração da autoclave é
realizada pela comissão de controle de infecção da Policlínica Militar de Porto
Alegre, através de testes específicos. Os biomodelos foram submetidos a um ciclo
de esterilização.
3.3.5 Pontos craniométricos
Para a realização das medidas lineares nos biomodelos, foram utilizados os
seguintes pontos craniométricos (CLEBER e ALVIM, 1979; DANGELO, G.J.; FATINI,
C.A., 1988; GARDENER, E. et al. 1988; ROEN, J.W. YOKOCHI, C., 1993;
MADEIRA, C.M. 1995; SILVA et al., 2004) (Figuras 2, 3 e 4).
AP: ponto situado na extremidade lateral da abertura piriforme,
bilateralmente;
Ba: ponto mediano na margem anterior ao forame magno;
40
ENA: ápice da espinha nasal anterior;
ENP: ápice da espinha nasal posterior;
FE: ponto localizado na extremidade anterior do osso frontal, na linha
média;
FML: ponto situado na extremidade lateral do forame magno,
bilateralmente;
FO: ponto situado na margem medial do forame oval, bilateralmente;
FZ: ponto situado na extremidade medial da sutura frontozigomático,
bilateralmente;
N: ponto situado na intersecção da sutura internasal com a sutura
frontonasal;
OE: ponto localizado na extremidade posterior do osso occipital;
Op: ponto mediano na margem posterior do forame magno;
T: ponto localizado na extremidade lateral do túber da maxila,
bilateralmente;
Zy: ponto situado na extremidade lateral do arco zigomático,
bilateralmente.
41
Figura 2 Pontos e linhas utilizados para realização das medidas lineares
horizontais e medida linear vertical no complexo craniomaxilar, em norma frontal.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
Figura 3 - Pontos e linhas utilizados para realização das medidas lineares horizontais no
complexo craniomaxilar, em norma basilar.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
.
.
.
A
.
.
.
.
.
.
.
.
N
F
Zd
F
Ze
ZY
d
ZYe
ENA
L
AP
d
T
e
T
d
L
AP
e
ENP
FOd
.
.
.
.
F
Oe
42
Figura 4 Pontos e linhas utilizados para realização das medidas lineares horizontais no
complexo craniomaxilar, em norma superior.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
3.3.6 Medidas externas (horizontais)
Comprimento externo do crânio (CEC): comprimento ântero-posterior da
tábua óssea externa do crânio; distância entre os pontos FE e OE;
Comprimento do palato (CP): distância entre os pontos ENA e ENP;
Forame oval: distância entre os pontos FO direito e esquerdo;
Largura bizigomática (LBZ): distância entre os pontos Zy direito e
esquerdo;
Largura da maxila (LMX): distância entre os pontos T direito e T
esquerdo;
.
.
.
Ba
.
Op
FMLe
FMLd
.
FE
OE
.
43
3.3.7 Medidas internas (horizontais)
Comprimento do forame magno (CFM): comprimento ântero-posterior
do forame magno distância entre os pontos Ba e Op;
Frontozigomático (FZ-FZ): distância entre os pontos FZ direito e
esquerdo;
Largura da abertura piriforme (LAP):distância entre os pontos AP direito
e esquerdo;
Largura do forame magno (LFM): maior diâmetro do forame magno, no
sentido látero-lateral; distância entre os pontos FML direito e esquerdo.
3.3.8 Medida vertical
N-ENA: distância entre os pontos N e ENA.
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
No tratamento estatístico desta pesquisa, obteve-se a média e o desvio
padrão para cada medida, nos dois biomodelos, antes da esterilização em
autoclave. Após a esterilização, somente o biomodelo de SLS foi avaliado, pois o
3DP
TM
deformou-se, sendo utilizado o teste t de Student pareado, na comparação
entre as dimensões aferidas, p e pós-esterilização, no biomodelo de SLS,
considerando p 0,01 (MOTTA e WAGNER, 2003).
RESULTADOS
45
4 RESULTADOS
O biomodelo 3DP
TM
sofreu importante alteração dimensional durante a
esterilização em autoclave, não foi realizada análise estatística a partir de
mensurações obtidas no mesmo (Figura 5). Passaremos, então, a apresentar, em
figuras, quadros e gráficos, os resultados obtidos após análise estatística das
medidas lineares aferidas pré e s-esterilização em autoclave do biomodelo SLS
(Figura 6).
Figura 5 - Modelo 3DP
TM
após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa, PG-CTBMF, FO/PUCRS, 2007.
46
Figura 6 - A e B. Modelo em SLS após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
A análise estatística das medidas lineares foi realizada por meio de
estatísticas descritivas e do teste t de Student para amostras pareadas, apresentada
na forma de tabelas e gráficos.
47
As diferenças absoluta e relativa foram calculadas conforme as fórmulas
abaixo (CHANG et al., 2003; SILVA, 2004):
Diferença Absoluta = (média da medida no biomodelo pré-e) – (média da medida no biomodelo pós-e)
Diferença Relativa = Diferença Absoluta X 100 ÷ Medida da medida no biomodelo pós-e
Para o processamento e a análise destes dados, foi utilizado o software
estatístico SPSS
®8
, versão 11.5, no sistema operacional Microsoft Windows
®9
.
BIOMODELO SLS
PRÉ-ESTERILIZAÇÃO
BIOMODELO SLS
PÓS-
ESTERILIZAÇÃO
MEDIDAS
LINEARES EXTERNAS
Média (mm) DP Média (mm) DP
P
CEC 187,14 0,26 187,33 0,20 0,024
LBZ 110,63 0,25 110,69 0,16 0,251
CP 45,39 0,21 45,34 0,30 0,398
FO-FO 50,35 0,13 50,42 0,12 0,097
LMX 73,61 0,26 73,55 0,31 0,256
Quadro 2 - Média e desvio padrão para as medidas lineares horizontais externas, realizadas no
biomodelo de SLS, antes e após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
Os gráficos a seguir apresentam no eixo Y: resultado em milímetros das
quarenta mensurações realizadas em cada medida craniométrica. No gráfico, cada
medida é apresentada em duas colunas conjuntas e diferentes pela cor (a primeira
refere-se à etapa pré-esterilização e a segunda a etapa pós-esterilização). O eixo X
apresenta as vinte medidas pré-esterilização e as vinte medidas s-esterilização,
em colunas conjuntas, diferentes pela cor.
8
Programa de análise estatística: Statistical Package for the Social Sciences
9
Sistema operacional fabricado por Microsoft - EUA
48
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
CEC PRÉ
CEC PÓS
Gráfico 1 - Comparação da medida CEC realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização em
autoclave (CEC PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (CEC PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
100
102
104
106
108
110
112
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
LBZ PRÉ
LBZ PÓS
Gráfico 2 - Comparação da medida LBZ realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização em
autoclave (LBZ PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (LBZ PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
.
49
40
41
42
43
44
45
46
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
CP PRÉ
CP PÓS
Gráfico 3 - Comparação da medida CP realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização em
autoclave (CP PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (CP PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
47
48
49
50
51
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
FO-FO PRÉ
FO-FO PÓS
Gráfico 4 - Comparação da medida FO-FO realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização em
autoclave (FO PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (FO PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
50
70
71
72
73
74
75
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
LMX PRÉ
LMX PÓS
Gráfico 5 - Comparação da medida LMX realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização
em autoclave (LMX PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (LMX PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
Os resultados mostrados no quadro 2 e nos gráficos de 1 a 5 não revelaram
diferenças estatisticamente significativas entre os valores de medidas lineares
externas, antes e após a esterilização em autoclave (p 0,01).
BIOMODELO DE SLS MEDIDAS
LINEARES
EXTERNAS
DIFERENÇA ABSOLUTA DIFERENÇA RELATIVA
CEC
0,19 mm
0,10 %
LBZ
0,06mm
0,05%
CP
0,05mm
0,11%
FO-FO
0,07mm
0,14%
LMX
0,06mm
0,08%
Quadro 3 - Média das diferenças absoluta e relativa para as medidas lineares horizontais
externas obtidas no biomodelo de SLS, antes e após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
51
Quadro 4 - Média e desvio padrão para as medidas lineares horizontais internas realizadas no
biomodelo de SLS, antes e após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
30
31
32
33
34
35
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
CFM PRÉ
CFM PÓS
Gráfico 6 - Comparação da medida CFM realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização em
autoclave (CFM PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (CFM PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
BIOMODELO SLS
PRÉ-
ESTERILIZAÇÃO
BIOMODELO SLS
PÓS-
ESTERILIZAÇÃO
MEDIDAS LINEARES
INTERNAS
Média
(mm)
DP Média
(mm)
DP
COLUNA
DO
p
CFM 33,80 0,11 33,83 0,10 0,289
LFM 26,20 0,12 26,25 0,07 0,084
FZ 96,59 0,25 96,58 0,19 0,851
LAP 25,54 0,17 25,58 0,12 0,403
52
25
25,5
26
26,5
27
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
LFM PRÉ
LFM PÓS
Gráfico 7 - Comparação da medida LFM realizada no biomodelo de SLS pré-
esterilização em autoclave (LFM PRÉ) e pós-esterilização em autoclave
(LFM PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
95
96
97
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
FZ PRÉ
FZ PÓS
Gráfico 8 - Comparação da medida FZ realizada no biomodelo de SLS pré-
esterilização em autoclave (FZ PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (FZ PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
23
24
25
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
LAP P
LAP PÓS
Gráfico 9 - Comparação da medida LAP realizada no biomodelo de SLS pré
esterilização em autoclave (LAP PRÉ) e pós esterilização em autoclave
(LAP PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
53
BIOMODELO DE SLS
MEDIDAS
LINEARES
INTERNAS
DIFERENÇA ABSOLUTA
média (mm)
DIFERENÇA RELATIVA média
(%)
CFM
0,03
0,09%
LFM
0,05
0,19%
FZ
0,01
0,01%
LAP
0,04
0,16%
Quadro 5 - Média das diferenças absoluta e relativa para as medidas lineares horizontais internas
obtidas no biomodelo de SLS, antes e após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
Quadro 6 - Média e desvio padrão para a medida linear vertical externa, realizada no biomodelo de
SLS, antes e após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
46
47
48
49
50
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
N-ENA PRÉ
N-ENA PÓS
Gráfico 10 - Comparação da medida N-ENA realizada no biomodelo de SLS pré-esterilização em
autoclave (N-ENA PRÉ) e pós-esterilização em autoclave (N-ENA PÓS).
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
BIOMODELO SLS
PRÉ- ESTERILIZAÇÃO
BIOMODELO SLS
PÓS-ESTERILIZAÇÃO
MEDIDA LINEAR
VERTICAL
Média (mm) DP Média (mm) DP
P
N-ENA 49,73 0,32 49,92 0,26 0,023
54
BIOMODELO DE SLS
MEDIDA VERTICAL
DIFERENÇA ABSOLUTA
média (mm)
DIFERENÇA RELATIVA
média (%)
N-ENA
0,19
0,38%
mm=milímetros; % percentual.
Quadro 7 - Média das diferenças absoluta e relativa para a medida linear vertical externa, obtida
no biomodelo de SLS, antes e após esterilização em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
CEC CP LMX LFM LAP
Média Pré
Média pós
Gráfico 11 - Média das 20 medições, para cada medida no crânio, antes e após esterilização
em autoclave.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
BIOMODELO DE SLS
MÉDIA DE TODAS AS
MEDICÕES
DIFERENÇA ABSOLUTA
média (mm)
DIFERENÇA RELATIVA
média (%)
TODAS AS LINHAS DE
MENSURAÇÃO
0,51 0,073%
Quadro 8 - Cálculo da diferença absoluta e da diferença relativa da média de todos os pontos de
medição, pré e pós-esterilização.
Fonte: Dados da pesquisa; PG-CTBMF; FO/PUCRS; 2007.
DISCUSSÃO
56
5 DISCUSSÃO
O homem sempre se preocupou em registrar sinais. Tem sido assim desde os
registros rupestres. Como escola, a estética comprometida com o bem, com a
intencional necessidade de completar o que falta na natureza, seu ramo de utilidade
prática, influencia todo o conceito ocidental do que é proporcional, normal e
saudável. Entender o saudável, registrar seus sinais, por meio da pintura, da
escultura e dos moldes de gesso, entre outros, foi base da formação de um grande
banco de dados que permitiu diagnosticar, tratar e prognosticar o patológico.
A descoberta dos raios-X possibilitou o registro de uma imagem interna sem a
necessidade da exposição cirúrgica do local examinado. As limitações de
tonalidades de cinza, sobreposição de estruturas anatômicas e dos tecidos moles
foram, gradualmente, suprimidas pela tomografia computadorizada. A reconstrução
3D, impressa em película ou virtual na tela do computador, nada mais é do que uma
imagem em duas dimensões. O processo da bioprototipagem possibilita o estudo do
paciente, mas com uma grande diferença de outros exames: a estrutura estudada
está construída em três dimensões. Atualmente, é possível, em algumas horas,
realizar a prototipagem total de um crânio humano. A escultura por computador, a
biomodelagem, permite o planejamento, o tratamento e o prognóstico dos processos
patológicos e das deformidades de face (BUCK, 1996; JAMES et al., 1998; SAILER
et al., 1998; PECKITT, 1999; BONTRAGER, 1999; COSTA FILHO; MOURA;
COSTA, 1999; BROGDON, 2000; ROVIGATTI, 2003; NETTO, S. et al., 2003;
GRANDO, 2005; SANTA BÁRBARA, 2006).
Para ser considerada uma cnica eficiente, é necessário que a
bioprototipagem possua custo acessível. Por outro lado, para ser eficaz é necessário
que várias exigências sejam satisfeitas. Uma, de grande interesse para esse estudo,
é que o material utilizado apresente excelente estabilidade dimensional, após
esterilização em autoclave, pois, somente assim, será possível utilizar-se um
biomodelo estéril em procedimentos cirúrgicos com segurança. A utilização de vapor
saturado sob pressão, por meio de autoclaves, possibilita a esterilização pela
interação entre temperatura, pressão e umidade possibilitando a ocorrência de
57
termocoagulação e da desnaturação de proteínas da estrutura genética celular dos
microorganismos. A autoclave, ao utilizar água destilada como veículo para a
esterilização, trabalha com uma substância biocompatível para o ser humano;
portanto, nenhum efeito residual pode ser imputado a esse processo. A eficácia e a
eficiência vêm propiciando um aumento constante da efetividade desse método,
altamente confiável e seguro, evitando-se todos os efeitos deletérios de uma
esterilização por óxido etileno. (PINTER; GRABIELLONNI, 2000; BRITO et al. 2002;
SILVA; PINTO, 2005; ZANCOPÉ, 2005; XELEGATI et. al., 2006 ;ROMANO;
QUELHAS, 2007).
As etapas necessárias para a construção de um biomodelo devem respeitar
rigor técnico e científico. Na aquisição das imagens por TC, MRI ou US, a
subjetividade humana influi consideravelmente na forma final do produto prototipado
e, assim, no erro dimensional. Até o presente momento, as aquisições das imagens
têm apresentado alta dependência da habilidade do operador. Algumas pesquisas
objetivam criar um modelo automático de segmentação ou obtenção das imagens,
eliminando a subjetividade humana, na melhor das hipóteses, ou diminuindo muito
sua influência. Desta forma, reduz-se o tempo do exame, consegue-se maior
fidelidade das imagens, um melhor aproveitamento dos algoritmos responsáveis
por reconstruírem o protótipo; menos subjetividade pode representar menor erro e
isso significar menor necessidade de repetição e menor radiação ao paciente,
reduzindo custos do processo como um todo. Essa avaliação é importante devido às
alterações dimensionais que o biomodelo pode sofrer caso ocorreram aquisições
equivocadas de dados. A aquisição de imagens, a partir da tomografia
computadorizada helicoidal, fornece uma seqüência de secções axiais da região de
interesse. Assim, utilizando-se um programa de reconstrução 3D é possível
transformar imagens bidimensionais em um modelo tridimensional virtual. Vários
cortes axiais são obtidos e salvos em formato digital padrão DICOM. (PECKITT,
1999;BONTRAGER, 1999; COSTA FILHO; MOURA; COSTA, 1999; GRANDO,
2005; ROVIGATTI, 2003).
Construir modelos físicos a partir de modelos matemáticos é a proposta da
prototipagem rápida. Essa expressão designa um conjunto de tecnologias de
reprodução física, camada-a-camada, de protótipos virtuais 3D. Outras expressões,
58
como fabricação em camadas, por exemplo, parece carregar um sentido auto-
explicativo para essa tecnologia construtora de protótipos. Ademais, a expressão
fabricação de formas livres é citada na literatura como um sinônimo. Assim, o
sentido dessa definição parece reportar-se ao fato de ser possível a construção de
várias formas de alta complexidade (COOPER, 2001; FOGGIATTO, 2006;
GRANDO, 2005; LIGMAN, 1998; VOLPATO, 2001, YAXIONG et al., 2003).
Muito tem sido publicado sobre o potencial da prototipagem na área da saúde.
O uso de biomodelos para treinamento cirúrgico, com simulação de osteotomias,
adaptação de placas para loading shearing (toda a carga suportada somente pela
placa de reconstrução), adaptação de enxertos, construção de substitutos ósseos,
por exemplo, em enxertos pela técnica do espelhamento (LIGHMAN, 1998;
PECKITT, 1999; SAILER et al., 1998 GRANDO, 2005; OLIVEIRA et al., 2007). A
incorporação do biomodelo em diversos procedimentos cirúrgicos da especialidade
tem sido fortemente defendida. Contudo, o alto custo do processo, as dificuldades
operacionais para a viabilização do protótipo em tempo hábil, em casos de trauma (o
interstício entre este e a prototipagem tornam o planejamento praticamente
inexeqüível), além das distâncias geográficas e da pouca familiaridade com esta
tecnologia, ainda são fortes limitadores do seu uso rotineiro. Temos uma técnica
eficaz, mas com baixa eficiência e pouca efetividade. Para VOLPATO (1999) o fato
de ver e tocar o protótipo permite a execução de várias etapas, poupando o paciente
no que se refere ao tempo cirúrgico, ocorrendo uma redução do custo total do
procedimento operatório. Menor tempo trans-operatório, com menos utilização de
sala cirúrgica em ambiente hospitalar, significa menor custo de honorários
profissionais, pós-operatório mais favorável e resultado cirúrgico mais previsível.
James et al. (1998) argumentam que 34% dos custos operatórios são decorrentes
do tempo cirúrgico. Assim, analisando-se a relação custo-benefício, é possível inferir
que, nos casos em que a utilização de biomodelos for corretamente indicada, essa
relação será favorável, justificando o investimento financeiro na biomodelagem, com
a finalidade diagnóstico-cirúrgica. Assim, há objetivos na busca de um material que
possa apresentar grande estabilidade dimensional, após esterilização por autoclave,
cujo custo seja baixo, uma vez que se pretende agregar variáveis de eficiência e
eficácia, contribuindo, assim, para maior redução de custo para o biomodelo.
59
Cirurgias de reconstrução, como na ressecção de tumores seguida de enxerto
tecidual, cirurgias de deformidade de face, associadas à ortognática, anquilose da
articulação temporomandibular, entre outras, beneficiam-se significativamente de um
biomodelo, que possa estar presente estéril em campo cirúrgico. No ponto de vista
deste pesquisador, em tais condições, a bioprototipagem beneficia o paciente,
facilitando o seu tratamento e possibilitando um melhor prognóstico (YAXIONG et
al., 2003; CUNNINGHAM. L, 2004; ZANCOPÉ, 2005; ZANDONÁ, 2003). Por outro
lado, traumas de um segmento ósseo, cirurgias ortognáticas sem segmentação e
pequenos enxertos não exigem a utilização desta tecnologia, pois sua utilização não
representa grande vantagem e pouco ou nada reduz os custos (DA ROSA;
OLESKOVICZ, 2004; FOGGIATTO, 2006; ZANDONÁ, 2003).
A reprodutibilidade de ossos de espessura fina, como o assoalho da órbita,
palato, vômer e parede anterior do seio maxilar, muitas vezes, são deficientes nas
técnicas de prototipagem rápida. A ocorrência de pseudoforaminas, simplesmente
não reconstruindo partes das porções ósseas em questão, pode prejudicar o
diagnóstico, o planejamento, o tratamento e a pesquisa. Os biomodelos desta
pesquisa apresentaram inúmeras pseudoforaminas nas regiões anatômicas citadas.
Outro problema encontrado foi o apagamento de suturas e de alguns acidentes
anatômicos. Assim, ficou prejudicado o estudo da órbita, devido ao grande número
de pseudoforaminas em seu assoalho, bem como na região anterior de seio maxilar,
próximo ao forame infra-orbitário direito. A presença de pseudoforaminas, nesse
forame, como a ocorrência do apagamento da incisura supra-orbital direita, fez com
que se optasse por descartar essa medida vertical para análise comparativa pré e
pós-esterilização do biomodelo de SLS e utilizar somente a N-ENA (DANGELO;
FATTINI, 1988; GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988; ROHEN; YOKOCHI, 1993;
MADEIRA, 1995).
Novas pesquisas que se ocupem da avaliação de medidas que poderiam ser
realizadas na órbita deverão ser realizados para favorecer uma melhor compreensão
dessa região anatômica, quando da construção de um biomodelo.
O processo de aferição é realizado após calibração, conforme informado na
metodologia desta pesquisa. Contudo, o operador interfere na medição, pois todo
procedimento humano traz em si esse problema. Saber administrá-lo e entendê-lo é
60
fundamental para se avançar nesse tipo de pesquisa, razão pela qual o trabalho foi
realizado com o rigor estatístico em nível de significância de 1%.
Seguindo a classificação de VOLPATO (1999), os sistemas de prototipagem
podem ser classificados de acordo com a forma do material usado. Nesta pesquisa,
o enfoque foi nos materiais disponíveis em forma de pó, visto que o objeto de
avaliação deu-se sobre a técnica de SLS, que emprega de poliamida, e a 3DP
TM
,
em que se utiliza pó de gesso.
A técnica 3DP
TM
trabalha como uma impressora jato de tinta, a qual aglutina o
pó, ou seja, usa um aglutinante que cola as partículas de e assim vai sendo
construído o modelo. Todavia, essa tecnologia de processamento, embora de menor
custo, oferece baixa resistência mecânica (LIGHMAN, 1998; NETTO, S. et al., 2003;
FOGGIATTO, 2006; SEACAM, 2007).
O protótipo em gesso, ao ser esterilizado, sofreu absorção de vapor d’água.
Disso, decorre uma nova cristalização e dissolução de cristais. Ao secarem, os
novos cristais formados tornam-se maiores, proporcionando uma estrutura mais
porosa e com menor resistência mecânica. Além disso, o gesso apresenta uma
queda de resistência mecânica inversamente proporcional à quantidade de água
absorvida. Após a esterilização, o biomodelo apresentou importante alteração
dimensional, verificando-se a ocorrência de muitos poros em sua superfície
evidenciando-se, assim, a absorção de água. A perda de resistência mecânica do
gesso em presença de água, sinergisado pelo calor em alta pressão, inviabilizam a
esterilização desse tipo de material em autoclave (BROD; MOURA, 2003; MONTE;
PAIVA; TRIGUEIRO, 2003).
A sinterização ou fusão trabalha com o aquecimento do pó, ligando-o por
fusão. Tal forma de construir biomodelos permite que se possam obter biomodelos
com boa resistência termoplástica (HARDRO; WANG; STUCKER, 1998; MEURER
et al., 2003; WANG, 1999; VOLPATO, 2001; FOGGIATTO, 2006; OMNEXUS, 2007;
RILNOR, 2007; LINO. F.J.; NETO, R., 2007). A poliamida possui importantes
propriedades como: resistência mecânica, resistência à corrosão atmosférica e
industrial, aos raios UV, ao desgaste e aos impactos, boa elasticidade, baixos
coeficientes de fricção e de absorção de água, entre outras (EOS, 2007; OMNEXUS,
2007; RILNOR, 2007).
61
A estabilidade dimensional de um biomodelo em poliamida, esterilizado em
vapor de água sobre pressão, foi condição fundamental para que esse experimento
alcançasse seu objetivo. A poliamida revelou-se um material termorresistente,
podendo ser autoclavado. A utilização de vapor de água como elemento esterilizante
não provocou a presença de novos poros no biomodelo, não havendo perda de sua
resistência mecânica, nem houve dano a sua estrutura. Essas afirmações têm como
base o exame macroscópico do modelo, as aferições dimensionais, a aplicação de
testes estatísticos e o cálculo da diferença absoluta e relativa de cada medida
aferida, antes e após esterilização em autoclave. Os resultados corroboram tais
afirmações; o teste t de Student demonstrou que não ocorreu diferença significativa
nas dez medidas lineares realizadas nesse estudo, antes e após esterilização em
autoclave, totalizando um total de 400 mensurações. Com um rigor ao nível de 1%;
(p
0,01), todas as medidas apresentaram uma distribuição normal, sendo as
variações encontradas, pré e pós-esterilização, estatisticamente insignificantes e
indicando o excelente potencial de aplicação em campo cirúrgico desse material.
O comprimento externo do crânio (CEC) apresentou 90% das medidas, pré-
esterilização, no intervalo de um desvio padrão. A média de 187,14mm (pré-
esterilização) está menor em 0,19mm, da média pós-esterilização. as medidas
pós-esterilização apresentaram 80% das medidas no intervalo de um desvio padrão.
A diferença absoluta foi 0,19 mm e a variação da diferença relativa 0,10%.
A largura bizigomática apresentou 70 e 100% das medições pré-esterilização,
dentro do intervalo de um e de dois desvios padrões, respectivamente. As
mensurações s-esterilização tiveram distribuição semelhante. A diferença
absoluta foi de 0,06 mm e a variação relativa está calculada em 0,05%. O
comprimento do palato apresentou média de 45,39 mm (pré-esterilização) e 70%
das medições dentro do intervalo de um desvio padrão. O restante das medidas,
pré-esterilização, localizam-se no intervalo de a dois desvios padrões. Após a
esterilização, o ponto CP manteve a mesma porcentagem no intervalo de um desvio
padrão. As diferenças absoluta (0,05 mm) e relativa (0,11%) mostram uma dimensão
estável pós-esterilização.
A medida FO-FO apresentou 85% das aferições pré-esterilização no intervalo
de um desvio padrão e 100% no intervalo de dois desvios padrões, em uma média
62
de 50,35 mm. As medidas pós-esterilização indicaram uma média de 50,42 mm. A
distribuição das medidas se deu de forma semelhante a etapa anterior a
esterilização; FO-FO apresentou uma diferença absoluta de apenas 0,07 mm e uma
variação percentual de 0,14%.
A largura da maxila apresenta 60% das aferições no intervalo de um desvio
padrão para uma média de 73,61 mm; os restantes das medidas encontram-se
100% no intervalo de até dois desvios padrões. Após autoclavagem, obteve-se uma
média de 50,42 mm. A distribuição percentual das medidas no intervalo de um
desvio padrão foi de 65%;o restante das medições seguiu padrão semelhante à
etapa de pré-esterilização. A diferença absoluta mostra um valor de apenas 0,06 mm
e uma variação percentual de 0,08%.
Analisando os resultados das medidas lineares internas do biomodelo de
SLS, pode-se afirmar que o comprimento do forame magno apresentou excelente
biomodelagem, com boa marcação dos pontos CFM direito e esquerdo. Assim, tem-
se 85% das medidas dentro do intervalo de um desvio padrão e média de 33,80 mm.
Após a autoclavagem, obteve-se uma média de 33,83 mm e as mensurações
encontraram-se em 80% no intervalo de um desvio padrão. A diferença absoluta foi
de apenas 0,03 mm e a diferença relativa, de 0,09%.
A largura do forame magno mostrou 65% das aferições, pré-autoclavagem, no
intervalo de um desvio padrão e, após autoclavagem, 75% dentro de um intervalo de
um desvio padrão. A diferença absoluta é de 0,05 mm e a diferença relativa foi de
0,19%.
A medida FZ-FZ apresentou média pré-esterilização 96,59 mm, 65% das
medidas no intervalo de um desvio padrão. Após a autoclavagem da peça, foram
encontrados 70% dos valores no intervalo de um desvio padrão. A diferença
absoluta foi 0,01 mm e a diferença relativa foi 0,01% .
A medida LAP apresentou distribuição percentual das medidas pré e pós-
autoclavagem semelhantes para o intervalo de um desvio padrão, 75% na pré-
autoclavagem, e 80%,após esterilização em autoclave; apresentou uma diferença
absoluta de 0,04 mm e uma diferença relativa de 0,17%, matematicamente
desprezível, mas com grande importância clínica.
63
A medida N-ENA, medida linear vertical apresentou média de 49,73 mm e
antes de colocar-se o biomodelo na autoclave, foram encontrados 70% das medidas
no intervalo de um desvio padrão. A média, após o processo de esterilização, foi de
49,92 mm.; a diferença absoluta foi 0,19mm e a relativa, 0,38%.
Após a realização da análise de cada medida horizontal externa e interna,
bem como da medida vertical, procedeu-se ao cálculo das diferenças absoluta e
relativa da média de todos os pontos de medição, pré e pós-esterilização, chegando-
se a uma diferença do volume total, ou seja, a média de todas as medidas equivale
ao volume tridimensional da peça prototipada, no valor de 0,51 mm, como diferença
absoluta, e a uma diferença relativa de 0,073%. Esse número, matematicamente, é
considerado muito pequeno, sem importância. Por outro lado, as diferenças
encontradas, clinicamente, justificam a metodologia empregada corroborando com a
hipótese formulada para a poliamida, nessa pesquisa, como um material
termorresistente e com real aplicabilidade no setor de saúde.
O biomodelo confeccionado em gesso não resiste a autoclavagem,
necessitando uso de outro método de esterilização, ou em situações em que não
haja essa demanda, para a sua aplicação em saúde.
A poliamida revelou-se um material estável dimensionalmente, após uso em
autoclave. Na avaliação de cada diferença absoluta e relativa, antes e após a
esterilização em autoclave, as diferenças não passaram de décimos de milímetros.
A manutenção da resistência mecânica do protótipo de SLS após
autoclavagem, a pequena variação das medidas lineares realizadas antes e após
esterilização, ocorrência de valores baixos de desvios padrões, distribuição
estatística normal para as 40 aferições de cada medida e a não ocorrência de
diferenças estatisticamente significativas, segundo o teste t de Student, validam a
hipótese desta pesquisa, no que se refere ao biomodelo de SLS, permitindo que se
afirme que a poliamida pode ser empregada na construção de biomodelos e esses
podem ser levados para trabalho em campo cirúrgico, após esterilizados em
autoclave.
CONCLUSÃO
65
6 CONCLUSÃO
a) O processo de autoclavagem não provocou alterações dimensionais
significativas no biomodelo de SLS, indicando sua aplicabilidade clínico-cirúrgica.
b) Importantes alterações dimensionais ocorreram no biomodelo de 3DP
TM
,
após processo de autoclavagem, impedindo a sua aferição e contra-indicando sua
aplicabilidade cirúrgica, pelo método de esterilização aplicado.
c) O biomodelo confeccionado em gesso necessita uso de outro método de
esterilização, ou em situações em que não haja essa demanda, para a sua aplicação
em saúde.
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ANEXOS
74
ANEXO A – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO NA COMISSÃO CIENTÍFICA E DE
ÈTICA DA FO/PUCRS
75
ANEXO B – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DO PAQUÍMETRO DIGITAL
76
ANEXO C – QUADRO DE ANOTAÇÃO DAS MEDIDAS LINEARES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
CEC
CFM
LFM
FZ-FZ
LBZ
CP
FO-FO
N-ENA
LAP
LMX
Endereço para contato:
Rua: Luciana de Abreu, 267/ 305
Cep: 90570-060
Moinhos de Vento
e-mail: acmfogaca@gmail.com
Fones: 55 51 84093779
Secretaria de Pós Graduação em CTBMF – FO/ PUCRS 55 51 33203538
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